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Conteúdos da Mente
Temos acesso direto apenas ao que se encontra na nossa mente e na mente há
pensamentos, recordações, sensações, sentimentos, desejos, etc.
Tudo isso são perceções, pois é o nome que Hume dá aos conteúdos da mente.
Todas essas perceções podem ser divididas em dois tipos principais:
- impressões (por exemplo, a sensação de calor e as sensações auditivas);
- ideias (por exemplo, os pensamentos e as recordações).
Fundamento do conhecimento
Como as ideias são formadas a partir (são cópias) das impressões, é nas
impressões que está o fundamento do conhecimento e não nas ideias.
Isso significa que, se alguém não tiver a impressão de azul (se nunca tiver tido a
sensação de ver algo azul), então também será incapaz de ter o pensamento
correspondente, ou seja, será incapaz de formar a ideia de azul.
Assim, tudo começa com as sensações ou impressões sensíveis, e mesmo as ideias
mais abstratas são formadas a partir da matéria das impressões.
Daí que o fundamento do conhecimento sejam as impressões sensíveis e não as
ideias ou pensamentos. Por isso, Hume é um empirista e não um racionalista: as
impressões sensíveis são a base ou fundamento do conhecimento.
Ideia de Deus
Mas será que também a ideia de Deus tem origem empírica?
Hume defende que sim.
Mas como?
Ela é derivada das impressões internas, ou seja, das impressões que temos acerca de nós
próprios. Hume chama reflexões a essas impressões. Ao refletirmos sobre as operações da
nossa inteligência, da nossa sabedoria, da nossa bondade, etc., podemos usar a nossa
imaginação para aumentarmos de forma ilimitada essas qualidades, formando desse modo
a ideia de um ser infinitamente bondoso, sábio e inteligente (a ideia de um ser perfeito).
Assim, a ideia de um ser perfeito não tem de ser causada ou posta em nós por algum ser
perfeito. A ideia de ser perfeito (Deus) tem uma origem empírica e não tem de existir um
ser perfeito para formarmos a ideia de perfeição.
Conhecimento proposicional
Apesar de as impressões e as ideias serem os materiais do
conhecimento, elas ainda não são conhecimento em sentido
proposicional.
Quanto ao conhecimento proposicional, Hume considera então outro
princípio, que é conhecido como o princípio da bifurcação:
Há apenas duas espécies, mutuamente exclusivas, de conhecimento
proposicional:
— ou esse conhecimento é de questões de facto,
— ou esse conhecimento é de relações de ideias.
Conheciment
o
Há água em estado sólido.
questões Marte é um planeta mais pequeno que a Terra
de facto No dia 25 de abril de 1974 ocorreu uma
revolução política em Portugal.
de (conhecimento
factual) A cidade de Braga fica a norte da cidade do
proposiçõe Porto.
s relativas
a ...
Em todos estes casos acabamos, no entanto, por ir além da experiência, isto é, além do
que foi observado.
• Mas afinal como chegamos nós a esse tipo de conclusões universais, conclusões
sobre o futuro e conclusões sobre causas, a partir de observações particulares?
• Mas a própria indução depende, segundo Hume, da relação de causa e efeito (da
noção de causalidade).
MAS
Duas coisas podem ocorrer sempre conjuntamente, e, no entanto,
nenhuma delas ser causa da outra. Por exemplo, sempre que faço anos é
também feriado em Portugal (há conjunção constante). Porém, uma
coisa não é causa da outra (não há causalidade).
O que explica, então, a diferença entre conjunção constante e
causalidade?
• Cético…