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RESUMOS FILOSOFIA

Provas da existência de Deus


1ª Prova: à priori, pela simples consideração de ideia de ser perfeito.
A prova consiste em mostrar que, porque existe em nós a simples ideia de um ser
perfeito e infinito, daí resulta que esse ser necessariamente tem que existir.
2ª Prova: à posteriori, pela causalidade das ideias.
A prova consiste agora em mostrar que, porque possuímos ideia de Deus como
ser perfeitíssimo, somos levados a concluir que esse ser efetivamente existe como
causa da nossa ideia da sua perfeição. De facto como poderíamos nós ter a ideia de
perfeição, se somos seres imperfeitos? Como poderia o menos perfeito ser causa do
mais perfeito?
Deste modo, conclui, já que nenhum homem possui tais perfeições, deve existir
algum ser perfeito que é causa dessa nossa ideia de perfeição. Esse ser é Deus.
3ª Prova: à posteriori, baseada na contingência do espirito.
Descartes demonstra agora a existência de Deus a partir do facto de que não nos
podemos conservar a nós próprios. Se não podemos garantir a nossa existência, mas
apesar disso existimos, é porque alguém nos podes garantir essa existência.

Importância de Deus no projeto Cartesiano

-Deus, sendo perfeito, não pode ser enganador. Enquanto perfeição, Deus é garantia
da verdade das nossas ideias claras e distintas (por exemplo: 2+2=4 ou «penso,logo,
existo»).

-Se Deus é perfeito e criador do homem e da realidade, então é também o criador das
verdades incontestáveis e o fundamento da certeza.

-Segundo Descartes, é Deus que garante a adequação entre o pensamento evidente


(verdadeiro) e a realidade, conferindo assim validade ao conhecimento.

-Deus é a perfeição, ou seja, é o bem, a virtude, a eternidade, logo, não poderá ser o
autor do mal nem responsável pelos nossos erros.

-Se Deus não existisse e não fosse perfeito, não teríamos a garantia da verdade dos
conhecimentos produzidos pela razão, nem teríamos a garantia de que um
pensamento claro e distinto corresponde a uma evidência, isto é, a uma verdade
incontestável. Se Deus não é enganador, então as nossas evidências racionais são
absolutamente verdadeiras.
-Se Deus não existisse, para Descartes, seria «o caos» e nunca poderíamos ter a
garantia do funcionamento coerente da nossa razão nem ter noção de como se tornou
possível a nossa existência.

-Os erros do ser humano resultam de um uso descontrolado da vontade, quando esta
se sobrepõe à razão.

-Erramos quando usamos mal a nossa liberdade e quando aceitamos como evidentes
afirmações que o não são, logo, Deus não é responsável pelos nossos erros mas é
garantia das verdades alcançadas pela razão humana.

Teoria do erro e as três substâncias cartesianas


O erro nasce da vontade e não do entendimento, erramos quando usamos mal a nossa
liberdade e julgamos verdadeiros os juízos que não examinámos.
Tipos de substâncias para Descartes:
- a substância pensante – cujo atributo essencial é o pensamento;
- a substância extensa – cujo atributo essencial é a extensão;
- a substância divina – cujo atributo essencial é a perfeição, a qual se identifica, em
virtude da simplicidade divina, com os vários atributos de Deus: omnipotência,
omnisciência, suma bondade, etc.
Objeções ao racionalismo cartesiano
Quando procura demonstrar a existência de Deus, como sabe Descartes que não se
engana ao deduzir que a ideia de perfeição implica a existência de um ser perfeito?
E se o génio maligno me estiver a enganar quando penso que a ideia de perfeição só
pode ter sido causada por um ser perfeito?
Uma vez abalada a demonstração da existência de Deus, o que resta do racionalismo
cartesiano?

Círculo cartesiano
Descartes diz que a ideia de Deus é o que justifica a veracidade de todas as ideias
claras e distintas. Mas, por outro lado, afirma que esta mesma ideia de Deus também é
uma ideia clara, pelo que se tem de justificar a si mesma para depois justificar a
veracidade das demais ideias incorrendo assim numa petição de princípio, num
argumento circular que dá nome a esta falácia.

Reconhecer que para David Hume não há conhecimento sem experiência


David Hume considera que todo o conhecimento tem origem na experiência, sendo os
dados ou impressões sensíveis as suas unidades básicas.

Impressões e Ideias
As impressões constituem as experiências obtidas quando o indivíduo
observa, sente, ama, odeia, deseja ou tem vontade de algo. Hume descreve
este tipo de percepções como sendo mais ‘vívido’ do que as ideias, termo
com que o filósofo parece querer afirmar que as impressões são mais claras
e mais pormenorizadas do que as ideias. As ideias, por sua vez, são cópias
das impressões. Trata-se dos objectos do pensamento humano quando os
indivíduos recordam a sua experiência ou exercitam a sua imaginação.

Tipos ou modos de conhecimento


Relações de Ideias (a priori), é o tipo de conhecimento que pode ser obtido apenas
mediante a análise do significado dos conceitos envolvidos numa proposição.
• São sempre verdadeiras, uma verdade necessária.
• Negá-las implica contradição.
• Matemática, Geometria, Lógica.
– Questões de Facto (a posteriori), é o tipo de conhecimento que só pode ser obtido
através das impressões, ou seja, através da experiência, e que nos fornece
informação verdadeira acerca do mundo.
• Verdades contingentes, proposições que são verdadeiras, mas que poderiam não o
ser.
• Poderiam ter sido falsas.
• Negá-las não implica contradição.
• Ciências Naturais.
– David Hume sustenta que apenas o conhecimento sobre questões de facto nos pode
fornecer informações sobre o mundo, pois as relações de ideias, expressem verdades
necessárias, referem-se apenas às relações entre o significado das ideias envolvidas,
mas nada dizem acerca do que existe.

– David Hume rejeita a conclusão do Argumento da Regressão Infinita, embora


reconheça que as nossas cadeias de justificações podem regredir infinitamente,
deixando as nossas crenças injustificadas, também acredita que estas podem
desembocar num facto autoevidente, presente à nossa memória ou aos nossos
sentidos, que não precisa de justificação adicional e que serve de fundamento ou
justificação para as nossas restantes crenças.
• A partir desta constatação, Hume propõe um critério para avaliar o valor de uma
investigação:
» Caso se trate de uma investigação sobre questões de facto, terá de se basear de
alguma forma em impressões.
» Se a investigação não se basear em impressões, então não poderá ultrapassar o
âmbito das relações de ideias.

– Todo o nosso conhecimento do mundo se baseia necessariamente em impressões.


Princípios de associação de ideias

Posição de Hume face a ideia de causalidade como “conexão


necessária”, na ótica da relação de causalidade entre factos
Porque observarmos que o evento (A) tem sido sempre, até ao presente, sucedido
pelo evento (B), acreditamos que da próxima vez que ocorrer (A) sucederá (B).
Desta forma inferimos uma relação necessária entre causa e efeito pelo facto de nos
termos habituado a constatar uma relação constante entre factos semelhantes ou
sucessivos. É apenas o hábito ou costume que nos permite sair daquilo que está
imediatamente presente na experiência em direcção ao futuro.
A ideia de relação causal, de uma conexão necessária entre dois fenómenos (“sempre
foi assim, sempre será assim”), é uma ideia da qual não temos qualquer impressão
sensível. Como o critério de verdade de um conhecimento factual é que a uma ideia
corresponda uma impressão sensível, não temos legitimidade para falar de uma
relação causal entre dados da nossa experiência.
O princípio de causalidade, considerado um princípio racional e objectivo, nada mais é
do que uma crença subjectiva, o produto de um hábito, o desejo de transformação de
uma expectativa em realidade.

Fundamentos do Raciocínio indutivo


O problema da causalidade cruza-se, na proposta de Hume, com um outro problema, o
da indução. As inferências indutivas são a base do nosso conhecimento sobre o
mundo. Estarão elas justificadas? Segundo Hume, não. Só poderíamos confiar na
indução se partíssemos do princípio de que a natureza é uniforme e regular, sem lugar
para imprevistos. Acontece que a nossa crença na regularidade da natureza é ela
própria fundada na indução. Estamos, pois, encerrados numa petição de princípio,
numa justificação circular que nada justifica: todos os nossos argumentos indutivos
pressupõe a crença de que a natureza é regular, crença esta que, por sua vez, foi
construída com base em inferências indutivas. A ideia de que a natureza é uniforme é
uma verdade contingente, pois é perfeitamente possível que a natureza não seja
uniforme e que o futuro não repita o passado. O exemplo do ornitorrinco é revelador
de que o número de observações que serve de base a uma indução é logicamente
independente da verdade da conclusão.

Articulação entre o Principio da uniformidade da natureza, relações


causais e inferências indutivas
Principio da uniformidade da natureza: A nossa experiência de certas regularidades
ou certas repetições, pelo que não temos legitimidade para postular a existência de
uma força ou poder secreto da Natureza que estabelece uma relação causal entre
diferentes objetos ou acontecimentos;
– A ideia de que causas semelhantes terão efeitos semelhantes e chamamos a esta
proposição o Princípio da Uniformidade da Natureza.
– Tudo o que posso fazer é dizer que acredito que assim será porque até hoje sempre
assim foi.
– Hume considerou que não há maneira de justificar racionalmente a nossa confiança
nas inferências indutivas.
– Numa inferência válida, a sua solidez depende da veracidade do Princípio da
Uniformidade da Natureza.
– Justificar a nossa confiança numa princípio tendo como base a nossa experiência de
que a Natureza se tem comportado de modo uniforme.
Relações causais: Estabelece-se uma conexão necessária entre A e B. Não estamos a
dizer que umas vezes um dado aquecimento evapora a água e outras vezes não ou que
esta relação só vale no momento em que a observamos. O que estamos a afirmar é
que esta relação é constante e invariável, não é acidental. Ou seja, uma relação causal
é uma relação que estabelece uma conexão necessária entre acontecimentos.
Inferências indutivas: As relações causais e as inferências indutivas nas quais o nosso
conhecimento do mundo se baseia pressupõem a crença na regularidade da natureza.
Sendo esta injustificável, temos de concluir que o conhecimento do mundo não é
possível no sentido em que não podemos justificar as nossas crenças acerca dele. O
modo como pensamos que o mundo funciona pode não ser o modo como este
realmente funciona. Apesar do hábito, de até agora não termos sido desmentidos e de
ser útil pensar assim.
Fundacionalismo de Hume

Questão do EU, do Mundo e de Deus no âmbito da filosofia empirista de


David Hume

 O problema do Eu: Considero, pois, que não se deve recorrer a


nenhum tipo de intuição para justificar a existência do eu como
substância dotada de realidade permanente, como sujeito
imutável de vários actos psiquicos. Com efeito, só dispomos de
intuição de ideias e impressões, e entre elas verifica-se a sucessão
e a mutabilidade; nenhuma delas apresenta um carácter de
permanência. Sendo assim, considero que, a crença na
identidade, na unidade e na permanência do eu é apenas um
producto da imaginação, não sendo possível afirmar que existe o
eu como substância distinta em relação às impressões e ideias.
 O problema do Mundo: As percepções constituem a única
realidade acerca da qual dispomos de alguma certeza. As únicas
inferências válidas que podemos produzir devem ser baseadas na
relação causa e efeito estabelecida apenas entre as percepções.
Afirmar a existência de uma realidade que seja a causa das
nossas percepções e que seja distinta delas é algo desprovido de
sentido. Trata-se de uma crença injustificável, já que não temos
experiência ou impressão de tal reaidade. Sãos a coerência e
a constância de certas percepções que nos levam a acreditar
que há coisas externas, dotadas de uma existência contínua e
independente.
 O problema de Deus: Reconhecendo que o que concebemos
como existente tembém podemos conceber como não-existente,
posso concluir que não existe um ser cuja existência esteja à
partida demosntrada. Como tal, Exclui-se, desde já, o argumento
ontológico. Também as provas da existência de Deus baseadas no
princípio de causalidade, são criticadas por mim, uma vez que
partem das impressões para chegar a Deus; mas Deus não é
objecto de qualquer impressão.

O que distingue o empirismo de Hume do racionalismo de Descartes.


1 —A origem do conhecimento.

Descartes considera que a experiência, dados os erros dos sentidos, não pode ser
fonte credível de conhecimentos, melhor dizendo, as suas informações não podem constituir
(dado que muitas vezes são enganadoras) crenças básicas que possam conduzir a outros
conhecimentos. O saber constrói-se com base em ideias inatas e, desde que siga um método
correto e Deus garanta o normal funcionamento da nossa razão, podemos alcançar verdades
objetivas (claras e distintas) sobre o mundo. Esta rejeição dos sentidos é uma convicção
fundamental de Descartes e marca a sua orientação claramente racionalista inspirada no
modelo dedutivo das matemáticas.

Para Hume, todas as ideias têm uma origem empírica. Todos os nossos conteúdos
mentais são perceções. Estas são de dois tipos: impressões e ideias. As nossas ideias são cópias
das nossas impressões e por isso não há ideias inatas.

2 —A possibilidade do conhecimento.

Partindo de um ceticismo metódico, Descartes liberta a razão da dependência em


relação à experiência e, tornando o seu funcionamento dependente da garantia de Deus,
conclui que podemos alcançar conhecimentos verdadeiros (claros e distintos) acerca do
mundo. Para Hume, o critério de verdade do nosso conhecimento é este: um conhecimento,
uma ideia, só é válido se pudermos indicar a impressão ou impressões de que deriva. A toda e
qualquer ideia tem de corresponder uma impressão sensível. Se não há correspondência, há
falsidade. Criticando a fé cega no poder da razão quanto ao conhecimento do mundo e do que
transcende a natureza, Hume argumenta contra os racionalistas que o conhecimento científico
não é como o conhecimento matemático, não o podendo ter como modelo: não é um
conhecimento puramente demonstrativo, mas procede da experiência.

Quanto à objetividade das leis naturais defendida por pensadores não racionalistas como
Locke e Newton, o filósofo escocês argumenta que qualquer generalização, baseando-se em
factos passados e pretendendo valer para o que ainda não foi objeto de experiência, é incerta.
Nada podemos saber acerca do futuro porque nada nos garante que o futuro seja semelhante
ao passado. Não há conhecimento, propriamente falando, do que ultrapassa a nossa
experiência atual ou passada: o que aconteceu não serve como fundamento seguro da
previsão do que ainda não aconteceu.
Ceticismo? Sim, no sentido em que o nosso conhecimento não é certo e seguro. Mas uma
coisa é o valor científico dos nossos conhecimentos e outra a sua utilidade prática e vital:
sabemos que os nossos «conhecimentos científicos» são mais pretensão e desejo de
segurança do que saber, mas não podemos viver sem essas sábias ilusões.

3 — Os limites do conhecimento.

Descartes afirma que a razão apoiada na veracidade divina e nas ideias inatas pode
conhecer a realidade na sua totalidade ou, melhor dizendo, os princípios gerais de toda a
realidade: Deus, alma (cogito) e mundo são realidades que podem ser conhecidas.

Para Hume, as impressões sensíveis são, não só o critério de verdade do conhecimento


humano, mas também o seu limite. Não tendo outra base que não as impressões ou
sensações, o nosso conhecimento está limitado por elas: não posso afirmar nenhuma coisa ou
realidade da qual não tenho qualquer impressão sensível (como, por exemplo, Deus).

4— Ciência e metafísica

Em Descartes, temos uma fundamentação metafísica da ciência, isto é, uma fundação


baseada em realidades metafísicas tais como Deus e cogito (mas sobretudo Deus, que é o
verdadeiro pilar do sistema científico que Descartes se propôs construir).

Segundo Hume, não podemos afirmar a existência de qualquer fundamento metafísico


do saber.

Filosofia da Ciência (Epistemologia)


A epistemologia é o ramo da filosofia que se ocupa do estudo da natureza
do conhecimento, da justificação e da racionalidade da crença e dos
sistemas de crenças, em outras palavras, de toda a Teoria do
Conhecimento.

Questões epistemológicas
 O que é a ciência?
 O que é o conhecimento científico?
 O conhecimento científico é verdadeiro?

A filosofia determina que uma área do saber, para ser considerada ciência,
dever ter um método definido.

O conhecimento científico seria o conjunto de saberes que está justificado e


provado através de testes que podem ser realizados em qualquer
circunstância, tempo e lugar, que darão o mesmo resultado.

No entanto, a verdade pode ser construída racionalmente dentro de cada


período histórico. Muitas vezes, o que se acredita numa época será rejeitado
ou invalidado posteriormente.
Demarcação entre Ciência e Pseudociência
Ciência: Aristóteles define a ciência como o "conhecimento das causas pelas causas.
É o conhecimento demonstrativo".

A ciência é composta por três componentes: a observação, a experimentação e as leis.


Visa a união entre o conhecimento teórico, a prática e a técnica. Não se utiliza de
suposições, mas da comprovação após a aplicação do método científico.

Foi o próprio Aristóteles quem definiu que as ciências (no plural) estão relacionadas à
maneira de realização do ideal de cientificidade de acordo com os fatos investigados e
os métodos empregados.

Pseudociência: Uma pseudociência é qualquer tipo de informação que se diz ser


baseada em factos científicos, ou mesmo como tendo um alto padrão
de conhecimento, mas que não resulta da aplicação de métodos científicos. É uma
reivindicação, crença ou prática que se apresenta como científica, mas não adere a
um método científico válido, carece de provas ou plausibilidade, não podendo
ser confiavelmente testado, ou de outra forma, não tem estatuto científico. A
pseudociência é frequentemente caracterizada pelo uso de afirmações vagas,
exageradas ou improváveis, uma confiança excessiva na confirmação, em vez de
tentativas rigorosas de refutação, a falta de abertura para a avaliação de outros
especialistas, e uma ausência generalizada de processos sistemáticos para desenvolver
teorias racionalmente.
O problema da demarcação entre ciência e pseudociência tem
implicações políticas, éticas, bem como questões filosóficas e científicas.[10] Diferenciar
ciência e pseudociência tem várias implicações práticas, dentre elas os cuidados de
saúde, o testemunho de especialistas nas falsas polêmicas sobre o Aquecimento
global e na educação científica das pessoas. A distinção entre fatos e teorias científicas
de crenças pseudocientíficas, como os encontrados na astrologia,
no charlatanismo médico e nas crenças ocultistas combinados com conceitos
científicos, é parte da educação científica e literacia científica.

Senso comum
O senso comum é a união dos saberes do cotidiano. É subjetivo, varia de pessoa para
pessoa e de grupo para grupo.

É baseado nos fatos reguladores da rotina sem buscar a explicação científica para que
ocorram.

Teorias de Karl Popper e Gaston Bachelard sobre o senso comum


Popper considera o conhecimento vulgar o ponto de partida para qualquer
conhecimento mais aprofundado do real – seja o cientifico, o filosófico ou qualquer
outro(de tipo racional). No entanto, alerta para o facto de ser preciso corrigir,
reformular, isto é, criticar toda a informação que se propõe ao nível do senso comum.
Enquanto Karl Popper admite que o conhecimento vulgar é um ponto de partida
inseguro para outro tipo de conhecimento mais aprofundado do real, bastando ser
criticado, Gaston Bachelard não admite como tal, mas sim como obstáculo
epistemológico, ou seja, como algo que impede a produção de conhecimento
científico. Por conseguinte, não basta criticar e corrigir o conhecimento vulgar, é
preciso romper totalmente com ele.
Quer entendamos o conhecimento vulgar como ponto de partida inseguro que exige
ser criticado, quer como obstáculo epistemológico, o certo é que este primeiro nível de
conhecimento é superficial.

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