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RECIFE
Agente Comunitário de Saúde
ACS
ÍNDICE
CONHECIMENTOS GERAIS
Língua portuguesa
1. Interpretação de texto ................................................................................................................................................................................... 01
Sinônimo e antônimos ....................................................................................................................................................................................... 09
2. Sentido próprio e figurado das palavras ....................................................................................................................................................... 10
3. Ortografia oficial ............................................................................................................................................................................................ 13
4. Acentuação gráfica ....................................................................................................................................................................................... 15
5. Pontuação: vírgula, dois pontos, travessão, reticências, ponto final e pontos de exclamação e interrogação ............................................ 16
6. Substantivo e adjetivo: flexão de gênero, número e grau ............................................................................................................................. 17
7. Verbos: regulares, irregulares e auxiliares.................................................................................................................................................... 17
8. Emprego de pronomes.................................................................................................................................................................................. 17
9. Preposição e conjunções .............................................................................................................................................................................. 17
10. Concordância verbal e nominal................................................................................................................................................................... 33
11. Crase ........................................................................................................................................................................................................... 35
12. Regência nominal e verbal.......................................................................................................................................................................... 33
Matemática
1. Números naturais: operações e propriedades .............................................................................................................................................. 01
2. Números racionais, representação fracionária e decimal: operações e propriedades ................................................................................. 01
3. Razão e proporção ........................................................................................................................................................................................ 15
4. Porcentagem ................................................................................................................................................................................................. 19
5. Regra de três simples ................................................................................................................................................................................... 18
6. Equação de 1º grau ...................................................................................................................................................................................... 21
7. Média e média ponderada ............................................................................................................................................................................ 20
8. Sistema métrico: medidas de tempo, comprimento, superfície e capacidade .............................................................................................. 14
9. Relação entre grandezas: tabelas e gráficos ................................................................................................................................................ 16
10. Raciocínio lógico ......................................................................................................................................................................................... 32
11. Resolução de problemas ............................................................................................................................................................................ 32
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
1.Princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/1990). Sistema Único de Saúde: objetivos;
atribuições, doutrinas e competências; princípios que regem sua organização............................................................................................... 01
2. Políticas e sistemas de saúde no Brasil: retrospectiva histórica; reforma sanitária ..................................................................................... 13
3. Processo saúde-doença e seus determinantes/condicionantes ................................................................................................................... 32
4. Conhecimentos geográficos da região e do município do Recife; cadastramento familiar e territorial: finalidade e instrumentos.
Interpretação demográfica, conceito de territorialização, micro área e área de abrangência .......................................................................... 36
5. Indicadores epidemiológicos ......................................................................................................................................................................... 38
7. Técnicas de levantamento das condições de vida e de saúde/doença da população. Critérios operacionais para definições de
prioridades: indicadores sócio- econômicos, culturais e epidemiológicos ........................................................................................................ 38
8. Conceitos de eficácia, eficiência e efetividade em saúde coletiva ............................................................................................................... 38
9. Estratégia de avaliação em saúde: conceitos, tipos, instrumentos e técnicas ............................................................................................. 41
10. Conceitos e critérios de qualidade da atenção à saúde: acessibilidade, humanização do cuidado, satisfação do usuário e
do trabalhador, equidade .................................................................................................................................................................................. 41
11. Ética e bioética em saúde: legislação nacional de ética em pesquisa com seres humanos (Resolução 196/96); Biossegurança;
Cuidados com o meio ambiente e saneamento básico .................................................................................................................................... 45
12. Noções sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis e infecção pelo HIV ............................................................................................... 51
13. Problemas clínicos prevalentes na atenção primária: noções de tuberculose, hanseníase, dengue, hipertensão e diabetes mellitus,
diarreia e desidratação ...................................................................................................................................................................................... 52
14. Vacinas ....................................................................................................................................................................................................... 70
15: SIM, SINAN, SINASC, SIA e SIH/SUS ..................................................................................................................................................... 126
16. Condições de risco social: violência, desemprego, infância desprotegida, processos migratórios, analfabetismo, ausência ou
insuficiência de infraestrutura básica .............................................................................................................................................................. 132
18. Promoção da saúde, conceitos e estratégias ............................................................................................................................................. 70
19. Principais problemas de saúde da população e recursos existentes para o enfrentamento dos problemas ............................................. 70
20. Intersetorialidade: conceito e dinâmica político-administrativa do Recife ................................................................................................... 41
21. Formas de aprender e ensinar em educação popular .............................................................................................................................. 135
22. Cultura popular e sua relação com os processos educativos ................................................................................................................... 135
23. Participação e mobilização social: conceitos, fatores, facilitadores e/ou dificultadores da ação coletiva de base popular ....................... 69
24. Lideranças: conceitos, tipos e processos de constituição de líderes populares......................................................................................... 70
25. Pessoas com deficiência: abordagem, medidas facilitadoras de inclusão social e direitos legais ........................................................... 136
26. Programas Nacionais de Saúde: Saúde Mental, Assistência Farmacêutica; Saúde da Criança, Saúde da Mulher; Saúde do idoso e
da pessoa com deficiência, Saúde Ambiental, Saúde da população negra ................................................................................................... 148
27. Estatutos da Criança e do Adolescente e do Idoso .................................................................................................................................. 174
28. Noções de ética e cidadania ..................................................................................................................................................................... 207
29. Política de Humanização do SUS ............................................................................................................................................................. 217
30. Modelos de atenção à saúde: Atenção primária de saúde/atenção básica à saúde: estratégia de saúde da família; PACS (Programa
de Agentes Comunitários de Saúde); NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família); SAD (Serviço de Atendimento Domiciliar) ................ 221
31. Sistema municipal de saúde: estrutura, funcionamento e responsabilidades .......................................................................................... 221
32. Controle social e gestão participativa: conselhos e conferências municipais de saúde ........................................................................... 132
33. Acolhimento e vínculo, trabalho em equipe .............................................................................................................................................. 132
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APOSTILAS OPÇÃO
Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo
verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado
recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados. assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em
prosa.
Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se
linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre conceituam como gêneros textuais as diversas situações
agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como
que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma
As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização coe- Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, dado
rente dos dados recolhidos. que a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias, em
sua construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a conec-
A seleção e organização dos dados servem como indicador do propósi- tividade temporal: advérbios, construções de valor semântico adverbial
to que orientou o trabalho. Se pretendemos, por exemplo, mostrar que as (Seus cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de sua
fontes consultadas nos permitem sustentar que os aspectos positivos da cidade natal Depois, mudou-se com a família para La Prata), proposições
gestão governamental de um determinado personagem histórico têm maior temporais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos caminhos
relevância e valor do que os aspectos negativos, teremos de apresentar e da novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se na realida-
de categorizar os dados obtidos de tal forma que esta valorização fique de), etc.
explícita.
A veracidade que exigem os textos de informação científica manifesta-
Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo, o se nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados apre-
tema a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que, sentados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no modo de
conjugando seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de acumulação
as primeiras antecipações sobre a informação que espera encontrar e simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes dados
formulará as hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o
f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normal- d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por
mente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintáti- uma expressão que o identifique com facilidade:
ca e depois se opta por outra. ...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles)
A vida, não sei realmente se ela vale alguma coisa.
g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações per-
a mensagem. cebidas por diferentes órgãos do sentido.
“E rir meu riso e derramar meu pranto.” A luz crua da madrugada invadia meu quarto.
h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início Vícios de linguagem
de versos ou frases. A gramática é um conjunto de regras que estabelece um determina-
“ Amor é um fogo que arde sem se ver; do uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. Acontece
que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são
É ferida que dói e não se sente; obedecidas, em se tratando da linguagem escrita. O ato de desviar-se
É um contentamento descontente; da norma padrão no intuito de alcançar uma maior expressividade,
É dor que desatina sem doer” refere-se às figuras de linguagem. Quando o desvio se dá pelo não
conhecimento da norma culta, temos os chamados vícios de linguagem.
a) barbarismo: consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em
Figuras de pensamento
desacordo com a norma culta.
a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de pala-
pesquiza (em vez de pesquisa)
vras que se opõem pelo sentido.
prototipo (em vez de protótipo)
“Os jardins têm vida e morte.”
b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao b) solecismo: consiste em desviar-se da norma culta na construção
usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico. sintática.
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.” Fazem dois meses que ele não aparece. (em vez de faz ; desvio na
sintaxe de concordância)
c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra me-
nos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagra-
dável.
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que repre- São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo-
senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso. cês.
Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome
substantivo. EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS
• Ele chegou. (ele) 1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,
• Convidei-o. (o) ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito.
Considera-se errado seu emprego como complemento:
Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex- Convidaram ELE para a festa (errado)
tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo. Receberam NÓS com atenção (errado)
• Esta casa é antiga. (esta) EU cheguei atrasado (certo)
• Meu livro é antigo. (meu) ELE compareceu à festa (certo)
2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
Classificação dos Pronomes pronomes retos:
Há, em Português, seis espécies de pronomes: Convidei ELE (errado)
• pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas Chamaram NÓS (errado)
de tratamento: Convidei-o. (certo)
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões; Chamaram-NOS. (certo)
• demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo; 3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
• relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde; ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-
• indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá- reto seu emprego como complemento:
rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou- Informaram a ELE os reais motivos.
trem, nada, cada, algo. Emprestaram a NÓS os livros.
• interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in- Eles gostam muito de NÓS.
terrogativas. 4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se
errado seu emprego como complemento:
PRONOMES PESSOAIS Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis- Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
curso: Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de
1ª pessoa: quem fala, o emissor. preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas
Eu sai (eu) MIM e TI:
Nós saímos (nós) Ninguém irá sem EU. (errado)
Convidaram-me (me) Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
Convidaram-nos (nós) Ninguém irá sem MIM. (certo)
2ª pessoa: com quem se fala, o receptor. Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
Tu saíste (tu)
Vós saístes (vós) Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
Convidaram-te (te) TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
Convidaram-vos (vós) como sujeito de um verbo no infinitivo.
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
Ele saiu (ele) Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
Eles sairam (eles)
Convidei-o (o) Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-
Convidei-os (os) gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
sujeito.
Os pronomes pessoais são os seguintes:
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
NÚMERO PESSOA CASO CASO OBLÍQUO somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em
RETO que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
singular 1ª eu me, mim, comigo Querida, gosto muito de SI. (errado)
2ª tu te, ti, contigo Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe Querida, gosto muito de você. (certo)
plural 1ª nós nós, conosco Preciso muito falar com você. (certo)
2ª vós vós, convosco
3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
lhes pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
Ele feriu-se
PRONOMES DE TRATAMENTO Cada um faça por si mesmo a redação
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra- O professor trouxe as provas consigo
tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:
PRONOME ABREV. EMPREGO Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
Vossa Eminência V .Ema cardeais
ODIAR PODER
Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis,
odeiam podem
Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odia- Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam
vam Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam
Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos,
Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiá- pudéreis, puderam
reis, odiaram Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais,
possam
REQUERER VER
Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem
requereis. requerem Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram
Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requeres- Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram
te, requereram Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês
Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requere- Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam
ramos, requerereis, requereram Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem
Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
requerereis, requererão Particípio visto
Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos,
requereríeis, requereriam ABOLIR
Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem
Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam
requeirais, requeiram Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram
Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêsse- Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis,
mos, requerêsseis, requeressem, aboliram
Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, reque- Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, aboli-
rerdes, requerem rão
Gerúndio requerendo Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis,
Particípio requerido aboliriam
O verbo REQUERER não se conjuga como querer. Presente do subjuntivo não há
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis,
REAVER
abolissem
Presente do indicativo reavemos, reaveis
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes,
Imperativo afirmativo abole, aboli
reouveram
Imperativo negativo não há
Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reou-
véreis, reouveram
FALIR REMIR
Presente do indicativo falimos, falis Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redi-
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam mis, redimem
Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos,
faliram redimais, redimam
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão RIR
Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Presente do subjuntivo não há Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Imperativo afirmativo fali (vós) Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão
Imperativo negativo não há Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam
Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
Gerúndio falindo Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Particípio falido Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
FERIR Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem Gerúndio rindo
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam Particípio rido
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados. Conjuga-se como rir: sorrir
MENTIR VIR
Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
mentem Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
mintam Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis,
Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam vieram
Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir. Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
FUGIR Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais,
Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam venham
Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
IR Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão Gerúndio vindo
Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam Particípio vindo
Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir
Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão SUMIR
Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem
Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam
Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
vão Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir,
Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão cuspir
Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão 9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que,
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que etc.
(= como). Venha quando você quiser.
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. Não fale enquanto come.
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
(Paulo Mendes Campos) Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa." "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval-
(Antônio Olavo Pereira) cânti)
"E pia tal a qual a caça procurada."
(Amadeu de Queirós) 10) Integrantes: que, se.
"Por que ficou me olhando assim feito boba?" Sabemos que a vida é breve.
(Carlos Drummond de Andrade) Veja se falta alguma coisa.
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas.
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. Observação:
Os governantes realizam menos do que prometem. Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o
chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB,
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda porém, não consigna esta espécie de conjunção.
quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que,
menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc.
(= embora não). Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por-
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex-
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. to. Assim, a conjunção que pode ser:
Beba, nem que seja um pouco. 1) Aditiva (= e):
Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo. Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai.
Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse. A nós que não a eles, compete fazê-lo.
Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas 2) Explicativa (= pois, porque):
afirmações. Apressemo-nos, que chove.
Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite. 3) Integrante:
Diga-lhe que não irei.
4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que 4) Consecutiva:
(= se não), a não ser que, a menos que, dado que. Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
Ficaremos sentidos, se você não vier. Não vão a uma festa que não voltem cansados.
Comprarei o quadro, desde que não seja caro. Onde estavas, que não te vi?
Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo. 5) Comparativa (= do que, como):
"Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos A luz é mais veloz que o som.
que os mosquitos se opusessem." Ficou vermelho que nem brasa.
(Ferreira de Castro) 6) Concessiva (= embora, ainda que):
Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo.
5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não Beba, um pouco que seja.
são como (ou conforme) dizem. 7) Temporal (= depois que, logo que):
"Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar." Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
(Machado de Assis) 8) Final (= pare que):
Vendo-me à janela, fez sinal que descesse.
6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto,
tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de 9) Causal (= porque, visto que):
forma que, de maneira que, sem que, que (não). "Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo
Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. Coaraci)
Falou com uma calma que todos ficaram atônitos.
Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí. A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase:
Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.
Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar. 1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe-
7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que). disse. (sem que = embora não)
Afastou-se depressa para que não o víssemos. 2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito.
Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse. (sem que = se não,caso não)
Fiz-lhe sinal que se calasse. 3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados.
(sem que = que não)
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto 4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não)
mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto. Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
À medida que se vive, mais se aprende.
3. PAGAR - transitivo direto e indireto 16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
Já paguei um jantar a você. O amor implica renúncia.
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto. COM:
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas. O professor implicava com os alunos
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi-
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto ção EM:
Prefiro Comunicação à Matemática. Implicou-se na briga e saiu ferido
8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo 5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o
vão para o singular ou para o plural. sujeito paciente.
Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros). Vende-se um apartamento.
Vendem-se alguns apartamentos.
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier
precedido de artigo e o segundo não vão para o plural. 6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o
Já estudei o primeiro e segundo livros. verbo para a 3ª pessoa do singular.
Precisa-se de funcionários.
10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural.
Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro. 7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no
singular e o verbo no singular ou no plural.
11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem)
que se referem.
Ela mesma veio até aqui. 8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural.
Eles chegaram sós. Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
Eles próprios escreveram.
9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular.
12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere. Mais de um jurado fez justiça à minha música.
Muito obrigado. (masculino singular)
10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando
Muito obrigada. (feminino singular).
empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo
no singular.
13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica
As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição.
invariável quando é advérbio.
Quero meio quilo de café. 11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
Minha mãe está meio exausta. sujeito.
É meio-dia e meia. (hora) Deu uma hora.
Deram três horas.
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Bateram cinco horas. EMPREGO DA CRASE
Naquele relógio já soaram duas horas. • em locuções adverbiais:
à vezes, às pressas, à toa...
12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da • em locuções prepositivas:
frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito. em frente à, à procura de...
Ela é que faz as bolas. • em locuções conjuntivas:
Eu é que escrevo os programas. à medida que, à proporção que...
• pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a, as
13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é
Fui ontem àquele restaurante.
um pronome relativo.
Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão:
Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
Refiro-me àquilo e não a isto.
Fui eu que fiz a lição
Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí-
veis. A CRASE É FACULTATIVA
• que: Fui eu que fiz a lição. • diante de pronomes possessivos femininos:
• quem: Fui eu quem fez a lição. Entreguei o livro a(à) sua secretária .
• o que: Fui eu o que fez a lição. • diante de substantivos próprios femininos:
Dei o livro à(a) Sônia.
14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na
terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE
este sua impessoalidade. • Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo
Chove a cântaros. Ventou muito ontem. A:
Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões. Viajaremos à Colômbia.
(Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia)
CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER • Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasí-
1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos lia, Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Vene-
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e za, etc.
PARECER concordam com o predicativo. Viajaremos a Curitiba.
Tudo são esperanças. (Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba).
Aquilo parecem ilusões. • Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o
Aquilo é ilusão. modifique.
Ela se referiu à saudosa Lisboa.
2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con- Vou à Curitiba dos meus sonhos.
corda sempre com o nome ou pronome que vier depois. • Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida:
Que são florestas equatoriais? Às 8 e 15 o despertador soou.
Quem eram aqueles homens? • Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras
“moda” ou "maneira":
3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com
Aos domingos, trajava-se à inglesa.
a expressão numérica.
Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo.
São oito horas.
• Antes da palavra casa, se estiver determinada:
Hoje são 19 de setembro.
Referia-se à Casa Gebara.
De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.
• Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar.
4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa).
fica no singular. • Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo.
Três batalhões é muito pouco. Voltou à terra onde nascera.
Trinta milhões de dólares é muito dinheiro. Chegamos à terra dos nossos ancestrais.
Mas:
5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular. Os marinheiros vieram a terra.
Maria era as flores da casa. O comandante desceu a terra.
O homem é cinzas. • Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o
artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente:
6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER Vou até a (á ) chácara.
concorda com o predicativo. Cheguei até a(à) muralha
Dançar e cantar é a sua atividade. • A QUE - À QUE
Estudar e trabalhar são as minhas atividades. Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino
ocorrerá crase:
7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER
Houve um palpite anterior ao que você deu.
concorda com o pronome.
Houve uma sugestão anterior à que você deu.
A ciência, mestres, sois vós.
Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não
Em minha turma, o líder sou eu.
ocorrerá crase.
8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo, Não gostei do filme a que você se referia.
apenas um deles deve ser flexionado. Não gostei da peça a que você se referia.
Os meninos parecem gostar dos brinquedos. O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrati-
Os meninos parece gostarem dos brinquedos. vo A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do de:
Meu palpite é igual ao de todos
Minha opinião é igual à de todos.
11. CRASE NÃO OCORRE CRASE
• antes de nomes masculinos:
Crase é a fusão da preposição A com outro A. Andei a pé.
Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem. Andamos a cavalo.
• antes de verbos:
19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem a 26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro...,
(A) processo e livro. (B) livro do processo. indicando concessão, é:
(C) processos e processo. (D) livro de registro. (A) para poder trabalhar fora. (B) como havia programado.
(E) registro e processo. (C) assim que recebeu o prêmio. (D) porque conseguiu um desconto.
(E) apesar do preço muito elevado.
20. Analise as proposições de números I a IV com base no período
acima: 27. É importante que todos participem da reunião.
I. há, no período, duas orações; O segmento que todos participem da reunião, em relação a
II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal; É importante, é uma oração subordinada
III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais; (A) adjetiva com valor restritivo.
IV. de registro é um adjunto adnominal de livro. (B) substantiva com a função de sujeito.
Está correto o contido apenas em (C) substantiva com a função de objeto direto.
(A) II e IV. (B) III e IV. (D) adverbial com valor condicional.
(C) I, II e III. (D) I, II e IV. (E) I, III e IV. (E) substantiva com a função de predicativo.
PROPRIEDADES DA ADIÇÃO
A adição de números inteiros possui as seguintes propriedades:
1. Números naturais: operações e propriedades.
2. Números racionais, representação fracionária e 1ª) FECHAMENTO
decimal: operações e propriedades A soma de dois números inteiros é sempre um número inteiro: (-3) +
(+6) = + 3 ∈ Z
NÚMEROS INTEIROS: OPERAÇÕES E PROPRIEDADES
2ª) ASSOCIATIVA
Conhecemos o conjunto N dos números naturais: N = {0, 1, 2, 3, 4,
Se a, b, c são números inteiros quaisquer, então: a + (b + c) = (a + b) +
5, .....,}
c
Assim, os números precedidos do sinal + chamam-se positivos, e os
precedidos de - são negativos.
Exemplo:(+3) +[(-4) + (+2)] = [(+3) + (-4)] + (+2)
(+3) + (-2) = (-1) + (+2)
Exemplos:
+1 = +1
Números inteiros positivos: {+1, +2, +3, +4, ....}
Números inteiros negativos: {-1, -2, -3, -4, ....}
3ª) ELEMENTO NEUTRO
Se a é um número inteiro qualquer, temos: a+ 0 = a e 0 + a = a
O conjunto dos números inteiros relativos é formado pelos números in-
Isto significa que o zero é elemento neutro para a adição.
teiros positivos, pelo zero e pelos números inteiros negativos. Também o
Exemplo: (+2) + 0 = +2 e 0 + (+2) = +2
chamamos de CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS e o representamos
pela letra Z, isto é: Z = {..., -3, -2, -1, 0, +1, +2, +3, ... }
4ª) OPOSTO OU SIMÉTRICO
Se a é um número inteiro qualquer, existe um único número oposto ou
O zero não é um número positivo nem negativo. Todo número positivo
simétrico representado por (-a), tal que: (+a) + (-a) = 0 = (-a) + (+a)
é escrito sem o seu sinal positivo.
Exemplo: + 3 = 3 ; +10 = 10
Exemplos: (+5) + ( -5) = 0 ( -5) + (+5) = 0
Então, podemos escrever: Z = {..., -3, -2, -1, 0 , 1, 2, 3, ...}
5ª) COMUTATIVA
N é um subconjunto de Z.
Se a e b são números inteiros, então:
a+b=b+a
REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA
Exemplo: (+4) + (-6) = (-6) + (+4)
Cada número inteiro pode ser representado por um ponto sobre uma
-2 = -2
reta. Por exemplo:
SUBTRAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS
Em certo local, a temperatura passou de -3ºC para 5ºC, sofrendo, por-
... -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 ...
tanto, um aumento de 8ºC, aumento esse que pode ser representado por:
... C’ B’ A’ 0 A B C D ...
(+5) - (-3) = (+5) + (+3) = +8
Ao ponto zero, chamamos origem, corresponde o número zero.
Portanto:
A diferença entre dois números dados numa certa ordem é a soma do
Nas representações geométricas, temos à direita do zero os números
primeiro com o oposto do segundo.
inteiros positivos, e à esquerda do zero, os números inteiros negativos.
Exemplos: 1) (+6) - (+2) = (+6) + (-2 ) = +4
2) (-8 ) - (-1 ) = (-8 ) + (+1) = -7
Observando a figura anterior, vemos que cada ponto é a representação
3) (-5 ) - (+2) = (-5 ) + (-2 ) = -7
geométrica de um número inteiro.
Na prática, efetuamos diretamente a subtração, eliminando os parênte-
Exemplos:
ses
• ponto C é a representação geométrica do número +3 - (+4 ) = -4
ponto B' é a representação geométrica do número -2 - ( -4 ) = +4
2º CASO: UM FATOR É POSITIVO E O OUTRO É NEGATIVO O número inteiro +1 chama-se neutro para a multiplicação.
Exemplos:
1) (+3) . (-4) = 3 . (-4) = (-4) + (-4) + (-4) = -12 4ª) COMUTATIVA
ou seja: (+3) . (-4) = -12 Observemos que: (+2). (-4 ) = - 8
e (-4 ) . (+2 ) = - 8
2) Lembremos que: -(+2) = -2 Portanto: (+2 ) . (-4 ) = (-4 ) . (+2 )
(-3) . (+5) = - (+3) . (+5) = -(+15) = - 15 Se a e b são números inteiros quaisquer, então: a . b = b . a, isto é, a
ou seja: (-3) . (+5) = -15 ordem dos fatores não altera o produto.
Conclusão: na multiplicação de números inteiros, temos: ( + ) . ( - ) = - 5ª) DISTRIBUTIVA EM RELAÇÃO À ADIÇÃO E À SUBTRAÇÃO
(-).(+)=- Observe os exemplos:
Exemplos : (+3 ) . [( -5 ) + (+2 )] = (+3 ) . ( -5 ) + (+3 ) . (+2 )
(+5) . (-10) = -50 (+4 ) . [( -2 ) - (+8 )] = (+4 ) . ( -2 ) - (+4 ) . (+8 )
(+1) . (-8) = -8
(-2 ) . (+6 ) = -12 Conclusão:
(-7) . (+1) = -7 Se a, b, c representam números inteiros quaisquer, temos:
a) a . [b + c] = a . b + a . c
3º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS INTEIROS NEGATI- A igualdade acima é conhecida como propriedade distributiva da
VOS multiplicação em relação à adição.
Exemplo: (-3) . (-6) = -(+3) . (-6) = -(-18) = +18 b) a . [b – c] = a . b - a . c
isto é: (-3) . (-6) = +18 A igualdade acima é conhecida como propriedade distributiva da
Conclusão: na multiplicação de números inteiros, temos: ( - ) . ( - ) = + multiplicação em relação à subtração.
Recebe o nome de mínimo múltiplo comum de dois ou mais números o Conclusão: os números inteiros positivos têm, como raiz quadrada, um nú-
menor dos múltiplos (diferente de zero) comuns a esses números. mero positivo, os números inteiros negativos não têm raiz quadrada no conjunto
O processo prático para o cálculo do M.M.C de dois ou mais números, Z dos números inteiros.
chamado de decomposição em fatores primos, consiste das seguintes etapas:
1º) Decompõem-se em fatores primos os números apresentados.
2º) Determina-se o produto entre os fatores primos comuns e não- NÚMEROS RACIONAIS, REPRESENTAÇÃO FRACIONARIA
comuns com seus maiores expoentes. Esse produto é o M.M.C pro- E DECIMAL: OPERAÇÕES E PROPRIEDADES
curado.
Exemplos: Calcular o M.M.C (12, 18) Os números racionais são representados por um numeral em forma de
Decompondo em fatores primos esses números, temos:
12 2 18 2
a
fração ou razão, , sendo a e b números naturais, com a condição de b
6 2 9 3 b
3 3 3 3 ser diferente de zero.
1 1 1. NÚMERO FRACIONARIO. A todo par ordenado (a, b) de números
a
12 = 22 . 3 18 = 2 . 32 naturais, sendo b ≠ 0, corresponde um número fracionário .O termo a
b
Resposta: M.M.C (12, 18) = 22 . 32 = 36 chama-se numerador e o termo b denominador.
2. TODO NÚMERO NATURAL pode ser representado por uma fração
Observação: Esse processo prático costuma ser simplificado fazendo-se de denominador 1. Logo, é possível reunir tanto os números naturais como
uma decomposição simultânea dos números. Para isso, escrevem-se os núme- os fracionários num único conjunto, denominado conjunto dos números
ros, um ao lado do outro, separando-os por vírgula, e, à direita da barra vertical, racionais absolutos, ou simplesmente conjunto dos números racionais Q.
colocada após o último número, escrevem-se os fatores primos comuns e não- Qual seria a definição de um número racional absoluto ou simplesmen-
comuns. 0 calculo estará terminado quando a última linha do dispositivo for te racional? A definição depende das seguintes considerações:
composta somente pelo número 1. O M.M.C dos números apresentados será o a) O número representado por uma fração não muda de valor quando
produto dos fatores. multiplicamos ou dividimos tanto o numerador como o denomina-
Exemplo: dor por um mesmo número natural, diferente de zero.
Calcular o M.M.C (36, 48, 60) Exemplos: usando um novo símbolo: ≈
36, 48, 60 2 ≈ é o símbolo de equivalência para frações
18, 24, 30 2
9, 12, 15 2 2 2 × 5 10 10 × 2 20
≈ ≈ ≈ ≈ ≈ ⋅⋅⋅
9, 6, 15 2 3 3 × 5 15 15 × 2 30
9, 3, 15 3
3, 1, 5 3 b) Classe de equivalência. É o conjunto de todas as frações equiva-
1, 1 5 5 lentes a uma fração dada.
1, 1, 1
3 6 9 12 3
, , , ,⋅ ⋅ ⋅ (classe de equivalência da fração: )
Resposta: M.M.C (36, 48, 60) = 24 . 32 . 5 = 720 1 2 3 4 1
Agora já podemos definir número racional : número racional é aquele
RAÍZ QUADRADA EXATA DE NÚMEROS INTEIROS definido por uma classe de equivalência da qual cada fração é um repre-
sentante.
CONCEITO
Consideremos o seguinte problema: NÚMERO RACIONAL NATURAL ou NÚMERO NATURAL:
0 0
Descobrir os números inteiros cujo quadrado é +25. 0= = = ⋅⋅⋅ (definido pela classe de equivalência que re-
Solução: (+5 )2 = +25 e ( -5 )2 =+25 1 2
Resposta: +5 e -5 presenta o mesmo número racional 0)
1 2
Os números +5 e -5 chamam-se raízes quadradas de +25. 1 = = = ⋅⋅⋅ (definido pela classe de equivalência que re-
1 2
Outros exemplos: presenta o mesmo número racional 1)
Número Raízes quadradas e assim por diante.
+9 + 3 e -3
+16 + 4 e -4 NÚMERO RACIONAL FRACIONÁRIO ou NÚMERO FRACIONÁRIO:
+1 + 1 e -1 1 2 3
+64 + 8 e -8 = = = ⋅ ⋅ ⋅ (definido pela classe de equivalência que re-
+81 + 9 e -9 2 4 6
+49 + 7 e -7 presenta o mesmo número racional 1/2).
De duas frações que têm o mesmo numerador, a maior é a que tem • Efetuamos a operação indicada, de acordo com o caso anterior.
menor denominador. • Simplificamos o resultado (quando possível).
7 7 Exemplos:
Exemplo: >
2 5
OPERAÇÕES COM FRAÇÕES
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
A soma ou a diferença de duas frações é uma outra fração, cujo calculo
Exemplo:
Um círculo foi dividido em duas partes iguais. Dizemos que uma unida-
1 5 1 de dividida em duas partes iguais e indicamos 1/2.
2 + +3 = onde: 1 = numerador e 2 = denominador
3 12 6
7 5 19
+ + =
3 12 6
28 5 38
+ + =
12 12 12
28 + 5 + 38 71
=
12 12 Um círculo dividido em 3 partes iguais indicamos (das três partes ha-
churamos 2).
Se a expressão apresenta os sinais de parênteses ( ), colchetes [ ] Quando o numerador é menor que o denominador temos uma fração
e chaves { }, observamos a mesma ordem: própria. Observe:
1º) efetuamos as operações no interior dos parênteses; Observe:
2º) as operações no interior dos colchetes;
3º) as operações no interior das chaves.
Exemplos:
2 3 5 4
1) + − − =
3 4 2 2
8 9 1
= + − =
12 12 2
17 1
= − =
12 2
17 6
= − =
12 12 Quando o numerador é maior que o denominador temos uma fração
11 imprópria.
=
12
Frações Equivalentes
SIMPLIFICAÇÃO DE FRAÇÕES
Quando não for mais possível efetuar as divisões, dizemos que a fra-
1 2 3 ção é irredutível. Exemplo:
Dizemos que: = =
2 4 6 18 : 2 9 : 3 3
= =
12 : 2 6 : 3 2
- Para obter frações equivalentes, devemos multiplicar ou dividir o nu-
merador por mesmo número diferente de zero.
Fração irredutível ou simplificada
1 2 2 1 3 3 36
Ex: ⋅ = ou . = 9
2 2 4 2 3 6 Exercícios: Simplificar 1) 2)
12 45
Para simplificar frações devemos dividir o numerador e o denominador,
por um mesmo número diferente de zero. 3 4
Respostas: 1) 2)
4 5
Quando não for mais possível efetuar as divisões dizemos que a fração
é irredutível.
Exemplo: REDUÇÃO DE FRAÇÕES AO MENOR DENOMINADOR COMUM
18 2 9 3 1 3
: = = ⇒ Fração Irredutível ou Simplificada e
12 2 6 6 Ex.:
3 4
Calcular o M.M.C. (3,4) = 12
1 3
Exemplo: e 1
e
3 (12 : 3 ) ⋅ 1 e (12 : 4 ) ⋅ 3
3 4 = temos:
3 4 12 12
Calcular o M.M.C. (3,4): M.M.C.(3,4) = 12 4 9
e
1 3 (12 : 3 ) ⋅ 1 (12 : 4 ) ⋅ 3 4 9 12 12
e = e temos: e 1
3 4 12 12 12 12 4 3 9
A fração é equivalente a . A fração equivalente .
3 12 4 12
1 4
A fração é equivalente a . Exemplo
3 12
2 4
3 9 ? ⇒ numeradores diferentes e denominadores diferentes
A fração equivalente . 3 5
4 12 m.m.c.(3, 5) = 15
Exercícios: (15 : 3).2 (15.5).4 10 12
? = < (ordem crescente)
1) Achar três frações equivalentes às seguintes frações: 15 15 15 15
1 2 Exercícios: Colocar em ordem crescente:
1) 2) 2 2 5 4 5 2 4
4 3 e e , e
1) 2) 3)
2 3 4 4 6 8 5 3 3 3 6 3 5
Respostas: 1) , , 2) , ,
8 12 16 6 9 12 2 2 4 5
Respostas: 1) < 2) <
5 3 3 3
Comparação de frações 4 5 3
3) < <
3 6 2
a) Frações de denominadores iguais.
Se duas frações tem denominadores iguais a maior será aquela: que ti- Operações com frações
ver maior numerador.
3 1 1 3 1) Adição e Subtração
Ex.: > ou <
4 4 4 4 a) Com denominadores iguais somam-se ou subtraem-se os numera-
dores e conserva-se o denominador comum.
b) Frações com numeradores iguais 2 5 1 2 + 5 +1 8
Se duas frações tiverem numeradores iguais, a menor será aquela que Ex: + + = =
tiver maior denominador.
3 3 3 3 3
7 7 7 7 4 3 4−3 1
Ex.: > ou < − = =
4 5 5 4 5 5 5 5
c) Frações com numeradores e denominadores receptivamente di- b) Com denominadores diferentes reduz ao mesmo denominador de-
ferentes. pois soma ou subtrai.
Ex.:
a) 3:4
3 |_4_
30 0,75
Como 285 é menor que 500, acrescenta-se uma vírgula ao quociente e CORRESPONDÊNCIA ENTRE NÚMEROS E PONTOS DA RETA,
zeros ao resto ORDEM, VALOR ABSOLUTO
• 2 : 4 0,5 Há números que não admitem representação decimal finita nem
Como 2 não é divisível por 4, coloca-se zero e vírgula no quociente e representação decimal infinita e periódico, como, por exemplo:
zero no dividendo π = 3,14159265...
• 0,35 : 7 = 0,350 7,00 350 : 700 = 0,05
Como 35 não divisível por 700, coloca-se zero e vírgula no quociente e 2 = 1,4142135...
um zero no dividendo. Como 350 não é divisível por 700, acrescenta-se
outro zero ao quociente e outro ao dividendo 3 = 1,7320508...
5 = 2,2360679...
Divisão de um número decimal por 10, 100, 1000
Estes números não são racionais: π ∈ Q, 2 ∈ Q, 3 ∈
Para tornar um número decimal 10, 100, 1000, .... vezes menor, deslo- Q, 5 ∈ Q; e, por isso mesmo, são chamados de irracionais.
ca-se a vírgula para a esquerda, respectivamente, uma, duas, três, ... casas Podemos então definir os irracionais como sendo aqueles números que
decimais. possuem uma representação decimal infinita e não periódico.
Exemplos:
25,6 : 10 = 2,56 Chamamos então de conjunto dos números reais, e indicamos com R,
04 : 10 = 0,4 o seguinte conjunto:
315,2 : 100 = 3,152
018 : 100 = 0,18 R= { x | x é racional ou x é irracional}
0042,5 : 1.000 = 0,0425
0015 : 1.000 = 0,015 Como vemos, o conjunto R é a união do conjunto dos números
racionais com o conjunto dos números irracionais.
1
(− 2) 2
Q- • Z *
+ N* d) Z −* R
Z 2 R • Z− N e) Z− R+
4
4 4 R- • R+ Q
Z
1 4. Usando diagramas de Euler-Venn, represente os conjuntos N, Z, Q e
2 Q R.
Respostas:
1.
Resolução
a) ∈ e) ∈ i) ∈
1 ∈ , pois 5 é positivo. ∈
b) ∉ f) j) ∈
2 ∉ , pois 5 é positivo e os positivos foram excluídos de Z −* c) ∈ g) ∈
3 ∉ 3,2 não é inteiro. d) ∉ h) ∉
1 2.
4 ∉ , pois não é inteiro.
4 a) ∈ c) ∈ e) ∈
4 b) ∈ d) ∉
5 ∈ , pois = 4 é inteiro.
1 3.
6 ∉ , pois 2 não é racional. a) ⊂ c) ⊄ e) ⊄
b) ⊄ d) ⊂
7 ∉ , pois 3 não é racional
8 ∈ , pois 4 = 2 é racional
4.
9 ∉ , pois (− 2) 2
= 4 =2 é positivo, e os positivos
foram excluídos de Q− .
10 ∈ , pois 2 é real.
11 ∉ , pois 4 = 2 é positivo, e os positivos foram excluídos
de R−
2. Completar com ⊂ ou ⊄ :
*
a) N Z d) Q Z Reta numérica
* * Uma maneira prática de representar os números reais é através da reta
b) N Z+ e) Q + R + real. Para construí-la, desenhamos uma reta e, sobre ela, escolhemos, a
c) N Q nosso gosto, um ponto origem que representará o número zero; a seguir
escolhemos, também a nosso gosto, porém à direita da origem, um ponto
3. Associativo 3. Associativa
RESPOSTAS ∀ a, b, c ∈ Z, a + (b + c) = (a + b) + c ∀ a, b, c ∈ Z, a . (b . c) = (a .
1) d 5) b 9) b 13) b 17) c b) . c
2) c 6) c 10) c 14) d 18) b 4. Elemento Neutro
3) a 7) b 11) b 15) d ∃ 0 ∈ Z, tal que ∀ a ∈ Z 4. Elemento Neutro
4) e 8) c 12) c 16) b a+0=0+a=a ∃ 1 ∈ Z, tal que ∀ a ∈ Z
a.1=1.a=a
5. Elemento Oposto Aditivo
Ordenação dos Reais, Intervalos, Módulo ∀ a ∈ Z, ∃ - a ∈ Z, tal que
Para melhor entendermos os NÚMEROS REAIS, vamos inicialmente a + ( - a) = 0
dar um resumo de todos os conjuntos numéricos. Distributiva da Multiplicação em Relação à Adição
∀ a, b, c ∈ Z, a . (b + c) = a . b + a . c
1. Sucessivas ampliações dos campos numéricos
Você já tem algum conhecimento o respeito dos campos ou conjuntos Vê-se que, em Z, a operação adição admite mais uma propriedade (5).
numéricos com os quais iremos trabalhar nesta unidade. Mostraremos
como se ampliam sucessivamente esses conjuntos, a partir do conjunto N, 4. O CONJUNTO Q E SUAS PROPRIEDADES
e também como se acrescentam outras propriedades para as operações Tanto em N como em Z, a operação 2 ÷ 3 não é possível, pois ambos
como elementos dos novos conjuntos. não admitem números fracionários. A ampliação de Z para Q, entretanto,
permite um fato novo: qualquer que seja o elemento de Q* ou Q – {0},
2. O CONJUNTO N E SUAS PROPRIEDADES existe sempre, para esse elemento, um inverso multiplicativo.
Seja o conjunto N: N = { 0, 1, 2, 3. ... , n, ...} 2 3 2 3
Assim, por exemplo, para ∈ Q, existe ∈ Q tal que . = 1,
3 2 3 2
Você deve se lembrar que este conjunto tem sua origem a partir de
o que não é possível em N e Z.
conjuntos finitos e equipotentes: a uma classe de todos os conjuntos equi-
Esse fato amplia uma propriedade para as operações em Q.
potentes entre si associou-se o mesmo cardinal, o mesmo número e a
mesma representação ou numeral.
Propriedades das operações em Q
2.1. Propriedades das operações em N ADIÇÃO MULTIPLICAÇÃO
Para expressar matematicamente as propriedades das operações em 1. Fechamento 1. Fechamento
N e nos sucessivos conjuntos, usaremos a notação usual e prática dos ∀ a, b ∈ Q, a + b = c Q ∀ a, b ∈ Q, a . b = c ∈ Q
quantificadores. São eles:
• ∀x significa “qualquer que seja x é o quantificador universal e 2. Comutativa 2. Comutativa
significa “qualquer que seja”; ∀ a, b ∈ Q, a + b = b + a ∀ a, b ∈ Q, a . b = b . a
• ∃x significo “existe x” é o quantificador existencial e significo
“existe”. O símbolo ∃ | x significa “existe um único x”. 3. Associativo 3. Associativa
∀ a, b, c ∈ Q, a + (b + c) = ∀ a, b, c ∈ Q, a . (b . c) = (a . b) . c
ADIÇÃO MULTIPLICAÇÃO (a + b) + c
• Fechamento 1. Fechamento 4. Elemento Neutro
∀ a, b ∈ N, a + b = c ∈ N ∀ a, b ∈ N, a . b = c ∈ N 4. Elemento Neutro ∃ 1 ∈ Q, tal que ∀ a ∈ Q
∃ 0 ∈ Q, tal que ∀ a ∈ Q a.1=1.a=a
• Comutativa 2. Comutativa a+0=0+a=a
∀ a, b ∈ N, a + b = b + a ∀ a, b ∈ N, a . b = b . a Elemento Inverso Multiplicativo
• Associativo 3. Associativa 5. Elemento Oposto Aditivo ∀ a ∈ Q*, ∃ a’ ∈ Q*, tal que
∀ a, b, c ∈ N, a + (b + c) = (a + b) + c ∀ a, b, c ∈ N, a . (b . c) = (a ∀ a ∈ Q, ∃ - a ∈ Q, tal que a . a’ = 1
. b) . c a + ( - a) = 0 2 3 2 3
• Elemento Neutro Ex.: ∈ Q, ∃ ∈Q| . =1
4. Elemento Neutro 3 2 3 2
∃ 0 ∈ N, tal que ∀ a ∈ N
∃ 1 ∈ N, tal que ∀ a ∈ N Distributiva da Multiplicação em Relação à Adição
a+0=0+a=a
a.1=1.a=a ∀ a, b, c ∈ Q, a . (b + c) = a . b + a . c
MEDIDAS DE COMPRIMENTO
As medidas lineares de comprimento têm como unidade legal o metro,
3 3 8
∈ Q + representado por m. Assim, medir uma distancia significa compará-la com o
5 5 5 = 11 ∈ Q metro e determinar quantas vezes ela o contém.
b) ⇒
8 2 10
∈ Q No quadro abaixo, vemos o metro, seus múltiplos e submúltiplos.
5
Múltiplos Uni Submúltiplos
dad
e
Nome quilô hectôme decâmet met decímet centímet milímetr
metro tro ro ro ro ro o
Símbo km hm dam m dm cm mm
lo
Conclui-se, então, que: Valor 1000 100 m 10 m 1 m 0,1 m 0,01 m 0,001 m
Na reta numerada existe uma Infinidade de elementos de Q situados m
entre dois elementos quaisquer a e b de Q.
Observando a quadro apresentado, podemos notar que cada unidade
O CONJUNTO Q CONTÉM Z E N de comprimento é dez vezes maior que a unidade imediatamente inferior.
Os elementos de Q são aqueles que podem ser escritos sob o forma Assim, podemos escrever:
a 1 km = 10 hm
, com a e b ∈ Z e b ≠ Q. 1m = 10 dm
b
1 hm = 10 dam
Ordem das palavras ou expressões no enunciado); 1 dm = 10 cm
Pode-se observar facilmente que qualquer que seja o elemento de N 1 dam = 10 m 1 cm = 10 mm
ou de Z, este estará em Q.
De fato: MEDIDAS DE SUPERFÍCIE
2 4 6 Medir uma superfície é compará-la com outra superfície tomada como
2 ∈ N, mas 2 = = = = ... ∈ Q unidade. A medida de uma superfície é chamada área da superfície.
1 2 3
-3 -6 -9 A unidade legal de medida da área de uma superfície é a área de um
-3 ∈ N, mas −3 = = = = . . .∈ Q quadrilátero cujos lados medem 1 metro e que tem a seguinte forma:
1 2 3
O esquema a seguir apresenta as relações entre os conjuntos N, Z e 1m
Q.
1m 1m
1m
Essa unidade é chamada metro quadrado e representada por m2 .
Múltiplos Unid Submúltiplos Observando o quadro apresentado, podemos notar que cada unidade
ade de massa é dez vezes maior que a unidade imediatamente inferior. Assim,
quilômetr hectôm decâm metro decím centím milímetro podemos escrever:
Nom o etro etro cúbic etro etro cúbico 1 kg = 10 hg
e cúbico cúbico cúbico o cúbic cúbico 1 g = 10 dg
o 1 hg = 10 dag
1 dg = 10 cg
Símb km3 hm3 dam3 m3 cm3 dm3 mm3 1 dag = 10 g
olo 1 cg = 10 mg
Valor 1 000 000 1 000 1000 1 m3 0,001 0,0000 0,000000 MEDIDAS DE TEMPO
000m3 000m3 m3 m3 01 m3 001 m3 Por não pertencerem ao sistema métrico decimal, apresentamos aqui
um rápido estudo das medidas de tempo.
Observando o quadro apresentado, podemos notar que cada unidade A unidade legal para a medida de tempo é o segundo. os seus
de volume é mil vezes maior que a unidade imediatamente inferior. múltiplos são apresentados no quadro seguinte:
Assim, podemos escrever: Unidad Múltiplos
1 km3 = 1000 hm3 e
1m3 = 1000 dm3 nome segundo minuto hora dia
1 hm3 = 1000 dam3 Símbolo s min h d
1 dm3 = 1000 cm3 valor 1s 60 s 60 min = 3 600 24 h = 1 440 min =
1 dam3 = 1000 m3 s 86 400 s
1 cm3 = 1000 mm3 As medidas de tempo inferiores ao segundo não têm designação
MEDIDAS DE CAPACIDADE própria; utilizamos, então, submúltiplos decimais.
A capacidade, por ser um volume, pode ser medida em unidades volu- Assim, dizemos: décimos de segundo, centésimos de segundo, ou
me, já estudadas. Todavia, uma unidade prática - o litro ( l ) – foi definida, milésimos de segundo.
de acordo com a seguinte condição: Utilizam-se também as unidades de tempo estabelecidas pelas con-
venções usuais do calendário civil e da Astronomia, como, por exemplo, 1
1 litro = 1 dm3 mês, o ano, o século, etc.
ou seja, 1 litro equivale ao volume de um cubo de 1 dm de aresta. O Da análise do quadro apresentado e da observação 2, podemos
litro, seus múltiplos e submúltiplos são apresentados no quadro seguinte: afirmar que:
1 min = 60 s 1 h = 60 min = 3 600 s
Múltiplos Unida Submúltiplos 1 d = 24 h 1 mês = 30 d
de 1 ano = 12 meses 1 século = 100 anos
Nome hectolitr decalit litro decilitr centilit mililitro Para efetuar a mudança de uma unidade para outra, devemos
o ro o ro multiplicá-la (ou dividi-la) pelo valor dessa unidade:
10 min = 600 s - equivale a 10 . 60 = 600
Símbol hl dal dl cl ml 2400 s = 40 min - equivale a 2400 . 60 = 40
l 12 h = 720 min - equivale a 12 . 60 = 720
o
1 d = 86400s - equivale a 1440 min . 60 = 86 400
Valor 100 l 10 l 1l 0,1 l 0,01 l 0,001 l
3. RAZÃO E PROPORÇÃO
Observando o quadro apresentado, podemos notar que cada unidade
de capacidade é dez vezes maior que a unidade imediatamente inferior. 1. INTRODUÇÃO
Assim, podemos escrever: Se a sua mensalidade escolar sofresse hoje um reajuste de $ 80,00,
1 hl = 10 dal como você reagiria? Acharia caro, normal, ou abaixo da expectativa? Esse
1dal = 10 litros mesmo valor, que pode parecer caro no reajuste da mensalidade, seria
1 litro = 10 dl considerado insignificante, se se tratasse de um acréscimo no seu salário.
1 dl = 10 cl Naturalmente, você já percebeu que os $ 80,00 nada representam, se
1 cl = 10 ml não forem comparados com um valor base e se não forem avaliados de
acordo com a natureza da comparação. Por exemplo, se a mensalidade
Portanto y = 14 400.
Concluindo, a primeira turma deve receber $15.000,00 da empreiteira,
e a segunda, $ 14.400,00.
Observação: Firmas de projetos costumam cobrar cada trabalho
usando como unidade o homem-hora. O nosso problema é um exemplo em
que esse critério poderia ser usado, ou seja, a unidade nesse caso seria
homem-dia. Seria obtido o valor de $ 300,00 que é o resultado de 15 000 :
50, ou de 14 400 : 48.
GRÁFICOS
SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL
Como já vimos, o sistema cartesiano ortogonal é composto por dois eixos
perpendiculares com origem comum e uma unidade de medida. Se tivermos como domínio o conjunto IR, teremos para o gráfico de f(x) = 2x –
1 uma reta.
x 90
Para resolver uma equação envolvendo parênteses, devemos EXEMPLO 8 - Resolver a equação
obedecer às seguintes instruções: 8x – 13 = x + 5 + 2x
eliminar os parênteses; 8x – x – 2x =13 + 5
resolver a equação sem parênteses. 18
5x = 18 ∴ x =
5
EXEMPLO 3 - Resolver a equação
3x + (2 – x) = 4 EXEMPLO 9 - Resolver a equação
3x + 2 – x = 4 3x + (6x – 2) = x – (2x + 3)
3x – x = 4 – 2 3x + 6x – 2 = x – 2x – 3
2x = 2 3x + 6x – x + 2x = –3 + 2
2 10x = –1
x= 1
2 x=–
x=1 10
Resposta: a raiz ou solução é 1.
EXEMPLO 10 - Resolver a equação
EXEMPLO 4 - Resolver a equação 3x + 10 4x − 1
4x – 3 . (4x – 2 – x) = 5 + 3x =
4 3
Para eliminarmos os parênteses, efetuamos a multiplicação indicada:
3(3 x + 10) 4(4 x − 1)
4x – 12x + 6 + 3x = 5 + 3x =
4x – 12x + 3x – 3x = 5 – 6 12 12
– 8x = –1 3(3x + 10) = 4(4x – 1)
( multiplicando por –1) 9x + 30 =16x – 4
8x = 1 9x – 16x.= – 4 – 30
1 –7x = –34 (multiplicando por –1)
x= 7x = 34
8 34
1 x=
Resposta: .a raiz ou solução da equação é . 7
8 PROBLEMAS DO PRIMEIRO GRAU
EXEMPLO 5 - Resolver a equação
6 + 4x − 4x + 2 Para resolvermos algebricamente um problema do 1º grau com uma
−2= +4
3 5 incógnita, devemos seguir as seguintes instruções:
M.M.C (3, 5) =15 1º) escolher uma letra qualquer, por exemplo a letra x, para
5(6 + 4x) 30 3(-4x + 2) 60 representar o elemento desconhecido que desejamos calcular;
- = + 2º) usando essa letra, estabelecer a equação do problema;
15 15 15 15
3º) resolver a equação;
Eliminando os parênteses e o denominador: 4º) verificar o resultado.
30 + 20x - 30 = –12x + 6 + 60
20x + 12x = +6 + 60 - 30 + 30 EXEMPLO 1 - Qual é o número que, somado com 9, é igual a 20?
32x = 66 Solução: número: x
66 Equação: x + 9 = 20
x= Resolução: x = 20 – 9
32 x = 11
33 Verificação: número: 11
x=
16 11 + 9 = 20
33
Resposta: a raiz ou solução é EXEMPLO 2 - Qual o número que adicionado a 15, é igual a 31?
16 Solução: x + 15 = 31
x = 31 – 15
EXEMPLO 6 - Resolver a equação x = 16
5x + 3 = x + 7 – 4x
Resolução: EXEMPLO 3 - Subtraindo 25 de um certo número obtemos 11. Qual é
5x + 3 = x + 7 – 4x esse número?
5x – x + 4x = 7 – 3 Solução : x – 25 = 11
8x = 4 x = 11 + 25
4 x = 36
x=
8
1 EXEMPLO 4 - O triplo de um número menos 7 é igual a 80. Qual é o
x=
2 número?
Número: x Equação: 3x – 7 = 80
EXEMPLO 7 - Resolver a equação 4 + 2(x – 3) = 0 3x = 80 + 7
4 + 2(x – 3) = 0 3x = 87
4 + 2x – 6 = 0 87
2x = 6 – 4 x=
2x = 2 3
2 x = 29
x=
2
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EXEMPLO 5 - A soma de dois números é igual a. 50. O número maior Quando b e c são diferentes de zero, a equação se diz completa:
é o quádruplo do menor. Calcule os números: Exemplos:
número menor: x 2x2 – 3x + 1 = 0
número maior: 4x y2 – 4y + 4 = 0 são equações completas
equação: x + 4x = 50 –5t2 + 2t + 3 = 0
5x = 50
x = 10 Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação se diz incompleta.
número menor: 10 Neste caso, é costume escrever a equação sem o termo de coeficiente
número maior: 4 . 10 = 40 nulo.
10 + 40 = 50 Exemplos:
Resposta: os números são 10 e 40. x2 - 4 = 0, em que b = 0
não está escrito o termo em x
EXEMPLO 6 - Qual é o número que somado a seu dobro é igual a 18?
x + 2x = 18 y2 + 3y = 0, em que c = 0
3x = 18
x = 18 = 6 não está escrito o termo independente
3
Resposta: x = 6 5x2 = 0, em que b = c = 0
O número –7 não vale para resposta, pois não é número natural. Logo, figura 4.1
Goiás
Santa Catarina
0 2 4 6 8 10 12 14
FONTE: IBGE
toneladas
FIGURA 4.8
• Quando representamos, em um mesmo sistema de coordenadas, a NOTAS:
variação de dois fenômenos, a parte interna da figura formada pelos • Sempre que os dizeres a serem inscritos são extensos, devemos
gráficos desses fenômenos é denominada área de excesso: dar preferência ao gráfico em barras (séries geográficas e
especificas). Porém, se ainda assim preferirmos o gráfico em
colunas, os dizeres deverão ser dispostos de baixo para cima,
nunca ao contrário.
• A ordem a ser observada é a cronológica, se a série for histórica, e
a decrescente, se for geográfica ou categórica.
• A distância entre as colunas (ou barras), por questões estéticas,
não deverá ser menor que a metade nem maior que os dois terços
da largura (ou da altura) dos retângulos.
200
100 2.4. Gráfico em setores
0 Este gráfico é construído com base em um círculo, e é empregado
1984 85 86 87 88 89 sempre que desejamos ressaltar a participação do dado no total.
FONTE: EMBRAER O total é representado pelo círculo, que fica dividido em tantos setores
quantas são as partes.
FIGURA 4.7 Os setores são tais que suas áreas são respectivamente proporcionais
aos dados da série.
b. Gráfico em barras Obtemos cada setor por meio de uma regra de três simples e direta,
PRODUÇÃO DE ALHO BRASIL — 1988 lembrando que o total da série corresponde a 3600
ESTADOS QUANTIDADES (t)
Santa Catarina 13.973 Exemplo:
Minas Gerais 13.389 Dada a série:
Rio Grande do Sul 6.892 REBANHOS BRASILEIROS 1988
Goiás 6.130 ESPÉCIE QUANTIDADE (milhões de cabeças)
São Paulo 4.179 Bovinos 140
FONTE: BGE Suínos 32
Ovinos 20
Caprinos 11
Total 203
FONTE: IBGE
4. CARTOGRAMA
O cartograma é a representação sobre uma carta geográfica.
Exemplo:
Consideremos a equação : 2x1 + x2 – x3 = 5, onde a1i = 2, a2 = 1 e a3 = -
1.
x1 = 3
É fácil verificar que ela é verdadeira para x 2 = 0 pois
x = 1
3
Dizemos, então, que a solução (3, 0, 1) é uma ênupla ou conjunto
ordenado da equação 2x1 + x2 – x3 = 5.
Mas essa solução não é única; (5, 3, 8), (2, 1, 0), etc ... são
também énuplas dessa mesma equação.
(5, 3, 8) ⇒ 2 . 5 + 1. 3 - 1. 8 = 5
Observe: 10 3 8
(2,1,0) ⇒ 2 . 2 + 1. 1 - 1. 0 = 5
4 1 0
Atividades
Noções acerca de equações lineares
Sistema de equações do 1.o grau.
Assinale V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmações:
α) 2x + 3x = 4 é uma equação linear com incógnitas x e y
GENERALIDADES
β) 4x2 - 5y = 5 é uma equação linear com incógnitas x e y
EQUAÇÃO LINEAR
χ) 4x - 7y + 2z + 5w = 3 é uma equação linear com incógnitas x, y, z
Uma equação é dita linear quando for de primeiro grau em relação às
ew
suas variáveis. Genericamente, representamo-la assim:
δ) -7x + 2y = 3 é uma equação linear com incógnitas x e y cujos
a1x1 + a2x2 + ... + anxn = b coeficientes são -7 e 2, e o termo independente é 3
ε) (0, 2) é solução da equação linear 5x+2y = 2
X1, x2, x3, ..., xn são as variáveis. φ) (3, 2) é solução da equação linear 2x - 5y = -4
a1 , a2, a3, ..., an são os coeficientes. γ) (3, -3) é solução da equação linear 3x + 2y = 7
b é o termo independente. η) 2x + 3y = 7 é uma equação que tem infinitas
Soluções
Exemplos: ι) (2, -4) é solução da equação linear 4x + 2y = 0
Sistema linear
2 ⋅ 3 +1 ⋅ 0 −1 ⋅ 1= 5
0 1
É um conjunto de m (m ≥ 1) equações lineares a n incógnitas.
6
6. Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 21. Escreva o número que falta.
17 (112) 39
28 (...) 49
19. Assinale a figura que não tem relação com as demais. 27. Assinale a figura que não tem relação com as demais.
PROVA SIMULADA 9. Uma árvore de 4,2 m de altura projeta no solo urna sombra de 3,6 m.
No mesmo instante, uma torre projeta urna sombra de 28,80 m. Qual
1. Um parafuso penetra 3,2 mm a cada 4 voltas. Quantas voltas deverá é a altura da torre?
dar para penetrar 16 mm? a) 33,60
a) 20 voltas b) 28,90
b) 18 voltas c) 32,00
c) 22 voltas d) 19,12
d) 16 voltas e) N.D.A.
e) n.d.a.
10. Para assoalhar urna sala de 80 m2 de área, foram necessários 900
2. Sabe-se que 8 kg de café cru dão 6 kg de café torrado. Quantos kg de tacos de madeira. Quantos tacos iguais a esses seriam necessários
café cru devem ser levados ao forno para obtermos 27 kg de café para assoalhar urna sala de 60 m2 de área?
torrado? a) 700
a) 36 b) 800
b) 40 c) 760
c) 38 d) 675
d) 26 e) n.d.a.
e) n.d.a.
12. Uma vara de bambu de 1,5 m de altura projeta no solo uma sombra 20. Um terreno retangular tem 10 m de frente por 40 m de lateral. Se
de 1 m. Quanto medirá a sombra projetada no mesmo instante por um diminuirmos 2 m da frente do terreno, quantos m devemos aumentar
prédio de 18 m de altura? ao comprimento a fim de conservar a sua área?
a) 13 m a) 11 m
b) 12 m b) 12 m
c) 10,5 m c) 10 m
d) 14,2 m d) 9 m
e) n.d.a. e) n.d.a.
13. Para construir urna quadra de basquete, 30 operários levam 40 dias. 21. $ 6 400,00 representam quantos % de $ 320 000,00?
Quantos dias levariam 25 operários, de mesma capacidade que os a) 3
primeiros, para construir urna quadra idêntica? b) 2
a) 52 dias c) 4
b) 46 d) 5
c) 48 e) n.d.a.
d) 45
e) n.d.a. 22. 150 alunos representam quantos % de 2 000 alunos?
a) 7,5
14. Com a velocidade de 80 km/h, um automóvel leva 1 hora e meia para b) 6,7
percorrer certa distância. Se a sua velocidade fosse de 72 km/h, qual c) 7,1
o tempo que seria gasto para cobrir a mesma distância? d) 8,1
a) 100 min e) n.d.a.
b) 98 min
c) 102 min 23. Uma prova de Matemática tem 50 questões. Um aluno acertou 40
d) 110 min dessas questões. Qual foi a sua taxa de acertos?
e) n.d.a. a) 90%
b) 88%
15. Um muro deverá ter 40 m de comprimento. Em três dias, foram c) 77%
construídos 12m do muro. Supondo que o trabalho continue a ser feito d) 80%
no mesmo ritmo, em quantos dias será construído o restante do e) n.d.a.
muro?
a) 10 dias 24. A 6ª série C teve, durante todo o ano, 50 aulas de Educação Física.
b) 7 dias Um aluno faltou a 8 aulas. Qual foi a taxa de faltas desse aluno?
c) 8 dias a) 12
d) 6 dias b) 18
e) n.d.a. c) 16
d) 14
16. Uma folha de alumínio de 250 cm2 de área pesa 400 g. Quanto e) n.d.a.
pesará uma peça quadrada, de 10 cm de lado, da mesma folha de
25. O preço de custo de um objeto é R$ 1 750,00. Sendo esse objeto
alumínio?
vendido a R$ 2 499,00, qual a taxa de lucro sobre o preço de custo?
a) 160 g
a) 42,8
b) 145 g
b) 43,7
c) 165 g
c) 39,8
d) 178 g
d) 44,0
e) n.d.a.
e) n.d.a.
17. Com certa quantidade de arame, constrói-se uma tela de 20 m de
26. Um quadro de futebol disputa 16 partidas, vencendo 10 e empatando
comprimento por 3 m de largura. Diminuindo-se a largura em 1,80 m,
2. Pede-se: 1º) a taxa de vitórias em relação ao número de partidas
qual seria o comprimento de outra tela fabricada com a mesma
disputadas; 2º) a taxa de empates em relação ao número de partidas
quantidade de arame?
disputadas.
a) 48 m
a) 62,5 e 12,5
b) 50m
b) 61,0 e 11,9
c) 52 m
c) 63,1 e 13,3
d) 54 m
d) 62,1 e 11,9
e) n.d.a.
e) n.d.a.
18. Para azulejar uma parede de 15 m2 de área foram usados 300 27. Em 1980, a população de uma cidade era de 60 000 habitantes. Em
azulejos. Quantos azulejos iguais a esses seriam usados para 1981, a população da mesma cidade é de 61920 habitantes. Qual foi
azulejar uma parede retangular de 8 m por 3 m? a taxa de crescimento populacional em relação à de 1980?
a) 479 a) 4,1
b) 500 b) 3,1
c) 566 c) 3,2
d) 480 d) 1,9
e) n.d.a. e) n.d.a.
50. O volante de uma máquina, dando 318 voltas em 6 minutos, põe em 58. Certo capital, acrescido dos juros resultantes de sua aplicação
movimento uma fieira que produz 265 metros de tecido em 60 durante 8 meses, eleva-se a R$ 23 100,00. O mesmo capital,
minutos. Que tempo será preciso para fabricar 564 metros de tecido, acrescido dos juros resultantes de 13 meses de aplicação, à mesma
se o volante der 376 voltas em 4 minutos? taxa, eleva-se a R$ 23 475,00. Calcular o capital e a taxa anual.
a) 75 min a) 22.500,00 e 4% a.a.
b) 72 min b) 21.000,00 e 5%
c) 69 c) 23.650,00 e 5%
d) 65 d) 21.654,00 e 4%
e) n.d.a. e) n.d.a.
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das em- X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científi-
presas e da sociedade. co e tecnológico;
Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, en- XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.
tre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambien- § 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de
te, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas
bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens
organização social e econômica do País. e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se re-
força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à lacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da
coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. produção ao consumo; e
TÍTULO II II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou in-
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE diretamente com a saúde.
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer
e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual
direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de pre-
Sistema Único de Saúde (SUS). venção e controle das doenças ou agravos.
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas fe- § 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um con-
derais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produ- junto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epide-
ção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e miológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos traba-
de equipamentos para saúde. lhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de
(SUS), em caráter complementar. trabalho, abrangendo:
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde
(SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determi- potenciais à saúde existentes no processo de trabalho;
nantes da saúde;
III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saú-
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos cam- de (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de pro-
pos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta dução, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de
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substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada
riscos à saúde do trabalhador; esfera de governo pelos seguintes órgãos:
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secre-
empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e taria de Saúde ou órgão equivalente; e
do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambien-
tais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeita- III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou
dos os preceitos da ética profissional; órgão equivalente.
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver
de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam.
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no pro- § 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio
cesso de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades da direção única, e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua
sindicais; e observância.
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão § 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá or-
competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambi- ganizar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e
ente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde.
saúde dos trabalhadores. Art. 11. (Vetado).
CAPÍTULO II
Dos Princípios e Diretrizes Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, su-
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados bordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e
contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde órgãos competentes e por entidades representativas da sociedade civil.
(SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de arti-
da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: cular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde
de assistência; (SUS).
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões
contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coleti- intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades:
vos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do I - alimentação e nutrição;
sistema;
II - saneamento e meio ambiente;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integri-
dade física e moral; III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios IV - recursos humanos;
de qualquer espécie;
V - ciência e tecnologia; e
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - saúde do trabalhador.
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de sa-
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração
úde e a sua utilização pelo usuário;
entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e superi-
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, or.
a alocação de recursos e a orientação programática;
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade pro-
VIII - participação da comunidade; por prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação conti-
nuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em ca- correspondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica
da esfera de governo: entre essas instituições.
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; CAPÍTULO IV
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; Da Competência e das Atribuições
Seção I
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente Das Atribuições Comuns
e saneamento básico;
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exerce-
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e hu- rão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:
manos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na
prestação de serviços de assistência à saúde da população; I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de
fiscalização das ações e serviços de saúde;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de as-
sistência; e II - administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados,
em cada ano, à saúde;
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade
de meios para fins idênticos. III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da
população e das condições ambientais;
CAPÍTULO III
Da Organização, da Direção e da Gestão IV - organização e coordenação do sistema de informação de saúde;
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de
de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação complementar qualidade e parâmetros de custos que caracterizam a assistência à saúde;
da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarqui-
zada em níveis de complexidade crescente. VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de
qualidade para promoção da saúde do trabalhador;
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo
II - participar na formulação e na implementação das políticas: Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete:
a) de controle das agressões ao meio ambiente; I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das
ações de saúde;
b) de saneamento básico; e
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho; Único de Saúde (SUS);
III - definir e coordenar os sistemas: III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar suple-
tivamente ações e serviços de saúde;
a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços:
b) de rede de laboratórios de saúde pública;
a) de vigilância epidemiológica;
c) de vigilância epidemiológica; e
b) de vigilância sanitária;
d) vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição; e
IV - participar da definição de normas e mecanismos de controle, com
órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que d) de saúde do trabalhador;
tenham repercussão na saúde humana;
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do
V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o contro- meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana;
le das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de
saúde do trabalhador; VI - participar da formulação da política e da execução de ações de sa-
neamento básico;
VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância epide-
miológica; VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos
ambientes de trabalho;
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, ae-
XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de § 2o O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por
saúde no seu âmbito de atuação. equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva,
terapêutica e reabilitadora. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos
Estados e aos Municípios. § 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realiza-
dos por indicação médica, com expressa concordância do paciente e de
CAPÍTULO V sua família. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) CAPÍTULO VII
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO
das populações indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou indivi- (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
dualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836,
de 1999) Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da
rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de
O Conselho de Saúde, órgão colegiado com caráter permanente e de- Ao se preservar as funções, competências, atividades e atribuições do
liberativo, composto por representantes do governo, prestadores de serviço, INAMPS, se preservou também a sua lógica de financiamento e de aloca-
profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no ção de recursos financeiros, como, por exemplo, o estabelecimento de
controle da execução da política de saúde, sendo que suas decisões reque- limites ou tetos físicos e financeiros para as Unidades Federadas.
rem a homologação do chefe do poder legalmente constituído em cada
esfera do governo. 2. NORMAS DO SUS.
A Comissão Intergestores Tripartite - CIT, integrada por representantes O SUS está amparado em uma vasta legislação, cujo tripé principal é
dos gestores municipais (CONASEMS - Conselho Nacional de Secretários formado pela Constituição Federal de 1988, a Lei 8.080, de 19 de setembro
Municipais de Saúde), estaduais (CONASS - Conselho Nacional de Secre- de 1990 e a Lei 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Complementarmente
tários de Saúde) e federal (Ministério da Saúde) − e a Comissão Interges- existiram as Normas Operacionais do SUS, das quais pode-se fazer o
tores Bipartite - CIB, integrada por representantes dos gestores municipais seguinte resumo:
(COSEMS - Colegiado de Secretários Municipais de Saúde) e estadual
(Secretaria Estadual de Saúde), criadas pela segunda Norma Operacional NOB-SUS 01/91
Básica do SUS - a NOB-SUS 01/93, são responsáveis pelo gerenciamento • Resolução Nº 258/1991 /INAMPS - Instituiu a UCA - Unidade de
do Sistema Único de Saúde, apreciando, entre outros assuntos, os pactos Cobertura Ambulatorial, para o financiamento das atividades ambu-
e programações entre gestores, buscando a integração entre as esferas de latoriais;
governo. • Instituiu a AIH - Autorização de Internação Hospitalar, para o finan-
ciamento das internações hospitalares;
Nelas são pactuados, por exemplo, os tetos financeiros possíveis − • Definiu recursos para o custeio da máquina administrativa do
dentro das disponibilidades orçamentárias conjunturais − oriundos dos INAMPS;
recursos das três esferas de governo, capazes de viabilizar a atenção às • Definiu recursos para o financiamento de Programas Especiais em
necessidades assistenciais e às exigências ambientais. Para ler um pouco Saúde;
mais sobre o SUS clique. • Definiu recursos para investimentos no setor saúde.
De acordo com a Norma Operacional Básica do SUS (NOB-SUS A atividade de saúde é tipicamente artesanal. Nenhuma autoridade, hi-
01/96), GERÊNCIA é a administração de um Serviço ou Órgão de Saúde erarquia, de per si, poderá modificar o que o artesão está fazendo na ponta
(Posto ou Centro de Saúde, unidade Mista, Hospital, Fundação, etc.), do sistema. Esta compreensão e a busca diuturna de solução para esta
enquanto que GESTÃO é a administração de um Sistema de Saúde, atra- área é o maior dos desafios do sistema de saúde público e privado. Vários
vés das funções de direção ou comando, coordenação, planejamento, são os problemas em relação aos Recursos Humanos: formação, contrato
controle, avaliação e auditoria. de trabalho, condições de trabalho, salário, compromisso social e humani-
zação do atendimento.
A municipalização é determinada: a) em nível federal pela CIT – Co-
missão Intergestores Tripartite, que reúne representantes da União (MS – Há um grande descompasso entre a necessidade e a oferta, qualitativa
Ministério da Saúde), dos Estados (CONASS – Conselho de Secretários e quantitativa de profissionais para atuarem no âmbito do SUS. A evolução
Estaduais de Saúde) e dos Municípios (CONASEMS – Conselho Nacional dos conhecimentos e a velocidade com que tem ocorrido, estão a deman-
de secretários Municipais de Saúde); b) em nível estadual, pela CIB – dar do aparelho formador de todos os níveis e profissões de saúde uma
Comissão Intergestores Bipartite, que reúne representantes do Estado agilidade não existente. De outro lado, tem restado aos serviços de saúde
(SES – Secretaria Estadual de Saúde) e dos Municípios (COSEMS – Cole- realizar este papel de “formador” e atualizador dos profissionais que neces-
giado de Secretários Municipais de Saúde). sita. Isto ou não tem ocorrido ou tem sido feito de maneira não adequada
ao funcionamento dos serviços e às modernas técnicas instrucionais .
A habilitação de um município em uma das condições de gestão defini-
das na Norma Operacional da Assistência à Saúde – NOAS-SUS 01/2002 – Há um esgarçamento na relação entre os cidadãos que demandam os
Plena da Atenção Básica Ampliada e Plena do Sistema Municipal, significa serviços de saúde , públicos e privados, e os profissionais de saúde. Desde
declarar compromissos assumidos, na pessoa do gestor municipal, perante o início se vêem como inimigos potenciais e contendores. Os profissionais
os outros gestores do SUS – União, Estado e demais Municípios, e perante de saúde, em especial os médicos, se sentem cada vez mais maltratados e
a população sob sua responsabilidade. desrespeitados pelos clientes. De outro lado os cidadãos a cada dia se
sentem pior tratados no aspecto humano, pelos profissionais de saúde. As
Os municípios que não aderirem ao processo de habilitação permane- queixas se acumulam e, a maioria delas, refere-se à relação interpessoal.
cem, como simples prestadores de serviços, cabendo ao estado a gestão
do sistema de saúde naquele município. Assim, embora possa exercer a O país tem 207.154 médicos ativos em junho de 1997. A média nacio-
gerência dos serviços próprios ou descentralizados, o município não pode nal é de cerca de 13,04 por 10 mil habitantes. Esse índice é superior ao
exercer a gestão do sistema de saúde. considerado satisfatório pela OMS, que é de 10 para cada 10 mil habitan-
tes. A distribuição desse profissional, no entanto, é bem desigual. Enquanto
No Pará, a municipalização da saúde teve como marco inicial a Portaria o Sudeste possui 18,13 médicos por 10 mil habitantes, o Norte tem apenas
SESPA/N°53, de 24 de agosto de 1993, que constituiu a CIB – Comissão 6,02. E eles se concentram majoritariamente nas áreas urbanas: cerca de
Intergestores Bipartite, com a finalidade de coordenar o processo de des- 64% trabalham nas capitais brasileiras.
centralização das ações de saúde.
A distribuição de enfermeiros segue um perfil parecido: os melhores ín-
Em 26 de março de 1997, a Portaria SESPA/N°76 estabeleceu as nor- dices são encontrados no Sudeste (5,13/10.000 habitantes) enquanto que
mas e procedimentos para a solicitação /descentralização da gerência de no norte são apenas 2,81/10.000 habitantes).
unidades de saúde aos municípios.
A média de dentista é de 8,41 por 10.000 habitantes. O número de
Em 16 de outubro de 1997, o Decreto Estadual N° 2.424, dispôs sobre dentes permanentes cariados, perdidos ou obturados na população de 12
a municipalização das atividades de saúde pública e ensino fundamental, anos cai 54,1% em dez anos, atingindo 3,06% em 1996. Em 1986, a média
sendo regulamentado pela Instrução Normativa N° 003, de 31/10/1977, que era de 6,67%. O índice considerado satisfatório pela OMS é de 3,0. A
normalizou os procedimentos quanto aos servidores estaduais envolvidos. Região Norte, onde as crianças de 12 anos têm, em média, 4,27 dentes
Nessa mesma época, começa o Movimento da Reforma Sanitária Bra- Nesse processo, o país teve, assim, uma política de saúde claramente
sileira, constituído inicialmente por uma parcela da intelectualidade universi- definida constitucionalmente no sentido de política pública, como política
tária e dos profissionais da área da saúde. Posteriormente, incorporaram-se social, , implicando, portanto, em mudanças substantivas para sua operaci-
ao movimento outros segmentos da sociedade, como centrais sindicais, onalização nos campos político-jurídicos, político-institucional e técnico-
movimentos populares de saúde e alguns parlamentares. operativo.
As proposições desse movimento, iniciado em pleno regime autoritário Todavia, a natureza, complexidade e abrangência dessas mudanças e
da ditadura militar, eram dirigidas basicamente à construção de uma nova suas implicações em termos de situações e interesses existentes, associa-
política de saúde efetivamente democrática, considerando a descentraliza- dos ao momento político, processo eleitoral e eleição de um governo não
ção, universalização e unificação como elementos essenciais para a refor- comprometido com as teses centrais da reforma sanitária, dificultaram a
ma do setor. implementação dessa nova política de saúde.
Várias foram as propostas de implantação de uma rede de serviços vol- Tanto que a sua regulamentação só foi estabelecida no final de 1990,
tada para a atenção primária à saúde, com hierarquização, descentraliza- com as Leis 8.080 e 8.142, nas quais se destacaram os princípios organiza-
ção e universalização, iniciando-se já a partir do Programa de Interiorização tivos e operacionais do sistema, tais como a construção de modelo de
das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS), em 1976. Em 1980, foi criado atenção fundamentado na epidemiologia, o controle social e um sistema
o Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (PREV-SAÚDE) - que, descentralizado e regionalizado com base municipal.
na realidade, nunca saiu do papel -, logo seguido pelo plano do Conselho
Nacional de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP), em 1982, a No plano executivo, ocorreram atos normativos e administrativos que
partir do qual foi implementada a política de Ações Integradas de Saúde têm relações e implicações com a implantação e operacionalização da
(AIS), em 1983. Estas constituíram uma estratégia de extrema importância política de saúde, particularmente quanto ao seu eixo de descentraliza-
para o processo de descentralização da saúde. ção/municipalização. Em 1990, o Ministério da Saúde, incumbiu o INAMPS,
por meio da Portaria GM 1.481, de 31/12/90, de "implantar a nova política
A 8ª Conferência Nacional da Saúde, realizada em março de 1986, de financiamento do SUS para 1991...", surgindo, assim, a Norma Operaci-
considerada um marco histórico, consagra os princípios preconizados pelo onal Básica/SUS Nº 1, NOB SUS 01/91, aprovada e instituída pela Resolu-
Movimento da Reforma Sanitária. Em 1987 é implementado o Sistema ção INAMPS no 258, de 07/01/91. Essa NOB recebeu acentuadas críticas,
Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), como uma consolidação particularmente por estabelecer o convênio como mecanismo de articulação
das Ações Integradas de Saúde (AIS), que adota como diretrizes a univer- e repasse de recursos e por ser centralizadora, embora se apresentasse
salização e a eqüidade no acesso aos serviços, a integralidade dos cuida- como apoio à descentralização e reforço do poder municipal.
dos, a regionalização dos serviços de saúde e implementação de distritos
sanitários, a descentralização das ações de saúde, o desenvolvimento de No mês de julho de 1991, a NOB SUS-01/91 foi modificada pela Reso-
instituições colegiadas gestoras e o desenvolvimento de uma política de lução INAMPS no 273, de 17/07/91, com base nas propostas apresentadas,
recursos humanos. sobretudo, pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS e
pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde - CONASEMS.
O capítulo dedicado à saúde na nova Constituição Federal, promulgada Em fevereiro de 1992, foi editada a Norma Operacional Básica do Sistema
em outubro de 1988, retrata o resultado de todo o processo desenvolvido Único de Saúde para 1992, NOB-SUS 01/92, representando, na realidade,
ao longo dessas duas décadas, criando o Sistema Único de Saúde (SUS) e o "acordo possível" naquele momento.
determinando que "a saúde é direito de todos e dever do Estado" (art. 196).
Estas regulamentações jurídicas e reformulações institucionais são,
Entre outros, a Constituição prevê o acesso universal e igualitário às evidentemente, reflexos e instrumentos de decisões políticas maiores, das
ações e serviços de saúde, com regionalização e hierarquização, descen- relações de poder no aparelho estatal e na sociedade. De qualquer modo,
tralização com direção única em cada esfera de governo, participação da todo este processo, com seus avanços e recuos, acordos e conflitos, foi
comunidade e atendimento integral, com prioridade para as atividades mudando a realidade política e institucional do SUS, particularmente com a
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais. A Lei nº 8.080, pro- ampliação e articulação das Secretarias Municipais de Saúde e a revisão
mulgada em 1990, operacionaliza as disposições constitucionais. São dos papéis e poderes das Secretarias Estaduais de Saúde e do próprio
atribuições do SUS em seus três níveis de governo, além de outras, "orde- Ministério da Saúde.
nar a formação de recursos humanos na área de saúde" (CF, art. 200, Na crise do governo, em 1992, época era de retrocesso na política e
inciso III). administração pública, com intensa participação da sociedade em denún-
cias e críticas, em demandas de mudanças e avanços, incluindo aí a área
DESCENTRALIZAÇÃO da saúde, seriamente afetada, novamente o Movimento Sanitário reivindi-
A formulação e a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) é a cou e pressionou pela realização da IX Conferência Nacional de Saúde já
resultante de um expressivo movimento de reforma sanitária, inserido no atrasada em dois anos, a qual veio a ser realizada no período de 9 a 14 de
movimento mais amplo de redemocratização do país e que teve na VIII agosto de 1992 tendo como tema central "Saúde: a Municipalização é o
Conferência Nacional de Saúde (1986) um de seus "locus" privilegiados Caminho", explicitando a dimensão e o poder de articulação acumulados
para o estabelecimento das grandes diretrizes para a reorganização do pelos defensores do SUS e de seu processo de descentralização na gestão
sistema de saúde no Brasil. dos serviços e ações de saúde.
VIII - manter sistema de informações em vigilância sanitária, em coope- Conquanto fossem novas a denominação- exclusiva do país- e a espa-
ração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. cialização institucional que adquiriu naquele momento o status de secretaria
ministerial, em substituição ao antigo serviço nacional de fiscalização da
§ 1º A competência da União será exercida: medicina e farmácia, criado em 1941, e incorporando o serviço de saúde
I - pelo Ministério da Saúde, no que se refere à formulação, ao acom- dos portos, criado em 1937, a vigilância sanitária não surgiu na década de
panhamento e à avaliação da política nacional de vigilância sanitária e das 70.
diretrizes gerais do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; Esse órgão viria a desempenhar função estratégica na economia agro-
II - pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em conformidade exportadora mantendo-se como estrutura específica até 1976, quando nova
com as atribuições que lhe são conferidas por esta Lei; e concepção organizacional de controle sanitário unificou, no mesmo espaço
institucional, vários campos de riscos, recebendo ambos, ação e espaço, a
III - pelos demais órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, cu- denominação vigilância sanitária.
jas áreas de atuação se relacionem com o sistema.
I - pelo Ministério da Saúde, no que se refere à formulação, ao acom- IX - conceder registros de produtos, segundo as normas de sua área
panhamento e à avaliação da política nacional de vigilância sanitária e das de atuação;
diretrizes gerais do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; X - conceder e cancelar o certificado de cumprimento de boas práticas
II - pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVS, em conformi- de fabricação;
dade com as atribuições que lhe são conferidas por esta Lei; e XI - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.190, de 2001)
III - pelos demais órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, cu- XII - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.190, de 2001)
jas áreas de atuação se relacionem com o sistema.
XIII - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.190, de 2001)
§ 2º O Poder Executivo Federal definirá a alocação, entre os seus ór-
gãos e entidades, das demais atribuições e atividades executadas pelo XIV - interditar, como medida de vigilância sanitária, os locais de fabri-
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, não abrangidas por esta Lei. cação, controle, importação, armazenamento, distribuição e venda de
produtos e de prestação de serviços relativos à saúde, em caso de violação
§ 3º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fornecerão, medi- da legislação pertinente ou de risco iminente à saúde;
ante convênio, as informações solicitadas pela coordenação do Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária. XV - proibir a fabricação, a importação, o armazenamento, a distribui-
ção e a comercialização de produtos e insumos, em caso de violação da
CAPÍTULO II legislação pertinente ou de risco iminente à saúde;
DA CRIAÇÃO E DA COMPETÊNCIA DA AGÊNCIA NACIONAL
DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA XVI - cancelar a autorização de funcionamento e a autorização especial
de funcionamento de empresas, em caso de violação da legislação perti-
Art. 3o Fica criada a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVI- nente ou de risco iminente à saúde;
SA, autarquia sob regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde, com
sede e foro no Distrito Federal, prazo de duração indeterminado e atuação XVII - coordenar as ações de vigilância sanitária realizadas por todos
em todo território nacional. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190- os laboratórios que compõem a rede oficial de laboratórios de controle de
34, de 2001) qualidade em saúde;
Parágrafo único. A natureza de autarquia especial conferida à Agência XVIII - estabelecer, coordenar e monitorar os sistemas de vigilância to-
é caracterizada pela independência administrativa, estabilidade de seus xicológica e farmacológica;
dirigentes e autonomia financeira.
XIX - promover a revisão e atualização periódica da farmacopéia;
Art. 4º A Agência atuará como entidade administrativa independente,
XX - manter sistema de informação contínuo e permanente para inte-
sendo-lhe assegurada, nos termos desta Lei, as prerrogativas necessárias
grar suas atividades com as demais ações de saúde, com prioridade às
ao exercício adequado de suas atribuições.
ações de vigilância epidemiológica e assistência ambulatorial e hospitalar;
Art. 5º Caberá ao Poder Executivo instalar a Agência, devendo o seu
XXI - monitorar e auditar os órgãos e entidades estaduais, distrital e
regulamento, aprovado por decreto do Presidente da República, fixar-lhe a
municipais que integram o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, inclu-
estrutura organizacional.
indo-se os laboratórios oficiais de controle de qualidade em saúde;
Art. 6º A Agência terá por finalidade institucional promover a proteção
XXII - coordenar e executar o controle da qualidade de bens e produtos
da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e
relacionados no art. 8º desta Lei, por meio de análises previstas na legisla-
da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitá-
ção sanitária, ou de programas especiais de monitoramento da qualidade
ria, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias
em saúde;
a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e de fron-
teiras. XXIII - fomentar o desenvolvimento de recursos humanos para o siste-
ma e a cooperação técnico-científica nacional e internacional;
Art. 7º Compete à Agência proceder à implementação e à execução do
disposto nos incisos II a VII do art. 2º desta Lei, devendo: XXIV - autuar e aplicar as penalidades previstas em lei.
I - coordenar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; XXV - monitorar a evolução dos preços de medicamentos, equipamen-
tos, componentes, insumos e serviços de saúde, podendo para tanto:
II - fomentar e realizar estudos e pesquisas no âmbito de suas atribui-
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
§ 4o A Agência poderá delegar a órgão do Ministério da Saúde a exe- § 6o O Ministro de Estado da Saúde poderá determinar a realização de
cução de atribuições previstas neste artigo relacionadas a serviços médico- ações previstas nas competências da Agência Nacional de Vigilância
ambulatorial-hospitalares, previstos nos §§ 2o e 3o do art. 8o, observadas as Sanitária, em casos específicos e que impliquem risco à saúde da popula-
vedações definidas no § 1o deste artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº ção. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
2.190-34, de 2001) § 7o O ato de que trata o § 6o deverá ser publicado no Diário Oficial da
§ 5o A Agência deverá pautar sua atuação sempre em observância das União. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
diretrizes estabelecidas pela Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para § 8º Consideram-se serviços e instalações submetidos ao controle e
dar seguimento ao processo de descentralização da execução de ativida- fiscalização sanitária aqueles relacionados com as atividades de portos,
des para Estados, Distrito Federal e Municípios, observadas as vedações aeroportos e fronteiras e nas estações aduaneiras e terminais alfandega-
relacionadas no § 1o deste artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.190- dos, serviços de transportes aquáticos, terrestres e aéreos. (Incluído pela
34, de 2001) Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
§ 6o A descentralização de que trata o § 5o será efetivada somente CAPÍTULO III
após manifestação favorável dos respectivos Conselhos Estaduais, Distrital DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA AUTARQUIA
e Municipais de Saúde. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de Seção I
2001) Da Estrutura Básica
Art. 8º Incumbe à Agência, respeitada a legislação em vigor, regula- Art. 9º A Agência será dirigida por uma Diretoria Colegiada, devendo
mentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco à contar, também, com um Procurador, um Corregedor e um Ouvidor, além
saúde pública. de unidades especializadas incumbidas de diferentes funções.
§ 1º Consideram-se bens e produtos submetidos ao controle e fiscali- Parágrafo único. A Agência contará, ainda, com um Conselho Consul-
zação sanitária pela Agência: tivo, que deverá ter, no mínimo, representantes da União, dos Estados, do
I - medicamentos de uso humano, suas substâncias ativas e demais in- Distrito Federal, dos Municípios, dos produtores, dos comerciantes, da
sumos, processos e tecnologias; comunidade científica e dos usuários, na forma do regulamento. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
II - alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas
embalagens, aditivos alimentares, limites de contaminantes orgânicos, Seção II
resíduos de agrotóxicos e de medicamentos veterinários; Da Diretoria Colegiada
III - cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes; Art. 10. A gerência e a administração da Agência serão exercidas por
uma Diretoria Colegiada, composta por até cinco membros, sendo um deles
IV - saneantes destinados à higienização, desinfecção ou desinfesta- o seu Diretor-Presidente.
IV - cumprir e fazer cumprir as normas relativas à vigilância sanitária; Parágrafo único. O contrato de gestão é o instrumento de avaliação da
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) atuação administrativa da autarquia e de seu desempenho, estabelecendo
os parâmetros para a administração interna da autarquia bem como os
V - elaborar e divulgar relatórios periódicos sobre suas atividades; (Re- indicadores que permitam quantificar, objetivamente, a sua avaliação
dação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) periódica.
VI - julgar, em grau de recurso, as decisões da Agência, mediante pro- Art. 20. O descumprimento injustificado do contrato de gestão implica-
vocação dos interessados; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190- rá a exoneração do Diretor-Presidente, pelo Presidente da República,
34, de 2001) mediante solicitação do Ministro de Estado da Saúde.
VII - encaminhar os demonstrativos contábeis da Agência aos órgãos CAPÍTULO V
competentes. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001) Do Patrimônio e Receitas
§ 1o A Diretoria reunir-se-á com a presença de, pelo menos, três Dire- Seção I
tores, dentre eles o Diretor-Presidente ou seu substituto legal, e deliberará Das Receitas da Autarquia
por maioria simples. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de Art. 21. Constituem patrimônio da Agência os bens e direitos de sua
2001) propriedade, os que lhe forem conferidos ou que venha adquirir ou incorpo-
§ 2o Dos atos praticados pela Agência caberá recurso à Diretoria Co- rar.
legiada, com efeito suspensivo, como última instância administrativa. (Re- Art. 22. Constituem receita da Agência:
dação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001)
I - o produto resultante da arrecadação da taxa de fiscalização de vigi-
Art. 16. Compete ao Diretor-Presidente: (Redação dada pela Medida lância sanitária, na forma desta Lei;
Provisória nº 2.190-34, de 2001)
II - a retribuição por serviços de quaisquer natureza prestados a tercei-
"Art. 57. A importação de alimentos, de aditivos para alimentos e de 1.3 Revalidação ou renovação de registro de
6.000 Cinco anos
substâncias destinadas a serem empregadas no fabrico de artigos, utensí- alimentos
lios e equipamentos destinados a entrar em contato com alimentos, fica 1.4 Certificação de Boas Práticas de Fabri-
sujeita ao disposto neste Decreto-lei e em seus Regulamentos sendo a Vide Lei nº
cação para cada estabelecimento ou
X 11.972, de
análise de controle efetuada por amostragem, a critério da autoridade unidade fabril, por linha de produção de
2009
sanitária, no momento de seu desembarque no país." (NR) alimentos
Art. 43. A Agência poderá apreender bens, equipamentos, produtos e 1.4.1 No País e MERCOSUL X X
utensílios utilizados para a prática de crime contra a saúde pública, e a 1.4.1.1 Certificação de Boas Práticas de Fabri-
promover a respectiva alienação judicial, observado, no que couber, o 15.000 Anual
cação e Controle para cada estabeleci-
disposto no art. 34 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, bem como
2.1 Registro de cosméticos 2.500 Cinco anos 4.1.9.2 Produto similar 6.000 Cinco anos
2.2 Alteração, inclusão ou isenção de 4.1.9.3 Produto tradicional 6.000 Cinco anos
1.800 ---
registro de cosméticos 4.1.10 Medicamentos homeopáticos X X
2.3 Revalidação ou renovação de registro de 4.1.10.1 Produto novo 6.000 Cinco anos
2.500 Cinco anos
cosméticos
4.1.10.2 Produto similar 6.000 Cinco anos
2.4 Certificação de Boas Práticas de Fabri-
Vide Lei nº
cação para cada estabelecimento ou 4.1.11 Novo acondicionamento no País 1.800 ---
X 11.972, de
unidade fabril, por linha de produção de
2009 4.2 Alteração, inclusão ou isenção de
cosméticos 1.800 ---
registro de medicamentos
2.4.1 No País e MERCOSUL X X
4.3 Certificação de Boas Práticas de Fabri-
Vide Lei nº
2.4.1.1 Certificação de Boas Práticas de Fabri- cação para cada estabelecimento ou
X 11.972, de
cação para cada estabelecimento ou unidade fabril, por linha de produção de
2009
unidade fabril por linha de produção de 15.000 Anual medicamentos
cosméticos, produtos de higiene e
perfumes 4.3.1 No País e MERCOSUL X X
5.14.4.4 Mar aberto de longo curso, em trânsito 5.14.4.20 Interior que desenvolvem atividades de
internacional, com deslocamento maríti- esporte e recreio com fins não comerci-
mo, marítimo-fluvial ou marítimo-lacustre 600 --- ais em trânsito municipal, intermunicipal
ISENTO ---
e que desenvolvem atividades de ou interestadual, com deslocamento
esporte e recreio com fins comerciais marítimo-lacustre, marítimo-fluvial, fluvial
ou fluvial-lacustre
5.14.4.5 Interior, em trânsito internacional, com
deslocamento fluvial e que desenvolvem 5.14.4.21 Qualquer embarcação da Marinha do
ISENTO --- Brasil, ou sob seu convite, utilizadas ISENTO ---
atividades de esporte e recreio com fins
não comerciais para fins não comerciais
16.3.1.1. Longo Curso: aquela realizada entre portos brasileiros e es- II - fomentar e realizar estudos e pesquisas no âmbito de suas atribui-
trangeiros; ções;
16.3.1.2. Cabotagem: aquela realizada entre portos ou pontos do terri- III - estabelecer normas, propor, acompanhar e executar as políticas,
tório brasileiro utilizado a via marítima ou esta e as vias navegáveis interio- as diretrizes e as ações de vigilância sanitária;
res; e IV - estabelecer normas e padrões sobre limites de contaminantes, re-
16.3.1.3. Apoio Marítimo: aquela realizada para apoio logístico a em- síduos tóxicos, desinfetantes, metais pesados e outros que envolvam risco
barcações e instalações em águas territoriais nacionais e na zona econômi- à saúde;
ca exclusiva, que atuem nas atividades de pesquisa e lavra de minerais e V - intervir, temporariamente, na administração de entidades produto-
hidorcarbonetos; ras, que sejam financiadas, subsidiadas ou mantidas com recursos públi-
16.3.2. Navegação de Interior: realizada em hidrovias interiores assim cos, assim como nos prestadores de serviços e ou produtores exclusivos ou
considerados rios, lagos, canais, lagoas, baías, angras, enseadas e áreas estratégicos para o abastecimento do mercado nacional, obedecido o
marítimas consideradas abrigadas; disposto no art. 5º da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, com a redação
dada pelo art. 2º da Lei nº 9.695, de 20 de agosto de 1998;
16.3.3. Navegação de Apoio Portuário: realizada exclusivamente nos
portos e terminais aquaviários para atendimento de embarcações e instala- VI - administrar e arrecadar a Taxa de Fiscalização de Vigilância Sani-
ções portuárias. tária, instituída pelo art. 23 da Lei nº 9.782, de 1999;
16.4. Vias navegáveis: marítimas, fluviais, lacustres. VII - autorizar o funcionamento de empresas de fabricação, distribuição
e importação dos produtos mencionados no art. 4º deste Regulamento e de
XXI - fomentar o desenvolvimento de recursos humanos para o sistema § 10. O ato de que trata o parágrafo anterior deverá ser publicado no
e a cooperação técnico-científica nacional e internacional; Diário Oficial da União.
XXII - autuar e aplicar as penalidades previstas em lei; Art. 4º Incumbe à Agência, respeitada a legislação em vigor, regula-
mentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco à
XXIII - monitorar a evolução dos preços de medicamentos, equipamen- saúde pública.
tos, componentes, insumos e serviços de saúde, podendo para tanto:
(Redação dada pelo Decreto nº 3.571, de 2000) § 1º Consideram-se bens e produtos submetidos ao controle e fiscali-
zação sanitária pela Agência:
a) requisitar, quando julgar necessário, informações sobre produção,
insumos, matérias-primas, vendas e quaisquer outros dados, em poder de I - medicamentos de uso humano, suas substâncias ativas e demais in-
pessoas de direito público ou privado que se dediquem às atividades de sumos, processos e tecnologias;
produção, distribuição e comercialização dos bens e serviços previstos II - alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas
neste inciso, mantendo o sigilo legal quando for o caso; (Incluído pelo embalagens, aditivos alimentares, limites de contaminantes orgânicos,
Decreto nº 3.571, de 2000) resíduos de agrotóxicos e de medicamentos veterinários;
b) proceder ao exame de estoques, papéis e escritas de quaisquer em- III - cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes;
presas ou pessoas de direito público ou privado que se dediquem às ativi-
dades de produção, distribuição e comercialização dos bens e serviços IV - saneantes destinados à higienização, desinfecção ou desinfesta-
previstos neste inciso, mantendo o sigilo legal quando for o caso; (Incluído ção em ambientes domiciliares, hospitalares e coletivos;
pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
V - conjuntos, reagentes e insumos destinados a diagnóstico;
c) quando for verificada a existência de indícios da ocorrência de infra-
ções previstas nos incisos III ou IV do art. 20 da Lei no 8.884, de 11 de VI - equipamentos e materiais médico-hospitalares, odontológicos, he-
junho de 1994, mediante aumento injustificado de preços ou imposição de moterápicos e de diagnóstico laboratorial e por imagem;
preços excessivos, dos bens e serviços referidos nesses incisos, convocar VII - imunobiológicos e suas substâncias ativas, sangue e hemoderiva-
§ 1º Os Diretores serão brasileiros indicados e nomeados pelo Presi- XI - aprovar a cessão, requisição, promoção e afastamento de servido-
dente da República, após aprovação prévia do Senado Federal, para cum- res para participação em eventos de capacitação lato sensu e stricto
prir mandatos de três anos, não coincidentes, observado o disposto no art. sensu, na forma da legislação em vigor;
29 e seu parágrafo único da Lei nº 9.782, de 1999. XII - (Revogado pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
§ 2º Os Diretores poderão ser reconduzidos, uma única vez, pelo pra- § 1o A Diretoria reunir-se-á com a presença de, pelo menos, três Dire-
zo de três anos, pelo Presidente da República, por indicação do Ministro de tores, dentre eles o Diretor-Presidente ou seu substituto legal, e deliberará
Estado da Saúde. por maioria simples. (Redação dada pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
§ 3º Na hipótese de vacância de membros da Diretoria, o novo Diretor § 2o Dos atos praticados pelas unidades organizacionais da Agência,
será nomeado para cumprir período remanescente do respectivo mandato. caberá recurso à Diretoria Colegiada, com efeito suspensivo, como última
Art. 7º O Diretor-Presidente da Agência será designado pelo Presiden- instância administrativa. (Redação dada pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
te da República, dentre os membros da Diretoria Colegiada, e investido na § 3º Os atos decisórios da Diretoria Colegiada serão publicados no Di-
função por três anos, ou pelo prazo que restar de seu mandato, admitida ário Oficial da União.
uma única recondução por três anos.
Art. 12. São atribuições comuns aos Diretores:
Art. 8º A exoneração imotivada de Diretor da Agência somente poderá
ser promovida nos quatro meses iniciais do mandato, findos os quais será I - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares no âmbito
assegurado seu pleno e integral exercício salvo nos casos de improbidade das atribuições da Agência;
administrativa, de condenação penal transitada em julgado e de descum-
primento injustificado do contrato de gestão da autarquia. II - zelar pelo desenvolvimento e credibilidade interna e externa da
Agência e pela legitimidade de suas ações;
Art. 9º Aos dirigentes da Agência é vedado o exercício de qualquer ou-
tra atividade profissional, empresarial, sindical ou de direção político- III - zelar pelo cumprimento dos planos e programas da Agência;
partidária. IV - praticar e expedir os atos de gestão administrativa no âmbito de
suas atribuições;
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V - executar as decisões tomadas pela Diretoria Colegiada ou pelo Di- V - Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde - um repre-
retor-Presidente; (Redação dada pelo Decreto nº 3.571, de 2000) sentante;
VI - contribuir com subsídios para propostas de ajustes e modificações VI - Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde - um re-
na legislação, necessários à modernização do ambiente institucional de presentante;
atuação da Agência;
VII - Confederação Nacional das Indústrias - um representante;
VII - coordenar as atividades das unidades organizacionais sob sua
responsabilidade. VIII - Confederação Nacional do Comércio - um representante;
Art. 13. Ao Diretor-Presidente incumbe: IX - Comunidade Científica, convidados pelo Ministro de Estado da Sa-
úde - dois representantes;
I - representar a Agência em juízo ou fora dele;
X - Defesa do Consumidor - dois representantes de órgãos legalmente
II - presidir as reuniões da Diretoria Colegiada; constituídos.
III - (Revogado pelo Decreto nº 3.571, de 2000) XI - Confederação Nacional de Saúde – um representante.(Incluído pe-
lo Decreto nº 4.220, de 2002)
IV - decidir ad referendum da Diretoria Colegiada as questões de ur-
gência; § 1o O Diretor-Presidente da Agência participará das reuniões do Con-
selho Consultivo, sem direito a voto.
V - decidir em caso de empate nas deliberações da Diretoria Colegiada;
§ 2o O Presidente do Conselho Consultivo, além do voto normal, terá
VI - praticar os atos de gestão de recursos humanos, aprovar edital e também o de qualidade.
homologar resultados de concursos públicos, nomear ou exonerar servido-
res, provendo os cargos efetivos, em comissão e funções de confiança, e § 3o Os membros do Conselho Consultivo poderão ser representados,
exercer o poder disciplinar, nos termos da legislação em vigor; em suas ausências e impedimentos, por membros suplentes por eles
indicados e designados pelo Ministro de Estado da Saúde. (Incluído pelo
VII - (Revogado pelo Decreto nº 3.571, de 2000) Decreto nº 3.571, de 2000)
VIII - encaminhar ao Conselho Consultivo os relatórios periódicos ela- Art. 18. Os Conselheiros não serão remunerados e poderão permane-
borados pela Diretoria Colegiada; cer como membros do Conselho Consultivo pelo prazo de até três anos,
IX - praticar os atos de gestão de recursos orçamentários, financeiros e vedada a recondução.
de administração, firmar contratos, convênios, acordos, ajustes e outros Art. 19. Compete ao Conselho Consultivo:
instrumentos legais, bem como ordenar despesas;
I - requerer informações e propor à Diretoria Colegiada, as diretrizes e
X - supervisionar o funcionamento geral da Agência; recomendações técnicas de assuntos de competência da Agência;
XI - exercer a gestão operacional da Agência; (Redação dada pelo De- II - opinar sobre as propostas de políticas governamentais na área de
creto nº 3.571, de 2000) atuação da Agência; (Redação dada pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
XII - elaborar, aprovar e promulgar o regimento interno, definir a área III - apreciar e emitir parecer sobre os relatórios anuais da Diretoria Co-
de atuação das unidades organizacionais e a estrutura executiva da Agên- legiada;
cia; (Incluído pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
IV - requerer informações e fazer proposições a respeito das ações re-
XIII - delegar as competências previstas nos incisos VI a IX e XI. (In- feridas no art. 3º deste Regulamento.
cluído pelo Decreto nº 3.571, de 2000)
Art. 20. O funcionamento do Conselho Consultivo será disposto em re-
Parágrafo único. O Ministro de Estado da Saúde indicará um Diretor gimento interno próprio, aprovado pela maioria dos Conselheiros e publica-
para substituir o Diretor-Presidente em seus impedimentos. do pelo seu Presidente.
Seção IV Seção VI
Das Diretorias Da Procuradoria
Art. 14. (Revogado pelo Decreto nº 3.571, de 2000) Art. 21. A Procuradoria da Agência vincula-se à Advocacia Geral da
Seção V União, para fins de orientação normativa e supervisão técnica.
Do Conselho Consultivo Art. 22. Compete à Procuradoria:
Art. 15. A Agência disporá de um órgão de participação institucionali- I - representar judicialmente a Agência com prerrogativas processuais
zada da sociedade denominado Conselho Consultivo. de Fazenda Pública, com poderes para receber citação, intimação e notifi-
Art. 16. O Conselho Consultivo, órgão colegiado, será composto por cações judiciais,
doze membros, indicados pelos órgãos e entidades definidos no art. 17 II - apurar a liquidez e certeza dos créditos, de qualquer natureza, ine-
deste Regulamento, e designados pelo Ministro de Estado da Saúde. rentes à suas atividades, inscrevendo-os em dívida ativa, para fins de
Parágrafo único. A não-indicação do representante por parte dos ór- cobrança amigável ou judicial;
gãos e entidades ensejará a nomeação, de oficio, pelo Ministro de Estado III - executar as atividades de consultoria e assessoramento jurídico;
da Saúde.
IV - emitir pareceres jurídicos;
Art. 17. O Conselho Consultivo tem a seguinte composição:
V - assistir às autoridades no controle interno da legalidade administra-
I - Ministro de Estado da Saúde ou seu representante legal, que o pre- tiva dos atos a serem praticados, inclusive examinando previamente os
sidirá; textos de atos normativos, os editais de licitação, contratos e outros atos
II - Ministro de Estado da Agricultura e do Abastecimento ou seu repre- dela decorrentes, bem assim os atos de dispensa e inexigibilidade de
sentante legal ; licitação;
III - Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia ou seu representante VI - receber queixas ou denúncias que lhe forem encaminhadas pela
legal; Ouvidoria ou pela Corregedoria e orientar os procedimentos necessários,
inclusive o seu encaminhamento às autoridades competentes para provi-
IV - Conselho Nacional de Saúde - um representante; dências, nos casos em que couber;
III - realizar correição nos órgãos e unidades, sugerindo as medidas Art. 32. O processo decisório de registros de novos produtos, bens e
necessárias à racionalização e eficiência dos serviços; serviços, bem como seus procedimentos e de edição de normas poderão
ser precedidos de audiência pública, a critério da Diretoria Colegiada,
IV - instaurar de oficio ou por determinação superior, sindicâncias e conforme as características e a relevância dos mesmos, sendo obrigatória,
processos administrativos disciplinares, submetendo-os à decisão do no caso de elaboração de anteprojeto de lei a ser proposto pela Agência.
Diretor-Presidente da Agência.
Art. 33. A audiência pública será realizada com os objetivos de:
Parágrafo único. O Corregedor será nomeado pelo Ministro de Estado
da Saúde por indicação da Diretoria Colegiada da Agência. I - recolher subsídios e informações para o processo decisório da
Agência;
Seção VIII
Da Ouvidoria II - propiciar aos agentes e consumidores a possibilidade de encami-
nhamento de seus pleitos, opiniões e sugestões;
Art. 25. A Ouvidoria atuará com independência, não tendo vinculação
hierárquica com a Diretoria Colegiada, o Conselho Consultivo, ou quaisquer III - identificar, da forma mais ampla possível, todos os aspectos rele-
de seus integrantes, bem assim com a Corregedoria e a Procuradoria. vantes à matéria objeto de audiência pública;
§ 1º O Ouvidor terá mandato de dois anos, admitida uma recondução, IV - dar publicidade à ação da Agência.
e será indicado pelo Ministro de Estado da Saúde e nomeado pelo Presi- Parágrafo único. No caso de anteprojeto de lei, a audiência pública
dente da República. ocorrerá após a prévia consulta à Casa Civil da Presidência da República.
§ 2º É vedado ao Ouvidor ter interesse, direto ou indireto, em quais- Art. 34. Os atos normativos de competência da Agência serão editados
quer empresas ou pessoas sujeitas à área de atuação da Agência. pela Diretoria Colegiada, só produzindo efeitos após publicação no Diário
Art. 26. À Ouvidoria compete: Oficial da União.
I - formular e encaminhar as denúncias e queixas aos órgãos compe- Parágrafo único. Os atos de alcance particular só produzirão efeito
tentes, em especial à Diretoria Colegiada, à Procuradoria e à Corregedoria após a correspondente notificação.
da Agência, e ao Ministério Público; Art. 35. As minutas de atos normativos poderão ser submetidas à con-
II - dar ciência das infringências de normas de vigilância sanitária ao Di- sulta pública, formalizada por publicação no Diário Oficial da União, deven-
retor-Presidente da Agência. do as críticas e sugestões merecer exame e permanecer à disposição do
público, nos termos do regimento interno.
Art. 27. Ao Ouvidor incumbe:
CAPÍTULO IV
I - ouvir as reclamações de qualquer cidadão, relativas a infringências DO PATRIMÔNIO E DAS RECEITAS
de normas de vigilância sanitária;
Art. 36. Constituem o patrimônio da Agência os bens e direitos de sua
II - receber denúncias de quaisquer violações de direitos individuais ou propriedade, os que lhe forem conferidos ou os que venha a adquirir ou
coletivos de atos legais, neles incluídos todos os contrários à saúde pública, incorporar.
bem como qualquer ato de improbidade administrativa, praticados por
agentes ou servidores públicos de qualquer natureza, vinculados direta ou Art. 37. Constituem receitas da Agência:
indiretamente ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; I - o produto de arrecadação referente à Taxa de Fiscalização de Vigi-
III - promover as ações necessárias à apuração da veracidade das re- lância Sanitária, na forma da legislação e demais normas regulamentares
clamações e denúncias e, sendo o caso, tomar as providências necessárias em vigor;
ao saneamento das irregularidades e ilegalidades constatadas; II - a retribuição por serviços de quaisquer natureza prestados a tercei-
IV - produzir, semestralmente, ou quando oportuno, apreciações críti- ros;
cas sobre a atuação da Agência, encaminhando-as à Diretoria Colegiada, III - o produto de arrecadação das receitas das multas resultantes das
ao Conselho Consultivo e ao Ministério da Saúde. ações fiscalizadoras;
Parágrafo único. A Ouvidoria manterá o sigilo da fonte e a proteção do IV - o produto da execução de sua dívida ativa;
denunciante, quando for o caso.
V - as dotações consignadas no Orçamento Geral da União, créditos
Art. 28. O Diretor-Presidente da Agência providenciará os meios ade- especiais, créditos adicionais e transferências e repasses que lhe forem
GABINETE 1 Chefe de Gabinete 101.4 Que se entende por determinantes sociais da saúde?
As diversas definições de determinantes sociais de saúde (DSS)
expressam, com maior ou menor nível de detalhe, o conceito atualmente
PROCURADORIA 1 Procurador-Geral 101.5 bastante generalizado de que as condições de vida e trabalho dos
indivíduos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação
de saúde. Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da
CORREGEDORIA 1 Corregedor 101.4 Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais,
étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a
ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. A
OUVIDORIA 1 Ouvidor 101.4
comissão homônima da Organização Mundial da Saúde (OMS) adota uma
definição mais curta, segundo a qual os DSS são as condições sociais em
que as pessoas vivem e trabalham. Nancy Krieger (2001) introduz um
1 Auditor 101.4
elemento de intervenção, ao defini-los como os fatores e mecanismos
através dos quais as condições sociais afetam a saúde e que
potencialmente podem ser alterados através de ações baseadas em
17 Gerente-Geral 101.5
informação. Tarlov (1996) propõe, finalmente, uma definição bastante
38 Gerente 101.4 sintética, ao entendê-los como as características sociais dentro das quais a
vida transcorre.
A Conferência de Alma-Ata, no final dos anos 70, e as atividades O clássico estudo de Rose e Marmot (1981) sobre a mortalidade por
inspiradas no lema “Saúde para todos no ano 2000” recolocam em doença coronariana em funcionários públicos ingleses ilustra muito bem
destaque o tema dos determinantes sociais. Na década de 80, o esta situação. Fixando como um o risco relativo de morrer por esta doença
predomínio do enfoque da saúde como um bem privado desloca novamente no grupo ocupacional de mais alto nível na hierarquia funcional, os
o pêndulo para uma concepção centrada na assistência médica individual, funcionários de níveis hierárquicos inferiores, como profissional/executivo,
a qual, na década seguinte, com o debate sobre as Metas do Milênio, atendentes e outros, teriam risco relativo aproximadamente duas, três e
novamente dá lugar a uma ênfase nos determinantes sociais que se afirma quatro vezes maiores, respectivamente. Os autores encontraram que os
com a criação da Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde da fatores de risco individuais, como colesterol, hábito de fumar, hipertensão
OMS, em 2005. arterial e outros explicavam apenas 35 a 40% da diferença, sendo que os
restantes 60-65% estavam basicamente relacionados aos DSS.
O estudo dos determinantes sociais da saúde
Há várias abordagens para o estudo dos mecanismos através dos
Nas últimas décadas, tanto na literatura nacional, como internacional, quais os DSS provocam as iniquidades de saúde. A primeira delas privilegia
observa-se um extraordinário avanço no estudo das relações entre a ma- os “aspectos físico-materiais” na produção da saúde e da doença, enten-
neira como se organiza e se desenvolve uma determinada sociedade e a dendo que as diferenças de renda influenciam a saúde pela escassez de
situação de saúde de sua população (ALMEIDA-FILHO, 2002). Esse avan- recursos dos indivíduos e pela ausência de investimentos em infra-estrutura
ço é particularmente marcante no estudo das iniquidades em saúde, ou comunitária (educação, transporte, saneamento, habitação, serviços de
seja, daquelas desigualdades de saúde entre grupos populacionais que, saúde etc.), decorrentes de processos econômicos e de decisões políticas.
além de sistemáticas e relevantes, são também evitáveis, injustas e desne- Outro enfoque privilegia os “fatores psicosociais”, explorando as relações
cessárias (WHITEHEAD, 2000). Segundo Nancy Adler (2006), podemos entre percepções de desigualdades sociais, mecanismos psicobiológicos e
identificar três gerações de estudos sobre as iniquidades em saúde. A situação de saúde, com base no conceito de que as percepções e as
primeira geração se dedicou a descrever as relações entre pobreza e experiências de pessoas em sociedades desiguais provocam estresse e
saúde; a segunda, a descrever os gradientes de saúde de acordo com prejuízos à saúde. Os enfoques “ecossociais” e os chamados “enfoques
vários critérios de estratificação socioeconômica; e a terceira e atual gera- multiníveis” buscam integrar as abordagens individuais e grupais, sociais e
ção está dedicada principalmente aos biológicas numa perspectiva dinâmica, histórica e ecológica.
estudos dos mecanismos de produção das iniquidades ou, para usar a Finalmente, há os enfoques que buscam analisar as relações entre a
expressão de Adler, está dedicada a responder à pergunta: como a saúde das populações, as desigualdades nas condições de vida e o grau
estratificação econômico-social consegue “entrar” no corpo humano? de desenvolvimento da trama de vínculos e associações entre indivíduos e
grupos. Esses estudos identificam o desgaste do chamado “capital social”,
O principal desafio dos estudos sobre as relações entre determinantes ou seja, das relações de solidariedade e confiança entre pessoas e grupos,
sociais e saúde consiste em estabelecer uma hierarquia de determinações como um importante mecanismo através do qual as iniquidades de renda
entre os fatores mais gerais de natureza social, econômica, política e as impactam negativamente a situação de saúde. Países com frágeis laços de
mediações através das quais esses fatores incidem sobre a situação de coesão social, ocasionados pelas iniquidades de renda, são os que menos
saúde de grupos e pessoas, já que a relação de determinação não é uma investem em capital humano e em redes de apoio social, fundamentais para
simples relação direta de causa-efeito. É através do conhecimento deste a promoção e proteção da saúde individual e coletiva. Esses estudos
complexo de mediações que se pode entender, por exemplo, por que não também procuram mostrar por que não são as sociedades mais ricas as
há uma correlação constante entre os macroindicadores de riqueza de uma que possuem melhores níveis de saúde, mas as que são mais igualitárias e
sociedade, como o PIB, com os indicadores de saúde. Embora o volume de com alta coesão social.
riqueza gerado por uma sociedade seja um elemento fundamental para
Necessário mencionar, pela crescente influência sobre as condições Embora a intervenção sobre os mecanismos de estratificação social
sociais, econômicas e culturais dos países, o fenômeno da globalização. seja de responsabilidade de outros setores, ela é das mais cruciais para
Suas principais características, assim como a influência da globalização combater as iniquidades de saúde. Aqui se incluem políticas que diminuam
sobre a pobreza e as condições de saúde, e sobre as condições de vida em as diferenças sociais, como as relacionadas ao mercado de trabalho,
geral foram analisadas por Buss (2006). educação e seguridade social, além de um sistemático acompanhamento
de políticas econômicas e sociais para avaliar seu impacto e diminuir seus
O modelo de Diderichsen e Hallqvist, de 1998, foi adaptado por efeitos sobre a estratificação social.
Diderichsen, Evans e Whitehead (2001). Esse modelo enfatiza a
estratificação social gerada pelo contexto social, que confere aos indivíduos O segundo conjunto de políticas busca diminuir os diferenciais de
posições sociais distintas, as quais por sua vez provocam diferenciais de exposição a riscos, tendo como alvo, por exemplo, os grupos que vivem em
saúde. No diagrama abaixo (figura 2), (I) representa o processo segundo o condições de habitação insalubres, trabalham em ambientes pouco seguros
qual cada indivíduo ocupa determinada posição social como resultado de ou estão expostos a deficiências nutricionais. Aqui se incluem também
diversos mecanismos sociais, como o sistema educacional e o mercado de políticas de fortalecimento de redes de apoio a grupos vulneráveis para
trabalho. De acordo com a posição social ocupada pelos diferentes mitigar os efeitos de condições materiais e psicossociais adversas.
indivíduos, aparecem diferenciais, como o de exposição a riscos que Quanto ao enfrentamento dos diferenciais de vulnerabilidade, são mais
causam danos à saúde (II); o diferencial de vulnerabilidade à ocorrência de efetivas as intervenções que buscam fortalecer a resistência a diversas
doença, uma vez exposto a estes riscos (III); e o diferencial de exposições, como por exemplo, a educação das mulheres para diminuir sua
consequências sociais ou físicas, uma vez contraída a doença (IV). Por própria vulnerabilidade e a de seus filhos.
“consequências sociais” entende-se o impacto que a doença pode ter sobre
a situação socioeconômica do indivíduo e sua família. A intervenção no sistema de saúde busca reduzir os diferenciais de
consequências ocasionadas pela doença, aqui incluindo a melhoria da
qualidade dos serviços a toda a população, apoio a deficientes, acesso a
As intervenções sobre os determinantes sociais da saúde cuidados de reabilitação e mecanismos de financiamento equitativos, que
O modelo de Dahlgren e Whitehead e o de Diderichsen permitem impeçam o empobrecimento adicional causado pela doença.
identificar pontos para intervenções de políticas, no sentido de minimizar os Essas intervenções sobre níveis macro, intermediário ou micro de DSS,
diferenciais de DSS originados pela posição social dos indivíduos e grupos. com vistas a diminuir as iniquidades relacionadas à estratificação social,
Tomando o modelo de camadas de Dahlgren e Whitehead, o primeiro além de obrigarem a uma atuação coordenada intersetorial abarcando
nível relacionado aos fatores comportamentais e de estilos de vida indica diversos níveis da administração pública, devem estar também
que estes estão fortemente influenciados pelos DSS, pois é muito difícil acompanhadas por políticas mais gerais de caráter transversal que
mudar comportamentos de risco sem mudar as normas culturais que os busquem fortalecer a coesão e ampliar o “capital social” das comunidades
influenciam. Atuando-se exclusivamente sobre os indivíduos, às vezes se vulneráveis, e promover a participação social no desenho e implementação
consegue que alguns deles mudem de comportamento, mas logo eles de políticas e programas (CSDH, 2006).
serão substituídos por outros (ROSE, 1992). Para atuar nesse nível de A evolução conceitual e prática do movimento de promoção da saúde
maneira eficaz, são necessárias políticas de abrangência populacional que em nível mundial indica uma ênfase cada vez maior na atuação sobre os
promovam mudanças de comportamento, através de programas
Quadro clínico:
13. PROBLEMAS CLÍNICOS PREVALENTES NA ATENÇÃO
- tosse e agitação durante o sono ( sintomas premonitórios).
PRIMÁRIA: NOÇÕES DE TUBERCULOSE, HANSENÍASE, DEN- - dispnéia grave e ortopnéia.
GUE, HIPERTENSÃO E DIABETES MELLITUS, DIARRÉIA E - tosse com quantidade variável de saliva e espumosa, branca ou ró-
DESIDRATAÇÃO sea.
- grande ansiedade e pânico.
PNEUMONIA - respiração ruidosa- sibilos respiratórios, expiatórios e estertores bo-
É um processo inflamatório agudo do parênquima pulmonar causado lhosos.
por bactéria, vírus, fungos ou gordura. - cianose com sudorese intensa.
- veias do pescoço distendidas.
As bactérias nos primários são causados pelo pneumococo. - taquicardia.
- confusão mental.
BRONCO PNEUMONIA - hipertensão arterial.
É quando o processo pneumônico esta distribuído de maneira difusa
tendo se originado nos brônquios e estendido para o parênquima adjacente. Tratamento e cuidados de enfermagem
Objetivos: Melhorar a oxigenação e a ventilação, reduzir a congestão
Causas: indivíduo debilitado, alcoólatras, desnutrição, exposição ao pulmonar.
frio, pacientes acamados por longo tempo, aspiração de alimentos, TCE, - medicações ansiolíticas e diazepan, diempax.
infecção anterior (faringite, laringite, amidalite). - coloque o paciente em posição sentada, cabeça e ombros levanta-
dos, pés e pernas para baixo, para favorecer a retenção do sangue
Quadro clínico: nas porções declives do corpo pelas forças gravitacionais, para di-
- tosse, expectoração sanguinolenta (mucóide-mucopurulenta). minuir retorno venoso.
- dispnéia-cianose. - se o edema pulmonar for causado por acidente cerebral, ou se
- taquicardia. ocorrer na vigência de insuficiência pulmonar crônica ou choque
- febre (hipertermia),(38.5-40-41°c. cardiogênico, estará contra indicado o uso de morfina.
- cefaléia,anorexia, mialgia, calafrios. - fique atento para o aparecimento de depressão respiratória intensa.
- ausculta (estertores crepitantes e bolhosos) - forneça oxigênio em altas concentrações, para aliviar a hipoxia e a
- desconforto sob esternal. dispnéia, conforme prescrição médica.
- prostração. - ficar atento para queda de pressão arterial.
- ficar atento para sinais de obstrução urinaria nos pacientes com hi-
Diagnóstico: pertrofia prostática.
- cultura de secreções (hemocultura, antibiograma) e exame radioló- - controle de gasometria.
gico (tórax). - suporte psicológico.
- anamnese. - anotar tudo na papeleta do paciente.
- exame físico
DPOC
Tratamento e cuidados de enfermagem:
- fluidificar e facilitar a mobilização de secreções através de inalação. Asma Brônquica: apresenta uma hiper-reatividade das vias aéreas a
- nebulização contínua. diversos agentes.
- hidratação.
- administração parenteral,soluções cristalóides ou colóides. Fatores desencadeantes:
- dietoterapia-líquidos, leves, hipercalóricas e hiperproteicas. - inalação de alérgenos - pó domiciliar (ácaro).
- repouso no leito. - exercícios físicos.
- antibiótico terapia, analgésicos. - infecção por vírus ou bactérias.
- mudanças de decúbito. - emoção.
- exercícios respiratórios. - aspirina.
- quadro de agitação psicomotora. - tabagismo.
No entanto, geralmente é preciso diminuir algumas atividades que lhe Infecções do trato urinário
possam fazer mal;exemplo exercícios físicos, estresse. São uns grupos de infecção causadas pela presença de micro orga-
nismos no trato urinários, com ou sem sintomas.
Insuficiência renal
A infecção pode predominar na bexiga (cistite), na uretra (uretrite), na
Aguda próstata ou no rim.
Oligúria (/ 500 ml dia).
Uréia/creatinina/Na + K+ O trato urinário normal é estéril exceto próximo ao orifício uretral.
Edema
Ressecamento da pele GASTRITE
Prognostico bom É a inflamação do estomago, decorrente de vários fatores:
3 fases 1ª oligúria (3 a 10 dias) Má alimentação, falta de alimentação, abuso do álcool e do fumo, uso
Tratamentos diuréticos, dietoterapia de medicamentos, stress.
Ocorre devido a processos infecciosos e persiste por vários dias. Crise convulsiva
É um episodio de atividade motora ou psíquica anormal que é conse-
Diabete mellitus quência de uma descarga excessiva proveniente nos neurônios celebrais.
É uma patologia crônica, incurável e pode ser de dois tipos.
Pode ser causada, falta de oxigenação, traumatismo de crânio, hiper-
Ambas ocorrem em qualquer idade, independente do tipo, e é devido a tensão, infecção do sistema nervoso, insuficientes renal, tremores cere-
uma perda de função do pâncreas. brais, febre muito alta.
Este órgão, que é responsável pela produção de insulina para de funci- Durante a crise o paciente corre risco de ter falta de oxigenação no cé-
onar, deixando que o sangue atinja nível de glicose alto. rebro, vômitos e aspiração pulmonar.
O paciente desde o inicio tem o sangue com níveis altíssimos de glico- Traumatismo craneocefálico T.C.E
se e precisa ser submetido ao uso de insulina subcutânea e fazer uma Os traumatismos de crânio englobam os ferimentos do couro cabeludo
dietoterapia rigorosa. do crânio e o da massa cerebral, ocorre frequentemente nos acidentes de
trânsito.
Diabete tipo 2 ou adulto
É um tipo menos grave da doença, os pacientes em geral não necessi- Pode haver somente corte do couro cabeludo como também pode
tam do uso de insulina,mas somente de uma dieta adequada que impeça a ocorrer fraturas dos ossos cranianos, como comprometimento da massa
glicose de subir a níveis altos no sangue. encefálica.
- Hiperglicemia: é quando a taxa de glicose no sangue esta alta;
- Hiperglicemia: é quando a taxa de glicose no sangue esta baixa. Quando se atende o t.c.e. deitar o paciente em uma mesa dura ou ma-
ca deixando o corpo alinhado e imóvel.
Cefaléia
É uma dor que se instala na região cefálica e que pode ser causada Traumatismo raquimedular
por vários fatores: É uma lesão da medula espinhal que pode ocorrer em qualquer ponto e
- Stress dependendo deste, causa muito ou pouca sequela. Os sintomas são:
- Fome - Perda sensorial total
- Nervosismo - Paralisia motora abaixo do nível da lesão
- Ou ser consequências de doenças primárias - Perda do controle vesical e intestinal
No caso do coma profundo o paciente não responde a qualquer reflexo Profilaxia: cozinhar os alimentos, refrigerar os alimentos preparados,
é ausente. isolamento do doente e remoção adequada de fezes humanas.
Implementação: Por em pratica as ações pré estabelecidas durante o Vacinação: são aplicadas três doses com intervalo de dois meses en-
planejamento. tre cada uma.
Ferida venenosa. A lesão produzida por agente vulnerante envenenado Na queimadura de primeiro grau, ou eritema, como a queimadura pro-
(mordedura de cobra, picada de escorpião, flechas), que inocula veneno ou duzida por banhos de sol prolongados, a pele fica vermelha e com ardor.
peçonha nos tecidos, pode acarretar reação inflamatória local ou envene- Na de segundo grau, ou flictena, observa-se formação de bolhas que
namento mortal do indivíduo. O tratamento resume-se em colocar um contêm um líquido gelatinoso e amarelado. Costuma também ser dolorosa
garrote ou torniquete acima da lesão, extrair o veneno por sucção, retirar o e pode infectar-se quando se rompem as bolhas. Na queimadura de tercei-
ferrão no caso de inseto, aplicar soro antivenenoso quando indicado, soltar ro grau, ou escara, verifica-se a mortificação da pele e tecidos subjacentes.
o garrote aos poucos e fazer um curativo local com anti-séptico e gaze A lesão transforma-se aos poucos numa ulceração sangrante e depois em
esterilizada. grande cicatriz.
Esmagamento. Nos desastres que envolvem veículos e nos desmoro- O tratamento local da queimadura grave é menos importante que pre-
namentos pode haver uma lesão grave, que afeta os membros, denomina- venir complicações que podem ser fatais, entre elas o choque e as infec-
da esmagamento. O membro atingido sofre verdadeiro trituramento, com ções generalizadas.
fratura exposta, hemorragia e estado de choque da vítima. O destacamento
acidental ou cirúrgico de um membro denomina-se amputação. Nos peque- Entorse. Decorrente de um movimento brusco e exagerado de uma ar-
nos esmagamentos que afetam apenas dedos e mão, a repercussão sobre ticulação, como o tornozelo, o entorse não deve ser confundido com a
o estado geral é bem menor. O socorro imediato consiste em evitar anemia luxação, em que a extremidade do osso se afasta de seu lugar. É uma
aguda ou choque. Posteriormente, a vítima poderá estar sujeita a infecção, lesão benigna, embora muito dolorosa, que se acompanha de inchação da
especialmente gangrenosa e tetânica. junta e impossibilidade de movimento. A imobilização deve ser o primeiro
socorro, mas pode-se empregar também bolsa de gelo, nas primeiras
Choque. O estado depressivo decorrente de um traumatismo violento, horas.
hemorragia acentuada ou queimadura generalizada denomina-se choque. Luxação. O deslocamento permanente de uma extremidade óssea que
Pode também ocorrer em pequenos ferimentos, como os que penetram o forma articulação denomina-se luxação. Em certos casos, a luxação se
Mordida de animal. Os indivíduos com ferimentos produzidos por mor- Quanto à frequência, as arritmias podem ser classificadas em:
didas de animais (cão, gato, morcego) devem ser objeto de cuidado espe- • Bradicardia: ocorre quando o coração bate menos de 60 vezes por
cial além do tratamento das feridas: é necessário certificar-se de que o minuto. Em algumas pessoas, pode ser um achado normal, como
animal não é portador de hidrofobia. Como o período de incubação da em atletas. São conhecidos vários tipos de bradicardia, cada um
doença é longo, recomenda-se manter o animal em observação. Em caso com suas características peculiares. Os marcapassos cardíacos
de se confirmar a suspeita, administra-se soro anti-rábico à vítima. ©En- são utilizados no tratamento desse tipo de arritmia.
cyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. • Taquicardia: ocorre quando o coração bate mais de 100 vezes por
minuto. Ocorrem normalmente durante atividade física, estresse
Ataque cardíaco emocional, em presença de anemia e outras doenças. Existem vá-
A maior parte das crises cardíacas começa com dor intensa ou sensa- rios tipos, algumas extremamente graves.
ção de compressão no tórax, especialmente atrás do esterno. A dor pode
propagar-se para o braço esquerdo, ou ambos os braços, queixo e epigás- Quanto ao local de origem, as arritmias classificam-se em:
trio. Outros sintomas que caracterizam o infarto do miocárdio são a sensa- • Atriais: como sabemos, o coração é composto de quatro câmaras
ção de angústia, a dificuldade de respirar, náusea e sudorese. O socorro (ou divisões), dois átrios e dois ventrículos. O estímulo normal para
médico deve ser solicitado de imediato, relatando-se os sintomas para que o batimento cardíaco é gerado no átrio direito. Em algumas arritmi-
a ambulância chegue aparelhada com equipamento de oxigenoterapia, para as, esses estímulos são gerados em excesso ou em menor núme-
o caso de tratar-se de infarto do miocárdio. A vítima deve ser mantida em ro, pela própria estrutura que normalmente os gera; em outras, o
posição confortável, sentada ou recostada, tranquila e absolutamente estímulo surge em algum outro lugar nos átrios, levando à ocorrên-
imóvel. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. cia de arritmias atriais.
• Juncionais: essas arritmias surgem na junção entre os átrios e os
Respiração ventrículos.
É muito importante observar a respiração dos traumatizados, sobretudo • Ventriculares: surgem dentro dos ventrículos, algumas com gran-
quando estão inconscientes. A respiração barulhenta, entrecortada ou de potencial para levar à morte.
imperceptível deve despertar no observador a suspeita de dificuldade
respiratória, com possibilidade de asfixia. Nesses casos, começa-se por Quais são os sintomas?
limpar a boca do paciente de qualquer secreção, sangue ou matéria vomi- Muitas arritmias são completamente assintomáticas, e a grande parte
tada, o que pode ser feito colocando-se entre suas arcadas dentárias um da população apresenta alguns episódios arrítmicos durante o dia e nem se
objeto firme e macio, como uma rolha, para proceder à limpeza. Depois, dá conta disso. A verdade é que existem alguns tipos de arritmias que
vira-se a cabeça para um dos lados, fecha-se a boca do paciente seguran- estão mais associados à ocorrência de sintomas do que outros. E vai
do-lhe a mandíbula e deslocando-lhe a cabeça um pouco para trás, para depender também de vários outros fatores: frequência dos episódios,
facilitar a respiração. frequência cardíaca atingida durante a arritmia, presença de doença cardí-
Em caso de parada respiratória, é necessário iniciar imediatamente a aca prévia, entre outros.
respiração artificial boca-a-boca ou por compressão ritmada na base do O sintoma mais comum é a palpitação (ou "batedeira"), que pode ocor-
tórax, à razão de 16 vezes por minuto. A ventilação do local é muito impor- rer tanto nas bradicardias quanto nas taquicardias. Algumas pessoas são
tante para qualquer paciente vítima de choque, anemia ou asfixia. bastante sensíveis e apresentam grande desconforto na presença desse
sintoma. Outro sintoma comum é a síncope (ou desmaio) caracterizada
ARRITMIA CARDÍACA pela recuperação imediata e espontânea. O indivíduo pode sentir também
"Em condições normais, o nosso coração "bate" em uma frequência falta de ar, mal-estar, e outros sintomas que vão depender da presença ou
que varia de 60 a 100 vezes por minuto. O coração é um órgão eminente- não de outras doenças.
Conexão com a AIDS. A interação entre a AIDS e a tuberculose tornou- A leptospirose é provavelmente uma das zoonoses de maior preocupa-
se, no final do século XX, um grave problema sanitário. A infecção pelo ção em todo mundo. Apresenta vasta distribuição geográfica, tendo sido
HIV, vírus causador da AIDS, compromete a ação das células de defesa evidenciada em mais da metade dos países, sendo particularmente preva-
que combatem o bacilo de Koch, o que transforma a AIDS num dos princi- lente nas Américas. Ocorre de forma endêmica na América Latina e no
pais fatores de risco para o desenvolvimento da tuberculose. Enquanto um Caribe, com impacto na saúde pública e na economia agropecuária.
indivíduo sem AIDS, mas com tuberculose latente, tem uma probabilidade
de dez por cento de desenvolver a tuberculose ativa ao longo de toda a sua Acomete animais domésticos e silvestres e o homem como final da ca-
vida, o infectado pelo HIV tem um risco de dez por cento de contrair tuber- deia epidemiológica. Os animais silvestres, mamíferos (roedores, herbívo-
culose num período de um ano. Nos doentes que já apresentam sintomas ros, insetívoros, carnívoros), aves, répteis e anfíbios são portadores ou
da AIDS, esse risco é ainda maior: ultrapassa trinta por cento. reservatórios de leptospiras para o homem e espécies domésticas.
Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, verificou-se em 1991 O agente causal pertence ao gênero Leptospira que são bactérias espi-
uma inversão na tendência de declínio do número de casos de tuberculose raladas, longas, finas, ponteagudas e ativamente móveis.
O diagnóstico deve ser confirmado por exame de laboratório, que de- Dengue
monstre a presença do parasito no sangue. Pode ser necessário repetir o Dores na cabeça, nos músculos e nas articulações, febre, comprome-
exame. O que oferece maiores condições de segurança é o do método da timento das vias aéreas superiores e até hemorragias são alguns sintomas
gota espessa: o parasito nem sempre é visível nos casos de preparações do dengue.
com amostras retiradas de pacientes em tratamento ou que tenham passa-
do por tratamento. Os anticorpos, evidenciados mediante a prova dos Dengue é uma doença das regiões tropicais e subtropicais, causada
anticorpos fluorescentes, persistem muitos anos após a infecção. por quatro tipos de vírus e transmitida por mosquitos do gênero Aedes,
principalmente A. aegypti, também transmissor da febre amarela. O mos-
Em numerosos países, a malária epidêmica praticamente desapareceu. quito se infecta ao picar uma pessoa contaminada, nos três dias seguintes
Mesmo em muitas regiões tropicais, a incidência foi reduzida devido a à manifestação dos sintomas, e incuba o vírus durante oito a 11 dias antes
programas de combate ao mosquito ou de controle das condições ambien- de poder transmiti-lo a outra pessoa, por meio de gotículas de saliva que
tais propícias a sua reprodução. Em lugares em que essas medidas foram penetram na pele da vítima. Uma vez infectada, a vítima fica imunizada
suspensas, as taxas de incidência atingiram proporções de epidemia. A contra aquele tipo de vírus, mas pode contrair os três restantes.
malária ainda constitui importante problema de saúde pública em muitas
regiões tropicais ou subtropicais da África, Ásia, América Central e do Sul e O vírus instala-se quase sempre no fígado, rins ou baço, e os sintomas
Pacífico sul. No Brasil, uma área equivalente a cerca de 85% do território manifestam-se cerca de uma semana após a picada, para desaparecer por
nacional ainda se mostra sujeita ao aparecimento da malária. volta do quinto dia. Na forma mais grave da doença, o dengue hemorrágico,
que pode provocar choque e até morte, ocorre hemorragia gastrintestinal e
O P. falciparum é o agente transmissor da terçã maligna; o P. vivax das mucosas. Não existe tratamento específico para o dengue; a terapia
transmite a forma benigna; o P. malariae é o agente da modalidade quartã consiste em aliviar os sintomas. As pessoas suspeitas de ter contraído a
e o P. ovale é o transmissor da forma oval -- a menos comum, inexistente doença devem ser isoladas temporariamente e protegidas por cortinados e
no Brasil. Nas zonas endêmicas, ocorrem infecções mistas. O homem é o repelentes, a fim de evitar a propagação. A forma de combate mais eficien-
hospedeiro mais importante desses protozoários. Os macacos superiores te consiste na erradicação do mosquito transmissor, pelo aterro de alaga-
(pongídeos, como o chimpanzé) são infectados com o P. malariae. Nos dos, e por saneamento e pulverização com inseticidas das áreas infesta-
macacos em geral, ocorrem formas de infecção pelo P. knowlesi e P. das, além da educação sanitária. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil
cynomolgi. Publicações Ltda.
A malária é transmitida pela fêmea do Anopheles darlingi, mosquito en- A dengue é uma das principais doenças transmitidas por mosquito no
contrado no planalto central brasileiro e na bacia amazônica. O mosquito mundo e um problema gravíssimo especialmente em países gelados como
ingere sangue humano que contém plasmódios sob a forma de gametócitos a Alemanha, onde o clima e os hábitos urbanos oferecem condições ótimas
e atua como hospedeiro definitivo. Os parasitos transformam-se em espo- para o desenvolvimento e proliferação de seu mosquito transmissor, o
rozoítos num prazo de 8 a 35 dias, de acordo com a espécie do parasito e a Aedes aegypti. Em algumas zonas do Brasil recebe o nome de "febre
temperatura a que o inseto se acha exposto. Concentrados nas glândulas quebra-ossos".
salivares, são injetados toda vez que o mosquito se alimenta de sangue. É transmitido por mosquitos dos gêneros Aedes ou menos
frequentemente Stegomyia, em climas ou estações quentes. Existe
História
A dengue existe desde tempos imemoriais
No Brasil, a ocorrência de vítimas fatais por dengue, registrados por O período de incubação varia de duas a seis semanas, na HVA, até de
ano foi de 1 morte para cada 567.464 km ² de solo, some-se isso ao custo seis semanas a seis meses, na HVB. A doença se manifesta por sintomas
de um exército de profissionais altamente treinados para pulverizar um pó gerais de mal-estar, fadiga intensa, perda de apetite, náuseas e vômitos,
anti-larva nos ralos e vasos sanitários e do uso de veículos especiais febre e dor na região do fígado, que se apresenta de tamanho aumentado,
providos de atomizadores com a missão de borrifar veneno na atmosfera fezes esbranquiçadas e urina escura. Cinco a dez dias depois do apareci-
das habitações dos contribuintes durante o amanhecer ou no entardecer se mento dos sintomas tem início uma fase ictérica, em que a pele e as con-
tem uma idéia dos interesses envolvidos, são essas cifras alarmantes que juntivas se apresentam amareladas. A doença aguda regride geralmente
obrigam o governo federal a investir milhões de dólares no combate ao em duas a três semanas, mas os exames de laboratório que monitoram a
mosquito. evolução da doença (dosagem de bilirrubina, transaminases etc.) só reve-
lam resultados normais após nove semanas (HVA) ou 16 semanas (HVB e
Recentemente está havendo uma epidemia de Dengue no estado do HVC). A hepatite fulminante só se verifica em um por cento dos casos.
Pará, sendo que 7000 casos estão no Pará, 400 em Belém e 3 pessoas no
estado já estão sob suspeita de dengue hemorrágica, sendo que uma é do Tratamento e prevenção. O tratamento das hepatites virais consiste
município de Tucuruí e duas são da capital Belém. E no RS está tendo um basicamente em repouso no leito na fase inicial de aparecimento dos
surto, principalmente no Pastor Dohms, onde alunos da 8ª C estão sendo sintomas. É dispensável o repouso absoluto, com retorno gradual das
picados por um mosquito enorme. atividades à medida que a doença regride. A dieta deve ser leve para evitar
as náuseas, com progressiva normalização acompanhando a melhora
Hepatite clínica. Recomenda-se a abstinência total de álcool e outras drogas que
O sintoma mais peculiar da hepatite é a icterícia, sinal clínico que con- possam lesar o fígado já comprometido.
siste na coloração amarelada da pele, mucosas e escleróticas.
Para evitar contágio, dispensa-se o isolamento estrito do doente. Bas-
Hepatite é o termo genérico que designa a inflamação do fígado, seja tam os cuidados higiênicos normais, como lavar as mãos após as evacua-
ela consequente de agressão direta ou parte de um processo sistêmico. As ções ou após contato com material contaminado. Exige-se cuidadosa
hepatites mais comuns são as virais -- causadas por vírus -- e as tóxicas. manipulação de agulhas e seringas contaminadas. A pesquisa sistemática
Dentre os processos tóxicos distinguem-se a hepatite medicamentosa, de vírus em sangue doado e seus subprodutos evita a propagação por
causada por ingestão excessiva ou inadequada de medicamentos; a hepati- transfusão. São importantes as campanhas que previnem a contaminação
te decorrente de uso de drogas e a hepatite alcoólica. Esta última, que pode por via sexual e os cuidados especiais com gestantes portadoras dos vírus
ser aguda ou crônica, se dá por lesão direta à célula hepática e é a causa a fim de evitar transmissão durante o parto. Para bloquear o desenvolvi-
mais frequente de cirrose. Entende-se por hepatite crônica a inflamação do mento da doença em pessoas suspeitas de contaminação recente pelos
fígado por um período superior a seis meses, seja ela viral, tóxica ou crôni- vírus A e B usa-se globulina hiperimune. Aos grupos de alto risco recomen-
co-idiopática, isto é, de origem desconhecida. da-se a vacina contra hepatite B, que protege aproximadamente por nove
anos. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Hepatites virais agudas. São conhecidos os seguintes tipos de hepati-
tes virais agudas, identificados por seus agentes causadores: AIDS
(1) Hepatite A (HVA), de transmissão fecal-oral, por contaminação de Detectada no final da década de 1970, a AIDS se configurou rapida-
água e alimentos. Não se transmite pelo sangue, a não ser durante o mente como uma das maiores ameaças à saúde pública no século XX. A
período agudo. A taxa de mortalidade é muito baixa e não há relato de grande capacidade de contágio, a elevada taxa de mortalidade e um quadro
hepatite crônica por HVA. clínico arrasador fizeram desse mal um dos mais graves problemas sanitá-
(2) Hepatite B (HVB), que se transmite por contato com sangue ou pro- rios e sociais que o homem moderno tem a enfrentar.
dutos sanguíneos infectados, por via sexual ou pela chamada transmissão
vertical, isto é, da mãe infectada para o recém-nascido, no momento do A AIDS (sigla de acquired immune deficiency syndrome, ou síndrome
parto. Os grupos de risco incluem homossexuais, usuários de drogas da imunodeficiência adquirida) é provocada por uma infecção virótica que
intravenosas, pacientes em hemodiálise e profissionais da saúde. A hepati- danifica o sistema imunológico humano. Em consequência, todo o organis-
te B pode evoluir para a cura completa, para uma hepatite fulminante ou, mo fica exposto a outras infecções, como a pneumocistose (forma de
mais tardiamente, para câncer de fígado (hepatocarcinoma). pneumonia rara que acomete também recém-nascidos debilitados), infec-
(3) Hepatite C (HVC), de alta incidência entre usuários de drogas intra- ções cerebrais, diarréia persistente e herpes ou ainda certas variedades de
venosas. São desse tipo oitenta por cento dos casos de hepatite contraída câncer (como o sarcoma de Kaposi, um tipo de câncer de pele).
por transfusão de sangue. Sabe-se hoje que a maior parte dos casos da
chamada hepatite não A- não B são de hepatite C, que evolui, na maior A infecção inicial é provocada pela contaminação direta do sangue por
parte dos casos, para a hepatite crônica. fluidos corpóreos que contenham o retrovírus HIV (sigla inglesa de "vírus da
(4) Hepatite D, causada pelo agente delta, somente se desenvolve em imunodeficiência humana"). Os retrovírus se reproduzem com a ajuda de
associação com hepatite B. É endêmica em algumas áreas, especialmente uma enzima chamada transcriptase, que torna o vírus capaz de copiar
a Amazônia, e geralmente complica a evolução da doença. (transcrever) suas informações genéticas em uma forma que possa ser
(5) Hepatite E (HVE), transmitida pela água contaminada, é epidêmica integrada no próprio código genético da célula hospedeira. Assim, cada vez
na Ásia, no norte da África e no México. Corresponde provavelmente às que a célula hospedeira se divide, produzem-se também cópias do vírus,
hepatites anteriormente descritas como não A- não B de transmissão fecal- cada uma das quais contém o código virótico.
oral. A moléstia desenvolve-se em três fases. Inicialmente, o HIV entra na
(6) Hepatite F, causada por partícula viral detectada em pacientes corrente sanguínea e provoca o desenvolvimento de anticorpos. Os sinto-
submetidos a transplante hepático. mas aparecem na segunda fase: suores noturnos, febre, diarréia, perda de
peso, cansaço e infecções incomuns. A AIDS é, a rigor, a terceira fase do
Outros tipos de hepatites virais agudas são causados por vírus como o processo, em que surgem as chamadas infecções oportunistas e, finalmen-
Epstein-Barr, o citomegalovírus e o vírus do herpes, responsáveis por 15 a te, sobrevém a morte. Os anticorpos do HIV podem ser detectados no
20% dos casos de hepatite pós-transfusão diferentes da HVC, principal- organismo duas a oito semanas após a inoculação, mas o vírus fica incu-
mente em pacientes imunocomprometidos. bado entre um ano e meio e cinco anos antes que surjam sintomas.
No início da década de 1990 foi testada uma série de medicamentos Diagnóstico e Tratamento
contra o HIV. Nenhum deles, porém, mostrou-se capaz de curar a doença. Amostras de líquido cefalo-raquidiano são observadas ao microscópio,
O único que efetivamente conseguia retardar a evolução do mal -- embora mas a cultura pode ser necessária para a identificação. A serologia, com
ao custo de pesados efeitos colaterais, sobretudo a anemia -- era o AZT detecção de anticorpos específicos contra o fungo é usada também.
(azidovidina). Outro campo de pesquisa eram os remédios contra as infec-
ções oportunistas. Nenhum deles, porém, apresentava resultados compro- O tratamento é com o fármaco antifúngico anfotericina B, ou com
vadamente eficazes. Apesar dos esforços, a AIDS espalhava-se rapida- derivados de azol, como itraconazol.
mente e se previa que no ano 2000 o número de infectados pelo HIV pode-
ria chegar a quarenta milhões em todo o mundo. Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Criptococose"
A Criptococose também conhecida por Torulose, Blastomicose Nomenclatura das doenças. Na linguagem médica, a doença é fre-
Europeia ou Doença de Busse-Buschke é uma doença, micose causada quentemente designada pelo sufixo "patia" acrescentado ao nome, em
pelo fungo Cryptococcus neoformans. As manifestações mais comuns são grego, do órgão afetado, como gastropatia (doença do estômago), pneu-
a pneumonia e a meningite, sendo esta última de particular importância. mopatia (doença dos pulmões) ou cardiopatia (doença do coração) e assim
por diante. Apesar das tentativas de certos autores, não existe regra para a
Cryptococcus neoformans designação das doenças, de tal modo que não é possível estabelecer uma
Os criptococos crescem no ser humano em formas unicelulares, sistematização, como se faz em outros ramos da biologia. A falta de uni-
leveduras encapsuladas com 5 micrómetros, de replicação assexuada por formidade na designação das doenças deve-se ao fato de que a maioria foi
geminação. descrita quando a patologia ainda não estava sistematizada, de modo que
um sintoma ou aspecto morfológico era tomado como se fosse a própria
Este fungo é frequente em solos húmidos, vivendo livremente e moléstia e dava-lhe nome, depois consagrado pelo uso.
alimentando-se de resíduos orgânicos, como fezes de pássaros,
especialmente pombos. A sua forma sexual multicelular é classificada como Verifica-se um grau maior de sistematização nas doenças baseadas
Filobasidiella neoformans e é um basiodiomycete. em processo inflamatório, designadas pelo nome do órgão ou tecido a que
se segue o sufixo "ite", em português -- como meningite, inflamação das
Sinais. Denomina-se sinal o fenômeno aparente por meio do qual se O agente etiológico transfere-se de uma fonte primária de infecção pa-
chega à identificação da doença. Quando o médico percute o tendão de ra um novo hospedeiro por três fases: vias de eliminação, vias de transmis-
inserção do músculo quadríceps situado logo abaixo da rótula, por exemplo, são e vias de penetração. As vias de eliminação são aquelas pelas quais o
O diagnóstico de laboratório baseia-se na demonstração microscópica Mortalidade no Brasil. Por fatores diversos, as doenças transmissíveis
do agente infectante, seu isolamento e identificação. Provas sorológicas e continuam a pesar nas estatísticas sanitárias do país, bem como no obituá-
intradérmicas são também comumente utilizadas, tais como a reação de rio em geral. O Brasil do final do século XX ainda se caracterizava como
Widal, para a febre tifóide, a reação de Wassermann, para a sífilis, a reação país de elevada mortalidade da população jovem, provocada principalmente
de Frei, para o linfogranuloma venéreo e outras. São de grande utilidade por diarréias infecciosas, gripe, pneumonia, tuberculose pulmonar, sarampo
exames auxiliares como o hemograma, a hemossedimentação, transamina- e tétano, além da AIDS. Merecem ainda citação, mais pela incapacidade
ses, mucoproteínas, exames radiológicos e outros, cujos resultados devem que provocam do que pelas mortes que causam, a malária, esquistossomo-
ser considerados à luz dos dados clínicos. se, doença de Chagas, lepra e ancilostomíase, ainda que a avaliação da
saúde da população brasileira seja limitada pela precariedade dos dados
O tratamento dos processos infecciosos sofreu modificação radical com disponíveis.
o advento dos quimioterápicos e antibióticos. Apenas as viroses não são
passíveis de tratamento específico. Em tais casos, faz-se a chamada Assim se resumem as características de morbidade no país:
terapêutica sintomática, acompanhada de repouso e de medidas higiênicas
e dietéticas. Região Norte. Alta incidência de malária; ocorrência de elevada taxa de
prevalência da lepra, febre amarela silvestre e outras arboviroses na mata
Medicina tropical amazônica; importante foco de filariose em Belém.
Os fatores geográficos são de significativa importância na criação e
manutenção dos chamados nichos ecológicos naturais, principalmente no Região Nordeste. Ampla disseminação da esquistossomose e da do-
caso das doenças que têm um reservatório na natureza fora do corpo ença de Chagas; focos residuais de peste; extensos focos de tracoma;
humano e um vetor biológico que transmite o agente infectante. Não há elevada incidência de malária nos estados do Maranhão, Piauí e Bahia;
dúvida de que as doenças infecciosas e parasitárias são influenciadas, em importantes focos de leishmaniose nos estados do Ceará e Bahia e de
sua evolução, pelas condições climáticas do meio ambiente, de modo que filariose em Recife; focos de cólera.
muitas se revestem de características especiais.
Região Centro-Oeste. Alta incidência de malária; prevalência de bócio
Em medicina tropical, o método clínico aplicado ao exame do doente é endêmico e de lepra; ocorrência epizoótica de febre amarela silvestre;
indissociável do método epidemiológico. É preciso sempre correlacionar o ampla disseminação da doença de Chagas no estado de Goiás.
estudo do doente com o conhecimento do ambiente onde vive, de seu
biótipo, de como se desenvolvem os fenômenos e problemas de ecologia Região Sudeste. Ampla incidência de malária e de esquistossomose;
associados à comunidade a que ele pertence. elevada taxa de prevalência de bócio endêmico e de lepra; importantes
focos de brucelose; disseminação da doença de Chagas em Minas Gerais;
Grupos nosológicos. A patologia tropical abrange, segundo Carlos grande área endêmica de doença de Chagas no estado de São Paulo.
Chagas, três grupos nosológicos, a saber: doenças cosmopolitas, modifica-
das nos trópicos; doenças predominantemente mais difundidas e em geral Região Sul. Áreas de bócio endêmico; baixa incidência de tracoma;
mais graves nos países tropicais, mas que se observam em algumas regi- moderada incidência de brucelose; larga disseminação da doença de
ões temperadas ou mesmo nas regiões mais frias da terra, em circunstân- Chagas, principalmente no estado do Rio Grande do Sul; importante área
cias artificiais; e, finalmente, doenças exclusivas dos países tropicais e malarígena em Santa Catarina. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publi-
subtropicais. cações Ltda.
PROGRAMA BOLSA-FAMÍLIA
Você deve verificar se a família está inscrita no programa. Caso exis-
tam famílias que se enquadrem nos critérios de inclusão e não estejam no
programa, você deve orientar como se inscrever.
O Programa Bolsa-Família define que as famílias beneficiárias devem
cumprir algumas ações na área da saúde e educação (condicionalidades),
que são: manter as crianças e adolescentes em idade escolar frequentando
a escola e realizar os cuidados básicos em saúde, verificação do calendário
de vacinação, para as crianças entre zero e seis anos, e da agenda pré e
pós-natal para as gestantes e mães em amamentação.
Essas condicionalidades devem ser acompanhadas por você e pelas
equipes.
Podem fazer parte do Programa Bolsa-Família as famílias com renda
mensal até R$ 120,00 (cento e vinte reais) por pessoa devidamente cadas-
1 A primeira dose da vacina contra hepatite B deve ser administrada na tradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).
maternidade, nas primeiras 12 horas de vida do recém-nascido. O esquema Se a família se encaixa numa das faixas de renda definidas pelo pro-
básico se constitui de três doses, com intervalos de 30 dias da primeira grama, deve procurar o setor responsável pelo Programa Bolsa-Família no
para a segunda dose e 180 dias da primeira para a terceira dose. município (geralmente ligado à Secretaria de Assistência Social), em porte
Observações gerais: dos documentos pessoais (título de eleitor ou CPF), para se cadastrar no
Em relação à vacinação, você deve orientar para procurar a UBS as CadÚnico.
crianças que: ORIENTAÇÕES ALIMENTARES PARA A CRIANÇA
Não tiverem a marca (cicatriz) da vacina BCG no braço direito, após Nos primeiros seis meses, o bebê só deve receber o leite materno. Ele
seis meses da aplicação da vacina; deve ser oferecido todas as vezes que o bebê quiser, inclusive à noite.
Não tiverem o registro da aplicação de qualquer uma das vacinas na Após os seis meses, introduzir novos alimentos, continuando com o
Caderneta da Criança; aleitamento materno até os dois anos ou mais.
Tiverem informações sobre aplicações de vacinas que não estejam re- A partir dos seis meses, as papas de frutas, legumes, carnes e cereais
gistradas na Caderneta; podem ser feitas com alimentos da região.
Não compareceram no dia agendado pela UBS para a vacinação; No início o bebê come em pouca quantidade e coloca parte da comida
Apresentarem qualquer queixa após a aplicação da vacina. para fora, até aprender a engolir e se acostumar com o gosto do novo
alimento. É importante orientar os cuidadores do bebê a terem paciência
ATENÇÃO: as etapas de cicatrização da pele após a aplicação da va-
em caso de resistência na aceitação de um novo alimento.
cina BCG:
Insistir na oferta de oito a dez vezes.
Em torno da segunda semana, palpa-se uma pequena área endureci-
da; Para mais informações, consultar o “Caderno de Atenção Básica Saúde
da Criança – Aleitamento Materno e Alimentação Complementar”, os “Dez
Da quinta à sexta semana, o centro da área endurecida começa a amo-
passos para Alimentação Saudável – Guia Alimentar para Crianças Meno-
lecer, formando uma crosta (casca);
res de Dois Anos” ou, ainda, o “Guia Prático de Preparo de Alimentos para
Quando a crosta cai, deixa em seu local uma pequena lesão, que de- Crianças Menores de 12 Meses que não Podem Ser Amamentadas”, dis-
saparece lentamente entre a 8ª e a 10ª semana. Em alguns casos, a cica- poníveis on-line no site www.saude.gov.br/dab.
trização é mais demorada, podendo se prolongar até o quarto mês, rara-
Você deve orientar sobre:
mente além do sexto mês.
A limpeza no preparo dos alimentos vai evitar diarreias e outras infec-
2 É possível administrar a primeira dose da vacina oral de rotavírus
ções;
humano a partir de 1 mês e 15 dias a 3 meses e 7 dias de idade (6 a 14
semanas de vida). Lavar bem as mãos com água e sabão antes de preparar os alimentos;
3 O esquema de vacinação atual é feito aos 2, 4 e 6 meses de idade Os alimentos devem sempre ser cobertos ou tampados;
com a vacina tetravalente e dois reforços com a tríplice bacteriana (DTP). O Aos seis meses, as crianças devem receber papas de frutas, e as pa-
primeiro reforço aos 15 meses e o segundo, entre 4 e 6 anos. pas salgadas devem conter no mínimo um alimento de cada grupo. Exem-
4 É possível administrar a segunda dose da vacina oral de rotavírus plo de papa: abóbora, carne, arroz, feijão e espinafre;
humano a partir de 3 meses e 7 dias a 5 meses e 15 dias de idade (14 a 24 As frutas devem ser lavadas, descascadas e amassadas, para que fi-
semanas de vida). O intervalo mínimo preconizado entre a primeira e quem na consistência de papa. Não passar a fruta na peneira ou no liquidi-
segunda dose é de quatro semanas. ficador nem acrescentar açúcar. A criança tem que se acostumar a comer
5 A vacina contra febre amarela está indicada para crianças a partir dos 9 alimentos de diferentes consistências. As papas salgadas oferecidas no
meses de idade que residam ou que irão viajar para área endêmica (Estados: almoço a partir de seis meses e as papas oferecidas no jantar a partir dos
Alimentação e a gestação: A gestante deve ganhar peso necessário para garantir boas condições
É mito o fato de que durante a gestação a mulher precisa comer por para o parto e para a vida do bebê que vai nascer.
dois, mas é verdade que ela precisa ter mais atenção e cuidado na escolha O ganho de peso não deve ser baixo e nem muito grande.
dos alimentos. A gestante deve comer alimentos coloridos, saudáveis, A mulher que não tem complicações na gestação é importante ser ati-
frescos, limpos e na quantidade suficiente. va, movimentar-se pelo menos 30 minutos todos os dias. Você pode orien-
Você deve orientar a gestante sobre: tar que ela faça caminhadas pelo bairro, evitando ficar muitas horas parada,
Comer no mínimo seis vezes ao dia, em menores quantidades: café da por exemplo, assistindo à televisão.
manhã, lanche, almoço, lanche, jantar e ceia. Não pular as refeições;
Tomar dois litros de água por dia ou mais, de preferência entre as re- Higiene e conforto na gestação:
feições; A melhor forma de tomar banho é com água corrente de chuveiro, bica
Consumir fígado ou miúdos, no mínimo uma vez por semana, para a ou caneca. Evitar tomar banho sentada em bacias e não fazer duchas
prevenção da anemia. Fígado é uma importante fonte de ferro e vitamina A. dentro da vagina, pois podem levar micróbios da vagina até o útero, poden-
Lembrar que todas as carnes devem ser bem cozidas e os utensílios para o do prejudicar a saúde do bebê.
seu preparo devem estar limpos para evitar a toxoplasmose; A gestante pode lavar a cabeça todas as vezes em que sentir necessi-
Após as refeições, a gestante deve ingerir meio copo de suco natural dade, pois isso não a prejudica e nem o bebê.
de fruta ou uma fruta; É importante que ela use roupas limpas e confortáveis e, se possível,
No mínimo três vezes por semana consumir alimentos ricos em vitami- sutiã com alças largas e com boa sustentabilidade, para que as mamas
na A, que são os alimentos amarelos, alaranjados ou verde-escuros, tais fiquem apoiadas.
como: folhas (couve, radite, mostarda, agrião, espinafre), cenoura, mamão, É recomendado evitar meias com elástico muito apertado, que podem
moranga e abóbora; causar varizes e sensação de desconforto. Usar sapatos baixos e confortá-
Consumir uma porção (tamanho de uma concha) de leguminosas (fei- veis. Caso tenha dor lombar, poderá utilizar saltos baixos.
jão, lentilha, grão-de-bico) todos os dias; Higiene bucal (gestante):
Evitar comer doces, balas, refrigerantes, alimentos gordurosos e salga- Pelas alterações que ocorrem no corpo da mulher e pelas mudanças
dos e frituras, para evitar o ganho de peso excessivo; na forma de se alimentar na gestação, isso pode comprometer sua saúde
Usar adoçantes somente com recomendação médica; bucal. Por esse motivo, a gestante deve ser orientada a cuidar com mais
A gestante deve comer alimentos ricos em fibras, encontradas nas fru- atenção da higiene da boca.
tas, verduras e cereais, pois são importantes para o aumento do bolo fecal A gestante deve ganhar peso necessário para garantir boas condições
(fezes), e aumentar o consumo de água/líquidos, para ajudar na eliminação para o parto e para a vida do bebê que vai nascer.
das fezes; pois o fumo pode causar descolamento de placenta, parto pre- O ganho de peso não deve ser baixo e nem muito grande.
maturo e o bebê pode nascer com baixo peso, alguns defeitos na formação A mulher que não tem complicações na gestação é importante ser ati-
da boca e nariz ou até mesmo aborto; va, movimentar-se pelo menos 30 minutos todos os dias. Você pode orien-
Como agentes infecciosos pré-natais estão a rubéola e a Os resultados dos estudos de prevalência permitem afirmar que a
toxoplasmose, com 10 casos – 5,10%– em 196. De qualquer forma, há que incapacidade motora é a maioria dos casos de deficiência encontrada nas
se considerar a precariedade do atendimento pré-natal em algumas localidades estudadas, seguida pela deficiência mental. Quanto maior o
regiões, o que impossibilita o diagnóstico de muitos casos de doenças número de idosos na amostra da pesquisa, maior é a prevalência de
infecciosas. incapacidades da visão e da audição. Por outro lado, é elevado o número
de casos de deficiência múltipla nos municípios de menor renda per capita,
No conjunto dos fatores pós-natais, as infecções – meningite e entre os estudados.
meningoencefalites – têm nítido predomínio como fator isolado entre os
demais: com 14 casos, corresponde a 7,14% do total de 196 analisados, A análise da situação das pessoas portadoras de deficiência deve ser
sendo que, das causas pós-natais – 25 casos –, respondem por 56% dos realizada no contexto de diversos níveis de desenvolvimento econômico e
casos. social e de diferentes culturas. Todavia, a responsabilidade fundamental de
prevenir as condições que conduzem ao aparecimento de incapacidades e
Por não ser patologia de notificação compulsória, a paralisia cerebral de fazer frente às suas consequências recai, em toda parte, sobre os
apresenta-se como sendo de difícil avaliação em termos de incidência, até governos. Isso não diminui a responsabilidade da sociedade em geral, nem
mesmo nos países do primeiro mundo, como na Inglaterra e nos Estados dos indivíduos e nem das organizações em particular.
Unidos, onde a incidência, na década de 50, apontava para 1,5 casos por
1.000 nascidos vivos e entre 1,5 e 5, 9, respectivamente. A morbidade No Brasil, a atenção aos deficientes surgiu com o caráter de
aumentou nos países industrializados em função da redução da atendimento elementar, nas áreas de educação e de saúde, desenvolvida
mortalidade perinatal, decorrente do aumento do índice de sobreviventes em instituições filantrópicas, evoluindo depois para o atendimento de
prematuros e com baixo peso. Pesquisas realizadas na Califórnia – EUA –, reabilitação, sem assumir, contudo, uma abordagem integradora desse
no período de 1983 a 1985, também apontam o baixo peso como fator processo e preservando, na maioria dos casos, uma postura
associado à paralisia cerebral: de 192 casos, 47,4% eram de crianças com assistencialista. Segundo Maior – 1995 –, originalmente, a reabilitação no
menos de 2.500g ao nascer. Brasil surge em “instituições filantrópicas, sem proposta de participação
comunitária, sem ouvir os próprios reabilitandos e conduzidas à margem do
Vale mencionar ainda a existência de doenças que, embora não Estado” (p. 16).
estejam enquadradas como deficiência na classificação da OMS,
produzem, direta ou indiretamente, graus de limitação variados e que são Por outro lado, considerando que o atendimento integral à pessoa
as condutas típicas, os distúrbios comportamentais, os distúrbios da fala e portadora de deficiência, por parte do poder público estatal, ainda é
da linguagem e os transtornos orgânicos. precário, as críticas que possam ser feitas ao papel de entidades devem ser
relativizadas. Além disso, devem estar sempre acompanhadas da ressalva
A despeito de as doenças crônicas apresentarem uma alta de serem pioneiras e majoritárias na área da assistência social, educação e
probabilidade de gerarem incapacidades, não configura objeto desta atenção médica a parcelas deste segmento populacional.
Política na sua prevenção primária, considerando que estão sendo
contempladas em políticas específicas. No entanto, as doenças A situação da assistência à pessoa portadora de deficiência no Brasil
cardiovasculares, a hipertensão arterial, a insuficiência coronária, as ainda apresenta um perfil de fragilidade, desarticulação e descontinuidade
doenças do aparelho respiratório (como a enfisema), as doenças de ações nas esferas pública e privada. No âmbito assistencial, a maioria
metabólicas (com as diabetesmellitus e as nefropatias), as doenças h dos programas é bastante centralizada e atende a um reduzido número de
ematológicas (a anemia falciforme, as hemoglobinopatias e as hemofilias), pessoas portadoras de deficiência, além de não contemplar experiências
bem como o reumatismo e a hanseníase constituem campo de intervenção comunitárias, e de seus resultados raramente ser avaliados (Corde, 1995).
desta Política a partir de desvantagens e incapacidades delas decorrentes. Todos os leitos de reabilitação, segundo código da tabela do Sistema
de Informações Hospitalares – SIH-SUS, estão concentrados nas regiões
A concessão desses equipamentos estará estreitamente vinculada ao Adequando-se às normas que disciplinam a criação de fontes de
atendimento de reabilitação, devendo a prescrição obedecer a criteriosa dados e ajustando se às condições propostas nos fundamentos da Rede
avaliação funcional, constituindo-se, dessa forma, um ato médico. Além Interagencial de Informações para a Saúde – RIPSA, deverão ser criados
disso, buscar-se-á prover o acesso dessas pessoas aos medicamentos que mecanismos específicos para produção de informação a respeito de
auxiliam na limitação da incapacidade, na reeducação funcional, no controle deficiências e incapacidades no âmbito do SUS.
das lesões que geram incapacidades e que favorecem a estabilidade das O monitoramento permanente da ocorrência de deficiências e
condições clínicas e funcionais. incapacidades, assim como a análise de prevalência e tendência,
A assistência domiciliar em reabilitação configurará medida essencial constituirá prioridade do SUS nas três esferas de governo. Tais iniciativas
no atendimento desse segmento populacional, compreendendo desde os visarão ao provimento oportuno de informações para a tomada de decisões
serviços de apoio à vida cotidiana até o oferecimento de suporte clínico quanto à adoção das medidas preventivas e à organização dos serviços
especializado em situação de internamento no domicílio. Nessa assistência especializados de assistência reabilitadora, além de subsídios para a
deverão ser previstos os recursos necessários à complementação identificação de linhas de pesquisa e a organização de programas de
diagnóstica e as intervenções de caráter preventivo como, por exemplo, capacitação de recursos humanos. Buscar-se-á, por iniciativa dos gestores
fornecimento de oxigênio. do SUS, fomentar a realização de estudos epidemiológicos e clínicos, com
periodicidade e abrangência adequadas, de modo a produzir informações
3.3. Prevenção de deficiências sobre a ocorrência de deficiências e incapacidades.
A implementação de estratégias de prevenção será fundamental para Para a efetivação desses estudos, será recomendável o uso da
a redução da incidência de deficiências e das incapacidades delas metodologia de inquérito domiciliar da Opas, com a devida adaptação à
decorrentes, tendo em vista que cerca de 70% dos casos são evitáveis ou realidade brasileira, tanto nos aspectos relativos a sua aplicação, quanto
atenuáveis com a adoção de medidas apropriadas e oportunas (Corde, nos relacionados à interpretação de seus resultados.
1992). O conhecimento da prevalência de doenças e de deficiências
potencialmente incapacitastes configurará subsídio essencial para o No que se refere aos censos demográficos, deverá ser buscado, por
desenvolvimento das ações de prevenção e a adoção de medidas intermédio dos órgãos competentes, o estabelecimento de articulação com
destinadas a reduzir ou eliminar as causas de deficiências. o IBGE, visando ao ajuste dos quesitos específicos das planilhas
censitárias, favorecendo, assim, a adequada e real apuração dos casos de
As diferentes realidades regionais brasileiras, que compreendem, deficiências e incapacidades existentes na população, bem como o
entre outros, aspectos específicos de ambientes e processos de produção, detalhamento necessário à tomada de decisões dos gestores do SUS. Da
de emprego e de renda, além de questões culturais que determinam a mesma forma, promover-se-á a compatibilização de quesitos que permitam
prevalência de doenças potencialmente incapacitastes deverão ser a extração de dados e informações específicos das Pesquisas Nacionais
reconhecidas e consideradas nas estratégias de prevenção. por Amostragem Domiciliar.
As medidas preventivas envolverão ações de natureza informativa e Na busca de informações de interesse gerencial, ênfase será dada à
educativa dirigidas à população, relacionadas ao atendimento pré-natal análise de dados dos sistemas de informação da produção e pagamento de
adequado e à detecção precoce de deficiências, bem como de serviços ambulatoriais, hospitalares, de diagnóstico complementar, bem
conscientização e formação de recursos humanos qualificados para a como o fornecimento de órteses e próteses no âmbito do SUS, de que são
prestação de uma atenção eficiente neste contexto. Nesse sentido, deverão o exemplo o SIA-SUS e o SIH-SUS. Desses sistemas serão extraídos
ser promovidos processos educativos e campanhas de comunicação social dados que permitam análises qualitativas e quantitativas a respeito do
que esclareçam e estimulem a população em geral e os segmentos de risco diagnóstico da deficiência e do tratamento oferecido, facilitando a
a adotarem estilos de vida saudáveis e, consequentemente, a abandonar identificação, a localização das pessoas portadoras de deficiências,
hábitos nocivos, como o sedentarismo, o tabagismo e o uso de drogas. caracterizando o perfil dessa clientela, a sua distribuição, bem como o
impacto dos custos, no âmbito dos recursos públicos, da atenção prestada
Os programas de vacinação que, sabidamente, contribuem para a a essa população, observando, também, a conjuntura e as diversidades
prevenção de deficiências, deverão incluir ações informativas à população regionais.
em geral enfocando a inter-relação da imunização e a prevenção de
deficiências, utilizando-se de linguagem acessível e de recursos variados e No tocante à infra-estrutura dos serviços e aos profissionais de saúde,
abrangentes. Nesse particular, ênfase especial será dada às atividades de serão promovidos, anualmente, levantamentos e cadastramentos de
vacinação contra poliomielite, o sarampo e a rubéola. A investigação da unidades e especialistas envolvidos na assistência às pessoas portadoras
citomegalovirose deverá também ser incentivada e possibilitada nos de deficiências. Tais informações serão utilizadas para a análise da oferta
serviços de acompanhamento de gestante. Ao lado disso, serão de leitos, dos serviços ambulatoriais e de diagnóstico complementar, de
implementadas medidas que contemplem a segurança e a saúde nos modo a identificar lacunas e superposições que estejam dificultando o
ambientes de trabalho, destinadas a prevenir os acidentes e as doenças acesso universal e a oferta integral preconizados para o SUS. Esses
profissionais, tanto no setor urbano quanto no rural. levantamentos propiciarão a realização de análises sob os mais variados
prismas da questão como, por exemplo, o conhecimento da distribuição
Promover-se-á, por outro lado, o acesso da população aos exames geográfica dos serviços especializados, a cobertura viabilizada por estes
mais específicos para detecção de doenças genéticas que determinam
D) Promover o acesso a medicamentos, órteses e próteses • a “capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis da
necessárias à recuperação e reabilitação da pessoa portadora de assistência” (inciso XII).
deficiência.
E) Estimular e viabilizar a participação da pessoa portadora de 6. Terminologia
deficiênc ia nas instâncias do SUS. Abordagem multiprofissional e interdisciplinar – assistência prestada
F) Promover a criação, na rede de serviço do SUS, de unidades de por equipe constituída por profissionais de especialidades diferentes, que
cuidados diurnos – centrosdia –, de atendimento domiciliar e de outros desenvolve processo terapêutico centrado em objetivos hierarquizados, de
serviços alternativos para a pessoa portadora de deficiência. acordo com as incapacidades apresentadas pelo paciente. Acidentes
O SUS tem uma rede de mais de 63 mil unidades ambulatoriais e de II – O PACTO EM DEFESA DO SUS:
cerca de 6 mil unidades hospitalares, com mais de 440 mil leitos. Sua O Pacto em Defesa do SUS envolve ações concretas e articuladas pe-
produção anual é aproximadamente de 12 milhões de internações hospita- las três instâncias federativas no sentido de reforçar o SUS como política
lares; 1 bilhão de procedimentos de atenção primária à saúde; 150 milhões de Estado mais do que política de governos; e de defender, vigorosamente,
de consultas médicas; 2 milhões de partos; 300 milhões de exames labora- os princípios basilares dessa política pública, inscritos na Constituição
toriais; 132 milhões de atendimentos de alta complexidade e 14 mil trans- Federal.
plantes de órgãos. Além de ser o segundo país do mundo em número de A concretização desse Pacto passa por um movimento de repolitização
transplantes, o Brasil é reconhecido internacionalmente pelo seu progresso da saúde, com uma clara estratégia de mobilização social envolvendo o
no atendimento universal às Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS, conjunto da sociedade brasileira, extrapolando os limites do setor e vincula-
na implementação do Programa Nacional de Imunização e no atendimento da ao processo de instituição da saúde como direito de cidadania, tendo o
relativo à Atenção Básica. O SUS é avaliado positivamente pelos que o financiamento público da saúde como um dos pontos centrais.
utilizam rotineiramente e está presente em todo território nacional.
As prioridades do Pacto em Defesa do SUS são:
Ao longo de sua história houve muitos avanços e também desafios IMPLEMENTAR UM PROJETO PERMANENTE DE MOBILIZAÇÃO
permanentes a superar. Isso tem exigido, dos gestores do SUS, um movi- SOCIAL COM A FINALIDADE DE:
mento constante de mudanças, pela via das reformas incrementais. Contu- Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema pú-
do, esse modelo parece ter se esgotado, de um lado, pela dificuldade de blico universal garantidor desses direitos;
imporem-se normas gerais a um país tão grande e desigual; de outro, pela Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da Emenda Constitucional
sua fixação em conteúdos normativos de caráter técnico-processual, trata- nº 29, pelo Congresso Nacional;
dos, em geral, com detalhamento excessivo e enorme complexidade. Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos orçamentários e fi-
nanceiros para a saúde.
Na perspectiva de superar as dificuldades apontadas, os gestores do Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três es-
SUS assumem o compromisso público da construção do PACTO PELA feras de gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas.
Regulação da Atenção à Saúde e Regulação Assistencial 7.1 - As ações que devem ser desenvolvidas para fortalecer o processo
Para efeitos destas diretrizes, serão adotados os seguintes conceitos: de participação social, dentro deste pacto são:
Regulação da Atenção à Saúde - tem como objeto a produção de todas Apoiar os conselhos de saúde, as conferências de saúde e os movi-
as ações diretas e finais de atenção à saúde, dirigida aos prestadores de mentos sociais que atuam no campo da saúde, com vistas ao seu fortale-
serviços de saúde, públicos e privados. As ações da Regulação da Atenção cimento para que os mesmos possam exercer plenamente os seus papéis;
à Saúde compreendem a Contratação, a Regulação do Acesso à Assistên- Apoiar o processo de formação dos conselheiros;
cia ou Regulação Assistencial, o Controle Assistencial, a Avaliação da Estimular a participação e avaliação dos cidadãos nos serviços de saú-
Atenção à Saúde, a Auditoria Assistencial e as regulamentações da Vigi- de;
lância Epidemiológica e Sanitária. Apoiar os processos de educação popular em saúde, para ampliar e
Contratação - o conjunto de atos que envolvem desde a habilitação dos qualificar a participação social no SUS;
serviços/prestadores até a formalização do contrato na sua forma jurídica. Apoiar a implantação e implementação de ouvidorias nos estados e
Regulação do Acesso à Assistência ou Regulação Assistencial - con- municípios, com vistas ao fortalecimento da gestão estratégica do SUS;
junto de relações, saberes, tecnologias e ações que intermedeiam a de- Apoiar o processo de mobilização social e institucional em defesa do
manda dos usuários por serviços de saúde e o acesso a estes. SUS e na discussão do pacto;
Complexos Reguladores - uma das estratégias de Regulação Assisten-
cial, consistindo na articulação e integração de Centrais de Atenção Pré- Gestão do Trabalho
hospitalar e Urgências, Centrais de Internação, Centrais de Consultas e 8.1 - As diretrizes para a Gestão do Trabalho no SUS são as seguintes:
Exames, Protocolos Assistenciais com a contratação, controle assistencial A política de recursos humanos para o SUS é um eixo estruturante e
e avaliação, assim como com outras funções da gestão como programação deve buscar a valorização do trabalho e dos trabalhadores de saúde, o
e regionalização. Os complexos reguladores podem ter abrangência intra- tratamento dos conflitos, a humanização das relações de trabalho;
municipal, municipal, micro ou macro regional, estadual ou nacional, de- Estados, Municípios e União são entes autônomos para suprir suas
vendo esta abrangência e respectiva gestão, serem pactuadas em proces- necessidades de manutenção e expansão dos seus próprios quadros de
so democrático e solidário, entre as três esferas de gestão do SUS. trabalhadores de saúde;
Auditoria Assistencial ou clínica – processo regular que visa aferir e in- O Ministério da Saúde deve formular diretrizes de cooperação técnica
duzir qualidade do atendimento amparada em procedimentos, protocolos e para a gestão do trabalho no SUS;
instruções de trabalho normatizados e pactuados. Deve acompanhar e Desenvolver, pelas três esferas de gestão, estudos quanto às estraté-
analisar criticamente os históricos clínicos com vistas a verificar a execução gias e financiamento tripartite de política de reposição da força de trabalho
dos procedimentos e realçar as não conformidades. descentralizada;
As Diretrizes para Planos de Cargos e Carreira do SUS devem ser um
Como princípios orientadores do processo de regulação, fica estabele- instrumento que visa regular as relações de trabalho e o desenvolvimento
cido que: do trabalhador, bem como a consolidação da carreira como instrumento
Cada prestador responde apenas a um gestor; estratégico para a política de recursos humanos no Sistema;
A regulação dos prestadores de serviços deve ser preferencialmente Promover relações de trabalho que obedeçam a exigências do princípio
do município conforme desenho da rede da assistência pactuado na CIB, de legalidade da ação do Estado e de proteção dos direitos associados ao
observado o Termo de Compromisso de Gestão do Pacto e os seguintes trabalho;
princípios: Desenvolver ações voltadas para a adoção de vínculos de trabalho que
da descentralização, municipalização e comando único; garantam os direitos sociais e previdenciários dos trabalhadores de saúde,
da busca da escala adequada e da qualidade; promovendo ações de adequação de vínculos, onde for necessário, nas
considerar a complexidade da rede de serviços locais; três esferas de governo, com o apoio técnico e financeiro aos Municípios,
considerar a efetiva capacidade de regulação; pelos Estados e União, conforme legislação vigente;
considerar o desenho da rede estadual da assistência; Os atores sociais envolvidos no desejo de consolidação dos SUS atua-
a primazia do interesse e da satisfação do usuário do SUS. rão solidariamente na busca do cumprimento deste item, observadas as
A regulação das referencias intermunicipais é responsabilidade do ges- responsabilidades legais de cada segmento;
tor estadual, expressa na coordenação do processo de construção da Estimular processos de negociação entre gestores e trabalhadores
programação pactuada e integrada da atenção em saúde, do processo de através da instalação de Mesas de Negociação junto às esferas de gestão
regionalização, do desenho das redes; estaduais e municipais do SUS;
Meu olhar sobre o FSM decorre da minha própria inserção social e polí- É uma nova cultura política que pode se desenvolver a partir do pro-
tica em sua promoção. Nesse sentido, faço aqui um exercício engajado do cesso que o FSM despertou. A multiplicação de fóruns regionais, nacionais,
livre pensar, um misto de testemunho e de reflexão estratégica sobre os locais e temáticos alimenta o movimento de ideias de que outros mundos
possíveis rumos em que, como participantes diversos e plurais, podemos são possíveis, lhe dá novas facetas e engrossa a adesão de sujeitos sociais
avançar com o FSM e seu impacto sobre as instituições multilaterais e os os mais diversos social, cultural e geograficamente. Se isso ainda não se
Estados. Minha perspectiva não é partir do poder econômico e político traduz em uma nova institucionalidade política, certamente cria o terreno
constituído e sim do processo e das condições para que os cidadãos e as propício para um repensar da política e do espaço público, do local até o
cidadãs do mundo estejam no centro, controlando o poder e os mercados poder global e suas instituições. O FSM, como espaço aberto à diversidade
globais. e aceitando as divergências, engendra um novo modo de fazer política.
Como força propulsora, difusa mas poderosa, que vai além dos que se
1. O Fórum Social Mundial como canteiro de obras da cidadania mun- encontram nos eventos do FSM, há que se reconhecer, de um lado, uma
dial consciência da comum humanidade na diversidade que nos caracteriza
Em sua origem, o FSM se constituiu no contrapé do Fórum Econômico como seres humanos. De outro, não dá para subestimar o poder mobiliza-
Mundial, nos mesmos dias, exatamente para marcar os lados opostos dor e transformador da consciência dos bens comuns fundamentais à vida
gerados pelas globalização dominante. Fóruns opostos no tempo e no no Planeta que temos, sejam os frágeis e finitos como são os bens naturais,
lugar, um velho de mais de 30 anos, outro recém começando a irrupção na a atmosfera, a biodiversidade, sejam as conquistas humanas como o saber,
história; um numa luxuosa estação de esqui, em Davos, isolado pela polí- as línguas e a cultura em geral. Consciência aliada a um resgate da ação
cia, o outro na planície de Porto Alegre, a cidade com história de participa- cidadã como prática central na transformação das situações e no desenvol-
ção popular na gestão pública. Mas não podemos iludir-nos, são opostos vimento humano, democrático e sustentável. Ação que necessariamente se
que exprimem o mundo globalizado de hoje. A globalização que combate- concretiza localmente, lá onde vivemos, mas que é impregnada de univer-
mos nos transformou, pelo pior caminho possível, em uma comunidade salismo, busca ser planetária no seu sentido humano e alcance político.
humana planetária interdependente. Este é o ponto de partida: a transfor-
mação que a globalização produziu em nossas condições de vida no Plane- 2. Desafios e tarefas para que o FSM contribua e reforce a capacidade
ta. Ao mesmo tempo, é fundamental reconhecer que não basta e até é da emergente cidadania planetária no sentido de uma democratização
impossível democratizar esta globalização, dar-lhe uma face mais humana radical do mundo
e sustentável. A tarefa que se nos impõe é de refundação democrática de O FSM não é, em si mesmo, um movimento político, mas um espaço
um mundo interdependente, de gente para gente, compartindo bens co- aberto para a reconquista da política em seu sentido mais pleno. Sua força
muns entre todos os povos, com todos os direitos humanos garantidos a reside nas múltiplas contradições que comporta, permitindo que elas se
todos os seres humanos, com igualdade no respeito à diversidade social e exprimam em seu espaço como livre prática de busca de cada participante,
cultural. cada organização e cada movimento, cada rede e cada campanha, da mais
simples à mais complexa e extensa. O FSM pode fortalecer a cidadania que
Antes do FSM, já nos 80, com a crise da dívida e a ascensão de Mar- nele se encontra, dialoga e confronta em busca de alternativas à
gareth Thatcher e Ronald Reagan, mas especialmente durante os anos 90 (des)ordem global vigente, sem, no entanto, se tornar, ele mesmo, uma
do século XX, foram inúmeras as insurreições de movimentos sociais e organização que aponta a direção a seguir. Formação de alianças e de
organizações contra a avassaladora globalização neoliberal imposta ao novas redes, decisões sobre campanhas as mais amplas e mobilizadoras
mundo. O palco principal das manifestações foram as reuniões do G-7, as possíveis, disputas de hegemonia, desencontros em meio a muitos encon-
assembleias do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) e tros, tendo no centro o pensar as alternativas para o mundo global que
as rodadas de negociação da Organização Mundial do Comércio (OMC). temos, dão vida ao FSM. Enquanto ele conseguir ser espaço do diverso e
De forma espetacular, desenvolveram-se redes temáticas regionais e da pluralidade, tendo por base os princípios e valores éticos compartidos
mundiais: dívida, agricultura, comércio, meio ambiente, cooperação, direitos que nos dá a dupla consciência da humanidade e dos bens comuns a
humanos, educação, comunicação etc. Novos sujeitos foram se mundiali- preservar para todos os seres do Planeta, o FSM vai continuar sendo uma
zando e se consolidando: os movimentos feministas, ambientalistas, dos das alavancas da cidadania mundial.
povos indígenas, dos sem terra e camponeses, de trabalhadores migrantes,
dos sem teto, movimentos contra o apartheid, todos com um emergente Isso não me impede de ver enormes desafios e tarefas que se colocam
dimensão planetária, tanto na sua própria identidade social e raio de atua- para todos e todas que participamos do FSM como espaço aberto. Inven-
ção como na solidariedade que foram despertando. Mas não havia uma tamos o FSM em um momento datado e situado neste começo do século
encruzilhada, um espaço de encontro do conjunto destas novas forças XXI, em plena exacerbação da lógica do terror e da guerra, do acirramento
sociais e delas com os já mais históricos atores internacionalizados, como o do unilateralismo dos EUA, de crise e até falência da democracia represen-
movimento operário e sindical. A grande insurreição nas ruas de Seattle, tativa, com crescimento de uma enorme brecha entre as instituições políti-
em fins de 1999, foi um empurrão decisivo para a emergência de algo cas e as demandas da cidadania, de continuidade da concentração de
inteiramente novo. riquezas, da exclusão social e da destruição da base da vida. O FSM é
tensionado pelos desafios do aqui e agora, precisa criar condições para um
A novidade do FSM é de criar o espaço para que a diversidade de ato- pensamento novo e um acúmulo estratégico, que leve a emergente cidada-
res se encontre, se reconheça, troque práticas, experiências e análises, se nia mundial a fortalecer a sua capacidade de ação política. O FSM precisa
articule e crie novas redes, coalizões e campanhas. Enfim, o FSM surge ser um espaço que contribua para imaginar o mundo, reinventar o método
como expressão de uma demanda contida da emergente cidadania planetá- de ação e estimular a intervenção concreta nos processos de globalização
Em 2004, fomos para a Ásia, na Índia, na cidade de Mumbai. Agora, Ética e Democracia
em 2006, estamos topando o desafio de realizar um Fórum Social Mundial
Márcio C. Coimbra
Policêntrico, articulando eventos em diferentes continentes: vamos a Cara-
cas, na Venezuela, a Bamako, no Mali, e a Karachi, no Paquistão, além de O Brasil ainda vive em uma democracia em consolidação, ainda incipi-
uma conferência no Marrocos. Não serão, como imaginado, eventos simul- ente. Infelizmente, em grande parte de nossa história, vivemos à sombra de
tâneos, mas muito próximos e, sobretudo, muito articulados entre si. São golpes de estado e revoluções, como a de 1930 e mais recentemente em
realidades bem diversas o que faz imaginar um FSM muito mais diverso do 1964. A cada ruptura institucional, o regime democrático sofria um duro
que até aqui fomos capazes de produzir. Em 2007, já está decidido, vamos golpe, atingindo-o no seu ponto fundamental: o respeito ao Estado Demo-
todos para Nairobi, no Quênia. crático de Direito.
O que significa este esforço de mundialização do próprio FSM? Sem Nosso período mais recente de democracia começou em 1985, com a
dúvida, estamos construindo uma estratégia que nos fortaleça na diversida- eleição indireta de Tancredo Neves para a Presidência da República,
de do que é a emergente cidadania planetária. Estamos mostrando as colocando um fim em 21 anos de regime militar. Logo, chegamos a 2001
múltiplas identidades de que somos portadores e, sobretudo, as inúmeras com 16 anos de democracia recente. Neste período conhecemos cinco
possibilidades na construção de “outros mundos”. Presidentes da República: Tancredo Neves, que não assumiu devido ao
seu falecimento, José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando
Para nós cidadãos e cidadãs da Venezuela, Brasil, da América Latina, Henrique Cardoso. Durante o termo de José Sarney, produziu-se uma nova
do Caribe, da América do Norte, o FSM em Caracas representa um grande Constituição Federal, a de 1988. Logo, percebe-se que o Brasil ainda está
desafio e vem carregado de significado especial. Já fizemos um Fórum se acostumando com um regime democrático sem rupturas abruptas, ou
Regional em Quito, no Equador, em 2004. Agora, além de uma clara di- seja, a democracia brasileira, assim como suas instituições, ainda está em
mensão regional, o FSM em Caracas adquire um impacto mundial mais fase de amadurecimento.
claro. Estamos realizando o fórum na Venezuela dos muitos contrastes e, A consolidação de um regime democrático somente ocorre com o tem-
devido às posições do Governo Chaves, tem provocado enorme debate em po e com o amadurecimento da sociedade e de suas instituições. A base de
todo mundo, como uma das formas de oposição à globalização neoliberal e sustentação desta forma de governo é o povo e a sua soberania, que é
ao imperalismo dos EUA de Bush. Na América do Sul se situa o núcleo exercida através do voto, como bem coloca Bobbio: “democracia é o gover-
mais claro de uma crescente oposição ao neoliberalismo e a Venezuela tem no do povo, para o povo”. Além disto, é baseada fortemente no exercício da
tido um importante papel político nisto. É claro que nem todo(a)s participan- cidadania, no respeito às leis e no exercício da ética como ponto fundamen-
tes do FSM concordam com concepções e métodos do Presidente Chaves. tal das relações interpessoais. Portanto, percebe-se um andar quase que
O FSM tem a sua autonomia como processo puxado por movimentos e em conjunto entre a democracia e a ética.
entidades da sociedade civil, por suas redes, coalizões e alianças, regionais
e mundiais. Mas isto não implica em se negar a enfrentar com análise e Ainda sobre ética, vale ressaltar as palavras do Prof. Alberto Oliva na
debate, numa troca bem aberta, as possibilidades e limites das lutas con- apresentação do livro do Doutor em Filosofia Mário A. L. Guerreiro: “Aplica
cretas, especialmente todas aquelas que se alinham no combate ao neoli- à ética o enfoque negativista segundo o qual ao prescritivo não incumbe
beralismo e sua globalização. O fato de um dos capítulos do FSM Policên- especificar o que alguém deve fazer, e sim o que deve ser impedido de
trico se realizar na Venezuela, neste momento, para além de todas as fazer por ser danoso ao outro”. Logo, a ética apresenta-se como ponto de
divergências que pode despertar, precisa ser visto como uma busca efetiva convergência e harmonização entre norma e liberdade, assim como já
entre nós mesmos e uma demonstração de solidariedade a movimentos e assegurava John Locke.
organizações da sociedade venezuelana. Como consequência de uma série de rupturas institucionais que marca-
ram fortemente a formação do Estado brasileiro e seu desenvolvimento,
Mas tem mais. Indo a Caracas, assim como aos outros eventos do vemos que o respeito às regras e ao exercício ético de convivência não tem
FSM Policêntrico, estamos nos expandindo, nos mundializando ainda mais, sido uma constante recentemente no que tange às práticas políticas. Claro
nos conhecendo melhor. Estamos dando um sinal para o mundo que que- que esta tese comporta algumas grandes exceções, pois não podemos
remos sim integração, mas integração de povos, dos múltiplos povos, e não generalizar os fatos. Mas de qualquer forma, faz-se extremamente impor-
uma incorporação por conglomerados econômicos e financeiros globais, tante traçar uma linha paralela entre estes conceitos.
uma inclusão subordinada aos interesses dos EUA. Além disto, nos apro-
ximamos do nosso Caribe, com a sua diversidade e vida e fortalecemos a A capa de uma das mais importantes revistas semanais do Brasil, no
nossa capacidade de resistência ao avanço neoliberal. É, sem dúvida, uma dia 2 de maio de 2001 traduz com clareza os últimos acontecimentos
grande oportunidade para mais um salto no processo fórum. Tenho certeza políticos envolvendo o Senado Federal com a seguinte manchete: “Eles
que sairemos da Venezuela mais fortalecidos. encolheram o Congresso: Como o Senado se transformou na Casa da
Mentira com Jader, Arruda e ACM”. Não há dúvidas: é uma manchete de
Como conclusão, cabe destacar a contribuição que o FSM pode dar impacto. Mas será que o problema reside apenas neste fato? Acredito que
para as sociedades civis dos países em que se realizado, especialmente não. Os escândalos envolvendo os maiores escalões do Estado estão
em termos de favorecer a cultura democrática. As alternativas que gestar- sendo uma constante. Muitos deles lidam com a falta de ética daqueles que
mos e os resultados que alcançarmos podem ser incertos, imprevisíveis, exercem uma função pública. Infelizmente, está se criando uma sensação
distantes, mas a cultura política que é alimentada pela FSM, o modo de de descrédito da população perante os seus governantes, o que é muito
De qualquer forma, o caminho que o Brasil tem que trilhar ainda é lon- Não há democracia sem ética, portanto sem responsabilidade com a
go e depende principalmente da consolidação do regime democrático e do condição humana. A ética da democracia é a coesão social para a convi-
respeito ao Estado de Direito, que são os pilares básicos de sustentação de vência humana, hoje sob grave risco. A democracia política ou se faz social
uma sociedade estável e ética. e humana, ou democracia não é. O Presidente Lula recentemente, em
janeiro último, em Monterrey, na Cúpula Extraordinária das Américas, a
Discurso do Ministro do Controle e da Transparência do Brasil, propósito do desenvolvimento social, lembrou-nos do desafio deste milênio,
Waldir Pires, no Diálogo dos Chanceleres, durante a XXXIV Assem- para a condenação das injustiças: “é cada vez maior o abismo que separa
bleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) "Desen- ricos e pobres em nosso continente e no mundo”. A ética existe desde o
volvimento Social e Democracia Frente à Incidência da Corrupção" começo das civilizações para o bem do ser humano. Significa a responsabi-
lidade de cada um e de todos com os valores da vida, da dignidade da
Quito, Equador pessoa humana. A ética da democracia, pois, é a ética da coesão social,
Quero inicialmente parabenizá-los pela escolha do tema dominante pela afirmação das liberdades e pelo respeito às necessidades.
desta Assembleia, que é a luta contra a corrupção. De iniciativa, inclusive, Assessoria de Imprensa da Controladoria-Geral da União
da representação política do Equador, a nação que nos hospeda tão cordi-
almente, para a adoção de recomendações importantes na linha do comba- Cidadania
te eficaz a esse flagelo da humanidade.
Foi de um discurso do dramaturgo Pierre-Augustin Caron de Beaumar-
A democracia precisa dessa vitória, precisa em nosso continente de chais, em outubro de 1774, que surgiu o sentido moderno da palavra cida-
nossa responsabilidade comum para derrotar a corrupção em cada um de dão -- que ganharia maior ressonância nos primeiros meses da revolução
nossos países. Ela é um dos desvios mais perversos e danosos da socie- francesa, com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
dade contemporânea, no campo político, como na atividade privada, onde
ela agride e suprime os recursos da coletividade para o uso inescrupuloso Em sentido etimológico, cidadania refere-se à condição dos que resi-
dos bandidos sofisticados que a praticam. dem na cidade. Ao mesmo tempo, diz da condição de um indivíduo como
membro de um estado, como portador de direitos e obrigações. A associa-
No Brasil, o Presidente Lula, desde a sua primeira fala à nação, decla- ção entre os dois significados deve-se a uma transformação fundamental
rou seu governo em luta permanente contra a corrupção. É uma política de no mundo moderno: a formação dos estados centralizados, impondo juris-
Estado o que praticamos com prioridade absoluta. Há de ser um combate dição uniforme sobre um território não limitado aos burgos medievais.
de larga duração; mas vamos vencê-lo. A corrupção é um crime, assim
como também o é o homicídio. Todos sabemos que não é permitido matar Na Europa, até o início dos tempos modernos, o reconhecimento de di-
e que é pesado o castigo imposto ao homicida. No entanto, mata-se infe- reitos civis e sua consagração em documentos escritos (constituições) eram
lizmente muito, no Brasil e no mundo. Com a corrução se dá mais ou me- limitados aos burgos ou cidades. A individualização desses direitos a rigor
nos o mesmo. Mas, infelizmente, nem o homicídio nem a corrupção são não existe até o surgimento da teoria dos direitos naturais do indivíduo e do
passíveis de extinção por força de decreto. Por isso, nenhum país do contrato social, bases filosóficas do antigo liberalismo. Nesse sentido, os
planeta está livre desse flagelo, seja no setor público –improbidades, tráfico privilégios e imunidades dos burgos medievais não diferem, quanto à forma,
de influência, o enriquecimento ilícito,– seja no setor privado, na manipula- dos direitos e obrigações das corporações e outros agrupamentos, decor-
ção de balanços, na especulação financeira de bolsas, na apropriação rentes de sua posição ou função na hierarquia social e na divisão social do
criminosa de poupanças privadas. trabalho. São direitos atribuídos a uma entidade coletiva, e ao indivíduo
apenas em decorrência de sua participação em um desses "corpos" sociais.
No atual Governo do Brasil, a administração federal, com gastos orça- O termo cidadão tornou-se sinônimo de homem livre, portador de direi-
mentários muito reduzidos, está se reestruturando profundamente, na tos e obrigações a título individual, assegurados em lei. É na cidade que se
essência de sua ação de controle, buscando rapidamente a atuação inte- formam as forças sociais mais diretamente interessadas na individualização
grada e de profunda articulação com os organismos do Governo e do e na codificação desses direitos: a burguesia e a moderna economia capita-
Estado, envolvidos com o combate ao desvio do dinheiro público. lista.
O Governo Lula transformou profundamente a natureza de sua missão Ao ultrapassar os estreitos limites do mundo medieval -- pela interliga-
e realiza ações conjuntas ou complementares nas áreas de auditoria, ção de feiras e comunas, pelo estabelecimento de rotas regulares de co-
fiscalização e apuração de desvios, com o Ministério da Justiça, a Polícia mércio, entre regiões da Europa e entre os continentes --, a dinâmica da
Federal, o Tribunal de Contas da União, o Ministério Público Federal e os economia capitalista favorece a imposição de uma jurisdição uniforme em
Estaduais, a Advocacia-Geral da União, com êxito de todos os procedimen- determinados territórios, cuja extensão e perfil derivam tanto da interdepen-
tos. Instituiu também o sistema de fiscalização a partir de sorteios públicos, dência interna enquanto "mercado", como dos fatores culturais, linguísticos,
que ocorrem na sede da Loteria da Caixa Econômica Federal, em Brasília, políticos e militares que favorecem a unificação.
na presença de toda a imprensa e mídia e de representantes da sociedade Em seus primórdios, a constituição do estado moderno e da economia
civil, dos membros do Congresso Nacional, de oposição e de governo, para comercial capitalista é uma grande força libertária. Em primeiro lugar, pela
escolher as áreas territoriais menores da Federação brasileira, que são os dilatação de horizontes, pela emancipação dos indivíduos ante o localismo,
municípios, onde são aplicadas grandes parcelas do dinheiro público. ante as convenções medievais que impediam ou dificultavam a escolha de