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– Empirismo de Hume
1. O QUE É O EMPIRISMO?
TESES:
o conhecimento é possível;
a experiência é a fonte de justificação última das nossas crenças.
2. OS CONTEÚDOS DA MENTE
❥ O ponto de partida para o conhecimento são as perceções, que são tudo o que há na nossa
mente: impressões e ideias.
❥ As impressões são as perceções mais vivas e fortes – têm um maior grau de força e
vivacidade:
sensações externas: dados dos sentidos;
sensações internas: emoções.
❥ As ideias são as perceções menos vivas e intensas – têm um menor grau de força e
vivacidade e são produto da memória e da imaginação.
3. O PRÍNCIPIO DA CÓPIA
❥ Se as ideias são cópias das impressões, então não há ideias inatas. Não há ideias que não
tenham sido formadas pela experiência. Do que não houver impressão sensível, não haverá
conhecimento.
4. SIMPLES E COMPLEXAS
Simples Complexas
IMPRESSÕES não podem ser decompostas; podem ser divididas em partes;
ex: cor verde. ex: maçã.
IDEIAS derivam de impressões resultam da combinação pela
correspondentes. imaginação de várias ideias simples.
ex: ideia de verde. ex: montanha de oiro.
5. OS PRINCIPIOS DE ASSOCIAÇÃO DE IDEIAS
6. TIPOS DE CONHECIMENTO
7. PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE
❥ princípio da causalidade: princípio que defende que o acontecimento de algo é sempre
precedido por uma causa e que existe uma conexão necessária entre uma causa e o seu
efeito.
Causa Efeito
conexão
necessária
❥ Hume defende que as causas e os efeitos não podem ser conhecidos pela razão.
9. COSTUME
❥ Costume ou hábito: Tendência ou impulso, sentimento ou princípio psicológico que
naturalmente nos guia e que é resultado do modo como as nossas mentes estão naturalmente
construídas (naturalismo humano).
❥ A ideia de conexão necessária não pode ser conhecida a posteriori: por mais que
observemos a ocorrência conjunta de dois acontecimentos, nunca encontraremos aí qualquer
impressão que justifique a ideia de conexão necessária ou de relação causal. Tudo o que
podemos perceber é que há dois acontecimentos que são contíguos no tempo e no espaço.
Observamos a sucessão, mas não a conexão necessária.
❥ A ideia de causalidade como conexão necessária não está justificada. David Hume mostra-
se cético em relação ao papel da razão desempenha ao tentar justificar essas inferências.
❥ o princípio da uniformidade da natureza não está nem pode ser justificado a priori, pois é
uma questão de facto (verdade contingente).
❥ o princípio da uniformidade da natureza não está nem pode ser justificado a posteriori, pois
é ele próprio resultado de uma inferência indutiva. Justificar indutivamente a indução é
incorrer numa petição de princípio.
13. EU
14. DEUS
❥ a nossa imaginação eleva ao máximo as qualidades das quais tivemos impressão e reuni-las
criando a ideia complexa de Deus.
❥ não temos qualquer impressão que corresponda à ideia de Deus, pelo que, pela experiência,
não podemos afirmar a sua existência.
❥ dado que só temos acesso aos conteúdos da mente, isto é, só temos acesso de perceções
que se encontram na nossa mente, não sabemos realmente que o mundo exterior existe - nem
que não existe.
17. CRÍTICAS
❥ Hume é acusado de ceticismo, irracionalismo e de não esclarecer devidamente o principio
da causalidade.
1. A FILOSOFIA DA CIÊNCIA
★ Disciplina que se ocupa da reflexão crítica sobre a ciência, analisando o(s) método(s)
científico(s) e procurando compreender o que caracteriza o conhecimento científico.
★ Problemas:
O que é a ciência?
Como a diferenciamos da pseudociência e do senso comum?
O que distingue as teorias científicas das que não são científicas?
Qual o método mais indicado em ciência? O que o caracteriza?
Como evolui a ciência?
Será que o conhecimento científico é objetivo?
★ é acessível a qualquer ser humano, e essencial para que possamos orientar a nossa vida.
★ exemplos:
Cortar o cabelo, durante a lua crescente, faz com que cresça mais rapidamente.
Faz mal comer laranja à noite.
Não tomes banho depois das refeições.
Sexta-feira 13 significa azar.
3. CONHECIMENTO CIÊNTIFICO
★ atualmente, tem uma presença significativa no nosso quotidiano.
4. CARACTERÍSTICAS
espontâneo mediato
resulta da apreensão imediata da realidade. não se pretende uma resposta imediata para
um fenómeno, mas sim esgotar todas as
possibilidades de explicação do mesmo.
ambíguo unívoco
utiliza linguagem natural e não uma utiliza rigor e a precisão da linguagem
linguagem técnica ou especializada, o que matemática, evitando ambiguidades ou
gera ambiguidade. duplas interpretações.
sensitivo racional
resulta da apreensão sensorial da realidade. é uma interpretação racional dos dados
observados.
acrítico crítico e revisível
aquilo que é aceite como conhecimento não o conhecimento obtido é constantemente
é colocado em questão. revisto de modo a identificar falhas e a ser
corrigido e alterado.
ametódico e assistemático metódico e sistemático
não decorre de investigações planificadas e é o resultado de uma investigação metódica
apoiadas em testes ou resultados e organizada.
experimentais.
dogmático antidogmático
é um conhecimento que é aceite sem uma nada é assumido como absoluto.
fundamentação racional.
concreto e subjetivo objetivo
resulta da experiência de cada ser humano e tem em atenção os factos, evitando
num contexto concreto. interpretações subjetivas
falível e pouco seguro preditivo
apesar de ter uma função prática, muitas prevê a ocorrência de novos fenómenos.
vezes baseia-se em ideias erradas.
refletor de princípios, crenças e valores provisório
da sociedade a teoria científica mentem-se até surgir uma
baseia-se num conjunto de pressupostos que nova teoria mais eficaz e mais próxima da
nos permite, por exemplo, saber como nos verdade.
devemos comportar à mesa.
★ Respostas:
Gaston Bachelard: O senso comum é um obstáculo epistemológico para o
conhecimento científico – perspetiva descontinuista.
Karl Popper: O senso comum é um ponto de partida na edificação do conhecimento
científico – perspetiva continuista.
2. INDUTIVISMO
✿ o indutivismo é uma perspetiva que salienta a importância da indução para a ciência.
✿ perspetiva filosófica que define o método das ciências empíricas como método indutivista
– o cientista parte da observação de casos particulares e infere indutivamente um enunciado
geral: a teoria. Depois testa-a através da experimentação, acumulando casos positivos para
comprovar a sua veracidade.
✿ método indutivo:
1. Observação de fenómenos: o cientista parte da observação, que é neutra, isenta,
contexto de rigorosa, objetiva e imparcial.
descoberta
2. Formulação de hipóteses: o cientista formula a hipótese – explicação geral
acerca dos fenómenos e das suas relações –, inferindo, através da indução, um
enunciado geral a partir de enunciados particulares ou singulares.
4. O CRITÉRIO DA VERIFICABILIDADE
✿ uma teoria é científica apenas se consistir em afirmações empiricamente verificáveis, isto
é, apenas se for possível verificar pela experiência aquilo que ela afirma.
✿ perspetiva verificacionista: é aquela cujo valor de verdade pode ser, pelo menos em
princípio, determinado através da observação ou da experiência.
✿ Afirmações verificáveis:
Alguns coelhos são herbívoros.
Existe vida em Júpiter.
O monte Evereste tem 8849 metros de altura.
✿ Não há justificação para afirmar que aquilo que é verdade para um conjunto de casos
particulares, seja também verdade para todos os casos. Ou seja, só porque observei que
existem cisnes brancos, não quer dizer que todos os cisnes sejam brancos.
6. CRÍTICAS AO INDUTIVISMO
1. A observação não é necessariamente o ponto de partida para fazer ciência e ainda que
o cientista recorra à observação, ela não é totalmente neutra, imparcial, pura ou isenta
de pressupostos ou preconceitos.
2. Problema da indução – circularidade: justificar a confiança no raciocínio indutivo
com base noutro raciocínio indutivo não justifica de facto o raciocínio indutivo.
7. CRITÉRIO DA FALSIFICABILIDADE
✿ uma teoria é científica apenas se for empiricamente falsificável, ou seja, apenas se for
possível falsificar pela experiência aquilo que ela afirma.
✿ Afirmações falsificáveis:
Todo o ferro dilata quando é aquecido.
Amanhã, nevará na serra da Estrela.
O cometa Halley aparecerá no ano de 2061.
Todos os nativos de Peixes são mulheres.
✿ Quanto maior for o grau de falsificabilidade de uma afirmação, mais interessante ela será
para a ciência.
8. KARL POPPER
✿ Popper concorda com Hume relativamente ao problema da indução: a indução não é
racionalmente justificável.
✿ A indução e a verificabilidade não constituem, do seu ponto de vista, aquilo que permite
distinguir a ciência do que não é ciência.
9. O MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
1. Problema
2. Formulação da hipótese
resiste aos testes: corroborada
3. Dedução das consequências
não resiste aos testes: refutada
4. Experimentação
✿ Uma boa teoria científica é uma teoria que, por ter continuamente resistido à sua
falsificação, tem sido sucessivamente corroborada.
✿ Uma teoria é tanto mais verosímil quanto, resistindo aos testes que visam falsificá-la, está
mais próxima da verdade.