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FILOSOFIA-CONCEPTUALIZAÇÃO ;)

1. Definição tradicional de conhecimento Isto são condições necessárias e conjuntamente


suficientes para haver conhecimento. Ou seja, conhecimento é uma crença verdadeira
justificada .

2. Ceticismo radical e argumentos céticos: Desafio cético


O ceticismo radical que se distingue do ceticismo mitigado ou moderado é uma corrente filosófica
que nega a possibilidade do conhecimento.
Isto significa que mesmo que algumas das nossas crenças sejam verdadeiras,não temos
justificações suficientes para mostrar essa verdade,então não temos maneira de saber se são
verdadeiras ou falsas.
O argumento principal dos céticos radicais pode ser expresso mediante o seguinte modus tollens:
Se há conhecimento,então há crenças justificadas
Não há crenças justificadas
logo,não há conhecimento.
conclusão:defendem a tese de que não há conhecimento, pois não há crenças justificadas.

3. Funcionalismo: Defende que o conhecimento se assemelha a uma estrutura em que algumas


crenças suportam outras crenças existindo uma ou várias que suportam toda a estrutura.
Crença básica:São autoevidentes e justificam-se a si mesmas.
Crenças não básicas:não são autoevidentes e são justificadas por outras.

4. Conhecimento à priori: Conhecimento racional ou seja requer o pensamento ou a razão,


independente da experiência ,o seu contrário é uma contradição necessário(não pode deixar de
ser). Conhecimento à posteriori: Conhecimento empírico dependente da experiência para
confirmação,o seu contrário é possível, contingente.

5. Racionalismo: Destaca a importância da razão e considera que temos algum conhecimento do


mundo sem recurso à experiência-conhecimento a priori.
Assim, para os racionalistas,o conhecimento a priori tem um papel
essencial,proporcionando-nos verdades substancias,ou seja,verdades que dizem algo acerca do
mundo. Este conhecimento é obtido por intuição e pelo raciocínio, e a justificação que ele envolve
não depende da nossa experiência do mundo. Há conhecimento inato,mas apenas para alguns
racionalismo.

Empirismo: Destaca a importância da experiência e considera que não temos conhecimento do


mundo sem recorrer a ela:não há conhecimento priori acerca do mundo.
Nenhum conhecimento é inato.

6: Operações da mente segundo Descartes: Dedução-Encadeamento de conhecimento ou


dados para inferir um novo conhecimento de modo necessário. Intuição -Apresentação imediata
de uma verdade que não é inferida de nenhuma outra.

7: A dúvida cartesiana (caracterização): metódica: meio para alcançar um fim provisória:até


alcançarmos um princípio seguro; hiperbólica:rejeitar como falso tudo o que é duvidoso

8: Argumentos da falibilidade dos sentidos: o facto dos sentidos nos enganarem e iludirem,
sendo que é prudente nunca confiar naqueles que nos enganaram, mesmo que só uma vez.
9: Argumento do sonho: A falta de um critério que nos permita distinguir o sonho da vigília
podemos estar a sonhar e não sabemos. Dado que não sabemos se estamos a sonhar, não
temos justificação para acreditar que estamos despertos. Assim também não sabemos se as
nossas percepções sensíveis são ou não ilusórias ou seja elas podem levar-nos a formar crenças
falsas.

10: Argumento da falibilidade do raciocínio:Descartes argumenta que o raciocínio humano


pode ser falível, levando à dúvida.
11: Argumento do gênio maligno: A hipótese da existẽncia de um génio maligno ou Deus
enganador que nos ilude a respeito da verdade fazendo com que estejamos sempre enganados .

O cogito como primeiro princípio (penso,logo existo): O cogito é uma verdade evidente e
indubitável, uma certeza inabalável obtida por intuição de modo inteiramente racional e a priori.
Não podemos duvidar sem pensar, e não podemos pensar sem existir. Deste princípio retira que:
O pensamento é mais evidente do que o corpo. Esta verdade fornece um critério de verdade (é
verdadeiro o que for evidente, claro e distinto).
Ideias adventícias: têm origem sensível, nas impressões que os objetos físicos causam nos
sentidos.
Factìcias:São fabricadas pela imaginação, a partir de outras ideias.
Inatas:São ideias constitutivas da própria razão e já as possuímos à nascença .

Argumentos a favor da existência de Deus: Deus é a causa da ideia de ser perfeito; Deus é a
causa do meu ser; Argumento ontológico: Da ideia de ser perfeito infere-se a existência do ser
perfeito.

Função de Deus no sistema cartesiano: Deus desempenha um papel fundamental na garantia


da verdade das ideias claras e distintas.

Resposta de Descartes ao problema da possibilidade do conhecimento – fundacionalismo


racionalista Descartes propôs uma abordagem para resolver o problema da possibilidade do
conhecimento através de seu famoso princípio: "Cogito, ergo sum" (Penso, logo existo). Essa
afirmação serve como fundamento indubitável, uma certeza autoevidente que não pode ser
negada, formando a base para o edifício do conhecimento. Descartes argumentou que, ao duvidar
de tudo, ele percebeu que a dúvida em si mesma exigia um sujeito que duvida, e esse sujeito é
um ser pensante. Portanto, a existência do pensamento é indubitável, estabelecendo assim uma
fundação sólida para o conhecimento. A partir desse ponto, Descartes procurou construir um
sistema de conhecimento seguro, utilizando a razão como meio de deduzir verdades universais e
necessárias. Ele acreditava que as ideias claras e distintas eram garantia de verdade, e por meio
do método da dúvida metódica e da análise racional, ele buscava estabelecer princípios
fundamentais. Assim, a resposta de Descartes ao problema da possibilidade do conhecimento,
dentro do contexto do fundacionalismo racionalista, baseia-se na certeza do próprio pensamento
como fundamento indubitável, a partir do qual ele constrói um sistema lógico e dedutivo para
alcançar o conhecimento verdadeiro.

Críticas ao sistema de Descartes – “ círculo cartesiano”, Deus, carácter inultrapassável da


dúvida.
Descartes terá incorrido num argumento circular ou petição de princípio: só podemos saber que as
nossas ideias claras e distintas são verdadeiras se primeiro soubemos que deus existe e não é
enganador , mas só podemos provar que Deus existe e não é enganador se raciocinarmos a partir
de ideias claras e distintas que confiamos serem verdadeiras. Isto pode ser dito de outro modo:
sem o conhecimento prévio da existência de Deus não temos, em princípio,qualquer motivo para
confiar no nosso intelecto ou razão; todavia, temos necessidade de confiar no intelecto ou razão
para provar a existência de Deus.

O empirismo de Hume – ideias e impressões; a origem das ideias; objecções à origem das
ideias.

Os modos de conhecimento segundo Hume: Conhecimento de relações de ideias (priori) -


verdades necessárias (os solteiros não são casados) - não temos acerca do mundo;
Conhecimento de questões de facto (posteriori) - verdades contingentes (a batalha deixou mil
mortos)

A origem da ideia de causalidade e o problema da Indução:


O problema da indução, naturalmente associado ao problema da causalidade, é a questão de
saber se as inferências indutivas estão ou não justificadas. Hume defende que não estão,
revelando-se cético em relação ao papel que a razão desempenha ao tentar justificar essas
inferências.Analisemos este problema, tomando como ponto de partida dois exemplos dos
argumentos indutivos típicos: a indução por generalização e a indução por previsão.
Indução: Está na base das relações de causa e efeito
Por generalização: Alguns A são B. Logo, todos os A são B.
Por previsão: Alguns A são B. Logo, o próximo A será B.
Segundo Hume, qualquer argumento indutivo pressupõe a ideia de que a natureza é uniforme e
que as causas semelhantes se seguem a efeitos semelhantes. Trata-se de um princípio conhecido
como princípio da uniformidade da natureza. De acordo com este princípio, o futuro assemelha-se
ao passado, isto é, a natureza sempre funcionará da mesma forma, de modo previsível e regular.

O ceticismo de Hume: O empirismo de Hume condu-lo ao ceticismo. Não observamos


conexões necessárias entre fenómenos, a indução não é fiável (visto que o princípio da
uniformidade da natureza não é racionalmente justificável) nem são racionalmente justificáveis as
crenças na existência do mundo exterior, do eu e de Deus. Mas Hume não foi um cético radical,
adotando antes um ceticismo moderado. O fundamento do conhecimento encontra-se nas crenças
básicas derivadas das impressões dos sentidos.

Exercícios de exame
Quis procurar […] outras verdades e, tendo escolhido o objeto dos geômetras, […] revi algumas
das suas demonstrações mais simples. E, tendo notado que a grande certeza que todos lhes
atribuem se funda apenas em serem concebidas com evidência, […] notei também que não existia
nelas absolutamente nada que me assegurasse da existência do seu objeto. Pois, por exemplo,
via bem que, ao supor um triângulo, era necessário que os seus três ângulos fossem iguais a dois
ângulos retos; mas, apesar disso, nada via que me garantisse que no mundo exterior existisse
algum triângulo. Ao passo que, voltando a examinar a ideia que eu tinha de um ser perfeito,
descobria que a existência estava nela contida, do mesmo modo, ou mais evidentemente ainda,
que na ideia de um triângulo está compreendido que os seus três ângulos são iguais a dois
ângulos retos […]

14.1. Reconstitua o argumento a favor da existência de Deus apresentado no texto.


14.2. Considere a proposição «os três ângulos de um triângulo são iguais a dois ângulos retos».
Hume diria que esta proposição diz respeito a uma relação de ideias ou antes a uma questão de
fato? Justifique

1.O facto de termos justificação para uma crença faz dela conhecimento? Porquê? Ilustre a sua
resposta com um exemplo adequado

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