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David Hume
Princípios do conhecimento
Todo o conhecimento provem da experiência, sobre a forma de perceções, são os primeiros elementos a
alcançarem a mente humana
Perceções
São tudo o que há na nossa mente
É o processo pelo qual adquirimos informações acerca do mundo usando os nossos sentidos
Existem dois tipos de perceções: - impressões
- ideias
As impressões e ideias distinguem-se pelo grau de intensidade ou de vivacidade
Impressões
Sensações externas (audição, visão, etc.) / sensações internas (emoções como medo)
Correspondem a experiências
Têm mais vivacidade
São mais fortes do que as ideias porque são mais claras
Ideias
Simples -produtos da memória (recordações) / Complexas- produtos da imaginação (resultam de combinações
de várias ideias simples)
São sempre cópias derivadas das impressões sobre a forma de representação
Têm menos vivacidade
São mais fracas e constituem memórias enfraquecidas das impressões no pensamento
Associação de ideias
Segundo David Hume as ideias seguem um determinado princípio de associação:
- Semelhança: se dois objetos se assemelham, então a ideia de um conduz à ideia de outro
Ex:. a pintura corporal de um papagaio faz lembrar o papagaio original
- Contiguidade no tempo e no espaço: quando duas ideias são contiguas no tempo e no espaço, a consideração
de uma lembra a consideração de outra
Ex:. Espaço- a lembrança do comboio faz-me lembrar a estação
Tempo- pensar na minha festa de aniversário fez-me recordar o bolo
- Relação entre causa e efeito/ Causalidade: a consideração de dois objetos ou acontecimentos como estando
ligados, sendo um a causa e outro o feito
Ex:. a água fria posta ao lume (causa), leva a pensar na fervura (efeito)
Costume
Quando observamos repetidamente uma conjunção constante entre os acontecimentos, cria-se em nós uma
expectativa, de que o mesmo ocorra no futuro, levando-nos a pensar que um não pode ocorrer sem o outro
Ainda que um guia na vida prática, o costume não pode constituir um princípio racional de conhecimento
Problema da indução
Segundo Hume, o problema da indução resulta do nosso pensamento se basear nas inúmeras observações
feitas até ao momento para inferir que, se ocorreu no passado, também ocorrerá no futuro
Uniformidade da natureza
O raciocínio indutivo tem por base o princípio da uniformidade da natureza, isto é, parte do pressuposto de
que a natureza é uniforme e regular, comportando-se sempre da mesma maneira, e de que o futuro se
assemelhará ao passado
Eu
Para David Hume, a ideia de eu resulta de um conjunto de impressões particulares que nunca experimentamos
simultaneamente que não permanecem. A ideia de um eu permanente é uma ideia complexa, produto da
imaginação, e, enquanto tal, falsa, dado que eu não tenho sensação de um núcleo de personalidade inalterável
Deus
O que concebemos como existente também podemos conceber como não existente
A ideia de Deus resulta de combinações de várias ideias simples e se não temos a impressão de Deus, não
somos capazes de afirmar a sua existência
Mundo exterior
A coerência e a constância de certas perceções levam-nos a acreditar que há coisas externas dotadas de uma
existência contínua, mas não podemos confundir a perceção de um objeto com o próprio objeto (ex. flor muda
de tamanho consoante a distância a que nos encontramos dela)
Ceticismo de Hume
Hume é defensor de um ceticismo moderado, isto porque não rejeita a possibilidade de conhecimento, mas
reconhece a imperfeição e os limites do entendimento humano, exigindo que sejamos moderados nas nossas
opiniões
O seu ceticismo interliga-se como fenomenismo, uma posição que defende que a realidade se reduz aos
fenómenos, ou seja, a crença na existência de algo para lá dos fenómenos carece de sustentação