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Prefeitura do

RECIFE
Agente Comunitário de Saúde
ACS
ÍNDICE

CONHECIMENTOS GERAIS
Língua portuguesa
1. Interpretação de texto ................................................................................................................................................................................... 01
Sinônimo e antônimos ....................................................................................................................................................................................... 09
2. Sentido próprio e figurado das palavras ....................................................................................................................................................... 10
3. Ortografia oficial ............................................................................................................................................................................................ 13
4. Acentuação gráfica ....................................................................................................................................................................................... 15
5. Pontuação: vírgula, dois pontos, travessão, reticências, ponto final e pontos de exclamação e interrogação ............................................ 16
6. Substantivo e adjetivo: flexão de gênero, número e grau ............................................................................................................................. 17
7. Verbos: regulares, irregulares e auxiliares.................................................................................................................................................... 17
8. Emprego de pronomes.................................................................................................................................................................................. 17
9. Preposição e conjunções .............................................................................................................................................................................. 17
10. Concordância verbal e nominal................................................................................................................................................................... 33
11. Crase ........................................................................................................................................................................................................... 35
12. Regência nominal e verbal.......................................................................................................................................................................... 33

Matemática
1. Números naturais: operações e propriedades .............................................................................................................................................. 01
2. Números racionais, representação fracionária e decimal: operações e propriedades ................................................................................. 01
3. Razão e proporção ........................................................................................................................................................................................ 15
4. Porcentagem ................................................................................................................................................................................................. 19
5. Regra de três simples ................................................................................................................................................................................... 18
6. Equação de 1º grau ...................................................................................................................................................................................... 21
7. Média e média ponderada ............................................................................................................................................................................ 20
8. Sistema métrico: medidas de tempo, comprimento, superfície e capacidade .............................................................................................. 14
9. Relação entre grandezas: tabelas e gráficos ................................................................................................................................................ 16
10. Raciocínio lógico ......................................................................................................................................................................................... 32
11. Resolução de problemas ............................................................................................................................................................................ 32

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
1.Princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/1990). Sistema Único de Saúde: objetivos;
atribuições, doutrinas e competências; princípios que regem sua organização............................................................................................... 01
2. Políticas e sistemas de saúde no Brasil: retrospectiva histórica; reforma sanitária ..................................................................................... 13
3. Processo saúde-doença e seus determinantes/condicionantes ................................................................................................................... 32
4. Conhecimentos geográficos da região e do município do Recife; cadastramento familiar e territorial: finalidade e instrumentos.
Interpretação demográfica, conceito de territorialização, micro área e área de abrangência .......................................................................... 36
5. Indicadores epidemiológicos ......................................................................................................................................................................... 38
7. Técnicas de levantamento das condições de vida e de saúde/doença da população. Critérios operacionais para definições de
prioridades: indicadores sócio- econômicos, culturais e epidemiológicos ........................................................................................................ 38
8. Conceitos de eficácia, eficiência e efetividade em saúde coletiva ............................................................................................................... 38
9. Estratégia de avaliação em saúde: conceitos, tipos, instrumentos e técnicas ............................................................................................. 41
10. Conceitos e critérios de qualidade da atenção à saúde: acessibilidade, humanização do cuidado, satisfação do usuário e
do trabalhador, equidade .................................................................................................................................................................................. 41
11. Ética e bioética em saúde: legislação nacional de ética em pesquisa com seres humanos (Resolução 196/96); Biossegurança;
Cuidados com o meio ambiente e saneamento básico .................................................................................................................................... 45
12. Noções sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis e infecção pelo HIV ............................................................................................... 51
13. Problemas clínicos prevalentes na atenção primária: noções de tuberculose, hanseníase, dengue, hipertensão e diabetes mellitus,
diarreia e desidratação ...................................................................................................................................................................................... 52
14. Vacinas ....................................................................................................................................................................................................... 70
15: SIM, SINAN, SINASC, SIA e SIH/SUS ..................................................................................................................................................... 126
16. Condições de risco social: violência, desemprego, infância desprotegida, processos migratórios, analfabetismo, ausência ou
insuficiência de infraestrutura básica .............................................................................................................................................................. 132
18. Promoção da saúde, conceitos e estratégias ............................................................................................................................................. 70
19. Principais problemas de saúde da população e recursos existentes para o enfrentamento dos problemas ............................................. 70
20. Intersetorialidade: conceito e dinâmica político-administrativa do Recife ................................................................................................... 41
21. Formas de aprender e ensinar em educação popular .............................................................................................................................. 135
22. Cultura popular e sua relação com os processos educativos ................................................................................................................... 135
23. Participação e mobilização social: conceitos, fatores, facilitadores e/ou dificultadores da ação coletiva de base popular ....................... 69
24. Lideranças: conceitos, tipos e processos de constituição de líderes populares......................................................................................... 70
25. Pessoas com deficiência: abordagem, medidas facilitadoras de inclusão social e direitos legais ........................................................... 136
26. Programas Nacionais de Saúde: Saúde Mental, Assistência Farmacêutica; Saúde da Criança, Saúde da Mulher; Saúde do idoso e
da pessoa com deficiência, Saúde Ambiental, Saúde da população negra ................................................................................................... 148
27. Estatutos da Criança e do Adolescente e do Idoso .................................................................................................................................. 174
28. Noções de ética e cidadania ..................................................................................................................................................................... 207
29. Política de Humanização do SUS ............................................................................................................................................................. 217
30. Modelos de atenção à saúde: Atenção primária de saúde/atenção básica à saúde: estratégia de saúde da família; PACS (Programa
de Agentes Comunitários de Saúde); NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família); SAD (Serviço de Atendimento Domiciliar) ................ 221
31. Sistema municipal de saúde: estrutura, funcionamento e responsabilidades .......................................................................................... 221
32. Controle social e gestão participativa: conselhos e conferências municipais de saúde ........................................................................... 132
33. Acolhimento e vínculo, trabalho em equipe .............................................................................................................................................. 132

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Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento
do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontex-
tualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para
ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta
será mais consciente e segura.
1. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de
texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- 01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de até o fim, ininterruptamente;
necessitar de um bom léxico internalizado. 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto umas três vezes ou mais;
em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um 04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
confronto entre todas as partes que compõem o texto. 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica- 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compre-
se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor ensão;
diante de uma temática qualquer. 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-
respondente;
Denotação e Conotação 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres- 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,
são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con- incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + signi- aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
ficado) que se constroem as noções de denotação e conotação. perguntou e o que se pediu;
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, exata ou a mais completa;
o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, lógica objetiva;
depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada 13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
Os textos literários exploram bastante as construções de base conota- mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
diferenciadas em seus leitores. resposta;
Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis- 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do definindo o tema e a mensagem;
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantís-
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim simos na interpretação do texto.
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e Ex.: Ele morreu de fome.
esclareçam o sentido. de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização
do fato (= morte de "ele").
Ex.: Ele morreu faminto.
Como Ler e Entender Bem um Texto faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e quando morreu.
de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira 19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei-
cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra- as estão coordenadas entre si;
em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para Cunegundes
resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça
a memória visual, favorecendo o entendimento. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, TEXTO NARRATIVO
há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim 1. As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes
de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes. ou não, forças naturais ou fatores ambientais, que desempe-
nham papel no desenrolar dos fatos.
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou
com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da heroína, personagem principal da história.
época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen- O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designíos do prota-
tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal
não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica contracena em primeiro plano.
da fonte e na identificação do autor. As personagens secundárias, que são chamadas também de compar-
A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de sas, são os figurantes de influência menor, indireta, não decisiva na narra-
resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exce- ção.
to, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequa-
da. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais O narrador que está a contar a história também é uma personagem,
adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não tância, ou ainda uma pessoa estranha à história.
ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra
alternativa mais completa. Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso-
nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não

Língua Portuguesa 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e No discurso direto é frequente o uso dos verbos de locução ou descen-
tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen- di: dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e
são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações de travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou
perante os acontecimentos. rápidas os verbos de locução podem ser omitidos.
2. Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a 9. Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No en- próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens.
redo podemos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou qua- Exemplo:
tro estágios progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
complicação, o clímax, o desenlace ou desfecho. dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente, que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, nos sombrios por vir”.
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a 10. Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte- Exemplo:
resses entre as personagens. “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten- alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela
3. Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- hora, sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano (José Lins do Rego)
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance TEXTO DESCRITIVO
social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela- terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
cionados ao principal. As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
4. Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve- o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são ex- unificada.
tensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari-
narrativo. ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
5. Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num pouco.
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc-
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa- nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações 11. Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente
ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa- através dos sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a sub-
to que aconteceu depois. jetiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas prefe-
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo rências, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o
material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti-
natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões vo, fenomênico, ela é exata e dimensional.
fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da 12. Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, pe-
espírito. la enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamento,
6. Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis- com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, social
semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em e econômico.
que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o 13. Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o
aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri- observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama,
zado por: para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as
- visão “por detrás”: o narrador conhece tudo o que diz respeito às partes mais típicas desse todo.
personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon- 14. Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos
tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa. ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narra- visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e
tiva que é feito em 1a pessoa. típicos.
- visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê, 15. Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, que
aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per- se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de um
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra- incêndio, de uma briga, de um naufrágio.
dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa. 16. Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge-
7. Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabu-
apresentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do lário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É
qual a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer
feita em 1a pessoa ou 3a pessoa. convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis-
mos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc.
Formas de apresentação da fala das personagens
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há TEXTO DISSERTATIVO
três maneiras de comunicar as falas das personagens. Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons-
8. Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra- ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques-
vés do diálogo. tão, e pressupõe um exame crítico do assunto sobre o qual se vai escrever
Exemplo: com clareza, coerência e objetividade.
“Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir
verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carna- o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como
val a cidade é do povo e de ninguém mais”. finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão.

Língua Portuguesa 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan- com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto, estes
do o contexto. argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da comunica-
ção ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persua-
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em: são).
17. Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda-
mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob- Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua
jetiva da definição do ponto de vista do autor. unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o
18. Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo- propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num dão tornem esta produção altamente evocativa.
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de-
sencadeia a conclusão. A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um
19. Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argu-
em uma dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipóte- mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes dife-
se e opinião. rentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a
1. Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter
a obra ou ação que realmente se praticou. na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las,
2. Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente autoexplicativo, daí
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so- vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. uma relação interdiscursiva e intertextual.
3. Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou
desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje- As metáforas, metonímias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en-
tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a tram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capa-
respeito de algo. zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito
utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é
O TEXTO ARGUMENTATIVO que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da
Baseado em Adilson Citelli oposição, tudo isto em forma de piada.
A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte-
rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os Uma das últimas, porém, não menos importantes, formas de persuadir
discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito,
ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou
referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do conceitos pré-estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e
tipo de texto solicitado. concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível,
capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação...
Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário
que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP,
um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edição.
análise e está dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do
conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discursi- Reconhecimento de tipos e gêneros textuais.
va é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir,
ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles
análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia
soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os
viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo interlocutores.
intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento
Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um
do ponto de vista de algo/alguém.
texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo
falamos sozinhos.
Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e
desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais
todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que
intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro existem tipos textuais e gêneros textuais.
deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de
relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma se- Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado
quência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas. ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto,
Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um
apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objeti- retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver.
vos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os mecanismos É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os
da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade da for- nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e
mação textual. Dissertação.

Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo
verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado
recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados. assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em
prosa.
Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se
linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre conceituam como gêneros textuais as diversas situações
agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como
que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma

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monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-se- A Obra Teatral
iam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico), texto
do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico. Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas,
tragédias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvol-
Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é vendo diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens,
extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta quer dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes
gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando nas situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído
mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte pelo texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos,
mas um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólogos
O Conto das personagens.
É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos per- Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encon-
feitamente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilí- trar neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espon-
brio; segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, tânea das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações
que dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse da sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e
conflito que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido. tempo. Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem
Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem para moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem
entre si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de os turnos de palavras.
recheio (secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da repre-
Tanto os núcleos como as ações secundárias colocam em cena persona- sentação cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor
gens que as cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresen- e os atores orientam sua interpretação.
tação das características destes personagens, assim como para as indica-
ções de lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos. Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão
temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada conta-
Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das to apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas, determi-
personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os nadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes qua-
travessões, para indicar a mudança de interlocutor). dros, que correspondem a mudanças de cenografias.
A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as
linha temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na chamadas notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos
apresentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao atores sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes
futuro). cenografias que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação.
A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os Estas notações apresentam com frequência orações unimembres e/ou
contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de bimembres de predicado não verbal.
temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...". O Poema
Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição es-
e na interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeitos e o perfeito predo- pacial muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão
minam na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descri- relevância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com
ções e nos diálogos. uma silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos miste-
O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência riosos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para
chega ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu preten- captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pre-
dente, enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a histó- tende extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo
ria familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua
passado: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo,
sua filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala". relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apre-
sentar ensinamentos morais (como nas fábulas).
A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibilida-
de: são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sono-
artigo indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo ro das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte
definido, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou essencial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma série
apressadamente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras que
impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a musicali-
anos 40." dade depende desta distribuição.
O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à
constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta voz distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas
pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as chama-
na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira pessoa das licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em suas
que não intervém nem como ator nem como testemunha. sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não constitu-
em um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final de uma
Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes pon- palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com vogal ou
tos de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o que h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos finais também
as personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que fa- incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última palavra é paro-
zem, pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que lhes xítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona, soma-se uma
acontecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados oniscientes. sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma.
A Novela A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos,
É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de pois existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequen-
complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As te na poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou parcial dos
personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundá- últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coin-
rias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por cidência total de vogais e consoante a partir da última vogal acentuada) e a
converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes. assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da última vogal
acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde duas até de-

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zesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que, pelo acento, um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes
são considerados dissílabos. que não aparecem na introdução.
As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas dife- A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à
rentes combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à margem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da
progressão temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir
informativa vinculada ao tema central. o eu ou o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo,
não se referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como
Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos meca- nosso país ou minha cidade).
nismos de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com a
criação de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de vocábu- Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veracida-
los, metonímias, jogo de significados, associações livres e outros recursos de: somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue com-
estilísticos que dão ambiguidade ao poema. provar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a
certas fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descar-
TEXTOS JORNALÍSTICOS tado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte,
Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu por- recorre ao discurso direto, como, por exemplo:
tador (jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da função O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara
informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no momento em dos Deputados durante a próxima semana.
que acontecem. Esta adesão ao presente, está primazia da atualidade,
condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as novidades O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal.
produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais variados temas.
Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações
De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das
informação nacional, informação internacional, informação local, sociedade, notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é
economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos. frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela
polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita
A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o por um patrulheiro.
tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto
da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema abor- A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê?
dado. quem? como? quando? por quê e para quê?.
Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns O Artigo de Opinião
são as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as
crônicas, as resenhas de espetáculos. Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atua-
lidade que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é
A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à considerado, ou merece ser, objeto de debate.
medida que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publi-
citários aparecem não só nos periódicos como também em outros meios Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesqui-
amplamente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos sa e as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a
referiremos a eles em outro momento. posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia,
enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de
Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões
suas seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os divergentes e até antagônicas em uma mesma página.
quais destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação
cuidada, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informa- Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se
ção linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as expli- organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifica-
cações do texto. ção do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcance, e
que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de uma
É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na pu- tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a justificar
blicação para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente, esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição adotada no
a primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos início do texto.
jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta localização
antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos
textos. argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas
para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as
O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações,
a posição adotada pela redação. as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de
distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade
A Notícia e consenso à análise realizada; a retenção em recursos descritivos - deta-
Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou lhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa
pessoas. estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes da
informação. Todos eles são recursos que servem para fundamentar os
As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que argumentos usados na validade da tese.
contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a infor-
mação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo, A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de
não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de temas derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com seus
ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações respectivos comentários.
similares. Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresen-
É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa tam uma preeminência de orações enunciativas, embora também incluam,
pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três com frequência, orações dubitativas e exortativas devido à sua trama
partes claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento. argumentativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor
O título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a da informação de base, o assunto em questão; as últimas, para convencer
atenção do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal o leitor a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes
El País, 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze artigos, opta-se por orações complexas que incluem proposições causais
palavras. A introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser para as fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos efeitos, con-
cessivas e condicionais.
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Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura ais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma configuração
ideológica do autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir
circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação exposta. através de um processo de sinonímia.
Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar
estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica dos dados Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por
do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas
entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito. dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do
termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence,
Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias "animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que
mencionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal.
texto de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor
aceite ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas, Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores
cenas e opiniões como positivas ou negativas. mais qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se
referem: Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou
A Reportagem parte do Zodíaco, de 30° de amplitude, que o Sol percorre aparentemente
antes de terminar o inverno.
É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que,
para informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La
figura-chave para o conhecimento deste tópico. Real Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou
introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus
A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a pu- traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações
blicação e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso exem-
atenção dos leitores. plo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um subs-
A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, reali- tantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte do
zada com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. As Zodíaco, de 30° de amplitude..."), que incorporam maior informação medi-
perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para ante proposições subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparentemen-
divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador. te antes de terminar o inverno".
A Entrevista As definições contêm, também, informações complementares relacio-
nadas, por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se
Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente medi- inclui o termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo
ante uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido ("do lat. piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc.
com fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade,
uma vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas Essas informações complementares contêm frequentemente
detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve abreviaturas, cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário:
somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mu- Lat., Latim; Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc.
dança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias bási-
os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas cas da estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos
podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações quais diferentes informações costumam ser codificadas através de tipogra-
sobre as declarações do entrevistado. fias diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimologi-
Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessa- as, etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco median-
riamente incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a te barras paralelas e /ou números.
conversação possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma
destas entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a temas coisa por um período determinado. 112. Ampliar, prolongar 113. Fazer
derivados. continuar em exercício; adiar o término de.
Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe A Nota de Enciclopédia
uma garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez
de quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de trama
de propostas e de réplicas. descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela ampli-
tude desta expansão.
TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA
A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de
Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ci- temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituem-
ências em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam- se, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítu-
se tanto nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais. los. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os
Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia,
ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc.
suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informativos, Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos
as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por
sintática canônica (sujeito-verbo-predicado). exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebra-
Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semân- dos; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas varie-
tica, e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido dades: terrestres e aquáticos.
das palavras. Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da lin-
O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocábu- guagem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, que
los a que possam ser atribuídos uma multiplicidade de significados, isto é, responde às exigências de concisão e de precisão.
evitam os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabelecem As características inerentes aos objetos apresentados aparecem atra-
mediante definições operatórias o significado que deve ser atribuído ao vés de adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas
termo polissêmico nesse contexto. pretas no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, olhos muito
A Definição juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base informativa
dos substantivos e, como é possível observar em nosso exemplo, agregam
Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que qualidades próprias daquilo a que se referem.
determina de forma clara e precisa as características genéricas e diferenci-

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O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo tecido tema, estes textos transcrevem, mediante o uso da técnica de resumo, o
predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de que cada uma das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais
ligação - ser, estar, parecer, etc. estarão listadas nas referências bibliográficas, de acordo com as normas
que regem a apresentação da bibliografia.
O Relato de Experimentos
O trabalho intertextual (incorporação de textos de outros no tecido do
Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em texto que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias através de
manipular o ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos construções de discurso direto ou de discurso indireto.
que descrevem experimentos.
Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modifica-
O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, ções, tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da econo-
mas que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é mia dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda
necessário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações tramitação referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam
para concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para consta- a palavra de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que
tar o que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições incluem o nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida -
uma planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se declara Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...') são alguns dos
colocar suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições sinais que distinguem frequentemente o discurso direto.
de luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com diferentes
fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por ou-
circunstâncias obtém-se um melhor crescimento. tro, em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos
subordinadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações,
A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas cate- pronomes pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais
gorias: uma corresponde às condições em que o experimento se realiza, auxiliares, etc.
isto é, ao registro da situação de experimentação; a outra, ao processo
observado. Discurso direto: ‘Ás raízes de meu pensamento – afirmou Echeverría -
nutrem-se do liberalismo’
Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que co-
meçam com se (condicionais) e com quando (condicional temporal): Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu
pensamento nutriam -se do liberalismo'
Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a
planta crescerá mais rápido. Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos discendi
(dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os
Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a enunciados das fontes como para incorporar os comentários e opiniões do
mostrar manchas marrons devido ao excesso de umidade. emissor.
Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o au-
tempo aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é tor recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de classi-
possível observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos ficação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo de fonte
...; de advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente entre os
mesmo momento que, etc., dado que a variável temporal é um componente dados apresentados e o princípio de classificação adotado.
essencial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apre-
senta as características dos elementos, os traços distintivos de cada uma Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipóte-
das etapas do processo. se, sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade das
fontes consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da coerência
O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado estabelecida entre os fatos e a conclusão.
em um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira
pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente ... Jogo obser- Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo
vo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos.
observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente
entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa, Os conectores lógicos oracionais e extra oracionais são marcas linguís-
do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos. ticas relevantes para analisar as distintas relações que se estabelecem
entre os dados e para avaliar sua coerência.
A Monografia
A Biografia
Este tipo de texto privilegia a análise e a crítica; a informação sobre um
determinado tema é recolhida em diferentes fontes. É uma narração feita por alguém acerca da vida de outra(s) pessoa(s).
Quando o autor conta sua própria vida, considera-se uma autobiografia.
Os textos monográficos não necessariamente devem ser realizados
com base em consultas bibliográficas, uma vez que é possível terem como Estes textos são empregados com frequência na escola, para
fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemunhos apresentar ou a vida ou algumas etapas decisivas da existência de
qualificados ou de especialistas no tema. personagens cuja ação foi qualificada como relevante na história.

As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização coe- Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, dado
rente dos dados recolhidos. que a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias, em
sua construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a conec-
A seleção e organização dos dados servem como indicador do propósi- tividade temporal: advérbios, construções de valor semântico adverbial
to que orientou o trabalho. Se pretendemos, por exemplo, mostrar que as (Seus cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de sua
fontes consultadas nos permitem sustentar que os aspectos positivos da cidade natal Depois, mudou-se com a família para La Prata), proposições
gestão governamental de um determinado personagem histórico têm maior temporais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos caminhos
relevância e valor do que os aspectos negativos, teremos de apresentar e da novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se na realida-
de categorizar os dados obtidos de tal forma que esta valorização fique de), etc.
explícita.
A veracidade que exigem os textos de informação científica manifesta-
Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo, o se nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados apre-
tema a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que, sentados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no modo de
conjugando seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de acumulação
as primeiras antecipações sobre a informação que espera encontrar e simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes dados
formulará as hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o

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pode aparecer acompanhado pelas valorações do autor, de acordo com a momento, terá que correr rapidamente até o lado oposto da cancha. Aqui
importância que a eles atribui. pode intervir outro membro da equipe.
Atualmente, há grande difusão das chamadas "biografias não - TEXTOS EPISTOLARES
autorizadas" de personagens da política, ou do mundo da Arte. Uma carac-
terística que parece ser comum nestas biografias é a intencionalidade de Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por es-
revelar a personagem através de uma profusa acumulação de aspectos crito com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabeça-
negativos, especialmente aqueles que se relacionam a defeitos ou a vícios lho. Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente de
altamente reprovados pela opinião pública. uma empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indivíduos
designados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora).
Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que, de
TEXTOS INSTRUCIONAIS forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, dependendo
das características contidas no texto.
Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais di-
versas atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organiza-
animais domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. ção espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que estabe-
Dentro desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culi- lece o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a forma de
nárias até os complexos manuais de instrução para montar o motor de um tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto
avião. em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudação
e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O grau de
Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de recei- familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio que orienta
tas e manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instruções, etc. a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um amigo, opta-
Mas todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da se por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é desconhecido
função apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a trama ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica (empregador em
descritiva para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendi- relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.), impõe-se o estilo
da. formal.
A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencio- A Carta
nais cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade,
estão amplamente difundidos os modelos de regulamentos de coproprieda- As cartas podem ser construídas com diferentes tramas (narrativa e ar-
de; então, qualquer pessoa que se encarrega da redação de um texto deste gumentativa), em tomo das diferentes funções da linguagem (informativa,
tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identificação para expressiva e apelativa).
introduzir, se necessário, algumas modificações parciais nos direitos e
deveres das partes envolvidas. Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, isto
é, aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a um
Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instru- amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm acontecimen-
cionais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de tos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que percebe o
alimentos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir receptor como ‘cúmplice’, ou seja, como um destinatário comprometido
uma dieta para emagrecer. afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto, capaz de extrair a
dimensão expressiva da mensagem.
A habilidade alcançada no domínio destes textos incide diretamente em
nossa atividade concreta. Seu emprego frequente e sua utilidade imediata Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor co-
justificam o trabalho escolar de abordagem e de produção de algumas de nhecido, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transpare-
suas variedades, como as receitas e as instruções. cer marcas da oralidade: frases inconclusas, nas quais as reticências
habilitam múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las;
As Receitas e as Instruções perguntas que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que
Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções encerram em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de
para organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato, exclamação que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas
fabricar um móvel, consertar um objeto, etc. expressões que refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas.
Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enun-
especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista ciativas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as
de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimen- dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a
to, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho, etc.), subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de
a outra, desenvolve as instruções. diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificati-
vos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições.
As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitu-
almente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acom- A Solicitação
panhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos). É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabelecida
As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres, pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou tem a
com verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emissor: um
orações unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo emprego, uma vaga em uma escola, etc.
(misturar a farinha com o açúcar). Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ce-
Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as der ou não ao pedido, — obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que
construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem recorre ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente
acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que para a abertura e encerramento (atenciosamente ..com votos de estima e
expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (sepa- consideração . . . / despeço-me de vós respeitosamente. ../ Saúdo-vos com
re cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as o maior respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se
claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados estes textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que ... O abaixo-assinado,
visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote Antônio Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao Senhor Diretor do Instituto
em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até Politécnico a fim de solicitar-lhe...)
que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com fre- As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do
quência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo: singular. As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor
Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer novamente. Neste através da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identi-
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ficam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirige- As homônimas podem ser:
se a...). • Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia.
A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular
primeiro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições presente indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) -
que reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados conserto (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo
por frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos consertar);
em algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condi- • Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.
ções; por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) -
apelação. sessão (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);
Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram • Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos:
um amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão
tanto de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem (substantivo) / cedo (verbo) - cedo (advérbio);
desenvolver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, como • Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais
de construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa posição, o palavras que possuem significados diferentes, mas são muito
solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos:
os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o gerúndio Exemplos: cavaleiro - cavalheiro / absolver - absorver /
enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido). comprimento - cumprimento/ aura (atmosfera) - áurea (dourada)/
conjectura (suposição) - conjuntura (situação decorrente dos
As argumentações destas solicitações institucionalizaram-se de tal ma- acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar) - discriminar
neira que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar
solicitação de bolsas de estudo, etc. as folhas de uma publicação)/ despercebido (não notado) -
Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, desapercebido (desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada
Ana Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS. (que germinou)/ mugir (soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/
percursor (que percorre) - precursor (que antecipa os outros)/
sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar, assinar)/ veicular
SINÔNIMO E ANTÔNIMOS (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / onicolor -
unicolor.
• Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de
Semântica
apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
na empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os
convites eram de graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.
• Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e
origem completamente distintos. Exemplos: São(Presente do verbo
ser) - São (santo)
• Conotação e Denotação:
• Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do
original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de
pedra.
• Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original.
Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das
rochas.
Semântica (do grego σηµαντικός, sēmantiká, plural neutro de Sinônimo
sēmantikós, derivado de sema, sinal), é o estudo do significado. Incide Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico
sobre a relação entre significantes, tais como palavras, frases, sinais e ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e cachorro.
símbolos, e o que eles representam, a sua denotação. O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem
A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se tornem
para se expressar através da linguagem. Outras formas de semântica enfadonhos.
incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal, Eufemismo
e semiótica. Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto,
normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem
A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a
conhecida como eufemismo).
primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça
Exemplos:
sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo
1. gordo - obeso
é expresso (por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção
2. morrer - falecer
de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica
Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos
formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica
Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos.
cognitiva, fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes.
Sinônimos Perfeitos
Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em Se o significado é idêntico.
consideração:
Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais Exemplos:
que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: 1. avaro – avarento,
Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado, 2. léxico – vocabulário,
remoto. 3. falecer – morrer,
Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais 4. escarradeira – cuspideira,
que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos: 5. língua – idioma
Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim. 6. catorze - quatorze
Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de
possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica, Sinônimos Imperfeitos
ou seja, os homônimos: Se os signIficados são próximos, porém não idênticos.
Exemplos: córrego – riacho, belo – formoso

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Antônimo consertar / concertar
Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário conselho / concelho
(também oposto ou inverso) à outra. paço / passo
O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso noz / nós
estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que hera / era
chame atenção do leitor ou do ouvinte. ouve / houve
Palavra Antônimo voz / vós
cem / sem
aberto fechado
acento / assento
Alto baixo Homófonas homográficas
Bem mal Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), e
Bom mau homográficas (iguais na escrita).
Exemplos
bonito feio Ele janta (verbo) / A janta está pronta (substantivo); No caso, janta é
demais de menos inexistente na língua portuguesa por enquanto, já que deriva do substantivo
Doce salgado jantar, e está classificado como neologismo.
Eu passeio pela rua (verbo) / O passeio que fizemos foi bonito
Forte fraco
(substantivo).
gordo magro
salgado insosso Parônimo
amor ódio Parônimo é uma palavra que apresenta sentido diferente e forma
semelhante a outra, que provoca, com alguma frequência, confusão. Essas
Seco molhado palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados
grosso fino diferentes.
Duro mole O parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a
pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma.Palavras parônimas
Doce amargo são aquelas que têm grafia e pronúncia parecida.
grande pequeno Exemplos
soberba humildade Veja alguns exemplos de palavras parônimas:
acender. verbo - ascender. subir
louvar censurar
acento. inflexão tônica - assento. dispositivo para sentar-se
bendizer maldizer cartola. chapéu alto - quartola. pequena pipa
Ativo inativo comprimento. extensão - cumprimento. saudação
simpático antipático coro (cantores) - couro (pele de animal)
deferimento. concessão - diferimento. adiamento
progredir regredir delatar. denunciar - dilatar. retardar, estender
rápido lento descrição. representação - discrição. reserva
Sair entrar descriminar. inocentar - discriminar. distinguir
despensa. compartimento - dispensa. desobriga
sozinho acompanhado
destratar. insultar - distratar. desfazer(contrato)
concórdia discórdia emergir. vir à tona - imergir. mergulhar
pesado leve eminência. altura, excelência - iminência. proximidade de ocorrência
quente frio emitir. lançar fora de si - imitir. fazer entrar
enfestar. dobrar ao meio - infestar. assolar
presente ausente enformar. meter em fôrma - informar. avisar
escuro claro entender. compreender - intender. exercer vigilância
Inveja admiração lenimento. suavizante - linimento. medicamento para fricções
migrar. mudar de um local para outro - emigrar. deixar um país para
morar em outro - imigrar. entrar num país vindo de outro
peão. que anda a pé - pião. espécie de brinquedo
Homógrafo recrear. divertir - recriar. criar de novo
Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na se. pronome átono, conjugação - si. espécie de brinquedo
pronúncia. vadear. passar o vau - vadiar. passar vida ociosa
Exemplos venoso. relativo a veias - vinoso. que produz vinho
1. rego (subst.) e rego (verbo); vez. ocasião, momento - vês. verbo ver na 2ª pessoa do singular
2. colher (verbo) e colher (subst.);
3. jogo (subst.) e jogo (verbo);
4. Sede: lugar e Sede: avidez;
5. Seca: pôr a secar e Seca: falta de água. 2. SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS

Homófono As figuras de linguagem são recursos que tornam mais expressi-


Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois vas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de cons-
tipos de palavras homófonas, que são: trução, figuras de pensamento e figuras de palavras.
1. Homófonas heterográficas Figuras de som
2. Homófonas homográficas a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons con-
Homófonas heterográficas sonantais.
Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), mas
heterográficas (diferentes na escrita). “Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”
Exemplos b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos
cozer / coser; idênticos.
cozido / cosido; “Sou um mulato nato no sentido lato
censo / senso
mulato democrático do litoral.”

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c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons pare- Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou)
cidos, mas de significados distintos.
d) hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática.
“Eu que passo, penso e peço.”
Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede)

Figuras de construção e) prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres ina-


a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável nimados predicativos que são próprios de seres animados.
pelo contexto. O jardim olhava as crianças sem dizer nada.
“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia) f) gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão
ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax)
b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes. “Um coração chagado de desejos
Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro) Latejando, batendo, restrugindo.”
c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos
g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma
da oração ou elementos do período.
coisa personificada).
“ E sob as ondas ritmadas
“Senhor Deus dos desgraçados!
e sob as nuvens e os ventos
Dizei-me vós, Senhor Deus!”
e sob as pontes e sob o sarcasmo
e sob a gosma e sob o vômito (...)” Figuras de palavras
a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado dife-
d) inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na rente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o senti-
frase. do próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma compara-
ção em que o conectivo comparativo fica subentendido.
“De tudo ficou um pouco.
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.”
Do meu medo. Do teu asco.”
e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de sig-
mas com o que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode nificado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa
ser: a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significa-
• De gênero dos não é mais feita com base em traços de semelhança, como na
Vossa Excelência está preocupado. metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os
termos. Observe:
Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa)
• De número
Os Lusíadas glorificou nossa literatura.
c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para
designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido
• De pessoa ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado
“O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em em sentido figurado.
comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca.” O pé da mesa estava quebrado.

f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normal- d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por
mente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintáti- uma expressão que o identifique com facilidade:
ca e depois se opta por outra. ...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles)
A vida, não sei realmente se ela vale alguma coisa.
g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações per-
a mensagem. cebidas por diferentes órgãos do sentido.
“E rir meu riso e derramar meu pranto.” A luz crua da madrugada invadia meu quarto.
h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início Vícios de linguagem
de versos ou frases. A gramática é um conjunto de regras que estabelece um determina-
“ Amor é um fogo que arde sem se ver; do uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. Acontece
que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são
É ferida que dói e não se sente; obedecidas, em se tratando da linguagem escrita. O ato de desviar-se
É um contentamento descontente; da norma padrão no intuito de alcançar uma maior expressividade,
É dor que desatina sem doer” refere-se às figuras de linguagem. Quando o desvio se dá pelo não
conhecimento da norma culta, temos os chamados vícios de linguagem.
a) barbarismo: consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em
Figuras de pensamento
desacordo com a norma culta.
a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de pala-
pesquiza (em vez de pesquisa)
vras que se opõem pelo sentido.
prototipo (em vez de protótipo)
“Os jardins têm vida e morte.”

b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao b) solecismo: consiste em desviar-se da norma culta na construção
usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico. sintática.
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.” Fazem dois meses que ele não aparece. (em vez de faz ; desvio na
sintaxe de concordância)
c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra me-
nos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagra-
dável.

Língua Portuguesa 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


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c) ambiguidade ou anfibologia: trata-se de construir a frase de um paidéia (pedia) = instrução, correção ortopedia, enciclopédia
modo tal que ela apresente mais de um sentido. pépsis = digestão dispepsia, péptico
O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa de quem: do peretós = febre antipirético, piretoterapia
guarda ou do suspeito?) plegé = paralisação paraplégico, hemiplegia
pneuma, pneumatos = respiração pneumática, pneumoplegia
d) cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de pala- pseudos = mentira
vras. falsidade pseudônimo, pseudófobo
Paguei cinco mil reais por cada. psiqué = alma psicologia, psiquiatria
ragé = corrimento hemorragia, blenorragia
e) pleonasmo vicioso: consiste na repetição desnecessária de uma spasmós = convulsão espasmo, espasmofilia
ideia. sfignós = pulsação esfigmômetro, esfigmógrafo
O pai ordenou que a menina entrasse para dentro imediatamente. terapéia(terapia) =
Observação: Quando o uso do pleonasmo se dá de modo enfático, tratamento, cura terapeuta, hidroterapia
este não é considerado vicioso. timós = mente ciclotimia, lipotimia

f) eco: trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo VÍCIOS DE LINGUAGEM


som. Vícios de linguagem são, segundo Napoleão Mendes de Almeida,
palavras ou construções que deturpam, desvirtuam ou dificultam a
O menino repetente mente alegremente. manifestação do pensamento.
Por Marina Cabral Lista de vícios de linguagem
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Ambiguidade
Ambiguidade é a possibilidade de uma mensagem admitir mais de um
PREFIXOS E SUFIXOS MAIS COMUNS sentido. Ela geralmente é provocada pela má organização das palavras na
(faculdades, funções, estados, doenças, etc) frase.
algos = dor nevralgia, mialgia Ex:
1. "A mãe encontrou o filho em seu quarto." (No quarto
bios = vida biologia, biopsia
da mãe ou do filho?)
crásis = temperamento compleição, idiossincrasia 2. "Como vai a cachorra da sua mãe?" (Que cachorra? a
átron = articulação disartria, artralgia mãe ou a cadela criada pela mãe?)
afé = tato disafia, anafilaxia Barbarismo
bulé-vontade abúlico, abulia Barbarismo, peregrinismo ou estrangeirismo (para os latinos
cáris = graça eucaristia, carisma qualquer estrangeiro era bárbaro) é o uso de palavra, expressão ou
construção estrangeira no lugar de equivalente vernácula.
crátos = poder, força democracia, plutocracia De acordo com a língua de origem, os estrangeirismos recebem
dipsa = sede dipsomania, dipsético diferentes nomes:
doxa = opinião, glória paradoxo, doxomania 1. galicismo ou francesismo, quando provenientes do
edema = inchação edematoso, edemaciar francês (de Gália, antigo nome da França);
éstesis = sensação sensibilidade, estética, anestesia 2. anglicismo, quando do inglês;
3. castelhanismo, quando vindos do espanhol;
éros, érotos = amor erótico, erotofobia 4. etc.
étos, éteos = costume tradição, ética, cacoete Ex:
foné = voz áfono, fonógrafo 1. Mais penso, mais fico inteligente (galicismo; o mais
fobos = medo, horror, adequado seria "quanto mais penso, (tanto) mais fico
aversão fobia, acrofobia inteligente");
2. Todos os dois estavam errados (galicismo; o mais
frén, frenós = mente esquizofrenia, frenologia
adequado seria "ambos estavam errados");
genos = nascimento eugenia, genética 3. Comeu um roast-beef (anglicismo; o mais adequado
horama = visão panorama, cosmorama seria "comeu um rosbife");
hedoné = prazer hedonismo, hedonista 4. Havia links para sua página (anglicismo; o mais
hipnos = sono hipnotismo, hipnose adequado seria "Havia ligações (ou vínculos) para sua página".
5. Vou estar disponibilizando o material (anglicismo; o
icon = imagem iconoteca, iconoclasta
mais adequado seria "Deixarei o material à disposição").
gnósis = conhecimento diagnóstico, agnóstico 6. Eu love Jesus! (anglicismo; o mais adequado seria
lalia = fala eulalia, dislalia "Eu amo Jesus").
logos = palavra, discurso logomaquia, logorreia OBS: Há quem considere barbarismo também erros de pronúncia,
lépsis = convulsão epilepsia, catalepsia grafia, morfologia etc, tais como "adevogado" ou "eu fazi", pois seriam
atitudes típicas de estrangeiros, por não conhecerem a língua.
léxis, léxeos = dicção dislexia léxico
Cacofonia
lete = esquecimento letargia, letargiar A cacofonia é um som desagradável ou obsceno formado pela união
mania = loucura megalomania, manicômio das sílabas de palavras contíguas. Por isso temos que cuidar quando
manteia (mancia) = falamos sobre algo para não estarmos ofendendo a pessoa que ouve. São
adivinhação quiromancia, oniromancia exemplos desse fato:
1. "A boca dela é linda!"
mísos - aversão, ódio misógino, misantropia
2. "Dê-me uma mão, por favor."
mneme = menória amnésia, mnemônico 3. "Ela se disputa para ele."
nárce = entorpecimento narcótico, narcotizar 4. "Vou-me já, pois estou atrasado."
nósos = doença nosocômio, nosofobia Plebeísmo
óneiros (oniros) = sonho onírico, oniromancia O plebeísmo normalmente utiliza palavras de baixo calão, gírias e
oréxis = fome anorexia, cinorexia outras deste mesmo tipo. É tido[?] pela norma culta como sendo o mais
odiado e repulsivo de todos os vícios de linguagem existentes.

Língua Portuguesa 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


Apostila Digital Licenciada para Alexandre bezerra da silva - ninhonick@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ex: CONECTIVOS subordinativos são as seguintes conjunções e locuções
1. "Ele era um tremendo mané!" subordinadas:
2. "Tô ferrado!" CAUSAIS (iniciam a oração subordinada denotando causa.): que, co-
3. "Tá ligado nas quebradas, meu chapa?" mo, pois, porque, porquanto. Também as locuções: por isso que, pois que,
Pleonasmo já que, visto que...
O pleonasmo geralmente é considerado uma figura de linguagem.
Existe, porém, um tipo de pleonasmo que consiste numa repetição inútil e Ela deverá ser aprovada, pois estudou com dedicação.
desnecessária de termos em uma frase, e por isso considerado um vício COMPARATIVAS (estabelecem comparação): que, do que (depois de
de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chamamos "Pleonasmo Vicioso ". mais, maior, melhor ou menos, menor, pior), como...Também as locuções:
Diferentemente do pleonasmo tradicional, esse deve ser sempre tão...como, tanto...como, mais...do que, menos...do que, assim como, bem
evitado. como, que nem...
Ex: Ela é mais estudiosa do que a maioria dos alunos.
1. "Ele vai ser o protagonista principal da peça".
CONCESSIVAS (iniciam oração que contraria a oração principal, sem
2. "Meninos, entrem já para dentro!"
impedir a ação declarada): que, embora, conquanto. Também as locuções:
Prolixidade
ainda que, mesmo que, bem que, se bem que, nem que, apesar de que, por
Prolixidade é a comunicação com excesso de palavras, antônimo da
mais que, por menos que...
concisão.
Solecismo Ela não foi aprovada, embora tenha estudado com dedicação.
Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com CONDICIONAIS (indicam condição): se, caso. Também as locuções:
relação à gramática normativa do idioma. Há três tipos de solecismo: contanto que, desde que, dado que, a menos que, a não ser que, exceto
De concordância: se...
1. "Fazem três anos que não vou ao médico." (Faz três Ela pode ser aprovada, se estudar com dedicação.
anos que não vou ao médico.)
2. "Aluga-se salas nesse edifício." (Alugam-se salas Finais (indicam finalidade): As locuções para que, a fim de que, por
nesse edifício.) que...
De regência: É necessário estudar com dedicação,para que se obtenha aprovação.
1. "Ontem eu assisti um filme de época." (Ontem eu TEMPORAIS (indicam circunstância de tempo): quando, apenas, en-
assisti a um filme de época.) quanto...Também as locuções: antes que, depois que, logo que, assim que,
2. "Eu namoro com Fernanda." (Eu namoro Fernanda.) desde que, sempre que...
De colocação:
Ela deixou de estudar com dedicação,quando foi aprovada.
1. "Me parece que ela ficou contente." (Parece-me que
ela ficou contente.) CONSECUTIVAS (indicam consequência): que (precedido de tão, tan-
2. "Eu não respondi-lhe nada do que perguntou." (Eu to, tal) e também as locuções: de modo que, de forma que, de sorte que, de
não lhe respondi nada do que perguntou.) maneira que...
N.B: as regras de colocação do português falado em Portugal diferem Ela estudava tanto, que pouco tempo tinha para dedicar-se à família.
em alguns casos daquelas do português falado no Brasil.
BIBLIOGRAFIA/PORTUGUÊS
CONECTIVOS ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Por Sandra Macedo ALMANAQUE ABRIL CULTURAL – Editora Abril/São Paulo
CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP, Editora ..Scipione, 1994 -
Conectivos são conjunções que ligam as orações, estabelecem
6ª edição.
a conexão entre as orações nos períodos compostos e também as preposi-
J. João Campagnaro - http://www.gramaticaportuguesa.com/GLPshop/pt-br/pg_18.html
ções, que ligam um vocábulo a outro.
Vários artigos foram extraídos da Internet: Provedores: uol, ig, bol, terra, google
O período composto é formado de duas ou mais orações. Quando es- NOVÍSSIMA GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA – Domingos Paschoal Cegalla
sas orações são independentes umas das outras, chamamos de período
PORTUGUÊS, teoria e prática – Walter Rossignoli – Editora Ática/SP
composto por coordenação. Essas orações podem estar justapostas (sem
BIBLIOTECA INTEGRADA – Claudinei Flores – Editora Lisa S.A.
conectivos) ou ligadas por conjunções (= conectivos).
Celso Cunha - Gramática da Língua Portuguesa, 2ª edição, MEC-FENAME.
CONECTIVOS coordenativos são as seguintes conjunções coordena-
http://www.portugues.com.br/sintaxe/regenomi.asp
das: ADITIVAS (adicionam, acrescentam): e, nem (e não),também, que; e
Pciconcursos.com.br
as locuções: mas também, senão também, como também...
Luiz Antonio Sacconi - Nossa Gramática – Teoria e Prática. Editora Atual, 1994.
Ela estuda e trabalha. http://www.portugues.com.br/morfologia/classes/verbos/verbos.asp
ADVERSATIVAS (oposição, contraste): mas, porém, todavia, contudo, Português - GUIA INTENSIVO DE ENSINO GLOBALIZADO - 1º E 2º GRAU E
entretanto, senão, que. Também as locuções: no entanto, não obstante, VESTIBULARES – INDÚSTRIA GRÁFICA E EDITORA LTDA - ERECHIM – RS
ainda assim, apesar disso. http://www.portugues.com.br/morfologia/classes/verbos/conjugacoes.asp
Ela estuda, no entanto não trabalha.
ALTERNATIVAS (alternância): ou. Também as locuções ou...ou,
ora...ora, já...já, quer...quer... 3. ORTOGRAFIA OFICIAL
Ou ela estuda ou trabalha.
As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas
CONCLUSIVAS (sentido de conclusão em relação à oração anterior):
que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de
logo, portanto, pois (posposto ao verbo).Também as locuções: por isso, por
modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua.
conseguinte, pelo que...
Eis algumas observações úteis:
Ela estudou com dedicação, logo deverá ser aprovada. DISTINÇÃO ENTRE J E G
EXPLICATIVAS (justificam a proposição da oração anterior): que, por- 1. Escrevem-se com J:
que, porquanto... a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste,
Vamos estudar, que as provas começam amanhã. canjerê, pajé, etc.
b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije-
Quando as orações dependem sintaticamente umas das outras, cha- cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc.
mamos período composto por subordinação. Esses períodos compõem-se 1. As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei,
de uma ou mais orações principais e uma ou mais orações subordinadas. despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis.
2. O final AJE: laje, traje, ultraje, etc.
Língua Portuguesa 13 A Opção Certa Para a Sua Realização
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3. Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais • cocho (vasilha para alimentar animais)
mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija. • coxo (capenga, imperfeito)

2. Escrevem-se com G: DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C


1. O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem, Observe o quadro das correlações:
ferrugem, etc. Correla- Exemplos
2. Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO: ções ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial
estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc. t-c abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter
c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir. ter-tenção - detenção; reter - retenção
aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submer-
DISTINÇÃO ENTRE S E Z rg - rs são;
1. Escrevem-se com S: rt - rs inverter - inversão; divertir - diversão
a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc. pel - puls impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão
b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios corr - curs correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão
ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu- sent - sentir - senso, sensível, consenso
guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa, sens ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - inter-
burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc. ced - cess cessão.
c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc. exceder - excessivo (exceto exceção)
d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for gred - agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão -
erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exege- gress progresso - progressivo
se análise, trombose, etc. imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repres-
1. As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa, prim - são.
causa. press admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permis-
2. O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termina tir - ssão são.
em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc. (re)percutir - (re)percussão
g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; preten-
der: pretensão; repreender: repreensão, etc.
PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES
2. Escrevem-se em Z.
a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o ONDE-AONDE
mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização, Emprega-se AONDE com os verbos que dão ideia de movimento. Equi-
organizado; realizar: realização, realizado, etc. vale sempre a PARA ONDE.
1. Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados AONDE você vai?
de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc. AONDE nos leva com tal rapidez?
c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro,
chapeuzinho, cãozito, etc. Naturalmente, com os verbos que não dão ideia de “movimento” empre-
ga-se ONDE
DISTINÇÃO ENTRE X E CH: ONDE estão os livros?
1. Escrevem-se com X Não sei ONDE te encontrar.
a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote,
feixe, etc. MAU - MAL
2. Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc. MAU é adjetivo (seu antônimo é bom).
3. EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de Escolheu um MAU momento.
árvore que produz o látex). Era um MAU aluno.
4. Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, en-
chapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafa- MAL pode ser:
das com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja, a) advérbio de modo (antônimo de bem).
pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, en- Ele se comportou MAL.
cher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en + Seu argumento está MAL estruturado
radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar: b) conjunção temporal (equivale a assim que).
en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço). MAL chegou, saiu
c) substantivo:
2. Escrevem-se com CH: O MAL não tem remédio,
a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estre- Ela foi atacada por um MAL incurável.
buchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, sal-
sicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachim- CESÃO/SESSÃO/SECÇÃO/SEÇÃO
bo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochi- CESSÃO significa o ato de ceder.
la, piche, pichar, tchau. Ele fez a CESSÃO dos seus direitos autorais.
b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que A CESSÃO do terreno para a construção do estádio agradou a todos os
possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia se torcedores.
distingue pelo contraste entre o x e o ch.
Exemplos: SESSÃO é o intervalo de tempo que dura uma reunião:
• brocha (pequeno prego) Assistimos a uma SESSÃO de cinema.
• broxa (pincel para caiação de paredes) Reuniram-se em SESSÃO extraordinária.
• chá (planta para preparo de bebida)
• xá (título do antigo soberano do Irã) SECÇÃO (ou SEÇÃO) significa parte de um todo, subdivisão:
• chalé (casa campestre de estilo suíço) Lemos a noticia na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de esportes.
• xale (cobertura para os ombros) Compramos os presentes na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de brinquedos.
• chácara (propriedade rural)
• xácara (narrativa popular em versos) HÁ / A
• cheque (ordem de pagamento) Na indicação de tempo, emprega-se:
• xeque (jogada do xadrez) HÁ para indicar tempo passado (equivale a faz):
HÁ dois meses que ele não aparece.
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Ele chegou da Europa HÁ um ano. 4. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
A para indicar tempo futuro:
Daqui A dois meses ele aparecerá.
ORTOGRAFIA OFICIAL
Ela voltará daqui A um ano.
Por Paula Perin dos Santos
FORMAS VARIANTES
O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas da
Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer
Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário
uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos.
internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros:
aluguel ou aluguer hem? ou hein?
2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa
alpartaca, alpercata ou alpargata imundície ou imundícia
dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigató-
amídala ou amígdala infarto ou enfarte
ria em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo
assobiar ou assoviar laje ou lajem
Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que
assobio ou assovio lantejoula ou lentejoula
falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve
azaléa ou azaleia nenê ou nenen
sua implementação.
bêbado ou bêbedo nhambu, inhambu ou nambu
É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que
bílis ou bile quatorze ou catorze
uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar
cãibra ou cãimbra surripiar ou surrupiar
que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que
carroçaria ou carroceria taramela ou tramela
as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos
chimpanzé ou chipanzé relampejar, relampear, relampeguear
subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática.
debulhar ou desbulhar ou relampar
Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de
fleugma ou fleuma porcentagem ou percentagem
Leis ou Acordos.
A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, de-
pois de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui
EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o
ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na
Escrevem-se com letra inicial maiúscula: melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra.
1) a primeira palavra de período ou citação. Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira
Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua." descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante
No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil.
letra maiúscula.
2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes Alfabeto
sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil, A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo
Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via- as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma
Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc. novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e
O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno. palavras importadas do idioma inglês, como:
3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas km – quilômetro,
religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência kg – quilograma
do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc. Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República,
etc. Trema
5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação, Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito
Estado, Pátria, União, República, etc. textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever
6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações, linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus
órgãos públicos, etc.: derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bundchen não vai
Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso,
do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc. o “u” lê-se “i”)
7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e
científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA
Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da
Manhã, Manchete, etc. 1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, segui-
8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente, das ou não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de
Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc. “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas
9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do em ditongos abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”
Oriente, o falar do Norte. Ex.
Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste. Chá Mês nós
10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o
Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc. Gás Sapé cipó
Dará Café avós
Escrevem-se com letra inicial minúscula: Pará Vocês compôs
1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos,
vatapá Pontapés só
nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval,
ingleses, ave-maria, um havana, etc. Aliás Português robô
2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando dá-lo vê-lo avó
empregados em sentido geral: recuperá-los Conhecê-los pô-los
São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria.
3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio guardá-la Fé compô-los
Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc. réis (moeda) Véu dói
4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta: méis Céu mói
"Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis) pastéis Chapéus anzóis
"Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso,
mirra." (Manuel Bandeira) ninguém parabéns Jerusalém

Língua Portuguesa 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Resumindo: PONTO DE INTERROGAÇÃO
Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que É usado para indicar pergunta direta.
seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí- Onde está seu irmão?
lo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação.
palavras. A mim ?! Que ideia!
2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:
1. L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível. PONTO DE EXCLAMAÇÃO
2. N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen. É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
3. R – câncer, caráter, néctar, repórter. Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
4. X – tórax, látex, ônix, fênix. Ó jovens! Lutemos!
5. PS – fórceps, Quéops, bíceps.
6. Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs. VÍRGULA
7. ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão. A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau-
8. I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis. sa na
9. ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon. fala. Emprega-se a vírgula:
10. UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns. • Nas datas e nos endereços:
11. US – ânus, bônus, vírus, Vênus. São Paulo, 17 de setembro de 1989.
Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescen- Largo do Paissandu, 128.
tes (semivogal+vogal): • No vocativo e no aposto:
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio. Meninos, prestem atenção!
Termópilas, o meu amigo, é escritor.
3. Todas as proparoxítonas são acentuadas. • Nos termos independentes entre si:
Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisân- O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões.
temo, público, pároco, proparoxítona. • Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste
caso é usado o duplo emprego da vírgula:
QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa-
droeira.
4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando: • Após alguns adjuntos adverbiais:
1. Formarem sílabas sozinhos ou com “S” No dia seguinte, viajamos para o litoral.
Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta. • Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo em-
prego da vírgula:
IMPORTANTE Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor.
Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, • Após a primeira parte de um provérbio.
se todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos? O que os olhos não vêem, o coração não sente.
Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos • Em alguns casos de termos oclusos:
de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate.
Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a
sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso. RETICÊNCIAS
• São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
5. Trema Não me disseste que era teu pai que ...
Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai • Para realçar uma palavra ou expressão.
permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome...
como Bundchen, Muller, mulleriano (neste caso, o “u” lê-se “i”) • Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento.
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também...
6. Acento Diferencial
O acento diferencial permanece nas palavras: PONTO E VÍRGULA
pôde (passado), pode (presente) • Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém al-
pôr (verbo), por (preposição) guma simetria entre si.
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do "Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhe-
verbo está no singular ou plural: cido, guardando consigo a ponta farpada. "
SINGULAR PLURAL • Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no
seu interior.
Ele tem Eles têm Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais
Ele vem Eles vêm calmo, resolveu o problema sozinho.
Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como:
DOIS PONTOS
conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.
• Enunciar a fala dos personagens:
Ele retrucou: Não vês por onde pisas?
• Para indicar uma citação alheia:
5. PONTUAÇÃO: VÍRGULA, DOIS PONTOS, TRAVESSÃO, Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de
RETICÊNCIAS, PONTO FINAL E PONTOS DE EXCLAMA- passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embarque".
ÇÃO E INTERROGAÇÃO • Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão ante-
rior:
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
pausas da linguagem oral. • Enumeração após os apostos:
Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido.
PONTO
O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla- TRAVESSÃO
rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar
comuns ele é chamado de simples. palavras ou frases
Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris- – "Quais são os símbolos da pátria?
to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo). – Que pátria?

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– Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos). São, portanto, substantivos.
– "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava ou- a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra,
tra vez. Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado.
– a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba-
coisa". (M. Palmério). lho, corrida, tristeza beleza altura.
• Usa-se para separar orações do tipo:
– Avante!- Gritou o general. CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
– A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta. a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie:
Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam rio, cidade, pais, menino, aluno
uma cadeia de frase: b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento.
• A estrada de ferro Santos – Jundiaí. Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To-
• A ponte Rio – Niterói. cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair.
• A linha aérea São Paulo – Porto Alegre. c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, pro-
priamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifi-
ASPAS que que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo con-
São usadas para: creto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta,
• Indicar citações textuais de outra autoria. fada, bruxa, saci.
"A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles) d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só
• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo,
expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares: pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão,
Há quem goste de “jazz-band”. portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres:
Não achei nada "legal" aquela aula de inglês. trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza.
• Para enfatizar palavras ou expressões: Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adje-
Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite. tivos
• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc. trabalhar - trabalho
"Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro. correr - corrida
• Em casos de ironia: alto - altura
A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente. belo - beleza
Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão.
FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
PARÊNTESES a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua
Empregamos os parênteses: portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal.
• Nas indicações bibliográficas. b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa:
"Sede assim qualquer coisa. florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro.
serena, isenta, fiel". c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio,
(Meireles, Cecília, "Flor de Poemas"). tempo, sol.
d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de-
• Nas indicações cênicas dos textos teatrais: colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol.
"Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos
fora das órbitas. Amália se volta)". COLETIVOS
(G. Figueiredo) Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo
• Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória: de seres da mesma espécie.
"E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de Veja alguns coletivos que merecem destaque:
fome." alavão - de ovelhas leiteiras
(C. Lispector) alcateia - de lobos
• Para isolar orações intercaladas: álbum - de fotografias, de selos
"Estou certo que eu (se lhe ponho antologia - de trechos literários escolhidos
Minha mão na testa alçada) armada - de navios de guerra
Sou eu para ela." armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc)
(M. Bandeira) arquipélago - de ilhas
assembleia - de parlamentares, de membros de associações
COLCHETES [ ] atilho - de espigas de milho
Os colchetes são muito empregados na linguagem científica. atlas - de cartas geográficas, de mapas
banca - de examinadores
ASTERISCO
bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios
O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para
bando - de aves, de pessoal em geral
alguma nota (observação).
cabido - de cônegos
BARRA cacho - de uvas, de bananas
A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas cáfila - de camelos
abreviaturas. cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves
cancioneiro - de poemas, de canções
caravana - de viajantes
cardume - de peixes
6. SUBSTANTIVO E ADJETIVO: FLEXÃO DE GÊNERO, clero - de sacerdotes
NÚMERO E GRAU. 7. VERBOS: REGULARES, IRREGU- colmeia - de abelhas
LARES E AUXILIARES. 8. EMPREGO DE PRONOMES concílio - de bispos
9. PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÕES conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa
congregação - de professores, de religiosos
congresso - de parlamentares, de cientistas
SUBSTANTIVOS
conselho - de ministros
Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá no- consistório - de cardeais sob a presidência do papa
me aos seres em geral. constelação - de estrelas

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corja - de vadios Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim:
elenco - de artistas uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino.
enxame - de abelhas
enxoval - de roupas AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero:
esquadra - de navios de guerra São masculinos São femininos
esquadrilha - de aviões o anátema o grama (unidade de a abusão a derme
falange - de soldados, de anjos o telefonema peso) a aluvião a omoplata
farândola - de maltrapilhos o teorema o dó (pena, compaixão) a análise a usucapião
fato - de cabras o trema o ágape a cal a bacanal
fauna - de animais de uma região o edema o caudal a cataplasma a líbido
feixe - de lenha, de raios luminosos o eclipse o champanha a dinamite a sentinela
flora - de vegetais de uma região o lança-perfume o alvará a comichão a hélice
frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus o fibroma o formicida a aguardente
girândola - de fogos de artifício o estratagema o guaraná
horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros o proclama o plasma
junta - de bois, médicos, de examinadores o clã
júri - de jurados
legião - de anjos, de soldados, de demônios Mudança de Gênero com mudança de sentido
malta - de desordeiros Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido.
manada - de bois, de elefantes Veja alguns exemplos:
matilha - de cães de caça o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo)
ninhada - de pintos o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal)
nuvem - de gafanhotos, de fumaça o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora)
panapaná - de borboletas o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, con-
pelotão - de soldados o lotação (veículo) clusão)
penca - de bananas, de chaves o lente (o professor) a lotação (capacidade)
pinacoteca - de pinturas a lente (vidro de aumento)
plantel - de animais de raça, de atletas Plural dos Nomes Simples
quadrilha - de ladrões, de bandidos 1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa,
ramalhete - de flores casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.
réstia - de alhos, de cebolas 2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em:
récua - de animais de carga a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração,
romanceiro - de poesias populares corações; grandalhão, grandalhões.
resma - de papel b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião,
revoada - de pássaros guardiães.
súcia - de pessoas desonestas c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão,
vara - de porcos cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos.
vocabulário - de palavras Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma
de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães;
FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc.
Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e 3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém,
grau. armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns.
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar,
Gênero lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí-
Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini- fens (ou hífenes).
no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta. Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones.
Podemos classificar os substantivos em: 5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani-
a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis.
para o masculino, outra para o feminino: Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules.
aluno/aluna homem/mulher 6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil,
menino /menina carneiro/ovelha fósseis; réptil, répteis.
Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar-
pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo: ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis.
padrinho/madrinha bode/cabra 7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o
cavaleiro/amazona pai/mãe pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni-
cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses;
b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases.
forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os subs-
em: tantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix, os ônix.
1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam 8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o substan-
animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca. tivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo primitivo:
Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, deve- coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezitos.
mos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fê-
mea Substantivos só usados no plural
2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que afazeres anais
designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti- arredores belas-artes
go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a cãs condolências
estudante, este dentista. confins exéquias
3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam férias fezes
pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar- núpcias óculos
tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn- olheiras pêsames
juge, a pessoa, a criatura. viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)

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Plural dos Nomes Compostos Principais Sufixos Diminutivos
1. Somente o último elemento varia: ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO,
a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara- ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho,
boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns; montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim,
b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão- pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo,
mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres; homúncula, apícula, velhusco.
c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo Observações:
ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda- • Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui-
comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sem- rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc.
pre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, mela- Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc.
melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques) • É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afe-
tivo: Joãozinho, amorzinho, etc.
2. Somente o primeiro elemento é flexionado: • Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente for-
a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite; mal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz,
pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem- ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc.
rabo, burros-sem-rabo; • Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di-
b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon-
ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos- zinho, pequenito.
correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada; Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu-
banana-maçã, bananas-maçã. gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais
A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos- diferentes para designar o sexo:
correios, homens-rãs, navios-escolas, etc. bode - cabra genro - nora
burro - besta padre - madre
3. Ambos os elementos são flexionados: carneiro - ovelha padrasto - madrasta
a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves- cão - cadela padrinho - madrinha
flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas- cavalheiro - dama pai - mãe
compromissos. compadre - comadre veado - cerva
b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor- frade - freira zangão - abelha
perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida, frei – soror etc.
caras-pálidas.
ADJETIVOS
São invariáveis:
a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi- FLEXÃO DOS ADJETIVOS
sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo; Gênero
b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não- Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser:
molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem- a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne-
desocupa-o-copo; ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu-
c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o lher simples; aluno feliz - aluna feliz.
perde-ganha, os perde-ganha. b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou-
Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem
por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda- alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa
marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa-
dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se-
salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate. melhante a dos substantivos.
Adjetivos Compostos Número
Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona. a) Adjetivo simples
Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino- Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
americanos; cívico-militar, cívico-militares. substantivos simples:
1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o pessoa honesta pessoas honestas
segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos regra fácil regras fáceis
amarelo-ouro, paredes azul-piscina. homem feliz homens felizes
2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur- Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in-
dos-mudos > surdas-mudas. variáveis:
3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho. blusa vinho blusas vinho
camisa rosa camisas rosa
Graus do substantivo b) Adjetivos compostos
Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele-
podem ser: sintéticos ou analíticos. mento varia, tanto em gênero quanto em número:
acordos sócio-político-econômico
Analítico acordos sócio-político-econômicos
Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama- causa sócio-político-econômica
nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande. causas sócio-político-econômicas
acordo luso-franco-brasileiro
Sintético acordo luso-franco-brasileiros
Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados. lente côncavo-convexa
lentes côncavo-convexas
Principais sufixos aumentativos camisa verde-clara
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, camisas verde-claras
ÁZIO, ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, sapato marrom-escuro
caldeirão, povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, sapatos marrom-escuros
lobaz, dentuça.

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Observações: audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo
1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica inva- benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo
riável: célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo
camisa verde-abacate camisas verde-abacate cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo
sapato marrom-café sapatos marrom-café eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo
2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariá- frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
veis: incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo
blusa azul-marinho blusas azul-marinho íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo
camisa azul-celeste camisas azul-celeste livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo
3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os ele- magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo
mentos variam: manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo
menino surdo-mudo meninos surdos-mudos negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo
menina surda-muda meninas surdas-mudas pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo)
possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo
Graus do Adjetivo próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo
As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex- público - publicíssimo pudico - pudicíssimo
pressas em dois graus: sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo
- o comparativo salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo
- o superlativo simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo
terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo
Comparativo velho - vetérrimo visível - visibilíssimo
Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo
outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual,
superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo: Adjetivos Gentílicos e Pátrios
- Comparativo de igualdade: Argélia – argelino Bagdá - bagdali
O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral. Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano
Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente. Bóston - bostoniano Braga - bracarense
- Comparativo de superioridade: Bragança - bragantino Brasília - brasiliense
O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro. Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense
Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico. bucarestense Campos - campista
- Comparativo de inferioridade: Cairo - cairota Caracas - caraquenho
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro. Canaã - cananeu Ceilão - cingalês
Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável. Catalunha - catalão Chipre - cipriota
Chicago - chicaguense Córdova - cordovês
Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi- Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense
dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo: bricense Cuiabá - cuiabano
- Superlativo absoluto Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho
Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser: Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense,
Esta cidade é poluidíssima. Egito - egípcio capixaba
Esta cidade é muito poluída. Equador - equatoriano Évora - eborense
- Superlativo relativo Filipinas - filipino Finlândia - finlandês
Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano
outros seres: Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense
Este rio é o mais poluído de todos. Gabão - gabonês Galiza - galego
Este rio é o menos poluído de todos. Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino
Goiânia - goianense Granada - granadino
Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico: Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco
- Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade - Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc. Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho
- Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti- Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense
quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc. Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita
João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense
Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara- La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais: Macapá - macapaense Macau - macaense
NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO ABSOLUTO RELATI- Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe
VO Madri - madrileno Manaus - manauense
Bom melhor ótimo Marajó - marajoara Minho - minhoto
melhor Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco
Mau pior péssimo Montevidéu - montevideano Natal - natalense
pior Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
grande maior máximo Pequim - pequinês Pisa - pisano
maior Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro
pequeno menor mínimo Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense
menor Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar
Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos: São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano
acre - acérrimo ágil - agílimo Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano
agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho
amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano
amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo Veneza - veneziano Vitória - vitoriense
áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo

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Locuções Adjetivas Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral
As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs- Vossa Magnificência V. Mag a reitores de universidades
tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral
ser substituídas por um adjetivo correspondente. Vossa Santidade V.S. papas
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados
PRONOMES Vossa Majestade V.M. reis, imperadores

Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que repre- São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo-
senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso. cês.
Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome
substantivo. EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS
• Ele chegou. (ele) 1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,
• Convidei-o. (o) ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito.
Considera-se errado seu emprego como complemento:
Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex- Convidaram ELE para a festa (errado)
tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo. Receberam NÓS com atenção (errado)
• Esta casa é antiga. (esta) EU cheguei atrasado (certo)
• Meu livro é antigo. (meu) ELE compareceu à festa (certo)
2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
Classificação dos Pronomes pronomes retos:
Há, em Português, seis espécies de pronomes: Convidei ELE (errado)
• pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas Chamaram NÓS (errado)
de tratamento: Convidei-o. (certo)
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões; Chamaram-NOS. (certo)
• demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo; 3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
• relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde; ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-
• indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá- reto seu emprego como complemento:
rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou- Informaram a ELE os reais motivos.
trem, nada, cada, algo. Emprestaram a NÓS os livros.
• interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in- Eles gostam muito de NÓS.
terrogativas. 4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se
errado seu emprego como complemento:
PRONOMES PESSOAIS Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis- Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
curso: Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de
1ª pessoa: quem fala, o emissor. preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas
Eu sai (eu) MIM e TI:
Nós saímos (nós) Ninguém irá sem EU. (errado)
Convidaram-me (me) Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
Convidaram-nos (nós) Ninguém irá sem MIM. (certo)
2ª pessoa: com quem se fala, o receptor. Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
Tu saíste (tu)
Vós saístes (vós) Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
Convidaram-te (te) TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
Convidaram-vos (vós) como sujeito de um verbo no infinitivo.
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
Ele saiu (ele) Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
Eles sairam (eles)
Convidei-o (o) Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-
Convidei-os (os) gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
sujeito.
Os pronomes pessoais são os seguintes:
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
NÚMERO PESSOA CASO CASO OBLÍQUO somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em
RETO que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
singular 1ª eu me, mim, comigo Querida, gosto muito de SI. (errado)
2ª tu te, ti, contigo Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe Querida, gosto muito de você. (certo)
plural 1ª nós nós, conosco Preciso muito falar com você. (certo)
2ª vós vós, convosco
3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
lhes pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
Ele feriu-se
PRONOMES DE TRATAMENTO Cada um faça por si mesmo a redação
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra- O professor trouxe as provas consigo
tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:
PRONOME ABREV. EMPREGO Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
Vossa Eminência V .Ema cardeais

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7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com- 14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE,
binações possíveis são as seguintes: VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª
me+o=mo me + os = mos pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como
te+o=to te + os = tos pronomes de terceira pessoa:
lhe+o=lho lhe + os = lhos Você trouxe seus documentos?
nos + o = no-lo nos + os = no-los Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los
lhes + o = lho lhes + os = lhos COLOCAÇÃO DE PRONOMES
Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A,
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições:
a, as. 1. Antes do verbo - próclise
me+a=ma me + as = mas Eu te observo há dias.
te+a=ta te + as = tas 2. Depois do verbo - ênclise
- Você pagou o livro ao livreiro? Observo-te há dias.
- Sim, paguei-LHO. 3. No interior do verbo - mesóclise
Observar-te-ei sempre.
Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que
representa o livreiro) com O (que representa o livro). Ênclise
Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas direto ou indireto.
LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos O pai esperava-o na estação agitada.
indiretos: Expliquei-lhe o motivo das férias.
O menino convidou-a. (V.T.D ) Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a
O filho obedece-lhe. (V.T. l ) ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
1. Quando o verbo iniciar a oração:
Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões) Voltei-me em seguida para o céu límpido.
aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as 2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa:
construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de Como eu achasse muito breve, explicou-se.
verbos transitivos diretos: 3. Com o imperativo afirmativo:
Eu lhe vi ontem. (errado) Companheiros, escutai-me.
Nunca o obedeci. (errado) 4. Com o infinitivo impessoal:
Eu o vi ontem. (certo) A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um
Nunca lhe obedeci. (certo) destino na mesa.
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar 5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM:
como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar, E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo.
sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in- 6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética.
finitivo: A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio
Deixei-o sair. franco.
Vi-o chegar.
Sofia deixou-se estar à janela. Próclise
Na linguagem culta, a próclise é recomendada:
É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol- 1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos,
vendo as orações reduzidas de infinitivo: interrogativos e conjunções.
Deixei-o sair = Deixei que ele saísse. As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos: Quem lhe ensinou esses modos?
A mim, ninguém me engana. Quem os ouvia, não os amou.
A ti tocou-te a máquina mercante. Que lhes importa a eles a recompensa?
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas- Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
mo vicioso e sim ênfase. 2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
Papai do céu o abençoe.
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo, A terra lhes seja leve.
exercendo função sintática de adjunto adnominal: 3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro. Em se animando, começa a contagiar-nos.
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos. Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.
4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja
12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar pausa entre eles.
uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo- Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
déstia: Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes.
Vós sois minha salvação, meu Deus! Mesóclise
Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam
nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando precedidos de palavras que reclamem a próclise.
falamos dessa pessoa: Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris.
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe: Dir-se-ia vir do oco da terra.
Vossa Excelência já aprovou os projetos? Mas:Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris.
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração. Jamais se diria vir do oco da terra.
Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
Lembrarei-me (!?)
Diria-se (!?)

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O Pronome Átono nas Locuções Verbais
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto
enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal. de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está
Podemos contar-lhe o ocorrido. longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o
Podemos-lhe contar o ocorrido. livro está longe de ambas as pessoas.
Não lhes podemos contar o ocorrido.
O menino foi-se descontraindo. Os pronomes demonstrativos são estes:
O menino foi descontraindo-se. ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa
O menino não se foi descontraindo. ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa
2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico AQUELE (e variações), próprio (e variações)
ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio. MESMO (e variações), próprio (e variações)
"Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Des- SEMELHANTE (e variação), tal (e variação)
cartes ."
Tenho-me levantado cedo. Emprego dos Demonstrativos
Não me tenho levantado cedo. 1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se:
O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que
auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta. fala).
Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da Este documento que tenho nas mãos não é meu.
colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na lingua- Isto que carregamos pesa 5 kg.
gem escrita. b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente:
Este coração não pode me trair.
PRONOMES POSSESSIVOS Esta alma não traz pecados.
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu- Tudo se fez por este país..
indo-lhes a posse de alguma coisa. c) Para indicar o momento em que falamos:
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o Neste instante estou tranquilo.
livro pertence a 1ª pessoa (eu) Deste minuto em diante vou modificar-me.
Eis as formas dos pronomes possessivos:
1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS. d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do
2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS. momento em que falamos:
3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS. Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile.
1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS. Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem.
2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS. Um dia destes estive em Porto Alegre.
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS. e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa qual se inclui o momento em que falamos:
(seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de Nesta semana não choveu.
você). Neste mês a inflação foi maior.
Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui- Este ano será bom para nós.
dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s). Este século terminará breve.
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele. f) Para indicar aquilo de que estamos tratando:
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles. Este assunto já foi discutido ontem.
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio. Tudo isto que estou dizendo já é velho.
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pro- g) Para indicar aquilo que vamos mencionar:
nomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância. Só posso lhe dizer isto: nada somos.
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos.
suas mãos). 2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se:
Não me respeitava a adolescência. a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face. quem se fala):
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. Esse documento que tens na mão é teu?
Isso que carregas pesa 5 kg.
Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir: b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente:
1. Cálculo aproximado, estimativa: Esse teu coração me traiu.
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos Essa alma traz inúmeros pecados.
2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história Quantos vivem nesse pais?
O nosso homem não se deu por vencido. c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que dese-
Chama-se Falcão o meu homem jamos distância:
3. O mesmo que os indefinidos certo, algum O povo já não confia nesses políticos.
Eu cá tenho minhas dúvidas Não quero mais pensar nisso.
Cornélio teve suas horas amargas d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa:
4. Afetividade, cortesia Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde.
Como vai, meu menino? O que você quer dizer com isso?
Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que
No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren- falamos:
tes de família. Um dia desses estive em Porto Alegre.
É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Comi naquele restaurante dia desses.
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensidade. f) Para indicar aquilo que já mencionamos:
Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
não sabia o que dizer. Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan-
te.

PRONOMES DEMONSTRATIVOS 3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:


São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á
coisa designada em relação à pessoa gramatical. 3ª.

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Aquele documento que lá está é teu? Observações:
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg. 1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente,
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante. vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL.
Naquele instante estava preocupado. O médico de quem falo é meu conterrâneo.
Daquele instante em diante modifiquei-me. 2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele sempre um substantivo sem artigo.
século, para exprimir que o tempo já decorreu. Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar?
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas, 3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos
usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas.
variações) para a primeira: Tenho tudo quanto quero.
Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso Leve tantos quantos precisar.
e aquela tranquila. Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou.
5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE, 4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a
pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural: EM QUE.
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose? A casa onde (= em que) moro foi de meu avô.
Com um frio destes não se pode sair de casa.
Nunca vi uma coisa daquelas. PRONOMES INDEFINIDOS
6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de
reforçativo: modo vago, impreciso, indeterminado.
Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos. 1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO,
Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas. SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO
7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO, Exemplos:
ISSO ou AQUELE (e variações). Algo o incomoda?
Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro. Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve.
O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres. Não faças a outrem o que não queres que te façam.
Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames. Quem avisa amigo é.
A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os Encontrei quem me pode ajudar.
homens superiores. Ele gosta de quem o elogia.
8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante: 2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA
A menina ia cair, nisto, o pai a segurou CERTAS.
9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE, Cada povo tem seus costumes.
ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO. Certas pessoas exercem várias profissões.
Tal era a situação do país. Certo dia apareceu em casa um repórter famoso.
Não disse tal.
Tal não pôde comparecer. PRONOMES INTERROGATIVOS
Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu- Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de
des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha modo impreciso à 3ª pessoa do discurso.
QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como Exemplos:
Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL Que há?
ou OUTRO TAL: Que dia é hoje?
Suas manias eram tais quais as minhas. Reagir contra quê?
A mãe era tal quais as filhas. Por que motivo não veio?
Os filhos são tais qual o pai. Quem foi?
Tal pai, tal filho. Qual será?
É pronome substantivo em frases como: Quantos vêm?
Não encontrarei tal (= tal coisa). Quantas irmãs tens?
Não creio em tal (= tal coisa)
VERBO
PRONOMES RELATIVOS
Veja este exemplo: CONCEITO
Armando comprou a casa QUE lhe convinha. “As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando-
A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo as no tempo.
casa é um pronome relativo. Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a re-
PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re- ceita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e
feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos. gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas.
A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente. Assim fiz. Morreram.”
No exemplo dado, o antecedente é casa. (Clarice Lispector)
Outros exemplos de pronomes relativos: Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir:
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos. a) Estado:
O lugar onde paramos era deserto. Não sou alegre nem sou triste.
Traga tudo quanto lhe pertence. Sou poeta.
Leve tantos ingressos quantos quiser. b) Mudança de estado:
Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso? Meu avô foi buscar ouro.
Mas o ouro virou terra.
Eis o quadro dos pronomes relativos: c) Fenômeno:
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS Chove. O céu dorme.
Masculino Feminino VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de
o qual a qual quem estado e fenômeno, situando-se no tempo.
os quais as quais FLEXÕES
cujo cujos cuja cujas que O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle-
quanto quanta quantas onde xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em
quantos si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:

Língua Portuguesa 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• a ação de cantar. c) agente e paciente do fato expresso:
• a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós). O carroceiro machucou-se.
• o número gramatical (plural). (sujeito agente e paciente)
• o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito). O verbo está na voz reflexiva.
• o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no 6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de
passado (indicativo). rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical.
• que o sujeito pratica a ação (voz ativa). Falo - Estudam.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está
Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz. fora do radical.
1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural: Falamos - Estudarei.
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular). 7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em:
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural). a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua
2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais: conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto -
1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser cantei - cantarei – cantava - cantasse.
a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço. b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme- nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse.
cemos. c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa,
2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe-
a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces. nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc.
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis. d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o
3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma-
a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela tado - morto - enxugado - enxuto.
adormece. e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conju-
b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles gação.
adormecem. verbo ser: sou - fui
3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante verbo ir: vou - ia
em relação ao fato que comunica. Há três modos em português.
a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato. QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO
A cachorra Baleia corria na frente. 1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou
b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato. explícito. Quase todos os verbos são pessoais.
Talvez a cachorra Baleia corra na frente . O Nino apareceu na porta.
c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um 2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci-
pedido to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais:
Corra na frente, Baleia. a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar,
4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo, etc.
em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são: Garoava na madrugada roxa.
a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala: b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
Fecho os olhos, agito a cabeça. Houve um espetáculo ontem.
b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele Há alunos na sala.
em que se fala: Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos
Fechei os olhos, agitei a cabeça. claros.
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala: c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico.
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça. Fazia dois anos que eu estava casado.
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o Faz muito frio nesta região?
presente. O VERBO HAVER (empregado impessoalmente)
Veja o esquema dos tempos simples em português: O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na
Presente (falo) 3ª pessoa do singular - quando significa:
INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei) 1) EXISTIR
Imperfeito (falava) Há pessoas que nos querem bem.
Mais- que-perfeito (falara) Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
Futuro do presente (falarei) Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
do pretérito (falaria) Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
Presente (fale) 2) ACONTECER, SUCEDER
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse) Houve casos difíceis na minha profissão de médico.
Futuro (falar) Não haja desavenças entre vós.
Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.
Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que 3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado:
se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema Há meses que não o vejo.
dos tempos simples. Haverá nove dias que ele nos visitou.
Infinitivo impessoal (falar) Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
Pessoal (falar eu, falares tu, etc.) O fato aconteceu há cerca de oito meses.
FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando) Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
Particípio (falado) pretérito imperfeito, e não no presente:
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser: Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada.
a) agente do fato expresso. Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.
O carroceiro disse um palavrão. Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo.
(sujeito agente) Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava.
O verbo está na voz ativa. 4) REALIZAR-SE
b) paciente do fato expresso: Houve festas e jogos.
Um palavrão foi dito pelo carroceiro. Se não chovesse, teria havido outros espetáculos.
(sujeito paciente) Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
O verbo está na voz passiva.

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5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e - um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre
seguido de infinitivo): por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis.
Em pontos de ciência não há transigir. Era uma vez...
Não há contê-lo, então, no ímpeto. - um fato presente em relação a outro fato passado.
Não havia descrer na sinceridade de ambos. Eu lia quando ele chegou.
Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas. c) Pretérito Perfeito
E não houve convencê-lo do contrário. Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já
Não havia por que ficar ali a recriminar-se. ocorrido, concluído.
Estudei a noite inteira.
Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o
há muito (= desde muito tempo, há muito tempo): momento presente.
De há muito que esta árvore não dá frutos. Tenho estudado todas as noites.
De há muito não o vejo. d) Pretérito mais-que-perfeito
Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em
O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado):
ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou.
pessoa do singular: e) Futuro do Presente
Vai haver eleições em outubro. Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato
Começou a haver reclamações. futuro em relação ao momento em que se fala.
Não pode haver umas sem as outras. Irei à escola.
Parecia haver mais curiosos do que interessados. f) Futuro do Pretérito
Mas haveria outros defeitos, devia haver outros. Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar:
A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser - um fato futuro, em relação a outro fato passado.
construída de três modos: - Eu jogaria se não tivesse chovido.
Hajam vista os livros desse autor. - um fato futuro, mas duvidoso, incerto.
Haja vista os livros desse autor. - Seria realmente agradável ter de sair?
Haja vista aos livros desse autor. Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às
vezes, ironia.
CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA - Daria para fazer silêncio?!
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
sentido da frase. Modo Subjuntivo
Exemplo: a) Presente
Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa) Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar:
A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva) - um fato presente, mas duvidoso, incerto.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa Talvez eles estudem... não sei.
passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conser- - um desejo, uma vontade:
vando o mesmo tempo. Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores.
Outros exemplos: b) Pretérito Imperfeito
Os calores intensos provocam as chuvas. Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma
As chuvas são provocadas pelos calores intensos. hipótese, uma condição.
Eu o acompanharei. Se eu estudasse, a história seria outra.
Ele será acompanhado por mim. Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo.
Todos te louvariam. e) Pretérito Perfeito
Serias louvado por todos. Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar
Prejudicaram-me. um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as
Fui prejudicado. características do modo subjuntivo).
Condenar-te-iam. Que tenha estudado bastante é o que espero.
Serias condenado. d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito
do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo:
a) Presente Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui-
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar: lamente.
- um fato que ocorre no momento em que se fala. e) Futuro
Eles estudam silenciosamente. Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já conclu-
Eles estão estudando silenciosamente. ído em relação a outro fato futuro.
- uma ação habitual. Quando eu voltar, saberei o que fazer.
Corra todas as manhãs.
- uma verdade universal (ou tida como tal): VERBOS IRREGULARES
O homem é mortal. DAR
A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa. Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão
- fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
maior realce à narrativa. Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis". Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem
É o chamado presente histórico ou narrativo. Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis,
- fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos: dessem
Amanhã vou à escola. Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
Qualquer dia eu te telefono.
b) Pretérito Imperfeito MOBILIAR
Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar: Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos,
- um fato passado contínuo, habitual, permanente: mobiliais, mobiliam
Ele andava à toa. Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos,
Nós vendíamos sempre fiado. mobilieis, mobiliem

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Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis,
mobiliem odeiem
Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar
AGUAR
Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, CABER
águam Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis,
Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram cabem
Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes,
águem couberam
Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos,
MAGOAR coubéreis, couberam
Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais,
magoais, magoam caibam
Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubés-
magoaram semos, coubésseis, coubessem
Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes,
magoeis, magoem couberem
Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo
nem no imperativo negativo
APIEDAR-SE
Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apieda- CRER
mo-nos, apiedais-vos, apiadam-se Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem
Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiede- Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais,
mo-nos, apiedei-vos, apiedem-se creiam
Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam
Conjugam-se como crer, ler e descrer
MOSCAR
Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, mos- DIZER
cais, muscam Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem
Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram
mosqueis, musquem Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos,
Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U disséreis, disseram
Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão
RESFOLEGAR Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam
Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam
resfolegais, resfolgam Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissés-
Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfolegue- seis, dissesse
mos, resfolegueis, resfolguem Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disse-
Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece rem
Particípio dito
NOMEAR Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer
Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos,
nomeais, nomeiam FAZER
Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, no- Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem
meáveis, nomeavam Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram
Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis,
nomearam fizeram
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão
nomeeis, nomeiem Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam
Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam
Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos,
COPIAR fizésseis, fizessem
Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem
copiam Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer
Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copia-
ram PERDER
Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis,
copiáreis, copiaram perdem
Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais.
copiem percam
Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam

ODIAR PODER
Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis,
odeiam podem
Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odia- Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam
vam Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam
Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos,
Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiá- pudéreis, puderam
reis, odiaram Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais,
possam

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Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudés- Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvés-
seis, pudessem semos, reouvésseis, reouvessem
Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, pude- Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouver-
rem des, reouverem
Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse
Gerúndio podendo apresenta a letra v
Particípio podido
O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo SABER
nem no imperativo negativo Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem
Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes,
PROVER souberam
Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, prove- Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos,
des, provêem soubéreis, souberam
Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam
Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, prove- Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubés-
ram semos, soubésseis, soubessem
Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes,
provêreis, proveram souberem
Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis,
proverão VALER
Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem
proveriam Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais,
Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam valham
Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham
provejais. provejam
Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, pro- TRAZER
vêsseis, provessem Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, tra-
Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, zem
proverem Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam
Gerúndio provendo Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes,
Particípio provido trouxeram
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos,
QUERER trouxéreis, trouxeram
Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão
querem Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam
Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam
Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais,
quiséreis, quiseram tragam
Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, quei- Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos,
rais, queiram trouxésseis, trouxessem
Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisés- Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxerem
seis, quisessem Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem
Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quise- Gerúndio trazendo
rem Particípio trazido

REQUERER VER
Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem
requereis. requerem Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram
Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requeres- Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram
te, requereram Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês
Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requere- Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam
ramos, requerereis, requereram Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem
Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
requerereis, requererão Particípio visto
Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos,
requereríeis, requereriam ABOLIR
Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem
Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam
requeirais, requeiram Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram
Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêsse- Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis,
mos, requerêsseis, requeressem, aboliram
Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, reque- Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, aboli-
rerdes, requerem rão
Gerúndio requerendo Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis,
Particípio requerido aboliriam
O verbo REQUERER não se conjuga como querer. Presente do subjuntivo não há
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis,
REAVER
abolissem
Presente do indicativo reavemos, reaveis
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes,
Imperativo afirmativo abole, aboli
reouveram
Imperativo negativo não há
Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reou-
véreis, reouveram

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Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
Infinitivo impessoal abolir Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Gerúndio abolindo Gerúndio indo
Particípio abolido Particípio ido
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical
há E ou I. OUVIR
Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
AGREDIR Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais,
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, ouçam
agridem Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agri- Particípio ouvido
dais, agridam
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam PEDIR
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substi- Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
tuído por I. Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais,
COBRIR peçam
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
cobrem Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais,
cubram POLIR
Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Particípio coberto Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam

FALIR REMIR
Presente do indicativo falimos, falis Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redi-
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam mis, redimem
Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos,
faliram redimais, redimam
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão RIR
Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Presente do subjuntivo não há Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Imperativo afirmativo fali (vós) Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão
Imperativo negativo não há Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam
Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
Gerúndio falindo Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Particípio falido Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
FERIR Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem Gerúndio rindo
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam Particípio rido
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados. Conjuga-se como rir: sorrir

MENTIR VIR
Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
mentem Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
mintam Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis,
Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam vieram
Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir. Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
FUGIR Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais,
Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam venham
Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
IR Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão Gerúndio vindo
Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam Particípio vindo
Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir
Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão SUMIR
Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem
Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam
Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
vão Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir,
Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão cuspir
Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ADVÉRBIO QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS
Algarismos Numerais
Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad- Roma- Arábi- Multiplica-
Cardinais Ordinais Fracionários
vérbio, exprimindo uma circunstância. nos cos tivos
I 1 um primeiro simples -
Os advérbios dividem-se em: duplo
II 2 dois segundo meio
1. LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures, dobro
nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avante, III 3 três terceiro tríplice terço
através, defronte, aonde, etc. IV 4 quatro quarto quádruplo quarto
2. TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre, V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve, VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto
brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc. VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo
3. MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior, VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo
melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc. IX 9 nove nono nônuplo nono
4. ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, de- X 10 dez décimo décuplo décimo
masiado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem, décimo
mal, quase, apenas, etc. XI 11 onze onze avos
primeiro
5. AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, décimo
etc. XII 12 doze doze avos
segundo
6. NEGAÇÃO: não.
décimo
7. DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto, XIII 13 treze treze avos
terceiro
provavelmente, etc.
décimo quatorze
XIV 14 quatorze
quarto avos
Há Muitas Locuções Adverbiais
décimo
1. DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à en- XV 15 quinze quinze avos
quinto
trada, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc.
2. TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noi- décimo dezesseis
XVI 16 dezesseis
te, às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de sexto avos
repente, de vez em quando, de longe em longe, etc. décimo dezessete
XVII 17 dezessete
3. MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de sétimo avos
bom grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em décimo
XVIII 18 dezoito dezoito avos
geral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos oitavo
vistos, de propósito, de súbito, por um triz, etc. dezenove
XIX 19 dezenove décimo nono
4. MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a má- avos
quina, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc. XX 20 vinte vigésimo vinte avos
5. AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc. XXX 30 trinta trigésimo trinta avos
6. NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma, quadragé- quarenta
XL 40 quarenta
etc. simo avos
7. DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc. quinquagé- cinquenta
L 50 cinquenta
simo avos
Advérbios Interrogativos sessenta
LX 60 sessenta sexagésimo
Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como? avos
septuagési-
LXX 70 setenta setenta avos
Palavras Denotativas mo
Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te- LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos
rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, noventa
situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc. XC 90 noventa nonagésimo
avos
1. DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc. C 100 cem centésimo centésimo
2. DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc. CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo
3. DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc. CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo
4. DE DESIGNAÇÃO - eis. quatrocen- quadringen- quadringen-
5. DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc. CD 400
tos tésimo tésimo
6. DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc. quinhen- quingenté- quingenté-
Você lá sabe o que está dizendo, homem... D 500
tos simo simo
Mas que olhos lindos! sexcentési- sexcentési-
Veja só que maravilha! DC 600 seiscentos
mo mo
setecen- septingenté- septingenté-
NUMERAL DCC 700
tos simo simo
octingenté- octingenté-
Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração. DCCC 800 oitocentos
simo simo
O numeral classifica-se em: novecen- nongentési- nongentési-
- cardinal - quando indica quantidade. CM 900
tos mo mo
- ordinal - quando indica ordem. M 1000 mil milésimo milésimo
- multiplicativo - quando indica multiplicação.
- fracionário - quando indica fracionamento. Emprego do Numeral
Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc.
Exemplos: empregam-se de 1 a 10 os ordinais.
Silvia comprou dois livros. João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro)
Antônio marcou o primeiro gol. Luis X (décimo) ano I (primeiro)
Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço. Pio lX (nono) século lV (quarto)
O galinheiro ocupava um quarto da quintal.

Língua Portuguesa 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
De 11 em diante, empregam-se os cardinais: VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES
Leão Xlll (treze) ano Xl (onze)
Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis) Examinemos estes exemplos:
Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte) 1º) Tristeza e alegria não moram juntas.
2º) Os livros ensinam e divertem.
Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal. 3º) Saímos de casa quando amanhecia.
XX Salão do Automóvel (vigésimo)
VI Festival da Canção (sexto) No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é
lV Bienal do Livro (quarta) uma conjunção.
XVI capítulo da telenovela (décimo sexto) No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando
orações: são também conjunções.
Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao
emprego do ordinal. Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da
Hoje é primeiro de setembro mesma oração.
Não é aconselhável iniciar período com algarismos No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
conjunção E é coordenativa.
A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi-
nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
(= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção
caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um, QUANDO é subordinativa.
página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.
folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o
numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
As conjunções coordenativas podem ser:
ARTIGO 1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas
também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná- O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número. Não aprovo nem permitirei essas coisas.
Os livros não só instruem mas também divertem.
Dividem-se em As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam
• definidos: O, A, OS, AS as flores.
• indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. 2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com-
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular. pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao
Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado). passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, ape-
sar disso, em todo caso.
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, Querem ter dinheiro, mas não trabalham.
geral. Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia.
Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde- Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce.
terminado). A culpa não a atribuo a vós, senão a ele.
O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula.
lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido. O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado.
Você já sabe bastante, porém deve estudar mais.
Eu sou pobre, ao passo que ele é rico.
CONJUNÇÃO Hoje não atendo, em todo caso, entre.
3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou,
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc.
Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos.
Coniunções Coordenativas Ou você estuda ou arruma um emprego.
1. ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc. Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo.
2. ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando.
entanto, etc. "Já chora, já se ri, já se enfurece."
3. ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer, etc. (Luís de Camões)
4. CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por consequên- 4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con-
cia. seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso.
5. EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque, pois, etc. As árvores balançam, logo está ventando.
Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável.
Conjunções Subordinativas O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te.
1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc. 5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, por-
2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc. que, porquanto, pois (anteposto ao verbo).
3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc. Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc. causar incêndios.
5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.
que, etc. Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversa-
6) INTEGRANTES: que, se, etc. tivo:
7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc. Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam.
8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, "Quis dizer mais alguma coisa a não pôde."
de forma que, de modo que, etc. (Jorge Amado)
9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto
mais, etc. Conjunções subordinativas
10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc. As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à
outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que

Língua Portuguesa 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo). Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo.
Abrangem as seguintes classes: Os soldados respondiam, à medida que eram chamados.
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já
que, uma vez que, desde que. Observação:
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa: São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida
efeito). que e na medida em que. A forma correta é à medida que:
Como estivesse de luto, não nos recebeu. "À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem."
Desde que é impossível, não insistirei. (Maria José de Queirós)

2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão 9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que,
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que etc.
(= como). Venha quando você quiser.
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. Não fale enquanto come.
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
(Paulo Mendes Campos) Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa." "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval-
(Antônio Olavo Pereira) cânti)
"E pia tal a qual a caça procurada."
(Amadeu de Queirós) 10) Integrantes: que, se.
"Por que ficou me olhando assim feito boba?" Sabemos que a vida é breve.
(Carlos Drummond de Andrade) Veja se falta alguma coisa.
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas.
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. Observação:
Os governantes realizam menos do que prometem. Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o
chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB,
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda porém, não consigna esta espécie de conjunção.
quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que,
menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc.
(= embora não). Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por-
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex-
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. to. Assim, a conjunção que pode ser:
Beba, nem que seja um pouco. 1) Aditiva (= e):
Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo. Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai.
Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse. A nós que não a eles, compete fazê-lo.
Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas 2) Explicativa (= pois, porque):
afirmações. Apressemo-nos, que chove.
Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite. 3) Integrante:
Diga-lhe que não irei.
4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que 4) Consecutiva:
(= se não), a não ser que, a menos que, dado que. Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
Ficaremos sentidos, se você não vier. Não vão a uma festa que não voltem cansados.
Comprarei o quadro, desde que não seja caro. Onde estavas, que não te vi?
Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo. 5) Comparativa (= do que, como):
"Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos A luz é mais veloz que o som.
que os mosquitos se opusessem." Ficou vermelho que nem brasa.
(Ferreira de Castro) 6) Concessiva (= embora, ainda que):
Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo.
5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não Beba, um pouco que seja.
são como (ou conforme) dizem. 7) Temporal (= depois que, logo que):
"Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar." Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
(Machado de Assis) 8) Final (= pare que):
Vendo-me à janela, fez sinal que descesse.
6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto,
tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de 9) Causal (= porque, visto que):
forma que, de maneira que, sem que, que (não). "Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo
Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. Coaraci)
Falou com uma calma que todos ficaram atônitos.
Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí. A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase:
Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.
Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar. 1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe-
7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que). disse. (sem que = embora não)
Afastou-se depressa para que não o víssemos. 2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito.
Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse. (sem que = se não,caso não)
Fiz-lhe sinal que se calasse. 3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados.
(sem que = que não)
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto 4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não)
mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto. Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
À medida que se vive, mais se aprende.

Língua Portuguesa 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


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PREPOSIÇÃO
6. INFORMAR - transitivo direto e indireto.
Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter- Informei-lhe o problema.
mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
segundo, um subordinado ou consequente. 7. ASSISTIR - morar, residir:
Exemplos: Assisto em Porto Alegre.
Chegaram a Porto Alegre. • amparar, socorrer, objeto direto
Discorda de você. O médico assistiu o doente.
Fui até a esquina. • PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto
Casa de Paulo. Assistimos a um belo espetáculo.
• SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto
Preposições Essenciais e Acidentais Assiste-lhe o direito.
As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA,
DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e 8. ATENDER - dar atenção
ATRÁS. Atendi ao pedido do aluno.
• CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto
Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou- Atenderam o freguês com simpatia.
tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora,
conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, 9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto
segundo, senão, tirante, visto, etc. A moça queria um vestido novo.
• GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto
O professor queria muito a seus alunos.
INTERJEIÇÃO
10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem Todos visamos a um futuro melhor.
ser: • APONTAR, MIRAR - objeto direto
- alegria: ahl oh! oba! eh! O artilheiro visou a meta quando fez o gol.
- animação: coragem! avante! eia! • pör o sinal de visto - objeto direto
- admiração: puxa! ih! oh! nossa! O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia.
- aplauso: bravo! viva! bis!
- desejo: tomara! oxalá! 11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto
- dor: aí! ui! Devemos obedecer aos superiores.
- silêncio: psiu! silêncio! Desobedeceram às leis do trânsito.
- suspensão: alto! basta!
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE
LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo • exigem na sua regência a preposição EM
valor de uma interjeição. O armazém está situado na Farrapos.
Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam! Ele estabeleceu-se na Avenida São João.
Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim!
13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo.
Essas tuas justificativas não procedem.
10. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL • no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se
12. REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL. com a preposição DE.
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani
Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati- • no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A.
calmente do outro. O secretário procedeu à leitura da carta.
A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e
adjetivos). 14. ESQUECER E LEMBRAR
Exemplos: • quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto:
- acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM Esqueci o nome desta aluna.
EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR Lembrei o recado, assim que o vi.
PARA = passagem • quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto:
A regência verbal trata dos complementos do verbo. Esqueceram-se da reunião de hoje.
Lembrei-me da sua fisionomia.
ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA 15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto) • perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos.
• pretender (transitivo indireto) • pagar - Pago o 13° aos professores.
No sítio, aspiro o ar puro da montanha. • dar - Daremos esmolas ao pobre.
Nossa equipe aspira ao troféu de campeã. • emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
• ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
2. OBEDECER - transitivo indireto • agradecer - Agradeço as graças a Deus.
Devemos obedecer aos sinais de trânsito. • pedir - Pedi um favor ao colega.

3. PAGAR - transitivo direto e indireto 16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
Já paguei um jantar a você. O amor implica renúncia.
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto. COM:
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas. O professor implicava com os alunos
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi-
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto ção EM:
Prefiro Comunicação à Matemática. Implicou-se na briga e saiu ferido

Língua Portuguesa 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A: 14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substan-
Ele foi a São Paulo para resolver negócios. tivo a que se referem.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA: Trouxe anexas as fotografias que você me pediu.
Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso. A expressão em anexo é invariável.
Trouxe em anexo estas fotos.
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa
como sujeito: 15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substitu-
O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª em advérbios em MENTE, permanecem invariáveis.
pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente difi- Vocês falaram alto demais.
culdade, será objeto indireto. O combustível custava barato.
Custou-me confiar nele novamente. Você leu confuso.
Custar-te-á aceitá-la como nora. Ela jura falso.

16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos,


CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
sofrem variação normalmente.
Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante
Esses pneus custam caro.
se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões.
Conversei bastante com eles.
Conversei com bastantes pessoas.
Principais Casos de Concordância Nominal Estas crianças moram longe.
1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em Conheci longes terras.
gênero e número com o substantivo.
As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico. CONCORDÂNCIA VERBAL
2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão
CASOS GERAIS
1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
normalmente para o plural.
O menino chegou. Os meninos chegaram.
Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular.
3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai O pessoal ainda não chegou.
para o masculino plural. A turma não gostou disso.
Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios. Um bando de pássaros pousou na árvore.
4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais 3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao
próximo: plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural.
Trouxe livros e revista especializada. Os Estados Unidos são um grande país.
Os Lusíadas imortalizaram Camões.
5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próxi- Os Alpes vivem cobertos de neve.
mo. Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular.
Dedico esta música à querida tia e sobrinhos. Flores já não leva acento.
O Amazonas deságua no Atlântico.
6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica.
sujeito.
Meus amigos estão atrapalhados. 4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome
no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferen-
7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica- temente.
tivo no gênero da pessoa a quem se refere. A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios.
Sua excelência, o Governador, foi compreensivo. A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram).

8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo 5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o
vão para o singular ou para o plural. sujeito paciente.
Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros). Vende-se um apartamento.
Vendem-se alguns apartamentos.
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier
precedido de artigo e o segundo não vão para o plural. 6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o
Já estudei o primeiro e segundo livros. verbo para a 3ª pessoa do singular.
Precisa-se de funcionários.
10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural.
Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro. 7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no
singular e o verbo no singular ou no plural.
11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem)
que se referem.
Ela mesma veio até aqui. 8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural.
Eles chegaram sós. Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
Eles próprios escreveram.
9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular.
12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere. Mais de um jurado fez justiça à minha música.
Muito obrigado. (masculino singular)
10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando
Muito obrigada. (feminino singular).
empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo
no singular.
13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica
As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição.
invariável quando é advérbio.
Quero meio quilo de café. 11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
Minha mãe está meio exausta. sujeito.
É meio-dia e meia. (hora) Deu uma hora.
Deram três horas.
Língua Portuguesa 34 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Bateram cinco horas. EMPREGO DA CRASE
Naquele relógio já soaram duas horas. • em locuções adverbiais:
à vezes, às pressas, à toa...
12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da • em locuções prepositivas:
frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito. em frente à, à procura de...
Ela é que faz as bolas. • em locuções conjuntivas:
Eu é que escrevo os programas. à medida que, à proporção que...
• pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a, as
13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é
Fui ontem àquele restaurante.
um pronome relativo.
Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão:
Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
Refiro-me àquilo e não a isto.
Fui eu que fiz a lição
Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí-
veis. A CRASE É FACULTATIVA
• que: Fui eu que fiz a lição. • diante de pronomes possessivos femininos:
• quem: Fui eu quem fez a lição. Entreguei o livro a(à) sua secretária .
• o que: Fui eu o que fez a lição. • diante de substantivos próprios femininos:
Dei o livro à(a) Sônia.
14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na
terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE
este sua impessoalidade. • Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo
Chove a cântaros. Ventou muito ontem. A:
Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões. Viajaremos à Colômbia.
(Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia)
CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER • Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasí-
1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos lia, Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Vene-
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e za, etc.
PARECER concordam com o predicativo. Viajaremos a Curitiba.
Tudo são esperanças. (Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba).
Aquilo parecem ilusões. • Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o
Aquilo é ilusão. modifique.
Ela se referiu à saudosa Lisboa.
2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con- Vou à Curitiba dos meus sonhos.
corda sempre com o nome ou pronome que vier depois. • Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida:
Que são florestas equatoriais? Às 8 e 15 o despertador soou.
Quem eram aqueles homens? • Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras
“moda” ou "maneira":
3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com
Aos domingos, trajava-se à inglesa.
a expressão numérica.
Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo.
São oito horas.
• Antes da palavra casa, se estiver determinada:
Hoje são 19 de setembro.
Referia-se à Casa Gebara.
De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.
• Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar.
4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa).
fica no singular. • Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo.
Três batalhões é muito pouco. Voltou à terra onde nascera.
Trinta milhões de dólares é muito dinheiro. Chegamos à terra dos nossos ancestrais.
Mas:
5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular. Os marinheiros vieram a terra.
Maria era as flores da casa. O comandante desceu a terra.
O homem é cinzas. • Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o
artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente:
6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER Vou até a (á ) chácara.
concorda com o predicativo. Cheguei até a(à) muralha
Dançar e cantar é a sua atividade. • A QUE - À QUE
Estudar e trabalhar são as minhas atividades. Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino
ocorrerá crase:
7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER
Houve um palpite anterior ao que você deu.
concorda com o pronome.
Houve uma sugestão anterior à que você deu.
A ciência, mestres, sois vós.
Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não
Em minha turma, o líder sou eu.
ocorrerá crase.
8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo, Não gostei do filme a que você se referia.
apenas um deles deve ser flexionado. Não gostei da peça a que você se referia.
Os meninos parecem gostar dos brinquedos. O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrati-
Os meninos parece gostarem dos brinquedos. vo A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do de:
Meu palpite é igual ao de todos
Minha opinião é igual à de todos.
11. CRASE NÃO OCORRE CRASE
• antes de nomes masculinos:
Crase é a fusão da preposição A com outro A. Andei a pé.
Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem. Andamos a cavalo.
• antes de verbos:

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Ela começa a chorar. (C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos.
Cheguei a escrever um poema. (D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim.
• em expressões formadas por palavras repetidas: (E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade.
Estamos cara a cara.
• antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona: Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala-
Dirigiu-se a V. Sa com aspereza. vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas.
Escrevi a Vossa Excelência.
Dirigiu-se gentilmente à senhora. 08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento
• quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural: estatal ciência e tecnologia.
Não falo a pessoas estranhas. (A) à ... sobre o ... do ... para (B) a ... ao ... do ... para
Jamais vamos a festas. (C) à ... do ... sobre o ... a (D) à ... ao ... sobre o ... à
(E) a ... do ... sobre o ... à

09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a


PROVA SIMULADA
franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois
01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras. eles devem estar aptos comercializar seus produtos.
(A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer. (A) ao ... a ... à (B) àquele ... à ... à
(B) O chefe deferia da opinião dos subordinados. (C) àquele...à ... a (D) ao ... à ... à
(C) O processo foi julgado em segunda estância. (E) àquele ... a ... a
(D) O problema passou despercebido na votação. 10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a
(E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio. norma culta.
02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é: (A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso
(A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz. trarão grandes benefícios às pesquisas.
(B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido. (B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando
(C) A colega não se contera diante da situação. com o meio ambiente.
(D) Se ele ver você na rua, não ficará contente. (C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvol-
(E) Quando você vir estudar, traga seus livros. vendo projetos na área médica.
(D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apre-
03. O particípio verbal está corretamente empregado em: sentadas pelos economistas.
(A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos. (E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no
(B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas. litoral ou aproveitam férias ali.
(C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime.
(D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos. 11. A frase correta de acordo com o padrão culto é:
(E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda. (A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às
chuvas.
04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em (B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla-
conformidade com a norma culta. mações.
Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do (C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à
interior da concha de moluscos reúne outras características interes- cultura.
santes, como resistência e flexibilidade. (D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da
(A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de culpa.
componentes para a indústria. (E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria.
(B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de
componentes para a indústria. 12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó-
(C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de com- cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis
ponentes para a indústria. investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele-
(D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação
componentes para a indústria. aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido-
(E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de res.
componentes para a indústria. (Texto adaptado)
Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir
05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi-
para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente:
ele está empregado conforme o padrão culto. (A) seus ... lhes ... los ... lhes
(A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem. (B) delas ... a elas ... lhes ... deles
(B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje. (C) seus ... nas ... los ... deles
(C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha. (D) delas ... a elas ... lhes ... seu
(D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro. (E) seus ... lhes ... eles ... neles
(E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa.
13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo
06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está com o padrão culto.
correta em: (A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações.
(A) As características do solo são as mais variadas possível. (B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente.
(B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente. (C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido.
(C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada. (D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada.
(D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações. (E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris.
(E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo.
14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto
07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de
direto e indireto em:
flexão de grau.
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião.
(A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo.
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo.
(B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá duran-
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa.
te as férias.

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(D) A conta, deixamo-la para ser revisada. 21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho:
I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas;
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos pelo Juiz;
respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é: III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen-
(A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção. te ao da palavra mas;
(B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo. IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-
(C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção. dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar.
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção. Está correto o contido apenas em
(E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo. (A) II e IV. (B) III e IV.
(C) I, II e III. (D) I, III e IV. (E) II, III e IV.
16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação
do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração 22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais.
de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo Ao transformar os dois períodos simples num único período compos-
Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima to, a alternativa correta é:
urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex- (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve- (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais.
Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais.
programar e participar do referido evento. (E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis.
Atenciosamente,
ZZZ 23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci-
Assistente de Gabinete. dos galhos da velha árvore.
De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre
são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
(A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos (A) Quem podou? e Quando podou?
(B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos (B) Qual jardineiro? e Galhos de quê?
(C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos (C) Que jardineiro? e Podou o quê?
(D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos (D) Que vizinho? e Que galhos?
(E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos (E) Quando podou? e Podou o quê?

17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se


respeitam as regras de pontuação. 24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia.
(A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou, Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili-
que temos uma arrecadação bem maior que a prevista. dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento
(B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua-
sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada. ção em:
(C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade (A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas.
Policial, confessou sua participação no referido furto. (B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas.
(D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste (C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia.
funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia. (D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas.
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões (E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas.
negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados.
25. Felizmente, ninguém se machucou.
18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e Lentamente, o navio foi se afastando da costa.
predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen- Considere:
te, apenas a: I. felizmente completa o sentido do verbo machucar;
(A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral. II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de
(B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período. modo;
(C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas. III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do
(D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo. fato;
(E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames. IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar;
V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos.
Leia o período para responder às questões de números 19 e 20. Está correto o contido apenas em
O livro de registro do processo que você procurava era o que estava (A) I, II e III. (B) I, II e IV.
sobre o balcão. (C) I, III e IV. (D) II, III e IV. (E) III, IV e V.

19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem a 26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro...,
(A) processo e livro. (B) livro do processo. indicando concessão, é:
(C) processos e processo. (D) livro de registro. (A) para poder trabalhar fora. (B) como havia programado.
(E) registro e processo. (C) assim que recebeu o prêmio. (D) porque conseguiu um desconto.
(E) apesar do preço muito elevado.
20. Analise as proposições de números I a IV com base no período
acima: 27. É importante que todos participem da reunião.
I. há, no período, duas orações; O segmento que todos participem da reunião, em relação a
II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal; É importante, é uma oração subordinada
III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais; (A) adjetiva com valor restritivo.
IV. de registro é um adjunto adnominal de livro. (B) substantiva com a função de sujeito.
Está correto o contido apenas em (C) substantiva com a função de objeto direto.
(A) II e IV. (B) III e IV. (D) adverbial com valor condicional.
(C) I, II e III. (D) I, II e IV. (E) I, III e IV. (E) substantiva com a função de predicativo.

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28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabe- _______________________________________________________
lecida pelo termo como é de
(A) comparatividade. (B) adição. _______________________________________________________
(C) conformidade. (D) explicação. (E) consequência. _______________________________________________________
29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de _______________________________________________________
franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão _______________________________________________________
contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di-
versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos _______________________________________________________
possíveis franqueados.
A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e
_______________________________________________________
relaciona corretamente as ideias do texto, é: _______________________________________________________
(A) digo ... portanto ... mas (B) como ... pois ... mas
(C) ou seja ... embora ... pois (D) ou seja ... mas ... portanto _______________________________________________________
(E) isto é ... mas ... como _______________________________________________________
30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos _______________________________________________________
investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados.
_______________________________________________________
A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí-
rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi- _______________________________________________________
da, sem alterar o sentido da frase, é:
(A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ... _______________________________________________________
(B) Concluído o processo de seleção dos investidores ... _______________________________________________________
(C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ...
(D) Se concluído do processo de seleção dos investidores... _______________________________________________________
(E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ... _______________________________________________________
RESPOSTAS _______________________________________________________
01. D 11. B 21. B
_______________________________________________________
02. A 12. A 22. A
03. C 13. C 23. C _______________________________________________________
04. E 14. E 24. E
05. A 15. C 25. D _______________________________________________________
06. B 16. A 26. E _______________________________________________________
07. D 17. B 27. B
08. E 18. E 28. C _______________________________________________________
09. C 19. D 29. D _______________________________________________________
10. D 20. A 30. B
_______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
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Língua Portuguesa 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Exemplos: 1) (+6) + (+3) + (-6) + (-5) + (+8) =
(+17) + (-11) = +6
2) (+3) + (-4) + (+2) + (-8) =
(+5) + (-12) = -7

PROPRIEDADES DA ADIÇÃO
A adição de números inteiros possui as seguintes propriedades:
1. Números naturais: operações e propriedades.
2. Números racionais, representação fracionária e 1ª) FECHAMENTO
decimal: operações e propriedades A soma de dois números inteiros é sempre um número inteiro: (-3) +
(+6) = + 3 ∈ Z
NÚMEROS INTEIROS: OPERAÇÕES E PROPRIEDADES
2ª) ASSOCIATIVA
Conhecemos o conjunto N dos números naturais: N = {0, 1, 2, 3, 4,
Se a, b, c são números inteiros quaisquer, então: a + (b + c) = (a + b) +
5, .....,}
c
Assim, os números precedidos do sinal + chamam-se positivos, e os
precedidos de - são negativos.
Exemplo:(+3) +[(-4) + (+2)] = [(+3) + (-4)] + (+2)
(+3) + (-2) = (-1) + (+2)
Exemplos:
+1 = +1
Números inteiros positivos: {+1, +2, +3, +4, ....}
Números inteiros negativos: {-1, -2, -3, -4, ....}
3ª) ELEMENTO NEUTRO
Se a é um número inteiro qualquer, temos: a+ 0 = a e 0 + a = a
O conjunto dos números inteiros relativos é formado pelos números in-
Isto significa que o zero é elemento neutro para a adição.
teiros positivos, pelo zero e pelos números inteiros negativos. Também o
Exemplo: (+2) + 0 = +2 e 0 + (+2) = +2
chamamos de CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS e o representamos
pela letra Z, isto é: Z = {..., -3, -2, -1, 0, +1, +2, +3, ... }
4ª) OPOSTO OU SIMÉTRICO
Se a é um número inteiro qualquer, existe um único número oposto ou
O zero não é um número positivo nem negativo. Todo número positivo
simétrico representado por (-a), tal que: (+a) + (-a) = 0 = (-a) + (+a)
é escrito sem o seu sinal positivo.
Exemplo: + 3 = 3 ; +10 = 10
Exemplos: (+5) + ( -5) = 0 ( -5) + (+5) = 0
Então, podemos escrever: Z = {..., -3, -2, -1, 0 , 1, 2, 3, ...}
5ª) COMUTATIVA
N é um subconjunto de Z.
Se a e b são números inteiros, então:
a+b=b+a
REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA
Exemplo: (+4) + (-6) = (-6) + (+4)
Cada número inteiro pode ser representado por um ponto sobre uma
-2 = -2
reta. Por exemplo:
SUBTRAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS
Em certo local, a temperatura passou de -3ºC para 5ºC, sofrendo, por-
... -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 ...
tanto, um aumento de 8ºC, aumento esse que pode ser representado por:
... C’ B’ A’ 0 A B C D ...
(+5) - (-3) = (+5) + (+3) = +8
Ao ponto zero, chamamos origem, corresponde o número zero.
Portanto:
A diferença entre dois números dados numa certa ordem é a soma do
Nas representações geométricas, temos à direita do zero os números
primeiro com o oposto do segundo.
inteiros positivos, e à esquerda do zero, os números inteiros negativos.
Exemplos: 1) (+6) - (+2) = (+6) + (-2 ) = +4
2) (-8 ) - (-1 ) = (-8 ) + (+1) = -7
Observando a figura anterior, vemos que cada ponto é a representação
3) (-5 ) - (+2) = (-5 ) + (-2 ) = -7
geométrica de um número inteiro.
Na prática, efetuamos diretamente a subtração, eliminando os parênte-
Exemplos:
ses
• ponto C é a representação geométrica do número +3 - (+4 ) = -4
 ponto B' é a representação geométrica do número -2 - ( -4 ) = +4

ADIÇÃO DE DOIS NÚMEROS INTEIROS Observação:


1) A soma de zero com um número inteiro é o próprio número inteiro: 0 Permitindo a eliminação dos parênteses, os sinais podem ser
+ (-2) = -2 resumidos do seguinte modo:
2) A soma de dois números inteiros positivos é um número inteiro posi- (+)=+ +(-)=-
tivo igual à soma dos módulos dos números dados: (+700) + - (+)=- - (- )=+
(+200) = +900
3) A soma de dois números inteiros negativos é um número inteiro ne- Exemplos: - ( -2) = +2 +(-6 ) = -6
gativo igual à soma dos módulos dos números dados: (-2) + (-4) = - - (+3) = -3 +(+1) = +1
6
4) A soma de dois números inteiros de sinais contrários é igual à dife- PROPRIEDADE DA SUBTRAÇÃO
rença dos módulos, e o sinal é o da parcela de maior módulo: (- A subtração possui uma propriedade.
800) + (+300) = -500 FECHAMENTO: A diferença de dois números inteiros é sempre um
número inteiro.
ADIÇÃO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS INTEIROS
MULTIPLICAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS
A soma de três ou mais números inteiros é efetuada adicionando-se 1º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS INTEIROS POSITI-
todos os números positivos e todos os negativos e, em seguida, efetuando- VOS
se a soma do número negativo. Lembremos que: 3 . 2 = 2 + 2 + 2 = 6

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Exemplo: 3ª) ELEMENTO NEUTRO
(+3) . (+2) = 3 . (+2) = (+2) + (+2) + (+2) = +6 Observe que:
Logo: (+3) . (+2) = +6 (+4 ) . (+1 ) = +4 e (+1 ) . (+4 ) = +4
Observando essa igualdade, concluímos: na multiplicação de números
inteiros, temos: Qualquer que seja o número inteiro a, temos:
(+) . (+) =+ a . (+1 ) = a e (+1 ) . a = a

2º CASO: UM FATOR É POSITIVO E O OUTRO É NEGATIVO O número inteiro +1 chama-se neutro para a multiplicação.
Exemplos:
1) (+3) . (-4) = 3 . (-4) = (-4) + (-4) + (-4) = -12 4ª) COMUTATIVA
ou seja: (+3) . (-4) = -12 Observemos que: (+2). (-4 ) = - 8
e (-4 ) . (+2 ) = - 8
2) Lembremos que: -(+2) = -2 Portanto: (+2 ) . (-4 ) = (-4 ) . (+2 )
(-3) . (+5) = - (+3) . (+5) = -(+15) = - 15 Se a e b são números inteiros quaisquer, então: a . b = b . a, isto é, a
ou seja: (-3) . (+5) = -15 ordem dos fatores não altera o produto.

Conclusão: na multiplicação de números inteiros, temos: ( + ) . ( - ) = - 5ª) DISTRIBUTIVA EM RELAÇÃO À ADIÇÃO E À SUBTRAÇÃO
(-).(+)=- Observe os exemplos:
Exemplos : (+3 ) . [( -5 ) + (+2 )] = (+3 ) . ( -5 ) + (+3 ) . (+2 )
(+5) . (-10) = -50 (+4 ) . [( -2 ) - (+8 )] = (+4 ) . ( -2 ) - (+4 ) . (+8 )
(+1) . (-8) = -8
(-2 ) . (+6 ) = -12 Conclusão:
(-7) . (+1) = -7 Se a, b, c representam números inteiros quaisquer, temos:
a) a . [b + c] = a . b + a . c
3º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS INTEIROS NEGATI- A igualdade acima é conhecida como propriedade distributiva da
VOS multiplicação em relação à adição.
Exemplo: (-3) . (-6) = -(+3) . (-6) = -(-18) = +18 b) a . [b – c] = a . b - a . c
isto é: (-3) . (-6) = +18 A igualdade acima é conhecida como propriedade distributiva da
Conclusão: na multiplicação de números inteiros, temos: ( - ) . ( - ) = + multiplicação em relação à subtração.

Exemplos: (-4) . (-2) = +8 (-5) . (-4) = +20 DIVISÃO DE NÚMEROS INTEIROS


CONCEITO
As regras dos sinais anteriormente vistas podem ser resumidas na se- Dividir (+16) por 2 é achar um número que, multiplicado por 2, dê 16.
guinte: 16 : 2 = ? ⇔ 2 . ( ? ) = 16
(+).(+)=+ (+).(-)=-
(- ).( -)=+ (-).(+)=- O número procurado é 8. Analogamente, temos:
1) (+12) : (+3 ) = +4 porque (+4 ) . (+3 ) = +12
Quando um dos fatores é o 0 (zero), o produto é igual a 0: (+5) . 0 = 0 2) (+12) : ( -3 ) = - 4 porque (- 4 ) . ( -3 ) = +12
3) ( -12) : (+3 ) = - 4 porque (- 4 ) . (+3 ) = -12
PRODUTO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS INTEIROS 4) ( -12) : ( -3 ) = +4 porque (+4 ) . ( -3 ) = -12
Exemplos: 1) (+5 ) . ( -4 ) . (-2 ) . (+3 ) =
A divisão de números inteiros só pode ser realizada quando o quocien-
(-20) . (-2 ) . (+3 ) =
te é um número inteiro, ou seja, quando o dividendo é múltiplo do divisor.
(+40) . (+3 ) = +120
Portanto, o quociente deve ser um número inteiro.
2) (-2 ) . ( -1 ) . (+3 ) . (-2 ) =
Exemplos:
(+2 ) . (+3 ) . (-2 ) =
( -8 ) : (+2 ) = -4
(+6 ) . (-2 ) = -12
( -4 ) : (+3 ) = não é um número inteiro
Lembramos que a regra dos sinais para a divisão é a mesma que vi-
Podemos concluir que:
mos para a multiplicação:
• Quando o número de fatores negativos é par, o produto sempre é
(+):(+)=+ (+):( -)=-
positivo.
(- ):( -)=+ ( -):(+)=-
• Quando o número de fatores negativos é ímpar, o produto sempre
é negativo. Exemplos:
( +8 ) : ( -2 ) = -4 (-10) : ( -5 ) = +2
PROPRIEDADES DA MULTIPLICAÇÃO (+1 ) : ( -1 ) = -1 (-12) : (+3 ) = -4
No conjunto Z dos números inteiros são válidas as seguintes proprie-
dades: PROPRIEDADE
1ª) FECHAMENTO ∉
Como vimos: (+4 ) : (+3 ) Z
Exemplo: (+4 ) . (-2 ) = - 8 ∈ Z
Então o produto de dois números inteiros é inteiro.
Portanto, não vale em Z a propriedade do fechamento para a divisão.
Alem disso, também não são válidas as proposições associativa, comutati-
2ª) ASSOCIATIVA
va e do elemento neutro.
Exemplo: (+2 ) . (-3 ) . (+4 )
Este cálculo pode ser feito diretamente, mas também podemos fazê-lo,
agrupando os fatores de duas maneiras: MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM E MÁXIMO DIVISOR COMUM.
(+2 ) . [(-3 ) . (+4 )] = [(+2 ) . ( -3 )]. (+4 ) POTÊNCIAS E RAÍZES.
(+2 ) . (-12) = (-6 ) . (+4 ) DIVISIBILIDADE
-24 = -24 Um número é divisível por 2 quando termina em 0, 2, 4, 6 ou 8. Ex.: O número
74 é divisível por 2, pois termina em 4.
De modo geral, temos o seguinte: Um número é divisível por 3 quando a soma dos valores absolutos dos seus
Se a, b, c representam números inteiros quaisquer, então: a . (b . c) = algarismos é um número divisível por 3. Ex.: 123 é divisível por 3, pois 1+2+3 = 6
(a . b) . c e 6 é divisível por 3

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Indicando por D(12) (lê-se: "D de 12”) o conjunto dos divisores do número
Um número é divisível por 5 quando o algarismo das unidades é 0 ou 5 (ou 12, temos:
quando termina em o ou 5). Ex.: O número 320 é divisível por 5, pois termina em D (12) = { 1, 2, 3, 4, 6, 12}
0.
Na prática, a maneira mais usada é a seguinte:
Um número é divisível por 10 quando o algarismo das unidades é 0 (ou
quando termina em 0). Ex.: O número 500 é divisível por 10, pois termina em 0. 1º) Decompomos em fatores primos o número considerado.
12 2
NÚMEROS PRIMOS 6 2
3 3
Um número natural é primo quando é divisível apenas por dois números 1
distintos: ele próprio e o 1.
2º) Colocamos um traço vertical ao lado os fatores primos e, à sua direita e
Exemplos: acima, escrevemos o numero 1 que é divisor de todos os números.
• O número 2 é primo, pois é divisível apenas por dois números diferentes: 1
ele próprio e o 1. 12 2
• O número 5 é primo, pois é divisível apenas por dois números distintos: 6 2
ele próprio e o 1. 3 3
• O número natural que é divisível por mais de dois números diferentes é 1
chamado composto.
• O número 4 é composto, pois é divisível por 1, 2, 4. 3º) Multiplicamos o fator primo 2 pelo divisor 1 e escrevemos o produto ob-
• O número 1 não é primo nem composto, pois é divisível apenas por um tido na linha correspondente.
número (ele mesmo). x1
• O número 2 é o único número par primo. 12 2 2
6 2
3 3
DECOMPOSIÇÃO EM FATORES PRIMOS (FATORAÇÃO)
1
Um número composto pode ser escrito sob a forma de um produto de fato- 4º) Multiplicamos, a seguir, cada fator primo pelos divisores já obtidos,
res primos. escrevendo os produtos nas linhas correspondentes, sem repeti-los.
Por exemplo, o número 60 pode ser escrito na forma: 60 = 2 . 2 . 3 . 5 = 22 . x1
3 . 5 que é chamada de forma fatorada. 12 2 2
Para escrever um número na forma fatorada, devemos decompor esse nú- 6 2 4
mero em fatores primos, procedendo do seguinte modo: 3 3
Dividimos o número considerado pelo menor número primo possível de 1
modo que a divisão seja exata.
Dividimos o quociente obtido pelo menor número primo possível. x1
Dividimos, sucessivamente, cada novo quociente pelo menor número primo 12 2 2
possível, até que se obtenha o quociente 1. 6 2 4
3 3 3, 6, 12
Exemplo: 1
60 2
Os números obtidos à direita dos fatores primos são os divisores do número
0 30 2 considerado. Portanto:
D(12) = { 1, 2, 4, 3, 6, 12}
0 15 3 Exemplos:
5 0 5 1)
1
1 18 2 2
Portanto: 60 = 2 . 2 . 3 . 5 9 3 3, 6 D(18) = {1, 2 , 3, 6, 9, 18}
3 3 9, 18
Na prática, costuma-se traçar uma barra vertical à direita do número e, à di- 1
reita dessa barra, escrever os divisores primos; abaixo do número escrevem-se 2)
os quocientes obtidos. A decomposição em fatores primos estará terminada 1
quando o último quociente for igual a 1. 30 2 2
15 3 3, 6
Exemplo: 5 5 5, 10, 15, 30
60 2 1
30 2 D(30) = { 1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30}
15 3
5 5
1 MÁXIMO DIVISOR COMUM
Logo: 60 = 2 . 2 . 3 . 5
Recebe o nome de máximo divisor comum de dois ou mais números o
maior dos divisores comuns a esses números.
DIVISORES DE UM NÚMERO
Um método prático para o cálculo do M.D.C. de dois números é o chamado
método das divisões sucessivas (ou algoritmo de Euclides), que consiste das
Consideremos o número 12 e vamos determinar todos os seus divisores etapas seguintes:
Uma maneira de obter esse resultado é escrever os números naturais de 1 a 12 1ª) Divide-se o maior dos números pelo menor. Se a divisão for exata, o
e verificar se cada um é ou não divisor de 12, assinalando os divisores. M.D.C. entre esses números é o menor deles.
1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 9 - 10 - 11 - 12 2ª) Se a divisão não for exata, divide-se o divisor (o menor dos dois nú-
= = = = = == meros) pelo resto obtido na divisão anterior, e, assim, sucessivamen-
te, até se obter resto zero. 0 ultimo divisor, assim determinado, será o

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M.D.C. dos números considerados. +36 +6 e -6
Exemplo:
Calcular o M.D.C. (24, 32) O símbolo 25 significa a raiz quadrada de 25, isto é 25 = +5
Como 25 = +5 , então: − 25 = −5
32 24 24 8
Agora, consideremos este problema.
8 1 0 3
Qual ou quais os números inteiros cujo quadrado é -25?
Solução: (+5 )2 = +25 e (-5 )2 = +25
Resposta: M.D.C. (24, 32) = 8
Resposta: não existe número inteiro cujo quadrado seja -25, isto é,
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM − 25 não existe no conjunto Z dos números inteiros.

Recebe o nome de mínimo múltiplo comum de dois ou mais números o Conclusão: os números inteiros positivos têm, como raiz quadrada, um nú-
menor dos múltiplos (diferente de zero) comuns a esses números. mero positivo, os números inteiros negativos não têm raiz quadrada no conjunto
O processo prático para o cálculo do M.M.C de dois ou mais números, Z dos números inteiros.
chamado de decomposição em fatores primos, consiste das seguintes etapas:
1º) Decompõem-se em fatores primos os números apresentados.
2º) Determina-se o produto entre os fatores primos comuns e não- NÚMEROS RACIONAIS, REPRESENTAÇÃO FRACIONARIA
comuns com seus maiores expoentes. Esse produto é o M.M.C pro- E DECIMAL: OPERAÇÕES E PROPRIEDADES
curado.
Exemplos: Calcular o M.M.C (12, 18) Os números racionais são representados por um numeral em forma de
Decompondo em fatores primos esses números, temos:
12 2 18 2
a
fração ou razão, , sendo a e b números naturais, com a condição de b
6 2 9 3 b
3 3 3 3 ser diferente de zero.
1 1 1. NÚMERO FRACIONARIO. A todo par ordenado (a, b) de números
a
12 = 22 . 3 18 = 2 . 32 naturais, sendo b ≠ 0, corresponde um número fracionário .O termo a
b
Resposta: M.M.C (12, 18) = 22 . 32 = 36 chama-se numerador e o termo b denominador.
2. TODO NÚMERO NATURAL pode ser representado por uma fração
Observação: Esse processo prático costuma ser simplificado fazendo-se de denominador 1. Logo, é possível reunir tanto os números naturais como
uma decomposição simultânea dos números. Para isso, escrevem-se os núme- os fracionários num único conjunto, denominado conjunto dos números
ros, um ao lado do outro, separando-os por vírgula, e, à direita da barra vertical, racionais absolutos, ou simplesmente conjunto dos números racionais Q.
colocada após o último número, escrevem-se os fatores primos comuns e não- Qual seria a definição de um número racional absoluto ou simplesmen-
comuns. 0 calculo estará terminado quando a última linha do dispositivo for te racional? A definição depende das seguintes considerações:
composta somente pelo número 1. O M.M.C dos números apresentados será o a) O número representado por uma fração não muda de valor quando
produto dos fatores. multiplicamos ou dividimos tanto o numerador como o denomina-
Exemplo: dor por um mesmo número natural, diferente de zero.
Calcular o M.M.C (36, 48, 60) Exemplos: usando um novo símbolo: ≈
36, 48, 60 2 ≈ é o símbolo de equivalência para frações
18, 24, 30 2
9, 12, 15 2 2 2 × 5 10 10 × 2 20
≈ ≈ ≈ ≈ ≈ ⋅⋅⋅
9, 6, 15 2 3 3 × 5 15 15 × 2 30
9, 3, 15 3
3, 1, 5 3 b) Classe de equivalência. É o conjunto de todas as frações equiva-
1, 1 5 5 lentes a uma fração dada.
1, 1, 1
3 6 9 12 3
, , , ,⋅ ⋅ ⋅ (classe de equivalência da fração: )
Resposta: M.M.C (36, 48, 60) = 24 . 32 . 5 = 720 1 2 3 4 1
Agora já podemos definir número racional : número racional é aquele
RAÍZ QUADRADA EXATA DE NÚMEROS INTEIROS definido por uma classe de equivalência da qual cada fração é um repre-
sentante.
CONCEITO
Consideremos o seguinte problema: NÚMERO RACIONAL NATURAL ou NÚMERO NATURAL:
0 0
Descobrir os números inteiros cujo quadrado é +25. 0= = = ⋅⋅⋅ (definido pela classe de equivalência que re-
Solução: (+5 )2 = +25 e ( -5 )2 =+25 1 2
Resposta: +5 e -5 presenta o mesmo número racional 0)
1 2
Os números +5 e -5 chamam-se raízes quadradas de +25. 1 = = = ⋅⋅⋅ (definido pela classe de equivalência que re-
1 2
Outros exemplos: presenta o mesmo número racional 1)
Número Raízes quadradas e assim por diante.
+9 + 3 e -3
+16 + 4 e -4 NÚMERO RACIONAL FRACIONÁRIO ou NÚMERO FRACIONÁRIO:
+1 + 1 e -1 1 2 3
+64 + 8 e -8 = = = ⋅ ⋅ ⋅ (definido pela classe de equivalência que re-
+81 + 9 e -9 2 4 6
+49 + 7 e -7 presenta o mesmo número racional 1/2).

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recai em um dos dois casos seguintes:
NOMES DADOS ÀS FRAÇÕES DIVERSAS 1º CASO: Frações com mesmo denominador. Observemos as figuras
Decimais: quando têm como denominador 10 ou uma potência de 10 seguintes:
5 7
, ,⋅ ⋅ ⋅ etc.
10 100
b) próprias: aquelas que representam quantidades menores do que 1. 3 2
1 3 2 6 6
, , ,⋅ ⋅ ⋅ etc.
2 4 7
c) impróprias: as que indicam quantidades iguais ou maiores que 1. 5
5 8 9 6
, , ,⋅ ⋅ ⋅ etc.
5 1 5 3 2 5
Indicamos por: + =
d) aparentes: todas as que simbolizam um número natural.
6 6 6
20 8
= 5, = 4 , etc.
4 2
e) ordinárias: é o nome geral dado a todas as frações, com exceção
daquelas que possuem como denominador 10, 102, 103 ... 2
f) frações iguais: são as que possuem os termos iguais.
6
3 3 8 8
= , = , etc. 5
4 4 5 5
6
g) forma mista de uma fração: é o nome dado ao numeral formado por
3
 4
uma parte natural e uma parte fracionária;  2  A parte natural é 2 e a 6
 7 5 2 3
4 Indicamos por: − =
parte fracionária .
6 6 6
7
Assim, para adicionar ou subtrair frações de mesmo denominador, pro-
h) irredutível: é aquela que não pode ser mais simplificada, por ter seus cedemos do seguinte modo:
termos primos entre si. 1. adicionamos ou subtraímos os numeradores e mantemos o
denominador comum.
3 5 3 2. simplificamos o resultado, sempre que possível.
, , , etc.
4 12 7 Exemplos:
3 1 3+1 4
+ = =
4. PARA SIMPLIFICAR UMA FRAÇÃO, desde que não possua termos 5 5 5 5
primos entre si, basta dividir os dois ternos pelo seu divisor comum. 4 8 4 + 8 12 4
+ = = =
8 8:4 2 9 9 9 9 3
= = 7 3 7−3 4 2
12 12 : 4 3 − = = =
6 6 6 6 3
5. COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES. 2 2 2−2 0
− = = =0
Para comparar duas ou mais frações quaisquer primeiramente 7 7 7 7
convertemos em frações equivalentes de mesmo denominador. De duas Observação: A subtração só pode ser efetuada quando o minuendo é
frações que têm o mesmo denominador, a maior é a que tem maior maior que o subtraendo, ou igual a ele.
numerador. Logo:
2º CASO: Frações com denominadores diferentes:
6 8 9 1 2 3
< < ⇔ < < Neste caso, para adicionar ou subtrair frações com denominadores di-
12 12 12 2 3 4 ferentes, procedemos do seguinte modo:
(ordem crescente) • Reduzimos as frações ao mesmo denominador.

De duas frações que têm o mesmo numerador, a maior é a que tem • Efetuamos a operação indicada, de acordo com o caso anterior.
menor denominador. • Simplificamos o resultado (quando possível).
7 7 Exemplos:
Exemplo: >
2 5
OPERAÇÕES COM FRAÇÕES

ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
A soma ou a diferença de duas frações é uma outra fração, cujo calculo

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1 2 5 3   3 1   2 3 
1) + = 2) + =
8 6 2)5 −  −  − 1 +  =
3 4   2 3   3 4 
15 12
4 6 = + =
= + = 24 24
  9 2   5 3 
12 12
=
15 + 12
= = 5 −  −  −  +  =
=
4+6
=
24   6 6   3 4 
27 9
12 = =
24 8  7   20 9 
10 5 = 5 −  −  +  =
= =  6   12 12 
12 6
Observações:  30 7  29
= − − =
Para adicionar mais de duas frações, reduzimos todas ao mesmo de-  6 6  12
nominador e, em seguida, efetuamos a operação. 23 29
Exemplos. = − =
6 12
2 7 3 3 5 1 1 46 29
a) + + = b) + + + = = − =
15 15 15 4 6 8 2 12 12
2+7+3 18 20 3 12 17
= = = + + + = =
15 24 24 24 24 12
12 4 18+ 20+ 3 +12
= = = =
15 5 24 NÚMEROS RACIONAIS
53
=
24

Havendo número misto, devemos transformá-lo em fração imprópria:

Exemplo:
Um círculo foi dividido em duas partes iguais. Dizemos que uma unida-
1 5 1 de dividida em duas partes iguais e indicamos 1/2.
2 + +3 = onde: 1 = numerador e 2 = denominador
3 12 6
7 5 19
+ + =
3 12 6
28 5 38
+ + =
12 12 12
28 + 5 + 38 71
=
12 12 Um círculo dividido em 3 partes iguais indicamos (das três partes ha-
churamos 2).
Se a expressão apresenta os sinais de parênteses ( ), colchetes [ ] Quando o numerador é menor que o denominador temos uma fração
e chaves { }, observamos a mesma ordem: própria. Observe:
1º) efetuamos as operações no interior dos parênteses; Observe:
2º) as operações no interior dos colchetes;
3º) as operações no interior das chaves.
Exemplos:
 2 3   5 4 
1) +  −  −  =
 3 4   2 2 
 8 9  1
=  +  − =
 12 12  2
17 1
= − =
12 2
17 6
= − =
12 12 Quando o numerador é maior que o denominador temos uma fração
11 imprópria.
=
12
Frações Equivalentes

Duas ou mais frações são equivalentes, quando representam a mesma


quantidade.

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Reduzimos ao mesmo denominador e depois comparamos. Exemplos:
2 1
> denominadores iguais (ordem decrescente)
3 3
4 4
> numeradores iguais (ordem crescente)
5 3

SIMPLIFICAÇÃO DE FRAÇÕES

Para simplificar frações devemos dividir o numerador e o denominador


por um número diferente de zero.

Quando não for mais possível efetuar as divisões, dizemos que a fra-
1 2 3 ção é irredutível. Exemplo:
Dizemos que: = =
2 4 6 18 : 2 9 : 3 3
= =
12 : 2 6 : 3 2
- Para obter frações equivalentes, devemos multiplicar ou dividir o nu-
merador por mesmo número diferente de zero.
Fração irredutível ou simplificada
1 2 2 1 3 3 36
Ex: ⋅ = ou . = 9
2 2 4 2 3 6 Exercícios: Simplificar 1) 2)
12 45
Para simplificar frações devemos dividir o numerador e o denominador,
por um mesmo número diferente de zero. 3 4
Respostas: 1) 2)
4 5
Quando não for mais possível efetuar as divisões dizemos que a fração
é irredutível.
Exemplo: REDUÇÃO DE FRAÇÕES AO MENOR DENOMINADOR COMUM
18 2 9 3 1 3
: = = ⇒ Fração Irredutível ou Simplificada e
12 2 6 6 Ex.:
3 4
Calcular o M.M.C. (3,4) = 12
1 3
Exemplo: e 1
e
3 (12 : 3 ) ⋅ 1 e (12 : 4 ) ⋅ 3
3 4 = temos:
3 4 12 12
Calcular o M.M.C. (3,4): M.M.C.(3,4) = 12 4 9
e
1 3 (12 : 3 ) ⋅ 1 (12 : 4 ) ⋅ 3 4 9 12 12
e = e temos: e 1
3 4 12 12 12 12 4 3 9
A fração é equivalente a . A fração equivalente .
3 12 4 12
1 4
A fração é equivalente a . Exemplo
3 12
2 4
3 9 ? ⇒ numeradores diferentes e denominadores diferentes
A fração equivalente . 3 5
4 12 m.m.c.(3, 5) = 15
Exercícios: (15 : 3).2 (15.5).4 10 12
? = < (ordem crescente)
1) Achar três frações equivalentes às seguintes frações: 15 15 15 15
1 2 Exercícios: Colocar em ordem crescente:
1) 2) 2 2 5 4 5 2 4
4 3 e e , e
1) 2) 3)
2 3 4 4 6 8 5 3 3 3 6 3 5
Respostas: 1) , , 2) , ,
8 12 16 6 9 12 2 2 4 5
Respostas: 1) < 2) <
5 3 3 3
Comparação de frações 4 5 3
3) < <
3 6 2
a) Frações de denominadores iguais.
Se duas frações tem denominadores iguais a maior será aquela: que ti- Operações com frações
ver maior numerador.
3 1 1 3 1) Adição e Subtração
Ex.: > ou <
4 4 4 4 a) Com denominadores iguais somam-se ou subtraem-se os numera-
dores e conserva-se o denominador comum.
b) Frações com numeradores iguais 2 5 1 2 + 5 +1 8
Se duas frações tiverem numeradores iguais, a menor será aquela que Ex: + + = =
tiver maior denominador.
3 3 3 3 3
7 7 7 7 4 3 4−3 1
Ex.: > ou < − = =
4 5 5 4 5 5 5 5
c) Frações com numeradores e denominadores receptivamente di- b) Com denominadores diferentes reduz ao mesmo denominador de-
ferentes. pois soma ou subtrai.

Matemática 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Ex: Radiciação de Frações
1 3 2
1) + + = M.M.C.. (2, 4, 3) = 12 Extrai raiz do numerador e do denominador.
2 4 3
4 4 2
(12 : 2).1 + (12 : 4).3 + (12.3).2 6 + 9 + 8 23 Exemplo: = =
= = 9 9 3
12 12 12
4 2 Exercícios. Efetuar:
2) − = M.M.C.. (3,9) = 9
3 9 2
1 16 9  1
(9 : 3).4 - (9 : 9).2 12 - 2 10 1) 2) 3) + 
= = 9 25 16  2 
9 9 9
1 4
Exercícios. Calcular: Respostas: 1) 2) 3) 1
3 5
2 5 1 5 1 2 1 1
1) + + 2) − 3) + −
7 7 7 6 6 3 4 3 Sistema decimal
8 4 2 7
Respostas: 1) 2) = 3) Numeração: Processo de representação dos números, utilizando-se
7 6 3 12
símbolos e palavras.

Multiplicação de Frações Sistema de numeração: É um sistema de contagem ou um conjunto


de regras para indicarmos os números.
Para multiplicar duas ou mais frações devemos multiplicar os numera-
dores das frações entre si, assim como os seus denominadores. Base de uma contagem: É o número de elementos do agrupamento
que se faz para contar os elementos do conjunto.
Exemplo: Ex.: Quando os palitos de uma caixa de fósforos são contados um a
2 3 2 3 6 3 um, diz-se que foi empregada a base 1.
. = x = =
5 4 5 4 20 10
Sistema de número decimal
Principio da posição decimal: Todo algarismo colocado
Exercícios: Calcular: imediatamente à esquerda do outro, representa unidade de ordem, imedia-
2 5 2 3 4  1 3  2 1 tamente superiores a este (10 vezes maior) sendo que o primeiro algarismo
1) ⋅ 2) ⋅ ⋅ 3)  + ⋅ −  à direita representa unidade simples.
5 4 5 2 3 5 5 3 3
10 5 24 4 4 Características fundamentais:
Respostas: 1) = 2) = 3) 1) Base dez, na contagem.
12 6 30 5 15 2) Os dez algarismos: 1, 2, 3, 4, 5, 8, 7, 8, 9, 0 para formarem os
numerais.
Divisão de frações 3) O princípio da posição decimal, para a colocação dos algarismos.

Ordens: são as unidades, dezenas, centenas, milhares etc., também


Para dividir duas frações conserva-se a primeira e multiplica-se pelo in- chamadas posições.
verso da Segunda. Valor relativo ou posicional de um algarismo: É o número de
4 2 4 3 12 6 unidades simples, dezenas, centenas, milhares, etc., que ele representa de
Exemplo: : = . = = acordo com sua posição no numeral.
5 3 5 2 10 5
Valor absoluto de um algarismo: É o valor que ele representa quando
Exercícios. Calcular: considerado isoladamente.
4 2 8 6  2 3   4 1
1) : 2) : 3)  +  :  −  8197 4 ORDENS
3 9 15 25 5 5 3 3 7 = unidades – valor absoluto: 7, posicional: 7
20 9 = dezenas – valor absoluto: 9; posicional: 90
Respostas: 1) 6 2) 3) 1 1 = centenas – valor absoluto: 1; posicional: 100
9 8 = milhares = valor absoluto: 8; posicional: 8000
Potenciação de Frações Nota: Os números podem ser representados utilizando-se outras bases
que não a base decimal; tais bases formarão novos sistemas numéricos
Eleva o numerador e o denominador ao expoente dado. Exemplo: onde seus elementos diferirão daqueles constituintes do sistema decimal.
3 Tomando-se um número de determinado sistema como referencial, pode-se
2 23 8
  = 3 = realizar mudança de base determinando o numeral que lhe será
3 3 27 correspondente na nova base.
Nota: símbolo “zero” serve para indicar as ordens vazias. Enquanto os
Exercícios. Efetuar: algarismos de um a nove são chamados de algarismos significativos, “zero”
2 4 2 3 (0) é chamado algarismo insignificativo.
3  1  4   1 O conjunto dos números 1, 2, 3, 4, ........,n, que surgiram naturalmente
1)   2)   3)   −  
4 2 3 2 de um processo de contagem reunido ao conjunto formado pelo “zero” (0),
forma o conjunto dos números naturais, que se escreve:
9 1 119 N = {0, 1, 2, 3, 4, ......., n, ............}
Respostas: 1) 2) 3)
16 16 72

• BASE DE UM SISTEMA DE NUMERAÇÃO


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É o conjunto de nomes ou símbolos necessários para representar
qualquer número.

Base 7 - No sistema de base 7, os elementos de um conjunto são con-


tados de 7 em 7, por meio dos algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Contando-
se os 365 dias do ano de 7 em 7, obtemos o número de semanas num ano.

Base 5 - No sistema de base 5 ou quinário, contamos de 5 em 5, em-


pregando os algarismos 0, 1, 2, 3, 4 e 5.

Base 2 - No sistema de base 2 ou binário contamos de 2 em 2, utili-


zando apenas os algarismos 0 e 1.

Os computadores eletrônicos empregam o sistema binário, traduzindo


o algarismo 1 por uma lâmpada acesa (circuito fechado) e o algarismo 0 por
uma lâmpada apagada (circuito aberto). E a leitura dos números é feita no
quadro do computador de acordo com o que as lâmpadas acusam. Operações com números decimais

NÚMEROS DECIMAIS Adição e Subtração


Coloca-se vírgula sob virgula e somam-se ou subtraem-se unidades de
Toda fração com denominador 10, 100, 1000,...etc, chama-se fração mesma ordem. Exemplo 1:
decimal.
3 4 7 10 + 0,453 + 2,832
Ex: , , , etc 10,000
10 100 100 + 0,453
2,832
Escrevendo estas frações na forma decimal temos: 13,285
3
= três décimos, Exemplo 2:
10
47,3 - 9,35
4 47,30
= quatro centésimos
100 9,35
7 37,95
= sete milésimos
1000 Exercícios. Efetuar as operações:
1) 0,357 + 4,321 + 31,45
Escrevendo estas frações na forma decimal temos: 2) 114,37 - 93,4
3 4 7 3) 83,7 + 0,53 - 15, 3
=0,3 = 0,04 = 0,007
10 100 1000
Respostas: 1) 36,128 2) 20,97 3) 68,93
Multiplicação com números decimais
Outros exemplos:
34 635 2187 Multiplicam-se dois números decimais como se fossem inteiros e sepa-
1) = 3,4 2) = 6,35 3) =218,7
10 100 10 ram-se os resultados a partir da direita, tantas casas decimais quantos
forem os algarismos decimais dos números dados.
Note que a vírgula “caminha” da direita para a esquerda, a quantidade
de casas deslocadas é a mesma quantidade de zeros do denominador. Exemplo: 5,32 x 3,8
5,32 → 2 casas,
Exercícios. Representar em números decimais: x 3,8→ 1 casa após a virgula
35 473 430 ______
1) 2) 3) 4256
10 100 1000
1596 +
______
Respostas: 1) 3,5 2) 4,73 3) 0,430
20,216 → 3 casas após a vírgula
Exercícios. Efetuar as operações:
LEITURA DE UM NÚMERO DECIMAL 1) 2,41 . 6,3 2) 173,4 . 3,5 + 5 . 4,6
3) 31,2 . 0,753
Ex.:
Respostas: 1) 15,183 2) 629,9
3) 23,4936

Divisão de números decimais

Igualamos as casas decimais entre o dividendo e o divisor e quando o


dividendo for menor que o divisor acrescentamos um zero antes da vírgula
no quociente.

Ex.:
a) 3:4
3 |_4_
30 0,75

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20 milhar centena deze- Unida- décimo centési- milésimo
0 na de mo
b) 4,6:2 simples
4,6 |2,0 = 46 | 20
60 2,3 1 000 100 10 1 0,1 0,01 0,001
0
Obs.: Para transformar qualquer fração em número decimal basta divi- LEITURA DE UM NÚMERO DECIMAL
dir o numerador pelo denominador. Procedemos do seguinte modo:
Ex.: 2/5 = 2 |5 , então 2/5=0,4 1º) Lemos a parte inteira (como um número natural).
20 0,4 2º) Lemos a parte decimal (como um número natural), acompanhada
de uma das palavras:
Exercícios • décimos, se houver uma ordem (ou casa) decimal
1) Transformar as frações em números decimais. • centésimos, se houver duas ordens decimais;
1 4 1 • milésimos, se houver três ordens decimais.
1) 2) 3)
5 5 4
Respostas: 1) 0,2 2) 0,8 3) 0,25 Exemplos:
1) 1,2 Lê-se: "um inteiro e
2) Efetuar as operações: dois décimos".
1) 1,6 : 0,4 2) 25,8 : 0,2
3) 45,6 : 1,23 4) 178 : 4,5-3,4.1/2 2) 12,75 Lê-se: "doze inteiros
5) 235,6 : 1,2 + 5 . 3/4 e setenta e cinco
centésimos".
Respostas: 1) 4 2) 129 3) 35,07
4) 37,855 5) 200,0833.... 3) 8,309 Lê-se: "oito inteiros e
trezentos e nove
milésimos''.
Multiplicação de um número decimal por 10, 100, 1000
Observações:
1) Quando a parte inteira é zero, apenas a parte decimal é lida.
Para tornar um número decimal 10, 100, 1000..... vezes maior, desloca-
se a vírgula para a direita, respectivamente, uma, duas, três, . . . casas Exemplos:
decimais.
2,75 x 10 = 27,5 6,50 x 100 = 650 a) 0,5 - Lê-se: "cinco décimos".
0,125 x 100 = 12,5 2,780 x 1.000 = 2.780
0,060 x 1.000 = 60 0,825 x 1.000 = 825 b) 0,38 - Lê-se: "trinta e oito centésimos".
DIVISÃO c) 0,421 - Lê-se: "quatrocentos e vinte e um
Para dividir os números decimais, procede-se assim: milésimos".
• iguala-se o número de casas decimais;
• suprimem-se as vírgulas; 2) Um número decimal não muda o seu valor se acrescentarmos ou
• efetua-se a divisão como se fossem números inteiros. suprimirmos zeros â direita do último algarismo.
Exemplos: Exemplo: 0,5 = 0,50 = 0,500 = 0,5000 " .......
♦ 6 : 0,15 = 6,00 0,15 3) Todo número natural pode ser escrito na forma de número decimal,
000 40 colocando-se a vírgula após o último algarismo e zero (ou zeros) a
Igualam – se as casas decimais. sua direita.
Cortam-se as vírgulas. Exemplos: 34 = 34,00... 176 = 176,00...
1. 7,85 : 5 = 7,85 : 5,00 785 : 500 = 1,57
Dividindo 785 por 500 obtém-se quociente 1 e resto 285 OPERAÇÕES COM NÚMEROS REAIS

Como 285 é menor que 500, acrescenta-se uma vírgula ao quociente e CORRESPONDÊNCIA ENTRE NÚMEROS E PONTOS DA RETA,
zeros ao resto ORDEM, VALOR ABSOLUTO
• 2 : 4 0,5 Há números que não admitem representação decimal finita nem
Como 2 não é divisível por 4, coloca-se zero e vírgula no quociente e representação decimal infinita e periódico, como, por exemplo:
zero no dividendo π = 3,14159265...
• 0,35 : 7 = 0,350 7,00 350 : 700 = 0,05
Como 35 não divisível por 700, coloca-se zero e vírgula no quociente e 2 = 1,4142135...
um zero no dividendo. Como 350 não é divisível por 700, acrescenta-se
outro zero ao quociente e outro ao dividendo 3 = 1,7320508...
5 = 2,2360679...
Divisão de um número decimal por 10, 100, 1000
Estes números não são racionais: π ∈ Q, 2 ∈ Q, 3 ∈
Para tornar um número decimal 10, 100, 1000, .... vezes menor, deslo- Q, 5 ∈ Q; e, por isso mesmo, são chamados de irracionais.
ca-se a vírgula para a esquerda, respectivamente, uma, duas, três, ... casas Podemos então definir os irracionais como sendo aqueles números que
decimais. possuem uma representação decimal infinita e não periódico.
Exemplos:
25,6 : 10 = 2,56 Chamamos então de conjunto dos números reais, e indicamos com R,
04 : 10 = 0,4 o seguinte conjunto:
315,2 : 100 = 3,152
018 : 100 = 0,18 R= { x | x é racional ou x é irracional}
0042,5 : 1.000 = 0,0425
0015 : 1.000 = 0,015 Como vemos, o conjunto R é a união do conjunto dos números
racionais com o conjunto dos números irracionais.

Matemática 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Resolução:
Usaremos o símbolo estrela (*) quando quisermos indicar que o • ⊄ , pois 0 ∈ N e 0 ∉ Z * .
número zero foi excluído de um conjunto.
• ⊂, pois N = Z +
Exemplo: N* = { 1; 2; 3; 4; ... }; o zero foi excluído de N. • ⊂ , pois todo número natural é também racional.
• ⊄ , pois há números racionais que não são inteiros como por
Usaremos o símbolo mais (+) quando quisermos indicar que os
números negativos foram excluídos de um conjunto. 2
exemplo, .
3
Exemplo: Z+ = { 0; 1; 2; ... } ; os negativos foram excluídos de Z. • ⊂ , pois todo racional positivo é também real positivo.
Usaremos o símbolo menos (-) quando quisermos indicar que os Exercícios propostos:
números positivos foram excluídos de um conjunto. 1. Completar com ∈ ou ∉
Exemplo: Z − = { . .. ; - 2; - 1; 0 } ; os positivos foram excluídos de Z. a) 0 N 7
g) Q +*
b) 0 N* 1
Algumas vezes combinamos o símbolo (*) com o símbolo (+) ou com o
símbolo (-). c) 7 Z h) 7 Q
d) - 7 Z+
Exemplos Q−
i) 72 Q
e) – 7
♦ Z *− = ( 1; 2; 3; ... ) ; o zero e os negativos foram excluídos de Z. 1
j) 7 R*
f) Q
♦ Z *+ = { ... ; - 3; - 2; - 1 } ; o zero e os positivos foram excluídos de Z. 7

Exercícios resolvidos 2. Completar com ∈ ou ∉


1. Completar com ∈ ou ∉: a) 3 Q d) π Q
a) 5 Z b) 3,1 Q e) 3,141414... Q
 3 Q* c) 3,14 Q
b) 5 *
Z−
 4 Q ⊂ ou ⊄ :
c) 3,2 Z *+ 3. Completar com

1
 (− 2) 2
Q- • Z *
+ N* d) Z −* R
 Z  2 R • Z− N e) Z− R+
4
4  4 R- • R+ Q
 Z
1 4. Usando diagramas de Euler-Venn, represente os conjuntos N, Z, Q e
 2 Q R.
Respostas:
1.
Resolução
a) ∈ e) ∈ i) ∈
1 ∈ , pois 5 é positivo. ∈
b) ∉ f) j) ∈
2 ∉ , pois 5 é positivo e os positivos foram excluídos de Z −* c) ∈ g) ∈
3 ∉ 3,2 não é inteiro. d) ∉ h) ∉
1 2.
4 ∉ , pois não é inteiro.
4 a) ∈ c) ∈ e) ∈
4 b) ∈ d) ∉
5 ∈ , pois = 4 é inteiro.
1 3.
6 ∉ , pois 2 não é racional. a) ⊂ c) ⊄ e) ⊄
b) ⊄ d) ⊂
7 ∉ , pois 3 não é racional
8 ∈ , pois 4 = 2 é racional
4.
9 ∉ , pois (− 2) 2
= 4 =2 é positivo, e os positivos

foram excluídos de Q− .
10 ∈ , pois 2 é real.
11 ∉ , pois 4 = 2 é positivo, e os positivos foram excluídos
de R−
2. Completar com ⊂ ou ⊄ :
*
a) N Z d) Q Z Reta numérica
* * Uma maneira prática de representar os números reais é através da reta
b) N Z+ e) Q + R + real. Para construí-la, desenhamos uma reta e, sobre ela, escolhemos, a
c) N Q nosso gosto, um ponto origem que representará o número zero; a seguir
escolhemos, também a nosso gosto, porém à direita da origem, um ponto

Matemática 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


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para representar a unidade, ou seja, o número um. Então, a distância entre c) ∀a, ∀b ∈ R ⇒ a + b ∈ R
os pontos mencionados será a unidade de medida e, com base nela, mar- d) ∀a, ∀b ∈ Z ⇒ a : b ∈ Z
camos, ordenadamente, os números positivos à direita da origem e os
números negativos à sua esquerda. 9. Considere as seguintes sentenças:
EXERCÍCIOS a) 7 é irracional.
1. Dos conjuntos a seguir, o único cujos elementos são todos números b) 0,777... é irracional.
racionais é:
c) 2 2 é racional.
 1 
a)  , 2 , 3, 5, 4 2  10. Podemos afirmar que:
 2 
a) l é falsa e II e III são verdadeiros.
 2  b) I é verdadeiro e II e III são falsas.
c)  − 1, , 0, 2 , 3  c) I e II são verdadeiras e III é falsa.
 7  d) I e II são falsas e III é verdadeira.
b) { − 3, − 2, − 2 , 0 }
d) { 0, 9, 4 , 5, 7 }
11. Considere as seguintes sentenças:
I) A soma de dois números naturais é sempre um número natural.
II) O produto de dois números inteiros é sempre um número inteiro.
III) O quociente de dois números inteiros é sempre um número inteiro.
2. Se 5 é irracional, então: Podemos afirmar que:
a) apenas I é verdadeiro.
m
a) 5 escreve-se na forma , com n ≠0 e m, n ∈ N. b) apenas II é verdadeira.
n c) apenas III é falsa.
b) 5 pode ser racional d) todas são verdadeiras.
m
c) 5 jamais se escreve sob a forma , com n ≠0 e m, n ∈ N. 12. Assinale a alternativa correta:
n a) R⊂ N
d) 2 5 é racional b) Z ⊃ R
c) Q⊃ N
d) N ⊂ { 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 }
3. Sendo N, Z, Q e R, respectivamente, os conjuntos dos naturais,
inteiros, racionais e reais, podemos escrever: 13. Assinale a alternativa correto:
a) ∀x ∈ N⇒x∈R a) O quociente de dois número, racionais é sempre um número inteiro.
b) ∀x ∈Q⇒x∈Z b) Existem números Inteiros que não são números reais.
c) Z⊃Q c) A soma de dois números naturais é sempre um número inteiro.
d) R⊂Z d) A diferença entre dois números naturais é sempre um número natu-
ral.
4. Dado o conjunto A = { 1, 2, 3, 4, 5, 6 }, podemos afirmar que: 14. O seguinte subconjunto dos números reais
a) ∀ x ∈ A ⇒ x é primo
b) ∃ x ∈ A | x é maior que 7
c) ∀ x ∈ A ⇒ x é múltiplo de 3
d) ∃ x ∈ A | x é par escrito em linguagem simbólica é:
e) nenhuma das anteriores a) { x ∈ R | 3< x < 15 }
b) { x ∈ R | 3 ≤ x < 15 }
5. Assinale a alternativa correta:
a) Os números decimais periódicos são irracionais c) { x ∈ R | 3 ≤ x ≤ 15 }
b) Existe uma correspondência biunívoca entre os pontos da reta d) { x ∈ R | 3< x ≤ 15 }
numerada, e o conjunto Q.
c) Entre dois números racional existem infinitos números
racionais. 15. Assinale a alternativa falsa:
d) O conjunto dos números irracionais é finito a) R* = { x ∈ R | x < 0 ou x >0}
b) 3∈ Q
6. Podemos afirmar que: c) Existem números inteiros que não são números naturais.
a) todo real é racional.
b) todo real é irracional.
c) nenhum irracional é racional.
d) algum racional é irracional. d) é a repre-
sentação de { x ∈ R | x ≥ 7 }
7. Podemos afirmar que:
a) entre dois inteiros existe um inteiro. 16. O número irracional é:
b) entre dois racionais existe sempre um racional.
a) 0,3333...
c) entre dois inteiros existe um único inteiro.
d) entre dois racionais existe apenas um racional. b) 345,777...
4
8. Podemos afirmar que: c)
5
a) ∀a, ∀b ∈ N ⇒ a - b ∈ N
b) ∀a, ∀b ∈ N ⇒ a : b ∈ N d) 7
Matemática 12 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Distributiva da Multiplicação em Relação à Adição
∀ a, b, c ∈ N, a . (b + c) = a . b + a . c
17. O símbolo R− representa o conjunto dos números:
a) reais não positivos
b) reais negativos 3. CONJUNTO Z E SUAS PROPRIEDADES
Em N, a operação 3 - 4 não é possível. Entretanto, pode-se ampliar N e
c) irracional. assim obter Z, onde 3 - 4 = - 1 passa a ser possível. A novidade, em Z, está
d) reais positivos. no fato de que qualquer que seja o elemento de Z, este possui um oposto
aditivo, ou seja, para + 3 ∈ Z, existe - 3 ∈ Z tal que + 3 – 3 = 0. Sendo Z =
{..., - 3, - 2, - 1, 0, 1, 2, 3, ...}, teremos, então, as seguintes propriedades em
18. Os possíveis valores de a e de b para que a número a + b 5 seja Z. com a inclusão da propriedade 5.
irracional, são:
a) a = 0 e b=0 3.1. Propriedades das operações em Z
ADIÇÃO MULTIPLICAÇÃO
b) a=1eb= 5 1. Fechamento 1. Fechamento
∀ a, b ∈ Z, a + b = c ∈ Z ∀ a, b ∈ Z, a . b = c ∈ Z
c) a=0eb= 2
2. Comutativa 2. Comutativa
d) a= 16 e b = 0 ∀ a, b ∈ Z, a + b = b + a ∀ a, b ∈ Z, a . b = b . a

3. Associativo 3. Associativa
RESPOSTAS ∀ a, b, c ∈ Z, a + (b + c) = (a + b) + c ∀ a, b, c ∈ Z, a . (b . c) = (a .
1) d 5) b 9) b 13) b 17) c b) . c
2) c 6) c 10) c 14) d 18) b 4. Elemento Neutro
3) a 7) b 11) b 15) d ∃ 0 ∈ Z, tal que ∀ a ∈ Z 4. Elemento Neutro
4) e 8) c 12) c 16) b a+0=0+a=a ∃ 1 ∈ Z, tal que ∀ a ∈ Z
a.1=1.a=a
5. Elemento Oposto Aditivo
Ordenação dos Reais, Intervalos, Módulo ∀ a ∈ Z, ∃ - a ∈ Z, tal que
Para melhor entendermos os NÚMEROS REAIS, vamos inicialmente a + ( - a) = 0
dar um resumo de todos os conjuntos numéricos. Distributiva da Multiplicação em Relação à Adição
∀ a, b, c ∈ Z, a . (b + c) = a . b + a . c
1. Sucessivas ampliações dos campos numéricos
Você já tem algum conhecimento o respeito dos campos ou conjuntos Vê-se que, em Z, a operação adição admite mais uma propriedade (5).
numéricos com os quais iremos trabalhar nesta unidade. Mostraremos
como se ampliam sucessivamente esses conjuntos, a partir do conjunto N, 4. O CONJUNTO Q E SUAS PROPRIEDADES
e também como se acrescentam outras propriedades para as operações Tanto em N como em Z, a operação 2 ÷ 3 não é possível, pois ambos
como elementos dos novos conjuntos. não admitem números fracionários. A ampliação de Z para Q, entretanto,
permite um fato novo: qualquer que seja o elemento de Q* ou Q – {0},
2. O CONJUNTO N E SUAS PROPRIEDADES existe sempre, para esse elemento, um inverso multiplicativo.
Seja o conjunto N: N = { 0, 1, 2, 3. ... , n, ...} 2 3 2 3
Assim, por exemplo, para ∈ Q, existe ∈ Q tal que . = 1,
3 2 3 2
Você deve se lembrar que este conjunto tem sua origem a partir de
o que não é possível em N e Z.
conjuntos finitos e equipotentes: a uma classe de todos os conjuntos equi-
Esse fato amplia uma propriedade para as operações em Q.
potentes entre si associou-se o mesmo cardinal, o mesmo número e a
mesma representação ou numeral.
Propriedades das operações em Q
2.1. Propriedades das operações em N ADIÇÃO MULTIPLICAÇÃO
Para expressar matematicamente as propriedades das operações em 1. Fechamento 1. Fechamento
N e nos sucessivos conjuntos, usaremos a notação usual e prática dos ∀ a, b ∈ Q, a + b = c  Q ∀ a, b ∈ Q, a . b = c ∈ Q
quantificadores. São eles:
• ∀x significa “qualquer que seja x é o quantificador universal e 2. Comutativa 2. Comutativa
significa “qualquer que seja”; ∀ a, b ∈ Q, a + b = b + a ∀ a, b ∈ Q, a . b = b . a
• ∃x significo “existe x” é o quantificador existencial e significo
“existe”. O símbolo ∃ | x significa “existe um único x”. 3. Associativo 3. Associativa
∀ a, b, c ∈ Q, a + (b + c) = ∀ a, b, c ∈ Q, a . (b . c) = (a . b) . c
ADIÇÃO MULTIPLICAÇÃO (a + b) + c
• Fechamento 1. Fechamento 4. Elemento Neutro
∀ a, b ∈ N, a + b = c ∈ N ∀ a, b ∈ N, a . b = c ∈ N 4. Elemento Neutro ∃ 1 ∈ Q, tal que ∀ a ∈ Q
∃ 0 ∈ Q, tal que ∀ a ∈ Q a.1=1.a=a
• Comutativa 2. Comutativa a+0=0+a=a
∀ a, b ∈ N, a + b = b + a ∀ a, b ∈ N, a . b = b . a Elemento Inverso Multiplicativo
• Associativo 3. Associativa 5. Elemento Oposto Aditivo ∀ a ∈ Q*, ∃ a’ ∈ Q*, tal que
∀ a, b, c ∈ N, a + (b + c) = (a + b) + c ∀ a, b, c ∈ N, a . (b . c) = (a ∀ a ∈ Q, ∃ - a ∈ Q, tal que a . a’ = 1
. b) . c a + ( - a) = 0 2 3 2 3
• Elemento Neutro Ex.: ∈ Q, ∃ ∈Q| . =1
4. Elemento Neutro 3 2 3 2
∃ 0 ∈ N, tal que ∀ a ∈ N
∃ 1 ∈ N, tal que ∀ a ∈ N Distributiva da Multiplicação em Relação à Adição
a+0=0+a=a
a.1=1.a=a ∀ a, b, c ∈ Q, a . (b + c) = a . b + a . c

Vê-se que, em Q, a operação multiplicação admite mais uma propriedade

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4.1. Propriedade: A densidade de Q
O conjunto Q possui uma propriedade importante, que o caracteriza como [5; 8[ = {x / 5 « x < 8}
um conjunto denso. Isto quer dizer que: (intervalo fechado à esquerda e aberto à direita).
ENTRE DOIS ELEMENTOS DISTINTOS DE Q, SEMPRE EXISTE UM
OUTRO ELEMENTO DE Q (COMO CONSEQUÊNCIA, ENTRE ESSES 2 Módulo ou valor absoluto
ELEMENTOS HÁ INFINITOS ELEMENTOS DE Q). No conjunto Z para cada número natural r foi criado um +n e -n. Cha-
Para comprovar essa afirmação, basto tomar dois elementos distintos de Q ma-se módulo ou valor absoluto de +n e -n, indica-se | +n | = n e | -n | = n
e verificar que a média aritmética (ou semi-soma) desses dois elementos tam- Exemplos:
bém pertence a Q. De fato: | -5 | = 5, leia-se o módulo de -5 é 5,
2 ∈ Q 2 + 3 5 | +5 | = 5 o módulo de +5 é 5
a)  ⇒ = ∈Q | 0 | =0
3 ∈ Q 2 2

SISTEMA MÉTRICO: MEDIDAS DE TEMPO,


COMPRIMENTO, SUPERFÍCIE E CAPACIDADE

MEDIDAS DE COMPRIMENTO
As medidas lineares de comprimento têm como unidade legal o metro,
3  3 8
∈ Q + representado por m. Assim, medir uma distancia significa compará-la com o
5  5 5 = 11 ∈ Q metro e determinar quantas vezes ela o contém.
b)  ⇒
8 2 10
∈ Q No quadro abaixo, vemos o metro, seus múltiplos e submúltiplos.
5 
 Múltiplos Uni Submúltiplos
dad
e
Nome quilô hectôme decâmet met decímet centímet milímetr
metro tro ro ro ro ro o
Símbo km hm dam m dm cm mm
lo
Conclui-se, então, que: Valor 1000 100 m 10 m 1 m 0,1 m 0,01 m 0,001 m
Na reta numerada existe uma Infinidade de elementos de Q situados m
entre dois elementos quaisquer a e b de Q.
Observando a quadro apresentado, podemos notar que cada unidade
O CONJUNTO Q CONTÉM Z E N de comprimento é dez vezes maior que a unidade imediatamente inferior.
Os elementos de Q são aqueles que podem ser escritos sob o forma Assim, podemos escrever:
a 1 km = 10 hm
, com a e b ∈ Z e b ≠ Q. 1m = 10 dm
b
1 hm = 10 dam
Ordem das palavras ou expressões no enunciado); 1 dm = 10 cm
Pode-se observar facilmente que qualquer que seja o elemento de N 1 dam = 10 m 1 cm = 10 mm
ou de Z, este estará em Q.
De fato: MEDIDAS DE SUPERFÍCIE
2 4 6 Medir uma superfície é compará-la com outra superfície tomada como
2 ∈ N, mas 2 = = = = ... ∈ Q unidade. A medida de uma superfície é chamada área da superfície.
1 2 3
-3 -6 -9 A unidade legal de medida da área de uma superfície é a área de um
-3 ∈ N, mas −3 = = = = . . .∈ Q quadrilátero cujos lados medem 1 metro e que tem a seguinte forma:
1 2 3
O esquema a seguir apresenta as relações entre os conjuntos N, Z e 1m
Q.
1m 1m

1m
Essa unidade é chamada metro quadrado e representada por m2 .

O metro quadrado, seus múltiplos e submúltiplos são apresentados no


quadro seguinte:
INTERVALOS
No conjunto dos números reais destacaremos alguns subconjuntos Múltiplos Unida Submúltiplos
importantes determinados por desigualdades, chamados intervalos. de
Na reta real os números compreendidos entre 5 e 8 incluindo o 5 e o 8 Nome quilôm hectôme decâm metro decím centím milímet
constituem o intervalo fechado [5; 8], ou seja: etro tro etro quadr etro etro ro
[5; 8] = {x / 5 « x « 8} quadr quadrad quadr ado quadr quadr quadra
ado o ado ado ado do
Se excluirmos os números 5 e 8, chamados extremos do intervalo,
temos o intervalo aberto ]5; 8[, ou seja:
]5; 8[ = {x / 5 < x < 8} Símbo km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
lo
Consideraremos ainda os intervalos mistos:
]5; 8] = {x / 5 < x « 8} Valor 1 000 10 000 100 1 m2 0,01 0,000 0,0000
(Intervalo aberto à esquerda e fechado à direita). 000m2 m2 m2 m2 1 m2 01 m2

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Observando o quadro apresentado, podemos notar que cada unidade MEDIDAS DE MASSA
de área ê cem vezes maior que a unidade imediatamente inferior. Assim, A unidade legal adotada para medir a massa dos corpos é o quilo-
podemos escrever: grama (kg). Na prática, costuma-se usar como unidade-padrão o grama (g),
1 km2 = 100 hm2 que corresponde a milésima parte do quilograma, o grama, seus múltiplos e
1m2 = 100 dm2 submúltiplos são apresentados no seguinte quadro:
1 hm2 = 100 dam2
1 dm2 = 100 cm2 Múltiplos Unida Submúltiplos
1 dam2 = 100 m2 de
1 cm2 = 100 mm2
Nome quilogra hectogr decag grama decigr centigra miligra
MEDIDAS DE VOLUME ma ama rama ama ma ma
Medir um sólido, ou a "quantidade de espaço" ocupada por ele significa
compará-lo com outro sólido tomado como unidade. A medida de um sólido
é chamada volume do sólido. Símbol kg hg dag g dg cg mg
Essa unidade é chamada metro cúbico e é representada por m3. O o
metro cúbico, seus múltiplos e submúltiplos são apresentados no quadro
seguinte: Valor 1 000 g 100 g 10 g 1g 0,1 g 0,01 g 0,001 g

Múltiplos Unid Submúltiplos Observando o quadro apresentado, podemos notar que cada unidade
ade de massa é dez vezes maior que a unidade imediatamente inferior. Assim,
quilômetr hectôm decâm metro decím centím milímetro podemos escrever:
Nom o etro etro cúbic etro etro cúbico 1 kg = 10 hg
e cúbico cúbico cúbico o cúbic cúbico 1 g = 10 dg
o 1 hg = 10 dag
1 dg = 10 cg
Símb km3 hm3 dam3 m3 cm3 dm3 mm3 1 dag = 10 g
olo 1 cg = 10 mg

Valor 1 000 000 1 000 1000 1 m3 0,001 0,0000 0,000000 MEDIDAS DE TEMPO
000m3 000m3 m3 m3 01 m3 001 m3 Por não pertencerem ao sistema métrico decimal, apresentamos aqui
um rápido estudo das medidas de tempo.

Observando o quadro apresentado, podemos notar que cada unidade A unidade legal para a medida de tempo é o segundo. os seus
de volume é mil vezes maior que a unidade imediatamente inferior. múltiplos são apresentados no quadro seguinte:
Assim, podemos escrever: Unidad Múltiplos
1 km3 = 1000 hm3 e
1m3 = 1000 dm3 nome segundo minuto hora dia
1 hm3 = 1000 dam3 Símbolo s min h d
1 dm3 = 1000 cm3 valor 1s 60 s 60 min = 3 600 24 h = 1 440 min =
1 dam3 = 1000 m3 s 86 400 s
1 cm3 = 1000 mm3 As medidas de tempo inferiores ao segundo não têm designação
MEDIDAS DE CAPACIDADE própria; utilizamos, então, submúltiplos decimais.
A capacidade, por ser um volume, pode ser medida em unidades volu- Assim, dizemos: décimos de segundo, centésimos de segundo, ou
me, já estudadas. Todavia, uma unidade prática - o litro ( l ) – foi definida, milésimos de segundo.
de acordo com a seguinte condição: Utilizam-se também as unidades de tempo estabelecidas pelas con-
venções usuais do calendário civil e da Astronomia, como, por exemplo, 1
1 litro = 1 dm3 mês, o ano, o século, etc.

ou seja, 1 litro equivale ao volume de um cubo de 1 dm de aresta. O Da análise do quadro apresentado e da observação 2, podemos
litro, seus múltiplos e submúltiplos são apresentados no quadro seguinte: afirmar que:
1 min = 60 s 1 h = 60 min = 3 600 s
Múltiplos Unida Submúltiplos 1 d = 24 h 1 mês = 30 d
de 1 ano = 12 meses 1 século = 100 anos

Nome hectolitr decalit litro decilitr centilit mililitro Para efetuar a mudança de uma unidade para outra, devemos
o ro o ro multiplicá-la (ou dividi-la) pelo valor dessa unidade:
10 min = 600 s - equivale a 10 . 60 = 600
Símbol hl dal dl cl ml 2400 s = 40 min - equivale a 2400 . 60 = 40
l 12 h = 720 min - equivale a 12 . 60 = 720
o
1 d = 86400s - equivale a 1440 min . 60 = 86 400
Valor 100 l 10 l 1l 0,1 l 0,01 l 0,001 l
3. RAZÃO E PROPORÇÃO
Observando o quadro apresentado, podemos notar que cada unidade
de capacidade é dez vezes maior que a unidade imediatamente inferior. 1. INTRODUÇÃO
Assim, podemos escrever: Se a sua mensalidade escolar sofresse hoje um reajuste de $ 80,00,
1 hl = 10 dal como você reagiria? Acharia caro, normal, ou abaixo da expectativa? Esse
1dal = 10 litros mesmo valor, que pode parecer caro no reajuste da mensalidade, seria
1 litro = 10 dl considerado insignificante, se se tratasse de um acréscimo no seu salário.
1 dl = 10 cl Naturalmente, você já percebeu que os $ 80,00 nada representam, se
1 cl = 10 ml não forem comparados com um valor base e se não forem avaliados de
acordo com a natureza da comparação. Por exemplo, se a mensalidade

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escolar fosse de $ 90,00, o reajuste poderia ser considerado alto; afinal, o quer uma dessas expressões é lida assim: a está para b assim como c está
valor da mensalidade teria quase dobrado. Já no caso do salário, mesmo para d. E importante notar que b e c são denominados meios e a e d,
considerando o salário mínimo, $ 80,00 seriam uma parte mínima. . extremos.
A fim de esclarecer melhor este tipo de problema, vamos estabelecer
regras para comparação entre grandezas. Exemplo:
3 9
2. RAZÃO A proporção = , ou 3 : 7 : : 9 : 21, é
Você já deve ter ouvido expressões como: "De cada 20 habitantes, 5 7 21
são analfabetos", "De cada 10 alunos, 2 gostam de Matemática", "Um dia lida da seguinte forma: 3 está para 7 assim como 9 está para 21.
de sol, para cada dois de chuva". Temos ainda:
Em cada uma dessas. frases está sempre clara uma comparação entre 3 e 9 como antecedentes,
dois números. Assim, no primeiro caso, destacamos 5 entre 20; no segun- 7 e 21 como consequentes,
do, 2 entre 10, e no terceiro, 1 para cada 2. 7 e 9 como meios e
Todas as comparações serão matematicamente expressas por um 3 e 21 como extremos.
quociente chamado razão.
Teremos, pois: 3.1 PROPRIEDADE FUNDAMENTAL
5 O produto dos extremos é igual ao produto dos meios:
De cada 20 habitantes, 5 são analfabetos. Razão =
20 a c
= ⇔ ad = bc ; b, c ≠ 0
2 b d
De cada 10 alunos, 2 gostam de Matemática. Razão =
10 Exemplo:
6 24
1 Se 24 =
c. Um dia de sol, para cada dois de chuva. Razão = 96 , então 6 . 96 = 24 . 24 = 576.
2
3.2 ADIÇÃO (OU SUBTRAÇÃO) DOS ANTECEDENTES E
A razão entre dois números a e b, com b ≠ 0, é o CONSEQUENTES
a Em toda proporção, a soma (ou diferença) dos antecedentes está para
quociente , ou a : b. a soma (ou diferença) dos consequentes assim como cada antecedente
b está para seu consequente. Ou seja:

Nessa expressão, a chama-se antecedente e b, consequente. Outros a c a + c a c


Se = , entao = = ,
exemplos de razão: b d b + d b d
Em cada 10 terrenos vendidos, um é do corretor. a - c a c
1 ou = =
b - d b d
Razão =
10
Os times A e B jogaram 6 vezes e o time A ganhou todas. Essa propriedade é válida desde que nenhum denominador seja nulo.
6 Exemplo:
Razão = 21 + 7 28 7
6
= =
3. Uma liga de metal é feita de 2 partes de ferro e 3 partes de zinco.
12 + 4 16 4
2 3 21 7
=
Razão = 5 (ferro) Razão = 5 (zinco). 12 4
21 - 7 14 7
3. PROPORÇÃO = =
Há situações em que as grandezas que estão sendo comparadas po- 12 - 4 8 4
dem ser expressas por razões de antecedentes e consequentes diferentes,
porém com o mesmo quociente. Dessa maneira, quando uma pesquisa
escolar nos revelar que, de 40 alunos entrevistados, 10 gostam de Matemá- NÚMEROS E GRANDEZAS PROPORCIONAIS;
tica, poderemos supor que, se forem entrevistados 80 alunos da mesma RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS: TABELAS E GRÁFICOS
escola, 20 deverão gostar de Matemática. Na verdade, estamos afirmando
que 10 estão representando em 40 o mesmo que 20 em 80. (COLUNAS, BARRAS, LINHAS E SETORES)
10 20
Escrevemos: = 1. INTRODUÇÃO:
40 80 No dia-a-dia, você lida com situações que envolvem números, tais co-
A esse tipo de igualdade entre duas razões dá-se o nome de mo: preço, peso, salário, dias de trabalho, índice de inflação, velocidade,
proporção. tempo, idade e outros. Passaremos a nos referir a cada uma dessas situa-
ções mensuráveis como uma grandeza. Você sabe que cada grandeza não
a c é independente, mas vinculada a outra conveniente. O salário, por exemplo,
Dadas duas razões e , com b e d ≠ 0, está relacionado a dias de trabalho. Há pesos que dependem de idade,
b d velocidade, tempo etc. Vamos analisar dois tipos básicos de dependência
a c entre grandezas proporcionais.
teremos uma proporção se = .
b d
2. PROPORÇÃO DIRETA
Grandezas como trabalho produzido e remuneração obtida são, quase
Na expressão acima, a e c são chamados de antecedentes e b e d de sempre, diretamente proporcionais. De fato, se você receber $ 2,00 para
consequentes. . cada folha que datilografar, sabe que deverá receber $ 40,00 por 20 folhas
A proporção também pode ser representada como a : b : : c : d. Qual- datilografadas.

Matemática 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Podemos destacar outros exemplos de grandezas diretamente 4. DIVISÃO EM PARTES PROPORCIONAIS
proporcionais: 4. 1 Diretamente proporcional
Velocidade média e distância percorrida, pois, se você dobrar a veloci- Duas pessoas, A e B, trabalharam na fabricação de um mesmo objeto,
dade com que anda, deverá, num mesmo tempo, dobrar a distância percor- sendo que A o fez durante 6 horas e B durante 5 horas. Como, agora, elas
rida. deverão dividir com justiça os $ 660,00 apurados com sua venda? Na
Área e preço de terrenos. verdade, o que cada um tem a receber deve ser diretamente proporcional
Altura de um objeto e comprimento da sombra projetada por ele. ao tempo gasto na confecção do objeto.

Assim: Dividir um número em partes diretamente


Duas grandezas São diretamente proporcionais quando, proporcionais a outros números dados é encontrar partes desse
aumentando (ou diminuíndo) uma delas numa determinada razão, a número que sejam diretamente proporcionais aos números dados e
cuja soma reproduza o próprio número.
outra diminui (ou aumenta) nessa mesma razão.

No nosso problema, temos de dividir 660 em partes diretamente pro-


3. PROPORÇÃO INVERSA porcionais a 6 e 5, que são as horas que A e B trabalharam.
Grandezas como tempo de trabalho e número de operários para a Vamos formalizar a divisão, chamando de x o que A tem a receber, e
mesma tarefa são, em geral, inversamente proporcionais. Veja: Para uma de y o que B tem a receber.
tarefa que 10 operários executam em 20 dias, devemos esperar que 5
operários a realizem em 40 dias. Teremos então:
X + Y = 660
Podemos destacar outros exemplos de grandezas inversamente
proporcionais:
X Y
=
Velocidade média e tempo de viagem, pois, se você dobrar a veloci- 6 5
dade com que anda, mantendo fixa a distância a ser percorrida, reduzirá o
tempo do percurso pela metade. Esse sistema pode ser resolvido, usando as propriedades de
proporção. Assim:
Número de torneiras de mesma vazão e tempo para encher um tanque, X + Y
pois, quanto mais torneiras estiverem abertas, menor o tempo para comple- = Substituindo X + Y por 660,
tar o tanque. 6 + 5
Podemos concluir que: 660 X 6 ⋅ 660
vem = ⇒ X = = 360
Duas grandezas são inversamente proporcionais quando, 11 6 11
aumentando (ou diminuindo) uma delas numa determinada razão,
a outra diminui (ou aumenta) na mesma razão. Como X + Y = 660, então Y = 300
Concluindo, A deve receber $ 360,00 enquanto B, $ 300,00.
Vamos analisar outro exemplo, com o objetivo de reconhecer a
natureza da proporção, e destacar a razão. Considere a situação de um 4.2 INVERSAMENTE PROPORCIONAL
grupo de pessoas que, em férias, se instale num acampamento que cobra E se nosso problema não fosse efetuar divisão em partes diretamente
$100,00 a diária individual. proporcionais, mas sim inversamente? Por exemplo: suponha que as duas
pessoas, A e B, trabalharam durante um mesmo período para fabricar e
Observe na tabela a relação entre o número de pessoas e a despesa vender por $ 160,00 um certo artigo. Se A chegou atrasado ao trabalho 3
diária: dias e B, 5 dias, como efetuar com justiça a divisão? O problema agora é
dividir $160,00 em partes inversamente proporcionais a 3 e a 5, pois deve
ser levado em consideração que aquele que se atrasa mais deve receber
Número de 1 2 4 5 10 menos.
pessoas Dividir um número em partes inversamente proporcionais a outros
números dados é encontrar partes desse número que sejam direta-
Despesa 100 200 400 500 1.000 mente proporcionais aos inversos dos números dados e cuja soma
diária ( $ ) reproduza o próprio número.
Você pode perceber na tabela que a razão de aumento do número de
No nosso problema, temos de dividir 160 em partes inversamente pro-
pessoas é a mesma para o aumento da despesa. Assim, se dobrarmos o
porcionais a 3 e a 5, que são os números de atraso de A e B. Vamos forma-
número de pessoas, dobraremos ao mesmo tempo a despesa. Esta é
lizar a divisão, chamando de x o que A tem a receber e de y o que B tem a
portanto, uma proporção direta, ou melhor, as grandezas número de pes-
receber.
soas e despesa diária são diretamente proporcionais.
x + y = 160
Suponha também que, nesse mesmo exemplo, a quantia a ser gasta
pelo grupo seja sempre de $2.000,00. Perceba, então, que o tempo de x y
permanência do grupo dependerá do número de pessoas. =
Teremos: 1 1
Analise agora a tabela abaixo: 3 5
Número de pessoas 1 2 4 5 10
Resolvendo o sistema, temos:
Tempo de permanência (dias)
20 10 5 4 2 x + y x x + y x
= ⇒ =
1 1 1 8 1
Note que, se dobrarmos o número de pessoas, o tempo de perma- +
nência se reduzirá à metade. Esta é, portanto, uma proporção inversa, ou
3 5 3 15 3
melhor, as grandezas número de pessoas e número de dias são inver-
samente proporcionais. Mas, como x + y = 160, então

Matemática 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


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160 x
160 1 primeiros elementos do par ordenado de números reais.
= ⇒ x =
⋅ ⇒ - No eixo vertical, chamado eixo das ordenadas, representamos os
8 1 8 3 segundos elementos do par ordenado de números reais.
15 315
15 1 Vale observar que:
⇒ x = 160 ⋅ ⋅ ⇒ x = 100 A todo par ordenado de números reais corresponde um e um só ponto do
8 3 plano, e a cada ponto corresponde um e um só par ordenado de números reais.
Vamos construir gráficos de funções definidas por leis y = f (x) com x Є IR .
Como x + y = 160, então y = 60. Concluíndo, A deve receber $ 100,00 Para isso:
e B, $ 60,00. 1º) Construímos uma tabela onde aparecem os valores de x e os corres-
pondentes valores de y, do seguindo modo:
4.3 DIVISÃO PROPORCIONAL COMPOSTA a) atribuímos a x uma série de valores do domínio,
Vamos analisar a seguinte situação: Uma empreiteira foi contratada pa- b) calculamos para cada valor de x o correspondente valor de y através
ra pavimentar uma rua. Ela dividiu o trabalho em duas turmas, prometendo da lei de formação y = f ( x );
pagá-las proporcionalmente. A tarefa foi realizada da seguinte maneira: na
primeira turma, 10 homens trabalharam durante 5 dias; na segunda turma, 2º) Cada par ordenado (x,y), onde o 1º elemento é a variável independente
12 homens trabalharam durante 4 dias. Estamos considerando que os e o 2º elemento é a variável dependente, obtido na tabela, determina um ponto
homens tinham a mesma capacidade de trabalho. A empreiteira tinha $ do plano no sistema de eixos.
29.400,00 para dividir com justiça entre as duas turmas de trabalho. Como
fazê-lo? 3º) 0 conjunto de todos os pontos (x,y), com x Є D(f) formam o gráfico da
Essa divisão não é de mesma natureza das anteriores. Trata-se aqui função f (x).
de uma divisão composta em partes proporcionais, já que os números Exemplo:
obtidos deverão ser proporcionais a dois números e também a dois outros. Construa o gráfico de f( x ) = 2x – 1 onde
Na primeira turma, 10 homens trabalharam 5 dias, produzindo o mes- D = { –1, 0, 1, 2 , 3 }
mo resultado de 50 homens, trabalhando por um dia. Do mesmo modo, na x y ponto
segunda turma, 12 homens trabalharam 4 dias, o que seria equivalente a f ( –1 ) = 2 . ( –1 ) –1 = –3 –1 –3 ( –1, –3)
48 homens trabalhando um dia. f ( 0 ) = 2 . 0 – 1 = –1 0 –1 ( 0, –1)
Para a empreiteira, o problema passaria a ser, portanto, de divisão f(1)=2. 1 –1=1 1 1 ( 1, 1)
diretamente proporcional a 50 (que é 10 . 5), e 48 (que é 12 . 4). f(2)=2. 2 –1=3 2 3 ( 2, 3)
f(3)=2. 3 –1=5 3 5 ( 3, 5)
Para dividir um número em partes de tal forma que uma delas seja
proporcional a m e n e a outra a p e q, basta divida esse número em
partes proporcionais a m . n e p . q.

Convém lembrar que efetuar uma divisão em partes inversamente


proporcionais a certos números é o mesmo que fazer a divisão em partes
diretamente proporcionais ao inverso dos números dados.
Resolvendo nosso problema, temos:
Chamamos de x: a quantia que deve receber a primeira turma; y: a
quantia que deve receber a segunda turma. Assim:
x y x y
= ou =
10 ⋅ 5 12 ⋅ 4 50 48 Os pontos A, B, C, D e E formam o gráfico da função.
x + y x
⇒ =
50 + 48 50 OBSERVAÇÃO
29400 x Se tivermos para o domínio o intervalo [–1,3], teremos para gráfico de f(x) =
C o m o x + y = 2 9 4 0 0 , e n tã o = 2x – 1 um segmento de reta com infinitos pontos).
98 50
29400 ⋅ 50
⇒ x = ⇒ 1 5 .0 0 0

Portanto y = 14 400.
Concluindo, a primeira turma deve receber $15.000,00 da empreiteira,
e a segunda, $ 14.400,00.
Observação: Firmas de projetos costumam cobrar cada trabalho
usando como unidade o homem-hora. O nosso problema é um exemplo em
que esse critério poderia ser usado, ou seja, a unidade nesse caso seria
homem-dia. Seria obtido o valor de $ 300,00 que é o resultado de 15 000 :
50, ou de 14 400 : 48.
GRÁFICOS
SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL
Como já vimos, o sistema cartesiano ortogonal é composto por dois eixos
perpendiculares com origem comum e uma unidade de medida. Se tivermos como domínio o conjunto IR, teremos para o gráfico de f(x) = 2x –
1 uma reta.

REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA


REGRA DE TRÊS SIMPLES
Retomando o problema do automóvel, vamos resolvê-lo com o uso da
regra de três de maneiraprática.
Devemos dispor as grandezas, bem como os valores envolvidos, de
modo que possamos reconhecer a natureza da proporção e escrevê-la.
Assim:
- No eixo horizontal, chamado eixo das abscissas, representamos os

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Grandeza 1: tempo Grandeza 2: distância percorrida
(horas) (km) Grandeza 1: Grandeza 2: Grandeza 3:
número de máquinas dias número de peças
6 900
10 20 2000
8 x
x 6 1680
Observe que colocamos na mesma linha valores que se correspondem:
6 horas e 900 km; 8 horas e o valor desconhecido. Natureza da proporção: para estabelecer o sentido das setas é
Vamos usar setas indicativas, como fizemos antes, para indicar a na- necessário fixar uma das grandezas e relacioná-la com as outras.
tureza da proporção. Se elas estiverem no mesmo sentido, as grandezas Supondo fixo o número de dias, responda à questão: "Aumentando o
são diretamente proporcionais; se em sentidos contrários, são inversa- número de máquinas, aumentará o número de peças fabricadas?" A res-
mente proporcionais. posta a essa questão é afirmativa. Logo, as grandezas 1 e 3 são diretamen-
Nesse problema, para estabelecer se as setas têm o mesmo sentido, te proporcionais.
foi necessário responder à pergunta: "Considerando a mesma velocidade,
se aumentarmos o tempo, aumentará a distância percorrida?" Como a Agora, supondo fixo o número de peças, responda à questão: "Au-
resposta a essa questão é afirmativa, as grandezas são diretamente pro- mentando o número de máquinas, aumentará o número de dias neces-
porcionais. sários para o trabalho?" Nesse caso, a resposta é negativa. Logo, as gran-
Já que a proporção é direta, podemos escrever: dezas 1 e 2 são inversamente proporcionais.
6 900 Para se escrever corretamente a proporção, devemos fazer com que as
= setas fiquem no mesmo sentido, invertendo os termos das colunas conve-
8 x nientes. Naturalmente, no nosso exemplo, fica mais fácil inverter a coluna
7200 da grandeza 2.
Então: 6 . x = 8 . 900 ⇒ x = = 1 200
6 10 6 2000

Concluindo, o automóvel percorrerá 1 200 km em 8 horas.


Vamos analisar outra situação em que usamos a regra de três. x 0 1680
Um automóvel, com velocidade média de 90 km/h, percorre um certo
espaço durante 8 horas. Qual será o tempo necessário para percorrer o Agora, vamos escrever a proporção:
mesmo espaço com uma velocidade de 60 km/h?
10 6 2000
= ⋅
Grandeza 1: tempo Grandeza 2: velocidade x 20 1680
(horas) (km/h)
(Lembre-se de que uma grandeza proporcional a duas outras é
8 90 proporcional ao produto delas.)
10 12000 10 ⋅ 33600
x 60 = ⇒ x= = 28
A resposta à pergunta "Mantendo o mesmo espaço percorrido, se au- x 33600 12000
mentarmos a velocidade, o tempo aumentará?" é negativa. Vemos, então,
que as grandezas envolvidas são inversamente proporcionais. Concluíndo, serão necessárias 28 máquinas.
Como a proporção é inversa, será necessário invertermos a ordem dos
termos de uma das colunas, tornando a proporção direta. Assim:
Regra de três composta é um processo prático utilizado para resolver
problemas que envolvem mais de duas grandezas proporcionais.
60

x 90

Escrevendo a proporção, temos: PORCENTAGEM


8 60 8 ⋅ 90
= ⇒ x= = 12 1. INTRODUÇÃO
x 90 60 Quando você abre o jornal, liga a televisão ou olha vitrinas,
frequentemente se vê às voltas com expressões do tipo:
Concluíndo, o automóvel percorrerá a mesma distância em 12 horas.  "O índice de reajuste salarial de março é de 16,19%."
 "O rendimento da caderneta de poupança em fevereiro foi de
Regra de três simples é um processo prático utilizado para resolver 18,55%."
problemas que envolvam pares de grandezas direta ou inversamente  "A inflação acumulada nos últimos 12 meses foi de 381,1351.
proporcionais. Essas grandezas formam uma proporção em que se  "Os preços foram reduzidos em até 0,5%."
conhece três termos e o quarto termo é procurado.
Mesmo supondo que essas expressões não sejam completamente
desconhecidas para uma pessoa, é importante fazermos um estudo organi-
REGRA DE TRÊS COMPOSTA zado do assunto porcentagem, uma vez que o seu conhecimento é ferra-
Vamos agora utilizar a regra de três para resolver problemas em que menta indispensável para a maioria dos problemas relativos à Matemática
estão envolvidas mais de duas grandezas proporcionais. Como exemplo, Comercial.
vamos analisar o seguinte problema.
Numa fábrica, 10 máquinas trabalhando 20 dias produzem 2.000 pe- 2. PORCENTAGEM
ças. Quantas máquinas serão necessárias para se produzir 1 680 peças em O estudo da porcentagem é ainda um modo de comparar números
6 dias? usando a proporção direta. Só que uma das razões da proporção é um
Como nos problemas anteriores, você deve verificar a natureza da pro- fração de denominador 100. Vamos deixar isso mais claro: numa situação
porção entre as grandezas e escrever essa proporção. Vamos usar o em que você tiver de calcular 40% de $ 300,00, o seu trabalho será deter-
mesmo modo de dispor as grandezas e os valores envolvidos. minar um valor que represente, em 300, o mesmo que 40 em 100. Isso

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pode ser resumido na proporção: Para calcular a media aritmética ponderada, multiplicamos os números
40 x pelos respectivos pesos e dividimos a soma desses produtos pela soma
= dos pesos.
100 300
Então, o valor de x será de $ 120,00. Vamos calcular a media ponderada dos números 15, 20 e 32, atribuin-
do-lhes respectivamente os pesos 4, 3 e 2.
Sabendo que em cálculos de porcentagem será necessário utilizar 15 ⋅ 4 + 20 ⋅ 3 + 32 + 2 60 + 60 + 64 184
Mp = = = = 20,44
sempre proporções diretas, fica claro, então, que qualquer problema dessa 4+3+2 9 9
natureza poderá ser resolvido com regra de três simples.
Generalizando, calcular a média ponderada dos números N, N', N", ......
3. TAXA PORCENTUAL atribuindo-lhes, respectivamente, os pesos p, p', p",...
O uso de regra de três simples no cálculo de porcentagens é um recur- Np + N' p'+N" p"...
so que torna fácil o entendimento do assunto, mas não é o único caminho Mp =
possível e nem sequer o mais prático. p + p'+p"+...

Para simplificar os cálculos numéricos, é necessário, inicialmente, dar


nomes a alguns termos. Veremos isso a partir de um exemplo. MÉDIA HARMÔNICA
Exemplo:
Calcular 20% de 800. Calculamos a média harmônica de n números a, b, c,..., dividindo n pe-
20 la soma dos inversos desses números. Assim:
Calcular 20%, ou de 800 é dividir 800 em 100 partes e tomar 20
100 n
dessas partes. Como a centésima parte de 800 é 8, então 20 dessas partes Mh =
1 1 1
será 160. + + + ....
Chamamos: 20% de taxa porcentual; 800 de principal; 160 de a b c
porcentagem.
Temos, portanto: Exemplos
 Principal: número sobre o qual se vai calcular a porcentagem. Calcular a media harmônica dos números 2,3 e 4.
 Taxa: valor fixo, tomado a partir de cada 100 partes do principal. 3 3
 Porcentagem: número que se obtém somando cada uma das 100 Mh = = = 2,77
1 1 1 13
partes do principal até conseguir a taxa. + +
A partir dessas definições, deve ficar claro que, ao calcularmos uma 2 3 4 12
porcentagem de um principal conhecido, não é necessário utilizar a monta- MÉDIA GEOMÉTRICA
gem de uma regra de três. Basta dividir o principal por 100 e tomarmos
tantas destas partes quanto for a taxa. Vejamos outro exemplo. Média geométrica ou proporcional de dois números é igual à raiz qua-
drada do produto desses números.
Exemplo:
Calcular 32% de 4.000. Assim, a média geométrica entre 6 e 24 será:
Primeiro dividimos 4 000 por 100 e obtemos 40, que é a centésima par-
Mg = 6 x24 = 12
te de 4 000. Agora, somando 32 partes iguais a 40, obtemos 32 . 40 ou 1
280 que é a resposta para o problema.
Observe que dividir o principal por 100 e multiplicar o resultado dessa
32 JUROS SIMPLES
divisão por 32 é o mesmo que multiplicar o principal por ou 0,32.
100
Vamos usar esse raciocínio de agora em diante: Por definição, juro simples é aquele pago unicamente sobre o capital
inicial, ou principal, sendo diretamente proporcional a esse capital e ao
tempo em que este é aplicado. Pelo regime de capitalização simples o fator
Porcentagem = taxa X principal
de proporcionalidade é a taxa de juros por período, i.

JURO SIMPLES ORDINÁRIO


Como o período financeiro mais comum é o ano, e pelo costume vigen-
MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES E PONDERADA te, as operações com prazos superiores a um ano são, na maior parte das
vezes, avaliadas pelo regime de capitalização composta, resulta que a
Média aritmética de n números é o quociente da divisão da soma des- fórmula do juro simples:
ses números por n. J = C . i . n (1)
Exemplo: Achar a média aritmética dos números 5,7 e 9. Onde C = capital inicial ou principal;
5 + 7 + 9 21 i = taxa de juros do período e
Ma = = Ma = 7 n = prazo de aplicação (é a mais utilizada para períodos n menores do que
3 3
um ano)
Generalizando, a média aritmética entre os números a,b,c,d,..., 1, será:
Nessa hipótese, deve-se observar duas normas financeiras comuns:
a + b + c + d + .... + 1
Ma =
n O ANO CIVIL - considera-se o ano civil como base de cálculo, isto é, o ano
com 365 dias ou 366 dias, conforme seja bissexto ou não. Desse modo, um dia
equivale, conforme o caso, à fração 1/365 ou 1/366 do ano.
MÉDIA PONDERADA
O ANO COMERCIAL - considera-se o ano comercial como base de cálculo,
Ao tirarmos a média aritmética de varias quantidades, devemos levar isto é, o ano de 360 dias, subdividido em 12 meses de 30 dias cada. Assim, um
em considerações certas circunstancias que influem nos valores dessas dia equivale à fração 1/360 do ano e um mês equivale à fração 1/ 12 do ano.
quantidades.
JURO SIMPLES EXATO

Matemática 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Considerando-se o ano civil para o cálculo do juro, deve-se contar o tempo Exemplo 3 - No exemplo 1, com a taxa na forma unitária (0,10% a.a.).
em seu número exato de dias. Resolução: J = 10.000 x 0,10 x 1 =
Exemplo: O juro de um capital aplicado de 17.3.19XI a 25.6.19XI, é calcula- J = $1.000,00
do sobre 100 dias, número exato de dias decorridos entre as duas datas. Pode-se observar que para transformar a forma percentual em unitária, bas-
Sendo n o número exato de dias durante os quais um capital C é colocado ta dividir a taxa expressa na forma percentual por 100. E, o inverso, transformar
a juros simples, à taxa i, obtém-se o juro calculando n/365, na fórmula (1) : J = C a forma unitária em percentual, basta apenas multiplicar a forma unitária por
. i . n/365 ou J = C . i . n/366. 100.
O juro assim calculado, é chamado de juro simples exato. OBSERVAÇÃO:
A fim de diferenciar, simbolicamente, a taxa de juro percentual da taxa de ju-
JURO SIMPLES COMERCIAL ro decimal ou unitária, podemos convencionar que:
Adotando-se a convenção do ano comercial, deve-se computar o prazo de A notação r signifique a taxa de juros efetiva em cada período de capitaliza-
acordo com a mesma convenção, isto e, considerando-se cada mês como tendo ção, dada em porcentagem, e sempre mencionando a unidade de tempo consi-
30 dias. Assim, por exemplo, de 17.3.Xl a 25.6.Xl deve-se contar 98 dias, da derada. Exemplo: r = 15% ao ano.
seguinte maneira: A notação i signifique a taxa de juros efetiva em cada período, dada em fra-
De 17.3 a 17.6 ...... 90 dias (3 meses) ção decimal. Exemplo:
De 17.6 a 25.6 ...... 8 dias i = r/100 = 0,15 a.a.
98 dias A taxa i será usada no desenvolvimento de todas as fórmulas, enquanto, r
Representando por n o número de dias de corridos entre as duas datas será usada na fixação os juros.
e, calculando pelo processo acima temos que, um capital C aplicado à taxa
i durante esse prazo, é obtido calculando n/360 na fórmula (1), resultando
em J = C . i . n/360 (2) EQUAÇÃO DO 1.º E 2.º GRAUS.
Denominaremos o juro, assim calculado, de juro simples ordinário ou usual. SISTEMA DE EQUAÇÕES DO 1.º GRAU
Como há tabelas que fornecem diretamente o número exato de dias decor-
ridos entre duas datas, na prática bancária, onde as operações, raramente, são EQUAÇÕES SEM PARÊNTESES
realiza das a prazo superior a 120 dias, usa-se, frequentemente, a fórmula (2), Para resolver uma equação sem parênteses, obedecemos as seguintes
tomando-se, contudo, para n, o número exato de dias. instruções:
• eliminar denominadores, quando for o caso;
Fórmulas Derivadas • transpor para o primeiro membro todos os termos que contêm a
Considerando a fórmula básica (1) para o cálculo do juro em regime simples incógnita, e transpor para o segundo membro todos os termos que
de capitalização, podemos, por simples transformação algébrica, encontrar o não contêm a incógnita (mudando o seu sinal, é claro);
quarto termo ou valor da fórmula, desde que sejam dados os outros três, assim: • efetuar as operações indicadas;
a) Para calcular o capital inicial: C=J/i.n • isolar a incógnita.
b) Para calcular a taxa de juros: i = J/C . n EXEMPLO 1 - Resolver a equação:
c) Para calcular o prazo: n = J/C . i
5x - 4 + x = -2 + 2x
OBSERVAÇÕES:
Supõe-se que o juro e o principal são devidos apenas no fim do prazo de 5x + x - 2x = -2 + 4
aplicação, a não ser que haja mudança de convenção.
O prazo de aplicação (n) deve estar expresso na mesma unidade de tempo, Efetuando as operações: 4x = + 2
na fórmula, a que se refere a taxa (i) considerada.
Exemplo 1 - Caso uma aplicação seja por 2 anos mas, a taxa de juros seja 2
Isolando a incógnita x: x =
expressa em semestre, devemos converter o prazo para semestres. 4
1
2. Taxa Percentual e Taxa Unitária Simplificando: x =
FORMA PERCENTUAL - Neste caso, a taxa diz-se aplicada a centos do 2
capital, ou seja, ao que se obtém após dividir-se o capital por 100. A fórmula (1) 1
tomaria, então, as seguintes formas: Resposta: a raiz ou solução é .
J = C . i/100.n ou 2
J = C/100 . i . n ou
J = C . i . n/100 ou x x
EXEMPLO 2 -Resolver a equação − + − 2 = −3x + 5
o que é o mesmo que: 3 4
J = C . i . n/100 (3) Como os termos não têm o mesmo denominador, temos de reduzi-los
ao mesmo denominador, tirando o M.M.C. dos mesmos.
a partir da qual chega-se à expressão do montante ou valor futuro, como x x 2 3x 5
soma do capital e juros: − + − =− +
3 4 1 1 1
M.M.C. ( 3, 4 ) = 12
M = C + C . i . n/100
4x 3x 24 36x 60
− + − =− +
Exemplo 1 - Calcular o juro que rende um capital de $10.000 aplicado por 12 12 12 12 12
um ano à taxa de juros de 10% a.a.
Resolução: Utilizando a fórmula (3), temos: Eliminando os denominadores:
- 4x + 3x - 24 = -36x + 60
10.000 x10 x1 - 4x + 3x + 36x = 60 + 24
J= = $1.000
100 35x = 84
84
b) FORMA UNITÀRIA x=
Agora a taxa refere-se à unidade do capital, isto é, calcula-se o que rende a 35
aplicação de uma unidade de capital no intervalo de tempo a uma dada taxa.
Exemplo 2 - Se tivermos uma taxa de 0,24% a.a., então a aplicação de 84
$1,00 por ano, gera um juro de $0,24. Resposta: a raiz ou solução é .
35
Matemática 21 A Opção Certa Para a Sua Realização
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EQUAÇÕES COM PARÊNTESES x=1

Para resolver uma equação envolvendo parênteses, devemos EXEMPLO 8 - Resolver a equação
obedecer às seguintes instruções: 8x – 13 = x + 5 + 2x
eliminar os parênteses; 8x – x – 2x =13 + 5
resolver a equação sem parênteses. 18
5x = 18 ∴ x =
5
EXEMPLO 3 - Resolver a equação
3x + (2 – x) = 4 EXEMPLO 9 - Resolver a equação
3x + 2 – x = 4 3x + (6x – 2) = x – (2x + 3)
3x – x = 4 – 2 3x + 6x – 2 = x – 2x – 3
2x = 2 3x + 6x – x + 2x = –3 + 2
2 10x = –1
x= 1
2 x=–
x=1 10
Resposta: a raiz ou solução é 1.
EXEMPLO 10 - Resolver a equação
EXEMPLO 4 - Resolver a equação 3x + 10 4x − 1
4x – 3 . (4x – 2 – x) = 5 + 3x =
4 3
Para eliminarmos os parênteses, efetuamos a multiplicação indicada:
3(3 x + 10) 4(4 x − 1)
4x – 12x + 6 + 3x = 5 + 3x =
4x – 12x + 3x – 3x = 5 – 6 12 12
– 8x = –1 3(3x + 10) = 4(4x – 1)
( multiplicando por –1) 9x + 30 =16x – 4
8x = 1 9x – 16x.= – 4 – 30
1 –7x = –34 (multiplicando por –1)
x= 7x = 34
8 34
1 x=
Resposta: .a raiz ou solução da equação é . 7
8 PROBLEMAS DO PRIMEIRO GRAU
EXEMPLO 5 - Resolver a equação
6 + 4x − 4x + 2 Para resolvermos algebricamente um problema do 1º grau com uma
−2= +4
3 5 incógnita, devemos seguir as seguintes instruções:
M.M.C (3, 5) =15 1º) escolher uma letra qualquer, por exemplo a letra x, para
5(6 + 4x) 30 3(-4x + 2) 60 representar o elemento desconhecido que desejamos calcular;
- = + 2º) usando essa letra, estabelecer a equação do problema;
15 15 15 15
3º) resolver a equação;
Eliminando os parênteses e o denominador: 4º) verificar o resultado.
30 + 20x - 30 = –12x + 6 + 60
20x + 12x = +6 + 60 - 30 + 30 EXEMPLO 1 - Qual é o número que, somado com 9, é igual a 20?
32x = 66 Solução: número: x
66 Equação: x + 9 = 20
x= Resolução: x = 20 – 9
32 x = 11
33 Verificação: número: 11
x=
16 11 + 9 = 20
33
Resposta: a raiz ou solução é EXEMPLO 2 - Qual o número que adicionado a 15, é igual a 31?
16 Solução: x + 15 = 31
x = 31 – 15
EXEMPLO 6 - Resolver a equação x = 16
5x + 3 = x + 7 – 4x
Resolução: EXEMPLO 3 - Subtraindo 25 de um certo número obtemos 11. Qual é
5x + 3 = x + 7 – 4x esse número?
5x – x + 4x = 7 – 3 Solução : x – 25 = 11
8x = 4 x = 11 + 25
4 x = 36
x=
8
1 EXEMPLO 4 - O triplo de um número menos 7 é igual a 80. Qual é o
x=
2 número?
Número: x Equação: 3x – 7 = 80
EXEMPLO 7 - Resolver a equação 4 + 2(x – 3) = 0 3x = 80 + 7
4 + 2(x – 3) = 0 3x = 87
4 + 2x – 6 = 0 87
2x = 6 – 4 x=
2x = 2 3
2 x = 29
x=
2
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EXEMPLO 5 - A soma de dois números é igual a. 50. O número maior Quando b e c são diferentes de zero, a equação se diz completa:
é o quádruplo do menor. Calcule os números: Exemplos:
número menor: x 2x2 – 3x + 1 = 0
número maior: 4x y2 – 4y + 4 = 0 são equações completas
equação: x + 4x = 50 –5t2 + 2t + 3 = 0
5x = 50
x = 10 Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação se diz incompleta.
número menor: 10 Neste caso, é costume escrever a equação sem o termo de coeficiente
número maior: 4 . 10 = 40 nulo.
10 + 40 = 50 Exemplos:
Resposta: os números são 10 e 40. x2 - 4 = 0, em que b = 0
não está escrito o termo em x
EXEMPLO 6 - Qual é o número que somado a seu dobro é igual a 18?
x + 2x = 18 y2 + 3y = 0, em que c = 0
3x = 18
x = 18 = 6 não está escrito o termo independente
3
Resposta: x = 6 5x2 = 0, em que b = c = 0

Exercícios: não estão escritos o termo em x e o termo


A soma do triplo de um número com 15 é igual a 78. Qual é o número? independente
Resposta: x = 21
RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES
A soma da metade de um número com 16 é igual a 30. Calcule o 1) Resolver a equação
número. x2 – 5x = 0
Resposta: x = 28
x2 – 5x = 0
Somando-se 8 unidades ao quádruplo de um número, o resultado é 60. x . (x – 5) = 0
Calcule o número. x = 0 ou (raiz da equação)
Resposta: x = 13 x –5 = 0 => x = 5 (raiz da equação)
S = { 0, 5 }
21 2) Resolver a equação
A soma da metade de um número com o seu triplo é igual a .
2 x(x + 3) + (x – 2)2 = 4
Calcule o número. x(x + 3) + (x – 2)2 = 4
Resposta: x = 3 x2 + 3x + x2 – 4x + 4 = 4
x2 + 3x + x2 – 4x + 4 – 4 = 0
EQUAÇÕES DE 2º GRAU
2x2 – x = 0
x . ( 2x –1) = 0
DEFINIÇÃO
Denomina-se equação do 2º grau com uma variável toda equação da x = 0 ou
forma: ax2 + bx + c = 0 1
2x − 1 = 0 ⇒ 2x = 1 ⇒ x =
onde x é a variável e a,b,c ∈ R, com a ≠ 0. 2
1
Assim, são equações do 2º grau com uma variável: S = { 0, }
2x2 – 5x + 2 = 0 2
a = 2, b = –5, c=2 3) Resolver a equação
2 x2 – 16 = 0
6x + 7x + 1 = 0
x2 = 16
a = 6, b = 7, c=1
y2 + 5y – 6 = 0 x = + 16
a = 1, b = 5, c=–6 x=+4
x2 + 0x – 9 = 0 x = + 4 ou x = – 4
a =1, b = 0 c = –9 S = {– 4, 4 }
2
–2t – 6t + 0 = 0 4) Resolver a equação
a = –2, b = – 6, c=0 5x2 – 45 = 0
5x2 – 45 = 0
COEFICIENTES DA EQUAÇÃO DO 2º GRAU 5x2 = 45
Os números reais a, b, c são denominados coeficientes da equação do 45
2º grau, e: x2 =
 a é também o coeficiente do termo em x2 5
 b é sempre o coeficiente do termo em x x2 = 9
 c é chamado termo independente ou termo constante. x =+ 9
x = +3
Assim, na equação do 2º grau 5x2 – 6x + 1, seus coeficientes são:
x = +3 ou x = –3
a= 5 b=–6 c=1
S = {–3, 3 }
EQUAÇÕES COMPLETAS E EQUAÇÕES INCOMPLETAS
5) Resolver a equação 2x2 – 10 = 0
Sabemos, pela definição, que o coeficiente a é sempre diferente de
2x2 – 10 = 0
zero, porém, os coeficientes b e c podem ser nulos. Assim:
2x2 = 10

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10
x2 = 02) Resolva no conjunto R as seguintes equações incompletas do 2º
2 grau:
x2 = 5 a) x2 + x(2x – 15) = 0
x=± 5 b) (x – 4)(x + 3) + x = 52
c) (x + 3)2 + (x – 3)2 – 116 = 0
x=+ 5 ou x = – 5 d) (4 + 2x)2 – 16 = 0
e) ( t – 1 )2 = 3t + 1
S={– 5, 5 } f) (5 + x)2 – 10(x + 5) = 0
g) 3y(y + 1) + (y – 3)2 = y+9
6) Resolver a equação x2 – 4m2 = 0 h) 2x(x+1) = x(x + 5) + 3(12 – x)
x2 – 4m2 = 0
x2 = 4m2 03) Resolva no conjunto R as seguintes equações do 2.º grau:
x = + 4m 2 a) x2 – x – 20 = 0 b) x2 – 7x + 12 = 0
c) 3y2 + 2y – 1 = 0 d) x2 + 6x + 9 = 0
x = ± 2m 2
e) 9x – 6x + 5 = 0 f) –3t2 + t + 4 = 0
x = +2m ou x = – 2m g) x2 – 2x –1 = 0 h) 6y2 + y – 1 = 0
S = { – 2m, 2m } i) u2 + 4u – 5 = 0 j) –16x2 + 8x –1= 0
l) x2 – 6x – 7 = 0 m) 2y2 – y + 1 = 0
Para resolver equações completas usamos a fórmula:
−b± ∆ 04) Resolva no conjunto R as seguintes equações do 2º grau:
x= onde ∆ = b 2 - 4ac a) x2 – 2x = 2x – 3 b) y2 – 2 – y = 0
2a c) 2x2 = 5x – 6 d) t2 – t = t – 1
−b e) x2 – 3x = 4 f) 3y2 + y = y2 +1
Se for nulo ( ∆ = 0) usamos a fórmula: x = g) x2 – 9 = 2x2 + 6x h) v2 + 9v + 16 = 3v2 – 2
2a
7) Resolver a equação x2 – 5x + 6 = 0 RESPOSTAS
x2 – 5x + 6 = 0 01)
a =1; b = – 5 e c = 6 a) S = { –1, 1 } b) S = { –9, 9 }
c) S = { 0, 10 } d) S = { –2/3, 2/3 }
∆ = b2 – 4ac = (–5)2 – 4(1).(6) = 25 – 24 = 1 e) S = { 0, –7 } f) S = { 0, 5/3 }
−b± ∆ − ( − 5) ± 1 5 ± 1 g) S = { –3, 3 } h) S = { - 5 , 5 }
x= = =
2a 2(1) 2 i) S = { 0, 1/4 } j) S = { –6, 6 }
l) S = { 0, – 3/2 } m) S = ∅
5+1 6 n) S = { – 1, 1 } o) S = { 0, 1 }
x' = = =3
2 2 p) S = { –1/5, 1/5 }
02)
5 −1 4 a) S = { 0, 5 } b) S = { – 8, 8 }
x' ' = = =2
2 2 c) S = { – 7, 7 } d) S = { 0, – 4 }
S = { 2, 3 } e) S = { 0, 5 } f) S = { – 5, 5 }
g) S = { 0, 1 } h) S = { – 6, 6 }
8) Resolver a equação x(x – 4) = 2 03)
x(x – 4) = 2 a) S = { – 4, 5 } b) S = { 3, 4 }
x2 – 4x = 2 c) S = { –1, 1/3 } d) S = {– 3 }
x2 – 4x – 2 = 0 e) S = ∅ f) S = { – 1, 4/3 }
a = 1; b = – 4 e c = – 2 h) S = { –1/2, 1/3 }
g) S={ 1 − 2 , 1+ 2 }
∆ = b2 – 4 a c =, (– 4)2 – 4(1) (–2) = 24
i) S = { – 5, 1 } j) S = { 1/4 }
−b± ∆ − ( − 4) ± 24 4±2 6 l) S = { –1, 7 } m) S = ∅
x= = = 04)
2a 2(1) 2 a) S = { 1, 3 } b) S = { – 1, 2 }
c) S = ∅ d) S = { 1 }
4+2 6
x' = = 2+ 6 e) S = { – 1, 4 } f) S = { –1, 1/2 }
2 g) S = { – 3 } h) S = { – 3/2, 6 }
4−2 6
x" = = 2− 6 PROBLEMAS DO 2º GRAU
2 A resolução de um problema de 2º grau constitui-se de três fases:
 Estabelecer a equação ou o sistema de equações correspondentes
S = { 2 – 6 , 2+ 6 }
ao problema,
 Resolver a equação ou o sistema,
EXERCÍCIOS
 Interpretar a solução encontrada,
01) Resolva no conjunto R as seguintes equações incompletas do 2º
grau:
1º exemplo: A soma do quadrado com o dobro de um número real é
a) x2 – 1 = 0 b) y2 – 81 = 0
igual a 48, Calcular esse número.
c) x2 – 10x = 0 d) 9x2 – 4 = 0
Solução:
e) t2 + 7t = 0 f) 3y2 – 5y = 0
Número: x Equação: x2 + 2x = 48
g) – 2x2 +18 = 0 h) 2u2 – 10 = 0
a=1
i) 4x2 – x = 0 j) 3y2 – 108 = 0
x2 + 2x = 48 b = 2
l) 8x2 +12x = 0 m) x2 +16 = 0
c = –48
n) 6t2 – 6 = 0 o) –10x2 + 10x = 0
2
p) – 25v +1 = 0

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∆ = (2)2 – 4(1)(–48) = 4 + 192 = 196 fenômeno em estudo.

− ( 2) ± 196 − 2 ± 14 Os principais tipos de gráficos são os diagramas, os cartogramas e os


x= = pictogramas.
2(1) 2
12 16 2. DIAGRAMAS
x' = = 6 e x" = - = −8 Dentre os principais diagramas, destacamos:
2 2
2.1. Gráfico em linha ou em curva
Como 6 ou – 8 são números reais, tanto um como outro valem para a
Este tipo de gráfico se utiliza da linha poligonal para representar a série
resposta.
estatística.
Resposta: O número pedido é 6 ou – 8.
O gráfico em linha constitui uma aplicação do processo de representa-
2º exemplo: A diferença entre certo número natural e o seu inverso é
ção das funções num sistema de coordenadas cartesianas.
igual a 15/4. Calcular esse número.
Solução:
Como sabemos, nesse sistema fazemos uso de duas retas perpendicu-
1 15 lares; as retas são os eixos coordenados e o ponto de intersecção, a ori-
Número: x Equação: x − =
gem. O eixo horizontal é denominado eixo das abscissas (ou eixo dos x) e o
x 4
vertical, eixo das ordenadas (ou eixo dos y).
4x2 − 4 15x
Resolução: = Para tornar bem clara a explanação, consideremos a seguinte sé-
4x 4x
rie:
a = 4; b = –15 e c=–4
PRODUÇÃO DE VEÍCULOS DE
AUTOPROPULSÃO BRASIL — 1984-89
∆ = (–15)2 – 4(4)(–4) = 225 + 64 = 289 ANOS QUANTIDADES (1000 unidades)
− ( − 15) ± 289 15 ± 17 1984 865
x= = 1985 967
2( 4) 8 1986 1.056
1987 920
32 2 1 1988 1.069
x' = =4 e x' ' = - =−
8 8 4 1989 513
Interpretação: FONTE: ANFAVEA.
O número – 1/4 não vale para a resposta, pois não é número natural. Vamos tomar os anos como abscissas e as quantidades como ordena-
Resposta: 0 número pedido é 4. das. Assim, um ano dado (x) e a respectiva quantidade (y) formam um par
ordenado (x, y), que pode ser representado num sistema cartesiano.
3º exemplo: Dados dois números naturais, o maior supera o menor em Determinados, graficamente, todos os pontos da série, usando as
5 unidades. Sabendo-se que o produto deles é 14, determinar os dois coordenadas, ligamos todos esses pontos, dois a dois, por segmentos
números. de reta, o que irá nos dar uma poligonal, que é o gráfico em linha ou
Solução:Menor número: x em curva correspondente à série em estudo (Figura 4.1).
Maior número: x + 5 CONSTRUÇÃO DE VEÍCULOS DE
Equação: x(x + 5) = 14 AUTOPROPULSÃO
BRASIL - 1984- 89
Resolução: x2 + 5x = 14
x2 + 5x – 14 = 0 1500
mil unidades

Resolvendo a equação encontramos as respostas: x' = 2 e x" = –7 1000


500
0
Interpretação: 1984 85 86 87 88 89

O número –7 não vale para resposta, pois não é número natural. Logo, figura 4.1

devemos ter: x = 2 (menor) e x + 5 = 2 + 5 = 7 (maior).


Resposta: os números pedidos são 2 e 7.
NOTAS:
GRÁFICOS ESTATÍSTICOS • No exemplo dado, o zero foi indicado no eixo vertical, mas, por
razões óbvias, não foi indicado no eixo horizontal. Observe que o
1. GRÁFICO ESTATÍSTICO zero, de modo geral, deverá ser indicado sempre que possível,
O gráfico estatístico é uma forma de apresentação dos dados estatísti- especialmente no eixo vertical. Se, por alguma razão, for
cos, cujo objetivo é o de produzir, no investigador ou no público cm geral, impossivel tal indicação e se essa omissão puder levar o
uma impressão mais rápida e viva do fenômeno cm estudo, já que os observador a conclusões errôneas, é prudente chamar a atenção
gráficos falam mais rápido à compreensão que as séries. para a omissão por um dos meios indicados nas Figuras 4.2, 4,3 e
4,4:
Para tornarmos possível uma representação gráfica, estabelecemos
uma correspondência entre os termos da série e determinada figura geomé-
trica, de tal modo que cada elemento da série seja representado por uma
figura proporcional.

A representação gráfica de um fenômeno deve obedecer a certos re-


quisitos fundamentais, para ser realmente útil:
a. Simplicidade — o gráfico deve ser destituído de detalhes de
importância secundária, assim como de traços desnecessários que
possam levar o observador a uma análise morosa ou com erros.
b. Clareza — o gráfico deve possibilitar uma correta • Com o intuito de melhorar o aspecto visual, podemos sombrear ou
interpretação dos valores representativos do fenômeno em estudo. hachurar o gráfico. Assim, o gráfico da Figura 4.3 toma o seguinte
c. Veracidade — o gráfico deve expressar a verdade sobre o aspecto:

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PRODUÇÃO DE ALHO BRASIL - 1988

Goiás

Santa Catarina
0 2 4 6 8 10 12 14
FONTE: IBGE
toneladas

FIGURA 4.8
• Quando representamos, em um mesmo sistema de coordenadas, a NOTAS:
variação de dois fenômenos, a parte interna da figura formada pelos • Sempre que os dizeres a serem inscritos são extensos, devemos
gráficos desses fenômenos é denominada área de excesso: dar preferência ao gráfico em barras (séries geográficas e
especificas). Porém, se ainda assim preferirmos o gráfico em
colunas, os dizeres deverão ser dispostos de baixo para cima,
nunca ao contrário.
• A ordem a ser observada é a cronológica, se a série for histórica, e
a decrescente, se for geográfica ou categórica.
• A distância entre as colunas (ou barras), por questões estéticas,
não deverá ser menor que a metade nem maior que os dois terços
da largura (ou da altura) dos retângulos.

2.3. Gráfico em colunas ou em barras múltiplas


2.2. Gráfico em colunas ou em barras Este tipo de gráfico é geralmente empregado quando queremos
É a representação de uma série por meio de retângulos, dispostos ver- representar, simultaneamente, dois ou mais fenômenos estudados
ticalmente (em colunas) ou horizontalmente (em barras). com o propósito de comparação.
Quando em colunas, os retângulos têm a mesma base e as alturas são
proporcionais aos respectivos dados. Exemplo:
Quando em barras, os retângulos têm a mesma altura e os comprimen- BALANÇA COMERCIAL
tos são proporcionais aos respectivos dados. BRASIL — 1984-88
Assim estamos assegurando a proporcionalidade entre as áreas dos ESPECIFICAÇÃO VALOR (US$ 1.000.000)
retângulos e os dados estatísticos. 1984 1985 1986 1987 1988
Exemplos: Exportação (FOB) 27.00 25.63 22.34 26.22 33.789
a. Gráfico em colunas 5 9 8 4
CONSTRUÇÃO DE AERONAVES BRASIL — 1984-89 Importação 13.91 13.15 14.14 15.05 14.605
ANOS UNIDADES 6 3 4 2
1984 184 FONTE: Ministério da Economia.
1985 171 US$ milhão
1986 167 BALANÇA COMERCIAL
40000
1987 203 30000
1988 199 20000

1989 197 10000


0
FONTE: EMBRAER 1984 1985 1986 1987 1988

FONTE: Ministério daeconomia


exportação
CONTRUÇÃO DE AERONAVES
importacão
BRASIL 1984 - 89
300
unidades

200
100 2.4. Gráfico em setores
0 Este gráfico é construído com base em um círculo, e é empregado
1984 85 86 87 88 89 sempre que desejamos ressaltar a participação do dado no total.
FONTE: EMBRAER O total é representado pelo círculo, que fica dividido em tantos setores
quantas são as partes.
FIGURA 4.7 Os setores são tais que suas áreas são respectivamente proporcionais
aos dados da série.
b. Gráfico em barras Obtemos cada setor por meio de uma regra de três simples e direta,
PRODUÇÃO DE ALHO BRASIL — 1988 lembrando que o total da série corresponde a 3600
ESTADOS QUANTIDADES (t)
Santa Catarina 13.973 Exemplo:
Minas Gerais 13.389 Dada a série:
Rio Grande do Sul 6.892 REBANHOS BRASILEIROS 1988
Goiás 6.130 ESPÉCIE QUANTIDADE (milhões de cabeças)
São Paulo 4.179 Bovinos 140
FONTE: BGE Suínos 32
Ovinos 20
Caprinos 11
Total 203
FONTE: IBGE

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temos: • se pretendemos fechar a poligonal obtida, empregamos uma linha
203 - 360° interrompida. Assim, para o nosso exemplo, temos:
⇒ X1 = 248,2 ⇒ X1 = 248°
140 - X1
x2 = 56,7  x2 = 57º
x3 = 35,4  x3 = 35º
x4 = 19,5  x4 = 20º

Com esses dados (valores em graus), marcamos num círculo de raio


arbitrário, com um transferidor, os arcos correspondentes, obtendo o gráfi-
co:

4. CARTOGRAMA
O cartograma é a representação sobre uma carta geográfica.

Este gráfico é empregado quando o objetivo é o de figurar os dados es-


tatísticos diretamente relacionados com áreas geográficas ou políticas.

Distinguimos duas aplicações:


a. Representar dados absolutos (população) — neste caso,
NOTAS: lançamos mão, em geral, dos pontos, em número proporcional
• O gráfico em setores só deve ser empregado quando há, no máximo, aos dados (Figura 4.12).
sete dados. b. Representar dados relativos (densidade) — neste caso,
• Se a série já apresenta os dados percentuais, obtemos os lançamos mão, em geral, de hachuras (Figura 4.13).
respectivos valores em graus multiplicando o valor percentual por
3,6. Exemplo:

3. GRÁFICO POLAR Dada a série:


É o gráfico ideal para representar séries temporais cíclicas, isto é, sé-
ries temporais que apresentam em seu desenvolvimento determinada POPULAÇÃO PROJETADA DA REGIÃO SUL DO BRASIL — 1990
periodicidade, como, por exemplo, a variação da precipitação pluviométrica ESTADO POPULAÇÃO ÁREA DENSIDADE
ao longo do ano ou da temperatura ao longo do dia, a arrecadação da Zona (hab) (km2)
Azul durante a semana, o consumo de energia elétrica durante o mês ou o Paraná 9.137.700 199.324 45,8
ano, o número de passageiros de uma linha de ônibus ao longo da semana Santa Catarina 4.461.400 95.318 46,8
etc. Rio Grande do Sul 9.163.200 280.674 32,6
FONTE: IBGE.
O gráfico polar faz uso do sistema de coordenadas polares.
Obtemos os seguintes cartogramas:
Exemplo: Dada a série:
PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA
MUNICÍPIO DE RECIFE — 1989
MESES PRECIPITAÇÃO MESES (mm)
Janeiro 174,8
Fevereiro 36,9
Março 83,9
Abril 462,7
Maio 418,1
Junho 418,4
Julho 538,7
Agosto 323,8
Setembro 39,7
Outubro 66,1
Novembro 83,3
Dezembro 201,3
FONTE: IBGE
NOTA:
• traçamos uma circunferência de raio arbitrário (em particular, • Quando os números absolutos a serem representados forem muito
damos preferência ao raio de comprimento proporcional à média grandes, no lugar de pontos podemos empregar hachuras.
dos valores da série; neste caso, x = 124,5);
5. PICTOGRAMA
• construímos uma semi-reta (de preferência na horizontal) partindo O pictograma constitui um dos processos gráficos que melhor fala ao
de O (pólo) e com uma escala (eixo polar); público, pela sua forma ao mesmo tempo atraente e sugestiva. A represen-
• dividimos a circunferência em tantos arcos quantas forem as tação gráfica consta de figuras.
unidades temporais;
Exemplo:
• traçamos, a partir do centro O (pólo), semi-retas passando pelos Para a série:
pontos de divisão; POPULAÇÃO DO BRASIL 1950-80
ANOS HABITANTES (milhares)
• marcamos os valores correspondentes da variável, iniciando pela
semi-reta horizontal (eixo polar);
• ligamos os pontos encontrados com segmentos de reta;

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1950 51.944 a1 = 2
1960 70.191 
1970 93.139 a 2 = 3
1980 119.071 
a) 2x1 + 3x2 - x3 - 4x4 = -5 a3 = −1
FONTE: IBGE a = −4
 4
b = −5
Temos a seguinte representação pictórica:
a1 = 3

a 2 = 2

b) 3x + 2y – z + 5w = 8 a3 = −1
a = 5
 4
b = 8

Equação linear homogênea


Equação linear homogênea é a equação linear onde o termo
independente é nulo, isto é:
Na verdade, o gráfico referente à Figura 4.14 é essencialmente um grá-
fico em barras; porém, as figuras o tornam mais atrativo, o que, provavel- b = 0
mente, despertará a atenção do leitor para o seu exame.
Genericamente, representamo-la deste modo:
Sistema normal é o nome que damos a um sistema de n equações
a n incógnitas, cujo determinante é diferente de zero. (D ≠ 0)
a1x1 + a2x2 + ... + anxn = 0
Na confecção de gráficos pictóricos temos que utilizar muita cria-
tividade, procurando obter uma otimização na união da arte com a Exemplos:
técnica. Eis alguns exemplos: a) 4x1 + 2x2 - 3x3 = 0
b) 5x - 3y + 7z = 0

Énupla ou conjunto ordenado


Énupla ou conjunto ordenado é o nome que recebe a solução de uma
equação linear a n incógnitas.

Exemplo:
Consideremos a equação : 2x1 + x2 – x3 = 5, onde a1i = 2, a2 = 1 e a3 = -
1.
 x1 = 3

É fácil verificar que ela é verdadeira para x 2 = 0 pois
x = 1
 3
Dizemos, então, que a solução (3, 0, 1) é uma ênupla ou conjunto
ordenado da equação 2x1 + x2 – x3 = 5.
Mas essa solução não é única; (5, 3, 8), (2, 1, 0), etc ... são
também énuplas dessa mesma equação.
(5, 3, 8) ⇒ 2 . 5 + 1. 3 - 1. 8 = 5
Observe: 10 3 8
(2,1,0) ⇒ 2 . 2 + 1. 1 - 1. 0 = 5
4 1 0

Atividades
Noções acerca de equações lineares
Sistema de equações do 1.o grau.
Assinale V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmações:
α) 2x + 3x = 4 é uma equação linear com incógnitas x e y
GENERALIDADES
β) 4x2 - 5y = 5 é uma equação linear com incógnitas x e y
EQUAÇÃO LINEAR
χ) 4x - 7y + 2z + 5w = 3 é uma equação linear com incógnitas x, y, z
Uma equação é dita linear quando for de primeiro grau em relação às
ew
suas variáveis. Genericamente, representamo-la assim:
δ) -7x + 2y = 3 é uma equação linear com incógnitas x e y cujos
a1x1 + a2x2 + ... + anxn = b coeficientes são -7 e 2, e o termo independente é 3
ε) (0, 2) é solução da equação linear 5x+2y = 2
X1, x2, x3, ..., xn são as variáveis. φ) (3, 2) é solução da equação linear 2x - 5y = -4
a1 , a2, a3, ..., an são os coeficientes. γ) (3, -3) é solução da equação linear 3x + 2y = 7
b é o termo independente. η) 2x + 3y = 7 é uma equação que tem infinitas

Soluções
Exemplos: ι) (2, -4) é solução da equação linear 4x + 2y = 0

Sistema linear
2 ⋅ 3 +1 ⋅ 0 −1 ⋅ 1= 5
0 1
É um conjunto de m (m ≥ 1) equações lineares a n incógnitas.
6

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Veja como se representa um sistema linear: de incógnitas, então a matriz incompleta é quadrada; consequentemente,
a11x1 + a12x2 + ... + a1nxn = b1 existe um determinante D = det(A), denominado determinante do sistema.
a21x1 + a22x2 + ... + a2nxn = b2 Simbolicamente:
. . ... . .
. . ... . . Se m = n e D = det(A) ≠ 0, o sistema recebe o nome de
. . ... . . sistema normal
am1x1 + am2x2 + ... + amnxn = bm
Resolução de sistemas normais
Solução de um sistema linear Na resolução de sistemas normais, empregaremos uma regra prática
Chama-se solução de um sistema linear ao conjunto ordenado ou conhecida pelo nome de Regra de Cramer, que permite encontrar
ênupla que, por sua vez, é a solução de todas as equações desse sistema, facilmente a solução.
simultaneamente.
Exemplo:
m = n ⇒ ∃ D = det(A)
 2x - 3y + 4z = 8

O sistema linear 5x - 4y + 2z = 3 Regra de Cramer
x + y - z = 0
 O valor de cada incógnita (xi) é obtido da seguinte maneira:
admite como solução a ênupla: (1, 2, 3) Faça a verificação.
Dx j
Classificação dos sistemas lineares quanto ao número de xi =
D
soluções
determinado xi x, y, z,...
possível (uma única solução) Dxi Dx, Dy, Dz, ...
(ou compatível) indeterminado
(mais de uma solução) D - é o determinante formado pelos coeficientes das incógnitas.
Sistema Linear
impossível Dxi - é o determinante que se obtém substituindo-se a coluna dos
(ou incompatível) nenhuma solução coeficientes da incógnita procurada pelos termos (independentes)
conhecidos b1, b2, ..., bn.
Exemplos:
Exemplo:
2x1 + x 2 = 8 Qual a solução do seguinte sistema?
2) 
 x1 − x 2 = 1  2x - 3y + 4z = 8

sistema possível e determinado (única solução: x1 = 3 e x2 = 2)  5x - 4y + 2z = 3
 x + y -z=0
Faça a verificação, substituindo x1 e x2 pelos seus respectivos valores. 
3)
{ 2 x1 + x 2 = 5
Resolução:
• Cálculo do determinante D, relativo aos coeficientes das incógnitas:
sistema possível e indeterminado (mais de uma solução)
Faça a verificação, atribuindo a x2 valores numéricos diferentes:
2 −3 4
5 − x2 D = 5 − 4 2 = 19 ≠ 0 ⇒ D ≠ 0
2x1 = 5 − x 2 ⇒ x1 =
2 1 −1 1
 x 2 + x1 = 7 Dado um sistema de n equações lineares com n incógnitas, se o
4)  determinante dos coeficientes das incógnitas não for nulo, então o sistema
2x 2 + 2x1 = 6 é possível e determinado (uma única solução). (Teorema de Cramer)
sistema impossível (nenhuma solução) Portanto, o sistema dado tem uma única solução.
Faça a verificação, simplificando a segunda equação. • Cálculo dos determinantes Dx, Dy e Dz:
x y z b
Sistema linear homogêneo
É o sistema em que o termo independente de todas as equações é 2 −3 4 8
igual a zero, 5 −4 2 3
b1 = b2 = b3 = ... = bm = 0
isto é: 1 1 −1 0
8 −3 4 2 8 4
Todo sistema linear homogêneo é compatível, pois a ênupla (0, 0, 0, Dx = 3 − 4 2 = 19 Dy = 5 3 2 = 38
..., 0) é solução do sistema.
0 1 −1 1 0 −1
2 −3 8
Matrizes de um sistema linear
São duas as matrizes de um sistema linear: uma incompleta e outra Dz = 5 − 4 3 = 57
completa. 1 1 0
Exemplo:
 3 4 
A =   (matriz incompleta ) • Valores das incógnitas:
3x + 4y = 5  6 − 7 Dx 19 Dy 38
⇒ x= = =1 y = = =2
6 x - 7y = 8 B = 3 4 5 (matriz completa) D 19 D 19
  
 6 - 7 8  Dz 57
z= = =3
D 19
Determinante do sistema
Quando o número de equações de um sistema linear é igual ao número Portanto, a solução do sistema é: (1, 2, 3)

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2 9
Atividades: Dy = =9 ⇒ Dy ≠ 0
Regra de Cramer 3 13
Resolva os sistemas seguintes por Cramer:
 x + 2y = 10 - x + y = 3 D = 0 , Dx ≠ 0 e Dy ≠ 0
1)  2) 
 x - 3y = 10  2x + 5y = 1
 x + y=3  x - y+ z= 2 o sistema é impossível, isto é, não admite nenhuma solução.
 
3)  x + z = 4 4) 2x + 3y - 4z = - 4
 y + z=5 4x - 2y + 2z = 6 Aplicações da discussão
  a) Determinar o valor de m de modo que o sistema seguinte
 x+ y+ z=4 3x + 2y - 5z = - 11 seja possível, determinado (solução única):
 
5) 2x + y - z = 4 6) 2x + 7y + z = - 3 mx + 6y = 5
 x + 2y - 3z = 7 5x - y + 10z = 0 
  2x + 3y = 7
Condição resolutiva:
Discussão de um sistema linear de n equações e n incógnitas D≠0 S.P.d.
a. Para D ≠ 0, o sistema é possível, determinado, isto é, admite uma única Donde:
solução. m 6
D= ≠ 0 ⇒ 3m - 12 ≠ 0 ⇒ 3m ≠ 12 ⇒ m≠4
b. Para D = 0 e todos os Dxi nulos, o sistema é possível, indeterminado, isto é,
admite infinitas soluções. 2 3
c. Para D = 0 e pelo menos um Dxi diferente de zero, o sistema é impossível, isto
é, não admite nenhuma solução. Conclusão: O sistema será possível e determinado, para m ≠ 4.
Exemplos: b) Determinar n de modo que o sistema seguinte seja
2x + 3y = 14 impossível (não admita nenhuma solução):
• 
5x - 6y = 8 nx + 3y = 2

2 3 8x + 6y = 1
⇒ D= = - 27 ≠ 0 ⇒ D ≠ 0
5 -6
Condição resolutiva:
D≠0
D = 0 e ∃ Dxi ≠ 0⇒ S.I.
O sistema é possível, determinado, isto é, admite uma única solução.
4x + 6y = 10 Logo:
•  n 3
2x + 3y = 5 24
D= = 0 ⇒ 6n - 24 = 0 ⇒ 6n = 24 ⇒ n = ⇒
4 6 8 6 6
⇒ D= =0 ⇒ D= 0
2 3 ⇒ n=4
Faça a verificação: ∃ Dx i ≠ 0
D=0 Conclusão:
D=0 O sistema será impossível para n = 4.
c) Determinar m e n de modo que o sistema seguinte seja
o sistema poderá ser possível e indeterminado ou impossível ; possível e indeterminado (infinitas soluções) :
dependerá de Dx e Dy.
 4x - 8y = m
Determinemos Dx e Dy: 
10 6 2nx - 12y = 24
Dx = =0 ⇒ Dx = 0 Condição resolutiva:
5 3
D = 0 e ∀ Dx i, Dx i =⇒
0 S.P.i
4 10
Dy = =0 ⇒ Dy = 0 Portanto:
2 5
4 -8
D= = 0 ⇒ - 48 + 16n = 0 ⇒ 16n = 48
D = 0 , Dx = 0 e Dy = 0 2n - 12
⇒ n=3
D=0 m -8
O sistema é possível e indeterminado, isto é, admite infinitas soluções.
Dx = = 0 ⇒ - 12m + 192 = 0 ⇒ - 12m = 192
24 - 12
 2x - 8y = 9
•  ⇒ m = 16
 3x - 12y = 13
2 -8 4 m
⇒ D= =0⇒D= 0 Dy = =0 ⇒ 96 - 2mn = 0
2 - 12 2n 24
o sistema poderá ser possível e indeterminado ou impossível;
dependerá de Dx e Dy. Como n = 3 e m = 16, então:
Determinemos Dx e Dy: 96 – 2 . 16 . 3 = 0 ⇒ 96 – 96 = 0 ⇒
0=0
9 -8
Dx = = −4 ⇒ Dx ≠ 0
13 - 12 Conclusão:
O sistema será possível e indeterminado para n = 3 e m = 16.

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Atividades Lembrete:
Discussão de sistemas lineares n x n Então, para analisar um sistema linear e homogêneo, é suficiente o
111. Discutir os sistemas seguintes: estudo do determinante dos coeficientes:
x y 7 a) se o determinante dos coeficientes for diferente de zero, o
2x + y = 8  2 + 4 = 4 sistema será determinado, pois admitirá uma única solução, a
1)  2)  solução trivial;
3x - 4y = 10  x + y = 11 b) se o determinante dos coeficientes for igual a zero, o sistema
 5 2 10 será indeterminado, admitirá infinitas soluções.

3x y + z = 4 3x + 2y + 4z = 1 ATIVIDADES


  Discussão de sistemas lineares homogéneos
3)  x + 2y z = 2 4)  x + y + 2z = 2
 x - 5y + 3z = 0 4x + 3y - 2z = 3 Discutir os sistemas homogêneos seguintes :
  3x - 2y + z = 0 2x + 3y - z = 0
4x + 2z = 16 - 3y  x + 3y - 6z - 2 = 0  
  1) x + 2y - 2z = 0 3) x + 2y + 4z = 0
5) 3x + 4y = 33 - 5z 6) - 2x - y + 2z - 1 = 0 2x - y + 2z = 0 x - 14z = 0
 x + y+z=7 3x + 2y - 4z + 1 = 0  
  - x + y - z = 0
 x + y+ z=0  x + y - z =1 x + 3y - 2z = 0 
  2)  4) 3x + 2y 12z = 0
7) 3x + 2y + 2z = 3 8) 2x + 2y - z = 0 2x - y + z = 0 2x - 3y + 5z = 0
2x + 3y + 3z = - 1  x+ y =4 
 
QUESTÕES DE VESTIBULARES
112. Determine m e n de modo que sejam indeterminados os sistemas
seguintes:
x + 2y - z = 2
 3 
mx + my = 6  x - my = (UFSC) 0 valor de m para que o sistema 2x + y + mz = 4 seja
1)  2)  2 3x - 2y - 3z = 6
2x + 6y = 4 nx - 6y = 3 

indeterminado.
4x + (m + 3)y = 6 1 1
3)  a) 1 b) − c) d) 2 e) –2
2x + 5y = n + 2 2 2
x 2 + y 2 + x + m = 0
113. Determine m de modo que sejam impossíveis os sistemas
(Cesgranrio) 0 valor de m para que o sistema  2
seguintes: x + y 2 + mx + 1 = 0
x +1 y + 2 tenha uma única solução é :
 - 2x - my = 4  2 − 3 = 0
 a) 1 b) 0 c) – 1 d) –2 e) – 3
1)  15 2) 
 5x - 2 y = 6  mx + y + 1 = 5 ( m + 1) x + 7 y = 10
  3 2 6 (UFBA) 0 sistema 4 x + ( m − 2) y = 0 é impossível se m valer:

114. Determine m de modo que sejam determinados os sistemas
a) 0 ou 1 b) -1 ou 2 c) 6 ou -5 d) 7 ou 4 e) 9 ou 2
seguintes:
 x + 2 mx + 4 y  ax + by = 1
- 6mx = 10y  3 − =2 
2 (FMU/FIAM) o sistema bx + ay = 1
1)  2)  3
12x + 4y = 1  (x + y ) + 1 = 3 • é determinado se a = 2 e b = -2
 4 2 • é indeterminado se a = 5 e b = 2
115. Assinale a alternativa correta: • é impossível se a = -b
mx + y = 4 • é impossível para todo a, b ∈ IR
a)  é um sistema: • é determinado para todo a, b ∈ IR
8x - 2y = 10
1) determinado para ∀ m ∈ R
kx + y = 3k
2) determinado ⇒ m = -4 (FMU/FIAM) 0 sistema  tem para solução o par (1, 2).
3) determinado ⇒ m ≠ -4 x + 2by = 5k
4) sempre indeterminado Então podemos concluir que:
rx + 2y = 4
b)  é um sistema: a) k = 1 e b = 1 c) k = -1 e b = 1 e) k =1 e b = 2
8x + ry = 20 b) k = 1 e b = -1 d) k = 2 e b = 1
1) impossível para r ≠ +4
2) indeterminado para r ≠ +4 x + y = 0

3) determinado para r ≠ +4 (Fuvest) 0 sistema linear x + z = 0 é indeterminado para
 y + mz = 0
4) determinado para r ≠ +16 
a) todo m real c) m =1 e) m = 0
b) nenhum m real d) m = -I
Discussão de um sistema linear homogêneo
Sistema linear homogêneo é aquele em que o termo independente de (Sta. Casa-SP) Seja a matriz quadrada A = (a;j) de ordem 2, tal que
todas as equações é igual a zero, isto é:  π
cos 2i − j se i = j

b1 = b2 = b3 = ... = bn = 0 aij =  0 determinante de A é igual a:
sen π se i ≠ j
 i+ j

Matemática 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


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3 1 1 3 Regra de Cramer
a) b) c) 0 d) - e) - 1) x = 0 e y = 0 2) x = - 2 e y = 1
4 4 4 4 3) x = 2, y = 5 e z = 2 4) x = 1, y = 2 e z = 3
2 25 1
x + ky = 1 5) x = ,y= ez= 6) x = -2, y = 0 e z = 1
(PUC-SP) Para que o sistema  seja impossível, o valor de 7 7 7
4x + 5y = 2
k deve ser: Discussão de sistemas lineares n x n
1 1 1 4 5 A. 1) S.P.d 2) S.P.d 3) S.P. i 4) S.P.d
a) b) c) d) e) 5) S.P.i 6) S.I. 7) S.I.
5 4 3 5 4 8) S.I.
 ax + 4ay = 0 B. 1) m = 0 2) m = 3 e n = 2 3) m = 7 e n = 1
(UFPA) 0 valor de a para que o sistema  seja 9
x + 2ay = 1 C. 1) m = -3 2) m = -
indeterminado é 4
a) 0 b) 1 c) 2 d) 3 42
e) 6 D. 1) m ≠ 5 2) m ≠
9
E. a) 3 b) 3
2x + y + z = 1
 Discussão de sistemas lineares homogêneos
(UFPA) Dado o sistema x + 2y - z = 5 temos que x + y + z é igual a: 1) S.P.d. 2) S.P.i. 3) S.P.i. 4) S.P.i.
x + y + 2z = - 2

a) 0 b) 1 c) 2 d) 3 Questões de vestibulares
e) 4 a) e d) c g) e j) a m) d
b) d e) a h) e k) c n) c
(ITA) Para que valores reais de a e b o seguinte sistema não admite c) c f) d i) a l) a o) a
solução?
3x + ay + 4z = 0
 10. RACIOCÍNIO LÓGICO
x + y + 3z = - 5 11. RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS.
2x - 3y + z = b

a) a = -2 e b = 5 c) a = -2 e b ≠ 5 e) n.d.a. Os problemas seguintes requerem raciocínio para sua solução. A fim
b) a > -2 e b ≠ 4 d) a = b = 1 de provar que uma resposta é correta, uma vez encontrada, necessita-se
de um raciocínio cujas premissas estejam contidas no enunciado do pro-
blema, e cuja conclusão seja a resposta ao mesmo. Se a resposta é corre-
(ITA) Se um sistema homogêneo de equações lineares tiver o determinante
ta, poder-se-á construir um raciocínio válido. O leitor é solicitado, ao traba-
igual a zero, então :
a) o sistema é indeterminado. lhar com estes problemas, a preocupar-se não só em encontrar as respos-
b) sistema tem solução única. tas corretas, mas em formular também os raciocínios que provem a corre-
c) o sistema não tem solução ção das respostas.
Daremos, a seguir, alguns exercícios resolvidos para que o candidato
7x + y - 3z = 10 possa inteirar-se do funcionamento do assunto.

(UFPR) O sistema de equações x + y + z = 6 é:
4x + y + Pz = Q Exercício 1

Assinale a alternativa que não faz parte do conjunto dado:
a) impossível, se P ≠ -1 e Q ≠ 8
a) São Paulo
b) indeterminado, se P ≠ -1 e Q ≠ 8 b) Campinas
c) indeterminado, se P ≠ -1 e Q = 8 c) Porto Alegre
d) impossível, se P ≠ -1 e Q ≠ 8 d) Santos
e) impossível, se P ≠ -1 e Q = 8 e) Franca
4x + 5y = 0
 Resposta: C – São Paulo, Campinas, Santos e Franca são cidades do
(ITA) O sistema de equações x - 5 y = 0 Estado de São Paulo, ao passo que Porto Alegre não é cidade do nosso

 4 Estado.
a) tem infinitas soluções.
b) não pode ser resolvido com auxílio da Regra de Cramer. Exercício 2
c) tem uma única solução. Assinale o número que completa a sequência apresentada:
1 1 1, 3, 5, 7, 9, ...
 + =0 1) 13
x y 2) 11
2 3 3) 15
(Politécnica) O sistema de equações  + = 0
x y 4) 17
1 2 4 5) 19
 − + =0
 x y z Resposta: b – Os números 1, 3, 5, 7, 9 formam uma sequência, ou se-
a) é impossível ja, a sequência dos números ímpares. Portanto, o próximo número é 11.
b) é indeterminado
c) é possível e determinado Exercício 3
d) só admite a solução nula REAL está para BRASIL assim como DÓLAR está para .................
a) Estados Unidos
Respostas b) França
Noções acerca de equações lineares c) Canadá
1) ( F ) 2) ( F ) 3) ( V ) 4) ( V ) 5) ( F ) d) Austrália
6) ( V ) 7) ( F ) 8) ( V ) 9) ( V ) e) Alemanha

Matemática 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Resposta – A - Real é a moeda brasileira e dólar é a moeda dos Es- b) baixinho
tados Unidos. c) pequeno
d) gabiru
Exercício 4 e) mínimo
O carro amarelo anda mais rapidamente do que o vermelho e este
mais rapidamente que o azul. Qual o carro que está se movimentando Resposta: C – O contrário de grande é pequeno.
com maior velocidade?
a) o amarelo Exercício 14
b) o azul Assinale a alternativa que não tem as mesmas características das
c) o vermelho demais, quanto às patas:
d) o vermelho e o azul a) formiga
e) impossível responder b) aranha
c) abelha
Resposta – A – Lendo direitinho o enunciado vemos claramente que o d) traça
carro amarelo anda mais depressa. e) borboleta
Exercício 5
Resposta – b – Aranha tem oito patas. As outras têm seis.
Um tijolo pesa 1 quilo mais meio tijolo. Quanto pesam três tijolos?
a) 5 kg
Exercício 15
b) 4 kg
Assinale qual destes animais, cujos nomes estão ocultos entre as
c) 4,5 kg
letras, é o menor:
d) 5,5 kg
a) OSÃBI
e) 3,5 kg
b) TOGA
Resposta C – Pelo enunciado, um tijolo pesa um quilo e meio. Portan- c) LIVAJA
to, três tijolos deverão pesar 3 x 1,5 = 4,5 kg. d) ATOR
Enunciado para as próximas questões: e) RAFAGI
Cinco moças estão sentadas na primeira fila da sala de aula: são
Maria, Mariana, Marina, Marisa e Matilde. Resposta: D – RATO (as outras: bisão, gato, javali, girafa)
Marisa está numa extremidade e Marina na outra. Mariana senta-se
ao lado de Marina e Matilde, ao lado de Marisa. Exercício 16
Escreva o número que falta:
Responda as perguntas: 20 17 14 ...... 8 5
6 – Quantas estão entre Marina e Marisa?
7 – Quem está no meio? Resposta: 11
8 – Quem está entre Matilde e Mariana? 20 – 3 = 17; 17 – 3 = 14; 14 – 3 = 11; 11 – 3 = 8; 8 – 3 = 5
9 – Quem está entre Marina e Maria?
10 – Quantas estão entre Marisa e Mariana? Exercício 17
O vaqueiro está tocando as vaca numa estrada. Uma delas anda
Se lermos direitinho o enunciado podemos concluir e fazer um desenho na frente de duas outras, uma anda entre duas e uma anda atrás de
para ilustrar e assim responder a todas as perguntas: duas. Quantas eram as vacas?
MARISA MATILDE MARIA MARIANA MARINA Resposta: 3
Respostas: VACA VACA VACA
6 – três
7 – Maria Exercício 18
8 – Maria Como dispor oito oitos de forma que a soma seja 1.000?
9 – Mariana Resposta: 888 + 88 + 8 + 8 + 8 = 1.000
10 – duas
Exercício 19
Exercício 11 A mãe de Takada tem cinco filhos: Tanaco, Taneco, Tanico, Tano-
Qual o número que falta no quadro a seguir? co. Qual é o quinto filho?
5 10 5 a) Tanuco
6 14 8 b) Takuda
3 10 ...... c) Tanuka
d) Takada
Resposta: 7 – A soma dos extremos é o número central.
5 + 5 = 10 Resposta: D – Takada. É claro que é Takada, que também é sua filha,
6 + 8 = 14 de acordo com o enunciado do problema.
3 + 7 = 10
Exercício 20
Exercício 12 Sabendo-se que seis raposas, em seis minutos, comem seis gali-
Qual a palavra que não faz parte do grupo? nhas, pergunta-se: Quantas raposas, em sessenta minutos, comem
a) LIVRO sessenta galinhas?
b) REVISTA
c) JORNAL Resposta: 6 raposas (é só fazer o cálculo).
d) ENCICLOPÉDIA
e) CARNE TESTE DE HABILIDADE NUMÉRICA

Resposta E – Os quatro primeiros são vendidos em livrarias e carne não.


1. Escreva o número que falta.
Exercício 13 18 20 24 32 ?
ALTO está para BAIXO, assim como GRANDE está para .................
a) nanico 2. Escreva o número que falta.

Matemática 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


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16. Escreva o número que falta.

3. Escreva o número que falta.


212 179 146 113 ? 17. Escreva o número que falta.
15 13 12 11 9 9 ?
4. Escreva o número que falta.
18. Escreva o número que falta.
9 4 1
6 6 2
1 9 ?

19. Escreva o número que falta.


11 12 14 ? 26 42

20. Escreva o número que falta.


8 5 2
5. Escreva o número que falta. 4 2 0
6 8 10 11 14 14 ? 9 6 ?

6. Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 21. Escreva o número que falta.
17 (112) 39
28 (...) 49

7 Escreva o número que falta.


7 13 24 45 ?

8. Escreva o número que falta.


3 9 3
5 7 1
7 1 ? 22. Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.
341 (250) 466
9. Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 282 (. . .) 398
234 (333) 567
345 (. . .) 678 23. Escreva o número que falta.
10. Escreva o número que falta.

24. Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.


12 (336) 14
15 (. . .) 16
11. Escreva o número que falta. 25. Escreva o número que falta.
4 5 7 11 19 ? 4 7 6
8 4 8
12. Escreva o número que falta. 6 5 ?
6 7 9 13 21 ?
RESPOSTAS - TESTE DE HABILIDADE NUMËRICA
13. Escreva o número que falta.
4 8 6
1. 48. (Some 2, 4, 8 e, finalmente 16).
6 2 4
2. 24. (No sentido contrário aos ponteiros do relógio, os números
8 6 ?
aumentam em 2, 3, 4, 5 e 6).
3. 80. (Subtraia 33 de cada número).
14. Escreva o número que falta.
4. 5. (Os braços para cima se somam e os para baixo se subtraem,
64 48 40 36 34 ?
para obter o número da cabeça).
5. 18. (Existem duas séries alternadas, uma que aumenta de 4 em 4 e
15. Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.
a outra de 3 em 3).
718 (26) 582
6. 154. (Some os números de fora do parêntese e multiplique por 2).
474 (. . .) 226
7. 86. (Multiplique o número por dois e subtraia 1, 2, 3 e 4).
8. 3. (Subtraia os números das duas primeiras colunas e divida por 2).

Matemática 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


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9. 333. (Subtraia o número da esquerda do número da direita para 5. Assinale a figura que não tem relação com as demais.
obter o número inserto no parêntese).
10. 5. (O número da cabeça é igual a semi--soma dos números dos
pés).
11. 35. (A série aumenta em 1, 2, 4, 8 e 16 unidades sucessivamente).
12. 37. (Multiplique cada termo por 2 e subtraia 5 para obter o seguin-
te).
6. Assinale a figura que não tem relação com as demais.
13. 7. (Os números da terceira coluna são a semi-soma dos números
das outras duas colunas).
14. 33. (A série diminui em 16, 8, 4, 2 e 1 sucessivamente).
15. 14. (Some os números de fora do parêntese e divida por 50 para
obter o número inserto no mesmo).
16. 3. (No sentido dos ponteiros do relógio, multiplique por 3).
17. 6. (Existem duas séries alternadas: uma diminui de 3 em 3; a outra
de 2 em 2). 7. Assinale a figura que não tem relação com as demais.
18. 4. (Cada fileira soma 14).
19. 18. (Dobre cada termo e subtraia 10 para obter o seguinte).
20. 3. (Os números diminuem em saltos iguais, 3 na primeira fileira, 2
na segunda e 3 na terceira).
21. 18. (Os números são o dobro de seus opostos diametralmente).
22. 232. (Subtraia a parte esquerda da parte direita e multiplique o
resultado por dois).
23. 21. (Os números aumentam em intervalos de 2, 4, 6 e 8).
8. Assinale a figura que não tem relação com as demais.
a) 480. (O número inserto no parêntese é o dobro do produto dos
números de fora do mesmo).
25. 2. (A terceira coluna é o dobro da diferença entre a primeira e a segun-
da).

TESTE DE HABILIDADE VÍSUO-ESPACIAL


9. Assinale a figura que não tem relação com as demais.
1. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

* Não ter relação no sentido de não conservar as mesmas relações


com as demais, por questão de detalhe, posição etc.

10. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

2. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

11. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

3. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

12. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

4. Escolha, dentre as numeradas, a figura que corresponde à incógnita.

13. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

Matemática 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


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14. Assinale a figura que não tem relação com as demais. 23. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

15. Assinale a figura que não tem relação com as demais.


24. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

16. Assinale a figura que não tem relação com as demais.


25. Assinale afigura que não tem relação com es demais.

17. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

26. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

18. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

19. Assinale a figura que não tem relação com as demais. 27. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

20. Assinale a figura que não tem relação com as demais.


28. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

21. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

29. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

30. Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita.


22. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

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RESPOSTAS - TESTE DE HABILIDADE VÍSUO - ESPACIAL 3. 40 pintores pintam um edifício em 10 dias. Querendo fazer o mesmo
serviço em 8 dias, quantos pintores seriam necessários?
1- 4. (Todas as outras figuras podem inverterem-se sem qualquer a) 50
diferença). b) 48
2- 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). c) 60
3- 4 . (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). d) 62
4- 1. (A figura principal gira 180° e o círculo pequeno passa para o e) n.d.a.
outro lado).
5- 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). 4. 8 máquinas produzem 600 peças de metal por hora. Quantas
6- 4. (A figura gira 90° cada vez, em sentido contrario aos ponteiros do máquinas idênticas às primeiras são necessárias para produzir 1 500
relógio, exceto a 4 que gira no sentido dos mencionados ponteiros). peças de metal por hora?
7- 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). a) 30
8- 4. (A figura gira 90° cada vez em sentido contrario aos ponteiros do b) 25
relógio, exceto o 4 que gira no mesmo sentido dos mencionados pon- c) 40
teiros). d) 20
9- 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem no plano e) n.d.a.
do papel).
10 - 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). 5. Com velocidade de 60 km/h, um automóvel leva 50 minutos para ir de
11 - 3. (As outras três figuras são esquemas de urna mão esquerda; a de urna cidade X a urna cidade Y. Se a sua velocidade fosse de 75 km/h,
n.° 3 é o esquema de urna mão direita). quanto tempo levada para cobrir a mesma distância?
12 - 3. (A figura gira 45° cada vez em sentido contrario aos ponteiros do a) 45 min
relógio, porém o sombreado preto avança urna posição a mais, exce- b) 38 min
to em 3, que é, portanto, a figura que não corresponde as demais). c) 40 min
13 - 5. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). d) 42 min
14 - 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). e) n.d.a.
15 - 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).
16 - 5. (O conjunto completo de 4 círculos gira num ângulo de 90° cada 6. Uma roda de automóvel dá 2 500 voltas em 10 minutos. Quantas
vez. Em 5 os círculos com + e o com x trocaram suas posições. Em voltas dará em 12 minutos?
todas as demais figuras o + está na mesma fileira que o círculo pre- a) 3280
to). b) 2967
17 - 6. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). c) 3020
18 - 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). d) 3000
19 - 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). e) n.d.a.
20 - 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).
21 - 5. (1 e 3, e 2 e 4 são duplas que podem se sobreporem girando 45°. 7. Para paginar um livro com 30 linhas em cada página, são necessárias
A figura 5 não pode sobrepor-se porque a cruz e o circulo interiores 420 páginas. Quantas páginas (iguais às anteriores) de 40 linhas
ficariam em posição diferente). (iguais às anteriores) cada uma seriam necessárias para paginar o
22 - 4. (Os setores preto, branco ou hachur giram em sentido contrario mesmo livro?
aos ponteiros do relógio; na figura 4 os setores branco e hachur es- a) 315
tão em posição diferente). b) 321
23 - 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). c) 347
24 - 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). d) 198
25 - 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). e) n.d.a.
26 - 3. (1 e 4 formam urna dupla e o mesmo ocorre com 2 e 5. Em cada
dupla os retângulos preto e hachur alternam sua posição; a figura 3 8. Para transportar certo volume de areia para urna construção, foram
tem o sombreado em posição diferente). necessários 20 caminhões com 4 m3 de areia cada um. Se cada
27 - 5. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). caminhão pudesse conter 5 m3 de areia, quantos caminhões seriam
28 - 6. (As outras figuras podem girar até se sobreporem). necessários para fazer o mesmo serviço?
29 - 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). a) 16
30- 3. (A figura principal gira no sentido dos ponteiros do relógio; a seta, b) 20
no sentido contrario). c) 22
d) 14
e) n.d.a.

PROVA SIMULADA 9. Uma árvore de 4,2 m de altura projeta no solo urna sombra de 3,6 m.
No mesmo instante, uma torre projeta urna sombra de 28,80 m. Qual
1. Um parafuso penetra 3,2 mm a cada 4 voltas. Quantas voltas deverá é a altura da torre?
dar para penetrar 16 mm? a) 33,60
a) 20 voltas b) 28,90
b) 18 voltas c) 32,00
c) 22 voltas d) 19,12
d) 16 voltas e) N.D.A.
e) n.d.a.
10. Para assoalhar urna sala de 80 m2 de área, foram necessários 900
2. Sabe-se que 8 kg de café cru dão 6 kg de café torrado. Quantos kg de tacos de madeira. Quantos tacos iguais a esses seriam necessários
café cru devem ser levados ao forno para obtermos 27 kg de café para assoalhar urna sala de 60 m2 de área?
torrado? a) 700
a) 36 b) 800
b) 40 c) 760
c) 38 d) 675
d) 26 e) n.d.a.
e) n.d.a.

Matemática 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


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11. Uma torneira despeja 40 litros de água em 5 minutos. Em quanto 19. A velocidade de um automóvel é de 72 km/h. Qual seria a sua
tempo esta torneira encheria um reservatório de 2 m3 de capacidade? velocidade em m/s?
a) 230min a) 22
b) 220 min b) 18
c) 250 min c) 32
d) 242 min d) 20
e) n.d.a. e) n.d.a.

12. Uma vara de bambu de 1,5 m de altura projeta no solo uma sombra 20. Um terreno retangular tem 10 m de frente por 40 m de lateral. Se
de 1 m. Quanto medirá a sombra projetada no mesmo instante por um diminuirmos 2 m da frente do terreno, quantos m devemos aumentar
prédio de 18 m de altura? ao comprimento a fim de conservar a sua área?
a) 13 m a) 11 m
b) 12 m b) 12 m
c) 10,5 m c) 10 m
d) 14,2 m d) 9 m
e) n.d.a. e) n.d.a.

13. Para construir urna quadra de basquete, 30 operários levam 40 dias. 21. $ 6 400,00 representam quantos % de $ 320 000,00?
Quantos dias levariam 25 operários, de mesma capacidade que os a) 3
primeiros, para construir urna quadra idêntica? b) 2
a) 52 dias c) 4
b) 46 d) 5
c) 48 e) n.d.a.
d) 45
e) n.d.a. 22. 150 alunos representam quantos % de 2 000 alunos?
a) 7,5
14. Com a velocidade de 80 km/h, um automóvel leva 1 hora e meia para b) 6,7
percorrer certa distância. Se a sua velocidade fosse de 72 km/h, qual c) 7,1
o tempo que seria gasto para cobrir a mesma distância? d) 8,1
a) 100 min e) n.d.a.
b) 98 min
c) 102 min 23. Uma prova de Matemática tem 50 questões. Um aluno acertou 40
d) 110 min dessas questões. Qual foi a sua taxa de acertos?
e) n.d.a. a) 90%
b) 88%
15. Um muro deverá ter 40 m de comprimento. Em três dias, foram c) 77%
construídos 12m do muro. Supondo que o trabalho continue a ser feito d) 80%
no mesmo ritmo, em quantos dias será construído o restante do e) n.d.a.
muro?
a) 10 dias 24. A 6ª série C teve, durante todo o ano, 50 aulas de Educação Física.
b) 7 dias Um aluno faltou a 8 aulas. Qual foi a taxa de faltas desse aluno?
c) 8 dias a) 12
d) 6 dias b) 18
e) n.d.a. c) 16
d) 14
16. Uma folha de alumínio de 250 cm2 de área pesa 400 g. Quanto e) n.d.a.
pesará uma peça quadrada, de 10 cm de lado, da mesma folha de
25. O preço de custo de um objeto é R$ 1 750,00. Sendo esse objeto
alumínio?
vendido a R$ 2 499,00, qual a taxa de lucro sobre o preço de custo?
a) 160 g
a) 42,8
b) 145 g
b) 43,7
c) 165 g
c) 39,8
d) 178 g
d) 44,0
e) n.d.a.
e) n.d.a.
17. Com certa quantidade de arame, constrói-se uma tela de 20 m de
26. Um quadro de futebol disputa 16 partidas, vencendo 10 e empatando
comprimento por 3 m de largura. Diminuindo-se a largura em 1,80 m,
2. Pede-se: 1º) a taxa de vitórias em relação ao número de partidas
qual seria o comprimento de outra tela fabricada com a mesma
disputadas; 2º) a taxa de empates em relação ao número de partidas
quantidade de arame?
disputadas.
a) 48 m
a) 62,5 e 12,5
b) 50m
b) 61,0 e 11,9
c) 52 m
c) 63,1 e 13,3
d) 54 m
d) 62,1 e 11,9
e) n.d.a.
e) n.d.a.
18. Para azulejar uma parede de 15 m2 de área foram usados 300 27. Em 1980, a população de uma cidade era de 60 000 habitantes. Em
azulejos. Quantos azulejos iguais a esses seriam usados para 1981, a população da mesma cidade é de 61920 habitantes. Qual foi
azulejar uma parede retangular de 8 m por 3 m? a taxa de crescimento populacional em relação à de 1980?
a) 479 a) 4,1
b) 500 b) 3,1
c) 566 c) 3,2
d) 480 d) 1,9
e) n.d.a. e) n.d.a.

Matemática 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


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28. Dos 15.000 candidatos que inscreveram-se para o vestibular na 37. Na compra a prazo de um aparelho, há um acréscimo de R$ 150,00, o
PUC.SP. Foram aprovados 9600. Qual a taxa de aprovação? que corresponde a 30% do preço a vista do aparelho, Qual é o preço
a) 67 a vista do aparelho, e quanto vou pagar?
b) 71 a) 500 e 640
c) 66 b) 510 e 630
d) 64 c) 530 e 678
e) n.d.a. d) 500 e 650
29. Em dezembro de 1996, o preço da gasolina passou de R$ 0,45 para e) n.d.a.
R$ 0,51 o litro. De quanto % foi o aumento?
a) 13,3 38. Para assoalhar uma casa foram necessárias 18 dúzias de tábuas de 2
b) 12,9 metros e 30 centímetros de comprimento por 10 centímetros de
c) 11,8 largura. Quantas tábuas seriam necessárias para assoalhar a mesma
d) 14,1 casa se elas tivessem 1 metro e 80 centímetros de comprimento por 3
e) n.d.a. decímetros de largura?
a) 92
30. Na compra de uma bicicleta, cujo preço é R$ 180,00, dá-se um b) 104
desconto de R$ 27,00. De quanto % é o desconto dado? c) 98
a) 17 d) 89
b) 15 e) 95
c) 13
d) 11
e) n.d.a. 39. Uma torneira pode encher um tanque em 9 horas e outra pode encher
o mesmo tanque em 12 horas. Se essas duas torneiras funcionassem
31. $ 300,00 representam 24% de uma quantia x. Qual é o valor de x? juntas e, com elas, mais uma terceira torneira, o tanque ficaria cheio
a) 1320 em 4 horas. Em quantas horas a terceira torneira, funcionando
b) 1250 sozinha, encheria o tanque?
c) 1145 a) 18 horas
d) 1232 b) 20
e) n.d.a. c) 22
d) 16
32. Numa prova de Matemática, um aluno acertou 36 questões, o que
e) 18h 30min 15s
corresponde a 72% do número das questões. Quantas questões havia
na prova?
a) 44 40. As rodas traseiras de um carro têm 3,25 metros de circunferência.
b) 48 Enquanto as rodas dianteiras dão 20 voltas, as traseiras dão somente
c) 50 12. Qual é a circunferência das rodas dianteiras?
d) 53 a) 1,95 m
e) n.d.a. b) 2,05
c) 1,88
33. Num colégio X, 520 alunos estudam no período da manhã, o que d) 1,90
corresponde a 65% do número total de alunos do colégio. Quantos e) 2,01
alunos tem esse colégio?
a) 861
b) 982 41. Um viajante vai da cidade X à cidade Z em um trem que faz 60 km/h
c) 870 e volta em outro cuja velocidade é de 96 km/h, Sabendo-se que a
d) 800 viagem de ida e volta durou, ao todo, 9 horas e 58 minutos, pergunta-
e) n.d.a. se: qual a distância entre as duas cidades?
a) 368
34. Uma peça de ouro foi vendida com um lucro de $ 300,00. Sabe-se b) 388
que essa quantia representa 25% do preço de custo da peça. Qual o c) 402
preço de custo e por quanto foi vendida essa peça? d) 379
a) 1200 e 1500 e) 354
b) 1220 e 1488
c) 1180 e 1520
42. Certa máquina, trabalhando 12 horas por dia, consome, em 30 dias, 9
d) 1190 e 1980
780 quilos de carvão. Qual o custo do carvão gasto por essa máquina
e) n.d.a.
durante 90 dias, sabendo-se que nesse período trabalhou 12 horas e
35. Uma salina produz 18% de sal em volume de água que é levada a 30 minutos por dia e que cada tonelada de carvão custou R$ 800 00?
evaporar. Para produzir 117 m3 de sal, quantos m3 de água são a) 24.450,00
necessários? b) 25.000,00
a) 750 c) 23.450,00
b) 587 d) 22.980,00
c) 710 e) 24.680,00
d) 650
e) n.d.a. 43. Se um homem caminha à razão de 4 quilômetros e 500 metros por
36. Na 6ª série B, 6 alunos foram reprovados, o que representa 15% do hora, em quantas horas, minutos e segundos, percorrerá a distância
número de alunos da classe. Quantos alunos há na 6ª série B? de 14 quilômetros e 415 metros?
a) 38 a) 3h 12min 12s
b) 42 b) 3h 11min 19s
c) 40 c) 2h 59min 2s
d) 45 d) 3h 21min 5s
e) n.d.a. e) n.d.a.
Matemática 39 A Opção Certa Para a Sua Realização
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44. Sabendo que 3/4 de certa obra foram feitos por 33 pessoas em 1 ano 51. Certo capital, acrescido de juros de 6,5% a.a. em 1 ano e 4 meses,
de trabalho, determinar quantas pessoas seriam necessárias para importa em $ 7 824,00. Determinar o capital.
fazer a obra toda em metade do tempo. a) 7.200,00
a) 91 b) 6,980,00
b) 88 c) 7.430,00
c) 79 d) 8.020,00
d) 85 e) n.d.a.
e) n.d.a.
52. Um capital, com os juros correspondentes a 5 meses, eleva-se a R$
45. Sabendo que três operários, trabalhando 7 horas por dia, durante 2 748,25. O mesmo capital, com os juros correspondentes a 8 meses,
dias, fizeram 126 metros de certa obra, calcular quantos metros da eleva-se a R$ 759,20. Determinar o capital.
mesma obra farão dois operários, trabalhando 5 dias a 3 horas por a) 770,00
dia. b) 760,00
a) 88 c) 695,00
b) 92 d) 730,00
c) 98 e) n.d.a.
d) 95
e) 90 53. Determinar o capital e os juros cuja soma, no fim de 5 meses, à taxa
de 5,5% a.a., atingiu R$ 17 676,00.
a) 17.280,00 e 396,00
46. Trabalhando 4 horas diárias, durante 18 dias, 64 operários abriram
uma vala de 36 metros de comprimento, em terreno de dureza 3. b) 16.980,00 3 400,00
Determinar o comprimento de outra vala, aberta por 56 operários, que c) 18.960,00 e 385,00
trabalharam 5 horas por dia, durante 16 dias, em terreno de dureza 2. d) 17.680,00 e 411,00
a) 61,4 e) n.d.a.
b) 49,8 54. Qual é o capital que, acrescido dos seus juros produzidos em 270
dias, à taxa de 4,5% a.a., se eleva a R$ 45 071,50?
c) 52,5
a) 44.000,00
d) 49,1
b) 43.987,20
e) n.d.a.
c) 45.080,00
47. Uma torneira que jorra 1.035,5 litros de água por hora enche certo d) 43.600,00
reservatório em 12 horas. Determinar em quanto tempo outra torneira, e) n.d.a.
que jorra 20 litros por minuto, encheria o mesmo reservatório.
a) 10h 21min 18s 55. Uma pessoa aplicou $ 110 000,00 do seguinte modo:
b) 11h 10min 12s $ 68 000,00 a 5% a.a. e $ 42 000,00 a uma taxa desconhecida.
c) 9h 31min 17s Sabendo-se que, no fim de meio ano, a primeira importância tinha
rendido $125,00 a mais do que a segunda, pergunta-se: a que taxa
d) 10h 17min 32s
esta última foi aplicada?
e) n.d.a.
a) 8,3% a.a.
48. 27 operários, trabalhando 8 horas diárias durante 15 dias, fizeram um b) 7,5
muro de 20 metros de comprimento, 1 metro e 80 centímetros de c) 6,7
altura e 30 centímetros de espessura. Quantos operários seriam d) 6,9
necessários para a construção de outro muro de 30 metros de e) n.d.a.
comprimento, 2 metros de altura e 27 centímetros de espessura, se
eles trabalhassem 9 horas por dia durante 18 dias? 56. A soma de um capital com os seus juros, aplicado durante 110 dias, à
a) 33 taxa de 7% a.a., é igual a R$ 2 553,47. Determinar o valor dos juros,
b) 37 considerando-se o ano com 360 dias.
c) 29 a) 53,47
d) 27 b) 51,12
e) 30 c) 49,22
d) 48,98
49. Vinte e cinco tecelões, trabalhando 7 horas por dia, durante 18 dias, e) n.d.a.
fizeram 750 metros de certo tecido. Quantos tecelões, trabalhando 9
horas por dia, durante 14 dias, seriam necessários para fazer 630 57. Determinar a que taxa mensal esteve aplicado um capital de R$ 48
metros do mesmo tecido? 000,00 que, em 3 meses e 20 dias, rendeu R$ 440,00 de juros.
a) 23 a) 0,25% a.m.
b) 24 b) 0,40
c) 21 c) 0,34
d) 17 d) 0,21
e) 20 e) 0,49

50. O volante de uma máquina, dando 318 voltas em 6 minutos, põe em 58. Certo capital, acrescido dos juros resultantes de sua aplicação
movimento uma fieira que produz 265 metros de tecido em 60 durante 8 meses, eleva-se a R$ 23 100,00. O mesmo capital,
minutos. Que tempo será preciso para fabricar 564 metros de tecido, acrescido dos juros resultantes de 13 meses de aplicação, à mesma
se o volante der 376 voltas em 4 minutos? taxa, eleva-se a R$ 23 475,00. Calcular o capital e a taxa anual.
a) 75 min a) 22.500,00 e 4% a.a.
b) 72 min b) 21.000,00 e 5%
c) 69 c) 23.650,00 e 5%
d) 65 d) 21.654,00 e 4%
e) n.d.a. e) n.d.a.

Matemática 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
GABARITO _______________________________________________________
_______________________________________________________
1. A 21. B 41. A _______________________________________________________
2. A 22. A 42. A
3. A 23. D 43. A _______________________________________________________
4. D 24. C 44. B
5. C 25. A 45. E _______________________________________________________
6. D 26. A 46. C _______________________________________________________
7. A 27. C 47. A
8. A 28. D 48. E _______________________________________________________
9. A 29. A 49. C _______________________________________________________
10. D 30. B 50. B
11. C 31. B 51. A _______________________________________________________
12. B 32. C 52. D
_______________________________________________________
13. C 33. D 53. A
14. A 34. A 54. D _______________________________________________________
15. B 35. D 55. B
16. A 36. C 56. A _______________________________________________________
17. B 37. D 57. A _______________________________________________________
18. D 38. A 58. A
19. D 39. A _______________________________________________________
20. C 40. A _______________________________________________________
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Matemática 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Matemática 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
lei;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas.
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único
de Saúde (SUS):
1.PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SISTEMA ÚNICO DE I - a execução de ações:
SAÚDE E A LEI ORGÂNICA DA SAÚDE (LEI Nº 8.080/1990).
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: OBJETIVOS; ATRIBUIÇÕES, a) de vigilância sanitária;
DOUTRINAS E COMPETÊNCIAS; PRINCÍPIOS QUE REGEM b) de vigilância epidemiológica;
SUA ORGANIZAÇÃO
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação
da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes II - a participação na formulação da política e na execução de ações de
e dá outras providências. saneamento básico;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacio- III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;
nal decreta e eu sanciono a seguinte lei:
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços do trabalho;
de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou
eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imuno-
biológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na
TÍTULO I sua produção;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o interesse para a saúde;
Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e consumo humano;
execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos
de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transpor-
assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a te, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
sua promoção, proteção e recuperação. radioativos;

§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das em- X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científi-
presas e da sociedade. co e tecnológico;

Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, en- XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.
tre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambien- § 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de
te, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas
bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens
organização social e econômica do País. e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se re-
força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à lacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da
coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. produção ao consumo; e
TÍTULO II II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou in-
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE diretamente com a saúde.
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer
e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual
direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de pre-
Sistema Único de Saúde (SUS). venção e controle das doenças ou agravos.
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas fe- § 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um con-
derais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produ- junto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epide-
ção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e miológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos traba-
de equipamentos para saúde. lhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de
(SUS), em caráter complementar. trabalho, abrangendo:

CAPÍTULO I I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou porta-


Dos Objetivos e Atribuições dor de doença profissional e do trabalho;

Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde
(SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determi- potenciais à saúde existentes no processo de trabalho;
nantes da saúde;
III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saú-
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos cam- de (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de pro-
pos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta dução, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de
Conhecimentos Específicos 1 A Opção Certa Para a Sua Realização
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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada
riscos à saúde do trabalhador; esfera de governo pelos seguintes órgãos:
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secre-
empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e taria de Saúde ou órgão equivalente; e
do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambien-
tais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeita- III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou
dos os preceitos da ética profissional; órgão equivalente.

VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver
de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam.

VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no pro- § 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio
cesso de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades da direção única, e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua
sindicais; e observância.

VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão § 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá or-
competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambi- ganizar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e
ente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde.
saúde dos trabalhadores. Art. 11. (Vetado).
CAPÍTULO II
Dos Princípios e Diretrizes Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, su-
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados bordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e
contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde órgãos competentes e por entidades representativas da sociedade civil.
(SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de arti-
da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: cular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde
de assistência; (SUS).

II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões
contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coleti- intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades:
vos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do I - alimentação e nutrição;
sistema;
II - saneamento e meio ambiente;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integri-
dade física e moral; III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios IV - recursos humanos;
de qualquer espécie;
V - ciência e tecnologia; e
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - saúde do trabalhador.
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de sa-
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração
úde e a sua utilização pelo usuário;
entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e superi-
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, or.
a alocação de recursos e a orientação programática;
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade pro-
VIII - participação da comunidade; por prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação conti-
nuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em ca- correspondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica
da esfera de governo: entre essas instituições.
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; CAPÍTULO IV
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; Da Competência e das Atribuições
Seção I
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente Das Atribuições Comuns
e saneamento básico;
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exerce-
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e hu- rão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:
manos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na
prestação de serviços de assistência à saúde da população; I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de
fiscalização das ações e serviços de saúde;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de as-
sistência; e II - administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados,
em cada ano, à saúde;
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade
de meios para fins idênticos. III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da
população e das condições ambientais;
CAPÍTULO III
Da Organização, da Direção e da Gestão IV - organização e coordenação do sistema de informação de saúde;
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de
de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação complementar qualidade e parâmetros de custos que caracterizam a assistência à saúde;
da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarqui-
zada em níveis de complexidade crescente. VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de
qualidade para promoção da saúde do trabalhador;
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo

Conhecimentos Específicos 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
VII - participação de formulação da política e da execução das ações roportos e fronteiras, podendo a execução ser complementada pelos Esta-
de saneamento básico e colaboração na proteção e recuperação do meio dos, Distrito Federal e Municípios;
ambiente;
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da
VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde; qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso
humano;
IX - participação na formulação e na execução da política de formação
e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde; IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização
do exercício profissional, bem como com entidades representativas de
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde formação de recursos humanos na área de saúde;
(SUS), de conformidade com o plano de saúde;
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da polí-
XI - elaboração de normas para regular as atividades de serviços priva- tica nacional e produção de insumos e equipamentos para a saúde, em
dos de saúde, tendo em vista a sua relevância pública; articulação com os demais órgãos governamentais;
XII - realização de operações externas de natureza financeira de inte- XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional
resse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal; para o estabelecimento de padrões técnicos de assistência à saúde;
XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitó- XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de in-
rias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou teresse para a saúde;
de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa
correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas natu- XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
rais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização; Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação instituci-
onal;
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e De-
rivados; XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único
de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de assistência à saúde;
XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos internaci-
onais relativos à saúde, saneamento e meio ambiente; XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas e para
os Municípios, dos serviços e ações de saúde, respectivamente, de abran-
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e re- gência estadual e municipal;
cuperação da saúde;
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de
XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício Sangue, Componentes e Derivados;
profissional e outras entidades representativas da sociedade civil para a
definição e controle dos padrões éticos para pesquisa, ações e serviços de XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saú-
saúde; de, respeitadas as competências estaduais e municipais;
XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde; XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do
SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Fede-
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde; ral;
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscalização ine- XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avali-
rentes ao poder de polícia sanitária; ação técnica e financeira do SUS em todo o Território Nacional em coope-
XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos ração técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal. (Vide Decreto
e de atendimento emergencial. nº 1.651, de 1995)
Seção II Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância epidemi-
Da Competência ológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência de
agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete: estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição; disseminação nacional.

II - participar na formulação e na implementação das políticas: Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete:

a) de controle das agressões ao meio ambiente; I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das
ações de saúde;
b) de saneamento básico; e
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho; Único de Saúde (SUS);
III - definir e coordenar os sistemas: III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar suple-
tivamente ações e serviços de saúde;
a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços:
b) de rede de laboratórios de saúde pública;
a) de vigilância epidemiológica;
c) de vigilância epidemiológica; e
b) de vigilância sanitária;
d) vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição; e
IV - participar da definição de normas e mecanismos de controle, com
órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que d) de saúde do trabalhador;
tenham repercussão na saúde humana;
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do
V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o contro- meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana;
le das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de
saúde do trabalhador; VI - participar da formulação da política e da execução de ações de sa-
neamento básico;
VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância epide-
miológica; VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos
ambientes de trabalho;
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, ae-

Conhecimentos Específicos 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado e definido por esta
a política de insumos e equipamentos para a saúde; Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com o qual funcionará
em perfeita integração. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sis-
temas públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional; Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído pela Lei nº 9.836, de
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e he- 1999)
mocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua organização
administrativa; Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por
esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política Indígena do Pa-
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e ís. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
avaliação das ações e serviços de saúde;
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e
XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, não-governamentais poderão atuar complementarmente no custeio e
de procedimentos de controle de qualidade para produtos e substâncias de execução das ações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
consumo humano;
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a reali-
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de por- dade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas e o modelo
tos, aeroportos e fronteiras; a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que se deve pautar por
XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de uma abordagem diferenciada e global, contemplando os aspectos de assis-
morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada. tência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente,
demarcação de terras, educação sanitária e integração institucio-
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete: nal. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de sa- Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, co-
úde e gerir e executar os serviços públicos de saúde; mo o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionalizado.(Incluído pela Lei
II - participar do planejamento, programação e organização da rede re- nº 9.836, de 1999)
gionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articu- § 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base os
lação com sua direção estadual; Distritos Sanitários Especiais Indígenas. (Incluído pela Lei nº 9.836, de
III - participar da execução, controle e avaliação das ações referentes 1999)
às condições e aos ambientes de trabalho; § 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Aten-
IV - executar serviços: ção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações na estrutura
e organização do SUS nas regiões onde residem as populações indígenas,
a) de vigilância epidemiológica; para propiciar essa integração e o atendimento necessário em todos os
níveis, sem discriminações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
b) vigilância sanitária;
§ 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em
c) de alimentação e nutrição;
âmbito local, regional e de centros especializados, de acordo com suas
d) de saneamento básico; e necessidades, compreendendo a atenção primária, secundária e terciária à
saúde. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
e) de saúde do trabalhador;
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos orga-
V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equi- nismos colegiados de formulação, acompanhamento e avaliação das políti-
pamentos para a saúde; cas de saúde, tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que te- Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº
nham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos muni- 9.836, de 1999)
cipais, estaduais e federais competentes, para controlá-las; CAPÍTULO VI
VII - formar consórcios administrativos intermunicipais; DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o
IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sa- atendimento domiciliar e a internação domiciliar. (Incluído pela Lei nº
nitária de portos, aeroportos e fronteiras; 10.424, de 2002)
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e con- § 1o Na modalidade de assistência de atendimento e internação domici-
vênios com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, bem liares incluem-se, principalmente, os procedimentos médicos, de enferma-
como controlar e avaliar sua execução; gem, fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social, entre outros
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. (Incluído
saúde; pela Lei nº 10.424, de 2002)

XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de § 2o O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por
saúde no seu âmbito de atuação. equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva,
terapêutica e reabilitadora. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos
Estados e aos Municípios. § 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realiza-
dos por indicação médica, com expressa concordância do paciente e de
CAPÍTULO V sua família. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) CAPÍTULO VII
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO
das populações indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou indivi- (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
dualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836,
de 1999) Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da
rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de

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parto, parto e pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) TÍTULO IV
DOS RECURSOS HUMANOS
1o
§ O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado
pela parturiente. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será formali-
zada e executada, articuladamente, pelas diferentes esferas de governo,
2o
§ As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de em cumprimento dos seguintes objetivos:
que trata este artigo constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo
órgão competente do Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.108, de I - organização de um sistema de formação de recursos humanos em
2005) todos os níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além da elaboração
de programas de permanente aperfeiçoamento de pessoal;
Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
II - (Vetado)
TÍTULO III
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE III - (Vetado)
CAPÍTULO I
Do Funcionamento IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema Único
de Saúde (SUS).
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se
pela atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema Único de
habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado na promoção, proteção Saúde (SUS) constituem campo de prática para ensino e pesquisa, median-
e recuperação da saúde. te normas específicas, elaboradas conjuntamente com o sistema educacio-
nal.
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, se- âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão ser exercidas em
rão observados os princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de regime de tempo integral.
direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu
funcionamento. § 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou empregos
poderão exercer suas atividades em mais de um estabelecimento do Sis-
Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou de tema Único de Saúde (SUS).
capitais estrangeiros na assistência à saúde, salvo através de doações de
organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas, § 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos servidores
de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos. em regime de tempo integral, com exceção dos ocupantes de cargos ou
função de chefia, direção ou assessoramento.
§ 1° Em qualquer caso é obrigatória a autorização do órgão de direção
nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), submetendo-se a seu controle Art. 29. (Vetado).
as atividades que forem desenvolvidas e os instrumentos que forem firma- Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço sob
dos. supervisão serão regulamentadas por Comissão Nacional, instituída de
§ 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde manti- acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a participação das entidades
dos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de seus profissionais correspondentes.
empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social. TÍTULO V
CAPÍTULO II DO FINANCIAMENTO
Da Participação Complementar CAPÍTULO I
Dos Recursos
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para ga-
rantir a cobertura assistencial à população de uma determinada área, o Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único
Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos necessá-
iniciativa privada. rios à realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela
sua direção nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social
Parágrafo único. A participação complementar dos serviços privados e da Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades estabeleci-
será formalizada mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as das na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
normas de direito público.
Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos provenientes
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as de:
sem fins lucrativos terão preferência para participar do Sistema Único de
Saúde (SUS). I - (Vetado)
II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assistência à
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os pa- saúde;
râmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela direção nacio-
nal do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional de III - ajuda, contribuições, doações e donativos;
Saúde. IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de paga- V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no âm-
mento da remuneração aludida neste artigo, a direção nacional do Sistema bito do Sistema Único de Saúde (SUS); e
Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato em demonstrativo VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.
econômico-financeiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos § 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita de
serviços contratados. que trata o inciso I deste artigo, apurada mensalmente, a qual será destina-
§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e da à recuperação de viciados.
administrativas e aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde § 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)
(SUS), mantido o equilíbrio econômico e financeiro do contrato. serão creditadas diretamente em contas especiais, movimentadas pela sua
direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas.
§ 3° (Vetado).
§ 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas supleti-
§ 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou vamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão financiadas por recur-
serviços contratados é vedado exercer cargo de chefia ou função de confi- sos tarifários específicos e outros da União, Estados, Distrito Federal,
ança no Sistema Único de Saúde (SUS). Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).

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§ 4º (Vetado). CAPÍTULO III
Do Planejamento e do Orçamento
§ 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnoló-
gico em saúde serão co-financiadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de
pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além de recursos de institui- Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus
ções de fomento e financiamento ou de origem externa e receita própria órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de
das instituições executoras. saúde com a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Municí-
pios, dos Estados, do Distrito Federal e da União.
§ 6º (Vetado).
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e programações
CAPÍTULO II de cada nível de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), e seu financi-
Da Gestão Financeira amento será previsto na respectiva proposta orçamentária.
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) se- § 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento de
rão depositados em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenci-
movimentados sob fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde. ais ou de calamidade pública, na área de saúde.
§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do Orçamen- Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a se-
to da Seguridade Social, de outros Orçamentos da União, além de outras rem observadas na elaboração dos planos de saúde, em função das carac-
fontes, serão administrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo terísticas epidemiológicas e da organização dos serviços em cada jurisdi-
Nacional de Saúde. ção administrativa.
§ 2º (Vetado). Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a
§ 3º (Vetado). instituições prestadoras de serviços de saúde com finalidade lucrativa.
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema de DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
auditoria, a conformidade à programação aprovada da aplicação dos recur- Art. 39. (Vetado).
sos repassados a Estados e Municípios. Constatada a malversação, desvio
ou não aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as § 1º (Vetado).
medidas previstas em lei.
§ 2º (Vetado).
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da receita efeti-
vamente arrecadada transferirão automaticamente ao Fundo Nacional de § 3º (Vetado).
Saúde (FNS), observado o critério do parágrafo único deste artigo, os § 4º (Vetado).
recursos financeiros correspondentes às dotações consignadas no Orça-
mento da Seguridade Social, a projetos e atividades a serem executados no § 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Inamps para ór-
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). gãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) será feita de modo a
preservá-los como patrimônio da Seguridade Social.
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da Segurida-
de Social será observada a mesma proporção da despesa prevista de cada § 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inventariados
área, no Orçamento da Seguridade Social. com todos os seus acessórios, equipamentos e outros

Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Es- § 7º (Vetado).


tados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combinação dos se- § 8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados, mantidos
guintes critérios, segundo análise técnica de programas e projetos: pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e da Previdência
I - perfil demográfico da região; Social, será assegurado às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde
ou órgãos congêneres, como suporte ao processo de gestão, de forma a
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta; permitir a gerencia informatizada das contas e a disseminação de estatísti-
III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na cas sanitárias e epidemiológicas médico-hospitalares.
área; Art. 40. (Vetado)
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior; Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras Sociais e
V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e pelo Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas pela direção nacional do
municipais; Sistema Único de Saúde (SUS), permanecerão como referencial de presta-
ção de serviços, formação de recursos humanos e para transferência de
VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede; tecnologia.
VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras Art. 42. (Vetado).
esferas de governo.
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preservada
§ 1º Metade dos recursos destinados a Estados e Municípios será dis- nos serviços públicos contratados, ressalvando-se as cláusulas dos contra-
tribuída segundo o quociente de sua divisão pelo número de habitantes, tos ou convênios estabelecidos com as entidades privadas.
independentemente de qualquer procedimento prévio.
Art. 44. (Vetado).
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório processo de
migração, os critérios demográficos mencionados nesta lei serão pondera- Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de ensino
dos por outros indicadores de crescimento populacional, em especial o integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), mediante convênio, preser-
número de eleitores registrados. vada a sua autonomia administrativa, em relação ao patrimônio, aos recur-
sos humanos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos limites confe-
§ 3º (Vetado). ridos pelas instituições a que estejam vinculados.
§ 4º (Vetado). § 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais de pre-
§ 5º (Vetado). vidência social deverão integrar-se à direção correspondente do Sistema
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação dos ór- Único de Saúde (SUS), conforme seu âmbito de atuação, bem como quais-
gãos de controle interno e externo e nem a aplicação de penalidades pre- quer outros órgãos e serviços de saúde.
vistas em lei, em caso de irregularidades verificadas na gestão dos recur- § 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os serviços de
sos transferidos. saúde das Forças Armadas poderão integrar-se ao Sistema Único de

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Saúde (SUS), conforme se dispuser em convênio que, para esse fim, for CONTROLE SOCIAL NO SUS
firmado.
A Lei Nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, estabelece duas formas
Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá mecanismos de de participação da população na gestão do Sistema Único de Saúde: as
incentivos à participação do setor privado no investimento em ciência e Conferências e os Conselhos de Saúde onde a comunidade, através de
tecnologia e estimulará a transferência de tecnologia das universidades e seus representantes, pode opinar, definir, acompanhar a execução e fiscali-
institutos de pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Federal e zar as ações de saúde nas três esferas de governo: federal, estadual e
Municípios, e às empresas nacionais. municipal.
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estaduais Como Funcionam as Conferências e os Conselhos de Saúde
e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), organizará, no prazo de
dois anos, um sistema nacional de informações em saúde, integrado em Nas Conferências, reúnem-se os representantes da sociedade (que
todo o território nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de pres- são os usuários do SUS), do governo, dos profissionais de saúde, dos
tação de serviços. prestadores de serviços, parlamentares e outros para “avaliar a situação da
saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde” nos
Art. 48. (Vetado). municípios, nos estados e no país.
Art. 49. (Vetado). Foi o relatório final da 8ª Conferência Nacional de Saúde de 1986 que
serviu de base para a elaboração do capítulo sobre saúde da nossa Consti-
Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municípios, cele- tuição Federal de 1988, quando foi criado o Sistema Único de Saúde.
brados para implantação dos Sistemas Unificados e Descentralizados de
Saúde, ficarão rescindidos à proporção que seu objeto for sendo absorvido De quatro em quatro anos deve acontecer a Conferência Nacional de
pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Saúde, após a realização das Conferências estaduais e municipais, onde
são apontados os rumos para aperfeiçoamento do SUS.
Art. 51. (Vetado).
Os Conselhos de Saúde são os órgãos de controle do SUS pela socie-
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de dade nos níveis municipal, estadual e federal. Eles foram criados para
emprego irregular de verbas ou rendas públicas (Código Penal, art. 315) a permitir que a população possa interferir na gestão da saúde, defendendo
utilização de recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em os interesses da coletividade para que estes sejam atendidos pelas ações
finalidades diversas das previstas nesta lei. governamentais.
Art. 53. (Vetado). O legítimo representante dos cidadãos usuários do SUS defende os in-
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. teresses e necessidades da população que mais precisa e usa os serviços
do SUS, exercendo o controle social ao lutar para garantir, na prática, o
Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro de 1954, a Lei direito constitucional à saúde com qualidade e o respeito à dignidade hu-
nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais disposições em contrário. mana.
Os Conselhos de Saúde funcionam como colegiados, de caráter per-
Sistema Único de Saúde manente e deliberativo, isto é, devem funcionar e tomar decisões regular-
mente, acompanhando, controlando e fiscalizando a política de saúde e
O QUE É O SUS? propondo correções e aperfeiçoamentos em seu rumo. São componentes
dos Conselhos os representantes do governo, dos prestadores de serviços,
O Sistema Único de Saúde - SUS - foi criado pela pela Constituição
dos profissionais de saúde e usuários.
Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis n.º 8080/90 (Lei Orgânica da
Saúde) e nº 8.142/90, com a finalidade de alterar a situação de desigualda- Para conhecer melhor os Conselhos de Saúde procure a Secretaria
de na assistência à Saúde da população, tornando obrigatório o atendimen- Municipal de Saúde do seu município e veja como pode participar.
to público a qualquer cidadão, sendo proibidas cobranças de dinheiro sob
qualquer pretexto. “O Controle Social não deve ser traduzido apenas em mecanismos
formais e, sim, refletir-se no real poder da população em modificar planos,
Do Sistema Único de Saúde fazem parte os centros e postos de saúde, políticas, não só no campo da saúde”.
hospitais - incluindo os universitários, laboratórios, hemocentros (bancos de (Relatório final da 9ª Conferência Nacional de Saúde de 1992)
sangue), além de fundações e institutos de pesquisa, como a FIOCRUZ -
Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Vital Brazil. Através do Sistema Único “Com a participação da comunidade na gestão do SUS se estabelece
de Saúde, todos os cidadãos têm direito a consultas, exames, internações e uma nova relação entre Estado e a Sociedade,
tratamentos nas Unidades de Saúde vinculadas ao SUS, sejam públicas de forma que as decisões do Estado sobre o que fazer na saúde terão que
(da esfera municipal, estadual e federal), ou privadas, contratadas pelo ser negociadas com os representantes da Sociedade, uma vez que eles
gestor público de saúde. são quem melhor conhecem a realidade da saúde da comunidade. Por isso
ela é entendida como uma das formas mais avançadas de democracia”.
O SUS é destinado a todos os cidadãos e é financiado com recursos (Guia de Referência para Conselheiros Municipais – Ministério da Saúde)
arrecadados através de impostos e contribuições sociais pagos pela popu-
lação e compõem os recursos do governo federal, estadual e municipal. ASPECTOS GERAIS
O Sistema Único de Saúde - SUS constitui o modelo oficial público de
O Sistema Único de Saúde tem como meta tornar-se um importante atenção à saúde em todo o país, sendo um dos maiores sistemas públicos
mecanismo de promoção da eqüidade no atendimento das necessidades de saúde do mundo e o único a garantir assistência integral e totalmente
de saúde da população, ofertando serviços com qualidade adequados às gratuita para a totalidade da população, inclusive aos pacientes portadores
necessidades, independente do poder aquisitivo do cidadão. O SUS se do HIV, sintomáticos ou não, aos pacientes renais crônicos e aos pacientes
propõe a promover a saúde, priorizando as ações preventivas, democrati- com câncer.
zando as informações relevantes para que a população conheça seus
direitos e os riscos à sua saúde. O controle da ocorrência de doenças, seu O SUS,esta´definido na Lei Nº 8.080, de 19 de setembro de 1990´- Lei
aumento e propagação (Vigilância Epidemiológica) são algumas das res- Orgânica da Saúde, como "o conjunto de ações e serviços de saúde, pres-
ponsabilidades de atenção do SUS, assim como o controle da qualidade de tados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da
remédios, de exames, de alimentos, higiene e adequação de instalações Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Públi-
que atendem ao público, onde atua a Vigilância Sanitária. co, incluídas as instituições públicas federais, estaduais e municipais de
controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos,
O setor privado participa do SUS de forma complementar, por meio de
inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde",
contratos e convênios de prestação de serviço ao Estado – quando as
garantida, também, a participação complementar da iniciativa privada no
unidades públicas de assistência à saúde não são suficientes para garantir
Sistema Único de Saúde.
o atendimento a toda a população de uma determinada região.

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A direção do SUS, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição A Constituição Federal de 1988, incorporando, parcialmente, as pro-
Federal, é única, sendo exercida em âmbito nacional pelo Ministério da postas estabelecidas pelo movimento da reforma sanitária brasileira criou o
Saúde; em âmbito estadual e no Distrito Federal, pela respectiva Secretaria Sistema Único de Saúde, regulamentado dois anos depois pelas Leis
de Saúde ou órgão equivalente e, no âmbito municipal, pela respectiva 8.080, de 19 de setembro de 1990 e 8.142, de 28 de dezembro de 1990.
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente.
Um passo significativo na direção do cumprimento da definição consti-
A Lei Nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe, entre outros tucional de construção do Sistema Único de Saúde, foi a publicação do
assuntos, sobre a participação da comunidade na gestão do SUS, estabe- decreto nº 99.060, de 7 de março de 1990, que transferiu o Instituto Nacio-
lece, no seu artigo 1°, que o SUS, "contará, em cada esfera de governo, nal de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) do Ministério da
sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias Previdência para o Ministério da Saúde.
colegiadas: a Conferência de Saúde e o Conselho de Saúde".
Em 27 de julho de 1993, quase três anos após a promulgação da lei
A Conferência de Saúde, pelo menos a cada quatro anos, é convocada 8.080, que regulamentou o SUS, o INAMPS foi extinto através da Lei n°
para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação 8.689, sendo suas funções, competências, atividades e atribuições absorvi-
da política de saúde nos níveis nacional, estadual e municipal. das pelas instâncias federal, estadual e municipal do SUS.

O Conselho de Saúde, órgão colegiado com caráter permanente e de- Ao se preservar as funções, competências, atividades e atribuições do
liberativo, composto por representantes do governo, prestadores de serviço, INAMPS, se preservou também a sua lógica de financiamento e de aloca-
profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no ção de recursos financeiros, como, por exemplo, o estabelecimento de
controle da execução da política de saúde, sendo que suas decisões reque- limites ou tetos físicos e financeiros para as Unidades Federadas.
rem a homologação do chefe do poder legalmente constituído em cada
esfera do governo. 2. NORMAS DO SUS.

A Comissão Intergestores Tripartite - CIT, integrada por representantes O SUS está amparado em uma vasta legislação, cujo tripé principal é
dos gestores municipais (CONASEMS - Conselho Nacional de Secretários formado pela Constituição Federal de 1988, a Lei 8.080, de 19 de setembro
Municipais de Saúde), estaduais (CONASS - Conselho Nacional de Secre- de 1990 e a Lei 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Complementarmente
tários de Saúde) e federal (Ministério da Saúde) − e a Comissão Interges- existiram as Normas Operacionais do SUS, das quais pode-se fazer o
tores Bipartite - CIB, integrada por representantes dos gestores municipais seguinte resumo:
(COSEMS - Colegiado de Secretários Municipais de Saúde) e estadual
(Secretaria Estadual de Saúde), criadas pela segunda Norma Operacional NOB-SUS 01/91
Básica do SUS - a NOB-SUS 01/93, são responsáveis pelo gerenciamento • Resolução Nº 258/1991 /INAMPS - Instituiu a UCA - Unidade de
do Sistema Único de Saúde, apreciando, entre outros assuntos, os pactos Cobertura Ambulatorial, para o financiamento das atividades ambu-
e programações entre gestores, buscando a integração entre as esferas de latoriais;
governo. • Instituiu a AIH - Autorização de Internação Hospitalar, para o finan-
ciamento das internações hospitalares;
Nelas são pactuados, por exemplo, os tetos financeiros possíveis − • Definiu recursos para o custeio da máquina administrativa do
dentro das disponibilidades orçamentárias conjunturais − oriundos dos INAMPS;
recursos das três esferas de governo, capazes de viabilizar a atenção às • Definiu recursos para o financiamento de Programas Especiais em
necessidades assistenciais e às exigências ambientais. Para ler um pouco Saúde;
mais sobre o SUS clique. • Definiu recursos para investimentos no setor saúde.

ASPECTOS GERAIS NOB-SUS 01/92


1 - ANTECEDENTES. • Portaria Nº 234/1992/MS - Criou o CONASS - Conselho Nacional
Desde o início do século passado, até o final dos anos sessenta, o sis- de Secretários de Saúde e o CONASEMS - Conselho Nacional de
tema de saúde brasileiro se preocupava, fundamentalmente, com o comba- Secretários Municipais de Saúde, como instâncias gestoras colegi-
te em massa de doenças, através das campanhas de saúde pública. A adas do SUS;
partir dos anos setenta, passou a priorizar a assistência médica curativa e • Enfatizou a necessidade de descentralização das ações e serviços
individual. de saúde;
Em 1975, através da Lei 6.229, foi criado o Sistema Nacional de Saú- • Normalizou o Fundo Nacional de Saúde;
de, separando as ações de saúde pública das ações ditas de atenção às • Descentralizou o planejamento e a distribuição das AIH's pelas Se-
pessoas. cretarias Estaduais de Saúde;
Em 1977, se criou INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica
da Previdência Social, para tender exclusivamente as pessoas que possuí- NOB-SUS 01/93
am carteira de trabalho. O atendimento dos desempregados e residentes • Portaria Nº 545/1993/MS - Lançou o documento denominado
no interior era de responsabilidade das Secretarias Estaduais de Saúde e "Descentralização das Ações e Serviços de Saúde - a ousadia de
dos serviços públicos federais. cumprir e fazer cumprir a lei";
Somente a partir dos anos oitenta, mudanças econômicas e políticas • Deu maior ênfase à municipalização da saúde;
ocorridas no país, passaram a exigir a substituição do modelo médico- • Criou a CIT - Comissão Intergestores Tripartite e a CIB - Comissão
assistencial privatista por um outro modelo de atenção à saúde. Intergestores Bipartite, como órgãos de assessoramento técnico ao
Os primeiros sinais de mudança do modelo de atenção à saúde no Conselho Nacional de Saúde e aos Conselhos Estaduais de Saú-
Brasil, surgiram com a criação, em 1979, do PIASS – Programa de Interiori- de, respectivamente;
zação das Ações de Saúde e Saneamento a partir de alguns projetos
pilotos medicina comunitária. NOB-SUS 01/96
• Portaria Nº 1.742/1996/MS - Instituiu a Gestão Plena Municipal da
Em 1983, se implantou a AIS – Ações Integradas de Saúde, o primeiro Saúde com responsabilidade dos municípios pela saúde;
desenho estratégico de co-gestão, de desconcentração e de universaliza- • O município passa a ser o responsável imediato pelo atendimento
ção da atenção à saúde. das necessidades do cidadão;
• Os estados passam a ser meros mediadores;
Em 1986 foi realizada a 8ª Conferência Nacional de Saúde e, no ano • A União normaliza e financia e o município gere e executa.
seguinte, se criou o SUDS – Sistema Unificado e Descentralizado de Saú- • Criou os níveis de gestão Incipiente, Parcial e Semi-Plena;
de, que representou a desconcentração das atividades do INAMPS para as • Instituiu o PAB - Piso da Atenção Básica;
Secretarias Estaduais de Saúde. • Institui a PPI - Programação Pactuada e Integrada.
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NOAS-SUS 01/01 Provisoriamente, até que seja elaborada lei complementar, a EC-29
Portaria Nº 95/2001/MS acresceu, no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, o artigo 77,
Os estados passam da função de meros mediadores para a de coor- que define os recursos mínimos a serem aplicados, de 2000 a 2004, nas
denadores do SUS em âmbito estadual; ações e serviços públicos de saúde, pela União, Estados, Distrito Federal e
A ênfase na municipalização (atomização) dá lugar à ênfase na regio- Municípios. Por outro lado, reforçou a obrigatoriedade desses recursos
nalização (otimização); serem aplicados por meio dos respectivos Fundos de Saúde, que serão
NOAS-SUS 01/02 acompanhados e fiscalizados pelos Conselhos de Saúde correspondentes.
Portaria Nº 373/2002/MS
Aperfeiçoou e revoga a NOAS-SUS 01/01; Portanto, desde o ano de 2000, passam a existir fontes de recursos e
percentuais definidos para o SUS, o que antes não havia. Progressivamen-
3. PRINCÍPIOS. te, até 2004, a União terá que gastar no SUS, no mínimo, o valor empenha-
O SUS DEVE ser entendido como um processo em marcha de produ- do no ano anterior acrescido da variação nominal do PIB – Produto Interno
ção social da saúde, que não se iniciou em 1988, com a sua inclusão na Bruto (5% em 1999). Os Estados e o Distrito Federal terão que gastar, no
Constituição Federal, nem tão pouco tem um momento definido para ser mínimo, 12% do produto da arrecadação dos impostos próprios e dos que
concluído. Ao contrário, resulta de propostas defendidas ao longo de muitos lhes são transferidos pela União, deduzidas as parcelas que forem transfe-
anos pelo conjunto da sociedade e por muitos anos ainda estará sujeito a ridas aos Municípios.
aprimoramentos.
O Distrito Federal e os Municípios terão que gastar, no mínimo, 15% o
Segundo a legislação brasileira, a saúde é um direito fundamental do produto da arrecadação dos impostos próprios e dos que lhes são transferi-
ser humano, cabendo ao poder público (União, Estados, Distrito Federal e dos pela União e, no caso dos municípios, também pelos Estados.
Municípios) garantir este direito, através de políticas sociais e econômicas
que visem à redução dos riscos de se adoecer e morrer, bem como o Com o advento da EC-29 estimou-se que o gasto público em saúde,
acesso universal e igualitário às ações e serviços de promoção, proteção e em 2001, chegaria a casa dos 40,4 bilhões de reais. Destes, 22,2 bilhões
recuperação da saúde. (55%) gastos pela esfera federal, 7,7 bilhões (19%) pelos governos estadu-
ais e 10,5 bilhões (26%) pelos municípios.
O acesso universal (princípio da universalidade), significa que ao SUS
compete atender a toda população, seja através dos serviços estatais São, fundamentalmente, 3 (três) os mecanismos de transferência dos
prestados pela União, Distrito Federal, Estados e Municípios, seja através recursos do SUS da União para os estados, Distrito Federal e Municípios:
dos serviços privados conveniados ou contratados com o poder público. • Transferência fundo a fundo: Os recursos são repassados direta-
mente do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos estaduais e muni-
O acesso igualitário (princípio da eqüidade) não significa que o SUS cipais, independentemente de convênio ou qualquer outro instru-
deva tratar a todos de forma igual, mas sim respeitar os direitos de cada mento congênere, segundo as condições de gestão.
um, segundo as suas diferenças, apoiando-se mais na convicção íntima da • Transferência por Serviços Produzidos: Os recursos são pagos di-
justiça natural do que na letra da lei. retamente a prestadores da rede estadual ou privados, contratados
ou conveniados, contra apresentação de faturas, referentes a ser-
viços realizados conforme programação e mediante prévia autori-
4. CONTROLE SOCIAL zação do gestor, obedecendo as tabelas editadas pelo MS/SAS.
Tanto a Constituição Federal como as leis orgânicas da saúde (8.080 e
• Transferência por Convênio: os recursos são repassados via con-
8.142) estabelecem que saúde é direito de todos e dever do estado e suas
vênio, visando a execução descentralizada de programa e ações
ações e serviços devem ser organizados com a participação da comunida-
de saúde, com interesses mútuos, ou cumprimento de emendas
de. Isso quer dizer que o SUS impõe o direito de cidadania que deve ser
parlamentares ou, ainda, a assistência financeira suplementar.
exercido, institucionalmente, através dos Conselhos de Saúde, em cada
Os recursos federais, devido à habilitação dos estados e municípios,
esfera de governo – federal, estadual e municipal.
passam a ser transferidos diretamente do Fundo Nacional de Saúde aos
Embora em muitos lugares, os Conselhos de Saúde não sejam mais
Fundos Estaduais e Municipais, em observância ao mecanismo instituído
do que palco de imposições governamentais e de influências partidárias ou
pelo Decreto N° 1.232, de 30 de agosto de 1994.
corporativas, no geral o resultado parece apontar para a democratização da
Além das transferências do Fundo Nacional de Saúde, os Fundos Es-
saúde.
taduais e Municipais recebem aportes de seus próprios orçamentos. E, em
Avaliações dos Conselhos de Saúde existentes apontam para a ne-
alguns estados, há o repasse de recursos próprios para os Fundos Munici-
cessidade de se propiciar a capacitação dos conselheiros mediante cursos
pais de Saúde, de acordo com regras definidas no âmbito estadual.
regulares e de prover, de forma sistemática, as informações necessárias
para o exercício do controle social da saúde.
6. RESULTADOS.
Manda a Lei 8.689: “O gestor do SUS em cada esfera de Governo,
As críticas que se fazem ao SUS, traduzidas nas infindáveis filas, no
apresentará trimestralmente, ao conselho de saúde correspondente e em
atendimento desumano, na falta de leitos, exames, médicos, e medicamen-
audiência pública nas câmaras de vereadores e nas assembléias legislati-
tos, não surgiram com o novo sistema de saúde. São, na realidade, conse-
vas respectivas, para análise e ampla divulgação, relatório detalhado,
qüências históricas de um modelo de atenção à saúde centrado na assis-
contendo, dentre outros , dados sobre o montante e a fonte de recursos
tência médica. Todavia, é preciso se realçar que nesses doze anos de
aplicados, auditorias concluídas ou iniciadas no período, bem como sobre a
SUS, se obtiveram resultados bastante positivos.
oferta e produção de serviços na rede assistencial própria, contratada ou
conveniada”.
São exemplos: a erradicação da poliomielite, a quase eliminação do sa-
rampo, a queda acentuada do tétano acidental e neonatal, além da diminui-
5. FINANCIAMENTO.
ção considerável de outras doenças evitáveis pela vacinação.
Segundo a Constituição Federal (Parágrafo Único, do artigo 198) o fi-
nanciamento do SUS se dá pelo orçamento da seguridade social, da União,
As ações de controle das doenças transmitidas por vetores – em espe-
dos Estados, do Distrito Federal e Municípios, além de outras fontes. Por-
cial a malária, leshimaniose, e dengue –, assim como as de controle da
tanto, o SUS é uma responsabilidade financeira dos três níveis de governo
tuberculose, da hanseníase, das doenças de transmissão sexual e da
– federal, estadual e municipal.
AIDS, têm produzido considerável queda no número de casos novos des-
sas doenças. A raiva humana, uma doença de difícil controle e quase
Confirmando esse conceito, em setembro de 2000, foi aprovada a
sempre mortal, vem apresentando ao longo dos anos uma queda acentua-
Emenda Constitucional 29 (EC-29), que determina a vinculação de receitas
da.
das três esferas de governo para o SUS, definindo percentuais mínimos de
No campo da Saúde Mental a des-hospitalização, se reflete na redução
recursos para as ações e serviços de saúde, vinculados à arrecadação de
da oferta de leitos e na diminuição do tempo médio de permanência das
impostos e às transferências constitucionais.
internações.

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Para isso contribuíram bastante os CAPS - Centros de Atenção Psicos- Em 31 de outubro de 1997, a Instrução Normativa N° 004 dispôs sobre
social, através dos quais se vem conseguindo humanizar a assistência, a cessão de bens móveis e imóveis do Estado aos Municípios por força da
qualificar e otimizar o tratamento, racionalizar o uso de medicamentos e municipalização das ações.
reduzir as internações.
Uma análise dos resultados da atenção à saúde da mulher e da criança Em 03 de agosto de 1997, a Portaria N° 92 alterou o Regimento Interno
revela grandes avanços: maior cobertura e qualidade na assistência pré- da CIB-Pa, que passou a ser constituída por sete representantes da Secre-
natal; aumento dos partos hospitalares e com a presença do médico; queda taria Estadual de Saúde – SESPA, seis Secretários Municipais de Saúde
da desnutrição infantil; aleitamento materno exclusivo cada vez mais fre- indicados pelo COSEMS – Colegiado de Secretários Municipais de Saúde e
qüente e com duração cada vez maior; cobertura vacinal, tanto em crianças pelo Secretário Municipal de Saúde da capital.
como em gestantes, em níveis exigidos; mortalidade infantil e materna em
franco declínio. Ao término de 2002, a SESPA já descentralizou 149 unidades de saú-
Pesquisas recentes de opinião pública revelam que os usuários do de, sendo: 75 PS (Postos de Saúde); 31 CS (Centros de Saúde); 42 UM
SUS, num intervalo de 0 a 10, atribuem-lhe nota 8, em relação à qualidade (Unidades Mistas); e 1 UE (Unidade de Emergência). Isso corresponde a
e resolutividade das ações e serviços oferecidos. 79% do total (189 unidades) previsto para acontecer durante o período de
execução do PPA 2000/2003.
7. MUNICIPALIZAÇÃO.
A municipalização da saúde, estabelecida na Constituição Federal (Ar- Em relação à habilitação, dos 143 municípios paraenses, apenas 1 não
tigo 30, VII) e na Lei Federal 8.080 (Artigo 7°, IX, a), compreende sob dois aderiu à municipalização. 44 encontram-se habilitados, pela NOB-SUS
aspectos: a HABILITAÇÃO dos municípios para assumirem a responsabili- 01/96, na condição de Gestão Plena do Sistema Municipal e 98 na condi-
dade total pela gestão do sistema de saúde em seu território, e a DES- ção de Gestão Plena da Atenção Básica.
CENTRALIZAÇÃO da gerência das ações e serviços de saúde para os
municípios. Três municípios paraenses já conseguiram habilitar-se pela NOAS-SUS
Com a municipalização da saúde, o poder público municipal passa a 01/2002.
ser o responsável imediato, porém não o único, pelas necessidades de
saúde de seus munícipes. 8. RECURSOS HUMANOS.
Nos Recursos Humanos não só está o grande problema dos sistemas
A municipalização da saúde, todavia, não exime os demais poderes de saúde de hoje, como também a mais importante das soluções capaz de
públicos (União, Estados e Distrito Federal) e a sociedade da co- mudar o sistema em sua essência que é a ação terminal (artesanal, inter-
responsabilidade pela saúde. (CF, Artigo 194, caput). pessoal) junto ao paciente.

De acordo com a Norma Operacional Básica do SUS (NOB-SUS A atividade de saúde é tipicamente artesanal. Nenhuma autoridade, hi-
01/96), GERÊNCIA é a administração de um Serviço ou Órgão de Saúde erarquia, de per si, poderá modificar o que o artesão está fazendo na ponta
(Posto ou Centro de Saúde, unidade Mista, Hospital, Fundação, etc.), do sistema. Esta compreensão e a busca diuturna de solução para esta
enquanto que GESTÃO é a administração de um Sistema de Saúde, atra- área é o maior dos desafios do sistema de saúde público e privado. Vários
vés das funções de direção ou comando, coordenação, planejamento, são os problemas em relação aos Recursos Humanos: formação, contrato
controle, avaliação e auditoria. de trabalho, condições de trabalho, salário, compromisso social e humani-
zação do atendimento.
A municipalização é determinada: a) em nível federal pela CIT – Co-
missão Intergestores Tripartite, que reúne representantes da União (MS – Há um grande descompasso entre a necessidade e a oferta, qualitativa
Ministério da Saúde), dos Estados (CONASS – Conselho de Secretários e quantitativa de profissionais para atuarem no âmbito do SUS. A evolução
Estaduais de Saúde) e dos Municípios (CONASEMS – Conselho Nacional dos conhecimentos e a velocidade com que tem ocorrido, estão a deman-
de secretários Municipais de Saúde); b) em nível estadual, pela CIB – dar do aparelho formador de todos os níveis e profissões de saúde uma
Comissão Intergestores Bipartite, que reúne representantes do Estado agilidade não existente. De outro lado, tem restado aos serviços de saúde
(SES – Secretaria Estadual de Saúde) e dos Municípios (COSEMS – Cole- realizar este papel de “formador” e atualizador dos profissionais que neces-
giado de Secretários Municipais de Saúde). sita. Isto ou não tem ocorrido ou tem sido feito de maneira não adequada
ao funcionamento dos serviços e às modernas técnicas instrucionais .
A habilitação de um município em uma das condições de gestão defini-
das na Norma Operacional da Assistência à Saúde – NOAS-SUS 01/2002 – Há um esgarçamento na relação entre os cidadãos que demandam os
Plena da Atenção Básica Ampliada e Plena do Sistema Municipal, significa serviços de saúde , públicos e privados, e os profissionais de saúde. Desde
declarar compromissos assumidos, na pessoa do gestor municipal, perante o início se vêem como inimigos potenciais e contendores. Os profissionais
os outros gestores do SUS – União, Estado e demais Municípios, e perante de saúde, em especial os médicos, se sentem cada vez mais maltratados e
a população sob sua responsabilidade. desrespeitados pelos clientes. De outro lado os cidadãos a cada dia se
sentem pior tratados no aspecto humano, pelos profissionais de saúde. As
Os municípios que não aderirem ao processo de habilitação permane- queixas se acumulam e, a maioria delas, refere-se à relação interpessoal.
cem, como simples prestadores de serviços, cabendo ao estado a gestão
do sistema de saúde naquele município. Assim, embora possa exercer a O país tem 207.154 médicos ativos em junho de 1997. A média nacio-
gerência dos serviços próprios ou descentralizados, o município não pode nal é de cerca de 13,04 por 10 mil habitantes. Esse índice é superior ao
exercer a gestão do sistema de saúde. considerado satisfatório pela OMS, que é de 10 para cada 10 mil habitan-
tes. A distribuição desse profissional, no entanto, é bem desigual. Enquanto
No Pará, a municipalização da saúde teve como marco inicial a Portaria o Sudeste possui 18,13 médicos por 10 mil habitantes, o Norte tem apenas
SESPA/N°53, de 24 de agosto de 1993, que constituiu a CIB – Comissão 6,02. E eles se concentram majoritariamente nas áreas urbanas: cerca de
Intergestores Bipartite, com a finalidade de coordenar o processo de des- 64% trabalham nas capitais brasileiras.
centralização das ações de saúde.
A distribuição de enfermeiros segue um perfil parecido: os melhores ín-
Em 26 de março de 1997, a Portaria SESPA/N°76 estabeleceu as nor- dices são encontrados no Sudeste (5,13/10.000 habitantes) enquanto que
mas e procedimentos para a solicitação /descentralização da gerência de no norte são apenas 2,81/10.000 habitantes).
unidades de saúde aos municípios.
A média de dentista é de 8,41 por 10.000 habitantes. O número de
Em 16 de outubro de 1997, o Decreto Estadual N° 2.424, dispôs sobre dentes permanentes cariados, perdidos ou obturados na população de 12
a municipalização das atividades de saúde pública e ensino fundamental, anos cai 54,1% em dez anos, atingindo 3,06% em 1996. Em 1986, a média
sendo regulamentado pela Instrução Normativa N° 003, de 31/10/1977, que era de 6,67%. O índice considerado satisfatório pela OMS é de 3,0. A
normalizou os procedimentos quanto aos servidores estaduais envolvidos. Região Norte, onde as crianças de 12 anos têm, em média, 4,27 dentes

Conhecimentos Específicos 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


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cariados, perdidos ou obturados, é a única que se distancia da recomenda- Ao lado dos avanços no campo político-institucional, com a estratégia
ção da OMS. das Ações Integradas de Saúde (AIS) e a implantação do Sistema Unifica-
do e Descentralizado de Saúde (SUDS), houve um trabalho político no
HISTÓRIA DO SUS campo legislativo na Assembléia Nacional Constituinte, que estava formu-
As duas últimas décadas foram marcadas por intensas transformações lando a nova Carta Magna do país. Desse modo, a saúde teve um expres-
no sistema de saúde brasileiro, intimamente relacionadas com as mudan- sivo reconhecimento e inserção na nova Constituição Federal, promulgada
ças ocorridas no âmbito político-institucional. Simultaneamente ao processo em outubro de 1988, destacando-se sua inclusão como um componente da
de redemocratização iniciado nos anos 80, o país passou por grave crise na seguridade social, a caracterização dos serviços e ações de saúde como de
área econômico-financeira. relevância pública e seu referencial político básico expresso no Artigo 196,
no qual é assumido que "a saúde é um direito de todos e dever do Estado,
No início da década de 80, procurou-se consolidar o processo de ex- garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
pansão da cobertura assistencial iniciado na segunda metade dos anos 70, risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
em atendimento às proposições formuladas pela OMS na Conferência de ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação". Além
Alma-Ata (1978), que preconizava "Saúde para Todos no Ano 2000", prin- disso, foram assumidos também os princípios da universalidade, da eqüi-
cipalmente por meio da Atenção Primária à Saúde. dade e integralidade às ações de Saúde.

Nessa mesma época, começa o Movimento da Reforma Sanitária Bra- Nesse processo, o país teve, assim, uma política de saúde claramente
sileira, constituído inicialmente por uma parcela da intelectualidade universi- definida constitucionalmente no sentido de política pública, como política
tária e dos profissionais da área da saúde. Posteriormente, incorporaram-se social, , implicando, portanto, em mudanças substantivas para sua operaci-
ao movimento outros segmentos da sociedade, como centrais sindicais, onalização nos campos político-jurídicos, político-institucional e técnico-
movimentos populares de saúde e alguns parlamentares. operativo.

As proposições desse movimento, iniciado em pleno regime autoritário Todavia, a natureza, complexidade e abrangência dessas mudanças e
da ditadura militar, eram dirigidas basicamente à construção de uma nova suas implicações em termos de situações e interesses existentes, associa-
política de saúde efetivamente democrática, considerando a descentraliza- dos ao momento político, processo eleitoral e eleição de um governo não
ção, universalização e unificação como elementos essenciais para a refor- comprometido com as teses centrais da reforma sanitária, dificultaram a
ma do setor. implementação dessa nova política de saúde.

Várias foram as propostas de implantação de uma rede de serviços vol- Tanto que a sua regulamentação só foi estabelecida no final de 1990,
tada para a atenção primária à saúde, com hierarquização, descentraliza- com as Leis 8.080 e 8.142, nas quais se destacaram os princípios organiza-
ção e universalização, iniciando-se já a partir do Programa de Interiorização tivos e operacionais do sistema, tais como a construção de modelo de
das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS), em 1976. Em 1980, foi criado atenção fundamentado na epidemiologia, o controle social e um sistema
o Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (PREV-SAÚDE) - que, descentralizado e regionalizado com base municipal.
na realidade, nunca saiu do papel -, logo seguido pelo plano do Conselho
Nacional de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP), em 1982, a No plano executivo, ocorreram atos normativos e administrativos que
partir do qual foi implementada a política de Ações Integradas de Saúde têm relações e implicações com a implantação e operacionalização da
(AIS), em 1983. Estas constituíram uma estratégia de extrema importância política de saúde, particularmente quanto ao seu eixo de descentraliza-
para o processo de descentralização da saúde. ção/municipalização. Em 1990, o Ministério da Saúde, incumbiu o INAMPS,
por meio da Portaria GM 1.481, de 31/12/90, de "implantar a nova política
A 8ª Conferência Nacional da Saúde, realizada em março de 1986, de financiamento do SUS para 1991...", surgindo, assim, a Norma Operaci-
considerada um marco histórico, consagra os princípios preconizados pelo onal Básica/SUS Nº 1, NOB SUS 01/91, aprovada e instituída pela Resolu-
Movimento da Reforma Sanitária. Em 1987 é implementado o Sistema ção INAMPS no 258, de 07/01/91. Essa NOB recebeu acentuadas críticas,
Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), como uma consolidação particularmente por estabelecer o convênio como mecanismo de articulação
das Ações Integradas de Saúde (AIS), que adota como diretrizes a univer- e repasse de recursos e por ser centralizadora, embora se apresentasse
salização e a eqüidade no acesso aos serviços, a integralidade dos cuida- como apoio à descentralização e reforço do poder municipal.
dos, a regionalização dos serviços de saúde e implementação de distritos
sanitários, a descentralização das ações de saúde, o desenvolvimento de No mês de julho de 1991, a NOB SUS-01/91 foi modificada pela Reso-
instituições colegiadas gestoras e o desenvolvimento de uma política de lução INAMPS no 273, de 17/07/91, com base nas propostas apresentadas,
recursos humanos. sobretudo, pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS e
pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde - CONASEMS.
O capítulo dedicado à saúde na nova Constituição Federal, promulgada Em fevereiro de 1992, foi editada a Norma Operacional Básica do Sistema
em outubro de 1988, retrata o resultado de todo o processo desenvolvido Único de Saúde para 1992, NOB-SUS 01/92, representando, na realidade,
ao longo dessas duas décadas, criando o Sistema Único de Saúde (SUS) e o "acordo possível" naquele momento.
determinando que "a saúde é direito de todos e dever do Estado" (art. 196).
Estas regulamentações jurídicas e reformulações institucionais são,
Entre outros, a Constituição prevê o acesso universal e igualitário às evidentemente, reflexos e instrumentos de decisões políticas maiores, das
ações e serviços de saúde, com regionalização e hierarquização, descen- relações de poder no aparelho estatal e na sociedade. De qualquer modo,
tralização com direção única em cada esfera de governo, participação da todo este processo, com seus avanços e recuos, acordos e conflitos, foi
comunidade e atendimento integral, com prioridade para as atividades mudando a realidade política e institucional do SUS, particularmente com a
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais. A Lei nº 8.080, pro- ampliação e articulação das Secretarias Municipais de Saúde e a revisão
mulgada em 1990, operacionaliza as disposições constitucionais. São dos papéis e poderes das Secretarias Estaduais de Saúde e do próprio
atribuições do SUS em seus três níveis de governo, além de outras, "orde- Ministério da Saúde.
nar a formação de recursos humanos na área de saúde" (CF, art. 200, Na crise do governo, em 1992, época era de retrocesso na política e
inciso III). administração pública, com intensa participação da sociedade em denún-
cias e críticas, em demandas de mudanças e avanços, incluindo aí a área
DESCENTRALIZAÇÃO da saúde, seriamente afetada, novamente o Movimento Sanitário reivindi-
A formulação e a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) é a cou e pressionou pela realização da IX Conferência Nacional de Saúde já
resultante de um expressivo movimento de reforma sanitária, inserido no atrasada em dois anos, a qual veio a ser realizada no período de 9 a 14 de
movimento mais amplo de redemocratização do país e que teve na VIII agosto de 1992 tendo como tema central "Saúde: a Municipalização é o
Conferência Nacional de Saúde (1986) um de seus "locus" privilegiados Caminho", explicitando a dimensão e o poder de articulação acumulados
para o estabelecimento das grandes diretrizes para a reorganização do pelos defensores do SUS e de seu processo de descentralização na gestão
sistema de saúde no Brasil. dos serviços e ações de saúde.

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Organizada a partir de conferências municipais e estaduais, com inten- A NOB-SUS 01/96 estabeleceu, também, em relação ao financiamento
sa participação social (representantes de usuários, associações, movimen- federal do SUS, as Transferências Regulares e Automáticas Fundo a Fundo
tos populares e sindicais, entre outros) a IX Conferência Nacional de Saúde e a Remuneração por Serviços Produzidos, para assistência hospitalar e
ocorreu praticamente às vésperas da votação do "impeachment" do presi- ambulatorial, para as ações de vigilância sanitária e e para as ações de
dente Fernando Collor de Melo, representando um importante ato político, epidemiologia e de controle de doenças, mantendo neste último caso a
seja de apoio ao movimento político pela substituição do governo (Carta da modalidade da Transferência por Convênio.
IX Conferência Nacional de Saúde à Sociedade Brasileira), seja na luta
contra o retrocesso, com reafirmação e reforço da defesa dos avanços e Por último, se aprovou a Norma Operacional da Assistência à Saúde -
conquistas jurídicas, institucionais e práticas da reforma sanitária e da NOAS-SUS 01/2001, através da Portaria Ministerial Nº 95, de 26 de janeiro
implantação do SUS. de 2001, ampliando as responsabilidades dos municípios na atenção bási-
Logo após a sua realização, foi destituído o governo e houve a expec- ca, definindo o processo de regionalização da assistência, criando meca-
tativa e esperança de um novo momento de avanço democrático, reformu- nismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do Sistema Único de
lação do aparelho estatal, desenvolvimento econômico e social, com sua Saúde e atualizando os critérios de habilitação de estados e municípios.
especificação na área da saúde. Assumiu a gestão da saúde um grupo
técnico/político do Movimento Sanitário, à semelhança do início da Nova Em síntese, pode-se dizer que, no encaminhamento do processo de
República, só que, agora, em outra realidade da reforma sanitária. Essa implantação do SUS, em termos de concretizar ou pôr em prática os seus
gestão define e assume a decisão política de continuar a luta pela efetiva princípios e diretrizes, o da descentralização das ações e serviços de saúde
implantação do SUS, que se expressa no documento "A Ousadia de Cum- foi o que teve maior presença e avanço.
prir a Lei" e na chamada Norma Operacional SUS 01/93, de maio de 1993.
Como diz Nelson Rodrigues dos Santos (in Goulart, F.A.R. Municipali-
A terceira Norma Operacional Básica do SUS, NOB-SUS 01/93, como zação: Veredas - Caminhos do Movimento Municipalista de Saúde no
estratégia, foi o referencial do processo de implantação do SUS desde Brasil, 1995), a questão da municipalização não surgiu de uma visão filosó-
aquele momento, tendo procurado sistematizar o processo de descentrali- fica doutrinária ou técnica provinda da União e dos estados. Houve um
zação da gestão do sistema e serviços, num esquema de transição, com verdadeiro movimento municipal de saúde no sentido de as prefeituras
diferentes níveis de responsabilidades para os Estados e Municípios e, por assumirem, cada vez mais, o compromisso com a resolutividade, levando à
relação, do próprio Governo Federal. Neste sentido, houve alteração no população a extensão de cobertura, não mais meramente preventivista e
quadro encontrado de 1992 até dezembro de 1994, tendo como eixo central contemporizadora."
o processo de formulação e implantação da NOB SUS 01/93, expressão
prática de decisão política da "Ousadia de Cumprir a Lei", ou seja, a Consti- De fato, o Movimento Municipalista vem tendo um progressivo cresci-
tuição e as Leis do SUS. mento e articulação, destacando-se os Encontros Nacionais de Secretários
Municipais de Saúde, que aconteceram em São José dos Campos (1982),
Para os Municípios, foram estabelecidas três condições de gestão: In- Montes Claros (1985) e Londrina (1987), culminando com a criação do
cipiente, Parcial e Semi-Plena e para os Estados, duas: Parcial e Semi- Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde, em 1987 (CO-
Plena. Para a coordenação, gerenciamento e controle deste processo, NASEMS). E, desse modo, passou a ter significativa participação do Movi-
foram criadas as Comissões Intergestoras Bipartite - CIB e Tripartite - CIT , mento Sanitário e no processo de implantação do SUS, ao lado do Conse-
como foros permanentes de negociação e deliberações. Este processo foi lho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS), e outros
implantado a partir de novembro/dezembro de 1994, sendo que no Brasil, grupos institucionais e sociais.
em fins de 1994, foram habilitados e assumiram esta condição de Gestão
Semi-Plena 24 (vinte e quatro) municípios. Em fins de julho de 1995, esta- A idéia, portanto, da descentralização/municipalização da saúde parece
vam habilitados 43 (quarenta e três) municípios, perfazendo um total de ter um potencial significativo, no sentido de que o Município pode assumir e
0,86% dos municípios, compreendendo 7,4% da população e 10,07% dos atuar como base da Federação, com maior agilidade para provocar as
recursos alocados do sistema financeiro das despesas federais para o devidas transformações, principalmente na área das políticas sociais,
custeio (SIA/SIH/SUS), da assistência médica. Ao final de 97, já havia mais particularmente na saúde, enquanto política pública. O que não significa
de uma centena de municípios no Brasil, habilitados na Gestão Semi-Plena, isolamento, mas uma progressiva e permanente articulação e integração
com cerca de 12% de população e 20% dos recursos do teto financeiro. com os níveis estadual e federal, nos seus respectivos e competentes
papéis constitucional e das Legislações Complementares.
Dada a complexidade do processo, e a necessidade de seu aprimora-
mento, e o momento político de novas gestões federal e estaduais, come- Mais saúde
çou a ser estudada e formulada a quarta Norma Operacional Básica do
SUS, a NOB-SUS 01/96, que avança o processo de municipalização do Um grande salto para que os brasileiros possam melhorar significati-
setor saúde e, embora com as dificuldades referentes ao financiamento do vamente suas condições de saúde e sua qualidade de vida, tendo mais
SUS, foi implantada no início de 1998. A NOB-SUS 01/96, publicada no acesso a ações e serviços de qualidade. Assim pode ser definido o Mais
Diário Oficial da União, através da Portaria GM/MS, de 06/11/96, permite o Saúde: direito de todos. Lançado em dezembro de 2007, contempla 86
estabelecimento do princípio constitucional do comando único em cada metas e 208 ações, distribuídas em oito eixos de intervenção.
nível de governo, descentralizando os instrumentos gerenciais necessários Ao longo desses dois anos, diversas ações vêm sendo implementadas
por meio das formas de gestão propostas, caracteriza as responsabilidades pelo Ministério da Saúde e pelas demais entidades gestoras do SUS no
sanitárias de cada gestor, definindo como principal operador da rede de esforço para atingir os objetivos e as metas definidas pelo Mais Saúde, tais
serviços do SUS o Sistema Municipal de Saúde , permitindo aos usuários como a realização de concursos públicos, o fortalecimento do Serviço de
ter visibilidade dos responsáveis pelas políticas públicas que determinam o Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), a implementação de Unidades de
seu estado de saúde e condições de vida. Pronto Atendimento (UPAs), a ampliação do programa Saúde na Família,
entre outras. Porque Mais Saúde é direito de todos os brasileiros.
A NOB-SUS 01/96, estabeleceu, duas condições de gestão municipal:
Plena da Atenção Básica - GPAB e Plena do Sistema Municipal - GPSM.
Para a gestão estadual estabeleceu também duas condições: Avançada do LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990.
Sistema Estadual - GASM e Plena do Sistema Estadual - GPSM. Para o Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Úni-
Ministério da Saúde estabeleceu quatro papéis básicos: a) exercer a gestão co de Saúde (SUS} e sobre as transferências intergovernamentais de
do SUS, no âmbito nacional; b) promover as condições e incentivar o gestor recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.
estadual com vistas ao desenvolvimento dos sistemas municipais de modo
a conformar o SUS Estadual; c) fomentar a harmonização, a integração e a Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080,
modernização dos sistemas estaduais compondo, assim, o SUS Nacional; e de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem
d) exercer as funções de normalizações e de coordenação no que se refere prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias
à gestão nacional do SUS. colegiadas:

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I - a Conferência de Saúde; e Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Esta-
dos, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste artigo,
II - o Conselho de Saúde. implicará em que os recursos concernentes sejam administrados, respecti-
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a re- vamente, pelos Estados ou pela União.
presentação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Ministro de Esta-
saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos do, autorizado a estabelecer condições para aplicação desta lei.
níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinari-
amente, por esta ou pelo Conselho de Saúde. Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, ór- Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.
gão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de
serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estraté-
gias e no controle da execução da política de saúde na instância corres-
pondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões 2. POLÍTICAS E SISTEMAS DE SAÚDE NO BRASIL: RETROS-
serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada PECTIVA HISTÓRICA; REFORMA SANITÁRIA
esfera do governo.
§ 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Con- Conceitos.
selho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) terão Áreas de abrangência.
representação no Conselho Nacional de Saúde. Funções.
§ 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Confe- Vigilância Sanitária é a parcela do poder de polícia do Estado
rências será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. destinado à defesa da saúde, que tem como principal finalidade impedir que
§ 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua a saúde humana seja exposta a riscos ou, em última instância, combater as
organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio, causas dos efeitos nocivos que lhe forem gerados, em razão de alguma
aprovadas pelo respectivo conselho. distorção sanitária, na produção e na circulação de bens, ou na prestação
de serviços de interesse à saúde.
Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados
como: No Brasil, a definição legal de vigilância sanitária é dada pela lei
federal nº 8.080 de 19 de setembro de 1.990:
I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus ór-
gãos e entidades, da administração direta e indireta; Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de
eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas
II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens
Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional; e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: o controle
de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a
III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Ministério da Saú-
saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao
de;
consumo; e o controle da prestação de serviços que se relacionam direta
IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados ou indiretamente com a saúde.
pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.
Abrangência das Ações de Vigilância Sanitária
Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste artigo desti-
Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eli-
nar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à cobertura assistencial
minar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas
ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde.
sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens
Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei serão re- e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
passados de forma regular e automática para os Municípios, Estados e
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se re-
Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos no art. 35 da Lei n°
lacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da
8.080, de 19 de setembro de 1990.
produção ao consumo; e
§ 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios previs-
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou in-
tos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, será utilizado,
diretamente com a saúde
para o repasse de recursos, exclusivamente o critério estabelecido no § 1°
do mesmo artigo. São bens e produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária:
§ 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos • medicamentos de uso humano, suas substâncias ativas e demais in-
setenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante aos Estados. sumos, processos e tecnologias;
§ 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execução de • alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas
ações e serviços de saúde, remanejando, entre si, parcelas de recursos embalagens, aditivos alimentares, limites de contaminantes orgânicos,
previstos no inciso IV do art. 2° desta lei. resíduos de agrotóxicos e de medicamentos veterinários;
Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os • cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes;
Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com:
• saneantes destinados à higienização, desinfecção ou desinfestação
I - Fundo de Saúde; em ambientes domiciliares, hospitalares e coletivos;
II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o • conjuntos, reagentes e insumos destinados a diagnóstico;
Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990;
• equipamentos e materiais médico-hospitalares, odontológicos, hemo-
III - plano de saúde; terápicos e de diagnóstico laboratorial e por imagem;
IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do • imunobiológicos e suas substâncias ativas, sangue e hemoderivados;
art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;
• órgãos, tecidos humanos e veterinários para uso em transplantes ou
V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; reconstituições;
VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários • radioisótopos para uso diagnóstico in vivo, radiofármacos e produtos
(PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação. radioativos utilizados em diagnóstico e terapia;

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• cigarros, cigarrilhas, charutos e qualquer outro produto fumígero, deri- § 2º O Poder Executivo Federal definirá a alocação, entre os seus ór-
vado ou não do tabaco; gãos e entidades, das demais atribuições e atividades executadas pelo
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, não abrangidas por esta Lei.
• quaisquer produtos que envolvam a possibilidade de risco à saúde,
obtidos por engenharia genética, por outro procedimento ou ainda submeti- § 3º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fornecerão, median-
dos a fontes de radiação; te convênio, as informações solicitadas pela coordenação do Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária.
São serviços submetidos ao controle e fiscalização sanitária:
É importante ressaltar que todos esses órgãos têm atribuições de nor-
• aqueles voltados para a atenção ambulatorial, seja de rotina ou de matizar, em caráter complementar e harmônico e exercer a fiscalização, no
emergência, os realizados em regime de internação, os serviços de apoio modelo de organização do SUS.
diagnóstico e terapêutico, bem como aqueles que impliquem a incorporação
de novas tecnologias; Fica a cargo do município, de acordo com as suas possibilidades finan-
ceiras, recursos humanos e materiais, e segundo o quadro epidemiológico-
• as instalações físicas, equipamentos, tecnologias, ambientes e proce- sanitário existente, definir as ações que ele vai implementar e as que serão
dimentos envolvidos em todas as fases de seus processos de produção dos compartilhadas ou complementadas pelo Estado.
bens e produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária, incluindo a
destinação dos respectivos resíduos. Como prática de saúde do Sistema Único de Saúde- SUS e por refe-
rência ao preceito institucional de equidade, isto é, princípio de igualdade, a
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária-SNVS Vigilância Sanitária insere-se no espaço social que deverá abranger uma
O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária compreende o conjunto de atuação sobre o que é público e privido indistintamente na defesa do cida-
ações definido pelo § 1º do art. 6º e pelos arts. 15 a 18 da Lei nº 8.080, de dão e da população em geral. http://visa-ce.bvs.br/php/
19 de setembro de 1990, executado por instituições da Administração VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, que exerçam atividades de regulação, normatização, controle e As ações do campo da vigilância sanitária constituem a antiga face da
fiscalização na área de vigilância sanitária. saúde pública. As primeiras ações desse campo não foram instituídas com
o modo de produção capitalista, tampouco sob o domínio da medicina;
De acordo com a LEI Nº 9.782, DE 26 DE JANEIRO DE 1999 que de- muito antigas, visitavam, desde a sua origem, exercer um controle sobre o
fine o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, compete a Agência Nacio- exercício das práticas de cura, o meio ambiente e alguns produtos relacio-
nal de Vigilância Sanitária-ANVISA, do Ministério da Saúde o papel de nados com doenças/saúde – objetos de trocas comerciais. As origens da
coordenar, com o objetivo de regulamentar e executar as ações com vigilância sanitária remontam a preocupação das organizações sociais com
abrangência nacional. o nocivo, noção social e historicamente definida como fundamento para
A nível estadual estão os órgãos de coordenação estadual suas regio- imposição de medidas de controle.
nais e os municipos, que seguem as estruturas de organização existentes Mesmo sem referência explícita ao direito à saúde, cuja construção
que variam nas diferentes unidades da federação. emerge com a modernidade, os problemas decorrentes da vida em socie-
Dentro dos preceitos do SUS, que privilegia o município como o espaço dade impõem às organizações sociais o desenvolvimento de atividades
de ação das práticas de saúde, a Vigilância Sanitária deve ser descentrali- ligadas à saúde da população e o estabelecimento de regras para modelar
zada e municipalizada. comportamentos que podem resultar em riscos e danos à saúde da coleti-
vidade. O campo da saúde, em particular, tem sido historicamente objeto de
Municipalizar as ações de vigilância sanitária significa adotar uma polí- normatização; normas sobre a saúde e sanções para os casos de descum-
tica específica com a finalidade de operacionalizá-la recorrendo-se a novas primento fora inseridas em antigos códigos.
bases de financiamento, criação de equipes e demais infra-estruturas.
A ancestralidade dessas práticas, desenvolvidas pelas organizações
No Art. 2º Lei 9.782, compete à União no âmbito do Sistema Nacional sociais sob os mais diversos modos de produção da vida social e variadas
de Vigilância Sanitária: concepções, consta dos relatos, como esforços no enfrentamento das
I - definir a política nacional de vigilância sanitária; doenças e mecanismo de controle social. A intensificação dessas práticas
se dá com o avanço das forças produtivas e incremento da função regulató-
II - definir o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; ria por necessidades decorrentes de ampliação da produção de interesse
da saúde, vindo a diferenciar-se em termos institucionais organizativos com
III - normatizar, controlar e fiscalizar produtos, substâncias e serviços
o crescimento e a diversificação da produção e maior complexidade na
de interesse para a saúde;
divisão social do trabalho.
IV - exercer a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, po-
As propostas de sistema de vigilância epidemiológica e de vigilância
dendo essa atribuição ser supletivamente exercida pelos Estados, pelo
sanitária surgiram no Brasil em meados da década de 70, no bojo de inter-
Distrito Federal e pelos Municípios;
venções na questão saúde e na legislação sanitária, como respostas do
V - acompanhar e coordenar as ações estaduais, distrital e municipais governo militar ao agravamento da questão social e às profundas contradi-
da vigilância sanitária; ções nas relações produção-consumo no setor farmacêutico. Os Projetos
de Lei, elaborados separadamente em espaços distintos do ministério da
VI - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito saúde, seriam aprovados em leis que viriam a contribuir de forma terminan-
Federal e aos Municípios; te na conformação de noção equivocada da existência de “duas vigilân-
VII - atuar em circunstâncias especiais de risco à saúde; e cias”.

VIII - manter sistema de informações em vigilância sanitária, em coope- Conquanto fossem novas a denominação- exclusiva do país- e a espa-
ração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. cialização institucional que adquiriu naquele momento o status de secretaria
ministerial, em substituição ao antigo serviço nacional de fiscalização da
§ 1º A competência da União será exercida: medicina e farmácia, criado em 1941, e incorporando o serviço de saúde
I - pelo Ministério da Saúde, no que se refere à formulação, ao acom- dos portos, criado em 1937, a vigilância sanitária não surgiu na década de
panhamento e à avaliação da política nacional de vigilância sanitária e das 70.
diretrizes gerais do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; Esse órgão viria a desempenhar função estratégica na economia agro-
II - pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em conformidade exportadora mantendo-se como estrutura específica até 1976, quando nova
com as atribuições que lhe são conferidas por esta Lei; e concepção organizacional de controle sanitário unificou, no mesmo espaço
institucional, vários campos de riscos, recebendo ambos, ação e espaço, a
III - pelos demais órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, cu- denominação vigilância sanitária.
jas áreas de atuação se relacionem com o sistema.

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As ações do campo da vigilância sanitária configuram a mais complexa o consumidor individualmente enfrenta para reconhecer a qualidade, eficá-
forma de existência da saúde pública, cuja abrangência se estende atual- cia e utilidade de um produto, enfrentam-nas correlativamente as organiza-
mente com o alargamento do campo dos interesses difusos, cujo conceito ções sociais públicas ou privadas. Dessa desigualdade entre os centros
gira em torno da noção de qualidade de vida; noção que é ontologicamente produtores de saberes e tecnologias e os centros consumidores, junto com
ligada ao homem, enquanto ser humano: alguém que , tendo nascido, práticas de aliciamento político pelos interesses comerciais, resultam frau-
passa a ser titular de certos interesses relacionados com sua existência des em escala coletiva.
digna.
As ações de vigilância sanitária abrangem várias categorias de objetos
A vigilância sanitária conforma um campo singular de articulações de cuidado, partilhando competências com órgãos e instituições de outros
complexas entre o domínio econômico, o jurídico e o médico-sanitário. As setores que também desenvolvem ações de controle sanitário. A vigilância
múltiplas conexões com o sistema produtivo e sua inserção no campo sanitária um campo transdisciplinar, compondo-se de um conjunto de
regulatório das relações produção-consumo de bens e serviços são aspec- saberes de natureza multidisciplinar e práticas de interferência nas relações
tos que lhe conferem certa especificidade conceitual e técnico-operativa em sociais produção consumo para prevenir diminuir ou eliminar riscos e danos
relação a outras práticas sanitárias. A vigilância sanitária inscreve-se no á saúde relacionados com objetos historicamente definidos como de inte-
campo do direito da saúde pública, que, é a parte do direito administrativo, resse da saúde. Tendo por objeto a proteção e defesa da saúde individual e
pois sempre referido a atuações do estado sob orientação exaustiva da coletiva, à vigilância sanitária cabe desenvolver ações dinamizando um
sociedade por meio do aparelho legislativo estatal; e mais ainda, configura conjunto de instrumentos, compondo políticas publicas para a qualidade de
campo de interseção de vários ramos do direito, entre os quais, o direito vida.
sanitário internacional, ramo do direito público internacional, o direito eco-
nômico, o direito ambiental, etc. Os modelos institucionais de organização da proteção da saúde são os
mais variados entre os paises, podendo-se descrever para o Brasil as
Por um lado revela-se a natureza jurídica da vigilância sanitária como seguintes funções de vigilância sanitária:
questão de administração pública, pela qual suas práticas devem pautar-se
pelos princípios fundamentadores do direito administrativo. Por outro lado, • Normatização e controle de bens, da produção, armazenamento,
como ação de saúde, suas práticas não se encerram nos limites da política guarda, circulação, transporte, comercialização e consumo de
administrativa- aspecto essencial e intransferível da função pública que lhe substancias e produtos de interesse da saúde, suas matérias-
é inerente para disciplinar e restringir direitos e liberdades individuais em primas, coadjuvantes de tecnologias, processos e equipamentos.
prol dos interesses públicos - mas insuficiente para abarcar as complexibili-
• Normatização e controle de tecnologias médicas, procedimentos e
dades do seu campo, cuja reflexão abrange outros elementos.
equipamentos e aspectos da pesquisa em saúde.
Embora a qualidade em saúde seja objeto de sua ação, a vigilância sa-
nitária não pode ser confundida com a certificação de produtos – obviamen- • Normatização e controle de serviços direta ou indiretamente relaci-
te inclui a dimensão sanitária – sob pena de sua subsunção à lógica de onados com a saúde, prestados pelo estado e modalidades do se-
mercado. Conquanto a dimensão agigantada da função fiscalizadora, por tor privado.
questões decorrentes do mercado, tampouco deve ser resumida ao dever- • Normatização e controle específico de portos, aeroportos e frontei-
poder da função pública de fazer cumprir as normas estabelecidas. O ras, contemplando veículos, cargas e pessoas.
poder, ressalta-se, é instrumento para o cumprimento do dever.
O modelo institucional de vigilância sanitária desenvolvido no país, iso-
• Normatização e controle de aspectos do ambiente, e processos de
trabalho, e saúde do trabalhador.
lado das demais ações de saúde e pouco permeável aos movimentos
sociais, vem mantendo-se calcado no poder de polícia, perceptível na ação A natureza dessas ações é eminentemente preventiva, perpassando
fiscalizatória, mesmo insuficientemente exercida. Isto produziu um viés que todas as práticas médico-sanitárias, da produção a proteção, recuperação e
se manifesta na redução da vigilância sanitária ao próprio poder de polícia, reabilitação da saúde, devendo atuar sobre fatores de riscos e danos e
expressando-se na assimilação dessas práticas sanitárias limitadas à seus determinantes associados a produtos, insumos e serviços relaciona-
fiscalização e/ou à função normatizadora. Tal redução acaba traduzindo-se dos com a saúde, com o ambiente e o ambiente do trabalho, com a circula-
em certa rejeição a esse aspecto da função pública e em simplificação do ção internacional de transportes, cargas e pessoas. A natureza dessas
longo processo histórico de construção do seu objeto, como também de questões confere às ações do campo da vigilância sanitária um caráter
desconhecimento de outros instrumentos, fundamentais à efetividade das universal de certos aspectos das práticas médico-sanitárias necessárias à
ações. reprodução e manutenção da vida, inserindo-a numa lógica normativa e
ética internacional.
OBJETIVOS E FUNÇÕES DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA
A atuação nesse campo se dá com base em legislação específica, cujo
Riscos e danos à saúde relacionados com o consumo de produtos,
cumprimento é assegurado pelo poder público. O exercício do poder públi-
tecnologias e serviços de interesse sanitário podem ser decorrentes de
co ou poder de policia concretiza-se na produção normativa e na fiscaliza-
defeitos ou falhas de fabricação, falhas de diagnóstico, inadequação da
ção sanitária, obrigando os particulares a submeterem-se aos preceitos
prescrição etc., e de ilicitudes intencionais de fabricantes, comerciantes ou
jurídico-administrativos limitantes das liberdades individuais, que são condi-
prestadores de serviços. Determinados produtos e serviços já cotem, por si
cionadas aos interesses coletivos, sob imposições estabelecidas em lei,
mesmos, um certo grau de risco intrínseco ou certa periculosidade, que
que também garantem os direitos e liberdades individuais. A instrumentali-
impõe a observância rigorosa de cuidados na produção, distribuição e uso e
zação legal no fazer da vigilância sanitária é essencial, pela natureza
na deposição de seus resíduos no ambiente. Com a produção em grande
jurídico-politica de sua intervenção disciplinadora da vida em sociedade e
escala e intensa circulação das mercadorias numa economia mundializada,
pelos aspectos técnico-sanitários; as normas técnicas, congregando o
os riscos a saúde decorrentes de produto defeituoso colocado no mercado
direito e a norma, compõem códigos para assegurar os princípios de saúde
podem afetar a saúde da população em dimensões que extrapolam as
pública, acompanhando a evolução do conhecimento científico e desenvol-
fronteiras de um país.
vimento tecnológico. http://www.inf.furb.br/
Mas os riscos e danos também podem resultar da insuficiente produção
de conhecimentos ou de dificuldades de acesso ao saber já produzido, à LEI Nº 9.782, DE 26 DE JANEIRO DE 1999.
medida que as ações de vigilância sanitária lidam diretamente com o co-
nhecimento científico e o desenvolvimento tecnológico, que são fundamen- Define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Naci-
tais para o estabelecimento e a permanente atualização das normas, técni- onal de Vigilância Sanitária, e dá outras providências.
cas e jurídicas. CAPÍTULO I
O saber é uma das dimensões críticas da vigilância sanitária. Chamam DO SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
a atenção para a distribuição desigual do conhecimento cientifico e desen- Art. 1º O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária compreende o con-
volvimento tecnológico entre as nações, daí que as mesmas limitações que junto de ações definido pelo § 1º do art. 6º e pelos arts. 15 a 18 da Lei nº
8.080, de 19 de setembro de 1990, executado por instituições da Adminis-

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tração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e ções;
dos Municípios, que exerçam atividades de regulação, normatização,
controle e fiscalização na área de vigilância sanitária. III - estabelecer normas, propor, acompanhar e executar as políticas,
as diretrizes e as ações de vigilância sanitária;
Art. 2º Compete à União no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária: IV - estabelecer normas e padrões sobre limites de contaminantes, re-
síduos tóxicos, desinfetantes, metais pesados e outros que envolvam risco
I - definir a política nacional de vigilância sanitária; à saúde;
II - definir o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; V - intervir, temporariamente, na administração de entidades produto-
III - normatizar, controlar e fiscalizar produtos, substâncias e serviços ras, que sejam financiadas, subsidiadas ou mantidas com recursos públi-
de interesse para a saúde; cos, assim como nos prestadores de serviços e ou produtores exclusivos ou
IV - exercer a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, po- estratégicos para o abastecimento do mercado nacional, obedecido o
dendo essa atribuição ser supletivamente exercida pelos Estados, pelo disposto no art. 5º da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, com a redação
Distrito Federal e pelos Municípios; que lhe foi dada pelo art. 2º da Lei nº 9.695, de 20 de agosto de 1998;
V - acompanhar e coordenar as ações estaduais, distrital e municipais VI - administrar e arrecadar a taxa de fiscalização de vigilância sanitá-
de vigilância sanitária; ria, instituída pelo art. 23 desta Lei;
VI - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito VII - autorizar o funcionamento de empresas de fabricação, distribuição
Federal e aos Municípios; e importação dos produtos mencionados no art. 8o desta Lei e de comercia-
VII - atuar em circunstâncias especiais de risco à saúde; e lização de medicamentos; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190-
VIII - manter sistema de informações em vigilância sanitária, em coope- 34, de 2001)
ração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. VIII - anuir com a importação e exportação dos produtos mencionados
§ 1º A competência da União será exercida: no art. 8º desta Lei;

I - pelo Ministério da Saúde, no que se refere à formulação, ao acom- IX - conceder registros de produtos, segundo as normas de sua área
panhamento e à avaliação da política nacional de vigilância sanitária e das de atuação;
diretrizes gerais do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; X - conceder e cancelar o certificado de cumprimento de boas práticas
II - pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVS, em conformi- de fabricação;
dade com as atribuições que lhe são conferidas por esta Lei; e XI - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.190, de 2001)
III - pelos demais órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, cu- XII - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.190, de 2001)
jas áreas de atuação se relacionem com o sistema.
XIII - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.190, de 2001)
§ 2º O Poder Executivo Federal definirá a alocação, entre os seus ór-
gãos e entidades, das demais atribuições e atividades executadas pelo XIV - interditar, como medida de vigilância sanitária, os locais de fabri-
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, não abrangidas por esta Lei. cação, controle, importação, armazenamento, distribuição e venda de
produtos e de prestação de serviços relativos à saúde, em caso de violação
§ 3º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fornecerão, medi- da legislação pertinente ou de risco iminente à saúde;
ante convênio, as informações solicitadas pela coordenação do Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária. XV - proibir a fabricação, a importação, o armazenamento, a distribui-
ção e a comercialização de produtos e insumos, em caso de violação da
CAPÍTULO II legislação pertinente ou de risco iminente à saúde;
DA CRIAÇÃO E DA COMPETÊNCIA DA AGÊNCIA NACIONAL
DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA XVI - cancelar a autorização de funcionamento e a autorização especial
de funcionamento de empresas, em caso de violação da legislação perti-
Art. 3o Fica criada a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVI- nente ou de risco iminente à saúde;
SA, autarquia sob regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde, com
sede e foro no Distrito Federal, prazo de duração indeterminado e atuação XVII - coordenar as ações de vigilância sanitária realizadas por todos
em todo território nacional. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190- os laboratórios que compõem a rede oficial de laboratórios de controle de
34, de 2001) qualidade em saúde;
Parágrafo único. A natureza de autarquia especial conferida à Agência XVIII - estabelecer, coordenar e monitorar os sistemas de vigilância to-
é caracterizada pela independência administrativa, estabilidade de seus xicológica e farmacológica;
dirigentes e autonomia financeira.
XIX - promover a revisão e atualização periódica da farmacopéia;
Art. 4º A Agência atuará como entidade administrativa independente,
XX - manter sistema de informação contínuo e permanente para inte-
sendo-lhe assegurada, nos termos desta Lei, as prerrogativas necessárias
grar suas atividades com as demais ações de saúde, com prioridade às
ao exercício adequado de suas atribuições.
ações de vigilância epidemiológica e assistência ambulatorial e hospitalar;
Art. 5º Caberá ao Poder Executivo instalar a Agência, devendo o seu
XXI - monitorar e auditar os órgãos e entidades estaduais, distrital e
regulamento, aprovado por decreto do Presidente da República, fixar-lhe a
municipais que integram o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, inclu-
estrutura organizacional.
indo-se os laboratórios oficiais de controle de qualidade em saúde;
Art. 6º A Agência terá por finalidade institucional promover a proteção
XXII - coordenar e executar o controle da qualidade de bens e produtos
da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e
relacionados no art. 8º desta Lei, por meio de análises previstas na legisla-
da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitá-
ção sanitária, ou de programas especiais de monitoramento da qualidade
ria, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias
em saúde;
a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e de fron-
teiras. XXIII - fomentar o desenvolvimento de recursos humanos para o siste-
ma e a cooperação técnico-científica nacional e internacional;
Art. 7º Compete à Agência proceder à implementação e à execução do
disposto nos incisos II a VII do art. 2º desta Lei, devendo: XXIV - autuar e aplicar as penalidades previstas em lei.
I - coordenar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; XXV - monitorar a evolução dos preços de medicamentos, equipamen-
tos, componentes, insumos e serviços de saúde, podendo para tanto:
II - fomentar e realizar estudos e pesquisas no âmbito de suas atribui-
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)

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a) requisitar, quando julgar necessário, informações sobre produção, ção em ambientes domiciliares, hospitalares e coletivos;
insumos, matérias-primas, vendas e quaisquer outros dados, em poder de
pessoas de direito público ou privado que se dediquem às atividades de V - conjuntos, reagentes e insumos destinados a diagnóstico;
produção, distribuição e comercialização dos bens e serviços previstos VI - equipamentos e materiais médico-hospitalares, odontológicos e
neste inciso, mantendo o sigilo legal quando for o caso; (Incluído pela hemoterápicos e de diagnóstico laboratorial e por imagem;
Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
VII - imunobiológicos e suas substâncias ativas, sangue e hemoderiva-
b) proceder ao exame de estoques, papéis e escritas de quaisquer em- dos;
presas ou pessoas de direito público ou privado que se dediquem às ativi-
dades de produção, distribuição e comercialização dos bens e serviços VIII - órgãos, tecidos humanos e veterinários para uso em transplantes
previstos neste inciso, mantendo o sigilo legal quando for o caso; (Incluído ou reconstituições;
pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) IX - radioisótopos para uso diagnóstico in vivo e radiofármacos e produ-
c) quando for verificada a existência de indícios da ocorrência de infra- tos radioativos utilizados em diagnóstico e terapia;
ções previstas nos incisos III ou IV do art. 20 da Lei no 8.884, de 11 de X - cigarros, cigarrilhas, charutos e qualquer outro produto fumígero,
junho de 1994, mediante aumento injustificado de preços ou imposição de derivado ou não do tabaco;
preços excessivos, dos bens e serviços referidos nesses incisos, convocar
os responsáveis para, no prazo máximo de dez dias úteis, justificar a res- XI - quaisquer produtos que envolvam a possibilidade de risco à saúde,
pectiva conduta; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) obtidos por engenharia genética, por outro procedimento ou ainda submeti-
dos a fontes de radiação.
d) aplicar a penalidade prevista no art. 26 da Lei no 8.884, de 1994; (In-
cluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) § 2º Consideram-se serviços submetidos ao controle e fiscalização sa-
nitária pela Agência, aqueles voltados para a atenção ambulatorial, seja de
XXVI - controlar, fiscalizar e acompanhar, sob o prisma da legislação rotina ou de emergência, os realizados em regime de internação, os servi-
sanitária, a propaganda e publicidade de produtos submetidos ao regime de ços de apoio diagnóstico e terapêutico, bem como aqueles que impliquem a
vigilância sanitária; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) incorporação de novas tecnologias.
XXVII - definir, em ato próprio, os locais de entrada e saída de entorpe- § 3º Sem prejuízo do disposto nos §§ 1º e 2º deste artigo, submetem-
centes, psicotrópicos e precursores no País, ouvido o Departamento de se ao regime de vigilância sanitária as instalações físicas, equipamentos,
Polícia Federal e a Secretaria da Receita Federal. (Incluído pela Medida tecnologias, ambientes e procedimentos envolvidos em todas as fases dos
Provisória nº 2.190-34, de 2001) processos de produção dos bens e produtos submetidos ao controle e
§ 1º A Agência poderá delegar aos Estados, ao Distrito Federal e aos fiscalização sanitária, incluindo a destinação dos respectivos resíduos.
Municípios a execução de atribuições que lhe são próprias, excetuadas as § 4º A Agência poderá regulamentar outros produtos e serviços de in-
previstas nos incisos I, V, VIII, IX, XV, XVI, XVII, XVIII e XIX deste artigo. teresse para o controle de riscos à saúde da população, alcançados pelo
§ 2º A Agência poderá assessorar, complementar ou suplementar as Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.
ações estaduais, municipais e do Distrito Federal para o exercício do con- § 5o A Agência poderá dispensar de registro os imunobiológicos, inse-
trole sanitário. ticidas, medicamentos e outros insumos estratégicos quando adquiridos por
§ 3º As atividades de vigilância epidemiológica e de controle de veto- intermédio de organismos multilaterais internacionais, para uso em progra-
res relativas a portos, aeroportos e fronteiras, serão executadas pela Agên- mas de saúde pública pelo Ministério da Saúde e suas entidades vincula-
cia, sob orientação técnica e normativa do Ministério da Saúde. das. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)

§ 4o A Agência poderá delegar a órgão do Ministério da Saúde a exe- § 6o O Ministro de Estado da Saúde poderá determinar a realização de
cução de atribuições previstas neste artigo relacionadas a serviços médico- ações previstas nas competências da Agência Nacional de Vigilância
ambulatorial-hospitalares, previstos nos §§ 2o e 3o do art. 8o, observadas as Sanitária, em casos específicos e que impliquem risco à saúde da popula-
vedações definidas no § 1o deste artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº ção. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
2.190-34, de 2001) § 7o O ato de que trata o § 6o deverá ser publicado no Diário Oficial da
§ 5o A Agência deverá pautar sua atuação sempre em observância das União. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
diretrizes estabelecidas pela Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para § 8º Consideram-se serviços e instalações submetidos ao controle e
dar seguimento ao processo de descentralização da execução de ativida- fiscalização sanitária aqueles relacionados com as atividades de portos,
des para Estados, Distrito Federal e Municípios, observadas as vedações aeroportos e fronteiras e nas estações aduaneiras e terminais alfandega-
relacionadas no § 1o deste artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.190- dos, serviços de transportes aquáticos, terrestres e aéreos. (Incluído pela
34, de 2001) Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
§ 6o A descentralização de que trata o § 5o será efetivada somente CAPÍTULO III
após manifestação favorável dos respectivos Conselhos Estaduais, Distrital DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA AUTARQUIA
e Municipais de Saúde. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de Seção I
2001) Da Estrutura Básica
Art. 8º Incumbe à Agência, respeitada a legislação em vigor, regula- Art. 9º A Agência será dirigida por uma Diretoria Colegiada, devendo
mentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco à contar, também, com um Procurador, um Corregedor e um Ouvidor, além
saúde pública. de unidades especializadas incumbidas de diferentes funções.
§ 1º Consideram-se bens e produtos submetidos ao controle e fiscali- Parágrafo único. A Agência contará, ainda, com um Conselho Consul-
zação sanitária pela Agência: tivo, que deverá ter, no mínimo, representantes da União, dos Estados, do
I - medicamentos de uso humano, suas substâncias ativas e demais in- Distrito Federal, dos Municípios, dos produtores, dos comerciantes, da
sumos, processos e tecnologias; comunidade científica e dos usuários, na forma do regulamento. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
II - alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas
embalagens, aditivos alimentares, limites de contaminantes orgânicos, Seção II
resíduos de agrotóxicos e de medicamentos veterinários; Da Diretoria Colegiada

III - cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes; Art. 10. A gerência e a administração da Agência serão exercidas por
uma Diretoria Colegiada, composta por até cinco membros, sendo um deles
IV - saneantes destinados à higienização, desinfecção ou desinfesta- o seu Diretor-Presidente.

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Parágrafo único. Os Diretores serão brasileiros, indicados e nomeados I - representar a Agência em juízo ou fora dele; (Redação dada pela
pelo Presidente da República após aprovação prévia do Senado Federal Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
nos termos do art. 52, III, "f", da Constituição Federal, para cumprimento de
mandato de três anos, admitida uma única recondução. II - presidir as reuniões da Diretoria Colegiada; (Redação dada pela
Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
Art. 11. O Diretor-Presidente da Agência será nomeado pelo Presiden-
te da República, dentre os membros da Diretoria Colegiada, e investido na III - decidir ad referendum da Diretoria Colegiada as questões de ur-
função por três anos, ou pelo prazo restante de seu mandato, admitida uma gência; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
única recondução por três anos. IV - decidir em caso de empate nas deliberações da Diretoria Colegia-
Art. 12. A exoneração imotivada de Diretor da Agência somente pode- da; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
rá ser promovida nos quatro meses iniciais do mandato, findos os quais V - nomear e exonerar servidores, provendo os cargos efetivos, em
será assegurado seu pleno e integral exercício, salvo nos casos de prática comissão e funções de confiança, e exercer o poder disciplinar, nos termos
de ato de improbidade administrativa, de condenação penal transitada em da legislação em vigor; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34,
julgado e de descumprimento injustificado do contrato de gestão da autar- de 2001)
quia.
VI - encaminhar ao Conselho Consultivo os relatórios periódicos elabo-
Art. 13. Aos dirigentes da Agência é vedado o exercício de qualquer rados pela Diretoria Colegiada; (Redação dada pela Medida Provisória nº
outra atividade profissional, empresarial, sindical ou de direção político- 2.190-34, de 2001)
partidária.
VII - assinar contratos, convênios e ordenar despesas; (Redação dada
§ 1º É vedado aos dirigentes, igualmente, ter interesse direto ou indire- pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
to, em empresa relacionada com a área de atuação da Vigilância Sanitária,
prevista nesta Lei, conforme dispuser o regulamento. VIII - elaborar, aprovar e promulgar o regimento interno, definir a área
de atuação das unidades organizacionais e a estrutura executiva da Agên-
§ 2º A vedação de que trata o caput deste artigo não se aplica aos ca- cia; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
sos em que a atividade profissional decorra de vínculo contratual mantido
com entidades públicas destinadas ao ensino e à pesquisa, inclusive com IX - exercer a gestão operacional da Agência. (Incluído pela Medida
as de direito privado a elas vinculadas. Provisória nº 2.190-34, de 2001)

§ 3º No caso de descumprimento da obrigação prevista no caput e no Seção III


1o
§ deste artigo, o infrator perderá o cargo, sem prejuízo de responder as Dos Cargos em Comissão e das Funções Comissionadas
ações cíveis e penais cabíveis.
Art. 17. Ficam criados os Cargos em Comissão de Natureza Especial e
Art. 14. Até um ano após deixar o cargo, é vedado ao ex-dirigente re- do Grupo de Direção e Assessoramento Superiores - DAS, com a finalidade
presentar qualquer pessoa ou interesse perante a Agência. de integrar a estrutura da Agência, relacionados no Anexo I desta Lei.
Parágrafo único. Durante o prazo estabelecido no caput é vedado, Parágrafo único. Os cargos em Comissão do Grupo de Direção e As-
ainda, ao ex-dirigente, utilizar em benefício próprio informações privilegia- sessoramento Superior serão exercidos, preferencialmente, por integrantes
das obtidas em decorrência do cargo exercido, sob pena de incorrer em ato do quadro de pessoal da autarquia.
de improbidade administrativa.
Art. 18. (Revogado pela Lei nº 9.986, de 18.7.2000)
Art. 15. Compete à Diretoria Colegiada: (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.190-34, de 2001)
CAPÍTULO IV
I - definir as diretrizes estratégicas da Agência; (Redação dada pela Do Contrato de Gestão
Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
Art. 19. A Administração da Agência será regida por um contrato de
II - propor ao Ministro de Estado da Saúde as políticas e diretrizes go- gestão, negociado entre o seu Diretor-Presidente e o Ministro de Estado da
vernamentais destinadas a permitir à Agência o cumprimento de seus Saúde, ouvidos previamente os Ministros de Estado da Fazenda e do
objetivos; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) Planejamento, Orçamento e Gestão, no prazo máximo de cento e vinte dias
III - editar normas sobre matérias de competência da Agência; (Reda- seguintes à nomeação do Diretor-Presidente da autarquia. (Redação dada
ção dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)

IV - cumprir e fazer cumprir as normas relativas à vigilância sanitária; Parágrafo único. O contrato de gestão é o instrumento de avaliação da
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) atuação administrativa da autarquia e de seu desempenho, estabelecendo
os parâmetros para a administração interna da autarquia bem como os
V - elaborar e divulgar relatórios periódicos sobre suas atividades; (Re- indicadores que permitam quantificar, objetivamente, a sua avaliação
dação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) periódica.
VI - julgar, em grau de recurso, as decisões da Agência, mediante pro- Art. 20. O descumprimento injustificado do contrato de gestão implica-
vocação dos interessados; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190- rá a exoneração do Diretor-Presidente, pelo Presidente da República,
34, de 2001) mediante solicitação do Ministro de Estado da Saúde.
VII - encaminhar os demonstrativos contábeis da Agência aos órgãos CAPÍTULO V
competentes. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) Do Patrimônio e Receitas
§ 1o A Diretoria reunir-se-á com a presença de, pelo menos, três Dire- Seção I
tores, dentre eles o Diretor-Presidente ou seu substituto legal, e deliberará Das Receitas da Autarquia
por maioria simples. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de Art. 21. Constituem patrimônio da Agência os bens e direitos de sua
2001) propriedade, os que lhe forem conferidos ou que venha adquirir ou incorpo-
§ 2o Dos atos praticados pela Agência caberá recurso à Diretoria Co- rar.
legiada, com efeito suspensivo, como última instância administrativa. (Re- Art. 22. Constituem receita da Agência:
dação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
I - o produto resultante da arrecadação da taxa de fiscalização de vigi-
Art. 16. Compete ao Diretor-Presidente: (Redação dada pela Medida lância sanitária, na forma desta Lei;
Provisória nº 2.190-34, de 2001)
II - a retribuição por serviços de quaisquer natureza prestados a tercei-

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ros; norários de advogado, calculado sobre o total do débito inscrito como
Dívida Ativa, que será reduzido para 10%, se o pagamento for efetuado
III - o produto da arrecadação das receitas das multas resultantes das antes do ajuizamento da execução.
ações fiscalizadoras;
§ 1º Os juros de mora não incidem sobre o valor da multa de mora.
IV - o produto da execução de sua dívida ativa;
§ 2º Os débitos relativos à Taxa poderão ser parcelados, a juízo da
V - as dotações consignadas no Orçamento Geral da União, créditos Agência Nacional de Vigilância Sanitária, de acordo com os critérios fixados
especiais, créditos adicionais e transferências e repasses que lhe forem na legislação tributária.
conferidos;
Art. 25. A Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária será devida a
VI - os recursos provenientes de convênios, acordos ou contratos cele- partir de 1º de janeiro de 1999.
brados com entidades e organismos nacionais e internacionais;
Art. 26. A Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária será recolhida
VII - as doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem em conta bancária vinculada à Agência.
destinados;
Seção II
VIII - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e imó- Da Dívida Ativa
veis de sua propriedade; e,
Art. 27. Os valores cuja cobrança seja atribuída por lei à Agência e
IX - o produto da alienação de bens, objetos e instrumentos utilizados apurados administrativamente, não recolhidos no prazo estipulado, serão
para a prática de infração, assim como do patrimônio dos infratores, apre- inscritos em dívida ativa própria da Agência e servirão de título executivo
endidos em decorrência do exercício do poder de polícia e incorporados ao para cobrança judicial, na forma da Lei.
patrimônio da Agência nos termos de decisão judicial.
Art. 28. A execução fiscal da dívida ativa será promovida pela Procura-
X - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro das re- doria da Agência.
ceitas previstas nos incisos I a IV e VI a IX deste artigo. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) CAPÍTULO VI
Das Disposições Finais e Transitórias
Parágrafo único. Os recursos previstos nos incisos I, II e VII deste arti-
go, serão recolhidos diretamente à Agência, na forma definida pelo Poder Art. 29. Na primeira gestão da Autarquia, visando implementar a tran-
Executivo. sição para o sistema de mandatos não coincidentes:
Art. 23. Fica instituída a Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária. I - três diretores da Agência serão nomeados pelo Presidente da Repú-
blica, por indicação do Ministro de Estado da Saúde;
§ 1º Constitui fato gerador da Taxa de Fiscalização de Vigilância Sani-
tária a prática dos atos de competência da Agência Nacional de Vigilância II - dois diretores serão nomeados na forma do parágrafo único, do art.
Sanitária constantes do Anexo II. 10, desta Lei.
§ 2º São sujeitos passivos da taxa a que se refere o caput deste artigo Parágrafo único. Dos três diretores referidos no inciso I deste artigo,
as pessoas físicas e jurídicas que exercem atividades de fabricação, distri- dois serão nomeados para mandato de quatro anos e um para dois anos.
buição e venda de produtos e a prestação de serviços mencionados no art.
8º desta Lei. Art. 30. Constituída a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com a
publicação de seu regimento interno pela Diretoria Colegiada, ficará a
§ 3º A taxa será devida em conformidade com o respectivo fato gera- Autarquia, automaticamente, investida no exercício de suas atribuições, e
dor, valor e prazo a que refere a tabela que constitui o Anexo II desta Lei. extinta a Secretaria de Vigilância Sanitária. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.190-34, de 2001)
§ 4º A taxa deverá ser recolhida nos termos dispostos em ato próprio
da ANVISA. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) Art. 31. Fica o Poder Executivo autorizado a:
§ 5º A arrecadação e a cobrança da taxa a que se refere este artigo I - transferir para a Agência o acervo técnico e patrimonial, obrigações,
poderá ser delegada aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a direitos e receitas do Ministério da Saúde e de seus órgãos, necessários ao
critério da Agência, nos casos em que por eles estejam sendo realizadas desempenho de suas funções;
ações de vigilância, respeitado o disposto no § 1º do art. 7º desta Lei.
II - remanejar, transferir ou utilizar os saldos orçamentários do Ministé-
§ 6o Os laboratórios instituídos ou controlados pelo Poder Público, rio da Saúde para atender as despesas de estruturação e manutenção da
produtores de medicamentos e insumos sujeitos à Lei no 6.360, de 23 de Agência, utilizando como recursos as dotações orçamentárias destinadas
setembro de 1976, à vista do interesse da saúde pública, estão isentos do às atividades finalísticas e administrativas, observados os mesmos subpro-
pagamento da Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária. (Incluído pela jetos, subatividades e grupos de despesas previstos na Lei Orçamentária
Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) em vigor.
§ 7o Às renovações de registros, autorizações e certificados aplicam- Art. 32. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.190, de 2001)
se as periodicidades e os valores estipulados para os atos iniciais na forma
prevista no Anexo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) Art. 32-A. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária poderá, mediante
celebração de convênios de cooperação técnica e científica, solicitar a
§ 8o O disposto no § 7o aplica-se ao contido nos §§ 1o a 8o do art. 12 e execução de trabalhos técnicos e científicos, inclusive os de cunho econô-
parágrafo único do art. 50 da Lei no 6.360, de 1976, no § 2o do art. 3o do mico e jurídico, dando preferência às instituições de ensino superior e de
Decreto-Lei no 986, de 21 de outubro de 1969, e § 3o do art. 41 desta Lei. pesquisa mantidas pelo poder público e organismos internacionais com os
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) quais o Brasil tenha acordos de cooperação técnica. (Incluído pela Lei nº
12.090, de 2009).
Art. 24. A Taxa não recolhida nos prazos fixados em regulamento, na
forma do artigo anterior, será cobrada com os seguintes acréscimos: Art. 33. A Agência poderá contratar especialistas para a execução de
trabalhos nas áreas técnica, científica, econômica e jurídica, por projetos ou
I - juros de mora, na via administrativa ou judicial, contados do mês se- prazos limitados, observada a legislação em vigor.
guinte ao do vencimento, à razão de 1% ao mês, calculados na forma da
legislação aplicável aos tributos federais; Art. 34. (Revogado pela Lei nº 9.986, de 18.7.2000)
II - multa de mora de 20%, reduzida a 10% se o pagamento for efetua- Art. 35. É vedado à ANVS contratar pessoal com vínculo empregatício
do até o último dia útil do mês subsequente ao do seu vencimento; ou contratual junto a entidades sujeitas à ação da Vigilância Sanitária, bem
como os respectivos proprietários ou responsáveis, ressalvada a participa-
III - encargos de 20%, substitutivo da condenação do devedor em ho- ção em comissões de trabalho criadas com fim específico, duração deter-

Conhecimentos Específicos 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


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minada e não integrantes da sua estrutura organizacional. requerer, em juízo, o bloqueio de contas bancárias de titularidade da em-
presa e de seus proprietários e dirigentes, responsáveis pela autoria daque-
Art. 36. (Revogado pela Lei 10.871, de 2004) les delitos.
Art. 37(Revogado pela Lei nº 9.986, de 18.7.2000) Art. 44. Os arts. 20 e 21 da Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976,
Art. 38. Em prazo não superior a cinco anos, o exercício da fiscaliza- passam a vigorar com a seguinte redação:
ção de produtos, serviços, produtores, distribuidores e comerciantes, inseri- "Art. 20. ......................................................................."
dos no Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, poderá ser realizado por
servidor requisitado ou pertencente ao quadro da ANVS, mediante designa- "Parágrafo único. Não poderá ser registrado o medicamento que não
ção da Diretoria, conforme regulamento. tenha em sua composição substância reconhecidamente benéfica do ponto
de vista clínico ou terapêutico." (NR)
Art. 39. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.190, de 2001)
"Art. 21. Fica assegurado o direito de registro de medicamentos simila-
Art. 40. A Advocacia Geral da União e o Ministério da Saúde, por in- res a outros já registrados, desde que satisfaçam as exigências estabeleci-
termédio de sua Consultoria Jurídica, mediante comissão conjunta, promo- das nesta Lei." (NR)
verão, no prazo de cento e oitenta dias, levantamento das ações judiciais
em curso, envolvendo matéria cuja competência tenha sido transferida à "§ 1º Os medicamentos similares a serem fabricados no País, conside-
Agência, a qual substituirá a União nos respectivos processos. ram-se registrados após decorrido o prazo de cento e vinte dias, contado da
apresentação do respectivo requerimento, se até então não tiver sido
§ 1º A substituição a que se refere o caput, naqueles processos judici- indeferido.
ais, será requerida mediante petição subscrita pela Advocacia-Geral da
União, dirigida ao Juízo ou Tribunal competente, requerendo a intimação da § 2º A contagem do prazo para registro será interrompida até a satis-
Procuradoria da Agência para assumir o feito. fação, pela empresa interessada, de exigência da autoridade sanitária, não
podendo tal prazo exceder a cento e oitenta dias.
§ 2º Enquanto não operada a substituição na forma do parágrafo ante-
rior, a Advocacia-Geral da União permanecerá no feito, praticando todos os § 3º O registro, concedido nas condições dos parágrafos anteriores,
atos processuais necessários. perderá a sua validade, independentemente de notificação ou interpelação,
se o produto não for comercializado no prazo de um ano após a data de
Art. 41. O registro dos produtos de que trata a Lei nº 6.360, de 1976, e sua concessão, prorrogável por mais seis meses, a critério da autoridade
o Decreto-Lei nº 986, de 21 de outubro de 1969, poderá ser objeto de sanitária, mediante justificação escrita de iniciativa da empresa interessada.
regulamentação pelo Ministério da Saúde e pela Agência visando a desbu-
rocratização e a agilidade nos procedimentos, desde que isto não implique § 4º O pedido de novo registro do produto poderá ser formulado dois
riscos à saúde da população ou à condição de fiscalização das atividades anos após a verificação do fato que deu causa à perda da validade do
de produção e circulação. anteriormente concedido, salvo se não for imputável à empresa interessa-
da.
§ 1o A Agência poderá conceder autorização de funcionamento a em-
presas e registro a produtos que sejam aplicáveis apenas a plantas produti- § 5º As disposições deste artigo aplicam-se aos produtos registrados e
vas e a mercadorias destinadas a mercados externos, desde que não fabricados em Estado-Parte integrante do Mercado Comum do Sul -
acarretem riscos à saúde pública. (Renumerado do parágrafo único pela MERCOSUL, para efeito de sua comercialização no País, se corresponde-
Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) rem a similar nacional já registrado."
§ 2o A regulamentação a que se refere o caput deste artigo atinge in- Art. 45. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
clusive a isenção de registro. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34,
de 2001) Art. 46. Fica revogado o art. 58 do Decreto-Lei nº 986, de 21 de outu-
bro de 1969.
§ 3o As empresas sujeitas ao Decreto-Lei nº 986, de 1969, ficam, tam-
bém, obrigadas a cumprir o art. 2o da Lei no 6.360, de 1976, no que se Congresso Nacional, em 26 de janeiro de 1999; 178º da Independência
refere à autorização de funcionamento pelo Ministério da Saúde e ao licen- e 111º da República.
ciamento pelos órgãos sanitários das Unidades Federativas em que se ANEXO I
localizem. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
(Revogado pela Medida Provisória nº 2.190, de 2001)
Art. 41-A. O registro de medicamentos com denominação exclusiva-
mente genérica terá prioridade sobre o dos demais, conforme disposto em ANEXO II
ato da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) Vide Lei nº 11.972, de 2009
TAXA DE FISCALIZAÇÃO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Art. 41-B. Quando ficar comprovada a comercialização de produtos su-
jeitos à vigilância sanitária, impróprios para o consumo, ficará a empresa Itens FATOS GERADORES Valores Prazo para
em R$ Renovação
responsável obrigada a veicular publicidade contendo alerta à população,
no prazo e nas condições indicados pela autoridade sanitária, sujeitando-se 1 X X X
ao pagamento de taxa correspondente ao exame e à anuência prévia do
1.1 Registro de alimentos, aditivos alimenta-
conteúdo informativo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (Incluí- res, bebidas, águas envasadas e emba- 6.000 Cinco anos
do pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) lagens recicladas
Art. 42. O art. 57 do Decreto-Lei nº 986, de 21 de Outubro de 1969, 1.2 Alteração, inclusão ou isenção de
1.800 ---
passa a vigorar com a seguinte redação: registro de alimentos

"Art. 57. A importação de alimentos, de aditivos para alimentos e de 1.3 Revalidação ou renovação de registro de
6.000 Cinco anos
substâncias destinadas a serem empregadas no fabrico de artigos, utensí- alimentos
lios e equipamentos destinados a entrar em contato com alimentos, fica 1.4 Certificação de Boas Práticas de Fabri-
sujeita ao disposto neste Decreto-lei e em seus Regulamentos sendo a Vide Lei nº
cação para cada estabelecimento ou
X 11.972, de
análise de controle efetuada por amostragem, a critério da autoridade unidade fabril, por linha de produção de
2009
sanitária, no momento de seu desembarque no país." (NR) alimentos

Art. 43. A Agência poderá apreender bens, equipamentos, produtos e 1.4.1 No País e MERCOSUL X X
utensílios utilizados para a prática de crime contra a saúde pública, e a 1.4.1.1 Certificação de Boas Práticas de Fabri-
promover a respectiva alienação judicial, observado, no que couber, o 15.000 Anual
cação e Controle para cada estabeleci-
disposto no art. 34 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, bem como

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mento ou unidade fabril, por tipo de 4.1.7 Nova concentração no País 21.000 ---
atividade e linha de produção ou comer-
cialização para indústrias de alimentos 4.1.8 Nova forma farmacêutica no País 21.000 ---

1.4.2 Outros países 37.000 Anual 4.1.9 Medicamentos fitoterápicos X X

2 X X X 4.1.9.1 Produto novo 6.000 Cinco anos

2.1 Registro de cosméticos 2.500 Cinco anos 4.1.9.2 Produto similar 6.000 Cinco anos

2.2 Alteração, inclusão ou isenção de 4.1.9.3 Produto tradicional 6.000 Cinco anos
1.800 ---
registro de cosméticos 4.1.10 Medicamentos homeopáticos X X
2.3 Revalidação ou renovação de registro de 4.1.10.1 Produto novo 6.000 Cinco anos
2.500 Cinco anos
cosméticos
4.1.10.2 Produto similar 6.000 Cinco anos
2.4 Certificação de Boas Práticas de Fabri-
Vide Lei nº
cação para cada estabelecimento ou 4.1.11 Novo acondicionamento no País 1.800 ---
X 11.972, de
unidade fabril, por linha de produção de
2009 4.2 Alteração, inclusão ou isenção de
cosméticos 1.800 ---
registro de medicamentos
2.4.1 No País e MERCOSUL X X
4.3 Certificação de Boas Práticas de Fabri-
Vide Lei nº
2.4.1.1 Certificação de Boas Práticas de Fabri- cação para cada estabelecimento ou
X 11.972, de
cação para cada estabelecimento ou unidade fabril, por linha de produção de
2009
unidade fabril por linha de produção de 15.000 Anual medicamentos
cosméticos, produtos de higiene e
perfumes 4.3.1 No País e MERCOSUL X X

2.4.2 Outros países 4.3.2 Certificação de Boas Praticas de Fabri-


37.000 Anual cação de medicamentos e insumos 15.000 Anual
3 X X X farmacêuticos

3.1 Autorização e autorização especial de 4.3.3 Outros países 37.000 Anual


funcionamento de empresa, bem --- --- 4.3.4 Certificação de Boas Práticas de Distri-
como as respectivas renovações buição e Armazenagem de medicamen-
15.000 Anual
3.1.1 Indústria de medicamentos 20.000 --- tos e insumos farmacêuticos por estabe-
lecimento
3.1.2 Indústria de insumos farmacêuticos 20.000 ---
5 X X X
3.1.3 Distribuidora, importadora, exportadora,
transportadora, armazenadora, embala- 5.1 Autorização de Funcionamento X X
dora e reembaladora e demais previstas 15.000 Anual 5.1.1 Autorização de funcionamento de
em legislação específica de medicamen- empresas que prestam serviços de
tos e insumos farmacêuticos armazenagem e distribuição de medica-
15.000 Anual
3.1.4 Fracionamento de insumos farmacêuti- mentos, matérias-primas e insumos
15.000 Anual farmacêuticos em terminais alfandega-
cos
dos de uso público
3.1.5 Drogarias e farmácias 500 Anual
5.1.2 Autorização de funcionamento de
3.1.6 Indústria de cosméticos, produtos de empresas que prestam serviços de
6.000 --- armazenagem e distribuição de substân-
higiene e perfumes 15.000 Anual
cias e medicamentos sob controle
3.1.7 Distribuidora, importadora, exportadora, especial em terminais alfandegados de
transportadora, armazenadora, embala- uso público
dora, e reembaladora e demais prevista 6.000 ---
em legislação específica de cosméticos, 5.1.3 Autorização de funcionamento de
produtos de higiene e perfumes empresas que prestam serviços de
armazenagem e distribuição de cosméti-
3.1.8 Indústria de saneantes 6.000 --- 6.000 Anual
cos, produtos de higiene ou perfumes e
3.1.9 Distribuidora, importadora, exporta- matérias-primas em terminais alfande-
dora, transportadora, armazenadora, gados de uso público
embaladora, e reembaladora e demais 6.000 --- 5.1.4 Autorização de funcionamento de
prevista em legislação específica de empresas que prestam serviços de
saneantes armazenagem e distribuição de produtos
6.000 Anual
3.2 Autorização e autorização especial de saneantes domissanitários e matérias-
funcionamento de farmácia de manipula- 5.000 Anual primas em terminais alfandegados de
ção uso público

4 X X X 5.1.5 Autorização de funcionamento de


empresas que prestam serviços de
4.1 Registro, revalidação e renovação de armazenagem e distribuição de materiais
X X
registro de medicamentos e equipamentos médico-hospitalares e 6.000 Anual
produtos de diagnóstico de uso "in vitro"
4.1.1 Produto novo 80.000 Cinco anos (correlatos) em terminais alfandegados
4.1.2 Produto similar 21.000 Cinco anos de uso público

4.1.3 Produto genérico 6.000 Cinco anos 5.1.6 Autorização de funcionamento de


empresas que prestam serviços de
4.1.4 Nova associação no País 21.000 --- armazenagem e distribuição de alimen- 6.000 Anual
tos em terminais alfandegados de uso
4.1.5 Monodroga aprovada em associação 21.000 --- público
4.1.6 Nova via de administração do medica- 5.1.7 Autorização de funcionamento de
21.000 --- 6.000 Anual
mento no País empresas que prestam serviços alterna-

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tivos de abastecimento de água potável sanitária, para fins de comercialização
para consumo humano a bordo de ou industrialização
aeronaves, embarcações e veículos
terrestres que operam transporte coletivo 5.2.1.1 Importação de até dez itens de bens,
100 ---
internacional de passageiros produtos, matérias-primas ou insumos

5.1.8 Autorização de funcionamento de 5.2.1.2 Importação de onze a vinte itens de


empresas que prestam serviços de bens, produtos, matérias-primas ou 200 ---
desinsetização ou desratização em insumos
embarcações, veículos terrestres em 5.2.1.3 Importação de vinte e um a trinta itens
trânsito por estações e passagens de 6.000 Anual de bens, produtos, matérias-primas ou 300 ---
fronteira, aeronaves, terminais portuários insumos
e aeroportuários de cargas e viajantes,
terminais aduaneiros de uso público e 5.2.1.4 Importação de trinta e um a cinqüenta
estações e passagens de fronteira itens de bens, produtos, matérias-primas 1.000 ---
ou insumos
5.1.9 Autorização de funcionamento de
empresas que prestam serviços de 5.2.1.5 Importação de cinqüenta e um a cem
limpeza, desinfecção e descontaminação itens de bens, produtos, matérias-primas 2.000 ---
de superfícies de aeronaves, veículos ou insumos
terrestres em trânsito por estações e
6.000 Anual 5.3 Anuência de importação, por pessoa
passagens de fronteira, embarcações,
terminais portuários e aeroportuários de física, de materiais e equipamentos
cargas e viajantes, terminais aduaneiros médico-hospitalares e de produtos para
de uso público e estação e passagem de diagnóstico de uso "in vitro", sujeitos à 100 ---
fronteiras vigilância sanitária, para fins de oferta e
comércio de prestação de serviços a
5.1.10 Autorização de funcionamento de terceiros
empresas que prestam serviços de
limpeza e recolhimento de resíduos 5.4 Anuência de importação, por hospitais e
resultantes do tratamento de águas estabelecimentos de saúde privados, de
6.000 Anual materiais e equipamentos médico-
servidas e dejetos em terminais portuá-
rios e aeroportuários de cargas e viajan- hospitalares e de produtos para diagnós- 100 ---
tes, terminais aduaneiros de uso público tico de uso "in vitro", sujeitos à vigilância
e estações e passagens de fronteira sanitária, para fins de oferta e comércio
de prestação de serviços a terceiros
5.1.11 Autorização de funcionamento de
empresas que prestam serviços de 5.5 Anuência de importação e exportação,
esgotamento e tratamento de efluentes por pessoa física, de produtos ou
sanitários de aeronaves, embarcações e matérias-primas sujeitas à vigilância ISENTO ---
6.000 Anual sanitária, para fins de uso individual ou
veículos terrestres em trânsito por
estações e passagens de fronteira em próprio
terminais aeroportuários, portuário e 5.6 Anuência de importação, por pessoa
estações e passagens de fronteira jurídica, de amostras de produto ou
5.1.12 Autorização de funcionamento de matérias-primas sujeitas à vigilância 100 ---
empresas que prestam serviços de sanitária, para análises e experiências,
segregação, coleta, acondicionamento, com vistas ao registro de produto
armazenamento, transporte, tratamento 5.7 Anuência de importação, por pessoa
e disposição final de resíduos sólidos jurídica, de amostras de produto ou
resultantes de aeronaves, veículos matérias-primas sujeitas à vigilância 100 ---
6.000 Anual
terrestres em trânsito por estações e sanitária, para fins de demonstração em
passagens de fronteira, embarcações, feiras ou eventos públicos
terminais portuários e aeroportuários de
cargas e viajantes, terminais alfandega- 5.8 Anuência de importação, por pessoa
dos de uso público e estações e passa- jurídica, de amostras de produto sujeitas
gens de fronteira à vigilância sanitária, para fins de 100 ---
demonstração a profissionais especiali-
5.1.13 Autorização de funcionamento de zados
empresas que operam a prestação de
serviços, nas áreas portuárias, aeropor- 5.9 Anuência em processo de exportação de
--- ---
tuárias e estações e passagens de produtos sujeitos à vigilância sanitária
fronteira, de lavanderia, atendimento
500 Anual 5.9.1 Anuência de exportação, por pessoa
médico, hotelaria, drogarias, farmácias e
ervanários, comércio de materiais e jurídica, de bens, produtos, matérias-
equipamentos hospitalares, salões de primas e insumos sujeitos à vigilância ISENTO ---
barbeiros e cabeleleiros, pedicuros e sanitária, para fins de comercialização
institutos de beleza e congêneres ou industrialização

5.1.14 Autorização de funcionamento de 5.9.2 Anuência de exportação, por pessoa


empresas prepostas para gerir, repre- jurídica, de amostras de bens, produtos,
sentar ou administrar negócios, em matérias-primas ou insumos sujeitos à
ISENTO ---
nome de empresa de navegação, 6.000 Anual vigilância sanitária, para análises e
tomando as providências necessárias ao experiências, com vistas ao registro de
despacho de embarcação em porto produto
(agência de navegação) 5.9.3 Anuência de exportação, por pessoa
5.2 Anuência em processo de importação de jurídica, de amostras de produto ou
X X matérias-primas sujeitas à vigilância ISENTO ---
produtos sujeito à vigilância sanitária
sanitária, para fins de demonstração em
5.2.1 Anuência de importação, por pessoa feiras ou eventos públicos
jurídica, de bens, produtos, matérias- X X
primas e insumos sujeitos à vigilância 5.9.4 Anuência de exportação, por pessoa
ISENTO ---
jurídica, de amostras de produto sujeitas

Conhecimentos Específicos 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


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à vigilância sanitária, para fins de internacional, com deslocamento maríti-
demonstração a profissionais especiali- mo, marítimo-fluvial ou marítimo-
zados lacustre, e que desenvolvem atividades
de esporte e recreio com fins não
5.9.5 Anuência de exportação e importação, comerciais
por pessoa jurídica, de amostras biológi-
X X
cas humanas, para fins de realização de 5.14.1.4 Interior, em trânsito internacional, com
ensaios e experiências laboratoriais deslocamento fluvial e que desenvolvem
1000 ---
atividades ou serviços de transporte de
5.9.5.1 Exportação e importação de no máximo cargas ou de passageiros
100 ---
vinte amostras
5.14.1.5 Interior, em trânsito internacional, com
5.9.5.2 Exportação e importação de vinte e uma deslocamento fluvial e que desenvolvem 1000 ---
200 ---
até cinqüenta amostras atividades de pesca
5.9.6 Anuência de exportação, por instituições 5.14.1.6 Interior, em trânsito internacional, com
públicas de pesquisa, de amostras deslocamento fluvial e que desenvolvem
biológicas humanas, para fins de reali- ISENTO --- ISENTO ---
atividades de esporte e recreio com fins
zação de ensaios e experiências labora- não comerciais
toriais
5.14.2 Emissão dos certificados nacional de
5.9.7 Anuência em licença de importação desratização e isenção de desratização
substitutiva relacionada a processos de X X
50 --- de embarcações que realizem navega-
importação de produtos e matérias- ção de
primas sujeitas à vigilância sanitária
5.14.2.1 Mar aberto de cabotagem, em trânsito
5.10 Colheita e transporte de amostras para exclusivamente nacional, com desloca-
análise laboratorial de produtos importa- mento marítimo, marítimo-fluvial ou
dos sujeitos a análise de controle 500 ---
marítimo-lacustre, e que desenvolvem
5.10.1 dentro do Município 150 --- atividades ou serviços de transporte de
cargas ou de passageiros
5.10.2 outro Município no mesmo Estado 300 ---
5.14.2.2 Mar aberto de apoio marítimo, em
5.10.3 outro Estado 600 --- trânsito exclusivamente nacional e com
500 ---
deslocamento marítimo, marítimo-fluvial
5.11 Vistoria para verificação do cumprimento ou marítimo-lacustre
de exigências sanitárias relativas à
desinterdição de produtos importados, X X 5.14.2.3 Mar aberto que desenvolvem outra
armazenados em área externa ao atividade ou serviço, em trânsito exclusi-
terminal alfandegado de uso público vamente nacional e com deslocamento 500 ---
marítimo, marítimo-fluvial ou marítimo
5.11.1 dentro do Município 150 --- lacustre
5.11.2 outro Município no mesmo Estado 300 --- 5.14.2.4 Interior, em trânsito exclusivamente
5.11.3 outro Estado 600 --- nacional, com deslocamento marítimo ou
marítimo-lacustre e que desenvolvem 500 ---
5.12 Vistoria semestral para verificação do atividades ou serviços de transporte de
cumprimento de exigências sanitárias cargas ou de passageiros
relativas às condições higiênico-
sanitárias de plataformas constituídas de 5.14.2.5 Interior, em trânsito exclusivamente
instalação ou estrutura, fixas ou móveis, nacional, com deslocamento marítimo-
localizadas em águas sob jurisdição fluvial, fluvial ou fluvial-lacustre e que 500 ---
6.000 --- desenvolvem atividades ou serviços de
nacional, destinadas a atividade direta
ou indireta de pesquisa e de lavra de transporte de cargas ou de passageiros
recursos minerais oriundos do leito das 5.14.2.6 Interior, de apoio portuário, em trânsito
águas interiores ou de seu subsolo, ou exclusivamente nacional e com deslo- 500 ---
do mar, da plataforma continental ou de camento marítimo ou marítimo-lacustre.
seu subsolo
5.14.2.7 Interior, de apoio portuário, em trânsito
5.13 Anuência para isenção de imposto em exclusivamente nacional e com deslo-
processo de importação ou exportação ISENTO --- 500 ---
camento marítimo-fluvial, fluvial ou
de produtos sujeitos à vigilância sanitária fluvial-lacustre
5.14 Atividades de controle sanitário de 5.14.2.8 Interior que desenvolvem outra atividade
X X
portos ou serviço, em trânsito exclusivamente
500 ---
5.14.1 Emissão de certificado internacional de nacional e com deslocamento marítimo
desratização e isenção de desratização ou marítimo-lacustre
X X
de embarcações que realizem navega- 5.14.2.9 Interior que desenvolvem outra atividade
ção de ou serviço, em trânsito exclusivamente
500 ---
5.14.1.1 Mar aberto de longo curso, em trânsito nacional e com deslocamento marítimo-
internacional, com deslocamento maríti- fluvial, fluvial ou fluvial-lacustre.
mo, marítimo-fluvial ou marítimo- 5.14.2.10 Mar aberto ou interior, que desenvolvem
1000 ---
lacustre, e que desenvolvem atividades atividade de pesca, com saída e entrada
ou serviços de transporte de cargas ou 500 ---
entre portos distintos do território nacio-
de passageiros nal
5.14.1.2 Mar aberto de longo curso, em trânsito 5.14.2.11 Mar aberto ou interior, que desenvolvem
internacional, com deslocamentos atividade de pesca, com saída e retorno
marítimo, marítimo-fluvial ou marítimo- 1000 --- ISENTO ---
ao mesmo porto do território nacional e
lacustre, e que desenvolvem atividades sem escalas intermediárias
de pesca
5.14.2.12 Interior que desenvolvem atividades de
5.14.1.3 Mar aberto de longo curso, em trânsito ISENTO --- ISENTO ---
esporte e recreio com fins não comerci-

Conhecimentos Específicos 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ais, em trânsito municipal, intermunicipal desenvolvem atividades ou serviços de
ou interestadual, com deslocamento transporte de cargas ou de passageiros
marítimo-fluvial, fluvial ou fluvial-lacustre
5.14.4.13 Interior de apoio portuário, em trânsito
5.14.2.13 Interior que desenvolvem atividades de exclusivamente nacional e com deslo- 600 ---
esporte e recreio com fins não comerci- camento marítimo ou marítimo-lacustre
ais, em trânsito municipal, intermunicipal ISENTO ---
ou interestadual, com deslocamento 5.14.4.14 Interior de apoio portuário, em trânsito
marítimo ou marítimo-lacustre exclusivamente nacional e com deslo-
600 ---
camento marítimo-fluvial, fluvial ou
5.14.3 Emissão de guia de desembarque de fluvial-lacustre
passageiros e tripulantes de embarca-
500 --- 5.14.4.15 Interior que desenvolvem outra atividade
ções, aeronaves ou veículos terrestres
de trânsito internacional ou serviço, em trânsito exclusivamente
600 ---
nacional e com deslocamento marítimo
5.14.4 Emissão do certificado de livre prática de ou marítimo-lacustre
embarcações que realizam navegação
de 5.14.4.16 Interior que desenvolvem outra atividade
ou serviço, em trânsito exclusivamente
600 ---
5.14.4.1 Mar aberto de longo curso, em trânsito nacional e com deslocamento marítimo-
internacional, com deslocamento maríti- fluvial, fluvial ou fluvial-lacustre
mo, marítimo-fluvial ou marítimo-lacustre
600 --- 5.14.4.17 Mar aberto ou interior, que desenvolvem
e que desenvolvem atividades ou
serviços de transporte de cargas ou atividade de pesca, com saída e entrada
600 ---
passageiros. entre portos distintos do território nacio-
nal
5.14.4.2 Mar aberto de longo curso, em trânsito
internacional, com deslocamento maríti- 5.14.4.18 Mar aberto ou interior, que desenvolvem
600 --- atividade de pesca, com saída e retorno
mo, marítimo-fluvial ou marítimo-lacustre ISENTO ---
e que desenvolvem atividades de pesca ao mesmo porto do território nacional e
sem escalas intermediárias
5.14.4.3 Mar aberto de longo curso, em trânsito
internacional, com deslocamento maríti- 5.14.4.19 Interior que desenvolvem atividades de
mo, marítimo-fluvial ou marítimo-lacustre esporte e recreio com fins não comerci-
ISENTO --- ais, em trânsito municipal, intermunicipal ISENTO ---
e que desenvolvem atividades de
esporte e recreio com fins não comerci- ou interestadual, com deslocamento
ais. marítimo ou marítimo-lacustre

5.14.4.4 Mar aberto de longo curso, em trânsito 5.14.4.20 Interior que desenvolvem atividades de
internacional, com deslocamento maríti- esporte e recreio com fins não comerci-
mo, marítimo-fluvial ou marítimo-lacustre 600 --- ais em trânsito municipal, intermunicipal
ISENTO ---
e que desenvolvem atividades de ou interestadual, com deslocamento
esporte e recreio com fins comerciais marítimo-lacustre, marítimo-fluvial, fluvial
ou fluvial-lacustre
5.14.4.5 Interior, em trânsito internacional, com
deslocamento fluvial e que desenvolvem 5.14.4.21 Qualquer embarcação da Marinha do
ISENTO --- Brasil, ou sob seu convite, utilizadas ISENTO ---
atividades de esporte e recreio com fins
não comerciais para fins não comerciais

5.14.4.6 Interior, em trânsito internacional, com 6 X X X


deslocamento fluvial e que desenvolvem 6.1 Registro de saneantes X X
600 ---
atividades de esporte e recreio com fins
comerciais 6.1.1 Produto de Grau de Risco II 8.000 Cinco anos
5.14.4.7 Interior, em trânsito internacional, com 6.2 Alteração, inclusão ou isenção de
1.800 ---
deslocamento fluvial e que desenvolvem 600 --- registro de saneantes
atividades de pesca
6.3 Revalidação ou renovação de registro de
X X
5.14.4.8 Mar aberto de cabotagem, em trânsito saneantes
exclusivamente nacional, com desloca-
mento marítimo, marítimo-fluvial ou 6.3.1 Produto de Grau de Risco II 8.000 Cinco anos
600 ---
marítimo-lacustre e que desenvolvem 6.4 Certificação de Boas Práticas de Fabri-
atividades ou serviços de transporte de Vide Lei nº
cação para cada estabelecimento ou
cargas ou de passageiros X 11.972, de
unidade fabril por linha de produção de
2009
5.14.4.9 Mar aberto de apoio marítimo, em saneantes
trânsito exclusivamente nacional e com 6.4.1 No País e MERCOSUL X X
600 ---
deslocamento marítimo, marítimo-fluvial
ou marítimo-lacustre 6.4.1.1 Certificação de Boas Práticas de Fabri-
cação por estabelecimento ou unidade
5.14.4.10 Mar aberto que desenvolvem outra 15.000 Anual
fabril por linha de produção para indús-
atividade ou serviço, em trânsito exclusi- trias de saneantes domissanitários
vamente nacional e com deslocamento 600 ---
marítimo, marítimo-fluvial ou marítimo 6.4.2 Outros países 37.000 Anual
lacustre
7 X X X
5.14.4.11 Interior, em trânsito exclusivamente
nacional, com deslocamento marítimo ou 7.1 Autorização e renovação de funciona-
marítimo-lacustre e que desenvolvem 600 --- mento de empresas por estabelecimento
--- ---
atividades ou serviços de transporte de ou unidade fabril para cada tipo de
cargas ou de passageiros atividade

5.14.4.12 Interior, em trânsito exclusivamente 7.1.1 Por estabelecimento fabricante de uma


nacional, com deslocamento marítimo- 600 --- ou mais linhas de produtos para saúde
10.000 ---
fluvial, fluvial ou fluvial-lacustre e que (equipamentos, materiais e produtos
para diagnóstico de uso "in vitro")

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7.1.2 Distribuidora, importadora, exportadora, 8.7.1 Alteração de dose, para maior, na
1.800 ---
transportadora, armazenadora, embala- aplicação
dora, reembaladora e demais previstas 8.000 ---
em legislação específica de produtos 8.8 Alteração de dose, para menor, na
ISENTO ---
para saúde aplicação

7.1.3 Por estabelecimento de comércio 9 X X X


5.000 ---
varejista de produtos para saúde 9.1 Registro, revalidação ou renovação de
100.000 Anual
7.2 Certificação de Boas Práticas de Fabri- registro de fumígenos
Vide Lei nº
cação de produtos para saúde, para 10 Anuência para veicular publicidade
--- 11.972, de
cada estabelecimento ou unidade fabril contendo alerta à população, no prazo e
2009 10.000 ---
por linha de produção nas condições indicados pela autoridade
7.2.1 No País e MERCOSUL --- --- sanitária

7.2.1.1 Certificação de Boas Práticas de Fabri- 11 Anuência em processo de pesquisa


15.000 Anual 10.000 ---
cação de produtos para saúde clínica

7.2.2 Outros países 37.000 Anual 12 Alteração ou acréscimo na autorização


4.000 ---
de funcionamento
7.3 Certificação de Boas Práticas de Distri- Anual
buição e Armazenagem de produtos Vide Lei nº 13 Substituição de representante legal,
15.000 responsável técnico ou cancelamento de ISENTO ---
para saúde por estabelecimento 11.972, de
2009 autorização

7.4 Modificação ou acréscimo na certificação 14 Certidão, atestado e demais atos decla-


1.800 ---
por inclusão de novo tipo de linha de ratórios
produto (equipamento, materiais e 5.000 --- 15 Desarquivamento de processo e segun-
produtos para diagnóstico de uso "in 1.800 ---
da via de documento
vitro")
7.5 Registro, revalidação ou renovação de Notas:
X X
registro de produtos para saúde
1. Os valores da Tabela ficam reduzidos em:
7.5.1 Equipamentos de grande porte para
diagnóstico ou terapia, tais como medi- a) quinze por cento, no caso das empresas com faturamento anual
cina nuclear, tomografia computadoriza- 20.000 Cinco anos igual ou inferior a R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais) e superior
da, ressonância magnética e cineangio- a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);
coro-nariografia.
b) trinta por cento, no caso das empresas com faturamento anual igual
7.5.2 Outros equipamentos de médio e
ou inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais) e superior a R$
pequeno portes para diagnóstico ou
terapia, artigos, materiais, produtos para 8.000 Cinco anos 6.000.000,00 (seis milhões de reais);
diagnóstico de uso "in-vitro" e demais c) sessenta por cento, no caso das empresas com faturamento anual
produtos para saúde
igual ou inferior a R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais);
7.5.3 Família de equipamentos de grande
28.000 Cinco anos d) noventa por cento, no caso das pequenas empresas;
porte para diagnóstico ou terapia
7.5.4 Família de equipamentos de médio e e) noventa e cinco por cento, no caso das microempresas, exceto para
pequeno portes para diagnóstico ou os itens 3.1, cujos valores, no caso de microempresa, ficam reduzidos em
terapia, artigos, materiais, reagentes de 12.000 Cinco anos noventa por cento.
diagnóstico de uso "in vitro" e demais
produtos para saúde 2. Nos itens 3.1.1, 3.1.2, 3.1.6, 3.1.8 e 7.1.1, o processo de fabricação
contempla as atividades necessárias para a obtenção dos produtos menci-
7.6 Alteração, inclusão ou isenção no onados nesses itens.
1.800 ---
registro de produtos para saúde
7.7 Emissão de certificado para exportação ISENTO ---
3. Nos itens 3.1.3, 3.1.7, 3.1.9 e 7.1.2, a distribuição de medicamentos,
cosméticos, produtos de higiene, perfume e saneantes domissánitarios
8 X X X contempla as atividades de armazenamento e expedição.
8.1 Avaliação toxicológica para fim de 4. Para as pequenas e microempresas, a taxa para concessão de Certi-
X X
registro de produto ficação de Boas Práticas de Fabricação e Controle será cobrada para cada
8.1.1 Produto técnico de ingrediente ativo não estabelecimento ou unidade fabril.
1.800 ---
registrado no País
5. Até 31 de dezembro de 2001, as microempresas estarão isentas da
8.1.2 Produto técnico de ingrediente ativo já
1.800 --- taxa para concessão de Certificado de Boas Práticas de Fabricação e
registrado no País Controle, Registro ou Renovação de Registro de Produtos ou Grupo de
8.1.3 Produto formulado 1.800 --- Produtos, bem como das taxas relativas às hipóteses previstas nos itens
5.2.1 e 5.10.1, podendo essa isenção ser prorrogada, até 31 de dezembro
8.2 Avaliação toxicológica para registro de de 2003, por decisão da Diretoria Colegiada da ANVISA.
1.800 ---
componente
6. Será considerado novo, para efeito de Registro ou Renovação de
8.3 Avaliação toxicológica para fim de
Registro Especial Temporário
1.800 --- Registro, o medicamento que contenha molécula nova e tenha proteção
patentária.
8.4 Reclassificação toxicológica 1.800 ---
7. A taxa para Registro ou Renovação de Registro de medicamentos
8.5 Reavaliação de registro de produto, ou grupo de medicamentos fitoterápicos, homeopáticos, Soluções Parente-
1.800 ---
conforme Decreto nº 991/93 rais de Grande Volume e Soluções Parenterais de Pequeno Volume será a
8.6 Avaliação toxicológica para fim de do item 4.1.3. Genéricos.
1.800 ---
inclusão de cultura
8. Os valores da Tabela para Renovação de Registro de Produto ou
8.7 Alteração de dose X X Grupo de Produtos serão reduzidos em dez por cento na renovação.

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9. O enquadramento como pequena empresa e microempresa, para os 16.5. Deslocamentos: municipal, intermunicipal, interestadual e interna-
efeitos previstos no item 1, dar-se-á em conformidade com o que estabele- cional.
ce a Lei no 9.841, de 5 de outubro de 1999.
10. Fica isento o recolhimento de taxa para emissão de certidões, ates-
tados e demais atos declaratórios, desarquivamento de processo e segun- DECRETO No 3.029, DE 16 DE ABRIL DE 1999.
da via de documento, quanto se tratar de atividade voltada para exportação. Aprova o Regulamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e
11. Fica isento o recolhimento de taxa para acréscimo ou alteração de dá outras providências.
registro, referente a texto de bula, formulário de uso e rotulagem, mudança Art. 1º Ficam aprovados, na forma dos Anexos I e II a este Decreto, o
de número de telefone, número de CGC/CNPJ, ou outras informações Regulamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o correspon-
legais, conforme dispuser ato da Diretoria Colegiada da ANVISA. dente Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e Funções Comis-
12. Os valores de redução previstos no item 1 não se aplicam aos itens sionadas de Vigilância Sanitária.
3.1.5 e 5.1.13 da Tabela, e às empresas localizadas em países que não os Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
membros do MERCOSUL.
ANEXO I
13. Às empresas que exercem atividades de remessa expressa (courri- (Decreto nº , de de de 1999)
er) e que estão enquadradas nas letras "a", "b" e "c" do item 1 das Notas, REGULAMENTO
aplica-se, independentemente do faturamento, a taxa única de anuência de AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
importação das mercadorias de que tratam os itens 5.3, 5.4, 5.6, 5.7 e 5.8 CAPÍTULO I
deste Anexo, no valor de R$ 40,00. DA NATUREZA E FINALIDADE
14. Às empresas que exercem atividades de remessa expressa (courri- Art. 1º A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, autarquia sob regi-
er) e que estão enquadradas nas letas "a", "b" e "c" do item 1 das Notas, me especial, criada pelo art. 3o da Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999,
aplica-se, independentemente do faturamento, a taxa de anuência de com personalidade jurídica de direito público, vincula-se ao Ministério da
exportação das mercadorias de que tratam os itens 5.9.5.1 e 5.9.5.2 deste Saúde.
Anexo, nos seguintes valores:
§ 1º A natureza de autarquia especial, conferida à Agência, é caracte-
a) R$ 40,00, quando se tratar de no máximo 20 amostras por remessa rizada pela independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes e
a destinatário, comprovada por item, mediante conferência do conhecimen- autonomia financeira.
to de embarque de carga pela autoridade sanitária;
§ 2º A Agência atuará como entidade administrativa independente,
b) R$ 80,00, quando se tratar de 21 a 50 amostras por remessa a des- sendo-lhe assegurado, nos termos da Lei nº 9.782, de 1999, as prerrogati-
tinatário, comprovada por item, mediante conferência do conhecimento de vas necessárias ao exercício adequado de suas atribuições.
embarque de carga pela autoridade sanitária.
§ 3º A Agência tem sede e foro no Distrito Federal, prazo de duração
15. A Diretoria Colegiada da ANVISA adequará o disposto no item 5.14 indeterminado e atuação em todo território nacional.
e seus descontos ao porte das embarcações por arqueação líquida e
classe, tipos de navegação, vias navegáveis e deslocamentos efetuados. Art. 2º A Agência terá por finalidade institucional promover a proteção
da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e
16. Para os efeitos do disposto no item anterior, considera-se: da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitá-
16.1. Arqueação líquida - AL: expressão da capacidade útil de uma ria, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias
embarcação, determinada de acordo com as prescrições dessas regras, a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e frontei-
sendo função do volume dos espaços fechados destinados ao transporte de ras.
carga, do número de passageiros transportados, do local onde serão trans- CAPÍTULO II
portados os passageiros, da relação calado/pontal e da arqueação bruta, DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
entendida arqueação líquida ainda como um tamanho adimensional. Seção I
16.2. Classe de embarcações: esporte recreio, pesca, passageiros, Das Competências
cargas, mistas e outras. Art. 3º Compete à Agência proceder à implementação e à execu-
16.3. Tipo de navegação: ção do disposto nos incisos II a VII do art. 2º da Lei nº 9.782, de 1999,
devendo:
16.3.1. Navegação de Mar Aberto: realizada em águas marítimas con-
sideradas desabrigadas, podendo ser de: I - coordenar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária;

16.3.1.1. Longo Curso: aquela realizada entre portos brasileiros e es- II - fomentar e realizar estudos e pesquisas no âmbito de suas atribui-
trangeiros; ções;

16.3.1.2. Cabotagem: aquela realizada entre portos ou pontos do terri- III - estabelecer normas, propor, acompanhar e executar as políticas,
tório brasileiro utilizado a via marítima ou esta e as vias navegáveis interio- as diretrizes e as ações de vigilância sanitária;
res; e IV - estabelecer normas e padrões sobre limites de contaminantes, re-
16.3.1.3. Apoio Marítimo: aquela realizada para apoio logístico a em- síduos tóxicos, desinfetantes, metais pesados e outros que envolvam risco
barcações e instalações em águas territoriais nacionais e na zona econômi- à saúde;
ca exclusiva, que atuem nas atividades de pesquisa e lavra de minerais e V - intervir, temporariamente, na administração de entidades produto-
hidorcarbonetos; ras, que sejam financiadas, subsidiadas ou mantidas com recursos públi-
16.3.2. Navegação de Interior: realizada em hidrovias interiores assim cos, assim como nos prestadores de serviços e ou produtores exclusivos ou
considerados rios, lagos, canais, lagoas, baías, angras, enseadas e áreas estratégicos para o abastecimento do mercado nacional, obedecido o
marítimas consideradas abrigadas; disposto no art. 5º da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, com a redação
dada pelo art. 2º da Lei nº 9.695, de 20 de agosto de 1998;
16.3.3. Navegação de Apoio Portuário: realizada exclusivamente nos
portos e terminais aquaviários para atendimento de embarcações e instala- VI - administrar e arrecadar a Taxa de Fiscalização de Vigilância Sani-
ções portuárias. tária, instituída pelo art. 23 da Lei nº 9.782, de 1999;

16.4. Vias navegáveis: marítimas, fluviais, lacustres. VII - autorizar o funcionamento de empresas de fabricação, distribuição
e importação dos produtos mencionados no art. 4º deste Regulamento e de

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comercialização de medicamentos; (Redação dada pelo Decreto nº 3.571, os responsáveis para, no prazo máximo de dez dias úteis, justificar a res-
de 2000) pectiva conduta; (Incluído pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
VIII - anuir com a importação e exportação dos produtos mencionados d) aplicar a penalidade prevista no art. 26 da Lei no 8.884, de 1994; (In-
no art. 4º deste Regulamento; cluído pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
IX - conceder registros de produtos, segundo as normas de sua área XXIV - controlar, fiscalizar e acompanhar, sob o prisma da legislação
de atuação; sanitária, a propaganda e publicidade de produtos submetidos ao regime de
vigilância sanitária (Incluído pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
X - conceder e cancelar o certificado de cumprimento de boas práticas
de fabricação; § 1º Na apuração de infração sanitária a Agência observará o disposto
na Lei nº 6.437, de 1977, com as alterações da Lei nº 9.695, de 1998.
XI - exigir, mediante regulamentação específica, o credenciamento ou
a certificação de conformidade no âmbito do Sistema Nacional de Metrolo- § 2º A Agência poderá delegar, por decisão da Diretoria Colegiada, aos
gia, Normalização e Qualidade Industrial - SINMETRO, de instituições, Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a execução de atribuições de
produtos e serviços sob regime de vigilância sanitária, segundo sua classe sua competência, excetuadas as previstas nos incisos I, IV, V, VIII, IX, XIII,
de risco; (Revogado pelo Decreto nº 3.571, de 2000) XIV, XV, XVI, XVII e XIX deste artigo. (Redação dada pelo Decreto nº
3.571, de 2000)
XII - interditar, como medida de vigilância sanitária, os locais de fabri-
cação, controle, importação, armazenamento, distribuição e venda de § 3º A Agência poderá assessorar, complementar ou suplementar as
produtos e de prestação de serviços relativos à saúde, em caso de violação ações estaduais, do Distrito Federal e municipais para exercício do controle
da legislação pertinente ou de risco iminente à saúde; sanitário.
XIII - proibir a fabricação, a importação, o armazenamento, a distribui- § 4º As atividades de vigilância epidemiológica e de controle de veto-
ção e a comercialização de produtos e insumos, em caso de violação da res relativas a portos, aeroportos e fronteiras serão executadas pela Agên-
legislação pertinente ou de risco iminente à saúde; cia sob orientação técnica e normativa da área de vigilância epidemiológica
e ambiental do Ministério da Saúde.
XIV - cancelar a autorização, inclusive a especial, de funcionamento de
empresas, em caso de violação da legislação pertinente ou de risco iminen- § 5º A Agência poderá delegar a órgão do Ministério da Saúde a exe-
te à saúde; cução de atribuições previstas neste artigo relacionadas a serviços médico-
ambulatorial-hospitalares, previstos nos §§ 2º e 3º do art. 4º deste Regula-
XV - coordenar as ações de vigilância sanitária realizadas por todos os mento, observadas as vedações definidas no § 2º deste artigo.
laboratórios que compõem a rede oficial de laboratórios de controle de
qualidade em saúde; § 6º A Agência deverá pautar sua atuação sempre em observância às
diretrizes estabelecidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para
XVI - estabelecer, coordenar e monitorar os sistemas de vigilância toxi- dar seguimento ao processo de descentralização da execução de ativida-
cológica e farmacológica; des para Estados, Distrito Federal e Municípios, observadas as vedações
XVII - promover a revisão e atualização periódica da farmacopéia; relacionadas no § 2º deste artigo.
XVIII - manter sistema de informação contínuo e permanente para inte- § 7º A descentralização de que trata o parágrafo anterior será efetiva-
grar suas atividades com as demais ações de saúde, com prioridade para da somente após manifestação favorável dos respectivos Conselhos Esta-
as ações de vigilância epidemiológica e assistência ambulatorial e hospita- duais, Distrital e Municipais de Saúde.
lar; § 8º A Agência poderá dispensar de registro os imunobiológicos, inse-
XIX - monitorar e auditar os órgãos e entidades estaduais, distritais e ticidas, medicamentos e outros insumos estratégicos, quando adquiridos
municipais que integram o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, inclu- por intermédio de organismos multilaterais internacionais, para uso em
indo-se os laboratórios oficiais de controle de qualidade em saúde; programas de saúde pública pelo Ministério da Saúde e suas entidades
vinculadas.
XX - coordenar e executar o controle da qualidade de bens e produtos
relacionados no art. 4º deste Regulamento, por meio de análises previstas § 9º O Ministro de Estado da Saúde poderá determinar a realização de
na legislação sanitária, ou de programas especiais de monitoramento da ações previstas nas competências da Agência, em casos específicos e que
qualidade em saúde; impliquem risco à saúde da população.

XXI - fomentar o desenvolvimento de recursos humanos para o sistema § 10. O ato de que trata o parágrafo anterior deverá ser publicado no
e a cooperação técnico-científica nacional e internacional; Diário Oficial da União.

XXII - autuar e aplicar as penalidades previstas em lei; Art. 4º Incumbe à Agência, respeitada a legislação em vigor, regula-
mentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco à
XXIII - monitorar a evolução dos preços de medicamentos, equipamen- saúde pública.
tos, componentes, insumos e serviços de saúde, podendo para tanto:
(Redação dada pelo Decreto nº 3.571, de 2000) § 1º Consideram-se bens e produtos submetidos ao controle e fiscali-
zação sanitária pela Agência:
a) requisitar, quando julgar necessário, informações sobre produção,
insumos, matérias-primas, vendas e quaisquer outros dados, em poder de I - medicamentos de uso humano, suas substâncias ativas e demais in-
pessoas de direito público ou privado que se dediquem às atividades de sumos, processos e tecnologias;
produção, distribuição e comercialização dos bens e serviços previstos II - alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas
neste inciso, mantendo o sigilo legal quando for o caso; (Incluído pelo embalagens, aditivos alimentares, limites de contaminantes orgânicos,
Decreto nº 3.571, de 2000) resíduos de agrotóxicos e de medicamentos veterinários;
b) proceder ao exame de estoques, papéis e escritas de quaisquer em- III - cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes;
presas ou pessoas de direito público ou privado que se dediquem às ativi-
dades de produção, distribuição e comercialização dos bens e serviços IV - saneantes destinados à higienização, desinfecção ou desinfesta-
previstos neste inciso, mantendo o sigilo legal quando for o caso; (Incluído ção em ambientes domiciliares, hospitalares e coletivos;
pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
V - conjuntos, reagentes e insumos destinados a diagnóstico;
c) quando for verificada a existência de indícios da ocorrência de infra-
ções previstas nos incisos III ou IV do art. 20 da Lei no 8.884, de 11 de VI - equipamentos e materiais médico-hospitalares, odontológicos, he-
junho de 1994, mediante aumento injustificado de preços ou imposição de moterápicos e de diagnóstico laboratorial e por imagem;
preços excessivos, dos bens e serviços referidos nesses incisos, convocar VII - imunobiológicos e suas substâncias ativas, sangue e hemoderiva-

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dos; § 1º É vedado aos dirigentes, igualmente, ter interesse, direto ou indi-
reto, em empresa relacionada com a área de atuação da Vigilância Sanitá-
VIII - órgãos, tecidos humanos e veterinários para uso em transplantes ria, prevista na Lei nº 9.782, de 1999.
ou reconstituições;
§ 2º A vedação de que trata o caput deste artigo não se aplica aos ca-
IX - radioisótopos para uso diagnóstico in vivo, radiofármacos e produ- sos em que a atividade profissional decorra de vínculo contratual mantido
tos radioativos utilizados em diagnóstico e terapia; com entidades públicas destinadas ao ensino e à pesquisa, inclusive com
X - cigarros, cigarrilhas, charutos e qualquer outro produto fumígero, as de direito privado a elas vinculadas.
derivado ou não do tabaco; § 3º No caso de descumprimento da obrigação prevista no caput e no
XI - quaisquer produtos que envolvam a possibilidade de risco à saúde, § 1º deste artigo, o infrator perderá o cargo, sem prejuízo de responder as
obtidos por engenharia genética, por outro procedimento ou ainda submeti- ações cíveis e penais competentes.
dos a fontes de radiação. Art. 10. Até um ano após deixar o cargo, é vedado ao ex-dirigente re-
§ 2º Consideram-se serviços submetidos ao controle e fiscalização sa- presentar qualquer pessoa ou interesse perante a Agência.
nitária pela Agência, aqueles voltados para a atenção ambulatorial, seja de Parágrafo único. No prazo estipulado no caput, é vedado, ainda, ao
rotina ou de emergência, os realizados em regime de internação, os servi- ex-dirigente utilizar em beneficio próprio informações privilegiadas obtidas
ços de apoio diagnóstico e terapêutico, bem como aqueles que impliquem a em decorrência do cargo exercido, sob pena de incorrer em ato de improbi-
incorporação de novas tecnologias. dade administrativa.
§ 3º Sem prejuízo do disposto nos §§ 1º e 2º deste artigo, submetem- Art. 11. Compete à Diretoria Colegiada, a responsabilidade de analisar,
se ao regime de vigilância sanitária as instalações físicas, equipamentos, discutir e decidir, em última instância administrativa, sobre matérias de
tecnologias, ambientes e procedimentos envolvidos em todas as fases de competência da autarquia, bem como sobre:
seus processos de produção dos bens e produtos submetidos ao controle e
fiscalização sanitária, incluindo a destinação dos respectivos resíduos. I - a administração estratégica da Agência; (Redação dada pelo Decre-
to nº 3.571, de 2000)
§ 4º A Agência poderá regulamentar outros produtos e serviços de in-
teresse para o controle de riscos à saúde da população, alcançados pelo II - o planejamento estratégico da Agência;
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.
III - propor ao Ministro de Estado da Saúde as políticas e diretrizes go-
Seção II vernamentais destinadas a permitir à Agência o cumprimento de seus
Da Estrutura Básica objetivos;
Art. 5º A Agência terá a seguinte estrutura básica: IV - editar normas sobre matérias de competência da Agência;
I - Diretoria Colegiada; V - (Revogado pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
II - Procuradoria; VI - cumprir e fazer cumprir as normas relativas à vigilância sanitária;
III - Corregedoria; VII - elaborar e divulgar relatórios periódicos sobre suas atividades;
IV - Ouvidoria; VIII - julgar, em grau de recurso, as decisões da Agência, mediante
provocação dos interessados; (Redação dada pelo Decreto nº 3.571, de
V - Conselho Consultivo. 2000)
Parágrafo único. O regimento interno disporá sobre a estruturação, IX - encaminhar o relatório anual da execução do Contrato de Gestão e
atribuições e vinculação das demais unidades organizacionais. a prestação anual de contas da Agência aos órgãos competentes e ao
Seção III Conselho Nacional de Saúde;
Da Diretoria Colegiada X - autorizar o afastamento do País de funcionários para desempenho
Art. 6º A Agência será dirigida por uma Diretoria Colegiada, composta de atividades técnicas e de desenvolvimento profissional; (Redação dada
por cinco Diretores, sendo um dos quais o seu Diretor-Presidente. pelo Decreto nº 3.571, de 2000)

§ 1º Os Diretores serão brasileiros indicados e nomeados pelo Presi- XI - aprovar a cessão, requisição, promoção e afastamento de servido-
dente da República, após aprovação prévia do Senado Federal, para cum- res para participação em eventos de capacitação lato sensu e stricto
prir mandatos de três anos, não coincidentes, observado o disposto no art. sensu, na forma da legislação em vigor;
29 e seu parágrafo único da Lei nº 9.782, de 1999. XII - (Revogado pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
§ 2º Os Diretores poderão ser reconduzidos, uma única vez, pelo pra- § 1o A Diretoria reunir-se-á com a presença de, pelo menos, três Dire-
zo de três anos, pelo Presidente da República, por indicação do Ministro de tores, dentre eles o Diretor-Presidente ou seu substituto legal, e deliberará
Estado da Saúde. por maioria simples. (Redação dada pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
§ 3º Na hipótese de vacância de membros da Diretoria, o novo Diretor § 2o Dos atos praticados pelas unidades organizacionais da Agência,
será nomeado para cumprir período remanescente do respectivo mandato. caberá recurso à Diretoria Colegiada, com efeito suspensivo, como última
Art. 7º O Diretor-Presidente da Agência será designado pelo Presiden- instância administrativa. (Redação dada pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
te da República, dentre os membros da Diretoria Colegiada, e investido na § 3º Os atos decisórios da Diretoria Colegiada serão publicados no Di-
função por três anos, ou pelo prazo que restar de seu mandato, admitida ário Oficial da União.
uma única recondução por três anos.
Art. 12. São atribuições comuns aos Diretores:
Art. 8º A exoneração imotivada de Diretor da Agência somente poderá
ser promovida nos quatro meses iniciais do mandato, findos os quais será I - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares no âmbito
assegurado seu pleno e integral exercício salvo nos casos de improbidade das atribuições da Agência;
administrativa, de condenação penal transitada em julgado e de descum-
primento injustificado do contrato de gestão da autarquia. II - zelar pelo desenvolvimento e credibilidade interna e externa da
Agência e pela legitimidade de suas ações;
Art. 9º Aos dirigentes da Agência é vedado o exercício de qualquer ou-
tra atividade profissional, empresarial, sindical ou de direção político- III - zelar pelo cumprimento dos planos e programas da Agência;
partidária. IV - praticar e expedir os atos de gestão administrativa no âmbito de
suas atribuições;
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V - executar as decisões tomadas pela Diretoria Colegiada ou pelo Di- V - Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde - um repre-
retor-Presidente; (Redação dada pelo Decreto nº 3.571, de 2000) sentante;
VI - contribuir com subsídios para propostas de ajustes e modificações VI - Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde - um re-
na legislação, necessários à modernização do ambiente institucional de presentante;
atuação da Agência;
VII - Confederação Nacional das Indústrias - um representante;
VII - coordenar as atividades das unidades organizacionais sob sua
responsabilidade. VIII - Confederação Nacional do Comércio - um representante;

Art. 13. Ao Diretor-Presidente incumbe: IX - Comunidade Científica, convidados pelo Ministro de Estado da Sa-
úde - dois representantes;
I - representar a Agência em juízo ou fora dele;
X - Defesa do Consumidor - dois representantes de órgãos legalmente
II - presidir as reuniões da Diretoria Colegiada; constituídos.
III - (Revogado pelo Decreto nº 3.571, de 2000) XI - Confederação Nacional de Saúde – um representante.(Incluído pe-
lo Decreto nº 4.220, de 2002)
IV - decidir ad referendum da Diretoria Colegiada as questões de ur-
gência; § 1o O Diretor-Presidente da Agência participará das reuniões do Con-
selho Consultivo, sem direito a voto.
V - decidir em caso de empate nas deliberações da Diretoria Colegiada;
§ 2o O Presidente do Conselho Consultivo, além do voto normal, terá
VI - praticar os atos de gestão de recursos humanos, aprovar edital e também o de qualidade.
homologar resultados de concursos públicos, nomear ou exonerar servido-
res, provendo os cargos efetivos, em comissão e funções de confiança, e § 3o Os membros do Conselho Consultivo poderão ser representados,
exercer o poder disciplinar, nos termos da legislação em vigor; em suas ausências e impedimentos, por membros suplentes por eles
indicados e designados pelo Ministro de Estado da Saúde. (Incluído pelo
VII - (Revogado pelo Decreto nº 3.571, de 2000) Decreto nº 3.571, de 2000)
VIII - encaminhar ao Conselho Consultivo os relatórios periódicos ela- Art. 18. Os Conselheiros não serão remunerados e poderão permane-
borados pela Diretoria Colegiada; cer como membros do Conselho Consultivo pelo prazo de até três anos,
IX - praticar os atos de gestão de recursos orçamentários, financeiros e vedada a recondução.
de administração, firmar contratos, convênios, acordos, ajustes e outros Art. 19. Compete ao Conselho Consultivo:
instrumentos legais, bem como ordenar despesas;
I - requerer informações e propor à Diretoria Colegiada, as diretrizes e
X - supervisionar o funcionamento geral da Agência; recomendações técnicas de assuntos de competência da Agência;
XI - exercer a gestão operacional da Agência; (Redação dada pelo De- II - opinar sobre as propostas de políticas governamentais na área de
creto nº 3.571, de 2000) atuação da Agência; (Redação dada pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
XII - elaborar, aprovar e promulgar o regimento interno, definir a área III - apreciar e emitir parecer sobre os relatórios anuais da Diretoria Co-
de atuação das unidades organizacionais e a estrutura executiva da Agên- legiada;
cia; (Incluído pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
IV - requerer informações e fazer proposições a respeito das ações re-
XIII - delegar as competências previstas nos incisos VI a IX e XI. (In- feridas no art. 3º deste Regulamento.
cluído pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
Art. 20. O funcionamento do Conselho Consultivo será disposto em re-
Parágrafo único. O Ministro de Estado da Saúde indicará um Diretor gimento interno próprio, aprovado pela maioria dos Conselheiros e publica-
para substituir o Diretor-Presidente em seus impedimentos. do pelo seu Presidente.
Seção IV Seção VI
Das Diretorias Da Procuradoria
Art. 14. (Revogado pelo Decreto nº 3.571, de 2000) Art. 21. A Procuradoria da Agência vincula-se à Advocacia Geral da
Seção V União, para fins de orientação normativa e supervisão técnica.
Do Conselho Consultivo Art. 22. Compete à Procuradoria:
Art. 15. A Agência disporá de um órgão de participação institucionali- I - representar judicialmente a Agência com prerrogativas processuais
zada da sociedade denominado Conselho Consultivo. de Fazenda Pública, com poderes para receber citação, intimação e notifi-
Art. 16. O Conselho Consultivo, órgão colegiado, será composto por cações judiciais,
doze membros, indicados pelos órgãos e entidades definidos no art. 17 II - apurar a liquidez e certeza dos créditos, de qualquer natureza, ine-
deste Regulamento, e designados pelo Ministro de Estado da Saúde. rentes à suas atividades, inscrevendo-os em dívida ativa, para fins de
Parágrafo único. A não-indicação do representante por parte dos ór- cobrança amigável ou judicial;
gãos e entidades ensejará a nomeação, de oficio, pelo Ministro de Estado III - executar as atividades de consultoria e assessoramento jurídico;
da Saúde.
IV - emitir pareceres jurídicos;
Art. 17. O Conselho Consultivo tem a seguinte composição:
V - assistir às autoridades no controle interno da legalidade administra-
I - Ministro de Estado da Saúde ou seu representante legal, que o pre- tiva dos atos a serem praticados, inclusive examinando previamente os
sidirá; textos de atos normativos, os editais de licitação, contratos e outros atos
II - Ministro de Estado da Agricultura e do Abastecimento ou seu repre- dela decorrentes, bem assim os atos de dispensa e inexigibilidade de
sentante legal ; licitação;

III - Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia ou seu representante VI - receber queixas ou denúncias que lhe forem encaminhadas pela
legal; Ouvidoria ou pela Corregedoria e orientar os procedimentos necessários,
inclusive o seu encaminhamento às autoridades competentes para provi-
IV - Conselho Nacional de Saúde - um representante; dências, nos casos em que couber;

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VII - executar os trabalhos de contencioso administrativo-sanitário em quados ao exercício das atividades da Ouvidoria.
decorrência da aplicação da legislação sanitária federal.
CAPÍTULO III
Art. 23. São atribuições do Procurador: DA ATIVIDADE E DO CONTROLE
I - coordenar as atividades de assessoramento jurídico da Agência; Art. 29. A atividade da Agência será juridicamente condicionada pelos
princípios da legalidade, celeridade, finalidade, razoabilidade, impessoabili-
II - aprovar os pareceres jurídicos dos procuradores da Autarquia; dade, imparcialidade, publicidade, moralidade e economia processual.
III - representar ao Ministério Público para início de ação pública de in- Art. 30. A Agência dará tratamento confidencial às informações técni-
teresse da Agência; cas, operacionais, econômico-financeiras e contábeis que solicitar às
IV - desistir, transigir, firmar compromisso e confessar nas ações de in- empresas e pessoas físicas que produzam ou comercializem produtos ou
teresse da Agência, mediante autorização da Diretoria Colegiada. prestem serviços compreendidos no Sistema Nacional de Vigilância Sanitá-
ria, desde que sua divulgação não seja diretamente necessária para impe-
Seção VII dir a discriminação de consumidor, produtor, prestador de serviço ou co-
Da Corregedoria merciante ou a existência de circunstâncias de risco à saúde da população.
Art. 24. À Corregedoria compete: Art. 31. As sessões deliberativas, que se destinem a resolver pendên-
I - fiscalizar a legalidade das atividades funcionais dos servidores, dos cias entre agentes econômicos e entre estes e consumidores e usuários de
órgãos e das unidades da Agência; bens e serviços compreendidos na área de atuação da Agência serão
públicas.
II - apreciar as representações sobre a atuação dos servidores e emitir
parecer sobre o desempenho dos mesmos e opinar fundamentadamente Parágrafo único. A Agência definirá os procedimentos para assegurar
quanto a sua confirmação no cargo ou sua exoneração; aos interessados o contraditório e a ampla defesa.

III - realizar correição nos órgãos e unidades, sugerindo as medidas Art. 32. O processo decisório de registros de novos produtos, bens e
necessárias à racionalização e eficiência dos serviços; serviços, bem como seus procedimentos e de edição de normas poderão
ser precedidos de audiência pública, a critério da Diretoria Colegiada,
IV - instaurar de oficio ou por determinação superior, sindicâncias e conforme as características e a relevância dos mesmos, sendo obrigatória,
processos administrativos disciplinares, submetendo-os à decisão do no caso de elaboração de anteprojeto de lei a ser proposto pela Agência.
Diretor-Presidente da Agência.
Art. 33. A audiência pública será realizada com os objetivos de:
Parágrafo único. O Corregedor será nomeado pelo Ministro de Estado
da Saúde por indicação da Diretoria Colegiada da Agência. I - recolher subsídios e informações para o processo decisório da
Agência;
Seção VIII
Da Ouvidoria II - propiciar aos agentes e consumidores a possibilidade de encami-
nhamento de seus pleitos, opiniões e sugestões;
Art. 25. A Ouvidoria atuará com independência, não tendo vinculação
hierárquica com a Diretoria Colegiada, o Conselho Consultivo, ou quaisquer III - identificar, da forma mais ampla possível, todos os aspectos rele-
de seus integrantes, bem assim com a Corregedoria e a Procuradoria. vantes à matéria objeto de audiência pública;

§ 1º O Ouvidor terá mandato de dois anos, admitida uma recondução, IV - dar publicidade à ação da Agência.
e será indicado pelo Ministro de Estado da Saúde e nomeado pelo Presi- Parágrafo único. No caso de anteprojeto de lei, a audiência pública
dente da República. ocorrerá após a prévia consulta à Casa Civil da Presidência da República.
§ 2º É vedado ao Ouvidor ter interesse, direto ou indireto, em quais- Art. 34. Os atos normativos de competência da Agência serão editados
quer empresas ou pessoas sujeitas à área de atuação da Agência. pela Diretoria Colegiada, só produzindo efeitos após publicação no Diário
Art. 26. À Ouvidoria compete: Oficial da União.

I - formular e encaminhar as denúncias e queixas aos órgãos compe- Parágrafo único. Os atos de alcance particular só produzirão efeito
tentes, em especial à Diretoria Colegiada, à Procuradoria e à Corregedoria após a correspondente notificação.
da Agência, e ao Ministério Público; Art. 35. As minutas de atos normativos poderão ser submetidas à con-
II - dar ciência das infringências de normas de vigilância sanitária ao Di- sulta pública, formalizada por publicação no Diário Oficial da União, deven-
retor-Presidente da Agência. do as críticas e sugestões merecer exame e permanecer à disposição do
público, nos termos do regimento interno.
Art. 27. Ao Ouvidor incumbe:
CAPÍTULO IV
I - ouvir as reclamações de qualquer cidadão, relativas a infringências DO PATRIMÔNIO E DAS RECEITAS
de normas de vigilância sanitária;
Art. 36. Constituem o patrimônio da Agência os bens e direitos de sua
II - receber denúncias de quaisquer violações de direitos individuais ou propriedade, os que lhe forem conferidos ou os que venha a adquirir ou
coletivos de atos legais, neles incluídos todos os contrários à saúde pública, incorporar.
bem como qualquer ato de improbidade administrativa, praticados por
agentes ou servidores públicos de qualquer natureza, vinculados direta ou Art. 37. Constituem receitas da Agência:
indiretamente ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; I - o produto de arrecadação referente à Taxa de Fiscalização de Vigi-
III - promover as ações necessárias à apuração da veracidade das re- lância Sanitária, na forma da legislação e demais normas regulamentares
clamações e denúncias e, sendo o caso, tomar as providências necessárias em vigor;
ao saneamento das irregularidades e ilegalidades constatadas; II - a retribuição por serviços de quaisquer natureza prestados a tercei-
IV - produzir, semestralmente, ou quando oportuno, apreciações críti- ros;
cas sobre a atuação da Agência, encaminhando-as à Diretoria Colegiada, III - o produto de arrecadação das receitas das multas resultantes das
ao Conselho Consultivo e ao Ministério da Saúde. ações fiscalizadoras;
Parágrafo único. A Ouvidoria manterá o sigilo da fonte e a proteção do IV - o produto da execução de sua dívida ativa;
denunciante, quando for o caso.
V - as dotações consignadas no Orçamento Geral da União, créditos
Art. 28. O Diretor-Presidente da Agência providenciará os meios ade- especiais, créditos adicionais e transferências e repasses que lhe forem

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conferidos; atendimento das despesas de estruturação e manutenção da Agência ou
da Secretaria de Vigilância Sanitária, utilizando como recursos as dotações
VI - os recursos provenientes de convênios, acordos ou contratos cele- orçamentárias destinadas às atividades finalísticas e administrativas, ob-
brados com entidades, organismos nacionais e internacionais; servados os mesmos subprojetos, subatividades e grupos de despesas
VII - as doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem previstos na Lei Orçamentária em vigor.
destinados; Art. 44. O Ministério da Saúde prestará o apoio necessário à manuten-
VIII - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e imó- ção das atividades da Agência, até a sua completa organização.
veis de sua propriedade; Art. 45. A Agência executará suas atividades diretamente, por seus
IX - o produto da alienação de bens, objetos e instrumentos utilizados servidores próprios, requisitados ou contratados temporariamente, ou
para a prática de infração, assim como do patrimônio dos infratores, apre- indiretamente, por intermédio da contratação de prestadores de serviço ou
endidos em decorrência do exercício do poder de polícia e incorporados ao entidades estaduais, distritais ou municipais conveniadas ou delegadas.
patrimônio da Agência, nos termos de decisão judicial. Art. 46. Os servidores efetivos do quadro de pessoal do Ministério da
§ 1º Os recursos previstos nos incisos deste artigo serão recolhidos di- Saúde, em exercício, em 31 de dezembro de 1998, na Secretaria de Vigi-
retamente à Agência, exceto aquele previsto no inciso V. lância Sanitária e nos Postos Aeroportuários, Portuários e de Fronteira
ficam redistribuídos para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
§ 2º A Diretoria Colegiada estipulará os prazos para recolhimento das
taxas. Art. 47. Os integrantes do quadro de pessoal da Agência, bem como
os servidores a ela cedidos, poderão atuar na fiscalização de produtos,
§ 3º A arrecadação e a cobrança da taxa sob competência da Agência serviços, produtores, distribuidores e comerciantes, inseridos no Sistema
poderá ser delegada aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a Nacional de Vigilância Sanitária, conforme definido em ato específico da
critério da Diretoria Colegiada nos casos em que esteja ocorrendo a reali- Diretoria Colegiada.
zação das ações de vigilância, por estes níveis de governo, observado o
§ 2º do art. 3º deste Regulamento. Parágrafo único. A designação do servidor será específica, pelo prazo
máximo de um ano, podendo ser renovada.
Art. 38. A Diretoria da Agência poderá reduzir o valor da taxa de que
trata o inciso I do artigo anterior observando: Art. 48. A Agência poderá contratar especialistas para a execução de
trabalhos nas áreas técnica, científica, econômica e jurídica, por projetos ou
I - as características de essencialidade do produto ou serviço à saúde prazos limitados, observada a legislação em vigor.
pública; ou
Art. 49. Fica a Agência autorizada a efetuar a contratação temporária,
II - os riscos à continuidade da atividade econômica, derivados das ca- por prazo não excedente a trinta e seis meses, nos termos do art. 36 da Lei
racterísticas peculiares dos produtos e serviços. nº 9.782, de 1999.
§ 1º A Diretoria Colegiada da Agência poderá, baseada em parecer § 1º O quantitativo máximo das contratações temporárias, prevista no
técnico fundamentado, isentar da Taxa de Fiscalização de Vigilância Sani- caput deste artigo, será de cento e cinqüenta servidores, podendo ser
tária, produtos, serviços e empresas que sejam de alta relevância para a ampliado em ato conjunto dos Ministros de Estado da Saúde e do Orça-
saúde pública. mento e Gestão.
§ 2º As normas para as reduções referidas no caput deste artigo e pa- § 2º O quantitativo de que trata o parágrafo anterior será reduzido
ra a concessão da isenção a que se refere o parágrafo anterior, assim anualmente, de forma compatível com as necessidades da Agência, con-
como os seus prazos de vigência, serão definidas em regulamento próprio, forme determinarem os resultados de estudos conjuntos da Agência e da
discriminado para cada tipo de produto e serviço. Secretaria de Gestão do Ministério do Orçamento e Gestão.
§ 3º As decisões da Diretoria Colegiada sobre as concessões de isen- § 3º A remuneração do pessoal contratado temporariamente terá como
ções e reduções a que se referem este artigo deverão ser, imediatamente, referência valores definidos em ato conjunto da Agência e do Ministério do
comunicadas ao Conselho Consultivo da Agência e ao Conselho Nacional Orçamento e Gestão.
de Saúde, na forma especificada em regulamento.
Art. 50. O Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde ficará
Art. 39. Os valores cuja cobrança seja atribuída por lei à Agência e subordinado tecnicamente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária e
apurados administrativamente, não recolhidos no prazo estipulado, serão administrativamente à Fundação Oswaldo Cruz.
inscritos em dívida ativa própria da Agência e servirão de título executório
para cobrança judicial, na forma da legislação em vigor. Art. 51. A Advocacia-Geral da União e o Ministério da Saúde, por in-
termédio de sua Consultoria Jurídica, mediante comissão conjunta, promo-
Art. 40. A execução fiscal da dívida ativa será promovida pela Procu- verão, no prazo de cento e oitenta dias, levantamento das ações judiciais
radoria da Agência. em curso, envolvendo matéria cuja competência tenha sido transferida à
CAPÍTULO V Agência, a qual sucederá a União nesses processos.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS § 1º As transferências dos processos judiciais serão realizadas por pe-
Art. 41. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária será constituída, tição da Procuradoria-Geral da União, perante o Juízo ou Tribunal onde se
entrará em efetivo funcionamento, e ficará investida no exercício de suas encontrar o processo, requerendo a intimação da Procuradoria da Agência
atribuições, com a publicação de seu Regimento Interno, pela Diretoria para assumir o feito.
Colegiada, ficando assim automaticamente extinta a Secretaria de Vigilân- § 2º Enquanto não operada a substituição na forma do parágrafo ante-
cia Sanitária. rior, a Procuradoria-Geral da União permanecerá no feito, praticando todos
Art. 42. Ficam mantidos, até a sua revisão, os atos normativos e ope- os atos processuais necessários.
racionais em vigor para o exercício das atividades do Sistema Nacional de ANEXO II
Vigilância Sanitária quando da implementação da Agência. (Decreto nº 3.029, de 16 de abril de 1999)
Art. 43. Fica transferido do Ministério da Saúde para a Agência Nacio- (Redação dada pelo Decreto nº 3.141, de 1999)
nal de Vigilância Sanitária: a) QUADRO DEMONSTRATIVO DE CARGOS EM COMISSÃO E
I - o acervo técnico e patrimonial, obrigações, direitos e receitas, inclu- FUNÇÕES COMISSIONADAS DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA DA AGÊNCIA
sive de seus órgãos, em especial, os da Secretaria de Vigilância Sanitária, NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
necessários ao desempenho de suas funções;
UNIDADE CARGOS / DENOMINAÇÃO NE/DAS/
II - os saldos orçamentários do Ministério da Saúde necessários ao

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FUNÇÕES/ CARGO/FUNÇÃO FCVS TOTAL 342 551,34 342 551,34

DIRETORIA COLEGIADA 5 Diretor NE
5 Diretor-Adjunto 101.5 3. PROCESSO SAÚDE-DOENÇA E SEUS DETERMINAN-
3 Auxiliar 102.1 TES/CONDICIONANTES

GABINETE 1 Chefe de Gabinete 101.4 Que se entende por determinantes sociais da saúde?
As diversas definições de determinantes sociais de saúde (DSS)
expressam, com maior ou menor nível de detalhe, o conceito atualmente
PROCURADORIA 1 Procurador-Geral 101.5 bastante generalizado de que as condições de vida e trabalho dos
indivíduos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação
de saúde. Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da
CORREGEDORIA 1 Corregedor 101.4 Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais,
étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a
ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. A
OUVIDORIA 1 Ouvidor 101.4
comissão homônima da Organização Mundial da Saúde (OMS) adota uma
definição mais curta, segundo a qual os DSS são as condições sociais em
que as pessoas vivem e trabalham. Nancy Krieger (2001) introduz um
1 Auditor 101.4
elemento de intervenção, ao defini-los como os fatores e mecanismos
através dos quais as condições sociais afetam a saúde e que
potencialmente podem ser alterados através de ações baseadas em
17 Gerente-Geral 101.5
informação. Tarlov (1996) propõe, finalmente, uma definição bastante
38 Gerente 101.4 sintética, ao entendê-los como as características sociais dentro das quais a
vida transcorre.

42 FCVS-V Embora, como já mencionado, tenha-se hoje alcançado certo consenso


sobre a importância dos DSS na situação de saúde, esse consenso foi
58 FCVS-IV sendo construído ao longo da história. Entre os diversos paradigmas expli-
47 FCVS-III cativos para os problemas de saúde, em meados do século XIX predomina-
va a teoria miasmática, que conseguia responder às importantes mudanças
58 FCVS-II sociais e práticas de saúde observadas no âmbito dos novos processos de
69 FCVS-I urbanização e industrialização ocorridos naquele momento histórico. Estu-
dos sobre a contaminação da água e dos alimentos, assim como sobre
riscos ocupacionais, trouxeram importante reforço para o conceito de
miasma e para as ações de saúde pública (SUSSER, 1998).
b) QUADRO RESUMO DE CUSTOS DE CARGOS EM COMISSÃO E
FUNÇÕES COMISSIONADAS DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA DA AGÊNCIA Virchow, um dos mais destacados cientistas vinculados a essa teoria,
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA entendia que a “ciência médica é intrínseca e essencialmente uma ciência
social”, que as condições econômicas e sociais exercem um efeito
SITUAÇÃO: ATUAL E NOVA importante sobre a saúde e a doença e que tais relações devem ser
submetidas à pesquisa científica. Entendia também que o próprio termo
SITUAÇÃO ATUAL SITUAÇÃO NOVA “saúde pública” expressa seu caráter político e que sua prática implica
CÓDIGO DAS
Valor necessariamente a intervenção na vida política e social para identificar e
UNITÁRIO QTDE QTDE Valor Total
Total eliminar os fatores que prejudicam a saúde da população (ROSEN, 1980).
Outros autores que merecem destaque nessa corrente de pensamento são
DAS Chadwick, com seu Report on the sanitary condition of the labouring
4,94 18 88,92 23 113,62
101.5
population of Great Britain, de 1842, Villermé, com Tableau de l’état
DAS physique et moral des ouvriers de Paris, de 1840, e Engels, com A situação
3,08 42 129,36 42 129,36
101.4 das classes trabalhadoras na Inglaterra, Londres, de 1845.
Nas últimas décadas do século XIX, com o extraordinário trabalho de
DAS bacteriologistas como Koch e Pasteur, afirma-se um novo paradigma para a
4,94 5 24,70 - - explicação do processo saúde-doença. A história da criação da primeira
102.5
escola de saúde pública nos Estados Unidos, na Universidade Johns
DAS Hopkins, é um interessante exemplo do processo de afirmação da
1,00 3 3,00 3 3,00
102.1
hegemonia desse “paradigma bacteriológico”. Desde 1913, quando a
Fundação Rockefeller decide propor o estabelecimento de uma escola para
treinar os profissionais de saúde pública, até a decisão, em 1916, de
SUBTOTAL 1 68 245,98 68 245,98
financiar sua implantação em Johns Hopkins, há um importante debate
entre diversas correntes e concepções sobre a estruturação do campo da
FCVS – V 2,02 42 84,84 42 84,84 saúde pública. No centro do debate estiveram questões como: deve a
saúde pública tratar do estudo de doenças específicas, como um ramo
FCVS – IV 1,48 58 85,84 58 85,84 especializado da medicina, baseando-se fundamentalmente na
FCVS - III 0,89 47 41,83 47 41,83 microbiologia e nos sucessos da teoria dos germes ou deve centrar-se no
estudo da influência das condições sociais, econômicas e ambientais na
FCVS – II 0,78 58 45,24 58 45,24 saúde dos indivíduos? Outras questões relacionadas: a saúde e a doença
FCVS - I 0,69 69 47,61 69 47,61 devem ser pesquisadas no laboratório, com o estudo biológico dos
organismos infecciosos, ou nas casas, nas fábricas e nos campos,
buscando conhecer as condições de vida e os hábitos de seus
SUBTOTAL 2 274 305,36 274 305,36 hospedeiros?

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Como se pode ver, o conflito entre saúde pública e medicina e entre os viabilizar melhores condições de vida e de saúde, o estudo dessas
enfoques biológico e social do processo saúde-doença estiveram no centro mediações permite entender por que existem países com um PIB total ou
do debate sobre a configuração desse novo campo de conhecimento, de PIB per capita muito superior a outros que, no entanto, possuem
prática e de educação. Ao final desse processo, Hopkins foi escolhida pela indicadores de saúde muito mais satisfatórios. O estudo dessa cadeia de
excelência de sua escola de medicina, de seu hospital e de seu corpo de mediações permite também identificar onde e como devem ser feitas as
pesquisadores médicos. Esta decisão representou o predomínio do intervenções, com o objetivo de reduzir as iniquidades de saúde, ou seja,
conceito da saúde pública orientada ao controle de doenças específicas, os pontos mais sensíveis onde tais intervenções podem provocar maior
fundamentada no conhecimento científico baseado na bacteriologia e impacto.
contribuiu para “estreitar” o foco da saúde pública, que passa a distanciar-
se das questões políticas e dos esforços por reformas sociais e sanitárias Outro desafio importante em termos conceituais e metodológicos se re-
de caráter mais amplo. A influência desse processo e do modelo por ele fere à distinção entre os determinantes de saúde dos indivíduos e os de
gerado não se limita à escola de saúde pública de Hopkins, estendendo-se grupos e populações, pois alguns fatores que são importantes para explicar
por todo o país e internacionalmente. O modelo serviu para que nos anos as diferenças no estado de saúde dos indivíduos não explicam as diferen-
seguintes a Fundação Rockefeller apoiasse o estabelecimento de escolas ças entre grupos de uma sociedade ou entre sociedades diversas. Em
de saúde pública no Brasil (Faculdade de Higiene e Saúde Pública de São outras palavras, não basta somar os determinantes de saúde identificados
Paulo), Bulgária, Canadá, Checoslováquia, Inglaterra, Hungria, Índia, Itália, em estudos com indivíduos para conhecer os determinantes de saúde no
Japão, Noruega, Filipinas, Polônia, Romênia, Suécia, Turquia e Iugoslávia nível da sociedade. As importantes diferenças de mortalidade constatadas
(FEE, 1987). entre classes sociais ou grupos ocupacionais não podem ser explicadas
pelos mesmos fatores aos quais se atribuem as diferenças entre indivíduos,
Apesar da preponderância do enfoque médico biológico na pois se controlamos esses fatores (hábito de fumar, dieta, sedentarismo
conformação inicial da saúde pública como campo científico, em detrimento etc.), as diferenças entre estes estratos sociais permanecem quase inalte-
dos enfoques sociopolíticos e ambientais, observa-se, ao longo do século radas.
XX, uma permanente tensão entre essas diversas abordagens. A própria
história da OMS oferece interessantes exemplos dessa tensão, Enquanto os fatores individuais são importantes para identificar que
observando-se períodos de forte preponderância de enfoques mais indivíduos no interior de um grupo estão submetidos a maior risco, as
centrados em aspectos biológicos, individuais e tecnológicos, intercalados diferenças nos níveis de saúde entre grupos e países estão mais
com outros em que se destacam fatores sociais e ambientais. A definição relacionadas com outros fatores, principalmente o grau de equidade na
de saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e distribuição de renda. Por exemplo, o Japão é o país com a maior
não meramente a ausência de doença ou enfermidade, inserida na expectativa de vida ao nascer, não porque os japoneses fumam menos ou
Constituição da OMS no momento de sua fundação, em 1948, é uma clara fazem mais exercícios, mas porque o Japão é um dos países mais
expressão de uma concepção bastante ampla da saúde, para além de um igualitários do mundo. Ao confundir os níveis de análise e tratar de explicar
enfoque centrado na doença. Entretanto, na década de 50, com o sucesso a saúde das populações a partir de resultados de estudos realizados com
da erradicação da varíola, há uma ênfase nas campanhas de combate a indivíduos, estaríamos aceitando o contrário da chamada “falácia ecológica”
doenças específicas, com a aplicação de tecnologias de prevenção ou cura. (KAWACHI et al., 1997; WILKINSON, 1997; PELEGRINI FILHO, 2000).

A Conferência de Alma-Ata, no final dos anos 70, e as atividades O clássico estudo de Rose e Marmot (1981) sobre a mortalidade por
inspiradas no lema “Saúde para todos no ano 2000” recolocam em doença coronariana em funcionários públicos ingleses ilustra muito bem
destaque o tema dos determinantes sociais. Na década de 80, o esta situação. Fixando como um o risco relativo de morrer por esta doença
predomínio do enfoque da saúde como um bem privado desloca novamente no grupo ocupacional de mais alto nível na hierarquia funcional, os
o pêndulo para uma concepção centrada na assistência médica individual, funcionários de níveis hierárquicos inferiores, como profissional/executivo,
a qual, na década seguinte, com o debate sobre as Metas do Milênio, atendentes e outros, teriam risco relativo aproximadamente duas, três e
novamente dá lugar a uma ênfase nos determinantes sociais que se afirma quatro vezes maiores, respectivamente. Os autores encontraram que os
com a criação da Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde da fatores de risco individuais, como colesterol, hábito de fumar, hipertensão
OMS, em 2005. arterial e outros explicavam apenas 35 a 40% da diferença, sendo que os
restantes 60-65% estavam basicamente relacionados aos DSS.
O estudo dos determinantes sociais da saúde
Há várias abordagens para o estudo dos mecanismos através dos
Nas últimas décadas, tanto na literatura nacional, como internacional, quais os DSS provocam as iniquidades de saúde. A primeira delas privilegia
observa-se um extraordinário avanço no estudo das relações entre a ma- os “aspectos físico-materiais” na produção da saúde e da doença, enten-
neira como se organiza e se desenvolve uma determinada sociedade e a dendo que as diferenças de renda influenciam a saúde pela escassez de
situação de saúde de sua população (ALMEIDA-FILHO, 2002). Esse avan- recursos dos indivíduos e pela ausência de investimentos em infra-estrutura
ço é particularmente marcante no estudo das iniquidades em saúde, ou comunitária (educação, transporte, saneamento, habitação, serviços de
seja, daquelas desigualdades de saúde entre grupos populacionais que, saúde etc.), decorrentes de processos econômicos e de decisões políticas.
além de sistemáticas e relevantes, são também evitáveis, injustas e desne- Outro enfoque privilegia os “fatores psicosociais”, explorando as relações
cessárias (WHITEHEAD, 2000). Segundo Nancy Adler (2006), podemos entre percepções de desigualdades sociais, mecanismos psicobiológicos e
identificar três gerações de estudos sobre as iniquidades em saúde. A situação de saúde, com base no conceito de que as percepções e as
primeira geração se dedicou a descrever as relações entre pobreza e experiências de pessoas em sociedades desiguais provocam estresse e
saúde; a segunda, a descrever os gradientes de saúde de acordo com prejuízos à saúde. Os enfoques “ecossociais” e os chamados “enfoques
vários critérios de estratificação socioeconômica; e a terceira e atual gera- multiníveis” buscam integrar as abordagens individuais e grupais, sociais e
ção está dedicada principalmente aos biológicas numa perspectiva dinâmica, histórica e ecológica.
estudos dos mecanismos de produção das iniquidades ou, para usar a Finalmente, há os enfoques que buscam analisar as relações entre a
expressão de Adler, está dedicada a responder à pergunta: como a saúde das populações, as desigualdades nas condições de vida e o grau
estratificação econômico-social consegue “entrar” no corpo humano? de desenvolvimento da trama de vínculos e associações entre indivíduos e
grupos. Esses estudos identificam o desgaste do chamado “capital social”,
O principal desafio dos estudos sobre as relações entre determinantes ou seja, das relações de solidariedade e confiança entre pessoas e grupos,
sociais e saúde consiste em estabelecer uma hierarquia de determinações como um importante mecanismo através do qual as iniquidades de renda
entre os fatores mais gerais de natureza social, econômica, política e as impactam negativamente a situação de saúde. Países com frágeis laços de
mediações através das quais esses fatores incidem sobre a situação de coesão social, ocasionados pelas iniquidades de renda, são os que menos
saúde de grupos e pessoas, já que a relação de determinação não é uma investem em capital humano e em redes de apoio social, fundamentais para
simples relação direta de causa-efeito. É através do conhecimento deste a promoção e proteção da saúde individual e coletiva. Esses estudos
complexo de mediações que se pode entender, por exemplo, por que não também procuram mostrar por que não são as sociedades mais ricas as
há uma correlação constante entre os macroindicadores de riqueza de uma que possuem melhores níveis de saúde, mas as que são mais igualitárias e
sociedade, como o PIB, com os indicadores de saúde. Embora o volume de com alta coesão social.
riqueza gerado por uma sociedade seja um elemento fundamental para

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Diversos são os modelos que procuram esquematizar a trama de educativos, comunicação social, acesso facilitado a alimentos saudáveis,
relações entre os diversos fatores estudados através desses diversos criação de espaços públicos para a prática de esportes e exercícios físicos,
enfoques. Dois modelos serão analisados a seguir: o modelo de Dahlgren e bem como proibição à propaganda do tabaco e do álcool em todas as suas
Whitehead (GUNNING-SCHEPERS, 1999) e o modelo de Didericksen e formas.
outros (EVANS et al., 2001).
O segundo nível corresponde às comunidades e suas redes de
O modelo de Dahlgren e Whitehead inclui os DSS dispostos em relações. Como já mencionado, os laços de coesão social e as relações de
diferentes camadas, desde uma camada mais próxima dos determinantes solidariedade e confiança entre pessoas e grupos são fundamentais para a
individuais até uma camada distal, onde se situam os macrodeterminantes. promoção e proteção da saúde individual e coletiva. Aqui se incluem
Apesar da facilidade da visualização gráfica dos DSS e sua distribuição em políticas que busquem estabelecer redes de apoio e fortalecer a
camadas, segundo seu nível de abrangência, o modelo não pretende organização e participação das pessoas e das comunidades, especialmente
explicar com detalhes as relações e mediações entre os diversos níveis e a dos grupos vulneráveis, em ações coletivas para a melhoria de suas
gênese das iniquidades. Como se pode ver na figura 1, os indivíduos estão condições de saúde e bem-estar, e para que se constituam em atores
na base do modelo, com suas características individuais de idade, sexo e sociais e participantes ativos das decisões da vida social.
fatores genéticos que, evidentemente, exercem influência sobre seu
potencial e suas condições de saúde. Na camada imediatamente externa O terceiro nível se refere à atuação das políticas sobre as condições
aparecem o comportamento e os estilos de vida individuais. Esta camada materiais e psicossociais nas quais as pessoas vivem e trabalham, buscan-
está situada no limiar entre os fatores individuais e os DSS, já que os do assegurar melhor acesso à água limpa, esgoto, habitação adequada,
comportamentos, muitas vezes entendidos apenas como de alimentos saudáveis e nutritivos, emprego seguro e realizador, ambientes
responsabilidade individual, dependentes de opções feitas pelo livre arbítrio de trabalho saudáveis, serviços de saúde e de educação de qualidade e
das pessoas, na realidade podem também ser considerados parte dos outros.
DSS, já que essas opções estão fortemente condicionadas por Em geral essas políticas são responsabilidade de setores distintos, que
determinantes sociais - como informações, propaganda, pressão dos pares, frequentemente operam de maneira independente, obrigando o estabeleci-
possibilidades de acesso a alimentos saudáveis e espaços de lazer etc. mento de mecanismos que permitam uma ação integrada.
A camada seguinte destaca a influência das redes comunitárias e de O quarto nível de atuação se refere à atuação ao nível dos macrode-
apoio, cuja maior ou menor riqueza expressa o nível de coesão social que, terminantes, através de políticas macroeconômicas e de mercado de traba-
como vimos, é de fundamental importância para a saúde da sociedade lho, de proteção ambiental e de promoção de uma cultura de paz e solidari-
como um todo. No próximo nível estão representados os fatores relaciona- edade que visem a promover um desenvolvimento sustentável, reduzindo
dos a condições de vida e de trabalho, disponibilidade de alimentos e as desigualdades sociais e econômicas, as violências, a degradação ambi-
acesso a ambientes e serviços essenciais, como saúde e educação, indi- ental e seus efeitos sobre a sociedade (CNDSS, 2006; PELEGRINI FILHO,
cando que as pessoas em desvantagem social correm um risco diferencia- 2006).
do, criado por condições habitacionais mais humildes, exposição a condi-
ções mais perigosas ou estressantes de trabalho e acesso menor aos O outro modelo, proposto por Diderichsen et al., permite também
serviços. Finalmente, no último nível estão situados os macrodeterminantes identificar alguns pontos de incidência de políticas que atuem sobre os
relacionados às condições econômicas, culturais e ambientais da socieda- mecanismos de estratificação social e sobre os diferenciais de exposição,
de e que possuem grande influência sobre as demais camadas. de vulnerabilidade e de suas consequências.

Necessário mencionar, pela crescente influência sobre as condições Embora a intervenção sobre os mecanismos de estratificação social
sociais, econômicas e culturais dos países, o fenômeno da globalização. seja de responsabilidade de outros setores, ela é das mais cruciais para
Suas principais características, assim como a influência da globalização combater as iniquidades de saúde. Aqui se incluem políticas que diminuam
sobre a pobreza e as condições de saúde, e sobre as condições de vida em as diferenças sociais, como as relacionadas ao mercado de trabalho,
geral foram analisadas por Buss (2006). educação e seguridade social, além de um sistemático acompanhamento
de políticas econômicas e sociais para avaliar seu impacto e diminuir seus
O modelo de Diderichsen e Hallqvist, de 1998, foi adaptado por efeitos sobre a estratificação social.
Diderichsen, Evans e Whitehead (2001). Esse modelo enfatiza a
estratificação social gerada pelo contexto social, que confere aos indivíduos O segundo conjunto de políticas busca diminuir os diferenciais de
posições sociais distintas, as quais por sua vez provocam diferenciais de exposição a riscos, tendo como alvo, por exemplo, os grupos que vivem em
saúde. No diagrama abaixo (figura 2), (I) representa o processo segundo o condições de habitação insalubres, trabalham em ambientes pouco seguros
qual cada indivíduo ocupa determinada posição social como resultado de ou estão expostos a deficiências nutricionais. Aqui se incluem também
diversos mecanismos sociais, como o sistema educacional e o mercado de políticas de fortalecimento de redes de apoio a grupos vulneráveis para
trabalho. De acordo com a posição social ocupada pelos diferentes mitigar os efeitos de condições materiais e psicossociais adversas.
indivíduos, aparecem diferenciais, como o de exposição a riscos que Quanto ao enfrentamento dos diferenciais de vulnerabilidade, são mais
causam danos à saúde (II); o diferencial de vulnerabilidade à ocorrência de efetivas as intervenções que buscam fortalecer a resistência a diversas
doença, uma vez exposto a estes riscos (III); e o diferencial de exposições, como por exemplo, a educação das mulheres para diminuir sua
consequências sociais ou físicas, uma vez contraída a doença (IV). Por própria vulnerabilidade e a de seus filhos.
“consequências sociais” entende-se o impacto que a doença pode ter sobre
a situação socioeconômica do indivíduo e sua família. A intervenção no sistema de saúde busca reduzir os diferenciais de
consequências ocasionadas pela doença, aqui incluindo a melhoria da
qualidade dos serviços a toda a população, apoio a deficientes, acesso a
As intervenções sobre os determinantes sociais da saúde cuidados de reabilitação e mecanismos de financiamento equitativos, que
O modelo de Dahlgren e Whitehead e o de Diderichsen permitem impeçam o empobrecimento adicional causado pela doença.
identificar pontos para intervenções de políticas, no sentido de minimizar os Essas intervenções sobre níveis macro, intermediário ou micro de DSS,
diferenciais de DSS originados pela posição social dos indivíduos e grupos. com vistas a diminuir as iniquidades relacionadas à estratificação social,
Tomando o modelo de camadas de Dahlgren e Whitehead, o primeiro além de obrigarem a uma atuação coordenada intersetorial abarcando
nível relacionado aos fatores comportamentais e de estilos de vida indica diversos níveis da administração pública, devem estar também
que estes estão fortemente influenciados pelos DSS, pois é muito difícil acompanhadas por políticas mais gerais de caráter transversal que
mudar comportamentos de risco sem mudar as normas culturais que os busquem fortalecer a coesão e ampliar o “capital social” das comunidades
influenciam. Atuando-se exclusivamente sobre os indivíduos, às vezes se vulneráveis, e promover a participação social no desenho e implementação
consegue que alguns deles mudem de comportamento, mas logo eles de políticas e programas (CSDH, 2006).
serão substituídos por outros (ROSE, 1992). Para atuar nesse nível de A evolução conceitual e prática do movimento de promoção da saúde
maneira eficaz, são necessárias políticas de abrangência populacional que em nível mundial indica uma ênfase cada vez maior na atuação sobre os
promovam mudanças de comportamento, através de programas

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DSS, constituindo importante apoio para a implantação das políticas e montante de cerca de quatro milhões de reais. Os pesquisadores
intervenções acima mencionadas. responsáveis por esses projetos e gestores locais e estaduais convidados
estão conformando uma rede de colaboração e intercâmbio para
A Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde seguimento dos projetos e discussão de implicações para políticas de seus
(CNDSS) resultados intermediários. Ainda no âmbito desta linha de atuação, foram
O conhecimento e as intervenções sobre os DSS no Brasil deverão re- identificados e avaliados sistemas de informação de abrangência nacional
ceber importante impulso, com a criação da Comissão Nacional sobre sobre DSS e foi realizado um seminário internacional sobre metodologias
de avaliação de intervenções sobre os DSS. Os resultados dessas
Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS). Essa Comissão foi atividades estarão em breve disponíveis no site da CNDSS.
estabelecida em 13 de março de 2006, através de Decreto Presidencial,
com um mandato de dois anos. A criação da CNDSS é uma resposta ao 2) Promoção, apoio, seguimento e avaliação de políticas, programas e
movimento global em torno dos DSS desencadeado pela OMS, que em intervenções governamentais e não-governamentais realizadas em nível
março de 2005 criou a Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde local, regional e nacional. O GT Intersetorial deve constituir o principal
(Commission on Social Determinants of Health - CSDH), com o objetivo de instrumento para o desenvolvimento desta linha de atuação.
promover, em âmbito internacional, uma tomada de consciência sobre a 3) Desenvolvimento de ações de promoção e mobilização junto a
importância dos determinantes sociais na situação de saúde de indivíduos e diversos setores da sociedade civil, para a tomada de consciência sobre a
populações e sobre a necessidade do combate às iniquidades de saúde por importância das relações entre saúde e condições de vida e sobre as
eles geradas. possibilidades de atuação para diminuição das iniquidades de saúde.
A CNDSS está integrada por 16 personalidades expressivas de nossa Membros da CNDSS e da secretaria técnica vêm participando de
vida social, cultural, científica e empresarial.1 Sua constituição diversificada congressos e reuniões nacionais e internacionais e utilizando meios de
é uma expressão do reconhecimento de que a saúde é um bem público, comunicação de massa para o desenvolvimento desta linha de atuação. Em
construído com a participação solidária de todos os setores da sociedade breve será organizado um fórum de discussão nacional e regional, com a
brasileira. O Decreto Presidencial que criou a CNDSS constituiu também participação de organizações não governamentais que atuam em áreas
um Grupo de Trabalho Intersetorial, integrado por diversos ministérios relacionadas com os DSS.
relacionados com os DSS, além dos Conselhos Nacionais de Secretários 4) Portal sobre DSS: a CNDSS mantém uma página institucional
Estaduais e Municipais de Saúde (CONASS e CONASEMS). O trabalho (www.determinates.fiocruz.br) com informações sobre as atividades que
articulado da CNDSS com esse Grupo permite que se multipliquem ações vem desenvolvendo, além de publicações de interesse. Em breve será
integradas entre as diversas esferas da administração pública, e que as já lançado um Portal sobre DSS, onde, além de informações sobre as
existentes ganhem maior coerência e efetividade. atividades da CNDSS, serão incluídos dados, informações e conhecimentos
As atividades da CNDSS têm como referência o conceito de saúde, tal sobre DSS existentes nos sistemas de informação e na literatura mundial e
como a concebe a OMS - “um estado de completo bem-estar físico, mental nacional. Esse portal deve também se constituir num espaço de interação
e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade” - e o para intercâmbio e discussão de grupos estratégicos relacionados aos
preceito constitucional de reconhecer a saúde como um “direito de todos e DSS, como pesquisadores, tomadores de decisão, profissionais de
dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que comunicação e outros.
visem à redução do risco de doença e outros agravos e ao acesso universal A partir do segundo semestre de 2007, a CNDSS começará a publicar
e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e seu relatório final em fascículos, para prestar contas sobre o cumprimento
recuperação” (artigo 196 da Constituição brasileira de 1988). de seus objetivos, traçar um panorama geral da situação de saúde do país
Três compromissos vêm orientando a atuação da Comissão: e propor políticas e programas relacionados aos DSS. Estamos convenci-
dos de que as atividades da CNDSS e seus desdobramentos futuros serão
Compromisso com a ação: implica apresentar recomendações concre- uma valiosa contribuição para o avanço do processo de reforma sanitária
tas de políticas, programas e intervenções para o combate às iniquidades brasileira e para a construção de uma sociedade mais humana e justa.
de saúde geradas pelos DSS.
Compromisso com a equidade: a promoção da equidade em saúde é
fundamentalmente um compromisso ético e uma posição política que Referências
orienta as ações da CNDSS para assegurar o direito universal à saúde. ADLER, N. Behavioral and social sciences research contributions in NIH Confer-
ence on Understanding and Reducing Disparities in Health, October 23-24, 2006 NIH
Compromisso com a evidência: as recomendações da Comissão Campus, Bethesda, Maryland. Disponível em: http://
devem estar solidamente fundamentadas em evidências científicas, que obssr.od.nih.gov/HealthDisparities/presentation.html. Acesso em: 14/02/07.
permitam, por um lado, entender como operam os determinantes sociais na ALMEIDA FILHO, N. et al. Research on health inequalities in Latin America and
the Caribbean: Bibliometric analysis (1971-2000) and descriptive content analysis
geração das iniquidades em saúde e, por outro, como e onde devem incidir
(1971-1995). Am J Public Health, n. 93, p. 2.037-2.043, 2003.
as intervenções para combatê-las e que resultados podem ser esperados BUSS, P. M. Globalização, pobreza e saúde. Conferência Leavell apresentada
em termos de efetividade e eficiência. ao VIII Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva e XI Congresso Mundial de Saúde
Pública, Rio de Janeiro, agosto de 2006. Disponível em: www.fiocruz.br. Acesso em:
14/02/07.
Os principais objetivos da CNDSS são: COMISSÃO NACIONAL SOBRE OS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE
(CNDSS). Carta aberta aos candidatos à Presidência da República. Setembro de
• produzir conhecimentos e informações sobre os DSS no Brasil; 2006. Disponível em: www.determinantes.fiocruz.br. Acesso em: 15/02/07.
COMMISSION ON SOCIAL DETERMINANTS OF HEALTH (CSDH). A concep-
• apoiar o desenvolvimento de políticas e programas para a tual framework for action on social determinants of health. Disponível em
promoção da equidade em saúde; www.determinantes.fiocruz.br. Acesso em: 10/02/07.
EVANS, T. et al. Challenging inequities in health from ethics to action. Oxford:
• promover atividades de mobilização da sociedade civil para toma- Oxford University Press, 2001.
da de consciência e atuação sobre os DSS. FEE, E. Disease and discovery: a history of the Johns Hopkins School of Hy-
giene and Public Health. Baltimore :The Johns Hopkins University Press, 1987.
Para o alcance desses objetivos, a CNDSS vem desenvolvendo as GUNNING-SCHEPERS, L. J. Models: instruments for evidence based policy. J
seguintes linhas de atuação: Epidemiology Community Health, n. 53, p. 263, 1999.
KAWACHI, I. et al. Social capital, income inequality and mortality. Am J Public
1) Produção de conhecimentos e informações sobre as relações entre Health, n. 87, p. 1.491-1.498, 1997.
os determinantes sociais e a situação de saúde, particularmente as KRIEGER N. A Glossary for social epidemiology. J. Epidemiology Community
iniquidades de saúde, com vistas a fundamentar políticas e programas. No Health, n. 55, p. 693-700, 2001.
âmbito desta linha de atuação, a CNDSS, o Departamento de Ciência e PELLEGRINI FILHO A. Compromisso com a ação. Radis, n. 47, p.12-14, jul.
Tecnologia do Ministério da Saúde e o CNPq lançaram um edital de 2006.
pesquisa que permitiu apoiar projetos de pesquisa sobre DSS por um PELLEGRINI FILHO, A. Ciencia en pro de la Salud. Publicación científica y téc-

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nica no. 578. Washington DC: OPS/OMS, 2000. Atualmente, para que o sistema se transforme, de fato, num sistema
ROSE, G. The strategy of preventive medicine. Oxford: Oxford University Press, que permita o monitoramento e favoreça a avaliação da atenção básica, o
1992. Departamento de Atenção Básica/SAS em conjunto com o Departamento
ROSE, G.; MARMOT, M. Social class and coronary heart disease. British Heart de Informação e Informática do SUS/Datasus/SE vem investindo em sua
Journal, p. 13-19, 1981.
reformulação, articulada com os demais sistemas de informação dos outros
ROSEN, G. Da polícia médica à medicina social. Rio de Janeiro, Graal, 1980.
SUSSER, M. Does risk factor epidemiology put epidemiology at risk? Peering in- níveis de atenção. Este processo está envolvendo todas as áreas técnicas
to the future. J Epidemiol Community Health, n. 52, p. 608-611, 1998. do MS que implementam ações básicas de saúde e, posteriormente, será
TARLOV, A. Social Determinants of Health: the sociobiological translation. In: discutido nas instâncias de deliberação do SUS
BLANE, D.; BRUNNER,E.; WILKINSON, R. (Eds.). Health and Social Organization.
London: Routledge. p. 71-93, 1996.
WHITEHEAD, M. The concepts and principles of equity and health. EUR/ - Conceito de territorialização, micro área e área de abrangência;
ICP/RPD 414, 7734r, Geneva: WHO, 2000. PSF foi criado como ferramenta fundamental na prestação de
WILKINSON, R. Unhealthy societies. New York: Routledge, 1997.
assistência à saúde. Seu principal objetivo é promover a qualidade de vida
e intervir nos fatores que a colocam em risco. A partir deste novo modelo,
NOTAS as Unidades Básicas de Saúde foram transformadas em Unidades de
Presidente da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Membro titular da Acade- Saúde da Família e passaram a resolver a maior parte dos problemas de
mia Nacional de Medicina e coordenador da Comissão Nacional sobre Determinantes saúde (cerca de 85%), pois agem de forma mais abrangente, envolvendo
Sociais da Saúde (CNDSS). Endereço eletrônico: buss@fiocruz.br. diversos setores, como, por exemplo, educação, saneamento, meio
Pesquisador titular da FIOCRUZ e coordenador da Secretaria Técnica da ambiente, dentre outros. Na cidade de Nova Iguaçu atuam 25 equipes de
CNDSS. Endereço eletrônico: pellegrini@fiocruz.br.
Saúde da Família em diversos bairros e cerca de 23 mil famílias fazem
São membros da CNDSS: Adib Jatene, Aloysio Teixeira, César Victora, Dalmo
Dallari, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, Elza Berquó, Jaguar, Jairnilson Paim, parte do programa (cerca de 100 mil pessoas).
Lucélia Santos, Moacyr Scliar, Roberto Esmeraldi, Rubem César Fernandes, Sandra Uma das propostas do PSF é realizar um levantamento das condições
de Sá, Sonia Fleury, Zilda Arns e Paulo M. Buss (coordenador). de vida de toda a família, para que os procedimentos necessários possam
Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/saudeedeterminantessociais_artigo.pdf ser implantados. Nos casos onde forem diagnosticados problemas mais
complicados, que exijam exames ou procedimentos mais complexos, estes
são encaminhados para as Unidades de Saúde referência, para que o
4. CONHECIMENTOS GEOGRÁFICOS DA REGIÃO E DO MUNI- tratamento adequado seja prestado.
CÍPIO DO RECIFE; CADASTRAMENTO FAMILIAR E TERRITO- Desenvolve-se através do trabalho de equipe, numa busca
RIAL: FINALIDADE E INSTRUMENTOS. INTERPRETAÇÃO DE- permanente de comunicação e troca entre os profissionais da equipe e o
MOGRÁFICA, CONCEITO DE TERRITORIALIZAÇÃO, MICRO- Agente Comunitário de Saúde da população. O PSF também realiza
ÁREA E ÁREA DE ABRANGÊNCIA atividades nas Unidades de saúde da Família/USF e nas residências,
quando consideradas necessárias pelos Agentes Comunitários de Saúde
/ACS, onde toda a comunidade é mobilizada para as questões de saúde. A
O Sistema de Informação da Atenção Básica – SIAB – foi meta é transformar as famílias em aliadas na construção de uma vida
implantado em 1998 em substituição ao Sistema de Informação do saudável e no processo de cura e reabilitação, e desta forma promover a
Programa de Agentes Comunitários de Saúde - SIPACS, pela então qualidade de vida de todo o município.
Coordenação da Saúde da Comunidade/Secretaria de Assistência à Saúde,
hoje Departamento de Atenção Básica/Secretaria de Atenção à Saúde, em
conjunto com o Departamento de Informação e Informática do Diretriz Conceitual
SUS/Datasus/SE, para o acompanhamento das ações e dos resultados das O acúmulo técnico-político dos três níveis de gestão do SUS, na
atividades realizadas pelas equipes do Programa Saúde da Família - PSF. implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e da
O SIAB foi desenvolvido como instrumento gerencial dos Sistemas estratégia de Saúde da Família, elementos essenciais para a reorientação
Locais de Saúde e incorporou em sua formulação conceitos como território, do modelo de atenção, tem possibilitado a identificação de um conjunto de
problema e responsabilidade sanitária, completamente inserido no contexto questões relativas às bases conceituais e operacionais do que se tem
de reorganização do SUS no país, o que fez com que assumisse denominado “Atenção Básica à Saúde” no Brasil, e de suas relações com
características distintas dos demais sistemas existentes. Tais os demais níveis do sistema. Esta discussão fundamenta-se nos eixos
características significaram avanços concretos no campo da informação em transversais da universalidade, integralidade e equidade, em um contexto
saúde. Dentre elas, destacamos: de descentralização e controle social da gestão, princípios assistenciais e
organizativos do SUS, consignados na legislação constitucional e
* micro espacialização de problemas de saúde e de avaliação de infraconstitucional.
intervenções;
A expansão e a qualificação da atenção básica, organizadas pela
* utilização mais ágil e oportuna da informação; estratégia Saúde da Família, compõem parte do conjunto de prioridades
* produção de indicadores capazes de cobrir todo o ciclo de políticas apresentadas pelo Ministério da Saúde e aprovadas pelo Conselho
organização das ações de saúde a partir da identificação de problemas; Nacional de Saúde. Esta concepção supera a antiga proposição de caráter
* consolidação progressiva da informação, partindo de níveis menos exclusivamente centrado na doença, desenvolvendo-se por meio de
agregados para mais agregados. práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob a forma
de trabalho em equipes, dirigidas às populações de territórios delimitados,
Por meio do SIAB obtêm-se informações sobre cadastros de famílias,
pelos quais assumem responsabilidade.
condições de moradia e saneamento, situação de saúde, produção e
composição das equipes de saúde. Os princípios fundamentais da atenção básica no Brasil são:
integralidade, qualidade, equidade e participação social. Mediante a
Principal instrumento de monitoramento das ações do Saúde da
adstrição de clientela, as equipes Saúde da Família estabelecem vínculo
Família, tem sua gestão na Coordenação de Acompanhamento e
com a população, possibilitando o compromisso e a co-responsabilidade
Avaliação/DAB/SAS (CAA/DAB/SAS), cuja missão é monitorar e avaliar a
destes profissionais com os usuários e a comunidade. Seu desafio é o de
atenção básica, instrumentalizando a gestão e fomentar /consolidar a
ampliar suas fronteiras de atuação visando uma maior resolubilidade da
cultura avaliativa nas três instâncias de gestão do SUS.
atenção, onde a Saúde da Família é compreendida como a estratégia
A disponibilização da base de dados do SIAB na internet, faz parte principal para mudança deste modelo, que deverá sempre se integrar a
das ações estratégicas da política definida pelo Ministério da Saúde com o todo o contexto de reorganização do sistema de saúde.
objetivo de fornecer informações que subsidiem a tomada de decisão pelos
Gestão
gestores do SUS, e a instrumentalização pelas instâncias de Controle
Social, publicizando, assim, os dados para o uso de todos os atores O Departamento de Atenção Básica (DAB), estrutura vinculada à
envolvidos na consolidação do SUS. Secretaria de Atenção à Saúde, no Ministério da Saúde, tem a missão
institucional de operacionalizar essa política no âmbito da gestão federal do
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SUS. A execução dessa política é compartilhada por estados, Distrito porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de saúde;
Federal e municípios. Ao DAB cabe, ainda, desenvolver mecanismos de por ter território definido, com uma população delimitada, sob a sua
controle e avaliação, prestar cooperação técnica a estas instâncias de responsabilidade; por intervir sobre os fatores de risco aos quais a
gestão na implementação e organização da estratégia Saúde da Família e comunidade está exposta; por prestar assistência integral, permanente e de
ações de atendimento básico como o de Saúde Bucal, de Diabetes e qualidade; por realizar atividades de educação e promoção da saúde.
Hipertensão, de Alimentação e Nutrição, de Gestão e Estratégia e de E, ainda: por estabelecer vínculos de compromisso e de co-
Avaliação e Acompanhamento. responsabilidade com a população; por estimular a organização das
A Saúde da Família, estratégia priorizada pelo Ministério da Saúde comunidades para exercer o controle social das ações e serviços de saúde;
para organizar a Atenção Básica, tem como principal desafio promover a por utilizar sistemas de informação para o monitoramento e a tomada de
reorientação das práticas e ações de saúde de forma integral e contínua, decisões; por atuar de forma intersetorial, por meio de parcerias
levando-as para mais perto da família e, com isso, melhorar a qualidade de estabelecidas com diferentes segmentos sociais e institucionais, de forma a
vida dos brasileiros. Incorpora e reafirma os princípios básicos do SUS - intervir em situações que transcendem a especificidade do setor saúde e
universalização, descentralização, integralidade e participação da que têm efeitos determinantes sobre as condições de vida e saúde dos
comunidade - mediante o cadastramento e a vinculação dos usuários. indivíduos-famílias-comunidade.
O atendimento é prestado pelos profissionais das equipes saúde da Agentes comunitários de Saúde
família (médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, agentes O Programa de Agentes Comunitários de Saúde é hoje considerado
comunitários de saúde, dentistas e auxiliares de consultório dentário) na parte da Saúde da Família. Nos municípios onde há somente o PACS, este
unidade de saúde ou nos domicílios. Essa equipe e a população pode ser considerado um programa de transição para a Saúde da Família.
acompanhada criam vínculos de co-responsabilidade, o que facilita a No PACS, as ações dos agentes comunitários de saúde são
identificação, o atendimento e o acompanhamento dos agravos à saúde acompanhadas e orientadas por um enfermeiro/supervisor lotado em uma
dos indivíduos e famílias na comunidade. unidade básica de saúde.
O planejamento com base nos critérios epidemiológicos e sociais é a Os agentes comunitários de saúde podem ser encontrados em duas
base para o desenvolvimento das ações na Saúde da Família. O desafio situações distintas em relação à rede do SUS: a) ligados a uma unidade
atual é efetivamente consolidar a Saúde da Família como a porta de básica de saúde ainda não organizada na lógica da Saúde da Família;e b)
entrada prioritária do SUS, que mediante a conversão da rede básica ligados a uma unidade básica de Saúde da Família como membro da
deverá organizar todo o sistema a partir destes serviços, com intuito de equipe multiprofissional. Atualmente, encontram-se em atividade no país
resolver, ainda na atenção básica, cerca de 80% dos problemas de saúde 204 mil ACS, estando presentes tanto em comunidades rurais e periferias
mais prevalentes na população. urbanas quanto em municípios altamente urbanizados e industrializados.
A Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação Valorização Profissional
do modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de
equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Estas equipes O Ministério da Saúde reconhece e valoriza a formação dos
são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de trabalhadores como um componente para o processo de qualificação da
famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam força de trabalho no sentido de contribuir decisivamente para a efetivação
com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de da política nacional de saúde. Essa concepção da formação busca
doenças e agravos mais frequentes, e na manutenção da saúde desta caracterizar a necessidade de elevação da escolaridade e dos perfis de
comunidade. A responsabilidade pelo acompanhamento das famílias coloca desempenho profissional para possibilitar o aumento da autonomia
para as equipes saúde da família a necessidade de ultrapassar os limites intelectual dos trabalhadores, domínio do conhecimento técnico-científico,
classicamente definidos para a atenção básica no Brasil, especialmente no capacidade de gerenciar tempo e espaço de trabalho, de exercitar a
contexto do SUS. criatividade, de interagir com os usuários dos serviços, de ter consciência
da qualidade e das implicações éticas de seu trabalho.
A estratégia de Saúde da Família é um projeto dinamizador do SUS,
condicionada pela evolução histórica e organização do sistema de saúde no Desafios Institucionais
Brasil. A velocidade de expansão da Saúde da Família comprova a adesão Como desafios institucionais para expandir e qualificar a atenção
de gestores estaduais e municipais aos seus princípios. Iniciado em 1994, básica no contexto brasileiro destaca-se:
apresentou um crescimento expressivo nos últimos anos. A consolidação (1) a expansão e estruturação de uma rede unidades básicas de
dessa estratégia precisa, entretanto, ser sustentada por um processo que saúde que permitam a atuação das equipes na proposta da saúde da
permita a real substituição da rede básica de serviços tradicionais no família;
âmbito dos municípios e pela capacidade de produção de resultados
(2) a contínua revisão dos processos de trabalho das equipes de
positivos nos indicadores de saúde e de qualidade de vida da população
saúde da família com reforço as estruturas gerenciais nos municípios e
assistida.
estados;
A Saúde da Família como estratégia estruturante dos sistemas
(3) a elaboração de protocolos assistenciais integrados (promoção,
municipais de saúde tem provocado um importante movimento com o intuito
prevenção, recuperação e reabilitação) dirigidos aos problemas mais
de reordenar o modelo de atenção no SUS. Busca maior racionalidade na
frequentes do estado de saúde da população, com indicação da
utilização dos demais níveis assistenciais e tem produzido resultados
continuidade da atenção, sob a lógica da regionalização, flexíveis em
positivos nos principais indicadores de saúde das populações assistidas às
função dos contextos estaduais, municipais e locais;
equipes saúde da família.
(4) ações que visem o fortalecimento das estruturas gerenciais nos
Equipes de Saúde
municípios e estados com vistas a: programação da atenção básica,
O trabalho de equipes da Saúde da Família é o elemento-chave para supervisão das equipes, supervisão dos municípios, supervisão regional,
a busca permanente de comunicação e troca de experiências e uso das informações para a tomada de decisão;
conhecimentos entre os integrantes da equipe e desses com o saber
(5) revisão dos processos de formação. educação em saúde com
popular do Agente Comunitário de Saúde. As equipes são compostas, no
ênfase na educação permanente das equipes, coordenações e gestores;
mínimo, por um médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de
enfermagem e 6 agentes comunitários de saúde. Quando ampliada, conta (6) a definição de mecanismos de financiamento que contribuam para
ainda com: um dentista, um auxiliar de consultório dentário e um técnico em a redução das desigualdades regionais e para uma melhor
higiene dental. proporcionalidade entre os três níveis de atenção;
Cada equipe se responsabiliza pelo acompanhamento de cerca de 3 (7) a institucionalização de processos de acompanhamento,
mil a 4 mil e 500 pessoas ou de mil famílias de uma determinada área, e monitoramento e avaliação da atenção básica;
estas passam a ter co-responsabilidade no cuidado à saúde. A atuação das (8) ações articuladas com as instituições formadoras para promover
equipes ocorre principalmente nas unidades básicas de saúde, nas mudanças na graduação e pós-graduação dos profissionais de saúde, de
residências e na mobilização da comunidade, caracterizando-se: como

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modo a responder aos desafios postos pela expansão e qualificação da Total de Equipes de Saúde da Família implantadas: 21,3 mil
atenção básica, incluindo aí a articulação com os demais níveis de atenção. Total de municípios: 4,6 mil municípios
Desempenho Cobertura populacional: cobrindo 39% da população brasileira, o que
• Modelo de Atenção à Saúde do Brasil é referência internacio- corresponde a cerca de 69,1 milhões de pessoas.
nal. Investimento na estratégia Saúde da Família: R$ 2.191,04 milhões
• Estratégia Saúde da Família como desenhada no caso Brasi-
leiro é destaque e modelo para outros países.
Resultados alcançados em 2005 (físico e financeiro) até 31/10/05
• Atenção Básica em Saúde é a pauta política dos gestores pú-
blicos. Equipes de Saúde da Família
• A estratégia Saúde da Família está consolidada nos municí- Total de Equipes de Saúde da Família implantadas: 23,9 mil
pios brasileiros Total de municípios: 4,9 mil municípios
• Estudos acadêmicos em curso demonstram que a Saúde da Cobertura populacional: cobrindo 43,4% da população brasileira, o
Família no período de 1992 a 2002 apresenta indicadores animadores que corresponde a cerca de 76,8 milhões de pessoas.
como a redução da mortalidade infantil. Investimento na estratégia Saúde da Família: R$ 1.678,08 milhões
• Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em parceria com Dados de Janeiro a Agosto de 2005
a Universidade de São Paulo e Universidade de Nova York, demonstra que
a cada 10% de aumento de cobertura o índice de mortalidade infantil cai em
4,6%.
• Aumento da satisfação dos usuários quanto ao atendimento 5. INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS. 7. TÉCNICAS DE LE-
recebido resultado das mudanças das práticas das equipes de saúde. VANTAMENTO DAS CONDIÇÕES DE VIDA E DE SAÚ-
DE/DOENÇA DA POPULAÇÃO. CRITÉRIOS OPERACIONAIS
PARA DEFINIÇÕES DE PRIORIDADES: INDICADORES SÓCIO-
Responsabilidades das esferas gestoras em atenção básica ECONÔMICOS, CULTURAIS E EPIDEMIOLÓGICOS. 8. CONCEI-
Federal TOS DE EFICÁCIA, EFICIÊNCIA E EFETIVIDADE EM SAÚDE
Elaborar as diretrizes da política nacional de atenção básica COLETIVA
Co-financiar o sistema de atenção básica
Ordenar a formação de recursos humanos VIGILÂNCIA À SAÚDE
Propor mecanismos para a programação, controle, regulação e A vigilância à saúde é um conceito recente no Brasil e se expressa no
avaliação da atenção básica acompanhamento da saúde da população, rastreando situações de risco
Manter as bases de dados nacionais humano e ambiental.
A Vigilância à Saúde deve ser entendida como um modelo assistencial
alternativo que deve ser desenvolvido a partir de problemas reais de uma
Estadual
determinada área limitada, em uma perspectiva de intersetorialidade. Ela
Acompanhar a implantação e execução das ações de atenção básica está fundamentada nos princípios da universalidade, integralidade e equi-
em seu território dade das ações de promoção da saúde junto aos indivíduos e grupos
Regular as relações inter-municipais familiares, das ações das Vigilância Epidemiológica e Sanitária dirigidas a
Coordenar a execução das políticas de qualificação de recursos prevenção de riscos e danos, da atenção primária na moradia e nas Unida-
humanos em seu território des de Saúde com ênfase em grupos populacionais específicos e na reori-
entação da demanda a serviços, envolvendo aí vários programas, ou seja,
Co-financiar as ações de atenção básica não se trata de fazer tudo que é possível tecnicamente e sim de fazer o que
Auxiliar na execução das estratégias de avaliação da atenção basica é necessário para resolver o problema detectado (TEIXEIRA, 1996).
em seu território. EPIDEMIOLOGIA SANITÁRIA
Segundo NÁJÉRA (1991), o termo Epidemiologia originou-se de termos
Municipal utilizados pelo primeiro pai da Epidemiologia, Hipócrates, a Escola de Cos,
Definir e implantar o modelo de atenção básica em seu território na Grécia, 400 a.C: “(...) como meio de incorporar uma perspectiva comuni-
tária à compreensão das enfermidades. Foi Hipócrates quem definiu os
Contratualizar o trabalho em atenção básica
termos epidemia e endemia:
Manter a rede de unidades básicas de saúde em funcionamento
- Epidemeion: que significa visitar, ou seja, enfermidades que
(gestão e gerência)
visitam a comunidade;
Co-financiar as ações de atenção básica
- Endemeion, que significa residir, ou seja, enfermidades que
Alimentar os sistemas de informação permanecem na comunidade.
Avaliar o desempenho das equipes de atenção básica sob sua FROST (1927) : Epidemiologia é a ciência dos fenômenos de massa
supervisão. das doenças infecciosas ou da história natural das doenças infecciosas.
ZHDANOV (pós-guerra, 1950?) : ...é a ciência das leis que regem o
Números aparecimento e disseminação das doenças transmissíveis na sociedade
Resultados alcançados em 2003 (físico e financeiro) humana e de medidas profiláticas destinadas a preveni-las.
Equipes de Saúde da Família GORDON (1952) : ...é o estudo da doença como fenômeno coletivo ou
de massa. Interessa-se pelas causas de manifestações patológicas en-
Total de Equipes de Saúde da Família implantadas: 19 mil quanto afetem primariamente populações humanas, em vez de doença
Total de municípios: 4,4 mil municípios como um fenômeno abstrato ou um problema do indivíduo.
Cobertura populacional: 35,7% da população brasileira, o que MACMAHON : (1970) ...é o estudo da distribuição de doença em popu-
corresponde a cerca de 62,3 milhões de pessoas. lações humanas e dos fatores que determinam esta distribuição. Seu
Investimento na estratégia Saúde da Família: R$1.662,80 milhões propósito predominante, embora não exclusivo, é o conhecimento da etio-
logia da doença e a identificação de medidas preventivas.
Resultados alcançados em 2004 (físico e financeiro)
INT. EPIDEMIOLOGY ASSOC. (1973) : ...é o estudo dos fatores que
Equipes de Saúde da Família determinam a frequência e a distribuição das doenças nas coletividades

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humanas. Enquanto a clínica dedica-se ao estudo da doença no indivíduo, MORRIS(1970) identifica os seguintes usos da epidemiologia:
analisando caso a caso, a Epidemiologia debruça-se sobre os problemas • estudos históricos, que se destinam ao conhecimento da fre-
de saúde em grupos de pessoas (...)na maioria das vezes envolvendo quência dos eventos de saúde doença em populações, em dife-
populações numerosas. rentes momentos (conjunturas).
BREILH (1977) : ...deve ser o conjunto de conceitos, métodos e formas • diagnóstico de saúde da comunidade, que inclui descrição da na-
de atuação prática que se aplicam ao conhecimento e transformação do tureza e dimensão dos problemas de saúde de uma dada coleti-
processo saúde doença em sua dimensão coletiva ou social. vidade, fornecendo aos serviços de saúde conhecimento da rea-
LESER & OUTROS (1985) : ...estuda as condições de saúde e a ocor- lidade e indicações de sua importância. Já se conhecem diag-
rência de doenças na população, procurando identificar os fatores (e a sua nósticos integrados de condições de vida e saúde de países, re-
interdependência) que influenciam essas condições e essas ocorrências, giões e municípios, bem como perfis epidemiológicos de classes
para tornar possível que se atue sobre eles, visando à melhoria das condi- sociais e grupos ocupacionais.
ções de saúde ou à prevenção das doenças. • estudos dos serviços de saúde, que se destinam ao conhecimen-
ALMEIDA Fo. & ROUQUAYROL (1990) : ...é a ciência que estuda o to dos serviços de saúde quanto a sua qualidade (grau de co-
processo saúde doença na sociedade, analisando a distribuição populacio- nhecimentos tecnico-científicos aplicados), cobertura(grau de
nal e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos abrangência da clientela potencial), resolutividade(grau de solu-
associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, ção dos problemas) e impacto das ações de saúde (planos, me-
controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam didas profiláticas ou terapêuticas, novos serviços, etc) sobre a
de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de realidade de saúde. Neste último aspecto, a epidemiologia é ins-
saúde. trumento de avaliação.
Face à construção histórica do conceito de epidemiologia já exposto, • determinação de riscos e chances, a partir da mensuração da
contraditória e marcada por práticas e compromissos políticos e ideológicos experiência corrente de grande número de pessoas com caracte-
distintos, nos identificamos com a vertente contra hegemônica que passou rísticas relevantes chega-se a probabilidades médias que esti-
a ganhar corpo na América Latina a partir da década de 70. Representa, no mam as chances de indivíduos, vivendo em conjunturas seme-
nosso entender, a síntese mais completa do estágio evolutivo em que se lhantes, virem a sofrer, p.ex., um acidente de trânsito sendo ci-
encontra esse ramo do conhecimento humano. Adotamos a definição clista, motociclista ou pedestre idoso; ou leucemia, após exposi-
formulada por BREILH, assim expressa: ção ao Raio-X; ou ainda, perda fetal dado um determinado tipo
Epidemiologia é a ciência que tem por objeto estudar saúde doença de assistência pré-natal.
como processo particular de uma sociedade. Recorre, para isso, a uma • complementação do quadro clínico, pela abordagem da popula-
metodologia de caráter extensivo, dirigida a grandes grupos sociais, bus- ção como um todo, em busca de sinais, sintomas, outras mani-
cando descobrir e descrever os perfis ou padrões típicos de saúde e doen- festações, tipos de evolução, etc, e não apenas de clientelas de
ça característicos destes grupos sociais. serviços de saúde, que resultam de um processo seletivo de na-
TERRIS(1987), importante epidemiologista norte-americano contempo- tureza técnica, econômica, social e geográfica.
râneo, caminhou no mesmo sentido: a epidemiologia é o estudo das doen- • identificação de síndromes, mediante o estudo da distribuição
ças na sociedade....é uma ciência extremamente rica e complexa, já que populacional de fenômenos clínicos que são considerados em
deve estudar e sintetizar os conhecimentos das ciências biológicas do conjunto como componentes de uma única entidade, ou então,
homem e seus parasitas, das numerosas ciências do meio ambiente e das em outra circunstância, fenômenos clínicos que, aparentemente,
que se referem à sociedade humana. nada tem a ver entre si. Nos dois casos pode ocorrer que o com-
OBJETIVOS DA EPIDEMIOLOGIA portamento epidemiológico dos respectivos fenômenos clínicos
venha a negar a hipótese inicial, ou seja, o que era clinicamente
Como dizem LESER et al.(1985) “...seu campo de ação não se limita unitário, mostrar-se epidemiológicamente diverso e o que era
atualmente ao estudo das doenças epidêmicas, nem mesmo ao das doen- desconectado, mostrar-se unido por similaridades na distribuição
ças transmissíveis, como ocorreu no passado. Ele inclui todas as condições populacional. Ex: a distinção entre úlcera gástrica e duodenal,
que dizem respeito ao grau de saúde; assim, tanto podemos falar em que primordialmente constituíam uma síndrome clínica, foi suge-
estudo epidemiológico da febre tifoide ou do diabetes, como dos acidentes rida por estudos epidemiológicos, que a decompuseram em dois
de trânsito ou domésticos, da capacidade visual ou da cárie dentária, por quadros clínicos com distribuições populacionais distintas.
exemplo...”.
• pesquisa de causas, que se constitui no principal uso da epide-
Seu objeto de trabalho acha-se delineado pelos processos que, no do- miologia, ou seja, a descoberta das causas de doença e de au-
mínio social geral ou das classes e frações sociais especiais, determinam a sência dela, bem como aumentar a compreensão e ajudar a me-
produção de condições específicas de saúde doença. (BREILH, lhorar a saúde da população. Não são poucas as oportunidades
1991) ...sua unidade de observação são grupos de pessoas, não indivíduos em que estudos epidemiológicos participaram da descoberta de
separados. Pensar em termos epidemiológicos sempre parece estranho a causas de doenças e outros problemas de saúde. Como ex., o
clínicos e outros profissionais da saúde, formados para pensar problemas estudo de SNOW sobre a cólera, em Londres,antes da desco-
específicos(exclusivos) de cada paciente em particular. (FRIEDMAN,1974) berta da bactéria, que sugeriu a existência de agente mórbido na
Inicialmente, devido sua importância, orientou-se somente em direção água; a descoberta da Síndrome da Rubéola Congênita; a des-
às doenças infecciosas. Mais recentemente, com a crescente importância coberta da ação lesiva das tetraciclinas no esmalte dentário.
das doenças não infecciosas, tem se orientado para a investigação delas EPIDEMIOLOGIA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
também. (SINNECKER, 1970)
A Comissão de Epidemiologia da Associação Brasileira de Pós-
Na atualidade, não se concebe mais planejamento em saúde sem ba- Graduação de Saúde Coletiva, em seu II Plano Diretor para o Desenvolvi-
ses epidemiológicas. A formulação legal do Sistema Único de Saúde (SUS) mento da Epidemiologia no Brasil, 1995-99 (ABRASCO, 1995), diante da
brasileiro é um exemplo vivo disso. Dentre os critérios para alocação de nova realidade assistencial estabelecida pelo SUS, a criação do Centro
recursos materiais, financeiros e humanos, assim como para implantação Nacional de Epidemiologia ( CENEPI ) pelo Ministério da Saúde e a com-
de programas para grupos populacionais, ocupacionais ou de controle de plexidade do quadro sanitário brasileiro, considerava que esse contexto
doenças específicos numa região qualquer, encontra-se o critério epidemio- indicava o importante papel reservado à epidemiologia no período. “Enten-
lógico (Lei Orgânica da Saúde, 1990). Esse é o grande desafio da atualida- dendo que os serviços de saúde devem ser vistos como aliados da vida e
de para os epidemiologistas, sobretudo os latino-americanos: estabelecer do bem estar das populações” e que as demandas tenderiam a elevar os
as bases científicas de estudos que apreendam as relações da saúde custos assistenciais, antevia-se a necessária participação da lógica epide-
individual com o contexto social e econômico, que indiquem caminhos de miológica no planejamento de saúde: no diagnóstico de necessidades, na
intervenção capazes de levar à transformação da realidade de saúde de alocação de recursos, no controle de endemias e agravos à saúde, em
nossos países. geral, e na avaliação de resultados. Caberiam à epidemiologia, portanto, no
USOS DA EPIDEMIOLOGIA

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âmbito dos serviços de saúde, as seguintes funções: camente possíveis, mas também identificam casos específicos que exigem
• estudos de situações de saúde; investigação epidemiológica. São, sobretudo, uma fonte importante de
hipóteses epidemiológicas. Exemplos: GRAHAM & OCHSNER, cirurgiões
• vigilância em saúde ( de doenças e agravos, das atividades de pulmão, perceberam a associação entre tabagismo e câncer pulmonar.
produtivas ao consumo ); GREGG, oftalmologista, identificou possível associação entre rubéola na
• avaliação dos serviços de saúde ( criação e uso de indicado- gravidez e catarata congênita.
res de impacto de ações ); TERRIS faz menção também à atração que o estudo da saúde na so-
No III Plano Diretor ( ABRASCO, 2000, p.40 ), ao se analisar a epide- ciedade exerceu sobre muitos clínicos e cirurgiões, ao ponto de tornarem-
miologia nos serviços de saúde, identificaram-se várias questões a merecer se importantes agentes na construção desse ramo do conhecimento. VIL-
mais “...reflexão e uma ampla discussão na busca de propostas viáveis.”. LERMÉ, clínico francês, abandonou a clínica em 1818 para dedicar-se à
Procurando-se constatar o progresso no desenvolvimento da disciplina medicina social. RYLE, em 1943, renunciou a cátedra de medicina a que se
neste aspecto e no período do Plano anterior, considerou-se que as três dedicara por trinta anos, em Cambridge, para tornar-se primeiro professor
funções atrás mencionadas não “...contemplaria a complexidade dos ques- de medicina social em Oxford, atraído pelas possibilidades oferecidas pela
tionamentos atuais.”. Propõe-se, então, o “...seguinte agrupamento de epidemiologia para o estudo das doenças crônicas, em comparação com as
áreas relativas à epidemiologia nos programas, políticas e serviços de limitações da clínica. Vale lembrar a importância da investigação de SNOW,
saúde: anestesista da rainha Vitória, sobre a epidemia de cólera, ocorrida em
• Sistemas de informação de interesse epidemiológico; Londres na década de 80 do século passado. Esse estudo representa um
dos marcos de fundação da prática epidemiológica, pois alia a perspicácia
• Desenvolvimento e utilização de metodologias para análise
do investigador na perseguição da causa da doença, ao mesmo tempo em
das situações e das intervenções em saúde;
que descreve seu quadro clínico e evolução, bem como estabelece bases
• Práticas epidemiológicas nos programas e serviços: para o controle de sua ocorrência numa conjuntura social concreta.
• Políticas de recursos humanos, A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
• Vigilância em saúde, O controle das doenças transmissíveis baseia-se em intervenções que,
• Avaliação em saúde; atuando sobre um ou mais elos conhecidos da cadeia epidemiológica de
• Inserção nas políticas intra e intersetoriais. transmissão, sejam capazes de vir a interrompê-la. Entretanto, a interação
do homem com o meio ambiente é muito complexa, envolvendo fatores
COMPARAÇÃO DO desconhecidos ou que podem ter se modificado no momento em que se
MÉTODO EPIDEMIOLÓGICO COM O CLÍNICO desencadeia a ação. Assim sendo, os métodos de intervenção tendem a
O método clínico é um sistema de pensamento aplicado ao indivíduo, ser aprimorados ou substituídos, na medida em que novos conhecimentos
que apresenta um problema que deve ser resolvido de imediato. Embora a são aportados, seja por descobertas científicas (terapêuticas, fisio patogê-
doença seja expressão da situação geral e particular em que o indivíduo se nicas ou epidemiológicas), seja pela observação sistemática do comporta-
desenvolve, a abordagem do problema e sua solução restringem-se funda- mento dos procedimentos de prevenção e controle estabelecidos. A evolu-
mentalmente à condição individual do paciente. ção desses conhecimentos contribui, também, para a modificação de
A especificidade do método clínico impõe o desenvolvimento de técni- conceitos e de formas organizacionais dos serviços de saúde, na contínua
cas de investigação, de diagnóstico e intervenção destinados a processos busca do seu aprimoramento.
que se passam no organismo humano e outros que com ele se relacionam, A conceituação de vigilância epidemiológica, ou epidemiologia sanitá-
bem como ao uso com resultados imediatos. Baseia-se, fundamentalmente, ria, e a evolução de sua prática, ao longo das últimas décadas devem ser
em leis e princípios das ciências naturais e alguns poucos ramos das entendidas no contexto acima referido.
ciências humanas. Originalmente, essa expressão significava “a observação sistemática e
O método epidemiológico, destinando-se ao estudo do processo saúde ativa de casos suspeitos ou confirmados de doenças transmissíveis e de
doença na sociedade, deve levar em conta a complexidade e especificidade seus contatos”. Tratava-se, portanto, da vigilância de pessoas, através de
da organização social em que estão ocorrendo as condições e os proble- medidas de isolamento ou de quarentena, aplicadas individualmente, e não
mas de saúde que se quer estudar. Portanto, além dos conhecimentos de forma coletiva. Posteriormente, na vigência de campanhas de erradica-
próprios das ciências naturais e biomédicas, incluem-se em seu arsenal de ção de doenças - como a malária e a varíola - a vigilância epidemiológica
investigação e análise os instrumentos próprios das ciências sociais. Admi- passou a ser referida como uma das etapas desses programas, na qual se
te-se hoje que a abordagem epidemiológica de uma dada situação de buscava detectar, ativamente, a existência de casos da doença alvo, com
saúde não pode mais prescindir do conhecimento e aplicação das leis vistas ao desencadeamento de medidas urgentes, destinadas a bloquear a
estruturais e as que regem a reprodução das classes sociais, sem o que a transmissão.
produção e interpretação de resultados ficarão prejudicadas, podendo, até A estrutura operacional de vigilância, organizada para esse fim especí-
mesmo, incorrer em equívocos e em intervenções inócuas. Propõe-se que fico, devia ser desativada após a comprovação de que o risco de transmis-
a unidade de observação e análise epidemiológica sejam coletivos huma- são da doença havia sido eliminado, como resultado das ações do progra-
nos cujas agregações ocorram a partir das posições que ocupam na forma- ma.
ção social a que pertencem, ou seja, classes sociais ou frações, grupos
ocupacionais, grupos étnicos e culturais, gêneros ou estratos definidos por Na primeira metade da década de 60 consolidou-se, internacionalmen-
um conjunto de características que os situem na sociedade (BREILH & te, uma conceituação mais abrangente de vigilância epidemiológica, em
GRANDA,1986; BREILH,1991;). Ao se analisar o desenvolvimento da que eram explicitados seus propósitos, funções, atividades, sistemas e
pesquisa epidemiológica no Brasil, refere-se no III Plano Diretor (ABRAS- modalidades operacionais. Vigilância epidemiológica foi, então, definida
CO, 2000, p.21-29) que 61% da produção pertence à área de saúde pública como “o conjunto de atividades que permite reunir a informação indispen-
e que, em respeito à diversidade de linhas de investigação que se manifes- sável para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou história
ta, para estimular “...elementos unificadores e de comunicação entre elas...” natural das doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus
e compartilhar com questões universais da saúde, as prioridades científicas fatores condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente, sobre
da disciplina para o quinquênio reúnem-se nos seguintes eixos temáticos: bases firmes, as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e
ao controle de determinadas doenças”
• Desigualdade em saúde;
No Brasil, esse conceito foi inicialmente utilizado em alguns programas
• Ambiente e qualidade de vida; de controle de doenças transmissíveis coordenados pelo Ministério da
• Avaliação do impacto das tecnologias nos níveis de saúde. Saúde, notadamente a Campanha de Erradicação da Varíola - CEV (1966-
Veja, então, as considerações de TERRIS sobre as inter-relações do 73). A experiência da CEV motivou a aplicação dos princípios de vigilância
conhecimento clínico-epidemiológico: epidemiológica a outras doenças evitáveis por imunização, de forma que,
em 1969, foi organizado um sistema de notificação semanal de doenças,
As disciplinas clínicas são componentes importantes do aspecto bioló-
baseado na rede de unidades permanentes de saúde e sob a coordenação
gico da epidemiologia. Não só ajudam a indicar que hipóteses são biologi-
das Secretarias Estaduais de Saúde. As informações de interesse desse

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sistema passaram a ser divulgadas regularmente pelo Ministério da Saúde, doenças ou agravos, bem como dos seus fatores condicionantes em uma
através de um boletim epidemiológico de circulação quinzenal. Tal processo área geográfica ou população determinada. Subsidiariamente, a vigilância
propiciou o fortalecimento de bases técnicas que serviram, mais tarde, para epidemiológica constitui-se em importante instrumento para o planejamen-
a implementação de programas nacionais de grande sucesso na área de to, a organização e a operacionalização dos serviços de saúde, como
imunizações, notadamente na erradicação da transmissão autóctone do também para a normatização de atividades técnicas correlatas.
poliovírus selvagem na região das Américas. Sua operacionalização compreende um ciclo completo de funções es-
Em 1975, por recomendação da 5ª Conferência Nacional de Saúde foi pecíficas e intercomplementares que devem ser, necessariamente, desen-
instituído o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica - SNVE. Este volvidas de modo contínuo, permitindo conhecer, a cada momento, o com-
sistema formalizado através da Lei 6.259, do mesmo ano e decreto 78.231, portamento epidemiológico da doença ou agravo escolhido como alvo das
que a regulamentou, em 1976, incorporou o conjunto de doenças transmis- ações, para que as medidas de intervenção pertinentes possam ser desen-
síveis então consideradas de maior relevância sanitária no país. Buscava- cadeadas com oportunidade e eficácia.
se, na ocasião, compatibilizar a operacionalização de estratégias de inter-
venção desenvolvidas para controlar doenças específicas, através de
programas nacionais que eram, então, escassamente interativos. São funções da vigilância epidemiológica:
A promulgação da lei 8.080, que instituiu, em 1990, o Sistema Único de • coleta de dados;
Saúde - SUS, teve importante desdobramentos na área de vigilância epi- • processamento de dados coletados;
demiológica. O texto legal manteve o SNVE, oficializando o conceito de • análise e interpretação dos dados processados;
vigilância epidemiológico como “um conjunto de ações que proporciona o
• recomendação das medidas de controle apropriadas;
conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a • promoção das ações de controle indicadas;
finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das • avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas;
doenças ou agravos”. Embora essa definição não modifique a essência da • divulgação de informações pertinentes.
concepção até então adotada pelo SNVE, ela faz parte de um contexto de
profunda reorganização do sistema de saúde brasileiro, que prevê a inte- Todos os níveis do sistema de saúde têm atribuições de vigilância epi-
gralidade preventivo-assistêncial das ações de saúde, e a consequente demiológica compreendendo o conjunto das funções mencionadas. Quanto
eliminação da dicotomia tradicional entre essas duas áreas que tanto mais eficientemente essas funções forem realizadas no nível local, maior
dificultava as ações de vigilância. Além disso, um dos pilares do novo será a oportunidade com que as ações de controle tenderão a ser desen-
sistema de saúde passou a ser a descentralização de funções, sob coman- cadeadas. Além disso, a atuação competente no nível local estimulará
do único em cada esfera de governo - federal, estadual, municipal o que maior visão do conjunto nos níveis estadual e nacional, abarcando o amplo
implica no direcionamento da atenção para as bases locais de operacionali- espectro dos problemas prioritários a serem enfrentados em diferentes
zação das atividades de vigilância epidemiológica no país. situações operacionais. Ao mesmo tempo, os responsáveis técnicos no
âmbito estadual, e, com maior razão, no federal, poderão dedicar-se seleti-
Dessa forma, a orientação atual para o desenvolvimento do SNVE es- vamente, a questões mais complexas, emergenciais ou de maior extensão,
tabelece, como prioridade, o fortalecimento de sistemas municipais de que demandem a participação de especialistas e centros de referência,
vigilância epidemiológica dotados de autonomia técnico-gerencial para inclusive de nível internacional.
enfocar os problemas de saúde próprios de suas respectivas áreas de
abrangência. Espera-se, assim, que os recursos locais sejam direcionados Dessa forma, não mais se admite que a atuação no âmbito local esteja
para atender, prioritariamente, às ações demandadas pelas necessidades restrita à realização de coleta de dados e à sua transmissão a outros níveis.
da área, em termos de doenças e agravos que lá sejam mais prevalentes. O fortalecimento de sistemas municipais de saúde, tendo a vigilância epi-
Nessa perspectiva, a reorganização do SNVE deve pautar-se nos seguintes demiológica como um de seus instrumentos mais importantes de atuação,
pressupostos, que resultaram de amplo debate nacional entre os técnicos deve constituir-se na estratégia principal de institucionalização.
da área, com base nos preceitos da reforma sanitária instituída e implemen- A Norma Operacional Básica do SUS - NOB-SUS/96, no seu item 14 já
tação no país: prevê a transferência de recursos financeiros fundo a fundo para estados e
municípios para custeio das ações de epidemiologia e de controle de doen-
• heterogeneidade do rol de doenças e agravos sob vigilância no ní- ças/agravos formalizando a criação e operação de sistemas locais de
vel municipal, embora apresentando, em comum, aquelas que te- vigilância epidemiológica com aporte de recursos diferenciados para cada
nham sido definidas como de interesse do sistema nacional e do área de acordo com o desenvolvimento desses sistemas, que serão aferi-
estadual correspondente; dos pelo índice de Valorização de Resultados (IVR) (12.1.6 da
• distintos graus de desenvolvimento técnico, administrativo e opera- NOB/SUS/96).
cional dos sistemas locais, segundo o estágio de organização da
rede de serviços em cada município;
• incorporação gradativa de novas doenças e agravos - inclusive do-
enças não transmissíveis - aos diferentes níveis do sistema;
• fluxos de informações baseados no atendimento às necessidades 9. ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO EM SAÚDE: CONCEITOS,
do sistema local de saúde, sem prejuízo da transferência, em tem- TIPOS, INSTRUMENTOS E TÉCNICAS. 10. CONCEITOS E CRI-
po hábil, de informações para outros níveis do sistema;
TÉRIOS DE QUALIDADE DA ATENÇÃO À SAÚDE: ACESSIBILI-
• construção de programas de controle localmente diferenciados, DADE, HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO, SATISFAÇÃO DO USUÁ-
respeitadas as bases técnico-científicas de referência nacional. RIO E DO TRABALHADOR, EQUIDADE. 20. INTERSETORIALI-
DADE: CONCEITO E DINÂMICA POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
A relação de doenças de notificação nacional tem sofrido revisões du- DO RECIFE
rante as últimas décadas, em função de novas ações programáticas institu-
ídas para controlar problemas específicos de saúde. Em 1998 foi procedida,
pelo Centro Nacional de Epidemiologia - CENEPI, ampla revisão do assun- A atual gestão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
to, que resultou na explicitação de conceitos técnicos sobre o processo de propõe novos modelos assistenciais, de acordo com um marco regulatório
notificação, bem como dos critérios utilizados para a seleção de doenças e definido pela compreensão de que este setor é, antes de tudo, um lugar de
agravos notificáveis. Essa orientação servirá de base para a atualização da produção da saúde.
relação de doenças de notificação compulsória em âmbito nacional. Sendo assim, reveste-se da maior relevância esta proposta
A vigilância epidemiológica tem como propósito fornecer orientação apresentada pela ANS do estabelecimento de padrões de qualidade quanto
técnica permanente para os que têm a responsabilidade de decidir sobre a ao modelo de atenção para a saúde suplementar, visando adequar sua
execução de ações de controle de doenças e agravos, tornando disponí- ação reguladora, assim como garantir uma atenção resolutiva e de
veis, para esse fim, informações atualizadas sobre a ocorrência dessas qualidade para os beneficiários.

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De acordo com pesquisa feita pela ANS sobre os modelos como objeto o indivíduo ou grupos: doentes, sadios ou expostos a riscos.
4 Acresce-se a isso o fato de que os meios de trabalho correspondem aos
assistenciais desenvolvidos pelas operadoras , pôde-se identificar que as
saberes, equipamentos e instrumentos utilizados e o produto final
operadoras de planos de saúde, cada uma com suas especificidades,
corresponde à própria ação de atenção à saúde, a qual é produzida e
representam certos modelos de organização de serviços de saúde que
consumida de forma concomitante (MALTA 2001; MALTA & MERHY 2003).
podem ser regulados pelo Estado, de forma a darem maiores garantias
assistenciais a seus beneficiários. Entender e operar nesse espaço - o processo de trabalho em saúde
enquanto micropolítica - pode ser o lugar estratégico da mudança. Esse
Por outro lado, a possibilidade de as operadoras se constituírem
movimento visa criar novos formatos do trabalho em saúde, que devem ser
enquanto promotoras e gestoras do cuidado em saúde e que isso possa ser
pautados pela necessidade de responder ao sofrimento dos beneficiários,
regulado também foi identificado como uma perspectiva real nesta
buscando articular novas formas de prestação de atenção que possa lhes
pesquisa.
dar proteção ou resolução dos seus problemas.
Estas novas possibilidades que se apresentam constituem-se no que
Em busca de novas modelagens assistenciais para a saúde
MERHY (2002) tem denominado de reestruturação produtiva na saúde
marcada muito mais pela modelagem que opera a produção das ações de O diagnóstico da crise estrutural do setor saúde e do esgotamento da
saúde através das chamadas tecnologias leves ou não dependentes dos forma de se produzir saúde, ou do modelo assistencial assentado na diretriz
equipamentos, do que pelas mudanças resultantes da introdução de novos biológica do ensino médico, segundo a matriz flexneriana e os interesses
equipamentos no setor. Esse movimento já foi compreendido e de mercado das indústrias de medicamentos e equipamentos, já vem sendo
reinterpretado, por exemplo, pela proposta da Atenção Gerenciada discutido há décadas por diversos autores: DONNANGELO (1976),
(Managed Care) desenvolvida nos EUA desde a década de 80 como parte AROUCA (1975), CAMPOS (1992), MERHY et. al (2002) e CECÍLIO (1994).
do projeto do capital financeiro para reformar a saúde, inventando também Quando se pensa a especificidade dessa discussão na saúde
novas formas de trabalhar a gestão do cuidado através da otimização da suplementar, observa-se que este modelo médico-hegemônico, centrado
relação custo versus qualidade (UGÁ et al 2002; IRIART 2000, 2003). em procedimentos, tem gerado fragmentação da atenção e do cuidado,
Mas a estratégia da Atenção Gerenciada (AG) não é o único caminho produzindo iniquidade e atenção não-integral aos beneficiários de planos de
trilhado nesta direção. Já podem ser identificadas experiências públicas que saúde. A não-responsabilização das operadoras e prestadores com o
também têm apostado neste novo desenho para a área de saúde através processo de produção da saúde em sua plenitude faz parte das causas de
da priorização do território das tecnologias leves numa perspectiva mais geração desta iniquidade e constrói atendimentos não permeáveis às
ampla e centrada na lógica do beneficiário. perspectivas que buscam a integralidade das ações de saúde. É importante
destacar a peculiaridade inerente à discussão de uma atenção integral na
Como este autor constata, algumas dessas práticas podem ser
saúde suplementar na medida em que este princípio tem que ser entendido
aproveitadas, não para o aprisionamento do trabalho médico e maior
e aplicado dentro da cobertura contratada, mas que seja a partir desta
controle deste, como preconizado pela AG, mas para a implementação de
referência garantido integralmente, ou seja, envolvendo ações de
novas formas de operar, centradas nas ferramentas leves do trabalho em
prevenção, controle e recuperação das doenças, assim como de promoção
saúde. Novas práticas produtoras e promotoras de saúde estão sendo
à saúde dos beneficiários dos planos de saúde.
experimentadas em algumas instituições públicas. Estas experiências
também ocorrem - como pode ser identificado na pesquisa citada Propostas alternativas de modelagem dos serviços de saúde têm que
anteriormente - nas operadoras de autogestão e, de forma mais isolada, incorporar estes outros campos de saberes e práticas em saúde, além de
em outras operadoras. configurar novas formas de organização da atenção que sejam anti-
hegemônicas. Neste sentido, aposta-se que a produção em saúde deve
Para a busca da qualificação da atenção na saúde suplementar é
operar tecnologias de trabalho voltadas à construção de uma atenção mais
necessário que a ANS desencadeie processo de monitoramento da
cuidadora e produtora de novas relações entre trabalhadores e
avaliação na perspectiva da atenção à saúde, de forma a instituir novo
beneficiários, buscando construir serviços de saúde, centrado nos
modelo de regulação com novos processos e práticas de micro e
beneficiários e em suas necessidades, o que é, atualmente, um contraponto
macrorregulação que induzam a reversão da atual lógica de organização e
à crise vivida pela saúde e indica um novo caminho a ser percorrido para a
funcionamento na saúde suplementar.
sua superação.
Observa-se que a regulação pública existente tem-se mostrado
Assim, esta agência reguladora aposta na reversão do modelo vigente
fragmentada e com práticas ainda insuficientes para dar conta do tamanho
e na possibilidade de se organizar e prestar atenção à saúde no setor
da tarefa. Ou seja, regular a saúde financeira das operadoras, o direito dos
suplementar, que se paute pelos princípios de acesso necessário e
beneficiários e a questão dos produtos não consegue abarcar a importante
facilitado, e atendimento qualificado, integral e resolutivo das necessidades
tarefa atribuída à ANS que é a regulação do componente na perspectiva da
de saúde dos beneficiários dos planos de saúde.
produção da saúde. Para isso há que se apostar em um novo enfoque
regulador que considere: a operadora como gestora do cuidado em saúde O processo de avaliação da qualidade dos serviços em saúde
e, portanto, responsável pelos resultados e pela qualidade da atenção A necessidade de avaliação da qualidade dos serviços e de sistemas
prestada; que a construção de uma atenção à saúde deve ser direcionada de saúde não é processo recente. Há tempos, vários são os autores que
para a realização da integralidade da atenção; que esta integralidade propuseram o conceito da qualidade em saúde e instrumentos práticos para
pressupõe a produção das ações de saúde nos territórios da promoção, a sua medição.
proteção, recuperação e reabilitação da saúde dos pacientes; e que o setor Uma proposição importante foi a de Donabedian, que se destaca ao
da suplementar tem uma agenda partilhada e articulada com o SUS. apresentar as novas bases para definição de qualidade e seus
Tendo em vista que a regulação atualmente praticada na saúde componentes. "Qualidade é relação apropriada entre meios e fins. Os
suplementar tem ocorrido especialmente na macrorregulação defende-se meios são as estratégias de atenção e os fins são as mudanças produzidas
uma nova perspectiva no processo regulador do Estado, qual seja a (impacto) por estas estratégias" (DONABEDIAN 1980). Propõe, ainda, os
necessidade de atuar regulando a produção do cuidado. modelos de avaliação de estrutura, processo e resultados como
Para adentrar o universo das modelagens assistenciais praticadas instrumentos práticos de gestão da qualidade em saúde. Define como
pelas operadoras e assim incorporar também a regulação de nível estrutura as características mais fixas do sistema de saúde e que está
micropolítico, desvendando as relações entre operadoras, prestadores e relacionada à rede de serviços, equipamentos e recursos humanos.
beneficiários, torna-se necessário entender melhor as especificidades Processo é a relação que os profissionais estabelecem com os
inerentes ao processo de trabalho em saúde. beneficiários tanto do ponto de vista técnico como do ponto de vista
humano. Resultado é o impacto positivo ou negativo, produzido na saúde
O processo de trabalho em saúde difere do consumo de serviços em
da população.
geral porque, no setor saúde, o beneficiário não se porta como um
consumidor comum diante da mercadoria, pois está desprovido de A partir dos conceitos de Donabedian, vários autores discutem a
conhecimentos técnicos e não detém informações suficientes para a necessidade de análise integrada dos três enfoques, pois isoladamente
tomada de decisão sobre o que irá consumir. Outra especificidade existente perdem o potencial de avaliação desejado. Argumentam que a avaliação da
nesse processo é a sua finalidade, ou seja, a ação cuidadora em saúde, ter qualidade deve estabelecer relação com a quantidade e equidade das

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ações de saúde (WALKER E WINT, 1987). Os conceitos de cobertura e De acordo com HARTZ (1997), o campo da avaliação em saúde no
acesso da população às ações e serviços de saúde são partes integrantes Brasil, ainda pouco formalizado na sua prática científica e técnica, vive
do processo da avaliação de qualidade de sistemas de saúde. Portanto, os atualmente um momento de crescente visibilidade e expectativas internas e
conceitos de integralidade, suficiência e equidade se incorporam na externas. Por um lado, trata-se do reflexo da sua maior presença no cenário
definição de qualidade de maneira inequívoca. Na década de 90, internacional da saúde pública/saúde coletiva e por outro, da presença de
Donabedian também propõe a incorporação desses conceitos, ampliando a conjunturas econômicas, políticas e de organização do sistema de saúde,
sua própria definição de qualidade, através do que denomina de sete que colocam a necessidade da presença também de conhecimentos mais
aspectos principais ou "pilares", entre eles: eficácia, efetividade, eficiência, especificados relativos às suas práticas por parte dos profissionais de
otimização, aceitabilidade, legitimidade e equidade. saúde como parte do processo de implementação das políticas de saúde.
Outros autores indicam que a avaliação da qualidade em saúde deve- Passa a ser mais frequente o diálogo entre o conhecimento que a saúde
se pautar pela análise dos impactos (resultados) das ações e serviços de coletiva no Brasil produziu sobre a determinação social dos processos de
saúde e a partir deles estender a avaliação para todo o sistema. Tanto os saúde/doença e as políticas e práticas de saúde, e uma literatura
resultados gerais quanto os resultados específicos são valorizados. internacional, predominantemente produzida nos países desenvolvidos de
língua inglesa, sobre formas de reconhecimento de processos e tecnologias
Destaca-se a importância dos resultados gerais, avaliados a partir de em saúde que têm por objetivo a elaboração de um juízo de valor sobre os
indicadores de morbidade e mortalidade, pois possibilitam análise mesmos, e que sejam capazes de contribuir para os processos de tomada
comparativa entre sistemas de saúde. No entanto, isoladamente, não são de decisão política e técnica.
suficientes para avaliação de qualidade de todo o sistema nas suas
diversas características. Neste sentido, no prefácio do livro de HARTZ (1997), Schraiber aponta
para a riqueza dos diálogos a serem desenvolvidos entre uma produção
Torna-se necessária a utilização de resultados específicos para a teórica já consolidada da saúde coletiva relativa às alternativas
avaliação mais adequada da qualidade em saúde. Dentre os autores que historicamente construídas de alianças entre a ciência, a técnica e a política
valorizam os resultados específicos, dois devem ser citados: RUTSTEIN no campo da saúde e a área de avaliação em saúde, que toma essa
(1976), com os eventos sentinelas, e KESNNER (1973), com os traçadores perspectiva como um ponto de partida quase paradigmático para a
ou marcadores. conformação da sua prática.
A metodologia do evento sentinela sustenta que se pode medir a Ampliando essa discussão, depara-se com as temáticas da
qualidade da atenção à saúde, a partir da ocorrência de indicadores integralidade e dos modelos assistenciais que vêm sendo amplamente
negativos de saúde, ou seja, indicadores indesejáveis e, portanto, passíveis discutidas no âmbito do SUS e que na saúde suplementar expressam um
de serem evitados. Devem ser entendidos como alerta: sua ocorrência é novo olhar na assistência. MATTOS (2003) discute o conceito de
per si negativa e deve ser investigada. A investigação deve ser dirigida para integralidade e a formulação de políticas específicas de saúde e mostra que
a trajetória de ocorrência do evento e por esta análise identificar os pontos é possível construir políticas de saúde pautadas por esta prática que traz
críticos do processo e da estrutura da atenção à saúde. A aplicação dessa um convite aos formuladores das políticas no enfrentamento das
metodologia tem várias vantagens. Entre elas, a proposição dos necessidades assistenciais. Isto implica a apreensão das necessidades de
indicadores dos eventos pode ser feita pela própria equipe de trabalho e saúde da população, não exclusivamente por meio de indicadores
deve estar integrada ao processo de planejamento. A outra vantagem é o epidemiológicos. Essa discussão é ampliada quando os modelos
baixo custo de implantação, uma vez que exige a existência de sistema de assistenciais são abordados por meio das diretrizes, como a integralidade
informação estruturado, integrado e ágil, que indique a ocorrência dos do cuidado, o vínculo e a responsabilização, aprofundando o debate sob
eventos. É instrumento de avaliação sistemática da qualidade das ações de novos fundamentos teóricos na organização da assistência à saúde
saúde. A visibilidade do processo de avaliação é outra característica do (COELHO 2004).
método, permitindo a realização de análises comparativas e emissão de
juízo de valor sobre o desempenho geral do sistema. Diversos autores têm trabalhado experimentando e efetivamente
avaliando por indicadores/marcadores assistenciais a qualidade da atenção
O método de "traçadores" ou marcadores tem como características: prestada e os modelos de prestação de serviços realizados.
* ser prospectivo e exigir seguimento contínuo dos indicadores Sendo assim, a revisão sobre o tema evidencia o quanto a regulação
estabelecidos; do sistema na saúde suplementar deve obrigatoriamente passar pela
* ter marcadores pragmáticos que levem em conta o sistema de discussão da qualidade assistencial quando se busca a construção e
informação existente e a capacidade potencial da rede de prestação de implementação de novos e mais integrais modelos de atenção no setor
serviços de saúde; saúde.
* estabelecer um mínimo do que se espera do sistema de atenção à Tendo como referencial teórico as ideias anteriormente apresentadas
saúde; e e diante da necessidade de propor novos modelos que dêem conta da
* exigir acompanhamento e atualização. complexidade do processo de produção assistencial na saúde suplementar,
a ANS traz como proposta de intervenção prioritária, na atual gestão, a
O método tem como premissa que alguns problemas específicos de
qualificação da atenção à saúde de seus beneficiários. Além disso, a
saúde podem ser utilizados para a análise da prestação de serviços a partir
Agência parte da perspectiva de que na saúde suplementar os problemas
da interação entre os prestadores, beneficiários e o ambiente. Os dois
são semelhantes aos identificados para a área de saúde como um todo,
métodos podem ser considerados como estruturantes do processo de
cabendo investigar as especificidades inerentes ao processo de produção
gestão, pois exigem a agilidade dos gerentes na avaliação das ações de
da saúde nesse setor, identificando os desafios e caminhos a serem
saúde e qualidade do sistema de informação que sustenta o processo de
seguidos para a garantia de uma regulação de caráter mais público por
decisão.
parte do Estado e que garanta através das operadoras e prestadores de
A seleção de indicadores que têm como características os eventos serviços uma atenção de maior qualidade e eficácia para os beneficiários
sentinela ou marcadores é um passo fundamental para a implantação da de planos de saúde.
metodologia de avaliação da qualidade. Os indicadores devem ter:
Por fim, depara-se com o grande desafio a ser enfrentado, não só na
* confiabilidade, expressa no fato de que devem dar o mesmo saúde suplementar, mas em toda a área de saúde: construir novos
resultado quando medidos por equipes de avaliação diferentes; processos gerenciais e de regulação, conformando um novo modo de
* sensibilidade, expressa na capacidade de indicar as mudanças produzir saúde que considere a lógica do beneficiário e suas necessidades
(impacto) positivas e negativas, ocorridas no sistema de saúde; e como balizador central. Assim, a revisão e reestruturação dos processos de
* validade, expressa na preocupação de medir realmente o que se trabalho em saúde através dos processos de avaliação e monitoramento
pretende medir (GOMEZ E GOMEZ, 1989). contínuo da qualidade da atenção torna-se o lócus privilegiado para
concretizar as mudanças nos serviços, sejam eles públicos ou privados.
Nos últimos anos têm sido valorizadas as propostas de avaliação da Isto se deve ao fato de esses processos de monitoramento terem forte
qualidade de serviços de saúde e certificação de redes de atenção. Várias poder indutor sobre a conformação das modalidades assistenciais quando
metodologias têm sido propostas e aplicadas por diversas instituições e entendidos como ferramentas para a prática da regulação da atenção.
autores.

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Entendendo que os modelos de regulação e atenção constituem-se Índice de Procedimentos de Dentística
em faces de uma mesma moeda e se constroem mutuamente, há que se Índice de Procedimentos Endodônticos
dar continuidade ao desafio de repensar o processo regulatório impresso
pela ANS na perspectiva de que esta regulação contribua para a Índice de Procedimentos de Periodontia
implementação de novos modelos assistenciais na saúde suplementar que Índice de Cirurgias Odontológicas Ambulatoriais
efetivamente defendam a saúde e a vida dos beneficiários de planos de Índice de Exodontias
saúde (JORGE 2004). 4 Esta pesquisa foi coordenada pela Dra. Deborah Carvalho Malta e contou
A dimensão da atenção à saúde do componente de avaliação da com a participação dos seguintes pesquisadores: Alzira de Oliveira Jorge, Mônica
qualidade das operadoras trabalha na perspectiva de uma avaliação de Aparecida Costa e Túlio Batista Franco.
desempenho da qualidade da atenção prestada de forma sistêmica, e Fonte: Ministério da Saúde
pautada em critérios que valorizem a utilização de indicadores e
marcadores gerais e específicos que expressem efetivamente o que está
sendo oferecido aos beneficiários nos planos de saúde. - INTERSETORIALIDADE
Os bancos de dados existentes na ANS e no Ministério da Saúde INTRODUÇÃO
podem permitir a construção de um grande número de indicadores, tanto
pertinentes a resultados gerais quanto a específicos, incluindo aqueles que A intersetorialidade é a articulação entre sujeitos de setores sociais
analisam a rede de prestação de serviços de saúde. Ainda que se depare diversos e, portanto, de saberes, poderes e vontades diversos, para
com a inadequação da qualidade da informação prontamente disponível enfrentar problemas complexos. É uma nova forma de trabalhar e de
para o processo de avaliação, experiências e iniciativas de análise construir políticas públicas que pretende possibilitar a superação da
elaboradas nas áreas públicas e privada, têm estimulado o uso dessas fragmentação dos conhecimentos e das estruturas sociais para produzir
fontes, particularmente quando pautadas pela observação e monitoramento efeitos mais significativos na saúde da população (Junqueira, 2000; Santos
de eventos sentinelas e marcadores com poder discriminativo. et al, 2003).
Quanto aos indicadores de atenção à saúde, propõe-se que sejam A intersetorialidade faz parte do projeto ético político do assistente
utilizados aqueles voltados para a avaliação dos aspectos relativos à social e na visão preconizada pelo SUS, que consiste nas ações e na
prevenção em saúde, à atenção ambulatorial e hospitalar e impactos na relação em rede dos seguimentos sociais, de saúde, nas diversas
mortalidade dos beneficiários dos planos de saúde. Além disso, propõe-se instâncias do território do usuário (Mioto et al, 2006).
focalizar a atenção em quatro grandes e importantes linhas de cuidado na A lógica de processo de trabalho do serviço social junto aos usuários
saúde suplementar: a linha materno-neonatal, a da saúde bucal e as internados na Enfermarias do Hospital de Clínicas consiste no apoio e
referentes ao cuidado dos pacientes portadores de câncer e transtornos acolhimento da família e sua participação no processo de cuidado do
cardiovasculares. paciente. Para tanto elaborar o diagnóstico social é necessário para
Os indicadores propostos para avaliação da qualidade da atenção à intervenção que possibilite a garantia dos direitos de cidadania, pelo acesso
saúde na saúde suplementar são os seguintes: à dinâmica hospitalar durante o período de internação e após a sua
desospitalização.
Taxa de Internação por Amputação Membros Inferiores por Diabetes
Mellitus De acordo com Junqueira (2005) cabe a gestão dos serviços públicos
responsabilizarem-se pelas soluções dos problemas sociais como também
Taxa de Internações por Diabetes Mellitus incorporar o processo de decisão dos usuários. Neste sentido os
Taxa de Internações por Infarto Agudo do Miocárdio encaminhamentos precisam ser de maneira integrada, respeitando a
Taxa de Internações por Doenças Cerebrovasculares contribuição e a autonomia de cada pessoa, minimizando ações
fragmentadas.
Letalidade por Infarto Agudo do Miocárdio
Mediante esta complexa atenção à saúde da população num serviço
Taxa de Mortalidade por Diabetes Mellitus
terciário, novo modelo de gestão colegiada de atenção clínica está sendo
Taxa de Mortalidade por Doença do Aparelho Circulatório construído por um conjunto de profissionais de saúde com o propósito da
Taxa de Mortalidade por Causas Mal Definidas promoção do cuidado do paciente, estabelecendo ações conjuntas por
Taxa de Mortalidade por Doenças Cerebrovasculares equipe de referência, com projeto terapêutico integrado e intersetorialidade
do serviço terciário e os recursos de atenção a saúde disponíveis no
Taxa de Mortalidade por Infarto Agudo do Miocárdio território do usuário.
Taxa de Mortalidade Materna Neste estudo o objetivo foi mapear o processo assistencial da linha de
Taxa de Prematuridade cuidado dos usuários em condições de alta.
Taxa de Natimortalidade
Taxa de Internações por Complicações no Período de Puerpério METODOLOGIA
Taxa de Intern. por Transtornos Maternos na Gravidez Estudo observacional prospectivo foi definido protocolo terapêutico
Taxa de Citologia Oncótica de Colo de Útero que consiste nas avaliações: médica, social, de cuidados de enfermagem,
de suporte nutricional, de reabilitação através de sessões de fisioterapia,
Taxa de Mamografia
inclusão em programas assistenciais, de apoio psíquico e psicológico e
Taxa de Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes outros cuidados terapêuticos que o paciente necessitasse. Neste contexto
Taxa de Internações por Neoplasia Maligna de Colo de Útero de cuidado a participação e interação do tratamento e cuidados dos
Taxa de Internações por Neoplasia Maligna de Mama Feminina familiares e acompanhantes foi um dos quesitos imprescindíveis para
definição das condutas durante as visitas semanais realizada pela equipe
Taxa de Internações por Neoplasia Maligna de Próstata multiprofissional das Enfermarias do Hospital de Clínicas da UNICAMP.
Taxa de Internações por Neoplasia Maligna de Cólon e Reto Para tanto foram realizadas, 681 contra referências de cuidados junto
Taxa de Mortalidade por Neoplasia Maligna de Mama Feminina à equipe da Rede de Saúde assistencial local e regional no período de
Taxa de Mortalidade por Neoplasia Maligna de Próstata janeiro 2008 a junho de 2009. As variáveis categóricas pautadas no PNAS
(2004) foram: gênero, ciclo de vida, procedência, recurso articulado para o
Taxa de Mortalidade por Neoplasia Maligna de Colo de Útero
cuidado do paciente durante a previsão de alta para garantia do cuidado
Taxa de Mortalidade por Neoplasia Maligna de Cólon e Reto após alta hospitalar e a proposta terapêutica definida pela equipe.
Taxa de Parto Cesáreo
Taxa de Cobertura de Consulta Odontológica Inicial RESULTADOS
Índice de Procedimentos Preventivos em Odontologia

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Com relação às frequências quanto ao Gênero: (422) eram Política Nacional Assistência Social – PNAS, Cortez Editora, 2004.
masculinos (259) eram do sexo feminino. No ciclo de vida: (84) eram Campos GWS. Reforma política e sanitária: a sustentabilidade do SUS
crianças e adolescentes (34) jovens, (357) eram adultos e (206) idosos. em questão? Ciência & Saúde Coletiva, 12(2):301-306, 2007.
Quanto à procedência: (233) Campinas, (448) eram de outras cidades e ou ____________, Amaral MA. A clínica ampliada e compartilhada, a
Estados da Federação. gestão democrática e redes de atenção como referenciais teórico-
operacionais para a reforma do hospital. Ciência & Saúde Coletiva,
DISCUSSÃO 2007,12(4):849-859.
Martinelli ML. Serviço Social em Hospital – Escola: Um espaço
O serviço de saúde terciário tem nas suas diretrizes o atendimento de
diferenciado de ação profissional. Revista Serviço Social e Saúde, 2002, 1-
demandas de média e alta complexidade e é neste contexto que a
11.
intersetorialidade envolve capacidade de resolver situações, de efetividade
e de eficácia, pois, em todas as experiências reconhece-se claramente que Fonte: MS. Marli Elisa Nascimento Fernandes,
ela se constrói sobre a necessidade das pessoas e setores concretos. Wanilde Barbosa de Morais2, Marilda Alice Oliveira,
(Junqueira, 2000). Julinha Maria Costa Oliveira2, Margareth Rovariz
http://www.unitau.br/scripts/prppg/3%20encontro%20seguro%20social/trabalhos/co/2
Por se tratar de cuidado da saúde este modelo não se restringe 4.pdf
somente a procedimentos clínicos, mas envolve processo de atenção que
vise à integralidade do sujeito, seja pela escuta qualificada, da emissão do
diagnóstico social definido pelas informações de sua condição de vida, do
seu meio social, oferecendo orientações e o apoio psicossocial (Campos, 11. ÉTICA E BIOÉTICA EM SAÚDE: LEGISLAÇÃO NACIONAL
2007). DE ÉTICA EM PESQUISA COM SERES HUMANOS (RESOLU-
Assim, cada necessidade é vista de maneira integrada, nos espaços ÇÃO 196/96); BIOSSEGURANÇA.; CUIDADOS COM O MEIO
onde se manifestam, considerando os diversos atores sociais envolvidos AMBIENTE E SANEAMENTO BÁSICO
como sujeitos da sua história (Martinelli, 2002).
No presente estudo observa-se que há prevalência de usuários do RESOLUÇÃO Nº196/96 versão 2012
sexo masculino, do ciclo de vida na maioria de faixa etária produtiva, é - PREÂMBULO
preocupante uma vez que o adoecimento interfere diretamente no contexto
social e familiar e em todo seu cotidiano. A população idosa atendida no A presente Resolução se fundamenta nos principais documentos inter-
estudo confirma necessidade de estreitamento dos serviços terciários com nacionais sobre pesquisas que envolvem seres humanos, a saber, o Códi-
outros serviços da rede, para melhor atenção a saúde do idoso. go de Nuremberg, de 1947, a Declaração Universal dos Direitos Humanos,
de 1948, a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, de
Conforme citado por Campos et al, (2007) os principais motivos que 2005, e outros documentos afins. Cumpre as disposições da Constituição
tem levado a expansão mundial no cuidado extra-hospitalar é o menor da República Federativa do Brasil de 1988 e da legislação brasileira corre-
custo dessas ações em relação ao tratamento intra-hospitalar propiciando a lata.
otimização dos leitos de serviços terciários.
Esta Resolução incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades,
Neste sentido a integralidade da atenção a saúde só pode ser os referenciais da bioética, autonomia, não maleficência, beneficência,
alcançada com a articulação entre os diversos níveis do sistema. É papel justiça e equidade, dentre outros, e visa a assegurar os direitos e deveres
dos hospitais a responsabilização pela continuidade do cuidado, que dizem respeito aos participantes da pesquisa, à comunidade científica
promovendo a vinculação do paciente aos serviços extra-hospitalares e ao Estado.
(Campos et al, 2007).
O caráter contextual das considerações aqui desenvolvidas implica re-
A contra referências realizadas nos territórios dos pacientes que visões periódicas desta Resolução, conforme necessidades nas áreas
tiveram maior prevalência foi junto à rede básica e de assistência domiciliar, tecnocientífica e ética.
o que configura a efetivação do papel da unidade básica de saúde absorver
demanda primária de saúde dos usuários, otimizando a rotatividade dos Ressalta-se, ainda, que cada área temática de investigação e cada
leitos terciários garantindo o acesso de outros usuários do serviço. modalidade de pesquisa, além de respeitar os princípios emanados deste
texto, devem cumprir com as exigências setoriais e regulamentações espe-
A prevalência da assistência domiciliar de alta complexidade foram cíficas.
para 147 pacientes, o que nos remete pensar na importância da
intersetorialidade para o processo de cuidados dos pacientes
principalmente para os familiares pois possibilita maior segurança na alta - TERMOS E DEFINIÇÕES
hospitalar do paciente. O projeto em fase de implantação demonstra que o A presente Resolução adota as seguintes definições:
investimento e iniciativa dos profissionais de saúde podem culminar em
II.1 - Achados da pesquisa - fatos ou informações que, no decorrer de
benefícios aos usuários durante o tempo de tratamento.
uma pesquisa, foram encontrados pelo pesquisador, e que sejam conside-
CONCLUSÃO rados de relevância para os participantes ou comunidades participantes,
A contra referência na pré-alta hospitalar realizada pelo Serviço Social não se tratando, portanto, dos resultados objetivados pelo estudo.
constitui pré-requisito para viabilizar o processo de cuidado aos usuários de II.2 - Assistência ao participante da pesquisa - responsabilidade de
serviços terciários que necessitam de seguimento pela atenção básica no pesquisador e dos patrocinadores e de instituições responsáveis de um
território do usuário, garantindo o que esta preconizada pelo Sistema Único estudo em socorrer, de forma imediata, a todas as ocorrências que colo-
de Assistência Social –SUAS. quem em risco a integralidade e dignidade dos participantes da pesquisa,
independentemente de comprovação de nexo causal.
REFERÊNCIAS II.3 - Benefícios da pesquisa - proveito direto ou indireto, imediato ou
Junqueira LAP. Intersetorialidade, transetorialidade e redes sociais na posterior, auferido pelo participante em decorrência de sua participação na
saúde. Revista de Administração Pública, RAP (6), 2000. pesquisa.
Machado JMH, Porto MFS. Promoção da saúde e intersetorialidade: a II.4 - Benefício indireto - aqueles benefícios que abrangem a socieda-
experiência da vigilância em saúde do trabalhador na construção de redes. de, considerando o participante em sua dignidade e como integrante do
Epidemiologia e Serviços de Saúde 2003; 12(3) : 121 – 130. interesse difuso a ser gerado pela pesquisa.
Mioto RCT, Nogueira VMR. Sistematização, Planejamento e Avaliação II.5 - Comitês de Ética em Pesquisa - CEP - colegiados interdiscipli-
das Ações dos Assistentes Sociais no Campo da Saúde. In Serviço Social e nares e independentes, com "munus público", de caráter consultivo, delibe-
Saúde Formação e Trabalho Profissional. Cortez Editora, 2006.273-304. rativo e educativo, criados para defender os interesses dos participantes da
Junqueira LAP. Articulações entre o serviço público e o cidadão. X pesquisa em sua integridade e dignidade e para contribuir no desenvolvi-
Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la mento da pesquisa dentro de padrões éticos.
Administración Pública, Santiago, Chile, 2005, 18 – 21 Oct.

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II.6 - Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP/CNS/MS - II.26 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE - docu-
instância colegiada, de natureza consultiva, deliberativa, normativa, educa- mento no qual é explicitado o consentimento livre e esclarecido do partici-
tiva, independente, vinculada ao Conselho Nacional de Saúde. pante e/ou de seu responsável legal, de forma escrita, devendo conter
II.7 - Consentimento livre e esclarecido - anuência do participante da todas as informações necessárias, em linguagem clara e objetiva, de fácil
pesquisa e/ou de seu representante legal, livre de vícios (simulação, fraude entendimento, para o mais completo esclarecimento sobre a pesquisa a
ou erro), dependência, subordinação ou intimidação, após esclarecimento qual se propõe participar.
completo e pormenorizado sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, II.27 - Termo de Assentimento - documento elaborado em linguagem
métodos, benefícios previstos, potenciais riscos e o incômodo que esta acessível para os menores de idade ou para os legalmente incapazes, por
possa acarretar. meio do qual, após os participantes da pesquisa serem devidamente escla-
II.8 - Dano associado ou decorrente da pesquisa - agravo imediato recidos, explicitarão sua anuência em participar da pesquisa, sem prejuízo
ou tardio, ao indivíduo ou à coletividade, com nexo causal comprovado, do consentimento de seus responsáveis legais.
direto ou indireto, decorrente do estudo científico. II.28 - Vulnerabilidade - estado de pessoas ou grupos que, por quais-
II.9 - Encerramento do estudo - para efetivação do principio da pro- quer razões ou motivos, tenham a sua capacidade de autodeterminação
teção à vulnerabilidade do participante, momento do término de sua partici- reduzida ou impedida, ou de qualquer forma estejam impedidos de opor
pação no estudo. resistência, sobretudo no que se refere ao consentimento livre e esclareci-
do.
II.10 - Incapacidade civil ou legal - condição em que o participante da
pesquisa não dispõe de capacidade civil para dar o seu consentimento livre
e esclarecido, devendo ser assistido ou representado, de acordo com a - ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA ENVOLVENDO SERES HU-
legislação brasileira vigente. MANOS
II.11 - Indenização - cobertura material, em reparação a dano imediato As pesquisas envolvendo seres humanos devem atender às exigências
ou tardio, causado pela pesquisa ao ser humano ou a ela submetida, com- éticas e científicas fundamentais.
provado o nexo causal. III.1 - A eticidade da pesquisa implica em:
II.12 - Instituição proponente de pesquisa - organização, pública ou a) Respeito ao participante da pesquisa em sua dignidade e autono-
privada, legitimamente constituída e habilitada, à qual o pesquisador res- mia, reconhecendo sua vulnerabilidade, assegurando sua vontade sob
ponsável está vinculado. forma de manifestação expressa, livre e esclarecida, de contribuir e perma-
II.13 - Instituição co-participante de pesquisa - organização, pública necer ou não na pesquisa;
ou privada, legitimamente constituída e habilitada, na qual alguma das b) ponderação entre riscos e benefícios, tanto conhecidos como po-
fases ou etapas da pesquisa se desenvolve. tenciais, individuais ou coletivos, comprometendo-se com o máximo de
II.14 - Participante da pesquisa - indivíduo que, de forma esclarecida benefícios e o mínimo de danos e riscos;
e voluntária, ou sob o esclarecimento e autorização de seu(s) responsá- c) garantia de que danos previsíveis serão evitados;
vel(eis) legal(is), se submete a protocolo de pesquisa. d) relevância social da pesquisa o que garante a igual consideração
II.15 - Patrocinador - pessoa física ou jurídica, pública ou privada que dos interesses envolvidos, não perdendo o sentido de sua destinação
apoia financeiramente a pesquisa. sócio-humanitária.
II.16 - Pesquisa - processo formal e sistemático que visa a produção, o III.2 - Todo procedimento de qualquer natureza envolvendo o ser
avanço do conhecimento e/ou a obtenção de respostas para problemas humano, cuja aceitação não esteja ainda consagrada na literatura científi-
mediante emprego de método científico. ca, será considerado como pesquisa e, portanto, deverá obedecer às
II.17 - Pesquisa em reprodução humana - pesquisas que se ocupam diretrizes da presente Resolução.
com o funcionamento do aparelho reprodutor, procriação e fatores que III.3 - As pesquisas, em qualquer área do conhecimento envolvendo
afetam a saúde reprodutiva de humanos, sendo que nesses estudos serão seres humanos, deverão observar as seguintes exigências:
considerados “participantes da pesquisa” todos os que forem afetados a) ser adequada aos princípios científicos que a justifiquem e com
pelos procedimentos da mesmas. possibilidades concretas de responder a incertezas;
II.18 - Pesquisa envolvendo seres humanos - pesquisa que, indivi- b) estar fundamentada em fatos científicos, experimentação prévia e
dual ou coletivamente, tenha como participante o ser humano, em sua ou pressupostos adequados à área específica da pesquisa;
totalidade ou partes dele, e o envolva de forma direta ou indireta, incluindo
o manejo de seus dados, informações ou materiais biológicos. c) ser realizada somente quando o conhecimento que se pretende
obter não possa ser obtido por outro meio;
II.19 - Pesquisador responsável - pessoa responsável pela coordena-
ção da pesquisa e corresponsável pela integridade e bem estar dos parti- d) prevalecer sempre as probabilidades dos benefícios esperados
cipantes da pesquisa. sobre os riscos e/ou desconfortos previsíveis;
II.20 - Protocolo de Pesquisa - conjunto de documentos contemplan- e) utilizar os métodos adequados para responder às questões estu-
do a descrição da pesquisa em seus aspectos fundamentais e as informa- dadas, especificando-os, seja a pesquisa qualitativa, quantitativa ou quali-
ções relativas ao participante da pesquisa, à qualificação dos pesquisado- quantitativa;
res e a todas as instâncias responsáveis. f) se houver necessidade de distribuição aleatória dos participantes
II.21 - Relatório final - aquele apresentado após o encerramento da da pesquisa em grupos experimentais e de controle, assegurar que, a
pesquisa, totalizando seus resultados. priori, não seja possível estabelecer as vantagens de um procedimento
sobre outro, mediante revisão de literatura, métodos observacionais ou
II.22 - Relatório parcial - aquele apresentado durante a pesquisa de- métodos que não envolvam seres humanos;
monstrando fatos relevantes e resultados parciais de seu desenvolvimento.
g) contar com o consentimento livre e esclarecido do participante da
II.23 - Responsável legal - pessoa indicada na legislação especifica pesquisa e/ou seu representante legal, considerando-se os casos das
ou pelo participante da pesquisa, nas hipóteses pertinentes, que representa pesquisas que necessitem, por suas características, coleta a posteriori,
legalmente o participante para fins da pesquisa sempre que justificado;
II.24 - Ressarcimento - compensação financeira, exclusivamente de h) contar com o consentimento livre e esclarecido do participante da
despesas decorrentes de participação do participante na pesquisa, inclusi- pesquisa e/ou seu representante legal, considerando-se os casos das
ve de seus acompanhantes, quando necessário, tais como transporte e pesquisas que necessitem, por suas características, coleta a posteriori;
alimentação.
i) contar com os recursos humanos e materiais necessários que ga-
II.25 - Risco da pesquisa - possibilidade de danos à dimensão física, rantam o bem-estar do participante da pesquisa, devendo o(s) pesquisa-
psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano, em dor(es) possuir capacidade profissional adequada para desenvolver sua
qualquer fase de uma pesquisa e dela decorrente. função no projeto proposto;

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j) prever procedimentos que assegurem a confidencialidade e a pri- c) utilizar o material biológico e os dados obtidos na pesquisa exclu-
vacidade, a proteção da imagem e a não-estigmatização dos participantes sivamente para a finalidade prevista no seu protocolo, ou conforme o con-
da pesquisa, garantindo a não-utilização das informações em prejuízo das sentimento dado pelo participante da pesquisa;
pessoas e/ou das comunidades, inclusive em termos de auto-estima, de d) assegurar a todos os participantes ao término do estudo, por parte
prestígio e/ou de aspectos econômicos-financeiros; do patrocinador, acesso aos cuidados de saúde, acesso gratuito e por
k) ser desenvolvida preferencialmente em indivíduos com autonomia tempo indeterminado, enquanto necessário, aos melhores métodos profilá-
plena. Indivíduos ou grupos vulneráveis não devem ser participantes de ticos, diagnósticos e terapêuticos identificados pelo estudo, sendo sempre
pesquisa quando a informação desejada possa ser obtida por meio de considerado “término do estudo” o momento em que finda a participação do
participantes com plena autonomia, a menos que a investigação possa participante voluntário na pesquisa.
trazer benefícios diretos aos vulneráveis. Nestes casos, o direito dos indiví-
duos ou grupos que queiram participar da pesquisa deve ser assegurado,
desde que seja garantida a proteção à sua vulnerabilidade e incapacidade - PROCESSO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
civil ou legal; O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se pro-
l) respeitar sempre os valores culturais, sociais, morais, religiosos e cesse com consentimento livre e esclarecido dos participantes, indivíduos
éticos, como também os hábitos e costumes, quando as pesquisas envol- ou grupos que, por si e/ou por seus representantes legais, manifestem a
verem comunidades; sua anuência à participação na pesquisa.
m) garantir que as pesquisas em comunidades, sempre que possível, Entende-se por Processo de Consentimento Livre e Esclarecido todas
traduzir-se-ão em benefícios cujos efeitos continuem a se fazer sentir após as etapas necessárias para que o convidado a participar de uma pesquisa
sua conclusão. Quando, no interesse da comunidade, houver benefício real possa se manifestar, de forma autônoma, consciente, livre e esclarecida.
em incentivar ou estimular mudanças de costumes ou comportamentos, o Para isso o pesquisador responsável, ou pessoa por ele nomeada, deve:
protocolo de pesquisa deve incluir, sempre que possível, disposições para I. Buscar o melhor momento, condição e locais adequados para que
comunicar tal benefício às pessoas e/ou comunidades; o esclarecimento seja efetuado, considerando para isso as peculiaridades
n) comunicar às autoridades competentes os resultados e/ou acha- dos convidados a participar da pesquisa, como também a sua privacidade;
dos da pesquisa, sempre que os mesmos puderem contribuir para a melho- II. Prestar informações em linguagem clara e acessível, utilizando-se
ria das condições de vida da coletividade, preservando, porém, a imagem e das estratégias mais apropriadas para a cultura, faixa etária, condição
assegurando que os participantes da pesquisa não sejam estigmatizados socioeconômica e autonomia dos convidados a participar;
ou atingidos em sua auto-estima; III. Conceder o tempo adequado para que o convidado possa refletir,
o) assegurar aos participantes da pesquisa os benefícios resultantes consultando, se necessário, seus familiares ou outras pessoas que possam
do projeto, seja em termos de retorno social, acesso aos procedimentos, ajudá-lo na tomada de decisão livre e esclarecida.
produtos ou agentes da pesquisa; IV.1 - O Processo de Consentimento Livre e Esclarecido para as pes-
p) assegurar aos participantes da pesquisa as condições de acompa- quisas de todas as áreas do conhecimento deverá, ainda, observar os
nhamento, tratamento, assistência incondicional, e orientação, conforme o seguintes itens:
caso, enquanto necessário, inclusive nas pesquisas de rastreamento; a) Apresentar a justificativa, os objetivos e os procedimentos que se-
q) comprovar, nas pesquisas conduzidas no exterior ou com coopera- rão utilizados na pesquisa, incluindo o detalhamento dos métodos a serem
ção estrangeira, os compromissos e as vantagens, para os participantes utilizados, informando a possibilidade de inclusão em grupo controle ou
das pesquisas e para o Brasil, decorrentes de sua realização. Nestes casos experimental, quando aplicável;
deve ser identificado o pesquisador e a instituição nacional responsáveis b) Explicitar os possíveis desconfortos e riscos decorrentes da parti-
pela pesquisa no Brasil. Os estudos patrocinados no exterior também cipação na pesquisa, além dos benefícios esperados dessa participação e
deverão responder às necessidades de transferência de conhecimento e apresentar providências e cautelas empregadas para evitar e/ou reduzir
tecnologia para a equipe brasileira, quando aplicável; efeitos e condições adversas que possam causar dano, considerando
r) utilizar o material e os dados obtidos na pesquisa exclusivamente características e contexto do participante da pesquisa.
para a finalidade prevista no seu protocolo, ou conforme o consentimento c) Esclarecer a forma de acompanhamento e assistência a que terão
do participante; direito os participantes de pesquisa, inclusive considerando benefícios e
s) levar em conta, nas pesquisas realizadas em mulheres em idade acompanhamentos posteriores ao encerramento e, ou, interrupção da
fértil ou em mulheres grávidas, a avaliação de riscos e benefícios e as pesquisa;
eventuais interferências sobre a fertilidade, a gravidez, o embrião ou o feto, d) Garantir plena liberdade do participante se recusar a participar ou
o trabalho de parto, o puerpério, a lactação e o recém-nascido; retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, quando aplicável,
t) considerar que as pesquisas em mulheres grávidas devem ser sem penalização alguma;
precedidas de pesquisas em mulheres fora do período gestacional, exceto e) Assegurar a manutenção do sigilo e privacidade dos participantes
quando a gravidez for o objeto fundamental da pesquisa; durante todas as fases da pesquisa;
u) descontinuar o estudo somente após análise, por parte do Sistema f) Explicitar a garantia de ressarcimento e como serão cobertas as
CEP/CONEP/CNS/MS que o aprovou, das razões da descontinuidade. despesas decorrentes da participação dos participantes na pesquisa;
III.4 - As pesquisas na área de ciências da saúde, envolvendo seres g) Explicitar a garantia de indenização diante de eventuais danos de-
humanos, além das requisições apresentadas no item III.3, deverão obser- correntes da pesquisa;
var as seguintes exigências:
IV.2 - O Processo de Consentimento Livre e Esclarecido das pesquisas
a) estar fundamentada na experimentação prévia, realizada em labo- na área de ciências da saúde, envolvendo seres humanos, além do previs-
ratórios, utilizando-se animais ou outros modelos experimentais e compro- to no item IV.1, deverá contemplar o seguinte:
vação científica;
a) Explicitar, quando pertinente, os métodos terapêuticos alternativos
b) ter plenamente justificada, quando for o caso, a utilização de pla- existentes;
cebo, em termos de não maleficência e de necessidade metodológica,
b) Esclarecer, quando pertinente, sobre o método, informando a pos-
sendo que os benefícios, riscos, dificuldades e efetividade de um novo
sibilidade de inclusão em grupo controle ou placebo, explicitando claramen-
método terapêutico devem ser testados, comparando-o com os melhores
te o significado dessa possibilidade;
métodos profiláticos, diagnósticos e terapêuticos atuais.
c) No caso de pesquisas concebidas em âmbito internacional, o pes-
Isto não exclui o uso de placebo ou nenhum tratamento em estudos
quisador responsável brasileiro deverá adaptar o Termo de Consentimento
nos quais não existam métodos provados de profilaxia, diagnóstico ou
Livre e Esclarecido às normativas éticas e à cultura brasileira, utilizando
tratamento;
linguagem clara e acessível aos cidadãos comuns, tomando especial

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cuidado para que se apresente em forma de fácil leitura e compreensão ou a coletividade. A tipificação do risco nas diferentes metodologias de
para todos. pesquisa será definida em norma própria, pelo Conselho Nacional de
IV.3 - O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido deverá ser: Saúde.
a) Elaborado pelo pesquisador responsável, expressando o cumpri- V.1 - Não obstante os riscos potenciais, as pesquisas envolvendo seres
mento de cada uma das solicitações acima. No caso de pesquisas conce- humanos serão admissíveis quando:
bidas em âmbito internacional, o pesquisador responsável brasileiro deverá a) oferecerem possibilidade de gerar conhecimento sem afetar o
adaptar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido às normativas bem-estar dos participantes de pesquisa e seus grupos ou coletividade;
éticas e à cultura brasileira, utilizando linguagem clara e acessível. b) o risco se justifique pela importância do benefício esperado;
b) Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa que referenda a in- c) no caso de pesquisas da área de saúde, o benefício seja maior,
vestigação. ou, no mínimo, igual às alternativas já estabelecidas para a prevenção, o
c) Rubricado em todas as suas páginas e assinado, ao seu término, diagnóstico e o tratamento.
pelo voluntário participante da pesquisa ou por seus responsáveis legais e V.2 - As pesquisas nas quais os benefícios forem exclusivamente indi-
pelo pesquisador responsável, ou seus representantes nomeados, não retos aos seus participantes devem ser toleráveis, considerando as dimen-
devendo as páginas de assinaturas constituírem um documento separado. sões física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual desses.
d) Elaborado em duas vias, sendo que uma será retida pelo partici- V.3 - O pesquisador responsável deve comunicar ao Comitê de Ética
pante da pesquisa ou por seu representante legal e uma arquivada pelo em Pesquisa da instituição imediatamente e avaliar em caráter emergencial
pesquisador. Em ambas constará o endereço e contato dos responsáveis a necessidade de adequar ou suspender o estudo, ao perceber qualquer
pela pesquisa e do comitê de ética local. Essa garantia deve ser expressa risco ou dano significativos ao participante da pesquisa, previsto ou não no
no próprio termo a ser assinado. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
IV.4 - Nos casos de restrição da liberdade ou do esclarecimento neces- V.4 - Nas pesquisas na área da saúde, tão logo constatada a superio-
sários para o adequado consentimento, deve-se, ainda, observar: ridade significativa de uma intervenção sobre outra(s) comparativa(s), o
a) Em pesquisas envolvendo crianças e adolescentes, portadores de pesquisador deverá avaliar a necessidade de adequar ou suspender o
transtorno ou doença mental e participantes em situação de substancial estudo em curso, visando oferecer a todos os benefícios do melhor regime.
diminuição em suas capacidades de consentimento, deverá haver justifica- V.5 - O Comitê de Ética em Pesquisa da instituição deverá ser infor-
tiva clara da escolha dos participantes da pesquisa, especificada no proto- mado de todos os efeitos adversos ou de fatos relevantes que alterem o
colo, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Nestes casos deverão curso normal do estudo.
ser cumpridas as exigências do consentimento livre e esclarecido, por meio
dos representantes legais dos referidos participantes, mantendo o direito de V.6 - O pesquisador, o patrocinador e as instituições envolvidas nas di-
informação do convidado, no limite de sua capacidade; ferentes fases da pesquisa devem assumir, proporcionalmente, as respon-
sabilidades de dar assistência integral aos participantes da pesquisa no
b) A liberdade do consentimento deverá ser particularmente garantida que se refere às complicações e danos decorrentes da pesquisa.
para aqueles participantes que, embora adultos e capazes, estejam expos-
tos a condicionamentos específicos ou à influência de autoridade, caracte- V.7 - Os participantes da pesquisa que vierem a sofrer qualquer tipo de
rizando situações limitadoras da autonomia, especialmente estudantes, dano resultante de sua participação na pesquisa, previsto ou não no Termo
militares, empregados, presidiários e internos em centros de readaptação, de Consentimento Livre e Esclarecido, têm direito à indenização, por parte
em casas-abrigo, em asilos, em associações religiosas e semelhantes, do pesquisador, do patrocinador e das instituições envolvidas nas diferen-
assegurando-lhes a inteira liberdade de participar ou não da pesquisa, sem tes fases da pesquisa, os quais devem assumir, proporcionalmente, tais
quaisquer represálias; responsabilidades.
c) Nos casos em que seja impossível obter o consentimento livre e V.8 - Jamais poderá ser exigido do participante da pesquisa, sob qual-
esclarecido, tal fato deve ser devidamente justificado com explicação das quer argumento, renúncia ao direito à indenização por dano. O Termo de
causas da impossibilidade e parecer do Comitê de Ética em Pesquisa; Consentimento Livre e Esclarecido não deve conter ressalva que afaste
essa responsabilidade ou que implique ao participante da pesquisa abrir
d) As pesquisas em pessoas com o diagnóstico de morte encefálica mão de seus direitos legais, incluindo o direito de procurar obter indeniza-
deverão atender as seguintes condições: ção por danos eventuais.
- documento comprobatório da morte encefálica;
- consentimento explícito ou manifestação antecipada da vontade da - PROTOCOLO DE PESQUISA
pessoa, ou consentimento dos familiares e/ou do representante legal,
O protocolo a ser submetido à revisão ética somente poderá ser apre-
- respeito total à dignidade do ser humano; ciado se estiver instruído com os seguintes documentos, em português:
- inexistência de ônus econômico financeiro adicional à família; VI.1 - folha de rosto: título do projeto, nome, número da carteira de
- inexistência de prejuízo para outros pacientes aguardando interna- identidade, CPF, telefone e endereço para correspondência do pesquisador
ção ou tratamento; responsável e do patrocinador, nome e assinaturas dos dirigentes da insti-
- possibilidade de obter conhecimento científico relevante, novo, o tuição e/ou organização;
qual não possa ser obtido de outra maneira. VI.2 - descrição da pesquisa, compreendendo os seguintes itens:
e) Em comunidades culturalmente diferenciadas, inclusive indígenas, a) descrição dos propósitos e das hipóteses a serem testadas;
deve-se contar com a autorização antecipada das autoridades competentes b) antecedentes científicos e dados que justifiquem a pesquisa. Se o
para o início da pesquisa, conforme legislação nacional, bem como da propósito for testar um novo produto ou dispositivo para a saúde, de proce-
comunidade, por meio dos seus próprios líderes, não se dispensando, dência estrangeira ou não, deverá ser indicada a situação atual de registro
porém, esforços no sentido de obtenção do consentimento individual; junto a agências regulatórias do país de origem;
f) Quando o mérito da pesquisa depender de alguma restrição de in- c) descrição detalhada e ordenada do projeto de pesquisa (material e
formações aos participantes, tal fato deverá ser devidamente explicitado e métodos, casuística, resultados esperados e bibliografia);
justificado pelo pesquisador e submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa.
Os dados obtidos a partir dos participantes da pesquisa não poderão ser d) análise crítica de riscos e benefícios;
usados para outros fins além dos previstos no protocolo e/ou no consenti- e) cronograma informando a duração total e as diferentes etapas da
mento. pesquisa, a partir da aprovação pelo Sistema CEP/CONEP;
f) declarações, devidamente assinadas, de explicitação das respon-
- RISCOS E BENEFÍCIOS sabilidades do pesquisador, da instituição, do promotor e do patrocinador;
Toda pesquisa com seres humanos envolve risco com graus variados. g) explicitação de critérios para suspender ou encerrar a pesquisa;
O dano eventual pode ser imediato ou tardio, comprometendo o indivíduo

Conhecimentos Específicos 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


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h) local da pesquisa: detalhar as instalações dos serviços, centros, VIII.1 - As instituições nas quais se realizem pesquisas envolvendo se-
comunidades e instituições nas quais se processarão as várias etapas da res humanos deverão constituir um ou mais de um Comitê de Ética em
pesquisa. Em caso de estudos nacionais multicêntricos, deve ser apresen- Pesquisa – CEP, conforme suas necessidades.
tada lista de centros brasileiros participantes, constando o nome do pesqui- VIII.2 - Na impossibilidade de se constituir CEP, a instituição ou o pes-
sador responsável, instituição, Unidade Federativa (UF) a que a instituição quisador responsável deverá submeter o projeto à apreciação do CEP de
pertence e CEP responsável pelo acompanhamento do estudo em cada um outra instituição, necessariamente dentre os indicados pela Comissão
dos centros; Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP/CNS/MS/CNS/MS).
i) demonstrativo da existência de infra-estrutura necessária ao de- VIII.3 - Organização - A organização e criação do CEP será de compe-
senvolvimento da pesquisa e para atender eventuais problemas dela resul- tência da instituição, respeitadas as normas desta Resolução, assim como
tantes, com a concordância documentada da instituição; o provimento de condições adequadas para o seu funcionamento.
j) orçamento financeiro detalhado da pesquisa: recursos, fontes e VIII.4 - Composição - O CEP deverá ser constituído por colegiado com
destinação, além da forma e do valor da remuneração do pesquisador, número não inferior a 7 (sete) membros. Sua constituição deverá incluir a
apresentado em moeda nacional; participação de profissionais da área da saúde, das ciências exatas, sociais
l) explicitação de acordo preexistente quanto à propriedade das in- e humanas, incluindo, por exemplo, juristas, teólogos, sociólogos, filósofos,
formações geradas, demonstrando a inexistência de qualquer cláusula bioeticistas e, pelo menos, um membro da sociedade representando os
restritiva quanto à divulgação pública dos resultados, a menos que se trate usuários da instituição, respeitando-se a proporcionalidade pelo número de
de caso de obtenção de patenteamento; neste caso, os resultados devem membros. Poderá variar na sua composição, dependendo das especificida-
se tornar públicos, tão logo se encerre a etapa de patenteamento; des da instituição e das linhas de pesquisa a serem analisadas.
m) declaração de que os resultados da pesquisa serão tornados pú- VIII.5 - Terá sempre caráter multi e transdisciplinar, não devendo haver
blicos, sejam eles favoráveis ou não; e mais que metade de seus membros pertencentes à mesma categoria
n) instrumentos utilizados para coleta de dados e declaração sobre o profissional, participando pessoas dos dois sexos. Poderá ainda contar com
uso e destinação do material e/ou dados coletados. consultores "ad hoc", pessoas pertencentes ou não à instituição, com a
finalidade de fornecer subsídios técnicos.
VI.3 - informações relativas ao participante da pesquisa:
VIII.6 - Os membros do CEP deverão se isentar de tomada de decisão,
a) descrever as características da população a estudar: tamanho, fai- quando diretamente envolvidos na pesquisa em análise.
xa etária, sexo, cor (classificação do IBGE), estado geral de saúde, classes
e grupos sociais, e outros. Expor as razões para a utilização de grupos VIII.7 - Mandato e escolha dos membros - A composição de cada
vulneráveis; CEP deverá ser definida a critério da instituição, sendo pelo menos metade
dos membros com experiência em pesquisa, eleitos pelos seus pares. A
b) descrever os métodos que afetem diretamente aos participantes da escolha da coordenação de cada Comitê deverá ser feita pelos membros
pesquisa; que compõem o colegiado, durante a primeira reunião de trabalho. Será de
c) identificar as fontes de material de pesquisa, tais como espécimes, três anos a duração do mandato, sendo permitida uma recondução.
registros e dados a serem obtidos de seres humanos. Indicar se esse VIII.8 - Remuneração - Os membros do CEP não poderão ser remune-
material será obtido especificamente para os propósitos da pesquisa ou se rados no desempenho desta tarefa, sendo recomendável, porém, que
será usado para outros fins; sejam dispensados nos horários de trabalho do Comitê das outras obriga-
d) descrever os planos para o recrutamento de indivíduos e os proce- ções nas instituições às quais prestam serviço, podendo receber ressarci-
dimentos a serem seguidos. Fornecer critérios de inclusão e exclusão; mento de despesas efetuadas com transporte, hospedagem e alimentação.
e) apresentar Termo de Consentimento Livre e Esclarecido específico VIII.9 - Arquivo - O CEP deverá manter em arquivo o projeto, o proto-
para a pesquisa, incluindo informações sobre as circunstâncias sob as colo e os relatórios correspondentes, por um período de 5 (cinco) anos
quais o consentimento será obtido, sobre o responsável por obtê-lo e a após o encerramento do estudo, podendo esse arquivamento processar-se
natureza da informação a ser fornecida aos participantes da pesquisa ou em meio digital.
justificativa para não apresentação do mesmo; VIII.10 - Liberdade de trabalho - Os membros dos CEP deverão ter to-
f) descrever qualquer risco, avaliando sua possibilidade e gravidade; tal independência na tomada das decisões no exercício das suas funções,
g) descrever as medidas para proteção ou minimização de qualquer mantendo sob caráter confidencial as informações recebidas. Deste modo,
risco eventual. Quando apropriado, descrever as medidas para assegurar não podem sofrer qualquer tipo de pressão por parte de superiores hierár-
os necessários cuidados à saúde, no caso de danos aos indivíduos. Des- quicos ou pelos interessados em determinada pesquisa, devendo isentar-
crever também os procedimentos para monitoramento da coleta de dados, se de envolvimento financeiro e de submissão a conflito de interesse.
a fim de prover a segurança dos indivíduos, incluindo as medidas de prote- VIII.11 - Atribuições do CEP:
ção à confidencialidade; e a) revisar todos os protocolos de pesquisa envolvendo seres huma-
h) apresentar previsão de ressarcimento de gastos aos participantes nos, inclusive os multicêntricos, cabendo-lhe a responsabilidade primária
da pesquisa. A importância referente não poderá ser de tal monta que pelas decisões sobre a ética da pesquisa a ser desenvolvida na instituição,
possa interferir na autonomia da decisão do indivíduo ou responsável de de modo a garantir e resguardar a integridade e os direitos dos voluntários
participar ou não da pesquisa. participantes nas referidas pesquisas;
VI.4 - qualificação dos pesquisadores: “Curriculum vitae” do pesqui- b) emitir parecer consubstanciado por escrito, no prazo máximo de 30
sador responsável e dos demais participantes. (trinta) dias, identificando com clareza o ensaio, documentos estudados e
VI.5 - termo de compromisso do pesquisador responsável e da insti- data de revisão. A revisão de cada protocolo culminará com seu enqua-
tuição, no sentido de cumprir os termos desta Resolução. dramento em uma das seguintes categorias:
- SISTEMA CEP/CONEP - aprovado;
É composto pela Comissão Nacional da Ética em Pesquisa - CO- - com pendência: quando o Comitê considera necessária a correção
NEP/CNS/MS do Conselho Nacional de Saúde e pelos Comitês de Ética do protocolo apresentado, e solicita revisão específica, modificação ou
em Pesquisa - CEP por ela registrados, compondo um sistema que utiliza informação relevante, que deverá ser atendida em até 60 (sessenta) dias
mecanismos, ferramentas e instrumentos próprios de inter-relação, num pelos pesquisadores; caso a resposta do pesquisador ultrapasse o prazo
trabalho cooperativo a favor dos participantes de pesquisa do Brasil, de estabelecido, o CEP deverá arquivar o protocolo. - retirado: quando solici-
forma descentralizada. tado pelo pesquisador responsável;
- não aprovado; e
- COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA (CEP) - aprovado e encaminhado, com o devido parecer, para apreciação pe-
la Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP/CNS/MS/CNS/MS),
Toda pesquisa envolvendo seres humanos deverá ser submetida à
nos casos de protocolos de áreas temáticas especiais
apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa.

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c) manter a guarda confidencial de todos os dados obtidos na execu- 1.4 pesquisas na área da genética da reprodução humana (reprogené-
ção de sua tarefa e arquivamento do protocolo completo; tica);
d) acompanhar o desenvolvimento dos projetos, por meio de relató- 1.5 pesquisas em genética do comportamento; e
rios semestrais dos pesquisadores e de outras estratégias de monitoramen- 1.6 pesquisas em que esteja prevista a dissociação irreversível dos
to, de acordo com o risco inerente à pesquisa; dados dos participantes de pesquisa.
e) desempenhar papel consultivo e educativo, fomentando a reflexão 2 - Reprodução humana: pesquisas que se ocupam com o funciona-
em torno da ética na pesquisa com seres humanos; mento do aparelho reprodutor, procriação e fatores que afetam a saúde
f) receber dos participantes da pesquisa ou de qualquer outra parte reprodutiva de humanos, sendo que nessas pesquisas serão considerados
denúncias de abusos ou notificação sobre fatos adversos que possam “participantes da pesquisa” todos os que forem afetados pelos procedimen-
alterar o curso normal do estudo, decidindo pela continuidade, modificação tos da mesmas. Caberá análise da CONEP/CNS/MS sempre que o projeto
ou suspensão da pesquisa, devendo, se necessário, solicitar a adequação envolver :
do Termo de Consentimento. Considera-se como anti-ética a pesquisa 2.1 reprodução assistida;
descontinuada sem justificativa aceita pelo CEP que a aprovou;
2.2 manipulação de gametas, pré-embriões, embriões e feto;
g) requerer instauração de sindicância à direção da instituição em ca-
so de denúncias de irregularidades de natureza ética nas pesquisas e, em 2.3 medicina fetal.
havendo comprovação, comunicar à Comissão Nacional de Ética em Pes- 3 - Vacinas novas (Fases I, II e III) ou não registradas no país (ainda
quisa (CONEP/CNS/MS/CNS/MS) e, no que couber, a outras instâncias; e que fase IV), ou quando a pesquisa for referente a seu uso com modalida-
h) manter comunicação regular e permanente com a CO- des, indicações, doses ou vias de administração diferentes daquelas esta-
NEP/CNS/MS/CNS/MS, por meio de sua Secretaria Executiva. belecidas, incluindo seu emprego em combinações;
VIII.12 - Atuação do CEP: 4 - Equipamentos, insumos e dispositivos para a saúde, novos ou
não registrados no país;
a) A revisão ética de toda e qualquer projeto de pesquisa envolvendo
seres humanos não poderá ser dissociada da sua análise científica. Pes- 5 - Novos procedimentos ainda não consagrados na literatura;
quisa que não se faça acompanhar do respectivo protocolo não deve ser 6 - Estudos com populações indígenas;
analisada pelo Comitê. 7 - Projetos que envolvam aspectos de biossegurança: Projetos de
b) Cada CEP deverá elaborar suas normas de funcionamento, con- pesquisa que envolvam organismos geneticamente modificados (OGM),
tendo metodologia de trabalho, a exemplo de: elaboração das atas; plane- células tronco embrionárias e organismos que representam alto risco cole-
jamento anual de suas atividades; periodicidade de reuniões; número tivo, incluindo organismos relacionados a eles, conforme discriminação
mínimo de presentes para início das reuniões; prazos para emissão de adiante, nos âmbitos de: experimentação, construção, cultivo, manipulação,
pareceres; critérios para solicitação de consultas de experts na área em transporte, transferência, importação, exportação, armazenamento, libera-
que se desejam informações técnicas; modelo de tomada de decisão; e ção no meio ambiente e descarte;
outros. 8 - Pesquisas coordenadas no exterior ou com participação estrangeira
VIII.13 - Os aspectos específicos do registro, como concessão, renova- e pesquisas que envolvam remessa de material biológico humano para o
ção ou cancelamento, como também da acreditação de Comitês de Ética exterior. Não cabe análise da CONEP/CNS/MS nos seguintes casos:
em Pesquisa, serão regulamentados por Resolução do Conselho Nacional 8.1 aquelas cuja participação brasileira se restrinja à formação acadê-
de Saúde. mica de pesquisador estrangeiro vinculado a programa de pós-graduação
- COMISSÃO NACIONAL DE ÉTICA EM PESQUISA (CO- nacional e não envolva participação de participantes de pesquisa brasilei-
NEP/CNS/MS/CNS/MS) ros em nenhuma de suas etapas;
IX.1 - A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CO- 8.2 aquelas cujas etapas sejam totalmente realizadas no exterior e que
NEP/CNS/MS/CNS/MS é uma instância colegiada, de natureza consultiva, tenham sido aprovadas por comitê de ética em pesquisa ou órgão equiva-
deliberativa, normativa, educativa, independente, vinculada ao Conselho lente no país de origem
Nacional de Saúde/CNS. 9 - Projetos que, a critério do CEP, sejam julgados merecedores de
IX.2 - Compete à CONEP/CNS/MS o exame dos aspectos éticos da análise pela CONEP/CNS/MS.
pesquisa envolvendo seres humanos, como também a adequação e atua- 10 - Protocolos de constituição e funcionamento de biobancos.
lização das normas atinentes, podendo, para tanto, consultar a sociedade
IX.4 - A revisão de cada protocolo culminará com seu enquadramento
sempre que julgar necessário, cabendo-lhe ainda, dentre outras, as seguin-
em uma das seguintes categorias: - Aprovado;
tes atribuições:
- Aprovado com recomendação ao CEP: quando a CO-
I - estimular a participação popular nas iniciativas de Controle Social
NEP/CNS/MS/CNS/MS delega ao CEP a função de verificar as adequa-
das Pesquisas com Seres Humanos, além da criação de CEP institucionais
ções do protocolo conforme requeridas;
e de outras instâncias, sempre que tal criação possa significar o fortaleci-
mento da proteção de participantes de pesquisa no Brasil; - Com pendência: quando a CONEP/CNS/MS considera necessária
a correção do protocolo apresentado, e solicita revisão específica, modifi-
II - registrar, supervisionar o funcionamento e cancelar o registro, nos
cação ou informação relevante, que deverá ser atendida em até 60 (ses-
casos devidos conforme resolução específica deliberada pelo CNS, dos
senta) dias pelos pesquisadores; caso a resposta do pesquisador ultrapas-
CEP que compõem o Sistema CEP/CONEP/CNS/MS;
se o prazo estabelecido, a CONEP/CNS/MS arquivará o protocolo. A CO-
III - formular diretrizes para o processo de acreditação dos comitês de NEP/CNS/MS terá até 60 dias para analisar as respostas apresentadas e
ética em pesquisa registrados no Sistema CEP/CONEP/CNS/MS, que será emitir parecer final;
objeto de Resolução especifica do CNS.
- Retirado: quando solicitado pelo pesquisador responsável; - Não
IX.3 - Analisar, no prazo de 60 dias, e monitorar direta ou indiretamen- aprovado.
te, os protocolos de pesquisa nas seguintes áreas temáticas especiais:
IX.5 - Das decisões de não aprovação caberá um recurso à CO-
1 - Genética humana sempre que o projeto envolver: NEP/CNS/MS, sempre que algum fato novo for apresentado para funda-
1.1 envio para o exterior de material genético ou qualquer material bio- mentar a necessidade de uma reanálise, num prazo não superior a 30 dias.
lógico humano para obtenção de material genético; IX.6 - Cabe ao Ministério da Saúde adotar todas as medidas necessá-
1.2 armazenamento de material biológico ou dados genéticos huma- rias para o funcionamento pleno da Comissão e de sua Secretaria Executiva.
nos no exterior e no País, quando de forma conveniada com instituições IX.7 - Os aspectos eleitorais, organizacionais, operacionais e de fun-
estrangeiras ou em instituições comerciais; cionamento da CONEP/CNS/MS serão regulamentados por Resolução do
1.3 alterações da estrutura genética de células humanas para utiliza- Conselho Nacional de Saúde que trate desses assuntos de forma especifi-
ção in vivo; ca.

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- OPERACIONALIZAÇÃO de controlar sua difusão antes da implantação dos modernos sistemas de
X.1 - Todo e qualquer projeto de pesquisa envolvendo seres humanos saneamento, quanto pela inexistência de meios adequados para combater
deverá obedecer às recomendações desta Resolução e dos documentos os microrganismos que as provocam. Esse quadro começou a modificar-se
endossados em seu preâmbulo. A responsabilidade do pesquisador é a partir da descoberta dos antibióticos e de outros agentes quimioterápicos
indelegável, indeclinável e compreende os aspectos éticos e legais. que provocaram imediata redução na ocorrência dessas doenças.
A mais grave das doenças sexualmente transmissíveis até o apareci-
X.2 - Ao pesquisador cabe: mento da AIDS foi a sífilis, causada por uma bactéria do grupo dos espiro-
a) apresentar o protocolo devidamente instruído ao CEP, aguardando quetas, o Treponema pallidum. O contágio ocorre por via direta, pelo conta-
o pronunciamento deste, antes de iniciar a pesquisa; to entre mucosas ou pela epiderme. O tratamento se faz com base na
b) desenvolver o projeto conforme delineado; administração de penicilina e de outros agentes antibióticos.
c) elaborar e apresentar os relatórios parciais e final; Modernamente, entre as doenças sexualmente transmissíveis, só a
d) apresentar dados solicitados pelo CEP, a qualquer momento; AIDS (sigla inglesa de "síndrome da imunodeficiência adquirida") é fatal
e) manter em arquivo, sob sua guarda, por um período de 5 (cinco) mesmo com tratamento. Detectada no final da década de 1970, logo pas-
anos após o término da pesquisa, os seus dados, em arquivo físico ou sou a constituir uma das maiores ameaças à saúde pública. A infecção é
digital. provocada pela contaminação do sangue por fluidos humanos que conte-
nham o retrovírus HIV (sigla inglesa de "vírus da imunodeficiência huma-
f) encaminhar os resultados para publicação, com os devidos crédi- na"). Com a destruição do sistema imunológico, o organismo fica exposto a
tos aos pesquisadores associados e ao pessoal técnico participante do outras infecções, chamadas oportunistas, que acabam por provocar a morte
projeto; do paciente.
g) justificar, perante o CEP, interrupção do projeto ou a não-
publicação dos resultados. Gonorréia. Também chamada blenorragia, a gonorréia é provocada por
X.3 - O Comitê de Ética em Pesquisa institucional deverá estar regis- um gonococo, bactéria de forma arredondada que se instala nas mucosas.
trado junto à CONEP/CNS/MS/MS. A infecção se localiza em diversas glândulas do aparelho genital do homem
e da mulher e costuma afetar as mucosas da uretra, do colo uterino e do
X.4 - Uma vez aprovado o projeto, o CEP passa a ser co-responsável
reto. O tratamento com penicilina e outros antibióticos é extraordinariamen-
no que se refere aos aspectos éticos da pesquisa.
te eficaz para combater a gonorréia. A infecção pode deixar sequelas
X.5 - Consideram-se autorizados para execução, os projetos aprova- graves: esterilidade, tanto no homem, se o epidídimo for atingido, quanto na
dos pelo CEP, exceto os que se enquadrarem nas áreas temáticas especi- mulher, se houver inflamação das trompas, e cegueira no recém-nascido
ais, os quais, após aprovação pelo CEP institucional deverão ser enviados contaminado pela mãe.
à CONEP/CNS/MS/MS, que dará o devido encaminhamento.
X.6 - As agências de fomento à pesquisa e o corpo editorial das revis- Durante muito tempo os especialistas acreditaram que sífilis e gonor-
tas científicas deverão exigir documentação comprobatória de aprovação réia eram a mesma doença. Só no início do século XX foram registrados
do projeto pelo CEP e/ou CONEP/CNS/MS, quando for o caso. progressos significativos na identificação das duas enfermidades, com a
X.7 - Os CEP institucionais deverão encaminhar semestralmente à descoberta dos microrganismos que as causam e o desenvolvimento de
CONEP/CNS/MS/CNS/MS a relação dos projetos de pesquisa analisados, testes de detecção. Entre 1940 e 1950 a erradicação dessas duas enfermi-
aprovados e concluídos, como também dos projetos em andamento e, dades parecia iminente, mas logo depois sua incidência voltou a aumentar.
imediatamente, aqueles suspensos. O recrudescimento foi provocado por diversas causas, entre as quais a
redução das campanhas de prevenção, a crescente resistência dos micror-
X.8 - Ficam revogadas as Resoluções CNS 196/96, 303/2000 e ganismos aos antibióticos e diversos fatores sociais que influenciaram o
404/2008 comportamento sexual.
OBS: AS DEMANDAS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS SERÃO
CONTEMPLADAS EM RESOLUÇÃO COMPLEMENTAR DADA A SUA Cancro mole. Semelhante ao cancro da sífilis primária, o cancro mole,
PARTICULARIDADE. cancróide ou "cavalo" é provocado pela bactéria Haemophilus ducreyi. Ao
lado do granuloma inguinal e do linfogranuloma, é doença de alta incidência
nos trópicos. O período de incubação varia de três a cinco dias, após os
quais surgem feridas muito dolorosas nos órgãos genitais, acompanhadas
12. NOÇÕES SOBRE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍ-
de ínguas nas virilhas. O tratamento, à base de tetraciclinas, deve ser feito
VEIS E INFECÇÃO PELO HIV pelo casal.
O surgimento da AIDS, na década de 1980, renovou o interesse da
Herpes genital. Na primeira manifestação do herpes genital, de quatro
medicina pelas doenças sexualmente transmissíveis, que voltaram a ser
a seis dias após o contágio, surgem nos genitais inúmeras bolhinhas que
uma das principais questões de saúde pública. Tais enfermidades, como a
logo se rompem, formando pequenas feridas dolorosas que desaparecem
sífilis, a gonorréia e o cancro mole, são difundidas de pessoa para pessoa
espontaneamente entre o sétimo e o décimo dia. O vírus, no entanto, aloja-
pelo contato sexual.
se no organismo e provoca o retorno periódico dos sintomas, em geral
Doenças sexualmente transmissíveis são aquelas que se contraem abrandados. As crises podem ser desencadeadas por exposição ao sol,
principalmente por contato sexual. Essas enfermidades eram antes chama- estresse, menstruação e fatores que diminuam a resistência imunológica,
das venéreas, denominação derivada de Vênus, a deusa do amor da mito- como outras doenças e certos medicamentos. A cura do herpes, causado
logia romana. São provocadas pela infecção por diferentes tipos de micror- pelos vírus herpes simples tipos 1 e 2, ainda está sendo pesquisada, mas
ganismos, tais como bactérias (gonorréia, sífilis, linfogranuloma venéreo, existem medicamentos à base de aciclovir que controlam o aparecimento
cancro mole etc.), vírus (herpes genital, AIDS) ou mesmo protozoários dos sintomas.
(tricomoníase).
Outras doenças. Também têm incidência relativamente elevada o linfo-
O contágio das doenças sexualmente transmissíveis se dá também por granuloma venéreo, o granuloma inguinal, a uretrite não-gonocócica e o
outras vias. Algumas, como a sífilis e a AIDS, podem ser transmitidas de condiloma acuminado. O linfogranuloma venéreo -- causado pela Chlamy-
mãe para filho durante a gestação, por uma transfusão de sangue infectado dia trachomatis, agente responsável também por doenças de menor gravi-
ou pelo uso de seringas hipodérmicas não esterilizadas. Em geral, afetam dade, como uretrites -- manifesta-se pelo aumento das glândulas linfáticas
de início os órgãos genitais, os sistemas reprodutor e urinário, a boca, o nas virilhas, que podem supurar. O granuloma inguinal inicia-se como uma
ânus e o reto. Podem, entretanto, com a permanência do microrganismo, pequena ferida, que pode aumentar e tomar grandes áreas, usualmente na
atacar vários órgãos e sistemas. região genital. A uretrite não-gonocócica provoca inflamação da conjuntiva
e da uretra, artrite, lesões cutâneas e oculares. O condiloma acuminado,
Durante séculos, as doenças sexualmente transmissíveis representa-
conhecido popularmente como verruga venérea ou crista-de-galo, é causa-
ram considerável ameaça para a saúde pública, tanto pela impossibilidade

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do por vírus e se caracteriza pelo aparecimento na região genital de peque- Complicações:
nas verrugas róseas ou acinzentadas, moles e úmidas. O tratamento é local - arritmias cardíacas.
com ácido tricloroacético. - choque toxinfeccioso.
- parada cardíaca.
Infecções frequentes mas sem gravidade são a tricomoníase, causada
pelo Trichomonas vaginalis, um protozoário flagelado, e a candidíase, Edema Agudo de Pulmão
provocada pela Candida albicans, agente infeccioso que produz sintomas Se refere a presença de excesso de fluido no pulmão, quer nos espa-
como irritação, prurido e leucorréia. ços intersticiais ,quer nos alvéolos. Costuma acompanhar na insuficiência
ventricular esquerda aguda.
Prevenção. Não existe vacina contra as doenças sexualmente trans-
missíveis, de modo que a prevenção consiste basicamente em evitar o Obs.: o edema agudo do pulmão constitui uma verdadeira emergência
contágio. Muitas vezes, a pessoa infectada por vírus ou bactérias causado- médica e enfermagem, pois representa uma afecção com risco de vida.
res dessas doenças não apresenta sintomas e pode contaminar parceiros
sexuais sem mesmo saber que está doente. Assim, as principais medidas Causas:
preventivas consistem em evitar práticas sexuais promíscuas, mesmo com - doenças cardíacas: insuficiência ventricular esquerda aguda, infarto
parceiros aparentemente limpos e saudáveis, e usar preservativos correta- do miocárdio, estenose aórtica, doença grave da válvula mitral, hi-
mente. A mulher só deve engravidar e amamentar depois de comprovar sua pertensão, insuficiência cardíaca congestiva.
condição de não-infectada, para não contaminar o bebê. O doador de - sobrecarga circulatória: transfusões e infusões.
sangue deve ter resultados negativos para sífilis e AIDS, além da hepatite. - hipersensibilidade medicamentosa: alergia e envenenamento.
Recomenda-se o emprego exclusivo de seringas e agulhas descartáveis e, - lesões pulmonares: inalação e fumaça, choque do pulmão, embolia
no caso de médicos e enfermeiros que cuidam de portadores de sífilis e ou infarto pulmonar.
AIDS, o uso de luvas para manipular sangue e demais secreções do paci- - lesões do sistema nervoso central: apoplexia, traumatismo encefá-
ente.©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. lico.
- infecções e febre.

Quadro clínico:
13. PROBLEMAS CLÍNICOS PREVALENTES NA ATENÇÃO
- tosse e agitação durante o sono ( sintomas premonitórios).
PRIMÁRIA: NOÇÕES DE TUBERCULOSE, HANSENÍASE, DEN- - dispnéia grave e ortopnéia.
GUE, HIPERTENSÃO E DIABETES MELLITUS, DIARRÉIA E - tosse com quantidade variável de saliva e espumosa, branca ou ró-
DESIDRATAÇÃO sea.
- grande ansiedade e pânico.
PNEUMONIA - respiração ruidosa- sibilos respiratórios, expiatórios e estertores bo-
É um processo inflamatório agudo do parênquima pulmonar causado lhosos.
por bactéria, vírus, fungos ou gordura. - cianose com sudorese intensa.
- veias do pescoço distendidas.
As bactérias nos primários são causados pelo pneumococo. - taquicardia.
- confusão mental.
BRONCO PNEUMONIA - hipertensão arterial.
É quando o processo pneumônico esta distribuído de maneira difusa
tendo se originado nos brônquios e estendido para o parênquima adjacente. Tratamento e cuidados de enfermagem
Objetivos: Melhorar a oxigenação e a ventilação, reduzir a congestão
Causas: indivíduo debilitado, alcoólatras, desnutrição, exposição ao pulmonar.
frio, pacientes acamados por longo tempo, aspiração de alimentos, TCE, - medicações ansiolíticas e diazepan, diempax.
infecção anterior (faringite, laringite, amidalite). - coloque o paciente em posição sentada, cabeça e ombros levanta-
dos, pés e pernas para baixo, para favorecer a retenção do sangue
Quadro clínico: nas porções declives do corpo pelas forças gravitacionais, para di-
- tosse, expectoração sanguinolenta (mucóide-mucopurulenta). minuir retorno venoso.
- dispnéia-cianose. - se o edema pulmonar for causado por acidente cerebral, ou se
- taquicardia. ocorrer na vigência de insuficiência pulmonar crônica ou choque
- febre (hipertermia),(38.5-40-41°c. cardiogênico, estará contra indicado o uso de morfina.
- cefaléia,anorexia, mialgia, calafrios. - fique atento para o aparecimento de depressão respiratória intensa.
- ausculta (estertores crepitantes e bolhosos) - forneça oxigênio em altas concentrações, para aliviar a hipoxia e a
- desconforto sob esternal. dispnéia, conforme prescrição médica.
- prostração. - ficar atento para queda de pressão arterial.
- ficar atento para sinais de obstrução urinaria nos pacientes com hi-
Diagnóstico: pertrofia prostática.
- cultura de secreções (hemocultura, antibiograma) e exame radioló- - controle de gasometria.
gico (tórax). - suporte psicológico.
- anamnese. - anotar tudo na papeleta do paciente.
- exame físico
DPOC
Tratamento e cuidados de enfermagem:
- fluidificar e facilitar a mobilização de secreções através de inalação. Asma Brônquica: apresenta uma hiper-reatividade das vias aéreas a
- nebulização contínua. diversos agentes.
- hidratação.
- administração parenteral,soluções cristalóides ou colóides. Fatores desencadeantes:
- dietoterapia-líquidos, leves, hipercalóricas e hiperproteicas. - inalação de alérgenos - pó domiciliar (ácaro).
- repouso no leito. - exercícios físicos.
- antibiótico terapia, analgésicos. - infecção por vírus ou bactérias.
- mudanças de decúbito. - emoção.
- exercícios respiratórios. - aspirina.
- quadro de agitação psicomotora. - tabagismo.

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- ar frio, poluição, perfumes. - inalação, nebulização.
- alergentes. - corticosteróide.
- oxigênio.
Sintomas: - evitar umidade, frio.
- dispnéia, cianose, chiado, fadiga, hipoxia, edema, perda de peso, - evitar ambiente poluído - tabagismo.
fraqueza.
ICC- INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA:
Tratamento e cuidados de enfermagem: É a incapacidade do coração em bombear a quantidade necessária de
- apoio psicológico (administrar broncodilatadores, expectorantes, sangue oxigenado para suprir a necessidade do corpo.
iodeto de potássio, corticosteróide comprimido, prednisona via oral
ou injetável, cortisona (hidrocortisona), ação rápida tudo quando for Causas:
prescrito pelo médico) Causado pela estenose e o estreitamento da aorta lado esquerdo.
- inalação.
- decúbito posição de fowler. Quadro clínico:
- sinais vitais. - dispnéia aos esforços.
- observar respiração frequentemente. - tosse seca improdutiva e geralmente acorre á noite.
- ambiente arejado, limpo e calmo. - fadiga.
- acompanhar e anotar aceitação alimentar. - insônia.
- higiene bucal e corporal. - taquicardia.
- afastar produtos químico (alérgenos). - inquietação, agitação.
- edema de tornozelo.
ENFISEMA PULMONAR - distensão das veias do pescoço.
Aumento dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, acompa- - anorexia e náuseas.
nhados de destruição. - nictúria.
- fraqueza.
Causas:
- tabagismo, infecções das vias aéreas, poluição atmosférica, gené- Tratamento de enfermagem:
tica. - objetivo diminuir a carga cardíaca e melhorar desconforto.
- manter repouso relativo ou absoluto conforme estado geral do pa-
Sintomas: ciente.
- tosse, expectoração, hipoxia, dispnéia, anóxia. - repouso em posição semi- elevado.
- dificuldade de deambular. - administrar O2 na fase aguda.
- controlar sinais vitais, constantemente.
Tratamento e cuidados de enfermagem: - observar aparecimento de cianose e notificar enfermeira e médico.
- broncodilatadores (aminofilina, efedrina). - dieta pobre em sódio.
- fluidificantes- xaropes, iodeto de potássio. - proporcionar sono tranquilo.
- antibioticoterapia (penicilina, ampicilina, tetraciclina). - orientar o paciente para alimentar-se com calma e lentamente.
- oxigenoterapia. - pesar diariamente.
- inalação. - fazer controle hídrico diariamente.
- sedativos. - administra medicação prescrita, observar complicações ao adminis-
- corticosteróide. trar digitálicos.
- sinais vitais.
- higiene bucal e corporal. FLEBITES OU TROMBOFLEBITE
- anotar aceitação alimentar. Flebite: é uma inflamação das paredes de uma veia.
- auxiliá-lo, se necessário na deambulação.
- ambiente calmo e arejado. Tromboflebite: é uma infecção na qual se forma um coágulo numa
- orientar a expelir secreções, anotar na papeleta aspecto das secre- veia, em consequência de flebite ou devido á obstrução parcial da veia.
ções e qualquer alteração do quadro.
- medicar conforme prescrição médica. Causas:
- ficar sentado muito tempo.
Bronquite - traumatismo da veia: pode ser trauma direto com injeção EV, cate-
É uma síndrome clínica caracterizada por tosse crônica com expecto- teres de demora.
ração, mucosa ou mucopurolento. - prolongamento de uma infecção dos tecidos que cercam o vaso.
- pressão contínua de um tumor.
Sinais e sintomas: - atividade excessiva numa pessoa normalmente sedentária.
- tosse seca, mais tarde produtiva, irritativa, desconforto retroester- - hipercoagulabilidade.
nal.
- roncos e sibilos difusos. Tratamento e cuidados de enfermagem
- escarros (mucosas e mucopurolento) Derrame Pleural
- cianose, dispnéia, febre e calafrios são raros. É uma coleção de líquido no espaço pleural. Pode ser por um líquido
- anorexia. claro ou por sangue.
Aparece como consequência de uma doença primaria e nunca por si
Fatores desencadeantes: só. Exemplo pode ser uma complicação de tuberculose, pneumonia, tumo-
- produtos químicos. res neoplásicos.
- forma de poluição atmosférica as infecções etc..
- alimentos - ex: crustáceos. Manifestações clínicas
Habitualmente os sintomas são aqueles causados pela doença primá-
Tratamento e cuidados de enfermagem: ria.
- apoio psicológico. Uma grande quantidade de derrame pleural causará falta de ar e dor
- expectorantes. no local.
- antibióticos. A confirmação da presença do líquido é obtida por radiografia ultra-
- broncodilatadores. som, exame físico e toracosentese. Esta ultima é feita pulsionando-se o

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espaço pleural para remover o líquido, colher uma amostra para análise e 2ª diurética (+ ou – 30 dias)
aliviar os sintomas. 3ª recuperação (2 a 3 meses para recuperação total).
Crônica
Quando a quantidade de líquido é muito grande, instala-se o dreno de Oligúria ou anúria
tórax. Edema generalizado
Exames laboratoriais alterados
Cuidados com o dreno: Trocar o frasco a cada 24 horas da seguinte Na+ K+ Ur creat.
maneira: Confusão mental
1. pinçar o dreno 15 cm acima da inserção no frasco. Crises epiléticas
2. o frasco a ser colocado deve ser estéril, graduado em ml e compos- Ressecamento da pele e mucosas
to por um selo de água de maneira que o tubo extensor de vidro fi- Sonolência e prostração constantes.
que submerso. Tratamento diálise (sanguínea hemodiálise) peritonial.
3. deve estar identificado com data e horário da troca.
4. conectar a extensão de látex no vidro. TRANSPLANTE RENAL
5. despinçar o dreno.
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA É a perda súbita e quase total da função do rim.
É quando o coração é incapaz de bombear uma quantidade suficiente
de sangue para satisfazer as necessidades de oxigênio e nutrientes dos Ocorre quando os rins são incapazes de remover as substancias tóxi-
tecidos, existem dois tipos: cas do organismo e estas se acumulam no sangue.
1. Choque cardiogênico: O volume de sangue total do organismo é
diminuído, exemplo hemorragias graves,desidratação grave, o que A I.R.A. manifesta-se por:
caracteriza o choque, o aumento da frequência cardíaca e a queda - Oligúria
da pressão arterial. - Exames laboratoriais alterados
2. Insuficiência cardíaca congestiva: Caracteriza-se por uma diferen- - Ressecamento da pele
ça entre o volume que chega ao átrio direito (vindo do organismo) e - Edema generalizado.
o que o coração consegue bombear de volta ao organismo.
Possui um prognostico bom, ou seja, é reversível quando submetida a
Há portanto, uma falência do músculo cardíaco no sentido de bombear tratamento médico.
o sangue para o organismo.
Podemos distinguir três fases da doença.
Causas: arteriosclerose coronária, hipertensão arterial, doença muscu- • 1ª fase oligurica é quando o paciente apresenta a oligúria e todos
lar degenerativa. os demais sintomas da doença. Esta fase perdura de três á dez di-
as. É tratada com diuréticos e dietoterapia adequada.
Manifestações clínicas • 2ª fase diurética é quando o organismo começa a reagir ao trata-
- Tonteira mento e o paciente urina cerca de 2.500ml nesta fase, perdura-se
- Confusão mental um mês.
- Fadiga • 3ª fase de recuperação é quando o paciente já esta quase total-
- Intolerância ao exercício físico e ao calor mente recuperado e retoma suas atividades normais, assim como a
- Extremidades frias alimentação perdura-se de trinta á sessenta dias.
- Oligúria
Refluxo de urina da uretra para a bexiga, refluxo de urina da bexiga pa-
Metas da enfermagem com relação ao paciente ra os ureteres e destes para os rins, contaminação fecal do meato uretral.
Promover o repouso físico e emocional.
Insuficiência renal crônica
Posicionamento: É uma deterioração progressiva e lenta na função renal, embora os sin-
- A cabeceira do leito deve permanecer elevada e os pés reclinados tomas propriamente ditos ocorram subitamente.
para baixo.
- Aliviar a ansiedade noturna. A principio os sintomas seriam muito semelhantes ao da insuficiência
- Evitar estresse. renal aguda, mas com o passar do tempo o paciente apresenta neuropatias
resultando em: crise convulsiva, sonolência e prostração.
Oxigenoterapia
Orientação do paciente O prognostico é ruim, visto que em geral a doença não tem retorno. Es-
Visa impedir a progressão da doença. te paciente devera usar de medicamentos diuréticos e fazer dietoterapia
constantemente,assim como a realização de diálise que pode ser feita de
Depois que sua insuficiência congestiva esta sob controle, o paciente é duas maneiras, peritonial e hemodiálise.
incentivado a reassumir as atividades que estava acostumado antes de sua
enfermidade, principalmente seu trabalho. Uma outra opção seria o transplante renal.

No entanto, geralmente é preciso diminuir algumas atividades que lhe Infecções do trato urinário
possam fazer mal;exemplo exercícios físicos, estresse. São uns grupos de infecção causadas pela presença de micro orga-
nismos no trato urinários, com ou sem sintomas.
Insuficiência renal
A infecção pode predominar na bexiga (cistite), na uretra (uretrite), na
Aguda próstata ou no rim.
Oligúria (/ 500 ml dia).
Uréia/creatinina/Na + K+ O trato urinário normal é estéril exceto próximo ao orifício uretral.
Edema
Ressecamento da pele GASTRITE
Prognostico bom É a inflamação do estomago, decorrente de vários fatores:
3 fases 1ª oligúria (3 a 10 dias) Má alimentação, falta de alimentação, abuso do álcool e do fumo, uso
Tratamentos diuréticos, dietoterapia de medicamentos, stress.

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É um processo agudo que provoca queimação (Ásia), náusea,falta de hemorragia cerebral. O rompimento de um aneurisma produz uma cefaléia
apetite ou pode ser assintomática o tratamento é feito à base de antiácidos intensa e de aparecimento rápido, frequentemente de perda de consciência
e alimentação adequada. por um período variável de tempo, pode haver:
- Dor
Ulcera péptica - Rigidez da nuca e da coluna
É uma escavação formada na parede do estomago, duodeno ou esôfa- - Visão dupla
go, provocando dores, desconforto e às vezes sangramento. - Cegueira
- Zumbidos
Ocorrem devido à má alimentação, tipo sanguíneo e stress emocional. - Tonturas
- Paralisação de meio corpo.
O tratamento é feito com antiácidos, alimentação adequada e às vezes
cirúrgica. Se a hemorragia for muito intensa pode causar a morte. Este tipo de
acidente vascular cerebral é mais frequente na idade de 30 á 40 anos.
Constipação
É a diminuição do número de evacuações, podendo ocasionar descon- Doença de Parkinson
forto abdominal e até obstrução intestinal pode ocorrer devido á má alimen- É uma alteração neurológica que afeta o controle dos movimentos é
tação ou pode ser secundário a outras doenças intestinais. caracterizada por lentidão de movimentos, tremores e rigidez muscular.

Diarréia As principais manifestações da doença são movimentos prejudicados,


É o aumento súbito do número de evacuações, com perda da consis- rigidez muscular, tremor, fraqueza e ausência de reflexo.
tência das fezes, pode ocorrer devido à ingestão de alimentos irritantes,
medicamentos, ou pode ser secundária a outra doença intestinal. Na diar- Distrofia muscular degenerativa
réia não á perda de muco e sangue e o quadro persistem por pouco tempo. É uma doença crônica caracterizada por um enfraquecimento progres-
sivo, atrofia dos músculos esqueléticos ou voluntários.
Desinteira
É um quadro semelhante à diarréia, mas que é acompanhado de elimi- A doença é progressiva e o paciente geralmente chega ao óbito devido
nação de muco e sangue. á parada respiratória.

Ocorre devido a processos infecciosos e persiste por vários dias. Crise convulsiva
É um episodio de atividade motora ou psíquica anormal que é conse-
Diabete mellitus quência de uma descarga excessiva proveniente nos neurônios celebrais.
É uma patologia crônica, incurável e pode ser de dois tipos.
Pode ser causada, falta de oxigenação, traumatismo de crânio, hiper-
Ambas ocorrem em qualquer idade, independente do tipo, e é devido a tensão, infecção do sistema nervoso, insuficientes renal, tremores cere-
uma perda de função do pâncreas. brais, febre muito alta.

Este órgão, que é responsável pela produção de insulina para de funci- Durante a crise o paciente corre risco de ter falta de oxigenação no cé-
onar, deixando que o sangue atinja nível de glicose alto. rebro, vômitos e aspiração pulmonar.

Diabete tipo 1 juvenil Epilepsia


É a mais grave, podendo ocorrer em qualquer idade. É uma doença caracterizada por crises convulsivas frequentes.

O paciente desde o inicio tem o sangue com níveis altíssimos de glico- Traumatismo craneocefálico T.C.E
se e precisa ser submetido ao uso de insulina subcutânea e fazer uma Os traumatismos de crânio englobam os ferimentos do couro cabeludo
dietoterapia rigorosa. do crânio e o da massa cerebral, ocorre frequentemente nos acidentes de
trânsito.
Diabete tipo 2 ou adulto
É um tipo menos grave da doença, os pacientes em geral não necessi- Pode haver somente corte do couro cabeludo como também pode
tam do uso de insulina,mas somente de uma dieta adequada que impeça a ocorrer fraturas dos ossos cranianos, como comprometimento da massa
glicose de subir a níveis altos no sangue. encefálica.
- Hiperglicemia: é quando a taxa de glicose no sangue esta alta;
- Hiperglicemia: é quando a taxa de glicose no sangue esta baixa. Quando se atende o t.c.e. deitar o paciente em uma mesa dura ou ma-
ca deixando o corpo alinhado e imóvel.
Cefaléia
É uma dor que se instala na região cefálica e que pode ser causada Traumatismo raquimedular
por vários fatores: É uma lesão da medula espinhal que pode ocorrer em qualquer ponto e
- Stress dependendo deste, causa muito ou pouca sequela. Os sintomas são:
- Fome - Perda sensorial total
- Nervosismo - Paralisia motora abaixo do nível da lesão
- Ou ser consequências de doenças primárias - Perda do controle vesical e intestinal

A dor se instala na região frontal, temporal e posterior do encéfalo, as- DERRAME


sim como pode também comprometer toda a região. Na maioria das vezes É a perda súbita da função cerebral. Costuma ser provocado por al-
é curada por si só, pois é essencialmente consequente de outros fatores. guns destes quatro motivos.

Aneurisma Trombose: o coágulo de sangue dentro de um vaso sanguíneo do cé-


É uma doença congênita ou adquirida através dos anos, caracteriza-se rebro ou do pescoço.
com um defeito na parede de um vaso cerebral provocando um enfraque-
cimento local. Pode haver um ou mais aneurismas na mesma região. Embolia cerebral: um coágulo de sangue, ou outro material transporta-
do vindo de outra parte do corpo.
Os sintomas são produzidos quando o aneurisma aumenta e comprime
os nervos cranianos ou quando o aneurisma se rompe causando uma Diminuição do fluxo: sanguíneo em uma região do cérebro.

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HEMORRAGIA CEREBRAL Avaliação dos resultados: por em prática o que foi conseguido e o que
- Fatores de risco não foi, discutindo novas formas de abordagem dos problemas não selecio-
- Idade avançada nados.
- Hipertensão
- Doença cardíaca DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
- Diabete Descrição dos procedimentos:
1. técnica de isolamento
Manifestação clínica 2. técnica de lavagem das mãos na unidade de isolamento.
O derrame pode produzir muitas deficiências neurológicas como: 3. técnica de vestir avental para entrar no quarto de isolamento.
- Perda dos movimentos 4. técnica de transporte do paciente acamado em quarto isolado.
- Perda da comunicação 5. técnica para recolher o lixo de dentro do quarto isolado.
- Deterioração da atividade mental 6. técnica para recolher roupa suja de dentro do quarto isolado.
7. técnica para retirar a mascara ao sair do quarto isolado.
Problemas especiais dos pacientes neurológicos 8. técnica para retirar o gorro ao sair do quarto isolado.
1 - Cuidados com a pele para prevenção de escaras, realização de 9. técnica para retirada do propés.
mudança de decúbito, massagem de conforto. 10. técnica para sair do quarto.
2 - Necessidades nutricionais se houver distúrbio de deglutição é con-
veniente alimentação por sonda. SALMONELOSE
3 - Higiene oral, quando o paciente respira frequentemente pela boca Definição: salmonelose é uma forma de intoxicação alimentar que é
as estruturas bucais tendem ressecar, por isso os lábios a língua e causada de ingestão de alimentos contaminados pelo agente infeccioso.
as gengivas devem ser lubrificadas frequentemente.
4 - Cuidados com eliminação, muitos pacientes apresentam inconti- Modo de transmissão
nência urinaria e fecal, necessitando de cuidados higiênicos mais Direto: ingestão de alimentos contaminados com fezes (água, carne de
intensos. galinha, porco, vaca e leite).
5 - Consideração psicológicas, o paciente pode desenvolver altos ní-
veis de stress e pode haver agressão da auto estima sendo neces- Indireto: pessoas com mãos contaminadas que contaminam os alimen-
sário apoio psicológico. tos.

O paciente inconsciente Sintomatologia: possui três síndromes


Inconsciência é uma condição na qual existe depressão da função ce- 1. febre entérica: o quadro clinico se caracteriza por diarréia e febre.
rebral variando desde o torpor. 2. Gastrenterite: quadro clinico se caracteriza por febre, cefaléia, cóli-
cas abdominais, náuseas, vômitos, diarréia e desidratação.
No torpor o paciente apresenta aborrecimento quando estimulado por 3. septicemia: o quadro clínico se caracteriza com febre alta, calafrios,
sensação dolorosa ou auditiva. dores abdominais, desinteira, pneumonia, artrite e meningite.

No caso do coma profundo o paciente não responde a qualquer reflexo Profilaxia: cozinhar os alimentos, refrigerar os alimentos preparados,
é ausente. isolamento do doente e remoção adequada de fezes humanas.

Processo de enfermagem MENINGITE MENINGOCÓCICA


- Avaliação Sintomatologia: febre alta, náuseas e vômitos em jato, cefaléia inten-
- Entrevista sa, irritabilidade, confusão, delírio, convulsões e até o coma, rigidez de
- História de vida nuca, ombros e costas.
- Nascimento
- Infância Durante o curso da doença podem aparecer problemas motores, hemi-
- Doenças da infância plegias, surdez e paralisia do globo ocular.
- Adolescência
- Vida adulta Profilaxia: isolamento total do paciente, vacinação, controle dos co-
- Acidentes pessoais municantes.
- Cirurgia
DIFTERIA
História familiar Atinge de preferência populações de hábitos higiênicos precários e na
- Pai faixa etária até dez anos de idade.
- Mãe
- Irmãos Provoca grande mortalidade, incidem mais nos meses frio do ano.
- Parentes próximos
- Problemas de saúde Transmissão: efetua-se geralmente por contato direto com o doente
através de gotículas de saliva, o contato indireto ocorre por meio de alimen-
História da doença atual tos contaminados.
- Inicio
- Desenvolvimento Sintomatologia: dor localizada, febre moderada, prostração.
- Tratamentos já realizados
A infecção se localiza nas mucosas do nariz ou faringe e o local apre-
Exame físico senta placas brancas acinzentadas.
- Diagnostico de problemas do paciente (físico e psicológico)
- Planejamento Profilaxia: como a difteria é uma doença transmitida pelas vias respira-
- Planejar ações com objetivo de minimizar os problemas diagnosti- tórias e secreções o paciente deve permanecer em isolamento total respira-
cados tório por 14 dias.
Os comunicantes crianças devem permanecer em quarentena por 10
Estacionamento de metas: O porquê de cada passo, planejamento. dias a partir do contato.

Implementação: Por em pratica as ações pré estabelecidas durante o Vacinação: são aplicadas três doses com intervalo de dois meses en-
planejamento. tre cada uma.

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1ª Dose 2 meses tração de medicamentos que diminuem os níveis de glicose (hipoglicêmi-
2ª Dose 4 meses cos). As quantidades de insulina, se forem muito elevadas, podem levar ao
3ª Dose 6 meses chamado coma hipoglicêmico, oposto ao diabético, caso em que se deve
1ª reforço aos 18 meses administrar glicose ao paciente.

LEPTOSPIROSE Diabetes insípido. Outro tipo de diabetes, menos frequente, é o insípi-


Definição: é uma doença infecciosa aguda que acomete o ser humano do. Deve-se a carências na síntese do chamado hormônio antidiurético,
principalmente na época das chuvas e também caracterizado como profis- ADH ou vasopressina, ou a um bloqueio de sua ação. Essa substância,
sional, pois é frequente em trabalhadores de esgotos, charques e arrozais. secretada pela hipófise posterior ou neuro-hipófise, atua no túbulo renal e
Modo de transmissão: por contato direto ou indireto com ratos e cães tem como principal função a de regular e limitar a eliminação de água pela
contaminados. Esses animais excretam a bactéria da leptospirose na urina urina, dificultando a eventual desidratação do organismo.
e á sobrevivência do microorganismo em águas (rios, lagos e esgotos).
Sintomatologia: início súbito de febre, calafrios, mal-estar, dores no Caso se registre uma disfunção ou destruição dos núcleos hipotalâmi-
corpo. cos -- centros cerebrais onde se sintetiza o ADH -- ou dos condutos através
Na forma mais grave da doença há icterícia e urina colúrica com confu- dos quais passa o ADH, desenvolve-se o diabetes insípido classificado
são mental. como supra-óptico hipofisário. Se a produção do hormônio se revela normal
Profilaxia: Extermínio de ratos, limpeza e eliminação de locais alaga- mas os túbulos renais não respondem à ação da vasopressina, produz-se o
dos, uso de luvas e botas em trabalhadores desses locais. diabetes insípido nefrogênico. Em qualquer dos dois casos registra-se
abundante poliúria, em que o paciente chega a eliminar até 15 litros de
Diabetes urina por dia, enquanto os níveis normais não ultrapassam os dois litros
No século I da era cristã, o médico grego Areteu da Capadócia usou a diários. Ao mesmo tempo, os pacientes sofrem intensa sensação de sede e
palavra diabetes para designar um estado fisiológico de sede intensa, em há risco de desidratação.
que o volume de água ingerido para mitigá-la é eliminado totalmente e em
pouco tempo. Diversamente do que ocorre no diabetes melito, nesse processo não se
verifica excesso de glicose no sangue nem na urina, daí o nome insípido. O
Diabetes é o nome dado à doença que impede o organismo de assimi- tratamento compreende medidas como a administração de hormônios de
lar suficientemente a glicose fornecida pela nutrição: desse modo, os níveis composição afim à da vasopressina (eficaz somente na modalidade supra-
do açúcar no sangue se elevam acima dos limites fisiológicos normais, com óptica), a redução da carga renal e a ingestão de fármacos diuréticos.
a consequente manifestação de sintomas mais ou menos graves. Moder- ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
namente, diferenciam-se dois tipos de diabetes fundamentais: o melito,
também chamado diabetes sacarino, e o insípido, ao lado de algumas Hipertensão arterial
variedades secundárias. Isolada ou em associação com outras doenças, como o tabagismo e o
diabetes, a hipertensão é um importante fator causal evitável das doenças
Diabetes melito. Na doença chamada diabetes melito registra-se uma cardiovasculares, como insuficiência coronariana, infarto do miocárdio e
grave alteração do metabolismo dos hidratos de carbono (açúcares), em insuficiência cardíaca; das doenças cerebrovasculares, como isquemia,
consequência da produção e secreção insuficientes de insulina. Descoberta infarto e hemorragia cerebral; da doença hipertensiva renal, da dissecção
em 1921 pelos pesquisadores canadenses Frederick G. Banting e Charles da aorta e das complicações ateroscleróticas.
H. Best, a insulina, hormônio que se encarrega de reduzir os níveis anor-
mais de glicose no sangue, é sintetizada na ilhota de Langerhans, situada
no pâncreas.

A causa da falência na produção ou no modo de atuação desse hor-


mônio não é conhecida, mas estão demonstradas implicações de caráter
genético-hereditário. Também influenciam o desenvolvimento desse pro-
cesso patológico o exercício físico e a qualidade da alimentação.

O primeiro sintoma que aparece na fase aguda do diabetes melito é o


excesso de glicose no sangue (hiperglicemia), acompanhado quase sempre
do excesso de glicose na urina (glicosúria) e da eliminação de grandes Hipertensão arterial é a condição em que a força exercida pelo sangue
volumes de urina (poliúria). Também se padece fome e sede intensa, além contra as paredes dos vasos sanguíneos (pressão sanguínea) ultrapassa o
de perda de peso. A sensação de fome vem do aumento da síntese de padrão aceito como normal. Os valores da pressão arterial equivalem à
glicose a partir dos aminoácidos ou das proteínas. Outro sintoma é o apa- pressão exercida por uma coluna de mercúrio durante a sístole (contração
recimento, no sangue e na urina, de corpos cetônicos resultantes do incre- do coração) e durante a diástole (relaxamento do músculo cardíaco). A
mento do catabolismo (degradação metabólica) das gorduras nos tecidos, medida da pressão arterial se faz com um aparelho denominado esfigmo-
especialmente no fígado. manômetro, que toma separadamente a pressão sistólica e a diastólica, ou
com aparelhos automáticos para medição contínua durante 24 horas, úteis
Diferenciam-se dois tipos de diabetes melito: o juvenil e o adulto ou para determinar as variações da pressão no tempo.
tardio, os quais, contudo, não estão rigidamente associados à idade. A
variedade adulta é mais benigna e gradual no início. A juvenil é mais grave A hipertensão se classifica em primária ou essencial, de origem desco-
e apresenta sintomas mais intensos. nhecida, que se verifica em 95% dos casos; e secundária, que resulta de
doença ou perturbação específica. Os fatores que predispõem à hiperten-
Nos casos crônicos, surgem sintomas secundários como a degenera- são primária são de natureza genética (família de hipertensos), ambiental
ção das paredes dos vasos sanguíneos e a cegueira ou retinopatia diabéti- (ingestão exagerada de sal), obesidade, tabagismo etc. A hipertensão
ca. Se o diabetes não for devidamente tratado, a acumulação dos agentes secundária pode ser causada por uso de contraceptivos orais, caso em que
tóxicos originados da alteração do metabolismo dos hidratos de carbono é reversível com a suspensão do medicamento; doenças renais, como
leva ao coma diabético. Para evitar isso, empregam-se tratamentos desti- pielonefrite crônica e rins policísticos; doenças endócrinas, como síndrome
nados a manter nos limites normais o nível de glicose no sangue, o que de Cushing e distúrbios da tireóide e paratireóide; hipertensão da gravidez
impede ou retarda o aparecimento de alterações vasculares e demais etc.
complicações próprias do diabetes.
Tratamento. Para a maior parte dos hipertensos, os mecanismos que
Nos casos agudos, administra-se insulina por via intravenosa, mas no mantêm elevada a pressão sanguínea são ignorados. O tratamento se
diabetes de tipo adulto a doença pode ser controlada mediante a adminis- determina de modo empírico, por tentativa e erro. Distinguem-se no trata-

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mento e abordagem farmacológica e não farmacológica. No primeiro caso, tórax. Diagnostica-se pelos seguintes sintomas: (1) palidez da face, com
a hipertensão é combatida com as seguintes categorias de drogas, adminis- lábios arroxeados ou descorados, se houver hemorragia; (2) pele fria,
tradas isolada ou combinadamente: principalmente nas mãos e nos pés; (3) suores frios e viscosos na face e no
(1) Diuréticos, que diminuem o volume de água no sangue e ajudam a tronco; (4) prostração acentuada e voz fraca; (5) falta de ar, respiração
eliminar sódio, além de reduzir a resistência periférica ao fluxo sanguíneo. rápida e ansiedade; (6) pulso fraco e rápido; (7) sede, sobretudo se houver
(2) Bloqueadores do sistema simpático, que incluem os bloqueadores hemorragia; (8) consciência presente, embora diminuída.
ditos centrais, que atuam no sistema nervoso central, e os betabloqueado-
res, que provocam redução da pressão arterial ao diminuírem o ritmo Para combater o choque, removem-se todas as peças do vestuário que
cardíaco e a saída de sangue do coração. se encontrarem molhadas, para que não se agrave o resfriamento do
(3) Inibidores da enzima de conversão da angiotensina, de ação múlti- enfermo, e cobre-se seu corpo com cobertores ou roupas de que se dispo-
pla e complexa, muito usados por produzirem poucos efeitos colaterais. nha no momento, a fim de aquecê-lo. A vítima pode ingerir chá ou café
(4) Bloqueadores dos canais de cálcio, que atuam causando vasodila- quente se estiver consciente e sem vômitos; ao mesmo tempo, deve-se
tação periférica. tranquilizá-la, prometendo-lhe socorro médico imediato e instando-a a
(5) Vasodilatadores diretos, usados geralmente em associação com ou- permanecer imóvel. Mesmo no caso dos queimados, observa-se um resfri-
tros medicamentos, já que produzem indesejados efeitos colaterais. amento das extremidades do paciente, o que leva à necessidade de cobri-
lo. O aquecimento do doente, no entanto, não deve provocar sudorese.
O tratamento não farmacológico consiste de uma proposta de modifi-
cação de estilo de vida, que idealmente deve ser definitivo. Prescreve-se Hemorragia. A perda sanguínea através de um ferimento ou pelos orifí-
redução de peso, diminuição do consumo de álcool e de sal, abandono do cios naturais, como as narinas, quando ultrapassa 500g no adulto, provoca
tabagismo, aumento da atividade física para os sedentários e redução dos anemia aguda, cujos sintomas se assemelham aos do choque: palidez,
fatores de estresse. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. sede, escurecimento da vista, pulso fraco, descoramento dos lábios, falta
de ar e desmaios. A hemorragia venosa caracteriza-se pelo sangue escuro,
Ferida em jato lento e contínuo. A hemorragia arterial se distingue pelo sangue
Traumatismo produzido por um corte sobre a superfície do corpo. Pode vermelho rutilante, em jato forte e intermitente.
ser superficial, quando afeta apenas a epiderme, ou profunda, quando
provoca hemorragia. Quando a hemorragia é pequena ou venosa, é preferível fazer uma
compressão sobre o ferimento, utilizando um pedaço de gaze, um lenço
O traumatismo produzido por um corte sobre a superfície do corpo de- bem limpo ou um pedaço de algodão. Sobre o curativo passa-se uma gaze
nomina-se ferida. Pode ser superficial, quando afeta apenas a epiderme ou uma tira de pano. Se a hemorragia é abundante ou arterial, improvisa-se
(escoriação ou arranhadura), ou profunda, quando provoca hemorragia às um garrote (tubo de borracha, gravata ou cinto) que será colocado uns
vezes mortal. Sendo o ferimento produzido por um punhal, canivete ou quatro dedos transversos acima do ferimento e apertado até que a hemor-
projétil, os órgãos profundos, como o coração, podem ser atingidos, o que ragia cesse. Caso o socorro médico demore, a cada meia hora afrouxa-se o
pode provocar a morte. As feridas podem ser ainda puntiformes (produzidas garrote por alguns segundos, apertando-o novamente. Na hemorragia pelas
por prego), lineares (navalha) ou irregulares (ferida do couro cabeludo, por narinas, basta comprimir com o dedo, externamente, a asa do nariz.
queda). Um pequeno ferimento nos dedos ou na mão pode acarretar parali-
sia definitiva, pois nessas partes do corpo são muito superficiais os tendões Na hemorragia pós-parto ou pós-aborto, coloca-se a paciente numa
e os nervos. posição de declive, com o quadril e os membros inferiores em nível mais
elevado. Se a localização do ferimento tornar impossível a utilização do
Além disso, as feridas podem contaminar-se facilmente, o que dá lugar garrote, usa-se o método da compressão ao nível da ferida, com a mão ou
a infecções, com febre e formação de íngua. As feridas sujas de terra, com o dedo, em caso de extrema emergência.
fragmentos de roupa etc. estão sujeitas a infecção, inclusive tetânica. Os
ferimentos que se apresentem inoculados de fragmentos de roupa, pedaços Queimadura. Toda lesão produzida pelo calor sobre a superfície do
de madeira etc., podem ser lavados com água fervida se o socorro médico corpo define-se como queimadura. Dependendo do grau de extensão, a
vai tardar. Se o corpo estranho for uma faca ou haste metálica, que se queimadura pode ser localizada ou generalizada; de acordo com a profun-
encontre encravada profundamente, é preferível não retirá-lo, pois poderá didade, classifica-se em queimadura de primeiro, segundo e terceiro graus.
ocorrer hemorragia mortal. Quando o corpo estranho estiver prejudicando a As queimaduras de trinta por cento da superfície corporal, sobretudo do
respiração, como no caso dos traumatismos da boca e nariz, deve-se tronco, e, principalmente, na criança, estão sujeitas ao choque e mesmo à
removê-lo. Os pequenos corpos estranhos (espinhos de roseira, farpas de morte do paciente. Exigem, portanto, tratamento hospitalar, de preferência
madeira) podem servir de veículo para infecções e para o tétano. em serviços especializados.

Ferida venenosa. A lesão produzida por agente vulnerante envenenado Na queimadura de primeiro grau, ou eritema, como a queimadura pro-
(mordedura de cobra, picada de escorpião, flechas), que inocula veneno ou duzida por banhos de sol prolongados, a pele fica vermelha e com ardor.
peçonha nos tecidos, pode acarretar reação inflamatória local ou envene- Na de segundo grau, ou flictena, observa-se formação de bolhas que
namento mortal do indivíduo. O tratamento resume-se em colocar um contêm um líquido gelatinoso e amarelado. Costuma também ser dolorosa
garrote ou torniquete acima da lesão, extrair o veneno por sucção, retirar o e pode infectar-se quando se rompem as bolhas. Na queimadura de tercei-
ferrão no caso de inseto, aplicar soro antivenenoso quando indicado, soltar ro grau, ou escara, verifica-se a mortificação da pele e tecidos subjacentes.
o garrote aos poucos e fazer um curativo local com anti-séptico e gaze A lesão transforma-se aos poucos numa ulceração sangrante e depois em
esterilizada. grande cicatriz.

Esmagamento. Nos desastres que envolvem veículos e nos desmoro- O tratamento local da queimadura grave é menos importante que pre-
namentos pode haver uma lesão grave, que afeta os membros, denomina- venir complicações que podem ser fatais, entre elas o choque e as infec-
da esmagamento. O membro atingido sofre verdadeiro trituramento, com ções generalizadas.
fratura exposta, hemorragia e estado de choque da vítima. O destacamento
acidental ou cirúrgico de um membro denomina-se amputação. Nos peque- Entorse. Decorrente de um movimento brusco e exagerado de uma ar-
nos esmagamentos que afetam apenas dedos e mão, a repercussão sobre ticulação, como o tornozelo, o entorse não deve ser confundido com a
o estado geral é bem menor. O socorro imediato consiste em evitar anemia luxação, em que a extremidade do osso se afasta de seu lugar. É uma
aguda ou choque. Posteriormente, a vítima poderá estar sujeita a infecção, lesão benigna, embora muito dolorosa, que se acompanha de inchação da
especialmente gangrenosa e tetânica. junta e impossibilidade de movimento. A imobilização deve ser o primeiro
socorro, mas pode-se empregar também bolsa de gelo, nas primeiras
Choque. O estado depressivo decorrente de um traumatismo violento, horas.
hemorragia acentuada ou queimadura generalizada denomina-se choque. Luxação. O deslocamento permanente de uma extremidade óssea que
Pode também ocorrer em pequenos ferimentos, como os que penetram o forma articulação denomina-se luxação. Em certos casos, a luxação se

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repete a um simples movimento (luxação reincidente). As luxações mais mente muscular e, como os outros músculos do nosso corpo, ele precisa de
comuns são as da mandíbula e do ombro. O primeiro socorro consiste no um estímulo para funcionar adequadamente. Os estímulos responsáveis
repouso e imobilização da parte afetada. pelo batimento cardíaco são representados por uma espécie de "corrente
elétrica" que é transmitida por todo o coração, através de estruturas que
Fratura. A ruptura súbita e violenta de um osso denomina-se fratura. poderiam ser grosseiramente comparadas a "fios condutores"."
Como causas de fraturas citam-se, principalmente, as quedas e os atrope-
lamentos. As fraturas se localizam principalmente nos seguintes pontos: (1) Introdução
membros superiores e inferiores, tanto mais graves quanto mais próximas Mas de onde vem esse estímulo? Ele nasce em uma estrutura localiza-
do tronco; (2) bacia, em geral grave, acompanhada de choque, com possí- da no próprio coração, chamada nó sinusal (ou marcapasso fisiológico),
veis lesões da bexiga e do reto, com hemorragia interna; (3) crânio, fratura que tem a capacidade de estimular o coração a bater 60 a 100 vezes a
das mais graves por afetar o encéfalo, protegido pela caixa craniana, e cada minuto.
produzir eventualmente lesões cerebrais, responsáveis pelo choque, parali-
sia dos membros, coma e morte do paciente; (4) coluna, fratura que ocorre, Após a geração desse estímulo, ele caminha por células especializa-
em geral, nas quedas, atropelamentos e nos mergulhos em local raso. das e ativa todo o coração, permitindo que ele exerça sua principal função:
A fratura de crânio é frequente nos casos de acidentes automobilísti- a de bombear o sangue para os vários órgãos de nosso corpo. No entanto,
cos. O primeiro socorro deve chegar pelo aparelho respiratório, pois os nem sempre as coisas acontecem assim tão bonitinhas. Em alguns casos,
pacientes podem sucumbir por asfixia. Deve-se pôr de lado a cabeça, por diversos motivos, esse estímulo não é gerado na frequência correta
limpar a boca com o dedo protegido por um lenço e controlar a respiração. (podendo ser para mais ou para menos) ou nasce em locais não habituais.
O choque pode ocorrer. Já no caso de fraturas de coluna, o prognóstico é Esses estímulos anormais também podem ser conduzidos pelo coração,
mais grave se o paciente apresentar paralisia ou dormência dos membros causando ou não sintomas e podendo levar à morte.
inferiores. As fraturas do pescoço (coluna cervical) são quase sempre
fatais. Faz-se necessário um cuidado especial no sentido de não praticar As arritmias cardíacas representam esse grupo de distúrbios do ritmo
manobras que possam agravar a lesão da medula. cardíaco, que inclui um grande número de doenças, algumas bastante
comuns e outras extremamente raras. É importante saber que podem
Irradiação atômica. As explosões atômicas determinam dois tipos de ocorrer em qualquer idade, independente do sexo e da etnia, estando ou
lesões. A primeira, imediata, provocada pela ação calórica desenvolvida, e não associadas a outras doenças do coração.
a segunda, de ação progressiva, determinada pela radioatividade. Nos
pacientes atingidos, o primeiro socorro deve ser o da sua remoção do local, Tipos de arritmia cardíaca
combate ao choque e tratamento das queimaduras quase sempre generali- As arritmias cardíacas podem ser classificadas de diversas formas, de-
zadas. O paciente irradiado não apresenta perigo para os demais, desde pendendo da frequência, mecanismo de formação, local de origem, etc.
que não tenha ingerido substância radioativa ou permanecido com fragmen- Apresentaremos alguns termos mais gerais, comuns no dia-a-dia das
tos de material radioativo no corpo. pessoas.

Mordida de animal. Os indivíduos com ferimentos produzidos por mor- Quanto à frequência, as arritmias podem ser classificadas em:
didas de animais (cão, gato, morcego) devem ser objeto de cuidado espe- • Bradicardia: ocorre quando o coração bate menos de 60 vezes por
cial além do tratamento das feridas: é necessário certificar-se de que o minuto. Em algumas pessoas, pode ser um achado normal, como
animal não é portador de hidrofobia. Como o período de incubação da em atletas. São conhecidos vários tipos de bradicardia, cada um
doença é longo, recomenda-se manter o animal em observação. Em caso com suas características peculiares. Os marcapassos cardíacos
de se confirmar a suspeita, administra-se soro anti-rábico à vítima. ©En- são utilizados no tratamento desse tipo de arritmia.
cyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. • Taquicardia: ocorre quando o coração bate mais de 100 vezes por
minuto. Ocorrem normalmente durante atividade física, estresse
Ataque cardíaco emocional, em presença de anemia e outras doenças. Existem vá-
A maior parte das crises cardíacas começa com dor intensa ou sensa- rios tipos, algumas extremamente graves.
ção de compressão no tórax, especialmente atrás do esterno. A dor pode
propagar-se para o braço esquerdo, ou ambos os braços, queixo e epigás- Quanto ao local de origem, as arritmias classificam-se em:
trio. Outros sintomas que caracterizam o infarto do miocárdio são a sensa- • Atriais: como sabemos, o coração é composto de quatro câmaras
ção de angústia, a dificuldade de respirar, náusea e sudorese. O socorro (ou divisões), dois átrios e dois ventrículos. O estímulo normal para
médico deve ser solicitado de imediato, relatando-se os sintomas para que o batimento cardíaco é gerado no átrio direito. Em algumas arritmi-
a ambulância chegue aparelhada com equipamento de oxigenoterapia, para as, esses estímulos são gerados em excesso ou em menor núme-
o caso de tratar-se de infarto do miocárdio. A vítima deve ser mantida em ro, pela própria estrutura que normalmente os gera; em outras, o
posição confortável, sentada ou recostada, tranquila e absolutamente estímulo surge em algum outro lugar nos átrios, levando à ocorrên-
imóvel. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. cia de arritmias atriais.
• Juncionais: essas arritmias surgem na junção entre os átrios e os
Respiração ventrículos.
É muito importante observar a respiração dos traumatizados, sobretudo • Ventriculares: surgem dentro dos ventrículos, algumas com gran-
quando estão inconscientes. A respiração barulhenta, entrecortada ou de potencial para levar à morte.
imperceptível deve despertar no observador a suspeita de dificuldade
respiratória, com possibilidade de asfixia. Nesses casos, começa-se por Quais são os sintomas?
limpar a boca do paciente de qualquer secreção, sangue ou matéria vomi- Muitas arritmias são completamente assintomáticas, e a grande parte
tada, o que pode ser feito colocando-se entre suas arcadas dentárias um da população apresenta alguns episódios arrítmicos durante o dia e nem se
objeto firme e macio, como uma rolha, para proceder à limpeza. Depois, dá conta disso. A verdade é que existem alguns tipos de arritmias que
vira-se a cabeça para um dos lados, fecha-se a boca do paciente seguran- estão mais associados à ocorrência de sintomas do que outros. E vai
do-lhe a mandíbula e deslocando-lhe a cabeça um pouco para trás, para depender também de vários outros fatores: frequência dos episódios,
facilitar a respiração. frequência cardíaca atingida durante a arritmia, presença de doença cardí-
Em caso de parada respiratória, é necessário iniciar imediatamente a aca prévia, entre outros.
respiração artificial boca-a-boca ou por compressão ritmada na base do O sintoma mais comum é a palpitação (ou "batedeira"), que pode ocor-
tórax, à razão de 16 vezes por minuto. A ventilação do local é muito impor- rer tanto nas bradicardias quanto nas taquicardias. Algumas pessoas são
tante para qualquer paciente vítima de choque, anemia ou asfixia. bastante sensíveis e apresentam grande desconforto na presença desse
sintoma. Outro sintoma comum é a síncope (ou desmaio) caracterizada
ARRITMIA CARDÍACA pela recuperação imediata e espontânea. O indivíduo pode sentir também
"Em condições normais, o nosso coração "bate" em uma frequência falta de ar, mal-estar, e outros sintomas que vão depender da presença ou
que varia de 60 a 100 vezes por minuto. O coração é um órgão eminente- não de outras doenças.

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Algumas vezes, quando a arritmia é mais grave, o paciente pode apre- global da doença cardíaca, indica-se o implante do cardiodesfibrilador. Esse
sentar confusão mental, fraqueza, hipotensão (pressão baixa), dor no peito aparelho é um tipo de marcapasso capaz de identificar a arritmia, quando
(angina), caracterizando uma emergência médica e levando à aplicação de ela acontece, e de aplicar choques diretamente no coração, para tratar a
tratamento imediato para evitar a morte do paciente. arritmia quando necessário.
http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=4825&ReturnCatID=357
Como se faz o diagnóstico?
Na suspeita de alguma arritmia, após a conversa com o paciente e o
exame físico, o qual pode mostra um pulso irregular, os exames comple- TUBERCULOSE
mentares a serem solicitados são os seguintes: Após ter sido considerada sob controle, a tuberculose ressurgiu na dé-
• Eletrocardiograma: primeiro a ser realizado, por ser prático, sim- cada de 1990 como uma das principais doenças infecciosas letais. Em
ples e barato. O médico pode realizá-lo no consultório, durante a alguns países, o aumento dramático do número de casos da doença deveu-
consulta. Porém, esse exame só vai permitir o diagnóstico se for se à disseminação da AIDS. Vinculado a esse fenômeno, o surgimento de
realizado no momento da ocorrência da arritmia, embora existam linhagens de bactérias resistentes aos medicamentos contra elas emprega-
alguns dados encontrados no exame normal que podem sugerir al- dos ameaçava transformar a tuberculose num flagelo semelhante ao que
guns tipos específicos de arritmia. Na emergência (pronto-socorro), varreu o mundo antes da descoberta dos antibióticos.
permite a identificação da arritmia, agilizando a indicação do trata-
mento. Tuberculose é uma doença infecciosa crônica causada por várias es-
• Holter-24 horas: esse exame é a realização de um eletrocardio- pécies de bactérias álcool-ácido-resistentes do gênero Mycobacterium. A
grama durante 24 horas. O paciente fica com os eletrodos durante forma clínica mais frequente da doença é a tuberculose pulmonar, causada
esse tempo, ligados em um aparelhinho que é pendurado em sua pelo M. tuberculosis (bacilo de Koch), mas podem ocorrer lesões cerebrais
cintura. Ele recebe uma ficha onde deve anotar as atividades que (neurotuberculose), osteoarticulares, cutâneas (lúpus) e ganglionares,
realizar, os sintomas que apresentar, colocando seus respectivos produzidas ora pelo bacilo de origem humana, ora pelo bacilo de procedên-
horários. Permite identificar muitas arritmias não visualizadas no cia bovina. O bacilo de Koch é uma bactéria extremamente pequena e
eletrocardiograma normal, bem como relacionar a arritmia aos sin- resistente, em forma de bastonete. Pode viver em condições de aridez por
tomas que o paciente apresenta. meses seguidos e consegue resistir a desinfetantes de ação moderada.
• Ecocardiograma: não tem a finalidade de diagnosticar a arritmia,
mas serve para detectar doenças cardíacas associadas, o que é de Evolução da doença. A contaminação ocorre de duas formas: pela as-
extrema importância para a avaliação do risco do paciente. É como piração de bactérias expelidas pelo doente (via respiratória) ou pela inges-
se fosse uma ultra-sonografia do coração. tão de leite contaminado por M. bovis (via gastrointestinal). Ao tossir, espir-
• Estudo eletrofisiológico: exame muito parecido com o cateteris- rar e falar, o doente expele milhares de gotículas, cada uma das quais
mo, realizado com a inserção de um cateter até chegar ao coração. contém de um a quatro bacilos, capazes de permanecer várias horas em
O médico pode descobrir onde está sendo gerado o estímulo suspensão no ar. Uma pessoa que inale essas gotículas pode ser infecta-
anormal, se existem "fios condutores" anormais, se ele consegue da. Após o contágio, forma-se nos pulmões um foco de infecção de nature-
induzir uma arritmia e se ela responde aos medicamentos. Um de- za exsudativa. Surgem assim, como reação do organismo ao bacilo, as
talhe fundamental: durante esse exame pode ser feito o tratamento lesões microscópicas que dão nome à doença: os tubérculos, formados por
de vários tipos de arritmia. um núcleo de células e tecidos mortos destruídos pelas bactérias e rodea-
dos por células fagocitárias de defesa e por uma zona externa de tecido
Como é feito o tratamento? fibroso.
O tratamento vai depender do tipo específico de arritmia. Em alguns
casos, o uso de medicação antiarrítmica é suficiente, podendo prevenir a A tuberculose pulmonar primária ocorre sobretudo em crianças. A in-
ocorrência de novos episódios arrítmicos. Em outros, porém, há a necessi- fecção não apresenta sintomas e o indivíduo infectado desenvolve imuni-
dade de outras terapias. dade permanente. O foco inflamatório é absorvido, sofre transformação
conjuntiva e calcifica-se. Em alguns casos, entretanto, o bacilo se dissemi-
Existe uma arritmia bastante comum na população, a fibrilação atrial. na rapidamente pelos pulmões, cai na corrente sanguínea e pode alcançar
Ela acomete principalmente indivíduos com doenças cardíacas prévias, qualquer órgão do corpo, especialmente as meninges, onde causa a me-
sendo um fator importante de piora dessas doenças. A importância dessa ningite tuberculosa. Essa doença, a tuberculose miliar, é de evolução rápida
arritmia é o seu potencial para predispor à ocorrência de eventos trom- e altamente letal.
boembólicos, como o acidente vascular encefálico ("derrame cerebral"). Por
isso, esses pacientes fazem uso, além do antiarrítmico, de anticoagulantes Nos adultos, a tuberculose toma forma diferente. Os sinais mais claros
para "ralear" o sangue e diminuir o risco de formar trombos ("coágulos") da doença são fraqueza, perda de peso e tosse persistente. Como esses
dentro do coração. É claro que o tratamento não é assim tão simples, sintomas não regridem, a saúde geral do paciente se deteriora. O avanço
variando dependendo de cada caso. do bacilo nos pulmões é lento. Ao invés de formar um nódulo duro e calcifi-
cado, produz uma massa de aspecto queijoso que rompe os tecidos respi-
As bradiarritmias, quando sintomáticas e perigosas, são tratadas com o ratórios e forma cavidades nos pulmões. A doença ganha os brônquios, e o
implante de um marcapasso. Esse aparelho tem a função de substituir o nó bacilo pode então ser expelido pelo indivíduo. Se algum vaso sanguíneo é
sinusal, gerando impulsos elétricos que são aplicados diretamente no afetado, o doente começa a tossir sangue.
coração e estimulando o batimento cardíaco. Hoje em dia, cada vez mais
marcapassos são implantados, em todo o mundo. As lesões podem atingir uma área pulmonar extensa, o que diminui a
área disponível para a troca de gases na respiração. Se não for tratado, o
Não podemos deixar de comentar sobre a parada cardíaca. Existe mais paciente morre por falha na circulação de ar, toxemia geral e exaustão. Em
de um tipo de arritmia que leva à parada cardíaca, sendo que a mais co- alguns casos, a infecção se estende a outros sistemas orgânicos e pode
mum é a fibrilação ventricular. Essa arritmia é gerada nos ventrículos e faz afetar praticamente todos os órgãos: nodos linfáticos, articulações, ossos,
com que o coração perca a capacidade de bombear sangue. O indivíduo pele, intestinos, órgãos genitais, rins e bexiga.
perde a consciência, para de respirar e morre caso ela não seja revertida
em poucos minutos. Como não há fluxo de sangue nos vasos, o cérebro Diagnóstico. A tuberculose é geralmente diagnosticada pela detecção
não é oxigenado, assim caso a reversão demore a acontecer, após a de bacilos de Koch no exame microscópico da cultura de escarro, urina,
ressuscitação o paciente pode apresentar sequelas irreversíveis. A única lavagens gástricas e do fluido cérebro-espinhal. Uma radiografia do tórax
forma de tratar adequadamente essa arritmia é a aplicação de choques no pode revelar sombras características das lesões produzidas pela doença.
"peito" do pacientes (muito comum assistirmos a esse procedimento em Outro método de diagnóstico é o teste tuberculínico. Injeta-se no antebraço
novelas, filmes). Geralmente, esses pacientes apresentam algum tipo de do paciente uma quantidade mínima de tuberculina, proteína produzida em
doença cardíaca importante. Quando esses pacientes apresentam um meio artificial de cultura no decorrer do crescimento de M. tuberculosis.
episódio de parada cardíaca e são ressuscitados, dependendo do quadro Uma reação local alérgica produzida em até 48 horas revela que o indivíduo

Conhecimentos Específicos 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


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já esteve exposto ao bacilo no passado, mas não está necessariamente notificados no país. No início da década de 1980, considerava-se que o
infectado. controle sanitário da doença estava próximo, e, em virtude disso, os doen-
tes passaram a ser atendidos preferencialmente em postos de saúde.
O teste ajuda o médico a distinguir a tuberculose de outras doenças Internavam-se apenas os pacientes em estado mais grave. Mesmo assim,
pulmonares em que as lesões, vistas na radiografia, lembram as da tuber- registrou-se uma redução de quatro por cento no número de casos de
culose. A abreugrafia, criada pelo brasileiro Manuel Dias de Abreu, é indi- tuberculose.
cada nos censos sanitários de grandes populações, devido ao baixo custo e
à eficiência na descoberta de lesões assintomáticas. O agravamento da situação socioeconômica do país, associada às de-
ficiências do sistema de saúde e ao avanço da AIDS, fez aumentar, porém,
Prevenção e tratamento. A manutenção de boas condições de higiene o número de casos de doentes crônicos de tuberculose. Em 1992, foram
e nutrição da população e o reconhecimento e tratamento precoce dos registrados no país 85.955 novos casos da doença, a maior parte dos quais
doentes infectados são os principais requisitos para a prevenção da tuber- na região Sudeste (41.201) e Nordeste (24.615).
culose. A vacina BCG (bacilo de Calmette-Guérin), composta de bacilos
atenuados, foi empregada em alguns países, com sucesso, no controle da Além disso, a tuberculose passou a ser, no Brasil, a doença oportunista
infecção em crianças, mas se mostrou pouco eficaz na imunização contra a mais comum manifestada por aidéticos, depois da candidíase. Dos mais de
tuberculose pulmonar adulta. A principal forma de prevenção da tuberculo- 43.000 casos de AIDS notificados no país até 1993, 18,4% apresentavam
se é, portanto, evitar a exposição à doença, o que significa tratar os doen- tuberculose. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
tes rapidamente, se possível em isolamento.
Meningite
O tratamento da tuberculose pulmonar consiste na associação de me- Até meados do século XX, praticamente todos os casos de meningite,
dicamentos a boa alimentação e descanso. Diversos antibióticos descober- quando não levavam à morte, deixavam como sequelas a cegueira, o
tos nas décadas de 1940 e 1950 revolucionaram o combate ao bacilo de estrabismo e perturbações nervosas. Com o surgimento dos antibióticos e
Koch. Dessas drogas, as primeiras usadas foram a estreptomicina, a isoni- das sulfas, porém, o prognóstico de cura da doença é de quase cem por
azida e o ácido para-aminossalicílico, todas três capazes de erradicar o cento.
bacilo do organismo humano. Outras drogas eficazes são o etambutol, a
rifampicina, a tiacetazona e a pirazinamida. Para evitar que o bacilo se Meningite é a infecção e inflamação das meninges, membranas que
torne resistente a uma das drogas, usa-se administrar os medicamentos de envolvem e protegem o encéfalo e a medula espinhal, denominadas pia-
forma associada. Mesmo que a infecção seja estancada rapidamente, a máter, aracnóide e dura-máter, pela ação de diversos microrganismos,
cura completa exige tratamento durante vários meses. como bactérias (meningococos, pneumococos ou estreptococos), vírus,
fungos e protozoários.
Declínio e ressurgimento. Até meados do século XX não existia uma te-
rapia eficaz contra a tuberculose. De fato, do século XVIII ao XX, a doença O quadro clínico mais conhecido é o da meningite cérebro-espinhal
foi a principal causa de morte no Ocidente, em todas as faixas etárias. O epidêmica, que afeta sobretudo as crianças e os indivíduos jovens e é
emprego de antibióticos a partir da década de 1950 resultou em índices de provocada pela bactéria Neisseria meningitidis, também conhecida como
cura de até 95%. Até então, a maioria dos pacientes era tratada em sanató- meningococo. As bactérias se multiplicam nas vias nasais e na garganta,
rios especiais. À medida que novos antibióticos foram descobertos, o sem causar dor, caem na corrente sanguínea e se instalam nas meninges,
tratamento da tuberculose deixou de exigir a internação dos doentes. Era com o que provocam febre, dor de cabeça intensa, vômitos e rigidez da
necessário apenas um período de isolamento de duas semanas, após o nuca.
qual estava eliminado o risco de contaminação.
Entre os vários tipos da doença, distinguem-se ainda a meningite tu-
Diante desse avanço, acreditava-se na década de 1970 que a tubercu- berculosa, que afeta a base do encéfalo e determina a paralisia facial e dos
lose estava sob controle em praticamente todo o mundo. Com o passar dos nervos cranianos, além de outras alterações; a meningite de tipo virótico ou
anos, no entanto, algumas cepas de bacilos tornaram-se resistentes às asséptico, menos grave que o bacteriano; a leptomeningite, que atinge a
drogas empregadas contra elas. Essa situação resultou do uso inadequado pia-máter e a aracnóide; e a meningite sifilítica, uma complicação relativa-
dos medicamentos disponíveis, seja pela insuficiência, seja pela irregulari- mente rara da sífilis. O diagnóstico imediato e a rápida aplicação do trata-
dade no emprego. As bactérias super-resistentes tornaram o tratamento mento são fundamentais para evitar sequelas permanentes ou mesmo a
mais difícil, tóxico e caro e ainda prolongaram o período de contágio. morte. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

O tratamento de pacientes infectados por cepas resistentes a dois ou Leptospirose


mais antibióticos passou a exigir a combinação de drogas menos potentes Doença infecciosa do tecido hepático produzida por espiroquetas do
e mais tóxicas por um período prolongado (até dois anos) e, em alguns gênero Leptospira. Caracteriza-se por febre alta, fraqueza, dores muscula-
casos, a remoção cirúrgica da porção doente do pulmão. Segundo cálculos res, vômitos e hemorragia. Transmitida sobretudo pela urina do rato.
divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente
um terço da população mundial estava infectada pelo M. tuberculosis, em LEPTOSPIROSE: UMA DOENÇA ALÉM DA ÉPOCA DAS CHUVAS!
meados da década de 1990, e a cada ano adoeciam entre oito e dez mi- Margareth Elide Genovez
lhões de pessoas, das quais três milhões morriam. Isso significou um Pesquisador Científico
aumento de 13,4% na taxa de mortalidade por cem mil habitantes, em Laboratório de Doenças Bacterianas da Reprodução
comparação com o período 1983-1987. Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Animal

Conexão com a AIDS. A interação entre a AIDS e a tuberculose tornou- A leptospirose é provavelmente uma das zoonoses de maior preocupa-
se, no final do século XX, um grave problema sanitário. A infecção pelo ção em todo mundo. Apresenta vasta distribuição geográfica, tendo sido
HIV, vírus causador da AIDS, compromete a ação das células de defesa evidenciada em mais da metade dos países, sendo particularmente preva-
que combatem o bacilo de Koch, o que transforma a AIDS num dos princi- lente nas Américas. Ocorre de forma endêmica na América Latina e no
pais fatores de risco para o desenvolvimento da tuberculose. Enquanto um Caribe, com impacto na saúde pública e na economia agropecuária.
indivíduo sem AIDS, mas com tuberculose latente, tem uma probabilidade
de dez por cento de desenvolver a tuberculose ativa ao longo de toda a sua Acomete animais domésticos e silvestres e o homem como final da ca-
vida, o infectado pelo HIV tem um risco de dez por cento de contrair tuber- deia epidemiológica. Os animais silvestres, mamíferos (roedores, herbívo-
culose num período de um ano. Nos doentes que já apresentam sintomas ros, insetívoros, carnívoros), aves, répteis e anfíbios são portadores ou
da AIDS, esse risco é ainda maior: ultrapassa trinta por cento. reservatórios de leptospiras para o homem e espécies domésticas.

Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, verificou-se em 1991 O agente causal pertence ao gênero Leptospira que são bactérias espi-
uma inversão na tendência de declínio do número de casos de tuberculose raladas, longas, finas, ponteagudas e ativamente móveis.

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A ocorrência de leptospirose está estreitamente vinculada aos fatores Os cães, como animais de companhia, podem ser responsáveis pela
ambientais, que podem dar lugar a um foco de infecção, cuja amplitude transmissão da leptospirose aos seres humanos, principalmente crianças. A
está na dependência de condições favoráveis. Podem permanecer viáveis leptospirose canina ocorre principalmente pelos sorovares Icterohaemor-
em água limpa por até 152 dias, mas não toleram alta salinidade, desseca- rhagiae, Copenhageni e Canicola, cujo curso pode variar de sub-clínico,
ção, pH ácido e a competição bacteriana em meios muito contaminados. agudo ou crônico. Várias são as manifestações clínicas, que podem incluir
Sem dúvida a água das chuvas é ideal para a sua sobrevivência. ou não a icterícia, dependendo do sorovar infectante. Na forma aguda pode
causar a morte do animal por insuficiência renal e hepática, aqueles que
sobrevivem à infecção tornam-se portadores e excretores de leptospiras
pela urina de forma assintomática, disseminando a doença para outros
cães, outras espécies animais e o homem. Na zona rural, as características
do habitat e a presença de animais silvestres assumem grande importância
para as criações de animais de produção (bovinos, bubalinos, suínos,
equinos, ovinos e caprinos). Nessas, a leptospirose se constitui em uma
enfermidade reprodutiva responsável pela quebra na produção de leite e
carne em função da infertilidade e do abortamento, ocorrendo mais frequen-
temente pela infecção pelos sorovares Hardjo (Hardjobovis ou Hardjoprajit-
no), Pomona, Grippotyphosa e Icterohaemorrhagiae. No gado leiteiro, o
aparecimento de mastite flácida com agalactia e pequena quantidade de
sangue no leite também tem sido verificado. Nestes casos, ocorre a dimi-
nuição na produção do leite que dura de 2 a 10 dias (Síndrome da Queda
do Leite ou Milk Drop Syndrome). O leite torna-se amarelado, com consis-
tência de colostro, grumos grosseiros e elevada contagem de células
somáticas.
Animais que sobrevivem apresentam retardo no crescimento e no ga-
nho de peso, com significantes lesões renais, as quais condenam a carcaça
no abate. Se o veterinário de inspeção estiver afeito às lesões poderá
utilizar a informação para detectar o foco ou rebanho infectado. Nos suínos
a leptospirose se manifesta como infertilidade, abortamentos, nascimento
de animais fracos e inviáveis. Animais que se recuperam frequentemente
se tornam portadores renais e genitais da bactéria e também disseminam a
enfermidade no plantel.
Nos ovinos e caprinos, a leptospirose aparece com sintomas principal-
mente reprodutivos, semelhantes aos bovinos. Na infecção aguda obser-
vam-se anorexia, dificuldade respiratória, anemia hemolítica, icterícia, urina
de cor vermelha escuro e febre. Há certa evidência que também os ovinos
sejam hospedeiros de manutenção do sorovar Hardjo. Entretanto, no Brasil,
os sorovares mais frequentemente observados no sorodiagnóstico nesta
espécie são Icterohaemorrhagiae e Hebdomadis. Na espécie caprina,
Habitat favorável ao surgimento de focos de leptospirose. também o sorovar Icterohaemorrhagiae é mais detectado, seguido de
Na zona urbana, principalmente em grandes cidades, durante a época Castellonis e Grippotyphosa.
das chuvas, as inundações se constituem no principal fator de risco para a O homem que lida diretamente com as criações pode ser infectado a
ocorrência de surtos epidêmicos de leptospirose humana. Localidades com partir do contato com animais doentes ou portadores e, portanto, a leptospi-
más condições de saneamento básico são as principalmente acometidas de rose humana como enfermidade ocupacional ocorre mais frequentemente
surtos devido à presença de esgoto a céu aberto e lixões, proximidade com em veterinários, granjeiros e magarefes. Atualmente, o principal grupo de
córregos, os quais propiciam o contato direto com as águas contaminadas risco ocupacional no mundo é o que lida com rebanhos bovinos leiteiros e
com urina de roedores sinatrópicos (ratos e camundongos) e cães errantes. granjas produtoras de suínos. Alem destas categorias profissionais, os
A leptospirose humana pode se manifestar de forma leve ou moderada, plantadores de cana-de-açúcar, os trabalhadores de arrozais, os mineiros,
também denominada anictérica, ou severa e fatal, forma ictérica. O período os lixeiros entre outras estão sob risco de exposição.
de incubação varia de 2 a 20 dias, sendo os sintomas iniciais semelhantes Existe ainda a possibilidade do homem se infectar em atividades recre-
aos da gripe, que depois evoluem para alterações especificas. ativas e lazer, embora menos frequente e puramente acidental, ao banhar-
se em rios, riachos, lagos e mananciais que recebem dejetos de animais ou
Sintomas na leptospirose humana na prática de atividades esportivas em ambientes contaminados como em
pescarias.
Inespecíficos Específicos
febre 38-39° C icterícia
cansaço alterações cardiovasculares
indisposição dificuldade respiratória
calafrios distúrbios neurológicos
cefaléia disfunção renal
mialgias (dor na panturrilha)
conjuntivas congestas
náusea
vômito (hemoptise)
erupções cutâneas
Alguns sintomas cedem em 3-4 dias, reaparecendo posteriormente
com o agravamento do quadro clinico. A síndrome de Weil, causada pelos
sorovares Icterohaemorrhagiae e Copenhageni, é a mais frequente e mais
grave manifestação desta enfermidade. Modelos de transmissão da leptospirose
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Diante dos primeiros sintomas, o médico deve ser sempre procurado (trismo) e depois também dos músculos dorsais (opistótono), acompanha-
lembrando de informar os antecedentes de contato com águas de enchen- dos de dor na nuca, febre alta e espasmos.
tes e contato com animais, pois, a partir destas informações, juntamente
com o quadro clínico e os exames laboratoriais, é que se estabelece o O tratamento do tétano prevê a administração de antibióticos, sedativos
diagnóstico. e relaxantes musculares. Em casos muito graves, usa-se o curare, que tem
propriedades relaxantes e consegue eliminar os espasmos e as convul-
No caso de animais de produção ou de companhia, o médico veteriná- sões. Como o curare também paralisa a musculatura respiratória, é preciso
rio deve ser chamado para estabelecer o diagnóstico, não somente pelos empregar um respirador artificial para auxiliar a função respiratória do
prejuízos no plantel, mas, sobretudo, por tratar-se de uma zoonose que paciente. Após algumas semanas, quando a doença estiver controlada, a
implica no estabelecimento imediato de medidas de controle e de preven- terapia com curare é interrompida e o paciente volta a respirar normalmen-
ção para que sejam minimizados os riscos de disseminação entre as pes- te. Apesar do tratamento especializado, cerca de dez por cento dos casos
soas de contato com estes animais. são fatais. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Para se entender melhor a transmissão da leptospirose, é preciso que Leishmaniose


se conheça a sua epidemiologia. As portas de entrada para as leptospiras O difícil acesso da população aos serviços de saúde foi um dos fatores
invadirem o organismo dos hospedeiros vertebrados são pele e membranas que contribuíram para o aumento do número de casos de leishmaniose no
mucosas: conjuntiva, nasofaríngea e genital. Nas inundações, a imersão Brasil, nas duas últimas décadas do século XX.
em águas contaminadas com leptospiras permite a penetração devido à
eliminação de barreiras naturais protetoras da pele, mesmo íntegra. Leishmaniose é uma doença causada por protozoários do gênero
Leishmania, transmitidos por insetos hematófagos chamados flebótomos.
A habilidade em sobreviver e multiplicar é o maior componente de viru- Conhecem-se atualmente três espécies do protozoário. A primeira, L.
lência das leptospiras. Imediatamente após a penetração no hospedeiro, brasiliensis, provoca a leishmaniose tegumentar, caracterizada por lesões
quer seja animal ou humano, elas se disseminam rapidamente por via cutâneas de tamanho e duração variáveis. A ferida não causa dor, apenas
linfática e sanguínea. Enquanto as leptospiras não patogênicas são rapi- prurido, tem evolução benigna e não é letal. Algumas pessoas apresentam
damente destruídas pela fagocitose reticulo-endotelial, as patogênicas lesões grandes e deformantes que, em número muito pequeno de casos,
escapam a fagocitose e rapidamente se multiplicam exponencialmente na podem destruir a mucosa nasal e da boca.
corrente sanguínea atingindo os vários órgãos. Cerca de 5-7 dias após a
infecção aparecem os primeiros sintomas. Com o aparecimento dos anti- De alta incidência no Oriente, a L. tropica determina lesões na pele que
corpos (imunoglobulinas específicas) a multiplicação diminui ou cessa e o se iniciam com a formação de pápula (botão), depois transformada em
hospedeiro pode se recuperar ou vir a óbito, pelo efeito da intensa multipli- úlcera, que leva de seis meses a um ano para cicatrizar. A L. donovani
cação ou mesmo pelas lesões decorrentes da infecção. causa a leishmaniose visceral, ou calazar, fatal se não for tratada. O diag-
nóstico precoce facilita muito a cura. A doença ataca o fígado, baço e
O tempo para o estabelecimento de lesões é função principalmente da medula óssea, motivo pelo qual causa anemia e aumenta a propensão a
virulência da estirpe e da dose infectante, e influenciado pela capacidade infecções.
de resposta imune opsonizante do hospedeiro.
A leishmaniose não é transmissível pelo homem. O flebótomo se infec-
Nos animais que sobrevivem à infecção aguda, as leptospiras persis- ta quando pica animais como gambá, preguiça e rato doméstico ou silves-
tem em sítios imunologicamente protegidos como túbulos renais proximais, tre. No cão, a leishmaniose provoca as mesmas lesões, mas o remédio que
câmara anterior do olho e trato genital e tornam-se portadores renais ou cura o homem não tem efeito sobre o animal, que se torna assim portador
genitais, e importantes fontes de infecção para novos susceptíveis. permanente da doença. Há casos de pessoas, principalmente nas áreas
endêmicas, que se infectam e não apresentam sintomas. Esses casos
Nos animais prenhes, após alcançarem a circulação sanguínea ou cor- chegam a representar até mais de um quinto do total de pessoas infecta-
rente linfática, atingem o útero e a placenta em qualquer estágio de gesta- das. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
ção, alcançam o feto que morre por leptospirose sendo expulso cerca de 24
horas depois. Toxoplasmose
Calcula-se que entre trinta a cinquenta por cento da população do pla-
O conhecimento da severidade da infecção, da distribuição geográfica, neta apresentam anticorpos para o agente causador da toxoplasmose, o
dos fatores de risco envolvidos e das estirpes circulantes é de extrema que indica uma exposição ao organismo patogênico, mas não necessaria-
importância para o estabelecimento da epidemiologia regional desta enfer- mente o desenvolvimento da doença.
midade e o aprimoramento de medidas preventivas. Toxoplasmose é uma doença parasitária grave provocada pelo proto-
zoário Toxoplasma gondii. Além do homem, a infecção acomete animais
Tétano domésticos e selvagens, inclusive aves. Até o final do século XX, não se
Todas as pessoas que sofrem ferimentos profundos produzidos por ob- havia conseguido determinar com precisão o mecanismo de transmissão da
jetos perfurantes devem ser imunizadas com soro antitetânico. A medida de doença de animais para o homem. O contágio pode se dar da mãe para o
prevenção mais efetiva contra o tétano, entretanto, é a vacina antitetânica, feto pela placenta; por contato direto com indivíduo doente (relação sexual,
que garante proteção por alguns anos. contato com secreções); por contato com fezes de animal contaminado; por
ingestão de carne, ovos e leite contaminados; por vermes; transfusão de
Tétano é uma doença infecciosa aguda causada pelo bacilo de Nico- sangue; e artrópodes (carrapato, percevejo, ácaro, mosca, barata etc.). O
laier (Clostridium tetani), bactéria esporulada que vive normalmente na terra diagnóstico se obtém por meio de reações sorológicas específicas.
e nas fezes de animais herbívoros. Caracteriza-se pela rigidez e por es- A forma clínica mais comum da toxoplasmose é a linfoglanular, que se
pasmos dos músculos voluntários. Esporos de C. tetani podem penetrar o caracteriza por abatimento, astenia, dores musculares e elevação de tem-
organismo por qualquer tipo de ferida, até mesmo uma abrasão superficial, peratura. O enfartamento ganglionar ocorre de três a quatro dias após o
mas ferimentos perfurantes ou lacerações profundas são especialmente aparecimento da febre e pode ser localizado ou generalizado. Em alguns
perigosos, porque criam um ambiente sem oxigênio, necessário à prolifera- casos, pode ocorrer meningoencefalite. Ocasionalmente, apresenta-se
ção desses microrganismos. comprometimento sensorial e erupção cutânea. Na toxoplasmose adquirida,
geralmente mais benigna, a modalidade assintomática é mais comum. Na
A quantidade de toxina produzida pela bactéria e a resistência do hos- forma congênita, o parasito acomete preferentemente o sistema nervoso e
pedeiro determinam a gravidade da doença. O componente neurotóxico, a muito frequentemente o globo ocular.
tetanospasmina, é um dos venenos mais letais conhecidos. O período de Algumas vezes, a toxoplasmose caracteriza-se pela ausência ou es-
incubação da doença varia em geral de dois dias a duas semanas, mas cassez de sinais clínicos. É o que ocorre, por exemplo, com as formas
pode chegar a três meses. Transcorrido esse período, observam-se contra- frustras ou oligossintomáticas, que provocam febre de curta duração e
ções musculares permanentes, em princípio dos músculos da mastigação manifestações descaracterizadas que afetam, em geral, o aparelho respira-

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tório. Ocorre com frequência infecção generalizada, que atinge diversos Os gametócitos aparecem no sangue do hospedeiro suscetível três a
órgãos, entre os quais o cérebro, os pulmões e o fígado. ©Encyclopaedia 14 dias depois do começo dos sintomas, de acordo com a espécie de
Britannica do Brasil Publicações Ltda. parasito. A malária também pode ser transmitida por injeções ou transfusão
de sangue de pessoa infectada ou, ainda, por seringas hipodérmicas con-
Malária taminadas. Também é possível, em muitos casos, a transmissão congênita.
Por sua estreita vinculação com os fatores ambientais, a malária, tam-
bém chamada impaludismo e maleita, assume a forma endêmica nas áreas A suscetibilidade à malária é universal e pode diminuir como decorrên-
úmidas ou pantanosas infestadas pelos mosquitos que a transmitem. cia de infecção prévia. Nas coletividades altamente endêmicas, onde a
Constitui grave problema de saúde, quando os cuidados profiláticos são exposição ao mosquito persiste por muitos anos, pode-se desenvolver
inexistentes ou insuficientes. tolerância à infecção. Os africanos negros apresentam resistência racial ao
P. vivax.
Malária é a doença infecciosa causada pela presença no sangue de
protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada de mosquitos Os sintomas ocorrem mais frequentemente em grupos etários mais
infectados. Caracteriza-se, em geral, por febre intermitente, que se apre- baixos, pois os adultos das zonas endêmicas tornam-se mais resistentes à
senta sob as formas conhecidas como terçã maligna, terçã benigna, quartã infecção. Nas epidemias, os grupos suscetíveis se tornam mais amplos, ao
e oval. Tais formas, porém, às vezes são tão semelhantes quanto à sinto- se acrescentarem novos contingentes de infectados. A primeira medida
matologia que, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde preventiva contra a doença é o controle dos pacientes, dos contatos e do
(1970), dificilmente se podem distinguir sem exames de laboratório. meio ambiente imediato. A aplicação de inseticidas de ação residual (hidro-
carburetos clorados, como o DDT, o hexacloreto de benzeno ou o dieldrin),
A forma mais grave, a terçã maligna, apresenta quadro clínico variável, em fórmulas e doses adequadas nas paredes internas das casas e superfí-
inclusive febre não recorrente, calafrios, suor, dor de cabeça, icterícia, cies em que os mosquitos pousam habitualmente, é considerada eficaz
transtornos de coagulação, choque, insuficiência renal, encefalite aguda e como medida de controle.
coma. Nesse caso, o tratamento deve ser imediato, já que esses sintomas
podem causar complicações irreparáveis. Em crianças não tratadas e Em caso de resistência, podem ainda ser usados os inseticidas organo-
adultos não imunes, os casos fatais podem chegar a dez por cento. fosfatados ou compostos de carbamatos, que têm a inconveniência de, em
certas fórmulas, serem mais tóxicos para o homem. A pulverização com
Nas demais formas, em geral, não há perigo para a vida do paciente, a esses produtos deve incluir toda a área de incidência e ser repetida até
não ser nos casos de doentes muito jovens ou portadores de doenças baixarem os índices endêmicos. A vigilância pode eliminar os parasitos
concorrentes. Os sintomas incluem mal-estar indefinido, seguido de calafri- residuais no homem.
os e rápida elevação da temperatura, quase sempre com cefaléia e náu-
seas, que culminam com suor abundante. Após um intervalo sem febre, Nos casos de epidemia, é necessário investigar em primeiro lugar sua
repete-se o ciclo. Pode ocorrer febre cotidiana, em geral nos casos de natureza e extensão. A pulverização de inseticidas, o tratamento imediato
dupla infecção; febre em dias alternados (terçã) ou com intervalos de dois dos casos agudos e o emprego de medicamentos supressivos, como a
dias (quartã). Uma crise inicial sem tratamento pode durar de um mês a cloroquina e o quinino, são indicados. Em casos extremos, emprega-se a
mais, e as recaídas, frequentes, podem repetir-se durante anos, a interva- quimioterapia profilática em massa. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil
los irregulares. Publicações Ltda.

O diagnóstico deve ser confirmado por exame de laboratório, que de- Dengue
monstre a presença do parasito no sangue. Pode ser necessário repetir o Dores na cabeça, nos músculos e nas articulações, febre, comprome-
exame. O que oferece maiores condições de segurança é o do método da timento das vias aéreas superiores e até hemorragias são alguns sintomas
gota espessa: o parasito nem sempre é visível nos casos de preparações do dengue.
com amostras retiradas de pacientes em tratamento ou que tenham passa-
do por tratamento. Os anticorpos, evidenciados mediante a prova dos Dengue é uma doença das regiões tropicais e subtropicais, causada
anticorpos fluorescentes, persistem muitos anos após a infecção. por quatro tipos de vírus e transmitida por mosquitos do gênero Aedes,
principalmente A. aegypti, também transmissor da febre amarela. O mos-
Em numerosos países, a malária epidêmica praticamente desapareceu. quito se infecta ao picar uma pessoa contaminada, nos três dias seguintes
Mesmo em muitas regiões tropicais, a incidência foi reduzida devido a à manifestação dos sintomas, e incuba o vírus durante oito a 11 dias antes
programas de combate ao mosquito ou de controle das condições ambien- de poder transmiti-lo a outra pessoa, por meio de gotículas de saliva que
tais propícias a sua reprodução. Em lugares em que essas medidas foram penetram na pele da vítima. Uma vez infectada, a vítima fica imunizada
suspensas, as taxas de incidência atingiram proporções de epidemia. A contra aquele tipo de vírus, mas pode contrair os três restantes.
malária ainda constitui importante problema de saúde pública em muitas
regiões tropicais ou subtropicais da África, Ásia, América Central e do Sul e O vírus instala-se quase sempre no fígado, rins ou baço, e os sintomas
Pacífico sul. No Brasil, uma área equivalente a cerca de 85% do território manifestam-se cerca de uma semana após a picada, para desaparecer por
nacional ainda se mostra sujeita ao aparecimento da malária. volta do quinto dia. Na forma mais grave da doença, o dengue hemorrágico,
que pode provocar choque e até morte, ocorre hemorragia gastrintestinal e
O P. falciparum é o agente transmissor da terçã maligna; o P. vivax das mucosas. Não existe tratamento específico para o dengue; a terapia
transmite a forma benigna; o P. malariae é o agente da modalidade quartã consiste em aliviar os sintomas. As pessoas suspeitas de ter contraído a
e o P. ovale é o transmissor da forma oval -- a menos comum, inexistente doença devem ser isoladas temporariamente e protegidas por cortinados e
no Brasil. Nas zonas endêmicas, ocorrem infecções mistas. O homem é o repelentes, a fim de evitar a propagação. A forma de combate mais eficien-
hospedeiro mais importante desses protozoários. Os macacos superiores te consiste na erradicação do mosquito transmissor, pelo aterro de alaga-
(pongídeos, como o chimpanzé) são infectados com o P. malariae. Nos dos, e por saneamento e pulverização com inseticidas das áreas infesta-
macacos em geral, ocorrem formas de infecção pelo P. knowlesi e P. das, além da educação sanitária. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil
cynomolgi. Publicações Ltda.

A malária é transmitida pela fêmea do Anopheles darlingi, mosquito en- A dengue é uma das principais doenças transmitidas por mosquito no
contrado no planalto central brasileiro e na bacia amazônica. O mosquito mundo e um problema gravíssimo especialmente em países gelados como
ingere sangue humano que contém plasmódios sob a forma de gametócitos a Alemanha, onde o clima e os hábitos urbanos oferecem condições ótimas
e atua como hospedeiro definitivo. Os parasitos transformam-se em espo- para o desenvolvimento e proliferação de seu mosquito transmissor, o
rozoítos num prazo de 8 a 35 dias, de acordo com a espécie do parasito e a Aedes aegypti. Em algumas zonas do Brasil recebe o nome de "febre
temperatura a que o inseto se acha exposto. Concentrados nas glândulas quebra-ossos".
salivares, são injetados toda vez que o mosquito se alimenta de sangue. É transmitido por mosquitos dos gêneros Aedes ou menos
frequentemente Stegomyia, em climas ou estações quentes. Existe

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endemicamente em África, Ásia tropical, regiões tropicais límitrofes do dessa borra para cada meio copo d'água. Apenas 500 microgramas são
Pacífico, Caraíbas e América do Sul, incluindo Brasil.Existem 4 tipos de necessários para matar a larva do mosquito transmissor.
vírus conhecidos : 1. 2, 3 e 4.
Prevenção
A dengue é transmitida através da picada de uma fêmea contaminada O controle é feito basicamente através do combate ao mosquito vetor,
do Aedes aegypti, pois o macho se alimenta apenas de seiva de plantas. principalmente na fase madura do inseto. Deve-se evitar o acúmulo de
Um único mosquito desses em toda a sua vida (400 dias) pode contaminar água em possíveis locais de desova dos mosquitos. Quanto à prevenção
até 300 pessoas. individual da doença, aconselha-se o uso de janelas teladas, além do uso
de repelentes.

É importante tratar de todos os lugares locais onde se encontram as


fases imaturas do inseto, neste caso a água. O mosquito da dengue coloca
seus ovos em lugares com água parada (limpa). A melhor embora na fase
larvar os insetos estejam na água, os ovos são depositados pela mãe na
parede dos recipientes, aguardando a subida do nível da água para
eclodirem.E com isso a pessoa infctada pode ate morrer, por causa de um
descuidado a saude, qualquer sintomas de dengue procure um posto de
saude o mais rapido possivel.Autor:Orlinpigusmacilteodoro

História
A dengue existe desde tempos imemoriais

A dengue afetou os espanhóis quando se estabeleceram nas Caraíbas,


como em Cuba e na ilha de Santo Domingo e em outras regiões da
América, matando muitas pessoas. Colombo teria sido obrigado a mudar a
Os macacos são um importante reservatório do vírus. Macaco do gênero capital da ilha de Santo Domingo porque o local inicial tinha grande número
Samiri de mosquitos transmissores que infectaram e mataram uma proporção
considerável dos colonos.
O reservatório da infecção são os macacos, mas os seres humanos
também podem transmitir o vírus aos mosquitos que o passam a outros Na colonização da África a dengue juntamente com a febre amarela, a
seres humanos. malária e a doença do sono foi um dos fatores que atrasaram a divisão do
continente e penetração dos seu interior pelas potências européias até ao
Imunologia fim do século XIX, quando já era algo protetora a ciência da Medicina.
Na primeira vez em que uma pessoa é contagiada por qualquer dos 4
Houve grandes epidemias de dengue em 1779, na ilha de Java, nas
tipos de vírus, adquire a dengue clássica e nunca mais voltará a ter dengue
Américas, o primeiro relato científico foi em Cuba, em 1782. Em 2002 18
daquele mesmo tipo de vírus. Se infectada por outro dos 3 restantes tipos
pessoas da mesma família foram mortas por dengue em Atibaia.
de vírus, pode apresentar o quadro de dengue hemorrágica.

Progressão e sintomas Dengue no Brasil


O período de incubação é de três a quinze dias após a picada. No Brasil assim como no resto do mundo a Dengue é uma forma de
Dissemina-se pelo sangue (viremia). Os sintomas iniciais são inespecíficos doença que acompanha o ciclo das chuvas, a primeira ocorrência
como febre baixa (frequentemente vai a menos de 35ºC) de ínicio abrupto, epidêmica registrada, no norte do país aconteceu em 1846, surgindo depois
bem-estar, muito apetite, dores de cabeça e musculares e por vezes outra na Boa Vista (Roraima), entre 1981 e 1982.
sangramento fácil dos olhos e nariz. Mais tarde pode provocar hemorragias
internas e coagulação intravascular disseminada, com danos e enfartes em Mas foi em 1986 que o hábito do inseto sofreu uma mutação, passando
vários orgãos, que são potencialmente mortais. Ocorre frequentemente a procriar nos ralos e vasos no interior nas habitações, nesse ano,
também hepatite e por vezes choque mortal devido às hemorragias inaugurou-se no Brasil uma nova modalidade de epidemia urbana, iniciada
abundantes para cavidades internas do corpo. Há ainda exantemas no Rio de Janeiro e seguindo para Ceará e Alagoas. No ano seguinte,
cutâneos típicos (manchas vermelhas na pele), e dores agudas das costas atingiu também Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo, tornando-
(origem do nome, doença “quebra-ossos”). se endêmica nestes locais.

Em 1990 foi detectado um surto de dengue hemorrágica no Rio, que


A síndrome de choque hemorrágico da dengue ocorre quando pessoas
incidiu principalmente nas pessoas que já haviam ficado doentes na
imunes a um sorotipo devido a infecção passada já resolvida viajam e são
epidemia de 1986.
infectadas por outro sorotipo. Os anticorpos produzidos não são especificos
suficientemente para neutralizar o novo sorotipo, mas ligam-se aos virions
formando complexos que causam danos endoteliais, produzindo Em 2002, novamente o Rio de Janeiro foi castigado por uma epidemia
hemorragias mais perigosas que as da infecção inicial. de dengue, agora com a entrada do vírus tipo 3. Mais de 400 mil pessoas
contraíram a doença na cidade e 17 (oficialmente) morreram de dengue
Diagnóstico e tratamento hemorrágica. Foi o ano com mais casos de dengue na história do país,
O diagnóstico normalmente é feito por IVIS, isolamento viral através de concentrados no Rio de Janeiro.
inoculação de soro sanguíneo em culturas celulares; ou por morologia. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre janeiro e setembro de
As pessoas em áreas endêmicas que têm sintomas como febre alta 2006 foram registrados 279.241 casos de dengue o equivalente a 1 caso
devem consultar um médico para fazer análises. É aconselhável ficar em (não fatal) para cada 30 Km ² do território desse país. Um crescimento de
repouso e beber líquidos. É importante evitar a automedicação, porque 26,3% em relação ao mesmo período em 2005. A maior incidência foi na
pode ser perigosa, usando apenas a prescrição médica. Não é Região Sudeste do Brasil. Apesar dos números, para o Governo federal
aconselhável usar remédios à base de ácido acetilsalicílico (AAS), como não ocorre uma nova epidemia da doença no Brasil. No entanto, medidas
aspirina ou outros AINEs, porque eles facilitam a hemorragia. Caso o nível para combater o mosquito foram tomadas – como mapeamento de focos do
Aedes aegypti e orientação à população das áreas com maior risco de
de plaquetas desça abaixo do nivel funcional mínimo (trombocitopenia)
infestação.
justifica-se a transfusão desses elementos.
Recentemente, cientistas da UNESP de São José do Rio Preto -
Estado de São Paulo, descobriram que a larva do mosquito da Dengue A cidade de Ilha Solteira lidera o ranking da epidemia de dengue no
pode ser combatido através de borra de café, já utilizada. Use 2 colheres estado de São Paulo. Segundo dados não oficiais, Ilha Solteira com pouco

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mais de 26 mil habitantes conta com mais de 13 mil casos da doença com 3 Diagnóstico e quadro clínico. A identificação dos diferentes tipos de
mortes até o mês de março de 2007. A prefeitura da cidade não manifestou hepatite viral aguda se faz pela detecção, no sangue do paciente, do pró-
preocupação alguma e divulga na imprensa que no máximo 200 pessoas prio vírus ou pela dosagem de imunoglobulinas, que são a resposta imuno-
tiveram dengue e que não houve qualquer caso de morte. Tal situação lógica do paciente à agressão viral. O quadro clínico é extremamente
causa preocupação, pois a cidade conta com mais de três mil universitários variável: há desde casos completamente sem sintomas, só detectados por
de diversas partes do país e devido a movimentação destes, espalhar a exames de laboratório, até quadros de morte em poucos dias (hepatites
doença mais ainda. fulminantes).

No Brasil, a ocorrência de vítimas fatais por dengue, registrados por O período de incubação varia de duas a seis semanas, na HVA, até de
ano foi de 1 morte para cada 567.464 km ² de solo, some-se isso ao custo seis semanas a seis meses, na HVB. A doença se manifesta por sintomas
de um exército de profissionais altamente treinados para pulverizar um pó gerais de mal-estar, fadiga intensa, perda de apetite, náuseas e vômitos,
anti-larva nos ralos e vasos sanitários e do uso de veículos especiais febre e dor na região do fígado, que se apresenta de tamanho aumentado,
providos de atomizadores com a missão de borrifar veneno na atmosfera fezes esbranquiçadas e urina escura. Cinco a dez dias depois do apareci-
das habitações dos contribuintes durante o amanhecer ou no entardecer se mento dos sintomas tem início uma fase ictérica, em que a pele e as con-
tem uma idéia dos interesses envolvidos, são essas cifras alarmantes que juntivas se apresentam amareladas. A doença aguda regride geralmente
obrigam o governo federal a investir milhões de dólares no combate ao em duas a três semanas, mas os exames de laboratório que monitoram a
mosquito. evolução da doença (dosagem de bilirrubina, transaminases etc.) só reve-
lam resultados normais após nove semanas (HVA) ou 16 semanas (HVB e
Recentemente está havendo uma epidemia de Dengue no estado do HVC). A hepatite fulminante só se verifica em um por cento dos casos.
Pará, sendo que 7000 casos estão no Pará, 400 em Belém e 3 pessoas no
estado já estão sob suspeita de dengue hemorrágica, sendo que uma é do Tratamento e prevenção. O tratamento das hepatites virais consiste
município de Tucuruí e duas são da capital Belém. E no RS está tendo um basicamente em repouso no leito na fase inicial de aparecimento dos
surto, principalmente no Pastor Dohms, onde alunos da 8ª C estão sendo sintomas. É dispensável o repouso absoluto, com retorno gradual das
picados por um mosquito enorme. atividades à medida que a doença regride. A dieta deve ser leve para evitar
as náuseas, com progressiva normalização acompanhando a melhora
Hepatite clínica. Recomenda-se a abstinência total de álcool e outras drogas que
O sintoma mais peculiar da hepatite é a icterícia, sinal clínico que con- possam lesar o fígado já comprometido.
siste na coloração amarelada da pele, mucosas e escleróticas.
Para evitar contágio, dispensa-se o isolamento estrito do doente. Bas-
Hepatite é o termo genérico que designa a inflamação do fígado, seja tam os cuidados higiênicos normais, como lavar as mãos após as evacua-
ela consequente de agressão direta ou parte de um processo sistêmico. As ções ou após contato com material contaminado. Exige-se cuidadosa
hepatites mais comuns são as virais -- causadas por vírus -- e as tóxicas. manipulação de agulhas e seringas contaminadas. A pesquisa sistemática
Dentre os processos tóxicos distinguem-se a hepatite medicamentosa, de vírus em sangue doado e seus subprodutos evita a propagação por
causada por ingestão excessiva ou inadequada de medicamentos; a hepati- transfusão. São importantes as campanhas que previnem a contaminação
te decorrente de uso de drogas e a hepatite alcoólica. Esta última, que pode por via sexual e os cuidados especiais com gestantes portadoras dos vírus
ser aguda ou crônica, se dá por lesão direta à célula hepática e é a causa a fim de evitar transmissão durante o parto. Para bloquear o desenvolvi-
mais frequente de cirrose. Entende-se por hepatite crônica a inflamação do mento da doença em pessoas suspeitas de contaminação recente pelos
fígado por um período superior a seis meses, seja ela viral, tóxica ou crôni- vírus A e B usa-se globulina hiperimune. Aos grupos de alto risco recomen-
co-idiopática, isto é, de origem desconhecida. da-se a vacina contra hepatite B, que protege aproximadamente por nove
anos. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Hepatites virais agudas. São conhecidos os seguintes tipos de hepati-
tes virais agudas, identificados por seus agentes causadores: AIDS
(1) Hepatite A (HVA), de transmissão fecal-oral, por contaminação de Detectada no final da década de 1970, a AIDS se configurou rapida-
água e alimentos. Não se transmite pelo sangue, a não ser durante o mente como uma das maiores ameaças à saúde pública no século XX. A
período agudo. A taxa de mortalidade é muito baixa e não há relato de grande capacidade de contágio, a elevada taxa de mortalidade e um quadro
hepatite crônica por HVA. clínico arrasador fizeram desse mal um dos mais graves problemas sanitá-
(2) Hepatite B (HVB), que se transmite por contato com sangue ou pro- rios e sociais que o homem moderno tem a enfrentar.
dutos sanguíneos infectados, por via sexual ou pela chamada transmissão
vertical, isto é, da mãe infectada para o recém-nascido, no momento do A AIDS (sigla de acquired immune deficiency syndrome, ou síndrome
parto. Os grupos de risco incluem homossexuais, usuários de drogas da imunodeficiência adquirida) é provocada por uma infecção virótica que
intravenosas, pacientes em hemodiálise e profissionais da saúde. A hepati- danifica o sistema imunológico humano. Em consequência, todo o organis-
te B pode evoluir para a cura completa, para uma hepatite fulminante ou, mo fica exposto a outras infecções, como a pneumocistose (forma de
mais tardiamente, para câncer de fígado (hepatocarcinoma). pneumonia rara que acomete também recém-nascidos debilitados), infec-
(3) Hepatite C (HVC), de alta incidência entre usuários de drogas intra- ções cerebrais, diarréia persistente e herpes ou ainda certas variedades de
venosas. São desse tipo oitenta por cento dos casos de hepatite contraída câncer (como o sarcoma de Kaposi, um tipo de câncer de pele).
por transfusão de sangue. Sabe-se hoje que a maior parte dos casos da
chamada hepatite não A- não B são de hepatite C, que evolui, na maior A infecção inicial é provocada pela contaminação direta do sangue por
parte dos casos, para a hepatite crônica. fluidos corpóreos que contenham o retrovírus HIV (sigla inglesa de "vírus da
(4) Hepatite D, causada pelo agente delta, somente se desenvolve em imunodeficiência humana"). Os retrovírus se reproduzem com a ajuda de
associação com hepatite B. É endêmica em algumas áreas, especialmente uma enzima chamada transcriptase, que torna o vírus capaz de copiar
a Amazônia, e geralmente complica a evolução da doença. (transcrever) suas informações genéticas em uma forma que possa ser
(5) Hepatite E (HVE), transmitida pela água contaminada, é epidêmica integrada no próprio código genético da célula hospedeira. Assim, cada vez
na Ásia, no norte da África e no México. Corresponde provavelmente às que a célula hospedeira se divide, produzem-se também cópias do vírus,
hepatites anteriormente descritas como não A- não B de transmissão fecal- cada uma das quais contém o código virótico.
oral. A moléstia desenvolve-se em três fases. Inicialmente, o HIV entra na
(6) Hepatite F, causada por partícula viral detectada em pacientes corrente sanguínea e provoca o desenvolvimento de anticorpos. Os sinto-
submetidos a transplante hepático. mas aparecem na segunda fase: suores noturnos, febre, diarréia, perda de
peso, cansaço e infecções incomuns. A AIDS é, a rigor, a terceira fase do
Outros tipos de hepatites virais agudas são causados por vírus como o processo, em que surgem as chamadas infecções oportunistas e, finalmen-
Epstein-Barr, o citomegalovírus e o vírus do herpes, responsáveis por 15 a te, sobrevém a morte. Os anticorpos do HIV podem ser detectados no
20% dos casos de hepatite pós-transfusão diferentes da HVC, principal- organismo duas a oito semanas após a inoculação, mas o vírus fica incu-
mente em pacientes imunocomprometidos. bado entre um ano e meio e cinco anos antes que surjam sintomas.

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O vírus se transmite pelos fluidos corpóreos, particularmente o sangue Epidemiologia
e o sêmen. Assim, o contato social com o soropositivo não configura risco Existe em todo o mundo. Haverá um caso de meningite em um milhão
de contágio. Por outro lado, a pessoa que ignora estar contaminada pode de pessoas por ano. A infecção é pela inalação de esporos, frequentemente
transmitir a doença. A situação de risco mais importante é a relação sexual, em detritos de pombos.
especialmente a anal, pois a mucosa do reto é mais frágil que a da vagina e
se rompe facilmente durante o coito, abrindo caminho à entrada do vírus na Progressão e Sintomas
corrente sanguínea. Outro fator de risco são as transfusões de sangue. A Após inalação, as leveduras multiplicam-se no pulmão, frequentemente
terceira é a aplicação de injeções com agulhas contaminadas. E a quarta é de forma assintomática. Mais tarde, se o indivíduo estiver debilitado,
a gestação; a mulher infectada muitas vezes contamina o feto. disseminam-se pelo sangue, especialmente para o cérebro. O sistema
imunitário destrói os organismos sanguíneos, mas não detecta aqueles já
Histórico. A doença foi detectada pela primeira vez em 1979, entre ho- presentes no líquido cefalo-raquidiano (uma vez que é muito pobre em
mossexuais masculinos americanos. Por apresentar sintomas parecidos linfócitos). O resultado mais frequente é a multiplicação das leveduras
com os de outras moléstias, pôde a princípio passar despercebida e assim nesse líquido rico em glicose que envolve o cérebro, com inflamação das
expandir-se rapidamente. O primeiro diagnóstico foi feito em 1981, e em meninges (membranas), ou seja, meningite. Sintomas são aqueles de todas
1983 o vírus foi identificado na França, por uma equipe do Instituto Pasteur. as meningites mas de intensidade mais moderada: dor de cabeça, náuseas,
Em 1985, criou-se o primeiro método para descobrir no sangue anticorpos vómitos e fotofobia (sensibilidade exagerada à luz), que podem durar várias
do vírus da AIDS. Baseava-se na técnica denominada ELISA. Esse exame semanas (ao contrário da meningite bacteriana que é fatal em apenas
foi a princípio criticado por apenas indicar a presença ou ausência de algumas horas).
anticorpos no sangue. Objetava-se que o exame poderia dar resultado
positivo em pessoas que eram apenas portadoras do vírus. Contudo, uma Em indivíduos imunodeficientes (com por exemplo SIDA/AIDS,
experiência do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos indicou que tomando corticosteróides ou com outra patologia cronica associada) a
cinco a dez por cento das pessoas com resultado positivo realmente con- condição é mais grave e cursa com encefalite potencialmente mortal. Pode
traem a doença. ainda causar lesões na pele e ossos.

No início da década de 1990 foi testada uma série de medicamentos Diagnóstico e Tratamento
contra o HIV. Nenhum deles, porém, mostrou-se capaz de curar a doença. Amostras de líquido cefalo-raquidiano são observadas ao microscópio,
O único que efetivamente conseguia retardar a evolução do mal -- embora mas a cultura pode ser necessária para a identificação. A serologia, com
ao custo de pesados efeitos colaterais, sobretudo a anemia -- era o AZT detecção de anticorpos específicos contra o fungo é usada também.
(azidovidina). Outro campo de pesquisa eram os remédios contra as infec-
ções oportunistas. Nenhum deles, porém, apresentava resultados compro- O tratamento é com o fármaco antifúngico anfotericina B, ou com
vadamente eficazes. Apesar dos esforços, a AIDS espalhava-se rapida- derivados de azol, como itraconazol.
mente e se previa que no ano 2000 o número de infectados pelo HIV pode-
ria chegar a quarenta milhões em todo o mundo. Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Criptococose"

Em 1996 divulgou-se a descoberta de uma combinação de três medi- Doença


camentos capaz de reduzir o ritmo de reprodução do HIV. O coquetel Os agentes capazes de alterar o estado normal de um organismo são
incluía dois bloqueadores de transcriptase reversa -- o já conhecido AZT e de origens muito diversas. É por esse motivo que a nosologia, capítulo da
mais o 3TC -- e um inibidor de protease. Doentes precocemente submeti- patologia geral que estuda as características de cada enfermidade, obede-
dos a essa terapia se recuperaram fisicamente sem perda da qualidade de ce a diferentes critérios, que podem ser anatômicos, fisiológicos, socioeco-
vida e os especialistas começaram a encarar a AIDS já não como incurável, nômicos, geográficos etc.
mas como doença crônica.
Doença é o estado de alteração da saúde física ou mental sob efeito de
Prevenção e tratamento. A grande arma contra a AIDS é a prevenção. agentes perniciosos originados dentro ou fora do organismo. De uma dor de
As campanhas sanitárias recomendam, em primeiro lugar, relações sexuais dente a um estado de coma, a doença pode assumir os mais diversos
estáveis, com um mínimo de parceiros. Em segundo, o uso de preservati- graus de intensidade e apresentar-se em qualquer época da vida.
vos (camisinhas). Em terceiro, para injeções usar exclusivamente seringas
e agulhas descartáveis ou esterilizadas e, nas transfusões, sangue testado. Além de crônicas ou agudas, as doenças também podem ser, segundo
E, finalmente, que as mulheres infectadas evitem ter filhos. A outra arma é sua causa ou etiologia: (1) carenciais, quando resultantes da falta de condi-
o diagnóstico precoce, para o que já se desenvolveram vários testes. ções normais para o desenvolvimento orgânico (subnutrição, avitaminose e
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. correlatas); (2) traumáticas, se provocadas por impacto físico ou emocional,
inclusive do calor, do frio etc.; (3) tóxicas, se provindas da agressão de
agentes químicos; (4) parasitárias, se suscitadas por vermes, fungos etc.;
Criptococose (5) infecciosas, quando desencadeadas por vírus, bacilos, bactérias; e (6)
Infecção aguda, subaguda ou crônica causada pelo fungo Cryptococ- degenerativas, quando decorrem de processo inerente ao organismo, como
cus neoformans, que causa micose pulmonar, sistêmica ou meníngea. a tendência ao envelhecimento dos tecidos (arteriosclerose, por exemplo)
Também chamada blastomicose ou doença de Buschke. ou sua auto-agressão destruidora (cânceres em geral).

A Criptococose também conhecida por Torulose, Blastomicose Nomenclatura das doenças. Na linguagem médica, a doença é fre-
Europeia ou Doença de Busse-Buschke é uma doença, micose causada quentemente designada pelo sufixo "patia" acrescentado ao nome, em
pelo fungo Cryptococcus neoformans. As manifestações mais comuns são grego, do órgão afetado, como gastropatia (doença do estômago), pneu-
a pneumonia e a meningite, sendo esta última de particular importância. mopatia (doença dos pulmões) ou cardiopatia (doença do coração) e assim
por diante. Apesar das tentativas de certos autores, não existe regra para a
Cryptococcus neoformans designação das doenças, de tal modo que não é possível estabelecer uma
Os criptococos crescem no ser humano em formas unicelulares, sistematização, como se faz em outros ramos da biologia. A falta de uni-
leveduras encapsuladas com 5 micrómetros, de replicação assexuada por formidade na designação das doenças deve-se ao fato de que a maioria foi
geminação. descrita quando a patologia ainda não estava sistematizada, de modo que
um sintoma ou aspecto morfológico era tomado como se fosse a própria
Este fungo é frequente em solos húmidos, vivendo livremente e moléstia e dava-lhe nome, depois consagrado pelo uso.
alimentando-se de resíduos orgânicos, como fezes de pássaros,
especialmente pombos. A sua forma sexual multicelular é classificada como Verifica-se um grau maior de sistematização nas doenças baseadas
Filobasidiella neoformans e é um basiodiomycete. em processo inflamatório, designadas pelo nome do órgão ou tecido a que
se segue o sufixo "ite", em português -- como meningite, inflamação das

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meninges -- ou em latim ou grego, como hepatite, inflamação do fígado. a perna realizará um brusco movimento de extensão, chamado reflexo
Muitas moléstias, todavia, não obedecem à regra e outras são designadas patelar. A falha dessa resposta denomina-se sinal de Westphal. Na semio-
pelo sufixo "ite" ainda que não sejam de natureza inflamatória. O sufixo logia clínica, assim como na semiologia das diversas especialidades médi-
"ose", que significa "estado de", também é de uso frequente na nomenclatu- cas, estudam-se os sinais próprios de cada doença.
ra das doenças: tuberculose (condição em que estão presentes tubérculos),
esclerose (estado de endurecimento dos tecidos), arteriosclerose (endure- Moléstias infecciosas
cimento das artérias) e outras. Dá-se o nome de moléstias infecciosas aos processos mórbidos provo-
cados por microrganismos -- vírus verdadeiros, clamídias (psitacose, linfo-
No caso de tumores, emprega-se o nome do tecido que ele imita se- granuloma venéreo e tracoma), rickéttsias, bactérias, fungos e protozoários
guido do sufixo "oma". Assim, fibroma designa tumor de tecido conjuntivo -- ou por helmintos (vermes).
fibroso e condroma, do grego chondros, que significa cartilagem, designa o
tumor cartilaginoso. Quando se trata de tumores malignos, usa-se o termo Infecção. Nem toda infecção é, por si mesma, sinônimo de doença in-
carcinoma, do grego karkinos, que significa caranguejo, para designar os fecciosa, pois a entrada e o desenvolvimento de um agente infeccioso no
tumores epiteliais; e sarcoma, do grego sarkós, que significa carne, para os organismo nem sempre determinam o aparecimento de manifestações
tumores do tecido conjuntivo. Em outros casos, é o tipo de célula que dá clínicas. Na patologia infecciosa cada vez mais se estabelece e se confir-
nome ao tumor, como o linfossarcoma, assim chamado pelo aspecto -- ma, com dados laboratoriais, o conceito de infecção sem doença. Assim, na
semelhante ao de linfócitos -- das células que o constituem. tuberculose, lepra, poliomielite, caxumba, citomegalia, coccidioidomicose,
blastomicose sul-americana, criptococose e histoplasmose pode ocorrer
Moléstia. Chama-se moléstia o complexo de alterações funcionais e infecção sem doença, sob forma inaparente ou assintomática, ou com
morfológicas, de caráter evolutivo, que se manifestam no organismo sub- manifestações passageiras. Diagnosticam-se tais quadros por meio de
metido à ação de causas estranhas, contra as quais reage. Como os seres provas sorológicas ou reações intradérmicas de leitura tardia, com os
vivos estão sujeitos, no meio em que vivem, a estímulos de toda natureza, antígenos competentes. Quando, em determinada coletividade, um grupo
são também hereditariamente aparelhados para reagir a tais estímulos por populacional apresenta alta incidência de positividade para determinada
meio de mecanismos que procuram restabelecer automaticamente a ho- reação intradérmicas, é quase certa a ocorrência da doença corresponden-
meóstase, ou seja, o equilíbrio com o meio. A fim de manter o equilíbrio te.
funcional, isto é, a saúde, os seres vivos utilizam constantemente o meca-
nismo de compensação e adaptação de suas funções às variações do Como se adquire uma infecção. Todos os microrganismos e helmintos
ambiente externo. patogênicos para o homem atingem o organismo de quatro formas possí-
veis: por contágio, mediante um veículo de transmissão (fômite), por inter-
Se os estímulos forem exagerados, ou agirem bruscamente, ou ocorre- médio de um vetor ou pelo ar.
rem em fase de enfraquecimento daqueles mecanismos, o organismo não
consegue manter o equilíbrio de suas funções e estruturas orgânicas, e O contágio pode ser direto ou indireto. O primeiro se dá quando há
sobrevém a moléstia. Esta não representa, pois, o desenvolvimento de um contato físico com o indivíduo infectado e o contágio indireto ocorre quando
mecanismo novo, mas a consequência de um enfraquecimento dos meca- há contato com objetos contaminados, como brinquedos, roupas e instru-
nismos normais de compensação e adaptação. mentos cirúrgicos, com transferência do material contaminante à boca,
pelas mãos, ou pela contaminação das mucosas ou da pele, escoriada ou
Com certa frequência, em exame clínico ou em autópsia, o médico de- intacta.
tecta uma doença de que o paciente não se queixava: é que os mecanis-
mos de compensação permitiram ao organismo adaptar-se a esse estado Por implicar a associação relativamente íntima de duas ou mais pesso-
mórbido. Trata-se sempre, porém, de um equilíbrio lábil: bastaria a ação de as, deve ainda ser considerada a forma de infecção por contágio ou disse-
qualquer agente pouco agressivo, às vezes mesmo não aparente, para minação de gotículas de muco ou saliva, projetadas na conjuntiva, na face,
desencadear os sintomas que evidenciam a moléstia. Por isso, não se deve na boca ou no nariz de um indivíduo por outro infectado, no ato de espirrar,
confundir as manifestações clínicas com a doença, que pode estar presente tossir, cantar ou falar. Tais gotículas, chamadas perdigotos, raramente
desde o nascimento, com manifestações tardias. alcançam mais de um metro de distância do ponto de onde emanam. As
secreções oronasais compreendem as gotículas de Flugge e os núcleos de
Enfermidade, afecção e lesão. Enfermidade é a alteração de uma fun- Wells. A distinção entre ambos é importante, porque apresentam diferentes
ção, como, por exemplo, a cegueira, a miopia, a surdez etc., que pode ser a modalidades de transmissão e profilaxia diversa.
sequela de uma moléstia. Afecção é a alteração de um órgão e pode provir
também de uma moléstia. Por exemplo, a febre reumática, mesmo depois São veículos de transmissão a água, os alimentos, o leite, produtos
da cura, pode deixar alterada permanentemente a válvula mitral. Essa biológicos, inclusive soro e plasma, ou qualquer substância que sirva de
alteração denomina-se afecção. Lesão é a alteração de uma estrutura meio pelo qual um agente infeccioso possa ser transportado de determina-
anatômica, que pode ser de pele, músculo, cerebral etc. do receptáculo para o organismo de um hospedeiro suscetível, por inges-
tão, inoculação ou deposição na pele ou nas mucosas.
Sintomas. Denomina-se sintoma toda manifestação anormal do orga-
nismo, como dor, fraqueza, febre, diarréia, emagrecimento e hemorragia. A transmissão por vetor se dá quando há intervenção de artrópodes ou
Constitui, assim, a expressão fundamental da alteração da saúde e, portan- outros invertebrados, que inoculam o agente patogênico na pele ou nas
to, o sinal de alarme da doença. As moléstias se configuram pela identifica- mucosas pela picada ou pela deposição de material infectante na pele, nos
ção de um conjunto de sintomas, alguns mais importantes, outros menos, alimentos ou em objetos. O próprio vetor ou transmissor pode ser infectado
mas todos relacionados à mesma causa. (nessa condição, denominado infectante) ou atuar apenas como portador
passivo, mecânico, do agente infeccioso.
O estudo dos sintomas pertence ao ramo da patologia denominado sin-
tomatologia. Os sintomas podem ser objetivos e subjetivos. Os primeiros A transmissão da infecção pelo ar pode verificar-se: (1) pela inalação
são verificados pelo médico pela palpação, percussão e ausculta e os dos minúsculos resíduos resultantes da evaporação de gotículas bucona-
demais, como dores, tontura e fraqueza, são referidos pelo doente. Em sais e que permanecem suspensos no ar em locais fechados, por tempo
geral, o doente procura o médico por causa de um ou mais sintomas subje- relativamente longo; (2) pela inalação ou assentamento, na superfície do
tivos, que constituem o ponto de partida para a consulta e o exame, pelos corpo, de partículas provenientes do solo ou de pisos, roupas e outros
quais se verifica o conjunto de sintomas, se emite um diagnóstico e se objetos contaminados, que em geral permanecem em suspensão por um
determina uma terapia. Ao conjunto de sintomas chama-se síndrome. período.

Sinais. Denomina-se sinal o fenômeno aparente por meio do qual se O agente etiológico transfere-se de uma fonte primária de infecção pa-
chega à identificação da doença. Quando o médico percute o tendão de ra um novo hospedeiro por três fases: vias de eliminação, vias de transmis-
inserção do músculo quadríceps situado logo abaixo da rótula, por exemplo, são e vias de penetração. As vias de eliminação são aquelas pelas quais o

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agente etiológico é eliminado do organismo de um portador para o meio Doenças transmissíveis no Brasil
ambiente ou para o organismo de um vetor hematófago. As vias de trans- As condições de vida no Brasil são de marcante tropicalidade e, nos
missão são conjuntos de veículos pelos quais se faz a transferência do trópicos, os fatores de ordem geográfica interferem decisivamente na
agente etiológico de uma fonte primária para um novo hospedeiro. Por fim, formação dos germes produtores das infecções, bem como na atividade
as vias de penetração são aquelas pelas quais um agente etiológico pene- dos agentes de sua difusão. Constituem-se com facilidade os "complexos
tra num hospedeiro. Em geral, essa penetração se efetua pela mesma via patogênicos" de Maximilien Sorre, englobados pelo homem e seu habitat,
que serviu como via de eliminação do caso clínico ou portador. os vetores biológicos e os reservatórios do agente causal, inclusive todos
os elementos do ciclo evolutivo do parasita.
Diagnóstico e tratamento. O diagnóstico das doenças infecciosas fun-
damenta-se em dados clínicos (sintomas e sinais) e exames laboratoriais. Vários são os complexos patogênicos que se formam nas zonas tropi-
Febre, dores de cabeça, musculares ou nas articulações, rigidez da nuca, cais. Muitos desses fatores garantem a certas doenças tropicais o caráter
aumento do tamanho do baço e afecções cutâneas são sintomas e sinais endêmico e dão origem a processos mórbidos autóctones ou modificam as
que podem ocorrer em uma série de doenças infecciosas. Do ponto de vista doenças cosmopolitas. O solo, vegetação, aspectos zoogeográficos, índice
clínico, por exemplo, paciente com febre súbita e elevada, intensa dor de pluviométrico, tipos de habitação, hidrografia, temperatura ambiente, nível
cabeça, vômitos, rigidez da nuca e eventual obnubilação mental é suspeito de umidade e outros fatores geográficos e meteorológicos interferem com
de meningite. maior ou menor intensidade nos nichos ecológicos naturais.

O diagnóstico de laboratório baseia-se na demonstração microscópica Mortalidade no Brasil. Por fatores diversos, as doenças transmissíveis
do agente infectante, seu isolamento e identificação. Provas sorológicas e continuam a pesar nas estatísticas sanitárias do país, bem como no obituá-
intradérmicas são também comumente utilizadas, tais como a reação de rio em geral. O Brasil do final do século XX ainda se caracterizava como
Widal, para a febre tifóide, a reação de Wassermann, para a sífilis, a reação país de elevada mortalidade da população jovem, provocada principalmente
de Frei, para o linfogranuloma venéreo e outras. São de grande utilidade por diarréias infecciosas, gripe, pneumonia, tuberculose pulmonar, sarampo
exames auxiliares como o hemograma, a hemossedimentação, transamina- e tétano, além da AIDS. Merecem ainda citação, mais pela incapacidade
ses, mucoproteínas, exames radiológicos e outros, cujos resultados devem que provocam do que pelas mortes que causam, a malária, esquistossomo-
ser considerados à luz dos dados clínicos. se, doença de Chagas, lepra e ancilostomíase, ainda que a avaliação da
saúde da população brasileira seja limitada pela precariedade dos dados
O tratamento dos processos infecciosos sofreu modificação radical com disponíveis.
o advento dos quimioterápicos e antibióticos. Apenas as viroses não são
passíveis de tratamento específico. Em tais casos, faz-se a chamada Assim se resumem as características de morbidade no país:
terapêutica sintomática, acompanhada de repouso e de medidas higiênicas
e dietéticas. Região Norte. Alta incidência de malária; ocorrência de elevada taxa de
prevalência da lepra, febre amarela silvestre e outras arboviroses na mata
Medicina tropical amazônica; importante foco de filariose em Belém.
Os fatores geográficos são de significativa importância na criação e
manutenção dos chamados nichos ecológicos naturais, principalmente no Região Nordeste. Ampla disseminação da esquistossomose e da do-
caso das doenças que têm um reservatório na natureza fora do corpo ença de Chagas; focos residuais de peste; extensos focos de tracoma;
humano e um vetor biológico que transmite o agente infectante. Não há elevada incidência de malária nos estados do Maranhão, Piauí e Bahia;
dúvida de que as doenças infecciosas e parasitárias são influenciadas, em importantes focos de leishmaniose nos estados do Ceará e Bahia e de
sua evolução, pelas condições climáticas do meio ambiente, de modo que filariose em Recife; focos de cólera.
muitas se revestem de características especiais.
Região Centro-Oeste. Alta incidência de malária; prevalência de bócio
Em medicina tropical, o método clínico aplicado ao exame do doente é endêmico e de lepra; ocorrência epizoótica de febre amarela silvestre;
indissociável do método epidemiológico. É preciso sempre correlacionar o ampla disseminação da doença de Chagas no estado de Goiás.
estudo do doente com o conhecimento do ambiente onde vive, de seu
biótipo, de como se desenvolvem os fenômenos e problemas de ecologia Região Sudeste. Ampla incidência de malária e de esquistossomose;
associados à comunidade a que ele pertence. elevada taxa de prevalência de bócio endêmico e de lepra; importantes
focos de brucelose; disseminação da doença de Chagas em Minas Gerais;
Grupos nosológicos. A patologia tropical abrange, segundo Carlos grande área endêmica de doença de Chagas no estado de São Paulo.
Chagas, três grupos nosológicos, a saber: doenças cosmopolitas, modifica-
das nos trópicos; doenças predominantemente mais difundidas e em geral Região Sul. Áreas de bócio endêmico; baixa incidência de tracoma;
mais graves nos países tropicais, mas que se observam em algumas regi- moderada incidência de brucelose; larga disseminação da doença de
ões temperadas ou mesmo nas regiões mais frias da terra, em circunstân- Chagas, principalmente no estado do Rio Grande do Sul; importante área
cias artificiais; e, finalmente, doenças exclusivas dos países tropicais e malarígena em Santa Catarina. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publi-
subtropicais. cações Ltda.

Nem só os germes patogênicos experimentam a ação do clima e, as-


sim, variam de virulência e de capacidade morbígena. Também o organis-
23. PARTICIPAÇÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL: CONCEITOS,
mo humano é influenciado pelos mesmos fatores, que determinam desvios
e adaptações no metabolismo normal e, igualmente, alteram e regulam os FATORES, FACILITADORES E/OU DIFICULTADORES DA AÇÃO
processos fisiopatológicos, nos quais se expressam as resistências funcio- COLETIVA DE BASE POPULAR
nais à agressão parasitária. Desse modo, ainda segundo Chagas, modifi-
cando a ação e as reações patogênicas, ou seja, atuando sobre os fenô- O SUS é um sistema público, organizado e orientado no sentido do
menos biológicos fundamentais que se exteriorizam na doença, o clima interesse coletivo, e todas as pessoas, independente de raça, crenças, cor,
delineia o perfil da nosologia nos países quentes. situação de emprego, classe social, local de moradia, a ele têm direito.
Não faltam, portanto, à patologia desses países, características funda- As diferentes situações de vida dos vários grupos populacionais geram
mentais que a delimitam como ramo especial da medicina e definem bem problemas de saúde específicos, bem como riscos e/ou exposição maior ou
seus objetivos. A patologia tropical é, acima de tudo, aquela que se refere menor a determinadas doenças, acidentes e violências. Isto significa,
às doenças infecciosas e parasitárias. Assim, no vasto capítulo das parasi- portanto, necessidades diferenciadas, exigindo que as ações da gestão do
toses é que se revelam mutações qualitativas e quantitativas atribuíveis ao sistema e dos serviços de saúde sejam orientadas para atender a essas
especificidades. Entretanto, como o SUS oferece o mesmo atendimento a
clima.
todas as pessoas, algumas não recebem o que necessitam, enquanto
outras têm além do satisfatório, o que aumenta as desigualdades. No SUS,
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situações desiguais devem ser tratadas desigualmente. Baseia-se, 14. VACINAS. 18. PROMOÇÃO DA SAÚDE, CONCEITOS E
portanto, no princípio da equidade. ESTRATÉGIAS. 19. PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SAÚDE
DA POPULAÇÃO E RECURSOS EXISTENTES PARA O
Este é um grande desafio. Muito tem que ser feito para que todos
possam ter saúde. O Governo deve concentrar esforços e investir mais ENFRENTAMENTO DOS PROBLEMAS. 24. LIDERANÇAS:
onde há maior carência. O SUS tem o papel de cuidar de todas as CONCEITOS, TIPOS E PROCESSOS DE CONSTITUIÇÃO
necessidades da área da saúde. E cuidar da saúde não é apenas medicar DE LÍDERES POPULARES
os doentes ou realizar cirurgias, é preciso garantir vacinas à população, dar
atenção aos problemas das mulheres, crianças e idosos, combater a GUIA PRÁTICO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
dengue e outras doenças. Este é o princípio de integralidade, ou seja,
realizar todas as ações necessárias para a promoção, proteção e
recuperação da saúde de todos. No processo de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), o
agente comunitário de saúde (ACS) tem sido um personagem muito impor-
Todos sabem, porém, que, para ter boa saúde, é preciso ter boa tante realizando a integração dos serviços de saúde da Atenção Primária à
alimentação, possuir uma casa, morar num local com rede de esgoto, luz e Saúde com a comunidade.
água, trabalhar, ter um meio de transporte bom e barato, desfrutar de Atualmente são mais de 200 mil em todo o Brasil desenvolvendo ações
programas de lazer. Assim, para que as pessoas tenham uma boa de promoção e vigilância em saúde, contribuindo para a melhoria da quali-
qualidade de vida, não depende apenas do setor saúde. Compreende-se dade de vida das pessoas.
que “os níveis de saúde da população expressam a organização social e O Ministério da Saúde reconhece que o processo de qualificação dos
econômica do país”. Ou seja, há o reconhecimento de que os indicadores agentes deve ser permanente e nesse sentido apresenta esta publicação,
de saúde das pessoas devem ser tomados para medir o nível de com informações atualizadas relacionadas aos temas mais frequentes do
desenvolvimento do país e do bem-estar da população. seu cotidiano.
O Guia Prático do Agente Comunitário de Saúde, elaborado pelo De-
O Sistema Único de Saúde tem seus serviços administrados pelos partamento de Atenção Básica, tem como objetivo oferecer subsídios para
governos federal, estaduais e municipais e por organizações cujo objetivo é o desenvolvimento do trabalho do ACS.
garantir a prestação de serviços gratuitos a qualquer cidadão.
Seu formato foi pensado para facilitar a consulta e o manuseio princi-
Em locais onde há falta de serviços públicos, o SUS realiza a palmente durante as visitas domiciliares, auxiliando no esclarecimento de
contratação de serviços de hospitais ou laboratórios particulares, para que dúvidas de forma objetiva.
não falte assistência às pessoas. Desse modo, esses hospitais e Esperamos que este material contribua para o fortalecimento de seu
laboratórios também se integram à rede SUS, tendo que seguir seus trabalho, desejando sucesso na tarefa de acompanhar os milhões de famí-
princípios e diretrizes. lias brasileiras.

Devido às significativas diferenças existentes entre as várias regiões e APRESENTACÃO


municípios brasileiros, o Ministério da Saúde criou formas de descentralizar A família e o trabalho do ACS
a prestação dos serviços públicos de saúde, repassando responsabilidades
diferenciadas aos diferentes municípios. A mudança foi grande, pois A família é a primeira e mais importante influência na vida das pessoas.
ocorreu a unificação de comando, representada pela transferência ao É na família que adquirimos os valores, os usos e os costumes que irão
Ministério da Saúde de toda a responsabilidade pela saúde no plano formar nossa personalidade e bagagem emocional.
federal. Da mesma forma nos estados e municípios, onde a Podemos chamar de família um grupo de pessoas com vínculos afeti-
responsabilidade fica a cargo das respectivas secretarias estaduais e vos, de consanguinidade e de convivência.
municipais de saúde. Sob outro aspecto, o princípio da universalidade As famílias vêm se transformando ao longo do tempo, acompanhando
representou a inclusão de todos no amparo prestado pelo SUS, ou seja, as mudanças religiosas, econômicas, sociais e culturais. Hoje existem
qualquer pessoa passa a ter o direito de ser atendidos nas unidades várias formas de organização familiar, como: famílias com uniões estáveis,
públicas de saúde, lembrando que antes apenas os trabalhadores com reconstituídas, de casais do mesmo sexo, de casais que moram em casas
carteira registrada faziam jus a esses serviços. separadas etc. Há ainda famílias que não têm a presença da mãe, do pai
ou de ambos. Muitas vezes nesses casos, os avós assumem a responsabi-
Nem sempre é possível ao município executar sozinho todos os lidade em cuidar da família.
serviços de saúde. Pequenos municípios carecem de recursos humanos, A família é o ponto de partida para o trabalho do ACS na comunidade.
financeiros e materiais, e sua população é insuficiente para manter um Por isso, é preciso identificar e compreender a formação e como funci-
hospital ou serviços especializados. Por isso, a descentralização dos onam as famílias da sua área de abrangência.
serviços implica também na sua regionalização. Num país imenso como o
nosso, para evitar desperdícios e duplicações faz-se necessário organizar A seguir, alguns itens que podem colaborar na identificação da organi-
os serviços, visando dar acesso a todos os tipos de atendimento. zação e funcionamento das famílias.
O grau de parentesco entre os membros da família;
O sistema de saúde é ainda um sistema hierarquizado: compõe-se de Os membros agregados;
várias unidades interligadas, cada qual com suas tarefas a cumprir. Num A função de cada membro na família: na divisão do trabalho doméstico,
primeiro nível, estão os centros de saúde, que todos podem procurar na divisão das despesas, na identificação daquele que é o alicerce emocio-
diretamente; em seguida, há outros estabelecimentos que ofertam serviços nal e espiritual;
mais complexos, como as policlínicas e hospitais. Quando necessário, as Os valores, preconceitos, costumes e religiosidade, principalmente os
pessoas serão encaminhadas para eles, sempre referenciadas a partir dos que podem interferir no cuidado com a saúde;
centros de saúde. Para os casos de urgência e emergência, há um pronto-
socorro próximo. Presença de conflitos entre os membros da família e como são resolvi-
dos esses conflitos;
É bem verdade que o SUS, como não poderia deixar de ser, está em Os tipos de trabalho de seus membros;
constante processo de aperfeiçoamento. A promoção da saúde à O papel do homem e da mulher na família;
população estará sofrendo sempre transformações pois, como as Quem exerce o papel de liderança na família;
sociedades são dinâmicas, a cada dia surgem novas tecnologias que Se todos os membros da família possuem documentos: Certidão de
devem ser utilizadas para a melhoria dos serviços e das ações de saúde. Nascimento, CPF, Carteira de Identidade, Carteira de Trabalho, ou outros
Além disso, temos também como condição essencial para um melhor que favoreçam a consolidação de sua cidadania.
funcionamento do SUS a participação e mobilização social em seus
trabalhos. Podemos dizer que a sua participação é a alma do SUS IDENTIFIQUE
Registro Civil de Nascimento e documentação básica
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Você pode encontrar na sua área de atuação pessoas que não possu- Para o registro civil para os maiores de 90 dias sem a DNV, você, ACS,
em Certidão de Nascimento e outros documentos básicos de cidadania. deve recomendar que a família procure o cartório mais próximo de sua
Isso faz com que esses brasileiros deixem de ter acesso a oportunidades e residência para obter mais informações de como proceder. Destacamos
até mesmo aos programas sociais do governo. que, mesmo assim, o 1º RCN continua sendo gratuito.
Na visita domiciliar, é importante que você identifique as pessoas sem É importante guardar e preservar a certidão original, pois será utilizada
Registro Civil e sem documentação. por toda a vida do cidadão.
Registro Civil de Nascimento Caso seja necessário ter acesso a uma segunda via da Certidão de
Sem o Registro Civil de Nascimento, uma pessoa, para todos os efeitos Nascimento, basta solicitar a emissão de outra certidão no cartório onde a
legais, não possui nome, sobrenome, nacionalidade, não existe para o pessoa foi registrada. Nesse caso será cobrada uma taxa, a não ser que o
Estado e não pode ter outros documentos como: Carteira de solicitante seja reconhecidamente pobre, conforme já explicado.
Trabalho, Título de Eleitor, CPF, Carteira de Identidade, Habilitação de Documentação básica:
Motorista, Passaporte etc. Cadastro de Pessoa Física (CPF);
Não é possível também ter direito a: fazer matrícula na escola, fundo Carteira de Trabalho e Previdência Social – CNTPS;
de garantia por tempo de serviço, aposentadoria, licença-maternidade etc. Registro Geral (RG) ou Carteira de Identidade.
Não pode participar dos programas sociais como Bolsa-Família, Luz para Quem pode ser o representante legal?
Todos, entre outros, nem realizar casamento civil, fazer alistamento militar e
comprar um imóvel com escritura. Se a criança ou adolescente não tem os pais, o avô ou avó será seu
representante legal. Na falta dos avós, outro parente próximo poderá reque-
É comum encontrar grupos de população específicos sem documenta- rer a guarda ao juiz. Se a criança estiver em situação de risco, o Conselho
ção, como os povos indígenas, ciganos, quilombolas, trabalhadores rurais, Tutelar poderá intervir e encaminhar pedido ao promotor de Justiça, que
catadores de papel, pessoas em situação de rua, pessoas de baixa renda e requererá ao juiz a nomeação de um representante legal ou abrigamento da
aqueles que moram afastados dos cartórios. Os povos indígenas têm o criança ou adolescente.
direito, mas não são obrigados, ao Registro Civil de Nascimento.
É preciso estar atento para as crianças nascidas e que não foram re-
gistradas após os 90 dias de vida. Saúde da criança
A Declaração de Nascido Vivo (DNV) é o documento que é emitido pelo O acompanhamento de crianças é uma etapa fundamental e prioritária
estabelecimento de saúde onde a criança nasceu. Esse documento deve de seu trabalho. Você vai acompanhar todas as crianças de sua área de
ser levado ao cartório para ser feito o Registro Civil de Nascimento (RCN) e atuação, desenvolvendo ações de prevenção de doenças e agravos e de
emitida a Certidão de Nascimento. O registro fica no cartório. A certidão fica promoção à saúde.
com a pessoa que fez o registro. Pai, avô, padrinho ou amigo pode fazê-lo. Entre as ações de prevenção das doenças e promoção à saúde, estão
O Registro Civil de Nascimento é feito uma única vez em livro no cartório, é o incentivo ao cumprimento do calendário vacinal, a busca ativa dos falto-
gratuito para todos os brasileiros, assim como a primeira Certidão de Nas- sos às vacinas e consultas, a prevenção de acidentes na infância, o incenti-
cimento fornecida pelo cartório. vo ao aleitamento materno, que é uma das estratégias mais eficazes para
O Registro Civil de Nascimento é gratuito, mesmo quando feito após o redução da morbimortalidade (adoecimento e morte) infantil, possibilitando
prazo legal, que é de 15 dias. Esse prazo se amplia para até três meses um grande impacto na saúde integral da criança.
nos lugares com mais de 30 quilômetros de distância da sede do cartório Os problemas que surgem durante a infância são responsáveis por
(artigos 30 e 50 da Lei nº 6.015/73; art. 1º da Lei nº 9.265/96; art. 45 da Lei graves consequências para os indivíduos, e sua atuação certamente contri-
nº 8.935/94). buirá para minimizar o aparecimento desses problemas.
As penalidades aos profissionais registradores estão previstas na Lei nº A seguir orientações que devem ser dadas durante a visita domiciliar às
8.935/94, disponível em: famílias onde há crianças.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8935.htm Crianças recém-nascidas (0 a 28 dias), verificar:
O Registro Civil de Nascimento é feito no cartório de Registro Civil do Os dados de identificação do nascimento por meio da caderneta da cri-
local (vila, povoado, cidade) onde a criança nasceu, somente nos primeiros ança;
90 dias. Após esse prazo, o registro só poderá ser feito no cartório mais Se já foi feito o teste do pezinho;
próximo de onde a pessoa mora. Se já foram realizadas as vacinas – BCG, hepatite B;
A segunda via da Certidão de Nascimento só é gratuita para aqueles Se a criança já evacuou ou está evacuando regularmente;
reconhecidamente pobres, de acordo com a Lei nº 9.534/97.
Os cuidados com o coto umbilical;
Documentos necessários para fazer o Registro Civil de Nascimento:
A presença de sinais comuns em recém-nascidos (na pele, na cabeça,
Se os pais são casados: no tórax, no abdome e genitálias), regurgitação, soluços, espirros e fazer as
Via amarela da Declaração de Nascido Vivo, fornecida pelo hospital; orientações;
Certidão de Casamento; Higiene do corpo, higiene da boca, presença de assaduras, frequência
Presença do pai ou da mãe. das trocas de fraldas;
Se os pais não são casados: A alimentação – aleitamento materno exclusivo ou outro tipo e identifi-
Via amarela da Declaração de Nascido Vivo, fornecida pelo hospital; car eventuais dificuldades em relação ao aleitamento;
Um documento de identidade dos pais, por exemplo, Certidão de Nas- Sono, choro;
cimento ou Agendamento da consulta de acompanhamento na Unidade Básica de
Carteira de Identidade; Saúde (UBS).
O pai e a mãe devem estar presentes. Se o pai não estiver presente, a Para todas as crianças:
mãe só faz o registro com o nome paterno se tiver uma procuração do pai Observar o relacionamento da mãe, dos pais ou da pessoa que cuida
para esse fim. Sem a procuração, ela pode registrar apenas em seu nome da criança, avaliando, entre outros, cuidados realizados com a criança, o
e, a qualquer tempo, o pai pode ir ao cartório para registrar a paternidade. banho, a alimentação (inclusive mamadas), as trocas de fraldas;
Se a criança não nasceu no hospital e não tem a Declaração de Nasci- Solicitar a Certidão de Nascimento;
do Vivo, os pais devem ir ao cartório com duas testemunhas maiores de Verificar o grau de escolaridade da mãe;
idade que confirmem a gravidez e o parto. Solicitar a caderneta da criança e verificar: esquema de vacinação,
Os pais não registrados devem primeiramente se registrar para depois crescimento e desenvolvimento;
registrar o filho. Observar sinais de risco;
Os pais menores de 18 anos não emancipados deverão ir ao cartório, Observar sinais indicativos de violência; orçar as orientações feitas pela
acompanhados de seus pais ou representantes legais. UBS;

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Ref que desaparecem em poucos dias.
Verificar se a família está inscrita no Programa Bolsa-Família. O bebê pode apresentar um inchaço no couro cabeludo, como uma bo-
A CRIANÇA NO PRIMEIRO MÊS DE VIDA lha, devido à compressão da cabeça para dilatar o colo do útero.
A criança desde o nascimento até completar 28 dias de vida é chama- Quando o parto é natural, é comum isso acontecer com o bebê.
da de recém-nascida, sendo totalmente dependente dos cuidados dos pais. A “moleira” é também uma característica do recém-nascido, não de-
É importante que os cuidados com o recém-nascido, mesmo os mais vendo ser motivo de preocupação. Ela nada mais é que uma região mais
simples, sejam feitos pela mãe. No entanto, outras pessoas podem ajudar mole na parte de cima dos ossos da cabeça que ainda não estão emenda-
no cuidado com a criança: o pai, a avó, a vizinha ou a comadre. dos. Isso ocorre para facilitar a passagem da cabeça do bebê pelo canal
Nessa fase qualquer doença pode se tornar grave. vaginal na hora do parto. A moleira é importante para que a cabeça do
bebê continue crescendo, acompanhando o crescimento do cérebro. Ela vai
Você pode colaborar conversando com os pais, esclarecendo suas dú- se fechando aos poucos, num processo que só se completa por volta dos
vidas e diminuindo suas preocupações. Lembre-se de que a mãe também 18 meses de vida.
está se recuperando e se acostumando a uma nova situação, mesmo que
ela já tenha outros filhos.
Observando os cuidados da mãe com o bebê no banho, nas mamadas, Casquinhas no couro cabeludo
na troca de fraldas, você poderá perceber o tipo de atenção que é dada à São comuns nos recém-nascidos essas casquinhas, que não incomo-
criança e assim orientar melhor a mãe e a família. dam em nada o bebê. O importante é manter a cabeça limpa e seca.
Características físicas do recém-nascido Orientar para não tentar tirá-las a seco e verificar se as orientações da
Os bebês nascem vermelhinhos, amassados, inchados, alguns com a UBS estão sendo realizadas. Com o tempo elas desaparecem naturalmen-
cabeça pontuda, o nariz achatado e os olhos “vesgos”. Essas característi- te. Caso você sinta um cheiro desagradável na cabeça do bebê, é preciso
cas são normais neles e somem até o primeiro ano de vida. encaminhá-lo para a UBS.
Algumas marcas podem aparecer na pele resultantes do trabalho de A criança pode nascer com dentes, que geralmente não tem o formato
parto, independentemente da habilidade da pessoa que fez o parto. de um dente normal. Não se deve tentar tirá-los, e sim encaminhar o bebê
para o dentista na UBS.
Não é o caso de se preocupar, pois elas vão desaparecer com o tem-
po. Tórax e abdome:
Peso: Alguns bebês podem nascer com as mamas aumentadas porque os
hormônios da mãe passaram por meio do cordão umbilical. Isso é natural.
Normalmente os bebês nascem com peso entre 2,5 kg e 4 kg e sua al- Você deve orientar a mãe para não espremer, pois, além de machucar,
tura fica entre 47 e 54 centímetros. pode inflamar. Informe que as mamas irão diminuir aos poucos;
Por que o peso é tão importante? A barriga do bebê é alta e grande, e na respiração ela sobe e desce
Por que o peso ao nascer pode ser um indicativo de algum problema (respiração abdominal);
de saúde durante a gestação. O coto umbilical é esbranquiçado e úmido, que vai ficando seco e escu-
Depois o peso e a altura vão marcar o início do crescimento do bebê, ro, até cair;
agora fora da barriga da mãe e, é claro, com as características herdadas Os braços e pernas parecem curtos em relação ao corpo.
dos pais.
Genitais:
Aqueles que nascem com menos de 2,5 kg têm maiores riscos de
apresentar problemas. Podem ser prematuros, que nasceram antes da Em alguns meninos os testículos podem ainda não ter descido total-
hora. mente, parecendo o saco um pouco murcho; outros podem ser grandes e
duros, parecendo estar cheios de líquido. Mantendo-se qualquer uma
Podem também ser crianças que por diversas razões, como desnutri- dessas situações, orientar para procurar a UBS.
ção da mãe, infecções da mãe durante a gravidez, mãe fumante durante a
gravidez ou por outras razões, nasceram no tempo certo, mas com baixo Nas meninas pode haver saída de secreção esbranquiçada ou um pe-
peso. Por outro lado, não podemos nos esquecer dos bebês que nasceram queno sangramento pela vagina. Isso ocorre devido à passagem de hormô-
acima de 4 kg, que pode ser um indicativo de mãe que apresentou diabetes nios da mãe. Nesses casos, oriente que é uma situação passageira e
gestacional. recomende a higiene local, sempre da frente para trás, ou seja, da vagina
em direção ao ânus, e não o contrário.
Todos esses bebês precisam ser acompanhados com mais frequência
por você e pelos demais profissionais da UBS, pois geralmente precisam de Funcionamento intestinal:
cuidados especiais. Nas primeiras 24 horas de vida, os recém-nascidos eliminam o mecô-
Perda de peso natural nio (que é verde bem escuro, quase preto e grudento, parecendo graxa),
depois as fezes se tornam esverdeadas e, posteriormente, amareladas e
Nos primeiros dias de vida, o bebê perde peso e isso é normal. Perde pastosas. As crianças amamentadas no peito costumam apresentar várias
líquido e elimina as primeiras fezes (mecônio). Ele está se acostumando ao evacuações por dia, com fezes mais líquidas. Se o bebê está ganhando
novo ambiente. Deve recuperar seu peso em mais ou menos 10 dias. peso, mamando bem, mesmo evacuando várias vezes ao dia, isso não
Pele: significa diarreia.
Sua pele é avermelhada e recoberta por uma camada de gordura, que Alguns bebês não evacuam todos os dias e chegam a ficar até uma
serve de proteção e aumenta sua resistência a infecções. semana sem evacuar. Se, apesar desse tempo, as fezes estiverem pasto-
É delicada e fina, então é preciso ter muito cuidado com a higiene. sas e a criança estiver mamando bem, isso não é um problema.
Podem ter pelos finos e longos nas costas, orelhas e rosto, que desa- Se o bebê está mamando só no peito e fica alguns dias sem evacuar,
parecem após uma semana do nascimento; não se deve dar frutas, laxantes ou chás. É importante orientar a mãe que
Podem aparecer alguns pontinhos no nariz como se fossem pequenas nesse período não se trata de doença, procurando tranquilizá-la.
espinhas, que não se deve espremer, pois podem inflamar. Eles desapare- Urina:
cem em cerca de um ou dois meses; Os bebês urinam bastante. Isso indica que estão mamando o suficien-
Podem apresentar manchas avermelhadas espalhadas pelo corpo, que te. Quando ficam com as fraldas sem ser trocadas por muito tempo, por
é uma reação da pele ao ambiente, e também logo desaparecem; exemplo, a noite toda, o cheiro da urina pode ficar forte, mas na maioria das
Se o bebê apresentar coloração amarelada em qualquer intensidade, vezes não significa problema de saúde.
orientar para procurar a UBS, porque pode ser “icterícia”. Sono:
Cabeça: Na primeira semana, o recém-nascido dorme de 15 a 20 horas por dia,
A cabeça do recém-nascido sofre pressão intensa durante o trabalho porém alguns não dormem entre as mamadas, ficando acordados por
de parto, que, às vezes, adquire uma forma diferente do normal. O bebê várias horas.
pode ainda nascer com o rosto inchado e com manchas. São alterações

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Para que o bebê não troque o dia pela noite, é importante lembrar da podem causar sonolência.
luminosidade. É fundamental proporcionar um ambiente claro e arejado Para aliviar as cólicas por alguns momentos, orientar para fazer mas-
durante o dia, e escuro e acolhedor durante a noite. sagens na barriga no sentido dos ponteiros do relógio e movimentar as
Um recém-nascido, durante seu primeiro mês de vida, passa a maior pernas em direção à barriga. Fazer compressas secas e mornas, aconche-
parte do tempo dormindo. Muitos estudos afirmam que em média um bebê gar o bebê no colo da mãe também podem ajudar a acalmar a dor.
dorme um mínimo de 12 horas e um máximo de 20 horas diárias. Regurgitação:
É possível dar um ritmo ao sono do bebê? É comum e consiste na devolução frequente de pequeno volume de lei-
Durante o primeiro mês é muito difícil, mas com o tempo o sono duran- te logo após as mamadas. Quase sempre, o leite volta ainda sem ter sofrido
te a noite se torna predominante. ação do suco gástrico. Se o ganho de peso do bebê for satisfatório, é uma
Muitas vezes, porém, pode acontecer de o bebê trocar a noite pelo dia. situação normal.
Você pode orientar os familiares a manter as janelas abertas para que Soluços e espirros:
o bebê possa perceber a claridade do dia, não diminuir os barulhos costu- Os soluços são frequentes quando a criança está descoberta e com
meiros da casa, mantê-lo brincando, conversando, chamando sua atenção frio, na hora do banho e às vezes após as mamadas. Não provoca nenhum
e à noite fazer o contrário. Orientar os familiares a levar o bebê para o mal e param sozinhos. Os espirros ocorrem frequentemente e não devem
berço somente à noite e evitar acender as luzes para não distraí-lo. ser atribuídos a resfriados.
Choro: Hidratação:
O choro é uma manifestação natural. Depois do nascimento, o bebê As crianças amamentadas exclusivamente no seio não necessitam de
tem que se adaptar a uma série de mudanças: novas sensações, novos água, chás, sucos ou outros leites que não o do peito nos intervalos das
sons, roupas, banhos... Não é, portanto, de se estranhar o fato de ele mamadas.
chorar. Quando a criança estiver tomando mamadeira, oferecer nos intervalos
O bebê se comunica pelo choro sempre que se sentir desconfortável água filtrada e fervida.
ou estiver com fome, sede, frio, fralda molhada, roupa apertada, coceira, Orientações a serem dadas sobre os cuidados com o bebê
cólica ou irritação por excesso de barulho. Não usar medicamentos para No banho:
evitar o choro.
Deve ser diário e nos horários mais quentes, podendo ser várias vezes
Certamente, um “remédio” sempre útil é o aconchego do colo da mãe. no dia, principalmente nos lugares de clima quente. Sempre com água
Porém, se por qualquer motivo ela achar que o bebê está chorando demais morna, limpa e sabonete neutro. É importante testar a temperatura da água
e desconfiar que haja algo errado com ele, oriente a levá-lo logo à UBS antes de colocar a criança no banho.
para receber a orientação adequada.
Enxugar bem, principalmente nas regiões de dobras, para evitar as as-
Conforme a mãe for conhecendo o seu bebê, conseguirá distinguir os saduras.
diferentes “choros”, isto é, o significado de cada uma de suas manifesta-
ções. No começo, porém, vai ter que pensar numa porção de motivos, até Não usar perfume, óleos industrializados e talco na pele do bebê, pelo
acertar a causa. risco de aspiração do talco e por causar alergias.
Continua... As unhas do bebê devem ser cortadas para evitar arranhões e acúmulo
de sujeiras.
Raramente o bebê chora sem que haja uma razão. Ele pode chorar
quando se encontrar em algumas dessas situações: Na troca de fraldas:
Fome: o bebê chora muito, nenhum carinho consegue acalmá-lo e já se A cada troca de fraldas, limpar com água morna e limpa, mesmo que o
passaram algumas horas da última mamada: é fome. Ele só se tranquilizará bebê só tenha urinado. Não deixar passar muito tempo sem trocá-las, pois
depois que estiver satisfeito. o contato das fezes ou da urina com a pele delicada do bebê provoca
assaduras e irritações. Não usar talco ou perfume, pois podem causar
Desconforto: o bebê fica incomodado quando sua fralda está molhada. alergias.
Além disso, a cólica, o calor e o frio são também situações de desconforto.
Uma medida que pode ajudar a melhorar a assadura é deixar o bebê
Dor: nos primeiros meses são normais as cólicas provocadas porque sem fraldas para tomar banho de sol, até as 10 horas da manhã e após as
engole ar durante as mamadas. O choro de dor é agudo, inconsolável e 16 horas, por cinco minutos. O sol tem uma ação de matar os micro-
repentino. Algumas medidas podem ajudar a acalmar a dor, como massa- organismos e ajuda a proteger a pele da irritação provocada pelo contato
gens na barriga, movimentar as pernas em direção ao corpo e encostar a da urina e das fezes.
barriga do bebê na barriga da mãe.
Nos casos em que as assaduras não apresentarem melhora, isso pode
Solidão: o bebê gosta de companhia e ao sentir a falta da mãe ele cho- dever-se à dermatite por fralda, que é uma irritação na pele causada pelo
ra muito. contato com a urina e fezes retidas pelas fraldas e plásticos. É observada
Ela deve pegá-lo no colo, dar carinho e atenção. Você pode orientar uma vermelhidão de pele, com descamação, aspecto brilhante e, eventual-
que ele chora não por um capricho, mas por uma necessidade de aconche- mente, com pontinhos elevados, e fica restrita às regiões cobertas pelas
go e carinho. fraldas.
Frio: muitas vezes ao trocar ou dar banho em um bebê ele começa a Nesses casos, orientar para procurar a UBS, para identificar a causa e
chorar. Isso pode ser pela sensação de frio e de nudez repentina. A mãe iniciar o tratamento.
deve cobri-lo com uma toalha para acalmá-lo. Com o umbigo:
Agitação: o recém-nascido sofre diferentes estímulos: barulhos, luzes, O coto umbilical cairá espontaneamente entre o 5º e o 14º dia de vida.
calor, frio etc. E em certos momentos de maior tensão ele pode manifestar Alguns recém-nascidos apresentam um umbigo grosso e gelatinoso, que
uma crise de choro. Nesse caso deve-se dar colo e carinho. Alguns bebês poderá retardar sua queda até em torno de 25 dias. Pode ocorrer discreto
choram antes de dormir. Você deve orientar a não deixá-lo chorar pensan- sangramento após a queda do coto umbilical, que não requer cuidados
do que assim cairá no sono pelo cansaço, pois ele precisa de tranquilidade especiais.
e carinho para dormir.
Os cuidados com o coto umbilical são importantes para evitar infec-
Cólicas: ções. A limpeza deve ser diária durante o banho e deixar sempre seco.
Em geral, começam no fim da terceira semana de vida e vão até o fim Nos casos em que as assaduras não apresentarem melhora, isso pode
do terceiro mês. O bebê chora e se contorce, melhora quando suga o peito dever-se à, que é uma irritação na pele causada pelo contato com a urina e
e volta a chorar. Isso faz com que a mãe pense que é fome e pode levá-la a fezes retidas pelas fraldas e plásticos. É observada uma vermelhidão de
substituir o leite materno por mamadeira. pele, com descamação, aspecto brilhante e, eventualmente, com pontinhos
Você deve orientar para que a mãe e familiares não confundam a ne- elevados, e fica restrita às regiões cobertas pelas fraldas.
cessidade de sugar, que melhora por um tempo as cólicas, com a fome. Não se devem usar as faixas ou esparadrapos, pois não deixam o um-
Orientar ainda a não usar medicamentos sem orientação da equipe de bigo secar, além de dificultar a respiração do bebê. Também não se deve
saúde, pois podem ser perigosos para o bebê, por conter substâncias que

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colocar no local ervas, fumo, frutas, moedas ou qualquer outro objeto. Teste do olhinho
Se observar o aparecimento de secreção, sangue ou cheiro desagra- Também conhecido como exame do reflexo vermelho, ele pode detec-
dável no coto umbilical, é preciso orientar que a mãe leve o bebê à UBS. tar diversos problemas nos olhos, o mais importante é a catarata congênita.
Hérnia umbilical: Deve ser realizado de preferência ainda na maternidade, mas pode ser
É uma alteração na cicatriz umbilical. Após a queda do coto umbilical, feito na UBS pelo médico treinado, nos três primeiros anos de vida.
quando o bebê chora, é possível ver que o umbigo fica estufado. SAÚDE BUCAL NA CRIANÇA
Orientar a não usar faixas, esparadrapos ou colocar moedas, pois não Desde os primeiros dias de vida, a adoção de cuidados com a saúde
têm nenhum efeito e podem dificultar a respiração do bebê ou causar bucal deve ser estimulada e motivada pelos profissionais da equipe de
irritação na pele. Na grande maioria dos casos a hérnia umbilical regride saúde. A prática de hábitos de vida saudáveis irá prevenir o aparecimento
naturalmente sem necessidade de qualquer intervenção. De qualquer de doenças bucais na primeira infância, repercutindo na promoção à saúde
forma, deve-se orientar para procurar a UBS para avaliação. para toda a vida.
Hérnia inguinal: Nesse primeiro momento, deve-se ouvir a família e observar o compor-
É uma bola que aparece na virilha, principalmente quando o bebê cho- tamento do recém-nascido. Orientar as dúvidas que os pais e os familiares
ra. Caso seja confirmada a presença da hérnia, o tratamento é cirúrgico e tiverem, como: aleitamento materno; uso de bicos e chupetas; sucção
você deve orientar para procurar a UBS. digital (chupar o dedo); higiene bucal; uso de creme dental; alimentação; e
Outros cuidados: manifestações mais frequentes.
A higiene do ambiente, das roupas, dos objetos usados pelo bebê é Dentição de leite
muito importante, considerando que ele tem poucas defesas e pode ter Durante a vida possuímos dois tipos diferentes de dentição: a de leite e
infecções. É preciso, então, orientar para que as pessoas tenham o enten- a permanente. Os dentes de leite aparecem por volta dos seis meses de
dimento da relação da sujeira com a presença de micro-organismos causa- vida. Geralmente os dentes inferiores surgem primeiro que os superiores e
dores de doenças. sempre aparecem aos pares, um esquerdo e outro direito.
Quem cuida do bebê deve lavar bem as mãos, com água e sabão, an- Para que servem os dentes de leite?
tes e depois de cada cuidado. Mastigar;
As roupas e fraldas devem ser bem lavadas, enxaguadas e, sempre Falar;
que possível, colocadas ao sol para secar e devem ser passadas com ferro Sorrir;
quente. Orientar para lavá-las com sabão neutro e evitar o uso de amacian- Guiam os dentes permanentes para nascerem;
tes.
Guardam o lugar dos dentes permanentes;
Ao perceber as condições de vida da família na visita domiciliar, você
pode verificar a possibilidade de deixar a casa mais arejada e iluminada. Ajudam as arcadas dentárias a se desenvolverem (devido ao exercício
Estudar em conjunto com a família formas de diminuir a poeira e fumaça muscular propiciado pela mastigação);
(fogões à lenha e cigarros) dentro da casa. Servem para começarmos a aprender a ter higiene bucal.
Nos locais onde há malária, filariose, dengue, febre amarela e doença Os dentes de leite são em número de 20:
de Chagas, é necessário o uso de mosquiteiros. Sua orientação e ação Oito incisivos: ficam na frente, sendo tanto superior quanto inferior
também podem ser complementadas pelas do agente de controle de en- Quatro caninos: ao lado dos incisivos
demias. Oito molares: ficam atrás dos caninos, no fundo da boca
TRIAGEM NEONATAL Os dentes de leite devem ser bem cuidados, para que possamos ter os
O teste do pezinho, da orelhinha e do olhinho fazem parte do Programa permanentes saudáveis.
Nacional de Triagem Neonatal (recém-nascido), criado em 2001 pelo Minis- Higiene bucal
tério da Saúde, com objetivo de diagnosticar diversas doenças e a tempo
Os bons hábitos alimentares e de higiene bucal na família irão interferir
de fazer o tratamento precocemente, reduzindo ou eliminando sequelas,
no comportamento das crianças. Por essa razão, o ACS deve orientar a
como o retardo mental, surdez e cegueira.
família nos cuidados da higiene bucal e ainda na mudança de alguns hábi-
Teste do pezinho tos alimentares, como a redução do uso do açúcar no leite, em sucos ou
Você deve orientar a sua realização imediatamente entre o terceiro e o chás.
sétimo dia de vida do bebê. A limpeza da cavidade bucal deve ser iniciada antes mesmo da erup-
A partir desse prazo, oriente para fazer o exame o mais cedo possível, ção dos dentes. Deve-se orientar a utilização de um tecido limpo (gaze ou
preferencialmente dentro de 30 dias após o nascimento. fralda) umedecido em água filtrada ou fervida, mas em temperatura ambien-
Teste do pezinho te, massageado suavemente a gengiva.
Você deve orientar a sua realização imediatamente entre o terceiro e o Além de higienizar a cavidade bucal, esse procedimento tem o objetivo
sétimo dia de vida do bebê. de condicionar o bebe à adoção de hábitos saudáveis futuramente.
A partir desse prazo, oriente para fazer o exame o mais cedo possível, Escovação:
preferencialmente dentro de 30 dias após o nascimento. Com o aparecimento do primeiro dente, inicia-se a fase do uso da es-
O exame revela doenças que podem causar graves problemas ao de- cova dental, que deverá ser de cabeça pequena e as cerdas arredondadas
senvolvimento e crescimento do bebê, que são irreversíveis se não diag- e macias, mas sem a pasta de dente. O creme dental com flúor só deverá
nosticadas e logo tratadas. Por isso a importância da sua realização o mais ser utilizado quando a criança souber cuspir completamente o seu excesso.
cedo possível. Criança que ainda não sabe cuspir não deve usar pasta de dente com
Teste da orelhinha flúor, pois ela pode engolir essa pasta e vir a ter um problema conhecido
É um exame que pode detectar precocemente se o bebê tem algum como fluorose, que é o aparecimento de manchas esbranquiçadas e/ou má
problema de audição. Ele é realizado no próprio berçário, quando o bebê formação dentária. Seguir as recomendações da equipe de Saúde Bucal
está quieto dormindo, de preferência nas primeiras 48 horas de vida, mas quanto à quantidade segura de creme dental para a criança e a frequência
pode ser feito após alguns meses de vida, em outro serviço de saúde de escovação, pois isso é fundamental para prevenir a cárie precoce e a
conveniado, se a maternidade não tiver fonoaudiólogos para realizar o fluorose.
exame. Dica: o que limpa o dente é a ação da escovação, e não a pasta de
O exame não dói, não incomoda, não acorda o bebê, é barato, fácil de dente. Por isso, orientar para colocar pouca pasta de dente na escova
ser realizado, não tem contraindicação e é eficaz para detectar problemas (quantidade equivalente a um grão de arroz cru).
auditivos. Fio dental:
Informe-se na sua UBS de referência se o exame da orelhinha está O uso do fio dental é tão importante quanto o uso da escova de dente.
disponível na rede do SUS do município e onde é realizado.

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Ele garante a retirada dos restos de alimentos entre os dentes e da
placa bacteriana. O seu uso deve ser estimulado na medida em que a
criança for crescendo e iniciado assim que se estabelecer o espaço entre
dois dentes.
Na saúde bucal o ACS deve ainda reforçar a importância de uma ali-
mentação saudável, sem açúcar. Incentivar o consumo de frutas, legumes e
verduras e evitar alimentos industrializados (refrigerantes, bolachas, salga-
dinhos, balas, doces, chocolates).
Orientar a mãe, o pai ou quem cuida da criança para ir regularmente ao
serviço de saúde para avaliação e prevenção de cárie.
Até que a criança adquira coordenação motora, o cuidado com sua hi-
giene bucal deverá ser delegado aos seus pais ou responsáveis.
ATENÇÃO: o ACS deve identificar e conhecer o serviço de saúde bucal
Alterações em saúde bucal mais frequentes nas crianças disponível na sua área de abrangência, para orientar às famílias sobre
Candidíase bucal: como ter acesso a esse serviço.
Conhecida como “sapinho”, é uma doença infecciosa causada por fun-
gos. Apresenta-se como uma placa esbranquiçada e mole que recobre a ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
língua, bochecha ou palato mole (céu da boca mais posterior). A candidíase DA CRIANÇA
é encontrada com maior frequência em bebês entre zero e três meses de
Crescimento
idade. Caso você ou a mãe identifique esses sinais, oriente a procurar a
UBS. É o aumento do corpo como um todo. A altura faz parte do crescimen-
to, que é a medida em centímetros, e o peso, em quilogramas.
Desenvolvimento
Língua geográfica:
É o amadurecimento das funções do corpo. É o que faz com que a cri-
São áreas lisas localizadas na língua com margens limitadas e bem de-
ança aprenda a segurar objetos, relacionar sons e comportamentos, falar,
finidas que imitam o formato de um mapa, por esse motivo que se denomi-
andar, coordenar seus movimentos e ações, sentir, pensar e se relacionar
na de língua geográfica. O ACS pode ficar tranquilo ao ser questionado
com os outros e com o meio a sua volta.
sobre essa manifestação bucal, pois ela não necessita de nenhum trata-
mento. Porém, em caso de dúvida, sempre comunique sua equipe e discuta O acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento da criança
sobre o caso para ter mais informações. faz parte da consulta na UBS e também deve ser acompanhado por você
durante a visita domiciliar (VD). Na VD é importante observar como as
mães lidam com seus filhos: se conversam com eles, se brincam. Não é
Gengivite de erupção: necessário que ela fique o tempo todo em casa, mas é importante que
É uma inflamação localizada na gengiva devido ao surgimento dos pri- quem a substituir possa ter tempo para conversar com a criança, mesmo
meiros dentes de leite. O bebê pode sentir dor, febre e recusa à alimenta- durante os trabalhos de casa.
ção. Deve-se orientar a mãe e familiares que essa situação é comum e que
o bebê pode ficar irritado, mais choroso e precisar de mais carinho e aten-
CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA
ção. O ACS pode indicar algumas medidas caseiras, como chá gelado de
camomila ou malva e procurar o dentista da área. A Caderneta de Saúde da Criança existe para acompanhar e avaliar o
crescimento e desenvolvimento e a saúde da criança até os 10 anos. Existe
uma caderneta para meninas e outra para meninos porque o seu cresci-
Hematoma de erupção: mento é diferente.
É uma lesão de coloração azulada na região do dente que está nas- Você pode ter uma cópia da ficha vacinal e do gráfico de crescimento
cendo. Os pais, geralmente, ficam preocupados devido à coloração, mas é de cada criança, essa cópia é conhecida como cartão sombra ou cartão
importante tranquilizá-los, pois não é dolorido e não necessita de tratamen- espelho. Isso lhe ajudará no acompanhamento sobre a saúde e o cresci-
to. mento e desenvolvimento da criança, a cada visita.
Informações importantes sobre a saúde bucal:
INFORMAÇÕES IMPORTANTES A SEREM VERIFICADAS SE
CONSTAM NA CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA
No Brasil, a Caderneta de Saúde da Criança é considerada um docu-
mento. Ela contém diversas instruções, entre elas: dados de identificação
da criança, orientações relacionadas ao crescimento e desenvolvimento,
amamentação e calendário vacinal.
Dados de identificação e do nascimento da criança:
Nome completo da criança e dos pais;
Local onde mora (não se esquecer de indicar um ponto que ajude a
encontrar a casa da criança);
Como nasceu: se em hospital, centro de parto natural ou em casa, com
parteira; se foi parto normal ou cesárea; qual o peso e o comprimento; qual
o APGAR (que varia de 0 a 10 e quanto mais altos melhores foram as
condições do nascimento); qual o perímetro cefálico (que é a medida da
cabeça da criança, que na maioria dos recém-nascidos fica entre 32 e 36
cm).
Gráficos de crescimento para crianças
Interpretação dos gráficos de crescimento para crianças:
O estado nutricional, em todas as fases da vida, é avaliado a partir de
dados de peso e altura. Para saber se a pessoa será classificada como
saudável, é necessário que se façam comparações com uma referência
baseada em uma população saudável. Uma das maneiras de realizar essa
comparação é por meio de gráficos. A Caderneta de

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Saúde da Criança e a do Adolescente apresentam gráficos para essa Crianças ou adolescentes que são classificados abaixo da linha do -2
avaliação. As curvas de peso para idade, altura para idade e Índice de devem ser encaminhados para consulta com um profissional da equipe de
Massa Corporal (IMC) para idade mostram se o peso, a altura e o IMC da saúde.
criança ou adolescente estão compatíveis com os valores de MINISTÉRIO IMC para idade
DA SAÚDE / Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Atenção O IMC (Índice de Massa Corporal) avalia a proporção entre o peso e al-
Básica pessoas que se encontram na mesma idade. tura e pode ser avaliado de acordo com a idade do nascimento até os 19
Para usar esses gráficos, algumas informações são necessárias, de anos. Para utilizar o gráfico, o primeiro passo é medir a altura da criança ou
acordo com o gráfico utilizado: peso, estatura, idade e sexo. Os meninos adolescente; depois, deve-se obter o peso da pessoa no momento da
têm gráficos na cor azul, enquanto as meninas têm gráficos na cor rosa. avaliação. Anote o valor da altura e do peso com a data. Para essa avalia-
Fique atento também para o fato de que cada gráfico se destina a uma ção, também é necessário saber a idade em anos e meses. Com os valores
faixa etária diferente: alguns gráficos são para crianças menores de dois de altura e peso, calcule o IMC a partir da seguinte fórmula:
anos, outros para crianças entre dois e cinco anos incompletos e outros IMC =
gráficos para crianças de cinco a dez anos de idade.
Peso (em quilos)
Peso para idade
Altura x Altura
Esse gráfico faz uma avaliação do peso de acordo com a idade da
pessoa no momento da avaliação. Para utilizá-lo, o primeiro passo é pesar Note que a medida do peso deve estar em quilogramas e a da altura
a criança ou adolescente. Depois disso, anote o valor do peso com a data. em metros. Portanto, divida o valor do peso pelo quadrado da altura, isto é,
Além do peso, é necessário saber a idade da criança em anos e meses. É a medida da altura multiplicada por ela mesma.
muito importante que meninos e meninas tenham os gráficos certos, já que A seguir, temos como exemplo um gráfico de IMC para idade para indi-
o desenvolvimento e o crescimento são diferentes para os dois grupos. víduos dos 5 aos 19 anos. Note que o gráfico é azul, então se refere a um
Com os valores de peso e idade nas mãos, abra o gráfico. menino. Na linha horizontal (deitada), estão descritos os valores de idade;
A seguir, temos como exemplo um gráfico de peso para idade para nessa linha, localize a idade da criança ou adolescente. Na linha vertical
menores de cinco anos. Note que ele é azul, então se refere a um menino. (de pé), estão descritos os valores de IMC; localize o valor do IMC calcula-
Na linha horizontal (deitada), estão descritos os valores de idade; nessa do. Marcados os dois pontos, faça uma linha horizontal saindo do valor de
linha, localize a idade da criança. Na linha vertical (de pé), estão descritas IMC e uma linha vertical saindo da idade. As duas linhas devem se cruzar.
as medidas de peso em quilogramas; localize o peso da criança encontrado Esse ponto onde as linhas se cruzam irá proporcionar a classificação do
na pesagem. Marcados os dois pontos, faça uma linha horizontal saindo da estado nutricional dessa criança ou adolescente no dia em que se realizou
marcação do peso e uma linha vertical saindo da idade da pessoa. As duas a avaliação.
linhas devem se cruzar. Após colocar o ponto no gráfico de IMC por idade, é necessário fazer
Esse ponto onde as linhas se cruzam irá proporcionar a classificação avaliação dessa informação conforme a descrição abaixo:
do estado nutricional dessa criança no dia em que se realizou a pesagem. Abaixo da linha do -3 (ou do percentil 0,1): IMC muito baixo para a ida-
Após colocar o ponto no gráfico de peso por idade, é necessário fazer de;
avaliação dessa informação, conforme a descrição abaixo: Acima ou sobre a linha do -3 (equivalente ao percentil 0,1) e abaixo da
Abaixo da linha do -3 (equivalente ao percentil 0,1): peso muito baixo linha do -2 (equivalente ao percentil 3): o IMC está baixo para a idade;
para a idade; Acima ou sobre a linha do -2 (equivalente ao percentil 3) e abaixo ou
Acima ou sobre a linha do -3 (equivalente ao percentil 0,1) e abaixo da sobre a linha do +2 (equivalente ao percentil 97): o IMC está adequado para
linha do -2 (equivalente ao percentil 3): o peso está baixo para a idade; a idade;
Acima ou sobre a linha do -2 (equivalente ao percentil 3) e abaixo ou Acima da linha do +2 (equivalente ao percentil 97): o IMC está elevado
sobre a linha do +2 (equivalente ao percentil 97): o peso está adequado para a idade; a criança ou adolescente apresenta excesso de peso.
para a idade; ATENÇÃO: deve-se estar sempre atento para a evolução do cresci-
Acima da linha do +2 (equivalente ao percentil 97): o peso está elevado mento da criança. Se a linha de crescimento registrada no gráfico de cres-
para a idade. cimento estiver descendo ao longo dos atendimentos, trata-se de um sinal
de alerta, já que a criança está se aproximando de uma situação de baixo
Tanto as situações de muito baixo peso e baixo peso como os casos peso por idade ou de baixa estatura por idade. Da mesma forma, caso uma
de peso elevado para idade devem ser encaminhados a sua equipe de criança apresente um contínuo ganho de peso e estiver se aproximando
saúde para consulta. cada vez mais das linhas superiores do gráfico, o caso também requer uma
Estatura para idade atenção maior.
Esse gráfico faz uma avaliação da altura com a idade da pessoa no Para as crianças com baixo ou muito baixo peso e elevado peso, é
momento da avaliação. Para utilizar o gráfico, o primeiro passo é medir a preciso conversar mais com os pais, para saber como é o dia a dia delas:
altura da criança ou adolescente. Depois disso, anote o valor da altura com Como brincam; como se alimentam; como está a curva de peso; se to-
a data. Além da altura, é necessário saber a idade da criança em anos e mam sol; se brincam ao ar livre; se ficam doentes; quem toma conta; o que
meses. os pais e/ou cuidadores ensinam e conversam; se têm acesso à água limpa
A seguir, temos como exemplo um gráfico de estatura para idade. e tratada; se o quintal e a rua são limpos.
Note que ele é rosa, então se refere a uma menina. Na linha horizontal Essas crianças irão precisar de mais visitas domiciliares e deverão ser
(deitada), estão descritos os valores de idade; nessa linha, localize a idade orientadas para procurar a UBS.
da criança. Na linha vertical (de pé), estão descritas as medidas de altura Para mais informações sobre esse assunto, consulte a Caderneta de
em centímetros; localize a altura avaliada. Marcados os dois pontos, faça Saúde da Criança, Caderno de Atenção Básica (CAB) de Saúde da Criança
uma linha horizontal saindo da altura e uma linha vertical saindo da idade. e os materiais do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan),
As duas linhas devem se cruzar. Esse ponto onde as linhas se cruzam irá disponíveis no site: www.saude.gov.br/nutricao.
proporcionar a classificação do estado nutricional dessa criança no dia em
que se realizou a avaliação. Atividades
Após colocar o ponto no gráfico de estatura por idade, é necessário fa- Para acompanhar o desenvolvimento da criança, é preciso observar as
zer avaliação dessa informação conforme a descrição abaixo: atividades que a maioria delas é capaz de fazer nas diferentes idades.
Procure ter acesso a essa parte da Caderneta, que o médico e a enfermeira
Abaixo da linha do -3 (equivalente ao percentil 0,1): a altura está muito preenchem.
baixa para a idade;
Vacinas da criança
Acima ou sobre a linha do -3 (equivalente ao percentil 0,1) e abaixo da
linha do -2 (equivalente ao percentil 3): a altura está baixa para a idade; Esquema de vacinação da criança:
Acima ou sobre a linha do -2 (equivalente ao percentil 3): a altura está A vacinação é uma importante ação para diminuir doenças e mortes
adequada para a idade. por doenças infecciosas.

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Você deverá solicitar a Caderneta de Saúde da Criança e verificar o AP, TO, MA, MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição
esquema vacinal. (alguns municípios dos Estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS) e área de
Obs.: o esquema vacinal pode ser alterado de tempos em tempos ou risco potencial (alguns municípios dos Estados: BA, ES e MG). Se viajar para
sofrer adaptações regionais. Recomenda-se que você sempre converse áreas de risco, vacinar contra febre amarela 10 dias antes da viagem.
com a enfermeira ou com o médico da sua equipe para se manter atualiza- Atenção: a aplicação de uma ou mais vacinas, no mesmo dia, não ofe-
do(a) sobre o esquema vacinal adotado em seu município. rece nenhum risco à criança.
A Caderneta de Saúde da Criança registra o peso e as atividades,
mostra se a criança está com as vacinas em dia, se adoece muito e do que
adoece.
Você deverá orientar a mãe sobre as fases da cicatrização da vacina.
Além disso, orientar a manter o local da aplicação limpo, utilizando
água e sabão, e que não se deve colocar nenhum tipo de medicamento,
nem cobrir a lesão com curativo.
Qualquer dúvida quanto à cicatrização da vacina BCG, encaminhar a
criança, a mãe ou o responsável à sua equipe de SF ou à UBS.

PROGRAMA BOLSA-FAMÍLIA
Você deve verificar se a família está inscrita no programa. Caso exis-
tam famílias que se enquadrem nos critérios de inclusão e não estejam no
programa, você deve orientar como se inscrever.
O Programa Bolsa-Família define que as famílias beneficiárias devem
cumprir algumas ações na área da saúde e educação (condicionalidades),
que são: manter as crianças e adolescentes em idade escolar frequentando
a escola e realizar os cuidados básicos em saúde, verificação do calendário
de vacinação, para as crianças entre zero e seis anos, e da agenda pré e
pós-natal para as gestantes e mães em amamentação.
Essas condicionalidades devem ser acompanhadas por você e pelas
equipes.
Podem fazer parte do Programa Bolsa-Família as famílias com renda
mensal até R$ 120,00 (cento e vinte reais) por pessoa devidamente cadas-
1 A primeira dose da vacina contra hepatite B deve ser administrada na tradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).
maternidade, nas primeiras 12 horas de vida do recém-nascido. O esquema Se a família se encaixa numa das faixas de renda definidas pelo pro-
básico se constitui de três doses, com intervalos de 30 dias da primeira grama, deve procurar o setor responsável pelo Programa Bolsa-Família no
para a segunda dose e 180 dias da primeira para a terceira dose. município (geralmente ligado à Secretaria de Assistência Social), em porte
Observações gerais: dos documentos pessoais (título de eleitor ou CPF), para se cadastrar no
Em relação à vacinação, você deve orientar para procurar a UBS as CadÚnico.
crianças que: ORIENTAÇÕES ALIMENTARES PARA A CRIANÇA
Não tiverem a marca (cicatriz) da vacina BCG no braço direito, após Nos primeiros seis meses, o bebê só deve receber o leite materno. Ele
seis meses da aplicação da vacina; deve ser oferecido todas as vezes que o bebê quiser, inclusive à noite.
Não tiverem o registro da aplicação de qualquer uma das vacinas na Após os seis meses, introduzir novos alimentos, continuando com o
Caderneta da Criança; aleitamento materno até os dois anos ou mais.
Tiverem informações sobre aplicações de vacinas que não estejam re- A partir dos seis meses, as papas de frutas, legumes, carnes e cereais
gistradas na Caderneta; podem ser feitas com alimentos da região.
Não compareceram no dia agendado pela UBS para a vacinação; No início o bebê come em pouca quantidade e coloca parte da comida
Apresentarem qualquer queixa após a aplicação da vacina. para fora, até aprender a engolir e se acostumar com o gosto do novo
alimento. É importante orientar os cuidadores do bebê a terem paciência
ATENÇÃO: as etapas de cicatrização da pele após a aplicação da va-
em caso de resistência na aceitação de um novo alimento.
cina BCG:
Insistir na oferta de oito a dez vezes.
Em torno da segunda semana, palpa-se uma pequena área endureci-
da; Para mais informações, consultar o “Caderno de Atenção Básica Saúde
da Criança – Aleitamento Materno e Alimentação Complementar”, os “Dez
Da quinta à sexta semana, o centro da área endurecida começa a amo-
passos para Alimentação Saudável – Guia Alimentar para Crianças Meno-
lecer, formando uma crosta (casca);
res de Dois Anos” ou, ainda, o “Guia Prático de Preparo de Alimentos para
Quando a crosta cai, deixa em seu local uma pequena lesão, que de- Crianças Menores de 12 Meses que não Podem Ser Amamentadas”, dis-
saparece lentamente entre a 8ª e a 10ª semana. Em alguns casos, a cica- poníveis on-line no site www.saude.gov.br/dab.
trização é mais demorada, podendo se prolongar até o quarto mês, rara-
Você deve orientar sobre:
mente além do sexto mês.
A limpeza no preparo dos alimentos vai evitar diarreias e outras infec-
2 É possível administrar a primeira dose da vacina oral de rotavírus
ções;
humano a partir de 1 mês e 15 dias a 3 meses e 7 dias de idade (6 a 14
semanas de vida). Lavar bem as mãos com água e sabão antes de preparar os alimentos;
3 O esquema de vacinação atual é feito aos 2, 4 e 6 meses de idade Os alimentos devem sempre ser cobertos ou tampados;
com a vacina tetravalente e dois reforços com a tríplice bacteriana (DTP). O Aos seis meses, as crianças devem receber papas de frutas, e as pa-
primeiro reforço aos 15 meses e o segundo, entre 4 e 6 anos. pas salgadas devem conter no mínimo um alimento de cada grupo. Exem-
4 É possível administrar a segunda dose da vacina oral de rotavírus plo de papa: abóbora, carne, arroz, feijão e espinafre;
humano a partir de 3 meses e 7 dias a 5 meses e 15 dias de idade (14 a 24 As frutas devem ser lavadas, descascadas e amassadas, para que fi-
semanas de vida). O intervalo mínimo preconizado entre a primeira e quem na consistência de papa. Não passar a fruta na peneira ou no liquidi-
segunda dose é de quatro semanas. ficador nem acrescentar açúcar. A criança tem que se acostumar a comer
5 A vacina contra febre amarela está indicada para crianças a partir dos 9 alimentos de diferentes consistências. As papas salgadas oferecidas no
meses de idade que residam ou que irão viajar para área endêmica (Estados: almoço a partir de seis meses e as papas oferecidas no jantar a partir dos

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sete meses também não devem ser liquidificadas, e sim amassadas com o Ansiedade
garfo; Não são apenas os adultos que sofrem de ansiedade provocada pelo
Aos seis meses, a criança que mama no peito deve receber, além do estresse do dia a dia. As crianças e os jovens também são alvos desse
leite materno em livre demanda, ou sempre que sentir fome, uma papa de sintoma, causado por preocupações em semanas de prova na escola ou
fruta no meio da manhã, uma papa salgada na hora do almoço e uma papa pela tensão do vestibular, entre outros. Algumas pessoas em situações de
de fruta no meio da tarde; ansiedade comem em excesso.
Aos sete meses, a crianças que mamam no peito já pode receber duas Fatores genéticos
papas salgadas por dia e duas papas de fruta;
Algumas pesquisas já revelaram que, se um dos pais é obeso, o filho
Aos 10 meses, a criança já pode receber a alimentação básica da famí- tem maiores chances de se tornar obeso, e essas chances dobram no caso
lia, desde que não muito condimentada; de os dois pais serem obesos.
A partir dos 12 meses, a criança que mama no peito deve fazer uma re- Em todas as fases da vida, o importante é ter uma alimentação saudá-
feição ao acordar, dois lanches por dia e duas refeições básicas por dia vel, que é:
(almoço e jantar);
Adequada em quantidade e qualidade;
As verduras devem ser descascadas e cozidas no vapor ou em pouca
água e com pouco sal. Depois devem ser amassadas com o garfo e ficar Variada;
com consistência de papa; Segura;
Deve-se evitar dar à criança açúcar, frituras, enlatados, café, chá mate, Disponível;
refrigerantes nos primeiros anos de vida. Esses alimentos podem causar ou
Atrativa;
ser fator de predisposição a excesso ou baixo peso, anemia, alergia alimen-
tar e cárie. Além de fazer com que as crianças percam o interesse por Que respeita a cultura alimentar.
alimentos na sua forma natural; Para ter uma alimentação saudável, não é preciso excluir “coisas gos-
A papa salgada deve conter um alimento do grupo dos cereais ou tubér- tosas”, mas é preciso saber equilibrar, evitando os exageros e o consumo
culos (inhame, cará, aipim/macaxeira/mandioca), um das hortaliças (folhas ou frequente de alimentos altamente calóricos.
legumes) e um do grupo dos alimentos de origem animal (frango, boi, peixe, É preciso também desmistificar a ideia de que tudo que é gostoso en-
miúdos, ovos) ou das leguminosas (feijão, soja, lentilha, grão-de-bico); gorda e é caro. Uma alimentação rica em alimentos pouco calóricos pode
Miúdos ou fígado devem ser oferecidos no mínimo uma vez na semana ser saborosa e caber no orçamento familiar.
para a prevenção da anemia; Orientações importantes que podem ser dadas por você:
Após o consumo de papas salgadas, é indicado o consumo de meio Os alimentos de diferentes grupos devem ser distribuídos em pelo me-
copo de suco de fruta natural ou uma porção pequena de fruta para aumen- nos três refeições e dois lanches por dia;
tar a absorção do ferro presente nas refeições e ajudar na prevenção da
anemia; Os alimentos como cereais (arroz, milho), tubérculos (batatas), raízes
(mandioca/macaxeira/aipim), pães e massas devem ser distribuídos nas
Durante o dia e no intervalo das refeições, as crianças devem receber refeições e lanches do seu filho ao longo do dia;
água pura, limpa, filtrada ou fervida.
Legumes e verduras devem compor as refeições da criança. As frutas
Os sucos devem ser oferecidos apenas após as papas salgadas (al-
podem ser distribuídas nas refeições, sobremesas e lanches;
moço e jantar);
O leite artificial deve ser preparado no máximo uma hora antes de ser Feijão com arroz deve ser consumido todos os dias ou no mínimo cinco
oferecido. Não aproveitar sobras de outros horários. Crianças até seis vezes por semana;
meses que recebem outro leite que não o materno devem consumir no Leite e derivados como queijo e iogurte devem compor a alimentação
máximo 400 ml por dia. diariamente, nos lanches. Carnes, aves, peixes ou ovos devem compor a
OBESIDADE EM CRIANÇA refeição principal da criança;
A obesidade não é apenas um problema estético (beleza) que incomo- Alimentos gordurosos e frituras devem ser evitados. A preferência deve
da por causa das “brincadeiras” dos colegas. ser por alimentos assados, grelhados ou cozidos;
Pode-se definir obesidade como o grau de armazenamento de gordura Refrigerantes e sucos industrializados, balas, bombons, biscoitos do-
no organismo associado a riscos para a saúde, devido a sua relação com o ces e recheados, salgadinhos e outras guloseimas no dia a dia devem ser
aparecimento e complicações de algumas doenças como diabetes, hiper- evitados ou consumidos o mínimo possível;
tensão e outros problemas cardíacos. Diminuir a quantidade de sal na comida;
O ganho de peso além do necessário é devido a hábitos alimentares A criança deve beber bastante água e sucos naturais de frutas durante
errados, questões genéticas, estilo de vida sedentário, distúrbios psicológi- o dia, de preferência nos intervalos das refeições, para manter a hidratação
cos, problemas na convivência familiar, entre outros. e a saúde do corpo;
Costuma-se pensar que as crianças obesas ingerem grande quantida- A criança deve ser ativa, evitando-se que ela passe muitas horas assis-
de de comida. Essa afirmativa nem sempre é verdadeira, pois a obesidade tindo à TV, jogando videogame ou brincando no computador.
não está relacionada apenas com a quantidade, mas com o tipo de alimen-
tos consumidos frequentemente. Alimentos que são importantes e devem fazer parte da alimentação di-
ária da criança:
Atividades físicas
Além da alimentação, a vida sedentária facilitada pelos avanços tecno-
lógicos (computadores, televisão, videogames etc.) também é fator para a
presença da obesidade.
Hoje em dia, devido ao medo da violência urbana, entre outros motivos,
as crianças costumam ficar horas paradas em frente à TV ou outro equipa-
mento eletrônico e quase sempre com um pacote de biscoito ou sanduíche
regado a refrigerantes.
A prática regular de atividade física proporciona muitos benefícios, en-
tre eles o aumento da autoestima, do bem-estar, a melhoria da força mus-
cular, fortalecimento dos ossos e pleno funcionamento do sistema de Nas visitas domiciliares, você deve fazer orientações para a promoção
defesa do organismo – sistema imunológico. à saúde, reforçando as orientações quanto ao aleitamento materno exclusi-
Você pode colaborar na promoção à prática regular de atividade física vo, alimentação, a manter o esquema de vacinação sempre atualizado,
e utilização dos espaços públicos que facilitem a incorporação dessa práti- medidas para higiene e cuidado com a criança e o acompanhamento do
ca no cotidiano. crescimento e desenvolvimento.

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Assim estará contribuindo para a manutenção e promoção à saúde das
crianças das famílias que moram na sua área de atuação.
Doença diarreica aguda (DDA)
É uma doença que pode ser causada por bactérias, vírus e parasitos,
caracterizada principalmente pelo aumento do número de evacuações, com
fezes aquosas (líquidas) ou de pouca consistência.
Em alguns casos, há presença de muco e sangue. A criança também
pode ter náusea, vômito, febre e dor abdominal. Tem duração entre 2 e 14
dias. É importante sua atuação imediata para evitar que ocorra a desidrata-
ção. Fonte: Manual integrado de vigilância epidemiológica da cólera, Brasília 2008.
A DDA é uma das importantes causas de adoecimento e morte no Bra-
sil e está diretamente relacionada às precárias condições de vida e saúde Como preparar o soro caseiro com a colher-medida:
dos indivíduos, em consequência da falta de saneamento básico, desnutri- Encher bem um copo grande com água limpa, fervida e em temperatu-
ção crônica, entre outros fatores. ra ambiente;
A transmissão pode ocorrer em virtude da ingestão de água e alimen- Colocar a medida pequena e rasa de SAL;
tos contaminados e por contato com objetos contaminados (exs.: utensílios Colocar duas medidas e rasas de AÇÚCAR;
de cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos hospitalares) ou de
Mexer bem e oferecer à criança após cada evacuação.
pessoa para pessoa (ex.: mãos contaminadas) e de animais para as pes-
soas. Preparo do soro caseiro e da solução de reidratação oral para controle
da DDA:
As moscas, formigas e baratas podem contaminar, principalmente, os
alimentos e utensílios. Locais de uso coletivo, como escolas, creches,
hospitais e penitenciárias, apresentam maior risco de transmissão. Como preparar a solução de reidratação oral:
Se durante uma VD você constata ou é informado que há uma criança Dissolver o conteúdo de um pacote de sal reidratante em um litro de
com diarreia, você deve buscar saber: água limpa e fervida, em temperatura ambiente;
A idade; Depois de pronto, o soro pode ser usado por um período de 24 horas.
Após esse período jogar fora e preparar outro soro;
Há quantos dias está com diarreia e o número de vezes ao dia de eva-
O soro só pode ser misturado em água, não acrescentar açúcar ou ou-
cuação;
tra substância para melhorar o seu gosto.
Se há presença de sangue nas fezes; Melhoria da água domiciliar por meio de medidas simples:
Se também está com febre, vômito e há quantos dias; Atuação do ACS no controle das doenças diarreicas agudas:
Analisar o entorno do domicílio, se a família utiliza água tratada, se tem Identificar os casos e encaminhá-los à UBS para diagnóstico e trata-
acesso a esgotamento sanitário; mento;
Se há outros casos. Identificar sinais e/ou situações de risco em casos de diarreias e orien-
Um dos tratamentos para DDA é a hidratação, que tem o objetivo de tar sobre o tratamento da água para consumo humano, o destino dos
reidratar ou evitar a desidratação. Pode ser feita por via oral ou por meio de dejetos e o lixo residencial;
soro na veia. Acompanhar os pacientes e orientá-los quanto à necessidade na conti-
Ao constatar os sinais relatados acima, você já deve orientar o aumen- nuidade do tratamento;
to do consumo de líquidos disponíveis no domicílio – preferencialmente leite Vigiar constantemente e de forma responsável;
materno (em menores de dois anos) e soro de reidratação oral (SRO); na Antecipar os movimentos da criança;
falta desses, soro caseiro, chás, cozimento de farinha de arroz e água de Manter a criança sempre sob suas vistas;
coco. Esses líquidos devem ser usados após cada evacuação ou vômito.
Evitar deixar sob o cuidado de outras crianças;
Se o vômito dificultar a aceitação, deve-se oferecer a solução em colheres,
a cada um ou dois minutos, aumentando o volume de líquido gradualmente. Desenvolver ações educativas, levando informações e orientações às
famílias e aos indivíduos, identificando as medidas de prevenção e controle
A alimentação habitual deve ser mantida, evitando alimentos muito das doenças diarreicas;
gordurosos.
Orientar a população informando-a sobre a doença, seus sinais e sin-
No caso de a criança estar com os olhos fundos, ausência de lágrima, tomas, riscos e formas de transmissão;
bebendo líquidos rapidamente ou com dificuldade de beber, apresentar
Atuar como agente mobilizador da comunidade em parceria com as li-
sangue nas fezes ou febre alta, ela deverá ser orientada a procurar imedia-
deranças comunitárias chamando atenção das pessoas para a importância
tamente a UBS.
da participação de todos em campanhas e mutirões no combate às doen-
É importante ressaltar que os refrigerantes não devem ser utilizados, ças diarreicas agudas.
pois, além de não fazer efeito como hidratantes, podem agravar a diarreia. PREVENINDO ACIDENTES NA INFÂNCIA
Medidas de prevenção e controle: Evitar acidentes na infância é uma tarefa importante para os pais e
Orientar/desenvolver: responsáveis. Os acidentes estão entre as cinco principais causas de morte
Melhoria da qualidade da água (quadro a seguir); na infância e podem comprometer o futuro e o desenvolvimento da criança.
As crianças convivem com muitos riscos e perigos diariamente.
Destino adequado de lixo e dejetos;
Você deve informar que os acidentes não são fatalidades nem obras do
Ações de controle de moscas, formigas e baratas; destino. Na sua maioria podem ser evitados.
Medidas de higiene e de manipulação de água e alimentos; Informações que devem ser passadas sobre cuidados gerais na pre-
Ações de educação em saúde, particularmente em áreas de elevada venção de acidentes:
incidência de diarreia, são fundamentais; Manter o ambiente seguro retirando o que representa risco;
Participar da articulação com escolas, creches, hospitais, penitenciárias Guardar fora do alcance da criança objetos pontiagudos e cortantes
para o desenvolvimento de orientações e campanhas específicas. (facas, tesouras, chaves de fenda), produtos químicos de limpeza, remé-
Dosagem e tempo de contato do hipoclorito de sódio a 2,5% (água sa- dios, objetos pequenos que possam ser ingeridos ou inalados, objetos que
nitária) segundo o volume de água para consumo humano a ser tratado no possam cair, sacos plásticos, cordões e fios capazes de sufocá-la; cuidado
domicílio. especial com álcool etílico e outros produtos inflamáveis, inclusive isqueiros
Melhoria da água domiciliar por meio de medidas simples: e fósforos;

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Não deixá-las perto do fogão; ampar as tomadas que estão ao alcance ruas ou rodovias onde passam carros. O adulto deve sempre segurar na
das crianças, para evitar choques elétricos. mão da criança quando estiver em locais com movimento de carros, motos,
Você deve alertar sobre os principais acidentes na infância e as manei- bicicleta.
ras de evitá-los. Para evitar acidentes automobilísticos, não levar crianças no colo, e
Acidentes com o bebê de colo e o modo de evitá-los sim sempre no banco traseiro, na cadeira apropriada ou assento infantil e
Os acidentes mais frequentes nessa faixa etária são: com cinto de segurança.
Queimaduras com água do banho ou alimentos quentes; Para evitar mordeduras e picadas, não armazenar entulho ou objetos
velhos e imprestáveis, que podem servir de ninho a animais peçonhentos.
Enforcamento com cordões de chupetas; Da mesma forma, não deixar o mato crescer no quintal.
Afogamento no banho; Usar repelente conforme orientação médica e cortinado sempre que
Intoxicação por erro na dose de medicamento; possível.
Quedas do trocador, andador/andajá ou da cama. Para evitar ferimentos, esconder objetos cortantes e perfurantes, como
Para evitar as queimaduras, basta criar o hábito de experimentar a facas e tesouras.
temperatura da água Para evitar queimaduras no fogão, utilizar apenas as bocas traseiras e
Os acidentes mais frequentes nessa faixa etária são: nunca deixar os cabos das panelas voltados para frente, de modo que a
• queimaduras com água do banho ou alimentos quentes; criança possa alcançá-los. Retirar os botões que controlam o gás, evitando
que a criança abra o gás acidentalmente e provoque um desastre.
• toxicação por erro na dose de medicamento;
Para evitar a inalação, não deixar pequenos objetos ao alcance da cri-
• quedas do trocador, andador/andajá ou da cama.
ança. Ela pode colocar na boca, engolir e ir para os pulmões. Atenção para
• basta criar o hábito de experimentar a temperatura da água antes do os brinquedos pequenos.
banho e experimentar os alimentos antes de oferecê-los ao bebê. Para evitar quedas de alturas, cuidar para não deixar as janelas aber-
Para evitar enforcamentos, não colocar fios ou prendedores para amar- tas ou móveis próximos às janelas. Impedir o acesso às escadas e saca-
rar a chupeta e, se for utilizá-los, deixe-os curtos para evitar que se enrolem das. O tanque de lavar roupa é um local muito perigoso. Verificar se está
em torno do pescoço da criança. Nunca os amarre ao redor do pescoço, bem preso na parede, pois a criança pode se pendurar nele e derrubá-lo
como colares. sobre si mesma.
Para evitar afogamentos, nunca deixe a criança sozinha na banheira Para evitar afogamentos, não permitir a entrada de uma criança na
(mesmo que se sinta bem) e se possível utilize os assentos próprios de água sem a supervisão de um adulto. Evitar que as crianças brinquem
borracha antiderrapante. próximas a poços, cacimbas, tanques, córregos ou valão.
Para evitar intoxicação, nunca administre os medicamentos sem ex- Não deixe sua criança sozinha:
pressa ordem do médico, e use seringa ou dosador para a porção reco- Sobre o trocador (mesa, cômoda);
mendada.
Na cama;
Para evitar as quedas, é necessário manter vigilância constante. Nunca
espere que o bebê não vá rolar, porque ele pode começar a fazer isso a No banho;
qualquer momento. Mesmo a colocação de objetos, como travesseiros ou Em casa ou sob os cuidados de outra criança.
pequenas grades no trocador, não substitui a vigilância responsável.
Cuidados com a criança que engatinha e anda Cuidados com as crianças maiores
A partir do momento em que a criança começa a engatinhar ou a an- A criança maior, que vai à rua sozinha, está sujeita a uma série de aci-
dar, triplicam os perigos. Além dos riscos anteriores, estão: dentes graves que só podem ser evitados por meio de uma orientação
Intoxicações por medicamentos, produtos de limpeza, raticidas, plantas clara, firme e convincente. Nesse caso, estão:
ornamentais e derivados do petróleo, que ficam ao alcance das crianças; Queimaduras por fogos de artifício;
Sufocação com sacos plásticos; Acidentes com armas de fogo;
Choques em fios e tomadas; Quedas de árvores, muros, brinquedos de velocidade (patins, bicicletas
Mordeduras e picadas por animais peçonhentos; e skates);
Ferimentos cortantes e perfurantes; Ferimentos cortantes e perfurantes;
Queimaduras no fogão; Acidentes de trânsito;
Ingestão ou inalação de pequenos objetos (moedas, clips, tampinhas); Afogamentos.
Quedas de alturas; Para evitar queimaduras com fogos de artifício, além da orientação, o
Acidentes automobilísticos; ideal é que os adultos não usem para dar o bom exemplo.
Afogamentos. Para evitar os acidentes com armas de fogo, o melhor é não ter armas
em casa, pois sempre se corre o risco delas caírem nas mãos das crianças.
Para evitar as intoxicações acidentais, guardar os produtos perigosos Em caso em que isso não puder ser evitado, devem ser guardadas em
em locais altos, completamente fora do acesso das crianças. locais extremamente seguros.
Não usar locais baixos protegidos por chaves, porque, no dia a dia, é Para evitar as quedas de brinquedo de velocidade (bicicleta, velocípe-
muito fácil esquecer uma porta aberta. Um descuido pode ser fatal. de), compre os materiais de segurança recomendados (capacetes, joelhei-
Eliminar da casa as plantas venenosas. As mais responsáveis por into- ras, cotoveleiras) e só permita a sua utilização em locais protegidos (nunca
xicações em crianças são: comigo-ninguém-pode, mamona, saia-branca, na rua).
copo-de-leite, costela-de-adão, espirradeira, dama-da-noite, bico-de- Para evitar afogamentos, não nadar em locais desconhecidos, longe da
papagaio, oficial-de-sala, os cogumelos e as folhas da batata e do tomate, margem e orientar a não mergulhar de cabeça na água.
aveloz. Existe, ainda, lista muito grande de vegetais capazes de provocar
envenenamentos. Procure conhecer as plantas tóxicas da sua região para Para andar sozinho na rua, a pé ou de bicicleta, a criança deve estar
orientar as famílias. Evite colocar produtos de limpeza em frascos de doces, efetivamente treinada, conhecer e obedecer às regras de trânsito, para
garrafas de refrigerantes ou de sucos, pois a criança não vai saber distin- evitar que se envolva em acidentes.
guir que o conteúdo daquela embalagem não pode ser consumido.
Uma das medidas para evitar a sufocação é esconder os sacos plásti- SITUAÇÕES EM QUE VOCÊ DEVE ORIENTAR A FAMÍLIA A PRO-
cos em local de difícil acesso. CURAR O SERVIÇO DE SAÚDE O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL
Para evitar os choques elétricos, coloque as tomadas em lugares mais Criança molinha, gemente, parada, com choro fraco. É aquela que não
altos ou tampe-as com protetores de plástico. demonstra interesse pelo o que ocorre ao seu redor, ela não olha quando é
Para evitar atropelamentos, não acostumar a criança a brincar perto de chamada;

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Criança que vomita tudo (alimentos, líquidos e medicamentos); que as questões discutidas durante uma consulta ou uma entrevista não
Criança que não mama; serão informadas aos seus pais ou responsáveis, sem o consentimento
Criança com tosse ou com dificuldade para respirar (ruído ao respirar, dele, o que chamamos de consentimento informado.
aparecimento das costelas ao respirar – tiragem intercostal, batimento de
asa de nariz); Orientação
Criança com diarreia (três ou mais evacuações líquidas ou semilíquidas Orientar para procurar a UBS quando o adolescente não tiver a carteira
em 24 horas) com sinais de desidratação: está inquieta, irritada, com sede, de vacinação ou caderneta de saúde do adolescente e/ou se estiver com o
olhos fundos, sinal da prega (a pele volta lentamente ao estado anterior esquema de vacinação incompleto ou atrasado.
quando com os dedos polegar e indicador são usados para levantar a pele);
Emagrecimento acentuado, pés inchados, palma da mão muito pálida; SEXUALIDADE
Peso baixo para a idade (abaixo do percentil 3 da Caderneta de Saúde Na adolescência, afloram-se muitos questionamentos relacionados à
da Criança); identidade sexual, às transformações do corpo e à vivência das primeiras
Criança com secreção no ouvido; experiências sexuais. A sexualidade não está restrita ao ato sexual. Envol-
Presença de placas brancas na garganta e com mau cheiro; ve desejos e práticas relacionados à satisfação, ao prazer, à afetividade e
Presença de bolhas com pus na garganta; autoestima.
Umbigo vermelho com secreção amarelada; É importante para todas as pessoas e especialmente para os adoles-
centes e jovens conhecer o funcionamento do seu corpo.
Presença de sangue nas fezes;
Para promover a saúde sexual e a saúde reprodutiva de adolescentes
Criança com febre (temperatura acima de 38º C). e jovens, é fundamental a realização de ações educativas que tenham
Atenção: você deve informar imediatamente a equipe de saúde se na como princípio a igualdade entre homens e mulheres, incentivo ao respeito
visita domiciliar encontrar a criança com alguma situação acima descrita. mútuo nas relações e que sejam rejeitadas todas as formas de violência e
Deve ainda reforçar com a mãe, o pai ou quem cuida da criança as orienta- atitudes discriminatórias – discriminação contra homossexuais ou a ridicula-
ções dadas pela UBS. rização dos que não sejam sexualmente ativos, entre outras. Essas ativida-
des podem ser realizadas nos diversos espaços comunitários (clubes,
Saúde do adolescente escolas, grêmios recreativos, associações).
A adolescência é uma etapa da vida compreendida entre a infância e a Utilizando uma linguagem acessível, simples e objetiva, devem ser da-
fase adulta, marcada por um complexo processo de crescimento e desen- das informações completas e precisas sobre sexualidade, contracepção,
volvimento físico, moral e psicológico. gravidez, proteção contra doenças sexualmente transmissíveis e realização
A lei brasileira considera adolescente a faixa etária de 12 a 18 anos. do preventivo de câncer do colo uterino.
Para mais informações, consultar o Estatuto da Criança e do Adoles- O início da atividade sexual, cedo/precoce ou tardia, deve ser precedi-
cente – Lei nº 8.069, de 13/7/1990, disponível em: do das informações necessárias para uma vida sexual saudável, livre de
www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8069.htm doenças e de problemas.
Conforme já abordado, seu trabalho requer uma relação de vínculo e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)
confiança. Para trabalhar com adolescentes, essa relação é fundamental. A atividade sexual sem a utilização de preservativos torna os adoles-
Entender a fase pela qual estão passando, estar disponível para ouvi-los, centes e jovens mais expostos às DST.
dentro da sua realidade, respeitar a diversidade de ideias, sem julgar. A Todo adolescente com suspeita de DST que apresente os sinais ou
promoção à saúde e prevenção de agravos para o adolescente deve ser queixas deve ser orientado a procurar a UBS para um exame clínico.
desenvolvida pela equipe em integração com diferentes instituições na Alguns sinais e queixas que indicam o surgimento de DST:
comunidade, como a escola, ação social, cultura, grupos de jovens, de arte,
capoeira, hip hop, entre outros.
Deve-se aproveitar para divulgar informações, ajudando no esclareci-
mento de dúvidas e na sensibilização da comunidade.
Você deve identificar os adolescentes de sua área e planejar suas ati-
vidades considerando que é necessário orientá-los sobre:
Esquema vacinal;
Sexualidade: doenças sexualmente transmissíveis (DST), HIV/Aids, an-
ticoncepção, gravidez; Às vezes, não aparecem sintomas ou sinais visíveis por fora, e isso é
Uso de álcool e outras drogas; comum ocorrer com as mulheres. Mas, mesmo assim, a doença pode ser
Importância da educação; passada para o parceiro ou parceira sexual.
Violência e acidentes; Quem apresenta mais risco de contrair DST?
Riscos no trânsito; Qualquer um pode pegar DST – casado, solteiro, jovem, adulto, rico ou
Atividade física e saúde; pobre;
Hábitos saudáveis; Quem tem relações sexuais sem camisinha/preservativo;
Saúde bucal. Pessoas que usam drogas injetáveis e compartilham seringas;
Sinais de alerta: Companheiro de usuários de drogas injetáveis que compartilham serin-
gas;
Magreza excessiva ou obesidade;
Pessoas que receberam transfusão de sangue não testado.
Fugas frequentes de casa;
Você deve:
Indícios de exploração sexual;
Conversar sobre sexualidade, convidando o adolescente a refletir sobre
Indícios de violência na família; afeto, carinho, respeito, autoestima, valores e crenças implicados para uma
Indícios de transtornos mentais; vivência responsável de sua sexualidade;
Indícios de uso de álcool, cigarro e outras drogas; Conversar com o adolescente sobre a importância de fazer sexo segu-
Indícios de vida sexual precoce e/ou promíscua. ro – uso da camisinha masculina ou feminina em todas as relações sexuais
São direitos fundamentais do adolescente: a privacidade, a preserva- e orientar onde e como consegui-las;
ção do sigilo e o consentimento informado. Orientar para não compartilhar seringas e agulhas;
Na atenção à saúde, traduz-se no direito de ter privacidade na consul- Identificar áreas de maior vulnerabilidade de acesso às drogas, entre
ta, atendimento em espaço apropriado e de ter assegurada a garantia de elas, bares, pontos de prostituição, casas ou locais de uso de drogas. Nelas
Conhecimentos Específicos 81 A Opção Certa Para a Sua Realização
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podem ser desenvolvidas ações preventivas importantes, facilitando o A importância do pré-natal
acesso aos materiais de prevenção e o encaminhamento aos serviços de Um dos pontos importantes do pré-natal é preparar a mulher e sua fa-
saúde; mília para a chegada de um novo membro, orientando-as sobre os cuida-
Identificar pessoas e famílias em situação de maior vulnerabilidade, dos com sua saúde e com o bebê.
respeitando o direito de privacidade e facilitando o vínculo com o serviço de Outros objetivos do pré-natal:
saúde. Nem todas as pessoas se sentem à vontade para falar de assuntos Reduzir a mortalidade no parto e puerpério;
íntimos, como sexo e uso de drogas, devendo, portanto, ser respeitado o
limite que é dado pela pessoa; Reduzir o número de abortos espontâneos;
Orientar para que o adolescente procure atendimento na UBS se hou- Reduzir a mortalidade de recém-nascidos e mortes prematuras;
ver algum sinal ou sintoma; Reduzir o número de partos prematuros;
Orientar as pessoas de grupos prioritários (menores de 21 anos, portado- Diminuir o número de recém-nascidos de baixo peso.
res de HIV e outros grupos vulneráveis) para a vacinação contra hepatite B;
Orientar a realização do exame preventivo, que deve ser feito a cada SAÚDE BUCAL NO ADOLESCENTE
ano. Caso dois exames seguidos (em um intervalo de um ano) apresenta- Compreender os processos da adolescência é papel tanto da equipe
rem resultado normal, o exame poderá ser feito a cada três anos. de saúde como de sua família. Para se trabalhar com essa faixa etária, a
As DST têm cura? equipe de saúde deve utilizar linguagem apropriada para divulgar os con-
Quando identificada no início e devidamente tratada, a maioria das ceitos de promoção à saúde bucal. Deve-se buscar dar continuidade à
DST tem cura. A Aids, que é uma DST, não tem cura, mas pode ser tratada atenção à saúde bucal da criança e consolidar a ideia de autocuidado e da
e controlada com medicamentos adequados. importância da saúde bucal para o indivíduo.
Para um bom resultado durante e após o tratamento, é necessário que A equipe de saúde abordará, nessa faixa etária, outros assuntos com a
algumas orientações sejam seguidas pelos portadores de DST: família e o adolescente, entre eles estão: orientações de higiene bucal, uso
Seguir rigorosamente o tratamento indicado pelo profissional de saúde; de exaguatórios bucais e manifestações bucais mais frequentes.
Os medicamentos devem ser tomados na quantidade e hora certas, Para mais informações relacionadas ao pré-natal, consultar a página
conforme a receita; 142.
O tratamento deve ser seguido até o fim, mesmo que não haja mais si-
nal ou sintoma da doença; Higiene bucal
Os parceiros devem ser conscientizados a fazer o tratamento, para evi- Os cuidados de higiene bucal nessa fase da vida devem ser motivados
tar que o problema continue; com a escovação correta e o uso do fio dental, abordando temas como a
Durante o tratamento, as relações sexuais devem ser evitadas e, valorização estética para aceitação em grupo.
quando ocorrerem, devem ser sempre com camisinha; Alterações em saúde bucal mais frequentes nos adolescentes
Ao término do tratamento, é preciso voltar à UBS para nova avaliação. Erosão dentária é a perda irreversível de tecido dentário (esmalte) de-
Planejamento reprodutivo vido a uma exposição a ácidos. O refrigerante é uma bebida considerada
ácida e ajuda a provocar a erosão ácida na estrutura dos dentes, causando
O planejamento reprodutivo é um direito e vai muito além da adoção de sensibilidade. Assim, orientar o adolescente e sua família sobre hábitos de
um método anticoncepcional. Envolve um conjunto de ações para concep- alimentação saudáveis é fundamental para evitar a erosão ácida. Entre
ção e anticoncepção desde que não coloque em risco a vida e a saúde das esses cuidados estão: tomar bastante água, evitar bebidas ácidas em
pessoas, sendo garantida a liberdade de opção. excesso (bebidas com gás, suco de frutas, café etc.), evitar escovar os
A orientação não deve significar escolher no lugar das pessoas, mas dentes durante os primeiros 60 minutos após ingerir alimentos ou bebidas
sim ajudar no processo de tomada de decisão, respeitando o princípio de ácidas.
autonomia no qual tanto o homem quanto a mulher têm o direito que não Doenças periodontais (doenças das gengivas) também são comuns
coloque em risco a vida e a saúde das pessoas, sendo garantida a liberda- nessa faixa etária, pois o adolescente é mais despreocupado com sua
de saúde bucal. A doença gengival é uma inflamação das gengivas que pode
A orientação não deve significar escolher de decidir se querem ou não progredir afetando o osso que rodeia e suporta os dentes. É causada pelas
realizar o planejamento reprodutivo. bactérias da placa bacteriana, uma película aderente e sem cor que se
Embora o adolescente tenha o direito de decidir e programar se deseja forma constantemente nos dentes. Quando não é removida diariamente por
ou não ter filhos, em que época de sua vida e como tê-los, a gravidez em meio da escovação e uso do fio dental, a placa bacteriana pode acumular-
menores de 15 anos é considerada de risco. Nesse caso o ACS deve dar se e as bactérias podem infectar não só as gengivas e dentes, mas, even-
atenção especial a essa adolescente e orientá-la a procurar a UBS o quan- tualmente, o tecido gengival e o osso que suporta os dentes (periodontite).
to antes para iniciar o pré-natal e estimular a participação do companheiro e Isso pode levar à sua mobilidade e podem cair ou ter de ser removidos pelo
familiares em todas as etapas. dentista. O ACS deve orientar a higiene bucal correta com uso de creme
Anticoncepção dental com flúor e fio dental.
A importância do uso de preservativo e da dupla proteção: Traumatismo dentário é muito frequente entre os adolescentes (causa-
O papel mais importante da anticoncepção é assegurar que o adoles- do, principalmente, por acidentes com bicicletas, futebol, skate etc.) e,
cente possa vivenciar sua sexualidade e esteja protegido das DST e de como em qualquer traumatismo da boca, o ACS deve orientar a procurar a
uma gravidez não planejada. O acesso aos métodos contraceptivos e à equipe de saúde imediatamente para determinar se é necessário fazer
orientação sobre o planejamento reprodutivo deve ser facilitado e discutido algum procedimento. É importante o agente de saúde questionar se houve
na perspectiva de seus direitos. fratura (se quebrou) ou se lascou o dente e se o pedaço perdido foi encon-
trado, pois é necessário manter esse pedaço de dente hidratado (em leite,
Os direitos sexuais e reprodutivos têm como princípios centrais: água, soro fisiológico ou até na própria saliva) e levá-lo ao dentista de sua
Decidir livremente e com responsabilidade sobre a própria vida sexual equipe. Se um dente “saltar” completamente da boca (um processo chama-
e reprodutiva; do de avulsão devido a um traumatismo), oriente para levá-lo ao dentista o
Ter acesso à informação; mais rápido possível. Poderá ser possível recolocá-lo na boca, um proce-
Ter acesso aos meios para o exercício dos direitos sexuais, livre de dimento chamado de reimplante.
discriminação, coerção ou violência. Bruxismo (o ranger dos dentes) é outra alteração bucal cada vez mais
Para informações relacionadas aos métodos anticoncepcionais, consul- frequente. Se o usuário relata acordar com os músculos dos maxilares (da
tar as páginas 139 e 140. face) doridos ou com dores de cabeça, ele poderá sofrer de bruxismo. Para
Caso haja a suspeita de gravidez, é importante que a adolescente seja muitas pessoas, o bruxismo é um hábito inconsciente. A pessoa pode não
orientada a procurar a UBS para realizar o teste de gravidez e iniciar o pré- perceber o que está fazendo, até que alguém comente que ela faz um ruído
natal o mais cedo possível. ao ranger os dentes enquanto dorme.

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Para outros, é na consulta de rotina ao dentista onde se descobre que psicológicas, dificilmente um único profissional de saúde alcance resultados
os dentes estão sofrendo desgaste ou que o esmalte deles se encontra significativos no tratamento.
fraturado. O ideal é o ACS orientar o usuário a procurar o dentista para Por isso, sempre que o ACS identificar pessoas com risco ou sintomas
realizar o tratamento apropriado e encontrar formas de relaxamento junto da doença, é preciso que ele comunique a UBS de sua área, para que o
com o usuário e a família. O estresse do dia a dia parece ser a principal tratamento seja iniciado o mais rápido possível.
causa de bruxismo. Qualquer coisa que reduza o estresse pode ajudar – Os transtornos alimentares, embora tenham normalmente seu início na
ouvir música, ler um livro, fazer caminhadas ou tomar um banho. adolescência, podem permanecer durante a vida adulta.
ATENÇÃO: você sabia que a cárie é causada por bactérias e que o
Transtornos alimentares e condições nutricionais de risco
beijo na boca é uma das formas de transmissão?
Para que o beijo seja saudável, é importante que a boca esteja limpa e Algumas consequências
sem cárie. Orientações
Dicas para os adolescentes terem um sorriso bonito, saudável e um Obesidade
bom hálito: Pressão alta, diabetes, isolamento social, baixa autoestima, depressão,
Escovar bem os dentes todos os dias após cada refeição e principal- dificuldade de ser aceito pelo grupo, alteração na menstruação, gravidez de
mente antes de dormir. Não se esquecer de passar o fio dental e limpar a risco.
língua; - Estimular atividade física, como caminhada, futebol, skate, pular cor-
O mau hálito, que é o cheiro desagradável na boca, tem como principal da, danças, andar de bicicleta.
causa a não limpeza da língua. Limpar varrendo a sujeira da parte mais - Estimular hábitos saudáveis de alimentação.
interna até a ponta. Use a escova de dente ou um limpador de língua;
- Orientar a procurar atendimento na UBS.
Os dentes que ficam bem no fundo da boca juntam restos de comida e
Desnutrição
bactérias facilmente. Por isso, precisam de atenção especial na hora de
escová-los; Há prejuízos para o crescimento e desenvolvimento.
Quem usa aparelho ortodôntico deve se preocupar ainda mais com a - Orientar para procurar a UBS, para avaliação do estado nutricional e
limpeza dos dentes e da gengiva e com o uso do flúor, pois o aparelho tratamento de doenças, como: infecções, verminoses, anemia, entre outras.
retém muito restos de alimentos; Anorexia nervosa
É importante manter uma alimentação saudável, evitando o consumo Anemia, ausência de menstruação, ossos fracos, problemas cardíacos,
exagerado de alimentos doces, principalmente entre as refeições; insônia, apatia, infecções, risco de suicídio, problemas dentários, isolamen-
Visitar regularmente o dentista. to social, desnutrição.
TRANSTORNOS ALIMENTARES - Orientar os familiares a buscar apoio e procurar a UBS com urgência.
Os transtornos alimentares, que compreendem a bulimia e a anorexia - Comunicar a equipe de saúde sobre a suspeita do caso.
nervosa, vêm crescendo em incidência nas últimas duas décadas e se Obesidade
manifestando cada vez mais precocemente. Portanto, a equipe básica de
saúde pode se deparar com alguns casos, em especial em adolescentes. Pressão alta, diabetes, isolamento social, baixa autoestima, depressão,
dificuldade de ser aceito pelo grupo, alteração na menstruação, gravidez de
Os agentes comunitários de saúde também podem contribuir no en-
risco.
frentamento desses transtornos alimentares.
Apesar de também ocorrerem em homens, 95% dos casos de transtor- - Orientar os familiares a buscar apoio e procurar a UBS com urgência.
nos alimentares acima referidos acometem as mulheres, a maioria adoles- - Comunicar a equipe de saúde sobre a suspeita do caso.
centes e jovens. A doença pode ter como fator desencadeante algum O ACS deve estar atento às queixas vagas, mudanças de comporta-
evento significativo como uma perda importante, separações, mudanças, mento, vontade de compartilhar sentimentos, casos em que se deve dar
doenças orgânicas, depressão, ansiedade e distúrbios da imagem corporal. apoio ao adolescente e orientá-lo para procurar o serviço de saúde.
É o ideário de beleza, focado na magreza extrema, promovido por apelos Saúde do adulto
de mídia ou referências de modelos. A visita domiciliar às famílias onde há pessoas adultas deve contemplar
Os transtornos estão associados com uma distorção da imagem corpo- principalmente orientações sobre:
ral, na qual a pessoa, apesar de bastante magra, ainda assim continua se
Esquema vacinal;
achando gorda.
A anorexia nervosa é caracterizada por uma severa restrição alimentar Hábitos alimentares;
que é imposta pela própria pessoa e que pode trazer graves danos à sua Atividade física;
saúde. A doença geralmente começa de forma gradual e provoca, a princí- Consumo de bebidas alcoólicas, tabaco e outras drogas;
pio, desnutrição e desidratação. Apesar da pessoa acometida geralmente Problemas de saúde (manchas de pele, tosse, pressão alta, diabetes);
negar que tem fome, são comuns as queixas de fadiga (cansaço extremo), Rotina: procurar a UBS para avaliação médica e odontológica;
fraqueza, tonturas e visão turva.
Alguma doença crônica, se necessário.
Na bulimia nervosa, é comum que a pessoa coma uma quantidade
exagerada de alimentos (episódios de comer compulsivamente ou episó- ESQUEMA VACINAL DO ADULTO
dios bulímicos) e depois utilize métodos compensatórios, tais como a
indução de vômito, o uso de laxantes e diuréticos e a prática de exercícios
por tempo prolongado e de forma a ficar prostrada, exausta, para evitar o
ganho de peso. De modo diferente da anorexia nervosa, na bulimia geral-
mente não há perda de peso tão evidente.
Assim profissionais de saúde e familiares muitas vezes têm dificuldade
de detectar o problema. Apesar disso, o distúrbio traz consequências
igualmente sérias à saúde da pessoa acometida.
As complicações, em ambos os casos, são graves, uma vez que são
utilizados métodos drásticos que têm como objetivo perder peso a qualquer
custo. Doenças do coração, infecções de repetição, anemia grave e até
mesmo morte súbita, como frequentemente se veem na imprensa, são
algumas das complicações em fases mais adiantadas da doença, cujo
tratamento deve ser iniciado tão logo seja possível.
O acompanhamento deve ser feito pela equipe de saúde em conjunto
com uma equipe de referência multiprofissional. Por se tratar de doenças
que envolvam diferentes causas e consequências, tanto físicas como

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Legumes: são os frutos ou sementes comestíveis da planta ou partes
que se desenvolvem na terra. Exemplos: cenoura, beterraba, abobrinha,
abóbora, pepino, cebola etc.
Verduras: são folhas comestíveis, flores, botões ou hastes tais como:
acelga, agrião, alface, almeirão etc.
É importante que as pessoas da comunidade que você acompanha va-
riem os tipos de frutas, legumes e verduras consumidos durante a semana,
comprem os alimentos da época (estação) e estejam atentas para a quali-
dade e o estado de conservação. Oriente para que procurem combinar
verduras e legumes de maneira que o prato fique colorido, garantindo assim
diferentes nutrientes. Sucos naturais de fruta feitos na hora são os melho-
res. A polpa congelada perde alguns nutrientes, mas ainda é uma opção
melhor que os sucos artificiais, em pó ou em caixinha.
4º PASSO: Coma feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, cinco
vezes por semana.
HÁBITOS ALIMENTARES Esse prato brasileiro é uma combinação completa de proteínas e bom
SAUDÁVEIS para a saúde.
Uma alimentação saudável é aquela que reúne os seguintes atributos: Realmente é uma combinação completa! Oriente as pessoas da comu-
é acessível e não é cara, valoriza a variedade, as preparações alimentares nidade a misturarem uma parte de feijão para duas partes de arroz cozido.
usadas tradicionalmente, é harmônica em quantidade e qualidade, natural- Estimule as pessoas a variarem os tipos de feijão usados (preto, da co-
mente colorida e segura sanitariamente. lônia, manteiguinha, carioquinha, verde, de corda, branco e outros) e as
Os Dez Passos para uma Alimentação Saudável formas de preparo. E também para que elas usem outros tipos de legumi-
Os Dez Passos para uma Alimentação Saudável são orientações práti- nosas.
cas e importantes sobre alimentação para pessoas saudáveis com mais de As sementes (de girassol, gergelim, abóbora e outras) e as castanhas
dois anos de idade que o ACS deve utilizar com a população que acompa- (do Brasil, de caju, nozes, amendoim, amêndoas e outras) são fontes de
nha. proteínas e de gorduras de boa qualidade.
Informe à pessoa para começar com aquela orientação que lhe pareça 5º PASSO: Consuma diariamente três porções de leite e derivados e
mais fácil, interessante ou desafiadora. Não é necessário que sejam adota- uma porção de carnes, aves, peixes ou ovos. Retirar a gordura aparente
dos todos os passos de uma vez e também não é preciso seguir a ordem das carnes e a pele das aves antes da preparação torna esses alimentos
dos números sugerida nos 10 passos. mais saudáveis!
1º PASSO: Faça pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e Leite e derivados são as principais fontes de cálcio na alimentação.
jantar) e dois lanches saudáveis por dia. Não pule as refeições! Carnes, aves, peixes e ovos fazem parte de uma alimentação nutritiva
Oriente a pessoa a fazer todas as refeições, assim, evita-se que o es- e contribuem para a saúde e para o crescimento saudável.
tômago fique vazio por muito tempo, diminuindo o risco de ter gastrite e de Todos são fontes de proteínas, vitaminas e minerais.
ficar com muita fome e exagerar na quantidade quando for comer. No Os adultos da sua comunidade devem preferir o uso de leite e deriva-
entanto, alerte quanto a evitar “beliscar” entre as refeições. dos com menores quantidades de gorduras, os chamados desnatados. As
Isso vai ajudar no controle do peso. gestantes devem dar preferência a esses alimentos nas formas integrais, se
É importante orientar a pessoa a apreciar a refeição, comer devagar, não houver orientação contrária do nutricionista ou médico que as acompa-
mastigando bem os alimentos, e dar preferência aos alimentos saudáveis, nham.
típicos da região e disponíveis na comunidade. Estimule o consumo de mais peixe e frango e que dê preferência às
2º PASSO: Inclua diariamente seis porções do grupo de cereais (arroz, carnes magras.
milho, trigo, pães e massas), tubérculos, como as batatas, e raízes, como a Oriente para que os peixes consumidos sejam frescos e que estejam
mandioca/macaxeira/aipim, nas refeições. presentes pelo menos duas vezes por semana. Tanto os de água doce
Dê preferência aos grãos integrais e aos alimentos na sua forma mais como salgada são saudáveis.
natural. É importante que as pessoas comam, pelo menos uma vez por sema-
Nesse passo é importante incentivar o consumo de alimentos como ce- na, vísceras e miúdos, como o fígado bovino, moela, coração de galinha,
reais, de preferência integrais, tubérculos e raízes. entre outros. Esses alimentos são excelentes fontes de ferro, nutriente
Esse grupo de alimentos apresenta a mais importante fonte de energia essencial para evitar anemia.
e deve ser o principal componente da maioria das refeições. Quem optar por uma alimentação sem carnes (com ou sem ovos, leite
Eles são ricos em carboidratos. Oriente a pessoa a distribuir as seis e derivados) deve ser orientado a procurar a Unidade Básica de Saúde
porções desses alimentos nas principais refeições diárias (café da manhã, para orientação técnica de um profisional.
almoço e jantar) e nos lanches entre elas. 6º PASSO: Consuma, no máximo, uma porção por dia de óleos vege-
Para as refeições principais, informe que a metade do prato deve ser tais, azeite, manteiga ou margarina. Fique atento aos rótulos dos alimentos
preenchida com esses alimentos. Se a pessoa utiliza biscoitos nos lanches, e escolha aqueles com menores quantidades de gordura trans.
oriente na escolha dos tipos e marcas com menores quantidades de gordu- Oriente para a redução do consumo de alimentos gordurosos, como
ra total, gordura saturada, gordura trans e sódio (sal), lendo o rótulo. Esses carnes com gordura aparente, embutidos (salsicha, linguiça, salame, pre-
ingredientes, se consumidos em excesso, são prejudiciais à saúde. sunto, mortadela), queijos amarelos, frituras e salgadinhos, para, no máxi-
3º PASSO: Coma diariamente pelo menos três porções de legumes e mo, uma vez por semana.
verduras como parte das refeições e três porções ou mais de frutas nas Oriente para o uso em pequenas quantidades de óleo vegetal quando
sobremesas e lanches. cozinhar (canola, girassol, milho, algodão e soja), sem exagerar nas quanti-
Frutas, legumes e verduras são ricos em vitaminas, minerais e fibras e dades. Uma lata de óleo por mês é suficiente para uma família de quatro
devem estar presentes diariamente em todas as refeições e lanches, pois pessoas.
evitam a prisão de ventre, contribuem para proteger a saúde e diminuir o Estimule o uso do azeite de oliva para temperar saladas, sem exagerar
risco de várias doenças. E não se esqueça de lembrá-las para que deem na quantidade.
preferência às frutas, legumes e verduras crus. Informe sobre preparo dos alimentos de forma a usar pouca quantidade
Frutas: são as partes polposas que rodeiam a semente da planta. São de óleo, como assados, cozidos, ensopados e grelhados. Oriente para que
ricas em suco. Entre elas estão: acerola, laranja, tangerina, banana, maçã, se evite cozinhar com margarina, gordura vegetal ou manteiga.
caju, caqui, cajá ou taperebá etc.

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Na hora da compra, oriente as pessoas a darem preferência às marga- Ações do ACS diante dos problemas nutricionais:
rinas sem gordura trans (tipo de gordura que faz mal para saúde) ou a Estimular a participação comunitária para ações que visem a melhoria
marcas com menores quantidades desse ingrediente (procure no rótulo dos hábitos alimentares;
essa informação). Identificar casos de situação de risco nutricional (obesidade, desnutri-
7º PASSO: Evite refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos ção, bulimia, anorexia nervosa) e orientar para procurar a UBS;
doces e recheados, sobremesas doces e outras guloseimas como regra da Identificar estratégias para melhoria do estado nutricional na comuni-
alimentação. dade e na família;
Oriente o consumo de no máximo uma porção do grupo dos açúcares e Orientar para procurar a UBS nos casos em que há necessidade de
doces por dia. orientação nutricional.
É importante que seja estimulada a valorização do sabor natural dos
alimentos e das bebidas, evitando ou reduzindo o açúcar adicionado a eles.
ATIVIDADE FÍSICA
Oriente a diminuição do consumo de refrigerantes e de sucos industria-
lizados; a maioria dessas bebidas contém corantes, aromatizantes, açúcar A vida moderna não estimula a prática de exercícios físicos regulares,
ou edulcorantes (adoçantes artificiais), que não são bons para a saúde. tão importantes para evitar doenças crônicas quando associados a uma
dieta adequada e a não utilização de cigarros. É muito comum a falta de
Quanto ao consumo de bolos, pães e biscoitos doces preparados em atividade física entre os adultos.
casa, oriente para que sejam feitos com pouca quantidade de gordura e
açúcar, sem cobertura ou recheio. É preciso lembrar que saúde não é apenas uma questão de assistência
médica e acesso a medicamentos.
8º PASSO: Diminua a quantidade de sal na comida e retire o saleiro da
mesa. Evite consumir alimentos industrializados com muito sal (sódio) como A promoção a hábitos de vida saudáveis é considera-
hambúrguer, charque, salsicha, linguiça, presunto, salgadinhos, conservas ATIVIDADE FÍSICA
de vegetais, sopas, molhos e temperos prontos. A vida moderna não estimula a prática de exercícios físicos regulares,
A quantidade de sal utilizada deve ser de, no máximo, uma colher de tão importantes para evitar doenças
chá rasa por pessoa, distribuída em todas as refeições do dia. Deve-se É preciso lembrar que saúde não é apenas uma questão de assistência
orientar para o uso somente de sal iodado. O sal usado na ração de ani- médica e acesso a medicamentos.
mais, principalmente na zona rural, não deve ser utilizado para consumo A promoção a hábitos de vida saudáveis é considerada uma ação es-
humano, pois é prejudicial à saúde. tratégica pelo sistema de saúde. Quanto menos nos movimentamos, menos
A leitura dos rótulos dos alimentos é importante e deve-se dar prefe- o nosso corpo se fortalece e mais dificuldades temos para fazer qualquer
rência àqueles com menor quantidade de sal. esforço. Mexer o corpo, caminhar e realizar atividade física contínua é
Para temperar e valorizar o sabor natural dos alimentos, oriente a utili- importantíssimo para quem quer manter a saúde, a independência e a
zação de temperos como cheiro verde, salsa, cebolinha, coentro, alho, agilidade.
cebola e ervas frescas e secas ou suco de frutas, como limão. Nesse processo, alguns aspectos são facilitadores para a incorporação
9º PASSO: Beba pelo menos dois litros (seis a oito copos) de água por da prática corporal/atividade física, como o incentivo de amigos e familiares,
dia. Dê preferência ao consumo de água nos intervalos das refeições. a procura por companhia ou ocupação, alguns programas específicos de
Lembre-se de informar às pessoas que a água é muito importante para atividade física e, principalmente, a orientação do profissional de saúde,
o bom funcionamento do organismo. O intestino funciona melhor, a boca se estimulando-o a incorporar um estilo de vida mais saudável e ativo.
mantém mais úmida e o corpo mais hidratado. Água tratada, fervida ou Entre os benefícios biológicos, psicológicos e sociais proporcionados
filtrada para beber e preparar refeições e sucos. pelo desempenho de atividades físicas e prática corporal, estão:
Bebidas açucaradas como refrigerantes e sucos industrializados não Melhor funcionamento corporal, com diminuição das perdas funcionais
devem substituir a água. e favorecendo a preservação da independência;
Oriente a oferta de água para crianças e idosos ao longo de todo o dia. Redução do risco de morte por doenças cardiovasculares;
Eles precisam ser estimulados ativamente a ingerir água. Melhora do controle da pressão arterial;
10º PASSO: Torne sua vida mais saudável. Pratique pelo menos 30 Ossos e articulações mais saudáveis;
minutos de atividade física todos os dias e evite as bebidas alcoólicas e o Aumento da resistência dos músculos;
fumo. Mantenha o peso dentro de limites saudáveis. Melhora na flexibilidade das juntas/articulações;
Além da alimentação saudável, a atividade física é importante para Melhora na postura e no equilíbrio;
manter um peso saudável. Estimular para que a pessoa descubra um tipo
Melhor controle de peso corporal;
de atividade física agradável. O prazer é também fundamental para a
saúde. Estimule-a a caminhar, a dançar, a fazer alguns exercícios leves. Melhora da função intestinal;
Aproveitar o espaço doméstico e espaços públicos próximos ao local de Melhora da resposta imunológica;
moradia para que se movimente. Incentive para que convidem os vizinhos e Melhora na qualidade do sono;
amigos para fazer atividade física, isso estimula as pessoas. Ampliação do contato social;
Oriente para evitar o fumo e o consumo frequente de bebida alcoólica, Diminuição da ansiedade e estresse e melhora do humor e da autoes-
o que também ajuda a diminuir o risco de doenças graves como câncer e tima.
cirrose e pode contribuir para melhorar a qualidade de vida.
A pessoa que deixa de ser sedentária diminui em 40% o risco de morte
É importante manter o peso dentro dos limites saudáveis. Veja no qua- por doenças cardiovasculares e, associada a uma dieta adequada, é capaz
dro abaixo o Índice de Massa Corporal (IMC), que mostra se o peso está de reduzir em 58% o risco de diabetes tipo II, o que demonstra que uma
adequado para a altura. Para calcular, divida o peso em quilogramas pela pequena mudança no comportamento pode provocar grande melhora na
altura em metros elevada ao quadrado. Se o IMC estiver indicando baixo saúde e na qualidade de vida.
peso ou sobrepeso, oriente a pessoa a procurar a equipe de saúde para
Ações sugeridas:
orientações. Os valores do quadro são para as pessoas de 20 a 60 anos.
Identificar na comunidade estratégias para estimular a atividade física
individual ou coletiva;
Orientar as pessoas com problemas de saúde – exs.: hipertensão, pro-
blemas articulares – a procurar a UBS antes de iniciar uma atividade física,
para uma melhor orientação.
DOENÇAS CRÔNICAS: O QUE O ACS PODE E DEVE FAZER
É importante lembrar que atualmente as pessoas têm adoecido e mor-
rido mais por causa de doenças crônicas, que são aquelas que demoram
meses ou até anos para se manifestar, às vezes já com complicações para
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a pessoa. As doenças a seguir são muito comuns, e faz parte do seu traba- É uma doença que acontece quando o organismo produz pouca ou ne-
lho cotidiano identificá-las e apoiar as famílias para o melhor cuidado. É nhuma insulina (hormônio responsável pela redução da taxa de glicose no
interessante que você tente identificar e mapear com a equipe de saúde sangue), e com isso o corpo inteiro adoece.
quais são as doenças crônicas mais frequentes no seu território de atuação São fatores de risco para a doença:
e da equipe e busquem oferecer estratégias para abordagem delas. Obesidade;
Hipertensão arterial História familiar;
É quando a pressão que o sangue exerce nas paredes das artérias pa- Não praticar atividade física – sedentarismo;
ra se movimentar é muito forte, ficando acima dos valores considerados
normais. Hipertensão arterial;
A pessoa é considerada hipertensa quando sua pressão arterial estiver Colesterol e triglicerídeos elevados.
maior ou igual a 140/90 mmHg, popularmente conhecida como 14 por 9. É O diabetes pode ser classificado em dois tipos mais frequentes:
importante que a verificação seja feita várias vezes, de forma correta, com Tipo I – pode ocorrer de forma rapidamente progressiva, principalmen-
aparelhos calibrados e profissionais capacitados. te, em crianças e adolescentes, ou de forma lentamente progressiva, ge-
É uma doença crônica que, se não controlada, pode ser causa de vá- ralmente em adultos. Necessita de uso diário de insulina para se manter
rias doenças, principalmente o acidente vascular cerebral (derrame) e o controlado.
infarto. Pode também afetar os rins, a visão, o cérebro, os membros inferio- Tipo II – normalmente ocorre após os 40 anos e, usualmente, se con-
res, ter complicações graves e até levar à morte. trola apenas com dieta, atividade física e/ou medicamento oral.
Geralmente a hipertensão não tem causa conhecida ou definida, no en- São sinais e sintomas da doença, tanto do tipo I como do tipo II:
tanto, existem fatores considerados de risco que podem favorecer o seu Aumento do volume de urina;
aparecimento. Sede intensa;
Fatores de risco que podem levar as pessoas a se tornarem hiperten- Emagrecimento e fraqueza;
sas:
Fome excessiva;
Pessoas com excesso de peso, alimentação inadequada (rica em gor-
Outras queixas, como dores nas pernas, piora da visão, coceira e cor-
duras, excesso de sal, baixo consumo de frutas, verduras e legumes), que
rimento vaginal.
consomem muito sal e bebida alcoólica, fumantes, que não praticam ativi-
dade física regularmente, diabéticas e que têm familiares hipertensos. Tais O cuidado integral às pessoas com diabetes e sua família é um desafio
fatores de risco são comuns a outras doenças crônicas, como o AVC (der- para a equipe de saúde, especialmente para poder ajudá-las a mudar seu
rame cerebral), cânceres, entre outras. modo de viver, o que estará diretamente ligado à vida de seus familiares e
amigos. Aos poucos, elas deverão aprender a gerenciar sua rotina com
Seu papel como ACS:
diabetes em um processo que vise qualidade de vida e autonomia.
O ACS pode atuar de duas formas: 1ª) Junto às pessoas que não têm o
Seu papel como ACS:
diagnóstico de hipertensão, mas possuem os fatores de risco; e 2ª) Em
relação às pessoas, com diagnóstico de hipertensão. 1) Junto às pessoas que não têm o diagnóstico de diabetes, mas pos-
suem os fatores de risco:
1ª) Junto às pessoas que não têm o diagnóstico de hipertensão, mas
possuem os fatores de risco: Identificar, na área de atuação, a partir dos fatores de risco, membros
da comunidade com maior risco para diabetes, orientando-os a procurar a
Estimular a adoção de hábitos alimentares saudáveis, com baixo teor
UBS para avaliação;
de sal, baseados em frutas, verduras, derivados de leite desnatado;
Estimular a adoção de hábitos alimentares saudáveis, baseados em
Orientar a redução do consumo de bebidas alcoólicas ou seu abando-
frutas, verduras, derivados de leite desnatado;
no;
Orientar a redução ou abandono do consumo de bebidas alcoólicas,
Estimular a realização de atividades físicas regulares a serem iniciadas
assim como a redução/eliminação do tabagismo;
de forma gradativa;
Estimular a realização de atividades físicas regulares;
Verificar regularmente a pressão arterial;
Esclarecer à comunidade, por meio de ações individuais ou coletivas,
Orientar para o agendamento de consulta na UBS.
os fatores de risco para o diabetes, orientando sobre as medidas de pre-
2ª) Em relação às pessoas, com diagnóstico de hipertensão: venção;
Identificar os hipertensos de sua área de atuação e preencher a ficha Estimular essas pessoas a uma visita à ESF para orientação pelo mé-
B-HA do SIAB (Sistema de Informação de Atenção Básica); dico e/ou enfermeira.
Verificar o comparecimento às consultas agendadas na UBS; 2) Em relação às pessoas com diagnóstico de diabetes:
Realizar busca ativa dos faltosos; Identificar as pessoas com diabetes de sua área de atuação e preen-
Perguntar, sempre, à pessoa com hipertensão e que tenha medica- cher a ficha
mentos prescritos se está os tomando com regularidade. Se houver dificul- B-DM do SIAB (Sistema de Informação de Atenção Básica);
dades nesse processo, informar à equipe quais são e planejar ações de
Verificar o comparecimento às consultas agendadas na UBS;
enfrentamento;
Realizar busca ativa dos faltosos;
Estimular o desenvolvimento de hábitos de vida saudável: se está
cumprindo as orientações de dieta, atividade física, controle de peso, se Perguntar, sempre, à pessoa com diabetes e quando prescritos se ela
reduziu ou parou de fumar e de consumir bebidas alcoólicas; está tomando com regularidade os medicamentos;
Estimular a adoção de hábitos alimentares saudáveis, com baixo teor Estimular o desenvolvimento de hábitos de vida saudável: se está
de sal, baseados em frutas, verduras, derivados de leite desnatado; cumprindo as orientações de dieta, atividade física, controle de peso, se
reduziu ou parou de fumar e de consumir bebidas alcoólicas;
Orientar a redução do consumo de bebidas alcoólicas ou seu abando-
no; Estimular a adoção de hábitos alimentares saudáveis baseados no
consumo de frutas, verduras, derivados de leite desnatado;
Orientar sobre a importância da adesão ao tratamento e seguir as ori-
entações da equipe de saúde; Orientar a redução do consumo de bebidas alcoólicas ou seu abando-
no;
Estimular a realização de atividades físicas regulares;
Orientar sobre a importância da adesão ao tratamento e seguir as ori-
Estimular a participação em grupos de autoajuda;
entações da equipe de saúde;
Fazer acompanhamento da pressão arterial conforme orientação da
Estimular a realização de atividades físicas regulares;
equipe de saúde.
Estimular a organização de grupos de ajuda mútua, como grupos de
Diabetes Mellitus
caminhada, de estímulo à alimentação saudável, entre outros;
O que é a diabetes?
Estimular a participação em grupos de orientação;

Conhecimentos Específicos 86 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Fazer acompanhamento da glicemia conforme orientação da equipe de Pessoas que convivem ou têm contato mais frequente (os comunican-
saúde; tes) com as pessoas com diagnóstico de tuberculose;
Orientar para escovar corretamente os dentes após as refeições – o di- Populações de risco: residentes/internos de presídios, manicômios,
abetes mal controlado facilita a inflamação das gengivas, podendo prejudi- abrigos;
car a saúde bucal; Portadores de doenças debilitantes (diabetes, neoplasias);
Orientar para ter o cuidado corporal redobrado, especialmente com os Pessoas com baixas defesas, como as que têm HIV;
pés – examinar os pés diariamente – e, constatando qualquer alteração, Usuários de drogas;
comunicar a equipe de saúde. Devem ser evitados sapatos apertados, uso
de gilete, alicate de cutícula, entre outros. Lavar os pés com água morna Moradores em situação de rua;
(nunca quente) e secá-los muito bem, especialmente entre os dedos. Trabalhadores da área de saúde.
Importante! Com acesso à medicação adequada (se necessário), bons Você, ao identificar pessoas tossindo há três semanas ou mais, deve
hábitos alimentares, práticas saudáveis e bom acompanhamento da equipe encaminhá-las para fazer exame de escarro, que pode ser feito na Unidade
de saúde, a pessoa com diabetes será capaz de levar uma vida ativa e Básica de Saúde/Saúde da Família.
reduzir o risco de desenvolver complicações. Tratamento:
Tuberculose A tuberculose é uma doença grave, mas tem cura.
A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa causada por uma O uso correto dos medicamentos, todos os dias, durante seis meses,
bactéria. O termo tuberculose se origina do fato de a doença causar lesões garante o sucesso do tratamento. Seu uso incorreto ou a interrupção do
chamadas tubérculos. Ela atinge os pulmões, podendo também se localizar tratamento sem orientação do serviço de saúde torna a bactéria resistente,
em outros órgãos. Nos pulmões se denomina tuberculose pulmonar e, nos dificultando a cura. Hoje esse é um problema muito sério no Brasil e em
outros órgãos, tuberculose extrapulmonar. outros países do mundo.
É facilmente transmitida de pessoa para pessoa. Quando uma pessoa Recomenda-se a estratégia do tratamento supervisionado, conhecida
com tuberculose tosse ou espirra, a bactéria é expelida no ar, podendo como DOTS, que tem como objetivo principal a supervisão da tomada da
assim contaminar outras pessoas. Por essa razão a transmissão da tuber- medicação por um profissional de saúde ou outra pessoa desde que devi-
culose para outros membros da família, vizinhos e para colegas de trabalho damente preparada para essa atividade, garantindo adesão ao tratamento e
é muito fácil se o ambiente não tiver boa ventilação. A ventilação constante reduzindo o risco de transmissão da doença na comunidade. Um dos
e a luz solar direta removem as partículas e matam rapidamente os bacilos. profissionais que têm esse importantíssimo papel é você. Essa estratégia
A tuberculose pode acometer qualquer um, sendo favorecida por fato- requer a supervisão da ingestão dos medicamentos, no local de escolha do
res como precárias condições de vida, desnutrição, alcoolismo, tabagismo e doente, que pode ser na UBS/SF, na residência ou no local de trabalho,
doenças como Aids, diabetes, doenças renais crônicas, câncer e pelo assegurando-se que o doente os tome de acordo com seu tratamento.
enfraquecimento do sistema imunológico. A supervisão da tomada da medicação poderá ser feita com pelo me-
A infecção pode ocorrer em qualquer idade, mas no Brasil geralmente nos três observações semanais, nos primeiros dois meses, e duas obser-
acontece na infância. Nem todas as pessoas expostas ao bacilo da tubercu- vações por semana, até o seu final.
lose se infectam, assim como nem todas as pessoas infectadas (com o As drogas deverão ser administradas preferencialmente em jejum, em
bacilo) desenvolvem a doença. uma única tomada, ou, em caso de intolerância digestiva, junto com uma
Pessoas com tuberculose apresentam diferentes sintomas. O principal refeição.
é a tosse, inicialmente seca e depois produtiva (com catarro), com duração A medicação é muito eficaz. Após as duas primeiras semanas de uso
de três semanas ou mais e, às vezes, confundida com uma gripe mal dos antibióticos, o doente deixa de transmitir a tuberculose, mas atenção,
curada ou com tosse de fumante. Além da tosse, podem surgir febre baixa, ele ainda não está curado. A medicação contra a tuberculose pode curar
geralmente no final da tarde, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, praticamente 100% dos casos, desde que ela seja tomada sem interrupção
suores noturnos, dores no peito, nas costas e, às vezes, escarro com por seis meses.
sangue. A internação de pacientes com tuberculose é indicada apenas nos ca-
Para o diagnóstico da tuberculose, o exame de escarro/catarro é o sos graves.
mais importante. Outros, como raio X, teste tuberculínico e biópsias tam- Seu papel como ACS:
bém são utilizados. Orientações gerais relacionadas ao controle da tuberculose:
Como uma pessoa com tuberculose pode evitar a transmissão da do- Identificar os sintomáticos respiratórios (pessoas apresentando tosse
ença? com expectoração há pelo menos três semanas) nos domicílios e na comu-
Primeiramente ela deve procurar um serviço de saúde e, confirmado o nidade;
diagnóstico, deve seguir o tratamento indicado. Incentivar os familiares ou Encaminhar ou comunicar o caso suspeito à equipe de Saúde da Famí-
as pessoas que tiveram contato com ela para procurar o serviço de saúde. lia ou à UBS;
Informar os familiares que as pessoas que tiveram contato com o doen- Orientar e encaminhar os comunicantes (pessoa que tem contato com
te podem ter sido infectadas e só apresentar sintomas da doença até dois o doente) à UBS para consulta, diagnóstico e tratamento, quando necessá-
anos após o convívio com o doente. rio;
O doente com tuberculose deve ter o cuidado, ao tossir ou espirrar, de Orientar a coleta do escarro, quando solicitado pela UBS;
cobrir a boca e o nariz e nunca escarrar no chão.
Orientar para consumir alimentos saudáveis, estimular o consumo de
Deve manter o ambiente limpo e arejado. líquidos e manter o ambiente limpo e arejado;
Como você pode colaborar para evitar a transmissão da doença? Verificar, na Caderneta de Saúde da Criança, a sua situação vacinal:
É necessário que você esteja atento aos casos suspeitos de tuberculo- se faltoso, encaminhar à UBS/SF;
se, realize a busca ativa, aumentando/agilizando a detecção de casos, Verificar a presença de cicatriz da vacina BCG no braço direito da cri-
fazendo com que o início do tratamento (quando confirmado o diagnóstico) ança. Caso não exista e não haja comprovante na Caderneta, encaminhar
seja mais rápido e mais eficiente. Também deve ser realizada a supervisão a criança para vacinação.
do tratamento, o que favorece a cura e a quebra da cadeia de transmissão.
A presença de cicatriz de vacinação BCG não quer dizer que a pessoa
A busca de casos deve ser feita principalmente entre os: não vá ter tuberculose, pois a vacina só previne as manifestações graves
Portadores de tosse com produção de catarro há pelo menos três sema- da doença.
nas ou que apresentem sintomas compatíveis com a tuberculose – sintomáti- Orientações às pessoas com diagnóstico de tuberculose:
cos respiratórios: além daqueles que apresentem tosse, febre no final da
Supervisionar a tomada da medicação, conforme planejamento da
tarde, suores noturnos, perda de peso, escarro sanguíneo e/ou dor torácica;
equipe. O MS recomenda pelo menos três observações semanais, nos
Pessoas com história de tratamento anterior para tuberculose; primeiros dois meses, e duas observações por semana, até o seu final;

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Realizar busca ativa de faltosos e aqueles que abandonaram o trata- Se os nervos não estiverem bons, nós não sentiremos as coisas que tocam
mento; a gente e também vamos ter dificuldades para andar, abrir e fechar as
Realizar ações educativas junto à comunidade; mãos. Isso faz com que as pessoas que têm hanseníase apresentem
Orientar que os medicamentos precisam ser tomados juntos para que dores, câimbras, formigamento e dormência nos braços, mãos e pés. Os
façam o efeito desejado, por isso, deve informar para que a pessoa não nervos cutâneos (da pele) também são atingidos, provocando manchas ou
estranhe a quantidade de medicamentos. A medicação deve ser preferen- áreas adormecidas na pele. Pode também afetar os olhos e, eventualmen-
cialmente tomada em jejum; te, outros órgãos. É comum aparecerem caroços ou inchaços no rosto,
orelhas, cotovelos e mãos; entupimento constante no nariz, com um pouco
Informar algumas vezes que os medicamentos podem causar reações de sangue e feridas; alteração na musculatura das mãos, que resulta nas
ruins ou efeitos colaterais. Nesses casos, você deve orientar a procura chamadas “mãos em garra”.
imediatamente da UBS, comunicar a situação à UBS e, ainda, verificar o
seu comparecimento e aumentar o número de visitas domiciliares à família Tratamento:
e ao doente; A hanseníase é uma doença grave, mas que tem cura. O uso correto
Orientar mulheres em idade fértil que estão em tratamento para tuber- dos medicamentos, ininterruptamente por seis meses a um ano, garante o
culose que esses medicamentos interferem na ação dos contraceptivos sucesso do tratamento. A medicação é administrada em doses supervisio-
orais (pílulas) e que elas devem buscar novas orientações sobre anticon- nadas pela Unidade Básica de Saúde ou por um cuidador. Não há necessi-
cepção com a equipe de saúde; dade de internamento hospitalar, podendo as complicações (reações na
pele ou nos nervos e mal-estar) ser tratadas nas UBS.
Nas visitas domiciliares, atender os usuários em ambientes arejados
(com ventilação de ar) e de preferência com luz solar (varandas, perto de Se diagnosticada precocemente e tratada corretamente, não incapacita
janelas); para o trabalho, podendo o portador levar uma vida normal.
Orientar sobre a importância da continuidade do tratamento até a alta e Para a realização da dose supervisionada, a pessoa com hanseníase
seguir as orientações da equipe de saúde; deverá ser agendada para cada 28 dias. A data de retorno e o controle da
adesão ao tratamento devem ser registrados em um cartão de agendamen-
Orientar a coleta do escarro, quando solicitado pela UBS; to, de uso do paciente.
Orientar para consumir alimentos saudáveis, estimular o consumo de No ato do comparecimento à UBS para receber a medicação específica
líquidos e manter o ambiente limpo e arejado; preconizada, de modo supervisionado, o paciente deve ser submetido à
Reforçar com os familiares a importância de procurar o serviço de saú- revisão por parte do médico e enfermeiro.
de para avaliar a sua situação de saúde; O doente com hanseníase deixa de transmitir a doença logo que co-
Orientar e estimular a pessoa com tuberculose para deixar de fumar e meça o tratamento.
procurar a Seu papel como ACS:
Unidade Básica de Saúde, para busca de apoio nesse sentido; Orientações gerais relacionadas ao controle da hanseníase:
Preencher a ficha B-TB do SIAB (Sistema de Informação de Atenção Detectar em sua área de atuação pessoas com sinais e sintomas com-
Básica), mantendo-a atualizada. patíveis com hanseníase e orientá-las a procurar a UBS;
Hanseníase Orientar a buscar atendimento na UBS quando alguma pessoa se
A hanseníase é doença transmissível que atinge principalmente as queixar de manchas sem sensibilidade local ou locais sem manchas, mas
pessoas na faixa etária economicamente ativa. Afeta principalmente a pele sem sensibilidade local;
e os nervos periféricos, mas também compromete articulações, olhos, Encaminhar toda e qualquer pessoa que resida ou tenha residido com
testículos, gânglios e outros órgãos. o doente de hanseníase nos últimos cinco anos (contatos intradomiciliares)
É uma das doenças mais antigas que acometem o ser humano. Infe- para avaliação na UBS e estimulá-la a realizar o autoexame, mesmo depois
lizmente o doente com hanseníase foi e ainda é discriminado na sociedade. da avaliação, de acordo com a orientação da equipe;
A discriminação se deve por alguns fatores: desconhecimento sobre a Verificar a presença de cicatriz da BCG no braço direito do contato in-
natureza da doença, sua transmissão e forma de tratamento; desconheci- tradomiciliar.
mento de que a hanseníase tem cura; e o medo de adquirir a doença e
suas deformidades pelo contato com as pessoas atingidas pela doença. Caso exista uma ou nenhuma cicatriz vacinal e não haja comprovação
na caderneta de vacina, orientar a procurar a Unidade Básica de Saúde
A discriminação gera o preconceito, que é rejeitar antes mesmo de co- para orientação, pois as situações devem ser avaliadas caso a caso;
nhecer, de saber mais sobre alguém ou alguma coisa.
O que é hanseníase?
Avaliação da cicatriz vacinal de BCG
A hanseníase é uma doença transmissível causada por um bacilo, que
é uma bactéria que tem a forma de bastão. Passa de uma pessoa para Orientação
outra por meio das secreções das vias respiratórias e pelas gotículas de SEM cicatriz de BCG.
saliva. O contato direto e prolongado com o doente em ambiente fechado, Orientar UMA dose de BCG.
com pouca ventilação e pouca de luz solar, aumenta as chances de a COM UMA cicatriz de BCG.
pessoa se infectar com o bacilo da hanseníase. A doença progride lenta- Orientar UMA dose de BCG.
mente. Entre o contato com a pessoa doente e o aparecimento dos primei-
ros sinais, pode levar em média dois a cinco anos. e prolongado com o COM DUAS cicatrizes de BCG.
doente em ambiente fechado, com pouca ventilação e pouca de luz solar, NÃO orientar nenhuma dose de BCG.
aumenta as chances de a pessoa se infectar com o bacilo da hanseníase. A Embora a BCG seja uma vacina contra a tuberculose, também pode fa-
doença progride lentamente. Entre o contato com a pessoa doente e o vorecer a resistência do organismo à hanseníase.
aparecimento dos primeiros sinais, pode levar em média Realizar busca ativa dos contatos faltosos;
Os principais sinais e sintomas da doença são: Desenvolver ações educativas e de mobilização envolvendo a comuni-
Manchas esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas, com altera- dade e equipamentos sociais (escolas, conselhos de saúde, associações
ções de sensibilidade (a pessoa sente formigamentos, choques e câimbras de moradores etc.), abordando a importância do autoexame, o controle da
que evoluem para dormência – queima-se ou machuca-se sem perceber); hanseníase e o combate ao preconceito.
Aparecimento de nódulos debaixo da pele, normalmente sem sintomas; Papel dos ACS junto às pessoas com diagnóstico da hanseníase:
Diminuição ou queda de pelos, especialmente das sobrancelhas; Realizar busca ativa de faltosos e daqueles que abandonaram o trata-
Falta ou ausência de sudorese no local – pele seca. mento;
A maioria das pessoas é resistente ao bacilo e não adoece. Supervisionar o uso dos medicamentos, quando indicado e conforme
Como dito anteriormente, é uma doença que atinge os nervos, que são planejamento da equipe;
como fios elétricos dentro do corpo que permitem sentir dor, calor e o tato. Orientar sobre a importância do tratamento correto;

Conhecimentos Específicos 88 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Nas visitas domiciliares, atender os usuários em ambientes arejados Ardência ao urinar;
(com ventilação de ar); Coceira nos órgãos genitais;
Compartilhar com a equipe informações colhidas durante a visita domi- Dor ou mal-estar nas relações sexuais.
ciliar;
Quanto mais cedo for iniciado e não houver interrupção do tratamento,
Preencher a ficha B-HAN do SIAB (Sistema de Informação de Atenção maiores serão as chances de cura.
Básica), mantendo-a atualizada;
As principais situações que aumentam o risco de se pegar uma DST
Orientar sobre os cuidados que a pessoa com hanseníase pode ter são:
(autocuidado), para evitar complicações.
Pessoas que têm relações sexuais sem usar camisinha;
Sobre o autocuidado, você deve orientar sobre:
Pessoas cujo companheiro ou companheira tem relação sexual com
Olhos: observar se há permanentemente a sensação de areia nos outras pessoas sem usar camisinha;
olhos, visão embaçada ou ressecada de repente ou se tem piscado mais
que o normal. Nesse caso, observar se há cisco e limpar os olhos com soro Pessoas que usam drogas injetáveis, compartilhando agulhas e serin-
fisiológico. gas, isto é, duas ou mais pessoas usando as mesmas agulhas e seringas.
Nariz: observar se o nariz tem ficado entupido com frequência, se tem Aids
aparecido cascas ou sangramentos súbitos, se há cheiro ruim, pois indicam É uma DST causada por um vírus chamado HIV. Ele age destruindo as
que o osso do nariz pode ter sido atingido pela doença. células que fazem a defesa do corpo contra as doenças – os glóbulos
Limpar o nariz com soro fisiológico, inspirando e expirando, e não ar- brancos. Ao se contaminar, a pessoa pode não apresentar, pelo menos por
rancar as casquinhas. algum tempo, nenhum sinal ou sintoma. Nesse caso ela é chamada de
portadora do HIV ou soropositiva para HIV.
Mãos e braços: observar se há dor ou formigamento, choque ou dor-
mência ou se as mãos ficam inchadas e com dificuldade de sustentar os Quando a pessoa soropositiva para HIV começa a apresentar sinto-
objetos. Fazer repouso do braço afetado, evitando movimentos repetitivos, mas, então se diz que ela tem Aids.
e não carregar objetos pesados. Usar óleos ou cremes para evitar resse- Qualquer pessoa pode pegar o HIV: homem ou mulher (homo, bi ou
camento. heterossexual); gente casada ou solteira; criança, moço ou idoso; rico ou
Pés: observar a presença de dor e câimbra nas pernas, fraqueza nos pobre. E tanto faz se a pessoa mora na cidade ou no campo.
pés, formigamento ou choque; presença de feridas, calos ou bolhas. Ficar Transmissão: o HIV passa de uma pessoa infectada para outra por
em repouso e andar pouco, hidratar, lubrificar e massagear os pés. meio de quatro líquidos produzidos pelo nosso corpo. Esses líquidos são:
Ferimentos: observar bolhas e ferimentos que surgiram sem se perce- Sangue;
ber. Isso ocorre devido à perda de sensação de calor e dor na área afetada. Esperma;
Descobrir a causa do ferimento e proteger: imobilizar dedos machucados;
Líquido da vagina;
usar meias grossas sem remendo; examinar diariamente a parte interna
dos sapatos para impedir que saliências ou pregas causem ferimentos. O Leite do peito da mãe infectada para o bebê.
uso dos tênis adaptados e palmilhas também são cuidados importantes. O vírus do HIV se transmite, principalmente, por meio das relações se-
Com esses cuidados é possível tratar as complicações logo no início, e xuais, sem proteção, por camisinha, por isso a Aids também é uma doença
assim evitar deformidades. sexualmente transmissível.
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS Como podemos nos proteger das DST e do HIV?
São chamadas de doenças sexualmente transmissíveis (DST) aquelas A melhor forma de proteção contra o HIV é a prevenção, que se faz
causadas por vírus, bactérias ou micróbios e que são transmitidas, princi- evitando as situações ou comportamentos de risco.
palmente, nas relações sexuais. Muita gente chama de doenças venéreas, Orientações para prevenir as DST e HIV:
doenças da rua, doenças do mundo. Ter relações seguras, ou seja, usar sempre e corretamente a camisi-
São exemplos de doenças sexualmente transmissíveis: gonorreia, sífi- nha, em qualquer tipo de relação sexual, entre pessoas de sexo diferente
lis, hepatite B, Aids, entre outras. ou do mesmo sexo;
Ter relação sexual faz parte da vida das pessoas. Cada pessoa deve Não compartilhar agulhas e seringas;
poder escolher com quem e como quer ter uma relação sexual. Em qual- Procurar um serviço de saúde, o mais rapidamente, em caso de suspei-
quer relação sexual é possível pegar ou passar uma DST. Infeliz-mente ta de DST.
muitas pessoas não sabem o que são as DST. Outras sabem, mas não
tomam cuidado para se proteger dessas doenças. Qual é a orientação que deve ser dada por você para uma pessoa que
está com DST/Aids?
E o mais importante! Você não deve ter preconceito ou medo da doen-
ça. A hanseníase não se transmite facilmente, por exemplo, num simples Pessoas com DST:
exame ou contato com quem tem a doença, ela tem cura e, se tratada Não se automedicar;
corretamente, não causa deformidades. causadas por vírus, bactérias ou Não interromper o tratamento prescrito pelo médico;
micróbios e que são transmitidas, principalmente, nas relações sexuais.
Se não for possível evitar as relações sexuais, utilizar a camisinha;
Muita gente chama de doenças venéreas, doenças a doença, ela tem cura
e, se tratada corretamente, não causa Procurar conversar com o(a) companheiro(a) ou parceiro(a) sexual so-
bre a situação e levá-lo(a) até uma UBS.
Portador do vírus HIV:
Como saber se uma pessoa está com uma DST?
Orientar que os soropositivos podem viver normalmente, mantendo as
Existem vários sinais (aquilo que a pessoa vê) e sintomas (aquilo que a
mesmas atividades físicas, profissionais e sociais de antes do diagnóstico,
pessoa sente e manifesta) que levam as pessoas a suspeitarem que este-
contanto que sejam seguidas as recomendações da equipe de saúde;
jam com uma DST. Mas somente o médico pode fazer o diagnóstico e
indicar o tratamento, embora você e outros membros da equipe possam O preservativo deve ser usado em todas as relações sexuais, mesmo
participar desse processo. naquelas onde ambos os parceiros estejam infectados, pois existe mais de
um tipo de vírus do HIV e durante a relação sem preservativo ocorre a
Alguns sinais de DST:
contaminação por outros vírus, dificultando o tratamento pela resistência
Feridas nos órgãos genitais masculinos e femininos; que pode ser adquirida aos medicamentos;
Corrimentos na mulher e no homem o “pinga-pinga”; Não se devem compartilhar agulhas e seringas nem mesmo com outras
Verrugas. pessoas sabidamente infectadas pelos motivos já citados;
Alguns sintomas de DST: Não doar sangue;

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Comparecer regularmente à UBS para avaliação; levando-os à morte por doenças que, se diagnosticadas mais cedo, poderi-
Orientar a família e comunidade que a convivência com uma pessoa am ser evitadas.
portadora do HIV deve ser tranquila. Beijos, abraços, demonstrações de É importante reverter o preconceito e sensibilizar os homens para a
amor e afeto e compartilhar o mesmo espaço físico são atitudes a serem mudança dessa forma de pensar e agir.
incentivadas e que não oferem risco; Os homens estão mais expostos aos riscos de adoecerem por proble-
Quanto mais respeito e afeto receber o portador que vive com mas relacionados à falta de exercícios físicos, alimentação com excesso de
HIV/Aids, melhor será a resposta ao tratamento; gordura, aumento de peso e à violência por causas externas (brigas, aci-
O convívio social é muito importante para o aumento da autoestima. dentes no trânsito, assassinatos, homicídios etc.).
Consequentemente, faz com que essas pessoas cuidem melhor da saúde; É preciso que você os oriente a procurar a UBS para prevenir e tratar
Estimular para que tenha hábitos saudáveis. Se necessitar de orienta- doenças como pressão alta, alteração do colesterol, diabetes, doenças
ções nutricionais, orientar para procurar a UBS. sexualmente transmissíveis e Aids, infarto, derrame, problemas respirató-
rios, câncer, uso de álcool, tabaco e outras drogas, entre outras.
Doente de Aids
Orientar sobre a sexualidade saudável, sem riscos de adquirir doenças
Além das mesmas orientações dadas à pessoa portadora do vírus HIV: sexualmente transmissíveis.
Estimular a adesão ao tratamento e o uso correto dos medicamentos; Orientar sobre a paternidade responsável, estimulando para que ele
Explicar que o tratamento é feito com uma combinação de remédios, participe do pré-natal, do parto, do pós-parto e nas visitas ao pediatra e na
chamados antirretrovirais. Esses remédios não curam, mas diminuem a criação dos filhos.
quantidade de vírus HIV no corpo; Foi lançada em 26/8/2009 a Política Nacional de Atenção
Informar que o tratamento pode ser feito em casa. O hospital só é indi- Integral à Saúde do Homem pelo atual Ministro da Saúde.
cado quando a pessoa precisa de tratamento especializado, por estar muito
doente. O ACS, juntamente com a equipe de saúde, deve realizar ações (por
exemplo: semana de promoção da saúde do homem, campanhas voltadas
Pense e reflita... para esse público, distribuição de cartilhas informativas, reuniões com os
As pessoas com Aids precisam de dois tipos de tratamento: eito com homens, entre outras estratégias) que estimulem o homem a se cuidar e a
remédios para conter a doença; buscar uma vida mais saudável, enfrentando principalmente o alcoolismo, o
O que é feito de carinho, amor e ajuda da família, dos profissionais de tabagismo, a hipertensão e a obesidade.
saúde, Devem também ser buscadas estratégias para um melhor acolhimento
O que é entre eles, de você e dos amigos. aos homens nas UBS.
Seu papel como ACS: A visita domiciliar às famílias onde há homens deve contemplar princi-
palmente orientações sobre:
A primeira coisa que você precisa fazer é esclarecer suas dúvidas a
respeito da doença para orientar melhor o portador de HIV ou um doente 1. Os hábitos alimentares;
Aids, sua família e as pessoas de sua comunidade sem medo e sem pre- 2. Atividade física;
conceito; 3. Vacinas preconizadas para a sua faixa etária (conforme orientações
Prestar informações de forma clara sobre como o serviço de saúde es- da página 78 e 92);
tá organizado para atendimento ao usuário; 4. O consumo de bebidas alcoólicas, tabaco e outras drogas;
Ser um educador em saúde, orientando como as pessoas podem se 5. Os problemas de saúde (manchas de pele, tosse, pressão alta, dia-
proteger e que, apesar de a Aids não ter cura, é possível viver com quali- betes);
dade;
6. Rotina: procurar a UBS para avaliação médica e odontológica;
Lembrar que a solidariedade com quem está doente é a melhor arma
na luta contra a doença. 7. Alguma doença crônica, se necessário.
SAÚDE BUCAL NO ADULTO
Ações do ACS: Problemas de saúde específicos da saúde do homem
Orientar a higienização da boca de forma correta; Disfunção erétil:
Orientar para procurar o serviço de saúde bucal regularmente para ava- Também popularmente conhecida como impotência sexual, a disfunção
liação e tratamento conforme orientação do cirurgião-dentista; erétil pode ser de grande importância, pois pode repercutir na vida familiar e
no convívio social do indivíduo, muitas vezes sendo causa de sofrimento
Orientar sobre alimentação saudável; psíquico para ele.
Orientar para que evitem o uso de tabaco/derivados e demais drogas; A disfunção erétil afeta principalmente homens de faixa etária mais ele-
Evitar para que não abusem de bebidas alcoólicas; vada, mas pode também estar presente em indivíduos mais jovens. Estu-
Orientar para procurar o serviço de saúde bucal o mais rápido possível, dos apontam que mais de 10% dos homens com idade superior a 40 anos
quando a pessoa apresentar: apresentam alguma forma de disfunção erétil, mas poucos deles procuram
auxílio nos serviços de saúde.
• Dentes cariados;
A disfunção erétil pode estar relacionada a causas orgânicas e psicoló-
• Dentes quebrados;
gicas, dentro destas destacamos:
• Dentaduras frouxas, mal adaptadas ou quebradas;
Psicológicas: ansiedade, depressão, culpa.
• Feridas nos lábios, língua, gengiva, bochechas que não cicatrizam há
Orgânicas: hipertensão, diabetes, alterações hormonais, uso de drogas
vários dias;
(fumo, álcool, antidepressivos, maconha, heroína, cocaína e outros).
• Dificuldade para falar, sorrir e comer;
Outros problemas comuns que afetam a saúde dos homens, mas que
• Dor, inchaço e vermelhidão na boca ou no rosto. não são exclusivamente relacionados a eles, são abordados em diferentes
capítulos, conforme segue abaixo:
SAÚDE DO HOMEM Alcoolismo
Diferentemente das mulheres, os homens não costumam procurar os Tabagismo
serviços de saúde. A baixa procura tem o fator cultural como uma das Drogas ilícitas
explicações: o homem é criado para ser provedor, ser forte, não chorar, não
Violência
adoecer. Para muitos, doença é sinal de fragilidade, de fraqueza. Isso faz
com que não busquem antecipadamente ajuda nos serviços de saúde, Hipertensão arterial

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Diabetes mellitus ja procurada a unidade.
Hoje em dia existem boas opções de tratamento para esse problema, o
seu papel como ACS é orientar o paciente sobre quando é possível evitar SAÚDE DA MULHER
ou controlar os fatores anteriormente citados e procurar a UBS de referên-
cia para avaliação. Você, durante a realização das visitas domiciliares, deve conversar
com as mulheres, fortalecendo a relação de vínculo.
Detecção precoce do câncer de próstata
Durante essa conversa, é importante saber:
O que é próstata?
Como ela está se sentindo;
A próstata é uma glândula que se localiza na parte baixa do abdômen,
no homem. Ela é um órgão muito pequeno, tem a forma de maçã e se situa Se já fez as vacinas preconizadas para sua faixa etária;
logo abaixo da bexiga e adiante do reto. Se está com o preventivo de câncer de colo uterino em dia;
Se costuma fazer o autoexame das mamas;
A próstata produz parte do sêmen, um líquido espesso que contém os Quando realizou a última mamografia (caso tenha 50 anos ou mais);
espermatozoides produzidos pelos testículos e que é eliminado durante o Se deseja engravidar;
ato sexual.
Se está utilizando métodos para não engravidar;
Como surge o câncer de próstata?
Se tem feito seu acompanhamento na Unidade Básica de Saúde.
O câncer da próstata surge quando, por razões ainda não conhecidas
Você deverá orientar a mulher sobre a importância de realizar seu pre-
pela ciência, as células da próstata passam a se dividir e se multiplicar de
ventivo de câncer de colo uterino, além disso, ela deve procurar a Unidade
forma desordenada, levando à formação de um tumor. Alguns desses
Básica de Saúde sempre que sentir ou perceber qualquer alteração no seu
tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos
corpo. Como:
do corpo e podendo levar à morte. Uma grande maioria, porém, cresce de
forma tão lenta que não chega a dar sintomas durante a vida e nem a Dor durante a relação sexual;
ameaçar a saúde do homem. Corrimentos vaginais;
Como prevenir o câncer de próstata? Sangramento intenso ou dor durante a menstruação ou sangramento
Até o presente momento, não são conhecidas formas específicas de fora do período menstrual;
prevenção do câncer da próstata. No entanto, sabe-se que a adoção de Ausência de menstruação;
hábitos saudáveis de vida é capaz de evitar o desenvolvimento de certas Cheiro ruim na vagina;
doenças, entre elas o câncer.
Dor, verrugas ou feridas na região genital ou nódulos (caroços) nas viri-
Quem apresenta mais risco de contrair câncer de próstata? lhas;
Os dois únicos fatores confirmadamente associados a um aumento do Ardência ao urinar;
risco de desenvolvimento do câncer de próstata são a idade e história
familiar. A maioria dos casos ocorre em homens com idade superior a 50 Dor ao evacuar.
anos e naqueles com história de pai ou irmão com câncer de próstata antes Na consulta médica ou de enfermagem, é feito o exame clínico das
do 60 anos. Alguns outros fatores, como a dieta, estão sendo estudados, mamas, o exame preventivo do câncer cérvico uterino, também conhecido
mas ainda não há confirmação científica. como exame citopatológico de colo uterino ou Papanicolau. Para muitas
Não é necessária a realização de exames de laboratório ou o toque re- mulheres, esse exame causa medo, vergonha e preocupação. Nesses
tal em pessoas que não têm nenhum sintoma urinário ou histórico familiar. casos, você não deve desprezar esses sentimentos.
Portanto, somente diante de sintomas como dificuldade ou dor ao urinar, ou Deve entender a situação, orientar a importância do exame e explicar
urinar muitas vezes, inclusive à noite, perda espontânea de urina e urgência que, para os profissionais de saúde, olhar para os órgãos genitais faz parte
para urinar é que se deve recomendar procurar a UBS para realização de do trabalho e para eles isso é natural. Essa conversa esclarecedora e
avaliação. Também é recomendada a avaliação para aqueles quem têm ou sensível pode fazer com que muitas mulheres se aproximem da equipe de
tiveram familiares com problemas na próstata. saúde e façam as ações necessárias para cuidarem de sua saúde. Assim
Câncer de pênis você vai auxiliar na prevenção, detecção precoce ou até mesmo diminuição
do agravamento da situação de saúde das mulheres do território sob res-
O pênis é o órgão sexual masculino. Em sua extremidade existe uma ponsabilidade de sua equipe.
região mais volumosa chamada glande (“cabeça” do pênis), que é coberta
por uma pele fina e elástica, denominada prepúcio. O câncer que atinge o Se durante a visita domiciliar a mulher falar que tem alguma queixa em
pênis está muito ligado às condições de higiene íntima do indivíduo, sendo relação às mamas (seios) e axilas (nódulos embaixo dos braços), oriente a
o estreitamento do prepúcio (fimose) um fator predisponente. O câncer de procurar o serviço de saúde.
pênis é um tumor raro, com maior incidência em indivíduos a partir dos 50 Preventivo de câncer de colo uterino
anos de idade, muito embora tumores malignos do pênis possam ser en- Você deve informar que o exame é realizado nos postos de saúde.
contrados em indivíduos jovens. Está relacionado às baixas condições
Quem deve fazer o exame preventivo?
socioeconômicas e de instrução, à má higiene íntima e a indivíduos não
circuncidados. Toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve submeter-se a
exame preventivo, especialmente se estiver na faixa etária dos 25 aos 59
No Brasil, o tumor representa 2% de todos os casos de câncer no ho-
anos de idade;
mem, sendo mais frequente nas Regiões Norte e Nordeste do que nas
Regiões Sul e Sudeste. Nas regiões de maior incidência, o câncer de pênis Mulheres grávidas podem fazer tranquilamente o preventivo sem preju-
supera os casos de câncer de próstata e de bexiga. ízo para si ou para o bebê.
Seu papel como ACS: Quando fazer?
Promover reuniões para discutir o tema, desmistificando a realização Inicialmente, o exame deve ser feito a cada ano e, caso dois exames
do exame de toque, que será necessário em alguns casos. seguidos (em um intervalo de um ano) apresentarem resultado normal, o
exame poderá ser feito a cada três anos.
Discutir também o tema com as mulheres para que possam conversar
com seus parceiros, companheiros, irmãos. Para realização do exame, são necessários alguns cuidados anterio-
res:
Orientar para que os homens com mais de 50 anos fiquem atentos a
sintomas urinários. Não ter relações sexuais com penetração vaginal, nem mesmo com
camisinha, 48 horas antes do exame;
Orientar para que os homens com mais de 50 anos com histórico fami-
liar de câncer de próstata procurem a UBS. Não usar duchas ou medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais
48 horas antes do exame; e
Conscientizar os homens de que diante de algum problema urinário se-

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Não deve ser feito quando estiver menstruada, pois a presença de Secreção (líquido) que sai pelo mamilo.
sangue pode alterar o resultado. Calendário de vacinação
Lembre-se: o câncer do colo do útero pode ser evitado fazendo o exa- Solicitar a carteira de vacinação e verificar o esquema vacinal. Se in-
me conforme as recomendações e também evitando alguns fatores de completo, procurar a Unidade Básica de Saúde para completar o esquema
risco, como: vacinal.
Relações sexuais precoces;
Múltiplos parceiros;
Muitos partos;
Doenças sexualmente transmissíveis;
Fumo;
Deficiência de vitaminas A, C e E. Você deve orientar a mulher para
não esperar os sintomas para depois se prevenir ou tratar, como acontece
muitas vezes. As possibilidades de cura são de 100% se a mulher fizer o
preventivo periodicamente. É importante que a mulher busque o resultado
e, se necessário, faça o tratamento adequado.
Autoexame de mamas
É importante que você estimule a mulher a se conhecer, a perceber as
mudanças em seu corpo, a realizar o autoexame das mamas mensalmente.
É importante que seja feito com regularidade para que sejam evidenciadas
alterações em relação aos autoexames anteriores.
As mulheres devem estar alertas para as seguintes observações:
As mamas nem sempre são rigorosamente iguais;
O autoexame não substitui o exame clínico de rotina, que deve ser
anual para mulheres acima de 50 anos de idade;
A presença de um nódulo (caroço) mamário não é obrigatoriamente in-
dicador de câncer;
Em 90% dos casos, é a própria mulher quem descobre alterações em
sua mama.
O autoexame das mamas deve ser realizado uma vez por mês. A me-
lhor época é uma semana após a menstruação. Para as mulheres que não
menstruam mais, o autoexame deve ser feito em um mesmo dia de cada
mês à sua livre escolha, por exemplo, todo dia 15.
No autoexame, as mulheres devem procurar:
Diante do espelho: Hábitos saudáveis
Deformação ou alterações no formato das mamas; Hábitos saudáveis são medidas que provocam impacto positivo na qua-
Abaulamentos ou retrações; lidade de vida das pessoas ou de uma comunidade.
Ferida ao redor do mamilo (“bico do seio”); São exemplos de hábitos saudáveis: cuidado com a alimentação, práti-
ca regular de exercícios físicos, não fumar e não abusar das bebidas alcoó-
Veias aparecendo em uma só mama; licas ou usar outras drogas.
Alterações na pele parecendo “casca de laranja” ou crostas. Planejamento reprodutivo
No banho ou deitada: O planejamento familiar baseia-se no respeito aos direitos sexuais e
Caroços nas mamas ou axilas; aos direitos reprodutivos. Consiste em refletir sobre o desejo de ter ou não
Secreção pelos mamilos. ter filhos, decidir e escolher a forma de realizá-lo. Pode ser feito pelo ho-
mem, pela mulher ou pelo casal – adolescente, jovem ou adulto –, indepen-
Como examinar as mamas? dentemente de terem ou não uma união estável ou de constituírem uma
Diante do espelho: eleve e abaixe os braços. Observe se há alguma família convencional.
anormalidade na pele, alterações no formato, abaulamentos ou retrações. Dessa forma, é fundamental incentivar o autoconhecimento, que impli-
Durante o banho: com a pele molhada ou ensaboada, eleve o braço di- ca tomar contato com os sentimentos, conhecer o corpo e identificar as
reito e deslize os dedos da mão esquerda suavemente sobre a mama potencialidades e dificuldades/bloqueios de diversas ordens.
direita, estendendo até a axila. Repita no outro lado. Para evitar filhos, há vários métodos anticoncepcionais, como a pílula,
Deitada: coloque um travesseiro debaixo do lado esquerdo do corpo e a camisinha, o DIU (dispositivo intrauterino), tabelinha, entre outros. Não
a mão esquerda sob a cabeça. Com os dedos da mão direita, deslize em existe método anticoncepcional IDEAL, todos eles têm vantagens e desvan-
sentido circular da periferia para o centro (da parte mais externa da mama tagens. É preciso que a mulher ou o casal conheça todos os métodos, para
até o mamilo). Inverta a posição para o lado direito e deslize a polpa dos saber qual o mais adequado.
dedos da mesma forma à mama direita. É importante que a mulher possa falar sobre a sua sexualidade. Junto
Com o braço esquerdo posicionado ao lado do corpo, apalpe a parte com outras mulheres, possa tirar dúvidas sobre a forma correta de usar os
externa da mama esquerda com os dedos da mão direita. métodos, falar sobre suas experiências e incertezas. Isso você pode fazer,
estimulando na comunidade uma roda de conversa entre as mulheres!
ATENÇÃO: caso a mulher encontre alguma alteração, lembre-se de
que é importante orientá-la para procurar a Unidade Básica de Saú- Métodos anticoncepcionais:
de/Saúde Família. Quanto mais cedo melhor! Para escolher um método anticoncepcional, devem-se considerar prin-
cipalmente os seguintes fatores:
Alterações:
Os relacionados diretamente com o estado de saúde da mulher. Por
Caroços;
exemplo, a pressão arterial;
Mudança na pele (tipo casca de laranja);
Ferida ao redor do mamilo (bico do seio);

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E os situacionais, isto é, os que estão relacionados com o momento de No caso da gestante estar realizando o pré-natal:
vida da mulher ou do casal, por exemplo, o tipo de trabalho ou idade e Verificar se ela possui cartão da gestante;
necessidade de cuidados aos outros filhos do casal. Reforçar a importância do comparecimento a todas as consultas agen-
Nem sempre o método escolhido pela mulher será o mais adequado dadas;
para ela, por colocar em risco sua saúde. Explicando melhor: para uma Verificar a situação vacinal;
mulher que tem pressão alta e é fumante, é contraindicado tomar pílula,
pois aumenta o risco ter infarto ou derrame. Orientar sobre alimentação saudável, atividade física, higiene e confor-
to, benefícios da amamentação, queixas mais comuns na gestação, malefí-
Há vários tipos de métodos anticoncepcionais, cada um com suas van- cios do tabaco e do consumo abusivo de drogas e bebidas alcoólicas,
tagens e desvantagens, conforme o quadro a seguir: sinais de alerta e puerpério.
Gravidez
Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico de gravidez, melhor será
o acompanhamento do desenvolvimento do bebê e das alterações que
ocorrem no corpo da mulher. Possibilita prevenir, identificar precocemente e
tratar os problemas que possam afetar a saúde do bebê a da mulher.
Sinais sugestivos de gravidez:
Falta de menstruação;
Peitos doloridos e aumentados;
Enjoos, tonturas e sonolência.
Você deve explicar à gestante a importância de fazer o pré-natal, orien-
tando-a a procurar a Unidade Básica de Saúde para início das consultas o
mais rápido possível. Deve também cadastrá-la no SIAB.
Pré-Natal
O pré-natal é o primeiro passo para cuidar da saúde da gestante e do
bebê. A mulher deve receber o cartão da gestante ao iniciar o acompanha-
mento pré-natal. Esse cartão é um documento que acompanha toda essa
importante fase na vida mulher e da família e serve como apoio e referência
aos serviços de saúde e diferentes profissionais que atenderão a gestante,
inclusive na maternidade ou casa de parto. Estimule-a a conservá-lo em
bom estado e a levá-lo consigo toda vez em que procurar um serviço ou
profissional de saúde.
Recomenda-se que a mulher faça no mínimo seis consultas durante o
pré-natal.
Postura que você deve ter frente aos cuidados com a gestante:
Acompanhar se a gestante está indo às consultas de pré-natal;
Realizar a busca ativa da gestante faltosa às consultas de pré-natal;
Verificar o cartão de vacinação a fim de saber se a vacina antitetânica
foi realizada;
Perguntar sobre a realização dos exames, esclarecendo sobre a impor-
tância deles e questionar se ela realizou e buscou o resultado dos exames:
de grupo sanguíneo e fator RH (se não sabia seu tipo sanguíneo antes), do
hemograma ou hemoglobina/hematócrito, dos exames de detecção de sífilis
(VDRL), toxoplasmose, hepatite B (HBsAg – se não foi vacinada antes),
anti-HIV (lembre-se de que a mãe deve ser consultada se deseja realizar
Se no domicílio tiver uma gestante, você deve saber se: esse exame), exames de glicose, de urina e preventivo de câncer de colo
de útero. Se a gestante informar que os resultados não estão anotados no
Ela está bem, se tem alguma queixa e se já realizou alguma consulta cartão, oriente que ela solicite ao(s) profissional(is) que está(ão) fazendo o
de pré-natal. Caso ela não esteja sendo acompanhada, orientá-la a buscar pré-natal para preencher na próxima ocasião. É importante também infor-
a Unidade Básica de Saúde. Você deve avisar a sua equipe sobre a ges- mar à sua equipe de saúde se esses dados estiverem faltando;
tante que não realizou consulta. Caso ela não compareça, deverá ser feita
Verifique com a gestante se a próxima consulta está agendada, inde-
busca ativa.
pendentemente da idade gestacional;
Esterilização masculina e feminina:
Oriente quanto à maternidade de referência para o parto e sobre os
Esterilização não é um método anticoncepcional irreversível que con- preparativos para ele, tais como objetos necessários para levar para a
siste em uma operação que se realiza no homem ou na mulher com o maternidade etc.;
objetivo de se evitar definitivamente a possibilidade de gravidez. No caso
Orientar sobre: alimentação, exercícios físicos, sexualidade, amamen-
do homem, a operação é a vasectomia e, na mulher, é a ligadura tubária,
chamada também de laqueadura, amarração ou ligação de trompas. tação e os sinais de perigo na gravidez, as queixas mais frequentes, cuida-
dos com a higiene da boca e dentes, amamentação, conversa e estímulos
Contraceptivo de emergência pós-coital (pílula do dia seguinte): positivos para o bebê ainda na barriga e importância do envolvimento do
Não deve ser utilizado como método de contracepção frequente, pois companheiro nesse momento.
pode causar problemas para a saúde. As pessoas que desejarem saber Independentemente do serviço de saúde onde a gestante esteja fazen-
sobre o método após terem relações sexuais desprotegidas de-vem ser do seu pré-natal (Unidade Básica de Saúde, com a equipe de Saúde da
orientadas a procurar a equipe de saúde. É necessário que seja realizado o Família, clínica particular ou hospital), você tem a responsabilidade de fazer
acompanhamento mais próximo para orientação sobre métodos de contra- seu acompanhamento.
cepção.
Orientações relacionadas às queixas mais comuns na gestação:
O melhor método para uma pessoa usar é aquele que a deixa confor-
Grande parte das queixas das gestantes durante a gravidez diminui ou
tável e que melhor se adapta ao seu modo de vida e a sua condição de
saúde. desaparece com as orientações alimentares e de comportamento, sendo
desnecessário o uso de remédios.
Que tal você conhecer na sua Unidade Básica de Saúde quais os mé-
Identificando sinais de perigo:
todos anticoncepcionais disponíveis para a comunidade?

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A gravidez não é doença. A maior parte das gestantes não tem compli- Não ingerir bebidas alcoólicas, pois pode causar consequências preju-
cações durante a gestação, algumas podem apresentar sinais indicativos diciais ao bebê, afetando a formação dos olhos, nariz, coração e do sistema
de problemas para a sua saúde e da criança. nervoso central, acompanhada de retardo de crescimento e mental;
Nesses casos você deve encaminhar a gestante à unidade básica/ Comer os alimentos logo após o preparo. As sobras devem ser guar-
Saúde da Família para que possa ser atendida o mais rápido possível. dadas em lugar fresco ou geladeira, sempre cobertas;
A vasilha onde se guarda a água deve estar tampada;
Comer devagar, mastigando bem os alimentos;
Não deitar logo após as refeições;
Fazer uso de medicamento de qualquer natureza somente com orien-
tação médica.
Principais vitaminas no período de gestação:

Os sinais de risco são:


Perder líquidos ou sangue pela vagina;
Acordar com as pernas, mãos, braços e olhos inchados;
Ter febre alta;
Vomitar frequentemente;
Ter fortes dores de cabeça;
Ter contrações fortes na barriga antes do período previsto para o parto;
A barriga parar de crescer ou crescer demais;
Se no último trimestre de gestação a mãe não sentir o bebê mexer por
mais de 24 horas.

Alimentação e a gestação: A gestante deve ganhar peso necessário para garantir boas condições
É mito o fato de que durante a gestação a mulher precisa comer por para o parto e para a vida do bebê que vai nascer.
dois, mas é verdade que ela precisa ter mais atenção e cuidado na escolha O ganho de peso não deve ser baixo e nem muito grande.
dos alimentos. A gestante deve comer alimentos coloridos, saudáveis, A mulher que não tem complicações na gestação é importante ser ati-
frescos, limpos e na quantidade suficiente. va, movimentar-se pelo menos 30 minutos todos os dias. Você pode orien-
Você deve orientar a gestante sobre: tar que ela faça caminhadas pelo bairro, evitando ficar muitas horas parada,
Comer no mínimo seis vezes ao dia, em menores quantidades: café da por exemplo, assistindo à televisão.
manhã, lanche, almoço, lanche, jantar e ceia. Não pular as refeições;
Tomar dois litros de água por dia ou mais, de preferência entre as re- Higiene e conforto na gestação:
feições; A melhor forma de tomar banho é com água corrente de chuveiro, bica
Consumir fígado ou miúdos, no mínimo uma vez por semana, para a ou caneca. Evitar tomar banho sentada em bacias e não fazer duchas
prevenção da anemia. Fígado é uma importante fonte de ferro e vitamina A. dentro da vagina, pois podem levar micróbios da vagina até o útero, poden-
Lembrar que todas as carnes devem ser bem cozidas e os utensílios para o do prejudicar a saúde do bebê.
seu preparo devem estar limpos para evitar a toxoplasmose; A gestante pode lavar a cabeça todas as vezes em que sentir necessi-
Após as refeições, a gestante deve ingerir meio copo de suco natural dade, pois isso não a prejudica e nem o bebê.
de fruta ou uma fruta; É importante que ela use roupas limpas e confortáveis e, se possível,
No mínimo três vezes por semana consumir alimentos ricos em vitami- sutiã com alças largas e com boa sustentabilidade, para que as mamas
na A, que são os alimentos amarelos, alaranjados ou verde-escuros, tais fiquem apoiadas.
como: folhas (couve, radite, mostarda, agrião, espinafre), cenoura, mamão, É recomendado evitar meias com elástico muito apertado, que podem
moranga e abóbora; causar varizes e sensação de desconforto. Usar sapatos baixos e confortá-
Consumir uma porção (tamanho de uma concha) de leguminosas (fei- veis. Caso tenha dor lombar, poderá utilizar saltos baixos.
jão, lentilha, grão-de-bico) todos os dias; Higiene bucal (gestante):
Evitar comer doces, balas, refrigerantes, alimentos gordurosos e salga- Pelas alterações que ocorrem no corpo da mulher e pelas mudanças
dos e frituras, para evitar o ganho de peso excessivo; na forma de se alimentar na gestação, isso pode comprometer sua saúde
Usar adoçantes somente com recomendação médica; bucal. Por esse motivo, a gestante deve ser orientada a cuidar com mais
A gestante deve comer alimentos ricos em fibras, encontradas nas fru- atenção da higiene da boca.
tas, verduras e cereais, pois são importantes para o aumento do bolo fecal A gestante deve ganhar peso necessário para garantir boas condições
(fezes), e aumentar o consumo de água/líquidos, para ajudar na eliminação para o parto e para a vida do bebê que vai nascer.
das fezes; pois o fumo pode causar descolamento de placenta, parto pre- O ganho de peso não deve ser baixo e nem muito grande.
maturo e o bebê pode nascer com baixo peso, alguns defeitos na formação A mulher que não tem complicações na gestação é importante ser ati-
da boca e nariz ou até mesmo aborto; va, movimentar-se pelo menos 30 minutos todos os dias. Você pode orien-

Conhecimentos Específicos 94 A Opção Certa Para a Sua Realização


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tar que ela faça caminhadas pelo bairro, evitando ficar muitas horas parada, Utilizar medidas de autocuidado da parteira, tais como vacinação, uso
por exemplo, assistindo à televisão. de equipamento individual de proteção e informar sobre os riscos de reali-
As alterações hormonais nessa fase reprodutiva da mulher podem zar parto em gestantes que não fizeram pré-natal;
acarretar o aparecimento de doenças gengivais e sua evolução pode ocasi- Verificar se a parteira já tem material para o parto (parteiras), verifican-
onar até o parto prematuro. do se kit ele é esterilizado. Em alguns casos, a própria UBS pode realizar a
É importante que seja realizada a higiene dental diária, sempre após a esterilização;
alimentação e antes de dormir. Incentivar para a parteira participar de ações de planejamento (previ-
Escovar os dentes e a língua, massageando com a escova a gengiva, são de insumos e esterilização) e de educação em saúde com a comunida-
após cada vez que se alimentar, inclusive quando comer lanches; de;
Passar fio dental delicadamente, no mínimo, uma vez ao dia, de prefe- A situação vacinal de antitetânica da gestante;
rência à noite; Orientar sobre os serviços de referência e como acessá-los em situa-
Não usar palitos de dentes para não machucar a gengiva; ção de urgência;
Trocar a escova de dente quando ela já estiver desgastada; Ter atenção para o atendimento higiênico ao parto, para o uso de ma-
Fazer o acompanhamento odontológico durante o pré-natal. terial estéril para o corte e clampeamento (estancamento do sangue) do
Preparando para o parto e puerpério cordão umbilical e do curativo do coto umbilical com solução de álcool a
Você deve orientar a gestante para se preparar para o parto. 70%. Conhecer se na cultura de sua população são utilizadas sustâncias ou
utensílios que possam causar infecção no bebê, tais como tesouras ou
Alternativas para produzir o fio dental:
facas enferrujadas.
Linha de carretel nº 10, passada na parafina ou cera de abelha;
Puerpério:
Ráfia transparente de saco de batata, cebola ou laranja, sempre muito
limpa; O puerpério é o período do nascimento do bebê até 45 dias após o par-
to.
Tirinha de sacolas plásticas ou saco de leite.
As alterações hormonais nessa fase reprodutiva da mulher podem Você deve fazer as seguintes orientações à puérpera:
acarretar o aparecimento de doenças gengivais e sua evolução pode ocasi- Ela deve retornar ao hospital na ocorrência de sinais de infecção: febre,
onar até o parto prematuro. dor e sangramento;
É importante que seja realizada a higiene dental diária, sempre após a Deve realizar duas consultas até o 42º dia após o parto;
alimentação e antes de dormir. Ser estimulada para amamentar o bebê, caso não haja contraindica-
Escovar os dentes e a língua, massageando com a escova a gengiva, ção;
após cada vez que se alimentar, inclusive Levar o recém-nascido para iniciar a puericultura na UBS;
Passar fio dental delicadamente, no mínimo, uma vez os de dentes pa-
Orientar para o início do esquema vacinal da criança (BCG, hepatite B)
ra não machucar a gengiva;
e, se for o caso, para completar o esquema vacinal da mãe (dT e rubéola);
Trocar a escova de dente quando ela já estiver desgastada;
Orientar a realização do teste do pezinho, orelhinha e olhinho;
Fazer o acompanhamento odontológico durante o pré-natal.
Não colocar objetos no coto umbilical. Exs.: café, moeda, faixa, fumo.
Sinais de alerta para encaminhamento para a UBS:
Sangramento nas gengivas; Para mais informações, veja o Saúde da Criança.
Dor e sangramento na escovação;
Feridas na língua, bochecha e lábios; Amamentação
Dentes ou dentaduras quebradas ou mal adaptadas. Amamentar é um ato de entrega e a mulher precisa estar disposta a se
Caso ela tenha outros filhos, perguntar com quem eles ficarão e quem entregar.
a levará ao hospital. As orientações relacionadas à amamentação devem ser iniciadas du-
Não se esquecer de orientar para levar o cartão da gestante e um do- rante o pré-natal. A amamentação deve ser exclusiva até o sexto mês de
cumento de identificação, que pode ser: a carteira de identidade ou de vida. Ou seja, a criança deve receber somente o leite materno até o sexto
trabalho ou certidão de casamento ou nascimento. mês de vida. A partir dos seis meses, outros alimentos devem ser ofereci-
Arrumar previamente as roupas da gestante e do bebê para levar ao dos e a criança pode receber o leite materno até dois anos de idade ou
hospital. mais. O leite materno é um alimento completo que atende a todas as ne-
cessidades do organismo da criança e a protege contra infecções.
Sinais de trabalho de parto:
Perda pela vagina de líquido parecido com “catarro” de cor clara, às
vezes pode ter um pouco de sangue, pode acontecer mais ou menos com Vantagens da amamentação:
15 dias antes do parto; O leite materno é o alimento mais completo que existe para o bebê.
Dor nas costas e que vai para a parte de baixo da barriga; Possui substâncias nutritivas e de defesa. Por isso, não há necessidade de
Perda de líquido pela vagina, o que significa o rompimento da bolsa; completar com outros leites, mingaus, água, chás ou sucos até os seis
meses de vida.
Dores na barriga, que fica dura e depois relaxa (contrações do útero).
Quando essas contrações acontecerem na frequência de mais de uma NÃO EXISTE LEITE MATERNO FRACO!;
vez a cada 10 minutos, é momento de ir para o hospital. Evita mortes infantis;
Se uma gestante de sua área tiver neném em casa, oriente a procurar Protege o bebê contra muitas doenças, como a diarreia, alergias e in-
o serviço de saúde o mais breve possível, para avaliação geral da criança, fecção respiratória;
vacinas e outros procedimentos. Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes na infância, na
É muito importante observar se em sua comunidade os partos costu- adolescência, na vida adulta e na terceira idade;
mam ser realizados em casa e/ou por parteiras. Nesses casos é necessário Previne o excesso de peso;
reconhecer as parteiras tradicionais como parceiras, respeitando suas
práticas e saberes. Nesses casos deve-se ter atenção especial para algu- É de fácil digestão e não sobrecarrega o intestino e os rins do bebê;
mas questões: O leite materno é livre de micróbios, é prático (não precisa ferver, coar,
Fazer o cadastro da parteira para que a equipe saiba quem desenvolve dissolver ou esfriar) e ainda é de graça;
partos na comunidade; Transmite amor e carinho, fortalecendo os laços afetivos de mãe e fi-
Informar sobre o Registro Civil da parteira e combinar para que ela au- lho. Bebê que mama no peito se sente mais amado e seguro;
xilie a incentivar o Registro Civil na comunidade; Evita problemas nos dentes e na fala, diminui o surgimento da cárie;

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A amamentação diminui as chances de a mãe ter câncer de mama e Doação de leite humano
de ovário. Como doar o leite materno?
O primeiro leite produzido depois que o bebê nasce é o colostro, que Algumas mulheres, quando estão amamentando, produzem um volume
pode ser claro ou amarelo, grosso ou ralo, e deve ser dado ao bebê logo de leite além da necessidade do bebê, o que possibilita que sejam doado-
após o nascimento, esse leite é rico em fatores de proteção. ras de um Banco de Leite Humano. O leite materno doado passa por um
No início da mamada, o leite é mais ralo, pois tem mais água, açúcar e processo de pasteurização, para eliminar os micro-organismos, sem alterar
substâncias que protegem o bebê e, no final da mamada, fica mais ama- a qualidade do leite e, em seguida, ser distribuído com qualidade certificada
relo, pois é mais rico em gordura. É importante que o bebê esvazie total- aos bebês internados em unidades neonatais. Ao retirar o leite, é importan-
mente um peito para depois dar o outro. A mamada seguinte deve ser te que a mulher siga algumas recomendações que fazem parte da garantia
iniciada no peito que terminou a última mamada. de qualidade do leite humano distribuído aos bebês hospitalizados.
A amamentação deve ser em livre demanda, ou seja, sem restringir o O leite retirado em frasco esterilizado ou fervido deve ser imediatamen-
número de mamadas ou horários fixos para amamentar e sem determinar o te armazenado no freezer ou congelador.
tempo em que o bebê suga em cada mama. Existem situações em que o aleitamento materno é contraindicado, por
Os pontos-chave para saber se a posição e pega estão adequadas exemplo, se a mãe for portadora do vírus HIV/Aids. Há outras doenças que
são: também contraindicam.
Posição adequada para a mamada: Informe-se com os profissionais da Unidade Básica de Saúde quais
Rosto do bebê de frente para a mama; são essas situações.
Corpo do bebê próximo ao da mãe; O peito não precisa de limpeza antes ou após as mamadas. O banho
diário é suficiente;
Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido) na posição
“barriga com barriga” (barriga da criança em contato com a barriga da mãe”; Depois que o bebê terminar de mamar, deve ser colocado para arrotar.
Bebê bem apoiado. ACS, mesmo se após as orientações a mãe informa que persistem as
dificuldades quanto à amamentação, ela deve ser encaminhada à UBS.
Informar a gestante que o tipo de bico do peito não impede a amamen-
tação, pois para fazer uma boa pega o bebê tem que abocanhar uma parte Doação de leite humano
maior da mama (aréola), e não somente o bico. Chupetas, bicos artificiais e Algumas mulheres, quando estão amamentando, produzem um volume
mamadeiras podem prejudicar a pega do bebê ao seio da mãe, além de de leite além da necessidade do bebê, o que possibilita que sejam doado-
causar problemas na formação oral do bebê (fala, dentição, deglutição). As ras de um Banco de Banco de Leite Humano
famílias (mãe, pai, avós e demais pessoas influentes no cuidado da crian- Alguns bancos de leite trabalham com coleta domiciliar.
ça) devem ser orientadas a respeito desses aspectos.
Informe-se na sua Unidade Básica de Saúde se há Banco de Leite
Humano no seu município.
Para uma pega adequada:
É aconselhável fazer massagens circulares suavemente nas mamas;
Mais aréola visível acima da boca do bebê;
É ideal que o leite seja retirado de forma manual.
Boca bem aberta;
Coloque os dedos polegar e indicador no local onde começa a aréola;
Lábio inferior virado para fora;
Comprima suavemente um dedo contra o outro e o leite começa a sair;
Queixo tocando a mama.
Jogue fora o primeiro jato. E, então, deixe o leite cair no frasco estereli-
O bebê chora não necessariamente por estar com fome, ele pode estar zado.
com frio, calor, molhado ou com cólica. É importante realizar seu acompa-
nhamento, identificando se ele está ganhando peso. ATENÇÃO AO IDOSO
Orientações gerais: As pessoas estão vivendo mais e o fenômeno do envelhecimento po-
pulacional, entre outros aspectos, está diretamente relacionado aos avan-
A mãe deve tomar bastante líquido; ços da saúde pública. As vacinas, a melhoria de condições de saneamento
Consumir com moderações café e outros produtos com cafeína; ambiental, o maior acesso da população aos serviços de saúde, a melhor
Simpatias não alteram a qualidade e quantidade do leite; cobertura da Atenção Primária à Saúde em Estados e municípios são
algumas das conquistas alcançadas ao longo dos últimos anos.
Quanto mais o bebê suga mais leite será produzido;
Segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD/2007,
Não há necessidade de dar água, chás ou leite entre as mamadas; atualmente existem, aproximadamente, 19 milhões de pessoas idosas
Para evitar rachaduras nos peitos, posicionar bem o bebê na hora da (acima de 60 anos) vivendo em nosso País; desse total 11.465.861 estão
pega. Usar o dedo mindinho na hora de tirar o bebê do peito. Manter os cadastradas na Estratégia Saúde da Família (ESF). Estima-se que em 2050
mamilos (bicos) secos; existam cerca de dois bilhões de pessoas com 60 anos ou mais no mundo.
O bebê deve mamar sempre que quiser, para evitar que o leite empe- Considerando essa nova realidade social, em 1º de outubro de 2003,
dre. Por várias vezes, apalpe os peitos em vários lugares, se não sentir dor foi publicado o Estatuto do Idoso, reafirmando os direitos fundamentais da
é sinal que está tudo bem, mas se sentir dor é sinal que o leite começou a pessoa idosa no Brasil. Além disso, muitos avanços têm acontecido na
ficar parado aí. A mãe deve massagear as mamas e retirar um pouco de efetivação de políticas públicas de saúde para a população idosa em nosso
leite até ter conforto; País. A promulgação da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
Qualquer queixa mamária a mulher deve ser orientada a buscar aten- (Portaria nº 2528, de 19 de outubro de 2006) e o Pacto pela Vida (Portaria
dimento na UBS. nº 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006), componente do Pacto pela Saúde,
trazendo a população idosa para o centro das prioridades do SUS.
Só utilizar compressas caso receba orientações do profissional da
equipe de saúde. Essas políticas têm como finalidade assegurar os direitos sociais do
idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e
Cuidados que a mãe deve ter na hora de amamentar:
participação na sociedade.
Lavar bem as mãos;
Para que a longevidade (expectativa de uma população viver por mui-
Dar de mamar em um lugar tranquilo e confortável; tos anos) seja conquistada, é fundamental que os serviços de saúde este-
Não precisa de limpeza antes ou após as mamadas. O banho diário é jam organizados a fim de permitir às pessoas idosas redescobrirem possibi-
suficiente; lidades de viver sua vida com a máxima qualidade possível, apesar das
Depois que o bebê terminar de mamar, deve ser colocado para arrotar. progressivas limitações.
ACS, mesmo se após as orientações a mãe informa que persistem as A Atenção Primária/Saúde da Família deve oferecer à pessoa idosa,
dificuldades quanto à amamentação, ela deve ser encaminhada à UBS. seus familiares e cuidadores (se houver) uma atenção humanizada, com

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orientação, acompanhamento e apoio, no domicílio e na Unidade Básica de Ocupação: é importante saber se há defasagem entre a ocupação e si-
Saúde. Os idosos em Instituição de Longa Permanência (ILP) também tuação financeira anterior e a atual, pois pode desencadear um processo de
devem ser acompanhados pelas equipes de Atenção Primária/Saúde da insatisfação e inconformismo que repercute negativamente no indivíduo.
Família. Além disso, a aposentadoria pode trazer algumas características marcantes
Uma das estratégias propostas pelo Ministério da Saúde para identifi- nos idosos em nosso País, como a inatividade.
car a população idosa em risco de doenças/agravos à saúde é o correto Hábitos de vida: os hábitos prejudiciais à saúde, como o fumo, o álcool
preenchimento da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa e seu acompa- e o sedentarismo, são alguns dos responsáveis por sintomas e doenças
nhamento pelas equipes de saúde. Essa ação permitirá identificar os idosos surgidos na idade avançada. Entre as consequências mais comuns, estão:
mais frágeis ou em risco de fragilização e, então, efetivar ações de preven- depressão, aumento da ansiedade, distúrbios cerebrais predispondo às
ção de agravos mais sérios, de recuperação da saúde e de reabilitação. quedas, câncer de pulmão, bronquites, cardiopatias, problemas no fígado,
dores articulares e osteoporose, entre outras. Portanto, o detalhamento de
tais hábitos é importante para orientar o idoso quanto aos fatores maléficos
Ao visitar as famílias onde há pessoas idosas, você deverá verificar:
que acarretam à sua saúde. Lembrando sempre que, mesmo em idades
Como e com quem mora; avançadas, a adoção de modos saudáveis traz grandes benefícios à saúde.
O grau de escolaridade; Se o indivíduo possui 75 anos ou mais, já pode ser considerado frágil
O grau de dependência nas atividades de vida diária e nas atividades ou em processo de fragilização.
instrumentais da vida diária; Atividades de vida diária e avaliação funcional
Se tem cuidador e quem é esse cuidador; Atividades Básicas de Vida Diária (AVD):
Esquema de vacinação; São as atividades relacionadas ao autocuidado e que são fundamen-
Se há sinais de violência: tais à sobrevivência de qualquer pessoa. Se o idoso não pode fazê-las, vai
Risco de acidentes e quedas. Se a residência é um ambiente seguro; precisar de alguém para isso. São elas:
Uso contínuo de medicação; Alimentar-se;
O idoso acamado e os cuidados necessários. Vestir-se;
Em 1º de outubro de 2003, foi publicada a Lei nº 10.741, conhecida Tomar banho;
como o Estatuto do Idoso, destinada a regular os direitos assegurados às Fazer higiene pessoal;
pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Você pode conhecer Ir ao banheiro, entre outras.
melhor o Estatuto acessando:
Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD):
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm
As AIVD são as atividades relacionadas à participação no meio social e
Falando um pouco mais sobre a Caderneta de Saúde do Idoso
indicam a capacidade de levar uma vida independente na comunidade:
A função primordial da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa é propici-
Utilizar meios de transporte;
ar um levantamento periódico de determinadas condições do indivíduo
idoso e de outros aspectos que possam interferir no seu bem-estar. Antes Manipular medicamentos;
do adoecimento orgânico, a pessoa idosa apresenta alguns sinais de risco Utilizar telefone;
e é função do profissional de saúde, por meio do registro na caderneta,
identificá-los para que as ações possam ser realizadas de maneira precoce,
contribuindo não apenas para a melhoria da qualidade de vida individual, Preparar refeição, entre outras.
mas também para uma saúde pública mais consciente e eficaz. Os regis- Deve ser observado se existe limitação para as atividades acima cita-
tros na caderneta do idoso devem ser uma ferramenta para esse trabalho. das, assim como o tipo de auxílio de que o idoso necessita. Essas informa-
A Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa é preenchida no momento da ções são elementos essenciais para se compor um diagnóstico de seu risco
realização da visita domiciliar, onde haja um morador com 60 anos ou mais, social e conhecer seu grau de independência para as atividades de vida
ou na Unidade Básica de Saúde, quando a pessoa for consultar. Você é um diária (AVD). Se o indivíduo idoso mora sozinho ou já recebe algum tipo de
dos principais responsáveis pelo preenchimento da caderneta. cuidado, já pode ser denominado como uma pessoa idosa frágil ou em
processo de fragilização.
O preenchimento da caderneta de saúde se dá a partir da própria fala
do indivíduo. É importante que seja resguardada sua privacidade. Assim, Caso observe dificuldades do idoso para realização de uma ou mais
deve-se deixar a pessoa que responde à vontade para citar o que lhe for atividades de vida diária e instrumental (AVD e AIVD), você deve transmitir
conveniente. A caderneta é um documento que a pessoa idosa deve carre- essa informação aos profissionais da sua equipe, assim como orientar os
gar sempre consigo e que pode, eventualmente, ser acessada por outras familiares e cuidadores a não fazer tudo pela pessoa, mas sempre estimu-
pessoas. Você deve reforçar que o idoso, ao comparecer à consulta na lar sua autonomia.
UBS, deve levar sua caderneta. Algumas medidas podem reduzir a incapacidade ou diminuir a dificul-
Questões importantes a serem observadas por você em suas visitas dade em conviver com ela e melhorar a qualidade de vida da pessoa idosa,
domiciliares como o uso de determinados medicamentos prescritos pelo médico, modifi-
cações no ambiente físico e social, mudanças no comportamento e estilos
Identificação do idoso: quando falamos em “identificação”, como o pró- de vida, além da utilização de equipamento especial – prótese, muleta,
prio nome aponta, busca-se conhecer o idoso quanto a: relações familiares; andador.
ocupação; hábitos de vida; situação da moradia; entre outros.
Os três conceitos importantes para a definição das incapacidades são:
Alguns aspectos na identificação que merecem maior atenção serão autonomia, independência e dependência.
apresentados a seguir:
Autonomia: é a liberdade para agir e para tomar decisões. Pode ser de-
Relações familiares: o prejuízo emocional e outros transtornos familia- finida como se autogovernar.
res que o(a) idoso(a) pode apresentar perante a perda do seu cônjuge é um
sinal de alerta. Geralmente, a viuvez traz fortes repercussões negativas na Independência: significa ser capaz de realizar as atividades sem ajuda
área psicológica, podendo interferir também de modo marcante na área de outra pessoa.
econômica, sendo inclusive uma das causas do asilamento do idoso. O Dependência: significa não ser capaz de realizar as atividades do dia a
estado emocional pode variar de acordo com o tempo de viuvez. dia sem ajuda de outra pessoa.
Escolaridade: a baixa escolaridade é outro fator que interfere para a in- Esquema de vacinação da pessoa idosa
teração na comunicação e, portanto, há necessidade da adequação do Você deve verificar em todas as visitas se as vacinas estão em dia e
vocabulário pelo profissional de saúde na assistência ao idoso, uso de orientar o idoso sobre a importância da vacinação para a prevenção de
linguagem simples e acessível. doenças. A seguir calendário vacinal do idoso:

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idoso não pode deixar de comer nada por não conseguir mastigar. Pique,
moa, corte ou rale os alimentos mais duros;
Você deve estar atento ao controle do peso do idoso. Um importante
componente de risco para a fragilidade da pessoa idosa é a perda expres-
siva de peso em um curto período de tempo. Uma perda de peso não
intencional de, no mínimo, 4,5 kg ou de 5% do peso corporal no último ano
exige medidas para estabilizar e/ou recuperar seu peso corporal, por meio
da promoção a uma alimentação saudável e prática de exercícios físicos
sob orientação. Por outro lado, o peso elevado também pode ser prejudicial
à saúde. Portanto, o ACS deve estar atento ao estado nutricional do idoso e
às variações de seu peso corporal;
O idoso pode ter medo de se alimentar, pois pode tossir e engasgar
com facilidade, além de ter dificuldade de mastigar e engolir, tendo o risco
de aspirar os alimentos (entrada dos alimentos pela via respiratória poden-
do ir para os pulmões).
Podem ser oferecidos alimentos cozidos, com molho ou pastosos. O
cuidador deve ser paciente e tranquilizar o idoso na hora das refeições, que
devem ser sempre momentos prazerosos;
Em caso da dificuldade para engolir, é importante informar a equipe de
saúde para avaliação;
Para facilitar a digestão e evitar a prisão de ventre, orientar o consumo
de alimentos ricos em fibras: frutas, verduras e legumes. As frutas devem
ser consumidas pelo menos três vezes ao dia e, sempre que possível,
cruas e com casca;
Promoção a hábitos saudáveis
O idoso que ainda conserva a independência para alimentar-se sozinho
Cuidados com a alimentação: deve continuar a receber estímulos para fazê-lo, não importando o tempo
A promoção a hábitos saudáveis na alimentação é uma das estratégias que leve;
para prevenção de doenças e promoção à saúde. Tem como um de seus
Recomenda-se o consumo simultâneo de leguminosas e carnes. Ali-
objetivos proporcionar um envelhecimento mais saudável e ativo, melho-
mentos vegetais ricos em ferro são mais bem absorvidos na presença de
rando a qualidade de vida das pessoas.
alimentos ricos em vitamina C, como laranja, limão, caju, goiaba, abacaxi e
A orientação da alimentação da pessoa idosa que não precisa de cui- outros, na sua forma natural ou em sucos. Essa conduta pode prevenir o
dados alimentares específicos pode ser dada por você com base nos aparecimento de anemia, problema frequente em idosos, que pode ser
Dez Passos para uma Alimentação Saudável. As orientações relacio- agravado por uma alimentação deficiente em alimentos ricos em ferro;
nadas à alimentação da pessoa idosa nas situações de doenças crônicas É fundamental ingerir diariamente alimentos que contenham cálcio e vi-
como diabetes, hipertensão, obesidade, entre outras, deverão ser feitas tamina D, sendo que essa última também pode ser produzida pela pele
pelos profissionais de nível superior da equipe de saúde e devem ser após exposição ao sol, antes da 10 horas da manhã e depois das 16 horas.
conhecidas e acompanhadas por você. Com essas práticas, pode-se prevenir o aparecimento da osteoporose,
Dicas importantes para seu trabalho de orientação para as pessoas doença comum em idosos, especialmente em mulheres;
idosas e familiares:
Dar preferência à utilização de óleos vegetais (milho, soja, arroz, cano-
Alimentar o idoso nem sempre é tarefa fácil. Horários regulares, respei- la, azeite de oliva, girassol e outros) no preparo e cozimento dos alimentos,
to às preferências e hábitos culturais, ambiente tranquilo e muita calma e sempre em pequena quantidade. Dessa maneira, pode-se prevenir a ate-
paciência, por parte dos familiares e cuidadores, são fatores importantes rosclerose, doença que é cada vez mais comum na população adulta e
para que a alimentação seja bem aceita; idosa e está relacionada com o aumento do consumo de alimentos ricos em
Outro ponto importante e que pode colaborar para uma alimentação gorduras saturadas e colesterol, como: gorduras animais (carnes gordas,
saudável é a leitura dos rótulos dos alimentos. A informação nutricional que leite integral, queijos gordos, manteiga, banha, toucinho, bacon, creme de
está nos rótulos é um meio fundamental de apoio à escolha de produtos leite, embutidos etc.), gordura hidrogenada, óleo de dendê, óleo supera-
mais saudáveis na hora da compra. Observar a data de validade dos produ- quecido e reutilizado muitas vezes (principalmente para frituras), pães
tos também é importante; recheados (com cremes, com cobertura de chocolate ou com coco) e
Orientar a fazer todas as refeições (café da manhã, lanche, almoço, biscoitos amanteigados;
lanche, jantar) e não pular nenhuma delas. Não trocar o almoço ou o jantar Sempre que possível, substituir frituras por cozimento. No preparo de
por lanches; carnes, deve ser retirada toda a gordura visível, assim como a pele de aves
Para abrir o apetite, pode ser preparada uma refeição de encher os e dos peixes;
olhos: colorida, cheirosa, quentinha, gostosa, sempre fresquinha e variando Água ou alimentos jamais devem ser oferecidos quando a pessoa esti-
os alimentos, para estimular o paladar, que, com o avanço da idade, pode ver deitada.
diminuir, levando à redução do apetite e do prazer de comer;
É importante estar sentada confortavelmente para receber a alimenta-
O uso em exagero de sal, temperos industrializados, gorduras de ori- ção.
gem animal (banha, sebo, toucinho), bem como frituras e alimentos com
gorduras trans, deve ser evitado. Os alimentos devem ser preparados Ambiente seguro e risco de quedas
utilizando temperos naturais, como alho, cebola, salsinha, manjericão, A queda em idosos é um importante problema de saúde pública.
orégano etc. e óleos vegetais, como de milho, soja e azeite de oliva; Além de contribuir para a diminuição da qualidade de vida das pesso-
Beber de seis a oito copos de água por dia entre as refeições. Essa as, a ocorrência da queda pode acarretar um gasto considerável tanto do
orientação é muito importante porque os idosos, geralmente, não sentem ponto de vista financeiro quanto do familiar e social.
sede; A seguir estão descritos os principais pontos a serem observados por
Caso o idoso possa mastigar, não há razão para modificações na con- você na casa onde reside um idoso. Em caso de existência de problemas,
sistência dos alimentos e para a utilização de sopas e purês. Para que os devem ser alertados ao idoso, familiares e cuidadores, uma vez que esses
alimentos sejam mais bem aproveitados, precisam ser bem mastigados; fatores ambientais de risco são importantes causas de quedas na popula-
No caso de ausência parcial ou total dos dentes e de uso de próteses ção idosa.
(dentaduras), não deixar de oferecer carnes, legumes, verduras e frutas. O

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dia, com horários diversos, pois é comum erro na administração deles pelo
próprio idoso ou por terceiros.
Você deve orientar o idoso, sua família e/ou cuidador que, durante a
consulta, é importante:
Informar ao profissional de saúde:
Todos os medicamentos que o idoso está usando e qual a dosagem;
Sobre qualquer problema que o idoso já tenha tido com medicamentos;
Sobre a existência de alergias;
Se o idoso ingere bebidas alcoólicas, usa drogas ou fuma.
Perguntar ao médico:
Como vai ser usado o medicamento e por quanto tempo;
Se deve evitar algum tipo de comida, bebida alcoólica, medicamentos,
e se não pode fazer exercício físico enquanto estiver usando o medicamen-
to;
Se o medicamento pode afetar o sono, o estado de alerta e a capaci-
dade de dirigir veículos;
O que fazer se esquecer de tomar alguma dose;
Se podem ocorrer efeitos adversos e o que fazer nessa situação;
Se o medicamento pode ser partido, dissolvido, misturado com bebi-
das.
Além das informações contidas no quadro, também devem ser conside- Solicitar ao profissional que prescreve:
rados como agravantes para o risco de acidentes e quedas:
Receita por escrito e que dê para entender o nome do medicamento, o
Perda da capacidade visual – catarata, glaucoma, degeneração de má- intervalo entre as doses e o modo de usar.
cula, uso de lentes multifocais, derrames ou isquemias que afetaram a
visão etc.; Orientações aos familiares, idosos e/ou cuidadores quanto a cuidados
com o uso adequado da medicação:
Pessoas em uso de quatro ou mais medicamentos;
Colocar os medicamentos em uma caixa com tampa (plástica ou de
Condições médicas específicas – doença cardiovascular, demências,
papelão) ou vidro com tampa, tomando o cuidado de usar caixas diferentes
doença de
para medicamentos dados pela boca (via oral), para material de curativo e
Parkinson e outros problemas neurológicos; para material e medicamentos para inalação. Além de ser mais higiênico,
Osteoporose, principalmente em mulheres pós-menopausa; diminui o risco de confundir e trocar os medicamentos. A caixa organizado-
Perda de capacidade auditiva (dificuldade para escutar); ra pode ser feita em casa, adaptando-se outras caixas ou também compra-
Sedentarismo; da em farmácias ou casas de produtos médico-hospitalares.
Deficiências nutricionais; Existem em várias opções e formatos. Caso o idoso não saiba ler, ori-
Condições psicológicas – depressão, medo de cair (mais de 50% das ente que peça ajuda para dividir os medicamentos em envelopes ou saqui-
pessoas que relatam medo de cair restringem ou eliminam por completo o nhos, com o desenho do horário em que deve ser tomado;
contato social e a atividade física); Caixa improvisada com divisórias
Diabetes; Caixa com material curativo
Problemas nos pés – malformações, úlceras (feridas), deformidades Caixa organizadora
nos dedos etc.; Envelopes para medicação
Uso inadequado de sapatos e de roupas; Verificar com o médico a possibilidade de dar os medicamentos em ho-
Uso inadequado de aparelhos de auxílio à locomoção (bengala, anda- rários padronizados, como: café da manhã, almoço e jantar. Faça uma lista
dores etc). do que pode e do que não pode ser dado no mesmo horário. Evitar sempre
Conhecendo os fatores que podem causar uma queda, você poderá, que possível medicação durante a madrugada;
junto com a equipe, planejar estratégias para prevenir que esta aconteça. Deixar somente a última receita médica na caixa de medicamentos, is-
Independentemente da causa da queda, aquele indivíduo que referir ter so pode evitar confusão quando há troca de medicamentos ou de receitas e
caído duas ou mais vezes no mesmo ano será considerado frágil ou em facilita a consulta em caso de dúvidas;
processo de fragilização. Guardar os medicamentos longe do alcance das crianças e animais
O que significa idoso frágil? domésticos, em local seco, arejado, longe do sol, separado de venenos ou
O termo frágil, segundo o dicionário Aurélio, tem os seguintes sentidos: de outras substâncias perigosas;
“quebradiço; pouco vigoroso”. Desses significados, aqueles que nos ajudam Guardar em suas embalagens originais e bem fechadas para evitar
a definir o indivíduo idoso frágil são os que apresentam o idoso com algum misturas e realizar o controle da data de validade;
tipo de debilidade ou alguma condição que lhe afeta o vigor físico e/ou Jogar fora os medicamentos vencidos ou aqueles com aspecto ou colo-
mental. Ao buscar identificar esses indivíduos, estamos nos comprometen- ração alterado;
do a organizar ações específicas que tenham como objetivo final reverter
parcial ou totalmente o quadro de debilidade e possibilitar a essa pessoa Ter sempre todos os medicamentos usados com suas dosagens e ho-
um maior grau de independência e autonomia ou, em casos mais severos, rários anotados na caderneta do idoso ou fazer uma lista avulsa caso ele
dar condições dignas para que elas continuem vivendo, para isso deve-se não tenha caderneta. Isso ajuda no acompanhamento/controle dos medi-
contar com o apoio de toda a equipe de saúde. camentos em uso e na hora de dar informações na consulta seguinte;
Uso de medicamentos Não acrescentar, substituir ou retirar medicamentos sem antes consul-
tar o médico do idoso, bem como não usar medicamentos indicados para
A utilização de medicamentos em pessoas com 60 anos ou mais deve
outras pessoas;
ser sempre uma preocupação do profissional de saúde. O próprio funcio-
namento do organismo da pessoa idosa, que difere dos adultos jovens, Se o idoso toma vários medicamentos por dia, usar um calendário ou
bem como a possibilidade de interação medicamentosa (interferência de caderno onde possa colocar data, horários e um visto na medicação já
um medicamento usado sobre o outro) indesejada fazem com que o uso de dada, evitando assim doses e medicações repetidas;
medicamentos seja um fator de risco. Deve-se ter maior atenção com Recomendar que não se dê medicamentos no escuro, para não ocorre-
aqueles que fazem uso de mais de um tipo de medicamento diferente ao rem trocas perigosas;

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Sempre conferir antes a dose, o nome do medicamento e o horário Corpo de Bombeiros – 193;
prescritos; Polícia – 190;
Não ter como referência cor e tamanho do comprimido, pois podem Violência contra a Mulher – 180;
mudar de acordo com o laboratório do fabricante; PREVfone – 0800 78 0191;
Ter sempre segurança quanto à quantidade no caso de medicamentos Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde – denúncias de proble-
líquidos. Nunca substituir as colheres-medida ou o conta-gotas que vieram mas de atendimento no SUS;
junto com o medicamento;
Delegacia de Polícia, ministérios públicos estaduais, conselhos estadu-
Verificar com o médico a possibilidade de partir ou dissolver os medi- ais e municipais do idoso – denúncia de maus-tratos, pessoalmente, por
camentos em água ou suco. Se não for possível, peça para trocá-los, caso carta ou telefone;
o idoso tenha dificuldade para engolir comprimidos;
Unidade Básica de Saúde que você trabalha;
Informar sempre ao médico se o idoso parar de tomar alguma medica-
ção. E não parar com ela antes da orientação do médico quando os sinto- Pessoa da família que tenha responsabilidade sobre o idoso.
mas desaparecerem; Ou ainda para aqueles que tiverem acesso à internet:
Não repetir as receitas antigas quando achar que o idoso está com o Site do Ministério da Saúde: www.saude.gov.br
mesmo problema. Não substituir medicamentos sem autorização do médi- Saúde Legis: www.saude.gov.br/saudelegis
co; Você deve ressaltar a importância de a Caderneta de Saúde ser apre-
Ao dar a medicação para o idoso, certificar-se de que ele engoliu; sentada sempre no momento da consulta ou em casos de emergên-
Conferir a quantidade de medicamentos antes de feriados, fins de se- cia/urgência. O ideal é que a pessoa seja estimulada a portá-la sempre
mana, para não correr o risco de faltar; na(o) bolsa(o).
Não acreditar em fórmulas secretas, em medicamentos perfeitos, mági- Saúde bucal no idoso
cos que servem para tudo; Mesmo que a saúde bucal do idoso não tenha sido boa durante a vida,
Fazer com que os medicamentos fora de uso deixem de ser guardados existe a necessidade de cuidados para melhorar a situação atual e prevenir
juntos dos demais e, de preferência, que sejam descartados. futuros problemas. Assim, a gengiva, língua e parte interna da boca, dentes
Esses cuidados são importantes na tentativa de evitar problemas maio- e próteses devem ser examinados regularmente.
res e de promover o uso correto das medicações, sendo fundamental para Lembrar sempre aos idosos e seus familiares que a consulta com o
o bom andamento dos cuidados prestados ao idoso. dentista deve ser realizada a cada seis meses. Alertar que deve procurar o
Na caderneta há espaço para registro dos medicamentos em uso, mas, dentista mesmo que não esteja sentindo dor, já que muitos têm histórias
para os que não a têm, segue sugestão de modelos de fichas para auxiliar passadas de visitas ao dentista só em casos de dor. Por isso, informações
no controle dos medicamentos em uso e dos medicamentos administrados. são importantes para aliviar o medo dos pacientes, permitindo assim a
realização do tratamento adequado, seja este preventivo ou curativo.
É importante que o ACS oriente a procura da Unidade Básica de Saúde
para realização de tratamento curativo ou preventivo. É importante também
estar atento aos problemas que podem provocar dor ou complicações mais
sérias.
Muitos não se queixam tentando evitar o tratamento por medo ou por
não saber explicar o que estão sentindo. Por isso é muito importante que o
ACS e familiares observem o aparecimento de alguns sinais, como: dificul-
dades para comer, não sorrir, falar pouco, comer só alimentos muito moles.
Todas essas situações podem ter como causa a dor nos dentes naturais
provocada por alimentos ou bebidas frias ou quentes, por raízes expostas,
feridas na língua ou noutra região da boca e próteses que machucam ou
estão frouxas. O câncer bucal é um problema frequente nessa faixa etária.
Higiene bucal:
Orienta-se escovação com creme dental e uso do fio dental. Nessa fai-
xa etária, são frequentes os distúrbios de audição, visão, déficit da memória
e confusão mental. A coordenação motora do idoso deve ser observada
pela família, pois pode interferir na correta remoção da placa bacteriana,
portanto, se necessário, deve-se orientar o cuidador para realizá-la. É
Anotações importantes: essencial dar atenção especial ao idoso portador de prótese dentária. A
higiene da prótese previne doenças bucais, como a cândida bucal, e pro-
Maior atenção e frequência de visitas domiciliares devem ser feitas pa-
move melhor qualidade de vida.
ra os(as) idosos(as) que apresentarem os seguintes dados:
Orientar para oferecer bastante água durante todo o dia é muito impor-
Queda ou internação nos últimos seis meses;
tante para evitar a desidratação e manter a boca sempre úmida, diminuindo
Diabetes e/ou hipertensão sem acompanhamento; assim o aumento na concentração de bactérias que se instalam nela.
Paciente que não faz acompanhamento regular de saúde;
Idoso que fica sozinho e que tem várias doenças crônicas, referindo-se Alterações em saúde bucal mais frequentes nos idosos:
ao seu estado de saúde como ruim ou muito ruim; Alterações na parte interna da boca: se aparecer feridas, machucados
Acamados ou com dificuldade de se locomover até a UBS. brancos etc., deverão ser orientados a procurar o serviço de saúde bucal
Esses casos devem ser priorizados pelo fato de implicarem maior risco para serem examinados pelo dentista para diagnóstico e tratamento ade-
de incapacidades e mortalidade. quado.
Serviços e telefones úteis Gengivas que sangram: se o sangramento é em pequena quantidade,
orientar a fazer uma boa escovação (dentes, gengivas e língua), com pasta
Você deve orientar o idoso e familiares a manter alguns números de te-
e fio dental; pode promover uma melhora. Se isso não ocorrer em duas ou
lefone em local de fácil acesso – por exemplo, ao lado do telefone ou três semanas, orientar que procurem o dentista da unidade básica.
grudado por ímãs à geladeira.
Doença periodontal: é uma doença sem dor e o único sinal é o san-
A seguir os telefones úteis:
gramento durante a escovação e, se a pessoa deixa de escovar o local,
Disque-Saúde – 0800 61 1997 – serviço gratuito, funciona todos os di- pode piorar ainda mais a situação. Como consequência, o dente fica mole e
as, das 8h às 18h. Pode ser acionado de qualquer telefone público; poderá cair. A escovação correta e frequente evita esse tipo de problema.
SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – 192; Orientar que procure o serviço de saúde bucal.

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Candidíase: é causada por fungos e aparece na forma de placas bran- camentos que estão sendo usados, mesmo os comprados sem receita
cas que podem cobrir boa parte da boca. Podem ser causadas pela baixa médica.
resistência da pessoa ou pela higiene deficiente das dentaduras, que Políticas de assistência social disponíveis à pessoa idosa
devem estar sempre bem escovadas. Nesses casos é importante a boa A atenção da política de assistência social realiza-se por meio de servi-
higiene. ços, benefícios, programas e projetos destinados a pessoas e famílias que
Raízes dentárias expostas: as raízes dos dentes para fora da gengiva se encontram em situação de risco pessoal e/ou social.
podem deixar o local muito sensível ao frio e às substâncias azedas – Lembretes à pessoa idosa:
ácidas. Pastas de dente especiais para tirar a sensibilidade podem ser
usadas. Alguns lembretes importantes que podem ser ressaltados ao idoso por
você:
Feridas de longa duração: podem ser causadas por dentes quebrados,
dentaduras com lados afiados ou quebrados. Oriente para procurar o O idoso deve sempre ser lembrado dos benefícios do envelhecimento
dentista da Unidade Básica de Saúde. ativo e bem sucedido, com hábitos saudáveis de vida: cuidados com a
alimentação, manutenção de uma atividade social e sexual ativa, sempre
Boca seca: geralmente é causada por certos medicamentos e doenças que possível, tendo como parceiros desse envelhecimento bem sucedido
(diabetes) que podem diminuir a produção de saliva. O idoso terá mais os profissionais de saúde.
dificuldade para mastigar e engolir e há dificuldade de fixar a dentadura.
Pode-se estimular a mastigação, por exemplo, mascar chicletes sem açú-
car, pedaços de borracha etc., além de beber água com frequência. Benefício de Prestação Continuada (BCP)
Escorrimento de saliva: pode ser consequência de algumas doenças Esse benefício é integrante do Sistema Único de Assistência Social
(Parkinson) ou por dentaduras mal feitas. Nesses casos orientar que procu- (SUAS) na Proteção Social Básica, assegurado por lei e pago pelo governo
re o dentista da Unidade Básica de Saúde para orientações. federal que pode ser utilizado por idosos e pessoas com deficiência.
Déficit alimentar: nessa fase da vida, a falta dos dentes pode contribuir O valor do Benefício de Prestação Continuada (BPC) é de um salário
para uma alimentação inadequada devido ao consumo exagerado de mínimo, pago por mês às pessoas idosas e/ou com deficiência que não
alimentos pastosos ou líquidos (geralmente ricos em carboidratos e pobres podem garantir a sua sobrevivência, por conta própria ou com o apoio da
em vitaminas e fibras), prejudicando sua saúde. Nesses casos é importante família.
orientar a procurar a Unidade Básica de Saúde. Podem receber o BPC:
O idoso pode manter os dentes íntegros. Para tanto, é necessário que Pessoas idosas com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência;
a prevenção seja traduzida em atitudes e práticas saudáveis durante toda a Quem não tem direito à previdência social;
vida. Pessoa com deficiência que não pode trabalhar e levar uma vida inde-
ATENÇÃO: verificar na visita mudanças no comportamento ao comer, pendente;
falar, sorrir e dar atenção aos comentários de parentes e amigos, pois Renda familiar inferior a ¼ do salário mínimo.
podem trazer informações importantes sobre problemas dentários. Nesse
Para fazer o requerimento do benefício, precisa comprovar:
caso você deve orientar o idoso ou quem cuida dele a buscar orientações
da equipe de Saúde Bucal da Unidade Básica de Saúde. Que o idoso tem 65 anos ou mais;
Emergências no domicílio A identificação do deficiente, sua deficiência e o nível de incapacidade
por meio da avaliação do Serviço de Perícia Médica do INSS;
Em razão do processo natural de envelhecimento, as pessoas têm sua
capacidade funcional diminuída, o que acarreta mudanças no funcionamen- Que não recebe nenhum benefício previdenciário;
to dos órgãos do corpo (coração, pulmão, rins, cérebro, fígado etc.). Isso Que a renda da sua família é inferior a ¼ do salário mínimo por pessoa.
faz com que fiquem sujeitas a agravos que requerem cuidados especiais Se a pessoa tem direito a receber o BPC, não é necessário nenhum in-
para evitar mais complicações. termediário.
É importante saber que existem situações que podem alterar a rotina Basta se dirigir à agência do INSS mais próxima de sua residência, le-
diária da pessoa idosa, como o aparecimento de um comportamento dife- vando os documentos pessoais necessários.
rente ou uma piora repentina do seu estado de saúde ou um acidente. Documentos necessários ao requerimento:
Essas situações podem ser emergências. Você deve orientar a família Documentos do requerente:
a estar atenta a essas situações e buscar os serviços de saúde com a
Certidão de nascimento ou casamento;
maior brevidade possível.
Documento de identidade, carteira de trabalho ou outro que possa
Entre as alterações na rotina, estão: sonolência excessiva, apatia, con-
identificar o requerente;
fusão mental, agitação, agressividade. Podem ser um sinal de que algo
novo, diferente, aconteceu e que há necessidade de uma avaliação imedia- CPF
ta da equipe de saúde. Comprovante de residência;
É preciso redobrar a vigilância com o idoso febril, para não permitir que Documento legal, no caso de procuração, guarda, tutela ou curatela.
fique muito parado e para melhorar sua hidratação. O idoso febril desidrata- Documentos da família do requerente:
se muito rapidamente, assim, na presença de febre, deve-se ampliar a Documento de identidade;
oferta de líquidos.
Carteira de trabalho;
CPF
Quando levar ao hospital:
Certidão de nascimento ou casamento ou outros documentos que pos-
Em casos de confusão mental junto com a febre, pois indica infecção sam identificar todas as pessoas que fazem parte da família e suas rendas.
grave que necessita de intervenção precoce;
Deve também ser preenchido o Formulário de Declaração da Composi-
Em casos em que o idoso apresentar sinais de pressão baixa (des- ção e Renda Familiar. Esse documento faz parte do processo de requeri-
maio, tontura, calor repentino), pouca reação quando conversamos com ele mento e será entregue no momento da inscrição.
ou estiver com a pele manchada, parecendo mármore;
Após esse processo, o INSS enviará uma carta para a casa do reque-
Quando o idoso estiver com muita falta de ar, pois pode indicar infec- rente informando se ele vai receber ou não o BPC. Essa carta também
ção pulmonar ou problema cardíaco; informará como e onde ele receberá o dinheiro do BPC. Se a pessoa tiver
Quando o idoso parar de urinar, que pode ser só por desidratação, mas direito ao BPC, em 45 dias após a aprovação do requerimento o valor em
pode também indicar que os rins estão falhando. dinheiro já estará liberado para saque.
Ter sempre o número dos telefones de ajuda e socorro em lugar de fá- Quem tem direito ao BPC recebe do banco um cartão magnético para
cil acesso (SAMU 192). Oriente os familiares que, ao procurar um hospital, usar apenas para sacar o recurso referente a ele. Não é preciso pagar por
levem os documentos da pessoa idosa (carteira de identidade ou profissio- isso nem é obrigatório compra de nenhum produto do banco para receber o
nal e, se tiver, do plano de saúde), a carteira de saúde do idoso e os medi- cartão.

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Benefícios previdenciários Na comunidade, encontramos muitas pessoas com sofrimento mental
Aposentadoria por idade: grave que não conseguem chegar até o posto ou até o CAPS. Muitas
Exigências para requerer esse benefício: famílias ainda continuam buscando somente o tratamento hospitalar porque
desconhecem e/ou não conseguem ainda acessar a rede de serviços
Ter contribuído para a Previdência Social por, pelo menos, 15 anos; especializados e entender os diferentes papéis dos serviços que compõem
Aos trabalhadores urbanos, é exigida a idade mínima de 65 anos para a rede.
os homens e 60 anos para as mulheres; E continuamos encontrando muitas pessoas que passam os seus dias
Para trabalhadores rurais, a idade mínima é 60 anos para os homens e trancadas em casa ou fora dela enquanto os familiares vão e voltam do
55 anos para as mulheres. trabalho. Ainda há aquelas que não acessam o tratamento medicamentoso
Aposentadoria por invalidez: e repetem episódios de muito medo, agressividade e violência. Também
É um benefício concedido aos trabalhadores que por doença ou aci- aparecem as crises epilépticas sem tratamento, os usuários de droga que
dente do trabalho forem considerados incapacitados para exercer as ativi- querem e não encontram facilmente acesso aos serviços.
dades profissionais. Os números descritos anteriormente revelam a importância de a saúde
Exigências para requerer esse benefício: mental ser uma das prioridades na organização de qualquer serviço de
Ser considerado pela perícia médica do INSS total e definitivamente in- saúde. A proximidade da equipe de Saúde da Família com a comunidade
capaz para o trabalho. facilita a identificação de pessoas com sintomas de sofrimento mental (ver
quadro da próxima página). Nesses casos, é importante que a equipe de
Pensão por morte:
saúde seja informada para que o tratamento comece o mais cedo possível,
É um benefício pago à família quando o trabalhador da ativa ou apo- evitando-se assim mais sofrimento por parte dessas pessoas e de suas
sentado morre. famílias.
Exigências para requerer esse benefício: ANSIEDADE
Ter contribuído para o INSS. No Brasil, o transtorno de ansiedade encontra-se no 1º lugar em preva-
Quem pode requerer esse benefício: lência entre os transtornos psiquiátricos. A ansiedade é uma experiência
Esposa, marido, companheiro(a), filhos menores de 21 anos ou filho in- vivenciada por todos os seres humanos, constituindo-se em uma resposta
válido, pai, mãe, irmão menor de 21 anos ou inválido; quanto a situações de perigo ou ameaças reais, como ao estresse e desafi-
Familiar ou aquele que cuida do idoso que por algum motivo não possa os do dia a dia – adoecer, hospitalizar-se, ter de se submeter a uma cirurgia
receber benefício a que o idoso tem direito deve ir à agência da previdência ou ir ao dentista.
social da sua cidade para obter informações. É uma emoção semelhante ao medo: ela representa um sinal de alar-
Saúde mental me para situações de ameaça à integridade física ou moral de uma pessoa.
É comum também que ela ocorra em situações que representem frustração
INTRODUÇÃO
de planos e de projetos pessoais, perda de posição social, de entes queri-
A saúde mental vem ganhando espaço rapidamente nos últimos tem- dos, em situações de desamparo, abandono ou punição. Essas circunstân-
pos. Até pouco mais de 20 anos, o espaço dedicado a essas questões era cias constituem sinal de alerta que auxilia a pessoa a tomar medidas ne-
centrado nos hospitais psiquiátricos, e a doença mental era vista como um cessárias para lidar com o “perigo”.
transtorno bastante grave, do qual era difícil recuperar-se. Antes disso,
Muitas pessoas que sofrem de transtorno de ansiedade sentem mal-
pacientes que tinham transtornos mentais graves iam para os sanatórios ou
estar acentuado quando saem de casa, andam de ônibus, vão a lugares
hospitais colônia, que em alguns momentos abrigaram os doentes de
mais cheios. Esses sintomas muitas vezes provocam um “autoisolamento”
tuberculose, hanseníase e assim muitos passaram o resto de seus dias.
da pessoa, que progressivamente vai diminuindo a autonomia e intensifi-
Esse modelo vem sendo modificado em diferentes países, e assim o cando os medos. Essas pessoas, com frequência, evitam até mesmo ir ao
sofrimento mental vem sendo compreendido como uma doença como posto de saúde.
outras e que o acesso aos serviços de saúde mental deve estar disponível
Sintomas observados nos transtornos de ansiedade:
à população como os outros serviços de saúde, não havendo necessidade
de afastamento ou isolamento da sociedade. Crises de dor no peito, coração batendo forte e acelerado;
No Brasil, temos vivido o mesmo processo de mudança. Num movi- Falta de ar;
mento contínuo, temos enfrentado o desafio de superar o modelo de trata- Dor e desconforto abdominal;
mento da doença mental centrado nos grandes hospitais psiquiátricos e Dor de cabeça, tonturas;
caminhado em direção aos tratamentos de base comunitária. Nossa rede Tensão muscular – musculatura “endurecida”;
de serviços psicossociais – CAPS (I, II, III, AD, I e J) cresceu muito e agora
Tremores;
é o momento de solidificar o cuidado na
Suor em excesso;
Estratégia Saúde da Família.
Boca seca;
Não há saúde sem saúde mental!!!
Dificuldade para dormir;
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde mental como
“um estado de bem-estar no qual os indivíduos podem desenvolver o seu Calorões ou calafrios.
potencial de forma plena, podem trabalhar e viver produtivamente e são Sintomas de ansiedade podem acontecer ainda como resultado do uso
capazes de contribuir para a comunidade onde vivem.” de drogas, em situações de abstinência de substâncias e também em
Centenas de milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas por transtornos mentais – depressão, psicoses e transtornos do humor.
distúrbios de origem mental, comportamental, neurológica e por uso de A ansiedade também pode ser causa de abuso e dependência de
álcool e outras drogas. Um estudo feito em 2002 mostrou que 154 milhões substâncias como álcool, medicamentos chamados de Benzodiazepínicos
de pessoas em todo o mundo sofrem de depressão, 91 milhões são afeta- (Diazepan, Clonazepan, também conhecidos como Rivotril, Lexotan, Lorax)
das por problemas decorrentes do uso de álcool e 15 milhões sofrem por e outras. Com muita frequência encontramos pessoas, principalmente
distúrbios decorrentes do uso de outras drogas. mulheres, que usam os Benzodiazepínicos de forma crônica e acabam por
É necessário compreender que saúde mental é fundamental para o desenvolver dependência e sintomas que não se relacionam ao uso, como
bem-estar pessoal, para os relacionamentos familiares, para o crescimento perda de memória e desatenção e sintomas depressivos. Indivíduos que
da comunidade e da sociedade como um todo. Ao contrário disso, a doença apresentem essas características devem ser orientados a procurar atendi-
mental interage com a pobreza e a falta de recursos de uma forma negati- mento e buscar o correto diagnóstico e tratamento.
va: os transtornos dificultam ainda mais o aprendizado dos sujeitos e seu
envolvimento em atividades produtivas sociais e econômicas. Para evitar DEPRESSÃO
essa associação de sofrimento psíquico com falta de acesso aos serviços, Assim como na ansiedade, é necessário diferenciar a depressão “nor-
a Estratégia Saúde da Família, em especial a ação dos agentes comunitá- mal” ou tristeza (sentimento experimentado por todos na vida) da depres-
rios de saúde, tem um papel fundamental. são como doença, que necessita de tratamento específico. A definição da

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depressão (doença) leva em consideração a presença de alguns sintomas de álcool e outras drogas é um transtorno mental é relativamente recente e
e sua duração. Como se trata de condição complexa, ao apresentar sinais ainda encontramos muitas pessoas que não conseguem entender essa
ou sintomas que indiquem depressão, a pessoa necessitará de avaliação nova abordagem e ligam o uso de álcool e drogas à “falta de caráter”, falta
feita por profissional. de “força de vontade” e até mesmo “sem-vergonhice”!
Sintomas principais: O primeiro passo a dar, se queremos ajudar alguém em sofrimento por
Humor deprimido; uso de álcool e/ou drogas, é entender esse indivíduo como alguém que,
Perda de interesse pela vida; antes de mais nada, está causando a si mesmo um dano, mesmo que não
tenha a menor consciência disso.
Fadiga.
O uso abusivo e dependente de álcool e outras drogas deve ser enten-
Sintomas acessórios: dido como um fenômeno complexo, que envolve várias dimensões a serem
Concentração e atenção reduzidas; avaliadas. Três dimensões principais podem ser resumidas como: o “indiví-
Autoestima e autoconfiança reduzidas; duo”, o “contexto” em que esse indivíduo está inserido e a “substância” (ou
Ideias de culpa e inutilidade; substâncias) com a qual (quais) o indivíduo está se envolvendo.
Pessimismo em relação ao futuro; Ou seja: podemos dizer que a história de vida, os “recursos internos”
Ideias de suicídio; que cada um tem para lidar com os problemas, a existência ou não de
“apoio externo”, seja ele proveniente da família, amigos, seja de terapeutas,
Sono perturbado;
podem mudar muito a evolução e superação do problema. Por fim, a subs-
Apetite diminuído. tância que está em jogo pode acarretar, por si, maior ou menor grau de
Obs.: a presença desses sintomas de forma isolada não indica neces- danos, como poderíamos comparar o uso de crack e o uso de maconha,
sariamente depressão. Se houver suspeita, a pessoa deve ser encaminha- por exemplo.
da para avaliação da equipe de saúde. Ainda nos nossos dias, os usuários de álcool e outras drogas sofrem
Depressão pós-parto muitos problemas com o estigma associado ao uso. Dessa forma, por
Nos últimos 20 anos, houve o reconhecimento de que no período da temerem falta de compreensão ou julgamentos, muitas pessoas deixam de
gravidez a mulher pode apresentar transtornos de humor, em particular a pedir ajuda.
depressão. Essa afirmativa contraria um pensamento comum de que a Ou seja: podemos dizer que a história de vida, os “recursos internos”
gravidez é uma época somente de alegrias para a mulher. Hoje sabemos que cada um tem para lidar com os problemas, a existência ou não de
que transtornos de humor manifestados durante a gestação podem indicar “apoio externo”, seja ele proveniente da família, amigos, seja de terapeutas,
que essa gestante terá risco de desenvolver depressão pós-parto. Estima- podem mudar muito a evolução e superação do problema. Por fim, a subs-
se que 25 a 35% das gestantes têm sintomas depressivos durante a gravi- tância que está em jogo pode acarretar, por si, maior ou menor grau de
dez, e mais de 20% têm critérios para o diagnóstico da doença. danos, como poderíamos comparar o uso de crack e o uso de maconha,
Os sintomas depressivos acontecem principalmente no terceiro trimes- por exemplo.
tre de gestação e nos seis meses após o parto. Não é por coincidência que Ainda nos nossos dias, os usuários de álcool e outras drogas sofrem
nessa fase você deve visitar mais regularmente a gestante e a puérpera. muitos problemas com o estigma associado ao uso. Dessa forma, por
Pela grande frequência e graves consequências que podem trazer, os temerem falta de compreensão ou julgamentos, muitas pessoas deixam de
sintomas que indicam a presença de depressão pós-parto devem ser pedir ajuda.
sempre valorizados e nunca menosprezados. Com o nascimento de um Nos últimos anos temos aprendido muito com novas ações propostas
novo filho, nasce também uma nova família, que precisará se adaptar a pela “redução de danos”, que é uma forma de abordar o uso abusivo e
essas mudanças em sua estrutura. O reconhecimento de qualquer sintoma dependente de álcool e drogas como um fenômeno que vem acompanhan-
que indique sofrimento por parte da gestante ou puérpera deve ser levado à do a evolução da humanidade e que seu uso é um comportamento presen-
equipe de saúde, que deverá se organizar para prestar o atendimento te em uma significativa parcela da sociedade.
adequado a ela, a seu bebê e ao restante da família.
Essa abordagem apresenta a vantagem de tentar entender que, se a
Depressão na pessoa idosa realidade que se expõe é o grande número de usuários abusivos e depen-
É um dos transtornos psiquiátricos mais comuns entre as pessoas ido- dentes de álcool e drogas, não bastam os profissionais de saúde decidirem
sas e, se suspeitada, necessita sempre de avaliação pela equipe de saúde. que essas substâncias fazem mal aos usuários, para que eles se conscien-
As mulheres são mais acometidas que os homens (proporção de duas tizem e decidam abandoná-las.
mulheres para cada homem). Pessoas idosas doentes ou institucionaliza- Se esse hábito está colocando o indivíduo em risco ou se já tem apre-
das também apresentam um risco maior para a doença. sentado perdas por isso, ele precisa tomar consciência e ser estimulado a
Na presença de sintomas depressivos leves, o idoso deve sempre ser modificar. Mas, se não estiver motivado a mudar nem consciente dos riscos
encaminhado para a Unidade Básica de Saúde, pois o não tratamento que está correndo, não será suficiente a “prescrição” dos profissionais para
dessa condição está associado ao alto risco de desenvolvimento de uma que pare.
forma mais grave da doença. Na população idosa, a depressão pode estar Muito pode ser feito em relação a essa problemática na Estratégia Sa-
associada a sintomas físicos, gerando maior procura pelas Unidades Bási- úde da Família.
cas de Saúde. Também há risco de maior consumo de medicamentos, o
que pode ser bastante prejudicial para as pessoas dessa faixa etária.
Pontos importantes
É essencial que seja feita a diferenciação entre tristeza e depressão,
uma vez que os sintomas depressivos podem ser mais comuns nessa faixa É necessário enfatizar que as diferenças entre gêneros devem também
etária, desencadeados, principalmente, por adoecimento ou fatores estres- ser observadas quando tratamos dessa temática: as mulheres, em geral,
santes em sua vida. Nessa diferenciação, é preciso que o profissional de por sua constituição biológica, têm maior sensibilidade ao uso de álcool que
saúde não subestime as queixas apresentadas pelo idoso, uma vez que os homens. Por isso, elas precisam de menores quantidades para se
ainda é comum ouvirmos afirmações dos próprios profissionais que refor- alcoolizarem e desenvolverem problemas devido ao uso crônico. Mulheres
çam a falsa associação entre velhice e doença ou transtornos de humor. com dependência de álcool costumam sofrer maior estigmatização que os
Portanto, os sinais apresentados por esses indivíduos necessitam de homens e seu uso geralmente se dá no ambiente doméstico, assim, o papel
acompanhamento e intervenção, para que não comprometam ainda mais dos agentes no diagnóstico pode ser ainda mais importante.
suas atividades diárias, muitas vezes já restritas pelo próprio processo de Nos últimos anos temos aprendido muito com novas ações propostas
envelhecimento, afetando sua qualidade de vida. pela “redução de danos”, que é uma forma de abordar o uso abusivo e
USO ABUSIVO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS dependente de álcool e drogas como um fenômeno que vem acompanhan-
do a evolução da humanidade e que seu uso é um comportamento presen-
Muitas pessoas ficam apreensivas de falar sobre essa temática na co-
te em uma significativa parcela da sociedade.
munidade. Muitas comunidades têm a droga como uma importante presen-
ça e “fonte de renda”, mas, independentemente disso, há muitos que estão Essa abordagem apresenta a vantagem de tentar entender que, se a
sofrendo e que precisam ser ajudados. O entendimento que a dependência realidade que se expõe é o grande número de usuários abusivos e depen-

Conhecimentos Específicos 103 A Opção Certa Para a Sua Realização


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dentes de álcool e drogas, não bastam os profissionais de saúde decidirem A rapidez e a intensidade de seus efeitos são os fatores que favorecem
que essas substâncias fazem mal aos usuários, para que eles se conscien- a dependência a essa droga. As substâncias inalantes, como a cola de
tizem e decidam abandoná-las. sapateiro, por exemplo, são usadas principalmente por crianças e adoles-
Se esse hábito está colocando o indivíduo em risco ou se já tem apre- centes moradores de rua devido a seus efeitos relacionados à redução da
sentado perdas por isso, ele precisa tomar consciência e ser estimulado a sensação de fome, dor e frio e produção de sensações agradáveis.
modificar. Mas, se não estiver motivado a mudar nem consciente dos riscos Pesquisas demonstram que no máximo 10% das pessoas com proble-
que está correndo, não será suficiente a “prescrição” dos profissionais para mas relacionados ao uso de drogas ilícitas e álcool procuram espontanea-
que pare. mente tratamento e que aproximadamente 20% dos usuários da Atenção
Outro problema importante a ser enfrentado é o uso de álcool por ges- Primária têm problemas com drogas e álcool e, na maioria das vezes, não
tantes, que deve ser evitado ao máximo. Não existem quantidades conside- revelam durante uma consulta. Isso nos faz refletir sobre a importância do
radas seguras para a gestação. O uso de álcool nesse período pode acar- vínculo dos usuários com o serviço de saúde e principalmente com o ACS.
retar a síndrome alcoólico-fetal, que tem diferentes formas de apresenta- Assim, alguns sinais indiretos podem servir de alerta, tais como:
ção, incluindo alterações físicas e mentais, alterações de comportamento e Redução no desempenho escolar;
dificuldades de aprendizagem na criança exposta ao álcool durante a Alterações no comportamento (a pessoa fica mais isolada, ou agressi-
gestação. va, ou displicente, por exemplo);
Fazer diagnóstico precoce Faltas constantes ao trabalho;
Um elemento fundamental no enfrentamento de problemas relaciona- Problemas no relacionamento com as pessoas da família, o que motiva
dos ao uso abusivo e dependente de álcool e drogas é a possibilidade de muitas vezes a procura por auxílio.
realização de diagnóstico precoce. Quanto mais cedo o indivíduo perceber
que tem perdido o controle sobre o uso de qualquer substância, mais Nesses casos, você deve oferecer ajuda acolhendo o usuário e sua
chance ele tem de evitar aprofundar-se nesse processo. Esse diagnóstico família. Deve também discutir com a equipe de saúde para que haja maior
precoce pode ser feito por meio de entrevistas, aplicação de questionários atenção para a situação e sejam construídas estratégias para a abordagem
pelos membros da ESF. da pessoa e sua família, possibilitando o adequado cuidado ao caso.
Álcool: A disseminação de informações de saúde, tanto nas visitas domicilia-
res, quanto nos grupos educativos, é muito importante para a promoção da
O alcoolismo, também conhecido como “síndrome da dependência do saúde e prevenção de agravos relacionados ao uso de álcool e outras
álcool”, é uma doença caracterizada pelos seguintes elementos: drogas.
Compulsão: uma necessidade forte ou desejo incontrolável de beber; Você, ACS, tem um papel fundamental na identificação e orientação
Perda de controle: a inabilidade frequente de parar de beber uma vez dos usuários de drogas lícitas e ilícitas, pois mora na comunidade.
que a pessoa já começou; Porém, é importante lembrar que o processo de abuso e evolução para
Dependência física: a ocorrência de sintomas de abstinência, como a dependência não ocorre repentinamente e muitas vezes não é evidente.
náuseas, suor, tremores, e ansiedade, quando se para de beber após um
período bebendo-se muito. Tais sintomas são aliviados bebendo-se álcool
ou tomando-se outra droga sedativa; Atenção à pessoa com deficiência
Tolerância: a necessidade de aumentar a quantidade de álcool para Pessoas com deficiências devem ter oportunidades iguais de participa-
sentir-se “alto”. ção em todos os atendimentos e atividades dos serviços de saúde.
Nem todos esses problemas precisam ocorrer juntos. É uma doença Suas necessidades básicas são comuns, como: vacinação, consultas,
que traz enormes danos físicos, sociais e pessoais. É necessário um trata- pré-natal, planejamento familiar, puericultura e saúde bucal.
mento específico. É muito importante que os membros das equipes de É importante que você, na sua área de atuação, identifique as pessoas
Atenção Primária tenham acesso às informações sobre o alcoolismo, que com deficiência e as suas características de maneira que possibilite à
ainda é tratado com exclusão, estigma e preconceito. Essa imagem de equipe de saúde realizar um planejamento e direcionamento das ações.
preconceito afasta muitas vezes o doente da equipe de saúde. Na visita às famílias:
Desse modo o vínculo entre profissional e doente não se estabelece, Identificar situações de risco para o desenvolvimento de deficiências
impedindo a concretização de um tratamento que possibilite a recuperação como condições de trabalho, violência, acidentes de trânsito, doenças
do alcoolista e de sua família, que geralmente se encontra tão adoecida crônicas (hipertensão, diabetes, hanseníase, entre outras);
quanto ele próprio. Identificar e descrever os tipos de deficiência encontrados: física, men-
De acordo com as orientações do Ministério da Saúde, a assistência tal, auditiva, visual, múltipla;
aos usuários de álcool deve ser oferecida nos serviços de Atenção Primária Conhecer as condições de vida das pessoas com deficiência: como é a
e demais níveis de atenção, privilegiando os cuidados em dispositivos extra família, atividades de vida diária, moradia, benefícios sociais, transporte,
hospitalares, como os Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e escolaridade, idade, estado de saúde geral, ocupação, se usa bengala,
Drogas (CAPS ad). Você pode estimular o desenvolvimento de ações de cadeira de rodas, lentes etc.;
prevenção nas escolas, locais de trabalho, sindicatos e outras associações Identificar se é totalmente dependente. Se precisa de auxílio;
locais. As ações incentivadas devem ter caráter permanente, sem deixar de
Identificar formas de participação das pessoas com deficiência na co-
lado as ações voltadas para a prevenção e promoção da saúde.
munidade;
Identificar na comunidade movimentos organizados de pessoas com
Outras drogas: deficiência e lideranças comunitárias, suas reivindicações, propostas e
A maconha é uma substância perturbadora que leva a pessoa a ter le- atividades;
ve estado de euforia, relaxamento, risos sem motivo, olhos avermelhados, Perceber e orientar para procurar os serviços de saúde, prestando
boca seca e coração disparado. atenção se estão tendo o acesso à Unidade Básica de Saúde e se têm
O uso regular, por períodos muito longos, pode associar-se a pânico, oportunidades iguais aos outros usuários em todos os atendimentos e
depressão, prejuízo da memória, pressão arterial alta, bronquite, entre atividades (vacinação, consultas, pré-natal, planejamento familiar, puericul-
outros problemas de saúde. No caso de usuários de altas doses e em tura, saúde bucal e outros);
períodos prolongados, pode ocorrer síndrome de abstinência. Promover a inclusão social começando pela família, estimulando sua
Já a cocaína e o crack são substâncias excitantes que causam, entre participação nas diferentes atividades, valorizando os conhecimentos da
outros sintomas, euforia, agitação, suores, calafrios, alucinações visuais e família adquiridos pela convivência diária pelas orientações de outros
táteis, convulsões, arritmias cardíacas, prejuízo do julgamento, ideias profissionais, permitindo sua participação e colaboração na comunicação
paranoides, a exemplo da mania de perseguição. Os sintomas mais graves nas relações de saúde.
acontecem quando a pessoa faz uso prolongado e em grandes quantida- É importante que você estimule a participação das pessoas com defici-
des, o que também provocará síndrome de abstinência caso tente diminuir ência nas ações educativas e de orientação para a inclusão social delas. A
ou parar de fazer uso.

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pessoa com deficiência deve ser atendida na unidade básica em suas ção, como cadeira de rodas, andador, muletas, aparelhos auditivos, óculos,
necessidades de saúde, vacinação, consultas, pré-natal, e não somente bolsas de colostomia, lupas, chamados de órteses e próteses e meios
nas suas necessidades relacionadas à reabilitação. auxiliares de locomoção.
Quando não for possível o atendimento na unidade, você deve facilitar Os postos de saúde e as Unidades Básicas de Saúde da Família po-
a visita da equipe de saúde à casa da pessoa e da família. dem e devem atender a muitas das necessidades de assistência à saúde e
Para mais informações sobre os benefícios de assistência social dispo- reabilitação dessas pessoas. Devem realizar o diagnóstico, avaliar as
níveis para as pessoas com deficiência, leia sobre o Benefício de Prestação capacidades e orientar as ações para a reabilitação, para acompanhamen-
Continuada. to, para a concessão de órteses e próteses e meios auxiliares de locomo-
Quem são as pessoas com deficiência ção. Se forem necessários equipamentos ou tecnologia avançada que a
UBS não disponha, deverá ser encaminhado para o serviço de referência.
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo Lembrar que, mesmo se essa pessoa esteja sendo tratada em um serviço
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial que, ao encontra- de referência, ela é moradora de sua área de atuação e deve continuar
rem com diversas barreiras, podem ter dificuldades em sua participação sendo acompanhada por sua equipe.
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
O seu trabalho é também bastante importante para o acesso de pesso-
pessoas.
as com deficiência às atividades comunitárias e espaços públicos, para que
É importante destacar que uma condição de deficiência (perda ou limi- tenham as mesmas oportunidades de participação. Nesse sentido, o co-
tação visual, auditiva, intelectual ou física), embora imponha limites, não nhecimento sobre os direitos das pessoas com deficiência e a sua proximi-
impede a participação e inclusão da pessoa no meio em que vive. As dade com a família são imprescindíveis, tanto para a orientação quanto
condições de interação com o meio (o ambiente físico e as pessoas) é que para o apoio na realização de atividades.
podem facilitar ou dificultar a sua participação e convivência social, na
Os serviços de reabilitação
escola, no trabalho, nos locais de lazer etc.
Reabilitação é um processo de duração limitada e com objetivo defini-
O seu foco da atuação deve ser para que a pessoa com deficiência de- do: permitir que uma pessoa com deficiência alcance um determinado nível
senvolva suas capacidades para ser autônoma e participativa, com respeito de funcionalidade (físico, mental, social) que lhe permita modificar a sua
às suas escolhas, decisões e determinações sobre sua própria vida. própria vida. Compreende ainda medidas para compensar a perda ou
Acessibilidade e inclusão social limitação de uma função (andar, falar, alimentar-se, enxergar, ouvir), como
Os espaços públicos e privados devem – por lei – ser acessíveis a to- o uso de equipamentos como cadeira de rodas, muleta, aparelho auditivo,
das as pessoas, portanto, todos, sociedade, comunidade e gestores públi- óculos, bolsas para ostomia e medidas para facilitar ajustes ou reajustes
cos, são responsáveis por tornar acessíveis os ambientes para as pessoas sociais.
com deficiência. Além das equipes de Saúde da Família e dos Núcleos de Apoio à Saú-
Para tornar um ambiente acessível, é preciso identificar o que é barrei- de da Família (NASF), o SUS conta com os seguintes tipos de serviços
ra para a participação da pessoa com deficiência. Pode ser uma caracterís- especializados para diagnóstico, avaliação, fornecimento de órteses e
tica do meio físico, como uma escada no caminho de um deficiente físico próteses e meios auxiliares de locomoção, acompanhamento e reabilitação
que usa cadeira de rodas, ou barreiras na comunicação, como conversar de pessoas com deficiência:
com uma pessoa que tem deficiência auditiva sem olhar para seu rosto, ou Serviços de Atenção à Saúde Auditiva;
mesmo barreiras de atitude, como impedir ou desestimular que uma criança Serviços de Assistência às Pessoas com Deficiência Física;
com deficiência seja matriculada na escola regular. Serviços de Atenção à Saúde de Pessoa com Deficiência
Para descobrir quais são as necessidades de mudança e permitir que Intelectual e Autismo;
uma pessoa com deficiência participe das atividades da comunidade e
Serviços de Assistência Ventilatória para pacientes com doenças neu-
propiciar a sua inclusão social, você também deve valorizar as informações
romusculares;
trazidas pela família e pela própria pessoa. Quando houver dúvida quanto à
forma de agir com uma pessoa com deficiência para facilitar a sua partici- Serviços de Oftalmologia que oferecem reabilitação visual;
pação, é importante perguntar para a própria pessoa ou familiares o que Serviços que atendem pessoas com estomia/ostomia.
pode ser feito. AS CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA
Você, considerando os vários tipos de deficiência (visual, auditiva, físi- Crianças com deficiência têm necessidades semelhantes às de todas
ca, intelectual), ao visitar as famílias nas comunidades, deve estar atento as crianças. Desenvolvem-se explorando o ambiente, brincando com outras
para: crianças, observando e imitando comportamentos.
Condições de acesso ao ambiente/local (se o caminho é plano ou pos- As crianças com deficiência devem ser incluídas nas atividades diárias
sui rampas, o tipo de calçamento, se tem transporte adaptado, se há sinali- da família, devem ser estimuladas a estar com outras crianças, frequentar a
zação para cegos); escola, praticar esportes e participar de brincadeiras de acordo com suas
Disposição dos móveis (se há espaço suficiente que permita a locomo- possibilidades.
ção da pessoa com deficiência, especialmente no caso de uso de cadeira Você deve orientar as famílias a serem pacientes e evitar comparações
de rodas); entre as crianças, valorizando as características de cada uma. A família
Altura e disposição dos objetos, se estão ao alcance da pessoa com deve incentivá-la também para que adquira cada vez mais autonomia
deficiência, principalmente objetos de higiene pessoal (escova de dente, dentro de suas possibilidades, em relação às atividades da vida diária:
pasta de dente, sabonete, escova de cabelo) e de atividade da vida diária vestir-se, comer, escovar os dentes etc.
(copos, talheres, o controle da televisão e outros); A criança com deficiência, como todas as outras, tem direito e deve ir à
Frequência de pessoas com deficiência nas reuniões da comunidade, escola.
na escola, na igreja, na rua, nas atividades de esporte e lazer; As principais causas de deficiências em crianças
Necessidade da pessoa com deficiência usar equipamentos para facili- Pré-natais: problemas durante a gestação (remédios tomados pela
tar a comunicação e/ou mobilidade e a sua aquisição. Os equipamentos mãe, tentativas de aborto mal sucedidas, perdas de sangue durante a
mais frequentes são: óculos, lupa, muleta, cadeira de rodas, cadeira para gestação, crises maternas de hipertensão, problemas genéticos e outros).
banho, bolsas de colostomia (ver página 218), aparelho auditivo, entre Perinatais: problema respiratório na hora do nascimento (diminuição ou
outros. falta de oxigênio no cérebro), que pode ser causado por ter o cordão umbi-
A pessoa com deficiência e o SUS lical enrolado no pescoço; prematuridade; bebê que entra em sofrimento
por ter passado da hora de nascer.
A pessoa com deficiência, assim como todo cidadão, tem direito a ser
Pós-natais: parada cardíaca, infecção hospitalar, traumas, meningite,
atendida no SUS nas suas necessidades básicas e específicas de saúde,
por meio de cuidados, de assistência médica ou odontológica, de ações de doenças infectocontagiosas e outras.
promoção e de prevenção (vacinação, pré-natal, planejamento familiar, É importante realizar o pré-natal respeitando-se o mínimo de seis con-
puericultura, educação em saúde) e ações de reabilitação, incluindo a sultas, assim como o cuidado de usar somente medicamentos orientados
aquisição de equipamentos necessários para a sua autonomia e reabilita- pelo médico ou enfermeiro da equipe de saúde.

Conhecimentos Específicos 105 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Sinais de alerta: em lugares empoeirados;
O acompanhamento ao desenvolvimento infantil permite que alguns si- Trocar a pilha no tempo indicado pelo médico ou fonoaudiólogo.
nais de deficiência sejam detectados. Em caso de suspeita de dificuldade Alguns tipos de aparelhos auditivos:
no desenvolvimento, você deve alertar a família e encaminhá-la à UBS para Deficiência física
acompanhamento do caso.
É importante estar atento para crianças que:
Deficiência auditiva
São muito molinhas ou muito rígidas;
É importante observar no desenvolvimento da criança se:
Têm dificuldade em segurar objetos;
Leva susto com sons fortes;
Apresentem movimentos sem coordenação ou atitudes desajeitadas de
Produz sons após dois meses de idade; todo o corpo ou parte dele;
Procura sons após quatro meses de idade; Andam na ponta dos pés ou mancam.
Atende quando é chamada pelo nome, após seis meses de idade; Você deve observar a criança com os pais ou com quem cuida dela:
Vira a cabeça para procurar de onde vem o som, após seis meses de Perguntar se a criança nasceu prematura ou houve problemas no par-
idade; to. Caso a suspeita de deficiência física seja confirmada após avaliação
Apresenta comportamento “desligado” diante de estímulos; médica, a criança deverá ter os atendimentos especializados para auxiliar
Apresenta atraso no desenvolvimento da fala; no seu desenvolvimento.
Apresenta baixo rendimento escolar; Você deve ainda orientar as famílias quanto a algumas ações importan-
Assiste à TV em volume alto; tes:
Solicita a repetição de palavras; Estimular o bebê com brinquedos, conversas, canções e outros que
Ouve, mas não entende bem as palavras. chamem a atenção;
Você deve orientar para que diante de qualquer suspeita de dificuldade Observar se a criança está bem posicionada, com o auxílio de almofa-
na fala ou de audição a família leve a criança para avaliação na UBS. das, rolos, de forma que facilite sua movimentação;
IMPORTANTE: Retroauriculares
Não pingar gotas de remédio no ouvido de crianças sem orientação Intra-auricular
médica; Intracanal
Nunca pingar outras coisas no ouvido, tais como: azeite, óleo, leite, Microcanal
água; Mudar com frequência a criança de posição;
Tratar adequadamente as viroses, pois podem causar danos à audição; Permitir que ela explore e descubra o ambiente em que vive.
Não limpar ou coçar o ouvido da criança com cotonete, unha, grampos, DEFICIÊNCIA VISUAL
palitos. A deficiência visual aborda dois grupos distintos de pessoas: as cegas
Apenas secar a orelha, levemente, com a ponta da toalha; e aquelas que têm baixa visão (mesmo com o uso de óculos ou outros
Observar a criança para que ela não coloque objetos pequenos no ou- equipamentos, têm dificuldade para enxergar).
vido, tais como grãos em geral; se isso acontecer, a criança deve ser Algumas ações básicas importantes em relação à deficiência visual
levada imediatamente ao médico. são:
Dicas para as famílias: Ações educativas para prevenção e promoção à saúde ocular;
Mostrar interesse sempre que a criança fizer um som, balbuciar, falar Identificação de crianças, adultos e idosos que necessitam de avalia-
uma palavra; ção oftalmológica e tratamento;
Sorrir, cantar e brincar com a criança; Identificação da gestante e da criança de alto risco. Algumas situações
Escutar o que a criança tem para dizer. de alerta para elas: crianças prematuras, casos de glaucoma (doença
Aparelhos auditivos: caracterizada pela dureza do olho em consequência do aumento da tensão
dentro dele) e/ou outros tipos de deficiência visual de caráter hereditário,
O aparelho auditivo, também conhecido como AASI, é um equipamento não imunização da mulher contra rubéola em idade reprodutiva;
pequeno, utilizado junto ao ouvido, que amplia a intensidade dos sons e os
coloca em um nível confortável, melhorando a audição. Identificação e encaminhamento para a equipe de saúde as crianças
com risco para deficiência visual;
Existem vários tipos de aparelhos e que são indicados de acordo com o
tipo de perda auditiva da pessoa. Alguns são maiores e ficam mais expos- Identificação dos recursos comunitários que favoreçam o processo de
tos, outros são menores e ficam mais internos ao ouvido. inclusão social plena da pessoa com deficiência visual;
Alguns cuidados são importantes para o uso do aparelho auditivo: Orientações básicas na área de habilitação/reabilitação da pessoa com
deficiência visual.
Quando o deficiente auditivo é uma criança:
É importante que você informe, em suas visitas, alguns cuidados impor-
A criança não deve ficar tirando o aparelho do ouvido toda hora para tantes que as pessoas devem ter para evitar a deficiência visual:
brincar;
Ir ao serviço de saúde sempre que necessário e para revisão de saúde
Os pais devem ser orientados para o manuseio do aparelho e troca de na periodicidade indicada para sua idade;
baterias (pilhas);
Evitar raio X, radioterapia e produtos tóxicos na gravidez;
As baterias do aparelho devem ser trocadas com frequência (a durabi-
lidade depende do tipo de aparelho); Não deixar a criança perto de objetos pontiagudos e cortantes. Ser cui-
dadoso ao comprar brinquedos: muitos deles podem machucá-la;
O aparelho deve ser retirado antes do banho da criança;
Atentar para materiais de limpeza não caírem nos olhos;
O aparelho não deve ser deixado no sol, perto de fogões ou equipa-
mentos de alta temperatura; Não utilizar nenhum tipo de colírio ou pomada sem orientação médica.
A criança deve fazer acompanhamento e terapias regulares em serviço Você deve estar atento e orientar as famílias a levarem seus filhos na
especializado. Unidade Básica de Saúde para avaliação da visão quando a criança:
Quando o deficiente auditivo for um adulto: Lacrimejar muito ou tiver sensibilidade à luz;
Tirá-lo antes de tomar banho; Apresentar tremor nos olhos constantemente;
Não empurrar muito para dentro da orelha para que não fique descon- Apresentar olhos vermelhos constantemente;
fortável, causando dor; Relatar dificuldade de enxergar e embaçamento na visão;
Não tirar e colocar toda hora; Aproximar ou afastar muito dos olhos objetos, tais como livros, cader-
Ao tirar, guardar em local adequado, não deixando exposto ao sol ou nos e brinquedos;

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Apresentar estrabismo (“vesguice”); Atenção para perda ou alterações dos movimentos, da força muscular
Queixar-se de dor de cabeça ou cansaço nos olhos. ou da sensibilidade para membros superiores ou membros inferiores.
Uma ação importante que você pode realizar, ao visitar uma família Ao observar um desses sinais ou ouvir queixas relacionadas a eles, é
com uma criança deficiente visual, é orientá-la a estimular o tato dessa importante que você encaminhe a pessoa para avaliação médica.
criança, bem como descrever o ambiente, os objetos e os acontecimentos Uma das maiores dificuldades das pessoas com deficiência física se re-
ao redor dela. É importante ainda manter os móveis e os objetos nos mes- fere à limitação na locomoção. Isso se relaciona tanto com a sua condição
mos lugares para que ela possa se deslocar e procurá-los com maior de mobilidade, quanto às limitações externas: falta de acessibilidade das
sucesso. cidades. Nesses casos, você deve ouvir essas pessoas, suas queixas, suas
Você deve dar algumas orientações de como agir com uma pessoa angústias, acolhendo a situação e incentivando que elas busquem seus
portadora de deficiência visual: direitos por meio de conselhos locais, associações para defesa do direito e
As pessoas devem oferecer ajuda à pessoa com deficiência visual, a promotoria pública.
mas sem insistência; Dicas para a família:
Quando houver dúvida de como ajudar, pergunte para a pessoa como É alta a incidência de acidente vascular encefálico (AVC) e de paralisia ce-
fazê-lo; rebral na população, essas ocorrências podem levar a quadros de deficiência.
Sempre pergunte se a pessoa quer ajuda antes de auxiliá-la; Acidente vascular encefálico (AVC):
Sempre que se encontrar com uma pessoa com deficiência visual, A pessoa acamada não deve ficar muito tempo numa mesma posição,
identifique-se pelo nome para que ela possa reconhecê-lo; pois isso pode levar a deformidades;
Ao conversar, deve-se ser o mais claro possível e sempre descrever as Mudar a pessoa acamada de posição a cada duas horas, caso ela não
situações. consiga se mover, para evitar a úlcera de pressão;
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Manusear a pessoa com cuidado para não provocar dor ou lesões;
Crianças com déficit intelectual apresentam alguns comportamentos Lesões de pele podem ser comuns. Havendo dificuldade em realizar
característicos e que devem ser atentamente observados: higiene na axila, no cotovelo e na palma da mão, uma solução é colocar
Pouco interesse em explorar ou explorações repetitivas do ambiente pedaços de algodões nas regiões que permanecem em flexões para que o
e/ou objetos; tecido absorva o suor;
Atrasos na aquisição motora e de linguagem (não conseguem construir Alterações de sensibilidade, de compreensão, de fala e linguagem
frases lógicas, apresentam falas infantilizadas demais, repetem movimentos também podem estar presentes. É importante que a família tenha noção
do corpo); das reais condições da pessoa, para que não expresse comportamento de
punição;
Dificuldade em memorizar;
É importante utilizar formas de comunicação alternativas, a exemplo de
Dificuldade em se integrar em ambientes com outras crianças. mímicas, escrita, fala bem articulada, de forma que possibilite o entendi-
Você deve orientar as famílias a ficarem atentas a esses sinais e, iden- mento;
tificando esses comportamentos, com frequência, levar a criança para Na alimentação, deve-se verificar se a cabeça está numa posição ele-
avaliação médica. No caso de uma família que já tenha uma criança com vada o suficiente para que o alimento seja ingerido, para não ocasionar
deficiência intelectual, você deve fazer algumas orientações: aspiração, o que leva ao risco de infecção respiratória.
É importante que os pais, irmãos e pessoas que convivam com a crian- Paralisia cerebral (PC)
ça estejam sempre oferecendo objetos diferentes a ela, mostrem como são
utilizados para que depois a criança possa fazer igual; Paralisia cerebral não é sinônimo de deficiência intelectual. Uma pes-
soa com PC não, necessariamente, terá algum tipo de deficiência com o
Nomear todos os objetos; raciocínio e linguagem.
Dividir as atividades em ações simples para que a criança possa me- São importantes algumas orientações para favorecer e permitir que a
morizar e aprender; pessoa com paralisia cerebral se desenvolva com saúde e qualidade de
Ser paciente e tolerante aos erros. vida:
Se a pessoa for acamada, sua posição deve ser modificada, no míni-
AS DEFICIÊNCIAS NOS ADOLESCENTES E ADULTOS mo, a cada duas horas. Isso é muito importante para evitar deformidades;
As principais causas de deficiência nessa faixa etária estão na maioria Evitar que a pessoa passe por situações estressantes para que não te-
dos casos relacionadas a causas evitáveis. Há, portanto, uma grande nha tensão muscular aumentada e movimentos involuntários.
necessidade de ações preventivas. Sendo assim, você é um importante Deficiência auditiva
ator no sentido de orientar as comunidades. As deficiências auditivas em adultos, geralmente, são por causas ad-
Crianças com ou sem deficiência precisam de tempo para assimilar no- quiridas: predisposição genética (familiares com a deficiência), infecções,
vos aprendizados. ingestão de certos tipos de remédios, exposição a sons em intensidade
Deficiência física muito alta por muito tempo e outras.
Alguns fatores de risco são importantes de serem alertados às comuni- As orientações que devem ser dadas às famílias são:
dades no intuito de reforçar comportamentos preventivos: Não se expor a volume de sons intensos;
Violência urbana: o aumento da violência urbana, assaltos, brigas em Não limpar os ouvidos com cotonetes, grampos ou semelhantes, fazê-
bares e boates têm sido um fator de agravamento das deficiências físicas; lo com a ponta de uma toalha;
Acidente de trabalho: é importante orientar as pessoas para que co- Não utilizar remédios sem orientação médica;
brem e utilizem equipamentos de segurança durante a realização da ativi- Usar proteção individual se trabalhar em ambiente ruidoso.
dade profissional;
Quando for visitar uma família que já possui um deficiente auditivo, vo-
Maus hábitos alimentares: têm sido uma das principais causas das am- cê deve observar a forma de comunicação entre os membros da família, se
putações, principalmente por causa de hipertensões e diabetes decorrentes essa pessoa consegue se comunicar com as outras e se faz o uso correto
deles; do aparelho auditivo. Caso seja percebido que não há comunicação entre o
Acidentes de trânsito: a combinação álcool e direção bem como o não deficiente auditivo e as outras pessoas, deve orientar a família a procurar a
uso do cinto de segurança e a direção não defensiva são fatores que estão UBS, pois a família poderá ter necessidade de ser acompanhada por servi-
diretamente relacionados aos acidentes que acabam por causar amputa- ço especializado.
ções, traumatismos cranianos, lesão medular e outros. Existem formas alternativas de comunicação: por meio de gestos, escri-
É também uma ação importante sua observar e orientar as famílias e tas, brincadeiras etc. Deve-se sempre conversar com uma pessoa deficien-
pessoas das comunidades a observarem alguns sinais que podem ser te auditiva olhando para ela e articulando bem o movimento da boca para
indício de deficiência física: que facilite seu entendimento.

Conhecimentos Específicos 107 A Opção Certa Para a Sua Realização


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É importante observar, no caso de idosos, que a dificuldade de ouvir Ajudar a pessoa a mudar de posição.
pode levar ao isolamento e falta de interação com a família e comunidade. Mudar frequentemente a pessoa acamada de posição é necessário pa-
Essa situação deve ser avaliada por um profissional de saúde. ra evitar, entre outras complicações, as feridas.
Por vezes a utilização de aparelho auditivo, se necessária, associada Dar banho em uma pessoa acamada é muito importante: dá sensação
às orientações e acompanhamento reabilitativo melhoram significativamen- de bem-estar e de relaxamento. Permite avaliar o estado da pele da pes-
te a sua qualidade de vida. soa, aplicar um creme hidratante e ministrar pequenas massagens que
Deficiência intelectual ativam a circulação.
A maioria dos casos de deficiência intelectual, também denominada de- Realizar higiene da boca, lavar o cabelo, fazer a barba e o tratamento
ficiência mental, é identificada na infância. No entanto, muitos casos ainda das unhas (mãos e pés).
são identificados na fase adulta, por falta de acesso às informações e a As feridas são comuns nos acamados, por isso, quando surgem, é ne-
serviços de saúde. Caso você suspeite dessa deficiência em adultos, deve cessário tratá-las imediatamente para prevenir infecções. Se a pele estiver
encaminhar para a UBS. sensível, vermelha ou inchada ou se a pessoa se queixar de dores, orientar
Ostomia ou estomia a família a procurar a Unidade Básica de Saúde ou solicitar a visita domici-
A ostomia é uma intervenção cirúrgica necessária em certos casos, on- liar da eSF.
de o trânsito intestinal tem de ser desviado, que permite criar uma comuni- Organizar e dar corretamente os medicamentos à pessoa. Para que
cação entre o órgão interno e o exterior do corpo, com a finalidade de não haja enganos em dosagem e horários, manter uma lista atualizada.
eliminar os dejetos (fezes e urina) do organismo. A nova abertura que se Servir as refeições a uma pessoa acamada também exige cuidados
cria com o exterior chama-se estoma, também conhecida como ostoma. próprios: posicione-a de forma adequada, ajude-a a lavar as mãos e esten-
Pessoas ostomizadas ou estomizadas são aquelas que utilizam um da uma toalha no seu peito; utilize colher, que é mais segura, e canudinhos
dispositivo, geralmente uma bolsa, que permite recolher o conteúdo a ser para que ela possa beber mais facilmente; alterne os alimentos sólidos com
eliminado por meio do estoma/ostoma. os líquidos e mantenha a sua boca sempre limpa. No final, lave as mãos, o
O seu papel com pacientes ostomizados é, essencialmente, o de incen- rosto e os dentes dela.
tivo. Conversar sobre as possibilidades de readaptação ao ambiente em Lavar as mãos antes e depois de lidar com pessoas acamadas.
que vive, voltar a realizar atividades de trabalho, lazer e atividades diárias É importante falar sempre com a pessoa, explicando o que está fazen-
e, primordialmente, reforçar para o ostomizado/estomizado a importância do. Isso tranquiliza e faz com que ela colabore, o que facilita todos os
de estar realizando os procedimentos de autocuidado orientados pelo movimentos. Nunca apresse uma pessoa acamada, respeite o seu próprio
médico ou enfermeira. Caso observe condições de higiene precárias, ritmo. Tente motivá-la para fazer o máximo que puder sozinha.
infecções, sinais de inflamação no local da bolsa de ostomia, encaminhe a Violência familiar
pessoa para a Unidade Básica de Saúde imediatamente.
A violência familiar é um problema social de grandes dimensões que
As pessoas estomizadas/ostomizadas têm que se adaptar a uma nova afeta todas as classes sociais e todas as pessoas, independentemente da
situação, porém, uma vez superada a etapa inicial, pode-se levar uma vida cultura, do grau de escolaridade, da religião, da profissão e da posição
normal no seu trabalho, junto aos amigos e familiares. política.
Bolsa de ostomia: Atinge especialmente mulheres, crianças, adolescentes, idosos, porta-
Orientações gerais: dores de deficiências e homossexuais.
Para melhor subsidiar o seu trabalho, é importante que você, ao reali- O que é violência familiar?
zar as visitas, não se esqueça de: É toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade físi-
Registrar o tipo de deficiência encontrada e acrescentar informações ca e psicológica, a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de um
de sexo e idade; dos membros da família.
Registrar as condições de acessibilidade (se existem rampas, se o local Onde pode acontecer?
é plano, se é de barro ou de asfalto, se crianças com deficiência frequen- Pode acontecer dentro e fora de casa por algum membro da família.
tam o ensino regular, entre outras);
Inclui também as pessoas que estão exercendo a função de pai ou
Registrar se a pessoa recebe algum benefício: Benefício de Prestação mãe, mesmo sem laços de sangue.
Continuada da Assistência Social/BPC, Bolsa-Família;
Quais são os tipos de violência?
Registrar se a pessoa faz uso de algum equipamento assistivo: órtese,
prótese ou meio auxiliar de locomoção; A violência familiar pode se manifestar de várias formas e com diferen-
tes graus de severidade. Essas formas de violência não se produzem
Registrar as dúvidas mais frequentes e buscar informações antes isoladamente, mas fazem parte de uma sequência crescente de episódios,
mesmo de encaminhar a pessoa a uma Unidade Básica de Saúde. Muitas do qual o homicídio é a manifestação mais extrema.
situações podem ser resolvidas com a sua ajuda;
Pode ocorrer na forma de: violência física, sexual, psicológica e eco-
Identificar se há movimentos de liderança, formação de associação de nômica ou patrimonial.
pessoas com deficiência na comunidade ou mesmo Conselho de Direitos
da Pessoa com Deficiência no município; LEMBRE-SE!
Incentivar para que as pessoas com deficiência participem das ativida- O seu papel é estar atento às várias manifestações que possam indicar
des da comunidade. suspeita de violência familiar. Deve conversar imediatamente com sua
equipe sobre suas suspeitas para juntos pensarem em quais as ações que
Orientações para famílias com pessoas acamadas deverão ser desencadeadas.
Para diminuir o desconforto e a vergonha que as pessoas acamadas Os sinais de alerta mostram que uma pessoa pode estar sofrendo vio-
muitas vezes sentem, você pode orientar a família sobre alguns cuidados lência ou agredindo alguém. Eles podem levar a uma suspeita ou até
em relação a posicionamentos, à alimentação, à higiene e à saúde, para mesmo a confirmar a violência.
que o acamado possa sentir-se sempre confortável e seguro.
Mas ATENÇÃO: os sinais de alerta não devem ser vistos de maneira
É importante que a cama esteja sempre limpa e confortável. Troque as isolada. Alguns são claramente indicativos de agressões, como marcas de
roupas de cama com frequência ou mantenha bem esticadas, sem miga- cintos, de corda etc. Mas outros podem ser ou não, como problemas de
lhas de comida. sono ou de pele.
A pessoa acamada, quando possível, deve sair da cama para que pos- Como identificar situações de violência familiar?
sa ser mudada, o que permite também realizar algum exercício e distrair-se.
A violência pode ser identificada em diferentes momentos ou lugares.
Para a pessoa acamada poder comer, ver televisão, ler ou receber visi- Durante o trabalho, nas visitas domiciliares, reuniões comunitárias ou
tas, será necessário sentá-la na cama, o que pode ser feito por uma ou qualquer outra situação.
duas pessoas. Se o fizer sozinho, peça, quando possível, à pessoa para
dobrar as pernas, agarrando-a com um braço por baixo delas e outro por Falar sobre violência é difícil e complexo, pois envolve medo, dúvidas e
baixo das axilas. sentimentos de que o problema é muito grande para ser enfrentado. Tudo

Conhecimentos Específicos 108 A Opção Certa Para a Sua Realização


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isso é verdade, mas o silêncio ou a omissão pode ser o alimento que a Dica importante:
violência precisa, pois é sempre progressiva, isto é, uma vez que começa, é Compare a data do comparecimento na UBS com a data informada do
difícil parar. É por isso que você e os outros profissionais da saúde, da fato/acidente. Fique atento quando os pais ou responsáveis demoram a
educação e mesmo as pessoas da comunidade precisam, logo no começo, procurar atendimento ou deixam de vacinar as crianças.
buscar alternativas para enfrentar a violência. Alguns indicativos que podem ser uma suspeita de violência contra cri-
Existem sinais que podem chamar a atenção e levar você a suspeitar anças e adolescentes:
de que existe algo errado acontecendo com aquela pessoa ou sua família. Manchas roxas pelo corpo, antigas ou recentes, e em lugares variados;
São os sinais de alerta.
Queimaduras de cigarro, água ou óleo quente;
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Fraturas muito frequentes;
A metade das queixas de violência familiar apresentadas pelas mulhe-
res é de agressão física, seguidas de agressões verbais, violência sexual. Feridas na boca, lábios, olhos;
Há ainda situações em que a mulher sofre vários tipos de agressão ao Arranhões pelo corpo;
mesmo tempo. Criança que falta muito às consultas de acompanhamento na Unidade
A maior parte das agressões acontece dentro de casa e, na grande Básica de Saúde;
maioria das vezes, o agressor é uma pessoa que convive com a vítima. Criança que não ganha peso e está com as vacinas atrasadas;
Não há nada que justifique a violência. Criança medrosa, que se agride sozinha, que tem dificuldades na esco-
É preciso então ser cuidadoso quando se fala em causa de violência, la, que vive assustada e faz muito xixi na cama;
pois na verdade o que existe são situações de risco para violência, por Criança com medo de ficar só ou em companhia de determinada pes-
exemplo, o homem que acha que a mulher lhe pertence e que a violência é soa;
natural e aceitável (machismo); o alcoolismo e outras drogas; problemas Fugas de casa;
mentais; a falta de trabalho e de dinheiro; reprodução da violência, ou seja, Uso e abuso de drogas;
o agressor quando criança vivenciou a violência e age da mesma maneira
Prática de pequenos roubos;
quando adulto.
Sangramentos e corrimentos;
Hoje, as mulheres têm o amparo da Lei Federal nº 11.340, de 7 de
agosto de 2006, também conhecida como Lei Maria da Penha, disponível Tentativa de suicídio;
em http://www.planalto.gov.br. Baixa autoestima;
Ela caracteriza a violência doméstica como uma das formas de violação Gravidez precoce pode ser indicativa.
dos direitos humanos e isso representa um avanço muito grande na legisla- Trabalho infantil
ção brasileira. Essa lei possibilita que agressores sejam presos em flagrante É aquele realizado por crianças e adolescentes. Há situações em que
ou tenham sua prisão preventiva decretada quando ameaçarem a integridade eles são obrigados a trabalhar, tendo como principal motivo ajudar na renda
física da mulher. Prevê ainda medidas de proteção à mulher que corre risco da família. Realizam atividades que põem em risco sua saúde física e
de vida, como o afastamento do agressor do domicílio e a proibição de sua mental, são explorados pelos pais e patrões e muitas vezes são maltrata-
aproximação física da mulher agredida e dos filhos. Cria mecanismos para dos quando deixam de levar dinheiro para casa.
defender os direitos e também prevenir a violência familiar contra ela.
Todos os tipos de trabalho infantil trazem risco, pois as crianças e ado-
A mulher vítima de violência não costuma contar sobre os episódios de lescentes ficam expostos aos mais diversos tipos de agressão: descascar
maus-tratos sofridos, pois temem tanto a represália/vingança do agressor mandioca, quebrar coco, trabalhar em madeireiras, em canaviais, lavoura
quanto o preconceito dos profissionais de saúde, que as julgam como de fumo, com produtos explosivos ou tóxicos, pedir esmolas nas ruas, entre
corresponsáveis pelas agressões sofridas, cobrando atitudes que muitas outros.
vezes não são possíveis de serem tomadas.
O que diz a lei
Alguns indicativos que podem ser uma suspeita de violência em mulhe-
O trabalho infantil é uma forma de violência contra a criança e precisa
res (nenhum sinal pode ser analisado isoladamente):
ser combatido.
Manchas ou marcas no corpo;
É proibido o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18
Fraturas e feridas em diferentes momentos de cicatrização; anos e qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de
Queixas de hemorragias vaginal ou retal, dor ao urinar, corrimentos; aprendiz, a partir dos 14 anos (emenda constitucional de 15/12/98, item 33).
Doenças sexualmente transmissíveis; OS SINAIS DE ALERTA EM RELAÇÃO AO AGRESSOR
Uso de roupas inadequadas para o clima, para esconder as marcas; Pouca atenção em relação à vítima;
Problemas alimentares: comer demais ou de menos; Afirma que a vítima é má, culpada por problemas que ocorrem na famí-
Tristeza constante, choro frequente, pensamentos suicidas; lia;
Dores crônicas; Deixa crianças pequenas sozinhas ou fora de casa;
Falta de ânimo para os cuidados com a casa, com os filhos e com ela Não leva os filhos à escola;
própria. Não acompanha as atividades escolares dos filhos;
Alguns indicativos que podem ser uma suspeita de fraturas e feridas Defende comportamento severo ou não coloca limites;
em diferentes momentos de cicatrização; Extremamente protetor ou extremamente distante;
Uso de roupas inadequadas para o clima, para esconder as marcas; Como forma de obrigar a vítima a não falar sobre a violência, trata com
Problemas alimentares: comer demais ou de menos; privilégios e presentes;
Tristeza constante, choro frequente, pensamentos suicidas; Faz ameaças, chantagens, impede que a vítima saia de casa ou tenha
Dores Crônicas; amigos;
Falta de ânimo para os cuidados com a casa, com os filhos e com ela Dá explicações não convincentes sobre as marcas e machucados que
própria. a vítima apresenta;
Abusa de álcool e outras drogas;
VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE Pode possuir antecedentes de maus-tratos, violência física ou sexual
A violência contra a criança e o adolescente é um fenômeno cada vez na infância.
mais frequente. É uma realidade dolorosa, sendo responsável por muitas O Estatuto da Criança e do Adolescente fala do direito da criança de
doenças e mortes nessa faixa etária. Nessa idade as crianças e adolescen- estudar e de brincar. No artigo 4º, diz:
tes são incapazes ou têm dificuldade em se defender, principalmente “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder
quando o agressor é alguém que deveria zelar pela sua saúde. público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos refe-
rentes à vida, à saúde, à alimentação, ao esporte, ao lazer, à profissionali-
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zação, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA FAMILIAR
familiar e comunitária.” (BRASIL, 1990). A prevenção da violência também se faz estimulando a comunidade a
VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO pleitear junto ao prefeito que:
Os idosos são vítimas dos mais diversos tipos de violência. Variam de Melhore a rede de apoio social das pessoas, principalmente as mais
insultos a agressões físicas realizadas por familiares e cuidadores (violên- carentes;
cia doméstica), maus-tratos em transportes ou instituições públicas e priva- Invista em programas sociais que busquem a inclusão social, a melho-
das e as decorrentes de políticas socioeconômicas, que reforçam as desi- ria da qualidade de vida, maior e melhor acesso à alimentação, à escola, à
gualdades presentes na sociedade (violência social). moradia e ao lazer;
O uso abusivo do dinheiro da aposentadoria ou da pensão dos idosos Garanta atendimento às pessoas vítimas do alcoolismo, usuários de
pela família revela a violência social a que está submetida grande parcela drogas, pessoas portadoras de transtorno mental;
dessa população brasileira, relacionada ao quadro de pobreza e exclusão Garanta um pré-natal adequado, ajudando principalmente as futuras
social. mães mais carentes e as mais jovens;
Com a criação do Estatuto do Idoso, a questão dos maus-tratos passou Garanta o acesso pleno e informado aos métodos anticoncepcionais;
a contar com um instrumento legal que “regula os direitos às pessoas com
idade igual ou superior a 60 anos”, com previsão de pena pelo seu des- Oportunize o acesso ao trabalho e renda às famílias.
cumprimento. De acordo com o Estatuto, prevenir a ameaça ou violação Seu papel na prevenção da violência:
dos direitos dos idosos passa a ser um dever de toda a sociedade brasilei- Estimular o diálogo na família;
ra, bem como torna obrigatória a sua denúncia aos órgãos competentes Estimular a prática de esportes, dança, teatro, trabalhos manuais;
(autoridades policiais, ministérios públicos, Discutir a importância de ter uma profissão para conseguir trabalho e
Conselhos do Idoso etc.). renda;
Com frequência, os idosos nem se dão conta da violência que estão vi- Discutir a importância de ter amigos, fazer parte de grupos ou associa-
vendo ou, então, ficam calados para proteger a família. ções que promovam a melhoria da qualidade de vida;
Que tal fazer uma discussão sobre o Estatuto da Criança e do Adoles- Informar que o silêncio só protege os agressores, e não as vítimas.
cente na sua comunidade? Portanto, deve-se romper com o silêncio da violência.
Os idosos são vítimas dos mais diversos tipos de violência. Variam de As crianças precisam se sentir protegidas, não precisam sofrer aquilo
insultos a agressões físicas realizadas por familiares e cuidadores (violên- que os pais sofreram.
cia doméstica), maus-tratos em transportes ou instituições públicas e priva-
das e as decorrentes de políticas socioeconômicas, que reforçam as desi-
gualdades presentes na sociedade ATRIBUIÇÕES FRENTE À VIOLÊNCIA FAMILIAR
O uso abusivo do dinheiro da aposentadoria ou da pensão dos idosos Estar atento aos sinais de violência, durante a realização das visitas
pela família revela a violência social a que está submetida grande parcela domiciliares de rotina, não se esquecendo de que a família é um espaço
dessa população brasileira, relacionada ao quadro de pobreza e exclusão íntimo e que é preciso ter cuidado na forma de fazer as perguntas, de
social. abordar as pessoas e de fazer as anotações;
Alguns indicativos que podem ser uma suspeita de violência contra o Procurar verificar se há situações que podem levar a casos de violên-
idoso: cia;
São isolados por parentes, impedidos de sair de casa, de ter acesso ao Orientar que os pais ou responsáveis devem manter a calma, não ser
dinheiro da aposentadoria ou pensão, quando os filhos ou parentes utilizam agressivos e entender que o choro do bebê é a forma dele se comunicar;
seus bens, patrimônio pessoal; Ouvir com atenção o que as pessoas comentam sobre seus problemas;
São impedidos de procurar os serviços de saúde; Dar apoio para aquelas que querem falar, mas não têm coragem;
Marcas, fraturas, feridas pelo corpo, sem uma explicação correta do Observar mudanças de hábitos, se alguém está agindo de forma dife-
acidente; rente, aproximar-se para entender suas reações;
Humilhações; Evitar censurar comportamentos que lhe pareçam estranhos ou comen-
Tristeza e depressão; tar com terceiros o que você está percebendo;
Isolamento; Evitar conclusões precipitadas ou distorcidas. É necessário considerar
um conjunto de sinais, e não sinais isolados;
Não quer conversar
Realizar o mapeamento de famílias de risco com relação à violência, na
Higiene bucal e corporal precárias;
área de abrangência da Unidade Básica de Saúde à qual está vinculado;
Magreza excessiva.
Apoiar, quando necessário, o Conselho Tutelar, as escolas e as cre-
Que tal fazer uma discussão sobre o Estatuto do Idoso na sua comuni- ches, na avaliação de situações que indiquem violência a partir da pactua-
dade? ção com a equipe;
VIOLÊNCIA CONTRA PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA Registrar o acompanhamento familiar de casos notificados pela UBS,
FÍSICA E MENTAL observando se a violência continua, prestando orientações às famílias ou
No caso de pessoas portadoras de deficiência, a violência se manifesta responsáveis;
de várias formas, como discriminação dentro da família, isolamento do Encaminhar os casos com fortes suspeitas de violência à Unidade Bá-
convívio familiar e social, a família deixa de buscar os seus direitos à edu- sica de Saúde para, em conjunto com o supervisor e a equipe de saúde,
cação, saúde e assistência social, impedindo-os de viver com dignidade por definir qual a conduta mais adequada à situação. O que pode envolver a
considerá-los diferentes. participação de outros profissionais e instituições;
Alguns indicativos que podem ser uma suspeita de violência contra os Planejar e organizar com a ajuda da equipe de saúde atividades que
portadores de deficiência física e mental: permitam à comunidade refletir e debater sobre comportamentos violentos:
Não permitir que a pessoa saia de casa; reuniões com homens e mulheres, com crianças e adolescentes, com
Marcas de cordas, fio de luz ou outro material nos braços, pulsos, pés, professores, oficinas, teatro, palestras com especialistas, entre outras
tornozelos que sugiram que a pessoa estava amarrada; ações;
Higiene bucal e corporal precárias; Envolver um maior número possível de grupos e instituições da comu-
Magreza excessiva; nidade: escolas, igrejas, associação de moradores, de futebol, grupos de
Agressividade; defesa dos direitos humanos. Discutindo que todas as pessoas têm direito a
viver como cidadãos e que é possível lidar com os conflitos de maneira
Falta de assistência de saúde, psicológica e assistência social; equilibrada.
Fraturas.

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É importante conhecer algumas instituições públicas essenciais para Durante uma visita domiciliar, você, ao identificar uma caixa d’água de
garantir os direitos fundamentais da população difícil acesso ou um criadouro que não consiga destruir e que precisa da
1. Ministério Público utilização do larvicida, deverá contatar o agente de controle de endemias
Instituição destinada à preservação dos direitos fundamentais da popu- (ACE) para planejamento das ações. Para o sucesso do trabalho, é funda-
lação. É a defesa da ordem jurídica. mental a integração desses profissionais.
Anote aqui o endereço e telefones do Ministério Público na sua cidade: Atuação geral no controle de vetores aos agravos abordados neste
guia:
Instituição destinada à preservação dos direitos fundamentais da popu-
lação. É a defesa da ordem jurídica. Identificar sinais e sintomas dos agravos/doenças e orientar os casos
suspeitos para procurarem a Unidade Básica de Saúde para diagnóstico e
Anote aqui o endereço e telefones do Ministério Público na sua cidade: tratamento de acordo com as orientações da Secretaria Municipal de Saú-
2. Defensoria Pública de;
Órgão responsável pela assistência jurídica gratuita aos que necessita- Orientar a comunidade quanto ao uso de medidas de proteção indivi-
rem. dual, familiar e da comunidade para a prevenção das doenças;
Anote aqui o endereço e telefones da Defensoria Pública na sua cida- Planejar e programar as ações de controle das doenças em conjunto
de: com o agente comunitário de endemias e a equipe de Atenção Primá-
Anote aqui o endereço e telefones da Defensoria Pública ria/Saúde da Família;
Anote aqui o endereço e telefones das Varas e Juizados especializa- Promover reuniões com a comunidade com o objetivo de incentivar a
dos na sua cidade: realização das ações de prevenção e controle da dengue, malária, esquis-
3. Varas e Juizados Especializados tossomose e tracoma, bem como conscientizar quanto à importância de
Responsáveis pelo acompanhamento e julgamento de casos de violên- que todas as residências de uma área infestada por vetores sejam traba-
cia. lhadas (trabalhar em cooperação com o ACE);
As mais importantes para tratar da violência familiar são as Varas de Incentivar e mobilizar a comunidade para desenvolver ações simples
Família, as Varas da Infância e Juventude e as Varas Criminais. de manejo ambiental para controle de vetores (insetos, roedores, moscas,
entre outros);
O Juizado ou autoridade semelhante pode colocar a vítima em abrigos
ou famílias substitutas. No caso de violência contra a criança ou adolescen- Atuar nas residências, informando os seus moradores sobre as doen-
te, o afastamento da vítima do lar pode ser traumático e considerado como ças – seus sintomas e riscos –, os agentes transmissores e as medidas de
uma segunda violência, por inúmeras razões: a dificuldade de readaptação prevenção;
da vítima à família, a má recepção da vítima pelas famílias, o medo da Realizar ações de educação em saúde e de mobilização social.
vítima de que uma nova violência ocorra. Malária: orientar o uso de repelentes, uso de roupas e acessórios para
4. Delegacias diminuir o contato com o mosquito, uso de mosquiteiros e cortinas embebi-
Executam atividades de proteção, prevenção e vigilância às vítimas de dos ou não em inseticidas, colocação de telas em portas e janelas.
qualquer tipo de violência e responsabilização dos agressores. A investiga- Dengue: a principal medida é evitar a existência de criadouros – locais
ção dos casos de violência familiar é função das delegacias. que acumulam água onde os mosquitos possam se reproduzir.
Existem delegacias especializadas na proteção à criança e ao adoles- Esquistossomose: desenvolver medidas simples de cuidado ambiental
cente, e as de proteção à mulher. No entanto, elas ainda não foram criadas para o controle de caramujos.
em todos os municípios. Tracoma: orientar especialmente a lavagem frequente do rosto das cri-
Conselhos anças e de melhorias de hábitos no cuidado com o corpo e das condições
Conselhos dos Direitos da Mulher: sanitárias e ambientais.
Elaboram propostas e promovem políticas para eliminar discrimina- Como comentado anteriormente, o agente de controle de endemias
ções, constrangimentos à mulher e superar as desigualdades entre homens tem, entre outras atribuições, algumas que são específicas, como:
e mulheres. Realizar, quando indicada, a aplicação de larvicidas/moluscocidas quí-
Casas de Apoio para Mulheres em Situações de Risco: micos e biológicos; a borrifação intradomiciliar de efeito residual; e a aplica-
ção espacial de inseticidas por meio de nebulizações;
São locais onde mulheres vítimas de violência doméstica e sexual, com
seus filhos menores, são acolhidas. O local é sigiloso e as vítimas recebem Realizar atividades de identificação e mapeamento de coleções hídri-
assistência médica, psicológica e capacitação profissional, por um determi- cas de importância epidemiológica, ou seja, locais onde a água possa ser
nado período. criadouro de vetores de doenças.
Conselhos de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente:
São responsáveis em acompanhar e interferir na política de enfrenta- DENGUE
mento da violência praticada contra crianças e adolescentes. É uma doença infecciosa febril aguda causada pelo mosquito
Conselhos Tutelares: Aedes aegypti.
Recebem denúncias, verificam, encaminham e orientam os casos de É hoje uma das doenças mais frequentes no Brasil, atingindo a popula-
violação dos direitos da criança e do adolescente. Age diante da ameaça, ção de todos os Estados, independentemente de classe social.
risco ou quando a violência já aconteceu. No seu ciclo de vida, o mosquito apresenta quatro fases: ovo, larva,
Anote aqui o endereço das delegacias na sua cidade: pupa e adulto. O mosquito adulto vive em média de 30 a 35 dias. A sua
Doenças transmitidas por vetores: mosquitos, insetos, moluscos e ou- fêmea põe ovos de quatro a seis vezes durante sua vida e, em cada vez,
tros cerca de 100 ovos, em locais com água limpa e parada.
Os diferentes profissionais das equipes de Saúde da Atenção Primá- Um ovo de Aedes aegypti pode sobreviver por até 450 dias (aproxima-
ria/Saúde da Família têm um papel importante no desenvolvimento das damente um ano e dois meses), mesmo que o local onde ele foi depositado
ações de vigilância em saúde, com algumas funções comuns e outras fique seco. Se esse recipiente receber água novamente, o ovo volta a ficar
específicas a cada um. ativo (vivo), podendo se transformar em larva e atingir a fase adulta depois
de, aproximadamente, dois ou três dias.
O agente comunitário de saúde e o agente de controle de endemias
são profissionais com papéis fundamentais, pois são a ligação entre a Quando não encontra recipientes apropriados (criadouros), a fêmea do
comunidade e os serviços de saúde. Aedes aegypti, em casos raros, pode voar a grandes distâncias em busca
de outros locais para depositar seus ovos.
Devem atuar de maneira integrada de forma a potencializar o resultado
do trabalho, evitando duplicidade de ações. Juntos, enfrentam os principais Nas casas, o Aedes aegypti é encontrado normalmente em paredes,
problemas de saúde-doença da comunidade. móveis, peças de roupas penduradas e mosquiteiros.
A fêmea do Aedes aegypti costuma picar as pessoas durante o dia.

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Não se pega dengue no contato de pessoa a pessoa e nem por meio Pneus velhos abandonados
do consumo de água e de alimentos. Entregá-los ao serviço de limpeza urbana. Caso realmente seja neces-
Alguns sintomas: você deve estar atento às pessoas com febre há, no sário
máximo, sete dias acompanhadas de pelo menos dois dos seguintes sinto- Pneus velhos abandonados
mas: dor de cabeça, dor por trás dos olhos, dores musculares e articula- Entregá-los ao serviço de limpeza urbana. Caso realmente seja neces-
ções, prostação ou manchas pequenas e vermelhas pelo corpo com ou sário mantê-los, guardar em local coberto e abrigado da chuva.
sem hemorragia. Você deve orientar essas pessoas a procurar a Unidade
Básica de Saúde o mais rápido possível. Piscinas em desuso ou não tratadas
Roteiro de orientação preventiva Tratar a água com cloro. Limpar uma vez por semana. Devem estar
cobertas se não estiverem sendo usadas. Se estiverem vazias, colocar 1 kg
OBSERVAR de sal no ponto mais raso.
ORIENTAÇÃO À FAMÍLIA E À COMUNIDADE Garrafas de plástico e de vidro
Pratos de plantas Se possível, destruir ou tampar e jogar no lixo todas que não for usar.
Escorrer a água dos pratinhos dos vasos Caso precise, guardar em local protegido da chuva, tampadas ou com a
Pratos de plantas boca para baixo.
Escorrer a água dos pratinhos dos vasos de plantas, lavar com uma Lajes
escova e colocar areia grossa até a borda. Retirar sempre a água acumulada.
Vasos de flores com água Cacos de vidro nos muros
Lavar a parede interna dos vasos e Colocar areia em todos aqueles que possam acumular água.
Vasos de flores com água Cacos de vidro nos muros
Lavar a parede interna dos vasos e trocar a água uma vez por semana. Colocar areia em todos aqueles que possam acumular água.
Flores tipo bromélias Baldes e outros materiais em uso que possam acumular água
Regar com solução de água sanitária, Guardar de boca para baixo. Secar tudo e guardar em local coberto.
Flores tipo bromélias Entulho e lixo
Regar com solução de água sanitária, uma vez por semana (uma co- Evitar que se acumulem. Manter o local sempre limpo.
lher de sopa de água sanitária para cada litro de água). Outras situações
Caixa d’água e poço _________________
Manter sempre limpos e vedados. Avaliá-las. Se você tem conhecimento, oriente conforme a situação en-
Caixa d’água e poço contrada. Se não souber como proceder, leve a situação encontrada à
Manter sempre limpos e vedados. equipe da Unidade Básica de Saúde.
Calhas de água de chuva Além das atribuições gerais, há algumas específicas por agravo.
Verificar se não estão entupidas. Remover as folhas Ações relacionadas ao controle da dengue:
Calhas de água de chuva Vistoriar a casa e o quintal, acompanhado pelo morador, para identifi-
Verificar se não estão entupidas. Remover as folhas que possam im- car locais de existência de objetos que sejam ou possam se transformar em
pedir o escoamento da água. criadouros de mosquito transmissor da dengue, conforme o roteiro anterior;
Pratos de plantas Orientar e acompanhar o morador na retirada, destruição ou vedação
Escorrer a água dos pratinhos dos vasos de objetos que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
Flores tipo bromélias Caso seja necessário, retirar os ovos e larvas do mosquito;
Regar com solução de água sanitária, uma vez por semana (uma co- Encaminhar ao ACE os casos de verificação de criadouros de difícil
lher de sopa de água sanitária para cada litro de água). acesso ou que necessitem do uso de larvicidas/biolarvicidas;
Calhas de água de chuva Comunicar à Unidade Básica de Saúde e ao ACE a existência de cria-
douros de larvas e/ou do mosquito transmissor da dengue que dependam
Verificar se não estão entupidas. Remover as folhas que possam im- de tratamento químico/biológico, da interferência da vigilância sanitária ou
pedir o escoamento da água. de outras intervenções do poder público;
Continua... Comunicar à Unidade Básica de Saúde e ao ACE os imóveis fechados,
OBSERVAR a existência de moradores que não autorizaram ações de vigilância ou são
ORIENTAÇÃO À FAMÍLIA E À COMUNIDADE resistentes às orientações de prevenção;
Vasilhas de água para animais Conhecer sinais e sintomas da dengue, identificar as pessoas que os
Lavar com água corrente pelo menos uma vez por semana. apresentarem e orientar para que procurem a Unidade Básica de Saúde, e
Tampinhas de garrafas, casca de ovo, saquinhos plásticos e de vidro, que comecem a tomar muito líquido imediatamente;
copos descartáveis ou qualquer outro objeto que possa acumular água Reunir semanalmente com o agente de controle de endemias e equipe da
Destruir, se possível, e colocar tudo em saco plástico, fechar bem e jo- Unidade Básica de Saúde para planejar ações conjuntas, trocar infor-
gar no lixo. mações sobre suspeitos de dengue que apresentam febre, evolução dos
Vasos sanitários em desuso números de infestação por Aedes aegypti da área de abrangência, criadou-
ros preferenciais e medidas que estão sendo ou deverão ser adotadas para
Deixar a tampa sempre fechada. Em banheiros pouco usados, dar a
melhorar a situação.
Vasos sanitários em desuso
ESQUISTOSSOMOSE (XISTOSOMOSE, XISTOSE, XISTOSA, DO-
Deixar a tampa sempre fechada. Em banheiros pouco usados, dar a
ENÇA DOS CARAMUJOS, BARRIGA D´ÁGUA E DOENÇA DE MANSON-
descarga uma vez por semana.
PIRAJÁ DA SILVA)
Ralos de cozinha, de banheiros, de sauna e duchas
É uma doença de veiculação hídrica causada por um verme. No início,
Verificar se há entupimento. Se houver, providenciar o imediato desen- é assintomática, mas pode evoluir até formas muito graves.
tupimento e, se não estiver usando, mantê-los fechados.
Dependendo da região, é também conhecida como: xistose, xistosa,
Lagos, cascatas e espelhos d’água decorativos xistosomose, doença dos caramujos, barriga d’água e doença de Manson-
Manter esses locais sempre limpos. Criar peixes, pois eles se alimen- Pirajá da Silva.
tam de larvas. Se não quiser criar peixes, mantenha a água tratada com Como se pega: o homem infectado elimina ovos viáveis de S. mansoni
cloro ou encha de areia. (verme) por meio das fezes. Esses ovos, ao entrarem em contato com a

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água, rompem-se e permitem a saída de larvas ciliadas. Essas larvas Em área rural – no campo:
penetram no caramujo, multiplicam-se e, entre quatro e seis semanas, Além das ações citadas anteriormente:
começam a ser eliminadas na forma de larvas infectantes chamadas de Proceder à aplicação de imunotestes, conforme orientação da Coorde-
cercárias. Elas penetram no ser humano pela pele, mais frequentemente nação
pelos pés e pernas, por serem áreas do corpo que ficam em maior contato
com águas contaminadas de rios e lagos. Municipal da Atenção Básica;
As cercárias são vistas em maior quantidade no horário entre 10h e Receber o resultado dos exames e providenciar o acesso ao tratamen-
16h, quando a luz solar e o calor são mais intensos. to imediato e adequado, de acordo com as orientações da Secretaria Muni-
cipal de Saúde e do Programa Nacional de Malária;
Alguns sintomas: após contato com água contaminada, inicia com uma
coceira e aparecimento de pontos vermelhos na pele como se fossem Coletar lâmina:
picadas de insetos (em um período de 24 a 72 horas, podendo chegar até • De pessoas que apresentem sinais e sintomas e enviá-la ao profissi-
15 dias). Cerca de um a dois meses após, aparecem sintomas como febre, onal responsável para leitura (microscopista). Quando não for possível essa
dor de cabeça, falta de apetite, náuseas, tosse, diarreia. coleta, encaminhar as pessoas para a UBS ou para o microscopista;
Quando encontrar casos com os sinais citados, você deve orientar a • Para verificação de cura (L VC) após o término do tratamento e en-
família para procurar a UBS. caminhá-la para leitura de acordo com estratégia local.
É importante identificar as condições que favorecem a ocorrência de Você pode saber mais sobre suas atribuições em relação à prevenção
casos e a presença de focos de transmissão da doença (falta de sanea- e controle da dengue e malária na portaria n° 44, de 3 de janeiro de 2002.
mento domiciliar e ambiental). O trabalho em conjunto com a equipe de Você pode ter acesso a ela por meio do site www.saude.gov.br/dab
saúde e instituições locais tem maiores resultados na identificação perma-
nente de casos. TRACOMA
Ações relacionadas ao controle da esquistossomose: É uma inflamação nos olhos causada por uma bactéria. É considerada
Supervisionar a tomada em dose única da medicação para esquistos- a principal causa de cegueira evitável no mundo.
somose, quando indicada; Tem duas fases:
Agendar o controle de cura, que consiste na realização de três exames Fase inflamatória (que é transmissível).
de fezes em dias seguidos, após o quarto mês de tratamento; Fase sequelar (que não é transmissível).
Investigar a existência de casos na família e comunidade, a partir do Como se pega: por meio do contato dos olhos com objetos contamina-
caso confirmado por meio do exame parasitológico de fezes, conforme dos (lenços, toalhas, lençóis, fronhas) ou olho a olho de pessoas doentes
planejamento e programação da Unidade Básica de Saúde; que estejam na fase inflamatória da doença.
Distribuir recipientes de coleta de material para exame parasitológico A mosca doméstica ou a lambe-olhos pode atuar na transmissão dela.
de fezes; A falta de água, a eliminação inadequada de dejetos, em conjunto com as
Orientar a população sobre a forma de evitar locais que possam ofere- condições sanitárias deficientes e falta de higiene, facilitam o avanço da
cer risco para a formação de criadouros de caramujos; doença.
Comunicar à Unidade Básica de Saúde a existência de criadouros de Alguns sintomas: lacrimejamento, sensação de cisco no olho, sensibili-
caramujos; dade à luz, coceira, sinais de secreção com pus em pequena quantidade,
Encaminhar ao ACE os casos em que haja necessidade do uso de olho seco e diminuição da visão.
equipamentos e produtos específicos, como moluscocidas. São considerados casos suspeitos pessoas que apresentarem história
MALÁRIA de conjuntivite duradoura, coceira e sensibilidade à luz.
É uma doença infecciosa causada por protozoário (Plasmodium). Ações relacionadas ao controle do tracoma:
Também é conhecida como paludismo, impaludismo, febre palustre, Identificar pessoas com queixa de cílios tocando o globo ocular, lacri-
febre intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, além dos mejamento, sensação de cisco dentro do olho, coceira, sensibilidade à luz e
nomes populares: maleita, sezão, tremedeira, batedeira ou febre. secreção com pus e orientar que procure a Unidade Básica de Saúde;
Alguns sintomas: mal-estar, dor de cabeça, cansaço, dor muscular, Acompanhar as pessoas em tratamento e orientá-las quanto à impor-
náuseas e vômitos, que acontecem antes da febre da malária – febre alta tância da necessidade de terminá-lo;
podendo atingir 41° C. Orientar quanto à necessidade de lavar a face várias vezes ao dia, evi-
Como se pega: por meio da picada da fêmea do mosquito infectada tar dormir em camas com várias pessoas e dividir lençóis e toalhas, para
com o Plasmodium. Como o mosquito tem hábito alimentar ao entardecer e prevenir tracoma;
ao amanhecer e em algumas regiões da Amazônia tem hábitos noturnos, Realizar busca de casos, em domicílio, escolas, creches, orfanatos, en-
pica as pessoas durante todas as horas desde o entardecer até o amanhe- tre outros, após a notificação de um caso na sua área;
cer. A doença não passa de pessoa para pessoa. Registrar os casos confirmados, em ficha específica – e no Sinan NET,
Casos suspeitos: em área onde é comum acontecer muitos casos informando a Unidade Básica de Saúde;
(mais comum na região Amazônica), toda pessoa que apresentar febre, que Acompanhar os demais profissionais da equipe de saúde nas visitas de
seja residente ou que tenha se deslocado por lugares onde têm malária no controle de casos positivos após o tratamento, para avaliação da sua
período de 8 a 30 dias anteriores a ter os primeiros sintomas. evolução;
Em áreas onde não é comum acontecer casos, toda pessoa que apre- 1ª visita de controle do caso – deve ser realizada 6 (seis) meses após
sentar febre com os sintomas: calafrios, tremores, cansaço, dor muscular e início do tratamento;
que tenha vindo de um lugar onde tem malária no período de 8 a 30 dias
2ª visita de controle do caso – deve ser realizada 12 (doze) meses
anteriores ao aparecimento dos primeiros sintomas.
após o início do tratamento;
Você deve orientar os casos suspeitos a procurarem a Unidade Básica
Desenvolver ações educativas e de mobilização da comunidade relati-
de Saúde, para diagnóstico e tratamento.
vas à promoção à saúde, prevenção e ao controle do tracoma em sua área
Ações relacionadas ao controle da malária: de abrangência;
Em zona urbana – na cidade: Mobilizar a comunidade para desenvolver medidas simples de higiene,
Promover o acompanhamento dos pacientes em tratamento, reforçan- especialmente orientar a lavagem frequente do rosto das crianças e de
do a importância de concluí-lo; melhorias de hábitos no cuidado com o corpo e das condições sanitárias e
Investigar a existência de casos na comunidade, a partir das pessoas ambientais.
que apresentem algum sintoma da doença;
Preencher e encaminhar para a Unidade Básica de Saúde a ficha de ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES
notificação dos casos ocorridos. Endemia

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Endemia é qualquer doença que ocorre apenas em um determinado lo- A Constituição Brasileira de 1988 preocupou-se com a cidadania do
cal ou região de forma persistente e permanente, não atingindo nem se povo brasileiro e se refere diretamente aos direitos sociais, como o direito à
espalhando para outras comunidades. educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer e à aprendizagem.
Enquanto a epidemia significa o aumento do número de casos e que se Em relação à saúde, a Constituição apresenta cinco artigos – os de nº
espalha por outras localidades, a endemia tem duração contínua, mas 196 a 200.
somente em determinada área. No Brasil, existem áreas endêmicas. Por O artigo 1961 diz que:
exemplo, a febre amarela é comum na Amazônia. No período de infestação 1. A saúde é direito de todos.
da doença, as pessoas que viajam para essa região precisam ser vacina-
das. 2. O direito à saúde deve ser garantido pelo Estado. Aqui, deve-se en-
tender Estado como Poder Público: governo federal, governos estaduais, o
Epidemia governo do Distrito Federal e os governos municipais.
É uma doença infecciosa e transmissível que ocorre numa comunidade 3. Esse direito deve ser garantido mediante políticas sociais e econô-
ou região e pode se espalhar rapidamente entre as pessoas de outras micas com acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua
regiões, originando um surto epidêmico. promoção, proteção e recuperação e para reduzir o risco de doença e de
Pandemia outros agravos.
A pandemia é uma epidemia que atinge grandes proporções, podendo 1 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa
se espalhar por um ou mais continentes ou por todo o mundo, causando do Brasil. Brasília: Senado Federal, 2005.
inúmeras mortes ou destruindo cidades e regiões inteiras. Políticas sociais e econômicas são aquelas que vão contribuir para que
Para entender melhor: quando uma doença existe apenas em uma de- o cidadão possa ter com dignidade: moradia, alimentação, habitação,
terminada região, é considerada uma endemia (que não acontece em educação, lazer, cultura, serviços de saúde e meio ambiente saudável.
outras localidades). Quando a doença é transmitida para outras popula- Conforme está expresso na Constituição, a saúde não está unicamente
ções, atinge mais de uma cidade ou região, é uma epidemia. relacionada à ausência de doença. Ela é determinada pelo modo que
Porém, quando uma epidemia de forma desequilibrada se espalha pe- vivemos, pelo acesso a bens e consumo, à informação, à educação, ao
los continentes ou pelo mundo, ela é considerada uma pandemia. saneamento, pelo estilo de vida, nossos hábitos, a nossa maneira de viver,
Para saber mais: o câncer (responsável por numerosas mortes) não é nossas escolhas. Isso significa dizer que a saúde é determinada socialmen-
considerado uma pandemia porque não uma é doença infecciosa, ou seja, te.
não é transmissível. O artigo 198 da Constituição define que as ações e serviços públicos
Exemplos de pandemias: Aids, tuberculose, peste, gripe asiática, gripe de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e devem consti-
espanhola, tifo etc. tuir um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
1. Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
2. Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,
MANUAL: O TRABALHO DO AGENTE COMUNITÁ- sem prejuízo dos serviços assistenciais;
RIO DE SAÚDE. TRABALHO EM EQUIPE; DOENÇAS 3. Participação da comunidade.
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DST); MÉTO- Em dezembro de 1990, o artigo 198 da Constituição Federal foi regu-
DOS CONTRACEPTIVOS; VACINAÇÃO; ASSISTÊN- lamentado pela Lei nº 8.080, que é conhecida como Lei Orgânica de Saúde
CIA À MULHER, À CRIANÇA E AO IDOSO; DOEN- ou Lei do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa lei estabelece como deve
ÇAS: TIPOS, FORMAS DE PREVENÇÃO E TRATA- funcionar o sistema de saúde em todo o território nacional e define quem é
MENTO; MALÁRIA E DENGUE: VETORES, VÍRUS, o gestor em cada esfera de governo. No âmbito nacional, o Ministro da
Saúde; no estadual, o Secretário Estadual de Saúde; no Distrito Fede-
SINTOMAS E MEDIDAS DE CONTROLE (CRIADOU- ral/DF, o Secretário de Saúde do DF; e, no município, o Secretário Munici-
ROS); DROGAS. pal de Saúde. As competências e responsabilidades de cada gestor tam-
bém foram definidas.
O agente comunitário de saúde – ACS é um personagem muito impor- Portanto, para se falar em saúde temos que pensar:
tante na implementação do Sistema Único de Saúde, fortalecendo a inte-
gração entre os serviços de saúde da Atenção Primária à Saúde e a co- • Na moradia;
munidade. • Nas condições de trabalho;
No Brasil, atualmente, mais de 200 mil agentes comunitários de saúde • Na educação;
estão em atuação, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das • No modo como nos divertimos;
pessoas, com ações de promoção e vigilância em saúde. • Na alimentação;
O Ministério da Saúde reconhece que o processo de qualificação dos • Na organização dos serviços de saúde;
agentes deve ser permanente. Nesse sentido, apresenta esta publicação, • Na preservação dos recursos naturais e do meio ambiente – mares,
com informações gerais sobre o trabalho do agente, que, juntamente com o rios, lagos, florestas etc.;
Guia Prático do ACS, irá ajudá-lo no melhor desenvolvimento de suas
ações. • Na valorização das culturas locais;
A todos os agentes comunitários de saúde desejamos sucesso na tare- • Na participação popular;
fa de acompanhar os milhares de famílias brasileiras. • No dever do governo de melhorar as condições de vida do povo.
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal Outra condição expressa no artigo 198 é a participação popular, que foi
de 1988 para que toda a população brasileira tenha acesso ao atendimento detalhada posteriormente pela Lei nº 8.142, de dezembro de 1990.
público de saúde. Anteriormente, a assistência médica estava a cargo do Apesar de ser um sistema de serviços de saúde em construção, com
Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), problemas a serem resolvidos e desafios a serem enfrentados para a
ficando restrita às pessoas que contribuíssem com a previdência social. As concretização dos seus princípios e diretrizes, o SUS é uma realidade.
demais eram atendidas apenas em serviços filantrópicos. Faz parte do processo de construção a organização e a reorganização
A Constituição Federal é a lei maior de um país, superior a todas as ou- do modelo de atenção à saúde, isto é, a forma de organizar a prestação de
tras leis. Em 1988, o Brasil promulgou a sua 7ª Constituição, também serviços e as ações de saúde para atender às necessidades e demandas
chamada de Constituição Cidadã, pois na sua elaboração houve ampla da população, contribuindo, assim, para a solução dos seus problemas de
participação popular e, especialmente, porque ela é voltada para a plena saúde.
realização da cidadania. É a lei que tem por finalidade máxima construir as Ao SUS cabe a tarefa de promover e proteger a saúde, como direito de
condições políticas, econômicas, sociais e culturais que assegurem a todos e dever do Estado, garantindo atenção contínua e com qualidade aos
concretização ou efetividade dos direitos humanos, num regime de justiça indivíduos e às coletividades, de acordo com as diferentes necessidades.
social.

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1.1 Princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) Normas formam substituídas por uma nova lógica de pactuação onde cada
Para o cumprimento da tarefa de promover e proteger a saúde, o SUS esfera tem seu papel a ser desempenhado, definido no chamado “Pacto
precisa se organizar conforme alguns princípios, previstos no artigo 198 da pela Saúde”.
Constituição Federal de 1988 e na Lei nº 8.080/1990, em que destacamos: Regionalização – orienta a descentralização das ações e serviços de
Universalidade – significa que o SUS deve atender a todos, sem distin- saúde, além de favorecer a pactuação entre os gestores considerando suas
ções ou restrições, oferecendo toda a atenção necessária, sem qualquer responsabilidades. Tem como objetivo garantir o direito à saúde da popula-
custo. Todos os cidadãos têm direito a consultas, exames, internações e ção, reduzindo desigualdades sociais e territoriais.
tratamentos nos serviços de saúde, públicos ou privados, contratados pelo Hierarquização – é uma forma de organizar os serviços e ações para
gestor público. atender às diferentes necessidades de saúde da população. Dessa forma,
A universalidade é princípio fundamental das mudanças previstas pelo têm-se serviços voltados para o atendimento das necessidades mais co-
SUS, pois garante a todos os brasileiros o direito à saúde. muns e frequentes desenvolvidas nos serviços de Atenção Primária à
Saúde com ou sem equipes de Saúde da Família. A maioria das necessi-
Integralidade – pelo princípio da integralidade, o SUS deve se organi- dades em saúde da população é resolvida nesses serviços. Algumas situa-
zar de forma que garanta a oferta necessária aos indivíduos e à coletivida- ções, porém, necessitam de serviços com equipamentos e profissionais
de, independentemente das condições econômicas, da idade, do local de com outro potencial de resolução. Citamos como exemplo: as maternida-
moradia e outros, com ações e serviços de promoção à saúde, prevenção des, as policlínicas, os prontos-socorros, hospitais, além de outros serviços
de doenças, tratamento e reabilitação. A integralidade não ocorre apenas classificados como de média e alta complexidade, necessários para situa-
em um único local, mas no sistema como um todo e só será alcançada ções mais graves.
como resultado do trabalho integrado e solidário dos gestores e trabalhado-
res da saúde, com seus múltiplos saberes e práticas, assim como da articu- Esses diferentes serviços devem possuir canais de comunicação e se
lação entre os diversos serviços de saúde. relacionar de maneira que seja garantido o acesso a todos conforme a
necessidade do caso, regulado por um eficiente sistema de regulação.
Equidade – o SUS deve disponibilizar serviços que promovam a justiça
social, que canalizem maior atenção aos que mais necessitam, diferencian- Todas as pessoas têm direito à saúde, mas é importante lembrar que
do as necessidades de cada um. elas possuem necessidades diferentes. Para que se faça justiça social, é
necessário um olhar diferenciado, por meio da organização da oferta e
Na organização da atenção à saúde no SUS, a equidade traduz-se no acesso aos serviços e ações de saúde aos mais necessitados, para que
tratamento desigual aos desiguais, devendo o sistema investir mais onde e sejam minimizados os efeitos das desigualdades sociais.
para quem as necessidades forem maiores.
O SUS determina que a saúde é um direito humano fundamental e é
A equidade é, portanto, um princípio de justiça social, cujo objetivo é uma conquista do povo brasileiro.
diminuir desigualdades.
Participação da comunidade – é o princípio que prevê a organização e
a participação da comunidade na gestão do SUS. Atenção Primária a Saúde
Essa participação ocorre de maneira oficial por meio dos Conselhos e A Atenção Primária à Saúde (APS), também conhecida no Brasil como
Conferências de Saúde, na esfera nacional, estadual e municipal. O Conse- Atenção Básica (AB), da qual a Estratégia Saúde da Família é a expressão
lho de Saúde é um colegiado permanente e deve estar representado de que ganha corpo no Brasil, é caracterizada pelo desenvolvimento de um
forma paritária, ou seja, com uma maioria dos representantes dos usuários conjunto de ações de promoção e proteção da saúde, prevenção de agra-
(50%), mas também com os trabalhadores (25%), gestores e prestadores vos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde.
de serviços (25%). Sua função é formular estratégias para o enfrentamento Essas ações, desenvolvidas por uma equipe de saúde, são dirigidas a
dos problemas de saúde, controlar a execução das políticas de saúde e cada pessoa, às famílias e à coletividade ou conjunto de pessoas de um
observar os aspectos financeiros e econômicos do setor, possuindo, portan- determinado território.
to, caráter deliberativo. Bem estruturada e organizada, a Atenção Primária à Saúde (APS) re-
A Conferência de Saúde se reúne a cada quatro anos com a represen- solve os problemas de saúde mais comuns/frequentes da população, reduz
tação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e os danos ou sofrimentos e contribui para uma melhor qualidade de vida das
propor as diretrizes para a formulação da política de saúde. É convocada pessoas acompanhadas.
pelo Poder Executivo (Ministério da Saúde, Secretaria Estadual ou Munici- Além dos princípios e diretrizes do SUS, a APS orienta-se também pe-
pal de Saúde) ou, extraordinariamente, pela própria Conferência ou pelo los princípios da acessibilidade, vínculo, continuidade do cuidado (longitudi-
Conselho de Saúde. nalidade), responsabilização, humanização, participação social e coordena-
Descentralização – esse princípio define que o sistema de saúde se ção do cuidado. Possibilita uma relação de longa duração entre a equipe de
organize tendo uma única direção, com um único gestor em cada esfera de saúde e os usuários, independentemente da presença ou ausência de
governo. No âmbito nacional, o gestor do SUS é o Ministro da Saúde; no problemas de saúde, o que chamamos de atenção longitudinal. O foco da
estadual, o Secretário Estadual de Saúde; no Distrito Federal/DF, o Secre- atenção é a pessoa, e não a doença.
tário de Saúde do DF; e, no município, o Secretário Municipal de Saúde. Ao longo do tempo, os usuários e a equipe passam a se conhecer me-
Cada gestor, em cada esfera de governo, tem atribuições comuns e compe- lhor, fortalecendo a relação de vínculo, que depende de movimentos tanto
tências específicas. dos usuários quanto da equipe.
O município tem papel de destaque, pois é lá onde as pessoas moram Ações de promoção à saúde são aquelas que vão contribuir para pro-
e onde as coisas acontecem. Em um primeiro momento, a descentralização porcionar autonomia ao indivíduo e à família, com informações que os
resultou na responsabilização dos municípios pela organização da oferta de tornem capazes de escolher comportamentos que vão favorecer a sua
todas as ações e serviços de saúde. Com o passar do tempo, após experi- saúde, relacionadas ao modo de viver, condições de trabalho, educação,
ências de implantação, percebeu-se que nem todo município, dadas lazer e cultura.
Reabilitação – ações que contribuem para a redução de incapacidades
A participação da comunidade, por meio dos Conselhos e Conferên- e deficiências com o objetivo de melhorar a qualidade de vida.
cias, permite sua intervenção na gestão da saúde. A base do vínculo é o compromisso do profissional com a saúde da-
Os cidadãos podem discutir e direcionar os serviços públicos para queles que o procuram. Para o usuário, existirá vínculo quando ele perce-
atender aos seus interesses. Isso é o controle social. ber que a equipe contribui para a melhoria da sua saúde e da sua qualidade
Com o fim de atender às necessárias redefinições de papéis e atribui- de vida. Há situações que podem ser facilitadoras ou dificultadoras. Um
ções das três esferas de gestão (municípios, Estados e União) resultantes bom exemplo disso pode ser o horário e dias de atendimento da Unidade
da implementação do SUS, houve um processo evolutivo de adaptação a Básica de Saúde (UBS), a sua localização, ter ou não acesso facilitado para
esses novos papéis, traduzidos nas Normas Operacionais de Assistência à pessoas com deficiência física, entre outras coisas.
Saúde (NOAS 01/01 e NOAS 01/02). Mais recentemente as referidas

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As ações e serviços de saúde devem ser pautados pelo princípio da A população sob responsabilidade da equipe deve ser cadastrada e
humanização, o que significa dizer que as questões de gênero (feminino e acompanhada, entendendo-se suas necessidades de saúde como resulta-
masculino), crença, cultura, preferência política, etnia, raça, orientação do também das condições sociais, ambientais e econômicas em que vive.
sexual, populações específicas (índios, quilombolas, ribeirinhos etc.) preci- Equipe e famílias devem compartilhar responsabilidades pela saúde.
sam ser respeitadas e consideradas na organização das práticas de saúde. Isso é particularmente importante na adequação das ações de saúde às
Significa dizer que essas práticas devem estar relacionadas ao compromis- necessidades da população e é uma forma de controle social e participação
so com os direitos do cidadão. popular.
O acolhimento é uma das formas de concretizar esse princípio e se ca- A participação popular e o controle social devem ser estimulados na
racteriza como um modo de agir que dá atenção a todos que procuram os ação cotidiana dos profissionais que atuam na APS.
serviços, não só ouvindo suas necessidades, mas percebendo aquilo que
muitas vezes não é dito. Muito mais do que apenas o cumprimento da lei, a Estratégia Saúde
da Família tem uma profunda identidade de propósitos com a defesa da
O acolhimento não está restrito a um espaço ou local. É uma postura participação popular, particularmente na adequação das ações de saúde às
ética. Não pressupõe hora ou um profissional específico para fazê-lo, necessidades da população.
implica compartilhamento de saberes, necessidades, O vínculo ocorre
quando esses dois movimentos se encontram: o usuário na busca do
cuidado e o profissional se encarregando por esse cuidado. Agente comunitário de saúde: você é “um agente de mudanças”!
O ACS tem um papel importante no acolhimento, pois é um membro da Seu trabalho é considerado uma extensão dos serviços de saúde den-
equipe que faz parte da comunidade, o que ajuda a criar confiança e víncu- tro das comunidades, já que você é um membro da comunidade e possui
lo, facilitando o contato direto com a equipe. com ela um envolvimento pessoal.
A APS tem a capacidade de resolver grande parte dos problemas de “Ser ACS é, antes de tudo, ser alguém que se identifica em todos os
saúde da população, mas em algumas situações haverá a necessidade de sentidos com a sua própria comunidade, principalmente na cultura, lingua-
referenciar seus usuários a outros serviços de saúde. Mesmo nesses gem e costumes. Precisa gostar do trabalho. Gostar principalmente de
momentos, a APS tem um importante papel ao desempenhar a função de aprender e repassar as informações, entender que ninguém nasce com o
coordenação do cuidado, que é entendido como a capacidade de respon- destino de morrer ainda criança...” Teresa Ramos – ACS, Recife.
sabilizar-se pelo usuário (saber o que está acontecendo com ele) e apoiá- Você, agente, é um personagem fundamental, pois é quem está mais
lo, mesmo quando este está sendo acompanhado em outros serviços de próximo dos problemas que afetam a comunidade, é alguém que se desta-
saúde. ca pela capacidade de se comunicar com as pessoas e pela liderança
É na APS em que acontece o trabalho do agente comunitário de saúde natural que exerce.
(ACS). Sua ação favorece a transformação de situações-problema que afetam
Para refletir: a qualidade de vida das famílias, como aquelas associadas ao saneamento
ACS, como você pode tornar seu trabalho mais humanizado? básico, destinação do lixo, condições precárias de moradia, situações de
exclusão social, desemprego, violência intrafamiliar, drogas lícitas e ilícitas,
Você consegue identificar o que pode estar dificultando ou facilitando o acidentes etc.
acesso do usuário à unidade de saúde em que você trabalha?
Seu trabalho tem como principal objetivo contribuir para a qualidade de
APS/Saúde da Família vida das pessoas e da comunidade. Para que isso aconteça, você tem que
O Ministério da Saúde definiu a Saúde da Família como estratégia prio- estar alerta.
ritária para a organização e fortalecimento da APS no País. Tem que estar sempre “vigilante”.
Por meio dessa estratégia, a atenção à saúde é feita por uma equipe Todas as famílias e pessoas do seu território devem ser acompanha-
composta por profissionais de diferentes categorias (multidisciplinar) traba- das por meio da visita domiciliar, na qual se desenvolvem ações de educa-
lhando de forma articulada (interdisciplinar), que considera as pessoas ção em saúde. Entretanto, sua atuação não está restrita ao domicílio,
como um todo, levando em conta suas condições de trabalho, de moradia, ocorrendo também nos diversos espaços comunitários.
suas relações com a família e com a comunidade.
Todas essas ações que estão voltadas para a qualidade de vida das
Cada equipe é composta, minimamente, por um médico, um enfermei- famílias necessitam de posturas empreendedoras por parte da população
ro, um auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem e ACS, cujo total Pessoas com deficiência, por exemplo, podem ter dificuldade no convívio
não deve ultrapassar a 12. Essa equipe pode ser ampliada com a incorpo- familiar, na participação na comunidade, na inclusão na escola, no mercado
ração de profissionais de Odontologia: cirurgião-dentista, auxiliar de saúde de trabalho, no acesso a serviços de saúde, sejam estes voltados à reabili-
bucal e/ou técnico em saúde bucal. Cabe ao gestor municipal a decisão de tação ou consultas gerais. Conhecer essa realidade, envolver a equipe de
incluir ou não outros profissionais às equipes. saúde e a comunidade na busca de recursos e estratégias que possibilitem
Além disso, com o objetivo de ampliar a abrangência das ações da superar essas situações são atitudes muito importantes que podem ser
APS, bem como sua capacidade de resolução dos problemas de saúde, desencadeadas por você, repercutindo na mudança da qualidade de vida e
foram criados em 2008 os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf). no aumento de oportunidades para essas pessoas na construção de uma
Eles podem ser constituídos por equipes compostas por profissionais de comunidade mais solidária e cidadã.
diversas áreas do conhecimento (nutricionista, psicólogo, farmacêutico, Para realizar um bom trabalho, você precisa:
assistente social, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo,
médico acupunturista, médico ginecologista, médico homeopata, médico • Conhecer o território;
pediatra e médico psiquiatra) que devem atuar em parceria com os profissi- • Conhecer não só os problemas da comunidade, mas também suas
onais das eSF. Logo, é importante que você, agente, saiba se sua equipe potencialidades de crescer e se desenvolver social e economicamente;
está vinculada a algum Nasf e, em caso positivo, como se dá a articulação • Ser ativo e ter iniciativa;
entre a sua eSF e este Nasf.
• Gostar de aprender coisas novas;
A rotina de trabalho das equipes inclui o conhecimento do território e da
• Observar as pessoas, as coisas, os ambientes;
população, da dinâmica familiar e social, que são ferramentas valiosas para
o planejamento, o acompanhamento e a avaliação das ações desenvolvi- • Agir com respeito e ética perante a comunidade e os demais profissi-
das. onais.
É necessário que exista entre a comunidade e os profissionais de saú- A atuação do ACS valoriza questões culturais da comunidade, inte-
de relação de confiança, atenção e respeito. Essa relação é uma das grando o saber popular e o conhecimento técnico.
principais características da reorganização do processo de trabalho por 4.1 Detalhando um pouco mais as suas ações
meio da Saúde da Família e se dá na medida em que os usuários têm suas Você deve estar sempre atento ao que acontece com as famílias de
necessidades de saúde atendidas. seu território, identificando com elas os fatores socioeconômicos, culturais e

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ambientais que interferem na saúde. Ao identificar ou tomar conhecimento • Uso inadequado de medicamentos prescritos;
da situação-problema, você precisa conversar com a pessoa e/ou familiares • Automedicação;
e depois encaminhá-la(los) à unidade de saúde para uma avaliação mais
detalhada. Caso a situação-problema seja difícil de ser abordada ou não • Descontinuidade de tratamento.
encontre abertura das pessoas para falar sobre o assunto, você deve A situação de risco pode ser agravada por obstáculos ou fatores que
relatar a situação para a sua equipe. dificultam ou impedem as pessoas de terem acesso às unidades de saúde,
Os diferentes aspectos de um problema deverão ser examinados cui- como:
dadosamente com as pessoas, para que sejam encontradas as melhores • Localização do serviço com barreiras geográficas ou distante da co-
soluções. Você orienta ações de prevenção de doenças, promoção à munidade;
saúde, entre outras estabelecidas pelo planejamento da equipe. Todas as • Ausência de condições para acesso das pessoas com deficiência físi-
pessoas de sua comunidade deverão ser acompanhadas, principalmente ca: falta de espaço para cadeira de rodas, banheiros não adequados;
aquelas em situação de risco. Veja explicação mais à frente.
• Serviços de transporte urbano insuficientes;
Há situações em que será necessária a atuação de outros profissionais
da equipe, sendo indicado o encaminhamento para a unidade de saúde.
Você deverá comunicar à equipe quanto à situação Podemos dizer que o • Horários e dias de atendimento restritos ou em desacordo com a dis-
ACS deve: ponibilidade da população;
• Identificar áreas e situações de risco individual e coletivo; • Capacidade de atendimento insuficiente;
• Encaminhar as pessoas aos serviços de saúde sempre que necessá- • Burocratização no atendimento;
rio; • Preconceitos raciais, religiosos, culturais, sociais, entre outros.
• Orientar as pessoas, de acordo com as instruções da equipe de saú-
de; Haverá acessibilidade quando esse conjunto de fatores contribuir para
• Acompanhar a situação de saúde das pessoas, para ajudá-las a con- o acesso do usuário aos serviços de saúde.
seguir bons resultados. Existem situações de risco que afetam a pessoa individualmente e, por-
Todas as ações são importantes e a soma delas qualifica seu trabalho. tanto, têm soluções individuais. Outras atingem um número maior de pes-
No entanto você deve compreender a importância da participação popular soas em uma mesma comunidade, o que irá exigir uma mobilização coleti-
na construção da saúde, estimulando assim as pessoas da comunidade a va, por meio da participação da comunidade integrada às autoridades e
participarem das discussões sobre sua saúde e o meio ambiente em que serviços públicos. Os Conselhos de Saúde (locais, municipais, estaduais e
vivem, ajudando a promover a saúde e a construir ambientes saudáveis. nacional) e as Conferências são espaços que permitem a participação
Situações de risco são aquelas em que uma pessoa ou grupo de pes- democrática e organizada da comunidade na busca de soluções.
soas “corre perigo”, isto é, tem maior possibilidade ou chance de adoecer É importante ressaltar que essa participação não deve restringir ape-
ou até mesmo de morrer. nas aos Conselhos e Conferências, podendo se dar de outras formas –
Todas as pessoas são responsáveis por sua saúde e de sua comuni- reunião das equipes de saúde com a comunidade e associação de morado-
dade. res, caixas de sugestões, ouvidoria, disque-denúncia, entre outras.
Alguns exemplos de situação de risco: Risco é qualquer tipo de “perigo” para a saúde das pessoas.
• Bebês que nascem com menos de dois quilos e meio; O processo de trabalho do ACS e o desafio de trabalhar em equipe
• Crianças que estão desnutridas; Trabalhar na área da saúde é atuar em um mundo onde um conjunto
de trabalhadores diversos se encontra para produzir cuidado à saúde da
• Filhos de mães que fumam, bebem bebidas alcoólicas e usam drogas
população. Se pensarmos no conjunto de trabalhadores de uma unidade de
na gravidez;
saúde – que pode ser a sua –, poderemos observar que cada trabalhador
• Gestantes que não fazem o pré-natal; atua em um certo lugar, tem determinadas responsabilidades e produz um
• Gestantes que fumam; conjunto de ações para que esse objetivo seja alcançado.
• Gestantes com diabetes e/ou pressão alta; Além disso, para cada ação e responsabilidade, o trabalhador precisa
• Acamados; contar com uma série de conhecimentos, saberes e habilidades para con-
seguir executar da melhor forma possível a sua função.
• Pessoas que precisam de cuidadores, mas não possuem alguém que
exerça essa função; É muito comum na área da saúde utilizar instrumentos e equipamentos
para apoiar a realização das ações de cuidado.
• Pessoas com deficiência que não têm acesso às ações e serviços de
saúde, sejam estes de promoção, proteção, diagnóstico, tratamento ou Exemplo: o médico da unidade de saúde tem como uma de suas ações
reabilitação; a realização de consultas. O que ele precisa ter para realizar bem essa
ação? Para fazer uma boa anamnese (entrevista que busca levantar todos
• Pessoas em situação de violência; os fatos referentes à pessoa e à doença que ela apresenta) e um bom
• Pessoas que estão com peso acima da média e vida sedentária com exame físico, ele precisa contar com conhecimentos técnicos que adquiriu
ou sem uso do tabaco ou do álcool. durante a sua formação e durante a sua vida. Nessa atividade, ele prova-
Nesses casos, as pessoas têm mais chance de adoecer e morrer se velmente vai utilizar também alguns instrumentos, como um rotei-
não forem tomadas as providências necessárias. ro/questionário, um estetoscópio (aparelho para escutar o coração, pulmões
e abdome), aparelho para medir a pressão, entre outros. Além disso, ele vai
É necessário considerar ainda condições que aumentam o risco de as precisar ter outra habilidade, que é a das relações, que se mostra no modo
pessoas adoecerem, por exemplo: como ele consegue interagir com as pessoas atendidas.
• Baixa renda; Vamos ver então dois exemplos diferentes de como esse médico pode-
• Desemprego; ria realizar essa consulta:
• Acesso precário a bens e serviços: água, luz elétrica, transporte etc.); 1ª situação – mobilizando mais os conhecimentos técnicos e os instru-
• Falta de água tratada; mentos: nesta situação o médico cumprimenta o usuário já olhando para a
sua ficha/prontuário e começa a fazer perguntas seguindo o rotei-
• Lixo armazenado em locais inadequados;
ro/questionário, anotando as respostas e agindo de modo formal e objetivo.
• Uso incorreto de venenos na lavoura; Realiza o exame físico enquanto termina as perguntas do questionário e faz
• Poluição do ar ou da água; a prescrição e/ou encaminhamento. A consulta termina rapidamente.
• Esgoto a céu aberto; 2ª situação – mobilizando os conhecimentos, os instrumentos e a habi-
• Falta de alimentação ou alimentação inadequada; lidade das relações: nesta outra situação o médico cumprimenta o usuário,

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utiliza o roteiro/questionário como guia, mas incentiva e abre espaço para a aquelas atividades comuns aos diversos trabalhadores estão acontecendo
fala e a escuta do usuário sobre aspectos que não estão no roteiro. Nesse de forma articulada. Isso é um bom indicador de trabalho em equipe, pois
caso, ocorre uma conversa com o usuário para deixá-lo mais à vontade, a quando realizadas em conjunto trazem benefícios para todos.
fala não se restringe às perguntas do questionário, existe troca de olhares e Como podemos observar no quadro, as atividades de planejamento e
discussão dos problemas percebidos. O exame físico é realizado e, após avaliação são comuns a todos os trabalhadores e, se realizadas em conjun-
todos os esclarecimentos de dúvidas que o profissional e o usuário julga- to, trarão benefícios tanto aos trabalhadores quanto ao trabalho da equipe
ram necessários, a prescrição e/ou encaminhamento é realizado e a con- como um todo. Então reflita: como essas atividades são desenvolvidas na
sulta é finalizada. realidade da sua unidade de saúde?
O que vimos acima foram dois exemplos de processo de trabalho dife-
renciados: um que privilegia os conhecimentos técnicos e os instrumentos,
sem dar muita atenção para a relação de cuidado com o usuário (situação
1), e outro em que o profissional utilizou seus conhecimentos técnicos em
uma interação que valorizou o aspecto relacional e o cuidado com o usuário
(situação 2). Verificamos também, nessa segunda situação, que o instru-
mento roteiro/questionário serviu como apoio ao processo, e não como
elemento central.
Comprovadamente, o atendimento realizado de maneira mais humani-
zada – situação 2 – traz melhores resultados para a saúde do usuário, pois
favorece o estabelecimento de uma relação de confiança entre o profissio-
nal e usuário, aumentando o vínculo e a adesão ao tratamento.
Nesta publicação trabalharemos diferentes aspectos relacionados aos
seus conhecimentos técnicos e a partir dessa discussão relacionaremos o
seu processo de trabalho com alguns instrumentos utilizados em seu dia a
dia. Mas é de fundamental importância lembrar que o trabalho em saúde
tem uma dimensão de cuidado humanizado insubstituível, que ocorre no
momento da interação com o usuário nesse encontro programado para
produzir cuidado.
O trabalho em equipe
A equipe de saúde é formada por pessoas com histórias, formações, * Enfermeiro – pode prescrever observando a legislação vigente.
saberes e práticas diferentes. É um conjunto de pessoas que se encontram ** Cirurgião-dentista – pode prescrever observando a legislação vigen-
para produzir o cuidado de uma população. te.
Nessa equipe há sempre movimentos permanentes de articula- *** Realizar cadastramento das famílias é uma atribuição do ACS, mas
ção/desarticulação, ânimo/desânimo, invenção/resistência à mudança, pode ser desenvolvida pelos demais membros da equipe de saúde.
crença/descrença no seu trabalho, pois a equipe é viva, está sempre em
processo de mudança. Agora observe novamente o quadro e concentre-se nas ações que são
No entanto, somente o fato de as pessoas trabalharem juntas não específicas a cada um dos profissionais. Lembre-se das outras ações que
constitui uma equipe: as pessoas precisam aprender a “ser equipe”. Ou você executa no seu dia a dia e que não estão descritas na tabela e reflita:
seja: a equipe precisa ser construída. quais são as especificidades do seu trabalho? Em que o seu trabalho se
Agora pense no seu processo de trabalho. Qual é o seu papel na uni- relaciona com o da enfermeira? E com o trabalho dos outros profissionais
dade e na equipe de saúde? Você, agente comunitário de saúde, é um da equipe? E em que a especificidade do seu trabalho complementa o
membro da equipe e essencial para o desenvolvimento das ações da trabalho de toda a equipe?
Atenção Primária à Saúde.
Você já refletiu sobre como você tem desenvolvido o seu processo de A partir de agora, convidaremos você a refletir sobre ações muito pre-
trabalho? Em qual das duas situações descritas acima você se vê? Como sentes no seu cotidiano e que fazem parte importante do processo de
você utiliza seus conhecimentos, instrumentos e sua habilidade de se trabalho de toda a equipe na luta diária em busca de mais saúde para a
relacionar com o usuário para promover o cuidado? Ao preencher a Ficha população.
A, você percebe a importância que ela tem no processo de cuidado das Como citado anteriormente, você, agente comunitário de saúde, é mui-
pessoas de sua micro área? to importante para o desenvolvimento das ações da comunidade e pode
Para essa construção acontecer, os trabalhadores precisam aprender integrar tanto uma equipe de Saúde da Família quanto uma equipe do
um “modo-equipe” de trabalhar, reorganizando-se em torno de projetos Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), de acordo com a
terapêuticos para assistir os usuários em sua integralidade. É importante realidade do município. Entretanto, o seu trabalho é o mesmo em qualquer
que toda a equipe assuma a tarefa de cuidar do usuário, reconhecendo uma das situações.
que, para abordar a complexidade do trabalho em saúde, são necessários Semelhantes aos agentes comunitários de saúde (ACS), há os agentes
diferentes olhares, saberes e fazeres. indígenas de saúde (AIS) e os agentes indígenas de saneamento (AISAN),
O seu lugar na equipe de saúde que atuam nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) compondo
as equipes multidisciplinares de saúde indígena (EMSI), cuidando da saúde
Para cuidar da saúde da população de um determinado território, a
indígena nas aldeias no âmbito da APS.
unidade de saúde deve estar organizada de um modo que seus trabalhado-
res estejam divididos em funções e assumam responsabilidades diferentes A equipe de saúde precisa conhecer a realidade da comunidade e para
e complementares. tal deverá reunir informações identificando suas principais necessidades em
saúde. Com essas informações, será realizado o diagnóstico de saúde da
Vamos pensar no caso de uma enfermeira da unidade de saúde. Uma comunidade, o planejamento e a execução das ações.
de suas atribuições é realizar consultas de enfermagem, no entanto, ela
Há diversos instrumentos que podem ser utilizados para a coleta dos
compartilha com você e com os demais membros da equipe uma série de
dados e cada um deles tem um objetivo. A soma de todos ajuda na cons-
outras responsabilidades e objetivos.
trução do diagnóstico.
Veja a seguir o quadro com algumas ações que são específicas e ou-
Cadastro das famílias, mapa da comunidade, visita domiciliar/entrevista
tras que são comuns aos profissionais da equipe da unidade de saúde.
e reuniões são alguns exemplos.
Observando o quadro, você perceberá que há muitas atividades que A coleta de dados é uma das etapas do diagnóstico da comunidade,
são comuns a todos da equipe, afinal, todos atuam no mesmo campo da assim como a análise e interpretação dos dados coletados, identificação
saúde. Um exercício importante ao olhar para esse quadro é avaliar se

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dos problemas, necessidades, recursos e grupos de risco. Com base nas É necessário considerar que o indígena nem sempre tem domínio da
informações coletadas e analisadas, o próximo passo é o planejamento e língua portuguesa, podendo entender algumas palavras em português, sem
programação das ações priorizadas. compreender a informação, a explicação dada ou mesmo a pergunta reali-
A saúde indígena é regida por um conjunto de normas que têm como zada. É importante observar e tentar perceber se estão entendendo e o que
objetivo o estabelecimento de mecanismos específicos para a atenção à estão entendendo, cuidando para não constrangê-los. O esforço de comu-
saúde dessa população, conformando um subsistema no interior do Siste- nicação deve ser mútuo de modo a promover o diálogo.
ma Único de Saúde e está organizado em 34 Distritos Sanitários Especiais Ainda como informações importantes para o diagnóstico da comunida-
Indígenas (DSEI). de, vale destacar a necessidade de identificar outros locais onde os mora-
A Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, aprova- dores costumam ir para resolver seus problemas de saúde, como casa de
da pela Portaria MS nº 254/2002, integra a Política Nacional de Saúde, benzedeiras ou rezadores, raizeiros ou pessoas que são conhecidas por
compatibilizando as determinações da Lei Orgânica da Saúde (Lei nº saberem orientar sobre nomes de remédio para algumas doenças, bem
8.080/1990) com as da Constituição Federal (art. 231), que reconhece aos como saber se procuram serviços (pronto-socorro, hospitais etc.) situados
povos indígenas suas especificidades étnicas e culturais, bem como esta- fora de sua área de moradia ou fora do seu município. Também é importan-
belece seus direitos sociais. te você saber se as pessoas costumam usar remédios caseiros, chás,
Etnias são os tipos de povos indígenas, cada povo falando a sua pró- plantas medicinais, fitoterapia e/ou se utilizam práticas complementares
pria língua e vivendo de acordo com as suas crenças e costumes. como a homeopatia e acupuntura. Você deve saber se existe disponível na
região algum tipo de serviço de saúde que utilize essas práticas.
Ao realizar o cadastramento e identificar os principais problemas de
5.1 Cadastramento das famílias saúde, seu trabalho contribui para que os serviços possam oferecer uma
A etapa inicial de seu trabalho é o cadastramento das famílias de sua atenção mais voltada para a família, de acordo com a realidade e os pro-
micro área – o seu território de atuação – com, no máximo, 750 pessoas. blemas de cada comunidade.
Para realizar o cadastramento, é necessário o preenchimento de fichas Os dados desse cadastramento devem ser de conhecimento de toda a
específicas. equipe de saúde.
Para melhor desenvolver seu trabalho com essa população indígena, 5.1.1 DANDO UM EXEMPlO
você pode buscar apoio técnico e articulação junto à sede do Distrito Sani-
tário Especial Indígena de sua cidade, se houver. Você também pode Em uma comunidade, muitos casos de diarreia começaram a aconte-
verificar se na secretaria de saúde existe alguma equipe ou setor que trate cer. As pessoas procuravam o posto de saúde ou iam direto ao hospital
das questões de saúde dessa população e solicitar mais orientações. para se tratar. Eram medicadas, mas pouco tempo depois estavam doentes
de novo. Essa situação alertou a equipe de que algo não estava bem.
Caso trabalhe numa área rural ou próximo a aldeias indígenas, você
deve buscar informação sobre a existência de equipe multidisciplinar de O ACS, por meio das visitas domiciliares, observou a existência de es-
saúde indígena, incluído o agente indígena de saúde. Procurar essas goto a céu aberto próximo a tubulações de água.
pessoas para uma conversa pode ser muito importante e esclarecedor. Além disso, as pessoas daquela comunidade costumavam não prote-
Conhecer o número de pessoas da comunidade por faixa etária e sexo ger adequadamente suas caixas d’água.
é importante, pois há doenças que acometem mais crianças do que adultos A equipe identificou os fatores de risco e constatou que os casos de di-
ou mais mulheres que homens, o que influenciará no planejamento da arreia estavam relacionados aos hábitos de vida daquelas pessoas.
equipe. Observa-se que um mesmo problema de saúde pode estar relacionado
O cadastro possibilita o conhecimento das reais condições de vida das a diferentes causas e que o olhar dos diversos membros da equipe pode
famílias residentes na área de atuação da equipe, tais como a composição contribuir para a resolução do problema.
familiar, a existência de população indígena, quilombola ou assentada, a O território é a base do trabalho do ACS. Território, segundo a lógica
escolaridade, o acesso ao saneamento básico, o número de pessoas por da saúde, não é apenas um espaço delimitado geograficamente, mas sim
sexo e idade, as condições da habitação, o desemprego, as doenças um espaço onde as pessoas vivem, estabelecem relações sociais, traba-
referidas etc. lham, cultivam suas crenças e cultura.
É importante identificar os diversos estabelecimentos e instituições Trabalhar com território implica processo de coleta e sistematização de
existentes no território, como escolas, creches, comércio, praças, institui- dados demográficos, socioeconômicos, político culturais, epidemiológicos e
ções de longa permanência (ILP), igrejas, templos, cemitério, depósitos de sanitários, identificados por meio do cadastramento, que devem ser inter-
lixo/aterros sanitários etc. pretados e atualizados periodicamente pela equipe.
A Portaria GM nº 971/2006 cria a Política Nacional de Práticas Integra- Os profissionais devem atuar de forma integrada, discutindo e anali-
tivas e Complementares no SUS, que inclui atendimento gratuito em servi- sando em conjunto as situações identificadas.
ços de fitoterapia, acupuntura, plantas medicinais, homeopatia. Tão importante quanto fazer o cadastramento da população é mantê-lo
Dessa forma, é importante saber se existem esses serviços na sua re- atualizado.
gião. É importante a elaboração de mapa que retrate esse território com a
Acupuntura é uma forma de cuidar das pessoas na Medicina Tradici- identificação de seus limites, população, número de famílias e outras carac-
onal Chinesa (MTC). terísticas.
Pode ser usada isoladamente ou integrada com outros recursos tera- Mapeamento da área de atuação
pêuticos, como as práticas corporais. Trabalhar com mapas é uma forma de retratar e aumentar conhecimen-
As práticas corporais são práticas/ações que favorecem a promoção tos sobre a sua comunidade. O mapa é um desenho que representa no
e recuperação da saúde e a prevenção de doenças. Como exemplos, papel o que existe naquela localidade: ruas, casas, escolas, serviços de
podemos citar o Tai-chi chuan, o Chi gong e o Lian gong. saúde, pontes, córregos e outras coisas importantes. O mapa deve ser uma
Homeopatia é um sistema médico de base vitalista* criado pelo médi- ferramenta indispensável para seu trabalho. É o desenho de toda sua
co alemão Samuel Hahnemann, que consiste em tratar as doenças por área/território de atuação.
meio de substâncias ministradas em doses diluídas, os medicamentos Você não precisa ser bom desenhista. Você pode representar o que
homeopáticos. existe com símbolos bem fáceis de desenhar, utilizando sua criatividade. É
*O vitalismo é a posição filosófica caracterizada por postular a existên- interessante que toda a equipe, de preferência, o ajude nesse processo.
cia de uma força ou impulso vital sem a qual a vida não poderia ser expli- Isso estimula que a equipe se conheça melhor e troque informações para o
cada. planejamento das ações de saúde.
Ao identificar a população indígena, o ACS deve levar em consideração A comunidade também pode ajudá-lo, contribuindo com sugestões pa-
que, mesmo residindo no espaço urbano ou rural, longe de sua aldeia de ra corrigir e acrescentar, de modo que no final se tenha uma boa ideia de
origem ou em aldeamento não reconhecido oficialmente, o indígena possui como é aquela comunidade. O mapa vai ajudar você a organizar melhor o
o direito de ser acompanhado, respeitando-se as diferenças culturais. seu trabalho.

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Agora, pense na sua comunidade e faça uma lista de coisas que são doenças e acidentes. Por exemplo: área mais propensa à inundação, áreas
importantes para a vida comunitária, baseada em seu contato com ela. Por próximas de barreiras ou encostas, áreas com esgoto a céu aberto e sem
exemplo: postos de saúde, centros de saúde, hospitais, escolas, igrejas, água tratada, áreas com maior incidência de crimes e acidentes.
centros religiosos, postos policiais, quadras de esporte, campo de futebol, 5.3 Visita domiciliar
identificando espaços que possibilitam/dificultam o acesso de pessoas com A visita domiciliar é a atividade mais importante do processo de traba-
deficiências. Escreva também outros lugares com seus respectivos nomes: lho do agente comunitário de saúde. Ao entrar na casa de uma família,
ruas, córregos, rios, cartório, correio, parada de ônibus, casa da parteira, da você entra não somente no espaço físico, mas em tudo o que esse espaço
benzedeira e outras coisas que você se lembrar. representa. Nessa casa vive uma família, com seus códigos de sobrevivên-
O conjunto dos mapas feito pelos ACS formará um grande mapa da cia, suas crenças, sua cultura e sua própria história.
área de atuação da equipe de Saúde da Família (eSF). A sensibilidade/capacidade de compreender o momento certo e a ma-
Esse mapa mais abrangente, feito com todas as informações sobre sua neira adequada de se aproximar e estabelecer uma relação de confiança é
área, pode dar origem a outros mais específicos. uma das habilidades mais importantes do ACS. Isso lhe ajudará a construir
Como exemplos: o vínculo necessário ao desenvolvimento das ações de promoção, preven-
Podemos ter mapas de territórios feitos manualmente com auxílio da ção, controle, cura e recuperação.
comunidade e fotos de territórios utilizando recursos de informática ou Muitas vezes o ACS pode ser a melhor companhia de um idoso ou de
internet. uma pessoa deprimida sem extrapolar os limites de suas atribuições. O
Podem-se destacar as informações das ruas, caminhos e as linhas de ACS pode orientar como trocar a fralda de um bebê e pode ser o amigo e
ônibus de uma comunidade, desenhando um mapa específico. Em uma conselheiro
região que chove muito, é importante conhecer bem os rios, açudes, lagos, A permissão de entrada em uma casa representa algo muito significati-
lagoas da região e locais propensos à inundação. vo, que envolve confiança no ACS e merece todo o respeito. É o que pode-
É necessário que você identifique no território de sua equipe quais os ria ser chamado de “procedimento de alta complexidade” ou pelo menos de
riscos de sua micro área. “alta delicadeza”.
Como já foi dito anteriormente, o mapa retrata o território onde aconte- Entende-se por micro áreas de risco aqueles espaços dentro de um ter-
cem mudanças, portanto, ele é dinâmico e deve ser constantemente atuali- ritório que apresentam condições mais favoráveis ao aparecimento de
zado. doenças e acidentes. Por exemplo: área mais propensa à inundação, áreas
Você deve sempre ter a cópia do seu mapa para facilitar o acompa- próximas de barreiras ou encostas, áreas com esgoto a céu aberto e sem
nhamento das mudanças na sua comunidade. água tratada, áreas com maior incidência de crimes e acidentes.
Cada família tem uma dinâmica de vida própria e, com as modificações
na estrutura familiar que vêm ocorrendo nos últimos tempos, fica cada vez
Com o mapa, você pode: mais difícil classificá-la num modelo único. Essas particularidades – ou
• Conhecer os caminhos mais fáceis para chegar a todos os locais; características próprias – fazem com que determinada conduta ou ação por
• Marcar as barreiras geográficas que dificultam o caminho das pesso- parte dos agentes e equipe de saúde tenha efeitos diferentes ou atinjam de
as até os serviços de saúde (rios, morros, mata cerrada etc.); modo distinto, com maior ou menor intensidade, as diversas famílias assis-
• Conhecer a realidade da comunidade e planejar como resolver os tidas.
problemas de saúde com mais eficácia; Você, na sua função de orientar, monitorar, esclarecer e ouvir, passa a
• Planejar as visitas de cada dia sem perder tempo; exercer também o papel de educador. Assim, é fundamental que sejam
• Marcar as micro áreas de risco; compreendidas as implicações que isso representa.
• Identificar com símbolos situação de risco; Para ser bem feita, a visita domiciliar deve ser planejada. Ao planejar,
utiliza-se melhor o tempo e respeita-se também o tempo das pessoas
• Identificar com símbolos os grupos prioritários: gestantes, idosos, hi-
visitadas.
pertensos, diabéticos, pessoas
Para auxiliar no dia a dia do seu trabalho, é importante que você tenha
• acamadas, crianças menores de cinco anos, pessoas com
um roteiro de visita domiciliar, o que vai ajudar muito no acompanhamento
• deficiência, usuário de drogas, pessoas com hanseníase, pessoas das famílias da sua área de trabalho.
com
Também é recomendável definir o tempo de duração da visita, devendo
• tuberculose etc. ser adaptada à realidade do momento.
O seu mapa, juntamente com as informações coletadas no cadastra- A pessoa a ser visitada deve ser informada do motivo e da importância
mento das famílias, vai ajudar toda a equipe no diagnóstico de saúde da da visita. Chamá-las sempre pelo nome demonstra respeito e interesse por
área. elas.
5.3 Visita domiciliar Visando um maior vínculo, é interessante combinar com a família o me-
A visita domiciliar é a atividade mais importante do processo de traba- lhor horário para realização da visita para não atrapalhar os afazeres da
lho do agente comunitário de saúde. Ao entrar na casa de uma família, casa.
você entra não somente no espaço físico, mas em tudo o que esse espaço Na primeira visita, é indispensável que você diga seu nome, fale do seu
representa. Nessa casa vive uma família, com seus códigos de sobrevivên- trabalho, o motivo da visita e sempre pergunte se pode ser recebido naque-
cia, suas crenças, sua cultura e sua própria história. le momento.
A sensibilidade/capacidade de compreender o momento certo e a ma- Para o desenvolvimento de um bom trabalho em equipe, é fundamental
neira adequada de se aproximar e estabelecer uma relação de confiança é que tanto o ACS quanto os demais profissionais aprendam a interagir com
uma das habilidades mais importantes do ACS. Isso lhe ajudará a construir a comunidade, sem fazer julgamentos quanto à cultura, crenças religiosas,
o vínculo necessário ao desenvolvimento das ações de promoção, preven- situação socioeconômica, etnia, orientação sexual, deficiência física etc.
ção, controle, cura e recuperação.
Todos os membros da equipe devem respeitar as diferenças entre as
Muitas vezes o ACS pode ser a melhor companhia de um idoso ou de pessoas, adotando uma postura de escuta, tolerância aos princípios e às
uma pessoa deprimida sem extrapolar os limites de suas atribuições. O distintas crenças e valores que não sejam os seus próprios, além de atitu-
ACS pode orientar como trocar a fralda de um bebê e pode ser o amigo e des imparciais.
conselheiro
Após a realização da visita, você deve verificar se o objetivo dela foi al-
A permissão de entrada em uma casa representa algo muito significati- cançado e se foram dadas e colhidas as informações necessárias. Enfim,
vo, que envolve confiança no ACS e merece todo o respeito. É o que pode- você deve avaliar e corrigir possíveis falhas. Esse é um passo muito impor-
ria ser chamado de “procedimento de alta complexidade” ou pelo menos de tante que possibilitará planejar as próximas visitas. Da mesma forma, você
“alta delicadeza”. deve partilhar com o restante da equipe essa avaliação, expondo as even-
Entende-se por micro áreas de risco aqueles espaços dentro de um ter- tuais dúvidas, os anseios, as dificuldades sentidas e os êxitos.
ritório que apresentam condições mais favoráveis ao aparecimento de Toda visita deve ser realizada tendo como base o planejamento da

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equipe, pautado na identificação das necessidades de cada família. Pode As ações educativas devem estimular o conhecimento e o cuidado de
ser que seja identificada uma situação de risco e isso demandará a realiza- si mesmo, fortalecendo a autoestima, a autonomia e também os vínculos de
ção de outras visitas com maior frequência. solidariedade comunitária, contribuindo para o pleno exercício de poder
É por meio da visita domiciliar e da sua inserção na comunidade que o decidir o melhor para a sua saúde.
agente vai compreendendo a forma de viver, os códigos, as crenças, enfim, 5.4.2 RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA ATIVIDADES EDUCATI-
a dinâmica de vida das famílias por ele acompanhadas. A visita domiciliar VAS
requer, contudo, um saber-fazer que se aprende no cotidiano, mas pode e Não há fórmula pronta, mas há passos que podem facilitar o seu traba-
deve se basear em algumas condutas que demonstrem respeito, atenção, lho com grupos. Inicialmente, deve-se planejar a reunião definindo objeti-
valorização, compromisso e ética. vos, local, dia e horário que facilitem a acomodação e a presença de todos.
Por meio da visita domiciliar, é possível: É importante garantir as condições de acessibilidade no caso de existir
• Identificar os moradores, por faixa etária, sexo e raça, ressaltando si- pessoas com deficiência física na comunidade e pensar estratégias que
tuações como gravidez, desnutrição, pessoas com deficiência etc.; facilitem a Saber ouvir e acolher o discurso do outro, interagindo sem
• Conhecer as condições de moradia e de seu entorno, de trabalho, os colocar juízo de valor e reconhecer as características pessoais, emocionais
hábitos, as crenças e os costumes; e culturais das pessoas ou grupo, é fundamental para o êxito do trabalho.
• Conhecer os principais problemas de saúde dos moradores da comu- “Atividades educativas são momentos de encontro e nesses encontros
nidade; não há ignorantes absolutos, nem sábios absolutos: há homens que, em
comunhão, buscam saber mais.” Paulo Freire
• Perceber quais as orientações que as pessoas mais precisam ter para
cuidar melhor da sua saúde e melhorar sua qualidade de vida; No grupo, ao compartilhar dúvidas, sentimentos e conhecimentos, as
pessoas têm a oportunidade de ter um olhar diferente das suas dificulda-
• Ajudar as pessoas a refletir sobre os hábitos prejudiciais à saúde; des. A forma de trabalhar com o grupo (também conhecida como dinâmica
• Identificar as famílias que necessitam de acompanhamento mais fre- de grupo) contribui para o indivíduo perceber suas necessidades, reconhe-
quente ou especial; cer o que sabe e sente, estimulando sua participação ativa nos atendimen-
• Divulgar e explicar o funcionamento do serviço de saúde e quais as tos individuais subsequentes.
atividades disponíveis; Desenvolver atividades educativas faz parte do processo de trabalho
• Desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saú- de todos os membros da equipe.
de e a população do território de abrangência da unidade de saúde; Para o desenvolvimento de atividades educativas, recomenda-se:
• Ensinar medidas de prevenção de doenças e promoção à saúde, co- • Divulgar – uma etapa que não deve ser esquecida. Espalhar a notícia
mo os cuidados de higiene com o corpo, no preparo dos alimentos, com a para o maior número de pessoas, elaborar cartazes com letras grandes, de
água de beber e com a casa, incluindo o seu entorno; forma criativa, e divulgar a reunião nos lugares mais frequentados da
• Orientar a população quanto ao uso correto dos medicamentos e a comunidade fazem parte desse processo;
verificação da validade deles; • Realizar dinâmicas que possibilitem a apresentação dos participantes
• Alertar quanto aos cuidados especiais com puérperas, recém- e integração do grupo, quebrando a formalidade inicial;
nascidos, idosos, acamados e pessoas portadoras de deficiências; • Apresentar o tema que será discutido, permitindo a exposição das ne-
ACS: quando você não souber responder a alguma pergunta, não se cessidades e expectativas de todos.
preocupe, pois ninguém sabe tudo. A pauta da discussão deve ser flexível, podendo ser adaptada às ne-
Diga que vai procurar a resposta e trazê-la na próxima visita. cessidades do momento;
• Registrar adequadamente as atividades realizadas, assim como ou- • Estimular a participação de todos;
tros dados relevantes, para os sistemas nacionais de informação disponí- • Identificar os conhecimentos, crenças e valores do grupo, bem como
veis para o âmbito da Atenção Primária à Saúde. os mitos, tabus e preconceitos, estimulando a reflexão sobre eles. A dis-
5.4 Trabalhando educação em saúde na comunidade cussão não deve ser influenciada por convicções culturais, religiosas ou
5.4.1 COMO TRABALHAR EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA COMUNIDA- pessoais;
DE • Discutir a importância do autoconhecimento e autocuidado, que con-
As ações educativas fazem parte do seu dia a dia e têm como objetivo tribuirão para uma melhor qualidade de vida;
final contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população. O de- • Abordar outros temas segundo o interesse manifestado pelo grupo;
senvolvimento de ações educativas em saúde pode abranger muitos temas • Facilitar a expressão de sentimentos e dúvidas com naturalidade du-
em atividades amplas e complexas, o que não significa que são ações rante os questionamentos, favorecendo o vínculo, a confiança e a satisfa-
difíceis de serem desenvolvidas. ção das pessoas;
Ocorre por meio do exercício do diálogo e do saber escutar. • Neutralizar delicada e firmemente as pessoas que, eventualmente,
Segundo o educador Paulo Freire (1996)1, ensinar não é transferir co- queiram monopolizar a reunião, pedindo a palavra o tempo todo e a utili-
nhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua zando de forma abusiva, além daqueles
construção. • que só comparecem às reuniões para discutir seus problemas pesso-
O enfoque educativo é um dos elementos fundamentais na qualidade ais;
da atenção prestada em saúde. • Utilizar recursos didáticos disponíveis como cartazes, recursos audio-
Educar é um processo de construção permanente. visuais, bonecos, balões etc.;
As ações educativas têm início nas visitas domiciliares, mas podem ser • Ao final da reunião, apresentar uma síntese dos assuntos discutidos e
realizadas em grupo, sendo desenvolvidas nos serviços de saúde e nos os pontos-chave, abrindo a possibilidade de esclarecimento de dúvidas.
diversos espaços sociais existentes na comunidade. O trabalho em grupo Entre as habilidades que todo trabalhador de saúde deve buscar de-
reforça a ação educativa aos indivíduos. senvolver, estão:
A ação educativa é de responsabilidade de toda a equipe. • Ter boa capacidade de comunicação;
Existem diferentes metodologias para se trabalhar com grupos. • Usar linguagem acessível, simples e precisa;
Você e sua equipe devem avaliar a que melhor se adapte às suas dis- • Ser gentil, favorecendo o vínculo e uma relação de confiança;
ponibilidades e dos demais membros da equipe, de tempo e de espaço, • Acolher o saber e o sentir de todos;
assim como as características e as necessidades do grupo em questão. A
linguagem deve ser sempre acessível, simples e precisa. • Ter tolerância aos princípios e às distintas crenças e valores que não
sejam os seus próprios;
É importante considerar o conhecimento e experiência dos participan-
tes permitindo a troca de ideias. Isso estimula a pessoa a construir um A ação ou atividade educativa pode e deve ser realizada por qualquer
processo decisório autônomo e centrado em seus interesses. membro da equipe de saúde. Para isso é necessário, além dos conheci-
mentos técnicos, habilidade de comunicação e conhecimento das caracte-

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rísticas do grupo ou da população. E tudo isso pode começar com o seu trabalho ou ser mediado por vo-
• Sentir-se confortável para falar sobre o assunto a ser debatido; cê!
• Ter conhecimentos técnicos; Outro exemplo: você observa que há crianças da sua comunidade que
estão fora da escola. Nesse caso é necessária uma articulação com repre-
sentantes da área da Educação para resolver o problema, ação por vezes
• Buscar apoio junto a outros profissionais quando não souber respon- imprescindível no caso de crianças com necessidades especiais e com
der a alguma pergunta. deficiência.
Durante o desenvolvimento da atividade, devem ser oferecidos, se No caso de dúvidas ou desrespeito aos direitos das pessoas com defi-
possível, materiais impressos e explicar a importância do acompanhamento ciência (situações de discriminação, exclusão escolar, maus-tratos, falta de
contínuo na UBS, assim como o funcionamento dos serviços disponíveis. transporte), podem ser contatados os Conselhos de Direitos das Pessoas
Sempre que possível envolver os participantes do grupo no planeja- com Deficiência do município ou do Estado, entre outros órgãos.
mento, execução e avaliação dessa atividade educativa. Isso estimula a Nos casos de desnutrição infantil, pode-se estabelecer contato com ou-
participação e o interesse das pessoas na medida em que se sentem tras instituições e órgãos do governo municipal, estadual e federal, como o
capazes, envolvidos e responsáveis pelo sucesso do trabalho. Centro Regional de Assistência Social (Cras) ou a Secretaria de Assistência
Nas atividades em grupo, é possível que: Social do município.
• As pessoas que compõem o grupo se conheçam, troquem experiên- Ao identificar pessoas que sofrem de alcoolismo entre as famílias que
cias e informações; você acompanha, além das ações que deverão ser desenvolvidas por você
• As pessoas sejam estimuladas a participar mais ativamente, expondo e pela equipe, é importante que essa pessoa e sua família sejam orientadas
suas experiências e proporcionando a discussão sobre temas que geral- a procurar um Grupo de Alcoólicos Anônimos ou outro grupo de apoio que
mente são comuns a todos; exista em sua comunidade.
• O coordenador do grupo trabalhe as informações, ajudando cada um Você, com o apoio da sua equipe de saúde, deve estimular ações con-
dos participantes a expor suas ideias, estimulando o respeito entre os juntas com outros órgãos públicos e instituições, de preferência em acordo
participantes; com as prioridades elencadas nas reuniões comunitárias. Em determinada
• As pessoas reflitam e tomem consciência de seu papel na resolução comunidade, a prioridade pode ser a implantação de infraestrutura básica
dos problemas comuns e da necessidade de buscar apoio. (água, luz, esgoto, destino do lixo, rampas para cadeiras de rodas, sinais
Quem fica parado, esperando que as coisas aconteçam, que os pro- sonoros em semáforos para as pessoas com deficiência visual); já em
blemas sejam resolvidos, não muda a situação em que vive, não está outra, pode ser a construção de uma unidade de saúde, de uma creche
mobilizado! Não está organizado! comunitária, de uma escola, a recuperação de poços, pequenas estradas e
muitas outras necessidades.
O Ministério do Desenvolvimento Social coordena o Programa Bolsa-
5.5 Participação da comunidade
Família, que visa combater a fome, a pobreza, as desigualdades, promo-
Participação quer dizer tomar parte, partilhar, trocar, ter influência nas vendo a inclusão social das famílias beneficiárias. Por meio do Bolsa-
decisões e ações. Isso significa que você não trabalha sozinho, nem a Família, o governo federal concede mensalmente benefícios em dinheiro
equipe de saúde é a única responsável pelas ações de saúde. para famílias mais necessitadas.
Você pode participar e auxiliar na organização dos Conselhos Locais Faz parte do seu trabalho o acompanhamento de todas as gestantes e
de Saúde e estimular as pessoas da comunidade a participarem de todos crianças menores de sete anos de idade contempladas com o benefício do
os Conselhos de Saúde. Você pode também recomendar aos representan- programa.
tes da comunidade a conversarem com os conselheiros sobre as ações de
Os compromissos dos beneficiários são:
saúde que já estão sendo desenvolvidas e estratégias para enfretamento
dos problemas que ainda existem. Gestante:
Cada pessoa da comunidade sabe alguma coisa, sabe fazer alguma • Fazer inscrição do pré-natal e comparecer às consultas, conforme o
coisa e sabe dizer alguma coisa diferente. São os saberes, os fazeres e os preconizado pelo Ministério da Saúde;
dizeres da comunidade. A comunidade funciona quando existe troca de • Participar de atividades educativas sobre aleitamento materno, orien-
conhecimentos entre todos. Cada um tem um jeito de contribuir, e toda tação para uma alimentação saudável da gestante e preparo para o parto.
contribuição deve ser considerada e valorizada. Você tem de estar muito Mãe ou responsável pelas crianças menores de sete anos:
atento a tudo isso. • Levar a criança à unidade de saúde para a realização do acompa-
A troca de conhecimentos entre as pessoas de uma comunidade faz nhamento do crescimento e desenvolvimento, de acordo com o preconiza-
parte de um processo de educação para a participação em saúde. do pelo Ministério da Saúde;
5.6 Atuação intersetorial • Participar de atividades educativas sobre aleitamento materno e cui-
Muitas vezes a resolução de problemas de saúde requer não só empe- dados gerais com a alimentação e saúde da criança;
nho por parte de profissionais e gestores de saúde, mas também o empe- • Cumprir o calendário de vacinação da criança, de acordo com o pre-
nho e contribuição de outros setores. Quando se trabalha articuladamente conizado pelo Ministério da Saúde.
com outros setores da sociedade, aumenta-se a capacidade de oferecer As ações de saúde que fazem parte das condicionalidades do Progra-
uma resposta mais adequada às necessidades de saúde da comunidade. ma Bolsa-Família, descritas acima, são universais, ou seja, devem ser
Quanto maior a identidade entre o grupo e o educador, maior a eficácia ofertadas a todas as pessoas que procuram o Sistema Único de Saúde
do trabalho. (SUS).
Por exemplo, você pode suspeitar de um caso de maus-tratos com uma
criança após verificar que há marcas e hematomas na pele dela. Partilhan- Planejamento das Ações
do esse caso com sua equipe, um dos profissionais de saúde verifica no Já falamos muito sobre planejamento, e o que é isso?
prontuário que a criança é agressiva quando comparece às consultas na
unidade e há relato de problemas com o desenvolvimento dela. Sente-se a Planejar não é improvisar. É preparar e organizar bem o que se irá fa-
necessidade de uma visita à casa daquela família e o auxílio de outros zer, acompanhar sua execução, reformular as decisões já tomadas, redire-
profissionais (psicólogo, serviço social etc). Se constatado algum indício de cionar sua execução, se necessário, e avaliar o resultado ao seu término.
maus-tratos, será necessária uma abordagem que extrapole o campo de No acompanhamento da execução das ações, verifica-se se os objeti-
atuação da saúde com o envolvimento de órgãos de outras áreas, como o vos pretendidos estão sendo alcançados ou não, para poder intervir a
Conselho Tutelar e/ou Juizado da Infância. tempo de modificar o resultado final, alcançando assim seu objetivo.
A intersetorialidade possibilita que ações de outros setores da socieda- Quanto mais complexo for o problema, maior é a necessidade de pla-
de colaborem com o setor saúde para alcançar resultados mais duradouros nejar as ações para garantir melhores resultados.
e sustentáveis. Existem várias formas de fazer planejamento. O centralizado é aquele
que não garante a participação social e normalmente não reflete as reais

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necessidades da população. Já no planejamento participativo, garante-se a 6.1.2.3 Recursos
participação da população junto à equipe de saúde discutindo seus proble- É o levantamento de tudo que é necessário para realizar a atividade.
mas e encontrando soluções. A população participa na tomada de decisão, Recursos humanos, recursos físicos, recursos materiais e recursos finan-
assumindo as responsabilidades que lhe cabem. As respostas aos proble- ceiros.
mas identificados devem ser explicitadas a partir da análise e reflexão entre 6.1.2.4 Cronograma
técnicos e população sobre a realidade concreta, seus problemas, suas
necessidades e interesses na área de saúde. Cronograma e estratégia estão intimamente ligados. O cronograma or-
ganiza a estratégia no tempo.
De modo geral, o planejamento é um instrumento de gestão que visa
promover o desenvolvimento institucional, objetivando melhorar a qualidade 6.1.3 EXECUÇÃO
e efetividade do trabalho desenvolvido. Implica operacionalização do plano de ação, ou seja, colocar em práti-
No que se refere às ações de saúde, o planejamento participativo é o ca o que foi planejado.
mais adequado, na medida em que envolve diversos atores/participantes, 6.1.4 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
permitindo realizar um diagnóstico mais fidedigno da realidade local. A A avaliação deve acompanhar todas as fases do planejamento. Quan-
partir daí, torna-se mais fácil uma atuação mais adequada voltada para a do realizada após a execução, identifica os resultados alcançados e fornece
melhoria das condições de saúde com o comprometimento de todos com o auxílio para a reprogramação das ações, além de indicar a necessidade de
trabalho. novo diagnóstico ou reformulação do já existente.
Planejar deve ser uma atitude permanente.
Planejar bem, portanto, é condição necessária, porém não é suficiente Ferramentas de trabalho
para que as ações de saúde sejam implementadas de forma qualificada, Todas as informações que você, ACS, conseguir sobre a comunidade
gerando benefícios efetivos para a população em geral. ajudará na organização do seu trabalho. Algumas dessas informações você
Você poderá, de forma sintonizada com a equipe, planejar o seu traba- vai anotar em fichas próprias para compor o Sistema de Informação da
lho, dando prioridade para aquelas famílias que necessitam ser acompa- Atenção Básica (Siab).
nhadas com maior frequência. Você vai utilizar quatro fichas: Ficha A – cadastramento das famílias
Portanto, as famílias em risco e as que pertencem aos grupos prioritá- (que, em seguida, será discutida e orientado quanto ao seu preenchimen-
rios precisam ser acompanhadas mais de perto. Esse diagnóstico é um to); Ficha B – acompanhamento de gestantes;
ponto de partida para você e sua equipe organizarem o calendário de Ficha C – Cartão da Criança; e Ficha D – registro das atividades diárias
visitas domiciliares e demais atividades. do ACS.
6.1 Etapas do planejamento 7.1 Orientações para preenchimento da ficha de cadastramento – Fi-
O planejamento pressupõe passos, momentos ou etapas básicas esta- cha A
belecidos em uma ordem lógica. De forma geral, seguem-se as seguintes As anotações na ficha devem ser feitas de preferência a lápis, pois, se
etapas: você errar ou necessitar atualizar, é só apagar.
6.1.1 DIAGNÓSTICO Agora, repare bem na parte de cima da ficha de cadastro.
É a primeira etapa do planejamento para quem busca conhecer as ca- Algumas coisas que você não pode se esquecer:
racterísticas socioeconômicas, culturais e epidemiológicas, entre outras. • Quando você for fazer o cadastramento das famílias, é importante ler
As fontes de dados podem ser fichas, bem como anotações próprias, novamente as instruções da visita domiciliar;
relatórios, livros de atas, aplicação de questionário, entrevistas, dramatiza- • Cada família deve ter um só formulário preenchido.
ção e outras fontes à disposição.
Não importa o número de pessoas na casa;
O diagnóstico se compõe de três momentos específicos: levantamento,
• As informações que você conseguir serão úteis para planejar o seu
análise e reflexão dos dados, e priorização das necessidades.
trabalho, na organização das visitas domiciliares, das atividades de educa-
Um dos princípios do planejamento participativo é a flexibilidade, que ção em saúde, reuniões comunitárias e de outras atividades;
permite a reformulação das ações planejadas durante sua execução.
• A ficha de cadastramento deve ficar com você, que a levará, a cada
Planejar, executar, acompanhar/monitorar e avaliar são igualitariamen- mês, à unidade de saúde, para, junto com sua equipe, organizar as infor-
te etapas essenciais para um bom resultado. mações e planejar o seu trabalho;
O diagnóstico da comunidade nada mais é do que uma leitura da reali- • Anote, em seu caderno, qualquer outra informação sobre a família
dade local. É o momento da identificação dos problemas, suas causas e que você considerar importante, para discutir com sua equipe.
consequências e principais características da comunidade. É o momento
No alto, à esquerda, está identificada a Ficha A. Depois vem a referên-
em que também se buscam explicações para os problemas identificados.
cia à Secretaria Municipal de Saúde e ao Siab, sistema de informação
6.1.2 PLANO DE AÇÃO nacional que constitui ferramenta importante para monitoramento da Estra-
Nesse momento a equipe de saúde, grupos e população interessada tégia Saúde da Família, para juntar todas as informações de saúde das
definem, entre outros problemas identificados, aqueles que são passíveis microáreas dos municípios brasileiros onde atuam os agentes comunitários
de intervenção e que contribuem para a melhoria da saúde da comunidade. de saúde. Assim, as informações registradas na Ficha A vão para a Secre-
Deve-se sempre conhecer a capacidade de realização do trabalho pela taria de Saúde do município, desta, para a Secretaria de Saúde do Estado
equipe e as condições da unidade de saúde. Assim, evitam-se definir e, posteriormente, para o Departamento de Atenção Básica do Ministério da
objetivos que não têm a execução viável. Saúde. É uma forma de o governo federal saber a realidade da saúde das
O plano de ação que viermos a estabelecer deve ser bem claro e pre- pessoas nos municípios brasileiros e ter mais subsídios para fortalecer a
ciso, pois é ele que irá apontar a direção do nosso trabalho. Política Nacional de Atenção Básica. E tudo isso começa com o seu traba-
6.1.2.1 Meta lho!
A meta tem como foco o alcance do trabalho. A meta estabelece con- No canto direito da ficha, ao lado das letras UF (Unidade da Federa-
cretamente o que se pretende atingir. ção), há dois quadrinhos que devem ser preenchidos com as duas letras
6.1.2.2 Estratégia referentes à sigla do Estado. Por exemplo: PB para Paraíba; MG para
Minas Gerais; PE para Pernambuco; GO para Goiás; RS para Rio Grande
Na estratégia, são definidos os passos a serem seguidos, os métodos do Sul; BA para Bahia, e assim por diante.
e as técnicas a serem utilizadas nas atividades e as responsabilidades de
cada um. Logo abaixo, você encontra espaço para escrever o endereço da famí-
lia, com o nome da rua (ou avenida, praça, beco, estrada, fazenda, ou
O diagnóstico vai mostrar, também, a importância e o valor do seu tra- qualquer que seja a denominação), o número da casa, o bairro e o CEP,
balho, porque ele vai descrever como estava a situação de saúde antes, e que é a sigla para Código de Endereçamento Postal.
como ficou depois de algum tempo que você iniciou sua atuação: o que
você conseguiu, o que está difícil de melhorar etc. Na linha de baixo, estão os espaços que devem ser preenchidos com
números fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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(IBGE) – o código do município; pela Secretaria Municipal de Saúde – pação e ocorrência de doenças ou condições referidas de todas as pessoas
segmento e área; ou pela equipe de saúde – micro área. A equipe de saúde da família.
vai lhe ajudar a encontrar esses números e explicar o que eles significam. A data de nascimento de D. Umbelina não foi anotada, porque ela não
Depois estão os três quadrinhos para o próprio agente comunitário de sabia informar. Mas sabia que tinha mais ou menos 63 anos. Então o ACS
saúde registrar o número da família na ficha. anotou, no campo “idade”, o número 63.
A primeira família será a de número 001, a décima será 010, a décima Cristina tem sete meses, menos de um ano de idade. Assim, o ACS re-
terceira será 013, a centésima será 100, e assim por diante. Por fim, o gistrou 0 (zero).
espaço para a data, onde o ACS deve colocar o dia, o mês e o ano em que
está sendo feito o cadastramento daquela família.
Vamos, agora, continuar a orientação para preencher o cadastro da
família:
Abaixo da palavra “nome”, há uma linha reservada para cada pessoa
da casa (inclusive os empregados que moram ali) que tenha 15 anos ou
mais. À direita, na continuação de cada linha, estão os espaços (campos)
para dizer o dia, mês e ano do nascimento, a idade e o sexo de cada pes-
soa (M para masculino, F para feminino). Caso não tenha informação sobre Agora que você já sabe como preencher a frente da ficha, vamos
a data do nascimento, anotar a idade que a pessoa diz ter. aprender a parte de trás, o verso da ficha.
O quadro alfabetizado é para informar se a pessoa sabe ler e escrever, Os campos do verso da Ficha A servem para caracterizar a situação de
ou não. Não é alfabetizada a pessoa que só sabe escrever o nome. Se é moradia e saneamento e outras informações importantes acerca da família.
alfabetizada, um X na coluna “sim”. Se não é alfabetizada, um X na coluna
“não”. Para ser considerada alfabetizada ela deve saber escrever um
bilhete simples.
Depois vem o espaço para informar a ocupação de cada um.
É muito importante que se registre com cuidado essa informação. Ocu-
pação é o tipo de trabalho que a pessoa faz. Se a pessoa estiver de férias,
licença ou afastada temporariamente do trabalho, você deve anotar a
ocupação mesmo assim. O trabalho doméstico é uma ocupação, mesmo
que não seja remunerado.
Se a pessoa tiver mais de uma ocupação, registre aquela a que ela de-
dica mais horas de trabalho.
Será considerada desempregada a pessoa que foi desligada do em-
prego e não está fazendo qualquer atividade, como prestação de serviços a
terceiros, “bicos” etc.
Por fim, vem o quadro para registrar o tipo de doença ou condições em Repare que há um quadrado para o tipo de casa, com quadrinhos para
que se encontra a pessoa. Você não deve solicitar comprovação de diag- assinalar com X o material usado na construção.
nóstico e não deve registrar os casos que foram tratados e já alcançaram Se o material não é nenhum dos referidos, você tem um espaço para
cura. explicar o que foi usado na construção da moradia.
ATENÇÃO: a família, além de referir doenças, pode e deve referir É ali onde está escrito “outro – especificar”.
condições em que as pessoas se encontram, como alcoolismo, deficiência Logo abaixo, você tem onde informar o número de cômodos. Uma casa
física ou mental, dependência física, idosos acamados, dependência de com quarto, sala, banheiro e cozinha tem quatro cômodos. Se só há um
drogas etc. Nesses casos é muito importante que você anote com cuidado quarto e uma cozinha, são dois cômodos. Atenção para o que não é consi-
a condição referida. derado cômodo: corredor, alpendre, varanda aberta e outros espaços que
É interessante que você saiba o que se considera deficiência, para sa- pertencem a casa, mas que são utilizados mais como área de circulação.
ber melhor como anotar essa condição das pessoas. Abaixo, deve ser informado se a casa tem energia elétrica, mesmo que
Deficiência é o defeito ou condição física ou mental de duração longa a instalação não seja regularizada. Em seguida, o destino do lixo.
ou permanente que, de alguma forma, dificulta ou impede uma pessoa de No lado direito da ficha, estão os quadros para informar sobre o trata-
realizar determinadas atividades cotidianas, escolares, de trabalho ou de mento da água na casa, a origem do abastecimento da água utilizada e
lazer. Isso inclui desde situações em que o indivíduo consegue realizar qual o destino das fezes e urina.
sozinho todas as atividades de que necessita, porém com dificuldade, ou Na metade de baixo da ficha estão os quadros para outras informa-
por meio de adaptações, até aquelas em que o indivíduo sempre precisa de ções. Primeiro, há um quadrinho (sim ou não) para dizer se alguém da
ajuda nos cuidados pessoais e outras atividades. família possui plano de saúde e outro para informar quantas pessoas são
A segunda parte do cadastro é para a identificação de pessoas de 0 a cobertas pelo plano. Logo abaixo, existem quadrinhos para cada letra do
14 anos, 11 meses e 29 dias, isto é, pessoas com menos de 15 anos. nome do plano.
Os campos para “nome, data de nascimento, idade e sexo” devem ser
preenchidos como no primeiro quadro de pessoas com 15 anos e mais. No
campo destinado a informar se frequenta a escola, marcar com um X se ela
está indo ou não à escola.
Se ela estiver de férias, mas for continuar os estudos no período se-
guinte, marcar o X para “sim”.
Anotar a ocupação de crianças e adolescentes é importante no cadas-
tramento, pois irá ajudar a equipe de saúde a procurar as autoridades
competentes sobre os direitos da criança e do adolescente, para medidas
que possam protegê-los contra violência e exploração.
Veja a situação descrita que serve de exemplo:
A família cadastrada na Ficha A é a família do sr. Nelson, que é com-
posta de sete pessoas: ele, a esposa, três filhos, D. Umbelina (sua mãe) e
Ana Rosa (empregada doméstica que mora com eles).
O ACS registrou na ficha os dados de idade, sexo, escolaridade, ocu-

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Depois, você deve anotar que tipo de socorro aquela família está acos-
tumada a procurar em caso de doença e quais os meios de comunicação
mais utilizados na casa.
À direita, estão os quadros para anotar se aquela família participa de
grupos comunitários e para informar que meios de transporte mais utiliza.
Para completar, vem o espaço para você escrever as observações que
considerar importantes a respeito da saúde daquela família.

7.2 Cadastramento e acompanhamento da Ficha B


Na Ficha B-GES o ACS cadastra e acompanha mensalmente o estado
de saúde das gestantes. A cada visita, os dados da gestante devem ser
atualizados nessa ficha, que deve ficar de posse do ACS, sendo discutida
mensalmente com o enfermeiro instrutor/supervisor.

A Ficha B-TB serve para o cadastramento e acompanhamento mensal


de pessoas com tuberculose. A cada visita os dados dessa ficha devem ser
atualizados. Ela fica de posse do ACS e deve ser revisada periodicamente
pelo enfermeiro instrutor/supervisor.
A Ficha B-HAN serve para o cadastramento e acompanhamento men-
sal de pessoas com hanseníase.
Assim como na ficha B da gestante, o ACS deve atualizar os dados es-
pecíficos de cada ficha a cada visita realizada por ele. Esta ficha permane-
ce com o ACS, pois é de sua responsabilidade, e deve ser revisada periodi-
camente pelo enfermeiro instrutor/supervisor.
Deve-se lembrar que sempre ao se cadastrar um caso novo, seja de
gestante, hipertenso, diabético, seja de pacientes com tuberculose ou
hanseníase, o agente comunitário de saúde deve discutir com o enfermeiro
instrutor/supervisor, solicitando auxílio para o preenchimento e acompa-
nhamento deles.
A Ficha B-HA serve para o cadastramento e acompanhamento mensal
dos hipertensos.
Atenção: só devem ser cadastradas as pessoas com diagnóstico médi- 7.3 Orientações para preenchimento da Ficha C – cópia das in-
co estabelecido. formações pertinentes da Caderneta da Criança
Os casos suspeitos (referência de hipertensão ou pressão arterial aci- Ficha C – é o instrumento utilizado para o acompanhamento da crian-
ma dos padrões de normalidade) devem ser encaminhados imediatamente ça. A Ficha C é uma cópia das informações pertinentes da Caderneta da
à Unidade Básica de Saúde para realização de consulta médica. Só após Criança, padronizada pelo Ministério da Saúde e utilizada pelos diversos
esse procedimento, com o diagnóstico médico estabelecido, é que o ACS serviços de saúde. Essa
cadastra e acompanha o hipertenso. Caderneta é produzida em dois modelos distintos: um para a criança
de sexo masculino e outro para a criança de sexo feminino. Toda família
que tenha uma criança menor de cinco anos deve possuir essa caderneta,
que servirá como fonte de dados que serão coletados pelos ACS.
O ACS deverá transcrever para o seu cartão sombra/cartão espelho os
dados registrados na Caderneta da Criança.
Caso a família não a tenha, o ACS deverá preencher o cartão sombra
com base nas informações referidas e orientar a família a procurar a unida-
de de saúde em que realizou as vacinas para providenciar a 2ª via.
No Guia Prático do ACS, você encontra as informações sobre esquema
vacinal da criança e sobre o correto preenchimento das curvas de cresci-
mento.
7.4 Orientações para preenchimento da Ficha D – registro de ativida-
des, procedimentos e notificações
A Ficha D é utilizada por todos os profissionais da equipe de saúde.
Cada profissional entrega uma Ficha D preenchida ao final do mês. O
preenchimento desse instrumento deve ser diário, considerando-se os dias
efetivos de trabalho em cada mês.

A Ficha B-DIA serve para o cadastramento e acompanhamento mensal


dos diabéticos.
Atenção: só devem ser cadastradas as pessoas com diagnóstico médi-
co estabelecido.
Os casos suspeitos (referência de diabetes) devem ser encaminhados
à Unidade Básica de Saúde para realização de consulta médica. Só após
esse procedimento é que o ACS cadastra e acompanha o diabético. Os
casos de diabetes gestacional não devem ser cadastrados nessa ficha.

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O primeiro quadro da ficha, onde estão os espaços para município,
segmento, unidade etc., será preenchido pelo ACS com a ajuda do enfer-
meiro de sua unidade de saúde, que é o responsável pelo seu trabalho e
que realizará a orientação e a supervisão.
Como a ficha é única para todos os profissionais, o ACS só irá anotar o
que é específico do seu trabalho, que está no verso da Ficha D.

Veja uma situação que serve de exemplo:


Valéria, agente comunitária de saúde, ao realizar as visitas domiciliares
no mês de outubro, soube da ocorrência de três internações na sua microá-
rea. A primeira, de dona Marta Pereira de Alencar, ocorreu no mês de
setembro, em data posterior à visita que a ACS realizou à família de dona
Marta, devendo ser então registrada na ficha de outubro. Os outros dois
casos ocorreram ainda no mês de outubro. Observe como o exemplo foi
registrado na ficha.
Óbitos – você deve anotar todo óbito ocorrido no mês de referência e
no anterior:
Data – registrar dia e mês da ocorrência do óbito.
No quadro destinado a informar sobre os “Procedimentos”, você vai re- Nome – anote o nome completo da pessoa que faleceu.
gistrar nas duas últimas linhas: “Reuniões e Visita Domiciliar”. Endereço – anote o endereço completo da pessoa que faleceu.
Reuniões – você vai registrar o número de reuniões realizadas por vo- Sexo – marque F para feminino e marque M para masculino.
cê, que contaram com a participação de 10 ou mais pessoas, com duração Idade – anote a idade em anos completos. Se a pessoa for menor de
mínima de 30 minutos e com o objetivo de disseminar informações, discutir um ano, registre a sua idade em meses.
estratégias de superação de problemas de saúde ou de contribuir para a
Causa – registre a causa do óbito, segundo as informações da família
organização comunitária.
ou obtida por meio de atestado de óbito.
Visita domiciliar – você vai registrar todas as visitas domiciliares que
você realizou, qualquer que seja a finalidade.
Logo no início do quadro “Notificações”, há três linhas onde você deve
anotar as notificações feitas por você sobre as crianças menores de dois
anos que tiveram diarreia e infecções respiratórias agudas.

Acreditamos que, com esta publicação e com o Guia Prático do


Agente Comunitário de Saúde, você, ACS, terá mais facilidade em rea-
lizar o seu trabalho.

15: SIM, SINAN, SINASC, SIA E SIH/SUS

A informação é instrumento essencial para a tomada de decisões. Nes-


< 2a – Menores de dois anos que tiveram diarreia – registrar o número ta perspectiva, representa imprescindível ferramenta à vigilância epidemio-
de crianças com idade até 23 meses e 29 dias que tiveram um ou mais lógica, por constituir fator desencadeador do processo “informação-decisão-
episódios de diarreia, nos 15 dias anteriores à visita domiciliar. ação”, tríade que sintetiza a dinâmica de suas atividades que, como se
< 2a – Menores de dois anos que tiveram diarreia e usaram terapia de sabe, devem ser iniciadas a partir da informação de um indício ou suspeita
reidratação oral (TRO) – registrar o número de crianças com idade de até de caso de alguma doença ou agravo.
23 meses e 29 dias que tiveram diarreia nos 15 dias anteriores à visita Dado - é definido como “um valor quantitativo referente a um fato ou
domiciliar e usaram solução de reidratação oral (soro caseiro ou soro de circunstância”, “o número bruto que ainda não sofreu qualquer espécie de
reidratação oral – SRO – distribuído pela Unidade de Saúde ou comprados tratamento estatístico”, ou “a matéria-prima da produção de informação”.
na farmácia). Não anotar as crianças que utilizaram somente chás, sucos Informação - é entendida como “o conhecimento obtido a partir dos da-
ou outros líquidos. dos”, “o dado trabalhado” ou “o resultado da análise e combinação de
< 2a – Menores de dois anos que tiveram infecção respiratória aguda – vários dados”, o que implica em interpretação, por parte do usuário. É “uma
registrar o número de crianças com idade até 23 meses e 29 dias que descrição de uma situação real, associada a um referencial explicativo
tiveram infecção respiratória aguda nos 15 dias anteriores à visita domicili- sistemático”.
ar. Não se deve perder de vista que a informação em saúde é o esteio pa-
Hospitalizações – você deve preencher esse quadro cada vez que to- ra a gestão dos serviços, pois orienta a implantação, acompanhamento e
mar conhecimento de qualquer caso de hospitalização de pessoas da avaliação dos modelos de atenção à saúde e das ações de prevenção e
comunidade onde você atua, no mês de referência ou no mês anterior: Data controle de doenças. São também de interesse dados/informações produzi-
– registre dia e mês da hospitalização. dos extra-setorialmente, cabendo aos gestores do Sistema a articulação
Nome – anote o nome completo da pessoa que foi hospitalizada. com os diversos órgãos que os produzem, de modo a complementar e
estabelecer um fluxo regular de informação em cada nível do setor saúde.
Endereço – anote o endereço completo da pessoa que foi hospitaliza-
Oportunidade, atualidade, disponibilidade e cobertura são característi-
da.
cas que determinam a qualidade da informação, fundamentais para que
Sexo – marque F para feminino e M para masculino. todo o Sistema de Vigilância Epidemiológica apresente bom desempenho.
Idade – anote a idade em anos completos. Se a pessoa for menor de Dependem da concepção apresentada pelo Sistema de Informação em
um ano, registrar a idade em meses. Saúde (SIS), e sua sensibilidade para captar o mais precocemente possível
Causa – registre a causa da hospitalização informada pela família ou as alterações que podem ocorrer no perfil de morbimortalidade de uma
obtida por meio de laudos médicos. área, e também da organização e cobertura das atividades desenvolvidas
Nome do hospital – anote o nome do hospital onde a pessoa foi inter- pela vigilância epidemiológica.
nada.

Conhecimentos Específicos 126 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Entende-se sistema como o “conjunto integrado de partes que se arti- Ficha Individual de Notificação (FIN) - é preenchida para cada paciente,
culam para uma finalidade comum.” Parasistema de informação existem quando da suspeita de problema de saúde de notificação compulsória
várias definições, tais como: (Portaria GM nº 2.325, de 8 de dezembro de 2003) ou de interesse nacio-
• “conjunto de unidades de produção, análise e divulgação de dados nal, estadual ou municipal, e encaminhada pelas unidades assistenciais aos
que atuam integradas e articuladamente com o propósito de atender às serviços responsáveis pela informação e/ou vigilância epidemiológica. É
demandas para o qual foi concebido”; também utilizada para a notificação negativa.
• “reunião de pessoas e máquinas, com vistas à obtenção e proces-
samento de dados que atendam à necessidade de informação da instituição Notificação negativa - é a notificação da não-ocorrência de doenças de
que o implementa”; notificação compulsória na área de abrangência da unidade de saúde.
• “conjunto de estruturas administrativas e unidades de produção, Indica que os profissionais e o sistema de vigilância da área estão alertas
perfeitamente articuladas, com vistas à obtenção de dados mediante o seu para a ocorrência de tais eventos.
registro, coleta, processamento, análise, transformação em informação e
oportuna divulgação”. A notificação de surtos também deve ser feita por esse instrumento,
Em síntese, um sistema de informação deve disponibilizar o suporte obedecendo os seguintes critérios:
necessário para que o planejamento, decisões e ações dos gestores, em
determinado nível decisório (municipal, estadual e federal), não se baseie • casos epidemiologicamente vinculados de agravos inusitados. Sua
em dados subjetivos, conhecimentos ultrapassados ou conjecturas. notificação deve estar consoante com a abordagem sindrômica, de acordo
O SIS é parte dos sistemas de saúde; como tal, integra suas estruturas com as seguintes categorias: síndrome diarréica aguda, síndrome ictérica
organizacionais e contribui para sua missão. É constituído por vários sub- aguda, síndrome hemorrágica febril aguda, síndrome respiratória aguda,
sistemas e tem como propósito geral facilitar a formulação e avaliação das síndrome neurológica aguda e síndrome da insuficiência renal aguda,
políticas, planos e programas de saúde, subsidiando o processo de tomada dentre outras;
de decisões. Para tanto, deve contar com os requisitos técnicos e profissio- • casos agregados, constituindo uma situação epidêmica de doen-
nais necessários ao planejamento, coordenação e supervisão das ativida- ças não constantes da lista de notificação compulsória;
des relativas à coleta, registro, processamento, análise, apresentação e • casos agregados das doenças constantes da lista de notificação
difusão de dados e geração de informações. compulsória, mas cujo volume de notificações operacionalmente inviabiliza
Um de seus objetivos básicos, na concepção do Sistema Único de Sa- o seu registro individualizado.
úde (SUS), é possibilitar a análise da situação de saúde no nível local
tomando como referencial microrregiões homogêneas e considerando, Ficha Individual de Investigação (FII) - na maioria das vezes, configura-
necessariamente, as condições de vida da população na determinação do se como roteiro de investigação, distinto para cada tipo de agravo, devendo
processo saúde-doença. O nível local tem, então, responsabilidade não ser utilizado, preferencialmente, pelos serviços municipais de vigilância ou
apenas com a alimentação do sistema de informação em saúde, mas unidades de saúde capacitadas para a realização da investigação epide-
também com sua organização e gestão. Deste modo, outro aspecto de miológica. Esta ficha, como referido no tópico sobre investigação de surtos
particular importância é a concepção do sistema de informação, que deve e epidemias, permite obter dados que possibilitam a identificação da fonte
ser hierarquizado e cujo fluxo ascendente dos dados ocorra de modo de infecção e mecanismos de transmissão da doença. Os dados, gerados
inversamente proporcional à agregação geográfica, ou seja, no nível local nas áreas de abrangência dos respectivos estados e municípios, devem ser
faz-se necessário dispor, para as análises epidemiológicas, de maior núme- consolidados e analisados considerando aspectos relativos à organização,
ro de variáveis. sensibilidade e cobertura do próprio sistema de notificação, bem como os
Felizmente, os atuais recursos do processamento eletrônico estão sen- das atividades de vigilância epidemiológica.
do amplamente utilizados pelos sistemas de informação em saúde, aumen- Além dessas fichas, o sistema também possui planilha e boletim de
tando sua eficiência na medida em que possibilitam a obtenção e proces- acompanhamento de surtos, reproduzidos pelos municípios, e os boletins
samento de um volume de dados cada vez maior, além de permitirem a de acompanhamento de hanseníase e tuberculose, emitidos pelo próprio
articulação entre diferentes subsistemas. sistema.
Entre os sistemas nacionais de informação em saúde existentes, al- A impressão, distribuição e numeração desses formulários é de res-
guns se destacam em razão de sua maior relevância para a vigilância ponsabilidade do estado ou município. O sistema conta, ainda, com módu-
epidemiológica: los para cadastramento de unidades notificadoras, população e logradou-
ros, dentre outros.
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO (SI- A Figura 1 traz o fluxo de informação definido pelo Ministério da Saúde.
NAN) Após o preenchimento dos referidos formulários, as fontes notificadoras
O mais importante sistema para a vigilância epidemiológica foi desen- deverão encaminhá-los para o primeiro nível informatizado. A partir daí, os
volvido entre 1990 e 1993, visando sanar as dificuldades do Sistema de dados serão enviados para os níveis hierárquicos superiores por meio
Notificação Compulsória de Doenças (SNCD) e substituí-lo, tendo em vista magnético (arquivos de transferência gerados pelo Sistema).
o razoável grau de informatização disponível no país. O Sinan foi concebido
pelo Centro Nacional de Epidemiologia, com o apoio técnico do Datasus e Figura 1: Fluxo de informação do Sinan.
da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte para ser operado a partir das
unidades de saúde, considerando o objetivo de coletar e processar dados
sobre agravos de notificação em todo o território nacional, desde o nível
local. Mesmo que o município não disponha de microcomputadores em
suas unidades, os instrumentos deste sistema são preenchidos neste nível
e o processamento eletrônico é feito nos níveis centrais das secretarias
municipais de saúde (SMS), regional ou secretarias estaduais (SES). É
alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de
doenças e agravos constantes da lista nacional de doenças de notificação
compulsória, mas é facultado a estados e municípios incluir outros proble-
mas de saúde regionalmente importantes. Por isso, o número de doenças e
agravos contemplados pelo Sinan, vem aumentando progressivamente
desde seu processo de implementação, em 1993, sem relação direta com a
compulsoriedade nacional da notificação, expressando as diferenças regio-
nais de perfis de morbidade registradas no Sistema.
No Sinan, a entrada de dados ocorre pela utilização de alguns formulá-
rios padronizados: Os agravos e doenças relacionados no Quadro 1 devem ser pronta-
mente notificados às Secretarias Estaduais de Saúde, as quais deverão

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informar tal fato imediatamente à Secretaria de Vigilância em Saúde, por O encerramento das investigações referentes aos casos notificados
meio do correio eletrônico notifica@saude.gov.br ou às áreas técnicas do como suspeitos e/ou confirmados deve ocorrer até o prazo máximo de 60
Ministério da Saúde responsáveis por seu acompanhamento, sem prejuízo dias da data de notificação, exceto:
do registro das notificações pelos procedimentos rotineiros do Sinan. Sarampo e rubéola 30 dias da data de notificação
Gestante HIV+ e criança 540 dias da data do parto/nascimento da
Quadro 1: Agravos de notificação imediata via fax, telefone ou e-mail, exposta criança exposta
além da digitação e transferência imediata por meio magnético, no Sinan.
Leishmaniose tegumentar
Febre hemorrágica do americana e leishmaniose
dengue Botulismo visceral 180 dias da data de notificação
Carbúnculo ou Síndrome da rubéola 180 dias da data de nascimento da
Hantavirose antraz congênita criança
Paralisia flácida aguda Cólera Hepatites virais 240 dias da data de notificação
Peste Difteria A partir da data do diagnóstico, 270 dias
Doença meningo- para os casos paucibacilares (PB) e 540
Raiva humana cócica dias para os casos multibacilares (MB)
Varíola Febre amarela
Caso suspeito de Tularemia Para os casos que abandonam o trata-
mento:
Poliomielite Tétano neonatal
PB - 2 anos após a data do diagnóstico
Caso confirmado de Sarampo Hanseníase MB - 4 anos após a data do diagnóstico
Agravos inusitados 270 dias para os casos em tratamento
Doenças de etiologia não de esquema I e IR
Surto, agregação de esclarecida 360 dias para os casos em tratamento
casos ou agregação Febre hemorrágica ou de esquema II e 50 dias para os casos
de óbitos por etiologia não esclarecida em tratamento de esquema III, após a
data do diagnóstico, conforme normas
do Manual Técnico para Controle da
Propõe-se, de maneira geral, que as fichas individuais de notificação
Tuberculose Tuberculose
sejam preenchidas pelos profissionais de saúde nas unidades assistenciais,
as quais devem manter uma segunda via arquivada pois a original é reme-
tida para o serviço de vigilância epidemiológica responsável pelo desenca- Preconiza-se que em todas as instâncias os dados aportados pelo Si-
deamento das medidas de controle necessárias. Este, por sua vez, além nan sejam consolidados e analisados e que haja uma retroalimentação dos
dessa incumbência, deve encaminhar os formulários para o setor de digita- níveis que o precederam, além de sua redistribuição, segundo local de
ção das secretarias municipais, para que posteriormente os arquivos de residência dos pacientes objetos das notificações. No nível federal, os
transferência sejam enviados por meio magnético às secretarias estaduais dados do Sinan são processados, analisados juntamente com aqueles que
e, em seguida, ao Ministério da Saúde, conforme periodicidade definida chegam por outras vias e divulgados pelo Boletim Epidemiológico do SUS e
na Figura 2. informes epidemiológicos eletrônicos, disponibilizados no si-
te www.saude.gov.br.
Figura 2: Periodicidade para envio dos arquivos de transferência do Si- Ao contrário dos demais sistemas, em que as críticas de consistência
nan. são realizadas antes do seu envio a qualquer outra esfera de governo, a
necessidade de desencadeamento imediato de uma ação faz com que,
nesse caso, os dados sejam remetidos o mais rapidamente possível, fican-
do a sua crítica para um segundo momento - quando do encerramento do
caso e, posteriormente, o da análise das informações para divulgação. No
entanto, apesar desta peculiaridade, esta análise é fundamental para que
se possa garantir uma base de dados com qualidade, não podendo ser
relegada a segundo plano, tendo em vista que os dados já foram encami-
Clique na imagem para ampliar nhados para os níveis hierárquicos superiores.
Clique na imagem para ampliar
A partir da alimentação do banco de dados do Sinan, pode-se calcular
a incidência, prevalência, letalidade e mortalidade, bem como realizar
Casos de hanseníase e tuberculose, além do preenchimento da ficha
análises de acordo com as características de pessoa, tempo e lugar, parti-
de notificação/investigação, devem constar do boletim de acompanhamen-
cularmente no que tange às doenças transmissíveis de notificação obrigató-
to, visando a atualização de seu acompanhamento até o encerramento para
ria, além de outros indicadores epidemiológicos e operacionais utilizados
avaliação da efetividade do tratamento, de acordo com as seguintes orien-
para as avaliações local, municipal, estadual e nacional.
tações:
As informações da ficha de investigação possibilitam maior conheci-
mento acerca da situação epidemiológica do agravo investigado, fontes de
• o primeiro nível informatizado deve emitir o Boletim de Acompa-
infecção, modo de transmissão e identificação de áreas de risco, dentre
nhamento de Hanseníase e Tuberculose, encaminhando-o às unidades
outros importantes dados para o desencadeamento das atividades de
para complementação dos dados;
controle. A manutenção periódica da atualização da base de dados do
• os meses propostos para a alimentação da informação são, no mí- Sinan é fundamental para o acompanhamento da situação epidemiológica
nimo: janeiro, abril, julho e outubro, para a tuberculose; janeiro e julho, para dos agravos incluídos no Sistema. Dados de má qualidade, oriundos de
a hanseníase; fichas de notificação ou investigação com a maioria dos campos em branco,
• cabe ao 1º nível informatizado emitir o boletim de acompanhamen- inconsistências nas informações (casos com diagnóstico laboratorial positi-
to para os municípios não-informatizados; vo, porém encerrado como critério clínico) e duplicidade de registros, entre
• após retornar das unidades os boletins devem ser analisados criti- outros problemas freqüentemente identificados nos níveis estadual ou
camente e as correções devem ser solicitadas de imediato à unidade de federal, apontam para a necessidade de uma avaliação sistemática da
saúde; qualidade da informação coletada e digitada no primeiro nível hierárquico
• a digitação das informações na tela de acompanhamento e arqui- de entrada de dados no Sistema, que torna possível a obtenção de dados
vamento dos boletins deve ser realizada no 1º nível informatizado. confiáveis, indispensáveis para o cálculo de indicadores extremamente

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úteis, tais como as taxas de incidência, letalidade, mortalidade e coeficiente Figura 3: Fluxo da declaração de óbito.
de prevalência, entre outros.
Roteiros para a realização da análise da qualidade da base de dados e
cálculos dos principais indicadores epidemiológicos e operacionais estão
disponíveis para os agravos de notificação compulsória, bem como toda a
documentação necessária para a correta utilização do Sistema (dicionário
de dados e instrucionais de preenchimento das fichas Manual de Normas e
Rotinas e Operacional).
Para que o Sinan se consolide como a principal fonte de informação de
morbidade para as doenças de notificação compulsória, faz-se necessário
garantir tanto a cobertura como a qualidade das informações. Sua utilização
plena, em todo o território nacional, possivelmente possibilitará a obtenção
dos dados indispensáveis ao cálculo dos principais indicadores necessários
para o monitoramento dessas doenças, gerando instrumentos para a formu-
lação e avaliação das políticas, planos e programas de saúde, subsidiando
o processo de tomada de decisões e contribuindo para a melhoria da
situação de saúde da população. Fonte: SVS/MS, Portaria nº 20, de 3 de outubro de 2003
Indicadores são variáveis susceptíveis à mensuração direta, produzi-
dos com periodicidade definida e critérios constantes. A disponibilidade de Uma vez preenchida a DO, quando se tratar de óbitos por causas natu-
dados, simplicidade técnica, uniformidade, sinteticidade e poder discrimina- rais, ocorridos em estabelecimento de saúde, a primeira via (branca) será
tório são requisitos básicos para sua elaboração. Os indicadores de saúde da secretaria municipal de saúde (SMS); a segunda (amarela) será entre-
refletem o estado de saúde da população de determinada comunidade. gue aos familiares do falecido, para registro em Cartório de Registro Civil e
emissão da Certidão de Óbito (ficando retida no cartório); a terceira (rosa)
SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE (SIM) ficará arquivada no prontuário do falecido. Nos óbitos de causas naturais
Criado em 1975, este sistema iniciou sua fase de descentralização em ocorridos fora do estabelecimento de saúde, mas com assistência médica,
1991, dispondo de dados informatizados a partir de 1979. o médico que fornecer a DO deverá levar a primeira e terceira vias para a
SMS, entregando a segunda para os familiares do falecido. Nos casos de
Seu instrumento padronizado de coleta de dados é a Declaração de
óbitos de causas naturais, sem assistência médica, em locais que dispo-
Óbito (DO), impressa em três vias coloridas, cuja emissão e distribuição
nham de Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), estes serão responsáveis
para os estados, em séries pré-numeradas, é de competência exclusiva do
pela emissão da DO, obedecendo o mesmo fluxo dos hospitais. Em lugares
Ministério da Saúde. Para os municípios, a distribuição fica a cargo das
onde não exista SVO, um médico da localidade deverá preencher a DO
secretarias estaduais de saúde, devendo as secretarias municipais se
obedecendo o fluxo anteriormente referido para óbitos ocorridos fora do
responsabilizarem por seu controle e distribuição entre os profissionais
estabelecimento de saúde, com assistência médica. Nos óbitos por causas
médicos e instituições que a utilizem, bem como pelo recolhimento das
naturais em localidades sem médicos, o responsável pelo falecido, acom-
primeiras vias em hospitais e cartórios.
panhado de duas testemunhas, comparecerá ao Cartório de Registro Civil
O preenchimento da DO deve ser realizado exclusivamente por médi- onde será preenchida a DO. A segunda via deste documento ficará retida
cos, exceto em locais onde não existam, situação na qual poderá ser pre- no cartório e a primeira e terceira vias serão recolhidas pela secretaria
enchida por oficiais de Cartórios de Registro Civil, assinada por duas tes- municipal de saúde. Nos óbitos por causas acidentais ou violentas, o médi-
temunhas. A obrigatoriedade de seu preenchimento, para todo óbito ocorri-
co legista do Instituto Médico-Legal (IML) deverá preencher a DO (nos
do, é determinada pela Lei Federal n° 6.015/73. Em tese, nenhum sepulta-
locais onde não exista IML um perito é designado para tal finalidade),
mento deveria ocorrer sem prévia emissão da DO. Mas, na prática, sabe-se
seguindo-se o mesmo fluxo adotado para os hospitais.
da ocorrência de sepultamentos irregulares, em cemitérios clandestinos (e
As SMS realizarão a busca ativa dessas vias em todos os hospitais e
eventualmente mesmo em cemitérios oficiais), o que afeta o conhecimento
cartórios, evitando a perda de registro de óbitos no SIM, com conseqüente
do real perfil de mortalidade, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.
perfil irreal da mortalidade da sua área de abrangência. Nas SMS, as
O registro do óbito deve ser feito no local de ocorrência do evento. Em- primeiras vias são digitadas e enviadas em disquetes para as Regionais,
bora o local de residência seja a informação comumente mais utilizada, na que fazem o consolidado de sua área e o enviam para as secretarias esta-
maioria das análises do setor saúde a ocorrência é fator importante no duais de saúde, que consolidam os dados estaduais e os repassam para o
planejamento de algumas medidas de controle, como, por exemplo, no Ministério da Saúde.
caso dos acidentes de trânsito e doenças infecciosas que exijam a adoção
Em todos os níveis, sobretudo no municipal, que está mais próximo do
de medidas de controle no local de ocorrência. Os óbitos ocorridos fora do
evento, deve ser realizada a crítica dos dados, buscando a existência de
local de residência serão redistribuídos, quando do fechamento das estatís-
inconsistências como, por exemplo, causas de óbito exclusivas de um sexo
ticas, pelas secretarias estaduais e Ministério da Saúde, permitindo, assim,
sendo registradas em outro, causas perinatais em adultos, registro de
o acesso aos dados tanto por ocorrência como por residência do falecido.
óbitos fetais com causas compatíveis apenas com nascidos vivos e idade
O SIM constitui importante elemento para o Sistema Nacional de Vigi- incompatível com a doença.
lância Epidemiológica, tanto como fonte principal de dados, quando há
A análise dos dados do SIM permite a construção de importantes indi-
falhas de registro de casos no Sinan, quanto como fonte complementar, por
cadores para o delineamento do perfil de saúde de uma região. Assim, a
também dispor de informações sobre as características de pessoa, tempo e
partir das informações contidas nesse Sistema, pode-se obter a mortalidade
lugar, assistência prestada ao paciente, causas básicas e associadas de
proporcional por causas, faixa etária, sexo, local de ocorrência e residência
óbito, extremamente relevantes e muito utilizadas no diagnóstico da situa-
e letalidade de agravos dos quais se conheça a incidência, bem como taxas
ção de saúde da população.
de mortalidade geral, infantil, materna ou por qualquer outra variável conti-
As informações obtidas pela DO também possibilitam o delineamento da na DO, uma vez que são disponibilizadas várias formas de cruzamento
do perfil de morbidade de uma área, no que diz respeito às doenças mais dos dados. Entretanto, em muitas áreas, o uso dessa rica fonte de dados é
letais e às doenças crônicas não sujeitas à notificação compulsória, repre- prejudicada pelo não preenchimento correto das DO, com omissão de
sentando, praticamente, a única fonte regular de dados. Para as doenças dados como, por exemplo, estado gestacional ou puerperal, ou pelo registro
de notificação compulsória, a utilização eficiente desta fonte de dados excessivo de causas mal definidas, prejudicando o uso dessas informações
depende da verificação rotineira da presença desses agravos no banco de nas diversas instâncias do sistema de saúde. Estas análises devem ser
dados do SIM. Deve-se também checar se as mesmas constam no Sinan, realizadas em todos os níveis do sistema, sendo subsídios fundamentais
bem como a evolução do caso para óbito. para o planejamento de ações dos gestores.
O fluxo da declaração de óbito é apresentado na Figura 3 e o acesso
às suas informações consolidadas para os níveis nacional, regional, esta-
SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE NASCIDOS VIVOS (SINASC)
dual e municipal é disponibilizado em CD-ROM. A SVS também disponibili-
za essas informações na internet, pelo site www.datasus.gov.br. O número de nascidos vivos constitui relevante informação para o

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campo da saúde pública, pois possibilita a constituição de indicadores e a segunda e terceira vias entregues ao responsável, que utilizará a se-
voltados para a avaliação de riscos à saúde do segmento materno-infantil, a gunda via para registro do nascimento em cartório e a terceira para apre-
exemplo dos coeficientes de mortalidade infantil e materna, nos quais sentação em unidade de saúde onde realizar a primeira consulta da crian-
representa o denominador. Antes da implantação do Sinasc, em 1990, esta ça. Nos partos domiciliares sem assistência médica, a DN será preenchida
informação só era conhecida no Brasil por estimativas realizadas a partir da no Cartório de Registro Civil, que reterá a primeira via, a ser recolhida pela
informação censitária. Atualmente, são disponibilizados pela SVS, no SMS, e a segunda, para seus arquivos. A terceira via será entregue ao
site www.datasus.gov.br, dados do Sinasc referentes aos anos de 1994 em responsável, que a destinará à unidade de saúde do primeiro atendimento
diante. Entretanto, até o presente momento, só pode ser utilizado como da criança.
denominador, no cálculo de alguns indicadores, em regiões onde sua Também nesses casos as primeiras vias da DN deverão ser recolhidas
cobertura é ampla, substituindo deste modo as estimativas censitárias. ativamente pelas secretarias municipais de saúde, que após digitá-las envia
O Sinasc tem como instrumento padronizado de coleta de dados a De- o consolidado para as SES, onde os dados são processados e distribuídos
claração de Nascido Vivo (DN), cuja emissão, a exemplo da DO, é de segundo o município de residência e, a seguir, enviados para o MS, que os
competência exclusiva do Ministério da Saúde. Tanto a emissão da DN reagrupa por estados de residência, sendo disponibilizados pela SVS
como o seu registro em cartório serão realizados no município de ocorrên- através do site www.datasus.gov.br e em CD-ROM. Em todos os níveis do
cia do nascimento. Deve ser preenchida nos hospitais e outras instituições sistema, os dados deverão ser criticados. As críticas realizadas visam
de saúde que realizam parto, e nos Cartórios de Registro Civil, na presença detectar possíveis erros de preenchimento da Declaração de Nascido Vivo
de duas testemunhas, quando o nascimento ocorre em domicílio sem ou da digitação de dados. Sua validação é feita pelo cruzamento de variá-
assistência de profissional de saúde. Desde 1992 sua implantação ocorre veis para verificação de consistência, como, por exemplo, o peso do bebê
de forma gradual. Atualmente, vem apresentando em muitos municípios um com o tempo de gestação ou a idade da mãe com a paridade.
volume maior de registros do que o publicado nos anuários do IBGE, com A utilização dos dados deste sistema para o planejamento e tomada de
base nos dados dos Cartórios de Registro Civil. decisões nas três esferas de governo ainda é incipiente. Na maioria das
A DN deve ser preenchida para todos os nascidos vivos no país, o que, vezes, como denominador para o cálculo de taxas como as de mortalidade
segundo conceito definido pela OMS, corresponde a “todo produto da infantil e materna, por exemplo. Apesar disso, alguns indicadores vêm
concepção que, independentemente do tempo de gestação ou peso ao sendo propostos - a grande maioria voltada à avaliação de risco da mortali-
nascer, depois de expulso ou extraído do corpo da mãe, respire ou apre- dade infantil e a qualidade da rede de atenção à gravidez e ao parto.
sente outro sinal de vida tal como batimento cardíaco, pulsação do cordão Entre os indicadores de interesse para a atenção à saúde materno-
umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária, infantil, são imprescindíveis as informações contidas na DN: proporção de
estando ou não desprendida a placenta”. A obrigatoriedade desse registro é nascidos vivos de baixo peso, proporção de nascimentos prematuros,
também dada pela Lei n° 6.015/73. No caso de gravidez múltipla, deve ser proporção de partos hospitalares, proporção de nascidos vivos por faixa
preenchida uma DN para cada criança nascida viva. etária da mãe, valores do índice Apgar no primeiro e quinto minutos, núme-
É sabida a ocorrência de uma proporção razoável de subnotificação de ro de consultas pré-natal realizadas para cada nascido vivo, dentre outros.
nascimentos, estimada em até 35% para alguns estados, em 1999, particu- Além desses, podem ainda ser calculados indicadores clássicos voltados à
larmente nas regiões Norte e Nordeste - que nesse ano apresentaram caracterização geral de uma população, como a taxa bruta de natalidade e
cobertura média em torno de 80% do número de nascidos vivos estimado a taxa de fecundidade geral.
para cada região, motivo que levou as áreas responsáveis pelas estatísti-
cas vitais a realizarem uma busca ativa nas unidades emissoras de DNs. SISTEMA DE INFORMAÇÕES HOSPITALARES (SIH/SUS)
Entretanto, nesse mesmo período, a captação de nascimentos pelo Sinasc O SIH/SUS, que possui dados informatizados desde 1984, não foi con-
encontrava-se igual ou superior a 100% em relação às estimativas demo- cebido sob a lógica epidemiológica, mas sim com o propósito de operar o
gráficas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com índices mínimos de sistema de pagamento de internação dos hospitais contratados pelo Minis-
87%, 90% e 96% em três estados. Tais dados revelam progressiva melho- tério da Previdência. Posteriormente, foi estendido aos hospitais filantrópi-
ria da cobertura desse sistema, o que favorece sua utilização como fonte de cos, universitários e de ensino e aos hospitais públicos municipais, estadu-
dados para a confecção de alguns indicadores. ais e federais. Nesse último caso, somente aos da administração indireta e
Igualmente à DO, os formulários de Declaração de Nascido Vivo são de outros ministérios.
pré-numerados, impressos em três vias coloridas e distribuídos às SES Reúne informações de cerca de 70% dos internamentos hospitalares
pela SVS/MS. As SES encarregavam-se, até recentemente, e sua distribui- realizados no país, tratando-se, portanto, de grande fonte das enfermidades
ção aos estabelecimentos de saúde e cartórios. Apesar da preconização de que requerem internação, importante para o conhecimento da situação de
que as SMS devem assumir esse encargo, isto ainda não está acontecendo saúde e gestão de serviços. Ressalte-se sua gradativa incorporação à
em todo o território nacional. rotina de análise e informações de alguns órgãos de vigilância epidemioló-
O fluxo recomendado pelo Ministério da Saúde para a DN (Figura 4) gica de estados e municípios.
tem a mesma lógica que orienta o da DO. Seu instrumento de coleta de dados é a Autorização de Internação
Hospitalar (AIH), atualmente emitida pelos estados a partir de uma série
Figura 4: Fluxo da declaração de nascido vivo. numérica única definida anualmente em portaria ministerial. Este formulário
contém, entre outros, os dados de atendimento, com os diagnósticos de
internamento e alta (codificados de acordo com a CID), informações relati-
vas às características de pessoa (idade e sexo), tempo e lugar (procedên-
cia do paciente) das internações, procedimentos realizados, valores pagos
e dados cadastrais das unidades de saúde, que permitem sua utilização
para fins epidemiológicos.
As séries numéricas de AIHs são mensalmente fornecidas pelo Ministé-
rio da Saúde às secretarias estaduais de saúde (Figura 5), de acordo com o
quantitativo anual estipulado para o estado, que desde o início de 1995 é
equivalente ao máximo de 9% da população residente (estimada pelo
IBGE). Quando se trata de município em gestão plena do sistema, a cota
Fonte: SVS/MS, Portaria nº 20, de 3 de outubro de 2003 de AIH definida pela Programação Pactuada e Integrada (PPI) é repassada
diretamente pelo Ministério da Saúde para o município. O banco de dados
Nos partos ocorridos em estabelecimentos de saúde, a primeira via do prestador envia as informações para o Datasus, com cópia para a secre-
(branca) da DN preenchida será para a SMS; a segunda (amarela) deverá taria estadual de saúde. Nos municípios em gestão plena de atenção
ser entregue ao responsável pela criança, para a obtenção da Certidão de básica, é o estado que faz a gestão da rede hospitalar.
Nascimento no Cartório de Registro Civil, onde ficará retida; a terceira
(rosa) será arquivada no prontuário da puérpera. Para os partos domicilia- Figura 5: Fluxo básico de Autorização de Internação Hospitalar (AIH).
res com assistência médica, a primeira via deverá ser enviada para a SMS

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e exames realizados era fornecido por outro sistema, de finalidade pura-
mente estatística, cujo documento de entrada de dados era o Boletim de
Serviços Produzidos (BSP) e o único produto resultante, a publica-
ção Inamps em Dados.
Embora tenha sofrido algumas alterações com vistas a um melhor con-
trole e consistência de dados, o SIA/SUS pouco mudou desde sua implan-
tação. Por obedecer à lógica de pagamento por procedimento, não registra
o CID do(s) diagnóstico(s) dos pacientes e não pode ser utilizado como
informação epidemiológica, ou seja, seus dados não permitem delinear os
perfis de morbidade da população, a não ser pela inferência a partir dos
serviços utilizados.
Entretanto, como sua unidade de registro de informações é o procedi-
mento ambulatorial realizado, desagregado em atos profissionais, outros
indicadores operacionais podem ser importantes como complemento das
análises epidemiológicas, por exemplo: número de consultas médicas por
habitante/ano; número de consultas médicas por consultório; número de
exames/terapias realizados pelo quantitativo de consultas médicas.
Desde julho de 1994 as informações relacionadas a esse sistema estão
disponíveis no site www.datasus.gov.bre por CD-ROM.
Ressalte-se como importante módulo o cadastramento de unidades
ambulatoriais contratadas, conveniadas e da rede pública própria dos
estados e municípios, bem como as informações sobre profissionais por
especialidade.
Quando da análise de seus dados, deve-se atentar para as questões
Os números de AIHs têm validade de quatro meses, não sendo mais relativas à cobertura, acesso, procedência e fluxo dos usuários dos serviços
aceitos pelo sistema. Tal regra permite certa compensação temporal naque- de saúde.
les estados em que a sazonalidade da ocorrência de doenças influencia
fortemente o número de internações. OUTRAS IMPORTANTES FONTES DE DADOS
O banco de dados, correspondente ao cadastro de todas as unidades A depender das necessidades dos programas de controle de algumas
prestadoras de serviços hospitalares ao SUS credenciadas, é permanente- doenças, outros sistemas de informação complementares foram desenvol-
mente atualizado sempre que há credenciamento, descredenciamento ou vidos pelo Cenepi, tais como o FAD (Sistema de informação da febre
qualquer modificação de alguma característica da unidade de saúde. amarela e dengue), que registra dados de infestação pelo Aedes aegypti, a
Os dados produzidos por este Sistema são amplamente disponibiliza- nível municipal, e outros dados operacionais do programa.
dos pelo site www.datasus.gov.br e pela BBS (Bulletin Board System) do Outros sistemas de informação que também podem ser úteis à vigilân-
Ministério da Saúde, além de CDROM com produção mensal e anual cia epidemiológica, embora restritos a uma área de atuação muito específi-
consolidadas. Os arquivos disponibilizados podem ser de dois tipos: o ca, quer por não terem uma abrangência nacional ou por não serem utiliza-
“movimento”, em que constam todos os dados, e o “reduzido”, em que não dos em todos os níveis de gestão, são:
aparecem os relativos aos serviços profissionais.
O SIH/SUS foi desenvolvido para propiciar a elaboração de alguns indi- Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab)
cadores de avaliação de desempenho de unidades, além do acompanha- Sistema de informação territorializado que coleta dados que possibili-
mento dos números absolutos relacionados à freqüência de AIHs e que tam a construção de indicadores populacionais referentes a áreas de
vêm sendo cada vez mais utilizados pelos gestores para uma primeira abrangência bem delimitadas, cobertas pelo Programa de Agentes Comuni-
aproximação da avaliação de cobertura de sua rede hospitalar, e até para a tários de Saúde e Programa Saúde da Família.
priorização de ações de caráter preventivo. Sua base de dados possui três blocos: o cadastramento familiar (indi-
Entre suas limitações encontram-se a cobertura dos dados (que de- cadores sociodemográficos dos indivíduos e de saneamento básico dos
pende do grau de utilização e acesso da população aos serviços da rede domicílios); o acompanhamento de grupos de risco (menores de dois anos,
pública própria, contratada e conveniada ao SUS), ausência de críticas gestantes, hipertensos, diabéticos, pessoas com tuberculose e pessoas
informatizadas, possibilidade das informações pouco confiáveis sobre o com hanseníase); e o registro de atividades, procedimentos e notificações
endereço do paciente, distorções decorrentes de falsos diagnósticos e (produção e cobertura de ações e serviços básicos, notificação de agravos,
menor número de internamentos que o necessário, em função das restri- óbitos e hospitalizações).
ções de recursos federais – problemas que podem resultar em vieses nas Os níveis de agregação do SIAB são: microárea de atuação do agente
estimativas. comunitário de saúde (território onde residem cerca de 150 famílias), área
Contudo, ao contrário do que ocorre nos bancos de dados dos siste- de abrangência da equipe de Saúde da Família (território onde residem
mas descritos anteriormente, os dados do SIH/SUS, não podem ser corrigi- aproximadamente mil famílias), segmento, zonas urbana e rural, município,
dos após terem sido enviados, mesmo após investigados e confirmados estado, regiões e país. Assim, o Sistema possibilita a microlocalização de
erros de digitação, codificação ou diagnóstico. O Sistema também não problemas de saúde como, por exemplo, a identificação de áreas com
identifica reinternações e transferências de outros hospitais, o que, eventu- baixas coberturas vacinais ou altas taxas de prevalência de doenças (como
almente leva a duplas ou triplas contagens de um mesmo paciente. tuberculose e hipertensão), permitindo a espacialização das necessidades
Apesar de todas as restrições, essa base de dados é de extrema im- e respostas sociais e constituindo-se em importante ferramenta para o
portância para o conhecimento do perfil dos atendimentos na rede hospita- planejamento e avaliação das ações de vigilância da saúde.
lar. Adicionalmente, não pode ser desprezada a agilidade do Sistema. Os Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan)
dados por ele aportados tornam-se disponíveis aos gestores em menos de Instrumento de políticas federais, focalizadas e compensatórias. Atual-
um mês, e cerca de dois meses para a disponibilização do consolidado mente, encontra-se implantado em aproximadamente 1.600 municípios
Brasil. Para a vigilância epidemiológica, avaliação e controle de ações, esta considerados de risco para a mortalidade infantil. Disponibiliza informações
é uma importante qualidade para o estímulo à sua análise rotineira. sobre o programa de recuperação de crianças desnutridas e gestantes sob
risco nutricional.
SISTEMA DE INFORMAÇÕES AMBULATORIAIS DO SUS (SIA/SUS) Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SI-
Em 1991, o SIA/SUS foi formalmente implantado em todo o território PNI)
nacional como instrumento de ordenação do pagamento dos serviços Implantado em todos os municípios brasileiros, fornece dados relativos
ambulatoriais (públicos e conveniados), viabilizando aos gestores apenas a à cobertura vacinal de rotina e, em campanhas, taxa de abandono e contro-
informação do gasto por natureza jurídica do prestador. O total de consultas

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le do envio de boletins de imunização. Além do módulo de avaliação do PERSPECTIVAS ATUAIS
PNI, este Sistema dispõe de um subsistema de estoque e distribuição de Desde 1992, a SVS vem desenvolvendo, de forma descentralizada,
imunobiológicos para fins gerenciais. uma política de estímulo ao uso da informação e da informática como
subsídio à implantação do SUS no país. Para isso, adotou iniciativas junto
Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Con- aos estados e municípios, visando a descentralização do uso do SIM, Sinan
sumo Humano (Siságua) e Sinasc, financiou cursos de informação, epidemiologia e informática, e
Fornece informações sobre a qualidade da água para consumo huma- divulgou os programas EPI-Info e Epimap.
no, proveniente dos sistemas público e privado, e soluções alternativas de Este processo vem avançando, particularmente, a partir da implantação
abastecimento. Objetiva coletar, transmitir e disseminar dados gerados da Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde (NOB 01/96) e
rotineiramente, de forma a produzir informações necessárias à prática da da instituição da transferência de recursos, fundo a fundo, para o desenvol-
vigilância da qualidade da água de consumo humano (avaliação da proble- vimento de atividades na área de epidemiologia (Portaria MS nº 1.399/99).
mática da qualidade da água e definição de estratégias para prevenir e
controlar os processos de sua deterioração e transmissão de enfermidades) CONSIDERAÇÕES FINAIS
por parte das secretarias municipais e estaduais de saúde, em cumprimen- A compatibilidade das principais bases de dados dos diversos sistemas
to à Portaria nº 36/90, do Ministério da Saúde. de informações em saúde, com vistas à sua utilização conjunta, é meta há
Além das informações decorrentes dos sistemas descritos existem ou- algum tempo buscada pelos profissionais que trabalham com a informação
tras grandes bases de dados de interesse para o setor saúde, com padroni- no setor saúde. A uniformização de conceitos e definições do Sinan, Sinasc
zação e abrangência nacionais. Entre elas destacam-se: Cadernos de e SIM é exemplo das iniciativas adotadas no sentido de obter a compatibili-
Saúde e Rede Interagencial de Informação para a Saúde/Ripsa, da qual um zação destes sistemas que, entretanto, até o momento ainda não foi total-
dos produtos é o IDB/Indicadores e Dados Básicos para a Saúde (acesso mente atingida.
via www.datasus.gov.br ou www.saude.gov.br), além daquelas disponibili- A necessidade de integração dos bancos de dados, para maior dinami-
zadas pelo IBGE (particularmente no que se refere ao Censo Demográfico, zação das ações de vigilância epidemiológica por meio da utilização dos
à Pesquisa Brasileira por Amostragem de Domicílios – Pnad e Pesquisa sistemas nacionais de informações descritos, apresenta-se como pré-
Nacional de Saneamento Básico 2000). É também importante verificar requisito para o melhor desenvolvimento de uma política de informação e
outros bancos de dados de interesse à área da saúde, como os do Ministé- informática para o SUS.
rio do Trabalho (Relação Anual de Informações Sociais/Rais) e os do Fonte: http://www.medicinanet.com.br
Sistema Federal de Inspeção do Trabalho (informações sobre riscos ocu-
pacionais por atividade econômica), bem como fontes de dados resultantes
de estudos e pesquisas realizados por instituições como o Ipea e relatórios
e outras publicações de associações de empresas que atuam no setor 16. CONDIÇÕES DE RISCO SOCIAL: VIOLÊNCIA,
médico supletivo (medicina de grupo, seguradoras, autogestão e planos de DESEMPREGO, INFÂNCIA DESPROTEGIDA,
administração). PROCESSOS MIGRATÓRIOS, ANALFABETISMO,
A maioria dos sistemas de informação ora apresentados possui manual AUSÊNCIA OU INSUFICIÊNCIA DE INFRAESTRUTURA BÁSICA.
instrucional e modelos dos instrumentos de coleta (fichas e declarações) 32. CONTROLE SOCIAL E GESTÃO PARTICIPATIVA:
para implantação e utilização em computador – disponibilizados pela Secre- CONSELHOS E CONFERÊNCIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE.
taria de Vigilância em Saúde. 33. ACOLHIMENTO E VÍNCULO, TRABALHO EM EQUIPE.
A utilização dos sistemas de informações de saúde e de outras fontes
de dados, pelos serviços de saúde e instituições de ensino e pesquisa,
A Promoção da Saúde é uma das estratégias do setor saúde para bus-
dentre outras, pode ser viabilizada via Internet, propiciando o acesso a
car a melhoria da qualidade de vida da população. Seu objetivo é produzir a
dados nas seguintes áreas:
gestão compartilhada entre usuários, movimentos sociais, trabalhadores do
• demografia – informações sobre população, mortalidade e natalida-
setor sanitário e de outros setores, produzindo autonomia e co-
de;
responsabilidade.
• morbidade – morbidade hospitalar e ambulatorial, registros especi-
ais, seguro social, acidentes de trânsito, de trabalho, etc.; meio ambiente: A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), aprovada em 30
saneamento básico, abastecimento de água, destino dos dejetos e lixo, de março de 2006, dá diretrizes e aponta estratégias de organização das
poluição ambiental, condições de habitação, estudo de vetores; ações de promoção da saúde nos três níveis de gestão do Sistema Único
• recursos de saúde e produção de serviços – recursos físicos, huma- de Saúde (SUS) para garantir a integralidade do cuidado.
nos, financeiros, produção na rede de serviços básicos de saúde e em
outras instituições de saúde, vigilância sanitária; no âmbito documental e A promoção de saúde envolve, segundo Cerqueira (1997), duas di-
administrativo: legislação médico-sanitária, referências bibliográficas e mensões: a conceitual – princípios, premissas e conceitos que sustentam o
sistemas administrativos. discurso da promoção de saúde - e a metodológica – que se refere às
Existem outros dados necessários ao município e não coletados regu- práticas, planos de ação, estratégias, formas de intervenção e instrumental
larmente, que podem ser obtidos mediante de inquéritos e estudos especi- metodológico. Apesar de ainda persistirem controvérsias na definição da
ais, de forma eventual e localizada. Contudo, é preciso haver racionalidade promoção de saúde e confusões relativas a seus limites conceituais com a
na definição dos dados a serem coletados, processados e analisados no prevenção, desde a década de 1980 muitos autores vêm procurando de-
SIS, para evitar desperdício de tempo, recursos e descrédito no sistema de senvolver, clarificar e disseminar o discurso da promoção.
informação, tanto pela população como pelos técnicos.
Contudo, como bem expressam Labonte (1996a), Cerqueira (1997) e
DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES Mello et al. (1998), o mesmo não pode ser dito quanto à dimensão metodo-
A retroalimentação dos sistemas deve ser considerada um dos aspec- lógica da promoção. Apesar de os princípios estarem razoavelmente de-
tos fundamentais para o contínuo processo de aperfeiçoamento, gerência e senvolvidos, permanece a dificuldade de traduzi-los em práticas coerentes,
controle da qualidade dos dados. Tal prática deve ocorrer nos seus diver- a ponto de as raras práticas que privilegiam a “nova promoção de saúde” se
sos níveis, de forma sistemática, com periodicidade previamente definida, encontrarem ainda dispersas e desarticuladas.
de modo a permitir a utilização das informações quando da tomada de
decisão e nas atividades de planejamento, definição de prioridades, aloca- Preocupados com essa lacuna, analisamos experiências públicas de
ção de recursos e avaliação dos programas desenvolvidos. Adicionalmente, intervenção no nível local com o objetivo de descrever o modo pelo qual os
a divulgação das informações geradas pelos sistemas assume valor inesti- sete princípios da promoção de saúde, definidos pela Organização Mundial
mável como instrumento de suporte ao controle social, prática que deve ser de Saúde (OMS), se encontravam operacionalizados.
estimulada e apoiada em todos os níveis e que deve definir os instrumentos
de informação, tanto para os profissionais de saúde como para a comuni- Elaboramos perguntas que nos conduziram durante a investigação: nas
dade. experiências estudadas, é possível identificar os princípios de promoção de

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saúde sedimentados nos documentos da OMS? Eles se mostraram opera- to dos sintomas, à erradicação das doenças e prevenção ao agravamento
cionalizáveis? Esses princípios se consubstanciaram em práticas e políticas do processo. O segundo agrupamento, referente aos problemas de Saúde
consistentes? De que forma os governos locais têm incorporado esses Pública, se encarregaria da prevenção, baseando-se na conduta e na
princípios em suas ações, programas e políticas? promoção de comportamentos saudáveis, como a prevenção do hábito de
fumar. O terceiro grupo responderia pelos problemas “socioambientais”,
Num contexto no qual está em evidência a busca de modelos de aten- visando a criação de entornos físicos e sociais que favoreçam a saúde e o
ção à saúde que extrapolem a assistência médico-curativa, a promoção bem-estar dos indivíduos. Suas ações destinam-se a mudanças sociais e
ganha destaque no campo da saúde pública. Ela resgata a concepção da fundamentam-se no trabalho comunitário, envolvem medidas políticas e
saúde como produção social e busca desenvolver políticas públicas e não dependem somente dos profissionais da saúde.
ações de âmbito coletivo que extrapolem inclusive o enfoque de risco
(campo da prevenção). Seguindo esta última perspectiva, o autor explicita claramente a deter-
minação social da saúde e a necessidade de atuar sobre as condições
Acreditamos que a discussão conceitual dos princípios da promoção de sócio-políticas e econômicas a fim de promovê-la:
saúde aqui conduzida permite esclarecer sua definição e marcar sua distin-
ção com relação às práticas preventivas. Ainda, o estudo da operacionali- La pobreza, la precariedad del empleo y la contaminación desempeñan
zação de seus princípios contribui para o desenvolvimento da dimensão un papel cada vez mayor en los problemas de salud de nuestra sociedad y
metodológica da promoção, permitindo avançar sua retórica. As origens e estamos empezando a comprender que ni los estilos de vida ni la epidemia
concepções da promoção de saúde Intimamente relacionada à vigilância à actual de enfermidades crónicas pueden considerarse como hechos aisla-
saúde e a um movimento de crítica à medicalização do setor, a promoção dos y separados de nuestras estructuras políticas, sociales, económicas e
de saúde supõe uma concepção que não restrinja a saúde à ausência de industriales. (Labonte, 1996a, p.153)
doença, mas que seja capaz de atuar sobre seus determinantes. Incidindo
sobre as condições de vida da população, extrapola a prestação de servi- Para Labonte (1996), esse terceiro enfoque corresponde à direção se-
ços clínico-assistenciais, supondo ações intersetoriais que envolvam a guida pelos profissionais da Saúde Pública que se filiam à “nova promoção
educação, o saneamento básico, a habitação, a renda, o trabalho, a alimen- de saúde”, dirigida aos fatores gerais, estruturais. São problemas caracte-
tação, o meio ambiente, o acesso a bens e serviços essenciais, o lazer, rísticos dessa ordem a pobreza, o desemprego, o estresse, as condições
entre outros determinantes sociais da saúde. A expressão “promoção de de trabalho e moradia precárias, o envelhecimento populacional, a violên-
saúde” foi usada pela primeira vez em 1945 pelo canadense Henry Sigerist cia, o isolamento social, entre outros. Inspirada por estas novas perspecti-
(Pereira et al., 2000). O médico historiador definiu quatro tarefas essenciais vas, a promoção de saúde ampliou seu marco referencial e assumiu a
à Medicina: a promoção de saúde, a prevenção de doenças, o tratamento saúde como produção social, passando a valorizar mais intensamente
dos doentes e a reabilitação, afirmando que “la salud se promueve propor- determinantes sócio-econômicos, a instigar o compromisso político e a
cionando condiciones de vida decentes, buenas condiciones de trabajo, fomentar as transformações sociais.
educación, cultura física y descanso”. (Sigerist apud Terris, 1992, p.38).
O novo paradigma representa uma nova maneira de interpretar as ne-
Terris (1992) ressalta que esta definição original da promoção, que en- cessidades e ações de saúde, não mais numa perspectiva unicamente
fatiza os “fatores gerais” de determinação da saúde, difere da concepção biológica, mecanicista, individual, específica, mas numa perspectiva contex-
difundida pelo Informe Lalonde, de 1974, que privilegiou os “fatores particu- tual, histórica, coletiva, ampla. Assim, de uma postura voltada para contro-
lares”. Apesar disso, este relatório foi tido como um marco histórico no lar os fatores de risco e comportamentos individuais, volta-se para eleger
campo da Saúde Pública, por questionar oficialmente o impacto e o custo metas para a ação política para a saúde, direcionadas ao coletivo. (Pereira
elevado dos cuidados médicos na saúde (Fundação Oswaldo Cruz, 2000). et al., 2000, p.41)
Lalonde destacara a limitação das ações centradas na assistência médica,
insuficientes para atuar sobre os grupos de determinantes originais da Neste contexto, a partir da década de 1980, a promoção de saúde pas-
saúde identificados por ele: os biológicos, os ambientais e os relacionados sou a ganhar destaque no campo da Saúde Pública, tendo o conceito sido
aos estilos de vida. Propusera, então, ampliar o campo de atuação da introduzido oficialmente pela OMS (WHO, 1984). Seu marco conceitual e
Saúde Pública, priorizando medidas preventivas e programas educativos sua prática foram desenvolvidos predominantemente por Organizações
que trabalhassem com mudanças comportamentais e de estilos de vida. As Internacionais e por estudiosos da Europa Ocidental, Canadá e Estados
repercussões do Relatório Lalonde podem ser identificadas na concepção Unidos (Cerqueira, 1997).
orientadora das práticas de promoção de saúde ao longo da década de
1970 que, em sua maioria, tiveram seu foco restrito à modificação de hábi- A Carta de Ottawa foi um marco importante. Inspirada pelos princípios
tos, estilos de vida e comportamentos individuais não saudáveis, entre os da Declaração de Alma Ata (1978) e pela meta “Saúde para todos no ano
quais o fumo, a obesidade, a promiscuidade sexual e o abuso de substân- 2000”, a 1ª Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde, realizada
cias psicoativas. Tal abordagem centrava-se na prevenção de doenças em 1986, “supone la síntese de los enfoques orientados hacia las causas
crônico-degenerativas, problema prioritário nos países desenvolvidos. generales y particulares de la promoción de la salud” (Terris, 1992, p.41).
A exemplo de outros intelectuais da Saúde Pública, Labonte (1996a) Declara a Carta que a promoção de saúde “consiste en proporcionar a los
critica tal concepção de promoção de saúde relativa aos hábitos particula- pueblos los medios necesarios para mejorar su salud y ejercer un mayor
res, explicitando que se tratava de uma tentativa de contenção de custos da control sobre la misma”3 (OMS, 1996, p.367). Ao enfocar as condições
atenção às doenças. A prescrição de certos comportamentos individuais é necessárias para tanto, afirma seu compromisso com a equidade: La pro-
criticada inclusive pela OMS (WHO, 1984), que afirma que seria um tipo de moción de la salud se centra en alcanzar la equidad sanitaria. Su acción se
abordagem contrário aos princípios da promoção de saúde. Cerqueira dirige a reducir las diferencias en el estado actual de la salud y a asegurar
(1997), além de apontar o alcance limitado de tal enfoque, destaca a res- la igualdad de oportunidades y proporcionar los medios que permitan a toda
ponsabilização individual e a culpabilização consequentes a essa aborda- la población desarrollar al máximo su salud potencial. (OMS, 1996, p.368)
gem. Ao considerar os indivíduos como exclusivos responsáveis pela
saúde, as determinações sócio-políticas e econômicas ficam desatreladas, A Carta explicita que a promoção está além do setor Saúde e enfatiza
mascaradas; os governos e os formuladores de políticas são desresponsa- a atribuição da promoção de fazer com que todos os setores, inclusive os
bilizados e a “culpa” pela situação de saúde recai no indivíduo. A autora não diretamente implicados, assumam a Saúde como meta e compreen-
prossegue a crítica ao destacar o custo elevado e os baixos resultados das dam as implicações de suas ações para a saúde da população: Para pro-
campanhas de marketing social realizadas na década de 1980. mover la salud se debe ir más alla del mero cuidado de la misma. La salud
ha de formar parte del orden del día de los responsables de la elaboración
Entre os três principais “paradigmas” caracterizadores dos problemas de los programas políticos, en todos los sectores y a todos los niveles, con
de saúde apontados por Labonte (1996a), o terceiro enfoque indica uma objetivo de hacerles tomar conciencia de las consecuencias que sus decisi-
retomada da concepção original de promoção defendida por Sigerist (apud ones pueden tener para la salud y llevarles así a asumir la responsabilidad
Pereira et al., 2000). No primeiro grupo estariam os problemas “médicos”, que tienen en este respecto. (OMS, 1996, p.368)
baseados na existência da doença e cujas ações são voltadas ao tratamen-

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Assumindo a relação da saúde com a política, a economia, o meio am- universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
biente e os fatores sócio-culturais (além dos biológicos), atribui-se à promo- recuperação” (Brasil, 1988, art. 196. grifo nosso).
ção o dever de permitir que tais fatores sejam favoráveis à saúde.
Ao estimular o desenvolvimento e fortalecimento dos sistemas locais de
Pressupondo a intersetorialidade, estabelece ao setor sanitário um pa- saúde, a descentralização da saúde, uma das diretrizes do SUS prevista na
pel mediador: Constituição de 1988, criou condições para ampliar a participação social
El sector sanitario no puede por sí mismo proporcionar las condiciones (outra diretriz do SUS) e fortalecer a democracia. É interessante associar
previas ni asegurar las perspectivas favorables para la salud y, lo que es estas duas diretrizes do SUS ao seguinte destaque feito por Mello (2000,
más, la promoción de la salud exige la acción coordinada de todos los p.1149): os “pressupostos básicos para viabilizar projetos em promoção de
implicados: los gobiernos, los sectores sanitarios y otros sectores sociales y saúde continuam sendo a presença de governos democráticos com partici-
económicos, las organizaciones benéficas, las autoridades locales, la pação social efetiva e com determinação política de agendamento de
industria y los medios de comunicación (...) A los grupos sociales y profisio- propostas”.
nales y al personal sanitario les corresponde especialmente asumir la
responsabilidad de actuar como mediadores entre los intereses antagónicos Como chamam a atenção Mello et al. (1998, p.584), apesar de a pro-
y a favor de la salud. moção estar assinalada também na Lei Orgânica da Saúde e encontrar
(OMS, 1996, p.368) ancoradouro nos caminhos da 9ª Conferência Nacional de Saúde, “políticas
A participação ativa da população é destacada como um meio essenci- e ações não têm sido implementadas no cotidiano dos serviços, observan-
al para operacionalizar a promoção de saúde: La promoción de la salud dose com frequência o uso inadequado do termo, geralmente confundido
radica en la participación efectiva y concreta de la comunidad en la fijación com práticas de prevenção, educação e comunicação em saúde”. A consta-
de prioridades, la toma de decisiones y la elaboración y puesta en marcha tação desses autores parece vir ao encontro da de Cerqueira (1997, p.17),
de estrategias de planificación para alcanzar un mejor nível de salud. La que ressalta que “a pesar de numerosos esfuerzos por consolidar un enfo-
fuerza motriz de este proceso proviene del poder real de las comunidades, que democrático-participativo”, a promoção de saúde continua sendo
de la posesión y del control que tengan sobre sus propios empeños y identificada com práticas individualistas e medicalizantes. “La promoción de
destinos. (OMS, 1996, p.370) la salud sigue vinculada con un enfoque de prevención de la enfermedad,
Dentre os campos de ação da promoção de saúde mencionados na es decir que la atención médica para curar, controlar y prevenir la enferme-
Carta de Ottawa estão o estabelecimento de políticas públicas favoráveis à dad continúa siendo acción dominante” (Cerqueira, 1997, p.17).
saúde, a criação de ambientes propícios, o fortalecimento da ação comuni-
tária, o desenvolvimento de habilidades pessoais e a reorientação dos A prerrogativa colocada por Mello (2000) pode ser associada à nova
serviços sanitários. concepção de promoção defendida por Labonte (1996a), que busca, como
já se viu, promover a participação da população e fomentar a instituição de
A 2ª Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde, realizada mecanismos democráticos para a tomada de decisão, implementação e
em Adelaide (Austrália) em 1988, enfatizou a elaboração de políticas públi- avaliação das políticas públicas. Assim seria impulsionado o compromisso
cas saudáveis, caracterizadas “pelo interesse e preocupação explícitos de real dos gestores com a justiça social, sendo, potencialmente, um instru-
todas as áreas das políticas públicas em relação à saúde e à equidade, e mento promotor de mudanças na estrutura sócio-econômica e política.
pelos compromissos com o impacto de tais políticas sobre a saúde da Definindo os sete princípios da promoção de saúde
população” (Brasil, 2001, p.26). Na Declaração é afirmado que o principal A OMS caracteriza como iniciativas de promoção de saúde os progra-
propósito das políticas públicas saudáveis é a criação de ambientes físicos mas, as políticas e as atividades planejadas e executadas de acordo com
e sociais favoráveis à saúde. os seguintes princípios: concepção holística, intersetorialidade, empodera-
mento, participação social, equidade, ações multi-estratégicas e sustentabi-
A criação de tal entorno propício foi o foco da 3ª Conferência Internaci- lidade (WHO, 1998).
onal. Realizada em Sundsvall (Suíça), em 1991 - um ano antes da ECO-
924 , o encontro firmou o compromisso das organizações do Sistema das A concepção holística determina que as iniciativas de promoção fomen-
Nações Unidas com o desenvolvimento sustentável e procurou explicitar e tem a saúde física, mental, social e espiritual (WHO, 1998) e pressupõe a
enfatizar a interdependência entre ambiente e saúde. A Declaração de compreensão ampliada de saúde assumida pela Organização. No docu-
Sundsvall preconiza que a criação de ambiente promotores de saúde deve mento produzido em 1984, a OMS (WHO, 1984, p.20) declara que “a pro-
sempre ser guiada pelo princípio da equidade. moção de saúde envolve a população como um todo no contexto do seu
dia-a-dia, ao invés de enfocar grupos de risco para doenças específicas”
A Declaração de Jacarta, fruto da 4ª Conferência Internacional sobre (tradução livre). Subentendida a saúde como fenômeno produzido social-
Promoção de Saúde, realizada na Indonésia, em 1997, reitera a concepção mente, cabem ações de âmbito coletivo no cotidiano da população, extrapo-
e os princípios referidos nas conferências anteriores e explicita que a lando o campo específico da assistência médico-curativa. Este seria justa-
“saúde é um direito humano fundamental e essencial para o desenvolvi- mente o campo de ação da promoção, cuja concepção e significado deveri-
mento social e econômico” (Brasil, 2001, p.43). am enfatizar a determinação social, econômica e ambiental mais do que
puramente biológica ou mental da saúde.
Finalmente, a 5ª Conferência Mundial, realizada no México, em 2000,
procurou avançar no desenvolvimento das prioridades da promoção de Uma vez que tem suas ações e políticas dirigidas aos determinantes da
saúde para o século XXI identificadas em Jacarta e confirmadas pela saúde, como já visto, operacionalizar a promoção requer a cooperação
Assembleia Mundial da Saúde de 1998: a) promover a responsabilidade entre os diferentes setores envolvidos e a articulação de suas ações: legis-
social em matéria de saúde; b) ampliar a capacitação das comunidades e lação, sistema tributário e medidas fiscais, educação, habitação, serviço
dos indivíduos; c) aumentar a “inversão” no desenvolvimento da saúde; d) social, cuidados primários em saúde, trabalho, alimentação, lazer, agricultu-
assegurar a infra-estrutura necessária à promoção de saúde e fortalecer ra, transporte, planejamento urbano etc. Neste sentido, cabe destacar a
sua base científica; e) reorientar os sistemas e serviços de saúde. responsabilidade do governo, tanto em nível local como nacional, de atuar
de maneira a garantir que as condições totais, que estão além dos indiví-
Tendo a experiência brasileira em foco, a partir da 8ª Conferência Na- duos ou grupos, sejam favoráveis à saúde (WHO, 1984). Segundo Luciano
cional de Saúde (1986) muito tem sido falado sobre promoção de saúde Junqueira (1997) a intersetorialidade é entendida como “articulação de
(Mello et al., 1998). A promoção é diretamente referida no Artigo 196 da saberes e experiências no planejamento, realização e avaliação de ações
Constituição de 1988 (Brasil, 1988). Na seção II, capítulo II do título VIII para alcançar efeito sinérgico em situações complexas visando ao desen-
encontram-se as bases conceituais e organizativas do Sistema Único de volvimento social5 e à inclusão social” (Junqueira apud Junqueira, 1998,
Saúde (SUS). Sob a ótica da saúde como fenômeno multideterminado e p.84).
produzido socialmente, o Artigo 196 expressa uma importante conquista da
Reforma Sanitária brasileira ao instituir a Saúde como direito de todos e O empoderamento e a participação social são destacados como princí-
dever do Estado “garantido mediante políticas sociais e econômicas que pioschave, sendo a efetiva e concreta participação social estabelecida
visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso como objetivo essencial da promoção de saúde (WHO, 1984). A participa-

Conhecimentos Específicos 134 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ção é compreendida como o envolvimento dos atores diretamente interes- Finalmente, a sustentabilidade remete a um duplo significado: criar ini-
sados – membros da comunidade e organizações afins, formuladores de ciativas que estejam de acordo com o princípio do desenvolvimento susten-
políticas, profissionais da saúde e de outros setores e agências nacionais e tável e garantir um processo duradouro e forte (Ziglio et al., 2000). A conti-
internacionais – no processo de eleição de prioridades, tomada de deci- nuidade das políticas de promoção de saúde é especialmente importante
sões, implementação e avaliação das iniciativas (WHO, 1998). No desen- tendo em vista que se tratam de iniciativas de natureza complexa, envol-
volvimento de políticas de promoção de saúde, deve haver contínua consul- vendo processos de transformação coletivos com impacto a médio e longo
ta, diálogo e troca de ideias entre indivíduos e grupos, tanto leigos como prazo. Ressalte-se que, segundo Jacobi (1999) A problemática da susten-
profissionais. Mecanismos políticos devem ser estabelecidos de forma a tabilidade assume, neste final de século, um papel central na reflexão em
garantir oportunidades de expressão e desenvolvimento do interesse públi- torno das dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se configu-
co na saúde. (WHO, 1984, p.22. tradução livre) ram para garantir equidade e articular as relações entre o global e o local.
(p.39)
É do âmbito da promoção investir na formação de cidadãos e trabalhar
para a instituição de espaços verdadeiramente democráticos, especialmen- A noção de sustentabilidade implica uma necessária interpelação entre
te no nível local, de modo a desenvolver políticas que partam dos proble- justiça social, qualidade de vida, equilíbrio ambiental e a necessidade de
mas e necessidades de saúde identificados e que possam ser continua- desenvolvimento com capacidade de suporte. Mas também se associa a
mente avaliadas e revisadas a partir delas. uma premissa da garantia de sustentação econômico-financeira e instituci-
onal. (p.43) Juliana Lordello Sícoli Paulo Roberto do Nascimento
A disseminação da informação e a educação são bases para a tomada
de decisão e componentes importantes da promoção de saúde, preocupa- PROMOÇÃO DA SAÚDE - objetivos
ção que parece estar ligada ao princípio de empoderamento, entendido • Elaborar e implementar uma Política de Promoção da Saúde, de
como processo de capacitação dos indivíduos e comunidades para assumi- responsabilidade dos três gestores;
rem maior controle sobre os fatores pessoais, sócio-econômicos e ambien- • Enfatizar a mudança de comportamento da população brasileira de
tais que fetam a saúde (WHO, 1998). Segundo Labonte (1996b) o termo forma a internalizar a responsabilidade individual da prática de ati-
refere-se ao processo de transformação da sensação de impotência, inter- vidade física regular, alimentação adequada e saudável e combate
nalizada pelos indivíduos perante as iniquidades de poder. O primeiro ao tabagismo;
passo na direção do empoderamento da comunidade “es devolverle el • Articular e promover os diversos programas de promoção de ativi-
poder de definir” (Labonte, 1996a, p.155), seria fundamental à promoção de dade física já existentes e apoiar a criação de outros;
saúde comunitária, já que nela as comunidades são responsáveis pela • Promover medidas concretas pelo hábito da alimentação saudável;
definição e eleição de seus problemas e necessidades prioritárias. • Elaborar e pactuar a Política Nacional de Promoção da Saúde que
contemple as especificidades próprias dos estados e municípios
Cabe aqui ressaltar que, ao implementar políticas de promoção de sa- devendo iniciar sua implementação em 2006.
úde, os princípios de empoderamento e participação não devem ser sepa-
rados. A própria OMS (WHO, 1984) reconhece que garantir o acesso à
informação e ampliar o conhecimento em saúde sem aumentar a capacida-
de de controle e perspectivas de mudança apenas contribuem para gerar 21. FORMAS DE APRENDER E ENSINAR EM EDUCAÇÃO PO-
ansiedade e fomentar a sensação de impotência. É fundamental, portanto, PULAR. 22. CULTURA POPULAR E SUA RELAÇÃO COM OS
vencer as barreiras que limitam o exercício da democracia e desenvolver PROCESSOS EDUCATIVOS
sistemas flexíveis que reforcem a participação social e a cidadania, como
preconizado pelas Conferências Internacionais realizadas, em especial as
de Ottawa e Bogotá. A educação popular em saúde resulta de um processo de resistência à
opressão e o aprofunda na medida em que as atividades desenvolvidas
Como afirmado na Carta de Ottawa, a promoção tem como objetivo ga- pautam-se no fortalecimento das classes populares, por meio da
rantir o acesso universal à saúde e está afinada com o princípio de justiça valorização do cultivo de suas práticas, de sua cultura, de suas
social. “Alcançar a equidade consiste em eliminar as diferenças desneces- racionalidades e do fomento à mobilização/organização social (Severo,
sárias, evitáveis e injustas que restringem as oportunidades para se atingir 2008). Dessa forma aprofunda a capacidade crítica dos sujeitos e
o direito de bem-estar” (Brasil, 2001, p.40). “La prueba fundamental para desenvolve novas estratégias de enfrentamento às condições adversas de
saber si las diferencias en materia de salud son o no injustas parece de- vida, elementos fortemente vinculados ao conceito de promoção da saúde.
pender en gran parte de si las personas escogen libremente la situación A promoção da saúde representa um processo social e político
que produce una mala salud o si está fuera de su control” (Whitehead, direcionado ao fortalecimento das capacidades e habilidades dos indivíduos
1990, p.9). e coletivos, bem como às ações direcionadas a mudanças das condições
sociais, ambientais e econômicas para minimizar seu impacto na saúde
Segundo a OMS, para alcançar a equidade é preciso reorientar os ser- individual e pública. Portanto, a promoção da saúde constitui um conjunto
viços sanitários, visando ampliar o acesso, e criar ambientes de suporte, de ações que permite às pessoas aumentar seu controle sobre os
com políticas que viabilizem condições de vida favoráveis à saúde (WHO, determinantes da saúde por meio da sua participação ativa nesse processo.
1984), priorizem “grupos desprivilegiados e vulneráveis” (Brasil, 2001, Contudo, é importante ressaltar que ninguém participa daquilo que não
p.26), e revertam as desigualdades sociais instaladas. faz sentido para si. Por isso, construir práticas promotoras de saúde
implica, necessariamente, pensar a saúde a partir do universo simbólico
Cabe ainda assinalar que não se trata de buscar suprimir por completo dos sujeitos e grupos sociais com os quais se busca estimular a
os diferenciais de saúde existentes na população, atingindo uma suposta participação consciente em seu processo de produção da saúde.
igualdade sanitária, mas sim identificar diferenças injustas e evitáveis, Assim, percebe-se o encontro conceitual entre a educação popular e a
remetendo à dimensão moral e ética subjacente ao princípio e à busca por promoção da saúde, visto que ambos pressupõem o respeito ao imaginário
realizar os direitos sociais. Como bem explicita Whitehead (1990, p.11) el coletivo de um povo e buscam a promoção da autonomia dos sujeitos e
objetivo de la política para conseguir la igualdad en materia de salud no es coletivos. Autonomia no sentido de apropriação da própria vida, de seu
eliminar todas las diferencias sanitarias, de modo que todo mundo tenga el processo de viver, adoecer e reagir às adversidades, sejam elas materiais
mismo nivel y calidad de servicios sanitarios, sino que reducir o eliminar las ou subjetivas.
que resulten de factores que se consideran evitables e injustos.

As ações multi-estratégicas pressupõem o envolvimento de diferentes Cultura Popular


disciplinas e dizem respeito à combinação de métodos e abordagens varia- Cultura Popular pode ser definida como qualquer manifestação cultural
das, incluindo desenvolvimento de políticas, mudanças organizacionais, (dança, música, festas, literatura, folclore, arte, etc) em que o povo produz e
desenvolvimento comunitário, questões legislativas, educacionais e do participa de forma ativa.
âmbito da comunicação.

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Ao contrário da cultura de elite, a cultura popular surge das tradições e Esse documento ressalta o direito dessas pessoas a oportunidades
costumes e é transmitida de geração para geração, principalmente, de idênticas às dos demais cidadãos; bem como o de usufruir, em condições
forma oral. de igualdade, das melhorias nas condições de vida, resultantes do
Exemplos de manifestações da cultura popular: carnaval, danças e desenvolvimento econômico e do progresso social. Nesse
festas folclóricas, literatura de cordel, provérbios, samba, frevo, capoeira, Programa, foram estabelecidas diretrizes nas diversas áreas de
artesanato, cantigas de roda, contos e fábulas, lendas urbanas, atenção à população portadora de deficiência, como a de saúde, de
superstições, etc. educação, de emprego e renda, de seguridade social, de legislação, etc., as
quais os estados membros devem considerar na definição e execução de
suas políticas, planos e programas voltados a estas pessoas.
25. PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: ABORDAGEM, MEDIDAS No âmbito específico do setor, cabe registro a Classificação
FACILITADORAS DE INCLUSÃO SOCIAL E DIREITOS LEGAIS Internacional de Deficiências, Incapacidades e Desvantagens – CIDID,
elaborada pela Organização Mundial da Saúde – OMS, em 1989, que
definiu deficiência como toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou
Política Nacional de Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência
função psicológica, fisiológica ou anatômica; a incapacidade como toda
1. Introdução restrição ou falta – devida a uma deficiência – da capacidade de realizar
Na conformidade do ideário democrático, ao longo da Constituição uma atividade na forma ou na medida que se considera normal para um ser
Federal de 1988, estão assegurados os direitos das pessoas portadoras de humano; e a desvantagem como uma situação prejudicial para um
deficiências nos mais diferentes campos e aspectos. A partir de então, determinado indivíduo, em consequência de uma deficiência ou uma
outros instrumentos legais foram estabelecidos, regulamentando os ditames incapacidade, que limita ou impede o desempenho de um papel que é
constitucionais relativos a esse segmento populacional, destacando-se as normal em seu caso (em função da idade, sexo e fatores sociais e
Leis n.º 7.853/89 e n.º 8.080/90 – a chamada Lei Orgânica da Saúde –, culturais).
bem como o Decreto n.º 3.298/99.
A OMS, quase dez anos depois – em 1997 –, reapresentou essa
Em seu artigo 23, Capítulo II, a Constituição determina que “é Classificação Internacional com um novo título e novas conceituações.
competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Agora denominada Classificação Internacional das Deficiências, Atividades
Municípios cuidar da saúde e assistência públicas, da proteção e garantia e Participação: um manual da dimensão das incapacidades e da saúde –
das pessoas portadoras de deficiências”. Já a Lei n.º 7.853/89, que dispõe CIDDM-2, o documento fixa princípios que enfatizam o apoio, os contextos
sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiências e a sua integração ambientais e as potencialidades, ao invés da valorização das incapacidades
social, no que se refere à saúde, atribui ao setor a promoção de ações e das limitações.
preventivas; a criação de uma rede de serviços especializados em
O CIDDM-2 concebe a deficiência como uma perda ou anormalidade
reabilitação e habilitação; a garantia de acesso aos estabelecimentos de
de uma parte do corpo (estrutura) ou função corporal (fisiológica), incluindo
saúde e do adequado tratamento no seu interior, segundo normas técnicas
as funções mentais. Já a atividade está relacionada com o que as pessoas
e padrões apropriados; a garantia de atendimento domiciliar de saúde ao
fazem ou executam em qualquer nível de complexidade, desde aquelas
deficiente grave não internado; e o desenvolvimento de programas de
simples até as habilidades e condutas complexas. A limitação da atividade,
saúde voltados para as pessoas portadoras de deficiências, desenvolvidos
antes conceituada como incapacidade, é agora entendida como uma
com a participação da sociedade (art. 2.º, Inciso II).
dificuldade no desempenho pessoal. A raiz da incapacidade é a limitação
No conjunto dos princípios que regem o Sistema Único de Saúde – no desempenho da atividade que deriva totalmente da pessoa. No entanto,
SUS, constantes da Lei Orgânica da Saúde, destacam-se o relativo “à o termo incapacidade não é mais utilizado porque pode ser tomado como
preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física uma desqualificação social. Ampliando o conceito, essa Classificação
e moral”, bem como aqueles que garantem a universalidade de acesso e a Internacional inclui a participação, definida como a interação que se
integralidade da assistência (art. 7.º Incisos I, II, III e IV). Esta Política estabelece entre a pessoa portadora de deficiência, a limitação da atividade
Nacional, instrumento que orienta as ações do setor Saúde voltadas a esse e os fatores do contexto socioambiental.
segmento populacional, adota o conceito fixado pelo Decreto anteriormente
Essa nova abordagem representa um outro marco significativo na
mencionado que considera “pessoa portadora de deficiência aquela que
evolução dos conceitos, em termos filosóficos, políticos e metodológicos, na
apresenta, em caráter permanente, perdas ou anormalidades de sua
medida em que propõe uma nova forma de se encarar as pessoas
estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, que gerem
portadoras de deficiência e suas limitações para o exercício pleno das
incapacidade para o desempenho de atividades dentro do padrão
atividades decorrentes da sua condição. Por outro lado, influencia um novo
considerado normal para o ser humano”.
entendimento das práticas relacionadas com a reabilitação e a inclusão
O conceito relativo a essa população tem evoluído com o passar dos social dessas pessoas.
tempos, acompanhando, de uma forma ou de outra, as mudanças ocorridas
Na raiz dessa nova abordagem está a perspectiva da inclusão social,
na sociedade e as próprias conquistas alcançadas pelas pessoas
entendida “como o processo pelo qual a sociedade se adapta para incluir,
portadoras de deficiência. O marco dessa evolução é a década de 60, em
em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e,
cujo período tem início o processo de formulação de um conceito de
simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na
deficiência, no qual é refletida a “estreita relação existente entre as
sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual
limitações que experimentam as pessoas portadoras de deficiências, a
as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria,
concepção e a estrutura do meio ambiente e a atitude da população em
equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de
geral com relação à questão” (Coordenadoria para Integração da Pessoa
oportunidades para todos” (Sassaki, 1997, p.3).
Portadora de Deficiência – Corde – do Ministério da Justiça, 1996, p.12).
Tal concepção passou a ser adotada em todo mundo, a partir da divulgação A prática da inclusão social vem aos poucos substituindo a prática da
do documento Programa de Ação Mundial para Pessoas com Deficiência, integração social, e parte do princípio de que, para inserir todas as
elaborado por um grupo de especialistas e aprovado pela ONU, em 1982. pessoas, a sociedade deve ser modificada de modo a atender às
necessidades de todos os seus membros: uma sociedade inclusiva não
Um outro marco foi a declaração da Organização das Nações Unidas
admite preconceitos, discriminações, barreiras sociais, culturais e pessoais.
– ONU – que fixou 1981 como o Ano Internacional da Pessoa Deficiente,
Nesse sentido, a inclusão social das pessoas portadoras de deficiências
colocando em evidência e em discussão, entre os países membros, a
significa possibilitar a elas, respeitando as necessidades próprias da sua
situação da população portadora de deficiência no mundo e,
condição, o acesso aos serviços públicos, aos bens culturais e aos
particularmente, nos países em desenvolvimento, onde a pobreza e a
produtos decorrentes do avanço social, político, econômico e tecnológico
injustiça social tendem a agravar a situação. A principal consequência
da sociedade.
daquele Ano Internacional foi a aprovação na assembleia geral da ONU,
realizada em 3 de dezembro de 1982, do Programa de Ação Mundial para
Pessoas com Deficiências, referido anteriormente (Resolução n.º 37/52).
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Em alguns países, como os Estados Unidos e o Canadá, são amostra ou, ainda, a dificuldades na coleta de dados e a própria
consideradas pessoas com incapacidades todas aquelas que têm alguma conceituação de deficiência, seus tipos e graus, adotados por essas
desvantagem e ou dificuldade de desempenho funcional, o que engloba a pesquisas.
população de idosos e de portadores de doenças crônicas potencialmente
incapacitantes. No Brasil, a cultura vigente e a definição legal consideram A grande diferença entre os percentuais encontrados é uma
pessoas com deficiência aquelas pertencentes aos segmentos com déficit demonstração de que não se dispõe de dados de abrangência nacional e
mental, motor, sensorial e múltiplo. representativos da magnitude do problema. Os números estimados pela
OMS, assim como os do Censo e da Pnad, parecem não representar, na
Para fins de delimitação da problemática das deficiências no Brasil, média, a realidade do País no que diz respeito à prevalência de
são apresentados neste documento os tipos de deficiências mais deficiências, considerando as diversidades regionais e seus impactos nas
abrangentes e frequentes, segundo a classificação adotada pela OMS, ou condições de vida e saúde da população. As causas, assim como as
seja, as pessoas portadoras de deficiência mental, motora, auditiva, visual e consequências da deficiência, sejam no nível individual do próprio portador
múltipla. de deficiência, ou no nível de toda a sociedade, variam de país para país e
resultam das circunstâncias socioeconômicas e das diferentes políticas que
O dimensionamento da problemática da deficiência no Brasil, tanto em os estados adotam com vistas ao bem-estar dos seus cidadãos (Corde,
termos qualitativos quanto quantitativos, é muito difícil em razão da 1996). As principais causas das deficiências são os transtornos congênitos
inexistência quase total de dados e informações de abrangência nacional, e perinatais, decorrentes da falta de assistência ou assistência inadequada
produzidos sistematicamente, que retratem de forma atualizada a realidade às mulheres na fase reprodutiva; doenças transmissíveis e crônicas não-
do País nesta área. A OMS estima que cerca de 10% da população de transmissíveis; perturbações psiquiátricas; abuso de álcool e de drogas;
qualquer país em tempo de paz é portadora de algum tipo de deficiência, desnutrição; traumas e lesões, principalmente nos centros urbanos mais
das quais: 5% é portadora de deficiência mental; 2% de deficiência física; desenvolvidos, onde são crescentes os índices de violências e de acidentes
1,5% de deficiência auditiva; 0,5% de deficiência visual; e 1% de deficiência de trânsito.
múltipla. Com base nesses percentuais, estima-se que no Brasil existam 16
milhões de pessoas portadoras de deficiência. O aumento da expectativa de vida da população brasileira nas últimas
décadas tem feito com que as causas da deficiência estejam cada vez mais
A Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar – Pnad, realizada em relacionadas a males crônico-degenerativos, como a hipertensão arterial, a
1981, incluiu questões relativas à deficiência: número e tipos de deficientes diabetes, o infarto, os acidentes vásculo-encefálicos, a doença de
e assistência recebida) O resultado mostrou que 2% da população é Alzheimer, o câncer, a osteoporose e outros. As doenças
portadora de deficiência, das quais quase a metade diz respeito à cerebrovasculares são a terceira causa de morte no Brasil, com prevalência
deficiência motora. Essa pesquisa aponta, da mesma forma que o Censo de 5,8 casos por mil habitantes, acima de 25 anos de idade, significando
realizado em 1991, uma maior prevalência de incapacidades sensoriais e algo em torno de 100 mil óbitos anuais (Datasus, 1997). Essas doenças
motoras na população acima de 50 anos de idade. cerebrovasculares têm potencial altamente incapacitante. Estatísticas norte-
Os resultados do Censo de 1991, realizado pelo Instituto Brasileiro de americanas indicam que, para cada óbito em decorrência dessas doenças,
Geografia e Estatística – IBGE, indicam um percentual de 1,14% de pode haver mais de uma sobrevida. Estima -se que, nos Estados Unidos,
pessoas portadoras de deficiências na população brasileira. Nesse Censo, existam 612 hemiplégicos por 100 mil habitantes (Hamillar, 1997).
foram considerados apenas os que responderam de forma positiva aos Dados obtidos pelo Datasus demonstram que na cidade de São Paulo,
quesitos de maior grau de deficiência. Apesar dessa limitação no período 1997/98, a curva de crescimento da ocorrência por acidente
metodológica, o inquérito censitário traz alguns indicativos importantes. vasculoencefálico inicia -se na faixa etária dos 25 anos de idade,
De acordo com dados desse Censo, em relação à deficiência mental acentuando o seu crescimento a partir da faixa etária dos 65 anos ou mais
há um significativo aumento a partir dos 5 anos de idade, mostrando não só de idade, atingindo cerca de 44% da população nesta faixa etária, com taxa
o papel da escola na identificação da deficiência, mas apontando para a de mortalidade em torno de 22,55%. Na população em geral, a taxa de
necessidade de um diagnóstico mais precoce, bem como para avaliações mortalidade mantém-se em torno de 16%, elevando-se somente na faixa
educacionais mais precisas, evitando-se correr o risco de enquadrar-se dos 65 anos ou mais de idade, como era de se esperar, devido ao
como portadores de deficiência mental, pessoas com problemas envelhecimento. Sendo assim, os números sugerem que existe um grande
psicológicos, neurológicos ou mesmo socioeconômicos, que interferem no contingente de indivíduos portadores de hemiplegia e ou outras sequelas
processo de aprendizagem. decorrentes de AVC.
Em relação a gênero, o Censo mostrou que 50,4% da população geral A faixa etária produtiva, como indicam os dados, também é atingida
era do sexo feminino e 49,6% do sexo masculino. Já a população de por acidente vascular encefálico, trazendo assim uma importante perda
deficientes apresentou -se de forma inversa: 44,4% do sexo feminino e para o setor produtivo. Estudo realizado em dezembro de 1998, pela
55,65 do masculino. Divisão de Medicina de Reabilitação do Hospital das Clínicas, da Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo – Fmusp, em 800 pacientes
A diferença maior ocorre quanto a deficiência mental e, matriculados, indica, entre as principais deficiências identificadas, a
principalmente, a deficiência motora. A maior prevalência de deficiência seguinte distribuição: hemiplegia, 18,12%; sequela de lesão medular,
motora na população masculina, predominante entre jovens e adultos, 17,8%; sequela de doenças osteoarticular e neuroevolutivas 14,7%;
sugere decorrer sobretudo das causas externas, tais como os acidentes de sequela de hemofilia, lesão por esforço repetitivo – LER, insuficiências
trabalho, de trânsito, etc. De outra parte, não se encontra justificativa para a vasculares periféricas pós-trauma e cardiopatias, 23,0%; e sequelas
incidência maior de deficiência mental no sexo masculino até a faixa etária incapacitantes em idosos, 2,8%.
de 50 anos de idade.
O mesmo estudo aponta a paralisia cerebral como uma importante
A partir dessa faixa etária, a situação se inverte com predomínio de causa das deficiências em crianças avaliadas em 1998, atingindo a cerca
deficiência mental no sexo feminino. Vários fatores poderão estar de 16,4%. A crescente urbanização e industrialização, sem os devidos
relacionados, destacando -se, em especial, o aumento da vida média da cuidados com a preservação da vida e do meio ambiente, gera o aumento
população feminina. de incapacidades.
Os resultados do Censo 91, por outro lado, não indicam diferença na Há indícios de correlação entre o aumento de incapacidade e a
prevalência de deficiências entre as populações urbanas e rurais; em incidência de neuroses, doenças psicossomáticas, alcoolismo, vício de
relação à deficiência motora especificamente, há um relativo aumento na drogas, acidentes de trânsito e violência urbana. Levantamento realizado
faixa de 20 anos ou mais de idade na população da região urbana, nos hospitais ligados ao SUS mostrou que, em 1997, foram atendidos 6.388
justificável pelos mesmos fatores citados anteriormente (violências e pacientes com fratura da coluna vertebral, representando taxas de
acidentes). Tanto os resultados da Pnad/81 quanto os do Censo/91, ambos internação mais elevadas que nos anos anteriores. Mais de 50% desses
por amostragem e de abrangência nacional, apresentam percentuais casos correspondem a fraturas nos segmentos cervical e dorsal, o que
inferiores aos estimados pela OMS. Essa diferença pode estar relacionada evidencia a gravidade da situação e a provável ocorrência de deficiências
aos procedimentos metodológicos, como os critérios para definição da (Laurenti et all, 1998).

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Quanto à lesão medular, estudo feito também na Divisão de Medicina terços ou mais da cegueira total existente são evitáveis, ou seja, pode ser
de Reabilitação do Hospital das Clínicas da Fmusp, em 174 pacientes, tanto prevenida, quanto tratada. A prevalência da cegueira varia nas
apresenta a lesão traumática como a causa de 78% dos casos, assim diferentes partes do mundo.
distribuídos: ferimento por armas de fogo, 33%; acidente de trânsito, 19,5%;
queda de altura, 19,5%; ferimento por arma branca, 2,4%; queda de objeto, O Brasil e a América Latina estão, de modo geral, incluídos entre as
2,4%; acidente desportivo, 1,2% (Salimene, 1995). regiões de economia e serviços de saúde razoáveis, onde se calcula que
existam de 0,6 a 0,9 pessoas cegas para cada mil habitantes, sendo que o
Nesse estudo, verificou-se que a faixa etária preponderantemente número daquelas com baixa visão é três vezes maior.
atingida era a de 18 a 35 anos de idade, com 53% dos indivíduos, sendo
que 81,7% dos casos eram do sexo masculino. Em crianças, as causas oculares mais comuns de perda visual são as
de origem infecciosa congênita, como a rubéola e a toxoplasmose, ou as
Já o estudo procedido em pacientes atendidos na rede Sarah, em doenças adquiridas durante os primeiros meses de vida e as de causa
1997, informa que do total de 293 pacientes com traumatismo da coluna hereditária (Barbieri, 1984; Waisberg, 1984; Sato e cols., 1987; Kara-José e
vertebral, registrados naquele ano, 42% foram vítimas de acidentes de cols., 1995; Reis e cols., 1998).
trânsito; 24% de disparo de armas de fogo; 12% de mergulhos em águas
rasas; 11,6% de quedas e 9,5% de outros tipos de acidentes e violências. As de origem cerebral estão associadas a sequelas neurológicas
causadas principalmente pela prematuridade, síndromes e malformações
Clifton (1993), estudando a área de Houston – Gaves, no Texas, em congênitas associadas a múltiplas deficiências que, muitas vezes,
1981, encontrou 183 pacientes portadores de lesão medular, dos quais 106 sobrepujam a importância da deficiência visual (Carvalho, 1993; OMS,
– 57,9% – eram paraplégicos. A faixa etária de maior incidência foi a de 15 1994).
a 24 anos de idade – 42,26% –, seguida daquela compreendida entre 25 a
34 anos de idade – 31,7% –, com predomínio do sexo masculino. No adulto, com o aumento da expectativa de vida e a prevalência das
doenças crônico-degenerativas – as quais aumentam com a idade –, as
A etiologia mais frequente foi acidente de automóveis – 41 casos –, principais causas de perda visual são a retinopatia diabética, o glaucoma e
seguido de perto por acidentes provocados por armas de fogo (38 casos). a degeneração muscular senil. A catarata, embora seja uma das principais
Barros Filho (1990), realizando estudos clínicos em pacientes com causas de cegueira no Brasil – mais de 70% dos casos –, não é incluída
traumatismo da coluna vertebral e déficit neurológico, internados no nas estatísticas de baixa visão por ser tratável e sua perda visual ser
Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP, no reversível após cirurgia e correção óptica convencional, como, por exemplo,
período de 1982 a 1987, constatou que, dos 428 pacientes, 94,3% eram do o uso de óculos (Carvalho, 1993; OMS, 1994).
sexo masculino e na faixa etária de 21 a 30 anos.
A deficiência auditiva, caracterizada pela perda total ou parcial da
A causa principal foi ferimento por armas de fogo (34,5%). Ao se capacidade de ouvir, manifesta-se como surdez leve e moderada e surdez
comparar os estudos de Clifton (1993) e de Barros Filho (1990), constata-se severa ou profunda. Assim como na visual, as pessoas portadoras de
uma semelhança entre os dados detectados em um grande centro urbano deficiência auditiva podem ser afetadas na sua aprendizagem e no seu
norte-americano e São Paulo, em termos da etiologia e das características desenvolvimento integral. A estimativa da OMS, em 1993, é de que 1,5%
da população mais vulnerável às lesões traumáticas. Aliados àqueles da população brasileira – cerca de 2.250.000 habitantes – seria portadora
observados na Divisão de Medicina e Reabilitação do Hospital das Clínicas, dessa deficiência.
anteriormente citados, os resultados confirmam a violência urbana, os
acidentes de trânsito e os acidentes de trabalho como importantes agentes As causas de deficiência auditiva, de moderada a profunda, mais
causadores de deficiências no Brasil, neste final de século, especialmente frequente em crianças são a rubéola gestacional e outras infecções pré-
em centros urbanos de médio e grande portes. natais. Contudo, em cerca de 33% dos casos não se consegue estabelecer
uma etiologia para essa afecção. Nos casos de deficiência auditiva de leve
Analisando o problema em relação às deficiências foco desta Política– a moderada, a otite média é a causa mais frequente na infância, com uma
motora, visual, auditiva, mental e múltipla –, cabe assinalar inicialmente que incidência ao redor de 33%.
a deficiência motora assume maior relevo a partir dos 25 anos de idade,
refletindo a importância dos acidentes, das violências e de certas doenças Em 1989, 90% de crianças e adolescentes até 16 anos de idade que
na gênese desta deficiência. procuraram o departamento de otorrinolaringologia da Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo, com suspeita de deficiência auditiva, tiveram
As pessoas portadoras de deficiência motora ressentem-se de uma esta deficiência confirmada após terem sido avaliados clinicamente e
variedade de condições neurossensoriais que as afetam em termos de submetidos a exames especializados. Desses, 90% apresentaram
mobilidade, de coordenação motora geral ou da fala, como decorrência de deficiência auditiva severa ou profunda, dos quais 95% bilateral. Quanto à
lesões nervosas, neuromusculares e osteoarticulares ou, ainda, de má- causa, concluiu-se que 45% dos casos eram de deficiência auditiva
formação congênita ou adquirida. congênita; 22%, pós-natal; e 32,5%, de origem desconhecida.
Dependendo do caso, as pessoas que têm problemas de locomoção Nas deficiências auditivas congênitas, 16% tiveram como causa a
conseguem movimentar-se com a ajuda de prótese, cadeira de rodas ou rubéola materno-fetal; 10% associadas a prematuridade (baixo peso e
outros aparelhos auxiliares. Ao desenvolver determinadas habilidades, hipoxemia); 9% hereditária; 1% em decorrência de casamento
essas pessoas podem ter condições de ir de um lugar para outro, manipular consanguíneo; e 11% de outras causas (Castro, 1991).
objetos, trabalhar, ser autônomas e independentes.
Na literatura internacional, a presbiacusia – perda auditiva devido à
A deficiência visual compreende uma situação irreversível de idade – é apontada como a principal causa de deficiência auditiva nos
diminuição da visão, mesmo após tratamento clínico e ou cirúrgico e uso de idosos, com uma incidência de cerca de 30% na população com mais de 65
óculos convencionais. O portador de deficiência visual total ou com baixa anos de idade. O ruído, principalmente no ambiente de trabalho, é
visão tem restringida a sua velocidade de trabalho, a orientação e a apontado como a segunda principal causa de perda auditiva
mobilidade, bem como a sua capacidade de realizar tarefas. Essa neurossensorial entre os adultos. Dados semelhantes foram reportados por
deficiência é classificada pela OMS em categorias que abrangem desde a Silveira em 1992.
perda visual leve até a ausência total de visão.
De acordo com a Associação Americana de Deficiência Mental –
A adoção dessa classificação é recomendada para que se possa ter AAMD, na deficiência mental observa-se uma substancial limitação da
uma maior uniformidade de dados estatísticos e estudos epidemiológicos capacidade de aprendizagem do indivíduo e de suas habilidades para a
comparativos entre os diferentes países. Entretanto, é apenas quantitativa, vida diária.
baseada em valores de acuidade visual (CID).
O portador dessa deficiência, assim, caracteriza -se por apresentar um
A OMS estima que existam 38 milhões de pessoas cegas no mundo, déficit na inteligência conceitual, prática e social. Já a deficiência múltipla é
das quais 1,5 milhão são crianças menores de 16 anos de idade. Cerca de a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias
110 milhões de pessoas possuem baixa visão, perfazendo, assim, um total – mental, visual, auditiva e motora –, com comprometimentos que
de 148 milhões de pessoas com deficiência visual. Cabe assinalar que, dois acarretam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa.

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Em relação a essas deficiências, existem poucos estudos no Brasil As pessoas portadoras de ostomias representam um segmento que
que apresentam um perfil mais abrangente dos agentes etiológicos pode ser classificado como portadora de deficiência, na medida em que
envolvidos na sua determinação. A pesquisa realizada na Sociedade houve uma doença prévia que deixou uma deficiência do sistema excretor,
Pestalozzi do Estado do Rio de Janeiro, por intermédio de um estudo que produz limitações em várias esferas da vida, tanto social, quanto
retrospectivo de 850 casos de portadores de deficiência, num período de 10 pessoal. Essas pessoas estão cadastradas pelo SUS e formam uma
anos (1981-1990), detectou que 654 casos (76,94%) eram de portadores de população de sete mil pessoas.
deficiência mental, 106 casos (12,47%) de portadores de deficiência motora
(paralisia cerebral) e 90 casos (10,58%) de deficiência múltipla (mental e As deficiências sensoriais e múltiplas, excluída a paralisia cerebral,
motora). predominam após os 50 anos de idade, como consequência do processo
de envelhecimento e do próprio aumento da vida média da população,
Nesse estudo, a análise da parcela de pessoas portadoras de refletindo o perfil de transição demográfica no País.
deficiência motora e deficiência múltipla – 196 casos no total – levou a
concluir que múltiplos fatores foram os agentes etiológicos mais O Ministério da Saúde e a OMS apoiaram a realização de Estudos de
frequentemente envolvidos, correspondendo a 32 casos ou 16,3% da Prevalência de Deficiências, Incapacidades e Desvantagem, realizados em
amostra. Esses resultados apontam para um somatório de agressões 11 cidades de diferentes regiões do País, entre os anos de 1992 e 1999.
envolvendo o sistema nervoso nos períodos pré e perinatais e ou nos Utilizando a metodologia de entrevistas domiciliares proposta pela
primeiros dias de vida. Opas/OMS, esses estudos indicaram percentuais de pessoas portadoras de
Os “fatores ignorados” – 31 casos ou 15,8% – aparecem em segundo deficiência que variam de 2,81%, em Brasília; a 4,00%, em Taguatinga/DF;
lugar, o que pode estar refletindo o pouco acesso da população aos meios 4,30%, em Canoas/ RS; 4, 80, em Campo Grande/MS; 6,11%, em
diagnósticos. A anóxia perinatal figura como a terceira causa de Santos/SP; 6,18%, em Silva Jardim/RJ; 6,97%, em Maceió/AL; 5,05%, em
deficiências nesse grupo estudado, com 29 casos ou 14,7%, destacando-se Santo André/SP; 7,50%, em Niterói/RJ; 9,60%, em Feira de Santana/ BA; e
como o agente isolado mais frequente. Isso demonstra a importância de 5,9%, em São José dos Campos/SP.
medidas preventivas eficientes para evitar ou amenizar as lesões É importante ressaltar que, por se tratar de cidades com perfis
neurológicas ou físicas que podem ser evitadas, sobretudo durante os populacionais distintos, com localização espacial e regional variadas e com
períodos pré e perinatal. características diferentes em termos socioeconômicos, a generalização dos
Vale ressaltar, no entanto, que vários autores questionam a anóxia resultados para o Brasil como um todo é desaconselhável, o que não
isolada como causadora de paralisia cerebral e que um índice de Apgar invalida a credibilidade dos resultados.
baixo necessariamente não determina quadros de paralisia cerebral. Esses percentuais retratam a realidade local, sendo úteis para a
Esses três agentes – múltiplos fatores, agentes ignorados e anóxia composição de um quadro parcial da situação da deficiência nas regiões
perinatal – atuam de vários modos e intensidade e os seus mecanismos de estudadas, que podem ajudar na compreensão do problema em localidades
ação podem determinar desde agressões leves até graves. de perfis semelhantes.

Como agentes infecciosos pré-natais estão a rubéola e a Os resultados dos estudos de prevalência permitem afirmar que a
toxoplasmose, com 10 casos – 5,10%– em 196. De qualquer forma, há que incapacidade motora é a maioria dos casos de deficiência encontrada nas
se considerar a precariedade do atendimento pré-natal em algumas localidades estudadas, seguida pela deficiência mental. Quanto maior o
regiões, o que impossibilita o diagnóstico de muitos casos de doenças número de idosos na amostra da pesquisa, maior é a prevalência de
infecciosas. incapacidades da visão e da audição. Por outro lado, é elevado o número
de casos de deficiência múltipla nos municípios de menor renda per capita,
No conjunto dos fatores pós-natais, as infecções – meningite e entre os estudados.
meningoencefalites – têm nítido predomínio como fator isolado entre os
demais: com 14 casos, corresponde a 7,14% do total de 196 analisados, A análise da situação das pessoas portadoras de deficiência deve ser
sendo que, das causas pós-natais – 25 casos –, respondem por 56% dos realizada no contexto de diversos níveis de desenvolvimento econômico e
casos. social e de diferentes culturas. Todavia, a responsabilidade fundamental de
prevenir as condições que conduzem ao aparecimento de incapacidades e
Por não ser patologia de notificação compulsória, a paralisia cerebral de fazer frente às suas consequências recai, em toda parte, sobre os
apresenta-se como sendo de difícil avaliação em termos de incidência, até governos. Isso não diminui a responsabilidade da sociedade em geral, nem
mesmo nos países do primeiro mundo, como na Inglaterra e nos Estados dos indivíduos e nem das organizações em particular.
Unidos, onde a incidência, na década de 50, apontava para 1,5 casos por
1.000 nascidos vivos e entre 1,5 e 5, 9, respectivamente. A morbidade No Brasil, a atenção aos deficientes surgiu com o caráter de
aumentou nos países industrializados em função da redução da atendimento elementar, nas áreas de educação e de saúde, desenvolvida
mortalidade perinatal, decorrente do aumento do índice de sobreviventes em instituições filantrópicas, evoluindo depois para o atendimento de
prematuros e com baixo peso. Pesquisas realizadas na Califórnia – EUA –, reabilitação, sem assumir, contudo, uma abordagem integradora desse
no período de 1983 a 1985, também apontam o baixo peso como fator processo e preservando, na maioria dos casos, uma postura
associado à paralisia cerebral: de 192 casos, 47,4% eram de crianças com assistencialista. Segundo Maior – 1995 –, originalmente, a reabilitação no
menos de 2.500g ao nascer. Brasil surge em “instituições filantrópicas, sem proposta de participação
comunitária, sem ouvir os próprios reabilitandos e conduzidas à margem do
Vale mencionar ainda a existência de doenças que, embora não Estado” (p. 16).
estejam enquadradas como deficiência na classificação da OMS,
produzem, direta ou indiretamente, graus de limitação variados e que são Por outro lado, considerando que o atendimento integral à pessoa
as condutas típicas, os distúrbios comportamentais, os distúrbios da fala e portadora de deficiência, por parte do poder público estatal, ainda é
da linguagem e os transtornos orgânicos. precário, as críticas que possam ser feitas ao papel de entidades devem ser
relativizadas. Além disso, devem estar sempre acompanhadas da ressalva
A despeito de as doenças crônicas apresentarem uma alta de serem pioneiras e majoritárias na área da assistência social, educação e
probabilidade de gerarem incapacidades, não configura objeto desta atenção médica a parcelas deste segmento populacional.
Política na sua prevenção primária, considerando que estão sendo
contempladas em políticas específicas. No entanto, as doenças A situação da assistência à pessoa portadora de deficiência no Brasil
cardiovasculares, a hipertensão arterial, a insuficiência coronária, as ainda apresenta um perfil de fragilidade, desarticulação e descontinuidade
doenças do aparelho respiratório (como a enfisema), as doenças de ações nas esferas pública e privada. No âmbito assistencial, a maioria
metabólicas (com as diabetesmellitus e as nefropatias), as doenças h dos programas é bastante centralizada e atende a um reduzido número de
ematológicas (a anemia falciforme, as hemoglobinopatias e as hemofilias), pessoas portadoras de deficiência, além de não contemplar experiências
bem como o reumatismo e a hanseníase constituem campo de intervenção comunitárias, e de seus resultados raramente ser avaliados (Corde, 1995).
desta Política a partir de desvantagens e incapacidades delas decorrentes. Todos os leitos de reabilitação, segundo código da tabela do Sistema
de Informações Hospitalares – SIH-SUS, estão concentrados nas regiões

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Centro-Oeste e Sudeste – os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro Nesse conjunto, estão: a Portaria n.º 204/91, que insere no Sistema de
detêm 80% do total – e pertencem quase que exclusivamente ao setor Informações Hospitalares – SIH-SUS o tratamento em reabilitação e seus
privado, conveniado e contratado. Tomando por base os valores financeiros procedimentos; a Portaria n.º 303/92 que inclui no SIA-SUS procedimentos
de dezembro de 1998, o gasto com internação de reabilitação alcançou o de reabilitação; a Portaria n.º 304/92, que fixa normas de procedimentos de
total de R$399.517,96. reabilitação; a Portaria n.º 305/92, que inclui internação em reabilitação no
SIH-SUS; a Portaria n.º 306/92, que apresenta normas dos procedimentos
Em contrapartida e a título de comparação, cabe registrar o montante de reabilitação; a Portaria n.º 225/92, que dispõe sobre o funcionamento
despendido com internação de doentes crônicos e fora de possibilidade dos serviços de saúde para o portador de deficiência no SUS; a Portaria n.º
terapêutica, que foi de R$7.977.924,99, bem como o total de recursos com 116/93, que inclui a concessão de órteses e próteses na tabela de
internação nesse mesmo mês (R$340.247.853,63). procedimentos ambulatoriais do SUS; e a Portaria n.º 146/93, que
A internação de doentes crônicos sem possibilidade terapêutica regulamenta a concessão de órteses e próteses visando a reabilitação e a
atende a uma grande parcela de pessoas portadoras de deficiência sem, no inserção social.
entanto, obedecer às normas das portarias da então Secretaria Nacional de Apesar de todas as medidas até então levadas a efeito, ainda
Assistência à Saúde – SNAS, as quais regulamentam o atendimento persistem fatores que dificultam o alcance de melhores resultados na
hospitalar em reabilitação. Esses dados evidenciam um sub-registro de atenção à saúde da pessoa portadora de deficiência e o efetivo
internação de pessoas portadoras de deficiência nos hospitais gerais e a aproveitamento dos recursos financeiros, técnicos, materiais e humanos,
não estruturação dos serviços de reabilitação em nível hospitalar. entre os quais destacam-se: a desinformação da sociedade em geral, a
Uma análise preliminar permite concluir que a estratégia usada ainda precária distribuição dos recursos financeiros, a visão limitada dos serviços
não foi suficiente para aumentar a cobertura, descentralizar o atendimento sobre como e em que poderiam contribuir para a independência e a
e incrementar a qualidade da reabilitação em regime de internação. qualidade de vida destas pessoas.
Podem ser destacados como os mais prováveis fatores causais dessa Soma-se a isso o desafio de despertar a consciência da população em
situação: a falta de investimento na criação dos leitos e centros relação aos benefícios resultantes para os indivíduos e a sociedade da
hospitalares; a pouca sensibilização de dirigentes em relação ao problema; inclusão das pessoas portadoras de deficiência em todas as esferas da vida
e a remuneração insuficiente do leito de reabilitação. Acresce-se, ainda, o social, econômica e política. As organizações não governamentais podem,
insuficiente engajamento dos hospitais universitários com esse tipo de de diversas maneiras, apoiar as ações governamentais voltadas a esse
internação especializada. segmento populacional, sobretudo apontando necessidades, sugerindo
soluções ou oferecendo serviços complementares às pessoas portadoras
Na tabela SIA-SUS, os procedimentos de fisioterapia dominam os de deficiência.
gastos, o que corrobora para a perpetuação do atendimento fragmentado e
pouco compatível com a proposta de reabilitação integral. Em dezembro de Nesse sentido, a presente Política Nacional, para o alcance do seu
1998, as despesas com fisioterapia alcançaram um total de propósito, apresentado a seguir, confere prioridade à mobilização da
R$5.594.469,30, assim distribuídas a: fisioterapia traumatoortopédica, R$ população para com a saúde das pessoas portadoras de deficiência, a
2.801.230,32; fisioterapia reumatológica, R$ 1.400.820,48; fisioterapia partir do que viabilizará a tomada das medidas necessárias ao
neurológica, R$ 1.166.205,80; fisioterapia respiratória, R$ 150.860,80; enfrentamento dos problemas anteriormente abordados e no provimento da
fisioterapia vascular periférica, R$ 53.993,60; e fisioterapia cardíaca, R$ atenção adequada a este segmento populacional.
21.358,40. O montante de recursos é relativamente elevado e a aplicação 2. Propósito
concentra-se no setor privado e nas regiões Sudeste e Nordeste. Não há
nenhum indicador de resultado ou de impacto dos atendimentos. A presente Política Nacional do setor Saúde, dentro do contexto das
políticas governamentais e à luz dos direitos universais do indivíduo, tem
Tomando-se como exemplo o código de fisioterapia neurológica, em como propósito reabilitar a pessoa portadora de deficiência na sua
que foram executados 494.155 procedimentos, é possível inferir que capacidade funcional e desempenho humano – de modo a contribuir para a
parcela significativa dos pacientes atendidos poderia ser mais bem sua inclusão plena em todas as esferas da vida social – e proteger a saúde
enquadrada e assistida, valendo-se do enfoque núcleo ou centro de deste segmento populacional, bem como prevenir agravos que determinem
reabilitação, com a abordagem multiprofissional. Todavia, desde a criação o aparecimento de deficiências. A consecução desse propósito será
desse código, o valor unitário vem sofrendo corrosão e a falta de atrativo pautada no processo de promoção da saúde, considerando, sobretudo, a
financeiro, aliada à ausência de normas de atendimentos de fisioterapia, possibilidade que enseja para a efetiva articulação entre os diversos
impede a implantação e a qualidade inicialmente pretendida. setores do governo e a efetiva participação da sociedade. Além disso, o
Por outro lado, um aspecto a ser considerado na assistência é a alcance do propósito desta Política requer a criação de ambientes
concessão e treinamento de equipamentos individuais – órteses e próteses favoráveis à saúde das pessoas portadoras de deficiência e a adoção de
–, ajuda técnica e bolsas coletoras. Trata-se de uma conquista importante hábitos e estilos saudáveis, tanto por parte destas pessoas, quanto
da pessoa portadora de deficiência, resultante das Portarias n.os 116/1993 daquelas com as quais convivem, os quais constituem condições
e 146/1993, por intermédio do Programa de Atenção à Saúde da Pessoa indispensáveis para a qualidade de vida buscada por esse processo.
Portadora de Deficiência do Ministério da Saúde, que teve, inicialmente, 3. Diretrizes
seus recursos fixados no valor de 2,5% da Unidade de Cobertura
Ambulatorial – UCA. Para o alcance do propósito explicitado no capítulo precedente, são
estabelecidas as seguintes diretrizes, as quais orientarão a definição ou a
Embora o incremento tenha sido incorporado ao teto de custeio readequação dos planos, programas, projetos e atividades voltados à
ambulatorial dos estados, a concessão de equipamento reduziu -se ou foi operacionalização da presente Política Nacional:
interrompida em muitas unidades federadas, permanecendo apenas • promoção da qualidade de vida das pessoas portadoras de
naquelas que já tinham compromisso institucional e com maior poder de deficiência;
pressão de profissionais e usuários.
• assistência integral à saúde da pessoa portadora de deficiência;
O referido Programa de Atenção à Saúde da Pessoa Portadora de • prevenção de deficiências;
Deficiência, instituído pela Portaria n.º 827/1991, no âmbito do Ministério da
Saúde, tem como objetivo promover a redução da incidência de deficiência • ampliação e fortalecimento dos mecanismos de informação;
no País e garantir a atenção integral a esta população na rede de serviços • organização e funcionamento dos serviços de atenção à pessoa
do SUS. portadora de deficiência; e
Em decorrência desse Programa, o Ministério da Saúde editou um • capacitação de recursos humanos.
conjunto de portarias que estabelecem normas e incluem os procedimentos
de reabilitação em nível ambulatorial e hospitalar no Sistema, 3.1. Promoção da qualidade de vida das pessoas portadoras de
regulamentando, inclusive, a concessão de órteses e próteses. deficiência

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A implementação dessa diretriz compreenderá a mobilização da responsáveis pelas ações de maior nível de complexidade. Além disso,
sociedade, nesta incluídos setores do governo, organismos representativos essa assistência envolverá a geração de conhecimentos, tecnologias e
de diferentes segmentos sociais e organizações não-governamentais – treinamento profissional em reabilitação em nível de pós-graduação estrito
entre as quais as instituições que atuam na promoção da vida independente e lato sensu.
–, visando a assegurar a igualdade de oportunidades às pessoas
portadoras de deficiência. Para o atendimento desses requisitos, os Centros de Referência em
Reabilitação deverão estar prioritariamente vinculados, direta ou
Essa garantia deverá resultar no provimento de condições e situações indiretamente, a hospitais universitários.
capazes de conferir qualidade de vida a esse segmento populacional. Para
tanto, além da prevenção de riscos geradores de doenças e morte, As ações de assistência à saúde destinadas a esse segmento estarão
constituirá foco dessa diretriz a implementação de ações capazes de evitar dessa forma inseridas em um sistema amplo que abrangerá a
situações e obstáculos à vida, com qualidade, das pessoas portadoras de implementação de programas de reabilitação envolvendo a família e a
deficiência. comunidade, bem como a modernização de centros de referência com
atendimento e procedimentos de alta complexidade, em caráter
Dentre os elementos essenciais nesse sentido estão a criação de ambulatorial.
ambientes favoráveis, o acesso à informação e aos bens e serviços sociais,
bem como a promoção de habilidades individuais que favoreçam o Dessa forma, buscar-se-á continuamente aumentar a capacidade
desenvolvimento das potencialidades destas pessoas. No tocante a resolutiva dos serviços prestados, valendo-se, para tanto, de medidas
ambientes favoráveis à saúde desse segmento, especial atenção será sistemáticas dirigidas ao aprimoramento da assistência e de permanente
concedida às facilidades para a locomoção e adaptação dos diferentes avaliação. Nesse sentido, adotar-se-á a premissa de que a reabilitação
espaços, tanto os públicos – como vias e edifícios – quanto os domiciliares, constitui um processo de mão dupla, em que o indivíduo portador de
eliminando-se, assim, barreiras urbanísticas e arquitetônicas que dificultam deficiência, sua família e a comunidade deverão ser trabalhados
a efetiva integração e inclusão. simultaneamente. Assim, a programação do tratamento de reabilitação
considerará o indivíduo e a sua família como centro e agentes prioritários
No conjunto dessas facilidades, está a construção de rampas e de do processo.
corrimãos, bem como a adoção de múltiplas formas de comunicação. De
outra parte, deverá ser promovido o amplo acesso das pessoas portadoras As ações de saúde para a pessoa portadora de deficiência, assim,
de deficiência às informações acerca dos seus direitos e das possibilidades terão como eixos fundamentais o diagnóstico e o encaminhamento corretos
para o desenvolvimento de suas potencialidades, seja na vida cotidiana e dos procedimentos referentes às deficiências, imprescindíveis para prevenir
social, seja no trabalho, no esporte e no lazer. Ao lado disso, deverão ser e mesmo inibir ou minimizar as limitações e desvantagens delas
desenvolvidas campanhas de comunicação social e processos educativos decorrentes.
continuados dirigidos a segmentos específicos e à população em geral O diagnóstico da deficiência incluirá a doença e suas causas, bem
visando à superação de preconceitos e posturas que impedem ou como o grau de extensão da lesão. A mensuração da incapacidade e do
constituam obstáculos à inclusão social das pessoas portadoras de comprometimento físico-funcional, real ou potencial, também deverão ser
deficiência. diagnosticados com precisão.
Além de normas específicas de saúde que viabilizem o acesso e a A avaliação da situação e dinâmica familiar envolverá também as
qualidade das ações e serviços, o setor promoverá o estabelecimento ou o condições emocionais e a situação socioeconômica, cultural e educacional
cumprimento daquelas afetas a outros setores voltadas à qualidade de vida do indivíduo, bem como as suas expectativas frente ao processo de
desse segmento, bem como a plena observância do arcabouço legal reabilitação, educação e profissionalização. Esse diagnóstico global deverá
específico, como é o caso do Decreto n.º 3.298/99. No âmbito do SUS em ser realizado em conjunto com o portador de deficiência e servirá de base
particular, buscar-se-á assegurar a representação das pessoas portadoras para a definição de seu programa de reabilitação.
de deficiência nos Conselhos de Saúde, nas três esferas de gestão do
Sistema, objetivando, em especial, a sua participação ativa na proposição O diagnóstico presuntivo da deficiência precocemente formulado por
de medidas, no acompanhamento e na avaliação das ações levadas a profissionais que atuam principalmente nos serviços de saúde de menor
efeito. Paralelamente, o setor Saúde adotará medidas destinadas a garantir complexidade será fundamental na orientação da família para a busca de
a qualidade e o suprimento de ajudas técnicas compreendidas na atenção necessária no local adequado.
tecnologia assistiva, de modo a estimular a independência e a dignidade na Todas as medidas assistenciais voltadas à saúde da pessoa portadora
inclusão social desse segmento. de deficiência, incluindo a reabilitação, deverão levar em conta, sobretudo,
3.2. Assistência integral à saúde da pessoa portadora de deficiência as necessidades, potencialidades e recursos da comunidade, de modo a
assegurar-se a continuidade e as possibilidades de auto sustentação,
A assistência a esse segmento pautar-se-á no pressuposto de que a visando, em especial, à manutenção da qualidade de vida deste segmento
pessoa portadora de deficiência, além da necessidade de atenção à saúde populacional e à sua inclusão ativa na comunidade. Tal objetivo, no âmbito
específica da sua própria condição, é um cidadão que pode ser acometido do setor Saúde, será alcançado mediante sobretudo a reabilitação da
de doenças e agravos comuns aos demais, necessitando, portanto, de capacidade funcional e do desempenho humano da pessoa portadora de
outros tipos de serviços além daqueles estritamente ligados a sua deficiência.
deficiência. Nesse sentido, a assistência à saúde do portador de deficiência
não poderá ocorrer somente nas instituições específicas de reabilitação, A atuação dos agentes comunitários de saúde e das equipes de saúde
devendo ser assegurado a ele o atendimento na rede de serviços, nos da família terá um papel fundamental na disseminação das práticas e
diversos níveis de complexidade e especialidades médicas. estratégias de reabilitação baseada na comunidade. Nesse particular,
ressalte-se que a inserção da assistência à saúde da pessoa portadora de
Por outro lado, promover-se-á a ampliação da cobertura assistencial deficiência nas ações das equipes de saúde e dos agentes comunitários
em reabilitação, de modo que o acesso seja propiciado a toda a população constituirá estratégia fundamental para implementação dos procedimentos
portadora de deficiência o qual, atualmente, estima -se alcance cerca de de prevenção e reabilitação nos diferentes níveis de atendimento.
2% deste segmento. Uma das estratégias para tanto será a inclusão da
assistência em reabilitação em unidades cujas ações são de diferentes No processo de reabilitação, a busca da eficiência será uma
níveis de complexidade. preocupação permanente, desde a adoção de estratégias e ações que
utilizem recursos da própria comunidade, até a intermediação de centros de
Assim, a assistência à saúde da pessoa portadora de deficiência, excelência para procedimentos de alta complexidade. As ações de
incluindo-se a assistência em reabilitação, deverá ser prestada observando reabilitação deverão ter uma abordagem multiprofissional e interdisciplinar,
-se os princípios de descentralização, regionalização e hierarquização dos de modo a garantir tanto a sua qualidade, quanto o princípio da
serviços, compreendendo desde as unidades básicas de saúde, os centros integralidade.
de atendimento em reabilitação – públicos ou privados – e organizações
não governamentais até os Centros de Referência em Reabilitação, Essas ações terão, assim, um enfoque funcional e integral, o que
significa respeitar as especificidades de cada caso e as áreas das

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deficiências. Nesse sentido, além de contar com equipe multiprofissional e deficiência, com destaque para o exame de cariótipo e pesquisa para
interdisciplinar, as instituições de reabilitação deverão dispor de outros erros inatos do metabolismo em geral, tais como: fenilcetonúria,
implementos tecnológicos para avaliação, diagnóstico e tratamento em hemoglobinopatias, hipertiroidismo congênito, entre outras. Deverão ser
reabilitação, adequados ao nível de complexidade a que se destinam. também promovidos serviços de genética clínica para que se proceda a um
Serão considerados elementos da atenção integral à saúde das pessoas adequado aconselhamento genético às famílias. Procedimentos de
portadoras de deficiência, os métodos e as técnicas específicas para acompanhamento do desenvolvimento infantil nos seus aspectos motor,
garantir ações voltadas para a saúde sexual e reprodutiva, incluindo cognitivo e emocional deverão ser valorizados nos programas de saúde da
medicamentos, recursos tecnológicos e intervenções especializadas. criança como uma importante estratégia de prevenção de deficiências nesta
população.
A atenção integral à saúde das pessoas portadoras de deficiência
inclui a saúde bucal e a assistência odontológica, acompanhada de A articulação e a integração na implementação da Política de Redução
procedimentos anestésicos e outros, em casos específicos. Este da Morbimortalidade por Acidentes e Violências serão, igualmente,
atendimento deverá ser em regime ambulatorial especial ou em regime de iniciativas essenciais, principalmente mediante o estabelecimento de
internação, quando a natureza da sequela assim o exigir. Será considerada parcerias entre os vários setores e órgãos envolvidos, em todos os níveis
parte integrante do processo de reabilitação a concessão de órtese e de governo, com o objetivo de diminuir ao máximo o número de vítimas e,
prótese, dado que tais equipamentos complementam o atendimento, consequentemente, de sequelas que determinam algum tipo de deficiência.
aumentando as possibilidades de independência e inclusão da pessoa com
deficiência. 3.4. Ampliação e fortalecimento dos mecanismos de informação

A concessão desses equipamentos estará estreitamente vinculada ao Adequando-se às normas que disciplinam a criação de fontes de
atendimento de reabilitação, devendo a prescrição obedecer a criteriosa dados e ajustando se às condições propostas nos fundamentos da Rede
avaliação funcional, constituindo-se, dessa forma, um ato médico. Além Interagencial de Informações para a Saúde – RIPSA, deverão ser criados
disso, buscar-se-á prover o acesso dessas pessoas aos medicamentos que mecanismos específicos para produção de informação a respeito de
auxiliam na limitação da incapacidade, na reeducação funcional, no controle deficiências e incapacidades no âmbito do SUS.
das lesões que geram incapacidades e que favorecem a estabilidade das O monitoramento permanente da ocorrência de deficiências e
condições clínicas e funcionais. incapacidades, assim como a análise de prevalência e tendência,
A assistência domiciliar em reabilitação configurará medida essencial constituirá prioridade do SUS nas três esferas de governo. Tais iniciativas
no atendimento desse segmento populacional, compreendendo desde os visarão ao provimento oportuno de informações para a tomada de decisões
serviços de apoio à vida cotidiana até o oferecimento de suporte clínico quanto à adoção das medidas preventivas e à organização dos serviços
especializado em situação de internamento no domicílio. Nessa assistência especializados de assistência reabilitadora, além de subsídios para a
deverão ser previstos os recursos necessários à complementação identificação de linhas de pesquisa e a organização de programas de
diagnóstica e as intervenções de caráter preventivo como, por exemplo, capacitação de recursos humanos. Buscar-se-á, por iniciativa dos gestores
fornecimento de oxigênio. do SUS, fomentar a realização de estudos epidemiológicos e clínicos, com
periodicidade e abrangência adequadas, de modo a produzir informações
3.3. Prevenção de deficiências sobre a ocorrência de deficiências e incapacidades.
A implementação de estratégias de prevenção será fundamental para Para a efetivação desses estudos, será recomendável o uso da
a redução da incidência de deficiências e das incapacidades delas metodologia de inquérito domiciliar da Opas, com a devida adaptação à
decorrentes, tendo em vista que cerca de 70% dos casos são evitáveis ou realidade brasileira, tanto nos aspectos relativos a sua aplicação, quanto
atenuáveis com a adoção de medidas apropriadas e oportunas (Corde, nos relacionados à interpretação de seus resultados.
1992). O conhecimento da prevalência de doenças e de deficiências
potencialmente incapacitastes configurará subsídio essencial para o No que se refere aos censos demográficos, deverá ser buscado, por
desenvolvimento das ações de prevenção e a adoção de medidas intermédio dos órgãos competentes, o estabelecimento de articulação com
destinadas a reduzir ou eliminar as causas de deficiências. o IBGE, visando ao ajuste dos quesitos específicos das planilhas
censitárias, favorecendo, assim, a adequada e real apuração dos casos de
As diferentes realidades regionais brasileiras, que compreendem, deficiências e incapacidades existentes na população, bem como o
entre outros, aspectos específicos de ambientes e processos de produção, detalhamento necessário à tomada de decisões dos gestores do SUS. Da
de emprego e de renda, além de questões culturais que determinam a mesma forma, promover-se-á a compatibilização de quesitos que permitam
prevalência de doenças potencialmente incapacitastes deverão ser a extração de dados e informações específicos das Pesquisas Nacionais
reconhecidas e consideradas nas estratégias de prevenção. por Amostragem Domiciliar.
As medidas preventivas envolverão ações de natureza informativa e Na busca de informações de interesse gerencial, ênfase será dada à
educativa dirigidas à população, relacionadas ao atendimento pré-natal análise de dados dos sistemas de informação da produção e pagamento de
adequado e à detecção precoce de deficiências, bem como de serviços ambulatoriais, hospitalares, de diagnóstico complementar, bem
conscientização e formação de recursos humanos qualificados para a como o fornecimento de órteses e próteses no âmbito do SUS, de que são
prestação de uma atenção eficiente neste contexto. Nesse sentido, deverão o exemplo o SIA-SUS e o SIH-SUS. Desses sistemas serão extraídos
ser promovidos processos educativos e campanhas de comunicação social dados que permitam análises qualitativas e quantitativas a respeito do
que esclareçam e estimulem a população em geral e os segmentos de risco diagnóstico da deficiência e do tratamento oferecido, facilitando a
a adotarem estilos de vida saudáveis e, consequentemente, a abandonar identificação, a localização das pessoas portadoras de deficiências,
hábitos nocivos, como o sedentarismo, o tabagismo e o uso de drogas. caracterizando o perfil dessa clientela, a sua distribuição, bem como o
impacto dos custos, no âmbito dos recursos públicos, da atenção prestada
Os programas de vacinação que, sabidamente, contribuem para a a essa população, observando, também, a conjuntura e as diversidades
prevenção de deficiências, deverão incluir ações informativas à população regionais.
em geral enfocando a inter-relação da imunização e a prevenção de
deficiências, utilizando-se de linguagem acessível e de recursos variados e No tocante à infra-estrutura dos serviços e aos profissionais de saúde,
abrangentes. Nesse particular, ênfase especial será dada às atividades de serão promovidos, anualmente, levantamentos e cadastramentos de
vacinação contra poliomielite, o sarampo e a rubéola. A investigação da unidades e especialistas envolvidos na assistência às pessoas portadoras
citomegalovirose deverá também ser incentivada e possibilitada nos de deficiências. Tais informações serão utilizadas para a análise da oferta
serviços de acompanhamento de gestante. Ao lado disso, serão de leitos, dos serviços ambulatoriais e de diagnóstico complementar, de
implementadas medidas que contemplem a segurança e a saúde nos modo a identificar lacunas e superposições que estejam dificultando o
ambientes de trabalho, destinadas a prevenir os acidentes e as doenças acesso universal e a oferta integral preconizados para o SUS. Esses
profissionais, tanto no setor urbano quanto no rural. levantamentos propiciarão a realização de análises sob os mais variados
prismas da questão como, por exemplo, o conhecimento da distribuição
Promover-se-á, por outro lado, o acesso da população aos exames geográfica dos serviços especializados, a cobertura viabilizada por estes
mais específicos para detecção de doenças genéticas que determinam

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serviços, a quantificação e a qualificação dos profissionais de saúde complexidade e recursos humanos mais especia lizados. Será importante
atuantes na área das deficiências nos serviços em âmbito federal, estadual que os serviços nesse nível tenham caráter docente e assistencial,
e municipal. vinculado aos centros universitários ou formadores de recursos humanos.
Nesse nível, ainda, promover-se-á a formulação, em conjunto com os
O cruzamento das informações disponibilizadas pelas diversas fontes demais níveis, de instrumentos de avaliação da eficiência e eficácia do
de dados será essencial para o adequado equacionamento das questões processo reabilitativo, bem como dos de resultados e de impactos
relativas à saúde da pessoa portadora de deficiência. Continuamente, alcançados na região. Esses serviços estarão estruturados por
estudos analíticos serão promovidos mediante a superposição crítica dos especificidade da deficiência e contarão igualmente com equipe
resultados dos censos periódicos, das pes quisas censitárias domiciliares multiprofissional e interdisciplinar, que considere a globalidade das
anuais, dos estudos epidemiológicos e clínicos, dos cadastramentos e dos necessidades dos usuários. Assim, além de fornecer o conjunto das ajudas
levantamentos de infra-estrutura. técnicas – tecnologia assertiva –, característica do nível secundário, deverá
3.5. Organização e funcionamento dos serviços de atenção à pessoa desenvolver atividades nos campos da pesquisa e da capacitação de
portadora de deficiência recursos humanos, bem como dispor na sua estrutura de serviços de apoio,
como aqueles inerentes, por exemplo, às áreas de neurologia, foniatria,
A atenção à saúde das pessoas portadoras de deficiência deverá ortopedia e traumatologia.
reafirmar a importância do desenvolvimento de ações de forma
descentralizada e participativa, conduzidas, em especial, segundo a diretriz A organização e o funcionamento dos serviços de atenção à pessoa
do SUS relativa ao comando único em cada esfera de governo. Além disso, portadora de deficiência compreenderão também a assistência domiciliar. A
levará em conta que a rede de serviços de atenção à saúde desse rede de atenção integral à pessoa deficiente deverá, necessariamente,
segmento terá sempre interfaces com outras políticas públicas. Nesse prover os serviços necessários de forma a mais próxima possível, tanto do
sentido, a atenção à saúde das pessoas portadoras de deficiência ponto de vista geográfico quanto social e cultural da comunidade,
comportará a organização das ações e serviços em, pelo menos, três níveis integrando-se efetivamente no contexto da municipalização da saúde.
de complexidade, interdependentes e complementares: atenção básica; Na ausência de condições para tal, deverão ser feitos os
atenção ambulatorial especializada; e atenção ambulatorial e hospitalar encaminhamentos necessários, bem como o acompanhamento dos
especializada. No nível de atenção básica, os serviços deverão estar resultados alcançados. Promover-se-á a disponibilidade de serviços de
qualificados a desenvolver: média complexidade, no nível regional, os quais poderão ser implantados
• ações de prevenção primária e secundária – como, por exemplo, por municípios de maior porte, por meio de consórcios intermunicipais ou,
controle da gestante de alto-risco, atenção à desnutrição –, detecção onde não for possível, por intermédio do Estado.
precoce de fatores de riscos – como controle da hipertensão arterial e A rede de serviços deverá garantir a detecção de todos os tipos e
combate ao tabagismo –, bem como o atendimento as intercorrências graus de deficiência, incluindo a atenção a pacientes com severo nível de
gerais de saúde da população portadora de deficiência; dependência, bem como o conjunto de suas necessidades no âmbito da
• ações básicas de reabilitação com vistas a favorecer a inclusão saúde. Unidades assistenciais filantrópicas poderão integrar, de forma
social, de que são exemplos orientações para a mobilidade de portador de complementar, a rede de serviços.
deficiência visual, prevenção de deformidades mediante posturas A porta de entrada do usuário deverá ser a unidade básica de saúde
adequadas, estimulação da fala para portadores de distúrbios de ou os serviços de emergência ou pronto atendimento, onde será assistido,
comunicação. receberá orientação e/ou encaminhamento para a unidade mais adequada
Nesse nível, a intervenção de caráter individual, familiar, grupal e ao seu caso. Essa dinâmica possibilitará uma distribuição racional da
comunitária deverá organizar-se de forma complementar ao nível clientela, evitando a sobrecarga de qualquer um dos serviços. O fato de ser
secundário especializado. Serão continuamente fomentados programas de assistido por um serviço de menor complexidade não implicará o não
reabilitação em parceria com a comunidade, nos quais os serviços atendimento nos demais integrantes dos outros níveis. A unidade básica
respectivos e as lideranças comunitárias trabalham juntos com o objetivo de constituirá, portanto, o local por excelência do atendimento à pessoa
resolver os problemas funcionais e a inclusão social dos portadores de portadora de deficiência dada a sua proximidade geográfica e sociocultural
deficiência. Tais medidas, definidas a partir das necessidades dos usuários, com a comunidade circundante e, para isso, será necessário que esteja
deverão ser devidamente articuladas, planejadas e implementadas de apta a oferecer atendimento resolutivo para a maioria dos problemas e
forma intersetorial e descentralizada. necessidades.
As ações, por sua vez, serão desenvolvidas por familiares ou agente Será fundamental a articulação entre os gestores municipais visando a
comunitário capacitado e supervisionado, com avaliação constante e garantir o cumprimento da programação pactuada e integrada das ações
sistematizada. Já no nível de atenção secundária, os serviços deverão voltadas às pessoas portadoras de deficiência. Nesse sentido, será
estar qualificados para atender às necessidades específicas das pessoas igualmente estratégica a instalação de rede regionalizada, descentralizada
portadoras de deficiência advindas da incapacidade propriamente dita. e hierarquizada de serviços de reabilitação, que contemple ações de
Nesse nível, por conseguinte, será prestado o tratamento em reabilitação prevenção secundária, diagnóstico etiológico, sindrômico e funcional;
para os casos referendados, mediante atuação de profissional orientação prognóstica; ações básicas e complexas de reabilitação, além
especializado para tal e utilização de tecnologia apropriada (tais como daquelas voltadas à inclusão social; e promova a inter-relação dos serviços
fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, avaliação e existentes. As unidades de reabilitação funcionarão na conformidade das
acompanhamento do uso de órteses e próteses, entre outros). Nesse nível, orientações estabelecidas nas Portarias SNAS n.os 303, 304, 305 e 306,
a organização das ações comporá um planejamento de abrangência local e editadas em 1993. Os estados e municípios definirão mecanismos de
regional, definida em bases epidemiológicas, e terá caráter complementar à acompanhamento, controle, supervisão e avaliação de serviços de
atenção básica e ao atendimento terciário, tendo em conta um sistema de reabilitação, visando à garantia da qualidade do atendimento e a uma
referência e contra-referência, objetivando o alcance da maior cobertura e reabilitação integradora e global da pessoa portadora de deficiência.
resolubilidade possíveis dos casos detectados. Um aspecto essencial na organização e funcionamento dos serviços
As ações de nível secundário deverão ser executadas por equipe será o estabelecimento de parcerias com os diversos níveis de governo,
multiprofissional, de caráter interdisciplinar, de acordo com a disponibilidade bem assim com organizações não-governamentais que têm larga
local de recursos humanos especializados. Será fundamental, nesse nível, experiência no atendimento a esse segmento populacional. O serviço de
o fornecimento de órteses, próteses, equipamentos auxiliares, bolsas de saúde local deverá atuar de forma articulada com a área de assistência
ostomia e demais itens de tecnologia assertiva necessária. social visando, em especial, a facilitar o acesso ao tratamento da pessoa
portadora de deficiência.
O nível terciário– ambulatorial e hospitalar – deverá estar qualificado
para prestar atendimento aos casos de reabilitação cujo momento da 3.6. Capacitação de recursos humanos
instalação da incapacidade, o seu tipo e grau justifiquem uma intervenção A disponibilidade de recursos humanos capacitados para o
mais frequente e intensa, requerendo, portanto tecnologia de alta desenvolvimento das ações decorrentes desta Política será enfocada como

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prioritária. Nesse sentido, a formação de recursos humanos em reabilitação participação de diferentes segmentos da sociedade que possam contribuir
deverá superar a escassez de profissionais com domínio do processo para a implementação das diretrizes desta Política.
reabilitador e que atuem segundo a interdisciplinaridade aqui proposta.
Visando a garantir o direito ao atendimento de saúde estabelecido nesta 4.1. Articulação intersetorial
Política e o acesso à reabilitação a quem dela necessitar, buscar-se-á No âmbito federal, o processo de articulação deverá envolver os
formar equipes interdisciplinares, compostas por profissionais de níveis setores a seguir identificados, com os quais procurar-se-á estabelecer
técnico e universitário, as quais serão submetidas continuamente a cursos parcerias que viabilizem o alcance dos objetivos preconizados.
de qualificação e atualização.
A) Ministério da Educação A parceria com esse Ministério buscará,
Os programas de formação e treinamento serão promovidos junto aos sobretudo:
diferentes órgãos envolvidos com a questão, tanto dos níveis federal,
quanto estadual e municipal, os quais buscarão o engajamento das a) a difusão, junto às instituições de ensino e da comunidade escolar,
instituições públicas não-estatais neste trabalho. Ao lado disso, promover- de informações relacionadas às deficiências, à prevenção e à limitação das
se-á o desenvolvimento de ações conjuntas com o Ministério da Educação incapacidades de modo a contribuir para a qualidade de vida desse
e as instituições de ensino superior, tendo em vista a necessidade de que segmento populacional;
sejam incorporados disciplinas e conteúdos de reabilitação e atenção à b) o estímulo à criação de centros de referência em reabilitação nos
saúde das pessoas portadoras de deficiência nos currículos de graduação hospitais universitários, com atuação integrada com o SUS, voltado ao
da área da Saúde. atendimento da pessoa portadora de deficiência, bem como ao treinamento
As instituições de ensino superior deverão ser estimuladas a contínuo de equipes interdisciplinares de reabilitação;
incorporar conteúdos de reabilitação na parte diversificada dos currículos c) a garantia de retaguarda clínica às pessoas portadoras de
dos cursos de graduação, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da deficiência inscritas na rede de ensino básico, em estreita parceria com as
Educação, com o objetivo de fomentar projetos de pesquisa e extensão respectivas secretarias estaduais e municipais de educação e saúde;
nessa área do saber. Deverá ser estimulada também, junto às agências de
fomento ao ensino de pósgraduação e pesquisa – tais como o CNPq, a d) a reavaliação e adequação de currículos, metodologias e material
Capes, a Fiocruz e as fundações estaduais –, a ampliação do número de didático de formação de profissionais na área da Saúde, visando ao
vagas e de bolsas de estudo e de pesquisa, voltadas para a formação de atendimento das diretrizes fixadas nesta política;
profissionais e pesquisadores de alto nível na área de reabilitação. Buscar-
e) a colaboração às secretarias de educação dos estados e municípios
se-á da mesma forma incentivar os centros de referência em medicina de
no treinamento e capacitação dos docentes para o trabalho com a pessoa
reabilitação para o desenvolvimento, entre outras atividades de educação
portadora de deficiências, tendo em vista a sua inclusão no ensino regular;
continuada, de cursos de capacitação para o atendimento às pessoas
portadoras de deficiência, destinadas aos profissionais do SUS e da rede f ) a inclusão nos currículos dos cursos de graduação da área de
suplementar de assistência. saúde de conteúdos relacionados à reabilitação.
Os agentes comunitários de saúde e os profissionais que atuam nas
equipes de saúde da família deverão receber treinamento que os habilite B) Ministério da Previdência e Assistência Social A parceria com esse
para o desenvolvimento de ações de prevenção, detecção precoce, Ministério visará em especial:
intervenção específica e encaminhamento adequado das pessoas
portadoras de deficiência. a) a realização de pesquisas epidemiológicas junto aos seus
segurados relativas às doenças potencialmente incapacitantes, sobretudo
A capacitação de agentes de saúde para a atenção ao portador de quanto aos seus impactos nos indivíduos e na família, na sociedade, na
deficiência, nos aspectos referentes à assistência e à reabilitação, deverá previdência social e no setor Saúde;
ser promovida no contexto das ações de saúde da família e de saúde
comunitária, sempre na perspectiva da promoção de uma vida saudável e b) o encaminhamento do segurado, portador de deficiência, reabilitado
da manutenção dos ganhos funcionais. Além disso, serão promovidos pelo sistema de saúde, para programas de trabalho com ênfase na
treinamentos para a capacitação profissional do atendente pessoal, com reeducação profissional, no trabalho domiciliar e nas cooperativas de
enfoque na valorização, na autonomia e na individualidade do portador de prestação de serviço;
deficiência, respeitando suas necessidades, como elemento de apoio para
c) a difusão, junto aos seus serviços e àqueles sob sua supervisão, de
o estímulo à vida independente. Deverão ser criados ainda, em articulação
informações relativas à proteção da saúde do portador de deficiência, à
com o Ministério da Educação, cursos com o objetivo de formar
prevenção secundária e à limitação ou recuperação de incapacidades;
profissionais especializados na produção de órteses e próteses, nos níveis
médio e superior. d) a promoção de treinamento de grupos de cuidadores para a
identificação de deficiências e a promoção de cuidados básicos ao portador
4. Responsabilidades Institucionais de deficiências, tendo em vista a manutenção da qualidade de vida;
A atenção à pessoa portadora de deficiência envolve esforços de
múltiplas instituições públicas e privadas, bem como de organizações civis, e) a inclusão na rede do SUS das unidades da rede da assistência
cujo objetivo final é a inclusão da pessoa portadora de deficiência a sua social que já desenvolvem ações de reabilitação multidisciplinares
comunidade, habilitando-a ao trabalho e ao exercício da vida social, especializadas para o atendimento de todos os tipos de deficiência;
segundo as suas possibilidades. Nesse sentido, caberá aos gestores do f ) a promoção da observância das normas relativas à criação e ao
SUS, de acordo com as suas respectivas competências e de forma funcionamento de instituições de reabilitação e que assistem pessoas
articulada, criar as condições e atuar de modo a viabilizar o alcance do portadoras de deficiência nas unidades próprias e naquelas sob a sua
propósito desta Política, qual seja: reabilitar a pessoa portadora de supervisão.
deficiência na sua capacidade funcional e desempenho humano – de modo
a contribuir para a sua inclusão plena em todas as esferas da vida social –
e proteger a saúde deste segmento populacional, bem como prevenir C) Ministério da Justiça
agravos que determinem o aparecimento de deficiências. Essa forma de
atuação significará compartilhar responsabilidades tanto no âmbito interno Com esse Ministério, buscar-se-á, sobretudo:
do setor Saúde, quanto no contexto de outros setores. a) a observância de mecanismos, normas e legislação voltada à
Assim, nas suas respectivas áreas de abrangência, os gestores promoção e à defesa dos direitos da pessoa portadora de deficiência no
buscarão estabelecer processos permanentes de articulação e integração tocante às questões de saúde;
institucional, tendo em vista a consolidação de compromissos intersetoriais, b) a promoção da aplicação dos dispositivos de segurança no trânsito,
os quais deverão configurar parcerias efetivas. Promoverão, também, a principalmente no tocante ao uso do cinto de segurança;

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c) a promoção, junto aos estados e municípios, de processos 5. avaliação da eficiência e eficácia dos modelos de atenção
educativos relacionados ao trânsito, voltado à redução do número de hospitalar, centro de reabilitação ambulatorial e assistência domiciliar.
vítimas e a consequente diminuição de sequelas que determinam algum
tipo de deficiência; 4.2. Responsabilidades do Gestor Federal do SUS – Ministério da
Saúde
d) o fornecimento de subsídios ao Ministério Público no tocante a
criminalização da discriminação e do preconceito referentes à recusa, A) Implementar, acompanhar e avaliar a operacionalização desta
retardo ou limitação dos serviços médicos, hospitalares e ambulatoriais à Política, bem como os planos, programas e projetos dela decorrentes.
pessoa portadora de deficiência; B) Assessorar os estados na formulação e na implementação de suas
e) o provimento ao cidadão portador de deficiência, em articulação respectivas políticas, consoante às diretrizes aqui fixadas.
com a Coordenadoria para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência C) Criar mecanismos que vinculem a transferência de recursos às
– Corde, das informações sobre os direitos conquistados na área da Saúde. instâncias estadual e municipal, ao desenvolvimento de um modelo
adequado de atenção à saúde e de reabilitação da pessoa portadora de
deficiência.
D) Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano Com essa
Secretaria, a parceria objetivará, em especial: D) Promover a capacitação de recursos humanos necessários à
implementação desta política.
a) a promoção de planos de habitação e moradia que permitam o
acesso e a locomoção das pessoas portadoras de deficiência e que E) Apoiar a estruturação de centros de referência em reabilitação,
eliminem, portanto, barreiras arquitetônicas e ambientais que dificultam ou preferencialmente localizados em instituições de ensino superior,
impedem a independência funcional destas pessoas; envolvidas na formação contínua de recursos humanos específicos para a
atenção à pessoa portadora de deficiência.
b) a instalação de equipamentos comunitários públicos adequados à
utilização da população portadora de deficiência; F) Realizar e apoiar estudos e pesquisas de caráter epidemiológico,
visando a ampliar o conhecimento sobre a população portadora de
c) a promoção de ações na área de transportes urbanos que permitam
deficiência e a subsidiar o planejamento de ações decorrentes desta
e facilitem o deslocamento da pessoa portadora de deficiência, sobretudo
Política.
aquela que apresenta dificuldades de locomoção, na conformidade das
normas existentes relativas à acessibilidade. G) Promover a disseminação de informações relativas à saúde da
pessoa portadora de deficiência, bem como de experiências exitosas em
reabilitação.
E) Ministério do Trabalho e Emprego
H) Promover processo educativo voltado à eliminação do preconceito
Com esse Ministério, a parceria a ser estabelecida visará,
em relação ao portador de deficiência.
principalmente:
I) Promover o fornecimento de medicamentos, órteses e próteses
a) à melhoria das condições de emprego, compreendendo a
necessárias à recuperação e à reabilitação da pessoa portadora de
eliminação das discriminações no mercado de trabalho e a criação de
deficiência.
condições que permitam a inserção da pessoa portadora de deficiências na
vida socioeconômica das comunidades; J) Promover mecanismos que possibilitem a participação da pessoa
portadora de deficiência nas diversas instâncias do SUS, bem como o
b) à promoção de cursos e de materiais informativos voltados à
exercício do seu próprio papel no tocante à avaliação dos serviços
eliminação do preconceito em relação ao portador de deficiência,
prestados nas unidades de saúde.
destinados a empregadores;
L) Promover a criação, na rede de serviços do SUS, de unidades de
c) ao encaminhamento das pessoas portadoras de deficiência
cuidados diurnos em centros de reabilitação-dia, de atendimento domiciliar,
reabilitadas pelo sistema de saúde para cursos de capacitação profissional
bem como de outros serviços suplementares para a pessoa portadora de
e inserção no mercado de trabalho.
deficiência.
M) Promover o desenvolvimento de ações de reabilitação utilizando os
F) Ministério do Esporte e Turismo A parceria objetivará em especial: recursos comunitários, na conformidade do modelo preconizado pelas
a) a implementação e o acompanhamento de programas esportivos e estratégias de saúde da família e de agentes comunitários.
de atividades físicas destinados às pessoas portadoras de deficiência, N) Promover o cumprimento das normas e padrões de atenção das
tendo como base o conceito de qualidade de vida e a utilização destas pessoas portadoras de deficiência nos estabelecimentos de saúde e nas
medidas para a manutenção dos ganhos funcionais obtidos com o instituições que prestam atendimento a estas pessoas.
programa de reabilitação;
O) Promover a adoção de práticas, estilos e hábitos de vida saudáveis
b) a promoção de turismo adaptado ao portador de deficiência, como por parte da população em geral, mediante a mobilização de diferentes
elemento de qualidade de vida e inclusão social. segmentos da sociedade e por intermédio de campanhas publicitárias e de
processos de educação permanente, visando à prevenção de deficiências.
G) Ministério da Ciência e Tecnologia P) Promover a adoção de práticas, estilos e hábitos de vida saudáveis
por parte da população portadora de deficiência, mediante a mobilização de
Buscar-se-á, com esse Ministério, o estabelecimento de parcerias que diferentes segmentos da sociedade e por intermédio de campanhas
fomentem, sobretudo, o desenvolvimento de pesquisa na área da publicitárias e de processos de educação permanente, visando a prevenir
reabilitação, contemplando: agravos de deficiências já instaladas.
1. estudos de prevalência de incapacidades; Q) Prestar cooperação técnica aos estados e municípios na
2. validação de novas tecnologias para diagnóstico e tratamento da implementação das ações decorrentes desta Política.
pessoa portadora de deficiência; R) Organizar e manter sistema de informação e análise relacionadas à
3. gerenciamento das informações referentes ao impacto social e situação de saúde e das ações dirigidas à pessoa portadora de deficiência.
funcional da reabilitação;
4. capacitação, reorganização e atualização tecnológica dos Centros 4.3 Responsabilidades do Gestor Estadual de Sáude – Secretaria
de Reabilitação; e Estadual de Saúde

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A) Elaborar, coordenar e executar a política estadual da pessoa G) Viabilizar o desenvolvimento de ações de reabilitação, utilizando os
portadora de deficiência, consoante a esta Política Nacional. recursos comunitários, conforme o modelo preconizado pelas estratégias
de saúde da família e de agentes comunitários.
B) Promover a elaboração e/ou adequação dos planos, programas,
projetos e atividades decorrentes desta política. H) Organizar e coordenar a rede de atenção à saúde das pessoas
portadoras de deficiência na conformidade das diretrizes aqui
C) Promover processo de articulação entre os diferentes setores no estabelecidas.
Estado, com vistas à implementação das Políticas Nacional e Estadual de
Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência. I) Promover a adoção de práticas, estilos e hábitos de vida saudáveis
por parte da população em geral, visando à prevenção de deficiências.
D) Promover a capacitação de recursos humanos necessários à
consecução das Políticas Nacional e Estadual. J) Promover a adoção de práticas, estilos e hábitos de vida saudáveis
por da população portadora de deficiência visando a prevenir agravos de
E) Promover o acesso do portador de deficiência aos medicamentos, deficiências já instaladas.
órteses e próteses e outros insumos necessários a sua recuperação e
reabilitação. L) Organizar e manter sistemas de informação e análise relacionados
à situação de saúde e das ações dirigidas à pessoa portadora de
F) Prestar cooperação técnica aos municípios na implementação das deficiência.
ações decorrentes desta Política.
M) Realizar a articulação com outros setores existentes no âmbito
G) Viabilizar a participação da pessoa portadora de deficiência nas municipal, visando à promoção da qualidade de vida da pessoa portadora
diversas instâncias do SUS. de deficiência.
H) Promover a criação, na rede de serviços do SUS, de unidades de N) Apoiar a formação de entidades voltadas para a promoção da vida
cuidados diurnos – centros-dia –, de atendimento domiciliar e de outros independente, de forma integrada com outras instituições que prestam
serviços complementares para o atendimento da pessoa portadora de atendimento às pessoas portadoras de deficiência.
deficiência.
I) Promover o desenvolvimento de ações de reabilitação, utilizando os 5. Acompanhamento e Avaliação
recursos comunitários, conforme o modelo preconizado pelas estratégias
de saúde da família e de agentes comunitários. A implementação desta Política Nacional está pautada em processo
de acompanhamento e avaliação permanente que permita o seu contínuo
J) Promover a adoção de práticas, estilos e hábitos de vida saudáveis, aperfeiçoamento, a partir das necessidades que venham a ser indicadas na
por parte população em geral, mediante a mobilização de diferentes sua prática. Para o desenvolvimento do processo, serão definidos
segmentos da sociedade e por intermédio de campanhas publicitárias e de indicadores e parâmetros específicos os quais, aliados aos dados e
processos de educação permanentes, visando a prevenir deficiências. informações geradas pela avaliação dos planos, programas, projetos e
L) Promover a adoção de práticas, estilos e hábitos de vida saudáveis atividades que operacionalizarão esta Política, possibilitarão conhecer o
por parte da população portadora de deficiência, mediante a mobilização de grau de alcance do seu propósito, bem co mo o impacto sobre a qualidade
diferentes segmentos da sociedade e por intermédio de campanhas de vida das pessoas portadoras de deficiência. Dentre os indicadores que
publicitárias e de processos de educação permanentes, visando a prevenir poderão ser utilizados nesse processo figuram, por exemplo: índices de
agravos de deficiências já instaladas. cobertura assistencial; taxa de capacitação de recursos humanos;
distribuição de medicamentos, órteses e próteses; taxa de implementação
M) Organizar e manter sistemas de informação e análise relacionadas de novos leitos de reabilitação; comparações de informações gerenciais;
à situação de saúde e das ações dirigidas à pessoa portadora de taxas de morbidade; censos demográficos; pesquisa por amostragem
deficiência. domiciliar. Ao lado disso, no processo de acompanhamento e avaliação
N) Promover o cumprimento das normas e padrões de atenção aos referido, deverão ser estabelecidos mecanismos que favoreçam também
portadores de deficiência nos serviços de saúde e nas instituições que verificar em que medida a presente Política tem contribuído para o
cuidam destas pessoas. cumprimento dos princípios e diretrizes de funcionamento do SUS, exp
licitados na Lei n.º 8.080/90, sobretudo no seu Capítulo II, art. 7.º Entre
O) Promover a organização de rede de atenção à saúde das pessoas esses, destacam-se:
portadoras de deficiência na conformidade das diretrizes aqui
estabelecidas. • a “integralidade de assistência, entendida como um conjunto
articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos,
4.4. Responsabilidades do Gestor Municipal de Saúde – Secretaria individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de
Municipal de Saúde ou organismo correspondente complexidade do Sistema” (inciso II);
A) Coordenar e executar as ações decorrentes das Políticas Nacional • a “preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua
e Estadual de Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência, definindo integridade física e moral” (inciso III);
componentes específicos que devem ser implementados no seu âmbito
respectivo. • a igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou
privilégios de qualquer espécie” (inciso IV);
B) Promover as medidas necessárias visando à integração da
programação municipal à do Estado. • o “direito à informação, às pessoas assistidas, sobre a sua
saúde” (inciso V);
C) Promover o treinamento e a capacitação de recursos humanos
necessários à operacionalização das ações e atividades específicas na • a “divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços
área de saúde da pessoa portadora de deficiência. de saúde e a sua utilização pelo usuário” (inciso VI); e

D) Promover o acesso a medicamentos, órteses e próteses • a “capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis da
necessárias à recuperação e reabilitação da pessoa portadora de assistência” (inciso XII).
deficiência.
E) Estimular e viabilizar a participação da pessoa portadora de 6. Terminologia
deficiênc ia nas instâncias do SUS. Abordagem multiprofissional e interdisciplinar – assistência prestada
F) Promover a criação, na rede de serviço do SUS, de unidades de por equipe constituída por profissionais de especialidades diferentes, que
cuidados diurnos – centrosdia –, de atendimento domiciliar e de outros desenvolve processo terapêutico centrado em objetivos hierarquizados, de
serviços alternativos para a pessoa portadora de deficiência. acordo com as incapacidades apresentadas pelo paciente. Acidentes

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vasculoencefálico – alteração na vascularização do cérebro que pode ser período que vai desde a 20.º semana ou mais de gestação e termina após
isquêmico ou hemorrágico. o 28.º dia do nascimento.
Ações básicas de reabilitação – ações que visam a minimizar as Fatores pós-natais – ocorrências identificadas após o nascimento.
limitações e desenvolver habilidades, ou incrementá-las, compreendendo Fenilcetonúria – doença metabólica hereditária, na qual existe uma
avaliações, orientações e demais intervenções terapêuticas necessárias, deficiência de fenilalanina-hidroxilase que, quando não tratada, acarreta
tais como: prevenção de deformidades, estimulação para portadores de retardamento mental (Dicionário Médico – Blakiston). Genética clínica – é
distúrbios da comunicação, prescrição e fornecimento de próteses, etc. ramo da medicina que trata dos fenômenos da hereditariedade. Habilitação
Ações complexas de reabilitação – ações que utilizam tecnologia – processo de desenvolvimento de habilidades.
apropriada com o objetivo de conseguir maior independência funcional do Hemiplégicos – pessoas portadoras de paralisia de um dos lados do
portador de deficiência. Aconselhamento genético – orientação fornecida corpo.
após a realização de exames genéticos prévios que possibilitam verificar a Hemofilia – transtorno de coagulação, caracterizado por transmissão
probabilidade de se ter filhos com problemas genéticos. Alterações da fala recessiva ligada ao sexo, produzindo uma coagulação anormal ou
e linguagem – constituem perda ou anormalidade de caráter permanente, deficiente do plasma. Hemoglobinopatias – doenças relacionadas com as
apesar de parcialmente recuperáveis com a terapia, que geram alterações na hemoglobina ou alteração dos glóbulos vermelhos do sangue
incapacidades para o desempenho de atividades dentro do padrão Hipertireoidismo congênito – estado funcional resultante de insuficiência de
considerado normal para o ser humano. Anemia falciforme – defeito na hormônios tireoidianos de origem congênita. Hipoxemia – diminuição do
hemácia, que se torna disforme quando há baixa de oxigenação no sangue, teor de oxigênio no sangue. Índice de Apgar – avaliação quantitativa das
sendo destruída. Anóxia perinatal – falta de oxigênio no parto, que pode condições do recém-nascido com um a cinco minutos de vida, obtida pela
provocar uma lesão no cérebro. atribuição de pontos à qualidade da frequência cardíaca ao esforço
Assistência ou atendimento em reabilitação – terapia realizada para respiratório, à cor, ao tônus muscular e à reação ao estímulo; somando
reabilitar os pacientes no desenvolvimento de sua capacidade funcional esses pontos, o máximo do melhor índice será de dez.
dentro de suas limitações. Atendimento hospitalar em reabilitação – Inteligência conceitual – refere-se às capacidades fundamentais da
terapias realizadas em nível hospitalar visando reabilitar os pacientes no inteligência, envolvendo suas dimensões abstratas.
desenvolvimento de sua capacidade funcional dentro de suas limitações.
Avaliação funcional – avaliar a capacidade de o indivíduo em manter as Inteligência prática – refere-se à habilidade de se manter e de se
habilidades motoras, mentais e sensoriais para uma vida independente e sustentar como pessoa independente nas atividades da vida diária. Inclui
autônoma. Bolsa de ostomia – bolsa coletora de secreções intestinais. capacidades como habilidades sensório-motoras, de autocuidado e
Capacidade adaptativa – capacidade de se adequar a uma nova situação. segurança, de desempenho na comunidade e na vida acadêmica, de
Capacidade funcional – capacidade de o indivíduo manter as habilidades trabalho e de lazer, autonomia.
físicas e mentais necessárias para uma vida independente e autônoma; Inteligência social – refere-se à habilidade para compreender as
avaliação do grau de capacidade funcional é feita mediante o uso de expectativas sociais e o comportamento de outras pessoas, bem como ao
instrumentos multidimensionais. comportamento adequado em situações sociais.
Cardiopatias – qualquer processo ou doença do coração. Centros de Internação em reabilitação – internação realizada pós-trauma visando
Referência em Reabilitação – serviços do setor Saúde nos quais são às ações de reabilitação intensas e frequentes. Internamento (ou
realizadas a reabilitação em nível terciário, pesquisas e capacitação de internação) no domicílio – assistência médica e paramédica prestada no
recursos humanos. Condições funcionais – situação encontrada após a domicílio.
avaliação funcional. Condutas típicas – “manifestações de comportamento
Lesão – alteração estrutural ou funcional devida a uma doença.
típicos de portadores de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou
Comumente esse termo é utilizado em relação às alterações morfológicas.
psiquiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízo no
relacionamento social, em grau que requeira atendimento especializado” Lesão medular – alteração da estrutura funcional da medula.
(MEC, 1994). Deficiência auditiva – perda total ou parcial da capacidade de Lesão traumática – alteração produzida por um agente mecânico ou
ouvir. físico.
Deficiência mental – caracteriza -se por registrar um funcionamento Lesões nervosas – alterações no sistema nervoso.
intelectual geral significativamente abaixo da média, com limitações
associadas a duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade Lesões neuromusculares – alteração estrutural ou funcional dos
do indivíduo em responder adequadamente às demandas da sociedade nervos e músculos.
(Associação Americana de Deficiência Mental – AAMD). Deficiência motora Lesões osteoarticulares – alteração estrutural ou funcional nos ossos e
– refere-se ao comprometimento do aparelho locomotor, que compreende o articulações. Manutenção de ganhos funcionais – treinamento contínuo
sistema osteoarticular, o sistema muscular e o sistema nervoso. objetivando a preservação das aquisições motoras, mentais ou sensoriais já
As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, adquiridas. Nefropatias – doenças que acometem o sistema renal.
isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas Núcleo (ou centro) de atendimento em reabilitação – local onde é
de grau e gravidade variáveis, segundo os segmentos corporais afetados e realizado um conjunto de terapias e outras ações destinadas a possibilitar
o tipo de lesão ocorrida. Deficiência visual – engloba tanto a cegueira às pessoas portadoras de deficiência o alcance de sua autonomia
quanto a baixa visão. funcional.
Déficit neurológico – comprometimento ou perda da função causada Orientação prognóstica – aconselhamento na predição da provável
por lesões no sistema nervoso. Diagnóstico etiológico – determina a causa evolução e do desfecho de uma doença, lesão ou anomalia. Órtese –
das doenças, quer diretas, quer predisponentes, e do seu mecanismo de aparelhagem destinada a suprir ou corrigir a alteração morfológica de um
ação. órgão, de um membro ou de um segmento de um membro, ou a deficiência
Diagnóstico sindrômico – determina o grupo de sintomas e sinais que, de uma função. Ostomias – são órgãos ou parte interna do organismo que
considerados em conjunto, caracterizam uma moléstia ou lesão. não se comunica com o meio externo e que por alguma anormalidade
Diagnóstico funcional – determina a ação normal ou especial de um órgão e passa a se comunicar.
grau de comprometimento. Equipe básica de reabilitação – equipe cuja Osteoporose – desossificação, com decréscimo absoluto de tecido
composição é interdisciplinar – médico e enfermeiro – com a presença ou ósseo, acompanhada de fraqueza estrutural. Ototoxicose – substâncias
não de equipe auxiliar treinada. tóxicas que afetam a audição. Paralisia cerebral – qualquer
Erros inatos do metabolismo– doença na qual o organismo não comprometimento de funções neurológicas devido a lesões cerebrais
consegue eliminar determinadas substâncias que produz e que lhe causam congênitas (anomalia do desenvolvimento durante o primeiro trimestre da
doenças. Exame de cariótipo – exame genético mediante o qual são gravidez) ou adquirida (ocasionadas por um parto difícil ou por traumatismo
descobertas as anomalias. Fatores perinatais – ocorrências identificadas no acidental durante os primeiros meses de vida).

Conhecimentos Específicos 147 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Paraplégicos – paralisia dos membros inferiores. Perda auditiva CLIFTON, G. L. Spinal Coord in Jury in the Houston Galneston Area. Tex –
neurossensorial – um tipo de surdez. Perturbações psiquiátricas – doenças Méd. v. 79, p. 55-8.
ou transtornos mentais e emotivos. Prevenção secundária – consiste no COMITE DE DEFESA DOS DIREITOS DA CRIANÇA. Prevenção de defi
tratamento da doença já instalada, visando a evitar o aparecimento de ciências. Brasília: Corde, [19--]. p. 34.
deficiências ou incapacidades. DECLARAÇÃO de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas
especiais. 2. ed. Tradução Edilson Alkimim da Cunha. Brasília: Corde, 1997. 54 p.
Processo reabilitativo – ver reabilitação. DIAMENT, A.; Cypel, S. Neurologia Infantil. 3. ed. [S. l.]: Livraria Atheneu, 1996.
Prótese – aparelho ou dispositivo destinado a substituir um órgão, um EDUCAÇÃO inclusiva, desenho universal e integração. HYPERLINK.
membro ou parte do membro destruído ou gravemente acometido. Disponível em: <http:// www.gente www.gente especial.com.br/ arquitetura.htm>.
Reabilitação – segundo o Programa de Ação Mundial para Pessoas com Acesso em 2 set. 2002.
Deficiência da ONU, “é um processo de duração limitada e com objetivo FOSTER, Allen. Blindness prevention, statistics and principles of control,
definido, com vista a permitir que uma pessoa com deficiência alcance o workshop of ocular health. São Paulo: [s. n.], 1999.
nível físico, mental e/ou social funcional ótimo, proporcionando-lhe assim os INFORMAPAE. Boletim Mensal da Federação Nacional das APAES, v. 4, jan.,
meios de modificar a sua própria vida. Pode compreender medidas com 1996.
vista a compensar a perda de uma função ou uma limitação funcional (por JANNUZI, G; S. M.; JANNUZI, N. Portadores de necessidades especiais no
exemplo, ajudas técnicas) e outras medidas para facilitar ajustes ou Brasil: reflexões a partir do censo demográfico 1991. Revista Integração: SEESP;
reajustes sociais”. MEC, Brasília, v.7, n. 18, p. 40-46, 1997.
KARA, José; ALMEIDA, Vicente N. de. et al. Causas de defi ciência visual em
Retinopatia diabética – doença da retina causada pelas diabetes. crianças. Bol. of Panam., 1997, v. 5, p. 405- 412, 1994.
Rubéola – doença contagiosa benigna e aguda, causada por vírus, LAURENTI, R. et al. Estatística de saúde. São Paulo: EPU, 1990.
das crianças e dos ad ultos jovens, caracterizadas por febre, exantema LEITE, Ama e Maranhão, H. P. Situação do atendimento dos portadores de
pouco intenso e linfonopatia fetais, quando a infecção materna ocorre no necessidades educativas especiais nos municípios do estado do RJ. Resultados. Rio
início da gravidez. Serviços de apoio à vida cotidiana– ações desenvolvidas de Janeiro, out. 1998.
por pessoal treinado visando a auxiliar as pessoas com deficiência nas MAIOR, Isabel Maria M. L. Políticas públicas sociais para as pessoas
atividades de vida diária e de vida prática. portadoras de deficiência no Brasil. Cadernos de Pesquisa. São Paulo: CEBRAP, n.
7, p. 31-7, 1997.
Tecnologia assistiva – conjunto de medidas adaptativas ou
NALLIN, Araci. Reabilitação em instituição: suas razões e procedimentos:
equipamentos que visam a facilitar a independência funcional das pessoas análise de representação do discurso. Brasília: Corde, 1985. p. 184.
com deficiência. Transtornos congênitos – alterações decorrentes de
NORMAS e recomendações internacionais sobre a deficiência. Tradução
fatores hereditários. Transtornos orgânicos – alterações que interferem no Edilson Alkimim Cunha. Brasília: Corde, 1996. 113 p.
funcionamento do organismo. Transtornos perinatais – alterações que
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificacion internacional de las
ocorrem durante o nascimento. deficiencias actividades e participacion: um manual de las dimensiones de la
7. Bibliografia Consultada inhabilitacion e su funcionamento. Genebra. 1997. (Versão preliminar).
ARAÚJO, Luís Alberto David. A proteção constitucional das pessoas portadoras ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Programa de ação mundial para as
de deficiência. Brasília: Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa pessoas com deficiências. Tradução Edilson Alkmin da Cunha, Brasília: Corde, 1996.
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BARROS FILHO, T. E. P. et al. Revista Hospital das Clínicas, São Paulo: de trabalho na região metropolitana de Salvador. Salvador: UNIFACS, 1998.
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Otorrinolaringologia, v. 46, p. 228-36, 1980. ÊNCIA, SAÚDE AMBIENTAL, SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA
––––––. Do estudo da audiometria de tronco cerebral em neonatos normais e
de alto risco. São Paulo: CIDI, 1991. 78 p. Tese (Doutorado) - Escola Paulista de Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as
Medicina. Diretrizes Operacionais do Referido Pacto.
CHRISTENSEN, E.; MELCHIOR, J. Cerebral Palsy. A Clinical and Neuropathological O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINO, no uso de suas
Study. Heinemenn-London, Clinic in Development Medicine, n. 25 W. 1967.
atribuições, e

Conhecimentos Específicos 148 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Considerando o disposto no art. 198 da Constituição Federal de 1988, SAÚDE 2006, que será anualmente revisado, com base nos princípios
que estabelece as ações e serviços públicos que integram uma rede regio- constitucionais do SUS, ênfase nas necessidades de saúde da população e
nalizada e hierarquizada e constituem o Sistema Único de Saúde - SUS; que implicará o exercício simultâneo de definição de prioridades articuladas
Considerando o art. 7º da Lei nº 8080/90 dos princípios e diretrizes do e integradas nos três componentes: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do
SUS de universalidade do acesso, integralidade da atenção e descentrali- SUS e Pacto de Gestão do SUS.
zação político-administrativa com direção única em cada esfera de governo;
Considerando a necessidade de qualificar e implementar o processo de Estas prioridades são expressas em objetivos e metas no Termo de
descentralização, organização e gestão do SUS à luz da evolução do Compromisso de Gestão e estão detalhadas no documento Diretrizes
processo de pactuação intergestores; Operacionais do Pacto pela Saúde 2006
Considerando a necessidade do aprimoramento do processo de pactu- I – O PACTO PELA VIDA:
ação intergestores objetivando a qualificação, o aperfeiçoamento e a defini- O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto de compromissos
ção das responsabilidades sanitárias e de gestão entre os entes federados sanitários, expressos em objetivos de processos e resultados e derivados
no âmbito do SUS; da análise da situação de saúde do País e das prioridades definidas pelos
Considerando a necessidade de definição de compromisso entre os governos federal, estaduais e municipais.
gestores do SUS em torno de prioridades que apresentem impacto sobre a Significa uma ação prioritária no campo da saúde que deverá ser exe-
situação de saúde da população brasileira; cutada com foco em resultados e com a explicitação inequívoca dos com-
Considerando o compromisso com a consolidação e o avanço do pro- promissos orçamentários e financeiros para o alcance desses resultados.
cesso de Reforma Sanitária Brasileira, explicitada na defesa dos princípios As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objetivos para 2006 são:
do SUS; SAÚDE DO IDOSO:
Considerando a aprovação das Diretrizes Operacionais do Pacto pela Implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, buscando a
Saúde em 2006 – Consolidação do SUS na reunião da Comissão Interges- atenção integral.
tores Tripartite realizada no dia 26 de janeiro de 2006; e
Considerando a aprovação das Diretrizes Operacionais do Pacto pela CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA:
Saúde em 2006 – Consolidação do SUS, na reunião do Conselho Nacional Contribuir para a redução da mortalidade por câncer de colo do útero e
de Saúde realizada no dia 9 de fevereiro de 2006, de mama.
RESOLVE:
Art. 1º Dar divulgação ao Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA:
SUS, na forma do Anexo I a esta portaria.
Reduzir a mortalidade materna, infantil neonatal, infantil por doença di-
Art 2º Aprovar as Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde em arréica e por pneumonias.
2006 – Consolidação do SUS com seus três componentes: Pactos Pela
Vida, em Defesa do SUS e de Gestão, na forma do Anexo II a esta Portaria.
DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊNFASE NA DEN-
Art. 3º Ficam mantidas, até a assinatura do Termo de Compromisso de
GUE, HANSENÍASE, TUBERCULOSE, MALÁRIA E INFLUENZA
Gestão constante nas Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde 2006,
as mesmas prerrogativas e responsabilidades dos municípios e estados Fortalecer a capacidade de resposta do sistema de saúde às doenças
que estão habilitados em Gestão Plena do Sistema, conforme estabelecido emergentes e endemias.
na Norma Operacional Básica - NOB SUS 01/96 e na Norma Operacional
da Assistência à Saúde - NOAS SUS 2002. PROMOÇÃO DA SAÚDE:
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. Elaborar e implantar a Política Nacional de Promoção da Saúde, com
ênfase na adoção de hábitos saudáveis por parte da população brasileira,
Anexo I de forma a internalizar a responsabilidade individual da prática de atividade
física regula,r alimentação saudável e combate ao tabagismo.
PACTO PELA SAÚDE 2006
Consolidação do SUS
ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
O Sistema Único de Saúde - SUS é uma política pública que acaba de
completar uma década e meia de existência. Nesses poucos anos, foi Consolidar e qualificar a estratégia da Saúde da Família como modelo
construído no Brasil, um sólido sistema de saúde que presta bons serviços de atenção básica à saúde e como centro ordenador das redes de atenção
à população brasileira. à saúde do SUS.

O SUS tem uma rede de mais de 63 mil unidades ambulatoriais e de II – O PACTO EM DEFESA DO SUS:
cerca de 6 mil unidades hospitalares, com mais de 440 mil leitos. Sua O Pacto em Defesa do SUS envolve ações concretas e articuladas pe-
produção anual é aproximadamente de 12 milhões de internações hospita- las três instâncias federativas no sentido de reforçar o SUS como política
lares; 1 bilhão de procedimentos de atenção primária à saúde; 150 milhões de Estado mais do que política de governos; e de defender, vigorosamente,
de consultas médicas; 2 milhões de partos; 300 milhões de exames labora- os princípios basilares dessa política pública, inscritos na Constituição
toriais; 132 milhões de atendimentos de alta complexidade e 14 mil trans- Federal.
plantes de órgãos. Além de ser o segundo país do mundo em número de A concretização desse Pacto passa por um movimento de repolitização
transplantes, o Brasil é reconhecido internacionalmente pelo seu progresso da saúde, com uma clara estratégia de mobilização social envolvendo o
no atendimento universal às Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS, conjunto da sociedade brasileira, extrapolando os limites do setor e vincula-
na implementação do Programa Nacional de Imunização e no atendimento da ao processo de instituição da saúde como direito de cidadania, tendo o
relativo à Atenção Básica. O SUS é avaliado positivamente pelos que o financiamento público da saúde como um dos pontos centrais.
utilizam rotineiramente e está presente em todo território nacional.
As prioridades do Pacto em Defesa do SUS são:
Ao longo de sua história houve muitos avanços e também desafios IMPLEMENTAR UM PROJETO PERMANENTE DE MOBILIZAÇÃO
permanentes a superar. Isso tem exigido, dos gestores do SUS, um movi- SOCIAL COM A FINALIDADE DE:
mento constante de mudanças, pela via das reformas incrementais. Contu- Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema pú-
do, esse modelo parece ter se esgotado, de um lado, pela dificuldade de blico universal garantidor desses direitos;
imporem-se normas gerais a um país tão grande e desigual; de outro, pela Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da Emenda Constitucional
sua fixação em conteúdos normativos de caráter técnico-processual, trata- nº 29, pelo Congresso Nacional;
dos, em geral, com detalhamento excessivo e enorme complexidade. Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos orçamentários e fi-
nanceiros para a saúde.
Na perspectiva de superar as dificuldades apontadas, os gestores do Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três es-
SUS assumem o compromisso público da construção do PACTO PELA feras de gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas.

Conhecimentos Específicos 149 A Opção Certa Para a Sua Realização


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coerência com a diversidade operativa, respeita as diferenças loco-
ELABORAR E DIVULGAR A CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS regionais, agrega os pactos anteriormente existentes, reforça a organização
DO SUS das regiões sanitárias instituindo mecanismos de co-gestão e planejamento
III – O PACTO DE GESTÃO DO SUS regional, fortalece os espaços e mecanismos de controle social, qualifica o
O Pacto de Gestão estabelece as responsabilidades claras de cada en- acesso da população a atenção integral à saúde, redefine os instrumentos
te federado de forma a diminuir as competências concorrentes e a tornar de regulação, programação e avaliação, valoriza a macro função de coope-
mais claro quem deve fazer o quê, contribuindo, assim, para o fortalecimen- ração técnica entre os gestores e propõe um financiamento tripartite que
to da gestão compartilhada e solidária do SUS. estimula critérios de equidade nas transferências fundo a fundo.
Esse Pacto parte de uma constatação indiscutível: o Brasil é um país A implantação desse Pacto, nas suas três dimensões - Pacto pela Vi-
continental e com muitas diferenças e iniqüidades regionais. Mais do que da, Pacto de Gestão e Pacto em Defesa do SUS - possibilita a efetivação
definir diretrizes nacionais é necessário avançar na regionalização e des- de acordos entre as três esferas de gestão do SUS para a reforma de
centralização do SUS, a partir de uma unidade de princípios e uma diversi- aspectos institucionais vigentes, promovendo inovações nos processos e
dade operativa que respeite as singularidades regionais. instrumentos de gestão que visam alcançar maior efetividade, eficiência e
qualidade de suas respostas e ao mesmo tempo, redefine responsabilida-
des coletivas por resultados sanitários em função das necessidades de
Esse Pacto radicaliza a descentralização de atribuições do Ministério
saúde da população e na busca da equidade social.
da Saúde para os estados, e para os municípios, promovendo um choque
de descentralização, acompanhado da desburocratização dos processos
normativos. Reforça a territorialização da saúde como base para organiza- I – PACTO PELA VIDA
ção dos sistemas, estruturando as regiões sanitárias e instituindo colegia- O Pacto pela Vida é o compromisso entre os gestores do SUS em torno
dos de gestão regional. de prioridades que apresentam impacto sobre a situação de saúde da
população brasileira.
Reitera a importância da participação e do controle social com o com- A definição de prioridades deve ser estabelecida através de metas na-
promisso de apoio à sua qualificação. cionais, estaduais, regionais ou municipais. Prioridades estaduais ou regio-
nais podem ser agregadas às prioridades nacionais, conforme pactuação
local.
Explicita as diretrizes para o sistema de financiamento público tripartite:
busca critérios de alocação eqüitativa dos recursos; reforça os mecanismos Os estados/região/município devem pactuar as ações necessárias para
de transferência fundo a fundo entre gestores; integra em grandes blocos o o alcance das metas e dos objetivos propostos.
financiamento federal e estabelece relações contratuais entre os entes São seis as prioridades pactuadas:
federativos. Saúde do idoso;
Controle do câncer de colo de útero e de mama;
As prioridades do Pacto de Gestão são: Redução da mortalidade infantil e materna;
DEFINIR DE FORMA INEQUÍVOCA A RESPONSABILIDADE SANI- Fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emergentes e
TÁRIA DE CADA INSTÂNCIA GESTORA DO SUS: federal, estadual e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e
municipal, superando o atual processo de habilitação. influenza;
Promoção da Saúde;
ESTABELECER AS DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS, com ên- Fortalecimento da Atenção Básica.
fase na Descentralização; Regionalização; Financiamento; Programação
Pactuada e Integrada; Regulação; Participação e Controle Social; Planeja- A – SAÚDE DO IDOSO
mento; Gestão do Trabalho e Educação na Saúde. Para efeitos desse Pacto será considerada idosa a pessoa com 60
anos ou mais.
Este PACTO PELA SAÚDE 2006 aprovado pelos gestores do SUS na 1 - O trabalho nesta área deve seguir as seguintes diretrizes:
reunião da Comissão Intergestores Tripartite do dia 26 de janeiro de 2006, Promoção do envelhecimento ativo e saudável;
é abaixo assinado pelo Ministro da Saúde, o Presidente do Conselho Naci- Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa;
onal de Secretários de Saúde - CONASS e o Presidente do Conselho Estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção;
Nacional de Secretários Municipais de Saúde - CONASEMS e será opera- A implantação de serviços de atenção domiciliar;
cionalizado por meio do documento de Diretrizes Operacionais do Pacto
O acolhimento preferencial em unidades de saúde, respeitado o critério
pela Saúde 2006.
de risco;
Conselho Nacional de Conselho Nacional de Secretá-
Ministério da Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à
Secretários de Saúde rios Municipais de Saúde
Saúde saúde da pessoa idosa;
CONASS CONASEMS
Fortalecimento da participação social;
Anexo II Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS
na área de saúde da pessoa idosa;
DIRETRIZES OPERACIONAIS DO PACTO PELA SAÚDE EM 2006 –
CONSOLIDAÇÃO DO SUS Divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pes-
soa Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS;
Transcorridas quase duas décadas do processo de institucionalização
do Sistema Único de Saúde, a sua implantação e implementação evoluíram Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na
muito, especialmente em relação aos processos de descentralização e atenção à saúde da pessoa idosa;
municipalização das ações e serviços de saúde. O processo de descentra- Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
lização ampliou o contato do Sistema com a realidade social, política e
administrativa do país e com suas especificidades regionais, tornando-se 2 - Ações estratégicas:
mais complexo e colocando os gestores a frente de desafios que busquem Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa - Instrumento de cidadania com
superar a fragmentação das políticas e programas de saúde através da informações relevantes sobre a saúde da pessoa idosa, possibilitando um
organização de uma rede regionalizada e hierarquizada de ações e servi- melhor acompanhamento por parte dos profissionais de saúde.
ços e da qualificação da gestão. Manual de Atenção Básica e Saúde para a Pessoa Idosa - Para indu-
Frente a esta necessidade, o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional ção de ações de saúde, tendo por referência as diretrizes contidas na
de Secretários de Saúde - CONASS e o Conselho Nacional de Secretários Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.
Municipais de Saúde - CONASEMS, pactuaram responsabilidades entre os Programa de Educação Permanente à Distância - Implementar progra-
três gestores do SUS, no campo da gestão do Sistema e da atenção à ma de educação permanente na área do envelhecimento e saúde do idoso,
saúde. O documento a seguir contempla o pacto firmado entre os três voltado para profissionais que trabalham na rede de atenção básica em
gestores do SUS a partir de uma unidade de princípios que, guardando saúde, contemplando os conteúdos específicos das repercussões do pro-

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cesso de envelhecimento populacional para a saúde individual e para a 5 – Objetivo para o controle da Influenza
gestão dos serviços de saúde. Implantar plano de contingência, unidades sentinelas e o sistema de in-
Acolhimento - Reorganizar o processo de acolhimento à pessoa idosa formação - SIVEP-GRIPE, em 2006.
nas unidades de saúde, como uma das estratégias de enfrentamento das
dificuldades atuais de acesso. E – PROMOÇÃO DA SAÚDE
Assistência Farmacêutica - Desenvolver ações que visem qualificar a 1 - Objetivos:
dispensação e o acesso da população idosa. Elaborar e implementar uma Política de Promoção da Saúde, de res-
ponsabilidade dos três gestores;
Atenção Diferenciada na Internação - Instituir avaliação geriátrica glo- Enfatizar a mudança de comportamento da população brasileira de
bal realizada por equipe multidisciplinar, a toda pessoa idosa internada em forma a internalizar a responsabilidade individual da prática de atividade
hospital que tenha aderido ao Programa de Atenção Domiciliar. física regular, alimentação adequada e saudável e combate ao tabagismo;
Atenção domiciliar – Instituir esta modalidade de prestação de serviços Articular e promover os diversos programas de promoção de atividade
ao idoso, valorizando o efeito favorável do ambiente familiar no processo de física já existentes e apoiar a criação de outros;
recuperação de pacientes e os benefícios adicionais para o cidadão e o Promover medidas concretas pelo hábito da alimentação saudável;
sistema de saúde. Elaborar e pactuar a Política Nacional de Promoção da Saúde que con-
B– CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA: temple as especificidades próprias dos estados e municípios devendo
1 - Objetivos e metas para o Controle do Câncer de Colo de Útero: iniciar sua implementação em 2006;
Cobertura de 80% para o exame preventivo do câncer do colo de útero,
conforme protocolo, em 2006. F – FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA
Incentivo da realização da cirurgia de alta freqüência técnica que utiliza 1 - Objetivos
um instrumental especial para a retirada de lesões ou parte do colo uterino Assumir a estratégia de saúde da família como estratégia prioritária pa-
comprometidas (com lesões intra-epiteliais de alto grau) com menor dano ra o fortalecimento da atenção básica, devendo seu desenvolvimento
possível, que pode ser realizada em ambulatório, com pagamento diferen- considerar as diferenças loco-regionais.
ciado, em 2006.
Desenvolver ações de qualificação dos profissionais da atenção básica
2 – Metas para o Controle do Câncer de mama: por meio de estratégias de educação permanente e de oferta de cursos de
especialização e residência multiprofissional e em medicina da família.
Ampliar para 60% a cobertura de mamografia, conforme protocolo.
Consolidar e qualificar a estratégia de saúde da família nos pequenos e
Realizar a punção em 100% dos casos necessários, conforme protoco-
médios municípios.
lo.
Ampliar e qualificar a estratégia de saúde da família nos grandes cen-
C – REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL: tros urbanos.
1 - Objetivos e metas para a redução da mortalidade infantil Garantir a infra-estrutura necessária ao funcionamento das Unidades
Reduzir a mortalidade neonatal em 5%, em 2006. Básicas de Saúde, dotando-as de recursos materiais, equipamentos e
Reduzir em 50% os óbitos por doença diarréica e 20% por pneumonia, insumos suficientes para o conjunto de ações propostas para esses servi-
em 2006. ços.
Apoiar a elaboração de propostas de intervenção para a qualificação Garantir o financiamento da Atenção Básica como responsabilidade
da atenção as doenças prevalentes. das três esferas de gestão do SUS.
Criação de comitês de vigilância do óbito em 80% dos municípios com Aprimorar a inserção dos profissionais da Atenção Básica nas redes lo-
população acima de 80.000 habitantes, em 2006. cais de saúde, por meio de vínculos de trabalho que favoreçam o provimen-
to e fixação dos profissionais.
Implantar o processo de monitoramento e avaliação da Atenção Básica
2 - Objetivos e metas para a redução da mortalidade materna
nas três esferas de governo, com vistas à qualificação da gestão descentra-
Reduzir em 5% a razão de mortalidade materna, em 2006. lizada.
Garantir insumos e medicamentos para tratamento das síndromes hi- Apoiar diferentes modos de organização e fortalecimento da Atenção
pertensivas no parto. Básica que considere os princípios da estratégia de Saúde da Família,
Qualificar os pontos de distribuição de sangue para que atendam as respeitando as especificidades loco-regionais.
necessidades das maternidades e outros locais de parto. II - PACTO EM DEFESA DO SUS
A – DIRETRIZES
D – FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE DE RESPOSTAS ÀS DO- O trabalho dos gestores das três esferas de governo e dos outros ato-
ENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊNFASE NA DENGUE, res envolvidos dentro deste Pacto deve considerar as seguintes diretrizes:
HANSENIASE, TUBERCULOSE, MALARIA E INFLUENZA.
Expressar os compromissos entre os gestores do SUS com a consoli-
Objetivos e metas para o Controle da Dengue dação da Reforma Sanitária Brasileira, explicitada na defesa dos princípios
Plano de Contingência para atenção aos pacientes, elaborado e im- do Sistema Único de Saúde estabelecidos na Constituição Federal.
plantado nos municípios prioritários, em 2006; Desenvolver e articular ações, no seu âmbito de competência e em
Reduzir a menos de 1% a infestação predial por Aedes aegypti em conjunto com os demais gestores, que visem qualificar e assegurar o
30% dos municípios prioritários ate 2006; Sistema Único de Saúde como política pública.
2 - O Pacto em Defesa do SUS deve se firmar através de iniciativas
2 - Meta para a Eliminação da Hanseníase: que busquem:
Atingir o patamar de eliminação enquanto problema de saúde pública, A repolitização da saúde, como um movimento que retoma a Reforma
ou seja, menos de 1 caso por 10.000 habitantes em todos os municípios Sanitária Brasileira aproximando-a dos desafios atuais do SUS;
prioritários, em 2006. A Promoção da Cidadania como estratégia de mobilização social tendo
a questão da saúde como um direito;
3 - Metas para o Controle da Tuberculose: A garantia de financiamento de acordo com as necessidades do Siste-
Atingir pelo menos 85% de cura de casos novos de tuberculose bacilí- ma;
fera diagnosticados a cada ano; 3 – Ações do Pacto em Defesa do SUS:
As ações do Pacto em Defesa do SUS devem contemplar:
4- Meta para o Controle da Malária Articulação e apoio à mobilização social pela promoção e desenvolvi-
Reduzir em 15% a Incidência Parasitária Anual, na região da Amazônia mento da cidadania, tendo a questão da saúde como um direito;
Legal, em 2006; Estabelecimento de diálogo com a sociedade, além dos limites institu-
cionais do SUS;

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Ampliação e fortalecimento das relações com os movimentos sociais, Garantir o direito à saúde, reduzir desigualdades sociais e territoriais e
em especial os que lutam pelos direitos da saúde e cidadania; promover a eqüidade, ampliando a visão nacional dos problemas, associa-
Elaboração e publicação da Carta dos Direitos dos Usuários do SUS; da à capacidade de diagnóstico e decisão loco-regional, que possibilite os
Regulamentação da EC nº 29 pelo Congresso Nacional, com aprova- meios adequados para a redução das desigualdades no acesso às ações e
ção do PL nº 01/03, já aprovado e aprimorado em três comissões da Câma- serviços de saúde existentes no país;
ra dos Deputados; Garantir a integralidade na atenção a saúde, ampliando o conceito de
Aprovação do orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três cuidado à saúde no processo de reordenamento das ações de promoção,
esferas de gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas em prevenção, tratamento e reabilitação com garantia de acesso a todos os
ações e serviços de saúde de acordo com a Constituição Federal. níveis de complexidade do sistema;
Potencializar o processo de descentralização, fortalecendo estados e
III - PACTO DE GESTÃO municípios para exercerem papel de gestores e para que as demandas dos
Estabelece Diretrizes para a gestão do sistema nos aspectos da Des- diferentes interesses loco-regionais possam ser organizadas e expressadas
centralização; Regionalização; Financiamento; Planejamento; Programação na região;
Pactuada e Integrada – PPI; Regulação; Participação Social e Gestão do Racionalizar os gastos e otimizar os recursos, possibilitando ganho em
Trabalho e da Educação na Saúde. escala nas ações e serviços de saúde de abrangência regional.
- Regiões de Saúde
DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS As Regiões de Saúde são recortes territoriais inseridos em um espaço
Premissas da descentralização geográfico contínuo, identificadas pelos gestores municipais e estaduais a
partir de identidades culturais, econômicas e sociais, de redes de comuni-
Buscando aprofundar o processo de descentralização, com ênfase nu-
cação e infra-estrutura de transportes compartilhados do território;
ma descentralização compartilhada, são fixadas as seguintes premissas,
que devem orientar este processo: A Região de Saúde deve organizar a rede de ações e serviços de sa-
úde a fim de assegurar o cumprimento dos princípios constitucionais de
Cabe ao Ministério da Saúde a proposição de políticas, participação no
universalidade do acesso, eqüidade e integralidade do cuidado;
co-financiamento, cooperação técnica, avaliação, regulação, controle e
fiscalização, além da mediação de conflitos; A organização da Região de Saúde deve favorecer a ação cooperativa
e solidária entre os gestores e o fortalecimento do controle social;
Descentralização dos processos administrativos relativos à gestão para
as Comissões Intergestores Bipartite; Para a constituição de uma rede de atenção à saúde regionalizada em
uma determinada região, é necessário a pactuação entre todos os gestores
As Comissões Intergestores Bipartite são instâncias de pactuação e
envolvidos, do conjunto de responsabilidades não compartilhadas e das
deliberação para a realização dos pactos intraestaduais e a definição de
ações complementares;
modelos organizacionais, a partir de diretrizes e normas pactuadas na
Comissão Intergestores Tripartite; O conjunto de responsabilidades não compartilhadas se refere à aten-
ção básica e às ações básicas de vigilância em saúde, que deverão ser
As deliberações das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite de-
assumidas por cada município;
vem ser por consenso;
As ações complementares e os meios necessários para viabilizá-las
A Comissão Intergestores Tripartite e o Ministério da Saúde promove-
deverão ser compartilhados e integrados a fim de garantir a resolutividade e
rão e apoiarão processo de qualificação permanente para as Comissões
a integralidade de acesso;
Intergestores Bipartite;
Os estados e a união devem apoiar os municípios para que estes as-
O detalhamento deste processo, no que se refere à descentralização
sumam o conjunto de responsabilidades;
de ações realizadas hoje pelo Ministério da Saúde, será objeto de portaria
específica. O corte no nível assistencial para delimitação de uma Região de Saúde
deve estabelecer critérios que propiciem certo grau de resolutividade àque-
Regionalização
le território, como suficiência em atenção básica e parte da média comple-
A Regionalização é uma diretriz do Sistema Único de Saúde e um eixo xidade;
estruturante do Pacto de Gestão e deve orientar a descentralização das
Quando a suficiência em atenção básica e parte da média complexida-
ações e serviços de saúde e os processos de negociação e pactuação
de não forem alcançadas deverá ser considerada no planejamento regional
entre os gestores.
a estratégia para o seu estabelecimento, junto com a definição dos investi-
Os principais instrumentos de planejamento da Regionalização são o mentos, quando necessário;
Plano Diretor de Regionalização – PDR, o Plano Diretor de Investimento –
O planejamento regional deve considerar os parâmetros de incorpora-
PDI e a Programação Pactuada e Integrada da Atenção em Saúde – PPI,
ção tecnológica que compatibilizem economia de escala com eqüidade no
detalhados no corpo deste documento.
acesso;
O PDR deverá expressar o desenho final do processo de identificação
Para garantir a atenção na alta complexidade e em parte da média, as
e reconhecimento das regiões de saúde, em suas diferentes formas, em
Regiões devem pactuar entre si arranjos inter-regionais, com agregação de
cada estado e no Distrito Federal, objetivando a garantia do acesso, a
mais de uma Região em uma macrorregião;
promoção da equidade, a garantia da integralidade da atenção, a qualifica-
ção do processo de descentralização e a racionalização de gastos e otimi- O ponto de corte da média complexidade que deve estar na Região ou
zação de recursos. na macrorregião deve ser pactuado na CIB, a partir da realidade de cada
estado. Em alguns estados com mais adensamento tecnológico, a alta
Para auxiliar na função de coordenação do processo de regionalização, o
complexidade pode estar contemplada dentro de uma Região.
PDR deverá conter os desenhos das redes regionalizadas de atenção à
saúde, organizadas dentro dos territórios das regiões e macrorregiões de As regiões podem ter os seguintes formatos:
saúde, em articulação com o processo da Programação Pactuada Integrada. Regiões intraestaduais, compostas por mais de um município, dentro
O PDI deve expressar os recursos de investimentos para atender as de um mesmo estado;
necessidades pactuadas no processo de planejamento regional e estadual. Regiões Intramunicipais, organizadas dentro de um mesmo município
No âmbito regional deve refletir as necessidades para se alcançar a sufici- de grande extensão territorial e densidade populacional;
ência na atenção básica e parte da média complexidade da assistência, Regiões Interestaduais, conformadas a partir de municípios limítrofes
conforme desenho regional e na macrorregião no que se refere à alta em diferentes estados;
complexidade. Deve contemplar também as necessidades da área da Regiões Fronteiriças, conformadas a partir de municípios limítrofes com
vigilância em saúde e ser desenvolvido de forma articulada com o processo países vizinhos.
da PPI e do PDR. Nos casos de regiões fronteiriças o Ministério da Saúde deve envidar
esforços no sentido de promover articulação entre os países e órgãos
2.1- Objetivos da Regionalização: envolvidos, na perspectiva de implementação do sistema de saúde e con-
Garantir acesso, resolutividade e qualidade às ações e serviços de sa- seqüente organização da atenção nos municípios fronteiriços, coordenando
úde cuja complexidade e contingente populacional transcenda a escala e fomentando a constituição dessas Regiões e participando do colegiado de
local/municipal; gestão regional.

Conhecimentos Específicos 152 A Opção Certa Para a Sua Realização


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- Mecanismos de Gestão Regional Constituir uma estrutura de apoio ao colegiado, através de câmara téc-
Para qualificar o processo de regionalização, buscando a garantia e o nica e eventualmente, grupos de trabalho formados com técnicos dos
aprimoramento dos princípios do SUS, os gestores de saúde da Região municípios e do estado;
deverão constituir um espaço permanente de pactuação e co-gestão solidá- Estabelecer uma agenda regular de reuniões;
ria e cooperativa através de um Colegiado de Gestão Regional. A denomi- O funcionamento do Colegiado deve ser organizado de modo a exercer
nação e o funcionamento do Colegiado devem ser acordados na CIB; as funções de:
O Colegiado de Gestão Regional se constitui num espaço de decisão Instituir um processo dinâmico de planejamento regional
através da identificação, definição de prioridades e de pactuação de solu- Atualizar e acompanhar a programação pactuada integrada de atenção
ções para a organização de uma rede regional de ações e serviços de em saúde
atenção à saúde, integrada e resolutiva; Desenhar o processo regulatório, com definição de fluxos e protocolos
O Colegiado deve ser formado pelos gestores municipais de saúde do Priorizar linhas de investimento
conjunto de municípios e por representantes do(s) gestor(es) estadual(ais), Estimular estratégias de qualificação do controle social
sendo as suas decisões sempre por consenso, pressupondo o envolvimen-
Apoiar o processo de planejamento local
to e comprometimento do conjunto de gestores com os compromissos
pactuados. Constituir um processo dinâmico de avaliação e monitoramento regio-
nal
Nos casos onde as CIB regionais estão constituídas por representação
e não for possível a imediata incorporação de todos os municípios da
Região de Saúde deve ser pactuado um cronograma de adequação, no - Reconhecimento das Regiões
menor prazo possível, para a inclusão de todos os municípios nos respecti- As Regiões Intramunicipais deverão ser reconhecidas como tal, não
vos colegiados regionais. precisando ser homologadas pelas Comissões Intergestores.
O Colegiado deve instituir processo de planejamento regional, que de- As Regiões Intraestaduais deverão ser reconhecidas nas Comissões
fina as prioridades, as responsabilidades de cada ente, as bases para a Intergestores Bipartite e encaminhadas para conhecimento e acompanha-
programação pactuada integrada da atenção a saúde, o desenho do pro- mento do MS.
cesso regulatório, as estratégias de qualificação do controle social, as As Regiões Interestaduais deverão ser reconhecidas nas respectivas
linhas de investimento e o apoio para o processo de planejamento local. Comissões Intergestores Bipartite e encaminhadas para homologação da
O planejamento regional, mais que uma exigência formal, deverá ex- Comissão Intergestores Tripartite.
pressar as responsabilidades dos gestores com a saúde da população do As Regiões Fronteiriças deverão ser reconhecidas nas respectivas
território e o conjunto de objetivos e ações que contribuirão para a garantia Comissões Intergestores Bipartite e encaminhadas para homologação na
do acesso e da integralidade da atenção, devendo as prioridades e respon- Comissão Intergestores Tripartite.
sabilidades definidas regionalmente estar refletidas no plano de saúde de O desenho das Regiões intra e interestaduais deve ser submetida a
cada município e do estado; aprovação pelos respectivos Conselhos Estaduais de Saúde.
Os colegiados de gestão regional deverão ser apoiados através de câ-
maras técnicas permanentes que subsidiarão com informações e análises Financiamento do Sistema Único de Saúde
relevantes. 3.1 - São princípios gerais do financiamento para o Sistema Único de
- Etapas do Processo de Construção da Regionalização Saúde:
- Critérios para a composição da Região de Saúde, expressa no PDR: Responsabilidade das três esferas de gestão – União, Estados e Muni-
Contigüidade entre os municípios; cípios pelo financiamento do Sistema Único de Saúde;
Respeito à identidade expressa no cotidiano social, econômico e cultu- Redução das iniqüidades macrorregionais, estaduais e regionais, a ser
ral; contemplada na metodologia de alocação de recursos, considerando tam-
Existência de infra-estrutura de transportes e de redes de comunica- bém as dimensões étnico-racial e social;
ção, que permita o trânsito das pessoas entre os municípios; Repasse fundo a fundo, definido como modalidade preferencial de
Existência de fluxos assistenciais que devem ser alterados, se neces- transferência de recursos entre os gestores;
sário, para a organização da rede de atenção à saúde; Financiamento de custeio com recursos federais constituído, organiza-
Considerar a rede de ações e serviços de saúde, onde: dos e transferidos em blocos de recursos;
Todos os municípios se responsabilizam pela atenção básica e pelas O uso dos recursos federais para o custeio fica restrito a cada bloco,
ações básicas de vigilância em saúde; atendendo as especificidades previstas nos mesmos, conforme regulamen-
O desenho da região propicia relativo grau de resolutividade àquele ter- tação específica;
ritório, como a suficiência em Atenção Básica e parte da Média Complexi- As bases de cálculo que formam cada Bloco e os montantes financei-
dade. ros destinados para os Estados, Municípios e Distrito Federal devem com-
A suficiência está estabelecida ou a estratégia para alcançá-la está ex- por memórias de cálculo, para fins de histórico e monitoramento.
plicitada no planejamento regional, contendo, se necessário, a definição
dos investimentos. - Os blocos de financiamento para o custeio são:
O desenho considera os parâmetros de incorporação tecnológica que Atenção básica
compatibilizem economia de escala com eqüidade no acesso. Atenção de média e alta complexidade
O desenho garante a integralidade da atenção e para isso as Regiões Vigilância em Saúde
devem pactuar entre si arranjos inter-regionais, se necessário com agrega- Assistência Farmacêutica
ção de mais de uma região em uma macrorregião; o ponto de corte de Gestão do SUS
média e alta-complexidade na região ou na macroregião deve ser pactuado
na CIB, a partir da realidade de cada estado.
Bloco de financiamento para a Atenção Básica
O financiamento da Atenção Básica é de responsabilidade das três es-
- Constituição, Organização e Funcionamento do Colegiado de Gestão feras de gestão do SUS, sendo que os recursos federais comporão o Bloco
Regional: Financeiro da Atenção Básica dividido em dois componentes: Piso da
A constituição do colegiado de gestão regional deve assegurar a pre- Atenção Básica e Piso da Atenção Básica Variável e seus valores serão
sença de todos os gestores de saúde dos municípios que compõem a estabelecidos em Portaria específica, com memórias de cálculo anexas.
Região e da representação estadual. O Piso de Atenção Básica - PAB consiste em um montante de recursos
Nas CIB regionais constituídas por representação, quando não for pos- financeiros, que agregam as estratégias destinadas ao custeio de ações de
sível a imediata incorporação de todos os gestores de saúde dos municí- atenção básica à saúde;
pios da Região de saúde, deve ser pactuado um cronograma de adequa- Os recursos financeiros do PAB serão transferidos mensalmente, de
ção, com o menor prazo possível, para a inclusão de todos os gestores nos forma regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos de
respectivos colegiados de gestão regionais; Saúde dos Municípios e do Distrito Federal.
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O Piso da Atenção Básica Variável - PAB Variável consiste em um Incentivo do Programa DST/AIDS
montante financeiro destinado ao custeio de estratégias específicas desen- Os recursos alocados tratados pela Portaria MS/GM nº 1349/2002, de-
volvidas no âmbito da Atenção Básica em Saúde. verão ser incorporados ao Limite Financeiro de Vigilância em Saúde do
O PAB Variável passa a ser composto pelo financiamento das seguin- Município quando o mesmo comprovar a efetiva contratação dos agentes
tes estratégias: de campo.
Saúde da Família; No Componente da Vigilância Sanitária, os recursos do Termo de Ajus-
Agentes Comunitários de Saúde; te e Metas – TAM, destinados e não transferidos aos estados e municípios,
Saúde Bucal; nos casos de existência de saldo superior a 40% dos recursos repassados
Compensação de especificidades regionais no período de um semestre, constituem um Fundo de Compensação em
Fator de incentivo da Atenção Básica aos Povos Indígenas VISA, administrado pela ANVISA e destinado ao financiamento de gestão e
descentralização da Vigilância Sanitária.
Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário
Em Estados onde o valor per cápita que compõe o TAM não atinge o
Os recursos do PAB Variável serão transferidos ao Município que ade-
teto orçamentário mínimo daquele Estado, a União assegurará recurso
rir e implementar as estratégias específicas a que se destina e a utilização
financeiro para compor o Piso Estadual de Vigilância Sanitária – PEVISA.
desses recursos deve estar definida no Plano Municipal de Saúde;
O PAB Variável da Assistência Farmacêutica e da Vigilância em Saúde
passam a compor os seus Blocos de Financiamento respectivos. d) Bloco de financiamento para a Assistência Farmacêutica
Compensação de Especificidades Regionais é um montante financeiro A Assistência Farmacêutica será financiada pelos três gestores do SUS
igual a 5% do valor mínimo do PAB fixo multiplicado pela população do devendo agregar a aquisição de medicamentos e insumos e a organização
Estado, para que as CIBs definam a utilização do recurso de acordo com as das ações de assistência farmacêutica necessárias, de acordo com a
especificidades estaduais, podendo incluir sazonalidade, migrações, dificul- organização de serviços de saúde.
dade de fixação de profissionais, IDH, indicadores de resultados. Os crité- O Bloco de financiamento da Assistência Farmacêutica se organiza em
rios definidos devem ser informados ao plenário da CIT. três componentes: Básico, Estratégico e Medicamentos de Dispensação
Excepcional.
b) Bloco de financiamento para a Atenção de Média e Alta Complexi- O Componente Básico da Assistência Farmacêutica consiste em finan-
dade ciamento para ações de assistência farmacêutica na atenção básica em
Os recursos correspondentes ao financiamento dos procedimentos re- saúde e para agravos e programas de saúde específicos, inseridos na rede
lativos à média e alta complexidade em saúde compõem o Limite Financei- de cuidados da atenção básica, sendo de responsabilidade dos três gesto-
ro da Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar do Distrito res do SUS.
Federal, dos Estados e dos Municípios. O Componente Básico é composto de uma Parte Fixa e de uma Parte
Os recursos destinados ao custeio dos procedimentos pagos atualmen- Variável, sendo:
te através do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação – FAEC serão Parte Fixa: valor com base per capita para ações de assistência farma-
incorporados ao Limite Financeiro de cada Estado, Município e do Distrito cêutica para a Atenção Básica, transferido Municípios, Distrito Federal e
Federal, conforme pactuação entre os gestores. Estados, conforme pactuação nas CIB e com contrapartida financeira dos
O Fundo de Ações Estratégicas e Compensação – FAEC se destina, estados e dos municípios.
assim, ao custeio de procedimentos, conforme detalhado a seguir: Parte Variável: valor com base per capita para ações de assistência
Procedimentos regulados pela CNRAC – Central Nacional de Regula- farmacêutica dos Programas de Hipertensão e Diabetes, exceto insulina;
ção da Alta Complexidade; Asma e Rinite; Saúde Mental; Saúde da Mulher; Alimentação e Nutrição e
Transplantes; Combate ao Tabagismo.
Ações Estratégicas Emergenciais, de caráter temporário, implementa-
das com prazo pré-definido; A parte variável do Componente Básico será transferida ao município
Novos procedimentos: cobertura financeira de aproximadamente seis ou estado, conforme pactuação na CIB, à medida que este implementa e
meses, quando da inclusão de novos procedimentos, sem correlação à organiza os serviços previstos pelos Programas específicos.
tabela vigente, até a formação de série histórica para a devida agregação O Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica consiste em
ao MAC. financiamento para ações de assistência farmacêutica de programas estra-
tégicos.
c) Bloco de financiamento para a Vigilância em Saúde O financiamento e o fornecimento de medicamentos, produtos e insu-
Os recursos financeiros correspondentes às ações de Vigilância em mos para os Programas Estratégicos são de responsabilidade do Ministério
Saúde comporão o Limite Financeiro de Vigilância em Saúde dos Estados, da Saúde e reúne:
Municípios e do Distrito Federal e representam o agrupamento das ações Controle de Endemias: Tuberculose, Hanseníase, Malária e Leischma-
da Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Sanitária; niose, Chagas e outras doenças endêmicas de abrangência nacional ou
O Limite Financeiro da Vigilância em Saúde é composto por dois com- regional;
ponentes: da Vigilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde e o compo- Programa de DST/AIDS (anti-retrovirais);
nente da Vigilância Sanitária em Saúde; Programa Nacional do Sangue e Hemoderivados;
O financiamento para as ações de vigilância sanitária deve consolidar a Imunobiológicos;
reversão do modelo de pagamento por procedimento, oferecendo cobertura Insulina;
para o custeio de ações coletivas visando garantir o controle de riscos
sanitários inerentes ao objeto de ação, avançando em ações de regulação,
O Componente Medicamentos de Dispensação Excepcional consiste
controle e avaliação de produtos e serviços associados ao conjunto das
em financiamento para aquisição e distribuição de medicamentos de dis-
atividades.
pensação excepcional, para tratamento de patologias que compõem o
O Limite Financeiro de Vigilância em Saúde será transferido em parce- Grupo 36 – Medicamentos da Tabela Descritiva do SIA/SUS.
las mensais e o valor da transferência mensal para cada um dos Estados,
A responsabilidade pelo financiamento e aquisição dos medicamentos
Municípios e Distrito Federal, bem como o Limite Financeiro respectivo será
de dispensação excepcional é do Ministério da Saúde e dos Estados,
estabelecido em Portaria específica e detalhará os diferentes componentes
conforme pactuação e a dispensação, responsabilidade do Estado.
que o formam, com memórias de cálculo anexas.
O Ministério da Saúde repassará aos Estados, mensalmente, valores
Comporão ainda, o bloco do financiamento da Vigilância em Saúde –
financeiros apurados em encontro de contas trimestrais, de acordo com as
Sub-bloco Vigilância Epidemiológica, os recursos que se destinam às
informações encaminhadas pelos Estados, com base nas emissões das
seguintes finalidades, com repasses específicos:
Autorizações para Pagamento de Alto Custo – APAC.
Fortalecimento da Gestão da Vigilância em Saúde em Estados e Muni-
O Componente de Medicamentos de Dispensação Excepcional será
cípios (VIGISUS II)
readequado através de pactuação entre os gestores do SUS, das diretrizes
Campanhas de Vacinação para definição de política para medicamentos de dispensação excepcional.

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As Diretrizes a serem pactuadas na CIT, deverão nortear-se pelas se- mento, monitoramento e avaliação do SUS, bem como promoverá a partici-
guintes proposições: pação social e a integração intra e intersetorial, considerando os determi-
nantes e condicionantes de saúde.
Definição de critérios para inclusão e exclusão de medicamentos e CID No cumprimento da responsabilidade de coordenar o processo de pla-
na Tabela de Procedimentos, com base nos protocolos clínicos e nas nejamento se levará em conta as diversidades existentes nas três esferas
diretrizes terapêuticas. de governo, de modo a contribuir para a consolidação do SUS e para a
Definição de percentual para o co-financiamento entre gestor federal e resolubilidade e qualidade, tanto da sua gestão, quanto das ações e servi-
gestor estadual; ços prestados à população brasileira.
Revisão periódica de valores da tabela; 4.2 - Objetivos do Sistema de Planejamento do SUS:
Forma de aquisição e execução financeira, considerando-se os princí- Pactuar diretrizes gerais para o processo de planejamento no âmbito
pios da descentralização e economia de escala. do SUS e o elenco dos instrumentos a serem adotados pelas três esferas
de gestão;
e) Bloco de financiamento para a Gestão do Sistema Único de Saúde Formular metodologias e modelos básicos dos instrumentos de plane-
O financiamento para a gestão destina-se ao custeio de ações especí- jamento, monitoramento e avaliação que traduzam as diretrizes do SUS,
ficas relacionadas com a organização dos serviços de saúde, acesso da com capacidade de adaptação às particularidades de cada esfera adminis-
população e aplicação dos recursos financeiros do SUS. trativa;
O financiamento deverá apoiar iniciativas de fortalecimento da gestão, Promover a análise e a formulação de propostas destinadas a adequar
sendo composto pelos seguintes sub-blocos: o arcabouço legal no tocante ao planejamento no SUS;
Regulação, controle, avaliação e auditoria Implementar e difundir uma cultura de planejamento que integre e qua-
lifique as ações do SUS entre as três esferas de governo e subsidiar a
Planejamento e Orçamento
tomada de decisão por parte de seus gestores;
Programação
Desenvolver e implementar uma rede de cooperação entre os três en-
Regionalização tes federados, que permita um amplo compartilhamento de informações e
Participação e Controle Social experiências;
Gestão do Trabalho Promover a institucionalização e fortalecer as áreas de planejamento
Educação em Saúde no âmbito do SUS, nas três esferas de governo, com vistas a legitimá-lo
Incentivo à Implementação de políticas específicas como instrumento estratégico de gestão do SUS;
Os recursos referentes a este Bloco serão transferidos fundo a fundo e Apoiar e participar da avaliação periódica relativa à situação de saúde
regulamentados por portaria específica. da população e ao funcionamento do SUS, provendo os gestores de infor-
mações que permitam o seu aperfeiçoamento e ou redirecionamento;
- Financiamento para Investimentos Promover a capacitação contínua dos profissionais que atuam no con-
Os recursos financeiros de investimento devem ser alocados com vis- texto do planejamento no SUS;
tas á superação das desigualdades de acesso e à garantia da integralidade Promover a eficiência dos processos compartilhados de planejamento e
da atenção à saúde. a eficácia dos resultados, bem como da participação social nestes proces-
Os investimentos deverão priorizar a recuperação, a re-adequação e a sos;
expansão da rede física de saúde e a constituição dos espaços de regula- Promover a integração do processo de planejamento e orçamento no
ção. âmbito do SUS, bem como a sua intersetorialidade, de forma articulada
Os projetos de investimento apresentados para o Ministério da Saúde com as diversas etapas do ciclo de planejamento;
deverão ser aprovados nos respectivos Conselhos de Saúde e na CIB, Monitorar e avaliar o processo de planejamento, as ações implementa-
devendo refletir uma prioridade regional. das e os resultados alcançados, de modo a fortalecer o planejamento e a
São eixos prioritários para aplicação de recursos de investimentos: contribuir para a transparência do processo de gestão do SUS.
Estímulo à Regionalização - Deverão ser priorizados projetos de inves- 4.3 - Pontos de pactuação priorizados para o Planejamento
timentos que fortaleçam a regionalização do SUS, com base nas estratégi- Considerando a conceituação, caracterização e objetivos preconizados
cas nacionais e estaduais, considerando os PDI (Plano de Desenvolvimento para o sistema de planejamento do SUS, configuram-se como pontos
Integrado) atualizados, o mapeamento atualizado da distribuição e oferta de essenciais de pactuação:
serviços de saúde em cada espaço regional e parâmetros de incorporação Adoção das necessidades de saúde da população como critério para o
tecnológica que compatibilizem economia de escala e de escopo com processo de planejamento no âmbito do SUS;
eqüidade no acesso. Integração dos instrumentos de planejamento, tanto no contexto de ca-
Investimentos para a Atenção Básica - recursos para investimentos na da esfera de gestão, quanto do SUS como um todo;
rede básica de serviços, destinados conforme disponibilidade orçamentária, Institucionalização e fortalecimento do Sistema de Planejamento do
transferidos fundo a fundo para municípios que apresentarem projetos SUS, com adoção do processo planejamento, neste incluído o monitora-
selecionados de acordo com critérios pactuados na Comissão Intergestores mento e a avaliação, como instrumento estratégico de gestão do SUS;
Tripartite. Revisão e adoção de um elenco de instrumentos de planejamento –
tais como planos, relatórios, programações – a serem adotados pelas três
4 – Planejamento no SUS esferas de gestão, com adequação dos instrumentos legais do SUS no
4.1 – O trabalho com o Planejamento no SUS deve seguir as seguintes tocante a este processo e instrumentos dele resultantes;
diretrizes: Cooperação entre as três esferas de gestão para o fortalecimento e a
O processo de planejamento no âmbito do SUS deve ser desenvolvido eqüidade no processo de planejamento no SUS.
de forma articulada, integrada e solidária entre as três esferas de gestão. Programação Pactuada e Integrada da Atenção em Saúde – PPI
Essa forma de atuação representará o Sistema de Planejamento do Siste- A PPI é um processo que visa definir a programação das ações de sa-
ma Único de Saúde baseado nas responsabilidades de cada esfera de úde em cada território e nortear a alocação dos recursos financeiros para
gestão, com definição de objetivos e conferindo direcionalidade ao proces- saúde a partir de critérios e parâmetros pactuados entre os gestores.
so de gestão do SUS, compreendendo nesse sistema o monitoramento e A PPI deve explicitar os pactos de referencia entre municípios, gerando
avaliação. a parcela de recursos destinados à própria população e à população refe-
Este sistema de planejamento pressupõe que cada esfera de gestão renciada.
realize o seu planejamento, articulando-se de forma a fortalecer e consoli- As principais diretrizes norteadoras do processo de programação pac-
dar os objetivos e diretrizes do SUS, contemplando as peculiaridades, tuada são:
necessidades e realidades de saúde locorregionais. A programação deve estar inserida no processo de planejamento e de-
Como parte integrante do ciclo de gestão, o sistema de planejamento ve considerar as prioridades definidas nos planos de saúde em cada esfera
buscará, de forma tripartite, a pactuação de bases funcionais do planeja- de gestão;

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Os gestores estaduais e municipais possuem flexibilidade na definição A operação dos complexos reguladores no que se refere a referencia
de parâmetros e prioridades que irão orientar a programação, ressalvados intermunicipal deve ser pactuada na CIB, podendo ser operada nos seguin-
os parâmetros pactuados nacional e estadualmente. tes modos:
A programação é realizada prioritariamente, por áreas de atuação a Pelo gestor estadual que se relacionará com a central municipal que
partir das ações básicas de saúde para compor o rol de ações de maior faz a gestão do prestador.
complexidade; Pelo gestor estadual que se relacionará diretamente com o prestador
A tabela unificada de procedimentos deve orientar a programação das quando este estiver sob gestão estadual.
ações que não estão organizadas por áreas de atuação, considerando seus Pelo gestor municipal com co-gestão do estado e representação dos
níveis de agregação, para formar as aberturas programáticas; municípios da região;
A programação da assistência devera buscar a integração com a pro- Modelos que diferem do item ‘d’ acima devem ser pactuados pela CIB e
gramação da vigilância em saúde; homologados na CIT.
Os recursos financeiros das três esferas de governo devem ser visuali-
zados na programação. São metas para este Pacto, no prazo de um ano:
O processo de programação deve contribuir para a garantia de acesso Contratualização de todos os prestadores de serviço;
aos serviços de saúde, subsidiando o processo regulatório da assistência; Colocação de todos os leitos e serviços ambulatoriais contratualizados
A programação deve ser realizada a cada gestão, revisada periodica- sob regulação;
mente e sempre que necessário, em decorrência de alterações de fluxo no Extinção do pagamento dos serviços dos profissionais médicos por
atendimento ao usuário; de oferta de serviços; na tabela de procedimentos; meio do código.
e no teto financeiro, dentre outras.
A programação pactuada e integrada deve subsidiar a programação fí- Participação e Controle Social
sica financeira dos estabelecimentos de saúde. A participação social no SUS é um princípio doutrinário e está assegu-
A programação pactuada e integrada deve guardar relação com o de- rado na Constituição e nas Leis Orgânicas da Saúde (8080/90 e 8142/90), e
senho da regionalização naquele estado. é parte fundamental deste pacto.

Regulação da Atenção à Saúde e Regulação Assistencial 7.1 - As ações que devem ser desenvolvidas para fortalecer o processo
Para efeitos destas diretrizes, serão adotados os seguintes conceitos: de participação social, dentro deste pacto são:
Regulação da Atenção à Saúde - tem como objeto a produção de todas Apoiar os conselhos de saúde, as conferências de saúde e os movi-
as ações diretas e finais de atenção à saúde, dirigida aos prestadores de mentos sociais que atuam no campo da saúde, com vistas ao seu fortale-
serviços de saúde, públicos e privados. As ações da Regulação da Atenção cimento para que os mesmos possam exercer plenamente os seus papéis;
à Saúde compreendem a Contratação, a Regulação do Acesso à Assistên- Apoiar o processo de formação dos conselheiros;
cia ou Regulação Assistencial, o Controle Assistencial, a Avaliação da Estimular a participação e avaliação dos cidadãos nos serviços de saú-
Atenção à Saúde, a Auditoria Assistencial e as regulamentações da Vigi- de;
lância Epidemiológica e Sanitária. Apoiar os processos de educação popular em saúde, para ampliar e
Contratação - o conjunto de atos que envolvem desde a habilitação dos qualificar a participação social no SUS;
serviços/prestadores até a formalização do contrato na sua forma jurídica. Apoiar a implantação e implementação de ouvidorias nos estados e
Regulação do Acesso à Assistência ou Regulação Assistencial - con- municípios, com vistas ao fortalecimento da gestão estratégica do SUS;
junto de relações, saberes, tecnologias e ações que intermedeiam a de- Apoiar o processo de mobilização social e institucional em defesa do
manda dos usuários por serviços de saúde e o acesso a estes. SUS e na discussão do pacto;
Complexos Reguladores - uma das estratégias de Regulação Assisten-
cial, consistindo na articulação e integração de Centrais de Atenção Pré- Gestão do Trabalho
hospitalar e Urgências, Centrais de Internação, Centrais de Consultas e 8.1 - As diretrizes para a Gestão do Trabalho no SUS são as seguintes:
Exames, Protocolos Assistenciais com a contratação, controle assistencial A política de recursos humanos para o SUS é um eixo estruturante e
e avaliação, assim como com outras funções da gestão como programação deve buscar a valorização do trabalho e dos trabalhadores de saúde, o
e regionalização. Os complexos reguladores podem ter abrangência intra- tratamento dos conflitos, a humanização das relações de trabalho;
municipal, municipal, micro ou macro regional, estadual ou nacional, de- Estados, Municípios e União são entes autônomos para suprir suas
vendo esta abrangência e respectiva gestão, serem pactuadas em proces- necessidades de manutenção e expansão dos seus próprios quadros de
so democrático e solidário, entre as três esferas de gestão do SUS. trabalhadores de saúde;
Auditoria Assistencial ou clínica – processo regular que visa aferir e in- O Ministério da Saúde deve formular diretrizes de cooperação técnica
duzir qualidade do atendimento amparada em procedimentos, protocolos e para a gestão do trabalho no SUS;
instruções de trabalho normatizados e pactuados. Deve acompanhar e Desenvolver, pelas três esferas de gestão, estudos quanto às estraté-
analisar criticamente os históricos clínicos com vistas a verificar a execução gias e financiamento tripartite de política de reposição da força de trabalho
dos procedimentos e realçar as não conformidades. descentralizada;
As Diretrizes para Planos de Cargos e Carreira do SUS devem ser um
Como princípios orientadores do processo de regulação, fica estabele- instrumento que visa regular as relações de trabalho e o desenvolvimento
cido que: do trabalhador, bem como a consolidação da carreira como instrumento
Cada prestador responde apenas a um gestor; estratégico para a política de recursos humanos no Sistema;
A regulação dos prestadores de serviços deve ser preferencialmente Promover relações de trabalho que obedeçam a exigências do princípio
do município conforme desenho da rede da assistência pactuado na CIB, de legalidade da ação do Estado e de proteção dos direitos associados ao
observado o Termo de Compromisso de Gestão do Pacto e os seguintes trabalho;
princípios: Desenvolver ações voltadas para a adoção de vínculos de trabalho que
da descentralização, municipalização e comando único; garantam os direitos sociais e previdenciários dos trabalhadores de saúde,
da busca da escala adequada e da qualidade; promovendo ações de adequação de vínculos, onde for necessário, nas
considerar a complexidade da rede de serviços locais; três esferas de governo, com o apoio técnico e financeiro aos Municípios,
considerar a efetiva capacidade de regulação; pelos Estados e União, conforme legislação vigente;
considerar o desenho da rede estadual da assistência; Os atores sociais envolvidos no desejo de consolidação dos SUS atua-
a primazia do interesse e da satisfação do usuário do SUS. rão solidariamente na busca do cumprimento deste item, observadas as
A regulação das referencias intermunicipais é responsabilidade do ges- responsabilidades legais de cada segmento;
tor estadual, expressa na coordenação do processo de construção da Estimular processos de negociação entre gestores e trabalhadores
programação pactuada e integrada da atenção em saúde, do processo de através da instalação de Mesas de Negociação junto às esferas de gestão
regionalização, do desenho das redes; estaduais e municipais do SUS;

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As Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde devem envidar esfor- Com relação à gestão dos prestadores de serviço fica mantida a nor-
ços para a criação ou fortalecimento de estruturas de Recursos Humanos, matização estabelecida na NOAS SUS 01/2002. As referências na NOAS
objetivando cumprir um papel indutor de mudanças, tanto no campo da SUS 01/2002 às condições de gestão de estados e municípios ficam substi-
gestão do trabalho, quanto no campo da educação na saúde; tuídas pelas situações pactuadas no respectivo Termo de Compromisso de
8.2 - Serão priorizados os seguintes componentes na estruturação da Gestão.
Gestão do Trabalho no SUS:
Estruturação da Gestão do Trabalho no SUS - Esse componente trata RESPONSABILIDADES GERAIS DA GESTÃO DO SUS
das necessidades exigidas para a estruturação da área de Gestão do – MUNICÍPIOS
Trabalho integrado pelos seguintes eixos: base jurídico-legal; atribuições Todo município é responsável pela integralidade da atenção à saúde
específicas; estrutura e dimensionamento organizacional e estrutura física e da sua população, exercendo essa responsabilidade de forma solidária com
equipamentos. Serão priorizados para este Componente, Estados, Capitais, o estado e a união;
Distrito Federal e nos Municípios com mais de 500 empregos públicos, Todo município deve:
desde que possuam ou venham a criar setores de Gestão do Trabalho e da garantir a integralidade das ações de saúde prestadas de forma inter-
Educação nas secretarias estaduais e municipais de saúde; disciplinar, por meio da abordagem integral e contínua do indivíduo no seu
Capacitação de Recursos Humanos para a Gestão do Trabalho no contexto familiar, social e do trabalho; englobando atividades de promoção
SUS - Esse componente trata da qualificação dos gestores e técnicos na da saúde, prevenção de riscos, danos e agravos; ações de assistência,
perspectiva do fortalecimento da gestão do trabalho em saúde. Estão assegurando o acesso ao atendimento às urgências;
previstos, para seu desenvolvimento, a elaboração de material didático e a promover a eqüidade na atenção à saúde, considerando as diferenças
realização de oficinas, cursos presenciais ou à distância, por meio das individuais e de grupos populacionais, por meio da adequação da oferta às
estruturas formadoras existentes; necessidades como princípio de justiça social, e ampliação do acesso de
Sistema Gerencial de Informações - Esse componente propõe proceder populações em situação de desigualdade, respeitadas as diversidades
à análise de sistemas de informação existentes e desenvolver componentes locais;
de otimização e implantação de sistema informatizado que subsidie a participar do financiamento tripartite do Sistema Único de Saúde;
tomada de decisão na área de Gestão do Trabalho. assumir a gestão e executar as ações de atenção básica, incluindo as
ações de promoção e proteção, no seu território;
Educação na Saúde
assumir integralmente a gerência de toda a rede pública de serviços de
9.1 – A - As diretrizes para o trabalho na Educação na Saúde são: atenção básica, englobando as unidades próprias e as transferidas pelo
Avançar na implementação da Política Nacional de Educação Perma- estado ou pela união;
nente por meio da compreensão dos conceitos de formação e educação com apoio dos estados, identificar as necessidades da população do
permanente para adequá-los às distintas lógicas e especificidades; seu território, fazer um reconhecimento das iniqüidades, oportunidades e
Considerar a educação permanente parte essencial de uma política de recursos;
formação e desenvolvimento dos trabalhadores para a qualificação do SUS desenvolver, a partir da identificação das necessidades, um processo
e que comporta a adoção de diferentes metodologias e técnicas de ensino- de planejamento, regulação, programação pactuada e integrada da atenção
aprendizagem inovadoras, entre outras coisas; à saúde, monitoramento e avaliação;
Considerar a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde formular e implementar políticas para áreas prioritárias, conforme defi-
uma estratégia do SUS para a formação e o desenvolvimento de trabalha- nido nas diferentes instâncias de pactuação;
dores para o setor, tendo como orientação os princípios da educação organizar o acesso a serviços de saúde resolutivos e de qualidade na
permanente; atenção básica, viabilizando o planejamento, a programação pactuada e
Assumir o compromisso de discutir e avaliar os processos e desdobra- integrada da atenção à saúde e a atenção à saúde no seu território, explici-
mentos da implementação da Política Nacional de Educação Permanente tando a responsabilidade, o compromisso e o vínculo do serviço e equipe
para ajustes necessários, atualizando-a conforme as experiências de de saúde com a população do seu território, desenhando a rede de atenção
implementação, assegurando a inserção dos municípios e estados neste e promovendo a humanização do atendimento;
processo; organizar e pactuar o acesso a ações e serviços de atenção especiali-
Buscar a revisão da normatização vigente que institui a Política Nacio- zada a partir das necessidades da atenção básica, configurando a rede de
nal de Educação Permanente em Saúde, contemplando a conseqüente e atenção, por meio dos processos de integração e articulação dos serviços
efetiva descentralização das atividades de planejamento, monitoramento, de atenção básica com os demais níveis do sistema, com base no processo
avaliação e execução orçamentária da Educação Permanente para o da programação pactuada e integrada da atenção à saúde;
trabalho no SUS; pactuar e fazer o acompanhamento da referência da atenção que ocor-
Centrar, o planejamento, programação e acompanhamento das ativi- re fora do seu território, em cooperação com o estado, Distrito Federal e
dades educativas e conseqüentes alocações de recursos na lógica de com os demais municípios envolvidos no âmbito regional e estadual, con-
fortalecimento e qualificação do SUS e atendimento das necessidades forme a programação pactuada e integrada da atenção à saúde;
sociais em saúde; garantir estas referências de acordo com a programação pactuada e in-
Considerar que a proposição de ações para formação e desenvolvi- tegrada da atenção à saúde, quando dispõe de serviços de referência
mento dos profissionais de saúde para atender às necessidades do SUS intermunicipal;
deve ser produto de cooperação técnica, articulação e diálogo entre os garantir a estrutura física necessária para a realização das ações de
gestores das três esferas de governo, as instituições de ensino, os serviços atenção básica, de acordo com as normas técnicas vigentes;
e controle social e podem contemplar ações no campo da formação e do promover a estruturação da assistência farmacêutica e garantir, em
trabalho. conjunto com as demais esferas de governo, o acesso da população aos
medicamentos cuja dispensação esteja sob sua responsabilidade, promo-
B - RESPONSABILIDADE SANITÁRIA vendo seu uso racional, observadas as normas vigentes e pactuações
Este capítulo define as Responsabilidades Sanitárias e atribuições do estabelecidas;
Município, do Distrito Federal, do Estado e da União. A gestão do Sistema assumir a gestão e execução das ações de vigilância em saúde reali-
Único de Saúde é construída de forma solidária e cooperada, com apoio zadas no âmbito local, compreendendo as ações de vigilância epidemioló-
mútuo através de compromissos assumidos nas Comissões Intergestores gica, sanitária e ambiental, de acordo com as normas vigentes e pactua-
Bipartite (CIB) e Tripartite (CIT). ções estabelecidas;
Algumas responsabilidades atribuídas aos municípios devem ser as- elaborar, pactuar e implantar a política de promoção da saúde, consi-
sumidas por todos os municípios. As outras responsabilidades serão atribu- derando as diretrizes estabelecidas no âmbito nacional.
ídas de acordo com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de
serviços localizada no território municipal. – ESTADOS
No que se refere às responsabilidades atribuídas aos estados devem Responder, solidariamente com municípios, Distrito Federal e união,
ser assumidas por todos eles. pela integralidade da atenção à saúde da população;

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Participar do financiamento tripartite do Sistema Único de Saúde; Coordenar, acompanhar e avaliar, no âmbito estadual, a implementa-
Formular e implementar políticas para áreas prioritárias, conforme defi- ção dos Pactos Pela Vida e de Gestão e seu Termo de Compromisso de
nido nas diferentes instâncias de pactuação; Gestão;
Coordenar, acompanhar e avaliar, no âmbito estadual, a implementa- Assumir a gestão e executar as ações de atenção básica, incluindo as
ção dos Pactos Pela Vida e de Gestão e seu Termo de Compromisso; ações de promoção e proteção, no seu território;
Apoiar técnica e financeiramente os municípios, para que estes assu- Assumir integralmente a gerência de toda a rede pública de serviços de
mam integralmente sua responsabilidade de gestor da atenção à saúde dos atenção básica, englobando as unidades próprias e as transferidas pela
seus munícipes; união;
Apoiar técnica, política e financeiramente a gestão da atenção básica Garantir a estrutura física necessária para a realização das ações de
nos municípios, considerando os cenários epidemiológicos, as necessida- atenção básica, de acordo com as normas técnicas vigentes;
des de saúde e a articulação regional, fazendo um reconhecimento das Realizar o acompanhamento e a avaliação da atenção básica no âmbi-
iniquidades, oportunidades e recursos; to do seu território;
Fazer reconhecimento das necessidades da população no âmbito es- Identificar as necessidades da população do seu território, fazer um re-
tadual e cooperar técnica e financeiramente com os municípios, para que conhecimento das iniqüidades, oportunidades e recursos;
possam fazer o mesmo nos seus territórios; Desenvolver, a partir da identificação das necessidades, um processo
Desenvolver, a partir da identificação das necessidades, um processo de planejamento, regulação, programação pactuada e integrada da atenção
de planejamento, regulação, programação pactuada e integrada da atenção à saúde, monitoramento e avaliação;
à saúde, monitoramento e avaliação; Formular e implementar políticas para áreas prioritárias, conforme defi-
Coordenar o processo de configuração do desenho da rede de aten- nido nas instâncias de pactuação;
ção, nas relações intermunicipais, com a participação dos municípios da Organizar o acesso a serviços de saúde resolutivos e de qualidade na
região; atenção básica, viabilizando o planejamento, a programação pactuada e
Organizar e pactuar com os municípios, o processo de referência in- integrada da atenção à saúde e a atenção à saúde no seu território, explici-
termunicipal das ações e serviços de média e alta complexidade a partir da tando a responsabilidade, o compromisso e o vínculo do serviço e equipe
atenção básica, de acordo com a programação pactuada e integrada da de saúde com a população do seu território, desenhando a rede de atenção
atenção à saúde; e promovendo a humanização do atendimento;
Realizar o acompanhamento e a avaliação da atenção básica no âmbi- Organizar e pactuar o acesso a ações e serviços de atenção especiali-
to do território estadual; zada a partir das necessidades da atenção básica, configurando a rede de
Apoiar técnica e financeiramente os municípios para que garantam a atenção, por meio dos processos de integração e articulação dos serviços
estrutura física necessária para a realização das ações de atenção básica; de atenção básica com os demais níveis do sistema, com base no processo
Promover a estruturação da assistência farmacêutica e garantir, em da programação pactuada e integrada da atenção à saúde;
conjunto com as demais esferas de governo, o acesso da população aos Pactuar e fazer o acompanhamento da referência da atenção que ocor-
medicamentos cuja dispensação esteja sob sua responsabilidade, fomen- re fora do seu território, em cooperação com os estados envolvidos no
tando seu uso racional e observando as normas vigentes e pactuações âmbito regional, conforme a programação pactuada e integrada da atenção
estabelecidas; à saúde;
Coordenar e executar e as ações de vigilância em saúde, compreen- Promover a estruturação da assistência farmacêutica e garantir, em
dendo as ações de média e alta complexidade desta área, de acordo com conjunto com a união, o acesso da população aos medicamentos cuja
as normas vigentes e pactuações estabelecidas; dispensação esteja sob sua responsabilidade, fomentando seu uso racional
Assumir transitoriamente, quando necessário, a execução das ações e observando as normas vigentes e pactuações estabelecidas;
de vigilância em saúde no município, comprometendo-se em cooperar para Garantir o acesso de serviços de referência de acordo com a progra-
que o município assuma, no menor prazo possível, sua responsabilidade; mação pactuada e integrada da atenção à saúde;
Executar algumas ações de vigilância em saúde, em caráter permanen- Elaborar, pactuar e implantar a política de promoção da saúde, consi-
te, mediante acordo bipartite e conforme normatização específica; derando as diretrizes estabelecidas no âmbito nacional;
Supervisionar as ações de prevenção e controle da vigilância em saú- Assumir a gestão e execução das ações de vigilância em saúde reali-
de, coordenando aquelas que exigem ação articulada e simultânea entre os zadas no âmbito do seu território, compreendendo as ações de vigilância
municípios; epidemiológica, sanitária e ambiental, de acordo com as normas vigentes e
Apoiar técnica e financeiramente os municípios para que executem pactuações estabelecidas;
com qualidade as ações de vigilância em saúde, compreendendo as ações Executar e coordenar as ações de vigilância em saúde, compreenden-
de vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental, de acordo com as do as ações de média e alta complexidade desta área, de acordo com as
normas vigentes e pactuações estabelecidas; normas vigentes e pactuações estabelecidas;
Elaborar, pactuar e implantar a política de promoção da saúde, consi- Coordenar, normatizar e gerir os laboratórios de saúde pública;
derando as diretrizes estabelecidas no âmbito nacional; Assumir a gestão e a gerência de unidades públicas de hemonúcleos /
Coordenar, normatizar e gerir os laboratórios de saúde pública; hemocentros e elaborar normas complementares para a organização e
Assumir a gestão e a gerência de unidades públicas de hemonúcleos / funcionamento desta rede de serviço.
hemocentros e elaborar normas complementares para a organização e – UNIÃO
funcionamento desta rede de serviço. Responder, solidariamente com os municípios, o Distrito Federal e os
estados, pela integralidade da atenção à saúde da população;
– DISTRITO FEDERAL Participar do financiamento tripartite do Sistema Único de Saúde;
Responder, solidariamente com a união, pela integralidade da atenção Formular e implementar políticas para áreas prioritárias, conforme defi-
à saúde da população; nido nas diferentes instâncias de pactuação;
Garantir a integralidade das ações de saúde prestadas de forma inter- Coordenar e acompanhar, no âmbito nacional, a pactuação e avaliação
disciplinar, por meio da abordagem integral e contínua do indivíduo no seu do Pacto de Gestão e Pacto pela Vida e seu Termo de Compromisso;
contexto familiar, social e do trabalho; englobando atividades de promoção Apoiar o Distrito Federal, os estados e conjuntamente com estes, os
da saúde, prevenção de riscos, danos e agravos; ações de assistência, municípios, para que assumam integralmente as suas responsabilidades de
assegurando o acesso ao atendimento às urgências; gestores da atenção à saúde;
Promover a eqüidade na atenção à saúde, considerando as diferenças Apoiar financeiramente o Distrito Federal e os municípios, em conjunto
individuais e de grupos populacionais, por meio da adequação da oferta às com os estados, para que garantam a estrutura física necessária para a
necessidades como princípio de justiça social, e ampliação do acesso de realização das ações de atenção básica;
populações em situação de desigualdade, respeitadas as diversidades Prestar cooperação técnica e financeira aos estados, ao Distrito Fede-
locais; ral e aos municípios para o aperfeiçoamento das suas atuações institucio-
Participar do financiamento tripartite do Sistema Único de Saúde; nais na gestão da atenção básica;

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Exercer de forma pactuada as funções de normatização e de coorde- Participar da constituição da regionalização, disponibilizando de forma
nação no que se refere à gestão nacional da atenção básica no SUS; cooperativa os recursos humanos, tecnológicos e financeiros, conforme
Identificar, em articulação com os estados, Distrito Federal e municí- pactuação estabelecida;
pios, as necessidades da população para o âmbito nacional, fazendo um Apoiar técnica e financeiramente as regiões de saúde, promovendo a
reconhecimento das iniqüidades, oportunidades e recursos; e cooperar eqüidade inter-regional;
técnica e financeiramente com os gestores, para que façam o mesmo nos Participar dos colegiados de gestão regional, cumprindo suas obriga-
seus territórios; ções técnicas e financeiras;
Desenvolver, a partir da identificação de necessidades, um processo Participar dos projetos prioritários das regiões de saúde, conforme defi-
de planejamento, regulação, programação pactuada e integrada da atenção nido no plano estadual de saúde, no plano diretor de regionalização, no
à saúde, monitoramento e avaliação; planejamento regional e no plano regional de investimento.
Promover a estruturação da assistência farmacêutica e garantir, em
conjunto com as demais esferas de governo, o acesso da população aos – DISTRITO FEDERAL
medicamentos que estejam sob sua responsabilidade, fomentando seu uso Contribuir para a constituição e fortalecimento do processo de regiona-
racional, observadas as normas vigentes e pactuações estabelecidas; lização solidária e cooperativa, assumindo os compromissos pactuados;
Definir e pactuar as diretrizes para a organização das ações e serviços Coordenar o processo de organização, reconhecimento e atualização
de média e alta complexidade, a partir da atenção básica; das regiões de saúde, conformando o plano diretor de regionalização;
Coordenar e executar as ações de vigilância em saúde, compreenden- Apoiar técnica e financeiramente as regiões de saúde, promovendo a
do as ações de média e alta complexidade desta área, de acordo com as eqüidade inter-regional;
normas vigentes e pactuações estabelecidas; Participar dos colegiados de gestão regional, cumprindo suas obriga-
Coordenar, nacionalmente, as ações de prevenção e controle da vigi- ções técnicas e financeiras, conforme pactuação estabelecida;
lância em saúde que exijam ação articulada e simultânea entre os estados, Participar dos projetos prioritários das regiões de saúde, conforme defi-
Distrito Federal e municípios; nido no plano estadual de saúde, no plano diretor de regionalização, no
Proceder investigação complementar ou conjunta com os demais ges- planejamento regional e no plano regional de investimento;
tores do SUS em situação de risco sanitário; Propor e pactuar diretrizes e normas gerais sobre a regionalização, ob-
Apoiar e coordenar os laboratórios de saúde pública – Rede Nacional servando as normas vigentes, participando da sua constituição, disponibili-
de laboratórios de saúde Pública/RNLSP - nos aspectos relativos à vigilân- zando de forma cooperativa os recursos humanos, tecnológicos e financei-
cia em saúde; ros, conforme pactuação estabelecida.
Assumir transitoriamente, quando necessário, a execução das ações
de vigilância em saúde nos estados, Distrito Federal e municípios, compro- – UNIÃO
metendo-se em cooperar para que assumam, no menor prazo possível,
Contribuir para a constituição e fortalecimento do processo de regiona-
suas responsabilidades;
lização solidária e cooperativa, assumindo os compromissos pactuados;
Apoiar técnica e financeiramente os estados, o Distrito Federal e os
Coordenar o processo de regionalização no âmbito nacional, propondo
municípios para que executem com qualidade as ações de vigilância em
e pactuando diretrizes e normas gerais sobre a regionalização, observando
saúde, compreendendo as ações de vigilância epidemiológica, sanitária e
as normas vigentes e pactuações na CIT;
ambiental, de acordo com as normas vigentes e pactuações estabelecidas;
Cooperar técnica e financeiramente com as regiões de saúde, por meio
Elaborar, pactuar e implementar a política de promoção da saúde.
dos estados e/ou municípios, priorizando as regiões mais vulneráveis,
promovendo a eqüidade inter-regional e interestadual;
RESPONSABILIDADES NA REGIONALIZAÇÃO Apoiar e participar da constituição da regionalização, disponibilizando
– MUNICÍPIOS de forma cooperativa os recursos humanos, tecnológicos e financeiros,
Todo município deve: conforme pactuação estabelecida;
contribuir para a constituição e fortalecimento do processo de regionali- Fomentar a constituição das regiões de saúde fronteiriças, participando
zação solidária e cooperativa, assumindo os compromissos pactuados; do funcionamento de seus colegiados de gestão regionais.
participar da constituição da regionalização, disponibilizando de forma
cooperativa os recursos humanos, tecnológicos e financeiros, conforme – RESPONSABILIDADES NO PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO
pactuação estabelecida; – MUNICÍPIOS
participar dos colegiados de gestão regionais, cumprindo suas obriga- Todo município deve:
ções técnicas e financeiras. Nas CIB regionais constituídas por representa- formular, gerenciar, implementar e avaliar o processo permanente de
ção, quando não for possível a imediata incorporação de todos os gestores planejamento participativo e integrado, de base local e ascendente, orienta-
de saúde dos municípios da região de saúde, deve-se pactuar um crono- do por problemas e necessidades em saúde, com a constituição de ações
grama de adequação, no menor prazo possível, para a inclusão de todos os para a promoção, a proteção, a recuperação e a reabilitação em saúde,
municípios nos respectivos colegiados de gestão regionais. construindo nesse processo o plano de saúde e submetendo-o à aprovação
participar dos projetos prioritários das regiões de saúde, conforme defi- do Conselho de Saúde correspondente;
nido no plano municipal de saúde, no plano diretor de regionalização, no formular, no plano municipal de saúde, a política municipal de atenção
planejamento regional e no plano regional de investimento; em saúde, incluindo ações intersetoriais voltadas para a promoção da
A responsabilidade a seguir será atribuída de acordo com o pactuado saúde;
e/ou com a complexidade da rede de serviços localizada no território muni- elaborar relatório de gestão anual, a ser apresentado e submetido à
cipal aprovação do Conselho de Saúde correspondente;
Executar as ações de referência regional sob sua responsabilidade em operar os sistemas de informação referentes à atenção básica, confor-
conformidade com a programação pactuada e integrada da atenção à me normas do Ministério da Saúde, e alimentar regularmente os bancos de
saúde acordada nos colegiados de gestão regionais. dados nacionais, assumindo a responsabilidade pela gestão, no nível local,
dos sistemas de informação: Sistema de Informação sobre Agravos de
– ESTADOS Notificação – SINAN, Sistema de Informação do Programa Nacional de
Contribuir para a constituição e fortalecimento do processo de regiona- Imunizações - SI-PNI, Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos –
lização solidária e cooperativa, assumindo os compromissos pactuados; SINASC, Sistema de Informação Ambulatorial - SIA e Cadastro Nacional de
Coordenar a regionalização em seu território, propondo e pactuando di- Estabelecimentos e Profissionais de Saúde – CNES; e quando couber, os
retrizes e normas gerais sobre a regionalização, observando as normas sistemas: Sistema de Informação Hospitalar – SIH e Sistema de Informação
vigentes e pactuações na CIB; sobre Mortalidade – SIM, bem como de outros sistemas que venham a ser
Coordenar o processo de organização, reconhecimento e atualização introduzidos;
das regiões de saúde, conformando o plano diretor de regionalização; assumir a responsabilidade pela coordenação e execução das ativida-
des de informação, educação e comunicação, no âmbito local;

Conhecimentos Específicos 159 A Opção Certa Para a Sua Realização


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elaborar a programação da atenção à saúde, incluída a assistência e Formular, pactuar no âmbito a CIT e aprovar no Conselho Nacional de
vigilância em saúde, em conformidade com o plano municipal de saúde, no Saúde, a política nacional de atenção à saúde dos povos indígenas e
âmbito da Programação Pactuada e Integrada da Atenção à Saúde; executá-la, conforme pactuação com Estados e Municípios, por meio da
A responsabilidade a seguir será atribuída de acordo com o pactuado Fundação Nacional de Saúde – FUNASA;
e/ou com a complexidade da rede de serviços localizada no território muni- Coordenar, acompanhar e apoiar os municípios, os estados e Distrito
cipal Federal na elaboração da programação pactuada e integrada da atenção
Gerir os sistemas de informação epidemiológica e sanitária, bem como em saúde, no âmbito nacional;
assegurar a divulgação de informações e análises. Gerenciar, manter, e elaborar quando necessário, no âmbito nacional,
– ESTADOS os sistemas de informação, conforme normas vigentes e pactuações esta-
Formular, gerenciar, implementar e avaliar o processo permanente de belecidas, incluindo aqueles sistemas que garantam a solicitação e autori-
planejamento participativo e integrado, de base local e ascendente, orienta- zação de procedimentos, o processamento da produção e preparação para
do por problemas e necessidades em saúde, com a constituição de ações a realização de pagamentos;
para a promoção, a proteção, a recuperação e a reabilitação em saúde, Desenvolver e gerenciar sistemas de informação epidemiológica e sani-
construindo nesse processo o plano estadual de saúde, submetendo-o à tária, bem como assegurar a divulgação de informações e análises.
aprovação do Conselho Estadual de Saúde;
Formular, no plano estadual de saúde, e pactuar no âmbito da Comis- RESPONSABILIDADES NA REGULAÇÃO, CONTROLE, AVALIAÇÃO
são Intergestores Bipartite - CIB, a política estadual de atenção em saúde, E AUDITORIA
incluindo ações intersetoriais voltadas para a promoção da saúde; 4.1- MUNICÍPIOS
Elaborar relatório de gestão anual, a ser apresentado e submetido à Todo município deve:
aprovação do Conselho Estadual de Saúde; monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros provenientes
Coordenar, acompanhar e apoiar os municípios na elaboração da pro- de transferência regular e automática (fundo a fundo) e por convênios;
gramação pactuada e integrada da atenção à saúde, no âmbito estadual, realizar a identificação dos usuários do SUS, com vistas à vinculação
regional e interestadual; de clientela e à sistematização da oferta dos serviços;
Apoiar, acompanhar, consolidar e operar quando couber, no âmbito es- monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde, realizadas em seu
tadual e regional, a alimentação dos sistemas de informação, conforme território, por intermédio de indicadores de desempenho, envolvendo aspec-
normas do Ministério da Saúde; tos epidemiológicos e operacionais;
Operar os sistemas de informação epidemiológica e sanitária de sua manter atualizado o Sistema Nacional de Cadastro de Estabelecimen-
competência, bem como assegurar a divulgação de informações e análises tos e Profissionais de Saúde no seu território, segundo normas do Ministé-
e apoiar os municípios naqueles de responsabilidade municipal. rio da Saúde;
– DISTRITO FEDERAL adotar protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, em consonância
Formular, gerenciar, implementar e avaliar o processo permanente de com os protocolos e diretrizes nacionais e estaduais;
planejamento participativo e integrado, de base local e ascendente, orienta- adotar protocolos de regulação de acesso, em consonância com os
do por problemas e necessidades em saúde, com a constituição de ações protocolos e diretrizes nacionais, estaduais e regionais;
para a promoção, a proteção, a recuperação e a reabilitação em saúde, controlar a referência a ser realizada em outros municípios, de acordo
construindo nesse processo o plano estadual de saúde, submetendo-o à com a programação pactuada e integrada da atenção à saúde, procedendo
aprovação do Conselho de Saúde do Distrito Federal; à solicitação e/ou autorização prévia, quando couber;
Formular, no plano estadual de saúde, a política estadual de atenção As responsabilidades a seguir serão atribuídas de acordo com o pactu-
em saúde, incluindo ações intersetoriais voltadas para a promoção da ado e/ou com a complexidade da rede de serviços localizada no território
saúde; municipal
Elaborar relatório de gestão anual, a ser apresentado e submetido à Definir a programação físico-financeira por estabelecimento de saúde;
aprovação do Conselho Estadual de Saúde; observar as normas vigentes de solicitação e autorização dos procedimen-
Operar os sistemas de informação epidemiológica e sanitária de sua tos hospitalares e ambulatoriais; processar a produção dos estabelecimen-
competência, bem como assegurar a divulgação de informações e análises; tos de saúde próprios e contratados e realizar o pagamento dos prestado-
Operar os sistemas de informação referentes à atenção básica, con- res de serviços;
forme normas do Ministério da Saúde, e alimentar regularmente os bancos Operar o complexo regulador dos serviços presentes no seu território,
de dados nacionais, assumindo a responsabilidade pela gestão, no nível de acordo com a pactuação estabelecida, realizando a co-gestão com o
local, dos sistemas de informação: Sistema de Informação sobre Agravos Estado e outros Municípios, das referências intermunicipais.
de Notificação – SINAN, Sistema de Informação do Programa Nacional de Executar o controle do acesso do seu munícipe aos leitos disponíveis,
Imunizações - SI-PNI, Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos – às consultas, terapias e exames especializados, disponíveis no seu territó-
SINASC, Sistema de Informação Ambulatorial - SIA e Cadastro Nacional de rio, que pode ser feito por meio de centrais de regulação;
Estabelecimentos e Profissionais de Saúde – CNES; Sistema de Informa- Planejar e executar a regulação médica da atenção pré-hospitalar às
ção Hospitalar – SIH e Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM, urgências, conforme normas vigentes e pactuações estabelecidas;
bem como de outros sistemas que venham a ser introduzidos;
Elaborar contratos com os prestadores de acordo com a política nacio-
Assumir a responsabilidade pela coordenação e execução das ativida- nal de contratação de serviços de saúde e em conformidade com o plane-
des de informação, educação e comunicação, no âmbito do seu território; jamento e a programação pactuada e integrada da atenção à saúde;
Elaborar a programação da atenção à saúde, incluída a assistência e Monitorar e fiscalizar os contratos e convênios com prestadores contra-
vigilância em saúde, em conformidade com o plano estadual l de saúde, no tados e conveniados, bem como das unidades públicas;
âmbito da Programação Pactuada e Integrada da Atenção à Saúde.
Monitorar e fiscalizar a execução dos procedimentos realizados em ca-
– UNIÃO da estabelecimento por meio das ações de controle e avaliação hospitalar e
Formular, gerenciar, implementar e avaliar o processo permanente de ambulatorial;
planejamento participativo e integrado, de base local e ascendente, orienta- Monitorar e fiscalizar e o cumprimento dos critérios nacionais, estadu-
do por problemas e necessidades em saúde, com a constituição de ações ais e municipais de credenciamento de serviços;
para a promoção, a proteção, a recuperação e a reabilitação em saúde,
Implementar a avaliação das ações de saúde nos estabelecimentos de
construindo nesse processo o plano nacional de saúde, submetendo-o à
saúde, por meio de análise de dados e indicadores e verificação de padrões
aprovação do Conselho Nacional de Saúde;
de conformidade;
Formular, no plano nacional de saúde, e pactuar no âmbito da Comis-
Implementar a auditoria sobre toda a produção de serviços de saúde,
são Intergestores Tripartite – CIT, a política nacional de atenção em saúde,
públicos e privados, sob sua gestão, tomando como referência as ações
incluindo ações intersetoriais voltadas para a promoção da saúde;
previstas no plano municipal de saúde e em articulação com as ações de
Elaborar relatório de gestão anual, a ser apresentado e submetido à controle, avaliação e regulação assistencial;
aprovação do Conselho Nacional de Saúde;

Conhecimentos Específicos 160 A Opção Certa Para a Sua Realização


Apostila Digital Licenciada para Alexandre bezerra da silva - ninhonick@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
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Realizar auditoria assistencial da produção de serviços de saúde, pú- Implementar avaliação das ações de saúde nos estabelecimentos, por
blicos e privados, sob sua gestão; meio de análise de dados e indicadores e verificação de padrões de con-
Elaborar normas técnicas, complementares às das esferas estadual e formidade;
federal, para o seu território. Monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde, realizadas pelos
municípios e pelo gestor estadual;
– ESTADOS Supervisionar a rede de laboratórios públicos e privados que realizam
Elaborar as normas técnicas complementares à da esfera federal, para análises de interesse da saúde pública;
o seu território; Elaborar normas complementares para a avaliação tecnológica em sa-
Monitorar a aplicação dos recursos financeiros recebidos por meio de úde;
transferência regular e automática (fundo a fundo) e por convênios; Avaliar e auditar os sistemas de saúde municipais de saúde;
Monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros transferidos Implementar auditoria sobre toda a produção de serviços de saúde,
aos fundos municipais; pública e privada, sob sua gestão e em articulação com as ações de contro-
Monitorar o cumprimento pelos municípios: dos planos de saúde, dos le, avaliação e regulação assistencial;
relatórios de gestão, da operação dos fundos de saúde, indicadores e Realizar auditoria assistencial da produção de serviços de saúde, pú-
metas do pacto de gestão, da constituição dos serviços de regulação, blicos e privados, sob sua gestão.
controle avaliação e auditoria e da participação na programação pactuada e – DISTRITO FEDERAL
integrada da atenção à saúde; Elaborar as normas técnicas complementares à da esfera federal, para
Apoiar a identificação dos usuários do SUS no âmbito estadual, com o seu território;
vistas à vinculação de clientela e à sistematização da oferta dos serviços; Monitorar a aplicação dos recursos financeiros recebidos por meio de
Manter atualizado o cadastramento no Sistema Nacional de Cadastro transferência regular e automática (fundo a fundo) e por convênios;
de Estabelecimentos e Profissionais de Saúde, bem como coordenar e Realizar a identificação dos usuários do SUS no âmbito do Distrito Fe-
cooperar com os municípios nesta atividade; deral, com vistas à vinculação de clientela e à sistematização da oferta dos
Elaborar e pactuar protocolos clínicos e de regulação de acesso, no serviços;
âmbito estadual, em consonância com os protocolos e diretrizes nacionais, Manter atualizado o cadastramento no Sistema Nacional de Cadastro
apoiando os Municípios na implementação dos mesmos; de Estabelecimentos e Profissionais de Saúde no seu território, segundo
Controlar a referência a ser realizada em outros estados, de acordo normas do Ministério da Saúde;
com a programação pactuada e integrada da atenção à saúde, procedendo Monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde, realizadas em seu
a solicitação e/ou autorização prévia, quando couber; território, por intermédio de indicadores de desempenho, envolvendo aspec-
Operar a central de regulação estadual, para as referências interesta- tos epidemiológicos e operacionais;
duais pactuadas, em articulação com as centrais de regulação municipais; Elaborar e implantar protocolos clínicos, terapêuticos e de regulação de
Coordenar e apoiar a implementação da regulação da atenção pré- acesso, no âmbito do Distrito Federal, em consonância com os protocolos e
hospitalar às urgências de acordo com a regionalização e conforme normas diretrizes nacionais;
vigentes e pactuações estabelecidas; Controlar a referência a ser realizada em outros estados, de acordo
Estimular e apoiar a implantação dos complexos reguladores munici- com a programação pactuada e integrada da atenção à saúde, procedendo
pais; a solicitação e/ou autorização prévia;
Participar da co-gestão dos complexos reguladores municipais, no que Operar a central de regulação do Distrito Federal, para as referências
se refere às referências intermunicipais; interestaduais pactuadas, em articulação com as centrais de regulação
Operar os complexos reguladores no que se refere no que se refere à estaduais e municipais;
referencia intermunicipal, conforme pactuação; Implantar e operar o complexo regulador dos serviços presentes no seu
Monitorar a implementação e operacionalização das centrais de regula- território, de acordo com a pactuação estabelecida;
ção; Coordenar e apoiar a implementação da regulação da atenção pré-
Cooperar tecnicamente com os municípios para a qualificação das ati- hospitalar às urgências de acordo com a regionalização e conforme normas
vidades de cadastramento, contratação, controle, avaliação, auditoria e vigentes e pactuações estabelecidas
pagamento aos prestadores dos serviços localizados no território municipal Executar o controle do acesso do seu usuário aos leitos disponíveis, às
e vinculados ao SUS; consultas, terapias e exames especializados, disponíveis no seu território,
Monitorar e fiscalizar contratos e convênios com prestadores contrata- que pode ser feito por meio de centrais de regulação;
dos e conveniados, bem como das unidades públicas; Definir a programação físico-financeira por estabelecimento de saúde;
Elaborar contratos com os prestadores de acordo com a política nacio- observar as normas vigentes de solicitação e autorização dos procedimen-
nal de contratação de serviços de saúde, em conformidade com o planeja- tos hospitalares e ambulatoriais; processar a produção dos estabelecimen-
mento e a programação da atenção; tos de saúde próprios e contratados e realizar o pagamento dos prestado-
Credenciar os serviços de acordo com as normas vigentes e com a re- res de serviços;
gionalização e coordenar este processo em relação aos municípios; Monitorar e fiscalizar contratos e convênios com prestadores contrata-
Fiscalizar e monitorar o cumprimento dos critérios estaduais e nacio- dos e conveniados, bem como das unidades públicas;
nais de credenciamento de serviços pelos prestadores; Elaborar contratos com os prestadores de acordo com a política nacio-
Monitorar o cumprimento, pelos municípios, das programações físico- nal de contratação de serviços de saúde, em conformidade com o planeja-
financeira definidas na programação pactuada e integrada da atenção à mento e a programação da atenção;
saúde; Credenciar os serviços de acordo com as normas vigentes e com a re-
Fiscalizar e monitorar o cumprimento, pelos municípios, das normas de gionalização;
solicitação e autorização das internações e dos procedimentos ambulatori- Monitorar e avaliar o funcionamento dos Consórcios de Saúde;
ais especializados; Monitorar e avaliar o desempenho das redes regionais hierarquizadas;
Estabelecer e monitorar a programação físico-financeira dos estabele- Implementar avaliação das ações de saúde nos estabelecimentos, por
cimentos de saúde sob sua gestão; observar as normas vigentes de solici- meio de análise de dados e indicadores e verificação de padrões de con-
tação e autorização dos procedimentos hospitalares e ambulatoriais, moni- formidade;
torando e fiscalizando a sua execução por meio de ações de controle, Monitorar e fiscalizar a execução dos procedimentos realizados em ca-
avaliação e auditoria; processar a produção dos estabelecimentos de saúde da estabelecimento por meio das ações de controle e avaliação hospitalar e
próprios e contratados e realizar o pagamento dos prestadores de serviços; ambulatorial;
Monitorar e avaliar o funcionamento dos Consórcios Intermunicipais de Supervisionar a rede de laboratórios públicos e privados que realizam
Saúde; análises de interesse da saúde pública;
Monitorar e avaliar o desempenho das redes regionais hierarquizadas Elaborar normas complementares para a avaliação tecnológica em sa-
estaduais; úde;

Conhecimentos Específicos 161 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Implementar auditoria sobre toda a produção de serviços de saúde, Desenvolver estudos e propor estratégias e financiamento tripartite com
pública e privada, em articulação com as ações de controle, avaliação e vistas à adoção de política referente aos recursos humanos descentraliza-
regulação assistencial. dos;
– UNIÃO Considerar as diretrizes nacionais para Planos de Carreiras, Cargos e
Cooperar tecnicamente com os estados, o Distrito Federal e os municí- Salários para o SUS – PCCS/SUS, quando da elaboração, implementação
pios para a qualificação das atividades de cadastramento, contratação, e/ou reformulação de Planos de Cargos e Salários no âmbito da gestão
regulação, controle, avaliação, auditoria e pagamento aos prestadores dos local;
serviços vinculados ao SUS; Implementar e pactuar diretrizes para políticas de educação e gestão
Monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros transferidos do trabalho que favoreçam o provimento e a fixação de trabalhadores de
fundo a fundo e por convênio aos fundos de saúde dos estados, do Distrito saúde, no âmbito municipal, notadamente em regiões onde a restrição de
Federal e dos municípios; oferta afeta diretamente a implantação de ações estratégicas para a aten-
Monitorar o cumprimento pelos estados, Distrito Federal e municípios ção básica.
dos planos de saúde, dos relatórios de gestão, da operação dos fundos de 5.2 – ESTADOS
saúde, dos pactos de indicadores e metas, da constituição dos serviços de Promover e desenvolver políticas de gestão do trabalho, considerando
regulação, controle avaliação e auditoria e da realização da programação os princípios da humanização, da participação e da democratização das
pactuada e integrada da atenção à saúde; relações de trabalho;
Coordenar, no âmbito nacional, a estratégia de identificação dos usuá- Desenvolver estudos e propor estratégias e financiamento tripartite com
rios do SUS; vistas à adoção de política referente aos recursos humanos descentraliza-
Coordenar e cooperar com os estados, o Distrito Federal e os municí- dos;
pios no processo de cadastramento de Estabelecimentos e Profissionais de Promover espaços de negociação permanente entre trabalhadores e
Saúde; gestores, no âmbito estadual e regional;
Definir e pactuar a política nacional de contratação de serviços de saú- Adotar vínculos de trabalho que garantam os direitos sociais e previ-
de; denciários dos trabalhadores de saúde na sua esfera de gestão e de servi-
Propor e pactuar os critérios de credenciamento dos serviços de saúde; ços, promovendo ações de adequação de vínculos, onde for necessário,
Propor e pactuar as normas de solicitação e autorização das interna- conforme legislação vigente e apoiando técnica e financeiramente os muni-
ções e dos procedimentos ambulatoriais especializados, de acordo com as cípios na mesma direção;
Políticas de Atenção Especializada; Considerar as diretrizes nacionais para Planos de Carreiras, Cargos e
Elaborar, pactuar e manter as tabelas de procedimentos enquanto pa- Salários para o SUS – PCCS/SUS, quando da elaboração, implementação
drão nacional de utilização dos mesmos e de seus preços; e/ou reformulação de Planos de Cargos e Salários no âmbito da gestão
Estruturar a política nacional de regulação da atenção à saúde, con- estadual;
forme pactuação na CIT, contemplando apoio financeiro, tecnológico e de Propor e pactuar diretrizes para políticas de educação e gestão do tra-
educação permanente; balho que favoreçam o provimento e a fixação de trabalhadores de saúde,
Estimular e apoiar a implantação dos complexos reguladores; no âmbito estadual, notadamente em regiões onde a restrição de oferta
Cooperar na implantação e implementação dos complexos reguladores; afeta diretamente a implantação de ações estratégicas para a atenção
básica.
Coordenar e monitorar a implementação e operacionalização das cen-
trais de regulação interestaduais, garantindo o acesso às referências pac- 5.3 – DISTRITO FEDERAL
tuadas; Desenvolver estudos quanto às estratégias e financiamento tripartite de
Coordenar a construção de protocolos clínicos e de regulação de aces- política de reposição da força de trabalho descentralizada;
so nacionais, em parceria com os estados, o Distrito Federal e os municí- Implementar espaços de negociação permanente entre trabalhadores e
pios, apoiando–os na utilização dos mesmos; gestores, no âmbito do Distrito Federal e regional;
Acompanhar, monitorar e avaliar a atenção básica, nas demais esferas Adotar vínculos de trabalho que garantam os direitos sociais e previ-
de gestão, respeitadas as competências estaduais, municipais e do Distrito denciários dos trabalhadores de saúde na sua esfera de gestão e de servi-
Federal; ços, promovendo ações de adequação de vínculos, onde for necessário,
Monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde, realizadas pelos conforme legislação vigente;
municípios, Distrito Federal, estados e pelo gestor federal, incluindo a Considerar as diretrizes nacionais para Planos de Carreiras, Cargos e
permanente avaliação dos sistemas de vigilância epidemiológica e ambien- Salários para o SUS – PCCS/SUS, quando da elaboração, implementação
tal em saúde; e/ou reformulação de Planos de Cargos e Salários no âmbito da gestão do
Normatizar, definir fluxos técnico-operacionais e supervisionar a rede Distrito Federal;
de laboratórios públicos e privados que realizam análises de interesse em Propor e pactuar diretrizes para políticas de educação e de gestão do
saúde pública; trabalho que favoreçam o provimento e a fixação de trabalhadores de
Avaliar o desempenho das redes regionais e de referências interesta- saúde, no âmbito do Distrito Federal, notadamente em regiões onde a
duais; restrição de oferta afeta diretamente a implantação de ações estratégicas
para a atenção básica.
Responsabilizar-se pela avaliação tecnológica em saúde;
Avaliar e auditar os sistemas de saúde estaduais e municipais.
5.4 – UNIÃO
5 – RESPONSABILIDADES NA GESTÃO DO TRABALHO Promover, desenvolver e pactuar políticas de gestão do trabalho consi-
5.1 - MUNICÍPIOS derando os princípios da humanização, da participação e da democratiza-
Todo município deve: ção das relações de trabalho, apoiando os gestores estaduais e municipais
promover e desenvolver políticas de gestão do trabalho, considerando na implementação das mesmas;
os princípios da humanização, da participação e da democratização das Desenvolver estudos e propor estratégias e financiamento tripartite com
relações de trabalho; vistas à adoção de políticas referentes à força de trabalho descentralizada;
adotar vínculos de trabalho que garantam os direitos sociais e previ- Fortalecer a Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS como
denciários dos trabalhadores de saúde na sua esfera de gestão e de servi- um espaço de negociação entre trabalhadores e gestores e contribuir para
ços, promovendo ações de adequação de vínculos, onde for necessário, o desenvolvimento de espaços de negociação no âmbito estadual, regional
conforme legislação vigente; e/ou municipal;
As responsabilidades a seguir serão atribuídas de acordo com o pactu- Adotar vínculos de trabalho que garantam os direitos sociais e previ-
ado e/ou com a complexidade da rede de serviços localizada no território denciários dos trabalhadores de saúde na sua esfera de gestão e de servi-
municipal ços, promovendo ações de adequação de vínculos, onde for necessário,
Estabelecer, sempre que possível, espaços de negociação permanente conforme legislação vigente e apoiando técnica e financeiramente os esta-
entre trabalhadores e gestores; dos e municípios na mesma direção;

Conhecimentos Específicos 162 A Opção Certa Para a Sua Realização


Apostila Digital Licenciada para Alexandre bezerra da silva - ninhonick@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Formular, propor, pactuar e implementar as Diretrizes Nacionais para demais gestores, para processos na mesma direção;
Planos de Carreiras, Cargos e Salários no âmbito do Sistema Único de Desenvolver ações e estruturas formais de educação técnica em saúde
Saúde – PCCS/SUS; com capacidade de execução descentralizada no âmbito do Distrito Fede-
Propor e pactuar diretrizes para políticas de educação e de gestão do ral;
trabalho que favoreçam o provimento e a fixação de trabalhadores de Promover e articular junto às Escolas Técnicas de Saúde uma nova
saúde, no âmbito nacional, notadamente em regiões onde a restrição de orientação para a formação de profissionais técnicos para o SUS, diversifi-
oferta afeta diretamente a implantação de ações estratégicas para a aten- cando os campos de aprendizagem;
ção básica. Apoiar e promover a aproximação dos movimentos de educação popu-
lar em saúde da formação dos profissionais de saúde, em consonância com
RESPONSABILIDADES NA EDUCAÇÃO NA SAÚDE as necessidades sociais em saúde;
6.1 - MUNICÍPIOS Incentivar, junto à rede de ensino, a realização de ações educativas e
Todo município deve: de conhecimento do SUS;
formular e promover a gestão da educação permanente em saúde e
processos relativos à mesma, orientados pela integralidade da atenção à 6.4 – UNIÃO
saúde, criando quando for o caso, estruturas de coordenação e de execu- Formular, promover e pactuar políticas de educação permanente em
ção da política de formação e desenvolvimento, participando no seu finan- saúde, apoiando técnica e financeiramente estados e municípios no desen-
ciamento; volvimento das mesmas;
promover diretamente ou em cooperação com o estado, com os muni- Promover a integração de todos os processos de capacitação e desen-
cípios da sua região e com a união, processos conjuntos de educação volvimento de recursos humanos à política de educação permanente, no
permanente em saúde; âmbito da gestão nacional do SUS;
apoiar e promover a aproximação dos movimentos de educação popu- Propor e pactuar políticas regulatórias no campo da graduação e da
lar em saúde na formação dos profissionais de saúde, em consonância com especialização das profissões de saúde;
as necessidades sociais em saúde; Articular e propor políticas de indução de mudanças na graduação das
incentivar junto à rede de ensino, no âmbito municipal, a realização de profissões de saúde;
ações educativas e de conhecimento do SUS; Propor e pactuar com o sistema federal de educação, processos de
As responsabilidades a seguir serão atribuídas de acordo com o pactu- formação de acordo com as necessidades do SUS, articulando os demais
ado e/ou com a complexidade da rede de serviços localizada no território gestores na mesma direção;
municipal
Articular e cooperar com a construção e implementação de iniciativas RESPONSABILIDADES NA PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
políticas e práticas para a mudança na graduação das profissões de saúde, 7.1 - MUNICÍPIOS
de acordo com as diretrizes do SUS; Todo município deve:
Promover e articular junto às Escolas Técnicas de Saúde uma nova apoiar o processo de mobilização social e institucional em defesa do
orientação para a formação de profissionais técnicos para o SUS, diversifi- SUS;
cando os campos de aprendizagem;
prover as condições materiais, técnicas e administrativas necessárias
ao funcionamento do Conselho Municipal de Saúde, que deverá ser organi-
6.2 – ESTADOS zado em conformidade com a legislação vigente;
Formular, promover e apoiar a gestão da educação permanente em organizar e prover as condições necessárias à realização de Conferên-
saúde e processos relativos à mesma no âmbito estadual; cias Municipais de Saúde;
Promover a integração de todos os processos de capacitação e desen- estimular o processo de discussão e controle social no espaço regional;
volvimento de recursos humanos à política de educação permanente, no apoiar o processo de formação dos conselheiros de saúde;
âmbito da gestão estadual do SUS;
promover ações de informação e conhecimento acerca do SUS, junto à
Apoiar e fortalecer a articulação com os municípios e entre os mesmos, população em geral;
para os processos de educação e desenvolvimento de trabalhadores para o
Apoiar os processos de educação popular em saúde, com vistas ao for-
SUS;
talecimento da participação social do SUS;
Articular o processo de vinculação dos municípios às referências para o
A responsabilidade a seguir será atribuída de acordo com o pactuado
seu processo de formação e desenvolvimento;
e/ou com a complexidade da rede de serviços localizada no território muni-
Articular e participar das políticas regulatórias e de indução de mudan- cipal
ças no campo da graduação e da especialização das profissões de saúde;
Implementar ouvidoria municipal com vistas ao fortalecimento da ges-
Articular e pactuar com o Sistema Estadual de Educação, processos de tão estratégica do SUS, conforme diretrizes nacionais.
formação de acordo com as necessidades do SUS, cooperando com os
demais gestores, para processos na mesma direção;
7.2 – ESTADOS
Desenvolver ações e estruturas formais de educação técnica em saúde
com capacidade de execução descentralizada no âmbito estadual; Apoiar o processo de mobilização social e institucional em defesa do
SUS;
Prover as condições materiais, técnicas e administrativas necessárias
6.3 – DISTRITO FEDERAL
ao funcionamento do Conselho Estadual de Saúde, que deverá ser organi-
Formular e promover a gestão da educação permanente em saúde e zado em conformidade com a legislação vigente;
processos relativos à mesma, orientados pela integralidade da atenção à
Organizar e prover as condições necessárias à realização de Confe-
saúde, criando quando for o caso, estruturas de coordenação e de execu-
rências Estaduais de Saúde;
ção da política de formação e desenvolvimento, participando no seu finan-
ciamento; Estimular o processo de discussão e controle social no espaço regio-
nal;
Promover a integração de todos os processos de capacitação e desen-
volvimento de recursos humanos à política de educação permanente; Apoiar o processo de formação dos conselheiros de saúde;
Articular e participar das políticas regulatórias e de indução de mudan- Promover ações de informação e conhecimento acerca do SUS, junto à
ças no campo da graduação e da especialização das profissões de saúde; população em geral;
Articular e cooperar com a construção e implementação de iniciativas
políticas e práticas para a mudança na graduação das profissões de saúde, Apoiar os processos de educação popular em saúde, com vistas ao for-
de acordo com as diretrizes do SUS; talecimento da participação social do SUS;
Articular e pactuar com o Sistema Estadual de Educação, processos de Implementar ouvidoria estadual, com vistas ao fortalecimento da gestão
formação de acordo com as necessidades do SUS, cooperando com os estratégica do SUS, conforme diretrizes nacionais.

Conhecimentos Específicos 163 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
7.3 – DISTRITO FEDERAL
Apoiar o processo de mobilização social e institucional em defesa do B - PROCESSO DE MONITORAMENTO
SUS; O processo de monitoramento dos Pactos deve seguir as seguintes di-
Prover as condições materiais, técnicas e administrativas necessárias retrizes:
ao funcionamento do Conselho Estadual de Saúde, que deverá ser organi- Ser um processo permanente, de cada ente com relação ao seu pró-
zado em conformidade com a legislação vigente; prio âmbito, dos estados com relação aos municípios do seu território, dos
Organizar e prover as condições necessárias à realização de Confe- municípios com relação ao estado, dos municípios e estado com relação à
rências Estaduais de Saúde; União e da união com relação aos estados, municípios e Distrito Federal;
Estimular o processo de discussão e controle social no espaço regio- Ser orientado pelos indicadores, objetivos, metas e responsabilidades
nal; que compõem o respectivo Termo de Compromisso de Gestão;
Apoiar o processo de formação dos conselheiros de saúde; Estabelecer um processo de monitoramento dos cronogramas pactua-
Promover ações de informação e conhecimento acerca do SUS, junto à dos nas situações onde o município, estado e DF não tenham condições de
população em geral; assumir plenamente suas responsabilidades no momento da assinatura do
Apoiar os processos de educação popular em saúde, com vistas ao for- Termo de Compromisso de Gestão;
talecimento da participação social do SUS; Desenvolver ações de apoio para a qualificação do processo de ges-
Implementar ouvidoria estadual, com vistas ao fortalecimento da gestão tão.
estratégica do SUS, conforme diretrizes nacionais A operacionalização do processo de monitoramento deve ser objeto de
7.4 - UNIÃO regulamentação específica em cada esfera de governo, considerando as
Apoiar o processo de mobilização social e institucional em defesa do pactuações realizadas.
SUS;
Prover as condições materiais, técnicas e administrativas necessárias VI - DIREÇÃO E ARTICULAÇÃO DO SUS
ao funcionamento do Conselho Nacional de Saúde, que deverá ser organi- A direção do SUS, em cada esfera de governo, é composta pelo órgão
zado em conformidade com a legislação vigente; setorial do poder executivo e pelo respectivo Conselho de Saúde, nos
Organizar e prover as condições necessárias à realização de Confe- termos das Leis Nº 8.080/90 e Nº 8.142/1990.
rências Nacionais de Saúde; O processo de articulação entre os gestores, nos diferentes níveis do
Apoiar o processo de formação dos conselheiros de saúde; Sistema, ocorre, preferencialmente, em dois colegiados de negociação: a
Promover ações de informação e conhecimento acerca do SUS, junto à Comissão Intergestores Tripartite - CIT e a Comissão Intergestores Bipartite
população em geral; - CIB, que pactuarão sobre a organização, direção e gestão da saúde.
Apoiar os processos de educação popular em saúde, com vistas ao for- A CIT é composta, paritariamente, por representação do Ministério da
talecimento da participação social do SUS; Saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS e do
Apoiar o fortalecimento dos movimentos sociais, aproximando-os da Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde – CONASEMS,
organização das práticas da saúde e com as instâncias de controle social sendo um espaço tripartite para a elaboração de propostas para a implan-
da saúde; tação e operacionalização do SUS.
Formular e pactuar a política nacional de ouvidoria e implementar o A CIB, composta igualmente de forma paritária, é integrada por repre-
componente nacional, com vistas ao fortalecimento da gestão estratégica sentação da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e do Conselho Estadual
do SUS. de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS) ou órgão equivalente é a
instância privilegiada de negociação e decisão quanto aos aspectos opera-
cionais do SUS. Um dos representantes dos municípios é, necessariamen-
V - IMPLANTAÇÃO E MONITORAMENTO DOS PACTOS PELA VIDA te, o Secretário de Saúde da Capital. Como parte do processo de constitui-
E DE GESTÃO ção das regiões de saúde devem ser constituídos Colegiados de Gestão
A - PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO Regionais.
Para a implantação destes Pactos ficam acordados os seguintes pon- A definição sobre o número de membros de cada CIB deve considerar
tos: as diferentes situações de cada estado, como número de municípios,
A implantação dos Pactos pela Vida e de Gestão, enseja uma revisão número de regiões de saúde, buscando a maior representatividade possí-
normativa em várias áreas que serão regulamentadas em portarias especí- vel.
ficas, pactuadas na CIT. As decisões da CIB e CIT serão tomadas sempre por consenso.
Fica definido o Termo de Compromisso de Gestão, Federal, Estadual, As conclusões das negociações pactuadas na CIT e na CIB serão for-
do DF e Municipal, como o documento de formalização deste Pacto nas malizadas em ato próprio do gestor respectivo.
suas dimensões Pela Vida e de Gestão. As decisões das Comissões Intergestores que versarem sobre matéria
O Termo de Compromisso de Gestão, a ser regulamentado em norma- da esfera de competência dos Conselhos de Saúde deverão ser submeti-
tização específica, contém as metas e objetivos do Pacto pela Vida, referi- das à apreciação do Conselho respectivo.
das no item I deste documento; as responsabilidades e atribuições de cada
gestor, constantes do item III e os indicadores de monitoramento.
Os Termos de Compromisso de Gestão devem ser aprovados nos res-
POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
pectivos Conselhos de Saúde.
Nos Termos de Compromisso de Gestão Estadual e Municipal, podem
ser acrescentadas as metas municipais, regionais e estaduais, conforme RESOLUÇÃO Nº 338, DE 06 DE MAIO DE 2004
pactuação; O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Centésima Qua-
Anualmente, no mês de março, devem ser revistas as metas, os objeti- dragésima Segunda Reunião Ordinária, realizada nos dias 05 e 06 de maio
vos e os indicadores do Termo de Compromisso de Gestão. de 2004, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas
O Termo de Compromisso de Gestão substitui o atual processo de ha- pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei nº 8.142, de 28 de
bilitação, conforme detalhamento em portaria específica. dezembro de 1990, considerando:
Fica extinto o processo de habilitação para estados e municípios, con- a) a competência da direção nacional do Sistema Único de Saúde de
forme estabelecido na NOB SUS 01/– 96 e na NOAS SUS 2002. formular, avaliar e elaborar normas de políticas públicas de saúde;
Ficam mantidas, até a assinatura do Termo de Compromisso de Ges- b) as deliberações da 12a Conferência Nacional de Saúde;
tão constante nas Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde 2006, as c) as deliberações da 1a Conferência Nacional de Medicamentos e As-
mesmas prerrogativas e responsabilidades dos municípios e estados que sistência Farmacêutica? Efetivando o acesso, a qualidade e a humanização
estão habilitados em Gestão Plena do Sistema, conforme estabelecido na na Assistência Farmacêutica, com controle social, realizada no período de
Norma Operacional Básica - NOB SUS 01/96 e na Norma Operacional da 15 a 18 de setembro de 2003.
Assistência à Saúde - NOAS SUS 2002. RESOLVE:

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Art. 1o Aprovar a Política Nacional de Assistência Farmacêutica, esta- da biodiversidade existente no País;
belecida com base nos seguintes princípios: XI - construção de uma Política de Vigilância Sanitária que garanta o
I - a Política Nacional de Assistência Farmacêutica é parte integrante acesso da população a serviços e produtos seguros, eficazes e com quali-
da Política Nacional de Saúde, envolvendo um conjunto de ações voltadas dade;
à promoção, proteção e recuperação da saúde e garantindo os princípios XII - estabelecimento de mecanismos adequados para a regulação e
da universalidade, integralidade e eqüidade; monitoração do mercado de insumos e produtos estratégicos para a saúde,
II - a Assistência Farmacêutica deve ser compreendida como política incluindo os medicamentos;
pública norteadora para a formulação de políticas setoriais, entre as quais XIII - promoção do uso racional de medicamentos, por intermédio de
destacam-se as políticas de medicamentos, de ciência e tecnologia, de ações que disciplinem a prescrição, a dispensação e o consumo.
desenvolvimento industrial e de formação de recursos humanos, dentre Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
outras, garantindo a intersetorialidade inerente ao sistema de saúde do país
(SUS) e cuja implantação envolve tanto o setor público como privado de
atenção à saúde;
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL
III - a Assistência Farmacêutica trata de um conjunto de ações voltadas
à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como
coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso LEI Nº 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001.
e ao seu uso racional. Este conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimen- Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de trans-
to e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, tornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade Art. 1o Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno
dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, mental, de que trata esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de
na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção
qualidade de vida da população; política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de
IV - as ações de Assistência Farmacêutica envolvem aquelas referen- gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.
tes à Atenção Farmacêutica, considerada como um modelo de prática Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a
farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica e pessoa e seus familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados
compreendendo atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo.
compromissos e co-responsabilidades na prevenção de doenças, promoção Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno men-
e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a intera- tal:
ção direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo
racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para às suas necessidades;
a melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de
concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades biopsi- beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na
cossociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde. família, no trabalho e na comunidade;
Art. 2o A Política Nacional de Assistência Farmacêutica deve englobar III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
os seguintes eixos estratégicos:
IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
I - a garantia de acesso e equidade às ações de saúde, inclui, necessa-
V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a
riamente, a Assistência Farmacêutica;
necessidade ou não de sua hospitalização involuntária;
II - manutenção de serviços de assistência farmacêutica na rede públi-
VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
ca de saúde, nos diferentes níveis de atenção, considerando a necessária
VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença
articulação e a observância das prioridades regionais definidas nas instân-
e de seu tratamento;
cias gestoras do SUS;
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos
III - qualificação dos serviços de assistência farmacêutica existentes,
possíveis;
em articulação com os gestores estaduais e municipais, nos diferentes
níveis de atenção; IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde
mental.
IV - descentralização das ações, com definição das responsabilidades
das diferentes instâncias gestoras, de forma pactuada e visando a supera- Art. 3o É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de
ção da fragmentação em programas desarticulados; saúde mental, a assistência e a promoção de ações de saúde aos portado-
res de transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da
V - desenvolvimento, valorização, formação, fixação e capacitação de
família, a qual será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim
recursos humanos;
entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde
VI - modernização e ampliar a capacidade instalada e de produção dos
aos portadores de transtornos mentais.
Laboratórios Farmacêuticos Oficiais, visando o suprimento do SUS e o
Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indi-
cumprimento de seu papel como referências de custo e qualidade da pro-
cada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.
dução de medicamentos, incluindo-se a produção de fitoterápicos;
§ 1o O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção
VII - utilização da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RE-
social do paciente em seu meio.
NAME), atualizada periodicamente, como instrumento racionalizador das
ações no âmbito da assistência farmacêutica; § 2o O tratamento em regime de internação será estruturado de forma
a oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais,
VIII - pactuação de ações intersetoriais que visem à internalização e o
incluindo serviços médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacio-
desenvolvimento de tecnologias que atendam às necessidades de produtos
nais, de lazer, e outros.
e serviços do SUS, nos diferentes níveis de atenção;
§ 3o É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos
IX - implementação de forma intersetorial, e em particular, com o Ministério
mentais em instituições com características asilares, ou seja, aquelas
da Ciência e Tecnologia, de uma política pública de desenvolvimento científico e
desprovidas dos recursos mencionados no § 2o e que não assegurem aos
tecnológico, envolvendo os centros de pesquisa e as universidades brasileiras,
pacientes os direitos enumerados no parágrafo único do art. 2o.
com o objetivo do desenvolvimento de inovações tecnológicas que atendam os
interesses nacionais e às necessidades e prioridades do SUS;
X -definição e pactuação de ações intersetoriais que visem à utilização Art. 5o O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se ca-
das plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos no processo de aten- racterize situação de grave dependência institucional, decorrente de seu
ção à saúde, com respeito aos conhecimentos tradicionais incorporados, quadro clínico ou de ausência de suporte social, será objeto de política
com embasamento científico, com adoção de políticas de geração de específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida, sob res-
emprego e renda, com qualificação e fixação de produtores, envolvimento ponsabilidade da autoridade sanitária competente e supervisão de instância
dos trabalhadores em saúde no processo de incorporação desta opção a ser definida pelo Poder Executivo, assegurada a continuidade do trata-
terapêutica e baseado no incentivo à produção nacional, com a utilização mento, quando necessário.

Conhecimentos Específicos 165 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada mediante lau- somente para Dependentes de Álcool e Drogas (mas também não criados)
do médico circunstanciado que caracterize os seus motivos. 10- Ações de saúde mental na atenção básica não estão implementa-
Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação das, e não existem políticas que incentivam a fixação de profissionais de
psiquiátrica: saúde mental em áreas e ou regiões mais necessitadas
I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do 11- Os CAPS não atendem as demandas populacionais nem nos gran-
usuário; des centros e nas regiões mais desenvolvidas e ricas do país
II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do 12- Os Ambulatórios estão previstos, mas estão sendo impedidos de
usuário e a pedido de terceiro; e serem criados pelos gestores e quando existem, mesmo para ensino ou
III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça. pesquisa são limitados, não entram na lógica de regulação dos CAPS, não
Art. 7o A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a possuem agendamento e fluxo como os demais serviços)
consente, deve assinar, no momento da admissão, uma declaração de que 13- Estratégias psicossociais produzem um borramento nas diferenças
optou por esse regime de tratamento. clinicas e se afastam da exigência de criar programas e protocolos para
Parágrafo único. O término da internação voluntária dar-se-á por solici- abordagem e tratamentos diferenciados dos vários transtornos mentais e
tação escrita do paciente ou por determinação do médico assistente. em atenção a sua especificidade
Art. 8o A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada 14- Insuficiência de programas terapêuticos para tratar a Dependência
por médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - Química, outros transtornos que exigem Protocolos e ou Programas Espe-
CRM do Estado onde se localize o estabelecimento. ciais (ex: Retardo Mental, Autismo, Transtornos Alimentares, Transtornos
§ 1o A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta Anti-sociais, Transtornos Sexuais, Tratamentos Compulsórios, etc...)
e duas horas, ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo respon- 15- Faltam programas psiquiátricos para populações especiais (infância
sável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse e adolescência, índios, DST AIDS, população carcerária, idosos, população
mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta. de rua, vítimas de catástrofes, etc.)
§ 2o O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escri- 16- Redefinição de critérios para alto-custo (medicações especiais, TC,
ta do familiar, ou responsável legal, ou quando estabelecido pelo especialis- RM, RMF, SPECT, PET, EEG, avaliações NP) e tratamentos biológicos
ta responsável pelo tratamento. (ECT, ETC)
Art. 9o A internação compulsória é determinada, de acordo com a legis- 16- Os programas de reabilitação, quando existem, privilegiam centros
lação vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as condições de de convivência e estimulação para produção de artesanato, sem construir
segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos oficinas protegidas e cooperativas de trabalho, estrutura necessárias e
demais internados e funcionários. preparadas para competir no mercado formal com trabalho e economia
Art. 10. Evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica grave e solidários
falecimento serão comunicados pela direção do estabelecimento de saúde 17- Os SRTs não estão implantados em numero suficiente para abrigar
mental aos familiares, ou ao representante legal do paciente, bem como à pacientes que perderam vínculos sociais, nem para funcionar como reta-
autoridade sanitária responsável, no prazo máximo de vinte e quatro horas guarda para acolhimento de paciente em tratamento que necessitam de
da data da ocorrência. afastamento temporário dos vínculos familiares)
Art. 11. Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos não 18- Programas de Volta para Casa tem valores insuficiente para custe-
poderão ser realizadas sem o consentimento expresso do paciente, ou de ar a efetiva volta para casa, ou mesmo o custo da autonomia
seu representante legal, e sem a devida comunicação aos conselhos pro- 19- A crescente “judicialização” da assistência e a freqüente confusão
fissionais competentes e ao Conselho Nacional de Saúde. do MP entre direitos de cidadania e indicações terapêuticas dificultam o
Art. 12. O Conselho Nacional de Saúde, no âmbito de sua atuação, cri- trabalho
ará comissão nacional para acompanhar a implementação desta Lei. Política Nacional de Saúde Mental: observações criticas da Associação
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasileira de Psiquiatria
Considerando
Política Nacional de Saúde Mental: observações criticas da Associação 1- que a saúde mental e o bem-estar estão no centro da qualidade de
Brasileira de Psiquiatria vida do indivíduo e da sociedade
1- atende em linhas gerais e formalmente aos documentos internacio- 2- que a prevenção, o diagnóstico precoce, a intervenção e o tratamen-
nais to das perturbações mentais reduzem significativamente as suas conse-
2- regida pela LEI 10216 de 06 de abril de 2001, mas se norteia através qüências pessoais, econômicas e sociais
de diretrizes e portarias ministeriais que atendem às premissas do Projeto 3-que o valor acrescentado da estratégia comunitária em matéria de
de Lei Paulo Delgado saúde mental se baseia principalmente no setor da prevenção e da promo-
3- organizada como um projeto psicossocial, tende regularmente a ex- ção dos direitos humanos e civis das pessoas afetadas por distúrbios
cluir o discurso médico culpabilizando-o pelos desacertos da política anteri- mentais
or, ao em vez de trabalhar pela inclusão deste discurso num contexto de 4-que os problemas de saúde mental existem em média em uma em
saúde integral cada quatro pessoas pelo menos um vez na vida e muitas mais são indire-
4- A rede de saúde mental depois de 20 anos de implantação ainda tamente afetadas, e ainda que o nível de cuidados de saúde mental varia
não esta constituída por vários dispositivos assistenciais que possibilitem a consideravelmente entre os vários estados da federação
atenção médica e psicossocial aos pacientes com transtornos mentais, 5- que as especificidades dos homens e das mulheres devem ser to-
segundo critérios populacionais madas em conta ao abordar a questão da saúde mental
6- A Proposta de um critério populacional articulado ao de demanda 6-que o suicídio continua a ser uma causa importante da morte prema-
dos municípios para implantação de serviços de SM, apontado pelo MS tura e que é antecedido de perturbações mentais, com freqüência de de-
ideologiza o parâmetro técnico de planejamento pressão, e considerando igualmente que a taxa de suicídios e de tentativas
7- O fechamento de leitos para internação psiquiátrica não consideram de suicídio entre as pessoas encarceradas ou detidas é superior à da
as necessidades clínicas, gravidade e ou complexidade, apesar da insufici- população geral
ência de CAPS I, II, III, CAPSad e CAPSI sob o ponto de vista de proporci-
onalidade populacional 7- que a elaboração de políticas destinadas a prevenir a depressão e o
8- A intenção doutrinária de fechar hospitais psiquiátricos, considera- suicídio está intimamente ligada à proteção da dignidade humana
dos genericamente asilares, se recusa a considerar as refratariedades 8- que, se a depressão é uma das perturbações mais freqüentes e gra-
terapêuticas, falta de insumos disponíveis, e insuficiência de rede de supor- ves, em muitos casos é insuficientemente tratada e que existem poucos
te social, entre outros, culpando a instituição e não a política assistencial programas de prevenção,
pelo insucesso terapêutico 9- que ainda há falta de compreensão e de investimento para promover
9- Não existem leitos psiquiátricos suficientes e disponíveis em Hospi- a saúde mental e a prevenção das perturbações mentais e que falta apoio
tais Gerais, e os Serviços Hospitalares de Referencia estão previstos às pessoas com problemas de saúde mental

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10- que o custo econômico da falta de investimento na saúde mental Como devem ser organizadas as ações de saúde mental na atenção
gera ausência sistemática ao trabalho, incapacidade para o trabalho e básica: proposta e realidade
aposentadoria antecipada e que estes custos estimados costumam ser • Devem ser organizadas através de núcleos de atenção integral na
menores que o encargo financeiro com problemas de saúde mental Política saúde da família
Nacional de Saúde Mental: observações criticas da Associação Brasileira – Supervisão
de Psiquiatria – Atendimento em conjunto
11- que as desigualdades socio-económicas agravam os problemas de – Atendimento específico
saúde mental e que as taxas de má saúde mental são mais elevadas nos – Capacitação (PSF e ACF)
grupos vulneráveis, e marginalizados tais como os desempregados, os
• Critérios
imigrantes os (ex) prisioneiros, os consumidores de substâncias psicotrópi-
cas, as pessoas com deficiência e as pessoas com doenças prolongadas e – Mais de 40.000 hab. – 1 núcleo para 9 a 11 equipes SF
considerando que são necessárias ações de específicas e políticas apropri- – Amazônia (mais de 30.000 hab. ‐1 núcleo para 7 a 9 equipes SF
adas para ajudar à sua integração s inclusão social – Equipe SM constituída por psicólogo ou psiquiatra, necessariamente,
12- que as pessoas com problemas de saúde mental apresentam um e um terapeuta ocupacional e /ou um assistente social
risco maior em relação à restante população de apresentar uma doença – Referencia em Serviços de SM
física e que têm menos possibilidades de ser tratados para essa doença Os Serviços Residenciais Terapêuticos: propostas e realidade
física 13- que se a saúde física e mental são igualmente importantes e • Casas no espaço urbano para responder necessidades de moradia de
interagem entre si, que a saúde mental permanece com freqüência não pessoas com transtornos mentais graves egressas de hospitais psiquiátri-
diagnosticada ou subestimada e é inadequadamente tratada cos, hospitais de custódia, e tratamento psiquiátrico, que perderam vínculos
Política Nacional de Saúde Mental: propostas ABP familiares e sociais; moradores de rua com transtornos mentais graves,
Propõe quando inseridos em projetos terapêuticos acompanhados nos CAPS ou
1- promover a conscientização para a importância da boa saúde men- ambulatórios
tal, em particular entre os profissionais do sector da saúde, bem como • Ocupação máxima 8 pessoas, três refeições diárias, e com suporte
grupos alvo tais como os pais, os professores, os prestadores de serviços profissional Programa de Volta para Casa: propostas e realidade
sociais e judiciais, o patronato, os prestadores de cuidados e, principalmen- • Tem o objetivo de garantir o acompanhamento e a integração social,
te, o público em geral fora da unidade hospitalar, de pessoas acometidas de transtornos mentais,
2-melhorarem os conhecimentos sobre a saúde mental, bem como so- com história de longa internação psiquiátrica
bre a sua relação com hábitos de vida saudável, através da adopção de • Auxílio‐reabilitação no valor de R$ 240,00, pagos ao próprio benefici-
mecanismos de intercâmbio e divulgação de informações claras, facilmente ário durante um ano, podendo ser renovado, caso necessário
acessíveis e compreensíveis • Pode beneficiária qualquer pessoa que tenha permanecido dois ou
3-propor indicadores comuns para melhorar a comparabilidade dos da- mais anos internada ininterruptamente em instituições psiquiátricas ou de
dos, facilitar o intercâmbio de melhores práticas e a cooperação entre os custódia, ou moradores de SRTs
Estados-Membros para a promoção da saúde mental Programas de atenção ao dependente químico (álcool e outras dro-
4- que deve ser dada ênfase à prevenção da má saúde mental através gas): propostas e realidade
de intervenções sociais, incidindo particularmente nos grupos vulneráveis; • Prevê articulação de CAPSad e leitos para internação em hospitais
salienta que, nos casos em que a prevenção não é suficiente, é necessário gerais (para desintoxicação e outros tratamentos)
incentivar e facilitar o acesso ao tratamento médico e que as pessoas com • Os serviços devem trabalhar com a lógica da redução de dano (base-
problemas de saúde mental deveriam ter pleno acesso à informação sobre ado na realidade de cada caso não na abstinência para todos os casos)
formas inovadoras de tratamento • Serviços hospitalares de referência para álcool e outras drogas
5- fazerem o melhor uso possível dos meios comunitários e nacionais (SHRad) para municípios acima de 200.000 hab. (fase final de regulamen-
disponíveis para a promoção das questões de saúde mental e a organiza- tação pelo MS)
ção de programas de sensibilização e formação para todas as pessoas em – Atendimento urgência/emergência (abstinência e overdose
postos chave para promoção do diagnóstico precoce, da intervenção imedi- – Redução de internação de alcoolistas e dependentes de outras dro-
ata e da boa gestão dos problemas de saúde mental gas em hospitais psiquiátricos
6-dar às pessoas que sofrem de problemas de saúde mental acesso à – Localizados somente em HG e com no máximo 14 leitos
educação, à formação e emprego apropriado, de acordo com os princípios Atendimento em hospitais psiquiátricos: propostas e realidade
da aprendizagem ao longo da vida, e a assegurar que recebam apoio
• Redução contínua e programada de leitos psiquiátricos
adaptado às suas necessidades
– Garantia de assistência em rede de atenção extra‐hospitalar
7- que é necessária uma programação clara e a longo prazo para a
prestação de serviços universais de saúde mental, comunitários e em – Reinserção dos pacientes em no convívio social
regime de internamento, de elevada qualidade, eficazes e acessíveis bem • Pactuar redução de leitos com o prestador, por meio de assinatura de
como a adoção de critérios de controle por entidades independentes; com termo de compromisso
uma melhor cooperação e comunicação entre os profissionais dos cuidados • Enviar compromisso assinado para o MS e efetivar a alteração do
de saúde primários e os profissionais de saúde mental para a gestão eficaz número de leitos junto ao CNES
dos problemas de saúde mental e física, encorajando uma abordagem Programa Permanente de Formação de Recursos Humanos para a Re-
integrada que tenha em conta o perfil completo dos indivíduos sob o ponto forma Psiquiátrica
de vista da saúde física e mental 8-Prevenção da depressão e do suicídio e • MS possui diretrizes para a construção de projetos de formação per-
da dependência química manente em SM
9-Saúde mental dos jovens e educação • Implementação baseada em pactuação nos Polos de Educação per-
10-Saúde mental no local de trabalho manente de cada loco-região
11-Saúde mental dos idosos • Fomentar a criação de associações de usuários que possam ser par-
12-Luta contra a estigmatização e a exclusão social ceiros da ABP na denúncia da desassistência.
Rede de atenção psicossocial de acordo com o porte dos municípios:
propostas e realidade POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL
• 20.000 hab. – rede básica com ações de saúde mental
• 20.000 a 70.000 hab. - rede básica com ações de SM e CAPS I 1. INTRODUÇÃO
• 70.000 a 200.000 hab. - rede básica com ações de SM e CAPS II e As diretrizes aqui apresentadas apontam para uma reorganização da
CAPSad atenção em saúde bucal em todos os níveis de atenção, tendo o conceito
• Mais de 200.000 hab. - rede básica com ações de SM e CAPS II, do cuidado como eixo de reorientação do modelo, respondendo a uma
CAPS III, CAPSad e capacitação do SAMU concepção de saúde não centrada somente na assistência aos doentes,

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mas, sobretudo, na promoção da boa qualidade de vida e intervenção nos 2.6. Centrar a atuação na Vigilância à Saúde, incorporando práticas
fatores que a colocam em risco — pela incorporação das ações programáti- contínuas de avaliação e acompanhamento dos danos, riscos e determi-
cas de uma forma mais abrangente e do desenvolvimento de ações interse- nantes do processo saúde-doença, atuação intersetorial e ações sobre o
toriais. território;
A produção do cuidado traz consigo a proposta de humanização do 2.7. Incorporar a Saúde da Família como uma importante estratégia na
processo de desenvolver ações e serviços de saúde. Implica a responsabi- reorganização da atenção básica;
lização dos serviços e dos trabalhadores da saúde, em construir, com os 2.8. Definir política de educação permanente para os trabalhadores em
usuários, a resposta possível às suas dores, angústias, problemas e afli- saúde bucal, com o objetivo de implementar projetos de mudança na for-
ções de uma forma tal que não apenas se produzam consultas e atendi- mação técnica, de graduação e pós-graduação para que atendam às ne-
mentos, mas que o processo de consultar e atender venha a produzir cessidades da população e aos princípios do SUS. Estabelecer responsabi-
conhecimento, responsabilização e autonomia em cada usuário. lidades entre as esferas de governo, com mecanismos de cooperação
Assim, as ações e serviços devem resultar de um adequado conheci- técnica e financeira, visando à formação imediata de pessoal auxiliar, para
mento da realidade de saúde de cada localidade para, a partir disso, cons- possibilitar a implantação das equipes de saúde bucal na ESF. Nos Estados
truir uma prática efetivamente resolutiva. É imprescindível, em cada territó- em que os Pólos de Educação Permanente estiverem implantados, a
rio, aproximar-se das pessoas e tentar conhecê-las: suas condições de educação continuada dos trabalhadores em saúde bucal deve ser dar
vida, as representações e as concepções que têm acerca de sua saúde, através deles;
seus hábitos e as providências que tomam para resolver seus problemas 2.9. Estabelecer política de financiamento para o desenvolvimento de
quando adoecem bem como o que fazem para evitar enfermidades. ações visando à reorientação do modelo de atenção.
Ponto de partida para o exercício da cidadania, a construção da cons- 2.10. Definir uma agenda de pesquisa científica com o objetivo de in-
ciência sanitária implica, necessariamente, tanto para gestores e profissio- vestigar os principais problemas relativos à saúde bucal, bem como desen-
nais quanto para os usuários, a consciência dos aspectos que condicionam volver novos produtos e tecnologias necessários à expansão das ações dos
e determinam um dado estado de saúde e dos recursos existentes para sua serviços públicos de saúde bucal, em todos os níveis de atenção.
prevenção, promoção e recuperação. 3. PRINCÍPIOS NORTEADORES DAS AÇÕES
O estímulo à construção de uma consciência sanitária, em que a inte- O desenvolvimento de ações na perspectiva do cuidado em saúde bu-
gralidade seja percebida como direito a ser conquistado permitirá, com as cal tem os seguintes princípios, além dos expressos no texto constitucional
formas possíveis de participação, desenvolver o processo de controle social (universalidade, integralidade e eqüidade):
das ações e serviços em saúde bucal. 3.1. Gestão Participativa: definir democraticamente a política de saúde
Para a organização deste modelo é fundamental que sejam pensadas bucal, assegurando a participação das representações de usuários, traba-
as “linhas do cuidado” (da criança, do adolescente, do adulto, do idoso), lhadores e prestadores, em todas as esferas de governo;
com a criação de fluxos que impliquem ações resolutivas das equipes de 3.2. Ética: assegurar que toda e qualquer ação seja regida pelos prin-
saúde, centradas no acolher, informar, atender e encaminhar (referência e cípios universais da ética em saúde;
contra-referência). Onde o usuário, através de um acesso que não lhe deve 3.3. Acesso: buscar o acesso universal para a assistência e dar aten-
ser negado, saiba sobre cada lugar que compõe a estrutura do serviço a ção a toda demanda expressa ou reprimida, desenvolvendo ações coletivas
partir da sua vivência nele: como uma pessoa que o conhece e se sente a partir de situações individuais e vice-versa e assumindo a responsabilida-
parte dele, e que é capaz de influir em seu andamento. A linha do cuidado de por todos os problemas de saúde da população de um determinado
implica um redirecionamento do processo de trabalho onde o trabalho em espaço geográfico. Prioridade absoluta deve ser dada aos casos de dor,
equipe é um de seus fundamentos mais importantes. Constituída assim, em infecção e sofrimento.
sintonia com o universo dos usuários, esta linha tem como pressuposto o
3.4. Acolhimento: desenvolver ações para o usuário considerando-o em
princípio constitucional da intersetorialidade e, por seu potencial de resoluti-
sua integralidade bio-psico-social. Acolhimento pressupõe que o serviço de
vidade, possibilita o surgimento de laços de confiança e vínculo, indispen-
saúde seja organizado de forma usuário-centrada, garantido por uma
sáveis para melhorar a qualidade dos serviços de saúde e aprofundar a
equipe multiprofissional, nos atos de receber, escutar, orientar, atender,
humanização das práticas.
encaminhar e acompanhar. Significa a base da humanização das relações
Em conseqüência, os profissionais da equipe de saúde bucal devem e caracteriza o primeiro ato de cuidado junto aos usuários, contribuindo
desenvolver a capacidade de propor alianças, seja no interior do próprio para o aumento da resolutividade.
sistema de saúde, seja nas ações desenvolvidas com as áreas de sanea-
3.5. Vínculo: responsabilizar a unidade ou serviço de saúde na solução
mento, educação, assistência social, cultura, transporte, entre outras.
dos problemas em sua área de abrangência, através da oferta de ações
No âmbito da assistência essas diretrizes apontam, fundamentalmente, qualificadas, eficazes e que permitam o controle, pelo usuário, no momento
para a ampliação e qualificação da atenção básica, possibilitando o acesso de sua execução. O vínculo é a expressão-síntese da humanização da
a todas as faixas etárias e a oferta de mais serviços, assegurando atendi- relação com o usuário e sua construção requer a definição das responsabi-
mentos nos níveis secundário e terciário de modo a buscar a integralidade lidades de cada membro da equipe pelas tarefas necessárias ao atendi-
da atenção. mento nas situações de rotina ou imprevistas. O vínculo é o resultado das
2. PRESSUPOSTOS ações do acolhimento e, principalmente, da qualidade da resposta (clínica
A reorientação do modelo de atenção em saúde bucal tem os seguintes ou não) recebida pelo usuário.
pressupostos: 3.6. Responsabilidade Profissional: implicar-se com os problemas e
2.1. Assumir o compromisso de qualificação da atenção básica, garan- demandas dos usuários, garantindo respostas resolutivas, tornando-se co-
tindo qualidade e resolutividade, independentemente da estratégia adotada responsável pelo enfrentamento dos fatores associados com o processo
pelo município para sua organização; saúde-doença em cada território. Corresponde ao desenvolvimento de
2.2. Garantir uma rede de atenção básica articulada com toda a rede práticas profissionais baseadas no respeito à identidade do usuário, conhe-
de serviços e como parte indissociável dessa; cimento do contexto familiar e laboral, disponibilizando o tempo necessário
2.3. Assegurar a integralidade nas ações de saúde bucal, articulando o à escuta da queixa e ao atendimento e providências pertinentes, criando
individual com o coletivo, a promoção e a prevenção com o tratamento e a suportes para a atenção integral à saúde e às necessidades dos diferentes
recuperação da saúde da população adscrita, não descuidando da neces- grupos populacionais.
sária atenção a qualquer cidadão em situação de urgência; 4. PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE BUCAL
2.4. Utilizar a epidemiologia e as informações sobre o território subsidi- A adequação do processo de trabalho ao modelo de atenção que se
ando o planejamento —deve-se buscar que as ações sejam precedidas de está propondo requer:
um diagnóstico das condições de saúde-doença das populações, através 4.1. Interdisciplinaridade e Multiprofissionalismo: a atuação da equipe
da abordagem familiar e das relações que se estabelecem no território onde de saúde bucal (ESB) não deve se limitar exclusivamente ao campo bioló-
se desenvolve a prática de saúde; gico ou ao trabalho técnico–odontológico. Ademais de suas funções especí-
2.5. Acompanhar o impacto das ações de saúde bucal por meio de in- ficas, a equipe deve interagir com profissionais de outras áreas, de forma a
dicadores adequados, o que implica a existência de registros fáceis, confiá- ampliar seu conhecimento, permitindo a abordagem do indivíduo como um
veis e contínuos; todo, atenta ao contexto sócio-econômico-cultural no qual ele está inserido.

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A troca de saberes e o respeito mútuo às diferentes percepções deve identificação e difusão de informações sobre os fatores de proteção à
acontecer permanentemente entre todos os profissionais de saúde para saúde. Esse grupo compreende um elenco bastante vasto e diversificado
possibilitar que aspectos da saúde bucal também sejam devidamente de ações de natureza eminentemente educativo-preventivas.
apropriados e se tornem objeto das suas práticas. A ESB deve ser — e se A promoção de saúde bucal está inserida num conceito amplo de saú-
sentir — parte da equipe multiprofissional em unidades de saúde de qual- de que transcende a dimensão meramente técnica do setor odontológico,
quer nível de atenção. integrando a saúde bucal às demais práticas de saúde coletiva. Significa a
4.2. Integralidade da Atenção: a equipe deve estar capacitada a ofere- construção de políticas públicas saudáveis, o desenvolvimento de estraté-
cer de forma conjunta ações de promoção, proteção, prevenção, tratamen- gias direcionadas a todas as pessoas da comunidade, como políticas que
to, cura e reabilitação, tanto no nível individual quanto coletivo. gerem oportunidades de acesso à água tratada, incentive a fluoretação das
4.3. Intersetorialidade: as ações de promoção de saúde são mais efeti- águas, o uso de dentifrício fluoretado e assegurem a disponibilidade de
vas se a escola, o local de trabalho, o comércio, a mídia, a indústria, o cuidados odontológicos básicos apropriados. Ações de promoção da saúde
governo, as organizações não-governamentais e outras instituições estive- incluem também trabalhar com abordagens sobre os fatores de risco ou de
rem envolvidas. A intersetorialidade neste sentido implica envolver no proteção simultâneos tanto para doenças da cavidade bucal quanto para
planejamento os diferentes setores que influem na saúde humana: entre outros agravos (diabete, hipertensão, obesidade, trauma e câncer) tais
outros a educação, agricultura, comunicação, tecnologia, esportes, sanea- como: políticas de alimentação saudável para reduzir o consumo de açúca-
mento, trabalho, meio ambiente, cultura e assistência social. res, abordagem comunitária para aumentar o autocuidado com a higiene
4.4. Ampliação e Qualificação da Assistência: organizar o processo de corporal e bucal, política de eliminação do tabagismo e de redução de
trabalho de forma a garantir procedimentos mais complexos e conclusivos, acidentes.
de forma a resolver a necessidade que motivou a procura da assistência A busca da autonomia dos cidadãos é outro requisito das ações de
evitando o agravamento do quadro e futuras perdas dentárias e outras promoção de saúde. A equipe de saúde deve fazer um esforço simultâneo
seqüelas. Para isso, os serviços precisam disponibilizar tempo de consulta para aumentar a autonomia e estimular práticas de autocuidado por pacien-
suficiente e adequado à complexidade do tratamento. tes, famílias e comunidades. Também é recomendável trabalhar numa linha
Nessa organização sugere-se: de combate a automedicação, medicalização, e dependência excessiva dos
a) maximizar a hora-clínica do CD para otimizar a assistência – 75% a profissionais ou serviços de saúde.
85% das horas contratadas devem ser dedicadas à assistência. De 15% a As ações de proteção à saúde podem ser desenvolvidas no nível indi-
25% para outras atividades (planejamento, capacitação, atividades coleti- vidual e /ou coletivo. Para as ações que incidem nos dois níveis, deverá
vas). As atividades educativas e preventivas, ao nível coletivo, devem ser garantir-se acesso a escovas e pastas fluoretadas. Além disso, os procedi-
executadas, preferencialmente pelo pessoal auxiliar. O planejamento, mentos coletivos são ações educativo-preventivas realizadas no âmbito das
supervisão e avaliação implicam participação e responsabilidade do CD; unidades de saúde (trabalho da equipe de saúde junto aos grupos de
b) garantir o atendimento de urgência na atenção básica e assegurar idosos, hipertensos, diabéticos, gestantes, adolescentes, saúde mental,
cuidados complementares a esses casos em outras unidades de saúde planejamento familiar e sala de espera), nos domicílios, grupos de rua,
(pronto atendimento, pronto socorro e hospital) de acordo com o Plano escolas, creches, associações, clube de mães ou outros espaços sociais,
Diretor de Regionalização; oferecidos de forma contínua e compreendem:
c) Adequar a disponibilidade de recursos humanos de acordo com o 5.1.1. Fluoretação das águas
fluxo de demanda da realidade local. Entende-se que o acesso à água tratada e fluoretada é fundamental
4.5. Condições de Trabalho: para assegurar a plena utilização da ca- para as condições de saúde da população. Assim, viabilizar políticas públi-
pacidade instalada da rede de serviços, propõe-se o desenvolvimento de cas que garantam a implantação da fluoretação das águas, ampliação do
políticas de suprimento de instrumentos e material de consumo e de con- programa aos municípios com sistemas de tratamento é a forma mais
servação, manutenção e reposição dos equipamentos odontológicos, de abrangente e socialmente justa de acesso ao flúor. Neste sentido, desen-
modo a garantir condições adequadas de trabalho. É indispensável, neste volver ações intersetoriais para ampliar a fluoretação das águas no Brasil é
aspecto, observar estritamente as normas e padrões estabelecidos pelo uma prioridade governamental, garantindo-se continuidade e teores ade-
sistema nacional de vigilância sanitária. quados nos termos da lei 6.050 e normas complementares, com a criação
4.6. Parâmetros: os parâmetros para orientar o processo de trabalho e/ou desenvolvimento de sistemas de vigilância compatíveis. A organização
devem ser discutidos e pactuados entre as coordenações de saúde bucal de tais sistemas compete aos órgãos de gestão do SUS.
(nacional e estaduais; e estaduais e municipais), com o objetivo de garantir 5.1.2. Educação em Saúde
a dignidade no trabalho para profissionais e usuários, a qualidade dos Compreende ações que objetivam a apropriação do conhecimento so-
serviços prestados e observando as normas de biossegurança. bre o processo saúde-doença incluindo fatores de risco e de proteção à
saúde bucal, assim como a possibilitar ao usuário mudar hábitos apoiando-
5. AÇÕES o na conquista de sua autonomia.
O conceito ampliado de saúde, definido no artigo 196 da Constituição A atenção à saúde bucal deve considerar tanto as diferenças sociais
da República deve nortear a mudança progressiva dos serviços, evoluindo quanto às peculiaridades culturais, ao discutir alimentação saudável, manu-
de um modelo assistencial centrado na doença e baseado no atendimento tenção da higiene e autocuidado do corpo, considerando que a boca é
a quem procura, para um modelo de atenção integral à saúde, onde haja a órgão de absorção de nutrientes, expressão de sentimentos e defesa.
incorporação progressiva de ações de promoção e de proteção, ao lado Os conteúdos de educação em saúde bucal devem ser pedagogica-
daquelas propriamente ditas de recuperação. mente trabalhados, preferencialmente de forma integrada com as demais
Para melhor identificar os principais grupos de ações de promoção, de áreas. Poderão ser desenvolvidos na forma de debates, oficinas de saúde,
proteção e de recuperação da saúde a serem desenvolvidas prioritariamen- vídeos, teatro, conversas em grupo, cartazes, folhetos e outros meios.
te, é necessário conhecer as características do perfil epidemiológico da Deve-se observar a lei federal nº 9394/96, que possibilita a estruturação de
população, não só em termos de doenças de maior prevalência, como das conteúdos educativos em saúde no âmbito das escolas, sob uma ótica
condições sócio-econômicas da comunidade, seus hábitos e estilos de vida local, com apoio e participação das equipes das unidades de saúde.
e suas necessidades de saúde — sentidas ou não —, aí incluídas por Estas atividades podem ser desenvolvidas pelo cirurgião-dentista (CD),
extensão a infra-estrutura de serviços disponíveis. técnico em higiene dental (THD), auxiliar de consultório dentário (ACD) e
As ações de saúde bucal devem se inserir n a estratégia planejada pe- agente comunitário de saúde (ACS) especialmente durante as visitas
la equipe de saúde numa inter-relação permanente com as demais ações domiciliares. As escolas, creches, asilos e espaços institucionais são locais
da Unidade de Saúde. preferenciais para este tipo de ação, não excluindo qualquer outro espaço
onde os profissionais de saúde enquanto cuidadores possam exercer
5.1. Ações de Promoção e Proteção de Saúde – esse grupo de ações
atividades que estimulem a reflexão para maior consciência sanitária e
pode ser desenvolvido pelo sistema de saúde, articulado com outras insti-
apropriação da informação necessária ao autocuidado.
tuições governamentais, empresas, associações comunitárias e com a
população e seus órgãos de representação. Tais ações visam à redução de Considerando a importância de que o trabalho do CD não se restrinja
fatores de risco, que constituem ameaça à saúde das pessoas, podendo apenas a sua atuação no âmbito da assistência odontológica, limitando-se
provocar-lhes incapacidades e doenças. Neste grupo situam-se, também, a exclusivamente à clínica, sugere-se cautela no deslocamento freqüente

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deste profissional, para a execução das ações coletivas. Estas devem ser monitorar a evolução da reabilitação, bem como acompanhar e manter a
feitas, preferencialmente, pelo THD, pelo reabilitação no período pós-tratamento. Considerando a complexidade dos
ACD e pelo ACS. Compete ao CD planejá-las, organizá-las, supervisio- problemas que demandam à rede de atenção básica e a necessidade de
ná-las e avaliá-las sendo, em última instância, o responsável técnico- buscar-se continuamente formas de ampliar a oferta e qualidade dos serviços
científico por tais ações. prestados, recomenda-se a organização e desenvolvimento de ações de:
5.1.3. Higiene Bucal Supervisionada 6.1. Prevenção e controle do câncer bucal
A higiene bucal é um componente fundamental da higiene corporal das a) realizar rotineiramente exames preventivos para detecção precoce
pessoas. do câncer bucal, garantindo-se a continuidade da atenção, em todos os
Mas realizá-la adequadamente requer aprendizado. Uma das possibili- níveis de complexidade, mediante negociação e pactuação com represen-
dades para esse aprendizado é o desenvolvimento de atividades de higiene tantes das três esferas de governo.
bucal supervisionada (HBS), pelos serviços de saúde, nos mais diferentes b) oferecer oportunidades de identificação de lesões bucais (busca ati-
espaços sociais. A HBS visa à prevenção da cárie – quando for empregado va) seja em visitas domiciliares ou em momentos de campanhas específi-
dentifrício fluoretado – e da gengivite, através do controle continuado de cas (por exemplo: vacinação de idosos);
placa pelo paciente com supervisão profissional, adequando a higienização c) acompanhar casos suspeitos e confirmados através da definição e,
à motricidade do indivíduo. Recomenda-se cautela na definição de técnicas se necessário, criação de um serviço de referência, garantindo-se o trata-
“corretas” e “erradas”, evitando-se estigmatizações. A HBS deve ser desen- mento e reabilitação.
volvida preferencialmente pelos profissionais auxiliares da equipe de saúde d) estabelecer parcerias para a prevenção, diagnóstico, tratamento e
bucal. Sua finalidade é a busca da autonomia com vistas ao autocuidado. recuperação do câncer bucal com Universidades e outras organizações.
5.1.4. Aplicação Tópica de Flúor 6.2. Implantação e aumento da resolutividade do pronto-atendimento
A aplicação tópica de flúor (ATF) visa à prevenção e controle da cárie, a) organizar o pronto-atendimento de acordo com a realidade local.
através da utilização de produtos fluorados (soluções para bochechos, gel- b) avaliar a situação de risco à saúde bucal na consulta de urgência;
fluoretado e verniz fluoretado), em ações coletivas. c) orientar o usuário para retornar ao serviço e dar continuidade ao tra-
Para instituir a ATF recomenda-se levar em consideração a situação tamento.
epidemiológica (risco) de diferentes grupos populacionais do local onde a 6.3. Inclusão de procedimentos mais complexos na atenção básica
ação será realizada. A utilização de ATF com abrangência universal é Deve-se considerar a possibilidade de, em cada local, inserir na aten-
recomendada para populações nas quais se constate uma ou mais das ção básica procedimentos como pulpotomias, restauração de dentes com
seguintes situações: cavidades complexas ou pequenas fraturas dentárias e a fase clínica da
a) exposição à água de abastecimento sem flúor; instalação de próteses dentárias elementares, bem como tratamento perio-
b) exposição à água de abastecimento contendo naturalmente baixos dontal que não requeira procedimento cirúrgico.
teores de flúor (até 0,54 ppm F); Tais procedimentos contribuem para aumentar o vínculo, ampliar a cre-
c) exposição a flúor na água há menos de 5 anos; dibilidade e o reconhecimento do valor da existência do serviço público
d) CPOD maior que 3 aos 12 anos de idade; odontológico em cada local, aumentando-lhe o impacto e a cobertura.
e) menos de 30% dos indivíduos do grupo são livres de cárie aos 12 6.4. Inclusão da reabilitação protética na atenção básica
anos de idade; Considerar em cada local a possibilidade de inserir na atenção básica
5.2. Ações de Recuperação – esse grupo de ações envolve o diagnós- procedimentos relacionados com a fase clínica da instalação de próteses
tico e o tratamento de doenças. dentárias elementares. Assim será possível avançar na superação do
O diagnóstico deve ser feito o mais precocemente possível, assim co- quadro atual, onde os procedimentos relativos às diferentes próteses dentá-
mo o tratamento deve ser instituído de imediato, de modo a deter a pro- rias estão inseridos nos serviços especializados e, portanto, não são aces-
gressão da doença e impedir o surgimento de eventuais incapacidades e síveis à maioria da população.
danos decorrentes. Por isso, os serviços de saúde, especialmente os do A viabilização dessas possibilidades implica suporte financeiro e técni-
nível primário da assistência, devem buscar o adequado desempenho co específico a ser proporcionado pelo Ministério da Saúde que:
dessas duas ações fundamentais de recuperação da saúde – diagnóstico e a) Contribuir para a instalação de e quipamentos em laboratórios de
tratamento. prótese dentária, de modo a contemplar as diferentes regiões;
Em relação ao diagnóstico, destaca-se a inclusão nas rotinas de assis- b) capacitará Técnicos em Prótese Dentária (TPD) e Auxiliares de Pró-
tência, de métodos que aprimorem a identificação precoce das lesões tese Dentária (APD) da rede SUS, para a implantação desses serviços.
(biópsias e outros exames complementares). 6.5. Ampliação do acesso
A identificação precoce das lesões da mucosa bucal deve ser prioriza- Com o objetivo de superar o modelo biomédico de atenção às doenças,
da, garantindo-se, na rede assistencial, atendimento integral em todos os propõem-se duas formas de inserção transversal da saúde bucal nos
pontos de atenção à saúde, para acompanhamento e encaminhamento diferentes programas integrais de saúde: 1) por linhas de cuidado; e, 2) por
para tratamento nos níveis de maior complexidade. condição de vida. A primeira prevê o reconhecimento de especificidades
O tratamento deve priorizar procedimentos conservadores — entendi- próprias da idade, podendo ser trabalhada como saúde da criança, saúde
dos como todos aqueles executados para manutenção dos elementos do adolescente, saúde do adulto e saúde do idoso. Já a proposta de aten-
dentários — invertendo a lógica que leva à mutilação, hoje predominante ção por condição de vida compreende a saúde da mulher, saúde do traba-
nos serviços públicos. lhador, portadores de necessidades especiais, hipertensos, diabéticos,
Na lista de insumos da farmácia da Saúde da Família serão incluídos dentre outras. Nesse sentido, ações de saúde bucal também estarão incluí-
alguns insumos odontológicos estratégicos, com vistas a superar dificulda- das nos documentos específicos definindo as políticas para a intervenção
des freqüentes para sua aquisição em muitos municípios — inviabilizando governamental segundo as linhas de cuidado ou condição de vida.
muitas vezes a realização de procedimentos elementares da assistência Para os grupos a seguir destacam-se as seguintes orientações:
odontológica e comprometendo a continuidade de ações coletivas (como é 6.5.1. Grupo de 0 a 5 anos: organizar o ingresso de crianças deste
o caso do mercúrio, da limalha de prata, da resina fotopolimerizável, do grupo etário no sistema, no máximo a partir de 6 meses, aproveitando as
ionômero de vidro e, também, das escovas e pastas de dentes, além de campanhas de vacinação, consultas clínicas e atividades em espaços
outros itens adequados à realidade local de produção de serviços odontoló- sociais. Desenvolver atividades em grupo de pais e/ou responsáveis para
gicos básicos). informações, identificação e encaminhamento das crianças de alto risco ou
5.3. Ações de Reabilitação com necessidades para atenção individual, com ampliação de procedimen-
Consistem na recuperação parcial ou total das capacidades perdidas tos, incluindo os de ortopedia funcional dos maxilares e ortodontia preventi-
como resultado da doença e na reintegração do indivíduo ao seu ambiente va. Não se recomenda criar “programas” específicos de saúde bucal para
social e a sua atividade profissional. esse grupo etário, verticalizados e isolados dos demais programas de
6. AMPLIAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA saúde. Ao contrário, é altamente recomendável que ações de saúde bucal
À atenção básica compete assumir a responsabilidade pela detecção das voltadas a esse grupo sejam parte de programas integrais de saúde da
necessidades, providenciar os encaminhamentos requeridos em cada caso e criança e, assim, compartilhadas pela equipe multiprofissional.

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6.5.2. Grupo de crianças e adolescentes (6-18 anos): a atenção deve ser rúrgicos periodontais, endodontias, dentística de maior complexidade, e
adaptada à situação epidemiológica, identificando e encaminhando os grupos procedimentos cirúrgicos compatíveis com esse nível de atenção.
de maior risco para atenção curativa individual. Ressalta-se a necessidade de
organizar fluxos para garantir o atendimento aos adolescentes. 8. A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
6.5.3. Grupo de Gestantes: Considerando que a mãe tem um papel Fundamental à organização da atenção básica do SUS, a estratégia de
fundamental nos padrões de comportamento apreendidos durante a primei- Saúde da Família foi criada em 1994 e normatizada pela Norma Operacio-
ra infância, ações educativo-preventivas com gestantes qualificam sua nal Básica do SUS de 1996 – NOB/SUS-96, que definiu suas formas de
saúde e tornam-se fundamentais para introduzir bons hábitos desde o início financiamento, incluindo-a no Piso da Atenção Básica – PAB. É, pois, uma
da vida da criança. Deve-se realizar ações coletivas e garantir o atendimen- estratégia do SUS, devendo estar em consonância com seus princípios e
to individual. Em trabalho conjunto com a equipe de saúde, a gestante, ao diretrizes. O território e a população adscrita, o trabalho em equipe e a
iniciar o pré-natal, deve ser encaminhada para uma consulta odontológica, intersetorialidade constituem eixos fundamentais de sua concepção, e as
que minimamente inclua os seguintes atos: visitas domiciliares, uma de suas principais estratégias, objetivando ampliar
a) orientação sobre possibilidade de atendimento durante a gestação; o acesso aos serviços e criar vínculos com a população. A compreensão
b) exame de tecidos moles e identificação de risco à saúde bucal; desses aspectos é fundamental para a discussão do processo de trabalho
c) diagnóstico de lesões de cárie e necessidade de tratamento curativo; em saúde, dos processos de gestão, de educação permanente/continuada
d) diagnóstico de gengivite ou doença periodontal crônica e necessida- e de avaliação de serviços.
de de tratamento; Na estratégia de Saúde da Família, a visita domiciliar é um procedi-
e) orientações sobre hábitos alimentares (ingestão de açúcares) e higi- mento rotineiro, preferencialmente realizado pelo ACS. A ampliação e
ene bucal; qualificação das ações de saúde bucal também se fazem através de orga-
f) em nenhuma hipótese a assistência será compulsória, respeitando-se nização de visitas da equipe de saúde bucal às pessoas acamadas ou com
sempre à vontade da gestante, sob pena de gravíssima infração ética. dificuldades de locomoção, visando à identificação dos riscos e propiciando
6.5.4. Grupo de adultos: os adultos, em especial os trabalhadores, têm o acompanhamento e tratamento necessário.
dificuldades no acesso às unidades de saúde nos horários de trabalho Ao apresentar, como característica, uma enorme capilaridade, a estra-
convencionais destes serviços. Estas situações conduzem a um agrava- tégia de saúde da família é socialmente sensível: suas ações colocam
mento dos problemas existentes, transformando-os em urgência e motivo frente a frente profissionais e realidade. São espaços pedagógicos em que
de falta ao trabalho, além das conseqüentes perdas dentárias. Sugere-se a prática é o objeto das ações e onde muitas situações falam por si, permi-
disponibilizar horários de atendimento compatíveis às necessidades de tindo às equipes um aprendizado e uma compreensão absolutamente reais
atenção a este grupo. e novos, a cada vez que ocorrem. São situações onde o fazer se aproxima
Integrar a atenção odontológica aos programas de saúde do trabalha- da realidade de vida das pessoas e possibilitando um espaço privilegiado
dor e segurança no trabalho, viabilizando a detecção dos riscos específicos. para o trabalho com os usuários.
6.5.5. Grupo de idosos: a saúde bucal representa um fator decisivo para Nestas situações é fundamental que se tenha cuidado com as pessoas:
a manutenção de uma boa qualidade de vida. Para garantir o acesso, o suas condições de vida, seus valores e seus h ábitos. Há uma história,
serviço pode organizar grupos de idosos(as)na unidade de saúde e institui- peculiar, envolvendo cada situação. É fundamental ter a consciência das
ções para desenvolver atividades de educação e prevenção. Pode igualmente diferenças sociais e culturais entre profissionais do serviço e usuários.
garantir atendimento clínico individual do idoso(a) evitando as filas e trâmites Diferenças que estão colocadas são reais e perfeitamente sentidas pelos
burocráticos que dificultem o acesso, com reserva de horários e dias específi- interlocutores, seja no atendimento que acontece na unidade de saúde,
cos para o atendimento. Ao planejar ações para este grupo, deve-se levar em seja no momento de uma visita domiciliar.
conta as disposições legais contidas no Estatuto do Idoso. Outro aspecto fundamental desta estratégia diz respeito ao processo
Como elemento estratégico para ampliar o acesso à assistência, suge- de trabalho. Ao colocar para a saúde bucal a proposta de sua inserção em
re-se a aplicação de tecnologias inovadoras que, a exemplo do tratamento uma equipe multiprofissional, além de introduzir o “novo”, afronta valores,
restaurador atraumático (ART) e dos procedimentos periodontais de menor lugares e poderes consolidados pelas práticas dos modelos que o antece-
complexidade, possibilitem abordagens de maior impacto e cobertura. deram. Esta situação traz o desafio de se trabalhar em equipe.
Para a Saúde Bucal esta nova forma de se fazer às ações cotidianas
representa, ao mesmo tempo, um avanço significativo e um grande desafio.
7. AMPLIAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO SECUNDÁRIA E
Um novo espaço de práticas e relações a serem construídas com possibili-
TERCIÁRIA
dades de reorientar o processo de trabalho e a própria inserção da saúde
A assistência odontológica pública no Brasil tem-se restringido quase bucal no âmbito dos serviços de saúde.
que completamente aos serviços básicos — ainda assim, com grande
Vislumbra-se uma possibilidade de aumento de cobertura, de efetivida-
demanda reprimida. Os dados mais recentes indicam que, no âmbito do
de na resposta às demandas da população e de alcance de medidas de
SUS, os serviços odontológicos especializados correspondem a não mais
caráter coletivo. As maiores possibilidades de ganhos situam-se nos cam-
do que 3,5% do total de procedimentos clínicos odontológicos. É evidente a
pos do trabalho em equipe, das r elações com os usuários e da gestão,
baixa capacidade de oferta dos serviços de atenção secundária e terciária
implicando uma nova forma de se produzir o cuidado em saúde bucal.
comprometendo, em conseqüência, o estabelecimento de adequados
sistemas de referência e contra-referência em saúde bucal na quase totali-
dade dos sistemas loco-regionais de saúde. A expansão da rede assisten- POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL
cial de atenção secundária e terciária não acompanhou, no setor odontoló-
gico, o crescimento da oferta de serviços de atenção básica. LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001.
Com a expansão do conceito de atenção básica, e o conseqüente au- Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de trans-
mento da oferta de diversidade de procedimentos, fazem-se necessários, tornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
também, investimentos que propiciem aumentar o acesso aos níveis se- Art. 1o Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno
cundário e terciário de atenção. mental, de que trata esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de
Para fazer frente ao desafio de ampliar e qualificar a oferta de serviços discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção
odontológicos especializados, o Ministério da Saúde contribuirá para a política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de
implantação e/ou melhoria de Centros de Referência de Especialidades gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.
Odontológicas (CREO). Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a
Os CREO serão unidades de referência para as equipes de Saúde Bu- pessoa e seus familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados
cal da atenção básica e, sempre integrados ao processo de planejamento dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo.
loco-regional, ofertarão, de acordo com a realidade epidemiológica de cada Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno men-
região e município, procedimentos clínicos odontológicos complementares tal:
aos realizados na atenção básica. I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo
Entre esses procedimentos incluem-se, dentre outros, tratamentos ci- às suas necessidades;

Conhecimentos Específicos 171 A Opção Certa Para a Sua Realização


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II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de mental aos familiares, ou ao representante legal do paciente, bem como à
beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na autoridade sanitária responsável, no prazo máximo de vinte e quatro horas
família, no trabalho e na comunidade; da data da ocorrência.
III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração; Art. 11. Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos não
IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas; poderão ser realizadas sem o consentimento expresso do paciente, ou de
V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a seu representante legal, e sem a devida comunicação aos conselhos pro-
necessidade ou não de sua hospitalização involuntária; fissionais competentes e ao Conselho Nacional de Saúde.
VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis; Art. 12. O Conselho Nacional de Saúde, no âmbito de sua atuação, cri-
VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença ará comissão nacional para acompanhar a implementação desta Lei.
e de seu tratamento; Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos
possíveis; Política Nacional de Saúde Mental: observações criticas da Associação
IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde Brasileira de Psiquiatria
mental. 1- atende em linhas gerais e formalmente aos documentos internacio-
Art. 3o É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de nais
saúde mental, a assistência e a promoção de ações de saúde aos portado- 2- regida pela LEI 10216 de 06 de abril de 2001, mas se norteia através
res de transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da de diretrizes e portarias ministeriais que atendem às premissas do Projeto
família, a qual será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim de Lei Paulo Delgado
entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde 3- organizada como um projeto psicossocial, tende regularmente a ex-
aos portadores de transtornos mentais. cluir o discurso médico culpabilizando-o pelos desacertos da política anteri-
Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indi- or, ao em vez de trabalhar pela inclusão deste discurso num contexto de
cada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. saúde integral
§ 1o O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção 4- A rede de saúde mental depois de 20 anos de implantação ainda
social do paciente em seu meio. não esta constituída por vários dispositivos assistenciais que possibilitem a
§ 2o O tratamento em regime de internação será estruturado de forma atenção médica e psicossocial aos pacientes com transtornos mentais,
a oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, segundo critérios populacionais
incluindo serviços médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacio- 6- A Proposta de um critério populacional articulado ao de demanda
nais, de lazer, e outros. dos municípios para implantação de serviços de SM, apontado pelo MS
§ 3o É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos ideologiza o parâmetro técnico de planejamento
mentais em instituições com características asilares, ou seja, aquelas 7- O fechamento de leitos para internação psiquiátrica não consideram
desprovidas dos recursos mencionados no § 2o e que não assegurem aos as necessidades clínicas, gravidade e ou complexidade, apesar da insufici-
pacientes os direitos enumerados no parágrafo único do art. 2o. ência de CAPS I, II, III, CAPSad e CAPSI sob o ponto de vista de proporci-
Art. 5o O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se ca- onalidade populacional
racterize situação de grave dependência institucional, decorrente de seu 8- A intenção doutrinária de fechar hospitais psiquiátricos, considera-
quadro clínico ou de ausência de suporte social, será objeto de política dos genericamente asilares, se recusa a considerar as refratariedades
específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida, sob res- terapêuticas, falta de insumos disponíveis, e insuficiência de rede de supor-
ponsabilidade da autoridade sanitária competente e supervisão de instância te social, entre outros, culpando a instituição e não a política assistencial
a ser definida pelo Poder Executivo, assegurada a continuidade do trata- pelo insucesso terapêutico
mento, quando necessário. 9- Não existem leitos psiquiátricos suficientes e disponíveis em Hospi-
Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada mediante lau- tais Gerais, e os Serviços Hospitalares de Referencia estão previstos
do médico circunstanciado que caracterize os seus motivos. somente para Dependentes de Álcool e Drogas (mas também não criados)
Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação 10- Ações de saúde mental na atenção básica não estão implementa-
psiquiátrica: das, e não existem políticas que incentivam a fixação de profissionais de
I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do saúde mental em áreas e ou regiões mais necessitadas
usuário; 11- Os CAPS não atendem as demandas populacionais nem nos gran-
II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do des centros e nas regiões mais desenvolvidas e ricas do país
usuário e a pedido de terceiro; e 12- Os Ambulatórios estão previstos, mas estão sendo impedidos de
III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça. serem criados pelos gestores e quando existem, mesmo para ensino ou
Art. 7o A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a pesquisa são limitados, não entram na lógica de regulação dos CAPS, não
consente, deve assinar, no momento da admissão, uma declaração de que possuem agendamento e fluxo como os demais serviços)
optou por esse regime de tratamento. 13- Estratégias psicossociais produzem um borramento nas diferenças
clinicas e se afastam da exigência de criar programas e protocolos para
Parágrafo único. O término da internação voluntária dar-se-á por solici- abordagem e tratamentos diferenciados dos vários transtornos mentais e
tação escrita do paciente ou por determinação do médico assistente. em atenção a sua especificidade
Art. 8o A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada 14- Insuficiência de programas terapêuticos para tratar a Dependência
por médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - Química, outros transtornos que exigem Protocolos e ou Programas Espe-
CRM do Estado onde se localize o estabelecimento. ciais (ex: Retardo Mental, Autismo, Transtornos Alimentares, Transtornos
Anti-sociais, Transtornos Sexuais, Tratamentos Compulsórios, etc...)
§ 1o A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta
e duas horas, ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo respon- 15- Faltam programas psiquiátricos para populações especiais (infância
sável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse e adolescência, índios, DST AIDS, população carcerária, idosos, população
mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta. de rua, vítimas de catástrofes, etc.)
§ 2o O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escri- 16- Redefinição de critérios para alto-custo (medicações especiais, TC,
ta do familiar, ou responsável legal, ou quando estabelecido pelo especialis- RM, RMF, SPECT, PET, EEG, avaliações NP) e tratamentos biológicos
ta responsável pelo tratamento. (ECT, ETC)
Art. 9o A internação compulsória é determinada, de acordo com a legis- 16- Os programas de reabilitação, quando existem, privilegiam centros
lação vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as condições de de convivência e estimulação para produção de artesanato, sem construir
segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos oficinas protegidas e cooperativas de trabalho, estrutura necessárias e
demais internados e funcionários. preparadas para competir no mercado formal com trabalho e economia
solidários
Art. 10. Evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica grave e
falecimento serão comunicados pela direção do estabelecimento de saúde

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17- Os SRTs não estão implantados em numero suficiente para abrigar 3-propor indicadores comuns para melhorar a comparabilidade dos da-
pacientes que perderam vínculos sociais, nem para funcionar como reta- dos, facilitar o intercâmbio de melhores práticas e a cooperação entre os
guarda para acolhimento de paciente em tratamento que necessitam de Estados-Membros para a promoção da saúde mental
afastamento temporário dos vínculos familiares) 4- que deve ser dada ênfase à prevenção da má saúde mental através
18- Programas de Volta para Casa tem valores insuficiente para custe- de intervenções sociais, incidindo particularmente nos grupos vulneráveis;
ar a efetiva volta para casa, ou mesmo o custo da autonomia salienta que, nos casos em que a prevenção não é suficiente, é necessário
19- A crescente “judicialização” da assistência e a freqüente confusão incentivar e facilitar o acesso ao tratamento médico e que as pessoas com
do MP entre direitos de cidadania e indicações terapêuticas dificultam o problemas de saúde mental deveriam ter pleno acesso à informação sobre
trabalho formas inovadoras de tratamento
5- fazerem o melhor uso possível dos meios comunitários e nacionais
Política Nacional de Saúde Mental: observações criticas da Associação
disponíveis para a promoção das questões de saúde mental e a organiza-
Brasileira de Psiquiatria
ção de programas de sensibilização e formação para todas as pessoas em
Considerando postos chave para promoção do diagnóstico precoce, da intervenção imedi-
1- que a saúde mental e o bem-estar estão no centro da qualidade de ata e da boa gestão dos problemas de saúde mental
vida do indivíduo e da sociedade 6-dar às pessoas que sofrem de problemas de saúde mental acesso à
2- que a prevenção, o diagnóstico precoce, a intervenção e o tratamen- educação, à formação e emprego apropriado, de acordo com os princípios
to das perturbações mentais reduzem significativamente as suas conse- da aprendizagem ao longo da vida, e a assegurar que recebam apoio
qüências pessoais, econômicas e sociais adaptado às suas necessidades
3-que o valor acrescentado da estratégia comunitária em matéria de 7- que é necessária uma programação clara e a longo prazo para a
saúde mental se baseia principalmente no setor da prevenção e da promo- prestação de serviços universais de saúde mental, comunitários e em
ção dos direitos humanos e civis das pessoas afetadas por distúrbios regime de internamento, de elevada qualidade, eficazes e acessíveis bem
mentais como a adoção de critérios de controle por entidades independentes; com
4-que os problemas de saúde mental existem em média em uma em uma melhor cooperação e comunicação entre os profissionais dos cuidados
cada quatro pessoas pelo menos um vez na vida e muitas mais são indire- de saúde primários e os profissionais de saúde mental para a gestão eficaz
tamente afetadas, e ainda que o nível de cuidados de saúde mental varia dos problemas de saúde mental e física, encorajando uma abordagem
consideravelmente entre os vários estados da federação integrada que tenha em conta o perfil completo dos indivíduos sob o ponto
5- que as especificidades dos homens e das mulheres devem ser to- de vista da saúde física e mental 8-Prevenção da depressão e do suicídio e
madas em conta ao abordar a questão da saúde mental da dependência química
6-que o suicídio continua a ser uma causa importante da morte prema- 9-Saúde mental dos jovens e educação
tura e que é antecedido de perturbações mentais, com freqüência de de- 10-Saúde mental no local de trabalho
pressão, e considerando igualmente que a taxa de suicídios e de tentativas 11-Saúde mental dos idosos
de suicídio entre as pessoas encarceradas ou detidas é superior à da 12-Luta contra a estigmatização e a exclusão social
população geral
Rede de atenção psicossocial de acordo com o porte dos municípios:
7- que a elaboração de políticas destinadas a prevenir a depressão e o propostas e realidade
suicídio está intimamente ligada à proteção da dignidade humana
• 20.000 hab. – rede básica com ações de saúde mental
8- que, se a depressão é uma das perturbações mais freqüentes e gra-
• 20.000 a 70.000 hab. - rede básica com ações de SM e CAPS I
ves, em muitos casos é insuficientemente tratada e que existem poucos
programas de prevenção, • 70.000 a 200.000 hab. - rede básica com ações de SM e CAPS II e
CAPSad
9- que ainda há falta de compreensão e de investimento para promover
a saúde mental e a prevenção das perturbações mentais e que falta apoio • Mais de 200.000 hab. - rede básica com ações de SM e CAPS II,
às pessoas com problemas de saúde mental CAPS III, CAPSad e capacitação do SAMU
10- que o custo econômico da falta de investimento na saúde mental
gera ausência sistemática ao trabalho, incapacidade para o trabalho e Como devem ser organizadas as ações de saúde mental na atenção
aposentadoria antecipada e que estes custos estimados costumam ser básica: proposta e realidade
menores que o encargo financeiro com problemas de saúde mental Política • Devem ser organizadas através de núcleos de atenção integral na
Nacional de Saúde Mental: observações criticas da Associação Brasileira saúde da família
de Psiquiatria – Supervisão
11- que as desigualdades socio-económicas agravam os problemas de – Atendimento em conjunto
saúde mental e que as taxas de má saúde mental são mais elevadas nos – Atendimento específico
grupos vulneráveis, e marginalizados tais como os desempregados, os – Capacitação (PSF e ACF)
imigrantes os (ex) prisioneiros, os consumidores de substâncias psicotrópi- • Critérios
cas, as pessoas com deficiência e as pessoas com doenças prolongadas e – Mais de 40.000 hab. – 1 núcleo para 9 a 11 equipes SF
considerando que são necessárias ações de específicas e políticas apropri- – Amazônia (mais de 30.000 hab. ‐1 núcleo para 7 a 9 equipes SF
adas para ajudar à sua integração s inclusão social
– Equipe SM constituída por psicólogo ou psiquiatra, necessariamente,
12- que as pessoas com problemas de saúde mental apresentam um e um terapeuta ocupacional e /ou um assistente social
risco maior em relação à restante população de apresentar uma doença
– Referencia em Serviços de SM
física e que têm menos possibilidades de ser tratados para essa doença
Os Serviços Residenciais Terapêuticos: propostas e realidade
física 13- que se a saúde física e mental são igualmente importantes e
interagem entre si, que a saúde mental permanece com freqüência não • Casas no espaço urbano para responder necessidades de moradia de
diagnosticada ou subestimada e é inadequadamente tratada pessoas com transtornos mentais graves egressas de hospitais psiquiátri-
cos, hospitais de custódia, e tratamento psiquiátrico, que perderam vínculos
Política Nacional de Saúde Mental: propostas ABP
familiares e sociais; moradores de rua com transtornos mentais graves,
Propõe
quando inseridos em projetos terapêuticos acompanhados nos CAPS ou
1- promover a conscientização para a importância da boa saúde men- ambulatórios
tal, em particular entre os profissionais do sector da saúde, bem como
• Ocupação máxima 8 pessoas, três refeições diárias, e com suporte
grupos alvo tais como os pais, os professores, os prestadores de serviços
profissional Programa de Volta para Casa: propostas e realidade
sociais e judiciais, o patronato, os prestadores de cuidados e, principalmen-
• Tem o objetivo de garantir o acompanhamento e a integração social,
te, o público em geral
fora da unidade hospitalar, de pessoas acometidas de transtornos mentais,
2-melhorarem os conhecimentos sobre a saúde mental, bem como so-
com história de longa internação psiquiátrica
bre a sua relação com hábitos de vida saudável, através da adopção de
• Auxílio‐reabilitação no valor de R$ 240,00, pagos ao próprio benefici-
mecanismos de intercâmbio e divulgação de informações claras, facilmente
acessíveis e compreensíveis ário durante um ano, podendo ser renovado, caso necessário

Conhecimentos Específicos 173 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• Pode beneficiária qualquer pessoa que tenha permanecido dois ou c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públi-
mais anos internada ininterruptamente em instituições psiquiátricas ou de cas;
custódia, ou moradores de SRTs d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas
com a proteção à infância e à juventude.
Programas de atenção ao dependente químico (álcool e outras dro- Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma
gas): propostas e realidade de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão,
• Prevê articulação de CAPSad e leitos para internação em hospitais punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus
gerais (para desintoxicação e outros tratamentos) direitos fundamentais.
• Os serviços devem trabalhar com a lógica da redução de dano (base-
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a
ado na realidade de cada caso não na abstinência para todos os casos)
que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres
• Serviços hospitalares de referência para álcool e outras drogas individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente
(SHRad) para municípios acima de 200.000 hab. (fase final de regulamen- como pessoas em desenvolvimento.
tação pelo MS)
– Atendimento urgência/emergência (abstinência e overdose Título II
Dos Direitos Fundamentais
– Redução de internação de alcoolistas e dependentes de outras dro-
Capítulo I
gas em hospitais psiquiátricos
Do Direito à Vida e à Saúde
– Localizados somente em HG e com no máximo 14 leitos
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saú-
de, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o
Atendimento em hospitais psiquiátricos: propostas e realidade
nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas
• Redução contínua e programada de leitos psiquiátricos de existência.
– Garantia de assistência em rede de atenção extra‐hospitalar
Art. 8º É assegurado à gestante, através do Sistema Único de Saúde, o
– Reinserção dos pacientes em no convívio social
atendimento pré e perinatal.
• Pactuar redução de leitos com o prestador, por meio de assinatura de
termo de compromisso § 1º A gestante será encaminhada aos diferentes níveis de atendimen-
to, segundo critérios médicos específicos, obedecendo-se aos princípios de
• Enviar compromisso assinado para o MS e efetivar a alteração do
regionalização e hierarquização do Sistema.
número de leitos junto ao CNES
§ 2º A parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo médico
Programa Permanente de Formação de Recursos Humanos para a Re- que a acompanhou na fase pré-natal.
forma Psiquiátrica § 3º Incumbe ao poder público propiciar apoio alimentar à gestante e à
• MS possui diretrizes para a construção de projetos de formação per- nutriz que dele necessitem.
manente em SM § 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à
• Implementação baseada em pactuação nos Polos de Educação per- gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de
manente de cada loco-região prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal. (Incluído pela
• Fomentar a criação de associações de usuários que possam ser par- Lei nº 12.010, de 2009)
ceiros da ABP na denúncia da desassistência. § 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser também
prestada a gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus
filhos para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
27. ESTATUTOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DO IDOSO Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão
condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
ECA, Lei Federal n.º 8.069/90. submetidas a medida privativa de liberdade.
Estatuto da Criança e do Adolescente. Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de
gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
Título I
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários
Das Disposições Preliminares
individuais, pelo prazo de dezoito anos;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adoles-
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão
cente.
plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;
doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anor-
anos de idade.
malidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcional- aos pais;
mente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamen-
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamen- te as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato;
tais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a perma-
trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as
nência junto à mãe.
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignida- Art. 11. É assegurado atendimento integral à saúde da criança e do
de. adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, garantido o aces-
so universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do
recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei nº 11.185, de 2005)
poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, § 1º A criança e o adolescente portadores de deficiência receberão
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à atendimento especializado.
convivência familiar e comunitária. § 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente àqueles que ne-
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: cessitarem os medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao
tratamento, habilitação ou reabilitação.
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão propor-
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância
cionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou
pública;
responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.

Conhecimentos Específicos 174 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tra- I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à
tamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescen- família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
te serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; (Incluído
localidade, sem prejuízo de outras providências legais. (Redação dada pela pela Lei nº 13.010, de 2014)
Lei nº 13.010, de 2014)
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; (Incluído
Parágrafo único. As gestantes ou mães que manifestem interesse em pela Lei nº 13.010, de 2014)
entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas à
Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistên-
cia médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordina- V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
riamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pe-
para pais, educadores e alunos. lo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais. (Incluído
Parágrafo único. É obrigatória a vacinação das crianças nos casos re- pela Lei nº 13.010, de 2014)
comendados pelas autoridades sanitárias. Capítulo III
Capítulo II Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
Seção I
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade Disposições Gerais
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado
à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegu-
como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constitui- rada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de
ção e nas leis. pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: § 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, res- acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máxi-
salvadas as restrições legais; mo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade judiciária competente,
II - opinião e expressão; com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisci-
plinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração
III - crença e culto religioso; familiar ou colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; previstas no art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; § 2o A permanência da criança e do adolescente em programa de aco-
VI - participar da vida política, na forma da lei; lhimento institucional não se prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo
comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devida-
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
mente fundamentada pela autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade 12.010, de 2009) Vigência
física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preser-
§ 3o A manutenção ou reintegração de criança ou adolescente à sua
vação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e
família terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em
crenças, dos espaços e objetos pessoais.
que será esta incluída em programas de orientação e auxílio, nos termos do
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adoles- parágrafo único do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos
cente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterro- incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
rizante, vexatório ou constrangedor. 2009)
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e § 4o Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou
cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo respon-
como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, sável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade responsável,
pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos independentemente de autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de
agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer 2014)
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluído pela Lei designações discriminatórias relativas à filiação.
nº 13.010, de 2014)
Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em igualdade de
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil,
o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em: assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) à autoridade judiciária competente para a solução da divergência. (Expres-
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) são substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de trata- filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de
mento em relação à criança ou ao adolescente que: (Incluído pela Lei nº cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
13.010, de 2014) Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) suficiente para a perda ou a suspensão do pátrio poder poder familiar.
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 1o Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua família de origem,
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em programas oficiais de
os agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer auxílio. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, § 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destitui-
educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ção do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso,
ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha. (Incluído pela Lei
outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às nº 12.962, de 2014)
seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do
caso: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder familiar serão de-
cretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos

Conhecimentos Específicos 175 A Opção Certa Para a Sua Realização


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na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da
dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela criança ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência governamentais, sem autorização judicial.
Seção II Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida
Da Família Natural excepcional, somente admissível na modalidade de adoção.
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos
pais ou qualquer deles e seus descendentes. Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará com-
promisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela autos.
que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, Subseção II
formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente Da Guarda
convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e
12.010, de 2009) Vigência educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser de-
por testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer ferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção,
que seja a origem da filiação. exceto no de adoção por estrangeiros.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do fi- § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela
lho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes. e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssi- pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para
mo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou a prática de atos determinados.
seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça. § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de depen-
Seção III dente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.
Da Família Substituta
Subseção I § 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da
Disposições Gerais autoridade judiciária competente, ou quando a medida for aplicada em
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tu- preparação para adoção, o deferimento da guarda de criança ou adolescen-
tela ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou te a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim
adolescente, nos termos desta Lei. como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação
específica, a pedido do interessado ou do Ministério Público. (Incluído pela
§ 1o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamen- Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
te ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvol-
vimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, in-
sua opinião devidamente considerada. (Redação dada pela Lei nº 12.010, centivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de
de 2009) criança ou adolescente afastado do convívio familiar. (Redação dada pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário
seu consentimento, colhido em audiência. (Redação dada pela Lei nº § 1o A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhi-
12.010, de 2009) mento familiar terá preferência a seu acolhimento institucional, observado,
em qualquer caso, o caráter temporário e excepcional da medida, nos
§ 3o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentes- termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
co e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as
consequências decorrentes da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 2o Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no
2009) programa de acolhimento familiar poderá receber a criança ou adolescente
mediante guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluí-
§ 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda do pela Lei nº 12.010, de 2009)
da mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de
abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato
solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público.
definitivo dos vínculos fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Subseção III
§ 5o A colocação da criança ou adolescente em família substituta será Da Tutela
precedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior, Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até
realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decreta-
execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. ção da perda ou suspensão do pátrio poder poder familiar e implica neces-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) sariamente o dever de guarda. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
§ 6o Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou provenien- de 2009)
te de comunidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório: (Incluído Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autên-
pela Lei nº 12.010, de 2009) tico, conforme previsto no parágrafo único do art. 1.729 da Lei no 10.406, de
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultu- 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias
ral, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que após a abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle
não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por judicial do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170
esta Lei e pela Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua co- Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados os requi-
munidade ou junto a membros da mesma etnia; (Incluído pela Lei nº sitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo deferida a tutela
12.010, de 2009) à pessoa indicada na disposição de última vontade, se restar comprovado
que a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal respon- melhores condições de assumi-la. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
sável pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indíge- 2009)
nas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24.
que irá acompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Subseção IV
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que Da Adoção
revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o
não ofereça ambiente familiar adequado. disposto nesta Lei.

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§ 1o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve re- com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia
correr apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso
adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do acerca da conveniência do deferimento da medida. (Incluído pela Lei nº
art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009)
§ 2o É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei nº 12.010, Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será
de 2009) inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certi-
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data dão.
do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes. § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem co-
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mes- mo o nome de seus ascendentes.
mos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro origi-
vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. nal do adotado.
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, man- § 3o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartó-
têm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do rio do Registro Civil do Município de sua residência. (Redação dada pela
adotante e os respectivos parentes. Lei nº 12.010, de 2009)
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descenden- § 4o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas
tes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, certidões do registro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
observada a ordem de vocação hereditária. § 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independente- de qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome. (Redação
mente do estado civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. § 6o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é
§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art.
casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilida- 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
de da família. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 7o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6o do art. 42 desta
que o adotando. Lei, caso em que terá força retroativa à data do óbito. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)
§ 4o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros
podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o § 8o O processo relativo à adoção assim como outros a ele relaciona-
regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado dos serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu armazenamento em
na constância do período de convivência e que seja comprovada a existên- microfilme ou por outros meios, garantida a sua conservação para consulta
cia de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da a qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. (Redação dada § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o
pela Lei nº 12.010, de 2009) adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crôni-
§ 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado efetivo ca. (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014)
benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem
previsto no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e
Civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. (Redação
§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também
prolatada a sentença. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens pa- orientação e assistência jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº 12.010,
ra o adotando e fundar-se em motivos legítimos. de 2009)
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio poder poder
alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado. familiar dos pais naturais. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
2009)
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do represen-
tante legal do adotando. Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regi-
onal, um registro de crianças e adolescentes em condições de serem
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou ado- adotados e outro de pessoas interessadas na adoção. (Vide Lei nº 12.010,
lescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do de 2009)
pátrio poder poder familiar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
2009) § 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos ór-
gãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público.
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será
também necessário o seu consentimento. § 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfazer os
requisitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 29.
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a cri-
ança ou adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, observa- § 3o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um perío-
das as peculiaridades do caso. do de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da
Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos
§ 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do
estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo.
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 4o Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § 3o
deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em acolhimento
§ 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da re- familiar ou institucional em condições de serem adotados, a ser realizado sob
alização do estágio de convivência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância
2009) e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de
§ 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado acolhimento e pela execução da política municipal de garantia do direito à
fora do País, o estágio de convivência, cumprido no território nacional, será convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
de, no mínimo, 30 (trinta) dias (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 5o Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de
§ 4o O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interpro- crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pessoas ou
fissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente casais habilitados à adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Conhecimentos Específicos 177 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora § 2o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estran-
do País, que somente serão consultados na inexistência de postulantes geiros, nos casos de adoção internacional de criança ou adolescente brasi-
nacionais habilitados nos cadastros mencionados no § 5o deste artigo. leiro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 3o A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades
§ 7o As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção terão Centrais Estaduais e Federal em matéria de adoção internacional. (Reda-
acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de informações e a ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cooperação mútua, para melhoria do sistema. (Incluído pela Lei nº 12.010, Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento previsto nos
de 2009) arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adaptações: (Redação dada
§ 8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em condições de I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou
serem adotados que não tiveram colocação familiar na comarca de origem, adolescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação à adoção
e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à adoção nos perante a Autoridade Central em matéria de adoção internacional no país
cadastros estadual e nacional referidos no § 5o deste artigo, sob pena de de acolhida, assim entendido aquele onde está situada sua residência
responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência habitual; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manutenção e II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os soli-
correta alimentação dos cadastros, com posterior comunicação à Autorida- citantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um relatório que
de Central Federal Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) contenha informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequa-
§ 10. A adoção internacional somente será deferida se, após consulta ção dos solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica,
ao cadastro de pessoas ou casais habilitados à adoção, mantido pela seu meio social, os motivos que os animam e sua aptidão para assumir
Justiça da Infância e da Juventude na comarca, bem como aos cadastros uma adoção internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
estadual e nacional referidos no § 5o deste artigo, não for encontrado inte- III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Au-
ressado com residência permanente no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, toridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal
de 2009) Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua IV - o relatório será instruído com toda a documentação necessária,
adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e recomendável, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipe interprofissional habili-
será colocado sob guarda de família cadastrada em programa de acolhi- tada e cópia autenticada da legislação pertinente, acompanhada da respec-
mento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) tiva prova de vigência; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postu- V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenti-
lantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público. (Incluído pela Lei cados pela autoridade consular, observados os tratados e convenções
nº 12.010, de 2009) internacionais, e acompanhados da respectiva tradução, por tradutor públi-
co juramentado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato do-
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar
miciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta Lei quan-
complementação sobre o estudo psicossocial do postulante estrangeiro à
do: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
adoção, já realizado no país de acolhida; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela Lei nº 12.010, 2009)
de 2009) VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadu-
II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente man- al, a compatibilidade da legislação estrangeira com a nacional, além do
tenha vínculos de afinidade e afetividade; (Incluído pela Lei nº 12.010, de preenchimento por parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos
2009) e subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de crian- Lei como da legislação do país de acolhida, será expedido laudo de habili-
ça maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de tação à adoção internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um)
convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não ano; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a
nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) formalizar pedido de adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude do
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá local em que se encontra a criança ou adolescente, conforme indicação
comprovar, no curso do procedimento, que preenche os requisitos necessá- efetuada pela Autoridade Central Estadual. (Incluída pela Lei nº 12.010, de
rios à adoção, conforme previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
2009) § 1o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, admite-se
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual a pessoa ou que os pedidos de habilitação à adoção internacional sejam intermediados
casal postulante é residente ou domiciliado fora do Brasil, conforme previsto por organismos credenciados. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
no Artigo 2 da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à § 2o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o credenciamen-
Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacio- to de organismos nacionais e estrangeiros encarregados de intermediar
nal, aprovada pelo Decreto Legislativo no 1, de 14 de janeiro de 1999, e pedidos de habilitação à adoção internacional, com posterior comunicação
promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21 de junho de 1999. (Redação dada às Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de
pela Lei nº 12.010, de 2009) imprensa e em sítio próprio da internet. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 1o A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou 2009)
domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar comprovado: (Reda- § 3o Somente será admissível o credenciamento de organismos que:
ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - que a colocação em família substituta é a solução adequada ao ca- I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de Haia e es-
so concreto; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tejam devidamente credenciados pela Autoridade Central do país onde
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da cri- estiverem sediados e no país de acolhida do adotando para atuar em
ança ou adolescente em família substituta brasileira, após consulta aos adoção internacional no Brasil; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
cadastros mencionados no art. 50 desta Lei; (Incluída pela Lei nº 12.010, de II - satisfizerem as condições de integridade moral, competência pro-
2009) Vigência fissional, experiência e responsabilidade exigidas pelos países respectivos
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consulta- e pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
do, por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se 2009) Vigência
encontra preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação e expe-
interprofissional, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei. riência para atuar na área de adoção internacional; (Incluída pela Lei nº
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
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IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídico brasi- § 14. É vedado o contato direto de representantes de organismos de
leiro e pelas normas estabelecidas pela Autoridade Central Federal Brasilei- adoção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de programas de aco-
ra. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência lhimento institucional ou familiar, assim como com crianças e adolescentes
§ 4o Os organismos credenciados deverão ainda: (Incluído pela Lei nº em condições de serem adotados, sem a devida autorização judicial. (Inclu-
12.010, de 2009) Vigência ído pela Lei nº 12.010, de 2009)
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e dentro § 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou suspen-
dos limites fixados pelas autoridades competentes do país onde estiverem der a concessão de novos credenciamentos sempre que julgar necessário,
sediados, do país de acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira; mediante ato administrativo fundamentado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2009)
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de reco- Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descredencia-
nhecida idoneidade moral, com comprovada formação ou experiência para mento, o repasse de recursos provenientes de organismos estrangeiros
atuar na área de adoção internacional, cadastradas pelo Departamento de encarregados de intermediar pedidos de adoção internacional a organismos
Polícia Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal Brasileira, nacionais ou a pessoas físicas. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
mediante publicação de portaria do órgão federal competente; (Incluída Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser efetuados
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência via Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e estarão sujeitos às
III - estar submetidos à supervisão das autoridades competentes do deliberações do respectivo Conselho de Direitos da Criança e do Adoles-
país onde estiverem sediados e no país de acolhida, inclusive quanto à sua cente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
composição, funcionamento e situação financeira; (Incluída pela Lei nº Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em país ratifi-
12.010, de 2009) Vigência cante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção tenha sido proces-
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada ano, re- sado em conformidade com a legislação vigente no país de residência e
latório geral das atividades desenvolvidas, bem como relatório de acompa- atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, será
nhamento das adoções internacionais efetuadas no período, cuja cópia automaticamente recepcionada com o reingresso no Brasil. (Incluído pela
será encaminhada ao Departamento de Polícia Federal; (Incluída pela Lei Lei nº 12.010, de 2009)
nº 12.010, de 2009) Vigência § 1o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade Central 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser homologada pelo Superi-
Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira, pelo or Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será mantido até a § 2o O pretendente brasileiro residente no exterior em país não ratifi-
juntada de cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do cante da Convenção de Haia, uma vez reingressado no Brasil, deverá
país de acolhida para o adotado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) requerer a homologação da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de
VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os adotantes en- Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
caminhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia da certidão de Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de
registro de nascimento estrangeira e do certificado de nacionalidade tão acolhida, a decisão da autoridade competente do país de origem da criança
logo lhes sejam concedidos. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ou do adolescente será conhecida pela Autoridade Central Estadual que
§ 5o A não apresentação dos relatórios referidos no § 4o deste artigo tiver processado o pedido de habilitação dos pais adotivos, que comunicará
pelo organismo credenciado poderá acarretar a suspensão de seu creden- o fato à Autoridade Central Federal e determinará as providências necessá-
ciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência rias à expedição do Certificado de Naturalização Provisório. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009)
§ 6o O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro encarre-
gado de intermediar pedidos de adoção internacional terá validade de 2 § 1o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, so-
(dois) anos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mente deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão se restar demons-
trado que a adoção é manifestamente contrária à ordem pública ou não
§ 7o A renovação do credenciamento poderá ser concedida mediante atende ao interesse superior da criança ou do adolescente. (Incluído pela
requerimento protocolado na Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 Lei nº 12.010, de 2009)
(sessenta) dias anteriores ao término do respectivo prazo de validade.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1o
deste artigo, o Ministério Público deverá imediatamente requerer o que for
§ 8o Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção de direito para resguardar os interesses da criança ou do adolescente,
internacional, não será permitida a saída do adotando do território nacional. comunicando-se as providências à Autoridade Central Estadual, que fará a
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade Central
§ 9o Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária determi- do país de origem. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
nará a expedição de alvará com autorização de viagem, bem como para Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de
obtenção de passaporte, constando, obrigatoriamente, as características da acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país de origem porque a
criança ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de,
traços peculiares, assim como foto recente e a aposição da impressão mesmo com decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que
digital do seu polegar direito, instruindo o documento com cópia autenticada não tenha aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as
da decisão e certidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº 12.010, regras da adoção nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
de 2009)
Capítulo IV
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qualquer mo-
mento, solicitar informações sobre a situação das crianças e adolescentes Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer
adotados (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos credenciados, pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidada-
que sejam considerados abusivos pela Autoridade Central Federal Brasilei- nia e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
ra e que não estejam devidamente comprovados, é causa de seu descre- I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
denciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) II - direito de ser respeitado por seus educadores;
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser representa- III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às ins-
dos por mais de uma entidade credenciada para atuar na cooperação em tâncias escolares superiores;
adoção internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado fora do
Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser renovada. (Incluído V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
pela Lei nº 12.010, de 2009)

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Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do pro- Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho
cesso pedagógico, bem como participar da definição das propostas educa- protegido.
cionais. Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a não-governamental, é vedado trabalho:
ele não tiveram acesso na idade própria; I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino horas do dia seguinte;
médio; II - perigoso, insalubre ou penoso;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiên- III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvol-
cia, preferencialmente na rede regular de ensino; vimento físico, psíquico, moral e social;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à es-
anos de idade; cola.
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da cria- Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo,
ção artística, segundo a capacidade de cada um; sob responsabilidade de entidade governamental ou não-governamental
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do ado- sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe
lescente trabalhador; condições de capacitação para o exercício de atividade regular remunera-
da.
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suple-
mentares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência § 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as
à saúde. exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do
educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjeti-
vo. § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado
ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou caráter educativo.
sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente.
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fun- trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros:
damental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela
freqüência à escola. I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus fi- II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.
lhos ou pupilos na rede regular de ensino. Título III
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental co- Da Prevenção
municarão ao Conselho Tutelar os casos de: Capítulo I
I - maus-tratos envolvendo seus alunos; Disposições Gerais
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação
recursos escolares; dos direitos da criança e do adolescente.
III - elevados níveis de repetência. Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deve-
rão atuar de forma articulada na elaboração de políticas públicas e na
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de trata-
propostas relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e mento cruel ou degradante e difundir formas não violentas de educação de
avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do crianças e de adolescentes, tendo como principais ações: (Incluído pela Lei
ensino fundamental obrigatório. nº 13.010, de 2014)
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulga-
artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescen- ção do direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados
te, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e dos
cultura. instrumentos de proteção aos direitos humanos; (Incluído pela Lei nº
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão 13.010, de 2014)
e facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações cultu- II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Públi-
rais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude. co e da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar, com os Conselhos de
Capítulo V Direitos da Criança e do Adolescente e com as entidades não governamen-
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho tais que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do
adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de
idade, salvo na condição de aprendiz. III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde,
educação e assistência social e dos demais agentes que atuam na promo-
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legis-
ção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente para o
lação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
desenvolvimento das competências necessárias à prevenção, à identifica-
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ção de evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as formas
ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em de violência contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010,
vigor. de 2014)
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes prin- IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos
cípios: que envolvam violência contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular; nº 13.010, de 2014)
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente; V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os
III - horário especial para o exercício das atividades. direitos da criança e do adolescente, desde a atenção pré-natal, e de
atividades junto aos pais e responsáveis com o objetivo de promover a
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa informação, a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso de
de aprendizagem. castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no processo educativo;
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegu- (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
rados os direitos trabalhistas e previdenciários.

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VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os
ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados nas famílias valores éticos e sociais da pessoa e da família.
em situação de violência, com participação de profissionais de saúde, de Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comerci-
assistência social e de educação e de órgãos de promoção, proteção e almente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, assim entendi-
defesa dos direitos da criança e do adolescente. (Incluído pela Lei nº das as que realizem apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que
13.010, de 2014) não seja permitida a entrada e a permanência de crianças e adolescentes
Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com defici- no local, afixando aviso para orientação do público.
ência terão prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de Seção II
prevenção e proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Dos Produtos e Serviços
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas a
que se refere o art. 71, dentre outras, devem contar, em seus quadros, com Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
pessoas capacitadas a reconhecer e comunicar ao Conselho Tutelar sus- I - armas, munições e explosivos;
peitas ou casos de maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes. II - bebidas alcoólicas;
(Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comunicação de psíquica ainda que por utilização indevida;
que trata este artigo, as pessoas encarregadas, por razão de cargo, função,
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu re-
ofício, ministério, profissão ou ocupação, do cuidado, assistência ou guarda
duzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em
de crianças e adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o injustificado
caso de utilização indevida;
retardamento ou omissão, culposos ou dolosos. (Incluído pela Lei nº
13.046, de 2014) V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, la- VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
zer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel,
sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção acompanhado pelos pais ou responsável.
especial outras decorrentes dos princípios por ela adotados. Seção III
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em res- Da Autorização para Viajar
ponsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos desta Lei. Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde re-
Capítulo II side, desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autorização
Da Prevenção Especial judicial.
Seção I § 1º A autorização não será exigida quando:
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na
mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana;
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as di-
versões e espetáculos públicos, informando sobre a natureza deles, as b) a criança estiver acompanhada:
faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua 1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado
apresentação se mostre inadequada. documentalmente o parentesco;
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públi- 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou res-
cos deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de ponsável.
exibição, informação destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável,
etária especificada no certificado de classificação. conceder autorização válida por dois anos.
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espe- Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dis-
táculos públicos classificados como adequados à sua faixa etária. pensável, se a criança ou adolescente:
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando
acompanhadas dos pais ou responsável. II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pe-
lo outro através de documento com firma reconhecida.
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário
recomendado para o público infanto juvenil, programas com finalidades Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança
educativas, artísticas, culturais e informativas. ou adolescente nascido em território nacional poderá sair do País em
companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado
sem aviso de sua classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou Parte Especial
exibição. Título I
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empre- Da Política de Atendimento
sas que explorem a venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo Capítulo I
cuidarão para que não haja venda ou locação em desacordo com a classifi-
Disposições Gerais
cação atribuída pelo órgão competente.
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adoles-
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no in-
cente far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamentais
vólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa etária a que se
e não-governamentais, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
destinam.
municípios.
Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou ina-
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
dequado a crianças e adolescentes deverão ser comercializadas em emba-
lagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo. I - políticas sociais básicas;
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que conte- II - políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo,
nham mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegidas com emba- para aqueles que deles necessitem;
lagem opaca. III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicosso-
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil cial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e
não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios opressão;

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IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável, crian- suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autori-
ças e adolescentes desaparecidos; dade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da cri- § 2o Os recursos destinados à implementação e manutenção dos pro-
ança e do adolescente. gramas relacionados neste artigo serão previstos nas dotações orçamentá-
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período rias dos órgãos públicos encarregados das áreas de Educação, Saúde e
de afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito Assistência Social, dentre outros, observando-se o princípio da prioridade
à convivência familiar de crianças e adolescentes; (Incluído pela Lei nº absoluta à criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da
12.010, de 2009) Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4o desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de
crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, especi- § 3o Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Mu-
ficamente inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com neces- nicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2
sidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. (dois) anos, constituindo-se critérios para renovação da autorização de
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) funcionamento: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às re-
soluções relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos
I - municipalização do atendimento; Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis;
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e controladores das II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas pelo
ações em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça da Infância e da
meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
municipais;
III - em se tratando de programas de acolhimento institucional ou fami-
III - criação e manutenção de programas específicos, observada a des- liar, serão considerados os índices de sucesso na reintegração familiar ou
centralização político-administrativa; de adaptação à família substituta, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados 12.010, de 2009)
aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do adolescente; Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão funcionar
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, depois de registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social, preferencialmente em Adolescente, o qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autori-
um mesmo local, para efeito de agilização do atendimento inicial a adoles- dade judiciária da respectiva localidade.
cente a quem se atribua autoria de ato infracional; § 1o Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei nº
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, 12.010, de 2009)
Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução das políticas a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habita-
sociais básicas e de assistência social, para efeito de agilização do atendi- bilidade, higiene, salubridade e segurança;
mento de crianças e de adolescentes inseridos em programas de acolhi-
mento familiar ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta
família de origem ou, se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, Lei;
sua colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previs- c) esteja irregularmente constituída;
tas no art. 28 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável participação e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deliberações
dos diversos segmentos da sociedade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conse-
2009) lhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis. (Incluída
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos es- pela Lei nº 12.010, de 2009)
taduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente é considerada § 2o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao
de interesse público relevante e não será remunerada. Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, periodica-
Capítulo II mente, reavaliar o cabimento de sua renovação, observado o disposto no §
Das Entidades de Atendimento 1o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Seção I Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhimento fa-
Disposições Gerais miliar ou institucional deverão adotar os seguintes princípios: (Redação
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manuten- dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
ção das próprias unidades, assim como pelo planejamento e execução de I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração fa-
programas de proteção e sócio-educativos destinados a crianças e adoles- miliar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
centes, em regime de: II - integração em família substituta, quando esgotados os recursos de
I - orientação e apoio sócio-familiar; manutenção na família natural ou extensa; (Redação dada pela Lei nº
II - apoio sócio-educativo em meio aberto; 12.010, de 2009)
III - colocação familiar; III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;
2009) V - não desmembramento de grupos de irmãos;
V - prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela Lei nº VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades
12.594, de 2012) de crianças e adolescentes abrigados;
VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) VII - participação na vida da comunidade local;
VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) VIII - preparação gradativa para o desligamento;
VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) IX - participação de pessoas da comunidade no processo educativo.
§ 1o As entidades governamentais e não governamentais deverão pro- § 1o O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento
ceder à inscrição de seus programas, especificando os regimes de atendi- institucional é equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito.
mento, na forma definida neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de § 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de aco-
lhimento familiar ou institucional remeterão à autoridade judiciária, no

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máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado acerca da situação XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situ-
de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para fins da reavali- ação processual;
ação prevista no § 1o do art. 19 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de ado-
2009) lescentes portadores de moléstias infecto-contagiosas;
§ 3o Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Ju- XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescen-
diciário, promoverão conjuntamente a permanente qualificação dos profissi- tes;
onais que atuam direta ou indiretamente em programas de acolhimento
institucional e destinados à colocação familiar de crianças e adolescentes, XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de
incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho egressos;
Tutelar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da cidada-
§ 4o Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária compe- nia àqueles que não os tiverem;
tente, as entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou XX - manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias
institucional, se necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou responsável, parentes,
de assistência social, estimularão o contato da criança ou adolescente com endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua formação, relação de
seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do seus pertences e demais dados que possibilitem sua identificação e a
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) individualização do atendimento.
§ 5o As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar § 1o Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste artigo
ou institucional somente poderão receber recursos públicos se comprovado às entidades que mantêm programas de acolhimento institucional e familiar.
o atendimento dos princípios, exigências e finalidades desta Lei. (Incluído (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) § 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as entida-
§ 6o O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente de en- des utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade.
tidade que desenvolva programas de acolhimento familiar ou institucional é Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou recep-
causa de sua destituição, sem prejuízo da apuração de sua responsabilida- cionem crianças e adolescentes, ainda que em caráter temporário, devem
de administrativa, civil e criminal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) ter, em seus quadros, profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao
Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento institu- Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-tratos. (Incluído pela
cional poderão, em caráter excepcional e de urgência, acolher crianças e Lei nº 13.046, de 2014)
adolescentes sem prévia determinação da autoridade competente, fazendo Seção II
comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e
Da Fiscalização das Entidades
da Juventude, sob pena de responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais referidas
no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ou-
Conselhos Tutelares.
vido o Ministério Público e se necessário com o apoio do Conselho Tutelar
local, tomará as medidas necessárias para promover a imediata reintegra- Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apre-
ção familiar da criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for sentados ao estado ou ao município, conforme a origem das dotações
isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de orçamentárias.
acolhimento familiar, institucional ou a família substituta, observado o Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que des-
disposto no § 2o do art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) cumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilida-
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm de civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:
as seguintes obrigações, entre outras: I - às entidades governamentais:
I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescen- a) advertência;
tes; b) afastamento provisório de seus dirigentes;
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
na decisão de internação;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e gru-
pos reduzidos; II - às entidades não-governamentais:
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade a) advertência;
ao adolescente; b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
vínculos familiares; d) cassação do registro.
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em § 1o Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de aten-
que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vínculos familiares; dimento, que coloquem em risco os direitos assegurados nesta Lei, deverá
VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabi- ser o fato comunicado ao Ministério Público ou representado perante auto-
lidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene ridade judiciária competente para as providências cabíveis, inclusive sus-
pessoal; pensão das atividades ou dissolução da entidade. (Redação dada pela Lei
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa nº 12.010, de 2009) Vigência
etária dos adolescentes atendidos; § 2o As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não go-
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farma- vernamentais responderão pelos danos que seus agentes causarem às
cêuticos; crianças e aos adolescentes, caracterizado o descumprimento dos princí-
pios norteadores das atividades de proteção específica. (Redação dada
X - propiciar escolarização e profissionalização; pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer; Título II
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo Das Medidas de Proteção
com suas crenças; Capítulo I
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso; Disposições Gerais
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicá-
seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade competente; veis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou
violados:

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I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a auto-
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; ridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
III - em razão de sua conduta. I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de res-
ponsabilidade;
Capítulo II
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
Das Medidas Específicas de Proteção
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas iso- ensino fundamental;
lada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessi- criança e ao adolescente;
dades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos
vínculos familiares e comunitários. V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em
regime hospitalar ou ambulatorial;
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das
medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação
e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: cri-
anças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos nesta e em VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
outras Leis, bem como na Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são titulares; (Incluí- 2009) Vigência
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efe- provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reinte-
tivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e gração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família
pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta expressamente ressal- substituta, não implicando privação de liberdade. (Incluído pela Lei nº
vados, é de responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de 12.010, de 2009) Vigência
governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilida- § 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção
de da execução de programas por entidades não governamentais; (Incluído de vítimas de violência ou abuso sexual e das providências a que alude o
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente do convívio
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na
atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adoles- deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo
cente, sem prejuízo da consideração que for devida a outros interesses interesse, de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos
legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso con- pais ou ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa.
creto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do § 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às
adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à ima- instituições que executam programas de acolhimento institucional, gover-
gem e reserva da sua vida privada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) namentais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros:
deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida; (Incluído (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusiva- responsável, se conhecidos; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
mente pelas autoridades e instituições cuja ação seja indispensável à II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos
efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente; de referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a neces- sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
sária e adequada à situação de perigo em que a criança ou o adolescente IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar.
se encontram no momento em que a decisão é tomada; (Incluído pela Lei (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente,
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de a entidade responsável pelo programa de acolhimento institucional ou
modo que os pais assumam os seus deveres para com a criança e o ado- familiar elaborará um plano individual de atendimento, visando à reintegra-
lescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ção familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da contrário de autoridade judiciária competente, caso em que também deverá
criança e do adolescente deve ser dada prevalência às medidas que os contemplar sua colocação em família substituta, observadas as regras e
mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isto não princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
for possível, que promovam a sua integração em família substituta; (Incluí- § 5o O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equi-
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pe técnica do respectivo programa de atendimento e levará em considera-
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respei- ção a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do res-
tado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus ponsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pais ou responsável devem ser informados dos seus direitos, dos motivos § 6o Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluído pela Lei nº
que determinaram a intervenção e da forma como esta se processa; (Inclu- 12.010, de 2009) Vigência
ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela Lei nº
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em 12.010, de 2009) Vigência
separado ou na companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si
indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e (Incluído
e a participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou
judiciária competente, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável, com vista na
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e fundamen-
tada determinação judicial, as providências a serem tomadas para sua

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colocação em família substituta, sob direta supervisão da autoridade judici- Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a ida-
ária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de do adolescente à data do fato.
§ 7o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais pró- Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as
ximo à residência dos pais ou do responsável e, como parte do processo de medidas previstas no art. 101.
reintegração familiar, sempre que identificada a necessidade, a família de Capítulo II
origem será incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de
promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato com a criança ou Dos Direitos Individuais
com o adolescente acolhido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em
§ 8o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autori-
pelo programa de acolhimento familiar ou institucional fará imediata comu- dade judiciária competente.
nicação à autoridade judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos respon-
prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei nº sáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos.
12.010, de 2009) Vigência Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se en-
§ 9o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da crian- contra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária
ça ou do adolescente à família de origem, após seu encaminhamento a competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
programas oficiais ou comunitários de orientação, apoio e promoção social, Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabi-
será enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a lidade, a possibilidade de liberação imediata.
descrição pormenorizada das providências tomadas e a expressa reco-
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo
mendação, subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela
prazo máximo de quarenta e cinco dias.
execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar,
para a destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda. Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade
imperiosa da medida.
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 30 (trin-
ta) dias para o ingresso com a ação de destituição do poder familiar, salvo Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a
se entender necessária a realização de estudos complementares ou outras identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais,
providências que entender indispensáveis ao ajuizamento da demanda. salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Capítulo III
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regio- Das Garantias Processuais
nal, um cadastro contendo informações atualizadas sobre as crianças e Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o de-
adolescentes em regime de acolhimento familiar e institucional sob sua vido processo legal.
responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a situação Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes
jurídica de cada um, bem como as providências tomadas para sua reinte- garantias:
gração familiar ou colocação em família substituta, em qualquer das moda-
lidades previstas no art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, medi-
ante citação ou meio equivalente;
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tute-
lar, o órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos Municipais dos II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com víti-
Direitos da Criança e do Adolescente e da Assistência Social, aos quais mas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
incumbe deliberar sobre a implementação de políticas públicas que permi- III - defesa técnica por advogado;
tam reduzir o número de crianças e adolescentes afastados do convívio IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma
familiar e abreviar o período de permanência em programa de acolhimen- da lei;
to.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em
acompanhadas da regularização do registro civil. (Vide Lei nº 12.010, de
qualquer fase do procedimento.
2009) Vigência
Capítulo IV
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nasci-
Das Medidas Sócio-Educativas
mento da criança ou adolescente será feito à vista dos elementos disponí-
Seção I
veis, mediante requisição da autoridade judiciária.
Disposições Gerais
§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que trata
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competen-
este artigo são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de
te poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
absoluta prioridade.
I - advertência;
§ 3o Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedi-
mento específico destinado à sua averiguação, conforme previsto pela Lei II - obrigação de reparar o dano;
no 8.560, de 29 de dezembro de 1992. (Incluído pela Lei nº 12.010, de III - prestação de serviços à comunidade;
2009) Vigência IV - liberdade assistida;
§ 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é dispensável o ajui- V - inserção em regime de semi-liberdade;
zamento de ação de investigação de paternidade pelo Ministério Público se,
após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a VI - internação em estabelecimento educacional;
paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção. (Inclu- VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capaci-
Título III dade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração.
Da Prática de Ato Infracional § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a presta-
Capítulo I ção de trabalho forçado.
Disposições Gerais § 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental re-
ceberão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou condições.
contravenção penal.
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos,
sujeitos às medidas previstas nesta Lei. Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art.
112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria e da materiali-
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dade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. § 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manu-
127. tenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver seis meses.
prova da materialidade e indícios suficientes da autoria. § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a
Seção II três anos.
Da Advertência § 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será re- deverá ser liberado, colocado em regime de semi-liberdade ou de liberdade
duzida a termo e assinada. assistida.
Seção III
Da Obrigação de Reparar o Dano § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a § 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autoriza-
autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a ção judicial, ouvido o Ministério Público.
coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o § 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser revista a
prejuízo da vítima. qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá 2012)
ser substituída por outra adequada. Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
Seção IV I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou vio-
Da Prestação de Serviços à Comunidade lência a pessoa;
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis
meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabe- III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anterior-
lecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou gover- mente imposta.
namentais. § 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada judicialmente
adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)
semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra
não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho. medida adequada.
Seção V Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para
Da Liberdade Assistida adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da
medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o infração.
adolescente. Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória,
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o ca- serão obrigatórias atividades pedagógicas.
so, a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendi- Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre ou-
mento. tros, os seguintes:
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Pú-
podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por blico;
outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor. II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autori- III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
dade competente, a realização dos seguintes encargos, entre outros:
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes
orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitá- V - ser tratado com respeito e dignidade;
rio de auxílio e assistência social; VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais pró-
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adoles- xima ao domicílio de seus pais ou responsável;
cente, promovendo, inclusive, sua matrícula; VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
sua inserção no mercado de trabalho; IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;
IV - apresentar relatório do caso. X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubri-
Seção VI dade;
Do Regime de Semi-liberdade XI - receber escolarização e profissionalização;
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
início, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
realização de atividades externas, independentemente de autorização
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que
judicial.
assim o deseje;
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo,
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro
sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade.
para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porventura depositados
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que em poder da entidade;
couber, as disposições relativas à internação.
XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais
Seção VII indispensáveis à vida em sociedade.
Da Internação § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita § 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita,
aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculi- inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de
ar de pessoa em desenvolvimento. sua prejudicialidade aos interesses do adolescente.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos
equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em con- internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segu-
trário. rança.
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Capítulo V I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
Da Remissão II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de valor da remuneração mensal; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
ato infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder a III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstân-
cias e conseqüências do fato, ao contexto social, bem como à personalida- IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
de do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional. V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pe- Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distri-
la autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo. to Federal previsão dos recursos necessários ao funcionamento do Conse-
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou lho Tutelar e à remuneração e formação continuada dos conselheiros
comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de antece- tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
dentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medi- Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá servi-
das previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e a ço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral. (Reda-
internação. ção dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista Capítulo II
judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente Das Atribuições do Conselho
ou de seu representante legal, ou do Ministério Público.
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
Título IV
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts.
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII;
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à
previstas no art. 129, I a VII;
família;
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
tratamento a alcoólatras e toxicômanos; a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; social, previdência, trabalho e segurança;
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumpri-
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua fre- mento injustificado de suas deliberações.
qüência e aproveitamento escolar; IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua in-
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento fração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;
especializado;
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
VII - advertência;
VIII - perda da guarda; VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, den-
tre as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato
IX - destituição da tutela;
infracional;
X - suspensão ou destituição do pátrio poder poder familiar. (Expressão
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VII - expedir notificações;
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou ado-
deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24. lescente quando necessário;
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso se- IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta or-
xual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá çamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança
determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia e do adolescente;
comum. X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisó- direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;
ria dos alimentos de que necessitem a criança ou o adolescente dependen-
tes do agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de 2011) XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda
ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de
Título V manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural. (Redação
Do Conselho Tutelar dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Capítulo I XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais,
Disposições Gerais ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas de
maus-tratos em crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não ju- 2014)
risdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos
direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei. Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tu-
telar entender necessário o afastamento do convívio familiar, comunicará
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distri- incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre
to Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão inte- os motivos de tal entendimento e as providências tomadas para a orienta-
grante da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros, ção, o apoio e a promoção social da família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 2009) Vigência
1 (uma) recondução, mediante novo processo de escolha. (Redação dada
pela Lei nº 12.696, de 2012) Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revis-
tas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exi-
gidos os seguintes requisitos: Capítulo III
Da Competência
I - reconhecida idoneidade moral;
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência cons-
II - idade superior a vinte e um anos; tante do art. 147.
III - residir no município. Capítulo IV
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de Da Escolha dos Conselheiros
funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar
respectivos membros, aos quais é assegurado o direito a: (Redação dada será estabelecido em lei municipal e realizado sob a responsabilidade do
pela Lei nº 12.696, de 2012)

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Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscaliza- I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
ção do Ministério Público. (Redação dada pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991) II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos
§ 1o O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá pais ou responsável.
em data unificada em todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos, no § 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lu-
primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição gar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e
presidencial. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) prevenção.
§ 2o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro § 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade com-
do ano subsequente ao processo de escolha. (Incluído pela Lei nº 12.696, petente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a
de 2012) entidade que abrigar a criança ou adolescente.
§ 3o No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é ve- § 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea
dado ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, será competente,
vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno para aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede
valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as
Capítulo V transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.
Dos Impedimentos Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mu- I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, pa-
lher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunha- ra apuração de ato infracional atribuído a adolescente, aplicando as medi-
dos, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado. das cabíveis;
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do
deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao representante do processo;
Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em
exercício na comarca, foro regional ou distrital. III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
Título VI IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difu-
Do Acesso à Justiça sos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no
Capítulo I art. 209;
Disposições Gerais V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à De- atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
fensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por qualquer VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra
de seus órgãos. norma de proteção à criança ou adolescente;
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela neces- VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplican-
sitarem, através de defensor público ou advogado nomeado. do as medidas cabíveis.
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Ju- Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipó-
ventude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de teses do art. 98, é também competente a Justiça da Infância e da Juventu-
litigância de má-fé. de para o fim de:
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e os a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos assistidos por seus b) conhecer de ações de destituição do pátrio poder poder familiar,
pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou processual. perda ou modificação da tutela ou guarda; (Expressão substituída pela Lei
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à criança nº 12.010, de 2009) Vigência
ou adolescente, sempre que os interesses destes colidirem com os de seus c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
pais ou responsável, ou quando carecer de representação ou assistência
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou mater-
legal ainda que eventual.
na, em relação ao exercício do pátrio poder poder familiar; (Expressão
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administra- substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tivos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os
de ato infracional.
pais;
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identi-
f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou
ficar a criança ou adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome,
representação, ou de outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em
apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e
que haja interesses de criança ou adolescente;
sobrenome. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
g) conhecer de ações de alimentos;
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se refere o ar-
tigo anterior somente será deferida pela autoridade judiciária competente, h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos regis-
se demonstrado o interesse e justificada a finalidade. tros de nascimento e óbito.
Capítulo II Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de porta-
ria, ou autorizar, mediante alvará:
Da Justiça da Infância e da Juventude
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompa-
Seção I
nhado dos pais ou responsável, em:
Disposições Gerais
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas especiali-
b) bailes ou promoções dançantes;
zadas e exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário
estabelecer sua proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de c) boate ou congêneres;
infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões. d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
Seção II e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
Do Juiz II - a participação de criança e adolescente em:
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da a) espetáculos públicos e seus ensaios;
Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma da lei de organiza-
ção judiciária local. b) certames de beleza.
Art. 147. A competência será determinada: § 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará
em conta, dentre outros fatores:

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a) os princípios desta Lei; § 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado pessoalmente.
b) as peculiaridades locais; (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
c) a existência de instalações adequadas; Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir advogado,
sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, poderá requerer, em
d) o tipo de freqüência habitual ao local; cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação de
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou freqüência de resposta, contando-se o prazo a partir da intimação do despacho de nome-
crianças e adolescentes; ação.
f) a natureza do espetáculo. Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberdade, o ofi-
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser cial de justiça deverá perguntar, no momento da citação pessoal, se deseja
fundamentadas, caso a caso, vedadas as determinações de caráter geral. que lhe seja nomeado defensor. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
Seção III Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qual-
quer repartição ou órgão público a apresentação de documento que inte-
Dos Serviços Auxiliares resse à causa, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta or- Público.
çamentária, prever recursos para manutenção de equipe interprofissional, Art. 161. Não sendo contestado o pedido, a autoridade judiciária dará
destinada a assessorar a Justiça da Infância e da Juventude. vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando este for
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições o requerente, decidindo em igual prazo.
que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por § 1o A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou
escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim do Ministério Público, determinará a realização de estudo social ou perícia
desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, por equipe interprofissional ou multidisciplinar, bem como a oitiva de teste-
prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade judiciá- munhas que comprovem a presença de uma das causas de suspensão ou
ria, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico. destituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei no
Capítulo III 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, ou no art. 24 desta Lei.
Dos Procedimentos (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Seção I § 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ainda
obrigatória a intervenção, junto à equipe profissional ou multidisciplinar
Disposições Gerais referida no § 1o deste artigo, de representantes do órgão federal responsá-
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se subsidiari- vel pela política indigenista, observado o disposto no § 6o do art. 28 desta
amente as normas gerais previstas na legislação processual pertinente. Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. É assegurada, sob pena de responsabilidade, priori- § 3o Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória,
dade absoluta na tramitação dos processos e procedimentos previstos desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou adolescente, respei-
nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências judiciais a eles tado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as
referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência implicações da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a proce- § 4o É obrigatória a oitiva dos pais sempre que esses forem identifica-
dimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade judiciária poderá dos e estiverem em local conhecido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
investigar os fatos e ordenar de ofício as providências necessárias, ouvido Vigência
o Ministério Público. § 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a autoridade
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para o fim de judicial requisitará sua apresentação para a oitiva. (Incluído pela Lei nº
afastamento da criança ou do adolescente de sua família de origem e em 12.962, de 2014)
outros procedimentos necessariamente contenciosos. (Incluído pela Lei nº Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos
12.010, de 2009) Vigência autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando este for o reque-
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214. rente, designando, desde logo, audiência de instrução e julgamento.
Seção II § 1º A requerimento de qualquer das partes, do Ministério Público, ou
de ofício, a autoridade judiciária poderá determinar a realização de estudo
Da Perda e da Suspensão do Pátrio Poder Poder Familiar
social ou, se possível, de perícia por equipe interprofissional.
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do pátrio poder
ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer técnico, salvo
poder familiar terá início por provocação do Ministério Público ou de quem
quando apresentado por escrito, manifestando-se sucessivamente o reque-
tenha legítimo interesse. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
rente, o requerido e o Ministério Público, pelo tempo de vinte minutos cada
2009)
um, prorrogável por mais dez. A decisão será proferida na audiência, po-
Art. 156. A petição inicial indicará: dendo a autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data para sua
I - a autoridade judiciária a que for dirigida; leitura no prazo máximo de cinco dias.
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120
requerido, dispensada a qualificação em se tratando de pedido formulado (cento e vinte) dias. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
por representante do Ministério Público; Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do
III - a exposição sumária do fato e o pedido; poder familiar será averbada à margem do registro de nascimento da
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
testemunhas e documentos. Seção III
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido Da Destituição da Tutela
o Ministério Público, decretar a suspensão do pátrio poder poder familiar, Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimento para a
liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no que couber, o dispos-
criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de to na seção anterior.
responsabilidade. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Seção IV
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer Da Colocação em Família Substituta
resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e oferecendo Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colocação em
desde logo o rol de testemunhas e documentos. família substituta:
§ 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para I - qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou
sua realização. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) companheiro, com expressa anuência deste;

Conhecimentos Específicos 189 A Opção Certa Para a Sua Realização


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II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge, Seção V
ou companheiro, com a criança ou adolescente, especificando se tem ou Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente
não parente vivo; Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será,
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus pais, se desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.
conhecidos; Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional se-
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexando, se rá, desde logo, encaminhado à autoridade policial competente.
possível, uma cópia da respectiva certidão; Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para aten-
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimentos rela- dimento de adolescente e em se tratando de ato infracional praticado em
tivos à criança ou ao adolescente. co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada,
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão também os que, após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o
requisitos específicos. adulto à repartição policial própria.
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou sus- Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante vi-
pensos do poder familiar, ou houverem aderido expressamente ao pedido olência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do
de colocação em família substituta, este poderá ser formulado diretamente disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, deverá:
em cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes, dispensada a I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;
assistência de advogado. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
§ 1o Na hipótese de concordância dos pais, esses serão ouvidos pela III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da
autoridade judiciária e pelo representante do Ministério Público, tomando-se materialidade e autoria da infração.
por termo as declarações. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do au-
§ 2o O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de to poderá ser substituída por boletim de ocorrência circunstanciada.
orientações e esclarecimentos prestados pela equipe interprofissional da
Justiça da Infância e da Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adoles-
a irrevogabilidade da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) cente será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de
compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao representante do
§ 3o O consentimento dos titulares do poder familiar será colhido pela Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil
autoridade judiciária competente em audiência, presente o Ministério Públi- imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercus-
co, garantida a livre manifestação de vontade e esgotados os esforços para são social, deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de
manutenção da criança ou do adolescente na família natural ou extensa. sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará,
§ 4o O consentimento prestado por escrito não terá validade se não for desde logo, o adolescente ao representante do Ministério Público, junta-
ratificado na audiência a que se refere o § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei mente com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial
§ 5o O consentimento é retratável até a data da publicação da senten- encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, que fará a apresen-
ça constitutiva da adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tação ao representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro
§ 6o O consentimento somente terá valor se for dado após o nascimen- horas.
to da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a
§ 7o A família substituta receberá a devida orientação por intermédio apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de repartição policial
de equipe técnica interprofissional a serviço do Poder Judiciário, preferenci- especializada, o adolescente aguardará a apresentação em dependência
almente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política separada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese,
municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº exceder o prazo referido no parágrafo anterior.
12.010, de 2009) Vigência Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encami-
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes nhará imediatamente ao representante do Ministério Público cópia do auto
ou do Ministério Público, determinará a realização de estudo social ou, se de apreensão ou boletim de ocorrência.
possível, perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a concessão Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de parti-
de guarda provisória, bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de cipação de adolescente na prática de ato infracional, a autoridade policial
convivência. encaminhará ao representante do Ministério Público relatório das investiga-
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória ou do es- ções e demais documentos.
tágio de convivência, a criança ou o adolescente será entregue ao interes- Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional
sado, mediante termo de responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de não poderá ser conduzido ou transportado em compartimento fechado de
2009) veículo policial, em condições atentatórias à sua dignidade, ou que impli-
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e ouvida, quem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilida-
sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á vista dos autos de.
ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a autoridade Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Pú-
judiciária em igual prazo. blico, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda ou a ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com
suspensão do pátrio poder poder familiar constituir pressuposto lógico da informação sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e
medida principal de colocação em família substituta, será observado o informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou respon-
procedimento contraditório previsto nas Seções II e III deste Capítulo. sável, vítima e testemunhas.
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá ser de- Ministério Público notificará os pais ou responsável para apresentação do
cretada nos mesmos autos do procedimento, observado o disposto no art. adolescente, podendo requisitar o concurso das polícias civil e militar.
35. Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o re-
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o disposto no presentante do Ministério Público poderá:
art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47. I - promover o arquivamento dos autos;
Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob a guarda II - conceder a remissão;
de pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar será comunicada III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-
pela autoridade judiciária à entidade por este responsável no prazo máximo educativa.
de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

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Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remis- Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer,
são pelo representante do Ministério Público, mediante termo fundamenta- injustificadamente à audiência de apresentação, a autoridade judiciária
do, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade designará nova data, determinando sua condução coercitiva.
judiciária para homologação. Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do pro-
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária cesso, poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da
determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida. sentença.
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde
Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamentado, e este que reconheça na sentença:
oferecerá representação, designará outro membro do Ministério Público I - estar provada a inexistência do fato;
para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então
estará a autoridade judiciária obrigada a homologar. II - não haver prova da existência do fato;
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público III - não constituir o fato ato infracional;
não promover o arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá represen- IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infraci-
tação à autoridade judiciária, propondo a instauração de procedimento para onal.
aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais adequada. Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente inter-
§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve nado, será imediatamente colocado em liberdade.
resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quando necessário, Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou
o rol de testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária regime de semi-liberdade será feita:
instalada pela autoridade judiciária.
I - ao adolescente e ao seu defensor;
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria e
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsá-
materialidade.
vel, sem prejuízo do defensor.
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do proce-
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente
dimento, estando o adolescente internado provisoriamente, será de quaren-
na pessoa do defensor.
ta e cinco dias.
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este ma-
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará
nifestar se deseja ou não recorrer da sentença.
audiência de apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a
decretação ou manutenção da internação, observado o disposto no art. 108 Seção VI
e parágrafo. Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em entidade
teor da representação, e notificados a comparecer à audiência, acompa- governamental e não-governamental terá início mediante portaria da autori-
nhados de advogado. dade judiciária ou representação do Ministério Público ou do Conselho
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade ju- Tutelar, onde conste, necessariamente, resumo dos fatos.
diciária dará curador especial ao adolescente. Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária,
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expe- ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento provisório
dirá mandado de busca e apreensão, determinando o sobrestamento do do dirigente da entidade, mediante decisão fundamentada.
feito, até a efetiva apresentação. Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de dez di-
§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresen- as, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar as
tação, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável. provas a produzir.
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a autori-
não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional. dade judiciária designará audiência de instrução e julgamento, intimando as
partes.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas
no art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente transferido para a § 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público
localidade mais próxima. terão cinco dias para oferecer alegações finais, decidindo a autoridade
judiciária em igual prazo.
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará
sua remoção em repartição policial, desde que em seção isolada dos § 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente
adultos e com instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo de entidade governamental, a autoridade judiciária oficiará à autoridade
máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade. administrativa imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para a
substituição.
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a
autoridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, podendo solicitar § 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária po-
opinião de profissional qualificado. derá fixar prazo para a remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas
as exigências, o processo será extinto, sem julgamento de mérito.
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o
representante do Ministério Público, proferindo decisão. § 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade
ou programa de atendimento.
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação
ou colocação em regime de semi-liberdade, a autoridade judiciária, verifi- Seção VII
cando que o adolescente não possui advogado constituído, nomeará de- Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Proteção à Cri-
fensor, designando, desde logo, audiência em continuação, podendo de- ança e ao Adolescente
terminar a realização de diligências e estudo do caso. Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa
por infração às normas de proteção à criança e ao adolescente terá início
§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de três
por representação do Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto
dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defesa prévia e rol
de infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e
de testemunhas.
assinado por duas testemunhas, se possível.
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão ser
na representação e na defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o
usadas fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as circunstân-
relatório da equipe interprofissional, será dada a palavra ao representante
cias da infração.
do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte
minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade § 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavra-
judiciária, que em seguida proferirá decisão. tura do auto, certificando-se, em caso contrário, dos motivos do retarda-
mento.

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Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação de de- § 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória da pre-
fesa, contado da data da intimação, que será feita: paração referida no § 1o deste artigo incluirá o contato com crianças e
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença adolescentes em regime de acolhimento familiar ou institucional em condi-
do requerido; ções de serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e
avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com o
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, que entre- apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento familiar ou
gará cópia do auto ou da representação ao requerido, ou a seu represen- institucional e pela execução da política municipal de garantia do direito à
tante legal, lavrando certidão; convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação no pro-
requerido ou seu representante legal; grama referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade judiciária, no prazo de
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabido o pa- 48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca das diligências requeridas pelo
radeiro do requerido ou de seu representante legal. Ministério Público e determinará a juntada do estudo psicossocial, desig-
Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade nando, conforme o caso, audiência de instrução e julgamento. (Incluído
judiciária dará vista dos autos do Ministério Público, por cinco dias, decidin- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
do em igual prazo. Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo es-
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária procederá na sas indeferidas, a autoridade judiciária determinará a juntada do estudo
conformidade do artigo anterior, ou, sendo necessário, designará audiência psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos ao Ministério Público, por 5
de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamen-
te o Ministério Público e o procurador do requerido, pelo tempo de vinte Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadas-
minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade tros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convocação para a adoção
judiciária, que em seguida proferirá sentença. feita de acordo com ordem cronológica de habilitação e conforme a dispo-
nibilidade de crianças ou adolescentes adotáveis. (Incluído pela Lei nº
Seção VIII
12.010, de 2009) Vigência
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 1o A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
ser observada pela autoridade judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do
Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, apresenta- art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor solução no inte-
rão petição inicial na qual conste: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) resse do adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 2o A recusa sistemática na adoção das crianças ou adolescentes in-
II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) dicados importará na reavaliação da habilitação concedida. (Incluído pela
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
declaração relativa ao período de união estável; (Incluído pela Lei nº Capítulo IV
12.010, de 2009) Dos Recursos
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de Pesso- Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventu-
as Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) de, inclusive os relativos à execução das medidas socioeducativas, adotar-
V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela Lei nº 12.010, de se-á o sistema recursal da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código
2009) Vigência de Processo Civil), com as seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei
nº 12.594, de 2012)
VI - atestados de sanidade física e mental (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência I - os recursos serão interpostos independentemente de preparo;
VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela Lei nº 12.010, II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo
de 2009) Vigência para o Ministério Público e para a defesa será sempre de 10 (dez) dias;
(Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)
VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) ho- IV -(Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ras, dará vista dos autos ao Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco) V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dias poderá: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissio- VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no
nal encarregada de elaborar o estudo técnico a que se refere o art. 197-C caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo, a autoridade
desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência judiciária proferirá despacho fundamentado, mantendo ou reformando a
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos postulantes em decisão, no prazo de cinco dias;
juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os
III - requerer a juntada de documentos complementares e a realização autos ou o instrumento à superior instância dentro de vinte e quatro horas,
de outras diligências que entender necessárias. (Incluído pela Lei nº independentemente de novo pedido do recorrente; se a reformar, a remes-
12.010, de 2009) Vigência sa dos autos dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interprofissional Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação.
a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, que deverá elaborar estu- Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá
do psicossocial, que conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e recurso de apelação.
o preparo dos postulantes para o exercício de uma paternidade ou materni- Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo,
dade responsável, à luz dos requisitos e princípios desta Lei. (Incluído pela embora sujeita a apelação, que será recebida exclusivamente no efeito
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacional ou se houver perigo
§ 1o É obrigatória a participação dos postulantes em programa ofereci- de dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando. (Incluído pela Lei
do pela Justiça da Infância e da Juventude preferencialmente com apoio nº 12.010, de 2009) Vigência
dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores
do direito à convivência familiar, que inclua preparação psicológica, orienta- do poder familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser recebida apenas
ção e estímulo à adoção inter-racial, de crianças maiores ou de adolescen- no efeito devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tes, com necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição
grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de poder familiar, em face da relevância das questões, serão processados

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com prioridade absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos, ficando § 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde
vedado que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, e que compatíveis com a finalidade do Ministério Público.
serão colocados em mesa para julgamento sem revisão e com parecer § 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas fun-
urgente do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) ções, terá livre acesso a todo local onde se encontre criança ou adolescen-
Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para julga- te.
mento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua conclusão. § 4º O representante do Ministério Público será responsável pelo uso
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) indevido das informações e documentos que requisitar, nas hipóteses
Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do julga- legais de sigilo.
mento e poderá na sessão, se entender necessário, apresentar oralmente § 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII deste arti-
seu parecer. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) go, poderá o representante do Ministério Público:
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração de pro- a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o compe-
cedimento para apuração de responsabilidades se constatar o descumpri- tente procedimento, sob sua presidência;
mento das providências e do prazo previstos nos artigos anteriores. (Incluí-
do pela Lei nº 12.010, de 2009) b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em
Capítulo V dia, local e horário previamente notificados ou acertados;
Do Ministério Público c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei serão de relevância pública afetos à criança e ao adolescente, fixando prazo
exercidas nos termos da respectiva lei orgânica. razoável para sua perfeita adequação.
Art. 201. Compete ao Ministério Público: Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará
I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo; obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de
que cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos autos depois das partes,
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações
podendo juntar documentos e requerer diligências, usando os recursos
atribuídas a adolescentes;
cabíveis.
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos
de suspensão e destituição do pátrio poder poder familiar, nomeação e Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será fei-
remoção de tutores, curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os ta pessoalmente.
demais procedimentos da competência da Justiça da Infância e da Juven- Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulida-
tude; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especia- qualquer interessado.
lização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores, Art. 205. As manifestações processuais do representante do Ministério
curadores e quaisquer administradores de bens de crianças e adolescentes Público deverão ser fundamentadas.
nas hipóteses do art. 98; Capítulo VI
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos Do Advogado
interesses individuais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adoles-
cência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qual-
Federal; quer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide poderão inter-
vir nos procedimentos de que trata esta Lei, através de advogado, o qual
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:
será intimado para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial,
a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, respeitado o segredo de justiça.
em caso de não comparecimento injustificado, requisitar condução coerciti-
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita
va, inclusive pela polícia civil ou militar;
àqueles que dela necessitarem.
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autorida-
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infra-
des municipais, estaduais e federais, da administração direta ou indireta,
cional, ainda que ausente ou foragido, será processado sem defensor.
bem como promover inspeções e diligências investigatórias;
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz,
c) requisitar informações e documentos a particulares e instituições pri-
ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de sua preferência.
vadas;
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e de-
ato do processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda que provisoria-
terminar a instauração de inquérito policial, para apuração de ilícitos ou
mente, ou para o só efeito do ato.
infrações às normas de proteção à infância e à juventude;
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de de-
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegu-
fensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato
rados às crianças e adolescentes, promovendo as medidas judiciais e
formal com a presença da autoridade judiciária.
extrajudiciais cabíveis;
Capítulo VII
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em
qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos
individuais indisponíveis afetos à criança e ao adolescente; Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsa-
X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infra- bilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e ao adolescente,
ções cometidas contra as normas de proteção à infância e à juventude, sem referentes ao não oferecimento ou oferta irregular:
prejuízo da promoção da responsabilidade civil e penal do infrator, quando I - do ensino obrigatório;
cabível; II - de atendimento educacional especializado aos portadores de defici-
XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e ência;
os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas admi- III - de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis
nistrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura anos de idade;
verificadas;
IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços mé-
dicos, hospitalares, educacionais e de assistência social, públicos ou priva- V - de programas suplementares de oferta de material didático-escolar,
dos, para o desempenho de suas atribuições. transporte e assistência à saúde do educando do ensino fundamental;
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas VI - de serviço de assistência social visando à proteção à família, à ma-
neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo ternidade, à infância e à adolescência, bem como ao amparo às crianças e
dispuserem a Constituição e esta Lei. adolescentes que dele necessitem;

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VII - de acesso às ações e serviços de saúde; § 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em julgado
VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados da decisão serão exigidas através de execução promovida pelo Ministério
de liberdade. Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais legitima-
dos.
IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção
social de famílias e destinados ao pleno exercício do direito à convivência § 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará deposi-
familiar por crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) tado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetá-
ria.
X - de programas de atendimento para a execução das medidas socio-
educativas e aplicação de medidas de proteção. (Incluído pela Lei nº Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para
12.594, de 2012) (Vide) evitar dano irreparável à parte.
§ 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judi- Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação
cial outros interesses individuais, difusos ou coletivos, próprios da infância e ao poder público, o juiz determinará a remessa de peças à autoridade
da adolescência, protegidos pela Constituição e pela Lei. (Renumerado do competente, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do
Parágrafo único pela Lei nº 11.259, de 2005) agente a que se atribua a ação ou omissão.
§ 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença
será realizada imediatamente após notificação aos órgãos competentes, condenatória sem que a associação autora lhe promova a execução, deve-
que deverão comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e rá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legiti-
companhias de transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes mados.
todos os dados necessários à identificação do desaparecido. (Incluído pela Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu os hono-
Lei nº 11.259, de 2005) rários advocatícios arbitrados na conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), quando reco-
local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá nhecer que a pretensão é manifestamente infundada.
competência absoluta para processar a causa, ressalvadas a competência Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e
da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais superiores. os diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou di- condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade por
fusos, consideram-se legitimados concorrentemente: perdas e danos.
I - o Ministério Público; Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adianta-
mento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os territó- despesas.
rios;
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar
III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre fatos que
que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos constituam objeto de ação civil, e indicando-lhe os elementos de convicção.
protegidos por esta Lei, dispensada a autorização da assembléia, se houver
prévia autorização estatutária. Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais tiverem
conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura de ação civil,
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos remeterão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.
da União e dos estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida
esta Lei. Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às
autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessá-
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legi- rias, que serão fornecidas no prazo de quinze dias.
timada, o Ministério Público ou outro legitimado poderá assumir a titularida-
de ativa. Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, in-
quérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou parti-
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessa- cular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o
dos compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, o qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.
qual terá eficácia de título executivo extrajudicial.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências,
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta Lei, se convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação
são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes. cível, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do Códi- informativas, fazendo-o fundamentadamente.
go de Processo Civil. § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de três
pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público, que lesem dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.
direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se § 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamen-
regerá pelas normas da lei do mandado de segurança. to, em sessão do Conselho Superior do Ministério público, poderão as
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de associações legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que
fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de informa-
determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao ção.
do adimplemento. § 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e delibera-
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado ção do Conselho Superior do Ministério Público, conforme dispuser o seu
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela regimento.
liminarmente ou após justificação prévia, citando o réu. § 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de ar-
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, quivamento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério Público para
impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for o ajuizamento da ação.
suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições
cumprimento do preceito. da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sen- Título VII
tença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
configurado o descumprimento.
Capítulo I
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo Conse- Dos Crimes
lho dos Direitos da Criança e do Adolescente do respectivo município.

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Seção I Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio
Disposições Gerais de criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formali-
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança dades legais ou com o fito de obter lucro:
e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legisla- Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
ção penal. Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspon-
Processo Penal. dente à violência.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicio- Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por
nadal. qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança
Seção II ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Dos Crimes em Espécie Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabeleci- pela Lei nº 11.829, de 2008)
mento de atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades § 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage,
desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente
de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses con-
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do tracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
desenvolvimento do neonato: § 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
Pena - detenção de seis meses a dois anos. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Parágrafo único. Se o crime é culposo: I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hos-
de atenção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a pitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exa- III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo ou afim
mes referidos no art. 10 desta Lei: até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador
Pena - detenção de seis meses a dois anos. da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela,
ou com seu consentimento. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, proceden- adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
do à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada
ordem escrita da autoridade judiciária competente: pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreen- ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática
são sem observância das formalidades legais. ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela
criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciá- Lei nº 11.829, de 2008)
ria competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada: Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei
Pena - detenção de seis meses a dois anos. nº 11.829, de 2008)
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda § 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de
ou vigilância a vexame ou a constrangimento: 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotogra-
fias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Lei
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997:
nº 11.829, de 2008)
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores
a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimen-
às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo. (Incluído
to da ilegalidade da apreensão:
pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
§ 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste artigo são
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em be- puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente
nefício de adolescente privado de liberdade: notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o
Pena - detenção de seis meses a dois anos. caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, mem- Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotogra-
bro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício fia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou
de função prevista nesta Lei: pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 11.829, de 2008)
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela
sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em Lei nº 11.829, de 2008)
lar substituto: § 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. quantidade o material a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela
Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro,
mediante paga ou recompensa: § 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de
comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa. nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a feita por: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
paga ou recompensa.

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I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Lei nº § 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença
11.829, de 2008) de localização e de funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela Lei nº
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre su- 9.975, de 23.6.2000)
as finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o encami- Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito)
nhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluí-
nº 11.829, de 2008) do pela Lei nº 12.015, de 2009)
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº
acesso ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até o 12.015, de 2009)
recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao § 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as
Ministério Público ou ao Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclu-
2008) sive salas de bate-papo da internet. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão manter sob sigi- § 2o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um
lo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990. (Incluído pela Lei nº 12.015,
de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou de 2009)
modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação Capítulo II
visual: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Das Infrações Administrativas
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimen-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei
to de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de
nº 11.829, de 2008)
comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento,
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou
venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, adolescente:
possui ou armazena o material produzido na forma do caput deste artigo. Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o do-
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) bro em caso de reincidência.
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendi-
de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: mento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) art. 124 desta Lei:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o do-
nº 11.829, de 2008) bro em caso de reincidência.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por
nº 11.829, de 2008) qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se
sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso; atribua ato infracional:
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o do-
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de bro em caso de reincidência.
induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. § 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotogra-
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) fia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos,
“cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que de forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou § 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a autoridade judiciária
para fins primordialmente sexuais. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) poderá determinar a apreensão da publicação ou a suspensão da progra-
mação da emissora até por dois dias, bem como da publicação do periódico
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de
até por dois números. (Expressão declara inconstitucional pela ADIN 869-
qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:
2).
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº
Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de seu domicílio,
10.764, de 12.11.2003)
no prazo de cinco dias, com o fim de regularizar a guarda, adolescente
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gra- trazido de outra comarca para a prestação de serviço doméstico, mesmo
tuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica que autorizado pelos pais ou responsável:
ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o do-
dependência física ou psíquica: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de
bro em caso de reincidência, independentemente das despesas de retorno
2015)
do adolescente, se for o caso.
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao
constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de
pátrio poder poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim
12.11.2003)
determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: (Expressão
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifí-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o do-
cio, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de
bro em caso de reincidência.
provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida:
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judici-
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no ária, em hotel, pensão, motel ou congênere: (Redação dada pela Lei nº
caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: (Incluído 12.038, de 2009).
pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
Pena - reclusão de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autori-
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o res- dade judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até
ponsável pelo local em que se verifique a submissão de criança ou adoles- 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
cente às práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 9.975,
de 23.6.2000)

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§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) di- Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art. 81:
as, o estabelecimento será definitivamente fechado e terá sua licença (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009). Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com reais); (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei: Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comercial até o
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o do- recolhimento da multa aplicada. (Redação dada pela Lei nº 13.106, de
bro em caso de reincidência. 2015)
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de
afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição,
Disposições Finais e Transitórias
informação destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a faixa
etária especificada no certificado de classificação: Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publicação
deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo sobre a criação ou adap-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o do-
tação de seus órgãos às diretrizes da política de atendimento fixadas no art.
bro em caso de reincidência.
88 e ao que estabelece o Título V do Livro II.
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promoverem a
ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não se recomendem:
adaptação de seus órgãos e programas às diretrizes e princípios estabele-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso cidos nesta Lei.
de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espetáculo e aos
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos dos Di-
órgãos de divulgação ou publicidade.
reitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, estaduais ou munici-
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horá- pais, devidamente comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do
rio diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação: imposto de renda, obedecidos os seguintes limites: (Redação dada pela Lei
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso nº 12.594, de 2012) (Vide)
de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado pelas
programação da emissora por até dois dias. pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real; e (Redação dada pela
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
pelo órgão competente como inadequado às crianças ou adolescentes II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas pesso-
admitidos ao espetáculo: as físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado o disposto no art. 22
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997. (Redação dada pela Lei nº
autoridade poderá determinar a suspensão do espetáculo ou o fechamento 12.594, de 2012) (Vide)
do estabelecimento por até quinze dias. § 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação § 1o-A. Na definição das prioridades a serem atendidas com os recur-
em vídeo, em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão compe- sos captados pelos Fundos Nacional, Estaduais e Municipais dos Direitos
tente: da Criança e do Adolescente, serão consideradas as disposições do Plano
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reinci- Nacional de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos de Crianças e
dência, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabe- Adolescentes à Convivência Familiar, bem como as regras e princípios
lecimento por até quinze dias. relativos à garantia do direito à convivência familiar previstos nesta Lei.
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pe- § 2º Os Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da
na em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista ou Criança e do Adolescente fixarão critérios de utilização, através de planos
publicação. de aplicação das doações subsidiadas e demais receitas, aplicando neces-
sariamente percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário guarda, de criança ou adolescente, órfãos ou abandonado, na forma do
de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de criança ou adolescen- disposto no art. 227, § 3º, VI, da Constituição Federal.
te aos locais de diversão, ou sobre sua participação no espetáculo:
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Economia,
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reinci- Fazenda e Planejamento, regulamentará a comprovação das doações
dência, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabe- feitas aos fundos, nos termos deste artigo . (Incluído pela Lei nº 8.242, de
lecimento por até quinze dias. 12.10.1991)
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a instala- § 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a forma de fis-
ção e operacionalização dos cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. calização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do
101 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste artigo. (Incluído pela Lei
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). nº 8.242, de 12.10.1991)
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 5o Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249, de 26 de
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de dezembro de 1995, a dedução de que trata o inciso I do caput: (Redação
efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes em condições de dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
serem adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção e de crianças I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite em con-
e adolescentes em regime de acolhimento institucional ou familiar. (Incluído junto com outras deduções do imposto; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2012) (Vide)
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimen- II - não poderá ser computada como despesa operacional na apuração
to de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato encaminhamento à do lucro real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
autoridade judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou ges-
tante interessada em entregar seu filho para adoção: (Incluído pela Lei nº Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de 2009, a
12.010, de 2009) Vigência pessoa física poderá optar pela doação de que trata o inciso II do caput do
art. 260 diretamente em sua Declaração de Ajuste Anual. (Incluído pela Lei
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). nº 12.594, de 2012) (Vide)
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os seguin-
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de programa tes percentuais aplicados sobre o imposto apurado na declaração: (Incluído
oficial ou comunitário destinado à garantia do direito à convivência familiar pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
que deixa de efetuar a comunicação referida no caput deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

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II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) § 2o No caso de doação em bens, o comprovante deve conter a identifi-
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012. (Incluído pela Lei cação dos bens, mediante descrição em campo próprio ou em relação anexa
nº 12.594, de 2012) (Vide) ao comprovante, informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou
CNPJ e endereço dos avaliadores. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
§ 2o A dedução de que trata o caput: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deverá: (Incluído
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre a ren-
da apurado na declaração de que trata o inciso II do caput do art. 260; I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documentação hábil;
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei nº 12.594, de II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, quando se
2012) (Vide) tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de pessoa jurídica; e
a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
2012) (Vide) III - considerar como valor dos bens doados: (Incluído pela Lei nº
b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pela Lei nº 12.594, 12.594, de 2012) (Vide)
de 2012) (Vide) a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declaração do
c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de imposto de renda, desde que não exceda o valor de mercado; (Incluído pela
2012) (Vide) Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela Lei nº 12.594,
de 2012) (Vide) b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vigor. (Inclu-
ído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será considera-
do na determinação do valor dos bens doados, exceto se o leilão for deter-
§ 3o O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de venci- minado por autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
mento da primeira quota ou quota única do imposto, observadas instruções
específicas da Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e 260-E
12.594, de 2012) (Vide) devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo de 5 (cinco) anos para
fins de comprovação da dedução perante a Receita Federal do Brasil.
§ 4o O não pagamento da doação no prazo estabelecido no § 3o implica (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
a glosa definitiva desta parcela de dedução, ficando a pessoa física obriga-
da ao recolhimento da diferença de imposto devido apurado na Declaração Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos
de Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na legislação. (Incluído Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais,
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) distrital e municipais devem: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 5o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na Declaração I - manter conta bancária específica destinada exclusivamente a gerir
de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo ano-calendário, aos fun- os recursos do Fundo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
dos controlados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente II - manter controle das doações recebidas; e (Incluído pela Lei nº
municipais, distrital, estaduais e nacional concomitantemente com a opção 12.594, de 2012) (Vide)
de que trata o caput, respeitado o limite previsto no inciso II do art. 260. III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil as
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) doações recebidas mês a mês, identificando os seguintes dados por doa-
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá ser de- dor: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
duzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas que apu- b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em bens.
ram o imposto trimestralmente; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as pessoas Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações previstas no
jurídicas que apuram o imposto anualmente. (Incluído pela Lei nº 12.594, art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dará conhecimento do
de 2012) (Vide) fato ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do período a Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente na-
que se refere a apuração do imposto. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) cional, estaduais, distrital e municipais divulgarão amplamente à comunida-
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem ser efe- de: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
tuadas em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser depositadas II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendimento à
em conta específica, em instituição financeira pública, vinculadas aos respecti- criança e ao adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
vos fundos de que trata o art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem beneficiados
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacio-
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, nal, estaduais, distrital ou municipais; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
distrital e municipais devem emitir recibo em favor do doador, assinado por
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário e o valor
pessoa competente e pelo presidente do Conselho correspondente, especi-
dos recursos previstos para implementação das ações, por projeto; (Incluí-
ficando: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
do pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por projeto
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço do atendido, inclusive com cadastramento na base de dados do Sistema de
emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Informações sobre a Infância e a Adolescência; e (Incluído pela Lei nº
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador; 12.594, de 2012) (Vide)
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com recursos
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e (Incluído pela Lei dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais,
nº 12.594, de 2012) (Vide) distrital e municipais. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído pela Lei nº Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Comarca, a for-
12.594, de 2012) (Vide) ma de fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais referidos no art. 260
§ 1o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser emitido desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
anualmente, desde que discrimine os valores doados mês a mês. (Incluído Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. 260-G e 260-
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) I sujeitará os infratores a responder por ação judicial proposta pelo Ministé-

Conhecimentos Específicos 198 A Opção Certa Para a Sua Realização


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rio Público, que poderá atuar de ofício, a requerimento ou representação de
qualquer cidadão. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) ESTATUTO DO IDOSO
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Repú-
blica (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita Federal do Brasil, até TÍTULO I
31 de outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo a relação atualiza- Disposições Preliminares
da dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital,
Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direi-
estaduais e municipais, com a indicação dos respectivos números de
tos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
inscrição no CNPJ e das contas bancárias específicas mantidas em institui-
anos.
ções financeiras públicas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos
dos Fundos. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as ins- pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
truções necessárias à aplicação do disposto nos arts. 260 a 260-K. (Incluí- assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
do pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiço-
amento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da criança e do dignidade.
adolescente, os registros, inscrições e alterações a que se referem os arts. Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do
90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados perante a autoridade Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do
judiciária da comarca a que pertencer a entidade. direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos estados e mu- lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à
nicípios, e os estados aos municípios, os recursos referentes aos progra- convivência familiar e comunitária.
mas e atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam criados os conselhos Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
dos direitos da criança e do adolescente nos seus respectivos níveis.
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos ór-
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as atribui- gãos públicos e privados prestadores de serviços à população;
ções a eles conferidas serão exercidas pela autoridade judiciária. II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código públicas específicas;
Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações: III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacio-
1) Art. 121 ............................................................ nadas com a proteção ao idoso;
IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, se o cri-
convívio do idoso com as demais gerações;
me resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou
se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em
as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou care-
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de um terço, se o crime é çam de condições de manutenção da própria sobrevivência;
praticado contra pessoa menor de catorze anos. VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de
geriatria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;
2) Art. 129 ...............................................................
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóte- de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de
ses do art. 121, § 4º. envelhecimento;
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assis-
3) Art. 136................................................................. tência social locais.
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda.
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra
(Incluído pela Lei nº 11.765, de 2008).
pessoa menor de catorze anos.
Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência,
4) Art. 213 .................................................................. discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos: direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
Pena - reclusão de quatro a dez anos. § 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do
idoso.
5) Art. 214................................................................... § 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos: outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
Pena - reclusão de três a nove anos.» Art. 5o A inobservância das normas de prevenção importará em
responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei.
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de 1973, fica
Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade com-
acrescido do seguinte item:
petente qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou
"Art. 102 .................................................................... de que tenha conhecimento.
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. " Art. 7o Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Mu-
nicipais do Idoso, previstos na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994, zela-
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da adminis- rão pelo cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.
tração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
poder público federal promoverão edição popular do texto integral deste TÍTULO II
Estatuto, que será posto à disposição das escolas e das entidades de Dos Direitos Fundamentais
atendimento e de defesa dos direitos da criança e do adolescente. CAPÍTULO I
Do Direito à Vida
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publicação.
Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua prote-
Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser promovi- ção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.
das atividades e campanhas de divulgação e esclarecimentos acerca do
disposto nesta Lei. Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à
vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permi-
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e 6.697, de 10 de ou- tam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.
tubro de 1979 (Código de Menores), e as demais disposições em contrário.
Conhecimentos Específicos 199 A Opção Certa Para a Sua Realização
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CAPÍTULO II § 5o É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade os órgãos públicos, hipótese na qual será admitido o seguinte procedimen-
to: (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)
Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa
idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito I - quando de interesse do poder público, o agente promoverá o con-
de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e tato necessário com o idoso em sua residência; ou(Incluído pela Lei nº
nas leis. 12.896, de 2013)
§ 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar
aspectos: por procurador legalmente constituído.(Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)
§ 6o É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço
comunitários, ressalvadas as restrições legais;
público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveni-
II – opinião e expressão; ado, que integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do laudo
III – crença e culto religioso; de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção
IV – prática de esportes e de diversões; tributária. (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)
V – participação na vida familiar e comunitária; Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito
a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições
VI – participação na vida política, na forma da lei; adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério
VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação. médico.
§ 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo
física, psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identi- tratamento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no
dade, da autonomia, de valores, ideias e crenças, dos espaços e dos caso de impossibilidade, justificá-la por escrito.
objetos pessoais. Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais
§ 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a é assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for repu-
salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório tado mais favorável.
ou constrangedor. Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à
CAPÍTULO III opção, esta será feita:
Dos Alimentos I – pelo curador, quando o idoso for interditado;
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil. II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar en- puder ser contactado em tempo hábil;
tre os prestadores. III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não hou-
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas ver tempo hábil para consulta a curador ou familiar;
perante o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar co-
passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei nhecido, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público.
processual civil. (Redação dada pela Lei nº 11.737, de 2008) Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios míni-
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições mos para o atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treina-
econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse mento e a capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidado-
provimento, no âmbito da assistência social. res familiares e grupos de auto-ajuda.
CAPÍTULO IV Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada
Do Direito à Saúde contra idosos serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por in- saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão obrigato-
termédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso riamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: (Reda-
universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e servi- ção dada pela Lei nº 12.461, de 2011)
ços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, I – autoridade policial;
incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os II – Ministério Público;
idosos. III – Conselho Municipal do Idoso;
§ 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetiva- IV – Conselho Estadual do Idoso;
das por meio de:
V – Conselho Nacional do Idoso.
I – cadastramento da população idosa em base territorial;
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios; qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. (Incluído pela Lei nº
nas áreas de geriatria e gerontologia social; 12.461, de 2011)
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a popula- § 2o Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista
ção que dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive no caput deste artigo, o disposto na Lei no 6.259, de 30 de outubro de
para idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou 1975. (Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011)
sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos CAPÍTULO V
meios urbano e rural; Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, di-
das sequelas decorrentes do agravo da saúde. versões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar
§ 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, condição de idade.
medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à
órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilita- educação, adequando currículos, metodologias e material didático aos
ção. programas educacionais a ele destinados.
§ 3o É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela § 1o Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às
cobrança de valores diferenciados em razão da idade. técnicas de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos,
§ 4o Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapaci- para sua integração à vida moderna.
tante terão atendimento especializado, nos termos da lei.

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§ 2o Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou Assistência Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de
cultural, para transmissão de conhecimentos e vivências às demais gera- Saúde e demais normas pertinentes.
ções, no sentido da preservação da memória e da identidade culturais. Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua
serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos
respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas.
produzir conhecimentos sobre a matéria. Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da
Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer família nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da
será proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinquenta por renda familiar per capita a que se refere a Loas.
cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são
lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais. obrigadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários abrigada.
especiais voltados aos idosos, com finalidade informativa, educativa, artísti- § 1o No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a
ca e cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento. cobrança de participação do idoso no custeio da entidade.
Art. 25. O Poder Público apoiará a criação de universidade aberta
§ 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da
para as pessoas idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de
Assistência Social estabelecerá a forma de participação prevista no § 1o,
conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura,
que não poderá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício
considerada a natural redução da capacidade visual.
previdenciário ou de assistência social percebido pelo idoso.
CAPÍTULO VI
§ 3o Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante le-
Da Profissionalização e do Trabalho
gal firmar o contrato a que se refere o caput deste artigo.
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional,
respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas. Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por
adulto ou núcleo familiar, caracteriza a dependência econômica, para os
Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é efeitos legais.
vedada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive
para concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir. CAPÍTULO IX
Da Habitação
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso pú-
blico será a idade, dando-se preferência ao de idade mais elevada. Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natu-
ral ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:
desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada.
I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando
§ 1o A assistência integral na modalidade de entidade de longa
seus potenciais e habilidades para atividades regulares e remuneradas;
permanência será prestada quando verificada inexistência de grupo famili-
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com ante- ar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da
cedência mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos projetos família.
sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos
§ 2o Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obriga-
sociais e de cidadania;
da a manter identificação externa visível, sob pena de interdição, além de
III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao tra- atender toda a legislação pertinente.
balho.
§ 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter
CAPÍTULO VII padrões de habitação compatíveis com as necessidades deles, bem como
Da Previdência Social provê-los com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas
Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei.
da Previdência Social observarão, na sua concessão, critérios de cálculo Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com
que preservem o valor real dos salários sobre os quais incidiram contribui- recursos públicos, o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para
ção, nos termos da legislação vigente. moradia própria, observado o seguinte:
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção serão
I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habita-
reajustados na mesma data de reajuste do salário-mínimo, pro rata, de
cionais residenciais para atendimento aos idosos; (Redação dada pela Lei
acordo com suas respectivas datas de início ou do seu último reajustamen-
nº 12.418, de 2011)
to, com base em percentual definido em regulamento, observados os
critérios estabelecidos pela Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991. II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao
idoso;
Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada pa-
ra a concessão da aposentadoria por idade, desde que a pessoa conte III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para ga-
com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para rantia de acessibilidade ao idoso;
efeito de carência na data de requerimento do benefício. IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de
Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto no caput aposentadoria e pensão.
observará o disposto no caput e § 2o do art. 3o da Lei no 9.876, de 26 de Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendi-
novembro de 1999, ou, não havendo salários-de-contribuição recolhidos a mento a idosos devem situar-se, preferencialmente, no pavimento térreo.
partir da competência de julho de 1994, o disposto no art. 35 da Lei no (Incluído pela Lei nº 12.419, de 2011)
8.213, de 1991. CAPÍTULO X
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado Do Transporte
com atraso por responsabilidade da Previdência Social, será atualizado Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada
pelo mesmo índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos,
Regime Geral de Previdência Social, verificado no período compreendido exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente
entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento. aos serviços regulares.
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1o de Maio, é a data-base dos § 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente
aposentados e pensionistas. qualquer documento pessoal que faça prova de sua idade.
CAPÍTULO VIII § 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, se-
Da Assistência Social rão reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devida-
Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma arti- mente identificados com a placa de reservado preferencialmente para
culada, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da idosos.

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§ 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 IV – serviço de identificação e localização de parentes ou responsá-
(sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local veis por idosos abandonados em hospitais e instituições de longa perma-
dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de nência;
transporte previstos no caput deste artigo. V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se- idosos;
á, nos termos da legislação específica: VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação dos
I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos diversos segmentos da sociedade no atendimento do idoso.
com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos; CAPÍTULO II
II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no valor das Das Entidades de Atendimento ao Idoso
passagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manu-
igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos. tenção das próprias unidades, observadas as normas de planejamento e
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os meca- execução emanadas do órgão competente da Política Nacional do Idoso,
nismos e os critérios para o exercício dos direitos previstos nos incisos I e conforme a Lei no 8.842, de 1994.
II. Parágrafo único. As entidades governamentais e não-
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei governamentais de assistência ao idoso ficam sujeitas à inscrição de seus
local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e programas, junto ao órgão competente da Vigilância Sanitária e Conselho
privados, as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor Municipal da Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou
comodidade ao idoso. Nacional da Pessoa Idosa, especificando os regimes de atendimento,
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nos observados os seguintes requisitos:
procedimentos de embarque e desembarque nos veículos do sistema de I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habita-
transporte coletivo. (Redação dada pela Lei nº 12.899, de 2013) bilidade, higiene, salubridade e segurança;
TÍTULO III II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis
Das Medidas de Proteção com os princípios desta Lei;
CAPÍTULO I III – estar regularmente constituída;
Das Disposições Gerais IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.
Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionali-
os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados: zação de longa permanência adotarão os seguintes princípios:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; I – preservação dos vínculos familiares;
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
atendimento;
III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de
III – em razão de sua condição pessoal. força maior;
CAPÍTULO II IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter in-
Das Medidas Específicas de Proteção terno e externo;
Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei pode- V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
rão ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, e levarão em conta os fins
sociais a que se destinam e o fortalecimento dos vínculos familiares e VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente
comunitários. de respeito e dignidade.
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Mi- Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimen-
nistério Público ou o Poder Judiciário, a requerimento daquele, poderá to ao idoso responderá civil e criminalmente pelos atos que praticar em
determinar, dentre outras, as seguintes medidas: detrimento do idoso, sem prejuízo das sanções administrativas.
I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de res- Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:
ponsabilidade; I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso,
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários; especificando o tipo de atendimento, as obrigações da entidade e presta-
ções decorrentes do contrato, com os respectivos preços, se for o caso;
III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulato-
rial, hospitalar ou domiciliar; II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os ido-
sos;
IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orienta-
ção e tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação sufi-
próprio idoso ou à pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação; ciente;
V – abrigo em entidade; IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habi-
tabilidade;
VI – abrigo temporário.
V – oferecer atendimento personalizado;
TÍTULO IV
Da Política de Atendimento ao Idoso VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;
CAPÍTULO I VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visi-
Disposições Gerais tas;
Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio do con- VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do
junto articulado de ações governamentais e não-governamentais da União, idoso;
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de la-
Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento: zer;
I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de janei- X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo
ro de 1994; com suas crenças;
II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
para aqueles que necessitarem; XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência
III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de de idoso portador de doenças infecto-contagiosas;
negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;

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XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três
documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os mil reais), se o fato não for caracterizado como crime, podendo haver a
tiverem, na forma da lei; interdição do estabelecimento até que sejam cumpridas as exigências
XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que rece- legais.
berem dos idosos; Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de longa
XV – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstân- permanência, os idosos abrigados serão transferidos para outra instituição,
cias do atendimento, nome do idoso, responsável, parentes, endereços, a expensas do estabelecimento interditado, enquanto durar a interdição.
cidade, relação de seus pertences, bem como o valor de contribuições, e Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabe-
suas alterações, se houver, e demais dados que possibilitem sua identifica- lecimento de saúde ou instituição de longa permanência de comunicar à
ção e a individualização do atendimento; autoridade competente os casos de crimes contra idoso de que tiver conhe-
XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências cabí- cimento:
veis, a situação de abandono moral ou material por parte dos familiares; Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação es- mil reais), aplicada em dobro no caso de reincidência.
pecífica. Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a priori-
Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos prestado- dade no atendimento ao idoso:
ras de serviço ao idoso terão direito à assistência judiciária gratuita. Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil
CAPÍTULO III reais) e multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo
Da Fiscalização das Entidades de Atendimento idoso.
Art. 52. As entidades governamentais e não-governamentais de CAPÍTULO V
atendimento ao idoso serão fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministé- Da Apuração Administrativa de Infração às Normas de Proteção ao Idoso
rio Público, Vigilância Sanitária e outros previstos em lei. Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão atua-
Art. 53. O art. 7o da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com a lizados anualmente, na forma da lei.
seguinte redação: Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade administra-
"Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art. 6o desta Lei a tiva por infração às normas de proteção ao idoso terá início com requisição
supervisão, o acompanhamento, a fiscalização e a avaliação da política do Ministério Público ou auto de infração elaborado por servidor efetivo e
nacional do idoso, no âmbito das respectivas instâncias político- assinado, se possível, por duas testemunhas.
administrativas." (NR) § 1o No procedimento iniciado com o auto de infração poderão ser
Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas dos recur- usadas fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as circunstân-
sos públicos e privados recebidos pelas entidades de atendimento. cias da infração.
Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as determi- § 2o Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a
nações desta Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil e lavratura do auto, ou este será lavrado dentro de 24 (vinte e quatro) horas,
criminal de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes penalidades, obser- por motivo justificado.
vado o devido processo legal: Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresentação
I – as entidades governamentais: da defesa, contado da data da intimação, que será feita:
a) advertência; I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for lavrado
b) afastamento provisório de seus dirigentes; na presença do infrator;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; II – por via postal, com aviso de recebimento.
d) fechamento de unidade ou interdição de programa; Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a autoridade
II – as entidades não-governamentais: competente aplicará à entidade de atendimento as sanções regulamenta-
res, sem prejuízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adota-
a) advertência; das pelo Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a
b) multa; fiscalização.
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas; Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a saúde
d) interdição de unidade ou suspensão de programa; da pessoa idosa abrigada, a autoridade competente aplicará à entidade de
e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público. atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das
providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas
§ 1o Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de frau-
demais instituições legitimadas para a fiscalização.
de em relação ao programa, caberá o afastamento provisório dos dirigentes
ou a interdição da unidade e a suspensão do programa. CAPÍTULO VI
Da Apuração Judicial de Irregularidades em Entidade de Atendimento
§ 2o A suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas
ocorrerá quando verificada a má aplicação ou desvio de finalidade dos Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento administrati-
recursos. vo de que trata este Capítulo as disposições das Leis nos 6.437, de 20 de
§ 3o Na ocorrência de infração por entidade de atendimento, que co- agosto de 1977, e 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
loque em risco os direitos assegurados nesta Lei, será o fato comunicado Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em entidade
ao Ministério Público, para as providências cabíveis, inclusive para promo- governamental e não-governamental de atendimento ao idoso terá início
ver a suspensão das atividades ou dissolução da entidade, com a proibição mediante petição fundamentada de pessoa interessada ou iniciativa do
de atendimento a idosos a bem do interesse público, sem prejuízo das Ministério Público.
providências a serem tomadas pela Vigilância Sanitária. Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvi-
§ 4o Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza do o Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento provisório do
e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o dirigente da entidade ou outras medidas que julgar adequadas, para evitar
idoso, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes da lesão aos direitos do idoso, mediante decisão fundamentada.
entidade. Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de 10
CAPÍTULO IV (dez) dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar
Das Infrações Administrativas as provas a produzir.
Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determina- Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformidade do
ções do art. 50 desta Lei: art. 69 ou, se necessário, designará audiência de instrução e julgamento,
deliberando sobre a necessidade de produção de outras provas.

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§ 1o Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Pú- c) requisitar informações e documentos particulares de instituições
blico terão 5 (cinco) dias para oferecer alegações finais, decidindo a autori- privadas;
dade judiciária em igual prazo. VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a
§ 2o Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de diri- instauração de inquérito policial, para a apuração de ilícitos ou infrações às
gente de entidade governamental, a autoridade judiciária oficiará a autori- normas de proteção ao idoso;
dade administrativa imediatamente superior ao afastado, fixando-lhe prazo VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais asse-
de 24 (vinte e quatro) horas para proceder à substituição. gurados ao idoso, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabí-
§ 3o Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária veis;
poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades verificadas. Satisfei- VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimen-
tas as exigências, o processo será extinto, sem julgamento do mérito. to e os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas
§ 4o A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entida- administrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades
de ou ao responsável pelo programa de atendimento. porventura verificadas;
TÍTULO V IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços
Do Acesso à Justiça de saúde, educacionais e de assistência social, públicos, para o desempe-
CAPÍTULO I nho de suas atribuições;
Disposições Gerais X – referendar transações envolvendo interesses e direitos dos ido-
Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capítulo, sos previstos nesta Lei.
o procedimento sumário previsto no Código de Processo Civil, naquilo que § 1o A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previs-
não contrarie os prazos previstos nesta Lei. tas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segun-
Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclu- do dispuser a lei.
sivas do idoso. § 2o As atribuições constantes deste artigo não excluem outras,
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e pro- desde que compatíveis com a finalidade e atribuições do Ministério Público.
cedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure § 3o O representante do Ministério Público, no exercício de suas
como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 funções, terá livre acesso a toda entidade de atendimento ao idoso.
(sessenta) anos, em qualquer instância. Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atua-
§ 1o O interessado na obtenção da prioridade a que alude este arti- rá obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses
go, fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciá- de que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista dos autos depois das
ria competente para decidir o feito, que determinará as providências a partes, podendo juntar documentos, requerer diligências e produção de
serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em local visível nos outras provas, usando os recursos cabíveis.
autos do processo. Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será
§ 2o A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, esten- feita pessoalmente.
dendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nuli-
com união estável, maior de 60 (sessenta) anos. dade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de
§ 3o A prioridade se estende aos processos e procedimentos na qualquer interessado.
Administração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e insti- CAPÍTULO III
tuições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria Publica Da Proteção Judicial dos Interesses Difusos, Coletivos e Individuais Indis-
da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de poníveis ou Homogêneos
Assistência Judiciária.
Art. 78. As manifestações processuais do representante do Ministé-
§ 4o Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil rio Público deverão ser fundamentadas.
acesso aos assentos e caixas, identificados com a destinação a idosos em
local visível e caracteres legíveis. Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de respon-
sabilidade por ofensa aos direitos assegurados ao idoso, referentes à
CAPÍTULO II omissão ou ao oferecimento insatisfatório de:
Do Ministério Público
I – acesso às ações e serviços de saúde;
Art. 72. (VETADO)
II – atendimento especializado ao idoso portador de deficiência ou
Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão
com limitação incapacitante;
exercidas nos termos da respectiva Lei Orgânica.
III – atendimento especializado ao idoso portador de doença infecto-
Art. 74. Compete ao Ministério Público:
contagiosa;
I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção
IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.
dos direitos e interesses difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e
individuais homogêneos do idoso; Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não excluem da
proteção judicial outros interesses difusos, coletivos, individuais indisponí-
II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição to-
veis ou homogêneos, próprios do idoso, protegidos em lei.
tal ou parcial, de designação de curador especial, em circunstâncias que
justifiquem a medida e oficiar em todos os feitos em que se discutam os Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro
direitos de idosos em condições de risco; do domicílio do idoso, cujo juízo terá competência absoluta para processar
a causa, ressalvadas as competências da Justiça Federal e a competência
III – atuar como substituto processual do idoso em situação de risco,
originária dos Tribunais Superiores.
conforme o disposto no art. 43 desta Lei;
IV – promover a revogação de instrumento procuratório do idoso, Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coleti-
nas hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, quando necessário ou o inte- vos, individuais indisponíveis ou homogêneos, consideram-se legitimados,
resse público justificar; concorrentemente:
V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo: I – o Ministério Público;
a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimentos e, II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
em caso de não comparecimento injustificado da pessoa notificada, requisi- III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
tar condução coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar; IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um)
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autori- ano e que incluam entre os fins institucionais a defesa dos interesses e
dades municipais, estaduais e federais, da administração direta e indireta, direitos da pessoa idosa, dispensada a autorização da assembleia, se
bem como promover inspeções e diligências investigatórias; houver prévia autorização estatutária.

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§ 1o Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públi- § 1o Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligên-
cos da União e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cias, se convencer da inexistência de fundamento para a propositura da
cuida esta Lei. ação civil ou de peças informativas, determinará o seu arquivamento,
§ 2o Em caso de desistência ou abandono da ação por associação fazendo-o fundamentadamente.
legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado deverá assumir a titula- § 2o Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquiva-
ridade ativa. dos serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3
Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara de
Lei, são admissíveis todas as espécies de ação pertinentes. Coordenação e Revisão do Ministério Público.
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pú- § 3o Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento, pelo
blica ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de Poder Conselho Superior do Ministério Público ou por Câmara de Coordenação e
Público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação Revisão do Ministério Público, as associações legitimadas poderão apre-
mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado de seguran- sentar razões escritas ou documentos, que serão juntados ou anexados às
ça. peças de informação.
Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação § 4o Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordenação e
de fazer ou não-fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou Revisão do Ministério Público de homologar a promoção de arquivamento,
determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao será designado outro membro do Ministério Público para o ajuizamento da
adimplemento. ação.
§ 1o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justifi- TÍTULO VI
cado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a Dos Crimes
tutela liminarmente ou após justificação prévia, na forma do art. 273 do CAPÍTULO I
Código de Processo Civil. Disposições Gerais
§ 2o O juiz poderá, na hipótese do § 1o ou na sentença, impor multa Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições
diária ao réu, independentemente do pedido do autor, se for suficiente ou da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985.
compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa
preceito. de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento
§ 3o A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente,
sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se hou- no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo
ver configurado. Penal.
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao CAPÍTULO II
Fundo do Idoso, onde houver, ou na falta deste, ao Fundo Municipal de Dos Crimes em Espécie
Assistência Social, ficando vinculados ao atendimento ao idoso. Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública in-
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias após o condicionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.
trânsito em julgado da decisão serão exigidas por meio de execução pro- Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu
movida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de
aos demais legitimados em caso de inércia daquele. contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercí-
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para cio da cidadania, por motivo de idade:
evitar dano irreparável à parte. Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação § 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menospre-
ao Poder Público, o juiz determinará a remessa de peças à autoridade zar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
competente, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do
agente a que se atribua a ação ou omissão. § 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encon-
trar sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da sen-
tença condenatória favorável ao idoso sem que o autor lhe promova a Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fa-
execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada, igual iniciativa aos zê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retar-
demais legitimados, como assistentes ou assumindo o pólo ativo, em caso dar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir,
de inércia desse órgão. nesses casos, o socorro de autoridade pública:
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adianta- Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
mento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão re-
despesas. sulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Público. Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades
Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar a de longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades
iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os fatos básicas, quando obrigado por lei ou mandado:
que constituam objeto de ação civil e indicando-lhe os elementos de con- Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
vicção. Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica,
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no exer- do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou pri-
cício de suas funções, quando tiverem conhecimento de fatos que possam vando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-
configurar crime de ação pública contra idoso ou ensejar a propositura de lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
ação para sua defesa, devem encaminhar as peças pertinentes ao Ministé- Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
rio Público, para as providências cabíveis.
§ 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
às autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessá-
rias, que serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias. § 2o Se resulta a morte:
Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidência, Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1
particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assi- (um) ano e multa:
nalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias. I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo
de idade;
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II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho; "Art. 141. ............................................................................
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de de-
assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa; ficiência, exceto no caso de injúria..........................................." (NR)
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a exe- "Art. 148. ............................................................................
cução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei; § 1o............................................................................
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à pro- I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente ou
positura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério maior de 60 (sessenta) anos.........................................................." (NR)
Público.
"Art. 159............................................................................
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a
execução de ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou inter- § 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o se-
veniente o idoso: questrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o
crime é cometido por bando ou quadrilha........................................." (NR)
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
"Art. 183............................................................................
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou
qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superi-
sua finalidade: or a 60 (sessenta) anos." (NR)
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. "Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do côn-
juge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporci-
abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendi- onando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão
mento: alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo:
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a be- ............................................................................" (NR)
nefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro docu- Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de
mento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida: 1941, Lei das Contravenções Penais, passa a vigorar acrescido do seguinte
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. parágrafo único:
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, in- "Art. 21............................................................................
formações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso: Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a ou- Art. 112. O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei no 9.455, de 7 de abril
torgar procuração para fins de administração de bens ou deles dispor de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
livremente: "Art. 1o ............................................................................
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. § 4o ............................................................................
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de defi-
ou outorgar procuração: ciência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. ............................................................................" (NR)
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discer- Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de outubro de
nimento de seus atos, sem a devida representação legal: 1976, passa a vigorar com a seguinte redação:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. "Art. 18............................................................................
TÍTULO VII III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores
Disposições Finais e Transitórias de 21 (vinte e um) anos ou a pessoa com idade igual ou superior a 60
Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério (sessenta) anos ou a quem tenha, por qualquer causa, diminuída ou supri-
Público ou de qualquer outro agente fiscalizador: mida a capacidade de discernimento ou de autodeterminação:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. ............................................................................" (NR)
Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Códi- Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, pas-
go Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações: sa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 61. ............................................................................ "Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade
II - ............................................................................ igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as
pessoas acompanhadas por crianças de colo terão atendimento prioritário,
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher nos termos desta Lei." (NR)
grávida; ............................................................................." (NR)
Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fundo
"Art. 121. ............................................................................ Nacional de Assistência Social, até que o Fundo Nacional do Idoso seja
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), criado, os recursos necessários, em cada exercício financeiro, para aplica-
se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ção em programas e ações relativos ao idoso.
ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à
procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão população idosa do País.
em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um
terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional
maior de 60 (sessenta) anos................................................................" (NR) projeto de lei revendo os critérios de concessão do Benefício de Prestação
Continuada previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, de forma a
"Art. 133. ............................................................................ garantir que o acesso ao direito seja condizente com o estágio de desen-
§ 3o ............................................................................ volvimento sócio-econômico alcançado pelo País.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR) Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua
"Art. 140. ............................................................................ publicação, ressalvado o disposto no caput do art. 36, que vigorará a partir
de 1o de janeiro de 2004.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a ra-
ça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora
de deficiência:............................................................................ (NR)
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28. NOÇÕES DE ÉTICA E CIDADANIA o problema sob novo ângulo e afirmou que a realidade do conhecimento
prático (comportamento moral) está na ideia, na regra para a experiência,
no "dever ser". A vontade moral é vontade de fins enquanto fins, fins abso-
Ética lutos. O ideal ético é um imperativo categórico, ou seja, ordenação para um
A finalidade dos códigos morais é reger a conduta dos membros de fim absoluto sem condição alguma. A moralidade reside na máxima da
uma comunidade, de acordo com princípios de conveniência geral, para ação e seu fundamento é a autonomia da vontade. Hegel distinguiu morali-
garantir a integridade do grupo e o bem-estar dos indivíduos que o consti- dade subjetiva de moralidade objetiva ou eticidade. A primeira, como cons-
tuem. Assim, o conceito de pessoa moral se aplica apenas ao sujeito en- ciência do dever, se revela no plano da intenção. A segunda aparece nas
quanto parte de uma coletividade. normas, leis e costumes da sociedade e culmina no estado.
Ética é a disciplina crítico-normativa que estuda as normas do compor- Objeto e ramos da ética. Três questões sempre reaparecem nos diver-
tamento humano, mediante as quais o homem tende a realizar na prática sos momentos da evolução da ética ocidental: (1) os juízos éticos seriam
atos identificados com o bem. verdades ou apenas traduziriam os desejos de quem os formula; (2) prati-
Interiorização do dever. A observação da conduta moral da humanida- car a virtude implica benefício pessoal para o virtuoso ou, pelo menos, tem
de ao longo do tempo revela um processo de progressiva interiorização: um sentido racional; e (3) qual é a natureza da virtude, do bem e do mal.
existe uma clara evolução, que vai da aprovação ou reprovação de ações Diversas correntes do pensamento contemporâneo (intuicionismo, positi-
externas e suas consequências à aprovação ou reprovação das intenções vismo lógico, existencialismo, teorias psicológicas sobre a ligação entre
que servem de base para essas ações. O que Hans Reiner designou como moralidade e interesse pessoal, realismo moral e outras) detiveram-se
"ética da intenção" já se encontra em alguns preceitos do antigo Egito nessas questões. Como resultado disso, delimitaram-se os dois ramos
(cerca de três mil anos antes da era cristã), como, por exemplo, na máxima principais da ética: a teoria ética normativa e a ética crítica ou metaética.
"não zombarás dos cegos nem dos anões", e do Antigo Testamento, em A ética normativa pode ser concebida como pesquisa destinada a es-
que dois dos dez mandamentos proíbem que se deseje a propriedade ou a tabelecer e defender como válido ou verdadeiro um conjunto completo e
mulher do próximo. simplificado de princípios éticos gerais e também outros princípios menos
Todas as culturas elaboraram mitos para justificar as condutas morais. gerais, importantes para conferir uma base ética às instituições humanas
Na cultura do Ocidente, são familiares a figura de Moisés ao receber, no mais relevantes.
monte Sinai, a tábua dos dez mandamentos divinos e o mito narrado por A metaética trata dos tipos de raciocínio ou de provas que servem de
Platão no diálogo Protágoras, segundo o qual Zeus, para compensar as justificação válida dos princípios éticos e também de outra questão intima-
deficiências biológicas dos humanos, conferiu-lhes senso ético e capacida- mente relacionada com as anteriores: a do "significado" dos termos, predi-
de de compreender e aplicar o direito e a justiça. O sacerdote, ao atribuir à cados e enunciados éticos. Pode-se dizer, portanto, que a metaética está
moral origem divina, torna-se seu intérprete e guardião. O vínculo entre para a ética normativa como a filosofia da ciência está para a ciência.
moralidade e religião consolidou-se de tal forma que muitos acreditam que Quanto ao método, a teoria metaética se encontra bem próxima das ciên-
não pode haver moral sem religião. Segundo esse ponto de vista, a ética se cias empíricas. Tal não se dá, porém, com a ética normativa.
confunde com a teologia moral.
Desde a época em que Galileu afirmou que a Terra não é o centro do
História. Coube a um sofista da antiguidade grega, Protágoras, romper universo, desafiando os postulados ético-religiosos da cristandade medie-
o vínculo entre moralidade e religião. A ele se atribui a frase "O homem é a val, são comuns os conflitos éticos gerados pelo progresso da ciência,
medida de todas as coisas, das reais enquanto são e das não reais en- especialmente nas sociedades industrializadas do século XX. A sociologia,
quanto não são." Para Protágoras, os fundamentos de um sistema ético a medicina, a engenharia genética e outras ciências se deparam a cada
dispensam os deuses e qualquer força metafísica, estranha ao mundo passo com problemas éticos. Em outro campo da atividade humana, a
percebido pelos sentidos. Teria sido outro sofista, Trasímaco de Calcedô- prática política antiética tem sido responsável por comoções e crises sem
nia, o primeiro a entender o egoísmo como base do comportamento ético. precedentes em países de todas as latitudes. ©Encyclopaedia Britannica do
Sócrates, que alguns consideram fundador da ética, defendeu uma mo- Brasil Publicações Ltda.
ralidade autônoma, independente da religião e exclusivamente fundada na Moral
razão, ou no logos. Atribuiu ao estado um papel fundamental na manuten-
ção dos valores morais, a ponto de subordinar a ele até mesmo a autorida- Conjunto de regras e prescrições a respeito do comportamento, estabe-
de do pai e da mãe. Platão, apoiado na teoria das ideias transcendentes e lecidas e aceitas por determinada comunidade humana durante determina-
imutáveis, deu continuidade à ética socrática: a verdadeira virtude provém do período de tempo.
do verdadeiro saber, mas o verdadeiro saber é só o saber das ideias. Para
Aristóteles, a causa final de todas as ações era a felicidade (eudaimonía). Ética e moral
Em sua ética, os fundamentos da moralidade não se deduzem de um Uma distinção indistinta
princípio metafísico, mas daquilo que é mais peculiar ao homem: razão Desidério Murcho
(logos) e atuação (enérgeia), os dois pontos de apoio da ética aristotélica. A pretensa distinção entre a ética e a moral é intrinsecamente confusa
Portanto, só será feliz o homem cujas ações sejam sempre pautadas pela e não tem qualquer utilidade. A pretensa distinção seria a seguinte: a ética
virtude, que pode ser adquirida pela educação. seria uma reflexão filosófica sobre a moral. A moral seria os costumes, os
hábitos, os comportamentos dos seres humanos, as regras de comporta-
A diversidade dos sistemas éticos propostos ao longo dos séculos se mento adaptadas pelas comunidades. Antes de vermos por que razão esta
compara à diversidade dos ideais. Assim, a ética de Epicuro inaugurou o distinção resulta de confusão, perguntemo-nos: que ganhamos com ela?
hedonismo, pelo qual a felicidade encontra-se no prazer moderado, no
Em primeiro lugar, não ganhamos uma compreensão clara das três
equilíbrio racional entre as paixões e sua satisfação. A ética dos estóicos
viu na virtude o único bem da vida e pregou a necessidade de viver de áreas da ética: a ética aplicada, a ética normativa e a metaética. A ética
acordo com ela, o que significa viver conforme a natureza, que se identifica aplicada trata de problemas práticos da ética, como o aborto ou a eutaná-
com razão. As éticas cristãs situam os bens e os fins em Deus e identificam sia, os direitos dos animais, ou a igualdade. A ética normativa trata de
moral com religião. Jeremy Bentham, seguido por John Stuart Mill, pregou o estabelecer, com fundamentação filosófica, regras ou códigos de compor-
princípio do eudemonismo clássico para a coletividade inteira. Nietzsche tamento ético, isto é, teorias éticas de primeira ordem. A metaética é uma
criou uma ética dos valores que inverteu o pensamento ético tradicional e reflexão sobre a natureza da própria ética: Será a ética objetiva, ou subjeti-
Bergson estabeleceu a distinção entre moral fechada e moral aberta: a va? Será relativa à cultura ou à história, ou não?
primeira conservadora, baseada no hábito e na repetição, enquanto que a Em segundo lugar, não ganhamos qualquer compreensão da natureza
outra se funda na emoção, no instinto e no entusiasmo próprios dos profe- da reflexão filosófica sobre a ética. Não ficamos a saber que tipo de pro-
tas, santos e inovadores. blemas constitui o objeto de estudo da ética. Nem ficamos a saber muito
bem o que é a moral.
Até o século XVIII, com Kant, todos os filósofos, salvo, até certo ponto,
Platão, aceitavam que o objetivo da ética era ditar leis de conduta. Kant viu Em conclusão, nada ganhamos com esta pretensa distinção.

Conhecimentos Específicos 207 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Mas, pior, trata-se de uma distinção indistinta, algo que é indefensável 1. Em ética normativa, é a investigação racional, ou uma teoria, sobre
e que resulta de uma confusão. O comportamento dos seres humanos é os padrões do correto e incorreto, do bom e do mau, com respeito ao
multifacetado; nós fazemos várias coisas e temos vários costumes e nem caráter e à conduta, que uma classe de indivíduos tem o dever de aceitar.
todas as coisas que fazemos pertencem ao domínio da ética, porque nem Esta classe pode ser a humanidade em geral, mas podemos também
todas têm significado ético. É por isso que é impossível determinar à partida considerar que a ética médica, a ética empresarial, etc., são corpos de
que comportamentos seriam os comportamentos morais, dos quais se padrões que os profissionais em questão devem aceitar e observar. Este
ocuparia a reflexão ética, e que comportamentos não constituem tal coisa. tipo de investigação e a teoria que daí resulta (a ética kantiana e a utilitaris-
Fazer a distinção entre ética e moral supõe que podemos determinar, sem ta são exemplos amplamente conhecidos) não descrevem o modo como as
qualquer reflexão ou conceitos éticos prévios, quais dos nossos comporta- pessoas pensam ou se comportam; antes prescrevem o modo como as
mentos pertencem ao domínio da moral e quais terão de ficar de fora. Mas pessoas devem pensar e comportar-se. Por isso se chama ética normativa:
isso é impossível de fazer, pelo que a distinção é confusa e na prática o seu objetivo principal é formular normas válidas de conduta e de avalia-
indistinta. ção do caráter. O estudo sobre que normas e padrões gerais são de aplicar
Vejamos um caso concreto: observamos uma comunidade que tem em situações-problema efetivos chama-se também ética aplicada. Recen-
como regra de comportamento descalçar os sapatos quando vai para o temente, a expressão "teoria ética" é muitas vezes usada neste sentido.
jardim. Isso é um comportamento moral sobre o qual valha a pena reflectir Muito do que se chama filosofia moral é ética normativa ou aplicada.
eticamente? Como podemos saber? Não podemos. Só podemos determi- 2. A ética social ou religiosa é um corpo de doutrina que diz respeito o
nar se esse comportamento é moral ou não quando já estamos a pensar que é correto e incorreto, bom e mau, relativamente ao caráter e à conduta.
em termos morais. A ideia de que primeiro há comportamentos morais e Afirma implicitamente que lhe é devida obediência geral. Neste sentido, há,
que depois vem o filósofo armado de uma palavra mágica, a "ética", é uma por exemplo, uma ética confucionista, cristã, etc. É semelhante à ética
fantasia. As pessoas agem e refletem sobre os seus comportamentos e normativa filosófica ao afirmar a sua validade geral, mas difere dela porque
consideram que determinados comportamentos são amorais, isto é, estão não pretende ser estabelecida unicamente com base na investigação
fora do domínio ético, como pregar pregos, e que outros comportamentos racional.
são morais, isto é, são comportamentos com relevância moral, como fazer
abortos. E essas práticas e reflexões não estão magicamente separadas da 3. A moralidade positiva é um corpo de doutrinas, a que um conjunto
reflexão filosófica. A reflexão filosófica é a continuação dessas reflexões. de indivíduos adere geralmente, que dizem respeito ao que é correto e
Evidentemente, tanto podemos usar as palavras "ética" e "moral" como incorreto, bom e mau, com respeito ao caráter e à conduta. Os indivíduos
sinônimas, como podemos usá-las como não sinônimas. É irrelevante. O podem ser os membros de uma comunidade (por exemplo, a ética dos
importante é saber do que estamos a falar se as usarmos como sinônimas índios Hopi), de uma profissão (certos códigos de honra) ou qualquer outro
e do que estamos a falar quando não as usamos como sinônimas. O pro- tipo de grupo social. Pode-se contrastar a moralidade positiva com a mora-
blema didático, que provoca dificuldades a muitos estudantes, é que geral- lidade crítica ou ideal. A moralidade positiva de uma sociedade pode tolerar
mente os autores que fazem a distinção entre moral e ética não conse- a escravatura, mas a escravatura pode ser considerada intolerável à luz de
guem, estranhamente, explicar bem qual é a diferença — além de dizer uma teoria que supostamente terá a autoridade da razão (ética normativa)
coisas vagas como "a ética é mais filosófica". ou à luz de uma doutrina que tem o apoio da tradição ou da religião (ética
social ou religiosa).
Se quisermos usar as palavras "moral" e "ética" como não sinônimas,
estaremos a usar o termo "moral" unicamente para falar dos costumes e 4. Ao estudo a partir do exterior, por assim dizer, de um sistema de
códigos de conduta culturais, religiosos, etc., que as pessoas têm. Assim, crenças e práticas de um grupo social também se chama ética, mais espe-
para um católico é imoral tomar a pílula ou fazer um aborto, tal como para cificamente ética descritiva, dado que um dos seus objetivos principais é
um muçulmano é imoral uma mulher mostrar a cara em público, para não descrever a ética do grupo. Também se lhe chama por vezes étnoética, e é
falar nas pernas. Deste ponto de vista, a "moral" não tem qualquer conteú- parte das ciências sociais.
do filosófico; é apenas o que as pessoas efetivamente fazem e pensam. A
5. Chama-se metaética ou ética analítica a um tipo de investigação ou
ética, pelo contrário, deste ponto de vista, é a disciplina que analisa esses
teoria filosófica que se distingue da ética normativa. A metaética tem como
comportamentos e crenças, para determinar se eles são ou não aceitáveis
objeto de investigação filosófica os conceitos, proposições e sistemas de
filosoficamente. Assim, pode dar-se o caso que mostrar a cara em público
crenças éticos. Analisa os conceitos de correto e incorreto, bom e mau,
seja imoral, apesar de não ser contrário à ética; pode até dar-se o caso de
com respeito ao caráter e à conduta, assim como conceitos relacionados
ser anti-ético defender que é imoral mostrar a cara em público e proibir as
com estes, como, por exemplo, a responsabilidade moral, a virtude, os
mulheres de o fazer.
direitos. Inclui também a epistemologia moral: o modo como a verdade ética
O problema desta terminologia é que quem quer que tenha a experiên- pode ser conhecida (se é que o pode); e a ontologia moral: a questão de
cia de escrever sobre assuntos éticos, percebe que ficamos rapidamente saber se há uma realidade moral que corresponde às nossas crenças e
sem vocabulário. Como se viu acima, tive de escrever "anti-ético", porque outras atitudes morais. As questões de saber se a moral é subjetiva ou
não podia dizer "imoral". O nosso discurso fica assim mais contorcido e objetiva, relativa ou absoluta, e em que sentido o é, pertencem à metaética.
menos direto e claro. Quando se considera que "ética" e "moral" são termos
sinônimos (e etimologicamente são sinônimos, porque são a tradução latina A palavra "moral" e as suas cognatas refere-se ao que é bom ou mau,
e grega uma da outra), resolve-se as coisas de maneira muito mais sim- correto ou incorreto, no caráter ou conduta humana. Mas o bem moral (ou a
ples. Continuamos a fazer a distinção entre os comportamentos das pesso- correcção) não é o único tipo de bem; assim, a questão é saber como
as e as suas crenças morais, mas não temos de introduzir o artificialismo distinguir entre o moral e o não moral. Esta questão é objeto de discussão.
de dizer que essas crenças morais, enquanto crenças morais, estão corre- Algumas respostas são em termos de conteúdo. Uma opinião é que as
tas, mas enquanto preferências éticas podem estar erradas. Isto só confun- preocupações morais são unicamente as que se relacionam com o sexo.
de as coisas. É muito mais fácil dizer que quem pensa que mostrar a cara é Mais plausível é a sugestão de que as questões morais são unicamente as
imoral está pura e simplesmente enganado, e está a confundir o que é um que afectam outras pessoas. Mas há teorias (Aristóteles, Hume) que consi-
costume religioso ou cultural com o que é defensável. Peter Singer, James derariam que mesmo esta demarcação é excessivamente redutora. Outras
Rachels, Thomas Nagel, e tantos outros filósofos centrais, usam os termos respostas fornecem um critério formal: por exemplo, que as exigências
"ética" e "moral" como sinônimos. Para falar dos costumes e códigos religi- morais são as que têm origem em Deus, ou que as exigências morais são
osos, temos precisamente estas expressões muito mais esclarecedoras: as que derrotam quaisquer outros tipos de exigências ou, ainda, que os
"costumes" e "códigos religiosos". juízos morais são universalizáveis.
Ética e moral A palavra latina "moralis", que é a raíz da palavra portuguesa, foi criada
Thomas Mautner por Cícero a partir de "mos" (plural "mores"), que significa costumes, para
Universidade Nacional da Austrália corresponder ao termo grego "ethos" (costumes). É por isso que em muitos
contextos, mas nem sempre, os termos "moral/ético", "moralidade/ética",
A palavra "ética" relaciona-se com "ethos", que em grego significa hábi-
"filosofia moral/ética" são sinónimos. Mas as duas palavras têm também
to ou costume. A palavra é usada em vários sentidos relacionados, que é
sido usadas para fazer várias distinções:
necessário distinguir para evitar confusões.

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1. Hegel contrasta a Moralität (moralidade) com a Sittlichkeit ("eticalida- Influência do “estado da arte” sobre a ética
de" ou vida ética). Segundo Hegel, a moralidade tem origem em Sócrates e Para sabermos se uma ação é benéfica a toda sociedade, é necessário
foi reforçada com o nascimento do cristianismo, a reforma e Kant, e é o que que se conheçam adequadamente as consequências dessa ação sobre a
é do interesse do indivíduo autônomo. Apesar de a moralidade envolver um sociedade. Nos casos onde o estado da arte do assunto em questão não
cuidado com o bem-estar não apenas de si mas também dos outros, deixa atingiu um grau de maturidade suficiente para conclusões seguras e corre-
muito a desejar por causa da sua incompatibilidade potencial com valores tas, não se pode concluir se a ação é ou não ética. Leonardo da Vinci era
sociais estabelecidos e comuns, assim como com os costumes e institui- criticado por ter iniciado a dissecação de cadáveres, mas sem essa prática
ções que dão corpo e permitem a manutenção desse valores. Viver numa a medicina jamais conseguiria atingir o grau de evolução atual. Hoje vemos
harmonia não forçada com estes valores e instituições é a Sittlichkeit, na que sua atitude era ética, apesar de que, naquela época, alguns o critica-
qual a autonomia do indivíduo, os direitos da consciência individual, são vam injustamente, principalmente por ignorância de origem religiosa ou
reconhecidos mas devidamente restringidos; simplesmente técnica.
2. De modo análogo, alguns autores mais recentes usam a palavra Quando uma ação é ou não é ética
"moralidade" para designar um tipo especial de ética. Bernard Williams Não é difícil diferenciar o que é e o que não é benéfico para uma soci-
(Ethics and the Limits of Philosophy, 1985), por exemplo, argumenta que "a edade. Mas em alguns casos, onde o conhecimento humano do estado da
instituição da moralidade" encara os padrões e normas éticas como se arte não atingiu um nível adequado, a decisão sobre se uma ação é ou não
fossem semelhantes a regras legais, tornando-se por isso a obediência ao ética ficará prejudicada. Estão claramente nesse rol a clonagem de seres
dever a única virtude genuína. Esta é uma perspectiva que, na sua opinião, humanos, o plantio de alimentos transgênicos etc. Outras ações como a
deve ser abandonada a favor de uma abordagem da vida ética menos eutanásia, em certas circunstâncias, o aborto em determinadas situações, a
moralista e mais humana e sem restrições; prisão perpétua ou a pena de morte de alguns crimes também podem
3. Habermas, por outro lado, faz uma distinção que está também implí- carecer de maior conhecimento humano se desconsiderarmos os preceitos
cita na Teoria da Justiça de Rawls entre ética, que tem a ver com a vida religiosos, pois ainda não sabemos cientificamente a partir de que momento
boa (que não é o mesmo para todas as pessoas), e a moralidade, que tem existe ou deixa de existir a vida, a alma, o espírito ou a capacidade de
a ver com a dimensão social da vida humana e portanto com princípios de regeneração de um ser humano.
conduta que podem ter aplicação universal. A ética ocupa-se da vida boa, a Meio ambiente e a ética
moralidade da conduta correta. Como a ética está umbilicalmente ligada à obtenção de melhores con-
Thomas Mautner dições da vida em sociedade, a preservação e melhoria das condições do
Tradução e adaptação de Desidério Murcho meio ambiente são itens dos mais importantes para as gerações futuras.
Retirado de Dictionary of Philosophy, org. por Thomas Mautner (Pen- Portanto, uma indústria que solta poluentes em um rio, o carro que emite
guin, 2005) gases que poluem o ar por estar desregulado, empresas que produzem
Difundindo princípios e conceitos éticos materiais não-biodegradáveis ou que ataquem a camada de ozônio etc não
Milton Emílio Vivan estão agindo de forma ética, pois estarão comprometendo a qualidade de
Rotary Club de São Paulo-Pacaembu, D.4610, desenvolveu no ano ro- vida das gerações e sociedades futuras.
tário 2003-04 um projeto de difusão de princípios e conceitos éticos. O
projeto procura responder a uma das frases mais relevantes de Paul Harris: Uma ação egoísta, porém ética
“O Rotary continuará a ser caridoso, mas pode fazer mais do que isso: Imagine a criação de um empreendimento de sucesso, com ótimos re-
façamos com que o Rotary extermine a causa que faz necessária a carida- sultados aos investidores, mas que também permita empregar centenas de
de”. A que se referia Paul Harris? Após profunda reflexão, por vários cami- trabalhadores, inserindo-os socialmente e permitindo-lhes que exerçam
nhos, surgiu a resposta: a maior vivência dos preceitos éticos. Assim nas- plenamente a cidadania. Esta ação, por ser benéfica à sociedade, é consi-
ceu a ideia do projeto. O primeiro passo foi a escolha de conceitos simples, derada uma ação ética. Imagine um local onde ocorra seca periodicamente
de fácil mas ampla aplicação, e profundos em sua essência. Resultou na no Nordeste brasileiro. Um empreendedor investe num projeto de irrigação
escolha dos princípios da universalidade e do respeito enunciados por e cria um pólo produtor de frutas que emprega centenas de famílias. Supo-
Emmanuel Kant. nha que esse empreendimento tenha enorme sucesso, com produtos de
ótima qualidade e preços competitivos.
Princípios da universalidade e do respeito de Kant Admita que as condições de trabalho sejam adequadas, e que os tra-
Princípio da Universalidade: quando você quiser saber se uma ação é balhadores possam educar seus filhos e contar com assistência médica, ter
ética ou não, suponha que essa ação se tornará um padrão universal de à disposição transportes, lazer e segurança, enfim, que tenham o necessá-
comportamento, ou seja, a partir de agora, esse será o modelo de compor- rio para que possam exercer com plenitude a cidadania. A ação desse
tamento. Imagine, então, todos agindo dessa forma. empreendedor será uma ação ética, pois resultará em benefício para toda a
Se não gostar de viver numa sociedade com todas as pessoas agindo sociedade. Fatos como esse podem ocorrer no campo, em qualquer cidade
dessa forma, pode-se concluir que a ação em questão não é ética. e em qualquer metrópole.
Em resumo, a pergunta é: e se todos agissem assim? Princípio do Ações legais porém não-éticas
Respeito: todo ser humano deve ser considerado como um fim em si mes- Toda lei que não beneficie a sociedade será uma ação não-ética. Leis
mo. Os aspectos que mais caracterizam o Princípio do Respeito são: incompetentes ou leis que venham a beneficiar grupos em prejuízo de toda
• Não negar informações pertinentes e uma sociedade gerarão ações legais, mas não-éticas. Esse tipo de ação é
• Permitir-lhe liberdade de escolha. bastante comum quando grupos julgam legítimo defender seus interesses
Em todos os boletins semanais do clube esses princípios foram cita- corporativos, mesmo quando em detrimento do interesse da sociedade.
dos. Durante o ano, em todos eles foram incluídas perguntas e respostas Não são raras as ações desse tipo em todas as casas onde se legisla, seja
sobre a aplicação prática desses dois princípios. Ao final, foram enunciadas nas Câmaras de Vereadores, Assembleias Legislativas, Câmara de Depu-
e respondidas 100 perguntas, as quais foram englobadas em um livro que tados, Senado Federal e até em Associações de Normas Técnicas. Nestas
foi distribuído na Conferência Distrital do D.4610. A comunidade foi atingida últimas, interesses corporativos podem pugnar por maiores tolerâncias,
pela inserção em jornais de bairro. Para que o projeto alcançasse o âmbito incompatíveis com requisitos de qualidade etc. Esses interesses corporati-
mundial, foi criado o boletim Stadium International, que foi enviado para vos procuram se cercar de garantias que diminuam os riscos de prejuízo,
mais de 600 clubes no mundo e que veiculou os dois princípios de Kant não pela competência e maior qualidade dos produtos, mas pela mudança
enunciados em português, inglês, francês, italiano, espanhol, alemão, nos parâmetros de controle. Ações legais e não-éticas também podem ter
japonês e hindi. Algumas dessas versões foram feitas por clubes do exteri- origem na corrupção, na omissão de pessoas ou instituições, mas também
or, por solicitação do RCSP-Pacaembu, como sinal de engajamento no simplesmente em ações não-competentes. Um exemplo é o caso de situa-
projeto. ções geradas por governos que endividam seus países em níveis incompa-
A acolhida tem sido excepcional. Governadores incluíram em suas car- tíveis com a capacidade de pagamento, obrigando ao envolvimento em
tas mensais os dois princípios e incentivaram seus presidentes a se envol- dívidas monstruosas, quase que impagáveis, e que obrigam esses gover-
verem no projeto. nos a empenharem vultosas quantias que, em princípio, deveriam ser
investidas em benefício da população. Outro exemplo é o caso da cobrança

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exagerada de impostos que, apesar de legal, pode se tornar não-ética acreditamos na prática do bem independente de quaisquer recompensas,
quando sufocar os meios de produção de uma sociedade. imediatas ou futuras, cumprimos ainda melhor essa missão.

Comportamentos éticos aplicáveis universalmente Relação entre ética e política


• A compaixão, relacionada com a ajuda ao próximo; Ética e política se entrelaçam e se confundem em seu significado mais
• A não-maleficência, que trata de evitar a imposição de sofrimento profundo. A ética está profundamente ligada com a vida em sociedade.
ou privação ao próximo; Ações éticas implicam em ações que beneficiam a comunidade.
• A beneficência, que procura prevenir e combater o sofrimento do Na política deve prevalecer o interesse da sociedade como um todo, e
próximo, promover a felicidade do próximo, e com natural e maior in- não o de uma minoria privilegiada com acesso ao poder. Um bom político é
tensidade à nossa família e amigos; aquele que consegue melhorar as condições de vida de seu povo. Assim
• A imparcialidade: tratar as pessoas da forma como merecem ser ele será ético. Um deputado que cria leis que não beneficiam seu povo ou
tratadas, tendo direitos iguais até que o mérito ou necessidades jus- que beneficiam a poucos criará uma ação que, apesar de legal, será não-
tifiquem tratamento especial; ética. A criação de novos impostos que venham a sufocar a economia são
• A coragem para se opor a injustiças, mesmo que em prejuízo pró- ações tipicamente não-éticas. A outorga de benefícios imerecidos e injustos
prio; também são ações não-éticas. Não basta aos políticos terem boas inten-
• O respeito à autonomia individual: não manipular ou induzir o pen- ções ou boa vontade. Também é necessário ter competência. Para os
samento das pessoas, mesmo que para o próprio bem delas; políticos, a prática da ética está intimamente relacionada com a sua compe-
• A honestidade: não enganar as pessoas. A mentira é um vício, es- tência profissional.
pecialmente quanto à supervalorização das próprias capacidades. O problema é que, para os políticos, mesmo que queiram, não é fácil
Acostume-se a saber que as pessoas merecem saber a verdade; praticar a ética. Soluções simples e surradas muitas vezes não bastam. É
• Não fazer promessas que não pretende ou que sabe que dificilmen- necessário criatividade, inteligência, arrojo e coragem para encontrar solu-
te conseguirá cumprir; ções competentes e, portanto, éticas, que vão realmente beneficiar a socie-
• Integridade: cumprir com as obrigações, mesmo que a despeito de dade. Uma casa legislativa onde se criam leis ineficazes será uma fonte de
inconveniência pessoal. ações não-éticas, mas legais.
• Consistência. Pode-se medir o valor moral de um ser humano pela
consistência de suas ações. Essa medida tem maior qualidade Relação entre ética e justiça
quando princípios conflitam com interesses. Numa sociedade ética é fundamental que todos tenham, apesar das di-
ferenças individuais, no mínimo, as mesmas oportunidades para viver com
Como a televisão poderia servir como difusor desses princípios e plenitude a cidadania. O desenvolvimento de suas capacidades será função
conceitos? de suas habilidades e vocações, de sua disciplina e talento. A desigualdade
A televisão é claramente subutilizada socialmente nesse aspecto. As social deve ser a mínima aceitável de modo a garantir ao mais humilde o
telenovelas poderiam conter episódios que didaticamente mostrassem as essencial para que possa ter acesso à cidadania: saúde, educação, trans-
consequências benéficas de atitudes éticas à sociedade. Nos esportes porte e segurança. A justiça deve agir no sentido de assegurar que cada
poderiam ser ressaltados, valorizados e premiados os comportamentos indivíduo da sociedade tenha o que realmente merece, principalmente do
mais adequados. Reconhecimentos profissionais em âmbito nacional a ponto de vista distributivo, em função do mérito, mas também do ponto de
entidades e pessoas que se destacaram em suas funções e objetivos, vista corretivo, em função do dano causado. Uma justiça eficiente permite
observando os princípios éticos. Programas dominicais poderiam apresen- que a sociedade viva de forma mais estável, harmoniosa, com paz e,
tar quadros específicos a esse respeito. Pequenas histórias e séries pode- portanto, mais feliz, atingindo assim os objetivos de uma sociedade ética.
riam conter temas que focalizassem um determinado assunto sob o ponto Numa sociedade justa, até o mérito do sucesso tem maior valor. O mérito,
de vista ético. Programas de entrevista poderiam dar ênfase a comporta- quando legítimo, não pode ter limites. Isso induz e incentiva a prática do
mentos a serem imitados. Prêmios poderiam ser oferecidos a comporta- bem, das boas ações, facilitando o alcance da felicidade comum.
mentos exemplares, programas de perguntas e respostas poderiam dar A corrupção, os conluios e acertos visando aos privilégios que sabotam
ênfase aos princípios e conceitos éticos, enfim, em quase todos os tipos de a ação da justiça e que visam à certeza da impunidade devem ser encara-
programas há uma forma de incluir conceitos éticos. dos como vícios e imperfeições da sociedade, que não podem ser tolera-
dos.
A ética na formação moral de uma nação
Pode-se constatar que há pessoas bastante cultas, educadas, forma- Relação entre a ética e a malandragem e o otário
das pelas melhores escolas do Brasil ou até do exterior que não se preocu- Em nosso país, inclusive na TV, é comum a valorização e a banaliza-
pam com a vida em comunidade, ou seja, não têm a necessária sensibili- ção do termo “malandro”. Malandro assume então o significado de esperto,
dade ética. Por outro lado, um analfabeto pode ser tão ou mais ético que o que leva vantagem. Mas é impossível dissociar que malandro também
um doutor se suas ações forem pautadas pelo respeito ao que é de todos. significa trapaceiro, velhaco.
Não é necessário ser alfabetizado para se compreender e viver os valores Otário é o que se deixa enganar pela esperteza, pela trapaça do velha-
éticos. Basta que a cabeça seja aberta e não fechada em seus próprios co. Assim é comum ver-se a figura do malandro, do que procura levar
interesses. vantagem em tudo, ser valorizada em detrimento de um comportamento
condizente com a vida em sociedade, que sequer é lembrado – e muitas
A ética no Rotary vezes até rejeitado – pelos mais insuspeitos cidadãos. É lamentável a falta
A difusão de princípios e conceitos éticos é, sem dúvida, um dos objeti- de sensibilidade de quem de fato ou de direito deveria corrigir essas atitu-
vos do Rotary. O comportamento ético está diagnosticado como remédio des que deformam o caráter dos indivíduos, mas principalmente de nossa
adequado para quaisquer países de todos os continentes: grandes potên- mocidade.
cias, países ricos, emergentes, carentes e pobres. Uma instituição como o A existência de um malandro sempre supõe a existência de um otário
Rotary, de âmbito internacional, tem vocação inerente para ser a portadora que foi enganado. A malandragem que visa a obtenção de alguma vanta-
da bandeira da difusão dos princípios éticos. Esse projeto custa muito gem para si ou para outrem, mesmo que independente dos meios, e com o
pouco comparado com os existentes, e os frutos serão colhidos em todas mínimo esforço possível, é evidentemente incompatível com a vida em
as áreas, com benefício incomensurável para todos os seres humanos. sociedade. Esse conceito deve ser rejeitado com veemência e não tolerado.
O mérito e o valor da conquista com disciplina e talento devem ser valoriza-
Relação entre a ética e a religião dos. Não se pode pretender uma sociedade ética ou justa quando se valori-
Não importa de que religião somos, no que, em que e como cremos: za o comportamento do malandro.
podemos sempre nos empenhar na prática do bem. Isso não contradiz
qualquer religião. Se nossas ações visam ao empenho pela prática do bem Fórum Social Mundial – a reinvenção da democracia (1)
da sociedade, nossas ações cumprem a meta de cada religião. É pela *Cândido Grzybowski
prática verdadeira em sua vida diária que o homem cumpre de fato a meta Desde a sua primeira edição em 2001, o Fórum Social Mundial (FSM)
de toda religião, qualquer que seja ela, qualquer nome que tenha. Se vem sendo um espaço privilegiado de mobilização e encontro da diversida-

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de de movimentos sociais, organizações, suas redes, campanhas e coali- ria no sentido de pensar todos e todas juntos as possíveis ações de trans-
zões que se opõem à globalização econômica e financeira dominante. A formação da ordem global existente. Desde o seu nascedouro, o FSM se
especificidade e força agregadora do FSM decorrem da sua capacidade de impôs o respeito à diversidade e ao pluralismo como condição de sua
fazer com que tamanha heterogeneidade de atores sociais – em termos própria existência e de enfrentamento do pensamento único, homogêneo e
sociais, culturais e geográficos – acreditem em si mesmos e na possibilida- redutor, da globalização neoliberal.]
de de transformar e reconstruir o mundo. Com a globalização dominante a
maior parte da humanidade está sendo deixada de lado, como um exceden- De minha perspectiva, ainda não criamos alternativas estruturantes em
te descartável. Com o FSM as pessoas mais simples redescobrem o seu face da globalização dominante. Isto é uma tarefa coletiva de longa dura-
valor fundamental como membros da comunidade humana e cidadãs ção. Temos apenas 5 anos! Mas despertamos um poderoso movimento de
construtoras de sociedades, das culturas, dos poderes, das economias. ideias, que alimenta o sonho, a utopia, a esperança e faz a emergente
Sentir-se produzindo e reproduzindo a vida é a esperança que nasce no cidadania do mundo agir. Além disto, com o FSM, quebramos a arrogância
Fórum. Seu desafio maior é repolitizar a vida para que outro mundo seja dos pregadores do neoliberalismo e demonstramos o quanto de autorita-
possível diante da homogeneidade concentradora de riquezas, socialmente rismo, de militarização e de guerra, de exclusão e intolerância, de anti-
excludente e ambientalmente destrutiva da globalização feita por e ao humano são portadores os processos globais, centrados nos mercados e
serviço das grandes corporações. na força política e militar que os sustenta.

Meu olhar sobre o FSM decorre da minha própria inserção social e polí- É uma nova cultura política que pode se desenvolver a partir do pro-
tica em sua promoção. Nesse sentido, faço aqui um exercício engajado do cesso que o FSM despertou. A multiplicação de fóruns regionais, nacionais,
livre pensar, um misto de testemunho e de reflexão estratégica sobre os locais e temáticos alimenta o movimento de ideias de que outros mundos
possíveis rumos em que, como participantes diversos e plurais, podemos são possíveis, lhe dá novas facetas e engrossa a adesão de sujeitos sociais
avançar com o FSM e seu impacto sobre as instituições multilaterais e os os mais diversos social, cultural e geograficamente. Se isso ainda não se
Estados. Minha perspectiva não é partir do poder econômico e político traduz em uma nova institucionalidade política, certamente cria o terreno
constituído e sim do processo e das condições para que os cidadãos e as propício para um repensar da política e do espaço público, do local até o
cidadãs do mundo estejam no centro, controlando o poder e os mercados poder global e suas instituições. O FSM, como espaço aberto à diversidade
globais. e aceitando as divergências, engendra um novo modo de fazer política.
Como força propulsora, difusa mas poderosa, que vai além dos que se
1. O Fórum Social Mundial como canteiro de obras da cidadania mun- encontram nos eventos do FSM, há que se reconhecer, de um lado, uma
dial consciência da comum humanidade na diversidade que nos caracteriza
Em sua origem, o FSM se constituiu no contrapé do Fórum Econômico como seres humanos. De outro, não dá para subestimar o poder mobiliza-
Mundial, nos mesmos dias, exatamente para marcar os lados opostos dor e transformador da consciência dos bens comuns fundamentais à vida
gerados pelas globalização dominante. Fóruns opostos no tempo e no no Planeta que temos, sejam os frágeis e finitos como são os bens naturais,
lugar, um velho de mais de 30 anos, outro recém começando a irrupção na a atmosfera, a biodiversidade, sejam as conquistas humanas como o saber,
história; um numa luxuosa estação de esqui, em Davos, isolado pela polí- as línguas e a cultura em geral. Consciência aliada a um resgate da ação
cia, o outro na planície de Porto Alegre, a cidade com história de participa- cidadã como prática central na transformação das situações e no desenvol-
ção popular na gestão pública. Mas não podemos iludir-nos, são opostos vimento humano, democrático e sustentável. Ação que necessariamente se
que exprimem o mundo globalizado de hoje. A globalização que combate- concretiza localmente, lá onde vivemos, mas que é impregnada de univer-
mos nos transformou, pelo pior caminho possível, em uma comunidade salismo, busca ser planetária no seu sentido humano e alcance político.
humana planetária interdependente. Este é o ponto de partida: a transfor-
mação que a globalização produziu em nossas condições de vida no Plane- 2. Desafios e tarefas para que o FSM contribua e reforce a capacidade
ta. Ao mesmo tempo, é fundamental reconhecer que não basta e até é da emergente cidadania planetária no sentido de uma democratização
impossível democratizar esta globalização, dar-lhe uma face mais humana radical do mundo
e sustentável. A tarefa que se nos impõe é de refundação democrática de O FSM não é, em si mesmo, um movimento político, mas um espaço
um mundo interdependente, de gente para gente, compartindo bens co- aberto para a reconquista da política em seu sentido mais pleno. Sua força
muns entre todos os povos, com todos os direitos humanos garantidos a reside nas múltiplas contradições que comporta, permitindo que elas se
todos os seres humanos, com igualdade no respeito à diversidade social e exprimam em seu espaço como livre prática de busca de cada participante,
cultural. cada organização e cada movimento, cada rede e cada campanha, da mais
simples à mais complexa e extensa. O FSM pode fortalecer a cidadania que
Antes do FSM, já nos 80, com a crise da dívida e a ascensão de Mar- nele se encontra, dialoga e confronta em busca de alternativas à
gareth Thatcher e Ronald Reagan, mas especialmente durante os anos 90 (des)ordem global vigente, sem, no entanto, se tornar, ele mesmo, uma
do século XX, foram inúmeras as insurreições de movimentos sociais e organização que aponta a direção a seguir. Formação de alianças e de
organizações contra a avassaladora globalização neoliberal imposta ao novas redes, decisões sobre campanhas as mais amplas e mobilizadoras
mundo. O palco principal das manifestações foram as reuniões do G-7, as possíveis, disputas de hegemonia, desencontros em meio a muitos encon-
assembleias do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) e tros, tendo no centro o pensar as alternativas para o mundo global que
as rodadas de negociação da Organização Mundial do Comércio (OMC). temos, dão vida ao FSM. Enquanto ele conseguir ser espaço do diverso e
De forma espetacular, desenvolveram-se redes temáticas regionais e da pluralidade, tendo por base os princípios e valores éticos compartidos
mundiais: dívida, agricultura, comércio, meio ambiente, cooperação, direitos que nos dá a dupla consciência da humanidade e dos bens comuns a
humanos, educação, comunicação etc. Novos sujeitos foram se mundiali- preservar para todos os seres do Planeta, o FSM vai continuar sendo uma
zando e se consolidando: os movimentos feministas, ambientalistas, dos das alavancas da cidadania mundial.
povos indígenas, dos sem terra e camponeses, de trabalhadores migrantes,
dos sem teto, movimentos contra o apartheid, todos com um emergente Isso não me impede de ver enormes desafios e tarefas que se colocam
dimensão planetária, tanto na sua própria identidade social e raio de atua- para todos e todas que participamos do FSM como espaço aberto. Inven-
ção como na solidariedade que foram despertando. Mas não havia uma tamos o FSM em um momento datado e situado neste começo do século
encruzilhada, um espaço de encontro do conjunto destas novas forças XXI, em plena exacerbação da lógica do terror e da guerra, do acirramento
sociais e delas com os já mais históricos atores internacionalizados, como o do unilateralismo dos EUA, de crise e até falência da democracia represen-
movimento operário e sindical. A grande insurreição nas ruas de Seattle, tativa, com crescimento de uma enorme brecha entre as instituições políti-
em fins de 1999, foi um empurrão decisivo para a emergência de algo cas e as demandas da cidadania, de continuidade da concentração de
inteiramente novo. riquezas, da exclusão social e da destruição da base da vida. O FSM é
tensionado pelos desafios do aqui e agora, precisa criar condições para um
A novidade do FSM é de criar o espaço para que a diversidade de ato- pensamento novo e um acúmulo estratégico, que leve a emergente cidada-
res se encontre, se reconheça, troque práticas, experiências e análises, se nia mundial a fortalecer a sua capacidade de ação política. O FSM precisa
articule e crie novas redes, coalizões e campanhas. Enfim, o FSM surge ser um espaço que contribua para imaginar o mundo, reinventar o método
como expressão de uma demanda contida da emergente cidadania planetá- de ação e estimular a intervenção concreta nos processos de globalização

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em curso. É possível apontar algumas tarefas incontornáveis para respon- cidadania ativa mundial? Como o respeito aos princípios e valores demo-
der aos desafios que temos pela frente. Não se trata de um plano de ação cráticos, valorizando a diversidade social e cultural e respeitando a plurali-
do FSM – simplesmente porque ele não tem e nem pode ter planos de ação dade de visões e ideias, pode ser traduzido em um método de ação? A
como espaço aberto – mas é o que recolho como seu participante, como partir do que já se pratica no FSM, parece fundamental que convergências
analista, ativista e dirigente do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e e divergências – como tantas outras convergências, ao seu modo – tenham
Econômicas (Ibase). condições de se expressar no espaço do fórum. Ou seja, não se trata de
buscar o mínimo denominador comum, redutor e excludente, mas de valori-
a) Imaginar o mundo zar a diversidade de possibilidades, onde nenhuma possibilidade possa
Trata-se de alimentar uma ousada busca dos projetos possíveis de ou- negar as outra e nem seja levada a se submeter à qualquer uma outra.
tros mundos como alternativa. Um novo ideal, em suma. Aí vejo como uma
primeira tarefa essencial a reflexão sobre a democracia como referência Um tal princípio metodológico para a prática política nova que se quer
estratégica, com crítica ao modelo liberal e às formulas institucionais atuais. implementar recoloca o problema da articulação, das alianças e coalizões,
Como trazer ao centro do embate e da construção democrática a ideia força da formação de blocos de forças, condição indispensável nas democracias.
da diversidade de sujeitos em sua igualdade e com as práticas mais libertá- Como formar hegemonias na diversidade de sujeitos e forças, sem prota-
rias possíveis? Como incorporar os princípios e valores éticos fundantes da gonismos? Respostas a priori não existem, precisam ser criadas. O ponto
democracia – a base da universalidade – como referência para todas as de partida é o reconhecimento da legitimidade e, até, da necessidade vital
relações humanas: familiares, sociais, culturais, econômicas, técnicas, de conflitos e disputas para a democracia. As democracias se movem pela
políticas, entre os povos, entre os Estados? Incorporar o fundamento ético luta social, desde que sejam respeitados os princípios éticos fundantes
na visão estratégica da democracia representa uma mudança política e pelas forças em confronto. Isso significa eleger metodologicamente a ação
filosófica fundamental, que aponta para a possibilidade de uma nova cultura política, o pensar a ação e para a ação. Significa, também, reconhecer e
política da emergente cidadania planetária. Ele não abandona e nem des- respeitar os outros sujeitos, com eles se pondo em ação, em diálogo, em
valoriza o embate ideológico, vital para a política democrática, mas delimita troca.
o seu lugar e as suas referências comuns. Dele decorre, também, uma
visão que pensa os direitos como relação, como qualidade das relações Na prática, o FSM é desafiado a promover o mais radical diálogo entre
sociais, onde direitos para serem direitos e não privilégios devem ser de movimentos sociais e organizações, num processo intra eles, superando
todos e todas e onde direitos comportam responsabilidades. Com base em barreiras culturais, geográficas e nacionais, e num processo inter diferentes
tais princípios e valores, é possível pensar na universalidade da democracia movimentos e organizações, buscando as convergências e divergências. A
como referência para outros mundos. Mas isso implica para o FSM, como questão metodológica e política aqui é da tradução, no sentido que lhe dá
tarefa de fortalecimento da cidadania mundial, ser um espaço que favoreça Boaventura Souza Santos. Vai na mesma direção a necessidade para o
o diálogo entre culturas, entre sujeitos sociais diversos, entre visões e FSM de ser cada vez mais mundial, mais espaço da cidadania mundial,
perspectivas diferentes e divergentes, diálogo como condição para que o penetrando em todas as sociedades no Sul e no Norte, no Oeste e no
possível seja imaginado, pensado e formulado como proposta. Leste, atravessando tradições civilizatórias, religiões, filosofias e culturas as
mais diversas. E um desafio ainda maior: tornar visíveis os hoje invisíveis
Muitas outros desafios e tarefas surgem neste processo de imaginar o social e politicamente para o mundo. Sem dúvida, muitas das questões aqui
mundo. Precisamos superar o déficit conceitual, de teorização e de atribui- levantadas já tem soluções práticas, só que muito localizadas, fragmenta-
ção de significados com o qual enfrentamos a globalização dominante. Não das, não sistematizadas. Permitir que isto venha à luz e se potencialize,
podemos ficar enquadrados para pensar o mundo pelos conceitos que nos tornando-se um modo de operar capaz de levar a cidadania a uma nova
são impostos pela ideologia neoliberal e sua visão da globalização – ela cultura política é a tarefa essencial do FSM. Temos muito a aprender a este
mesma um conceito que esconde a lógica de dominação que a engendrou. respeito. A experiência de construir um programa de trabalho a partir de
Nem são mais suficientes os conceitos e teorias das escolas de pensamen- baixo, de estimular o encontro e articulação, aglutinação até, está em curso
to e ação da esquerda superadas pela própria história. O caminho é radica- no FSM, mas é uma árdua e paciente tarefa. Temos hoje mais dispersão e
lizar a crítica ao capitalismo e à globalização que ele alimenta, em todas as confusão do que diversidade construída naquilo que mostramos nos nossos
suas formas e processos. eventos. Mas é o caminho.

Precisamos reinventar o desenvolvimento como conceito e como mo- c) Intervir concretamente


delo, libertando-o do produtivismo, do tecnicismo e consumismo que decor- O FSM, em si mesmo, não tem capacidade de intervenção. Sua inci-
rem de sua estreita e praticamente exclusiva associação com crescimento dência política se faz através do que decidem seus e suas participantes.
econômico. Isso implica, também, uma revisão do paradigma científico e de Porém, voltado a fortalecer a emergente cidadania planetária, pensando a
sua falsa objetividade, negadora da vida com tudo de subjetivo que ela tem. ação e para a ação política, o FSM acaba sendo um espaço aberto para a
Precisamos conseguir pensar e imaginar o futuro humano livre da ideia de constituição de novas redes e coalizões visando a formulação de campa-
progresso material no padrão industrial e de consumo dos atuais países nhas, a promoção de mobilizações e demonstrações, a seleção de possí-
desenvolvidos, porque insustentável ambientalmente e excludente social- veis estratégias de influência no debate público, nas diferentes sociedades
mente. Imaginar outro mundo é resgatar o trabalho como criador de vida, e espaços, nas conjunturas que se apresentam. Como espaço público
de produção e reprodução da vida. E, ainda, relocalizar as economias para aberto à cidadania mundial, o FSM é atravessado pela necessidade de agir
que tenham dimensão sustentável, segundo as possibilidades da base aqui e agora sentida por quem dele participa. Vejo isto como um enorme
natural, e sejam humanas e justas socialmente, produtoras de bens e desafio.
serviços para gente antes de serem para mercados. Isto implica em aceitar
o desafio de pensar o lugar das relações mercantis e da regulação, media- Os temas mais prementes para participantes do FSM, como os vejo de
das pela negociação democrática. onde me situo, são:
· a necessidade de radicalizar a ruptura com e de se contrapor à ideo-
Imaginar o mundo tendo como referente estratégico a democracia é logia e às visões da globalização neoliberal;
dar-se a tarefa de pensar a ação e o espaço público em todas as esferas da · o aprofundamento da análise da lógica de funcionamento e da estra-
vida. Sem dúvida, as instituições de poder e de Estado precisam ser redefi- tégia das grandes corporações e do capital financeiro, com denúncia de
nidas para que as demandas e a participação cidadã sejam a força de suas violações de direitos e de destruição das condições de vida;
legitimação e legalização de direitos e deveres. Isto do local ao global, · a mercantilização de todas as relações sociais, a privatização de bens
segundo princípios de soberania e autonomia cidadã, de subsidiariedade e comuns e espaços públicos, a flexibilização de direitos conquistados, a
complementariedade de poderes, de multilateralismo e solidariedade entre desregulação e liberalização em nome do livre mercado;
povos.] · o poder, concentrado e obscuro, das organizações globais, especial-
mente das organizações financeiras e comerciais, longe do controle da
b) Inventar o método cidadania e dos povos;
Um outro grande desafio para o FSM é contribuir para o desenvolvi- · a lógica do terror e da guerra, a crescente militarização e a ameaça à
mento de um novo modo de fazer política. Com que método construir a paz e soberania dos povos;

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· o perigo do unilateralismo crescente e do imperialismo, a necessidade buscar alternativas pode ser durável e radicalmente transformador, porque
de reconstrução do multilateralismo e da governança mundial para a paz. regido por valores e princípios éticos democráticos. O FSM não pode ser
São todos temas cruciais em que de algum modo a cidadania mundial avaliado por possíveis propostas que dele emergirem, mas sim pelo modo
já está envolvida, precisando dar respostas. Muitos outros podem ser de atuar e de se fortalecer a própria cidadania construtora de alternativas
arrolados aqui. Ative-me àqueles que mais diretamente se referem ao para o mundo. Este é o sentido primeiro e fundamental de nossa expansão
enfrentamento da globalização dominante. Todos estes temas já são deba- e mundialização.
tidos no FSM. A tarefa urgente é pensá-los mais associados às ações e, ao
mesmo tempo, sem que acabem marginalizando os outros grandes desafi- NOTAS
os que a emergente cidadania planetária tem pela frente. Versão de 04.12.05 –
3. O FSM 2006: o desafio da expansão e mundialização Enviada para:Observatorio Social de América Latina – OSAL
Desde o começo, em 2001, a vocação mundial e universalista do FSM Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales – CLACSO- Argentina
é posta à prova. Sua vitalidade depende de sempre estar colado às múlti- *CÂNDIDO GRZYBOWSKI é sociólogo e diretor-geral do Instituto Bra-
plas realidades sociais e culturais, econômicas e ambientais dos povos do sileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e membro da Secretária
Planeta. A multiplicação de fóruns, nas cidadades, nos países, nas regiões, Internacional do Fórum Social Mundial
a realização de fóruns temáticos, e o deslocamento do próprio evento SANTOS, Boaventura de Souza. O FSM Mundial: Manual de Uso. São
principal, girando o mundo, atende a tal imperativo. Paulo: Ed. Cortez, 2005. p. 118-134.

Em 2004, fomos para a Ásia, na Índia, na cidade de Mumbai. Agora, Ética e Democracia
em 2006, estamos topando o desafio de realizar um Fórum Social Mundial
Márcio C. Coimbra
Policêntrico, articulando eventos em diferentes continentes: vamos a Cara-
cas, na Venezuela, a Bamako, no Mali, e a Karachi, no Paquistão, além de O Brasil ainda vive em uma democracia em consolidação, ainda incipi-
uma conferência no Marrocos. Não serão, como imaginado, eventos simul- ente. Infelizmente, em grande parte de nossa história, vivemos à sombra de
tâneos, mas muito próximos e, sobretudo, muito articulados entre si. São golpes de estado e revoluções, como a de 1930 e mais recentemente em
realidades bem diversas o que faz imaginar um FSM muito mais diverso do 1964. A cada ruptura institucional, o regime democrático sofria um duro
que até aqui fomos capazes de produzir. Em 2007, já está decidido, vamos golpe, atingindo-o no seu ponto fundamental: o respeito ao Estado Demo-
todos para Nairobi, no Quênia. crático de Direito.

O que significa este esforço de mundialização do próprio FSM? Sem Nosso período mais recente de democracia começou em 1985, com a
dúvida, estamos construindo uma estratégia que nos fortaleça na diversida- eleição indireta de Tancredo Neves para a Presidência da República,
de do que é a emergente cidadania planetária. Estamos mostrando as colocando um fim em 21 anos de regime militar. Logo, chegamos a 2001
múltiplas identidades de que somos portadores e, sobretudo, as inúmeras com 16 anos de democracia recente. Neste período conhecemos cinco
possibilidades na construção de “outros mundos”. Presidentes da República: Tancredo Neves, que não assumiu devido ao
seu falecimento, José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando
Para nós cidadãos e cidadãs da Venezuela, Brasil, da América Latina, Henrique Cardoso. Durante o termo de José Sarney, produziu-se uma nova
do Caribe, da América do Norte, o FSM em Caracas representa um grande Constituição Federal, a de 1988. Logo, percebe-se que o Brasil ainda está
desafio e vem carregado de significado especial. Já fizemos um Fórum se acostumando com um regime democrático sem rupturas abruptas, ou
Regional em Quito, no Equador, em 2004. Agora, além de uma clara di- seja, a democracia brasileira, assim como suas instituições, ainda está em
mensão regional, o FSM em Caracas adquire um impacto mundial mais fase de amadurecimento.
claro. Estamos realizando o fórum na Venezuela dos muitos contrastes e, A consolidação de um regime democrático somente ocorre com o tem-
devido às posições do Governo Chaves, tem provocado enorme debate em po e com o amadurecimento da sociedade e de suas instituições. A base de
todo mundo, como uma das formas de oposição à globalização neoliberal e sustentação desta forma de governo é o povo e a sua soberania, que é
ao imperalismo dos EUA de Bush. Na América do Sul se situa o núcleo exercida através do voto, como bem coloca Bobbio: “democracia é o gover-
mais claro de uma crescente oposição ao neoliberalismo e a Venezuela tem no do povo, para o povo”. Além disto, é baseada fortemente no exercício da
tido um importante papel político nisto. É claro que nem todo(a)s participan- cidadania, no respeito às leis e no exercício da ética como ponto fundamen-
tes do FSM concordam com concepções e métodos do Presidente Chaves. tal das relações interpessoais. Portanto, percebe-se um andar quase que
O FSM tem a sua autonomia como processo puxado por movimentos e em conjunto entre a democracia e a ética.
entidades da sociedade civil, por suas redes, coalizões e alianças, regionais
e mundiais. Mas isto não implica em se negar a enfrentar com análise e Ainda sobre ética, vale ressaltar as palavras do Prof. Alberto Oliva na
debate, numa troca bem aberta, as possibilidades e limites das lutas con- apresentação do livro do Doutor em Filosofia Mário A. L. Guerreiro: “Aplica
cretas, especialmente todas aquelas que se alinham no combate ao neoli- à ética o enfoque negativista segundo o qual ao prescritivo não incumbe
beralismo e sua globalização. O fato de um dos capítulos do FSM Policên- especificar o que alguém deve fazer, e sim o que deve ser impedido de
trico se realizar na Venezuela, neste momento, para além de todas as fazer por ser danoso ao outro”. Logo, a ética apresenta-se como ponto de
divergências que pode despertar, precisa ser visto como uma busca efetiva convergência e harmonização entre norma e liberdade, assim como já
entre nós mesmos e uma demonstração de solidariedade a movimentos e assegurava John Locke.
organizações da sociedade venezuelana. Como consequência de uma série de rupturas institucionais que marca-
ram fortemente a formação do Estado brasileiro e seu desenvolvimento,
Mas tem mais. Indo a Caracas, assim como aos outros eventos do vemos que o respeito às regras e ao exercício ético de convivência não tem
FSM Policêntrico, estamos nos expandindo, nos mundializando ainda mais, sido uma constante recentemente no que tange às práticas políticas. Claro
nos conhecendo melhor. Estamos dando um sinal para o mundo que que- que esta tese comporta algumas grandes exceções, pois não podemos
remos sim integração, mas integração de povos, dos múltiplos povos, e não generalizar os fatos. Mas de qualquer forma, faz-se extremamente impor-
uma incorporação por conglomerados econômicos e financeiros globais, tante traçar uma linha paralela entre estes conceitos.
uma inclusão subordinada aos interesses dos EUA. Além disto, nos apro-
ximamos do nosso Caribe, com a sua diversidade e vida e fortalecemos a A capa de uma das mais importantes revistas semanais do Brasil, no
nossa capacidade de resistência ao avanço neoliberal. É, sem dúvida, uma dia 2 de maio de 2001 traduz com clareza os últimos acontecimentos
grande oportunidade para mais um salto no processo fórum. Tenho certeza políticos envolvendo o Senado Federal com a seguinte manchete: “Eles
que sairemos da Venezuela mais fortalecidos. encolheram o Congresso: Como o Senado se transformou na Casa da
Mentira com Jader, Arruda e ACM”. Não há dúvidas: é uma manchete de
Como conclusão, cabe destacar a contribuição que o FSM pode dar impacto. Mas será que o problema reside apenas neste fato? Acredito que
para as sociedades civis dos países em que se realizado, especialmente não. Os escândalos envolvendo os maiores escalões do Estado estão
em termos de favorecer a cultura democrática. As alternativas que gestar- sendo uma constante. Muitos deles lidam com a falta de ética daqueles que
mos e os resultados que alcançarmos podem ser incertos, imprevisíveis, exercem uma função pública. Infelizmente, está se criando uma sensação
distantes, mas a cultura política que é alimentada pela FSM, o modo de de descrédito da população perante os seus governantes, o que é muito

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grave. A mesma revista, na edição de 23 de maio de 2001, mostra como Neste Governo, a Lei criou o Conselho da Transparência Pública e
um ex-presidente do Banco Central, supostamente, vendia informações Combate à Corrupção. Além disso, estamos empenhados na tarefa do
privilegiadas para o mercado financeiro e como, supostamente, o governo fortalecimento dos Conselhos municipais de controle social. Estamos
acobertou o fato. Além destes casos, podem ser citados outros vários que o participando da ENCLA (Estratégia Nacional de Combate à Lavagem de
governo já tem sobrevivido, como os supostos casos relativos a compra de Dinheiro).
votos para reeleição, implantação do projeto Sivam, BNDES e teles, CPI da
Corrupção, e por fim as denúncias envolvendo suposta corrupção no Vamos realizar o IV Fórum Global de Combate à Corrupção, em junho
DNER, Sudam e Sudene. de 2005, para o qual, inclusive, o Governo brasileiro os convida a todos
para nos darem a honra e o prazer de participarem conosco desse conclave
O Brasil está pagando um preço alto pela falta da prática democrática internacional.
através dos anos e como consequência, a falta de ética e transparência em
suas instituições. O amadurecimento está acontecendo do modo mais A democracia é incompatível com a corrupção. Como é incompatível
difícil. É necessário que o Brasil passe por estes acontecimentos, pois eles com a exclusão. Sua legitimidade decorre da representação popular, que
fazem parte da maturação pela qual o Estado brasileiro tem que, necessa- vem da vontade dos cidadãos, para assegurar as liberdades, inclusive
riamente, passar. Ainda hoje, em grau infinitamente menor, ainda existem aquela que foi declarada um dia na Carta do Atlântico, como o grande
denúncias de corrupção em um regime amadurecido e estável, de mais de documento do Ocidente, de convocação para a luta contra o nazismo e o
200 anos, como é o caso da democracia norte-americana, onde a ética está fascismo: a liberdade de não ter medo de morrer de fome. A exclusão é o
no topo dos valores nacionais, como foi recentemente retratado no livro decreto de condenação à pobreza extrema e à fome. A democracia é a
“Shadow” de Bob Woodward. cidadania, náo é um regime com párias.

De qualquer forma, o caminho que o Brasil tem que trilhar ainda é lon- Não há democracia sem ética, portanto sem responsabilidade com a
go e depende principalmente da consolidação do regime democrático e do condição humana. A ética da democracia é a coesão social para a convi-
respeito ao Estado de Direito, que são os pilares básicos de sustentação de vência humana, hoje sob grave risco. A democracia política ou se faz social
uma sociedade estável e ética. e humana, ou democracia não é. O Presidente Lula recentemente, em
janeiro último, em Monterrey, na Cúpula Extraordinária das Américas, a
Discurso do Ministro do Controle e da Transparência do Brasil, propósito do desenvolvimento social, lembrou-nos do desafio deste milênio,
Waldir Pires, no Diálogo dos Chanceleres, durante a XXXIV Assem- para a condenação das injustiças: “é cada vez maior o abismo que separa
bleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) "Desen- ricos e pobres em nosso continente e no mundo”. A ética existe desde o
volvimento Social e Democracia Frente à Incidência da Corrupção" começo das civilizações para o bem do ser humano. Significa a responsabi-
lidade de cada um e de todos com os valores da vida, da dignidade da
Quito, Equador pessoa humana. A ética da democracia, pois, é a ética da coesão social,
Quero inicialmente parabenizá-los pela escolha do tema dominante pela afirmação das liberdades e pelo respeito às necessidades.
desta Assembleia, que é a luta contra a corrupção. De iniciativa, inclusive, Assessoria de Imprensa da Controladoria-Geral da União
da representação política do Equador, a nação que nos hospeda tão cordi-
almente, para a adoção de recomendações importantes na linha do comba- Cidadania
te eficaz a esse flagelo da humanidade.
Foi de um discurso do dramaturgo Pierre-Augustin Caron de Beaumar-
A democracia precisa dessa vitória, precisa em nosso continente de chais, em outubro de 1774, que surgiu o sentido moderno da palavra cida-
nossa responsabilidade comum para derrotar a corrupção em cada um de dão -- que ganharia maior ressonância nos primeiros meses da revolução
nossos países. Ela é um dos desvios mais perversos e danosos da socie- francesa, com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
dade contemporânea, no campo político, como na atividade privada, onde
ela agride e suprime os recursos da coletividade para o uso inescrupuloso Em sentido etimológico, cidadania refere-se à condição dos que resi-
dos bandidos sofisticados que a praticam. dem na cidade. Ao mesmo tempo, diz da condição de um indivíduo como
membro de um estado, como portador de direitos e obrigações. A associa-
No Brasil, o Presidente Lula, desde a sua primeira fala à nação, decla- ção entre os dois significados deve-se a uma transformação fundamental
rou seu governo em luta permanente contra a corrupção. É uma política de no mundo moderno: a formação dos estados centralizados, impondo juris-
Estado o que praticamos com prioridade absoluta. Há de ser um combate dição uniforme sobre um território não limitado aos burgos medievais.
de larga duração; mas vamos vencê-lo. A corrupção é um crime, assim
como também o é o homicídio. Todos sabemos que não é permitido matar Na Europa, até o início dos tempos modernos, o reconhecimento de di-
e que é pesado o castigo imposto ao homicida. No entanto, mata-se infe- reitos civis e sua consagração em documentos escritos (constituições) eram
lizmente muito, no Brasil e no mundo. Com a corrução se dá mais ou me- limitados aos burgos ou cidades. A individualização desses direitos a rigor
nos o mesmo. Mas, infelizmente, nem o homicídio nem a corrupção são não existe até o surgimento da teoria dos direitos naturais do indivíduo e do
passíveis de extinção por força de decreto. Por isso, nenhum país do contrato social, bases filosóficas do antigo liberalismo. Nesse sentido, os
planeta está livre desse flagelo, seja no setor público –improbidades, tráfico privilégios e imunidades dos burgos medievais não diferem, quanto à forma,
de influência, o enriquecimento ilícito,– seja no setor privado, na manipula- dos direitos e obrigações das corporações e outros agrupamentos, decor-
ção de balanços, na especulação financeira de bolsas, na apropriação rentes de sua posição ou função na hierarquia social e na divisão social do
criminosa de poupanças privadas. trabalho. São direitos atribuídos a uma entidade coletiva, e ao indivíduo
apenas em decorrência de sua participação em um desses "corpos" sociais.
No atual Governo do Brasil, a administração federal, com gastos orça- O termo cidadão tornou-se sinônimo de homem livre, portador de direi-
mentários muito reduzidos, está se reestruturando profundamente, na tos e obrigações a título individual, assegurados em lei. É na cidade que se
essência de sua ação de controle, buscando rapidamente a atuação inte- formam as forças sociais mais diretamente interessadas na individualização
grada e de profunda articulação com os organismos do Governo e do e na codificação desses direitos: a burguesia e a moderna economia capita-
Estado, envolvidos com o combate ao desvio do dinheiro público. lista.
O Governo Lula transformou profundamente a natureza de sua missão Ao ultrapassar os estreitos limites do mundo medieval -- pela interliga-
e realiza ações conjuntas ou complementares nas áreas de auditoria, ção de feiras e comunas, pelo estabelecimento de rotas regulares de co-
fiscalização e apuração de desvios, com o Ministério da Justiça, a Polícia mércio, entre regiões da Europa e entre os continentes --, a dinâmica da
Federal, o Tribunal de Contas da União, o Ministério Público Federal e os economia capitalista favorece a imposição de uma jurisdição uniforme em
Estaduais, a Advocacia-Geral da União, com êxito de todos os procedimen- determinados territórios, cuja extensão e perfil derivam tanto da interdepen-
tos. Instituiu também o sistema de fiscalização a partir de sorteios públicos, dência interna enquanto "mercado", como dos fatores culturais, linguísticos,
que ocorrem na sede da Loteria da Caixa Econômica Federal, em Brasília, políticos e militares que favorecem a unificação.
na presença de toda a imprensa e mídia e de representantes da sociedade Em seus primórdios, a constituição do estado moderno e da economia
civil, dos membros do Congresso Nacional, de oposição e de governo, para comercial capitalista é uma grande força libertária. Em primeiro lugar, pela
escolher as áreas territoriais menores da Federação brasileira, que são os dilatação de horizontes, pela emancipação dos indivíduos ante o localismo,
municípios, onde são aplicadas grandes parcelas do dinheiro público. ante as convenções medievais que impediam ou dificultavam a escolha de

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uma ocupação diferente da transmitida como herança familiar; libertária, do. Daí o reconhecimento da escravidão, que restringia consideravelmente
também, ante as tradições e crenças que se diluíam com a maior mobilida- os ideais teóricos da democracia direta. A revolução social do cristianismo
de geográfica e social; mas libertária, sobretudo, pela imposição de uma baseou-se principalmente na dignificação do trabalho manual. Por conse-
jurisdição uniforme, que superava o arbítrio dos senhores feudais e reco- guinte, durante a Idade Média, o trabalho era considerado um dever social
nhecia a todos os mesmos direitos e obrigações, independentemente de e mesmo religioso do indivíduo.
seu trabalho ou condição socioeconômica.
Com o declínio das corporações de ofício, que controlavam o trabalho
Além do sentido sociológico, a cidadania tem um sentido político, que medieval, e o surgimento das oficinas de trabalho, de características dife-
expressa a igualdade perante a lei, conquistada pelas grandes revoluções rentes, entre as quais a relação salarial entre operário e patrão, estão
(inglesa, francesa e americana), e posteriormente reconhecida no mundo dadas as condições propícias ao capitalismo mercantilista da época do
inteiro. Renascimento e da Reforma.
Nessa perspectiva, a passagem do âmbito limitado - dos burgos - ao
significado amplo da cidadania nacional é a própria história da formação e Mais tarde, a burguesia, que dominara a revolução francesa, viu-se di-
unificação dos estados modernos, capazes de exercer efetivo controle ante dos problemas sociais decorrentes da revolução industrial. Assim,
sobre seus respectivos territórios e de garantir os mesmos direitos a todos tornou-se indispensável a intervenção do estado entre as partes desiguais
os seus habitantes. É fundamentalmente uma garantia negativa: contra as em confronto no campo do trabalho, para regular o mercado livre em que o
limitações convencionais ao comportamento individual e contra o poder trabalhador era cruelmente explorado.
arbitrário, público ou privado. Atualmente não se pode conceber a proteção jurídica dos direitos indi-
Rumo à universalização. A cidadania é originalmente um direito bur- viduais sem o reconhecimento e a proteção dos direitos sociais do homem,
guês. Contudo, quando reivindicada como soma de direitos fundamentais que são oponíveis não ao estado, mas ao capital, e têm na ação do estado
do indivíduo, estes se tornam neutros quanto a seus beneficiários presentes sua garantia.
e potenciais.
Hoje existe um grande movimento pelo reconhecimento, definição e ga-
Vista como processo histórico gradual, a extensão da cidadania é (1) a rantia internacionais dos direitos humanos. Em 10 de dezembro de 1948, a
transformação da estrutura social pré-moderna no quadro da economia assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU) adotou em
capitalista e do estado nacional moderno e (2) o reconhecimento e a uni- Paris a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que só terá força
versalização de toda uma série de novos direitos que, em parte, são indis- obrigatória quando for uma convenção firmada por todos os países mem-
pensáveis ao funcionamento da economia capitalista moderna e, em parte, bros da ONU.
são resultado concreto do conflito político dentro de cada país. Portanto,
trata-se de um conceito ao mesmo tempo jurídico, sociológico e político: Os regimes de governo são justos na medida em que as liberdades são
descreve a consagração formal de certos direitos, o processo político de defendidas, mesmo em épocas de crise. Os princípios gerais de direito são
sua obtenção e a criação das condições socioeconômicas que lhe dão sempre os mesmos: processo legal, ausência de crueldade, respeito à
efetividade. dignidade humana. As formas de execução desses princípios também não
variam. Resumem-se em leis anteriores, em garantias eficazes de defesa e,
Cidadania e democracia. A cidadania tem dois aspectos: (1) o instituci-
como sempre, acima de tudo, em justiça independente e imparcial.
onal, porque envolve o reconhecimento explícito e a garantia de certos
direitos fundamentais, embora sua institucionalização nunca seja constante Suspensão das garantias constitucionais. No Brasil, a instabilidade do
e irredutível; (2) e o processual, porque as garantias civis e políticas, bem poder político e as lutas oligárquicas durante a primeira república fizeram
como o conteúdo substantivo, social e econômico, não podem ser vistos do estado de sítio e da intervenção federal os centros de convergência dos
como entidades fixas e definitivas, mas apenas como um processo em debates jurídicos e das ações políticas. Também o Supremo Tribunal
constante reafirmação, com limiares abaixo dos quais não há democracia. Federal defrontou-se frequentemente com o problema. No entanto os fatos
Democrático, no sentido liberal, é o país que, além das garantias jurídicas e mais de uma vez atropelaram o direito ao longo da história do Brasil. ©En-
políticas fundamentais, institucionaliza amplamente a participação política. cyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Direitos e garantias individuais. A necessidade de certas prerrogativas Democracia
que limitem o poder político em suas relações com a pessoa humana são,
muito provavelmente, criação do cristianismo, que definiu o primeiro terreno Desde seu surgimento na antiguidade clássica, o ideal democrático --
interditado ao estado: o espiritual. aspiração dos homens e dos povos a assumir plenamente seu destino
No campo do direito positivo, foi a revolução francesa que incorporou o coletivo e sua responsabilidade política -- manifestou-se de muitas manei-
sistema dos direitos humanos ao direito constitucional moderno. A teoria do ras diferentes. Como realidade política, no entanto, são escassos os exem-
direito constitucional dividiu, de início, os direitos humanos em naturais e plos históricos de sociedades ou grupos que tenham vivido de acordo com
civis, considerando que a liberdade natural, mais ampla, evolui para o esse ideal. Só a partir do último terço do século XVIII, com a independência
conceito de liberdade civil, mais limitada, visto que seus limites coincidem dos Estados Unidos e o triunfo da revolução francesa, surgiram as moder-
com os da liberdade dos outros homens. nas democracias e iniciou-se um longo e desigual caminho de desenvolvi-
mento e implantação dos sistemas democráticos no planeta.
A primeira concretização da teoria jurídica dos direitos humanos foi o Denomina-se democracia (do grego demos, "povo", e kratos, "autorida-
Bill of Rights, de 1689 -- a declaração de direitos inglesa. Só depois da de") uma forma de organização política que reconhece a cada um dos
independência dos Estados Unidos, porém, as declarações de direitos, membros da comunidade o direito de participar da direção e gestão dos
inseridas nas constituições escritas, adquirem o perfil de relação de direitos assuntos públicos. Nas sociedades modernas, são reduzidas as possibili-
oponíveis ao estado, e dos quais os indivíduos são titulares diretos. Dada dades de participação direta, dado o número e a complexidade dos assun-
sua importância, o direito constitucional clássico dividia as leis fundamen- tos públicos. Só é possível o exercício direto da democracia em algumas
tais em duas partes: uma estabelecia os poderes e seu funcionamento; instituições tradicionais -- administração municipal ou assembleias popula-
outra, os direitos e garantias individuais. res, por exemplo. Assim, nos países democráticos, é comum o exercício da
No Brasil, é clássica a definição dada por Rui Barbosa às garantias, democracia por meio de um sistema indireto ou representativo.
desdobramento dos direitos individuais: "Os direitos são aspectos, manifes- Normalmente, esse sistema é regulado por uma lei fundamental ou
tações da personalidade humana em sua existência subjetiva, ou nas suas constituição. Os cidadãos elegem representantes, cuja participação nas
situações de relações com a sociedade, ou os indivíduos que a compõem. diversas instituições governamentais garante a defesa de seus interesses.
As garantias constitucionais stricto sensu são as solenidades tutelares de De maneira geral, esses representantes fazem parte de vários partidos
que a lei circunda alguns desses direitos contra os abusos do poder." É o políticos, que se identificam com os interesses de uma classe ou grupo
caso do direito à liberdade pessoal, cuja garantia é o recurso do habeas social e sustentam diferentes opiniões a respeito de como se deve solucio-
corpus. nar os problemas da comunidade. Os candidatos que recebem mais votos
nas eleições passam então à categoria de membros dos organismos par-
Direitos sociais. Na antiguidade, considerava-se que o trabalho manual
lamentares -- congresso, senado, câmara de deputados, parlamento,
não era compatível com a inteligência crítica e especulativa, ideal do esta-
cortes, assembleia nacional etc. -- nos quais, por um determinado período

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(mandato), devem defender as opiniões do partido pelo qual se elegeram, contrários a elas que mereçam consenso, em muitas áreas do mundo as
apoiando, criticando, reelaborando e votando os projetos de lei que forem ideias democráticas não são postas em prática pelos sistemas políticos.
submetidos a discussão. As democracias populares constituíram um caso à parte. Nos países
No sistema parlamentarista, o governo da nação é exercido pelo parti- em que houve tomada do poder por organizações de esquerda, sobretudo
do ou coligação de partidos detentores da maioria parlamentar, e normal- de caráter comunista, implantaram-se sistemas de dominação política e
mente o chefe de governo é o líder do partido majoritário. O sistema presi- militar que, embora se proclamassem democráticas, impediam o livre
dencialista distingue-se do parlamentarista pelo fato de os cidadãos elege- exercício dos direitos e das liberdades fundamentais. Nesses sistemas
rem tanto um presidente da república, que exerce o poder executivo com políticos, afirmava-se que a organização democrática parlamentar não
apoio de um ministério por ele nomeado, quanto os membros do congresso, constituía uma tradução adequada das ideias democráticas, já que só
cujos poderes normalmente se limitam à legislação e à aprovação dos serviriam para legitimar o exercício do poder por influentes grupos de
orçamentos gerais da administração pública. pressão, sobretudo de tipo econômico. Para os sistemas que foram domi-
Evolução dos sistemas democráticos: Grécia e Roma. A democracia nantes nesses países, a organização democrática parlamentar seria uma
teve origem na Grécia clássica. Atenas e outras cidades-estados implanta- democracia formal, sem conteúdo, oposta à democracia real, que eles
ram um sistema de governo por meio do qual todos os cidadãos livres representariam.
podiam eleger seus governantes e serem eleitos para tal função, por um Organização jurídica da democracia. A essência da democracia como
determinado período. Esse exercício democrático -- do qual estavam exclu- sistema político reside na separação e independência dos poderes funda-
ídos os escravos, as mulheres e os estrangeiros -- foi possível porque os mentais do estado -- legislativo, executivo e judiciário --, bem como em seu
cidadãos formavam um grupo numericamente reduzido e privilegiado. exercício, em nome do povo, por meio das instituições que dele ema-
Embora o sistema tenha recebido o apoio teórico e doutrinário de pen- nam.
sadores da envergadura de Aristóteles, com frequência ocorriam situações O poder legislativo concretiza-se na instituição parlamentar, que pode
em que a normalidade democrática era interrompida por meio de mecanis- ser unicameral ou bicameral. Tem ela como atribuição a elaboração das
mos que também se repetiram frequentemente ao longo da história. Quan- leis, interpretando-se, portanto, a máxima democrática "o poder emana do
do havia algum conflito com uma região ou cidade vizinha, eram atribuídos povo" como uma afirmação de que é o povo -- seus representantes eleitos
a alguns generais poderes absolutos enquanto durasse a guerra. Às vezes, por um período limitado e por um sistema eleitoral determinado -- que
ao encerrar-se esta, aproveitando o prestígio popular conquistado, os elabora as leis que regem a vida da comunidade e controla o poder execu-
generais apossavam-se do poder como ditadores. Uma situação desse tipo tivo. Por isso, o sistema também recebe a denominação de estado de
acabou com a "democracia de notáveis" dos primeiros tempos de Roma. O direito.
sistema democrático vigorou muito menos tempo em Roma do que na
Grécia e, mesmo durante o período republicano, o poder permaneceu O poder executivo incumbe-se do governo da nação, garantindo o
habitualmente nas mãos da classe aristocrática. cumprimento das leis e cuidando da administração do estado.
Fundamentos da democracia moderna. Só no século XVII começaram Num sistema democrático parlamentarista, os cidadãos controlam o
a ser elaboradas as primeiras formulações teóricas sobre a democracia poder político pelo voto, de modo que podem remover do poder os partidos
moderna. cujos dirigentes não tenham cumprido suas promessas eleitorais ou tenham
cometido o que os cidadãos consideram erros de gestão política, econômi-
O filósofo britânico John Locke foi o primeiro a afirmar que o poder dos
ca ou social. Ao controlar o poder executivo, o parlamento pode, em casos
governos nasce de um acordo livre e recíproco e a preconizar a separação
extremos e de acordo com pressupostos estabelecidos pela constituição,
entre os poderes legislativo e judiciário. Em meados do século XVIII foi
chegar a retirar sua confiança do governo. Em tais casos, procede-se à
publicada uma obra capital para a teoria política moderna: De l'esprit des
realização de eleições antecipadas.
lois (1748; Do espírito das leis), de Montesquieu. O filósofo e moralista
francês distinguia nesse livro três tipos diferentes de governo: despotismo, O terceiro poder do estado, o judiciário, serve de árbitro entre o legisla-
república e monarquia -- fundamentadas no temor, na virtude e na honra, tivo e o executivo nos conflitos de jurisdição, bem como de intérprete dos
respectivamente -- e propunha a monarquia constitucional como opção textos legais. A autoridade judiciária aplica a justiça em nome do povo.
mais prudente e sábia. A liberdade política seria garantida pela separação e Direitos e liberdades fundamentais. Em todo sistema democrático, as
independência dos três poderes fundamentais do estado: legislativo, execu- leis constitucionais, elaboradas pelos representantes dos cidadãos durante
tivo e judiciário. Assim, Montesquieu formulou os princípios que viriam a ser um processo constituinte e dotadas dos mecanismos de reforma apropria-
o fundamento da democracia moderna. dos, inspiram-se na aceitação básica e no reconhecimento explícito por
Entretanto, setores cada vez mais amplos da opinião pública, encabe- toda a comunidade de uma série de direitos e liberdades fundamentais, que
çados pela burguesia -- para cujo desenvolvimento a sobrevivência do são de caráter político e social (livre expressão de opiniões, liberdade de
antigo regime constituía um obstáculo --, formulavam propostas de organi- culto, de associação política, reunião e manifestação, de proteção familiar
zação e ação destinadas a abolir o absolutismo e a instaurar uma nova etc.), econômico (direito a trabalho e salário dignos, direito de associação
ordem política. sindical, direito de greve) e cultural (direito à educação). Todo direito positi-
vo que emana da constituição tende a procurar proteger tais direitos.
O povo francês deu vazão a seus anseios, por tanto tempo reprimidos,
na rebelião contra o governo dos Bourbon e da aristocracia. A revolução Deveres dos cidadãos. Embora, historicamente, a democracia tenha
francesa procurou em vão encontrar formas de organização política e social surgido para garantir o exercício das liberdades públicas diante do poder
que dotassem o sistema de certa estabilidade, mas o surgimento de Napo- irrestrito do estado, os sistemas democráticos também consagram uma
leão e a instauração do império fizeram abortar esses esforços. Apesar série de deveres sociais que todos os cidadãos são obrigados a cumprir.
disso, a revolução teve como consequência uma ampla difusão das ideias Esses deveres incluem, basicamente, uma prestação pessoal de serviços --
democráticas, não apenas nos estados europeus, mas também na América. como o serviço militar, ou serviços civis que o substituam, em todas as
Assim, a instauração na Espanha, durante a guerra da independência, de circunstâncias ou em casos de emergência -- e uma contribuição econômi-
um poder provisório inspirado naquelas ideias favoreceu sua exportação ca, que se traduz sobretudo na aceitação e no cumprimento da obrigação
para as colônias americanas. de pagar os impostos votados pelos representantes do povo no parlamento.
Os deveres dos cidadãos baseiam-se na obrigação jurídica geral relativa ao
Os Estados Unidos da América foram a primeira nação a criar um sis- acatamento das leis -- a democracia como situação de "império da lei" -- e
tema democrático moderno, definitivamente consolidado em decorrência de na obediência à autoridade no legítimo exercício de suas funções, isto é, na
sua vitória na guerra de independência contra a monarquia britânica. No medida em que sua atuação se ajustar ao que foi legalmente estabelecido e
caso dos novos países da América, em geral caminharam juntas as ideias aprovado pelos representantes populares.
de democracia e independência. Os "libertadores" buscaram pôr fim não só
ao domínio exercido pelas potências colonizadoras, como também aos Democracia no Brasil
poderes absolutos que os soberanos dessas potências personificavam. Afirma o parágrafo único do Art. 1o da constituição brasileira de 1988:
Democracia na atualidade. Embora estejam notavelmente dissemina- "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
das no mundo de hoje e seja difícil encontrar argumentos doutrinários eleitos, ou diretamente, nos termos desta Constituição." No entanto, o que

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se pode afirmar de rigorosamente verdadeiro é que no decorrer da fase de determinados valores que nos tornam cidadãos cada vez mais compro-
republicana e apesar de duas ditaduras -- a do Estado Novo (1937-1945) e metidos com o mundo em que vivemos.
a oriunda do movimento político-militar de 1964 -- além de várias crises, a Ser cidadão é estar comprometido com seus direitos e deveres, é saber
democracia brasileira tem evoluído claramente no sentido do aperfeiçoa- respeitar os limites do próximo e se importar com quem está ao nosso
mento. redor. Dar bons exemplos é uma grande lição para nossos filhos. Pense na
As constituições brasileiras sofreram influências diversas. A primeira, importância que ter uma postura cidadã com a vida e como isto pode tornar
outorgada por D. Pedro I em 1824, era parlamentarista e bastante moldada o mundo melhor.
pelo regime inglês. Transferia, porém, ao imperador, titular do poder mode- Para incentivarmos esta postura de valores dentro de nossas famílias,
rador, algumas das atribuições que no Reino Unido cabiam à Câmara dos precisamos dar bons exemplos. Filhos não aprendem apenas com o que
Lordes, como a capacidade de retardar a promulgação de leis por duas nós falamos, mas principalmente com o que fazemos. As crianças são o
sessões legislativas, quando se recusasse a sancioná-las. Quanto aos nosso reflexo, são frutos da educação que nós pais oferecemos. Veja
direitos políticos, a constituição imperial consagrava o princípio da renda algumas dicas:
mínima anual: cem mil-réis para participação nas assembleias paroquiais,
200 mil-réis nas províncias, 400 mil-réis na Câmara, 800 mil-réis no Senado • Tenha atitudes honestas e justas;
e no Conselho de Estado. A carta de 1824 permitia a escravidão e negava • Seja tolerante;
direitos políticos às mulheres, aos filhos de família, criados e religiosos. Os • Respeite as diferenças;
libertos só podiam votar nas assembleias paroquiais e os estrangeiros
naturalizados eram inelegíveis para a Câmara e o Senado, mas podiam ser • Ajude quem precisa;
ministros de estado. Como se vê, a carta magna do império, embora incor- • Tenha sempre presente em seu vocabulário aquelas palavras
porasse extensa declaração dos direitos dos cidadãos, não atendia a como: ”por favor” e “muito obrigado”. http://nejmiaziz.com.br/
alguns requisitos hoje considerados essenciais à democracia.
A constituição de 1891, em que preponderava a influência americana,
adotou, entre outras inovações, o regime presidencialista, aboliu o poder 29. POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO DO SUS
moderador, criou o sistema federativo, limitou a três o número de senado-
res por estado, previu a representação das minorias e instituiu o sufrágio
universal masculino, excetuados os analfabetos, mendigos, praças de pré e Marco teórico-político
religiosos. No entanto, permitiu o voto a descoberto, fonte de muitas das Os inúmeros avanços no campo da saúde pública brasileira – operados
fraudes eleitorais da república velha, esqueceu a justiça eleitoral (ficava nas especialmente ao longo das últimas duas décadas – convivem, de modo
mãos do governo o reconhecimento dos parlamentares eleitos) e nenhuma contraditório, com problemas de diversas ordens.
referência fez às garantias sociais dos trabalhadores. Se podemos, por um lado, apontar avanços na descentralização e na
A lei orgânica do governo provisório (novembro de 1930) e, posterior- regionalização da atenção e da gestão da saúde, com ampliação dos níveis
mente, a constituição de 1934 foram as primeiras a levar em conta a posi- de universalidade, equidade, integralidade e controle social, por outro, a
ção social dos trabalhadores na democracia brasileira, concedendo garanti- fragmentação e a verticalização dos processos de trabalho esgarçam as
as e a instituindo a justiça trabalhista. A constituição de 1934 tomou como relações entre os diferentes profissionais da saúde e entre estes e os
modelo a de Weimar, na Alemanha, e em muitos pontos serviu de base aos usuários; o trabalho em equipe, assim como o preparo para lidar com as
constituintes de 1946. A constituição de 1937, outorgada por Getúlio Var- dimensões sociais e subjetivas presentes nas práticas de atenção, fica
gas, rompeu com a tradição política brasileira, já que ampliou o poder e o fragilizado.
mandato do presidente da república, restringiu a autonomia do poder judici- O baixo investimento na qualificação dos trabalhadores, especialmente
ário, dissolveu todos os órgãos legislativos e declarou o estado de emer- no que se refere à gestão participativa e ao trabalho em equipe, diminui a
gência. Baseada na constituição da Polônia de 1935, serviu de estrutura possibilidade de um processo crítico e comprometido com as práticas de
legal a um regime ditatorial. saúde e com os usuários em suas diferentes necessidades. Há poucos
A constituição de 1946 procurou conciliar as diversas correntes doutri- dispositivos de fomento à co-gestão, à valorização e à inclusão dos traba-
nárias representadas entre os constituintes. Garantiu o direito de proprieda- lhadores e usuários no processo de produção de saúde, com forte desres-
de, tal como entende a liberal-democracia, mas condicionou seu uso ao peito aos seus direitos. Um processo de gestão com tais características é
bem-estar social, ideia nitidamente socialista. Determinou que se organi- acompanhado de modos de atenção baseados – grande parte das vezes –
zasse a ordem econômica e social conforme os princípios da justiça social, na relação queixa-conduta, automatizando-se o contato entre trabalhadores
conciliando a liberdade de iniciativa com a valorização do trabalho humano. e usuários, fortalecendo um olhar sobre a doença e, sobretudo, não estabe-
Admitiu o exercício, pela União, do monopólio de indústrias e atividades. Ao lecendo o vínculo fundamental que permite, efetivamente, a responsabilida-
longo de sua vigência, não faltaram ameaças antidemocráticas, sobretudo de sanitária que constitui o ato de saúde. O quadro se complexifica quando
de golpes militares. também verificamos que o modelo de formação dos profissionais de saúde
Em 1964, o presidente constitucional João Goulart foi deposto por um mantémse distante do debate e da formulação das políticas públicas de
movimento político-militar. Durante a ditadura subsequente, que se esten- saúde.
deu por duas décadas, o país viveu regulamentado por uma série de atos O debate sobre os modelos de gestão e de atenção, aliados aos de
institucionais e complementares. Mesmo a constituição de 1967, que resta- formação dos profissionais de saúde e aos modos com que o controle
beleceu certas características de normalidade institucional, foi emendada social vem se exercendo, é, portanto, necessário e urgente. Necessário
em outubro de 1969 por novo ato, que manteve o Ato Institucional no 5. para que possamos garantir o direito constitucional à saúde para todos, e
No início da década de 1980, a redemocratização foi ocorrendo gradu- urgente porque tal debate é uma condição para viabilizar uma saúde digna
almente, com a suspensão da censura prévia à imprensa, a lei da anistia e para todos, com profissionais comprometidos com a ética da saúde e com a
outras medidas. A convocação de uma assembleia constituinte figurava na defesa da vida.
plataforma de Tancredo Neves, eleito presidente indiretamente mas faleci- É por isso que propomos uma Política Nacional de Humanização da
do sem assumir o cargo. José Sarney, vice-presidente empossado, convo- Atenção e da Gestão da Saúde.
cou o Congresso seguinte a assumir funções constituintes. Em 1988 foi E por que falar em humanização quando as relações estabelecidas no
promulgada uma nova constituição, que consagrava direitos e garantias processo de cuidado em saúde se dão entre humanos? Estaríamos com
individuais e sociais mais amplos que os da carta de 1946. ©Encyclopaedia esse conceito querendo apenas “tornar mais humana a relação com o
Britannica do Brasil Publicações Ltda. usuário”, dando pequenos retoques nos serviços, mas deixando intocadas
O exercício da cidadania começa em casa as condições de produção do processo de trabalho em saúde?
O mundo em que vivemos precisa de paz e união, elementos funda- Devemos tomar cuidado para não banalizar o que a proposição de uma
mentais a vida que podem ser conquistados com a solidariedade de cada Política de Humanização traz ao campo da saúde, já que as iniciativas se
um de nós. Esta solidariedade deve ser cultivada dentro de nossas casas e apresentam, em geral, de modo vago e associadas a atitudes humanitárias,
principalmente, juntamente com os nossos filhos, mostrando a importância de caráter filantrópico, voluntárias e reveladoras de bondade, um “favor”,

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portanto, e não um direito à saúde. Além de tudo, o “alvo” dessas ações é, Assim, tomamos a Humanização como estratégia de interferência no
grande parte das vezes, o usuário do sistema, que, em razão desse olhar, processo de produção de saúde, levando-se em conta que sujeitos sociais,
permanece como um objeto de intervenção do saber do profissional. Raras quando mobilizados, são capazes de transformar realidades transformando-
vezes o trabalhador é incluído e, mesmo quando o é, fica como alguém que se a si próprios nesse mesmo processo.
“também é ser humano”(!) e merece “ganhar alguma atenção dos gestores”. Trata-se, então, de investir na produção de um novo tipo de interação
Tematizar a humanização da assistência abre, assim, questões funda- entre os sujeitos que constituem os sistemas de saúde e deles usufruem,
mentais que podem orientar a construção das políticas em saúde. Humani- acolhendo tais atores e fomentando seu protagonismo.
zar é, então, ofertar atendimento de qualidade articulando os avanços A Humanização, como um conjunto de estratégias para alcançar a qua-
tecnológicos com acolhimento, com melhoria dos ambientes de cuidado e lificação da atenção e da gestão em saúde no SUS, estabelece-se, portan-
das condições de trabalho dos profissionais. to, como a construção/ativação de atitudes ético-estético-políticas em
Portanto, para a construção de uma Política de Qualificação do Siste- sintonia com um projeto de co-responsabilidade e qualificação dos vínculos
ma Único de Saúde (SUS), a Humanização deve ser vista como uma das interprofissionais e entre estes e os usuários na produção de saúde. Éticas
dimensões fundamentais, não podendo ser entendida como apenas um porque tomam a defesa da vida como eixo de suas ações. Estéticas porque
“programa” a mais a ser aplicado aos diversos serviços de saúde, mas estão voltadas para a invenção das normas que regulam a vida, para os
como uma política que opere transversalmente em toda a rede SUS. processos de criação que constituem o mais específico do homem em
relação aos demais seres vivos. Políticas porque é na pólis, na relação
O risco de tomarmos a Humanização como mais um programa seria o
entre os homens que as relações sociais e de poder se operam, que o
de aprofundar relações verticais em que são estabelecidas normativas que
mundo se faz.
“devem ser aplicadas e operacionalizadas”, o que significa, grande parte
das vezes, efetuação burocrática, descontextualizada e dispersiva, por meio Construir tal política impõe, mais do que nunca, que o SUS seja toma-
de ações pautadas em índices a serem cumpridos e em metas a serem do em sua perspectiva de rede. Como tal, o SUS deve ser contagiado por
alcançadas independentemente de sua resolutividade e qualidade. esta atitude humanizadora, e, para isso, todas as demais políticas deverão
se articular por meio desse eixo. Trata-se, sobretudo, de destacar os aspec-
Com isso, estamos nos referindo à necessidade de adotar a Humani- tos subjetivos e sociais presentes em qualquer prática de saúde.
zação como política transversal, entendida como um conjunto de princípios
e diretrizes que se traduzem em ações nos diversos serviços, nas práticas O mapeamento e a visibilidade de iniciativas e programas de humani-
de saúde e nas instâncias do sistema, caracterizando uma construção zação na rede de atenção SUS, no Ministério da Saúde, a promoção do
coletiva. intercâmbio e a articulação entre eles constituem aspectos importantes na
construção do que chamamos Rede de Humanização em Saúde (RHS).
A Humanização, como uma política transversal, supõe necessariamen-
Como em toda rede, a característica da conectividade é a que mais se
te que sejam ultrapassadas as fronteiras, muitas vezes rígidas, dos diferen-
destaca. Estar conectado em rede implica exatamente esses processos de
tes núcleos de saber/poder que se ocupam da produção da saúde.
troca, de interferência, de contágio que queremos. Uma rede comprometida
Entendemos, entretanto, que tal situação de transversalidade não deva com a defesa da vida. Uma rede humanizada porque lidando com a com-
significar um “ficar fora, ou ao lado, do SUS”. Acreditamos que a Humaniza- plexidade sempre diferenciadora do viver. Nessa rede estão todos os
ção deva caminhar, cada vez mais, para se constituir como vertente orgâni- sujeitos: gestores, trabalhadores de saúde, usuários, todos os cidadãos.
ca do SUS. Mas queremos também que sua afirmação como política trans- Podemos dizer que a Rede de Humanização em Saúde é uma rede de
versal garanta este caráter questionador das verticalidades, pelas quais construção permanente e solidária de laços de cidadania. Trata-se, portan-
estamos, na saúde, sempre em risco de nos ver capturados. to, de olhar cada sujeito em sua especificidade, sua história de vida, mas
Como política, a Humanização deve, portanto, traduzir princípios e mo- também de olhá-lo como sujeito de um coletivo, sujeito da história de muitas
dos de operar no conjunto das relações entre profissionais e usuários, entre vidas.
os diferentes profissionais, entre as diversas unidades e serviços de saúde Num momento em que o país assume clara direção em prol de políticas
e entre as instâncias que constituem o SUS. O confronto de ideias, o plane- comprometidas com a melhoria das condições de vida da população, as
jamento, os mecanismos de decisão, as estratégias de implementação e de políticas de saúde devem contribuir realizando sua tarefa primária de pro-
avaliação, mas principalmente o modo como tais processos se dão, devem dução de saúde e de sujeitos, de modo sintonizado com o combate à fome,
confluir para a construção de trocas solidárias e comprometidas com a à miséria social e na luta pela garantia dos princípios éticos no trato com a
produção de saúde, tarefa primeira da qual não podemos nos furtar. De vida humana.
fato, nossa tarefa se apresenta dupla e inequívoca, qual seja, a da produ-
Humanizar a atenção e a gestão em saúde no SUS se coloca, dessa
ção de saúde e a da produção de sujeitos.
forma, como estratégia inequívoca para tais fins, contribuindo efetivamente
É neste ponto indissociável que a Humanização se define: aumentar o para a qualificação da atenção e da gestão, ou seja, atenção integral,
grau de co-responsabilidade dos diferentes atores que constituem a rede equânime com responsabilização e vínculo, para a valorização dos traba-
SUS, na produção da saúde, implica mudança na cultura da atenção dos lhadores e para o avanço da democratização da gestão e do controle social
usuários e da gestão dos processos de trabalho. Tomar a saúde como valor participativo.
de uso é ter como padrão na atenção o vínculo com os usuários, é garantir Princípios norteadores da Política de Humanização
os direitos dos usuários e seus familiares, é estimular a que eles se colo-
quem como atores do sistema de saúde por meio de sua ação de controle 1. Valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas
social, mas é também ter melhores condições para que os profissionais de atenção e gestão, fortalecendo/estimulando processos integradores e
efetuem seu trabalho de modo digno e criador de novas ações e que pos- promotores de compromissos/responsabilização.
sam participar como co-gestores de seu processo de trabalho. 2. Estímulo a processos comprometidos com a produção de saúde e
Nesse sentido, a Humanização supõe troca de saberes (incluindo os com a produção de sujeitos.
dos pacientes e familiares), diálogo entre os profissionais e modos de 3. Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional, estimulan-
trabalhar em equipe. E aqui vale ressaltar que não estamos nos referindo a do a transdisciplinaridade e a grupalidade.
um conjunto de pessoas reunidas eventualmente para “resolver” um pro- 4. Atuação em rede com alta conectividade, de modo cooperativo e
blema, mas à produção de uma grupalidade que sustente construções solidário, em conformidade com as diretrizes do SUS.
coletivas, que suponha mudança pelos encontros entre seus componentes.
Levar em conta as necessidades sociais, os desejos e os interesses
5. Utilização da informação, da comunicação, da educação perma-
nente e dos espaços da gestão na construção de autonomia e protagonis-
dos diferentes atores envolvidos no campo da saúde constitui a política em
mo de sujeitos e coletivos.
ações materiais e concretas. Tais ações políticas têm a capacidade de
transformar e garantir direitos, constituir novos sentidos, colocando-se,
assim, a importância e o desafio de se estar, constantemente, construindo e Marcas/prioridades
ampliando os espaços da troca, para que possamos caminhar na direção Com a implementação da Política Nacional de Humanização (PNH),
do SUS que queremos. trabalhamos para consolidar, prioritariamente, quatro marcas específicas:

Conhecimentos Específicos 218 A Opção Certa Para a Sua Realização


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1. Serão reduzidas as filas e o tempo de espera com ampliação do vistas a diminuir a verticalização, implicando a co-responsabilidade dos
acesso e atendimento acolhedor e resolutivo baseados em critérios de gestores estaduais e municipais.
risco. 8. Incentivar a construção de protocolos para serviços com perfil hu-
2. Todo usuário do SUS saberá quem são os profissionais que cui- manizador.
dam de sua saúde, e os serviços de saúde se responsabilizarão por sua
referência territorial. Diretrizes gerais para a implementação da PNH nos diferentes ní-
veis de atenção
3. As unidades de saúde garantirão as informações ao usuário, o
acompanhamento de pessoas de sua rede social (de livre escolha) e os 1. Ampliar o diálogo entre os profissionais, entre os profissionais e a
direitos do código dos usuários do SUS. população, entre os profissionais e a administração, promovendo a gestão
participativa.
4. As unidades de saúde garantirão gestão participativa aos seus tra-
balhadores e usuários, assim como educação permanente aos trabalhado- 2. Implantar, estimular e fortalecer Grupos de Trabalho de Humaniza-
res. ção com plano de trabalho definido.
3. Estimular práticas resolutivas, racionalizar e adequar o uso de me-
Estratégias gerais dicamentos, eliminando ações intervencionistas desnecessárias.
A implementação da PNH pressupõe a atuação em vários eixos que 4. Reforçar o conceito de clínica ampliada: compromisso com o sujei-
objetivam a institucionalização, a difusão dessa estratégia e, principalmen- to e seu coletivo, estímulo a diferentes práticas terapêuticas e co-
te, a apropriação de seus resultados pela sociedade. responsabilidade de gestores, trabalhadores e usuários no processo de
1. No eixo das instituições do SUS, pretende-se que a PNH faça par- produção de saúde.
te dos planos estaduais e municipais dos vários governos, aprovados pelos 5. Sensibilizar as equipes de saúde em relação ao problema da vio-
gestores e pelos conselhos de saúde correspondentes. lência intrafamiliar (criança, mulher e idoso) e quanto à questão dos pre-
2. No eixo da gestão do trabalho, propõe-se a promoção de ações conceitos (sexual, racial, religioso e outros) na hora da recepção e dos
que assegurem a participação dos trabalhadores nos processos de discus- encaminhamentos.
são e decisão, reconhecendo, fortalecendo e valorizando seu compromisso 6. Adequar os serviços ao ambiente e à cultura local, respeitando a
com o processo de produção de saúde e seu crescimento profissional. privacidade e promovendo uma ambiência acolhedora e confortável.
3. No eixo da educação permanente, indica-se que a PNH componha 7. Viabilizar a participação dos trabalhadores nas unidades de saúde
o conteúdo profissionalizante na graduação, na pósgraduação e na exten- por meio de colegiados gestores.
são em saúde, vinculando-a aos Pólos de Educação Permanente e às
instituições formadoras. 8. Implementar um sistema de comunicação e de informação que
promova o autodesenvolvimento e amplie o compromisso social dos traba-
4. No eixo da informação/comunicação, indica-se – por meio de ação lhadores de saúde.
de mídia e discurso social amplo – sua inclusão no debate da saúde, visan-
do à ampliação do domínio social sobre a PNH. 9. Promover ações de incentivo e valorização da jornada integral ao
SUS, do trabalho em equipe e da participação em processos de educação
5. No eixo da atenção, propõe-se uma política incentivadora do pro- permanente que qualifiquem a ação e a inserção dos trabalhadores na rede
tagonismo dos sujeitos, da democratização da gestão dos serviços e da SUS.
ampliação da atenção integral à saúde, promovendo a intra e a intersetoria-
lidade com responsabilização sanitária pactuada entre gestores e trabalha- Diretrizes específicas por nível de atenção
dores.
Na Atenção Básica:
6. No eixo do financiamento, propõe-se a integração de recursos vin-
culados a programas específicos de humanização e outros recursos de
1. Elaborar projetos de saúde individuais e coletivos para usuários e
sua rede social, considerando as políticas intersetoriais e as necessidades
subsídio à atenção, unificando-os e repassandoos fundo a fundo mediante
de saúde.
adesão, com compromisso, dos gestores à PNH.
7. No eixo da gestão da PNH, indica-se a pactuação com as instân- 2. Incentivar práticas promocionais de saúde.
cias intergestoras e de controle social do SUS, o acompanhamento, o 3. Estabelecer formas de acolhimento e inclusão do usuário que pro-
monitoramento e a avaliação sistemáticos das ações realizadas, de modo movam a otimização dos serviços, o fim das filas, a hierarquização de
integrado às demais políticas de saúde, estimulando a pesquisa relacionada riscos e o acesso aos demais níveis do sistema.
às necessidades do SUS na perspectiva da Humanização. 4. Comprometer-se com o trabalho em equipe, de modo a aumentar o
grau de corresponsabilidade, e com a rede de apoio profissional, visando a
Orientações estratégicas para a implementação da PNH maior eficácia na atenção em saúde.
1. Propor que os planos estaduais e municipais de saúde contem- Na Urgência e Emergência, nos pronto-socorros, nos pronto-
plem os componentes da PNH (Agenda de Compromissos). atendimentos, na Assistência Pré-hospitalar e outros:
2. Consolidar e expandir os Grupos ou Comitês de Humanização nas 1. Acolher a demanda por meio de critérios de avaliação de risco, ga-
secretarias estaduais de saúde (SES), nas secretarias municipais de saúde rantindo o acesso referenciado aos demais níveis de assistência.
(SMS) e nos serviços de saúde, entendidos como dispositivos de articula- 2. Comprometer-se com a referência e a contra-referência, aumen-
ção, estímulo, valorização e formulação de políticas de humanização nas tando a resolução da urgência e emergência, provendo o acesso à estrutura
diferentes práticas e instâncias gestoras da saúde. hospitalar e a transferência segura, conforme a necessidade dos usuários.
3. Consolidar e expandir a rede virtual de humanização, facilitando 3. Definir protocolos clínicos, garantindo a eliminação de intervenções
trocas, dando visibilidade às experiências exitosas e multiplicando práticas desnecessárias e respeitando as diferenças e as necessidades do sujeito.
comprometidas com a PNH.
4. Instituir sistemática de acompanhamento e avaliação, incluindo Na Atenção Especializada:
processos de monitoramento e criação de indicadores relacionados à PNH,
articulados com as demais políticas de avaliação do Ministério da Saúde.
1. Garantir agenda extraordinária em função da análise de risco e das
necessidades do usuário.
5. Selecionar e apoiar experiências na rede SUS com função multipli-
cadora.
2. Estabelecer critérios de acesso, identificados de forma pública, in-
cluídos na rede assistencial, com efetivação de protocolos de referência e
6. Propiciar o financiamento de projetos que melhorem a ambiência contra-referência.
dos serviços: salas de conversa, espaços de conforto, mobília adequada,
comunicação visual, etc.
3. Otimizar o atendimento ao usuário, articulando a agenda multipro-
fissional em ações diagnósticas, terapêuticas que impliquem diferentes
7. Articular os programas e os projetos do Ministério da Saúde (Hos- saberes e terapêuticas de reabilitação.
pital Amigo da Criança, Humanização do Parto, etc.) com a PNH, com

Conhecimentos Específicos 219 A Opção Certa Para a Sua Realização


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4. Definir protocolos clínicos, garantindo a eliminação de intervenções O campo da humanização
desnecessárias e respeitando as diferenças e as necessidades do sujeito. Como política transversal, a PNH entende que, em seu papel articula-
Na Atenção Hospitalar: dor, ela deve se dirigir, por um lado, à facilitação e à integração dos proces-
Neste âmbito, propomos dois níveis crescentes (B e A) de padrões pa- sos e das ações das demais áreas, criando o campo onde a Política de
ra adesão à PNH: Humanização se dará; por outro lado, deve também assumir-se como
Parâmetros para o nível B: núcleo de saber e de competências com ofertas especialmente voltadas
para a implementação da Política de Humanização.
- Existência de Grupos de Trabalho de Humanização (GTH) com
A criação do campo da humanização se fará pela intercessão nas dife-
plano de trabalho definido.
rentes políticas de saúde. Nesse caso, a PNH trabalhará em ações decidi-
- Garantia de visita aberta por meio da presença do acompanhante e das com as áreas de modo a integrá-las, além de facilitar contatos e intera-
de sua rede social, respeitando a dinâmica de cada unidade hospitalar e as gir com as instâncias do SUS onde tais políticas se efetuam.
peculiaridades das necessidades do acompanhante. Suas funções de núcleo de humanização definem-se por garantir, es-
- Mecanismos de recepção com acolhimento aos usuários. trategicamente, a especificidade da Política de Humanização e, nesse
- Mecanismos de escuta para a população e os trabalhadores. sentido, fará ofertas de conteúdos e de metodologias a serem trabalhados
sobre processos e prioridades considerados essenciais para cada área da
- Equipe multiprofissional (minimamente com médico e enfermeiro)
atenção. Além disso, estabelecerá linhas de implantação, integração,
de atenção à saúde para seguimento dos pacientes internados e com
pactuação e difusão da PNH.
horário pactuado para atendimento à família e/ou à sua rede social.
- Existência de mecanismos de desospitalização, visando a alterna-
tivas às práticas hospitalares, como as de cuidados domiciliares. Assim, na construção do campo da humanização, a PNH assume o
compromisso de:
- Garantia de continuidade de assistência com sistema de referência
e contra-referência. • propor e integrar estratégias de ação que constituam o “campo da
humanização”, operando como apoio matricial para as áreas, as coordena-
Parâmetros para o nível A: ções e os programas de saúde no que for com eles contratualizado;
- Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) com plano de trabalho • propor e integrar estratégias de ação para implantação da PNH no
implantado. âmbito do Ministério da Saúde em interface com as demais áreas e coorde-
- Garantia de visita aberta por meio da presença do acompanhante e nações e as demais instâncias do SUS;
de sua rede social, respeitando a dinâmica de cada unidade hospitalar e as • criar grupo de apoiadores regionais da PNH, que trabalharão com
peculiaridades das necessidades do acompanhante. as SES, as SMS, os Pólos de Educação Permanente, os hospitais e outros
- Ouvidoria em funcionamento. equipamentos de saúde que desenvolvam ações de humanização. Tal
- Equipe multiprofissional (minimamente com médico e enfermeiro) grupo funcionará como um dispositivo articulador e fomentador de ações
de atenção à saúde para seguimento dos pacientes internados e com humanizantes, estimulando processos multiplicadores nos diferentes níveis
horário pactuado para atendimento à família e/ou à sua rede social. da rede SUS;
- Existência de mecanismos de desospitalização, visando a alterna- • criar e incentivar mecanismos de divulgação e avaliação da PNH
tivas às práticas hospitalares, como as de cuidados domiciliares. em interface com as demais áreas, as coordenações e os programas do
MS.
- Garantia de continuidade de assistência com sistema de referência
e contra-referência.
- Conselho gestor local com funcionamento adequado. Enquanto núcleo específico, a PNH se propõe a:
- Existência de acolhimento com avaliação de risco nas áreas de • construir metodologias de trabalho para implantação de projetos de
acesso (pronto-atendimento, pronto-socorro, ambulatório, serviço de apoio humanização nos diversos âmbitos da rede SUS, seja por meio da concep-
diagnóstico e terapia). ção de dispositivos de suporte ao desenvolvimento de ações voltadas para
os usuários no âmbito da atenção, seja no que concerne às condições de
- Plano de educação permanente para trabalhadores com temas de trabalho dos profissionais e dos modelos de gestão do processo de trabalho
humanização em implementação. em saúde no âmbito da gestão, seja na contribuição nos processos de
A gestão da Política de Humanização formação propondo a inclusão da PNH nos diversos âmbitos da formação
A dimensão transversal da Política de Humanização da Atenção e da em saúde; seja, ainda, na relação com a cultura, a sociedade na perspecti-
Gestão em Saúde no SUS implica, necessariamente, para sua efetuação, va do fortalecimento da participação dos cidadãos na construção de um
um construir coletivo. Isso significa processos de pactuação no âmbito do SUS humanizado;
Ministério da Saúde, assim como nas diversas instâncias do SUS. • fortalecer, ampliar e integrar a Rede Nacional de Humanização es-
Mapear programas, projetos e iniciativas de humanização já existentes, truturada em dimensão presencial e eletrônica.
articulá-los e, a partir daí, propor diretrizes, traçar objetivos e definir estraté-
gias de ação na composição da PNH, num constante diálogo com as espe-
cificidades das áreas da saúde, são tarefas das quais não podemos abrir Implantação e funcionamento da PNH
mão se, de fato, queremos operar transversalmente. Para a implantação de uma PNH efetivamente transversal às demais
O que estamos querendo dizer é que afirmar a Humanização como ei- ações e políticas de saúde, é necessário combinar a atuação descentraliza-
xo norteador das práticas em saúde supõe uma indissociabilidade com o da dos diversos atores que constituem o SUS, com a articulação e a coor-
próprio método de sua construção. Para a política ser transversal é neces- denação necessárias à construção de sinergia e ao acúmulo de experiên-
sário que seu modo de operar também o seja. cias.
Assim, ao mesmo tempo em que são experimentadas novas propostas
Dessa forma, decidimos integrar as contribuições das áreas da saúde,
de ação e multiplicadas – com as devidas mediações – as experiências
assim como de programas e projetos, na construção da Política de Humani-
exitosas, os processos de debate e pactuação entre os níveis federal,
zação. Seu caráter, portanto, é de abertura, significando que outras experi-
estadual e municipal do SUS deverão consolidar a Humanização como uma
ências e propostas a ela se agregarão.
estratégia comum e disseminada por toda a rede de atenção.
O aspecto a se destacar é o fato de que as diretrizes pactuadas ex- Dessa forma, cabe à Coordenação da PNH articular a atuação das
pressam compromissos do Ministério da Saúde em qualificar os princípios áreas do Ministério da Saúde, ao mesmo tempo em que contribui para o
do SUS, impondo a todos a tarefa de definirem seus núcleos de responsabi- fortalecimento das ações das secretarias estaduais e das secretarias muni-
lidades e competências. cipais de saúde.
É nesse sentido que se torna importante definir um modo de gestão da
PNH.

Conhecimentos Específicos 220 A Opção Certa Para a Sua Realização


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30. MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE: ATENÇÃO PRIMÁRIA tutivos da rede, as principais ferramentas de micro gestão dos serviços e,
DE SAÚDE/ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE: ESTRATÉGIA DE diretrizes com algumas estratégias para a implementação da rede de
atenção à saúde.
SAÚDE DA FAMÍLIA; PACS (PROGRAMA DE AGENTES COMU-
NITÁRIOS DE SAÚDE); NASF (NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE 1. POR QUE ORGANIZAR REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE NO SUS
DA FAMÍLIA); SAD (SERVIÇO DE ATENDIMENTO DOMICILIAR) Embora sejam inegáveis e representativos os avanços alcançados pelo
31. SISTEMA MUNICIPAL DE SAÚDE: ESTRUTURA, FUNCIO- SUS nos últimos anos, torna-se cada vez mais evidente a dificuldade em
NAMENTO E RESPONSABILIDADES superar a intensa fragmentação das ações e serviços de saúde e qualificar
a gestão do cuidado no contexto atual.
O modelo de atenção à saúde vigente fundamentado nas ações curati-
vas, centrado no cuidado médico e estruturado com ações e serviços de
PORTARIA Nº 4.279, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010 saúde dimensionados a partir da oferta, tem se mostrado insuficiente para
Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde dar conta dos desafios sanitários atuais e, insustentável para os enfrenta-
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). mentos futuros.
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso da atribuição que lhe O cenário brasileiro é caracterizado pela diversidade de contextos regi-
confere o inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e onais com marcantes diferenças sócio econômicas e de necessidades de
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe saúde da população entre as regiões, agravado pelo elevado peso da oferta
sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a privada e seus interesses e pressões sobre o mercado na área da saúde e
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes; pelo desafio de lidar com a complexa inter-relação entre acesso, escala,
escopo, qualidade, custo e efetividade que demonstram a complexidade do
Considerando a Portaria GM/MS nº 399, de 22 de fevereiro de 2006, processo de constituição de um sistema unificado e integrado no país.
que divulga o Pacto pela Saúde 2006 - Consolidação do SUS e aprova as
Consequentemente, a organização da atenção e da gestão do SUS
Diretrizes Operacionais do referido Pacto;
expressa o cenário apresentado e se caracteriza por intensa fragmentação
Considerando a Portaria GM/MS nº 699, de 30 de março de 2006, que de serviços, programas, ações e práticas clínicas demonstrado por: (1)
regulamenta as Diretrizes Operacionais dos Pactos pela Vida e de Gestão; lacunas assistenciais importantes; (2) financiamento público insuficiente,
Considerando que a Regionalização é uma diretriz do Sistema Único fragmentado e baixa eficiência no emprego dos recursos, com redução da
de Saúde e um eixo estruturante do Pacto de Gestão e deve orientar a capacidade do sistema de prover integralidade da atenção à saúde; (3)
descentralização das ações e serviços de saúde e a organização da Rede configuração inadequada de modelos de atenção, marcada pela incoerên-
de Atenção à Saúde; cia entre a oferta de serviços e a necessidade de atenção, não conseguindo
Considerando a necessidade de definir os fundamentos conceituais e acompanhar a tendência de declínio dos problemas agudos e de ascensão
operativos essenciais ao processo de organização da Rede de Atenção à das condições crônicas; (4) fragilidade na gestão do trabalho com o grave
Saúde, bem como as diretrizes e estratégias para sua implementação; problema de precarização e carência de profissionais em número e alinha-
mento com a política pública; (5) a pulverização dos serviços nos municí-
Considerando a decisão dos gestores do SUS na reunião da Comissão pios; e (6) pouca inserção da Vigilância e Promoção em Saúde no cotidiano
Intergestores Tripartite, realizada no dia 16 de dezembro de 2010, resolve: dos serviços de atenção, especialmente na Atenção Primária em Saúde
Art. 1º Estabelecer diretrizes para a organização da Rede de Atenção à (APS).
Saúde, no âmbito do SUS, na forma do Anexo a esta Portaria. Considera-se, ainda, o atual perfil epidemiológico brasileiro, caracteri-
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. zado por uma tripla carga de doença que envolve a persistência de doen-
ças parasitárias, infecciosas e desnutrição características de países subde-
senvolvidos, importante componente de problemas de saúde reprodutiva
ANEXO com mortes maternas e óbitos infantis por causas consideradas evitáveis, e
DIRETRIZES PARA ORGANIZAÇÃO DA o desafio das doenças crônicas e seus fatores de risco como sedentarismo,
REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE DO SUS tabagismo, alimentação inadequada, obesidade e o crescimento das cau-
O presente documento trata das diretrizes para a estruturação da Rede sas externas em decorrência do aumento da violência e dos acidentes de
de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para superar a fragmentação trânsito, trazendo a necessidade de ampliação do foco da atenção para o
da atenção e da gestão nas Regiões de Saúde e aperfeiçoar o funciona- manejo das condições crônicas, mas atendendo, concomitantemente, as
mento político-institucional do Sistema Único de Saúde (SUS,) com vistas a condições agudas.
assegurar ao usuário o conjunto de ações e serviços que necessita com Superar os desafios e avançar na qualificação da atenção e da gestão
efetividade e eficiência. em saúde requer forte decisão dos gestores do SUS, enquanto protagonis-
Esse documento estabelece os fundamentos conceituais e operativos tas do processo instituidor e organizador do sistema de saúde. Essa deci-
essenciais ao processo de organização da RAS, entendendo que o seu são envolve aspectos técnicos, éticos, culturais, mas, principalmente,
aprofundamento constituirá uma série de temas técnicos e organizacionais implica no cumprimento do pacto político cooperativo entre as instâncias de
a serem desenvolvidos, em função da agenda de prioridades e da sua gestão do Sistema, expresso por uma "associação fina da técnica e da
modelagem. política", para garantir os investimentos e recursos necessários à mudança.
O texto foi elaborado a partir das discussões internas das áreas técni- A solução está em inovar o processo de organização do sistema de
cas do Ministério da Saúde e no Grupo de trabalho de Gestão da Câmara saúde, redirecionando suas ações e serviços no desenvolvimento da RAS
Técnica da Comissão Intergestores Tripartite, composto com representan- para produzir impacto positivo nos indicadores de saúde da população.
tes do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CO- Experiências têm demonstrado que a organização da RAS tendo a
NASEMS), do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e do APS como coordenadora do cuidado e ordenadora da rede, se apresenta
Ministério da Saúde (MS). como um mecanismo de superação da fragmentação sistêmica; são mais
O conteúdo dessas orientações está fundamentado no arcabouço nor- eficazes, tanto em termos de organização interna (alocação de recursos,
mativo do SUS, com destaque para as Portarias do Pacto pela Saúde, a coordenação clínica, etc.), quanto em sua capacidade de fazer face aos
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), a Política Nacional de Promo- atuais desafios do cenário socioeconômico, demográfico, epidemiológico e
ção a Saúde (PNPS), na publicação da Regionalização Solidária e Coope- sanitário.
rativa, além das experiências de apoio à organização da RAS promovidas No Brasil, o debate em torno da busca por maior integração adquiriu
pelo Ministério da Saúde (MS) e Conselho Nacional de Secretários de nova ênfase a partir do Pacto pela Saúde, que contempla o acordo firmado
Saúde (CONASS) em regiões de saúde de diversos estados. entre os gestores do SUS e ressalta a relevância de aprofundar o processo
O documento está organizado da seguinte forma: justificativa abordan- de regionalização e de organização do sistema de saúde sob a forma de
do por que organizar rede de atenção à saúde, os principais conceitos, Rede como estratégias essenciais para consolidar os princípios de Univer-
fundamentos e atributos da rede de atenção à saúde, os elementos consti- salidade, Integralidade e Equidade, se efetivando em três dimensões:

Conhecimentos Específicos 221 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Pacto Pela Vida: compromisso com as prioridades que apresentam im- a criação de mecanismos formais de contratualização entre os entes regu-
pacto sobre a situação de saúde da população brasileira; ladores / financiadores e os prestadores de serviço.
Pacto em Defesa do SUS: compromisso com a consolidação os fun- Quando esses contratos abrangem todos os pontos de atenção da rede
damentos políticos e princípios constitucionais do SUS. o Sistema passa a operar em modo de aprendizagem, ou seja, a busca
Pacto de Gestão: compromisso com os princípios e diretrizes para a contínua por uma gestão eficaz, eficiente e qualificada, de forma a propor-
descentralização, regionalização, financiamento, planejamento, programa- cionar a democratização e a transparência ao SUS.
ção pactuada e integrada, regulação, participação social, gestão do traba- A contratualização/contratos de gestão, nesse contexto, pode ser defi-
lho e da educação em saúde. nida como o modo de pactuação da demanda quantitativa e qualitativa na
O Pacto de Gestão estabeleceu o espaço regional como lócus privile- definição clara de responsabilidades, de objetivos de desempenho, incluin-
giado de construção das responsabilidades pactuadas, uma vez que é esse do tanto os sanitários, quanto os econômicos, resultando dessa negociação
espaço que permite a integração de políticas e programas por meio da ação um compromisso explícito entre ambas as partes. Esse processo deve
conjunta das esferas federal, estadual e municipal. resultar, ainda, na fixação de critérios e instrumentos de acompanhamento
e avaliação de resultados, metas e indicadores definidos. Dentre os objeti-
A construção dessa forma de relações intergovernamentais no SUS re- vos da contratualização destacam-se:
quer o cumprimento das responsabilidades assumidas e metas pactuadas,
sendo cada esfera de governo corresponsável pela gestão do conjunto de Melhorar o nível de saúde da população;
políticas com responsabilidades explicitadas. Responder com efetividade às necessidades em saúde;
Em sintonia com o Pacto pela Saúde, foi aprovada a Política Nacional Obter um efetivo e rigoroso controle sobre o crescimento das despesas
de Atenção Básica (PNAB) e a Política Nacional de Promoção à Saúde de origem pública com a saúde;
(PNPS), ambas voltadas para a configuração de um modelo de atenção Alcançar maior eficiência gestora no uso de recursos escassos, maxi-
capaz de responder as condições crônicas e as condições agudas e pro- mizando o nível de bem-estar;
mover ações de vigilância e promoção a saúde, efetivando a APS como
eixo estruturante da RAS no SUS. Coordenar as atividades das partes envolvidas;
No campo das políticas públicas, comprometida com a garantia de ofe- Assegurar a produção de um excedente cooperativo;
recer acesso equânime ao conjunto de ações e serviços de saúde, a orga- Distribuir os frutos da cooperação;
nização do Sistema em rede possibilita a construção de vínculos de solida- Assegurar que os compromissos sejam cumpridos; e
riedade e cooperação. Nesse processo, o desenvolvimento da Rede de
Disponibilizar, em tempo útil, a informação de produção, financiamento,
Atenção à Saúde é reafirmado como estratégia de reestruturação do siste-
desempenho, qualidade e acesso, de forma a garantir adequados níveis de
ma de saúde, tanto no que se refere a sua organização, quanto na qualida-
informação ao cidadão.
de e impacto da atenção prestada, e representa o acúmulo e o aperfeiçoa-
mento da política de saúde com aprofundamento de ações efetivas para a Para atingir esses objetivos as partes adotam em três áreas de aplica-
consolidação do SUS como política pública voltada para a garantia de ção que são: cuidados primários, atenção especializada (ambulatorial e
direitos constitucionais de cidadania. hospitalar) e cuidados de urgência e emergência.
2. CONCEITOS A inovação desse modelo de contrato de gestão está em "contratualizar
a saúde e não apenas cuidados de saúde, obtendo macroeficiência para o
A Rede de Atenção à Saúde é definida como arranjos organizativos de
conjunto do sistema" - e para a superação de problemas cruciais como:
ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que
integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, Passar de uma abordagem populacional isolada (hospitais ou centros
buscam garantir a integralidade do cuidado de saúde) para uma contratualização de âmbito da região de saúde, se-
guindo critérios de adscrição da população estratificada por grau de risco, e
O objetivo da RAS é promover a integração sistêmica, de ações e ser-
abordando os diversos estabelecimentos de saúde em termos de uma rede
viços de saúde com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade,
de cuidados;
responsável e humanizada, bem como incrementar o desempenho do
Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária; e O contínuo aumento dos gastos para a prestação de serviços de alto
eficiência econômica. custo devido ao tratamento tardio de condições e agravos sensíveis à APS,
pela introdução de ferramentas de microgestão e incentivos financeiros
Caracteriza-se pela formação de relações horizontais entre os pontos
para pagamento por desempenho individual e institucional;
de atenção com o centro de comunicação na Atenção Primária à Saúde
(APS), pela centralidade nas necessidades em saúde de uma população, Promover a participação efetiva do cidadão e da comunidade no pro-
pela responsabilização na atenção contínua e integral, pelo cuidado multi- cesso de contratualização, nomeadamente através da participação organi-
profissional, pelo compartilhamento de objetivos e compromissos com os zada e permanente dos utentes.
resultados sanitários e econômicos. Considerando a necessidade de fortalecimento da APS vigente, no que
Fundamenta-se na compreensão da APS como primeiro nível de aten- se refere à prática dos seus atributos essenciais, a contratualização das
ção, enfatizando a função resolutiva dos cuidados primários sobre os ações de saúde a partir do primeiro nível de atenção, tem sido apontada
problemas mais comuns de saúde e a partir do qual se realiza e coordena o como instrumento potente para induzir responsabilização e qualidade,
cuidado em todos os pontos de atenção. sempre no sentido de alcançar melhores resultados em saúde.
Os pontos de atenção à saúde são entendidos como espaços onde se Adicionalmente, estratégias de articulação como a análise da situação
ofertam determinados serviços de saúde, por meio de uma produção singu- de saúde; a interoperabilidade entre os vários sistemas de informação; a
lar. existência de complexos reguladores; as ações de educação permanente e
de educação popular em saúde e o planejamento participativo são igual-
São exemplos de pontos de atenção à saúde: os domicílios, as unida-
mente importantes para superar para a implementação de um modelo de
des básicas de saúde, as unidades ambulatoriais especializadas, os servi-
atenção de saúde pautado na defesa da vida.
ços de hemoterapia e hematologia, os centros de apoio psicossocial, as
residências terapêuticas, entre outros. Os hospitais podem abrigar distintos Os problemas vivenciados na área de educação e da gestão do traba-
pontos de atenção à saúde: o ambulatório de pronto atendimento, a unida- lho necessitam de ações estratégicas. Nesta concepção, o trabalho deve
de de cirurgia ambulatorial, o centro cirúrgico, a maternidade, a unidade de ser visto como uma categoria central para uma política de valorização dos
terapia intensiva, a unidade de hospital/dia, entre outros. trabalhadores de saúde. É necessário visualizar o trabalho como um espa-
ço de construção de sujeitos e de subjetividades, um ambiente que tem
Todos os pontos de atenção a saúde são igualmente importantes para
pessoas, sujeitos, coletivos de sujeitos, que inventam mundos e se inven-
que se cumpram os objetivos da rede de atenção à saúde e se diferenciam,
tam e, sobretudo, produzem saúde.
apenas, pelas distintas densidades tecnológicas que os caracterizam.
Portanto, o trabalho é um lugar de criação, invenção e, ao mesmo tem-
Para assegurar seu compromisso com a melhora de saúde da popula-
po, um território vivo com múltiplas disputas no modo de produzir saúde.
ção, integração e articulação na lógica do funcionamento da RAS, com
Por isso, a necessidade de implementar a práxis (ação-reflexão-ação) nos
qualidade e eficiência para os serviços e para o Sistema, faz-se necessária

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locais de trabalho para a troca e o cruzamento com os saberes das diver- A comodidade está relacionada ao tempo de espera para o atendimen-
sas profissões. to, a conveniência de horários, a forma de agendamento, a facilidade de
É importante ressaltar que na disputa dos interesses, o que deve per- contato com os profissionais, o conforto dos ambientes para atendimento,
manecer é o interesse do usuário cidadão. Portanto, os problemas de entre outros.
saúde da população e a busca de soluções no território circunscrito devem A aceitabilidade está relacionada à satisfação dos usuários quanto à
ser debatidos nas equipes multiprofissionais. localização e à aparência do serviço, à aceitação dos usuários quanto ao
Além da valorização do espaço do trabalho, há necessidade de buscar tipo de atendimento prestado e, também, a aceitação dos usuários quanto
alternativas para os problemas relacionados a não valorização dos traba- aos profissionais responsáveis pelo atendimento.
lhadores de saúde. Assim, todos os profissionais de saúde podem e devem Disponibilidade de Recursos - é outro fator importante para o desenvol-
fazer a clínica ampliada, pois escutar, avaliar e se comprometer na busca vimento da RAS. Recursos escassos, sejam humanos ou físicos, devem ser
do cuidado integral em saúde são responsabilidades de toda profissão da concentrados, ao contrário dos menos escassos, que devem ser descon-
área de saúde. centrados.
Além disso, é preciso considerar e valorizar o poder terapêutico da es- 3.2 Integração Vertical e Horizontal
cuta e da palavra, o poder da educação em saúde e do apoio matricial a fim Na construção da RAS devem ser observados os conceitos de integra-
de construir modos para haver a correponsabilização do profissional e do ção vertical e horizontal, que vêm da teoria econômica e estão associados
usuário. à concepções relativas às cadeias produtivas.
O trabalho vivo reside principalmente nas relações que são estabeleci- Integração Vertical - consiste na articulação de diversas organizações
das no ato de cuidar. É o momento de se pensar o projeto terapêutico ou unidades de produção de saúde responsáveis por ações e serviços de
singular, com base na escuta e na responsabilização com o cuidado. O foco natureza diferenciada, sendo complementar (agregando resolutividade e
do trabalho vivo deve ser as relações estabelecidas no ato de cuidar que qualidade neste processo).
são: o vínculo, a escuta, a comunicação e a responsabilização com o
cuidado. Os equipamentos e o conhecimento estruturado devem ser utiliza- Integração Horizontal: consiste na articulação ou fusão de unidades e
dos a partir desta relação e não o contrário como tem sido na maioria dos serviços de saúde de mesma natureza ou especialidade. É utilizada para
casos. otimizar a escala de atividades, ampliar a cobertura e a eficiência econômi-
ca na provisão de ações e serviços de saúde através de ganhos de escala
(redução dos custos médios totais em relação ao volume produzido) e
3. FUNDAMENTOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE escopo (aumento do rol de ações da unidade).
Para assegurar resolutividade na rede de atenção, alguns fundamentos 3.3 Processos de Substituição
precisam ser considerados: São definidos como o reagrupamento contínuo de recursos entre e
3.1 Economia de Escala, Qualidade, Suficiência, Acesso e Disponibili- dentro dos serviços de saúde para explorar soluções melhores e de meno-
dade de Recursos res custos, em função das demandas e das necessidades da população e
Economia de escala, qualidade e acesso são a lógica fundamental na dos recursos disponíveis.
organização da rede de atenção à saúde. Esses processos são importantes para se alcançar os objetivos da
A Economia de Escala - ocorre quando os custos médios de longo pra- RAS, no que se refere a prestar a atenção certa, no lugar certo, com o
zo diminuem, à medida que aumenta o volume das atividades e os custos custo certo e no tempo certo.
fixos se distribuem por um maior número dessas atividades, sendo o longo A substituição pode ocorrer nas dimensões da localização, das compe-
prazo, um período de tempo suficiente para que todos os insumos sejam tências clínicas, da tecnologia e da clínica. Ex: mudar o local da atenção
variáveis. Desta forma, a concentração de serviços em determinado local prestada do hospital para o domicílio; transição do cuidado profissional para
racionaliza custos e otimiza resultados, quando os insumos tecnológicos ou o auto-cuidado; delegação de funções entre os membros da equipe multi-
humanos relativos a estes serviços inviabilizem sua instalação em cada profissional, etc.
município isoladamente.
3.4 Região de Saúde ou Abrangência
Qualidade - um dos objetivos fundamentais do sistema de atenção á saúde
A organização da RAS exige a definição da região de saúde, que impli-
e da RAS é a qualidade na prestação de serviços de saúde. A qualidade na
ca na definição dos seus limites geográficos e sua população e no estabe-
atenção em saúde pode ser melhor compreendida com o conceito de graus de
lecimento do rol de ações e serviços que serão ofertados nesta região de
excelência do cuidado que pressupõe avanços e retrocessos nas seis dimen-
saúde. As competências e responsabilidades dos pontos de atenção no
sões, a saber: segurança (reconhecer e evitar situações que podem gerar danos
cuidado integral estão correlacionadas com abrangência de base populaci-
enquanto se tenta prevenir, diagnosticar e tratar); efetividade (utilizar-se do
onal, acessibilidade e escala para conformação de serviços.
conhecimento para implementar ações que fazem a diferença, que produzem
benefícios claros aos usuários); centralidade na pessoa (usuários devem ser A definição adequada da abrangência dessas regiões é essencial para
respeitados nos seus valores e expectativas, e serem envolvidos e pró-ativos no fundamentar as estratégias de organização da RAS, devendo ser observa-
cuidado à saúde); pontualidade (cuidado no tempo certo, buscando evitar das as pactuações entre o estado e o município para o processo de regio-
atrasos potencialmente danosos); eficiência (evitar desperdício ou ações desne- nalização e parâmetros de escala e acesso.
cessárias e não efetivas), e equidade (características pessoais, como local de 3.5 Níveis de Atenção
residência, escolaridade, poder aquisitivo, dentre outras, não devem resultar em Fundamentais para o uso racional dos recursos e para estabelecer o
desigualdades no cuidado à saúde). foco gerencial dos entes de governança da RAS, estruturam-se por meio de
Suficiência - significa o conjunto de ações e serviços disponíveis em arranjos produtivos conformados segundo as densidades tecnológicas
quantidade e qualidade para atender às necessidades de saúde da popula- singulares, variando do nível de menor densidade (APS), ao de densidade
ção e inclui cuidados primários, secundários, terciários, reabilitação, pre- tecnológica intermediária, (atenção secundária à saúde), até o de maior
ventivos e paliativos, realizados com qualidade. densidade tecnológica (atenção terciária à saúde).
Acesso - ausência de barreiras geográficas, financeiras, organizacio- 4. ATRIBUTOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
nais, socioculturais, étnicas e de gênero ao cuidado. Deverão ser estabele- Considera-se que não há como prescrever um modelo organizacional
cidas alternativas específicas na relação entre acesso, escala, escopo, único para as RAS, contudo as evidências mostram que o conjunto de
qualidade e custo, para garantir o acesso, nas situações de populações atributos apresentados a seguir são essenciais ao seu funcionamento:
dispersas de baixa densidade populacional, com baixíssima oferta de
serviços. O acesso pode se analisado através da disponibilidade, comodi- 1. População e território definidos com amplo conhecimento de suas
dade e aceitabilidade do serviço pelos usuários: necessidades e preferências que determinam a oferta de serviços de saú-
de;
A disponibilidade diz respeito à obtenção da atenção necessária ao
usuário e sua família, tanto nas situações de urgência/emergência quanto 2. Extensa gama de estabelecimentos de saúde que presta serviços de
de eletividade. promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, gestão de casos, reabilita-
ção e cuidados paliativos e integra os programas focalizados em doenças,

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riscos e populações específicas, os serviços de saúde individuais e os mentas de microgestão partem das tecnologias-mãe, as diretrizes clínicas,
coletivos; para, a partir delas, desenhar a RAS e ofertar outras ferramentas como a
3. Atenção Primária em Saúde estruturada como primeiro nível de gestão da condição de saúde, gestão de casos, auditoria clínica e as listas
atenção e porta de entrada do sistema, constituída de equipe multidiscipli- de espera.
nar que cobre toda a população, integrando, coordenando o cuidado, e Diretrizes clínicas - entendidas como recomendações que orientam de-
atendendo as suas necessidades de saúde; cisões assistenciais, de prevenção e promoção, como de organização de
4. Prestação de serviços especializados em lugar adequado; serviços para condições de saúde de relevância sanitária, elaboradas a
partir da compreensão ampliada do processo saúde-doença, com foco na
5. Existência de mecanismos de coordenação, continuidade do cuidado integralidade, incorporando as melhores evidências da clínica, da saúde
e integração assistencial por todo o contínuo da atenção; coletiva, da gestão em saúde e da produção de autonomia. As diretrizes
6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e na comunidade, desdobram-se em Guias de Prática Clínica/Protocolos Assistenciais, orien-
tendo em conta as particularidades culturais, gênero, assim como a diversi- tam as Linhas de Cuidado e viabilizam a comunicação entre as equipes e
dade da população; serviços, programação de ações e padronização de determinados recursos.
7. Sistema de governança único para toda a rede com o propósito de Linhas de Cuidado (LC) - uma forma de articulação de recursos e das
criar uma missão, visão e estratégias nas organizações que compõem a práticas de produção de saúde, orientadas por diretrizes clínicas, entre as
região de saúde; definir objetivos e metas que devam ser cumpridos no unidades de atenção de uma dada região de saúde, para a condução
curto, médio e longo prazo; articular as políticas institucionais; e desenvol- oportuna, ágil e singular, dos usuários pelas possibilidades de diagnóstico e
ver a capacidade de gestão necessária para planejar, monitorar e avaliar o terapia, em resposta às necessidades epidemiológicas de maior relevância.
desempenho dos gerentes e das organizações; Visa à coordenação ao longo do contínuo assistencial, através da pactua-
8. Participação social ampla; ção/contratualização e a conectividade de papéis e de tarefas dos diferen-
tes pontos de atenção e profissionais. Pressupõem uma resposta global
9. Gestão integrada dos sistemas de apoio administrativo, clínico e lo-
dos profissionais envolvidos no cuidado, superando as respostas fragmen-
gístico;
tadas. A implantação de LC deve ser a partir das unidades da APS, que
10. Recursos humanos suficientes, competentes, comprometidos e têm a responsabilidade da coordenação do cuidado e ordenamento da
com incentivos pelo alcance de metas da rede; rede.
11. Sistema de informação integrado que vincula todos os membros da Vários pressupostos devem ser observados para a efetivação das LC,
rede, com identificação de dados por sexo, idade, lugar de residência, como garantia dos recursos materiais e humanos necessários à sua opera-
origem étnica e outras variáveis pertinentes; cionalização; integração e co-responsabilização das unidades de saúde;
12. Financiamento tripartite, garantido e suficiente, alinhado com as interação entre equipes; processos de educação permanente; gestão de
metas da rede; compromissos pactuados e de resultados. Tais aspectos devem ser de
13. Ação intersetorial e abordagem dos determinantes da saúde e da responsabilidade de grupo técnico, com acompanhamento da gestão regio-
equidade em saúde; e nal.
14. Gestão baseada em resultado. Gestão da condição da saúde - é a mudança de um modelo de atenção
à saúde focada no indivíduo, por meio de procedimentos curativos e reabili-
A integração dos sistemas de saúde deve ser entendida como um con- tadores, para uma abordagem baseada numa população adscrita, que
tínuo e não como uma situação de extremos opostos entre integração e não identifica pessoas em risco de adoecer ou adoecidas, com foco na promo-
integração. Dessa forma, existem graus de integração, que variam da ção da saúde e/ou ação preventiva, ou a atenção adequada, com interven-
fragmentação absoluta à integração total. Por sua vez, a integração é um ção precoce, com vistas a alcançar melhores resultados e menores custos.
meio para melhorar o desempenho do sistema, de modo que os esforços Sua premissa é a melhoria da qualidade da atenção à saúde em toda a
justificam-se na medida em que conduzam a serviços mais acessíveis, de RAS. Para tanto, engloba o conjunto de pontos de atenção à saúde, com o
maior qualidade, com melhor relação custo-benefício e satisfaçam aos objetivo de alcançar bons resultados clínicos, a custos compatíveis, com
usuários (OPAS, 2009). base em evidência disponível na literatura científica. Pode ser definida
como a gestão de processos de uma condição ou doença que envolve
5. PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE MICRO GESTÃO DOS SERVI- intervenções na promoção da saúde, na prevenção da condição ou doença
ÇOS e no seu tratamento e reabilitação.
A Rede de Atenção à Saúde organiza-se a partir de um processo de A gestão dos riscos coletivos e ambientais passa pela vigilância, pre-
gestão da clínica associado ao uso de critérios de eficiência microeconômi- venção e controle das doenças, agravos e fatores de risco, onde o foco é a
ca na aplicação de recursos, mediante planejamento, gestão e financiamen- identificação oportuna de problemas de saúde na população, a identificação
to intergovernamentais cooperativos, voltados para o desenvolvimento de das causas e fatores desencadeantes, a descrição do comportamento, a
soluções integradas de política de saúde. proposição de medidas para o controle ou eliminação e o desencadeamen-
to das ações. Os problemas podem se manifestar através de doenças
É preciso ampliar o objeto de trabalho da clínica para além das doen-
transmissíveis, doenças crônicas não transmissíveis, agravos à saúde
ças, visando compreender os problemas de saúde, ou seja, entender as
como as violências, exposição a produtos danosos à saúde, alterações do
situações que ampliam o risco ou a vulnerabilidade das pessoas.
meio ambiente, ou ambiente de trabalho, entre outros.
Os problemas ou condições de saúde estão em sujeitos, em pessoas,
Gestão de caso - é um processo que se desenvolve entre o profissional
por isso, a clínica do sujeito é a principal ampliação da clínica, que possibili-
responsável pelo caso e o usuário do serviço de saúde para planejar,
ta o aumento do grau de autonomia dos usuários, cabendo uma decisão
monitorar e avaliar ações e serviços, de acordo com as necessidades da
compartilhada do projeto terapêutico.
pessoa, com o objetivo de propiciar uma atenção de qualidade e humaniza-
A gestão da clínica aqui compreendida implica "a aplicação de tecnolo- da. Seus objetivos são: a) atender às necessidades e expectativas de
gias de micro-gestão dos serviços de saúde com a finalidade de: a) assegu- usuários em situação especial; b) prover o serviço certo ao usuário no
rar padrões clínicos ótimos; b) aumentar a eficiência; c) diminuir os riscos tempo certo; c) aumentar a qualidade do cuidado; e d) diminuir a fragmen-
para os usuários e para os profissionais; d) prestar serviços efetivos; e e) tação da atenção. É, portanto, uma relação personalizada entre o profissio-
melhorar a qualidade da atenção à saúde". nal responsável pelo caso e o usuário de um serviço de saúde.
Como subsídio à gestão da clínica utiliza-se a análise da situação de Auditoria clínica - segundo BERWICK E KNAPP, 1990, há três enfo-
saúde em que o objetivo é a identificação e estratificação de riscos em ques principais de auditoria clínica: auditoria implícita, que utiliza opinião de
grupos individuais expostos a determinados fatores e condições que os experts para avaliar a prática de atenção à saúde; a auditoria explícita, que
colocam em situação de prioridade para a dispensação de cuidados de avalia a atenção prestada contrastando-a com critérios pré-definidos,
saúde, sejam eles preventivos, promocionais ou assistenciais. especialmente nas diretrizes clínicas; e a auditoria por meio de eventos-
A gestão clínica dispõe de ferramentas de microgestão que permitem sentinela. A auditoria clínica consiste na análise crítica e sistemática da
integrar verticalmente os pontos de atenção e conformar a RAS. As ferra- qualidade da atenção à saúde, incluindo os procedimentos usados no

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diagnóstico e tratamento, o uso dos recursos e os resultados para os paci- A Longitudinalidade: deriva da palavra longitudinal e é definida como
entes em todos os pontos de atenção, observada a utilização dos protoco- "lidar com o crescimento e as mudanças de indivíduos ou grupos no decor-
los clínicos estabelecidos. rer de um período de anos" (STARFIELD, 2002). É uma relação pessoal de
Essa auditoria não deve ser confundida com a auditoria realizada pelo longa duração entre profissionais de saúde e usuários em suas unidades de
Sistema Nacional de Auditoria (SNA). saúde, independente do problema de saúde ou até mesmo da existência de
algum problema. Está associada a diversos benefícios: menor utilização
Lista de espera - pode ser conceituada como uma tecnologia que nor- dos serviços; melhor atenção preventiva; atenção mais oportuna e adequa-
matiza o uso de serviços em determinados pontos de atenção à saúde, da; menos doenças evitáveis; melhor reconhecimento dos problemas dos
estabelecendo critérios de ordenamento por necessidades e riscos, promo- usuários; menos hospitalizações; custos totais mais baixos. Os maiores
vendo a transparência, ou seja, constituem uma tecnologia de gestão da benefícios estão relacionados ao vínculo com o profissional ou equipe de
clínica orientada a racionalizar o acesso a serviços em que exista um saúde e ao manejo clínico adequado dos problemas de saúde, através da
desequilíbrio entre a oferta e a demanda. adoção dos instrumentos de gestão da clínica - diretriz clínica e gestão de
patologias.
6. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE A Integralidade da Atenção: a integralidade exige que a APS reconheça
A operacionalização da RAS se dá pela interação dos seus três ele- as necessidades de saúde da população e os recursos para abordá-las. A
mentos constitutivos: população/região de saúde definidas, estrutura opera- APS deve prestar, diretamente, todos os serviços para as necessidades
cional e por um sistema lógico de funcionamento determinado pelo modelo comuns e agir como um agente para a prestação de serviços para as
de atenção à saúde. necessidades que devam ser atendidas em outros pontos de atenção. A
integralidade da atenção é um mecanismo importante porque assegura que
6.1 População e Região de Saúde
os serviços sejam ajustados às necessidades de saúde da população.
Para preservar, recuperar e melhorar a saúde das pessoas e da comu-
A Coordenação: é um "estado de estar em harmonia numa ação ou es-
nidade, as RAS deve ser capazes de identificar claramente a população e a
forço comum" (SARFIELD, 2002). É um desafio para os profissionais e
área geográfica sob sua responsabilidade. O Pacto pela Saúde define as
equipes de saúde da APS, pois nem sempre têm acesso às informações
regiões de saúde como espaços territoriais complexos, organizados a partir
dos atendimentos de usuários realizados em outros pontos de atenção e,
de identidades culturais, econômicas e sociais, de redes de comunicação e
portanto, a dificuldade de viabilizar a continuidade do cuidado. A essência
infra-estrutura de transportes compartilhados do território. Assim, a popula-
da coordenação é a disponibilidade de informação a respeito dos proble-
ção sob responsabilidade de uma rede é a que ocupa a região de saúde
mas de saúde e dos serviços prestados. Os prontuários clínicos eletrônicos
definida pelo Plano Diretor de Regionalização e Investimentos (PDRI).
e os sistemas informatizados podem contribuir para a coordenação da
A região de saúde deve ser bem definida, baseada em parâmetros es- atenção, quando possibilitam o compartilhamento de informações referen-
paciais e temporais que permitam assegurar que as estruturas estejam bem tes ao atendimento dos usuários nos diversos pontos de atenção, entre os
distribuídas territorialmente, garantindo o tempo/resposta necessário ao profissionais da APS e especialistas.
atendimento, melhor proporção de estrutura/população/território e viabilida-
A Centralidade na Família: remete ao conhecimento pela equipe de sa-
de operacional sustentável.
úde dos membros da família e dos seus problemas de saúde. No Brasil,
6.2 Estrutura Operacional atualmente, tem se adotado um conceito ampliado e a família é reconheci-
A estrutural operacional da RAS é constituída pelos diferentes pontos da como um grupo de pessoas que convivam sobre o mesmo teto, que
de atenção à saúde, ou seja, lugares institucionais onde se ofertam servi- possuam entre elas uma relação de parentesco primordialmente pai e/ou
ços de saúde e pelas ligações que os comunicam. mãe e filhos consanguíneos ou não, assim como as demais pessoas signi-
Os componentes que estruturam a RAS incluem: APS - centro de co- ficativas que convivam na mesma residência, qualquer que seja ou não o
municação; os pontos de atenção secundária e terciária; os sistemas de grau de parentesco.
apoio; os sistemas logísticos e o sistema de governança. A centralização na família requer mudança na prática das equipes de
APS - Centro de Comunicação saúde, através da abordagem familiar. A equipe de saúde realiza várias
intervenções personalizadas ao longo do tempo, a partir da compreensão
A Atenção Primária à Saúde é o centro de comunicação da RAS e tem da estrutura familiar.
um papel chave na sua estruturação como ordenadora da RAS e coorde-
nadora do cuidado. A Abordagem Familiar: deve ser empregada em vários momentos, co-
mo, por exemplo, na realização do cadastro das famílias, quando das
Para cumprir este papel, a APS deve ser o nível fundamental de um mudanças de fase do ciclo de vida das famílias, do surgimento de doenças
sistema de atenção à saúde, pois constitui o primeiro contato de indivíduos, crônicas ou agudas de maior impacto. Estas situações permitem que a
famílias e comunidades com o sistema, trazendo os serviços de saúde o equipe estabeleça um vínculo com o usuário e sua família de forma natural,
mais próximo possível aos lugares de vida e trabalho das pessoas e signifi- facilitando a aceitação quanto à investigação e intervenção, quando neces-
ca o primeiro elemento de um processo contínuo de atenção. sária.
Deve exercer um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e A Orientação Comunitária: a APS com orientação comunitária utiliza
coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de habilidades clínicas, epidemiológicas, ciências sociais e pesquisas avaliati-
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da vas, de forma complementar para ajustar os programas para que atendam
saúde. às necessidades específicas de saúde de uma população definida. Para
A coordenação do cuidado é desenvolvida por meio do exercício de tanto, faz-se necessário:
práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob forma de Definir e caracterizar a comunidade;
trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados,
pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamici- Identificar os problemas de saúde da comunidade;
dade existente no território em que vivem essas populações. Modificar programas para abordar estes problemas;
Cabe a APS integrar verticalmente os serviços que, normalmente são Monitorar a efetividade das modificações do programa.
ofertados de forma fragmentada, pelo sistema de saúde convencional. Funções - Resolubilidade, Organização e Responsabilização.
Uma atenção primária de qualidade, como parte integrante da Rede de A Atenção Primária à Saúde deve cumprir três funções essenciais
atenção à saúde estrutura-se segundo sete atributos e três funções: (MENDES, 2002):
Atributos - Primeiro Contato; Longitudinalidade; Integralidade; Coorde- Resolução: visa resolver a grande maioria dos problemas de saúde da
nação; Centralidade na Família; Abordagem Familiar e Orientação Comuni- população;
tária.
Organização: visa organizar os fluxos e contra-fluxos dos usuários pe-
O Primeiro Contato: evidências demonstram que o primeiro contato, pe- los diversos pontos de atenção à saúde, no sistema de serviços de saúde;
los profissionais da APS, leva a uma atenção mais apropriada e a melhores
Responsabilização: visa responsabilizar-se pela saúde dos usuários em
resultados de saúde a custos totais mais baixos.
qualquer ponto de atenção à saúde em que estejam.

Conhecimentos Específicos 225 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Pontos de Atenção Secundários e Terciários: tais como fóruns regionais, pesquisas de satisfação do usuário, entre
Somente os serviços de APS não são suficientes para atender às ne- outros, cujas informações podem ser transformadas em subsídios de moni-
cessidades de cuidados em saúde da população. Portanto, os serviços de toramento e avaliação das políticas de saúde no espaço regional.
APS devem ser apoiados e complementados por pontos de atenção de O processo de Planejamento Regional, discutido e desenvolvido no
diferentes densidades tecnológicas para a realização de ações especializa- CGR, estabelecerá as prioridades de intervenção com base nas necessida-
das (ambulatorial e hospitalar), no lugar e tempo certos. des de saúde da região e com foco na garantia da integralidade da atenção,
Sistemas de Apoio buscando a maximização dos recursos disponíveis.
São os lugares institucionais da rede onde se prestam serviços comuns Esse planejamento deverá ainda seguir a mesma sistemática do pro-
a todos os pontos de atenção à saúde. São constituídos pelos sistemas de cesso de elaboração do planejamento municipal/estadual, considerando os
apoio diagnóstico e terapêutico (patologia clínica, imagens, entre outros); pressupostos e características do Sistema de Planejamento do SUS, no
pelo sistema de assistência farmacêutica que envolve a organização dessa tocante à construção de seus instrumentos básicos.
assistência em todas as suas etapas: seleção, programação, aquisição, Os planos municipais de saúde do conjunto de municípios da região, e
armazenamento, distribuição, prescrição, dispensação e promoção do uso o plano estadual de saúde são subsídios essenciais ao processo de plane-
racional de medicamentos; e pelos sistemas de informação em saúde. jamento regional respectivo e são influenciados pelo resultado deste.
Sistemas Logísticos O produto do processo de planejamento regional deverá ser expresso
Os sistemas logísticos são soluções em saúde, fortemente ancoradas no PDRI, o que permitirá o monitoramento e a avaliação das metas acorda-
nas tecnologias de informação, e ligadas ao conceito de integração vertical. das entre os gestores, bem como, a definição dos recursos financeiros
necessários.
Consiste na efetivação de um sistema eficaz de referência e contrarre-
ferência de pessoas e de trocas eficientes de produtos e de informações ao Como parte intrínseca à governança da RAS, seu financiamento é atri-
longo dos pontos de atenção à saúde e dos sistemas de apoio na rede de buição comum aos gestores das três esferas de governo, sendo orientado
atenção à saúde. Estão voltados para promover a integração dos pontos de no sentido de reduzir a fragmentação, estimular o compartilhamento de
atenção à saúde. Os principais sistemas logísticos da rede de atenção à responsabilidades, a continuidade do cuidado, a eficiência da gestão e a
saúde são: os sistemas de identificação e acompanhamento dos usuários; equidade.
as centrais de regulação, registro eletrônico em saúde e os sistemas de As modalidades de repasses financeiros devem estar alinhadas com o
transportes sanitários. modelo de atenção e ao planejamento regional, fortalecendo as relações de
Sistema de Governança complementaridade e interdependência entre os entes envolvidos, na
organização da atenção.
A governança é definida pela Organização das Nações Unidas como o
exercício da autoridade política, econômica e administrativa para gerir os A alocação dos recursos de custeio da Rede de Atenção à Saúde deve
negócios do Estado. Constitui-se de complexos mecanismos, processos, ser pautada por uma combinação de critérios de necessidades de saúde
relações e instituições através das quais os cidadãos e os grupos sociais envolvendo variáveis demográficas, epidemiológicas e sanitárias e, ainda,
articulam seus interesses, exercem seus direitos e obrigações e mediam ao desempenho no cumprimento dos objetivos e das metas fixadas. A
suas diferenças (RONDINELLI, 2006). construção de programação pactuada e integrada - PPI consiste em uma
estratégia para orientar a definição de alocação compartilhada de recursos.
A governança da RAS é entendida como a capacidade de intervenção
que envolve diferentes atores, mecanismos e procedimentos para a gestão Além do modelo de alocação, torna-se necessário também o dimensio-
regional compartilhada da referida rede. Nesse contexto, o Colegiado de namento e a garantia de um volume de recursos compatível com as neces-
Gestão Regional desempenha papel importante, como um espaço perma- sidades de investimento na Rede de atenção à saúde.
nente de pactuação e co-gestão solidária e cooperativa onde é exercida a Da mesma forma, é necessário buscar a unificação dos processos de-
governança, a negociação e a construção de consensos, que viabilizem aos cisórios relativos aos investimentos, que se devem pautar pelos critérios de
gestores interpretarem a realidade regional e buscarem a conduta apropria- ampliação do acesso, integralidade e equidade na organização da estrutura
da para a resolução dos problemas comuns de uma região. regional de atenção à saúde e sustentabilidade, materializados nos Planos
Exercer uma governança solidária nas regiões de saúde implica o Diretores de Regionalização e Investimentos.
compartilhamento de estruturas administrativas, de recursos, sistema
logístico e apoio, e de um processo contínuo de monitoramento e avaliação 6.3 Modelo de Atenção à Saúde
da Rede de Atenção à Saúde. Assim, a governança da RAS é diferente da
gerência dos pontos de atenção à saúde, dos sistemas de apoio e dos O modelo de atenção à saúde é um sistema lógico que organiza o fun-
logísticos. cionamento da RAS, articulando, de forma singular, as relações entre a
população e suas sub populações estratificadas por riscos, os focos das
O exercício da governança implica, ainda, o enfrentamento de ques- intervenções do sistema de atenção à saúde e os diferentes tipos de inter-
tões políticas e estruturais do processo de regionalização, como as rela- venções sanitárias, definido em função da visão prevalecente da saúde,
ções federativas, as relações público-privadas, as capacidades internas de das situações demográficas e epidemiológicas e dos determinantes sociais
gestão, a sustentabilidade financeira, a regulação da atenção e o estabele- da saúde, vigentes em determinado tempo e em determinada sociedade.
cimento de padrões de qualidade para a provisão de serviços (públicos e Para a implantação da RAS, é necessária uma mudança no atual modelo
privados), bem como os padrões de gestão e desempenho das unidades de de atenção hegemônico no SUS, ou seja, exige uma intervenção concomi-
saúde, entre outros. tante sobre as condições agudas e crônicas.
No processo de governança são utilizados instrumentos e mecanismos O modelo de atenção definido na regulamentação do SUS preconiza
de natureza operacional, tais como: roteiros de diagnóstico, planejamento e uma contraposição ao modelo atual que é centrado na doença e em espe-
programações regionais, sistemas de informação e identificação dos usuá- cial no atendimento à demanda espontânea e na agudização das condições
rios, normas e regras de utilização de serviços, processos conjuntos de crônicas. Aponta para a necessidade de uma organização que construa a
aquisição de insumos, complexos reguladores, contratos de serviços, intersetorialidade para a promoção da saúde, contemple a integralidade dos
sistemas de certificação/acreditação, sistema de monitoramento e avalia- saberes com o fortalecimento do apoio matricial, considere as vulnerabili-
ção, comissões/câmaras técnicas temáticas, etc. dades de grupos ou populações e suas necessidades, fortalecendo as
Alguns desses mecanismos podem ser viabilizados por intermédio de ações sobre as condições crônicas.
consórcio público de saúde, que se afigura como uma alternativa de apoio e A diferença entre RAS baseada na APS e rede de urgência e emer-
fortalecimento da cooperação interfederativa para o desenvolvimento de gência está no papel da APS. Na rede de atenção às condições crônicas
ações conjuntas e de objetivos de interesse comum, para melhoria da ela funciona como centro de comunicação, mas na Rede de atenção às
eficiência da prestação dos serviços públicos e operacionalização da Rede urgências e emergências ela é um dos pontos de atenção, sem cumprir o
de Atenção à Saúde. papel de coordenação dos fluxos e contra fluxos dessa Rede.
No que tange ao Controle Social, as estruturas locais e estaduais de- Um dos problemas contemporâneos centrais da crise dos modelos de
vem desenvolver mecanismos e instrumentos inovadores de articulação, atenção à saúde consiste no enfrentamento das condições crônicas na

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mesma lógica das condições agudas, ou seja, por meio de tecnologias II. Fortalecer o papel dos CGRs no processo de governança da RAS
destinadas a responder aos momentos agudos dos agravos - normalmente Estratégias:
momentos de agudização das condições crônicas, autopercebidos pelas
pessoas -, através da atenção à demanda espontânea, principalmente, em Assegurar a institucionalidade dos CGR como o espaço de tomada de
unidades de pronto atendimento ou de internações hospitalares de urgência decisão e de definição de ações estratégicas no âmbito da região de saúde;
ou emergência. É desconhecendo a necessidade imperiosa de uma aten- Incentivar o papel coordenador das Secretarias Estaduais de Saúde
ção contínua nos momentos silenciosos dos agravos quando as condições (SES) na organização dos CGR visando à implantação da RAS;
crônicas insidiosamente evoluem. Qualificar os gestores que integram os CGR, sobre os instrumentos e
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2003), um sistema mecanismos do processo de governança da RAS;
de Atenção Primária incapaz de gerenciar com eficácia o HIV/Aids, o diabe- Incorporar permanentemente nas pautas das CIBs o apoio à organiza-
tes e a depressão irá tornar-se obsoleto em pouco tempo. Hoje, as condi- ção da RAS;
ções crônicas são responsáveis por 60% de todo o ônus decorrente de
Fortalecer a gestão municipal tendo em vista que a governabilidade lo-
doenças no mundo. No ano 2020, serão responsáveis por 80% da carga de
cal é pressuposto para qualificar o processo de governança regional.
doença dos países em desenvolvimento e, nesses países, a aderência aos
tratamentos chega a ser apenas de 20% (OMS, 2003). Por este motivo, no III. Fortalecer a integração das ações de âmbito coletivo da vigilância
sistema integrado, a Atenção Primária deve estar orientada para a atenção em saúde com as da assistência (âmbito individual e clínico), gerenciando o
às condições crônicas, com o objetivo de controlar as doenças/agravos de conhecimento necessário à implantação e acompanhamento da RAS e o
maior relevância, através da adoção de tecnologias de gestão da clínica, gerenciamento de risco e de agravos à saúde
tais como as diretrizes clínicas e a gestão de patologias. Estratégias:
No SUS, a Estratégia Saúde da Família, representa o principal modelo Organizar a gestão e planejamento das variadas ações intersetoriais,
para a organização da APS. O seu fortalecimento torna-se uma exigência como forma de fortalecer e promover a implantação da Política Nacional de
para o estabelecimento da RAS. Promoção da Saúde (PNPS) na RAS de modo transversal e integrado,
7. DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS PARA IMPLEMENTAÇÃO DA RAS compondo Rede de compromisso e co-responsabilidade para reduzir a
vulnerabilidade e os riscos à saúde vinculados aos determinantes sociais;
A transição entre o ideário da RAS e a sua concretização ocorre atra-
vés de um processo contínuo e perpassa o uso de estratégias de integra- Incorporar a análise de situação de saúde como subsídio à identifica-
ção que permitam desenvolver sistematicamente o conjunto de atributos ção de riscos coletivos e ambientais e definição de prioridades de ações;
que caracteriza um sistema de saúde organizado em rede. Este processo Implantar do apoio matricial na dimensão regional.
contínuo deve refletir coerência e convergência entre o Pacto pela Saúde IV. Fortalecer a política de gestão do trabalho e da educação na saúde
como diretriz institucional tripartite, as políticas vigentes (PNAB, Políticas na RAS
específicas voltadas a grupos populacionais que vivem em situação de
vulnerabilidade social, Política de Vigilância e Promoção a Saúde, Política Estratégias:
de Urgência e Emergência, e outras) e a necessidade de responder de Elaborar proposta de financiamento tripartite para criação ou adequa-
maneira eficaz aos atuais desafios sanitários. ção do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS), desprecarização dos
Com base nisso, propõe-se abaixo diretrizes orientadoras e respectivas vínculos de trabalho e contratação de pessoal;
estratégias para o processo de implementação da RAS: Incentivar a implementação da política de educação permanente em
I. Fortalecer a APS para realizar a coordenação do cuidado e ordenar a saúde como dispositivo de mudanças de práticas na APS;
organização da rede de atenção Estratégias: Ampliar o Pró-Saúde / Programa de Educação pelo Trabalho para a
Realizar oficinas macrorregionais sobre RAS e planificação da APS Saúde (PET SAÚDE) para todas as instituições de ensino superior visando
com a participação dos estados e municípios, com vistas ampliar a compre- à mudança curricular e à formação de profissionais com perfil voltado às
ensão sobre a organização da RAS e qualificar o planejamento do Sistema necessidades de saúde da população;
a partir da APS. Estimular o estabelecimento de instrumentos contratuais entre a gestão
Rever e ampliar a política de financiamento da APS com base na pro- e os profissionais de saúde que contemplem a definição de metas e avalia-
gramação das necessidades da população estratificada. ção de resultados;
Propor novas formas de financiamento para a APS dos municípios, Promover articulação política junto ao Congresso Nacional visando à
desde que cumpram os seguintes atributos: Primeiro Contato; Longitudina- busca de soluções para os problemas advindos da Lei Responsabilidade
lidade; Integralidade; Coordenação; Centralidade na Família; Abordagem Fiscal na contratação da força de trabalho para o SUS.
Familiar e Orientação Comunitária. V. Implementar o Sistema de Planejamento da RAS Estratégia:
Criar condições favoráveis para valorização dos profissionais de saúde, Fortalecer a capacidade de planejamento integrado entre municípios e
visando à fixação e retenção das equipes nos postos de trabalho, em estado, a partir da realidade sanitária regional;
especial o médico. Atualizar o PDRI, considerando a ampliação do acesso, integralidade e
Ampliar o escopo de atuação das APS e apoio matricial, incentivando a equidade na organização da estrutura regional de atenção à saúde e sus-
reorganização do processo de trabalho no território da APS, desenvolvendo tentabilidade da RAS.
ações como: VI. Desenvolver os Sistemas Logísticos e de Apoio da RAS
Incentivar a organização da porta de entrada, incluindo acolhimento e Estratégias:
humanização do atendimento; Estabelecer os parâmetros de regulação do acesso do sistema de saú-
Integrar a promoção e vigilância em saúde na APS (território único, ar- de;
ticulação dos sistemas de informação, agentes de vigilância em saúde); Ampliar o financiamento para os complexos reguladores com vistas à
Incorporar a prática de gestão da clínica para prover um contínuo de implementação da RAS;
qualidade e segurança para o usuário; Promover a comunicação de todos os pontos de atenção da RAS com
Induzir a organização das linhas de cuidado, com base nas realidades a Implementação de registro eletrônico em saúde;
locorregionais, identificando os principais agravos e condições; Avançar no desenvolvimento de mecanismo único de identificação dos
usuários do SUS;
Planejar e articular as ações e serviços de saúde a partir dos critérios
Promover integração da RAS por meio de sistemas transporte sanitário,
de acesso e/ou tempo-resposta;
de apoio diagnóstico e terapêutico, considerando critérios de acesso,
Ampliar o financiamento e o investimentos em infraestrutura das unida- escala e escopo;
des de saúde para melhorar a ambiência dos locais de trabalho. Promover a reorganização do Sistema Nacional de Laboratórios de Sa-
Implementar as ações voltadas às políticas de atenção às populações úde Pública (SISLAB) à luz das diretrizes estabelecidas para organização
estratégicas e às prioridades descritas no Pacto pela Vida. da RAS;

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Avançar no desenvolvimento da gestão da tecnologia de informação e MINISTÉRIO DA SAÚDE/ SECRETARIA DE ATENÇÃO A SAUDE/ DIRETORIA
comunicação em saúde na RAS; DE ARTICULAÇÃO DE REDE DE ATENÇÃO - RAS Santa Catarina - Oficina de
Governança Rede de Atenção à Urgência e Emergência Macrorregião Nordeste e
Utilizar os sistemas de informação como ferramentas importantes para
Planalto Norte - Guia do Participante - abr. 2010.
construção do diagnóstico da situação de saúde, a fim de produzir interven-
MINISTÉRIO DA SAÚDE/ SECRETARIA DE ATENÇÃO A SAUDE/ DIRETORIA
ções baseadas nas necessidades das populações;
DE ARTICULAÇÃO DE REDE DE ATENÇÃO - Projeto Territórios: Estratégia de
Ampliar a cobertura do Telessaúde visando apoio aos profissionais de qualificação da Atenção Primária para ampliação dos limites da resolubilidade na
saúde da "segunda opinião formativa". atenção das doenças crônicas não transmissíveis: um eixo de reestruturação da
VII. Financiamento do Sistema na perspectiva da RAS Atenção Especializada no seu papel complementar. 2008-2010.
Estratégias: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Lei n. 8.080. Brasília: Ministério da Saúde, 1990.
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das três esferas de governo; Um método para análise e co-gestão de coletivos - a construção do sujeito, a
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Conhecimentos Específicos 228 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Conhecimentos Específicos 229 A Opção Certa Para a Sua Realização


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TODD, W. E.; NASH, D. B.(Ed.). Disease Management: A Systems Approach to o incentivo financeiro referente à inclusão do microscopista na atenção
Improving Patient Outcomes. New York, NY: American Hospital Publiching, 1997. básica para realizar, prioritariamente, ações de controle da malária junto às
TODD, W.E. Strategic alliances. In: TODD, W.E. e NASH, D. (Ed.). Disease ma- Equipes de Agentes Comunitários de Saúde - EACS e/ou às Equipes de
nagement: a systems approach to improving patient outcomes. Chicago: American Saúde da Família (ESF);
Hospital Publishing Inc., 1996.
Considerando Portaria nº 2.372/GM/MS, de 7 de outubro de 2009, que
UGÁ, M. A. D.; SANTOS, I. S. UMA ANÁLISE DA EQUIDADE DO FINANCIA- cria o plano de fornecimento de equipamentos odontológicos para as Equi-
MENTO DO SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO. Projeto Economia da Saúde -
Cooperação Técnica Brasil - Reino Unido. Relatório de Pesquisa, 2005.
pes de Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família;
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMP. NÚCLEO DE ESTU- Considerando Portaria nº 2.371/GM/MS, de 07 de outubro de 2009 que
DOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS - NEPP. O Setor Saúde e o Complexo da Saúde no institui, no âmbito da Política Nacional de Atenção Básica,
Brasil. Campinas: UNICAMP, Caderno n. 46, 2000. o Componente Móvel da Atenção à Saúde Bucal -Unidade Odontológi-
VILAÇA, EUGÊNIO MENDES - A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE - Belo Hori- ca Móvel (UOM);
zonte: ESP-MG, 2009, 848p.
Considerando a Portaria nº 750/SAS/MS, de 10 de outubro de 2006,
X CONGRESSO INTERNACIONA DEL CLAD SOBRE LA REFORMA DEL ES- que instituiu a ficha complementar de cadastro das ESF, ESF com ESB -
TADO Y DE LA ADMINISTRATACION PÚBLICA. ALCOFORADO, FLÁVIO C. G., Modalidades I e II e de ACS no SCNES;
Contratualização e eficiência no setor public: as organizações sociais. Santiago,
Chile. Out. 2005. Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais
WORLD HEALTH ORGANIZATION - WHO. EUROPEAN OBSERVATORY ON ao atual momento do desenvolvimento da atenção básica no Brasil;
HEALTH SYSTEMS AND POLICIES. Decenralization in Health Care. Brussels: Open Considerando a consolidação da estratégia saúde da família como for-
University Press, European Observatory on Health Systems and Policies Series, ma prioritária para reorganização da atenção básica no Brasil e que a
2006. experiência acumulada em todos os entes federados demonstra a necessi-
EUROPEAN OBSERVATORY ON HEALTH SYSTEMS AND POLICIES. Making dade de adequação de suas normas.
decisions on public health: a review of eight countries. Brussels: Open University
Press, European Observatory on Health Systems and Policies Series, 2004. Considerando a pactuação na Reunião da Comissão Intergestores Tri-
partite do dia 29, de setembro de 2011, resolve:
Integrated Health Services - What and Why? Making Health Systems Work.
Technical Brief, n. 01, 2008. Art. 1º Aprovar a Política Nacional de Atenção Básica, com vistas à re-
ZUCCH,I P.; NERO, C. D.; MALIK, A. M. GASTOS EM SAÚDE: OS FATORES visão da regulamentação de implantação e operacionalização vigentes, nos
QUE AGEM NA DEMANDA E NA OFERTA DOS SERVIÇOS DE SAÚDE. Saúde e termos constantes dos Anexos a esta Portaria.
Sociedade, v. 9, n. 1/2, p. 127-150, 2000. Parágrafo único. A Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da
Saúde (SAS/MS) publicará manuais e guias com detalhamento operacional
PORTARIA Nº 2.488, DE 21 DE OUTUBRO DE 2011 e orientações específicas desta Política.
Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão Art. 2º Definir que os recursos orçamentários de que trata a presente
de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Portaria corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo
Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários onerar os seguintes Programas de Trabalho:
de Saúde (PACS). I -10.301.1214.20AD - Piso de Atenção Básica Variável -Saúde da Fa-
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe mília;
conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e II - 10.301.1214.8577 - Piso de Atenção Básica Fixo;
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro 1990, que dispõe so- III - 10.301.1214.8581 - Estruturação da Rede de Serviços de Atenção
bre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a Básica de Saúde;
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, e dá outras IV- 10.301.1214.8730.0001 - Atenção à Saúde Bucal; e
providências;
V - 10.301.1214.12L5.0001 -Construção de Unidades Básicas de Saú-
Considerando a Lei nº 11.350, de outubro de 2006, que regulamenta o de - UBS.
§ 5º do Art. 198 da Constituição, dispõe sobre oaproveitamento de pessoal
Art. 3º Permanecem em vigor as normas expedidas por este Ministério
amparado pelo Parágrafo Único do Art. 2º da Emenda Constitucional nº 51,
com amparo na Portaria nº 648/GM/MS, de 28 de março de 2006, desde
de 14 de fevereiro de 2006;
que não conflitem com as disposições constantes desta Portaria.
Considerando o Decreto Presidencial nº 6.286 de 5 de dezembro de
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
2007, que institui o Programa Saúde na Escola (PSE), no âmbito dos
Ministérios da Saúde e da Educação, com finalidade de contribuir para a Art. 5º Fica revogada as Portarias nº 648/GM/MS, de 28 de março de
formação integral dos estudantes da rede básica por meio de ações de 2006, publicada no Diário Oficial da União nº 61, de 29 de março de 2006,
prevenção, promoção e atenção à saúde; Seção 1, pg. 71, nº 154/GM/MS, de 24 de janeiro de 2008, publicada no Diário
Oficial da União nº 18, de 25 de janeiro de 2008, Seção 1, pg. 47/49, nº
Considerando o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que regu-
2.281/GM/MS, de 1º de outubro de 2009, publicada no Diário Oficial da União
lamenta a Lei nº 8.080/90;
nº 189, de 2 de outubro de 2009, Seção 1, pg. 34, nº 2.843/GM/MS, de 20 de
Considerando a Portaria nº 204, de 29 de janeiro de 2007, que regula- setembro de 2010, publicada no Diário Oficial da União nº 181, de 21 de
menta o financiamento e a transferência de recursos federais para as ações setembro de 2010, Seção 1, pg. 44, nº 3.839/GM/MS, de 7 de dezembro de
e serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com respectivo 2010, publicada no Diário Oficial da União nº 237, de 8 de dezembro de 2010,
monitoramento e controle; Seção 1, pg. 44/45, nº 4.299/GM/MS, de 30 de dezembro de 2010, publicada
Considerando a Portaria nº 687, de 30 de março de 2006, que aprova a no Diário Oficial da União nº 251, 31 de dezembro de 2010, Seção 1, pg. 97,
Política de Promoção da Saúde; nº 2.191/GM/MS, de 3 de agosto de 2010, publicada no Diário Oficial da
Considerando a Portaria nº 3.252/GM/MS, de 22 de dezembro de 2009, União nº 148, de 4 de agosto de 2010, Seção 1, pg. 51, nº 302/GM/MS, de 3
que trata do processo de integração das ações de vigilância em saúde e de fevereiro de 2009, publicada no Diário Oficial da União nº 28, de 10 de
atenção básica; fevereiro de 2009, Seção 1, pg. 36, nº 2.027/GM/MS, de 25 de agosto de
2011, publicada no Diário Oficial da União nº 164, Seção 1, pg.90.
Considerando a Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010, que es-
ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA
tabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS);
Considerando as Portarias nº 822/GM/MS, de 17 de abril de 2006, nº ANEXO I
90/GM, de 17 de janeiro de 2008 e nº 2.920/GM/MS, de 03 de dezembro de DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE A ATENÇÃO BÁSICA
2008, que estabelecem os municípios que poderão receber recursos dife- DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES GERAIS DA ATENÇÃO BÁSICA
renciados da ESF; A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde,
Considerando Portaria nº 2.143/GM/MS, de 9 de outubro de 2008 - Cria no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da
Conhecimentos Específicos 230 A Opção Certa Para a Sua Realização
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saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, mas também tenha lugar um processo interdisciplinar no qual progressiva-
redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver mente os núcleos de competência profissionais específicos vão enrique-
uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das cendo o campo comum de competências ampliando assim a capacidade de
pessoas e nos determinantes econdicionantes de saúde das coletividades. cuidado de toda a equipe. Essa organização pressupõe o deslocamento do
É desenvolvida por meio do exercício de práticas de cuidado e gestão, processo de trabalho centrado em procedimentos, profissionais para um
democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a processo centrado no usuário, onde o cuidado do usuário é o imperativo
populações de territórios definidos, pelas quais assume a responsabilidade ético-político que organiza a intervenção técnico-científica; e
sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem V -estimular a participação dos usuários como forma de ampliar sua au-
essas populações. Utiliza tecnologias de cuidado complexas e variadas que tonomia e capacidade na construção do cuidado à sua saúde e das pesso-
devem auxiliar no manejo das demandas e necessidades de saúde de as e coletividades do território, no enfrentamento dos determinantes e
maior freqüência e relevância em seu território, observando critérios de condicionantes de saúde, na organização e orientação dos serviços de
risco, vulnerabilidade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda, saúde a partir de lógicas mais centradas no usuário e no exercício do
necessidade de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos. controle social.
É desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilarida- A Política Nacional de Atenção Básica considera os termos Atenção
de, próxima da vida das pessoas. Deve ser o contato preferencial dos Básica e Atenção Primária a Saúde, nas atuais concepções, como termos
usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação da Rede de equivalentes. Associa a ambos os termos: os princípios e as diretrizes
Atenção à Saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessi- definidos neste documento.
bilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da aten-
ção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua
social. A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade e inser- estratégia prioritária para expansão e consolidação da atenção básica. A
ção sócio-cultural, buscando produzir a atenção integral. qualificação da Estratégia de Saúde da Família e de outras estratégias de
organização da atenção básica deverão seguir as diretrizes da atenção
A Atenção Básica tem como fundamentos e diretrizes: básica e do SUS configurando um processo progressivo e singular que
I - ter território adstrito sobre o mesmo, de forma a permitir o planeja- considera e inclui as especificidades locoregionais.
mento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações
setoriais e intersetoriais com impacto na situação, nos condicionantes e DAS FUNÇÕES NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
determinantes da saúde das coletividades que constituem aquele território Esta Portaria conforme normatização vigente do SUS, define a organi-
sempre em consonância com o princípio da eqüidade; zação de Redes de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para um
II -possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de cuidado integral e direcionado as necessidades de saúde da população. As
qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de entrada aberta e RAS constituem-se em arranjos organizativos forma-dos por ações e servi-
preferencial da rede de atenção, acolhendo os usuários e promovendo a ços de saúde com diferentes configurações tecnológicas e missões assis-
vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de tenciais, articulados de forma complementar e com base territorial, e têm
saúde; o estabelecimento de mecanismos que assegurem acessibilidade e diversos atributos, entre eles destaca-se: a atenção básica estruturada
acolhimento pressupõe uma lógica de organização e funcionamento do como primeiro ponto de atenção e principal porta de entrada do sistema,
serviço de saúde, que parte do princípio de que a unidade de saúde deva constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda a população, integran-
receber e ouvir todas as pessoas que procuram os seus serviços, de modo do, coordenando o cui-dado, e atendendo as suas necessidades de saúde.
universal e sem diferenciações excludentes. O serviço de saúde deve se O Decreto nº 7.508, de 28 de julho de 2011, que regulamenta a Lei nº
organizar para assumir sua função central de acolher, escutar e oferecer 8.080/90, define que "o acesso universal, igualitário e ordenado às ações e
uma resposta positiva, capaz de resolver a grande maioria dos problemas serviços de saúde se inicia pelas portas de entrada do SUS e se completa
de saúde da população e/ou de minorar danos e sofrimentos desta, ou na rede regionalizada e hierarquizada". Neste sentido, atenção básica deve
ainda se responsabilizar pela resposta, ainda que esta seja ofertada em cumprir algumas funções para contribuir com o funcionamento das Redes
outros pontos de atenção da rede. A proximidade e a capacidade de aco- de Atenção à Saúde, são elas:
lhimento, vinculação, responsabilização e resolutividade são fundamentais I -Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço de saúde com o
para a efetivação da atenção básica como contato e porta de entrada mais elevado grau de descentralização e capilaridade, cuja participação no
preferencial da rede de atenção; cuidado se faz sempre necessária;
III - adscrever os usuários e desenvolver relações de vínculo e respon- II - Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e demandas de saú-
sabilização entre as equipes e a população adscrita garantindo a continui- de, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cui-dado individual e
dade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado. A adscrição dos coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de construir vínculos
usuários é um processo de vinculação de pessoas e/ou famílias e grupos a positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, na perspectiva de
profissionais/equipes, com o objetivo de ser referência para o seu cuidado. ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e grupos sociais;
O vínculo, por sua vez, consiste na construção de relações de afetividade e
confiança entre o usuário e o trabalhador da saúde, permitindo o aprofun- III - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir projetos tera-
damento do processo de corresponsabilização pela saúde, construído ao pêuticos singulares, bem como acompanhar e organizar o fluxo dos usuá-
longo do tempo, além de carregar, em si, um potencial terapêutico. A longi- rios entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de comu-
tudinalidade do cuidado pressupõe a continuidade da relação clínica, com nicação entre os diversos pontos de atenção responsabilizando-se pelo
construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através de uma relação
longo do tempo e de modo permanente, acompanhando os efeitos das horizontal, contínua e integrada com o objetivo de produzir a gestão com-
intervenções em saúde e de outros elementos na vida dos usuários, ajus- partilhada da atenção integral. Articulando também as outras estruturas das
tando condutas quando necessário, evitando a perda de referências e redes de saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. Para isso,
diminuindo os riscos de iatrogenia decorrentes do desconhecimento das é necessário incorporar ferramentas e dispositivos de gestão do cuidado,
histórias de vida e da coordenação do cuidado; tais como: gestão das listas de espera (encaminhamentos para consultas
especializadas, procedimentos e exames), prontuário eletrônico em rede,
IV -Coordenar a integralidade em seus vários aspectos, a saber: inte- protocolos de atenção organizados sob a lógica de linhas de cuidado,
gração de ações programáticas e demanda espontânea; articulação das discussão e análise de casos traçadores, eventos-sentinela e incidentes
ações de promoção à saúde, prevenção de agravos, vigilância à saúde, críticos, dentre outros. As práticas de regulação realizadas na atenção
tratamento e reabilitação e manejo das diversas tecnologias de cuidado e básica devem ser articuladas com os processos regulatórios realizados em
de gestão necessárias a estes fins e à ampliação da autonomia dos usuá- outros espaços da rede, de modo a permitir, ao mesmo tempo, a qualidade
rios e coletividades; trabalhando de forma multiprofissional, interdisciplinar e da micro-regulação realizada pelos profissionais da atenção básica e o
em equipe; realizando a gestão do cuidado integral do usuário e coorde- acesso a outros pontos de atenção nas condições e no tempo adequado,
nando-o no conjunto da rede de atenção. A presença de diferentes forma- com equidade; e
ções profissionais assim como um alto grau de articulação entre os profissi-
onais é essencial, de forma que não só as ações sejam compartilhadas, IV - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da popu-
lação sob sua responsabilidade, organizando as necessidades desta popu-

Conhecimentos Específicos 231 A Opção Certa Para a Sua Realização


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lação em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para não haja restrições destas e que sejam respeitados as diretrizes e os
que a programação dos serviços de saúde parta das necessidades de princípios gerais regulamentados nesta Portaria;
saúde dos usuários. II - destinar recursos estaduais para compor o financiamento tripartite
da Atenção Básica prevendo, entre outras, formas de repasse fundo a
DAS RESPONSABILIDADES fundo para custeio e investimento das ações e serviços;
III - ser co-responsável, pelo monitoramento da utilização dos recursos
São responsabilidades comuns a todas as esferas de governo:
federais da Atenção Básica transferidos aos municípios;
I - contribuir para a reorientação do modelo de atenção e de gestão IV - submeter à CIB, para resolução acerca das irregularidades consta-
com base nos fundamentos e diretrizes assinalados; tadas na execução dos recursos do Bloco de Atenção Básica, conforme
II - apoiar e estimular a adoção da estratégia Saúde da Família pelos regulamentação nacional, visando:
serviços municipais de saúde como estratégia prioritária de expansão, a) aprazamento para que o gestor municipal corrija as irregularidades;
consolidação e qualificação da atenção básica à saúde;
b) comunicação ao Ministério da Saúde;
III -garantir a infraestrutura necessária ao funcionamento das Unidades c) bloqueio do repasse de recursos ou demais providências, conforme
Básicas de Saúde, de acordo com suas responsabilidades; regulamentação nacional, consideradas necessárias e devidamente oficiali-
IV - contribuir com o financiamento tripartite da Atenção Básica; zadas pela CIB;
V - estabelecer, nos respectivos Planos de Saúde, prioridades, estraté- V -analisar os dados de interesse estadual, gerados pelos sistemas de
gias e metas para a organização da Atenção Básica; informação, utilizá-los no planejamento e divulgar os resultados obtidos;
VI -desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de VI -verificar a qualidade e a consistência dos dados enviados pelos
qualificação da força de trabalho para gestão e atenção à saúde, valorizar municípios por meio dos sistemas informatizados, retornando informações
os profissionais de saúde estimulando e viabilizando a formação e educa- aos gestores municipais;
ção permanente dos profissionais das equipes, a garantia de direitos traba- VII - consolidar, analisar e transferir para o Ministério da Saúde os ar-
lhistas e previdenciários, a qualificação dos vínculos de trabalho e a implan- quivos dos sistemas de informação enviados pelos municípios de acordo
tação de carreiras que associem desenvolvimento do trabalhador com com os fluxos e prazos estabelecidos para cada sistema;
qualificação dos serviços ofertados aos usuários;
VIII - prestar apoio institucional aos municípios no processo de implan-
VII - desenvolver, disponibilizar e implantar os sistemas de informações tação, acompanhamento, e qualificação da Atenção Básica e de ampliação
da Atenção Básica de acordo com suas responsabilidades; e consolidação da estratégia Saúde da Família;
VIII - planejar, apoiar, monitorar e avaliar a Atenção Básica; IX - definir estratégias de articulação com as gestões municipais do
IX - estabelecer mecanismos de controle, regulação e acompanhamen- SUS com vistas à institucionalização da avaliação da Atenção Básica;
to sistemático dos resultados alcançados pelas ações da Atenção Básica, X - disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e pedagógicos
como parte do processo de planejamento e programação; que facilitem o processo de formação e educação permanente dos mem-
X - divulgar as informações e os resultados alcançados pela atenção bros das equipes de gestão e de atenção à saúde;
básica; XI - articular instituições, em parceria com as Secretarias Municipais de
XI - promover o intercâmbio de experiências e estimular o desenvolvi- Saúde, para formação e garantia de educação permanente aos profissio-
mento de estudos e pesquisas que busquem o aperfeiçoamento e a disse- nais de saúde das equipes de Atenção Básica e das equipes de saúde da
minação de tecnologias e conhecimentos voltados à Atenção Básica; família; e
XII -viabilizar parcerias com organismos internacionais, com organiza- XII -promover o intercâmbio de experiências entre os diversos municí-
ções governamentais, não governamentais e do setor privado, para fortale- pios, para disseminar tecnologias e conhecimentos voltados à melhoria dos
cimento da Atenção Básica e da estratégia de saúde da família no País; e serviços da Atenção Básica.
XIII - estimular a participação popular e o controle social. Compete às Secretarias Municipais de Saúde e ao Distrito Federal:
Compete ao Ministério da Saúde: I - pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite, através do CO-
SEMS, estratégias, diretrizes e normas de implementação da Atenção
I -definir e rever periodicamente, de forma pactuada, na Comissão In-
Básica no Estado, mantidos as diretrizes e os princípios gerais regulamen-
tergestores Tripartite, as diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica;
tados nesta Portaria;
II - garantir fontes de recursos federais para compor o financiamento da
II - destinar recursos municipais para compor o financiamento tripartite
Atenção Básica;
da Atenção Básica;
III -prestar apoio institucional aos gestores dos estados, ao Distrito Fe- III - ser co-responsável, junto ao Ministério da Saúde, e Secretaria Es-
deral e aos municípios no processo de qualificação e de consolidação da tadual de Saúde pelo monitoramento da utilização dos recursos da Atenção
Atenção Básica; Básica transferidos aos município;
IV - definir, de forma tripartite, estratégias de articulação com as ges- IV - inserir a estratégia de Saúde da Família em sua rede de serviços
tões estaduais e municipais do SUS com vistas à institucionalização da como estratégia prioritária de organização da atenção básica;
avaliação e qualificação da Atenção Básica;
V - organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção Bá-
V - estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais e disponibilizar sica, de forma universal, dentro do seu território, incluindo as unidades
instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem o processo de gestão, próprias e as cedidas pelo estado e pela União;
de formação e educação permanente dos gestores e profissionais da
VI -prestar apoio institucional às equipes e serviços no processo de im-
Atenção Básica;
plantação, acompanhamento, e qualificação da Atenção Básica e de ampli-
VI -articular com o Ministério da Educação estratégias de indução às ação e consolidação da estratégia Saúde da Família;
mudanças curriculares nos cursos de graduação e pósgraduação na área
VII -Definir estratégias de institucionalização da avaliação da Atenção
da saúde visando à formação de profissionais e gestores com perfil ade-
Básica;
quado à Atenção Básica; e
VIII - Desenvolver ações e articular instituições para formação e garan-
VII - apoiar a articulação de instituições, em parceria com as Secretari- tia de educação permanente aos profissionais de saúde das equipes de
as de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, para formação e Atenção Básica e das equipes de saúde da família;
garantia de educação permanente para os profissionais de saúde da Aten-
ção Básica. IX - selecionar, contratar e remunerar os profissionais que compõem as
equipes multiprofissionais de Atenção Básica, em conformidade com a
Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e ao Distrito Federal: legislação vigente;
I - pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite, estratégias, diretri- X - garantir a estrutura física necessária para o funcionamento das Uni-
zes e normas de implementação da Atenção Básica no Estado, de forma dades Básicas de Saúde e para a execução do conjunto de ações propos-
complementar às estratégias, diretrizes e normas existentes, desde que
Conhecimentos Específicos 232 A Opção Certa Para a Sua Realização
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tas, podendo contar com apoio técnico e/ou financeiro das Secretarias de em função da realidade epidemiológica, institucional e das necessidades de
Estado da Saúde e do Ministério da Saúde; saúde da população;
XI -garantir recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes pa- VI - cadastro atualizado dos profissionais que compõe a equipe de
ra o funcionamento das Unidades Básicas de Saúde e para a execução do atenção básica no sistema de Cadastro Nacional vigente de acordo com as
conjunto de ações propostas; normas vigentes e com as cargas horárias de trabalho informadas e exigi-
XII - rogramar as ações da Atenção Básica a partir de sua base territo- das para cada modalidade;
rial e de acordo com as necessidades de saúde das pessoas, utilizando VII -garantia pela gestão municipal, de acesso ao apoio diagnóstico e
instrumento de programação nacional ou correspondente local; laboratorial necessário ao cuidado resolutivo da população; e
XIII -Alimentar, analisar e verificar a qualidade e a consistência dos da- VIII - garantia pela gestão municipal, dos fluxos definidos na Rede de
dos alimentados nos sistemas nacionais de informação a serem enviados Atenção à Saúde entre os diversos pontos de atenção de diferentes confi-
às outras esferas de gestão, utilizá-los no planejamento e divulgar os gurações tecnológicas, integrados por serviços de apoio logístico, técnico e
resultados obtidos; de gestão, para garantir a integralidade do cuidado.
XIV - Organizar o fluxo de usuários, visando à garantia das referências Com o intuito de facilitar os princípios do acesso, do vínculo, da conti-
a serviços e ações de saúde fora do âmbito da Atenção Básica e de acordo nuidade do cuidado e da responsabilidade sanitária e reconhecendo que
com as necessidades de saúde dos usuários; existem diversas realidades sócio epidemiológicas, diferentes necessidades
XV - manter atualizado o cadastro no sistema de Cadastro Nacional vi- de saúde e distintas maneiras de organização das UBS, recomenda-se:
gente, dos profissionais, de serviços e de estabelecimentos ambulatoriais, I - para Unidade Básica de Saúde (UBS) sem Saúde da Família em
públicos e privados, sob sua gestão; e grandes centros urbanos, o parâmetro de uma UBS para no máximo 18 mil
XVI - assegurar o cumprimento da carga horária integral de todos os habitantes, localizada dentro do território, garantindo os princípios e diretri-
profissionais que compõe as equipes de atenção básica, de acordo com as zes da Atenção Básica; e
jornadas de trabalho especificadas no SCNES e a modalidade de atenção. II - para UBS com Saúde da Família em grandes centros urbanos, re-
Da infraestrutura e funcionamento da Atenção Básica comenda-se o parâmetro de uma UBS para no máximo 12 mil habitantes,
São necessárias à realização das ações de Atenção Básica nos muni- localizada dentro do território, garantindo os princípios e diretrizes da Aten-
cípios e Distrito Federal: ção Básica.
I - Unidades Básicas de Saúde (UBS) construídas de acordo com as Educação permanente das equipes de Atenção Básica
normas sanitárias e tendo como referência o manual de infra estrutura do A consolidação e o aprimoramento da Atenção Básica como importante
Departamento de Atenção Básica/SAS/ MS; reorientadora do modelo de atenção à saúde no Brasil requer um saber e um
II - as Unidades Básicas de Saúde: fazer em educação permanente que sejam encarnados na prática concreta
dos serviços de saúde. A educação permanente deve ser constitutiva, portan-
a) devem estar cadastradas no sistema de Cadastro Nacional vigente
to, da qualificação das práticas de cuidado, gestão e participação popular.
de acordo com as normas vigentes;
O redirecionamento do modelo de atenção impõe claramente a neces-
b) Recomenda-se que disponibilizem, conforme orientações e especifi-
sidade de transformação permanente do funcionamento dos serviços e do
cações do manual de infra estrutura do Departamento de Atenção Bási-
processo de trabalho das equipes exigindo de seus atores (trabalhadores,
ca/SAS/ MS:
gestores e usuários) maior capacidade de análise, intervenção e autonomia
1. consultório médico/enfermagem, consultório odontológico e consultó- para o estabelecimento de práticas transformadoras, a gestão das mudan-
rio com sanitário, sala multiprofissional de acolhimento à demanda espon- ças e o estreitamento dos elos entre concepção e execução do trabalho.
tânea, sala de administração e gerência e sala de atividades coletivas para
Nesse sentido, a educação permanente, além da sua evidente dimen-
os profissionais da Atenção Básica;
são pedagógica, deve ser encarada também como uma importante "estra-
2. área de recepção, local para arquivos e registros, sala de procedi- tégia de gestão", com grande potencial provocador de mudanças no cotidi-
mentos, sala de vacinas, área de dispensação de medicamentos e sala de ano dos serviços, em sua micropolitica, bastante próximo dos efeitos con-
armazenagem de medicamentos (quando há dispensação na UBS), sala de cretos das práticas de saúde na vida dos usuários, e como um processo
inalação coletiva, sala de procedimentos, sala de coleta, sala de curativos, que se dá "no trabalho, pelo trabalho e para o trabalho".
sala de observação, entre outros:
A Educação Permanente deve embasar-se num processo pedagógico
2.1. as Unidades Básicas de Saúde Fluviais deverão cumprir os seguin- que contemple desde a aquisição/atualização de conhecimentos e habilida-
tes requisitos específicos: des até o aprendizado que parte dos problemas e desafios enfrentados no
2.1.1. quanto à estrutura física mínima, devem dispor de: consultório processo de trabalho, envolvendo práticas que possam ser definidas por
médico; consultório de enfermagem; ambiente para armazenamento e múltiplos fatores (conhecimento, valores, relações de poder, planejamento
dispensação de medicamentos; laboratório; sala de vacina; banheiro públi- e organização do trabalho, etc.) e que considerem elementos que façam
co; banheiro exclusivo para os funcionários; expurgo; cabines com leitos em sentido para os atores envolvidos (aprendizagem significativa).
número suficiente para toda a equipe; cozinha; sala de procedimentos; e, Outro pressuposto importante da educação permanente é o planejamen-
se forem compostas por profissionais de saúde bucal, será necessário to/programação educativa ascendente, em que, a partir da análise coletiva
consultório odontológico com equipo odontológico completo; dos processos de trabalho, identificam-se os nós críticos (de natureza diversa)
c) devem possuir identificação segundo padrões visuais do SUS e da a serem enfrentados na atenção e/ou na gestão, possibilitando a construção
Atenção Básica pactuados nacionalmente; de estratégias contextualizadas que promovam o diálogo entre as políticas
d) recomenda-se que estas possuam conselhos/colegiados, constituí- gerais e a singularidade dos lugares e das pessoas, estimulando experiências
dos de gestores locais, profissionais de saúde e usuários, viabilizando a inovadoras na gestão do cuidado e dos serviços de saúde.
participação social na gestão da Unidade Básica de Saúde; A vinculação dos processos de educação permanente a estratégia de
III - manutenção regular da infraestrutura e dos equipamentos das Uni- apoio institucional pode potencializar enormemente o desenvolvimento de
dades Básicas de Saúde; competências de gestão e de cuidado na Atenção Básica, na medida em
que aumenta as alternativas para o enfrentamento das dificuldades vivenci-
IV - existência e manutenção regular de estoque dos insumos necessá- adas pelos trabalhadores em seu cotidiano. Nessa mesma linha é importan-
rios para o funcionamento das unidades básicas de saúde, incluindo dis- te diversificar este repertório de ações incorporando dispositivos de apoio e
pensação de medicamentos pactuados nacionalmente quando esta dispen- cooperação horizontal, tais como trocas de experiências e discussão de
sação está prevista para serem realizadas naquela UBS; situações entre trabalhadores, comunidades de práticas, grupos de estu-
V - equipes multiprofissionais compostas, conforme modalidade das dos, momentos de apoio matricial, visitas e estudos sistemáticos de experi-
equipes, por médicos, enfermeiros, cirurgiões-dentistas, auxiliar em saúde ências inovadoras, etc.
bucal ou técnico em saúde bucal, auxiliar de enfermagem ou técnico de Por fim, reconhecendo o caráter e iniciativa ascendente da educação
enfermagem e Agentes Comunitários da Saúde, dentre outros profissionais permanente, é central que cada equipe, cada unidade de saúde e cada

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município demandem, proponha e desenvolva ações de educação perma- I - participar do processo de territorialização e mapeamento da área de
nente tentando combinar necessidades e possibilidades singulares com atuação da equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a
ofertas e processos mais gerais de uma políticaproposta para todas as riscos e vulnerabilidades;
equipes e para todo o município. É importante sintonizar e mediar as ofer- II - manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos no
tas de educação permanente pré-formatadas (cursos, por exemplo) com o sistema de informação indicado pelo gestor municipal e utilizar, de forma
momento e contexto das equipes, para que façam mais sentido e tenham, sistemática, os dados para a análise da situação de saúde considerando as
por isso, maior valor de uso e efetividade. características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológi-
De modo análogo é importante a articulação e apoio dos governos es- cas do território, priorizando as situações a serem acompanhadas no plane-
taduais e federal aos municípios buscando responder suas necessidades e jamento local;
fortalecer suas iniciativas. A referência é mais de apoio, cooperação, quali- III - realizar o cuidado da saúde da população adscrita, prioritariamente
ficação e oferta de diversas iniciativas para diferentes contextos que a no âmbito da unidade de saúde, e quando necessário no domicílio e nos
tentativa de regular, formatar e simplificar a diversidade de iniciativas. demais espaços comunitários (escolas, associações, entre outros);
Do Processo de trabalho das equipes de Atenção Básica IV - realizar ações de atenção a saúde conforme a necessidade de sa-
São características do processo de trabalho das equipes de Atenção úde da população local, bem como as previstas nas prioridades e protoco-
Básica: los da gestão local;
I -definição do território de atuação e de população sob responsabilida- V - garantir da atenção a saúde buscando a integralidade por meio da
de das UBS e das equipes; realização de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde e
II - programação e implementação das atividades de atenção à saúde prevenção de agravos; e da garantia de atendimento da demanda espontâ-
de acordo com as necessidades de saúde da população, com a priorização nea, da realização das ações programáticas, coletivas e de vigilância à
de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde segundo saúde;
critérios de freqüência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se aqui o VI - participar do acolhimento dos usuários realizando a escuta qualifi-
planejamento e organização da agenda de trabalho compartilhado de todos cada das necessidades de saúde, procedendo a primeira avaliação (classi-
os profissionais e recomenda-se evitar a divisão de agenda segundo crité- ficação de risco, avaliação de vulnerabilidade, coleta de informações e
rios de problemas de saúde, ciclos de vida, sexo e patologias dificultando o sinais clínicos) e identificação das necessidades de intervenções de cuida-
acesso dos usuários; do, proporcionando atendimento humanizado, se responsabilizando pela
III - desenvolver ações que priorizem os grupos de risco e os fatores de continuidade da atenção e viabilizando o estabelecimento do vínculo;
risco clínico-comportamentais, alimentares e/ou ambientais, com a finalida- VII - realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação
de de prevenir o aparecimento ou a persistência de doenças e danos compulsória e de outros agravos e situações de importância local;
evitáveis;
IV - realizar o acolhimento com escuta qualificada, classificação de ris-
co, avaliação de necessidade de saúde e análise de vulnerabilidade tendo VIII - responsabilizar-se pela população adscrita, mantendo a coorde-
em vista a responsabilidade da assistência resolutiva à demanda espontâ- nação do cuidado mesmo quando esta necessita de atenção em outros
nea e o primeiro atendimento às urgências; pontos de atenção do sistema de saúde;
V - prover atenção integral, contínua e organizada à população adscri- IX - praticar cuidado familiar e dirigido a coletividades e grupos sociais
ta; que visa propor intervenções que influenciem os processos de saúde
doença dos indivíduos, das famílias, coletividades e da própria comunidade;
VI -realizar atenção à saúde na Unidade Básica de Saúde, no domicí-
lio, em locais do território (salões comunitários, escolas, creches, praças, X - realizar reuniões de equipes a fim de discutir em con-junto o plane-
etc.) e outros espaços que comportem a ação planejada; jamento e avaliação das ações da equipe, a partir da utilização dos dados
disponíveis;
VII - desenvolver ações educativas que possam interferir no processo
de saúde-doença da população, no desenvolvimento de autonomia, indivi- XI - acompanhar e avaliar sistematicamente as ações implementadas,
dual e coletiva, e na busca por qualidade de vida pelos usuários; visando à readequação do processo de trabalho;
VIII - implementar diretrizes de qualificação dos modelos de atenção e XII - garantir a qualidade do registro das atividades nos sistemas de in-
gestão tais como a participação coletiva nos processos de gestão, a valori- formação na Atenção Básica;
zação, fomento a autonomia e protagonismo dos diferentes sujeitos impli- XIII - realizar trabalho interdisciplinar e em equipe, integrando áreas
cados na produção de saúde, o compromisso com a ambiência e com as técnicas e profissionais de diferentes formações;
condições de trabalho e cuidado, a constituição de vínculos solidários, a XIV - realizar ações de educação em saúde a população adstrita, con-
identificação das necessidades sociais e organização do serviço em função forme planejamento da equipe;
delas, entre outras;
XV - participar das atividades de educação permanente;
IX - participar do planejamento local de saúde assim como do monito-
XVI - promover a mobilização e a participação da comunidade, bus-
ramento e a avaliação das ações na sua equipe, unidade e município;
cando efetivar o controle social;
visando à readequação do processo de trabalho e do planejamento frente
às necessidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas; XVII - identificar parceiros e recursos na comunidade que possam po-
tencializar ações intersetoriais; e
X - desenvolver ações intersetoriais, integrando projetos e redes de
apoio social, voltados para o desenvolvimento de uma atenção integral; XVIII - realizar outras ações e atividades a serem definidas de acordo
com as prioridades locais.
XI - apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão local e do contro-
le social; e Outras atribuições específicas dos profissionais da Atenção Básica po-
derão constar de normatização do município e do Distrito Federal, de
XII - realizar atenção domiciliar destinada a usuários que possuam pro-
acordo com as prioridades definidas pela respectiva gestão e as prioridades
blemas de saúde controlados/compensados e com dificuldade ou impossibi-
nacionais e estaduais pactuadas.
lidade física de locomoção até uma unidade de saúde, que necessitam de
cuidados com menor frequência e menor necessidade de recursos de Das atribuições específicas
saúde e realizar o cuidado compartilhado com as equipes de atenção Do enfermeiro:
domiciliar nos demais casos. I -realizar atenção a saúde aos indivíduos e famílias cadastradas nas
Das Atribuições dos membros das equipes de Atenção Básica equipes e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais
As atribuições de cada um dos profissionais das equipes de atenção espaços comunitários (escolas, associações etc), em todas as fases do
básica devem seguir as referidas disposições legais que regulamentam o desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira
exercício de cada uma das profissões. idade;
II - realizar consulta de enfermagem, procedimentos, atividades em
São atribuições comuns a todos os profissionais:
grupo e conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas

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pelo gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas VIII - estar em contato permanente com as famílias, desenvolvendo
as disposições legais da profissão, solicitar exames complementares, ações educativas, visando à promoção da saúde, à prevenção das doen-
prescrever medicações e encaminhar, quando necessário, usuários a ças, e ao acompanhamento das pessoas com problemas de saúde, bem
outros serviços; como ao acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa
III - realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontâ- Família ou de qualquer outro programa similar de transferência de renda e
nea; enfrentamento de vulnerabilidades implantado pelo Governo Federal,
estadual e municipal de acordo com o planejamento da equipe.
IV - planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS em
conjunto com os outros membros da equipe; É permitido ao ACS desenvolver outras atividades nas unidades bási-
cas de saúde, desde que vinculadas às atribuições acima.
V - contribuir, participar, e realizar atividades de educação permanente
da equipe de enfermagem e outros membros da equipe; e Do Cirurgião-Dentista:
VI -participar do gerenciamento dos insumos necessários para o ade- I -realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico
quado funcionamento da UBS. para o planejamento e a programação em saúde bucal;
Do Auxiliar e do Técnico de Enfermagem: II -realizar a atenção a saúde em saúde bucal (promoção e proteção da
saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, acompanhamento,
I - participar das atividades de atenção realizando procedimentos regu- reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva a todas as famí-
lamentados no exercício de sua profissão na UBS e, quando indicado ou lias, a indivíduos e a grupos específicos, de acordo com planejamento da
necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, equipe, com resolubilidade;
associações etc);
III - realizar os procedimentos clínicos da Atenção Básica em saúde
II - realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontâ- bucal, incluindo atendimento das urgências, pequenas cirurgias ambulatori-
nea; ais e procedimentos relacionados com a fase clínica da instalação de
III - realizar ações de educação em saúde a população adstrita, con- próteses dentárias elementares;
forme planejamento da equipe; IV - realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontâ-
IV -participar do gerenciamento dos insumos necessários para o ade- nea;
quado funcionamento da UBS; e V -coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da
V - contribuir, participar e realizar atividades de educação permanente. saúde e à prevenção de doenças bucais;
Do Médico: VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde
I - realizar atenção a saúde aos indivíduos sob sua responsabilidade; bucal com os demais membros da equipe, buscando aproximar e integrar
ações de saúde de forma multidisciplinar;
II -realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgicos, ativi-
dades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio VII - realizar supervisão técnica do Técnico em Saúde Bucal (TSB) e
e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc); Auxiliar em Saúde Bucal (ASB); e
III - realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontâ- VIII -participar do gerenciamento dos insumos necessários para o ade-
nea; quado funcionamento da UBS.
IV - encaminhar, quando necessário, usuários a outros pontos de aten- Do Técnico em Saúde Bucal (TSB):
ção, respeitando fluxos locais, mantendo sua responsabilidade pelo acom- I - realizar a atenção em saúde bucal individual e coletiva a todas as
panhamento do plano terapêutico do usuário; famílias, a indivíduos e a grupos específicos, segundo programação e de
V - indicar, de forma compartilhada com outros pontos de atenção, a acordo com suas competências técnicas e legais;
necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, man-tendo a responsa- II -coordenar a manutenção e a conservação dos equipamentos odon-
bilização pelo acompanhamento do usuário; tológicos;
VI -contribuir, realizar e participar das atividades de Educação Perma- III - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde
nente de todos os membros da equipe; e bucal com os demais membros da equipe, buscando aproximar e integrar
VII -participar do gerenciamento dos insumos necessários para o ade- ações de saúde de forma multidisciplinar;
quado funcionamento da USB. IV - apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações de prevenção
Do Agente Comunitário de Saúde: e promoção da saúde bucal;
I - trabalhar com adscrição de famílias em base geográfica definida, a V - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o ade-
microárea; quado funcionamento da UBS;
II - cadastrar todas as pessoas de sua microárea e manter os cadastros VI - participar do treinamento e capacitação de Auxiliar em Saúde Bucal
atualizados; e de agentes multiplicadores das ações de promoção à saúde;
III - orientar as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde dis- VII - participar das ações educativas atuando na promoção da saúde e
poníveis; na prevenção das doenças bucais;
IV - realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea; VIII - participar na realização de levantamentos e estudos epidemioló-
gicos, exceto na categoria de examinador;
V - acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famílias e indi-
víduos sob sua responsabilidade. As visitas deverão ser programadas em IX - realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontâ-
conjunto com a equipe, considerando os critérios de risco e vulnerabilidade nea;
de modo que famílias com maior necessidade sejam visitadas mais vezes, X - realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal;
mantendo como referência a média de 1 (uma) visita/família/mês; XI - fazer a remoção do biofilme, de acordo com a indicação técnica de-
VI -desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de finida pelo cirurgião-dentista;
saúde e a população adscrita à UBS, considerando as características e as XII - realizar fotografias e tomadas de uso odontológicos exclusivamen-
finalidades do trabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais te em consultórios ou clínicas odontológicas;
ou coletividade;
XIII - inserir e distribuir no preparo cavitário materiais odontológicos na
VII - desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das restauração dentária direta, vedado o uso de materiais e instrumentos não
doenças e agravos e de vigilância à saúde, por meio de visitas domiciliares indicados pelo cirurgião-dentista;
e de ações educativas individuais e coletivas nos domicílios e na comuni-
dade, como por exemplo, combate à Dengue, malária, leishmaniose, entre XIV - proceder à limpeza e à anti-sepsia do campo operatório, antes e
outras, mantendo a equipe informada, principalmente a respeito das situa- após atos cirúrgicos, inclusive em ambientes hospitalares; e
ções de risco; e XV -aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, manuseio e
descarte de produtos e resíduos odontológicos.
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Do Auxiliar em Saúde Bucal (ASB): Serão admitidas também, além da inserção integral (40h), as seguintes
I - realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as modalidades de inserção dos profissionais médicos generalistas ou especi-
famílias, grupos e indivíduos, mediante planejamento local e protocolos de alistas em saúde da família ou médicos de família e comunidade nas Equi-
atenção à saúde; pes de Saúde da Família, com as respectivas equivalências de incentivo
federal:
II - realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontâ-
nea; I - 2 (dois) médicos integrados a uma única equipe em uma mesma
UBS, cumprindo individualmente carga horária semanal de 30 horas (equi-
III - executar limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instru- valente a 01 (um) médico com jornada de 40 horas semanais), com repasse
mental, equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho; integral do incentivo financeiro referente a uma equipe de saúde da família;
IV - auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenções clínicas; II - 3 (três) médicos integrados a uma equipe em uma mesma UBS,
V - realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal; cumprindo individualmente carga horária semanal de 30 horas (equivalente
VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde a 02 (dois) médicos com jornada de 40 horas, de duas equipes), com
bucal com os demais membros da equipe de saúde da família, buscando repasse integral do incentivo financeiro referente a duas equipes de saúde
aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; da família;
III - 4 (quatro) médicos integrados a uma equipe em uma mesma UBS,
VII -aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, transporte,
com carga horária semanal de 30 horas (equivalente a 03 (três) médicos
manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos;
com jornada de 40 horas semanais, de três equipes), com repasse integral
VIII - processar filme radiográfico; do incentivo financeiro referente a três equipes de saúde da família;
IX - selecionar moldeiras; IV -2 (dois) médicos integrados a uma equipe, cumprindo individual-
X - preparar modelos em gesso; mente jornada de 20 horas semanais, e demais profissionais com jornada
XI - manipular materiais de uso odontológico; e de 40 horas semanais, com repasse mensal equivalente a 85% do incentivo
financeiro referente a uma equipe de saúde da família; e
X - participar na realização de levantamentos e estudos epidemiológi-
V - 1 (um) médico cumprindo jornada de 20 horas semanais e demais
cos, exceto na categoria de examinador.
profissionais com jornada de 40 horas semanais, com re-passe mensal
Especificidades da Estratégia de Saúde da Família. equivalente a 60% do incentivo financeiro referente a uma equipe de saúde
A estratégia de Saúde da Família visa à reorganização da Atenção Bá- da família. Tendo em vista a presença do médico em horário parcial, o
sica no País, de acordo com os preceitos do SistemaÚnico de Saúde, e é gestor municipal deve organizar os protocolos de atuação da equipe, os
tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais, represen- fluxos e a retaguarda assistencial, para atender a esta especificidade. Além
tados respectivamente pelo CONASS e CONASEMS, como estratégia de disso, é recomendável que o número de usuários por equipe seja próximo
expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica por favorecer de 2.500 pessoas. As equipes com esta configuração são denominadas
uma re-orientação do processo de trabalho com maior potencial de apro- Equipes Transitórias, pois, ainda que não tenham tempo mínimo estabele-
fundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de ampli- cido de permanência neste formato, é desejável que o gestor, tão logo
ar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletivi- tenha condições, transite para um dos formatos anteriores que prevêem
dades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade. horas de médico disponíveis durante todo o tempo de funcionamento da
Especificidades da equipe de saúde da família equipe.
A quantidade de Equipes de Saúde da Família na modalidade transitó-
São itens necessários à estratégia Saúde da Família:
ria ficará condicionada aos seguintes critérios:
I - existência de equipe multiprofissional (equipe saúde da família) I - Município com até 20 mil habitantes e contando com 01 (uma) a 03
composta por, no mínimo, médico generalista ou especialista em saúde da (duas) equipes de Saúde da Família, poderá ter até 2 (duas) equipes na
família ou médico de família e comunidade, enfermeiro generalista ou modalidade transitória;
especialista em saúde da família, auxiliar ou técnico de enfermagem e
agentes comunitários de saúde, podendo acrescentar a esta composição, II - Município com até 20 mil habitantes e com mais de 03 (três) equi-
como parte da equipe multiprofissional, os profissionais de saúde bucal: pes poderá ter até 50% das equipes de Saúde da Família na modalidade
cirurgião dentista generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar transitória;
e/ou técnico em Saúde Bucal; III - Municípios com população entre 20 e 50 mil habitantes poderá ter
até 30% (trinta por cento) das equipes de Saúde da Família na modalidade
II - o número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da popula-
transitória;
ção cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por
equipe de Saúde da Família, não ultrapassando o limite máximo recomen- IV - Município com população entre 50 e 100 mil habitantes poderá ter
dado de pessoas por equipe; até 20% (vinte por cento) das equipes de Saúde da Família na modalidade
transitória; e
III - cada equipe de saúde da família deve ser responsável por, no má-
ximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000 pessoas, V -Município com população acima de 100 mil habitantes poderá ter até
respeitando critérios de equidade para esta definição. Recomenda-se que o 10% (dez por cento) das equipes de Saúde da Família na modalidade
número de pessoas por equipe considere o grau de vulnerabilidade das transitória.
famílias daquele território, sendo que quanto maior o grau de vulnerabilida- Em todas as possibilidades de inserção do profissional médico descri-
de menor deverá ser a quantidade de pessoas por equipe; tas acima, considerando a importância de manutenção do vínculo e da
IV - cadastramento de cada profissional de saúde em apenas 01 (uma) longitudinalidade do cuidado, este profissional deverá ter usuários adscritos
ESF, exceção feita somente ao profissional médico que poderá atuar em no de modo que cada usuário seja obrigatoriamente acompanhando por 1 (um)
máximo 02 (duas) ESF e com carga horária total de 40 (quarenta) horas ACS (Agente Comunitário de Saúde), 1 (um) auxiliar ou técnico de enfer-
semanais; e magem, 01 (um) enfermeiro e 01 (um) médico e preferencialmente por 1
V - carga horária de 40 (quarenta) horas semanais para todos os pro- (um) cirurgião-dentista, 1 (um) auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal, sem
fissionais de saúde membros da equipe de saúde da família, à exceção dos que a carga horária diferente de trabalho comprometa o cuidado e/ou
profissionais médicos, cuja jornada é descrita no próximo inciso. A jornada processo de trabalho da equipe.
de 40 (quarenta) horas deve observar a necessidade de dedicação mínima Todas as equipes deverão ter responsabilidade sanitária por um territó-
de 32 (trinta e duas) horas da carga horária para atividades na equipe de rio de referência, sendo que nos casos previstos nos itens b e c, poderão
saúde da família podendo, con-forme decisão e prévia autorização do ser constituídas equipes com número de profissionais e população adscrita
gestor, dedicar até 08 (oito) horas do total da carga horária para prestação equivalentes a 2 (duas) e 3 (três) equipes de saúde da família, respectiva-
de serviços na rede de urgência do município ou para atividades de especi- mente.
alização em saúde da família, residência multiprofissional e/ou de medicina As equipes de saúde da família devem estar devidamente cadastradas
de família e de comunidade, bem como atividades de educação permanen- no sistema de cadastro nacional vigente de acordo com conformação e
te e apoio matricial. modalidade de inserção do profissional médico.

Conhecimentos Específicos 236 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O processo de trabalho, a combinação das jornadas de trabalho dos saúde, pode-se lançar mão das equipes dos consultórios na rua que são
profissionais das equipes e os horários e dias de funcionamento das UBS equipes da atenção básica, compostas por profissionais de saúde com
devem ser organizados de modo que garantam o maior acesso possível, o responsabilidade exclusiva de articular e prestar atenção integral à saúde
vínculo entre usuários e profissionais, a continuidade, coordenação e das pessoas em situação de rua.
longitudinalidade do cuidado. As equipes deverão realizar suas atividades, de forma itinerante de-
Especificidades dos profissionais de Saúde Bucal das equipes de saú- senvolvendo ações na rua, em instalações específicas, na unidade móvel e
de da família também nas instalações de Unidades Básicas de Saúde do território onde
Os profissionais de saúde bucal que compõem as equipes de saúde da está atuando, sempre articuladas e desenvolvendo ações em parceria com
família podem se organizar nas seguintes modalidades: as demais equipes de atenção básica do território (UBS e NASF), e dos
Centros de Atenção Psicossocial, da Rede de Urgência e dos serviços e
I - Cirurgião dentista generalista ou especialista em saúde da família e instituições componentes doSistema Único de Assistência Social entre
auxiliar em saúde bucal (ASB); outras instituições públicas e da sociedade civil.
II - Cirurgião dentista generalista ou especialista em saúde da família, As equipes dos Consultórios na Rua deverão cumprir a carga horária
técnico em saúde bucal (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB); e mínima semanal de 30 horas. Porém seu horário de funcionamento deverá
III - Profissionais das modalidades I ou II que operam em Unidade ser adequado às demandas das pessoas em situação de rua, podendo
Odontológica Móvel. ocorrer em período diurno e/ou noturno em todos os dias da semana.
Independente da modalidade adotado, recomenda-se que os profissio- As equipes dos Consultórios na Rua podem estar vinculadas aos Nú-
nais de Saúde Bucal, estejam vinculados a uma ESF e compartilhem a cleos de Apoio à Saúde da Família e, respeitando os limites para vincula-
gestão e o processo de trabalho da equipe tendo responsabilidade sanitária ção, cada equipe será considerada como uma equipe de saúde da família
pela mesma população e território que a ESF à qual integra, e com jornada para vinculação ao NASF.
de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus componentes. Em Municípios ou áreas que não tenham consultórios na rua, o cuidado
Cada Equipe de Saúde de Família que for implantada com os profissi- integral das pessoas em situação de rua deve seguir sendo de responsabi-
onais de saúde bucal ou quando se introduzir pela primeira vez os profissi- lidade das equipes de atenção básica, incluindo os profissionais de saúde
onais de saúde bucal numa equipe já implantada, modalidade I ou II, o bucal e os núcleos de apoio a saúde da família (NASF) do território onde
gestor receberá do Ministério da Saúde os equipamentos odontológicos, estas pessoas estão concentradas.
através de doação direta ou o repasse de recursos necessários para adqui- Para cálculo do teto das equipes dos consultórios na rua de cada mu-
ri-los (equipo odontológico completo). nicípio, serão tomados como base os dados dos censos populacionais
Especificidades da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde relacionados à população em situação de rua realizados por órgãos oficiais
É prevista a implantação da estratégia de Agentes Comunitários de e reconhecidos pelo Ministério da Saúde.
Saúde nas Unidades Básicas de Saúde como uma possibilidade para a Caso seja necessário o transporte da equipe para a realização do cui-
reorganização inicial da Atenção Básica com vistas à implantação gradual dado in loco, nos sítios de atenção da população sem domicílio, o gestor
da estratégia de saúde da família ou como uma forma de agregar os agen- poderá fazer a opção de agregar ao incentivo financeiro mensal o compo-
tes comunitários a outras maneiras de organização da atenção básica. São nente de custeio da Unidade Móvel. O gestor local que fizer esta opção
itens necessários à implantação desta estratégia: deverá viabilizar veículo de transporte com capacidade de transportar os
profissionais da equipe, equipamentos, materiais e insumos necessários
I - a existência de uma Unidade Básica de Saúde, inscrita no sistema
para a realização das atividades propostas, além de permitir que alguns
de Cadastro Nacional vigente que passa a ser a UBS de referência para a
procedimentos possam ser realizados no seu interior. Esta Unidade Móvel
equipe de agentes comunitários de saúde;
deverá estar adequada aos requisitos pactuados e definidos nacionalmente,
II -a existência de um enfermeiro para até no máximo 12 ACS e no mí- incluindo o padrão de identificação visual.
nimo 04, constituindo assim uma equipe de Agentes Comunitários de
O Ministério da Saúde publicará Portaria Específica e Manual Técnico
Saúde; e
disciplinando composição das equipes, valor do incentivo financeiro, diretri-
III - o cumprimento da carga horária integral de 40 horas semanais por zes de funcionamento, monitoramento e acompanhamento das equipes de
toda a equipe de agentes comunitários, composta por ACS e enfermeiro consultório na rua entre outras disposições.
supervisor.
2. Equipes de saúde da família para o atendimento da População Ri-
Fica garantido o financiamento das equipes de agentes comunitários beirinha da Amazônia Legal e Pantanal Sul Matogrossense
de saúde já credenciadas em data anterior a esta portaria que não estão Considerando as especificidades locais, os municípios da Amazônia
adequadas ao parâmetro de 01 enfermeiro para no máximo 12 ACS, porém Legal e Mato Grosso do Sul podem optar entre dois arranjos organizacio-
extinta a possibilidade de implantação de novas equipes com esta configu- nais para equipes Saúde da Família, além dos existentes para o restante do
ração a partir da publicação desta Portaria. país:
Cada ACS deve realizar as ações previstas nesta portaria e ter uma I - Equipe de Saúde da Família Ribeirinhas (ESFR): equipes que de-
microárea sob sua responsabilidade, cuja população não ultrapasse 750 sempenham a maior parte de suas funções em unidades básicas de saúde
pessoas. construídas/localizadas nas comunidades pertencentes à área adscrita e
O enfermeiro da Estratégia Agentes Comunitários de Saúde, além das cujo acesso se dá por meio fluvial; e
atribuições de atenção à saúde e de gestão, comuns a qualquer enfermeiro II -Equipes de Saúde da Família Fluviais (ESFF): equipes que desem-
da atenção básica descritas nesta portaria, a atribuição de planejar, coor- penham suas funções em Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF).
denar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS, comum aos enfermeiros
As Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas e Fluviais deverão ser
da estratégia de saúde da família, e deve ainda facilitar a relação entre os
compostas, durante todo o período de atendimento à população por, no
profissionais da Unidade Básica de Saúde e os ACS contribuindo para a
mínimo: um (01) Médico generalista ou especialista em saúde da família, ou
organização da atenção à saúde, qualificação do acesso, acolhimento,
medico de família e comunidade, um (01) Enfermeiro generalista ou espe-
vínculo, longitudinalidade do cuidado e orientação da atuação da equipe da
cialista em saúde da família; um (1) Técnico ou Auxiliar de Enfermagem e
UBS em função das prioridades definidas equanimemente conforme crité-
de Seis (06) a doze (12) Agentes Comunitários de Saúde.
rios de necessidade de saúde, vulnerabilidade, risco, entre outros.
As equipes de Saúde da Família Ribeirinhas devem contar ainda com
Equipes de atenção básica para populações específicas
um (01) microscopista, nas regiões endêmicas.
1. Equipes do consultório na rua
As equipes de Saúde da Família Fluviais devem contar ainda com um
A responsabilidade pela atenção à saúde da população de rua, como (01) técnico de laboratório e/ou bioquímico.Estas equipes poderão incluir na
de qualquer outro cidadão, é de todo e qualquer profissional do Sistema composição mínima os profissionais de saúde bucal, um (1) cirurgião
Único de Saúde com destaque especial para a atenção básica. Em situa- dentista generalista ou especialista em saúde da família, e um (01) Técnico
ções específicas, com o objetivo de ampliar o acesso destes usuários à ou Auxiliar em Saúde Bucal, conforme modalidades I e II descritas anteri-
rede de atenção e ofertar de maneira mais oportuna a atenção integral à ormente.

Conhecimentos Específicos 237 A Opção Certa Para a Sua Realização


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As Equipes de Saúde da Família Ribeirinha deverão prestar atendimen- Critério para solicitação de amplia-
to à população por, no mínimo, 14 dias mensais (carga horária equivalente Profissionais Máximo
ção da equipe
à 8h/dia) e dois dias para atividades de educação permanente, registro da
produção e planejamento das ações. Os Agentes Comunitários de Saúde Agente Comunitário de trabalhador vinculado a no mínimo
12 (doze)
deverão cumprir 40h/semanais de trabalhoe residir na área de atuação. É Saúde 100 pessoas
recomendável as mesmas condições para os auxiliares e técnicos de Aux. ou Técnico de trabalhador vinculado a no mínimo
enfermagem e saúde bucal. 04 (quatro)
Enfermagem 500 pessoas
As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) devem:
trabalhador vinculado a no mínimo
I - funcionar, no mínimo, 20 dias/mês, com pelo menos uma equipe de Técnico em Saúde Bucal 01 (um)
500 pessoas
saúde da família fluvial. O tempo de funcionamento destas unidades deve
compreender o deslocamento fluvial até as comunidades e o atendimento trabalhador vinculado a no mínimo
Enfermeiro 02 (dois)
1.000 pessoas
direto à população ribeirinha. Em uma UBSF pode atuar mais de uma ESFF
a fim de compartilhar o atendimento da população e dividir e reduzir o Para implantar Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas nos Municí-
tempo de navegação de cada equipe. O gestor municipal deve prever pios onde o teto de cobertura de Equipes de Saúde da Família já tenha sido
tempo em solo, na sede do município, para que as equipes possam fazer atingido, estas devem ser substituídas pela nova modalidade de equipe
atividades de planejamento e educação permanente junto com outros mediante aprovação pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS), Comissão
profissionais e equipes. Os Agentes Comunitários de Saúde deverão cum- Intergestores Regional (CIR) e Comissão Intergestores Bipartite (CIB).
prir 40h/semanais e residir na área de atuação. São recomendáveis as
mesmas condições para os auxiliares e técnicos de enfermagem e saúde As Unidades Básicas de Saúde Fluviais e as Equipes de Saúde da
bucal; Família para Populações Ribeirinhas poderão prestar serviços a popula-
ções de mais de um Município, desde que celebrado instrumento jurídico
II -nas situações nas quais for demonstrada a impossibilidade de funci- que formalize a relação entre os municípios, devidamente aprovado na
onamento da Unidade Básica de Saúde Fluvial pelo mínimo de 20 dias respectiva Comissão Intergestores Regional - CIR e Comissão Intergesto-
devido às características e dimensões do território, deverá ser construída res Bipartite - CIB.
justificativa e proposição alternativa de funcionamento, aprovada na Comis-
são Intergestores Regional - CIR e na Comissão Intergestores Bipartite e Para implantação de Equipes de Saúde da Família Fluviais e Equipes
encaminhada ao Ministério da Saúde para avaliação e parecer redefinindo de Saúde da Família para Populações Ribeirinhas, os Municípios deverão
tempo mínimo de funcionamento e adequação do financiamento, se for o seguir o fluxo previsto para a implantação de Equipes de Saúde da Família.
caso;
III -adotar circuito de deslocamento que garanta o atendimento a todas Núcleos de Apoio à Saúde da Família
as comunidades assistidas, ao menos até 60 (sessenta) dias, para assegu- Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF foram criados com o
rar a execução das ações de Atenção Básica pelas equipes visando mini- objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica,
mamente a continuidade de pré-natal, puericultura e cuidado continuado de bem como sua resolubilidade.
usuários com condições crônicas dentro dos padrões mínimos recomenda- Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF são constituídos por
dos;
equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento,
IV - delimitar área de atuação com população adscrita, acompanhada que devem atuar de maneira integrada e apoiando os profissionais das
por Agentes Comunitários de Saúde, compatível com sua capacidade de Equipes Saúde da Família, das Equipes de Atenção Básica para popula-
atuação e considerando a alínea II; ções específicas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais, etc.) e
V - as equipes que trabalharão nas UBSF deverão garantir as informa- academia da saúde, compartilhando as práticas e saberes em saúde nos
ções referentes à sua área de abrangência. No caso de prestar serviços em territórios sob responsabilidade destas equipes, atuando diretamente no
mais de um município, cada município deverá garantir a alimentação das apoio matricial às equipes da(s) unidade(s) na(s) qual(is) o NASF está
informações de suas respectivas áreas de abrangência. vinculado e no território destas equipes.
As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) deverão cumprir, cu- Os NASF fazem parte da atenção básica, mas não se constituem como
mulativamente, os seguintes requisitos: serviços com unidades físicas independentes ou especiais, e não são de
I - quanto à estrutura física mínima, devem dispor de: Consultório mé- livre acesso para atendimento individual ou coletivo (estes, quando neces-
dico; Consultório de enfermagem; Consultório Odontológico; Ambiente para sários, devem ser regulados pelas equipes de atenção básica). Devem, a
armazenamento e dispensação de medicamentos; Laboratório; Sala de partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes e/ou
vacina; Banheiros; Expurgo; Cabines com leitos em número suficiente para Academia da saúde, atuar de forma integrada à Rede de Atenção à Saúde
toda a equipe; Cozinha; Sala de procedimentos; Identificação segundo e seus serviços (ex.: CAPS, CEREST, Ambulatórios Especializados etc.)
padrões visuais da Saúde da Família, estabelecidos nacionalmente; e além de outras redes como SUAS, redes sociais e comunitárias.
II - quanto aos equipamentos, devem dispor, no mínimo, de: Maca gi- A responsabilização compartilhada entre a equipe do NASF e as equi-
necológica; Balança Adulto; Balança Pediátrica; Geladeira para vacinas; pes de saúde da família/equipes de atenção básica para populações espe-
Instrumentos básicos para o laboratório: macro e microcentrífuga e micros- cíficas prevê a revisão da prática do encaminhamento com base nos pro-
cópio binocular, contador de células, espectrofotômetro e agitador de Kline, cessos de referência e contra-referência, ampliandoa para um processo de
autoclave e instrumentais; Equipamentos diversos: sonar, esfignomanôme- compartilhamento de casos e acompanhamento longitudinal de responsabi-
tros, estetoscópios, termômetros, medidor de glicemia capilar, Equipo lidade das equipes de atenção básica, atuando no fortalecimento de seus
odontológico completo e instrumentais. princípios e no papel de coordenação do cuidado nas redes de atenção à
saúde.
O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio das Equipes de
Os NASF devem buscar contribuir para a integralidade do cuidado aos
Saúde da Família Ribeirinhas será publicado em portaria específica e
usuários do SUS principalmente por intermédio da ampliação da clínica,
poderá ser agregado de um valor caso esta equipe necessite de transporte
auxiliando no aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre
fluvial para a execução de suas atividades.
problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto
O valor do o valor do incentivo mensal para custeio das Unidades Bási- sanitários. São exemplos de ações de apoio desenvolvidas pelos profissio-
cas de Saúde Fluviais será publicado em portaria específica, com uma nais dos NASF: discussão de casos, atendimento conjunto ou não, inter-
modalidade sem profissionais de saúde bucal e outra com estes profissio- consulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação perma-
nais. nente, intervenções no território e na saúde de grupos populacionais e da
Devido à grande dispersão populacional, os municípios poderão solici- coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção e promoção da
tar ampliação da composição mínima das equipes de saúde da família saúde, discussão do processo de trabalho das equipes e etc.
fluviais e equipes de saúde da família ribeirinhas con-forme o quadro abai- Todas as atividades podem se desenvolvidas nas unidades básicas de
xo, fazendo jus a um incentivo para cada agregação a ser definido em saúde, academias da saúde ou em outros pontos do território. Os NASF
portaria específica: devem utilizar as Academias da Saúde como espaços que ampliam a

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capacidade de intervenção coletiva das equipes de atenção básica para as pes de Saúde da Família e/ou equipes de atenção básica para populações
ações de promoção de saúde, buscando fortalecer o protagonismo de específicas. Excepcionalmente, nos Municípios com menos de 100.000
grupos sociais em condições de vulnerabilidade na superação de sua habitantes dos Estados da Amazônia Legal e Pantanal Sul Matogrossense,
condição. cada NASF 1 poderá realizar suas atividades vinculado a, no mínimo, 5
Quando presente no NASF, o profissional sanitarista pode reforçar as (cinco) e no máximo 9 (nove) equipes.
ações de apoio institucional e/ou matricial, ainda que as mesmas não sejam Define-se que cada NASF 2 realize suas atividades vinculado a, no mí-
exclusivas dele, tais como: análise e intervenção conjunta sobre riscos nimo, 3 (três) equipes de Saúde da Família e no máximo 7 (sete) equipes
coletivos e vulnerabilidades, apoio à discussão de informações e indicado- de saúde da família.
res e saúde (bem como de eventos-sentinela e casos-traçadores e analisa- OS NASF 3, que são suprimidos por essa portaria, se tornarão automa-
dores), suporte à organização do processo de trabalho (acolhimento, cuida- ticamente NASF 2, para isso os municípios com projetos de NASF 3 anteri-
do continuado/programado, ações coletivas, gestão das agendas, articula- ormente enviados ao Ministério da Saúde deverão enviar para CIB docu-
ção com outros pontos de atenção da rede, identificação de necessidades mento que informa as alterações ocorridas. Fica garantido o financiamento
de educação permanente, utilização de dispositivos de gestão do cuidado dos NASF intermunicipais já habilitados em data anterior, porém extinta a
etc). possibilidade de implantação de novos a partir da publicação desta portaria.
Os NASF podem ser organizados em duas modalidades, NASF 1 e Cada NASF poderá ser vinculado a no máximo 03 (três) pólos do Pro-
NASF 2. A implantação de mais de uma modalidade de forma concomitante grama Academia da Saúde em seu território de abrangência, independente
nos municípios e no Distrito Federal não receberá incentivo financeiro do tipo de NASF e da modalidade do polo implantado. Para cada pólo
federal. vinculado à equipe do NASF deverá existir pelo menos 1 (um) profissional
O NASF 1 deverá ter uma equipe formada por uma composição de pro- de saúde de nível superior com carga horária de 40 horas semanais ou 2
fissionais de nível superior escolhidos dentre as ocupações listadas abaixo (dois) profissionais de saúde de nível superior com carga horária mínima de
que reúnam as seguintes condições: 20 horas semanais cada, que será(ao) responsável(is) pelas atividades do
I -a soma das cargas horárias semanais dos membros da equipe deve Programa Academia da Saúde. Este(s) profissional(is) deve(m) ter forma-
acumular no mínimo 200 horas semanais; ção compatível e exercer função relacionada às atividades da academia da
saúde.
II - nenhum profissional poderá ter carga horária semanal menor que 20
horas; e Quanto ao NASF, compete as Secretarias de Saúde dos Municípios e
do Distrito Federal:
III - cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter no mínimo 20
horas e no máximo 80 horas de carga horária semanal. I -definir o território de atuação de cada NASF de acordo com as equi-
pes de Saúde da Família e/ou equipes de atenção básica para populações
O NASF 2 deverá ter uma equipe formada por uma composição de pro-
específicas às quais estes NASF estiverem vinculados; propiciar o planeja-
fissionais de nível superior escolhidos dentre as ocupações listadas abaixo
mento das ações que serão realizadas pelos NASF, de forma compartilha-
que reúnam as seguintes condições:
da entre os profissionais (Equipe NASF e Equipe SF e Equipes de atenção
I -a soma das cargas horárias semanais dos membros da equipe deve básica para populações específicas);
acumular no mínimo 120 horas semanais;
II - selecionar, contratar e remunerar os profissionais dos NASF, em
II - nenhum profissional poderá ter carga horária semanal menor que 20 conformidade com a legislação vigente nos municípios e Distrito Federal; e
horas; e III - disponibilizar espaço físico adequado nas UBS, e garantir os recur-
III - cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter no mínimo 20 sos de custeio necessários ao desenvolvimento das atividades mínimas
horas e no máximo 40 horas de carga horária semanal. descritas no escopo de ações dos diferentes profissionais que comporão os
Poderão compor os NASF 1 e 2 as seguintes ocupações do Código NASF, não sendo recomendada estrutura física específica para a equipe de
Brasileiro de Ocupações - CBO: Médico Acupunturista; Assistente Social; NASF.
Profissional/Professor de Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Programa Saúde na Escola
Fonoaudiólogo; Médico Ginecologista/Obstetra; Médico Homeopata; Nutri- O Programa Saúde na Escola - PSE, instituído pelo Decreto Presiden-
cionista; Médico Pediatra; Psicólogo; Médico Psiquiatra; Terapeuta Ocupa- cial nº 6.286 de 5 de dezembro de 2007, surgiu como uma política interseto-
cional; Médico Geriatra; Médico Internista (clinica médica), Médico do rial entre os Ministérios da Saúde e da Educação, na perspectiva da aten-
Trabalho, Médico Veterinário, profissional com formação em arte e educa- ção integral (promoção, prevenção, diagnóstico e recuperação da saúde e
ção (arte educador) e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional formação) à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino público
graduado na área de saúde com pós-graduação em saúde pública ou básico, no âmbito das escolas e unidades básicas de saúde, realizada
coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas. pelas equipes de saúde da atenção básica e educação de forma integrada,
A composição de cada um dos NASF será definida pelos gestores mu- por meio de ações de:
nicipais, seguindo os critérios de prioridade identificados a partir dos dados I - avaliação clínica e psicossocial que objetivam identificar necessida-
epidemiológicos e das necessidades locais e das equipes de saúde que des de saúde e garantir a atenção integral às mesmas na rede de atenção
serão apoiadas. à saúde;
Os NASF1e2 devem funcionar em horário de trabalho coincidente com II - promoção e prevenção que articulem práticas de formação, educati-
o das equipes de Saúde da Família e/ou equipes de atenção básica para vas e de saúde visando a promoção da alimentação saudável, a promoção
populações específicas que apóiam. de práticas corporais e atividades físicas nas escolas, a educação para a
Os profissionais do NASF devem ser cadastrados em uma única uni- saúde sexual e reprodutiva, a prevenção ao uso de álcool, tabaco e outras
dade de saúde, localizada preferencialmente dentro do território de atuação drogas, a promoção da cultura de paz e prevenção das violências, a pro-
das equipes de Saúde da Família e/ou equipes de atenção básica para moção da saúde ambiental e desenvolvimento sustentável; e
populações específicas, às quais estão vinculados, não recomendado a III - educação permanente para qualificação da atuação dos profissio-
existência de uma Unidade de Saúde ou serviço de saúde específicos para nais da educação e da saúde e formação de jovens.
a equipe de NASF. A Gestão do PSE é centrada em ações compartilhadas e coresponsá-
A organização do trabalho do NASF deve seguir as normas publicadas veis. A articulação intersetorial das redes públicas de saúde, de educação e
pelo Ministério da Saúde destacando os Cadernos de Atenção Bási- das demais redes sociais se dá por meio dos Grupos de Trabalho Interseto-
ca/Primária que tratam do tema, descrevendo as diretrizes, o processo de riais (GTI) (Federal, Estadual e Municipal) que são responsáveis pela
trabalho, as principais ferramentas e as ações de responsabilidade de todos gestão do incentivo financeiro e material, pelo apoio institucional às equipes
os profissionais dos NASF a serem desenvolvidas em conjunto com as de saúde e educação na implementação das ações, pelo planejamento,
equipes de Saúde da Família, equipes de atenção básica para populações monitoramento e avaliação do Pro-grama.
específicas e/ou academia da saúde. Sobre o processo de implantação, credenciamento, cálculo dos tetos
Define-se que cada NASF 1 realize suas atividades vinculado a, no mí- das equipes de atenção básica, e do financiamento do bloco de atenção
nimo, 8 (oito) Equipes de Saúde da Família e no máximo 15 (quinze) equi- básica:

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1. Implantação e Credenciamento II - para Municípios com 100.000 habitantes ou mais da Amazônia Le-
Para implantação e credenciamento das equipes de atenção básica, gal e para Municípios das demais unidades da Federação = número de ESF
descritas neste anexo, os municípios e o Distrito Federal deverão: do Município/8.
I - realizar projeto(s) de implantação das equipes de saúde da Família, O número máximo de NASF 2 aos quais o município pode fazer jus pa-
com ou sem os profissionais de saúde bucal, equipe de agentes comunitá- ra recebimento de recursos financeiros específicos será de 1 (um) NASF 2.
rios de saúde, das equipes de atenção básica para populações específicas D) O teto máximo de Equipes Saúde da Família Ribeirinha e Fluvial e
e do NASF. Os itens que devem minimamente constar do projeto estão equipes de consultório na rua será avaliado posteriormente, de acordo com
descritos no anexo III desta portaria; cada projeto.
II - aprovar o projeto elaborado nos Conselhos de Saúde dos Municí- 3. Do Financiamento da Atenção Básica O financiamento da Atenção
pios e encaminhá-lo à Secretaria Estadual de Saúde ou sua instância Básica deve ser tripartite. No âmbito federal o montante de recursos finan-
regional para análise. O Distrito Federal, após a aprovação por seu Conse- ceiros destinados à viabilização de ações de Atenção Básica à saúde
lho de Saúde, deverá encaminhar sua proposta para o Ministério da Saúde; compõe o Bloco de financiamento de Atenção Básica (Bloco AB) e parte do
III - cadastrar os profissionais das equipes, previamente credenciadas Bloco de financiamento de investimento. Seus recursos deverão ser utiliza-
pelo estado conforme decisão da CIB, no SCNES e alimentar os dados no dos para financiamento das ações de Atenção Básica descritas na RENA-
sistema de informação que comprove o início de suas atividades; para SES e nos Planos de Saúde do município e do Distrito Federal.
passar a receber o incentivo correspondente às equipes efetivamente Os repasses dos recursos do Bloco AB aos municípios são efetuados
implantadas; e em conta aberta especificamente para este fim, de acordo com a normati-
IV - solicitar substituição, no SCNES, de categorias de profissionais co- zação geral de transferências de recursos fundo a fundo do Ministério da
locados no projeto inicial caso exista a necessidade de mudança, sendo Saúde, com o objetivo de facilitar o acompanhamento pelos Conselhos de
necessário o envio de um oficio comunicando sobre a necessidade desta Saúde no âmbito dos municípios, dos estados e do Distrito Federal.
alteração ao Estado. O Ministério da Saúde definirá os códigos de lançamentos, assim como
Para Implantação e Credenciamento das referidas equipes as secreta- seus identificadores literais, que constarão nos respectivos avisos de crédi-
rias estaduais de saúde e o Distrito Federal deverão: to, para tornar claro o objeto de cada lançamento em conta. O aviso de
I - analisar e encaminhar as propostas de implantação das equipes crédito deverá ser enviado ao Secretário de Saúde, ao Fundo de Saúde, ao
elaboradas pelos municípios e aprovadas pelos Conselhos Municipais de à Conselho de Saúde, ao Poder Legislativo e ao Ministério Público dos res-
Comissão Intergestores Bipartite (CIB) no prazo máximo de 30 dias, após a pectivos níveis de governo.
data do protocolo de entrada do processo na Secretaria Estadual de Saúde Os registros contábeis e os demonstrativos gerenciais mensais devi-
ou na instância regional; damente atualizados relativos aos recursos repassados a essas contas
II - após aprovação na CIB, cabe à Secretaria de Saúde dos Estados e ficarão, permanentemente, à disposição dos Conselhos responsáveis pelo
do Distrito Federal informar ao Ministério da Saúde, até o dia 15 de cada acompanhamento, e a fiscalização, no âmbito dos Municípios, dos Estados,
mês, o número de equipes, suas diferentes modalidades e composições de do Distrito Federal e dos órgãos de fiscalização federais, estaduais e muni-
profissionais com as respectivas cargas horárias, que farão jus ao recebi- cipais, de controle interno e externo.
mento de incentivos financeiros da atenção básica; Os municípios deverão remeter por via eletrônica o processamento da
III - submeter à CIB, para resolução, o fluxo de acompanhamento do produção de serviços referentes ao Bloco AB ao Ministério da Saúde ou à
cadastramento dos profissionais das equipes nos sistemas de informação Secretaria Estadual de Saúde, de acordo com cronograma pactuado. As
nacionais, definidos para esse fim; Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal devem enviar as
informações ao DATASUS, observando cronograma estabelecido pelo
IV -submeter à CIB, para resolução, o fluxo de descredenciamento e/ou Ministério da Saúde.
o bloqueio de recursos diante de irregularidades constatadas na implanta-
De acordo com o artigo 6º, do Decreto nº 1.651/95, a comprovação da
ção e no funcionamento das equipes a ser publicado como portaria de
aplicação dos recursos transferidos do Fundo Nacional de Saúde para os
resolução da CIB, visando à regularização das equipes que atuam de forma
Fundos Estaduais e Municipais de Saúde, na forma do Decreto nº 1.232/94,
inadequada; e
que trata das transferências, fundo a fundo, deve ser apresentada ao
V - responsabilizar-se perante o Ministério da Saúde pelo monitoramen- Ministério da Saúde e ao Estado, por meio de relatório de gestão, aprovado
to, o controle e a avaliação da utilização dos recursos de incentivo destas pelo respectivo Conselho de Saúde.
equipes.
Da mesma forma, a prestação de contas dos valores recebidos e apli-
2. Cálculo do Teto das equipes de atenção básica cados no período deve ser aprovada no Conselho Municipal de Saúde e
Para o cálculo do teto máximo de equipes de saúde da família, de encaminhada ao Tribunal de Contas do Estado ou Município e à Câmara
agentes comunitários de saúde, de equipes de saúde bucal e dos Núcleos Municipal.
de Apoio à Saúde da Família a fonte de dados populacionais utilizada será A demonstração da movimentação dos recursos de cada conta deverá
a mesma vigente para cálculo do recurso per capita definida pelo IBGE e ser efetuada, seja na Prestação de Contas, seja quando solicitada pelos
publicada pelo Ministério da Saúde. órgãos de controle, mediante a apresentação de:
A) Saúde da Família com ou sem os profissionais de saúde bucal: o I -relatórios mensais da origem e da aplicação dos recursos;
número máximo de ESF com ou sem os profissionais de saúde bucal pelas
II - demonstrativo sintético de execução orçamentária;
quais o município e o Distrito Federal podem fazer jus ao recebimento de
recursos financeiros específicos será calculado pela fórmula: popula- III - demonstrativo detalhado das principais despesas; e
ção/2400. IV - relatório de gestão.
B) Agentes Comunitários de Saúde: o número máximo de ACS pelos O Relatório de Gestão deverá demonstrar como a aplicação dos recur-
quais o município e o Distrito Federal podem fazer jus ao recebimento de sos financeiros resultou em ações de saúde para a população, incluindo
recursos financeiros específicos será calculado pela fórmula: população quantitativos mensais e anuais de produção de serviços de Atenção Básica.
/400. Para municípios dos estados da Região Norte, Maranhão e Mato
O financiamento federal desta política é composto por:
Grosso, a fórmula será: população da área urbana/400 + população da área
rural/280. A) Recursos per capita;
C) NASF - Núcleo de Apoio de Saúde da Família: o número máximo de B) Recursos para projetos específicos, tais como os recursos da com-
NASF 1 aos quais os municípios e o Distrito Federal podem fazer jus para pensação das especificidades regionais (CER), do Programa de Requalifi-
recebimento de recursos financeiros específicos será calculado pelas cação das Unidades Básica de Saúde, Recurso de Investimento/ Estrutura-
fórmulas: ção e Recursos de Estruturação na Implantação;
I - para Municípios com menos de 100.000 habitantes de Estados da C) Recursos de investimento;
Amazônia Legal = número de ESF do Município/5; e D) Recursos que estão condicionados à implantação de estratégias e
programas prioritários, tais como os recursos específicos para os municí-

Conhecimentos Específicos 240 A Opção Certa Para a Sua Realização


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pios que implantarem as Equipes de Saúde da Família, as Equipes de Em caso de redução do número de equipes, o município ou o Distrito
Saúde Bucal, de Agentes Comunitários de Saúde, dos Núcleos de Apoio à Federal não farão jus a novos recursos de implantação até que seja alcan-
Saúde da Família, dos Consultórios na Rua, de Saúde da Família Fluviais e çado o número de equipes já implantado anterior-mente.
Ribeirinhas, de Atenção Domiciliar, Programa Saúde na Escola (PSE), D) Os recursos que estão condicionados à implantação de estratégias
microscopistas e a Academia da Saúde; e programas prioritários, tais como os recursos específicos para os municí-
E) Recursos condicionados a resultados e avaliação do aces-so e da pios que implantarem as equipes de Saúde da Família, equipes de Saúde
qualidade, tal como o do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Bucal, de Agentes Comunitários de Saúde, dos Núcleos de Apoio à Saúde
Qualidade (PMAQ); da Família, dos Consultórios na Rua, de Saúde da Família Fluviais e Ribei-
A) Recurso per capita rinhas, de Atenção Domiciliar, Programa Saúde na Escola (PSE), micros-
copistas e a Academia da Saúde
O recurso per capita será transferido mensalmente, de forma regular e
1. Equipes de Saúde da Família (SF): os valores dos incentivos finan-
automática, do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde
ceiros para as Equipes de Saúde da Família implantadas serão transferidos
e do Distrito Federal com base num valor multiplicado pela população do
a cada mês, tendo como base o número de Equipe de Saúde da Família
Município.
(ESF) registrados no sistema de Cadastro Nacional vigente no mês anterior
O recurso será calculado pela multiplicação da população de cada mu- ao da respectiva competência financeira. São estabelecidas duas modali-
nicípio e do Distrito Federal por um valor, fruto de pactuação tripartite e dades de financiamento para as ESF:
devidamente publicado em portaria específica, levando em conta critérios
1.1. - Equipes de Saúde da família Modalidade 1: são as ESF que
de equidade.
atendem aos seguintes critérios:
A população de cada município e do Distrito Federal será a população
I - estiverem implantadas em municípios com população de até 50 mil
definida pelo IBGE e publicada em portaria específica pelo Ministério da
habitantes nos Estados da Amazônia Legal e até 30 mil habitantes nos
Saúde.
demais Estados do País; e
B) Recursos para Projetos específicos, que inclui os recursos da Com-
II - estiverem implantadas em municípios não incluídos no estabelecido
pensação das Especificidades Regionais (CER), o Programa de Requalifi-
na alínea I e atendam a população remanescente de quilombos ou residen-
cação das Unidades Básica de Saúde e Recurso de Estruturação.
te em assentamentos de no mínimo 70 (setenta) pessoas, respeitado o
Parte dos recursos do Bloco AB poderá ser repassado para implanta- número máximo de equipes por município, publicado em portaria específi-
ção e execução de ações e programas específicos definidos de maneira ca.
tripartite, entre eles:
As equipes que na data de publicação desta Portaria recebem como
Compensação de Especificidades Regionais: trata-se de recursos modalidade 1 de financiamento, por qualquer um dos motivos listados
transferidos com o objetivo de responder a especificidades de municípios, abaixo não terão decréscimo do recurso repassado atualmente, ainda que
populações ou situações que exigem maior aporte de recursos, mas que não enquadradas nos critérios acima descritos:
não são devidamente contempladas nos demais componentes do Bloco AB.
I - pertencerem a municípios que integraram o Programa de Interioriza-
Os critérios de distribuição dos recursos e valores para cada Estado e para
ção do Trabalho em Saúde (PITS);
o Distrito Federal pactuados são definidos em Portaria Ministerial especifica
para este fim. A utilização dos recursos de Compensação de Especificida- II -pertencerem a municípios que têm índice de Desenvolvimento Hu-
des Regionais é definida por cada CIB levando em conta os objetivos deste mano (IDH) igual ou inferior a 0,7; e
componente e pactuando projeto com finalidade, critérios, distribuição e III - estiverem nas áreas do Programa Nacional de Segurança Pública
utilização dos recursos, monitoramento e avaliação dos resultados. O com Cidadania - Pronasci.
projeto, os critérios bem como a lista de municípios contemplados com seus 1.2. Equipes de Saúde da família Modalidade 2: são as ESF implanta-
respectivos valores deverão ser informados ao plenário da CIT. No caso do das em todo o território nacional que não se enquadram nos critérios da
Distrito Federal, a proposta de aplicação deste recurso deverá ser submeti- Modalidade 1.
da à aprovação pelo Colegiado Gestor do Distrito Federal. Quando um município, por aumento da população, deixar de ter direito
Assim os municípios podem receber um recurso complementar aos ao valor da modalidade 1, deverá ser realizada etapa de transição durante
demais componentes do Bloco de AB relacionados ao enfrentamento de o ano da mudança que busque evitar a perda nominal acentuada de recur-
especificidades geradoras de iniqüidade tais como: municípios mais pobres, sos do Bloco de Atenção Básica.
com piores indicadores e maiores necessidades; municípios com maiores 1.3. As equipes de Saúde da Família com diferentes inserções do pro-
dificuldades de atração e fixação de profissionais e municípios isolados ou fissional médico receberão recursos de acordo com sua modalidade e
com dificuldade de acesso; qualificação da atenção a populações sazonais, segundo a descrição abaixo:
rurais, quilombolas, tradicionais, assentadas, isoladas; projetos cuja implan-
tação se dá mediante adesão e estão ligados ao enfrentamento da iniqüi- 1.3.1 2 (dois) médicos integrados a uma única equipe, cumprindo indi-
dade através de ações de educação permanente, fortalecimento, moderni- vidualmente carga horária semanal de 30 horas (equivalente a 01 (um)
zação e qualificação da gestão, implantação de ações e alternativas que médico com jornada de 40 horas semanais), com repasse integral do
enfrentem iniqüidades entre os municípios ligadas a qualquer um dos temas financiamento para uma equipe de saúde da família modalidade I ou II.
citados ou outros. 1.3.2. 3 (três) médicos cumprindo individualmente carga horária sema-
Programa de Requalificação das Unidades Básica de Saúde: Recursos nal de 30 horas (equivalente a 02 (dois) médicos com jornada de 40 horas,
destinados à estruturação da rede de serviços da atenção básica publica- de duas equipes), com repasse integral do financiamento para duas equi-
dos em portaria específica com o montante disponibilizado por Unidade da pes de saúde da família modalidade I ou II.
Federação e cuja aplicação dos critérios de decisão é objeto de pactuação 1.3.3. 4 (quatro) médicos com carga horária semanal de 30 horas
na CIT e nas CIB. Esses recursos serão transferidos fundo a fundo aos (equivalente a 03 (três) médicos com jornada de 40 horas semanais, de 03
municípios que se adequarem a esses critérios, e depositados em conta equipes), com repasse integral do financiamento para três equipes de
específica. saúde da família modalidade I ou II.
Recursos de Investimento/Estruturação: São recursos destinados a es- 1.3.4. 2 (dois) médicos integrados a uma equipe, cumprindo individual-
truturação dos serviços e ações da atenção básica, que podem ser repas- mente jornada de 20 horas semanais, e demais profissionais com jornada
sados aos municípios/ estados fundo a fundo ou através de convênio. de 40 horas semanais, com repasse de 85% do financiamento para uma
Recursos de Implantação: Na implantação das equipes de saúde da equipe de saúde da família modalidade I ou II.
família, saúde bucal e dos NASF os municípios e/ou o Distrito Federal 1.3.5. As equipes de Saúde da família na modalidade transitória: 01
receberão recursos específicos para estruturação das Unidades Básicas de (um) médico cumprindo jornada de 20 horas semanais e demais profissio-
Saúde, visando à melhoria da infra-estrutura física e de equipamentos para nais com jornada de 40 horas semanais, o município receberá repasse
o trabalho das equipes. Esses recursos serão repassados na competência mensal equivalente a 60% do valor do incentivo financeiro para uma equi-
financeira do mês posterior à implantação das equipes. pe, sendo vedada sua participação no Pro-grama de melhoria de acesso e
da qualidade.

Conhecimentos Específicos 241 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Quando as Equipes de Saúde da Família forem compostas também por O repasse do recurso para Microscopistas, Programa Saúde na Escola
profissionais de Saúde Bucal, o incentivo financeiro será transferido a cada (PSE), Academia da Saúde e Atenção domiciliar, assim como seus respec-
mês, tendo como base: tivos valores serão definidos em portarias específicas.
I - a modalidade específica dos profissionais de Saúde Bucal (ESB) Sobre a efetivação do repasse dos recursos referentes ao item D
que compõem a equipe de saúde da família e estão registrados no cadastro A efetivação da transferência dos recursos financeiros descritos no item
do SCNES no mês anterior ao da respectiva competência financeira; e D tem por base os dados de alimentação obrigatória do Sistema de Cadas-
II -a modalidade de toda a equipe de saúde da família, conforme des- tro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, cuja responsabilidade de
crito acima e relacionado às características dos municípios e da população manutenção e atualização é dos gestores dos estados, do Distrito Federal e
atendida. Assim, se ela faz parte de uma equipe de saúde da família moda- dos municípios, estes devem:
lidade I tem 50% de acréscimo no incentivo financeiro específico. I - transferir os dados mensalmente, para o Departamento de Informáti-
ca do SUS - DATASUS, por via magnética, de acordo com o cronograma
2. Equipes Saúde da Família comunidades Ribeirinhas e Fluviais definido anualmente pelo SCNES; e
2.1 Equipes Saúde da Família Ribeirinhas; os valores dos incentivos fi- II -a transferência dos dados para a Base Nacional do sistema de Ca-
nanceiros para as Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas implantadas dastro Nacional vigente se dará após geração do arquivo pelo sistema de
serão transferidos a cada mês, tendo como base o número de Equipe de informação definido pelo Ministério da Saúde para à Atenção Básica.
Saúde da Família Ribeirinhas (ESFR) registrados no sistema de Cadastro
Nacional vigente no mês anterior ao da respectiva competência financeira. Os valores dos componentes descritos acima serão definidos em porta-
rias específicas pelo Ministério da Saúde.
O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio das Equipes de
Saúde da Família Ribeirinhas será publicado em portaria específica e Sobre a suspensão do repasse dos recursos referentes ao item D
poderá ser agregado um valor nos casos em que a equipe necessite de O Ministério da Saúde suspenderá os repasses dos incentivos referen-
transporte fluvial para acessar as comunidades ribeirinhas adscritas para tes às equipes e aos serviços citados acima, nos casos em que forem
execução de suas atividades. constatadas, por meio do monitoramento e/ou da supervisão direta do
2.2. Equipes de Saúde da Família Fluviais: os valores dos incentivos fi- Ministério da Saúde ou da Secretaria Estadual de Saúde ou por auditoria do
nanceiros para as Equipes de Saúde da Família Fluviais implantadas serão DENASUS ou dos órgãos de controle competentes, qualquer uma das
transferidos a cada mês, tendo como base o número de Unidades Básicas seguintes situações:
de Saúde Fluviais (UBSF) registrados no sistema de Cadastro Nacional I - inexistência de unidade básica de saúde cadastrada para o trabalho
vigente no mês anterior ao da respectiva competência financeira. das equipes e/ou;
O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio das Unidades II - ausência, por um período superior a 60 dias, de qualquer um dos
Básicas de Saúde Fluviais será publicado em portaria específica, com uma profissionais que compõem as equipes descritas no item D, com exceção
modalidade sem profissionais de saúde bucal e outra com estes profissio- dos períodos em que a contratação de profissionais esteja impedida por
nais. Os critérios mínimos para o custeio das Unidades preexistentes ao legislação específica, e/ou;
Programa de Construção de Unidades Básicas de Saúde Fluviais também III - descumprimento da carga horária mínima prevista para os profissi-
serão publicados em portaria específica. onais das equipes; e
3. - Equipes Consultório na Rua IV - ausência de alimentação de dados no Sistema de Informação defi-
Os valores do incentivo financeiro para as equipes dos Consultórios na nidos pelo Ministério da saúde que comprovem o início de suas atividades.
Rua implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como base a moda- Especificamente para as equipes de saúde da família com os profissio-
lidade e o número de equipes cadastradas no sistema de Cadastro Nacio- nais de saúde bucal:
nal vigente no mês anterior ao da respectiva competência financeira. As equipes de Saúde da Família que sofrerem suspensão de recurso,
Os valores do repasse mensal que as equipes dos Consultórios na Rua por falta de profissional médico, enfermeiro ou técnico/auxiliar de enferma-
farão jus será definido em portaria específica, conforme sua modalidade e a gem conforme previsto acima, poderão manter os incentivos financeiros
necessidade de custeio para transporte da equipe de consultório de rua. específicos para saúde bucal, conforme modalidade de implantação, con-
O início do repasse mensal do incentivo ocorrerá após a publicação de tanto que adotem procedimento do SCNES preconizados pelo Ministério da
portaria de habilitação ao custeio que será emitida pelo Ministério da Saúde Saúde.
após a demonstração, pelo Município, do cadastramento da equipe consul- Especificamente para o NASF:
tório de rua no sistema de Cadastro Nacional vigente e da alimentação de I - inexistência de no mínimo 02 (duas) Equipes de Saúde da Famí-
dados no Sistema de Informação indicado pelo Ministério da saúde que lia/Equipes de Atenção Básica para populações específicas, vinculadas ao
comprovem o início de suas atividades. NASF 1 para municípios com menos de 100.000 hab. da Amazônia Legal
4. Núcleo de Apoio de Saúde da Família (NASF) ou;
O valor do incentivo federal para o custeio de cada NASF, dependerá II - inexistência de no mínimo 04 (quatro) Equipes de Saúde da Famí-
da sua categoria (1 ou 2) e será determinado em portaria específica. Os lia/Equipes de Atenção Básica para populações específicas, vinculadas ao
valores dos incentivos financeiros para os NASF implantados serão transfe- NASF 1 no restante do País ou; e
ridos a cada mês, tendo como base o número de NASF cadastrados no III - inexistência de no mínimo 01 (uma) Equipes de Saúde da Famí-
SCNES. O registro de procedimentos referentes à produção de serviços lia/Equipes de Atenção Básica para populações específicas, vinculadas ao
realizada pelos profissionais cadastrados nos NASF deverá ser realizado NASF 2.
no sistema indicado pelo Ministério da Saúde, mas não gerarão créditos Sendo consideradas para esse fim as Equipes completas de Saúde da
financeiros. Família/Equipes de Atenção Básica para populações específicas, ou equi-
5. Agentes Comunitários de Saúde (ACS) pes incompletas por período de até 60 (sessenta) dias.
Os valores dos incentivos financeiros para as equipes de ACS implan- Especificamente para os Consultórios na Rua:
tadas são transferidos a cada mês, tendo como base o número de Agentes Ausência de vinculação a Equipe de Saúde Bucal cadastrada para o
Comunitários de Saúde (ACS), registrados no sistema de Cadastro Nacio- trabalho das equipes;
nal vigente no mês anterior ao da respectiva competência financeira. Será
repassada uma parcela extra, no último trimestre de cada ano, cujo valor Da solicitação de crédito retroativo dos recursos referentes ao item D
será calculado com base no número de Agentes Comunitários de Saúde, Considerando a ocorrência de problemas na alimentação do SCNES,
registrados no cadastro de equipes e profissionais do SCNES, no mês de por parte dos estados, Distrito Federal e dos municípios na transferência
agosto do ano vigente. dos arquivos, realizada pelos municípios, o Distrito Federal e os estados, o
6. Microscopistas, Programa Saúde na Escola (PSE), Academia da Sa- Fundo Nacional de Saúde - FNS/SE/MS poderá efetuar crédito retroativo
úde e Atenção domiciliar dos incentivos financeiros deste recurso variável (C), com base em solicita-
ção da Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS. Esta retroatividade se
limitará aos seis meses anteriores ao mês em curso.

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Para solicitar os créditos retroativos, os municípios e o Distrito Federal atenção básica para populações específicas e dos Núcleos de apoio a
deverão: saúde da família deve conter:
I -preencher a planilha constante do Anexo III a esta Portaria, para in- I - O território a ser coberto, com estimativa da população residente, defini-
formar o tipo de incentivo financeiro que não foi creditado no Fundo Munici- ção do número de equipes que deverão atuar e com o mapeamento das áreas;
pal de Saúde ou do Distrito Federal, discriminando a competência financei- II - Infraestrutura incluindo área física, equipamentos e materiais dispo-
ra correspondente e identificando a equipe, com os respectivos profissio- níveis nas UBS onde atuarão as equipes, explicitando o número e o local
nais que a compõem; das unidades onde irão atuar cada uma das equipes;
II - imprimir o relatório de produção das equipes de atenção básica, re- III - O fluxo dos usuários para garantia da referência e contra-referência
ferente à equipe e ao mês trabalhado que não geraram a transferência dos e cuidado em outros pontos de atenção, incluindo apoio diagnóstico labora-
recursos; e torial e de imagem, levando em conta os padrões mínimos de oferta de
III - enviar ofício à Secretaria de Saúde de seu estado, pleiteando a serviços de acordo com RENASES e protocolos estabelecidos pelos muni-
complementação de crédito, acompanhado da planilha referida no item I e cípios, estados e pelo Ministério da Saúde;
do relatório de produção correspondente. No caso do Distrito Federal, o IV - A proposta para garantia da assistência farmacêutica básica;
ofício deverá ser encaminhado ao Departamento de Atenção Básica da
V - Descrição das principais ações a serem desenvolvidas pelas equi-
SAS/MS.
pes no âmbito da Atenção Básica, especialmente nas áreas prioritárias
As Secretarias Estaduais de Saúde, após analisarem a documentação definidas no âmbito nacional;
recebida dos municípios, deverão encaminhar ao Departamento de Atenção VI - Processo de gerenciamento e apoio institucional ao trabalho das
Básica da SAS/MS solicitação de complementação de crédito dos incenti- equipes;
vos tratados nesta Portaria, acompanhada dos documentos referidos nos
VII -A forma de recrutamento, seleção e contratação dos profissionais
itens I e II.
das equipes, contemplando o cumprimento da carga horária definida para
A Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS, por meio do Departamen- cada profissional das equipes;
to de Atenção Básica, procederá à análise das solicitações recebidas,
VIII - Implantação do sistema de Informação para atenção básica vi-
verificando a adequação da documentação enviada, se houve suspensão
gente no momento da implantação da equipe da Atenção Básica, incluindo
do crédito em virtude da constatação de irregularidade no funcionamento
recursos humanos e materiais para operá-lo;
das equipes e se a situação de qualificação do município ou do Distrito
Federal, na competência reclamada, permite o repasse dos recursos pleite- IX - Processo de avaliação do trabalho das equipes e a forma de
ados. acompanhamento dos indicadores da Atenção Básica;
E) Recursos condicionados a resultados e avaliação do aces-so e da X - A contrapartida de recursos dos municípios e do Distrito Federal; e
qualidade, tal como o do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da XI - No caso das equipes do NASF: os profissionais que vão compor os
Qualidade (PMAQ) NASF, incluindo as justificativas da escolha, as identificação das Equipes
que cada núcleo vai apoiar, o planejamento e/ou a previsão de agenda
Há um esforço do Ministério da Saúde em fazer com que parte dos re-
compartilhada entre as diferentes equipes e a equipe dos NASF, que inclu-
cursos induzam a ampliação do acesso, a qualificação do serviço e a
am ações individuais e coletivas, de assistência, de apoio pedagógico tanto
melhoria da atenção à saúde da população. Estes recursos devem ser
das equipes quanto da comunidade e as ações de visita domiciliar, em
repassados em função de programas que avaliem a implantação de pro-
qual(ais) UBS. O NASF será cadastrado SCNES de acordo com o número
cessos e a melhoria de resultados como o Programa Nacional de Melhoria
de equipes que a ele está vinculado.
do Acesso e da Qualidade (PMAQ).
O PMAQ tem como objetivo ampliar o acesso e a qualidade do cuidado
na atenção básica. Ele se dará através de monitoramento e avaliação da ANEXO III
atenção básica, e está atrelado a um incentivo financeiro para as gestões SOLICITAÇÃO RETROATIVA DE COMPLEMENTAÇÃO DO
municipais que aderirem ao programa. O incentivo de qualidade é variável e REPASSE DOS INCENTIVOS FINANCEIROS
dependente dos resultados alcançados pelas equipes e pela gestão muni- UF: ________MUNICÍPIO:____________ CÓDIGO IBGE: __________
cipal. Este incentivo será transferido a cada mês, tendo como base o núme- COMPETÊNCIA(S):______TIPO DE INCENTIVO:_____ ESF ( )_______
ro de equipes cadastradas no programa e os critérios definidos em portaria ACS ( )________ESB mod.___________I ( ) _________ II ( )__________
específica do PMAQ. UOM ( )______ESFPR ( )__________ ESFPRSB ( )______ESFF ( )
Requisitos mínimos para manutenção da transferência dos recursos do ________ ESFFSB ( )__________NASF tipo___________I ( )_________
Bloco da Atenção Básica. II ( ) CÓDIGO DO CNES:________ IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPE:_______
Os requisitos mínimos para a manutenção da transferência do Bloco da MOTIVO DO NÃO CADASTRAMENTO NO SISTEMA:_________
Atenção Básica são aqueles definidos pela legislação federal do SUS. NOME DOS PROFISSIONAIS CATEGORIA PROFISSIONAL CPF
O Plano de Saúde municipal ou do Distrito Federal, e a programação
anual de saúde aprovado pelo respectivo Conselho de Saúde, deve especi-
ficar a proposta de organização da Atenção Básica e explicitar como serão
utilizados os recursos do Bloco da Atenção Básica.
IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPE: Identificação da equipe através do no-
O Relatório de Gestão deverá demonstrar como a aplicação dos recur-
me por ela utilizado.
sos financeiros resultou em ações de saúde para a população, incluindo
quantitativos mensais e anuais de produção de serviços de Atenção Básica. TIPO DE INCENTIVO: Marcar se é relativo à equipe de Saúde da Famí-
lia, Agentes Comunitários de Saúde, equipe de Saúde Bucal modalidade I ou
Da suspensão do repasse de recursos do Bloco da Atenção Básica
II, Unidade Odontológica Móvel, equipe de Saúde da Familia População
O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recursos do Bloco da Ribeirinha, equipe de Saúde da Família População Ribeirinha com Saúde
Atenção Básica aos municípios e ao Distrito Federal, quando: Bucal, equipe de Saúde da Família Fluvial, equipe de Saúde da Família
I - Não houver alimentação regular, por parte dos municípios e do Dis- Fluvial com Saúde Bucal ou Núcleo de Apoio à Saúde da Família tipo I ou II.
trito Federal, dos bancos de dados nacionais de informação, relacionados RELAÇÃO DE PROFISSIONAIS: Nome completo de cada profissional
na portaria no. 3462 de 11 de novembro de 2010; e integrante da equipe, que não gerou incentivo.
II-Forem detectados, por meio de auditoria federal ou estadual, malver- CATEGORIA PROFISSIONAL: Identificar a categoria de cada profissi-
sação ou desvio de finalidade na utilização dos recursos. onal listado na coluna anterior.
A suspensão será mantida até a adequação das irregularidades identi- CPF: Informar o CPF dos profissionais das Equipes que foram suspensas.
ficadas. DATA: ___/___/_________________________________________
ANEXO II
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE:____________________
O projeto de implantação das equipes de Saúde da Família e/ou equi-
SECRETÁRIO DE SAÚDE DO ESTADO:
pes de saúde bucal, equipes de agentes comunitários, das Equipes de

Conhecimentos Específicos 243 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Conhecimentos Específicos 244 A Opção Certa Para a Sua Realização


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