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David Hume vai rejeitar os pressupostos de Descartes e defender que é apenas pela experiência que

adquirimos algum conhecimento do mundo.

Conteúdo da mente
Segundo o empirista, o ponto de partida para o conhecimento são as perceções, que são tudo o que há na
nossa mente.

A perceção é o processo pelo qual, começando pelos nossos sentidos, adquirimos informação acerca do
mundo.

 o conhecimento é possível
 a experiência é a fonte de justificação última das nossas crenças

Impressões Ideias

 sensações externas (sentidos)  produtos da memória


 sensações internas (emoções: (recordações)
medo, alegria)  produtos da imaginação
(resultam da combinação de
várias ideias simples)

Todas as nossas ideias têm uma correspondência com impressões o que significa que não existem ideias
inatas.

Impressões:
simples -> derivam das impressões correspondentes (cor verde)

complexas -> resultam da combinação pela imaginação de várias ideias simples (impressão de maçã,
pois pode ser divida em várias partes- cor, forma, sabor

Ideias:
montanha de oiro

1
cavalo alado
sereia

Associação de ideias
A capacidade de associar ideias rege-se por leis, dadas por David Hume:

 Semelhança
se dois objetos se assemelham então a ideia de um objeto conduz à ideia do outro objeto (pintura
de um papagaio faz lembrar um papagaio)

 Contiguidade no tempo e no espaço


duas ideias são contíguas no tempo e no espaço, a consideração de uma delas lembra a
consideração da outra (pensar em festa de aniversário faz recordar bolo, os convidados)

 Relação de causa e efeito


(o vinho que se bebeu em excesso (causa) faz pensar nas consequências que daí virão- efeito)

Tipos de conhecimento

Princípio da causalidade
Estamos habituados a considerar que a relação da causalidade é perfeitamente evidente e a priori.

princípio da causalidade: princípio que defende que o acontecimento de algo é sempre precedido por
uma causa e que existe uma conexão necessária entre uma causa e o seu efeito.

Hume defende que as causas e efeitos não podem ser conhecidos pela razão.

atirei um lápis (causa) caiu ao chão (efeito)

uma menina de 8 anos já prevê que o lápis vai cair,


mas desconhece a lei da gravidade

É a experiência que nos diz que os objetos caem, e, por vermos os objetos caírem muitas vezes.
Concluímos que há uma relação de causalidade entre o 1º acontecimento e o 2º, tendo por base a
conjunção constante entre os fenómenos e não uma conexão necessária.

2
Costume
Quando observamos repetidamente uma conjunção constante entre os acontecimentos, cria-se em nós a
expectativa de que os mesmos ocorram no futuro, levando-nos a pensar que um não pode ocorrer sem o
outro.

 sempre vi o sol nascer e tenho por hábito esperar que o Sol nasça todos os dias,
pelo que concluo que o Sol nasce todos os dias.

 contudo eu não possuo conhecimento para acreditar que o Sol vai nascer todos os
dias.

Problema da indução
corremos o risco que o futuro não seja igual ao passado.

Uniformidade da natureza
parte do prossuposto de que a natureza é uniforme e regular, que é sempre da mesma maneira e que o
futuro será sempre como o passado. (baseia-se numa indução)
 A nossa justificação torna-se assim circular acabando por não se justificar coisa alguma.
 Este princípio não é uma lei objetiva é antes uma projeção sobre a natureza de uma
uniformidade pressuposta pelo ser humano.
 Hume considera que a crença na uniformidade da natureza e no hábito é útil.

Eu
Descartes David Hume
a existência de um eu pensante era indubitável e o eu pensante resulta de um conjunto de
resultado de uma intuição racional. impressões particulares que nunca
experimentamos simultaneamente e que não
permanecem.

Deus
3
Hume afirma que a ideia de Deus se trata duma ideia complexa que resulta da nossa imaginação.

O argumento ontológico de Descartes é descartado por Hume, pois não existe nenhum ser cuja
existência esteja à partida demonstrada.

Tudo o que concebemos como existente tbm o podemos conceber como não existente.

Pela experiência não podemos afirmar a sua existência.

Mundo exterior
Não devemos confundir a perceção de um objeto com esse objeto.

Só temos acesso às perceções que se encontram na nossa mente, não sabemos se o mundo exterior
existe- nem que não existe.

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