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Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

EBSERH
Técnico em Enfermagem
Nível Médio
EDITAL Nº 03 – EBSERH – ÁREA ASSISTENCIAL

ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS

LÍNGUA PORTUGUESA

1. Interpretação de texto: informações literais e inferências possíveis; ponto de vista do autor; significação contextual
de palavras e expressões; relações entre ideias e recursos de coesão; figuras de estilo.........................................................01
2. Conhecimentos linguísticos: ortografia: emprego das letras, divisão silábica, acentuação gráfica, encontros
vocálicos e consonantais, dígrafos; classes de palavras: substantivos, adjetivos, artigos, numerais, pronomes, verbos,
advérbios, preposições, conjunções, interjeições: conceituações, classificações, flexões, emprego, locuções. Sintaxe:
estrutura da oração, estrutura do período, concordância (verbal e nominal); regência (verbal e nominal); crase,
colocação de pronomes; pontuação............................................................................................................................... 26

RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

1. Resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos, porcentagens, sequências (com números, com figuras, de
palavras).......................................................................................................................................................................................01
2. Raciocínio lógico-matemático: proposições....................................................................................................................04
Conectivos..............................................................................................................................................................................06
Equivalência..........................................................................................................................................................................10
Implicação lógica...................................................................................................................................................................12
Argumentos válidos..............................................................................................................................................................15

LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH

1. Lei Federal nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011.........................................................................................................01


2. Decreto nº 7.661, de 28 de dezembro de 2011.................................................................................................................03
3. Regimento Interno da EBSERH - 2ª revisão..................................................................................................................08

Didatismo e Conhecimento
Índice

LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

1. Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde (SUS)
– princípios, diretrizes e arcabouço legal...................................................................................................................................01
2. Controle social no SUS......................................................................................................................................................07
3. Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde....................................................................................................10
4. Constituição Federal, artigos de 194 a 200.....................................................................................................................13
5. Lei Orgânica da Saúde ‐ Lei no 8.080/1990, Lei no 8.142/1990 e Decreto Presidencial no 7.508, de 28 de junho
de 2011............................................................................................................................................................................ 15
6. Determinantes sociais da saúde.......................................................................................................................................24
7. Sistemas de informação em saúde...................................................................................................................................25

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1 Código de Ética em Enfermagem. ....................................................................................................................... 01


2 Lei no 7.498, de 25 de junho de 1986. ................................................................................................................. 01
3.Decreto no 94.406, de 8 de junho de 1987. .......................................................................................................... 09
4.Enfermagem no centro cirúrgico. 4.1.Recuperação da anestesia. 4.2.Central de material e esterilização.
4.3.Atuação nos períodos pré‐operatório, trans‐operatório e pós‐operatório. 4.4.Atuação durante os procedi-
mentos cirúrgico‐anestésicos. 4.5.Materiais e equipamentos básicos que compõem as salas de cirurgia e recupera-
ção anestésica. 4.6 Rotinas de limpeza da sala de cirurgia. 4.7.Uso de material estéril. 4.8.Manuseio de equipamen-
tos: autoclaves; seladora térmica e lavadora automática ultrassônica. ...................................................................... 12
5.Noções de controle de infecção hospitalar. .......................................................................................................... 34
6.Procedimentos de enfermagem. 6.1.Verificação de sinais vitais, oxigenoterapia, aerossolterapia e curativos.
6.2.Administração de medicamentos. 6.3.Coleta de materiais para exames. ............................................................. 35
7.Enfermagem nas situações de urgência e emergência. 7.1.Conceitos de emergência e urgência. 7.2 Estrutura e
organização do pronto socorro. 7.3.Atuação do técnico de enfermagem em situações de choque, parada cardio‐res-
piratória, politrauma, afogamento, queimadura, intoxicação, envenenamento e picada de animais peçonhentos. .55
8.Enfermagem em saúde pública. 8.1 Política Nacional de Imunização. 8.2.Controle de doenças transmissíveis,
não transmissíveis e sexualmente transmissíveis. 8.3.Atendimento aos pacientes com hipertensão arterial, diabetes,
doenças cardiovasculares, obesidade, doença renal crônica, hanseníase, tuberculose, dengue e doenças de notifica-
ções compulsórias. 8.4.Programa de assistência integrada a saúde da criança, mulher, homem, adolescente e idoso.63
9.Conduta ética dos profissionais da área de saúde. ........................................................................................... 112
10.Princípios gerais de segurança no trabalho. 10.1.Prevenção e causas dos acidentes do trabalho. 10.2.Princí-
pios de ergonomia no trabalho. 10.3.Códigos e símbolos específicos de Saúde e Segurança no Trabalho............... 113

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Artigo
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de exclusividade, para uso do Grupo Nova.
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A ETERNA COMPETIÇÃO ENTRE O LAZER E O ESTUDO

Por William Douglas, professor, escritor e juiz federal.

Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de
aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando.
Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da
perda de prazer nas horas de descanso.
Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de
quem quer vencer na vida são:
• medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança),
• falta de tempo e
• “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer.

E então, você já teve estes problemas?


Todo mundo sabe que para vencer e estar preparado para o dia-a-dia é preciso muito conhecimento, estudo e dedicação, mas
como conciliar o tempo com as preciosas horas de lazer ou descanso?
Este e outros problemas atormentavam-me quando era estudante de Direito e depois, quando passei à preparação para concursos
públicos. Não é à toa que fui reprovado em 5 concursos diferentes!
Outros problemas? Falta de dinheiro, dificuldade dos concursos (que pagam salários de até R$ 6.000,00/mês, com status e
estabilidade, gerando enorme concorrência), problemas de cobrança dos familiares, memória, concentração etc.
Contudo, depois de aprender a estudar, acabei sendo 1º colocado em outros 7 concursos, entre os quais os de Juiz de Direito,
Defensor Público e Delegado de Polícia. Isso prova que passar em concurso não é impossível e que quem é reprovado pode “dar a
volta por cima”.
É possível, com organização, disciplina e força de vontade, conciliar um estudo eficiente com uma vida onde haja espaço para
lazer, diversão e pouco ou nenhum estresse. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo são muito mais produtivas do que a
tradicional imagem da pessoa trancafiada, estudando 14 horas por dia.
O sucesso no estudo e em provas (escritas, concursos, entrevistas etc.) depende basicamente de três aspectos, em geral,
desprezados por quem está querendo passar numa prova ou conseguir um emprego:
1º) clara definição dos objetivos e técnicas de planejamento e organização;
2º) técnicas para aumentar o rendimento do estudo, do cérebro e da memória;
3º) técnicas específicas sobre como fazer provas e entrevistas, abordando dicas e macetes que a experiência fornece, mas que
podem ser aprendidos.
O conjunto destas técnicas resulta em um aprendizado melhor e em mais sucesso nas provas escritas e orais (inclusive entrevistas).
Aos poucos, pretendemos ir abordando estes assuntos, mas já podemos anotar aqui alguns cuidados e providências que irão
aumentar seu desempenho.
Para melhorar a “briga” entre estudo e lazer, sugiro que você aprenda a administrar seu tempo. Para isto, como já disse, basta
um pouco de disciplina e organização.
O primeiro passo é fazer o tradicional quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas. Ao invés de servir
como uma “prisão”, este procedimento facilitará as coisas para você. Pra começar, porque vai levá-lo a escolher as coisas que não são
imediatas e a estabelecer suas prioridades. Experimente. Em pouco tempo, você vai ver que isto funciona.
Também é recomendável que você separe tempo suficiente para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou
ao namoro. Sem isso, o estresse será uma mera questão de tempo. Por incrível que pareça, o fato é que com uma vida equilibrada o
seu rendimento final no estudo aumenta.
Outra dica simples é a seguinte: depois de escolher quantas horas você vai gastar com cada tarefa ou atividade, evite pensar em
uma enquanto está realizando a outra. Quando o cérebro mandar “mensagens” sobre outras tarefas, é só lembrar que cada uma tem
seu tempo definido. Isto aumentará a concentração no estudo, o rendimento e o prazer e relaxamento das horas de lazer.
Aprender a separar o tempo é um excelente meio de diminuir o estresse e aumentar o rendimento, não só no estudo, como em
tudo que fazemos.

*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller
“Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar
www.williamdouglas.com.br
Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos.

Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
LÍNGUA PORTUGUESA
Língua Portuguesa O roteiro abaixo poderá auxiliá-lo a resolver a maioria dos tes-
tes que envolvem compreensão e interpretação de textos nas provas
1. Interpretação de texto: informações literais e inferências de Português.
possíveis; ponto de vista do autor; significação contextual de pala-
vras e expressões; relações entre ideias e recursos de coesão; figu- Roteiro para compreensão e ou interpretação de textos
ras de estilo.
1. Leia o texto pelo menos por duas vezes. Na primeira, para ter
uma visão geral dele; na segunda, destacando suas ideias principais.
2. Conhecimentos linguísticos: ortografia: emprego das letras,
divisão silábica, acentuação gráfica, encontros vocálicos e conso- 2. Leia duas vezes cada alternativa para descartar as absurdas e
nantais, dígrafos; classes de palavras: substantivos, adjetivos, arti- que nada têm a ver com o texto.
gos, numerais, pronomes, verbos, advérbios, preposições, conjun-
ções, interjeições: conceituações, classificações, flexões, emprego, 3. Observe o comando do enunciado da questão, se for de com-
locuções. Sintaxe: estrutura da oração, estrutura do período, con- preensão, entendimento ou intelecção, localize a resposta no tex-
cordância (verbal e nominal); regência (verbal e nominal); crase, to; se for de interpretação, interprete o que o autor quis dizer, nunca
colocação de pronomes; pontuação. o que você pensa sobre o texto.

4. Atenção especial às palavras opção correta, opção incorre-


Prof. Carlos Kappler ta, exceto, não, sempre, respectivamente, é obrigatório, é neces-
sário, deve, pode, inclusive.
Pós-Graduação na Faculdade São Luís: Língua Portuguesa,
5. Tome cuidado com os vocábulos relatores - aqueles que re-
Compreensão e Produção de Textos; Bacharel em Letras pela
metem a outros vocábulos do texto: pronomes relativos, pronomes
USP; Coordenador Pedagógico e Professor de Língua Portuguesa
pessoais, pronomes demonstrativos etc.
em diversos cursos preparatórios; Autor de diversas apostilas de
Português e de testes comentados para concursos. 6. Se duas alternativas parecerem corretas, busque a mais com-
pleta.

7. Se o enunciado solicitar a ideia principal ou tema, geral-


INTERPRETAÇÃO DE TEXTO: mente situa-se na introdução do texto (primeiro parágrafo) ou na
INFORMAÇÕES LITERAIS E conclusão (último parágrafo).
INFERÊNCIAS POSSÍVEIS; PONTO 8. Evite os seguintes tipos de erros: a) extrapolação - acrescen-
DE VISTA DO AUTOR; SIGNIFICAÇÃO tar ideias que não estão no texto); b) redução - dar atenção a alguns
CONTEXTUAL DE PALAVRAS E trechos do texto, não o analisando como um todo; c) contradição:
EXPRESSÕES; RELAÇÕES ENTRE concluir contrariamente ao texto; omitir passagens importantes para
IDEIAS E RECURSOS DE COESÃO; fugir do sentido original.
FIGURAS DE ESTILO
9. Questões envolvendo sinônimos são muito frequentes em
concursos. A melhor maneira de ampliar o vocabulário é recorrer
a um bom dicionário sempre que estiver diante de uma palavra que
não conheça o significado; contudo, procure utilizá-la, sempre que
Na maioria das provas de Língua Portuguesa atuais, os testes de possível, para não esquecê-la.
compreensão e ou intelecção de textos podem corresponder a mais
de cinquenta por cento das questões. Veja, a seguir, as características Muitas vezes o texto traz uma série de informações (literais);
desse tópico tão importante. outras vezes, exige conhecimentos que não estão no texto e são ne-
cessários para a compreensão dele. Há portanto elementos implíci-
tos, pressupostos para um perfeito entendimento. Exemplificando:
Compreensão / intelecção de textos: Os testes exigem do Se o texto mencionar: Ângela parou de beber, significa que antes
— candidato uma postura voltada para o que realmente está escrito no ela bebia.
texto. Os comandos enunciam-se assim: O texto sugere...; O texto De acordo com Platão & Fiorin, todo enunciado pressupõe
— diz...; segundo o texto, é correto ou incorreto...; O narrador afirma que alguém o tenha produzido, ou seja, todo texto reconta outro tex-
que..., tendo em vista as ideias do texto..., em conformidade com to. O papel de quem lê é perceber ou tentar descobrir a intenção do
as ideias do texto... autor, qual a sua intenção.

Interpretação de textos: Os testes querem saber o que o can- EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO


didato conclui sobre o que está escrito. Os comandos enunciam-se
assim: Da leitura do texto, infere-se que..., O texto permite deduzir Os testes a seguir são curtos. Exigem, no entanto, leitura atenta
que...; com base no texto, pode-se concluir que; Qual a intenção do para resolvê-los. A mesma atenção que eles requerem deverá ter em
narrador, quando afirma que... textos mais longos. Aceite o desafio e veja como está o seu nível de
atenção.

Didatismo e Conhecimento 1
LÍNGUA PORTUGUESA
Leia com atenção os textos seguintes e responda V se a afirma- a) A preposição de tem valor semântico de finalidade. ( )
ção for verdadeira ou F se for falsa.
b) O advérbio aqui, em seus dois empregos, possui os mesmos
1. Este ano, o uso do formulário simplificado de IR foi estendi- referentes. ( )
do a todos os contribuintes que receberam somente rendimentos de
salário no ano de 2013. c) A oração “Aqui está chovendo sem parar” poderia ligar-se
a anterior, sem alteração de sentido, pela conjunção “porquanto”.
a) Nos anos anteriores, havia outras normas. ( ) ( )

b) Há contribuintes que recebem outros rendimentos além do 7.


salário. ( )
Quem lia os romances românticos?
2. A única atividade produtiva de expressão na fazenda é a en-
gorda de bois de arrendatários. A prosa literária brasileira começa no Romantismo. Com
o gradual desenvolvimento de algumas cidades, sobretudo a do Rio
a) A fazenda é improdutiva. ( ) de Janeiro, a cidade da corte, formou-se um público leitor composto
basicamente de jovens de classe rica, cujo ócio permitia a leitura
b) Os bois não pertencem ao dono da fazenda. ( ) de romances e folhetins. Esse público buscava na literatura apenas
distração. Torcia por seus heróis, sofria com as heroínas e, tão logo
c) A fazenda é arrendada. ( ) chegava ao final, fechava o livro e o esquecia, esperando o próximo,
que lhe ofereceria praticamente as mesmas emoções. O público hoje
3. A firma só enriqueceu quando passou a vender sistemas de substituiu os romances e folhetins pelas telenovelas, mas ainda con-
segurança. tinua em busca de distração, passando o tempo a torcer e a chorar
por seus heróis. (Apresentação. In: ALMEIDA, Manuel Antônio de.
Memórias de um sargento de milícias. São Paulo, Moderna, 1993,
a) A firma não era rica. ( )
p.7)
b) A firma sempre vendeu sistemas de segurança. ( )
a) O livro, para os jovens do Rio de Janeiro, revestia-se de uma
imagem perpétua que ficava gravada nas suas mentes. ( )
c) A riqueza liga-se exclusivamente à venda de sistemas de se-
gurança. ( )
b) A literatura era uma maneira de distração para o público do
Rio de Janeiro. ( )
4. Por medida de segurança, o depoimento da testemunha-cha-
ve do processo contra o PM não pôde ser registrado por fotógrafos c) Os leitores da atualidade ainda buscam as mesmas emoções
ou cinegrafistas. dos leitores do Romantismo. ( )
a) O PM está sendo julgado. ( ) 8.
b) A testemunha-chave já depôs. ( ) O gene da fidelidade
c) Há outras testemunhas no processo. ( ) Cientistas americanos conseguiram transformar uma espécie
promíscua de rato em um parceiro fiel. Para tanto, bastou alterar um
d) O depoimento da testemunha-chave não envolveu riscos. ( ) único gene da cadeia de DNA do roedor. Mais precisamente o que
determina a absorção pelo cérebro de um hormônio: a vasopressina.
5. “Eu sei que a poesia está para a prosa assim como o amor A experiência tem consequências fantásticas para a ciência por-
está para a amizade e quem há de negar que esta lhe é superior”. que é a primeira vez que se prova que apenas um gene determina
(Caetano Veloso) mudanças em um comportamento social tão complexo. O trabalho
foi divulgado na revista científica Nature.
a) A prosa está para o amor como a poesia está para a amizade. Mas seus autores, cientistas da Universidade Emory (EUA),
( ) advertem que não se pode transportar este tipo de conclusão para
os humanos. “Na cultura humana, a experiência acumulada e certos
b) a poesia está para amizade como a prosa está para o amor valores têm muito mais influência no comportamento.” De todo
( ) modo, creem que a descoberta pode ajudar a entender doenças men-
tais como o autismo, o mal de Alzheimer e, talvez, a esquizofrenia.
c) a amizade é superior ao amor ( ) O próximo passo da equipe, então, é o de estudar a genética da va-
sopressina nos primatas, incluindo os homens.
6. A mulher foi passear na capital. Dias depois o marido recebeu
um telegrama: “Envie cinquenta reais. Preciso comprar uma capa de a) No texto, o autor afirma que essa descoberta é revolucionária,
chuva. Aqui está chovendo sem parar” E ele respondeu: “Regresse. porque pode resolver os casos de autismo e do mal de Alzheimer.
Aqui chove mais barato”. ( )

Didatismo e Conhecimento 2
LÍNGUA PORTUGUESA
b) A descoberta é fantástica pelo fato de provar pela primeira 01. De acordo com o texto, a imagem, a constatação e a esta-
vez, que um gene apenas determina mudanças no comportamento tística
social. ( ) a) apresentam um cenário pouco alentador da vida argentina.
b) corroboram o sucesso vivenciado com o crescimento do PIB.
c) Transportar a descoberta para os humanos não é possível, c) são bastante contraditórios e, por isso, pouco confiáveis.
porque a cultura do homem é complexa, o que invalida a descoberta.
( ) d) traçam um quadro de confiança no governo de Cristina Kir-
chner.
d) A partir das informações contidas no texto, pode-se depreen- e) ilustram a frase formulada pela presidente Cristina Kirchner.
der que a utilização de animais em experiências desse gênero é um
ato de insensibilidade. ( ) 02. Na frase - E, no mesmo ano em que o PIB da Argentina
cresceu incríveis 8,7%, o mais básico dos indicadores sociais só pio-
9. O liberalismo é uma teoria política e econômica que expri- rou na principal província do país. - a relação entre o crescimento do
me os anseios da burguesia. Surge em oposição ao absolutismo dos
PIB e o mais básico dos indicadores sociais revela
reis e à teoria econômica do mercantilismo, defendendo os direitos
da iniciativa privada e restringindo o mais possível as atribuições do a) uma perspectiva otimista para a economia e a vida social do
Estado. país.
Locke foi o primeiro teórico liberal. Presenciou na In- b) a possibilidade de a população progredir mesmo com a eco-
glaterra as lutas pela deposição dos Stuarts, tendo-se refugiado na nomia estagnada.
Holanda por questões políticas. De lá regressa quando, vitoriosa a c) um caos social que vem sendo combatido sem ônus à popu-
Revolução de 1688, Guilherme de Orange é chamado para consoli- lação carente.
dar a nova monarquia parlamentar inglesa. d) uma contradição flagrante entre a economia e as condições
a) Locke não sofreu qualquer tipo de perseguição política. ( ) de vida no país.
e) o apoio do povo à economia do país, sem abrir mão das re-
b) Locke participou da deposição dos Stuarts. ( ) galias sociais.

b) Ele julgava ser necessário restringir as atribuições do Estado. 03. De acordo com o ponto de vista do autor,
( ) a) a estabilidade do governo de Cristina Kirchner implica ma-
nutenção de sua política.
c) Guilherme de Orange teria ideias liberais. ( )
b) seria prudente que o governo de Cristina Kirchner revisasse
TESTES DE CONCURSOS aspectos da política econômica e social.
c) a resolução dos problemas sociais é o foco da política de
(Vunesp) As questões 01 a 05 baseiam-se no texto. Cristina Kirchner.
d) a situação da Argentina, ainda que difícil, é bem conduzida
Um tango para lá de desafinado por Cristina Kirchner.
e) Cristina Kirchner mudou consideravelmente, para melhor, a
Uma imagem, uma constatação, uma estatística e uma fra- vida na Argentina.
se resumem o estado das coisas na Argentina. A imagem: pedreiros
acrescentando mais um andar às lajes das favelas de Buenos Aires.
Enquanto a atividade da construção civil em geral está em queda, as 04. No contexto, o termo tango, no título do texto, deve ser
precárias villas portenhas não param de crescer -na falta de espaço, entendido como
para cima. A constatação: a quantidade cada vez maior de galões de a) a política praticada por Cristina Kirchner.
água expostos sobre carros estacionados, principalmente na perife- b) a preocupação excessiva do país com a música.
ria da capital argentina. Este é o sinal convencionado pelos proprie- c) a estabilização dos indicadores sociais argentinos.
tários para anunciar que seus veículos usados estão à venda. Mais d) a campanha para as eleições legislativas.
automóveis enfeitados com galões, mais pessoas com necessidade
e) a política almejada pelo povo argentino.
urgente de dinheiro. A estatística: a mortalidade infantil na província
de Buenos Aires subiu 8% em 2007. Tudo isso dá a ideia de que
algo vai muito mal na Argentina. A população da capital que vive 05. A expressão Tudo isso, em destaque no texto, refere-se
em moradias irregulares aumentou 30% nos últimos dois anos. Três a) à quantidade de automóveis postos à venda na capital argen-
em cada quatro argentinos dizem não ganhar o suficiente para cobrir tina.
os gastos diários. E, no mesmo ano em que o PIB da Argentina cres- b) ao índice de 8% de mortalidade infantil vivenciado no país.
ceu incríveis 8,7%, o mais básico dos indicadores sociais só piorou c) aos problemas do país, citados anteriormente no parágrafo.
na principal província do país. Favelas em expansão, renda relativa
d) ao estado das coisas na Argentina, tomados numa perspectiva
em baixa e bebês morrendo -no mínimo, o governo deveria estar
reconsiderando suas políticas econômicas e sociais. A presidente ar- positiva.
gentina diz que não é o caso. Formulada por Cristina Kirchner em e) aos dados auspiciosos da economia argentina, previamente
um comício da campanha para as eleições legislativas do próximo apontados.
domingo, eis a frase: “Encontramos o caminho e devemos segui-lo
e aprofundá-lo”. (Veja, 24.6.2009) (Funrio) Texto para as questões de números 6 a 10.

Didatismo e Conhecimento 3
LÍNGUA PORTUGUESA
COISAS ESSENCIAIS DA VIDA A racionalidade nos diria que é uma falsa escolha, uma escolha
alienada. Vamos morrer de fome para escutar musiquinhas e pro-
Rubem Alves pagandas. Mas a questão é outra. Qual racionalidade nos autoriza a
retirar a um miserável sua qualidade humana sob o pretexto de lhe
Se eu tivesse que propor uma lista das coisas essenciais da vida, facilitar a subsistência? Porque é disso que se trata. Em nome da
elas pareceriam extremamente banais. As coisas que acabam sendo necessidade, gostaríamos que ele parasse de querer o supérfluo. En-
essenciais, primeiro, não são sempre as mesmas, mudam sempre; quanto que é propriamente considerar que a coisa essencial da vida é
segundo, para mim pelo menos, elas são absolutamente quaisquer. o supérfluo, que resiste, mesmo na miséria, a humanidade de todos.
São, de repente, o reflexo em um copo d’água, o cheiro da pipoca Se não gostaram da história do radinho, vou lhes contar outra.
no cinema... As coisas essenciais da vida são pequenas mas precisa Numa prisão onde a Gestapo interrogava, torturava e matava presos
que, por alguma razão - é disso que eu vou tentar falar -, elas sejam políticos na Polônia, quando o Exército Vermelho chegou na hora da
portadoras de um certo tipo de emoção que as torna coisas essenciais libertação, encontrou (além de estrago,morte, nenhum sobrevivente)
da vida. escondidos, enfiados à força nas pedras das paredes, bilhetinhos es-
Para tentar entender esse tipo de emoção, a primeira coisa que critos. Não devia ser muito fácil, naquelas condições, achar caneta,
queria dizer é que o drama - que pode ter um lado divertido mas é papel, tinta, se não fosse sangue, e achar vontade de escrever. O que
um drama - para nós humanos, é que o essencial não coincide nunca eram esses bilhetinhos? Será que respondiam à necessidade de con-
com o necessário. Comida, agasalho, moradia, coitos regulares, são tar o acontecido ou de deixar uma última mensagem à mulher, aos
necessários para sobreviver e para reproduzir a espécie, mas não são pais, aos filhos, aos amigos, a alguém... nada disso, os bilhetinhos
coisas essenciais da vida. não eram mensagens para alguém, também não eram depoimentos.
Se não existisse esse divórcio entre o necessário e o essencial, é Eram poesias. (Palestra proferida na UFRGS, no Projeto “Coisas
claro que nós seríamos muito mais simples, seríamos menos doídos essenciais da vida”, disponível em http://www.ufrgs.br. Acesso em
e também menos doidos. Mas, por outro lado, sem esse divórcio 22/02/2008)
entre o que é para nós essencial e as coisas que são necessárias, a
corrida louca da nossa espécie não teria nem começado (...) 06. De acordo com o ponto de vista expresso pelo autor do
Na verdade, as coisas essenciais da vida só aparecem no catálo- texto, a palavra ou expressão que pertence ao campo semântico de
go das coisas necessárias sob a forma seguinte: como a sensação de “coisas essenciais” é:
uma estranha falta. Talvez a presença mais clara, mais positiva, do a) agasalho
essencial da vida, para mim, seja isto: um mal-estar que me faz sen- b) arroz
tir que o necessário não me basta e que a lista das coisas essenciais c) cheiro da pipoca
está sempre incompleta. Talvez essa seja a presença mais constante d) mensagem aos amigos
das coisas essenciais da vida. e) moradia
Claro que ao falar do divórcio entre o essencial e o necessário
sinto um pouco de vergonha e de culpa. Porque, no fundo, eu acharia
07. É correto afirmar, segundo o autor do texto, que o “divórcio
muito mais simples dizer que as coisas essenciais são as necessárias.
entre o essencial e o necessário” é:
Constatar o contrário me deixa um gosto desconfortável na boca,
a) incomum entre as pessoas pobres
porque parece conversa de menino rico. “Não vem com esse papo,
b) vergonhoso e, por isso, deve ser esquecido
você não sabe o que é estar em falta do necessário para a sobrevi-
c) equivocado por separar o banal do supérfluo
vência. É fácil dizer de pança cheia que o necessário para a sobrevi-
vência é o essencial. d) próprio do ser humano
Traz a comida, depois a gente fala”: é uma reação possível, uma e) fruto da alienação
reação que se impõe. Será que dizer que o essencial não coincide
com o necessário não é um jeito de estar negando o essencial aos 08. “Vamos morrer de fome para escutar musiquinhas e pro-
outros? É a mesma vergonha do artista que se pergunta o porquê de pagandas.” De acordo com o texto, diminutivo dá à palavra grifada
sua arte em uma época de peste. acima:
Para responder, há a história do radinho, não sei se vocês co- a) valor afetivo
nhecem essa história... numa campanha de controle demográfico - se
lembro bem, na Índia, muitos anos atrás - convidaram homens e b) noção de tamanho reduzido
mulheres a pedir (essa coisa de convidar a pedir...). Bom, convida- c) sentido pejorativo
ram-nos a pedir para serem esterilizados. E para estimular essa deci- d) ideia de indignação
são “autônoma” era oferecida uma escolha entre duas recompensas: e) sugestão musical
uma saca de arroz ou um radinho de pilhas.
Agora, o interessante é que, numa situação de pobreza absoluta, 09. “Não vem com esse papo, você não sabe o que é estar em
de falta do necessário para a subsistência, quase todos escolheram o falta do necessário para a sobrevivência. É fácil dizer de pança cheia
radinho. Mesmo na falta mais cruel do necessário o que lhes parecia que o necessário para a sobrevivência é o essencial. Traz a comida,
essencial era o que é aparentemente supérfluo, era o radinho. Na depois a gente fala” No fragmento acima, o emprego das aspas é
verdade, privados da liberdade, ou então vivamente encorajados a feito para:
desistir da liberdade de se reproduzir, aparentemente, era mais im- a) indicar referência ao discurso alheio
portante para eles afirmar sua humanidade querendo um rádio do b) assinalar o discurso direto do autor
que satisfazer as necessidades querendo o arroz. A resposta, então, c) revelar a falta de coerência do povo
era algo assim “você me trata e me esteriliza como se eu fosse gado. d) fragmentar o discurso do autor
Agora, eu não sou bicho, eu não quero arroz, eu quero rádio”. e) marcar a citação de autor consagrado

Didatismo e Conhecimento 4
LÍNGUA PORTUGUESA
10. No parágrafo final, para validar seus argumentos, o autor Por fim, tente ser feliz, tente amar, ajude as pessoas que preci-
lança mão de um artifício que tem como base a: sam, seja bom. Nunca, mas nunca mesmo, machuque as pessoas de
a) moral caso pensado, só por vingança ou maldade, esse é com absoluta cer-
b) mídia teza o mais vil de todos os pecados que um ser humano pode fazer.
c) arte Quando machucar por outro motivo, arrependa-se e peça desculpas
d) correspondência sinceras e tente nunca mais machucar, tente com afinco. Evite criti-
e) sociedade car as pessoas; como o mundo dá muitas voltas, um dia você pode
ser o criticado. Aceite as pessoas como são, não tente mudá-las, seja
(Cesgranrio) Texto para as questões 11 a 20.
humilde e aceite os seus erros.
Não transforme o seu futuro em um passado Esses comportamentos não resolvem os problemas, mas podem
de que você possa arrepender-se evitá-los. O nosso futuro pode ser um passado legal, depende apenas
de nós.
O futuro é construído a cada instante da vida, nas tomadas de
decisões, nas aceitações e recusas, nos caminhos percorridos ou não. disponível em: ttp://www.webartigos.com/articles/33414/1/
Esse movimento é feito por nós diariamente sem percebermos e sem naotransforme-o-seu-futuro-em-umassado-que-vocepossa-se-arre-
muito impacto, contudo, quando analisado em um período de tempo pender-/pagina1.html (adaptado) acessado em: 9 bril/2010.
maior, ficam nítidos os erros e acertos. Sabemos, internamente, dos
melhores caminhos, entretanto, pelas inseguranças, medos e raivas, 11. Segundo as ideias do texto, o futuro, em nossa vida,
diversas vezes adotamos posturas impensadas que impactam pelo a) delineia-se pela sucessão de nossas escolhas.
resto da vida, comprometendo trilhas que poderiam ser melhores ou b) se configura pelo retrocesso de uma decisão tomada indevi-
mais tranquilas.
damente.
Como podemos superar esses momentos? Como fazer para
evitar esses erros súbitos? Perguntas a que também quero respon- c) decorre da incidência de erros que se possam vir a cometer.
der, afinal, sou humano e cometo todos os erros inerentes a minha d) consiste na adequação de cada decisão à situação presente.
condição, contudo, posso afirmar que o mundo não acaba amanhã e) se torna imperceptível devido às infinitas decisões tomadas
e, retirando a morte, as decisões podem ser adiadas, lembrando que no passado.
algumas delas geram ônus e multas. No direito e na medicina isso
é mais complexo, mas em muitas outras áreas isso é perfeitamente 12. No segundo período do primeiro parágrafo, a que caracte-
aceito. A máxima de que “não deixe para fazer amanhã o que você rística que as escolhas apresentam entre si faz referência semântica
pode fazer hoje” não é tão máxima assim. Devemos lembrar que o vocábulo “movimento”?
nada é absoluto, mas relativo. a) sistematicidade
Uma coisa faz muito sentido nesse tema: não deixe entrar aqui- b) proporcionalidade
lo de que você tem dúvida; se deixar, limite o espaço. A pessoa mais c) disparidade
importante da vida é o seu proprietário, o nosso maior erro é ser d) regularidade
inquilino dela, deixar entrar algo que se acha errado ou não se quer é
e) invariabilidade
tornar-se inquilino do que é seu, pagando aluguel e preocupado com
o final do contrato da sua vida. Não cometa esse erro.
A felicidade atual depende do passado, assim como a tristeza, 13. Segundo o texto, fazemos escolhas diariamente “...sem per-
a pobreza, a saúde e muitas outras coisas. Nunca se esqueça disso, cebermos e sem muito impacto,” em virtude da(o)
nunca. Torne mais flexível o seu orgulho, algo que hoje não deu a) ocorrência eventual
certo, pode ser perfeitamente aplicável daqui a um tempo. O orgulho b) grande incidência com que ocorrem
impede de você tentar de novo. Não minta para você, essa é a forma c) irrelevância da ação presente
mais rápida de se perder. Quando tiver dúvida, fale alto com você d) grau de repercussão no futuro
mesmo, escute as suas palavras e pense muito. É melhor ser taxado e) desvínculo do presente com o passado
de louco do que ser infeliz.
Aceite que erramos, mas lembre que cometer os mesmos erros 14. Em “afinal, sou humano...”, o elemento destacado é um
é burrice. O ideal é aprender com os erros dos outros; para que isso operador argumentativo de
aconteça, observe o que acontece com o mundo ao seu redor, inva- a) condição
riavelmente o seu problema já foi vivido por outras pessoas. Você
b) consequência
não foi o primeiro a cometer erros e, com absoluta certeza, não será
o último. A observação é o melhor caminho para um futuro mais c) conclusão
tranquilo, mais equilibrado, mais pleno. Temos que separar um tem- d) conformidade
po do nosso dia para a reflexão e meditação. e) concessão
Utilize-se de profissionais especialistas, não cometa a bobagem
de escutar amigos acerca de um problema, eles são passionais e ten- 15. No texto, a passagem que se configura, semanticamente,
denciosos pelo nosso lado. Com eles, sentimo-nos seguros para ima- como uma restrição ao sentido de “as decisões podem ser adiadas,” é
ginarmos soluções perfeitas que nunca se concretizarão. O fracasso a) “Como podemos superar esses momentos?”
nessas ideias geniais solucionadoras dos seus problemas, tipo “seus b) “Como fazer para evitar esses erros súbitos?”
problemas acabaram” causam frustrações e raivas, sentimentos que c) “...cometo todos os erros inerentes a minha condição,”
atacam nossa autoestima e podem prejudicar o resto de nossa vida. d) “...o mundo não acaba amanhã...”
Cuidado com isso. e) “retirando a morte,”

Didatismo e Conhecimento 5
LÍNGUA PORTUGUESA
16. Em “No direito e na medicina isso é mais complexo,”, o
elemento destacado faz referência semântica, especificamente, a que 3.
passagem do texto? a) V
a) “...cometo todos os erros...” b) F
b) “...o mundo não acaba amanhã...” c) V
c) “retirando a morte,”
d) “as decisões podem ser adiadas,” 4.
e) “...em muitas outras áreas...” a) V
b) V
17. Segundo o texto, o “...orgulho,” caracteriza-se como um c) V
bloqueio d) F
a) ocasionado por uma situação promissora.
b) resultante da ocorrência de um insucesso.
c) causado por uma série de tentativas frustradas. 5.
d) decorrente da inviabilidade de uma situação vindoura. a) F
e) preventivo contra iminentes decepções. b) F
c) V
18. No quinto parágrafo, o argumento que se configura como
um alicerce para a concepção de que “O ideal é aprender com os 6.
erros dos outros;” é a) V
a) “Aceite que erramos,” b) F
b) “...lembre que cometer os mesmos erros é burrice.” c) V
c) “observe o que acontece com o mundo ao seu redor,”
d) “invariavelmente o seu problema já foi vivido por outras pes- 7.
a) F
soas.”
b) V
e) “Temos que separar um tempo do nosso dia para a reflexão
c) F
e meditação.”
8.
19. A influência negativa dos amigos, em relação aos proble-
a) F
mas, deve-se a
b) V
a) conscientizar-nos da gravidade dos problemas.
c) F
b) questionarem a postura dos especialistas.
d) F
c) apontar-nos a inviabilidade de buscar soluções.
d) levar-nos a superestimar nossa capacidade de ação. 9.
e) alertar-nos para a ocorrência de possíveis decepções. a) F
b) F
20. No sétimo parágrafo, não há correspondência entre a passa- c) V
gem destacada e a qualidade humana a ela relacionada em d) V
a) “tente ser feliz, tente amar,” - prudência.
b) “ajude as pessoas que precisam” - solidariedade.
c) “Nunca, mas nunca mesmo, machuque as pessoas de caso
pensado,” - bondade.
d) “Quando machucar por outro motivo, arrependa-se e peça
desculpas sinceras” - humildade.
e) “Evite criticar as pessoas;”- benevolência.

GABARITOS

TESTES DE FIXAÇÃO

1.
a) V
b) V

2.
a) F
b) V
C) F

Didatismo e Conhecimento 6
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TESTES DE CONCURSOS feitos, para evitar confusão com arte. Em ambas as situações, pen-
duraram um panfleto inútil nos guidões de bicicletas, de modo que
01 D precisasse ser retirado pelo ciclista antes de partir. Não havia lixeiras
no local. Na situação ordeira, sem grafite, 77% dos ciclistas levaram
02 A
o panfleto embora. Na presença do grafite, apenas 31% o fizeram, os
03 C demais jogaram-no no chão.
04 D Em outra experiência holandesa, foi colocado, numa caixa de
05 C correio da rua, um envelope parcialmente preso à boca da caixa
(como se tivesse deixado de cair para dentro dela) com uma nota
06 D de 5 em seu interior, em local bem visível para os transeuntes. Na
07 C situação ordeira, a caixa estava sem grafite e sem lixo em volta; na
08 B situação de desordem, a caixa estava grafitada e com lixo em redor.
09 C Dos transeuntes que passaram diante da caixa limpa, 13% furtaram
o dinheiro. Esse número aumentou para 27% quando havia grafite
10 D e sujeira. A mensagem é clara: desordem e sujeira nas ruas mais do
11 E que duplicam o número de pessoas que praticam contravenções ou
12 B pequenos crimes no espaço público. (Adaptado de Dráuzio Varella,
Folha de São Paulo, 18/7/2009)
13 A
14 B 01. De acordo com o contexto, deve-se entender que a “teoria
15 C das janelas quebradas” sustenta a tese de que
16 A a) o espaço público deve ser administrado a partir de iniciativas
dos cidadãos.
17 A
b) a concentração urbana é fator determinante para os serviços
18 E dos poderes públicos.
19 B c) a atitude dos indivíduos é influenciada pela ação ou omissão
20 D dos poderes públicos.
d) a deterioração do espaço público decorre da ação irresponsá-
TESTES COMENTADOS vel da maioria dos cidadãos.
e) a iniciativa dos cidadãos é determinante para a formulação
(Fundação Carlos Chagas) As questões de números 01 a 06 de políticas públicas.
referem-se ao texto que segue.
02. Deve-se deduzir que a expressão janelas quebradas aponta
Janelas quebradas para um fenômeno típico dos espaços urbanos indiciados, também,
pela expressão
A deterioração da paisagem urbana é lida como ausência dos a) aviso bem visível
poderes públicos, portanto enfraquece os controles impostos pela b) situação ordeira
comunidade, aumenta a insegurança e convida à prática de crimes. c) caixa de correio da rua
Essa tese, defendida pela primeira vez em 1982 pelos americanos d) lixo em redor
James Wilson e George Kelling, recebeu o nome de “teoria das jane- e) envelope parcialmente preso
las quebradas”. Segundo ela, a presença de lixo nas ruas e de grafite
sujo nas paredes provoca mais desordem, induz ao vandalismo e aos 03. Atente para as seguintes afirmações:
pequenos crimes. Com base nessas ideias, a cidade de Nova York I. O relato das duas experiências ocorridas na Holanda fornece
iniciou, nos anos 1990, uma campanha para remover os grafites do sérios fundamentos para que se rechace a “teoria das janelas que-
metrô, que resultou numa diminuição dos crimes realizados em suas bradas”.
dependências. II. A tese defendida pelos americanos James Wilson e George
O sucesso da iniciativa serviu de base para a política de “tole- Kelling encontra sustentação na remoção dos grafites do metrô de
rância zero” posta em prática a seguir. Medidas semelhantes foram Nova York.
adotadas em diversas cidades dos Estados Unidos, da Inglaterra, da III. A rejeição dos meios acadêmicos à “tese das janelas que-
Holanda, da Indonésia e da África do Sul. Mas, apesar da populari- bradas” deveu-se à frágil sistematização teórica dos experimentos
dade, a teoria das janelas quebradas gerou controvérsias nos meios holandeses.
acadêmicos, por falta de dados empíricos capazes de comprová-la.
Mas houve, sim, alguns experimentos bem sucedidos. Na Ho- Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
landa, um deles foi conduzido numa área de compras da cidade de a) I, II e III
Groningen. Para simular ordem, os pesquisadores limparam a área b) I e II, somente
e colocaram um aviso bem visível de que era proibido grafitar. Para c) I e III, somente
a desordem, grafitaram as paredes da mesma área, apesar do avi- d) II e III, somente
so para não fazê-lo. A grafitagem constava apenas de rabiscos mal e) II, somente

Didatismo e Conhecimento 7
LÍNGUA PORTUGUESA
04. Entre as situações referidas como de ordem ou de desor- A tradicional sabedoria dos provérbios portugueses diferencia o
dem, verifica-se uma relação de tempo do falcão e o tempo da coruja. O tempo do falcão é o da rapi-
a) franca oposição, caracterizada pelos tipos de indivíduos que dez e da violência. É este o tempo que nos cerca. O tempo da coruja
são incitados a delas participarem. é o da sabedoria − a sabedoria que nos falta para lidar com a estrutu-
b) franca oposição, caracterizada pelos elementos físicos que ra de possibilidades do tempo no mundo em que estamos inseridos.
qualificam os espaços. (Celso Lafer. Trecho, com adaptações, de artigo publicado em O
c) complementaridade, dado que se aplicam a indivíduos de ín- Estado de São Paulo, 20 de novembro de 2011. A2, Espaço Aberto)
doles semelhantes.
d) complementaridade, visto que a qualidade do espaço urbano 07. O tempo não perdoa o que se faz sem ele ... A afirmativa que
real não encontra gradações entre uma e outra. inicia o texto encaminha para
e) subordinação, pois é a existência da segunda situação que a) uma contradição à tese corrente de que o tempo flui e é instá-
determina a da primeira. vel no seu movimento, e não só na política.
b) crítica relativa aos problemas surgidos com o drama cotidia-
05. Do relato do experimento realizado em Groningen (3o. pará- no da lentidão da justiça.
grafo), deve-se deduzir que c) o reconhecimento de que é preciso parar para pensar a ver-
a) os rabiscos mal feitos funcionaram como índices de desor- tiginosa instantaneidade dos tempos e os problemas da sua sincro-
dem. nização.
b) a maior parte dos ciclistas na situação desordeira interessou- d) a ideia de que os políticos não têm o apropriado discernimen-
se pelo que dizia o panfleto. to do momento oportuno.
c) há muita gente que considera artísticos os grafites mal rabis- e) a constatação de que é difícil perceber a duração do tempo
cados. vivido, que perdura na consciência.
d) a existência ou não de lixeiras foi a variável mais relevante.
e) nem mesmo os avisos bem visíveis impedem a ação dos gra- 08. Com a expressão o desafio de múltiplos significados (2o
fiteiros. parágrafo), o autor
06. Com base no relato da segunda experiência holandesa (4o
a) caracteriza a oposição frequente que se faz entre o tempo de
parágrafo), comprova-se que há uma relação causal entre
cada indivíduo e aquele que diz respeito a toda a sociedade.
a) palavras grafitadas e eficácia das caixas de correio.
b) duvida de uma possível concordância entre representantes de
b) qualidade do meio urbano e comportamento moral.
diferentes áreas do conhecimento a respeito do tempo.
c) dinheiro exposto e criminalidade urbana.
c) questiona os meios até agora utilizados para calcular o trans-
d) aumento da segurança e índice de criminalidade.
correr do tempo, que é sempre mutável.
e) incitamento ao furto e situação ordeira.
d) esclarece seu emprego ao se referir à necessária sabedoria
(Fundação Carlos Chagas) As questões de números 07 a 09 ba- para equacionar, no momento mais adequado, os problemas que sur-
seiam-se no texto seguinte. gem.
e) refere-se às diversas possibilidades de percepção da passa-
O tempo não perdoa o que se faz sem ele, costumava dizer gem do tempo e de seu sentido.
Ulysses Guimarães, citando Joaquim Nabuco. Desse modo ensinava
a importância na política do apropriado discernimento do momento 09. A afirmativa, no 1o parágrafo, de que o tempo flui e é instá-
oportuno. Não é fácil a identificação desse momento, pois, entre ou- vel no seu movimento
tras coisas, requer conjugar o tempo individual de um ator político a) vem a ser comprovada, em seguida, pelo exemplo tomado ao
com o tempo coletivo de um sistema político e de uma sociedade. tempo na meteorologia.
Além disso, o tempo flui e é instável no seu movimento, e não só b) constitui oposição à ideia de que não é fácil a identificação
na política. É o caso do tempo na meteorologia, cada vez menos do momento oportuno.
previsível por obra das mudanças climáticas provocadas pela ação c) realça a percepção das consequências advindas das mudan-
humana. ças climáticas provocadas pela ação humana.
A vasta reflexão dos pensadores, dos poetas e cientistas sobre d) baseia-se na vasta reflexão dos pensadores, dos poetas e cien-
o estatuto do tempo e seu entendimento aponta para uma comple- tistas sobre o estatuto do tempo.
xidade que carrega no seu bojo o desafio de múltiplos significados, e) exalta a sabedoria contida nos provérbios, como, por exem-
cabendo lembrar que a função da orientação é inerente à busca do plo, a diferenciação entre o tempo do falcão e o tempo da coruja.
saber a respeito do tempo. Assim, uma coisa é conhecer o tempo do
relógio, que molda o mensurável de uma jornada de trabalho. Outra (Fundação Carlos Chagas) As questões de números 10 a 12 re-
coisa é lidar com a não mensurável duração do tempo vivido, que ferem-se ao texto abaixo.
perdura na consciência, e não se confunde, por sua vez, com o tempo
do Direito, que é o tempo normatizado dos prazos, dos recursos, da O homem moral e o moralizador
prescrição, da coisa julgada, da vigência das leis e do drama cotidia-
no da lentidão da Justiça. Depois de um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmi-
A busca do saber sobre o tempo tem, como mencionei, uma cas, estamos certos disto: o moralizador e o homem moral são figu-
função de orientação. Neste século XXI, é preciso parar para pensar ras diferentes, se não opostas. O homem moral se impõe padrões de
a vertiginosa instantaneidade dos tempos e os problemas da sua sin- conduta e tenta respeitá-los; o moralizador quer impor ferozmente
cronização, que a revolução digital vem intensificando. aos outros os padrões que ele não consegue respeitar.

Didatismo e Conhecimento 8
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A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes. Pri- O país é o mesmo. O dia, mês e ano também. Brasil, 28 de abril
meiro, o moralizador é um homem moral falido: se soubesse res- de 2009. No Rio Grande do Sul, o índice de chuvas está 96% abaixo
peitar o padrão moral que ele impõe, ele não precisaria punir suas do que seria normal neste período. A taxa de umidade despencou
imperfeições nos outros. Segundo, é possível e compreensível que para menos de 20%, enquanto o saudável é praticamente o dobro.
um homem moral tenha um espírito missionário: ele pode agir para Tudo é seca e insolação. Brasil, 28 de abril de 2009. No Piauí os
levar os outros a adotar um padrão parecido com o seu. Mas a impo- moradores enfrentam as piores cheias dos últimos 25 anos. Chove
sição forçada de um padrão moral não é nunca o ato de um homem sem parar. Cidades estão ilhadas. Cerca de 100 mil pessoas ficaram
moral, é sempre o ato de um moralizador. Em geral, as sociedades desabrigadas.
em que as normas morais ganham força de lei (os Estados confes- “O tempo anda louco”, eis a frase leiga e padrão que mais se
sionais, por exemplo) não são regradas por uma moral comum, nem fala e mais se ouve nas queixas em relação às radicais discrepâncias
pelas aspirações de poucos e escolhidos homens exemplares, mas climáticas. Vale para o Norte e Nordeste do país, vale para a região
por moralizadores que tentam remir suas próprias falhas morais pela Sul também. A mais nova e polêmica explicação para tais fenôme-
brutalidade do controle que eles exercem sobre os outros. A pior nos é uma revolucionária teoria sobre as chuvas, chamada “bomba
barbárie do mundo é isto: um mundo em que todos pagam pelos biótica”, e pode mudar os conceitos da meteorologia tradicional.
pecados de hipócritas que não se aguentam. (Contardo Calligaris,
Folha de São Paulo, 20/3/2008) Olhemos, agora, por exemplo, não para a loucura do tempo em
um único país, mas sim para a “loucura a dois”. Por que chove tanto
10. Atente para as afirmações abaixo. em algumas regiões distantes da costa, como no interior da Ama-
I. Diferentemente do homem moral, o homem moralizador não zônia, enquanto países como a Austrália se transformam em deser-
se preocupa com os padrões morais de conduta. to? Dois cientistas russos sustentam, embasados na metodologia da
II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido padrão de conduta, bomba biótica, que as florestas são responsáveis pela criação dos
o homem moral acaba por impô-lo à conduta alheia. ventos e a distribuição da chuva ao redor do planeta - como uma
III. O moralizador, hipocritamente, age como se de fato respei- espécie de coração que bombeia a umidade. Esse modelo questio-
tasse os padrões de conduta que ele cobra dos outros. na a meteorologia convencional, que explica a movimentação do ar
sobretudo pela diferença de temperatura entre os oceanos e a terra.
Em relação ao texto, é correto o que se afirma apenas em
Ao falarem de chuva aqui e de seca acolá, eles acabam falando de
a) I
um dos mais atuais e globalizados temas: a devastação das matas.
b) II
Para o biogeoquímico Donato Nobre, do Instituto Nacional de
c) III
Pesquisas da Amazônia e principal proponente da linha da bomba
d) I e II
biótica no Brasil, somente ela é que explica com clareza a contradi-
e) II e III
ção entre a seca e a aridez que estão minguando as lavouras na re-
11. No contexto do primeiro parágrafo, a afirmação de que já gião Sul e as chuvas intensas que transbordam o Norte e o Nordeste.
decorreu um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas indi- De acordo, porém, com o professor americano David Adams,
ca um fator determinante para que da Universidade do Estado do Amazonas, os físicos russos estão
a) concluamos que o homem moderno já não dispõe de rigoro- supervalorizando a força da bomba biótica. (Adaptado de Maíra
sos padrões morais para avaliar sua conduta. Magro. Istoé , 6/5/2009, p. 98-99)
b) consideremos cada vez mais difícil a discriminação entre o
homem moral e o homem moralizador. 3. A frase que sintetiza corretamente o assunto do texto é:
c) reconheçamos como bastante remota a possibilidade de se a) Nova teoria científica busca explicações para os contrastes
caracterizar um homem moralizador. do clima em diferentes regiões do planeta.
d) identifiquemos divergências profundas entre o comporta- b) Meteorologia tradicional explica as recentes discrepâncias
mento de um homem moral e o de um moralizador. climáticas que ocorrem no Brasil.
e) divisemos as contradições internas que costumam ocorrer c) Diferenças regionais acentuadas nas regiões brasileiras
nas atitudes tomadas pelo homem moral. podem explicar alternância entre aridez e inundações.
d) Cientistas se perdem em meio às novas teorias que tentam
12. O autor do texto refere-se aos Estados confessionais para explicar fenômenos climáticos extremos.
exemplificar uma sociedade na qual e) A direção dos ventos na Amazônia justifica todos os exces-
a) normas morais não têm qualquer peso na conduta dos cida- sos dos fenômenos climáticos no Brasil.
dãos.
b) hipócritas exercem rigoroso controle sobre a conduta de to- 14. A expressão “ loucura a dois” refere-se, no 3º parágrafo,
dos. a) à situação climática tanto nas regiões Norte e Nordeste
c) a fé religiosa é decisiva para o respeito aos valores de uma quanto na região Sul do país.
moral comum. b) a países em situação geográfica e climática bem diversifi-
d) a situação de barbárie impede a formulação de qualquer regra cada.
moral. c) às chuvas torrenciais e às secas destruidoras das lavouras.
e) eventuais falhas de conduta são atribuídas à fraqueza das leis. d) a cientistas que divergem em suas explicações sobre as
variações climáticas.
(Fundação Carlos Chagas) As questões de números 13 a 15 ba- e) à divergência entre metodologias de análise das condições
seiam-se no texto apresentado abaixo. climáticas.

Didatismo e Conhecimento 9
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15. Em relação ao 1º parágrafo do texto, está correto o que se Demais alternativas: não existem relações de causas.
afirma em:
a) Considerando-se o assunto central do texto, não se justificam 07. Resposta C. O que resume tal pensamento está contido no
as informações referentes ao clima que aparecem nesse parágrafo. trecho final do penúltimo parágrafo: “Neste século XXI, é preci-
b) As informações nele constantes tentam comprovar a afirma- so parar para pensar a vertiginosa instantaneidade dos tempos e os
tiva dos cientistas russos de que as florestas são determinantes para problemas da sua sincronização, que a revolução digital vem inten-
o clima. sificando.”
c) As referências ao clima nas regiões brasileiras servem para
demonstrar que pode haver um certo equívoco na teoria dos cientis- Demais alternativas: a) incorreta - não há contradição entre as
tas russos. frases; b) incorreta - não é a tese principal do texto, que está resumi-
d) A descrição das catástrofes que ocorrem no Brasil vai justifi- da na alternativa correta “c”; d) incorreta - não há tal generalização
car a imagem da bomba, criada pela nova teoria científica. no texto; e) errada - não é a tese principal do texto.
e) Desenha-se nele um quadro de contrastes causados pelas con-
dições climáticas, para justificar todo o desenvolvimento posterior. 08. Resposta E. Leia o trecho do mesmo parágrafo: “uma coisa
é conhecer o tempo do relógio, que molda o mensurável de uma jor-
RESPOSTAS nada de trabalho. Outra coisa é lidar com a não mensurável duração
do tempo vivido, que perdura na consciência, e não se confunde,
por sua vez, com o tempo do Direito, que é o tempo normatizado.”
01. Resposta C. Os ambientes urbanos mais limpos e preserva-
dos passam a ser mais respeitados pelos cidadãos, enquanto aqueles Demais alternativas: a) incorreta - não existe tal oposição no
mais sujos tendem a ser depredados. texto; b) incorreta - erro de contradição, pois o texto menciona: “A
vasta reflexão dos pensadores, dos poetas e cientistas sobre o estatu-
Demais alternativas: a) incorreta - não há respaldo no texto to do tempo e seu entendimento aponta para uma complexidade que
para confirmar tal ideia; b) incorreta - mesmo motivo da alternativa carrega no seu bojo o desafio de múltiplos significados”; c) incor-
“a”; d) incorreta - o texto não afirma que a deterioração ocorre por reta - erro de extrapolação: não existe tal questionamento no texto;
conta da irresponsabilidade da maioria dos cidadãos; e) incorreta - d) incorreta - o texto menciona apenas a diferença entre o tempo do
tal afirmação não parece no texto ora analisado. relógio e o tempo do Direito.

02. Resposta D. É a única alternativa que dá ideia de deterio- 09. Resposta A. Observe o trecho: “É o caso do tempo na me-
ração. teorologia, cada vez menos previsível por obra das mudanças climá-
ticas provocadas pela ação humana.”
03. Resposta E. Analisando-se as afirmações: I. incorreta - Ao
contrário do que se afirma nesse item, o relato das duas experiências Demais alternativas: b) incorreta - erro de contradição, uma
na Holanda reforçam a teoria das “janelas quebradas”; II. correta vez que corrobora a tese de que o tempo flui e é instável; c) incor-
- o sucesso da experiência resultou na política de “tolerância zero” reta - exemplifica apenas a instabilidade climática provocada pela
aplicada logo depois; III. incorreta - segundo o texto, a rejeição ação humana; d) incorreta - a reflexão é sobre a complexidade dos
deveu-se à falta de dados empíricos capazes de comprová-la. múltiplos significados a respeito do tempo; e) incorreta - não se
pode deduzir tal assertiva sobre as mudanças climáticas.
04. Resposta B. Os espaços descritos no texto opõem ordem
(limpeza) e desordem (vandalismo, prática de pequenos crimes). 10. Resposta C. Analisando-se as afirmações: I. incorreta. O
moralizador preocupa-se com os padrões morais, contudo, nos ou-
Demais alternativas: a) incorreta - o texto não menciona incita- tros. Observe o final do primeiro parágrafo: “o moralizador quer
ção de indivíduos; c) incorreta - o texto não menciona a índole dos impor ferozmente aos outros os padrões que ele não consegue res-
peitar.”; II. incorreta. Leia o trecho: “...é possível e compreensível
indivíduos; d) incorreta - tal comparação não aparece no texto; e)
que um homem moral tenha um espírito missionário: ele pode agir
incorreta - tal subordinação não é mencionada no texto.
para levar os outros a adotar um padrão parecido com o seu.”; III.
correta. Leia o conclusão do texto: “A pior barbárie do mundo é
05. Resposta A. É o que se pode deduzir da leitura do parágrafo isto: um mundo em que todos pagam pelos pecados de hipócritas
em análise: a ordem era a proibição de grafitar, enquanto a desordem que não se aguentam.”
foi caracterizada pela grafitagem das paredes (rabiscos mal feitos).
11. Resposta D. O primeiro parágrafo explicita as diferenças de
Demais alternativas: b) incorreta - a maior parte dos ciclistas comportamento entre o homem moral e o homem moralizador de
desordeiros ignoraram a leitura do panfleto; c) incorreta - oposto maneira divergente.
do que diz o texto (os grafites mal rabiscados não deveriam ser con-
siderados artísticos); d) incorreta - não havia lixeiras no local; e) 12. Resposta B. É o que se menciona o desfecho do texto: “um
incorreta - não se pode deduzir tal afirmação. mundo em que todos pagam pelos pecados de hipócritas que não se
aguentam.”
06. Resposta B. O parágrafo em análise refere-se à experiência
de se colocar uma nota de 5 numa caixa de correio da rua, em local 13. Resposta A. A frase que sintetiza o texto está no final do
visível aos transeuntes. No local em que havia limpeza, 13% deles segundo parágrafo: “A mais nova e polêmica explicação para tais
furtaram a nota, no local em que havia grafite e sujeira, o índice foi fenômenos é uma revolucionária teoria sobre as chuvas, chamada
de 27%, ou seja, houve uma relação de causa entre a qualidade do ‘bomba biótica’, e pode mudar os conceitos da meteorologia tradi-
meio urbano (limpeza) e o comportamento moral das pessoas. cional.”

Didatismo e Conhecimento 10
LÍNGUA PORTUGUESA
14. Resposta B. A expressão “loucura a dois” refere-se ao Bra- Azado: oportuno, propício
sil (representado pela Amazônia) e a Austrália. Observe o trecho: Brocha: prego curto
“Por que chove tanto em algumas regiões distantes da costa, como Broxa: tipo de pincel
no interior da Amazônia, enquanto países como a Austrália se trans- Caçar: perseguir, apanhar
formam em deserto?” Cassar: anular, suspender
Cegar: tirar a visão de
15. Resposta: E. Há um contraste entre os estados do Rio Gran-
de do Sul e o Piauí, o que origina o desenvolvimento posterior do Segar: ceifar, cortar
texto, quando se menciona uma nova teoria sobre as chuvas - a cha- Cela: aposento de religiosos, cubículo
mada “bomba biótica”. Sela: arreio de cavalgadura
Censo: recenseamento, contagem
SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EX- Senso: juízo, discernimento
PRESSÕES Cerrar: fechar, apertar, encerrar
Serrar: cortar, separar
A semântica e a parte da gramática que estuda a significação das Cesta: utensílio geralmente de palha para se guardar coisas
palavras. Divide-se em:
Sesta: hora de descanso
I. SINÔNIMOS - palavras que se identificam aproximadamen- Sexta: ordinal feminino de seis
te quanto ao significado. Ex.: cara e rosto; sal e cloreto de sódio; Chá: bebida
aguardar e esperar; pessoa e indivíduo. Xá: antigo soberano do Irã
Cheque: ordem de pagamento
II. ANTÔNIMOS - palavras que se opõem pelo significado. Xeque: chefe muçulmano; lance de xadrez
Ex.: amor e ódio, euforia e melancolia. Cervo: veado
Servo: servente, escravo
Seção ou secção: setor, corte, subdivisão, parte de um todo
III. HOMÔNIMOS - palavras que apresentam identidade de Sessão: espaço de tempo em que se realiza uma reunião; reu-
sons ou de forma, mas diversidade de significado. Podem ser: a) nião
perfeitos (som igual e grafia igual). Ex.: rio (substantivo), eu rio Cessão: ato de ceder, cedência
(verbo); b) homófonos (som igual e grafia diferente). Ex.: acento Concertar: combinar, harmonizar, arranjar
(sinal gráfico), assento (banco); c) homógrafos (grafia igual e som Consertar: remendar, restaurar
diferente). Ex.: olho (substantivo), olho (verbo). Coser: costurar
Cozer: cozinhar
Lista com os principais homônimos: De mais: a mais
Demais: excessivamente, em demasia
Abaixo-assinado: documento reivindicatório
Abaixo assinado: cada uma das pessoas que assinam um abai- Defeso: proibido
xo-assinado Defesso: cansado
Acender: atear fogo, abrasar Empoçar: formar poça
Ascender: subir, elevar-se Empossar: dar ou tomar posse
Acento: sinal gráfico, tom de voz Espectador: aquele que assiste a um espetáculo
Assento: base, cadeira, apoio; registro, apontamento Expectador: aquele que permanece na expectativa
Acessório: secundário Esperto: perspicaz
Assessório: relativo a assessores Experto: especialista
Acerca de: a respeito de, sobre
Espiar: espionar.
A cerca de: a uma distância aproximada de
Há cerca de: faz aproximadamente, existe(m) perto de Expiar: cumprir pena, purificar-se.
Acerto: estado de acertar; precisão, segurança; ajuste Estático: imóvel, parado
Asserto: afirmação, asserção Extático: êxtase
Afim: parente por afinidade; semelhante, análogo Estrato: faixa ou camada de uma população
A fim (de): para (locução conjuntiva final) Extrato: resumo. perfume
Alto: elevado Incerto: duvidoso, indeciso, não certo
Auto: de si mesmo; ato público Inserto: inserido, incluído
À parte: isoladamente
Incipiente: principiante, iniciante
Aparte: interrupção ao orador
Apreçar: marcar o preço de, avaliar, ajustar Insipiente: ignorante
Apressar: acelerar, dar pressa a, instigar Intercessão: intervenção, mediação
Arrochar: apertar muito Interse(c)ção: ponto em que se cruzam duas linhas ou super-
Arroxar: tornar roxo fícies
Ás: pessoa notável em sua especialidade; carta de jogo Laço: laçada; traição, engano
Az: esquadrão, ala do exército, fileira Lasso: fatigado, cansado, frouxo
Asado: que tem asas, alado Paço: palácio, palácio do governo; a corte

Didatismo e Conhecimento 11
LÍNGUA PORTUGUESA
Passo: ato de andar, caminho, marcha; episódio Avocar: atrair, atribuir-se, chamar
Presar: capturar, apresar, agarrar Evocar: trazer à lembrança
Prezar: estimar muito, amar, respeitar, acatar Cardeal: fundamental, principal, prelado
Remição: resgatar, liberar Cardial: cárdico, cardíaco.
Remissão: perdão Cavaleiro: homem a cavalo
Ruço: pardacento; desbotado; grisalho Cavalheiro: homem gentil, de boas maneiras e ações
Russo: referente à Rússia; natural ou habitante da Rússia; Comprimento: extensão, tamanho, distância
língua da Rússia Cumprimento: saudação, ato de cumprir
Saldar: pagar, liquidar Conjetura: suposição, hipótese
Saudar: cumprimentar; aclamar Conjuntura: oportunidade, momento, ensejo, situação
Segmento: porção de um todo Coringa: tipo de vela que se coloca em algumas embarcações
Seguimento: continuação Curinga: carta de baralho
Tacha: pequeno prego; mancha, nódoa Deferir: atender, conceder, anuir
Taxa: preço ou quantia que se estipula como compensação de Diferir: divergir; adiar, retardar, dilatar
certo serviço; razão do juro Delatar: denunciar, acusar
Tachar: pôr prego em; notar defeito em, censurar, criticar, Dilatar: adiar, prorrogar
acusar Descrição: ato de descrever; explanação
Taxar: regular o preço; lançar imposto sobre; moderar, regular Discrição: moderação, reserva, recato, modéstia
Trás: atrás, após, depois de Descriminar: inocentar, absolver
Traz: forma do verbo trazer Discriminar: distinguir, especificar
Desidioso: preguiçoso, negligente
IV. PARÔNIMOS - palavras de grafia e pronúncia parecidas, Dissidioso: conflituoso, desarmonioso
mas significado diferente. Ex.: ratificar (confirmar), retificar (corri- Despensa: depósito de mantimentos
gir). Dispensa: escusa, licença, demissão
Despercebido: desatento, distraído
Lista com os principais parônimos Desapercebido: (despreparado, desprevenido
Destratar: ofender, insultar
Abjeção: baixeza, degradação Distratar: desfazer um trato ou contrato
Objeção: contestação, obstáculo Discente: relativo a alunos
Absolver: inocentar, perdoar Docente: relativo a professores
Absorver (absorção): embeber, recolher Dorso: costas
Acidente: imprevisto, desastre Torso: tronco
Incidente: dificuldade passageira, episódio Elidir: suprimir, excluir, eliminar
Amoral: indiferente à moral, que não se preocupa com a mo- Ilidir: rebater, contestar, refutar
ral
Eludir: evitar ou esquivar-se com astúcia ou com artifício:
Imoral: contrário à moral, indecente
Eludir a lei
À medida que: à proporção que, ao passo que
Iludir: causar ilusão em; enganar; burlar: Suas promessas já
Na medida em que: uma vez que; porque
não iludem ninguém
Ante: em frente a, perante, anterioridade
Emenda: (correção de falta ou defeito, alteração)
Anti: contrariedade, oposição
Ementa: (resumo, síntese (de lei, decisão judicial, etc.)
Ao encontro de: para junto de, favorável a
Emergir: vir à tona, aparecer
De encontro a: contra, em prejuízo de
Imergir: mergulhar, penetrar, afundar
Ao invés de: ao contrário de
Eminente: alto, elevado; sublime, célebre
Em vez de: em lugar de
Iminente: imediato, próximo, prestes a acontecer
A par: ciente, ao lado, junto
Ao par: de acordo com a convenção legal; equivalência Emigrar: sair da pátria
A princípio: inicialmente: A princípio Imigrar: entrar (em país estranho) para viver nele
Em princípio: de maneira geral; em tese Esbaforido: cansado, ofegante
Aferir: conferir Espavorido: apavorado, espantado
Auferir: colher, obter Espremido: particípio do verbo espremer
Área: dimensão, espaço Exprimido: particípio do verbo exprimir
Ária: peça musical para uma só voz Estada: permanência, demora de uma pessoa em algum lugar
Aresto: acórdão Estadia: permanência paga do navio no porto para carga e
Arresto: apreensão judicial descarga. Aplica-se a veículos
Arrear: pôr arreios a; aparelhar Estância: morada, mansão
Arriar: abaixar, descer, inutilizar, desaminar Fluir: correr (líquido), passar (tempo)
Ascendente: antepassado Fruir: desfrutar, gozar

Didatismo e Conhecimento 12
LÍNGUA PORTUGUESA
Instância: pedido urgente e repetido; jurisdição, foro V. POLISSEMIA - palavras que apresentam vários significa-
Infligir: aplicar (pena, castigo, multa, etc.) dos. Ex.: manga - parte do vestuário onde se enfia o braço; fruta. /
Infringir: transgredir, desrespeitar, desobedecer cabeça - parte do corpo humano; pessoa inteligente.
Inflação: ato de inflar, aumento de preços
Infração: desobediência, violação, transgressão VI. SENTIDO PRÓPRIO (DENOTAÇÃO) - propriedade
Intemerato: puro, íntegro, incorrupto que possui uma palavra de limitar-se a seu primeiro significado. Ex.:
Intimorato: sem temor, destemido pé (extremidade da perna).
Mandado: ato de mandar
Mandato: autorização que se confere a outrem, delegação VII. SENTIDO FIGURADO (CONOTAÇÃO) - propriedade
que possui uma palavra de ampliar-se no seu campo semântico, den-
Mear: dividir ao meio;
tro de um contexto, tendo outros significados. Ex.: Em que pé está
Miar: dar mios (voz dos gatos)
sua condição financeira? (situação).
Pleito: discussão, eleição
Preito: homenagem, respeito Palavras ou expressões que causam dúvidas
Posar: assumir atitude, fazer pose
Pousar: descer, baixar em pouso ACERCA DE x A CERCA DE x HÁ CERCA DE
Preceder: anteceder, vir antes
Proceder: descender, provir, originar-se; comportar-se. reali- Acerca de - equivale a sobre, a respeito de: Quero falar acerca
zar; caber, ter fundamento dos problemas na saúde.
Preeminente: elevado, superior
Proeminente: que sobressai, que vem à frente A cerca de - equivale a aproximadamente: Estamos a cerca de
Prescrever: determinar, preceituar, ordenar, receitar um mês da nova estação.
Proscrever: condenar a degredo, desterrar; proibir, abolir,
suprimir Há cerca de - faz referência a fatos passados: Há cerca de du-
Prover: abastecer, deferir. zentos anos foi assinado o Tratado.
Provir: vir de, originar-se
Ratificar: validar, confirmar autenticamente AFIM x A FIM DE
Recrear: divertir
Recriar: criar de novo Afim - ideia de afinidade, semelhança. Isabel e eu temos ideias
afins.
Repreensão: advertência, censura
Repressão: contenção, impedimento.
A fim - indica finalidade: Estudamos, a fim de sermos aprova-
Retificar: corrigir, emendar
dos.
Reincidir: recair em, repetir
Rescindir: tornar nulo, cancelar AO ENCONTRO DE ENCONTRO x DE ENCONTRO A
Remição: resgatar, liberar
Remissão: perdão Ao encontro de - indica concordância, anuência: Jorge foi ao
Soar: emitir determinado som encontro da filha, abraçando-a.
Suar: transpirar
Sob: debaixo de, comando, orientação De encontro a - indica oposição, confronto: Meus ideais vão de
Sobre: em cima de encontro aos seus, por isso recuso a proposta.
Sobrescrever: pôr nome e endereço do destinatário
Subscrever: assinar AO INVÉS DE x EM VEZ DE
Sortir: abastecer, prover
Surtir: ter como resultado, produzir efeito Ao invés de - equivale a ao contrário de: Ao invés de crescer,
Sustar: deter, suspender, interromper as cotações da bolsa diminuíram.
Suster: sustentar, manter, alimentar
Tampouco: também não, muito menos Em vez de - equivale a em lugar de: Em vez de ir ao teatro, fui
Tão pouco: muito pouco ao jogo de futebol.
Tráfego: fluxo, trânsito
A PAR x AO PAR
Tráfico: comércio ilegal
Usuário: que usa alguma coisa A par - ciente, informado, prevenido: O cliente não estava a
Usurário: agiotagem par das dívidas.
Vestiário: guarda-roupa, local em que se trocam roupas
Vestuário: conjunto das peças de vestir, traje Ao par - indica equivalência (valor monetário) - O real estava
Vultoso: grande, volumoso ao par do dólar.
Vultuoso: vermelho e inchado (diz-se do rosto)

Didatismo e Conhecimento 13
LÍNGUA PORTUGUESA
A PRINCÍPIO x EM PRINCÍPIO ( ) percorrer a pé
( ) gastar, levar
A princípio - significa inicialmente, primeiramente: A princí- ( ) providenciar, abastecer
pio, sou contrário à rescisão contratual. ( ) preparar a terra para o plantio, cultivar
( ) diminuir, emagrecer
Em princípio - significa em tese, de modo geral: Em princípio, ( ) trabalhar em garimpo, explorar pedras preciosas
as provas daquela Organizadora são fáceis.
2. Indique o antônimo das seguintes palavras, associando as
AONDE X DONDE X ONDE colunas.
(1) admitir
Aonde - é empregado com verbos que dão ideia de movimento (2) acessório
e exigem a preposição “a”: Quero saber aonde você quer chegar. (3) avaro
(4) inércia
Donde - é empregado com verbos que dão ideia de movimento (5) calado
(6) conciso
e exigem a preposição “de”: Quero saber donde você vem.
( ) loquaz
Onde - é empregado com verbos estáticos que pedem a prepo-
( ) pródigo
sição “em” e dão ideia de lugar: Onde você trabalha? ( ) atividade
( ) excluir
MAU x MAL ( ) fundamental
( ) prolixo
Mau - adjetivo, é o contrário de bom. Ele é um mau aluno (bom
aluno) 3. Sublinhe, nas frases seguintes, a forma correta que aparece
entre parênteses.
Mal - pode ser advérbio (Ela escreve muito mal), conjunção a) O governo gastou (vultosas, vultuosas) quantias com a pro-
(Mal ele chegou, a reunião foi iniciada), substantivo (Os maus serão paganda eleitoral, por isso as dívidas (acenderam, ascenderam) tanto
punidos). no último período.
b) A professora de Matemática frequenta (sessão, seção, cessão)
SENÃO x SE NÃO espírita à noite.
c) Sr. (Bem-vindo, Benvindo), seja (bem-vindo, benvindo) à
Senão nossa cidade.
d) O advogado impetrou (mandato, mandado) de segurança
a) pode ser substituído por ou: Estude, senão não será aprova- quando lhe falaram sobre o novo (mandato, mandado) do presidente.
e) O motorista (infringiu, inflingiu, infligiu) as leis de trânsito,
do no concurso.
por isso o policial (infringiu-lhe, inflingiu-lhe, infligiu-lhe) severa
multa.
b) equivale a porém, a não ser: A oposição não fazia nada,
f) O pianista providenciou o (conserto, concerto) do seu instru-
senão criticar mento, (afim de, a fim de) dar um (conserto, concerto) no Municipal.
g) Falta bom (censo, senso) aos políticos para resolverem os
c) equivale a defeito, mancha: Só houve um senão em sua problemas do país.
prova. h) O visionário foi (tachado, taxado) de louco pela população.
i) Marina não sabe o que é mais difícil de fazer: (coser, cozer)
Se não (conjunção condicional + advérbio de negação): Se as roupas ou (coser, cozer) a comida.
não chover, irei à manifestação na Paulista. j) Allan tomou uma chávena de (chá, xá) no reino do (chá, xá)
da Pérsia.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO k) O jogador de basquete foi colocado em (cheque, xeque)
quando passou um (cheque, xeque) sem fundos no supermercado.
1. Indique o sinônimo das seguintes palavras, associando as l) A testemunha agiu com (descrição, discrição), quando fez a
colunas. (descrição, discrição) do caso de assassinato.
(1) garimpar
(2) prover 4. Utilize P para o sentido próprio das palavras em negrito e F
(3) consumir para o sentido figurado.
(4) minguar a) ( ) Li com atenção página por página.
b) ( ) “És página virada, descartada do meu folhetim.” (Chico
(5) palmilhar
Buarque)
(6) amanhar

Didatismo e Conhecimento 14
LÍNGUA PORTUGUESA
c) ( ) Surgiu uma onda de boatos. leira, lemos, entre outros apontamentos, que antonímia “é o fato de
d) ( ) As ondas do mar nos encantam. haver palavras que entre si estabelecem uma oposição contraditória
e) ( ) Os preços ficarão congelados durante três meses. (vida; morte)”. Assinale a alternativa em que a palavra em destaque
f) ( ) Comida congelada é uma opção prática. tem significação contrária à palavra entre parênteses:
a) “A tentativa espanhola de combater os padrões anoréxicos”
TESTES DE CONCURSOS (europeia)
b) “Como diria o poetinha” (escritor)
01. (Vunesp) Assinale a alternativa que apresenta todas as pala- c) “quatro pares de pernas tão finas e assimétricas” (despro-
vras empregadas em sentido próprio. porcionais)
a) Ao saber do diagnóstico, sentiu-se no fundo do poço. d) “não há mais dúvida que a anorexia é uma doença” (pato-
logia)
b) Não se deve automedicar de orelhada.
e) “usa sua história como lição para as mais novas” (velhas)
c) O hipocondríaco faz um cavalo de batalha, ao menor sinal
da doença. 07. (Cetro) De acordo com a norma-padrão da Língua Portu-
d) Ficou com o coração na boca, à espera do diagnóstico. guesa e em relação à ortografia e ao contexto, assinale a alternativa
e) O especialista aconselha uma automedicação responsável. que preenche correta e respectivamente as lacunas.
I. Esta é a casa .................... morei desde que nasci.
02. (Vunesp) Assinale a frase que apresenta todas as palavras II. O coordenador já o conhecia .................... cinco anos.
com sentido próprio. III. Para obter a .................... dos direitos autorais, teve que re-
a) Roberto é uma fera ao volante. correr ao tribunal.
b) Alguns pedestres imprudentes atravessam as ruas. IV. Não compareceu à reunião, .................... seu chefe compa-
c) Muitos motoboys passam voando entre os carros. receu.
d) Certos motoristas são tartarugas no trânsito. a) I. aonde/ II. há/ III. cessão/ IV. tão pouco
e) Às vezes, nosso trânsito é uma verdadeira selva. b) I. onde/ II. a/ III. cessão/ IV. tampouco
c) I. onde/ II. há/ III. cessão/ IV. tampouco
03. (Vunesp) Assinale a alternativa que faz uso da linguagem d) I. aonde/ II. a/ III. sessão/ IV. tampouco
no sentido figurado. e) I. onde/ II. há/ III. seção/ IV. tão pouco
a) A favela é um local violento por causa da miséria e das dro-
gas.
b) As favelas cariocas estão coalhadas de traficantes.
08. (Cesgranrio) Há erro no significado atribuído à palavra:
c) Quem deve falar pelo favelado é o próprio favelado.
a) agruras - dificuldades, aborrecimentos
d) ... a pena de morte não vigora no Brasil.
b) indolente - inertes, preguiçosos
e) Mesmo os líderes comunitários evitam certos assuntos. c) desalento - desânimo, abatimento
d) peremptoriamente - de forma hesitante, vacilante
04. (Vunesp) Assinale a alternativa em que a palavra destacada e) frementes - trêmulos, agitados
está empregada em sentido conotativo.
a) A história colonial brasileira durou três séculos. 09. (Cesgranrio) Indique a opção com erro no emprego de
b) Foi no século passado que aconteceram as Grandes Guerras. mau e mal.
c) Um século tem cem anos. a) Tudo para ele estava mau redigido.
d) Já estamos no século XXI. b) Esse é um mau exemplo para a juventude.
e) Há séculos ele vem querendo entrar na faculdade. c) Mal saiu o sol e já estavam na lavoura.
d) Não há mal que sempre dure nem bem que não se acabe.
05. (Funrio) Os vocábulos emergir e imergir são parônimos: e) Os remédios lhe fizeram muito mal.
empregar um pelo outro acarreta grave confusão no que se quer ex-
pressar. Nas alternativas abaixo, só uma apresenta uma frase em que 10. (Cesgranrio) “A baleia-bicuda-de-True chega a ter seis me-
se respeita o devido sentido dos vocábulos, selecionando convenien- tros de comprimento e não se imaginava que pudesse chegar ao li-
temente o parônimo adequado à frase elaborada. Assinale-a. toral brasileiro.” Indique a opção em que as duas formas do mesmo
verbo têm o mesmo sentido.
a) A descoberta do plano de conquista era eminente.
a) Para aplicar os ensinamentos que recebeu do pai, ele aplicou
b) O infrator foi preso em flagrante.
todos os seus ganhos em imóveis.
c) O candidato recebeu despensa das duas últimas provas.
b) Com a finalidade de cortar o consumo excessivo de proteí-
d) O metal delatou ao ser submetido à alta temperatura. nas, ele cortou as carnes de sua alimentação.
e) Os culpados espiam suas culpas na prisão. c) Com uma tesoura, destacou algumas partes do documento,
para que só o mais importante se destacasse.
06. (Funrio) Podemos sempre, em determinada língua, buscar d) Ele viu que estava com sede quando viu o amigo tomar um
aspectos semânticos que nos ajudem a pensá-la. Dentre as caracte- mate gelado.
rísticas relacionadas a sentido, uma das bem conhecidas é a antoní- e) O funcionário que visava a uma promoção no final do ano
mia. Em Evanildo Bechara, autor de Moderna Gramática Brasi- era o responsável por visar os documentos.

Didatismo e Conhecimento 15
LÍNGUA PORTUGUESA
GABARITOS TESTES DE CONCURSOS

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01 E
1. 02 B
(5) percorrer a pé
03 B
(3) gastar, levar
(2) providenciar, abastecer 04 E
(6) preparar a terra para o plantio, cultivar
(4) diminuir, emagrecer 05 B
(1) trabalhar em garimpo, explorar pedras preciosas 06 E

2. 07 C
(5) loquaz 08 D
(3) pródigo
(4) atividade 09 A
(1) excluir 10 B
(2) fundamental
(6) prolixo
TESTES COMENTADOS
3.
01. (Fundação Carlos Chagas) Quatro ações são atribuídas ao
(4) afogar (uma cidade) em sangue
editorial da revista britânica The Lancer: acender, sugerir, concla-
(3) correr sangue
mar e insinuar. Considerando-se o contexto, não haveria prejuízo
(7) ferver o sangue
para o sentido se tivessem sido empregados, respectivamente,
(1) ficar sem sangue nas veias
a) ensejar - aventar - convocar - sugerir
(6) não ter sangue de barata
b) instigar - propor - reiterar - infiltrar
(5) ter sangue quente
c) dirimir - conceder - atribuir - insuflar
(2) ter sangue azul nas veias
d) solapar - retificar - conceder - induzir
e) conduzir - insinuar - proclamar - confessar
4.
a) O governo gastou vultosas quantias com a propaganda elei-
02. (Fundação Carlos Chagas) Considerando-se o contexto, tra-
toral, por isso as dívidas ascenderam tanto no último período.
duz-se corretamente o sentido de uma frase ou expressão do texto
b) A professora de Matemática frequenta sessão espírita à noite.
em:
c) Sr. Benvindo, seja bem-vindo, à nossa cidade.
a) sequer exigiam que as ditas ficções fossem edificantes = nem
d) O advogado impetrou mandado de segurança quando lhe
ao menos impunham que as supostas atividades tivessem algum va-
falaram sobre o novo mandato do presidente.
lor ficcional.
e) O motorista infringiu as leis de trânsito, por isso o policial
b) eram tratados com a mesma deferência = eram considerados
infligiu-lhe severa multa.
como formas indistintas de expressão.
f) O pianista providenciou o conserto do seu instrumento, a fim
c) a ficção opera uma mágica suplementar = a ficção se investe
de dar um concerto no Municipal.
de uma magia excessiva.
g) Falta bom senso aos políticos para resolverem os problemas
d) não de nossas normas morais, mas de nosso pensamento mo-
do país.
ral = não moralidade pragmática, mas da moralidade reflexiva.
h) O visionário foi tachado de louco pela população.
e) afastado de nós pela particularidade de seu grupo = que nos
i) Marina não sabe o que é mais difícil de fazer: coser as roupas
impede de reconhecer sua excentricidade étnica.
ou cozer a comida.
j) Allan tomou uma chávena de chá no reino do xá da Pérsia.
03. (Fundação Carlos Chagas) Considerando-se o contexto, tra-
k) O jogador de basquete foi colocado em xeque quando passou
duz-se adequadamente o sentido de um segmento em:
um cheque sem fundos no supermercado.
a) capaz de orquestrar compromissos - hábil na ressonância
l) A testemunha agiu com discrição quando fez a discrição do
compromissada.
caso de assassinato.
b) sem estabelecer parâmetros - à revelia da proposição de me-
tas.
5.
c) Faltou-lhe aval - Urgiu o beneplácito.
a) (P) Li com atenção página por página.
d) políticas de mitigação - estratégias de arrefecimento.
b) (F) “És página virada, descartada do meu folhetim.” (Chico
e) A tese foi rechaçada - obliterou-se a hipótese.
Buarque)
c) (F) Surgiu uma onda de boatos.
04. (Fundação Carlos Chagas) Não haverá prejuízo para a cor-
d) (P) As ondas do mar nos encantam.
reção e o sentido do segmento do texto com a substituição do ele-
e) (F) Os preços ficarão congelados durante três meses.
mento sublinhado pelo indicado entre parênteses em:
f) (P) Comida congelada é uma opção prática.

Didatismo e Conhecimento 16
LÍNGUA PORTUGUESA
a) Algumas vezes nos perguntamos como sobrevivíamos antes RELAÇÕES ENTRE IDEIAS E RECURSOS DE COE-
da internet (...). (Ocorre-nos, por vezes, indagar) SÃO
b) Lembremos que essas tecnologias (...) são aquisições recen-
tíssimas da humanidade. (conquistas açodadas) Para que possamos compreender um texto, é fundamental co-
c) (...) agiram como se estivessem na iminência de um ataque nhecer os conceitos de coesão e coerência.
catastrófico. (tal fosse prestes a sofrerem)
d) (...) inserindo-se no cotidiano da vida pública e privada (...) Coerência - conjunto de relações sintático-semânticas que
(emergindo no dia a dia) unem as partes de um texto.
e) (...) nos ajuda a entender (...) a configuração da subjetividade
contemporânea. (formação da veleidade íntima) Coesão - ligação de natureza gramatical entre as partes de um
texto ou de uma sentença. Expressa-se pelo uso adequado dos co-
05. (Fundação Carlos Chagas) Considerando-se o contexto, tra- nectivos (conjunções e pronomes relativos, principalmente).
duz-se corretamente o sentido de um segmento em:
a) alinham-se em simetria = perfilam em perspectiva.
A importância dos conectivos
b) uma expressão sisuda = uma fisionomia circunspecta.
c) pretendido congelamento do tempo = suposta inserção tem-
poral A coesão de um texto depende muito da relação entre as orações
d) num torvelinho temporal = num fragmento do tempo. que formam os períodos e os parágrafos. Os períodos compostos
e) profusão e velocidade das imagens = dispersão e ritmo figu- precisam ser relacionados por meio de conectivos adequados. Os
rativo. principais são as conjunções e os pronomes.

RESPOSTAS Conjunções coordenativas

01. Resposta A. Acender equivale a estimular, entusiasmar, Relação / conjunção / exemplo


ensejar; sugerir - propor, aventar; conclamar - clamar, aclamar;
insinuar - incutir, sugerir. Adição - e, nem, mas também. Sofia estuda e brinca.

02. Resposta D. São expressões semelhantes.


Adversidade (oposição) - mas, porém, contudo, todavia, entre-
Demais alternativas: a) fossem edificantes (tivessem aperfei- tanto. Joana estudou muito, porém não foi aprovada.
çoamento moral) x tivessem valor ficcional (valor imaginário); b)
deferência (consideração, apreço) x indistintas (obscuras, indefini- Alternância - ou.. ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja. Beatriz
das); c) mágica suplementar (adicional) x magia excessiva (exa- ora estuda, ora trabalha.
gerada); e) particularidade (detalhe) x excentricidade (distância).
Conclusão - logo, portanto, pois (após o verbo). Penso, logo
03. Resposta D. As expressão são semelhantes: mitigação e ar- existo.
refecimento tem como acepções alívio, esfriamento.
Explicação - que, porque, pois (antes do verbo). Estudem bas-
Demais alternativas: a) orquestrar - ideia de habilidade, res- tante, pois só assim serão aprovados.
sonância compromissada - ideia de obrigação; b) sem estabelecer
padrão x sem estabelecer metas; c) falta de aprovação x solici-
Conjunções subordinativas
tação de consentimento; e) rechaçada (recusada) x obliterou-se
(eliminou-se).
Relação / conjunção / exemplo
04. Resposta A. As substituições são equivalentes (Algumas
vezes e por vezes; nos perguntamos e Ocorre-nos ... indagar). Causa - porque, já que, visto que, como. Já que todos faltaram,
não haverá aula.
Demais alternativas: b) recentíssimas (pouco tempo de exis-
tência) x açodadas (apressadas, precipitadas); c) alternativa “mali- Comparação - mais... que, menos... que, assim como, tão/tan-
ciosa” - as expressões são equivalentes, mas há erro de concordância to... como. Vânia é mais esperta do que sua irmã.
- fossem prestes a sofrer (o auxiliar se pluraliza, não o principal);
d) inserindo (introduzindo, fixando) x emergindo (vindo à tona, Concessão - embora, ainda que, conquanto, mesmo que. Ainda
saindo); e) subjetividade (individual, particular) x veleidade (im- que chova, iremos à aula inaugural do curso.
prudência, vaidade).
Condição - se, caso, desde que, a não ser que, a menos que. Se
05. Resposta B. As duas expressões são equivalentes. não chover, iremos ao concerto no Municipal.

Demais alternativas: a) simetria - correspondência, semelhan- Conformidade - conforme, como, segundo. Fizeram tudo con-
ça x perspectiva - expectativa, panorama, ponto de vista; c) pre- forme o combinado.
tendido - desejado, tencionado x suposta - hipotética, fictícia; d)
torvelinho - redemoinho x fragmento - pedação, porção; e) profu- Consequência - tão/tanto... que, de modo que. Comeu tanto,
são - abundância, excesso x dispersão - afastamento, disseminação. que teve distúrbio intestinal.

Didatismo e Conhecimento 17
LÍNGUA PORTUGUESA
Finalidade - para que, a fim de que. Lutou muito a fim de ser Uma das modalidades de coesão é a remissão, que, no texto, é
reconhecido. realizada por meio da referenciação anafórica ou catafórica,.

Proporcionalidade - à medida que, à proporção que. À medida A remissão anafórica (para trás) realiza-se por meio de prono-
que estudava, ganhava mais ânimo. mes pessoais de 3ª pessoa (retos e oblíquos) e os demais pronomes;
também por numerais, advérbios e artigos. Exemplo: André e Pe-
Tempo - quando, logo que, assim que, mal, enquanto. Quando dro são fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, são diferentes.
chegou, a reunião já havia começado. Este não briga com quem torce para outro time; aquele o faz.
O termo isso retoma o predicado são fanáticos torcedores de
Relação dos principais elementos de coesão: futebol; este recupera a palavra Pedro; aquele, o termo André; o faz,
o predicado briga com quem torce para o outro time.
assim, desse modo: têm um valor exemplificativo e comple- A remissão catafórica (para frente) realiza-se prefe-
mentar. A sequência introduzida por eles serve normalmente para rencialmente através de pronomes demonstrativos ou indefinidos
explicitar, confirmar ou ilustrar o que se disse antes. neutros, ou de nomes genéricos, mas também por meio das demais
espécies de pronomes, de advérbios e de numerais. Exemplo: Qual-
e: anuncia o desenvolvimento do discurso e não a repetição do quer que tivesse sido seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara
que foi dito antes; indica uma progressão que adiciona, acrescenta de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso primário: era
algum dado novo. tudo o que sabíamos dele, o professor, gordo e silencioso, de ombros
contraídos. O pronome possessivo seu e o pronome pessoal reto ele
ainda: serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argu- antecipam a expressão o professor.
mento a favor de determinada conclusão, ou para incluir um elemen-
to a mais dentro de um conjunto qualquer. Coesão Dêitica

aliás, além do mais, além de tudo, além disso: introduzem São palavras ou expressões que estão fora do texto, ou seja,
um argumento decisivo, apresentado como acréscimo, como se fos- dependem da situação geral da produção do texto. São exemplos:
se desnecessário, justamente para dar o golpe final no argumento artigos, pronomes demonstrativos, pronomes pessoais, pronomes
contrário. possessivos de referentes dêiticos: advérbios de lugar e de tempo,
artigos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos.
isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras: introduzem
esclarecimentos, retificações ou desenvolvimento do que foi dito
anteriormente.

mas, porém e outros conectivos adversativos: marcam oposi-


ção entre dois enunciados ou dois segmentos do texto.

embora, ainda que, mesmo que: são relatores que estabele-


cem ao mesmo tempo uma relação de contradição e de concessão.
Servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor
de argumento. Trata-se de um expediente de argumentação muito
vigoroso.

Pronomes relativos

Referem-se a um termo anterior, denominado antecedente. a)


QUE - usado em relação a coisas ou pessoas (Este é o livro que
você está lendo; A pessoa que lhe apresentei venceu o concurso de
poesia); b) QUEM - refere-se apenas a pessoas e aparece sempre
preposicionado: Esta é a garota a quem ele amava; c) CUJO - indica
posse, vem entre dois substantivos, concorda em gênero e número
com o substantivo a que se refere, não admitindo a posposição do
artigo (Este é o escritor cuja obra li na íntegra); d) ONDE - equivale
a em que ou no(a) qual, empregado para indicar lugar (Onde você
mora?); e) QUANTO - vem precedido de um dos pronomes inde-
finidos: tudo, tanto(s), tanta(s), todo(s),toda(s). Tenho tudo quanto
desejo.;

f) QUANDO - será pronome relativo quando o antecedente dá


ideia de tempo (A greve aconteceu em janeiro quando o governo
aumentou os impostos).

Didatismo e Conhecimento 18
LÍNGUA PORTUGUESA
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Complete com os conectivos adequados.


a) O maior temor dos candidatos é chegar um minuto atrasado ao local da prova. .................... o estudante tentar entrar .................... o portão
está fechado, arrisca-se a ter os dedos da mão decepados.
b) Quase desço do táxi .................... falar com eles e talvez pedir uns autógrafos, .................... contive minha exaltação patriótica, preferindo
olhá-los a distância, .................... nunca se sabe o que Rambo pode fazer diante de um nordestino de aparência certamente ameaçadora, melhor
admirar de longe.
c) .................... a esposa estar, há muito tempo, longe de casa, o marido não sente sua falta, .................... se rodeia de amigos, ....................
comemorar sua liberdade. ‘
d) .................... o time não tenha treinado, conseguiu chegar à final do campeonato, sem, .................... merecer. No final, os jogadores não
se esforçaram nem um pouco ..................... não perderiam dinheiro com isso, .................... perderam o jogo vergonhosamente.
e) Os entusiastas do vídeo sustentam que as imagens são mais cativantes do que as palavras, ignorando, ...................., a diferença maior
entre ambos: .................... o vídeo é captado pelos olhos, o texto ressoa direto na mente. O texto nos convida a ir buscar imagens que comple-
tem as palavras fornecidas por ele .................... o vídeo exclui tais excursões mentais. (Paul Saffo)

2. Por meio de pronomes relativos adequados, junte cada par de frases numa só, fazendo as modificações necessárias.

Modelo: Tio Onofre contava histórias. As histórias dele me apavoravam. (Tio Onofre contava histórias que me apavoravam.)

a) Junto à fonte vi uma jovem. Pedi a ela um pouco d’água.


........................................................................................................................................................
b) Veja o perigo. Você se expõe a esse perigo
........................................................................................................................................................
c) Antes do jogo houve uma cerimônia cívica. Durante essa cerimônia o povo se manteve em silêncio.
.........................................................................................................................................................
d) O crítico elogiou o filme. Woody Allen participou do filme.
.........................................................................................................................................................
e) Denise foi aprovada no concurso. O pai de Denise é professor.
.........................................................................................................................................................
f) O futebol é um esporte. O povo gosta muito desse esporte.
.........................................................................................................................................................
g) O escritor vive no anonimato. A obra desse escritor foi censurada.
.........................................................................................................................................................
h) Marisa Monte gravou novo CD. Sou admirador de Marisa Monte.
.........................................................................................................................................................

i) Você se referiu à obra. A obra está esgotada.


..........................................................................................................................................................
j) Telefonou-me um político. Nas informações desse político não acreditei.
..........................................................................................................................................................

TESTES DE CONCURSOS

A energia nuclear pode ser empregada para o bem ou para o mal. Na verdade, ela é investigada, apurada e criada para algum resultado, que
lhe confere validade. Não vale por si mesma, do ponto de vista ético. Pode valer pela sua eventual utilidade, como meio; mas o uso de energia
nuclear, para ser considerado bom ou mau, deve referir-se aos fins humanos a que se destina.

01. (FGV) Considerando as estratégias de referenciação no trecho acima, assinale a alternativa cujo pronome não se refere à expressão
energia nuclear:
a) ela
b) lhe
c) si
d) sua
e) que

No ano 2000, a Organização Mundial da Saúde calculou que doenças atribuíveis a mudanças climáticas haviam sido responsáveis pela
perda de 188 milhões de anos de vida por morte prematura ou incapacidade física, apenas na América Latina e Caribe; na África, foram 307
milhões de anos; no sudeste asiático, 1,7 bilhão. Esses números contrastam com os dos países industrializados: 8,9 milhões.

Didatismo e Conhecimento 19
LÍNGUA PORTUGUESA
02. (FGV) O pronome destacado acima tem valor Todos gostariam de trabalhar tendo um patrão - contrariando o
a) catafórico mito de que a venda ambulante é uma maneira de ganhar autonomia
b) dêitico e maiores dividendos. “Muitos daqueles que sobrevivem graças ao
c) anafórico trabalho informal gostariam de voltar ou integrar-se à formalidade.
d) expletivo Isso é quase um sonho para muitos”
e) fático Ramires explica que a maioria dos ambulantes veio de traba-
lhos com registro em carteira e, por isso, sabe das “tranquilidades”
03. (FGV) A alocação de novos recursos nada tem a ver, em que o mercado formal possibilita: previdência social, fundo de e, por
garantia, décimo terceiro salário, entre outros
princípio, com o impacto tecnológico. O avanço deste não acarreta
São pouquíssimos os que ganham mais de R$300 por mês. O
necessariamente impacto positivo daquela. Os pronomes demons-
pesquisador encontrou alguns que guardam o colchão sob a barraca
trativos exercem, respectivamente, função e que, quando anoitece, dormem embaixo dela
a) anafórica e catafórica Em alguns casos, os camelôs pagam a comerciantes e clínicas
b) catafórica e catafórica médicas para guardar seus produtos em seus estabelecimentos.
c) anafórica e anafórica Assim, parte da renda obtida por essas instituições é proveniente do
d) catafórica e anafórica comércio informal. “Essa ideia de que há uma linha divisória entre
e) dêitica e dêitica o trabalho formal e informal não existe. Ambos fazem parte de um
único sistema econômico”, finaliza Ramires.
04. (FGV) Mas a correlação de forças não lhes permite ir mais (Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/
longe, e essa paralisia favorece o retorno dos acordos bilaterais ou sonosso/index.htm, acesso: 16/08/2008, texto adaptado)
regionais. Com isso, falta um projeto mundial coerente em que o
desenvolvimento do comércio seja articulado ao equilíbrio social e 05. A opção em que o vocábulo destacado apresenta valor
ambiental. Os pronomes em destaque no trecho selecionado têm, anafórico é
respectivamente, valor a) “Expulsos ou sequer convidados...”
a) catafórico e catafórico b) “essa é a opinião de 38 camelôs de São Paulo.”
b) anafórico e anafórico c) “no entanto, creditam à prática...”
c) dêitico e dêitico d) “Ramires explica que a maioria dos ambulantes...”
e) “Quando anoitece, dormem embaixo dela.”
d) anafórico e catafórico
e) catafórico e anafórico
06. (Cetro) Assinale a alternativa cuja conjunção substitua ade-
quadamente o conectivo grifado no período abaixo, sem prejuízo da
(Funrio) Texto para a questão de número 5. informação, fazendo as adaptações necessárias. Apesar de não ter
contraindicação, é importante que esses compostos só sejam usados
Trabalho de camelô é fuga da marginalidade, conclui a com orientação médica, já que o excesso de uso pode trazer danos
pesquisa de Raquel Souza da Equipe GD. à saúde.
a) embora
A venda ambulante não é trabalho. Essa é a opinião de 38 ca- b) conforme
melôs de São Paulo. montar Expulsos ou sequer convidados para o c) ainda que
mercado formal, essas pessoas se viram obrigadas a uma barraqui- d) visto que
nha e vender bugigangas nas ruas da cidade. No entanto, creditam e) ao passo que
à prática apenas um “jeito de ganhar a vida” sem cometer crimes.
07. (Cetro) Assinale a alternativa cuja conjunção não substitui
“Eles não criam uma identidade de trabalhador como outro pro- adequadamente o conectivo grifado no período, prejudicando a in-
fissional qualquer. O trabalho de camelô é encarado como ganha pão formação: Espera-se que os indivíduos, por exemplo, respeitem os
e o jeito de distinguir-se daqueles que cometem atos ilícitos para ter limites de velocidade, uma vez que estudos técnicos foram realiza-
dinheiro, apesar da perseguição policial”, comenta Francisco José dos e orientaram as decisões contidas na legislação.
a) visto que
Ramires, que pesquisou o tema entre 1999 e 2001. Os resultados
b) já que
estão em seu trabalho de mestrado, apresentado na Faculdade de
c) porque
Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Intitulado “Severinos d) apesar de que
na metrópole: a negação do trabalho na cidade de São Paulo”, a e) pois
pesquisa conta com depoimentos de camelôs de diversos cantos da
cidade - do D. Pedro II, Praça da Sé, Hospital das Clínicas e da rua 08. (Cetro) Se quiséssemos manter o sentido da oração “Sua
Teodoro Sampaio missão é quase, mas não totalmente, frustrada pelos esforços vila-
As histórias de vida variam bastante. Possuem em comum o nescos de um modelo superior de robô, o T-1000”, o termo grifado
fato de serem quase na totalidade, nordestinos ou filhos de migran- só não poderia ser substituído por:
tes. Os mais velhos (compreenda como aqueles que passaram dos a) porém
38 anos) possuem baixa escolarização, em média 4ª série do Ensino b) logo
Fundamental. Já os jovens concluíram o Ensino Médio e, em alguns c) embora
casos, fizeram até cursos profissionalizantes e o primeiro ano de fa- d) contudo
culdade (que foi abandonada por falta de recurso financeiro). e) entretanto

Didatismo e Conhecimento 20
LÍNGUA PORTUGUESA
09. (Cetro) A questão apresenta um período que você deverá TESTES COMENTADOS
modificar, iniciando-o conforme se sugere, mas sem alterar a ideia
contida no primeiro. Assinale a alternativa que contém o elemento (Fundação Carlos Chagas) As questões 01 a 03 apresentam um
adequado ao novo período. “Termine a lição, e eu deixo você ir brin- período em que você deverá modificar, iniciando-o conforme se su-
car”. “Eu deixo você ir brincar .................... termine a lição.” gere, mas sem alterar a ideia contida no primeiro. Em consequência,
a) pois outras partes da frase sofrerão alterações. Assinale a alternativa que
b) embora contém o elemento adequado ao novo período.
c) a fim de que
d) ou 01. Penso, logo existo. Comece com: Existo ........................
e) desde que a) na medida em que
b) conforme
10. (Cetro) O trecho - “Bem cuidado como é, o livro apresenta c) pois
alguns defeitos”. Começando com: “O livro apresenta alguns defei- d) enquanto
tos, - o sentido do trecho não se altera se continuar com: e) à medida que
a) desde que bem cuidado
b) contanto que bem cuidado 02. Não chegue tarde, pois muita gente virá procurá-lo. Comece
c) à medida que é bem cuidado com: Muita gente virá .......................
d) tanto é que bem cuidado a) porquanto
e) ainda que bem cuidado b) entretanto
c) por conseguinte
GABARITOS d) dado que
e) visto que
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
03. Eu gritei, mas ninguém ouviu. Comece com: Ninguém me
1. Respostas sugeridas: ouviu ........
a) se, quando
a) visto que
b) para, mas, porque
b) portanto
c) apesar de, já que, a fim de
c) então
d) ainda que; uma vez que; por isso
d) ainda que
e) contudo, enquanto, ao passo que
e) por isso
2.
04. (Fundação Carlos Chagas) O emprego do elemento subli-
a) Junto à fonte vi uma jovem a quem pedi um pouco d’ água.
b) Veja o perigo a que você se expõe. nhado compromete a coerência da frase em:
c) Antes do jogo houve uma cerimônia cívica, durante a qual o a) Cada época tem os adolescentes que merece, pois estes são
povo se manteve em silêncio. influenciados pelos valores socialmente dominantes.
d) O crítico elogiou o filme de que (do qual) Woody Allen par- b) Os jovens perderam a capacidade de sonhar alto, por conse-
ticipou. guinte alguns ainda resistem ao pragmatismo moderno.
e) Denise, cujo pai é professor, foi aprovada no concurso. c) Nos tempos modernos, sonhar faz muita falta ao adolescente,
f) O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. bem como alimentar a confiança em sua própria capacidade criativa.
g) O escritor cuja obra foi censurada vive no anonimato. d) A menos que se mudem alguns paradigmas culturais, as gera-
h) Marisa Monte de quem sou admirador gravou novo CD. ções seguintes serão tão conformistas quanto a atual.
i) Você se referiu à obra que está esgotada. e) Há quem fique desanimado com os jovens de hoje, porquanto
j) Telefonou-me um político em cujas informações não acredite. parece faltar-lhes a capacidade de sonhar mais alto.
j) Resta-lhes explicar pelo menos um porquê dessa desvalori-
zação da moeda. 05. (Fundação Carlos Chagas) A coerência da frase está preju-
dicada pelo emprego da expressão sublinhada em:
TESTES DE CONCURSOS a) A rotina familiar é alterada durante a Copa, tanto assim que
há casos de ressentimentos gerados pelo excesso das paixões.
01 E b) A despeito de serem os torcedores mais inflamados, os ho-
02 C mens costumam deixar-se arrebatar pelo entusiasmo numa Copa do
03 C Mundo.
c) Muito embora as mulheres não sejam, via de regra, torcedo-
04 B
ras fanáticas, há sempre aquelas que sofrem com os maus resultados
05 B
da nossa seleção.
06 D
d) À medida que transcorrem os jogos, vai subindo o grau de
07 D
emoção e de nervosismo dos torcedores mais preocupados.
08 B
e) É comum ocorrerem desavenças familiares durante uma
09 E Copa, visto que muito poucas pessoas mantêm o espírito sereno du-
10 E rante os jogos.

Didatismo e Conhecimento 21
LÍNGUA PORTUGUESA
RESPOSTAS Nem tudo que ronca é porco,
Nem tudo que berra é bode,
01. Resposta C. Dentre as opções, é a única conjunção coor- Nem tudo que reluz é ouro,
denada e é explicativa. Nem tudo falar se pode.

Demais alternativas: a) na medida em que - conjunção subor- Antítese - aproximação de palavras ou expressões de sentidos
dinativa causal; b) conforme - conjunção subordinativa conforma- opostos. “Onde queres prazer sou o que dói / E onde queres tortura,
tiva; d) enquanto - conjunção subordinativa temporal; e) à medida mansidão / Onde queres um lar, revolução / E onde queres bandido
que - conjunção subordinativa proporcional. sou herói” (Caetano Veloso)
02. Resposta C. Mantém-se o significado da frase em análise Antonomásia (Perífrase) - substituição de um nome por uma
substituindo-se a conjunção pois pela conjunção por conseguinte. expressão que o identifique com facilidade. Exemplos: Os quatro
rapazes de Liverpool (em vez de Beatles); O rei dos animais (em
Demais alternativas: a) porquanto - conjunção subordinativa
vez de leão).
causal (equivale a visto que); b) entretanto - conjunção coordenati-
va adversativa; d) dado que - conjunção subordinativa condicional;
e) visto que - conjunção subordinativa causal. Apóstrofe - invocação de uma pessoa ou algo, real ou imaginá-
rio, que pode estar presente ou ausente. “Senhor Deus dos desgraça-
03. Resposta D. Mantém-se o mesmo significado da frase ini- dos! Dizei-me vós, Senhor Deus!” (Castro Alves)
cial, utilizando-se uma conjunção subordinativa concessiva.
1. Assonância: repetição orde-
Demais alternativas: a) visto que - conjunção subordinativa nada de mesmos sons vocálicos. Exemplo: “Sou um mulato nato no
causal; b) portanto - conjunção coordenativa conclusiva; c) então sentido lato mulato democrático do litoral,” (Caetano Veloso)
- conjunção coordenativa conclusiva; e) por isso - conjunção coor-
denativa conclusiva. Catacrese - tipo especial de metáfora desgastada, em que não
se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual ou pito-
04. Resposta B. por conseguinte - conjunção conclusiva, a se- resca. Exemplos: céu da boca, dente de alho, barriga da perna.
gunda oração tem teor explicativo, deveria ter sido empregado um
dos seguintes conectivos: porque, visto que, pois, porquanto. Elipse - omissão de um termo ou oração facilmente identifi-
cável ou subentendido no contexto. Pode ocorrer na supressão de
Demais alternativas: a) pois - conjunção explicativa; c) bem pronomes, de conjunções, de preposições ou de verbos. “Na sala,
como - conjunção aditiva; d) a menos que - conjunção condicional; apenas quatro ou cinco convidados.” Machado de Assis. (Omissão
e) porquanto - conjunção explicativa. da forma verbal “havia”).
Eufemismo: substituição de uma expressão por outra menos
05. Resposta B. A expressão a despeito de dá ideia de conces- brusca, suavizando alguma ideia desagradável. Exemplo: Maluf en-
são e não se adapta à sequência do texto. riqueceu por meios ilícitos.
Demais alternativas: Todos os itens mencionados são coerentes Gradação (Clímax): apresentação de ideias em progressão
com as estruturas das frases: a) tanto assim que - expressão causal; ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax). Exemplo: “Um
c) muito embora - valor concessivo; d) A medida que - conjunção coração chagado de desejos / Latejando, batendo, restrugindo...”
proporcional; e) visto que - valor causal.
(Vicente de Carvalho)
FIGURAS DE ESTILO OU DE LINGUAGEM
Hipérbato - inversão complexa de membros da frase. “En-
São os desvios da norma culta com a finalidade de reforçar a quanto manda as ninfas amorosas grinaldas nas cabeças pôr de ro-
mensagem. Casos principais: sas.” (Camões) Enquanto manda as ninfas amorosas pôr grinaldas
de rosas nas cabeças.
Aliteração - repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
Exemplo: “Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, Hipérbole - exagero de uma ideia, a fim de causar impacto ou
vozes veladas, / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, emoção. “Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo Bilac)
vivas, vãs, vulcanizadas.” Cruz e Sousa
Ironia (Antífrase) - sugere o contrário do que as palavras ou
Anacoluto - interrupção do plano sintático com que se inicia a orações parecem exprimir. “Moça linda, bem tratada, três séculos
frase, alterando a sequência lógica. A construção do período deixa de família, burra como uma porta: um amor.” (Mário de Andrade)
um ou mais termos desprendidos dos demais e sem função sintática
definida. Exemplo: “O homem, chamar-lhe mito não passa de ana- Metáfora - um termo substitui outro através de relação de se-
coluto.” (Carlos Drummond de Andrade) melhança resultante da subjetividade de quem a cria. Pode ser en-
tendida como uma comparação abreviada, uma vez que o conectivo
Anáfora - repetição da mesma palavra ou grupo de palavras no não está expresso, mas subentendido. “O tempo é uma cadeira ao
princípio de frases ou versos consecutivos. Exemplo: sol, e nada mais.” (Carlos Drummond de Andrade)

Didatismo e Conhecimento 22
LÍNGUA PORTUGUESA
Metonímia (Sinédoque) - substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas grau de semelhança ou proximidade de sentido.
Exemplos: Antes de sair, tomamos um cálice de vinho (conteúdo do cálice), Passava horas lendo Machado de Assis (obra)

Onomatopeia - imitação de ruído ou de sons. “Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno.” (Fernando Pessoa)

Paranomásia - aproximação de palavras de sons parecidos, Exemplo: “Eu que passo, penso e peço...” Sidney Miller

Polissíndeto - repetição enfática de uma conjunção coordenativa, geralmente a “e”. “E sob as ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos
/ e sob as pontes e sob o sarcasmo / e sob a gosma e sob o vômito” (Carlos Drummond de Andrade)

Pleonasmo - uso de palavras redundantes para reforçar uma ideia, tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático.
“Morrerás morte vil na mão de um forte.” (Gonçalves Dias)

Prosopopeia (Personificação) - atribuição de ações e sentimentos próprios de seres animados a serem inanimados ou imaginários. “Os rios
vão carregando as queixas do caminho.” (Raul Bopp).

Silepse - concordância não com o que vem expresso, mas com o que se entende, com o que está implícito. Pode ser de:

a) gênero. Exemplo: Vossa Excelência está acanhado

b) de número. Exemplo: Os Sertões conta a história da Guerra de Canudos;

c) de pessoa. Exemplo: “A gente não sabemos escolher presidente A gente não sabemos tomar conta da gente.” (Roger Rocha Moreira).

Sinestesia - aproximação, na mesma expressão, de sensações percebidas por diferentes órgãos dos sentidos. Exemplo: Um áspero sabor
de indiferença a atormentava.

Sínquise - inversão violenta de distantes partes do texto. É um hipérbato exagerado. “A grita se alevanta ao Céu, da gente.” (Camões) A
grita da gente se alevanta ao Céu.

Zeugma - omissão de termo já expresso na frase. Exemplo: Adriana prefere chocolate; Lauro, empadinha. Omissão da forma verbal “pre-
fere”.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

1. Classifique as figuras de linguagem das frases abaixo.


a) “A brisa do Brasil beija e balança” (Castro Alves)
.........................................................................................................................
b) Conversamos sobre vários assuntos, depois ficamos a ouvir Beethoven.
.........................................................................................................................
c) Ninguém dúvida de que um político corrupto é sempre vítima das circunstâncias. .....................................................................................
....................................
d) Aquele político é uma criatura de inteligência muito limitada.
.........................................................................................................................
e) O pavão é um arco-íris de plumas.
.........................................................................................................................
f) Os arbustos dançavam abraçados com os pinheiros a suave valsa do crepúsculo.
.........................................................................................................................
g) Vento ou ventania varrendo.
.........................................................................................................................
h) “... e até o número de casas e do telefone serão esquecidos, e toda essa gente e todas essas coisas se apagarão em lembranças remotas.”
.........................................................................................................................
i) Toda vida se tece de mil mortes.
.........................................................................................................................
j) Com o espinho enterrado no pé, levantou-se rápida à procura do pai.
.........................................................................................................................
k) “Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins públicos.”
.........................................................................................................................
l) Rúbia é um bom garfo.

Didatismo e Conhecimento 23
LÍNGUA PORTUGUESA
.........................................................................................................................
m) “Vi uma estrela tão alta / Vi uma estrela tão fria! / Vi uma estrela luzindo, / Na minha vida vazia.”
.........................................................................................................................
n) “Os adultos possuem poder de decisão; os jovens, incertezas e conflitos.”
.........................................................................................................................
o) “Quando a indesejada das gentes chegar (Não sei se dura ou caroável), Talvez eu tenha medo” (Manuel Bandeira)
.........................................................................................................................
p) “Se não fosse muito esquisito comparar cidades com mulheres, eu diria que o Recife tem o físico, a psicologia, a graça arisca e seca,
reservada e difícil de certas mulheres magras, morenas e tímidas.”
.........................................................................................................................
q) “O fio da ideia cresceu, engrossou e partiu-se”.
.........................................................................................................................
r) Os homens parece-lhes não existir a verdade.
.........................................................................................................................
s) Luísa sabia de cor mais de mil orações.
.........................................................................................................................
t) “Nasce o Sol e não dura mais que um dia. Depois da Luz se segue â noite escura. Em tristes sombras morre a formosura. Em continuas
tristezas e alegrias.” (Gregório de Matos)
.........................................................................................................................

1. TESTES DE CONCURSOS

01. (Advise) É possível caracterizar um contraste entre a pobreza, marcada pela cultura do personagem de ser um catador de lixo e a tecno-
logia, associada ao uso do aparelho celular. Este contraste ilustrativo corresponde a uma figura de linguagem denominada:
a) metonímia
b) antítese
c) personificação
d) prosopopeia
e) hipérbole

02. (Acadepol) Na frase “A mocidade é um noivado”, ocorre a figura chamada


a) elipse
b) metáfora
c) anacoluto
d) silepse de gênero
e) zeugma

03. (Advise) Nos trechos abaixo destacados, encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:
I. Mais gratidão... / Mais carinho... / Mais compaixão....
II. E quem vive sem caridade desconhece o encanto do mar que incessantemente acaricia a praia, num vai-e-vem constante...
III. Viver sem a paz é como navegar sem bússola em noite escura...
a) gradação, animismo, assonância
b) anáfora, animismo, sinestesia
c) anáfora, personificação, sinestesia
d) gradação, personificação, aliteração
e) repetição, humanização, comparação

04. (UNIRG) Observe as proposições abaixo:


I. “Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo Bilac)
II. “Já estou cheio de me sentir vazio.” (Renato Russo)
III. “Já reparei que no seu peito soluça o coração bem feito de você.” (Mário de Andrade)
IV. Moça linda, bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta: um amor!
(Mário de Andrade)

As proposições, na respectiva ordem, representam:


a) antítese, prosopopeia, ironia, hipérbole
b) hipérbole, antítese, prosopopeia, ironia
c) ironia, hipérbole, antítese, prosopopeia
d) ironia, prosopopeia, hipérbole, antítese
e) hipérbole, prosopopeia, antítese, ironia

Didatismo e Conhecimento 24
LÍNGUA PORTUGUESA
05. (Soldado-PM) Na frase: “Fitei-a longamente, fixando meu GABARITOS
olhar na menina dos olhos dela” ocorre uma figura de palavra co-
nhecida como: EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
a) metáfora 1.
b) antonomásia a) aliteração
c) metonímia b) metonímia
d) catacrese c) ironia
e) sinédoque d) eufemismo
e) metáfora
06. (Consulplan) Há uma infinidade de metáforas constituídas f) prosopopeia
por palavras que denotam ações, atitudes ou sentimentos próprios g) aliteração
do homem, mas aplicadas a seres ou coisas inanimadas. Tal recurso h) polissíndeto
ocorre no trecho a seguir: i) antítese
a) “O cajueiro já devia ser velho quando nasci.” j) catacrese
b) “Eu me lembro de outro cajueiro que era menor” k) silepse de pessoa
c) “Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu l) metonímia
tronco” m) anáfora
d) “estava como sempre carregado de frutos amarelos” n) zeugma
e) “como se não quisesse quebrar o telhado de nossa velha o) eufemismo
casa.” p) prosopopeia ou personificação
q) gradação
07. (Consulplan) Em “percebeu que a autoproclamada sabedo- r) anacoluto
ria do sujeito era uma casca vazia” temos uma: s) hipérbole
a) personificação t) antítese
b) antítese
c) perífrase
TESTES DE CONCURSOS
d) metáfora
e) antítese
01 B
08. (Consulplan) “Entra ano sai ano, as tempestades de verão
02 B
continuam atormentando a vida de milhares de pessoas nos estados
do sul e sudeste do país.” O excerto anterior constitui um exemplo 03 C
de figura de linguagem denominada:
a) paronomásia 04 E
b) antonomásia 05 D
c) perífrase
d) metonímia 06 E
e) prosopopeia 07 D
09. (Consulplan) “... também nós descemos à morada dos mais 08 E
intensos e sóbrios sentimentos, desejando recuperar o que, um dia,
09 C
perdemos.” No excerto anterior há um exemplo de:
a) anacoluto 10 B
b) perífrase
c) prosopopeia
d) oximoro
e) catacrese

10. (Consulplan) Há um exemplo de prosopopeia em:


a) “Duas mães deixam num barraco imundo cinco crianças, al-
gumas com menos de 6 anos.”
b) “Mantive um laço estreito com esse universo, e quando pos-
so durmo de janelas e cortinas abertas, para sentir a respiração do
mundo.”
c) “As crianças, de tão fracas, mal conseguem se alimentar. O
homem chora: tem três filhos (...)”
d) “Criminosos sequestram casais ou famílias inteiras e os sub-
metem aos maiores vexames e terror.”
e) Antes de usar um adesivo “salve as baleias‟, eu quero um
adesivo “salve as pessoas, que são parte da natureza”.

Didatismo e Conhecimento 25
LÍNGUA PORTUGUESA
c) palavras derivadas do verbo ter: abster (abstenção), ater
(atenção), reter (retenção).
2. CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS:
ORTOGRAFIA: EMPREGO DAS LETRAS, d) palavras derivadas do verbo torcer: torção, distorção.
DIVISÃO SILÁBICA, ACENTUAÇÃO
GRÁFICA, ENCONTROS VOCÁLICOS E e) nos sufixos -aça, -aço, ança, -ção, -ença, -iça, -uço: barca-
CONSONANTAIS, DÍGRAFOS; CLASSES ça, golaço, balança, embarcação, crença, preguiça, dentuço.
DE PALAVRAS: SUBSTANTIVOS,
ADJETIVOS, ARTIGOS, NUMERAIS, f) palavras derivadas de outras que possuam t no radical:
PRONOMES, VERBOS, ADVÉRBIOS, cantar (canção), exceto (esxeção), setor (seção).
PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES,
INTERJEIÇÕES: CONCEITUAÇÕES, CH
CLASSIFICAÇÕES, FLEXÕES, EMPREGO,
a) Nas iniciais cham e cho: champanha, chaminé, chocolate,
LOCUÇÕES. SINTAXE: ESTRUTURA DA chocalho.
ORAÇÃO, ESTRUTURA DO PERÍODO, Exceção: xampu.
CONCORDÂNCIA (VERBAL E NOMINAL);
REGÊNCIA (VERBAL E NOMINAL); b) Nos sufixos -acho, -icho e ucho(a): riacho, esguicho, gaú-
CRASE, COLOCAÇÃO DE PRONOMES; cho(a).
PONTUAÇÃO.
c) Nas palavras cognatas (que provêm de uma raiz comum):
chamar (chamariz), chave (chaveiro), piche (pichador).

G
ORTOGRAFIA: EMPREGO DAS LETRAS
a) após o a inicial: agente, agiota, agir, agouro.
Observe o trecho a seguir:
O excesso de exceções faz com que sejamos obcecados e ob- b) após r: aspergir, divergir, sargento, virgem.
Exceções: gorjeta, sarja, sarjeta.
sessivos, na ânsia de aprender, ficamos pretensiosos e pouco con-
cisos.
c) verbos terminados em -er e -ir: viger, fingir, fugir, infringir.
Provavelmente você teria dificuldades para escrever correta-
d) Nas terminações verbais -ger e -gir: proteger, divergir, viger.
mente todas as palavras em destaque da frase acima. A Ortografia,
que é a parte da gramática que trata da escrita correta das palavras,
e) Nas terminações -agem, -igem, -ugem: fuligem, aragem,
está relacionada a critérios etimológicos (origem das palavras) e fo-
selvagem, penugem. Exceções: verbo viajar - Que eles viajem; lam-
nológicos (representação dos fonemas). Pode-se dizer que ela é fruto
bujem, pajem.
de uma convenção: Acordos Ortográficos que envolvem os países
em que a língua portuguesa é oficial. f) Nas terminações -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: pedágio,
A melhor maneira de fixar as regras ortográficas é escrever colégio, litígio, relógio, refúgio.
várias frases com as palavras que se têm dificuldade e, sempre que
possível, recorrer a um bom dicionário. g) derivadas de palavras que contenham j no radical: jeito -
ajeitar, juízo - ajuizar.
Com a Reforma Ortográfica, que ainda não entrou em vigor, o
nosso alfabeto passa a ser composto oficialmente de 26 letras. São H
elas: A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V,
W, X, Y, Z. É uma letra que não apresenta fonema. É utilizada:

Regras que poderão auxiliá-lo na hora de escrever. a) No início ou no fim das interjeições: ah!, hi!; hem!

Emprego de consoantes b) O segundo elemento do composto for unido ao primeiro por


hífen: super-homem; anti-higiênico.
Ç
c) Em razão da etimologia: humilde, horta, hindu.
a) após ditongos: afeição, beiço.
Exceções: coice, foice. Observação: Bahia - nome de estado, grafa-se com h, porém,
as formas derivadas, escrevem-se sem ele: baiano, baianada.
b) palavras africanas, árabes ou indígenas: açaí, açoite, ba-
baçu, caçula. d) verbo haver e flexões: havemos, haverei, houvesse, houve.

Didatismo e Conhecimento 26
LÍNGUA PORTUGUESA
Emprego do J c) Após ditongos: caixa, peixe, feixe, ameixa. Exceções: recau-
chutagem, caucho.
a) Palavras de origem tupi, árabe ou africana: canjica, alforje,
acarajé, Moji. d) Após sílaba inicial en: enxaguar, enxuto, enxada. Exceções:
encharcar, encher, enchova.
b) Terminação -aje: laje, ultraje, traje.
e) Nas palavras de origem indígena ou africana: xará, xavan-
c) Nas formas dos verbos terminados em -jar: viajar, despejar; te, Caxambu.
sobrepujar, enferrujar.
f) Nas palavras de origem inglesa: xerife, xampu.
d) Nas palavras derivadas de outras em que ela já exista: gorja
- gorjear, cereja - cerejeira, rijo - enrijecer, varejo - varejista. Z

e) palavras de origem latina: hoje, jeito, majestade, objeto. a) palavras iniciadas por a: azar, azedo, azia, azul.
Exceções: asa, Ásia, asilo.
K, W e Y
b) Nas palavras que derivam de outras em que ela já exista:
São empregadas apenas em abreviaturas ou símbolos científi- baliza - abalizado; raiz - enraizamento; deslize - deslizar.
cos, bem como em nomes próprios e seus derivados. Exemplos: K
- símbolo do potássio; kg - quilograma; watt; yd - jarda; Kappler; c) Nos sufixos -ez e -eza (formadores de substantivos abstratos
William; Yone; wagnerismo; darwinismo. a partir de adjetivos: nobre - nobreza; surdo - surdez; macio - ma-
ciez; avaro - avareza)
S
d) Nos sufixos -izar (formadores de verbos): civilizar, coloni-
a) Nas palavras que derivam de outras em que ela já existe: zar, realizar, concretizar.
casa - casinha, casebre; análise - analisar, analisador; português -
portuguesa, aportuguesar. e) no final da palavra em que o fonema “z” não estiver entre
Exceções: catequizar, batizar, sintetizar. vogais: algoz, audaz, cicatriz, cuscuz, giz, sagaz.
Exceções: ananás, após, atrás, gás, invés, lilás, quis, revés,
b) Após ditongos: coisa, lousa, tesoura, pausa, Cleusa. viés.

c) Formas verbais dos verbos pôr e querer: quis, quisesse, qui- f) verbos terminados em -er e -ir: benzer, cozer, abduzir, pro-
sera, pus, pusesse, puser. duzir.
Exceções: coser (costurar), transir (respirar)
d) No prefixo trans-: transportadora, transatlântico.
Emprego das vogais
e) Nos sufixos -ês, -esa, -isa: baronesa, marquesa, burguês, poe-
tisa. E

f) Nos sufixos -oso, -osa: dengoso, saborosa. Nas formas dos verbos terminados em -oar, -uar, no Presente
do Subjuntivo: abençoe, continue, pontue, perdoe.
g) Nos adjetivos terminados pelo sufixo -oso(a): cheirosa, gaso-
so, dengosa, horroroso. Nas formas dos verbos terminados em -IR (segunda e terceira
pessoa do singular e terceira pessoa do plural): sentir - sentes, sente,
h) Nos vocábulos iniciados pelas vogais i, o e u: Isabel, Osó- sentem; partir - partes, parte, partem.
rio, uso.
Exceção: ozônio. Nas formas rizotônicas (sílaba tônica no radical) dos verbos
mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar e intermediar: medeie,
i) Nas terminações -ase, -ese, -ise e ose: fase, catequese, catá- anseies, remedeio, incendeio, odeies, intermedeiam.
lise, apoteose.
Exceções: deslize, gaze. Grafam-se com e:
beneficência
X cadeado
candeeiro
a) Após a sílaba inicial me: mexilhão, mexer, mexicano. Exce- creolina
ção: mecha e derivados. cumeeira
descortinar
b) Após as sílabas iniciais bru (bruxa), gra (graxa), la (laxante), descrição
li (lixo), lu (luxo). descriminar

Didatismo e Conhecimento 27
LÍNGUA PORTUGUESA
desperdício cãibra ou câimbra
despensa carroçaria ou carroceria
empecilho catorze ou quatorze
espontâneo catucar ou cutucar
peão chipanzé ou chimpanzé
periquito clina ou crina
prazerosamente cociente ou quociente
rédea coisa ou cousa
terebintina cota ou quota
cotidiano ou quotidiano
I cotizar ou quotizar
covarde ou cobarde
Nas formas dos verbos terminados em -air, -oer, -uir, na 2ª e cuspe ou cuspo
3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo: cai, dói, contri- degelar ou desgelar
buis, possuis. dependurar ou pendurar
desenxavido ou desenxabido
Grafam-se com i: dourado ou doirado
elucubração ou lucubração
aborígine empanturrar ou empaturrar
camoniano engambelar ou engabelar
casimira enlambuzar ou lambuzar
crioulo entoação ou entonação
digladiar entretenimento ou entretimento
discernir enumerar ou numerar
discrepância espuma ou escuma
discrição estalar ou estralar
disenteria exorcizar ou exorcismar
dispensa (licença) flauta ou frauta
displicência flecha ou frecha
impigem fleuma ou flegma
lampião flocos ou frocos
manteigueira gengibirra ou jinjibirra
meritíssimo geringonça ou gerigonça
pião (brinquedo) gorila ou gorilha
privilégio hemorróidas ou hemorróides
impingem ou impigem
Palavras que apresentam dupla prosódia (ambas corretas) imundícia, imundície ou imundice
infarto, enfarte ou enfarto
abaixar ou baixar intrincado ou intricado
abdome ou abdômen laje ou lajem
afeminado ou efeminado lantejoula ou lentejoula
ajuntar ou juntar leste ou este
aluguel ou aluguer limpar ou alimpar
aritmética ou arimética lisonjear ou lisonjar
arrebitar ou rebitar louça ou loiça
arremedar ou remedar louro ou loiro
assoalho ou soalho maltrapilho ou maltrapido
assobiar ou assoviar maquiagem ou maquilagem
assoprar ou soprar maquiar ou maquilar
aterrissar ou aterrizar ou aterrar marimbondo ou maribondo
avoar ou voar melancólico ou merencório
azálea ou azaleia menosprezo ou menospreço
bêbado ou bêbedo mobiliar, mobilhar ou mobilar
bebadouro ou bebedouro mozarela ou muçarela
bilhão ou bilião neblina ou nebrina
bílis ou bile nenê ou neném
biscoito ou biscouto parêntese ou parêntesis
bravo ou brabo percentagem ou porcentagem
bujão ou botijão peroba ou perova

Didatismo e Conhecimento 28
LÍNGUA PORTUGUESA
pitoresco, pinturesco ou pintoresco mortadela
plancha ou prancha prazerosamente
pólen ou polem privilégio
presépio ou presepe salsicha
protocolar ou protocolizar sobrancelhas
quadriênio ou quatriênio
radioatividade ou radiatividade Uso do hífen
rastro ou rasto
registro ou registo De modo geral, é empregado:
relampadar, relampadear, relampadejar, relampaguear, relam-
paguejar, relampar, a) separação de sílabas de uma palavra, inclusive na translinea-
relampear, relampejar, relamprar ção (mudança de linha). Exs: ca-de-a-do,
remoinho ou redemoinho a-ba-ca-te, sor-ve-te-ria;
ridiculizar ou ridicularizar
salobra ou salobre b) para ligar adjetivos compostos: azul-claro, azul-escuro,
seção ou secção azul-marinho;
selvageria ou selvajaria
sobressalente ou sobresselente c) para ligar pronomes enclíticos ou mesoclíticos: dai-me,
surripiar ou surrupiar faça-me, vendê-lo-ei, compar-me-ia.
taberna ou taverna
taramela ou tramela Regras especiais
televisar ou televisionar
terraplenagem ou terraplanagem I. Sempre existirá diante de palavras iniciadas por h. Exemplos:
terremoto ou terramoto anti-higiênico, extra-humano, super-homem.
tesoura ou tesoira Exceção: subumano.
tesouro ou tesoiro
toicinho ou toucinho II. Não será usado em palavras com prefixo ou falso prefixo,
transladar ou trasladar terminado por uma vogal e com a palavra seguinte iniciada por vo-
transpassar ou traspassar ou trespassar gal diferente. Exemplos: autoescola, antiamericano, infraestrutura,
transvestir ou travestir semiautomático.
treinar ou trenar
III. Não será usado em palavra iniciada por consoante + prefixo
tríade ou tríada
terminado em vogal. Exemplos: autoproteção, microcomputador,
trilhão ou trilião
seminua.
vargem ou varge
várzea ou várgea
IV. Palavras que começam pelas letras r ou s + prefixo que ter-
vassoura ou bassoura
mina em vogal não terão hífen e essas letras (r, s) ficaram duplica-
verruga ou berruga
das. Exemplos: antessala, antirrugas, infrassom.
vespa ou bespa
V. Prefixo terminado em vogal mais palavra começada pela
Escreva corretamente
mesma vogal , empregar-se-á o hífen. Exemplos: anti-inflamatório,
micro-ondas, micro-organismo.
beneficência
beneficente VI. Se o prefixo terminar por consoante haverá hífen se a pala-
cabeleireiro vras seguinte começar pela mesma consoante. Exemplos: inter-re-
chuchu gional, inter-racial, sub-base.
de repente
disenteria Observações:
empecilho
exceção 1. Com os prefixos além, aquém, ex, grã, pós, pré (tônico),
êxito pró (tônico), recém, sem, vice - usa-se sempre o hífen: além-mar,
hesitar aquém-mar, ex-amante, grã-duquesa, pós-graduação, pré-vestibular,
jiló pró-europeu, recém-formado, vice-campeão.
manteigueira
mendigo 2. O prefixo co junta-se em geral ao segundo elemento - coorde-
meritíssimo nar, coobrigação. Exceção: se a palavra seguinte iniciar-se por “h”:
misto co-herdeiro.

Didatismo e Conhecimento 29
LÍNGUA PORTUGUESA
3. Com os prefixos circum e pan - usa-se o hífen diante de pa- 3. Por Quê
lavra iniciada por m, n e vogal: pan-americano, circum-navegação.
Usado no final de uma pergunta direta ou indireta, sem determi-
VII. Para sufixo de origem tupi-guarani como: açu, guaçu, mi- nante. Você chegou atrasado, por quê?
rim, deve-se usar hífen. Exemplos: amoré-guaçu, capim-açu.
4. Porquê
VIII. O hífen deve ser usado em duas ou mais palavras que,
quando se agrupam, formam um encadeamento vocabular. Exem- Usado precedido de um determinante (artigo ou pronome),
plos: eixo Rio-São Paulo, Ponte Rio-Niterói. exercendo a função de um substantivo: Ele queria saber o porquê
de sua desatenção.
IX. Em palavras que perderam a noção de composição, o hífen
Acentuação Gráfica
não será usado. Exemplos: mandachuva, paralamas, paraquedas.
Leia o parágrafo abaixo:
X. Não se emprega o hífen em palavras que perderam a noção
de composição: girassol, paraquedas, mandachuva, pontapé.
Leia o parágrafo abaixo:
XI. Em regra, não é empregado em locuções: Alguns finais de ciclo a vida impõe. A infância passa, a escola
termina, o amor acaba. E a vida também. Ainda assim, os ciclos
a) adjetivas: cor de vinho, cor de café com leite; mais desafiadores talvez sejam os que você mesmo precisa delinear
quando começam e terminam. É a liberdade angustiante de legislar
b) adverbiais: à vontade, depois de amanhã, por cima; sobre a própria existência. De compreender - ou apostar - quando é
o momento propício de virar a página nos relacionamentos, no tra-
c) conjuncionais: a fim de que, contanto que, visto que; balho, na rotina. A interrupção, contra a sua vontade, de uma etapa
importante pode ser dolorosamente aguda, mas não devemos subes-
d) prepositivas: acima de, a fim de, por cima de; timar a indecisão melancólica de quem precisa estabelecer o tempo
preciso de cada coisa. Vida Simples, Abril 2015, Ed. 157, pág. 31).
e) pronominais: cada um, nós mesmos, quem quer que seja; O parágrafo acima apresenta noventa e oito palavras, apenas
dez delas recebem acento gráfico (Na Língua Portuguesa existem
f) substantivas: fim de semana, sala de aula, sala de jantar. apenas três: acento agudo, acento grave e acento circunflexo), ou
seja, cerca de 10 por cento. Pode-se concluir que a maioria das pa-
Observação: há exceções já consagradas pelo uso - água-de- lavras tem apenas acento tônico (sílaba pronunciada com mais in-
colônia, cor-de-rosa, dois-pontos, mais-que-perfeito, pé-de-meia. tensidade).

Grafia e emprego dos porquês Em nossa língua, a posição da sílaba tônica é contada a partir da
última sílaba da palavra, fazendo com que a classifiquemos em três
1. Por que posições, podendo ser oxítonas (acento tônico recaindo na última
sílaba), paroxítonas (acento recaindo na penúltima sílaba) e propa-
a) Início de frases interrogativas: Por que é difícil aprender roxítonas (acento recaindo na antepenúltima sílaba).
Matemática?
Conceitos importantes
b) Quando se subentende a palavra motivo ou razão: Ninguém
Sílaba tônica: é aquela proferida com mais intensidade que as
explicou por que Matemática é tão difícil.
outras.
c) Quando é possível a substituição pelas expressões pelo qual Acento tônico: está relacionado com a intensidade de som e
e suas flexões: São justas as causas por que reivindicamos melhores ocorre em todas as palavras com duas ou mais sílabas.
salários.
Acento gráfico: Existirá em algumas palavras e será utilizado
2. Porque de acordo com as regras de acentuação.

a) Resposta a perguntas: Não vim porque estava chovendo. Quanto aos monossílabos (uma sílaba), eles podem ser:
(Pode ser substituído por pois)
Átonos: artigos, preposições, conjunções e pronomes oblíquos
b) Quando for igual a para que: Reclamava porque fosse discu- (exceto mim, ti, si): o, a, por, me, te, se.
tido o aumento salarial.
Tônicos: substantivos, adjetivos, verbos, pronomes (exceto
c) Pergunta com resposta implícita. Por que você faltou à aula? os oblíquos), advérbios, numerais e interjeições: pá, pé, pó, cor, ar,
Não será porque estava indisposta? mau, bom, mãe.

Didatismo e Conhecimento 30
LÍNGUA PORTUGUESA
Quanto à sílaba tônica, as palavras podem ser classificadas em: c) Não são mais acentuados os grupos EE e OO: creem, leem,
enjoo, perdoo.
oxítonas - a sílaba tônica é a última sílaba da palavra.: escrever,
comer, Amapá, você, jiló, ninguém, pulmão. d) Trema - somente receberá o trema os nomes próprios e seus
derivados: Müller, mülleriano.
paroxítonas - a sílaba tônica é a penúltima sílaba da palavra:
bolsa, segredo, fêmur, álbum, órfão, tristeza. e) Acentos Diferenciais - Foram mantidos apenas:

proparoxítonas - a sílaba tônica é a antepenúltima sílaba da pôr (verbo), para diferenciar de por (preposição);
palavra: xícara, bêbado, estudássemos, ganhássemos, pródigo.
pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo),
Regras básicas para diferenciar de pode (3ª pessoa do singular do presente o indi-
cativo).
a) Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em A, E,
O, seguidos ou não de S.
f) Formas verbais acompanhadas de pronomes oblíquos -
Considera-se apenas a forma verbal sem o pronome. Ex.: matá-la
Terminados em a: chá, chás, dá (verbo dar), lá, má, más, trás.
(oxítona terminada em A).
Terminados em e: fé, mês, três, pé, pés, Sés, rés.
g) Formas verbais ter e vir e seus derivados (ele tem / eles têm;
Terminados em o: dó, nós, só, sós, pó, pós. ela vem / elas vêm; ele mantém / eles mantêm).

b) Acentuam-se todas as palavras proparoxítonas: físico, h) Não se acentua mais a vogal “u” nas formas verbais prece-
médico, lápide, lúcida, último. didas de “g” ou “q” e antes de “e” ou “i”: argui, averigue, enxague,
oblique.
c) Acentuam-se as oxítonas terminadas em A, E, O, seguidas
ou não de S e as terminadas em EM (ENS). i) Não se acentuam mais o “i” e “u” tônicos em paroxítonas,
quando precedidos de ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura, caiula.
Terminadas em a: ananás, atrás, maracujá, maracujás, Paraná, Observação: Se a palavra for oxítona e o “i” ou o “u” estive-
sofá, sofás. rem em posição final (seguida ou não de “s”), a acento será mantido:
Piauí, tuiuiús.
Terminadas em e: café, cafés, freguês, japonês, holandês, Pelé,
você, vocês. Palavras que causam dúvidas

Terminadas em ó: cipó, paletó, trenó, avô, avôs, avó, avós, São palavras oxítonas:
complô.
cateter
Terminadas em, ens, em: amém, armazém, também, refém, re- cister
féns, armazéns, vintém, parabéns. condor
Gibraltar
d) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em L, R, X, N, PS, hangar
I, IS, US, UM, UNS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS, Ditongos Orais: útil, fácil,
mister
éter, revólver, xérox, látex, próton, pólen, fórceps, táxi, táxis, lápis,
nobel
vírus, álbum, álbuns, órfã, órfãs, órfão, órfãos, água, série, pônei,
novel
pôneis.
obus
Regras especiais ruim
sutil
a) Acentuam-se os ditongos abertos EI, OI quando forem oxí- ureter
tonos: herói, dói, anéis, papéis, caso sejam paroxítonos não recebe-
rão mais acento: assembleia, ideia, paranoia, joia. São palavras paroxítonas:
Observação: o ditongo aberto EU continua sendo acentuado, algaravia
seja oxítono ou paroxítono: chapéu, véu, ilhéus, céu. austero
avaro
b) Hiatos - acentuam-se o I e U tônicos, acompanhados ou não aziago
de S: recaída, Anhangabaú. batavo
Observação Se o I for seguido de NH, não haverá acento: ra- caracteres
inha, bainha; também não haverá acento quando o I ou o U forem cartomancia
acompanhadas de outra letra que não seja S: juiz, ruim. ciclope

Didatismo e Conhecimento 31
LÍNGUA PORTUGUESA
circuito EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
decano
efebo 1. (PUC-RJ) Preencha as lacunas com c, s, ss, ç, sc, sç, xc ou x:
epifania a) E.....igiu ser re.....arcido da quantia que havia pago.
filantropo b) O problema da vela re.....endia por toda a casa.
fortuito c) A e.....entricidade era sua característica mais marcante.
gratuito
ibero 2. Complete as palavras convenientemente.
intuito pr.....vilégio
m.....x.....rica
látex
um.....decer
libido
marc.....neiro
Madagáscar d.....sprevenido
maquinaria cam.....ndongo
meteorito p.....lir
misantropo p.....leiro
necropsia p.....lenta
necromancia b.....lir
nenúfar mai.....ena
opimo framboe.....a
pudico enfi.....ema
quiromancia va.....ar
recorde fle.....a
rubrica pi.....e

São palavras proparoxítonas: cafa.....este


.....eito
aeródromo pa.....em
va.....em
aerólito
.....iló
ágape
na.....cer
álacre fa.....ista
álcool cuscu.....
álibi cri.....ântemo
alvíssaras excur.....ão
âmago pa.....oca
amálgama en.....ebado
anátema .....mpecilho
ápode jab.....ticaba
aríete pát.....o
arquétipo táb.....a
autóctone b.....tijão
azáfama c.....rtume
bígamo ab.....lir
crisântemo pesqui.....ar
édito reb.....liço
égide atra.....ado
bele.....a
ímprobo
en.....oval
ínterim
anali.....ar
lêvedo
en.....urrada
leucócito desli.....e
monólito ca.....umba
munícipe pi.....aim
noctívago pa.....é
périplo .....u.....u
recôndito preten.....io.....o
vermífugo en.....er
zênite fa.....ículo

Didatismo e Conhecimento 32
LÍNGUA PORTUGUESA
.....ingar f) ( ) anti-ácido
ob.....ecado g) ( ) semi-analfabeto
ma.....estade h) ( ) sem-vergonha
d.....s.....nteria i) ( ) vice-presidente
re.....eitar j) ( ) recém-nascido
mer.....tíssimo k) ( ) sobre-humano
su.....eito l) ( ) semi-círculo
ób.....lo m) ( ) infra-assinado
pu......ãozinho
n) ( ) anti-semita
su.....eira
o) ( ) ex-aluno
g.....ela
p) ( ) contrarregra
mon.....e
cafu.....o q) ( ) contrassenso
.....iboia r) ( ) contra-filé
ân.....ia s) ( ) contra-ataque
ju..... t) ( ) contraindicação
pê.....ego u) ( ) suprarrenal
bru.....a v) ( ) super-homem
ob.....eno w) ( ) auto-escola
me.....er x) ( ) ante-ontem
fa.....ínora y) ( ) hipermercado
alca.....ofra z) ( ) além-mar
plebi.....ito
can.....ica 5. Acentue, quando necessário.
ma.....i.....o a) Vamos por a esteira nesta posição para melhor apreciar o por-
o....eri.....a do-sol.
ob.....e.....ão b) É preciso por na sua cabeça, de uma vez por todas, a razão
bisse.....to por que não nos interessamos por negócios suspeitos.
calcár.....o
c) Ontem ele não pode vir; mas, com certeza, hoje ele pode.
re.....isão
d) Sofia não come pera, só maçã; Maria Eduarda só come peras.
aboríg.....ne
fa.....ínio e) Este voo esta atrasado. Os senhores tem que embarcar pela
alís.....os ponte aerea e fazer conexão no Rio para Florianopolis.
conten.....ão f) Resolveu por tudo em ordem. Começou por não aceitar opi-
cas.....mira niões por razões indiscutiveis. Por isso não vou por em duvida a
man.....edoura competencia dele.
jab.....ti
fem.....ral 6. Acentue quando necessário.
cha
3. Preencha as lacunas com por que, porque, porquê ou por chamine
quê. talvez
a) Quero saber .................... você não quer ir ao concerto no ves
Teatro Municipal. vez
b) Você não quer ir ao concerto no Teatro Municipal frances
....................? gentis
c) .................... você não quer ir ao concerto no Teatro Muni- voce
cipal? farao
d) Por mais que justifique, não consigo entender o ....................
urubu
de não ter ido ao concerto no Teatro Municipal.
tupi
e) Não fui ao concerto no Teatro Municipal .................... os
ve-lo
ingressos estavam esgotados.
xadrez
4. Assinale com um x as palavras corretas quanto ao emprego ziper
do hífen. Araujo
a) ( ) super-mercado protons
b) ( ) ponta-pé Claudia
c) ( ) mal-educado Nelson
d) ( ) anti-inflamatório dispo-las
e) ( ) infraestrutura jovens

Didatismo e Conhecimento 33
LÍNGUA PORTUGUESA
cuica a) países
senti-lo b) médio
cores c) cenário
voz d) áreas
reuni-los e) prestígio
fluor
Vitor 05. (FGV) Assinale a alternativa em que a palavra indicada te-
tres nha sido acentuada por regra distinta das demais.
sozinho a) instituídas
Suiça b) transparência
Guaruja c) remuneratório
irascivel d) judiciário
heroina e) ministério
cores 06. (Cespe-Unb) Assinale o trecho que apresenta erro de orto-
pus
grafia.
rainha
a) A industrialização brasileira reveste-se, aparentemente, do
biquini
caráter beneficiente da criação de empregos para o combate à mi-
arduo
séria.
cru
b) Aos mais irascíveis detratores do governo não faltam argu-
ninguem
flores mentos para imaginar o futuro como um presente piorado.
Pacaembu c) Por isso, a atual conjuntura torna imprescindível que o cami-
carater nho para as almejadas mudanças seja aberto rapidamente.
Itu d) Nessa aguerrida luta contra a corrupção, os antídotos contra
Miopia a cultura autoritária recendem a novidade e esperança.
hifen e) A consciência de que as diferentes realidades sociais podem
bolor ser imiscíveis só pode exacerbar nossa imaginação.
Ela pode vir hoje
07. (Cespe-Unb) Os períodos nas opções abaixo constituem um
TESTES DE CONCURSOS fragmento e texto. Assinale a opção em que houve erro de grafia na
transcrição.
01. (Funrio) O vocábulo cuja acentuação gráfica se justifica se- a) Com uma visão relativista da História, a Declaração pionei-
gundo a mesma regra observada na palavra Piauí é: ra da França mencionava a transitoriedade das leis, assegurando ao
a) café povo o direito de rever, de reformar e de mudar a sua Constituição.
b) física b) Tudo muda de acordo com a mudança da concepção de ser
c) Petrópolis humano. Os valores de uma época podem não valer para outra, bem
d) angústia como a moda e os hábitos alimentares.
e) país c) Por outro lado, é inegável que, em determinados momentos,
a humanidade avança. Não linearmente, não positivamente, mas en-
02. (Funrio) As palavras é, média, até e líderes obedecem, res- tre altos e baixos, impulsos progressistas e recuos.
pectivamente, às mesmas regras de acentuação gráfica de d) A história dos seres humanos é, assim, a história de uma luta:
a) há, salários, paletós e técnico barbárie versus humanização. Os Direitos Humanos burgueses cum-
b) já, próprio, júnior e acadêmico priram o seu papel humanista.
c) é, consultório, convém e infindáveis e) A caminhada do ser humano no planeta é ainda errática e
d) mês, universitário, papéis e público
marcada pela estupidez. Civiliza-mo-nos muito pouco, ainda.
e) só, líder, escritório e sênior
(Opções adaptadas de Chico Alencar. Direitos mais humanos.
Rio de Janeiro. Garamond, p. 22).
03. (Funrio) O vocábulo do texto cuja acentuação gráfica se jus-
tifica pela mesma regra de saúde é
08. (Vunesp) .............................. você não resolveu todas as
a) favorável
b) bebê questões da prova? Creio que é .............................. você não sabe o
c) científicos .............................. das regras.
d) proteína a) Porque - porque - porquê
e) evidência b) Por que - porque - porquê
c) Por que - por que - porquê
04. (FGV) Assinale a alternativa em que a palavra tenha segui- d) Porquê - por que - por quê
do regra de acentuação distinta das demais. e) Por quê - porquê - por que

Didatismo e Conhecimento 34
LÍNGUA PORTUGUESA
09. (Vunesp) A .................... de provas deve .................... os tra- jabuticaba
balhos de .................... . pátio
a) escasses - paralizar - investigação tábua
b) escassez - paralizar - investigação botijão
c) escasses - paralisar - investigasão curtume
d) escassez - paralisar - investigação abolir
e) escassez - paralisar - investigasão pesquisar
rebuliço
atrasado
10. (Vunesp) Assinale a alternativa em que a grafia das palavras
beleza
está correta.
enxoval
a) projeção - requizitos - apropiadas analisar
b) compreenção - progeto - usufluir enxurrada
c) porisso - tração - licenciamento deslize
d) usuário - emissão - consciência caxumba
e) autuação - excessivo - previsível pixaim
pajé
GABARITOS chuchu
pretensioso
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO encher
fascículo
1. xingar
a) Exigiu ser ressarcido da quantia que havia pago. obcecado
b) O problema da vela recendia por toda a casa. majestade
c) A excentricidade era sua característica mais marcante. disenteria
rejeitar
2. meritíssimo
sujeito
privilégio
óbolo
mexerica
puxãozinho
umedecer
sujeira
marceneiro goela
desprevenido monge
camundongo cafuzo
polir jiboia
poleiro ânsia
polenta jus
bulir pêssego
maisena bruxa
framboesa obsceno
enfisema mexer
vazar facínora
flecha alcachofra
piche plebiscito
canjica
cafajeste maciço
ojeriza
jeito
obsessão
pajem
bissexto
vagem
calcário
jiló rescisão
nascer aborígine
fascista fascínio
cuscuz alísios
crisântemo contenção
excursão casemira
paçoca manjedoura
ensebado jabuti
empecilho femoral

Didatismo e Conhecimento 35
LÍNGUA PORTUGUESA
3. urubu
a) por que tupi
b) por quê vê-lo
c) Por que xadrez
d) porquê zíper
e) porque Araújo
protons
4. Cláudia
a) ( ) supermercado Nélson
b) ( ) pontapé dispô-las
c) ( X ) mal-educado jovens
d) ( X ) anti-inflamatório cuíca
e) ( X ) infraestrutura senti-lo
f) ( ) antiácido cores
g) ( ) semianalfabeto voz
h) ( X ) sem-vergonha reuni-los
i) ( X ) vice-presidente flúor
j) ( X ) recém-nascido Vítor
k) ( X ) sobre-humano três
l) ( ) semicírculo sozinho
m) ( X ) infra-assinado Suíça
n) ( ) antissemita Guarujá
o) ( X ) ex-aluno irascível
p) ( X ) contrarregra heroína
q) ( X ) contrassenso
cores
r) ( ) contrafilé
pus
s) ( X ) contra-ataque
rainha
t) ( X ) contraindicação
biquíni
u) ( X ) suprarrenal
árduo
v) ( X ) super-homem
cru
w) ( ) autoescola
ninguém
x) ( ) anteontem
flores
y) ( X ) hipermercado
z) ( X ) além-mar Pacaembu
caráter
5. Itu
a) Vamos pôr a esteira nesta posição para melhor apreciar o Miopia
pôr-do-sol. hífen
b) É preciso pôr na sua cabeça, de uma vez por todas, a razão bolor
por que não nos interessamos por negócios suspeitos. Ela pode vir hoje
c) Ontem ele não pôde vir; mas, com certeza, hoje ele pode.
d) Sofia não come pera, só maçã; Maria Eduarda só come TESTES DE CONCURSOS
peras.
e) Este voo está atrasado. Os senhores têm que embarcar pela 01 E
ponte aérea e fazer conexão no Rio para Florianópolis.
f) Resolveu pôr tudo em ordem. Começou por não aceitar opi- 02 A
niões por razões indiscutíveis. Por isso não vou pôr em dúvida a 03 D
competência dele.
04 A
6. 05 A
chá
chaminé 06 A
talvez
07 E
vês
vez 08 B
francês
09 D
gentis
você 10 E
faraó

Didatismo e Conhecimento 36
LÍNGUA PORTUGUESA
TESTES COMENTADOS d) Estava atrás de um acessório que o despensasse de promover
a limpeza do aparelho e sua consequente manutenção depois de cada
01. (Fundação Carlos Chagas-adaptada) A frase que está total- utilização, mas não pôde achá-lo por alí.
mente correta quanto à grafia e acentuação é: e) Quando se considera a par do tema, ajuíza sem medo, mas,
O excesso de fracassos às vezes leva o governante de uma na- ao se compreender insipiente, para tudo e pede aos especialistas que
ção a por a culpa em pessoas ou sistemas, sem a mínima exitação. o catequizem no assunto para não passar por néscio.
A parte teórica estava sucinta, mas o grande número de notas
incertas de modo desorganizado no texto provocou um desequilíbrio 05. (Fundação Carlos Chagas) Está correta a grafia de todas as
desastrozo. palavras na frase:
Não se conseguiu reconhecer quem fez as rúbricas, por isso nin- a) A presunção de verossimilhança é inerente aos escritos fic-
guém pode, ontem, ser admoestado. cionais, mesmo aos que exploram as rotas e as sendas mais fantasio-
A análise dos obstáculos não para aí, por isso não é mau conse- sas da imaginação.
lho sugerir que se aceite a colaboração espontânea dos especialistas b) Deprende-se do texto que, no futuro, as civilizações adotarão
na área. paradigmas que substituirão com vantajem aqueles que regeram a
Alguns contratos foram recindidos porque a assessoria consi- vida do século XX.
derou certos valores extorsivos, chegando à sugerir uma auditoria c) Distila-se nesse texto o humor sutil de Mário Quintana, um
no setor. autor gaúcho para quem a poesia e a vida converjem de modo ine-
lutável.
02. (Fundação Carlos Chagas) Está correta a grafia de todas as d) A apreenção humana diante das forças da natureza deriva
palavras da frase: de épocas préhistóricas, quando o homem não dispunha de recursos
a) Não constitui uma primasia dos animais a satisfação dos im- técnicos para enfrentá-las.
pulsos instintivos: também o homem regozija-se em atender a mui- e) As obsessões humanas pelo progresso parecem ignorar que
tos deles. as leis da natureza não sofrem nenhum processo de obsolecência, e
b) As situações de impunidade infligem sérios danos à orga- custam caro para quem as transgrida.
nização das sociedades que tenham a pretenção da exemplaridade.
c) É difícil atingir a relação de complementaridade entre a pre- RESPOSTAS
mênsia dos instintivos naturais e a força da razão.
d) Se é impossível chegarmos à abstensão completa da satis- 01. Resposta D.
fação dos instintos, devemos, ao menos, procurar constringir seu
poder sobre nós. Demais alternativas: a) pôr - verbo, em oposição a por (prepo-
e) A dissuasão dos contraventores se faz pela exemplaridade das sição), hesitação; b) insertas (inseridas), desastroso; c) rubricas
sanções, de modo que a causa delito corresponda uma justa punição. - não se acentua paroxítona terminada em “a”, seguida de “s”, pôde
(pretérito perfeito), em oposição a pode (presente do indicativo); e)
03. (Fundação Carlos Chagas) Estão corretos o emprego e a rescindidos, a sugerir (não há acento grave diante de verbos).
grafia de todas as palavras da frase:
a) Para muitos, as regras da norma culta não são fortuítas, pois 02. Resposta E.
elas reinteram as raízes mesmas da língua.
b) A extorção a que se refere o autor no final do texto correspon- Demais alternativas: a) primazia; b) pretensão; c) premência
de a uma espécie de recaida em um pecado. (urgência); d) abstenção.
c) Quem fala e escreve na estrita observância da norma culta
não recai nos deslises que acometem a linguagem espontânea. 03. Resposta E.
d) O que mais obstrue a comunicação de muitos são a impro-
priedade lexical e a sintaxe mal cozida, desarticulada. Demais alternativas: a) fortuitas - não se acentua paroxítona
e) Concisa é a linguagem de quem não se mostra subserviente terminada em “a”, seguida de “s”; b) extorsão, recaída - segunda
às falácias de um estilo artificioso. vogal tônica “a”, formando hiato; c) deslizes; d) obstrui.

04. (Fundação Carlos Chagas-Adaptada) A frase em que a gra- 04. Resposta E.


fia e a acentuação estão em conformidade com as prescrições da
norma padrão da Língua Portuguesa é: Demais alternativas: a) viés, a perder (não há acento grave
a) Ao se estender esse viez interpretativo, correm o risco de por diante de verbos); b) pretensão, em torno de, a debates (não há
tudo à perder, na medida em que será alterada a estratégia da pesqui- acento grave quando o “a” estiver no singular, e a palavra seguinte
sa previamente adotada. no plural); c) ultraje, adivinhando; d) dispensasse, ali - não se
b) Sua pretenção ao consenso esvaiu-se quase que de repente, acentua palavra oxítona terminada em “i”).
quando notou que entorno de si as pessoas mais pareciam descansar
que dispostas à debates. 05. Resposta A.
c) Tomou como ultrage a displicência com que foi recebido,
advinhando que o mal-estar que impregnava o ambiente era mais Demais alternativas: b) Depreende-se, vantagem; c) Destila-
que uma questão eminentemente pessoal. se, convergem; d) apreensão, pré-históricas; e) obsolescência.

Didatismo e Conhecimento 37
LÍNGUA PORTUGUESA
DIVISÃO SILÁBICA, ENCONTROS VOCÁLICOS E Dígrafo - duas letras representando um único som. Exemplos.:
CONSONANTAIS, DÍGRAFOS ch (chave); lh (milho), nh (rainha), rr (carro), sc (nascer), sç (cres-
ça), ss (passo), xc (exceção), xs (exsudar), gu (guerra), qu (queijo).
1. Não se separam os ditongos e tritongos. Ex.: di-nhei-ro, Pa Podem ser consonantais ou vocálicos. Os consonantais foram exem-
-ra-guai. plificados acima. Os vocálicos ocorrem na representação de vogais
nasais. Exemplos: tampa, tempo, tímpano, cantor, lenda.
2. Hiatos são separados em duas sílabas. Ex.: mo-e-da, sa-ú-de.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
3. Dígrafos
1. Separe as sílabas dos vocábulos abaixo.
a) Separam-se: RR, SS, SC, XC, XÇ, XS. Ex.: car-ro-ça, pas- corrupção - sucção - guerreiro - meia - rainha - infância - je-
sa-ri-nho, cres-ci-men-to, ex-ce-ção, cres-ça, ex-su-dar. suíta - taquigrafia - papagaio - adolescente - gratuito - aríete - gui-
lhotina - carroceiro - passarinho - piauiense - longínquo - melancia
b) Não se separam: CH, LH, NH, GU, QU. Ex.: chu-va, te-lha- - seara - saudade.
do, le-nha-dor, guer-rei-ro, que-da. ......................................................................................................
..............................................................................................................
4. Os encontros consonantais que iniciam palavras não se sepa- ..............................................................................................................
ram. Ex.: gno-mo, psi-co-lo-gi-a. ..............................................................................................................
..............................................................................................................
5. Os encontros consonantais em sílabas internas são separados. ..............................................................................................................
Ex.: as-tu-ta, cir-cu-lar, ad-mi-tir. ................................................................

A fonologia é a parte da gramática que trata dos sons, letras e TESTES DE CONCURSOS
suas mudanças através do tempo.
01. (Cesgranrio) Assinale a única opção que apresenta correta
Fonema - som mínimo utilizado na Língua para distinguir o divisão silábica de todas as palavras.
significado de uma palavra. a) es-cas-sez / es-tra-té-gia / do-is / e-co-no-mi-a
b) es-cas-sez / es-tra-té-gia / dois / e-co-no-mia
Letra - representação escrita do som. c) es-cas-sez / es-tra-té-gia / dois / e-co-no-mi-a
d) es-ca-ssez / es-tra-té-gi-a / do-is / e-co-no-mi-a
Vogal - fonema em que a sílaba se apoia. e) es-ca-ssez / es-tra-té-gia / dois / e-co-no-mi-a

Ditongo - dois sons vocálicos juntos. Pode ser crescente (semi- 02. (Cesgranrio) Assinale a alternativa em que todas as palavras
vogal + vogal): quase, quando ou decrescente (vogal + semivogal): foram separadas (separação silábica) corretamente.
pai, céu. Eles podem ser também orais (quando os sons produzidos a) nas-cer / ci-san-di-no / trans-an-di-no / car-ro
são exclusivamente pela boca): gló-ria má-goa, meu, teu ou nasais b) des-cer / de-sar-mo-nia / lu-a / his-tó-ria / ra-i-nha
(quando os sons passam pelo nariz ou sofrem nasalização): coração, c) res-pec-ti-va / i-guais / tia / su-bli-me / sub-li-nhar
irmão, mão, repõe. d) boi-co-te / trans-po-lar / su-bli-nhar / sub-li-ma-ção
e) he-ro-í-na / cis-pla-ti-no / subs-tan-ti-vo / ho-rá-rio / sub-lin-
Tritongo - três sons vocálicos juntos: Uruguai, Paraguai, sa- gual
guão.
03. (Cesgranrio) A palavra cuja separação em sílabas está de
Hiato - duas vogais que se separam entre si: moer, ruim, saúde, acordo com as regras ortográficas é
saída. a) Te - rra
b) ci - en - ti - sta
c) at - mos - fe - ra
Encontros consonantais - São os agrupamentos de duas ou d) sup - er - fí - ci - e
mais consoantes, sem vogal intermediária. Dividem-se em três e) ba - rra - da
grupos:
04. (Cesgranrio) Há um ditongo na palavra:
a) resultantes do contato consoante + l ou r e ocorrem numa a) mitologia
mesma sílaba. Exemplos: como em: creme pedra, planalto, atle- b) abaixo
tismo, cliente. c) navio
d) ainda
b) resultantes do contato de duas consoantes pertencentes a e) reencadernar
sílabas diferentes. Exemplos: corda, pista, arte, perda.
05. (Cesgranrio) No trecho de José de Alencar: “Quando eles
c) iniciados no início dos vocábulos;. São inseparáveis. Exem- se separaram, porém, Peri saltou por cima da estacada”, os diton-
plos: gnomo, gnose, pneu, psicólogo. gos encontrados, pela ordem, são

Didatismo e Conhecimento 38
LÍNGUA PORTUGUESA
a) crescente nasal, decrescente nasal, decrescente nasal, de- TESTES DE CONCURSOS
crescente oral
b) decrescente nasal, decrescente nasal, decrescente nasal, de-
01 C
crescente oral
c) decrescente oral 02 E
d) crescente nasal , decrescente oral
e) crescente nasal, decrescente nasal, decrescente oral 03 C
06. (Esaf) Assinale a alternativa que apresenta tritongo, hiato, 04 B
ditongo crescente e dígrafo.
a) quais, saúde, perdoe, álcool 05 A
b) cruéis, mauzinho, quais, psique 06 D
c) quão, mais, mandiú, quieto
d) aguei, caos, mágoa, chato 07 D
e) joia, juiz, pônei, carroça 08 A
07. (Esaf) Assinale a alternativa em que, nas três palavras, há 09 B
um ditongo decrescente. 10 C
a) água, série, memória
b) balaio, veraneio, ciência
c) coração, razão, paciência TESTES COMENTADOS
d) apoio, gratuito, fluido
e) joia, véu, área 01. (Cespe-Unb) Sabe-se que o h é uma letra diferente das de-
mais, pois não corresponde a um fonema. Em certos casos, porém,
08. (Funrio) Sobre a identificação de encontros consonantais, associada a uma consoante, constitui um dígrafo. Assinale a opção
encontros vocálicos e dígrafos é correto afirmar que: em que todas as palavras apresentam dígrafos formados com a letra
a) há dígrafo nas seguintes palavras: distintos, presidente e im- h.
posto. a) trabalhava / chegada / horário
b) há ditongo nas seguintes palavras: quando, duas e oposição. b) horas / havia / chuva
c) há hiato nas seguintes palavras: negociação, muito e ime-
diato. c) manhã / melhoravam / homenagem
d) há encontro consonantal nas seguintes palavras: conquista, d) trabalho / chapeleira / banho
objetivo e aumentos. e) homens / ganhava / hotel
e) há tritongo nas seguintes palavras: imediatamente, titubeante
e população. 02. (Cespe-Unb) Marque a opção em que todas as palavras
apresentam um dígrafo.
09. (Funrio) A única opção em que todas as palavras contêm
a) fixo, auxílio, tóxico, enxame
hiato é
a) aguardente - historiador - impõem - realidade b) enxergar, luxo, bucho, olho
b) desmiolado - incoerente - proibido - seriedade c) bicho, passo, carro, banho
c) açaí - alaúde - caraminguás - destruímos d) choque, sintaxe, unha, coxa
d) lambari - minhoca - numeroso - polidez. e) exceto, carroça, quase, assado
e) enxaguei - paraguaio - piauiense - saguão
03. (Cespe-Unb) Indique a opção cujo vocábulo destacado não
10. (Funrio) Qual a única série de palavras que contém dígrafos contém ditongo.
consonantais? a) A paciência é amarga, mas seus frutos são doces.
a) através - problemas - crateras - caboclos b) O maior defeito é não ter consciência de nenhum defeito.
b) ternura - caspa - resultado - êxtase c) Todo homem é culpado do bem que não fez.
c) farrista - aquecido - exceto - milharal d) O coração tem razões que a razão não conhece.
d) tampas - ventania - sintoma - fundação e) a prosperidade faz amigos, a adversidade os põe à prova.
e) hálito - hélice - hino - humilde
04. (Cespe-Unb) No fragmento “Quanto ao morro do Curvelo,
GABARITOS o meu apartamento, no andar mais alto de um velho casarão em
ruína...” temos:
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
a) 4 ditongos decrescentes, 2 ditongos crescentes, 1 hiato
b) 6 ditongos decrescentes, 2 ditongos crescentes, 2 hiatos
1. cor-rup-ção - suc-ção - guer-rei-ro - mei-a - ra-i-nha - in-
c) 5 ditongos decrescentes, 1 ditongo crescente, 1 hiato
fân-cia - je-su-í-ta - ta-qui-gra-fi-a - pa-pa-gai-o - a-do-les-cen-te
- gra-tui-to - a-rí-e-te - gui-lho-ti-na - car-ro-cei-ro - pas-sa-ri-nho - d) 6 ditongos decrescentes, 2 ditongos crescentes, 1 hiato
pi-au-i-en-se - lon-gín-quo - me-lan-ci-a - se-a-ra - sau-da-de. e) 5 ditongos decrescentes, 2 ditongos crescentes, 1 hiato

Didatismo e Conhecimento 39
LÍNGUA PORTUGUESA
05. (Cespe-Unb) Assinale a alternativa que contém uma afir- Numeral - quantifica os seres ou designa a ordem numérica.
mação correta. Exs.: um, dois, terceiro, quarto, duplo, metade.
a) No termo pneumático há um grupo consonantal e um hiato
b) Na palavra gratuito ocorre um ditongo oral decrescente Verbo - indica ação, estado ou fenômeno. Exs.: andar, correr,
c) Na palavra taxímetro há quatro sílabas e nove fonemas partir, chover, haver.
d) Em sangue ocorre um dígrafo e um ditongo
e) Em choque há quatro fonemas e um dígrafo Advérbio - exprime circunstância. Exs.: ontem, hoje, diaria-
mente, sempre, nunca.
RESPOSTAS
Preposição - relaciona palavras. Exs.: a, ante, após, até.
01. Resposta D. trabalho, chapeleira, banho.
Conjunção - relaciona orações. Exs.: mas, porém, logo, quan-
Demais alternativas: não apresentam dígrafos: a) horário; b) do.
horas, havia; c) homenagem; e) homens, hotel.
Interjeição - exprime sentimentos, emoções ou chamamento.
02. Resposta C. bicho (ch), passo (ss), carro, (rr), banho (nh). Exs.: ah!, puxa! Oxalá.
Demais alternativas: a) não há dígrafos; b) não há dígrafo em
luxo; d) não há dígrafos em sintaxe e coxa; e) não há dígrafo em Das dez classes gramaticais, seis são variáveis (substantivo,
quase. adjetivo, artigo, numeral, pronome e verbo) e quatro são invariáveis
(advérbio, preposição, conjunção e interjeição).
03. Resposta D. que - dígrafo (“qu”).
SUBSTANTIVOS
04. Resposta C. Quanto (ditongo crescente), ao (ditongo de-
crescente), meu (ditongo decrescente), mais (ditongo decrescente), São palavras variáveis que denominam objetos animados e
casarão (ditongo decrescente), em (ditongo decrescente), ruína inanimados. Nomeiam também ações (ginástica, natação), estados
(hiato). (alegria, pesar), lugares (São Paulo, Rio Grande do Sul), qualidades
Observação: ditongo crescente (semivogal + vogal), ditongo (sinceridade, segurança) e sentimentos (ódio, compaixão).
decrescente (vogal + semivogal), hiato (duas vogais que se sepa-
ram). Classificam-se em:

05. Resposta B. gra-tui-to - o “u” é vogal, o “i” é semivogal. simples (designam os seres de modo genérico - cama, lenço,
travesseiro)
Demais alternativas: a) pn - encontro consonantal, eu - ditongo;
c) quatro sílabas (ta-xí-me-tro) e dez fonemas (o x apresenta dois próprios (referem-se a pessoas, a entidades, a seres e são
fonemas - “ks”); d) dois dígrafos - “an” (vocálico) e “gu” (conso- escritos sempre com inicial maiúscula - Carlos, Isabel, Catedral da
nantal); e) quatro fonemas e dois dígrafos (“ch” e “qu”). Sé, Sergipe)

CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVOS, ADJE- compostos (apresentam mais de um radical - couve-flor, pé-
TIVOS, ARTIGOS, NUMERAIS, PRONOMES, VERBOS, de-moleque, alto-falante)
ADVÉRBIOS, PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, INTERJEI-
ÇÕES: CONCEITUAÇÕES, CLASSIFICAÇÕES, FLEXÕES, primitivos (não derivam de outra palavra - livro, pedra, cane-
EMPREGO, LOCUÇÕES. ta)

Quadro-resumo derivados (formados de outras palavras - pedreiro, ferreiro,


carpinteiro)
Classe gramatical / caracterização / exemplos
concretos (designam coisas reais ou imaginárias - fada, duen-
Substantivo - nomeia os seres. Exs.: bala, carro, Alice, mana- de, céu, inferno)
da, solidão.
abstratos (designam estados, qualidades, sentimentos - bele-
Adjetivo - qualifica ou caracteriza os seres. Exs.: feio, bonito, za, vida, morte)
inteligente, esperto.
coletivos (designam conjunto de seres da mesma espécie - ma-
Artigo - define ou indefine os seres. Exs.: o, a, os, as, um, uns, nada, biblioteca, atílio).
uma, umas.

Pronome - substitui ou acompanha o nome, indicando uma das


três pessoas gramaticais. Exs.: eu, tu, ele, tudo, nada, vossa exce-
lência.

Didatismo e Conhecimento 40
LÍNGUA PORTUGUESA
Lista com os principais coletivos
Acervo obras de arte
Álbum retratos, autógrafos, selos
Alcateia lobos
Antologia textos
Armada navios de guerra
Arsenal armas
Assembleia parlamentares, membros de qualquer associação
Atlas mapas
Baixela objetos de servir à mesa
Banca examinadores
Banda músicos
Bando pessoas, aves, malfeitores
Bateria canhões, instrumentos de percussão, perguntas
Biblioteca livros
Bosque árvores
Buquê flores
Cacho bananas, uvas
Cáfila camelos
Cambada desordeiros, malfeitores
viajantes, peregrinos
Cardume peixes
Caterva desordeiros, malfeitores
Cavalgada cavaleiros
Choldra bandidos, malfeitores
Cinemateca filmes
Clero sacerdotes
Colégio eleitores, cardeais
Coletânea textos, canções
Colmeia abelhas
Colônia imigrantes, bactérias, insetos, pescadores
Comitiva acompanhantes cidadãos
Congresso parlamentares, doutores
Constelação estrelas
Cordilheira montanhas
Corja ladrões, desordeiros
Coro anjos, cantores
Discoteca discos
Elenco atores
Enxame abelhas, marimbondos, vespas
Enxoval roupas
Esquadra navios de guerra
Esquadrilha aviões
Exército soldados
Fardo tecidos, papeis, palha, feno
Fato cabras
Fauna animais
Feixe lenha
Flora plantas ou vegetais
Floresta árvores
Fornada pães, tijolos
Frota navios e veículos
Galeria objetos de arte
Grupo pessoas ou coisas
Hemeroteca jornais e revistas
Horda bárbaros, selvagens
Junta médicos, examinadores
Júri jurados, pessoas que julgam
Legião anjos, soldados, demônios

Didatismo e Conhecimento 41
LÍNGUA PORTUGUESA
Manada elefantes, bois, búfalos
Matilha cães
Miríade insetos, estrelas
Molho chaves
Multidão pessoas
Ninhada pintos, filhotes
Nuvem gafanhotos
Orquestra músicos
Pilhas coisas colocadas umas sobre as outras
Pinacoteca quadros
Plantel animais de raça (bovinos ou equinos), atletas
Plateia espectadores
Praga insetos nocivos
Prole filhos
Quadrilha ladrões, bandidos
Ramalhete flores
Rebanho bois, carneiros, cabras
Réstia cebolas, alhos
Revoada aves
Saraivada tiros, perguntas, vaias
Seleta textos escolhidos
Time jogadores
Tripulação marinheiros ou aviadores
Tropa soldados, animais de carga
Trouxa roupas
Turma estudantes, trabalhadores, amigos
Vara porcos

Flexão do substantivo

Gênero (masculino x feminino)

Biformes: uma forma para masculino e outra para feminino. (príncipe, princesa, menino, menina).

Uniformes: uma única forma para ambos os gêneros. Dividem-se em:

Epicenos - referem-se a alguns animais que apresentam apenas um gênero gramatical para designar o sexo: baleia, barata, pulga. A distin-
ção é feita pelos adjetivos macho / fêmea: pulga macho, pulga fêmea.

Sobrecomuns - apresentam apenas um gênero gramatical para designar ambos os sexos. Exemplos: o cônjuge, a testemunha.

Comuns de dois gêneros - a distinção se faz pelo artigo ou outro determinante - o estudante, a estudante.

Principais substantivos sobrecomuns:

o cônjuge
o carrasco
o apóstolo
a pessoa
o algoz
a vítima
o animal
o cadáver
o dedo-duro
o gênio
o líder
o nó-cego

Didatismo e Conhecimento 42
LÍNGUA PORTUGUESA
a personagem o cisma = separação
a sentinela a cisma = desconfiança
o sujeito o coma = sono mórbido
a criança a coma = cabeleira, juba
o indivíduo o grama = medida de massa
o monstro a grama = a relva, o capim
a testemunha o guarda = o soldado
o verdugo a guarda = vigilância, corporação
o tipo o guia = aquele que serve de guia, cicerone
boia-fria a guia = documento; meio-fio
a criatura o moral = estado de espírito
o ídolo a moral = ética, conclusão
o membro o banana = o molenga
o pão-duro a banana = a fruta
o pé-quente o cabeça = chefe
o pivô
o tira a cabeça = parte do corpo
o cisma = separação
Principais substantivos comum de dois gêneros: a cisma = desconfiança
o lente = professor
acrobata
a lente = vidro
agente
o lotação = veículo
anarquista
artista
a lotação = capacidade
aspirante
o moral = ânimo
atleta
chefe a moral = regras
cliente
colega Número: singular ou plural.
compatriota
dentista Plural dos substantivos simples:
doente
estudante a) terminados em vogal, ditongo oral e N fazem o plural pelo
fã acréscimo de S: pai - pais, ímã - ímãs, hífen - hifens Exceção: cânon
gerente - cânones.
gerente
herege b) terminados em M fazem o plural em NS: homem - homens.
imigrante
indígena c) terminados em R e Z fazem o plural pelo acréscimo de ES:
intérprete revólver - revólveres; juiz - juízes. Exceção: caráter - caracteres.
jornalista
jovem d) terminados em AL, EL, OL, UL flexionam-se trocando o L
jurista por IS: animal - animais; caracol - caracóis; hotel - hotéis. Exceções:
lojista mal - males; cônsul - cônsules.
mártir
médium e) terminados em IL fazem o plural de duas maneiras: 1. Quan-
patriota do oxítonos, em IS: canil - canis. 2. Quando paroxítonos, em EIS:
pianista míssil - mísseis. Obs.: réptil e projétil, como paroxítona, fazem plu-
protagonista ral répteis e projéteis; como oxítonos, fazem o plural: reptis e pro-
servente jetis
viajante
xereta f) terminados em S fazem o plural da seguinte maneira: 1.
Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo de ES:
Mudança de gênero com mudança de significado ás - ases, retrós - retroses. 2. Quando paroxítonos ou proparoxíto-
nos, ficam invariáveis: o lápis - os lápis; o ônibus - os ônibus.
o caixa = funcionário
a caixa = o objeto g) terminados em ÃO fazem o plural em ÃOS: cidadão - cida-
o cabeça = chefe, líder dãos; em ÃES: cão - cães e em ÕES (mais comum): avião - aviões.
a cabeça = parte do corpo
o capital = dinheiro h) terminados em X ficam invariáveis: o tórax - os tórax; o
a capital = sede de governo látex - os látex.

Didatismo e Conhecimento 43
LÍNGUA PORTUGUESA
i) usados somente no plural: calças, costas, óculos, parabéns, Plural dos substantivos compostos
férias, olheiras, hemorroidas, núpcias, arredores, afazeres, alvíssa-
ras, anais, condolências, esponsais, exéquias, fezes, pêsames, víve- Regra: variam os substantivos, adjetivos, numerais e a maioria
res, naipes do baralho (copas, espadas, ouros, paus) dos pronomes.

Plurais que merecem destaque: Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:
substantivo + substantivo = couve-flor / couves-flores
alazão - alazães, alazões substantivo + adjetivo = amor-perfeito / amores-perfeitos
aldeão - aldeãos, aldeães, aldeões
ancião - anciãos, anciães, anciões adjetivo + substantivo = gentil-homem / gentis-homens
caráter - caracteres
charlatão - charlatães, charlatões numeral + substantivo = quarta-feira / quartas-feiras
cirurgião - cirurgiães, cirurgiões Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados
corrimão - corrimãos, corrimões de:
ermitão - ermitãos, ermitães, ermitões
guardião - guardiães, guardiões verbo + substantivo = caça-níquel / caça-níqueis
júnior - juniores
palavra invariável + palavra variável = abaixo-assinado / abai-
peão - peães, peões
xo-assinados
projétil - projéteis
projetil - projetis palavras repetidas ou semelhantes = reco-reco / reco-recos,
réptil - répteis tique-taque / tique-taques
reptil - reptis
sacristão - sacristãos, sacristães Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados
de:
sênior - seniores
sultão - sultãos, sultães, sultões substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-colô-
verão - verãos, verões nia / águas-de-colônia
vilão - vilãos, vilães, vilões
vulcão - vulcãos, vulcães, vulcões. Permanecem invariáveis, quando formados de:

verbo + advérbio = o bota-fora / os bota-fora


Observação:
Alguns substantivos, quando assumem a forma de plural, so- verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas / os saca-rolhas
frem alteração na pronúncia: do “ô” fechado da sílaba tônica, passa
a ser aberto “ó”. Tal processo chama-se metafonia. Exemplos: Casos especiais:

aposto (ô) - aposto (ó) a) verbos opostos - nenhum elemento varia: os ganha-perde.
caroço (ô) - caroços (ó) b) dois substantivos - quando o segundo elemento especifica o
corpo (ô) - corpos (ó) primeiro, apenas o primeiro varia ou ambos variam: bananas-maçã
esforço (ô) - esforços(ó) ou bananas-maçãs.
fogo (ô) - fogos (ó)
forno (ô) - fornos (ó) c) palavra guarda - se o segundo elemento for substantivo,
guarda será verbo. Irá para o plural apenas o segundo elemento
imposto (ô) - impostos (ó)
(guarda-chuvas); se o segundo elemento for adjetivo, guarda será
jogo (ô) - jogos (ó) substantivo - as duas palavras variam (guardas-civis).
miolo (ô) - miolos (ó)
olho (ô) - olhos (ó) d) expressões substantivadas - invariáveis: os bumba-meu
osso (ô) - ossos (ó) -boi, os chove-não-molha.
ovo (ô) - ovos (ó)
Grau
poço (ô) - poços (ó)
porco (ô) - porcos (ó) Aumentativo: Expressa o aumento do tamanho normal do ser
porto (ô) - portos (ó) que o substantivo nomeia. O aumentativo pode ser analítico, quan-
povo (ô) - povos (ó) do formado com os auxílio de adjetivos: grande, enorme, imen-
reforço (ô) - reforços (ó) so etc. E também pode ser sintético, quando se empregam sufixos
socorro (ô) - socorros (ó) como: ão (o mais comum), az, astro, alhão, ona, ázio, orra, arra
tijolo (ô) - tijolos (ó) etc. Exemplos:

Didatismo e Conhecimento 44
LÍNGUA PORTUGUESA
bala - balaço de alma = anímico
barca - barcaça de aluno = discente
boca - bocarra de amígdalas = tonsilar
cabeça - cabeçorra de amor = erótico
cão - canzarrão de andorinha = hirundino
copo - copázio de anel = anular
corpo - corpanzil de anjo = angelical
faca - facalhão, facalhaz de ano = anual
forno - fornalha de aranha = aracnídeo
homem - homenzarrão de asno = asinino
nariz - narigão de astro = sideral
pedra - pedregulho de audição = ótico
poeta - poetastro de aves de rapina = acipitrino
rapaz - rapagão de baco = báquico
rocha - rochedo de baço = esplênico
vaga - vagalhão de baixo-ventre = alvino
vidro - vidraça de bálsamo = balsâmico
voz - vozeirão de bexiga = vesical
2. de bílis = biliar
3. Diminutivo: Exprime uma diminuição no tamanho do de bispo = biliar
ser. Pode ser analítico, quando se faz com auxílio de adjetivos de boca = bucal, oral
como pequeno, minúsculo, insignificante etc. Pode ser sintético, de bode = hircino
formado por meio de prefixos como: inho, zinho (os mais usuais), de boi = bovino
ito, zito, acho, culo, ejo, elho, ete, ilho, ota, ucho, únculo. Exem- de borboleta = papilionáceo
plos: de bosque = nemoral
4. de brejo =palustre
5. corpo - corpúsculo de bronze = brônzeo, êneo
6. diabo - diabrete de cabeça = cefálico, capital
7. flauta - flautim de cabelo = capilar
8. frango - frangote de cabra = caprino
9. globo - glóbulo de caça = venatório, cinegético
10. gordo - gorducho de campo = rural
11. homem - homúnculo de cana = arundíneo
12. lugar - lugarejo de cão = canino
13. obra - opúsculo de cardeal = cardinalício
14. poema - poemeto de Carlos Magno = Carolíngio
15. povo - populacho de carneiro = arietino
16. questão - questiúncula de cavalo = equídeo, equino, hípico
17. rabo - rabicho de cegonha = ciconídeo
18. rio - riacho de cela , célula = celular
de chumbo = plúmbeo
ADJETIVOS de chuva = pluvial
1. de cidade = citadino, urbano
2. São palavras que se referem a um substantivo, indi- de cílio = ciliar
cando-lhe algum atributo. de cinza = cinéreo
de circo = circense
Locução adjetiva: é uma expressão formada de preposição de cobra = colubrino, urbano
mais substantivo com valor de adjetivo. de cobre = cúprico
de coelho = cunicular
Principais locuções: de coração = cardíaco, cordial
de correio = postal
de abdômen = abdominal de corujas = estrigídeos
de abelha = apícola de costas = dorsal
de abóbora = cucurbitáceo de coxa = crural
de abutre = vulturino de crânio = craniano
de açúcar = sacarino de criança = pueril, infantil
de adão = adâmico de dança = coreográfico
de águia = aquilino de daltonismo = daltônico
de alface = lactúceo de dedo = digital

Didatismo e Conhecimento 45
LÍNGUA PORTUGUESA
de descartes = cartesiano de macaco, símio = simiesco
de diamante = adamantino, diamantino de maçãs do rosto= malar
de dinheiro = pecuniário de madeira, lenho = lígneo
de direito = jurídico de madrasta = novercal
de éden = edênico de mãe = materno, maternal
de eixo = axial de manhã = matinal
de embriaguez = ébrio de mar = marinha, marítimo, equóreo
de enxofre = sulfúrico, sulfúreo, sulfuroso de marfim = ebúrneo, ebóreo
de erva = herbáceo de margem = marginal
de espelho = especular de mármore = marmóreo
de esposa = uxoriano de memória = mnemônico
de esposos = esponsal de mestre = magistral
de esquilo = ciurídeo de moeda = monetário, numismático
de estômago = gástrico, estomacal de Moisés = mosaico
de estrela = estelar de monge = monacal, monástico
de éter = etéreo de monstro = monstruoso
de fábrica = fabril de morte = mortal, letal, mortífero
de face = facial de nádegas = glúteo
de falcão = falconídeo de nariz = nasal
de fantasma =espectral de navio = naval
de faraó = faraônico de neve = níveo, nival
de farinha = farináceo de Nilo = nilótico
de fêmur = femoral de noite = noturno
de fera = beluíno, feroz, ferino de norte = setentrional, boreal
de ferro = férreo de noz = nucular
de fígado = figadal, hepático de nuca = occipital
de filho = filial de óleo = oleaginoso
de fogo = ígneo de olhos = ocular , óptico, oftálmico
de folha = foliáceo de Olimpo = olímpico
de formiga = formicular de opala = opalino opalescente
de frente = frontal de orangotango = pitecal
de gado = pecuário de orelha = auricular
de gafanhoto = acrídeo de outono = outonal
de galinha = galináceo de ouvido = ótico
de galo = alectório de ouro = áureo
de ganso = anserino de osso = ósseo
de garganta = gutural de ovelha = ovino
de gato = felino, felídeo de pai = paterno, paternal
de gelo = glacial de paixão = passional
de gesso = gípseo de palato = palatal
de Golias = goliardo de pântano = palustre
de guerra = bélico de papa = papal
de homem = humano, viril de paraíso = paradisíaco
de idade = etário de parede = parietal
de Idade Média = medieval de páscoa = pascal
de igreja = eclesiástico de peixe = ictíaco, písceo
de ilha = insular de pele = cutâneo, epidérmico
de insetos = entômico de pênis = peniano, fálico
de intestino = intestinal, entérico, cilíaco de pescoço = cervical
de inverno = hibernal de Platão = platônico
de irmão = fraterno, fraternal de plebe = plebeu
de joelho = genicular de pombo = columbino
de junho = junino de porco = suíno, porcino
de lado = lateral de prado = pratense
de leite = lácteo, láctico de prata = argênteo, argentino, argírico
de lesma = limacídeo de professor = docente
de limão = cítrico de prosa = prosaico
de lobo = lupino de proteína = proteico
de lua = lunar, selênico de pulmão = pulmonar

Didatismo e Conhecimento 46
LÍNGUA PORTUGUESA
de pus = purulento Casos especiais:
dos quadris = ciático
de raio = fulgural a) Se o segundo elemento for substantivo, o plural será invariá-
de raposa = vulpino vel: calças amarelo-ouro.
de rato = murino
de rei = real b) Azul-celeste e azul-marinho são invariáveis.
de rim = renal
de rio = fluvial, potâmico c) Surdo-mudo - variam ambos os elementos.
de rocha = rupestre
de romance = romanesco Grau:
de rosa = róseo
de sabão = saponáceo Comparativo:
de seda = sérico, seríceo
de selo = filatélico Igualdade: Sofia é tão inteligente quanto (como) Alice.
de selva = silvestre
de sobrancelha = superciliar Superioridade: Sofia é mais inteligente (do) que Alice.
de sonho = onírico
de Sócrates = sintático Inferioridade: Sofia é menos inteligente (do) que Alice.
de sol = solar
de sul = meridional, austral Superlativo:
de tarde = vesperal, vespertino, crepuscular
de teatro = teatral Absoluto Analítico: Alice é muito inteligente.
de tecido = têxtil
de terra = terrestre, terreno, telúrico Absoluto Sintético: Alice é inteligentíssima.
de terremoto = sísmico
de tijolo = laterário Relativo:
de tio = avuncular de Superioridade: Sofia é a mais inteligente da classe.
de tórax = torácico
de touro = taurino, táureo de Inferioridade: Sofia é a menos inteligente da classe.
de trás = traseiro 3.
de trigo = tritíceo 4. Principais superlativos absolutos sintéticos eru-
de túmulo = tumular ditos
de umbigo = umbilical
de universo ( habitado) = ecumênico acre = acérrimo
de unha = ungueal ágil = agílimo
de vaca = vacum agradável = agradabilíssimo
de vasos sanguíneos = vascular agudo = acutíssimo
de veado = cerval, elafiano
de velho, velhice = senil amargo = amaríssimo
de vento = eóleo, eólico amável = amabilíssimo
de verão, estio = estival amigo = amicíssimo 
de víbora = viperino antigo = antiquíssimo, antiguíssimo
de vida = vital áspero = aspérrimo
de vidro = vítreo, hialino atroz = atrocíssimo
de vinho = vínico, vinário, vinosos, víneo audaz = audacíssimo
de vinagre = acético benéfico =  beneficentíssimo
de violeta = violáceo benévolo = benevolentíssimo
de virilha = inguinal bom = boníssimo ou ótimo
de virgem = virginal capaz = capacíssimo
de visão = óptico célebre = celebérrimo
de vontade = volitivo comum = comuníssimo
cruel = crudelíssimo
Flexão do adjetivo difícil = dificílimo
doce = dulcíssimo
Número: dócil = docílimo

Plural dos Adjetivos compostos - apenas o segundo elemento eficaz = eficacíssimo


vai para o plural: acordos sino-franco-suíços. fácil = facílimo

Didatismo e Conhecimento 47
LÍNGUA PORTUGUESA
b) As formas analíticas (mais bom, mais mau, mais grande)
feliz = felicíssimo são usadas quando estão sendo comparadas duas qualidades de um
feroz = ferocíssimo único ser: Meu escritório é mais grande do que pequeno.
fiel = fidelíssimo
frágil = fragílimo c) Mais pequeno é forma boa em qualquer circunstância: André
frio = friíssimo ou frigidíssimo é mais pequeno que forte; André é mais pequeno do que Anselmo.
geral = generalíssimo
humilde = humílimo d) formas irregulares:
incrível = incredibilíssimo bom - melhor, ótimo, o melhor
infame = infamérrimo grande - maior, máximo, o maior
inimigo = inimicíssimo mau - pior, péssimo, o pior
íntegro = integérrimo pequeno - menor, mínimo, o menor
jovem = juvenilíssimo
livre = libérrimo EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
magnífico = magnificentíssimo
magro = macérrimo ou magríssimo 1. Classifique os substantivos segundo o código:
manso = mansuetíssimo a) comum-de-dois
mau = péssimo b) epiceno
miserável = miserabilíssimo c) heterônimo
miúdo = minutíssimo d) sobrecomum
necessário = necessariíssimo
negro - nigérrimo ( ) colega
nobre = nobilíssimo ( ) mascote
notável = notabilíssimo ( ) testemunha
pequeno = mínimo ( ) águia
perspicaz = perspicacíssimo ( ) abelha
pessoal = personalíssimo ( ) cônjuge
pobre = paupérrimo ( ) sentinela
preguiçoso = pigérrimo ( ) cavalheiro
pródigo = prodigalíssimo ( ) mulher
próspero = prospérrimo ( ) rouxinol
provável = probabilíssimo ( ) ídolo
sábio = sapientíssimo ( ) pessoa
sério = seriíssimo ( ) intérprete
público = publicíssimo
pudico = pudicíssimo ( ) mártir
pulcro = pulquérrimo ( ) tigre
rústico = rusticíssimo
sábio = sapientíssimo 2. Escreva no plural os substantivos abaixo.
sagrado = sacratíssimo a) caneta ................................................................
salubre = salubérrimo
semelhante = simílimo b) anel ...................................................................
sensível = sensibilíssimo
simpático = simpaticíssimo c) cor ....................................................................
simples = simplicíssimo
soberbo = superbíssimo d) pastelzinho .......................................................
tenaz = tenacíssimo e) canil .................................................................
tenro = teneríssimo .
terrível = terribilíssimo f) fóssil ................................................................
tétrico = tetérrimo
velho = vetérrimo g) ananás .............................................................
visível = visibilíssimo h) pêsames ...........................................................
voraz = voracíssimo i) xerox ................................................................
vulnerável = vulnerabilíssimo j) caráter .............................................................
k) animalzinho ....................................................
Observações: l) ancião ..............................................................
a) As formas sintéticas (melhor, pior, maior, menor) são
usadas quando se compara uma qualidade em dois seres diferentes: 3. Escreva no plural os compostos abaixo.
Meu escritório é maior do que o seu. a) doce-de-leite ...................................................

Didatismo e Conhecimento 48
LÍNGUA PORTUGUESA
b) segunda-feira .................................................. TESTES DE CONCURSOS
c) abaixo-assinado ..............................................
d) reco-reco ........................................................ 01. (Esaf) Há erro de flexão no item:
e) quero-quero .................................................... a) “A pessoa humana é vivência das condições espaço-tempo-
f) meio-fio .......................................................... rais.” (L.M. de Almeida)
g) guarda-florestal .............................................. b) A família Caymmi encontra paralelo com dois clãs do cine-
h) guarda-comida ................................................ ma mundial.
i) guarda-marinha ............................................
c) Hábeis artesãos utilizam técnicas sofisticadíssimas no traba-
j) peixe-boi .....................................................
lho com metais.
k) febre-amarela..............................................
l) guarda-civil .................................................. d) Nos revés da vida precisa-se de coragem para manter a von-
tade de ser feliz.
4. Dê o superlativo absoluto sintético dos adjetivos abaixo. e) Ainda hoje alguns cânones da Igreja são discutidos por mui-
a) amigo ............................................................... tos fiéis.

b) sábio ............................................................... 02. (Esaf) Assinale o item em que há erro quanto à determina-
ção do gênero.
c) amargo............................................................. a) Deu certo o estratagema.
d) inteligente ....................................................... b) Personagem, pessoa importante: se é homem dizemos o per-
sonagem, se é mulher, a personagem.
e) magro .............................................................. c) Bidu Saião é o soprano brasileiro mais conhecido nos Esta-
dos Unidos.
f) humilde.............................................................
d) Ele era o chefe daquele clã.
g) doce .................................................................
h) malévolo .......................................................... e) O atleta ungira os braços até os omoplatas.
i) livre ...................................................................
j) áspero ................................................................ 03. (Esaf) O plural de “Convém o tratado franco-brasileiro, é:
a) Convém os tratados franco-brasileiro.
5. Aponte o grau dos adjetivos nas frases seguintes, de acordo b) Convém os tratados francos-brasileiros.
com a relação que segue: c) Convêm os tratados francos-brasileiros.
a) comparativo de igualdade d) Convêm os tratados francos-brasileiro.
b) comparativo de superioridade e) Convêm os tratados franco-brasileiros.
c) comparativo de inferioridade
d) superlativo absoluto analítico 04. (Fundação Carlos Chagas) O plural das palavras mal-estar
e) superlativo absoluto sintético e meia-democracia é obtido pelo mesmo procedimento que leva
f) superlativo relativo de superioridade ao plural de
g) superlativo relativo de inferioridade
a) mal-assombramento e meia-estação
1. ( ) A professora mantinha os estudantes muito discipli- b) mau-olhado e meia-estação
nados. c) mau-olhado e meio-fio
2. ( ) O processo será examinado pela juíza mais inteligen- d) maldizente e meio-pesado
te do Tribunal. e) mal-assombramento e meio-claro
3. ( ) Todos achavam que Priscila era macérrima.
4. ( ) Fabiana era mais preguiçosa do que sua irmã. 05. (Fundação Carlos Chagas) A forma correta de plural dos
5. ( ) Márcio é menor do que Fernando. substantivos compostos mico-leão-dourado e ararinha-azul é
6. ( ) O teatro foi menos interessante do que o cinema. a) micos-leão-dourados e ararinhas-azul
7. ( ) O riso é tão importante como o choro. b) micos-leão-dourado e ararinha-azuis
8. ( ) Ricardo é o aluno menos dedicado da escola. c) mico-leões-dourados e ararinha-azuis
5. d) mico-leão-dourados e ararinhas-azul
e))micos-leões-dourados e ararinhas-azuis

6. Passe para o plural: O jovem usava estranho uniforme: calça 06. (Fundação Carlos Chagas) Nas alternativas abaixo, a que
verde-azeitona, blusa vermelho-lagosta, meia amarelo-dourada; na contém erro no emprego do plural é:
cabeça, gorro amarelo-enxofre; no pescoço, colar roxo-escuro e a) O governo está estudando novas medidas econômico-finan-
nos dedos, anel verde-ervilha. ceiras.
..................................................................................................... b) Ao dar prioridade à educação, temos cidadãos mais cons-
............................................................................................................ cientes.
............................................................................................................. c) Havia provas bastantes do crime.
............................................................................................................. d) Quaisquer soluções seriam bem recebidas.
.............................................................................................................. e) A reunião iria examinar os pró e os contra da questão.

Didatismo e Conhecimento 49
LÍNGUA PORTUGUESA
07. (FGV) Aponte a alternativa que traga os superlativos abso- ( b ) rouxinol
lutos sintéticos de acordo com a norma culta. ( d ) ídolo
a) celebérrimo, crudelésimo, dulcíssimo, nigérrimo, nobilíssi- ( d ) pessoa
mo. ( a ) intérprete
b) celebésimo, crudelíssimo, dulcíssimo, nigérrimo, nobérrimo. ( a ) mártir
c) celebérrimo, crudelíssimo, dulcíssimo, nigérrimo, nobilíssi- ( b ) tigre
mo.
d) celebríssimo, cruelérrimo, dulcésimo, negérrimo, nobérrimo. 2.
e) celebríssimo, crudelérrimo, dulcíssimo, negérrimo, nobérri- a) canetas
mo. b) anéis
c) cores
d) pasteizinhos
08. (FGV) Em justiça justa, ocorre um substantivo ao lado de e) canis
um adjetivo dele cognato. Assinale a alternativa em que substantivo f) fósseis
g) ananases
e adjetivo, respectivamente, não sejam cognatos.
h) os pêsames
a) lentidão - lento
i) as xerox
b) inércia - inercial
j) caracteres
c) arma - inerme
k) animaizinhos
d) perfil - perfilhado l) anciãos, anciães, anciões
e) obcecação - obcecado
3.
09. (FGV) Assinale a alternativa em que a troca de posição en- a) doces-de-leite
tre as palavras provoque forte mudança de sentido. b) segundas-feiras
a) negras nuvens - nuvens negras c) abaixo-assinados
b) exaltado coração - coração exaltado d) reco-recos
c) longínqua direção - direção longínqua e) quero-queros ou queros-queros
d) olhar ardente - ardente olhar f) meios-fios
e) alguma salvação - salvação alguma g) guardas-florestais
h) guarda-comidas
10. (FGV) Aponte a alternativa em que corretamente se faz a i) guardas-marinha ou guardas-marinhas
concordância dos termos sublinhados: j) peixes-boi ou peixes-bois
a) Disputas sino-soviética, informações econômico-financeiras, k) febres-amarelas
camisas azul-piscinas, camisas pastéis. l) guardas-civis
b) Disputas sino-soviéticas, informações econômicas-financei-
ras, camisas azuis-piscina, camisas pastel. 4.
c) Disputas sinas-soviéticas, informações econômicas-financei- a) amicíssimo
ras, camisas azul-piscina, camisas pastéis. b) sapientíssimo
d) Disputas sino-soviéticas, informações econômicas-financei- c) amaríssimo
ras, camisas azul-piscinas, camisas pastéis. d) inteligentíssimo
e) Disputas sino-soviéticas, informações econômico-financei- e) macérrimo
ras, camisas azul-piscina, camisas pastel. f) humílimo
g) dulcíssimo
h) malevolentíssimo
GABARITOS
i) libérrimo
j) aspérrimo
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
5.
1. 1. (d) A professora mantinha os estudantes muito disciplina-
( a ) colega dos.
( d ) mascote 2. (f) O processo será examinado pela juíza mais inteligente do
( d ) testemunha Tribunal.
( b ) águia 3. (e) Todos achavam que Priscila era macérrima.
( c ) abelha 4. (b) Fabiana era mais preguiçosa do que sua irmã.
( d ) cônjuge 5. (b) Márcio é menor* do que Fernando.
( d ) sentinela 6. (c) O teatro foi menos interessante do que o cinema.
( c ) cavalheiro 7. (a) O riso é tão importante como o choro.
( c ) mulher 8. (g) Ricardo é o aluno menos dedicado da escola.

Didatismo e Conhecimento 50
LÍNGUA PORTUGUESA
* menor = mais pequeno d) O omelete e o couve foram acompanhados por doses do
melhor aguardente.
6. Os jovens usavam estranhos uniformes: calças verde-a- e) O beliche não coube na quitinete recém-comprada pelos
zeitona, blusas vermelho-lagosta, meias amarelo-douradas; na estudantes.
cabeça, gorros amarelo-enxofre; no pescoço, colares roxo-escu-
ros e nos dedos, anéis verde-ervilha. 04. (Vunesp) Assinale a alternativa em que todas as palavras
apresentam mudança de sentido, se houver mudança de gênero, do
TESTES DE CONCURSOS feminino para o masculino.
a) Escrevente e capitalista
01 D
b) Mártir e diabete
02 E
c) Estudante e rádio
03 E
d) Grama e doente
04 A e) Capital e moral
05 E
05. (Vunesp) Marque a alternativa em que a palavra em desta-
06 E que mantém a mesma forma para o masculino e feminino.
a) O mais honesto concorrente ganha o prêmio.
07 C
b) O agente observador lança o olhar sobre o observado.
08 D c) Um simples olhar tem a força de intimidar o outro.
d) O generoso cliente dá gorjetas polpudas.
09 E
e) Um toque afetivo aquece as relações pessoais.
10 A
RESPOSTAS
TESTES COMENTADOS
01. Resposta E. Personagem - atualmente é substantivo co-
01. (Vunesp) O gênero dos substantivos está correto em: mum de dois gêneros (masculino e feminino), moral - como subs-
a) É comum que as eclipses da lua coincidam com as piores tantivo feminino equivale a princípios socialmente aceitos; como
tormentas e cataclismos. masculino equivale a estado de espírito, ânimo.
b) A guia dos turistas não falava japonês e teve de usar uma
estratagema para comunicar-se com eles. Demais alternativas: a) os eclipses, cataclismos (catástrofes,
c) Vamos dar um ênfase todo especial ao trabalho de prevenção dilúvios); b) a guia - documento, formulário, autorização; o/a guia
do diabetes. - acompanhante, encarregado de mostrar a visitantes lugares em ge-
d) Não obteve, até agora, a alvará de funcionamento e deve en- ral; um estratagema (a terminação -ema é sempre masculina); c)
viar à prefeitura uma xérox da inscrição da firma. uma ênfase; d) o alvará.
e) A personagem vivida por ele tem um comportamento que é
um verdadeiro modelo da moral vitoriana. 02. Resposta B.

02. (Vunesp) Assinale a alternativa que apresenta todas as pala- Demais alternativas: a) animaizinhos, cartões, amores-perfei-
vras com o plural correto. tos (substantivo + adjetivo - ambos variam), cristãos; c) feijões, ar-
a) animalzinhos - caridades - cartãos - amores-perfeito - cristães ranha-céus (verbo + substantivo - apenas o último elemento varia),
b) questões - salários-família - pastéis - limões - reais tico-ticos (palavras repetidas ou semelhantes - apenas o último ele-
c) feijãos - arranhas-céus - ticos-ticos - pés-de-moleques - açú- mento varia), pés-de-moleque (substantivos ligados por preposição
cares apenas o primeiro elemento varia); d) abaixo-assinados (advérbio
d) corres-corres - abaixos-assinados - cidadões - quarta-feiras + adjetivo - apenas o último elemento varia), cidadãos, quartas-
- padres-nossos feiras (numeral + substantivo - ambos variam), padre-nossos ou
e) degrais - ancestrais - cordãos - decretos-lei - tiquestaques padres-nossos; e) degraus, cordões, tique-taques (palavras seme-
lhantes ou repetidas - apenas o último elemento varia).
03. (Vunesp) Assinale a frase correta quanto ao emprego do
gênero dos substantivos. 03. Resposta E. Sem ressalvas.
a) A perda das esperanças provocou uma profunda dó na per-
sonagem. Demais alternativas: a) um profundo dó; b) a ênfase necessária;
b) O advogado não deu o ênfase necessário às milhares de c) um champanhe(a) gelado; d) A omelete e a couve foram acompa-
solicitações. nhadas por doses da melhor aguardente.
c) Ele vestiu o pijama e sentou-se para beber uma champanha
gelada. 04. Resposta E. A capital (cidade) x o capital (dinheiro); a
moral (regras ligadas à conduta humana) x o moral (ânimo).

Didatismo e Conhecimento 51
LÍNGUA PORTUGUESA
Demais alternativas: a/o escrevente, a/o capitalista; b) o mártir, Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte,
o/a diabete(s); c) o/a estudante, o rádio (osso, elemento químico, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às
sistema de comunicação) x a rádio (estação emissora de programas); escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em
d) o grama (unidade de massa) x a grama (relva), a/o doente. geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte
dos que terminam em “-mente”: calmamente, tristemente, proposi-
05. Resposta C. Chama-se adjetivo uniforme aquele que man- tadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosa-
tém a mesma forma para o masculino e para o feminino. Um exem- mente, bondosamente, generosamente.
plo é o adjetivo em análise: simples olhar (masculino), simples von-
tade (feminino). Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente,
certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Demais alternativas: a) o mais honesto, a mais honesta; b) o
agente observador, a agente observadora; d) o generoso cliente, a Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma
generosa cliente; e) um toque afetivo, uma moça afetiva. nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.

ARTIGO Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavelmente,


quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Precede o substantivo, indicando-lhe o gênero e o número.
Pode ser definido (determina o substantivo de modo preciso e parti- Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso, bastante,
cular): a, as, o, os ou indefinido (determina o substantivo de modo mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale
impreciso, geral e vago: um, uns, uma, umas. a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo,
extremamente, intensamente, grandemente, bem (quando aplicado a
Emprego propriedades graduáveis).
a) Antes de nomes próprios indica familiaridade: O José faltou
Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, sim-
ao trabalho hoje.
plesmente, só, unicamente.
b) Pode ser omitido antes de pronomes possessivos: (A) minha
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.
carteira foi roubada.
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente.
c) Não se combina com preposições, quando faz parte de nomes
de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O Estado de
Locução adverbial: ocorre quando duas, três ou mais palavras
São Paulo; As fotos foram publicadas em O Globo.
exercem função de advérbio e substantivo. São conjuntos de pala-
d) Sua anteposição substantiva qualquer palavra: Respondeu vras, geralmente introduzidas por uma preposição, que exercem a
com um não. função de advérbio.

e) Obrigatório entre o numeral ambos e o substantivo a que se Principais locuções adverbiais


refere: Ele se referiu a ambos os participantes da disputa.
De modo: às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às
ADVÉRBIO escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em
geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão.
Modifica o verbo (Cheguei tarde), o adjetivo (Vânia era uma
rapariga muito esperta) e o próprio advérbio (Ele chegou muito can- De lugar: a distância, à distância de, de longe, de perto, em
sado), exprimindo circunstância. Pode ser de: cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta, por aqui.

Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, De tempo: às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de
debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhu- tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
res, aquém, embaixo, externamente, a distância, à distância de, de
longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta. De negação: de modo algum, de jeito nenhum, de forma ne-
nhuma, não.
Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã,
cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, De afirmação: com certeza.
então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve,
constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, pro- De dúvida: por certo, quem sabe.
visoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã,
de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer De intensidade ou quantidade: em excesso, de todo, de mui-
momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia. to, por completo, por demais.

Didatismo e Conhecimento 52
LÍNGUA PORTUGUESA
PREPOSIÇÃO Locuções Conjuntivas - duas ou mais palavras com valor de
conjunção: no entanto, visto que, desde que, se bem que, por mais
É uma palavra invariável que liga dois termos de modo que um que, ainda quando, logo que, à medida que, à proporção que, a fim
deles fique subordinado ao outro. Semanticamente, podem indicar de que.
diversas circunstâncias:

Lugar - Estive em Lisboa o mês passado. NUMERAL

Origem - Estas frutas vieram da Alemanha. É a palavra que atribui quantidade aos seres ou os situa em certa
sequência.
Causa - O mendigo morreu de frio.
Classificação:
Assunto - Hoje só comentamos sobre a derrota de seu time.
Cardinais: indicam contagem, medida. São os números bási-
Meio - Viajo de metrô todos os dias.
cos: zero, um dois, três, milhão, bilhão.
Matéria - Comprei muitas camisas de algodão naquela loja.
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada:
Instrumento - Vera limpou as unhas com algodão. primeiro, segundo, centésimo, milésimo.

Companhia - Vou com você ao shopping. Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão
dos seres: meio, terço, quatro quintos.
Posse - A bicicleta de Cirilo é nova.
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres,
Locuções prepositivas: duas ou mais palavras com valor de
indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada: dobro, triplo,
preposição: abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, à distância
de, dentro de, de acordo com, em cima de, por trás de, para com, por undécuplo, cêntuplo.
causa de, junto a, perto de.
Flexão dos numerais
Podem ser classificadas em essenciais - aquelas que atuam
como tal. São elas: a, ante, após, até, de, desde, em, entre, com, con- Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, dois/
tra, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás ou acidentais - palavras duas e os que indicam centenas: duzentos / duzentas; trezentos / tre-
de outras classes gramaticais que, em alguns contextos, podem atuar zentas e assim por diante. Os cardinais: milhão, bilhão, trilhão etc.
como preposições: como, conforme, segundo, durante. variam em número: milhões, bilhões, trilhões etc. Os demais cardi-
nais são invariáveis.
Observação: Diferença entre A (preposição) x A (artigo) x A
(pronome) - O A preposição é invariável, enquanto o A artigo e o
A pronome flexionam-se de acordo com o termo a que se referem. Emprego

Exemplos: Não dou atenção a fofocas. (preposição) a) Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes de
uma obra - quando o numeral vem depois do substantivo, utilizam-
As fofocas da seção, ignoro-as. se os ordinais até décimo e a partir daí os cardinais. Exemplos:
¯ ¯ João Paulo II (segundo); Século IX (nono); João XXIII (vinte e três).
artigo pronome
b) Para designar leis, artigos, decretos, portarias - utiliza-se o
Combinação - não há perda de fonemas: a + o = ao
ordinal até o nono e o cardinal de dez em diante. Exemplos: Artigo
Contração - há perda de fonemas: de + aquilo = daquilo 8o (oitavo); Artigo 10 (dez).
1.
1. CONJUNÇÃO c) Para designar o mês - utilizam-se os cardinais, exceto para o
primeiro dia (primeiro de abril, primeiro de novembro).
É a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos se-
melhantes de uma mesma oração. d) Com referência a páginas e folhas, a apartamentos, quartos,
casas de espetáculos, veículos de transporte, usam-se os cardinais,
Classificação
se não estiver anteposto. Exemplos: Casa 1 (um), Casa 38 (trinta e
De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as conjun- oito).
ções podem ser coordenativas e subordinativas. No primeiro caso,
os elementos ligados pela conjunção podem ser isolados um do ou- e) Quando o numeral estiver anteposto ao substantivo - empre-
tro, mantendo a unidade de sentido; no segundo caso, cada um dos ga-se a forma ordinal. Exemplos: 14o capítulo (décimo quarto); 23o
elementos ligados pela conjunção depende da existência do outro. verso (vigésimo terceiro).

Didatismo e Conhecimento 53
LÍNGUA PORTUGUESA
Numerais coletivos Lista de números ordinais

Principais:
Número Ordinal
biênio - período de dois anos
bíduo - período de dois dias 1 primeiro
casal - par, composto de macho e fêmea 2 segundo
centena - cem
década ou decênio - período de dez anos 3 terceiro
dezena - dez
dístico - dois versos 4 Quarto
dúzia - doze
grosa - doze dúzias ou cento e quarenta e quatro 5 Quinto
lustro - período de cinco anos 6 Sexto
milênio - período de mil anos
novena - período de nove dias 7 Sétimo
quadriênio - período de quatro anos
quarentena - período de quarenta dias 8 Oitavo
quinquênio - período de cinco anos
9 Nono
quinzena - período de quinze dias
século - período de cem anos 10 Décimo
semana - período de sete dias
semestre - período de seis meses 20 vigésimo
tríduo - período de três dias
30 trigésimo
Lista de números cardinais 40 quadragésimo
Número Cardinal 50 quinquagésimo
1 um 60 sexagésimo
2 dois
3 três 70 se(p)tuagésimo
4 quatro 80 octogésimo
5 cinco
6 seis 90 nonagésimo
7 sete 100 centésimo
8 oito
9 nove 200 ducentésimo
10 dez 300 trecentésimo
20 vinte
30 trinta 400 quadringentésimo
40 quarenta 500 quingentésimo
50 cinquenta seiscentésimo ou
60 sessenta 600
sexcentésimo
70 setenta
700 se(p)tingentésimo
80 oitenta
90 noventa 800 octingentésimo
100 cem noningentésimo ou
900
200 duzentos nongentésimo
300 trezentos 1.000 milésimo
400 quatrocentos
10.000 décimo milésimo
500 quinhentos
600 seiscentos 100.000 centésimo milésimo
700 setecentos
1.000.000 milionésimo
800 oitocentos
900 novecentos 1.000.000.000 bilionésimo
1.000 mil
10.000 dez mil
100.000 cem mil Observação - milhão e milhar são palavras masculinas. São
1.000.000 um milhão frases corretas: Cinco milhões de doses de vacinas foram aplicados;
1.000.000.000 um bilhão ou bilião os três milhares de crianças.

Didatismo e Conhecimento 54
LÍNGUA PORTUGUESA
INTERJEIÇÃO 1. Pessoais - indicam as pessoas do discurso.

É a palavra invariável que exprime emoções, sensações, esta-


dos de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor. Sempre Pronomes retos Pronomes oblíquos
vem acompanhada pelo sinal de exclamação. Os principais tipos de
interjeição são: Tônicos átonos
Eu mim, comigo me
a) alegria: ou admiração: oh!, ah!, olá! tu ti, contigo te
ele, ela ele, ela, si, consigo se, o, a, lhe
b) admiração: puxa!

Nós nós, conosco nos


c) alívio: ufa!, arre!, também!
vós vós, convosco vos
eles, elas eles, elas, si, consigo se, os, as, lhes
d) agradecimento: graças a Deus!, obrigado!

e) aplauso: bis!, bem!, bravo!, viva!, apoiado! muito bem!,


Observações:
parabéns! a) Os pronomes do caso reto não podem ser usados como com-
plementos verbais. Ex.: Eu vi ele no elevador - forma errada; o cor-
f) animação: coragem!, avante!, vamos! reto é: Eu o vi no elevador.
b) Os pronomes oblíquos a(s), o(s), quando precedidos de ver-
g) advertência: alerta!, cuidado!, alto lá!, calma!, olha!, Fogo! bos que terminam em -R, -S, -Z, assumem a forma lo, la, los, las.
Exs.: beijar + a = beijá-la; quis + o = qui-lo; refiz + o = fi-lo.
h) chamamento: Alô!, hei!, olá!, psiu!, socorro! c) Os pronomes oblíquos a(s), o(s), quando precedidos de ver-
bos que terminam em -M, -ÃO, ÕE, assumem a forma no, na, nos,
i) desculpa: perdão! nas. Exs.: cantam + os = cantam-nos, dão + os = dão-nos.
d) Os pronomes oblíquos podem funcionar como sujeito no
infinitivo, quando se usam os verbos: deixar, fazer, mandar, ou-
j) desejo: oh!, oxalá!, tomara!, pudera!, queira Deus!, quem
vir, sentir e ver. Ex.: Mandaram-me entrar (E não: Mandaram eu
me dera! entrar).

k) despedida: adeus!, até logo!, tchau! Empregos das formas Eu e tu x mim e ti

l) dor: ai!, ui! Quando precedidos de preposição, utilizam-se as formas mim e


ti. Ex.: Nada mais há entre mim e ti.
A interjeição é uma estrutura à parte e não desempenha função
sintática. Exceção - quando as formas retas funcionarem como sujeito de
um verbo no infinitivo. Ex.: Deram a aeronave para eu dirigir.
Locução interjetiva
Emprego de Conosco / convosco / com nós / com vós
Formada por mais de um vocábulo, terminando sempre pelo Utilizam-se as formas com nós / com vós antes de pronomes
ponto de exclamação: Puxa vida! Que vida boa!, Valha-me Deus!, relativos (que), numerais, palavras de reforço: todos, ambos, mes-
Cruz credo! Macacos me mordam! Ora bolas! mos, próprios. Ex.: Arlete saiu com nós dois; Fomos nós mesmos
ao teatro.
PRONOME Nos demais casos, utilizam-se as formas conosco / convosco.
Exs.: Arlete saiu conosco; Beatriz falou convosco.
É a palavra variável em gênero, número e pessoa que substi-
tui ou acompanha o substantivo, indicando sua posição em relação Emprego dos pronomes Se, si e consigo - utilizados somente
às pessoas do discurso ou situando-o no espaço e no tempo. Quan- quando reflexivos. Exs.: Fernando cortou-se; Telma é muito egoísta.
do ele representa o substantivo, dizemos que se trata do pronome Só pensa em si mesma; O professor trouxe as avaliações consigo.
substantivo. Ex.: Nós fomos aprovados no concurso. Quando ele
Pronomes de tratamento - Referem-se à segunda pessoa, mas
vem acompanhado do substantivo, restringindo a extensão de seu exigem o verbo na terceira pessoa.
significado, dizemos que se trata do pronome adjetivo. Ex.: Este
apartamento é antigo.

Há seis espécies de pronomes, a saber:

Didatismo e Conhecimento 55
LÍNGUA PORTUGUESA
Principais formas de tratamento: 2a pessoa - indica proximidade da pessoa a quem se fala ou
se escreve. Ex.: Essa caneta que tens falha muito; refere-se ao que
Vossa Alteza - V.A. (VV.AA.) - príncipes, duques, arquiduques já foi dito ou escrito. Ex.: A conjunção e a interjeição são palavras
Vossa Eminência - V. Em.a (V. Em.as) - cardeais invariáveis - essas duas classes gramaticais não têm flexão.
Vossa Excelência - V. Ex.a (V. Ex.as) - altas autoridades e ofi-
ciais das Forças Armadas
Vossa Magnificência - V. Mag.a - (V. Mag.as) - reitores de uni- 3a pessoa - referência a seres que se encontram longe do falante
versidades e do ouvinte. Ex.: Aquela caneta que Iracema tem falha muito.
Vossa Majestade - V.M. (VV. MM.) - reis, imperadores
Vossa Meritíssima (não se abrevia) - juízes de direito Observações:
Vossa Paternidade - V.P. (VV.PP.) - abades, superiores de con- a) Os pronomes o(s), a(s) serão demonstrativos quando pude-
ventos rem ser substituídos por isto, isso, aquilo ou aquele. Exs.: Não se
Vossa Santidade - V.S. - papa pode pedir tudo o (aquilo) que foi exposto; A (aquela) que responder
Vossa Reverendíssima - V. Revm.a (V.Revm.as) - sacerdotes e com exatidão, ganhará o novo dicionário de Caldas Aulete.
religiosos em geral
Vossa Excelência Reverendíssima - V. Ex.a Revm.a (V. Ex.as b) Quando houver a enumeração de dois elementos e, à frente,
Revm.as) - bispos, arcebispos quiser retomá-los, deve-se substituir o primeiro por aquele, aquela,
Vossa Senhoria - V.S.a (V. S.as) - tratamentos cerimoniosos aquilo e o último por este, esta, isto. Exemplo: Guimarães Rosa e
Você - v. (vv.) - familiares, pessoas íntimas Manuel Bandeira foram dois expoentes da literatura brasileira. Este
Senhor - Sr. (Srs.) - distanciamento respeitoso na poesia; aquele, nos romances. (Este: Manuel Bandeira; aquele:
Guimarães Rosa)
Observação - Os pronomes de tratamento devem vir prece-
didos de Vossa, quando nos dirigimos à pessoa representada pelo c) Tal, tais: serão pronomes demonstrativos quando estiverem
pronome e por Sua, quando falamos sobre essa pessoa. Ex.: Vossa substituindo outros pronomes demonstrativos, como aquele, aquela
Alteza permite um conselho?; Sua Alteza, não comparecerá ao baile. e aquilo. Exemplo: Explique como César conseguiu o diploma
universitário. A palavra “tal” pode ser substituída por “essa” ou
2. Possessivos - referem-se às pessoas do discurso: meu, minha, “aquela”.
meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, nosso, nossa, nossos, nossas, vos-
so, vossa, vossos, vossas, seu, sua, seus, suas. d) Mesmo(a), mesmo(os), próprio(a), próprios(as): serão
demonstrativos quando equivalerem a “idêntico” ou “em pessoa”:
Observações: Ela mesma estudou sozinha; Elas próprias trocaram o pneu do
I. Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Podem carro.
ter outros empregos, como:
4. Relativos - referem-se a um termo anterior, denominado an-
a) indicar afetividade. Exemplo: Não decore a lição, meu filho. tecedente. São eles:

b) indicar valor indefinido ao substantivo: Exemplo: Isabel tem a) Que - usado em relação a coisas ou pessoas (Este é o dicio-
seus defeitos, mas é uma pessoa admirável. nário que você está consultando; A pessoa que lhe apresentei venceu
o concurso de contos);
c) indicar cálculo aproximado: Sandra já deve ter seus quarenta
anos. b) Quem - refere-se apenas a pessoas e aparece sempre prepo-
sicionado: Esta é a garota a quem ele admirava;
d) Os pronomes pessoais podem assumir valor possessivo.
Exemplo: O despreparo lhe embargou a voz (embargou a sua voz). c) Cujo - indica posse, vem entre dois substantivos, concorda
em gênero e número com o substantivo a que se refere, não admi-
3. Demonstrativos - referem-se à posição dos seres em relação tindo a posposição do artigo (Este é o autor cuja obra li na íntegra);
às pessoas do discurso, situando-os no tempo, no espaço ou no pró-
prio discurso. d) Onde - equivale a em que ou no(a) qual, empregado para
indicar lugar (Onde você reside?);
1a pessoa - este(s), esta(s), isto
e) Quanto - vem precedido de um dos pronomes indefinidos:
2a pessoa - esse(s), essa(s), isso tudo, tanto(s), tanta(s), todo(s),toda(s). Tenho tudo quanto almejo;

3a pessoa - aquele(a), aqueles(as), aquilo f) Quando - será pronome relativo quando o antecedente dá
ideia de tempo (A greve aconteceu em janeiro quando o governo
Emprego aumentou o preço dos combustíveis).

1a pessoa - indica proximidade de quem fala ou escreve. Ex.: 5. Indefinidos - referem-se à terceira pessoa do discurso de
Este computador é meu; referem-se ao que ainda vai ser dito ou es- maneira imprecisa ou genérica. Podem fazer referência a pessoas,
crito. Ex.: Ainda relembro estas palavras: ”Agora você é pai”. coisas e lugares.

Didatismo e Conhecimento 56
LÍNGUA PORTUGUESA
Pessoas: quem, alguém, ninguém, outrem.

Lugares: onde.

Coisas: qual, algo, tudo, nada, todo, algum, nenhum, certo, outro, muito, quanto, pouco, qualquer, cada.

Observações:
Algum - após substantivo a que se refere, tem valor negativo: Partido algum merece confiança.

Cada - deve ser sempre seguido por um substantivo ou numeral: Eles marcaram 2 gols cada um.

Outrem - equivale a “qualquer pessoa”.

Todo - usado sem artigo significará cada ou todos (Todos dias como frutas de manhã.), usado com artigo significará inteiro - Adriana
ficou dormindo o dia todo.

6. Interrogativos - que, quem, qual, quanto. Empregados em perguntas diretas ou indiretas. Exs.: Quem está aí? Quero saber quem está com
vocês.

Observação: Na língua culta, não se devem misturar os tratamentos tu e você, como é comum na linguagem coloquial. Evitem-se frases
como: Se você quiser, vou te ajudar. Em seu lugar, deve-se usar a uniformidade de tratamento, ou seja, Se você quiser, vou ajudá-lo ou Se
quiseres, vou te ajudar.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

a) Todas as lojas deverão ter catracas eletrônicas.


,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,.................................................................................................................
b) Os espelhos devem ser limpos diariamente.
...........................................................................................................................................
c) A mulher de vermelho atravessou a rua sem olhar.
...........................................................................................................................................
d) Chegaram as primeiras encomendas de medicamentos com tarja preta.
............................................................................................................................................
e) Gustavo não encontrou o que procurava e foi embora.
............................................................................................................................................
f) Este dossiê sobre o presidente contém muitas incoerências.
............................................................................................................................................
g) A escola tomará todas as providências para solucionar o caso.
............................................................................................................................................

2. Faça a correlação entre a preposição destacada e o significado que ela cria.


( ) estar ante o portão
( ) parar após o obstáculo
( ) beber com os amigos
( ) pagar com cheque
( ) lutar contra o vício
( ) trabalhar para a sobrevivência
( ) voltar de Santos
( ) cadeira de vime
( ) morrer de fome
( ) doce com leite
( ) doce sem leite

(A) finalidade
(B) oposição
(C) instrumento
(D) companhia
(E) causa
(F) matéria

Didatismo e Conhecimento 57
LÍNGUA PORTUGUESA
(G) origem
(H) posterioridade
(I) anterioridade
(J) inclusão
(L) exclusão

3. Escreva os números por extenso.


a) Papa Paulo VI ..........................................................................................
b) João XXIII ..............................................................................................
c) XIX capítulo ............................................................................................
d) Artigo X ...................................................................................................
e) XXIX seção .............................................................................................
f) Casa 645 ....................................................................................................

4. Numere a 2ª coluna de acordo com a 1ª adequando o pronome de tratamento à pessoa.


A) Vossa Senhoria
B) Vossa Excelência
C) Vossa Alteza
D) Vossa Majestade
E) Vossa Reverendíssima
F) Vossa Magnificência
G) Vossa Eminência

( ) governador
( ) chefe de seção
( ) reitores
( ) marechal
( ) rei
( ) príncipe
( ) sacerdote
( ) diretor
( ) cardeais

5. Complete com o pronome demonstrativo adequado,


a) .................... livro que estou lendo conta a história da Independência do Brasil.
b) A placa continha .................... dizeres: “É proibido fumar!”
c) A rua está esburacada. .................... não pode acontecer.
d) .................... relógio que está lá no museu pertenceu a D. Pedro I.
e) Lembre-se ....................: estudar exige dedicação.
f) Estudar exige dedicação. Lembre-se .................... .

TESTES DE CONCURSOS

01. (Cesgranrio) Marque a passagem em que a preposição não expressa a ideia indicada entre parênteses.
a) “de manhã e no fim da tarde,” (lugar)
b) “ ...vivendo em bando,’ ” (modo)
c) “...os caça para comer...” (fim)
d) “ciscando com as galinhas,” (companhia)
e) “...advém de sua alimentação...” (origem)

02. (Cesgranrio) Há três substantivos em:


a) “... com sérias dificuldades financeiras”
b) “... não conseguiu prever nem a crise econômica atual”
c) “... vai tornar inúteis arquivos e bibliotecas”
d) “... precisa de confirmação e do endosso do impresso”
e) “Muitos dos blogs e sites mais influentes...”

Didatismo e Conhecimento 58
LÍNGUA PORTUGUESA
03. (Cesgranrio) Assinale a opção em que a palavra ou expres- a) uma vez que é
são destacada tem a mesma classe da palavra trabalho na frase “Um b) ebora seja
grupo de trabalho...” c) a fim de ser
a) “No campo da Fazenda de Belém, boa parte do óleo...” d) mesmo que fosse
b) “Porém, não é qualquer água que é usada...” e) a menos que seja
c) “Os resultados das inovações foram praticamente...”
d) “Atualmente, um dos geradores de vapor...” 09. (Fundação Carlos Chagas) Pertencem a diferentes classes
e) “um dos geradores de vapor está empregando...”
gramaticais as palavras sublinhadas na frase:
04. (Cesgranrio) A relação entre o vocábulo destacado e a cate- a) Se alguma coisa lhe falta, certamente não é dinheiro.
goria gramatical a ele atribuída está correta em: b) Meu filho anda apaixonado por bichinhos virtuais.
a) “Jamais permitiria que seu marido fosse para o trabalho com c) Por razões tolas deixei de ir a uma festa muito animada.
a roupa mal passada, não dissessem os colegas que era esposa des- d) Ele sempre quis ser a exceção da regra.
cuidada.” - adjetivo e) Durante a parada militar, as crianças aplaudiam felizes.
b) “Jamais permitiria que seu marido fosse para o trabalho com
a roupa mal passada, não dissessem os colegas que era esposa des- 10. (Fundação Carlos Chagas) ..................... ela aparente ser
cuidada.” - pronome relativo uma pessoa dócil, não a provoque, ..................... a ovelhinha não se
c) “Que embora respeitando ternos e camisas, começou sub transforme numa tigresa. A frase ganha sentido completo e lógico
-repticiamente a marcar seu avanço na pele do rosto.” - preposição preenchendo-se suas lacunas, respectivamente, com as expressões:
d) “Um dia notou a mulher um leve afrouxar-se das pálpe- a) Desde que - a fim de que
bras.” - verbo b) Muito embora - desde que
e) “Mas foi só muitos meses mais tarde que a presença de duas
c) Dado que - muito embora
fortes pregas descendo dos lados da boca tornou-se inegável.” - ad-
d) Ainda que - para que
vérbio
e) Mesmo que - em vista do que
05. (Cesgranrio) Assinale a opção incorreta quanto à classe
atribuída à palavra destacada. GABARITOS
a) “Sabe-se que” - conjunção subordinativa integrante EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
b) “...beneficiando-se de um impulso mútuo.” - numeral
c) “ela entra outra vez...” - pronome indefinido 1.
d) “levantam voo, sozinhas” - adjetivo a) as - artigo, catracas - substantivo, eletrônicas - adjetivo
e) “...para apoiar o mais fraco.” - advérbio b) espelhos - substantivo, limpos - adjetivo, diariamente - ad-
vérbio
06. (Fundação Carlos Chagas) ... uma assinatura específica de c) de vermelho - locução adjetiva, sem - preposição
atividade cerebral que envolve o hipocampo... O pronome relativo d) primeiras - numeral, medicamentos - substantivo, preta -
grifado na frase acima está também presente na seguinte frase: adjetivo
a) Quem sabe que novas descobertas ainda hão de ser feitas
e) não - advérbio, e - conjunção; embora - advérbio
sobre o funcionamento da memória?
b) Outros profissionais, que não os cientistas, também têm mui- g) todas - pronome, para - conjunção, caso - substantivo.
to a dizer sobre a memória.
c) Que experiência fantástica não deve ser participar de pesqui- 2.
sas sobre a memória humana! (I) estar ante o portão
d) Não parece haver nada de mais fascinante no estudo do corpo (H) parar após o obstáculo
humano do que as pesquisas sobre o funcionamento do cérebro.
e) É notável o fascínio que homens de todos os tempos parecem (D) beber com os amigos
ter demonstrado pela memória.
(C) pagar com cheque
07. (Fundação Carlos Chagas) Apesar de amplamente conhe- (B) lutar contra o vício
cidos, esses cuidados costumam ser negligenciados pelas pessoas. (A) trabalhar para a sobrevivência
O segmento grifado, considerando-se o contexto, tem o sentido de
a) explicação
(G) voltar de Santos
b) conclusão
c) condição
d) consequência (F) cadeira de vime
e) ressalva
(E) morrer de fome
08. (Fundação Carlos Chagas) A vontade de todos diz respeito
ao interesse privado, sendo apenas a soma de interesses particulares. (J) doce com leite
Considerado o contexto, o elemento sublinhado na frase tem o mes-
mo sentido de (L) doce sem leite

Didatismo e Conhecimento 59
LÍNGUA PORTUGUESA
3. d) Por incrível que pareça, nem a Organização Mundial do Tra-
a) Papa Paulo sexto balho tem um ranking estatístico ou um estudo global que aponte
b) João vinte e três as profissões com os índices de óbitos por acidente mais elevados.
c) Décimo nono capítulo e) A maioria das mortes ocorre naquelas serrarias espalhadas
d) Artigo dez em cantos remotos do país.
e) Vigésima nona seção
f) Casa seiscentos e quarenta e cinco. 02. (Vunesp) Pertencem à mesma categoria gramatical os
4. termos sublinhados na frase:
(B) governador a) Daí a necessidade de criar emprego nas pequenas cidades.
(A) chefe de seção b) A reforma agrária não poderá ser executada de maneira uni-
(F) reitores forme.
(B) marechal c) Não se trata, contudo, de “engessar” a população rural no
(D) rei campo.
d) Ela não será a mesma nas terras férteis.
(C) príncipe
e) A reforma agrária contribuirá para reduzir o ritmo da migra-
(E) sacerdote
ção campo-cidade.
(A) diretor
(G) cardeais
03. (Vunesp) Assinale a alternativa em que o termo que, em
destaque, é pronome relativo.
5. a) Espero que todos os convidados cheguem logo.
a) Este livro que estou lendo conta a história da Independência b) Não sairei de casa hoje desde que haja necessidade.
do Brasil. c) Leia este bilhete que recebi ontem.
b) A placa continha estes dizeres: “É proibido fumar!” d) Venha logo a fim de que o problema seja resolvido.
c) A rua está esburacada. Isso não pode acontecer. e) Hoje a partida será mais difícil que a de ontem.
d) Aquele relógio que está lá no museu pertenceu a D. Pedro I.
e) Lembre-se disso: Estudar exige dedicação. 04. (Vunesp) “Teu braço é a mola que move a cidade,” Sobre
f) Estudar exige dedicação. Lembre-se disso. esse período é correto afirmar:
a) O “que” é um pronome relativo e refere-se a “braço”
TESTES DE CONCURSOS b) “move” é um verbo que se encontra no pretérito perfeito”
c) “teu” é um pronome demonstrativo
d) O “que” é um pronome relativo e inicia uma oração
01 A
e) “Mola” é um adjetivo
02 D
5. (Vunesp) Considere o trecho: interrupção do tratamento e
03 C a procura de um médico se os sintomas persistirem. Mantendo o
04 C mesmo sentido, a oração se os sintomas persistirem pode ser subs-
tituída por
05 B a) caso os sintomas persistam
06 E b) quando os sintomas persistirem
c) embora os sintomas persistam
07 E d) ou os sintomas persistirão
e) porque os sintomas persistem
08 A
09 A 6. (Vunesp) “...Dona Zoé agonizava e sem dúvida não passa-
va daquela semana. Contudo não foi bem o que ocorreu.” O termo
10 D grifado pode ser substituído, sem alteração do sentida da frase, por
a) Entretanto
TESTES COMENTADOS b) Por isso
c) Portanto
01. (Vunesp) Assinale a alternativa em que todas as palavras d) Por conseguinte
grifadas são substantivos. e) Porque
a) E também de técnicos de linhas de transmissão de energia,
que lutam contra o vento, pendurados a 30 metros de altura... 7. (Vunesp) Assinale a alternativa em que a preposição desta-
b) Um operador de serras tinha uma chance de morrer em servi- cada indica modo.
ço 20 vezes maior que a média dos trabalhadores em todos os outros a) Só o Estado de São Paulo.
setores. b) ... ser lesionada com facilidade.
c) Os acidentes de trabalho têm probabilidades muito maiores
de serem fatais quando ocorrem em lugares de onde é impossível c) ... contribuem para o aparecimento do câncer.
escapar. d) ... e por longos períodos.
e) ... levará ao desenvolvimento de displasias.

Didatismo e Conhecimento 60
LÍNGUA PORTUGUESA
8. (Vunesp) Observe a frase: Você transgrediu a lei, logo está 05. Resposta A. As conjunções se e caso são condicionais, ex-
sujeito à penalidade. A conjunção em destaque tem o mesmo sentido primem o que deve ou não ocorrer para que se realize ou deixe de se
que o da conjunção da frase: realizar o fato expresso na oração principal.
a) O motorista atropelou um pedestre, porém não o socorreu.
b) O taxista entrou no carro e deu a partida. Demais alternativas: b) quando - conjunção temporal; c) em-
c) Ele passou nas provas, portanto fez jus à carteira de habi- bora - conjunção concessiva; d) ou - conjunção coordenativa alter-
litação. nativa; e) porque - conjunção coordenativa explicativa.
d) O guarda me multou, pois ultrapassei o limite de velocidade.
e) Ou construímos mais piscinões, ou estaremos sujeitos a ala- 06. Resposta A. Mantém-se a ideia de adversidade substituin-
gamentos. do-se a conjunção contudo por entretanto.

9. (Vunesp) Assinale a alternativa em que o sentido da palavra Demais alternativas: b) por isso - conjunção conclusiva; c)
em destaque, indicado entre parênteses, está correto. portanto - conjunção conclusiva; d) por conseguinte - conjunção
a) Ana mudou-se para Blumenau. (tempo) conclusiva; e) porque - conjunção explicativa.
b) Saiu com a mãe para ir à escola. (lugar)
c) Desde 1987 ela não vê o filho. (modo) 07. Resposta B.
d) Talvez haja falta de energia. (condição)
e) Certamente ele virá para a festa. (afirmação) Demais alternativas: a) lugar; c) finalidade; d) tempo; e) pa-
ciente de ação verbal.
10. (Vunesp) No trecho - Os moradores, porém, serão multados
(...) caso tenham comportamento antissocial -, o termo destacado 8. Resposta C. As conjunções logo e portanto são conclusivas.
apresenta equivalência de sentido na alternativa
a) porque Demais alternativas: a) porém - conjunção adversativa; b) e -
b) assim que conjunção aditiva; d) pois - conjunção explicativa; e) ou - conjunção
c) quando alternativa.
d) se
e) embora 9. Resposta E.

RESPOSTAS Demais alternativas: a) para - lugar; b) para - finalidade; c)


desde - tempo; d) talvez - possibilidade.
01. Resposta C.
10. Resposta D. As conjunções caso e se dão ideia de condição.
Demais alternativas: a) linhas - substantivo, que - pronome re-
lativo, contra - preposição; b) serras - substantivo, maior - adjetivo, Demais alternativas: a) porque - conjunção explicativa; b) as-
outros - pronome indefinido; d) pareça e tem - verbos, estudo - sim que - conjunção temporal; c) quando - conjunção temporal; e)
substantivo; e) naquelas - contração (preposição “em” + pronome embora - conjunção concessiva.
“aquelas”), remotos - adjetivo, país - substantivo.
VERBOS

A Grande Catástrofe
02. Resposta A. Necessidade e emprego são substantivos.
No início era o Verbo. O verbo Ser. Conjugava-se apenas no
Demais alternativas: b) agrária - adjetivo, executada - verbo; infinitivo. Ser, e nada mais.
c) Não - advérbio, de - preposição; d) mesma - pronome, terras - Intransitivo absoluto.
substantivo; e) contribuirá - verbo, migração - substantivo. Isso foi no princípio. Depois, transigiu, e muito. Em vários
modos, tempos e pessoas. Ah, nem queiras saber o que são as pes-
03. Resposta C. Refere-se a um termo anterior (“bilhete”) de- soas: eu, tu, ele, nós, vós, eles...
nominado antecedente. Principalmente eles!
E ante essa dispersão lamentável, essa verdadeira explosão do
Demais alternativas: a) conjunção integrante; b) parte inte- SER em seres, até hoje os anjos ingenuamente se interrogam por
grante da locução conjuntiva desde que; d) parte integrante da que motivo as referidas pessoas chamam a isso de CRIAÇÃO...
locução conjuntiva a fim de que; e) conjunção comparativa.
Mário Quintana, Prosa & Verso.
04. Resposta D. Refere-se a um termo anterior (“mola”) deno-
minado antecedente e inicia a segunda oração. Os verbos são palavras que exprimem ação, fenômeno natural,
estado ou mudança de estado, situando tais fatos no tempo. Flexio-
Demais alternativas: a) veja observação da alternativa correta nam-se em número (singular, plural), pessoa (primeira, segunda e
“d”; b) verbo no presente do indicativo; c) pronome possessivo; terceira), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), tempo (pre-
e) substantivo. sente, pretérito e futuro) e voz (ativa, passiva e reflexiva).

Didatismo e Conhecimento 61
LÍNGUA PORTUGUESA
Modos e tempos expelir: expelido, expulso
expressar: expressado, expresso
Os modos indicam diferentes maneiras de um fato realizar-se. exprimir: exprimido, expresso
São três: indicativo, subjuntivo e imperativo. expulsar: expulsado, expulso
Os tempos situam a época ou o momento em que se verifica o extinguir: extinguido, extinto
fato. São: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito frigir: frígido, frito
mais-que-perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito. findar: findado, findo
imergir: imergido, imerso
Classificação imprimir: imprimido, impresso
inserir: inserido, inserto
Regulares: possuem as desinências normais de sua conjuga- isenta: isentado, isento
ção e cuja flexão não provoca alterações no radical. Exemplo: falo, limpar: limpado, limpo
falei, falava, falaria, falarei, falasse. O radical “fal” se mantém em matar: matado, morto
morrer: morrido, morto
todas as conjugações.
omitir: omitido, omisso
prender: prendido, preso
Irregulares: aqueles cuja flexão provoca alterações no radical
romper: rompido, roto
ou nas desinências. Exemplo: caibo, cabes, caiba, coubesse, cabe- salvar: salvado, salvo
ria. segurar: segurado, seguro
soltar: soltado, solto
Defectivos: aqueles que não apresentam conjugação completa. submergir: submergido, submerso
Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais. suprimir: suprimido, supresso
suspender: suspendido, suspenso
I. Impessoais: verbos que não têm sujeito. Normalmente, são tingir: tingido, tinto
usados na terceira pessoa do singular. Os principais são: a) haver,
quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em ora- Anômalos: possuem mais de um radical em sua conjugação.
ções temporais). Exemplos: Havia poucas crianças no parque; b) fa- Verbos ser e ir. Exemplos; sou, era, fui, fora, vou, ide, sede etc.
zer, ser e estar (quando indicam tempo). Exemplo: Faz meses que
não chove no Sudeste; Está muito quente esta primavera; Era noite Auxiliares: participam da formação dos tempos compostos e
quando o encontrei; c) verbos que indicam fenômenos da natureza das locuções verbais. O verbo principal, quando acompanhado pelo
(chover, nevar, anoitecer, amanhecer). Exemplo: Nevou muito em auxiliar, é expresso numa das formais: infinitivo, gerúndio ou par-
Santa Catarina o ano passado. ticípio. Os verbos mais utilizados são; ser, estar, ter e haver. Exem-
plos: Vou correr a maratona; Está chegando o segundo turno elei-
II. Unipessoais: são conjugados apenas nas terceiras pessoas toral; Os convidados foram cumprimentados por todos.
do singular e do plural.: Os principais são: a) indicam vozes de ani-
mais: bramir, cacarejar, latir, miar etc.; b) verbos cumprir, importar, Formas nominais
parecer, aprazer, convir etc.
Desempenham funções de substantivos, adjetivos e advérbios.
III. Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos São elas:
morfológicos ou eufônicos. Exemplos: falir, computar, adequar,
1. Infinitivo - é a forma como se designam os verbos (desinên-
precaver etc.
cia em -r): falar, comer, sorrir. Pode ser:
Abundantes: possuem mais de uma forma com o mesmo valor.
a) Pessoal - flexionado, referindo-se a uma pessoa gramatical:
Ocorrem, geralmente, no particípio, havendo a forma regular (termi- Estamos felizes por termos conseguido a aprovação no concurso.
nação em -ado ou -ido) e a irregular. Exemplos: aceitar - aceitado,
aceito; anexar - anexado, anexo; eleger - elegido, eleito etc. b) Impessoal - não flexionado. Não se refere a nenhuma pessoa
gramatical. Exerce a função de substantivo: O nascer é maravilho-
Lista dos principais verbos abundantes so.
Infinitivo pessoal / Particípio regular e Irregular 2. Gerúndio - é ação em desenvolvimento. Apresenta a desi-
nência -ndo: falando, comendo, sorrindo. Pode exercer a função de
aceitar: aceitado, aceito advérbio ou adjetivo: Chegando o frio, começaremos a campanha
acender: acendido, aceso do agasalho. (advérbio).Torcedores chorando saíram do estádio
benzer: benzido, bento (adjetivo).
concluir: concluído, concluso
eleger: elegido, eleito 3. Particípio - sem verbo auxiliar exerce a função de subs-
emergir: emergido, emerso tantivo ou adjetivo: Terminado o jogo, os torcedores foram para a
enxugar: enxugado, enxuto avenida comemorar; em tempos compostos, expressa o resultado de
entregar: entregado, entregue ação: A casa foi alugada no carnaval. Apresenta a desinência em d
enxugar: enxugado, enxuto (regular) ou t, s (irregular): falado, aceito, aceso.

Didatismo e Conhecimento 62
LÍNGUA PORTUGUESA
Formas Rizotônicas: São as estruturas verbais com a sílaba Presente do Subjuntivo: que eu venda, que tu vendas, que ele
tônica no radical: 1ª, 2ª, 3ª pessoas do singular e 3ª pessoa do plural venda, que nós vendamos, que vós vendais, que eles vendam
no Presente do Indicativo e no Presente do Subjuntivo e formas res- Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: se eu vendesse, se tu
pectivas do Imperativo. vendesses, se ele vendesse, se nós vendêssemos, se vós vendêsseis,
se eles vendessem
Formas Arrizotônicas: São as estruturas verbais com a sílaba Futuro do Subjuntivo: quando eu vender, quando tu venderes,
tônica fora do radical. Todas as demais estruturas verbais, com ex- quando ele vender, quando nós vendermos, quando vós venderdes,
ceção das rizotônicas. quando eles venderem
Imperativo Afirmativo: vende tu, venda você vendamos nós,
Paradigma dos verbos regulares vendei vós, vendam vocês
Imperativo Negativo: não vendas tu, não venda você, não ven-
1ª Conjugação - falar damos nós, não vendais vós, não vendam eles
Infinitivo Pessoal: por vender eu, por venderes tu, por vender
Presente do Indicativo - eu falo tu falas, ele fala, nós falamos,
ele, por vendermos nós, por venderdes vós, por venderem eles
vós falais, eles falam
Infinitivo Impessoal: vender
Pretérito Perfeito do Indicativo - eu falei, tu falaste, ele falou,
Particípio: vendido
nós falamos, vós falastes, eles falaram
Gerúndio: vendo
Pretérito Imperfeito do Indicativo - eu falava, tu falavas, ele
falava, nós falávamos, vós faláveis, eles falavam
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo - eu falara, tu fala- 3ª Conjugação - partir
ras, ele falara, nós faláramos, vós faláreis, eles falaram
Futuro do Presente do Indicativo - eu falarei, tu falarás, ele Presente do Indicativo: eu parto, tu partes, ele parte, nós parti-
falará, nós falaremos, vós falareis, eles falarão mos, vós partis, eles partem
Futuro do Pretérito do Indicativo - eu falaria, tu falarias, ele Pretérito Perfeito do Indicativo: eu parti, tu partiste, ele par-
falaria, nós falaríamos, vós falaríeis, eles falariam tiu, nós partimos, vós partistes, eles partiram
Presente do Subjuntivo - que eu fale, que tu fales, que ele fale, Pretérito Imperfeito do Indicativo: eu partia, tu partias, ele
que nós falemos, que vós faleis, que eles falem partia, nós partíamos, vós partíeis, eles partiam
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo - se eu falasse, se tu fa- Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: eu partira, tu par-
lasses, se ele falasse, se nós falássemos, se vós falásseis, se eles fa- tiras, ele partira, nós partíramos, vós partíreis, eles partiram
lassem Futuro do Presente do Indicativo: eu partirei, tu partirás, ele
Futuro do Subjuntivo - quando eu falar, quando tu falares, partirá, nós partiremos, vós partireis, eles partirão
quando ele falar, quando nós falarmos, quando vós falardes, quando Futuro do Pretérito do Indicativo: eu partiria, tu partirias, ele
eles falarem partiria, nós partiríamos, vós partiríeis, eles partiriam
Imperativo Afirmativo - fala tu, fale você, falemos nós, falai Presente do Subjuntivo: que eu parta, que tu partas, que ele
vós, falem eles parta, que nós partamos, que vós partais, que eles partam
Imperativo Negativo - não fales tu, não fale você, não falemos Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: se eu partisse, se tu par-
nós, não faleis vós, não falem eles tisses, se ele partisse, se nós partíssemos, se vós partísseis, se eles
Infinitivo Pessoal - por falar eu, por falares tu, por falar ele, por partissem
falarmos nós, por falardes vós, por falarem eles Futuro do Subjuntivo: quando eu partir, quando tu partires,
Infinitivo Impessoal - falar quando ele partir, quando nós partirmos, quando vós partirdes, quan-
Gerúndio - falando do eles partirem
Particípio - falado
Imperativo Afirmativo: parte tu, parta você, partamos nós,
parti vós, partam vocês
2ª Conjugação - vender
Imperativo Negativo: não partas tu, não parta você, não parta-
mos nós, não partais vós, não partam vocês
Presente do Indicativo: eu vendo, tu vendes, ele vende, nós
Infinitivo Pessoal: por partir eu, por partires tu, por partir ele,
vendemos, vós vendeis, eles vendem
Pretérito Perfeito do Indicativo: eu vendi, tu vendeste, ele por partirmos nós, por partirdes vós, por partirem eles
vendeu, nós vendemos, vós vendestes, eles venderam Infinitivo Impessoal: partir
Pretérito Imperfeito do Indicativo: eu vendia, tu vendias, ele Particípio: partido
vendia, nós vendíamos, vós vendíeis, eles vendiam Gerúndio: partindo
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: eu vendera, tu
venderas, ele vendera, nós vendêramos, vós vendêreis, eles vende- Formação do Imperativo Afirmativo / Negativo
ram
Futuro do Presente do Indicativo: eu venderei, tu venderás, Imperativo Afirmativo - A segunda pessoa do singular e a se-
ele venderá, nós venderemos, vós vendereis, eles venderão gunda pessoa do plural são retiradas do Presente do Indicativo, su-
Futuro do Pretérito do Indicativo: eu venderia, tu venderias, primindo-se o S final; as demais formas são as mesmas do Presente
ele venderia, nós venderíamos, vós venderíeis, eles venderiam do Subjuntivo.

Didatismo e Conhecimento 63
LÍNGUA PORTUGUESA
Imperativo Negativo - Todas as pessoas são idênticas às cor- Tivesse: tempo que indica hipótese.
respondentes do Presente do Subjuntivo, bastando antepor o advér- Faria: tempo que expressa uma possibilidade (fazer o curso)
bio Não. que depende da realização ou não, do fato contido em “tivesse”.

Exemplo com o verbo comer Outros casos


Presente do indicativo: como, comes, come, comemos, co-
meis, comem. I. Presente do indicativo + Pretérito Perfeito do Indicativo - Sei
Presente do Subjuntivo: coma, comas, coma, comamos, co- que tive oportunidade de ganhar na loteria.
mais, comam
Imperativo Afirmativo: come (tu), coma (você), comamos II. Presente do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Indicativo -
(nós), comei (vós), comam (vocês). Observo que tinha oportunidade de ganhar na loteria 
Imperativo Negativo: não comas, não coma, não comamos,
não comais, não comam. III. Presente do Indicativo + Futuro do Presente do Indicativo -
Observação: A única exceção à regra é com o verbo ser que no Sei que terei oportunidade de ganhar na loteria.
Imperativo Afirmativo fica: sê (tu) sede (vós).
IV. Presente do Indicativo + Presente do Subjuntivo - Peço que
Valor dos tempos verbais
você me explique correlação verbal.
presente do indicativo - indica um fato real situado no momen-
to ou época em que se fala. V. Pretérito Perfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do
pretérito perfeito do indicativo - indica um fato real cuja ação Subjuntivo - Pedi que você me explicasse correlação verbal.
foi iniciada e concluída no passado.
pretérito imperfeito do indicativo - indica um fato real cuja VI. Pretérito Perfeito do Indicativo + Futuro do Pretérito do In-
ação foi iniciada no passado, mas não foi concluída ou era uma ação dicativo - Disseram que você seria aprovado no concurso.
costumeira no passado.
pretérito mais-que-perfeito do indicativo - indica um fato VII.  Pretérito Imperfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito
real cuja ação é anterior a outra ação já passada. do Subjuntivo - Queria que você fosse aprovado no concurso.
futuro do presente do indicativo - indica um fato real situado
em momento ou época vindoura. VIII. Pretérito Mais-Que-Perfeito do Indicativo + Pretérito Im-
futuro do pretérito do indicativo - indica um fato possível, perfeito do Subjuntivo - Pedira que você me apresentasse à sua
hipotético, situado num momento futuro, mas ligado a um momento melhor amiga.
passado.
presente do subjuntivo - indica um fato provável, duvidoso ou IX. Futuro do Pretérito + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo -
hipotético situado no momento ou época em que se fala. Pediria que você me apresentasse à sua melhor amiga.
pretérito imperfeito do subjuntivo - indica um fato provável,
duvidoso ou hipotético cuja ação foi iniciada mas não concluída no X.  Futuro do Subjuntivo + Futuro do Presente Indicativo -
passado. Quando eu estudar, direi a você.
futuro do subjuntivo - indica um fato provável, duvidoso, hi-  
potético, situado num momento ou época futura. Vozes do verbo
Verbos irregulares Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar
se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. Divide-se em:
Terminados em -EAR: recebem um I na primeira, segunda e
terceira pessoas do singular e na terceira pessoa do plural do Pre-
I. Ativa: quando o sujeito pratica a ação expressa pelo verbo.
sente do Indicativo e nas formas respectivas do Presente do Sub-
Exemplo: Sílvia comeu o bolo.
juntivo. Ex.: verbo pentear (penteio, penteias, penteia, penteamos,
penteais, penteiam; penteie, penteies, penteie, penteemos, penteeis, Sílvia é o sujeito agente (pratica a ação), o verbo fazer, no preté-
penteiem). rito perfeito do indicativo é a ação, enquanto o bolo funciona como
o objeto (paciente da ação).
Terminados em -IAR: São todos regulares, com exceção de:
mediar, ansiar, remediar, incendiar ,odiar e intermediar. Ex.: anseio, II. Passiva: quando o sujeito recebe a ação expressa pelo verbo.
anseias, anseia, ansiamos, ansiais, anseiam; anseie, anseies, anseie, Exemplo: O bolo foi comido por Sílvia.
ansiemos, ansieis, anseiem. O bolo é o sujeito paciente; foi feito - locução verbal, represen-
tando a ação e por Sílvia - funciona como o agente da passiva.
Correlação verbal
III. Reflexiva: o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente,
Dá-se o nome de correlação verbal à articulação temporal entre isto é, pratica e recebe a ação. Exemplo: Ricardo feriu-se ao fazer
duas formas verbais. Assim, ao construir um período, os verbos que a barba.
ele possa apresentar estabelecem, entre si, uma relação, uma corres-
pondência, ajustando-se, convenientemente, um ao outro. Exemplo: A voz passiva pode ser formada por dois processos: analíti-
Se eu tivesse dinheiro, faria um curso preparatório. co e sintético.

Didatismo e Conhecimento 64
LÍNGUA PORTUGUESA
I. Analítico - Formado pelo verbo ser + particípio do verbo Pretérito Imperfeito do Indicativo: eu era, tu eras, ele era, nós
principal. Exemplo: O bolo foi comido por Sílvia. éramos, vós éreis, eles eram
Na transformação da voz ativa para a passiva, deve-se manter o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: eu fora, tu foras,
mesmo tempo verbal do verbo na voz ativa. ele fora, nós fôramos, vós fôreis, eles foram
Futuro do Presente do Indicativo: eu serei, tu serás, ele será,
Exemplos: Sílvia comerá o bolo (futuro do presente do indica- nós seremos, vós sereis, eles serão
tivo) Futuro do Pretérito do Indicativo: eu seria, tu serias, ele seria,
Voz passiva: O bolo será (futuro do presente do indicativo) co- nós seríamos, vós seríeis, eles seriam
mido por Sílvia. Presente do Subjuntivo: que eu seja, que tu sejas, que ele seja,
Sílvia comia o bolo (pretérito imperfeito do indicativo) que nós sejamos, que vós sejais, que eles sejam
Voz passiva: O bolo era (pretérito imperfeito do indicativo) co- Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: se eu fosse, se tu fosses,
mido por Sílvia. se ele fosse, se nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem
Futuro do Subjuntivo: quando eu for, quando tu fores, quando
Sílvia comera o bolo (pretérito mais-que-perfeito do indicativo) ele for, quando nós formos, quando vós fordes, quando eles forem
Voz passiva: O bolo fora (pretérito mais-que-perfeito do indi- Imperativo Afirmativo: sê tu, seja você, sejamos nós, sede
cativo) por Sílvia. vós, sejam vocês
Imperativo Negativo: não sejas tu, não seja ele, não sejamos
II. Sintético (ou Pronominal) Formado por verbo na terceira nós, não sejais vós, não sejam vocês
pessoa, seguido do pronome SE (apassivador). Exemplos: Comeu- Infinitivo Pessoal: por ser eu, por seres tu, por ser ele, por ser-
se o bolo; Destruíram-se os terrenos baldios. mos nós, por serdes vós, por serem eles
Infinitivo Impessoal: ser
Passagem da ativa para a passiva e vice-versa Particípio: sido
Gerúndio: sendo
Para efetivar a transformação da ativa para a passiva e vice-ver-
sa, procede-se da seguinte maneira:

1. O sujeito da voz ativa passará a ser o agente da passiva.

2. O objeto direto da voz ativa passará a ser o sujeito da voz


passiva.

3. Na passiva, o verbo ser estará no mesmo tempo e modo do


verbo transitivo direto da ativa.

4. Na voz passiva, o verbo transitivo direto ficará no particípio.

Voz ativa: Sílvia comeu o bolo. Sujeito = Sílvia. Verbo transiti-


vo direto = comeu. Objeto direto = o bolo.

Voz passiva: O bolo foi comido por Sílvia. Sujeito = O bolo.


Locução verbal passiva = foi comido. Agente da passiva = por Síl-
via.

Transformação da voz passiva sintética para a voz passiva


analítica
Ex.: Não se destruiu o imóvel - passiva sintética
Não foi destruído o imóvel - passiva analítica

a) Troca-se o pronome se pelo verbo auxiliar, conjugado da


mesma forma em que estava o verbo da passiva sintética;

b) Passa-se o verbo da voz passiva sintética para o particípio.

Conjugação do verbo ser

Presente do Indicativo: eu sou, tu és, ele é, nós somos, vós


sois, eles são
Pretérito Perfeito do Indicativo: eu fui, tu foste, ele foi, nós
fomos, vós fostes, eles foram

Didatismo e Conhecimento 65
LÍNGUA PORTUGUESA
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Dê a forma verbal pedida:


a) valer - 1ª p. pl. presente do subjuntivo .......................................................
b) caber - 2ª p. pl. do futuro do subjuntivo .....................................................
c) contradizer - 3ª pessoa do pl. futuro do pretérito do indicativo.....................
d) ser - 2ª p. pl. futuro do presente do indicativo .............................................
e) dar - 2º p. sing. imperativo negativo ..........................................................
f) trazer - 1ª p. pl. pretérito mais-que-perfeito do indicativo ...........................
g) derrubar - 2ª p. pl. pretérito imperfeito do indicativo .................................
h) corromper - 3ª p. sing. pretérito imperfeito do subjuntivo ..........................
i) negar - 2ª p. sing. imperativo afirmativo ....................................................
j) tripudiar - 2ª p. pl. futuro do subjuntivo .....................................................

2. (FUVEST) Passe o texto para a forma negativa: “Sai daqui! Foge! Abandona o que é teu e esquece-me.”
...............................................................................................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................

3. Conjugue a 1ª pessoa do singular no Futuro do Subjuntivo dos seguintes verbos:


a) convir ...................................................
b) intervir .................................................
c) ir ...........................................................
d) manter ..................................................
e) poder ....................................................
f) pôr .........................................................
g) propor ...................................................
h) requerer ................................................
i) reter .......................................................
j) querer ....................................................
k) ver ........................................................
l) vir ..........................................................

4. Passar para a voz ativa ou passiva conforme o caso.


a) Alice fez uma excelente prova de Português.
.........................................................................................................................
b) Uma ação irreparável fora cometida pelo ex-presidente do país.
.........................................................................................................................
c) A torcida apuparia os jogadores.
.........................................................................................................................
d) Eu reconheci todos os casos de concordância verbal.
.........................................................................................................................
e) O computador será vendido pela internet.
.........................................................................................................................
f) A Secretaria da Saúde divulgou novos dados sobre a dengue no interior de São Paulo.
.........................................................................................................................
g) Os guias auxiliem os turistas.
.........................................................................................................................

TESTES DE CONCURSOS

01. (Vunesp) Com a substituição de você por tu, a frase “Vá em frente, viva a sua vida, é uma boa vida - você não precisa de mitologia”,
deverá, obedecendo à norma culta, ser:
a) Vais em frente, vives a tua vida, é uma boa vida - tu não precisas de mitologia.
b) Vai em frente, vive a tua vida, é uma boa vida - tu não precisas de mitologia.
c) Vai em frente, vivas a tua vida, é uma boa vida - tu não precisará da mitologia.
d) Vá em frente, vivas a sua vida, é uma boa vida - tu não precisarás da mitologia.
e) Vá em frente, vive a tua vida, é uma boa vida - tu não precisas de mitologia.

Didatismo e Conhecimento 66
LÍNGUA PORTUGUESA
02. (Vunesp) Haverá bons resultados se as empresas ......................... os cálculos, .........................-se a renegociar a dívida e não
......................... nas bolsas de valores.
a) refizerem; disporem; intervirem
b) refazerem; dispuserem; intervierem
c) refizerem; dispuserem; intervierem
d) refazerem; disporem; intervirem
e) refizerem; dispuserem; intervirem

03. (Vunesp) Assinale a alternativa em que o emprego dos verbos ver e conter está de acordo com a norma culta.
a) Se eles vissem os bastidores do desfile, não se contiam, com certeza.
b) Quando viram o início do desfile, eles não se conteram e caíram no samba.
c) Se vocês verem o desfile das escolas de perto, não conterão a emoção.
d) Ao vir a animação dos foliões, pediu que contessem o entusiasmo.
e) Quando você vir o desfile começando, contenha o ímpeto de cair no samba.

04. (Vunesp) As lacunas dos textos abaixo estão preenchidas, correta e respectivamente, em: É esperto: recorreria ao governo, se lhe
..............................; Com as reformas que virão, é bom que o contribuinte .............................. a ideia de sonegar impostos.; ..............................
dele quando afirma que os recursos não .............................. do estado.
a) convesse - repele - Diverjo - provém
b) convisse - repile - Divirjo - provém
c) convisse - repila - Diverjo - provém
d) conviesse - repila - Divirjo - provêm
e) conviesse - repele - Divirjo - provém

05. (Vunesp) Ele ......................... que a sensatez dos convidados ......................... a euforia geral e ......................... as dúvidas.
a) supusera - freasse - desfizesse
b) supora - freasse - desfizesse
c) supusera - freiasse - desfazesse
d) supora - freiasse - desfizesse
e) supora - freiasse - desfazesse

06. (Funrio) Observe as formas verbais - pode, chocará, acender, esbravejando - no trecho “um casal pode fazer sexo explícito em cena e
ninguém se chocará. Mas, se acender um cigarro depois, haverá gente na plateia limpando um pigarro imaginário ou esbravejando” e aponte a
opção que corresponde, respectivamente, ao tempo e ao modo de cada um deles.
a) presente do indicativo, futuro do pretérito, futuro do subjuntivo, gerúndio.
b) presente do indicativo, futuro do presente, futuro do subjuntivo, gerúndio.
c) pretérito perfeito, futuro do presente, infinitivo, gerúndio.
d) pretérito perfeito, futuro do pretérito, infinitivo, particípio.
e) presente do subjuntivo, futuro do pretérito, futuro do subjuntivo, particípio.

07. (Funrio) Na frase, “Gostaríamos que, daqui por diante, parassem de repisar o passado”, a forma verbal parassem
a) transmite a ideia de uma ação completamente concluída.
b) indica um fato incerto, praticamente impossível de acontecer.
c) anuncia uma ação que está ocorrendo no momento em que se fala.
d) contraria a ação proposta na oração principal.
e) expressa uma ação possível de se realizar no futuro.

08. (Funrio) No fragmento “Se você possuir uma empresa, o SEBRAE pode ajudá-lo de várias formas.”, o primeiro verbo do período citado
é forma do futuro do subjuntivo do verbo possuir. O item abaixo em que o verbo entre aspas simples não apresenta uma forma correta desse
mesmo tempo é
a) se você compuser (compor)
b) se você vir (ver)
c) se você intervier (intervir)
d) se você reaver (reaver)
e) se você trouxer (trazer)

09. (Funrio) Mas os escritores em português têm um interesse menos acadêmico do que prático na unificação do seu idioma...” O verbo
que na terceira pessoa do plural do Presente do Indicativo conjuga-se como o verbo “ter” é:

Didatismo e Conhecimento 67
LÍNGUA PORTUGUESA
a) crer 15. (FGV) Assinale a alternativa em que se tenha indicado in-
b) vir corretamente uma forma do verbo dispor.
c) ler a) dispordes
d) partir b) disporão
e) ver c) disponde
d) dispuserdes
10. (FGV) Assinale a alternativa em que é incorreto o uso do
e) dispôreis
particípio regular ou irregular.
a) Não haveria mais o que discutir, pois o mancebo havia entre-
gado o livro para Íris. GABARITOS
b) Aquiles sentiu um puxão nas fraldas da camisa, que estavam
soltas. O ajudante do delegado aproximou-se e cochichou que ele EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
seria solto em poucos minutos.
c) Era verdade que a fruta parecia passada, que recendia a po- 1.
dre. Lozardo provocou o pároco, mas percebeu que logo todas as a) valhamos
luzes seriam acesas. Afastou-se da fruteira. b) couberdes
d) A lei tinha já extinto qualquer penalidade para aquele ato, que c) contradiriam
não mais era considerado ilícito. d) sereis
e) José Américo tinha soltado o freio da motocicleta, para evi- e) Não dês
tar acidente maior. Mesmo assim, as consequências da queda foram f) trouxéramos
bastante sérias. g) derrubáveis
h) corrompesse
11. (FGV) Assinale o item em que há erro quanto à flexão ver-
i) nega tu
bal.
a) Quando eu vir o resultado, ficarei tranquilo. j) tripudiardes
b) Aceito o lugar para o qual me proporem.
c) Quando estudar o problema, ficará sabendo a verdade. 2. “Não saias daqui! Não fujas! Não abandones o que é teu e
d) Sairás assim que te convier. não me esqueças.”
e) O fato está patente a quem se detiver a observá-lo.
3.
12. (FGV) “Então despes a luva para eu ler-te a mão”. Assinale a) convier
a alternativa em que, passando-se o primeiro verbo da frase acima b) intervier
para o imperativo e alterando-se a pessoa do discurso, manteve-se c) for
adequação à norma culta. d) mantiver
a) Então dispais a luva para eu ler-vos a mão! e) puder
b) Então despe a luva para eu ler-vos a mão! f) puser
c) Então despi a luva para eu ler-vos a mão!
g) propuser
d) Então despis a luva para eu ler-vos a mão!
h) requerer
e) Então dispai a luva para eu ler-vos a mão!
i) retiver
13. (FGV) Assinale a alternativa em que se apresenta flexão j) quiser
incorreta da forma verbal. i) vir
a) Eles impunham condições para que o acordo fosse assinado. j) vier
b) O julgador interveio na polêmica sobre os critérios de sele-
ção. 4.
c) Não foi confirmado se a banca quereria dar à redação caráter a) Uma excelente prova de Português foi feita por Alice.
eliminatório. b) O ex-presidente do país cometera uma ação irreparável.
d) Se os autores se disporem a ratear o valor, a publicação da c) Os jogadores seriam apupados pela torcida.
revista será certa. d) Todos os casos de concordância verbal foram reconhecidos
e) É necessário que atentemos para a questão da mudança de por mim.
paradigma científico. e) A internet venderá o computador.
f) Novos dados sobre a dengue foram divulgados no interior
14. (FGV) “Dai-nos a Graça Divina”. Assinale a alternativa em
de São Paulo pela Secretária da Saúde.
que se fez corretamente a passagem acima para a forma negativa.
a) Não nos deis a Graça Divina. g) Os turistas sejam auxiliados pelos guias.
b) Não nos dês a Graça Divina.
c) Não nos daí a Graça Divina.
d) Não nos dê a Graça Divina.
e) Não nos dais a Graça Divina.

Didatismo e Conhecimento 68
LÍNGUA PORTUGUESA
TESTES DE CONCURSOS c) ...exceto para os 250 mil franceses que não retornaram de
suas guerras.
d) Ele destruíra apenas um coisa ...
01 B
e) ...os próprios clichês o denunciam ...
02 C
04. (Fundação Carlos Chagas) A frase em que todos os verbos
03 E estão corretamente flexionados é:
04 D a) Quem se dispor a ler a obra seminal de Hobsbawm sobre
as revoluções do final do século XVIII à primeira metade do XIX
05 A jamais protestará contra o tempo gasto e o esforço despendido.
06 B b) As reflexões sobre a Revolução Francesa de 1789 requerem
muito cuidado para que não se perca de vista a complexidade que as
07 E afirmações categóricas tendem a desconsiderar.
08 D c) Os revolucionários de 1789 talvez não prevessem, ou sequer
imaginassem, o impacto que o movimento iniciado na França teria
09 B na história de praticamente toda a humanidade.
10 D d) Se as pessoas não se desfazerem da imagem que cultivam
de Napoleão, nunca deixarão de acreditar que o talento pessoal é o
11 B principal ou mesmo a único requisito para a obtenção do sucesso.
e) Quando se pensa na história universal, nada parece tão dis-
12 C
seminado no imaginário popular, sobretudo no ocidente, do que as
13 D imagens que adviram da Revolução Francesa de 1789.
14 B 05. (Fundação Carlos Chagas) … que uma mutação genética
15 E reduza drasticamente a seletividade natural dos nossos sentidos. O
verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima
TESTES COMENTADOS está em:
a) ... sugeria William Blake...
01. (Fundação Carlos Chagas) Quanto à flexão verbal, há uma b) Aquilo de que o nosso aparelho perceptivo nos faz cientes…
irregularidade na frase: c) O grande problema é saber se estaríamos aptos...
a) Todos os benefícios que advirem de atos ilícitos acabarão por d) ... ainda que o grau de sensibilidade dos indivíduos varie de
desmoralizar as instituições. acordo com idade…
b) Nem sempre convirá a todos prestar o devido respeito às ins- e) ... não comprometeram nossa sobrevivência...
tituições que regulam nossa vida social. 06. (Fundação Carlos Chagas) Está plenamente adequada a cor-
c) O que caberia fazer, caso nos propusessem extinguir todas as relação entre tempos e modos verbais em:
instituições que já foram manipuladas? a) Caso um de nós a tome em sentido absoluto, a questão de
d) Se eles requeressem os bons serviços da instituição, não se- gosto acabará por impedir que debatamos com alguma seriedade.
riam atendidos, uma vez que já a prejudicaram. b) Caso sejam levadas a sério, suas ponderações teriam soter-
e) Por serem honestos, nunca lhes aprouve beneficiar-se vicio- rado as tais razões de gosto que alegassem os seus interlocutores.
samente das instituições, públicas ou privadas. c) Somente nos restaria engolir em seco, se admitirmos que a tal
da questão de gosto tivesse alguma relevância.
02. (Fundação Carlos Chagas) Ambos os verbos flexionados d) Se alguém apelasse para a tal “questão de gosto”, dificilmen-
nos mesmos tempo, modo e pessoa estão grifados em: te nós, reputados polemistas, haveremos de concordar.
a) Vês aquela estrela lá longe... Já viste da beira do cais o vento e) Seria necessário que todos gostassem das fórmulas ditato-
noroeste... riais do gosto para que se impeça um debate calcado em princípios
b) Vê no céu... ouve o ABC do poeta. argumentativos.
c) No teatro grande lá de cima ouviste certa vez uma numerosa
orquestra. Lembras-te da hora em que os músicos... 07. (Fundação Carlos Chagas) Está inteiramente adequada a
d) São homens valentes que morreram. correlação entre os tempos e os modos verbais da frase:
e) Faz tempo que não te conto uma história na beira deste cais. a) Os prefácios correriam o risco de serem inúteis caso tenham
sido escritos segundo as instruções convencionais.
03. (Fundação Carlos Chagas) Sem dúvida, os britânicos se b) Houvesse enorme interesse pela leitura de prefácios e as edi-
viam como lutadores pela causa da liberdade contra a tirania ... O torias certamente cuidariam que fossem mais criativos.
verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verbo grifado c) Quando se fizesse uma glosa de frase de um grande autor
acima está em: deve-se citar a fonte original: esse é um dever ético.
a) Todos os homens comuns ficavam excitados pela visão ... d) Caso o autor viesse a informar tanto o nome do grande poeta
b) O mito napoleônico baseia-se menos nos méritos de Napo- como o da frágil poetisa, muitos o acusarão de indiscreto.
leão ... e) Menos que seja objeto de preconceito, um bom prefácio sem-
pre resistiria aos critérios de um crítico rigoroso.

Didatismo e Conhecimento 69
LÍNGUA PORTUGUESA
08. (Fundação Carlos Chagas) Está plenamente adequada a cor- 04. Resposta B. Requerem - presente do indicativo do verbo
relação entre tempos e modos verbais em: requerer, perca - presente do subjuntivo do verbo perder.
a) Caso um de nós a tome em sentido absoluto, a questão de
gosto acabará por impedir que debatamos com alguma seriedade. Demais alternativas: a) dispuser - futuro do subjuntivo do ver-
b) Caso sejam levadas a sério, suas ponderações teriam soter- bo dispor; c) previssem - pretérito imperfeito do subjuntivo do ver-
rado as tais razões de gosto que alegassem os seus interlocutores. bo prever; d) desfizerem - futuro do subjuntivo do verbo desfazer;
c) Somente nos restaria engolir em seco, se admitirmos que a tal e) advieram - pretérito perfeito do indicativo do verbo advir.
da questão de gosto tivesse alguma relevância.
d) Se alguém apelasse para a tal “questão de gosto”, dificilmen- 05. Resposta D. As formas verbais reduza e varie estão conju-
te nós, reputados polemistas, haveremos de concordar. gadas no presente do subjuntivo.
e) Seria necessário que todos gostassem das fórmulas ditato-
riais do gosto para que se impeça um debate calcado em princípios Demais alternativas: a) sugeria - pretérito imperfeito do indi-
argumentativos. cativo; b) faz - presente do indicativo; c) estaríamos - futuro do
pretérito do indicativo; e) comprometeram - pretérito perfeito ou
09. (Fundação Carlos Chagas) Koch-Grünberg viu uma dessas mais-que-perfeito do indicativo.
marcas de caminho na serra de Tunuí... Transpondo-se a frase acima
para a voz passiva, a forma verbal resultante será: 06. Resposta A. O primeiro verbo no presente do subjuntivo
a) foi visto (Tome) pede o segundo verbo no futuro do presente do indicativo
b) foram vistas (acabará), havendo correlação com o último verbo também no pre-
c) fora vista sente do subjuntivo (debatamos).
d) eram vistas
e) foi vista Demais alternativas: b) sejam levadas, terão soterrado, ale-
guem; c) restaria, admitíssemos, tivesse; d) apelássemos, have-
10. (Fundação Carlos Chagas) Aristóteles, no ano 335 a.C., dis- ríamos de concordar; e) Seria necessário, gostassem, impedisse.
secou princípios e práticas da arte dramática em sua Poética. Trans-
pondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante
07. Resposta B. Há perfeita articulação entre os tempos ver-
será:
bais Houvesse (pretérito imperfeito do subjuntivo) com cuidariam
a) eram dissecados
(futuro do pretérito do indicativo) e fossem (pretérito imperfeito do
b) foi dissecada
subjuntivo).
c) foram dissecados
d) são dissecadas
Demais alternativas: a) correriam, tivessem sido escritos; c)
e) dissecam-se
fizesse, dever-se-ia (futuro do pretérito do indicativo em mesócli-
RESPOSTAS se); d) viesse, acusariam; e) seja, resistirá.

01. Resposta A. Advierem - futuro do subjuntivo do verbo ad- 08. Resposta A. Tome e debatamos - presente do subjuntivo e
vir (ocorrer, suceder). acabará - futuro do presente do indicativo, os três verbos estão bem
articulados.
02. Resposta B. Vê e ouve - segunda pessoa do singular, impe-
rativo afirmativo. Demais alternativas: b) o presente do subjuntivo (sejam) pede o
segundo verbo no futuro do presente (terão) e o terceiro no presen-
Demais alternativas: a) Vês - segunda pessoa do singular, pre- te do indicativo (alegam) para que exista a articulação verbal; c) o
sente do indicativo. Viste - segunda pessoa do singular pretérito per- primeiro verbo no futuro do pretérito do indicativo (restaria) pede o
feito do indicativo; c) ouviste - segunda pessoa do singular, pretérito segundo e o terceiro no pretérito imperfeito do subjuntivo (admitís-
perfeito do indicativo, Lembras-te - segunda pessoa do singular, semos, tivesse) para que exista correlação entre as formas verbais;
presente do indicativo; d) São - terceira pessoa do plural, presen- d) o primeiro verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo (apelasse)
te do indicativo, morreram - terceira pessoa do singular, pretérito pede o segundo no futuro do pretérito do indicativo (haveríamos)
perfeito do indicativo; e) Faz - terceira pessoa do singular, presente para que se mantenha a articulação verbal; e) o futuro do pretérito
do indicativo, conto - primeira pessoa do singular, presente do indi- do indicativo (Seria) pede os dias verbos seguintes no pretérito im-
cativo (Obs.: para haver uniformidade de tratamento, o correto seria perfeito do subjuntivo (gostassem, impedisse).
“não lhe conto”).
09. Resposta E. A passagem da voz ativa para a voz passiva é
03. Resposta A. As formas verbais viam e ficavam estão conju- feita da seguinte maneira: o sujeito de voz ativa (Koch-Grünberg)
gadas no pretérito imperfeito do indicativo. torna-se o agente da passiva; o objeto direto da voz ativa (uma des-
sas marcas de caminho) torna-se o sujeito da passiva; o verbo ser
Demais alternativas: b) baseia-se - presente do indicativo; c) será conjugado no mesmo tempo e modo do verbo transitivo direto
retornaram - pretérito perfeito do indicativo; d) destruíra - pre- da ativa (viu - pretérito perfeito do indicativo); o verbo transitivo
térito mais-que-perfeito do indicativo; e) denunciam - presente do direto ficará no particípio (vista). Uma dessas marcas de caminho
indicativo. foi vista por Koch-Grünberg na serra de Tunuí.

Didatismo e Conhecimento 70
LÍNGUA PORTUGUESA
10. Resposta C. A passagem da voz ativa para a voz passiva é Composto: constituído por duas ou mais orações. Exemplos;
feita da seguinte maneira: o sujeito de voz ativa (Aristóteles) torna- “Matamos o tempo, o tempo nos enterra.” (Machado de Assis);
se o agente da passiva; o objeto direto da voz ativa (princípios e Quero que você entregue este livro para a sua irmã.
práticas da arte dramática) torna-se o sujeito da passiva; o verbo
ser será conjugado no mesmo tempo e modo do verbo transitivo Termos da oração
direto da ativa (dissecou - pretérito perfeito do indicativo); o ver-
bo transitivo direto ficará no particípio (dissecados). Princípios e Dividem-se em essenciais, integrantes e acessórios
práticas da arte dramática foram dissecados por Aristóteles, no ano 6.
335 a.C., em sua Poética. Essenciais

SINTAXE: ESTRUTURA DA ORAÇÃO, ESTRUTURA Sujeito - é o ser de quem se informa alguma coisa. Pode ser:
DO PERÍODO
a) Simples - apresenta apenas um núcleo. Exemplo: Alice ven-
Analisa a estrutura de um período e as orações que o compõem. ceu a prova.
Inicialmente, vamos conceituar frase, oração e período.
b) Composto - apresenta mais de um núcleo. Exemplo: Marina
Frase: é todo enunciado de sentido completo, podendo ser e Luciana são amigas.
constituída por uma palavra ou várias, conter verbos ou não. Exem-
plo: Fogo!; Silêncio; Haverá eleições este ano; Cada macaco no seu c) Oculto (Implícito, subentendido) - conhecido pela desinên-
galho. cia verbal. Exemplo: Venceremos o jogo de basquete. (Nós)
Observação: A frase que não apresenta verbo é chamada de
nominal. d) Indeterminado - Ocorre em dois casos:
Tipos de frases: I - verbo na terceira pessoa do plural, não havendo sujeito ex-
presso na oração. Exemplo: Falaram sobre o resultado da eleição.
Dependendo de sua entoação, elas podem ser classificadas:
II - verbo na terceira pessoa do singular + índice de indetermi-
I. Interrogativas - empregadas quando se deseja obter alguma
nação do sujeito se. Exemplo: Precisa-se de pessoas competentes
informação. Elas podem ser diretas ou indiretas; diretas, quando ter-
para realizar o trabalho.
minam por um ponto de interrogação. Exemplo: Quem vai ganhar
o campeonato brasileiro? ou indireta (sem ponto de exclamação).
e) Inexistente - Ocorre com os verbos:
Exemplo: Gostaria de saber se você ainda vai votar neste candidato.

II. Imperativas - empregadas quando se quer dar conselhos, I - estar, fazer, ir, haver, ser - com ideia de tempo. Exemplos:
ordens ou pedir alguma coisa. O verbo é conjugado no modo im- Faz meses que não chove; Há duas semanas ele viajou ao exterior.
perativo: afirmativamente ou negativamente. Exemplos: Não faça
mais isso; Levante-se e vá tomar banho. II - haver - significando existir. Exemplos: Há muitas dúvidas
sobre funções exponenciais.
III. Exclamativas - empregadas quando se exteriorizam estados
afetivos. Vêm acompanhadas por ponto de exclamação. Exemplos: III - significando fenômenos naturais: amanhecer, anoitecer,
Que prova complicada a de ontem!; Nossa! Como você está pálido! chover, trovejar, nevar, escurecer, etc. Exemplo.: Nevou em Santa
Catarina no início do ano.
IV. Declarativas - Empregadas para a constatação de algum
fato. Pode ser afirmativa ou negativa. Exemplos: Encerrei a reunião; IV - Com as construções verbais: Chega de...; Basta de... Exem-
Não estou à disposição. plo: Basta de desculpas para os seus maus resultados.

Oração Predicado - é o que se fala do sujeito. Quanto à predicação, os


verbos podem ser: intransitivos, transitivos e de ligação.
Para que exista oração é necessário que o enunciado tenha
sentido completo e que haja ao menos um verbo. Exemplos: Hoje 1. Intransitivos - têm sentido completo, não necessitando de
choveu pela manhã; “Vim, vi, venci.” complemento. Exemplo: O avião finalmente partiu.

Período 2. Transitivos - não têm sentido completo, necessitando de


complementos. Podem ser:
É a frase constituída de uma ou mais orações com sentido
completo. Pode ser simples ou composto. a) Diretos - sem preposição obrigatória. Exemplo: Joelma co-
meu o bolo.
Simples - constituído por apenas uma oração. Recebe o nome
de oração absoluta. Exemplos: Preciso de você; Ainda ganharei na b) Indiretos - com preposição obrigatória. Exemplo: Sofia gos-
Mega-sena. ta de sorvete.

Didatismo e Conhecimento 71
LÍNGUA PORTUGUESA
c) Diretos e Indiretos - Apresentam dois complementos (com c) Objeto indireto pleonástico: Exemplo: Aos pobres, nada
e sem preposição obrigatórias). Exemplo: Fortunato pediu dinheiro lhes devo.
ao banco.
2. Complemento nominal - termo que completa o sentido tran-
3. Ligação - exprimem estado ou mudança de estado. Exemplo: sitivo de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio). Exemplos:
O apartamento é minúsculo. O Nordeste tinha necessidade de alimentos; Fumar é prejudicial aos
pulmões; A testemunha falou favoravelmente à ré.
Tipos de predicado
3. Agente da passiva - é o complemento de um verbo na voz
a) Verbal - o núcleo é um verbo. Exemplo: A Alemanha venceu passiva. Vem antecedido das preposições por ou de. Exemplos: As
a Argentina. terras indígenas foram desapropriadas pelo governo; O prédio foi
cercado de policiais.
b) Nominal - o núcleo é um nome. Exemplo: Priscila parece Observação: Denomina-se passiva analítica quando a apassi-
entediada. vação ocorre com os verbos ser, estar, ficar e pronominal ou sinté-
tica, com o pronome se. Exemplos.: Os soldados foram homenagea-
c) Verbo-nominal - apresenta dois núcleos: um verbo e um dos por todos (analítica); Homenagearam-se os soldados (sintética).
nome, indicando uma ação ou atividade do sujeito ou do objeto.
Exemplo: Os concurseiros saíram da prova exultantes. Termos acessórios da oração
Predicativos: 1. Adjunto adnominal - termo que modifica o sentido de um
nome. Pode ser adjetivo, artigo, pronome, numeral ou locução ad-
a) Do sujeito - termo que atribui características ao sujeito por jetiva. Exemplos: Comprei duas dúzias de bananas maduras; As
meio de um verbo. Exemplo: Esta torta está saborosa. minhas duas primas estudiosas foram aprovadas na (em + artigo
a) USP,
b) Do objeto - é o elemento que informa algo a respeito do
objeto. Exemplo: Ela foi considerada inocente.
2. Adjunto adverbial - termo que modifica o verbo. Pode ser
7.
advérbio ou locução adverbial. Exemplos: Visitei Magali no hospi-
1. Termos integrantes da oração
tal; Aquela criança dormia demais.
1. Complementos Verbais
3. Aposto - termo que integra o substantivo, esclarecendo-lhe
o sentido. Pode ser:
I. Objeto Direto - termo que completa o sentido de um verbo
transitivo. Exemplo: Entendi as regras para reconhecer o sujeito e o
predicado. a) enumerativo: Tenho necessidade de duas coisas: dinheiro e
saúde;
II. Objeto Indireto - termo regido de preposição que completa
o sentido de um verbo transitivo. Exemplo: Não acredito na presi- b) resumitivo: Armário, sofá, cadeira, mesa, tudo estava velho;
dente do Brasil.
c) especificativo: A cidade de Paris é encantadora;
Observações:
d) explicativo: Em outubro, décimo mês do ano, comemora-se
a) Objeto direto preposicionado. É utilizado nos seguintes o dia do Professor;
casos:
e) distributivo: Machado de Assis e Manuel Bandeira foram
I. para evitar ambiguidade. Exemplo: Matou Caim a Abel. dois grandes escritores: este na poesia, aquele no romance.

II. com substantivos próprios. Exemplos: Amar a Deus sempre; 4. Vocativo - não tem função sintática na oração, serve para co-
Ele venera a Zeus. locar em evidência o ser a quem nos dirigimos. Ex.: “Deus, ó Deus!,
onde estás que não me respondes?”
III. quando os pronomes pessoais mim, ti, si, nós, vós, ele(s), 8.
ela(s) funcionarem como objeto direto. Exemplo: Costumava des- 9. Diferença entre adjunto adnominal e
prezar a ti. complemento nominal

IV. expressões idiomáticas, como: sacar do revólver, pedir por Há nomes que, por não terem sentido completo, exigem um ter-
socorro, chamar por alguém, saber do caso, etc. mo para completá-los. Esse termo é chamado complemento nominal
e inicia-se sempre por preposição.
b) Objeto direto pleonástico - repetição de um termo na fra- Exemplos: Impedimos a derrubada da mata.
se, para dar ênfase. Exemplo: Os doces, Adriana devorou-os com derrubada: nome incompleto (substantivo) da mata: comple-
prazer. mento nominal

Didatismo e Conhecimento 72
LÍNGUA PORTUGUESA
Você é igual a ele. igual: nome incompleto (adjetivo) a Classificação dos períodos
ele: complemento nominal
Todos tiveram medo do ladrão. medo: nome incompleto 1. Simples - apenas uma oração. (Oração Absoluta)
(substantivo) do ladrão: complemento nominal
2. Composto - mais de uma oração. Divide-se em:
Observação: O adjunto adnominal pode, às vezes, ser iniciado
a) por Coordenação - são independentes entre si. Classificam-
por preposição.
se em:
Exemplo: A casa de madeira caiu.
Assindéticas - sem conjunção;
O complemento nominal sempre é iniciado por preposição.
Isso pode gerar, em certas frases, sérias dúvidas quanto à função Sindéticas - com conjunção. Subdividem-se em:
do termo em estudo. Assim, quando um termo estiver se referindo
a um nome e estiver iniciado por preposição, ele será ou adjunto I. Aditiva - e, nem, mas também, não só. Ex.: Cristina estuda
adnominal ou complemento nominal. Para distinguir um do outro, e trabalha.
é conveniente usar, como critério auxiliar da análise, as orientações
seguintes: II. Adversativa - mas, porém, contudo, entretanto, todavia.
Ex.: Ontem choveu muito, porém não o suficiente para se evitar o
Principais diferenças entre o complemento nominal e o ad- racionamento de água.
junto adnominal
III. Alternativa - ora... ora, já... já, ou... ou, quer... quer. Ex.:
Ora faz calor, ora faz frio.
1.ª diferença: O adjunto adnominal só se refere a substanti-
vos (tanto concretos como abstratos). O complemento nominal IV. Explicativa - pois (antes do verbo), porque, que, porquanto.
refere-se a substantivos (só abstratos), a adjetivos e a advérbios. Ex.: Venha imediatamente, pois já vamos começar a distribuição dos
brindes.
2.ª diferença: O adjunto adnominal pratica a ação expressa
pelo nome a que se refere. O complemento nominal recebe a ação V. Conclusiva - logo, portanto, pois (após o verbo), então. Ex.:
expressa pelo nome a que se refere. Vanessa foi aprovada; é, pois, inteligente.

O período composto por subordinação necessita de outra ora-


Exemplos de aplicação dos critérios acima: ção para completar o seu sentido. É formado por oração principal +
As ruas de terra serão asfaltadas. ruas: nome (substantivo) de oração subordinada. Classificam-se em:
terra é adjunto adnominal ou complemento nominal?
Note que de terra refere-se ao nome ruas, que é um substan- 1. Substantivas - Exercem a função de substantivos. Podem
ser:
tivo concreto (considerando a classe gramatical). Pelo 1.º critério,
podemos concluir que de terra só pode ser adjunto adnominal, I. Subjetivas - funcionam como sujeito da oração principal.
pois o complemento nominal não se refere a substantivo concreto. Ex.: Seria bom que revisássemos análise sintática.

A rua é paralela ao rio. paralela: nome (adjetivo) ao rio: II. Objetivas diretas - funcionam como objeto direto do verbo.
complemento nominal ou adjunto adnominal? Ex.: Quero que você revise análise sintática.

O termo ao rio está se referindo a paralela, que é um adjetivo III. Objetivas indiretas - funcionam como objeto indireto do
(considerando a classe gramatical). Usando o 1.º critério, podemos verbo. Sua aprovação dependerá de que revise análise sintática
concluir que ao rio só pode ser complemento nominal, já que o
adjunto adnominal nunca se refere a adjetivo. IV. Completivas nominais - funcionam como complemento
nominal. Ex.: Sou favorável a que você revise análise sintática.
As críticas ao diretor eram infundadas. críticas: nome (subs-
V. Predicativas - funcionam como predicativo do sujeito. Ex.:
tantivo)
O importante é que você revise análise sintática.
ao diretor: complemento nominal ou adjunto adnominal?
Observe que críticas expressa uma ação (ação de criticar). O VI. Apositivas - funcionam como aposto. Ex.: Ele propôs: que
termo ao diretor é que recebe as críticas (o diretor é criticado). revisássemos análise sintática.
Usando o segundo critério, podemos concluir que ao diretor é um
complemento nominal. 2. Adjetivas - Equivalem a um adjetivo. Formadas por prono-
mes relativos (que, quem, qual, cujo, onde, quanto). Podem ser:
As críticas do diretor eram infundadas.
críticas: nome (substantivo), agora, o termo do diretor é ad- I. Restritivas - Restringem o sentido do termo que modificam.
junto adnominal, pois ele pratica a ação expressa pelo nome crí- Não apresentam vírgulas antes do pronome relativo. Ex.: As pessoas
ticas. que fumam vivem pouco.

Didatismo e Conhecimento 73
LÍNGUA PORTUGUESA
II. Explicativas - modificam um termo de sentido amplo e ge- ( ) Há vagas para secretárias.
nérico. Apresentam vírgulas entre o pronome relativo e seu antece- ( ) Precisa-se de novas secretárias.
dente. Ex.: As mulheres, que são estudiosas, obtêm aprovação nos ( ) Minha seção e eu organizamos um bolão para a mega-
concursos. sena.
( ) Pede-se silêncio.
3. Adverbiais - Têm função de adjunto adverbial da oração ( ) Todos haverão de participar do sorteio de Natal.
principal. Podem ser: ( ) Acreditamos que seremos aprovados no concurso.
( ) Existem muitos candidatos estudando para o concurso.
I. Temporal - quando, antes que, até que, assim que, desde que. ( ) Choveram reclamações contra o produto no PROCOM.
Exemplo: Quando parar de chover, irei ao clube. ( ) Choveu o dia todo no Pantanal.
( ) Quebraram a porta da garagem.
II. Causal - porque, pois que, uma vez que, visto que, como (= ( ) Febre alta e dor de cabeça são sintomas da dengue.
porque) Exemplo: Não fui ao clube porque choveu muito ontem. ( ) Come-se com fartura no restaurante vegetariano

III. Concessiva - ainda que, embora, conquanto, mesmo que, 2. Classifique os predicados de acordo com o seguinte código:
apesar de que. Ex.: Ainda que chovesse muito, fui ao clube ontem a) verbal
à noite. b) nominal
c) verbo-nominal
IV. Comparativa - como, assim como, bem como, que (depois
de mais, menos, menor, melhor, pior) Ex.: As mulheres falam muito ( ) Demitiram o Ministro da Economia.
mais do que os homens. ( ) Compareceram todos atrasados ao desfile.
( ) Estela estava irritada com as brincadeiras.
V. Condicional - se, caso, contanto que, salvo, desde que. Ex.: ( ) Cansadas, as atletas deixaram a quadra.
Se chover forte, não irei ao clube. ( ) Beatriz era muito medrosa.
( ) Rúbia ficou no serviço.
( ) Anselmo virou rei após vencer a maratona
VI. Conformativa - conforme, segundo, como (= conforme),
( ) Aquele cachorrinho parecia um bicho de pelúcia.
consoante. Ex.: Conforme comentei, não fui ao clube ontem à noite.
( ) Os torcedores cantavam animados com a vitória do time.
( ) Encomendei o remédio que estava em falta.
VII. Consecutiva - tal... que, tanto... que, tamanho... que. Ex.:
Choveu tanto ontem à noite, que não fui ao clube.

VIII. Final - para que, pois, uma vez que, visto que, porque (=
para que). Exemplo: Ela estudou Língua Portuguesa com a finalida-
de de ser aprovada no concurso.

IX. Proporcional - à medida que, à proporção que, quanto mais.


Ex.: À medida que estudava, compreendia melhor análise sintática.

4. Reduzidas - Não apresentam conectivos (conjunção ou pro-


nome relativo) e os verbos aparecem no gerúndio, no particípio ou
no infinitivo. Exs.: Não estudando, será reprovada no exame final.
(Se não estudar, .....) - Oração Subordinada Adverbial Condicional,
reduzida de gerúndio; O êxito no concurso depende de teres confian-
ça - Oração Subordinada Objetiva Indireta, reduzida de infinitivo;
Feito isso, obterá lucro - Oração Subordinada Adverbial Temporal,
reduzida de particípio.
Observação: Não há orações substantivas reduzidas de gerún-
dio e de particípio, tampouco orações adjetivas reduzidas de parti-
cípio.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Classifique as frases a seguir segundo o código:


a) sujeito simples
b) sujeito composto
c) sujeito indeterminado
d) sujeito inexistente
e) sujeito oculto

Didatismo e Conhecimento 74
LÍNGUA PORTUGUESA
3. Dê a função sintática dos termos em destaque.
a) “Homens do mar! Ó rudes marinheiros, tostados pelo sol dos quatro mundos.” (Castro Alves)
..........................................................................................................................................................
b) Gosto de você alegre.
.........................................................................................................................................................
c) Os deputados votaram contrariamente aos interesses da nação.
..........................................................................................................................................................
d) Nas férias, viajaremos ao Balneário de Camboriú.
.........................................................................................................................................................
e) O pessimismo é a mãe de todos os problemas.
..........................................................................................................................................................
f) Não há ,no universo, duas impressões digitais iguais.
...........................................................................................................................................................
g) O medo do concurseiro é a reprovação.
..........................................................................................................................................................
h) O medo da reprovação angustiava todos os estudantes.
..........................................................................................................................................................

4. Classifique as orações coordenadas segundo o código:


a) aditiva
b) alternativa
c) adversativa
d) conclusiva
e) explicativa

( ) Saíram cedo e ainda não chegaram ao estádio.


( ) Eduardo não reclamou, nem questionou a decisão do chefe.
( ) Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.
( ) Todos trabalhavam: ou varriam o chão ou lavavam as vidraças.
( ) Perdeu o emprego, mas assistiu a todos os jogos do Cruzeiro.
( ) Requereu o que não é lícito, portanto não pude atendê-lo.
( ) Chora, que lágrimas lavam a dor.
( ) Pedrão é o artilheiro do time, entretanto não faz gol há dois meses.

5. Classifique as orações subordinadas substantivas segundo o código:


a) subjetiva
b) objetiva direta
c) objetiva indireta
d) apositiva
e) completiva nominal
f) predicativa
g) principal

( ) Sinto que serei aprovado no próximo concurso.


( ) Estou certo de que serei aprovado no próximo concurso.
( ) Lembre-se de que terá de revisar os casos de orações subordinadas.
( ) É bom que revisse toda a matéria.
( ) O bom é que estou compreendendo bem análise sintática.
( ) Só desejo uma coisa: que todos obtenham aprovação no concurso.
( ) Não gostaram de que você se equivocasse no seu comentário.
( ) Os alunos prometeram que venceriam todos os obstáculos.

6. Classifique as orações subordinadas adjetivas segundo o código:


a) restritiva
b) explicativa

Didatismo e Conhecimento 75
LÍNGUA PORTUGUESA
( ) Tivemos um prejuízo que não é possível calcular. 03. (Cesgranrio) “A desnecessidade do grito para se fazer ou-
( ) Pedi auxílio ao homem que passava na rua. vir mudou o caráter do jornalista.”
( ) O Brasil, que é grande exportador de soja, enfrenta grave A oração em destaque exprime ideia de:
crise econômica. a) fim
( ) Os homens que têm seu preço são fáceis de corromper. b) concessão
( ) O Cruzeiro, que vencerá o Campeonato Brasileiro, dispu- c) condição
tará a Taça Libertadores. d) causa
e) tempo
7. Classifique as orações subordinadas adverbiais abaixo con-
forme o código:
a) conformativa 04. (Cesgranrio) Em “O caminho de cada um se faz ao cami-
b) comparativa nhar.”, a oração reduzida pode ser substituída, sem alterar o sentido,
c) consecutiva por
a) desde que se caminhe
d) concessiva b) porque se caminha
e) proporcional c) quando se caminha
f) final d) pois se caminha
g) temporal e) no entanto se caminha
h) condicional
i) causal 05. (Cesgranrio) “A amizade entre pescadores e golfinhos é tão
forte que os melhores companheiros de pesca são batizados”.
( ) Os lavradores esperam as chuvas a fim de não perderem A oração em destaque exprime uma:
toda a colheita do ano. a) comparação
( ) Está chovendo em São Paulo como chove no sertão b) condição
nordestino. c) concessão
( ) Mal ele entrou no recinto, anunciaram o resultado do d) causa
sorteio. e) consequência
( ) Se tudo correr bem, irei à Europa no final do ano.
( ) Nevou conforme as previsões anunciaram. 06. (Cespe-Unb) Em “Os sururus em família têm por testemu-
( ) Não obstante ter concluído o curso, não consegue redigir nha a Gioconda”, as expressões sublinhadas são, respectivamente,
uma carta. a) complemento nominal e objeto direto
( ) O filme foi tão apavorante que ela ficou com medo de b) predicativo do objeto e objeto direto
dormir. c) objeto indireto e complemento nominal
( ) Nunca chegará ao fim, por mais depressa que ande. d) objeto indireto e objeto indireto
e) complemento nominal e objeto direto preposicionado
( ) À proporção que os resultados iam chegando, todos se
angustiavam.
07. (Cespe-Unb) Assinale a sequência que relaciona, respecti-
( ) Como anoitecesse, resolvi ir embora do parque.
vamente, funções sintáticas dos termos sublinhados.
I. O homem anseia por uma vida de liberdade.
TESTES DE CONCURSOS II. O homem vive à procura de liberdade.
III. Apenas os mortos gozam de liberdade.
01. (Cesgranrio) A oração que exerce a mesma função que a a) adjunto adnominal, complemento nominal, objeto direto pre-
destacada em “... imaginamos que ele nos faz mais elegantes.”, en- posicionado
contra-se em: b) adjunto adnominal, adjunto adverbial, objeto direto prepo-
a) “A crônica que ocuparia este espaço ...” sicionado
b) “... o primeiro texto que me emocionou de fato!” c) complemento nominal, adjunto adverbial, objeto direto pre-
c) “... avanços pedagógicos que pais e alunos olharam com des- posicionado
confiança ...” d) complemento nominal, adjunto adnominal, objeto indireto
d) “... o abismo de gerações que os separava.” e) adjunto adnominal, complemento nominal, objeto indireto
e) “... ele, o menino, já sentia que seria para sempre.”
08. (Cespe-Unb) Ao lado, o filho, de 7 ou 8 anos, não cessava
02. (Cesgranrio) Em “foi bom que não casasse”, a oração gri- de atormentá-lo...; as vírgulas que envolvem o segmento sublinha-
fada funciona como sujeito da anterior. do:
Assinale a opção em que a oração grifada não exerce tal função. a) marcam um adjunto adverbial deslocado
a) Estava decidido que ele viria. b) indicam a presença de uma oração intercalada
b) Parece certo ser ele o diretor.
c) Convém que não nos retardemos. c) mostram que há uma quebra da ordem direta da frase
d) Seria bom se viesses amanhã. d) estão usadas erradamente porque separam o sujeito do
e) Não me venham dizer que não sabiam a verdade. verbo
e) assinalam a presença de um aposto

Didatismo e Conhecimento 76
LÍNGUA PORTUGUESA
09. (Cespe-Unb) Nesta passagem, há palavras sublinhadas e e) Como consequência de tudo isso os gramáticos, que eram
identificadas por algarismos romanos. “Subjacente à uniformidade senhores absolutos da língua, impunham arbitrariamente regras ce-
(I) cultural brasileira, esconde-se uma (II) profunda distância (III) rebrinas.
social, gerada (IV) pelo tipo de estratificação que (V) o próprio pro-
cesso de formação nacional produziu.” Assinale a opção correta. 13. (Esaf) Há oração subordinada substantiva subjetiva no pe-
a) I é objeto indireto do verbo subjazer ríodo:
b) II é numeral cardinal, adjunto adnominal de “profunda” a) Decidiu-se que a microinformática seria implantada naquele
c) III é substantivo, núcleo do sujeito de “esconde-se” Município.
d) IV é núcleo do predicado nominal “produziu”
b) Um sistema tributário obsoleto não permite que haja cons-
e) V é pronome relativo, sujeito de “produziu”
cientização dos contribuintes.
c) A prefeitura necessitava de que os computadores fossem ins-
10. (Cespe-Unb) Assinale a opção incorreta.
a) No trecho “Entre janeiro e abril, 189 pessoas no sudoeste do talados com urgência.
Zaire desenvolveram uma grave doença”, o fragmento sublinhado é d) Ninguém tem dúvida de que a microinformática racionaliza
um adjunto adverbial de tempo. o sistema tributário.
b) Em “O bando a que o animal pertencia na selva tinha sido e) Alguns prefeitos temiam que a utilização do computador ge-
recentemente dizimado.”, o fragmento sublinhado é um objeto in- rasse desemprego.
direto.
c) No trecho “Em 1989 uma doença fatal entre macacos pro- 14. (Esaf) “O herdeiro, longe de compadecer-se, sorriu e, por
cedentes das Filipinas mantidos em laboratórios americanos fora esmola, atirou-lhe três grãos de milho.” O se no trecho é
relacionada ao vírus ebola.”, o fragmento sublinhado é o sujeito da a) índice de indeterminação do sujeito
oração. b) pronome (partícula) apassivador
d) No trecho “Embora esse vírus seja geralmente transmitido c) pronome pessoal reflexivo
pelo abuso de drogas intravenosas”, o fragmento sublinhado é o d) partícula expletiva
agente da passiva. e) parte integrante do verbo
e) No trecho “Os cientistas suecos estavam convencidos de que
ele não se propagou pelas formas mais comuns nem seria fruto de 15. (Esaf) Assinale a frase em que a função do se foi incorre-
alguma falha nos cuidados de higiene.”, o fragmento sublinhado é tamente indicada.
uma oração subordinada substantiva completiva nominal.
a) Ele se arroga o direito de mandar neste escritório. (objeto
indireto)
11. (Esaf) Observe as duas orações abaixo:
b) Os soldados vestiram-se rapidamente. (objeto direto)
I. Os fiscais ficaram preocupados com o alto índice de sone-
gação fiscal.
II. Houve uma sensível queda na arrecadação do ICM em al- c) Naquela discussão, ofenderam-se profundamente. (objeto
guns Estados. direto)
d) Ele não se permitia certas liberdades em sua casa. (objeto
Quanto ao predicado, elas classificam-se, respectivamente, direto)
como: e) Foram-se embora todas as nossas esperanças. (partícula ex-
a) nominal e verbo-nominal pletiva)

b) verbo-nominal e verbal GABARITOS
c) nominal e verbal
d) verbal e verbo-nominal EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
e) verbal e nominal
1.
12. (Esaf) Indique o período em que as vírgulas não isolam ora- (D) Há vagas para secretárias.
ção subordinada adjetiva. (C) Precisa-se de novas secretárias.
a) Entre a história romanceada, que teve nova voga entre 1920 (B) Minha seção e eu organizamos um bolão para a mega-sena.
e 1940, situa-se parte da obra do escritor.
(A) Pede-se silêncio.
b) Dentre os numerosos dialetos regionais usados no Sul da
(A) Todos haverão de participar do sorteio de Natal.
França, não há nenhum que, desde o início da Idade Média, tenha
(E) Acreditamos que seremos aprovados no concurso.
adquirido importância decisiva como língua literária.
c) No fim do século XI constituiu-se uma língua de civilização, (A) Existem muitos candidatos estudando para o concurso.
cujo o berço é a França Meridional, hoje denominada “provençal (A) Choveram reclamações contra o produto no PROCOM.
clássico.” (D) Choveu o dia todo em Maceió.
d) Os comediantes italianos, que vinham com frequência a Pa- (C) Quebraram a porta da garagem.
ris, representavam a comédia improvisada em torno de um esquema (B) Febre alta e dor de cabeça são sintomas da dengue.
prévio: a “commedia dell’arte.” (C) Come-se com fartura no restaurante vegetariano.

Didatismo e Conhecimento 77
LÍNGUA PORTUGUESA
2. 7.
(A) Demitiram o Ministro da Economia. (F) Os lavradores esperam as chuvas a fim de não perderem
(C) Compareceram todos atrasados ao desfile. toda a colheita do ano.
(B) Estela estava irritada com as brincadeiras. (B) Está chovendo em São Paulo como chove no sertão nor-
(C) Cansadas, as atletas deixaram a quadra. destino.
(B) Beatriz era muito medrosa. (G) Mal ele entrou no recinto, anunciaram o resultado do sor-
(A) Rúbia ficou no serviço. teio.
(B) Anselmo virou rei após vencer a maratona (H) Se tudo correr bem, irei à Europa no final do ano.
(B) Aquele cachorrinho parecia um bicho de pelúcia. (A) Nevou conforme as previsões anunciaram.
(C) Os torcedores cantavam animados com a vitória do time. (D) Não obstante ter concluído o curso, não consegue redigir
(A) Encomendei o remédio que estava em falta. uma carta.
(C) O filme foi tão apavorante que ela ficou com medo de dor-
3. mir.
a) “Homens do mar! Ó rudes marinheiros” - vocativo (D) Nunca chegará ao fim, por mais depressa que ande.
b) alegre - predicativo do objeto (E) À proporção que os resultados iam chegando, todos se an-
c) aos interesses da nação - complemento nominal gustiavam.
d) Nas férias - adjunto adverbial (I) Como anoitecesse, resolvi ir embora do parque.
e) O, a, os - adjuntos adnominais
f) no universo - adjunto adverbial; duas impressões digitais TESTES DE CONCURSOS
iguais - objeto direto
g) do concurseiro - adjunto adnominal
h) da reprovação - complemento nominal 01 E
02 E
4.
(A) Saíram cedo e ainda não chegaram ao estádio. 03 A
(A) Eduardo não reclamou, nem questionou a decisão do chefe. 04 C
(E) Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.
(B) Todos trabalhavam: ou varriam o chão ou lavavam as vi- 05 E
draças. 06 B
(C) Perdeu o emprego, mas assistiu a todos os jogos do Cru-
zeiro. 07 E
(D) Requereu o que não é lícito, portanto não pude atendê-lo. 08 E
(D) Chora, que lágrimas lavam a dor.
(C) Pedrão é o artilheiro do time, entretanto não faz gol há dois 09 C
meses. 10 B
5. 11 C
(B) Sinto que serei aprovado no próximo concurso. 12 B
(E) Estou certo de que serei aprovado no próximo concurso.
(C) Lembre-se de que terá de revisar os casos de orações su- 13 A
bordinadas. 14 E
(A) É bom que revisse toda a matéria.
(F) O bom é que estou compreendendo bem análise sintática. 15 D
(D) Só desejo uma coisa: que todos obtenham aprovação no
concurso. TESTES COMENTADOS
(G) Não gostaram de que você se equivocasse no seu comen-
tário. 01. (Vunesp) Assinale a alternativa em que a colocação dos ter-
(B) Os alunos prometeram que venceriam todos os obstáculos. mos na frase foge da usual, tal como se observa em: ... do futebol de
conchavos nada se aprende.
6. a) A mídia usa os ídolos para comover a população com emo-
(A) Tivemos um prejuízo que não é possível calcular. ções fortes.
(A) Pedi auxílio ao homem que passava na rua. b) A nação embarca num patriotismo desproporcional às véspe-
(B) O Brasil, que é grande exportador de soja, enfrenta grave ras de cada Copa.
crise econômica. c) O futebol se amarrou à autoimagem do país para sempre.
(A) Os homens que têm seu preço são fáceis de corromper. d) Dos técnicos de futebol muito se fala.
(B) O Cruzeiro, que vencerá o Campeonato Brasileiro, dispu- e) O surgimento consagrador de Pelé compensou o trauma de
tará a Taça Libertadores. 1950.

Didatismo e Conhecimento 78
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02. (Vunesp) Assinale a alternativa em que as duas frases apre- a) objeto direto - os hindus
sentam sujeito composto, como em ... racionalidade e irracionalida- b) sujeito - os hindus
de não são duas instâncias lado a lado,… c) sujeito - violências
a) Vargas e seus ministros não eram fãs de futebol./ Mas o go- d) agente da passiva - os hindus
verno Vargas reinventou o Brasil, dando-lhe identidade cultural. e) agente da passiva - violências
b) Mário Filho e Nélson Rodrigues foram os grandes cronistas
do futebol./ Não se sentem à vontade para falar de futebol os comen- 07. (Fundação Carlos Chagas) A principal delas é a reconstru-
taristas e os cronistas mais velhos. ção de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos
c) Dois historiadores estrangeiros não querem usar o futebol sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por
para pregar nacionalismo./ O mundo exalta os ídolos por unir beleza satélite, entre outros.
e eficácia.
d) A fase de autoafirmação por meio do futebol já passou./ Ge- O segmento grifado na frase acima tem sentido
ram ainda muita polêmica o futebol-arte e o futebol-força. a) adversativo
e) Eram dois grandes escritores, mas não se davam bem./ In- b) de consequência
telectuais estrangeiros dedicam-se a estudar o fenômeno do futebol c) de finalidade
no Brasil. d) de proporção
e) concessivo
03. (Vunesp) A alternativa que reescreve corretamente o perío-
do - É preciso ensaiar para não fazer em campo apenas as jogadas 08. (Fundação Carlos Chagas) Quando a bordo, e por não pode-
ensaiadas. - iniciando-o com a ideia de finalidade, é: rem acender fogo, os viajantes tinham de contentar-se, geralmente,
a) Para que não se façam em campo apenas jogadas ensaiadas, com feijão frio, feito de véspera. Identificam-se nos segmentos gri-
é preciso ensaiar. fados na frase acima, respectivamente, noções de
b) Embora não se façam em campo apenas jogadas ensaiadas, a) modo e consequência
é preciso ensaiar. b) causa e concessão
c) Ainda que não se façam em campo apenas jogadas ensaiadas, c) temporalidade e causa
é preciso ensaiar. d) modo e temporalidade
d) Por mais que não se façam em campo apenas jogadas ensaia- e) consequência e oposição
das, é preciso ensaiar.
e) Contanto que não se façam em campo apenas jogadas ensaia- 09. (Fundação Carlos Chagas) Com o avançar da idade, eles
das, é preciso ensaiar. precisam de mais cálcio e vitaminas... Iniciando o período por Eles
precisam de mais cálcio e vitaminas, o segmento grifado poderá pas-
04. (Vunesp) Assinale a alternativa em que a oração se estrutu- sar corretamente a:
ra, sequencialmente, com as mesmas funções sintáticas dos termos a) à medida que a idade vai avançando
da oração: As artes nunca desperdiçam nosso tempo. b) conquanto a idade avance
a) Os prazeres da vida não têm as mesmas relações com o jogo? c) se a idade for avançando
b) O futebol me ensinou muito mais que os livros de história. d) ainda que a idade vá avançando
c) Os intelectuais sempre criticam os esportes. e) em comparação à idade que avança
d) Projetamos sobre o futebol um gosto pela façanha.
e) Os livros e as artes sempre são importantes.
10. (Fundação Carlos Chagas) Ninguém na família tocava qual-
05. (Vunesp) A alternativa em que as duas expressões em des- quer instrumento. O elemento em destaque acima exerce a mesma
taque exercem, no contexto frasal, a função sintática de circunstân- função sintática que o elemento grifado em
cia de tempo, é: a) Mas sei que veio firme...
a) Quando algumas pessoas que só acompanham meu trabalho b) Eu não sei.
cultural sabem que admiro futebol… c) ... o estudo, o desenvolvimento musical torna-se necessário.
b) … sugerem que os livros e as artes sempre são importantes d) ... sanfoneiros itinerantes que passavam por Itabaiana...
e nunca desperdiçam nosso tempo… e) Eu digo isso porque eu também...
c) Como nas artes, na política ou na paquera, o grande segredo
mora no “timing”. RESPOSTAS
d) O futebol também me ensinou sobre a natureza humana.
e) Se 2 bilhões de pessoas param para ver a Copa do Mundo, 01. Resposta D. A ordem direta ou usual das frases é: sujeito,
um observador cultural não pode ficar indiferente a isso. verbo, complemento do verbo (se houver) e advérbio (se houver).
No enunciado da questão, bem como na alternativa em análise, essa
06. (Fundação Carlos Chagas) O termo sublinhado em Sabe- ordem foi invertida. Dispondo-se na ordem direta, tem-se: Muito se
se quão barbaramente os ingleses subjugaram os hindus exerce a fala dos técnicos de futebol.
função de ................., a mesma função sintática que é exercida por
................. na frase Cometeram-se incontáveis violências contra os 02. Resposta B. “Mário Filho e Nélson Rodrigues” - sujeito
hindus. Preenchem corretamente as lacunas do enunciado acima, composto da primeira frase; “Os comentaristas e os cronistas mais
respectivamente: velhos - sujeito composto da segunda frase.

Didatismo e Conhecimento 79
LÍNGUA PORTUGUESA
Demais alternativas: a) 1ª frase - sujeito composto: “Vargas e Demais alternativas: a) firme - adjunto adverbial; b) Eu - su-
seus ministros”; 2ª frase - sujeito simples: “O governo Vargas; c) 1ª jeito; c) necessário - predicativo do sujeito; d) que - sujeito (retoma
frase - sujeito simples: “Dois historiadores estrangeiros”, 2ª frase - “sanfoneiros itinerantes”).
sujeito simples: “O mundo”; d) 1ª frase - sujeito simples: “A fase
de autoafirmação por meio do futebol”; 2ª frase - sujeito composto: CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
“o futebol-arte e o futebol-força”.
Regra: O artigo, o numeral, o pronome e o adjetivo concordam
03. Resposta A. Para que não se façam em campo apenas joga- em gênero e número com o substantivo. Exemplo: Os nossos dois
das ensaiadas - oração subordinada adverbial final. medalhistas na natação estão esperançosos para aas Olimpíadas.

Demais alternativas: b) adverbial concessiva; c) adverbial Regras Gerais


concessiva; d) adverbial concessiva; e) adverbial condicional.
I. O adjetivo concorda em gênero e número quando se refere a
04. Resposta C. O enunciado da questão bem como a alternati-
um único substantivo. Exemplo: Os pensamentos longínquos eram
va em análise possuem a mesma estrutura: Os intelectuais (sujeito),
sua característica principal.
sempre (adjunto adverbial), criticam (verbo transito direto), os
esportes (objeto direto).
II. Quando o adjetivo se refere a mais de um substantivo ocor-
Demais alternativas: a) Os prazeres da vida (sujeito) não (ad- rem os seguintes casos:
junto adverbial) têm (verbo transitivo direto) as mesmas relações a) Adjetivo anteposto aos substantivos: concordará em gênero e
(objeto direto) com o jogo? (adjunto adverbial); b) O futebol (su- número com o substantivo mais próximo. Exemplo: Isabel tem boa
jeito) me (objeto direto) ensinou (verbo transitivo direto) muito memória e talento.
mais que os livros (adjunto adverbial) de história (adjunto adno-
minal); d) Nós (sujeito oculto) projetamos (verbo transitivo dire- Observação:
to) sobre o futebol (adjunto adverbial) um gosto (objeto direto) a) Se os substantivos forem nomes próprios ou indicarem pa-
pela façanha (complemento nominal); e) Os livros e as artes (sujei- rentesco, o adjetivo concordará no plural. Exemplos: As alegres
to composto) sempre (adjunto adverbial) são (verbo de ligação) Priscila e Amanda foram ao cinema;
importantes (predicativo do sujeito). Vi os simpáticos primos e primas na festa.

05. Resposta B. Sempre e nunca são adjuntos adverbiais de b) Adjetivo posposto aos substantivos: concordará com o mais
tempo. próximo ou com todos eles, ficando no plural masculino se houver
gêneros diferentes. Exemplos: Encontrei a jovem e o jovem ente-
Demais alternativas: a) só - adjunto adverbial, futebol - objeto diados. O sofá, o armário, o ventilador e as mesas são novas (con-
direto; c) nas artes - adjunto adverbial, segredo - núcleo do sujeito; cordância com “mesas” ou novos - com todos os substantivos).
d) também - adjunto adverbial, humana - adjunto adnominal; e) a Se os substantivos forem antônimos, irá para o plural. Exem-
Copa do Mundo - objeto direto, não - adjunto adverbial. plo: Vilma era capaz de num mesmo momento jurar amor e ódio
eternos.
06. Resposta C. Os ingleses exerce a função sintática de sujeito
da forma verbal “subjugaram”, na frase seguinte o sujeito é incontá- III. Um substantivo modificado por dois ou mais adjetivos no
veis violências, “violências” é o núcleo do sujeito. singular. Admitem-se duas construções:

07. Resposta C. A expressão “para realizar” equivale a “para a) O substantivo fica no singular e os adjetivos recebem artigos.
que realize”, “a fim de que realize” e tem sentido de finalidade.
Exemplo: Estudo a língua alemã e a francesa.
08. Resposta C. A conjunção subordinativa quando estabelece
b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do
ideia de tempo; a preposição por equivale a porque, introduzindo
adjetivo. Exemplo: Estudo as línguas alemã e francesa.
oração subordinada adverbial causal, reduzida de infinitivo.

09. Resposta A. Há ideia de proporcionalidade, os dois fatos IV. Expressões é bom, é necessário, é proibido e equivalentes
ocorrem ao mesmo tempo - com a chegada da idade, cresce a neces-
sidade de cálcio e vitaminas. a) Essas expressões concordam com o substantivo a que se re-
ferem quando é precedido de artigo ou pronome. Exemplos: É proi-
Demais alternativas: b) ideia de concessão; c) ideia de condi- bida a entrada; É necessária muita calma.
ção; d) ideia de concessão; e) ideia de comparação.
b) Elas ficam invariáveis quando o substantivo não é precedido
10. Resposta E. Objetos diretos das formas verbais “tocava” de artigo ou de pronome: Exemplos: É proibido entrada; Cenoura
e “digo”. é bom para a visão.

Didatismo e Conhecimento 80
LÍNGUA PORTUGUESA
V. Anexo, incluso, próprio, obrigado Tal concorda com o termo antecedente, qual, com o termo
consequente. Exemplo: As mulheres são vaidosas tais qual a mãe.
Concordam com o substantivo a que se referem. Exemplos: As
faturas seguem anexas; O comprovante segue incluso; Nós pró- XIII. Concordância ideológica
prias fizemos as correções, disseram as moças; Muito obrigada,
agradeceu a servidora. Prevalece a ideia ou o sentido subentendido. Exemplo: Os bra-
sileiros comemoramos a vitória sobre a Argentina (subentende-se
Observação: A expressão em anexo é invariável. Exemplo: As nós, os brasileiros).
faturas seguem em anexo.
XIV. Só
VI. Menos e Alerta.
a) Como advérbio (significando somente, apenas) é invariável.
São invariáveis. Exemplos: Estou com menos dúvidas de con- Exemplo: Só obteve 10% de desconto na compra do imóvel.
cordância nominal; Estamos sempre alerta ao perigo nuclear.
b) Como adjetivo (significando sozinho) é variável. Exemplo:
VII. Meio Não estamos sós no Universo.

a) Como advérbio, é invariável. Exemplo: Alice estava meio XV. Caro, Barato
gripada (pode-se substituir pela expressão “um pouco”) - Alice es-
tava um pouco gripada. a) Como advérbios (acompanhando o verbo custar) são invariá-
veis. Exemplo: As botas custaram caro (barato).
b) Como numeral, concorda com o substantivo. Exemplos: To-
mei meia taça de sorvete; Tomei meio copo de leite (pode-se substi- b) Como adjetivos (acompanhando os verbos ser ou estar) são
tuir por “metade”). Tomei metade da taça de sorvete, tomei metade variáveis. As botas estavam caras (baratas).
do copo de leite.
XVI. Quite
VIII. Um e outro, nem um nem outro
O adjetivo concordará em gênero e número com a palavra a
Exigem o substantivo posposto no singular, mas o adjetivo no qual se refere. Exemplo:
plural. Exemplo: Não conheço nem uma nem outra marca antigas Depois daquele resultado, estávamos quites com a nossa cons-
de detergente.
ciência.
IX. Possível
XVII. Substantivo empregado como adjetivo
Em expressões como o mais, o menos, o melhor, o pior, as
Recebe o nome de derivação imprópria - não varia: Exemplos:
mais, os menos, os piores, as melhores, a palavra possível concor-
camisas vinho, festa monstro.
dará com o artigo. Exemplos: Conheci museus o mais interessante
possível; Visitei museus os mais interessantes possíveis.
XVIII. Porcentagem e formas fracionárias.
X. Mesmo
Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica por-
a) Como advérbio é invariável. Exemplo: Preciso mesmo ser centagem ou fração seguida de substantivo, o verbo deve concordar
aprovado. com o substantivo. Exemplos: 30% do orçamento familiar desti-
nou-se à Educação; 1/3 do orçamento destinou-se à Educação;
b) Como pronome varia. Exemplo: Os mesmos negócios escu- 10% dos entrevistados ainda não sabiam em quem votar; 2/3 dos
sos garantiram a sua entrada na política. entrevistados declararam o seu voto.
Observação: Quando a expressão que indica porcentagem ou
XI. Bastante fração não é seguida de substantivo, o verbo deve concordar com
o número. Exemplos: 1,7% foi aprovado no concurso da OAB; 1/3
a) Como advérbio é invariável. Exemplo: As mulheres falam obteve nota mínima; 70% querem aumento salarial na empresa;
bastante. 2/5 esqueceram algum documento.

b) Como adjetivo ou pronome varia. Exemplos: O advogado já Concordância Verbal


reuniu provas bastantes (adjetivo) para incriminar o réu; O juiz já
reuniu bastantes (pronome) provas para incriminar o réu. Regra: O verbo concorda em número e pessoa com o sujeito.
Exemplo: Nós discutimos sobre futebol sempre que nos encontra-
XII. Tal qual mos.

Didatismo e Conhecimento 81
LÍNGUA PORTUGUESA
Sujeito simples IX. Quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de,
perto de)
I. Pronomes de Tratamento
Se a expressão vier seguida de numeral e substantivo, o verbo
O verbo fica na 3ª pessoa do singular ou do plural. Exemplos: concordará com o substantivo. Exemplo: Perto de duas mil pessoas
Vossa Excelência tentará a reeleição? Vossas Excelências deve- foram ao velório do atleta.
riam renunciar.
X. Nome próprio no plural
II. Indicadores de horas (bater, dar, soar, badalar)
a) Com artigo no plural - verbo no plural. Exemplo: Os Estados
a) Se houver sujeito concordará com ele. Exemplo: O relógio Unidos possuem muitos atletas de elite.
da Praça da Sé deu 13h.

b) Se não houver sujeito concordará com o numeral. Exemplo: b) Sem artigo ou com artigo no singular - verbo no singular.
Soaram cinco horas no relógio da igreja. Exemplo: Minas Gerais é o Estado que mais produz queijo.

III. Pronome relativo que XI. Pronome indefinido ou interrogativo no plural (alguns,
muitos, pouco, quais, quantos, quaisquer)
A concordância será com o antecedente dele. Exemplos: Fui eu
que denunciei o infrator à polícia; És tu que dizes muitas mentiras. Se vier seguido pelas expressões: “de vós” ou “por nós”, con-
cordará com o pronome pessoal ou irá para a terceira pessoa do
IV. Pronome relativo quem plural. Exemplos: Quais de nós adquiriremos / adquirirão o novo
produto?; Alguns de vós sabíeis / sabiam da denúncia.
Observação: Se o pronome estiver no singular, o verbo ficará
Há duas possibilidades de concordância: com o antecedente do
no singular. Exemplos: Qual de nós sabia da declaração do presi-
pronome ou empregá-lo na terceira pessoa do singular. Exemplo:
dente? Algum de vós relatou o episódio?
Fomos nós quem tiramos dez na prova de Redação ou Fomos nós
quem tirou dez na prova de Redação.
XII. Pronome se apassivador
V. Coletivo
Concorda com o sujeito. Exemplo: Vendem-se imóveis em
São José dos Campos.
a) O verbo fica no singular. Exemplo: Um bando pichou o
muro. XIII. Pronome se índice de indeterminação do sujeito
b) Se o coletivo vier especificado, o verbo fica no singular ou O verbo fica na terceira pessoa do singular. Exemplo: Precisa-
no plural. Exemplo: Um bando de vândalos pichou / picharam o se de professores habilitados para a Editora.
muro.
Sujeito composto
VI. Mais de um
Regra básica: o verbo vai para o plural. Exemplo: Marido e
a) O verbo fica no singular. Exemplo: Mais de um atleta supe- mulher discutiam a renda familiar.
rou o recorde mundial nos jogos de inverno.
Regras gerais
b) O verbo vai para o plural se houver repetição ou reciproci-
dade. Exemplos: Mais de um governador, mais de um senador, mais I. Pessoas gramaticais diferentes
de um prefeito obtiveram a reeleição; Mais de um torcedor agredi-
ram-se antes do início do jogo. A primeira pessoa do plural prevalece sobre a segunda pessoa,
que por sua vez, prevalece sobre a terceira. Exemplos: Eu, tu e
VII. Expressões partitivas (metade de, a maioria de, grande Alfredo viajaremos a Portugal (equivale a nós); Tu e Alfredo via-
parte de, uma porção de etc.) jareis a Portugal (equivale a vós).
Observação: Quando houver segunda e terceira pessoas,
Quando vier seguido de pronome ou substantivo no plural, o pode-se empregar também o verbo na terceira pessoa do plural.
verbo pode ficar no singular ou no plural. Exemplo: A maioria dos Exemplo: Tu e Alfredo viajarão a Portugal.
jovens eleitores anulou / anularam o voto.
II. Palavras sinônimas ou em gradação
VIII. Expressões: Um dos que, uma das que
Concordará com a palavra mais próxima ou irá para o plural.
O verbo fica no singular ou no plural. Exemplo: Maria Eduarda Exemplo: O rancor, a ira, a raiva fez / fizeram com que ele aban-
é uma das que menos estuda / estudam no colégio. donasse o partido.

Didatismo e Conhecimento 82
LÍNGUA PORTUGUESA
III. Resumido por nada, tudo ou expressões equivalentes Concordância com o verbo ser

O verbo fica no singular: Os móveis, as joias, o dinheiro, tudo I. Com pronomes tudo, isso, isto, aquilo
foi levado pelos frequentadores do clube.
A concordância dar-se-á com o predicativo. Exemplos: Tudo
IV. Ou / Nem são flores; Aquilo eram recordações.

O verbo vai para o plural. Exemplo: Nem o professor nem o II. Quando o sujeito ou o predicativo for nome próprio, a con-
aluno chegaram a uma conclusão. cordância far-se-á com ele. Exemplos: Fernando era só problemas;
Observação: Se houver ideia de exclusão, o verbo ficará no O homem é cinzas.
singular. Federer ou Nadal vencerá o torneio de tênis.
III. Indicação de datas, horas e distância
V. Preposição com O verbo ser é impessoal (conjugado sempre na terceira pessoa
do singular), concordando com a expressão numérica. Exemplos: É
O verbo fica no plural. Exemplo: O pai com seu filho foram um hora e cinquenta e nove minutos; São dez horas; Daqui a Atibaia
ao jogo no Itaquerão. são sessenta quilômetros; Hoje são vinte de outubro.
Observação: Se vier ligado por vírgula, ficará no singular.
Exemplo: O pai, com seu filho, foi ao Itaquerão. Observações:

VI. Conjunção como a) Diante de datas, admite-se também o singular, uma vez que
está subentendida a palavra dia. Hoje é (dia) vinte de outubro.
O verbo vai para o plural ou concorda com o antecedente.
b) Se a palavra dia for mencionada, o singular é obrigatório.
Exemplo: O pintor como o seu ajudante acabou / acabaram a obra
Exemplo: Hoje é dia 20 de outubro.
do prédio.
c) Se houver locução verbal, o verbo auxiliar concordará com
VII. Um ou outro / Nem um nem outro o predicativo. Exemplo: Devem ser nove horas.

O verbo fica no singular ou vai para o plural. Exemplo: Um ou IV. Expressões é muito, é pouco, é suficiente e equivalentes
outro obteve / obtiveram a nota máxima.
O verbo ficará no singular. Exemplo: Ganhar R$10 000,00 por
mês é pouco (é bastante, é suficiente).

1. Concordância com verbos impessoais


VIII. Infinitivos
fazer, haver
a) O verbo ficará no singular. Exemplo: Passear e brincar faz Os verbos impessoais não têm sujeito, sendo conjugados na ter-
parte do mundo da garotada. ceira pessoa do singular.

b) Se os verbos forem antônimos ou se estiverem determinados, Haver


o verbo vai para o plural. Exemplo: O falar e o escrever se harmo-
nizam. Será impessoal no sentido de existir, ocorrer ou indicando tem-
po transcorrido. Exemplos: Havia muitas crianças no Parque da
IX. Pronome cada Juventude; Haverá sessão plenária hoje em Brasília; Havia dois
meses que não chovia em São Paulo.
O verbo fica no singular. Exemplo: Cada eleitor, cada servidor
Observações:
do Cartório votou na última eleição.
a) Se vier acompanhado por verbo auxiliar, ele também será
X. Sujeito posposto ao verbo impessoal. Exemplo: Deve haver muitos partidos preocupados com
o resultado das eleições.
O verbo poderá ficar no singular ou no plural. Exemplo:
Faltou / Faltaram ousadia e competência para a equipe vencer a b) O verbo haver será impessoal quando puder ser substituído
partida por existir, no entanto, o verbo existir é sempre pessoal (apresenta
Observação: Se houver ideia de reciprocidade, é obrigatório o sujeito). Exemplos: Existe vida em outro planeta?; Existem muitas
uso do plural. Ofenderam-se o tio e o primo do rapaz. incertezas quanto á política econômica.

Didatismo e Conhecimento 83
LÍNGUA PORTUGUESA
Fazer

Será impessoal no sentido de tempo transcorrido ou indicando fenômeno meteorológico. Exemplos: Faz seis meses que não vejo meu
primo Ricardo; Hoje fez quarenta graus à sombra.
Observação: Se vier acompanhado por verbo auxiliar, ele também ganha a impessoalidade. Vai fazer três meses que não chove.

Considerações finais

Verbo Parecer

Quando seguido de infinitivo, admite duas construções:

a) Não se flexiona o infinitivo. Exemplo: Alguns jogadores pareciam chorar com a eliminação do campeonato.

b) O infinito se flexiona. Exemplo: Alguns jogadores parecia chorarem com a eliminação do campeonato.

Expressão haja vista

Admite três construções: Haja vista os resultados; Hajam vista os resultados; Haja vista aos resultados.

Sujeito oracional

Quando o sujeito de um verbo é uma oração. O verbo fica sempre na terceira pessoa do singular. Exemplos: Beber água e fazer caminha-
das faz bem à saúde; Interessa a certos extrovertidos encobrir aspectos de sua timidez.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Corrija as frases a seguir, quando necessário.


a) Segue anexo uma cópia do soneto composto pela pseuda poetisa, no qual a autora tenta imitar o grande Bilac, usando as mesmas ima-
gens.
...................................................................................................................................................................................
b) Bebida alcoólica não é permitida neste recinto.
...................................................................................................................................................................................
c) Conheci escritores os mais brilhantes possíveis.
...................................................................................................................................................................................
d) Todos ficarão alertas, embora os grevistas já tenham se dispersado.
...................................................................................................................................................................................
e) Ainda meia furiosa, mas com menas violência, proferia injúrias bastante para escandalizar todos.
...................................................................................................................................................................................
f) Há bastante razões para eu não votar no seu partido.
...................................................................................................................................................................................
g) Assisti e gostei muito do filme.
...................................................................................................................................................................................
h) Depois de assistir algumas aulas, prefiro ficar na sala do que brincar no pátio da escola.
...................................................................................................................................................................................
i) Conheci moças bastante competentes na área jurídica.
...................................................................................................................................................................................
j) Tenho uma amiga que é meia ingênua em termos de política.
...................................................................................................................................................................................
k) Aquela decisão me custou muito cara.
...................................................................................................................................................................................
l) Esperava menos perguntas de interpretação de textos na prova.
...................................................................................................................................................................................
m) Está incluso no total do recibo, a sua comissão na venda do produto.
...................................................................................................................................................................................
n) Nós estávamos quite com o serviço militar.
...................................................................................................................................................................................
o) Respondia com gesto e expressão irônica.
...................................................................................................................................................................................

Didatismo e Conhecimento 84
LÍNGUA PORTUGUESA
2. Corrija as frases a seguir, quando necessário.
a) Um bloco de foliões animava a festa de carnaval em Recife.
...................................................................................................................................................................................
b) Não fomos nós quem incentivamos a briga entre vocês.
...................................................................................................................................................................................
c) Vossa Excelência e sua comitiva sereis nossos convidados de honra.
...................................................................................................................................................................................
d) Podem ter certeza de que não serei eu que arcará com as despesas de sua festa de casamento.
...................................................................................................................................................................................
e) Choveu pedaços de granizo no interior de Santa Catarina.
...................................................................................................................................................................................
f) Restaura-se móveis antigos e conserta-se televisores em cores.
...................................................................................................................................................................................
g) Precisam-se de líderes que ajudem a civilizar o país.
...................................................................................................................................................................................
h) Os Estados Unidos são um país desenvolvido e formam a maior economia nacional do mundo.
...................................................................................................................................................................................
i) 12% da produção de tomate se perderam com a geada no Sul do Brasil,
...................................................................................................................................................................................
j) Mais de trezentas pessoas acertaram o resultado da loteria esportiva.
...................................................................................................................................................................................
k) Sabe quantos meses fazem que não vou ao teatro? Pois hoje estão fazendo nove meses.
...................................................................................................................................................................................
l) Não pode existir, pois, no futebol brasileiro, razões para angústias, uma vez que não falta, no gramado de nossos estádios, talentos in-
comparáveis.
...................................................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................................................
m) Têm havido dúvidas sobre a capacidade de reação da equipe carioca.
...................................................................................................................................................................................
n) O ambiente está tenso: haja vista as manifestações de ontem na Praça da Sé.
...................................................................................................................................................................................
o) Faziam apenas dois meses que ela ficara viúva e mais de uma proposta de casamento apareceram; porém, deviam haver sérios motivos
para ela recusá-las.
...................................................................................................................................................................................
p) Já houve duas guerras mundiais no século passado. Haverão outras?
...................................................................................................................................................................................
q) Gérson, os filhos, eu e tu irão ao cinema.
...................................................................................................................................................................................
r) Atenderam-se a todos os pedidos durante a campanha presidencial.
...................................................................................................................................................................................
s) Há de ser corrigidos todos os erros de concordância verbal.
...................................................................................................................................................................................
t) A nenhum dos passageiros perturbavam, de fato, a vagarosidade daqueles trens cheios de poesia.
...................................................................................................................................................................................

TESTES DE CONCURSOS

01. (Vunesp) Assinale a questão que contém a concordância verbal correta.


a) Haviam muitos mandados a serem cumpridos.
b) Deviam haver instrumentos comprobatórios.
c) Havia provas evidentes nos autos.
d) Podiam haver boas intenções das testemunhas.
e) Não houveram denúncias durante as investigações.

02. (Vunesp) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas dos períodos abaixo:
I. Pedrinho ............... as esperanças dos pais.
II. ............... fazer horas que eles saíram.
III. Dez quilos ............... suficiente para a viagem.
IV. Joaquim ou Manoel ............... com Maria.
a) são - Devem - são - casarão
b) são - Devem - é - casará

Didatismo e Conhecimento 85
LÍNGUA PORTUGUESA
c) é - Deve - são - casarão 08. (Esaf) Assinale a alternativa correta quanto à concordância
d) são - Deve - são - casará verbal.
e) é - Deve - é - casará a) Soava seis horas no relógio da matriz quando eles chegaram.
03. (Vunesp) Assinale a alternativa correta quanto à concordân- b) Apesar da greve, diretores, professores, funcionários, nin-
cia verbal. guém foram demitidos.
a) Chega à cidade grandes contingentes consideráveis de pes- c) José chegou ileso a seu destino, embora houvessem muitas
soas em busca de trabalho. ciladas em seu caminho.
b) Fazem dias que os estrangeiros partiram. d) Fomos nós quem resolvemos aquela questão.
c) Há, por aqui, inúmeras pessoas dispostas a rever a conduta. e) O impetrante referiu-se aos artigos 37 e 38 que ampara sua
d) Encantou os espectadores as inúmeras sessões de mágica do petição.
artista.
e) Risos, alaridos, explosão de alegria, tudo o contagiavam. 09. (Esaf) Levando em consideração as regras de concordância
nominal, escreva (1) para as frases corretas e (2) para as incorretas.
04. (Vunesp) Assinale a alternativa correta quanto à concor- ( ) Quando a senhora terminou de abrir as malas, já era meio-
dância verbal. dia e meia.
a) Muitos historiadores acham que não existe padrões de colo- ( ) A própria sogra presenciou a abertura das malas; sim, ela
nização holandesa. mesmo.
b) Devem haver outras contribuições dos holandeses à cultura ( ) Anexo àquela carta destinada ao pai da moça, foram reme-
brasileira. tidas as joias.
c) Fazem 347 anos que os holandeses foram expulsos do Brasil. ( ) Ao final da tarde, a senhora mostrava-se meio apreensiva.
d) Os holandeses, como se sabe, trouxe muita contribuição cul- ( ) Naquelas bagagens havia jóias muito preciosas.
tural ao Brasil.
e) Houve, sem dúvida, grandes contribuições do povo holandês, A sequencia correta é:
à cultura brasileira. a) 1, 1, 2, 2, 1
b) 2, 1, 1, 2, 2
c) 1, 2, 1, 2 , 1
05. (FGV) Aqui há plantas que dão duas, três safras por ano.
d) 2, 2, 1, 1, 2
Substituindo-se a forma verbal do trecho acima por outra, só não se
e) 1, 2, 2, 1, 1
respeitou a norma culta em:
a) Aqui existem plantas que dão duas, três safras por ano.
10. (Esaf) Indique o trecho em que ocorre erro de concordância
b) Aqui deve haver plantas que dão duas, três safras por ano.
verbal, segundo o padrão culto da Língua Portuguesa.
c) Aqui podem existir plantas que dão duas, três safras por ano.
a) O momento é grave. Cabe aos políticos a obrigação de man-
d) Aqui há de existir plantas que dão duas, três safras por ano.
ter a serenidade e o equilíbrio nos debates; que certamente passarão
e) Aqui pode haver plantas que dão duas, três safras por ano. para o plenário da Câmara e do Senado.
b) A outra das terras por eles exploradas, pela mesma época, os
06. (FGV) No trecho “o primeiro namorado ou o primeiro ma- portugueses deram o nome de Brasil, porque havia ali muito do pau
rido não sabem”, o verbo foi flexionado corretamente no plural, ob- conhecido por esse nome. Foi sorte. Havia também muitos macacos,
servando o caso de sujeito composto com núcleos ligados por ou. nessa mesma terra, e muitos papagaios.
Assinale a alternativa em que, no mesmo caso, a flexão do verbo c) Os cheques pré-datados, que permite aos lojistas financiar
não seria possível. seus clientes nas compras a prazo, em alguns casos representam até
a) Esperávamos que ele ou o irmão viessem nos apanhar. a metade dos cheques recebidos pelo comércio.
b) Umidade intensa ou ressecamento excessivo não nos fazem d) Os desarranjos na economia se expressam na ordem social
bem. por desequilíbrios calamitosos. São o desemprego generalizado, as
c) João Carlos ou Pedro se casariam com Marta. pressões inflacionárias, a queda do produto, a depressão das massas
d) O jornal ou a revista podem apresentar detalhadamente a no- e, síntese dialética, a violência.
tícia. e) Mas, se, para além das palavras, se considerarem os atos do
e) Podem ser entregues o original do documento ou sua cópia. Executivo e as atuais negociações, parece que as pressões já come-
çam a ter efeito. Há dez dias o país foi surpreendido com a nova ver-
07. (FGV) De acordo com a norma culta, a concordância verbal são do Orçamento que prevê uma elevação de mais de U$10 bilhões
está correta apenas na frase: nos gastos do governo e igual aumento na estimativa das receitas.
a) O autor disse que existe comissões parlamentares válidas e
competentes. GABARITOS
b) Haviam perguntas que não foram respondidas durante o in-
terrogatório. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
c) Em toda a parte do mundo podem haver políticos corruptos.
d) É necessário reconhecer que algumas atitudes que fere os 1.
princípios éticos precisam serem punidas. a) Segue anexa uma cópia do soneto composto pela pseudo
e) Já faz cinco sessões que os deputados não votam nenhuma poetisa, no qual a autora tenta imitar o grande Bilac, usando as mes-
proposta do governo. mas imagens.

Didatismo e Conhecimento 86
LÍNGUA PORTUGUESA
b) Bebida alcoólica não é permitido neste recinto. TESTES DE CONCURSOS
c) Frase correta.
d) Todos ficarão alerta, embora os grevistas já tenham se dis- 01 C
persado.
e) Ainda meio furiosa, mas com menos violência, proferia injú- 02 E
rias bastantes para escandalizar todos. 03 C
f) Há bastantes razões para eu não votar no seu partido.
g) Assisti ao filme e gostei muito dele. 04 E
h) Depois de assistir a algumas aulas, prefiro ficar na sala a brin- 05 D
car no pátio da escola.
06 C
i) Frase correta.
j) Tenho uma amiga que é meio ingênua em termos de política. 07 E
k) Aquela decisão me custou muito caro.
08 D
l) Frase correta.
m) Está inclusa no total do recibo, a sua comissão na venda do 09 E
produto.
10 C
n) Nós estávamos quites com o serviço militar.
o) Respondia com gesto e expressão irônica ou irônicos. TESTES COMENTADOS

2. 01. (Cesgranrio) Leia as frases abaixo.


a) Um bloco de foliões animava / animavam a festa de carnaval I. Fazem, hoje, três meses que participo de um trabalho volun-
em Recife. tário.
b) Não fomos nós quem incentivou / incentivamos a briga entre II. Seremos nós quem conseguirá levar esperança para os en-
vocês. fermos.
III. Não deve haver pessoas que não apreciem as nossas brin-
c) Vossa Excelência e sua comitiva serão nossos convidados cadeiras.
de honra.
d) Podem ter certeza de que não serei eu que arcarei com as Em relação à concordância dos verbos destacados, está(ão) cor-
despesas de sua festa de casamento. reta(s) a(s) frase(s)
e) Choveram pedaços de granizo no interior de Santa Catarina. a) I, apenas
f) Restauram-se móveis antigos e consertam-se televisores em b) I e III, apenas
cores. c) I e III, apenas
e) I, II e III
g) Precisa-se de líderes que ajudem a civilizar o país.
d) II e III, apenas
h) Frase correta.
i) 12% da produção de tomate se perdeu com a geada no Sul 02. (Cesgranrio)......................... muitas confusões por causa da
do Brasil. semelhança de nomes. Qual a forma verbal que completa o trecho
j) Mais de trezentas pessoas acertou o resultado da loteria es- acima, mantendo a concordância conforme a norma culta formal da
portiva. língua?
k) Sabe quantos meses faz que não vou ao teatro? Pois hoje está a) Ocorreu
b) Houve
fazendo nove meses.
c) Apareceu
l) Não podem existir, pois, no futebol brasileiro, razões para d) Verifica-se
angústias, uma vez que não faltam, no gramado de nossos estádios, e) Existe
talentos incomparáveis.
m) Tem havido dúvidas sobre a capacidade de reação da equipe 03. (Cesgranrio) Aponte a opção em que a concordância verbal
carioca. está realizada corretamente.
n) Frase correta. a) Houveram muitas festas de Carnaval na Bahia.
o) Fazia apenas dois meses que ela ficara viúva e mais de uma b) Os Estados Unidos, ontem, bombardeou o Iraque.
c) Cada um dos funcionários apresentaram boas propostas.
proposta de casamento apareceu; porém, devia haver sérios motivos d) Um dia, um mês, um ano passam depressa.
para ela recusá-las. e) Aconteceu vários fatos marcantes na minha vida.
p) Já houve duas guerras mundiais no século passado. Haverá
outras? 04. (Cesgranrio) Assinale a frase correta quanto à concordância
q) q) Gérson, os filhos, eu e tu iremos ao cinema. verbal.
r) Atendeu-se a todos os pedidos durante a campanha presiden- a) Existe ambientes escolares bem acolhedores.
cial. b) Evoluiu pouco a pouco as escolas e o sistema de avaliação.
c) Por muito tempo ainda persistiu certos costumes.
s) Hão de ser corrigidos todos os erros de concordância verbal.
d) Haviam alunos que conseguiram superar dificuldades.
t) A nenhum dos passageiros perturbava, de fato, a vagarosida-
e) Castigavam-se as crianças que não sabiam a tabuada.
de daqueles trens cheios de poesia.

Didatismo e Conhecimento 87
LÍNGUA PORTUGUESA
05. (Cesgranrio) Indique a opção em que a concordância verbal 09. (Fundação Carlos Chagas) De acordo com as regras de con-
não está feita corretamente. cordância, a frase correta é:
a) Homens, mulheres, guris, ninguém o aceitava. a) Na situação atual, é impossível não haverem pessoas que se
b) Na cidade, haviam mulheres com vassouras. preocupem com agricultura e economia sustentável.
c) Eu e tu não acreditaríamos na história. b) Na ocasião, já fazia meses que os ambientalistas discutiam
d) O maior problema daquele grupo são as superstições.
medidas para a contenção dos desmatamentos.
e) Os piazinhos têm medo do desconhecido.
c) Ainda existem pessoas menos esclarecidas que tem na explo-
06. (Fundação Carlos Chagas) As normas de concordância es- ração predatória dos recursos naturais sua renda.
tão plenamente respeitadas na frase: d) Naquela tarde, haviam muitos estudantes mais exaltados se
a) O Tropicalismo, em que Caetano Veloso e Gilberto Gil se manifestando por medidas que garantiam a
projetou, e o Cinema Novo, cujo principal expoente foi Glauber Ro- sustentabilidade.
cha, se configura como movimentos artísticos expressivos no século e) Em outras épocas, não existia preocupações com a preserva-
XX. ção das florestas, dos rios e, mesmo, da energia.
b) Cada um dos filmes dirigidos por Glauber Rocha apresenta-
vam um caráter revolucionário único. 10. (Fundação Carlos Chagas) O verbo flexionado no singular
c) A maioria dos integrantes do movimento conhecido como que também pode ser corretamente flexionado no plural, sem que
Cinema Novo estava profundamente interessada nos problemas so-
nenhuma outra alteração seja feita na frase, está em:
ciais do país.
a) “Muitas vezes a localização dos tremores não coincide
d) Muitas expressões artísticas, como o neorrealismo italiano,
contribuiu para o desenvolvimento do Cinema Novo. com...”
e) A maior parte dos cineastas envolvidos com o Cinema Novo b) “... a uns três quilômetros de profundidade, há uma extensa
integravam um grupo que tentavam novos caminhos para o cinema rachadura...”
nacional. c) “... uma extensa cicatriz na crosta terrestre que cruza o Bra-
sil...”
07. (Fundação Carlos Chagas) As normas de concordância es- d) “Parte dos geólogos atribui a elevada frequência de tremores
tão plenamente respeitadas na frase: nessa área...”
a) Lentes que refratam as ondas eletromagnéticas emitidas pelo e) “E, ao longo dessa fratura que se estende por cinco quilô-
calor permite divisar com clareza o movimento de corpos em meio metros...”
ao breu da noite.
b) Cada um dos órgãos sensoriais que nos ligam ao mundo têm
RESPOSTAS
uma função específica.
c) A maior parte das ondas sonoras que perpassa o nosso ca-
minho (celulares, rádios, TVs etc.) é inaudível para os ouvidos hu- 01. Resposta D. Analisando-se as frases: I. incorreta. Faz - ver-
manos. bo “fazer” indicando tempo transcorrido é impessoal, conjugado na
d) Apenas alguns poucos animais, como o cão, consegue escu- terceira pessoa do singular; II. Correta. conseguirá ou conseguire-
tar sons como as ondas hertzianas. mos - Com o pronome quem admitem-se duas possibilidades: o ver-
e) As vibrações sonoras que o morcego é capaz de perceber se bo concordará com o pronome reto “nós” ou irá para a terceira pes-
situa fora do alcance do ouvido humano. soa do singular; III. Correta. deve haver - o verbo auxiliar também
ficará no singular quando o verbo principal “haver” for impessoal.
08. (Fundação Carlos Chagas) Além de O Vampiro de Curiti-
ba (1965), ...................... na obra de Dalton Trevisan os livros Cemi- 02. Resposta B. Houve - verbo “haver” significando existir é
tério dos Elefantes (1964), A Guerra Conjugal (1969) e Crimes
impessoal, conjugado sempre na terceira pessoa do singular.
da Paixão (1978). De acordo com o presidente da Fundação Biblio-
teca Nacional (FBN), Galeno Amorim, “o Prêmio Camões é uma
possibilidade para que se mostre ao mundo a literatura de grande Demais alternativas: devem ser empregadas no plural, concor-
qualidade que ..................... em nossos países”. A escolha do autor dando com o núcleo do sujeito “confusões”.
foi feita em 21 de maio pelo júri do prêmio, instituído pelos gover-
nos do Brasil e de Portugal em 1988. Desde então, já ..................... o 03. Resposta D. Sujeitos compostos formados por palavras em
Camões onze escritores de Portugal, dez do Brasil, dois de Angola, gradação permite o emprego do verbo no singular ou plural: passa
um de Moçambique e um de Cabo Verde. (Adaptado de: www.car- ou passam.
tacapital.com.br/cultura/) Preenchem corretamente as lacunas do
texto acima, na ordem dada: Demais alternativas: a) Houve - verbo “haver” na acepção de
a) destaca-se - se produz - receberam existir é impessoal (terceira pessoa do singular); b) bombardearam
b) destaca-se - se produzem - recebeu
- concordância com o artigo “os”; c) apresentou - concordância
c) destacam-se - se produzem - recebeu
com a expressão “cada um”; e) Aconteceram - concordância com o
d) destacam-se - se produz - receberam
e) destacam-se - se produzem - receberam núcleo do sujeito “fatos”.

Didatismo e Conhecimento 88
LÍNGUA PORTUGUESA
04. Resposta E. Concordância com o núcleo do sujeito “crian- 10. Resposta D. Atribui - concordância com o núcleo do su-
ças”. jeito “Parte” ou atribuem - concordância com o especificador “dos
geólogos”.
Demais alternativas: a) Existem - concordância com o sujeito
Demais alternativas: a) coincide - concordância com o núcleo
“ambientes escolares bem acolhedores”; b) evoluíram - concordân- do sujeito “localização”; b) há - verbo haver na acepção de existir é
cia com o sujeito composto “as escolas e o sistema de avaliação”; c) impessoal, conjugado na terceira pessoa do singular; c) cruza - con-
persistiram - concordância com o núcleo do sujeito “costumes”; d) cordância com o núcleo do sujeito “cicatriz”; e) estende - concor-
Havia - verbo “haver” significando existir é impessoal, conjugado dância com o sujeito “fratura”.
sempre na terceira pessoa do singular.
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
05. Resposta B. Havia - verbo “haver” na acepção de existir é
impessoal (terceira pessoa do singular) REGÊNCIA NOMINAL

Demais alternativas: a) aceitava - concordância com o apos- É a relação existente entre um nome (adjetivo, advérbio ou
to resumitivo “ninguém”; c) acreditaríamos - concordância com o substantivo) e os termos regidos por ele. Entre eles sempre haverá
sujeito composto “eu e tu” - o verbo vai para a primeira do plural; uma preposição.
d) são - o verbo concorda com o predicativo do sujeito quando este
estiver no plural; e) têm - concordância com o núcleo do sujeito Regência com o adjetivo
“piazinhos”.
acessível a
06. Resposta C. Estava - concordância com o núcleo do sujei- acostumado a, com
to “maioria”. Poder-se-ia também empregar o plural, concordando agradável a
com o especificador “dos integrantes” (estavam profundamente alheio a, de
interessados). análogo a
ansioso de, para, por
Demais alternativas: a) projetaram - concordância com o su- apto a, para
jeito composto “Caetano Veloso e Gilberto Gil”, configuravam - ávido de
concordância com o sujeito composto “O Tropicalismo e o Cinema benéfico a
capaz de, para
Novo”; b) apresentava - concordância com a expressão “Cada um”;
compatível com
d) contribuíram - concordância com o núcleo do sujeito “expres-
contemporâneo a, com
sões”; e) tentava - concordância com o núcleo do sujeito “grupo”.
contíguo a
contrário a
07. Resposta C. Perpassa - concordância com o núcleo do su- descontente com
jeito “parte” ou perpassam - concordância com o especificador “das diferente de
ondas sonoras”. entendido em
equivalente a
Demais alternativas: a) permitem divisar - concordância com escasso de
o sujeito “lentes”; b) liga, tem - concordância com o núcleo do su- essencial a, para
jeito “Cada”; d) conseguem escutar - concordância com o núcleo fácil de
do sujeito “animais”; e) situam - concordância com o núcleo do fanático por
sujeito “vibrações”. favorável a
generoso com
08. Resposta D. Destacam-se - concordância com o núcleo do grato a, por
sujeito “livros”, se produz - concordância com o núcleo do sujei- hábil em
to “literatura”, receberam - concordância com o núcleo do sujeito habituado a
“escritores”. idêntico a
impróprio para
09. Resposta B. Fazia - verbo fazer com ideia de tempo trans- indeciso em
corrido é impessoal, conjugado na terceira pessoa do singular, dis- insensível a
cutiam - concordância com o sujeito “ambientalistas”. liberal com
natural de
Demais alternativas: a) haver pessoas - verbo haver na acepção necessário a
de existir é impessoal, conjugado na terceira pessoa do singular; c) nocivo a
têm - concordância com o sujeito “pessoas”; d) havia - verbo haver paralelo a
na acepção de existir é impessoal, conjugado na terceira pessoa do passível de
singular; e) existiam - concordância com o sujeito “preocupações”. preferível a
prejudicial a

Didatismo e Conhecimento 89
LÍNGUA PORTUGUESA
prestes a 3. ASSISTIR
propício a
próximo a a) VTI - assistir, presenciar, observar - Irene assistiu a mais um
relacionado com grande filme de Woody Allen.
relativo a
satisfeito com, de, em, por Observação: Com esse significado, não aceita lhe como com-
semelhante a plemento. Deve ser substituído por a ele(a), a eles(as).
sensível a
sito em
b) VTD ou VTI - prestar assistência, socorrer: A mãe assistia
suspeito de
o(ao) filho doente.
vazio de

Regência com o advérbio c) VTI - caber: Este direito assiste a todos os servidores públi-
cos.
longe de
perto de d) VI - morar, residir: Assisto em São Paulo há mais de vinte
anos.
Regência com o substantivo
4. CHAMAR
admiração a, por
amor a, de, por a) VTD - convocar: A ministra chamou os subordinados para
aversão a, para, por nova reunião.
atentado a, contra
bacharel em b) VTD ou VTI - denominar: O diretor chamou os subordina-
capacidade de, para dos de desleais ou O diretor chamou aos subordinados desleais.
devoção a, com, para, por
doutor em 5. CUSTAR
dúvida acerca de, em, sobre
horror a
a) VTI - ser custoso, ser difícil: Custa-nos compreender o
impaciência com
medo a, de raciocínio do prefeito.
obediência a
ojeriza a, por b) VI - ter valor ou preço de: O pão francês não deveria custar
respeito a, com, para com, por tanto.

Regência dos principais verbos 6. ESQUECER / LEMBRAR

Siglas empregadas: a) VTD - formas não pronominais: Fernando esqueceu (lem-


brou) a promessa.
VTD - verbo transitivo direto
VTI - verbo transitivo indireto b) VTI - formas pronominais: Fernando esqueceu-se (lembrou-
VI - verbo intransitivo se) da promessa.
VTDI - verbo transitivo direto e indireto
Nos sentidos de cair no esquecimento ou vir à lembrança e
1. AGRADAR ocorrer, os verbos esquecer e lembrar têm como sujeito as coisas
lembradas ou esquecidas. Ex.: Esqueceram-me as regras gramati-
a) VTD - acariciar: A cadela agradou o filhote.
cais ; Lembraram-me as regras gramaticais.
b) VTI - satisfazer: A prova agradou a todos os candidatos.
7. GOSTAR
2. ASPIRAR
a) VTI - amar, ter afeto, apreciar: De quem você gosta mais: de
a) VTD - inalar, sorver, respirar: Aspirei o ar puro de Campos cachorro ou de gato?
do Jordão.
b) VTD - experimentar, provar, degustar: Adorei o vinho depois
b) VTI - almejar, ter objetivo: Ela aspirava a um da Receita que o gostei.
Federal.
8. IMPLICAR
Observação: Na acepção de almejar, ter por objetivo não
aceita lhe como complemento. Deve ser substituído por a ele(a), a) VTD - acarretar, provocar: Isso implicará prejuízos para o
a eles(as). país.

Didatismo e Conhecimento 90
LÍNGUA PORTUGUESA
b) VTI - ter implicância; envolver-se: Silvana implicou com o VTI - Não simpatizo com os políticos / Antipatizo com a
preço da gasolina; Daniel implicou-se em ações ilícitas. maioria dos governos. Na festa de final de ano, todos confraterni-
zaram.
9. MORAR / RESIDIR Observação: Não são usados com as formas pronominais.

Devem estar acompanhados pela preposição em: Moro (Resi- 18. TORCER
do) em Poços de Caldas.
VTI - Todos torcerão pela derrota da Argentina na final do
10. NAMORAR Campeonato Mundial.

VTD - Rúbia namora Marcos há dois anos. 19. VISAR

11. OBEDECER / DESOBEDECER a) VTD - mirar, assinar, rubricar: Ele visou o recibo; Edivaldo
visou o alvo e errou.
VTI - Devemos obedecer à família. / Devemos desobedecer às
leis desumanas. b) VTI - almejar, desejar: Adriana visa ao cargo de chefia.
Observação: Esses verbos não aceitam lhe quando o comple- Observações:
mento é coisa. Devemos obedecer (desobedecer) a elas (leis).
a) A preposição pode ser omitida quando o verbo é seguido de
12. PAGAR / PERDOAR infinitivo: Ariovaldo visava a descansar nas férias / ou Ariovaldo
visava descansar nas férias.
VTDI - Paguei a conta ao balconista. / Perdoei a ofensa ao in-
frator. b) Na acepção de almejar, desejar não aceita lhe como comple-
mento. Deve ser substituído por a ele(a), a eles(as).
13. PRECISAR
20. AVISAR / CERTIFICAR / CIENTIFICAR / INFOR-
VTI - necessitar: Preciso de sua ajuda para resolver problemas MAR / NOTIFICAR / PREVENIR
financeiros.
VTDI - com dois tipos de construções: Avisei-o de que não ha-
VTD - indicar com precisão: Fabiana precisou o lugar onde es- verá expediente hoje ou Avisei-lhe que não haverá expediente hoje.
condeu o celular da irmã.
21. CHEGAR / DIRIGIR-SE / IR / VOLTAR / VERBOS
14. PREFERIR QUE INDICAM MOVIMENTO

VTDI - Prefiro frutas a doces. Exigem a preposição a: Vou ao teatro / Cheguei a farmácia /
São construções errôneas: Preferir mais, preferir menos, prefe- Voltei ao baile.
rir mil vezes, etc. Observação: Ir a - utilizado com ideia de retorno imediato:
Vou a Portugal para passar as férias; Ir para - utilizado com ideia de
15. PROCEDER permanência, sem data para retornar: Vou para Portugal.

a) VI (+ adj. adverbial de lugar) - provir, originar-se: Aline 22. VERBOS COM REGÊNCIAS DIFERENTES - Não se
procede de Maceió. deve atribuir um mesmo complemento a eles.

b) VI (+ adj. adverbial de modo) - comportar-se: Henrique pro- Ex.: Li e gostei do livro de Sartre (errado). O correto é: Li o
cedeu muito mal. livro de Sartre e gostei dele.

c) VI - ter fundamento: Suas ações não procedem. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

d) VTI - realizar: Elias procedeu ao relatório da empresa. 1. Coloque a preposição adequada para completar as frases
abaixo
16. QUERER a) O fumo é prejudicial .......... saúde.
b) Financiamentos imobiliários tornaram-se acessíveis ..........
a) VTD - desejar, cobiçar: Sofia queria uma nova fatia de bolo população.
de chocolate. c) Seu projeto é passível .......... reformulações.
d) Esteja atento .......... tudo que acontece por aqui.
b) VTI - estimar, amar: Quero muito aos meus avós. e) Suas ideias são compatíveis .......... as minhas.
f) Estamos fartos .......... tantas promessas.
17. SIMPATIZAR / ANTIPATIZAR / CONFRATERNI- g) Ela era suspeita .......... ter assaltado a loja.
ZAR h) O filme é proibido .......... menores de dezoito anos.

Didatismo e Conhecimento 91
LÍNGUA PORTUGUESA
i) Andreia é bacharel .......... direito.
j) Francisco está acostumado .......... o trânsito congestionado de São Paulo.
k) Renato sente ojeriza .......... essa alimentação.
l) Tinha esperança .......... que você fosse aprovado no concurso.
m) O GPS é essencial .......... alguns motoristas.
n) Maria é devota .......... Nossa Senhora de Fátima.
o) Esta é uma manifestação .......... a violência infantil.
p) Alguma dúvida .......... regência nominal?
q) Carlos é perito .......... informática.
r) Muitas pessoas fazem questão de se manterem alienadas .......... problemas sociais.
s) Berenice é imune .......... seus comentários maldosos.
t) Gramática é preferível .......... Trigonometria.

2. Corrija as frases, quando necessário.


a) Avisei-lhe de que não desejava substituí-Io na presidência, pois apesar de ter sempre servido a instituição, jamais aspirei tal cargo.
...................................................................................................................................................................................
b) É dever de todo médico assistir todos os enfermos.
...................................................................................................................................................................................
c) As crianças preferem ir ao cinema do ficarem em casa vendo televisão.
...................................................................................................................................................................................
d) É preciso lembrar que você me deve mais atenção.
...................................................................................................................................................................................
e) A atitude da ex-presidente implicou em descontentamento de todo o país.
...................................................................................................................................................................................
f) Não lhe conheço o suficiente para entender seus motivos, mas aviso-lhe de que não o perdoo a traição.
...................................................................................................................................................................................
g) Chegando no local de trabalho encontrei as portas fechadas.
...................................................................................................................................................................................
h) O sócio visou a todas as folhas do contrato social.
...................................................................................................................................................................................
i) Aquela é a garota com quem muito me simpatizei.
...................................................................................................................................................................................
j) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem os sinais de trânsito.
...................................................................................................................................................................................
k) Posso informar os senhores que ninguém, na reunião, ousou aludir a tão delicado assunto.
...................................................................................................................................................................................
l) As últimas medidas tomadas visam ao racionamento de água em São Paulo.
...................................................................................................................................................................................
m) O Colégio São Rafael, situado à Rua do Progresso, encerrou suas atividades neste ano.
...................................................................................................................................................................................
n) Ele é uma pessoa em cuja honestidade ninguém duvida.
...................................................................................................................................................................................
o) A linguagem especial, cujo emprego se opõe o uso da comunidade, constitui um meio de os indivíduos de determinado grupo dispõem
para satisfazer o desejo de autoafirmação.
...................................................................................................................................................................................
p) A professora aspirava o sucesso? Sim, aspirava-lhe.
...................................................................................................................................................................................
q) Esqueceu-me o desejo discreto de conhecer as coisas do coração.
...................................................................................................................................................................................
r) Aqui se jogam as sementes para informar-lhes de que a cultura não deve ser acadêmica.
...................................................................................................................................................................................
s) Não nos interessa donde eles vêm, aonde moram, nem onde pretendem ir.
...................................................................................................................................................................................
t) Gostei do filme que vi; Clarice, do filme que assistiu; Sandra, do filme que te referiste; Fabiana, do filme que te opuseste; Isabel, do filme
que te queixaste.
...................................................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................................................

Didatismo e Conhecimento 92
LÍNGUA PORTUGUESA
TESTES DE CONCURSOS a) Meditar um assunto - meditar sobre um assunto
b) Sentar à mesa - sentar na mesa
01. (Cesgranrio) Analise as frases. c) Estar em casa - estar na casa
. Desejavam saber o preço .................... venderiam o camarão. d) Assistir o doente - assistir ao doente
. Com cenário iluminado, a pesca na lagoa foi a mais bonita e) Chamar o padre - chamar pelo padre
............... assistiu.
. O barco ........... estavam os que se dirigiam ao porto passava 06. (Esaf) Assinale a alternativa incorreta quanto à regência.
distante dos pescadores. a) Creio que os trabalhadores estão muito conscientes de suas
obrigações para com a Pátria.
Tendo em vista a regência verbal, as frases acima se completam
b) O filme a que me refiro aborda corajosamente a problemática
com
a) de que / em que / com que dos direitos humanos.
b) de que / em que / do qual c) Esta nova adaptação teatral do grande romance não está agra-
c) pelo qual / a que / em que dando ao público; eu, porém, prefiro esta àquela.
d) pelo qual / que / de que d) O trabalho inovador de Gláuber Rocha que lhe falei chama-
e) com o qual / com que / em que se Deus e o Diabo na Terra do Sol.
e) José crê que a classe operária está em condições de desem-
02. (Cesgranrio) A preposição entre parênteses não pode com- penhar um papel importante na condução dos problemas nacionais.
pletar a frase, por não atender à regência do verbo, apenas em uma
opção. Assinale-a. 07. (Esaf) Assinale o trecho que apresenta sintaxe de regência
a) Ansiava .......... dias melhores. (por) correta.
b) Não se acostumara .......... lidar com o perigo. (a) a) A rigorosa seca que assola os estados do Nordeste impede
c) Lembrava-se bem .......... um antigo poema. (de) que essa região desenvolva e atinja os níveis de crescimento sócio
d) Mamãe contentava-se .......... o embelezamento do jardim. -econômicos desejados.
(com) b) Se o Brasil tornasse independente dos empréstimos externos,
e) Informou-o .......... um certo pacote deixado no sítio. (sob) poderia voltar a crescer no mesmo ritmo de desenvolvimento das
décadas anteriores.
03. (Cesgranrio) Assinale a opção em que o verbo exige a mes-
c) Surpreende-nos o fato de o Estado de São Paulo, que muito
ma preposição que referir-se em “... a boneca de pano a que me
se difere do sul do país, ter engrossado as estatísticas favoráveis à
referi.”
a) O homem .......... quem conversei há pouco. criação de um Brasil do sul.
b) O livro .......... que lhe falei há pouco. d) É reducionista atribuirmos apenas à seca a razão que leva a
c) A criança .......... quem aludi há pouco. população do norte e nordeste a se migrar para o sul.
d) O tema .......... que escrevi há pouco. e) A pretendida separação que pleiteiam os estados do sul acar-
e) A fazenda .......... que estive há pouco. retará, se vier a se concretizar, a perda da identidade nacional.

04. (Esaf) Há erro de regência no item: 08. (FGV) Assinale a alternativa em que há erro de regência
a) Algumas ideias vinham ao encontro das reivindicações dos verbal.
funcionários, contentando-os, outras não. a) Os padres das capelas que mais dependiam do dinheiro des-
b) Todos aspiravam a uma promoção funcional, entretanto pou- fizeram-se em elogios à garota.
cos se dedicavam àquele trabalho, por ser desgastante. b) As admoestações que insisti em fazer ao rábula acabaram por
c) Continuaram em silêncio, enquanto o relator procedia à lei- não produzir efeito algum.
tura do texto final. c) Nem sempre o migrante, em cujas faces se refletia a angústia
d) No momento este Departamento não pode prescindir de seus que lhe ia na alma, tinha como resolver a situação.
serviços devido ao grande volume de trabalho. d) Era uma noite calma que as pessoas gostavam, nem fria nem
e) Informamos a V. Senhoria sobre os prazos de entrega das quente demais.
novas propostas, às quais devem ser respondidas com urgência.
e) Nem sempre o migrante, cujas faces refletiam a angústia que
lhe ia na alma, tinha como resolver a situação.
05. (Esaf) Considere o texto abaixo:
- “Eu queria saber é quem está no aparelho.
- Ah, sim. No aparelho não está ninguém. 09. (FGV) Infelizmente, ainda hoje assistimos no Brasil a
- Como não está, se você está me respondendo? fenômenos... No trecho selecionado, foi empregada a regência do
- Eu estou fora do aparelho. Dentro do aparelho não cabe nin- verbo em completo acordo com a norma culta. Assinale a alternati-
guém. va em que isso não tenha ocorrido.
- Engraçadinho! Então, quem está ao aparelho? a) O povo aspira a governos menos corruptos.
- Agora melhorou. Estou eu, para servi-lo.” b) Ele assiste em Belém.
(C. Drummond de Andrade) c) O combate à corrupção implica em medidas éticas por parte
das empresas.
Marque o par de verbos com problema de regência idêntico ao d) As empresas pagaram aos funcionários na data correta.
do texto. e) Muitas vezes o povo esquece o passado dos políticos.

Didatismo e Conhecimento 93
LÍNGUA PORTUGUESA
10. (FGV) A construção da frase “tentará descobrir alguma coi- g) Chegando ao local de trabalho encontrei as portas fechadas.
sa que possuam em comum - um conhecido, uma cidade da qual h) O sócio visou todas as folhas do contrato social.
gostam”, está correta em relação à regência dos verbos possuir e i) Aquela é a garota com quem muito simpatizei.
gostar. De acordo com a norma padrão, assinale a alternativa que j) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem aos
apresente erro de regência. sinais de trânsito.
a) Apresentam-se algumas teses a cujas ideias procuro me k) Posso informar aos senhores que ninguém, na reunião, ousou
orientar. aludir a tão delicado assunto ou Posso informar os senhores de que
b) As características pelas quais um povo se identifica devem ninguém...
ser preservadas. l) Frase correta.
c) Esse é o projeto cujo objetivo principal é a reflexão sobre a m) O Colégio São Rafael, situado na Rua do Progresso, encer-
brasilidade. rou suas atividades nestes ano.
d) Eis os melhores poemas nacionalistas de que se tem conhe- n) Ele é uma pessoa de cuja honestidade ninguém duvida.
cimento. o) A linguagem especial, a cujo emprego se opõe o uso da co-
munidade, constitui um meio de os indivíduos de determinado gru-
e) Aquela é a livraria onde foi lançado o romance recorde de
po dispõem para satisfazer o desejo de autoafirmação.
vendas.
p) A professora aspirava ao sucesso? Sim, aspirava a ele.
q) Frase correta.
GABARITOS
r) Aqui se jogam as sementes para informar-lhes que a cultura
não deve ser acadêmica ou Aqui se jogam as sementes para informá
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO -los (las) de que a cultura...
s) Não nos interessa donde eles vêm, onde moram, nem aonde
1. pretendem ir.”
a) O fumo é prejudicial à saúde. t) Gostei do filme que vi; Clarice, do filme a que assistiu; San-
b) Financiamentos imobiliários tornaram-se acessíveis à popu- dra, do filme a que te referiste; Fabiana, do filme a que te opuseste;
lação. Isabel, do filme de que te queixaste.
c) Seu projeto é passível de reformulações.
d) Esteja atento a tudo que acontece por aqui. TESTES DE CONCURSOS
e) Suas ideias são compatíveis com as minhas.
f) Estamos fartos de tantas promessas.
01 C
g) Ela era suspeita de ter assaltado a loja.
h) O filme é proibido a menores de dezoito anos. 02 E
i) Andreia é bacharel em direito.
03 C
j) Francisco está acostumado com o trânsito congestionado de
São Paulo. 04 E
k) Renato sente ojeriza por essa alimentação.
05 B
l) Tinha esperança de que você fosse aprovado no concurso.
m) O GPS é essencial para alguns motoristas. 06 D
n) Maria é devota de Nossa Senhora de Fátima.
07 E
o) Esta é uma manifestação contra a violência infantil.
p) Alguma dúvida sobre regência nominal? 08 D
q) Carlos é perito em informática.
09 C
r) Muitas pessoas fazem questão de se manterem alienadas dos
problemas sociais. 10 A
s) Berenice é imune aos seus comentários maldosos.
t) Gramática é preferível a Trigonometria. TESTES COMENTADOS

2. 01. (Fundação Carlos Chagas) ... a que ponto a astronomia fa-


a) Avisei-o de que não desejava substituí-Io na presidência, pois cilitou a obra das outras ciências ... O verbo que exige o mesmo tipo
apesar de ter sempre servido à instituição, jamais aspirei a tal cargo. de complemento que o grifado acima está empregado em:
b) Correta. Admite também: É dever de todo médico assistir a a) ... astros que ficam tão distantes ..
todos os enfermos. b) ... que a astronomia é uma das ciências ...
c) As crianças preferem ir ao cinema a ficarem em casa vendo c) ... que nos proporcionou um espírito ...
televisão. d) ... cuja importância ninguém ignora ...
d) É preciso lembrar de que você me deve mais atenção. e) ... onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ...
e) A atitude da ex-presidente implicou descontentamento de
todo o país. 02. (Fundação Carlos Chagas) “Ruibarbosismo” é um neolo-
gismo do qual se valeu o autor do texto para lembrar o estilo retóri-
f) Não o conheço o suficiente para entender seus motivos, mas
co pelo qual se notabilizou o escritor baiano.
aviso-o de que não lhe perdoo a traição.

Didatismo e Conhecimento 94
LÍNGUA PORTUGUESA
Não haverá prejuízo para a correção da frase acima ao se subs- 03. Resposta E. Da qual - a forma verbal pronominal se recu-
tituírem os segmentos sublinhados, na ordem dada, por:  perar é transitiva indireta e pede a preposição de.
a) a que recorreu - que fez notável
b) do qual incorreu - com que se afamou 04. Resposta C. As formas verbais transformaria e lançou são
c) a cuja recorreu - o qual celebrizou transitivas diretas.
d) em que fez uso - em cuja deu notabilidade
e) em cujo incorreu - com o qual se propagou Demais alternativas: a) ficaria - verbo de ligação; b) nasceu
- verbo intransitivo; d) é - verbo de ligação; e) faliu - verbo intran-
03. (Fundação Carlos Chagas) Em 1992, a indústria cinemato- sitivo.
gráfica do país entrou numa crise ..................... só começou a se re-
cuperar na segunda metade da década de 1990. (Adaptado de Eduar- 05. Resposta E. As formas verbais provinha e residia são transiti-
do Bueno, op.cit.) preenche corretamente a lacuna da frase acima: vas indiretas.
a) a qual
b) a que Demais alternativas: transitivas diretas.
c) na qual
d) onde CRASE
e) da qual
Conceito: palavra de origem grega, que significa fusão, jun-
04. (Fundação Carlos Chagas) Glauber Rocha transformaria, ção. É o encontro de duas vogais idênticas, uma sendo preposição e
com Deus e o Diabo na terra do sol, a história do cinema no Brasil. a outra podendo ser um artigo, um pronome demonstrativo ou um
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado pronome relativo. Assinala-se a crase com o acento grave ( ` ).
acima está empregado em:
a) A ponte entre Cinema Novo e Tropicalismo ficaria mais evi- Exemplos:
dente... Fui a (preposição) + a (artigo) praça. Fui à praça.
b) O Cinema Novo nasceu na virada da década de 1950 para a Falei a (preposição) + aquele (pronome) professor. Falei
de 1960...
àquele professor.
c) Dois anos depois, o cineasta lançou Terra em transe...

d) A grande audiência de TV entre nós é um fenômeno novo
Emprega-se o acento grave nos seguintes casos:
e) ...empresa paulista que faliu em 1957...
a) Quando for possível substituir o substantivo feminino por
05. (Fundação Carlos Chagas) A dificuldade mais monumental
um masculino e resultar ao. Exemplo: Referi-me à professora de
[...] provinha dos desafios técnicos do projeto... O verbo que exige
Espanhol. Referi-me ao professor de Espanhol.
o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado
em: Observação: a troca da palavra feminina por masculina deve
a) Ele inventou um guindaste capaz de... obedecer à mesma classe gramatical.
b) ... os governantes da cidade italiana iniciavam uma emprei-
tada épica... b) Na indicação de horas determinadas. Exemplo: Saiu da
c) ... ele fazia seus projetos em código. escola às 19 horas.
d) Em outra ocasião, armou uma farsa para... Observação: Não haverá acento grave se o horário for indeter-
e) O gênio de Brunelleschi residia em seu domínio da dinâmica minado. Exemplo: Gustavo saiu da escola a uma hora qualquer.
dos materiais
c) Diante da palavra moda (à moda de), mesmo que subenten-
RESPOSTAS dida. Gostava de escrever versos à Castro Alves (subentende-se a
expressão “à moda de”).
01. Resposta D. As formas verbais facilitou e ignora são tran-
sitivas diretas. d) Diante de expressões femininas: à moda de, à esquerda, à
direita, à noite, à proporção que, à frente de etc. Exemplos: Vire à
Demais alternativas: a) ficavam - verbo intransitivo; b) é - ver- direita no próximo farol; À proporção que estudávamos sintaxe,
bo de ligação; c) proporcionou - verbo transitivo direto e indireto; mais compreendíamos a gramática.
e) passa - verbo transitivo indireto.
Não se emprega o acento grave nos seguintes casos:
02. Resposta A. A que recorreu - A forma verbal recorreu é
transitiva indireta e pede a preposição a; que fez notável - a forma a) Antes de masculino. Exemplo: Caminhava a pé ao trabalho.
verbal fez é transitiva direta, não pede preposição. Observação: Quando estiver implícita a expressão à moda de
(veja item C dos casos em que há acento grave) ou quando estiver
Demais alternativas: b) em que / na qual incorreu - a forma implícita palavra feminina, haverá acento. Exemplo; Dirigi-me à
verbal incorreu pede a preposição em; c) a que recorreu - veja a Globo (Rede ou Editora).
alternativa correta “a”; d) de que - o substantivo uso pede a prepo-
sição de, que deu notabilidade ao escritor baiano; e) em que / no b) Antes de verbo. Exemplo: Estava disposta a falar toda a
qual - veja alternativa “b”. verdade.

Didatismo e Conhecimento 95
LÍNGUA PORTUGUESA
c) Antes de pronomes em geral. Exemplos: Dirijo-me a Vossa d) Diante da palavra distância - Não há consenso entre os
Excelência; Disse a ela que iria embora. gramáticos. Uns afirmam que só deveria levar o acento indicativo
Observações: de crase, se vier determinada; outros, admitem-no em qualquer cir-
cunstância. Exemplo: Um relógio, a (à) distância, bateu dez horas;
I. Existem três pronomes de tratamento que aceitam o artigo, Ela estuda à distância de cem metros do colégio.
logo levarão acento grave: dona, senhora e senhorita. Exemplo:
Refiro-me à senhora. e) Embora não ocorra acento grave diante de locução adverbial
de instrumento, o acento é admitido pela maioria dos gramáticos,
II. Haverá acento grave diante de pronomes que admitam arti- para evitar ambiguidade. Ex.: Joana escreve a (à) máquina; Fabiana
go, como mesma, própria. Exemplo: Referi-me à mesma mulher. pinta a (à) mão.

III. Haverá acento grave diante de pronomes demonstrativos, Há X a


quando o termo antecedente admitir preposição. Exemplo: Fui
àquele supermercado famoso. (O verbo ir pede a preposição “a”) A - preposição indica tempo futuro. Não haverá acento grave.
Exemplo: A aula começará daqui a pouco.
d) Com expressões formadas por palavras repetidas: cara a
cara, face a face, lado a lado. Exemplo: O brasileiro venceu a Mara- Há - verbo haver, indica uma ação passada: Há pouco recebi a
tona de ponta a ponta. notícia do aumento da gasolina.

e) Quando o “a” está no singular e a palavra seguinte, no


plural. Ex.: Nunca vou a festas.

f) Diante de artigo indefinido. Exemplo: Não chegamos a uma


conclusão definitiva sobre o caso.

Uso facultativo do acento grave

a) Antes de nomes próprios de pessoas femininos. Exemplo:


Referi-me sempre a (à) Adriana.

b) Diante da preposição até. Exemplo: Fui até a (à) praia no


último final de semana.

c) Diante de pronomes possessivos femininos. Exemplo:


Obedeço a (à) minha mãe.

Casos especiais

a) Nomes de lugar: Dica: se vou a e volto da, crase há, se vou


a e volto de, crase pra quê? Vou à França (vou a, volto da); Vou a
Buenos Aires (vou a, volto de)
Observação: Se o nome do lugar vier determinado por algum
adjunto adnominal, ocorrerá a crase. Exemplo: Vou à Portugal dos
eternos fados.

b) Diante da palavra casa: No sentido de lar, residência pró-


pria, se não vier determinada não aceita o artigo, não havendo o
acento grave. Exemplo: Retornei a casa muito cedo.
Observação: Caso venha determinada por um adjunto adno-
minal, aceita artigo e haverá acento grave. Exemplo: Voltei à casa
dos meus irmãos.

c) Diante da palavra terra: No sentido de chão firme, tomada


em oposição a mar ou ar, se não vier determinada, não aceita o artigo
e não ocorre acento grave. Exemplo: Os marinheiros já chegaram a
terra.
Observação: Se o vocábulo vier determinado, admite artigo e
haverá acento grave. Exemplo: Já cheguei à terra dos meus ante-
passados.

Didatismo e Conhecimento 96
LÍNGUA PORTUGUESA
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

1. Complete adequadamente as lacunas com a(s), à(s) ou há.


a) Estou .......... procura de alguns amigos de infância que não vejo .......... anos;
b) Até........ poucos dias, os preços desse produto estavam sujeitos........ grandes oscilações no mercado. 
c) .......... noite estava clara e os namorados foram .......... praia ver .......... chegada dos pescadores que voltavam .......... terra.
d) Refiro-me ...... atitudes de adultos que, na verdade, levam .......... moças ...... rebeldia insensata e ...... uma fuga insensata.
e) Quando vamos .......... fazenda, adoro andar .......... cavalo e .......... pé. É uma ótima alternativa para aliviar .......... tensões.
f) Daqui ....... vinte quilômetros, o viajante encontrará, logo ....... entrada do grande bosque, uma estátua que ....... séculos foi erigida em
homenagem ....... deusa da floresta.
g) Maria pediu .......... psicóloga que .......... ajudasse .......... resolver o problema que .......... muito .......... afligia.
h) Quando, ........... dois dias, disse...........ela que ia ........... Europa para concluir meus estudos, pôs-se ........... chorar.
i) Foi ........... mais de um século que, numa reunião de escritores, se propôs .......... maldição do cientista que reduzira o arco-íris ...........
simples matéria: era uma ameaça ........... poesia.
j) Comunicamos ........... V. Sª. que encaminhamos ........... petição anexa ........... Divisão de Fiscalização, que está apta ........... prestar ...........
informações solicitadas. 
k) .......... três semanas, cheguei ........... Lisboa; daqui ........... três dias farei uma excursão ...........França; depois farei uma visita ...........
ruínas da Itália; de lá regressarei ............ São Paulo. 
l) Na minha visita ........... Bahia, ........... dois meses, percorri toda ........... parte central de Salvador, ........... fim de melhor apreciar ...........
beleza da cidade, que nada fica ........... dever ........... maioria dos grandes centros comerciais do país e, daqui ........... pouco, será um dos maiores. 
m) Os rapazes, ..... partir daquele dia, só usaram o carro ..... gás, por economia; ..... tempos pensavam em ir ..... Brasília e ..... Bahia, mas o
preço do combustível impedia que pensassem em ir ..... lugares tão distantes.
n) Estou aqui desde .......... 8h, mas só poderei ficar até .......... 9h30min, porque .......... 10h30min assistirei .......... sessão solene de abertura
de uma importante exposição de arte moderna, precisando, para isso, dirigir-me .......... Rua 7 de abril e ir .......... Galeria “Sanson Flexor”.
o) Júlia foi ........... padaria, ........... manicura, ........... modista e voltou ........... repartição antes de viajar. Por pouco não chegava ........... esta-
ção ........... tempo de tomar o trem que ........... levaria ........... Recife. De Recife viajará ........... Portugal, ........... Espanha, ........... França, ...........
Inglaterra, ........... Holanda e ........... Israel. É ........... primeira vez que visitará ........... Europa. No próximo ano pretender ir ........... África.

TESTES DE CONCURSOS

01. (Cesgranrio) Assinale a opção em que está correto o uso do acento indicativo da crase.
a) Atribui-se à Sérgio Buarque uma visão otimista do Brasil.
b) O autor refere-se, no texto, à uma monumental desigualdade.
c) O Brasil passou a ser entendido à partir desses estudos.
d) O povo brasileiro é dado à festas folclóricas.
e) Muitos universitários recorrem às pesquisas destes dois autores.

02. (Cesgranrio) Assinale a única frase em que o a deve receber acento indicativo de crase.
a) Dedicava-se a crônica semanal com prazer.
b) Pegou um lápis e pôs-se a trabalhar.
c) Leu o texto de ponta a ponta.
d) A crônica fazia referência a pessoas comuns.
e) Algumas vezes dirigia-se a seu computador.
03. (Cesgranrio) Assinale a frase em que o a deve receber acento grave, indicador da crase.
a) Arqueólogos passam os dias a examinar cacos de cerâmica.
b) Todos tinham sido levados a comunidades ribeirinhas.
c) O gerador de energia elétrica chegou finalmente a distante Nossa Senhora das Graças.
d) Em busca de sítios arqueológicos, percorreram a região de ponta a ponta.
e) Pesquisadores observam a localidade em silêncio.

04. (Cespe-Unb) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas: Passo .......... passo, a restauração do Pelourinho, com respeito
.......... arquitetura barroca, obedeceu .......... rigoroso plano de reconstrução das formas originais.
a) à, à, à
b) à, a, à
c) a, a, a
d) a, à, a
e) à, à, a

Didatismo e Conhecimento 97
LÍNGUA PORTUGUESA
05. (Cespe-Unb) A sequência que preenche corretamente as a) Eles visaram à premiação no concurso.
lacunas da frase: “Vale ..... pena examinar essa descoberta, pois é b) Sempre nos referimos à Florianópolis dos açorianos.
nela que .......... força dos cientistas se manifesta mais intensamente, c) Nossos cursos vão de 8h às 18h.
pondo fim ..... acirrada polêmica que se vem travando ..... quatro d) A solução foi sair à francesa.
décadas” é: e) Fizemos uma longa visita à casa nova dos nossos amigos.
a) a, à, à, há
b) a, a, à, a GABARITOS
c) à, a, à, à
d) a, a, à, há
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
e) à, à, a, há
1.
06. (Cespe-Unb) A opção que contém emprego do acento grave
indicativo de crase com a mesma justificativa que em “Um dia pelos a) Estou à procura de alguns amigos de infância que não vejo
outros iria às aulas (...)” é há anos.
a) Cheguei à cidade grande com a alma em sofrimento. b) Até há poucos dias, os preços desse produto estavam sujeitos
b) Nos sonhos, ia-me à margem do rio. a grandes oscilações no mercado. 
c) Já à tarde eu previa perigos. c) A noite estava clara e os namorados foram à praia ver a che-
d) Saí à procura de outros conselhos. gada dos pescadores que voltavam a terra.
e) Gostaria de me aquecer à luz dos raios de sol. d) Refiro-me a (às) atitudes de adultos que, na verdade, levam
as moças à rebeldia insensata e a uma fuga insensata.
07. (FGV) Dos trechos transcritos, assinale aquele em que se e) Quando vamos à fazenda, adoro andar a cavalo e a pé. É uma
poderia empregar opcionalmente o acento indicativo de crase. ótima alternativa para aliviar as tensões.
a) Preferência a respeito das ações humanas. f) Daqui a vinte quilômetros, o viajante encontrará, logo à en-
b) Diante da multiplicidade de caminhos a nossa disposição. trada do grande bosque, uma estátua que há séculos foi erigida em
c) Na verdade, somos obrigados a escolher. homenagem à deusa da floresta.
d) Podem ser predicados a todos os atos humanos. g) Maria pediu à psicóloga que a ajudasse a resolver o proble-
e) Não se reduzem a fenômenos meramente subjetivos. ma que há muito a afligia.
h) Quando, há dois dias, disse a ela que ia à Europa para con-
08. (FGV) Na frase “é ingênuo creditar a postura brasileira ape-
cluir meus estudos, pôs-se a chorar.
nas à ausência de educação adequada” foi corretamente empregado
i) Foi há mais de um século que, numa reunião de escritores,
o acento indicativo de crase. Assinale a alternativa em que o acento
se propôs a maldição do cientista que reduzira o arco-íris a simples
indicativo de crase está corretamente empregado.
a) O memorando refere-se à documentos enviados na semana matéria: era uma ameaça à poesia.
passada. j) Comunicamos a V. Sª. que encaminhamos a petição anexa
b) Dirijo-me à Vossa Senhoria para solicitar uma audiência ur- à Divisão de Fiscalização, que está apta a prestar as informações
gente. solicitadas. 
c) Prefiro montar uma equipe de novatos à trabalhar com pes- k) Há três semanas, cheguei a Lisboa; daqui a três dias farei
soas já desestimuladas. uma excursão à França; depois farei uma visita às ruínas da Itália;
d) O antropólogo falará apenas àquele aluno cujo nome consta de lá regressarei a São Paulo. 
na lista. l) Na minha visita à Bahia, há dois meses, percorri toda a parte
e) Quanto à meus funcionários, afirmo que têm horário flexível central de Salvador, a fim de melhor apreciar a beleza da cidade, que
e são responsáveis. nada fica a dever à maioria dos grandes centros comerciais do país e,
daqui a pouco, será um dos maiores. 
09. (FGV) Assinale a alternativa em que está correto o uso do m) Os rapazes, a partir daquele dia, só usaram o carro a gás,
acento indicativo de crase: por economia; há tempos pensavam em ir a Brasília e à Bahia, mas
a) O autor se comparou à alguém que tem boa memória. o preço do combustível impedia que pensassem em ir a lugares tão
b) Ele se referiu às pessoas de boa memória. distantes.
c) As pessoas aludem à uma causa específica. n) Estou aqui desde às 8h, mas só poderei ficar até as (ás)
d) Ele passou a ser entendido à partir de suas reflexões sobre a
9h30min, porque às 10h30min assistirei à sessão solene de abertu-
memória.
ra de uma importante exposição de arte moderna, precisando, para
e) Os livros foram entregues à ele.
isso, dirigir-me à Rua 7 de abril e ir à Galeria “Sanson Flexor”.
10. (FGV) “O movimento altermundialista deverá também res- o) Júlia foi à padaria, à manicura, à modista e voltou à repar-
ponder à nova situação mundial nascida da crise escancarada da fase tição antes de viajar. Por pouco não chegava à estação a tempo de
neoliberal da globalização capitalista.” No trecho acima, empregou- tomar o trem que à levaria a Recife. De Recife viajará a Portugal, à
se corretamente o acento grave indicativo de crase. Assinale a alter- Espanha, à França, à Inglaterra, à Holanda e a Israel. É a primeira
nativa em que isso não tenha ocorrido. vez que visitará a Europa. No próximo ano pretender ir à África.

Didatismo e Conhecimento 98
LÍNGUA PORTUGUESA
TESTES DE CONCURSOS e) Dos clássicos quero ficar à uma distância bem segura, disse-
me ele, rindo à valer.
01 E
04. (Fundação Carlos Chagas) O sinal indicativo de crase pode
02 A ser corretamente suprimido, sem prejuízo para a correção e o sentido
original do texto, em:
03 C a) ... à opressão e ao obscurantismo......
04 D b) o mais belo legado do Renascimento à atualidade....
c) em continuidade à miséria......
05 D d) e a submetê-la à sua vontade....
e) que impõe à sociedade um padrão único....
06 A
07 B 05. (Fundação Carlos Chagas) Sentava-se mais ou menos ......
distância de cinco metros do professor, sem grande interesse. Estu-
08 D dava de manhã, e ...... tardes passava perambulando de uma praça
09 B ...... outra, lendo algum livro, percebendo, vez ou outra, o compor-
tamento dos outros, entregue somente ...... discrição de si mesmo.
10 C Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem
dada:
a) a - às - à - a
TESTES COMENTADOS à - as - a - à
a - as - à - a
01. (Fundação Carlos Chagas) Entre as capitais brasileiras, so- à - às - a - à
mente o Rio de Janeiro é palco ...... altura de Florianópolis na di- a - às - a - a
versidade das belezas naturais. Com 400 mil habitantes, a cidade
começa no continente e toma ...... imensa Ilha de Santa Catarina, RESPOSTAS
com cerca de 60 km de extensão, o que faz com que sejam longas
as distâncias de uma praia ...... outra. (Adaptado de: www.viagem. 01. Resposta B. À altura de - locução prepositiva feminina;
toma a imensa - o verbo “tomar” é transitivo direto, sem preposi-
uol.com.br)
ção, o “a” é apenas artigo; de uma praia a outra - diante de prono-
Preenchem corretamente as lacunas do texto acima, na ordem
mes indefinidos não há acento grave.
dada:
a) à - à - a 02. Resposta C. A forma verbal “correspondem” é transitiva
b) à - a - a indireta e pede a preposição “a”, o pronome possessivo “nossas”
c) a - à - à admite artigo feminino “as”.
d) a - a - à
e) à - à - à Demais alternativas: a) afiguram - verbo transitivo direto, b)
parecem - verbo transitivo indireto e pede a preposição “com”; d)
02. (Fundação Carlos Chagas) ... uma vez que as expressões vo- lembram - verbo transitivo direto; e) rememoram - verbo transi-
cais e faciais desses parentes evolutivos próximos são semelhantes tivo direto.
às nossas próprias reações aos mesmos estímulos... Sem que qual-
quer outra modificação seja feita na frase acima, o sinal indicativo 03. Resposta C. Iniciação à literatura - o substantivo “inicia-
de crase deverá ser mantido caso o segmento sublinhado seja subs- ção” pede a preposição “a”, o substantivo “leitura” admite artigo
tituído por: feminino “a”; à medida que - locução conjuntiva feminina.
a) afiguram
b) parecem Demais alternativas: a) à vontade - locução adverbial feminina;
c) correspondem Afeito à leitura - o substantivo “afeito” pede a preposição “a”, o
d) lembram substantivo “leitura” admite artigo feminino “a”, face a escritores
e) rememoram - não há acento grave diante de nomes masculinos; d) a partir da -
locução prepositiva formada por verbo não recebe acento grave; e)
03. (Fundação Carlos Chagas) Quanto à necessidade do empre- a uma distância - não há acento grave diante de artigo indefinido.
go do sinal indicativo de crase, a frase plenamente correta é:
a) Ele próprio um grande escritor, Milton Hatoum sentiu-se a 04. Resposta D. À sua vontade... - o acento grave pode ser omi-
vontade para dirigir críticas a alguns escritores precoces. tido diante de pronome possessivo feminino.
b) Afeito a leitura de grandes clássicos, o rapaz sente-se intimi-
05. Resposta B. À distância de - locução prepositiva femini-
dado face à escritores populares.
na; as tardes - é objeto direto da forma verbal “passava”, o “as”
c) A iniciação à literatura clássica deve ser feita à medida que o
é apenas artigo; a outra - não há acento grave diante de pronome
jovem se sinta inclinado a conhecê-la.
indefinido; à discrição - a forma verbal “entregue” é transitiva in-
d) Difícil estipular uma idade à partir da qual alguém deva se
direta e pede a preposição “a”, o vocábulo “discrição” admite artigo
entregar à leitura dos clássicos.
feminino “a”.

Didatismo e Conhecimento 99
LÍNGUA PORTUGUESA
COLOCAÇÃO DE PRONOMES Casos Optativos

Os pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, lhe, nos, vos, se, a) Sujeito expresso - O gato se lambia ou lambia-se.
os, as, lhes) podem aparecer como complementos verbais em três
posições: depois do verbo (ênclise), antes do verbo (próclise) ou no b) conjunção coordenativa - Era rico, mas se queixava ou quei-
meio do verbo (mesóclise). xava-se.

Ênclise - ocorre em: c) infinitivo preposicionado - Fiz de tudo para perdoar-lhe ou


lhe perdoar.
a) períodos iniciados por verbos. Ex.: Sigam-me os que forem
brasileiros!; Colocação dos pronomes nas locuções verbais

1. Não havendo palavra atrativa: a colocação é livre, desde


b) no infinitivo impessoal. Ex.: Passaram a odiar-se mutuamen-
que não contrarie as normas gramaticais: O pai lhe devia dar apoio
te;
ou devia-lhe dar apoio ou devia dar-lhe apoio.
c) no imperativo afirmativo: Por favor, diga-me onde fica a Rua
2. Havendo palavra atrativa: pronome fica antes ou depois
da Saudade; da locução, se não contrariar as regras gramaticais. A equipe não
lhe quis compreender ou A equipe não quis compreender-lhe.
d) no gerúndio: Fazendo-se de rogado, não respondeu às ques-
tões. EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Observações
1. Quanto à colocação pronominal, assinale C se a frase estiver
a) Se o gerúndio vier precedido de preposição, empregaremos correta e E se estiver errada.
a próclise. Ex.: Em se tratando de cooperar, Aline era a última a a) ( ) Se não fosse a chuva, acompanhar-te-ia.
participar. b) ( ) Ninguém socorreu-nos naqueles momentos difíceis.
c) ( ) Diga-me com quem andas, que dir-te-ei quem és.
b) A ênclise não ocorre com as formas dos futuros do indicativo d) ( ) Não foi trabalhar porque machucara-se na véspera.
e do particípio. Exs.: Formas erradas - Faria-me um favor; Sérgio e) ( ) Em se tratando de esporte, prefere natação
tem irritado-me. Corrigindo-se, teremos: Far-me-ia um favor; Sér- f) ( ) Amanhã dir-te-ei toda a verdade.
gio tem me irritado. g) ( ) A turma havia convidado-o para um jantar
h) ( ) Tudo acaba-se com a morte, menos a saudade.
Mesóclise - ocorre apenas no futuro do presente ou no futuro i) ( ) Sílvia, me diga a verdade.
do pretérito do indicativo, desde que não haja palavra que exija a j) ( ) Me levantei do banco logo que vi um senhor idoso.
próclise. Ex.: A prova do concurso realizar-se-á no próximo final de k) ( ) Nada nos foi informado sobre a realização dos exa-
semana. mes finais.
l) ( ) Não chegou-se a nenhuma conclusão lógica sobre a
Próclise - ocorre diante de solução do problema.
m) ( ) Quanto custou-nos renunciar!
palavras ou expressões negativas: Não se trata de nenhum n) ( ) Aqui, vive-se em harmonia, embora haja dificuldades.
golpe; o) ( ) Em se tratando de dificuldades, ele sempre portava-se
com a maior dignidade possível.
advérbios: Naquela ocasião me falaram que tudo estava bem;
TESTES DE CONCURSOS
pronomes relativos: O que me disseram não corresponde à
01. (Fundação Carlos Chagas) O czar caçava homens, não ocor-
verdade; rendo ao czar que, em vez de homens, se caçassem andorinhas e
borboletas, parecendo-lhe uma barbaridade levar andorinhas e bor-
pronomes indefinidos; Todos se consternaram com a sua si- boletas à morte. Evitam-se as repetições viciosas da frase acima,
tuação financeira; substituindo-se, de forma correta, os elementos sublinhados por,
respectivamente,
pronomes demonstrativos: Isso me agrada muito; a) não ocorrendo-o - dos cujos - as levarem
b) não lhe ocorrendo - destes - levá-las
conjunções subordinativas: Conforme me avisaram, a decisão c) não o ocorrendo - de tais - levá-las
foi adiada; d) não ocorrendo-lhe - dos mesmos - levar-lhes
e) lhe não ocorrendo - destes - as levar-lhes
orações exclamativas: Que mal lhe fiz, criatura!;
02. (Fundação Carlos Chagas) O segmento grifado está sendo
orações interrogativas: Quem lhe disse tal absurdo? substituído pelo pronome de modo incorreto em:

Didatismo e Conhecimento 100


LÍNGUA PORTUGUESA
a) teve um impacto ambiental positivo - teve-o c) Quando meninote, eu devorava livros com este título: O que
b) que forneciam o óleo dos lampiões e lamparinas - que o for- não se deve dizer.
neciam d) Se nos procurarem arrependidas, daremos-lhes novas opor-
c) teriam custos proibitivos - tê-los-iam tunidades.
d) que têm as moléculas - que têm-las e) Jamais te daria tantas atenções, se não te amasse como amo
e) já que eles aumentam o nosso conforto - já que eles o au- ainda.
mentam
09. (Esaf) Assinale a frase em que a colocação do pronome pes-
03. (Fundação Carlos Chagas) Somos muito jovens quando es- soal oblíquo não obedece às normas do português padrão.
colhemos nossa profissão, por isso é difícil que, ao eleger a nossa a) Essas vitórias pouco importam; alcançaram-nas os que ti-
profissão, sejamos capazes de avaliar a nossa profissão como uma nham mais dinheiro.
escolha que resulte da nossa autêntica vocação. Evitam-se as vicio- b) Entregaram-me a encomenda ontem, resta agora a vocês ofe-
sas repetições da frase acima, substituindo-se os segmentos subli- recerem-na ao chefe.
nhados, respectivamente, por c) Ele me evitava constantemente!... Ter-lhe-iam falado a meu
a) eleger-lhe, avaliar-lhe respeito?
b) a eleger, lhe avaliar d) Estamos nos sentindo desolados: temos prevenido-o várias
c) elegê-la, avaliá-la vezes e ele não nos escuta.
d) lhe eleger, a avaliar e) Presidente cumprimentou o Vice dizendo: - Fostes incum-
e) elegê-la, avaliar-lhe bido de difícil missão, mas cumpriste-la com denodo e eficiência.
04. (Cesgranrio) Indique a estrutura verbal que contraria a nor-
ma culta. 10.(Esaf) O pronome pessoal está empregado incorretamente
a) Ter-me-ão elogiado. em:
b) Tinha-se lembrado. a) Não consegui entendê-lo naquela confusão.
c) Teria-me lembrado.
d) Temo-nos esquecido. b) É para mim fiscalizar aqueles volumes.
e) Tenho-me alegrado.
c) Tudo ficou esclarecido entre mim e ti.
d) Por favor, mande-o entrar e sentar-se.
05. (Cesgranrio) Marque a opção incorreta quanto à coloca-
e) Fizeram-no esperar demais hoje.
ção pronominal.
a) Seria-nos conveniente assinar o acordo hoje.
GABARITOS
b) Nada se fez por ele.
c) Vocês podem dizer-me a verdade.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
d) Amanhã, contar-lhe-ei as novidades.
e) Quando a viu vencer, desmaiou.
1.
06. (Cesgranrio) Indique a opção em que o pronome oblíquo a) (C) Se não fosse a chuva, acompanhar-te-ia.
não está colocado corretamente, de acordo com a norma culta. b) (E) Ninguém socorreu-nos naqueles momentos difíceis.
a) O professor levou a moto para ser consertada - levou-a. c) (E) Diga-me com quem andas, que dir-te-ei quem és.
b) O professor levará a moto para ser consertada - levá-la-á. d) (E) Não foi trabalhar porque machucara-se na véspera.
c) O professor levaria a moto para ser consertada - a levaria. e) (C) Em se tratando de esporte, prefere natação
d) O professor tinha levado a moto para ser consertada - tinha f) (E) Amanhã dir-te-ei toda a verdade.
levado-a. g) (E) A turma havia convidado-o para um jantar
e) O professor estava levando a moto para ser consertada - a h) (E) Tudo acaba-se com a morte, menos a saudade.
estava levando. i) (E) Sílvia, me diga a verdade.
j) ( E) Me leEvantei do banco logo que vi um senhor idoso.
07. (Cesgranrio) Assinale a opção em que o pronome pessoal k) (C) Nada nos foi informado sobre a realização dos exames
está mal empregado, de acordo com a norma culta da língua. finais.
a) O erro foi mandá-los à passeata estudantil. l) (E) Não chegou-se a nenhuma conclusão lógica sobre a
b) Tudo que lhe servia de inspiração desapareceu. solução do problema.
c) Faltou-te uma nova oportunidade para entendê-lo. m) (E) Quanto custou-nos renunciar!
d) Nada agrada-lhe quando está de mau humor. n) (C) Aqui, vive-se em harmonia, embora haja dificuldades.
e) A custo, apoiando-se na defesa de seu ponto de vista, conse- o) (E) Em se tratando de dificuldades, ele sempre portava-se
gui o emprego. com a maior dignidade possível.

08. (Cesgranrio) Assinale a alternativa que não se coaduna


com a norma culta da colocação pronominal.
a) Quem o trouxe sem convite que se encarregue de acompa-
nhá-lo.
b) Os meninos corriam por todos os cômodos da casa, impe-
dindo-me de pensar.

Didatismo e Conhecimento 101


LÍNGUA PORTUGUESA
TESTES DE CONCURSOS a) Sempre quis-lhe como namorada.
b) Não vá embora sem mim.
01 B c) Os soldados não obedeceram-lhe às ordens.
d) Nunca houve desentendimentos entre tu e eu.
02 D e) Segure a régua para eu.
03 C
04. (Vunesp) Na frase - ... começa a cobrar pelo uso da água do
04 C rio Paraíba do Sul, que abastece os Estados do Rio de Janeiro, Mi-
nas Gerais e São Paulo. -, substituindo-se, de acordo com a norma
05 A
culta, as expressões em destaque por um pronome, tem-se:
06 D a) ... começa a cobrar pelo uso da água do rio Paraíba do Sul,
que os abastece.
07 D b) ... começa a cobrar pelo uso da água do rio Paraíba do Sul,
08 D que abastece eles.
c) ... começa a cobrar pelo uso da água do rio Paraíba do Sul,
09 D que abastece-los.
10 B d) ... começa a cobrar pelo uso da água do rio Paraíba do Sul,
que lhes abastece.
e) ... começa a cobrar pelo uso da água do rio Paraíba do Sul,
TESTES COMENTADOS
que los abastece.
01. (Vunesp) A colocação dos pronomes obedece às prescrições
da língua culta escrita na alternativa: 05. (Vunesp) Assinale a alternativa correta, de acordo com a
a) Quem não lembra-se do que o grupo RPM significava na norma culta, quanto à colocação pronominal.
década de 80? Muitos embalaram-se ao som de suas melodias. a) Nunca falou-se tanto sobre o assunto.
b) Me desculpem a franqueza, mas ninguém comportou-se bem b) Não avisaram-me que havia essa festa.
durante o espetáculo. c) Tinha planejado tudo para se aposentar aos sessenta anos.
c) Ainda fala-se em elevar o salário mínimo a mais de 200 reais, d) Me parece que a situação é dúbia.
mesmo tendo mostrado-se impossível qualquer acordo nesse senti- e) Quando recuperar-se do choque, esclarecerá tudo.
do.
d) Caso se preparassem para suas novas tarefas, todos saíriam- RESPOSTAS
se bem, realizando-as com perfeição.
01. Resposta E. Dar-se-á ao pedido - a mesóclise é obrigatória
e) Dar-se-á ao pedido a solução que se mostrar mais justa, po-
com o verbo no futuro do presente do indicativo, quando não há
dem estar certos disso. palavra atrativa de próclise; a solução que se mostrar - próclise
obrigatória antes de pronome relativo (‘que”).
02. (Vunesp) A substituição das expressões em destaque por
um pronome pessoal está correta, nas duas frases, de acordo com a Demais alternativas: a) Quem não se lembra - o advérbio
norma culta, em: “não” é palavra atrativa da próclise, Muitos se embalaram - o pro-
a) I. A concorrência promove o interesse da sociedade. / A con- nome indefinido “muitos” é palavra atrativa da próclise; b) Descul-
corrência promove-o. II. Aqueles que defenderão clientes. / Aqueles pem-me a franqueza - a ênclise é obrigatória em períodos iniciados
que lhes defenderão por verbos, ninguém se comportou bem - o pronome indefinido
b) I. O governo fundou escolas de direito e de medicina. / O “ninguém” é palavra atrativa da próclise; c) Ainda se fala - a pró-
governo fundou elas. II. Os graduados apenas ocasionalmente exer- clise é obrigatória diante de advérbio; mesmo tendo se mostrado
cem a profissão. / Os graduados apenas ocasionalmente exercem-la. - não ocorre ênclise diante de particípio; d) Todos se saíram bem -
c) I. Torna os graduados mais cultos. / Torna-os mais cultos. próclise obrigatória diante de pronomes indefinidos (“todos”).
É preciso mencionar os cursos de administração. / É preciso men-
02. Resposta D. A expressão “muitos conhecimentos” é objeto
cionar-lhes.
direto do verbo “demonstrar”. Fazendo-se a substituição pelo prono-
d) Os advogados devem demonstrar muitos conhecimentos. me pessoal do caso oblíquo “os”, tem-se demonstrar + os, resultan-
Os advogados devem demonstrá-los. II. As associações mostram à do na forma demonstrá-los (elimina-se o “r” e acrescenta-se um “l”
sociedade o seu papel. / As associações mostram-lhe o seu papel. ao pronome); A expressão “à sociedade” é objeto indireto da forma
e) I. As leis protegem os monopólios espúrios. / As leis prote- verbal “mostram” e deve ser substituída pelo pronome pessoal oblí-
gem-os II. As corporações deviam fiscalizar a prática profissional. quo “lhe”.
/ As corporações deviam fiscalizá-la.
Demais alternativas: a) A primeira frase está correta, a segunda
03. (Vunesp) Indique a única frase correta quanto ao uso e à incorreta. “clientes” é objeto direto da forma verbal “defenderão”.
colocação do pronome. Deve ser substituída por “os”, como há palavra atrativa de próclise
(pronome relativo “que”), a forma correta é que os defenderão; b) A

Didatismo e Conhecimento 102


LÍNGUA PORTUGUESA
primeira frase está incorreta - não se pode utilizar pronome pessoal MELO NETO, João Cabral de. Museu de tudo e depois. Rio
do caso reto como complemento de verbos e sim oblíquo. Como de Janeiro: Nova Fronteira, 1988, p. 146.
a forma verbal “fundou” é transitiva direta, deve-se substituir por
fundou-as. A segunda frase também está incorreta: exercem + a Pode-se dizer que os sinais de pontuação representam pausas
(complemento da forma verbal “exercem”) - exercem-na (na forma na fala (ponto, vírgula, ponto-e-vírgula), entoações (ponto de excla-
nasal, mantém-se o verbo e acrescenta-se um “n” ao pronome); c) A mação e ponto de interrogação), além de reproduzirem, na escrita,
primeira frase está correta, a segunda incorreta - o verbo “mencio- emoções, anseios, intenções etc.
nar” é transitivo direto e o seu complemento “os cursos de adminis-
tração” deve ser substituído pelo pronome “os” - mencioná-los; e) A Empregos
primeira frase está incorreta - a expressão “monopólios espúrios” é
objeto direto da forma verbal “protegem”. Fazendo-se a substituição Vírgula ( , )
pelo pronome pessoal do caso oblíquo “os”, resulta protegem-nos.
A segunda frase está correta. a) separar termos que possuem mesma função sintática na ora-
ção: Minha namorada é bonita, sincera, meiga e inteligente. (separa
03. Resposta B. Os pronomes pessoais do caso oblíquo funcio- predicativos do sujeito).
nam como complementos verbais ou nominais.
b) isolar o vocativo. Exemplo: Não falem tão alto, minhas fi-
Demais alternativas: a) Sempre lhe quis como namorada - ad- lhas.
vérbio (“Sempre”) é palavra atrativa da próclise; c) Os soldados não Observação: o vocativo pode figurar no início da frase, no
lhe obedeceram às ordens - advérbio é palavra atrativa da próclise; meio ou no fim Exemplos: Minhas filhas, não falem tão alto; Não
d) Nunca houve desentendimentos entre ti e mim - quando prece- falem, minhas filhas, tão alto.
dido de preposição “entre” utilizam-se pronomes pessoais do caso
oblíquo; e) Segure a régua para mim. - os pronomes pessoais do c) isolar o aposto. Exemplo: Tiradentes, mártir da independên-
caso oblíquo funcionam como complementos verbais ou nominais. cia do Brasil, morreu enforcado.

04. Resposta A. A forma verbal “abastece” é transitiva direta, d) isolar termos antecipados, como complementos ou adjuntos.
substituindo-se o objeto direto “os Estados do Rio de Janeiro, Minas Exemplo: Desanimada, a equipe do Botafogo entrou em campo sem
e São Paulo” pelo pronome pessoal do caso oblíquo “os”, tem-se chances de se manter na primeira divisão.
abastece-os, como há palavra atrativa de próclise (pronome “que”),
a forma correta é que os abastece. e) separar expressões explicativas ou corretivas (isto é, ou me-
lhor, ou seja, aliás, por exemplo, a saber etc.) Exemplo: O segundo
05. Resposta C. Diante de infinitivo preposicionado, existe du- turno das eleições presidenciais ocorrerá em novembro, isto é, em
pla possibilidade da colocação pronominal: em próclise (para se outubro.
aposentar) ou ênclise (para aposentar-se).
f) separar os nomes dos locais de datas. Exemplo: Recife, 19 de
Demais alternativas: a) Nunca se falou - advérbio (“Nunca”) é fevereiro de 2014.
palavra atrativa de próclise; b) Não me avisaram - advérbio (“Não”)
é palavra atrativa de próclise; d) Parece-me - a ênclise é obrigatória g) marcar a omissão de um verbo. Exemplo: Luísa gosta de
em períodos iniciados por verbos; e) Quando se recuperar - con- cinema; Laura, de teatro.
junção subordinativa (“Quando”) é palavra atrativa de próclise.
h) Separar o complemento pleonástico. Exemplo: Este filme, já
PONTUAÇÃO o vi o ano passado.

Questão de pontuação i) Diante da conjunção “e” será empregada nos seguintes ca-
sos:
Todo mundo aceita que ao homem
cabe pontuar a própria vida: I. quando os sujeitos das orações coordenadas forem diferentes.
que viva em ponto de exclamação Exemplo: Temperatura bate recorde, e Sabesp planeja racionamento
(dizem: tem alma dionisíaca); de água.

viva em ponto de interrogação II. ocorrer polissíndeto: Mariana falava, e ria, e dançava;
(foi filosofia, ora é poesia);
viva equilibrando-se entre vírgulas III. houver ideia de adversidade: Queria estar atento à palestra,
e sem pontuação (na política): e (equivale a mas, porém) a sono logo chegou.

o homem só não aceita do homem j) Separar orações:


que use a só pontuação fatal:
que use, na frase que ele vive, a) coordenadas assindéticas. Exemplo: Matias abriu a porta,
o inevitável ponto final. entrou no quarto, foi dormir.

Didatismo e Conhecimento 103


LÍNGUA PORTUGUESA
b) coordenadas sindéticas (exceto as ativas introduzidas por e II. Nas perguntas que indiquem surpresa ou admiração, costu-
ou nem). Exemplo: Venha logo, pois já estamos atrasados. ma-se empregar também o ponto de exclamação ao lado do ponto de
interrogação. Exemplo: Você já viu tanta felicidade, Alice?!
c) subordinadas. Exemplo: Se chover, não irei à festa de ani-
versário. Ponto de exclamação ( ! )

d) subordinadas adjetivas explicativas; Exemplo: Os estudan- a) Depois de frases que expressem sentimentos, como: entu-
tes, que estudam com afinco, são aprovados nos concursos. siasmo, espanto, horror, ordem, súplica, surpresa etc. Exemplos:
Observações: Por favor, não me deixe aqui no cemitério sozinho! (medo, horror).
Não se usa a vírgula nos seguintes casos:
Iremos ao Nordeste nestas férias! (alegria, entusiasmo). Fui aprova-
do(a) no concurso! (alegria, surpresa). Troque-se mais rápido, que
I. entre o sujeito e o predicado. Exemplo: Todos os processos
foram analisados. estamos atrasados! (ordem).

II. entre o verbo e seus complementos. Exemplo: O juiz avisou b) Em interjeições. Exemplos: Salve-se quem puder! Oxalá!
o resultado do processo ao réu.
c) Em vocativo. Exemplo: Façam silêncio, crianças!
III. entre o nome e seus complementos. Exemplo: A reação do
governo contra o dossiê despertou a ira dos demais partidos.
Dois-pontos ( : )
Ponto-e-vírgula ( ; )
a) Fazer alguma citação ou introduzir uma fala. Exemplo: Ma-
a) Separar itens enumerados. Exemplo: O conteúdo de gramáti- rina, enfim respondeu: não consegui concluir o exercício de geo-
ca no concurso será: Acentuação; Ortografia; flexão nominal e ver- metria.
bal; Morfologia; Sintaxe; Semântica e Compreensão e interpretação
de textos. b) indicar uma enumeração. Exemplo: Quero que vá ao super-
mercado e compre: batatas, cebolas, tomates, frutas, pão integral,
b) Separar um período que já se encontra dividido por vírgulas. leite e ovos.
Exemplo: “Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que
alguma coisa que se disse por acaso ajudou alguém a se reconciliar
Aspas duplas ( “ “)
consigo mesmo ou com a sua vida; sonhar um pouco, a sentir uma
vontade de fazer coisa boa.” (Rubem Braga)
a) Indicar citação de alguém. Exemplo: “Em terra de cego,
c) Separar orações coordenadas que encerram pensamentos quem tem um olho tem mais responsabilidade.” (Hélio Ribeiro)
opostos. Exemplo: “Matamos o tempo; o tempo nos enterra”. (Ma-
chado de Assis) b) Indicar expressões estrangeiras, gírias, neologismos. Exem-
plos: “caput”, olá, “mano”; “teodorar”.
d) Mostrar a omissão de um verbo marcada pela vírgula, haven-
do uma pausa antes do sujeito. Exemplo: Fabiana aprecia obras de c) Indicar nomes de publicações (científicas, literárias, da mí-
arte; Fernando, as belas mulheres. dia) ou de obras artísticas. O livro de Machado de Assis “Memórias
Póstumas de Brás Cubas” inaugurou o Realismo no Brasil.
Ponto final ( . ) Observação: Poder-se-ia substituir as aspas por itálico ou ne-
grito.
a) Indicar uma pausa total. Exemplo: É fim de jogo.
Aspas simples ( ‘ ‘)
b) Usado em abreviaturas. Exemplos: Sr.; Ltda.; obs.; etc.
Empregadas quando, dentro de um texto já destacado por aspas
Ponto de interrogação ( ? )
duplas, houver necessidade de novas aspas. Exemplo: O professor
de Português avisou: “O aluno que responder ‘Não estudei’ dificil-
a) Formular perguntas diretas. Exemplo: Você assistiu ao deba-
te ontem à noite? mente será aprovado” .

b) Indicar indignação, expectativa ou surpresa diante de certa Reticências ( ... )


situação. Exemplos: O quê? Não acredito que aquele deputado foi
reeleito. Será que eu mereço ganhar tanto dinheiro? Indicar supressão de um texto, interrupção ou dar ideia de con-
Observações: tinuidade ao que se estava falando. Exemplos: Eu gostei da prova de
Português, mas da de Matemática....;
I. Nas interrogações indiretas, não há ponto de interrogação. “Vinte e quatro horas não é muito para quem tem de amarrar-se
Exemplo: Ela perguntou ao marido se não era melhor irem embora eternamente. Quero sondar meu próprio espírito, e... “ (Machado de
da festa. Assis)

Didatismo e Conhecimento 104


LÍNGUA PORTUGUESA
Parênteses ( ) l) Todos os meus amigos da terceira série do primeiro grau do
Colégio Estadual de Primeiro e Segundo Graus Professor Temísto-
a) Separar qualquer indicação de ordem explicativa ou algum cles dos Santos e Guerra participaram do jogo de futebol com ex
comentário. Exemplo: A figura de linguagem denominada zeugma -alunos.
consiste na omissão de um termo (geralmente um verbo) que já apa- m) A História torna o homem incrédulo a poesia indefeso a ma-
receu na frase. temática fria a filosofia soberbo a moral chato. (Millôr Fernandes)

b) Isolar orações intercaladas em substituição a vírgulas ou a TESTES DE CONCURSOS


travessões. Exemplo: Afirma-se (não é possível provar) que é co-
mum o recebimento de propina por parte dos políticos. 01. (Fundação Carlos Chagas) Considere as seguintes frases:
I. O editorial calou fundo nos pesquisadores latino-americanos,
c) Delimitar o período de vida de uma pessoa ou de uma época. que a ele reagiram com firmeza.
Exemplo: Machado de Assis (1839 - 1908). II. O povo cubano deve decidir, por si mesmo, se precisa ou não
de ajuda externa.
Travessão ( - ) III. Ofertas de auxílio podem ser constrangedoras, quando não
solicitadas.
a) Iniciar a fala de um personagem. José respondeu com sin-
ceridade: A eliminação da(s) vírgula(s) altera o sentido somente do que
- Não gosto mais de você. está em
a) I
b) Separar orações intercaladas. Exemplo: Precisamos acreditar b) II
sempre - disse o candidato confiante - vamos mudar o Brasil. c) III
Observação: Os travessões podem ser substituídos por vírgulas d) I e II
ou por parênteses. e) II e III

1. EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 02. (Fundação Carlos Chagas) Está inteiramente correta a pon-
tuação da seguinte frase:
a) Lá em casa não era preciso me trancar no banheiro, ou me
1. Pontuar adequadamente as frases abaixo.
valer, de qualquer outro expediente, par ler um romance.
a) Foi ao fundo da farmácia abriu um vidro fez um pequeno
b) É verdade sim, que meus pais me pediam para organizar meu
embrulho e entregou ao homem.
horário, mas nem por isso faziam qualquer restrição, a minhas lei-
b) Aos poucos a necessidade de mão de obra foi aumentando tor-
turas de romances.
nando-se necessária a abertura dos portos para uma outra popula-
c) Para muita gente ler romances significa, quando muito uma
ção de trabalhadores os imigrantes.
distração, mas em minha família imperava o respeito pelas altas vir-
c) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão entrou na tudes da boa ficção.
loja um sujeito baixo sem chapéu trazendo pela mão uma criança d) A exemplo de “O caçador de Pipas”, tomado pelo autor do
de quatro anos. texto, serviu-lhe, sem dúvida, como argumento em favor da univer-
d) Os termos essenciais e integrantes da oração ligam-se uns salidade da condição humana.
com os outros sem pausa; não podem assim ser separados por vír- e) Não são muitos os filhos, que podem se entregar às ficções,
gula. não apenas com a aprovação dos pais mas, ainda, recebendo deles
e) Como amanhã será o nosso grande dia duas coisas serão todos os incentivo
importantes uma é a tranquilidade a outra é a observação minucio-
sa do que esta sendo solicitado. 03. (Fundação Carlos Chagas) A pontuação está plenamente
f) Solteiro foi um menino turbulento casado era um moço adequada na seguinte frase:
alegre viúvo tornara-se um macambúzio. a) Tanto o microprocessador, como a fusão das mídias, desem-
g) Sou a soma do quadrado dos catetos mas pode me chamar penharam, pelos efeitos que geraram, um papel decisivo na configu-
de Hipotenusa. (Millor Fernandes) ração, não apenas da vida cotidiana como da subjetividade mesma
h) Era uma vez uma agulha que disse a um novelo de linha do homem contemporâneo.
Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola- b) Tanto o microprocessador como a fusão das mídias desem-
da, para fingir que vale alguma cousa neste mundo? penharam, pelos efeitos que geraram, um papel decisivo na configu-
i) Há mitos Timbira que narram como os índios aprenderam a ração, não apenas, da vida cotidiana, como da subjetividade mesma,
fazer determinados rituais com animais terrestres aquáticos e aé- do homem contemporâneo.
reos assim nos tempos míticos a situação seria o inverso da atual os c) Tanto o microprocessador como a fusão das mídias desempe-
ritos existem no âmbito da natureza mas não no da sociedade. nharam, pelos efeitos que geraram, um papel decisivo na configura-
j) A hospitalidade tem dois aspectos um geral que se refere ção não apenas da vida cotidiana como da subjetividade mesma do
à convivência em sociedade e se confunde com o cerimonial e a homem contemporâneo.
etiqueta de cada povo o outro específico que estabelece relações d) Tanto o microprocessador, como a fusão das mídias desem-
especiais entre anfitriões e convidados. penharam, pelos efeitos que geraram, um papel decisivo na configu-
k) Sempre desejei sair e conhecer lugares exóticos e você só ração não apenas, da vida cotidiana, como da subjetividade mesma
pensa em assistir a novelas. do homem contemporâneo.

Didatismo e Conhecimento 105


LÍNGUA PORTUGUESA
e) Tanto o microprocessador, como a fusão das mídias desem- c) “Em dia de lua cheia, via...” - separa adjunto adverbial des-
penharam, pelos efeitos que geraram, um papel decisivo, na confi- locado.
guração não apenas da vida cotidiana, como da subjetividade, mes- d) “Criança, eu pensava:” - separa vocativo.
ma do homem contemporâneo. e) “honestas, que indicavam o caminho de suas choupanas,” -
separa a oração adjetiva de valor explicativo.
04. (Fundação Carlos Chagas) Atente para as seguintes frases:
I. As omissões do poder público levam, quase sempre, a ações 08. (Esaf) Assinale o período corretamente pontuado.
que degradam o cenário urbano. a) Os carros modernos são feitos com chapas bastante flexíveis,
II. Não fosse a vigilância dos cidadãos, atentos à conservação que, num efeito sanfona, amortecem os choques nos acidentes.
do espaço público, o cenário urbano estaria ainda mais degradado. b) Os carros modernos, são feitos com chapas bastante flexíveis
III. Nas duas experiências holandesas, relatadas no texto, verifi- que, num efeito sanfona, amortecem os choques nos acidentes.
cou-se clara conexão entre ação pública e reação popular. c) Os carros modernos são feitos com chapas bastante flexíveis,
que num efeito sanfona, amortecem os choques nos acidentes.
A supressão das vírgulas altera o sentido do que está somente d) Os carros modernos são feitos, com chapas bastante flexí-
em veis, que, num efeito sanfona, amortecem os choques nos acidentes.
a) I e) Os carros modernos são feitos com chapas bastante flexíveis
b) II que num efeito sanfona, amortecem os choques nos acidentes.
c) III
d) I e II (ESAF) Nas questões 09 e 10, marque o texto em que os sinais
e) II e III de pontuação não foram usados corretamente.
05. (Cesgranrio) Em um texto, a pontuação é fundamental para 09.
que a mensagem seja compreendida pelo leitor de forma plena. Den- a) Uma das articulações clássicas da tradição marxista, a que
tre os trechos transcritos a seguir, o emprego da vírgula não está junta a pobreza à dominação, se desfez nas sociedades desenvolvi-
corretamente justificado em: das: cada vez mais se torna possível a satisfação das necessidades
a) “Plásticos, tábuas de madeiras, roupas velhas, vidros, duas
econômicas sem que as exigências políticas sejam atendidas.
malas de viagem”, ... - enumerar uma sequência de termos.
b) Neste sentido, faz-se problemática a conceituação de pro-
b) “Motorista de uma família que mora próximo ao mirante,
gresso.
Walter Silva”, ... - isolar o aposto na estrutura frasal.
c) Mais complexas ainda, se tornam as definições sobre o con-
c)“acredita que os moradores de rua tenham rasgado os sacos
ceito se pensarmos em um outro elemento, dificilmente presente nas
e espalhado a sujeira, como resposta a uma operação feita pela sub-
reflexões tradicionais da filosofia política - a questão da felicidade.
prefeitura, horas antes.”, ... - marcar uma estrutura intercalada na
d) Esta, juntamente com o tema da paixão, foi reduzida, na nos-
frase.
d) “A administradora afirmou ainda que, durante a operação, os sa tradição, ao domínio da subjetividade, do psicológico.
mendigos ameaçaram os garis e outros funcionários da prefeitura.”, e) Propomo-nos a pensar a dimensão da paixão na política e to-
... - identificar elementos com a mesma função sintática. mamos, como ponto de partida, alguns artigos de Walter Benjamin.
e) “Indagada sobre o tempo em que a via ficou ocupada ile- (Kátia Muricy, com adaptações).
galmente, Vitória Cervantes disse apenas que eles estavam lá havia
‘poucos dias’.”, (_. 42-44) - indicar o adjunto adverbial antecipado. 10.
a) Denis de Rougemont tornou o Romance de Tristão e Isolda,
06. (Cesgranrio) No diálogo abaixo, cada fala corresponde a datado do século XVII, como o “nascimento da paixão” no Ociden-
um número. te.
I. Por que ele adquiriu somente um ingresso! b) Contra o casamento de interesse e contra a concepção cristã
II. Comprou dois: um para você outro para mim. do casamento feliz por amor, a paixão é um estado amoroso que
III. Mas ele saiu daqui dizendo: “Só comprarei o meu!” parece se alimentar da sua própria impossibilidade, encontrando a
IV. Pelo visto você acredita em tudo, o que ele diz. sua máxima realização no seu obstáculo supremo, que é a morte.
c) Rastreando os enigmas da paixão, contidos em Tristão e Isol-
Em relação ao diálogo, a pontuação está correta apenas em da, Rougemont aponta as fontes do mito nas heresias de fundo ma-
a) I niqueístas, para as quais a morte, representa a passagem da Noite da
b) III matéria para o Dia luminoso do espírito.
c) I e II d) Vivendo, no seu transporte febril, a promessa vigente de uma
d) II e IV libertação dos limites da existência e da infelicidade do viver, os
e) III e IV amantes, que se buscam e que se afastam, mais fiéis à própria paixão
do que ao desejo da presença do outro, buscam transfigurar a morte
07. (Cesgranrio) Assinale a opção improcedente quanto à jus- em triunfo.
tificativa de emprego da(s) vírgula(s). e) Implícito no código cortês da poesia trovadoresca, recorrente
a) “Quando eu era criança, morava na Penha.” - separa oração numa longa tradição literária, alimentado na ficção de massas (e dis-
subordinada adverbial deslocada. sipado do seu fundamento místico), o amor-paixão vigora em con-
b) “eu via estrelas, cometas, asteroides:” - separa termos coor- tradição com as normas sociais e a ortodoxia religiosa. (José Miguel
denados. Winsk, com adaptações)

Didatismo e Conhecimento 106


LÍNGUA PORTUGUESA
GABARITOS TESTES COMENTADOS

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 01. (Vunesp) Assinale a alternativa correta quanto à pontuação.


a) “Bem colegas, a aparência faz parte da competência, decre-
1. tou Maria Sílvia, gerente da seleção, ontem à tarde, durante os trei-
a) Foi ao fundo da farmácia, abriu um vidro, fez um pequeno
namentos.”
embrulho e entregou ao homem.
b) Aos poucos, a necessidade de mão de obra foi aumentando, b) “Bem, colegas, a aparência, faz parte da competência, de-
tornando-se necessária a abertura dos portos para uma outra popu- cretou Maria Sílvia, gerente, da seleção, ontem, à tarde, durante os
lação de trabalhadores: os imigrantes. treinamentos.”
c) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão, entrou na c) “Bem, colegas, a aparência faz, parte da competência, de-
loja um sujeito baixo, sem chapéu, trazendo pela mão uma criança cretou, Maria Sílvia, gerente da seleção, ontem à tarde, durante os
de quatro anos. treinamentos.”
d) Os termos essenciais e integrantes da oração ligam-se uns d) “Bem colegas a aparência faz parte da competência, decretou
com os outros sem pausa; não podem, assim, ser separados por Maria Sílvia, gerente, da seleção, ontem à tarde, durante, os treina-
vírgula. mentos.”
e) Como amanhã será o nosso grande dia, duas coisas serão e) “Bem colegas, a aparência faz parte, da competência, decre-
importantes: uma é a tranquilidade; a outra é a observação minu-
ciosa do que esta sendo solicitado. tou, Maria Sílvia, gerente, da seleção, ontem à tarde, durante, os
f) Solteiro, foi um menino turbulento; casado, era um moço treinamentos.”
alegre; viúvo, tornara-se um macambúzio.
g) “Sou a soma do quadrado dos catetos, mas pode me chamar 02. (Vunesp) Assinale a alternativa que apresenta correta pon-
de Hipotenusa”. (Millor Fernandes) tuação.
h) Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: a) Copenhague, cidade da Dinamarca, tem ótimos pesquisado-
- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola- res.
da, para fingir que vale alguma cousa neste mundo? b) Uma revista científica, publicou estudo sobre o tabaco.
i) Há mitos Timbira que narram como os índios aprenderam a c) No final da pesquisa, constatou-se, o grande mal causado
fazer determinados rituais com animais terrestres, aquáticos e aé- pelo cigarro.
reos; assim, nos tempos míticos, a situação seria o inverso da atual:
os ritos existem no âmbito da natureza, mas não no da sociedade. d) Abandonar o vício, para sempre faz a diferença.
j) A hospitalidade tem dois aspectos: um geral, que se refere e) Quase 20.000 homens e mulheres, foram acompanhados por
à convivência em sociedade e se confunde com o cerimonial e a pesquisadores.
etiqueta de cada povo; o outro, específico, que estabelece relações 2.
especiais entre anfitriões e convidados. 03. (Vunesp) Assinale a alternativa correta quanto à pontuação.
k) Sempre desejei sair e conhecer lugares exóticos e você só a) A escola construída sobre um lixão desativado e o desliza-
pensa em assistir a novelas. mento do morro do Bumba, representam só a ponta do iceberg.
l) Todos os meus amigos da terceira série do primeiro grau do b) 781 dessas áreas, encontram-se na capital do Estado.
Colégio Estadual de Primeiro e Segundo Graus Professor Temísto- c) Só no século 21 é que, a remediação do problema, começou
cles dos Santos e Guerra participaram do jogo de futebol com ex a valer.
-alunos.
d) Nos lixões desprovidos de limites precisos, depositavam-se,
m) “A História torna o homem incrédulo; a poesia, indefeso; a
matemática, fria; a filosofia, soberbo; a moral, chato.” (Millor Fer- a céu aberto, resíduos tóxicos de origem industrial e doméstica.
nandes) e) Em São Paulo, a lista de terrenos contaminados, saltou, indo
de 255 para 2 514 pontos de contaminação.
TESTES DE CONCURSOS
04. (Vunesp) Assinale a alternativa correta quanto à pontuação.
01 A a) Os soldados, que demonstraram, coragem no perigoso resga-
te deram gentilmente depoimentos aos jornalistas.
02 D b) Os soldados que demonstraram coragem no perigoso resgate,
deram gentilmente, depoimentos aos jornalistas.
03 C
c) Os soldados que demonstraram coragem, no perigoso, resga-
04 B te deram gentilmente depoimentos aos jornalistas.
d) Os soldados que demonstraram coragem no perigoso resgate
05 D
deram, gentilmente, depoimentos aos jornalistas.
06 B e) Os soldados que demonstraram, coragem no perigoso resga-
te, deram gentilmente depoimentos aos jornalistas.
07 D
08 A 05. (Vunesp) Alan Turing, um dos matemáticos do parque, ma-
tou-se em 1954. Mesmo condenado pela Justiça por conta de sua
09 C
homossexualidade, nunca falou do caso. (Ele comeu uma maçã en-
10 C venenada. Conta a lenda que, em sua homenagem, esse é o símbolo
da Apple.) O uso dos parênteses justifica-se porque

Didatismo e Conhecimento 107


LÍNGUA PORTUGUESA
a) menciona uma lenda. a) Professores
b) isola indicação acessória, explicativa. b) Problema
c) enfatiza o final de uma frase declarativa. c) Trabalho
d) indica a mudança de interlocutor. d) Qualquer
e) separa os elementos de uma enumeração. e) Processos

RESPOSTAS 03. Assinale a única alternativa que apresenta apenas um en-


contro vocálico.
01. Resposta A. A vírgula inicial isola vocativo (“Bem cole- a) Relatórios
gas”), as duas seguintes separam oração intercalada (“decretou b) Violência
Maria Sílvia”) e as duas últimas isolam adjunto adverbial (“ontem c) Regionais
à noite”). d) Reuniões
e) Funcionários
02. Resposta A. O par de vírgulas isola aposto.
04. Todas as palavras abaixo apresentam 7 letras e 7 fonemas,
Demais alternativas: b) A vírgula foi usada incorretamente, pois exceto:
não se deve separar o sujeito do verbo; c) A segunda vírgula deve ser a) Amostra
excluída - não pode ser empregada para separar o verbo transitivo b) Salário
direto de seu objeto direto; d) deve-se omitir a vírgula ou mantê-la, c) Pedidos
acrescentando-se outra após o vocábulo “sempre”, com o intuito de d) Sistema
isolar o adjunto adverbial “para sempre”; e) Deve-se excluir a vír- e) Exemplo
gula, uma vez que não se separa o sujeito do verbo por sinais de
pontuação. 05. Assinale a alternativa em que todas as palavras são propa-
roxítonas.
03. Resposta D. A vírgula inicial isola adjunto adverbial, as a) Documentos, dirigentes, pesquisadora
duas vírgulas separam aposto. b) Públicas, pedagógico, física
c) Adicionais, levantamento, atividades
d) Contador, eliminados, escolas
Demais alternativas: a) não se separa o sujeito do predicado por
e) Gestores, concentrassem, sistema
sinais de pontuação; b) idem à alternativa “a”; c) As duas vírgu-
Texto para as questões 06 a 15.
las devem ser excluídas, poder-se-ia, de modo optativo, apor uma
vírgula após 21, isolando o adjunto adverbial; e) Deve-se excluir a
Sobre a origem de tudo
vírgula após “contaminados”, uma vez que não se separa o sujeito
Marcelo Gleiser
do verbo por sinais de pontuação.
Volta e meia retorno ao tema da origem de tudo, que inevita-
04. Resposta D. Isolou-se o adjunto adverbial “gentilmente”
velmente leva a reflexões em que as fronteiras entre ciência e reli-
por um par de vírgulas. A oração em análise é subordinada adjetiva gião meio que se misturam. Sabemos que as primeiras narrativas de
restritiva (restringe ou especifica o sentido do termo a que se refere, criação do mundo vêm de textos religiosos, os mitos de criação. O
individualizando-o e não aparece virgulada). Poder-se-ia também Gênesis, primeiro livro da bíblia, é um exemplo deles, se bem que é
transformá-la em adjetiva explicativa (realçando ou ampliando da- importante lembrar que não é o único.
dos sobre o antecedente) - Os soldados, que demonstraram coragem Talvez seja surpreendente, especialmente para as pessoas de fé,
no perigoso resgate, deram, gentilmente, depoimentos aos jornalis- que a ciência moderna tenha algo a dizer sobre o assunto. E não há
tas. dúvida que o progresso da cosmologia e da astronomia levaram a um
conhecimento sem precedentes da história cósmica, que hoje sabe-
05. Resposta B. Os parênteses isolam trecho explicativo: a mos teve um começo há aproximadamente 13,8 bilhões de anos. Tal
causa da morte do matemático Alan Turing. como você e eu, o Universo também tem uma data de nascimento.
A questão complica se persistimos com essa analogia: você e eu
TESTES DE CONCURSOS DA AOCP tivemos pais que nos geraram. Existe uma continuidade nessa his-
tória, que podemos traçar até a primeira entidade viva. Lá, nos de-
01. Assinale a alternativa incorreta quanto à divisão silábica. paramos com um dilema: como surgiu a primeira entidade viva, se
a) Ex - ces - so nada vivo havia para gerá-la? Presumivelmente, a vida veio da não
b) Pes - qui - sa - dor vida, a partir de reações químicas entre as moléculas que existiam na
c) Sobre - po - si - ção Terra primordial. E o Universo? Como surgiu se nada existia antes?
d) Cons - ta - ta - ção A situação aqui é ainda mais complexa, visto que o Universo
e) Con - tra - tar inclui tudo o que existe. Como que tudo pode vir do nada? A prer-
rogativa da ciência é criar explicações sem intervenção divina. No
02. Assinale a única alternativa que apresenta dois encontros caso da origem cósmica, explicações científicas encontram desafios
consonantais. conceituais enormes.

Didatismo e Conhecimento 108


LÍNGUA PORTUGUESA
Isso não significa que nos resta apenas a opção religiosa como solução da origem cósmica. Significa que precisamos criar um novo modo
de explicação científica para lidar com ela.
Para dar conta da origem do Universo, os modelos que temos hoje combinam os dois pilares da física do século 20, a teoria da relatividade
geral de Einstein, que explica a gravidade como produto da curvatura do espaço, e a mecânica quântica, que descreve o comportamento dos
átomos. A combinação é inevitável, dado que, nos seus primórdios, o Universo inteiro era pequeno o bastante para ser dominado por efeitos
quânticos. Modelos da origem cósmica usam a bizarrice dos efeitos quânticos para explicar o que parece ser inexplicável.
Por exemplo, da mesma forma que um núcleo radioativo decai espontaneamente, o Cosmo por inteiro pode ter surgido duma flutuação
aleatória de energia, uma bolha de espaço que emergiu do “nada”, que chamamos de vácuo. O interessante é que essa bolha seria uma flutuação
de energia zero, devido a uma compensação entre a energia positiva da matéria e a negativa da gravidade. Por isso que muitos físicos, como
Stephen Hawking e Lawrence Krauss, falam que o Universo veio do “nada”. E declaram que a questão está resolvida. O que é um absurdo. O
nada da física é uma entidade bem complexa.
Esse é apenas um modelo, que pressupõe uma série de conceitos e extrapolações para fazer sentido: espaço, tempo, energia, leis naturais.
Como tal, está longe de ser uma solução para a questão da origem de tudo. Não me parece que a ciência, tal como é formulada hoje, pode re-
solver de vez a questão da origem cósmica. Para tal, precisaria descrever suas próprias origens, abranger uma teoria das teorias. O infinito e seu
oposto, o nada, são conceitos essenciais; mas é muito fácil nos perdermos nos seus labirintos metafísicos.
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2014/12/1385521- sobre-a-origem-detudo.shtml.

06. Em “...você e eu tivemos pais que nos geraram.”, a colocação do pronome nos se justifica pela atração
a) da forma verbal geraram.
b) do pronome relativo que.
c) do pronome eu.
d) do pronome você.
e) do substantivo pais.

07. Assinale a alternativa em que o elemento nos não foi analisado corretamente.
a) “Lá, nos deparamos...” (preposição + artigo)
b) “Isso não significa que nos resta...” (pronome)
c) “...mas é muito fácil nos perdermos...” (pronome)
d) “...nos seus labirintos metafísicos.” (preposição + artigo)
e) “...nos seus primórdios...” (preposição + artigo)

08. Em “...as fronteiras entre ciência e religião meio que se misturam.”, a expressão destacada pode ser substituída, sem prejuízo ao con-
teúdo original, por
a) raramente.
b) mais que.
c) além do que.
d) mais ou menos.
e) ainda que.
09. Em “O Gênesis, primeiro livro da bíblia, é um exemplo deles, se bem que é importante lembrar que não é o único.”, a expressão des-
tacada estabelece relação semântica de
a) consecução.
b) conclusão.
c) contraste.
d) condição.
e) concessão.

10. Assinale a alternativa em que o elemento se foi classificado corretamente. a) “A questão complica se persistimos com essa analogia...”
(pronome)
b) “...as fronteiras entre ciência e religião meio que se misturam.” (pronome)
c) “...se bem que é importante lembrar que não é o único.” (pronome)
d) “...Como surgiu se nada existia antes?” (pronome interrogativo)
e) “...como surgiu a primeira entidade viva, se nada vivo havia...” (índice de indeterminação do sujeito)

11. O fragmento em que a concordância verbal não está de acordo com a norma padrão é
a) “...pressupõe uma série de conceitos e extrapolações para fazer sentido...”
b) “...o progresso da cosmologia e da astronomia levaram a um conhecimento sem precedentes...”
c) “Modelos da origem cósmica usam a bizarrice dos efeitos quânticos para explicar o que parece ser inexplicável.”

Didatismo e Conhecimento 109


LÍNGUA PORTUGUESA
d) “A prerrogativa da ciência é criar explicações sem intervenção divina.”
e) “Existe uma continuidade nessa história, que podemos traçar até a primeira entidade viva.”

12. Não será mantida a gramática do texto se a expressão


a) duma for substituída por de uma, em “surgido duma flutuação”.
b) tal como for substituída por assim como, em “Tal como você e eu...”
c) Por isso que for substituída por Por isso, em “Por isso que muitos físicos...”
d) devido a uma for substituída por devido uma, em “devido a uma compensação...”
e) Como que for substituída por como, em “Como que tudo pode vir do nada?”

13. “A combinação é inevitável, dado que, nos seus primórdios, o Universo inteiro era pequeno o bastante...”
A oração acima pode ser reescrita, sem prejuízo sintático-semântico para o fragmento, por
a) A combinação é inevitável, como, nos seus primórdios, o Universo inteiro era pequeno o bastante...
b) A combinação é inevitável, embora, nos seus primórdios, o Universo inteiro era pequeno o bastante...
c) A combinação é inevitável, apesar que, nos seus primórdios, o Universo inteiro era pequeno o bastante...
d) A combinação é inevitável, conquanto que, nos seus primórdios, o Universo inteiro era pequeno o bastante... e) A combinação é inevitá-
vel, uma vez que, nos seus primórdios, o Universo inteiro era pequeno o bastante...

14. Em “E não há dúvida que o progresso....”, não há atendimento à norma padrão quanto à
a) regência nominal.
b) concordância verbal.
c) concordância nominal.
d) sintaxe de colocação pronominal.
e) regência verbal.

15. A expressão destacada que expressa o modo da ação verbal se encontra na alternativa
a) “...inevitavelmente leva a reflexões...”
b) “...especialmente para as pessoas de fé...”
c) “...teve um começo há aproximadamente 13,8 bilhões...”
d) “Presumivelmente, a vida veio da não vida...”
e) “...um núcleo radioativo decai espontaneamente...”

Congresso tem mais de 50 projetos de lei para endurecer a Lei Seca


Uma das propostas, já aprovada no Senado, prevê tolerância zero ao consumo de álcool

A perigosa combinação entre álcool e volante é tema de pelo menos 50 projetos de lei que estão em tramitação no Congresso Nacional
atualmente. A maioria das propostas tem como objetivo endurecer ainda mais as punições tanto para quem bebe e assume a direção, mesmo que
não provoque nenhuma ocorrência, quanto para o motorista que efetivamente causa acidentes porque está embriagado. No Brasil, cerca de 40
mil pessoas morrem no trânsito todos os anos.

A segurança no trânsito é um tema recorrente entre parlamentares. De acordo com a Agência Câmara, já foram apresentadas 500 propostas
de alteração do Código de Trânsito Brasileiro. Em 2008, foi aprovada a mudança que ficou conhecida como Lei Seca (lei de número 11.705).
Ela causou polêmica por ser uma das mais rígidas da América e da Europa: a pena para o motorista pego com 6 decigramas de álcool por litro
de sangue, o equivalente a dois chopes, é a detenção de seis meses a três anos. Quem bebe um copo pequeno de cerveja ou come dois bombons
de licor, por exemplo, pode ser pego no bafômetro e levar multa de R$ 957,70, além de perder a carteira de motorista e ter o carro retido.
No entanto, deputados e senadores querem ainda mais rigor. Um dos projetos que avança no Congresso é do senador Ricardo Ferraço
(PMDB-ES). O PL 2788/11, que foi aprovado em dezembro no Senado e chegou à Câmara, prevê tolerância zero ao álcool no volante. A ideia
de Ferraço é criminalizar o ato de dirigir sob a influência de qualquer concentração de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência - ainda que o motorista não tenha se envolvido em acidentes. - Da mesma forma que é crime portar arma, deve ser crime dirigir
alcoolizado, pelo risco que isso representa. Uma vez endurecido o jogo, os indicadores de acidentes e mortes no trânsito irão se reduzir.
O senador defende ainda o uso de outras provas para comprovação da embriaguez, além do conhecido teste do bafômetro e do exame de
sangue. Poderiam ser feitos exames clínicos, perícia, provas testemunhais, fotos e vídeos. O texto prevê agravantes para os casos de acidentes.
Quem provoca a morte de alguém poderia pegar até 16 anos de prisão.
O deputado Hugo Leal (PSC-RJ), que coordena a Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, diz que o projeto pode ser analisa-
do na Câmara no primeiro trimestre deste ano. No entanto, o texto deve passar por modificações na Comissão de Viação e Transportes. Leal
avalia, por exemplo, que a tolerância ao álcool não pode ser zero, porque deve haver margem de erro de, pelo menos, 0,1 decigramas. Além
disso, diz que a punição de 16 anos de prisão é excessiva quando comparada a outras penas criminais. - A iniciativa dele [senador Ricardo

Didatismo e Conhecimento 110


LÍNGUA PORTUGUESA
Ferraço] é positiva. É a partir dela que vamos fazer as adequações e) para o Deputado Leal é necessário buscar outras maneiras de
na Legislação. O ponto que mais interessa no projeto, explica Leal, comprovação da embriaguez, pois ainda ocorrem muitos casos de
é deixar clara a possibilidade de obter outras provas de embriaguez. motoristas que se recusam a realizar o teste do bafômetro, porque
Como existe o entendimento jurídico de que ninguém pode produzir a lei permite esta recusa pela existência do entendimento jurídico
provas contra si mesmo, muitos motoristas se recusam a fazer o teste de que ninguém pode produzir provas contra si mesmo. 02 Em 17.
do bafômetro. “É a partir dela que vamos fazer as adequações na Legislação.”, a
O presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Res- sequência verbal vamos fazer pode ser substituída, mantendo-se o
taurantes), Paulo Solmucci, vê como abusivas tanto a atual Lei Seca mesmo tempo e pessoa verbal, por
quanto as tentativas de torná-la ainda mais rigorosa. - As pessoas a) fez-se.
que bebem em excesso devem ser punidas. Mas um país não pode b) fizeram.
criminalizar o cidadão responsável que toma uma taça de vinho com c) farão.
a refeição. Desde que entrou em vigor, a regra é contestada pela en- d) faremos.
tidade no STF (Supremo Tribunal Federal). Neste ano, a Corte deve e) faríamos.
fazer audiências públicas para discutir o assunto. Para a Abrasel,
a lei tem sido pouco eficaz na redução da violência no trânsito. A 18. Em “O nosso sistema preventivo é ineficaz”, o termo desta-
associação entende que seria mais eficaz trabalhar com campanhas cado exerce função de
educativas. a) predicativo do sujeito.
O presidente da Abramet (Associação Brasileira de Medicina b) objeto direto.
de Tráfego), Mauro Augusto Ribeiro, é um defensor da Lei Seca, c) objeto indireto.
mas admite que faltam ajustes para que ela funcione melhor. Ele d) complemento nominal.
pede mais fiscalização e diz que a violência no trânsito é um proble- e) adjunto adverbial.
ma de saúde pública, que precisa ser combatido em várias frentes.
De acordo com o médico, a lei deve prever tolerância baixa ao ál- 19. “A maioria das propostas tem como objetivo endurecer
cool, pois as pessoas reagem de formas diferentes a seu consumo. ainda mais as punições tanto para quem bebe e assume a direção,
Quem é mais sensível ou não está acostumado com bebida pode ter mesmo que não provoque nenhuma ocorrência, quanto para o mo-
alterações importantes com apenas um copo de cerveja, teria afir- torista que efetivamente causa acidentes porque está embriagado.”
mado o médico. A expressão destacada no período estabelece relação lógico- semân-
Na opinião de Ribeiro, um dos principais pontos a serem aper- tica de
feiçoados na lei é o uso do bafômetro, que deve ser estimulado até a) causalidade.
como forma de demonstrar que o cidadão não está bêbado. Ele res- b) concessão.
salta a importância da norma e lembra que, nos primeiros 30 dias de c) finalidade.
sua aplicação, houve redução de 50% das mortes no trânsito. - Essa d) consequência
redução seria vista até hoje se a lei, de fato, funcionasse. [...] O nosso e) condição.
sistema preventivo é ineficaz. Temos uma lei que proíbe o uso de ál-
cool, mas não fiscalizamos. Se não fiscalizamos, não punimos e não 20. “Uma vez endurecido o jogo, os indicadores de acidentes e
obrigamos o uso do bafômetro. Não basta fazer uma lei. mortes no trânsito irão se reduzir.” A expressão destacada estabelece
Adaptado de http://noticias.r7.com/brasil/noticias/congresso- relação lógico-semântico de
temmais-de-50-projetos-para-endurecer-a-lei-seca-20130120.htm, a) consequência.
22 de janeiro de 2012 b) tempo.
c) finalidade.
16. De acordo com o texto, é correto afirmar que d) concessão.
a) as leis que estão em trâmite no Congresso Nacional visam e) causa.
punir mais duramente e restritamente aquelas pessoas embriagadas
que assumem a direção de automóveis e acabam provocando aci- 21. Assinale a alternativa em que o termo destacado é um pro-
dentes fatais. nome relativo.
b) no Congresso Nacional, entre os parlamentares é de consen- a) “Ele ressalta a importância da norma e lembra que, nos pri-
so de todos que não deve haver tolerância para nenhuma quantidade meiros 30 dias de sua aplicação, houve redução de 50% das mortes
de álcool no organismo de quem assume a direção de um veículo e no trânsito.”
que a pena para os infratores deve ser superior a 16 anos de prisão. b) “A associação entende que seria mais eficaz trabalhar com
c) a bebida atua da mesma maneira em diferentes indivíduos, campanhas educativas.”
independente da tolerância de cada um, o resultado é sempre o mes- c) “A perigosa combinação entre álcool e volante é tema de
mo, um copo de cerveja ingerido por diferentes indivíduos apresen- pelo menos 50 projetos de lei que estão em tramitação no Congresso
tará a mesma reação em cada um deles. Nacional atualmente.”
d) a Lei Seca, aprovada em 2008 no Brasil, não é considerada d) “... ainda que o motorista não tenha se envolvido em aci-
muito rígida, pois há na Europa e na América leis com punições dentes.
muito mais rígidas para pessoas que cometem infrações que envol- e) “... diz que o projeto pode ser analisado na Câmara no pri-
vem bebida alcoólica e direção. meiro trimestre deste ano.

Didatismo e Conhecimento 111


LÍNGUA PORTUGUESA
22. “Da mesma forma que é crime portar arma, deve ser crime GABARITO
dirigir alcoolizado, pelo risco que isso representa.” O termo destaca-
do na oração apresenta relação lógico-semântica de TESTES DE CONCURSOS
a) causa.
b) tempo.
01 C
c) finalidade.
d) condição. 02 B
e) proporção.
03 A
23. “Se não fiscalizamos, não punimos e não obrigamos o uso 04 E
do bafômetro.”
A vírgula empregada no fragmento acima foi empregada para 05 B
separar 06 B
a) oração subordinada adverbial concessiva anteposta.
b) oração subordinada adverbial causal posposta. 07 A
c) oração subordinada adjetiva explicativa. 08 D
d) oração subordinada adjetiva restritiva.
e) oração subordinada adverbial condicional anteposta. 09 C
10 B
24. “O PL 2788/11, que foi aprovado em dezembro no Senado
e chegou à Câmara, prevê tolerância zero ao álcool no volante.” O 11 B
fragmento extraído do texto apresenta um emprego correto da crase,
12 D
assinale abaixo a alternativa que também apresenta a crase empre-
gada corretamente. 13 E
a) O deputado chegou à criticar as atitudes dos companheiros
14 A
sobre as mudanças da Lei Seca.
b) Os motoristas alcoolizados muitas vezes se recusam à fazer 15 E
o teste do bafômetro.
c) Atitudes foram tomadas em relação à coibir o abuso de be- 16 E
bidas alcoólicas. 17 D
d) Foi revelado à ele que não haveria tolerância quanto aos er-
ros cometidos. 18 A
e) A união entre os políticos levou à unanimidade de aprovação 19 B
no momento da votação.
20 B
25. “Quem é mais sensível ou não está acostumado com bebida 21 C
pode ter alterações importantes com apenas um copo de cerveja, te-
ria afirmado o médico.” 22 A
A expressão verbal destacada está no
23 E
a) pretérito perfeito do indicativo.
b) futuro do presente composto do indicativo. 24 E
c) pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
25 D
d) futuro do pretérito composto do indicativo.
e) pretérito perfeito do subjuntivo

Didatismo e Conhecimento 112


RACIOCÍNIO LÓGICO E
MATEMÁTICO
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
5. (Eletricista-Pref. Municipal Botucatu/2012) O resultado
1 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS de 3.(2 – 0,04 - 18 ) é:
ENVOLVENDO FRAÇÕES, CONJUNTOS, A) 2,13
PORCENTAGENS, SEQUÊNCIAS B) 5,505
(COM NÚMEROS, COM FIGURAS, DE C) 5,835
PALAVRAS). D) 6,255
E) 9,63

6. ( Concurso Soldado PM/MG-2013) Marque a alternati-


va CORRETA. O preço de uma blusa, para pagamento através de
1. (Concurso METRÔ/SP-2013) Simplificando a expressão cartão de crédito, é de R$ 15,00. Com pagamento à vista, com
(0,5) 3 − (0,06) 2 dinheiro, a blusa pode ser comprada pelo valor de R$ 12,00. Já
obtém-se
0,0004 com pagamento com cartão de débito, o preço cobrado é R$ 14,40.
Considerando estas ofertas desta loja, as taxa de juros cobrados
(A) 0,0607.
nas vendas por cartão de crédito e de débito são, respectivamente:
(B) 0,607.
A. ( ) 30% e 12 %
(C) 6,07.
B. ( ) 25 % e 20 %
(D) 60,7.
C. ( ) 27% e 3 %
(E) 607.
D. ( ) 15% e 10%
2. (Concurso Escriturário B. Brasil/2013) Renato aplicou
R$ 1.800,00 em ações e, no primeiro dia, perdeu ½ do valor aplica- 7. (Concurso de Agente Fiscal Sanitário-Prefeitura de
do. No segundo dia Renato ganhou 4/5 do valor que havia sobrado Indaiatuba-SP-2013) Ao comprar um eletrodoméstico em uma
no primeiro dia, e no terceiro dia perdeu 4/9 do valor que havia loja que estava dando 20% de desconto, o cliente ganhou um des-
sobrado no dia anterior. Ao final do terceiro dia de aplicação, Re- conto de R$500,00. Qual era o preço do eletrodoméstico e quanto
nato tinha, em R$, foi pago por ele respectivamente.
a) R$2.720,00 e R$2.240,00
3. (Concurso Soldado PM/SP-2011) Um professor de mate- b) R$1.900,00 e R$1.400,00
mática disse para sua classe que a nota mais alta obtida na prova c) R$2.500,00 e R$2.000,00
era o resultado da expressão: d) R$3.500,00 e R$3.000,00
3
 (−5) 2 + 81  8. (Concurso de Agente Fiscal Sanitário-Prefeitura de
NOTA =   Indaiatuba-SP-2013) Todo mês vem descontado na folha de pa-
 17  gamento de um trabalhador o valor de 280,00 reais. Sabendo que
o salário bruto deste trabalhador é de R$1.400,00, este desconto
Então a referida nota foi: equivale a quantos por cento do salário do trabalhador?
A) 9 a) 5%
B) 8 b) 20%
c) 7 c) 2%
D) 6 d) 25%
E) 5
9. O professor André trabalha 150 horas por mês e ganha R$
4. (Concurso Escriturário B. Brasil/2011) O valor da expres- 20,00 (vinte reais) por hora trabalhada. No mês que vem, ele vai
A2 − B 3 ter um aumento de 25% sobre o valor da hora trabalhada. Quanto
são A B + B A o professor André vai passar a receber em um ano de trabalho com
o seu novo salario?
Para A = 2 e B = -1 é um número compreendido entre:
A) -2 e 1 10. Tiago, André e Gustavo foram premiados em um ”bolão”
B) 1 e 4 do Campeonato Brasileiro. Tiago vai ficar com 40% do valor total
C) 4 e 7 do premio enquanto André e Gustavo vão dividir o restante igual-
D) 7 e 9 mente entre dois. Se Gustavo vai receber R$ 600,00, então qual é
E) 9 e 10 o premio total?

11.  Um comerciante que não possuía conhecimentos de ma-


temática, comprou uma mercadoria por R$200,00. Acresceu a esse
valor, 50% de lucro. Certo dia, um freguês pediu um desconto, e o
comerciante deu um desconto de 40% sobre o novo preço, pensan-
do que, assim, teria um lucro de 10%. O comerciante teve lucro ou
prejuízo? Qual foi esse valor?

Didatismo e Conhecimento 1
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
12. Observe atentamente a disposição das cartas em cada linha Se tal critério for mantido, para obter as figuras subsequentes,
do esquema seguinte: o total de pontos da figura de número 15 deverá ser:
(A) 69
(B) 67
(C) 65
(D) 63
(E) 61

14. O próximo número dessa sequência lógica é: 1000, 990,


970, 940, 900, 850, ...
(A) 800
(B) 790
(C) 780
(D) 770

15. CASA: LATA: LOBO: ?


(A) SOCO
(B) TOCO
(C) TOMO
(D) VOLO
(E) VOTO

16. ABCA: DEFD: HIJH: ?


(A) IJLI
(B) JLMJ
(C) LMNL
(D) FGHF
A carta que está oculta é:
(E) EFGE
(A) (B) (C)
17. Quantas vezes você usa o algarismo 9 para numerar as
páginas de um livro de 100 páginas?

18. Reposicione três palitos e obtenha cinco quadrados.

(D) (E)

19. Mude a posição de quatro palitos e obtenha cinco triân-


gulos.

13. Considere que a sequência de figuras foi construída segun-


do um certo critério.

Didatismo e Conhecimento 2
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
20. A cidade de Peixoto de Azevedo tem aproximadamente 8. Para saber a porcentagem do desconto de maneira rápida
19.224 habitantes. Se um terço da população é composta de jo- dividimos o desconto pelo salário bruto
vens, pode-se dizer que: 280 : 1400 = 0,20 = 20%
a.) o número de jovens é superior a 7.000 Resp: Alternativa B
b.) o número de jovens é igual a 648
c.) o número de jovens está entre 6.000 e 7000 9. 150 . 20 = 3000 reais
d ) o número de jovens é inferior a 5.000 Com 25% de aumento : 3000 . 1,25 = 3750 reais por mês
e.) o número de jovens é igual a 6.480 Em um ano : 3750 . 12 = 45000 reais

Respostas 10. Se Tiago vai ficar com 40% então André e Gustavo ficarão
com 30% cada um
Sabemos que Gustavo recebeu 600 reais que representa 30%
1. do premio
600: 3 = 200 que é 10% do premio
200 . 10 = 2000 reais que é o total do premio.
Resp: Alternativa C
11. Preço de custo:  200
2. 1° dia : 1800 – 900 = 900 Preço de venda:  200 . 1,50 = 300  (1,50 representa  preço de
2°: ganhou 4/5 de 900 = 720 custo +  50% )
900 + 720 = 1620 Preço com  desconto :  300 . 0,60 = 180 (0,60 representa  60%
3° dia: perdeu 4/9 de 1620 = 720 do valor porque o desconto foi de 40%)
1620 – 720 = 900 Resposta:  20 reais de prejuízo
Resp: Ficou com 900 reais
12. A diferença entre os números estampados nas cartas 1 e
2, em cada linha, tem como resultado o valor da 3ª carta e, além
disso, o naipe não se repete. Assim, a 3ª carta, dentro das opções
3. Nota =
dadas só pode ser a da opção (A).
Resp: A nota mais alta foi 8 – Alternativa B
13. Observe que, tomando o eixo vertical como eixo de sime-
tria, tem-se:
Na figura 1: 01 ponto de cada lado → 02 pontos no total.
4.
Na figura 2: 02 pontos de cada lado → 04 pontos no total.
Na figura 3: 03 pontos de cada lado → 06 pontos no total.
Na figura 4: 04 pontos de cada lado → 08 pontos no total.
Alternativa B Na figura n: n pontos de cada lado → 2.n pontos no total.
5. 1/8 = 1 : 8 = 0,125 Em particular:
3. (2 – 0,04 – 0,125) = 3. (1,835) = 5,505 Na figura 15: 15 pontos de cada lado → 30 pontos no total.
Alternativa B
Agora, tomando o eixo horizontal como eixo de simetria,
6. Preço à vista – 12,00 tem-se:
No cartão de crédito – 15,00 ( acréscimo de 3,00 ) Na figura 1: 02 pontos acima e abaixo → 04 pontos no total.
3 : 12 = 0,25 = 25% Na figura 2: 03 pontos acima e abaixo → 06 pontos no total.
No cartão de débito – 14,40 (acréscimo de 2,40 ) Na figura 3: 04 pontos acima e abaixo → 08 pontos no total.
2,40 : 12 = 0,20 = 20% Na figura 4: 05 pontos acima e abaixo → 10 pontos no total.
Resp: Alternativa B Na figura n: (n+1) pontos acima e abaixo → 2.(n+1) pontos
no total.
7. Para resolver usamos uma regra de Três simples e direta
valor % Em particular:
500 20 Na figura 15: 16 pontos acima e abaixo → 32 pontos no total.
X 100 Incluindo o ponto central, que ainda não foi considerado, temos
Multiplicando em Cruz temos para total de pontos da figura 15: Total de pontos = 30 + 32 + 1 =
20 x = 500 . 100 63 pontos.
20 x = 50000
X = 50000/20 14. Nessa sequência, observamos que a diferença: entre 1000
X = 2500 e 990 é 10, entre 990 e 970 é 20, entre o 970 e 940 é 30, entre 940
O preço do eletrodoméstico era 2500 reais e o valor pago foi e 900 é 40, entre 900 e 850 é 50, portanto entre 850 e o próximo
2000 reais número é 60, dessa forma concluímos que o próximo número é
Resp: Alternativa C 790, pois: 850 – 790 = 60.

Didatismo e Conhecimento 3
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
15. Na 1ª e na 2ª sequências, as vogais são as mesmas: letra
“A”. Portanto, as vogais da 4ª sequência de letras deverão ser as
mesmas da 3ª sequência de letras: “O”. A 3ª letra da 2ª sequência 2 RACIOCÍNIO LÓGICO - MATEMÁTICO:
é a próxima letra do alfabeto depois da 3ª letra da 1ª sequência de PROPOSIÇÕES
letras. Portanto, na 4ª sequência de letras, a 3ª letra é a próxima le-
tra depois de “B”, ou seja, a letra “C”. Em relação à primeira letra,
tem-se uma diferença de 7 letras entre a 1ª letra da 1ª sequência e a
1ª letra da 2ª sequência. Portanto, entre a 1ª letra da 3ª sequência e 1. Proposição
a 1ª letra da 4ª sequência, deve ocorrer o mesmo fato. Com isso, a
1ª letra da 4ª sequência é a letra “T”. Logo, a 4ª sequência de letras Proposição ou sentença é um termo utilizado para exprimir
é: T, O, C, O, ou seja, TOCO. ideias, através de um conjunto de palavras ou símbolos. Este con-
junto descreve o conteúdo dessa ideia.
16. Na 1ª sequência de letras, ocorrem as 3 primeiras letras do São exemplos de proposições:
alfabeto e, em seguida, volta-se para a 1ª letra da sequência. Na 2ª p: Pedro é médico.
sequência, continua-se da 3ª letra da sequência anterior, formando- q: 5 > 8
-se DEF, voltando-se novamente, para a 1ª letra desta sequência: r: Luíza foi ao cinema ontem à noite.
D. Com isto, na 3ª sequência, têm-se as letras HIJ, voltando-se
para a 1ª letra desta sequência: H. Com isto, a 4ª sequência iniciará 2. Princípios fundamentais da lógica
pela letra L, continuando por M e N, voltando para a letra L. Logo,
a 4ª sequência da letra é: LMNL
Princípio da Identidade: A é A. Uma coisa é o que é. O que
é, é; e o que não é, não é. Esta formulação remonta a Parménides
17. 09 – 19 – 29 – 39 – 49 – 59 – 69 – 79 – 89 – 90 – 91 – 92
de Eleia.
– 93 – 94 – 95 – 96 – 97 – 98 – 99. Portanto, são necessários 20
algarismos.
Principio da não contradição: Uma proposição não pode ser
18. verdadeira e falsa, ao mesmo tempo.

Principio do terceiro excluído: Uma alternativa só pode ser


verdadeira ou falsa.

3. Valor lógico 

Considerando os princípios citados acima, uma proposição é


classificada como verdadeira ou falsa.
Sendo assim o valor lógico será:
- a verdade (V), quando se trata de uma proposição verdadeira.
- a falsidade (F), quando se trata de uma proposição falsa.

4. Conectivos lógicos 
19.
Conectivos lógicos são palavras usadas para conectar as pro-
posições formando novas sentenças.
Os principais conectivos lógicos são: 

~ não
∧ e
V Ou
→  se…então
↔ se e somente se
20. 1/3 de 19224
1/3. 19224 = 6408 Alternativa C

Didatismo e Conhecimento 4
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
5. Proposições simples e compostas

As proposições simples são assim caracterizadas por apresentarem apenas uma ideia. São indicadas pelas letras minúsculas: p, q, r, s, t...
As proposições compostas são assim caracterizadas por apresentarem mais de uma proposição conectadas pelos conectivos lógicos. São
indicadas pelas letras maiúsculas: P, Q, R, S, T...
Obs: A notação Q(r, s, t), por exemplo, está indicando que a proposição composta Q é formada pelas proposições simples r, s e t.

Exemplo:
Proposições simples:
p: Meu nome é Raissa 
q: São Paulo é a maior cidade brasileira 
r: 2+2=5 
s: O número 9 é ímpar 
t: O número 13 é primo

Proposições compostas 
P: O número 12 é divisível por 3 e 6 é o dobro de 12. 
Q: A raiz quadrada de 9 é 3 e 24 é múltiplo de 3. 
R(s, t): O número 9 é ímpar e o número 13 é primo.

6. Tabela-Verdade

A tabela-verdade é usada para determinar o valor lógico de uma proposição composta, sendo que os valores das proposições simples já
são conhecidos. Pois o valor lógico da proposição composta depende do valor lógico da proposição simples. 
A seguir vamos compreender como se constrói essas tabelas-verdade partindo da árvore das possibilidades dos valores lógicos das
preposições simples, e mais adiante veremos como determinar o valor lógico de uma proposição composta.

Proposição composta do tipo P(p, q)

Proposição composta do tipo P(p, q, r)

Didatismo e Conhecimento 5
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Proposição composta do tipo P(p, q, r, s)  Exemplo
A tabela-verdade possui 24 = 16 linhas e é formada igualmente
as anteriores. p = 2 é par 
q = o céu é rosa
p Λ q = 2 é par e o céu é rosa 

P q pΛq
Proposição composta do tipo P(p1, p2, p3,..., pn)
A tabela-verdade possui 2n  linhas e é formada igualmente as V F F
anteriores.
p = 9 < 6 
q = 3 é par
p Λ q: 9 < 6 e 3 é par 
CONECTIVOS
P q pΛq
F F F
7. O conectivo não e a negação 9. O conectivo ou e a disjunção
O conectivo  não  e a  negação  de uma proposição p  é outra O conectivo ou e a disjunção de duas proposições p e q é outra
proposição que tem como valor lógico V se p for falsa e F se p é proposição que tem como valor lógico V se alguma das proposições
verdadeira. O símbolo ~p (não p) representa a negação de p com for verdadeira e F se as duas forem falsas. O símbolo p ∨ q (p ou
a seguinte tabela-verdade:  q) representa a disjunção, com a seguinte tabela-verdade: 

P ~P P q pVq
V F V V V
F V V F V
Exemplo: F V V
F F F
p = 7 é ímpar 
~p = 7 não é ímpar  Exemplo:

P ~P p = 2 é par 
q = o céu é rosa 
V F p ν q = 2 é par ou o céu é rosa 
q = 24 é múltiplo de 5 
~q = 24 não é múltiplo de 5  P q pVq
V F V
q ~q
10. O conectivo se… então… e a condicional
F V
A condicional se p então q é outra proposição que tem como
8. O conectivo e e a conjunção valor lógico F se p é verdadeira e q é falsa. O símbolo p → q re-
presenta a condicional, com a seguinte tabela-verdade: 
O conectivo  e  e a  conjunção  de duas proposições  p  e q  é
outra proposição que tem como valor lógico V  se p e q forem
verdadeiras, e F em outros casos. O símbolo p Λ q (p e q) repre- P q p→q
senta a conjunção, com a seguinte tabela-verdade:  V V V
V F F
P q pΛq F V V
V V V F F V
V F F
F V F
F F F

Didatismo e Conhecimento 6
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Exemplo:

P: 7 + 2 = 9 
Q: 9 – 7 = 2 
p → q: Se 7 + 2 = 9 então 9 – 7 = 2 

P q p→q
V V V

p = 7 + 5 < 4 
q = 2 é um número primo 
p → q: Se 7 + 5 < 4 então 2 é um número primo. 

P q p→q
F V V

p = 24 é múltiplo de 3 q = 3 é par 


p → q: Se 24 é múltiplo de 3 então 3 é par. 

P q p→q
V F F

p = 25 é múltiplo de 2 
q = 12 < 3 
p → q: Se 25 é múltiplo de 2 então 2 < 3. 

P q p→q
F F V

11. O conectivo se e somente se e a bicondicional

A bicondicional p se e somente se q é outra proposição que tem como valor lógico V se p e q forem ambas verdadeiras ou ambas falsas,
e F nos outros casos. 
O símbolo     representa a bicondicional, com a seguinte tabela-verdade: 

P q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V

Exemplo

p = 24 é múltiplo de 3 
q = 6 é ímpar  
= 24 é múltiplo de 3 se, e somente se, 6 é ímpar. 

P q p↔q
V F F

Didatismo e Conhecimento 7
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
12. Tabela-Verdade de uma proposição composta

Exemplo

Veja como se procede a construção de uma tabela-verdade da proposição composta P(p, q) = ((p ⋁ q) → (~p)) → (p ⋀ q), onde p e q são
duas proposições simples.

Resolução

Uma tabela-verdade de uma proposição do tipo P(p, q) possui 24 = 4 linhas, logo: 

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V          
V F          
F V          
F F          

Agora veja passo a passo a determinação dos valores lógicos de P.

a) Valores lógicos de p ν q

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V        
V F V        
F V V        
F F F        

b) Valores lógicos de ~P

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F      
V F V F      
F V V V      
F F F V      

c) Valores lógicos de (p V p)→(~p)

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F    
V F V F F    
F V V V V    
F F F V V    

d) Valores lógicos de p Λ q

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F V  
V F V F F F  
F V V V V F  
F F F V V F  

Didatismo e Conhecimento 8
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
e) Valores lógicos de ((p V p)→(~p))→(p Λ q)

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F V V
V F V F F F V
F V V V V F F
F F F V V F F

13. Tautologia

Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma Tautologia se ela for sempre verdadeira,
independentemente dos valores lógicos das proposições p, q, r, ... que a compõem.

Exemplos:
• Gabriela passou no concurso do INSS ou Gabriela não passou no concurso do INSS
• Não é verdade que o professor Zambeli parece com o Zé gotinha ou o professor Zambeli parece com o Zé gotinha.
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos uma única proposição, afirmativa e negativa. Vamos entender isso melhor.

Exemplo:
Grêmio cai para segunda divisão ou o Grêmio não cai para segunda divisão
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “V”
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p V ~p

Exemplo
A proposição p ∨ (~p) é uma tautologia, pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a tabela-verdade. 

p ~P pVq
V F V
F V V

Exemplo

A proposição (p Λ q) → (p  q) é uma tautologia, pois a última coluna da tabela-verdade só possui V. 

p q pΛq p↔q (p Λ q)→(p↔q)


V V V V V
V F F F V
F V F F V
F F F V V

14. Contradição

Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma contradição se ela for sempre falsa, inde-
pendentemente dos valores lógicos das proposições p, q, r, ... que a compõem

Exemplos:
• O Zorra total é uma porcaria e Zorra total não é uma porcaria
• Suelen mora em Petrópolis e Suelen não mora em Petrópolis
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos uma única proposição, afirmativa e negativa. Vamos entender isso melhor.

Exemplo:
Lula é o presidente do Brasil e Lula não é o presidente do Brasil
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “^”
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ^ ~p

Didatismo e Conhecimento 9
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Exemplo
A proposição (p Λ q) Λ (p Λ q) é uma contradição, pois o seu valor lógico é sempre F conforme a tabela-verdade. Que significa que
uma proposição não pode ser falsa e verdadeira ao mesmo tempo, isto é, o princípio da não contradição.

p ~P q Λ (~q)
V F F
F V F

15. Contingência

Quando uma proposição não é tautológica nem contra válida, a chamamos de contingência ou proposição contingente ou proposição
indeterminada.
A contingência ocorre quando há tanto valores V como F na última coluna da tabela-verdade de uma proposição. Exem-
plos: P∧Q , P∨Q , P→Q ...

EQUIVALÊNCIA

16. Equivalência lógica

Definição
Há equivalência entre as proposições P e Q somente quando a bicondicional P ↔ Q for uma tautologia ou quando P e Q tiverem a
mesma tabela-verdade. P ⇔ Q (P é equivalente a Q) é o símbolo que representa a equivalência lógica. 

Diferenciação dos símbolos ↔ e ⇔


O símbolo ↔ representa uma operação entre as proposições P e Q, que tem como resultado uma nova proposição P ↔ Q com valor
lógico V ou F.
O símbolo ⇔ representa a não ocorrência de VF e de FV na tabela-verdade P ↔ Q, ou ainda que o valor lógico de P ↔ Q é sempre V,
ou então P ↔ Q é uma tautologia.

Exemplo
A tabela da bicondicional (p → q) ↔ (~q → ~p) será: 

p q ~q ~p p→q ~q→~p (p→q)↔(~q→~p)


V V F F V V V
V F V F F F V
F V F V V V V
F F V V V V V

Portanto, p → q é equivalente a ~q → ~p, pois estas proposições possuem a mesma tabela-verdade ou a bicondicional (p → q) ↔ (~q
→ ~p) é uma tautologia.
Veja a representação:
(p → q) ⇔ (~q → ~p)

EQUIVALÊNCIAS LOGICAS NOTÁVEIS

Dizemos que duas proposições são logicamente equivalentes (ou simplesmente equivalentes) quando os resultados de suas tabelas-
-verdade são idênticos.
Uma consequência prática da equivalência lógica é que ao trocar uma dada proposição por qualquer outra que lhe seja equivalente,
estamos apenas mudando a maneira de dizê-la.
A equivalência lógica entre duas proposições, p e q, pode ser representada simbolicamente como: p q, ou simplesmente por p = q.
Começaremos com a descrição de algumas equivalências lógicas básicas.

Didatismo e Conhecimento 10
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Equivalências Básicas Equivalências com o Símbolo da Negação

1. p e p = p Este tipo de equivalência já foi estudado. Trata-se, tão somen-


Ex: André é inocente e inocente = André é inocente te, das negações das proposições compostas! Lembremos:

2. p ou p = p
Ex: Ana foi ao cinema ou ao cinema = Ana foi ao cinema

3. p e q = q e p
Ex: O cavalo é forte e veloz = O cavalo é veloz e forte

4. p ou q = q ou p
Ex: O carro é branco ou azul = O carro é azul ou branco

5. p ↔ q = q ↔ p
Ex: Amo se e somente se vivo = Vivo se e somente se amo. É possível que surja alguma dúvida em relação a última
linha da tabela acima. Porém, basta lembrarmos do que foi apren-
6. p ↔ q = (pq) e (qp) dido:
Ex: Amo se e somente se vivo = Se amo então vivo, e se vivo p↔q = (pq) e (qp)
então amo
Para facilitar a memorização, veja a tabela abaixo: (Obs: a BICONDICIONAL tem esse nome: porque equivale
a duas condicionais!)
Para negar a bicondicional, teremos na verdade que negar a
sua conjunção equivalente.
E para negar uma conjunção, já sabemos, nega-se as duas par-
tes e troca-se o E por OU. Fica para casa a demonstração da nega-
ção da bicondicional. Ok?

Outras equivalências

Algumas outras equivalências que podem ser relevantes são


as seguintes:

1) p e (p ou q) = p
Ex: Paulo é dentista, e Paulo é dentista ou Pedro é médico =
Paulo é dentista
Equivalências da Condicional
2) p ou (p e q) = p
As duas equivalências que se seguem são de fundamental Ex: Paulo é dentista, ou Paulo é dentista e Pedro é médico =
importância. Estas equivalências podem ser verificadas, ou seja, Paulo é dentista
demonstradas, por meio da comparação entre as tabelas-verdade.
Fica como exercício para casa estas demonstrações. As equivalên- Por meio das tabelas-verdade estas equivalências podem ser
cias da condicional são as seguintes: facilmente demonstradas.
Para auxiliar nossa memorização, criaremos a tabela seguinte:
1) Se p então q = Se não q então não p.
Ex: Se chove então me molho = Se não me molho então não
chove

2) Se p então q = Não p ou q.
Ex: Se estudo então passo no concurso = Não estudo ou passo
no concurso NEGAÇAO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS
Colocando estes resultados em uma tabela, para ajudar a me-
morização, teremos:

Didatismo e Conhecimento 11
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
3. (PC-MA - Farmacêutico Legista - FGV/2012)
Em frente à casa onde moram João e Maria, a prefeitura está
IMPLICAÇÃO LÓGICA
fazendo uma obra na rua. Se o operário liga a britadeira, João sai
de casa e Maria não ouve a televisão. Certo dia, depois do almoço,
Maria ouve a televisão.
Implicação lógica Pode-se concluir, logicamente, que
Definição A) João saiu de casa.
A proposição P implica a proposição Q, quando a condicio- B) João não saiu de casa.
nal P → Q for uma tautologia. C) O operário ligou a britadeira.
O símbolo P ⇒ Q (P implica Q) representa a implicação ló- D) O operário não ligou a britadeira.
gica.  E) O operário ligou a britadeira e João saiu de casa.

Diferenciação dos símbolos → e ⇒ (TJ-AC - Técnico Judiciário - Informática - CESPE/2012)


O símbolo → representa uma operação matemática entre as Em decisão proferida acerca da prisão de um réu, depois de
proposições P e Q que tem como resultado a proposição P → Q, constatado pagamento de pensão alimentícia, o magistrado deter-
com valor lógico V ou F. minou: “O réu deve ser imediatamente solto, se por outro motivo
O símbolo  ⇒  representa a não ocorrência de  VF  na tabela- não estiver preso”.
verdade de  P  →  Q, ou ainda que o valor lógico da condicio- Considerando que a determinação judicial corresponde a uma
nal P → Q será sempre V, ou então que P → Q é uma tautologia.  proposição e que a decisão judicial será considerada descumprida
Exemplo se, e somente se, a proposição correspondente for falsa, julgue os
A tabela-verdade da condicional (p Λ q) → (p ↔ q) será:  itens seguintes.

p q pΛq P↔Q (p Λ q)→(P↔Q) 4. Se o réu permanecer preso, mesmo não havendo outro moti-
V V V V V vo para estar preso, então, a decisão judicial terá sido descumprida.
A) Certo
V F F F V B) Errado
F V F F V
F F F V V 5. Se o réu for imediatamente solto, mesmo havendo outro
motivo para permanecer preso, então, a decisão judicial terá sido
Portanto, (p Λ q) → (p ↔ q) é uma tautologia, por isso (p Λ descumprida.
q) ⇒ (p ↔q) A) Certo
B) Errado
EXERCICIOS:
6. As proposições “Se o réu não estiver preso por outro mo-
1. (PROCERGS - Técnico de Nível Médio - Técnico em Se- tivo, deve ser imediatamente solto” e “Se o réu não for imediata-
gurança do Trabalho - FUNDATEC/2012) A proposição “João mente solto, então, ele está preso por outro motivo” são logica-
comprou um carro novo ou não é verdade que João comprou um mente equivalentes.
carro novo e não fez a viagem de férias.” é: A) Certo
A) um paradoxo. B) Errado
B) um silogismo.
C) uma tautologia. 7. A negação da proposição relativa à decisão judicial estará
D) uma contradição. corretamente representada por “O réu não deve ser imediatamente
E) uma contingência. solto, mesmo não estando preso por outro motivo”.
A) Certo
2. (PM-BA - Soldado da Polícia Militar - FCC /2012) B) Errado
A negação lógica da proposição: “Pedro é o mais velho da
classe ou Jorge é o mais novo da classe” é 8. (Polícia Civil/SP - Investigador – VUNESP/2014) Um
A) Pedro não è o mais novo da classe ou Jorge não é o mais antropólogo estadunidense chega ao Brasil para aperfeiçoar seu
velho da classe. conhecimento da língua portuguesa. Durante sua estadia em nos-
B) Pedro é o mais velho da classe e Jorge não é o mais novo so país, ele fica muito intrigado com a frase “não vou fazer coisa
da classe. nenhuma”, bastante utilizada em nossa linguagem coloquial. A dú-
C) Pedro não é o mais velho da classe e Jorge não é o mais vida dele surge porque
novo da classe. A) a conjunção presente na frase evidencia seu significado.
D) Pedro não é o mais novo da classe e Jorge não é o mais B) o significado da frase não leva em conta a dupla negação.
velho da classe. C) a implicação presente na frase altera seu significado.
E) Pedro é o mais novo da classe ou Jorge é o mais novo da D) o significado da frase não leva em conta a disjunção.
classe. E) a negação presente na frase evidencia seu significado.

Didatismo e Conhecimento 12
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
9. (Receita Federal do Brasil – Analista Tributário - ESAF/2012) 15. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) O argu-
A negação da proposição “se Paulo estuda, então Marta é atleta” é mento apresentado é um argumento válido.
logicamente equivalente à proposição: ( )Certo ( ) Errado
A) Paulo não estuda e Marta não é atleta.
B) Paulo estuda e Marta não é atleta. 16. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) A nega-
C) Paulo estuda ou Marta não é atleta. ção da proposição P1 pode ser escrita como “Se a impunidade não
D) se Paulo não estuda, então Marta não é atleta. é alta, então a criminalidade não é alta”.
E) Paulo não estuda ou Marta não é atleta. ( )Certo ( ) Errado

Respostas:
10. (ANVISA - TÉCNICO ADMINISTRATIVO - CE-
TRO/2012) Se Viviane não dança, Márcia não canta. Logo, 1- Tautologia é uma proposição composta cujo resultado é
A) Viviane dançar é condição suficiente para Márcia cantar. sempre verdadeiro para todas as atribuições que se têm, indepen-
B) Viviane não dançar é condição necessária para Márcia não dentemente dessas atribuições. Rodrigo, posso estar errada, mas ao
cantar. construir a tabela-verdade com a proposição que você propôs não
C) Viviane dançar é condição necessária para Márcia cantar. vamos ter uma tautologia, mas uma contingência.
D) Viviane não dançar é condição suficiente para Márcia cantar. A proposição a ser utilizada aqui seria a seguinte: P v ~(P ^
E) Viviane dançar é condição necessária para Márcia não can- ~Q), que, ao construirmos a tabela-verdade ficaria da seguinte for-
tar. ma:

11. (BRDE - ANALISTA DE SISTEMAS - AOCP/2012) Con- P Q ~Q (P/\~Q) ~(P/\~Q) P V ~(P/\~Q)


sidere a sentença: “Se Ana é professora, então Camila é médica.” A V V F F V V
proposição equivalente a esta sentença é
V F V V F V
A) Ana não é professora ou Camila é médica.
B) Se Ana é médica, então Camila é professora. F V F F V V
C) Se Camila é médica, então Ana é professora. F F V F V V
D) Se Ana é professora, então Camila não é médica.
E) Se Ana não é professora, então Camila não é médica. 2- p v q= Pedro é o mais velho da classe ou Jorge é o mais
novo da classe.
(PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Consideran- ~p=Pedro não é o mais velho da classe.
do que P e Q representem proposições conhecidas e que V e F re- ~q=Jorge não é o mais novo da classe.
presentem, respectivamente, os valores verdadeiro e falso, julgue os ~(p v q)=~p v ~q= Pedro não é o mais velho da classe ou Jorge
próximos itens. (374 a 376) não é o mais novo da classe.

3- “Se o operário liga a britadeira, João sai de casa e Maria


12. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) (PC/DF – não ouve a televisão”, logo se Maria ouve a televisão, a britadeira
Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) As proposições Q e P (¬ Q) não pode estar ligada.
são, simultaneamente, V se, e somente se, P for F.
( )Certo ( ) Errado 4- A decisão judicial é “O réu deve ser imediatamente solto,
se por outro motivo não estiver preso”, logo se o réu continuar pre-
13. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) A propo- so sem outro motivo para estar preso, será descumprida a decisão
sição [PvQ]Q é uma tautologia. judicial.
( )Certo ( ) Errado
5- P = se houver outro motivo
14. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Se P for F Q = será solto
e P v Q for V, então Q é V. A decisão foi: Se não P então Q, logo VV = V
( )Certo ( ) Errado A questão afirma: Se P então Q, logo FV = V
Não contrariou, iria contrariar se a questão resultasse V + F
=F
(PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013)
P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta. 6- O réu não estiver preso por outro motivo = ~P
P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz. Deve ser imediatamente solto = S
P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres. Se o réu não estiver preso por outro motivo, deve ser imedia-
P4: Há criminosos livres. tamente solto=P S
C: Portanto a criminalidade é alta. Se o réu não for imediatamente solto, então, ele está preso por
Considerando o argumento apresentado acima, em que P1, outro motivo = ~SP
P2, P3 e P4 são as premissas e C, a conclusão, julgue os itens De acordo com a regra de equivalência (A B) = (~B ~A) a
subsequentes. (377 e 378) questão está correta.

Didatismo e Conhecimento 13
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
7- “O réu deve ser imediatamente solto, se por outro 12- Observando a tabela-verdade da proposição composta
motivo não estiver preso” está no texto, assim: “P (¬ Q)”, em função dos valores lógicos de “P” e “Q”, temos:
P = “Por outro motivo não estiver preso”
Q = “O réu deve ser imediatamente solto”
P Q ¬Q P→(¬Q)
PQ, a negação ~(P Q) = P e ~Q
P e ~Q = Por outro motivo estiver preso o réu não deve ser V V F F
imediatamente solto” V F V V
F V F V
8- ~(~p) é equivalente a p
Logo, uma dupla negação é equivalente a afirmar. F F V V
RESPOSTA: “B”.
Observando-se a 3 linha da tabela-verdade acima, ―Q‖ e
9- A negação de uma condicional do tipo: “Se A, então B” ―P ® (¬ Q) são, simultaneamente, V se, e somente se, ―P‖ for F.
(AB) será da forma: Resposta: CERTO.
~(A B) A^ ~B
Ou seja, para negarmos uma proposição composta represen- 13- Construindo a tabela-verdade da proposição composta:
tada por uma condicional, devemos confirmar sua primeira parte [P Ú Q] ® Q, teremos como solução:
(“A”), trocar o conectivo condicional (“”) pelo conectivo conjun-
ção (“^”) e negarmos sua segunda parte (“~ B”). Assim, teremos:
RESPOSTA: “B”. P Q Pv Q (Pv Q)→Q (p^~q)↔(~p v q)
V V V V→V V
10- Inicialmente, reescreveremos a condicional dada na for- V F V V→F F
ma de condição suficiente e condição necessária:
“Se Viviane não dança, Márcia não canta” F V V V→V V
1ª possibilidade: Viviane não dançar é condição suficiente F F F F→F V
para Márcia não cantar. Não há RESPOSTA: para essa possibi-
lidade. P(P;Q) = VFVV
2ª possibilidade: Márcia não cantar é condição necessária para Portanto, essa proposição composta é uma contingência ou
Viviane não dançar.. Não há RESPOSTA: para essa possibilidade. indeterminação lógica.
Não havendo RESPOSTA: , modificaremos a condicional
Resposta: ERRADO.
inicial, transformando-a em outra condicional equivalente, nesse
caso utilizaremos o conceito da contrapositiva ou contra posição:
pq ~q ~p 14- Lembramos que uma disjunção simples, na forma: “P
“Se Viviane não dança, Márcia não canta” “Se Márcia canta, vQ”, será verdadeira (V) se, pelo menos, uma de suas partes for
Viviane dança” verdadeira (V). Nesse caso, se “P” for falsa e “PvQ” for verda-
Transformando, a condicional “Se Márcia canta, Viviane dan- deira, então “Q” será, necessariamente, verdadeira.
ça” na forma de condição suficiente e condição necessária, obtere- Resposta: CERTO.
mos as seguintes possibilidades:
1ª possibilidade: Márcia cantar é condição suficiente para Vi- 15- Verificaremos se as verdades das premissas P1, P2, P3 e
viane dançar. Não há RESPOSTA: para essa possibilidade. P4 sustentam a verdade da conclusão. Nesse caso, devemos con-
2ª possibilidade: Viviane dançar é condição necessária para siderar que todas as premissas são, necessariamente, verdadeiras.
Márcia cantar. P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta. (V)
RESPOSTA: “C”.
P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz. (V)
11- Existem duas equivalências particulares em relação a P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres. (V)
uma condicional do tipo “Se A, então B”. P4: Há criminosos livres. (V)
1ª) Pela contrapositiva ou contraposição: “Se A, então B” é Portanto, se a premissa P4 – proposição simples – é verda-
equivalente a “Se ~B, então ~A” deira (V), então a 2ª parte da condicional representada pela pre-
“Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será equiva- missa P3 será considerada falsa (F). Então, veja:
lente a:
“Se Camila não é médica, então Ana não é professora.”
2ª) Pela Teoria da Involução ou Dupla Negação: “Se A, então
B” é equivalente a “~A ou B”
“Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será equiva-
lente a:
“Ana não é professora ou Camila é médica.”
Ficaremos, então, com a segunda equivalência, já que esta
configura no gabarito.
RESPOSTA: “A”.

Didatismo e Conhecimento 14
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Sabendo-se que a condicional P3 é verdadeira e conhecendo-
se o valor lógico de sua 2ª parte como falsa (F), então o valor ARGUMENTOS VÁLIDOS
lógico de sua 1ª parte nunca poderá ser verdadeiro (V). Assim, a
proposição simples ―a justiça é eficaz‖ será considerada falsa (F).
Se a proposição simples ―a justiça é eficaz‖ é considerada
falsa (F), então a 2ª parte da disjunção simples representada pela
premissa P2, também, será falsa (F). ARGUMENTO

Argumento é uma relação que associa um conjunto de propo-


sições (p1, p2, p3,... pn), chamadas premissas ou hipóteses, e uma
proposição C chamada conclusão. Esta relação é tal que a estrutura
lógica das premissas acarretam ou tem como consequência a pro-
posição C (conclusão).
O argumento pode ser representado da seguinte forma:

Sendo verdadeira (V) a premissa P2 (disjunção simples) e


conhecendo-se o valor lógico de uma das partes como falsa (F),
então o valor lógico da outra parte deverá ser, necessariamente,
verdadeira (V). Lembramos que, uma disjunção simples será con-
siderada verdadeira (V), quando, pelo menos, uma de suas partes
for verdadeira (V).
Sendo verdadeira (V) a proposição simples ―a impunidade
é alta‖, então, confirmaremos também como verdadeira (V), a 1ª
parte da condicional representada pela premissa P1.

EXEMPLOS:

1. Todos os cariocas são alegres.


    Todas as pessoas alegres vão à praia
    Todos os cariocas vão à praia.

2. Todos os cientistas são loucos.


    Einstein é cientista.
    Einstein é louco!
Considerando-se como verdadeira (V) a 1ª parte da condicio-
nal em P1, então, deveremos considerar também como verdadeira
Nestes exemplos temos o famoso silogismo categórico de
(V), sua 2ª parte, pois uma verdade sempre implica em outra ver- forma típica ou simplesmente silogismo. Os silogismos são os ar-
dade. gumentos que têm somente duas premissas e mais a conclusão, e
Considerando a proposição simples ―a criminalidade é alta‖ utilizam os termos: todo, nenhum e algum, em sua estrutura.
como verdadeira (V), logo a conclusão desse argumento é, de fato,
verdadeira (V), o que torna esse argumento válido. ANALOGIAS
Resposta: CERTO.
A analogia é uma das melhores formas para utilizar o racio-
16- Seja P1 representada simbolicamente, por: cínio. Nesse tipo de raciocínio usa-se a comparação de uma situa-
A impunidade não é alta(p) então a criminalidade não é alta(q) ção conhecida com uma desconhecida. Uma analogia depende de
A negação de uma condicional é dada por: três situações:
~(pq) • os fundamentos precisam ser verdadeiros e importantes;
Logo, sua negação será dada por: ~P1 a impunidade é alta e a • a quantidade de elementos parecidos entre as situações
criminalidade não é alta. deve ser significativo;
Resposta:ERRADO. • não pode existir conflitos marcantes.

Didatismo e Conhecimento 15
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
INFERÊNCIAS

A indução está relacionada a diversos casos pequenos que


chegam a uma conclusão geral. Nesse sentido podemos definir
também a indução fraca e a indução forte. Essa indução forte ocor-
re quando não existe grandes chances de que um caso discorde da
premissa geral. Já a fraca refere-se a falta de sustentabilidade de
um conceito ou conclusão.

DEDUÇÕES

ARGUMENTOS DEDUTIVOS E INDUTIVOS


Os argumentos podem ser classificados em dois tipos: Dedu-
tivos e Indutivos.
1) O argumento será DEDUTIVO  quando suas premissas Pelo gráfico, observamos claramente que se todas as crian-
fornecerem informações suficientes para comprovar a veracidade ças gostam de passear no metrô e existem crianças inteligentes,
da conclusão, isto é, o argumento é dedutivo quando a conclusão então alguma criança que gosta de passear no Metrô de São
é completamente derivada das premissas. Paulo é inteligente. Logo, a alternativa correta é a opção B.
EXEMPLO: CONCLUSÕES
Todo ser humano têm mãe.
Todos os homens são humanos. VALIDADE DE UM ARGUMENTO
Todos os homens têm mãe. Uma proposição é verdadeira ou falsa. No caso de um argu-
mento dedutivo diremos que ele é válido ou inválido. Atente-se
2) O argumento será  INDUTIVO  quando suas premissas
para o fato que todos os argumentos indutivos são inválidos,
não fornecerem o “apoio completo” para ratificar as conclusões.
portanto não há de se falar em validade de argumentos indutivos.
Portanto, nos argumentos indutivos, a conclusão possui
A validade é uma propriedade dos argumentos que depende
informações que ultrapassam as fornecidas nas premissas. Sendo
apenas da forma (estrutura lógica) das suas proposições (premis-
assim, não se aplica, então, a definição de argumentos válidos ou
sas e conclusões) e não do seu conteúdo.
não válidos para argumentos indutivos.
EXEMPLO:
O Flamengo é um bom time de futebol. Argumento Válido
O Palmeiras é um bom time de futebol. Um argumento será válido  quando a sua conclusão é
O Vasco é um bom time de futebol. uma consequência obrigatória  de suas premissas. Em outras
O Cruzeiro é um bom time de futebol. palavras, podemos dizer que quando um argumento é válido, a
Todos os times brasileiros de futebol são bons. verdade de suas premissas deve garantir a verdade da conclu-
Note que não podemos afirmar que todos os times brasileiros são do argumento. Isso significa que, se o argumento é válido,
são bons sabendo apenas que 4 deles são bons. jamais poderemos chegar a uma conclusão falsa quando as pre-
missas forem verdadeiras.
Exemplo: (FCC) Considere que as seguintes afirmações são
verdadeiras: Exemplo: (CESPE)  Suponha um argumento no qual as
“Toda criança gosta de passear no Metrô de São Paulo.” premissas sejam as proposições I e II abaixo.
“Existem crianças que são inteligentes.” I - Se uma mulher está desempregada, então, ela é infeliz.
Assim sendo, certamente é verdade que: II - Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco.
(A) Alguma criança inteligente não gosta de passear no Me- Nesse caso, se a conclusão for a proposição “Mulheres de-
trô de São Paulo. sempregadas vivem pouco”, tem-se um argumento correto.
(B) Alguma criança que gosta de passear no Metrô de São
Paulo é inteligente. SOLUÇÃO:
(C) Alguma criança não inteligente não gosta de passear no Se representarmos na forma de diagramas lógicos (ver arti-
Metrô de São Paulo. go sobre diagramas lógicos), para facilitar a resolução, teremos:
(D) Toda criança que gosta de passear no Metrô de São Pau- I - Se uma mulher está desempregada, então, ela é infeliz. =
lo é inteligente. Toda mulher desempregada é infeliz.
(E) Toda criança inteligente não gosta de passear no Metrô II - Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco. = Toda
de São Paulo. mulher infeliz vive pouco.

SOLUÇÃO:
Representando as proposições na forma de conjuntos (dia-
gramas lógicos – ver artigo sobre diagramas lógicos) teremos:
“Toda criança gosta de passear no Metrô de São Paulo.”
“Existem crianças que são inteligentes.”

Didatismo e Conhecimento 16
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
EXERCICIOS:

(TJ-AC - Analista Judiciário - Conhecimentos Básicos -


Cargos 1 e 2 - CESPE/2012) (10 a 13)

Considerando que as proposições lógicas sejam represen-


tadas por letras maiúsculas, julgue os próximos itens, relativos
a lógica proposicional e de argumentação.

1. A expressão é uma tautologia.


A) Certo
B) Errado

Resposta: B.
Com isso, qualquer mulher que esteja no conjunto das desem- Fazendo a tabela verdade:
pregadas (ver boneco), automaticamente estará no conjunto das
mulheres que vivem pouco. Portanto, se a conclusão for a propo- P Q P→Q (P→Q) V P [(P→Q) V P]→Q
sição “Mulheres desempregadas vivem pouco”, tem-se um argu-
mento correto (correto = válido!). V V V V V
V F F V V
Argumento Inválido F V V V V
Dizemos que um argumento é  inválido, quando a verdade
das premissas não é suficiente para garantir a verdade da con- F F F F F
clusão, ou seja, quando a conclusão não  é uma consequência
obrigatória das premissas. Portanto não é uma tautologia.

Exemplo: (CESPE) É válido o seguinte argumento: Se Ana 2. As proposições “Luiz joga basquete porque Luiz é alto”
cometeu um crime perfeito, então Ana não é suspeita, mas (e) Ana e “Luiz não é alto porque Luiz não joga basquete” são logica-
não cometeu um crime perfeito, então Ana é suspeita. mente equivalentes.
A) Certo
SOLUÇÃO: B) Errado
Representando as premissas do enunciado na forma de dia- Resposta: A.
gramas lógicos (ver artigo sobre diagramas lógicos), obteremos: São equivalentes por que “Luiz não é alto porque Luiz não
 Premissas: joga basquete” nega as duas partes da proposição, a deixando equi-
“Se Ana cometeu um crime perfeito, então Ana não é suspei- valente a primeira.
ta” = “Toda pessoa que comete um crime perfeito não é suspeita”. 
“Ana não cometeu um crime perfeito”. 3. A sentença “A justiça e a lei nem sempre andam pelos
 Conclusão: mesmos caminhos” pode ser representada simbolicamente
“Ana é suspeita”. (Não se “desenha” a conclusão, apenas as por PΛQ, em que as proposições P e Q são convenientemente
premissas!) escolhidas.
A) Certo
B) Errado

Resposta: B.
Não, pois ^ representa o conectivo “e”, e o “e” é usado para
unir A justiça E a lei, e “A justiça” não pode ser considerada uma
proposição, pois não pode ser considerada verdadeira ou falsa.

O fato do enunciado ter falado apenas que “Ana não cometeu


um crime perfeito”, não nos diz se ela é suspeita ou não. Por isso
temos duas possibilidades (ver bonecos). Logo, a questão está er-
rada, pois não podemos afirmar, com certeza, que Ana é suspeita.
Logo, o argumento é inválido.

Didatismo e Conhecimento 17
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
4. Considere que a tabela abaixo representa as primeiras TJ-AC - Técnico Judiciário - Informática - CESPE/2012)
colunas da tabela-verdade da proposição

Logo, a coluna abaixo representa a última coluna dessa


tabela-verdade.

Com base na situação descrita acima, julgue o item a se-


guir.
A) Certo
B) Errado 5. O argumento cujas premissas correspondem às quatro
afirmações do jornalista e cuja conclusão é “Pedro não dis-
Resposta: A. putará a eleição presidencial da República” é um argumento
Fazendo a tabela verdade: válido.
A) Certo
P Q R (P→Q)^(~R) B) Errado
V V V F Resposta: A.
V V F V Argumento válido é aquele que pode ser concluído a partir
V F V F das premissas, considerando que as premissas são verdadeiras
então tenho que:
V F F F Se João for eleito prefeito ele disputará a presidência;
F V V F Se João disputar a presidência então Pedro não vai disputar;
F V F V Se João não for eleito prefeito se tornará presidente do parti-
do e não apoiará a candidatura de Pedro à presidência;
F F V F Se o presidente do partido não apoiar Pedro ele não disputará
F F F V a presidência.

Didatismo e Conhecimento 18
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
(PRF - Nível Superior - Conhecimentos Básicos - Todos os Cargos - CESPE/2012)
Um jovem, visando ganhar um novo smartphone no dia das crianças, apresentou à sua mãe a seguinte argumentação: “Mãe,
se tenho 25 anos, moro com você e papai, dou despesas a vocês e dependo de mesada, então eu não ajo como um homem da minha
idade. Se estou há 7 anos na faculdade e não tenho capacidade para assumir minhas responsabilidades, então não tenho um mí-
nimo de maturidade. Se não ajo como um homem da minha idade, sou tratado como criança. Se não tenho um mínimo de matu-
ridade, sou tratado como criança. Logo, se sou tratado como criança, mereço ganhar um novo smartphone no dia das crianças”.
Com base nessa argumentação, julgue os itens a seguir..

6. A proposição “Se estou há 7 anos na faculdade e não tenho capacidade para assumir minhas responsabilidades, então não
tenho um mínimo de maturidade” é equivalente a “Se eu tenho um mínimo de maturidade, então não estou há 7 anos na facul-
dade e tenho capacidade para assumir minhas responsabilidades”.
A) Certo
B) Errado

Resposta: B.
Equivalência de Condicional: P -> Q = ~ Q -> ~ P 
Negação de Proposição: ~ (P ^ Q)  =  ~ P v ~ Q 

P Q R ¬P ¬Q ¬R P^¬Q (P^¬Q) → ¬R ¬P^Q R→ (¬P^Q)


V V V F F F F V F F
V V F F F V F V F V
V F V F V F V F F F
V F F F V V V V F V
F V V V F F F V V V
F V F V F V F V V V
F F V V V F F V F F
F F F V V V F V F V

Portanto não são equivalentes.

7. Considere as seguintes proposições: “Tenho 25 anos”, “Moro com você e papai”, “Dou despesas a vocês” e “Dependo de
mesada”. Se alguma dessas proposições for falsa, também será falsa a proposição “Se tenho 25 anos, moro com você e papai, dou
despesas a vocês e dependo de mesada, então eu não ajo como um homem da minha idade”.
A) Certo
B) Errado

Resposta: A.
(A^B^C^D) E
Ora, se A ou B ou C ou D estiver falsa como afirma o enunciado, logo torna a primeira parte da condicional falsa, (visto que trata-se
da conjunção) tornando- a primeira parte da condicional falsa, logo toda a proposição se torna verdadeira.

8. A proposição “Se não ajo como um homem da minha idade, sou tratado como criança, e se não tenho um mínimo de ma-
turidade, sou tratado como criança” é equivalente a “Se não ajo como um homem da minha idade ou não tenho um mínimo de
maturidade, sou tratado como criança”.
A) Certo
B) Errado

Resposta: A.
A = Se não ajo como um homem da minha idade,
B = sou tratado como criança,
C= se não tenho um mínimo de maturidade

Didatismo e Conhecimento 19
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

A B C ~A  ~C (~A → B) (~C → B) (~A v ~ C) (~A→ B) ^ (~ C→ B) (~A v ~ C)→ B


V V V F F V V F V V
V V F F V V V V V V
V F V F F V V F V V
V F F F V V F V F F
F V V V F V V V V V
F V F V V V V V V V
F F V V F F V V F F
F F F V V F F V F F

De acordo com a tabela verdade são equivalentes.

Didatismo e Conhecimento 20
LEGISLAÇÃO APLICADA À
EBSERH
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH

Marina Perini Antunes Ribeiro


aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde pública,
observada, nos termos do art. 207 da Constituição Federal, a
autonomia universitária.
Possui graduação em Direito pelo Centro Universitário § 1º As atividades de prestação de serviços de assistência
Eurípides de Marília (2007). Pós Graduação em Direito à saúde de que trata o caput estarão inseridas integral e
Contemporâneo pela Opet de Curitiba/PR. Mestre em Teoria exclusivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.
do Direito e do Estado pelo Centro Universitário Eurípides de § 2º No desenvolvimento de suas atividades de assistência
Marília- UNIVEM. Atualmente, é Professora na UNIP. Membro à saúde, a EBSERH observará as orientações da Política
da Comissão de Meio Ambiente da OAB/SP Subseção de Assis/ Nacional de Saúde, de responsabilidade do Ministério da
SP. Membro do Grupo de Pesquisa CODIP - Constitucionalização Saúde.
do Direito Processual (vinculado ao CNPq). Colunista do site de § 3º É assegurado à EBSERH o ressarcimento das
notícias assiscity.com despesas com o atendimento de consumidores e respectivos
dependentes de planos privados de assistência à saúde, na
forma estabelecida pelo art. 32 da Lei no 9.656, de 3 de junho
1. LEI FEDERAL Nº 12.550, DE 15 DE de 1998, observados os valores de referência estabelecidos pela
DEZEMBRO DE 2011. Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Art. 4º Compete à EBSERH:


I - administrar unidades hospitalares, bem como prestar
serviços de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio
LEI Nº 12.550, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2011. diagnóstico e terapêutico à comunidade, no âmbito do SUS;
II - prestar às instituições federais de ensino superior e a outras
Autoriza o Poder Executivo a criar a empresa pública instituições congêneres serviços de apoio ao ensino, à pesquisa e
denominada Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no
EBSERH; acrescenta dispositivos ao Decreto-Lei no 2.848, de 7 campo da saúde pública, mediante as condições que forem fixadas
de dezembro de 1940 - Código Penal; e dá outras providências. em seu estatuto social;
III - apoiar a execução de planos de ensino e pesquisa de
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o instituições federais de ensino superior e de outras instituições
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: congêneres, cuja vinculação com o campo da saúde pública
ou com outros aspectos da sua atividade torne necessária essa
Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a criar empresa cooperação, em especial na implementação das residências
pública unipessoal, na forma definida no inciso II do art. 5o do médica, multiprofissional e em área profissional da saúde, nas
Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967, e no art. 5o do especialidades e regiões estratégicas para o SUS;
Decreto-Lei no 900, de 29 de setembro de 1969, denominada IV - prestar serviços de apoio à geração do conhecimento em
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH, com pesquisas básicas, clínicas e aplicadas nos hospitais universitários
personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, federais e a outras instituições congêneres;
vinculada ao Ministério da Educação, com prazo de duração V - prestar serviços de apoio ao processo de gestão dos
indeterminado. hospitais universitários e federais e a outras instituições congêneres,
§ 1º A EBSERH terá sede e foro em Brasília, Distrito com implementação de sistema de gestão único com geração de
Federal, e poderá manter escritórios, representações, indicadores quantitativos e qualitativos para o estabelecimento de
dependências e filiais em outras unidades da Federação. metas; e
§ 2º Fica a EBSERH autorizada a criar subsidiárias para VI - exercer outras atividades inerentes às suas finalidades,
o desenvolvimento de atividades inerentes ao seu objeto social, nos termos do seu estatuto social.
com as mesmas características estabelecidas no caput deste
artigo, aplicando-se a essas subsidiárias o disposto nos arts. 2º Art. 5º É dispensada a licitação para a contratação da EBSERH
a 8o, no caput e nos §§ 1º:, 4º e 5º do art. 9º e, ainda, nos arts. pela administração pública para realizar atividades relacionadas ao
10 a 15 desta Lei. seu objeto social.

Art. 2º A EBSERH terá seu capital social integralmente sob a Art. 6º A EBSERH, respeitado o princípio da autonomia
propriedade da União. universitária, poderá prestar os serviços relacionados às suas
Parágrafo único. A integralização do capital social será competências mediante contrato com as instituições federais de
realizada com recursos oriundos de dotações consignadas no ensino ou instituições congêneres.
orçamento da União, bem como pela incorporação de qualquer § 1º O contrato de que trata o caput estabelecerá, entre
espécie de bens e direitos suscetíveis de avaliação em dinheiro. outras:
Art. 3º A EBSERH terá por finalidade a prestação de serviços I - as obrigações dos signatários;
gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio II - as metas de desempenho, indicadores e prazos de execução
diagnóstico e terapêutico à comunidade, assim como a prestação às a serem observados pelas partes;
instituições públicas federais de ensino ou instituições congêneres III - a respectiva sistemática de acompanhamento e avaliação,
de serviços de apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão, ao ensino- contendo critérios e parâmetros a serem aplicados; e

Didatismo e Conhecimento 1
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
IV - a previsão de que a avaliação de resultados obtidos, no Art. 10 O regime de pessoal permanente da EBSERH será o da
cumprimento de metas de desempenho e observância de prazos Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-
pelas unidades da EBSERH, será usada para o aprimoramento de Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e legislação complementar,
pessoal e melhorias estratégicas na atuação perante a população condicionada a contratação à prévia aprovação em concurso
e as instituições federais de ensino ou instituições congêneres, público de provas ou de provas e títulos, observadas as normas
visando ao melhor aproveitamento dos recursos destinados à específicas editadas pelo Conselho de Administração.
EBSERH. Parágrafo único. Os editais de concursos públicos para
§ 2º Ao contrato firmado será dada ampla divulgação por o preenchimento de emprego no âmbito da EBSERH poderão
intermédio dos sítios da EBSERH e da entidade contratante estabelecer, como título, o cômputo do tempo de exercício em
na internet. atividades correlatas às atribuições do respectivo emprego.
§ 3º Consideram-se instituições congêneres, para efeitos
desta Lei, as instituições públicas que desenvolvam atividades Art. 11 Fica a EBSERH, para fins de sua implantação,
de ensino e de pesquisa na área da saúde e que prestem serviços autorizada a contratar, mediante processo seletivo simplificado,
no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. pessoal técnico e administrativo por tempo determinado.
§ 1º Os contratos temporários de emprego de que trata o
Art. 7º No âmbito dos contratos previstos no art. 6o, os caput somente poderão ser celebrados durante os 2 (dois) anos
servidores titulares de cargo efetivo em exercício na instituição subsequentes à constituição da EBSERH e, quando destinados
federal de ensino ou instituição congênere que exerçam atividades ao cumprimento de contrato celebrado nos termos do art. 6º,
relacionadas ao objeto da EBSERH poderão ser a ela cedidos para nos primeiros 180 (cento e oitenta) dias de vigência dele.
a realização de atividades de assistência à saúde e administrativas. § 2º Os contratos temporários de emprego de que trata
§ 1º Ficam assegurados aos servidores referidos no caput o caput poderão ser prorrogados uma única vez, desde que a
os direitos e as vantagens a que façam jus no órgão ou entidade soma dos 2 (dois) períodos não ultrapasse 5 (cinco) anos.
de origem.
§ 2º A cessão de que trata o caput ocorrerá com ônus para Art. 12. A EBSERH poderá celebrar contratos temporários
o cessionário. (Revogado pela Lei nº 12.863, de 2013) de emprego com base nas alíneas a e b do § 2º do art. 443 da
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-
Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, mediante processo seletivo
Art. 8º Constituem recursos da EBSERH:
simplificado, observado o prazo máximo de duração estabelecido
I - recursos oriundos de dotações consignadas no orçamento
no seu art. 445.
da União;
II - as receitas decorrentes:
Art. 13. Ficam as instituições públicas federais de ensino e
a) da prestação de serviços compreendidos em seu objeto;
instituições congêneres autorizadas a ceder à EBSERH, no âmbito
b) da alienação de bens e direitos;
e durante a vigência do contrato de que trata o art. 6o, bens e
c) das aplicações financeiras que realizar;
direitos necessários à sua execução.
d) dos direitos patrimoniais, tais como aluguéis, foros,
Parágrafo único. Ao término do contrato, os bens serão
dividendos e bonificações; e devolvidos à instituição cedente.
e) dos acordos e convênios que realizar com entidades
nacionais e internacionais; Art. 14. A EBSERH e suas subsidiárias estarão sujeitas à
III - doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe fiscalização dos órgãos de controle interno do Poder Executivo
forem destinados por pessoas físicas ou jurídicas de direito público e ao controle externo exercido pelo Congresso Nacional, com
ou privado; e auxílio do Tribunal de Contas da União.
IV - rendas provenientes de outras fontes.
Parágrafo único. O lucro líquido da EBSERH será reinvestido Art. 15. A EBSERH fica autorizada a patrocinar entidade
para atendimento do objeto social da empresa, excetuadas as fechada de previdência privada, nos termos da legislação vigente.
parcelas decorrentes da reserva legal e da reserva para contingência. Parágrafo único. O patrocínio de que trata o caput poderá ser
feito mediante adesão a entidade fechada de previdência privada
Art. 9º A EBSERH será administrada por um Conselho de já existente.
Administração, com funções deliberativas, e por uma Diretoria
Executiva e contará ainda com um Conselho Fiscal e um Conselho Art. 16. A partir da assinatura do contrato entre a EBSERH
Consultivo. e a instituição de ensino superior, a EBSERH disporá de prazo de
§ 1º O estatuto social da EBSERH definirá a composição, até 1 (um) ano para reativação de leitos e serviço inativos por falta
as atribuições e o funcionamento dos órgãos referidos no caput. de pessoal.
§ 2º (VETADO).
§ 3º (VETADO). Art. 17. Os Estados poderão autorizar a criação de empresas
§ 4º A atuação de membros da sociedade civil no Conselho públicas de serviços hospitalares.
Consultivo não será remunerada e será considerada como
função relevante. Art. 18. O art. 47 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
§ 5º Ato do Poder Executivo aprovará o estatuto da de 1940 - Código Penal, passa a vigorar acrescido do seguinte
EBSERH. inciso V:

Didatismo e Conhecimento 2
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
“Art. 47. ..................................................................... eletrônica de atendidos pelo SUS e a relação de beneficiários dos
............................................................................................. planos de saúde, obrigatoriamente entregues à ANS. Trata-se de
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou procedimento feito pela ANS, sem envolvimento das unidades
exame públicos.” (NR) assistenciais do SUS.
Um aspecto essencial da EBSERH é a gestão de pessoal,
Art. 19. O Título X da Parte Especial do Decreto-Lei nº que permitirá às universidades superar o impasse de três décadas,
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, passa a vigorar pois mantêm atualmente mais de 20 mil contratados de maneira
acrescido do seguinte Capítulo V: irregular em seus hospitais. A Empresa comporá as equipes de
cada hospital com seus profissionais concursados, mas sem abrir
“CAPÍTULO V mão da capacitada força de trabalho da própria universidade, no
das fraudes em certames de interesse público Regime Jurídico Único. Em face do indispensável princípio de
Fraudes em certames de interesse público gestão única, prevê-se a cessão destes, segundo decisão final do
‘Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim Reitor.
de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade A entrada de funcionários se faz exclusivamente por
do certame, conteúdo sigiloso de: concurso público. O regime CLT em empresas públicas pode ser
I - concurso público; comparado, vantajosamente, ao atual RJU, na carreira dos técnicos
II - avaliação ou exame públicos; e administrativos, em itens tais como: FGTS; acesso à justiça
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou trabalhista; acesso a pacotes de benefícios, como planos de saúde
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: e aposentadoria complementar, com participação do empregador;
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. data-base para dissídio coletivo, com garantia anual de reposição
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, da inflação, no mínimo.
por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às A estabilidade no emprego, que os afetos ao RJU conquistam
informações mencionadas no caput. após três anos de período probatório, não é assegurada no regime
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração CLT. No entanto, cada estatal tem seu próprio regime disciplinar, a
pública: prever os procedimentos formais para fundamentação de demissão,
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. com direito à defesa.
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é Parágrafo único. Os editais de concursos públicos para o
cometido por funcionário público’ (NR)”. preenchimento de emprego no âmbito da EBSERH poderão
estabelecer, como título, o cômputo do tempo de exercício em
Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. atividades correlatas às atribuições do respectivo emprego.
Para valorizar os candidatos mais experientes. Os concursos
COMENTÁRIOS baseados exclusivamente em provas de conhecimentos tendem a
desequilibrar a relação entre saber teórico e experiência.
Sendo empresa pública unipessoal, integrante da administração
indireta da União, não admite partilha de capital, nem mesmo
com instituições públicas. Como não é sociedade de economia
mista, não pode ser aberta a instituições privadas. Dependente 2. DECRETO Nº 7.661, DE 28 DE
de orçamento, é prestadora de serviços públicos essenciais à DEZEMBRO DE 2011.
sociedade.
Sendo a EBSERH ligada ao MEC, responderá ao ministro
por sua política. Este indica os diretores da Empresa e tem três
representantes no Conselho de Administração, o que assegura o
vínculo com as missões de ensino e pesquisa. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que
Direito privado significa, essencialmente, que a empresa lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o
pública não terá a vantagem, própria da administração direta e disposto na Lei no 12.550, de 15 de dezembro de 2011,
autarquias, de determinar regras impositivas. Relacionar-se-á com
seus parceiros em condições de igualdade. Seu regime de pessoal DECRETA:
é CLT, e não está isenta de impostos nem obrigações trabalhistas. Art. 1º Fica aprovado o Estatuto Social da Empresa Brasileira
Pode determinar suas próprias regras para licitações, às quais está de Serviços Hospitalares - EBSERH, nos termos do Anexo,
obrigada, mas em completa subordinação à Lei 8.666. empresa pública federal, unipessoal, vinculada ao Ministério da
O ressarcimento ao SUS, instituído pela Lei 9.656/98 em Educação.
seu artigo 32, está regulamentado pela RN 135 de 2008, da ANS.
Trata-se de recolhimento devido ao SUS, por parte das operadoras Art. 2º A constituição inicial do capital social da EBSERH será
de planos de saúde, por atendimentos feitos a seus clientes na rede de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), a ser integralizado
contratuaizado com o SUS. pela União.
O artigo 8º da RN estabelece que a instituição pública não
pode identificar, previamente, os pacientes portadores de plano Art. 3º: O disposto no art. 1o, inciso II do caput, do Decreto no
de saúde. A identificação se faz pela comparação entre a lista 757, de 19 de fevereiro de 1993, não se aplica à EBSERH.

Didatismo e Conhecimento 3
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
Art. 4º: Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Art. 5º A EBSERH sujeitar-se-á ao regime jurídico próprio
das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações
Brasília, 28 de dezembro de 2011; 190o da Independência e civis, comerciais, trabalhistas e tributários.
123o da República.
CAPÍTULO II
DILMA ROUSSEFF DO CAPITAL SOCIAL E DOS RECURSOS
José Henrique Paim Fernandes
Alexandre Rocha Santos Padilha Art. 6º O capital social da EBSERH é de R$ 5.000.000,00
Miriam Belchior (cinco milhões de reais), integralmente sob a propriedade da
União.
Este texto não substitui o publicado no DOU de 29.12.2011 Parágrafo único. O capital social da EBSERH poderá ser
aumentado e integralizado com recursos oriundos de dotações
ANEXO consignadas no orçamento da União, bem como pela incorporação
ESTATUTO SOCIAL DA EMPRESA BRASILEIRA DE de qualquer espécie de bens e direitos suscetíveis de avaliação em
SERVIÇOS dinheiro.
HOSPITALARES S.A. - EBSERH
Art. 7º Constituem recursos da EBSERH:
CAPÍTULO I I - as dotações que lhe forem consignadas no orçamento da
DA NATUREZA, FINALIDADE, SEDE E DURAÇÃO União;
II - as receitas decorrentes:
Art. 1º A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - a) da prestação de serviços compreendidos em seu objeto;
EBSERH, empresa pública dotada de personalidade jurídica de b) da alienação de bens e direitos;
direito privado e patrimônio próprio, reger-se-á pelo presente c) das aplicações financeiras que realizar;
Estatuto Social e pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis. d) dos direitos patrimoniais, tais como aluguéis, foros,
dividendos e bonificações; e
Parágrafo único. A EBSERH fica sujeita à supervisão do e) dos acordos e convênios que realizar com entidades
Ministro de Estado da Educação. nacionais e internacionais;
III - doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe
forem destinados por pessoas físicas ou jurídicas de direito público
Art. 2º A EBSERH tem sede e foro em Brasília, Distrito Federal,
ou privado;
e atuação em todo o território nacional, podendo criar subsidiárias,
IV - os oriundos de operações de crédito, assim entendidos
sucursais, filiais ou escritórios e representações no país.
os provenientes de empréstimos e financiamentos obtidos pela
entidade; e
Art. 3º A EBSERH terá por finalidade a prestação de serviços
V - rendas provenientes de outras fontes.
gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio
Parágrafo único. O lucro líquido da EBSERH será reinvestido
diagnóstico e terapêutico à comunidade, assim como a prestação às
para atendimento do objeto social da empresa, excetuadas as
instituições públicas federais de ensino ou instituições congêneres parcelas decorrentes da reserva legal e da reserva para contingência.
de serviços de apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão, ao ensino-
aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde pública, CAPÍTULO III
observada, nos termos do art. 207 da Constituição, a autonomia DA COMPETÊNCIA
universitária.
Art. 8º A EBSERH exercerá atividades relacionadas com suas
§ 1º As atividades de prestação de serviços de assistência finalidades, competindo-lhe, particularmente:
à saúde de que trata o caput estarão inseridas integral e I - administrar unidades hospitalares, bem como prestar
exclusivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. serviços de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de
§ 2º No desenvolvimento de suas atividades de assistência apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade, integralmente
à saúde, a EBSERH observará as diretrizes e políticas disponibilizados ao Sistema Único de Saúde;
estabelecidas pelo Ministério da Saúde. II - prestar, às instituições federais de ensino superior e a
§ 3º A execução das atividades mencionadas neste artigo outras instituições públicas congêneres, serviços de apoio ao
dar-se-á por meio da celebração de contrato específico para ensino e à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à
este fim, pactuado de comum acordo entre a EBSERH e formação de pessoas no campo da saúde publica, em consonância
cada uma das instituições de ensino ou instituições congêneres, com as diretrizes do Poder Executivo;
respeitado o princípio da autonomia das universidades. III - apoiar a execução de planos de ensino e pesquisa de
§ 4º A EBSERH, no exercício de suas atividades, deverá instituições federais de ensino superior e de outras instituições
estar orientada pelas políticas acadêmicas estabelecidas no públicas congêneres, cuja vinculação com o campo da saúde
âmbito das instituições de ensino com as quais estabelecer pública ou com outros aspectos da sua atividade torne necessária
contrato de prestação de serviços. essa cooperação, em especial na implementação de residência
médica ou multiprofissional e em área profissional da saúde, nas
Art. 4º: O prazo de duração da EBSERH é indeterminado. especialidades e regiões estratégicas para o SUS;

Didatismo e Conhecimento 4
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
IV - prestar serviços de apoio à geração do conhecimento em § 1º Aos integrantes dos órgãos de administração é
pesquisas básicas, clínicas e aplicadas nos hospitais universitários vedado intervir em operação em que, direta ou indiretamente,
federais e a outras instituições públicas congêneres; sejam interessadas sociedades de que detenham o controle ou
V - prestar serviços de apoio ao processo de gestão dos participação superior a cinco por cento do capital social.
hospitais universitários e federais e a outras instituições públicas § 2º O impedimento referido no § 1o aplica-se, ainda, quando
congêneres, com a implementação de sistema de gestão único se tratar de empresa em que ocupem ou tenham ocupado, em
com geração de indicadores quantitativos e qualitativos para o período imediatamente anterior à investidura na EBSERH, cargo
estabelecimento de metas; e de gestão.
VI - exercer outras atividades inerentes às suas finalidades.
CAPÍTULO V
Art. 9º A EBSERH prestará os serviços relacionados às suas DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
competências mediante contrato com as instituições federais
de ensino ou instituições públicas congêneres, o qual conterá, Art. 12. O órgão de orientação superior da EBSERH é o
obrigatoriamente: Conselho de Administração, composto por nove membros,
I - as obrigações dos signatários; nomeados pelo Ministro de Estado da Educação, obedecendo a
II - as metas de desempenho, indicadores e prazos de execução seguinte composição:
I - três membros indicados pelo Ministro de Estado da
a serem observados pelas partes; e
Educação, sendo que um será o Presidente do Conselho e outro
III - a respectiva sistemática de acompanhamento e avaliação,
substituto nas suas ausências e impedimentos;
contendo critérios e parâmetros a serem aplicados.
II - o Presidente da Empresa, que não poderá exercer a
Parágrafo único. A EBSERH dará ampla publicidade aos Presidência do Conselho, ainda que interinamente;
contratos firmados, inclusive por meio de sítio na Internet. III - um membro indicado pelo Ministro de Estado do
Planejamento, Orçamento e Gestão;
CAPÍTULO IV IV - dois membros indicados pelo Ministro de Estado da
DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS Saúde;
V - um representante dos empregados e respectivo suplente,
Art. 10. São órgãos estatutários da EBSERH: na forma da Lei nº 12.353, de 28 de dezembro de 2010; e
I - o Conselho de Administração; VI - um membro indicado pela Associação Nacional
II - a Diretoria Executiva; dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior -
III - o Conselho Fiscal; e ANDIFES, sendo reitor de universidade federal ou diretor de
IV - o Conselho Consultivo. hospital universitário federal.
§ 1º O prazo de gestão dos membros do Conselho de
Art. 11. Não podem participar dos órgãos da EBSERH, além Administração será de dois anos contados a partir da data de
dos impedidos por lei: publicação do ato de nomeação, podendo ser reconduzidos por
I - os que detenham controle ou participação relevante no capital igual período.
social de pessoa jurídica inadimplente com a EBSERH ou que lhe § 2º O representante dos empregados, de que trata o inciso
tenha causado prejuízo ainda não ressarcido, estendendo-se esse V deste artigo, e seu respectivo suplente, serão escolhidos
impedimento aos que tenham ocupado cargo de administração em dentre os empregados ativos da EBSERH, pelo voto direto de
pessoa jurídica nessa situação, no exercício social imediatamente seus pares, em eleição organizada pela empresa em conjunto
anterior à data da eleição ou nomeação; com as entidades sindicais que os representem, na forma da
II - os que houverem sido condenados por crime falimentar, de Lei no 12.353, de 2010, e sua regulamentação.
sonegação fiscal, de prevaricação, de corrupção ativa ou passiva, § 3º O representante dos empregados não participará das
discussões e deliberações sobre assuntos que envolvam relações
de concussão, de peculato, contra a economia popular, contra a fé
sindicais, remuneração, benefícios e vantagens, inclusive
pública, contra a propriedade ou que houverem sido condenados
assistenciais ou de previdência complementar, hipóteses em
a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a
que fica configurado o conflito de interesse, sendo tais assuntos
cargos públicos; deliberados em reunião separada e exclusiva para tal fim.
III - os declarados inabilitados para cargos de administração § 4º A investidura dos membros do Conselho de
em empresas sujeitas a autorização, controle e fiscalização de Administração far-se-á mediante assinatura em livro de termo
órgãos e entidades da administração pública direta e indireta; de posse.
IV - os declarados falidos ou insolventes; § 5º Na hipótese de recondução, o prazo de nova gestão
V - os que detiveram o controle ou participaram da conta-se a partir da data do término do prazo de gestão
administração de pessoa jurídica concordatária, falida ou anterior.
insolvente, no período de cinco anos anteriores à data da eleição § 6º Findo o prazo de gestão, o membro do Conselho de
ou nomeação, salvo na condição de síndico, comissário ou Administração permanecerá no exercício da função até a
administrador judicial; investidura de substituto.
VI - sócio, ascendente, descendente ou parente colateral ou § 7º No caso de vacância definitiva do cargo de Conselheiro,
afim, até o terceiro grau, de membro do Conselho de Administração, o substituto será nomeado pelos Conselheiros remanescentes e
da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal; servirá até a designação do novo representante, exceto no caso
VII - os que tiverem interesse conflitante com a sociedade. do representante dos empregados.

Didatismo e Conhecimento 5
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
§ 8º O suplente do representante dos empregados exercerá XIV - dirimir questões em que não haja previsão estatutária,
suas funções apenas no caso de vacância definitiva do seu aplicando, subsidiariamente, a Lei no 6.404, de 15 de dezembro
titular. de 1976.
§ 9º Salvo impedimento legal, os membros do Conselho de
Administração farão jus a honorários mensais correspondentes Art. 14. O Conselho de Administração reunir-se-á,
a dez por cento da remuneração média mensal dos Diretores ordinariamente, mensalmente e, extraordinariamente, sempre que
da EBSERH, além do reembolso, obrigatório, das despesas de for convocado pelo Presidente, a seu critério, ou por solicitação de,
locomoção e estada necessárias ao desempenho da função. pelo menos, quatro de seus membros.
§ 10 Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros § 1º O Conselho somente deliberará com a presença da
previstos em lei, considerar-se-á vaga a função de membro maioria absoluta dos seus membros.
do Conselho de Administração que, sem causa formalmente § 2º As deliberações do Conselho serão tomadas por
justificada, não comparecer a duas reuniões consecutivas ou maioria simples de votos dos presentes, respeitado o quorum
três alternadas, no intervalo de um ano, salvo caso de forca do § 1o, e registradas em atas, cabendo ao Presidente, além do
maior ou caso fortuito. voto ordinário, o voto de qualidade.

CAPÍTULO VI
Art. 13. Compete ao Conselho de Administração:
DA DIRETORIA
I - fixar as orientações gerais das atividades da EBSERH;
II - examinar e aprovar, por proposta do Presidente da
Art. 15. A EBSERH será administrada por uma Diretoria
EBSERH, políticas gerais e programas de atuação a curto, médio
Executiva, composta pelo Presidente e até seis Diretores, todos
e longo prazo, em harmonia com a política de educação, com nomeados e destituíveis, a qualquer tempo, pelo Presidente da
a política de saúde e com a política econômico-financeira do República, por indicação do Ministro de Estado da Educação.
Governo Federal; § 1º A investidura dos membros da Diretoria far-se-á
III - aprovar o regimento interno da EBSERH, que deverá mediante assinatura em livro de termo de posse.
conter, dentre outros aspectos, a estrutura básica da empresa e os § 2º O Presidente e Diretores da EBSERH serão nomeados
níveis de alçada decisória da Diretoria e do Presidente, para fins de dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
aprovação de operações; I - idoneidade moral e reputação ilibada;
IV - aprovar o orçamento e programa de investimentos e II - notórios conhecimentos na área de gestão, da atenção
acompanhar a sua execução; hospitalar e do ensino em saúde; e
V - aprovar os contratos previstos no art. 6o da Lei no 12.550, III - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva
de 2011; atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no
VI - apreciar os relatórios anuais de auditoria e as informações inciso anterior.
sobre os resultados da ação da EBSERH, bem como sobre os
principais projetos por esta apoiados; Art. 16. Compete à Diretoria:
I - administrar e dirigir os bens, serviços e negócios da EBSERH
VII - autorizar a contratação de auditores independentes; e decidir, por proposta dos responsáveis pelas respectivas áreas
VIII - opinar e submeter à aprovação do Ministro de Estado de coordenação, sobre operações de responsabilidade situadas no
da Fazenda, por intermédio do Ministro de Estado da Educação: respectivo nível de alçada decisória estabelecido pelo Conselho de
a) o relatório de administração e as demonstrações contábeis Administração;
anuais da EBSERH; II - propor e implementar as linhas orientadoras da ação da
b) a proposta de destinação de lucros ou resultados; EBSERH;
c) a proposta de criação de subsidiárias; e III - apreciar e submeter ao Conselho de Administração o
d) a proposta de dissolução, cisão, fusão e incorporação que orçamento e programa de investimentos da EBSERH;
IV - deliberar sobre operações, situadas no respectivo nível
envolva a EBSERH.
de alçada decisória estabelecido pelo Conselho de Administração;
IX - deliberar sobre alteração do capital e do estatuto social
V - autorizar a aquisição, alienação e oneração de bens
da EBSERH;
móveis, exceto valores mobiliários, podendo estabelecer normas
X - deliberar, mediante proposta da Diretoria Executiva, sobre: e delegar poderes;
a) o regulamento de licitação; VI - analisar e submeter à aprovação do Conselho de
b) o regulamento de pessoal, incluindo o regime disciplinar e Administração propostas de aquisição, alienação e oneração de
as normas sobre apuração de responsabilidade; bens imóveis e valores mobiliários;
c) o quadro de pessoal, com a indicação do total de vagas VII - estabelecer normas e delegar poderes, no âmbito de sua
autorizadas; e competência;
d) o plano de salários, benefícios, vantagens e quaisquer VIII - elaborar as demonstrações financeiras de encerramento
outras parcelas que componham a retribuição de seus empregados; de exercício;
XI - autorizar a aquisição, alienação e a oneração de bens IX - autorizar a realização de acordos, contratos e convênios
imóveis e valores mobiliários; que constituam ônus, obrigações ou compromissos para a
XII - autorizar a contratação de empréstimos no interesse da EBSERH, exceto os constantes do art. 6o da Lei no 12.550, de
EBSERH; 2011; e
XIII - designar e destituir o titular da auditoria interna, após X - pronunciar-se sobre todas as matérias que devam ser
aprovação da Controladoria Geral da União; e submetidas ao Conselho de Administração.

Didatismo e Conhecimento 6
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
Art. 17. A Diretoria reunir-se-á, ordinariamente, uma vez II - um membro indicado pelo Ministro de Estado da Saúde; e
por semana e, extraordinariamente, sempre que convocada pelo III - um membro indicado pelo Ministro de Estado da Fazenda
Presidente da EBSERH, deliberando com a presença da maioria como representante do Tesouro Nacional.
de seus membros. § 1º A investidura dos membros do Conselho Fiscal far-
§ 1º As deliberações da Diretoria serão tomadas por se-á mediante registro na ata da primeira reunião de que
maioria de votos e registradas em atas, cabendo ao Presidente, participarem.
além do voto ordinário, o de qualidade. § 2º O mandato dos membros do Conselho Fiscal será de
§ 2º O Presidente poderá vetar as deliberações da Diretoria, dois anos contados a partir da data de publicação do ato de
submetendo-as, neste caso, ao Conselho de Administração. nomeação, podendo ser reconduzidos por igual período.
§ 3º Salvo impedimento legal, os membros do Conselho
Art. 18. Compete ao Presidente: Fiscal farão jus a honorários mensais correspondentes a dez
I - representar a EBSERH, em juízo ou fora dele, podendo por cento da remuneração média mensal dos Diretores da
delegar essa atribuição, em casos específicos, e, em nome da EBSERH, além do reembolso, obrigatório, das despesas de
entidade, constituir mandatários ou procuradores; locomoção e estada necessárias ao desempenho da função.
II - convocar e presidir as reuniões da Diretoria;
III - coordenar o trabalho das unidades da EBSERH, podendo Art. 22. Cabe ao Conselho Fiscal:
delegar competência executiva e decisória e distribuir, entre os I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos
Diretores, a coordenação dos serviços da empresa; administradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais
IV - editar normas necessárias ao funcionamento dos órgãos e estatutários;
e serviços da EBSERH, de acordo com a organização interna e II - opinar sobre o relatório anual da administração e
a respectiva distribuição de competências estabelecidas pela demonstrações financeiras do exercício social;
Diretoria; III - opinar sobre a modificação do capital social, planos
V - admitir, promover, punir, dispensar e praticar os demais de investimento ou orçamentos de capital, transformação,
atos compreendidos na administração de pessoal, de acordo com incorporação, fusão ou cisão;
as normas e critérios previstos em lei e aprovados pela Diretoria, IV - denunciar, por qualquer de seus membros, os erros,
fraudes ou crimes que descobrirem, e sugerir providências úteis;
podendo delegar esta atribuição no todo ou em parte;
V - analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais
VI - designar substitutos para os membros da Diretoria, em
demonstrações financeiras elaboradas periodicamente pela
seus impedimentos temporários, que não possam ser atendidos
EBSERH; e
mediante redistribuição de tarefas, e, no caso de vaga, até o seu
VI - acompanhar a execução patrimonial, financeira e
preenchimento; e
orçamentária, podendo examinar livros e quaisquer outros
VII - apresentar, trimestralmente, ao Conselho de
documentos e requisitar informações.
Administração relatório das atividades da EBSERH.
§ 1º: A Diretoria e o Conselho de Administração são
obrigados a disponibilizar, por meio de comunicação formal,
Art. 19. Aos Diretores compete auxiliar o Presidente na aos membros em exercício do Conselho Fiscal, dentro de dez
direção e coordenação das atividades da EBSERH e exercer as dias, cópia das atas de suas reuniões e, dentro de quinze dias de
tarefas de coordenação que lhe forem atribuídas em regimento ou sua elaboração, cópias dos balancetes e demais demonstrações
delegadas pelo Presidente. financeiras elaboradas periodicamente, bem como dos relatórios
de execução do orçamento.
Art. 20. Os contratos que a EBSERH celebrar ou em que vier § 2º: O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, a
a intervir e os atos que envolvam obrigações ou responsabilidades cada mês e, extraordinariamente, quando convocado pelo seu
por parte da empresa serão assinados pelo Presidente, em conjunto Presidente.
com um Diretor. § 3º: Em caso de renúncia, falecimento ou impedimento, os
§ 1º Os títulos ou documentos emitidos em decorrência membros efetivos do Conselho Fiscal serão substituídos pelos
de obrigações contratuais, bem como os cheques e outras seus suplentes, até a nomeação de novo membro.
obrigações de pagamento serão assinados pelo Presidente, que § 4º: Além dos casos de morte, renúncia, destituição e
poderá delegar esta atribuição. outros previstos em lei, considerar-se-á vaga a função de
§ 2º Na hipótese de delegação da atribuição referida no § membro do Conselho Fiscal que, sem causa formalmente
1o, os títulos, documentos, cheques e outras obrigações deverão justificada, não comparecer a duas reuniões consecutivas ou
conter, pelo menos, duas assinaturas. três alternadas, no intervalo de um ano, salvo caso de forca
maior ou caso fortuito.
CAPÍTULO VII
DO CONSELHO FISCAL CAPÍTULO VIII
DO CONSELHO CONSULTIVO
Art. 21. O Conselho Fiscal, como órgão permanente da
EBSERH, compõe-se de três membros efetivos e respectivos Art. 23. Conselho Consultivo é órgão permanente da
suplentes, nomeados pelo Ministro de Estado da Educação, sendo: EBSERH que tem as finalidades de consulta, controle social e
I - um membro indicado pelo Ministro de Estado da Educação, apoio à Diretoria Executiva e ao Conselho de Administração, e é
que exercerá a sua presidência; constituído pelos seguintes membros:

Didatismo e Conhecimento 7
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
I- o Presidente da EBSERH, que o preside; Parágrafo único. Os prejuízos acumulados devem,
II - dois representantes do Ministério da Educação; preferencialmente, ser deduzidos do capital social.
III - um representante do Ministério da Saúde;
IV - um representante dos usuários dos serviços de saúde dos CAPÍTULO X
hospitais universitários federais, indicado pelo Conselho Nacional DA ORGANIZAÇÃO INTERNA E DO PESSOAL
de Saúde;
V - um representante dos residentes em saúde dos hospitais Art. 29. A estrutura organizacional da EBSERH e a respectiva
universitários federais, indicado pelo conjunto de entidades distribuição de competências serão estabelecidas pelo Conselho de
representativas; Administração, mediante proposta da Diretoria Executiva.
VI - um reitor ou diretor de hospital universitário, indicado Parágrafo único. O órgão de auditoria interna da EBSERH
pela ANDIFES; e vincula-se diretamente ao Conselho de Administração.
VII - um representante dos trabalhadores dos hospitais
universitários federais administrados pela EBSERH, indicado pela Art. 30. Aplica-se ao pessoal da EBSERH o regime jurídico
respectiva entidade representativa. estabelecido pela legislação vigente para as relações de emprego
§ 1º: Os membros do Conselho Consultivo serão indicados privado.
bienalmente pelos respectivos órgãos e entidades e designados Parágrafo único. O ingresso do pessoal far-se-á mediante
pelo Ministro de Estado da Educação, sendo sua investidura concurso público de provas ou de provas e títulos, observadas as
feita mediante registro na ata da primeira reunião de que normas específicas expedidas pela Diretoria, respeitado o disposto
participarem. no art. 10 da Lei nº 12.550, de 2011.
§ 2º: A atuação de membros da sociedade civil no Conselho
Consultivo não será remunerada e será considerada como CAPÍTULO XI
função relevante, assegurado o reembolso das despesas de DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
locomoção e estada necessárias ao desempenho da função.
Art. 31. Os membros do Conselho de Administração, da Diretoria
Art. 24. Compete ao Conselho Consultivo: Executiva, do Conselho Fiscal e os ocupantes de cargos de confiança,
I - opinar sobre as linhas gerais das políticas, diretrizes e direção, assessoramento ou chefia, ao assumirem suas funções,
estratégias da EBSERH, orientando o Conselho de Administração apresentarão declaração de bens e renda, anualmente renovada.
e a Diretoria Executiva no cumprimento de suas atribuições;
II - propor linhas de ação, programas, estudos, projetos, formas Art. 32. A EBSERH, na forma previamente definida pelo
de atuação ou outras medidas, orientando para que a EBSERH Conselho de Administração, assegurará aos integrantes e ex-
atinja os objetivos para a qual foi criada; integrantes dos Conselhos de Administração e Fiscal e da Diretoria
III - acompanhar e avaliar periodicamente o desempenho da Executiva a defesa em processos judiciais e administrativos contra
EBSERH; e eles instaurados pela prática de atos no exercício do cargo ou
IV - assistir à Diretoria e ao Conselho de Administração em função, nos casos em que não houver incompatibilidade com os
suas funções, sobretudo na formulação, implementação e avaliação interesses da empresa.
das estratégias de ação da EBSERH. Parágrafo único. A defesa prevista no caput aplica-se, no que
couber, e a critério do Conselho de Administração, aos empregados
Art. 25. O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinariamente ocupantes e ex-ocupantes de cargo ou de função de confiança.
pelo menos uma vez por ano e, extraordinariamente, sempre que
convocado pelo presidente, por sua iniciativa ou por solicitação Art. 33. A EBSERH rege-se pela Lei no 12.550, de 2011, pela
do Conselho de Administração, ou a pedido de um terço dos seus Lei no 6.404, de 1976, por este Estatuto e pelas demais normas que
membros. lhe sejam aplicáveis.

CAPÍTULO IX
DO EXERCÍCIO SOCIAL, DAS DEMONSTRAÇÕES 3. REGIMENTO INTERNO DA
FINANCEIRAS E DOS LUCROS EBSERH - 2ª REVISÃO.
Art. 26. O exercício social da EBSERH coincidirá com o ano
civil.

Art. 27. A EBSERH levantará demonstrações financeiras e CAPÍTULO I


procederá à apuração do resultado em 31 de dezembro de cada DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
exercício.
Artigo 1º. A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
Art. 28. Do resultado do exercício, feita a dedução para (Ebserh), empresa pública dotada de personalidade jurídica de
atender a prejuízos acumulados e a provisão para imposto sobre direito privado e patrimônio próprio, cuja criação foi autorizada
a renda, o Conselho de Administração proporá ao Ministro de pela Lei nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011, e cujo Estatuto
Estado da Fazenda a sua destinação, observando a parcela de cinco Social foi aprovado pelo Decreto nº 7.661, de 28 de dezembro de
por cento para a constituição da reserva legal, até o limite de vinte 2011, reger-se-á pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis
por cento do capital social. e pelos dispositivos deste Regimento.

Didatismo e Conhecimento 8
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
Artigo 2º. A Ebserh tem por finalidade a prestação de serviços CAPÍTULO II
gratuitos de atenção médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS E REGIMENTAIS
diagnóstico e terapêutico à comunidade, bem como a prestação, às SEÇÃO I
instituições públicas federais de ensino ou instituições congêneres, DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
de serviços de apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão, ao ensino-
aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde pública, Artigo 3º. Para cumprimento das suas competências legais, a
observada, nos termos do art. 207 da Constituição Federal, a Ebserh apresenta a seguinte estrutura de governança:
autonomia universitária. § 1º Órgãos de administração:
§ 1º Para a execução de suas finalidades, a Ebserh deverá: I – Conselho de Administração;
I – planejar, implantar, coordenar, monitorar, avaliar e criar II – Diretoria Executiva;
condições para aperfeiçoar continuamente a autoadministração, III – Conselho Consultivo.
em um sistema unificado entre a Sede, as filiais ou outras unidades § 2º Órgãos de fiscalização:
descentralizadas, e a prestação de serviços de atenção à saúde da I – Conselho Fiscal;
população, integralmente disponibilizados ao Sistema Único de II – Auditoria Interna.
Saúde (SUS), por meio dessas filiais e unidades descentralizadas; § 3° Comissões e Comitês:
I – Comissão de Ética;
II – criar condições para o aperfeiçoamento da realização e o
II – Comissão de Controle Interno;
desenvolvimento dos programas de residência em todos os campos
III – Comitê Interno de Gestão do Rehuf;
da saúde, particularmente nas especialidades e regiões estratégicas
IV – outras Comissões e Comitês constituídos pela Presidência
para o trabalho e o desenvolvimento do SUS, em função das ou pela Diretoria Executiva.
necessidades da população;
III – criar, juntamente com as universidades, condições SEÇÃO II
de apoio para o aperfeiçoamento do ensino e da produção de DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO
conhecimento em pesquisas básicas, clínicas, tecnológicas ou
aplicadas, nos hospitais universitários federais, assim como em Artigo 4º. Os órgãos de administração da Ebserh serão
unidades descentralizadas da Ebserh, de acordo com as diretrizes integrados por brasileiros, residentes no País, dotados de notório
do Poder Executivo e em conformidade com as atribuições de saber, inclusive sobre as melhores práticas de governança
outros órgãos dos sistemas universitário e de saúde; corporativa, experiência, idoneidade moral, reputação ilibada e
IV – integrar, articular e otimizar os processos de atenção capacidade técnica compatível com o cargo.
à saúde e de gestão dos hospitais universitários federais e Parágrafo Único. Os membros da Diretoria Executiva deverão
instituições públicas congêneres, por meio de um sistema de ter experiência Profissional mínima de 10 anos em suas respectivas
informação, monitoramento, avaliação e aperfeiçoamento áreas de atuação, comprovada por meio de documentação
unificado, finalidades das instituições federais de ensino superior pertinente.
(Ifes) e com as necessidades, condições e possibilidades regionais
e institucionais.” Artigo 5º. Não podem participar dos órgãos de administração
V – exercer outras atividades inerentes às suas finalidades, da Ebserh os impedidos por lei e pelo Estatuto Social.
nos termos da Lei nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011, do seu
Estatuto Social e deste Regimento. Subseção I
§ 2º Para os fins deste regimento, considera-se: Do Conselho de Administração
I – Sede: o conjunto das unidades integrantes da administração
central da Ebserh, cujas competências prioritárias são a articulação, Artigo 6º. O órgão de orientação superior da Ebserh é o
a coordenação, o monitoramento, a avaliação, o planejamento e a Conselho de Administração, composto por nove membros,
gestão das finalidades da empresa; nomeados pelo Ministro de Estado da Educação, obedecendo a
II – filiais: o conjunto de unidades descentralizadas da seguinte composição:
Ebserh, constituído pelos hospitais universitários federais, cuja I – três membros indicados pelo Ministro de Estado da
Educação, sendo que um será o Presidente do Conselho e outro
competência prioritária é o apoio e a prestação direta da atenção à
será seu substituto, nas suas ausências e impedimentos;
saúde, bem como a integração respectiva ao ensino e à pesquisa;
II – o Presidente da Ebserh, que não poderá exercer a
III – unidades descentralizadas: unidades ou conjuntos de
Presidência do Conselho, ainda que interinamente;
unidades descentralizadas da Ebserh, na forma de escritórios,
III – um membro indicado pelo Ministro de Estado do
representações ou subsidiárias. Planejamento, Orçamento e Gestão;
§ 3º As atividades de prestação de serviços de atenção IV – dois membros indicados pelo Ministro de Estado da
à saúde de que trata o caput deste artigo estarão inseridas Saúde;
integral e exclusivamente no âmbito do SUS, observadas as V – um representante dos empregados, e respectivo suplente,
diretrizes e políticas estabelecidas pelo Ministério da Saúde. na forma da Lei nº 12.353, de 28 de dezembro de 2010; e
§ 4º A execução das atividades da Ebserh, por intermédio VI – um membro indicado pela Associação Nacional dos
de suas filiais e unidades descentralizadas, dar-se-á por meio Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes),
da celebração de contrato específico para esse fim, nos termos sendo reitor de universidade federal ou superintendente de hospital
da Lei nº 12.550/11. universitário federal.

Didatismo e Conhecimento 9
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
§ 1º O prazo de gestão dos membros do Conselho de V – aprovar os contratos previstos no art. 6º da Lei nº 12.550,
Administração será de dois anos, contados a partir da data de de 15 de dezembro de 2011;
publicação do ato de nomeação, podendo ser reconduzidos por VI – apreciar e aprovar o Relatório Anual de Gestão
igual período. apresentado pela Administração da Ebserh;
§ 2º O representante dos empregados, de que trata o VII – apreciar o Relatório Anual de Atividades de Auditoria
inciso V deste artigo, e seu respectivo suplente serão escolhidos Interna (RAINT), nos termos da Resolução CGPAR nº 3, de 31 de
dentre os empregados ativos da Ebserh, pelo voto direto de dezembro de 2010;
seus pares, em eleição organizada pela empresa em conjunto VIII – autorizar a contratação de auditores independentes;
com as entidades sindicais que os representem, na forma da IX – opinar e submeter à aprovação do Ministro de Estado da
Lei nº 12.353/10 e sua regulamentação. Fazenda, por intermédio do Ministro de Estado da Educação:
§ 3º O representante dos empregados não participará das a) relatórios de administração e demonstrações contábeis
discussões e deliberações sobre assuntos que envolvam relações anuais da Ebserh;
sindicais, remuneração, benefícios e vantagens, inclusive b) propostas de destinação de resultados e eventuais lucros;
assistenciais ou de previdência complementar, hipóteses c) propostas de criação de subsidiárias; e
em que fica configurado o conflito de interesses, sendo estes d) propostas de dissolução, cisão, fusão ou incorporação que
envolvam a Ebserh;
assuntos deliberados em reunião separada e exclusiva para
X – deliberar sobre propostas de alteração do capital e do
tais fins.
Estatuto Social da Ebserh;
§ 4º A investidura dos membros do Conselho de
XI – deliberar, mediante proposta da Diretoria Executiva,
Administração será feita mediante assinatura em livro de sobre:
termo de posse. a) o regulamento de licitações;
§ 5º Na hipótese de recondução, o prazo de nova gestão b) o regulamento de pessoal, incluindo o regime disciplinar e
conta-se a partir da data do término do prazo de gestão as normas sobre apuração de responsabilidade;
anterior. c) o quadro de pessoal, com a indicação do total de vagas
§ 6º Findo o prazo de gestão, o membro do Conselho de autorizadas; e
Administração permanecerá no exercício da função até a d) o Plano de Cargos, Carreiras e Salários; o Plano de
investidura de substituto. Benefícios; e o Plano de Cargos em Comissão e Funções
§ 7º No caso de vacância do cargo de Conselheiro, o Gratificadas;
substituto será nomeado pelos Conselheiros remanescentes e XII – autorizar a aquisição, alienação e oneração de bens
servirá até a designação do novo representante, exceto no caso imóveis e valores mobiliários;
do representante dos empregados. XIII – autorizar a contratação de empréstimos no interesse da
§ 8º O suplente do representante dos empregados exercerá Ebserh;
suas funções apenas no caso de vacância do titular. XIV – designar e destituir o titular da Auditoria Interna, após
§ 9º Salvo impedimento legal, os membros do Conselho de aprovação da Controladoria Geral da União; e
Administração farão jus a honorários mensais correspondentes XV – aprovar a criação de escritórios, representações,
a dez por cento da remuneração média mensal dos Diretores dependências e filiais da Empresa.
da Ebserh, além do reembolso obrigatório das despesas de
locomoção e estada necessárias ao desempenho da função. Artigo 9º. O Conselho de Administração reunir-se-á,
§ 10 Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros ordinariamente, a cada mês e, extraordinariamente, sempre que for
previstos em lei,considerar-se-á vaga a função do membro convocado pelo Presidente, a seu critério, ou por solicitação de,
do Conselho de Administração que, sem causa formalmente pelo menos, quatro de seus membros.
justificada, não comparecer a duas reuniões consecutivas ou § 1º O Conselho somente deliberará com a presença da
três alternadas, no intervalo de um ano, salvo por motivo de maioria absoluta de seus membros.
§ 2º As deliberações do Conselho serão realizadas por
força maior ou caso fortuito.
maioria simples de votos dos presentes, respeitado o quórum
do § 1°, e serão registradas em ata, cabendo ao Presidente,
Artigo 7º. O Conselho de Administração aprovará, em ato além do voto ordinário, o voto de qualidade.
próprio, seu Regimento Interno. § 3º Deliberar sobre matérias não previstas pelo Estatuto
Social da Empresa ou por este Regimento.
Artigo 8º. Compete ao Conselho de Administração: § 4º Admite-se a decisão ad referendum, pelo Presidente,
I – fixar as orientações gerais das atividades da Ebserh; em casos de comprovada urgência, devendo ser ela submetida
II – examinar e aprovar, por proposta do Presidente da à aprovação do colegiado, na primeira reunião subsequente do
Ebserh, as políticas gerais e programas de atuação da Empresa, a Conselho.
curto, médio e longo prazos, em consonância com as políticas de
educação; de saúde; e econômico-financeira do Governo Federal; Subseção II
III – aprovar o Regimento Interno da Ebserh e suas alterações Da Diretoria Executiva
supervenientes, o qual deverá conter, dentre outros aspectos, a
estrutura básica da Empresa e os níveis de alçada decisória das Artigo 10. A Ebserh será administrada por uma Diretoria
Diretorias e do Presidente; Executiva, composta pelo Presidente e até seis Diretores, todos
IV – aprovar o orçamento e o programa de investimentos nomeados e destituíveis, a qualquer tempo, pelo Presidente da
propostos pela Presidência e acompanhar a sua execução; República, por indicação do Ministro de Estado da Educação.

Didatismo e Conhecimento 10
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
§ 1º. Os componentes da Diretoria Executiva são: XIV – autorizar a realização de acordos, contratos e convênios
I – o Presidente da Ebserh; que constituam ônus, obrigações ou compromissos para a Ebserh,
II – o Diretor de Atenção à Saúde (DAS); exceto os constantes do art. 6º da Lei nº 12.550, de 15 de dezembro
III – o Diretor de Gestão de Pessoas (DGP); de 2011;
IV – o Diretor de Administração e Infraestrutura (DAI); XV – pronunciar-se em relação às matérias que devam ser
V – o Diretor de Controladoria e Finanças (DCF); e submetidas ao Conselho de Administração;
VI – o Diretor de Gestão de Processos e Tecnologia da XVI – fornecer todas e quaisquer informações solicitadas
Informação (DGPTI). pelos Conselhos;
§ 2º. A investidura dos membros da Diretoria far-se-á XVII – fornecer ao Conselho de Administração os recursos
mediante assinatura em livro de termo de posse. necessários ao seu funcionamento;
§ 3º: O Presidente e os Diretores da Ebserh serão nomeados XVIII – aprovar o Plano Estratégico da Ebserh para ações
dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: com períodos definidos;
I – idoneidade moral e reputação ilibada; XIX – aprovar o Plano Diretor de Tecnologia da Informação
II – notórios conhecimentos na área de gestão, de atenção (PDTI) e a Política de Segurança da Informação (PSI), elaborados
pela Diretoria de Gestão de Processos e Tecnologia da Informação; e
hospitalar e de ensino em saúde;
XX – propor ao Conselho de Administração a criação de
III – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva
escritórios, representações, dependências e filiais da Empresa.
atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no
Parágrafo Único. Admite-se a decisão ad referendum, pelo
inciso anterior.
Presidente, em caso de comprovada necessidade, devendo ela ser
submetida à votação, na primeira reunião subsequente da Diretoria
Artigo 11. Compete à Diretoria Executiva: Executiva.
I – administrar e dirigir os bens, serviços e negócios da Ebserh,
e decidir, por proposta das áreas competentes, sobre operações de Subseção III
responsabilidade situadas no respectivo nível de alçada decisória Do Conselho Consultivo
estabelecido pelo Conselho de Administração;
II – propor os valores dos regimes de alçada para as várias Artigo 12. O Conselho Consultivo é o órgão permanente
instâncias de gestão da Ebserh; da Ebserh que tem a finalidade de oferecer consultoria e apoio
III – aprovar os dados, indicadores e sinalizadores para o à Diretoria Executiva e ao Conselho de Administração, além de
monitoramento e avaliação contínuos das unidades e órgãos avaliar e fazer sugestões em relação ao papel social da Ebserh,
componentes da Ebserh, consolidados e apresentados pela de acordo com seus objetivos específicos na sociedade, sendo
Diretoria de Gestão de Processos e Tecnologia da Informação, em constituído pelos seguintes membros:
conjunto com a Coordenadoria de Gestão Integrada, a partir de I – o Presidente da Ebserh, que o preside;
propostas das Diretorias ou em articulação e avaliação conjunta II – dois representantes do Ministério da Educação;
com elas; III – um representante do Ministério da Saúde;
IV – monitorar e avaliar continuamente os processos IV – um representante dos usuários dos serviços de saúde dos
de serviços e de gestão, assim como as condições para o hospitais universitários federais, filiais da Ebserh, indicado pelo
funcionamento adequado da Sede, das filiais da Ebserh ou outras Conselho Nacional de Saúde;
unidades descentralizadas; V – um representante dos residentes em saúde dos hospitais
V – propor e implementar as linhas orientadoras das ações da universitários federais, indicado pelo conjunto de entidades
Ebserh; representativas;
VI – aprovar os regulamentos internos das Diretorias da VI – um reitor ou superintendente de hospital universitário,
Ebserh e demais órgãos da Sede, assim como seus respectivos indicado pela Andifes; e
quadros de pessoal e organogramas funcionais; VII – um representante dos trabalhadores dos hospitais
VII – aprovar os planos e relatórios anuais de cada Diretoria universitários federais administrados pela Ebserh, indicado pela
respectiva entidade representativa.
da Ebserh;
§ 1º Os membros do Conselho Consultivo serão indicados
VIII – aprovar e submeter ao Conselho de Administração o
bienalmente, pelos respectivos órgãos ou entidades, e designados
orçamento e o programa de investimentos da Ebserh;
pelo Ministro de Estado da Educação, sendo suas investiduras feitas
IX – deliberar sobre operações situadas no respectivo nível
mediante registro na ata da primeira reunião de que participarem.
de alçada decisória estabelecido pelo Conselho de Administração; § 2º A atuação de membros da sociedade civil no Conselho
X – autorizar a aquisição, alienação e oneração de bens Consultivo não será remunerada e será considerada como
móveis, exceto valores mobiliários; função socialmente relevante, assegurada a indenização das
XI – analisar e submeter à aprovação do Conselho de despesas com locomoção, estadia e alimentação necessárias ao
Administração propostas de aquisição, alienação e oneração de desempenho da função.
bens imóveis e valores mobiliários;
XII – estabelecer normas e delegar poderes, no âmbito de suas Artigo 13. Compete ao Conselho Consultivo:
competências; I – opinar a respeito das linhas gerais das políticas, diretrizes
XIII – elaborar as demonstrações financeiras de encerramento e estratégias da Ebserh, indicando propostas de melhoria ao
de exercício; Conselho de Administração e à Diretoria Executiva;

Didatismo e Conhecimento 11
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
II – propor linhas de ação, programas, estudos, projetos, III – analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais
formas de atuação ou outras medidas, para que a Ebserh atinja os demonstrações financeiras, elaboradas periodicamente pela
objetivos para os quais foi criada; Ebserh;
III – acompanhar periodicamente o desempenho da Ebserh; IV – acompanhar a execução patrimonial, financeira e
IV – assistir a Diretoria Executiva e o Conselho de orçamentária, podendo examinar livros e quaisquer outros
Administração em suas funções, sobretudo na formulação, documentos e requisitar informações para essa finalidade;
implementação e avaliação de estratégias de ação da Ebserh. V – opinar sobre o Relatório Anual de Gestão e as
demonstrações financeiras de cada exercício social;
Artigo 14. O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinariamente, VI – opinar sobre a modificação do capital social, orçamento,
pelo menos uma vez por ano e, extraordinariamente, a pedido planos de investimento, transformação, incorporação, fusão ou
de um terço dos seus membros ou sempre que convocado pelo cisão.
presidente, por sua iniciativa ou por solicitação do Conselho de § 1º A Diretoria Executiva e o Conselho de Administração
Administração. são obrigados a disponibilizar, por meio de comunicação
formal, aos membros em exercício do Conselho Fiscal, em até
SEÇÃO III dez dias, cópia das atas de suas reuniões e, em até quinze dias de
DOS ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO sua elaboração, cópias dos balancetes e demais demonstrações
financeiras elaboradas periodicamente, bem como dos relatórios
Artigo 15. São órgãos de fiscalização da Ebserh o Conselho de execução do orçamento.
Fiscal e a Auditoria Interna. § 2º O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, a
cada mês e, extraordinariamente, quando convocado pelo seu
Subseção I presidente.
Do Conselho Fiscal
Subseção II
Artigo 16. O Conselho Fiscal, como órgão permanente Da Auditoria Interna
da Ebserh, é composto por três membros efetivos e respectivos
suplentes, nomeados pelo Ministro de Estado da Educação, sendo: Artigo 18. O órgão de Auditoria Interna da Ebserh vincula-se
I – um membro indicado pelo Ministro de Estado da Educação, diretamente ao Conselho de Administração, nos termos do art. 15,
que exercerá a presidência; § 3º, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000, e terá suporte
II – um membro indicado pelo Ministro de Estado da Saúde; e administrativo da Presidência da Ebserh, que proverá os meios e
III – um membro indicado pelo Ministro de Estado da Fazenda, condições necessários à execução das suas competências.
como representante do Tesouro Nacional. § 1º A Auditoria Interna da Ebserh é uma atividade
§ 1º A investidura dos membros do Conselho Fiscal far- independente, de avaliação e assessoramento aos gestores da
se-á mediante registro na ata da primeira reunião de que entidade, no acompanhamento da execução dos programas
participarem. de governo, visando comprovar o cumprimento das metas, o
§ 2º O mandato dos membros do Conselho Fiscal será de alcance dos objetivos e a adequação da gestão.
dois anos, contados a partir da data de publicação do ato de § 2º A Auditoria Interna recebe orientação normativa e
nomeação, podendo ser reconduzidos por igual período. supervisão técnica do Sistema de Controle Interno do Poder
§ 3º Em caso de renúncia, falecimento ou impedimento, os Executivo Federal, de acordo com o caput do art. 15 do Decreto
membros efetivos do Conselho Fiscal serão substituídos pelos n.º 3.591, de 6 de setembro de 2000.
seus suplentes, até a nomeação de novo membro. § 3º A nomeação, designação, exoneração ou dispensa
§ 4º Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros do Auditor Geral, titular da Auditoria Interna da Sede
previstos em lei, considerar-se-á vaga a função do membro do será submetida, pelo Presidente da Ebserh, à aprovação do
Conselho Fiscal que, sem causa formalmente justificada, não Conselho de Administração e, subsequentemente, à aprovação
comparecer a duas reuniões consecutivas ou três alternadas, da Controladoria-Geral da União, nos termos do art. 15, §5º,
no intervalo de um ano, salvo em caso de força maior. do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000.
§ 5º Salvo impedimento legal, os membros do Conselho § 4º É vedada a atuação dos auditores internos em
Fiscal farão jus a honorários mensais correspondentes a dez atividades que possam caracterizar participação na gestão,
por cento da remuneração média mensal dos Diretores da conforme determina o art. 1º, alínea “d” da Resolução/
Ebserh, além da indenização obrigatória para as despesas de CGPAR/ n° 2, de 31 de dezembro de 2010.
locomoção, alimentação e estada necessárias ao desempenho
da função. Artigo 19. Compete à Auditoria Interna:
I – estabelecer estratégias com o objetivo de avaliar a
Artigo 17. Compete ao Conselho Fiscal: legalidade e acompanhar os resultados da gestão orçamentária,
I – fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos financeira, patrimonial e de recursos humanos da Sede e filiais;
administradores da Ebserh e verificar o cumprimento de seus II – definir metas e procedimentos para auditoria e fiscalização,
deveres legais, estatutários e regimentais; por meio de ações preventivas e corretivas;
II – denunciar, por qualquer de seus membros, erros, fraudes III – definir estratégias para a execução de ações de controle
ou crimes que identificarem no âmbito da Ebserh, e propor nas entidades públicas e privadas sob Contrato de Gestão com a
providências corretivas e saneadoras para o que for identificado; Sede e filiais;

Didatismo e Conhecimento 12
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
IV – elaborar e submeter à aprovação do Conselho de § 3º A Comissão de Ética da Ebserh será administrativa-
Administração o Plano Anual de Atividades de Auditoria Interna mente vinculada à Presidência, que proverá o apoio técnico e
(PAINT), de acordo com o disposto na legislação; material para suas atividades, após aprovação do seu plano de
V – elaborar o Relatório Anual de Atividades de Auditoria trabalho, nos termos do § 1º do art. 7º do Decreto 6.029, de 1º
Interna (RAINT), e apresentá-lo ao Conselho de Administração, de fevereiro de 2007.
de acordo com o disposto na legislação;
VI – examinar e emitir Parecer quanto à Prestação de Contas Artigo 25. Compete à Comissão de Ética:
anual, e tomada de contas especial, nos termos da legislação em I – dirimir dúvidas a respeito da interpretação das normas éti-
vigor. cas a que estão subordinados os empregados da Ebserh, e deliberar
VII – elaborar e encaminhar, ao Conselho de Administração em relação a casos omissos;
e ao Presidente da Ebserh, relatórios gerenciais e operacionais das II – apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em desa-
auditorias realizadas; cordo com as normas éticas pertinentes;
VIII – instituir, em conjunto com os demais setores da Ebserh, III – disseminar informações e desenvolver capacitação, junto
instrumentos internos de controle administrativo de desempenho, às unidades e setores da Ebserh, em relação a orientações de ética
de aplicação dos recursos públicos e da guarda dos bens públicos, profissional no âmbito da instituição;
sua área de atuação, nos termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de IV – representar a Ebserh na Rede de Ética do Poder Executivo
6 de setembro de 2000; Federal, conforme previsto no art. 9º do Decreto n° 6029, de 1º de
IX – prestar apoio aos Conselhos de Administração e Fiscal, fevereiro de 2007;
dentro do limite de suas competências. V – elaborar e aprovar seu regulamento interno;
VI – escolher seu presidente;
Artigo 20. Todos os servidores e empregados da Ebserh VII – exercer outras atividades inerentes às suas finalidades.
prestarão o apoio necessário para a realização das Ações de Parágrafo Único. Aos dirigentes da Ebserh aplicam-se as
Controle da Auditoria Interna. disposições contidas no Código de Conduta da Alta Administração
Parágrafo Único. Quando se fizer necessário, a Auditoria Federal.
Interna poderá solicitar a assistência de especialistas e de outros
profissionais, internos ou externos à instituição.
Subseção II
Da Comissão de Controle Interno
Artigo 21. A Auditoria Interna possui autorização para acesso
a registros, pessoal, informações, sistemas e propriedades físicas
Artigo 26. O presidente da Ebserh poderá constituir Comissão
relevantes à execução de suas ações de controle.
de Controle Interno, composta por seis membros, sendo um
Parágrafo Único. A Auditoria Interna poderá solicitar às áreas
da Sede ou das filiais da Ebserh, ou a unidades a ela vinculadas, representante da Presidência e um representante de cada Diretoria.
quando necessário ou pertinente, informações que deverão ser Parágrafo Único. A Comissão, por ato próprio, aprovará seu
apresentadas tempestiva e obrigatoriamente pelos seus respectivos regulamento interno, incluindo suas competências institucionais.
gestores.
Subseção III
SEÇÃO IV Do Comitê Interno de Gestão do Rehuf
DAS COMISSÕES E COMITÊS
Artigo 27. O presidente constituirá Comitê Interno de Gestão
Artigo 22. Sem prejuízo de outras que possam ser criadas, são do Rehuf com a seguinte composição:
comissões e comitês da Ebserh: a Comissão de Ética, a Comissão I – o Coordenador de Gestão Integrada da Presidência da
de Controle Interno e o Comitê Interno de Gestão do Rehuf. Ebserh, que o presidirá;
II – o Diretor de Gestão de Pessoas;
Subseção I III – o Diretor de Atenção à Saúde;
Da Comissão de Ética IV – o Diretor de Administração e Infraestrutura;
V – o Diretor de Gestão de Processos e Tecnologia da
Artigo 23. O Presidente da Ebserh constituirá Comissão de Informação;
Ética composta por três servidores ou empregados titulares de VI – o Diretor de Controladoria e Finanças; e,
cargo efetivo ou emprego permanente, e seus respectivos suplentes, VII – os assessores da Assessoria de Planejamento e Relações
conforme Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994. Institucionais responsáveis pelo acompanhamento direto dos
hospitais universitários federais.
Artigo 24. É finalidade da Comissão de Ética zelar pelo Parágrafo Único. A critério do Presidente do Comitê, poderão
cumprimento do Código de Ética Profissional da Ebserh. participar das reuniões, como convidados, gestores ou assessores
§ 1º Os membros da Comissão serão designados pelo das Diretorias e empregados da empresa.
Presidente para mandatos não coincidentes de três anos.
§ 2º A atuação no âmbito da Comissão de Ética não enseja Artigo 28. O Comitê Interno de Gestão do Rehuf, vinculado
qualquer remuneração para seus membros e os trabalhos nela à Presidência, terá a finalidade de definir as prioridades para a
desenvolvidos são considerados prestação de relevante serviço aplicação dos recursos do Programa, bem como acompanhar e
público. monitorar a sua execução.

Didatismo e Conhecimento 13
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
§ 1º As definições estabelecidas pelo comitê deverão con- IV – coordenar e articular o trabalho em relação às unidades
templar as diretrizes estabelecidas pelo Comitê Gestor do Pro- da Ebserh, tanto na Sede quanto nas suas filiais e unidades des-
grama Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários centralizadas, podendo delegar competência executiva e decisória
Federais (Rehuf). e distribuir, entre os Diretores, a coordenação e articulação dos
§ 2º O Comitê de que trata o caput deverá enviar ao Comi- serviços da Empresa;
tê Gestor do Programa Nacional de Reestruturação dos Hos- V – editar normas necessárias ao funcionamento dos órgãos e
pitais Universitários Federais, propostas para atualização dos serviços da Ebserh, de acordo com a organização interna e a res-
critérios para a descentralização de recursos do Programa, de pectiva distribuição de competências da Sede e das filiais ou uni-
acordo com o perfil assistencial e de ensino dos Hospitais Univer- dades descentralizadas, estabelecidas por este Regimento e pela
sitários e com as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Diretoria Executiva;
VI – admitir, promover, punir, dispensar e praticar os demais
SEÇÃO V atos compreendidos na administração de pessoal, de acordo com
DA ORGANIZAÇÃO INTERNA as normas e critérios previstos em Lei, neste Regimento e na ava-
liação da Comissão de Ética da Ebserh, podendo delegar essas atri-
Artigo 29. A estrutura organizacional da Ebserh, compreen- buições no todo ou em parte;
dendo a Sede, as Filiais e unidades descentralizadas, será estabe- VII – designar substitutos para os membros da Diretoria, em
lecida no organograma funcional aprovado pelo Conselho de Ad- seus impedimentos temporários, que não possam ser atendidos
ministração, assim como o Plano de Cargos, Carreiras e Salários; mediante redistribuição de tarefas, e, no caso de vaga, até o seu
o Plano de Benefícios; e o Plano de Cargos em Comissão e de preenchimento;
Funções Gratificadas. VIII – submeter, por critério de relevância, matérias da Dire-
§ 1º Após aprovação pelo Conselho de Administração, os toria Executiva ao
Planos serão submetidos à aprovação do Ministério do Plane- Conselho de Administração;
jamento, Orçamento e Gestão e à subsequente homologação do IX – apresentar, trimestralmente, ao Conselho de Administra-
Ministério do Trabalho. ção, relatório das atividades da Ebserh;
§ 2º Alterações na estrutura organizacional hierárquica e X – submeter a nomeação, designação, exoneração ou dis-
pensa do Auditor Geral, titular da Auditoria Interna da Sede, à
funcional, bem como as respectivas mudanças na distribuição
aprovação do Conselho de Administração e, subsequentemente, à
de competências poderão, a qualquer tempo, ser submetidas à
aprovação da Controladoria-Geral da União, nos termos do art. 15,
aprovação do Conselho de Administração.
§ 5º, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000;
XI – designar os componentes da Comissão de Ética da Eb-
CAPÍTULO III
serh;
DO CORPO DIRETIVO XII – assegurar as condições de trabalho para que a Comissão
de Ética cumpra suas funções, inclusive para que, do exercício das
Artigo 30. O corpo diretivo da Ebserh é constituído pelo Pre- atribuições de seus integrantes não lhes resulte qualquer prejuízo
sidente e pelos Diretores que compõem a Diretoria Executiva. ou dano;
XIII – monitorar, em seu âmbito de responsabilidade, a ava-
SEÇÃO I liação da gestão da ética, conforme processo coordenado pela Co-
DA PRESIDÊNCIA missão de Ética da Ebserh;
Artigo 31. São órgãos de assessoramento diretamente vincu- XIV – emitir Portarias e Resoluções necessárias ao cumpri-
lados à Presidência: mento dos objetivos e metas da Ebserh;
I – a Chefia de Gabinete; XV – constituir comissões especiais, integradas por conselhei-
II – a Consultoria Jurídica; ros ou especialistas, para realizar estudos de interesse da Ebserh;
III – a Coordenadoria de Gestão Integrada; XVI – operacionalizar a criação de subsidiárias, escritórios,
IV – a Assessoria de Planejamento e Relações Institucionais; representações, dependências e filiais em quaisquer Unidades da
V – a Assessoria de Apoio ao Ensino e Pesquisa; Federação, para o desenvolvimento de atividades inerentes ao seu
VI – a Coordenadoria de Comunicação Social; e objeto social, conforme §1º e §2º do art. 1º da Lei no 12.550, de
VII – a Ouvidoria Geral. 15 de dezembro de 2011, bem como extingui-los, nos termos da
legislação vigente;
Artigo 32. Ao Presidente da Ebserh compete: XVII – instituir e normatizar a utilização de instrumentos ad-
I – dirigir, coordenar e controlar as ações desenvolvidas pela ministrativos internos de monitoramento, controle e avaliação de
instituição, de forma que sua atuação esteja continuamente orien- gestão, desempenho, aplicação dos recursos públicos e da guarda
tada para os objetivos institucionais, conforme previsto na Lei de dos bens públicos, nos termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de
criação, no Estatuto Social, neste regimento e nas disposições re- 6 de setembro de 2000;
sultantes do Conselho de Administração; XVIII – instituir a Comissão de Controle Interno da Ebserh,
II – representar a Ebserh, em juízo ou fora dele, podendo dele- designar seus membros e presidência;
gar, em casos específicos, essa atribuição, e, em nome da entidade, XIX – assinar, conjuntamente com um diretor, os contratos
constituir mandatários ou procuradores; que a Ebserh celebrar ou em que vier a intervir, bem como os
III – convocar e presidir as reuniões da Diretoria Executiva e atos que envolvam obrigações ou responsabilidades por parte da
do Conselho Consultivo; Empresa;

Didatismo e Conhecimento 14
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
XX – assinar os títulos ou documentos emitidos em II – realizar advocacia preventiva na Ebserh, antecipando e
decorrência de obrigações contratuais, bem como os cheques e propondo soluções jurídicas para a Sede e para as filiais e unidades
outras obrigações de pagamento, podendo delegar essa atribuição; descentralizadas;
XXI – emitir Portaria com os valores dos limites de alçada III – assessorar as Diretorias da Sede, bem como as
da Ebserh, estabelecidos no Regulamento de Alçada e na Norma Superintendências e Gerências das filiais em relação a assuntos
Operacional proposta pela Diretoria de Controladoria e Finanças; jurídicos específicos relativos a seus campos de atuação;
XXII – exercer outras atribuições previstas no Estatuto Social IV – avaliar a legalidade e regularidade de atos e
e no Regimento Interno da Ebserh. procedimentos submetidos à Consultoria Jurídica pelas Diretorias,
Parágrafo Único. Na hipótese de delegação da atribuição Superintendências e Gerências da Ebserh;
referida no Item XX deste artigo, os títulos, documentos, cheques V – formular e supervisionar as teses jurídicas da Sede da
e outras obrigações deverão conter as assinaturas de, pelo menos, Ebserh, assim como as das filiais e unidades descentralizadas;
dois Diretores da Ebserh. VI – representar a Empresa judicial e extrajudicialmente, com
a outorga do Presidente, por meio do exercício e coordenação
Artigo 33. Em situações de emergência, o Presidente poderá da representação ativa e passiva da Ebserh, nas vias judicial e
administrativa;
decidir ad referendum pela Diretoria Executiva, devendo a decisão
VII – analisar, avaliar e emitir parecer relativo à legalidade
ser submetida ao colegiado na reunião subsequente à decisão.
e conformidade de editais, bem como quanto à formalização de
contratos, convênios, acordos, ajustes e instrumentos congêneres, e
Artigo 34. Nas suas ausências e impedimentos, o Presidente aos aspectos de legalidade e conformidade da instrução processual;
será substituído por Diretor por ele designado dentre os membros VIII – elaborar informações em mandado de segurança;
da Diretoria Executiva. IX – analisar e emitir parecer jurídico referente à legalidade
de conclusões de relatórios de apurações de responsabilidade, bem
Artigo 35. Compete à Chefia de Gabinete: como das consequentes proposições de medidas administrativas
I – auxiliar a Presidência da Ebserh na condução e gestão da ou imputações de responsabilidade administrativa ou civil;
instituição, em X – defender os integrantes e ex-integrantes dos Conselhos
consonância com as diretrizes estabelecidas para a realização de Administração e Fiscal e da Diretoria Executiva em processos
dos objetivos institucionais; judiciais e administrativos contra eles instaurados pela prática de
II – prestar assistência direta e imediata ao Presidente, na atos no exercício do cargo ou função, nos casos em que não houver
preparação, na análise e no despacho do expediente; incompatibilidade com os interesses da Empresa;
III – coordenar os trabalhos da Secretaria Geral; XI – propor a contratação de serviços jurídicos especializados;
IV – organizar as agendas; XII – responder ou prestar informações solicitadas pelo
V – subsidiar e auxiliar o Presidente na preparação de Ministério Público, Instituto de Defesa do Consumidor (Procon),
documentos para apresentação em eventos internos e externos à Defensorias Públicas, Delegacias de Polícia, Tribunal de Contas
Ebserh, com a participação da Coordenadoria de Comunicação da União, Controladoria-Geral da União e outros órgãos de
Social, quando for necessário; controle externo à Ebserh, com subsídios prestados pelas unidades
VI – organizar e acompanhar pronunciamentos públicos da da Empresa;
Presidência, com a participação da Coordenadoria de Comunicação XIII – submeter ao Presidente, para aprovação pela Diretoria
Social, quando for necessário; Executiva, o regulamento com o detalhamento das atribuições e o
VII – participar e monitorar grupos de trabalho e reuniões de organograma da Consultoria Jurídica;
interesse imediato da Presidência, em conjunto com os órgãos de XIV – exercer outras atribuições determinadas pela
assessoramento da Presidência, quando for necessário; Presidência.
VIII – redigir, revisar, movimentar e organizar a
Artigo 37. Compete à Coordenadoria de Gestão Integrada:
correspondência e outros documentos da Presidência da Ebserh;
I – apoiar a Presidência e a Diretoria Executiva na gestão
IX – manter em bom funcionamento a gestão interna do
institucional estratégica e integrada;
Gabinete da Presidência, quanto à infraestrutura e ao suporte
II – coordenar a integração e monitorar os resultados dos
necessários ao seu funcionamento, em articulação com os demais órgãos de assessoramento da Presidência: Consultoria Jurídica;
órgãos de assessoramento da Presidência; Assessoria de Planejamento e Relações Institucionais; Assessoria
X – monitorar matérias de interesse da Empresa relativas a de Apoio ao Ensino e Pesquisa; Coordenadoria de Comunicação
assuntos legislativos e orientar as ações da Ebserh, em articulação Social; e a Ouvidoria Geral;
com a Consultoria Jurídica; III – promover a articulação entre os órgãos de assessoramento
XI – submeter à aprovação da Diretoria Executiva o da Presidência e as Diretorias;
regulamento com o detalhamento das atribuições e o organograma IV – definir diretrizes, em parceria com as Diretorias, para a
da Chefia de Gabinete; gestão estratégica Institucional:
XII – exercer outras atribuições determinadas pelo Presidente. V – estimular a cultura institucional de identificação e adoção
das melhores práticas e inovações organizacionais;
Artigo 36. Compete à Consultoria Jurídica: VI – gerenciar o portfólio de projetos estratégicos da Ebserh;
I – assessorar juridicamente o Presidente, a Diretoria VII – prover e reunir informações para a Presidência sobre
Executiva, o Conselho de Administração, o Conselho Fiscal e o todos os projetos da Empresa, de forma a auxiliar a execução da
Conselho Consultivo; estratégia organizacional e tomada de decisões;

Didatismo e Conhecimento 15
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
VIII – subsidiar e apoiar a Presidência e demais órgãos da Artigo 39. Compete à Assessoria de Apoio ao Ensino e
Ebserh com informações estratégicas referentes aos programas, Pesquisa:
planos e projetos institucionais, visando seu monitoramento e I – articular, no âmbito da Ebserh Sede, a integração e o
avaliação; alinhamento das ações de atenção à saúde às de ensino, pesquisa
IX – coordenar o monitoramento e homologação dos e extensão;
indicadores estratégicos e de gestão da Ebserh; II – promover a implementação de ações necessárias à
X – coordenar o Núcleo de Informações Gerenciais; qualificação dos hospitais como campo de prática para o ensino,
XI – presidir o Comitê Interno de Gestão do Rehuf; pesquisa e extensão;
XII – coordenar os programas de cooperação técnica entre a III – propor e coordenar a implementação de normativas que
Ebserh e instituições e organismos nacionais e internacionais; promovam a qualificação dos hospitais como campo de prática
XIII – coordenar a prospecção, gestão e disseminação para o ensino, pesquisa e extensão;
de conhecimento e de novas práticas, por meio de projetos IV – zelar pela disponibilidade das condições necessárias
de cooperação, viabilizando parcerias com instituições de ao cumprimento da legislação referente ao ensino, pesquisa e
ensino e hospitais de excelência, no Brasil e no exterior, para o extensão nas filiais Ebserh;
aprimoramento da gestão na Sede e filiais; V – coordenar ações de monitoramento e avaliação da gestão
XIV – coordenar, em conjunto com a Assessoria de Apoio do ensino, pesquisa e extensão no âmbito das filiais Ebserh;
ao Ensino e Pesquisa, o processo de certificação dos Hospitais de VI – monitorar e avaliar a execução e o cumprimento das
Ensino, de forma articulada com os Ministérios da Educação e da metas referentes ao ensino, pesquisa e extensão, estabelecidas nos
Saúde; contratos de gestão celebrados entre as universidades federais e a
XV – apoiar as filiais da Ebserh e unidades descentralizadas, Ebserh;
em conjunto com a Assessoria de Apoio ao Ensino e Pesquisa, na VII – promover a disseminação de informações produzidas no
obtenção de certificação como Hospitais de Ensino, viabilizando âmbito do sistema de avaliação da educação superior, relacionadas
as condições necessárias junto às Diretorias e demais órgãos da aos hospitais universitários federais;
Ebserh; VIII – apoiar o processo de articulação das filiais da Ebserh
XVI – participar e monitorar grupos de trabalho de interesse junto às instâncias de ensino, pesquisa e extensão das universidades;
imediato da Presidência, em conjunto com seus órgãos de IX – apoiar as filiais Ebserh no desenvolvimento do processo
assessoramento; educativo;
XVII – exercer outras atribuições determinadas pela X – apoiar e incentivar a adoção de metodologias pedagógicas
Presidência. inovadoras que integrem atenção à saúde, ensino e pesquisa;
XI – apoiar o processo de certificação das filiais Ebserh como
hospitais de ensino, em conjunto com a Coordenadoria de Gestão
Artigo 38. Compete à Assessoria de Planejamento e Relações
Integrada;
Institucionais:
XII – contribuir com gestão de tecnologias no âmbito do SUS,
I – assessorar a Presidência e a Diretoria Executiva nos
por meio da implementação de estratégias de desenvolvimento
processos de planejamento institucional;
institucional em avaliação de tecnologias em saúde;
II – elaborar, coordenar, monitorar e avaliar os instrumentos
XIII – coordenar a implementação de estratégias de
formais de planejamento e de avaliação institucional, visando o
desenvolvimento institucional em pesquisa clínica e inovação
aprimoramento contínuo das ações da empresa;
tecnológica no âmbito das filiais Ebserh;
III – coordenar, em conjunto com o Gabinete da Presidência, XIV – coordenar, de forma articulada às instâncias afins, o
as atividades desenvolvimento de pesquisas de interesse do Sistema de Saúde;
preparatórias à assinatura dos contratos de gestão dos hospitais XV – contribuir, de forma articulada às instâncias afins, com
universitários federais e instituições congêneres; a formulação e
IV – articular e monitorar a elaboração e execução das implementação de programas de capacitação e formação em
peças orçamentárias, visando o alinhamento ao planejamento gestão de pesquisas no âmbito das filiais Ebserh;
institucional; XVI – promover ações de fortalecimento da atuação da Ebserh
V – coordenar a elaboração dos relatórios de atividades, da no Sistema Nacional de Inovação em Saúde;
Prestação de Contas Anual e Demonstrações Contábeis Anuais da XVII – propor e coordenar, de forma articulada aos
Ebserh; componentes do Sistema Nacional de Inovação, a implementação
VI – articular e monitorar a execução do plano de ação da de programas e projetos de desenvolvimento tecnológico
Ebserh; estratégicos para o SUS, no âmbito das filiais Ebserh;
VII – apoiar a implementação do planejamento institucional XVIII – articular, junto às instâncias afins, estratégias
no âmbito das filiais e unidades descentralizadas; de fortalecimento da Telessaúde e da Rede Universitária de
VIII – subsidiar a Presidência com informações acerca do Telemedicina para as filiais Ebserh;
processo decisório de adesão e incorporação de novos hospitais; XIX – articular, junto à Coordenadoria de Comunicação
IX – gerenciar o relacionamento da Empresa com os Social da Ebserh, estratégias de divulgação das atividades de
hospitais universitários federais, vinculados às universidades ensino, pesquisa e extensão, desenvolvidas no âmbito das filiais
que estabeleceram contrato de gestão com a Ebserh, bem como Ebserh;
monitorar e avaliar a execução do Plano de Reestruturação; XX – assessorar a presidência e as Diretorias em assuntos
X – exercer outras atribuições determinadas pela Presidência. afins;

Didatismo e Conhecimento 16
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
XXI – representar a Ebserh nas instâncias de ensino, pesquisa XVIII – planejar e gerenciar as atividades de web com interface
e extensão afins; operacional de criação interna para briefing, layout, mídia interna
XXII – exercer outras atribuições determinadas pela online (banners, selos, popups, flashes, novas áreas, materiais
Presidência. multimídia), bem como propor e monitorar procedimentos de
comunicação para meios digitais como internet, tecnologia móvel,
Artigo 40. Compete à Coordenadoria de Comunicação Social: redes sociais, blogs, em parceria com a DGPTI, alinhadas com os
I – planejar, orientar, coordenar, e supervisionar as atividades de objetivos de comunicação do Ministério da Educação;
comunicação da Ebserh, quanto a jornalismo, publicidade, relações XIX – supervisionar e fiscalizar os contratos, para prestação de
públicas, cerimonial, protocolo e propaganda institucionais; serviços firmados com terceiros, relativos à área de comunicação
II – elaborar, supervisionar e avaliar a execução do Plano social da Sede;
Anual de Comunicação; XX – exercer outras atribuições determinadas pela Presidência.
III – difundir objetivos, serviços, ações, imagem, papel e
importância da Ebserh; Artigo 41. Compete à Ouvidoria Geral da Ebserh:
IV – orientar tecnicamente as unidades de Comunicação Social I – registrar as manifestações recebidas da sociedade
das filiais da Ebserh e unidades descentralizadas, na execução relacionadas à Sede, que contenham sugestões, reclamações,
de suas atividades, alinhadas às políticas de Comunicação do denúncias, elogios, pedidos de informação e/ou esclarecimentos
Ministério da Educação; de dúvidas sobre quaisquer atos praticados ou de responsabilidade
V – orientar os dirigentes e empregados sobre os prazos de das unidades da Empresa;
apresentação de informações e pautas utilizadas por veículos de II – encaminhar, monitorar e avaliar as ações e providências
comunicação que utilizam a Ebserh como fonte de reportagens; adotadas pelos setores e unidades competentes em relação a
VI – intermediar e intensificar o relacionamento da Ebserh manifestações dos cidadãos;
com os veículos de comunicação e profissionais de imprensa; III – encaminhar ao Presidente da Ebserh, ou disponibilizar
VII – produzir, organizar e divulgar, interna e externamente, a ele por meio eletrônico, as demandas que não forem resolvidas
material jornalístico e administrativo relativo ao trabalho da pelo setor responsável, após o vencimento do prazo de resposta;
Empresa; IV – manter atualizados os registros e o acompanhamento
VIII – subsidiar os órgãos de direção da Ebserh em relação das demandas recebidas, com os respectivos encaminhamentos e
ao comportamento e à imagem da Empresa na mídia, por meio respostas;
de monitoramento e avaliação das informações a respeito da V – gerir e coordenar o Serviço de Informação ao Cidadão
instituição, divulgadas pelos veículos de comunicação impressos (SIC) e prestar informações ao público quanto aos serviços e ao
e eletrônicos; funcionamento da Ebserh, de acordo com a legislação em vigor;
IX – orientar os empregados da empresa sobre como lidar VI – padronizar procedimentos referentes à elaboração e
adequadamente com a imprensa; utilização de formulários, guias e outros documentos utilizados
X – assessorar a Presidência, as Diretorias e demais órgãos para orientar e informar o cidadão, nos termos da legislação em
da Ebserh nas ações que envolvam comunicação social, promoção vigor;
institucional e realização de eventos; VII – assessorar, coordenar e articular a instalação, a
XI – estabelecer e administrar processos e procedimentos para organização e o funcionamento das ouvidorias das filiais da
a realização de solenidades e eventos, de acordo com normas de Ebserh e unidades descentralizadas, assim como as pesquisas de
Cerimonial e de Protocolo; satisfação junto aos usuários dos serviços prestados, nos termos da
XII – elaborar e executar pesquisa de opinião relativa aos legislação em vigor;
serviços prestados pela Ebserh, em consonância com os órgãos VIII – submeter ao Presidente da Ebserh, para avaliação e
diretivos da Empresa; aprovação pela Diretoria Executiva, o regulamento, ou propostas
XIII – desenvolver, regulamentar, e monitorar o uso correto e de alteração do mesmo, com o detalhamento das atribuições e o
padronizado da marca, do slogan e demais elementos relacionados organograma da Ouvidoria Geral;
à identidade visual da Empresa; IX – exercer outras atribuições determinadas pela Presidência.
XIV – coordenar, elaborar ou editar todo e qualquer material
gráfico ou audiovisual com vistas à divulgação da Empresa para o Artigo 42. As ouvidorias das filiais da Ebserh, ou unidades
público interno ou externo; descentralizadas, se reportarão ao respectivo Superintendente e
XV – estabelecer diretrizes para envio de mensagens dos integrarão uma Rede de Ouvidorias com atuação descentralizada,
diversos setores da Ebserh aos empregados da Sede, filiais e mas articulada na padronização dos processos e na unificação dos
unidades descentralizadas, bem como administrar informes dados nacionais para a produção de relatórios estatísticos e de
diversos a serem afixados nos quadros de aviso da Sede; gestão, por meio da Ouvidoria Geral.
XVI – propor parcerias para ações promocionais da Empresa,
apoiadas na legislação pertinente e em decisão da Diretoria SEÇÃO II
Executiva; DAS DIRETORIAS
XVII – administrar o uso de critérios relativos às normas
técnicas das comunicações visuais e jornalísticas, de informações Artigo 43. Cada uma das Diretorias que compõem a Ebserh
relativas à Ebserh, disponibilizadas na intranet, internet ou nas elaborará seu regulamento e organograma funcional próprios e os
redes sociais; submeterá à Presidência para aprovação pela Diretoria Executiva.

Didatismo e Conhecimento 17
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
§ 1º Cada Diretoria implementará a política organizacional XIV – padronizar equipamentos, materiais médico-
definida pelas múltiplas instâncias competentes da Ebserh, nos hospitalares e medicamentos estratégicos a serem utilizados nas
seus respectivos âmbitos de competência. filiais da Ebserh e unidades descentralizadas, coordenando o
§ 2º Cada Diretor indicará seu substituto legal, dentre os processo de especificação técnica para estes itens, de acordo com
Coordenadores a ele subordinados, e submeterá tal indicação os respectivos perfis assistenciais;
à aprovação do Presidente da Ebserh. XV – estabelecer diretrizes, indicadores e parâmetros de
§ 3º Cada Diretoria deverá instituir, em consonância referência para o monitoramento e avaliação da qualidade das
com as demais Diretorias, instrumentos internos de controle tecnologias, dos insumos estratégicos e dos serviços hospitalares
administrativo de desempenho, de aplicação dos recursos nas filiais e unidades descentralizadas;
públicos e de guarda dos bens públicos, na sua área de atuação, XVI – promover o uso racional de insumos e serviços
nos termos da legislação em vigor. hospitalares, nas filiais e unidades descentralizadas;
XVII – articular com a DGPTI o desenvolvimento e
Artigo 44. Compete à Diretoria de Atenção à Saúde: implantação de Sistemas de Gestão Hospitalar, no tocante ao
I – alinhar as ações de atenção à saúde coordenadas pela componente assistencial e aos indicadores de avaliação da atenção
Ebserh às políticas e diretrizes dos Ministérios da Educação e da à saúde; e
Saúde; XVIII – exercer outras atribuições determinadas pela
II – articular a atenção à saúde com o ensino e a pesquisa, na Presidência.
Sede e filiais;
III – coordenar a implementação de um modelo de atenção à Artigo 45. Compete à Diretoria de Administração e
saúde e o perfil Infraestrutura:
assistencial das filiais da Ebserh e unidades descentralizadas, I – planejar, implementar e controlar as políticas e diretrizes
de acordo com as necessidades de saúde da população e de de gestão administrativa, patrimonial e de infraestrutura no âmbito
formação profissional, em consonância com as políticas públicas e da Sede da Ebserh, filiais e unidades descentralizadas;
em conjunto com os gestores do SUS; II – planejar, estabelecer diretrizes e normas, em articulação
IV – planejar, implementar, monitorar e avaliar as ações e com as demais Diretorias, para as atividades de compras,
serviços de atenção à saúde nas filiais da Ebserh e nas unidades aquisições e contratações de bens e serviços necessários ao
descentralizadas, de acordo com as políticas e diretrizes do SUS; pleno funcionamento da Sede da Ebserh, filiais e unidades
V – articular com os gestores do SUS, nos âmbitos federal, descentralizadas, assim como executar os procedimentos para a
estadual e municipal, o desenvolvimento de ações de atenção à consecução dessas atividades;
saúde pelas filiais da Ebserh, em consonância com as políticas III – planejar, estabelecer diretrizes e normas de gerenciamento
públicas de saúde; e fiscalização de contratos e convênios no âmbito da Sede da
VI – definir, em conjunto com os hospitais universitários, Ebserh, filiais e unidades descentralizadas;
protocolos clínicos, assistenciais e diretrizes terapêuticas, em IV – gerenciar o patrimônio da Sede da Ebserh e monitorar
consonância com a normatização do SUS, visando qualificar os sua manutenção nas filiais e unidades descentralizadas;
processos e a gestão do cuidado em saúde nas filiais da Ebserh e V – gerenciar o almoxarifado, a infraestrutura física e os
em suas unidades descentralizadas; serviços administrativos da Sede da Ebserh;
VII – articular com os gestores do SUS a implementação, VI – planejar, estabelecer diretrizes e normas, avaliar e
nas filiais da Ebserh e unidades descentralizadas, das ações de controlar a emissão de passagens e diárias necessárias para a
vigilância em saúde, em consonância com as diretrizes do Sistema; realização de trabalhos no âmbito da Sede da Ebserh, filiais e
VIII – estabelecer com os gestores do SUS as bases de unidades descentralizadas;
negociação para os contratos de prestação de serviços pelas filiais VII – articular com a DGPTI o desenvolvimento e a
da Ebserh; implantação do Sistema Informatizado de Gestão Hospitalar da
IX – gerir os contratos estabelecidos entre as filiais da Ebserh Ebserh, no tocante a processos e procedimentos, infraestrutura,
e unidades descentralizadas com os gestores do SUS; tecnologias da informação e serviços, assim como indicadores
X – estabelecer condições, critérios e procedimentos para a para monitoramento
implementação da regulação assistencial nas filiais da Ebserh e VIII – planejar, coordenar e implementar, em conjunto com
unidades descentralizadas, em consonância com a política nacional as Diretorias da Ebserh, o processo de especificação técnica para
de regulação do SUS; o provimento de infraestrutura física da Sede, filiais e unidades
XI – implementar os padrões técnicos nacionais de qualidade descentralizadas, de acordo com normas e legislação vigentes;
assistencial e de segurança do paciente, a serem adotados nas IX – monitorar e avaliar a gestão de infraestrutura física da
filiais da Ebserh e unidades descentralizadas; sede, filiais e unidades descentralizadas, de forma orientada para a
XII – implantar o processo de Gestão de Tecnologias em Saúde qualificação das áreas físicas e instalações prediais; e
nas filiais da Ebserh e unidades descentralizadas, em consonância X – exercer outras atribuições determinadas pela Presidência.
com as diretrizes do SUS;
XIII – coordenar, o processo de definição, aquisição e Artigo 46. Compete à Diretoria de Controladoria e Finanças:
utilização de tecnologias, de insumos e de serviços hospitalares, I – planejar, implementar e controlar as políticas e diretrizes
nas filiais e unidades descentralizadas, de acordo com o perfil de gestão orçamentária, financeira e contábil no âmbito da Sede da
assistencial correspondente; Ebserh, das filiais e das unidades descentralizadas;

Didatismo e Conhecimento 18
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
II – subsidiar a Presidência, o Conselho de Administração, X – formular e propor a política de formação e capacitação
o Conselho Fiscal e a Diretoria Executiva com as informações de recursos humanos para a Ebserh, assim como de unidades
necessárias para as decisões relacionadas à execução e ao descentralizadas, em consonância com o regimento e o
desempenho do orçamento da Sede da Ebserh, de suas filiais e planejamento da instituição, e de acordo com as necessidades de
unidades descentralizadas; cada unidade da instituição;
III – apoiar e monitorar as filiais e unidades descentralizadas XI – coordenar, monitorar, avaliar e aperfeiçoar os processos
da Ebserh no planejamento, implementação e controle de seus e procedimentos de formação, capacitação e avaliação de recursos
respectivos orçamentos e desempenhos institucionais, de acordo humanos para a Ebserh, de acordo com a política formulada na
com as características definidas no planejamento de cada unidade; instituição;
IV – planejar, gerenciar e controlar a execução orçamentária XII – desenvolver a integração dos empregados da Ebserh, em
e financeira da Sede da Ebserh, de suas filiais e unidades articulação com as demais Diretorias, os órgãos de assessoramento
descentralizadas, com as medidas necessárias à manutenção do da Presidência e as equipes de governança das filiais;
equilíbrio financeiro da Empresa; XIII – divulgar as normas e os procedimentos administrativos
V – planejar, estabelecer diretrizes de gerenciamento, e técnicos relativos à política de recursos humanos da Ebserh, em
monitorar e avaliar o método de apuração e gestão de custos da articulação com as demais Diretorias e a Consultoria Jurídica da
Empresa; instituição;
VI – planejar, estabelecer diretrizes de gerenciamento, XIV – disseminar, no âmbito da Ebserh, as informações
controlar e registrar o movimento contábil da Sede, de suas filiais relativas a atribuições, funções, direitos e deveres dos empregados
e unidades descentralizadas, de forma a viabilizar acesso contínuo da Ebserh e dos servidores a ela cedidos, em articulação com a
aos dados e resultados contábeis da instituição; e Coordenadoria de Comunicação Social;
VII – exercer outra atribuições determinadas pela Presidência. XV – formular e implementar política de ações de Segurança
e Medicina do Trabalho na Ebserh, em articulação com as demais
Artigo 47. Compete à Diretoria de Gestão de Pessoas: Diretorias e órgãos de assessoramento da Presidência, de acordo
I – propor e gerir a Política de Gestão de Pessoas da Ebserh, em com as necessidades e pessoal necessário ou existente na Sede, em
articulação com as demais Diretorias e órgãos de assessoramento cada filial ou unidade descentralizada;
da Presidência, de acordo com as necessidades da Empresa; XVI – estabelecer instrumento formal de comunicação
II – planejar, administrar e desenvolver a força de trabalho permanente entre os empregados da Ebserh e servidores a ela
própria e cedida da Ebserh, em articulação com as demais cedidos e a Diretoria de Gestão de Pessoas, relacionado a demandas
Diretorias e de acordo com as necessidades de serviço no âmbito referentes ao ambiente e às condições de trabalho;
de cada uma das unidades da instituição; XVII – articular, no âmbito de suas atribuições, com órgãos
III – articular com todas as instâncias de gestão da Ebserh, de de classe e sindicais, informações e condições relacionados ao
acordo com as respectivas atribuições, o processo de planejamento, trabalho na Ebserh;
desenvolvimento de atividades e avaliação das ações relativas à XVIII – negociar acordos coletivos de trabalho da Ebserh,
gestão de pessoas; com órgãos de classe e sindicais, em articulação com a Consultoria
IV – articular, desenvolver e implementar, em conjunto com Jurídica da instituição; e
outras entidades públicas ou privadas, projetos e ações, bem como XIX – exercer outras atribuições determinadas pela
quaisquer outras contribuições que possibilitem melhoria dos Presidência.
processos de gestão de pessoas na Ebserh;
V – identificar, sistematizar e padronizar os processos Artigo 48. Compete à Diretoria de Gestão de Processos e de
de trabalho relacionados à gestão de pessoas, no âmbito do Tecnologia da Informação:
funcionamento da Ebserh, em articulação com a DGPTI; I – propor e gerir a Política de Gestão de Processos, Segurança
VI – dimensionar, de acordo com as necessidades dos e Tecnologia da Informação da Ebserh, em articulação com as
processos de trabalho a serem realizados, e em articulação com as demais Diretorias e órgãos de assessoramento;
demais Diretorias e Equipes de Governança das filiais ou unidades II – elaborar e submeter o Plano Estratégico de Tecnologia da
descentralizadas, as características e quantidades dos recursos Informação (PETI) e o Plano Diretor de Tecnologia da Informação
humanos; (PDTI) à aprovação da Diretoria Executiva da Ebserh, em
VII – formular, propor e implementar política e processos consonância com o planejamento institucional;
de contratação de recursos humanos para a Ebserh, incluindo a III – implementar, monitorar, avaliar e aperfeiçoar as
elaboração de editais de concurso público, realização de processos características e a execução do Plano Estratégico de Tecnologia da
seletivos e divulgação dos respectivos resultados, em articulação Informação (PETI) e do Plano Diretor de Tecnologia da Informação
com as demais Diretorias e a Consultoria Jurídica da instituição; (PDTI) na Ebserh, de acordo com o planejamento institucional;
VIII – elaborar, propor e regulamentar os Planos de Cargos, IV – mapear, propor, avaliar e aperfeiçoar os fluxos de
Carreiras e Salários; de Benefícios; e de Cargos em Comissão e processos de atenção à saúde e administrativos, em articulação
Funções Gratificadas para a Ebserh, em articulação com as demais com as respectivas Diretorias e demais unidades descentralizadas
Diretorias e os órgãos de assessoramento da Presidência; da Ebserh;
IX – coordenar, monitorar, avaliar e aperfeiçoar a aplicação V – coordenar, planejar, desenvolver ou propor a contratação
dos Planos de Cargos, Carreiras e Salários; de Benefícios; e de de infraestrutura tecnológica e de sistemas de informação
Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Ebserh; necessários para auxiliar os processos de trabalho na Ebserh;

Didatismo e Conhecimento 19
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
VI – coordenar o desenvolvimento, implantação e manutenção § 1º As pautas das reuniões serão disponibilizadas aos
dos sistemas informatizados com foco nos processos de atenção à Diretores e membros dos Conselhos até cinco dias úteis antes
saúde, de ensino e pesquisa e de gestão para o campo da saúde; do dia de realização das respectivas reuniões.
VII – avaliar e autorizar a aquisição e implantação de § 2º Em sendo encaminhada matéria fora do prazo previsto
soluções tecnológicas, equipamentos ou sistemas informatizados, no caput, caberá ao respectivo Conselho decidir pela inclusão
no âmbito da Ebserh, que atendam às necessidades das unidades extrapauta.
descentralizadas;
VIII – desenvolver procedimentos operacionais informatizados Artigo 50. O Conselho de Administração e o Conselho Fiscal
na Ebserh, para o monitoramento prévio e efetivo dos serviços e da deverão aprovar, na última reunião do ano, o calendário de reuniões
gestão da instituição; para o ano subsequente.
IX – propor e implementar soluções informatizadas para o Parágrafo Único. As datas de que trata o caput poderão,
monitoramento e avaliação dos estágios de execução dos contratos eventualmente, sofrer alteração, desde que haja concordância dos
realizados entre a Ebserh e as universidades; membros dos Conselhos.
X – propor e implementar, nas unidades descentralizadas
da Ebserh, soluções informatizadas que possibilitem monitorar e Subseção I
avaliar, pelas várias instâncias de gestão da instituição, os serviços Das reuniões da Diretoria Executiva
de saúde prestados por essas unidades à população, por meio dos
contratos firmados com o SUS; Artigo 51. As reuniões da Diretoria Executiva ocorrerão,
XI – integrar as redes de dados e sistemas de telecomunicações ordinariamente, a cada semana e, extraordinariamente, sempre que
entre unidades descentralizadas e a Sede da Ebserh; convocadas pelo Presidente.
XII – integrar os sistemas informatizados das filiais e unidades § 1º O Presidente poderá alterar a data da reunião com
descentralizadas com a Sede da Ebserh; comunicação prévia aos membros da Diretoria Executiva.
XIII – integrar, quando couber, os sistemas de informações da § 2º Em caso de ausências e eventuais impedimentos dos
Ebserh com os sistemas de informações congêneres federais, de Diretores, participarão da reunião, com direito a voto, seus
forma a qualificar os sistemas internos da instituição;
substitutos.
XIV – assessorar e prestar suporte nas questões tecnológicas
§ 3º O presidente poderá, quando for pertinente e
que envolverem telessaúde e telemedicina, no âmbito da Ebserh;
considerar necessário, convidar pessoas para participação nas
XV – planejar, implementar e monitorar a logística de
reuniões da Diretoria Executiva.
equipamentos de informática, a infraestrutura de Tecnologia da
§ 4º As deliberações da Diretoria Executiva serão tomadas
Informação e Telecomunicações, as tecnologias das redes e os
por maioria de votos e registradas em atas, cabendo ao
sistemas de informação da Ebserh;
Presidente, além do voto ordinário, o de qualidade.
XVI – assessorar o desenvolvimento e a capacitação de
pessoal para a implementação de mudanças ou aperfeiçoamentos
necessários nos meios e processos de informatização da Ebserh; CAPÍTULO IV
XVII – desenvolver, implantar e sustentar os Sistemas de DA ESTRUTURA DE GOVERNANÇA DAS UNIDADES
Gestão Hospitalar da Empresa, com as Diretorias envolvidas, no HOSPITALARES
que tange às responsabilidades de negócio envolvidas; ADMINISTRADAS PELA EBSERH
XVIII – realizar estudos, em conjunto com a Coordenadoria
de Gestão Integrada, com a Assessoria de Planejamento e Relações Artigo 52. As filiais da Ebserh serão administradas por um
Institucionais e com representantes das Diretorias pertinentes, a colegiado executivo composto por:
respeito de processos ou procedimentos existentes ou necessários a) Superintendente do hospital;
à Sede, às filiais ou unidades descentralizadas da Ebserh, que b) um Gerente de Atenção à Saúde;
tenham que ser implantados, corrigidos ou aperfeiçoados; c) um Gerente Administrativo; e
XIX – consolidar e submeter à Diretoria Executiva os dados, d) um Gerente de Ensino e Pesquisa, quando se tratar de
indicadores e sinalizadores para o monitoramento e avaliação hospitais universitários ou de ensino.
contínuos das unidades e órgãos componentes da Ebserh, em § 1º Os cargos de Superintendente do Hospital e de
conjunto com a Coordenadoria de Gestão Integrada, a partir de Gerentes serão de livre nomeação.
propostas das demais Diretorias da instituição ou em articulação e § 2º O Superintendente, nos casos dos hospitais
avaliação conjunta com elas; e universitários, será selecionado e indicado pelo Reitor, sendo
XX – exercer outras atribuições determinadas pela Presidência. preferencialmente do quadro permanente da universidade
contratante da Ebserh, obedecendo a critérios estabelecidos
SEÇÃO III de titulação acadêmica e comprovada experiência em gestão
DAS REUNIÕES DOS CONSELHOS pública no campo da saúde, definidos conjuntamente entre a
reitoria e a Ebserh, nos termos do artigo 6º da Lei n°. 12.550,
Artigo 49. A inclusão de matérias nas pautas das reuniões de 15 de dezembro de 2011.
ordinárias do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal e do § 3º As Gerências serão ocupadas por pessoas selecionadas
Conselho Consultivo será solicitada à Secretaria Geral até 6 (seis) por uma comissão composta por membros da Diretoria
dias úteis antes da data de realização da respectiva reunião. Executiva da Ebserh e pelo Superintendente da unidade

Didatismo e Conhecimento 20
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
hospitalar, indicados a partir da análise curricular que Parágrafo Único. As formas e requisitos para ingresso na
comprove qualificação para o atendimento das competências Ebserh, a política de desenvolvimento na carreira, as políticas
específicas de cada Gerência, de acordo com a normativa de remuneração e os benefícios sociais a serem concedidos aos
interna que trata do assunto. empregados serão disciplinados pelos Planos de Cargos, Carreiras
§ 4º A estrutura de governança indicada no caput poderá e Salários; de Benefícios; e de Cargos em Comissão e Funções
ser alterada no caso de um complexo hospitalar ou de alguma Gratificadas e pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh.
excepcionalidade detectada nas unidades hospitalares,
mediante aprovação do Conselho de Administração, a partir Artigo 56. Os empregados temporários, contratados na forma
de proposta da Diretoria Executiva. do art. 11, §§ 1º e 2º, e do art. 12 da Lei nº 12.550, de 15 de
§ 5º As pessoas selecionadas para as Gerências serão dezembro de 2011, não farão parte do quadro de pessoal próprio
nomeadas pelo Presidente da Ebserh. da Ebserh e não poderão integrar o Plano de Cargos, Carreiras e
Salários da Empresa.
Artigo 53. O Colegiado Executivo, composto pelo
Superintendente e Gerentes de cada unidade hospitalar vinculada Artigo 57. No âmbito da Ebserh, são vedadas as nomeações,
à Ebserh, será responsável pela direção e administração de todas contratações ou designações de cônjuge, companheiro ou parente
as atividades da unidade, em consonância com as diretrizes, em linha reta ou colateral, por consanguinidade ou afinidade até
coordenação e monitoramento da Ebserh e, no que for pertinente ao terceiro grau, dos membros dos Conselhos, da Diretoria Executiva,
ensino e à pesquisa, de acordo com as necessidades e orientações e ocupantes de cargos de livre provimento, salvo de integrantes
da universidade a qual a unidade hospitalar estiver vinculada. do quadro de pessoal da Ebserh, na forma do art. 10. da Lei nº
12.550, de 15 de dezembro de 2011, para diferentes Diretorias,
Artigo 54. Ao Colegiado Executivo de cada unidade hospitalar neste último caso.
compete:
I – propor, implementar, monitorar, gerir e avaliar, de forma CAPÍTULO VI
integrada, o planejamento de atividades de atenção à saúde, de DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
ensino e de pesquisa a serem desenvolvidas no âmbito do hospital,
em consonância com as diretrizes estabelecidas pela Ebserh, as Artigo 58. Os casos omissos e as dúvidas referentes à aplicação
orientações da universidade a qual o hospital estiver vinculado e deste Regimento Interno, não solucionadas no âmbito da Diretoria
as políticas de Saúde e Educação do País;
Executiva, serão dirimidos pelo Conselho de Administração.
II – administrar a execução das diretrizes da Ebserh e dos
contratos firmados;
Artigo 59. Os regulamentos previstos neste Regimento Interno
III – monitorar a atuação dos agentes de cada setor e avaliar
deverão ser elaborados pelas áreas e submetidos à aprovação
os serviços realizados em conjunto com as Diretorias da Ebserh e
da Diretoria Executiva em até 180 dias após a publicação deste
com a universidade, de acordo com os indicadores, instrumentos e
normativo.
procedimentos desenvolvidos para essas funções;
IV – participar dos estudos a respeito dos dados de avaliação e
das proposições para aperfeiçoamento dos serviços e condições da Artigo 60. O presente Regimento Interno entra em vigor na
respectiva unidade hospitalar e das relações com a Sede da Ebserh; data da publicação de seu extrato no Diário Oficial da União e da
V – implementar as soluções propostas para aperfeiçoamento sua disponibilidade integral na página oficial da Ebserh. Legislação
ou desenvolvimento dos serviços ou condições da unidade Aplicada ao SUS.
hospitalar em conjunto com as Diretorias da Sede da Ebserh;
VI – estabelecer normas e delegar poderes no âmbito de suas QUESTÕES
respectivas competências;
VII – intermediar o relacionamento da unidade hospitalar com 01) IADES - 2014 - EBSERH - Nível Superior - Enfermeiro
a universidade e com a Sede da Ebserh; Assistencial. Considere as situações hipotéticas a seguir.
VIII – atualizar os dados relacionados aos sistemas 1. Em caso de impedimento temporário de um membro da
implantados pela Ebserh, para monitoramento e avaliação dos Diretoria Executiva da EBSERH, e que não possa ser atendida a
serviços, equipamentos, condições e instalações da unidade demanda de trabalho mediante redistribuição de tarefas entre os
hospitalar; seus demais membros.
IX – fornecer todas e quaisquer informações e dados 2. Em caso de vaga de membro da Diretoria Executiva da
solicitados pela Sede da Ebserh;e EBSERH, até o seu preenchimento.
X – instituir as respectivas Comissões Hospitalares previstas, Com base no exposto, assinale a alternativa correta.
nos termos da legislação vigente. a) Em ambas as hipóteses, o Conselho de Administração da
EBSERH poderá designar substituto para membro da Diretoria.
CAPÍTULO V b) A estrutura normativa da EBSERH prevê somente a
DO PESSOAL possibilidade de indicação de substituto para membro da sua
Diretoria Executiva quando houver vaga, até o seu preenchimento,
Artigo 55. Integram o quadro de pessoal da Ebserh os não dispondo acerca de impedimentos temporários de seus
empregados públicos admitidos na forma do art. 10 da Lei nº membros.
12.550, de 15 de dezembro de 2011, e os servidores e empregados c) Em ambas as hipóteses, o presidente da EBSERH poderá
públicos a ela cedidos. designar substituto para membro da Diretoria Executiva.

Didatismo e Conhecimento 21
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
d) A estrutura normativa da EBSERH somente dispõe quanto 2. Vanda foi aprovada em concurso público e é cônjuge de
à possibilidade de designação de membro de sua Diretoria membro da Diretoria Executiva da EBSERH.
Executiva quando de impedimento temporário de seus membros, 3. Pedro foi aprovado em processo seletivo simplificado para
não havendo previsão para o caso de vaga até o seu preenchimento. contrato temporário de emprego na EBSERH e é parente de 3º
e) No caso de impedimento temporário, o Conselho de grau por afinidade de membro do seu Conselho Fiscal.
Administração da EBSERH poderá designar substituto para 4. Jandira foi aprovada em concurso público, integrando o
membro da Diretoria. No caso de vaga, até o seu preenchimento, é regime de pessoal permanente da EBSERH, e é parente de 2º grau
do ministro da Educação a competência para designar substituto. por consanguinidade de ocupante de cargo de livre provimento da
referida Empresa.
02) IADES - 2014 - EBSERH - Nível Superior - Enfermeiro Com base nas informações apresentadas e de acordo com
Assistencial. disposição expressa contida no Regimento Interno da EBSERH,
Acerca da estrutura de governança das unidades hospitalares assinale a alternativa correta.
administradas pela EBSERH, assinale a alternativa correta. a) Maria e Pedro não poderão ser contratados pela EBSERH,
a) Compete ao superintendente do hospital implementar o ainda que para contratos por tempo determinado.
plano diretor da referida unidade hospitalar. b) Jandira não poderá ser designada para função de confiança
b) O número de gerências varia conforme quando se tratar ou na EBSERH; Vanda não tem vedação para tal.
não de hospitais universitários ou de ensino. c) Nenhum deles poderá ser designado para função de
c) O superintendente do hospital será definido pelos membros confiança na EBSERH.
da Diretoria Executiva da EBSERH, devendo possuir titulação d) Maria poderá ser contratada por tempo determinado pela
acadêmica e experiência comprovada em gestão pública na área EBSERH; Pedro tem vedação expressa.
de saúde, com mandato de dois anos, podendo ser prorrogado uma e) Vanda não poderá ser nomeada em decorrência do concurso
única vez. público para fazer parte do regime de pessoal permanente da
d) As gerências serão escolhidas pelo superintendente do EBSERH.
hospital, em funções de livre nomeação e exoneração.
e) Faz parte do Colegiado Executivo das referidas unidades GABARITO
um representante do Ministério da Saúde; no caso de hospitais
universitários ou de ensino, um representante do Ministério da
Educação. 01 C
02 B
03) IADES - 2014 - EBSERH - Nível Superior - Enfermeiro
03 C
Assistencial. Assinale a alternativa que indica um ato que esteja
dentro das competências do Conselho de Administração da 04 E
EBSERH para sua edição, sem necessidade de alteração legal ou 05 A
mesmo do Estatuto da referida Empresa.
a) Dispor sobre o funcionamento da sua Diretoria Executiva.
b) Alterar competências dentro da sua estrutura organizacional,
mediante proposta do presidente da EBSERH.
c) Mudar a vinculação de sua Coordenadoria Jurídica.
d) Tratar sobre as atribuições do seu Conselho Consultivo.
e) Modificar a vinculação de seu órgão de auditoria interna.

04) IADES - 2014 - EBSERH - Analista Administrativo –


Administração. O Regimento Interno da EBSERH prevê que, no
âmbito das competências da Diretoria de Logística e Infraestrutura
Hospitalar, a otimização dos processos de definição e aquisição
de insumos e novas tecnologias deve ser articulada com alguns
órgãos e entidades públicos. Acerca desse assunto, assinale a
alternativa que indica um órgão ou entidade pública não previsto(a)
expressamente no âmbito dessa articulação.
a) Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
b) Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
c) Ministério da Saúde.
d) Inmetro.
e) Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

05) IADES - 2014 - EBSERH - Analista Administrativo –


Administração. Considere as situações hipotéticas a seguir.
1. Maria foi aprovada em processo seletivo simplificado para
contrato temporário de emprego na EBSERH, sendo companheira
de ocupante de cargo de livre provimento da referida Empresa.

Didatismo e Conhecimento 22
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Com a crise de financiamento da Previdência a partir de mea-
Marina Perini Antunes Ribeiro dos da década de 70, o INAMPS adota várias providências para
racionalizar suas despesas e começa, na década de 80, a “com-
Possui graduação em Direito pelo Centro Universitário Eurí- prar” serviços do setor público (redes de unidades das Secretarias
pides de Marília (2007). Pós Graduação em Direito Contemporâ- Estaduais e Municipais de Saúde), inicialmente através de convê-
neo pela Opet de Curitiba/PR. Mestre em Teoria do Direito e do nios. A assistência à saúde prestada pela rede pública, mesmo com
Estado pelo Centro Universitário Eurípides de Marília- UNIVEM. o financiamento do INAMPS apenas para os seus beneficiários,
Atualmente, é Professora na UNIP. Membro da Comissão de Meio preservava o seu caráter de universalidade da clientela. Porém,
Ambiente da OAB/SP Subseção de Assis/SP. Membro do Grupo conforme discorrem Falleiros e Lima, tal período é marcado pela
de Pesquisa CODIP - Constitucionalização do Direito Processual rearticulação das forças políticas nacionais e de discussão e mobi-
(vinculado ao CNPq). Colunista do site de notícias assiscity.com lização popular pela democratização da saúde e do próprio regime
político do país. De fato, a criação do Centro Brasileiro de Estudos
em Saúde e da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva, em 1979, foram de grande importância na luta pela de-
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA mocratização da saúde e da sociedade brasileira.
ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE A luta pelo fim da ditadura militar levou a área da saúde a
SAÚDE NO BRASIL E A CONSTRUÇÃO organizar os simpósios de Política Nacional de Saúde da Câmara
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) – dos Deputados. Nesse período de reorganização da sociedade civil,
PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E forças políticas ligadas à saúde pública passaram a discutir ques-
ARCABOUÇO LEGAL. tões ligadas à redemocratização do país e ao acesso aos serviços
de saúde junto ao Legislativo. Tal período foi de crise ideológica
acerca do modelo de saúde a ser adotado, que colocou em confron-
to privatistas e publicistas.
Na década de 80, o INAMPS adota uma série de medidas que
(Fonte: http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/orca- o aproximam ainda mais de uma cobertura universal de cliente-
mentobrasil/estudos/2011) la, dentre as quais se destaca o fim da exigência da Carteira de
Segurado do INAMPS para o atendimento nos hospitais próprios
Informativo produzido pela Câmara dos Deputados – Consul- e conveniados da rede pública. Esse processo culminou com a
toria de Orçamento e fiscalização financeira – utilizado na íntegra. instituição do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde –
SUDS, implementado por meio da celebração de convênios entre
“Até a criação do Sistema Único de Saúde - SUS, o Minis- o INAMPS e os Governos Estaduais.
tério da Saúde, apoiado por Estados e Municípios, desenvolveu Em meados da década de 80, começam a ser implementadas
basicamente ações de promoção da saúde e de prevenção de doen- as Ações Integradas de Saúde (AIS), cujas principais diretrizes
ças, merecendo destaque as campanhas de vacinação e controle eram a universalização, a acessibilidade, a descentralização, a in-
de endemias. A atuação na área de assistência à saúde ocorreu por tegralidade e a participação comunitária.
meio de alguns poucos hospitais especializados, além da ação da Ainda segundo Falleiros e Lima, a VIII Conferência Nacional
Fundação de Serviços Especiais de Saúde Pública – FSESP em de Saúde (1986) foi um marco do processo de formulação de um
regiões específicas do país. novo modelo de saúde pública universal, visando romper com a
À época, tal ação era prestada à parcela da população defini- cisão estrutural entre saúde pública e medicina curativa individual,
da como “indigente” por alguns Municípios e Estados e, principal- e com a intensa privatização que então caracterizava o sistema de
mente, por instituições de caráter filantrópico. saúde brasileiro.
A população não tinha direito e a assistência que recebia era Reunindo um amplo espectro de alianças, a VIII CNS con-
prestada na condição de caridade. tou com a participação de milhares de representantes de diversas
Nesse período, a assistência à saúde mantinha estreita vincu- entidades da sociedade civil, profissionais de saúde, usuários do
lação com as atividades previdenciárias e o caráter contributivo do sistema e prestadores de serviços de saúde públicos.
sistema existente gerava uma INAMPS, autarquia do Ministério da Os prestadores de serviços privados foram os grandes ausen-
Previdência e Assistência Social. O INPS foi o resultado da fusão tes nos debates travados nessa Conferência, considerada como o
maior evento de discussão dos problemas enfrentados pela saúde
dos institutos de aposentadorias e pensões (os IAPs) das diver-
pública brasileira. Apesar dos interesses e preocupações muitas
sas categorias profissionais organizadas (tais como comerciários,
vezes conflitantes, as forças progressistas aprovaram o princípio
industriários), que posteriormente foi desdobrado em Instituto de de que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado, a ser
Administração da Previdência Social (IAPAS), Instituto Nacional implementado com a unificação, a democratização e a descentrali-
de Previdência Social (INPS) e Instituto Nacional de Assistência zação do sistema de saúde, depois inscrita na Constituição Federal
Médica da Previdência Social (INAMPS). de 1988; ampliaram e politizaram o conceito de saúde, compreen-
Essa divisão separava a população brasileira. Alguns, repre- dido como resultante das condições de alimentação, habitação,
sentados por contribuintes da previdência, tinham um acesso mais educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego,
amplo à assistência à saúde dispondo de uma rede de serviços e lazer, liberdade, acesso e posse da terra, e acesso aos serviços de
de prestadores de serviços ambulatoriais e hospitalares providos saúde; e aprovaram propostas relativas às bases financeiras do sis-
pela previdência social por meio do INAMPS; outros, restante da tema, incorporadas posteriormente ao texto constitucional e um
população brasileira, com acesso bastante limitado à assistência à dos principais problemas que o Sistema Único de Saúde (SUS)
saúde. enfrentaria nas décadas de 1990 e 2000.

Didatismo e Conhecimento 1
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
A partir da VIII CNS, a saúde passou a ser considerada antes geral supõe a renuncia e o abandono de certas porções de com-
de tudo como resultado das formas de organização social da pro- petências administrativas, legislativas e tributárias por parte dos
dução, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de governos locais.
vida, devendo ser entendida no contexto histórico de cada socieda- De fato, afirma o Prof. Raul Machado Horta que “o Estado
de no seu estágio de desenvolvimento. Federal criou o Estado não soberano”. Ao se analisar o Estado Fe-
deral, deve-se destacar, assim, as ideias de soberania e autonomia.
II.2. Período Posterior à Constituição Federal de 1988 De fato, o núcleo do federalismo está na existência de um Estado
total, representado pela União, detentor de soberania, com poderes
A Constituição de 1988 incorporou mudanças no papel do Es- de ação sobre toda a população e sobre todo o território, com com-
tado e alterou profundamente o arcabouço jurídico-institucional do petências e recursos financeiros próprios, e de Estados-membros,
sistema público de saúde, criando novas relações entre as diferen- autônomos, dotados de recursos financeiros independentes. Tanto
tes esferas de governo, novos papéis entre os atores do setor, dando a União quanto os Estados-membros dependem da Constituição,
origem, enfim, ao Sistema Único de Saúde. responsável por organizar a primeira e dar as linhas mestras do
De fato, pela primeira vez, a Constituição estabeleceu de for- segundo, assim como repartir competências e atribuir recursos fi-
ma relevante uma seção sobre a saúde que trata de três aspectos nanceiros.
principais. Em primeiro lugar, incorpora o conceito mais abran- Portanto, não há federação sem que se assegure a participação
gente de que a saúde tem como fatores determinantes e condicio- dos Estados federados na formação da vontade nacional, ocorren-
nantes o meio físico (condições geográficas, água, alimentação, do uma descentralização do poder político.
habitação, idade, sexo, herança genética, etc.); e a oportunidade de Toda a estrutura federal baseia-se, assim, na repartição de
acesso aos serviços que visem à promoção, proteção e recuperação competências considerada como a grande questão do federalismo,
da saúde. Isso implica que, para se ter saúde são necessárias ações o elemento essencial da construção federal, o tema representativo
em vários setores, além do Ministério da Saúde e das secretarias de medida dos poderes políticos do Estado. Competências, segun-
de saúde. Isto só uma política governamental integrada pode as- do José Afonso da Silva, “são as diversas modalidades de poder
segurar. de que servem os órgãos ou entidades estatais para realizar suas
Também legitima o direito de todos (art. 196) sem qualquer funções”.
discriminação às ações de saúde em todos os níveis, assim como, Em regra, o sistema federativo mostra-se adequado em países
explicita que o dever de prover o pleno gozo desse direito é res-
marcados pela diversidade e heterogeneidade, por respeitar valo-
ponsabilidade do Governo, isto é, do poder público. Ou seja, a
res democráticos em situações de acentuada diferenciação políti-
partir da nova constituição, a condição para se ter direito de acesso
ca, econômica ou social. Todavia, esse tipo de sistema torna mais
aos serviços e ações de saúde é precisar deles.
complexa a implementação de políticas sociais de abrangência na-
Finalmente, estabelece o Sistema Único de Saúde - SUS (art.
cional, particularmente nos casos em que a diversidade se refere à
198), de caráter público, constituído por rede de serviços regionali-
existência de desigualdades e de exclusão social.
zada, hierarquizada e descentralizada, com direção única em cada
Em tais casos, acentua-se a importância do papel das políticas
esfera de governo.
sociais de redistribuição, redução das desigualdades no território
Compete ao SUS prestar assistência às pessoas por intermédio
de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a nacional e de inclusão social. Além disso, a implementação de po-
realização integrada das ações assistenciais e das atividades pre- líticas sociais em um sistema federativo requer, por um lado, a
ventivas, aí incluídas as ações de vigilância sanitária, vigilância explicitação das funções das diferentes esferas de governo para
epidemiológica, saúde do trabalhador e assistência terapêutica cada área da política e, por outro, a adoção de instrumentos de
integral, inclusive farmacêutica, sendo tais competências fixadas articulação entre as esferas de forma a induzir a cooperação e a
também em norma constitucional complementariedade de atuação.
Conforme prevê o art. 18 da Constituição, o sistema político
II.2.1. A Saúde e o Federalismo no Brasil federativo adotado pelo Brasil compreende a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios. Todos com autonomia admi-
O federalismo, como forma de organização política do estado nistrativa e sem vinculação hierárquica. Especificamente quanto
moderno, é reconhecida na formação do estado norte-americano. A ao tema saúde, a Carta Política atribuiu competência material10
partir da Constituição Norte- Americana de 1787, ficou instituída comum aos entes federados, como se dispõe o art. 23, inciso II,
a conformação de um estado soberano, mas não unitário, onde a da CF. Dessa forma, quer parecer que a competência comum pres-
União passou a concentrar a capacidade de decisão soberana sobre supõe uma atuação cooperada dos três entes federativos, baseado
as competências essenciais à existência de um estado moderno: a num modelo de redução de desigualdades regionais em favor de
política externa, o comércio exterior, a arrecadação de impostos uma progressiva igualação das condições sociais de vida em todo
e a administração da justiça em assuntos de interesse nacional; e território nacional.
os estados-membros mantiveram uma esfera de atuação autônoma Nesse sentido, a Constituição previu ainda a competência
sobre as competências residuais. concorrente dos entes federados para legislar sobre a “defesa da
O mínimo necessário para a caracterização da organização saúde” (inciso XII, do art. 24 da CF) e atribuiu à União compe-
constitucional federalista exige, inicialmente, a decisão do legis- tência legislativa concorrente para editar normas gerais sobre o
lador constituinte - por meio da edição de uma constituição – de assunto (§1º do art. 24 da CF). Portanto, à legislação infracons-
criar o Estado Federal e suas partes indissociáveis, a Federação ou titucional coube descrever diretrizes gerais e específicas de cada
União, e os Estados-membros. Afinal, a criação de um governo ente federativo.

Didatismo e Conhecimento 2
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Deve-se ressaltar que, justamente em função de toda essa com- Cabe destacar que, conforme exposto anteriormente, a noção
plexidade, muitos compreendem a saúde como exceção ao próprio de sistema deve ser compreendida não como um novo serviço, mas
princípio federativo de separação das atribuições entre as esferas sim como um conjunto de unidades, de serviços e ações das três
governamentais. Entendem que a saúde comporia um subsistema esferas que interagem para um fim comum. Tal sistema deve ainda
da seguridade social fundado no princípio da solidariedade. ser único, no sentido de ter a mesma doutrina e a mesma forma de
Independentemente da corrente que se adote, o fato é que ao organização em todo o país.
tratar da saúde a Constituição Federal não reproduziu com exati-
dão as áreas de atuação dos serviços prestados pelo Poder Público 2.4 Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde - SUS
de cada esfera política, estabelecendo atuação comum e integrada.
E, a essa atuação comum e integrada, deve ainda agregar toda a E, Desde a VIII Conferência Nacional de Saúde (1986) e a Cons-
a essa atuação comum e integrada, deve ainda agregar toda com- tituinte (1987 a 1988), um alto grau de consenso político veio a
plexidade inerente da área, com inúmeras carências e diferentes constituir o fator decisivo para a conformação federativa do SUS.
ações e serviços por parte do Estado, além de interesses e pressões Tal consenso defendeu três teses convergentes:
do mercado inerentes à área da saúde. 1) gestão compartilhada nos âmbitos federal, estadual e mu-
Do conjunto de determinações constitucionais sobre a saúde nicipal, com direção única em cada esfera de governo;
aos entes federados, vem se conformando o entendimento de que a
União está encarregada das funções de financiamento e de formu- 2) descentralização que concede papel destacado à gestão mu-
lação da política nacional de saúde, assim como da coordenação nicipal;
das ações intergovernamentais; aos Estados, por sua vez, cabe se
adaptarem essa política às suas peculiaridades regionais, coorde- 3) funcionamento obrigatório do controle social, por meio
nando as ações entre os respectivos municípios; e, aos municípios, dos conselhos de saúde. Tais vetores ensejaram o estabelecimento
efetuar a prestação dos serviços de saúde com o auxílio técnico e de princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), que
financeiro estadual e federal. constituem as bases para o funcionamento e organização do
sistema no país.
II.2.2 Mecanismos de Articulação Federativa
Universalização
Para que a gestão do SUS se tornasse realidade, foram postos
Saúde é direito de cidadania e dever do Governo: municipal,
em funcionamento diversos mecanismos de articulação federativa.
estadual e federal.
Um desses instrumentos foi a Comissão
Com a universalidade, o indivíduo passa a ter direito de aces-
Tripartite, que atua junto ao Ministério da Saúde e é formada
so a todos os serviços públicos de saúde, assim como àqueles
por gestores do SUS das três esferas do governo. A comissão re-
contratados pelo poder público, independentemente de sexo, raça,
presenta a principal instância de negociação e pactuação de crité-
renda, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais. É a
rios de distribuição de recursos, de planos e de avaliação do desen-
garantia de atenção à saúde por parte do sistema, a todo e qualquer
volvimento das pactuações realizadas em cada esfera de governo.
cidadão.
No âmbito estadual, uma Comissão Bipartite desempenha pa-
pel semelhante, reunindo gestores municipais e estaduais e se en- Equidade
carregando dos planos estaduais, regionais e de regionalização das
ações e serviços propostos pelos Colegiados de Gestão Regional. É um princípio de justiça social porque busca diminuir
Podem ser agregadas a tais instâncias de caráter permanente desigualdades. Isto significa tratar desigualmente os desiguais,
eventuais negociações dos gestores com o Ministério da Saúde e investindo mais onde a carência é maior. Apesar de todos terem
autoridades da área federal reuniões para formulação e aprovação direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm ne-
de pactos de gestão e de pactos pela saúde. cessidades diferentes.
Portanto, pela equidade investe-se mais onde a carência é
II.2.3 O Sistema Único de Saúde – SUS maior. Para isso, a rede de serviços deve estar atenta às necessida-
des reais da população a ser atendida.
O Sistema Único de Saúde faz parte das ações definidas na
Constituição como de “relevância pública”. As competências de- Integralidade
correntes dessa relevância pública envolvem o exercício de um po-
der regulador, de arbitragem e de intervenção executiva por parte É a garantia do fornecimento de um conjunto articulado
das esferas do Poder Público e, por consequência, de suas agências e contínuo de ações e serviços preventivos, curativos e coletivos,
de prestação de serviços. Por isso, é atribuído ao Estado a regula- exigidos em cada caso para todos os níveis de complexidade de
mentação, a fiscalização e o controle das ações e dos serviços de assistência. Portanto, significa considerar a pessoa como um todo,
saúde, independente da execução direta do mesmo. atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a
Tal Sistema faz parte de um sistema mais amplo, o Sistema da integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção
Seguridade Social. de doenças, o tratamento e a reabilitação.
Conforme prevê o art. 194 da Constituição, a Seguridade So- Ao mesmo tempo, o princípio da integralidade pressupõe a
cial “compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos articulação da saúde com outras políticas públicas, como forma de
poderes públicos e da sociedade destinada a assegurar os direitos assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que
relativos à saúde, à previdência e à assistência social”. tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos.

Didatismo e Conhecimento 3
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Hierarquização e da Regionalização São iniciativas voltadas à promoção dessa participação a cria-
ção dos Conselhos e das Conferências de Saúde, que têm como
A hierarquização deve, além de proceder à divisão de níveis função formular estratégias, controlar e avaliar a execução da po-
de atenção, garantir formas de acesso a serviços que componham lítica de saúde.
toda a complexidade requerida para o caso, no limite dos recursos
disponíveis numa dada região. Deve ainda incorporar-se à rotina Resolubilidade (Solução de Problemas)
do acompanhamento dos serviços, com fluxos de encaminhamento
(referência) e de retorno de informações do nível básico do serviço É a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendi-
(contra-referência). mento ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre a
Por isso, os serviços devem ser organizados em níveis de com- saúde, o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo
plexidade tecnológica crescente, circunscritos a uma área geográ- e resolvê-lo até o nível da sua competência.
fica delimitada, planejados a partir de critérios epidemiológicos e
com a definição e o conhecimento da clientela a ser atendida. II.3. Marco Legal do SUS
O acesso da população à rede deve se dar através dos serviços
A criação do SUS, feita pela Constituição Federal, foi poste-
de nível primário de atenção que devem estar qualificados para
riormente implementada por meio da Lei nº 8.080, de 1990 (Lei
atender e resolver os principais problemas que demandam os ser-
Orgânica da Saúde19) e da Lei nº 8.142, de 1990 (Regula as trans-
viços de saúde; devendo, os demais, serem referenciados para os
ferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da
serviços de maior complexidade tecnológica. saúde). Estas leis definem as atribuições dos diferentes níveis de
Historicamente quem tinha direito à saúde no Brasil eram governo com a saúde; estabelecem responsabilidades nas áreas de
apenas os trabalhadores segurados do INPS e depois do INAMPS. vigilância sanitária, epidemiológica e saúde.
O SUS foi implantado com a responsabilidade de tornar realidade Os Conselhos de Saúde, que devem existir nos três níveis de
este princípio. governo, são órgãos deliberativos, de caráter permanente, com-
postos com a representatividade de toda a sociedade. Sua com-
Descentralização e Comando Único posição deve ser paritária, com metade de seus membros repre-
sentando os usuários e a outra metade, o conjunto composto por
Descentralizar é redistribuir poder e responsabilidades entre governo, trabalhadores da saúde e prestadores privados.
os três níveis de governo. Na saúde, a descentralização tem como Os conselhos devem ser criados por lei do respectivo âmbito
objetivo prestar serviços com maior qualidade e garantir o con- de governo, onde serão definidas a composição do colegiado e ou-
trole e a fiscalização pelos cidadãos. Quanto mais perto estiver a tras normas de seu funcionamento.
decisão, maior a chance de acerto. No SUS a responsabilidade pela As Conferências de Saúde são fóruns com representação de
saúde deve ser descentralizada até o município. Isto significa dotar vários segmentos sociais que se reúnem para propor diretrizes,
o município de condições gerenciais, técnicas, administrativas e avaliar a situação da saúde e ajudar na definição da política de
financeiras para exercer esta função. saúde. Devem ser realizadas em todos os níveis de governo.
A decisão deve ser de quem executa, que deve ser o que está Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recu-
mais perto do problema. A descentralização, ou municipalização, peração da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
é uma forma de aproximar o cidadão das decisões do setor e sig- correspondentes e dá outras providências.
nifica a responsabilização do município pela saúde de seus cida- Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sis-
dãos. É também uma forma de intervir na qualidade dos serviços tema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergover-
prestados. namentais de recursos financeiros na área da saúde.
Para fazer valer o princípio da descentralização, existe a con- Também foram editadas diversas normas e portarias pelo Mi-
cepção constitucional do mando único. nistério da Saúde as Normas Operacionais Básicas (NOBs) - como
instrumentos de regulamentação do sistema. Tais normas definem
Cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas deci-
a forma de transferência de recursos entre governos e as moda-
sões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação
lidades de pagamento dos serviços de saúde, além de instruírem
da sociedade. Assim, a autoridade sanitária do SUS é exercida na
o processo de descentralização e de construção de uma rede de
União pelo ministro da saúde, nos estados pelos secretários esta-
serviços capaz de operar com racionalidade sistêmica.
duais de saúde e nos municípios pelos secretários ou chefes de Portanto, o SUS conforma modelo público de prestação de
departamentos de saúde. Eles são também conhecidos como “ges- serviços e ações de saúde em âmbito nacional, incorporando novos
tores” do sistema de saúde. instrumentos gerenciais, técnicos e de democratização da gestão.
Em sua concepção original, visa integrar os subsistemas de saúde
Participação Popular pública e de assistência previdenciária - os ramos da medicina pre-
ventiva e curativa -, bem como os serviços públicos e privados, em
Parte do pressuposto de que a participação da sociedade não regime de contrato ou convênio, num sistema único e nacional, de
deve se esgotar nas discussões que deram origem ao SUS. Como acesso universal e igualitário, organizado de forma regionalizada
forma de garantir a efetividade das políticas públicas de saúde, e hierarquizada, sob comando único em cada nível de governo,
bem como forma de exercício do controle social, devem ser cria- segundo as diretrizes da descentralização administrativa e opera-
dos canais de participação popular na gestão do SUS em todas as cional, do atendimento integral à saúde e da participação da comu-
esferas. nidade visando ao controle social.

Didatismo e Conhecimento 4
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Este modelo envolve inúmeras variáveis e só se concretiza XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referên-
por meio do estabelecimento de relações interinstitucionais de go- cia nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de assis-
verno. A descentralização, associada à diretriz da gestão única, tência à saúde;
resulta em três arranjos formais para o sistema de saúde: mu-
nicipais, estaduais e o nacional. No entanto, a integralidade e a XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substân-
hierarquização induzem à formação de outros subsistemas, como cias de interesse para a saúde;
consequência da negociação intergestores. Como se percebe, o
SUS é fruto de acordos políticos e do desenvolvimento de instru- XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao
mentos técnico-operacionais necessários à integração do Sistema. Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua
Em linhas gerais, essa distribuição intergovernamental de fun- atuação institucional;
ções delegou à União o financiamento e a formulação da política
nacional de saúde, além da coordenação das ações intergoverna- XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Siste-
mentais. Tal situação é evidenciada no art. 1621 da Lei nº 8.080 de ma Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de
1990: Art. 16 da Lei nº 8.080 de 1990: “art. 16. A direção nacional assistência à saúde;
do Sistema Único da Saúde (SUS) compete:
XV - promover a descentralização para as Unidades Federa-
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutri- das e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, respecti-
ção; vamente, de abrangência estadual e municipal;
II - participar na formulação e na implementação das políticas: XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Na-
cional de Sangue, Componentes e Derivados;
a) de controle das agressões ao meio ambiente; Assim, coube à União a normatização, coordenação e avalia-
ção do sistema em caráter nacional, como também a cooperação
b) de saneamento básico; e técnica e financeira aos Estados, Municípios e ao Distrito Federal.
À União compete, ainda, normatizar as relações existentes no SUS
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho; e estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria - SNA, regulamen-
tado pelo Decreto n° 1.651/1995. A União também particip a, em
III - definir e coordenar os sistemas:
conjunto com Estados, Distrito
Federal e Municípios, de uma série de outras atividades rela-
a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;
cionadas à normatização, controle e execução das ações e serviços
b) de rede de laboratórios de saúde pública;
de saúde (Lei n° 8.080/1990, art. 16).
c) de vigilância epidemiológica; e
Cabe aos Estados e ao Distrito Federal a coordenação, o acom-
d) vigilância sanitária;
panhamento e a avaliação do sistema em seu território, o apoio téc-
IV - participar da definição de normas e mecanismos de con- nico e financeiro aos Municípios e a execução de ações de saúde
trole, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele em caráter supletivo àqueles. Além disso, os Estados participam
decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana; da execução, em caráter suplementar, de uma série de atividades
precípuas da União e dos Municípios (Lei n° 8.080/1990, art. 17).
V - participar da definição de normas, critérios e padrões para Compete aos Municípios suplementar a legislação federal
o controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar e a estadual no que couber e prestar, com a cooperação técni-
a política de saúde do trabalhador; ca e financeira da União e dos Estados, serviços de atendimento
à saúde da população. Além de prestar os serviços e executar as
VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilân- políticas de saúde, os Municípios devem planejar, organizar, con-
cia epidemiológica; trolar e avaliar o sistema de saúde em seu território e participar do
planejamento regional, em articulação com a direção estadual do
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de SUS (Constituição Federal - CF, art. 30, incisos II e VII e Lei nº
portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser comple- 8.080/1990, art. 18).
mentada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios; Também foi viabilizada a participação de Estados e Municí-
pios no processo de formulação da política de saúde por meio de
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o con- conselhos com representação (art. 1º da Lei nº 8.142, de 1990).
trole da qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de Com tais espaços de negociação foi reduzida a possibilidade de o
consumo e uso humano; Ministério da Saúde estabelecer unilateralmente as regras de fun-
cionamento do SUS.
IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de Tais conselhos funcionam como um mecanismo de contrapeso
fiscalização do exercício profissional, bem como com entidades re- à concentração de autoridade conferida ao Executivo federal.
presentativas de formação de recursos humanos na área de saúde; Deve-se ainda mencionar que o Conselho Nacional de Saúde
participa da fixação de critérios e valores para a remuneração de
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução serviços e os parâmetros de cobertura assistencial serão estabeleci-
da política nacional e produção de insumos e equipamentos para dos pela direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), como
a saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais; dispõe o art. 26 da Lei nº 8.080 de 1990:

Didatismo e Conhecimento 5
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços O art. 4º da Lei nº 8.080, de 1990, esclarece que o conjunto
e os parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições
direção nacional do Sistema públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta
e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços Sistema Único de Saúde (SUS).
de saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais; A citada norma esclarece ainda a atuação complementar do
setor privado na saúde.
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âm- De fato, em seu art. 24, estabelece que, “quando as suas dis-
bito do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios ponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assis-
e Distrito Federal; tencial à população de uma determinada área, o Sistema Único de
Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciati-
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coorde- va privada”. Sendo os critérios e valores para a remuneração de
nar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Território serviços e parâmetros de cobertura assistencial estabelecidos pela
Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no
Distrito Federal. Conselho Nacional de Saúde (cf. art. 26).
Em seu art. 31, a Lei nº 8.080, de 1990, estabelece que o orça-
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância mento da seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde
epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na (SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos necessários
ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do à realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada
controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos da Pre-
que representem risco de disseminação nacional. vidência Social e da Assistência Social, tendo em vista as metas e
prioridades estabelecidas na Lei de
Art. 1° da Lei nº 8.142, de 1990 – “O Sistema Único de Saúde
(SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, Diretrizes Orçamentárias.
contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do
A Norma estabelece também critérios para distribuição regio-
Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas:
nal dos recursos. O art. 35 da Lei nº 8.080, de 1990, determina que,
para apuração dos valores a serem transferidos a Estados, Distrito
I - a Conferência de Saúde; e
Federal e Municípios, seja utilizada a combinação dos seguintes
critérios, segundo análise técnica de programas e projetos:
II - o Conselho de Saúde.
I- perfil demográfico da região;
§1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro
anos com a representação dos vários segmentos sociais, para
II- perfil epidemiológico da população a ser coberta;
avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação
da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo III- características quantitativas e qualitativas da rede de saú-
Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Con- de na área;
selho de Saúde.
IV- desempenho técnico, econômico e financeiro no período
§2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deli- anterior;
berativo, órgão colegiado composto por representantes do go-
verno, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, V- níveis de participação do setor saúde nos orçamentos esta-
atua na formulação de estratégias e no controle da execução da po- duais e municipais;
lítica de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos
econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo VI- previsão do plano quinquenal de investimentos da rede;
chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo.
VII- ressarcimento do atendimento a serviços prestados para
§3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) outras esferas de governo.
e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Cona-
sems) terão representação no Conselho Nacional de Saúde. Deve-se ressaltar, contudo, que a tais critérios sujeitam-se
50% dos recursos, pois os 50% restantes atendem ao critério de-
§4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde mográfico. O §1º do artigo determina que metade dos recursos des-
e Conferências será paritária em relação ao conjunto dos de- tinados a Estados e Municípios seja distribuída segundo o quocien-
mais segmentos. te de sua divisão pelo número de habitantes, independentemente
de qualquer procedimento prévio.
§5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde te- A Lei nº 8.142, de 1990, normatiza a participação da comuni-
rão sua organização e normas de funcionamento definidas em dade na gestão do SUS e as transferências de recursos do Minis-
regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.” tério da Saúde para as outras esferas de governo. Nos artigos 2º e
3º, a Norma trata do “Fundo Nacional de Saúde” (FNS), e informa

Didatismo e Conhecimento 6
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
como e onde os recursos desse fundo serão aplicados. O artigo 2º • Deliberar sobre a metodologia pactuada na CIT para defini-
estabelece que só podem ser utilizados para financiar: despesas de ção dos montantes a serem transferidos pelo Ministério da Saúde
custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entida- para Estados, Distrito Federal e Municípios para custeio das ações
des, da administração direta e indireta; investimentos previstos em e serviços de saúde.
lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados
pelo Congresso Nacional; investimentos previstos no Plano Quin- • Deliberar sobre as normas do SUS pactuadas na Comissão
quenal do Ministério da Saúde; e a cobertura das ações e serviços Intergestores Tripartite (CIT).
de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados e Dis-
trito Federal. • Deliberar sobre o modelo padronizado do Relatório

O Decreto 7508, de 28/06/2011, regulamenta a Lei 8080 de


19/09/2011 e dispõe sobre a Organização do SUS, o planejamento
2. CONTROLE SOCIAL NO SUS. da saúde, a assitência à saúde e a articulação interfederativa.

Atribuições dos Conselhos Nacional, Estaduais, Distrital e


Municipais de Saúde:

(Fonte: http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/livros/Ma- - Deliberar sobre as diretrizes para o estabelecimento de prio-


nual_Para_Entender_Controle_Social.pdf) ridades para as ações e serviços públicos de saúde pelo respectivo
gestor federal, estadual, distrital ou municipal
Em virtude da qualidade e pelo edital abordar tópicos sobre - Avaliar a gestão do SUS quadrimestralmente e emitir parecer
informações oficiais, segue na íntegra artigo produzido pelo Con- conclusivo sobre o cumprimento dos dispositivos da LC 141/2012
selho de Saúde, disponível para acesso no site acima informado. quando da apreciação das contas anuais encaminhadas pelo res-
pectivo gestor federal, estadual, distrital ou municipal
“A Constituição de 1988 determinou, no artigo 198, que a so- - Assessorar o Poder Legislativo de cada ente da Federação,
ciedade participasse da gestão do sistema de saúde. quando requisitados, no exercício da fiscalização do cumprimento
As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede re- dos dispositivos da LC141/2012, especialmente, a elaboração e a
gionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, orga- execução do Plano de Saúde, o cumprimento das metas estabele-
cidas na LDO, a aplicação dos recursos mínimos constitucional-
nizado de acordo com as seguintes diretrizes:
mente estabelecidos, as transferências financeiras Fundo-a-Fundo,
a aplicação de recursos vinculados e a destinação dos recursos
I - descentralização, com direção única em cada esfera de go- oriundos da alienação de ativos vinculados ao SUS
verno; - Avaliar a repercussão da LC141/2012 sobre as condições de
saúde e na qualidade dos serviços de saúde da população e en-
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades caminhamento ao Chefe do Poder Executivo do respectivo ente
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; da Federação das indicações para que sejam adotadas as medidas
corretivas necessárias
III - participação da comunidade. - Receber informação do Ministério da Saúde sobre os re-
cursos previstos para transferência aos Estados, Distrito Federal
Dois anos depois, duas leis trouxeram conteúdos importan- e Municípios com base no Plano Nacional de Saúde e no termo de
tes sobre essa participação, ao abordarem aspectos relacionados compromisso de gestão firmado entre os entes da Federação
ao Conselho Nacional de Saúde. Foram elas a Lei nº 8.080, de - Receber informação do Ministério da Saúde sobre o descum-
1990, conhecida como Lei Orgânica da Saúde, e a Lei nº 8.142 primento dos dispositivos da LC141/2012 pelos Estados, Distrito
do mesmo ano. Veja o que dizem cada uma delas! Para entender o Federal e Municípios
controle social na saúde
A Lei nº 8.142/90, no segundo parágrafo, estabelece que:
Principais considerações sobre a Lei!
O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo,
órgão colegiado composto por representantes do governo, presta-
1- Regulamenta o § 3º do art. 198 da Constituição Federal
dores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formu-
para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmen- lação de estratégias e no controle da execução da política de saúde
te pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e
serviços públicos de saúde; financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder
legalmente constituído em cada esfera do governo.
2- Estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferên-
cias para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle A Lei nº 8.080/90, por sua vez, determina que:
das despesas com saúde nas três (três) esferas de governo.
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito na-
IMPORTANTE cional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas
pelos Ministérios e órgãos competentes e por entidades represen-
São atribuições exclusivas do Conselho Nacional de Saúde: tativas da sociedade civil.

Didatismo e Conhecimento 7
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade Como tal, para garantir total autonomia e efetividade ao con-
de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja trole social, o Conselho de Saúde não é subordinado ao Poder Exe-
execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema cutivo – ao prefeito, ao governador ou ao secretário de saúde, por
Único de Saúde (SUS). exemplo.
A Resolução nº 333/2003, do CNS, aprova as diretrizes para
- A Lei nº 8.080/90 dispõe sobre as condições para a promo- criação, reformulação, estruturação e funcionamento dos Conse-
ção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funciona- lhos de Saúde.
mento dos serviços correspondentes.
3.2 Princípios básicos para criação de um
- A Lei nº 8.142/90 dispõe sobre a participação da comunidade
na gestão do Sistema Único de Saúde – SUS e sobre as transferên- Conselho de Saúde
cias intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde.
Como vimos, todos os municípios e estados têm liberdade
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços para formarem os seus Conselhos de Saúde.
e os parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela Mas, para fazerem isso, devem garantir condições de pleno
direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no funcionamento ao Conselho, assegurando-lhe autonomia adminis-
Conselho Nacional de Saúde. trativa e financeira.
A Resolução do CNS nº 333, de 2003, esclarece que a criação
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde de um Conselho de Saúde é estabelecida por lei federal, estadual,
(SUS) serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua distrital ou municipal.
atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos Conse- Conselho Nacional de Saúde
lhos de Saúde. Decreto Presidencial
Conselhos
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as dire- Estaduais
trizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, em Leis estaduais
função das características epidemiológicas e da organização dos Conselhos
serviços em cada jurisdição administrativa. Municipais
A partir de então, a atuação da sociedade no sistema de saúde Leis municipais
ganhou uma nova dimensão. A participação social foi ampliada, Conselho do Distrito
democratizada e passou a ser qualificada por “controle social”. Federal
Controle da sociedade sobre a política de saúde. Com isso, a ló- Lei distrital
gica tradicional do controle social exercido exclusivamente pelos Além disso, orienta que cada Conselho de Saúde possua re-
governos era invertida. A sociedade começou, efetivamente, a par- gimento interno e estrutura administrativa, capazes de garantir a
ticipar da gestão do sistema de saúde. A população, por meio dos funcionalidade na distribuição das atribuições entre conselheiros
Conselhos de Saúde, passou a exercer o controle social, participan- e equipe administrativa. Fortalece-se, assim, o processo demo-
do do planejamento das políticas públicas, fiscalizando as ações do crático e a execução de suas atividades de maneira efetiva. Para
governo, verificando o cumprimento das leis relacionadas ao SUS compreender melhor estas orientações, vamos conhecer como são
e analisando as aplicações financeiras realizadas pelo município constituídos os Conselhos de Saúde.
ou pelo estado no gerenciamento da saúde.
Desde 1990, municípios e estados passaram a constituir os 3.3 Critérios para composição do Conselho de Saúde
seus próprios Conselhos de Saúde. Hoje, no Brasil, além do Con-
selho Nacional de Saúde (CNS), com sede em Brasília, existem Os Conselhos de Saúde são constituídos por conselheiros, que
vinte e seis conselhos estaduais de saúde, um conselho do Distrito se responsabilizam pela proposição, discussão, acompanhamento,
Federal, mais de cinco mil conselhos municipais, trinta e quatro deliberação, avaliação e fiscalização da implementação da política
conselhos distritais sanitários indígenas, entre outros. de saúde, inclusive em seus aspectos econômicos e financeiros.
O número de conselheiros é definido pelos Plenários dos Con-
3.1 Características dos Conselhos de Saúde selhos de Saúde e das Conferências de Saúde, quantitativo que
deve ser especificado em lei. Já a sua composição atende a dois
Os Conselhos de Saúde não são órgãos responsáveis pela ges- critérios: o da representatividade e o da paridade. Veja o que sig-
tão ou execução de serviços e, por isso, não têm responsabilidade nifica cada um deles!
direta sobre a prestação dos serviços de saúde. Essa tarefa cabe Representatividade - para que o Conselho de Saúde represente
diretamente ao Poder Público, nas três esferas de governo. Um a sociedade, cada conselheiro, apesar de defender os interesses de
Conselho de Saúde é um órgão: colegiado, ou seja, é composto toda a sociedade, atua como interlocutor de um segmento espe-
por pessoas que representam diferentes grupos da sociedade, sen- cífico. De acordo com a Resolução CNS nº 333, de 2003, essa
do 50% delas representantes de usuários do SUS; permanente, isto representação deve atender a critérios de representatividade, de
é, tem sua existência garantida em qualquer circunstância. Para abrangência e de complementaridade do conjunto de forças sociais
ser extinto é preciso haver uma lei; e deliberativo, ou seja, toma contempladas pelo Conselho de Saúde. Assim, um conselheiro de
decisões que devem ser cumpridas pelo poder público. saúde pode representar:

Didatismo e Conhecimento 8
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Conselheiro Um conselheiro pode perder o seu mandato por excesso de
Profissionais de saúde -representantes de entidades de profis- faltas às reuniões, por conduta não condizente ao seu papel de con-
sionais de saúde, incluída a comunidade científica. selheiro, ou por assumir cargo na administração pública incompa-
Usuários - representantes de entidades e movimentos sociais tível com a sua função. O regimento interno do Conselho de Saúde
de usuários do SUS. pode estabelecer outros motivos que levem à perda do mandato.
Governo - profissionais que atuam junto ao gestor e por ele Nessas situações, ou caso haja necessidade ocasionada por
são indicados. outro motivo, um conselheiro pode ser substituído a qualquer mo-
Prestadores de serviço -representantes de entidades de presta- mento. Para que isso ocorra, basta que a entidade, ou o movimento
dores de serviços de saúde e de entidades nacionais empresariais social, por ele representado, indique o seu substituto.
com atividades na área da saúde. Como a função do conselheiro é de relevância pública, sua
Paridade - o número de conselheiros que representam os usuá- atuação no Conselho não é remunerada. Entretanto, pelo mesmo
rios dos serviços de saúde (50%) deve ser igual ao número de con- motivo, é garantida a sua dispensa ao trabalho, sem nenhum pre-
selheiros que representam outros segmentos da sociedade (50%). juízo, durante a realização de reuniões, capacitações ou ações es-
Numericamente, os conselheiros se distribuem da seguinte forma: pecíficas do Conselho de Saúde.

3.4 Como acontece a escolha dos conselheiros de saúde? 3.6 Estrutura e funcionamento de um Conselho de Saúde

Para atender ao critério da representatividade, visto no item Como você já sabe, todo Conselho de Saúde deve possuir um
anterior, entidades e movimentos sociais indicam, por escrito, re- regimento interno, pelo qual são definidas suas regras de funciona-
presentantes para atuarem como conselheiros de saúde, de acordo mento, como, por exemplo, o número de conselheiros, a duração
com o número de vagas existentes. do mandato e a composição do quadro administrativo. Esse regi-
Tanto a entidade quanto o movimento social têm autonomia mento deve ser elaborado de acordo com os princípios básicoses-
para escolher os seus representantes pela forma que achar mais tabelecidos na Lei nº 8.080, de 1990, na Lei nº 8.142, de 1990,
conveniente. Entretanto, deve- na Resolução nº 333, de 2003, do Conselho Nacional de Saúde,
e no Decreto Lei nº 5.839, de 2006. Como vimos, cada Conselho
Conselheiros de Saúde, além dos conselheiros, conta com o trabalho de vários
Representando o usuário profissionais que buscam, principalmente, garantir a funcionalida-
50% de do Conselho, evitando que ocorram relações de poder entre os
Representado Governo/ prestadores de serviço de saúde próprios conselheiros e que se instaurem rotinas burocráticas capa-
25% zes de prejudicar as atividades de trabalho. A Resolução nº 333, de
Representando profissionais de saúde 2003, do CNS, sugere a seguinte estrutura de organização:
25% se atentar para o fato de que a ocupação de cargos de Plenário
confiança ou de chefia que interfiram na autonomia representati- Presidência
va, pelos conselheiros representantes dos segmentos usuários e de Secretaria
profissionais de saúde, é avaliada como possível impedimento da Executiva
representação do segmento. Caso isso ocorra, a entidade pode in- Mesa
dicar um substituto. Diretora
Grupos de
ATENÇÃO! O governo não pode interferir nesse processo de Trabalho
escolha, nem pode vetar qualquer indicação. Comissões
Baseando-se nessa estrutura, todo Conselho de Saúde deve
- Para assegurar a independência entre os poderes, os con- possuir um Plenário, pois é nele que os conselheiros se encon-
selheiros não devem pertencer aos Poderes Legislativo e Judiciá- tram oficialmente para deliberarem sobre diferentes assuntos. Os
rio, ou ao Ministério Público. Sendo assim, não devem integrar o Conselhos possuem, também, uma Presidência, uma Mesa Direto-
Conselho de Saúde: vereador, deputado, juiz, senador, promotor ra e uma Secretaria Executiva. As demais estruturas, Comissões e
público, promotor de justiça, etc. Grupos de Trabalho, por constituírem-se assessorias ao Plenário,
- Apesar de não ser recomendado que os conselheiros perten- sem caráter deliberativo, devem ser instituídas pelo Conselho, de
çam aos Poderes Legislativo, Judiciário, ou ao Ministério Público, acordo com a necessidade. Conheça a seguir as principais atribui-
é importante o estabelecimento de parcerias. Sendo assim, é inte- ções de cada uma das estruturas de funcionamento.
ressante que tais representantes participem como convidados nas Plenário Presidência Mesa
reuniões dos Conselhos de Saude. Diretora
Fórum de deliberação do Conselho. Reúne-se, no mínimo,a
3.5 Informações importantes sobre os conselheiros cada mês e, extraordianariamente, quando necessário. Funciona
de acordo com o regimento interno. Suas reuniões são abertas ao
O mandato dos conselheiros é definido pelo regimento interno público. Ocupada por um dos conselheiros titurlares. Conduz a re-
de cada Conselho. Recomenda-se que a sua duração não coincida união do Plenário. Representa o Conselho de Saúde.
com a do gestor da esfera de governo (municipal, estadual ou fede- Composta por conselheiros titulares, eleitos pelo Plenário, in-
ral), a qual o Conselho de Saúde esteja vinculado. clusive o presidente.

Didatismo e Conhecimento 9
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Conduz os processos administrativos e políticos a serem de- Periodicamente, o CNS convoca a Plenária dos Conselhos
liberados pelo de Saúde para: acompanhar a implementação das deliberações
Plenário. Promove articulações políticas internas e externas, das Conferências Nacionais de Saúde; analisar os obstáculos e os
garantindo a intersetorialidade do controle social. avanços da ação dos Conselhos de Saúde; propor diretrizes e ca-
minhos para efetivar o controle social do SUS; e provocar intensa
3.7 Como são tomadas as decisões nos Conselhos de Saúde troca de experiências entre seus participantes, propiciando a reno-
As decisões do Conselho de Saúde serão adotadas mediante vação de forças e motivações para o aprofundamento da concep-
quórum mínimo (metade mais um) dos seus integrantes, ressal- ção e articulação do efetivo exercício do controle social.
vados os casos regimentais em que se exija quórum especial, ou Desde 2004, após publicação da Recomendação nº 5, de 2004,
maioria qualificada de votos. pelo CNS, a Coordenação Nacional da Plenária Nacional de Con-
A cada três meses, deverá constar nos itens da pauta de reu- selhos de Saúde passou a ser composta por dois representantes de
nião do Conselho o pronunciamento do gestor de saúde, para que cada estado (um titular e um suplente) e do Distrito Federal, eleitos
ele preste contas, em relação a temas como: andamento do plano em Plenárias Estaduais, precedidas por um processo de articulação
de saúde, agenda de saúde pactuada, relatório de gestão, montante entre os Conselhos de Saúde do estado.
e forma de aplicação dos recursos, auditorias iniciadas e concluí- As Plenárias Estaduais devem organizar coordenações locais
das no período, produção e oferta de serviços na rede assistencial com o objetivo de promover o processo de articulação entre os
própria, contratada ou conveniada. Conselhos de Saúde do estado!”
3.8 Documentos produzidos pelos Conselhos de Saúde

Para tornar públicas suas decisões ou outras manifestações de


3. RESOLUÇÃO 453/2012 DO CONSELHO
seu interesse, os Conselhos de Saúde fazem uso de três tipos de
NACIONAL DA SAÚDE.
deliberações. Além disso, divulgam suas pautas e atas de reunião.
Vamos conhecê-las!
Toda reunião do Plenário é documentada por uma ata. Por ter
valor jurídico, ela apresenta um resumo fiel dos fatos, ocorrências
CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE
e decisões tomadas pelos conselheiros durante as reuniões. O tex-
RESOLUÇÃO Nº 453, DE 10 DE MAIO DE 2012
to, escrito sem parágrafos, corridamente, deve ser assinado, prefe-
rencialmente, por todos os presentes. Caso seja identificado algum
erro ou imprecisão, quem escreve a ata faz uma observação escrita O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducen-
no texto e, posteriormente, submete a redação da ata novamente à tésima Trigésima Terceira Reunião Ordinária, realizada nos dias
apreciação do Plenário. 9 e 10 de maio de 2012, no uso de suas competências regimentais
e atribuições conferidas pela Lei no 8.080, de 19 de setembro de
3.9 Deliberações – tipos e características 1990, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e pelo De-
creto no 5.839, de 11 de julho de 2006, e
a) Resolução - É uma decisão de caráter geral que estabelece Considerando os debates ocorridos nos Conselhos de Saúde,
normas a todos aqueles diretamente relacionados ao seu conteúdo. nas três esferas de Governo, na X Plenária Nacional de Conse-
Devido a esse caráter, as resoluções devem ser obrigatoria- lhos de Saúde, nas Plenárias Regionais e Estaduais de Conselhos
mente homologadas pelo chefe do Poder Executivo, em até trinta de Saúde, nas 9a, 10a e 11a Conferências Nacionais de Saúde, e
dias. Caso isso não aconteça, ou não seja encaminhada uma justi- nas Conferências Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de
ficativa com proposta de alteração ou rejeição a ser apreciada na Saúde;
próxima reunião do Conselho, as entidades que integram o Conse-
lho de Saúde podem buscar a validação da resolução, recorrendo Considerando a experiência acumulada do Controle Social
ao Ministério Público. da Saúde à necessidade de aprimoramento do Controle Social da
Saúde no âmbito nacional e as reiteradas demandas dos Conselhos
b) Recomendação - É uma sugestão, advertência ou aviso a Estaduais e Municipais referentes às propostas de composição, or-
respeito do conteúdo ou da forma de execução de uma política ganização e funcionamento, conforme o § 5o inciso II art. 1o da
ou ação de saúde. Normalmente, aborda assuntos específicos, não Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990;
de responsabilidade direta do Conselho, mas que são relevantes e
necessários. Considerando a ampla discussão da Resolução do CNS no
333/92 realizada nos espaços de Controle Social, entre os quais se
c) Moções - É uma manifestação de aprovação, reconheci- destacam as Plenárias de Conselhos de Saúde;
mento ou repúdio a respeito de determinado assunto ou fato.
Considerando os objetivos de consolidar, fortalecer, ampliar
3.10 A Plenária Nacional de Conselhos de Saúde e acelerar o processo de Controle Social do SUS, por intermédio
dos Conselhos Nacional, Estaduais, Municipais, das Conferências
As Plenárias de Conselhos de Saúde foram criadas, principal- de Saúde e Plenárias de Conselhos de Saúde; Considerando que
mente, para promover a relação dos Conselhos de Saúde com a os Conselhos de Saúde, consagrados pela efetiva participação da
esfera nacional, e, com isso, fortalecer ainda mais a participação sociedade civil organizada, representam pólos de qualificação de
popular no Sistema Único de Saúde. cidadãos para o Controle Social nas esferas da ação do Estado; e

Didatismo e Conhecimento 10
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Considerando o que disciplina a Lei Complementar no 141, de 13 II - Mantendo o que propôs as Resoluções nos 33/92 e 333/03
de janeiro de 2012, e o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, do CNS e consoante com as Recomendações da 10a e 11a
que regulamentam a Lei Orgânica da Saúde, resolve: Conferências Nacionais de Saúde, as vagas deverão ser distri-
buídas da seguinte forma:
Aprovar as seguintes diretrizes para instituição, reformulação, a) 50% de entidades e movimentos representativos de usuá-
reestruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde: rios;
b) 25% de entidades representativas dos trabalhadores da área
DA DEFINIÇÃO DE CONSELHO DE SAÚDE de saúde;
c) 25% de representação de governo e prestadores de serviços
Primeira Diretriz: o Conselho de Saúde é uma instância cole- privados conveniados, ou sem fins lucrativos.
giada, deliberativa e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) III - A participação de órgãos, entidades e movimentos sociais
em cada esfera de Governo, integrante da estrutura organizacional terá como critério a representatividade, a abrangência e a comple-
do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estados, do mentaridade do conjunto da sociedade, no âmbito de atuação do
Distrito Federal e dos Municípios, com composição, organização Conselho de Saúde. De acordo com as especificidades locais, apli-
e competência fixadas na Lei no 8.142/90. O processo bem-su- cando o princípio da paridade, serão contempladas, dentre outras,
cedido de descentralização da saúde promoveu o surgimento de as seguintes representações:
Conselhos Regionais, Conselhos Locais, Conselhos Distritais de
Saúde, incluindo os Conselhos dos Distritos Sanitários Especiais a) associações de pessoas com patologias;
Indígenas, sob a coordenação dos Conselhos de Saúde da esfera
correspondente. Assim, os Conselhos de Saúde são espaços insti- b) associações de pessoas com deficiências;
tuídos de participação da comunidade nas políticas públicas e na
administração da saúde. c) entidades indígenas;
Parágrafo único. Como Subsistema da Seguridade Social, o
Conselho de Saúde atua na formulação e proposição de estratégias d) movimentos sociais e populares, organizados (movimento
e no controle da execução das Políticas de Saúde, inclusive nos negro, LGBT...);
seus aspectos econômicos e financeiros.
e) movimentos organizados de mulheres, em saúde;
DA INSTITUIÇÃO E REFORMULAÇÃO DOS CONSE-
f) entidades de aposentados e pensionistas;
LHOS DE SAÚDE
g) entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais,
Segunda Diretriz: a instituição dos Conselhos de Saúde é esta-
confederações e federações de trabalhadores urbanos e rurais;
belecida por lei federal, estadual, do Distrito Federal e municipal,
obedecida a Lei no 8.142/90.
h) entidades de defesa do consumidor;
Parágrafo único. Na instituição e reformulação dos Conselhos
de Saúde o Poder Executivo, respeitando os princípios da demo- i) organizações de moradores;
cracia, deverá acolher as demandas da população aprovadas nas
Conferências de Saúde, e em consonância com a legislação. j) entidades ambientalistas;
A ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE k) organizações religiosas;
Terceira Diretriz: a participação da sociedade organizada, ga- l) trabalhadores da área de saúde: associações, confederações,
rantida na legislação, torna os Conselhos de Saúde uma instância conselhos de profissões regulamentadas, federações e sindicatos,
privilegiada na proposição, discussão, acompanhamento, delibe- obedecendo as instâncias federativas;
ração, avaliação e fiscalização da implementação da Política de m) comunidade científica;
Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. A
legislação estabelece, ainda, a composição paritária de usuários n) entidades públicas, de hospitais universitários e hospitais
em relação ao conjunto dos demais segmentos representados. O campo de estágio, de pesquisa e desenvolvimento;
Conselho de Saúde será composto por representantes de entidades,
instituições e movimentos representativos de usuários, de entida- o) entidades patronais;
des representativas de trabalhadores da área da saúde, do governo
e de entidades representativas de prestadores de serviços de saú- p) entidades dos prestadores de serviço de saúde; e
de, sendo o seu presidente eleito entre os membros do Conselho,
em reunião plenária. Nos Municípios onde não existem entidades, q) governo.
instituições e movimentos organizados em número suficiente para
compor o Conselho, a eleição da representação será realizada em IV - As entidades, movimentos e instituições eleitas no Con-
plenária no Município, promovida pelo Conselho Municipal de selho de Saúde terão os conselheiros indicados, por escrito, con-
maneira ampla e democrática. forme processos estabelecidos pelas respectivas entidades, movi-
I - O número de conselheiros será definido pelos Conselhos de mentos e instituições e de acordo com a sua organização, com a
Saúde e constituído em lei. recomendação de que ocorra renovação de seus representantes.

Didatismo e Conhecimento 11
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
V - Recomenda-se que, a cada eleição, os segmentos de repre- VI - o Conselho de Saúde exerce suas atribuições mediante
sentações de usuários, trabalhadores e prestadores de serviços, ao o funcionamento do Plenário, que, além das comissões interseto-
seu critério, promovam a renovação de, no mínimo, 30% de suas riais, estabelecidas na Lei no 8.080/90, instalará outras comissões
entidades representativas. intersetoriais e grupos de trabalho de conselheiros para ações tran-
VI - A representação nos segmentos deve ser distinta e autôno- sitórias.
ma em relação aos demais segmentos que compõem o Conselho, As comissões poderão contar com integrantes não conselhei-
por isso, um profissional com cargo de direção ou de confiança na ros;
gestão do SUS, ou como prestador de serviços de saúde não pode VII - o Conselho de Saúde constituirá uma Mesa Diretora elei-
ser representante dos(as) Usuários(as) ou de Trabalhadores(as). ta em Plenário, respeitando a paridade expressa nesta Resolução;
VII - A ocupação de funções na área da saúde que interfiram VIII - as decisões do Conselho de Saúde serão adotadas me-
na autonomia representativa do Conselheiro(a) deve ser avaliada diante quórum mínimo (metade mais um) dos seus integrantes,
como possível impedimento da representação de Usuário(a) e Tra- ressalvados os casos regimentais nos quais se exija quórum espe-
balhador(a), e, a juízo da entidade, indicativo de substituição do cial, ou maioria qualificada de votos;
Conselheiro(a). a) entende-se por maioria simples o número inteiro imediata-
VIII - A participação dos membros eleitos do Poder Legisla- mente superior à metade dos membros presentes;
tivo, representação do Poder Judiciário e do Ministério Público, b) entende-se por maioria absoluta o número inteiro imediata-
como conselheiros, não é permitida nos Conselhos de Saúde. mente superior à metade de membros do Conselho;
IX - Quando não houver Conselho de Saúde constituído ou c) entende-se por maioria qualificada 2/3 (dois terços) do total
em atividade no Município, caberá ao Conselho Estadual de Saúde de membros do Conselho;
assumir, junto ao executivo municipal, a convocação e realização IX - qualquer alteração na organização dos Conselhos de
da Conferência Municipal de Saúde, que terá como um de seus Saúde preservará o que está garantido em lei e deve ser proposta
objetivos a estruturação e composição do Conselho Municipal. O pelo próprio Conselho e votada em reunião plenária, com quórum
mesmo será atribuído ao Conselho Nacional de Saúde, quando não qualificado, para depois ser alterada em seu Regimento Interno e
houver Conselho Estadual de Saúde constituído ou em funciona- homologada pelo gestor da esfera correspondente;
mento. X - a cada três meses, deverá constar dos itens da pauta o
X - As funções, como membro do Conselho de Saúde, não pronunciamento do gestor, das respectivas esferas de governo,
serão remuneradas, considerando-se o seu exercício de relevância para que faça a prestação de contas, em relatório detalhado, sobre
pública e, portanto, garante a dispensa do trabalho sem prejuízo andamento do plano de saúde, agenda da saúde pactuada, relatório
para o conselheiro. Para fins de justificativa junto aos órgãos, en- de gestão, dados sobre o montante e a forma de aplicação dos re-
tidades competentes e instituições, o Conselho de Saúde emitirá cursos, as auditorias iniciadas e concluídas no período, bem como
declaração de participação de seus membros durante o período das a produção e a oferta de serviços na rede assistencial própria, con-
reuniões, representações, capacitações e outras atividades especí- tratada ou conveniada, de acordo com o art. 12 da Lei no 8.689/93
ficas. e com a Lei Complementar no 141/2012;
XI - O conselheiro, no exercício de sua função, responde pelos XI - os Conselhos de Saúde, com a devida justificativa, busca-
seus atos conforme legislação vigente. rão auditorias externas e independentes sobre as contas e ativida-
des do Gestor do SUS; e
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS XII - o Pleno do Conselho de Saúde deverá manifestar-se por
DE SAÚDE meio de resoluções, recomendações, moções e outros atos delibe-
rativos.
Quarta Diretriz: as três esferas de Governo garantirão auto- As resoluções serão obrigatoriamente homologadas pelo che-
nomia administrativa para o pleno funcionamento do Conselho de fe do poder constituído em cada esfera de governo, em um prazo
Saúde, dotação orçamentária, autonomia financeira e orga- de 30 (trinta) dias, dando-se-lhes publicidade oficial. Decorrido o
nização da secretaria-executiva com a necessária infraestrutura e prazo mencionado e não sendo homologada a resolução e nem en-
apoio técnico: viada justificativa pelo gestor ao Conselho de Saúde com proposta
I - cabe ao Conselho de Saúde deliberar em relação à sua es- de alteração ou rejeição a ser apreciada na reunião seguinte, as
trutura administrativa e o quadro de pessoal; entidades que integram o Conselho de Saúde podem buscar a vali-
II - o Conselho de Saúde contará com uma secretaria-executi- dação das resoluções, recorrendo à justiça e ao Ministério Público,
va coordenada por pessoa preparada para a função, para o suporte quando necessário.
técnico e administrativo, subordinada ao Plenário do Conselho de Quinta Diretriz: aos Conselhos de Saúde Nacional, Estaduais,
Saúde, que definirá sua estrutura e dimensão; Municipais e do Distrito Federal, que têm competências definidas
III - o Conselho de Saúde decide sobre o seu orçamento; nas leis federais, bem como em indicações advindas das Conferên-
IV - o Plenário do Conselho de Saúde se reunirá, no mínimo, cias de Saúde, compete:
a cada mês e, extraordinariamente, quando necessário, e terá como I - fortalecer a participação e o Controle Social no SUS, mo-
base o seu Regimento Interno. A pauta e o material de apoio às reu- bilizar e articular a sociedade de forma permanente na defesa dos
niões devem ser encaminhados aos conselheiros com antecedência princípios constitucionais que fundamentam o SUS;
mínima de 10 (dez) dias; II - elaborar o Regimento Interno do Conselho e outras nor-
V - as reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são abertas mas de funcionamento;
ao público e deverão acontecer em espaços e horários que possibi- III - discutir, elaborar e aprovar propostas de operacionaliza-
litem a participação da sociedade; ção das diretrizes aprovadas pelas Conferências de Saúde;

Didatismo e Conhecimento 12
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
IV - atuar na formulação e no controle da execução da política respectivo regimento e programa ao Pleno do Conselho de Saúde
de saúde, incluindo os seus aspectos econômicos e financeiros, e correspondente, convocar a sociedade para a participação nas pré-
propor estratégias para a sua aplicação aos setores público e privado; conferências e conferências de saúde;
V - definir diretrizes para elaboração dos planos de saúde e XXI - estimular articulação e intercâmbio entre os Conselhos
deliberar sobre o seu conteúdo, conforme as diversas situações de Saúde, entidades, movimentos populares, instituições públicas
epidemiológicas e a capacidade organizacional dos serviços; e privadas para a promoção da Saúde;
VI - anualmente deliberar sobre a aprovação ou não do rela- XXII - estimular, apoiar e promover estudos e pesquisas sobre
tório de gestão; assuntos e temas na área de saúde pertinente ao desenvolvimento
VII - estabelecer estratégias e procedimentos de acompanha- do Sistema Único de Saúde (SUS);
mento da gestão do SUS, articulando-se com os demais colegiados, XXIII - acompanhar o processo de desenvolvimento e in-
a exemplo dos de seguridade social, meio ambiente, justiça, edu- corporação científica e tecnológica, observados os padrões éticos
cação, trabalho, agricultura, idosos, criança e adolescente e outros; compatíveis com o desenvolvimento sociocultural do País;
VIII - proceder à revisão periódica dos planos de saúde; XXIV - estabelecer ações de informação, educação e comuni-
IX - deliberar sobre os programas de saúde e aprovar projetos cação em saúde, divulgar as funções e competências do Conselho
a serem encaminhados ao Poder Legislativo, propor a adoção de de Saúde, seus trabalhos e decisões nos meios de comunicação,
critérios definidores de qualidade e resolutividade, atualizando-os incluindo informações sobre as agendas, datas e local das reuniões
face ao processo de incorporação dos avanços científicos e tecno- e dos eventos;
lógicos na área da Saúde; XXV - deliberar, elaborar, apoiar e promover a educação per-
X - a cada quadrimestre deverá constar dos itens da pauta o manente para o controle social, de acordo com as Diretrizes e a
pronunciamento do gestor, das respectivas esferas de governo, Política Nacional de Educação Permanente para o Controle
para que faça a prestação de contas, em relatório detalhado, so- Social do SUS;
bre andamento do plano de saúde, agenda da saúde pactuada, re- XXVI - incrementar e aperfeiçoar o relacionamento sistemá-
latório de gestão, dados sobre o montante e a forma de aplicação tico com os poderes constituídos, Ministério Público, Judiciário e
dos recursos, as auditorias iniciadas e concluídas no período, bem Legislativo, meios de comunicação, bem como setores rele-
como a produção e a oferta de serviços na rede assistencial própria, vantes não representados nos conselhos;
contratada ou conveniada, de acordo com a Lei Complementar no XXVII - acompanhar a aplicação das normas sobre ética em
141/2012. pesquisas aprovadas pelo CNS;
XI - avaliar, explicitando os critérios utilizados, a organização XXVIII - deliberar, encaminhar e avaliar a Política de Gestão
e o funcionamento do Sistema Único de Saúde do SUS; do Trabalho e Educação para a Saúde no SUS;
XII - avaliar e deliberar sobre contratos, consórcios e convê- XXIX - acompanhar a implementação das propostas constan-
nios, conforme as diretrizes dos Planos de Saúde Nacional, Esta- tes do relatório das plenárias dos Conselhos de Saúde; e
duais, do Distrito Federal e Municipais; XXX - atualizar periodicamente as informações sobre o Con-
XIII - acompanhar e controlar a atuação do setor privado cre- selho de Saúde no Sistema de Acompanhamento dos Conselhos de
denciado mediante contrato ou convênio na área de saúde; Saúde (SIACS).
XIV - aprovar a proposta orçamentária anual da saúde, tendo
em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Fica revogada a Resolução do CNS nº 333, de 4 de novembro
Orçamentárias, observado o princípio do processo de planejamen- de 2003.
to e orçamento ascendentes, conforme legislação vigente;
XV - propor critérios para programação e execução financeira ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA
e orçamentária dos Fundos de Saúde e acompanhar a movimenta- Presidente do Conselho
ção e destino dos recursos;
XVI - fiscalizar e controlar gastos e deliberar sobre critérios Homologo a Resolução CNS nº 453, de 10 de maio de 2012,
de movimentação de recursos da Saúde, incluindo o Fundo de Saú- nos termos do Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006.
de e os recursos transferidos e próprios do Município, Estado, Dis-
trito Federal e da União, com base no que a lei disciplina; ALEXANDRE ROCHA SANTOS
XVII - analisar, discutir e aprovar o relatório de gestão, com a
prestação de contas e informações financeiras, repassadas em tem-
po hábil aos conselheiros, e garantia do devido assessoramento; 4. CONSTITUIÇÃO FEDERAL,
XVIII - fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações ARTIGOS DE 194 A 200.
e dos serviços de saúde e encaminhar denúncias aos respectivos
órgãos de controle interno e externo, conforme legislação vigente;
XIX - examinar propostas e denúncias de indícios de irre-
gularidades, responder no seu âmbito a consultas sobre assuntos
pertinentes às ações e aos serviços de saúde, bem como apreciar Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto inte-
recursos a respeito de deliberações do Conselho nas suas respec- grado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,
tivas instâncias; destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência
XX - estabelecer a periodicidade de convocação e organizar e à assistência social.
as Conferências de Saúde, propor sua convocação ordinária ou Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei,
extraordinária e estruturar a comissão organizadora, submeter o organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:

Didatismo e Conhecimento 13
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
I - universalidade da cobertura e do atendimento; § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da
populações urbanas e rurais; publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefí- se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, «b».
cios e serviços; § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; as entidades beneficentes de assistência social que atendam às
V - eqüidade na forma de participação no custeio; exigências estabelecidas em lei.
VI - diversidade da base de financiamento; § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais
VII - caráter democrático e descentralizado da gestão admi- e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que
nistrativa, com a participação da comunidade, em especial de tra- exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem
balhadores, empresários e aposentados. empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social
mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comer-
VII - caráter democrático e descentralizado da administração,
cialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.
mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhado-
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput
res, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferen-
colegiados. ciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensi-
va de mão-deobra, do porte da empresa ou da condição estrutural
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a so- do mercado de trabalho.
ciedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do para o sistema único de saúde e ações de assistência social da
Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e
sociais: dos Estados para os Municípios, observada a respectiva con-
I - dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o trapartida de recursos.
faturamento e o lucro; § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das con-
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada tribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo,
na forma da lei, incidentes sobre: para débitos em montante superior ao fixado em lei comple-
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos mentar.
ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste ser- § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para
viço, mesmo sem vínculo empregatício; os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e
b) a receita ou o faturamento; IV do caput, serão não-cumulativas.
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de subs-
c) o lucro;
tituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na for-
II - dos trabalhadores;
ma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento.
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência
social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão Seção II
concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o DA SAÚDE
art. 201;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garanti-
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de do mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
quem a lei a ele equiparar. risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitá-
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- rio às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
nicípios destinadas à seguridade social constarão dos respecti-
vos orçamentos, não integrando o orçamento da União. Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saú-
de, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser
elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa
saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as física ou jurídica de direito privado.
metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentá-
rias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da segu-
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
ridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar
I - descentralização, com direção única em cada esfera de go-
com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos verno;
fiscais ou creditícios. II - atendimento integral, com prioridade para as atividades
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garan- preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
tir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido III - participação da comunidade.
o disposto no art. 154, I. § 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social po- do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social,
derá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
fonte de custeio total. além de outras fontes.

Didatismo e Conhecimento 14
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras
aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde atribuições, nos termos da lei:
recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais cal- I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substân-
culados sobre: cias de interesse para a saúde e participar da produção de medica-
I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei com- mentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros
plementar prevista no § 3º; insumos;
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,
exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por bem como as de saúde do trabalhador;
cento); III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da ar- IV - participar da formulação da política e da execução das
recadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de ações de saneamento básico;
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento
que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzi-
científico e tecnológico;
das as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios;
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto
científico e tecnológico e a inovação;
da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recur- VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o con-
sos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. trole de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para con-
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a sumo humano;
cada cinco anos, estabelecerá: VII - participar do controle e fiscalização da produção, trans-
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; porte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos,
II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados tóxicos e radioativos;
à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni- VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele com-
cípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, preendido o do trabalho.
objetivando a progressiva redução das disparidades regionais;
III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despe-
sas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal;
IV - (revogado). 5. LEI ORGÂNICA DA SAÚDE -
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão LEI NO 8.080/1990, LEI NO 8.142/1990
admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate E DECRETO PRESIDENCIAL NO 7.508,
às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo DE 28 DE JUNHO DE 2011.
com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos
específicos para sua atuação.
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso
salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de
Carreira e a regulamentação das atividades de agente comuni- LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990.
tário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à
União, nos termos da lei, prestar assistência financeira comple- Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recu-
mentar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para peração da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências.
o cumprimento do referido piso salarial.
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no §
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de
agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei,
para o seu exercício. Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações
e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em ca-
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. ráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma direito Público ou privado.
complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes
deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo TÍTULO I
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxí-
lios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, de-
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empre- vendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno
sas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, sal- exercício.
vo nos casos previstos em lei. § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que formulação e execução de políticas econômicas e sociais que
facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no
para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a estabelecimento de condições que assegurem acesso universal
coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, pro-
sendo vedado todo tipo de comercialização. teção e recuperação.

Didatismo e Conhecimento 15
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e subs-
das empresas e da sociedade. tâncias de interesse para a saúde;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas
Art. 3º Os níveis de saúde expressam a organização social e para consumo humano;
econômica do País, tendo a saúde como determinantes e condi- IX - a participação no controle e na fiscalização da produção,
cionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoati-
básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a ati- vos, tóxicos e radioativos;
vidade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento
essenciais. científico e tecnológico;
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações XI - a formulação e execução da política de sangue e seus
que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir derivados.
às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental § 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de
e social. ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde
e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio
TÍTULO II ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE serviços de interesse da saúde, abrangendo:
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamen-
te, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados processos, da produção ao consumo; e
por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, II - o controle da prestação de serviços que se relacionam di-
da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo reta ou indiretamente com a saúde.
Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). § 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjun-
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições to de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou
públicas federais, estaduais e municipais de controle de quali- prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
dade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusi- condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalida-
ve de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde. de de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema das doenças ou agravos.
Único de Saúde (SUS), em caráter complementar. § 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta
lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações
CAPÍTULO I de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promo-
Dos Objetivos e Atribuições ção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à
recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores subme-
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: tidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho,
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e abrangendo:
determinantes da saúde; I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, ou portador de doença profissional e do trabalho;
nos campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º II - participação, no âmbito de competência do Sistema Úni-
do art. 2º desta lei; co de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de pro- dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de
moção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integra- trabalho;
da das ações assistenciais e das atividades preventivas. III - participação, no âmbito de competência do Sistema Úni-
co de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema condições de produção, extração, armazenamento, transporte, dis-
Único de Saúde (SUS): tribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e
I - a execução de ações: de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador;
a) de vigilância sanitária; IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saú-
b) de vigilância epidemiológica; de;
c) de saúde do trabalhador; e V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho,
II - a participação na formulação da política e na execução de doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fis-
ações de saneamento básico; calizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão,
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profis-
de saúde; sional;
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele com- serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas pú-
preendido o do trabalho; blicas e privadas;
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamen- VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças origina-
tos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e das no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração
a participação na sua produção; das entidades sindicais; e

Didatismo e Conhecimento 16
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respecti-
ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço va Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de
iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores. Saúde ou órgão equivalente.

CAPÍTULO II Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para de-


Dos Princípios e Diretrizes senvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes
correspondam.
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços pri- § 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunici-
vados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único pais o princípio da direção única, e os respectivos atos consti-
de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes tutivos disporão sobre sua observância.
previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda § 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS),
aos seguintes princípios: poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e articu-
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os lar recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total
níveis de assistência; das ações de saúde.
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto ar-
ticulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, Art. 11. (Vetado).
individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis
de complexidade do sistema; Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito na-
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua cional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas
integridade física e moral; pelos Ministérios e órgãos competentes e por entidades represen-
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou tativas da sociedade civil.
privilégios de qualquer espécie; Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saú- de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja
de; execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos servi- Único de Saúde (SUS).
ços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das
comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes ati-
prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;
vidades:
VIII - participação da comunidade;
I - alimentação e nutrição;
IX - descentralização político-administrativa, com direção
II - saneamento e meio ambiente;
única em cada esfera de governo:
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
IV - recursos humanos;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saú-
V - ciência e tecnologia; e
de; VI - saúde do trabalhador.
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio
ambiente e saneamento básico; Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de inte-
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, mate- gração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino pro-
riais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos fissional e superior.
Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da po- Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finali-
pulação; dade propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de
de assistência; e Saúde (SUS), na esfera correspondente, assim como em relação à
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar du- pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições.
plicidade de meios para fins idênticos.
Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Triparti-
CAPÍTULO III te são reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre
Da Organização, da Direção e da Gestão gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de
Saúde (SUS).
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bi-
Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação partite e Tripartite terá por objetivo:
complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e ad-
regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescen- ministrativos da gestão compartilhada do SUS, em conformidade
te. com a definição da política consubstanciada em planos de saúde,
aprovados pelos conselhos de saúde;
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermu-
de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo nicipal, a respeito da organização das redes de ações e serviços de
exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos: saúde, principalmente no tocante à sua governança institucional e
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; à integração das ações e serviços dos entes federados;

Didatismo e Conhecimento 17
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sani- XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Compo-
tário, integração de territórios, referência e contrarreferência e nentes e Derivados;
demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços de XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos
saúde entre os entes federados. internacionais relativos à saúde, saneamento e meio ambiente;
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, prote-
Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Co- ção e recuperação da saúde;
nass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização
(Conasems) são reconhecidos como entidades representativas dos do exercício profissional e outras entidades representativas da so-
entes estaduais e municipais para tratar de matérias referentes à ciedade civil para a definição e controle dos padrões éticos para
saúde e declarados de utilidade pública e de relevante função so- pesquisa, ações e serviços de saúde;
cial, na forma do regulamento. XVIII - promover a articulação da política e dos planos de
§ 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamen- saúde;
to geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;
auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, podendo ainda XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscali-
celebrar convênios com a União. zação inerentes ao poder de polícia sanitária;
§ 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Co- XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos
sems) são reconhecidos como entidades que representam os entes estratégicos e de atendimento emergencial.
municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes
à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na Seção II
forma que dispuserem seus estatutos. Da Competência

CAPÍTULO IV Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS)


Da Competência e das Atribuições compete:
Seção I I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutri-
Das Atribuições Comuns ção;
II - participar na formulação e na implementação das políticas:
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- a) de controle das agressões ao meio ambiente;
pios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atri- b) de saneamento básico; e
buições: c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avalia- III - definir e coordenar os sistemas:
ção e de fiscalização das ações e serviços de saúde; a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;
II - administração dos recursos orçamentários e financeiros
b) de rede de laboratórios de saúde pública;
destinados, em cada ano, à saúde;
c) de vigilância epidemiológica; e
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de
d) vigilância sanitária;
saúde da população e das condições ambientais;
IV - participar da definição de normas e mecanismos de con-
IV - organização e coordenação do sistema de informação de
trole, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele
saúde;
decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana;
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de pa-
drões de qualidade e parâmetros de custos que caracterizam a as- V - participar da definição de normas, critérios e padrões para
sistência à saúde; o controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar
VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de pa- a política de saúde do trabalhador;
drões de qualidade para promoção da saúde do trabalhador; VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilân-
VII - participação de formulação da política e da execução das cia epidemiológica;
ações de saneamento básico e colaboração na proteção e recupera- VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de
ção do meio ambiente; portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser comple-
VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde; mentada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;
IX - participação na formulação e na execução da política de VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o con-
formação e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde; trole da qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de consumo e uso humano;
Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde; IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de
XI - elaboração de normas para regular as atividades de ser- fiscalização do exercício profissional, bem como com entidades re-
viços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância pública; presentativas de formação de recursos humanos na área de saúde;
XII - realização de operações externas de natureza financeira X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução
de interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal; da política nacional e produção de insumos e equipamentos para
XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes a saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais;
e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de ca- XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referên-
lamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade com- cia nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de assis-
petente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar tência à saúde;
bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sen- XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substân-
do-lhes assegurada justa indenização; cias de interesse para a saúde;

Didatismo e Conhecimento 18
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sani-
Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua tária de portos, aeroportos e fronteiras;
atuação institucional; XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos in-
XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Siste- dicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade fe-
ma Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de derada.
assistência à saúde;
XV - promover a descentralização para as Unidades Federa- Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) com-
das e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, respecti- pete:
vamente, de abrangência estadual e municipal; I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os servi-
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Na- ços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde;
cional de Sangue, Componentes e Derivados; II - participar do planejamento, programação e organização
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde
de saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais; (SUS), em articulação com sua direção estadual;
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âm- III - participar da execução, controle e avaliação das ações
bito do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios referentes às condições e aos ambientes de trabalho;
e Distrito Federal; IV - executar serviços:
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coorde- a) de vigilância epidemiológica;
nar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Território b) vigilância sanitária;
Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e c) de alimentação e nutrição;
Distrito Federal. d) de saneamento básico; e
e) de saúde do trabalhador;
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos
epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na e equipamentos para a saúde;
ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente
controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos
que representem risco de disseminação nacional. órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para contro-
lá-las;
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;
compete: VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;
I - promover a descentralização para os Municípios dos servi- IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigi-
ços e das ações de saúde; lância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contra-
Sistema Único de Saúde (SUS); tos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e exe- saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;
cutar supletivamente ações e serviços de saúde; XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços pri-
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e vados de saúde;
serviços: XII - normatizar complementarmente as ações e serviços pú-
a) de vigilância epidemiológica; blicos de saúde no seu âmbito de atuação.
b) de vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição; e Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reserva-
d) de saúde do trabalhador; das aos Estados e aos Municípios.
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agra-
vos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana; CAPÍTULO V
VI - participar da formulação da política e da execução de Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
ações de saneamento básico;
VII - participar das ações de controle e avaliação das condi- Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o aten-
ções e dos ambientes de trabalho; dimento das populações indígenas, em todo o território nacional,
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompa- coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei.
nhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde;
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde
gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência esta- Indígena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado
dual e regional; e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública 1990, com o qual funcionará em perfeita integração.
e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua orga-
nização administrativa; Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, finan-
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o con- ciar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.
trole e avaliação das ações e serviços de saúde;
XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suple- Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema
mentar, de procedimentos de controle de qualidade para produtos e instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política
substâncias de consumo humano; Indígena do País.

Didatismo e Conhecimento 19
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições gover- § 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo
namentais e não-governamentais poderão atuar complementar- será indicado pela parturiente.
mente no custeio e execução das ações. § 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos
direitos de que trata este artigo constarão do regulamento da
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo.
a realidade local e as especificidades da cultura dos povos indíge- § 3o Ficam os hospitais de todo o País obrigados a manter,
nas e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que em local visível de suas dependências, aviso informando sobre
se deve pautar por uma abordagem diferenciada e global, contem- o direito estabelecido no caput deste artigo.
plando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nu-
trição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação Art. 19-L. (VETADO)
sanitária e integração institucional.
CAPÍTULO VIII
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO
ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionalizado. DE TECNOLOGIA EM SAÚDE
§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá
como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se refere a
§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsis- alínea d do inciso I do art. 6o consiste em:
tema de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocor- I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse para
rer adaptações na estrutura e organização do SUS nas regiões a saúde, cuja prescrição esteja em conformidade com as diretri-
onde residem as populações indígenas, para propiciar essa in- zes terapêuticas definidas em protocolo clínico para a doença ou o
tegração e o atendimento necessário em todos os níveis, sem agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do protocolo, em confor-
discriminações. midade com o disposto no art. 19-P;
§ 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domi-
ao SUS, em âmbito local, regional e de centros especializados, ciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas elaboradas
de acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde - SUS, realizados
primária, secundária e terciária à saúde. no território nacional por serviço próprio, conveniado ou contra-
tado.
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar
dos organismos colegiados de formulação, acompanhamento e Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são ado-
avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional tadas as seguintes definições:
de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, bolsas
for o caso. coletoras e equipamentos médicos;
II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que
CAPÍTULO VI estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais
DOMICILIAR produtos apropriados, quando couber; as posologias recomenda-
das; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos
Saúde, o atendimento domiciliar e a internação domiciliar. gestores do SUS.
§ 1o Na modalidade de assistência de atendimento e in-
ternação domiciliares incluem-se, principalmente, os procedi- Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas
mentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psicológi- deverão estabelecer os medicamentos ou produtos necessários nas
cos e de assistência social, entre outros necessários ao cuidado diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que
integral dos pacientes em seu domicílio. tratam, bem como aqueles indicados em casos de perda de eficácia
§ 2o O atendimento e a internação domiciliares serão rea- e de surgimento de intolerância ou reação adversa relevante, pro-
lizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis vocadas pelo medicamento, produto ou procedimento de primeira
da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora. escolha.
§ 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos ou pro-
ser realizados por indicação médica, com expressa concordân- dutos de que trata o caput deste artigo serão aqueles avaliados
cia do paciente e de sua família. quanto à sua eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade
para as diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde
CAPÍTULO VII de que trata o protocolo.
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O
TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêu-
tica, a dispensação será realizada:
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo
- SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir gestor federal do SUS, observadas as competências estabelecidas
a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante nesta Lei, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na
todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. Comissão Intergestores Tripartite;

Didatismo e Conhecimento 20
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reem-
suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas bolso de medicamento e produto, nacional ou importado, sem re-
pelos gestores estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo forne- gistro na Anvisa.”
cimento será pactuada na Comissão Intergestores Bipartite;
III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo fornecimento
base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores mu- de medicamentos, produtos de interesse para a saúde ou proce-
nicipais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pac- dimentos de que trata este Capítulo será pactuada na Comissão
tuada no Conselho Municipal de Saúde. Intergestores Tripartite.

Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo TÍTULO III


SUS de novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE
como a constituição ou a alteração de protocolo clínico ou de di- CAPÍTULO I
retriz terapêutica, são atribuições do Ministério da Saúde, asses- Do Funcionamento
sorado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias
no SUS. Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde carac-
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no terizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de profissionais
SUS, cuja composição e regimento são definidos em regulamento, liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito
contará com a participação de 1 (um) representante indicado pelo privado na promoção, proteção e recuperação da saúde.
Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um) representante, especialis-
ta na área, indicado pelo Conselho Federal de Medicina. Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 2o O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de
Tecnologias no SUS levará em consideração, necessariamente: Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à
I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efe- saúde, serão observados os princípios éticos e as normas expedidas
tividade e a segurança do medicamento, produto ou procedimento pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às
objeto do processo, acatadas pelo órgão competente para o registro condições para seu funcionamento.
ou a autorização de uso;
II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, inclusi-
custos em relação às tecnologias já incorporadas, inclusive no que
ve controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à
se refere aos atendimentos domiciliar, ambulatorial ou hospitalar,
saúde nos seguintes casos:
quando cabível.
I - doações de organismos internacionais vinculados à Organi-
zação das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de
Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que se
financiamento e empréstimos;
refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a instauração de pro-
II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou
cesso administrativo, a ser concluído em prazo não superior a 180
(cento e oitenta) dias, contado da data em que foi protocolado o explorar:
pedido, admitida a sua prorrogação por 90 (noventa) dias corridos, a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializa-
quando as circunstâncias exigirem. do, policlínica, clínica geral e clínica especializada; e
§ 1o O processo de que trata o caput deste artigo observará, no b) ações e pesquisas de planejamento familiar;
que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por
e as seguintes determinações especiais: empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes,
I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se ca- sem qualquer ônus para a seguridade social; e
bível, das amostras de produtos, na forma do regulamento, com IV - demais casos previstos em legislação específica.
informações necessárias para o atendimento do disposto no § 2o
do art. 19-Q; CAPÍTULO II
II - (VETADO); Da Participação Complementar
III - realização de consulta pública que inclua a divulgação
do parecer emitido pela Comissão Nacional de Incorporação de Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes
Tecnologias no SUS; para garantir a cobertura assistencial à população de uma determi-
IV - realização de audiência pública, antes da tomada de deci- nada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos
são, se a relevância da matéria justificar o evento. serviços ofertados pela iniciativa privada.
§ 2o (VETADO).
Parágrafo único. A participação complementar dos serviços
Art. 19-S. (VETADO). privados será formalizada mediante contrato ou convênio, obser-
vadas, a respeito, as normas de direito público.
Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do SUS:
I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medica- Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantró-
mento, produto e procedimento clínico ou cirúrgico experimental, picas e as sem fins lucrativos terão preferência para participar do
ou de uso não autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sa- Sistema Único de Saúde (SUS).
nitária - ANVISA; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

Didatismo e Conhecimento 21
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços TÍTULO V
e os parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela DO FINANCIAMENTO
direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no CAPÍTULO I
Conselho Nacional de Saúde. Dos Recursos
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e
de pagamento da remuneração aludida neste artigo, a direção Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sis-
nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamen- tema Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os
tar seu ato em demonstrativo econômico-financeiro que garan- recursos necessários à realização de suas finalidades, previstos em
ta a efetiva qualidade de execução dos serviços contratados. proposta elaborada pela sua direção nacional, com a participação
§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas dos órgãos da Previdência Social e da Assistência Social, tendo
técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes do Sis- em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes
tema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e Orçamentárias.
financeiro do contrato.
§ 3° (Vetado). Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos prove-
§ 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de en- nientes de:
I - (Vetado)
tidades ou serviços contratados é vedado exercer cargo de che-
II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assis-
fia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS).
tência à saúde;
III - ajuda, contribuições, doações e donativos;
TÍTULO IV
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
DOS RECURSOS HUMANOS V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e
Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.
formalizada e executada, articuladamente, pelas diferentes esferas § 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da
de governo, em cumprimento dos seguintes objetivos: receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada mensal-
I - organização de um sistema de formação de recursos hu- mente, a qual será destinada à recuperação de viciados.
manos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, § 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de
além da elaboração de programas de permanente aperfeiçoamento Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas especiais,
de pessoal; movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem
II - (Vetado) arrecadadas.
III - (Vetado) § 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas
IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Siste- supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão fi-
ma Único de Saúde (SUS). nanciadas por recursos tarifários específicos e outros da União,
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular, do Sis-
Único de Saúde (SUS) constituem campo de prática para ensino e tema Financeiro da Habitação (SFH).
pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas conjuntamente § 4º (Vetado).
com o sistema educacional. § 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico
e tecnológico em saúde serão co-financiadas pelo Sistema Único
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessora- de Saúde (SUS), pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além
mento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão de recursos de instituições de fomento e financiamento ou de ori-
ser exercidas em regime de tempo integral. gem externa e receita própria das instituições executoras.
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos § 6º (Vetado).
ou empregos poderão exercer suas atividades em mais de um
estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). CAPÍTULO II
Da Gestão Financeira
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também
aos servidores em regime de tempo integral, com exceção dos
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde
ocupantes de cargos ou função de chefia, direção ou assesso-
(SUS) serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua
ramento.
atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos Conse-
lhos de Saúde.
Art. 29. (Vetado). § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários
do Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos da
Art. 30. As especializações na forma de treinamento em servi- União, além de outras fontes, serão administrados pelo Minis-
ço sob supervisão serão regulamentadas por Comissão Nacional, tério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde.
instituída de acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a participa- § 2º (Vetado).
ção das entidades profissionais correspondentes. § 3º (Vetado).
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu
sistema de auditoria, a conformidade à programação aprova-
da da aplicação dos recursos repassados a Estados e Municí-

Didatismo e Conhecimento 22
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
pios. Constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as dire-
recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas trizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, em
previstas em lei. função das características epidemiológicas e da organização dos
serviços em cada jurisdição administrativa.
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da re-
ceita efetivamente arrecadada transferirão automaticamente ao Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e au-
Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o critério do pará- xílios a instituições prestadoras de serviços de saúde com finalida-
grafo único deste artigo, os recursos financeiros correspondentes de lucrativa.
às dotações consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a
projetos e atividades a serem executados no âmbito do Sistema
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Único de Saúde (SUS).
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da
Art. 39. (Vetado).
Seguridade Social será observada a mesma proporção da despesa
prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade Social. § 1º (Vetado).
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transfe- § 2º (Vetado).
ridos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a § 3º (Vetado).
combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica de § 4º (Vetado).
programas e projetos: § 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Inamps
I - perfil demográfico da região; para órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) será fei-
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta; ta de modo a preservá-los como patrimônio da Seguridade Social.
III - características quantitativas e qualitativas da rede de saú- § 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão in-
de na área; ventariados com todos os seus acessórios, equipamentos e ou-
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período tros bens móveis e ficarão disponíveis para utilização pelo ór-
anterior; gão de direção municipal do Sistema Único de Saúde - SUS ou,
V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos es- eventualmente, pelo estadual, em cuja circunscrição adminis-
taduais e municipais; trativa se encontrem, mediante simples termo de recebimento.
VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede; § 7º (Vetado).
VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para § 8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados,
outras esferas de governo.
mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Tra-
§ 1º (Revogado pela Lei Complementar nº 141, de 2012)
balho e da Previdência Social, será assegurado às Secretarias
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório
Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos congêneres, como
processo de migração, os critérios demográficos mencionados
nesta lei serão ponderados por outros indicadores de cresci- suporte ao processo de gestão, de forma a permitir a gerencia
mento populacional, em especial o número de eleitores regis- informatizada das contas e a disseminação de estatísticas sani-
trados. tárias e epidemiológicas médico-hospitalares.
§ 3º (Vetado).
§ 4º (Vetado). Art. 40. (Vetado)
§ 5º (Vetado).
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras
atuação dos órgãos de controle interno e externo e nem a apli- Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas pela
cação de penalidades previstas em lei, em caso de irregularida- direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), permanecerão
des verificadas na gestão dos recursos transferidos. como referencial de prestação de serviços, formação de recursos
humanos e para transferência de tecnologia.
CAPÍTULO III
Do Planejamento e do Orçamento Art. 42. (Vetado).
Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Siste- Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica pre-
ma Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o
servada nos serviços públicos contratados, ressalvando-se as cláu-
federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se
sulas dos contratos ou convênios estabelecidos com as entidades
as necessidades da política de saúde com a disponibilidade de
privadas.
recursos em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do
Distrito Federal e da União.
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e pro- Art. 44. (Vetado).
gramações de cada nível de direção do Sistema Único de Saúde
(SUS), e seu financiamento será previsto na respectiva propos- Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de
ta orçamentária. ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), mediante
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o financia- convênio, preservada a sua autonomia administrativa, em relação
mento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em ao patrimônio, aos recursos humanos e financeiros, ensino, pes-
situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de quisa e extensão nos limites conferidos pelas instituições a que
saúde. estejam vinculados.

Didatismo e Conhecimento 23
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e munici-
pais de previdência social deverão integrar-se à direção cor- 6. DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE.
respondente do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme seu
âmbito de atuação, bem como quaisquer outros órgãos e ser-
viços de saúde.
§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os
serviços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-se ao Utilizamos excertos de artigo produzido por Alberto Pellegini
Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser em con- e Paulo Buss ante a qualidade e exatidão das anotações por eles
vênio que, para esse fim, for firmado. apontadas.

Art. 46. O Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá me- “As diversas definições de determinantes sociais de saúde
canismos de incentivos à participação do setor privado no inves- (DSS) expressam, com maior ou menor nível de detalhe, o concei-
timento em ciência e tecnologia e estimulará a transferência de to atualmente bastante generalizado de que as condições de vida e
tecnologia das universidades e institutos de pesquisa aos serviços trabalho dos indivíduos e de grupos da população estão relaciona-
de saúde nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e às empresas das com sua situação de saúde.
nacionais. Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da
Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais, econômicos, cultu-
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis rais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influen-
estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), organi- ciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco
zará, no prazo de dois anos, um sistema nacional de informações na população. A comissão homônima da Organização Mundial da
em saúde, integrado em todo o território nacional, abrangendo Saúde (OMS) adota uma definição mais curta, segundo a qual os
questões epidemiológicas e de prestação de serviços. DSS são as condições sociais em que as pessoas vivem e traba-
lham. Nancy Krieger (2001) introduz um elemento de intervenção,
Art. 48. (Vetado). ao defini-los como os fatores e mecanismos através dos quais as
condições sociais afetam a saúde e que potencialmente podem ser
Art. 49. (Vetado). alterados através de ações baseadas em informação.
Tarlov (1996) propõe, finalmente, uma definição bastante
Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municí- sintética, ao entendêlos como as características sociais dentro das
pios, celebrados para implantação dos Sistemas Unificados e Des- quais a vida transcorre.
centralizados de Saúde, ficarão rescindidos à proporção que seu Embora, como já mencionado, tenha-se hoje alcançado certo
objeto for sendo absorvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). consenso sobre a importância dos DSS na situação de saúde, esse
consenso foi sendo construído ao longo da história. Entre os di-
Art. 51. (Vetado). versos paradigmas explicativos para os problemas de saúde, em
meados do século XIX predominava a teoria miasmática, que con-
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui cri- seguia responder às importantes mudanças sociais e práticas de
me de emprego irregular de verbas ou rendas públicas (Código Pe- saúde observadas no âmbito dos novos processos de urbanização
nal, art. 315) a utilização de recursos financeiros do Sistema Único e industrialização ocorridos naquele momento histórico. Estudos
de Saúde (SUS) em finalidades diversas das previstas nesta lei. sobre a contaminação da água e dos alimentos, assim como sobre
riscos ocupacionais, trouxeram importante reforço para o conceito
Art. 53. (Vetado). de miasma e para as ações de saúde pública (SUSSER, 1998).
Virchow, um dos mais destacados cientistas vinculados a essa
Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde, as ati- teoria, entendia que a “ciência médica é intrínseca e essencial-
vidades de apoio à assistência à saúde são aquelas desenvolvidas mente uma ciência social”, que as condições econômicas e sociais
pelos laboratórios de genética humana, produção e fornecimento exercem um efeito importante sobre a saúde e a doença e que tais
de medicamentos e produtos para saúde, laboratórios de analises relações devem ser submetidas à pesquisa científica.
clínicas, anatomia patológica e de diagnóstico por imagem e são Entendia também que o próprio termo “saúde pública” expres-
livres à participação direta ou indireta de empresas ou de capitais sa seu caráter político e que sua prática implica necessariamente a
estrangeiros. intervenção na vida política e social para identificar e eliminar os
fatores que prejudicam a saúde da população.
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Nas últimas décadas do século XIX, com o extraordinário
trabalho de bacteriologistas como Koch e Pasteur, afirma-se um
Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro de novo paradigma para a explicação do processo saúde-doença. A
1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais disposições história da criação da primeira escola de saúde pública nos Es-
em contrário. tados Unidos, na Universidade Johns Hopkins, é um interessante
exemplo do processo de afirmação da hegemonia desse “paradig-
ma bacteriológico”. Desde 1913, quando a Fundação Rockefeller
decide propor o estabelecimento de uma escola para treinar os
profissionais de saúde pública, até a decisão, em 1916, de financiar
sua implantação em Johns Hopkins, há um importante debate entre

Didatismo e Conhecimento 24
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
diversas correntes e concepções sobre a estruturação do campo da subsidiar as diversas esferas de gestão na saúde pública. Com base
saúde pública. No centro do debate estiveram questões como: deve nessas informações é possível realizar análises de situação, plane-
a saúde pública tratar do estudo de doenças específicas, como um jamento e avaliação das ações e programas na área. O SIM pro-
ramo especializado da medicina, baseando-se fundamentalmente porciona a produção de estatísticas de mortalidade e a construção
na microbiologia e nos sucessos da teoria dos germes ou deve cen- dos principais indicadores de saúde. A análise dessas informações
trar-se no estudo da influência das condições sociais, econômicas e permite estudos não apenas do ponto de vista estatístico e epide-
ambientais na saúde dos indivíduos? Outras questões relacionadas: miológico, mas também sócio-demográfico.
a saúde e a doença devem ser pesquisadas no laboratório, com
o estudo biológico dos organismos infecciosos, ou nas casas, nas Sistema de Informações de Nascidos Vivos - SINASC
fábricas e nos campos, buscando conhecer as condições de vida e
os hábitos de seus hospedeiros? Implantado pelo Ministério da Saúde em 1990 com o objetivo
Como se pode ver, o conflito entre saúde pública e medicina de reunir informações epidemiológicas referentes aos nascimentos
e entre os enfoques biológico e social do processo saúde-doença informados em todo território nacional, apresenta atualmente um
estiveram no centro do debate sobre a configuração desse novo número de registros maior do que o publicado pelo IBGE, com
campo de conhecimento, de prática e de educação. Ao final desse base nos dados de Cartório de Registro Civil. Por intermédio des-
processo, Hopkins foi escolhida pela excelência de sua escola de ses registros é possível subsidiar as intervenções relacionadas à
medicina, de seu hospital e de seu corpo de pesquisadores médicos. saúde da mulher e da criança para todos os níveis do Sistema Úni-
Esta decisão representou o predomínio do conceito da saúde públi- co de Saúde - SUS, como ações de atenção à gestante e ao recém-
ca orientada ao controle de doenças específicas, fundamentada no nascido. O acompanhamento da evolução das séries históricas do
conhecimento científico baseado na bacteriologia e contribuiu para SINASC permite a identificação de prioridades de intervenção, o
“estreitar” o foco da saúde pública, que passa a distanciar-se das que contribui para efetiva melhoria do sistema.
questões políticas e dos esforços por reformas sociais e sanitárias
de caráter mais amplo. Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan
A influência desse processo e do modelo por ele gerado não
se limita à escola de saúde pública de Hopkins, estendendo-se por O Sinan é alimentado, principalmente, pela notificação e in-
todo o país e internacionalmente. O modelo serviu para que nos vestigação de casos de doenças e agravos que constam da lista
anos seguintes a Fundação Rockefeller apoiasse o estabelecimen- nacional de doenças de notificação compulsória, mas é facultado a
to de escolas de saúde pública no Brasil (Faculdade de Higiene e
estados e municípios incluir outros problemas de saúde importan-
Saúde Pública de São Paulo), Bulgária, Canadá, Checoslováquia,
tes em sua região. Sua utilização efetiva permite a realização do
Inglaterra, Hungria, Índia, Itália, Japão, Noruega, Filipinas, Polô-
diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população,
nia, Romênia, Suécia, Turquia e Iugoslávia (FEE, 1987)”.
podendo fornecer subsídios para explicações causais dos agravos
de notificação compulsória, além de vir a indicar riscos aos quais
(Fonte: https://www.bio.fiocruz.br/index.php/artigos/329-ar-
as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim, para a identificação
tigo-aborda-os-problemas-da-saude-e-seus-determinantes-sociais)
da realidade epidemiológica de determinada área geográfica.

Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações


7. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO - SI-PNI
EM SAÚDE.
O objetivo fundamental do SI-PNI é possibilitar aos gestores
envolvidos no programa uma avaliação dinâmica do risco quanto à
ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do registro dos imunos
(Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/svs/inf_sist_informa- aplicados e do quantitativo populacional vacinado, que são agre-
cao.php) gados por faixa etária, em determinado período de tempo, em uma
área geográfica. Por outro lado, possibilita também o controle do
Sistemas de Informação estoque de imunos necessário aos administradores que têm a in-
cumbência de programar sua aquisição e distribuição.
Os sistemas de informação em saúde são instrumentos pa-
dronizados de monitoramento e coleta de dados, que tem como QUESTÕES
objetivo o fornecimento de informações para análise e melhor
compreensão de importantes problemas de saúde da população, 1) (IADES - EBSERH 2013) A ouvidoria da EBSERH tem a
subsidiando a tomada de decisões nos níveis municipal, estadual competência de encaminhar as reclamações, críticas, elogios, su-
e federal. A seguir estão relacionados os sistemas de informação gestões ou denúncias, visando o aperfeiçoamento do modelo ad-
relativos ao tema em questão: ministrativo, das ações institucionais e a constante melhoria dos
processos. O titular da ouvidoria da EBSERH, denominado ouvi-
Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM dor- Geral, será
(A) de livre escolha do presidente da Empresa.
Criado pelo Ministério da Saúde em 1975 para a obtenção re- (B) escolhido e nomeado pelo Conselho Nacional de Saúde.
gular de dados sobre mortalidade no país, possibilitou a captação (C) obrigatoriamente um dos membros do Conselho de Ad-
de dados sobre mortalidade, de forma abrangente e confiável, para ministração.

Didatismo e Conhecimento 25
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
(D) nomeado pelos membros do Conselho de Auditoria in- (D) a proibição de criação de subsidiárias para o desenvolvi-
terna. mento de atividades inerentes ao seu objeto social.
(E) escolhido dentre os membros do Colegiado Executivo das (E) o veto sobre qualquer tipo de ressarcimento das despesas,
Unidades hospitalares. com o atendimento de consumidores ou respectivos dependentes,
de planos privados de assistência à saúde.
2) (IADES - EBSERH 2013) Em situação hipotética, o Con-
selho de Administração da EBSERH foi convocado para discus- Gabarito
sões e deliberações referentes à nova proposta de previdência 1 A
complementar da empresa. Desta convocação, não participará (ão) 2 E
(A) o membro indicado pelo Ministro de Estado do Planeja- 3 D
mento, orçamento e Gestão, pois vota de acordo com a disponibi- 4 E
lidade orçamentária. 5 C
(B) o presidente da Empresa, por não ter poder de voto na
decisão.
(C) os dois membros indicados pelo Ministro de Estado da
Saúde, devido à pauta ser de assunto administrativo e não estra-
tégico.
(D) o presidente do Conselho de Administração, somente
quando também for o Presidente da empresa.
(E) o membro eleito e representante dos empregados, pois
existirá um conflito de interesses deste membro com o assunto em
pauta.

3) (IADES - EBSERH 2013) Decreto no 7.661, de 28 de de-


zembro de 2011, aprova o estatuto Social da empresa Brasileira
de Serviços hospitalares - EBSERH, constituindo o capital social
inicial em R$ 5 milhões, a ser integralizado
(A) pelos recursos provenientes do orçamento anual do SUS?
Sistema Único de Saúde.
(B) pelo ativo imobilizado dos hospitais universitários que
compõe a rede de atendimento em saúde.
(C) pelo Fundo Nacional de Apoio à Saúde (FNAS).
(D) pela União.
(E) por cotas divididas entre a União, os Estados e os Muni-
cípios da Federação.

4) (IADES-EBSERH 2013) EBSERH para fins de sua im-


plantação, está autorizada a contratar, mediante processo seletivo
simplificado, pessoal técnico e administrativo por tempo determi-
nado, sendo que os contratos temporários de emprego, poderão
ser prorrogados por uma única vez, desde que a soma dos 2 (dois)
períodos não ultrapasse:
a) 2 anos
b) 3 anos
c) 4 anos
d) 5 anos
e) 6 anos

5) (IADES-EBSERH 2013) Â No desenvolvimento de suas


atividades de assistência à saúde, a EBSERH observará
(A) as orientações da Política Nacional de Saúde, de responsa-
bilidade do Gabinete da Presidência da República.
(B) a exigência de licitação para sua contratação, pela admi-
nistração pública, para realizar atividades relacionadas ao seu ob-
jeto social.
(C) o respeito ao princípio da autonomia universitária, quando
prestar os serviços relacionados às suas competências, mediante
contrato com as instituições federais de ensino ou instituições con-
gêneres

Didatismo e Conhecimento 26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem está or-
1 CÓDIGO DE ÉTICA ganizado por assunto e inclui princípios, direitos, responsabilida-
EM ENFERMAGEM. des, deveres e proibições pertinentes à conduta ética dos profissio-
nais de Enfermagem.
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem leva em
consideração a necessidade e o direito de assistência em Enferma-
gem da população, os interesses do profissional e de sua organiza-
ção. Está centrado na pessoa, família e coletividade e pressupõe
Ética e Legislação: aspectos éticos e legais que fundamentam
que os trabalhadores de Enfermagem estejam aliados aos usuários
o exercício profissional da enfermagem na luta por uma assistência sem riscos e danos e acessível a toda
História da enfermagem população.
Wanda Horta, enfermeira muito importante na história da en- A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e
fermagem do Brasil, que elaborou a Teoria das Necessidades Hu- qualidade de vida da pessoa, família e coletividade.
manas Básicas. O Profissional de Enfermagem atua na promoção, prevenção,
A enfermagem moderna iniciou-se em 1854 com a atuação de recuperação e reabilitação da saúde, com autonomia e em conso-
Florence Nightingale. nância com os preceitos éticos e legais.
O profissional de Enfermagem participa, como integrante da
equipe de saúde, das ações que visem satisfazer as necessidades
O que é Técnico de Enfermagem? de saúde da população e da defesa dos princípios das políticas pú-
É o profissional que atua junto ao paciente, é parte integrante blicas de saúde e ambientais, que garantam a universalidade de
da equipe de saúde, de fundamental importância para o processo acesso aos serviços de saúde, integralidade da assistência, resolu-
de cuidar. Tem atribuições determinadas por lei, de acordo com o tividade, preservação da autonomia das pessoas, participação da
COREN que o rege, como por exemplo: comunidade, hierarquização e descentralização político-adminis-
- Auxiliar o enfermeiro no planejamento, trativa dos serviços de saúde.
programação,orientação e supervisão das atividades de assistência; O Profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e
os direitos humanos, em todas as suas dimensões.
- Prestar cuidados de enfermagem a pacientes graves;
O Profissional de Enfermagem exerce suas atividades com
- Auxiliar na prevenção e controle de danos físicos que pos- competência para a promoção do ser humano na sua integralidade,
sam ser causadores a pacientes durante a assistência. de acordo com os princípios da ética e da bioética.
O Profissional de Enfermagem exerce suas atividades com
Entidades de Classe competência para a promoção da saúde do ser humano na sua inte-
ABEN - Associação Brasileira de Enfermagem .Foi a primeira gridade, de acordo com os princípios da ética e da bioética
entidade a ser criada pela classe de Enfermagem. Tem sua origem
na Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas Brasileiras,
2 LEI Nº 7.498, DE 25 DE
fundada em 12 de agosto de 1926
JUNHO DE 1986.
Ética Profissional e Lei do Exercício Profissional da
Enfermagem
A Enfermagem compreende um componente próprio de co-
nhecimentos científicos e técnicos, construído e reproduzido por Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem
um conjunto de práticas sociais, éticas e políticas que se processa e dá outras providências.
O presidente da República.
pelo ensino, pesquisa e assistência. Realiza-se na prestação de ser- Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
viços à pessoa, família e coletividade, no seu contexto e circuns- a seguinte Lei:
tâncias de vida. Art. 1º - É livre o exercício da Enfermagem em todo o territó-
O aprimoramento do comportamento ético do profissional rio nacional, observadas as disposições desta Lei.
passa pelo processo de construção de uma consciência individual e
coletiva, pelo compromisso social e profissional configurado pela Art. 2º - A Enfermagem e suas atividades Auxiliares somente
responsabilidade no plano das relações de trabalho com reflexos podem ser exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscri-
no campo científico e político. tas no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição na área
onde ocorre o exercício.
A Enfermagem Brasileira, face às transformações sócio-cul-
Parágrafo único. A Enfermagem é exercida privativamente
turais, científicas e legais, entendeu ter chegado o momento de pelo Enfermeiro, pelo Técnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de
reformular o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem Enfermagem e pela Parteira, respeitados os respectivos graus de
(CEPE). habilitação.
A trajetória da reformulação, coordenada pelo Conselho Fede-
ral de Enfermagem com a participação dos Conselhos Regionais Art. 3º - O planejamento e a programação das instituições e
de Enfermagem, inclui discussões com a categoria de Enferma- serviços de saúde incluem planejamento e programação de Enfer-
gem. magem.

Didatismo e Conhecimento 1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Art. 4º - A programação de Enfermagem inclui a prescrição da II - a titular do diploma ou certificado de Parteira, ou equiva-
assistência de Enfermagem. lente, conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis
do país, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalida-
Art. 5º - (vetado) do no Brasil, até 2 (dois) anos após a publicação desta Lei, como
§ 1º (vetado) certificado de Parteira.
§ 2º (vetado)
Art. 10 - (Vetado)
Art. 6º - São enfermeiros:
I - o titular do diploma de enfermeiro conferido por instituição Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enferma-
de ensino, nos termos da lei; gem, cabendo-lhe:
II - o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfer- I - privativamente:
meira obstétrica, conferidos nos termos da lei; a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura
III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a ti- básica da instituição de saúde, pública e privada, e chefia de ser-
tular do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de viço e de unidade de enfermagem;
Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segun- b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de
do as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras
cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de desses serviços;
Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz; c) planejamento, organização, coordenação, execução e ava-
IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, ob- liação dos serviços da assistência de enfermagem;
tiverem título de Enfermeiro conforme o disposto na alínea “”d”” d) (Vetado);
do Art. 3º do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961. e) (Vetado);
f) (Vetado);
Art. 7º - São técnicos de Enfermagem: g) (Vetado);
I - o titular do diploma ou do certificado de Técnico de En- h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria
fermagem, expedido de acordo com a legislação e registrado pelo de enfermagem;
órgão competente; i) consulta de enfermagem;
II - o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido j) prescrição da assistência de enfermagem;
por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com
de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de risco de vida;
Técnico de Enfermagem. m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica
e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de
Art. 8º - São Auxiliares de Enfermagem: tomar decisões imediatas;
I - o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem confe- II - como integrante da equipe de saúde:
rido por instituição de ensino, nos termos da Lei e registrado no a) participação no planejamento, execução e avaliação da
órgão competente; programação de saúde;
II - o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 b) participação na elaboração, execução e avaliação dos pla-
de junho de 1956; nos assistenciais de saúde;
III - o titular do diploma ou certificado a que se refere o inciso c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas
III do Art. 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde;
até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961; d) participação em projetos de construção ou reforma de uni-
IV - o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Práti- dades de internação;
co de Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar e
Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou de doenças transmissíveis em geral;
por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da Fe- f) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser
deração, nos termos do Decreto-lei nº 23.774, de 22 de janeiro de causados à clientela durante a assistência de enfermagem;
1934, do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei g) assistência de enfermagem à gestante, parturiente e puér-
nº 3.640, de 10 de outubro de 1959; pera;
V - o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos h) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967; i) execução do parto sem distocia;
VI - o titular do diploma ou certificado conferido por escola j) educação visando à melhoria de saúde da população.
ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude Parágrafo único. As profissionais referidas no inciso II do art.
de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como 6º desta lei incumbe, ainda:
certificado de Auxiliar de Enfermagem. a) assistência à parturiente e ao parto normal;
b) identificação das distocias obstétricas e tomada de provi-
Art. 9º - São Parteiras: dências até a chegada do médico;
I - a titular de certificado previsto no Art. 1º do Decreto-lei nº c) realização de episiotomia e episiorrafia e aplicação de
8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº anestesia local, quando necessária.
3.640, de 10 de outubro de 1959;

Didatismo e Conhecimento 2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Art. 12 - O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível Art. 24 - (Vetado)
médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de Parágrafo único - (Vetado)
Enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da
assistência de Enfermagem, cabendo-lhe especialmente: Art. 25 - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo
a) participar da programação da assistência de enfermagem; de 120 (cento e vinte) dias a contar da data de sua publicação.
b) executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as
privativas do Enfermeiro, observado o disposto no parágrafo único Art. 26 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
do art. 11 desta lei;
c) participar da orientação e supervisão do trabalho de Art. 27 - Revogam-se (Vetado) as demais disposições em con-
enfermagem em grau auxiliar; trário.
d) participar da equipe de saúde. Brasília, em 25 de junho de 1986, 165º da Independência e
98º da República
Art. 13 - O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de ní- José Sarney
vel médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares Almir Pazzianotto Pint
de Enfermagem sob supervisão, bem como a participação em ní-
vel de execução simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe Código de ética dos profissionais de enfermagem
especialmente:
a) observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas; ANEXO
b) executar ações de tratamento simples; PREÂMBULO
c) prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;
d) participar da equipe de saúde. A Enfermagem compreende um componente próprio de co-
nhecimentos científicos e técnicos, construído e reproduzido por
Art. 14 - (Vetado) um conjunto de práticas sociais, éticas e políticas que se processa
pelo ensino, pesquisa e assistência. Realiza-se na prestação de ser-
Art. 15 - As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta Lei, viços à pessoa, família e coletividade, no seu contexto e circuns-
quando exercidas em instituições de saúde, públicas e privadas, e tâncias de vida.
em programas de saúde, somente podem ser desempenhadas sob O aprimoramento do comportamento ético do profissional
orientação e supervisão de Enfermeiro. passa pelo processo de construção de uma consciência individual e
coletiva, pelo compromisso social e profissional configurado pela
Art. 16 - (Vetado) responsabilidade no plano das relações de trabalho com reflexos
no campo científico e político.
Art. 17 - (Vetado) A Enfermagem Brasileira, face às transformações sócio-cul-
turais, científicas e legais, entendeu ter chegado o momento de
Art. 18 - (Vetado) reformular o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem
Parágrafo único. (Vetado) (CEPE).
A trajetória da reformulação, coordenada pelo Conselho Fede-
Art. 19 - (Vetado) ral de Enfermagem com a participação dos Conselhos Regionais
de Enfermagem, inclui discussões com a categoria de Enferma-
Art. 20 - Os órgãos de pessoal da administração pública di- gem.
reta e indireta, federal, estadual, municipal, do Distrito Federal e O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem está or-
dos Territórios observarão, no provimento de cargos e funções e ganizado por assunto e inclui princípios, direitos, responsabilida-
na contratação de pessoal de Enfermagem, de todos os graus, os des, deveres e proibições pertinentes à conduta ética dos profissio-
preceitos desta Lei. nais de Enfermagem.
Parágrafo único - Os órgãos a que se refere este artigo pro- O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem leva em
moverão as medidas necessárias à harmonização das situações já consideração a necessidade e o direito de assistência em Enferma-
existentes com as disposições desta Lei, respeitados os direitos ad- gem da população, os interesses do profissional e de sua organiza-
quiridos quanto a vencimentos e salários. ção. Está centrado na pessoa, família e coletividade e pressupõe
que os trabalhadores de Enfermagem estejam aliados aos usuários
Art. 21 - (Vetado) na luta por uma assistência sem riscos e danos e acessível a toda
população.
Art. 22 - (Vetado) O presente Código teve como referência os postulados da
Declaração Universal dos Direitos do Homem, promulgada pela
Art. 23 - O pessoal que se encontra executando tarefas de En- Assembléia Geral das Nações Unidas (1948) e adotada pela Con-
fermagem, em virtude de carência de recursos humanos de nível venção de Genebra da Cruz Vermelha (1949), contidos no Código
médio nesta área, sem possuir formação específica regulada em lei, de Ética do Conselho Internacional de Enfermeiros (1953) e no
será autorizado, pelo Conselho Federal de Enfermagem, a exercer Código de Ética da Associação Brasileira de Enfermagem (1975).
atividades elementares de Enfermagem, observado o disposto no Teve como referência, ainda, o Código de Deontologia de Enfer-
Art. 15 desta Lei. magem do Conselho Federal de Enfermagem (1976), o Código de
Parágrafo único. É assegurado aos atendentes de enfermagem, Ética dos Profissionais de Enfermagem (1993) e as Normas Inter-
admitidos antes da vigência desta lei, o exercício das atividades nacionais e Nacionais sobre Pesquisa em Seres Humanos [Decla-
elementares da enfermagem, observado o disposto em seu artigo ração Helsinque (1964), revista em Tóquio (1975) e a Resolução
15. (Redação dada pela Lei nº 8.967, de 1986) 196 do Conselho Nacional de Saúde, Ministério da Saúde (1996)].

Didatismo e Conhecimento 3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS SEÇÃO I
A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e DAS RELAÇÕES COM A PESSOA,
qualidade de vida da pessoa, família e coletividade. O Profissio- FAMILIA E COLETIVIDADE.
nal de Enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e
reabilitação da saúde, com autonomia e em consonância com os DIREITOS
preceitos éticos e legais.
O profissional de enfermagem participa, como integrante da Art. 10- Recusar-se a executar atividades que não sejam de
equipe de saúde, das ações que visem satisfazer as necessidades sua competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofe-
de saúde da população e da defesa dos princípios das políticas pú- reçam segurança ao profissional, à pessoa, família e coletividade.
blicas de saúde e ambientais, que garantam a universalidade de
acesso aos serviços de saúde, integralidade da assistência, resolu- Art. 11 - Ter acesso às informações, relacionadas à pessoa,
tividade, preservação da autonomia das pessoas, participação da família e coletividade, necessárias ao exercício profissional.
comunidade, hierarquização e descentralização político-adminis-
trativa dos serviços de saúde. RESPONSABILIDADES E DEVERES
O Profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e
os direitos humanos, em todas as suas dimensões. Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência
O Profissional de Enfermagem exerce suas atividades com de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligên-
competência para a promoção da saúde do ser humano na sua inte- cia ou imprudência.
gridade, de acordo com os princípios da ética e da bioética.
Art. 13 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica,
CAPÍTULO I científica, ética e legal e somente aceitar encargos ou atribuições,
DAS RELAÇÕES PROFISSIONAIS quando capaz de desempenho seguro para si e para outrem.

DIREITOS Art. 14 – Aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos,


Art. 1º - Exercer a Enfermagem com liberdade, autonomia e éticos e culturais, em benefício da pessoa, família e coletividade e
ser tratado segundo os pressupostos e princípios legais, éticos e do desenvolvimento da profissão.
dos direitos humanos.
Art. 2º – Aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e Art. 15 - Prestar Assistência de Enfermagem sem discrimina-
culturais que dão sustentação a sua prática profissional. ção de qualquer natureza.
Art. 3º - Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento
profissional e à defesa dos direitos e interesses da categoria e da Art. 16 - Garantir a continuidade da Assistência de Enferma-
sociedade. gem em condições que ofereçam segurança, mesmo em caso de
Art. 4º - Obter desagravo público por ofensa que atinja a pro- suspensão das atividades profissionais decorrentes de movimentos
fissão, por meio do Conselho Regional de Enfermagem. reivindicatórios da categoria.

RESPONSABILIDADES E DEVERES Art. 17 - Prestar adequadas informações à pessoa, família e


Art. 5º - Exercer a profissão com justiça, compromisso, equi- coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercor-
dade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, rências acerca da Assistência de Enfermagem.
honestidade e lealdade.
Art. 6º – Fundamentar suas relações no direito, na prudência, Art. 18 - Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o
no respeito, na solidariedade e na diversidade de opinião e posição direito da pessoa ou de seu representante legal, de tomar decisões
ideológica. Art. 7º Comunicar ao COREN e aos órgãos competen- sobre sua saúde, tratamento, conforto e bem estar.
tes, fatos que infrinjam dispositivos legais e que possam prejudicar
o exercício profissional. Art. 19 - Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser
humano, em todo seu ciclo vital, inclusive nas situações de morte
PROIBIÇÕES e pós-morte.
Art. 8º - Promover e ser conivente com a injúria, calúnia e di-
famação de membro da Equipe de Enfermagem, Equipe de Saúde Art. 20 - Colaborar com a Equipe de Saúde no esclarecimento
e de trabalhadores de outras áreas, de organizações da categoria da pessoa, família e coletividade a respeito dos direitos, riscos,
ou instituições. benefícios e intercorrências acerca de seu estado de saúde e tra-
Art. 9º – Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção tamento.
penal ou qualquer outro ato, que infrinja postulados éticos e legais.
Art. 21 - Proteger a pessoa, família e coletividade contra da-
nos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência por par-
te de qualquer membro da Equipe de Saúde.

Art. 22 - Disponibilizar seus serviços profissionais à comuni-


dade em casos de emergência, epidemia e catástrofe, sem pleitear
vantagens pessoais.

Didatismo e Conhecimento 4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Art. 23 - Encaminhar a pessoa, família e coletividade aos ser- RESPONSABILIDADES E DEVERES
viços de defesa do cidadão, nos termos da lei.
Art. 38 - Responsabilizar-se por falta cometida em suas ativi-
Art. 24 – Respeitar, no exercício da profissão, as normas rela- dades profissionais, independente de ter sido praticada individual-
tivas à preservação do meio ambiente e denunciar aos órgãos com- mente ou em equipe.
petentes as formas de poluição e deterioração que comprometam
a saúde e a vida. Art. 39 - Participar da orientação sobre benefícios, riscos e
conseqüências decorrentes de exames e de outros procedimentos,
Art. 25 – Registrar no Prontuário do Paciente as informações na condição de membro da equipe de saúde.
inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar.
Art. 40 – Posicionar-se contra falta cometida durante o exer-
PROIBIÇÕES cício profissional seja por imperícia, imprudência ou negligência.
Art. 26 - Negar Assistência de Enfermagem em qualquer si- Art. 41 - Prestar informações, escritas e verbais, completas e
tuação que se caracterize como urgência ou emergência. fidedignas necessárias para assegurar a continuidade da assistência.
Art. 27 – Executar ou participar da assistência à saúde sem o PROIBIÇÕES
consentimento da pessoa ou de seu representante legal, exceto em
iminente risco de morte. Art. 42 - Assinar as ações de Enfermagem que não executou,
bem como permitir que suas ações sejam assinadas por outro pro-
Art. 28 - Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a fissional.
interromper a gestação.
Parágrafo único - Nos casos previstos em Lei, o profissional
Art. 43 - Colaborar, direta ou indiretamente com outros pro-
deverá decidir, de acordo com a sua consciência, sobre a sua parti-
fissionais de saúde, no descumprimento da legislação referente aos
cipação ou não no ato abortivo.
transplantes de órgãos, tecidos, esterilização, fecundação artificial
e manipulação genética.
Art. 29 - Promover a eutanásia ou participar em prática desti-
nada a antecipar a morte do cliente.
SEÇÃO III
Art. 30 - Administrar medicamentos sem conhecer a ação da DAS RELAÇÕES COM AS ORGANIZAÇÕES DA CATE-
droga e sem certificar-se da possibilidade dos riscos. GORIA

Art. 31 - Prescrever medicamentos e praticar ato cirúrgico, DIREITOS


exceto nos casos previstos na legislação vigente e em situação de
emergência. Art. 44 - Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem,
quando impedido de cumprir o presente Código, a legislação do
Art. 32 - Executar prescrições de qualquer natureza, que com- Exercício Profissional e as Resoluções e Decisões emanadas pelo
prometam a segurança da pessoa. Sistema COFEN/COREN.

Art. 33 - Prestar serviços que por sua natureza competem a Art. 45 - Associar-se, exercer cargos e participar de Entidades
outro profissional, exceto em caso de emergência. de Classe e Órgãos de Fiscalização do Exercício Profissional.

Art. 34 - Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso com Art. 46 – Requerer em tempo hábil, informações acerca de
qualquer forma de violência. normas e convocações.

Art. 35 - Registrar informações parciais e inverídicas sobre a Art. 47 – Requerer, ao Conselho Regional de Enfermagem,
assistência prestada. medidas cabíveis para obtenção de desagravo público em decor-
rência de ofensa sofrida no exercício profissional.
SEÇÃO II
DAS RELAÇÕES COM OS TRABALHADORES DE EN- RESPONSABILIDADES E DEVERES
FERMAGEM, SAÚDE E OUTROS DIREITOS.
Art. 48 - Cumprir e fazer os preceitos éticos e legais da pro-
Art. 36 - Participar da prática profissional multi e interdiscipli- fissão.
nar com responsabilidade, autonomia e liberdade.
Art. 49 – Comunicar ao Conselho Regional de Enfermagem,
Art. 37 - Recusar-se a executar prescrição medicamentosa e fatos que firam preceitos do presente Código e da legislação do
terapêutica, onde não conste a assinatura e o número de registro do exercício profissional. Art. 50 – Comunicar formalmente ao Con-
profissional, exceto em situações de urgência e emergência. selho Regional de Enfermagem fatos que envolvam recusa ou de-
Parágrafo único – O profissional de enfermagem poderá recu- missão de cargo, função ou emprego, motivado pela necessidade
sar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica em caso do profissional em cumprir o presente Código e a legislação do
de identificação de erro ou ilegibilidade. exercício profissional.

Didatismo e Conhecimento 5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Art. 51 – Cumprir, no prazo estabelecido, as determinações e Art. 63 - Desenvolver suas atividades profissionais em condi-
convocações do Conselho Federal e Conselho Regional de Enfer- ções de trabalho que promovam a própria segurança e a da pessoa,
magem. família e coletividade sob seus cuidados, e dispor de material e
equipamentos de proteção individual e coletiva, segundo as nor-
Art. 52 – Colaborar com a fiscalização de exercício profis- mas vigentes.
sional.
Art. 64 - Recusar-se a desenvolver atividades profissionais na
Art. 53 – Manter seus dados cadastrais atualizados, e regula- falta de material ou equipamentos de proteção individual e coletiva
rizadas as suas obrigações financeiras como Conselho Regional de definidos na legislação específica.
Enfermagem.
Art. 65- Formar e participar da comissão de ética da insti-
Art. 54 – Apor o número e categoria de inscrição no Conse-
tuição pública ou privada onde trabalha, bem como de comissões
lho Regional de Enfermagem em assinatura, quando no exercício
interdisciplinares.
profissional.

Art.55 – Facilitar e incentivar a participação dos profissionais Art. 66 - Exercer cargos de direção, gestão e coordenação na
de enfermagem no desempenho de atividades nas organizações da área de seu exercício profissional e do setor saúde.
categoria.
Art. 67 - Ser informado sobre as políticas da instituição e do
PROIBIÇÕES Serviço de Enfermagem, bem como participar de sua elaboração.

Art. 56 – Executar e determinar a execução de atos contrários Art. 68 – Registrar no prontuário e em outros documentos
ao Código de Ética e às demais normas que regulam o exercício próprios da Enfermagem informações referentes ao processo de
da Enfermagem. cuidar da pessoa.

Art. 57 – Aceitar cargo, função ou emprego vago em decor- RESPONSABILIDADES E DEVERES


rência de fatos que envolvam recusa ou demissão de cargo, função
ou emprego motivado pela necessidade do profissional em cumprir Art. 69 – Estimular, promover e criar condições para o aper-
o presente código e a legislação do exercício profissional. feiçoamento técnico, científico e cultural dos profissionais de En-
fermagem sob sua orientação e supervisão.
Art. 58 – Realizar ou facilitar ações que causem prejuízo ao
patrimônio ou comprometam a finalidade para a qual foram insti- Art. 70 - Estimular, facilitar e promover o desenvolvimento
tuídas as organizações da categoria. das atividades de ensino, pesquisa e extensão, devidamente apro-
vadas nas instâncias deliberativas da instituição.
Art. 59 - Negar, omitir informações ou emitir falsas declara-
ções sobre o exercício profissional quando solicitado pelo Conse- Art. 71 - Incentivar e criar condições para registrar as infor-
lho Regional de Enfermagem. mações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar. Art. 72
– Registrar as informações inerentes e indispensáveis ao processo
SEÇÃO IV de cuidar de forma clara, objetiva e completa.
DAS RELAÇÕES COM AS ORGANIZAÇÕES EMPRE-
GADORAS
PROIBIÇÕES
DIREITOS
Art. 73 – Trabalhar, colaborar ou acumpliciar-se com pessoas
Art. 60 - Participar de movimentos de defesa da dignidade físicas ou jurídicas que desrespeitem princípios e normas que re-
profissional, do seu aprimoramento técnico-científico, do exercí- gulam o exercício profissional de Enfermagem.
cio da cidadania e das reivindicações por melhores condições de
assistência, trabalho e remuneração. Art. 74 - Pleitear cargo, função ou emprego ocupado por cole-
ga, utilizando-se de concorrência desleal.
Art. 61 - Suspender suas atividades, individual ou coletiva-
mente, quando a instituição pública ou privada para a qual trabalhe Art. 75 – Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal
não oferecer condições dignas para o exercício profissional ou que de hospital, casa de saúde, unidade sanitária, clínica, ambulató-
desrespeite a legislação do setor saúde, ressalvadas as situações rio, escola, curso, empresa ou estabelecimento congênere sem nele
de urgência e emergência, devendo comunicar imediatamente por exercer as funções de Enfermagem pressupostas.
escrito sua decisão ao Conselho Regional de Enfermagem.
Art. 76 - Receber vantagens de instituição, empresa, pessoa,
Art. 62 - Receber salários ou honorários compatíveis com família e coletividade, além do que lhe é devido, como forma de
o nível de formação, a jornada de trabalho, a complexidade das garantir Assistência de Enfermagem diferenciada ou benefícios de
ações e responsabilidade pelo exercício profissional. qualquer natureza para si ou para outrem.

Didatismo e Conhecimento 6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Art. 77 - Usar de qualquer mecanismo de pressão ou suborno CAPÍTULO III
com pessoas físicas ou jurídicas para conseguir qualquer tipo de DO ENSINO, DA PESQUISA E DA PRODUÇÃO TÉCNI-
vantagem. CO-CIENTÍFICA.

Art. 78 – Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere DIREITOS


a posição ou cargo, para impor ordens, opiniões, atentar contra
o pudor, assediar sexual ou moralmente, inferiorizar pessoas ou Art. 86 - Realizar e participar de atividades de ensino e pes-
dificultar o exercício profissional. quisa, respeitadas as normas ético-legais. Art. 87 – Ter conheci-
mento acerca do ensino e da pesquisa a serem desenvolvidos com
Art. 79 – Apropriar-se de dinheiro, valor, bem móvel ou imó- as pessoas sob sua responsabilidade profissional ou em seu local
vel, público ou particular de que tenha posse em razão do cargo, ou de trabalho.
desviá-lo em proveito próprio ou de outrem.
Art. 88 – Ter reconhecida sua autoria ou participação em pro-
Art. 80 - Delegar suas atividades privativas a outro membro dução técnico-científica.
da equipe de Enfermagem ou de saúde, que não seja Enfermeiro.
RESPONSABILIDADES E DEVERES
CAPÍTULO II
DO SIGILO PROFISSIONAL Art. 89 – Atender as normas vigentes para a pesquisa envol-
vendo seres humanos, segundo a especificidade da investigação.
DIREITOS
Art. 90 - Interromper a pesquisa na presença de qualquer peri-
Art. 81 – Abster-se de revelar informações confidenciais de go à vida e à integridade da pessoa.
que tenha conhecimento em razão de seu exercício profissional a
pessoas ou entidades que não estejam obrigadas ao sigilo. Art. 91 - Respeitar os princípios da honestidade e fidedignida-
de, bem como os direitos autorais no processo de pesquisa, espe-
RESPONSABILIDADES E DEVERES cialmente na divulgação dos seus resultados.

Art. 82 - Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha co- Art. 92 - Disponibilizar os resultados de pesquisa à comunida-
nhecimento em razão de sua atividade profissional, exceto casos de científica e sociedade em geral.
previstos em lei, ordem judicial, ou com o consentimento escrito
da pessoa envolvida ou de seu representante legal. Art. 93 - Promover a defesa e o respeito aos princípios éticos
§ 1º Permanece o dever mesmo quando o fato seja de e legais da profissão no ensino, na pesquisa e produções técnico-
conhecimento público e em caso de falecimento da pessoa -científicas.
envolvida.
§ 2º Em atividade multiprofissional, o fato sigiloso poderá ser PROIBIÇÕES
revelado quando necessário à prestação da assistência.
§ 3º O profissional de Enfermagem intimado como testemunha Art. 94 - Realizar ou participar de atividades de ensino e pes-
deverá comparecer perante a autoridade e, se for o caso, declarar quisa, em que o direito inalienável da pessoa, família ou coletivi-
seu impedimento de revelar o segredo. dade seja desrespeitado ou ofereça qualquer tipo de risco ou dano
§ 4º - O segredo profissional referente ao menor de idade aos envolvidos.
deverá ser mantido, mesmo quando a revelação seja solicitada
por pais ou responsáveis, desde que o menor tenha capacidade de Art. 95 - Eximir-se da responsabilidade por atividades execu-
discernimento, exceto nos casos em que possa acarretar danos ou tadas por alunos ou estagiários, na condição de docente, Enfermei-
riscos ao mesmo. ro responsável ou supervisor.

Art. 83 – Orientar, na condição de Enfermeiro, a equipe sob Art. 96 - Sobrepor o interesse da ciência ao interesse e segu-
sua responsabilidade sobre o dever do sigilo profissional. rança da pessoa, família ou coletividade.

PROIBIÇÕES Art. 97 – Falsificar ou manipular resultados de pesquisa, bem


como, usá-los para fins diferentes dos pré-determinados.
Art. 84 - Franquear o acesso a informações e documentos a
pessoas que não estão diretamente envolvidas na prestação da as- Art. 98 - Publicar trabalho com elementos que identifiquem o
sistência, exceto nos casos previstos na legislação vigente ou por sujeito participante do estudo sem sua autorização.
ordem judicial.
Art. 99 – Divulgar ou publicar, em seu nome, produção téc-
Art. 85 - Divulgar ou fazer referência a casos, situações ou nico-científica ou instrumento de organização formal do qual não
fatos de forma que os envolvidos possam ser identificados. tenha participado ou omitir nomes de coautores e colaboradores.

Didatismo e Conhecimento 7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Art. 100 - Utilizar sem referência ao autor ou sem a sua auto- Art. 113- Considera-se Infração Ética a ação, omissão ou co-
rização expressa, dados, informações, ou opiniões ainda não pu- nivência que implique em desobediência e/ou inobservância às
blicados. disposições do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.

Art. 101 – Apropriar-se ou utilizar produções técnico-científi- Art. 114 - Considera-se infração disciplinar a inobservância
cas, das quais tenha participado como autor ou não, implantadas em das normas dos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem.
serviços ou instituições sob concordância ou concessão do autor.
Art. 115 - Responde pela infração quem a cometer ou concor-
Art. 102 – Aproveitar-se de posição hierárquica para fazer rer para a sua prática, ou dela obtiver benefício, quando cometida
constar seu nome como autor ou coautor em obra técnico-cien- por outrem.
tífica.
Art. 116 - A gravidade da infração é caracterizada por meio da
CAPÍTULO IV análise dos fatos do dano e de suas consequências.
DA PUBLICIDADE
Art. 117 - A infração é apurada em processo instaurado e con-
DIREITOS duzido nos termos do Código de Processo ético das Autarquias dos
Profissionais de Enfermagem.
Art. 103 – Utilizar-se de veículo de comunicação para conce-
der entrevistas ou divulgar eventos e assuntos de sua competência, Art. 118 - As penalidades a serem impostas pelos Conselhos
com finalidade educativa e de interesse social. Federal e Regional de Enfermagem, conforme o que determina o
art. 18, da Lei n° 5.905, de 12 de julho de 1973, são as seguintes:
Art. 104 – Anunciar a prestação de serviços para os quais está I - Advertência verbal;
II - Multa;
habilitado.
III - Censura;
IV - Suspensão do Exercício Profissional;
RESPONSABILIDADES E DEVERES
V - Cassação do direito ao Exercício Profissional. § 1º - A
advertência verbal consiste na admoestação ao infrator, de forma
Art. 105 – Resguardar os princípios da honestidade, veracida-
reservada, que será registrada no Prontuário do mesmo, na presen-
de e fidedignidade no conteúdo e na forma publicitária.
ça de duas testemunhas.
§ 2º - A multa consiste na obrigatoriedade de pagamento de 01
RESPONSABILIDADES E DEVERES
(um) a 10 (dez) vezes o valor da anuidade da categoria profissional
à qual pertence o infrator, em vigor no ato do pagamento.
Art. 106 – Zelar pelos preceitos éticos e legais da profissão nas §3º - A censura consiste em repreensão que será divulgada
diferentes formas de divulgação. nas publicações oficiais dos Conselhos Federal e Regional de
Enfermagem e em jornais de grande circulação.
PROIBIÇÕES § 4º - A suspensão consiste na proibição do exercício
RESPONSABILIDADES E DEVERES profissional da Enfermagem por um período não superior a 29
(vinte e nove) dias e será divulgada nas publicações oficiais dos
Art. 107 – Divulgar informação inverídica sobre assunto de Conselhos Federal e Regional de Enfermagem, jornais de grande
sua área profissional. circulação e comunicada aos órgãos empregadores.
§ 5º - A cassação consiste na perda do direito ao exercício
Art. 108- Inserir imagens ou informações que possam iden- da Enfermagem e será divulgada nas publicações dos Conselhos
tificar pessoas e instituições sem sua prévia autorização. Art. 109 Federal e Regional de Enfermagem e em jornais de grande
– Anunciar título ou qualificação que não possa comprovar. circulação.

Art. 110 – Omitir, em proveito próprio, referência a pessoas Art.119 - As penalidades, referentes à advertência verbal,
ou instituições. multa, censura e suspensão do exercício profissional, são da al-
çada do Conselho Regional de Enfermagem, serão registradas no
Art. 111 – Anunciar a prestação de serviços gratuitos ou pro- prontuário do profissional de Enfermagem; a pena de cassação do
por honorários que caracterizem concorrência desleal. direito ao exercício profissional é de competência do Conselho Fe-
deral de Enfermagem, conforme o disposto no art. 18, parágrafo
CAPÍTULO V primeiro, da Lei n° 5.905/73. Parágrafo único - Na situação em que
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES o processo tiver origem no Conselho Federal de Enfermagem, terá
como instância superior a Assembléia dos Delegados Regionais.
Art. 112 - A caracterização das infrações éticas e disciplinares
e a aplicação das respectivas penalidades regem-se por este Có- Art. 120 - Para a graduação da penalidade e respectiva impo-
digo, sem prejuízo das sanções previstas em outros dispositivos sição consideram-se:
legais. I - A maior ou menor gravidade da infração;

Didatismo e Conhecimento 8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
II - As circunstâncias agravantes e atenuantes da infração; Art. 127 - A pena de Censura é aplicável nos casos de infra-
III - O dano causado e suas consequências; ções ao que está estabelecido nos artigos: 8º; 12; 13; 15; 16; 25; 30
IV - Os antecedentes do infrator. a 35; 41 a 43; 48; 51; 54; 56 a 59 71 a 80; 82; 84; 85; 90; 91; 94 a
102; 105; 107 a 111 deste Código.
Art.121 - As infrações serão consideradas leves, graves ou
gravíssimas, segundo a natureza do ato e a circunstância de cada Art. 128- A pena de Suspensão do Exercício Profissional é
caso. aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos ar-
tigos: 8º; 9º; 12; 15; 16; 25; 26; 28; 29; 31; 33 a 35; 41 a 43; 48;
§ 1º - São consideradas infrações leves as que ofendam a
56; 58; 59; 72; 73; 75 a 80; 82; 84; 85; 90; 94; 96 a 102; 105; 107
integridade física, mental ou moral de qualquer pessoa, sem causar
e 108 deste Código.
debilidade ou aquelas que venham a difamar organizações da
categoria ou instituições. Art.129 - A pena de Cassação do Direito ao Exercício Profis-
§ 2º - São consideradas infrações graves as que provoquem sional é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido
perigo de vida, debilidade temporária de membro, sentido ou nos artigos: 9º, 12; 26; 28; 29; 78 e 79 deste Código.
função em qualquer pessoa ou as que causem danos patrimoniais
ou financeiros. CAPITULO VII
§ 3º - São consideradas infrações gravíssimas as que DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
provoquem morte, deformidade permanente, perda ou inutilização
de membro, sentido, função ou ainda, dano moral irremediável em Art. 130- Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho
qualquer pessoa. Federal de Enfermagem.

Art. 122 - São consideradas circunstâncias atenuantes: Art. 131- Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Fe-
I - Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua es- deral de Enfermagem, por iniciativa própria ou mediante proposta
pontânea vontade e com eficiência, evitar ou minorar as conseqü- de Conselhos Regionais.
ências do seu ato; Parágrafo único - A alteração referida deve ser precedida de
II - Ter bons antecedentes profissionais; ampla discussão com a categoria, coordenada pelos Conselhos Re-
III - Realizar atos sob coação e/ou intimidação; gionais.
IV - Realizar ato sob emprego real de força física;
V - Ter confessado espontaneamente a autoria da infração. Art. 132 O presente Código entrará em vigor 90 dias após sua
Art. 123 - São consideradas circunstâncias agravantes: publicação, revogadas as disposições em contrário.
I - Ser reincidente; Rio de Janeiro, 08 de fevereiro de 2007.
II - Causar danos irreparáveis;
III - Cometer infração dolosamente;
IV - Cometer a infração por motivo fútil ou torpe;
V - Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impuni- 3. DECRETO Nº 94.406,
dade ou a vantagem de outra infração; DE 8 DE JUNHO DE 1987.
VI - Aproveitar-se da fragilidade da vítima;
VII - Cometer a infração com abuso de autoridade ou violação
do dever inerente ao cargo ou função;
VIII - Ter maus antecedentes profissionais.
DECRETO N°  94.406, DE 8 DE JUNHO DE 1987.
CAPÍTULO VI
DA APLICAÇÃO DAS PENALIDAES Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dis-
põe sobre o exercício da enfermagem, e dá outras providências.
Art. 124 - As penalidades previstas neste Código somente po-
derão ser aplicadas, cumulativamente, quando houver infração a O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando das atribuições
mais de um artigo. que lhe confere o artigo 81, item III, da Constituição, e tendo em
vista o disposto no artigo 25 da Lei nº 7.498, de 25 de junho de
Art. 125 - A pena de Advertência verbal é aplicável nos casos 1986,
de infrações ao que está estabelecido nos artigos:
5º a 7º; 12 a 14; 16 a 24; 27; 30; 32; 34; 35; 38 a 40; 49 a 55; DECRETA:
57; 69 a 71; 74; 78; 82 a 85; 89 a 95; 98 a 102; 105; 106; 108 a 111
deste Código. Art. 1º O exercício da atividade de enfermagem, observadas
as disposições da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e respeita-
Art. 126 - A pena de Multa é aplicável nos casos de infrações dos os graus de habilitação, é privativo de Enfermeiro, Técnico de
ao que está estabelecido nos artigos: 5º a 9º; 12; 13; 15; 16; 19; Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiro e só será permi-
24; 25; 26; 28 a 35; 38 a 43; 48 a 51; 53; 56 a 59; 72 a 80; 82; 84; tido ao profissional inscrito no Conselho Regional de Enfermagem
85; 90; 94; 96; 97 a 102; 105; 107; 108; 110; e 111 deste Código. da respectiva Região.

Didatismo e Conhecimento 9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Art. 2º As instituições e serviços de saúde incluirão a ativida- II - o titular do diploma ou certificado de Parteiro, ou equi-
de de enfermagem no seu planejamento e programação. valente, conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as
respectivas leis, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou
Art. 3º A prescrição da assistência de enfermagem é parte in- revalidado no Brasil até 26 de junho de 1988, como certificado de
tegrante do programa de enfermagem. Parteiro.

Art. 4º São Enfermeiros: Art. 8º Ao Enfermeiro incumbe:


I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por institui- I - privativamente:
ção de ensino, nos termos da lei; a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura bá-
II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de En- sica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço
fermeira Obstétrica, conferido nos termos da lei; e de unidade de enfermagem;
III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titu- b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de
lar do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obs- suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras des-
tetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as ses serviços;
respectivas leis, registrado em virtude de acordo de intercâmbio c) planejamento, organização, coordenação, execução e ava-
liação dos serviços da assistência de enfermagem;
cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de
d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria
Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;
de enfermagem;
IV - aqueles que, não abrangidos pelos itens anteriores, obti-
e) consulta de enfermagem;
veram título de Enfermeiro conforme o disposto na letra d do art.
f) prescrição da assistência de enfermagem;
3º do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961. g) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com
risco de vida;
Art. 5º São Técnicos de Enfermagem: h) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e
I - o titular do diploma ou do certificado de Técnico de En- que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de
fermagem, expedido de acordo com a legislação e registrado no tomar decisões imediatas;
órgão competente; II - como integrante de equipe de saúde:
II - o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido a) participação no planejamento, execução e avaliação da pro-
por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo gramação de saúde;
de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de b) participação na elaboração, execução e avaliação dos pla-
Técnico de Enfermagem. nos assistenciais de saúde;
c) prescrição de medicamentos previamente estabelecidos em
Art. 6º São auxiliares de Enfermagem: programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição
I - o titular de certificado de Auxiliar de Enfermagem confe- de saúde;
rido por instituição de ensino, nos termos da lei, e registrado no d) participação em projetos de construção ou reforma de uni-
órgão competente; dades de internação;
II - o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar, in-
de junho de 1956; clusive como membro das respectivas comissões;
III - o titular do diploma ou certificado a que se refere o item f) participação na elaboração de medidas de prevenção e con-
III do art. 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido trole sistemático de danos que possam ser causados aos pacientes
até a publicação daLei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961; durante a assistência de enfermagem;
IV - o titular do certificado de Enfermeiro Prático ou Práti- g) participação na prevenção e controle das doenças transmis-
co de Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de síveis em geral e nos programas de vigilância epidemiológica;
Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou h) prestação de assistência de enfermagem à gestante, partu-
por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da Fe- riente, puérpera e ao recém-nascido;
i) participação nos programas e nas atividades de assistência
deração, nos termos do Decreto nº 23.774, de 22 de janeiro de
integral à saúde individual e de grupos específicos, particularmen-
1934, do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei
te daqueles prioritários e de alto risco;
nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
j) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
V - o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos
l) execução e assistência obstétrica em situação de emergência
termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967; e execução do parto sem distocia;
VI - o titular do diploma ou certificado conferido por escola m) participação em programas e atividades de educação sa-
ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude nitária, visando à melhoria de saúde do indivíduo, da família e da
de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como população em geral;
certificado de Auxiliar de Enfermagem. n) participação nos programas de treinamento e aprimoramen-
to de pessoal de saúde, particularmente nos programas de educa-
Art. 7º São Parteiros: ção continuada;
I - o titular do certificado previsto no art. 1º do Decreto-lei nº o) participação nos programas de higiene e segurança do tra-
8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº balho e de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e do
3.640, de 10 de outubro de 1959; trabalho;

Didatismo e Conhecimento 10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
p) participação na elaboração e na operacionalização do sis- h) colher material para exames laboratoriais;
tema de referência e contra-referência do paciente nos diferentes i) prestar cuidados de enfermagem pré e pós-operatórios;
níveis de atenção à saúde; j) circular em sala de cirurgia e, se necessário, instrumentar;
q) participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada l) executar atividades de desinfecção e esterilização;
à assistência de saúde; IV - prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente e zelar
r) participação em bancas examinadoras, em matérias especí- por sua segurança, inclusive:
ficas de enfermagem, nos concursos para provimento de cargo ou a) alimentá-lo ou auxiliá-lo a alimentar-se;
contratação de Enfermeiro ou pessoal técnico e Auxiliar de Enfer- b) zelar pela limpeza e ordem do material, de equipamentos e
magem. de dependências de unidades de saúde;
V - integrar a equipe de saúde;
Art. 9º Às profissionais titulares de diploma ou certificados de VI - participar de atividades de educação em saúde, inclusive:
Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, além das atividades de que a) orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao cumpri-
trata o artigo precedente, incumbe: mento das prescrições de enfermagem e médicas;
I - prestação de assistência à parturiente e ao parto normal; b) auxiliar o Enfermeiro e o Técnico de Enfermagem na exe-
II - identificação das distocias obstétricas e tomada de provi- cução dos programas de educação para a saúde;
dência até a chegada do médico; VII - executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de pa-
III - realização de episiotomia e episiorrafia, com aplicação de cientes;
anestesia local, quando necessária. VIII - participar dos procedimentos pós-morte.

Art. 12. Ao Parteiro incumbe:


Art. 10. O Técnico de Enfermagem exerce as atividades auxi-
I - prestar cuidados à gestante e à parturiente;
liares, de nível médio técnico, atribuídas à equipe de enfermagem,
II - assistir ao parto normal, inclusive em domicílio; e
cabendo-lhe: III - cuidar da puérpera e do recém-nascido.
I - assistir ao Enfermeiro: Parágrafo único. As atividades de que trata este artigo são
a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das exercidas sob supervisão de Enfermeiro Obstetra, quando realiza-
atividades de assistência de enfermagem; das em instituições de saúde, e, sempre que possível, sob controle
b) na prestação de cuidados diretos de enfermagem a pacien- e supervisão de unidade de saúde, quando realizadas em domicílio
tes em estado grave; ou onde se fizerem necessárias.
c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em ge-
ral em programas de vigilância epidemiológica; Art. 13. As atividades relacionadas nos arts. 10 e 11 somente
d) na prevenção e no controle sistemático da infecção hospi- poderão ser exercidas sob supervisão, orientação e direção de En-
talar; fermeiro.
e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos que
possam ser causados a pacientes durante a assistência de saúde; Art. 14. Incumbe a todo o pessoal de enfermagem:
f) na execução dos programas referidos nas letras i e o do item I - cumprir e fazer cumprir o Código de Deontologia da En-
II do art. 8º; fermagem;
II - executar atividades de assistência de enfermagem, exce- II - quando for o caso, anotar no prontuário do paciente as
tuadas as privativas do enfermeiro e as referidas no art. 9º deste atividades da assistência de enfermagem, para fins estatísticos.
Decreto;
III - integrar a equipe de saúde. Art. 15. Na administração pública direta e indireta, federal, es-
tadual, municipal, do Distrito Federal e dos Territórios será exigida
Art. 11. O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades como condição essencial para provimento de cargos e funções e
auxiliares, de nível médio, atribuídas à equipe de enfermagem, contratação de pessoal de enfermagem, de todos os graus, a prova
cabendo-lhe: de inscrição no Conselho Regional de Enfermagem da respectiva
I - preparar o paciente para consultas, exames e tratamentos; região.
II - observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao ní- Parágrafo único. Os órgãos e entidades compreendidos nes-
te artigo promoverão, em articulação com o Conselho Federal de
vel de sua qualificação;
Enfermagem, as medidas necessárias à adaptação das situações já
III - executar tratamentos especificamente prescritos, ou de
existentes com as disposições deste Decreto, respeitados os direi-
rotina, além de outras atividades de enfermagem, tais como:
tos adquiridos quanto a vencimentos e salários.
a) ministrar medicamentos por via oral e parenteral;
b) realizar controle hídrico; Art. 16. Este Decreto entra em vigor na data de sua publica-
c) fazer curativos; ção.
d) aplicar oxigenoterapia, nebulização, enteroclisma, enema
e calor ou frio; Art. 17. Revogam-se as disposições em contrário.
e) executar tarefas referentes à conservação e aplicação de
vacinas; Brasília, 8 de junho de 1987; 166º da Independência e 99º da
f) efetuar o controle de pacientes e de comunicantes em doen- República.
ças transmissíveis; JOSÉ SARNEY 
g) realizar testes e proceder à sua leitura, para subsídio de Eros Antonio de Almeida
diagnóstico; Este texto não substitui o publicado no DOU de 9.6.1987

Didatismo e Conhecimento 11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
3.Planejamento e Metas
As principais metas para o paciente cirúrgico podem incluir o
4 ENFERMAGEM NO CENTRO alívio da ansiedade pré-operatória e o aumento do conhecimento
CIRÚRGICO. 4.1 RECUPERAÇÃO DA sobre o preparo pré-operatório e expectativas pós-operatórias
ANESTESIA. 4.2 CENTRAL DE MATERIAL 4.Prescrições de enfermagem
E ESTERILIZAÇÃO. 4.3 ATUAÇÃO Reduzindo a Ansiedade Pré-operatória;
NOS PERÍODOS PRÉ-OPERATÓRIO, Promovendo a Educação do Paciente;
TRANS-OPERATÓRIO E PÓS-OPERATÓRIO. 5.Evolução
4.4 ATUAÇÃO DURANTE OS PROCEDIMEN- Resultados esperados. Abaixo uma listagem de sinais apresen-
TOS CIRÚRGICO-ANESTÉSICOS. tados pelo paciente:
4.5 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS BÁSI- 1. Ansiedade aliviada.
COS QUE COMPÕEM AS SALAS DE CIRUR- a) Discute as preocupações com o anestesiologista ou anes-
GIA E RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA. 4.6 tesista;
ROTINAS DE LIMPEZA DA SALA DE CIRUR- b) Verbaliza compreensão sobre a medicação;
GIA. 4.7 USO DE MATERIAL ESTÉRIL. 4.8 c) Discute preocupações de última hora ;
MANUSEIO DE EQUIPAMENTOS: AUTO- d) Discute as preocupações financeiras;
CLAVES; SELADORA TÉRMICA E LAVADO- e) Requisita visita de um religioso;
RA AUTOMÁTICA ULTRASSÔNICA. f) Relaxa tranquilamente após ser visitado pelos membros da
equipe
2. Prepara-se para intervenção cirúrgica
a) Participa na preparação pré-operatória;
b) Demonstra e descreve exercícios que espera realizar no
Os profissionais da especialidade de enfermagem periopera- pós-operatório;
tória atuam em uma área complexa que requer enfermeiras com c) Revisa as informações sobre o cuidados no pós-operatório;
perfil dinâmico e empreendedor, além de conhecimento técnico, d) Aceita medicação pré-anestésica;
científico e tecnológico. Estas enfermeiras vivenciam diariamente e) Permanece no leito;
situações de urgência e emergência, que exigem contínuo aperfei- f) Relaxa durante o transporte;
çoamento em relação, as novas tecnologias, assistência especiali- g) Estabelece as justificativas para o uso de grades
zada, gerenciamento de conflitos, administração, de deficiências 3. Participa do planejamento da alta.
estruturais, convivência com a morte, a dor e outras formas de es-
tresse humano. (GRITTEM, 2007) O exame físico geral do paciente:
Importante que a enfermeira organize o ambiente,atenda as Antes de o tratamento ser iniciado, a história de saúde é obtida
demandas de materiais e recursos humanos. Entretanto, È preciso o exame físico é realizado, observa-se:
ampliar a visão, que a enfermagem, a instituição, e a sociedade tem -Sinais vitais;
acerca da enfermagem. Essa profissional deve assumir seu papel -Procura-se achados significativos como ulceras por pressão,
como líder da equipe de enfermagem da Unidade de Centro Cirúr- edema, sons respiratórios anormais;
gico, com competência e propriedades técnicas e cientificas, sem -Observa-se os exames sanguíneos, raio x, e outros.
perder de vista o foco de seu processo de trabalho que é a assistên-
Verifica-se:
cia, a gerência, o ensino e a pesquisa.
-O estado nutricional que podem ser feitas através de exames
A Lei do Exercício Profissional da Enfermagem (BRASIL, antropométricos, cálculos de IMC, dobra cutânea, circunferência
1986) prevê que a enfermeira planeje, organize, coordene e avalie do braço. Quaisquer deficiências devem ser corrigidas antes da ci-
os serviços de assistência de enfermagem. rurgia. Em caso de obesidade ficar atendo as complicações durante
Fonte: GRITTEM, Luciana. Sistematização da assistência pe- e após a cirurgia.
rioperatória: uma tecnologia de enfermagem. Curitiba, 2007. 153 -Uso de Drogas ou Álcool. Procurar obter o dado referente
p. aos hábitos de vida, durante o histórico, importante lembrar que
O processo de enfermagem: Preparando o Paciente para o paciente poderá esconder estes dados. O paciente com histórico
a Cirurgia de alcoolismo crônico geralmente sofre de desnutrição e outros
1.Histórico problemas sistêmicos que aumentam o risco cirúrgico.
Compreende a avaliação de uma ampla variedade de fatores -Estado Respiratório, solicita-se a todos os pacientes que pa-
físicos e psicológicos. Uma série de problemas do paciente, ou rem de fumar 4 a 6 semanas antes da cirurgia, sendo ensinados
diagnósticos de enfermagem , podem ser previstos ou identifica- sobre os exercícios respiratórios.
dos com base de dados. -Estado Cardiovascular: a meta para cirurgia é um sistema
2.Diagnóstico cardiovascular bem funcionante para atender às necessidades de
Com base nos dados, os principais diagnósticos de enferma- oxigênio, líquido e nutrição aos longo do período perioperatorio.
gem pré-operatórios do paciente cirúrgico do podem incluir: -Função hepática e renal: O fígado é importante na biotrans-
formação dos compostos anestésicos. E os rins envolvidos na ex-
-Ansiedade relacionada à experiência cirúrgica (anestesia,
creção dos medicamentos anestésicos e seus metabólicos. A cirur-
dor) e ao resultado da cirurgia; gia é contraindicada em caso de nefrite aguda, insuficiência renal
-Risco de gerenciamento ineficaz do regime terapêutico re- aguda e outros problemas renais agudos, a menos que a cirurgia
lacionado ao déficit de conhecimento sobre os procedimentos e seja necessária para melhorar a função renal e salvar a vida do
protocolos pré-operatórios e expectativas pós-operatórias. paciente.

Didatismo e Conhecimento 12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
-Função endócrina: O risco dos pacientes comprometidos de- O uso de esteroides, desnutrição, neoplasias com alterações
vido doenças como diabetes tem riscos de hiperglicemia e hipogli- imunológicas e clientes idosos ou crianças pequenas são fatores
cemia. Importante que a avaliação de enfermagem seja criteriosa. de risco de infecção no pós-operatório devido à redução na capa-
-Função Imunológica: Importante que o enfermeiro faça in- cidade imunológica. Outros fatores são o diabetes mellitus, que di-
vestigação sobre alergias, importante verificar fatores que possam ficulta o processo de cicatrização; a obesidade, em vista da menor
causar imunossupressão, exemplo destes os corticosteroides. irrigação sanguínea do tecido gorduroso; o período pré-operatório
Fonte: SMELTZER, S.C. BARE, B.G. Tratado de Enferma- prolongado, que faz com que o cliente entre em contato maior com
gem Médico-Cirúrgica. 9ed.vol1. Ed. Guanabara Koogan, 2002. a flora hospitalar; e infecções no local ou fora da região cirúrgica,
que podem causar contaminação da ferida operatória.
Humanizando o preparo do cliente para a cirurgia: O risco de infecção cirúrgica pode ser diminuído quando se
Como o estado emocional pode interferir diretamente na evo- trata ou compensa as doenças e os agravos que favorecem a infec-
lução pós-operatória, é importante que o cliente receba orientações ção, tais como a obesidade, focos infecciosos, presença de febre e
sobre os exames, a cirurgia, como retornará da mesma e os proce- outros. Também no pré-operatório imediato alguns cuidados são
dimentos do pós-operatório, bem como esclarecimentos sobre a implementados, tais como o banho com antissépticos específicos
importância de sua cooperação. (clorexidine ou solução de iodo PVPI) na noite anterior e no dia
da cirurgia, tricotomia, lavagem intestinal, retirada de objetos pes-
Para transmitir uma sensação de calma e confiança, a equi-
soais, próteses e outros.
pe de enfermagem deve manter uma relação de empatia, ou seja,
a) Esvaziamento intestinal
colocar-se na posição do outro, sem críticas ou julgamentos – o O esvaziamento intestinal no pré-operatório diminui o risco
que muitas vezes ajuda a compreender seus medos e inseguranças, de liberação do conteúdo intestinal durante a cirurgia, provocado
possibilitando uma relação interpessoal de respeito e não de autori- pelo efeito de medicamento relaxante muscular. Existem contro-
dade. Além disso, possibilita uma certa tranquilidade, favorecendo vérsias quanto à importância desse procedimento pré-operatório.
o entrosamento do cliente e família com o ambiente hospitalar, Dependendo do cliente, da cirurgia e da equipe que o assiste, o pre-
o que interfere beneficamente nas suas condições para a cirurgia. paro intestinal pode ser realizado mediante a utilização de laxati-
Com relação ao cliente, é importante lembrar que a comunicação vos, lavagem intestinal ou ambos. Geralmente, este preparo ocorre
não-verbal (o olhar, a voz, a postura do cliente) também comunica entre 8 e 12 horas antes do ato cirúrgico. A solução pode vir pronta
suas necessidades; portanto, ao buscamos entender estes sinais te- para uso individual (enemas) ou ser preparada pela enfermagem
remos maiores condições de melhor compreendê-lo. de acordo com a prescrição médica, mas antes de ser aplicada no
Ao prestar orientações pré-operatórias, a equipe de enferma- cliente deve ser aquecida, para ficar morna.
gem deve estar atenta ao fato de que as necessidades de um clien-
te são diferentes das de outro. O momento mais adequado para Realizando a lavagem intestinal
o cliente e família receberem as orientações e participarem do A numeração das sondas retais deve ser selecionada de acordo
processo de aprendizagem é quando demonstram interesse pelas com a idade e sexo do cliente, sendo de 14 a 20 para crianças e
informações, revelada muitas vezes através de perguntas ou busca adolescentes, de 22 a 24 para as mulheres e 24 a 26 para os ho-
mens.
da atenção da equipe de enfermagem.
Caso a sonda apresente diâmetro maior do que o do ânus do
Quanto ao aspecto de fé, a equipe de enfermagem pode pro-
cliente e/ou seja introduzida sem lubrificante, poderá provocar dor
videnciar assistência religiosa, desde que solicitada pelo cliente e/ e lesões durante a sua passagem. Os frascos com solução pronta
ou família. para uso dispensam a utilização da sonda retal, dependendo das
Além disso, é possível conceder ao cliente a permissão para orientações do fabricante.
uso de figuras religiosas, por exemplo presas ao lençol da maca, O procedimento pode ser realizado no próprio quarto do clien-
sem que isso prejudique os cuidados durante o intra ou pós-ope- te ou em sala apropriada, mas a equipe de enfermagem deve estar
ratório. atenta em promover a privacidade do cliente.
Atuando na Prevenção de Complicações no Pré-Operatório Antes de iniciar o procedimento, a cama deve ser forrada com
O preparo físico do cliente é importante para o bom andamen- impermeável e lençol móvel. Para facilitar a entrada e o trajeto a
to do ato cirúrgico, bem como para evitar complicações posterio- ser percorrido pelo líquido do enteroclisma, o mesmo deverá ser
res ao mesmo. Evitar estas complicações requer alguns cuidados introduzido seguindo os contornos anatômicos do intestino. Por
de enfermagem específicos relacionados com o preparo intestinal, esse motivo, o cliente é deitado em decúbito lateral esquerdo, com
vesical e da pele, além de uma avaliação da equipe, do ambiente e o corpo ligeiramente inclinado para a frente e apoiado sobre o tó-
do cliente para prevenir a ocorrência de infecções. rax, tendo sua perna direita flexionada e apoiada ligeiramente na
Em vista da maior incidência de infecções hospitalares nos esquerda (posição de SIMS).
clientes cirúrgicos, o pessoal de enfermagem pode contribuir para Antes da introdução da sonda, o cliente deve ser orientado
sua prevenção utilizando uniformes limpos e unhas curtas e lim- para relaxar a musculatura anal, inspirando e prendendo a respi-
ração.
pas, lavando as mãos antes e após cada procedimento, respeitando
Caso haja dificuldade para a introdução da sonda, devem-se
as técnicas assépticas na execução dos cuidados, oferecendo am-
verificar as prováveis causas: contração retal involuntária perante
biente limpo e observando os sinais iniciais de infecção. a introdução de um corpo estranho, medo da dor, dobra da sonda e
A ocorrência ou não de infecção no pós-operatório depende de outras intercorrências. Para que a lavagem intestinal tenha melhor
vários fatores, mas principalmente da quantidade e virulência dos efeito, recomenda- se que o cliente tente reter o líquido da lavagem
microrganismos e da capacidade de defesa do cliente. por cerca de 15 minutos.

Didatismo e Conhecimento 13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
b) Esvaziamento da bexiga O medicamento pré-anestésico (MPA) é prescrito pelo anes-
Recomenda-se seu esvaziamento espontâneo antes do pré- tesista com os objetivos de reduzir a ansiedade do cliente, facilitar
-anestésico. a indução anestésica e a manutenção da anestesia, bem como di-
Em cirurgias em que a mesma necessite ser mantida vazia, minuir tanto a dose dos agentes anestésicos como as secreções do
ou naquelas de longa duração, faz-se necessário passar a sonda trato respiratório, sempre lembrando a necessidade de verificação
vesical de demora, o que é feito, geralmente, no centro cirúrgico. da existência de alergia.
c) Preparo da pele Na noite que antecede à cirurgia, visando evitar a insônia do
O banho e a rigorosa limpeza da região onde será feita a in- cliente, pode ser administrado um medicamento tranquilizante.
cisão cirúrgica devem ser realizados para diminuir a possibilidade Administra-se o MPA cerca de 45 a 60 minutos antes do início da
de contaminação. anestesia. Todos os cuidados pré-operatórios devem ser realizados
De acordo com o tipo de cirurgia, o cliente pode necessitar ser antes de sua aplicação, porque após sua administração o cliente per-
encaminhado para a cirurgia sem pelos na região operatória, sendo manecerá na maca de transporte, devido ao estado de sonolência.
então necessária uma tricotomia da região. Os MPA mais comuns são os:
Existem controvérsias se a tricotomia aumenta ou diminui o Opiáceos - que provocam analgesia e sonolência, sendo nor-
potencial de infecção da ferida operatória. Por esse motivo, reco- malmente prescritos para clientes que apresentam dor antes da ci-
menda-se que sua realização ocorra o mais próximo possível do rurgia. O principal medicamento é a meperidina;
momento da cirurgia (no máximo 2 horas antes) ou no próprio Benzodiazepínicos - apresentam ação ansiolítica e tranquilizan-
centro cirúrgico, em menor área possível e com método o menos te, bem como efeitos edativo, miorelaxante e anticonvulsivante.
agressivo. Hipnóticos - provocam sono ou sedação, porém sem ação
Também há controvérsia em relação às áreas da tricotomia, analgésica, sendo os principais o fenobarbital;
que variam conforme as técnicas e tecnologias usadas no processo Neurolépticos - diminuem a ansiedade, a agitação e a agressi-
cirúrgico. Entretanto, existem cirurgias nas quais a tricotomia é vidade. Os principais medicamentos são a clorpromazina e a pro-
absolutamente necessária, como as cranianas. Para exemplificar, metazina.
listamos as áreas de tricotomia segundo a região da cirurgia: Os medicamentos hipnóticos, neurolépticos, benzodiazepíni-
Cirurgia craniana – raspa-se o couro cabeludo total ou par- cos e opiáceos, utilizados como pré-anestésicos, são de uso con-
cialmente, e o pescoço. Nas cirurgias de pescoço, deve-se incluir trolado, daí a necessidade de se guardar as ampolas vazias, para
o colo e as axilas; posterior reposição pela farmácia.
Cirurgia torácica - raspam-se os pelos do tórax anterior e pos-
terior até a cicatriz umbilical, podendo-se estender tal processo até Encaminhando o Cliente ao Centro Cirúrgico (CC)
a axila e região inguinal; No momento de encaminhar o cliente ao CC, deve-se obser-
Cirurgia cardíaca - as áreas a serem raspadas são o tórax, var e comunicar quaisquer anormalidades em relação aos preparos
metade do dorso, punhos, dobras dos cotovelos e região inguinal, prescritos no dia anterior, tais como manutenção do jejum, realiza-
acrescentando-se a face interna das coxas quando das cirurgias de ção da higiene oral e corporal e administração de medicação pré-
revascularização do miocárdio; -anestésica. E ainda verificar e anotar os sinais vitais, vestir-lhe a
Cirurgia abdominal - recomenda-se a tricotomia da região ma- roupa hospitalar (avental, touca e propés), certificar-se da remoção
mária até a região pubiana anterior (posterior no caso das cirurgias de próteses dentárias (visando evitar seu deslizamento para as vias
renais); nas cesáreas e cirurgia abdominal via baixa, raspa-se a re- aéreas inferiores durante a anestesia) e oculares (visando evitar le-
gião pubiana; sões na córnea), joias e adornos. Após essa sequência de preparos,
o cliente deve ser deitado na maca e encaminhado ao CC com a
Cirurgia dos membros – raspa-se o membro a ser operado,
documentação completa: exames e prontuário.
acrescentando-se ou não as regiões axilar e pubiana.
O transporte do cliente é executado pelo pessoal da unidade
Realizando a tricotomia (rever marcador das cirurgias anterio-
de internação ou do CC, a critério de cada instituição. O transporte
res para não ficar igual)
pode ser realizado em maca ou cadeira de rodas, mas para prevenir
Antes de iniciar a tricotomia em áreas de grande pilosidade,
acidentes, como quedas, recomenda-se que para o cliente sonolen-
recomenda-se cortar o excesso de pelo com uma tesoura.
to devido à ação de MPA e/ou após a cirurgia. não seja feito em
Quando realizada com barbeador, deve-se esticar a pele e rea-
cadeira de rodas. O centro cirúrgico deve dispor de elevador priva-
lizar a raspagem dos pelos no sentido do crescimento dos mesmos,
tivo, o que diminui os riscos de contaminação e infecção cirúrgica,
tendo-se o cuidado de não provocar arranhaduras na pele.
agiliza o transporte e propicia conforto, segurança e privacidade
O uso de depilatórios tem sido utilizado em algumas institui-
ao cliente.
ções, mas apresenta a desvantagem de, em algumas pessoas, pro-
vocar reações alérgicas e deixar a pele avermelhada. A forma de
Transportando o Cliente
utilização varia de acordo com as orientações do fabricante.
A maca ou cadeira de rodas deve estar forrada com lençol e
Existem ainda aparelhos que ao invés de rasparem os pelos
situada próxima à cama, para facilitar a transferência do cliente e
cortam os mesmos rente à pele, evitando escoriações e diminuindo
evitar acidentes. Após deixá-lo confortável, deve ser coberto com
o risco de infecção.
lençol e cobertor (nos dias frios).
Os responsáveis pelo transporte do cliente para o CC devem
Prevenindo Complicações Anestésicas
empurrar a maca ou cadeira de rodas com cuidado, e estar atentos
A manutenção do jejum de 6 a 12 horas antes da cirurgia obje-
para observar alguma anormalidade com o cliente (palidez, sudo-
tiva evitar vômitos e prevenir a aspiração de resíduos alimentares
rese, dificuldade respiratória, etc.), além disso verificar se o soro,
por ocasião da anestesia. É importante que tanto o cliente como
sondas, drenos e outros equipamentos que se fizerem necessários
seus familiares tenham conhecimento deste cuidado, para que pos-
sam entender o motivo e efetivamente cumpri-lo. estão livres de tração.

Didatismo e Conhecimento 14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
É recomendável que o cliente seja transportado de modo a Através do corredor interno do CC, o cliente é transportado
visualizar o trajeto de frente, para evitar desconforto. É importante em maca - sempre as grades levantadas para evitar quedas aciden-
observar o alinhamento correto das partes do corpo durante o tais até a sala de cirurgia.
transporte e, nos casos de clientes com venóclise ou transfusão Na sala de operação, o circulante recebe o cliente de forma a
sanguínea, deve-se adaptar à maca ou à cadeira de rodas o suporte tentar diminuir sua ansiedade, transmitindo-lhe confiança, segu-
apropriado, posicionando corretamente o frasco de solução venosa, rança e tranquilidade. Para evitar erros, repete os mesmos cuidados
cateteres, drenos e equipamentos. Durante o trajeto, conversar e de conferência de dados prévios à entrada no CC.
encorajar o cliente, ou respeitar o seu silêncio. Após conferir os dados do prontuário, o cliente deve ser trans-
ferido da maca para a mesa cirúrgica, tendo-se o cuidado de posi-
O Cuidado de Enfermagem no Trans-Operatório cionar corretamente os frascos de solução, drenos e sondas, caso
O período transoperatório compreende o momento de recep- existam.
ção do cliente no CC e o intra-operatório realizado na SO. Ao posicionar o suporte de braço (para a infusão endovenosa)
Nesse período, as ações de enfermagem devem assegurar a sob o colchonete da mesa cirúrgica, deve-se ter o cuidado de colo-
integridade física do cliente, tanto pelas agressões do ato cirúrgico car o braço do cliente num ângulo inferior a 90o em relação ao cor-
como pelos riscos que o ambiente do CC oferece ao mesmo, já po, para evitar dores musculares e articulares no pós-operatório.
submetido a um estresse físico e exposição dos órgãos e tecidos
Em vista da probabilidade de ocorrer hipotensão arterial pro-
ao meio externo; daí a importância do uso de técnicas assépticas
rigorosas. vocada pela anestesia e/ou perdas sanguíneas durante o ato ope-
ratório, é necessário controlar a pressão arterial pelo monitor ou
Montagem da sala Cirúrgica aparelho de pressão arterial.
O auxiliar de enfermagem desempenha a função de circulante O cliente pode apresentar hipotermia devido à baixa tempera-
da sala cirúrgica, que também pode ser exercida pelo técnico em tura da SO, administração de líquidos gelados, feridas ou cavida-
enfermagem, quando necessário. des abertas e diminuição da atividade muscular. Para corrigir essa
Ao receber a lista de cirurgia, o circulante da sala verifica os intercorrência, administrar soluções mornas e trocar os campos
materiais, aparelhos ou solicitações especiais à mesma. Para pre- molhados por outros secos, já que os tecidos molhados promovem
venir a contaminação e infecção cirúrgica, é importante manter a perda de calor.
a sala em boas condições de limpeza, observar se o lavabo está Como o cliente está anestesiado e, portanto, incapacitado para
equipado para uso e lavar as mãos. Portanto, antes de equipar a se defender de qualquer tipo de agressão física, é dever da equipe
sala, o circulante limpa os equipamentos com álcool etílico a 70% médica e de enfermagem assegurar-lhe um ato operatório segu-
ou outro desinfetante recomendado, deixando-os prontos para a ro, prestando alguns cuidados específicos, entre outros: anestésico
recepção do cliente e equipe cirúrgica.
Para evitar problemas durante o ato operatório, o circulante administrado na dosagem certa para evitar a dor; manter os olhos
deve testar o funcionamento dos aparelhos sob sua responsabilida- do cliente ocluídos, para evitar úlceras de córnea; atentar para o
de, verificando suas perfeitas condições de uso, bem como revisar posicionamento do cliente, de modo a evitar escaras e dor no pós-
o material esterilizado e providenciar os materiais específicos em -operatório; evitar extravasamento de solução para fora da veia.
quantidade suficiente para a cirurgia, dispondo-os de forma a fa- O circulante, além de auxiliar o anestesista no posicionamento
cilitar o uso. do cliente, também auxilia, quando necessário, a suprir material - e
Com o anestesista, checar a necessidade de material para o durante a cirurgia comunica e registra as alterações do que obser-
carrinho de anestesia. vou.
Deve-se também preparar a infusão endovenosa e a bandeja Compete ao cirurgião ou assistente posicionar corretamente
de antissepsia, e dispor os pacotes de aventais, campos, luvas e a o cliente para o ato cirúrgico, cabendo ao circulante da sala au-
caixa de instrumentais em local limpo e acessível. xiliá-los no procedimento ou realizá-lo sob orientação médica. O
Quando do processo de abertura do pacote, tomar o cuidado cliente deve estar posicionado de forma anatômica, possibilitando
de manusear somente a parte externa do campo, para evitar conta- boas condições de respiração e evitando distensões musculares,
minar sua parte interna. Se o pacote for grande, deve ser aberto so- compressão de vasos, nervos e saliências ósseas.
bre uma superfície; se pequeno, pode ser aberto afastado do corpo Também é atribuição do circulante ajudar os integrantes da
e seu conteúdo oferecido ao profissional que dele fará uso.
equipe cirúrgica a se paramentarem.
Fluxo do Cliente no Centro Cirúrgico Para tanto, no momento de vestir o avental, o circulante deve
Na recepção, é importante atender ao cliente com cordialida- posicionar-se de frente para as costas do membro da equipe que
de, transmitindo-lhe tranquilidade e confiança, bem como propor- está se paramentando, introduzir as mãos nas mangas - pela parte
cionar- lhe privacidade física e conforto. interna do avental - e puxar até que os punhos cheguem nos pul-
É fundamental identificá-lo, chamando-o pelo nome, sos; amarrar as tiras ou amarilhos do decote do avental, receber os
checando a pulseira de identificação ou conferindo seus dados com cintos pela ponta e amarrar; posteriormente, apresentar as luvas.
quem o transportou; além disso, deve-se verificar se o prontuário Após auxiliar a equipe a se paramentar, abrir o pacote com o
está completo, se os cuidados pré-operatórios foram realizados, impermeável sobre a mesa do instrumentador e a caixa de instru-
se há anotações sobre problemas alérgicos e condições físicas e mentais sobre a mesa auxiliar, fornecer ao instrumentador os mate
emocionais – estes cuidados são absolutamente necessários para riais esterilizados (gaze, compressas, fios, cúpulas, etc.) e ofere-
evitar erros, ou realização de cirurgias em clientes inadequada- cer ao cirurgião a bandeja de material para antissepsia. Auxiliar o
mente preparados. Após a checagem de todos esses dados pode-se anestesista a ajustar o arco de narcose e o suporte de soro de cada
fazer a tricotomia, se esta for a rotina do hospital, e encaminhar o lado da mesa cirúrgica, fixar as pontas dos campos esterilizados -
cliente para a sala de operação. recebidos do assistente

Didatismo e Conhecimento 15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
- no arco e suportes, formando uma tenda de separação entre o Antes de providenciar a limpeza da sala cirúrgica, o circulante
campo operatório e o anestesista. deve separar a roupa usada na cirurgia e encaminhá-la ao expurgo
Posteriormente, aproximar da equipe cirúrgica o hamper co- após verificar se não há instrumentais misturados. Os materiais de
berto com campo esterilizado e o balde de lixo; conectar a extre- vidro, borracha, cortantes, instrumentais e outros devem ser se-
midade de borracha recebida do assistente ou instrumentador ao parados e encaminhados para limpeza e esterilização, ou jogados
aspirador, e ligá-lo. no saco de lixo, encaminhando-os, lacrados, para o devido setor,
Se for utilizado o bisturi elétrico, faz-se necessário aplicar gel sempre respeitando-se as medidas de prevenção de acidentes com
condutor na placa neutra, para neutralizar a carga elétrica quando perfuro cortantes.
do contato da mesma com o corpo do cliente, conforme orientação Com relação a impressos, ampolas ou frascos vazios de medi-
do fabricante. camentos controlados, os mesmos devem ser encaminhados para
A seguir, colocar a placa neutra sob a panturrilha ou outra re- os setores determinados.
gião de grande massa muscular, evitando áreas que dificultem o Ao final da cirurgia, normalmente o cirurgião ou outro profis-
seu contato com o corpo do cliente, como saliências ósseas, pele sional que tenha participado de sua realização informa os familia-
escarificada, áreas de grande pilosidade, pele úmida. Ao movimen- res sobre o ato cirúrgico e o estado geral do cliente.
tar o cliente, observar se ocorre deslocamento da placa, reposicio-
nando-a se necessário. Qualquer que seja a posição escolhida para
Tempo cirúrgico
colocar a placa, ela deve permitir o funcionamento correto dos
Abrange, de modo geral, a sequencia dos quatro procedimen-
eletrodos dos aparelhos, equipo de solução e de sangue, drenos,
sondas e cateteres. tos realizados pelo cirurgião durante o ato operatório.
Jamais se deve deixar nenhuma parte do corpo do cliente em Inicia-se pela diérese, que significa dividir, separar ou cortar
contato com a superfície metálica da mesa cirúrgica, pois isto, os tecidos através do bisturi, bisturi elétrico, tesoura, serra ou la-
além de desconfortável, pode ocasionar queimaduras devido ao ser; em seguida, se faz a hemostasia, através de compressão direta
uso do bisturi elétrico. com os dedos, uso de pinças, bisturi elétrico (termocautério) ou
Quando não for mais utilizado material estéril dos pacotes, sutura para prevenir, deter ou impedir o sangramento. Ao se atin-
os mesmos devem estar sempre cobertos para possibilitar o seu gir a área comprometida, faz-se a exérese, que é a cirurgia propria-
eventual uso durante a cirurgia, com segurança. mente dita. A etapa final é a síntese cirúrgica, com a aproximação
No transcorrer da cirurgia, alguns cuidados se fazem necessá- das bordas da ferida operatória através de sutura, adesivos e/ou
rios, dentre eles: ataduras.
- ajustar o foco de luz sempre que solicitado, de forma a pro-
porcionar iluminação adequada no campo cirúrgico, sem projeção Instrumentais e fios cirúrgicos
de sombras e reflexos; Auxiliam a equipe cirúrgica durante a operação, mas para isso
- observar o gotejamento dos soros e sangue, líquidos drena- é necessário que a equipe de enfermagem ofereça-os em perfeitas
dos e sinais de intercorrências; condições de uso e no tamanho correto.
- controlar a quantidade e peso das compressas cirúrgicas e O instrumentador cirúrgico é o profissional responsável por
gazes, para evitar esquecimento acidental desses materiais no cam- prever os materiais necessários à cirurgia, bem como preparar a
po operatório; mesa com os instrumentais, fios cirúrgicos e outros materiais ne-
- avaliar a perda sanguínea e de líquidos pelas sondas e do cessários, ajudar na colocação de campos operatórios, fornecer os
sangue aspirado no frasco do aspirador. instrumentais e materiais à equipe cirúrgica e manter a limpeza e
Quando for necessário mudar a posição do cliente durante a proteção dos instrumentais e materiais contra a contaminação.
cirurgia, deve-se evitar movimentos rápidos e bruscos, porque a
mudança repentina de posição pode ocasionar hipotensão arterial. Os instrumentais cirúrgicos são classificados de acordo com
Os registros são feitos em impresso próprio, anotando-se os sua função:
medicamentos, soluções, sangue, equipamentos usados, intercor- - diérese - utilizados para cortar, tais como o bisturi, tesouras,
rências com o cliente, nome da operação e da equipe cirúrgica, trépano;
bem como início e término da cirurgia. - hemostáticos - auxiliam a estancar o sangramento, tais como
Ao final da cirurgia, desliga-se o foco e aparelhos, afasta-se os as pinças de Kelly, Kocher, Rochester;
-síntese cirúrgica - geralmente utilizados para fechamento de
equipamentos e aparelhos da mesa cirúrgica, remove-se os cam-
cavidades e incisões, sendo o mais comum a agulha de sutura presa
pos, pinças e outros materiais sobre o cliente. no porta-agulha;
Até que o cliente seja transportado para a recuperação pós- - apoio ou auxiliares - destinam-se a auxiliar o uso de outros
-anestésica ou unidade cirúrgica, o mesmo não pode ser deixado grupos de instrumentais, destacando-se o afastador Farabeuf para
sozinho devido ao risco de quedas acidentais ou intercorrências afastar os tecidos e permitir uma melhor visualização do campo
pós-cirúrgicas. operatório e a pinça anatômica para auxiliar na dissecção do te-
Durante a transferência da SO para a RPA, UTI ou unidade cido;
de internação, deve-se ser cuidadoso durante a mudança do clien- - especiais - aqueles específicos para cada tipo de cirurgia,
te da mesa cirúrgica para a maca, observando a necessidade de como, por exemplo, a pinça gêmea de Abadie, utilizada nas cirur-
agasalhá-lo, a manutenção do gotejamento das infusões venosas, gias do trato digestivo.
as condições do curativo e o funcionamento de sondas e drenos. Os fios cirúrgicos apresentam-se com ou sem agulhas, e sua
O encaminhamento do cliente à RPA normalmente é feito pelo numeração varia de 1 a 5 e de 0-0 a 12-0 (doze-zero). São classifi-
circulante da sala, junto com o anestesista. cados em absorvíveis e não -absorvíveis.

Didatismo e Conhecimento 16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Os fios absorvíveis, como o próprio nome indica, são absor- A anestesia tópica está indicada para alívio da dor da pele le-
vidos pelo organismo após determinado período. O catgut é de sada por feridas, úlceras e traumatismos, ou de mucosas das vias
origem animal (do intestino delgado dos bovinos), podendo ser aéreas e sistema geniturinário.
simples ou cromado. O catgut simples é indicado para os tecidos O ato anestésico requer atenção do circulante de sala, especial-
de rápida cicatrização, com absorção total em 2 a 3 semanas; o mente no momento de posicionamento do cliente, transmitindo-
catgut cromado, devido à impregnação com sais de ácido crômico, -lhe conforto e segurança, bem como facilitando o procedimento
é totalmente absorvido em 6 meses. para a equipe cirúrgica. O posicionamento do cliente relaciona-se
Os fios não -absorvíveis permanecem encapsulados (envolvi- com o tipo de anestesia a ser aplicada:
dos por tecido fibroso) nas estruturas internas e nas suturas de pele;
- Durante a anestesia peridural ou raquianestesia o circulante
devem ser removidos entre o 7° e o 10° dia de pós-operatório. Po-
auxilia na colocação e manutenção do cliente em posição especial,
dem ser de origem animal, como a seda; de origem vegetal, como
o algodão e linho; de origem sintética, como o nylon, perlon, po- com o objetivo de facilitar a punção com a abertura máxima dos
liéster; ou de origem mineral, como o fio de aço. espaços intervertebrais. Uma dessas posições o decúbito lateral
Para suturar as estruturas internas (tecidos internos e órgãos), fetal, com os joelhos próximos do abdome e o queixo encostado no
utilizam-se os fios absorvíveis, enquanto que o algodão está indi- tórax. O circulante da sala mantém o cliente nessa posição, colo-
cado para ligar vasos sanguíneos e aponeurose, o fio de aço para cando uma das mãos na região cervical e a outra na dobra posterior
suturar ossos e os fios de origem sintética para a sutura de pele. A do joelho. Durante a punção, outra posição é o cliente sentado com
seda é geralmente utilizada nas pessoas que provavelmente terão as pernas pendendo lateralmente para fora da mesa cirúrgica e o
dificuldade no processo de cicatrização (obesos, desnutridos, dia- queixo apoiado no tórax. Para mantê-lo assim imobilizado, o cir-
béticos ou aqueles com abdome volumoso), onde a sutura é reali- culante de sala deve colocar-se à frente, com as mãos em sua nuca.
zada com pontos subtotais. - Durante a anestesia geral, o cliente deve ser posto em decú-
O sangramento de capilares pode ser estancado pela aplicação
bito dorsal: deitado de costas, pernas estendidas ou ligeiramente
de substância hemostática no local. Podemos citar, como exemplo,
a cera para osso - utilizada para estancar o sangramento ósseo nas flexionadas, um dos braços estendido ao longo do corpo e o outro
cirurgias ortopédicas e neurocirurgias. apoiado no suporte de braço. Para facilitar a visualização das vias
Outro recurso é o bisturi elétrico, que pode ser utilizado com aéreas no momento da intubação, é necessário hiperestender o seu
a função de coagulação e secção (corte) dos tecidos, através da pescoço.
aplicação local de descargas elétricas. - Atualmente, muitas instituições possuem o Serviço de Apoio
Técnico à Anestesiologia, com pessoal treinado e com conheci-
Tipos de Anestesia mento de preparo e montagem de aparelhos utilizados em aneste-
A anestesia é um estado de relaxamento, perda da sensibilida- sia. Também é função desse serviço promover a limpeza e esterili-
de e dos reflexos, de forma parcial ou total, provocada pela ação zação dos componentes dos monitores, bem como repor os mate-
de drogas anestésicas. Seu objetivo é evitar a dor e facilitar o ato riais de consumo, encaminhar para reparo os aparelhos danificados
operatório pela equipe cirúrgica. Na anestesia geral ocorre, tam- e fazer a manutenção preventiva dos mesmos
bém, um estado de inconsciência.
O anestesista é o médico responsável em avaliar o cliente no
pré-operatório, prescrever a medicação pré-anestésica, administrar
O cuidado de Enfermagem no Pós-Operatório (Po)
a anestesia, controlar as condições do cliente durante a cirurgia e
O pós-operatório inicia-se a partir da saída do cliente da sala
assistir o cliente na sala de recuperação pós-anestésica.
de operação e perdura até sua total recuperação. Subdivide-se em
As drogas anestésicas podem produzir anestesia em todo o
corpo (anestesia geral) ou em partes do mesmo (anestesias local, pós-operatório imediato (POI), até às 24 horas posteriores à cirur-
raquiana e peridural). gia; mediato, após as 24 horas e até 7 dias depois; e tardio, após 7
Na anestesia geral administra-se o anestésico por via inalató- dias do recebimento da alta.
ria, endovenosa ou combinado (inalatória e endovenosa), com o Nesta fase, os objetivos do atendimento ao cliente são iden-
objetivo de promover um estado reversível de ausência de sensi- tificar, prevenir e tratar os problemas comuns aos procedimentos
bilidade, relaxamento muscular, perda de reflexos e inconsciência anestésicos e cirúrgicos, tais como dor, laringite pós- intubação
devido à ação de uma ou mais drogas no sistema nervoso. traqueal, náuseas, vômitos, retenção urinária, flebite pós-venóclise
A raquianestesia é indicada para as cirurgias na região abdo- e outros, com a finalidade de restabelecer o seu equilíbrio.
minal e de membros inferiores, porque o anestésico é depositado Posicionamento para facilitar a punção da região lombar com
no espaço subaracnóide da região lombar, produzindo insensibili- abertura máxima dos espaços intervertebrais.
dade aos estímulos dolorosos por bloqueio da condução nervosa. Idealmente, todos os clientes em situação de POI devem ser
Na anestesia peridural o anestésico é depositado no espaço encaminhados da SO para a RPA e sua transferência para a enfer-
peridural, ou seja, o anestesista não perfura a dura-máter. O anesté- maria ou para a UTI só deve ocorrer quando o anestesista conside-
sico se difunde nesse espaço, fixa-se no tecido nervoso e bloqueia rar sua condição clínica satisfatória.
as raízes nervosas. A RPA é a área destinada à permanência preferencial do clien-
Na anestesia local infiltra-se o anestésico nos tecidos próxi- te imediatamente após o término do ato cirúrgico e anestésico,
mos ao local da incisão cirúrgica. Utilizam-se anestésicos asso- onde ficará por um período de uma a seis horas para prevenção ou
ciados com a adrenalina, com o objetivo de aumentar a ação do tratamento de possíveis complicações. Neste local aliviará a dor
bloqueio por vasoconstrição e prevenir sua rápida absorção para a pós-operatória e será assistido até a volta dos seus reflexos, norma-
corrente circulatória. lização dos sinais vitais e recuperação da consciência.

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Considerando tais circunstâncias, este setor deve possuir equi- Nos cuidados com o curativo, observar se o mesmo está aper-
pamentos, medicamentos e materiais que atendam a qualquer si- tado demais ou provocando edema no local; se está frouxo demais
tuação de emergência, tais como: ou se desprendendo da pele; ou se apresenta-se sujo de sangue, o
- equipamentos básicos: cama/maca com grades laterais de que indica sangramento ou hemorragia. Nestas situações, a equi-
segurança e encaixes para suporte de solução, suporte de solução pe de enfermagem solicita avaliação médica ou refaz o curativo,
fixo ou móvel, duas saídas de oxigênio, uma de ar comprimido, mantendo uma maior vigilância sobre o cliente que apresenta san-
- aspirador a vácuo, foco de luz, tomadas elétricas, monitor gramento.
cardíaco, oxímetro de pulso, esfigmomanômetro, ventiladores me- Quando o cliente está com os reflexos presentes, sinais vitais
cânicos, carrinho com material e medicamentos de emergência; estabilizados, drenos e sondas funcionastes, recebe alta médica da
- Materiais diversos: máscaras e cateteres de oxigênio, son- RPA e é encaminhado para a unidade de internação.
das de aspiração, luvas esterilizadas, luvas de procedimentos, me- No tocante à ansiedade e agitação apresentada por alguns
dicamentos, frascos de solução, equipo de solução e de transfusão clientes, a equipe de enfermagem pode diminuir seus receios
sanguínea, equipo de PVC (pressão venosa central), material para dizendo-lhes onde se encontram, perguntando-lhes o que os está
incomodando ou tranquilizando-os mediante aplicação de analgé-
sondagem vesical, pacote de curativo, bolsas coletoras, termômetro,
sicos ou tranquilizantes.
material de coleta para exames e outros porventura necessários.
Com relação aos clientes agitados, a contenção dos mesmos
ao leito só deve ocorrer após terem sido realizadas várias tentati-
Cuidados de Enfermagem no Pós-Operatório Imediato vas para acalmá-los (orientação, mudança de posicionamento, ofe-
(POI) recer óculos e/ou aparelho de audição, dentre outras estratégias).
Este período é considerado crítico, considerando-se que o Quando da contenção, alguns cuidados de enfermagem devem ser
cliente estará, inicialmente, sob efeito da anestesia geral, raquia- realizados visando evitar a ocorrência de complicações circulató-
nestesia, peridural ou local. Nessa circunstância, apresenta-se ria e respiratória: evitar o garroteamento e proteger a área com
bastante vulnerável às complicações. Assim, é fundamental que a algodão em rama (ortopédico), camadas de algodão ou compressa;
equipe de enfermagem atue de forma a restabelecer-lhe as funções manter vigilância da área restrita; massagear o local e refazer a
vitais, aliviar-lhe a dor e os desconfortos pós-operatório (náuseas, restrição duas vezes ao dia e sempre que houver cianose e edema;
vômitos e distensão abdominal), manter-lhe a integridade da pele além disso, verificar queixas de dor ou formigamento.
e prevenir a ocorrência de infecções. A decisão pela restrição deve basear-se na real necessidade do
Ao receber o cliente na RPA, UTI ou enfermaria, a equipe cliente, e não por ser a medida que diminuirá o trabalho da equipe
deve tranquilizá-lo, informá-lo onde se encontra e perguntar-lhe se de enfermagem. Após a sua adoção, não se deve esquecer que o
sente alguma anormalidade e/ou desconforto. Se o cliente estiver cliente sob restrição permanece sendo um ser humano que neces-
sonolento ou aparentemente inconsciente, não devem ser feitos co- sita ser confortado, tranquilizado e receber os adequados cuidados
mentários indevidos, pois sua audição pode estar presente. de enfermagem, incluindo avaliação constante da necessidade de
Deve-se ler atentamente o seu prontuário, o qual deverá conter manutenção da restrição.
informações sobre o tipo de anestesia, anestésico recebido, cirur- Após os cuidados recebidos, devem ser registrados, pela en-
gia realizada, intercorrências e recomendações especiais. Os fras- fermagem, dados como o tipo de anestesia, a cirurgia realizada, o
cos de solução, sangue e derivados devem ser postos no suporte horário de chegada, as condições gerais do cliente, a presença de
e realizados o controle de gotejamento e dos líquidos infundidos drenos, soluções venosas, sondas, cateteres e a assistência presta-
e eliminados pelas sondas, drenos e cateteres - os quais deverão da.
estar conectados às extensões e fixados no leito ou outro local ade- Anormalidades e Complicações do Pós-Operatório
quado. A ocorrência de complicações no pós-operatório implica piora
Para os clientes submetidos à anestesia geral, recomenda-se o do quadro clínico do cliente, aumento do período de recuperação
decúbito dorsal horizontal sem travesseiro, com a cabeça laterali- cirúrgica e, em alguns casos, até mesmo o óbito. Por isso, é vital
zada para evitar aspiração de vômito (caso ocorra). Para os clientes que a prevenção, identificação e imediata intervenção sejam reali-
com sonda nasogástrica (SNG), indica-se a posição semi-fowler, zadas o mais precocemente possível.
para prevenir a ocorrência de esofagite de refluxo. Visando evitar Geralmente, as complicações mais comuns são:
a queda dos clientes sonolentos, confusos e/ou agitados devido à
ação dos anestésicos, as grades da cama devem ser mantidas ele- Alteração dos Sinais Vitais (TPR-PA)
vadas. É importante que a temperatura corporal seja controlada com
Normalmente, o cliente apresenta-se hipotérmico ao retornar maior frequência, bem como atentar para a instalação de quadro
da SO, em vista da ação depressora do sistema nervoso - provo- convulsivo, principalmente em crianças. Como as alterações
cada pelo anestésico. A primeira conduta é aquecê-lo com cober- térmicas levam a alterações nos sistemas cardiovascular e
tores, fechar as janelas, ligar o aquecedor de ambiente e controlar respiratório, recomenda-se que os sinais vitais também recebam
sua temperatura com maior frequência. É absolutamente contrain- idêntica frequência de controle – o qual possibilita a identificação
dicada a aplicação de bolsa de água quente, pelo risco de surgirem precoce do choque, que é a intercorrência mais grave, muitas vezes
queimaduras causadas pela diminuição da sensibilidade dolorosa. fatal. Assim, estes controles devem ser realizados até que o cliente
Na RPA, na primeira hora o controle dos sinais vitais é reali- estabilize suas condições físicas.
zado de 15 em 15 minutos; se estiver regular, de 30 em 30 minutos. No tocante à respiração, esta pode estar alterada por efeito do
Mantida a regularidade do quadro, o tempo de verificação do con- anestésico que deprime o sistema nervoso ou por obstrução das
trole deve ser espaçado para 1/1h, 2/2h, e assim por diante. vias aéreas devido à aspiração de vômitos ou secreções.

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A cirurgia provoca no cliente um período de instabilidade or- Outra dor bastante comum é a cefaleia pós-raquianestesia,
gânica que pode se manifestar pela alteração de temperatura (hi- causada pela saída de líquor durante a punção lombar realizada
pertermia ou hipotermia). Na hipertermia, a equipe de enfermagem para a introdução do anestésico. O cliente, ao elevar a cabeça, pode
pode retirar os cobertores, resfriar o ambiente, aplicar compressas apresentar cefaleia intensa – o que também pode ocorrer mais tar-
frias nas regiões da fronte, axilar e inguinal e medicar antitérmico, diamente, entre o 2° e 7° dias após a punção. Nessas circunstân-
de acordo com a prescrição; na hipotermia, o cliente deve ser aga- cias, recomenda-se coloca-lo em decúbito baixo, em posição supi-
salhado e sua temperatura monitorada. na, e dar-lhe hidratação adequada por VO e/ou EV, bem como os
A diminuição da pressão arterial e pulso é ocasionada pela per- analgésicos prescritos
da de sangue durante a cirurgia, efeito do anestésico ou, mesmo,
mudança brusca de posição. A hipotensão arterial é a complicação b) Sonolência
precoce mais frequentemente encontrada nas pessoas submetidas à A sonolência é uma característica muito frequente no cliente
raquianestesia, devendo ser corrigida com hidratação rigorosa pela cirúrgico. Assim, a certificação do seu nível de consciência deve
via EV, mantendo-se o cliente na posição de Trendelemburg - para ser sempre verificada mediante alguns estímulos (perguntas, estí-
melhorar o retorno venoso – e administrando-lhe oxigênio. A ad- mulo tátil) e as alterações comunicadas o mais rapidamente possí-
ministração de medicamentos vasopressores está indicada apenas vel, pois podem indicar complicações graves – como, por exem-
quando outras medidas não conseguiram normalizaram a pressão plo, hemorragia interna.
arterial.
c) Soluço
Alterações Neurológicas Os soluços são espasmos intermitentes do diafragma, provo-
a) Dor cados pela irritação do nervo frênico. No pós-operatório, suas cau-
O estado neurológico do cliente pode ser afetado pela ação do sas mais comuns são a distensão abdominal e a hipotermia.
anestésico, do ato cirúrgico ou de um posicionamento inadequado No mais das vezes, os soluços terminam espontaneamente ou
na mesa cirúrgica. Por isso, a equipe de enfermagem deve observar por condutas simples. Uma delas é eliminar as causas pela aspi-
o nível de consciência e as funções motora e sensitiva. Quando o ração ou lavagem gástrica (na distensão abdominal), deambula-
cliente apresentar quadro de confusão mental ou agitação, pesqui- ção, aquecimento do cliente hipotérmico e mudança de decúbito.
sar se isto não está sendo provocado pela dor que surge na medida Outras, orientar o cliente para inspirar e expirar em um saco de
em que a ação do anestésico vai sendo eliminada pelo organismo. papel, porque o dióxido de carbono diminui a irritação nervosa;
Confirmando-se a dor, medicá-lo conforme prescrição médica. ou administrar-lhe medicação de acordo com a prescrição médica.
A dor mais comum é a que ocorre na região alvo da cirurgia,
a qual diminui gradativamente com o passar do tempo. Por ser a
Complicações Pulmonares
dor uma experiência subjetiva e pessoal, ou seja, só o cliente sabe
São as complicações mais sérias e frequentes no pós-operató-
identificá-la e avaliar sua intensidade, não devemos menosprezá-la
rio, principalmente nos clientes obesos, fumantes, idosos e naque-
mas, sim, providenciar o medicamento prescrito para a analgesia
les com outros agravos clínicos.
de forma a não permitir que se torne mais intensa. Muitas vezes, na
As ações da equipe de enfermagem priorizam a prevenção das
prescrição médica há analgésicos que devem ser administrados a
complicações pulmonares pelo reconhecimento precoce dos sinais
intervalos regulares e sempre que necessário. Mesmo que o cliente
não relate dor intensa, a administração da medicação é importante e sintomas (cianose, dispneia, tiragem intercostal, batimentos de
para prevenir a sensação dolorosa mais intensa e contínua. A dor asa de nariz, agitação), movimentação e deambulação precoces,
pode variar quanto à localização, intensidade, duração e tipo (em lateralização da cabeça do cliente com vômito e não infusão de
pontadas, compressiva, constante, intermitente) – características soluções endovenosas pelos membros inferiores - para evitar a
que podem ser obtidas pelas informações dadas pelo cliente. formação de trombos e embolia pulmonar. Normalmente, a causa
Outras manobras/estratégias podem auxiliar no alívio da dor, dessas complicações é o acúmulo de secreções brônquicas, cuja
tais como, respeitadas as devidas contraindicações: afrouxar e/ou remoção pode ser favorecida pela fluidificação.
trocar os curativos, aliviar a retenção de urina e fezes, fazer a mu- A expectoração é o meio natural de expeli-las, o que ocorre
dança de decúbito, apoiar segmentos do corpo em coxins e aplicar pela tosse. Assim, o cliente deve ser estimulado a hidratar-se, rea-
compressas frias ou quentes, escurecer o ambiente e diminuir os lizar os exercícios respiratórios e não inibir a tosse.
barulhos, estimulando o cliente a repousar e/ou proporcionar-lhe Ao tossir, o cliente pode referir medo e dor. Para minimizar
algo que o distraia, por exemplo, televisão, música, revistas, etc. esta sensação, deve ser orientado a colocar as mãos, com os dedos
As ações a serem implementadas devem considerar a necessidade entrelaçados, sobre a incisão cirúrgica; ou utilizar-se de um tra-
e o tipo de cliente, bem como os recursos disponíveis na unidade. vesseiro, abraçando- o e expectorando no lenço de papel. A bron-
Realizadas estas medidas, se a dor ainda persistir, deve-se ve- copneumonia (BCP) é a principal complicação e acontece devido
rificar junto ao enfermeiro e/ou médico a possibilidade de adminis- à aspiração de vômitos ou alimentos, estase pulmonar, infecção e
trar outros medicamentos. irritação por produtos químicos. Além dessa, podem ocorrer a ate-
A equipe de enfermagem deve acompanhar a evolução da dor, lectasia, que é o colabamento dos alvéolos pulmonares pela obs-
pois só assim saberá se o medicamento está fazendo efeito, comu- trução dos brônquios por tampão mucoso, e a embolia pulmonar,
nicando à enfermeira ou médico a sua persistência, para reavalia- que consiste na obstrução da artéria pulmonar ou de seus ramos
ção da causa e/ou seu tratamento. por êmbolos. O cliente pode apresentar, ainda, hipertermia, alte-
É importante lembrar que a analgesia precoce ajuda o cliente rações na frequência e profundidade da respiração, dispneia e dor
a se movimentar sem grandes restrições, o que auxilia e agiliza sua torácica. Como algumas complicações instalam-se bruscamente,
efetiva recuperação.

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faz-se necessário que a equipe de enfermagem mantenha material b) Constipação intestinal
de oxigenação pronto para o uso emergencial: material de aspi- A constipação intestinal ocorre quando há diminuição do pe-
ração de secreção, nebulizadores, cateter de oxigênio, balão auto ristaltismo provocada pelo efeito colateral do anestésico, imobili-
inflável tipo ambú com intermediários, máscaras de diversos tama- dade prolongada no leito, quadro inflamatório, exposição e mani-
nhos e material de intubação (laringoscópio, sondas endotraqueais pulação do intestino durante as cirurgias abdominais e o medo da
de diversos calibres, mandril). dor. Como resultado, ocorre retenção de fezes acompanhada ou
não de dor, desconforto abdominal e flatulência.
Complicações Urinárias O objetivo principal do cuidado é facilitar a saída dos gases
As mais frequentes são a infecção urinária e a retenção uri- e fezes retidos, o que pode ser obtido mediante movimentação no
nária (bexigoma). A infecção urinária é geralmente causada por leito, deambulação precoce, ingestão de líquidos e aceitação de ali-
falhas na técnica de sondagem vesical e refluxo da urina. Como mentos ricos em celulose. A nutricionista deve ser notificada para
sintomatologia o cliente apresenta hipertermia, disúria e alterações que possa rever a dieta. A aplicação de calor na região abdominal e
nas características da urina. a orientação, ao cliente, para que degluta menos ar ao beber ou in-
Visando minimizar a ocorrência de infecção urinária, deve-se gerir alimentos pode ajudar no retorno do movimento peristáltico
manter a higiene íntima adequada do cliente, bem como obedecer e diminuir o acúmulo de gases. Deve-se preferencialmente promo-
à técnica asséptica quando ver sua privacidade para que possa eliminar os gases.
da passagem da sonda e sempre utilizar extensões, conectores Nos casos em que o cliente não consegue evacuar de forma
e coletores esterilizados com sistema fechado de drenagem. satisfatória, o médico pode prescrever laxante no período noturno
No caso de retenção urinária, a equipe de enfermagem deve e/ou lavagem intestinal.
eliminar suas prováveis causas: medicando o cliente contra a dor, c) Sede
promovendo sua privacidade, mudando-lhe de posição (se não Provocada pela ação inibidora da atropina, perdas sanguíneas
houver contraindicação) e avaliando a presença de dobraduras e e de líquidos pela cavidade exposta durante o ato operatório, su-
grumos nas extensões das sondas e drenos nas proximidades da dorese e hipertermia. A equipe de enfermagem deve observar a
bexiga. presença de sinais de desidratação (alteração no turgor da pele e
Se essas medidas não surtirem efeito, realizar higiene íntima da PA e diminuição da diurese), manter a hidratação por via oral
com água morna, aquecer e relaxar o abdome pela aplicação de e, nos clientes impossibilitados de hidratar-se por via oral, umidi-
calor local e realizar estimulação pelo ruído de uma torneira aberta ficar os lábios e a boca, realizar higiene oral e manter hidratação
próxima ao leito. Caso o cliente não consiga urinar após tentados endovenosa.
estes métodos, deve-se comunicar tal fato à enfermeira e/ou médi-
co, e discutir a possibilidade da passagem de uma sonda de alívio. Complicações Vasculares
A permanência prolongada no leito, associada à imobilidade
Complicações Gastrintestinais após a cirurgia, provoca estase venosa, predispondo o aparecimen-
to de trombose, tromboflebite e embolia.
a) Náuseas e vômito
Quando o cliente muda de decúbito isto estimula sua circula-
Os efeitos colaterais dos anestésicos e a diminuição do peris-
ção e a respiração mais profunda, aliviando-lhe também as áreas
taltismo ocasionam distensão abdominal, acúmulo de líquidos e
de pressão. Portanto, para melhorar a circulação dos membros
restos alimentares no trato digestório; em consequência, o cliente inferiores (MMII) o cliente deve, só ou com ajuda, deitar-se em
pode apresentar náuseas e vômito. decúbito dorsal, dobrar o joelho e levantar o pé; um outro bom
Na presença de náuseas, os clientes sem sonda nasogástrica exercício é fazer com que movimente as articulações.
devem ser colocados em decúbito lateral ou com a cabeça latera- A mudança de decúbito a cada 2 ou 4 horas, com ou sem au-
lizada para facilitar a drenagem do vômito pela boca. Nos clientes xílio da equipe de enfermagem, bem como a movimentação, reali-
com sonda nasogástrica, abrir a sonda e, mantendo-a aberta, pro- zação de exercícios ativos no leito e início da deambulação o mais
ceder à aspiração para esvaziar a cavidade gástrica. precocemente possível são os cuidados recomendados para evitar
Para proporcionar conforto ao cliente, o vômito deve ser apa- a ocorrência de complicações vasculares
rado em uma cuba-rim ou lençol/toalha; a seguir, trocar as roupas Não havendo contraindicação, a partir do primeiro PO inicia-
de cama e proceder à higiene oral o mais rápido possível. Geral- -se a deambulação precoce. Para prevenir a hipotensão postural,
mente, faz-se necessário medicá-lo com antieméticos, passar a deve-se orientar o cliente para que não se levante bruscamente do
sonda nasogástrica (mantendo- a aberta) e aspirar mais frequen- leito. Caso seja este seu desejo, deve, primeiramente, sentar-se no
temente o conteúdo gástrico, de acordo com as orientações da en- leito com as pernas para baixo e, em seguida, ficar em pé, sempre
fermeira e/ou médico. Posteriormente, anotar a intercorrência e as com o auxílio de outra pessoa. Deve ainda ser orientado para soli-
providências adotadas. citar medicação analgésica caso a dor dificulte-lhe a movimenta-
A dieta é introduzida de forma gradativa nos clientes, desde ção, desestimulando-o a levantar-se do leito.
que não apresentem náuseas, vômitos ou distensão abdominal, ou
Complicações na Ferida Operatória
de acordo com as condições de aceitação. A equipe de enfermagem
a) Hemorragia
deve estar atenta quanto à ingestão de líquidos, por ser esta uma
A hemorragia pode ser externa, quando o sangramento é visí-
das formas de reposição das perdas líquidas ocorridas na cirurgia, vel, ou interna, quando o sangramento não é visível – circunstância
devidas principalmente ao sangramento. mais difícil de imediata identificação.

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A hemorragia acontece mais frequentemente nas primeiras Os sinais e sintomas mais frequentes são pulso taquicárdico e
24 horas após a cirurgia. Dependendo da intensidade, o cliente filiforme, hipotensão arterial, dispneia, palidez, sudorese fria, hi-
apresentará sensação de desconforto, palidez intensa, mucosa des- potermia, cianose de extremidades, agitação, oligúria ou anúria,
corada, taquicardia, dispneia e choque hipovolêmico. No caso de valores de PVC abaixo do normal.
hemorragia interna, pode também referir dor. Como o choque se instala rapidamente, é fundamental detec-
As ações de enfermagem consistem em observar a presença tar e notificar precocemente seus sinais indicativos e a variação
de sangramento no curativo e/ou roupas de cama. Qualquer sinal no nível de consciência, bem como controlar frequentemente a
de aumento no sangramento deve ser comunicado com urgência à pressão venosa central, temperatura, pressão arterial e frequência
enfermeira ou médico, para que sejam tomadas as devidas provi- respiratória, principalmente o pulso e a pressão arterial, e observar
dências pois, conforme o caso, o cliente deverá ser preparado para focos hemorrágicos fazendo, se necessário, curativo compressivo.
uma possível revisão cirúrgica. Na ocorrência de sangramento au- Considerando os sinais e sintomas e a possibilidade de o clien-
mentado, a verificação dos sinais vitais é importante, pois pode te entrar em choque, recomenda-se a punção de uma veia o mais
indicar possível choque hemorrágico. precocemente possível, haja vista que após a instalação do choque
haverá dificuldade para a visualização da mesma. A ênclise deve
b) Infecção da ferida cirúrgica ser mantida enquanto se águarda a conduta médica.
A infecção da ferida operatória caracteriza-se pela presença O material de emergência deve estar pronto para uso: tábua
de secreção purulenta que varia de clara inodora a pus espesso de massagem cardíaca, aspirador, sondas de aspiração de diver-
com odor fétido, com a presença ou não de necrose nas bordas da sos calibres, luvas esterilizadas, balão auto inflável tipo ambú com
ferida. intermediário, máscaras de diversos tamanhos, material de intu-
Quando ocorre um processo inflamatório, normalmente os bação (laringoscópio, sondas endotraqueais de diversos calibres
sintomas se manifestam entre 36 e 48 horas após a cirurgia, mas e mandril), cateter de oxigênio, nebulizador, cânulas de Guedell,
podem passar desapercebidos devido à antibioticoterapia. medicamentos utilizados na parada cardíaca e soluções diversas.
A equipe de enfermagem pode prevenir a infecção através de Drenos: cuidados necessários: Algumas cirurgias exigem a
um preparo pré-operatório adequado, utilização de técnicas assép- necessidade da colocação de drenos para facilitar o esvaziamento
ticas, observação dos princípios da técnica de curativo e alerta aos do ar e líquidos (sangue, secreções) acumulados na cavidade. As-
sinais que caracterizam a infecção. sim, para que exerça corretamente sua função o profissional deve
Os clientes devem ser orientados quanto aos cuidados, du- ter a compreensão do que vem a ser dreno, bem como suas formas
rante o banho, com o curativo fechado. Nas instituições que têm e localizações. Dreno pode ser definido como um objeto de forma
por rotina trocar o curativo somente após o 2º dia pós-operatório variada, produzido em materiais diversos, cuja finalidade é manter
(DPO), o mesmo deve ser coberto com plástico, como proteção a saída de líquido de uma cavidade para o exterior.
à água do chuveiro - caso molhe-se acidentalmente, isto deve ser De maneira geral, os cuidados de enfermagem são: manter a
notificado. Nas instituições onde os curativos são trocados diaria- permeabilidade, visando garantir uma drenagem eficiente; realizar
mente, o curativo pode ser retirado antes do banho, para que o o adequado posicionamento do dreno, evitando que ocorra tração
cliente possa lavar o local com água e sabão, e refeito logo após. e posterior deslocamento; realizar o curativo conforme a necessi-
dade e com o material determinado para a prevenção de infecções;
c) Deiscência controlar a drenagem, atentando para a quantidade e aspecto da
A deiscência é a abertura total ou parcial da incisão cirúrgica secreção drenada, e registrar corretamente todos estes dados.
provocada por infecção, rompimento da sutura, distensão abdomi- Para melhor entendimento, apresentaremos a seguir alguns ti-
nal, ascite e estado nutricional precário do cliente. pos de drenos, seu posicionamento, cuidados específicos e em que
O tratamento da deiscência realiza-se mediante lavagem ou tipos de cirurgia podem ser utilizados.
irrigação do local com solução fisiológica, podendo haver a neces- O sistema para drenagem fechada de feridas realiza a drena-
sidade de o cliente revisar os pontos cirúrgicos. A troca do curativo gem com o auxílio de uma leve sucção (vácuo), sendo composto
pode ou não ser atribuição da equipe de enfermagem e o tempo por uma extensão onde uma extremidade fica instalada na cavida-
de permanência dos curativos fechados depende da rotina da ins- de e a outra em uma bolsa com o aspecto de sanfona. Seu manejo
tituição ou da equipe médica. Todos os curativos com saída de consiste em manter essa sanfona com a pressão necessária para
secreções (purulenta, sanguinolenta) devem ser do tipo fechado; que a drenagem ocorra com mais facilidade. Este sistema é utili-
nos casos de sangramento, indica-se o curativo compressivo. zado principalmente para a drenagem de secreção sanguinolenta,
sendo amplamente utilizado nas cirurgias de osteosíntese e drena-
Choque gem de hematoma craniano.
No quadro de choque ocorre suprimento inadequado de san- Outra forma de drenagem fechada são os drenos com reser-
gue para os tecidos, provocando alterações nos órgãos essenciais. vatório de Jackson-Pratt (JP), que funciona com pressão negativa
Por ser uma ocorrência grave, o prognóstico dependerá da ra- e diferencia-se do anterior por possuir a forma de pera – sendo
pidez no atendimento. comumente utilizado para cirurgias abdominais. O principal cuida
No PO imediato o choque hipovolêmico é o mais comum, do com esse tipo de dreno é a correta manutenção do vácuo, obtido
provocado pela perda sanguínea excessiva ou reposição hídrica com a compressão do reservatório. Caso contrário, a drenagem não
ou sanguínea inadequada durante ou após a cirurgia. Outro tipo será eficaz, podendo ocorrer acúmulo de secreção - o que provo-
frequente é o choque séptico decorrente de cirurgias infectadas, caria no cliente dor, desconforto e alterações dos seus sinais vitais,
infecções crônicas ou adquiridas durante ou após o ato cirúrgico. entre outras intercorrências.

Didatismo e Conhecimento 21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Existem também os sistemas de drenagem aberta, nos quais o Observar a oscilação da coluna de líquido no interior do fras-
dreno mais utilizado é o de Penrose, constituído por um tubo ma- co coletor – que deve estar de acordo com os movimentos res-
cio de borracha, de largura variada, utilizado principalmente para piratórios do cliente. Caso haja a necessidade de seu transporte,
cirurgias em que haja presença de abcesso na cavidade, particular- o profissional deverá pinçar a extensão apenas no momento da
mente nas cirurgias abdominais – nas quais se posiciona dentro da transferência da cama para a maca. Nessa circunstância, o cliente
cavidade, sendo exteriorizado por um orifício próximo à incisão deve ser orientado para não deitar ou sentar sobre a extensão e a
cirúrgica. Com relação aos cuidados de enfermagem, por se tra- equipe deve observar se não existem dobras, formação de alças e/
tar de um sistema aberto - que deverá estar sempre protegido por
ou obstrução da extensão, visando evitar o aumento da pressão
um reservatório (bolsa) - a manipulação deve ser feita de maneira
asséptica, pois existe a comunicação do meio ambiente com a ca- intrapleural, que pode provocar parada cardiorrespiratória.
vidade, o que possibilita a ocorrência de infecção – e o profissional A cada 24 horas, realizar a troca do frasco de drenagem, de
deve estar atento para a possibilidade de exteriorização, o que não maneira asséptica, cujo pinçamento de sua extensão deve durar
é incomum. apenas alguns segundos (o momento da troca), observando-se e
Além dessas, existe uma outra forma de drenagem que pode anotando-se, nesse processo, a quantidade e aspecto da secreção
ser realizada tanto no momento da realização do ato cirúrgico desprezada.
como na presença de algum colapso: a drenagem de tórax – a qual, Com relação aos clientes em posição pleural e com drenos o
em vista de suas particularidades, será detalhada a seguir. controle da dor é de extrema importância, pois lhes diminui a an-
siedade e desconforto, além de evitar a infecção pulmonar - como
Dreno de Tórax
sabemos, a pessoa com dor não realiza corretamente a fisioterapia
Sabemos que os pulmões estão envolvidos por um saco se-
roso, completamente fechado, chamado pleura - que possui um respiratória, o que aumenta o acúmulo de secreção e, consequen-
espaço (cavidade pleural) com pequena quantidade de líquido. temente, a possibilidade de infecção pulmonar.
Nesta cavidade a pressão é menor que a do ar atmosférico, o que
possibilita a entrada de ar. Sempre que o pulmão perde essa pres- Os familiares, o cliente e a alta hospitalar :A alta é um mo-
são negativa, seja por abertura do tórax devido à cirurgia, trauma mento importante para o cliente e seus familiares, pois significa
ou por presença de ar, pus, ou sangue no tórax ocorrerá o colapso sua volta ao contexto social. É uma fase de transição que causa
pulmonar. muita ansiedade e preocupação para todos os envolvidos. Para mi-
Na presença desse colapso faz-se necessária a realização de nimizar esses sentimentos, faz-se importante a correta orientação
drenagem torácica para a reexpansão pulmonar pela restauração da quanto aos cuidados a serem prestados e as formas de adaptá-los
pressão negativa. Para tal procedimento faz-se necessária a utiliza- no domicílio; bem como alertar o cliente sobre seu retorno ao ser-
ção de máscara, aventais e luvas estéreis, solução para a assepsia
viço de saúde, para avaliação da evolução. Para que os familiares
do local de punção, sistema de drenagem montado, anestésico lo-
cal e material para curativo. Durante o procedimento, a equipe de efetivamente compreendam a complexidade dos cuidados (técni-
enfermagem deve auxiliar a circulação dos materiais e promover cas assépticas, manuseio dos curativos, grau de dependência, uso
conforto e segurança ao cliente. de medicações, etc.), as informações devem ser passadas paulati-
Em relação à manutenção do sistema fechado, a equipe de namente. Esta estratégia evita que o momento da saída não seja
enfermagem deve observar e realizar algumas ações específicas conturbado por conta de um acúmulo de informações para a conti-
para impedir a entrada de ar no sistema pois, caso isto ocorra, o nuidade do bem-estar do cliente.
ar pode entrar nas pleuras (colabamento pulmonar) e comprimir Referência:
os pulmões, provocando dispneia e desconforto respiratório para Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Traba-
o cliente. Como precaução a esta eventualidade o dreno deve estar lho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educa-
corretamente fixado ao tórax do paciente com fita adesiva – o que
ção na Saúde. Projeto de profissionalização dos Trabalhadores da
impede seu deslocamento. Visando evitar o colabamento pulmonar
Área de Enfermagem. Profissionalização de auxiliares de enfer-
a equipe deve adotar os seguintes cuidados: certificar-se de que as
tampas e os intermediários do dreno estejam corretamente ajusta- magem: cadernos do aluno: saúde do adulto, assistência cirúrgi-
dos e sem presença de escape de ar, o que prejudicaria a drenagem; ca, atendimento de emergência / Ministério da Saúde,Secretaria
manter o frasco coletor sempre abaixo do nível do tórax do cliente de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Departamento
– o qual, durante a deambulação, poderá utilizar uma sacola como de Gestão da Educação na Saúde, Projeto de Profissionalização
suporte para o frasco coletor. O cliente deve ser orientado para dos Trabalhadores da Área de Enfermagem. - 2. ed., 1.a reimpr.
manter o frasco coletor sempre abaixo do nível de seu tórax, e - Brasília: Ministério da Saúde; Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003.
atentar para que não quebre - caso isto ocorra, deve imediatamente
pinçar com os dedos a extensão entre o dreno e o frasco, o que Materiais e equipamentos básicos que compõem as salas
evitará a penetração de ar na cavidade pleural.
de cirurgia e recuperação anestésica
O dreno originário do tórax deve ser mantido mergulhado em
solução estéril contida no frasco coletor (selo de água) – no qual A equipe de enfermagem é responsável pela montagem da
deve ser colocada uma fita adesiva em seu exterior, para marcar sala cirúrgica, para que o procedimento cirúrgico possa ocorrer
o volume de solução depositada, possibilitando, assim, o efetivo com segurança e tranquilidade, priorizando a saúde do paciente.
controle da drenagem. A intervalos regulares, o auxiliar de enfer- É preciso prever os materiais, instrumentais e equipamentos
magem deve checar o nível do líquido drenado, comunicando à indispensáveis para a realização do procedimento cirúrgico-
enfermeira e/ou médico as alterações (volume drenado, viscosida- anestésico e prover a sala cirúrgica de todo esses itens necessários.
de e coloração).

Didatismo e Conhecimento 22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
São recomendações importantes que o profissional deve Auxiliar o médico anestesista na indução anestésica;
estar atendo antes de iniciar a montagem da sala cirúrgica: Auxiliar a equipe cirúrgica a paramentar-se;
Verificar no mapa cirúrgico a cirurgia que será realizada; Ligar os equipamentos cirúrgicos;
Checar o nome do paciente, sua idade, horário agendado da Posicionar o foco cirúrgico;
cirurgia, equipe cirúrgica e anestésica responsável e observações Aproximar o hamper próximo a equipe cirúrgica;
importantes sobre o procedimento cirúrgico; Realizar a contagem do número de compressas utilizadas nos
Verificar se os equipamentos e materiais específicos solicita- procedimentos cirúrgicos com abertura da cavidade abdominal;
dos, bem como os de rotina, necessários para realizar o procedi- Manter a sala cirúrgica em ordem;
mento cirúrgico; Estar atento as solicitações da equipe cirúrgica;
Lavar as mãos; Encaminhar o paciente para a sala de recuperação pós-anes-
Verificar as condições de limpeza da sala cirúrgica antes de tésica;
equipá-la com materiais e equipamentos; Reorganizar a sala cirúrgica.
Testar o funcionamento dos equipamentos da sala cirúrgica;
Verificar se a mesa cirúrgica oferece a possibilidade de manter Desmontagem da Sala Cirúrgica
o paciente na posição cirúrgica apropriada para a realização do A desmontagem da sala cirúrgica é responsabilidade da equi-
procedimento cirúrgico; pe de enfermagem e se resume a remover os materiais, equipamen-
Verificar a existência de equipamentos acessórios como ban- tos e artigos utilizados na cirurgia e encaminhá-los ao expurgo.
cos, suporte de soro, braçadeiras, arco, mesas para instrumentais, O instrumentador cirúrgico é responsável por retirar os mate-
hampers e extensões elétricas; riais e equipamentos da sua equipe cirúrgica e encaminhá-los para
Solicitar ou buscar os artigos médicos esterilizados específi- higienização. É importante ressaltar que o instrumentador cirúr-
cos que serão utilizados na cirurgia; gico não deve levar os instrumentais sujos com matéria orgânica
O circulante e também o instrumentador cirúrgico devem ve- para ser limpo em sua casa, ele deve realizar esta higienização no
rificar a integridade dos pacotes cirúrgicos;
próprio hospital.
Organizar os medicamentos e materiais descartáveis, sempre
Lavar as mãos;
observando a validade da esterilização e a integridade das emba-
Calçar luvas de procedimentos, colocar os óculos de proteção
lagens;
e manter a máscara facial;
Prover a sala cirúrgica de diversos artigos para auxiliar a equi-
pe cirúrgica, tais como talas, ataduras, soluções, adesivos e fitas Reunir os campos e instrumentais cirúrgicos não utilizados;
adesivas; Descartar os materiais perfurocortantes em recipientes pró-
Abastecer a sala com impressos utilizados para registrar a ci- prios;
rurgia; Reunir e retirar os instrumentais da mesa;
Verificar e montar o carro de anestesia; Separar os materiais que foram utilizados pelo anestesiolo-
Dispor em mesas auxiliares os artigos que serão utilizados gista;
pelo anestesista. Retirar as luvas de procedimento;
Informar aos profissionais do serviço de limpeza para limpa-
Circulação na Sala Cirúrgica rem a sala cirúrgica.
A circulação da sala cirúrgica é o procedimento desenvolvido
pela equipe de enfermagem, durante todo o procedimento cirúrgi- Equipamentos da Sala Cirúrgica
co, com o objetivo de garantir condições funcionais e técnicas para
o adequado andamento do procedimento cirúrgico, oferecendo se- Bisturi Elétrico
gurança ao paciente. É um equipamento cirúrgico que transforma a corrente
Esta atividade é responsabilidade da equipe de enfermagem elétrica alternada de baixa frequência em corrente elétrica de alta
podendo ser realizada pelo enfermeiro, pelo técnico ou pelo au- frequência. Sua função é coagular, dissecar e fulgurar.
xiliar de enfermagem. Geralmente o enfermeiro responsável pelo A coagulação refere-se à oclusão ou fechamento dos vasos
centro cirúrgico é quem designa o profissional responsável por sanguíneos por meio da solidificação das substâncias proteicas e
montar e circular a sala cirúrgica. de retração os tecidos.
O instrumentador pode auxiliar nesta montagem, pois conhe- A dissecação é a secção dos tecidos pela dissolução da estru-
ce os materiais e equipamentos utilizados pela sua equipe cirúrgi- tura molecular e celular, desidratando e fundindo as células próxi-
ca, agilizando e prevendo as necessidades de cada procedimento
mas ao eletrodo positivo.
cirúrgico.
A fulguração é a coagulação superficial, indicada para elimi-
São recomendações importantes para o circulante da sala nar pequenas proliferações celulares cutâneas e remover manchas.
cirúrgica:
Lavar as mãos; Bisturi Bipolar
Receber o paciente, apresentar-se e conferir sua identificação Este equipamento consiste em unidades eletrocirúrgicas bipo-
com o seu prontuário; lares, usadas com o objetivo de coagulação.
Conferir os exames realizados pelo paciente; Com o bisturi bipolar é permitido à coagulação bipolar, ou
Realizar a monitorização do paciente; seja, a hemostasia de vasos sanguíneos da maioria dos tamanhos.

Didatismo e Conhecimento 23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Bisturi Harmônico Monitor Multiparamétrico
O bisturi harmônico Ultrasicion utiliza-se a energia elétrica É um equipamento destinado a monitorização de pacientes
para acionar o sistema de corte e coagulação de tecidos moles, mas com a apresentação dos seguintes parâmetros:
sem difundir essa corrente elétrica para o corpo do paciente. Oximetria de pulso; Eletrocardiograma contínuo; Pressão ar-
A potência do corte pode ser ajustada durante o procedimento terial não invasiva; Pressão arterial invasiva; Pressão arterial mé-
cirúrgico, podendo essa potência ser aumentada ou diminuída, tan- dia; Frequência cardíaca; Capnografia; Frequência respiratória;
to para o corte ou para coagulação. Temperatura; Pressão intracraniana.

Bisturi de Argônio Equipamentos de Videocirurgia


Esse equipamento usa um feixe de gás de argônio ionizado, São os equipamentos destinados a realização de cirurgias por
o plasma de argônio, que passa conduzir a corrente elétrica. A vídeo, como videocolecistectomia, videoapendicectomia, dentre
fulguração produz faíscas que atingem o tecido, formando túneis outras. Citaremos abaixo os principais equipamentos destinados a
internos. A eficiência da coagulação, quando comparamos com o este tipo de procedimento cirúrgico.
eletrocautério, deve-se ao fluxo contínuo de faíscas e não a ação
do gás. Fonte de Luz
É um equipamento que gera e fornece luminosidade necessária
Aspirador Cirúrgico para a visualização do campo de trabalho do médico cirurgião,
Equipamento de apoio, utilizado na absorção de sangue e fluí-
sendo utilizada em endoscópios rígidos ou flexíveis.
dos corporais durante o procedimento cirúrgico, sendo utilizado
tanto no procedimento cirúrgico como na aspiração de secreções
Câmeras de vídeo
orais e traqueais realizada pelos anestesistas.
As micro câmeras como são chamadas são equipamentos de
Foco Cirúrgico de Teto vídeo de alta definição, com dimensões reduzidas, que são utiliza-
É um equipamento instalado no teto da sala operatória com a das para tornar visíveis as imagens de um procedimento endoscó-
finalidade de iluminar o campo operatório e melhorar a visualização pico por meio de um monitor.
do médico cirurgião. Ele pode ter uma ou duas cúpulas, cada uma É possível com esse equipamento gravar o procedimento
com diversos bulbos. cirúrgico em foto e vídeo, podendo disponibilizá-lo em CD ou
DVD.
Foco Cirúrgico Portátil
Tem a mesma função do foco cirúrgico de teto, porém sua Insufladores
potência é menor. Sua principal função é servir como um foco au- Este equipamento promove a distensão da região na qual o
xiliar ou ser utilizado em pequenos procedimentos realizados fora procedimento cirúrgico será realizado. Essa distensão pode ser
do centro cirúrgico como, por exemplo, no centro de terapia inten- realizada pelo gás, ou também por líquidos como manitol, glicina
siva, hemodinâmica e unidade coronariana. ou soros. O método mais comumente utilizado pelo gás dióxido
de carbono.
Aparelho de Anestesia
Equipamento utilizado para suprir uma mistura de gases anes- Pneumoperitônio
tésicos e promover a sustentação da vida do indivíduo anestesiado O pneumoperitônio é a presença de ar ou gás na cavidade pe-
com segurança. Esse sistema não somente libera os gases anestési- ritoneal. As cirurgias videolaparoscópicas exigem a insuflação de
cos, vapores e oxigênio, como também provê o período transope- dióxido de carbono por meio da agulha de Verres com a finalidade
ratório de um número de monitorizações básicas, realizando ainda de facilitar a visualização dos órgãos abdominais e com isso pro-
a ventilação mecânica do paciente. porcionar uma maior segurança à cirurgia.
Mesa Cirúrgica
É um equipamento destinado a acomodar o paciente durante Rotinas de limpeza da sala de cirurgia
o procedimento cirúrgico. Possui diversos acessórios para ser
Estas orientações destinam-se a estabelecer critérios para
utilizado em diversos tipos de procedimentos cirúrgicos. Pode ser
a seleção e o uso adequados de processos físicos e químicos de
elétrica ou manual.
limpeza e desinfecção em estabelecimentos de saúde. Os produtos
Bomba de Infusão existentes no comércio e que se destinam a limpeza e desinfecção
Equipamento destinado a infusão de drogas, controlando sua de áreas hospitalares devem ter certificado de registro expedidos
vazão, tempo e quantidade de líquido infundido. Deve ser utilizada pela Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da
principalmente para drogas vasoativas. Saúde e obedecer ao que dispõe a Portaria n. 15, de 23 de agosto
de 1988, do Ministério da Saúde, em especial a classificação de de-
Desfibrilador Cardíaco sinfetantes hospitalares para superfícies fixas, por serem produtos
É um equipamento destinado a realização da desfibrilação os para uso exclusivo em hospitais e estabelecimentos relacionados
cardioversão do coração. Pode ser utilizado em cirurgias específicas com o atendimento a saúde. A escolha dos procedimentos está con-
como, por exemplo, na cirurgia cardíaca ou em intercorrências dicionada ao potencial de contaminação das áreas e artigos e aos
durante o procedimento cirúrgico. riscos inerentes de infecção hospitalar.

Didatismo e Conhecimento 24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Limpeza e desinfecção de áreas • iodo e derivados;
São poucas as referências bibliográficas conclusivas quanto • álcoois e glicóis;
a importância da transmissão de infecções hospitalares por meio • biguanidas;
de grandes superfícies contaminadas. No entanto, a limpeza e a • outros princípios ativos, desde que atendam a legislação es-
desinfecção de pisos, paredes, mobiliário e instalações sanitárias pecífica.
exercem um efeito salutar nos pacientes e no pessoal hospitalar, Microrganismos testados para avaliação da ação antimicro-
estimulando a higiene em seu sentido mais amplo. biana
• Staphylococcus aureus;
Classificação das áreas pelo risco de contaminação • Pseudomonas aeruginosa;
Os diferentes ambientes existentes nas instituições de saúde • Salmonella choleraesuis.
podem ser classificados em áreas não-críticas, áreas semi-críticas, Tempo de contato
áreas críticas e áreas contaminadas. • 10 minutos.
Métodos de desinfecção
Áreas não-críticas Quando usado agente químico que contenha detergente:
São todas as áreas hospitalares não ocupadas por pacientes, limpar a superfície com o produto químico para a retirada da
assim como as idênticas as encontradas em qualquer edifício pú- sujidade,utilizando inclusive a ação mecânica
blico (por exemplo: escritórios, depósitos, sanitários etc.). passar novamente o produto, deixando-o em contato com a
superfície por dez minutos.
Áreas semi-críticas Quando usado agente químico que não contenha detergente:
São todas as áreas ocupadas por pacientes portadores de limpar a superfície com água e sabão ou detergente para a
doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e de doenças não- retirada da sujidade, utilizando inclusive a ação mecânica;
-infecciosas (por exemplo: enfermarias e ambulatórios). Devem enxaguar abundantemente;
ser limpas. passar o produto químico, deixando-o em contato com a su-
perfície por dez minutos.
Áreas críticas Quando da desinfecção de áreas contaminadas:
São aquelas áreas em que se verifica a depressão da resistência colocar o produto químico sobre a matéria orgânica;
antiinfecciosa do paciente (por exemplo, sala de parto e de opera- retirar a matéria orgânica envolvida no produto químico e des-
ção, unidade de tratamento intensivo adulto, infantil e neonatal, prezar;
sala de hemodiálise, entre outras), ou o risco aumentado de trans- limpar o local novamente com o produto químico e deixá-lo
missão de infecção (por exemplo: laboratório de análises clínicas, em contato com a superfície por dez minutos.
banco de sangue, cozinha e lactário, lavanderia). Devem ser lim- Cuidados a serem observados durante o processo:
pas, mas podem sofrer processos de desinfecção. verificar incompatibilidade entre o sabão e o produto químico;
verificar o tempo de contato do produto com a superfície que
Áreas contaminadas esta sendo limpa - 10 minutos;
São aquelas em que se verifica a presença de sangue, pus e se- verificar a correta diluição do produto seguindo as orientações
creções ou excreções. Devem passar por processos de desinfecção contidas no rótulo do produto;
com remoção da matéria orgânica. usar obrigatoriamente os equipamentos de proteção individual
- EPI, seguindo as orientações contidas no rótulo do produto.
Método de limpeza e de desinfecção
Limpeza Uso de material estéril
É a operação realizada para a remoção física de sujidades, Abertura de pacotes
com a finalidade de manter o asseio e a higiene do ambiente, sendo - segurar o pacote afastado do corpo e soltar a ponta que está
o núcleo de todas as ações para os cuidados de higiene. Método: afixada com adesivo, levando-a do lado oposto de quem está ma-
água e sabão ou detergente. nuseando;
Desinfecção - abrir, alternadamente, as pontas laterais do campo, afastar
É o processo pelo qual são destruídos os microrganismos a ponta do campo, próxima do conteúdo do pacote, segurando-o
em sua forma vegetativa, sendo utilizado no tratamento de áreas com uma das mãos e, com a outra, prender as pontas soltas, tendo
e superfícies críticas e/ou contaminadas. Nesse processo são o cuidado de não contaminar a face interna do campo; a seguir,
utilizados produtos químicos. depositar o conteúdo deste sobre a mesa do instrumentador.
Os pacotes grandes como os de aventais, campos e outros,
Produtos químicos para desinfecção de áreas e superfícies
devem ser abertos sobre uma mesa.
Os desinfetantes hospitalares para superfícies fixas são os pro-
dutos para uso específico em hospitais e estabelecimentos relacio-
nados com o atendimento a saúde, em pisos, paredes e mobiliário, Posição do paciente para a cirurgia ou posição cirúrgica
e que atendam as determinações da Portaria n. 15/88 - MS, entre É aquela em que o paciente é colocado, depois de anestesiado,
as quais podem ser citadas: para ser submetido à intervenção cirúrgica, de modo a propiciar
Princípios ativos permitidos acesso fácil ao campo operatório.
• fenólicos; Esta posição depende do tipo de cirurgia a ser realizada, bem
• quaternários de amônio; como da técnica cirúrgica a ser empregada.
• compostos orgânicos e inorgânicos liberadores de cloro ati- As principais posições cirúrgicas são:
vo; - Posição Dorsal:

Didatismo e Conhecimento 25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Nesta posição, o paciente deve ser mantido em decúbito dor- RESOLUÇÃO - RDC Nº 15, DE 15 DE MARÇO DE
sal ou supino, tendo as pernas esticadas e os braços estendidos 2012
ao longo do corpo. É a posição mais comumente usada para as
cirurgias abdominais supra e infraumbilical, algumas torácicas, Dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamen-
vasculares etc. De todas as posições cirúrgicas, é a mais utilizada e to de produtos para saúde e dá outras providências.
a que menos complicações trazem ao paciente. Quando se faz ne- A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sa-
cessário, a posição dorsal pode ser modificada com a inclinação da nitária, no uso da atribuição que lhe confere o inciso IV do art. 11
mesa cirúrgica para proclive ou trendelemburg. Como, por exem- do Regulamento aprovado pelo Decreto nº 3.029, de 16 de abril de
plo, numa laparotomia infra umbilical, o cirurgião pode solicitar 1999, e tendo em vista o disposto no inciso II e nos §§ 1º e 3º do
a modificação da posição da mesa, de modo que o paciente fique art. 54 do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da
em trendelemburg, ou seja, com a cabeça em nível inferior ao dos Portarianº 354 da ANVISA, de 11 de agosto de 2006, republicada
membros inferiores. Para isto, toma-se necessário colocar suportes no DOU de 21 de agosto de 2006, em reunião realizada em 13 de
de ombro ou ombreiras. Em outras situações, a modificação pode março de 2012, adota a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada
ser para proclive, ou seja, a cabeça fica em nível superior ao dos e eu, Diretor- Presidente, determino a sua publicação:
membros inferiores.
Art. 1º Fica aprovado o Regulamento Técnico que estabelece
Manuseio de equipamentos: autoclaves; seladora térmica os requisitos de boas práticas para o processamento de produtos
e lavadora automática ultrassônica parasaúde, nos termos desta Resolução.
Autoclave é um aparelho utilizado para esterilizar artigos atra-
vés do calor úmido sob pressão. CAPÍTULO I
Existem vários modelos de autoclaves, mas podemos dividi- DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
-los em duas classes principais: Seção I
Autoclave de paredes simples Objetivo
Autoclave de paredes duplas
Art. 2º Este Regulamento tem o objetivo de estabelecer os re-
Autoclave de paredes simples quisitos de boas práticas para o funcionamento dos serviços que
Este tipo de autoclave pode existir em variadíssimos tama- realizam o processamento de produtos para a saúde visando à se-
nhos, sendo geralmente formado por um cilindro metálico resis- gurança do paciente e dos profissionais envolvidos.
tente, vertical ou horizontal e com uma tampa que permite fechar
hermeticamente o autoclave. Essa tampa apresenta parafusos de Seção II
orelhas e uma anilha de amianto que impedem a existência de fu- Abrangência
gas de pressão.
Os autoclaves de paredes simples têm geralmente um manó- Art. 3º Este Regulamento se aplica aos Centros de Material
metro, uma torneira para descarga e uma válvula de segurança. e Esterilização - CME dos serviços de saúde públicos e privados,
No interior do autoclave na parte inferior coloca-se água e civis e militares, e às empresas processadoras envolvidas no pro-
logo acima um cesto ou tabuleiro com o material a esterilizar, e cessamento de produtos para saúde.
aquece-se a parte inferior externa do autoclave com chama ou re- Parágrafo único. Excluem-se do escopo desse regulamento o
sistências elétricas. processamento de produtos para saúde realizados em consultórios
Os autoclaves não necessitam de termômetro para indicar a odontológicos, consultórios individualizados e não vinculados a
que temperatura se encontra o vapor de água no seu interior visto serviços de saúde, unidades de processamento de endoscópios,
que existe uma relação direta entre a pressão do vapor de água serviços de terapia renal substitutiva, serviços de assistência ve-
saturado e a temperatura desse mesmo vapor . terinária.
Para que a esterilização seja bem feita, é necessário ter em Seção III
atenção que no início do aquecimento existe ar no interior do auto- Definições
clave além do vapor de água, sendo por isso necessário abrir a vál-
vula para deixar sair o ar (não é recomendado colocar a mangueira Art. 4º Para efeito deste Regulamento Técnico são adotadas as
dentro da água para verificar a formação de bolas, pois esta ação seguintes definições:
pode causar interferência no funcionamento do equipamento, pois I - barreira técnica: conjunto de medidas comportamentais
pode gerar uma pressão no interior da autoclave). Quando termina dos profissionais de saúde visando à prevenção de contaminação
o tempo calculado para uma correta esterilização, deve-se retirar a
cruzada entre o ambiente sujo e o ambiente limpo, na ausência de
chama e deixar arrefecer lentamente, só abrindo a torneira de des-
carga e lentamente, após o manómetro indicar zero. Deve-se ter o barreiras físicas;
máximo de cuidado ao abrir devido à pressão interna, abrindo-se a II - carga de maior desafio: carga utilizada na qualificação de
válvula de escape de pressão somente pelo lado contrário da tampa desempenho dos equipamentos, cujo desafio represente o pior ce-
autoclave. A temperatura do processo a vapor varia conforme os nário na rotina do serviço;
materiais a serem esterilizados situando-se entre 121º e 134 °C. A III - centro de material e esterilização - CME: unidade funcio-
pressão para esterilização é de cerca de 1 atm para 121ºC. nal destinada ao processamento de produtos para saúde dos servi-
Um ciclo completo de esterilização constitui-se basicamente ços de saúde;
de três etapas: Aquecimento, Esterilização e Secagem, podendo IV - centro de material e esterilização de funcionamento cen-
após a realização das três etapas completas, dizer que a esteriliza- tralizado: unidade de processamento de produtos para saúde que
ção foi completa. atende a mais de um serviço de saúde do mesmo gestor;

Didatismo e Conhecimento 26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
V - consultório individualizado: serviço de atendimento indi- XIX - produto para saúde crítico de conformação complexa:
vidualizado funcionalmente independente de um serviço de saúde; produtos para saúde que possuam lúmem inferior a cinco milíme-
VI - controle de qualidade do processamento dos produtos tros ou com fundo cego, espaços internos inacessíveis para a fric-
para saúde: avaliação sistemática e documentada da estrutura e do ção direta, reentrâncias ou válvulas;
processo de trabalho e avaliação dos resultados de todas as etapas XX - produto para saúde de conformação não complexa: pro-
do processamento de produtos para saúde; dutos para saúde cujas superfícies internas e externas podem ser
VII - data limite de uso do produto esterilizado: prazo esta- atingidas por escovação durante o processo de limpeza e tenham
belecido em cada instituição, baseado em um plano de avaliação diâmetros superiores a cinco milímetros nas estruturas tubulares;
da integridade das embalagens, fundamentado na resistência das XXI - processamento de produto para saúde: conjunto de
embalagens, eventos relacionados ao seu manuseio (estocagem em ações relacionadas à pré-limpeza, recepção, limpeza, secagem,
gavetas,empilhamento de pacotes, dobras das embalagens), condi- avaliação da integridade e da funcionalidade, preparo, desinfecção
ções de umidade e temperatura, segurança da selagem e rotativida- ou esterilização, armazenamento e distribuição para as unidades
de do estoque armazenado; consumidoras;
XXII - qualificação da instalação: evidência documentada,
VIII - desinfecção de alto nível: processo físico ou químico
fornecida pelo fabricante ou distribuidor, de que o equipamento
que destrói a maioria dos microrganismos de artigos semicríticos,
foi entregue e instalado de acordo com as suas especificações;
inclusive micobactérias e fungos, exceto um número elevado de
XXIII - qualificação de operação: evidência documentada,
esporos bacterianos; fornecida pelo fabricante ou distribuidor, de que o equipamento,
IX - desinfecção de nível intermediário: processo físico ou após a qualificação da instalação, opera dentro dos parâmetros ori-
químico que destrói microrganismos patogênicos na forma vege- ginais de fabricação;
tativa, micobactérias, a maioria dos vírus e dos fungos, de objetos XXIV - qualificação de desempenho: evidência documentada
inanimados e superfícies; de que o equipamento, após as qualificações de instalação e ope-
X - detergentes: produto destinado a limpeza de artigos e su- ração, apresenta desempenho consistente por no mínimo 03 ciclos
perfícies por meio da diminuição da tensão superficial, composto sucessivos do processo, com parâmetros idênticos, utilizando-se
por grupo de substâncias sintéticas, orgânicas, líquidas ou pós so- pelo menos a carga de maior desafio, determinada pelo serviço de
lúveis em água que contêm agentes umectantes e emulsificantes saúde; XXV - rastreabilidade: capacidade de traçar o histórico do
que suspendem a sujidade e evitam a formação de compostos inso- processamento do produto para saúde e da sua utilização por meio
lúveis ou espuma no instrumento ou na superfície; de informações previamente registradas;
XI - embalagem para esterilização de produtos para saúde: XXVI - resíduos de serviços de saúde: são todos aqueles re-
invólucro que permite a entrada e saída do ar e do agente esterili- sultantes de atividades exercidas nos serviços de saúde, públicos
zante e impede a entrada de microorganismos: ou privados, que por suas características, necessitam de processos
XII - lavadora ultrassônica: equipamento automatizado de diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio
limpeza que utiliza o princípio da cavitação, em que ondas de ener- à sua disposição final;
gia acústica propagadas em solução aquosa rompem os elos que XXVII - representante legal: pessoa física investida de pode-
fixam a partícula de sujidade à superfície do produto; res legais para praticar atos em nome da pessoa jurídica;
XIII - limpeza: remoção de sujidades orgânicas e inorgânicas, XXVIII - responsável técnico - RT: profissional de nível su-
redução da carga microbiana presente nos produtos para saúde, perior legalmente habilitado, que assume perante a vigilância sa-
utilizando água, detergentes, produtos e acessórios de limpeza, nitária a responsabilidade técnica pelo serviço de saúde ou pela
por meio de ação mecânica (manual ou automatizada), atuando empresa processadora, conforme legislação vigente;
em superfícies internas (lúmen) e externas, de forma a tornar o XXIX - unidades satélites: são unidades dos serviços de saúde
produto seguro para manuseio e preparado para desinfecção ou que realizam uma ou mais etapas do processamento de produtos
esterilização; para saúde, localizadas fora da estrutura física do CME e subordi-
XIV - pré-limpeza: remoção da sujidade visível presente nos nadas a este em relação aos procedimentos operacionais.
produtos para saúde;
XV - produtos para saúde críticos: são produtos para a saúde CAPÍTULO II
utilizados em procedimentos invasivos com penetração de pele e DAS BOAS PRÁTICAS PARA O PROCESSAMENTO DE
mucosas adjacentes, tecidos subepteliais, e sistema vascular, in- PRODUTOS PARA SAÚDE
cluindo também todos os produtos para saúde que estejam direta- Seção I
mente conectados com esses sistemas; Condições Organizacionais
XVI - produtos para saúde semi-críticos: produtos que entram
em contato com pele não íntegra ou mucosas íntegras colonizadas; Art. 5º Para cumprimento desta resolução os CME passam a
XVII - produtos para saúde não-críticos: produtos que entram ser classificados em CME Classe I e CME Classe II.
em contato com pele íntegra ou não entram em contato com o pa- § 1º O CME Classe I é aquele que realiza o processamento
ciente; de produtos para a saúde não-críticos, semicríticos e críticos de
XVIII - produtos para saúde passíveis de processamento: pro- conformação não complexa, passíveis de processamento.
duto para saúde fabricado a partir de matérias primas e conforma- § 2º O CME Classe II é aquele que realiza o processamento
ção estrutural, que permitem repetidos processos de limpeza, pre- de produtos para a saúde não-críticos, semicríticos e críticos
paro e desinfecção ou esterilização, até que percam a sua eficácia de conformação complexa e não complexa, passíveis de
e funcionalidade; processamento.

Didatismo e Conhecimento 27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
§ 3º O CME só pode processar produtos compatíveis com a Art. 17 O Serviço de Saúde é co-responsável pela segurança
sua capacidade técnica operacional e conforme a sua classificação. do processamento dos produtos para saúde, realizado por empresa
§ 4º Quando não especificada a classificação, as determinações processadora por ele contratada.
desta resolução se aplicam aos dois tipos de CME e às empresas Parágrafo único. O serviço de saúde responde solidariamente
processadoras. por eventuais danos ao paciente causados pela empresa proces-
sadora contratada, no que se refere às atividades relacionadas ao
Art. 6º A responsabilidade pelo processamento dos produtos processamento dos produtos para saúde.
no serviço de saúde é do Responsável Técnico. Art. 18 Os produtos para saúde devem ser encaminhados para
pro
Art. 7º A responsabilidade pelo processamento dos produtos cessamento na empresa processadora após serem submetidos
na empresa processadora é do Representante Legal. à pré-limpeza no serviço de saúde, conforme Procedimento Ope-
racional Padrão (POP), definido em conjunto pela empresa e o ser-
Art. 8º O serviço de saúde que realize mais de quinhentas ci- viço de saúde contratante.
rurgias/mês, excluindo partos, deve constituir um Comitê de Pro-
cessamento de Produtos para Saúde - CPPS, composto minima- Art. 19 A empresa processadora deve realizar todas as fases do
mente, por um representante: processamento incluindo limpeza, inspeção, preparo e acondicio-
I - da diretoria do serviço de saúde; namento, esterilização, armazenamento e devolução para o serviço
II - responsável pelo CME; de saúde.
III - do serviço de enfermagem;
IV - da equipe médica; Art. 20 Os produtos para saúde recebidos pela empresa pro-
V - da CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar). cessadora e que não forem aceitos para o processamento devem ser
listados com a indicação do motivo da não aceitação e devolvidos
Art. 9º O CME e as empresas processadoras só podem proces- para o serviço de saúde de origem.
sar produtos para saúde regularizados junto à Anvisa.
Art. 21 A limpeza, preparo, desinfecção ou esterilização, ar-
Art. 10 No CME e na empresa processadora destinadas à as- mazenamento e distribuição de produtos para saúde devem ser rea-
sistência humana é proibido processar produtos para saúde oriun- lizados pelo CME do serviço de saúde e suas unidades satélites ou
dos de procedimentos realizados em animais, incluindo cirurgias
por empresa processadora.
experimentais.
Parágrafo único. O processamento de produtos para saúde não
críticos pode ser realizado em outras unidades do serviço de saúde
Art. 11 Produtos para saúde classificados como críticos devem
desde que de acordo com Procedimento Operacional Padronizado
ser submetidos ao processo de esterilização, após a limpeza e de-
- POP definido pelo CME.
mais etapas do processo.

Art. 12 Produtos para saúde classificados como semicríticos Art. 22 Todos os produtos para saúde que não pertençam ao
devem ser submetidos, no mínimo, ao processo de desinfecção de serviço e que necessitem de processamento antes da sua utilização
alto nível, após a limpeza. devem obedecer às determinações do CME.
Parágrafo único. produtos para saúde semicríticos utilizados
na assistência ventilatória, anestesia e inaloterapia devem ser sub- Art. 23 O Comitê de Processamento do serviço de saúde po-
metidos à limpeza e, no mínimo, à desinfecção de nível interme- derá definir critérios de aceitabilidade de produtos para saúde, não
diário, com produtos saneantes em conformidade com a normati- pertencentes ao serviço, esterilizados em empresas processadoras
zação sanitária, ou por processo físico de termodesinfecção, antes quando a tecnologia necessária para a esterilização do produto não
da utilização em outro paciente; estiver disponível na CME do serviço de saúde.

Art. 13 - Produtos para saúde utilizados na assistência ventila- Art. 24 Cada etapa do processamento do instrumental cirúr-
tória e inaloterapia, não poderão ser submetidos à desinfecção por gico e dos produtos para saúde deve seguir Procedimento Opera-
métodos de imersão química líquida com a utilização de saneantes cional Padrão - POP elaborado com base em referencial científico
a base de aldeídos. atualizado e normatização pertinente.
Art. 14 Produtos para saúde classificados como não-críticos Parágrafo único. O POP deve ser amplamente divulgado e es-
devem ser submetidos, no mínimo, ao processo de limpeza. tar disponível para consulta.

Art. 15 O processamento de produtos devem seguir um fluxo Art. 25 No CME Classe II e na empresa processadora o pro-
direcionado sempre da área suja para a área limpa. cesso de esterilização deve estar documentado de forma a garantir
a rastreabilidade de cada lote processado.
Art. 16 O processamento dos produtos para saúde pode ser
terceirizado para empresa processadora desde que esta esteja regu- Art. 26 O CME e a empresa processadora devem dispor de um
larizada junto aos órgãos sanitários. sistema de informação manual ou automatizado com registro do
Parágrafo único. A terceirização do processamento dos produ- monitoramento e controle das etapas de limpeza e desinfecção ou
tos para saúde do serviço de saúde deve ser formalizada mediante esterilização constante nesta resolução, bem como da manutenção
contrato de prestação de serviço. e monitoramento dos equipamentos.

Didatismo e Conhecimento 28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Parágrafo único. Os registros devem ser arquivados, de forma Subseção II
a garantir a sua rastreabilidade, em conformidade com o estabele- Das Atribuições
cido em legislação específica ou, na ausência desta, por um prazo
mínimo de cinco anos, para efeitos de inspeção sanitária. Art. 33 Compete ao Responsável Técnico do serviço de saúde
e ao Responsável Legal da empresa processadora:
Seção II I - Garantir a implementação das normas de processamento de
Recursos Humanos produtos para saúde;
II - Prever e prover os recursos humanos e materiais necessá-
Art. 27 Todas as etapas do processamento de produtos para rios ao funcionamento da unidade e ao cumprimento das disposi-
saúde devem ser realizadas por profissionais para os quais estas ções desta resolução;
III - Garantir que todas as atribuições e responsabilidades pro-
atividades estejam regulamentadas pelos seus conselhos de classe.
fissionais estejam formalmente designadas, descritas, divulgadas e
compreendidas pelos envolvidos nas atividades de processamento
Art. 28 O CME e a empresa processadora devem possuir um de produtos para saúde;
Profissional Responsável de nível superior, para a coordenação de IV - Prover meios para garantir a rastreabilidade das etapas do
todas as atividades relacionadas ao processamento de produtos processamento de produtos para saúde.
para a saúde, de acordo com competências profissionais definidas Parágrafo Único. O Responsável Técnico do serviço de saúde
em legislação especifica. deve ainda qualificar a empresa terceirizada de processamento de
Parágrafo único. O responsável pelo CME Classe II deve atuar produtos para saúde.
exclusivamente nesta unidade durante sua jornada de trabalho.
Art. 34 Compete ao Profissional Responsável pelo CME do
Art. 29 Os profissionais da CME e da empresa processadora serviço de saúde:
devem receber capacitação específica e periódica nos seguintes I - Coordenar todas as atividades relacionadas ao processa-
temas: mento de produtos para saúde;
I - classificação de produtos para saúde; II - Avaliar as etapas dos processos de trabalho para fins de
qualificação da empresa processadora, quando existir terceirização
II - conceitos básicos de microbiologia;
do processamento;
III - transporte dos produtos contaminados;
III - Definir o prazo para recebimento pelo CME dos produtos
IV - processo de limpeza, desinfecção, preparo, inspeção, para saúde que necessitem de processamento antes da sua utiliza-
acondicionamento, embalagens, esterilização, funcionamento dos ção e que não pertençam ao serviço de saúde;
equipamentos existentes; IV - Participar do processo de capacitação, educação conti-
V - monitoramento de processos por indicadores nuada e avaliação do desempenho dos profissionais que atuam no
químicos,biológicos e físicos; CME;
VI - rastreabilidade, armazenamento e distribuição dos pro- V - Propor os indicadores de controle de qualidade do proces-
dutos para saúde; samento dos produtos sob sua responsabilidade;
VII - manutenção da esterilidade do produto. VI - Contribuir com as ações de programas de prevenção e
controle de eventos adversos em serviços de saúde, incluindo o
Subseção I controle de infecção;
Da Segurança e Saúde no Trabalho VII - Participar do dimensionamento de pessoal e da definição
da qualificação dos profissionais para atuação no CME;
VIII - Orientar as unidades usuárias dos produtos para saú-
Art. 30 O trabalhador do CME e da empresa processadora
de processados pelo CME quanto, ao transporte e armazenamento
deve utilizar vestimenta privativa, touca e calçado fechado em
destes produtos;
todas as áreas técnicas e restritas. IX - Avaliar a empresa terceirizada segundo os critérios esta-
belecidos pelo Comitê de Processamento de Produtos para Saúde.
Art. 31 O trabalhador do CME e da empresa processadora
deve utilizar os seguintes Equipamentos de Proteção Individual Art. 35 Compete ao Responsável Técnico da empresa proces-
(EPI) de acordo com a sala/área, conforme anexo desta resolução. sadora:
§ 1º Para a descarga de secadoras e termodesinfetadoras e I - Coordenar todas as atividades relacionadas ao processa-
carga e descarga de autoclaves é obrigatória a utilização de luvas mento de produtos para saúde;
de proteção térmica impermeável. II - Prover a capacitação dos profissionais que atuam na Em-
§ 2º Na sala de recepção e limpeza, o protetor facial pode presa Processadora;
substituir o uso de máscara e óculos. III - Realizar o controle de qualidade do processamento dos
§ 3º Quando não especificado, o equipamento de proteção produtos sob sua responsabilidade, por meio de indicadores;
deve ser compatível com o risco inerente à atividade. IV - Participar da aquisição dos equipamentos e insumos des-
tinados ao processamento;
Art. 32 Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho
V - Participar da definição do dimensionamento e da quali-
com os equipamentos de proteção individual e as vestimentas uti-
ficação dos profissionais para atuação na Empresa Processadora;
lizadas em suas atividades.

Didatismo e Conhecimento 29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
VI - Buscar contínua atualização das inovações tecnológicas VI - Resultados da avaliação dos parâmetros físicos realizados
relacionadas às todas as etapas do processamento de produtos para após a intervenção e complementados com indicadores químicos e
saúde; biológicos, quando indicado;
VII - Definir os indicadores para o controle de qualidade do VII - Nome do profissional que acompanhou a intervenção e
processamento dos produtos sob sua responsabilidade. do técnico que executou o procedimento.
Parágrafo único. O prazo de arquivamento para o registro
Art. 36 O Comitê de Processamento de Produtos para Saúde histórico dos equipamentos de saúde deve ser contado a partir da
tem por atribuições: desativação ou transferência definitiva do equipamento de saúde
I - Definir os produtos para saúde a serem processados no do serviço.
CME ou que devem ser encaminhados a serviços terceirizados
contratados; Art. 41 Todos os equipamentos de limpeza automatizada e
II - Participar da especificação para a aquisição de produtos esterilização devem ter seu processo requalificado após mudança
para saúde, equipamentos e insumos a serem utilizados no proces- de local de instalação, mau funcionamento, reparos em partes do
samento de produtos para saúde; equipamento ou suspeita de falhas no processo de esterilização.
III - Participar da especificação para a aquisição de produtos Parágrafo único. Na requalificação dos equipamentos de es-
para saúde a serem processados pelo CME; terilização deve-se incluir o uso de indicadores biológicos e quí-
IV - Estabelecer critérios de avaliação das empresas processa- micos.
doras terceirizadas, para a contratação desses serviços e proceder a
sua avaliação sempre que julgar necessário; Art. 42 A área de monitoramento da esterilização de produtos
V - Analisar e aprovar os indicadores para o controle de qua- para saúde deve dispor de incubadoras de indicadores biológicos.
lidade do processamento dos produtos propostos pelo responsável
pelo CME; Art. 43 Os demais equipamentos utilizados devem ser moni-
VI - Manter registros das reuniões realizadas e decisões to- torados de acordo com normas específicas e orientações do fabri-
madas. cante.
Parágrafo único. Quando o serviço de saúde não se enquadrar
na condição estabelecida no caput do Art. 8º as competências do Seção IV
comitê de processamento ficam atribuídas ao Profissional Respon- Da Infra-Estrutura
sável pelo CME.
Art. 44 O CME Classe I deve possuir, minimamente, os se-
Seção III guintes ambientes:
Dos Equipamentos I - Área de recepção e limpeza (setor sujo);
II - Área de preparo e esterilização (setor limpo);
Art. 37 Deve ser realizada qualificação de instalação, qualifi- III - Sala de desinfecção química, quando aplicável (setor lim-
cação de operação e qualificação de desempenho, para os equipa- po);
mentos utilizados na limpeza automatizada e na esterilização de IV - Área de monitoramento do processo de esterilização (se-
produtos para saúde, com periodicidade mínima anual. tor limpo); e
Parágrafo único. Sempre que a carga de esterilização apresen- V - Área de armazenamento e distribuição de materiais esteri-
ta desafios superiores àquela utilizada na qualificação de desem- lizados (setor limpo).
penho, esta qualificação deve ser refeita.
Art. 45 O dimensionamento das áreas do CME Classe I deve
Art. 38 As leitoras de indicadores biológicos e as seladoras ser efetuado em função da demanda e dos métodos de processa-
térmicas devem ser calibradas, no mínimo, anualmente. mento utilizados.

Art. 39 A qualificação térmica e a calibração dos instrumentos Art. 46 O CME Classe I deve possuir, no mínimo, barreira
de controle e medição dos equipamentos de esterilização a vapor técnica entre o setor sujo e os setores limpos.
e termodesinfecção e as requalificações de operação devem ser
realizadas por laboratório capacitado, com periodicidade mínima Art. 47 O CME Classe II e a empresa processadora devem
anual. possuir, minimamente, os seguintes ambientes:
I - Sala de recepção e limpeza (setor sujo);
Art. 40 Na manutenção dos equipamentos, as informações re- II - Sala de preparo e esterilização (setor limpo);
sultantes das intervenções técnicas realizadas devem ser arquiva- III - Sala de desinfecção química, quando aplicável (setor lim-
das para cada equipamento, contendo, no mínimo: po);
I - Data da intervenção; IV - Área de monitoramento do processo de esterilização (se-
II - Identificação do equipamento; tor limpo); e
III - Local de instalação; V - Sala de armazenamento e distribuição de materiais esteri-
IV - Descrição do problema detectado e nome do responsável lizados (setor limpo).
pela identificação do problema; Parágrafo único. A empresa processadora não poderá utilizar
V - Descrição do serviço realizado, incluindo informações so- a desinfecção química líquida por imersão como processo de de-
sinfecção.
bre as peças trocadas;

Didatismo e Conhecimento 30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Art. 48 Para o CME Classe II e na empresa processadora é Art. 71 Os produtos para saúde e o instrumental cirúrgico con-
obrigatória a separação física da área de recepção e limpeza dos signado e disponibilizado pelo distribuidor devem ser submetidos
produtos para saúde das demais áreas. à limpeza por profissionais do CME do serviço de saúde, antes de
sua devolução.
Art. 49 A área para recepção dos produtos para saúde do CME
Classe II deve estar localizada dentro da sala de recepção e lim- Art. 72 Antes de serem encaminhados para empresa processa-
peza. dora, os produtos para saúde devem ser submetidos à pré-limpeza
§ 1º Essa área deve dispor de pelo menos uma bancada com no serviço de saúde.
dimensões que permitam a conferência dos materiais de forma a
garantir a segurança do processo. Art. 73 É obrigatório o monitoramento, com periodicidade
§ 2º Deve possuir ainda recipientes para descarte de materiais definida em protocolo elaborado pelo CME ou pela Empresa Pro-
perfurocortantes e de resíduo biológico. cessadora, da limpeza dos produtos para saúde e dos equipamentos
Art. 50 No CME Classe II, que recebe para processamento automatizados de limpeza dos produtos para saúde.
instrumental cirúrgico e produtos consignados, deve existir uma
área exclusiva, dimensionada de acordo com o volume de trabalho Art. 74 O CME Classe II e a empresa processadora devem
desenvolvido, para recepção, conferência e devolução destes. realizar o monitoramento e registro, com periodicidade definida
Dos processos de Limpeza dos produtos para saúde em protocolo, da qualidade da água, incluindo a mensuração da
Art. 65 Os produtos para saúde passíveis de processamento, dureza da água, ph, íons cloreto, cobre, ferro, manganês e a carga
independente da sua classificação de risco, inclusive os consig- microbiana nos pontos de enxágue da área de limpeza.
nados ou de propriedade do cirurgião, devem ser submetidos ao
processo de limpeza, dentro do próprio CME do serviço de saúde Art. 75 O descarte de material biológico e perfurocortante
ou na empresa processadora, antes de sua desinfecção ou esteri- gerado na área de limpeza devem ser realizados em recipientes
lização. disponíveis no local.
Parágrafo único. A limpeza de produtos para saúde não crí- Da Inspeção, Preparo e Acondicionamento dos produtos para
ticos pode ser realizado em outras unidades do serviço de saúde saúde
desde que de acordo com Procedimento Operacional Padronizado
Art. 76 A limpeza dos produtos para saúde, seja manual ou
– POP definido pelo CME.
automatizada, deve ser avaliada por meio da inspeção visual, com
o auxílio de lentes intensificadoras de imagem, de no mínimo oito
Art. 66 Na limpeza manual, a fricção deve ser realizada com
vezes de aumento, complementada, quando indicado, por testes
acessórios não abrasivos e que não liberem partículas.
químicos disponíveis no mercado.
Art. 67 No CME Classe II e na empresa processadora, a lim-
Art. 77 O CME e a empresa processadora devem utilizar em-
peza de produtos para saúde com conformações complexas deve
balagens que garantam a manutenção da esterilidade do conteúdo,
ser precedida de limpeza manual e complementada por limpeza
bem como a sua transferência sob técnica asséptica.
automatizada em lavadora ultrassônica ou outro equipamento de
eficiência comprovada. Art. 78 As embalagens utilizadas para a esterilização de pro-
Parágrafo único. Para produtos para saúde cujo lúmen tenha dutos para saúde devem estar regularizadas junto à Anvisa, para
diâmetro interno inferior a cinco milímetros é obrigatório que a uso especifico em esterilização.
fase automatizada da limpeza seja feita em lavadora ultrassônica
com conector para canulados e que utilize tecnologia de fluxo in- Art. 79 Não é permitido o uso de embalagens de papel kraft,
termitente. papel toalha, papel manilha, papel jornal e lâminas de alumínio,
assim como as embalagens tipo envelope de plástico transparente
Art. 68 O enxágue dos produtos para saúde deve ser realizado não destinadas ao uso em equipamentos de esterilização.
com água que atenda aos padrões de potabilidade definidos em
normatização específica. Art. 80 A selagem de embalagens tipo envelope deve ser feita
Parágrafo único. O enxágue final de produtos para saúde crí- por termoseladora ou conforme orientação do fabricante.
ticos utilizados em cirurgias de implantes ortopédicos, oftalmoló-
gicos, cirurgias cardíacas e neurológicas deve ser realizado com Art. 81 Não é permitido o uso de caixas metálicas sem furos
água purificada. para esterilização de produtos para saúde.

Art. 69 O CME Classe II e a empresa processadora devem uti- Art. 82 O CME que utiliza embalagem de tecido de algodão,
lizar pistola de água sob pressão para limpeza manual de produtos deve possuir um plano contendo critérios de aquisição e substi-
com lúmen e ar comprimido medicinal, gás inerte ou ar filtrado, tuição do arsenal de embalagem de tecido mantendo os registros
seco e isento de óleo para secagem dos produtos. desta movimentação. Parágrafo único. Não é permitido o uso de
embalagens de tecido de algodão reparadas com remendos ou
Art. 70 O CME Classe I deve dispor de ar comprimido medi- cerzidas e sempre que for evidenciada a presença de perfurações,
cinal, gás inerte ou ar filtrado, seco e isento de óleo para secagem rasgos, desgaste do tecido ou comprometimento da função de bar-
dos produtos. reira, a embalagem deve ter sua utilização suspensa.

Didatismo e Conhecimento 31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Art. 83 É obrigatória a identificação nas embalagens dos pro- Art. 94 Não é permitido à alteração dos parâmetros estabele-
dutos para saúde submetidos à esterilização por meio de rótulos cidos na qualificação de operação e de desempenho de qualquer
ou etiquetas. ciclo dos equipamentos de esterilização.
§ 1º O ciclo de esterilização a vapor para uso imediato só pode
Art. 84 O rótulo dos produtos para saúde processados deve ocorrer em caso de urgência e emergência.
ser capaz de se manter legível e afixado nas embalagens durante a § 2º O ciclo de esterilização a vapor para uso imediato deve
esterilização, transporte, armazenamento, distribuição e até o mo- ser documentado contendo data, hora, motivo do uso, nome do
mento do uso. instrumental cirúrgico ou produto para saúde, nome e assinatura
do profissional responsável pelo CME e identificação do paciente.
Art. 85 O rótulo de identificação da embalagem deve conter: § 3º O registro do ciclo mencionado no § 2º deve estar
I - nome do produto; disponível para a avaliação pela Autoridade Sanitária.
II - número do lote; § 4º O instrumental cirúrgico e os produtos para saúde
III - data da esterilização; processados conforme o § 1º devem ser utilizados imediatamente
IV - data limite de uso; após o processo de esterilização.
V - método de esterilização; § 5º O ciclo para uso imediato deve ser monitorado por
VI - nome do responsável pelo preparo. integrador ou emulador químico.

Seção VIII Art. 95 A água utilizada no processo de geração do vapor das


Da Desinfecção Química autoclaves deve atender às especificações do fabricante da auto-
clave.
Art. 86 O CME que realize desinfecção química deve dis-
por de uma sala exclusiva. Caso o serviço realize desinfecção ou Monitoramento do Processo de Esterilização
esterilização química líquida automatizada, deve também dispor
de área e condições técnicas necessárias para instalação do equi- Art. 96 O monitoramento do processo de esterilização deve
pamento. ser realizado em cada carga em pacote teste desafio com integrado-
res químicos (classes 5 ou 6), segundo rotina definida pelo próprio
Art. 87 Na sala de desinfecção química o enxágue dos produ- CME ou pela empresa processadora.
tos para saúde deve ser realizado com água que atenda aos padrões
de potabilidade definidos em normatização específica.
Art. 97 O monitoramento do processo de esterilização com in-
dicadores físicos deve ser registrado a cada ciclo de esterilização.
Art. 88 O transporte de produtos para saúde submetidos à de-
sinfecção de alto nível no CME deve ser feito em embalagem ou
Art. 98 No monitoramento do processo de esterilização dos
recipiente fechado.
produtos para saúde implantáveis deve ser adicionado um indica-
dor biológico, a cada carga.
Art. 89 O CME deve adotar as medidas de segurança preconi-
Parágrafo único. A carga só deve ser liberada para utilização
zadas pelo fabricante, em relação ao uso de saneantes.
após leitura negativa do indicador biológico.
Art. 90 O CME deve realizar a monitorização dos parâmetros
indicadores de efetividade dos desinfetantes para artigo semicrí- Art. 99 O monitoramento do processo de esterilização com
tico, como concentração, pH ou outros, no mínimo 1 vez ao dia, indicador biológico deve ser feito diariamente, em pacote desafio
antes do inicio das atividades. disponível comercialmente ou construído pelo CME ou pela em-
§ 1º Os desinfetantes para artigo semicrítico devem ser presa processadora, que deve ser posicionado no ponto de maior
utilizados de acordo com os parâmetros definidos no registro do desafio ao processo de esterilização, definido durante os estudos
produto. térmicos na qualificação de desempenho do equipamento de es-
§ 2º Os parâmetros, inicial e subsequentes, dos desinfetantes terilização.
para artigo semicrítico, devem ser registrados e arquivados pelo
prazo mínimo de cinco anos. Art. 100 A área de monitoramento do processamento de pro-
dutos para saúde deve dispor de sistema para guarda dos registros
Da Esterilização dos monitoramentos

Art. 91 É proibido o uso de autoclave gravitacional de capaci- Do Armazenamento


dade superior a 100 litros.
Art. 101 Os produtos esterilizados devem ser armazenados em
Art. 92 Não é permitido o uso de estufas para a esterilização local limpo e seco, sob proteção da luz solar direta e submetidos à
de produtos para saúde. manipulação mínima.

Art. 93 É obrigatório a realização de teste para avaliar o de- Art. 102 O responsável pelo CME deve estabelecer as regras
sempenho do sistema de remoção de ar (Bowie & Dick) da auto- para o controle dos eventos que possam comprometer a integrida-
clave assistida por bomba de vácuo, no primeiro ciclo do dia. de e selagem da embalagem dos produtos para saúde.

Didatismo e Conhecimento 32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Do Transporte Art. 109 Os explantes tratados e o instrumental cirúrgico con-
siderado inservível podem ser encaminhados para reciclagem, des-
Art. 103 O transporte de produtos para saúde processados de que a empresa que recebe o material seja licenciada para pro-
deve ser feito em recipientes fechados e em condições que garan- ceder à reciclagem destes materiais e o serviço de saúde mantenha
tam a manutenção da identificação e a integridade da embalagem. registro dos itens que foram encaminhados à empresa.
Parágrafo único. É proibida a entrega deste material às coope-
Art. 104 O transporte dos produtos para saúde a serem enca- rativas de catadores ou empresas que recolhem materiais inserví-
minhados para processamento nas empresas processadoras ou na veis denominadas de “ferro velho”.
CME de funcionamento centralizado deve ser feito em recipiente
exclusivo para este fim, rígido, liso, com sistema de fechamento Art. 110 O material explantado poderá ser entregue ao pacien-
estanque, contendo a lista de produtos a serem processados e o te mediante solicitação formal.
nome do serviço solicitante. § 1º Admite-se pedido de encaminhamento dos explantes
tratados para fins de estudo ou análise, por solicitação do fabricante
Art. 105 Os produtos para saúde processados por empresa do produto ou instituições de pesquisa ou ensino, mediante
processadora ou no CME de funcionamento centralizado devem autorização do paciente.
ser transportados para o serviço de saúde em recipientes fechados § 2º A entrega dos explantes deverá ser precedida de assinatura
que resistam às ações de punctura e ruptura, de forma a manter a de termo de recebimento e responsabilidade e a embalagemde
integridade da embalagem e a esterilidade do produto. esterilização deverá ser rompida e retida antes da entrega.
Parágrafo único. Os recipientes devem estar identificados com
o nome da empresa processadora ou do CME de funcionamento Art. 111 Os resíduos de indicadores biológicos utilizados
centralizado, o nome do serviço a que se destina e conter uma lista como controle e aqueles com resultados positivos devem ser sub-
anexa com a relação de produtos processados. metidos a tratamento prévio antes de serem descartados.
Parágrafo único. Os indicadores com resultado negativo não
Art. 106 Quando o transporte dos produtos para saúde for rea- precisam de tratamento prévio antes do descarte.
lizado pela empresa processadora, os veículos de transporte devem
ser de uso exclusivo para este fim. CAPÍTULO III
§ 1º - quando o veículo de transporte de produtos para saúde DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
for o mesmo para produtos processados e produtos ainda não
processados, a área de carga do veículo deve ser fisicamente Art. 112 Os serviços de saúde e as empresas processadoras
dividida em ambientes distintos com acessos independentes e abrangidos por esta Resolução terão o prazo de 24 (vinte e quatro)
devidamente identificados. meses contados a partir da data de sua publicação para promover
§ 2º Qualquer outra forma de transporte dos produtos para as adequações necessárias a este Regulamento Técnico.
saúde processados deve ser submetida à aprovação prévia pelo
órgão de vigilância sanitária emissor do licenciamento. Art. 113 O descumprimento das disposições contidas nesta
§ 3º Quando o contrato entre o serviço de saúde e a empresa resolução e no regulamento por ela aprovado constitui infração
processadora envolver o transporte intermunicipal ou interestadual, sanitária, nos termos da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977,
a forma de transporte dos produtos para saúde deve ser submetida sem prejuízo das responsabilidades civil, administrativa e penal
à aprovação do órgão de vigilância sanitária responsável pela cabíveis.
fiscalização da empresa processadora.
§ 4º O CME de funcionamento centralizado e a empresa Art. 114 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publi-
processadora devem estabelecer critérios para a higienização dos cação.
veículos de transporte
DIRCEU BRÁS APARECIDO BARBANO
Art. 107 O trabalhador responsável pelo transporte deve rece-
ber treinamento quanto à higienização das mãos e uso de equipa- ANEXO
mento de proteção individual. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) DE
Do Gerenciamento de Resíduos ACORDO COM A SALA/ÁREA

Art. 108 No CME Classe II, os produtos para saúde oriundos


de explantes devem ser submetidos ao processo de limpeza, segui-
da de esterilização.
§ 1º Após o processo de esterilização, estes explantes podem
ser considerados como resíduos sem risco biológico, químico ou
radiológico e devem ficar sob guarda temporária em setor a ser
designado pelo Comitê de Processamento de Produtos para Saúde
ou do Responsável Legal pela empresa processadora.
§ 2º Os explantes constituídos de componentes desmontáveis,
após a esterilização, não devem ser acondicionados na mesma
embalagem, de forma a impedir a remontagem do produto.

Didatismo e Conhecimento 33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Como prevenir uma infecção hospitalar
5 NOÇÕES DE CONTROLE DE A infecção hospitalar, também conhecida como infecção no-
INFECÇÃO HOSPITALAR. socomial, é qualquer tipo de infecção adquirida por um paciente
dentro do âmbito hospitalar, ou até mesmo após receber alta, quan-
do estiver relacionada com algum procedimento sofrido por ele
dentro do hospital, como uma cirurgia, por exemplo.
Infecção hospitalar é uma síndrome infecciosa (infecção), Sua prevenção depende muito mais da instituição e de seus
que um indivíduo adquire durante um internamento, ou em atendi- funcionários, do que dos pacientes e é feita através de medidas
mento em ambulatório. relativamente simples, porém essenciais, de realização obrigatória
A infecção acontece quando um microorganismo (vírus, bac- na rotina de qualquer hospital.
térias, protozoários ou fungos) penetra no corpo do ser humano, e Devem ser tomadas medidas de precaução padrão, indepen-
se multiplica (proliferação). dente de suspeitar-se de uma doença transmissível ou não, pro-
Os agentes infecciosos estão em todos os lugares, inclusive tegendo deste modo os profissionais e o paciente. Essas medidas
em hospitais. Como nos hospitais são realizados procedimentos englobam: adequada higienização das mãos, com água e sabão ou
invasivos (cirurgias), e são tratados traumas (fraturas), é maior a gel alcoólico; uso de luvas quando há qualquer tipo de risco de
possibilidade de que microorganismos penetrem no corpo huma- contato com fluídos corpóreos; uso de avental, quando também há
no. um risco de contato do profissional da saúde com fluídos corporais
Se no momento da internação o paciente não apresentava si- do paciente; prevenção de acidentes com materiais perfurocortan-
nais, sintomas ou evidências clínicas de uma infecção, convencio- tes; descontaminação do ambiente após a alta do paciente; limpe-
na-se como infecção hospitalar toda infecção que surgir após 72 za, desinfecção ou esterilização de todos os artigos e equipamentos
horas do momento da internação. antes de serem utilizados em outro paciente.
A infecção diagnosticada após a alta do hospital é caracteriza- Também devem ser tomadas precauções respiratórias, quando
da como infecção hospitalar quando estiver diretamente relaciona-
se trata de doenças respiratórias que eliminam para o ambiente,
da com o procedimento realizado durante a internação.
gotículas ou aerossóis contaminados. Nesses casos, os pacientes,
Os sintomas normalmente são relacionados ao local no qual
obrigatoriamente, necessitam ficar em um quarto privativo; os vi-
foi realizado o procedimento, como dor no local afetado. Geral-
sitantes e profissionais que entrarem no quarto devem utilizar más-
mente o paciente apresenta um estado febril.
cara cirúrgica e desprezá-la ao sair do cômodo; o paciente deve
As infecções hospitalares podem ser causadas por falta de as-
evitar sair do quarto e, quando for fazê-lo, este deve usar máscara
sepsia:
cirúrgica.
No meio ambiente
Precauções de contato também devem ser tomadas, quando há
Do material
a confirmação ou até mesmo suspeita, do paciente ser portador de
No paciente um microrganismo transmitido pelo contato. Sendo assim, é ne-
Da equipe que o atende cessário que este tenha um quarto privativo, ou então compartilhá-
Assepsia é o processo pelo qual são afastados os microor- -lo com pacientes portadores do mesmo microrganismo; utilizar
ganismos patogênicos de um local ou objeto. Em um hospital, a luvas sempre que for manipular o paciente; utilizar avental sempre
assepsia é essencial para evitar as infecções. São exemplos de as- quando houver a possibilidade de contato das roupas do profis-
sepsia: sional, com o paciente; o transporte do paciente deve ser evitado,
O ato de lavar as mãos (impede a transferência de microor- no entanto, quando houver necessidade, todas as precauções de
ganismos presentes na mão do agente de saúde para o paciente). contato devem ser seguidas durante o trajeto; e os artigos e equipa-
A esterilização dos materiais. mentos devem ser todos de uso exclusivo para o paciente.
Não tossir, espirrar, e nem mesmo falar sobre material este- Quando se tratar de bactérias multirresistentes, é necessário
rilizado. o máximo empenho para prevenção de sua transmissão entre os
Uso de papel toalha para as mãos. pacientes, sendo de extrema importância, como: higienizar as
Não sentar nas camas dos pacientes. mãos ao atender qualquer paciente e seguir precauções de contato
Não colocar materiais no chão (comadre, bacia). ao atender os portadores desse tipo de bactéria. Quando esta está
Remoção das bactérias da pele (banho, limpeza) colonizando apenas um indivíduo, as precauções de contato são
Fica claro, portanto, que as medidas para a prevenção das in- suficientes para conter sua disseminação. No entanto, quando a
fecções hospitalares são de responsabilidade do hospital e de seus bactéria está espalhada por toda a unidade, o empenho se concen-
funcionários. A padronização das técnicas de assepsia é o meio tra em diminuir a incidência da bactéria entre os pacientes, mesmo
mais eficaz de evitar as infecções hospitalares. que ela não seja completamente eliminada da unidade.
Os hospitais devem contar com uma Comissão de Controle de Quando se tratar de pacientes transferidos de outras unidades,
Infecção Hospitalar (CCIH) para: fazer o diagnóstico de casos de recomendam-se as seguintes medidas preventivas:
infecção hospitalar, padronizar as técnicas de assepsia, promover Manter o paciente sob precaução de contato;
o treinamento de funcionários, ajudar no planejamento do espaço Colher materiais para culturas de vigilância (urina, pele, se-
físico do hospital, controlar a utilização de antibióticos no trato das creção traqueal, secreção da orofaringe, entre outros);
infecções (para impedir o uso abusivo), entre outras atribuições. Após saírem os resultados das culturas de vigilância, caso se-
O tratamento das infecções hospitalares é feito com uso de jam detectadas bactérias multirresistentes, manter precauções de
antibióticos injetáveis por um período que varia entre 14 e 30 dias. contato, caso contrário, manter apenas precaução padrão.

Didatismo e Conhecimento 34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Médio porte: hospital com capacidade normal de 50 a 150
leitos.
6 PROCEDIMENTOS DE Grande porte: Capacidade normal de 150 a 500 leitos.
ENFERMAGEM. 6.1 VERIFICAÇÃO Extra ou Especial: capacidade acima de 500 leitos.
DE SINAIS VITAIS, OXIGENOTERAPIA,
AEROSSOLTERAPIA E CURATIVOS. Terminologia Hospitalar:
6.2 ADMINISTRAÇÃO DE
MEDICAMENTOS. 6.3 COLETA DE Matrícula ou registro: definido como a inscrição de um pa-
MATERIAIS PARA EXAMES. ciente na unidade médica hospitalar que o habilita ao atendimento.
Internação: admissão de um paciente para ocupar um leito
hospitalar.
Leito Hospitalar: cama destinada á internação de um pacien-
te em um hospital. Não é considerado leito hospitalar (cama des-
Procedimentos de enfermagem tinada ao acompanhante, camas transitórias utilizadas no serviço
diagnóstico de enfermagem, cama de pré-parto, recuperação pós
Definições: anestésica e pós operatórios, camas instaladas no alojamento de
médicos).
A enfermagem segundo Wanda Horta é “A ciência e a arte Censo Hospitalar Diário: É a contagem a cada 24 horas do
de assistir o ser humano em suas necessidades básicas e torna-lo número de leitos ocupados.
independente destas necessidades quando for possível através do Dia Hospitalar: É o período de trabalho, compreendido entre
autocuidado”. A enfermagem como ciência pode ser exercida em dois censos hospitalares consecutivos.
vários locais tais como: Hospitais, Empresas Particulares (Enf. Do Leito Dia: Unidade representada pela cama á disposição de
Trabalho), Escolas, Unidades de Saúde um paciente no hospital.
Nos dias de hoje, o hospital é definido segundo a OMS como Óbito hospitalar: é o óbito que se verificam no hospital após o
elemento de uma organização de caráter médico social, cuja fun- registro do paciente.
ção consiste em assegurar assistência médica completa, curativa, e Alta: ato médico que configura a cessação da assistência pres-
preventiva a população e cujos serviços externos se irradiam até a tada ao paciente.
célula familiar considerada em seu meio; e um centro de medicina
e de pesquisa biossocial.
Funções do Hospital: O Paciente

Preventiva: Principalmente nos ambulatórios, onde os pa- O paciente e o elemento principal de qualquer instituição de
cientes retornam após a alta para controle. saúde. Considera-se paciente todo o individuo submetido a trata-
Educativa: Através da educação sanitária e prática da saúde mento, controle especiais, exames e observações médicas.
pública visando o paciente, a família e a comunidade. Sob o ponto O paciente procura o hospital quando atingido pela doença,
de vista de formação e aperfeiçoamento de profissionais de saúde. pois cria-se nele angustia, inquietação, que leva a exagerar o poder
Pesquisa: O hospital serve de campo para a pesquisa científi- e conhecimento sobre os profissionais que o socorrem, muitas ve-
ca relacionada á saúde. zes torna-se difícil o tratamento do doente, originando problemas
Reabilitação: O hospital através do diagnóstico precoce uti- de relacionamento (paciente pessoal).
lizando os cuidados clínicos, cirúrgicos e especiais por meios do
qual o paciente adquire condições de retornar ao seu meio e suas A doença trás ao paciente graves consequências como:
atividades. • Choque emocional,
Curativa: A função a qual o Brasil faz como função principal. • Ameaça do equilíbrio psicológico do paciente,
Tratamento de qualquer natureza. • Rompimento das defesas pessoais,
• Leva a pedir proteção e cuidados,
Classificação: • Obriga ao abandono das atividades normais,
• Ao recolhimento ao leito,
Segundo o tratamento: • Ao afastamento da comunidade.

Geral: É o hospital destinado á atender pacientes portadores O paciente ao ser admitido no hospital espera do medico e
de doenças das várias especialidades médicas. da enfermagem, uma explicação, uma palavra de conforto em re-
Especial ou Especializada: Limita-se a atender pacientes lação ao seu estado de saúde. Se isto não acontece, o seu quadro
necessitados de assistência de determinada especialidade médica. psicológico pode ser agravado, levando-o a se tornar submisso e
Ex: Hospital do câncer. despersonalizado, ou então agressivo.

Segundo o número de leitos:

Pequeno porte: hospital com capacidade normal de até 50


leitos.

Didatismo e Conhecimento 35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Exame Físico. Prestar Assistência Durante o Exame Físico

O diagnóstico do paciente traça as diretrizes para o tratamento -Certificar-se da temperatura e iluminação da sala. Fechar ja-
e cuidado de enfermagem. Para que o diagnostico seguro seja es- nelas se estiver frio e providenciar um foco se a iluminação for
tabelecido há a necessidade de um exame completo, que consta de deficiente. 
exame físico e psicológico. Os instrumentos básicos dos exames -Verificar T.P.R.P. A, peso, altura e anotar no prontuário; 
físicos são os sentidos humanos da visão, tato, audição e olfato. -Despir a camisola do paciente, cobrindo-o com lençol; 
Certos instrumentos podem facilitar e oferecer maior precisão -Avisar o medica que o paciente esta pronto para o exame; 
quanto a fenômenos acústicos e visuais como estetoscópio e of- -Colocar-se junto à cama do lado oposto aquele que estiver o
talmoscópio.  medico; 
-Entregar-lhe os objetos à medida que necessitar. 
Métodos de Exame Físico
Obs.:Se for o enfermeiro ou auxiliar que for realizar o exame
São quatro os métodos universalmente usados para exame físico do paciente ou, colher algum material para exame todos os
físico: 
cuidados acima deverão também serem seguidos.
-Inspeção: é a observação do estado geral do paciente, colo-
ração da pele, presença de deformação como edema, estado nutri-
Técnica de verificação de medidas antropométricas: 
cional, padrão de fala, temperatura corporal, postura, movimento
do corpo. 
Definição: e a verificação do peso corporal e altura do pa-
-Palpação: consiste em sentir as estruturas (tecidos, órgão), do
ciente. 
corpo através da manipulação.
Finalidade: averiguar o peso e altura do paciente. 
-Percussão: efetuada com leves pancadas das pontas dos de-
dos sobre uma área do corpo. O som produzido revela o estado dos
Normas para técnica de verificação de medidas antropo-
órgãos internos. 
métricas
-Ausculta: consiste em escutar ruídos no corpo, especialmente
para verificar o funcionamento do coração, pulmão, pleura e outros O paciente deve estar sem sapatos e com roupas leves; 
órgãos. Para isto utiliza-se o estetoscópio. A verificação do peso deve ser sempre na mesma hora; 
O paciente deve estar na posição ereta; 
No exame físico verificar:
-Condições Gerais: estado de consciência, aspecto de nutrição Material:
e hidratação, expressão facial, condições de locomoção, vícios, Balança antropométrica, 
peso, altura, idade aparente, alergia a drogas.  Papel toalha. 
-Sinais Vitais: Pulso, respiração, pressão arterial, temperatura. 
-Postura e Aparelho Locomotor Motricidade, mecânica cor- Técnica 
poral e marcha.  Explicar o procedimento ao paciente; 
-Tórax e Pulmões Contorno, expansibilidade, intensidade de Aferir a balança; 
ruídos respiratórios.  Proteger o piso da balança com papel; 
-Abdômen: Cicatrizes, lesões. Solicitar ao paciente que retire os sapatos, roupas pesadas e
Preparar o Paciente e o Ambiente: suba na balança; 
Posicionar o paciente de frente para a balança, isto e, para a
Explicar ao paciente o que vai ser feito, a fim de obter a sua escala desta; 
colaboração;  Executar a técnica da pesagem; 
Verificar sua higiene corporal;  Colocar em seguida, o paciente de frente para a pessoa que
Oferecer-lhe a comadre (se necessário);  esta fazendo a mensuração e verificar a estatura; 
Levá-lo- para a sala de exame ou cercar a cama com biombo;  Encaminhar o paciente ao leito novamente; 
Dispor o material para o exame sobre a mesa auxiliar;  Anotar no prontuário. 
Cobrir o paciente de acordo com o tipo do exame, e da rotina
do serviço.  Obs.Causas do aumento de peso: 
a) Descontrole hormonal, (hipotireoidismo); 
Obs.: b) Bulimia (aumento da fome); 
Evitar descobrir o paciente mais do que necessário, procuran- c) Problemas psicológicos; 
do também não atrapalhar o medico:  d) Retenção de agua. 
Usar roupas folgadas ou lençóis para permitir mudanças de
posição com maior rapidez;  Causas do emagrecimento: 
Não permitir que o paciente sinta frio descobrindo só a região a) Desidratação; 
a examinar;  b) Anorexia; 
Deixa-lo o mais seguro e confortável possível. c) Descontrole hormonal, (hipertireoidismo).

Didatismo e Conhecimento 36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Admissão do Paciente -Conhecer o paciente, família e comunidade; 
-Construir fator decisivo entre a vida e a morte através dos
O paciente deve ser recebido no hospital com toda cordialida- dados colhidos; 
de e atenção. A primeira impressão que o paciente tem e sempre -Auxiliar a equipe multiprofissional na tomada de decisões
de grande importância para inspirar-lhe confiança no hospital e no específicas; 
tratamento que ali vai receber. Este bom acolhimento influirá tam- -Verificar os problemas aparentes e inapetentes; 
bém nos familiares ou pessoas que o acompanham.  -Planejar cuidados de enfermagem; 
Técnica  -Analisar os serviços hospitalares prestados; 
Lavar as mãos;  -Analisar os cuidados de enfermagem prestados; 
Preencher todos os dados da ficha de identificação do pacien- -Servir de base para qualquer documentação e anotação.
te; 
Fazer a lista dos valores do paciente sob suas vistas ou alguém O Que Observar:
de sua família. Entrega-los ao responsável para guarda-los no co-
fre do hospital ou conforme rotina da instituição;  Sintomas: É uma manifestação perceptível no organismo que
Levar o paciente ate seu quarto e orientá-lo quanto às instala- indica alteração na saúde física ou mental.
ções sanitárias e demais dependências da enfermaria;  Sintoma Subjetivo: É aquele descrito pelo paciente, não po-
Deixar a campainha ao seu alcance;  dendo ser visto ou sentido por outros. Ex. cefaleia.
Providenciar para que o paciente conheça a equipe que lhe Sintoma Objetivo: E aquele notado ou sentido pelo observa-
dará assistência. Mostrar-lhe o regulamento do hospital quanto à dor, e sinônimo de sinal. Ex. vomito, edema, etc. 
visita, horas de repouso, de refeição, etc.;  Síndrome: E um complexo de conjunto de sinais e sintomas. 
Encaminhar o paciente para o banho oferecendo o material; 
Arrumar a cama conforme técnica de arrumação de cama A observação serve não só para descobrir anormalidades, mas
aberta;  também para identificar a potencialidade do individuo. A observa-
Acomodar o paciente e verificar os sinais vitais, fazer o exame ção global associada a outras observações gerais leva a descoberta
físico conforme a técnica, lavando as mãos em seguida;  de aspectos favoráveis, podendo indicar ausência de problemas,
Anotar na folha de evolução de enfermagem o horário da ad- recuperação, ou mesmo os recursos físicos e mentais, dos quais o
missão, sinais vitais, exame físico completo, e se o paciente veio individuo dispõe para auxiliar na sua própria recuperação.
sozinho acompanhado, deambulando, em cadeira de rodas ou de
maca;  Anotações de enfermagem:
Comunicar o serviço de nutrição a dieta do paciente;  Finalidades Relatar por escrito às observações do paciente; 
Encaminhar pedidos de exames;  Contribuir com informações para o diagnostico medico e de
Iniciar o tratamento propriamente dito; enfermagem; 

Alta Hospitalar Contribuir com informações para fazer o planejamento do pla-


no de cuidados de enfermagem; 
Servir de elementos para pesquisa; 
Técnica 
Fornecer elementos para auditoria de enfermagem; 
Verificar se a folha de alta esta assinada pelo medico; 
Servir para avaliação dos cuidados de enfermagem prestados
Reunir e entregar os pertences ao paciente; 
(quanto à qualidade e continuidade); 
Verificar se existem valores do paciente guardados pelo hospi-
Servir como fonte para a aprendizagem. 
tal tais como: dinheiro, joias, documentos etc. 
Se houver necessidade ajudar o paciente a vestir-se  Tomando como base as observações os elementos princi-
Anotar no prontuário o horário e as condições em que o pa- pais a serem anotados são o seguinte: 
ciente esta saindo, e as orientações feitas no momento da alta;  - A aparência; 
Esperar os familiares ou responsável;  - Estado físico: queixas, observações em geral, alimentação,
Acompanhar o paciente a portaria;  exames, testes, encaminhamento, eliminações, tratamentos dados,
resultados dos cuidados prestados, medicamentos, contenções e
Obs.: - Em caso de alta por óbito, anotar no prontuário a hora, demais observações colhidas pelo exame físico; 
e o medico que constatou e atestou o óbito.  - A conservação ou a comunicação; 
- O comportamento: 
Anotação no prontuário e relatório de enfermagem. -Equilíbrio do pensamento (senso critico, confusão, expressão
de ideias, delírios, localização no tempo e espaço, etc.); 
As anotações no prontuário são baseadas em observação de -Equilíbrio do estado perceptivo (alucinações, delírios); 
enfermagem. -Equilíbrio de estado afetivo (emoções, sentimentos, capaci-
Observação e o ato, hábito ou poder de ver, notar e perceber; dade para resolver situações, etc.); 
e examinar, contemplar e notar algo através da atenção dirigida.  -Equilíbrio no ajustamento social (dependência, isolamento,
reação ao ambiente e pessoa); 
Finalidades: -Capacidade de aprendizagem - inteligência; 
-Contribuir com informações para o diagnostico e tratamento - Atividades; 
médico e de enfermagem;  - Recomendações. 

Didatismo e Conhecimento 37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Normas para anotações de enfermagem: Friccionar as mãos;
Usar termos descritos: Ex. o paciente esta ansioso, o paciente Enxaguar as mãos, deixando a torneira aberta;
deambula constantemente no corredor, torcendo as mãos, apresen- Enxugar as mãos com papel toalha;
tando expressão facial de preocupação;  Fechar a torneira com a mão protegida com papel toalha, caso
Usar termos objetivos: aquilo que foi visto ou sentido e não de não tenha fechamento automático.
interpretação pessoal;  Jogar na lixeira, específica, o papel toalha usado.
Usar termos concisos; 
Considerar o aspecto legal das anotações: não permitindo ra- Higiene da unidade do paciente
suras, linha em branco entre uma e outra anotação, colocar nomes
de pessoas;  Tipos de limpeza
Considerar o segredo profissional; 
Observar a redação, ortografia, letra: Usar 3ª pessoa gramati- Limpeza diária ou concorrente ou desinfecção concorren-
cal: Ex. o enfermeiro atendeu imediatamente ao chamado da cam- te
painha;
Colocar horário;  É aquela feita diariamente para a manutenção da limpeza
Colocar vias de administração e locais de aplicação de medi- hospitalar constituindo na arrumação da cama e na manutenção
camentos;  da limpeza do mobiliário e do ambiente.
Fazer assinatura legível;  Proporciona conforto, segurança e bem-estar ao cliente, além
Nunca anotar medicamentos ou tratamentos feitos por outras de minimizar o risco de infecção através de eliminação de micror-
pessoas. ganismos existentes no ambiente hospitalar.
Chamamos também de desinfecção concorrente aquela rea-
Prevenção e controle de infecção lizada
Imediatamente após a expulsão de matéria orgânica do corpo
Alguns conceitos importantes: do indivíduo (cliente) com sangue, fezes, vômito, etc.

Limpeza ou Desinfecção Geral ou Terminal


Assepsia - Segundo o Ministério da Saúde, é o processo pelo
qual se consegue afastar germes patogênicos de determinado local
É feita após a saída do cliente por alta, transferência, óbito
ou objeto.
ou suspensão das medidas de isolamento e o preparo do leito para
Antissepsia - É o método que inibe a proliferação de germes,
que seja recebido outro cliente.
sem, no entanto provocar a sua destruição. É utilizado apenas em
A desinfecção terminal pode ser do leito, no caso de alta de
relação a tecidos vivos. E: utilização de álcool para limpar a pele um paciente ou do quarto todo. Nesta técnica existe a parte que
antes de aplicar uma injeção, lavagem das mãos. compete a Enfermagem e a que é da alçada dos funcionários da
Desinfecção - É a destruição de microrganismos patogênicos, limpeza, conforme rotina estabelecida.
não incluindo os esporos. Outras barreiras empregadas são os isolamentos:
Esterilização - É o processo aplicado a materiais e ambiente
Isolamento total: Destina-se a prevenir a transmissão de
com o objetivo de destruição de microrganismo em todas as suas
doenças altamente contagiosas, como por exemplo: Difteria (nes-
formas, incluindo os esporos.
Infecção Hospitalar - A infecção hospitalar é qualquer in- te tipo de isolamento usa-se máscara, luvas e avental);
fecção adquirida após a internação do paciente e que se manifeste Isolamento respiratório: Usado para prevenção de doenças
durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser rela- que se transmitem por via respiratória, como por exemplo, a Me-
cionada com a hospitalização. ningite. Há a necessidade do uso de máscara, somente;
Isolamento entérico: Para prevenir infecções que são trans-
Lavagem das mãos mitidas pelo contato direto ou indireto com fezes e/ou urina. Ex:
Após tocar fluidos, secreções e itens contaminados; Enterocolite necrosante. Há necessidade do uso de luvas e, às ve-
Após a retirada das luvas; zes, avental;
Antes de procedimentos com paciente; Isolamento protetor ou reverso: Para pacientes imunode-
Entre contatos com pacientes; primidos como no caso de portadores de HIV. Usa-se máscaras
Entre procedimentos num mesmo paciente; para defesa deles, mas para nossa proteção, às vezes, dependendo
Antes e depois de atos fisiológicos; do grau da doença, necessita-se de óculos e avental;
Antes do preparo de soros e medicações. Isolamento de contato: Para prevenção de doenças altamen-
te transmissíveis pelo contato, como é o caso de sarna infectada.
Material Necessita-se de luvas e avental.
Sabão;
Toalha de papel. Arrumação do Leito do Paciente

Procedimento: Tipos de cama:


Retirar anéis, relógio, etc.; Leito fechado: é a cama que está desocupada aguardando a
Posicionar-se sem encostar-se na pia chegada do cliente. Deve ser arrumada aproximadamente 2 ho-
Abrir a torneira; ras após ter sido feita a limpeza geral, permitindo arejamento do
Ensaboar as mãos; ambiente.

Didatismo e Conhecimento 38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Leito aberto: é aquela que está sendo ocupado por um pa- Técnica
ciente que pode locomover-se. Lavar as mãos;
Na cama aberta, se o cliente estiver usando colcha e cobertor Explicar ao paciente o que ser feito;
sobre lençol deve fazer uma dobra sobre os mesmos, num ângulo Calcar luvas;
de aproximadamente 90 graus. Reunir o material na mesa de cabeceira;
Leito operado: É feita para aguardar o paciente que está na Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira
sala de cirurgia ou em exame, sob anestesia. elevada. Em pacientes inconscientes, coloca-los em decúbito la-
teral;
Tem finalidade de: Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do pa-
Proporcionar conforto e segurança ao paciente; ciente, com forro plástico, se necessário;
Facilitar a colocação do paciente no leito; Proceder a limpeza de toda a boca do paciente usando as es-
Prevenir a infecção pátulas envoltas em gazes, embebidas em solução antisséptica di-
luído em água;
Cuidados de Higiene e Conforto Utilizar cuba-rim para o paciente “bochechar”;
Limpar a língua, para evitar que fique seborreica;
Higiene do paciente Enxugar os lábios com a toalha;
Lubrificar os lábios com vaselina liquida, para evitar racha-
Normas para os Cuidados de Higiene e Conforto duras;
Retirar luvas;
A higiene do paciente fica a cargo da Equipe de Enfermagem; Lavar as mãos;
Explicar sempre ao paciente o que vai ser feito; Recompor a unidade;
Preferencialmente realizar a higiene oral do paciente, antes do Anotar no prontuário o que foi feito e anormalidades detec-
banho e apos as refeições, com solução de Bicarbonato de Sódio, e tadas.
quando se fizer necessário;
Ao lidar com o paciente, de maneira direta, e imprescindível o Obs.Em pacientes neurológicos, com lesão cervical, usar a
uso de luvas para procedimentos; espátula com gaze, para retirar o excesso de liquido da solução
Cuidar durante o banho, para não expor, desnecessariamente, antisséptica, sem mobilizar a cabeça;
o paciente. A privacidade contribui muito para o conforto mental Em pacientes conscientes, ele próprio deve escovar os dentes.
do paciente;
Secar bem toda a superfície do corpo do paciente, principal-
mente as dobras;
As portas do banheiro não devem ser trancadas, durante o ba- Higiene oral em paciente entubado:
nho;
Deve-se testar a temperatura da água, antes do banho do pa- Material
ciente. Geralmente se usa água morna. Solução antisséptica - solução bicarbonatada,
Espátula envoltas em gazes,
Higiene oral Lubrificante (vaselina liquida),
Copo para colocar solução antisséptica,
Definição: consistem na limpeza dos dentes, gengivas, boche- Seringa de 20 ml,
chas, língua e lábios. Aspirador montado,
Condições patológicas que predispõem a irritação e a lesão da Cânula de guedel (estéril), se necessário,
mucosa oral: estado de coma, hipertermia. Toalha,
Luvas,
Finalidades Promover conforto ao paciente:
Técnica:
- Evitar halitose, Lavar as mãos;
- Prevenir carie dentaria, Explicar ao paciente o que ser feito;
- Conservar a boca livre de resíduos alimentares. Calçar luvas;
Reunir o material na mesa de cabeceira;
Higiene oral (em pacientes impossibilitados de cuidar de si) Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira
elevada ou em decúbito lateral se estiver inconsciente. Caso o pa-
Material: ciente esteja com sonda nasogástrica, abri-la, para evitar náuseas e
Solução antisséptica - solução bicarbonatada (para cada 1 co- refluxo do conteúdo gástrico para a boca;
lher de chá, 500 ml de água); Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do pa-
Espátula envoltas em gazes; ciente, com forro plástico, se necessário;
Lubrificante (vaselina liquida); Verificar se o cuff da cânula endotraqueal esta insuflado, para
Toalha; evitar que a solução antisséptica ou salivação penetre na traqueia,
Copo para colocar solução antisséptica; durante a higienização;
Luvas; Instilar água com auxilio da seringa, pelo orifício da cânula de
Cuba-rim guedel, e fazer aspiração ao mesmo tempo;

Didatismo e Conhecimento 39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Retirar a cânula de guedel e lava-la em água corrente na pia Colocar o paciente em posição confortável;
do quarto e recoloca-la, ou proceder a sua troca por outra estéril, Desprezar as luvas;
caso, seja necessário ou que conforme rotina, já tenha dado 24 Limpar e guardar todo o material;
horas após a sua colocação; Lavar as mãos;
Proceder a limpeza de toda a boca do paciente, usando as Anotar no prontuário.
espátulas envoltas em gazes embebidas em solução antisséptica.
Limpar o palato superior e toda a arcada dentaria;
Limpar a também a língua; Obs. Quando o paciente retirar a prótese ou recoloca-la, a En-
Enxugar os lábios com a toalha e lubrifica-los com vaselina; fermagem dever observar se ha alguma anormalidade em cavidade
Retirar luvas; bucal. Se houver, relata-la no prontuário.
Lavar as mãos;
Recompor a unidade; Banho no Leito (Paciente com Dependência Total)
Anotar no prontuário o que foi feito e anormalidades detec-
tadas. Normas
Obs .A troca do cadarço da cânula endotraqueal deve ser feita
pelo Técnico/Auxiliar a cada 12 horas, ou quando se fizer neces- Trocar a água do banho sempre que necessário;
sário, acompanhada do reposicionamento da cânula endotraqueal, Quando houver colostomia e/ou drenos, esvaziar as bolsas co-
que dever ser feito pela Enfermeira da unidade; letoras antes do banho ou troca-la, depois trocar as luvas e iniciar
A higiene oral do paciente entubado deve ser feita 01 vez a o banho;
cada plantão. Quando o banho for dado em apenas uma pessoa, levando-se
em consideração que o paciente ajuda, seguir a mesma técnica, po-
Higiene das Próteses Dentárias
rem, sem esquecer de lavar as mãos enluvadas, antes de manipular
Material a roupa limpa; 04 pacientes altamente infectados.
Copo com solução antisséptica bucal,
Escova de dente, Material
Pasta dental ou sabão liquido, Carro de banho ou mesa de cabeceira,
Cuba-rim, Luva de banho,
01 par de luvas, Toalha de banho (lençol protetor),
Toalhas de papel, Material para higiene oral,
Toalhas de Banho,
Material para higiene intima,
Biombos
Técnica Pente,
Lavar as mãos; Sabonete individualizado,
Explicar ao paciente o que vai fazer; Comadre e/ou papagaio do próprio paciente,
Reunir o material na bandeja e colocar sobre a mesa de cabe- Roupa para o paciente (pijama ou camisola),
ceira do paciente; Roupa de cama (02 lençóis, 01 cobertor S/N, 01 toalha de ba-
Proteger o leito com biombo; nho, 01 para fralda S/N, 01 forro S/N,
Colocar toalha sobre o tórax do paciente; Luvas de procedimento,
Colocar o paciente em Fowler ou sentado quando for permi- Luvas de banho,
tido; Hamper,
Calcar as luvas; 01 bacia,
Pedir ao paciente que remova a prótese com o uso da toalha 01 balde,
de papel. Se o paciente não puder remover as próteses sozinho, a Fita adesiva,
enfermagem dever fazê-lo em seu lugar, lenta e cuidadosamente; Biombo
Colocar as próteses na cuba-rim, forrada com toalha de papel.
Levar ao banheiro; Técnica
Colocar a pasta dental ou sabão liquida sobre a escova;
Lavar as mãos e calcar as luvas de procedimentos;
Segurar as próteses na palma da mão e escova-la com movi-
Explicar ao paciente o que vai ser feito;
mentos firmes da base dos dentes para as pontas;
Escovar a área de acrílico em toda sua extensão; Trazer o carro de banho e o hamper próximo ao leito;
Lava-la sob jato de água fria; Fechar as portas e janelas;
Desprezar o papel toalha da cuba-rim e colocar outro; Proteger a unidade do paciente com biombos;
Colocar a prótese limpa na cuba-rim; Oferecer comadre ou papagaio ao paciente e procurar saber se
Lavar a escova com água corrente e coloca-los na cuba-rim; tem clister prescrito. Se houver, faze-lo em primeiro lugar;
Lavar as mãos enluvadas; Desprender a roupa de cama, iniciando do lado oposto onde
Oferecer copo com solução antisséptica bucal, para que o pa- permanecer;
ciente enxague a boca; Fazer higiene oral do paciente e lavar a cabeça, se necessário;
Entregar a prótese ao paciente ou coloque-a por ele, no caso Trocar a água do banho, obrigatoriamente, apos a lavagem da
de impossibilidade do mesmo; cabeça;

Didatismo e Conhecimento 40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Lavar os olhos, limpando o canto interno para o externo, usan- Técnica
do gaze; Lavar as mãos;
Lavar, enxáguar e enxugar o rosto, orelhas e pescoço; Explicar ao paciente o que vai ser feito;
Remover a camisola ou camisa do pijama, mantendo o tórax Reunir o material e levar ao banheiro;
protegido com o lençol, descansando os braços sobre o mesmo; Encaminhar o paciente ao banheiro (portas e janelas fecha-
Lavar e enxugar os braços e mãos do lado oposto ao que se das);
esta trabalhando, depois o mais próximo, com movimentos longos Abrir o chuveiro e regular a temperatura da água e orientar o
e firmes, do punho a axila; paciente sobre o manuseio da torneira;
Trocar a água; Ajudar o paciente a se despir, caso não consiga fazer sozinho;
Lavar e enxugar o tórax e abdome, com movimentos circu- Iniciar o banho se a situação permitir, deixando o paciente
lares, ativando a circulação, observando as condições da pele e sozinho;
mamas; Enxugar ou ajudar o paciente a fazê-lo, observando as condi-
Cobrir o tórax com lençol limpo, abaixando o lençol em uso, ções da pele e a reação do banho;
ate a região genital; Vestir e pentear o paciente caso não consiga faze-lo sozinho;
Lavar, enxáguar e enxugar as pernas e coxas, do tornozelo ate Conduzir o paciente a sua unidade, colocando-o em posição
a raiz da coxa, do lado oposto ao que se esta trabalhando, depois confortável na cadeira;
o mais próximo; Arrumar o leito e deixar a unidade em ordem;
Colocar bacia sob os pés e lava-la, principalmente nos interdi- Colocar tudo no lugar e chamar o pessoal da limpeza para
gitos, observando as condições dos mesmos e enxugar bem; proceder a limpeza do banheiro;
Trocar a água da bacia e a luva de pano, obrigatoriamente; Lavar as mãos;
Encaixar a comadre no paciente;
Anotar no prontuário.
Fazer higiene intima do paciente, de acordo com a técnica;
Trocar, obrigatoriamente, a água da bacia e a luva de banho,
Obs.Sentar na cadeira embaixo do chuveiro e muito mais se-
retirando a comadre, deixando-a ao lado do leito;
Virar o paciente em decúbito lateral, colocando a toalha sob guro para os pacientes idosos ou para os pacientes que ainda estão
as costas e adegas, mantendo esta posição com o auxilio de outra muito fracos, facilitando para que lavem as pernas e pés, com me-
pessoa; nor probabilidade de escorregarem,
Lavar e enxugar as costas, massageando-as, incluindo náde- - Durante o banho deve-se assegurar a privacidade ao pacien-
gas e cóccix do paciente; te, mas pedir-lhe para não trancar a porta e chamar se precisar de
Deixar o paciente em decúbito lateral, empurrando a roupa assistência. Manter-se perto do local.
úmida para o meio do leito, enxugando o colchão;
Trocar de luvas ou lavar as mãos enluvadas, para não conta- Higiene Intima Feminina
minar a roupa limpa;
Proceder a arrumação do leito, com o paciente em decúbito Material
lateral;
Virar o paciente sobre o lado pronto do leito; 01 balde,
Retirar a roupa suja e desprezá-la no hamper; 01 jarra,
Calçar outras luvas ou lavar as mãos enluvadas e terminar a Pacote de gazes,
arrumação do leito; Comadre,
Fazer os cantos da cama: cabeceira e pés; Toalha de banho,
Vestir o paciente; Sabão liquido o P.V.P.I. degermante,
Pentear os cabelos do paciente; Luvas para procedimento,
Trocar a fronha; Hamper,
Utilizar travesseiros para ajeitar o paciente no decúbito mais Pinça auxiliar (Cheron),
adequado; Biombo,
Limpar balde, bacia, comadre com água e sabão; Forro e saco plástico,
Recompor a unidade do paciente, colocando tudo no lugar;
Retirar as luvas e lavar as mãos; Técnica
Anotar no prontuário o que foi feito e as anormalidades detec- Lavar as mãos;
tadas, se houver. Explicar o procedimento ao paciente;
Reunir o material e coloca-los sobre a mesa de cabeceira;
Banho de Aspersão (chuveiro) Calçar as luvas;
Trazer o hamper próximo ao leito;
Material. Proteger a unidade com biombos;
Roupa pessoal (pijama, camisola, shorts - fornecidos pelo Colocar o paciente em posição ginecológica, procurando ex-
Hospital), pô-la o mínimo possível;
Toalha de banho, Colocar o forro sobre o saco plástico, colocando-os sobre a
Sabonete (individual), região glútea;
Pente, Colocar a comadre sob a região glútea da paciente, com ajuda
Luva de banho (opcional), da mesma;

Didatismo e Conhecimento 41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Irrigar monte pubiano e vulva com água, despejando-a suave- Tracionar o prepúcio para trás, lavando-o em seguida, com
mente com o auxilio da jarra; movimentos únicos e circulares;
Despejar pequena porção de sabão líquido ou P.V.P.I. deger- Iniciar a higiene intima pelo meato urinário, prepúcio, glande,
mante sobre o monte pubiano; corpo do pênis, depois região escrotal e por ultimo a região anal;
Ensaboar a região pubiana com a pinça montada em gaze, de Despejar o conteúdo da jarra sobre a região pubiana, pregas
cima para baixo sem atingir o ânus, desprezando a gaze, apos cada inguinais, pênis e bolsa escrotal;
movimento vulva - ânus; Tracionar o escroto, enxaguando a face inferior no sentido es-
Afastar os grandes lábios e lavá-la no sentido anteroposterior, croto perineal;
primeiro de um lado, desprezando a gaze e depois do outro lado; Retirar todo o sabão líquido ou P.V.P.I. degermante;
Lavar por ultimo a região anal; Retirar a comadre;
Despejar a água da jarra, sobre as regiões ensaboadas; Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou com o forro
Retirar a comadre; que esta sob a região glútea do paciente;
Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou com o forro Posicionar o prepúcio;
que esta sob a região glútea do paciente; Colocar a paciente em posição de conforto;
Colocar a paciente em posição de conforto; Desprezar as roupas no Harper (toalha, forro);
Desprezar as roupas (toalha, forro) no hamper; Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o balde e jarra
Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o balde e jarra e guardá-los;
e guardá-los; Retirar a luva;
Retirar a luva; Lavar as mãos;
Lavar as mãos; Anotar no prontuário.
Anotar no prontuário.
Obs.: - Se houver presença de secreção purulenta na região
Obs.Se houver presença de secreção uretral e/ou vaginal, uretral, limpá-la com gaze, antes de proceder a limpeza com água
utilizar gazes montadas na pinça auxiliar para retirar o excesso, e sabão.
antes de iniciar a limpeza com água e sabão líquido ou P.V.P.I.
detergente.

Higiene Intima Masculina


Lavagem dos Cabelos
Material
Material
01 balde,
Shampoo,
01 jarra,
Balde,
Pacote de gazes,
Bacia,
Comadre,
Toalha de banho,
Toalha de banho,
Luvas para procedimento,
Sabão liquido o P.V.P.I. detergente.
Luvas para procedimento, Forro e saco plástico,
Hamper, Pente,
Pinça auxiliar (Cheron), Algodão em bola (02 unidades).
Biombo,
Forro e saco plástico Técnica
Explicar ao paciente o que ser feito;
Técnica Reunir o material no carro de banho e leva-lo próximo a cama
Lavar as mãos; do paciente;
Explicar o procedimento ao paciente; Lavar as mãos;
Reunir o material e levá-lo a unidade do paciente; Fechar portas e janelas;
Proteger a unidade com biombos; Abaixar a cabeceira do leito do paciente;
Trazer o hamper próximo ao leito; Retirar o travesseiro;
Calçar as luvas de procedimentos; Colocar toalha de banho na cabeceira da cama, sob o forro
Posicionar o paciente expondo somente a área genital; com o plástico;
Colocar o forro com plástico sob a região glútea do paciente; Colocar sobre o forro com plástico, a bacia com água morna;
Colocar a comadre sob a região glútea em cima do forro com Colocar o paciente em posição diagonal, com a cabeça próxi-
a ajuda do paciente; ma ao funcionário;
Irrigar com a jarra com água, a região genital; Proteger os ouvidos do paciente com algodão;
Dobrar e pinçar gaze com a pinça auxiliar; Colocar outra toalha ao redor do pescoço do paciente, afrou-
Despejar pequena porção de sabão líquido ou P.V.P.I. deger- xando a camisola, no caso de mulher, ou retirando a camisa no
mante, sobre os genitais; caso de homem, cobrindo-o com o lençol;
Ensaboar os genitais com a pinça montada em gaze, despre- Sustentar a cabeça do paciente com uma das mãos, sobre a
zando a gaze, a cada etapa; bacia com água;

Didatismo e Conhecimento 42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Pentear os cabelos, inspecionando o couro cabeludo, cabelos Como Colocar e Retirar Comadre do Paciente Acamado
e observando condições de anormalidade;
Umedecer os cabelos com um pouco de água, aplicando o Material
shampoo evitando que o liquido escorra nos olhos; Comadre,
Massagear o couro cabeludo com as pontas dos dedos; Papel higiênico,
Lavar os cabelos; Biombos,
Enxaguar os cabelos do paciente ate sair toda espuma, com o Bacia com água morna
auxilio de uma jarra; Toalha de banho,
Despejar a água da bacia, quantas vezes forem necessário; Sabonete.
Elevar a cabeça do paciente e espremer os cabelos com cuida-
do, fazendo escorrer água; Técnica
Retirar a bacia que esta sob a cabeça do paciente; Lavar as mãos;
Descansar e envolver a cabeça do paciente na toalha; Identificar o paciente;
Secar os cabelos com toalha de banho ou forro; Cercar a cama com biombos;
Pentear os cabelos do paciente; Explicar ao paciente o que vai ser feito;
Recolocar o travesseiro e voltar o paciente a posição inicial; Reunir o material necessário junto a unidade;
Retirar a toalha, recompor o material no carro de banho, dei- Colocar as luvas de procedimento;
xando paciente em posição confortável; Aquecer a comadre (fazendo movimentos de fricção em sua
Lavar as mãos; superfície, com a extremidade sobre o lençol ou colocando-a em
Anotar na prescrição do paciente. contato com água quente;
Pedir ao paciente para levantar os quadris e se ele estiver im-
Tratamento de Pediculose e Remoção de Lêndeas possibilitado, levantar por ele, com a ajuda de outro funcionário
da Enfermagem;
Material Colocar a comadre sob os quadris;
Solução indicada para pediculose, Deixar o paciente sozinho, sempre que possível;
Ficar por perto e voltar tão logo ele o chame;
Luvas para procedimento,
Entregar papel higiênico ao paciente, orientando-o sobre a hi-
Atadura de crepe,
giene intima e se necessário, faça por ele;
Esparadrapo,
Pedir novamente ao paciente que levante o quadril ou, se ne-
Forro e saco plástico,
cessário, levante por ele;
Pente fino,
Retirar a comadre;
Biombo,
Fornecer bacia com água para que o paciente lave as mãos;
Vaselina Liquida.
Fornecer toalha para que ele enxugue as mãos;
Lavar o material;
Técnica
Colocar o material restante no lugar;
Lavar as mãos;
Deixar o paciente em posição confortável;
Trazer a bandeja com o material e coloca-los na mesa de cabe- Desprezar as luvas e lavar as mãos;
ceira ou carro de banho; Anotar no prontuário.
Explicar o procedimento ao paciente;
Colocar biombo; Obs: Não deixar um paciente esperando pela comadre, por se
Colocar o forro protegido com plástico sobre o travesseiro; tratar de um ato fisiológico e a espera pode levar a angustia física
Aplicar vaselina nas bordas do couro cabeludo, para evitar e emocional, podendo ocorrer diminuição do tônus dos esfíncteres.
que a solução queime o rosto; Por se tratar de um momento intimo, muitos pacientes tem que
Dividir os cabelos em partes, aplicando a solução com gaze, ficar sozinhos, pois sentem-se inibidos, não conseguindo evacuar
fazendo fricção no couro cabeludo e no final embeber os cabelos; perto de outras pessoas
Prender o cabelo e colocar a faixa de crepe ao redor da cabeça,
formando um gorro e fixando com esparadrapo no final; Massagem de Conforto
Conservar o travesseiro com forro;
Retirar as luvas; Definição: é a massagem corporal realizada durante o banho
Lavar as mãos; de leito, é aconselhável ainda, apos o uso de comadre e durante a
Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem; mudança de decúbito.
Levar a bandeja com o material para o local de origem;
Fazer anotações no prontuário do paciente. Finalidade:
Estimular a circulação local;
Obs.Deixar a solução no cabelo por 03 a 06 horas pela manha Prevenir escaras de decúbito;
e lava-la a tarde, passando vinagre apos e penteando; Proporcionar conforto e bem estar;
Repetir o procedimento durante 03 dias ou mais, se necessário Possibilitar relaxamento muscular.

Didatismo e Conhecimento 43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Material Nutrição = Necessidade Humana Básica
Álcool 70%, ou creme ou ainda talco. A satisfação das necessidades nutricionais pode ser confirma-
da através de:
Técnica -bom tônus muscular com reflexos normais;
Aproximar o paciente na lateral do leito, onde se encontra a -balanço energético;
pessoa que ira fazer a massagem; -ritmo e batimentos cardíacos normais;
Virar o paciente em decúbito ventral ou lateral; -pressão arterial normal;
Apos lavar as costas, despejar na palma da mão pequena -cliente lúcido e orientado no tempo, lugar e em relação a pró-
quantidade de álcool, creme ou talco; pria pessoa;
Aplicar nas costas do paciente massageando com movimentos -valores laboratoriais normais (albumina sérica, hemoglobi-
suaves e firmes, seguindo a seguinte orientação: na, hematócrito, proteína sérica total, colesterol, glicose, creati-
Deslizar as mãos suavemente, começando pela base da espi- nina,...);
nha e massageando em direção ao centro, em volta dos ombros e -fezes moldadas, amolecidas, eliminadas regularmente com
dos lados das costas por quatro vezes; mínimo esforço;
Realizar movimentos longos e suaves pelo centro e para cima -velocidade normal de crescimento para a idade.
da espinha, voltando para baixo com movimentos circulares por
quatro vezes; Graus de dependência do paciente:
Realizar movimentos longos e suaves pelo centro da espinha Pacientes independentes;
e para cima, retornando para baixo massageando com a palma da Pacientes parcialmente dependentes;
mão, executando círculos pequenos Pacientes dependentes.
Repetir os movimentos longos e suaves que deram inicio a
massagem por três a cinco minutos e continuar com o banho ou Alimentação por sonda: consiste em oferecer alimentos ao
paciente através de uma sonda nasogástrica (alimento é deposi-
mudança de decúbito
tado no estômago), sonda nasoenteral (alimento é depositado no
intestino) ou por gastrostomia (alimentos líquidos no estômago,
Medidas de conforto e segurança do paciente: por sonda através da parede abdominal).
O conforto e a segurança tem uma concepção ampla e abran-
gem aspectos físicos, psicossociais e espirituais, constituindo ne- Cuidados Com a Alimentação e Hidratação
cessidade básica do ser humano.
Na admissão, se suas condições físicas permitirem, deve-se Como sabemos, a alimentação é essencial para nossa saúde e
apresentar o paciente para os companheiros da enfermaria, equipe bem-estar. O estado nutricional interfere diretamente nos diversos
de saúde, dependências e orienta-lo quanto à equipe de saúde e a processos orgânicos como, por exemplo, no crescimento e desen-
rotina da unidade. Todas as condutas terapêuticas e assistenciais de volvimento, nos mecanismos de defesa imunológica e resposta às
enfermagem devem ser precedidas de orientação, esclarecimento infecções, na cicatrização de feridas e na evolução das doenças.
de duvidas e encorajamento. A subnutrição (consequente de alimentação insuficiente),
desequilibrada, ou resultante de distúrbios associados à sua assi-
Medidas Importantes para Proporcionar Conforto ao Pa- milação – vem cada vez mais atraindo a atenção de profissionais
ciente: de saúde que cuidam de pacientes ambulatoriais ou internados em
Ambiente limpo, arejado, em ordem, com temperatura ade- hospitais, certos de que apenas a terapêutica medicamentosa não é
quada e leito confortável; suficiente para se obter uma resposta orgânica satisfatória.
O profissional de enfermagem tem a função de acompanhar as
Boa postura, movimentação ativa ou passiva;
pessoas de quem cuida, tanto no nível domiciliar como no hospi-
Mudança de decúbito; talar, preparando o ambiente e auxiliando-as durante as refeições.
Respeito quanto a individualidade do paciente; É importante verificar se os pacientes estão aceitando a dieta
Inspiração de sentimento de confiança, segurança e otimismo; e identificar precocemente problemas como a bandeja de refeição
Recreação através de TV, grupos de conversação, trabalhos posta fora do alcance do mesmo e sua posterior retirada sem que
manuais, leituras. ele tenha tido a possibilidade de tocá-la fato que se observa com
certa frequência.
Prevenção de Escaras e Deformações: Os motivos desse tipo de ocorrência são creditados ao insu-
Pacientes que permanecem muito tempo acamados requerem ficiente número de pessoal de enfermagem e ou ao envolvimen-
uma atenção especial; os inconscientes geralmente apresentam to dos profissionais com atividades consideradas mais urgentes.
reflexos alterados, com diminuição ou abolição de movimentos Além de causas estruturais como a falta de recursos humanos e
voluntários. materiais, evidenciam-se valores culturais fortemente arraigados
A imobilização pode facilitar complicações traqueobrônqui- no comportamento do profissional, como a supervalorização da
cas; a circulação pode-se tornar deficiente em determinados pontos tecnologia e dos procedimentos mais especializados, o que, na
da área corpórea, onde sofrem maior pressão, provocando ulcera- prática, se traduz em dar atenção, por exemplo, ao preparo de uma
ções (escaras de decúbito); o relaxamento muscular e a posição bomba de infusão ou material para um curativo, ao invés de auxi-
incorreta dos vários segmentos do corpo pode provocar deformi- liar o paciente a alimentar-se. Coincidentemente, os horários das
refeições se aproximam do início e término do plantão, momentos
dades.
em que há grande preocupação da equipe em dar continuidade ao
A mudança de decúbito, exercícios passivos e massagem de
turno anterior ou encerrar o turno de plantão, aspecto que represen-
conforto, são medidas utilizadas para prevenir deformidades e es-
ta motivo adicional para o abandono do paciente.
caras de decúbito.

Didatismo e Conhecimento 44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
No entanto, os profissionais não devem eximir-se de tal res- toalha
ponsabilidade, que muitas vezes compromete os resultados do pró- recipiente com água
prio tratamento. estetoscópio
Os pacientes impossibilitados de alimentar-se sozinhos de- luvas de procedimento
vem ser assistidos pela enfermagem, a qual deve providenciar tiras de fita adesiva (esparadrapo, micropore, etc).
os cuidados necessários de acordo com o grau de dependência
existente. Por exemplo, visando manter o conforto do paciente e Para o paciente, a sonda nasogástrica pode representar uma
incentivá-lo a comer, oferecer-lhe o alimento na boca, na ordem de experiência negativa devido à dor causada por microtraumatismos
sua preferência, em porções pequenas e dadas uma de cada vez. Ao de mucosa e reflexo do vômito gerado durante sua introdução.
término da refeição, servir-lhe água e anotar a aceitação da dieta Para minimizar seu sofrimento, é imprescindível orientá-lo quanto
no prontuário. à necessidade da sonda e etapas do processo.
Durante o processo, proteger o tórax do paciente com toa- Como a sonda nasogástrica é um procedimento realizado so-
lha ou guardanapo, limpando-lhe a boca sempre que necessário, bre limites anatômicos externos, deve-se estar muito atento para
são formas de manter a limpeza. Ao final, realizar a higiene oral. estabelecer o mais precisamente possível esses limites descritos na
Visando evitar que o paciente se desidrate, a enfermagem deve técnica. O comprimento da sonda a ser introduzida deve ser medi-
observar o atendimento de sua necessidade de hidratação. Desde do colocando-se a sua extremidade na ponta do nariz do paciente,
que não haja impedimento para que receba líquidos por via oral, alongando-a até o lóbulo da orelha e, daí, até o apêndice xifoide
marcando esta delimitação com uma fina tira de adesivo - marca-
cabe ao Serviço de Nutrição e Dietética fornecer água potável em
ção que assegurará a introdução e o alcance da sonda no estômago.
recipiente apresentável e de fácil limpeza, com tampa, passível de
A sonda deve ser lubrificada com solução hidrossolúvel, antes
higienização e reposição diária, para evitar exposição desnecessá-
de sua introdução na narina - o que facilita a manobra e atenua o
ria e possível contaminação. traumatismo, pois diminui o atrito com a mucosa nasal- e introdu-
Nem sempre os pacientes atendem adequadamente à necessi- zida sempre aberta, o que permite identificar a saída do conteúdo
dade de hidratação, por falta de hábito de ingerir suficiente quanti- gástrico ou ar. A realização da sondagem nasogástrica com o pa-
dade de água fato que, em situações de doença, pode levá-lo facil- ciente sentado ou decúbito elevado previne a aspiração do con-
mente à desidratação e desequilíbrio hidroeletrolítico. Consideran- teúdo gástrico caso ocorra vômito. A posição de flexão da cabeça
do tal fato, é importante que a enfermagem o oriente e incentive a reduz a probabilidade da sonda penetrar na traqueia.
tomar água, ou lhe ofereça auxílio se apresentar dificuldades para Para passar a sonda do esfíncter cricofaríngeo para o esôfago,
fazê-lo sozinho. solicitar ao paciente para que degluta, o que facilita a progressão
A posição sentada é a mais conveniente, porém, se isto não no tubo digestivo. Caso o paciente apresente sinais de sufoca-
for possível, deve-se estar atento para evitar aspiração acidental mento, tosse, cianose ou agitação, deve-se suspender a manobra e
de líquido. reiniciá-la após sua melhora.
A localização da sonda no interior do estômago deve ser cer-
Nutrição Enteral tificada através dos testes de aspiração de suco gástrico, ausculta
do ruído em região epigástrica simultaneamente à introdução de 10
ml de ar pela sonda; ou mergulhando-se a extremidade da mesma
Desde que a função do trato gastrintestinal esteja preservada,
em um copo com água: se borbulhar, a sonda provavelmente se
a nutrição enteral (NE) é indicada nos casos em que o paciente encontra nas vias respiratórias, devendo ser imediatamente retira-
está impossibilitado de alimentar-se espontaneamente através de da a sonda.
refeições normais. A nutrição enteral consiste na administração de A fixação da sonda deve ser segura sem compressão, para evi-
nutrientes por meio de sondas nasogástrica (introduzida pelo nariz, tar irritação e lesão cutânea. O volume e aspecto do conteúdo dre-
com posicionamento no estômago) ou transpilórica (introduzida nado pela sonda aberta deve ser anotado, pois permite avaliar a re-
pelo nariz, com posicionamento no duodeno ou jejuno), ou através tirada ou manutenção da mesma e detecta anormalidades. Sempre
de gastrostomia (abertura cirúrgica do estômago, para introdução que possível, orientar o paciente a manter-se predominantemente
de uma sonda com a finalidade de alimentar, hidratar e drenar se- em decúbito elevado, para evitar a ocorrência de refluxo gastroeso-
creções estomacais) ou jejunostomia (abertura cirúrgica do jejuno, fágico durante o período que permanecer com a sonda.
proporcionando comunicação com o meio externo). A instalação Se a sonda nasogástrica foi indicada para esvaziamento gástri-
da sonda tem como objetivos retirar os fluidos e gases do trato co, deve ser mantida aberta e conectada a um sistema de drenagem.
gastrintestinal (descompressão), administrar medicamentos e ali- Se não houver drenagem e o paciente apresentar náuseas, vômitos
ou distensão abdominal, indica-se aspirar a sonda suavemente com
mentos (gastróclise) diretamente no trato gastrintestinal, obter
uma seringa, pois pode estar obstruída.
amostra de conteúdo gástrico para estudos laboratoriais e prevenir É comum que o paciente com sonda respire pela boca, o que
ou aliviar náuseas e vômitos. pode vir a provocar ressecamento e fissuras nos lábios. Visando
evitar tais ocorrências, a higiene oral e lubrificação dos lábios
Inserindo a Sonda Nasogástrica: deve ser realizada no mínimo três vezes ao dia, o que promove
o conforto e evita infecção, halitose e o ressecamento da mucosa
Material necessário: oral. A limpeza dos orifícios nasais do paciente, pelo menos uma
sonda de calibre adequado vez ao dia, retira as crostas que se acumulam ao redor da sonda;
lubrificante hidrossolúvel (xilocaína a 2% sem vasoconstritor) visando prevenir ulcerações, o profissional de enfermagem deve
gazes inspecionar o local e mantenha a sonda livre de pressão sobre a
seringa de 20 ml mucosa nasal.

Didatismo e Conhecimento 45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Quando de sua retirada a sonda nasogástrica deve estar sem- Instalando o cateter vesical
pre fechada, o que evita o escoamento do conteúdo gástrico - pelos Material necessário: pacote de cateterismo contendo 1 cuba-
orifícios da sonda - no trato digestivo alto, fato que provoca irri- -rim, 1 cuba redonda, 1 pinça cheron, gazes, 1 campo fenestrado
tação. e 1 ampola de água destilada ,seringa de 10ml ,povidine tópico
,lubrificante estéril ,sistema de drenagem fechado (para cateteris-
Administrando a Dieta Enteral mo vesical de demora) ,micropore, esparadrapo ou similar ,1 par
A dieta enteral pode ser administrada por método intermitente de luvas estéril ,sonda Folley ou uretrovesical simples ,1 pacote de
ou contínuo compressas ,biombo
Na administração intermitente o volume a ser administrado Como todo procedimento, deve – se preparar o ambiente, o
varia em torno de 350 ml/vez, de 4 a 6 vezes ao dia. paciente e o material de modo a propiciar conforto, segurança e
A introdução da alimentação pode ser feita com uma seringa, privacidade.
com fluxo lento, para evitar a ocorrência de náuseas, diarreia, aspi- A higiene íntima, realizada antes do cateterismo vesical, reduz
ração, distensão e cólicas. A melhor forma desse tipo de adminis- a colonização local, tornando o meio mais seguro para a introdução
tração é o gotejamento por gravidade, num período de 20 a 30 mi- do Cateter. A utilização de água morna e sabão promove a remoção
nutos, ou por bomba de infusão. A administração contínua pode ser mecânica eficiente de secreções e microrganismos. Por ser um pro-
feita por meio de gotejamento gravitacional. Neste caso, deve-se cedimento invasivo e a bexiga um local isento de microrganismos,
estabelecer rigoroso controle do gotejamento (aproximadamente
todo o material a ser utilizado no cateterismo deve ser esterilizado
a cada 30 minutos). A maneira mais segura é a administração por
e manuseado estritamente com técnica asséptica. Para evitar a con-
meio de bomba de infusão, com fluxo de gotejamento constante
- mais indicada quando do uso de sondas enterais transpilóricas, taminação do lubrificante, desinfetar o lacre antes de perfurar com
haja vista que o duodeno e o jejuno são mais sensíveis à concen- agulha estéril - o lubrificante visa facilitar a introdução do cateter
tração e ao volume do que o estômago. na uretra masculina ou feminina, reduzindo o atrito e traumatismo
O preparo inicial para a administração da nutrição enteral é de mucosa. Ressaltamos que faz-se necessário dispor um espaço
simples. livre junto ao períneo, para colocar o campo, com todo o material
Os cuidados de enfermagem consistem em: realizar a limpeza esterilizado, entre as pernas do paciente.
e a desinfecção do balcão - mantendo o local livre de qualquer ma- Basicamente, os aspectos técnicos do cateterismo vesical
terial desnecessário à preparação; conferir o rótulo da nutrição en- compreendem: posicionamento do paciente, abertura do pacote de
teral - no qual devem constar: nome do paciente, registro hospita- cateterismo e de todo o material necessário sobre o campo esterili-
lar, número do leito, composição qualitativa e quantitativa de todos zado (sonda vesical, sistema de drenagem fechado, seringa e água
os componentes, volume total, velocidade de administração, via de destilada, lubrificante e antisséptico na cuba redonda), e a coloca-
acesso, data e hora da manipulação, prazo de validade, número se- ção da sonda propriamente dita.
quencial de controle e condições de temperatura para conservação, No cateterismo de demora, os especialistas em infecção hos-
nome e número do registro profissional do responsável técnico pitalar recomendam a conexão do sistema de drenagem fechado
pelo processo, verificar a integridade da embalagem e o aspecto da à sonda no momento em que são colocados no campo estéril, ou
solução, observando se há alguma alteração visível (presença de seja, antes da inserção da sonda no paciente. Após a colocação das
elementos estranhos). Se houver, suspender a dieta desse horário luvas e da seringa no campo, faz-se o teste para avaliar a integri-
e comunicar o fato ao Serviço de Nutrição e Dietética; checar as dade do balonete, insuflando-se ar com a seringa e desinsuflando
condições de limpeza e funcionamento da bomba de infusão, antes em seguida; quebra-se a ampola estéril de água destilada e aspira-a
de usá-la; testar o posicionamento da sonda e sua permeabilidade, na seringa, deixando-a pronta para o momento de uso.Com a colo-
antes de instalar a nutrição enteral; conectar o equipo de infusão no cação de campo fenestrado sobre o períneo, procura-se ampliar a
recipiente de nutrição enteral; em seguida, na inserção da sonda ou área estéril, tornando mais segura e eficaz a realização docateteris-
gastrostomia cuja administração deve cumprir exatamente o prazo mo - momento em que se deve lubrificar o cateter.
estabelecido. Ressalte-se que todo esse processo exige higiene e A visualização do meato urinário é importante para o suces-
assepsia rigorosas, seja em nível hospitalar, ambulatorial ou do- so do cateterismo. Assim, a posição mais adequada do paciente é
miciliar, pois a composição da nutrição enteral constitui um meio aquela que permite sua melhor visualização - no caso, o decúbito
propício ao desenvolvimento de bactérias. dorsal tem sido usual nesse procedimento
Durante toda a administração da dieta e até aproximadamente No sexo feminino, é necessário manter os grandes e os peque-
uma hora após, o paciente deve ser posicionado - e mantido - com nos lábios afastados com o polegar e o primeiro ou segundo dedo;
o tórax mais elevado que o resto do corpo, o que evita a ocorrência no masculino, retrair o prepúcio com o pênis elevado perpendicu-
de refluxo gástrico e aspiração. Lembrar sempre que os pacientes larmente ao corpo; momentos em que deve ser realizada a antis-
muito debilitados e inconscientes apresentam maiores riscos de sepsia com povidine tópico: na mulher, em movimento unidire-
bronco aspiração. Após a alimentação intermitente, lave a sonda cional do púbis em direção ao ânus; no homem, do meato urinário
com 30 a 50 ml de água, para remover os resíduos aderidos à pare- para o corpo da glande até a sua base.
de interna, evitando sua obstrução. Para a introdução do cateter no canal uretral, devemos consi-
O controle do peso dos pacientes pode ser feito diariamente, derar a anatomia geniturinária masculina e feminina. No homem,
a cada 48-72 horas ou uma vez por semana, variando conforme o pênis deve ser seguro numa posição quase vertical, procuran-
a necessidade frente ao distúrbio que apresentam e a utilização do diminuir os ângulos e a resistência esfincteriana; na mulher
desse dado para modificações da terapêutica utilizada (alteração introduz-se o cateter após o afastamento dos pequenos lábios,
de doses medicamentosas, tipo ou frequência da dieta, entre outras solicitando-lhe que respire profundamente para relaxar e diminuir
situações). A observação de sinais, sintomas de intercorrências e a resistência esfincteriana. Instalado o cateter, insufla-se o balão
complicações e o adequado registro dos dados são outros cuidados com a água destilada e, bem devagar, o traciona-se até que atinja
o colo vesical.
indispensáveis a serem observados pela enfermagem.

Didatismo e Conhecimento 46
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A fixação adequada é aquela que evita a tração da sonda. Na - 06h para as demais coletas.
mulher, a sonda é fixada na face interna da coxa; no homem, na Coleta para a glicemia pós-prandial
região hipogástrica - cuidado que reduz a curva uretral e a pres- Este exame exige duas coletas de sangue: a primeira deve ser
são no ângulo peniano-escrotal, prevenindo a formação de fístulas. feita com o paciente em jejum de 08 horas. Após esta coleta, o
No sexo masculino, após a sondagem vesical o prepúcio deve ser paciente deverá fazer uma refeição normal do seu dia a dia ou en-
recolocado sobre a glande, pois sua posição retraída pode vir a tão, dependendo do horário, um lanche contendo pão francês com
causar edema. Com relação ao coletor, deve ser mantido abaixo do manteiga e queijo, leite adoçado a gosto e suco de laranja. Duas
nível da bexiga, para evitar o refluxo da urina e, consequentemen- horas após esta refeição, deve proceder-se à segunda coleta de san-
te, infecção urinária ascendente. Nos casos de transporte do pa- gue. No intervalo entre as duas coletas, o paciente deve aguardar
ciente, pinçar o tubo coletor (atualmente, há coletores com válvula sentado.
antirreflexo). Outros cuidados são fixá-lo ao leito - sem que toque PSA Total e Livre
no chão e, para possibilitar o fluxo contínuo da urina, evitar dobra. A coleta de sangue deve ser feita com o paciente em jejum de
Não há indicação de troca rotineira de cateter urinário; po- 4 horas. A coleta só deve ser feita observando as seguintes instru-
rém situações especiais como presença de grande quantidade de ções:
sedimentos, obstrução do cateter ou tubo coletor e outros sinais de
- Após ejaculação, aguardar 48 horas;
infecção urinária podem indicar a necessidade de troca do cateter
- Após exercícios pesados, aguardar 24 horas;
vesical. Nestes casos, o cateter e o sistema de drenagem devem ser
trocados simultaneamente. - Após ter andado de bicicleta (inclusive ergométrica), moto-
No cateterismo de alívio o procedimento é similar, só que o cicleta ou cavalo, aguardar 48 horas;
cateter é retirado após a drenagem da urina. Ao término do proce- - Após toque retal, aguardar 72 horas;
dimento, registrar se houve saída de urina, sua coloração e volume, - Após biópsia de próstata, aguardar 04 semanas;
como também possíveis intercorrências tais como sangramento, - Após massagem na próstata, aguardar 04 semanas;
ausência de urina, dificuldade na passagem da uretra, várias tenta- - Após realizar ultrassom transretal, aguardar 07 dias.
tivas de passagem e outras. Coleta de fezes (Exame parasitológico de fezes - EPF)
Quando o paciente está com sonda vesical e há necessidade Realizar a coleta preferencialmente pela manhã no dia da en-
de coletar urina para exame, deve-se desinfetar o intermediário de trega ao laboratório. Se for preciso coletá-las no dia anterior, man-
látex da extensão do sistema com álcool a70% e puncionar o mes- tê-las armazenadas na geladeira. Colocar as fezes em recipiente
mo, usando seringa e agulha fina estéreis. A desconexão da junção adequado, sem enchê-lo, pois a quantidade de amostra necessária
sonda-sistema coletor é contraindicada, pois favorece a contami- para a análise é pequena.
nação e, consequentemente, a infecção. Coleta de fezes para pesquisa de sangue oculto
Quando o paciente apresenta baixo débito urinário (choque, Realizar a coleta preferencialmente pela manhã no dia da en-
desidratação), a saída da urina não serve como parâmetro para ava- trega ao laboratório. Se for preciso coletá-las no dia anterior, man-
liar a eficácia do cateter de demora. tê-las armazenadas na geladeira. Colocar as fezes em recipiente
adequado, sem enchê-lo, pois a quantidade de amostra necessária
Coleta de materiais para exames para a análise é pequena. O material deve ser colocado em reci-
piente limpo e seco. Não coletar durante o período menstrual ou
Orientação para a coleta de exames: quando houver sangramento local. Medicamentos proibidos:
Caso esteja fazendo uso de medicamentos, não esqueça de re- -Medicamentos irritantes do trato gastrointestinal (analgési-
latar no guichê de atendimento, no momento de cadastro da fatura. cos, antiinflamatórios e vitamina C).
A utilização ou suspensão de medicamentos deve seguir
OBS: A técnica laboratorial utilizada atualmente não obriga
orientação do médico que trata o paciente.
dieta alimentar para realização do exame, como era recomendado
O paciente não deve deixar de beber água, ainda que tenha que
no passado.
fazer exames que necessitem de jejum.
Para coletas de crianças e gestantes, a orientação quanto ao Coleta de fezes com conservante (Exame parasitológico de
jejum deve ser dada pelo médico. fezes - MIF)
O teste alérgico de contato deve ser realizado preferencial- Coletar em recipiente específico, contendo líquido conser-
mente, de segunda à quarta-feira, visto que a leitura do exame leva vante, 03 (três) amostras de fezes em três dias consecutivos ou
48 horas. alternados, cada uma delas do tamanho de uma colher do coletor
Exames de sangue em geral cheia, misturando as amostras ao líquido conservante. ATENÇAO:
A coleta de sangue deve ser realizada preferencialmente com O líquido conservante contido no recipiente de coleta é tóxico (não
o paciente em jejum, de acordo com o exame a ser realizado: ingerir).
- 4h para coleta de sangue que tenha cortisol, lembrando que a Coleta para dosagem de gordura fecal
mesma deverá ser feita até às 8h da manhã, além de ser imprescin- O paciente não pode estar fazendo uso de supositórios ou la-
dível informar os medicamentos em uso, principalmente glicocor- xantes e deve evitar contaminação das fezes com urina. Acrescen-
ticóides (inclusive pomadas e cremes), dia e hora da última dose; tar à dieta habitual do paciente:
- 4h para dosagem de prolactina, recomendando-se um repou- 03 (três) colheres de sopa de azeite;
so de 30 minutos antes da coleta, para quem fez exercícios físicos; 03 (três) fatias de presunto gordo;
- 8h para dosagem de glicose; 03 (três) colheres de sopa de creme de leite;
- 12h para dosagens que incluam colesterol, triglicerídios e 01 (uma) colher de sopa de manteiga (não pode ser margari-
lipidograma; na);

Didatismo e Conhecimento 47
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01 (uma) fatia de queijo. recipiente adequado. Fazer a entrega do material no laboratório até
Esta dieta deverá ser iniciada 48 horas (dois dias) antes do iní- 1h após a coleta. Caso não seja possível, acondicionar o recipiente
cio da coleta do material, e mantida durante o transcurso da coleta, em um saco com gelo. Para cultura de urina, deve ser adquirido na
que deverá ser feita por 72 horas (três dias), colocando todo o vo- farmácia o frasco coletor estéril.
lume de todas as evacuações em um único recipiente plástico pró-
prio, que poderá ser guardado na geladeira. Se o início da coleta se Cultura e contagem de colônias (Urocultura)
der às 10h do dia 17, por exemplo, seu término se efetuará às 10h A amostra de urina para exame deverá ser coletada necessaria-
do dia 20. Para sua própria orientação, não esqueça de assinalar mente na manhã do dia destinado a entrega do material (primeira
no recipiente a data e a hora de cada coleta realizada, observando urina do dia). Fazer a higiene da região genital com bastante água
que é de extrema importância o exato registro dos horários para a e sabão (não utilizar qualquer antisséptico). Coletar, no recipiente
realização do exame. estéril, somente o jato médio da urina, desprezando a primeira por-
Coleta de Escarro (Pesquisa de BAAR Cultura para BK Pes- ção da micção. Fazer a entrega da urina no Setor de Recepção de
quisa direta de fungos Bacterioscopia - GRAM) Amostras até 01 (uma) hora após a coleta. Se isto não for possível,
A coleta deve ser feita preferencialmente pela manhã ao acor- acondicionar o recipiente contendo a urina, em saco com gelo.
dar, antes da ingestão de alimentos sólidos ou líquidos. Fazer hi-
giene oral com bochechos e gargarejos somente com água. Inspi- Verificação de Sinais Vitais
rar profundamente algumas vezes e tossir procurando expectorar a Definição: sinais vitais são reflexos ou indícios de mudanças
quantidade máxima de secreção dos pulmões. Recolher o catarro no estado do paciente. Eles indicam o estado físico do paciente e
diretamente no recipiente estéril adequado, tampando-o imediata- ajudam no seu diagnostico e tratamento. 
mente. é importante lembrar da necessidade de coletar escarro e
não saliva, para não invalidar o resultado do exame. Normas:
Pesquisa e coleta para fungos - Os sinais vitais deverão ser verificados a cada 06 horas.
Suspender o uso de medicamentos antimicóticos, de esmalte Quando o caso exigir dever ser visto quantas vezes for necessário; 
(caso a coleta seja nas unhas), cremes e loções no local com, no - Ao se verificar qualquer um dos sinais vitais, dever ser expli-
mínimo, 15 (quinze) dias de antecedência. cado ao paciente o que ser realizado; 
Coleta de Esperma para espermocultura - Quando houver alteração de alguns dos sinais vitais dever
A coleta deve ser realizada com o uso de recipiente estéril, ser comunicado ao enfermeiro da unidade e ao medico responsável
fornecido pelo Instituto, o qual só deverá ser aberto no momento pelo paciente, se for necessário. 
da ejaculação, devendo-se não tocar a parte interna do recipiente.
Deve-se tomar os cuidados necessários a fim de evitar a perda do Material 
material no momento da coleta. -Bandeja contendo:
Coleta de Esperma para espermograma -Termômetro, 
Manter abstinência sexual (não fazer sexo ou masturbação) -Bolas de algodão seco, 
por 05 (cinco) dias. A coleta deve ser realizada com o uso de reci- -Bolas de algodão embebidas no álcool a 70%, 
piente estéril, fornecido pelo Instituto, o qual só deverá ser aberto -Estetoscópio, 
no momento da ejaculação, devendo-se não tocar a parte interna do -Aparelho P.A.
recipiente. Deve-se tomar os cuidados necessários a fim de evitar a -Esfigmomanômetro;
perda do material no momento da coleta. -caneta 
Coleta de urina de 24 horas -Relógio, 
Pela manhã, esvaziar a bexiga desprezando toda a urina e -Gazes.
marcando a hora exata em que terminou de urinar. A partir da Temperatura (T): É o grau de calor que atinge um determi-
hora marcada, coletar todas as urinas eliminadas pelas próximas nado corpo. É o equilíbrio entre a produção e a eliminação deste
24 horas em recipientes plásticos, do tipo garrafa de água mineral calor.
Axilar: de 36ºC a 36,8ºC
sem gás, tantos quanto forem necessários, mantendo as amostras
Bucal: de 36,2ºC a 37ºC
coletadas refrigeradas em geladeira. Por exemplo, se a coleta teve
Retal: de 36,4ºC a 37,2ºC
início às 08:00 horas, deve-se coletar a urina até às 08:00 horas da
Nomenclatura:
manhã seguinte, inclusive.. Eutermia ou normotermia: valor dentro da normalidade =
Coleta de urina jato médio (Pesquisa e cultura para BK) 36°C a 37°C
Fazer a higiene da região genital com bastante água e sabão Febril ou febrícula: valor de 37,5°C a 38°C
(não usar antisséptico). Colocar em recipiente (garrafa de água mi- Febre: valor de 38,1°C a 39°C
neral sem gás) toda a primeira micção matinal. Fazer a entrega da Pirexia: de 39,1°C a 40°C
urina no Setor de Recepção de Material até 01 (uma) hora após a Hiperexia ou hipertermia: acima de 40°C
coleta. Se isto não for possível, acondicionar o recipiente contendo Hipotermia: abaixo de 36°C
a urina em saco com gelo.
Coleta para exame de urina (EAS) / Cultura de Urina Cuidados de enfermagem para hipertermia:
A amostra deverá ser coletada pelo paciente na manhã do dia Estimular ingesta hídrica;
destinado a entrega do mesmo (primeira urina do dia). Fazer a Estimular banho de água morna quase fria;
higiene da região genital apenas com água e sabão. Desprezar o Colocar compressas frias, não geladas, nas pregas inguinais e
primeiro jato urinário e colher o restante o suficiente para encher o axilares e testa;

Didatismo e Conhecimento 48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Diminuir a quantidade de roupas; Taquisfígmico - São os batimentos do pulso acima do normal
Proporcionar repouso; (acelerado)
Orientar que mantenha alimentação. Dicrótico - dá a impressão de dois batimentos
Bradicardia - São os batimentos cardíacos abaixo do normal,
Cuidados de enfermagem para hipotermia: em número
Oferecer alimentos quentes (chocolates, sopas, bebidas isotô- Taquicardia - São os batimentos cardíacos acima do normal,
nicas); Proporcionar repouso; em número
Aumentar a quantidade de roupas;
Oferecer alimentos ricos em vitaminas; Observações importantes:
Se der, aquecer o ambiente. Evitar verificar o pulso em membros superiores afetados por
Temperatura Axilar: Apesar de não ser a mais precisa, é a sequelas de lesões neurológicas ou vasculares;
maneira mais utilizada para se verificar a temperatura. A tempe- Não verificar o pulso em membro com fístula arteriovenosa
ratura axilar é contra indicada nas queimaduras de tórax porque a (parahemodiálise);
circulação fica alteradas), nas fraturas dos membros superiores, na Nunca usar o dedo polegar na verificação, pois pode confundir
furunculose axilar e em pacientes muito caquéticos. a sua pulsação com a do paciente;
Temperatura Bucal: É contraindicada a verificação de tem-
Em caso de dúvida, repetir a contagem;
peratura bucal nos casos de comprometimento da boca e face, e
Proceder à verificação com as mãos secas e quentes.
em todos os clientes impossibilitados de manter o termômetro sob
a língua, como crianças, clientes inconscientes e doentes mentais. Respiração (R ou FR): é o processo no qual ocorre a troca de
O termômetro deverá ser de uso individual. oxigênio e gás carbônico entre o corpo e o meio ambiente.
Temperatura retal: O reto é o local de maior precisão para Avaliação da respiração:
verificar a temperatura. É contraindicada a verificação de tempe- Quanto à frequência (número de movimentos respiratório por
ratura retal nos casos de comprometimento do ânus, do reto e do minuto – mrpm).
períneo. O termômetro deverá ser de uso individual. Valores de normalidade:
Pulso (P ou FC): É o nome que se dá à dilatação, pequena e No homem (15 a 20 mrpm)
sensível, das artérias, produzida pela corrente circulatória. Toda Na mulher (18 a 20 mrpm)
vez que o sangue é lançado do ventrículo esquerdo para a aor-
ta, a pressão e o volume provocam oscilações ritmadas em toda Quanto ao ritmo:
a extensão da parede arterial, evidenciadas quando se comprime, Regular: quando o intervalo entre os movimentos respirató-
moderadamente, a artéria contra uma estrutura dura. rios é igual.
Valores de normalidade: Irregular: quando são diferentes.
Homens: 60 a 70bpm Quanto à profundidade (intensidade da respiração): Su-
Mulheres: 65 a 80bpm perficial e Profunda

Fatores que alteram a frequência do pulso: Nomenclatura:


Fatores Fisiológicos: emoções , digestão , banho frio ( porque Eupneia: respiração com frequência normal
faz vaso constrição),exercícios físicos (aceleram), algumas drogas Bradipneia: quando a frequência respiratória está abaixo de
como os digitálicos (diminuem). 12 mrpm
Fatores Patológicos: Taquipneia: quando frequência respiratória acima de 24 mrpm
Febre - doenças agudas (aceleram) Apneia: ausência ou parada de respiração por 20 segundos
Choque (diminuem) Dispneia: respiração difícil, caracterizada pelo aumento do
esforço inspiratório e expiratório.
Classificação do pulso pode ser quanto à: Ortopneia: quando paciente tem dificuldade para respirar na
Regularidade: posição deitada e só consegue respirar bem se estiver sentado
Rítmico - bate ou pulsa com regularidade, ou seja , o tempo Cheyne Stokes: quando o ritmo respiratório desigual, ou seja,
de intervalo entre os batimentos é o mesmo. todo alterado
Arrítmico - bate sem regularidade (irregular),o intervalo en- Estertorosa: respiração com barulho
tre os batimentos é diferente. Kussmaul: respiração profunda e ofegante característica de
Amplitude: volume de sangue dentro da artéria. coma e acidose diabética grave.
Fraco ou filiforme: redução da força ou do volume sanguíneo
(facilmente desaparece com a compressão). Existem fatores que alteram a respiração:
Forte ou cheio: aumento da força ou do volume sanguíneo Sono e banho quente: diminuem a respiração
(dificilmente desaparece com a compressão). Emoções, exercícios e banho frio: aumentam a respiração.
Tensão: força da parede da artéria. Pressão Arterial – P.A: é a tensão que o sangue exerce nas
Macio - fraco paredes das artérias. A medida da pressão arterial compreende
Duro – forte a verificação da pressão máxima (sistólica) e a pressão mínima
(diastólica), sendo registrado em forma de fração.
Tipos de Pulso: A P.A. depende do: 
Bradisfigmico - São os batimentos do pulso abaixo do normal Debito cardíaco: representa a quantidade de sangue ejetado
(lento) do ventrículo esquerdo para o leito vascular em um minuto; 

Didatismo e Conhecimento 49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Resistência vascular periférica: determinada pelo lumem Remover o manguito e deixar o paciente confortável;
(calibre), pela elasticidade dos vasos e viscosidade sanguínea;  Promover a desinfecção das olivas e do diafragma do estetos-
Viscosidade do sangue: decorre das proteínas e elementos cópio com álcool a 70%;
figurados do sangue.  Anotar na ficha de controle;
A P.A. é alterada em algumas situações fisiológicas, como: Lavar as mãos
a) Alimentação, medo, ansiedade, exercícios, estimulantes au-
mentam a P.A.  Técnica de Verificação de P.A. nos Membros Inferiores
b) Repouso, jejum, depressão, diminuem a P.A.  Lavar as mãos;
Preparar o material;
Terminologias referentes à pressão arterial: Promover a limpeza das olivas e diafragma do estetoscópio
Hipertensão: P.A. elevada; com álcool a 70%;
P.A. convergente: P.A. mínima próxima da P.A. máxima;  Explicar ao paciente o que ser feito;
Hipotensão: P.A. baixa; Colocar o paciente em posição confortável com os MMII es-
P.A. Divergente: P.A. mínima distante da P.A. máxima.  tendidos;
Local de Verificação: Expor o membro inferior do paciente;
Membros superiores (braços), 
Colocar o manguito (esfigmomanômetro) 5 cm acima da pre-
Membros inferiores (região poplítea)
ga do joelho, prendendo-o de modo a não comprimir nem soltar-se;
Valores da PA:
Localizar com os dedos a artéria poplítea na dobra do joelho;
Sistólica - 90 - 140 mmHg 
Colocar o estetoscópio no ouvido e segurar o diafragma do
Diastólica - 60 - 90 mmHg. 
Normas para verificação da Pressão Arterial: estetoscópio sobre a artéria, evitando uma pressão muito forte;
Na presença de lesões ou doenças contagiosas, proteger esfig- Fechar a válvula da pera de borracha e insuflar ate o desapare-
momanômetro envolvendo o membro do paciente com sanito. En- cimento de todos os sons (cerca de 200 mmHg);
caminhar o esfigmomanômetro para lavanderia na alta do paciente  Abrir a válvula vagarosamente;
Caso haja alterações no som é importante anotar para analise Observar o manômetro. O ponto em que ouvir o primeiro ba-
de dados clínicos;  timento e a P.A. sistólica m máxima;
Verificar todos os sinais vitais de um paciente, lavar as mãos, Soltar o ar do manguito gradativamente ate ouvir claramente
e passar para outro;  o ultimo batimento lendo o manômetro (P.A. diastólica mínima);
Em casos de verificar a P.A. com o paciente sentado, o mem- Retirar todo o ar do manguito. Repetir a operação se for ne-
bro superior deve ser posicionado de forma que o braço permaneça cessário;
no mesmo nível que o coração, isto e, ao longo do corpo;  Remover o manguito e deixar o paciente confortável;
Não verificar a P.A. nos membros com fistulas arteriovenosas,  Promover a limpeza das olivas e do diafragma do estetoscópio
Lembrar que a P.A. pode ser verificada nos membros inferio- com álcool a 70%;
res, se necessário. Anotar na ficha de controle;
Lavar as mãos.
Técnica para verificação da Pressão Arterial
Lavar as mãos; Realizando a Oxigenoterapia.
Preparar o material;
Muitas doenças podem prejudicar a oxigenação do sangue,
Promover a desinfecção das olivas e diafragma do estetoscó-
havendo a necessidade de adicionar oxigênio ao ar inspirado. Há
pio com álcool a 70%;
várias maneiras de ofertar oxigênio ao paciente, como, por exem-
Explicar ao paciente o que ser feito;
Colocar o paciente em condição confortável, com antebraço plo, através de cateter ou cânula nasal, nebulização contínua ou
apoiado e a palma da Mao para cima; respiradores. O oxigênio é um gás inflamável que exige cauteloso
Expor o membro superior do paciente; manuseio relacionado ao seu transporte, armazenamento em am-
Colocar o manguito (esfigmomanômetro) 5 cm acima da pre- biente livre de fontes que favoreçam combustão (cigarros, subs-
ga do cotovelo, na face interna do braço prendendo-o de modo a tâncias) e cuidados no uso da válvula do manômetro. Na maioria
não comprimir nem soltar; das instituições de saúde, o oxigênio é canalizado; mas também
Localizar com os dedos a artéria braquial na dobra do coto- existe o oxigênio armazenado em cilindros de aço portáteis, que
velo; permitem seu transporte de um setor para outro, em ambulâncias,
Colocar o estetoscópio no ouvido e segurar o diafragma do para residências, etc.
estetoscópio sobre a artéria, evitando uma pressão muito forte; A administração de oxigênio deve ser feita com cautela, pois
Fechar a válvula da pera de borracha e insuflar ate o desapare- em altas doses pode vir a inibir o estímulo da respiração. O dispo-
cimento de todos os sons (cerca de 200 mmHg); sitivo mais simples e bem tolerado pelo paciente para a administra-
Abrir a válvula vagarosamente; ção de oxigênio é a cânula nasal, feita de material plástico comum
Observar o manômetro, o ponto em que ouvir o primeiro bati- a alça para fixação na cabeça e uma bifurcação própria para ser
mento e a P.A. sistólica máxima; adaptada nas narinas, através da qual o oxigênio - ao sair da fonte
Soltar o ar do manguito gradativamente ate ouvir claramente
e passar por um umidificador com água estéril - é liberado. Outro
o ultimo batimento lendo o manômetro (P.A. diastólica mínima);
dispositivo para administrar oxigênio é o cateter nasal, que, no en-
Retirar todo o ar do manguito. Repetir a operação se for ne-
tanto, provoca mais incômodo ao paciente que a cânula nasal.
cessário;

Didatismo e Conhecimento 50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Da mesma forma que a cânula, o oxigênio também é umidi- A medicação Inalatória  utilizada na  Nebulização ou Aeros-
ficado antes de chegar ao paciente. Para instalá-lo, faz-se neces- solterapia é aplicada através da boca, e/ou cavidade nasal, ou por
sário medir o comprimento a ser introduzido - calculado a partir traqueostomia. Apresentam-se invariavelmente como spray nasal
da distância entre a ponta do nariz e o lóbulo da orelha e, antes de ou líquidos para aparelho nebulizador, que os espirra em gotículas
sua inserção, lubrificar a ponta do cateter, visando evitar trauma- ou os transforma em gotículas. Sorvidos pela boca ou aspirados
tismo. O profissional deve verificar a posição correta do cateter, pelo nariz, essas medicações envolvem-se nas mucosas e promo-
inspecionando a orofaringe e observando se o mesmo encontra-se vem o alívio de sintomas comuns a gripes, pneumonias, alergias
localizado atrás da úvula. Caso o paciente apresente reflexos de do trato respiratórios, melhoram a tosse e umidificam e liquefazem
deglutição, tracionar o cateter até a cessação dos reflexos. A insta- os mucos (catarro), facilitando sua expectoração.
lação da nebulização é semelhante à da inalação. Por outro lado a facilidade da absorção pode causar irritação
Ao fluxômetro, de oxigênio ou ar comprimido, conecta-se o das mucosas e serosas, ou do pulmão, causando mal estar ou des-
nebulizador e a este o tubo corrugado (conector); a máscara facial conforto para respirar. Esses efeitos relatados, devem ser imedia-
é acoplada à outra extremidade do tubo e deve estar bem ajustada tamente informados à equipe de saúde responsável.
ao rosto do paciente. O oxigênio é considerado um medicamento, e para sua admi-
A nebulização - utilizada principalmente para fluidificar a se- nistração utiliza-se a oxigenoterapia. Uma forma de facilitar a ina-
creção das vias respiratórias tem efeito satisfatório quando há for- lação de altas doses de oxigênio, tratando o déficit de oxigênio (hi-
mação de névoa. Durante o procedimento, o paciente deve inspirar póxia), e evitando sobrecarga do sistema pulmonar e/ou cardíaco.
pelo nariz e expirar pela boca. As soluções utilizadas no inalador
devem seguir exatamente a prescrição médica, o que evita com- Curativos
plicações cardiorrespiratórias. Recomenda-se a não utilização de
solução fisiológica, pois esta proporciona acúmulo de cristais de Os fatores que influenciam a cicatrização de lesões são:
sódio na mucosa respiratória, provocando irritação e aumento de Idade: a circulação sanguínea e a concentração de oxigênio no
secreção. A inalação que deve ser realizada com o paciente senta- local da lesão são prejudicadas pelo envelhecimento, e o risco de
do - é uma outra maneira de fluidificar secreções do trato respira- infecção é maior.
tório ou administrar medicamentos broncodilatadores. O inalador Nutrição: a reparação dos tecidos e a resistência às infecções
possui dupla saída: uma, que se conecta à máscara facial; outra, dependem de uma dieta equilibrada e a episódios como cirurgias,
ligada a uma fonte de oxigênio - ou ar comprimido – através de traumas graves, infecções e deficiências nutricionais pré-operató-
uma extensão tubular. Ao passar pelo inalador, o oxigênio - ou ar rias aumentam as exigências nutricionais;
comprimido - vaporiza a solução que, através da máscara facial, é Obesidade: O suprimento sanguíneo menos abundante dos te-
repassada ao paciente. cidos adiposos impede o envio de nutrientes e elementos celulares
necessários à cicatrização normal;
Nebulização ou Aerossolterapia Extensão da lesão: lesões mais profundas, envolvendo maior
A Aerossolterapia é a aplicação da medicação diretamente nas perda de tecido, cicatrizam mais vagarosamente e por segunda in-
vias respiratórias, por inalação. Devido à concentração e a coloca- tenção, sendo susceptíveis a infecções; imunossupressão.
ção do fármaco diretamente no pulmão (ou em suas vias de acesso) Redução da defesa imunológica contribui para uma cicatriza-
a medicação age de forma tópica, reduzindo as doses e os efeitos ção deficiente;
adversos da super dosagem. Outra vantagem é que o tempo para Diabetes: o paciente portador de diabetes tem alteração vas-
ação esperada é reduzido, e em alguns casos o alívio é imediato. cular que prejudica a perfusão dos tecidos e sua oxigenação; além
Atualmente existem vários grupos de medicamentos apresen- disso, a glicemia aumentada altera o processo de cicatrização, ele-
tados para inalação: broncodilatadores, anti-inflamatórios, antibió- vando o risco de infecção.
ticos e mucolíticos. Curativo: É o tratamento utilizado para promover a cica-
Principais apresentações: spray nasal, líquidos para apare- trização de ferida, proporcionando um meio adequado para este
lho  nebulizador. Cuidados na aplicação: verificar, antes da apli- processo. Sua escolha dependerá do tipo e condições clínicas da
cação, os cuidados específicos de cada fármaco, bem como os ferida. Os critérios para o curativo ideal foram definidos por Tur-
procedimentos em caso de efeito adverso. Verificar ferimentos, ner, citado por Dealey:
rubores e vermelhidões, turgescência, etc. Nos casos em que o me- - Manter alta umidade entre a ferida e o curativo, o que pro-
dicamento não está sendo usado no tratamento de nenhuma dessas move epitelização mais rápida, diminuição significativa da dor e
manifestações, deve-se interromper o uso da medicação e avisar aumento do processo de destruição natural dos tecidos necrosados.
o médico responsável pelo tratamento. Observar a névoa formada -Remover o excesso de exsudação, objetivando evitar a mace-
pelo ar e medicação. Orientar que o paciente respire de forma ração de tecidos circunvizinhos;
profunda e vagarosamente. Utilizar a máscara nasal de acordo -Permitir troca gasosa ressalte-se que a função do oxigênio em
com o tamanho do paciente (pediátrico ou adulto). Suspender a relação às feridas ainda não está muito esclarecida;
aplicação a qualquer sintoma adverso, irritação ou tosse contínua. -Fornecer isolamento térmico, pois a manutenção da tempe-
Retomar assim que o paciente esteja confortável. Caso ocorra ratura constante a 37ºC estimula a atividade da divisão celular du-
novo desconforto ou irritação, informar ao médico responsável, rante o processo de cicatrização;
suspendendo o tratamento. Respeitar a dose prescrita. Manter o -Ser impermeável às bactérias, funcionando como uma barrei-
horário de aplicação. ra mecânica entre a ferida e o meio ambiente.

Didatismo e Conhecimento 51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
-Estar isento de partículas e substâncias tóxicas contaminado- Hidrogel
ras de feridas, o que pode renovar ou prolongar a reação inflama- Proporciona um ambiente úmido oclusivo favorável para o
tória, afetando a velocidade de cicatrização; processo de cicatrização, evitando o ressecamento do leito da fe-
-Permitir a retirada sem provocar traumas, os quais com fre- rida e aliviando a dor. Indicada para uso em feridas limpas e não
quência ocorrem quando o curativo adere à superfície da ferida; infectadas, tem poder de desbridamento nas áreas de necrose.
nessas condições, a remoção provoca uma ruptura considerável de
tecido recém-formado, prejudicando o processo de cicatrização. Filmes
O curativo aderido à ferida deve ser retirado após umedeci- Tipo de cobertura de poliuretano. Promove ambiente de cica-
mento com solução fisiológica (composta por água e cloreto de trização úmido, mas não apresenta capacidade de absorção. Não
sódio), sem esfregá-la ou atritá-la. deve ser utilizado em feridas infectadas.
Desbridamento - retirada de tecido necrosado, sem vitalidade,
utilizando cobertura com ação desbridante ou retirada mecânica Papaína
com pinça, tesoura ou bisturi. A papaína é uma enzima proteolítica proveniente do látex das
Exsudação - é o extravasamento de líquido da ferida, devido folhas e frutos do mamão verde adulto. Agem promovendo a lim-
ao aumento da permeabilidade capilar. peza das secreções, tecidos necróticos, pus e microrganismos às
Maceração - refere-se ao amolecimento da pele que geralmen- vezes presentes nos ferimentos, facilitando o processo de cicatri-
te ocorre em torno das bordas da ferida, no mais das vezes devido zação. Indicada para feridas abertas, com tecido desvitalizado e
à umidade excessiva. necrosado.
A troca de curativos pode baixar a temperatura da superfície
em vários graus. Por isso, as feridas não devem ser limpas com Ácidos Graxos Essenciais (AGE)
soluções frias e nem permanecerem expostas por longos períodos Produto à base de óleo vegetal possui grande capacidade de
de tempo. Um curativo encharcado ou vazando favorece o movi- promover a regeneração dos tecidos, acelerando o processo de ci-
mento das bactérias em ambas as direções, ferida e meio ambiente, catrização. Indicada para prevenção de úlcera de pressão e para to-
devendo, portanto, ser trocado imediatamente. Não se deve usar dos os tipos de feridas, apresentando melhores resultados quando
algodão ou qualquer gaze desfiada. há desbridamento prévio das lesões.
Tipos de Curativos
Atualmente, existem muitos curativos com formas e proprie- Antissépticos
dades diferentes. Para se escolher um curativo faz-se necessário, São formulações cuja função é matar os microrganismos
primeiramente, avaliar a ferida, aplicando o que melhor convier ou inibir seu crescimento quando aplicadas em tecidos vivos. Os
ao estágio em que se encontra, a fim de facilitar a cura. Deve- antissépticos recomendados são álcool a 70%, clorexidina tópica e
-se limpar as feridas antes da colocação de cobertura com solução PVP-I tópico. Atualmente, não são recomendados o hexaclorofeno,
fisiológica a 0,9%, morna, aplicada sob pressão. Algumas cober- os mercuriais orgânicos, o quaternário de amônia, o líquido de
turas podem permanecer por vários dias e as trocas dependerão da Dakin, a água oxigenada e o éter.
indicação do fabricante e evolução da ferida.
Realizando Curativo Através de Irrigação com Solução
Alginatos Fisiológica
São derivados de algas marinhas e, ao interagirem com a feri- Hoje, os especialistas adotam e indicam a limpeza de feridas
da, sofrem alteração estrutural: as fibras de alginato transformam- através de irrigação com solução fisiológica morna e sob pressão,
-se em um gel suave e hidrófilo à medida que o curativo vai absor- utilizando-se seringa de 20 ml conectada à agulha de 40 x 12, o
vendo a exsudação. Esse tipo de cobertura é indicado para feridas que fornece uma pressão capaz de remover partículas, bactérias e
com alta ou moderada exsudação e necessita de cobertura secun- exsudatos.
dária com gaze e fita adesiva. Para completa eficácia, a agulha deve estar o mais próximo
possível da ferida. Após a limpeza por esse método, deve-se secar
Carvão ativado apenas a pele íntegra das bordas e aplicar a cobertura indicada no
Cobertura composta por tecido de carvão ativado, impregnado leito da ferida, usando técnica asséptica.
com prata - que exerce ação bactericida e envolto por uma camada
de não-tecido, selada em toda a sua extensão. Muito eficaz em fe- Realizando Curativo com Pinças
ridas com mau odor, é indicada para cobertura das feridas infecta- Material necessário: bandeja, pacote de curativo composto
das exsudativas, com ou sem odor. Também necessita de cobertura por pinças anatômicas e Kely estéreis, gazes estéreis, adesivos
secundária com gaze e fita adesiva. (micropore, esparadrapo ou similar), cuba-rim, solução fisiológica
morna, cobertura ou solução prescrita, luvas de procedimento (de-
Hidrocolóide vido à presença de secreção, sangue.).
As coberturas de hidrocoloides são impermeáveis à água e às Executar o procedimento em condições ambientais favorá-
bactérias e isolam o leito da ferida do meio externo. Evitam o res- veis (com privacidade, boa iluminação, equipamentos e acessórios
secamento, a perda de calor e mantêm um ambiente úmido ideal disponíveis, material devidamente preparado, dentre outros), que
para a migração de células. Indicada para feridas com pouca ou evitem a disseminação de microrganismos. Preparar o paciente e
moderada exsudação, podendo ficar até 7 dias. orientá-lo sobre o procedimento.

Didatismo e Conhecimento 52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
No desenvolvimento de um curativo, observar o princípio de Técnica: 
assepsia, executando a limpeza da lesão a partir da área menos Lavar as mãos; 
contaminada e manuseando o material (pacote de curativo, pin- Identificar o paciente e avisa-lo sobre o que será feito 
ças, luvas estéreis) com técnica asséptica. Ao realizar curativo com Isolar a cama com biombos; 
pinça, utilizar luvas estéreis se a ferida for extensa ou apresentar Deitar o paciente de costas com a cabeça e ombros ligeira-
muita secreção ou sangue. mente elevados por travesseiros, as pernas estendidas; 
Para realizar um curativo de ferida limpa, inicie a limpeza de Dar condições necessárias para a expansão pulmonar, não do-
dentro para fora (bordas); para um curativo de ferida contaminada brando o pescoço ou cintura; 
o procedimento é inverso, ou seja, de fora para dentro. Manter os membros superiores ao longo do corpo; 
Orientar o paciente quanto à técnica de realização do curativo Deixar o paciente em posição correta para evitar distensão dos
e suas possíveis adaptações no domicílio é imprescindível à conti- tendões da perna; 
nuidade de seu tratamento e estimula o autocuidado. Manter os joelhos ligeiramente fletidos e os pés bem apoiados; 
Quando do registro do procedimento, o profissional deve Evitar a queda dos pés equinos; 
caracterizar a reação do paciente, condições da pele, aspectos da Proteger o paciente sempre com o lençol, expondo apenas o
ferida e tipo de curativo aplicado, destacando as substâncias utili- necessário; 
zadas. Colocar o paciente em posição confortável apos o exame; 
Recompor a Unidade; 
Lavar as mãos; 
Realizando o Curativo com Luva Estéril
Anotar no prontuário do paciente.
O material a ser utilizado é o mesmo do curativo com pinça,
excluindo – se o pacote de curativo. Posição de SIMS 
Utilizando-se a luva de procedimento, retirar a cobertura do Finalidade: exames retais, lavagem intestinal, exames vagi-
curativo. Em seguida, abrir utilizá-lo como campo estéril. Calçar a nais, clister.
luva estéril, mantendo a mão predominante para manipular a gaze
e a área da ferida, seguindo rigorosamente os princípios de assep- Técnica 
sia. Com a outra mão, manipular o material e a solução.o pacote de Lavar as mãos; 
gaze cuidadosamente, para não contaminar seu interior. Identificar o paciente e avisa-lo sobre o que será feito; 
Isolar a cama com biombos; 
Posições para o Exame Colocar o paciente deitado do lado esquerdo; 
Aparar a cabeça do paciente sobre o travesseiro; 
Posição Ginecológica Colocar o braço esquerdo para trás do corpo; 
Indicações: (exame vaginal, exame vulvo vaginal, lavagem Flexionar o braço direito e deixa-lo apoiado sobre o traves-
vaginal, sondagem vesical, tricotomia).  seiro; 
Colocar o membro inferior esquerdo ligeiramente flexionado; 
Descrição da Posição: Colocar o membro inferior direito fletido ate quase encostar o
-Colocar a paciente em de decúbito dorsal;  joelho no abdômen; 
-Joelhos flexionados e bem separados, com os pés sobre a Deixar o paciente sempre protegido com lençol, expondo ape-
cama;  nas a região necessária; 
-Proteger a paciente com lençol ate o momento do exame. Colocar o paciente em posição confortável após o exame ou
tratamento; 
Técnica  Recompor a Unidade; 
Lavar as mãos; 
Lavar as mãos
Anotar no prontuário do paciente.
Identificar a paciente, avisando-a que será feito 
Isolar a cama com biombo 
Posição de Fowler:
Colocar a paciente em decúbito dorsal horizontal; 
Finalidade: pacientes com dificuldades respiratórias, para a
Pedir a paciente para flexionar os membros inferiores, colo- alimentação do paciente, pós-operatório nasal, buco maxilo, cirur-
cando os calcanhares na cama;  gia de tireoide (tireodectomia).
Afastar bem os joelhos; 
Proteger a paciente com lençol em diagonal, de tal forma que Técnica:
uma ponta fique sobre o peito e a outra na região pélvica. As outras Lavar as mãos; 
duas pontas deverão ser presas sob os calcanhares da paciente;  Identificar o paciente e avisa-lo sobre o que será feito; 
Colocar a paciente em posição confortável apos o exame ou Isolar a cama com biombo; 
tratamento;  Manter o paciente em posição dorsal, semi-sentado , recosta-
Recompor a Unidade;·. do, com os joelhos fletidos, apoiados em travesseiros ou o estrado
da cama modificado; 
Posição de Decúbito Dorsal  Elevar a cabeceira da cama mais ou menos em angulo de 45
Indicação: - realizar exame físico graus; 

Didatismo e Conhecimento 53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Elevar o estrado dos pés da cama para evitar que o paciente Técnica 
escorregue;  Lavar as mãos; 
Verificar se o paciente esta confortável;  Identificar o paciente e avisa-lo sobre o que será feito; 
Proteger o paciente com lençol;  Isolar a cama com biombo; 
Deixar o paciente em posição confortável após o exame ou Solicitar ao paciente para que fique em decúbito ventral; 
tratamento;  Apoiar o peito o peito do paciente de encontro com o colchão
Recolocar o material no lugar;  ou mesa de exame; 
Lavar as mãos;  Pedir ao paciente para fletir os joelhos; 
anotar no prontuário do paciente.  Colocar a cabeça virada para um dos lados, sobre um pequeno
travesseiro; 
Posição de Decúbito Lateral  Pedir para o paciente estender os braços sobre a cama, na al-
Finalidade: Cirurgias renais, massagem nas costas, mudança tura da cabeça; 
Solicitar ao paciente para que descanse o peso do corpo sobre
de decúbito. ·.
a cabeça, ombros peito, e os joelhos, formando assim, um angulo
reto entre as coxas e as pernas; 
Técnica:
Proteger o paciente com lençol, expondo apenas o necessário; 
Lavar as mãos;  Colocar o paciente em posição confortável após o exame; 
Identificar o paciente e avisa-lo sobre o que será feito;  Recompor a Unidade; 
Isolar a cama com biombos;  Lavar as mãos; 
Posicionar o paciente na cama sobre um dos lados;  Anotar no prontuário do paciente. 
Colocar a cabeça sobre o travesseiro, apoiando também o pes-
coço;  Posição de Trendelemburg.
Colocar outro travesseiro sob o braço que esta suportando o Finalidades Cirurgias da região pélvica, estado de choque,
peso do corpo;  tromboflebites, casos em que deseja melhor irrigação cerebral,
Colocar um travesseiro entre as pernas para aliviar a pressão drenagem de secreção pulmonar. ·.
de uma perna sobre a outra; 
Manter o alinhamento corporal a fim de facilitar a respiração;  Técnica 
Proteger o paciente com lençol, expondo apenas o local a ser Lavar as mãos. 
examinado;  Identificar o paciente e avisa-lo sobre o que será feito. 
Colocar o paciente em outra posição confortável após o re- Colocar o paciente na posição dorsal horizontal’ 
pouso de mudança de decúbito ou exame;  Inclinar a cabeceira da cama em angulo adequado. 
Recompor a Unidade;  Elevar os pés da cama em angulo adequado, de forma que a
Lavar as mãos;  cabeça fique mais baixa em relação ao corpo. 
Anotar no prontuário do paciente. Proteger o paciente com lençol, expondo apenas o necessário. 
Recompor a Unidade. 
Posição em Decúbito Ventral Lavar as mãos. 
Finalidade: Laminectomias, cirurgias de tórax posterior, tron- Anotar no prontuário do paciente.
co ou pernas. ·.

Técnica 
Lavar as mãos; 
Identificar o paciente e avisa-lo sobre o que será feito; 
Isolar a cama com biombos; 
Deitar o paciente com o abdômen sobre a cama ou sobre a
mesa de exames; 
Colocar a cabeça virada para um dos lados; 
Colocar os braços elevados, com as palmas das mãos apoiadas
no colchão, à altura da cabeça ou ao longo do corpo; 
Colocar um travesseiro, se necessário, sob a parte inferior das
pernas e pés, para evitar pressão nos dedos; 
Proteger o paciente com lençol; 
Colocar o paciente em posição confortável; 
Recompor a Unidade; 
Lavar as mãos; 
Anotar no prontuário do paciente.
Obs.: - Em alguns casos esta posição e contra indicada (pa-
cientes portadores de incisões abdominais, ou com dificuldade res-
piratória, e idosos, obesos.).

Posição Genu-peitoral 
Finalidade Exames do reto e vagina, sigmoidoscopia. 

Didatismo e Conhecimento 54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
É necessário que todos os membros da equipe técnica e
7 ENFERMAGEM NAS SITUAÇÕES administrativa, especialmente a equipe de enfermagem, conheçam
DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. a sala para o atendimento de urgência. É atribuição da equipe de
7.1 CONCEITOS DE EMERGÊNCIA E enfermagem organizar os materiais médico-hospitalares como
URGÊNCIA. 7.2 ESTRUTURA E laringoscópio com lâminas adulto e infantil, cânula endotraqueal,
ORGANIZAÇÃO DO PRONTO SOCORRO. material para realização de punção venosa, sondas de aspiração
7.3 ATUAÇÃO DO TÉCNICO DE e outros. Manter disponíveis medicamentos utilizados em caso
de parada cardiorrespiratória (PCR) e insuficiência respiratória,
ENFERMAGEM EM SITUAÇÕES DE materiais e equipamentos para oxigenoterapia, aspiração traqueal
CHOQUE, PARADA CARDIO- ventilação, desfibrilador externo automático (DEA) e outros
RESPIRATÓRIA, POLITRAUMA, deverão estar disponibilizados. Os recursos organizados permitem
AFOGAMENTO, QUEIMADURA, o atendimento e estabilização do cliente até que seja transferido, de
INTOXICAÇÃO, ENVENENAMENTO E forma adequada para uma unidade de maior complexidade.
PICADA DE ANIMAIS PEÇONHENTOS. Os profissionais médicos, enfermeiros técnicos e auxiliares
de enfermagem que atuam no pré hospitalar fixo são capacitados
para estabilizar e encaminhar adequadamente o cliente. A criação
de protocolos e rotinas e a sua aplicação auxiliam no tratamento,
Urgência: quando há uma situação que não pode ser adia- melhorando os resultados e contribuindo para melhor organização
da, que deve ser resolvida rapidamente, pois se houver demora, do trabalho e salvando vidas.
corre-se o risco até mesmo de morte. Na medicina, ocorrências Serviços de média complexidade ou intermediária podem fun-
de caráter urgente necessitam de tratamento médico e muitas ve- cionar até 24 horas, são estruturados para acolher pacientes com
zes de cirurgia, contudo, possuem um caráter menos imediatista. quadros agudos ou crônicos agudizados, e funcionam à noite e fi-
Esta palavra vem do verbo “urgir” que tem sentido de “não aceita nais de semana, diminuindo a sobrecarga dos hospitais de maior
demora”: O tempo urge, não importa o que você faça para tentar complexidade.
Em alguns Estados do Brasil encontramos as Unidades de
pará-lo. Estado grave, que necessita atendimento médico, embora
Pronto Atendimento (UPA); no Estado de São Paulo temos o pron-
não seja necessariamente urgente. Exemplos: contusões leves, en- to atendimento (PA) e, na cidade de São Paulo, a Assistência Mé-
torses, hemorragia classe I, etc. dica Ambulatorial (AMA). Estes recursos foram implantados com
base nos dados epidemiológicos de cada região. A equipe médica
Emergência: quando há uma situação crítica ou algo iminen- é composta de clínico geral e pediatra, podendo ser ampliado com
te, com ocorrência de perigo; incidente; imprevisto. No âmbito da ortopedistas e cirurgiões, equipe de enfermagem, equipe de apoio
medicina, é a circunstância que exige uma cirurgia ou intervenção diagnóstico (laboratório e radiologia) e profissionais da área ad-
médica de imediato. Por isso, em algumas ambulâncias ainda há ministrativa.
“emergência” escrita ao contrário e não “urgência”. Estado que São disponibilizados medicamentos, leitos de observação de 6
necessita de encaminhamento rápido ao hospital. O tempo gasto a 24 horas em algumas unidades e ambulância para o transporte. A
entre o momento em que a vítima é encontrada e o seu encaminha- estrutura física e organização de fluxos devem funcionar de forma
mento deve ser o mais curto possível. Exemplos: hemorragias de integrada, agilizando o desenvolvimento do trabalho. São necessá-
classe II, III e IV, etc. rios, para estes estabelecimentos,recursos como monitor cardíaco
com desfibrilador e marca-passo externo, bomba de infusão, res-
Estrutura e organização do Pronto Socorro pirador, entre outros. Medicamentos como antibióticos injetáveis,
drogas vasoativas e psicotrópicos fazem parte dos recursos pela
condição clínica dos clientes acolhidos.
Quando uma pessoa sofre agravo agudo à saúde, deve ser aco-
A retaguarda hospitalar deve ser assegurada por meio de pac-
lhido em serviço do SUS mais próximo de sua ocorrência, seja tuações prévias entre gestores para garantir o acesso a hospitais de
numa Unidade de Saúde da Família, pronto atendimento ou pronto alta complexidade.
socorro.
Caso haja necessidade de tratamento de maior complexidade, Componente pré-hospitalar móvel
as centrais de regulação têm a responsabilidade de identificar, den- O componente pré-hospitalar móvel foi estruturado e organi-
tre os recursos disponíveis no território de abrangência,aquele que zado para prestação de serviços de saúde à pessoa que necessita de
possa dar melhor resposta à demanda e redirecionar o atendimento. socorro em locais como domicílios, vias públicas, estabelecimen-
Compete, portanto, ao Poder Público, ordenar o atendimento tos comerciais, entre outros.
às urgências e emergências, possibilitando acolhimento, atenção Ao pedir ajuda por meio da central de regulação 192 (Samu)
qualificada e resolutiva para pacientes com qualquer nível de gra- ou 193 (Corpo de Bombeiro), o socorrista, parentes da vítima ou
vidade. a própria vítima recebe orientações do médico regulador que deci-
Componente pré-hospitalar fixo de pelo envio de ambulância de suporte básico ou avançado com
A Portaria GM/MS nº 2.048 estabelece o acolhimento de equipe habilitada em atendimento a situações de urgência, caso
clientes com quadros agudos em unidades de saúde de baixa com- avalie que seja necessário disponibilizar esse recurso. O médico
plexidade, como os estabelecimentos da atenção primária, deno- regulador autoriza o transporte do cliente diante do problema de
minados pré-hospitalar fixo. saúde relatado pela equipe local de atendimento pré-hospitalar
Na estrutura física do componente pré-hospitalar fixo, como (APH), por meio de comunicação por telefone ou rádio. Em se tra-
a unidade básica de saúde, Unidade Saúde da Família, ambulató- tando de situações não caracterizadas como risco iminente de vida,
rio de especialidades e serviço de apoio diagnóstico, os casos de cabe ao médico regulador dar orientações sobre outras medidas a
urgência devem ser acolhidos em ambiente previamente estabele- serem efetuadas pelo solicitante.
cido e organizado.

Didatismo e Conhecimento 55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
As equipes de saúde do APH são compostas por médico, en- siológico para prevenir o ressecamento das vísceras; controlar a
fermeiro, técnico e/ou auxiliar de enfermagem, que recebem habi- hemorragia até que recupere e possa ser feita a cirurgia; aspirar
litação específica para esta atividade. É necessário que conheçam conteúdos gástricos pois previne complicações pulmonares; in-
suas atribuições, normas e rotinas operacionais, bem como desen- troduzir cateter uretral para avaliar débito urinário e presença de
volvam seu trabalho baseado em protocolos de atendimento. A hematúria; suspender ingestão de líquidos pela boca, prevenindo o
educação permanente desses profissionais é primordial para asse- aumento da peristalse e vômitos; no caso de ferimentos produzido
gurar a qualidade na prestação da assistência. Outros profissionais por arma branca preparar para sinografia para detectar penetração
como telefonista, rádio-operador, condutor de ambulância ou de peritoneal; administrar profilaxia contra tétano; administrar anti-
veículos aquáticos e aéreos fazem parte da equipe de APH. biótico de largo espectro prescrito; preparar o paciente para proce-
As equipes são capacitadas para tripular veículos terrestre, dimento cirúrgico caso ocorra, hemorragia, ar sobre o diafragma,
aquático ou aéreo que se destine ao transporte de enfermos, aten- evisceração ou hematuria;
dendo a classificação da Portaria nº 2.048/GM. No APH, os en-
caminhamentos para os serviços hospitalares são designados pelo Traumatismos Múltiplos: Efetuar um exame físico sim-
sistema regulador. Esses profissionais são habilitados por meio de plificado, para determinar sangramento, parada respiratória, ou
cursos de resgate e emergências médicas (REM), participando de choque; Iniciar ressuscitação; Observar aspecto e assimetria da
capacitações periódicas para o bom desempenho de sua função. movimentação da parede torácica e padrão da respiração; Ventilar
o paciente prevenindo a hipoxia; Introduzir cânula evitando oro-
Equipes Suporte Básico de Vida (SBV) Suporte Avançado faríngea evitando oclusão pela língua; Avaliar a função cardíaca;
à Vida (SAV) Puncionar veia calibrosa e iniciar administração de sangue, deriva-
Profissionais dos e eletrólitos; Controlar a hemorragia; Prevenir e tratar o cho-
Auxiliar ou técnico de enfermagem que hipovolêmico; Introduzir cateter uretral de demora, e monito-
Condutor de veículo rizar débito cardíaco; Avaliar presença de traumatismo de pescoço;
Avaliar a presença de traumatismo de crânio; Imobilizar fraturas
Enfermeiro
evitando traumatismo maior de partes moles; Preparar para lapa-
Médico
rotomia caso o paciente mostre sinais contínuos de hemorragias e
Condutor de veículo
piora; Mobilizar a cada hora o débito urinário; Administrar trata-
Bombeiro militar*
mento contra tétano.
Atribuição
Atendimento de baixa complexidade, não realizando procedi-
Fraturas: Dar imediata atenção ao estado geral do pacien-
mentos invasivos, em casos de vítimas de menor gravidade.
te; Avaliar presença de dificuldade respiratórias; Prepara para tra-
Atendimento de urgência e emergência de alta complexidade,
queostomia, caso necessário; Administrar sangue e hemoderivados
realizando procedimentos não invasivos e invasivos, em casos de
e eletrólitos, prescrito; Manter controle de sinais vitais constantes;
vítimas graves. Avaliar déficits neurológicos; Administrar oxigenação prescrita;
* É facultado ao bombeiro realizar o atendimento pré-hospita- Aplicar curativo estéril em fratura exposta; Imobilizar antes de
lar conforme protocolo institucional. movimentar o paciente; Avaliar sinais de choque e hemorragias;
Cada veículo é equipado com materiais e equipamentos espe- Manusear a parte afetada o mínimo possível; Transportar o pacien-
cíficos, tripulado por profissionais com diferentes atribuições que te com segurança; Administrar analgésicos prescritos.
compõem as equipes, segundo o tipo de atendimento destinado a
prestar, no caso, suporte básico de vida (SBV) ou suporte avançado Envenenamento: Controlar vias áreas; Avaliar a função car-
de vida (SAV). Os veículos de SAV são equipados com materiais diovascular; Administrar oxigenoterapia; Monitorar débito cardía-
médico-hospitalar, equipamentos e medicamentos, permitindo a co; Procurar determinar qual o veneno para estabelecer antídoto;
estabilização do cliente e seu transporte para o hospital. Profissio- Monitorar estado neurológico; Obter amostra de sangue para dosar
nais da área de segurança,como policiais rodoviários e bombeiros a concentração do veneno; Puncionar veia calibrosa; Administrar
identificam situações de risco e realizam manobras de salvamento, tratamento de suporte; Monitorize equilíbrio hidroeletrolítico; La-
resgate e, quando necessário, o suporte básico de vida (SBV). vagem gástrica para paciente obnubilado; Monitorize e trate com-
plicações.
Atuação do técnico de enfermagem em situações de cho-
que, parada  cardio-respiratória, politrauma, afogamento, Queimaduras Químicas: Lavar a pele com água corrente;
queimadura, intoxicação, envenenamento e picada de animais Aplicar lavagens prolongadas com água morna; Caracterizar para
peçonhentos tratamento correto verificar o tipo de substancia que causou o en-
venenamento; Tratamento adequado para queimadura.
Cuidados Emergenciais: restauração das vias aéreas; manter
o paciente na maca, já que o movimento pode causar fragmentação Acidentes com animais peçonhentos: Determinar se a cobra
de um coágulo em um grande vaso e produzir hemorragia maciça; é venenosa ou não; Determinação do local e circunstancias; Moni-
caso o paciente esteja comatoso, imobilizar o pescoço; retirar a torização de sinais vitais; Proceder a tratamento de suporte antes de
roupa de cima do ferimento; contar o n° de ferimentos; localizar a proceder a aplicação de soro; Solicitar exames laboratoriais; Não
entrada e saída dos ferimentos; avaliar a presença de hemorragias; usar gelo torniquete ou heparina; Raramente e indicada a limpeza
cobrir as vísceras exteriorizadas com curativos estéreis de soro fi- cirúrgica; Observar o paciente nas primeiras 6h, constantemente;

Didatismo e Conhecimento 56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Intoxicação alimentar: Determinar a fonte da intoxicação; Esta distorção, entre inúmeras outras que afetam o modelo
Presença de sinais neurológicos; Dar suporte respiratório; Corrigir brasileiro de atenção à saúde, provoca uma série de impactos no
e controlar a hipoglicemia. funcionamento das Unidades de Emergência que devem, neces-
sariamente, ser consideras pelo arquiteto já nas primeiras tarefas
O Papel das Unidades de Urgência e Emergência no Siste- de programação e dimensionamento, prevendo, por exemplo, um
ma de Atenção à Saúde número maior de consultórios, para responder ao atendimento am-
bulatorial disfarçado que nelas é prestado, um reforço no dimen-
No Brasil as Unidades de Urgência e Emergência, contrarian- sionamento dos recursos de diagnóstico e uma maior permanência
do o que para elas havia sido planejado tornaram-se, principalmen- dos pacientes após receber algum tipo de atenção.
te a partir da última década do século passado, as principais porta A falta de atenção a esta realidade faz com que as salas de es-
de entrada no sistema de atenção à saúde, eleitas pela população pera e as salas de observação sejam, em geral, sub-dimensionadas,
como o melhor local para a obtenção de diagnóstico e tratamento sendo fato corriqueiro a presença de pacientes e acompanhantes
dos problemas de saúde, independentemente do nível de urgência amontoados nas salas de espera e nos corredores sem nenhum tipo
e da gravidade destas ocorrências. de conforto e orientação. Nestas condições os ambientes de obser-
Com a universalização da atenção, garantida pela constitui- vação deixam de atender às suas funções específicas, passando a
ção de 1988, os contingentes populacionais, até então sem nenhum funcionar como verdadeiras unidades de internação.
tipo de cobertura, passaram a pressionar o sistema fazendo com As Unidades de Urgência prestam atendimento imediato em
que, tanto nas pequenas cidades como nos grandes centros urba- casos que, em princípio, não ofereçam risco de vida, exigindo ins-
nos, os hospitais, através de suas Unidades de Urgência e Emer-
talações e equipamentos mais simples, próprios de uma retaguarda
gência, recebessem o impacto direto desta nova demanda, que em
de baixa e média complexidade. As Unidades de Urgência / Emer-
outras circunstâncias deveria destinar-se, prioritariamente ao aten-
gência, por sua vez, são locais onde são praticados além dos pro-
dimento ambulatorial, prestado na rede de postos de saúde, nas
cedimentos de menor complexidade, característicos das situações
policlínicas e nos hospitais.
São inúmeras as explicações para esta distorção, responsável de urgência, procedimentos de maior complexidade, que podem
em parte pela crescente queda de qualidade do atendimento nos oferecer risco de vida.
hospitais, sufocados que estão por uma demanda que não têm con- Estas unidades, diferentemente das Urgências devem operar
dições financeiras, tecnológicas e espaciais de satisfazer. Enfren- com um nível elevado de resolutividade, demandando uma reta-
tando filas intermináveis a população que depende da rede pública, guarda dotada de recursos de apoio ao diagnóstico (imagenologia,
encontra grandes dificuldades na marcação de consultas, inclusive traçados gráficos, laboratório de análises clínicas etc.), tratamento
nos postos de saúde, idealizados para ser a principal porta de en- (centro cirúrgico, centro obstétrico e UTIs), observação e inter-
trada no sistema de atenção à saúde. nação compatíveis com a complexidade dos procedimentos nelas
A realidade demonstra que este sistema tem sido incapaz de praticados.
oferecer atendimento adequado a nível ambulatorial no diagnós- Dentre as diversas unidades funcionais que compõem o edi-
tico e tratamento de ocorrências que exijam a presença de espe- fício hospitalar, as emergências são as que mais necessitam de
cialistas ou exames de maior complexidade. Mesmo quando estes flexibilidade arquitetônica, já que seu modelo de funcionamento
serviços estão disponíveis, os prazos de atendimento oferecidos poderá sofrer constantes mudanças, tanto pela incorporação de no-
geralmente não se mostram compatíveis com a gravidade dos pro- vas tecnologias como pela orientação dada por diferentes equipes
blemas ou ainda com a paciência, quase inesgotável, dos que bus- de saúde.
cam tratamento. O dimensionamento, a sinalização e a localização destas
Nestes aspectos concordamos inteiramente tanto com o diag- áreas, externas à edificação, devem ser cuidadosamente estudados,
nóstico de Cecílio ao colocar em dúvida a adequação de um mo- devido à necessidade de garantir aos usuários (que em geral, não
delo de atenção idealizado para operar na forma de uma pirâmide, estão familiarizados com a EAS) um rápido acesso ao hall de en-
como com sua proposta de diversificar as portas de entrada no trada, fundamental nos casos que por sua gravidade exijam um
sistema, que passaria a ter a forma de um círculo. Infelizmente o atendimento imediato. A área de manobra das ambulâncias deve
drama das longas esperas não se esgota com a realização da pri- ser dimensionada de modo a possibilitar que encostem de ré, fa-
meira consulta, já que na maioria dos casos são solicitados exames cilitando os procedimentos de desembarque dos pacientes. Deve-
complementares que via de regra não estão disponíveis nos postos -se prever uma área de desembarque coberta para no mínimo duas
de saúde, obrigando os pacientes a procurar unidades com maiores
ambulâncias.
recursos de diagnóstico e se sujeitar novamente a prazos de atendi-
Sala de Triagem e de Consulta de Enfermagem: O objetivo
mento extremamente longos.
da sala de triagem é dar maior eficiência ao atendimento, efetuando
Outro agravante do sistema é o horário reduzido de funciona-
uma primeira avaliação do paciente, para somente então encaminhá-
mento das unidades de menor porte da rede de saúde, horário que
coincide com a jornada de trabalho, dificultando sua utilização por -lo às áreas de diagnóstico e tratamento. Esta avaliação pode ser
grande parte da população. Assim um grande número de pacientes feita pela equipe médica, ou eventualmente pela de enfermagem. A
prefere abrir mão do atendimento oferecido nos postos de saúde, consulta de enfermagem, por sua vez, tem como objetivo agilizar o
apesar de sua maior acessibilidade, para se dirigir às Unidades de atendimento, através da diminuição do tempo da consulta médica,
Urgências e Emergências que oferecem, em geral, atendimento de cuidando a equipe de enfermagem de levantar as primeiras infor-
24 horas, maior oferta de clínicas especializadas, exames de maior mações do sobre o paciente, anotando seus dados antropomórficos,
complexidade e, caso necessário, a possibilidade de internação. tomando sua temperatura e tirando sua pressão arterial.

Didatismo e Conhecimento 57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
A existência de salas de triagem e a realização de consultas de Cuidando do cliente com intoxicação aguda
enfermagem dependerão do modelo de atendimento adotado pela A intoxicação pode ser decorrente de um acidente, de uma
direção da unidade, que poderá optar por efetuar os procedimen- tentativa deliberada contra a vida de outros ou contra a própria
tos de triagem em outros ambientes da edificação (salas de espera, vida. Por isso, a população acometida é muito variada.
consultórios indiferenciados e, até mesmo, nos halls de acesso), As crianças, especialmente menores de três anos de idade, são
assim como descartar a realização das consultas de enfermagem, particularmente vulneráveis à intoxicação acidental. Entre os prin-
alegando que a diminuição do tempo de consulta médica não é cipais agentes tóxicos que acometem as crianças nessa faixa etária
desejável quando se busca um melhor acolhimento do paciente. destacam-se os medicamentos, os domissanitários e os produtos
As consultas de enfermagem são mais comuns em unidades químicos industriais.
ambulatoriais, onde o tempo de espera pela consulta médica não é
Algumas peculiaridades nos idosos, como aspectos cogniti-
tão crítico. Quando realizadas em unidades de emergência, este tipo
vos, capacidade visual e o número de medicamentos que fazem
de consulta contribui para retardar o contato do paciente com a equi-
uso, podem provocar sérias confusões no atendimento.
pe médica, o que não se coaduna com os procedimentos nelas prati-
Os pacientes hospitalizados também estão expostos aos ris-
cados. A adoção crescente da consulta de enfermagem nas unidades
cos de intoxicação devido aos erros de medicação, relacionados
de emergência deve-se, em parte, ao atendimento ambulatorial dis-
farçado que, cada vez mais, vem sendo praticado nessas unidades. à omissão, administração de medicamento não prescrito, erros na
dosagem, preparo, via de administração, prescrição, distribuição
Posto de Enfermagem Central: Além dos postos de enfer- ou dispensação da medicação.
magens exclusivos das salas de observação a unidade de emergên- Outro grupo afetado pelas intoxicações são os trabalhadores,
cia deve ser dotada de um posto de enfermagem central, que além em diferentes áreas, devido à exposição aos produtos químicos,
de exercer uma atividade de controle de todo o funcionamento da ocasionando acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
unidade apoia, com o serviço de enfermagem, os diferentes aten- Em geral, as intoxicações agudas se manifestam rapidamen-
dimentos realizados na unidade. Para exercer de forma adequada te, produzem sintomas alarmantes em poucos segundos, enquanto
estas funções a localização do posto de enfermagem central deve outras se manifestam após horas ou dias. Alguns produtos tóxicos
ser cuidadosamente estudada de forma a proporcionar uma visão causam poucos sintomas evidentes até que tenha ocorrido uma le-
o mais ampla possível da unidade, facilitando o controle das dife- são permanente da função de órgãos vitais, como fígado ou rins.
rentes tarefas e o acesso da equipe de saúde. A correta disposição Essas manifestações insidiosas, dependem de alguns fatores e va-
e o dimensionamento das partes que integram o posto de enferma- riam conforme o agente tóxico, a quantidade, o tempo de exposi-
gem são cuidados importantes para otimizar seu funcionamento. ção ao agente e as características individuais de cada pessoa. Al-
Podemos considerar que o posto de enfermagem divide-se em três guns produtos tóxicos não são muito potentes e exigem exposição
partes principais: a área onde se localiza o serviço de enfermagem, prolongada ou repetida para causar problemas. Outros produtos
dotada de banca e cuba de lavagem, a área de prescrição e a área são tão potentes que basta uma pequena quantidade para causar
onde se localiza o balcão de atendimento. uma intoxicação grave.
Daí a importância da competência profissional para atender
Atendimento na Parada Cardiorrespiratória em casos de intoxicações. Lembre-se: não menospreze nenhuma
informação. Porém, em algumas situações, essas informações im-
Sinais Clínicos de uma PCR portantes não podem ser obtidas, pela incapacidade de informação
Inconsciência ou pelo desconhecimento sobre o que aconteceu. Nesses casos,
Ausência de movimentos respiratórios
seu raciocínio clínico é fundamental, ao associar as manifestações
Ausência de pulso
apresentadas com as diversas causas desencadeadoras do agravo,
iniciando os cuidados imediatos mais adequados, em cada caso.
Parada cardíaca: situação em que, clinicamente, não são
No quadro de intoxicação, os sintomas iniciais podem variar
perceptíveis os movimentos respiratórios e batimentos cardíacos.
desde prurido, sensação de boca seca, visão borrada e dor. Fique
As causas mais frequentes ocorrem através da obstrução das
vias aéreas superiores em função da aspiração de corpos estranhos, atento às alterações súbitas e aparentemente inexplicáveis quanto
da depressão do sistema nervoso central por intoxicação, superdo- ao nível de consciência ou estado mental, aos sinais vitais, con-
sagem de drogas, edema cerebral, choque elétrico e outros. Pode vulsões, arritmias cardíacas, distúrbios metabólicos e hidroeletro-
ainda ocorrer em função da pouca concentração de oxigênio nas líticos.
grandes altitudes e em casos de soterramento. Em geral, logo ao início das manifestações, as pessoas mais
próximas, familiares, vizinhos, colegas de trabalho identificam
Procedimentos Iniciais após o reconhecimento de uma a necessidade de ajuda e acionam o serviço de atendimento pré-
PCR -hospitalar móvel.
Solicitar ajuda/desfibrilador/monitor No local, a equipe multiprofissional inicia o atendimento, de-
Colocar a vítima em decúbito dorsal horizontal, em uma su- terminando a segurança da cena. A avaliação primária é efetuada
perfície plana e dura considerando se a vítima está respirando, apresenta batimentos
Manter a cabeça e o tórax no mesmo plano cardíacos, pois, se for necessário, as manobras de RCP serão ini-
Iniciar suporte básico de vida (ABCD primário) ciadas prontamente.

Didatismo e Conhecimento 58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Para continuar o atendimento é importante que a equipe proce- O atendimento à vítima de trauma
da a avaliação secundária, realizando a entrevista e o exame físico
minucioso. Observe o nível de consciência, presença de palidez, Considerado a terceira causa de morte no mundo, perdendo
temperatura, rubor, sudorese, cianose, icterícia, hálitos e odores, apenas para as doenças cardiovasculares e o câncer, o trauma atin-
resposta a estímulos, alteração das pupilas, tônus muscular, tremo- ge uma população jovem e em fase produtiva, tendo como conse-
res, fasciculações, preservação dos reflexos e movimentos, posi- quência o sofrimento humano e o prejuízo financeiro para o Esta-
ções anormais e traumatismos. Investigue sempre a cronologia dos do, que arca com as despesas da assistência médica e reabilitação,
sinais e sintomas, perguntando sobre o momento em que a vítima
foi encontrada e há quanto tempo iniciou o primeiro contato com o custos administrativos, seguros, destruição de bens e propriedades
agente tóxico para estimar o tempo de exposição. Dependendo do e, ainda, encargos trabalhistas.
tempo, as manifestações podem se intensificar, aumentando a gra- Embora as estatísticas mostrem incidência maior de trauma
vidade da situação, determinando as diferenciações nas condutas em grandes centros urbanos, essa situação vem atingindo também
para o tratamento imediato. municípios menores, principalmente aqueles próximos às grandes
Procure obter os dados relativos aos agentes tóxicos suspeitos, rodovias. Essa situação reflete diretamente nos serviços locais de
olhe ao redor e veja se encontra sinais de produtos ou resíduos da saúde, havendo a necessidade cada vez maior de profissionais qua-
substância.
lificados para esse tipo de atendimento.
É importante que você seja um bom observador. Conforme a
história relatada, peça aos familiares para trazer frascos, rótulos, O trauma é um evento nocivo decorrente da liberação de uma
embalagens e cartelas vazias do provável agente causador. Veja das diferentes formas físicas de energia existente. A energia me-
se é possível calcular, por exemplo, quantos comprimidos podem cânica é uma das causas mais comuns de lesões, encontradas nas
ter sido ingeridos. colisões de veículos automotores. Percebemos a presença da ener-
Tenha sempre em mente que dados relacionados ao tipo de gia química quando uma criança ingere soda cáustica acondicio-
substância, a via de introdução do agente tóxico e magnitude da nada em uma garrafa de refrigerante. A energia térmica pode ser
exposição, bem como os antecedentes clínicos e psiquiátricos e dissipada no momento em que um cozinheiro borrifa combustível
atividade profissional são determinantes para a decisão rápida da
na churrasqueira, aumentando a chama e queimando a face. As
melhor conduta, em cada caso.
No pronto-socorro, proceda a avaliação primária, direcionan- lesões de pele são frequentes no verão, devido exposição à ener-
do os cuidados conforme as alterações apresentadas pelo cliente. gia por irradiação. A transferência de energia elétrica é comum
Se necessário, monitorize, administre oxigenoterapia, realize a ve- quando ocorre manipulação com fiação elétrica, provocando dife-
nopunção, a coleta de sangue para análise laboratorial e inicie a rentes padrões de lesões, como queimaduras (pele, nervos, vasos
infusão de fluidos. Geralmente, a administração de fluidos por via sanguíneos, músculos e ossos), ejeção no momento da passagem
EV mantém o nível de hidratação e colabora na manutenção da da corrente elétrica levando à diferentes traumas (cabeça, coluna,
função renal, assegurando débito urinário adequado. A essas solu-
tronco e membros) e, ainda, arritmia, em algumas vezes, seguida
ções, podem ser adicionadas bases ou ácidos fracos para facilitar a
excreção do produto tóxico pela urina. de parada cardiorrespiratória devido a liberação de potássio na cir-
Substâncias químicas, como os quelantes, se ligam a determi- culação sanguínea decorrente da lesão do músculo cardíaco.
nados produtos tóxicos, sobretudo metais pesados como o chum- É classificado de forma intencional quando há a intenção de
bo, mercúrio, alumínio; podem ser administrados por diferentes ferir alguém ou a si próprio, e não intencional quando as lesões
vias para ajudar a neutralizar e a eliminá-los. são desenvolvidas devido a um determinado evento, como queda,
A diálise pode ser necessária para a remoção de produtos tó- afogamento, queimadura, colisão de veículos, entre outros. Essa
xicos que não são imediatamente neutralizados ou eliminados do subclassificação é importante para que medidas possam ser
sangue. Quando o produto tóxico é desconhecido, a identificação
criadas e aplicadas nos ambientes e populações de risco com o
por meio de exames laboratoriais, como exame de urina, de sangue
e do conteúdo gástrico pode colaborar na análise para identificação objetivo de diminuir a mortalidade e a morbidade provocada pelo
do agente. trauma.
Como o tratamento é realizado de forma mais adequada quan-
do o produto tóxico é conhecido, ouça atentamente as informações Conhecendo a Cinemática do Trauma
sobre a ocorrência, verifique as embalagens e amostras trazidas
com o cliente. Para que as equipes que prestam atendimento pré-hospitalar
Ao prestar o primeiro atendimento, não provoque o vômito. ou hospitalar possam dimensionar as possíveis lesões e a gravida-
Pode ser realizada a aspiração do conteúdo ou lavagem gástrica
associada ao carvão ativado (CA). Ponderar o uso do cateterismo de provocadas pela transferência de energia, algumas informações
gástrico em presença de varizes esofágicas e lesões ao longo do referentes à cinemática são importantes como, por exemplo, “Caiu
trajeto digestório, provocadas pela substância ingerida. Entretanto, de que altura”? “O solo era de terra, grama ou concreto”? “Há
têm sido amplamente discutidos os reais benefícios da lavagem quanto tempo”? Desta forma, é importante considerar, na admis-
e os sérios prejuízos advindos do uso do CA. Durante a lavagem são do cliente na urgência e emergência, que a equipe de saúde,
gástrica com o CA, o indivíduo pode apresentar vômitos e, na seja o técnico de enfermagem, enfermeiro ou médico, busque o
ocorrência de aspiração brônquica, há um sério risco de provo- máximo de informações sobre o mecanismo do trauma. Todas as
car pneumonia. Além disso, os grânulos podem se impregnar na
informações referentes ao mecanismo do trauma são importantes,
mucosa gastrintestinal, ocasionando a constipação intestinal e, em
casos mais graves, a obstrução intestinal. devendo ser associadas às alterações identificadas na avaliação.

Didatismo e Conhecimento 59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Prestando Atendimento Pré-Hospitalar Avaliação da vítima de trauma

O reconhecimento da necessidade de se prestar atendimento Vamos agora fundamentar os seus conhecimentos sobre a
no local onde o trauma foi produzido partiu do médico Barão Do- avaliação da vítima de trauma, contribuindo para que realize um
minick Jean Larrey, cirurgião-chefe militar de Napoleão, que criou atendimento correto e seguro.
as “ambulâncias voadoras” com equipes treinadas no atendimento Os óbitos em decorrência do trauma podem acontecer em três
médico. Tinha o objetivo de encaminhar rapidamente essas vítimas momentos distintos. Na primeira fase, as mortes acontecem nos
para o hospital, promovendo a assistência durante o transporte, por primeiros minutos até uma hora após o evento, devido a lesões
entender que assim elas teriam mais chances de sobreviver. muito graves e irreversíveis. Na segunda fase, as mortes aconte-
A partir de então, outros profissionais aderiram à ideia e pas- cem nas primeiras horas após o evento. Neste caso, o APH e o
saram a ter uma abordagem sistematizada no atendimento pré- atendimento hospitalar de qualidade beneficiam essas vítimas. Na
-hospitalar (APH), reconhecendo que não bastava simplesmente terceira e última fase, as mortes acontecem em dias ou até sema-
transportá-las para um hospital; havia a necessidade de se corrigir nas, em decorrência da falência de múltiplos órgãos e pelo desen-
as lesões responsáveis pela mortalidade no trauma no menor espa- volvimento de quadros infecciosos.
ço de tempo possível. A partir dessa realidade, entendemos que a diminuição da
mortalidade e das sequelas provocadas pelo trauma depende do
A atividade de APH apresenta algumas peculiaridades compa-
conhecimento da cinemática, associado à identificação das lesões
radas ao atendimento realizado no hospital, sendo importante o seu
por meio do exame primário e o emprego de condutas assertivas.
conhecimento, como você pode notar:
Diretrizes foram criadas para direcionar o APH e o atendimen-
Segurança no local do atendimento: esse item tem que ser
to hospitalar de forma sistematizada, onde as lesões com maior
assegurado para que o profissional não se torne vítima. Tal fato ge-
risco de morte são percebidas na avaliação inicial e imediatamente
raria instabilidade emocional nos outros membros da equipe, sem
tratadas. O que diferencia a conduta desses dois serviços são os re-
contar a necessidade de mais recursos para o atendimento. Muitas cursos disponíveis para confirmação do diagnóstico e a realização
são as situações de insegurança para a equipe, como violência con- do tratamento definitivo. Determinados procedimentos não são
tra os profissionais do APH, lesões com material perfurocortante possíveis nem no APH, tampouco em hospitais que não possuem
contaminado, atropelamentos por falta de sinalização, posiciona- recursos humanos, físicos e materiais para os procedimentos ne-
mento incorreto das viaturas e ausência de uniformes refletivos, cessários, conforme determinado pelas políticas de urgências do
quedas, intoxicações em incêndios e/ou material radioativo, con- Sistema Único de Saúde (SUS).
taminação ambiental, entre outros. A segurança não se restringe Atualmente, o atendimento das vítimas de trauma é realizado
apenas aos profissionais. O cliente deve ter a sua segurança ga- baseado no protocolo internacional denominado Advanced Trau-
rantida durante todo o atendimento, não sendo admissível que ele ma Life Support (ATLS, 2008), criado pelo American College of
tenha suas condições agravadas em decorrência do atendimento Surgeons, mundialmente conhecido pelo benefício que trouxe para
prestado. o prognóstico do traumatizado grave, consequentemente modifi-
Condições climáticas: quanto às condições climáticas, o cando as estatísticas de morbimortalidade. O protocolo é utilizado
atendimento é realizado independente da exposição às adversida- para as diferentes faixas etárias, respeitando as diferenças anatô-
des climáticas (chuva, sol e frio). micas, o peso e os parâmetros vitais.
Luminosidade: a ausência de luminosidade é um fator que O tratamento do cliente vítima de trauma é realizado de acor-
dificulta o atendimento e, muitas vezes, podemos contar apenas do com as lesões identificadas na avaliação inicial, associado aos
com lanternas e a habilidade e destreza dos profissionais. parâmetros hemodinâmicos e ao mecanismo do trauma, determi-
Local de difícil acesso: há situações em que o APH só é pos- nando dessa forma a prioridade no atendimento.
sível após manobras de salvamento devido aos locais de difícil Lembre-se de iniciar sempre pelo método ABCDEs, iden-
acesso. tificando as lesões críticas que impliquem em risco de morte ou
Garantida a segurança da equipe, o atendimento é iniciado sequela grave. Sendo assim, a avaliação é dividida em primária e
com a avaliação da vítima, buscando por lesões que comprometam secundária.
sua vida e, posteriormente, a avaliação de situações que possam Na avaliação primária sistematizada, as lesões críticas são
comprometer algum membro. identificadas em uma ordem decrescente, das mais críticas para
Nos atendimentos de vítimas de trauma, a gravidade frequen- as menos críticas, e imediatamente tratadas. Para isso, foram esta-
temente está associada à dificuldade respiratória e a perfusão ina- belecidas cinco etapas denominadas ABCDE e são necessários 30
dequada devido aos sangramentos expressivos. segundos para sua realização, excedendo este tempo nos procedi-
Nestes casos, manter a via aérea desobstruída, oferecer oxigê- mentos de reanimação.
nio, fazer contenção de sangramentos externos e iniciar reposição Antes de iniciar a avaliação secundária é importante reava-
volêmica são intervenções que contribuem para manter a condi- liar cada etapa e a resposta do cliente ao tratamento instituído. A
ção hemodinâmica necessária à sobrevivência até a chegada deste avaliação secundária consiste no exame detalhado, associado a al-
cliente em um centro de trauma. gumas informações relevantes sobre o cliente e que auxiliam na
escolha do tratamento, conforme descrito em detalhes no atendi-
Todo atendimento, incluindo cinemática, avaliações, lesões
mento hospitalar.
percebidas e tratamento instituído no APH deve ser repassado para A avaliação primária e secundária em crianças e idosos apre-
os profissionais que admitem o cliente no hospital, devendo estes senta algumas peculiaridades. A população idosa apresenta como
utilizar tais informações para dar continuidade ao atendimento e principal mecanismo de trauma as quedas. Esse fato está associado
também registrar as informações no prontuário. ao processo de envelhecimento devido ao comprometimento sen-

Didatismo e Conhecimento 60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
sorial (audição, memória e visão), neurológico (coordenação mo- A - Permeabilidade de via aérea e controle da coluna cer-
tora) e músculo esquelético (fragilidade óssea), sendo que aqueles vical em criança
que fazem uso de drogas e/ou álcool estão mais predispostos a
esse mecanismo. Alguns fatores relacionados à estrutura corporal Algumas características anatômicas na criança, como a língua
e ao desenvolvimento infantil, como a estatura, menor quantidade relativamente grande, posição anterior das vias aéreas e a flexão
de gordura, maior elasticidade do tecido conjuntivo, proximidade passiva da coluna cervical provocada pela desproporção do crânio
dos órgãos e estruturas ósseas em processo de calcificação, torna e da face, favorecem a obstrução das vias aéreas.
a criança mais susceptível a lesões de maior gravidade. As quedas
aparecem como o principal mecanismo de trauma em crianças, Nos bebês, coloque um coxim sob a região das escápulas,
seguida dos atropelamentos e ocorrências envolvendo veículos mantendo a coluna em posição neutra. Nas crianças inconscientes,
automotores. com o auxílio de um abaixador de língua, usar a cânula orofaríngea
O atendimento da criança vítima de trauma obedece aos mes- (guedel) com a sua curvatura voltada para baixo. A utilização de
mos princípios usados para o cliente adulto e idoso; o que difere imobilizadores cervicais é obrigatória até que seja afastado o risco
são as especificidades anatômicas e fisiológicas e a necessidade de lesão medular. A oferta de oxigênio é realizada nesta etapa após
de recursos humanos e materiais apropriados disponíveis para ga- tratar todas as condições de risco para obstrução.
rantir o atendimento desta faixa etária. O atendimento segue as
mesmas etapas do ABCDEs, com foco nas peculiaridades da po-
pulação infantil. A - Permeabilidade de via aérea e controle da coluna cer-
A reanimação da criança é realizada conforme o seu peso, po- vical no idoso
rém, nas situações de trauma essa informação nem sempre é pos-
sível. Avalie a cavidade oral, retire os dentes soltos e próteses que-
bradas. Aquelas que estiverem intactas devem permanecer, a fim
Avaliação Primária de promover uma melhor vedação da máscara de O2 até que a ins-
talação de uma via aérea definitiva no cliente idoso seja possível.
A – Permeabilidade da Via Aérea e Proteção da Coluna
Cervical Algumas alterações do envelhecimento dificultam a intubação
orotraqueal (IOT) e aumentam o risco de lesão medular devido à
Em primeiro lugar, é importante observar que a presença de manipulação excessiva da coluna com osteoartrose, tais como a
sangue, restos alimentares, dentes, ossos e a própria queda da lín- microstomia (boca pequena), macroglossia (aumento da língua) e
gua nas vítimas inconscientes provocam obstrução, dificultando artrite cervical.
e/ ou impedindo a chegada do ar até os pulmões. Clientes com Evite a permanência desnecessária em pranchas rígidas, man-
comprometimento do nível de consciência perdem o controle em
tenha coxim sob a cabeça e região das escápulas a fim de corrigir a
manter a língua em uma posição anatomicamente neutra, fazendo
com que ela caia e obstrua a hipofaringe. O tratamento consiste na cifose e observe se há outras áreas sob pressão.
retirada manual do corpo estranho sólido ou utilização de pinça Cuidado com as restrições, pois as lesões de pele e formação
maguil e aspiração do conteúdo líquido com sonda de ponta rígida. de úlceras por pressão são desenvolvidas rapidamente na popula-
A permeabilidade da via aérea é uma das prioridades do aten- ção idosa.
dimento nas vítimas inconscientes devido à queda da língua. Ma-
nobras manuais são necessárias, como a elevação do mento ou tra- B - Ventilação e respiração
ção da mandíbula para as vítimas de trauma e colocação da cânula
orofaríngea até que uma via aérea definitiva, através da intubação
orotraqueal e/ou cricotireoidostomia, possa ser realizada. A avaliação da ventilação e respiração identifica as lesões que
Todos os clientes vítimas de trauma, com respiração espontâ- comprometem a troca de gases e levam ao sofrimento respiratório.
nea, devem receber oxigênio suplementar por máscara de 10 a 12 O aumento da frequência respiratória e uso da musculatura aces-
litros/minutos e manter monitorizado a saturação com oxímetro de sória devem chamar-lhe atenção. Outros sinais de trauma torácico
pulso. Valores inferiores a 95% podem comprometer a oxigenação podem estar presentes e identificados na avaliação, como expansi-
tecidual. bilidade assimétrica, escoriações, hematomas e ferimentos.
Controle da coluna cervical
B - Ventilação e respiração na criança
A suspeita de lesão medular deve estar presente sempre que o
mecanismo de trauma envolver uma energia significativa. A colu- Na criança traumatizada, os sinais iniciais de gravidade se-
na cervical deve ser estabilizada manualmente até a colocação do rão percebidos através do aumento da frequência respiratória e de
colar, da prancha longa e coxins laterais da cabeça. Esses disposi- sinais de sofrimento como batimento de asa de nariz, uso da mus-
tivos só deverão ser retirados após radiografia da coluna e exclusão culatura acessória, tiragem, movimento de balanço da cabeça, pele
da lesão. fria, pálida e da diminuição do nível de consciência. Esses sinais,
O colar cervical evita apenas o movimento de flexão do pes- se não corrigidos, evoluem para a falência ventilatória e, finalmen-
coço, não impedindo os movimentos de lateralidade da cabeça. É te, para uma parada respiratória.
um dispositivo a ser escolhido com critério, não sendo pequeno a Ao atendê-la, você deve providenciar a ventilação com ambu
ponto de comprimir os vasos localizados na região cervical nem enriquecido com O2 e preparar o material para a instalação de uma
grande a ponto de não cumprir com o objetivo para o qual ele foi via aérea definitiva. A saturação arterial de oxigênio deve ser man-
criado e ainda dificultar a abertura da via aérea. tida em torno de 95%.

Didatismo e Conhecimento 61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
B - Ventilação e respiração no idoso As fraturas de ossos longos e de bacia são comuns em de-
corrência das quedas, levando à perdas sanguíneas expressivas. É
É importante avaliar a respiração e a ventilação, levando em importante que elas sejam identificadas precocemente nos clien-
consideração as alterações anatômicas e fisiológicas ocorridas tes que apresentam traumatismo crânio-encefálico (TCE), a fim
com o envelhecimento, associá-las aos outros fatores presentes, de protegê-los da lesão secundária. A reanimação volêmica com
como medicamentos em uso e antecedentes pulmonares, para soluções cristaloides é uma das prioridades no atendimento das
entender a resposta do organismo do idoso nas situações de vítimas de trauma com instabilidade hemodinâmica, porém, deve
trauma. ser feita com cautela no cliente idoso a fim de não provocar sobre-
Alguns idosos dependem do estímulo hipóxico para manter a
carga circulatória.
ventilação, sendo deletérias altas concentrações de O2. Entretanto,
naqueles com risco de sangramentos e com suspeita de lesão cere-
bral traumática (LCT), o tratamento com O2 é obrigatório. D – Avaliação neurológica

C - Circulação e controle de hemorragias A alteração do nível de consciência na avaliação inicial da


vítima de trauma, acompanhada ou não de alterações do diâmetro e
Perdas expressivas de sangue são consideradas o terceiro fator reatividade das pupilas, está associada ao sofrimento neurológico,
gerador de gravidade nas vítimas de trauma. Se não identificada seja por hipóxia ou lesão primária do cérebro em decorrência da
e tratada precocemente, evolui rapidamente para um quadro de energia recebida. De qualquer maneira, são parâmetros importan-
choque devido à perfusão inadequada dos tecidos. O óbito pode tes que, se não corrigidos, acabam por responder pela mortalidade
acontecer rapidamente ou tardiamente devido má perfusão de e, com maior frequência, pelas sequelas neurológicas.
órgãos vitais, levando-o à falência. Alguns sinais são sugestivos
de sangramentos, sendo percebidos por você durante a avaliação, D – Avaliação neurológica na criança
como pele pálida, fria e úmida, retorno venoso lentificado (> dois
segundos) e taquicardia. O pulso periférico ausente indica um esta-
Esta etapa segue as mesmas observações do cliente adulto,
do mais avançado do choque. Nos sangramentos visíveis, a inicia-
tiva de contê-los é imediata, contudo, a perda já ocorrida deve ser com exceção da resposta verbal, que é modificada para crianças
quantificada e valorizada. Para minimizar os danos causados pela abaixo de quatro anos de idade.
hemorragia, medidas devem ser adotadas rapidamente, como oxi-
genação adequada com máscara de O2 de 10-12 litros/minuto, ins- D – Estado neurológico do idoso
talação de dois acessos venosos calibrosos, infusão de um a dois
litros (adultos) e 20 ml/kg (crianças) de solução cristaloide (soro Em decorrência do processo de envelhecimento, o cérebro
fisiológico 0,9% ou Ringer Lactato) aquecidos a 39ºC. Aproveite atrofia, aumentando o espaço entre ele e os ossos do crânio. Nos
para coletar amostras de sangue para tipagem sanguínea, provas mecanismos de trauma envolvendo aceleração/ desaceleração, o
cruzadas e teste de gravidez em mulheres. cérebro se desloca com maior facilidade dentro desse comparti-
Se o cliente evoluir para um quadro descompensado, haverá mento, provocando o rompimento de vasos e posterior sangramen-
maior dificuldade de punção venosa devido à vasoconstrição pe- to.
riférica. O idoso permanecerá assintomático por dias e/ou semanas, até
que o acúmulo de sangue seja suficiente para provocar sinais de
C – Circulação com controle de hemorragia na criança
compressão. Quadros de demências, acompanhados de confusão e
Inicialmente, os sinais de instabilidade hemodinâmica são alteração do comportamento, são comuns no paciente idoso, entre-
sutis. A monitoração da frequência cardíaca, da pressão arterial tanto, mecanismo de trauma recente ou com alguns dias, seguido
sistólica (PAS) e do nível de consciência, associada aos métodos de confusão mental, deve ser sugestivo de lesão intracraniana.
de investigação diagnóstica, poderão definir a necessidade de in-
tervenção cirúrgica. E – Exposição e prevenção da hipotermia
A reanimação é feita com suporte ventilatório e circulatório
por meio da infusão de solução cristaloide aquecida a 39 graus Algumas lesões podem passar despercebidas se não investi-
em uma infusão de 20 ml/kg, podendo ser repetida até três vezes. gadas. Nesta etapa, você é responsável em expor o cliente, reti-
Se não houver resposta, considerar a infusão de concentrado de rando suas vestes, cortando-as com tesoura, evitando movimentar
glóbulos. a coluna e os membros. Exponha apenas a área a ser examinada,
permanecendo ao seu lado durante esta etapa da avaliação. Tome
C – Circulação e controle de sangramentos no idoso
cuidado, pois as lesões de nervos, vasos e ligamentos podem se
São decorrentes do processo de envelhecimento do sistema agravar na retirada das vestes. Manter a comunicação com o clien-
cardiocirculatório a diminuição do volume sanguíneo, estenose te antes de despi-lo, independente do nível de consciência presente
das artérias coronarianas, diminuição da resposta taquicárdica, no momento, é muito importante. O biombo será muito útil neste
entre outras. Essas alterações predispõem ao aumento da pressão momento.
arterial, entretanto, nos quadros de perda volêmica após ter sofrido Algumas lesões serão percebidas nesta etapa do exame, mos-
um trauma, os valores monitorados podem chegar a uma condição trando o quanto de energia foi dissipada e alertando a equipe quan-
normovolêmica, tornando-se uma verdadeira armadilha no atendi- to à necessidade de monitorar este cliente, até que todos os exames
mento do idoso traumatizado. diagnósticos sejam feitos.

Didatismo e Conhecimento 62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Você deve mantê-lo aquecido com manta térmica ou cober- O resgate e salvamento nesses incidentes devem ser feitos por
tores e também controlar a temperatura do ambiente. O estado de profissionais capacitados e com preparo físico adequado. Alguns
hipotermia contribui para a piora do prognóstico do cliente vítima cuidados são necessários e garante a segurança dos salva-vidas e
de trauma, devendo ser evitado por todos os profissionais envolvi- da vítima.
dos no atendimento pré hospitalar. A retirada do indivíduo da água deve ser feita rapidamente,
Outros procedimentos, como o lavado peritoneal diagnóstico obedecendo aos princípios de prevenção das lesões medulares e
(LPD) e infusões venosas podem ser realizados, utilizando-se so- início imediato das manobras de suporte básico de vida (C, B, A).
luções aquecidas como método de prevenção da hipotermia. As vestes devem ser retiradas assim que possível e o aquecimento
Alguns procedimentos realizados na fase de avaliação pri-
iniciado, evitando estado de hipotermia.
mária e reanimação ajudam a prevenir complicações, tais como
a sondagem gástrica, o cateterismo vesical e a monitoração não Neste caso, o transporte deve ser feito para o hospital mais
invasiva da respiração. próximo, mantendo-o sob manobras de reanimação ou, se estiver
com respiração espontânea, em posição de recuperação, manten-
Avaliação Secundária do-o aquecido, com os parâmetros de pressão arterial e saturação
de oxigênio monitorados. A aspiração das vias aéreas superiores
A avaliação secundária consiste no exame físico detalhado, da pode ser necessária, com o objetivo de melhorar a perfusão dos
cabeça aos pés, e as reavaliações dos sinais vitais após a identifica- tecidos. O atendimento de emergência é realizado baseado na clas-
ção e tratamento de todas as lesões com risco de morte. sificação estabelecida.
No APH, a avaliação secundária é realizada durante o trans-
porte para o hospital, se houver tempo e as condições do cliente
permitir. A identificação de ferimentos, lacerações, hematomas,
edemas, crepitações, saída de líquidos (sangue/líquor) por orifícios
naturais, associado a alterações de parâmetros vitais e alteração 8 ENFERMAGEM EM SAÚDE PÚBLICA.
dos parâmetros neurológicos, contribui para a escolha do hospital 8.1 POLÍTICA NACIONAL DE IMUNI-
adequado àquele caso, conforme citado na rede de atendimento às ZAÇÃO. 8.2 CONTROLE DE DOENÇAS
urgências. TRANSMISSÍVEIS, NÃO TRANSMISSÍVEIS
Ainda na avaliação secundária, você pode, através da sigla E SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS. 8.3
Ampla, obter junto ao familiar e/ou socorristas informações sobre ATENDIMENTO AOS PACIENTES COM HI-
o cliente relacionadas à alergias, medicamentos em uso, passado PERTENSÃO ARTERIAL, DIABETES, DOEN-
médico, líquidos e alimentos ingeridos, e também o ambiente e ÇAS CARDIOVASCULARES, OBESIDADE,
eventos relacionados ao trauma. DOENÇA RENAL CRÔNICA, HANSENÍASE,
Após a avaliação secundária e estabilização hemodinâmica, TUBERCULOSE, DENGUE E DOENÇAS DE
o cliente é encaminhado para a realização de exames e procedi- NOTIFICAÇÕES COMPULSÓRIAS. 8.4 PRO-
mentos diagnósticos, como será discutido em cada trauma. Se o GRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRADA A
hospital não oferecer recursos necessário para o diagnóstico e tra- SAÚDE DA CRIANÇA, MULHER, HOMEM,
tamento definitivo do cliente traumatizado, todos os esforços deve- ADOLESCENTE E IDOSO.
rão ser feitos para que a transferência seja realizada o mais rápido
possível, utilizando a regulação de vagas do SUS.

Prestando atendimento a vítima de afogamento


Política Nacional de Imunização
Aproximadamente 500 mil pessoas morrem no mundo víti-
mas de afogamento. Nos Estados Unidos, essa é a terceira causa de
morte para todas as idades. No Brasil responde pela segunda causa Aspectos Gerais
de morte nas idades entre 5 e 14 anos e a terceira causa de morte O Programa Nacional de Imunizações foi criado em 1973 e,
externa, independente da faixa etária. Antecedentes patológicos, com os avanços obtidos, o país convive com um cenário de reduzi-
traumas, idade, sexo, ingestão de álcool, condição socioeconômica da ocorrência de óbitos por doenças imunopreveníveis.
e falta de supervisão foram considerados os principais fatores de O País investiu recursos vultosos na adequação de sua Rede
risco para esta ocorrência. de Frio, na vigilância de eventos adversos pós-vacinais, na univer-
Quando os incidentes de submersão acontecem em praias, as salidade de atendimento, nos seus sistemas de informação, des-
vítimas frequentemente são resgatadas por salva-vidas. Quando
centralizou as ações e garantiu capacitação e atualização técnico-
esse fato ocorre em rios, lagos e lagoas, sem a submersão, e os
populares acabam tirando-os da água, outras complicações podem -gerencial para seus gestores, em todas as esferas.
surgir em decorrência desse atendimento Entre as realizações do PNI estão a bem-sucedida Campanha
.Se houver êxito no salvamento realizado, seu contato com as da Erradicação da Varíola (CEV), que recebeu a certificação de
vítimas de afogamento acontecerá no atendimento de emergência, desaparecimento da doença por comissão da Organização Mundial
sendo importante que você conheça as circunstâncias do atendi- de Saúde (OMS).
mento: como foi feito, o que foi feito e por quem foi feito. Esses Em 1994, o Brasil recebeu a certificação do bloqueio da trans-
dados podem estar diretamente relacionados com o prognóstico missão autóctone do poliovírus selvagem. O último caso brasileiro
desse cliente. ocorreu em 1989, na Paraíba.

Didatismo e Conhecimento 63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Destaca-se também o controle do sarampo, ainda hoje uma Considerando a Resolução da Diretoria Colegiada da Agência
das doenças que mais afetam e matam crianças em países com Nacional de Vigilância Sanitária (RDC) nº 64, de 28 de dezembro
altos índices de pobres e miseráveis em suas populações. Em 1992, de 2012, que publica a Lista das Denominações Comuns Brasilei-
foi iniciado o Plano de Controle e Eliminação do Sarampo, com ras (DCB) da Farmacopeia Brasileira, resolve:
ações de imunização e a vigilância epidemiológica da doença em
todo o país. Hoje, pode-se afirmar que o sarampo é uma doença Art. 1º Esta Portaria redefine o Calendário Nacional de Vaci-
em processo de eliminação no Brasil, mas estratégias vêm sendo nação, o Calendário Nacional de Vacinação dos Povos Indígenas
implementadas em vigilância e imunizações, visando a manuten- e as Campanhas Nacionais de Vacinação, no âmbito do Programa
ção dessa situação, uma vez que o país registra intenso fluxo de Nacional de Imunizações (PNI), em todo o território nacional.
viajantes internacionais, e o sarampo circula em todo o mundo.
Hoje, o Programa apresenta um novo perfil gerencial, com in- Art. 2º Os Calendários e as Campanhas Nacionais de Vacina-
tegração entre as três esferas de governo, que discutem juntos nor- ção têm por objetivo o controle, a eliminação e a erradicação de
mas, definições, metas e resultados, propiciando a modernização doenças imunopreveníveis.
continuada de sua infraestrutura e operacionalização. § 1º O Calendário Nacional de Vacinação será adotado de
acordo com o disposto no Anexo I.
PORTARIA Nº 1.498, DE 19 DE JULHO DE 2013. § 2º O Calendário Nacional de Vacinação dos Povos Indígenas
será adotado de acordo com o disposto no Anexo II.
Redefine o Calendário Nacional de Vacinação, o Calendário § 3º As Campanhas Nacionais de Vacinação serão adotadas de
Nacional de Vacinação dos Povos Indígenas e as Campanhas Na- acordo com o disposto no Anexo III.
cionais de Vacinação, no âmbito do Programa Nacional de Imuni-
zações (PNI), em todo o território nacional Art. 3º As Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Fede-
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso da atribui- ral e dos Municípios adotarão os Calendários Nacionais de Vacina-
ção que lhe confere o inciso II do parágrafo único do art. 87 da ção para execução das ações de vacinação.
Constituição.
Considerando a Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, que Art. 4º Compete à Secretaria Especial de Saúde Indígena (SE-
dispõe sobre a organização das ações de Vigilância Epidemiológi- SAI/MS) a execução das ações de vacinação nas áreas indígenas.
ca, sobre o Programa Nacional de Imunizações (PNI), estabelece
normas relativas à notificação compulsória de doenças e dá outras Art. 5º O Ministério da Saúde será responsável pela aquisi-
providências; ção e pelo fornecimento às Secretarias de Saúde dos Estados, do
Considerando o disposto nos arts. 27 e 29 do Decreto nº Distrito Federal e dos Municípios das vacinas preconizadas nos
78.231, de 12 de agosto de 1976, que regulamenta a Lei nº 6.259, Calendários e nas Campanhas Nacionais de Vacinação de que trata
de 1975; esta Portaria.
Considerando o Decreto nº 3.156, de 27 de agosto de 1999, Parágrafo único. Os insumos necessários ao atendimento dos
que dispõe sobre as condições para a prestação de assistência à Calendários e das Campanhas Nacionais de Vacinação, quais se-
saúde dos povos indígenas, no âmbito do Sistema Único de Saúde jam seringas, agulhas e impressos para registro das atividades de
(SUS), pelo Ministério da Saúde, altera dispositivos dos Decretos vacinação, serão fornecidos às unidades de saúde do Sistema Úni-
nº 564, de 8 de junho de 1992, e nº 1.141, de 19 de maio de 1994, co de Saúde (SUS) de acordo com as competências de cada esfera
e dá outras providências; de direção do SUS.
Considerando o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011,
que regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para Art. 6º Compete às Secretarias de Saúde dos Estados, do Dis-
dispor sobre a organização do SUS, o planejamento da saúde, a trito Federal e dos Municípios a gestão da Rede de Frio.
assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras pro- Parágrafo único. Para fins do disposto nesta Portaria, consi-
vidências; dera-se Rede de Frio o processo de armazenamento, conservação,
Considerando a Portaria nº 254/GM/MS, de 31 de janeiro de manuseio, distribuição e transporte de imunobiológicos, sendo
2002, que aprova a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Po- composta por:
vos Indígenas; I - equipe técnica qualificada para execução de suas ativida-
Considerando a Portaria nº 3.252/GM/MS, de 22 de dezembro des;
de 2009, que aprova as diretrizes para execução e financiamento II - equipamentos para execução de suas atividades;
das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito III - procedimentos padronizados para manutenção das con-
Federal e Municípios; dições adequadas de refrigeração e das características dos imu-
Considerando a Portaria nº 104/GM/MS, de 25 de janeiro de nobiológicos, desde o laboratório produtor até o momento de sua
2011, que define as terminologias adotadas em legislação nacional, administração.
conforme o disposto no Regulamento Sanitário Internacional 2005
(RSI 2005), a relação de doenças, agravos e eventos em saúde pú- Art. 7º O registro das informações quanto às vacinas admi-
blica de notificação compulsória em todo o território nacional e nistradas será feito nos instrumentos padronizados no âmbito do
estabelece fluxo, critérios, responsabilidades e atribuições aos pro- PNI, obedecendo-se ao fluxo e à periodicidade ali definidos, sendo
fissionais e serviços de saúde; e responsabilidade:

Didatismo e Conhecimento 64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
I - das Secretarias de Saúde do Distrito Federal e dos Muni-
cípios, no que se refere ao registro no Sistema de Informação do
Programa Nacional de Imunizações (SIPNI); e
II - da SESAI/MS, no que se refere ao registro no Sistema de
Informação de Atenção à Saúde Indígena (SIASI).

Art. 8º A comprovação da vacinação será feita por meio do


cartão ou caderneta de vacinação, emitido pelas unidades de saúde
públicas e privadas, devidamente credenciadas no âmbito do SUS,
contendo as seguintes informações:
I - nome da vacina;
II - data;
III - número do lote;
IV - laboratório produtor;
V - unidade vacinadora;
VI - nome do vacinador.
Art. 9º Fica a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS)
autorizada a editar normas complementares a esta Portaria e ado-
tar as medidas necessárias para a implantação e o cumprimento
do Calendário Nacional de Vacinação, do Calendário Nacional de
Vacinação dos Povos Indígenas e das Campanhas Nacionais de
Vacinação.

Art. 10. O Ministério da Saúde disponibilizará manual ins-


trutivo com normatizações técnicas sobre o Calendário Nacional
de Vacinação, o Calendário Nacional de Vacinação dos Povos In-
dígenas e as Campanhas Nacionais de Vacinação, cujo conteúdo
encontra-se disponível no endereço eletrônico www.saude.gov.br/
svs.

Art. 11. Ficam revogadas:


I - a Portaria nº 1.946/GM/MS, de 19 de julho de 2010, publi-
cada no Diário Oficial da União nº 137, Seção 1, do dia seguinte,
pág. 38;
II - a Portaria nº 3.318/GM/MS, de 28 de outubro de 2010,
publicada no Diário Oficial da União nº 208, Seção 1, do dia se-
guinte, pág. 105.

Art. 12. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publica-


ção.

ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA


Calendário Nacional de Vacinação

Didatismo e Conhecimento 65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem

Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/anexo/anexo_prt147_2013.pdf

Didatismo e Conhecimento 66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Controle de doenças transmissíveis, não transmissíveis e Dentre essas, a principal é a notificação, ou seja, a comunicação da
sexualmente transmissíveis  ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde feita à autori-
dade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para
Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis. fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes.
Historicamente, a notificação compulsória tem sido a princi-
Introdução. pal fonte da vigilância epidemiológica, a partir da qual, na maioria
A Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis das vezes, se desencadeia o processo informação-decisão-ação.
constitui-se como importante instrumento para o planejamento, A atual listagem das doenças de notificação nacional foi esta-
organização e operacionalização dos serviços de saúde, bem como belecida pelo Ministério da Saúde por meio da Portaria GM/MS
a normatização das atividades técnicas correlatas. Sua operacio- n. 05, de 21 de fevereiro de 2006. Os dados correspondentes com-
nalização compreende uma série de funções específicas, permitin- põem o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan),
do conhecer o comportamento da doença ou agravo selecionado descrito no capítulo IV deste livro. As Secretarias Estaduais de
como alvo das ações, de forma que as medidas de intervenção per- Saúde e municípios podem adicionar à lista outras patologias de
tinentes possam ser desencadeadas com oportunidade e eficácia. interesse regional ou local, justificada a sua necessidade e defini-
dos os mecanismos operacionais correspondentes.
São funções da vigilância epidemiológica: O caráter compulsório da notificação implica responsabilida-
• Coleta de dados. des formais para todo cidadão, e uma obrigação inerente ao exercí-
• Processamento dos dados coletados; análise e interpretação cio da medicina, bem como de outras profissões na área da saúde.
dos dados processados.
• Recomendação das medidas de controle apropriadas. Aspectos que devem ser considerados na notificação:
• Promoção das ações de controle indicadas. • Notificar a simples suspeita da doença, sem aguardar a con-
• Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas. firmação do caso, pois isto pode significar perda da oportunidade
• Divulgação de informações pertinentes. de intervir eficazmente.
As mudanças no perfil epidemiológico das populações, no •A notificação tem de ser sigilosa, só podendo ser divulgada
qual se observa declínio das taxas de mortalidade por doenças in- fora do âmbito médico-sanitário em caso de risco para a comuni-
fecciosas e parasitárias e crescente aumento das mortes por causas dade, respeitando-se o direito de anonimato dos cidadãos.
externas e doenças crônico-degenerativas, tem propiciado a incor- • O envio dos instrumentos de coleta de notificação deve ser
feito mesmo na ausência de casos, configurando-se o que se de-
poração das doenças e agravos não transmissíveis às atividades da
nomina notificação negativa que funciona como um indicador de
vigilância epidemiológica.
eficiência do sistema de informações.
As competências de cada esfera do sistema de saúde (muni-
Além da notificação compulsória, o Sistema de Vigilância
cipal, estadual e federal) abarcam todo o espectro das funções de
Epidemiológica pode definir doenças e agravos como de notifica-
vigilância epidemiológica, porém com graus de especificidade va-
ção simples. O Sinan é o principal instrumento de coleta dos dados
riáveis. As ações executivas são mais inerentes à esfera municipal
de notificação compulsória.
e seu exercício exige conhecimento analítico da situação de saúde
local. Fontes adicionais de dados epidemiológicos:
Quanto mais capacitada e eficiente for à instância local, mais • Inquérito epidemiológico.
oportunamente podem ser executadas as medidas de controle. Os • Levantamento epidemiológico.
dados e informações aí produzidos serão mais consistentes, pos- • Investigação epidemiológica de campo.
sibilitando melhor compreensão do quadro sanitário estadual e • Sistemas sentinelas.
nacional e, consequentemente, o planejamento adequado da ação
governamental. Emergências em saúde públicas
Para o desenvolvimento do Sistema Nacional de Vigilância Respostas às doenças emergentes e reemergentes, surtos e
Epidemiológica (SNVE), a atual orientação estabelece como prio- emergência em saúde pública.
ridade o fortalecimento dos sistemas municipais de vigilância epi- A ocorrência de epidemias e pandemias por doenças emer-
demiológica, que devem ser dotados de autonomia técnico-geren- gentes ou reemergentes fez com que a comunidade internacional
cial para enfocar os problemas de saúde próprios de suas áreas de aprimorasse os serviços de vigilância em saúde. Dentre os fatores
abrangência. As secretarias estaduais devem, cada vez mais, deixar que contribuíram para esta mudança estão: a pressão demográfi-
de desempenhar o papel de executoras para assumir as responsa- ca; mudanças no comportamento social e alterações ambientais. A
bilidades de coordenação, supervisão e monitoramento das ações, globalização que integrou os países refletiu no aumento da circula-
de acordo com as responsabilidades estabelecidas na Portaria GM/ ção de pessoas e mercadorias, estreitou as distâncias e o comparti-
MS n. 1.172/04. lhamento de agentes de doenças que são endêmicos ou inofensivos
em determinadas regiões, mas que podem provocar graves proble-
Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis. mas de ordem econômica, social, política e de saúde.
A expansão da circulação do vírus da influenza, H5N1, bem
Aspectos gerais como a pandemia por síndrome respiratória aguda grave, mais
A informação para a vigilância epidemiológica destina-se à conhecida por SARS, e o uso de Antraz em atos terroristas são
tomada de decisões – informação para a ação. Este princípio deve alguns exemplos da necessidade de aperfeiçoamento na vigilância
reger as relações entre os responsáveis pela vigilância e as diver- em saúde em âmbito internacional e nacional (federal, estadual e
sas fontes que podem ser utilizadas para o fornecimento de dados. municipal).

Didatismo e Conhecimento 67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Todas as ações de respostas à emergência em saúde pública No Brasil, o Sistema de Vigilância da Influenza está implan-
devem se realizar de maneira coordenada e articulada entre as três tado em 46 unidades sentinelas, a maioria delas localizadas nas
esferas de governo, sendo fundamental o papel das SES na articu- capitais das cinco regiões brasileiras, em 20 estados e no Distrito
lação e assessoria junto aos municípios. Federal, com previsão de concluir a implantação ou reimplanta-
Diante deste cenário e continuando o processo de estruturação ção, em todos os estados, em 2006.
e aperfeiçoamento do serviço de recebimento, processamento e
resposta oportuna às emergências epidemiológicas, existe no âm- Núcleos Hospitalares de Epidemiologia
bito da SVS/MS o Centro de Informações Estratégicas em Vigi-
lância em Saúde (Cievs), que articula as necessidades de respostas As doenças de notificação compulsória constituem risco à saú-
rápidas às emergências epidemiológicas junto as SES. Os profis- de da população e para que sejam desencadeadas ações de controle
sionais de saúde dos serviços públicos e privados e técnicos das é primordial o conhecimento oportuno da ocorrência das mesmas.
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde constituem-se como O ambiente hospitalar é uma importante fonte para a notifi-
fonte notificadora do Cievs. cação dessas doenças, principalmente dos casos mais graves, com
impacto para a saúde pública no país. A detecção de aumento do
Para o aperfeiçoamento das respostas às emergências epi- número de casos de doenças transmissíveis pode levar a identifi-
demiológicas é necessário que se contemple uma série de pon- cação de epidemias, sendo fundamental o conhecimento precoce
tos, como: para a adoção de medidas de controle. Além disso, o hospital é fon-
• Aumento da sensibilidade para a detecção de eventos rele- te de informação para outros problemas de saúde, possibilitando
vantes, por meio da institucionalização de canais permanentes para
recebimento e processamento de notificações. o acompanhamento do perfil de morbimortalidade da população
• Articulação e agilidade dos processos de verificação e análi- atendida, apoiando o planejamento do sistema de saúde.
se de relevância das emergências epidemiológicas entre as diferen- O Ministério da Saúde instituiu por meio da Portaria GM/n.
tes esferas de gestão do SUS. 2.529, de 23 de novembro de 2004, o Subsistema Nacional de Vi-
• Ampliação da capacidade técnica de respostas às emergên- gilância Epidemiológica em âmbito hospitalar com o objetivo de
cias epidemiológicas; ampliar a detecção, notificação e investigação de Doenças de No-
• Ampliação das estruturas físicas e logísticas para o enfrenta- tificação Compulsória (DNC) e de outros agravos emergentes e
mento das emergências epidemiológicas. reemergentes. A implantação desse subsistema está regulamentada
• Desenvolvimento de instrumentos para monitorar e avaliar
a estruturação institucional no enfrentamento das emergências pela Portaria SVS/MS n. 1, de 17 de janeiro de 2005.
epidemiológicas, permitindo o aprimoramento e manutenção dos As atividades realizadas pelos Núcleos Hospitalares de Epi-
sistemas implementados. demiologia (NHE), estão vinculadas às unidades de saúde compo-
nentes da Rede de Hospitais de Referência, que será composta de
Plano Brasileiro de Preparação para Pandemia de In- 190 hospitais, subdividida em três níveis. Até 31 de agosto 2006,
fluenza. 152 núcleos já foram implantados, sendo 75, “Nível I”, 45, “Nível
Fatos recentes vêm alertando o mundo para a ameaça de ocor- II” e 32, “Nível III”, distribuídos em 24 Unidades Federadas.
rência de uma nova pandemia de gripe, tornando-se urgente que a
sociedade se prepare para o seu enfrentamento.
Compete ao Gestor Estadual do SUS:
Atualmente há uma preocupação global com a possibilidade
de surgimento de um novo subtipo pandêmico do vírus influenza, • Apoiar os hospitais na implantação do NHE.
que pode vir a constituir-se em uma ameaça que poderá impactar • Elaborar e disseminar o processo de implantação desta por-
gravemente os sistemas de saúde, além de provocar sérias conse- taria.
quências sociais e econômicas. Frente a esse fato, os países reu- • Prestar assessoria técnica e supervisão no funcionamento
nidos na Assembleia Mundial da Saúde de 2003 aprovaram uma dos NHE.
resolução incentivando que todos elaborassem planos de prepara- • Definir o responsável técnico pela gestão do subsistema no
ção que pudessem fazer frente a uma nova pandemia de influenza. estado.
O plano brasileiro foi elaborado por um grupo técnico espe- • Assessorar e supervisionar as ações de VE no âmbito hospi-
cialmente constituído para esse fim, tendo como base as discussões
acumuladas até o momento e as orientações da Organização Mun- talar, de forma complementar a atuação dos municípios.
dial da Saúde. • Definir o processo de estruturação do Sistema de Vigilância
O objetivo geral desse plano é impedir a entrada e minimizar Epidemiológica em âmbito hospitalar em nível estadual, integran-
os efeitos da disseminação de uma cepa pandêmica sobre a morbi- do-o às normas e rotinas já estabelecidas pelo Sistema Nacional de
mortalidade e suas repercussões na economia e no funcionamento Agravos de Notificação.
dos serviços essenciais do país. • Proceder à normalização técnica complementar da esfera fe-
Para o acompanhamento e a proposição de medidas emergen- deral para a sua unidade federada.
ciais necessárias para a implementação deste plano foi instituído • Divulgar informações e análise de doenças notificadas pelos
um Grupo Executivo Interministerial, criado pelo Decreto Presi-
hospitais.
dencial n. 205, de 24 de outubro de 2005, que conta com repre-
sentantes da Presidência da República (Casa Civil e Gabinete de • Monitorar e avaliar o desempenho dos NHE, em articulação
Segurança Institucional); Ministério da Saúde (responsável pela com os gestores municipais, quando cabível.
coordenação deste grupo); Ministério da Fazenda; Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão; Ministério da Agricultura, Pe- Programas de prevenção e controle de doenças
cuária e abastecimento; Ministério da Integração Nacional; Minis- Nesta seção serão apresentados os principais programas de
tério das Relações Exteriores; Ministério da Justiça e Ministério prevenção e controle de doenças, entretanto as ações de vigilância
da Defesa. epidemiológica das doenças transmissíveis abrangem um elenco

Didatismo e Conhecimento 68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
muito maior de agravos como: as doenças imunopreveníveis (sa- Objetivos e metas
rampo, tétano, coqueluche, etc.); antropozoonoses e doenças trans-
mitidas por vetores (leishmaniose, esquistossomose, leptospirose, Os objetivos do PNCD são:
febre amarela, raiva, etc.); as doenças de veiculação hídrica e ali- • Reduzir a infestação pelo Aedes aegypti.
mentar (febre tifoide, botulismo, etc.) e de veiculação respiratória, • Reduzir a incidência da dengue.
como as meningites. • Reduzir a letalidade por febre hemorrágica de dengue.
A participação das regiões do país na distribuição dos casos de
Programa Nacional de Controle da Dengue dengue varia ano a ano. No início da década de 1990, a maior pro-
porção de casos era proveniente das Regiões Sudeste e Nordeste.
Aspectos gerais Nos últimos, anos a região Nordeste tem participação maior que
Em nosso país, as condições socioambientais favoráveis à ex-
o Sudeste, porém as regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram
pansão do Aedes aegypti possibilitaram uma dispersão desse vetor,
aumento gradativo de casos. Nos estados de Santa Catarina e Rio
desde sua reintrodução em 1976, para mais de 3.500 municípios.
Programa essencialmente centrados no combate químico, com Grande do Sul não há transmissão autóctone da doença.
baixíssima ou mesmo nenhuma participação da comunidade, sem
integração intersetorial e com pequena utilização do instrumental Atribuições e responsabilidades
epidemiológico mostraram-se incapazes de conter um vetor com As esferas federal, estadual e municipal têm atribuições dis-
altíssima capacidade de adaptação ao novo ambiente criado pela tintas e complementares na implantação, gestão e acompanhamen-
urbanização acelerada e pelos novos hábitos da população. to do PNCD. Abaixo estão listadas algumas atribuições e respon-
Em 2002, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacio- sabilidades da esfera estadual.
nal de Controle da Dengue (PNCD), que incorporou as lições das
experiências nacionais e internacionais de controle da dengue, Ao estado compete:
enfatizando a necessidade de mudança nos modelos anteriores, • A gestão da vigilância epidemiológica e entomológica da
fundamentalmente em alguns aspectos essenciais: dengue.
• A elaboração de programas permanentes, uma vez que não • Execução de ações de Vigilância Epidemiológica e Controle
existe qualquer evidência técnica de que erradicação do mosquito
da Dengue, de forma complementar a atuação dos municípios.
seja possível, em curto prazo.
• O desenvolvimento de campanhas de informação e de mobi- • Supervisão, monitoramento e avaliação das ações executa-
lização das pessoas, de maneira a se criar uma maior responsabili- das nos municípios.
zação de cada família na manutenção de seu ambiente doméstico • Gestão dos estoques estaduais de inseticidas, biolarvicidas
livre de potenciais criadouros do vetor. para combate ao vetor e meios de diagnóstico da dengue (kit diag-
• O fortalecimento da vigilância epidemiológica e entomoló- nóstico).
gica para ampliar a capacidade de predição e de detecção precoce • Gestão do sistema de informação da dengue no âmbito esta-
de surtos da doença. dual, consolidação e envio regular à instância federal.
• A melhoria da qualidade do trabalho de campo de combate • Análise e retroalimentação dos dados da dengue aos muni-
ao vetor. cípios.
• A integração das ações de controle da dengue na atenção • Divulgação de informações e análises epidemiológicas da
básica. situação da dengue no estado.
• A utilização de instrumentos legais que facilitem o trabalho
do poder público na eliminação de criadouros em imóveis comer-
Programa Nacional de Controle da Malária
ciais, casas abandonadas, etc..
• A atuação multissetorial por meio do fomento à destinação
adequada de resíduos sólidos e a utilização de recipientes seguros Aspectos gerais
para armazenagem de água. A malária é reconhecida como grave problema de saúde públi-
• O desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de acom- ca no mundo, atingindo 40% da população de mais de 100 países.
panhamento e supervisão das ações de controle desenvolvidas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-
Verifica-se que quase 70% dos casos notificados da dengue no -se que ocorrem no mundo cerca de 300 a 500 milhões de novos
país se concentram em municípios com mais de 50.000 habitantes casos e um milhão de mortes ao ano.
que, em sua grande maioria, fazem parte de regiões metropolitanas A malária continua sendo um grave problema de saúde pú-
ou polos de desenvolvimento econômico. blica na região Amazônica, devido à alta incidência e aos efeitos
Dos 5.564 municípios brasileiros, 653 (11,7%) são prioritá- debilitantes para as pessoas acometidas por essa doença, com um
rios para o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD). importante potencial de influenciar o próprio desenvolvimento
Estes municípios concentram 55,3% (101.811.213) da população dessa região.
do país. Com o Programa Nacional de Controle da Malária (PNCM),
O PNCD está baseado em 10 componentes. Em cada Unidade
o Ministério da Saúde estabelece uma política permanente para
Federada deverão ser realizadas adequações condizentes com as
especificidades locais, inclusive com a possibilidade da elabora- a prevenção e o controle dessa endemia, agregando as sugestões
ção de planos sub-regionais, em sintonia com os objetivos, metas emanadas do processo contínuo de avaliação realizado pelas se-
e componentes do PNCD, cabendo às SES a coordenação desse cretarias estaduais e municipais de saúde e pelo Comitê Técnico
de Acompanhamento e Assessoramento.
processo.

Didatismo e Conhecimento 69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
O Programa é alicerçado em uma série de componentes, lista- Situação epidemiológica atual
dos abaixo, que correspondem às estratégias de intervenção, a se- Na região extra-amazônica, 64% dos casos registrados são
rem implementadas e/ou fortalecidas de forma integrada, de acor- importados: cerca de 55% são provenientes dos estados perten-
do com as características da malária em cada área. Os dois últimos centes à Amazônia Legal e aproximadamente 9%, de outros paí-
componentes se referem a importantes elementos para sustentação ses, destacando os vizinhos da América do Sul (Guiana Francesa,
Paraguai e Suriname) e da África. Destacam-se, na transmissão,
do controle da doença:
os municípios localizados às margens do lago da usina hidrelé-
• Apoio à estruturação dos serviços locais de saúde. trica de Itaipu, as áreas cobertas pela Mata Atlântica nos estados
• Diagnóstico e tratamento. do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia e a região
• Fortalecimento da vigilância da malária. Centro-Oeste (estados de Goiás e Mato Grosso do Sul). Os 36%
• Capacitação de recursos humanos. restantes são casos autóctones esporádicos que ocorrem em áreas
• Educação em saúde, Comunicação e Mobilização social focais restritas.
(ESMS).
• Controle seletivo de vetores. Para intensificação das ações de controle, de acordo com
• Pesquisa. o risco de transmissão, Incidência Parasitária Anual (IPA) por
• Monitoramento do PNCM. 1.000 habitantes, os municípios foram estratificados como de:
• Sustentabilidade política. • Alto risco – IPA maior ou igual a 50 casos de malária por
mil habitantes.
Embora a malária continue sendo grave problema de saúde • Médio risco – IPA entre 10 e 49,9 casos de malária por mil
pública na região Amazônica, ela é passível de intervenção efetiva habitantes.
pelos serviços de saúde. A intensificação das ações de controle da • Baixo risco – IPA até 9,9 casos de malária por mil habitantes.
malária tem contribuído para modificar a dinâmica da transmissão Entre 1999 e 2005, observa-se uma diminuição do número de
da doença na região, alcançando resultados promissores na maio- municípios de alto risco, de 160 para 109 (31,9%), e de médio
ria dos municípios. Este novo perfil da transmissão da malária tor- risco, de 129 para 93 (27,9%). Consequentemente, o número de
na mais factível a abordagem do problema pelos serviços de saúde. municípios sem notificação de casos teve um incremento de 164
A análise sistemática dos dados produzidos pelos sistemas de para 193 (17,7%); e os de baixo risco de transmissão, de 339 para
informação dos serviços de saúde permite identificar mudanças na 412 (21,5%).
dinâmica da transmissão da doença e readequação, em tempo há- Na Amazônia Legal, a maior parte dos casos de malária é
devida ao P. vivax. No entanto, é preocupante o incremento do
bil, das estratégias de enfrentamento. percentual de casos de malária por P. falciparum, o que favorece a
A rede estruturada para realizar o diagnóstico de malária vem ocorrência de formas graves e óbitos. No período de 1999 a 2005,
sendo fortalecida desde o ano 2000, passando de 1.182, em 1999, observa-se aumento de 19,2% para 25,7% na proporção de malária
para 2.909 laboratórios, em 2005, o que significa um aumento de por P. falciparum, representando um incremento de 33,9%.
146%. Atualmente, existem 13.934 unidades notificantes na Ama- Os estados que mais contribuíram para esse incremento na
zônia Legal e 37.735 agentes notificantes – esta expansão da rede proporção de malária por P. falciparum foram Amapá (189,8%),
diagnóstica visa melhorar o acesso da população amazônica ao Maranhão (156,5%), Amazonas (41,2%), Pará (30,0%) e Mato
diagnóstico precoce e ao tratamento oportuno e adequado. Grosso (23,1%).
Em 2001, com o objetivo de monitorar a resistência às dro- Em 2005, 33% das internações foram decorrentes de malária
gas antimaláricas em toda a região amazônica, foi criada a Rede por P. falciparum, entretanto a notificação de formas não especi-
ficadas e outras formas representaram 29% dos casos, denotando
Amazônica de Vigilância da Resistência às Drogas Antimaláricas
deficiência no diagnóstico específico da rede hospitalar, bem como
(Ravreda), utilizando protocolos padronizados para a avaliação da na atualização de dados do sistema de informações. Esse fato pode
suscetibilidade dos parasitos aos medicamentos. Os trabalhos de- influenciar o tratamento adequado e aponta para a necessidade de
senvolvidos no projeto Ravreda visam subsidiar o Programa Na- capacitação das equipes de atenção hospitalar, sendo importante
cional de Controle da Malária. Assim, todos os estudos propostos as Secretarias Estaduais de Saúde orientarem os municípios nesse
estão no campo da pesquisa aplicada e têm por objetivo fornecer aspecto.
informações para a tomada de decisão baseada em evidências. Apesar do aumento do número absoluto de casos nos últimos
Os estudos realizados pela rede foram fundamentais para anos, observa-se uma redução significativa na proporção de óbitos
orientar importantes mudanças no Programa Nacional de Controle e internações por malária na Amazônia Legal.
da Malária, tais como a alteração da terapêutica para o tratamento
Atribuições e responsabilidades
da malária falciparum.
As esferas federal, estadual e municipal têm atribuições dis-
tintas e complementares na implantação, gestão e acompanha-
Objetivos e metas mento do PNCM. Abaixo estão listadas algumas atribuições e
responsabilidades da esfera estadual presentes no Programa Na-
Os objetivos do PNCM são: cional de Prevenção e Controle da Malária publicado em 2003
• Reduzir a incidência da malária. pela Secretaria de Vigilância em Saúde:
• Reduzir a mortalidade por malária. • Coordenação estadual do PNCM.
• Reduzir as formas graves da doença. • Gestão da vigilância epidemiológica e entomológica da ma-
• Eliminar a transmissão da malária em áreas urbanas nas ca- lária.
pitais. • Execução de ações de Vigilância Epidemiológica e Controle
• Manter a ausência da transmissão da doença nos locais onde da Malária, de forma complementar à atuação dos municípios.
ela tiver sido interrompida.

Didatismo e Conhecimento 70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
• Assistência técnica aos municípios. As metas do PNCT são:
• Supervisão, monitoramento e avaliação das ações executa- • Manter um nível de detecção anual de pelo menos 70% dos
das pelos municípios. casos estimados.
• Gestão dos estoques estaduais de medicamentos, inseticidas • Tratar corretamente 100% dos casos de tuberculose diagnos-
para combate ao vetor. ticados e curar, pelo menos, 85% dos mesmos.
• Gestão do sistema de informação da malária no âmbito es- • Manter a proporção de abandono do tratamento em nível
tadual, consolidação e envio regular à instância federal dentro dos aceitável (menos de 5%).
prazos estabelecidos.
• Análise e retroalimentação dos dados da malária aos muni- • Estender o tratamento supervisionado para 100% das unida-
cípios. des de saúde dos 315 municípios prioritários e, pelo menos, 80%
• Divulgação de informações e análises epidemiológicas da dos casos bacilíferos detectados nesses municípios, até 2007.
situação da malária. • Manter atualizado o registro de casos, notificando 100% dos
• Definição e estruturação de centros de referência para trata- resultados de tratamento.
mento das formas graves da malária. • Aumentar em 100% o número de sintomáticos respiratórios
examinados (2004/2007).
Programa Nacional de Controle da Tuberculose
• Disponibilizar o exame de HIV a 100% dos adultos com
Aspectos gerais tuberculose ativa.
Em todo o mundo, um terço da população já está infectada
pelo Mycobacterium tuberculosis, e o número atual de casos no- Situação Epidemiológica Atual
vos da doença está em torno de 8,8 milhões. Estima-se que ocor- O número de casos novos registrados em 2004 foi de 80.515,
rem, anualmente, 2,7 milhões de óbitos por tuberculose, e, destes, com uma taxa de incidência de 49,4 por 100 mil. Analisando uma
aproximadamente 98% ocorrem em países em desenvolvimento. série de 10 anos (1994-2004), a tendência da incidência da tuber-
Cerca de 350.000 são casos de TB associados com HIV/aids. O culose no Brasil parece bastante estável, embora ligeiramente des-
surgimento da epidemia de aids e de focos de tuberculose multir-
resistente em zonas com controle deficiente da doença complica cendente nos casos de tuberculose de todas as formas.
ainda mais o problema em escala mundial. O Brasil ocupa o 15º A distribuição geográfica da tuberculose indica que 70% dos
lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de casos concentram-se em 315 municípios, que incluem as grandes
tuberculose no mundo. A prevalência estimada é de 50 milhões de cidades e capitais, designadas prioritárias pelo Ministério da Saúde
infectados, aproximadamente 111 mil casos novos e em torno de para o controle da TB e a implementação da estratégia Dots.
seis mil óbitos por ano. No Brasil, a tuberculose constitui a nona A situação da infecção por HIV é um problema importante
causa de hospitalização e a quarta causa de mortalidade por doen- no Brasil, em especial nas grandes cidades, onde a epidemia tem
ças infecciosas.
progredido rapidamente nos últimos anos. Segundo dados do Pro-
Objetivos e Metas grama Nacional de DST/AIDS, a taxa de prevalência estimada da
infecção por HIV é de 0,65% na população de 15 a 45 anos.
O objetivo principal do PNCT é reduzir a morbidade, a As taxas de co-infecção TB/HIV no período 2001-2004 foram
mortalidade e a transmissão da tuberculose. Além disso, são as seguintes: 8,7% em 2001; 7,9% em 2002; 8,1% em 2003; e
objetivos do programa: 7,7% em 2004. Os estados com mais alta carga de co-infecção são
• Sensibilizar e mobilizar os gestores do SUS, líderes políti- o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
cos, formadores de opinião, visando a priorizar as ações de com- Mesmo assim, cerca de 6.000 óbitos são notificados todo ano,
bate à tuberculose.
• Incorporar o tratamento supervisionado na Atenção Básica, sendo os estados com as maiores taxas de mortalidade o Rio de
especialmente na estratégia da Saúde da Família e às unidades de Janeiro (6,1), Pernambuco (5,3), Mato Grosso do Sul (3,1) e Bahia
saúde das grandes cidades. (3,0). Com uma taxa média de letalidade de 7,8%, Pernambuco é
• Fortalecer a vigilância epidemiológica de maneira a aumen- o estado mais afetado.
tar a detecção de casos novos e a cura de casos diagnosticados, A heterogeneidade do grau de cobertura do programa também
assim como diminuir o abandono do tratamento. é visível na análise dos desfechos dos tratamentos para a coorte de
• Capacitar os profissionais de saúde que participam no con- 2004 (casos novos que iniciaram tratamento entre abril de 2003 a
trole e na prevenção da TB em todos os níveis de gestão.
março de 2004) dos municípios prioritários. Destacam-se os altos
• Manter cobertura adequada da vacinação com BCG.
• Reforçar as atividades de colaboração entre os programas de percentuais de transferência e os percentuais de encerramento dos
TB e o HIV/AIDS; casos.
• Reforçar e melhorar o Sistema de Informação (Sinan). Apenas nos municípios prioritários de Sergio e Mato Grosso
• Desenvolver, nos laboratórios, as atividades de diagnóstico foram atingidas as metas de cura superior a 85% (considerando
e testes de sensibilidade aos medicamentos usados no tratamento apenas os casos com informação de encerramento).
de tuberculose. Atribuições e Responsabilidades
• Desenvolver atividades de comunicação e mobilização so- As esferas federal, estadual e municipal têm atribuições dis-
cial para a educação em saúde, em todas as esferas (nacional, esta- tintas e complementares na implantação, gestão e acompanhamen-
dual e municipal), focalizando a promoção, prevenção, assistência to do PNCT. Abaixo estão listadas algumas atribuições e responsa-
e reabilitação em saúde. bilidades da esfera estadual.

Didatismo e Conhecimento 71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Compete à Esfera Estadual Em janeiro de 2005, o PNEH divulgou os coeficientes de de-
• Exercer a gestão e gerência da vigilância epidemiológica, tecção e de prevalência do Brasil relativos a 2004, expressos pelos
prevenção e controle da tuberculose. seguintes valores: 2,76 casos para cada 10.000 habitantes e 1,71
• Cooperar tecnicamente com os municípios nas ações do casos para o mesmo número de habitantes, respectivamente, tra-
PCT. zendo à luz novas perspectivas para abordagem de planejamento
• Acompanhar, monitorar e avaliar as ações de vigilância, pre- estratégico quanto à endemia no País.
venção e controle da tuberculose nos municípios. As ações do PNEH devem ser conduzidas de modo a garantir
• Programar, acompanhar e controlar a distribuição de medi- o desenvolvimento de ações que favoreçam o diagnóstico precoce
camentos e insumos. na faixa etária de menores de 15 anos.
• Realizar avaliação epidemiológica e operacional das ações Outras diretrizes para a eliminação e controle desta doença
do Programa em âmbito estadual. é o fortalecimento da vigilância epidemiológica, da logística de
• Realizar análise epidemiológica, retroalimentar os dados de abastecimento de medicamentos, o desenvolvimento de capacida-
tuberculose aos municípios e enviar os dados e análise a esfera de orientada ao trabalho para os profissionais de saúde em geral e
nacional. uma rede eficiente de referência e contra-referência, além da ex-
• Divulgar informações e a análise epidemiológica da situação
pansão da cobertura das atividades de eliminação da hanseníase
da TB no estado.
em comunidades e populações especiais e atenção especial aos
• Garantir a qualidade dos exames laboratoriais realizados da
rede do SUS conforme normas do Ministério da Saúde. estados que ainda têm uma alta carga de doença: Pernambuco,
• Realizar baciloscopia, cultura, identificação do bacilo e teste Goiás, Espírito Santo, Pará, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso,
de sensibilidade às drogas utilizadas no tratamento da TB. Rondônia e Roraima.
• Criar mecanismos que promovam a participação efetiva da
Sociedade Civil nas discussões e definições do programa de TB. Objetivos e Metas
• Manter o compromisso político de implantar uma Política
Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase de Atenção à Hanseníase no SUS, promovendo uma atenção inte-
gral e integrada aos doentes de hanseníase em todos os níveis de
Aspectos Gerais atenção.
A hanseníase parece ser uma das mais antigas doenças que • Intensificar as atividades colaborativas com os parceiros, nas
acometem o homem. As referências mais remotas datam de 600 esferas estadual e municipal para a oferta de serviços de qualidade
a.C. e procedem da Ásia, que, juntamente com a África, podem a todas as pessoas atingidas pela hanseníase, incluindo os antigos
ser consideradas o berço da doença. A melhoria das condições de doentes residentes nos hospitais-colônia.
vida e o avanço do conhecimento científico modificaram significa- • Garantir a oferta de medicação específica para todos os pa-
tivamente esse quadro e, hoje, a hanseníase tem tratamento e cura. cientes.
É uma doença crônica granulomatosa, proveniente de infecção • Intensificar e apoiar os esforços de advocacia a fim de redu-
causada pelo Mycobacterium leprae. Este bacilo tem a capacidade
zir o estigma e a discriminação contra as pessoas e as famílias afe-
de infectar grande número de indivíduos (alta infectividade), no
entanto poucos adoecem (baixa patogenicidade). O domicílio tadas pela hanseníase, promovendo a consolidação de uma política
é apontado como importante espaço de transmissão da doença, de direitos humanos.
embora ainda existam lacunas de conhecimento quanto aos • Fortalecer a integração dos registros de hanseníase no Sinan
prováveis fatores de risco implicados, especialmente aqueles de modo a qualificar o monitoramento e o acompanhamento do
relacionados ao ambiente social. sistema de vigilância epidemiológica.
O acesso a informações, diagnóstico e o tratamento com poli- • Apoiar o desenvolvimento e a capacitação dos profissionais
quimioterapia (PQT) continuam sendo elementos chaves na estra- de saúde nos serviços integrados de atenção.
tégia para eliminar a doença como um problema de saúde pública,
definido como alcançar uma prevalência menor que 1 caso de han- São Metas do PNEH:
seníase por 10.000 habitantes. A prevalência global da hanseníase • As taxas de conclusão do tratamento e de cura deverão ser
no início de 2006 foi de 219.826 casos, o número dos casos novos superiores a 90% em todos os estados do País.
detectados durante 2005 foi 296.499. O número dos casos novos • Redução de prevalência em menos de um caso por cada
detectados no mundo caiu mais de 111.000 casos (diminuição de 10.000 habitantes em pelo menos 50% dos 2.017 municípios en-
27%) durante 2005 comparados com o 2004. Os países previa- dêmicos em dezembro de 2005, para dezembro de 2008.
mente com a maior endemicidade têm alcançado agora elimina- • Prevalência de menos de um caso por cada 10.000 habitantes
ção, os poucos que restam estão muito perto de eliminar a doença. deverá ter sido alcançada em todos os municípios do País para
Entretanto, os bolsões com elevada endemicidade permanecem 2010.
ainda em algumas áreas da Angola, do Brasil, da República Afri-
Situação Epidemiológica Atual
cana Central, da República Democrática de Congo, da Índia, de
A hanseníase é uma doença endêmica que tem apresentado
Madagascar, de Moçambique, de Nepal, e da República Unida de
redução significativa de sua prevalência de 16,4 por 10.000 habi-
Tanzânia.
tantes em 1985 para 1,48 por 10.000 habitantes em 2005, aproxi-
O Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase (PNEH)
estabeleceu em 2004 o redirecionamento da política de eliminação mando-se da meta proposta pela Organização Mundial de Saúde
da doença enquanto problema de saúde pública e da atenção à han- (OMS) de eliminação da doença como problema de saúde pública.
Segundo a taxa de prevalência de 2005, as regiões Sul e Su-
seníase no Brasil, em um novo contexto que permite aferir a real
deste já alcançaram a meta de eliminação. Apesar da importante
magnitude da endemia no País.
redução do coeficiente de prevalência da hanseníase no Brasil, em

Didatismo e Conhecimento 72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
2004, algumas regiões demandam intensificação das ações para Para expandir a qualidade e acesso das intervenções busca-
eliminação, justificadas por um padrão de alta endemicidade. Por- -se a ampliação das ações de promoção e prevenção; a inserção
tanto, o Brasil deverá manter os esforços para o alcance da meta dos grupos mais vulneráveis nas redes de atenção; o acesso aos
de eliminação de hanseníase em nível municipal até o ano 2010. insumos para adoção de práticas mais seguras (preservativos, gel
lubrificante, kits de redução de danos); e a implantação do projeto
Programa Nacional de DST/AIDS Quality Improvement.
Ainda, esta política visa à expansão da cobertura e à equidade,
Aspectos Gerais através da implementação de serviços de referência e assistência
A AIDS foi identificada no Brasil, pela primeira vez, em 1980 em casas de apoio, focalizados para populações emergentes, popu-
e apresentou um crescimento na incidência até 1998, quando foram lações distantes e pessoas vivendo com HIV e AIDS. Além disso,
registrados 25.732 casos novos, com um coeficiente de incidência foram pactuadas as responsabilidades do Ministério da Saúde, es-
de 15,9 casos/100.000 hab. A partir de então verificou-se uma de- tados e municípios para aquisição e distribuição de medicamentos
saceleração nas taxas de incidência de AIDS no país. Atualmente, antirretrovirais e para tratamento de infecções oportunistas e ou-
verifica-se uma tendência de heterossexualização, feminização, tras DST. Outra ação é a ampliação do acesso ao diagnóstico do
envelhecimento e pauperização da epidemia, aproximando-a cada HIV e outras DST.
vez mais do perfil socioeconômico do brasileiro médio.
Desde o início da década de 1980 até setembro de 2003, o É muito importante que, para garantir a continuidade do
Ministério da Saúde notificou 277.154 casos de AIDS no Brasil. abastecimento de medicamentos antirretrovirais, as Secretarias
Desse total, 197.340 foram verificados em homens e 79.814 em Estaduais de Saúde estejam atentas para os seguintes aspectos:
mulheres. No ano de 2003, foram notificados 5.762 novos casos • Regularidade no envio dos relatórios mensais;
da epidemia e, desses, 3.693 foram verificados em homens e 2.069 • Uso do medicamento de acordo com as recomendações do
em mulheres, o que comprova o maior crescimento da AIDS entre Ministério da Saúde;
o sexo feminino. • Manutenção do padrão do consumo do medicamento;
Outro dado não menos preocupante é a crescente incidência • Comunicação com antecedência da situação de possível de-
da AIDS na faixa etária de 13 a 19 anos, em adolescentes do sexo sabastecimento ao Programa Nacional de DST e AIDS.
feminino. A responsabilidade pelo gerenciamento dos medicamentos
Quanto às principais categorias de transmissão entre os ho- destinados às doenças oportunistas deve ser pactuada nas CIB de
mens, as relações sexuais respondem por 58% dos casos de AIDS, cada estado, de forma a assegurar o acesso da população aos me-
com maior prevalência nas relações heterossexuais, que é de 24%. dicamentos.
Entre as mulheres, a transmissão do HIV também se dá pre- A notificação de casos de AIDS é obrigatória, desde 1986, a
dominantemente pela via sexual (86,7%). As demais formas de médicos e outros profissionais de saúde no exercício da profissão,
transmissão, em ambos os sexos, de menor peso na epidemia, bem como aos responsáveis por organizações e estabelecimentos
são: transfusão, transmissão materno-infantil ou ignoradas pelos públicos e particulares de saúde.
pacientes. No Brasil, a AIDS foi identificada, pela primeira vez, É responsabilidade da Secretaria de Vigilância em Saúde,
em 1980. Na década de 90, a situação epidemiológica da doença
por intermédio do Programa Nacional DST/AIDS, apoiar as
mudou. A transmissão se tornou basicamente heterossexual, com
Secretarias Estaduais de Saúde na elaboração dos seus Planos de
participação significativa das mulheres, com transmissão materno-
Ações e Metas, caso seja necessário, assim com as SES devem
-infantil. Nos últimos anos, verificou-se também uma interiori-
apoiar a elaboração dos planos dos municípios.
zação da epidemia, com o crescimento da doença em municípios
pequenos, além de sua pauperização. A doença que antes ocorria
Diretrizes e Prioridades do Incentivo.
em camadas sociais de maior instrução, agora atinge as de menor
• Fortalecer, implementar e ampliar a institucionalização das
escolaridade.
ações de prevenção, promoção e assistência às DST, HIV e aids na
A missão do Programa Nacional de DST e AIDS (PN-DST/
AIDS) é reduzir a incidência do HIV/AIDS e melhorar a qualida- rede do SUS, de forma integral e equânime.
de de vida das pessoas vivendo com HIV/AIDS. Para isso, foram • Ampliar a cobertura e garantia de acesso:
definidas diretrizes de melhoria da qualidade dos serviços públi- - Aos insumos de prevenção para a população em geral, priori-
cos oferecidos às pessoas portadoras de AIDS e outras DST; de zando as populações sob maior risco e vulnerabilidade.
redução da transmissão vertical do HIV e da sífilis; de aumento da Ao diagnóstico para a população em geral, priorizando ges-
cobertura do diagnóstico e do tratamento das DST e da infecção tantes e populações sob maior risco e vulnerabilidade.
pelo HIV; de aumento da cobertura das ações de prevenção em Universal e gratuito ao tratamento com ARV, para Infecções
mulheres e populações com maior vulnerabilidade; da redução do oportunistas e sífilis.
estigma e da discriminação; e da melhoria da gestão e da susten- À informação sobre DST e HIV/AIDS para a população em
tabilidade. geral.
Para fomentar a descentralização das ações foi instituída uma Às ações educativas para crianças e adolescentes nas escolas.
política de incentivo com a definição de um conjunto de municí- • Reduzir a transmissão vertical do HIV e sífilis.
pios que deveriam receber recursos extras para o desenvolvimento • Reduzir as iniquidades regionais no que concerne às respos-
de ações de prevenção e controle ao HIV/AIDS e outras DST, com tas ao HIV/AIDS e sífilis.
base em critérios epidemiológicos, capacidade instalada e capaci- • Ampliar a capacidade nacional para produção de medica-
dade gestora das Secretarias de Saúde. mentos ARV.

Didatismo e Conhecimento 73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
• Aprimorar, ampliar e qualificar a informação sobre AIDS, Objetivos e metas:
sífilis na gestação e sífilis congênita. • Desenvolver ações de prevenção e promoção à saúde.
• Promover mecanismos para a sustentabilidade das ações da • Estimular e garantir as ações de vigilância epidemiológica
sociedade civil. e sanitária.
• Promover mecanismos para melhoria da qualidade do aten- • Garantir o diagnóstico e o tratamento das hepatites.
dimento às pessoas vivendo com HIV/AIDS e outras DST. • Ampliar o acesso e incrementar a qualidade e a capacidade
• Aprimorar mecanismos de gestão que promovam a eficiên- instalada dos serviços de saúde em todos os seus níveis de com-
cia das ações e o exercício dos direitos de cidadania. plexidade.
• Institucionalizar o Monitoramento e a Avaliação como ferra- • Promover a capacitação de recursos humanos em todos os
mentas para melhoria do programa. níveis de complexidade.
• Promover a defesa dos direitos humanos e reduzir o estigma • Promover a sensibilização de gestores e entidades profissio-
e a discriminação. nais.
• Reduzir iniquidades raciais no acesso à informação, ao diag- • Promover a articulação com a sociedade civil.
nóstico e ao tratamento.
• Combater a homofobia e promover o respeito à diversidade. O PNPCHV tem como metas:
• Inserir a triagem sorológica e o aconselhamento nos Centros
Atribuições e Responsabilidades
de Testagem e Aconselhamento (CTA).
O reconhecimento do direito constitucional à saúde responde
diretamente ao foco da Rede de Direitos Humanos do Programa • Estruturar os serviços de diagnóstico e tratamento das hepa-
Nacional de DST e AIDS e garante a regulamentação e a aplicação tites virais nos serviços de média complexidade.
de uma legislação que equacione e proponha a solução dos confli- • Implementar as ações de prevenção e controle das hepatites
tos gerados pela manifestação das DST e da epidemia do HIV. A virais.
produção da legislação brasileira em saúde, mais especificamente • Implementar as ações de vigilância epidemiológica para as
ligada às DST e AIDS, tem como objetivo maior oferecer extenso hepatites virais.
material de consulta, comparação e reflexão sobre as diversas leis e • Incorporação da atenção às hepatites na rede de atenção bá-
suas interpretações à realidade da epidemia, para melhor enfrentar sica e de média complexidade.
esse desafio à saúde pública e manter os princípios da cidadania. • Padronização da realização de exames de anatomia-patoló-
gica através de capacitações em parceria com a Sociedade Brasi-
Programa Nacional de Prevenção e Controle das Hepati- leira de Patologia.
tes Virais. • Padronização clínica terapêutica.
Aspectos Gerais • Expansão da atuação dos laboratórios de saúde pública, am-
A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 2 bi- pliando sua capacidade de realização de exames sorológicos.
lhões de pessoas já tiveram contato com o vírus da hepatite B, • Expansão da cobertura para realização de exames de PCR e
contabilizando 325 milhões de portadores crônicos. A prevalência genotipagem (biologia molecular).
de hepatite C, com base em dados de pré-doadores de sangue, pode • Inserção das ações de prevenção e controle das hepatites vi-
variar entre índices menores que 1% em países como Reino Unido, rais na atenção básica.
Escandinávia, Nova Zelândia e algumas áreas do Japão, ou chegar
a altas taxas, como 14%, no Egito, sendo de 26% no Cairo. Em Vigilância Epidemiológica de Doenças Crônicas Não-
geral, a infecção pelo vírus da hepatite D ocorre em área com pre- -Transmissíveis Acidentes e Violências.
valência moderada a alta de hepatite B crônica, visto que o vírus O Brasil vem passando por importantes mudanças em sua
delta depende do vírus B para ser infectante. As maiores prevalên- estrutura demográfica e em seu perfil epidemiológico. São deter-
cias de hepatite delta ocorrem no sul da Itália e em algumas áreas minantes dessas mudanças a queda da fecundidade, a persistência
da ex-URSS e África, além da Bacia Amazônica.
de declínio da mortalidade precoce e da mortalidade por doenças
As hepatites A e E apresentam alta prevalência nos países em
infecciosas, o incremento da expectativa de vida ao nascer e o au-
desenvolvimento, onde as condições sanitárias e socioeconômicas
são precárias. mento na intensidade e frequência de exposição a modos de vida
O Programa Nacional de Prevenção e Controle das Hepatites pouco saudáveis, contribuindo com o aumento da ocorrência de
Virais (PNPCHV) foi criado pela Portaria GM/MS n. 2.080, de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Como consequên-
31 de outubro de 2003 para normatizar, coordenar e promover a cia, a população brasileira envelhece, aumentando a proporção de
articulação entre Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais e Mu- idosos e reduzindo a proporção de crianças de 0-4 anos de idade,
nicipais de Saúde, no acompanhamento de todos os aspectos rela- assim como o perfil de morbimortalidade se altera, ampliando a
cionados à prevenção, vigilância e assistência aos pacientes porta- relevância das DCNT.
dores de hepatites virais, com ênfase nas hepatites A, B, C, D e E. Como já foi dito anteriormente, um dos aspectos importantes
Por ser um programa recente, as ações de estruturação de uma nesse processo, que se denomina transição demográfica e epide-
rede de atenção primária e de serviços de média complexidade que miológica, é a rapidez com que ele vem ocorrendo no país. En-
atendam hepatites virais, para qualificar o diagnóstico e ampliar a quanto nos países desenvolvidos foram necessários cerca de 80 a
oferta de tratamento é sua prioridade. O diagnóstico dos casos de 100 anos para que mudanças semelhantes ocorressem, especial-
hepatites é realizado por meio da triagem sorológica nos centros de mente em relação à queda da fecundidade, no Brasil tardou cerca
testagem e aconselhamento (CTA). de 30 anos apenas. Consequentemente, rápida também tem que ser
Todos os casos de hepatites devem ser notificados na ficha a reorganização e adaptação das instituições e processos para aten-
do Sinan, investigados e encaminhados ao órgão responsável pela der adequadamente aos desafios dessa nova estrutura demográfica
vigilância epidemiológica local. e de suas demandas especificas de atenção.

Didatismo e Conhecimento 74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
O envelhecimento de uma população é um fator que, por si Para as DCNT, a vigilância da morbimortalidade deve ser rea-
só, contribui para um aumento da carga de DCNT, já que a idade lizada, mas não como mecanismo exclusivo de acompanhamento
é um fator associado ao excesso de ocorrência de muitas dessas do perfil de risco das populações. A vigilância da prevalência e ca-
doenças. No entanto, a persistência e/ou rápida adesão, no mundo racterísticas de adesão a fatores protetores e de risco já conhecidos,
contemporâneo, a modos de viver pouco saudáveis – tais como tem se apresentado como o principal instrumento nessa tarefa, per-
o sedentarismo crescente, a baixa ingestão de frutas, legumes e mitindo aferir as exposições atuais e as tendências futuras, possi-
verdura, o tabagismo, a prevalência crescente da obesidade, o con- bilitando a análise e construção de cenários de riscos prospectivos.
sumo excessivo de bebidas alcoólicas e o estresse – condicionados Além disso, alguns dos fatores de risco conhecidos são potencial-
tanto pelas características biológicas inatas quanto pelas culturais, mente modificáveis, o que os tornam alvos importantes de políti-
sociais econômicas, delineiam um cenário mais complexo. A tran- cas publicas com certo potencial de sucesso. Outra vantagem dessa
sição alimentar e nutricional aliada às mudanças nos padrões de abordagem situa-se no fato de que é uma prática, geralmente, com
atividade física e a adição (especialmente ao álcool e ao tabaco), boa relação custo-efetividade, uma vez que um conjunto limitado
tem sido destacada como fatores mais relevantes na determinação de fatores protetores e de risco está associado a uma grande gama
do atual perfil de morbidade e mortalidade por DCNT nas popula- de desfechos indesejáveis em saúde. Por exemplo, a prevenção do
ções, do que o envelhecimento populacional isoladamente (BAR- tabagismo pode auxiliar na redução da ocorrência de vários desfe-
RETO et al., 2005). chos desfavoráveis em saúde, como cânceres e doenças cardiovas-
A reorganização do setor saúde exigida por esse cenário visa culares, entre outros.
à prevenção da mortalidade precoce e atenuação da carga das São características desejáveis de um sistema de vigilância de
DCNT, a coleta e análise sistemática (contínua e/ou periódica) de
DCNT, com acolhimento das demandas crescentes dos idosos, ne-
dados e informações, preferencialmente de base populacional, que
cessitando, para tanto, de adequação dos modelos de vigilância,
permita estimar a magnitude do problema que está sendo abordado
promoção e atenção à saúde.
prevalência de seus fatores de risco, magnitude de sua morbimor-
talidade, aferir suas tendências no tempo, produzir evidências úteis
Nesse sentido, a prioridade dada pela Secretaria de Vigi- para a tomada de decisão e interferir ativamente na formulação de
lância em Saúde, tem sido a estruturação e a descentralização políticas e programas de promoção e atenção à saúde. Esse pro-
da área de vigilância de Dant (agravos e doenças crônicas não cesso deve, ainda, incluir ações de avaliação e monitoramento do
transmissíveis), atuando em três eixos, a saber: impacto das intervenções implementadas.
I) A VIGILÂNCIA DE DCNT E SEUS FATORES PROTE- Para um conjunto expressivo de determinantes e condicionan-
TORES E DE RISCO; tes, existem evidências científicas sólidas sobre seu impacto na
II) A VIGILÂNCIA DE ACIDENTES E VIOLÊNCIAS; saúde de indivíduos e populações. Baseado nesse fato e na urgente
III) A PROMOÇÃO DA SAÚDE. demanda imposta pela ascensão das DCNT, a Organização Mun-
dial da Saúde (OMS) publicou um conjunto de recomendações aos
A vigilância das doenças crônicas não transmissíveis países, denominado Estratégia Global para prevenção e controle
(DCNT) e seus fatores protetores e de risco. das DCNT (EG/OMS) e visa à abordagem dos principais fatores
A vigilância de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) de risco modificáveis, em especial a alimentação e a atividade fí-
exige estratégias especificas, integradas e complementares entre sica (WHO 2000). Atendendo a uma demanda do Ministério da
si, poucas vezes coincidentes com as estratégias tradicionalmente Saúde (Portaria GM/MS n. 596, de 8 de abril de 2004), um grupo
usadas na vigilância de doenças infecciosas. Isso por que, em ge- de pesquisadores revisou as evidências cientificas que apoiavam
ral, no campo das DCNT, a morbidade e a mortalidade refletem ris- essas recomendações, identificando que a proposta de promoção
co acumulado durante toda a vida, e tendem a mudar lentamente, da alimentação saudável e atividade física contida na EG/OMS
a partir de intervenções específicas pois os eventos abordados são serve como um importante marco teórico e prático para as ações
doenças que apresentam longos períodos de indução e latência. Ou de promoção da saúde e prevenção das DCNT, deflagrando opor-
seja, a morbidade e mortalidade em um dado ano, reflete sempre tunidades de ação com potencial de efetividade.
a exposição a um ou mais fatores de risco no passado. Por outro Ademais da alimentação e da atividade física, merecem desta-
lado, a exposição atual a estes fatores de risco indicam uma maior que outros importantes fatores de risco comportamentais associa-
ou menor probabilidade de desenvolver uma doença crônica no dos às DCNT, em especial, o tabagismo e o consumo abusivo de
futuro. Entre aqueles já doentes, o perfil de exposição a estes mes- bebidas alcoólicas. A abordagem desses fatores de forma integrada
tem sido recomendada, uma vez que potencializa o impacto para a
mos fatores de risco no presente influencia o prognóstico destas
minimização da carga das DCNT.
doenças. Portanto, a modificação do perfil de risco, com a adoção
Importante destacar que o enfoque nos fatores de risco com-
de modos de vida saudável é a estratégia mais importante tanto portamentais não deve levar à culpabilização do sujeito no proces-
para prevenir novos casos de doenças crônicas, e deter o cresci- so de exposição, pois a adesão a certos modos de viver, não resulta
mento das mesmas, quanto para melhorar o prognóstico daqueles apenas de escolha individual, mas é mediada por determinantes
que já estão doentes. sociais, culturais e econômicos assim como pela herança genética.
Nesse contexto, um sistema baseado apenas na vigilância de Coerente com essa perspectiva, o Pacto pela Vida tem como
casos (novos e/ou prevalentes) e óbitos, resulta, geralmente, em uma de suas prioridades a promoção, informação e educação em
um sistema de baixa sensibilidade e especificidade, apresentando saúde, com ênfase na promoção de atividade física e de hábitos
grande dificuldade em identificar resultados positivos ou negativos saudáveis de alimentação e vida, controle do tabagismo, controle
decorrentes de mudanças contemporâneas nos padrões de exposi- do uso abusivo de bebidas alcoólicas e demais cuidados especiais
ção das populações. voltados ao processo de envelhecimento.

Didatismo e Conhecimento 75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Vigilância da Morbimortalidade por DCNT e seus Fatores Modelo de Vigilância dos Acidentes e Violências.
Protetores e de Risco
A vigilância de DCNT e seus fatores protetores e de risco im- Bases Conceituais.
plica no uso complementar de varias fontes de dados coletados No ano de 2004, as causas externas foram responsáveis por
de forma continua, sistemática ou pontual, de caráter primário ou 127.470 mortes no Brasil, com especial destaque aos homicídios e
secundário, a partir de abordagem populacional, de demandas es- acidentes de transporte terrestre. Além disso, elas foram causas de
pecificas dos serviços de saúde ou oportunista. Nesse sentido en- 755.826 hospitalizações, destacando, nesse caso, as quedas.
contram-se disponíveis diferentes sistemas de informação e fontes A ascensão dos homicídios, a magnitude persistente da vio-
de dados úteis para esse processo, e têm sido criadas novas fontes lência no trânsito e a oculta face da violência doméstica contra
de dados, especialmente com base em inquéritos e pesquisas pon- a mulher, o idoso, a criança e o adolescente são diferentes mani-
tuais e/ou sistemáticas. festações do contexto sócio, político e econômico experimentado
Apresenta as fontes de dados e informações estratégicas para historicamente pelo país, mediado pelas desigualdades sociais, o
apoio aos processos de vigilância de DCNT, segundo três eixos: desemprego, a concentração de renda e a persistência de um gran-
fatores protetores e de risco para DCNT, morbidade e mortalidade de contingente de excluídos sociais.
por DCNT. Fenômeno de natureza tão complexa exige intervenções arti-
culadas, interdisciplinares e intersetoriais para o seu enfrentamen-
Fatores protetores e de risco para DCNT: to. Assim sendo, deve ser assumido como prioridade de políticas
Para o monitoramento de fatores protetores e de risco, existe a públicas de vários setores - educação, transporte, segurança, saúde,
necessidade de coleta de dados primários combinando estratégias entre outros -, bem como envolver e mobilizar toda a sociedade.
de base populacional e oportunistas. Entre as estratégias realizadas Além disso, constata-se o fato desses serem eventos em sua grande
ou em andamento, destacam-se: maioria evitáveis. Apenas como exemplo desta evitabilidade, no
- Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Mor- ano de 1998 o Brasil experimentou uma redução imediata de mais
bidade Referida de Doenças e Agravos não Transmissíveis (Con- de cinco mil mortes por acidentes de transporte terrestre, coinci-
prev, INCA e SVS/MS): esse inquérito de base populacional (15 dindo com a implantação do novo Código de Trânsito Brasileiro
anos ou mais de idade) foi realizado entre 2002 e 2003, e incluiu (CTB) (Ministério da Saúde, 2004; POLI DE FIGUEIREDO et
15 capitais brasileiras. As estimativas de prevalências dos princi- al., 2001). Infelizmente, essa tendência de queda não foi comple-
pais fatores de proteção e de risco para as DCNT derivadas desse tamente sustentável, e em anos mais recentes, já se observa uma
inquérito permitiram traçar uma linha de base para o processo de reversão nesse quadro, com retomada da ascensão das mortes no
vigilância nas capitais estudadas. A continuidade dessa iniciativa, trânsito. O objetivo da Vigilância de Acidentes e Violências é iden-
de maneira sistemática, a cada cinco anos, permitirá traçar ten- tificar os principais fatores associados a esses eventos e oferecer
dências e prever cenários futuros em relação a essas prevalências, evidências para programas e políticas que objetivam a promoção
assim como oferecerão evidências de adequação e plausibilidade da saúde e a prevenção de acidentes e violências, a serem imple-
do impacto proporcionado pelas políticas implementadas. mentadas e fomentadas pelas três esferas de gestão do SUS, arti-
- Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense): essa pesquisa, culadas com os demais setores envolvidos.
a ser implantada a partir de 2007, abordará fatores de risco com-
portamentais na população de adolescentes escolares (13 a 15 anos Principais Iniciativas Implantadas e em Perspectiva de
de idade) em todas as capitais brasileiras. Essa pesquisa dará início Estruturação.
a um processo sistemático de acompanhamento de uma popula- A prioridade tem sido dada para ações que visam a redução
ção vulnerável a adesão a comportamentos diversos que refletirão da morbimortalidade por acidentes de trânsito e a prevenção da
– positiva ou negativamente – em sua qualidade de vida atual e violência e estímulo à cultura da paz. Destacam-se as seguintes:
futura, ao mesmo tempo em que, por estar inserida em escolas, é •Campanha nacional de mídia de prevenção de acidentes de
estratégica para intervenções oportunas. transporte, em parceria com Departamento Nacional de Transito
- Indicadores de fatores protetores e de risco de interesse (Denatran).
incluem as prevalências especificas e distribuição dos fatores de
risco, a saber: i) Fatores de risco comportamentais (modificáveis) •Expansão do Projeto de Redução da Morbimortalidade por
tabagismo, atividade física, alimentação e consumo de álcool; Acidentes de Trânsito para mais 12 capitais, além das 5 já envol-
vidas.
•Implantação do Sistema Sentinela de Vigilância de Acidentes
Fatores de risco intermediários:
e Violências, em hospitais polos por região (piloto).
- Obesidade, usos de serviços de saúde, hipertensão arterial,
glicemia e colesterol. A padronização desses indicadores segundo Política de Promoção da Saúde.
módulo central e ampliado (e opcional – não descrito) para a im-
plementação gradativa em passos (1 a 3) da vigilância das DCNT é Propósitos e Bases Conceituais.
um processo em construção. Uma proposta inicial encontra-se des- Em 2005, foi publicada a Política Nacional de Promoção da
crita no Quadro 4. A presente estratégia é inspirada em proposta da Saúde (PNPS) que tem como objetivo promover a qualidade de
Organização Mundial da Saúde, que preconiza uma metodologia vida e reduzir a vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos
de vigilância de fatores de risco para DCNT baseada em coleta seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condições
padronizada de dados e gradativo desenvolvimento (em passos ou de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, aces-
steps). Além disso, enfatiza a utilidade das pequenas quantidades so a bens e serviços essenciais. A PNPS tem caráter transversal
de dados de boa qualidade, no lugar de grande quantidade de dados e intersetorial, envolvendo diferentes setores governamentais e a
sociedade.
deficientes e pouco comparáveis (Bonitaet al., 2001a,b).

Didatismo e Conhecimento 76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Para uma adequada abordagem de um tema com tamanha Como interpretar o resultado?
complexidade, este deve estar inserido nas agendas de prioridades A relação entre a pressão diastólica e sistólica com o risco
de diferentes setores da sociedade. Não obstante, é tarefa do setor cardiovascular é contínua e gradual.
saúde, em suas várias esferas de gestão, mobilizar os demais seto- O nível de pressão elevado não deve ser o único valor para
res para que compartilhem desse compromisso de busca de maior determinar o tratamento. Os médicos devem considerar o perfil
qualidade de vida para as populações brasileiras. global de risco cardiovascular para tomar a decisão de tratamento.
Estima-se que são necessárias de 274 a 1.307 pessoas rastrea-
Os objetivos da PNPS incluem: das para hipertensão acompanhadas ao longo de cinco anos com
• Estimular a elaboração de políticas, estratégias e ações inte- tratamento para evitar uma morte.
gradas e intersetoriais que ampliem o acesso aos modos de viver – Estratificação dos níveis pressóricos
mais favoráveis à saúde e à qualidade de vida e fortaleçam as ações Classificação de PA P. sistólica mmHg P. diastólica mmHg
de prevenção e controle de doenças e agravos não transmissíveis Normal < 120 e < 80
(Dant) e transmissíveis. Pré-hipertensão 120-139 ou 80-89
• Definir mecanismos e instrumentos para o monitoramento, HAS Estágio 1 140-159 ou 90-99
acompanhamento e avaliação das estratégias de promoção da saú- HAS Estágio 2 > 160 ou > 100
de e a vigilância de doenças e agravos não transmissíveis (Dant) Fonte: (Adaptado: NATIONAL HEART LUNG AND
no Brasil. BLOOD INSTITUTE, 2004)
• Fomentar e desenvolver estudos e pesquisas para a produção – Recomendação de acompanhamento com base na aferição
de conhecimentos, evidências e práticas no campo da promoção da PA inicial
da saúde e Dant. Normal Reavaliar em dois anos
• Sensibilizar e qualificar gestores, profissionais e usuários Pré-hipertensão Reavaliar em um ano
de saúde quanto à promoção da saúde, vigilância e prevenção de HAS Estágio 1 Confirmar em dois meses
Dant. HAS Estágio 2 Avalie e/ou refira para um serviço de cuidados
• Favorecer a preservação do meio ambiente e a promoção de dentro de um mês. Para aqueles com pressão muito alta (i.e., >
ambientes mais seguros e saudáveis. 180/110 mmHg), avalie e trate imediatamente ou dentro de uma
• Superar a fragmentação das ações e aumentar a efetividade semana, dependendo da situação clínica e complicações.
e eficiência das políticas específicas do setor sanitário mediante o Fonte: (Adaptado: NATIONAL HEART LUNG AND
fortalecimento da promoção da saúde como eixo integrador/articu- BLOOD INSTITUTE, 2004)
lador das agendas dos serviços de saúde e a formulação de políti-
cas públicas saudáveis. Diabetes mellitus tipo II
Está recomendado o rastreamento de diabetes em adultos as-
Atendimento aos pacientes com hipertensão arterial, dia- sintomáticos com PA sustentada maior que 135/80 mmHg, não se
betes, doenças cardiovasculares, obesidade, doença renal crô- aplicando a outros critérios como obesidade, história familiar nem
nica, hanseníase, tuberculose, dengue e doenças de notificações faixa etária. Grau de recomendação B.
compulsórias Por que é importante o rastreamento?
Rastreamento de hipertensão arterial sistêmica (HAS) A prevalência da diabetes do tipo II está aumentando – aproxi-
Está recomendado o rastreamento da hipertensão arterial nos madamente 7% da população adulta brasileira tem esse problema.
adultos (acima de 18 anos) sem o conhecimento de que sejam hi- A diabetes lidera como causa de cegueira, doença renal e ampu-
pertensos. Grau de recomendação A. tação e expõe a um aumento de mortalidade, principalmente por
Por que é importante o rastreamento? eventos cardiovasculares.
A hipertensão é uma condição muito prevalente que contribui É possível por meio do rastreamento da diabetes nas pessoas
para efeitos adversos na saúde, incluindo, entre outras, mortes pre- com elevação dos níveis pressóricos (acima de 135/80 mmHg)
maturas, ataques cardíacos, insuficiência renal e acidente vascular reduzir a incidência de mortalidade e dos eventos cardiovasculares,
cerebral. por meio de um rigoroso controle da pressão arterial.
Intervalo de rastreamento: Há evidência convincente de que, com o controle intensivo
Não se tem evidência para se recomendar um ótimo intervalo da glicemia em pessoas com diabetes clinicamente detectada (si-
para rastrear a hipertensão nos adultos. O 7° JNC (The seventh tuação oposta ao detectado pelo rastreamento), pode-se reduzir a
report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, progressão dos danos microvasculares que ela proporciona. Con-
Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure) recomenda o tudo, os benefícios desse controle rigoroso da glicemia sobre os
rastreamento a cada dois anos nas pessoas com pressão arterial resultados clínicos dos danos microvasculares, tais como dano vi-
menor que 120/80 e rastreamento anual se a pressão sistólica es- sual severo ou estágio final de doença renal, levam anos para se
tiver entre 120 e 139 mmHg ou a diastólica entre 80 e 90 mmHg. tornar aparentes. Assim, não existe evidência convincente de que o
Como realizar? controle precoce da diabetes como consequência do rastreamento
A aferição ambulatorial com esfigmomanômetro é a mais am- adicione benefício aos resultados clínicos microvasculares quando
plamente utilizada. A pressão alta (hipertensão) é usualmente defi- comparados com o início do tratamento na fase usual de diagnósti-
nida em adultos como sendo a pressão sistólica igual ou superior a co clínico. Ainda não se conseguiu provar que o controle rigoroso
140 mmHg ou uma pressão diastólica maior ou igual a 90 mmHg. da glicemia reduz significativamente as complicações macrovas-
Devido à variabilidade individual da medida da pressão arterial, é culares, tais como infarto do miocárdio e derrames. Encontrou-
recomendado, para se realizar o diagnóstico, que se obtenham duas -se evidência adequada de que os danos de curto prazo devido ao
ou mais aferições em pelo menos duas ou mais visitas ao longo de rastreamento da diabete, como a ansiedade, são pequenos. O efeito
um período de uma ou mais semanas.

Didatismo e Conhecimento 77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
de longo prazo da rotulação e tratamento de uma grande parte da Existem instrumentos que nos auxiliam a obter essa estima-
população como sendo diabética é desconhecido, porém é notório tiva de risco com maior precisão. O mais conhecido é o escore
que o estigma da doença, a preocupação com as complicações co- de Framingham , resultado de um grande estudo de coorte que
nhecidas e a perda de confiança na própria saúde (Starfield, 2008), avaliou variáveis importantes para a estimativa de risco cardiovas-
assim como a demanda por mais exames, podem trazer prejuízos à cular. Pessoas que não têm doença arterial coronariana confirmada
população e aos serviços de saúde. (sabidamente de alto risco) necessitam ter uma melhor avaliação
Como realizar? para que se possam estabelecer os riscos e os benefícios de intervir
Por meio de glicemia de jejum de oito horas. ou não na vida do paciente, quer farmacologicamente, quer por
Como interpretar o resultado? meio de aconselhamentos. Esses instrumentos estão em constante
Pessoas com uma glicemia em jejum superiores a 126 mg/dl aperfeiçoamento e os britânicos lançaram o QRISK (www.qrisk.
devem realizar confirmação do resultado com nova glicemia de org/) como instrumento mais adequado para estimativa de risco
jejum, para, dependendo do segundo resultado, serem diagnostica- frente à realidade social inglesa.
das com Diabetes mellitus. A meta de tratamento para as pessoas Ele leva em consideração variáveis, tais como a obesidade,
diabéticas é alcançar uma hemoglobina glicosilada em torno de história familiar de DAC prematura, além de fatores sociais e ét-
7%. Geralmente, isso corresponde a uma glicemia de jejum me- nicos.
nor que 140 mg/dL. Porém, conforme orientação descrita acima, Por isso alguns algoritmos sugerem adaptações ao escore de
o grande benefício do tratamento está em se manter um controle Framingham com a finalidade de torná-lo mais preciso, como será
mais rigoroso dos níveis pressóricos, ou seja, uma pressão arterial visto no item sobre dislipidemia. É nesse sentido amplo que as três
menor ou igual a 135/80. Dessa for primeiras recomendações de rastreamento (dislipidemia, hiperten-
são e Diabetes mellitus) estarão sendo apresentadas a seguir.
Adultos Entre os fatores de risco, existem aqueles considerados como
alto risco cardiovascular, baixo risco ou risco intermediário.
Doenças cardiovasculares Uma das mais antigas e simples é buscar na anamnese e no
Atualmente as pessoas são avaliadas oportunisticamente e exame físico dados que componham um quadro de risco, por
tratadas de acordo com os seus achados clínicos ou laboratoriais exemplo, gênero, idade, tabagista ou não, história familiar de
isolados, e não por meio de avaliação formal e global do risco de Doença Arterial Coronariana (DAC) prematura e assim por diante.
desenvolverem doença cardiovascular. Antigamente era comum se Quanto mais fatores associados, maiores os riscos e mais intensiva
pensar de forma estanque ou em caixinhas de problemas e tratar tem sido a recomendação terapêutica no sentido das metas a serem
os pacientes por patologias isoladas, porém a realidade nos mostra alcançadas de PA, de LDL – colesterol ou hemoglobina glicada.
a relação imbricada com que muitos fatores se inter-relacionam. Na prática, para se determinar o risco cardiovascular (RCV),
Muitas das chamadas doenças que tratamos, na verdade, estão per- deve-se primeiro classificar o paciente segundo seus fatores de ris-
dendo esse status para serem reclassificadas como fatores de risco. co, podendo fazer parte de um dos três grupos abaixo:
A própria Diabetes mellitus 1. Se o paciente apresenta apenas um fator de risco baixo/
(DM) é entendida mais com um fator de risco cardiovascular, intermediário, não há necessidade de calcular o RCV, pois ele
pois essa é a principal causa de morte do paciente diabético. Isso é considerado como baixo risco CV e terá menos que 10% de
é tão marcado que essa patologia é considerada como equivalente chance de morrer por acidente vascular cerebral (AVC) ou infarto
coronariano e merece tratamento intensivo em termos de meta para agudo do miocárdio (IAM) nos próximos 10 anos.
controle da pressão e dos níveis de colesterol. 2. Se apresentar ao menos um fator de risco alto CV, não há
O UKPDS (United Kingdom Prospective Diabetes Study) necessidade de calcular o RCV, pois esse paciente é considerado
mostrou que o impacto do controle rigoroso nos níveis de hemo- como alto risco CV e terá mais ou igual a 20% de chance de
globina glicada (Hb-A1c) não aumenta a sobrevida do paciente morrer por acidente vascular cerebral (AVC) ou Infarto agudo do
com diabetes, mas sim o controle rigoroso da pressão, pois estes miocárdio (IAM) nos próximos 10 anos
são mais vulneráveis ao efeito deletério da hipertensão arterial, 3).Se apresentar mais do que um fator de risco baixo/interme-
tema a ser retomado no rastreamento da diabetes. diário, há necessidade de calcular o RCV, pois esse paciente pode
Um paciente com pressão arterial isolada de 140/90 receberia mudar para baixo, para alto ou permanecer como risco interme-
apenas orientação no sentido de manutenção de cifras iguais ou diário.
inferiores a essa registrada, porém, se ele for diabético, sua meta Após estimar o risco cardiovascular do paciente como baixo,
passa a ser mais rigorosa e uma intervenção farmacológica está intermediário ou alto risco, devem-se definir as metas em relação a
bem indicada caso os níveis acima persistam. níveis pressórico, perfil lipídico, entre outros, a serem alcançadas
Desse modo, a compreensão sobre os fatores de risco e o efei- para a redução do risco de mortalidade e morbidade do paciente.
to multiplicador que têm quando associados nos evidencia a ne- Por exemplo, para um paciente cujo cálculo de RCV foi de
cessidade de avaliação criteriosa das pessoas sob nossos cuidados 16% (risco intermediário), a metade controle de LDL será < 130,
para estabelecer os riscos absolutos de desenvolverem um evento mas pode-se iniciar uma intervenção medicamentosa a partir de
coronariano. um LDL acima de 160 mg/dl.
Identificando pacientes com risco de doença cardiovascular:
Nesse sentido, várias estratégias têm sido adotadas para esti-
• Use uma estratégia sistemática e não oportunística de ras-
mar esse risco com maior precisão. treamento para identificar pessoas com alto risco de doença;

Didatismo e Conhecimento 78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
• Exclua os pacientes que tenham DAC estabelecida ou que Após o cálculo do IMC, é importante que o profissional pense
sejam considerados de alto risco, tais como diabéticos; junto com a pessoa os reflexos desse problema para seu dia a dia,
• Estime o risco cardiovascular usando fatores de risco já re- observe o grau de motivação para mudança de hábitos e, a partir
gistrados nos prontuários da APS, tais como pressão arterial, gêne- daí, organize o plano de intervenção com aconselhamento sobre
ro, idade, tabagista etc.; dieta, exercício físico e, se necessário, intervenções comportamen-
• Use o risco estimado para priorizar pacientes e agende para tais individuais ou em grupo.
que uma completa avaliação do risco cardiovascular seja estimada;
• Avalie usando o escore de Framingham (1991) com projeção Doença Renal Crônica
de risco para 10 anos; A Doença Renal Crônica (DRC) consiste em lesão renal e
• Registre no prontuário fatores de risco importantes para o geralmente perda progressiva e irreversível da função dos rins.
desenvolvimento de doença cardiovascular, tais como etnia, índice Atualmente ela é definida pela presença de algum tipo de lesão
de massa corporal (kg/m²), história familiar de doença cardíaca renal mantida há pelo menos 3 meses com ou sem redução da fun-
prematura;
ção de filtração. Ela é classificada em estágios de acordo com a
• Ajuste o escore aos fatores importantes para o desenvolvi-
evolução conforme o quadro abaixo
mento de doença cardiovascular, mas que não estão contemplados
no cálculo de Framingham, da seguinte maneira:
• Se existe um parente de primeiro grau com DAC prematura, Filtração Glomeru-
Estágio Descrição
multiplique a estimativa pelo fator correção 1.5; se existe mais de lar (FG)
um parente de primeiro grau com DAC prematura, multiplique a
Risco de doença renal HAS,
estimativa por 2; 0 > 90 mL/min
• Aumente o risco estimado em 1.4 se tiver ascendência sul- Diabetes, Familiar c/DRC
-asiática. 1 Lesão renal > 90 mL/min
• Obesidade (IMC ≥ 30 kg/m² – especialmente aqueles com
2 Lesão renal, leve FG 60 - 89 mL/min
obesidade central – homens com circunferência abdominal ≥ 102
[asiáticos ≥ 92]; para mulheres essa medida deve ser ≥ 88 cm), 3 Moderada FG 30 - 59 mL/min
multiplique pelo fator de correção 1.3. 4 Avançada FG 15 - 29 mL/min
• Após o ajuste do escore, veja as metas e converse com o
< 15 mL/min
paciente sobre elas, para juntos definirem o plano de tratamento. 5 Falência renal
• Use o julgamento clínico para decidir sobre o tratamento se o diálise ou transplante
risco estimado estiver próximo do limiar de tratamento e caso exis-
ta evidência para outros fatores que possam predispor a pessoa a É conhecido atualmente que cerca de um em cada 10 adultos
risco de doença cardiovascular prematura, tais como baixo padrão é portador de doença renal crônica. A maioria destas pessoas
socioeconômico, obesidade severa (IMC > 40) ou se, por exemplo, não sabe que tem esta doença porque ela não costuma ocasionar
o paciente parou de fumar recentemente. sintomas, a não ser em fases muito avançadas. Em muitos casos
o diagnóstico precoce e o tratamento da doença nas suas fases
Obesidade iniciais podem ajudar a prevenir que a doença progrida para fases
Recomenda-se o rastreamento de todos os pacientes adultos mais avançadas (inclusive com a necessidade de tratamento com
e crianças maiores de seis anos para obesidade e a oferta de inter- hemodiálise ou transplante de rim). Como a doença renal muitas
venções de aconselhamento e de mudança de comportamento para vezes está associada com diabetes, pressão alta e doenças do cora-
sustentar a perda de peso. ção, o seu tratamento também ajuda a evitar outras complicações
Por que é importante o rastreamento? como infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca e derrames. Por
Porque a obesidade está relacionada com doença coronaria- isso, é importante saber algumas coisas a respeito da doença renal
na, hipertensão arterial, DM II, acidente vascular cerebral, alguns e saber como preveni-la e detectá-la.
tipos de câncer e com apneia do sono. Além disso, é associada Os rins são os principais órgãos responsáveis pela elimina-
à menor qualidade de vida devido ao estigma social e à menor ção de toxinas e substâncias, que não são mais importantes para o
mobilidade. organismo. Eles também são fundamentais para manter os líqui-
Quando é importante rastrear? dos e sais do corpo em níveis adequados. Alem disso eles ajudam
Não há recomendação clara sobre a periodicidade do rastrea- produzindo alguns hormônios e participam no controle da pressão
mento, assim ele fica indicado durante a consulta de exame perió- arterial. Por isso, doenças nos rins e a sua perda de função levam a
dico de saúde. uma série de problemas como:
Como realizar o rastreamento?
Por meio do calculo do índice de massa corpórea (IMC), que Pressão alta
corresponde ao peso (kg) dividido sobre a altura (metros) ao qua-
Doenças no coração
drado.
Como interpretar o resultado? Anemia
O valor do IMC é dividido nas seguintes categorias:
• IMC 25-29.9 é classificado como sobrepeso; Inchume
• IMC > 30 é classificado como obesidade, esse item é sub-
classificado em: grau I (IMC 30-34,9), grau II (IMC: 35-39,9) e Alterações em ossos e nervos.
grau III > 40.

Didatismo e Conhecimento 79
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
As pessoas com maior risco de ter doenças nos rins são Manter a pressão arterial controlada
aquelas que tem: 
Reduzir a ingestão de sal
Diabetes
Reduzir o potássio
Pressão alta
Manter os níveis de glicose sob controle, se diabético
Pessoas com doença renal na família
Evitar o uso de antiinflamatórios
Idosos
Moderar o consumo de proteína animal (carnes, ovos e leites
Pessoas com doenças cardiovasculares. e derivados)

Hanseníase
Apesar da doença renal não ocasionar muitos sintomas, é A hanseníase é uma doença infecciosa, causada pelo
importante conhecer alguns sintomas que podem estar relacio- mycobacterium leprae, de evolução crônica, que aparece no
nados à doença renal: 
panorama nacional como um importante problema de saúde pública.
Embora não represente uma causa básica de óbito, a hanseníase
Fraqueza figura em lugar destacado entre as morbidades e, principalmente,
entre as condições que originam incapacidades. O Brasil ocupa o
Cansaço segundo lugar no mundo em número de doentes com 83.180 casos
Inchaço em rosto, pés ou pernas em registro ativo no final de 1999, o que representou 5 doentes por
10.000 habitantes.
Dificuldades para urinar O número de casos novos tem sido crescente ano a ano, tendo
sido detectado 41.119 doentes em 1999 o que significou 2,51
Urina com espuma Casos Novos em cada 10.000 habitantes. Minas Gerais, em 2000
apresentou um registro ativo de 5.668 casos, significando uma
Urina com alterações na sua cor (escura ou avermelhada) proporção de 3,2 doentes para cada 10.000 habitantes. E com seus
2.871 casos novos apresentou um risco de adoecer 1,64 pessoas
Aumento ou diminuição da quantidade de urina.
em cada 10.000 habitantes.
O mais grave é que, pelo desconhecimento da doença por
As principais causas de doença renal crônica são:  parte dos profissionais de saúde e da população em geral, que não
consegue identificar os primeiros sinais e sintomas, grande número
Infecções nos rin de doentes só faz o diagnóstico quando já apresenta algum grau de
incapacidade física. O diagnóstico tardio representa maior ônus
Como se Previne? para os sistema de saúde e, principalmente, um grande ônus para o
O mais importante a saber é que a doença renal e todas doente que, além de enfrentar todos os problemas desencadeados
estas complicações mencionadas acima podem ser facilmente pela doença em si, passa a conviver também com o medo da
identificadas e o seu tratamento pode evitá-las. rejeição. O estigma causado pela hanseníase é um fenômeno
Algumas medidas simples são capazes de detectar se você observado universalmente, provocado principalmente pelas
tem doença renal ou se tem maior risco de ser portador da mesma. incapacidades e deformidades.
Basta medir a pressão arterial e pedir ao seu médico para fazer A hanseníase, compreendida assim, como um problema
um exame de urina, e a dosagem no sangue da creatinina. O de saúde pública, exige medidas de controle que devem ser
exame de urina pode mostrar a presença de proteína, cuja presença compartilhadas por todos os profissionais de saúde em todos os
continuada pode indicar uma lesão renal em fase inicial. A níveis de atenção. Para isto, é importante o reconhecimento dos
creatinina é uma substância do sangue que é filtrada pelos rins, por sinais e sintomas iniciais, para um diagnóstico precoce e tratamento
isso o seu aumento no sangue significa que há uma diminuição da
adequado, visando principalmente a eliminação de fontes de
função dos seus rins. Com a dosagem da creatinina no sangue o
contagio e prevenção de incapacidades que são, na grande maioria
seu médico pode, através de fórmulas simples, calcular a filtração
das vezes, evitáveis.
glomerular, verificar se você tem Doença Renal Crônica e em que
A transmissão da hanseníase se faz de pessoa a pessoa,
estágio ela se encontra. Outra lembrança importante é que a doença
renal em suas fases iniciais tem um tratamento simples e eficaz, sendo tanto mais fácil, quanto mais intimo e prolongado for
principalmente a base de dieta, medicações para tratamento de esse relacionamento, e somente os pacientes bacilíferos, não
pressão alta e diabetes, quando estas doenças estiverem presentes tratados, têm capacidades de transmitir, predominantemente, pela
e remédios para reduzir a eliminação de proteínas pelos rins. eliminação de bacilos pelo trato respiratório alto. A evolução da
hanseníase depende da competência da imunidade celular do
Recomendações que as pessoas com Doença Renal Crônica indivíduo infectado frente ao M. leprae. Aquele que apresenta
devem seguir:  resistência ao bacilo, poderá evoluir para a cura espontânea ou
para as formas paubacilares, não contagiosas.

Didatismo e Conhecimento 80
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Por outro lado, as pessoas infectadas que não possuam resistência, poderão evoluir, se não tratadas, para as formas multibacilares,
contagiosas. A hanseníase manifesta-se por alterações neurológicas periféricas, quer seja a nível dos ramos superficiais da pele, ou mesmo
de nervos periféricos, levando a distúrbios de sensibilidade, inicialmente hiperestesia, depois hipoestesia e anestesia, podendo evoluir para
incapacidades e deformidades nas mãos, pés e olhos, na ausência de diagnóstico e tratamento oportunos desses comprometimentos.
Do ponto de vista dermatológico, a hanseníase pode se apresentar através de manchas hipocrômicas, eritemato-hipocrômicas,
eritematosas, infiltrações, nódulos, tubérculos, lesões foveolares ou pré-foveolares, placas eritemato-violaceas e áreas com alterações de
sensibilidade. Nas formas multibacilares, o bacilo de Hansen poderá comprometer outros órgãos e estruturas além da pele e dos nervos
periféricos tais como: mucosa, linfónodos, olhos, testículos, fígado, rins, ossos e outros. O tratamento do portador de hanseníase deverá
ser feito em regime ambulatorial, independente da forma clínica, nos serviços de saúde públicos ou privados e, em caso de intercorrências
clínicas e ou cirúrgicas, decorrentes ou não da hanseníase, deverá ser internado em hospitais gerais.
O esquema terapêutico, a poli-quimioterapia, padronizado pelo Ministério da Saúde prevê a alta por cura, após 6 doses mensais
supervisionadas e doses diárias auto-administrada em até 9 meses e 12 doses em até 18 meses de tratamento regular, respectivamente para
as formas pauci e multibacilares.
Por recomendação da Organização Mundial de Saúde, foi criado o Programa Nacional de Controle e Eliminação da Hanseníase como
problema de saúde pública, o que significa diminuir a prevalência para menos de um caso em cada 10.000 habitantes. Embora a hanseníase
ocorra em todas as classes sociais, é sabida a maior incidência nas classes socioeconômicas baixas, onde a promiscuidade, fornecedora da
multiexposição, está ligada a pobreza e onde encontramos também um baixo nível de educação, cultura e nutrição. O combate à miséria,
às más condições de vida e ao baixo padrão sanitário a que está submetida grande parcela da população, são medidas que deverão estar
associadas ao diagnóstico e ao tratamento precoces no controle não só da hanseníase, como também de inúmeras outras doenças evitáveis
que ainda prevalecem no Brasil.

1. Aspectos Clínicos
Os aspectos morfológicos das lesões cutâneas e classificação clínica nas 4 formas abaixo podem ser utilizados nas áreas com profissionais
especializados e em investigação científica. Entretanto, a ampliação da cobertura de diagnóstico e tratamento impõe a adoção da classificação
operacional, baseada no número de lesões:

Quadro 1 - Sinopse para Classificação das Formas Clínicas da Hanseníase


CARACTERÍSTICAS
Formas Clí- Classificação Operacional vigente
Clínicas Bacterioscópicas
nicas para a rede básica
Áreas de hipo ou anestesia, parestesias,
manchas hipocrômicas e/ou eritemo- Indeterminada
Negativa Paucibacilar (PB)
hipocrômicas, com ou sem diminuição da (HI)
sudorese e rarefação de pelos.
Placas eritematosas, eritemato-hipocrômicas,
Tuberculóide £ 5 lesões de pele e/ou apenas 1
bem delimitadas, hipo ou anestésicas, com- Negativa
(HT) tronco nervoso acometido
prometimento de nervo.
Lesões pré-foveolares (eritematosas planas
Positiva
com o centro claro). Lesões foveolares (erite-
(Bacilos e globias
matopigmentares (de tonalidade ferruginosa Dimorfa (HD)  
ou com raros baci-
ou pardacenta). Apresentando alterações de Multibacilar (MB)
los) ou Negativa
sensibilidade.  
Eritema e infiltração difusos, placas eritema- > de 5 lesões de pele e/ou mais de
Positiva
tosas infiltradas e de bordas mal definidas, Virchoviana um tronco nervoso acometido
(Bacilos abundan-
tubérculos e nódulos, madarose, lesões das (HV)
tes e globias)
mucosas, com alteração de sensibilidade.

Notas:
Na hanseníase Virchowiana, afora as lesões dermatológicas e das mucosas, ocorrem também lesões viscerais.
As manifestações neurológicas são comuns a todas as formas clínicas. Na hanseníase indeterminada não há comprometimento de
troncos nervosos, não ocorrendo por isso, problemas motores. Na hanseníase tuberculóide o comprometimento dos nervos é mais precoce
e mais intenso.

Didatismo e Conhecimento 81
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Os casos não classificados quanto à forma clínica serão pode apresentar baciloscopia positiva com bacilos fragmentados,
considerados para fins de tratamento como multibacilares. ou seja, sem poder de multiplicação e de transmissão da doença,
  Diagnóstico Diferencial: as seguintes dermatoses o que não impede a alta. A eliminação de restos bacilares deve-
podem se assemelhar a algumas formas e reações de hanseníase, se ao sistema imunológico do indivíduo e não à administração
e exigem segura diferenciação: eczemátides, nevo acrômico, de medicamentos por um tempo mais prolongado. Deve-se ter
pitiríase versicolor, vitiligo, pitiríase rósea de Gilbert, eritema especial atenção aos estados reacionais pós alta. Os pacientes
solar, eritrodermias e eritemas difusos vários, psoríase, eritema devem ser exaustivamente esclarecidos sobre estados reacionais
polimorfo, eritema nodoso, eritemas anulares, granuloma anular, que poderão ocorrer, o que implicará em retorno imediato ao
lúpus eritematoso, farmacodermias, fotodermatites polimorfas, Serviço de Saúde para cuidados exclusivos, sem quimioterapia
pelagra, sífilis, alopécia areata (pelada), sarcoidose, tuberculose, específica (ver tratamento de estados reacionais). O esclarecimento
xantomas, hemoblastoses, esclerodermias, neurofibromatose de e a cooperação do paciente são fatores primordiais para o sucesso
Von Recklinghausen. do tratamento e prevenção de incapacidades.
 Tratamento: o tratamento é eminentemente ambulatorial.
Nos serviços básicos de saúde administra-se uma associação de   Recidiva:  Não é considerada recidiva a ocorrência de
medicamentos (Rifampicina (RFM), Dapsona (DDS), Clofazimina episódio reacional após a alta por cura.
(CFZ)), a POLIQUIMIO-TERAPIA, padrão OMS (PQT/OMS). A PB-pacientes que após a alta por cura apresentarem dor
regularidade do tratamento é fundamental para a cura do paciente. em nervo não afetado anteriormente, novas alterações de
A prevenção de deformidades é atividade primordial durante sensibilidade, lesões cutâneas novas e/ou exarcebação de lesões
o tratamento e, em alguns casos, até mesmo após a alta, sendo anteriores que não respondam a corticoterapia, de acordo com as
parte integrante do tratamento do paciente com hanseníase. Para o doses preconizadas.
paciente, o aprendizado do auto-cuidado é arma valiosa para evitar
seqüelas.
 Estados Reacionais: estados reacionais são intercorrências
agudas que podem ocorrer na hanseníase, por manifestação do
sistema imunológico do paciente. Aparecem tanto no tratamento,
quanto após a alta, não exigindo a suspensão ou reinício da
poliquimioterapia. As reações podem ser de 2 tipos:
  Tipo 1:  também chamada REAÇÃO REVERSA. Ocorre
mais freqüentemente em pacientes com hanseníase tuberculóide e
dimorfa. Caracteriza-se por ERITEMA e EDEMA DAS LESÕES
e/ou ESPESSAMENTO DE NERVOS com DOR À PALPAÇÃO
DOS MESMOS (NEURITE). A neurite pode evoluir sem dor
MB: pacientes com típicas lesões cutâneas virchovianas ou
(NEURITE SILENCIOSA). É tratada com Prednisona via oral
dimorfas, lesões reacionais após 3 anos de alta por cura ou que
(VO) 1-2mg/kg/dia, com redução a intervalos fixos, conforme
continuam com reações após o 5º ano de alta. A confirmação
avaliação clínica (consultar o Guia para o Controle da Hanseníase
baciloscópica deve considerar a presença de bacilos íntegros e
CNDS/FNS/MS).
globias, com revisão de lâmina por laboratório de referência. Todo
  Tipo 2:  ou ERITEMA NODOSO. Os pacientes com
caso suspeito de recidiva deve ser investigado e, se confirmado,
hanseníase virchowiana são os mais acometidos. Caracteriza- reintroduzido o tratamento e notificado.
se por nódulos eritematosos, dolorosos, em qualquer parte do 2. Aspectos Epidemiológicos
corpo. Pode evoluir com neurite. Trata-se com Talidomida (VO) A hanseníase é uma doença crônica granulamatosa
- 100/400mg/dia, somente em paciente do sexo masculino (É proveniente de infecção causada pelo Micobacterium leprae. Este
PROIBIDO O USO EM MULHERES EM IDADE FÉRTIL bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos,
DEVIDO A OCORRÊNCIA DE TERATOGENICIDADE); ou mas poucos adoecem pela sua baixa patogenicidade, propriedade
prednisona (VO) - 1-2mg/kg/dia. Também é feita em intervalos esta que não é função apenas de suas características intrínsecas,
fixos, após avaliação clínica. mas que depende, sobretudo, de sua relação com o hospedeiro
  Efeitos Colaterais: as medicações usadas na e grau de endemicidade do meio. O domicílio é apontado como
poliquimioterapia da hanseníase são conhecidas há bastante tempo importante espaço de transmissão da doença, embora ainda
e também usadas em outras doenças, porém, como em qualquer existam grandes lacunas de conhecimento quanto aos prováveis
tratamento medicamentoso, deve-se ter atenção para a presença de fatores de risco implicados, especialmente aqueles relacionados
possíveis efeitos colaterais. ao ambiente social. Apesar de baixa patogenicidade, o poder
 Critérios para alta por cura: o paciente obtém alta por imunogênico do Micobacterium leprae é responsável pelo alto
cura ao completar as doses preconizadas, não necessitando ficar potencial incapacitante da hanseníase, o que permite afirmar que
sob vigilância do serviço de saúde. Pacientes da forma paucibacilar este bacilo é de alta infectividade. A hanseníase parece ser uma das
farão 6 doses de PQT/OMS em até 9 meses de tratamento e aqueles mais antigas doenças que acomete o homem. As referências mais
tratados com esquema ROM farão dose única, e os pacientes da remotas datam de 600 A.C e procedem da Índia, que juntamente
forma multibacilar farão 24 doses de PQT/OMS em até 36 meses, com a África podem ser consideradas o berço da doença. A
ou 12 doses em até 18 meses no caso do esquema de curta duração. melhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento
A presença de reações não impede a alta, o mesmo se aplicando à científico modificaram significativamente esse quadro e, hoje, a
presença de seqüelas. Ao final das 24 doses, o paciente multibacilar hanseníase tem tratamento e cura.

Didatismo e Conhecimento 82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
  Agente Etiológico: bacilo álcool-ácido resistente,   Notificação: a hanseníase é doença epidemiológica
Mycobacterium leprae. É um parasita intracelular obrigatório que de notificação compulsória em todo território nacional e de
apresenta afinidade por células cutâneas e por células dos nervos investigação obrigatória. Cada caso deve ser notificado através da
periféricos. ficha de notificação/investigação do Sistema de Informações de
  Reservatório: o homem é reconhecido como a única Agravo de Notificação (SINAN), enviando-a em papel ou em meio
fonte de infecção, embora tenham sido identificados animais
naturalmente infectados - o tatu, o macaco mangabei e o magnético ao órgão de vigilância epidemiológica hierarquicamente
chimpanzé. Os doentes multibacilares sem tratamento - hanseníase superior, segundo fluxo e periodicidade estabelecidos na UF e em
Virchowiana e hanseníase Dimorfa - são capazes de eliminar conformidade com o Manual de Procedimentos do SINAN.
grande quantidade de bacilos para o meio exterior (carga bacilar  Definição de Caso: Um caso de hanseníase é uma pessoa
de cerca de 10.000.000 de baar presentes na mucosa nasal). que apresenta um ou mais dos critérios listados a seguir, com ou
 Modo de Transmissão: a principal via de eliminação dos
bacilos é a via aérea superior sendo o trato respiratório a mais sem história epidemiológica e que requer tratamento específico
provável via de entrada do Mycobacterium leprae no corpo. O trato para hanseníase:
respiratório superior dos pacientes multibacilares (Virchowianos Lesão(ões) de pele com alteração de sensibilidade;
e Dimorfos), é a principal fonte de Mycobacterium leprae Espessamento neural acompanhado de alteração de sensibi-
encontrada no meio ambiente. Não se pode deixar de mencionar lidade;
a possibilidade de penetração do bacilo pela pele, com solução de
continuidade. Baciloscopia positiva para Micobacterium leprae.
  Período de Incubação: a hanseníase apresenta longo Obs.: a baciloscopia negativa não afasta o diagnóstico de han-
período de incubação: de dois a sete anos. Há referência a períodos seníase.
mais curtos, de sete meses, como, também, de mais de dez anos.
 Período de Transmissibilidade: os doentes paucibacilares 5. Medidas de Controle
não são considerados importantes como fonte de transmissão da
doença, devido à baixa carga bacilar. Os pacientes multibacilares Detecção de Casos: através do atendimento da demanda es-
constituem o grupo contagiante e assim se mantêm enquanto não pontânea e da busca ativa, incluindo o exame de contatos. O exa-
se iniciar o tratamento específico. me de coletividade é indicado nas áreas de alta prevalência.
  Suscetibilidade e Imunidade: a exemplo de outras   Tratamento Específico: o tratamento da hanseníase é
doenças infecciosas, a conversão de infecção em doença depende eminentemente ambulatorial. O esquema terapêutico utilizado
de interações entre fatores individuais e ambientais. Devido
ao longo período de incubação é menos freqüente na infância. é a poliquimioterapia padrão OMS. Os medicamentos devem
Contudo, em áreas mais endêmicas, a exposição precoce em focos estar disponíveis em todas as unidades de saúde de municípios
domiciliares aumenta a incidência de casos nessa faixa etária. endêmicos. A alta por cura é dada após a administração do
Embora acometa ambos os sexos, observa-se predominância do número de doses preconizadas segundo o esquema terapêutico
sexo masculino (2:1). administrado.
Distribuição e Morbidade: a hanseníase é endêmica nos
países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. O coeficiente de  Prevenção e Tratamento de Incapacidades Físicas: todos
prevalência da hanseníase no país, em 1997, foi de 5,43 casos por os casos de hanseníase, independentemente da forma clínica,
10.000 habitantes, com 86.741 casos em registro ativo, colocando deverão ser avaliados quanto ao grau de incapacidade no momento
o Brasil em 2º lugar no mundo em número absoluto de casos, do diagnóstico e, no mínimo, uma vez por ano, inclusive na alta
sendo superado apenas pela Índia. O coeficiente de detecção de por cura. Toda atenção deve ser dada ao diagnóstico precoce do
casos novos (incidência), no ano de 1997, foi de 2,78 casos por
10.000 habitantes. Vale ressaltar que a meta estabelecida pela comprometimento neural e para tanto os profissionais de saúde e
Organização Mundial de Saúde (OMS) é eliminar a hanseníase pacientes devem ser orientados para uma atitude de vigilância do
como problema de saúde pública até o ano 2000, isto é, atingir potencial incapacitante da hanseníase. Tal procedimento deve ter
uma prevalência de menos de 1 caso por 10.000 habitantes em vista o tratamento adequado para cada caso e a prevenção de
futuras deformidades. Essas atividades não devem ser dissociadas
3. Diagnóstico Laboratorial
Tipos de Exames: do tratamento quimioterápico, estando integradas na rotina dos
 Exame baciloscópico: a baciloscopia poderá ser utilizada serviços, de acordo com o grau de complexidade dos mesmos.
como exame complementar para classificação dos casos em  Vigilância dos Contatos: para fins operacionais, deve-se
MB e PB. Baciloscopia positiva indica hanseníase multibacilar considerar como contato intradomiciliar toda e qualquer pessoa
independente do número de lesões. que resida ou tenha residido nos últimos 5 anos com o doente. A
  Exame Histopatológico: indicado para elucidação vigilância desses contatos consiste em:
diagnóstica e em pesquisas. Exame de todos os contatos intradomiciliares dos casos no-
vos, de todas as formas clínicas. Após o exame o contato inde-
4. Vigilância Epidemiológica
O objetivo do Programa de Controle da Hanseníase é reduzir ne será liberado com orientação quanto ao período de incubação,
a morbidade da doença para menos de um (1) doente por 10.000 transmissão, sinais e sintomas da hanseníase e retorno ao serviço,
habitantes até o ano 2000, meta de eliminação proposta pela OMS. se necessário.
Os casos novos devem ser detectados precocemente e tratados para Utilização de BCG - aplicação de duas doses da vacina BCG-
interromper a cadeia de transmissão da doença e prevenir as inca- -ID a todos os contatos intradomiciliares dos casos novos de han-
pacidades físicas. seníase, independente da forma clínica.

Didatismo e Conhecimento 83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Recomenda-se a aplicação da 2ª dose da vacina BCG-ID a Os doentes bacilíferos, isto é, aqueles cuja baciloscopia de es-
partir de 6 meses após a 1ª dose. Quando existente, a cicatriz por carro é positiva são a principal fonte de infecção. 
BCG-ID deve ser considerada como 1ª dose, independente da épo- Portanto, todas as medidas devem ser realizadas no sentido
ca em que foi aplicada. Na dúvida, aplicar as duas doses recomen- de encontrar precocemente o paciente e oferecer o tratamento ade-
dadas. quado, interrompendo assim, a cadeia de transmissão da doença. 
www.saudeemmovimento.com.br A má alimentação, a falta de higiene, o tabagismo, o alcoo-
lismo ou qualquer outro fator que gere baixa resistência orgânica,
Tuberculose também favorece o estabelecimento da doença. 
Agente Etiológico 
Formas da Doença
É uma doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria
Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), que afeta A apresentação da tuberculose na forma pulmonar, além de ser
principalmente os pulmões, mas, também podem ocorrer em mais frequente, é também a mais relevante para a saúde pública,
outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas pois é a forma pulmonar bacilífera, a responsável pela manutenção
que envolvem o cérebro) da cadeia de transmissão da doença. 
A busca ativa dos sintomáticos respiratórios é a principal es-
Como ocorre a transmissão da tuberculose tratégia para o controle da TB, uma vez que permite a detecção
precoce das formas pulmonares.
A tuberculose é transmitida por via aérea em praticamente a
totalidade dos casos. A infecção ocorre a partir da inalação de go- Tuberculose Pulmonar
tículas contendo bacilos expelidos pela tosse, fala ou espirro do
doente com tuberculose ativa de vias respiratórias. Os sintomas clássicos da TB pulmonar são: tosse persistente
por 3 semanas ou mais, produtiva ou não (com muco e eventual-
Primoinfecção Tuberculosa
mente sangue), febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimen-
to. 
Quando uma pessoa inala as gotículas contendo os bacilos de
Koch, muitas delas ficam no trato respiratório superior (gargan- Em populações especiais, tais como presidiários, moradores
ta e nariz), onde a infecção é improvável de acontecer. Contudo, de rua, pacientes HIV positivos, crianças, tosse com 2 semanas
quando os bacilos atingem os alvéolos, eles ocasionam uma rápida ou mais, pode ser sugestivo de tuberculose pulmonar e DEVE ser
resposta inflamatória, envolvendo células de defesa. Caso ocorra investigado.
falha neste mecanismo, os bacilos começam a se multiplicar. Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum na crian-
A primoinfecção tuberculosa, sem doença, significa que os ba- ça maior, adolescente e adulto jovem. Tem como característica
cilos estão no corpo da pessoa, mas o sistema imunológico os está principal a tosse seca ou produtiva (com catarro).
mantendo sob controle. A febre vespertina, sem calafrios, não costuma ultrapassar os
38,5º C. A sudorese noturna e a anorexia são comuns. O exame
Tuberculose primária físico geralmente mostra “fácies” de doença crônica e emagreci-
mento, embora indivíduos com bom estado geral e sem perda do
Em 5 % dos casos, entretanto a primoinfecção não é contida, apetite também possam ter TB pulmonar.
seja pela deficiência no desenvolvimento da imunidade celular,
seja pela carga infectante ou pela virulência do bacilo. A tuberculo- Tuberculose extrapulmonar
se resultante da progressão do complexo primário e que se desen-
volve nos primeiros cinco anos após a primoinfecção denomina-se As formas extrapulmonares da tuberculose têm seus sinais e
Tuberculose primária.  sintomas dependentes dos órgãos e/ou sistemas acometidos. 
As formas de tuberculose primária podem ser: ganglionares, Sua ocorrência aumenta entre pacientes com imuno compro-
pulmonares e miliar que comprometem não apenas os pulmões, metimento grave, principalmente naqueles com aids.
mas muitos órgãos como rins, cérebro, meninges, glândula supra-
-renal e ossos, resultantes da disseminação linfohematogênica do Diagnóstico
bacilo. Por contigüidade, ocorrem as formas pleural (pulmão),
pericárdica (gânglios mediastinais) e peritonial (gânglios mesen- Baciloscopia do escarro 
téricos).
A baciloscopia direta do escarro é o método principal no diag-
Tuberculose pós-primária 
nóstico e para o controle de tratamento da tuberculose pulmonar
Uma vez infectada, a pessoa pode desenvolver tuberculose por permitir a descoberta das fontes de infecção, ou seja, os casos
doença em qualquer fase da vida. Isto acontece quando o siste- bacilíferos. Trata-se de um método simples, rápido, de baixo custo
ma imunológico não pode mais manter os bacilos “sob controle” e seguro para elucidação diagnóstica da tuberculose, uma vez que
e eles se multiplicam rapidamente (reativação endógena). Pode permite a confirmação da presença do bacilo. 
acontecer também, reativação exógena, na qual ocorre uma nova A boa amostra de escarro é a proveniente da árvore brônquica,
exposição a bacilos mais virulentos e que resistem à forte resposta obtida após esforço da tosse (expectoração espontânea).
imunológica desencadeada pelo hospedeiro (reativação exógena).  O exame de baciloscopia de escarro deve ser solicitado aos
pacientes que apresentem: 

Didatismo e Conhecimento 84
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
• Tosse por duas a três semanas (sintomático respiratório); Tratamento Diretamente Observado (TDO)
• Suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar, indepen-
dentemente do tempo de tosse;  No tratamento diretamente observado, um profissional da
• Suspeita clínica de TB em sítios extrapulmonares (mate- equipe da unidade de saúde observa a tomada da medicação do
riais biológicos diversos). paciente desde o início do tratamento até a sua cura. Esta estraté-
gia, também, oferece maior acolhimento ao doente, melhor adesão
Coleta de Escarro e Cuidados com aumento da cura e redução de abandono ao tratamento.
Todo paciente com Tuberculose deve receber este tipo de tra-
Orientação ao paciente tamento.
A unidade de saúde deve ter pessoal capacitado para fornecer  www.saude.gov.br
informações claras e simples ao paciente quanto à coleta do escar-
ro, devendo proceder da seguinte forma:  De Atendimento de enfermagem ao paciente com suspeita
Orientar o paciente quanto ao procedimento de coleta: ao
despertar pela manhã, lavar bem a boca, inspirar profundamente, de dengue
prender a respiração por um instante e escarrar após forçar a tosse. Cabe ao profissional de enfermagem coletar e registrar dados
Repetir essa operação até obter três eliminações de escarro, evitan- da forma mais detalhada possível no prontuário do paciente. Esses
do que esse escorra pela parede externa do pote.  dados são necessários para o planejamento e a execução dos servi-
Informar que o pote deve ser tampado e colocado em um saco ços de assistência de enfermagem.
plástico com a tampa para cima, cuidando para que permaneça
nessa posição.  Roteiro de atendimento
Orientar o paciente a lavar as mãos.  Histórico de enfermagem (entrevista e exame físico)
Radiológico  a) Data do inicio dos sintomas.
b) Verificar pressão arterial, pulso, enchimento capilar, fre-
A radiografia de tórax é método diagnóstico de grande impor- quência respiratória,temperatura.
tância na investigação da tuberculose. c) Realizar medidas antropométricas (peso, altura, indice de
Diferentes achados radiológicos apontam para suspeita de massa corporal (IMC).
doença em atividade ou doença no passado, além do tipo e exten- d) Pesquisar sinais de alarme.
são do comprometimento pulmonar.  e) Realizar prova do laço na ausência de manifestações he-
Deve ser solicitada para todo o paciente com suspeita clínica morrágicas.
de TB pulmonar. 
f) Segmento da pele: pesquisar pele fria ou quente, sinais de
Prova Tuberculínica (PT) desidratação, exantema, petéquias, hematomas, e outros.
g) Segmento cabeça: observar sensibilidade a luz, edema sub-
A prova tuberculínica consiste na inoculação intradérmica de cutaneo palpebral,hemorragia conjuntival, petéquias de palato,
um derivado protéico do M. tuberculosis para medir a resposta epistaxe e gengivorragia.
imune celular a estes antígenos. É utilizada, nas pessoas (adultos e h) Segmento torácico: pesquisar sinais de desconforto respira-
crianças), para o ver se apessoa está infectada pelo M. tuberculo- tório, de derrame pleural e pericárdico.
sis. Na criança também é muito importante como método coadju- i) Segmento abdominal: pesquisar dor, hepatomegalia, ascite,
vante para o diagnóstico da TB doença.
timpanismo, macicez e outros.
Avaliação de contatos: j) Segmento neurológico: pesquisar cefaléia, convulsão, sono-
1. O caso índice deve ser entrevistado o quanto antes para lência, delírio, insônia,inquietação,irritabilidade e depressão.
identificação das pessoas que serão consideradas contatos. k) Sistema músculo-esquelético: pesquisar mialgias, artragias
2. Os contatos e suas respectivas idades devem ser listados. O e edemas.
tipo de convívio deve ser estabelecido (casa, ambiente de trabalho, l) Realizar a notificação e investigação do caso.
escola, etc) e formas de localização devem ser identificadas (ende- m)Registrar no prontuário as condutas prestadas de enferma-
reço e/ou telefone). gem.
3. Sempre que possível realizar visita domiciliar para um me-
lhor entendimento das circunstâncias que caracterizam os contatos
identificados na entrevista do caso índice. Referência de normalidade para pressão arterial em
Todos os contatos serão convidados a comparecer à unidade crianças
de saúde para serem avaliados, pois eles que apresentam maior • Recém-Nascido até 92 horas: sistólica = 60 a 90mmHg dias-
risco de adoecimento, pois estão expostos ao doente bacilífero. tólica = 20 a 60mmHg
• Lactentes < de 1 ano: sistólica = 87 a 105mmHg diastólica
Tratamento da Tuberculose = 53 a 66mmHg
Pressão média sistólica (percentil 50) para crianças > de 1 ano
O tratamento da tuberculose é feito com 4 drogas na fase de = idade em anos x 2 + 90
ataque (2 meses)do tratamento com isoniazida, rifampicina, pira-
Para determinar hipotensão arterial, considerar: pressão sistó-
zinamida e etambutol. Na fase de manutenção (quatro meses sub-
lica limite inferior (percentil 5) para crianças > de 1 ano: idade em
seqüentes) utilizam-se rifampicina e isoniazida. Este tratamento
dura 6 meses e leva à cura da doença, desde que haja boa adesão anos x 2 + 70. Achados de pressão arterial sistólica abaixo deste
ao tratamento com uso diário da medicação. percentil ou valor sinaliza hipotensão arterial.
O tratamento deve ser diretamente observado (TDO) Pediatric Advanced Life Support, 1997; Murahovschi, J. 2003.
- Em criancas, usar manguito apropriado para a idade e peso.

Didatismo e Conhecimento 85
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Prova do laço potencial de disseminação, transcedência, vulnerabilidade, dis-
A prova do laço devera ser realizada obrigatoriamente em to- ponibilidade de medidas de controle, compromisso internacional
dos os casos suspeitos de dengue durante o exame fisico. com programas de erradicação, etc. Devido as alterações no perfil
• Desenhar um quadrado de 2,5cm de lado (ou uma área ao re- epidemiológico, a implementação de outras técnicas para o moni-
dor da falange distal do polegar) no antebraço da pessoa e verificar toramento de doenças, o conhecimento de novas doenças ou a re
a pressão arterial (deitada ou sentada). emergência de outras, tem a necessidade de constantes revisões
• Calcular o valor médio: (PAS+PAD)/2. periódicas na LDNC no sentido de mantê-la atualizada.
• Insuflar novamente o manguito até o valor médio e manter Lista Nacional de Doenças e Agravos de Notificação Com-
por cinco minutos em adultos (em crianças, 3 minutos) ou até o pulsória
aparecimento de petéquias ou equimoses. I. Botulismo
• Contar o número de petéquias no quadrado. A prova será II. Carbúnculo ou Antraz
positiva se houver 20 ou mais petéquias em adultos e 10 ou mais III. Cólera
em crianças. IV. Coqueluche
A prova do laço é importante para a triagem do paciente sus- V. Dengue
peito de dengue, pois e a única manifestação hemorrágica de FHD VI. Difteria
representando a fragilidade capilar. VII. Doença de Creutzfeldt - Jacob
VIII. Doenças de Chagas (casos agudos)
Sinais de alarme IX. Doença Meningocócica e outras Meningites
a) Dor abdominal intensa e contínua. X.Esquistossomose (em área não endêmica)
b) Vômitos persistentes.
XI. Eventos Adversos Pós-Vacinação
c) Hipotensão postural e/ou lipotímia.
XII.Febre Amarela
d) Hepatomegalia dolorosa.
XIII. Febre do Nilo Ocidental
e) Hemorragias importantes (hematêmese e/ou melena).
XIV. Febre Maculosa
f) Sonolência e/ou irritabilidade.
g) Diminuição da diurese. XV. Febre Tifóide
h) Diminuição repentina da temperatura corpórea ou hipoter- XVI. Hanseníase
mia. XVII. Hantavirose
i) Aumento repentino do hematócrito. XVIII. Hepatites Virais
j) Queda abrupta de plaquetas. XIX. Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana - HIV
k) Desconforto respiratório. em gestantes e crianças expostas ao risco de transmissão vertical
Histórico de epidemiologia XX. Influenza humana por novo subtipo (pandêmico)
a) Perguntar sobre presença de casos semelhantes no local de XXI. Leishmaniose Tegumentar Americana
moradia ou de trabalho. XXII. Leishmaniose Visceral
b) Perguntar sobre historia de deslocamento nos últimos 15 XXIII.Leptospirose
dias para área de transmissão de dengue. XXIV. Malária
Orientações aos pacientes e familiares XXV. Meningite por Haemophilus influenzae
a) Todos os pacientes (adultos e crianças) devem retornar ime- XXVI. Peste
diatamente em caso de aparecimento de sinais de alarme. XXVII.Poliomielite
b) O desaparecimento da febre (entre o segundo e o sexto dia XXVIII.Paralisia Flácida Aguda
de doença) marca o inicio da fase critica, razão pela qual o paciente XXIX.Raiva Humana
devera retornar para nova avaliação no primeiro dia desse período. XXX.Rubéola
c) Orientar o paciente sobre o uso e importância do “Cartão XXXI.Síndrome da Rubéola Congênita
de Identificação do Paciente com Dengue” XXXII. Sarampo
Para seguimento do paciente, recomenda-se: XXXIII. Sífilis Congênita
A adoção do “Cartão de Identificação do Paciente com Den- XXXIV. Sífilis em gestante
gue”, que é entregue após a consulta ambulatorial em que constam XXXV. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS
as seguintes informações: dados de identificação, unidade de aten- XXXVI. Síndrome Febril Íctero-hemorrágica Aguda
dimento, data de início dos sintomas, medição de PA, prova do
XXXVII. Síndrome Respiratória Aguda Grave
laço, hematócrito, plaquetas, sorologia, orientações sobre sinais de
XXXVIII. Tétano
alarme e local de referência para atendimento de casos graves na
XXXIX. Tularemia
região.
XL. Tuberculose
Notificação Compulsória XLI. Varíola
Notificação compulsória é um registro que obriga e univer-
saliza as notificações, visando o rápido controle de eventos que Doenças e Agravos de notificação imediata
requerem pronta intervenção. Para a construir o Sistema de Doen- I. Caso suspeito ou confirmado de:
ças de Notificação Compulsória (SDNC), cria-se uma Lista de a) Botulismo
Doenças de Notificação Compulsória (LDNC), cujas doenças são b) Carbúnculo ou Antraz
selecionadas através de determinados critérios como: magnitude, c) Cólera

Didatismo e Conhecimento 86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Programa de assistência integrada a saúde da criança, Desta forma, o PAISM propõe novas formas de relacionamen-
mulher, homem, adolescente e idoso to entre profissionais de saúde e as usuárias dos serviços, sendo ba-
seado no respeito mútuo. Tem como objetivos reconhecer a mulher
Saúde da mulher como cidadã dotada de direitos e como um pessoa inteira, onde a
história do seu corpo e de sua vida tem importância fundamental,
Assistência de Enfermagem à Mulher para que ela possa expressar o que sente e, a partir deste funda-
O mundo feminino é cheio de detalhes próprios, que precisam mento, possa ser ouvida e compreendida nas suas necessidades.
ser analisados de maneira sensível, com um olhar de mulher. Mui- Assegura à clientela o conhecimento necessário para que ela tenha
tas famílias hoje são chefiadas por mulheres, que possuem uma du- um maior controle sobre sua saúde.
pla jornada de trabalho – pois, além de trabalhar fora, dão conta de
todas as tarefas domésticas. Entender que mulheres e homens são
Assistência de Enfermagem a mulher no climatério e me-
diferentes, não só do ponto de vista físico e biológico, mas também
nopausa
na forma como entendem o mundo, como apresentam suas neces-
sidades e como querem ser aceitos (as), valorizados (as) e enten- As palavras menopausa e climatério têm sentidos diferentes,
didos (as), significa analisar estas questões sob a ótica do gênero. embora sejam utilizadas como sinônimos com frequência. Clima-
Faz-se necessário, portanto, compreender, sob vários aspec- tério é o período que abrange toda a fase em que os hormônios
tos, as questões que estão relacionadas com as ações preconizadas estrogênio e progesterona, produzidos pelos ovários, vão pro-
para atender às demandas de saúde da mulher. A maior parte dos gressivamente deixando de ser fabricados, incluindo-se, portanto,
adultos que procuram os serviços de saúde são mulheres que apre- a transição entre as fases reprodutiva e não-reprodutiva da vida
sentam diversas necessidades, esperando que sejam atendidas. É da mulher. Essa fase é marcada pelo declínio de duas principais
importante ressaltar que o índice de abandono dos tratamentos de funções ovarianas: produzir óvulos para a fecundação e sinteti-
saúde é significativo e relaciona-se com a dificuldade em receber zar hormônios que garantam o desenvolvimento do embrião em
atendimento e a forma como os profissionais atendem as pacientes, seus estágios iniciais. Entre a quarta e a quinta décadas de vida, a
muitas vezes de forma desinteressada e desrespeitosa. ovulação e a preparação cíclica do interior do útero para a insta-
Inúmeras são as causas que levam a mulher ao adoecimen- lação de uma gravidez tornam-se irregulares, expressando-se sob
to e à morte o que chamamos morbimortalidade feminina. Estas
a forma de oscilações na duração, intensidade e periodicidade das
causas estão diretamente relacionadas às condições e hábitos de
menstruações, culminando com a menopausa, que é o último san-
vida. Como exemplo, podemos dizer que as mulheres, por terem
adquirido o hábito de fumar, associado ao estresse, ao longo dos gramento. A maioria da população usa esse conceito de climaté-
anos foram aumentando o número de casos de doenças do coração, rio para referir-se à menopausa que é, na verdade, um evento que
como infarto do miocárdio e outros problemas ligados à circulação acontece durante o climatério. Nem a menopausa nem o climatério
sanguínea, que eram mais frequentes nos homens. Por isto, para são doenças, mas ocorrências naturais ao longo da vida das mu-
compreendermos os seus problemas de saúde é importante pensar lheres.
como as mulheres vivem atualmente e os novos hábitos que vêm O climatério nem sempre é sintomático. Quando presentes, os
adquirindo. sintomas constituem a síndrome climatérica. As repercussões ne-
Em busca de reconhecimento e valorização do seu trabalho, gativas da insuficiência estrogênica podem ser tratadas ou preveni-
de suas necessidades de saúde, as mulheres, de forma organizada, das pela terapêutica de reposição hormonal (TRH) a longo prazo.
através do chamado Movimento de Mulheres, vêm participando Considera-se o climatério uma etapa da vida feminina que
da formulação das políticas públicas, cobrando ações que sejam divide-se em três fases, tendo como marco a menopausa. A pri-
coerentes com o que precisam para sua saúde. meira é a fase pré-menopáusica, que vai do final da menacme até
Se voltarmos um pouco, à década de 70, vamos encontrar
a ocorrência da menopausa. A segunda, chamada perimenopausa,
propostas de programas para dar assistência à saúde da mulher,
abrange o duplo período de dois anos, que precede a menopausa e
que eram destinadas à mulher-mãe, obedecendo a uma tradicional
visão onde a maternidade era a única forma da mulher ser reco- a sucede. A última é a fase pós-menopáusica, que ocorre da meno-
nhecida socialmente e consequentemente receber benefícios. Daí pausa até a senectude.
vem a definição de área materno-infantil, que se preocupava com A assistência à mulher climatérica exige a presença de profis-
a mãe e a criança, não havendo uma igual preocupação com outros sional capacitado para orientá-la de forma conveniente sobre os
problemas relacionados à mulher. fatos básicos do próprio climatério e da TRH, visando sua adoção
Com a influência do movimento das mulheres, em 1983, foi e adesão ao tratamento. Nesse sentido, enfatiza-se a importância
formulado pelo Ministério da Saúde o Programa de Assistência da presença da enfermagem, assumindo o papel de educadora e
Integral à Saúde da Mulher (PAISM), que propõe fornecer uma as- orientadora. É preciso que o enfermeiro explique as mudanças que
sistência integral clínico-ginecológica, com controle das doenças as mulheres necessitam conhecer para que possam as enfrentar e
transmitidas sexualmente (DST), do câncer cérvico-uterino (colo solucionar com mais tranquilidade. Segundo Ferrari (1996, p.45)
do útero) e mamário, a assistência para concepção e contracepção, “primeiro sobrevêm os distúrbios menstruais, depois aparecem os
uma melhor assistência pré-natal, do parto e do puerpério, abor- calorões e a instabilidade psíquica, e ainda, as modificações do
dando os problemas desde a adolescência até a terceira idade. Des-
aparelho reprodutor e urinário. Vários anos depois começam a ob-
tacando uma importante ação para todos os profissionais, oferece
assistência à mulher através da educação em saúde, nem sempre servar as consequências da falta de hormônios ovarianos no apare-
muito valorizada. lho cardiovascular e no esqueleto”.

Didatismo e Conhecimento 87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Não existe idade pré-determinada para a menopausa. Geral- Observa-se que o conhecimento desta fase da vida da mulher
mente ocorre entre os 45 e 55 anos. No entanto, pode ocorrer a par- faz-se importante, porque além de o climatério e a menopausa se-
tir dos 40 anos sem que isso seja um problema. Em alguns casos, rem um fenômeno natural na vida de toda mulher, podem desen-
segundo Ferrari (1996, p.44), “se ocorre antes dos 35 anos, se de- cadear uma série de sintomas, os quais, se não forem bem enten-
didos, podem levar a mulher a sofrer e não ser bem compreendida,
nomina menopausa prematura ou precoce. A mesma pode obede-
principalmente pela sua família.
cer a influências genéticas ou a intervenções cirúrgicas, infecções,
Apesar dos avanços dos estudos na área da saúde da mulher,
doenças autoimunizantes, radiações, drogas”. ainda hoje encontramos mulheres que desconhecem e, por isso,
Não há relação entre a primeira menstruação e a idade da me- não compreendem o climatério e a menopausa como uma das fa-
nopausa, nem tampouco existe relação entre a idade familiar da ses vivenciadas pelas mulheres, acarretando sofrimento e uma vida
menopausa ou o uso de anticoncepcionais orais. Alguns estudos sem qualidade, na maioria das vezes. A importância do conheci-
apontam que o hábito de fumar acelera um pouco o tempo da últi- mento sobre climatério e menopausa, preconizando um cuidado e
ma menstruação. Durante o climatério, a diminuição dos hormô- orientação sistematizada e individualizada por parte do enfermei-
nios faz com que os ciclos menstruais se tornem irregulares, até ro, atentando para uma enfermagem centrada no usuário que, nesse
cessarem completamente. Nesta fase de transição, ocorrem altera- caso, é a mulher e sua família.
ções físicas e psíquicas importantes, que prejudicam a qualidade
Atenção a Mulher no Climatério e Menopausa de acordo
de vida da mulher, que pode ou não potencializar problemas de com o Ministério da Saúde
saúde. Essas alterações podem e devem ser tratadas. Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
Além disso, é muito relevante que a família também seja Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Ma-
orientada pelo enfermeiro, para que consiga entender as mudanças nual de Atenção à Mulher no Climatério/Menopausa / Ministério
que acontecem no organismo feminino e, com isso, possam con- da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
tribuir para que o climatério seja uma das épocas mais importantes Programáticas Estratégicas. – Brasília : Editora do Ministério da
da vida da mulher, na qual ela atinja sua plenitude pessoal. Saúde, 2008. 192 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Sé-
A queda dos níveis hormonais, neste período da existência rie Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Caderno, n.9)
feminina, pode acontecer de forma absolutamente silenciosa e ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER
assintomática. Para a maioria das mulheres, este fato é acompa- NO CLIMATÉRIO
nhado por uma série de desconfortos físicos e psicológicos, como:
ondas de calor no tórax, pescoço e face; suores noturnos; insônia; Evolução das Políticas para as Mulheres no Climatério
secura vaginal; palpitações; dores nas articulações; tontura; dores A saúde da mulher, no Brasil, foi incorporada às políticas na-
de cabeça; aumento da irritabilidade; dificuldade de concentração; cionais no início do século XX e a atenção à saúde deste grupo
falhas de memória ou esquecimento; ansiedade e depressão. Em populacional vem seguindo um processo de evolução no qual os
longo prazo, a deficiência estrogênica também pode ter repercus- antecedentes podem ser considerados a partir da década de 70.
Neste período o Ministério da Saúde adotava uma concepção mais
sões sobre o sistema ósseo, cardiovascular e urinário. O climatério
restrita da saúde da mulher, que se limitava à saúde materna ou à
merece atenção, supervisão e cuidados médicos, não apenas para ausência de agravos associados à reprodução biológica.
alívio dos sintomas apresentados, mas também para o diagnóstico Na década de 1980 ocorreu o lançamento do documento “As-
precoce e para a prevenção das doenças que, concomitantemente, sistência Integral à Saúde da Mulher: bases de ação programática”,
incidem nesta fase da vida. que serviu de apoio para o Programa de Assistência Integral à Saú-
É imprescindível, também, que a mulher climatérica e de da Mulher, o PAISM, elaborado pelo Ministério da Saúde em
sua família saibam que, além do tratamento medicamentoso, 1983 e publicado em 1984.
a adoção de uma dieta equilibrada, com baixo teor de gordura, Esse programa incorporou o ideário feminista para a atenção
rica em fibras e em cálcio, e a prática regular de atividade física, à saúde da mulher, com ênfase em aspectos da saúde reprodutiva,
mas com propostas de ações dirigidas à atenção integral da popula-
como caminhadas diárias, são hábitos saudáveis que devem ser ção feminina, nas suas necessidades prioritárias, significando uma
cultivados nesta fase de vida. ruptura com o modelo de atenção materno-infantil até então desen-
Existe, também, a “menopausa provocada”, que aparece antes volvido. Nas prioridades estava incluída a atenção ao climatério, já
do tempo devido. Pode chamar-se “menopausa prematura”. Ela que contemplava uma abordagem geracional da mulher em todas
ocorre depois de uma cirurgia para remoção de ovários, químio ou as fases da vida, da adolescente à idosa.
radioterapia, ou por funcionamento anormal do ovário. Dentro dessa perspectiva passaram a ser desenvolvidas, em
Quando a mulher sofre esse tipo de menopausa, pode ter os diversos estados da federação, atividades de capacitação em aten-
sintomas mais intensos que a menopausa natural, e precisa imedia- ção integral à saúde da mulher e em alguns deles, ações de saúde
tamente de tratamento à base de hormônios. específicas direcionadas às mulheres no climatério. Nesse contex-
to, em 1994, foi lançada pelo Ministério da Saúde a Norma de
A enfermagem exibe um papel importante, contribuindo na
Assistência ao Climatério.
identificação dos sinais e sintomas da fase do climatério e da me- Em 1999, a Área Técnica de Saúde da Mulher do Ministério
nopausa. da Saúde incorporou no seu planejamento a atenção à saúde da
Além disso, é relevante a participação do enfermeiro na orien- mulher acima de 50 anos. No entanto, nenhuma ação específica
tação da mulher climatérica e sua família, já que Gutierrez (1993) foi implementada naquela oportunidade. Um balanço institucional
afirma que o apoio familiar e um bom nível de conhecimento sobre realizado em 2002 apontou, entre outras, esta lacuna, considerando
as modificações bio e psicológicas fazem com que as mulheres necessário superá-la.
enfrentem esse período com mais tranquilidade.

Didatismo e Conhecimento 88
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Em 2003, essa área técnica assumiu a decisão política de A ignorância e os tabus que ainda rodeiam a sexualidade
iniciar ações de saúde voltadas para as mulheres no climatério e durante o climatério trazem como consequência que, as diversas
incluiu um capítulo específico sobre esse tema no documento Polí- mudanças que acontecem no corpo e nas relações sexuais nesse
tica Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher – Princípios período da vida, são frequentemente atribuídas, muitas vezes inde-
e Diretrizes. No Plano de Ação dessa política nacional com relação vidamente, à menopausa.
ao climatério, o objetivo é implantar e implementar a atenção à O comportamento sexual humano é influenciado por aspectos
saúde da mulher no climatério, em nível nacional, que é detalhado psicológicos e socioculturais e está relacionado com a saúde físi-
na estratégia de ampliar o acesso e qualificar a atenção com ações ca e mental, com a qualidade de vida e a auto-estima. Entretanto,
e indicadores definidos. como o ser humano é dotado de grande versatilidade, reagindo de
maneira diversa e de acordo com cada situação, não é raro se ob-
Atenção Humanizada à Mulher servar manifestações da sexualidade mesmo em condições orgâni-
“Humanização” é um conceito que pode ter diferentes signi- cas, psicológicas ou sociais adversas.
ficados. Se refere à relação intersubjetiva entre a mulher e os pro- No climatério as repercussões hormonais no organismo da
fissionais de saúde, diante do crescente uso de aparelhos, da tecno- mulher se somam às transformações biológicas, psicológicas, so-
logia, ou da massificação do atendimento em unidades de saúde. ciais e culturais. Embora os autores se refiram ao climatério como
Também tem sido interpretada como a introdução do estudo sendo um fenômeno biopsicossocial, historicamente o enfoque
de ciências humanas, especialmente psicologia, nos cursos de gra- maior tem sido dado aos fatores biológicos, aos sinais e sintomas,
duação da área de saúde. Um de seus significados mais profundos inclusive referindo o climatério algumas vezes como uma síndro-
é o reconhecimento da dignidade da pessoa. me ou um período patológico e anormal.
A Política Nacional de Humanização, instituída em 2003 pre- Apesar de constituir uma etapa normal do ciclo biológico da
coniza a humanização como a valorização dos diferentes sujeitos mulher, da mesma forma que a adolescência, e não uma doen-
implicados no processo de produção da saúde, incluindo e enfa- ça que incapacita ou a limita para a vida, verificasse que alguns
tizando os usuários, ao lado dos trabalhadores e dos gestores da profissionais de saúde, ao abordarem esse assunto, acabam por
saúde. reforçar uma visão do climatério como um fato anormal ou uma
Nessa perspectiva tem como um dos princípios a autonomia doença. Visto desta maneira, julgam ser necessário intervir quimi-
camente por meio de terapia medicamentosa, caracterizando o uso
e o protagonismo dos sujeitos valorizando a corresponsabilidade,
indiscriminado e muitas vezes desnecessário de medicamentos.
a construção de vínculos solidários e a participação coletiva no
Talvez esta seja uma das razões pelas quais a terapia hormonal
processo de atenção e de gestão. seja assunto de grande controvérsia.
O profissional de saúde que tem uma prática humanizada é O envelhecimento sexual é um dos fatores mais frequente-
aquele que oferece uma escuta atenta, que valoriza as diversas for- mente apontados como fonte de angústia para mulheres e homens
mas de comunicação e de expressão de sofrimento e que exami- nessa fase da vida. Os conflitos são mais frequentes no ocidente do
na com cuidado a pessoa que o procura; é profissional consciente que em outras culturas como a oriental, principalmente devido à
de que para prestar um bom atendimento é importante estabele- desvalorização dos indivíduos mais maduros, incluindo as mulhe-
cer uma relação que não seja superficial e que abra espaço para res após a menopausa.
a participação ativa dos demais profissionais da equipe de saúde A sexualidade da mulher no climatério é carregada de muitos
e da mulher, na construção de um projeto terapêutico singular. A preconceitos e tabus. Isso porque existem vários mitos que refor-
abordagem humanizada se baseia especialmente na possibilidade çam a ideia de que, nesse período, a mulher fica assexuada. Um
do acesso ao serviço e ao tratamento e na resolutividade das de- deles é a identificação da função reprodutora com a função sexual.
mandas apresentadas e identificadas. Outro é a ideia de que a atração erótica se faz às custas somente da
Nenhuma máquina ou procedimento técnico é capaz de subs- beleza física associada à jovialidade.
tituir o diálogo e o entendimento entre duas pessoas. O atendi- Há ainda um terceiro mito que considera a sexualidade femi-
mento humanizado acolhe a mulher com suas queixas e não des- nina relacionada diretamente aos hormônios ovarianos, vinculan-
valoriza ou minimiza seus sintomas. Reconhece seus direitos a es- do a diminuição da função do ovário com a diminuição da função
clarecimentos e informações, oferecendo-lhe noções sobre como sexual.
preservar e ou promover a qualidade de sua vida, compartilhando Atualmente, com o aumento da expectativa de vida, a mulher
as decisões, informando alternativas de tratamento e respeitando passa uma parte significativa da sua vida no período do climatério,
sua opção, mesmo quando seja diversa da qual considera mais in- tendo ainda muitos anos para desfrutar de uma sexualidade plena.
dicada, caso a mulher deseje procurar alívio para seus sintomas de Algumas mulheres nesse período podem sentir diminuição do de-
outras formas ou por meio de diferentes abordagens terapêuticas. sejo enquanto outras experimentam o processo inverso, ou seja,
Reconhece, ainda, que cada pessoa é única e pode trazer-lhe um uma liberação do desejo e o exercício de uma sexualidade menos
conflituada.
enriquecimento, desde que o profissional se debruce na compreen-
são de sua singularidade.
Alterações Orgânicas no Climatério e Resposta Sexual
As modificações orgânicas que ocorrem na mulher durante o
A SEXUALIDADE climatério não obrigatoriamente implicam na diminuição do pra-
A sexualidade das mulheres ainda é, em parte, desconheci- zer, mas podem influenciar a resposta sexual, que pode ser mais
da, não somente para os homens, mas, sobretudo, para as próprias lenta. Em outras palavras, as alterações fisiológicas que ocorrem,
mulheres. Durante anos, o modelo de sexualidade dominante, pouco influem sobre a sexualidade, entretanto, podem limitar qua-
normativo, aceito socialmente, é o que corresponde à sexualidade litativa e quantitativamente a resposta erótica.
masculina.

Didatismo e Conhecimento 89
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
As mulheres no climatério, mais frequentemente após a meno- complexos, como o desejo sexual e o orgasmo, a maioria dos auto-
pausa, podem apresentar uma lubrificação vaginal menos intensa res considera a influência de alguns fatores responsáveis por esses
e mais demorada, sendo necessário, às vezes, um maior estímulo fenômenos, entre os quais estão os psicológicos, os socioculturais,
sexual. É possível ocorrer também um adelgaçamento dos teci- os interpessoais e os biológicos.
dos vaginais, que pode levar à dor nas relações sexuais, tornando Mulheres submetidas a cirurgias, como a mastectomia, a his-
a perspectiva do sexo com penetração, motivo de ansiedade e de terectomia e a ooforectomia, podem muitas vezes desenvolver
falta de satisfação. um sentimento de mutilação e incompletude sexual. A presença
O declínio da função hormonal ovariana no climatério de- de prolapsos genitais e incontinência urinária também podem ser
termina modificações significativas nos órgão genitais internos e situações constrangedoras, atuando sobre a sensualidade e a au-
externos que podem influenciar a resposta sexual. O maior efeito toestima. Mulheres que desenvolvem doenças endócrinas como
da deficiência estrogênica sobre a pelve é a diminuição do fluxo Diabetes mellitus, hiperprolactinemia, hipotireoidismo e disfun-
sanguíneo, que pode promover alterações no aparelho genital. Os ções adrenais podem evoluir com diminuição da libido. Estudos
pelos pubianos tornam-se escassos, há redução de parte do tecido vêm demonstrando que doenças pulmonares relacionadas a algum
adiposo dos grandes lábios e retração dos pequenos lábios e do grau de
clitóris. As alterações observadas na vagina devido à diminuição hipóxia induzem à redução das concentrações séricas hor-
dos níveis estrogênicos são, frequentemente, mais marcantes do monais em ambos os sexos, refletindo-se sobre a função sexual.
que as da genitália externa. Quadros depressivos, neoplasias malignas e insuficiência cardíaca
Os sintomas clássicos relacionados com o processo de hipo- também influenciam na resposta sexual, assim como alguns medi-
trofia genital que podem ocorrer devido ao hipoestrogenismo são: camentos e tratamentos utilizados para essas situações.
ressecamento vaginal, prurido, irritação, ardência e sensação de Mulheres submetidas ao abuso ou violência sexual também
podem apresentar dificuldades no exercício da sua plena sexua-
pressão. Esses sintomas podem influenciar a sexualidade da mu-
lidade, especialmente em casos em que não foram devidamente
lher, especialmente na relação sexual com penetração, causando
acompanhadas por suporte psicológico.
dor (dispareunia).
Disfunções sexuais do(a) parceiro(a) podem desencadear di-
Fatores relacionados com a manutenção da atividade sexual
ficuldades sexuais na mulher. Além disso, o interesse e disponi-
influenciam diretamente o epitélio e a fisiologia do aparelho geni- bilidade do(a) parceiro(a) são da mesma forma importantes para
tal inferior. A frequência sexual, o uso de medicações locais e exer- que a sexualidade possa continuar a ser exercida satisfatoriamente
cícios de Kegel, podem melhorar os sinais já descritos, ou seja, no climatério, como em qualquer outra época da vida. Em muitas
podem modificar a perda da elasticidade vaginal e a lubrificação. situações a falta de comunicação e até mesmo de compreensão e
O mito de que o fim da menstruação significa o fim da sexua- afeto entre os casais, com o culto à individualidade da vida moder-
lidade é totalmente falso. Ao contrário, a visão e a prática da se- na, induz à perda da cumplicidade e intimidade. Assim, pode ser
xualidade podem se tornar mais amplas e livres, entre outros moti- rompido o elo amoroso das relações, comprometendo o interesse
vos, pela ausência da possibilidade de uma gravidez indesejada. A e a resposta sexual.
libido é influenciada pela presença de outros hormônios, como os Os fatores sociais também podem contribuir para diminuir o
androgênios, que estão presentes durante toda a vida e nesta fase desejo sexual. As atividades relacionadas com a reprodução social,
encontram menor contraposição estrogênica. tais como o desempenho das tarefas domésticas, o cuidado com
Manter uma atividade sexual desejada e prazerosa é saudável as pessoas idosas, a dupla jornada construída socialmente, podem
e o orgasmo pode melhorar a irrigação pélvica e, consequentemen- provocar uma sobrecarga física e mental que afeta negativamente
te, colaborar para manter o trofismo da pélvis e da mucosa vaginal. o processo saúde-doença. Nesse caso, a sobrecarga pode expres-
O desejo sexual depende muito mais da natureza e da qualidade do sar-se como cansaço, fadiga, depressão, ansiedade e diminuição
relacionamento em si, do que das circunstâncias da idade. do desejo sexual.
Os sintomas da menopausa e as respostas sexuais não são os
mesmos para todas as mulheres. É necessário compreender esses Recomendações aos Profissionais de Saúde
fatos de forma mais global, levando em consideração a integrali- A atuação dos profissionais de saúde deve incorporar aspectos
dade da vida. como a escuta qualificada, a integralidade na atenção, a possibili-
A idade determina algumas mudanças fisiológicas na resposta dade de diversas orientações sexuais e o estímulo ao protagonismo
sexual, mas estas alterações funcionais, que são menos ostensivas da mulher. Avaliar cuidadosa e individualmente cada caso com ob-
nas mulheres que nos homens, não podem ser dissociadas do con- jetivo de identificar quais os fatores relacionados à etiologia das
dificuldades referidas, e muitas vezes até omitidas, favorece sensi-
texto geral de outras funções orgânicas também modificadas pelo
velmente o resultado da conduta adotada.
tempo. É o organismo como um todo que se modifica com a idade
É necessário que os profissionais de saúde busquem
e, dentro desse contexto, a sexualidade também se transforma.
informações na literatura recomendada (ver bibliografia
A maioria dos autores concorda que o ressecamento e a hipo- utilizada no final deste manual) sobre a sexualidade humana e
trofia vaginal são causados pelo decréscimo da produção de es- entendam as particularidades dessa faixa etária. No atendimento
trogênio. Em estudos sobre o efeito do tratamento hormonal em a essas mulheres, o profissional precisa entender as diferenças
mulheres na menopausa, com queixas sexuais, foram verificados: e semelhanças de cada uma, e antes de qualquer julgamento ou
a existência de uma relação direta entre alguns sintomas como se- atitude preconceituosa, cumprir seu papel no auxílio da resolução
cura vaginal, dor à penetração e sensação de ardor e os níveis de dos problemas. Ajudar as pessoas a aceitar as mudanças físicas e a
estradiol. Esses sintomas responderam à terapia estrogênica local buscar sua própria forma de exercer a sexualidade é fundamental
ou sistêmica. Já em relação a outros comportamentos sexuais mais neste processo.

Didatismo e Conhecimento 90
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Atitudes positivas por parte dos profissionais devem incluir Na ausência de intercorrências, a consulta ginecológica da
diversas ações, tais como: mulher no climatério deve ser realizada a cada ano, principalmen-
- estimular o autocuidado, que influencia positivamente na te em função dos exames preventivos e orientações de promoção
melhora da autoestima e da insegurança que pode acompanhar esta da saúde, assim como de acompanhar a evolução desta fase. Na
fase (ver capítulo 7 sobre “Promoção da Saúde”); presença de intercorrências, cada caso necessita de avaliação in-
- estimular a aquisição de informações sobre sexualidade (li- dividualizada.
vros, revistas ou por meio de outros recursos de mídia qualificada Atividades de apoio à mulher no climatério direcionadas à
– programas direcionados sobre o assunto) que estiverem dispo- promoção, à proteção e à recuperação da saúde envolvendo uma
níveis; equipe multidisciplinar são estratégias que podem ser oferecidas
- oferecer tratamento para as queixas relacionadas ao clima- rotineiramente pelos serviços de saúde, com resultados bastante
tério; positivos.
- encaminhar para os serviços de referência para avaliação,
nos casos de indicação cirúrgica, doenças endócrinas, pulmonares, Anamnese
psiquiátricas (depressão), em busca de resolução do fator primá- A história da mulher deve ser semelhante a àquela colhida du-
rio correlacionado, ou ajuste do tratamento, de modo a abordar a rante a menacme, acrescida de alguns aspectos importantes para
mulher de forma integral, respeitando sempre seu protagonismo; esta fase.
- apoiar iniciativas da mulher na melhoria da qualidade das Nas queixas clínicas, pode haver referência a fogachos, in-
sônia, irritabilidade, artralgia, mialgia, palpitações, diminuição da
relações, valorizando a experiência e o autoconhecimento adquiri- memória e do interesse pelas atividades de rotina, da libido, dis-
dos durante a vida; pareunia, astenia e sintomas gênito-urinários relacionados com a
- estimular a prática do sexo seguro em todas as relações se- hipotrofia das mucosas.
xuais. O número de mulheres portadoras do HIV nesta faixa etária A idade da menarca e a data da última menstruação/menopau-
é relevante por diversos motivos já mencionados sobre “DST e sa são importantes, além da forma como cada uma se instalou. A
HIV/aids no climatério; presença de irregularidades menstruais é comum nesta fase, neces-
- esclarecer às mulheres que utilizam a masturbação como for- sitando abordagem individualizada.
ma de satisfação sexual, que essa é uma prática normal e saudável, A avaliação dos antecedentes pessoais, familiares, menstruais,
independente de faixa etária; sexuais eobstétricos colaboram muito para o entendimento do mo-
- estimular o “reaquecimento” da relação ou a reativação da mento atual. A orientação sexual da mulher é uma informação
libido por diversas formas, segundo o desejo e os valores das mu- importante e deve ser considerada sem preconceitos, de modo a
lheres. oportunizar a abordagem desta questão durante a consulta. Este
também é um bom momento para investigar os métodos de anti-
Abordagem clínica concepção utilizados, a vulnerabilidade da mulher a DST/aids e
A avaliação clínica da mulher no climatério deve ser voltada sobre a realização de exames preventivos do câncer do colo do
ao seu estado de saúde atual e também pregresso e envolve uma útero e de detecção precoce do câncer de mama. Dados sobre o
funcionamento gastrointestinal indicam a existência ou o risco
equipe multidisciplinar. A atenção precisa abranger além da pro-
para o desenvolvimento de doenças. Da mesma forma são impor-
moção da saúde, prevenção de doenças, assistência aos sintomas tantes informações acerca de sintomas urinários, como infecções
clínicos e possíveis dificuldades dessa fase cabendo ao ginecolo- ou incontinência.
gista muitas vezes o papel de clínico geral. Podem ocorrer, con- É imprescindível investigar os hábitos alimentares (ingesta
comitantemente, patologias sistêmicas, repercutindo em queixas de fibras, gorduras, alimentos com cálcio e carboidratos simples),
como as dores articulares ou musculares, o ganho de peso gradati- atividades físicas (tipo, regularidade e duração), além da existência
vo, a depressão ou mesmo sintomas de um hipotireoidismo ainda de patologias concomitantes, uso de medicações, alergias e
não diagnosticado, simulado por uma coincidência na transição problemas pessoais, do relacionamento amoroso ou familiar.
hormonal ovariana. Nos antecedentes familiares, a investigação sobre a ocorrên-
A importância do ESCUTAR a mulher nessa fase é funda- cia de doenças crônico-degenerativas, como Diabetes mellitus,
mental para um diagnóstico e acompanhamento adequados. As- hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, gastrointestinais,
sim como é necessária a atenção para não considerar que todas osteoporose, assim como de câncer de mama, útero (colo ou endo-
as mulheres apresentarão sintomas ou agravos relacionados com métrio), ovários ou outros, indica a necessidade de maior atenção
o hipoestrogenismo, também não se deve perder a oportunidade quanto à adoção de medidas de prevenção e de preservação da
de identificar doenças que se tornam mais comuns com o avançar saúde relacionadas.
da idade, como Diabetes mellitus e hipertensão arterial ou realizar
encaminhamentos que se façam necessários. Exame Físico
O ginecologista necessita ir além de diagnosticar, tratar ou A avaliação consta de um exame físico geral, com atenção
acompanhar as patologias, transtornos ou alterações ginecológi- voltada para alguns aspectos específicos deste grupo etário.
cas. É preciso adotar uma visão mais global da mulher, em sua Inicialmente, a verificação do peso e altura para cálculo do Ín-
integralidade, complexidade e sensibilidade peculiar, especial- dice de Massa Corpórea – IMC (peso/altura²) define a necessidade
mente nessa etapa de vida. Muitas vezes apenas a escuta, orienta- de um maior cuidado com a alimentação, quando detectados índi-
ções simples e o esclarecimento sobre o que está ocorrendo com ces de baixo peso (IMC<18,5), sobrepeso (IMC>25) ou obesidade
o organismo durante climatério tranquiliza a mulher, ajudando-a (IMC>30). A verificação da pressão arterial também é de suma
a entender e aceitar melhor as possíveis mudanças, estimulando-a importância, sendo uma boa oportunidade para rastreamento de
a assumir mais amplamente o protagonismo de sua vida. O apoio alterações, acompanhamento e encaminhamentos necessários. A
psicológico também é importante e faz com que as mulheres se simples medida da circunferência abdominal (> 80 cm nas mulhe-
sintam compreendidas e acolhidas, o que repercute positivamente res), associada a outros fatores, indica a atenção para a avaliação
na melhora dos sintomas. da síndrome metabólica e risco cardiovascular.

Didatismo e Conhecimento 91
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
A inspeção deve iniciar pelo fáscies, aspecto da pele, fâne- Exames Laboratoriais
ros, mucosas, seguida da ausculta cardíaca e pulmonar, palpação A instalação do climatério é gradativa e se evidencia clini-
da tireoide e do abdômen e observação dos membros inferiores à camente em maior ou menor grau a depender de vários fatores.
procura de edema e outras alterações circulatórias ou ortopédicas. Porém a ocorrência da menopausa é eminentemente clínica, ca-
A saúde bucal no envelhecimento apresenta algumas especi- racterizada pela cessação das menstruações por um período de 12
ficidades, portanto neste momento é também oportuno verificar a meses ou mais.
condição dos dentes, gengivas e língua e orientar a mulher para Não há, portanto, necessidade de dosagens hormonais a não
adoção de hábitos saudáveis e consulta regular ao dentista. ser quando a menopausa for cirúrgica e/ou houver dúvidas em re-
O exame ginecológico inicia-se pela avaliação mamária, com lação ao quadro hormonal. A dosagem do FSH é suficiente para o
inspeção e palpação cuidadosa das mesmas, culminando na ex- diagnóstico de hipofunção ou falência ovariana, quando o resulta-
pressão papilar, na procura de descarga patológica que, se encon- do for maior do que 40 mUI/ml.
Os exames laboratoriais de rotina para o acompanhamento do
trada, deve ser colhida e enviada para análise. Na sequência, são
climatério constam no quadro abaixo e devem ser colhidos após 12
palpadas as axilas e a cadeia ganglionar, à procura de alterações,
horas de jejum, à exceção da pesquisa de sangue oculto nas fezes
com descrição detalhada de suas características e localização, (PSO), que requer orientações dietéticas para os dias anteriores ao
quando encontrada. exame. As solicitações de exames relacionados com investigações
A palpação abdominal e da pelve é direcionada à investigação mais específicas devem seguir as indicações preconizadas para
de anormalidades na parede e na cavidade, como dor ou alterações cada caso e sua possibilidade de realização.
nas características dos órgãos internos, seja na sua localização, vo-
lume, consistência, mobilidade, etc. Rastreamento mamário
A seguir deve-se proceder à inspeção cuidadosa da vulva com A detecção precoce é a principal estratégia para controle do
atenção para a ocorrência de alterações do trofismo, coloração ou câncer de mama. Segundo as recomendações do Instituto Nacio-
adelgaçamento da pele e mucosa. Na inspeção dinâmica são co- nal do Câncer (INCA), o rastreio para detecção precoce do câncer
mamário, em mulheres assintomáticas, assim como as condutas
muns as distopias, com prolapsos genitais nos mais variados graus
clínicas a serem adotadas para o diagnóstico e tratamento.
e naturezas, acompanhados ou não de roturas perineais, sendo um
bom momento para indicação cirúrgica quando necessário e/ou Ações recomendadas:
orientação da necessidade de realizar exercícios para recuperação 1. Exame Clínico das Mamas
da tonicidade muscular da pelve. O exame clínico das mamas faz parte do exame físico de ro-
Ao exame especular, a avaliação da rugosidade da mucosa e tina, e deve ser realizado conforme as recomendações técnicas do
da lubrificação do colo e vagina podem refletir nitidamente o sta- Consenso para o Controle do Câncer de Mama/
tus hormonal. Nesse momento se observa a necessidade ou não do Diretrizes Nacionais para Condutas Clínicas do Câncer da
uso de estrogênio oral ou tópico prévio ao exame, de preferência Mama;
aqueles à base de estriol (creme) – 2cc intravaginal por sete dias. Deve ser realizado em todas as mulheres, em qualquer idade,
O mesmo pode também ser usado regularmente – 2cc intravaginal, durante a consulta, por profissional qualificado, médico ou enfer-
uma a duas vezes por semana – para melhora do trofismo da mu- meiro;
- A partir dos 40 anos, deve ser realizado anualmente em todas
cosa, diminuição do desconforto urogenital e ao coito e a predis-
as mulheres.
posição maior a infecções. 2. Mamografia
A mamografia permite a detecção precoce do câncer, por ser
Exames Complementares capaz de descobrir lesões em fase inicial. Neste exame, a mama
Os exames complementares essenciais para o acompanha- é comprimida e radiografada, de forma a fornecer melhores ima-
mento do climatério estão abaixo relacionados, cuja indicação e gens, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto
periodicidade de realização deverá seguir as orientações definidas provocado é discreto e suportável. Estudos sobre a efetividade da
de acordo com os protocolos clínicos adotados por este Ministério mamografia sempre utilizam o exame clínico como exame adicio-
seguindo cada especificidade. nal, o que torna difícil distinguir a sensibilidade do método como
- Avaliação laboratorial estratégia isolada de rastreamento. Deve ser solicitada de rotina
- Mamografia e ultrassonografia mamária (de acordo com as para as mulheres com idade entre 50 e 69 anos, com o intervalo
diretrizes de rastreamento para o câncer de mama) máximo de dois anos entre os exames.
- Exame Preventivo do câncer do colo do útero Está indicado o exame clínico das mamas e a mamografia
- Ultrassonografia transvaginal anual, a partir dos 35 anos, para as mulheres pertencentes a grupos
- Densitometria óssea populacionais com risco elevado de desenvolver câncer de mama.
A rotina básica de exames na primeira consulta da mulher no São consideradas mulheres de risco elevado aquelas com: um ou
climatério consta de exames para prevenção de doenças, detecção mais parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com câncer de
precoce ou mesmo para a avaliação da saúde em geral. Deve ser mama antes dos 50 anos; um ou mais parentes de primeiro grau
repetida com regularidade (semestral, anual, bianual, trianual) de com câncer de mama bilateral ou câncer de ovário; história fa-
acordo com os protocolos específicos em vigor, o que pode ser miliar de câncer de mama masculina; lesão mamária proliferativa
modificado na presença ou não de intercorrências ou alterações. com atipia comprovada em biópsia.

Didatismo e Conhecimento 92
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
As mulheres submetidas ao rastreamento devem ter garantido Métodos não invasivos:
o acesso aos exames de diagnóstico, ao tratamento e ao acompa- - Teste de Progesterona: consta da administração de 10mg de
nhamento das alterações encontradas. acetato de medroxiprogesterona durante 7 a 10 dias. O teste é po-
O autoexame das mamas não deve substituir o exame clínico sitivo quando da ocorrência de sangramento uterino durante ou até
realizado por profissional de saúde treinado para essa atividade 15 dias após a suspensão da medicação, (quando não houver uso
e o INCA não estimula o autoexame das mamas como estratégia prévio de estrogênio) o que sugere espessamento endometrial e
isolada de detecção. Entretanto, o exame das mamas pela própria indica necessidade de avaliação. Somente tem indicação após a
mulher ajuda no conhecimento do corpo e deve estar contemplado menopausa.
nas ações de educação para a saúde. - Ultrassonografia pélvica (preferentemente por via transva-
As evidências científicas sugerem que o autoexame das ma- ginal): possibilita a mensuração e observação do aspecto endo-
mas não é eficiente para o rastreamento e não contribui para a metrial. É considerado normal até 5mm (e até 8mm nas mulheres
redução da mortalidade por câncer de mama. Além disso, o au- usuárias de TH). Nos casos de espessamento é obrigatório pros-
toexame das mamas traz consigo consequências negativas, como seguir a investigação por histeroscopia e biópsia endometrial, ou
aumento do número de biópsias de lesões benignas, falsa sensação mesmo curetagem para estudo anatomopatológico.
de segurança nos autoexames falsamente negativos e impacto psi-
Rastreamento ovariano
cológico negativo nos autoexames falsamente positivos. O rastreio de patologias ovarianas é feito por meio da anam-
nese e do exame físico, que indicam as manifestações clínicas
Preventivo ginecológico sugestivas de patologia ovariana, assim como de antecedentes
Conforme descrito anteriormente, a inspeção da vulva deve familiares positivos que acrescentam risco a essas mulheres, o
ser realizada rotineiramente uma vez ao ano, durante o exame fí- que requer avaliação dirigida. A ultrassonografia transvaginal as-
sico e caso haja anormalidades, deve-se proceder à genitoscopia e sociada ou não à dopplerfluxometria e à dosagem do CA 125 são
à biópsia. exames indicados na investigação de patologias ovarianas.
A coleta do material para citopatologia deve abranger a ecto-
cérvice e endocérvice, e nas mulheres histerectomizadas, o fundo- A enfermagem e a consulta clínico-ginecológica
-de-saco vaginal. A ocorrência de hipo ou atrofia da mucosa pode Quando recebemos uma mulher na Unidade de Saúde, é im-
portante valorizar suas queixas e perceber com que urgência suas
comprometer a qualidade do material citológico, podendo ocorrer
necessidades precisam ser atendidas. O exame preventivo deve
sangramentos por traumatismos e processo inflamatório que são ser feito anualmente e após dois resultados negativos consecuti-
comuns nesta fase. A JEC (Junção Escamo Colunar) migra para o vos o intervalo deverá ser de 3 anos (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
interior do canal endocervical, causando entropia e dificuldade de 1994). Porém a mulher deve procurar a unidade de saúde, caso
obtenção das células glandulares na amostra. O pH vaginal tam- sinta qualquer sinal ou sintoma diferente em seu corpo.
bém sofre alterações, com tendência à alcalinização e mudança A consulta clínico-ginecológica tem por objetivo identificar o
da flora, predispondo muitas vezes ao crescimento bacteriano com mais precocemente possível distúrbios que afetam especialmente
ocorrência de vaginite ou vaginose. As lesões suspeitas identifi- os órgãos reprodutores femininos e as mamas, além de olhar para
cadas devem ser biopsiadas e tratadas. A presença de atrofia que a saúde da mulher de uma maneira geral.
comprometa a qualidade do exame ou traga desconforto impor- Os principais sintomas ginecológicos que levam as mulheres
tante à mulher, indica a utilização prévia de estrogênio vaginal. a buscarem atendimento são: a dor, as modificações dos ciclos
menstruais, as hemorragias e o corrimento vaginal.
Preferencialmente utiliza-se estriol ou promestriene, aplicando-se
A dor é um sintoma muito frequente em ginecologia, quase
2 cc do creme durante sete dias e aguardando de três a cinco dias sempre subjetiva e inconstante. É importante identificar a origem,
(ideal) para a coleta. o tipo, a intensidade e em que momento ou situação ocorre. As
Quando a atrofia for intensa, pode ser utilizado creme à base modificações ou perturbações dos ciclos menstruais podem se
de estrogênios conjugados, (1 a 2 cc do creme durante sete dias, caracterizar em diferentes formas:
aguardando de três a cinco dias para coleta), sempre atentando a) Alterações no volume: hipermenorreia (aumento do volu-
para possíveis alterações endometriais, sangramentos ou mastalgia me sanguíneo) ou hipomenorreia (diminuição do volume sanguí-
nas mais idosas ou mais sensíveis ao tratamento hormonal. neo).
b) Período dos ciclos: polimenorreia (ciclos menstruais fre-
Investigação endometrial quentes), oligomenorreia (diminuição dos ciclos menstruais) ou
A indicação da investigação endometrial na rotina está rela- amenorreia (ausência de menstruação). As amenorreias podem ser
primárias quando aparecem na adolescência, e secundárias, quan-
cionada a sintomas genitais como sangramentos irregulares na pré,
do presentes em mulheres ou adolescentes que já menstruaram e
durante ou após a instalação da menopausa. cujos ciclos se interromperam por pelo menos três meses.
Mulheres, mesmo assintomáticas, em utilização de terapia c) A menorragia representa o aumento quantitativo dos san-
hormonal (TH), moduladores seletivos dos receptores de estro- gramentos menstruais, com alongamento frequente da duração
gênios (SERMs), tibolona, fitoterápicos e outros que apresentem das menstruações. As menorragias se diferenciam da metrorra-
ação estrogênica, devem ser avaliadas através de ultrassonografia gias, que são sangramentos que aparecem fora dos ciclos mens-
da pelve, anualmente. truais.

Didatismo e Conhecimento 93
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
d) A dismenorreia ou menstruação dolorosa pode surgir an- - Candidíase vulvovaginal - infecção da vulva e canal vagina
tes, no desencadeamento ou durante o ciclo menstrual. Em seu causada por um fungo que habita a mucosa vaginal, a Candida al-
mecanismo estão presentes fenômenos espasmódicos, vasculares, bicans. A relação sexual é considerada a principal forma de trans-
congestivos e, com frequência, também psicológicos. missão; outros fatores, como gravidez, diabetes mellitus, obesi-
As hemorragias genitais podem ser provenientes de qualquer dade, antibióticos, corticóides, uso de anticoncepcional hormonal
ponto do aparelho genital, mas geralmente procedem do útero e de também são fatores predisponentes da candidíase vulvovaginal. A
seus anexos e através do canal vaginal exteriorizam-se na vulva. sintomatologia dependerá do grau de infecção e da localização do
Têm valor diagnóstico muito grande. Por isso, deve-se especificá- tecido inflamado, podendo apresentar-se como prurido vulvovagi-
-las considerando principalmente as características abaixo relacio- nal, ardor ou dor à micção, corrimento branco, grumoso, inodoro
nadas: e com aspecto caseoso (leite coalhado), hiperemia, edema, fissuras
- Cor vermelho vivo ou escurecido, com ou sem coágulos; e maceração da vulva, dispareunia (dor à relação sexual). O diag-
- Volume; nóstico é confirmado pelo exame laboratorial do conteúdo vaginal
- Associação com outros sintomas, notadamente dores, leu- em que se visualiza a presença do fungo. O tratamento é tópico,
correias e menstruação; com o uso de creme antimicótico, podendo também ser prescrito
- Tempo de aparecimento, duração e periodicidade; terapêutica sistêmica nos casos de recidivas.
- Associação com outras doenças; - Tricomoníase genital - é uma infecção causada pela Tricho-
- Existência de outros elementos, como as secreções purulen- monas vaginalis, tendo como via de transmissão a sexual. Pode
tas, urina (no caso de fistulas vesico-uterinas) e/ou tecido necrótico permanecer assintomática no homem e na mulher, principalmen-
ou embrionário. te após a menopausa. Na mulher pode acometer a vulva, o canal
O corrimento vaginal, chamado leucorreia, é representado vaginal e a cérvice uterina. Os sinais e sintomas principais são:
pela saída de secreção de coloração e abundância variável. A leu- corrimento abundante amarelo ou amarelo esverdeado, com pre-
correia fisiológica é uma secreção normalmente produzida pelas sença de bolhas e odor fétido semelhante a “peixe podre”, prurido
mucosas vulvares, endocervical, ectocervical e sobretudo vaginal e/ou irritação vulvar, dor pélvica, disúria, polaciúria e hiperemia
que pode ocasionar corrimento sem dar motivo para inquietação e/ da mucosa vaginal com placas avermelhadas. O tratamento sempre
ou tratamento. As leucorreias patológicas estão ligadas a inflama- é sistêmico, podendo ser associada terapêutica tópica vaginal.
ções vulvovaginais, e pela sua relevância e frequência devem ser
diagnosticadas e tratadas. Aconselhamento
É tido como um instrumento importante para a quebra da
Afecções Ginecológicas Vulvovaginites
cadeia de transmissão das DST. Auxilia o cliente a compreender
Considera-se como vulvovaginites todas as manifestações in-
a relação existente entre o seu comportamento e o problema de
flamatórias e/ou infecciosas, de caráter agudo ou crônico que po-
saúde que está apresentando, a reconhecer os recursos que tem
dem acometer a vulva, vagina ou o colo uterino, podendo atingir
para evitar novas infecções.
também a bexiga, ureter, ânus e face interna das coxas.
A enfermagem poderá, através de ações educativas, orientar
As vulvovaginites manifestam-se por meio de leucorréias de
a clientela a partir da sua entrada na unidade de saúde quanto às
aspectos e consistências distintas, segundo as características do
formas de transmissão das DST, assim como os mecanismos de
agente infeccioso, do grau de infestação e das condições clínicas
prevenção das doenças ginecológicas. Essas ações podem ser rea-
do hospedeiro (mulher). O corrimento pode se apresentar asso-
ciado a um ou mais dos seguintes sintomas: prurido contínuo no lizadas através da distribuição de folhetos informativos, pôsteres
canal vaginal e vulva, dor ou ardor local e/ou ao urinar e sensação afixados nos murais de passagem da clientela, grupos de orienta-
de desconforto pélvico; os pequenos lábios, o clitóris e o intróito ção nas salas de espera e utilização de vídeos educativos. Também
vaginal podem apresentar edema e hiperemia, como também esco- podem ser dadas orientações individuais na pré-consulta ou na
riações devido ao prurido. pós-consulta ginecológica.
É imprescindível o tratamento do parceiro nas vulvovaginites
recidivantes. O tratamento, depois de iniciado, não deverá ser Bartholinite
interrompido mesmo durante a menstruação. É importante o uso A bartholinite é uma infecção estritamente vulvar da glândula
de preservativos durante a relação sexual, enquanto permanecer o de Bartholin. Sua infecção é às vezes crônica e sob a forma de
tratamento. Dentre as vulvovaginites mais comuns, temos: cisto, sendo mais frequente a forma aguda, que caracteriza-se pela
- Vaginoses bacterianas - caracterizadas por um desequilíbrio presença de rubor, calor, dor e com edema significativo, por vezes
da flora vaginal normal, devido a um aumento exagerado de bacté- deformando a vulva.
rias, em especial as anaeróbias (Gardnerella vaginalis), adquiridas
através da relação sexual ou hábitos precários de higiene (limpeza Leiomiomatose uterina
inadequada da genitália, não lavagem das mãos antes e após as Leiomiomatose uterina, também conhecida por miomatose
eliminações, não troca frequente da roupa íntima, uso de roupa uterina, é um tumor benigno sólido que com frequência acomete
íntima de outra pessoa). O diagnóstico é feito através da anam- as mulheres e se aloja preferencialmente no corpo do útero.
nese, que identifica a queixa de prurido vulvar acompanhado de A causa da formação do mioma é desconhecida. É ligeiramen-
corrimento amarelado e odor fétido. A confirmação do diagnóstico te mais comum em mulheres nuligestas e nas de raça negra. Está
ocorre através da leitura de uma lâmina de esfregaço vaginal. O relacionado com a produção hormonal, não apresentando cresci-
tratamento deverá ser do casal na forma sistêmica e poderá estar mento com a menopausa. Em mulheres não grávidas, os miomas
associado a um bactericida tópico. podem ou não trazer problemas.

Didatismo e Conhecimento 94
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Cerca de 25%, entretanto, causam sangramento uterino anor- O processo de instalação do câncer de colo demora muitos
mal. Algumas mulheres queixam-se de plenitude ou sensação de anos (10 a 20 anos) e as alterações celulares são facilmente detec-
peso pélvico. Podem ainda causar dismenorreia, leucorreia, hiper- tadas através do exame citológico. Por isso, as possibilidades de
menorréia ou menorragia. Pode ocorrer um quadro de anemia e ou cura são de 100% se a mulher fizer o exame periódico e seguir o
de infecção. O tratamento inicial sempre é conservador, com o uso tratamento adequado.
de terapêutica hormonal, mas na ausência de resposta e tratamento Para o exame é necessário o preparo do ambiente para que a
poderá tornar-se cirúrgico. cliente não se sinta constrangida e favoreça a colheita adequada. O
Em mulheres grávidas, os miomas podem causar os seguintes ambiente deverá propiciar privacidade e especialmente segurança.
riscos adicionais: aborto falta de encaixamento, trabalho de parto Os materiais para a realização do exame são: espéculos va-
prematuro, dor, distocia, trabalho de parto prolongado e hemorra- ginais (descartáveis ou não) de tamanhos adequados com relação
gia pós-parto. à idade e à paridade (número de filhos) da cliente; campo estéril,
espátula de madeira (tipo ayre ou similar), escovinha Campos da
Câncer de colo de útero e de mamas Paz, swab de cabo longo (para colheita em mulheres virgens), lâ-
mina, frasco, fixador, foco de luz e biombo.
A prevenção do câncer de colo de útero ou cérvice, com a
Para garantir a boa qualidade do exame, o auxiliar de enfer-
colheita da citologia oncótica, e o exame clínico das mamas com
magem deve orientar a mulher quanto a alguns cuidados impor-
orientação para o auto exame, ocupam um lugar importante na tantes antes da realização do mesmo, como: não realizar o exame
consulta. no período menstrual ou de sangramento, não ter relações sexuais
O colo é a parte do útero que se encontra no fundo do canal por 24 horas e não utilizar duchas, lavagens e medicamentos via
vaginal e pela sua localização torna-se mais exposto ao risco de vaginal por 48 ou 72 horas que antecedem o exame.
desenvolver doenças. Para a detecção precoce de fatores predispo- Ao proceder o preparo da cliente na unidade de saúde, deve-
nentes do câncer de colo do útero é feito o exame de Papanicolau mos orientá-la a urinar, pois o esvaziamento vesical permite um
que consiste em retirar uma pequena quantidade de material do maior relaxamento.
colo do útero para análise em laboratório especializado. Devemos oferecer uma camisola com a abertura voltada para
O câncer cérvico-uterino, juntamente com o de mama, repre- a frente e um local para que a cliente retire toda a roupa com total
sentaram no período de 1978 a 1986 as maiores taxas de morta- privacidade.
lidade entre as mulheres. A distribuição de óbitos por essas duas Ao colocar a cliente na mesa em posição ginecológica, as ná-
doenças apresenta diferenças regionais, relacionando-as ao grau degas devem estar na borda da mesa e os pés no local próprio para
de desenvolvimento econômico-social. O câncer cérvico-uterino apoio.
aparece com maior frequência em mulheres que moram nas re- Atentar para que apenas a área que será examinada deva per-
giões Norte e Centro-Oeste do país. manecer exposta. Durante o exame, visando proporcionar relaxa-
O câncer de mama ocupa o primeiro lugar em incidência nas mento à cliente te, é importante orientá-la sobre o procedimento,
regiões Nordeste, Sul e Sudeste de acordo com o Instituto Nacio- mostrando que todo o material a ser utilizado é descartável e/ou
nal do Câncer. esterilizado e estimulá-la a inspirar e expirar profundamente.
Esta doença é mais frequentemente descoberta entre os 40 e Faz parte do exame ginecológico a inspeção da vulva, do ca-
60 anos de idade. Já no câncer de colo, a faixa etária priorizada é nal vaginal e do colo uterino. Durante o exame, deve-se atentar
de 25 a 60 anos, para realização do exame. para sinais de inflamação (dor, calor e rubor), sangramento ou
As ações de controle do câncer cérvico-uterino compõem-se alterações locais da pele e mucosa, como a presença de lesões e
de: consulta clínico- ginecológica, colheita de material para es- parasitas. No canal vaginal e no colo uterino, deve-se observar
fregaço cérvico-vaginal (colheita de preventivo), tratamento dos a coloração da mucosa, a presença de secreções, lesões e corpo
estranho, encaminhando ao enfermeiro ou médico, nos casos de
processos inflamatórios e neoplasias, encaminhamento para clíni-
anormalidade.
ca especializada para dar continuidade aos tratamentos.
As ações de controle do câncer de mama são: autoexame das
A etiologia do câncer cérvico-uterino ainda é desconhecida.
mamas, exame clínico das mamas e exames complementares. Es-
Sabe-se que, como todo câncer, é uma doença que atinge as célu- tas ações têm como principal objetivo a detecção precoce de alte-
las do colo uterino, desordenando seu crescimento até formar um rações que podem sugerir ou constituir uma neoplasia.
tumor. Porém existem fatores de risco que estão relacionados, tais Aqui vamos priorizar o exame clínico das mamas e o autoexa-
como: me, citando os exames complementares.
- Início da atividade sexual em idade precoce; O câncer de mama geralmente apresenta-se como um nódulo.
- Vários parceiros; Leva aproximadamente de seis a oito anos para atingir um
- História de doenças sexualmente transmissíveis, principal- centímetro de diâmetro. Esta lenta evolução possibilita a desco-
mente decorrentes de infecções por papilomavírus e herpes vírus; berta ainda cedo destas lesões, se as mamas são periodicamente
- Baixo nível socioeconômico; examinadas. As primeiras metástases comumente aparecem nos
- Tabagismo; gânglios linfáticos das axilas.
- Carências nutricionais, como a hipovitaminose A. A doença é descoberta entre os 40 e os 60 anos de idade e
De acordo com o Ministério da Saúde, as variáveis acima des- os fatores de risco envolvidos são: menarca antes dos 11 anos;
critas caracterizam o comportamento de risco de câncer-cérvico primeiro parto após os 30 anos; nuliparidade; menopausa após os
uterino e devem ser consideradas na determinação da população- 55anos; história pessoal ou familiar de câncer de mama.
-alvo do programa. Existem fatores de risco que podem ser controlados, pela pró-
As peculiaridades regionais e a incidência por grupo etário pria mulher desde que orientada a não ingerir dieta rica em gordura
podem determinar um perfil diferenciado. e pobre em fibras e vitaminas; evitar exposição a radiações.

Didatismo e Conhecimento 95
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
O que se sabe hoje sobre o câncer de mama ainda não é o
suficiente para a utilização de medidas que evitem o aparecimento
da doença (prevenção primária). Os esforços para o controle são
direcionados para a detecção precoce (descoberta de pequenos tu-
mores).
Aproximadamente, 80% dos tumores são descobertos pela
própria mulher, tocando sua mama incidentalmente. Portanto, é
muito importante que o exame das mamas seja feito pela mulher e
pelo profissional de saúde na consulta.
O autoexame das mamas é um procedimento que permite à
mulher participar do controle de sua saúde. Recomenda-se que ele
deve ser realizado mensalmente, uma semana após a menstruação,
período em que as mamas não apresentam edema. As mulheres
que não tem mais menstruação devem fazer o exame no mesmo
dia de cada mês, para evitar o esquecimento.

As etapas do autoexame são:

a) Inspeção em frente ao espelho


- A mulher deve estar de pé, sem roupa da cintura para cima,
braços estendidos ao longo do corpo. Ao se olhar, deve prestar
atenção e comparar uma mama com a outra, observando tamanho,
posição, cor da pele, vasos ressaltados, repuxamento da pele, ou
qualquer alteração que não havia percebido antes.
- Depois, levantar os braços acima da cabeça e fazer as mes-
mas comparações, observando se existe presença de massa tumo-
ral.
- Finalmente colocar as mãos nos quadris, pressionando-os
para baixo, para que o contorno das mamas fique saliente.

b) Palpação
- Deitar com o ombro elevado (usar embaixo do ombro uma
toalha dobrada).
- Examinar a mama esquerda com a mão direita até a axila.
- Examinar a mama direita com a mão esquerda até a axila.
- Proceder a expressão da aréola mamária observando a pre-
sença de secreção purulenta, serosa ou sanguinolenta. Pode estar
associado a processo inflamatório, lesão benigna ou lesão maligna.
Vale lembrar que as mulheres que tomam contraceptivos orais por
tempo prolongado podem apresentar saída de líquido claro, como
também as mulheres que insistentemente estimulam a saída de se-
creção fazendo expressão .A realização do exame mamário pela
mulher (autoexame) não substitui o exame clínico realizado pelo
profissional. São dois procedimentos importantes que, somados,
garantem à mulher maior possibilidade de identificação precoce e
rapidez para alcançar a cura.

Câncer de endométrio
O câncer de endométrio ou do corpo uterino é uma neoplasia
maligna menos frequente que a do colo uterino. Geralmente aco-
mete mulheres após os 50 anos, após a menopausa.
Os sinais de alerta são: as metrorragias mínimas, espontâneas
e sem frequência definida; as secreções rosadas semelhantes a
“água de carne” (às vezes fétidas), as dores irregulares de curta
duração, repetidas várias vezes durante o dia. Entretanto, o câncer
uterino é por muito tempo assintomático ou só se apresenta como
perda sanguínea isolada, da qual não se encontra o motivo, a não
ser após anamneses minuciosas.

Didatismo e Conhecimento 96
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Os métodos de diagnóstico são a histeroscopia e biópsia de Geralmente, ocorre no interior de uma tuba uterina, em sua
endométrio, que poderão ser realizados no ambulatório ou no cen- porção distal (mais próxima do ovário). Necessita, para tanto,
tro cirúrgico. O tratamento sempre é cirúrgico, com a retirada total de condições favoráveis no interior da tuba uterina, tais como a
do útero e seus anexos, também chamada de cirurgia de histerecto- permeabilidade, lubrificação e movimentação das paredes e dos
mia total abdominal com anexectomia bilateral. cílios, favorecendo o encontro das células sexuais masculinas e
femininas, bem como sua movimentação até a parede uterina, onde
Câncer vaginal ocorrerá a nidação - processo de implantação do ovo na parede do
Os cânceres primitivos da vagina são raros. Em sua maioria endométrio.
são decorrência de metástase de cânceres do colo ou do corpo ute- A ovulação decorre da ação de dois hormônios: folículo es-
rino, portanto secundários, cujo prognóstico costuma ser sombrio. timulante (FSH) e luteinizante (LH). Com a liberação do óvulo,
Os pequenos sangramentos intermitentes ou mesmo as hemorra- surge no ovário o corpo lúteo, o qual produz a progesterona, o hor-
gias mais importantes representam sinais de alerta. mônio responsável pelo preparo do endométrio, tornando-o mais
vascularizado e rico em nutrientes para o concepto.
PLANEJAMENTO FAMILIAR Ocorrendo a nidação, inicia-se a diferenciação celular que
O programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, do dará origem ao embrião e a placenta. As células trofoblásticas,
Ministério da Saúde (PAISM/MS), teve como ponto de partida o componentes iniciais da estrutura do ovo, responsáveis pela for-
debate sobre a questão do planejamento familiar em nosso país, mação placentária, produzem o hormônio gonadotrofina coriônica
tendo sido incorporado ao conjunto das ações de saúde previstas humana (HCG), responsável pela produção do hormônio progeste-
por este programa. rona, que mantém o endométrio, evitando a menstruação.
O planejamento familiar, como o próprio nome indica, se re- A gestação normal tem duração aproximada de 280 dias ou 9
fere ao planejamento da família e pressupõe-se que cada cidadão meses ou 40 semanas, podendo variar de 38 a 42 semanas gesta-
deva gozar de plena liberdade para planejar o tipo de família que cionais, período em que ocorre todo o desenvolvimento embrio-
deseja constituir, inclusive no que diz respeito ao número de filhos. nário e fetal - que pode ser subdividido em três trimestres. Cada
A assistência ao planejamento familiar deve prever o acompa- trimestre, por sua vez, é formado por 12 a 14 semanas de gestação,
nhamento, tanto dos casais que desejam evitar a gravidez, quanto durante as quais ocorre a estruturação do novo ser, fundamental à
daqueles que desejam engravidar mas que por alguma razão não sua condição humana.
conseguem. Tal fenômeno traz diversas modificações no organismo e na
O Ministério da Saúde recomenda que a atuação dos profis- vida da mulher. Assim ela pode vivenciar situações das mais sim-
sionais de saúde esteja pautada pelos princípios da integralidade, ples às mais complexas, que repercutem tanto no seu bem-estar
equidade e, no que se refere à questão do planejamento familiar, o como no de seu concepto, podendo gerar, em função de medos e/
pressuposto básico é o de que todas as pessoas têm o direito à li- ou ansiedades, até o desencadeamento de risco gestacional. Por-
vre escolha dos padrões de reprodução que lhes convenham como
tanto, considerando-se tal fato, o contexto social de cada gestação
indivíduos ou casais.
é fundamental para o desenvolvimento a criança que vai nascer,
Ao contribuir para que as mulheres conheçam melhor seu pró-
e para a relação que a mulher e a família estabelecerão com ela.
prio corpo e valorizem a sua trajetória de vida, o PAISM antecipou
O fenômeno da reprodução humana é um processo de transi-
a discussão acerca do rompimento com a passividade e submissão
ção biológica, psicológica e social, sendo diversos os fatores que
da clientela através da socialização e discussão do saber técnico e
interferem no desenrolar e no acontecimento da gravidez, que por
do saber popular, da reflexão das vivências e do exercício da crítica
e da participação, direitos básicos da cidadania. si só ocasiona fortes, belas e essenciais modificações na vida da
Neste sentido, o Ministério da Saúde recomenda que as ati- mulher – em seu corpo, mente, coração, relacionamentos e dinâ-
vidades educativas sejam desenvolvidas com o objetivo de ofere- mica de vida. Sua reação inicial dependerá do momento de vida
cer à clientela os conhecimentos necessários para a escolha livre pelo qual esteja passando: o desejo ou não de engravidar, se a gra-
e consciente do método anticoncepcional, assim como propiciar a videz foi ou não planejada, se a gravidez foi resultado de estupro.
reflexão sobre temas relacionados à prática da contracepção, inclu- Em qualquer destas situações, ela dependerá do nível de apoio e
sive a sexualidade. suporte das pessoas para ela significativas, bem como da atenção
Todo o trabalho educativo deve buscar romper com o autori- e correta atuação da equipe de saúde que participará de todo o
tarismo e o distanciamento que historicamente marcaram a relação percurso do ciclo gravídico-puerperal.
profissional-cliente, e este trabalho deve ser o primeiro a ser enco- Para que a gravidez transcorra com segurança, os cuidados
rajado e realizado ao se implantar o programa de planejamento fa- necessários devem ser realizados, o mais precocemente possível,
miliar. Cabe acrescentar que não existe método contraceptivo ideal pela própria gestante, parceiro e família, com a participação dos
e que este deve ser escolhido pelas próprias mulheres e seus par- profissionais de saúde.
ceiros, em função das características do método e de razões pes-
soais. Por isso, uma mesma mulher poderá, ao longo de sua vida, Saúde da criança
utilizar vários métodos, de acordo com a fase que esteja vivendo. A – Exames de check-up em crianças: exames de fezes, urina
e sangue.
GESTAÇÃO Essa prática rotineira de solicitação universal de exames em
A gravidez é um fenômeno reprodutivo que acontece em de- crianças tem pouca utilidade na prática clínica. Hoje, nos grandes
corrência de uma relação sexual durante o período fértil da mulher centros urbanos e dada a melhoria nas condições de vida da popu-
(período da ovulação), ocasionando o encontro do espermatozoide lação em geral, não faz sentido criar essa rotina na saúde da crian-
com o óvulo, e sua consequente penetração. ça. Muitas mães pensam que “anemia vira leucemia” e que, ao

Didatismo e Conhecimento 97
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
fazer exames, essa doença pode ser prevenida, no entanto, muitas Os homens, por uma questão de gênero e estruturação dos
dessas crianças carregam esse rótulo e demandam por exames de serviços, pouco demandam a atenção dos profissionais de saúde.
anemia na idade adulta: “Minha mãe disse que sempre fui anêmica Atualmente, há uma tendência a reduzir a saúde do homem a pro-
desde criança e, por isso, vim fazer um check-up para ver como blemas relacionados à próstata e à potência sexual. Contudo, os
está minha anemia”. Por outro lado, os profissionais de saúde ten- dois maiores “vilões” da saúde deles continuam sendo as mortes
dem a considerar que a anemia constitui um problema de saúde cardiovasculares e por violência ou causas externas, conforme
para a criança, independentemente dos contextos sociais e sanitá- demonstrado pelos princípios e diretrizes da Política Nacional de
rios. Ensaio clínico aleatorizado em uma clínica na Indonésia com Atenção Integral à Saúde do Homem (2008).
crianças de 12 a 18 meses tratadas para anemia por deficiência Se observarmos no diagrama da linha do tempo, veremos que
de ferro demonstrou melhora significativa no escore de desen- a partir dos 35 anos está indicado o rastreamento de dislipidemia e
volvimento de Bayley6 quando comparado ao grupo controle aos verificação da pressão arterial (essa última para ambos os sexos),
quatro meses do seguimento. Porém uma revisão da colaboração fatores estes sabidamente associados à morte cardiovascular. O
Cochrane publicada em 2001 encontrou sete ensaios clínicos de foco, então, da prevenção deve se voltar para a mortalidade car-
tratamento de crianças até a idade de três anos. A revisão concluiu diovascular, e não a causada pelo câncer de próstata.
que existe falta de prova clara de que o tratamento da anemia por Certamente receberemos homens nos questionando sobre
deficiência de ferro tenha efeito benéfico sobre o desenvolvimento o rastreamento da próstata, quer porque leu na imprensa escrita,
psicomotor (USPSTF).
quer por pressão de familiar ou por saber de algum colega que está
A anemia em si não é considerada uma doença, mas sim uma
com esse problema. A orientação e a conduta devem ser individua-
consequência de uma doença base, portanto, em muitos casos, faz-
-se necessária maior investigação, além da suplementação de ferro lizadas e os riscos e os benefícios do rastreamento conhecidos e
simplesmente. explicados.
É difícil estabelecer relação causal entre anemia e Uma pergunta que todo profissional da saúde pode fazer ao
anormalidades do desenvolvimento em estudos longitudinais homem que demande por exame de PSA ou rastreamento de prós-
devido a fatores de confusão ambientais, socioeconômicos e tata é verificar se ele sabe onde fica a próstata. Grande parte dos
nutricionais. homens não sabe onde ela se localiza. É didático esse diálogo
Outra característica em relação ao rastreamento da anemia é de exploração da anatomia e das relações entre a próstata e ou-
que o valor preditivo positivo de níveis baixos de hemoglobina tros órgãos do assoalho pélvico. Eles não entendem o porquê do
para deficiência de ferro em crianças de 12 meses de idade varia toque retal e, com a ilustração, o homem percebe sua utilidade,
de 10% a 40%. Em crianças, particularmente antes dos 12 meses caso o deseje fazer. É elucidativo comparar o rastreamento de cân-
de idade, deficiência de ferro e anemia por deficiência de ferro cer de próstata com outra modalidade, por exemplo, o câncer de
frequentemente são solucionadas espontaneamente e, assim, redu- mama. Ninguém pergunta a seu paciente onde fica a mama, pois
zem o valor preditivo positivo de qualquer teste de rastreamento.
é óbvia sua localização, mas a próstata está “escondida”. Caso a
Por isso, a Força-Tarefa Americana (USPSTF) não foi capaz de
determinar os benefícios e os riscos do rastreamento de anemia mamografia seja positiva, a punção e biópsia não são tão difíceis
para deficiência de ferro em crianças assintomáticas entre os seis de conseguir, mas a próstata, devido à sua localização, gera mais
e 12 meses de idade.Outra situação decorrente dessa preocupação desconforto e dor e tem consequências raras, mas potenciais, tais
excessiva com as doenças é o desvio de problemas reais a que as como: espermato-hematúria, infecção, perfuração e sépsis. Por ou-
crianças de hoje estão sujeitas, como os acidentes e a violência, tro lado, os riscos de complicação com o PAAF (punção aspirativa
doméstica ou comunitária. “Pesamos, medimos as crianças, va- por agulha fina) para a mama são praticamente nulos.
cinamos e as atendemos nas crises agudas de asma ou em qual- Seguindo o raciocínio, uma vez detectado um tumor mamário
quer outra patologia, para depois as perdermos para o tráfico de em estágio precoce, o tratamento geralmente não traz grandes con-
drogas e para a violência nos bairros... Temos que pensar em um sequências, visto que se constitui em tumorectomia e radioterapia
contínuo de cuidado, e não somente na redução da mortalidade na local seguido de medicação por cinco anos. Já no caso da próstata,
primeira infância!” (MORESCHI, 2007). Hoje, com a transição a retirada e tratamento podem resultar em incontinência urinária
epidemiológica, os problemas mudaram principalmente nos gran- (~20%), visto que a próstata está na base da bexiga –, e impotên-
des centros urbanos.
cia (~60%), o que pode afetar em muito a qualidade de vida do
Além disso, as crianças, em sua maioria, alimentam-se de fa-
rinha enriquecida com ferro e ácido fólico (medida de abordagem paciente.
de amplitude populacional, já descrita anteriormente), bem como Para alguns homens, a questão da sexualidade pode ter grande
outras vitaminas contidas nos alimentos infantis. peso, ao ponto de a vida perder o significado ou criar outros trans-
Assim, o foco da prevenção deve mudar e uma melhor comu- tornos familiares e pessoais.
nicação com os pais deve ser estabelecida para lidar com proble- Do ponto de vista epidemiológico, o câncer de próstata é a
mas de comportamento e da segurança das crianças e adolescentes. segunda causa de morte por câncer, a primeira continua sendo o
Conhecer a família, o ambiente doméstico e a comunidade, fomen- câncer de pulmão. Nos Estados Unidos da América, em 2005, hou-
tar sua melhoria e torná-la mais segura para as crianças pode ter ve 232.000 novos casos de câncer de próstata, o que resultou em
maior impacto positivo na saúde do que a solicitação de exames. 30.300 mortes. Contudo, a incidência da doença não corresponde
com a prevalência documentada nas autópsias, em que 40% dos
Saúde do homem
De maneira geral, nas unidades de saúde, o grande público são homens acima de 50 anos são descobertos como portadores de car-
mulheres, crianças e idosos. cinoma de próstata.

Didatismo e Conhecimento 98
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
A maioria dos tumores é pequena e está confinada à próstata. INTRODUÇÃO
A incidência da doença aumenta com a idade, chegando a 67% Parte essencial da Política Nacional de Saúde, a presen-
na idade dos 80 a 89 anos. Embora a prevalência da doença pou- te Política fundamenta a ação do setor saúde na atenção integral
co varie no mundo, a incidência muda consideravelmente: alta na à população idosa e àquela em processo de envelhecimento, na
América do Norte e nos países europeus, intermediária na América conformidade do que determinam a Lei Orgânica da Saúde – N.º
do Sul e baixa nos países do extremo oriente, sugerindo que al- 8.080/90 – e a Lei 8.842/94, que assegura os direitos deste seg-
gum fator ambiental ou dietético esteja relacionado com a doença. mento populacional.
Assim, um homem aos 50 anos nos Estados Unidos tem risco de No conjunto dos princípios definidos pela Lei Orgânica, desta-
40% de ter um câncer latente, 9,5% de desenvolver um câncer cli- ca-se o relativo à “preservação da autonomia das pessoas na defesa
nicamente aparente e 2,9% de morrer devido ao câncer de próstata. de sua integridade física e moral”, que constitui uma das questões
Exposto esse cenário é feita uma apropriada discussão com o essenciais enfocadas nesta Política, ao lado daqueles inerentes à
integralidade da assistência e ao uso da epidemiologia para a fixa-
paciente, cabe ele decidir ou não pela intervenção e o profissional
ção de prioridades (Art. 7º, incisos III, II e VII, respectivamente).
de saúde deve anotar no prontuário qual a decisão tomada.
Por sua vez, a Lei N.º 8.842 – regulamentada pelo Decreto N.º
1.948, de 3 de julho de 1996 –, ao definir a atuação do Governo,
Saúde do idoso indicando as ações específicas das áreas envolvidas, busca criar
Se observarmos o diagrama da linha do tempo, notaremos que condições para que sejam promovidas a autonomia, a integração
acima de 75 anos as intervenções de rastreamento cessam. Cabe e a participação dos idosos na sociedade, assim consideradas as
então ao idoso uma faixa de intervenção que vai dos 60 aos 75 pessoas com 60 anos de idade ou mais.
anos. Porém há que se lembrar de que a primeira causa de morte Segundo essa Lei, cabe ao setor saúde, em síntese, prover o
continua sendo a cardiovascular e a segunda os cânceres, assim, acesso dos idosos aos serviços e às ações voltadas à promoção,
quando nos prevenimos contra uma, estamos nos expomos a outra. proteção e recuperação da saúde, mediante o estabelecimento de
Mais do que prevenir doenças, o foco para esse grupo etário deve normas específicas para tal; o desenvolvimento da cooperação en-
ser a melhoria da autonomia, da inclusão na família e na comuni- tre as esferas de governo e entre centros de referência em geriatria
dade e tudo aquilo que melhore a qualidade de vida (por exemplo, e gerontologia; e a inclusão da geriatria como especialidade clínica
tratamento de cataratas, investimento em cuidadores e espaços co- para efeito de concursos públicos, além da realização de estudos e
munitários de convivência onde eles possam se sentir úteis, ativos pesquisas na área (inciso II do Art. 10).
e encontrem sentido em suas vidas). Ao lado das determinações legais, há que se considerar, por ou-
tro lado, que a população idosa brasileira tem se ampliado rapida-
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO IDOSO mente. Em termos proporcionais, a faixa etária a partir de 60 anos
de idade é a que mais cresce. No período de 1950 a 2025, segundo
Política Nacional de Saúde do Idoso as projeções estatísticas da 2 Organização Mundial de Saúde – OMS
–, o grupo de idosos no Brasil deverá ter aumentado em 15 vezes,
PORTARIA Nº 1.395, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1999º enquanto a população total em cinco. O País ocupará, assim, o sexto
1.395, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1999. lugar quanto ao contingente de idosos, alcançando, em 2025, cerca
de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade.
O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições, e O processo de transição demográfica no Brasil caracteriza-
considerando a necessidade de o setor saúde dispor de uma política -se pela rapidez com que o aumento absoluto e relativo das po-
devidamente expressa relacionada à saúde do idoso; a conclusão pulações adulta e idosa modificaram a pirâmide populacional. Até
os anos 60, todos os grupos etários registravam um crescimento
do processo de elaboração da referida política, que envolveu con-
quase igual; a partir daí, o grupo de idosos passou a liderar esse
sultas a diferentes segmentos direta e indiretamente envolvidos
crescimento.
com o tema; e a aprovação da proposta da política mencionada
Nos países desenvolvidos, essa transição ocorreu lentamente,
pela Comissão Intergestores. realizando-se ao longo de mais de cem anos. Alguns desses países,
hoje, apresentam um crescimento negativo da sua população, com
Tripartite e pelo Conselho Nacional de Saúde. a taxa de nascimentos mais baixa que a de mortalidade. A transi-
ção acompanhou a elevação da qualidade de vida das populações
RESOLVE: urbanas e rurais, graças à adequada inserção das pessoas no mer-
cado de trabalho e de oportunidades educacionais mais favoráveis,
Art. 1º Aprovar a Política Nacional de Saúde do Idoso, cuja além de melhores condições sanitárias, alimentares, ambientais e
íntegra consta do anexo desta Portaria e dela é parte integrante. de moradia.
À semelhança de outros países latino-americanos, o
Art. 2º Determinar que os órgãos e entidades do Ministério da envelhecimento no Brasil é um fenômeno predominantemente
Saúde, cujas ações se relacionem com o tema objeto da Política urbano, resultando, sobretudo do intenso movimento migratório
ora aprovada, promovam a elaboração ou a readequação de seus iniciado na década de 60, motivado pela industrialização
planos, programas, projetos e atividades na conformidade das di- desencadeada pelas políticas desenvolvimentistas.
retrizes e responsabilidades nela estabelecidas. Esse processo de urbanização propiciou um maior acesso da
população a serviços de saúde e saneamento, o que colaborou para
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. a queda verificada na mortalidade. Possibilitou, também, um maior
acesso a programas de planejamento familiar e a métodos anticon-
JOSÉ SERRA cepcionais, levando a uma significativa redução da fecundidade.

Didatismo e Conhecimento 99
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
A persistir a tendência de o envelhecimento como fenôme- dos mais jovens em busca de mercados mais promissores e o au-
no urbano, as projeções para o início do século XXI indicam que mento no número de famílias em que a mulher exerce o papel de
82% dos idosos brasileiros estarão morando nas cidades. As re- chefe são situações que precisam ser levadas em conta na avalia-
giões mais urbanizadas, como a Sudeste e o Sul, ainda oferecem ção do suporte informal aos idosos na sociedade brasileira. Essas
melhores possibilidades de emprego, disponibilidade de serviços situações geram o que se convencionou chamar de intimidade à
públicos e oportunidades de melhor alimentação, moradia e assis- distância, em que diferentes gerações ou mesmo pessoas de uma
tência médica e social. mesma família ocupam residências separadas.
Embora grande parte das populações ainda viva na pobreza, Tem sido observada uma feminilização do envelhecimento no
nos países menos desenvolvidos, certas conquistas tecnológicas da Brasil. O número de mulheres idosas, confrontado com o de ho-
medicina moderna, verificadas nos últimos 60 anos – assepsia, va- mens de mais de 60 anos de idade, já é superior há muito tempo.
cinas, antibióticos, quimioterápicos e exames complementares de Da mesma forma, a proporção de idosas em relação à popu-
diagnóstico, entre outros –, favoreceram a adoção de meios capa- lação total de mulheres supera aquela correspondente aos homens
zes de prevenir ou curar muitas doenças que eram fatais até então.
idosos. No Brasil, desde 1950, as mulheres têm maior esperança
O conjunto dessas medidas provocou uma queda da mortalidade
de vida ao nascer, sendo que a diferença está ao redor de sete anos
infantil e, consequentemente, um aumento da expectativa de vida
e meio.
ao nascer.
De outra parte, o apoio aos idosos praticado no Brasil ainda
No Brasil, em 1900, a expectativa de vida ao nascer era de
33,7 anos; nos anos 40, de 39 anos; em 50, aumentou para 43,2 é bastante precário. Por se tratar de uma atividade predominan-
anos e, em 60, era de 55,9 anos. De 1960 para 1980, essa expecta- temente restrita ao âmbito familiar, o cuidado ao idoso tem sido
tiva ampliou-se para 63,4 anos, isto é, foram acrescidos vinte anos ocultado da opinião pública, carecendo de visibilidade maior.
em três décadas, segundo revela o Anuário Estatístico do Brasil O apoio informal e familiar constitui um dos aspectos fun-
de 1982 (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/ damentais na atenção à saúde desse grupo populacional Isso não
Fundação IBGE). significa, no entanto, que o Estado deixa de ter um papel prepon-
De 1980 para 2000, o aumento deverá ser em torno de cinco derante na promoção, proteção e recuperação da saúde do idoso
anos, ocasião em que cada brasileiro, ao nascer, esperará viver 68 nos três níveis de gestão do SUS, capaz de otimizar o suporte fa-
anos e meio. As projeções para o período de 2000 a 2025 permitem miliar sem transferir para a família a responsabilidade em relação
supor que a expectativa média de vida do brasileiro estará próxima a este grupo populacional.
de 80 anos, para ambos os sexos (Kalache et al., 1987). Além das transformações demográficas descritas anterior-
Paralelamente a esse aumento na expectativa de vida, tem sido mente, o Brasil tem experimentado uma transição epidemioló-
observado, a partir da década de 60, um declínio acentuado da fe- gica, com alterações relevantes no quadro de morbimortalidade.
cundidade, levando a um aumento importante da proporção de ido- As doenças infectocontagiosas que, em 1950, representavam
sos na população brasileira. De 1980 a 2000, o grupo etário com 60 40% das mortes registradas no País, hoje são responsáveis por
anos e mais de idade deverá crescer 105%; as projeções apontam menos de 10% (RADIS: “Mortalidade nas Capitais Brasileiras,
para um crescimento de 130% no período de 2000 a 2025. 1930-1980”). O oposto ocorreu em relação às doenças cardio-
Mesmo que se leve em conta que uma parcela do contingente vasculares: em 1950, eram responsáveis por 12% das mortes e,
de idosos participe da atividade econômica, o crescimento des- atualmente, representam mais de 40%. Em menos de 40 anos, o
te grupo populacional afeta diretamente a razão de dependência, Brasil passou de um perfil de morbimortalidade típico de uma
usualmente definida como a soma das populações jovem e idosa população jovem, para um caracterizado por enfermidades crôni-
em relação à população economicamente ativa total. Esse coefi- cas, próprias das faixas etárias mais avançadas, com custos dire-
ciente é calculado tomando por base a população de menos de 15 tos e indiretos mais elevados.
anos e a de 60 e mais anos de idade em relação àquela considerada Essa mudança no perfil epidemiológico acarreta grandes
em idade produtiva (situada na faixa etária dos 15 aos 59 anos de
despesas com tratamentos médicos e hospitalares, ao mesmo
idade).
tempo em que se configura num desafio para as autoridades sani-
O processo de urbanização e a consequente modificação do
tárias, em especial no que tange à implantação de novos modelos
mercado de trabalho aceleraram a redistribuição da população en-
e métodos para o enfrentamento do problema. O idoso consome
tre as zonas rural e urbana do País. Em 1930, dois terços da popu- mais serviços de saúde, as internações hospitalares são mais fre-
lação brasileira viviam na zona rural; hoje, mais de três quartos es- quentes e o tempo de ocupação do leito é maior do que o de ou-
tão em zona urbana. O emprego nas fábricas e as mais diferencia- tras faixas etárias. Em geral, as doenças dos idosos são crônicas e
das possibilidades de trabalho nas cidades modificaram a estrutura múltiplas, perduram por vários anos e exigem acompanhamento
familiar brasileira, transformando a família extensa do campo na médico e de equipes multidisciplinares permanentes e interven-
família nuclear urbana. Com o aumento da expectativa de vida, as ções contínuas.
famílias passaram a ser constituídas por várias gerações, exigindo Tomando-se por base os dados relativos à internação hospi-
os necessários mecanismos de apoio mútuo entre as que comparti- talar pelo Sistema Único de Saúde – SUS –, em 1997, e a popula-
lham o mesmo domicílio. ção estimada pelo IBGE para este mesmo ano, pode-se concluir
A família, tradicionalmente considerada o mais efetivo siste- que o idoso, em relação às outras faixas etárias, consome muito
ma de apoio aos idosos, está passando por alterações decorrentes mais recursos de saúde. Naquele ano, o Sistema arcou com um
dessas mudanças conjunturais e culturais. O número crescente de total de 12.715.568 de AIHs (autorizações de internações hospi-
divórcios e segundo ou terceiro casamento, a contínua migração talares), assim distribuídas:

Didatismo e Conhecimento 100


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
• 2.471.984 AIHs (19,4%) foram de atendimentos na faixa O crescimento demográfico brasileiro tem características
etária de 0-14 anos de idade, que representava 33,9% da popula- particulares, que precisam ser apreendidas mediante estudos e de-
ção total (aqui também estão incluídas as AIHs dos recém-nasci- senhos de investigação que deem conta dessa especificidade. O
dos em ambiente hospitalar, bem como as devidas a parto normal); cuidado de saúde destinado ao idoso é bastante caro, e a pesquisa
• 7.325.525 AIHs (57,6%) foram na faixa etária de 15-59 anos corretamente orientada pode propiciar os instrumentos mais ade-
de idade (58,2% da população total); quados para uma maior eficiência na adoção de prioridades e na
• 2.073.915 AIHs (16,3%) foram na faixa etária de 60 anos ou alocação de recursos, além de subsidiar a implantação de medidas
mais de idade (7,9% da população total); apropriadas à realidade brasileira.
• 480.040 AIHs (3,8%) foram destinadas ao atendimento de A transição demográfica no Brasil exige, na verdade, novas
indivíduos de idade ignorada; essas hospitalizações, em sua grande estratégias para fazer frente ao aumento exponencial do número
maioria, corresponderam a tratamento de enfermidades mentais de de idosos potencialmente dependentes, com baixo nível socioe-
longa permanência, geralmente em pessoas acima de 50 anos de conômico, capazes de consumir uma parcela desproporcional de
idade (essa parcela de AIHs foi excluída dos estudos em que se recursos da saúde destinada ao financiamento de leitos de longa
diferencia o impacto de cada faixa etária no sistema hospitalar); permanência.
• a taxa de hospitalização, em um ano, alcançou um total de A internação dos idosos em asilos, casas de repouso e simi-
46 por 1.000 indivíduos na faixa etária de 0 a 14 anos de idade, 79 lares está sendo questionada até nos países desenvolvidos, onde
no segmento de 15 a 59 anos de idade e 165 no grupo de 60 anos estes serviços alcançaram níveis altamente sofisticados em termos
ou mais de idade; de conforto e eficiência. O custo desse modelo e as dificuldades
• o tempo médio de permanência hospitalar foi de 5,1 dias de sua manutenção estão requerendo medidas mais resolutivas e
para o grupo de 0-14 anos de idade, 5,1 dias no de 15-59 e 6,8 dias menos onerosas. O retorno ao modelo de cuidados domiciliares,
no grupo mais idoso; já bastante discutido, não pode ter como única finalidade baratear
• o índice de hospitalização (número de dias de hospitalização custos ou transferir responsabilidades. A assistência domiciliar aos
consumidos, por habitante, a cada ano) correspondeu a 0,23 dias idosos, cuja capacidade funcional está comprometida, demanda
na faixa de 0-14 anos de idade; a 0,40 dias na faixa de 15-59; e a programas de orientação, informação e assessoria de especialistas.
1,12 dias na faixa de 60 anos ou mais de idade; A maioria das doenças crônicas que acometem o indivíduo
• do custo total de R$ 2.997.402.581,29 com despesas de in- idoso tem, na própria idade, seu principal fator de risco. Envelhe-
ternações hospitalares, 19,7% foram com pacientes da faixa etária cer sem nenhuma doença crônica é mais exceção do que regra.
de 0-14 anos de idade, 57,1% da faixa de 15-59 anos de idade e No entanto, a presença de uma doença crônica não significa que o
23,9% foram de idosos;
idoso não possa gerir sua própria vida e encaminhar o seu dia-a-dia
• o custo médio, por hospitalização, foi de R$ 238,67 em rela-
de forma totalmente independente.
ção à faixa etária de 0-14 anos de idade, R$ 233,87 à de 15-59 anos
A maior parte dos idosos é, na verdade, absolutamente capaz
e R$ 334,73 ao grupo de mais de 60 anos de idade;
de decidir sobre seus interesses e organizar-se sem nenhuma ne-
• o índice de custo (custo de hospitalização por habitante/ano)
cessidade de ajuda de quem quer que seja. Consoante aos mais
foi de R$ 10,93 no segmento de 0-14 anos de idade, de R$ 18,48
modernos conceitos gerontológicos, esse idoso que mantém sua
no de 15-59 anos de idade e de R$ 55,25 no de mais de 60 anos
autodeterminação e prescinde de qualquer ajuda ou supervisão
de idade.
para realizar-se no seu cotidiano deve ser considerado um idoso
Estudos têm demonstrado que o idoso, em relação às outras
saudável, ainda que seja portador de uma ou mais de uma doença
faixas etárias, consome muito mais recursos do sistema de saúde
crônica.
e que este maior custo não reverte em seu benefício. O idoso não
recebe uma abordagem médica ou psicossocial adequada nos hos- Decorre daí o conceito de capacidade funcional, ou seja, a ca-
pitais, não sendo submetido também a uma triagem rotineira para pacidade de manter as habilidades físicas e mentais necessárias
fins de reabilitação. para uma vida independente e autônoma. Do ponto de vista da saú-
A abordagem médica tradicional do adulto hospitalizado – fo- de pública, a capacidade funcional surge como um novo conceito
cada em uma queixa principal e o hábito médico de tentar explicar de saúde, mais adequado para instrumentalizar e operacionalizar
todas as queixas e os sinais por um único diagnóstico, que é ade- a atenção à saúde do idoso. Ações preventivas, assistenciais e de
quada no adulto jovem – não se aplica em relação ao idoso. Estu- reabilitação devem objetivar a melhoria da capacidade funcional
dos populacionais demonstram que a maioria dos idosos – 85% – ou, no mínimo, a sua manutenção e, sempre que possível, a re-
apresenta pelo menos uma doença crônica e que uma significativa cuperação desta capacidade que foi perdida pelo idoso. Trata-se,
minoria – 10% – possui, no mínimo, cinco destas patologias (Ra- portanto, de um enfoque que transcende o simples diagnóstico e
mos, LR e cols, 1993). A falta de difusão do conhecimento geriátri- tratamento de doenças específicas.
co junto aos profissionais de saúde tem contribuído decisivamente A promoção do envelhecimento saudável e a manutenção da
para as dificuldades na abordagem médica do paciente idoso. máxima capacidade funcional do indivíduo que envelhece pelo
A maioria das instituições de ensino superior brasileiras ainda maior tempo possível – foco central desta Política –, significa a
não está sintonizada com o atual processo de transição demográ- valorização da autonomia ou autodeterminação e a preservação da
fica e suas consequências médico-sociais. Há uma escassez de re- independência física e mental do idoso. Tanto as doenças físicas
cursos técnicos e humanos para enfrentar a explosão desse grupo quanto as mentais podem levar à dependência e, consequentemen-
populacional no terceiro milênio. te, à perda da capacidade funcional.

Didatismo e Conhecimento 101


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Na análise da questão relativa à reabilitação da capacidade Nesse sentido, a presente Política Nacional de Saúde do Idoso
funcional, é importante reiterar que a grande maioria dos idosos tem como propósito basilar a promoção do envelhecimento sau-
desenvolve, ao longo da vida, algum tipo de doença crônica de- dável, a manutenção e a melhoria, ao máximo, da capacidade fun-
corrente da perda continuada da função de órgãos e aparelhos cional dos idosos, a prevenção de doenças, a recuperação da saúde
biológicos. Essa perda de função pode ou não levar a limitações dos que adoecem e a reabilitação daqueles que venham a ter a sua
funcionais que, por sua vez, podem gerar incapacidades, conduzin- capacidade funcional restringida, de modo a garantir-lhes perma-
do, em última instância, à dependência da ajuda de outrem ou de nência no meio em que vivem, exercendo de forma independente
equipamentos específicos para a realização de tarefas essenciais à suas funções na sociedade.
sobrevivência no dia a dia. Para tanto, nesta Política estão definidas as diretrizes que
Estudos populacionais revelam que cerca de 40% dos indi- devem nortear todas as ações no setor saúde, e indicadas às res-
víduos com 65 anos ou mais de idade precisam de algum tipo de ponsabilidades institucionais para o alcance do propósito acima
ajuda para realizar pelo menos uma tarefa do tipo fazer compras, explicitado. Além disso, orienta o processo contínuo de avaliação
cuidar das finanças, preparar refeições e limpar a casa. Uma par- que deve acompanhar o desenvolvimento da Política Nacional de
cela menor, mas significativa – 10% –, requer auxílio para realizar Saúde do Idoso, mediante o qual deverá ser possível os eventuais
tarefas básicas, como tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro, ali- redimensionamentos que venham a ser ditados pela prática.
mentar-se e, até, sentar e levantar de cadeiras e camas (Ramos, L. A implementação desta Política compreende a definição e ou
R. e cols., 1993). É imprescindível que, na prestação dos cuidados readequação de planos, programas, projetos e atividades do setor
aos idosos, as famílias estejam devidamente orientadas e relação saúde, que direta ou indiretamente se relacionem com o seu objeto.
às atividades de vida diária (AVDs). O esforço conjunto de toda a sociedade, aqui preconizado,
Tanto a dependência física quanto a mental constituem fatores implica o estabelecimento de uma articulação permanente que, no
de risco significativos para mortalidade, mais relevantes até que as âmbito do SUS, envolve a construção de contínua cooperação en-
tre o Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais e Municipais
próprias doenças que levaram à dependência, visto que nem todo
de Saúde.
doente torna-se dependente, conforme revelam estudos populacio-
nais de segmentos de idosos residentes em diferentes comunidades Diretrizes
(Ramos, L. R. e cols., 1993). No entanto, nem todo dependente
perde sua autonomia e, neste sentido, a dependência mental deve Para o alcance do propósito desta Política Nacional de
ser objeto de atenção especial, na medida em que leva, com muito Saúde do Idoso, são definidas como diretrizes essenciais:
mais frequência, à perda de autonomia. • a promoção do envelhecimento saudável;
Doenças como depressão e demência já estão, em todo mun- • a manutenção da capacidade funcional;
do, entre as principais causas de anos vividos com incapacidade, • a assistência às necessidades de saúde do idoso;
exatamente por conduzirem à perda da independência e, quase que • a reabilitação da capacidade funcional comprometida;
necessariamente, à perda da autonomia. • a capacitação de recursos humanos especializados;
Os custos gerados por essa dependência são tão grandes quan- • o apoio ao desenvolvimento de cuidados informais;
to o investimento de dedicar um membro da família ou um cui- • o apoio a estudos e pesquisas.
dador para ajudar continuamente uma pessoa que, muitas vezes,
irá viver mais 10 ou 20 anos, requerendo uma atenção que, não Promoção do Envelhecimento Saudável
raro, envolve leitos hospitalares e institucionais, procedimentos O cumprimento dessa diretriz compreenderá o desenvolvi-
diagnósticos caros e sofisticados, bem como o consenso frequente mento de ações que orientem os idosos e os indivíduos em proces-
de uma equipe multiprofissional e interdisciplinar, capaz de fazer so de envelhecimento quanto à importância da melhoria constante
frente à problemática multifacetada do idoso. de suas habilidades funcionais, mediante a adoção precoce de há-
Dentro desse contexto é que são estabelecidas novas priori- bitos saudáveis de vida e a eliminação de comportamentos nocivos
dades dirigidas a esse grupo populacional, que deverão nortear as à saúde.
ações em saúde nesta virada de século.
Entre os hábitos saudáveis, deverão ser destacados, por exem-
Propósito plo, a alimentação adequada e balanceada; a prática regular de
Como se pode depreender da análise apresentada no capítulo exercícios físicos; a convivência social estimulante; e a busca, em
anterior, o crescimento demográfico da população idosa brasileira qualquer fase da vida, de uma atividade ocupacional prazerosa e
exige a preparação adequada do País para atender às demandas das de mecanismos de atenuação do estresse. Em relação aos hábitos
pessoas na faixa etária de mais de 60 anos de idade. Essa prepa- nocivos, merecerão destaque o tabagismo, o alcoolismo e a auto-
ração envolve diferentes aspectos que dizem respeito desde a ade- medicação.
quação ambiental e o provimento de recursos materiais e humanos Tais temas serão objeto de processos educativos e informa-
capacitados, até a definição e a implementação de ações de saúde tivos continuados, em todos os níveis de atuação do SUS, com a
específicas. utilização dos diversos recursos e meios disponíveis, tais como:
Acresce-se, por outro lado, a necessidade de a sociedade en- distribuição de cartilhas e folhetos, bem como o desenvolvimento
tender que o envelhecimento de sua população é uma questão que de campanhas em programas populares de rádio; veiculação de fil-
extrapola a esfera familiar e, portanto, a responsabilidade indivi- metes na televisão; treinamento de agentes comunitários de saúde
dual, para alcançar o âmbito público, neste compreendido o Esta- e profissionais integrantes da estratégia de saúde da família para,
do, as organizações não governamentais e os diferentes segmentos no trabalho domiciliar, estimular os cidadãos na adoção de com-
sociais. portamentos saudáveis.

Didatismo e Conhecimento 102


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Ênfase especial será dada às orientações dos idosos e seus • prevenção de perdas dentárias e de outras afecções da cavi-
familiares quanto aos riscos ambientais, que favorecem quedas e dade bucal;
que podem comprometer a capacidade funcional destas pessoas. • prevenção de deficiências nutricionais;
Deverão ser garantidas aos idosos, assim como aos portadores de • avaliação das capacidades e habilidades funcionais no am-
deficiência, condições adequadas de acesso aos espaços públicos, biente domiciliar, com vistas à prevenção de perda de independên-
tais como rampas, corrimões e outros equipamentos facilitadores. cia e autonomia;
• prevenção do isolamento social, com a criação ou uso de
Manutenção da Capacidade Funcional oportunidades sociais, como clubes, grupos de convivência, asso-
ciação de aposentados etc.
Ao lado das medidas voltadas à promoção de hábitos sau- A operacionalização da maioria dessas medidas dar-se-á nas
dáveis, serão promovidas ações que visem à prevenção de per- próprias unidades de saúde, com suas equipes mínimas tradicio-
das funcionais, em dois níveis específicos: nais, às quais deverão ser incorporados os agentes de saúde ou
visitadores, além do estabelecimento de parcerias nas ações in-
• prevenção de agravos à saúde;
tegrantes da estratégia de saúde da família e outras congêneres.
• detecção precoce de problemas de saúde potenciais ou já
Além disso, na implementação dessa diretriz, buscar-se-á o enga-
instalados, cujo avanço poderá pôr em risco as habilidades e a au-
jamento efetivo dos grupos de convivência, com possibilidades
tonomia dos idosos.
tanto terapêuticas e preventivas, quanto de lazer.
As ações de prevenção envolvidas no primeiro nível estarão
centradas na aplicação de vacinas, medida já consolidada para a Assistência às necessidades de saúde do idoso
infância, mas com prática ainda limitada e recente entre idosos. A prestação dessa assistência basear-se-á nas orientações
Deverão ser aplicadas as vacinas contra o tétano, a pneumonia abaixo descritas, as quais compreendem os âmbitos ambulatorial,
pneumocócica e a influenza, que representam problemas sérios en- hospitalar e domiciliar.
tre os idosos no Brasil e que são as preconizadas pela Organização No âmbito ambulatorial, a consulta geriátrica constituirá a
Mundial da Saúde – OMS – para este grupo populacional. base dessa assistência. Para tal, deverá ser estabelecido um modelo
A grande maioria das hospitalizações para o tratamento do específico, de modo a alcançar-se um impacto expressivo na assis-
tétano ocorre em indivíduos acima dos 60 anos de idade. Nesse tência, em particular na redução das taxas de internação hospitalar
sentido, essa população será estimulada a fazer doses de reforço da e em clínicas de repouso – e mesmo asilos –, bem como a dimi-
vacina antitetânica a cada dez anos, tendo em vista a sua compro- nuição da demanda aos serviços de emergência e aos ambulatórios
vada efetividade, a qual alcança quase os 100%. de especialidades. A consulta geriátrica deverá ser fundamentada
As pneumonias, em especial a de origem pneumocócica, es- na coleta e no registro de informações que possam orientar o diag-
tão entre as patologias infecciosas que mais trazem riscos à saúde nóstico a partir da caracterização de problemas e o tratamento ade-
dos idosos, com altas taxas de internação, além de alta letalidade quado, com a utilização rotineira de escalas de rastreamento para
nesta faixa etária. São apontadas como fatores de descompensação depressão, perda cognitiva e avaliação da capacidade funcional,
funcional de piora dos quadros de insuficiência cardíaca, desenca- assim como o correto encaminhamento para a equipe multiprofis-
deadoras de edema agudo de pulmão e fonte de deterioração nos sional e interdisciplinar.
quadros de doenças pulmonares obstrutivas crônicas. Levando em Considerando que a qualidade da coleta de dados apresen-
conta as recomendações técnicas atuais, a vacina antipneumocóci- ta dificuldades peculiares a esse grupo etário, em decorrência de
ca deverá ser administrada em dose única nos indivíduos idosos. elevado índice de morbidade, apresentações atípicas de doenças e
Embora vista como enfermidade trivial, a influenza – ou gripe pela chance aumentada de iatrogenia, o modelo de consulta a ser
–, no grupo dos idosos, pode trazer consequências graves, levan- estabelecido pautar-se-á pela abrangência, sensibilidade diagnos-
do a processos pneumônicos ou, ainda, à quebra do equilíbrio, já tica e orientação terapêutica, nesta incluídas ações não farmaco-
lógicas.
instável, destes indivíduos, portadores de patologias crônicas não
A abrangência do modelo de consulta geriátrica compreenderá
transmissíveis. A vacina antigripal deverá ser aplicada em todos os
a incorporação de informações que permitam a identificação de
idosos, pelo menos duas semanas antes do início do inverno ou do
problemas não apenas relacionados aos sistemas cardiorrespirató-
período das chuvas nas regiões mais tropicais.
rio, digestivo, hematológico e endócrino-metabólico, como, tam-
No segundo nível da manutenção da capacidade funcional,
bém, aos transtornos neuropsiquiátricos, nos aparelhos locomotor
além do reforço das ações dirigidas à detecção precoce de enfer-
e geniturinário.
midades não transmissíveis – como a hipertensão arterial, a dia-
Essa forma de consulta deverá possibilitar a sensibilização do
betes melito e a osteoporose –, deverão ser introduzidas as novas
profissional para questões sociais eventualmente envolvidas no
medidas, de que são exemplos aquelas dirigidas ao hipotireoidis-
bem-estar do paciente.
mo subclínico – ainda pouco usuais e carentes de sistematização
Por sua vez, a sensibilidade diagnóstica deverá implicar a ca-
, mediante o desenvolvimento de atividades específicas, entre as
pacidade de motivar a equipe para a busca de problemas de ele-
quais destacam se:
vada prevalência, que não são comumente diagnosticados, como
• antecipação de danos sensoriais, com o rastreio precoce de
por exemplo: doenças tireoideanas, doença de Parkinson, hipoten-
danos auditivos, visuais e propioceptivos;
são ortostática, incontinência urinária, demências e depressões. É
• utilização dos protocolos próprios para situações comuns
importante que informações relacionadas a glaucoma, catarata e
entre os idosos, tais como riscos de queda, alterações do humor e
hipoacusia sejam coletadas. A possibilidade de iatrogenia sempre
perdas cognitivas;
deverá ser considerada.

Didatismo e Conhecimento 103


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Finalmente, a orientação terapêutica, incluindo mudanças de Tal medida não poderá ser encarada como justificativa para o
estilo de vida, deverá possibilitar que a consulta geriátrica enfrente simples aumento do tempo de internação. Contudo, a internação de
os problemas identificados, levando a alguma forma de alívio e idosos em UTI, em especial daqueles com idade igual ou superior
atenuação do impacto funcional. Ao mesmo tempo, o médico de- a 75 anos, deverá obedecer rigorosamente os critérios adotados em
verá evitar excessos na prescrição e uso de fármacos com elevado todas as faixas etárias, de potencial de reversibilidade do estado
potencial iatrogênico. clínico e não a sua gravidade, quando reconhecidamente irrecu-
A orientação terapêutica compreenderá, sempre que neces- perável.
sário, informações aos pacientes e seus acompanhantes sobre as A implantação de forma diferenciada de assistência ao idoso
medidas de prevenção dos agravos à saúde e acerca das ações de dependente será gradual, priorizando-se hospitais universitários e
reabilitação precoce – ou “preventiva” – e corretiva, levando em públicos estatais.
conta, da melhor maneira possível, o ambiente em que vivem e as Uma questão que deverá ser considerada refere-se ao fato de
condições sociais que dispõem. que o idoso tem direito a um atendimento preferencial nos órgãos
Já no âmbito hospitalar, a assistência a esse grupo popula- estatais e privados de saúde (ambulatórios, hospitais, laboratórios,
cional deverá considerar que a idade é um indicador precário na planos de saúde, entre outros), na conformidade do que estabelece
determinação das características especiais do idoso enfermo hos- a Lei N.º 8.842/94, em seu Art. 4º, inciso VIII, e o Art. 17, do De-
creto N.º 1.948/96, que a regulamentou. O idoso terá também uma
pitalizado.
autorização para acompanhante familiar em hospitais públicos e
Nesse sentido, o estado funcional constituirá o parâmetro privados – conveniados ou contratados – pelo SUS.
mais fidedigno para o estabelecimento de critérios específicos de Na relação entre o idoso e os profissionais de saúde, um dos
atendimento. aspectos que deverá sempre ser observado diz respeito à possibi-
Assim, os pacientes classificados como totalmente dependen- lidade de maus-tratos, quer por parte da família, quer por parte
tes constituirão o grupo mais sujeito a internações prolongadas, do cuidador ou mesmo destes profissionais. É importante que o
reinternações sucessivas e de pior prognóstico e que, por isso, se idoso saiba identificar posturas e comportamentos que significam
enquadram no conceito de vulnerabilidade. Os serviços de saúde maus-tratos, bem como os fatores de risco neles envolvidos. Esses
deverão estar preparados para identificar esses pacientes, proven- maus- tratos podem ser por negligência – física, psicológica ou
do-lhes uma assistência diferenciada. financeira –, por abuso – físico, psicológico ou financeiro – ou por
Essa assistência será pautada na participação de outros profis- violação dos direitos pessoais. O profissional de saúde, o idoso e a
sionais, além de médicos e enfermeiros, tais como fisioterapeutas, família, quando houver indícios de maus-tratos, deverá denunciar
assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoau- a sua suspeita às autoridades competentes.
Considerando que a vulnerabilidade à perda de capacidade
diólogos, dentistas e nutricionistas. Dessa forma, a disponibilidade
está ligada a aspectos socioeconômicos, atenção especial deverá
de equipe mínima, que deve incluir obrigatoriamente um médico ser concedida aos grupos de idosos que estão envelhecendo em
com formação em geriatria, de equipamentos e de serviços ade- condições mais desfavoráveis, de que são exemplos aqueles re-
quados, será pré-requisito para as instituições públicas estatais ou sidentes na periferia dos grandes centros urbanos e os que vivem
privadas – conveniadas ou contratadas pelo SUS –, que prestarem nas zonas rurais desprovidas de recursos de saúde e assistência
assistência a idosos dependentes internados. social, onde também se observa uma intensa migração da popu-
Idosos com graves problemas de saúde, sem possibilidade de lação jovem.
recuperação ou de recuperação prolongada, poderão demandar in-
ternação hospitalar de longa permanência; forma esta definida na Reabilitação da capacidade funcional comprometida.
Portaria N.º 2.413, editada em 23 de março de 1998. No entanto, As ações nesse contexto terão como foco especial a reabili-
esses pacientes deverão ser submetidos à tentativa de reabilitação tação precoce, mediante a qual buscar-se-á prevenir a evolução e
antes e durante a hospitalização, evitando-se que as enfermarias recuperar a perda funcional incipiente, de modo a evitar-se que as
sejam transformadas em locais de acomodação para pacientes ido- limitações da capacidade funcional possam avançar e que aquelas
limitações já avançadas possam ser amenizadas. Esse trabalho en-
sos com problemas de saúde não resolvidos e, por conseguinte,
volverá as práticas de um trabalho multiprofissional de medicina,
aumentando a carga de sofrimento do próprio idoso, bem como o enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional, nutrição, fonoau-
aumento dos custos dos serviços de saúde. diologia, psicologia e serviço social.
Entre os serviços alternativos à internação prolongada, deverá Na definição e na implementação das ações, será levado em
estar incluída, obrigatoriamente, a assistência domiciliar. A ado- conta que, na realidade, as causas de dependência são, em sua
ção de tal medida constituirá estratégia importante para diminuir maioria, evitáveis e, em muitos casos, reversíveis por intermédio
o custo da internação, uma vez que assistência domiciliar é menos de técnicas de reabilitação física e mental, tão mais efetivas quanto
onerosa do que a internação hospitalar. O atendimento ao idoso mais precocemente forem instituídas.
enfermo, residente em instituições – como, por exemplo, asilos –, Além da necessidade de prevenir as doenças crônicas que aco-
terá as mesmas características da assistência domiciliar Deverá ser metem aos que envelhecem, procurar-se-á, acima de tudo, evitar
estimulada, por outro lado, a implantação do hospital-dia geriá- que estas enfermidades alijem o idoso do convívio social, compro-
trico, uma forma intermediária de atendimento entre a internação metendo sua autonomia.
hospitalar e a assistência domiciliar. Esse serviço terá como objeti- No conjunto de ações que devem ser implementadas nesse
âmbito, estão aquelas relacionadas à reabilitação mediante a pres-
vo viabilizar a assistência técnica adequada para pacientes cuja ne-
crição adequada e o uso de órteses e próteses como, por exemplo,
cessidade terapêutica – hidratação, uso de medicação endovenosa,
óculos, aparelhos auditivos, próteses dentárias e tecnologias assis-
quimioterapia e reabilitação – e de orientação para cuidadores não tivas (como andador, bengala, etc.).
justificarem a permanência em hospital.

Didatismo e Conhecimento 104


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Essas e as outras ações que vierem a ser definidas deverão Apoio ao Desenvolvimento de Cuidados Informais
estar disponíveis em todos os níveis de atenção ao idoso, prin- Nesse âmbito, buscar-se-á desenvolver uma parceria entre os
cipalmente nos postos e centros de saúde, com vistas à detecção profissionais da saúde e as pessoas próximas aos idosos, responsá-
precoce e o tratamento de pequenas limitações funcionais capazes veis pelos cuidados diretos necessários às suas atividades da vida
de levar a uma grave dependência. diária e pelo seguimento das orientações emitidas pelos profissio-
A detecção precoce e o tratamento de pequenas limitações nais. Tal parceria, como mostram estudos e pesquisas sobre o en-
funcionais, potenciais causas de formas graves de dependência, velhecimento em dependência, configura a estratégia mais atual e
integrarão as atribuições dos profissionais e técnicos que atuam menos onerosa para manter e promover a melhoria da capacidade
nesses níveis de atenção, e deverão ser alvo de orientação aos funcional das pessoas que se encontram neste processo.
cuidadores dos idosos para que possam colaborar com os profis- Nos países onde o envelhecimento da população vem ocor-
sionais da saúde, sobretudo na condição de agentes facilitadores, rendo há mais tempo, convencionou-se que há cuidados formais
tanto na observação de novas limitações, quanto no auxílio ao tra- e informais na atenção às pessoas que envelheceram e que, de al-
tamento prescrito. guma forma, perderam a sua capacidade funcional. Os sistemas
formais de cuidados são integrados por profissionais e instituições,
Capacitação de recursos humanos especializados que realizam este atendimento sob a forma de prestação de serviço.
O desenvolvimento e a capacitação de recursos humanos Dessa forma, os cuidados são prestados por pessoa ou agên-
constituem diretriz que perpassará todas as demais definidas nesta cias comunitárias contratadas para tal. Já os sistemas informais são
Política, configurando mecanismo privilegiado de articulação in-
constituídos por pessoas da família, amigos próximos e vizinhos,
tersetorial, de forma que o setor saúde possa dispor de pessoal em
frequentemente mulheres, que exercem tarefas de apoio e cuidados
qualidade e quantidade adequadas, e cujo provimento é de respon-
voluntários para suprir a incapacidade funcional do seu idoso.
sabilidade das três esferas de governo.
Esse componente deverá merecer atenção especial, sobretudo Na cultura brasileira, são essas pessoas que assumem para si
no tocante ao que define a Lei N.º 8.080/90, em seu Art. 14 e pa- as funções de provedoras de cuidados diretos e pessoais. O papel
rágrafo único, nos quais está estabelecido que a formação e a edu- de mulher cuidadora na família é normativo, sendo quase sempre
cação continuada contemplarão ação intersetorial articulada. A lei esperado que ela assuma tal papel. Os responsáveis pelos cuidados
estabelece, como mecanismo fundamental, a criação de comissão diretos aos seus idosos doentes ou dependentes geralmente resi-
permanente de integração entre os serviços de saúde e as institui- dem na mesma casa e se incumbem de prestar a ajuda necessária
ções de ensino profissional e superior, com a finalidade de “propor ao exercício das atividades diárias destes idosos, tais como higiene
prioridades, métodos e estratégias”. pessoal, medicação de rotina, acompanhamento aos serviços de
O trabalho articulado com o Ministério da Educação e as ins- saúde ou outros serviços requeridos no cotidiano, por exemplo ida
tituições de ensino superior deverá ser viabilizado por intermédio a bancos ou farmácias.
dos Centros Colaboradores de Geriatria e Gerontologia tendo em O modelo de cuidados domiciliares, antes restrito à esfera pri-
vista a capacitação de recursos humanos em saúde de acordo com vada e à intimidade das famílias, não poderá ter como única finali-
as diretrizes aqui fixadas. dade baratear custos ou transferir responsabilidades. A assistência
Os Centros Colaboradores de Geriatria e Gerontologia serão, domiciliar aos idosos cuja capacidade funcional está comprometi-
preferencialmente, localizados em instituições de ensino superior da demanda orientação, informação e assessoria de especialistas.
e terão atribuições específicas, conforme as características de cada Para o desempenho dos cuidados a um idoso dependente, as
instituição. A indicação desses Centros deverá ser estabelecida pessoas envolvidas deverão receber dos profissionais de saúde os
pelo Ministério da Saúde, de acordo com as necessidades identifi- esclarecimentos e as orientações necessárias, inclusive em rela-
cadas no processo de implantação desta Política Nacional No âm- ção à doença crônico-degenerativa com a qual está eventualmente
bito da execução de ações, de forma mais específica, a capacitação lidando, bem como informações sobre como acompanhar o trata-
buscará preparar os recursos humanos para a operacionalização de mento prescrito.
um elenco básico de atividades, que incluirá, entre outras, a pre- Essas pessoas deverão, também, receber atenção médica pes-
venção de perdas, a manutenção e a recuperação da capacidade soal, considerando que a tarefa de cuidar de um adulto dependente
funcional da população idosa e o controle dos fatores que interfe- é desgastante e implica riscos à saúde do cuidador. Por conseguin-
rem no estado de saúde desta população. te, a função de prevenir perdas e agravos à saúde abrangerá, igual-
A capacitação de pessoal para o planejamento, coordenação mente, a pessoa do cuidador.
e avaliação de ações deverá constituir as bases para o desenvolvi- Assim, a parceria entre os profissionais de saúde e as pessoas
mento do processo contínuo de articulação com os demais setores, que cuidam dos idosos deverá possibilitar a sistematização das
cujas ações estão diretamente relacionadas com o idoso no âmbito tarefas a serem realizadas no próprio domicílio, privilegiando-se
do setor saúde. aquelas relacionadas à promoção da saúde, à prevenção de incapa-
Essa capacitação será promovida pelos Centros Colaborado- cidades e à manutenção da capacidade funcional do idoso depen-
dente e do seu cuidador, evitando-se, assim, na medida do possí-
res de Geriatria e Gerontologia, os quais terão a função específi-
vel, hospitalizações, asilamentos e outras formas de segregação e
ca de capacitar os profissionais para prestar a devida cooperação
isolamento.
técnica demandada pelas demais esferas de gestão, no sentido de Dessa parceria, deverão resultar formas mais efetivas e efi-
uniformizar conceitos e procedimentos que se tornarão indispen- cazes de manutenção e de recuperação da capacidade funcional,
sáveis para a efetivação desta Política Nacional de Saúde do Idoso, assim como a participação mais adequada das pessoas envolvidas
bem como para o seu processo contínuo de avaliação e acompa- com alguém em processo de envelhecimento com dependência.
nhamento. O estabelecimento dessa ação integrada será realizado por meio

Didatismo e Conhecimento 105


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
de orientações a serem prestadas pelos profissionais de saúde, do Considerando, por outro lado, as diretrizes aqui definidas para
intercâmbio de informações claras e precisas sobre diagnósticos e a consecução do propósito fixado, cuja observância implica o de-
tratamentos, bem como relatos de experiências entre pessoas que senvolvimento de um amplo conjunto de ações, entre as quais fi-
estão exercitando o papel de cuidar de idoso dependente. gurarão aquelas compreendidas no processo de promoção da saúde
e que, por isso mesmo, irão requerer o compartilhamento de res-
Apoio a Estudos e Pesquisas ponsabilidades específicas tanto no âmbito interno do setor saúde,
Esse apoio deverá ser levado a efeito pelos Centros Colabo- quanto no contexto de outros setores.
radores de Geriatria e Gerontologia, resguardadas, nas áreas de Nesse sentido, os gestores do SUS deverão estabelecer, em
conhecimento de suas especialidades, as particularidades de cada suas respectivas áreas de abrangência, processos de articulação
um. permanente, visando o estabelecimento de parcerias e a integra-
Esses Centros deverão se equipar, com o apoio financeiro das ção institucional que viabilizem a consolidação de compromissos
agências de ciência e tecnologia regionais e ou federais, para or- multilaterais efetivos. Será buscado, igualmente, a participação de
ganizar o seu corpo de pesquisadores e atuar em uma ou mais de diferentes segmentos da sociedade, que estejam direta ou indireta-
uma linha de pesquisa. Tais grupos incumbir-se-ão de gerar infor- mente relacionadas com a presente Política.
mações com o intuito de subsidiar as ações de saúde dirigidas à
população de mais de 60 anos de idade, em conformidade com esta
Articulação Intersetorial
Política. Caberá ao Ministério da Saúde e ao Ministério Ciência
Tecnologia, em especial, o papel de articuladores, com vistas a No âmbito federal, o Ministério da Saúde buscará estabelecer,
garantir a efetividade de ações programadas de estudos e pesquisas em especial, articulação com as instâncias a seguir apresentadas,
desta Política Nacional de Saúde do Idoso. para as quais estão identificadas as medidas essenciais, segundo as
As linhas de pesquisa deverão concentrar-se em quatro gran- suas respectivas competências.
des tópicos de produção de conhecimentos sobre o envelhecimen-
to no Brasil, contemplando as particularidades de gênero e extratos Ministério da Educação
sociais nas zonas urbanas e rurais.
O primeiro tópico refere-se a estudos de perfil do idoso, nas A parceria com esse Ministério buscará, sobretudo:
diferentes regiões do País, e prevalência de problemas de saúde, • a difusão, junto às instituições de ensino e seus alunos, de
incluindo dados sociais, nas formas de assistência e seguridade, informações relacionadas à promoção da saúde dos idosos e à pre-
situação financeira e apoios formais e informais. Nesse contexto, venção ou recuperação de suas incapacidades;
será estimulada a sistematização das informações produzidas pelos • a adequação de currículos, metodologias e material didático
Centros Colaboradores de Geriatria e Gerontologia, em articula- de formação de profissionais na área da saúde, visando o atendi-
ção com os dados das agências governamentais, particularmente mento das diretrizes fixadas nesta Política;
aquelas que lidam com estudos demográficos e populacionais. • o incentivo à criação de Centros Colaboradores de Geriatria
No segundo tópico, deverão estar concentrados estudos vi- e Gerontologia nas instituições de ensino superior, que deverão
sando a avaliação da capacidade funcional; prevenção de doenças, atuar de forma integrada com o SUS e os órgãos estaduais e mu-
vacinações; estudos de seguimento; e desenvolvimento de instru- nicipais de assistência social, mediante o estabelecimento de refe-
mentos de rastreamento. rência e contra referência de ações e serviços para o atendimento
O terceiro tópico diz respeito aos estudos de modelos de cui- integral dos idosos e a capacitação de equipes multiprofissionais e
dado, na assessoria para a implementação e no acompanhamento e interdisciplinares, visando a qualificação contínua do pessoal de
na avaliação das intervenções. saúde nas áreas de gerência, planejamento, pesquisa e assistência
O quarto tópico concentrar-se-á em estudos sobre a hospita- ao idoso;
lização e alternativas de assistência hospitalar, com vistas à maior • o estímulo e apoio à realização de estudos que contemplem
eficiência e à redução dos custos no ambiente hospitalar. Para tal, as quatro linhas de pesquisa definidas como prioritárias por esta
a padronização de protocolos para procedimentos clínicos, exames Política, visando o desenvolvimento de um sistema de informa-
complementares mais sofisticados e medicamentos deverão cons- ção sobre esta população, que subsidie o planejamento, execução
tituir pontos prioritários. e avaliação das ações de promoção, proteção, recuperação e rea-
Comporão, ainda, esse último tópico estudos sobre orientação bilitação;
e cuidados aos idosos, alta hospitalar e diferentes alternativas de • a discussão e a readequação de currículos e programas de
assistência – como assistência domiciliar, centro-dia, já utilizados ensino nas instituições de ensino superior abertas para a terceira
em outros países –, bem como investigações acerca de formas de idade, consoantes às diretrizes fixadas nesta Política.
articulação de informações básicas em geriatria e gerontologia
para os profissionais de todas as especialidades. Ministério da Previdência e Assistência Social

Responsabilidades Institucionais A parceria buscará principalmente:


Caberá aos gestores do SUS, de forma articulada e na confor- • a realização de estudos e pesquisas epidemiológicas, junto
midade de suas atribuições comuns e específicas, prover os meios aos seus segurados, relativos às doenças e agravos mais prevalen-
e atuar de modo a viabilizar o alcance do propósito desta Política tes nesta faixa etária, sobretudo quanto aos seus impactos no indi-
Nacional de Saúde do Idoso, que é a promoção do envelhecimento víduo, na família, na sociedade, na previdência social e no setor
saudável, a manutenção e a melhoria, ao máximo, da capacidade saúde;
funcional dos idosos, a prevenção de doenças, a recuperação da • a elaboração de programa de trabalho conjunto direcionado
saúde dos que adoecem e a reabilitação daqueles que venham a ter aos idosos segurados, consoante às diretrizes fixadas nesta Políti-
a sua capacidade funcional restringida. ca.

Didatismo e Conhecimento 106


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
• Secretaria de Estado da Assistência Social Ministério da Justiça
• A parceria com essa Secretaria terá por finalidade principal- Com esse Ministério, a parceria terá por finalidade a promo-
mente: ção e a defesa dos direitos da pessoa idosa, no tocante às questões
• a difusão, junto aos seus serviços e àqueles sob a sua super- de saúde, mediante o acompanhamento da aplicação das disposi-
visão, de informações relativas à preservação da saúde e à preven- ções contidas na Lei N.º 8.842/94 e seu regulamento (Decreto N.º
ção ou recuperação de incapacidades; 1.948/96).
• a adequação, na conformidade das diretrizes aqui estabele-
cidas, de seus cursos de treinamento ou capacitação de profissio- Ministério do Esporte e Turismo
nais que atuam nas unidades próprias, conveniadas ou sob a sua Essa parceria buscará, em especial, a elaboração, a implemen-
supervisão; tação e o acompanhamento de programas esportivos e de exercí-
• a promoção da formação e o acompanhamento de grupos de cios físicos destinados às pessoas idosas, bem como de turismo
autoajuda aos idosos, referentes às doenças e agravos mais comuns que propiciem a saúde física e mental deste grupo populacional.
nesta faixa etária;
• o apoio à criação de Centros Colaboradores de Geriatria e
Ministério da Ciência e Tecnologia
Gerontologia nas instituições de ensino superior, que devem atuar
Buscar-se-á, por intermédio do Conselho Nacional de Desen-
de forma integrada com o SUS e os órgãos estaduais e municipal
de assistência social, mediante o estabelecimento de referência e volvimento Científico e Tecnológico – CNPq –, o fomento à pes-
contra referência de ações e serviços para o atendimento integral quisa na área de geriatria e gerontologia contemplando, preferen-
de idosos e o treinamento de equipes multiprofissionais e interdis- cialmente, as linhas de estudo definidas nesta Política.
ciplinares, visando a capacitação contínua do pessoal de saúde nas
áreas de gerência, planejamento, pesquisa e assistência ao idoso; Responsabilidades do Gestor Federal – Ministério da Saú-
• o apoio à realização de estudos epidemiológicos para detec- de
ção dos agravos à saúde da população idosa, visando o desenvol- • Implementar, acompanhar e avaliar a operacionalização des-
vimento de sistema de informação sobre esta população, destinado ta Política Nacional de Saúde do Idoso, bem como os planos, pro-
a subsidiar o planejamento, a execução e a avaliação das ações de gramas, projetos e atividades dela decorrentes.
promoção, proteção, recuperação e reabilitação; • Promover a revisão e o aprimoramento das normas de funcio-
• a promoção da observância das normas relativas à criação e namento de instituições geriátricas e similares (Portaria 810/89).
ao funcionamento de instituições gerontológicas e similares, nas • Elaborar e acompanhar o cumprimento de normas relativas
unidades próprias e naquelas sob a sua supervisão. aos serviços geriátricos hospitalares.
• Designar e apoiar os Centros Colaboradores de Geriatria e
Ministério do Trabalho e Emprego Gerontologia, preferencialmente localizados em instituições de
• Com esse Ministério, a parceria a ser estabelecida visará, ensino superior envolvidos na capacitação de recursos humanos
em especial: em saúde do idoso e ou na produção de material científico, bem
• a elaboração e a implementação de programas de preparo como em pesquisa nas áreas prioritárias do envelhecimento e da
para futuros aposentados nos setores públicos e privados; atenção a este grupo populacional.
• a melhoria das condições de emprego do idoso, compreen- • Apoiar estudos e pesquisas definidos como prioritários nesta
dendo: a eliminação das discriminações no mercado de trabalho e Política visando a ampliar o conhecimento sobre o idoso e a subsi-
a criação de condições que permitam a inserção do idoso na vida diar o desenvolvimento das ações decorrentes desta Política.
socioeconômica das comunidades. • Promover a cooperação das Secretarias Estaduais e Muni-
cipais de Saúde com os Centros Colaboradores de Geriatria e Ge-
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano rontologia com vistas à capacitação de equipes multiprofissionais
e interdisciplinares.
Será estabelecida a parceria com essa Secretaria visando, • Promover a inclusão da geriatria como especialidade clínica,
entre outras: para efeito de concursos públicos.
• a melhoria de condições de habitação e moradia, além da • Criar mecanismos que vinculem a transferência de recursos
diminuição das barreiras arquitetônicas e urbanas que dificultam às instâncias estadual e municipal ao desenvolvimento de um mo-
ou impedem a manutenção e apoio à independência funcional do delo adequado de atenção à saúde do idoso.
idoso; • Estimular e apoiar a realização de pesquisas consideradas
• a promoção de ações educativas dirigidas aos agentes execu- estratégicas no contexto desta Política.
tores e beneficiários de programas habitacionais quanto aos riscos • Promover a disseminação de informações técnico-científicas
ambientais à capacidade funcional dos idosos. e de experiências exitosas referentes à saúde do idoso.
• o estabelecimento de previsão e a instalação de equipamen- • Promover a capacitação de recursos humanos para a imple-
tos comunitários públicos voltados ao atendimento da população mentação desta Política.
idosa previamente identificada, residentes na área de abrangência • Promover a adoção de práticas, estilos e hábitos de vida sau-
dos empreendimentos habitacionais respectivos; dáveis, por parte dos idosos, mediante a mobilização de diferentes
• a promoção de ações na área de transportes urbanos que per- segmentos da sociedade e por intermédio de campanhas publicitá-
mitam e ou facilitem o deslocamento do cidadão idoso, sobretudo rias e de processos educativos permanentes.
aquele que já apresenta dificuldades de locomoção, tais como ele- • Apoiar estados e municípios, a partir da análise de tendên-
vatórias para acesso aos ônibus na porta de hospitais, rampas nas cias, no desencadeamento de medidas visando a eliminação ou o
calçadas, bancos mais altos nas paradas de ônibus. controle de fatores de risco detectados.

Didatismo e Conhecimento 107


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
• Promover o fornecimento de medicamentos, órteses e próte- • Promover as medidas necessárias para integrar a programa-
ses necessários à recuperação e à reabilitação do idoso. ção municipal à adotada pelo Estado, submetendo-as à Comissão
• Estimular a participação do idoso nas diversas instâncias de Intergestores Bipartite.
controle social do SUS. • Promover articulação necessária com as demais instâncias
• Estimular a formação de grupos de autoajuda e de convivên- do SUS visando o treinamento e a capacitação de recursos huma-
cia, de forma integrada com outras instituições que atuam nesse nos para operacionalizar, de forma produtiva e eficaz, o elenco de
contexto. atividades específicas na área de saúde do idoso.
• Estimular a criação, na rede de serviços do SUS, de unidades • Manter o provimento do Sistema Nacional de Informação
de cuidados diurnos – hospital ldia, centro-dia – de atendimento em Saúde com dados e análises relacionadas à situação de saúde e
domiciliar, bem como de outros serviços alternativos para o idoso. às ações dirigidas aos idosos.
• Promover a difusão de conhecimentos e recomendações so-
Responsabilidades do Gestor Estadual – Secretaria Esta- bre práticas, hábitos e estilos de vida saudáveis, junto à população
dual de Saúde de idosos, valendo-se, inclusive, da mobilização da a comunidade.
• Elaborar, coordenar e executar a política estadual de saúde • Criar e estimular a criação, na rede de serviços do SUS, de
do idoso, consoante a esta Política Nacional. unidades de cuidados diurnos – hospital-dia, centro-dia – de aten-
• Promover a elaboração e ou adequação dos planos, progra-
dimento domiciliar.
mas, projetos e atividades decorrentes desta Política.
• Estimular e apoiar a formação de grupos de autoajuda e de
• Promover processo de articulação entre os diferentes seto-
convivência, de forma integrada com outras instituições que atuam
res no Estado, visando a implementação da respectiva política de
saúde do idoso. nesse contexto.
• Acompanhar o cumprimento de normas de funcionamento • Realizar articulação com outros setores visando a promoção
de instituições geriátricas e similares, bem como de serviços hos- a qualidade de vida dos idosos.
pitalares geriátricos. • Promover o acesso a medicamentos, órteses e próteses ne-
• Estabelecer cooperação com os Centros Colaboradores de cessários à recuperação e à reabilitação do idoso.
Geriatria e Gerontologia com vistas ao treinamento de equipes • Aplicar, acompanhar e avaliar o cumprimento de normas de
multiprofissionais e interdisciplinares, e promover esta coopera- funcionamento de instituições geriátricas e similares, bem como
ção com as Secretarias Municipais de Saúde, de modo a capacitar de serviços geriátricos da rede local.
recursos humanos necessários à consecução da política estadual • Estimular e viabilizar a participação social de idosos nas di-
de saúde do idoso. versas instâncias.
• Promover a capacitação de recursos humanos necessários à Acompanhamento e Avaliação
consecução da política estadual de saúde do idoso. A operacionalização desta Política compreenderá a sistemati-
• Adequar os serviços de saúde com a finalidade do atendi- zação de processo contínuo de acompanhamento e avaliação, que
mento às necessidades específicas da população idosa. permita verificar o alcance de seu propósito – e, consequentemen-
• Prestar cooperação técnica aos municípios na implementa- te, o seu impacto sobre a saúde dos idosos –, bem como proceder a
ção das ações decorrentes. eventuais adequações que se fizerem necessárias.
• Apoiar propostas de estudos e pesquisas estrategicamente Esse processo exigirá a definição de critérios, parâmetros, in-
importantes para a implementação, avaliação ou reorientação das dicadores e metodologia específicos, capazes de evidenciar, tam-
questões relativas à saúde do idoso. bém, a repercussão das medidas levadas a efeito por outros seto-
• Promover a adoção de práticas e hábitos saudáveis, por parte res, que resultaram da ação articulada preconizada nesta Política e
dos idosos, mediante a mobilização de diferentes segmentos da
que estão explicitadas no capítulo anterior deste documento, bem
sociedade e por intermédio de campanhas de comunicação.
• Promover o fornecimento de medicamentos, próteses e órte- como a observância dos compromissos internacionais assumidos
ses necessários à recuperação e à reabilitação de idosos. pelo País em relação à atenção aos idosos.
• Estimular e viabilizar a participação de idosos nas instâncias É importante considerar que o processo de acompanhamento
de participação social. e avaliação referido será apoiado, sobretudo para a aferição
• Estimular a formação de grupos de autoajuda e de convivên- de resultados no âmbito interno do setor, pelas informações
cia, de forma integrada com outras instituições que atuam nesse produzidas pelos diferentes planos, programas, projetos, ações e
contexto. ou atividades decorrentes desta Política Nacional.
• Criar e estimular a criação, na rede de serviços do SUS, de Além da avaliação nos contextos anteriormente identificados,
unidades de cuidados diurnos – hospital-dia, centro-dia – de aten- voltados principalmente para a verificação do impacto das medi-
dimento domiciliar, bem como de outros serviços alternativos para das sobre a saúde dos idosos, buscar-se-á investigar a repercussão
o idoso. desta Política na qualidade de vida deste segmento populacional.
• Prover o Sistema Nacional de Informação em Saúde com Nesse particular, buscar-se-á igualmente conhecer em que me-
dados respectivos e análises relacionadas à situação de saúde e às dida a Política Nacional de Saúde do Idoso tem contribuído para a
ações dirigidas aos idosos. concretização dos princípios e diretrizes do SUS, na conformidade
do Art. 7º, da Lei N.º 8.080/90, entre os quais, destacam-se aque-
Responsabilidades do Gestor Municipal – Secretaria Mu- les relativos à integralidade da atenção, à preservação da autono-
nicipal de Saúde ou organismos correspondentes. mia das pessoas e ao uso da epidemiologia no estabelecimento de
• Coordenar e executar as ações decorrentes das Políticas Na-
prioridades (respectivamente incisos II, III e VII). Paralelamente,
cional e Estadual, em seu respectivo âmbito, definindo componen-
deverá ser observado, ainda, se:
tes específicos que devem ser implementados pelo município.

Didatismo e Conhecimento 108


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
• potencial dos serviços de saúde e as possibilidades de uti- Demência: conceitua-se demência como uma síndrome pro-
lização pelo usuário estão sendo devidamente divulgados junto à gressiva e irreversível, composta de múltiplas perdas cognitivas
população de idosos; adquiridas, que ocorrem na ausência de um estado de confusão
• os planos, programas, projetos e atividades que operaciona- mental aguda (ou seja, de uma desorganização súbita do pensa-
lizam esta Política estão sendo desenvolvidos de forma descen- mento). As funções cognitivas que podem ser afetadas pela de-
tralizada, considerando a direção única em cada esfera de gestão; mência incluem a memória, a orientação, a linguagem, a práxis, a
• a participação dos idosos nas diferentes instâncias do SUS agnosia, as construções, a prosódia e o controle executivo.
está sendo incentivada e facilitada. Envelhecimento: a maioria dos autores o conceituam como
“uma etapa da vida em que há um comprometimento da homeos-
Terminologia tase, isto é, o equilíbrio do meio interno, o que fragilizaria o in-
Ação terapêutica: processo de tratamento de um agravo à divíduo, causando uma progressiva vulnerabilidade do indivíduo
saúde por intermédio de medidas farmacológicas e não farmacoló- perante a uma sobrecarga fisiológica”.
Envelhecimento saudável: é o processo de envelhecimento
gicas, tais como: mudanças no estilo de vida, abandono de hábitos
com preservação da capacidade funcional, autonomia e qualidade
nocivos, psicoterapia, entre outros.
de vida.
AIH (Autorização de Internação Hospitalar): documento de
Geriatria: é o ramo da ciência médica voltado à promoção da
autorização e fatura de serviços hospitalares do SUS, que engloba
saúde e o tratamento de doenças e incapacidades na velhice.
o conjunto de procedimentos realizados em regime de internação.
Gerontologia: área do conhecimento científico voltado para o
Assistência domiciliar: essa assistência engloba a visitação
estudo do envelhecimento em sua perspectiva mais ampla, em que
domiciliar e cuidados domiciliares que vão desde o fornecimento
são levados em conta não somente os aspectos clínicos e biológi-
de equipamentos, até ações terapêuticas mais complexas. cos, mas também as condições psicológicas, sociais, econômicas
Atividades de vida diária (AVDs): termo utilizado para e históricas.
descrever os cuidados essenciais e elementares à manutenção do Dependência: é a condição que requer o auxílio de pessoas
bem-estar do indivíduo, que compreende aspectos pessoais como: para a realização de atividades do dia a dia Centros de convivência:
banho, vestimenta, higiene e alimentação, e aspectos instrumentais locais destinados à permanência do idoso, em um ou dois turnos,
como: realização de compras e cuidados com finanças. onde são desenvolvidas atividades físicas, laborativas, recreativas,
Autodeterminação: capacidade do indivíduo poder exercer culturais, associativas e de educação para a cidadania.
sua autonomia. Habilidade física: refere-se à aptidão ou capacidade para rea-
Autonomia: é o exercício da autodeterminação; indivíduo lizar algo que exija uma resposta motora, tal como caminhar, fazer
autônomo é aquele que mantém o poder decisório e o controle um trabalho manual, entre outros.
sobre sua vida. Hospital-dia geriátrico: refere-se ao ambiente hospitalar, no
Capacidade funcional: capacidade de o indivíduo manter as qual atua equipe multiprofissional e interdisciplinar, destinado a
habilidades físicas e mentais necessárias para uma vida indepen- pacientes que dele necessitam em regime de um ou dois turnos,
dente e autônoma; a avaliação do grau de capacidade funcional é para complementar tratamentos e promover reabilitação.
feita mediante o uso de instrumentos multidimensionais. Idoso: a Organização das Nações Unidas, desde 1982 consi-
Centros Colaboradores de Geriatria e Gerontologia: cen- dera idoso o indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos; o
tros localizados de preferência em instituições de ensino superior, Brasil, na Lei Nº 8.842/94, adota essa mesma faixa etária (Art. 2º
que colaboram com o setor saúde, fundamentalmente na capaci- do capítulo I).
tação de recursos humanos em saúde do idoso e ou na produção Incapacidade: quantificação da deficiência; refere-se à falta
de material científico para tal finalidade, bem como em pesquisas de capacidade para realizar determinada função na extensão, am-
nas áreas prioritárias do envelhecimento e da atenção a este grupo plitude e intensidade consideradas normais; em gerontologia, diz
populacional. respeito à incapacidade funcional, isto é, à perda da capacidade de
Centro-dia: ambiente destinado ao idoso, que tem como ca- realizar pelo menos um ou mais de um ato de vida diária.
racterística básica o incentivo à socialização e o desenvolvimento Incontinência urinária: refere-se à perda involuntária de uri-
na.
de ações de promoção e proteção da saúde.
Iatrogenia: qualquer agravo à saúde, causado por uma inter-
Cuidador: é a pessoa, membro ou não da família, que, com
venção médica Psicoterapia: terapêutica que, por métodos psico-
ou sem remuneração, cuida do idoso doente ou dependente no
lógicos, busca a restauração do equilíbrio emocional do indivíduo.
exercício das suas atividades diárias, tais como alimentação, hi- Reabilitação física: conjunto de procedimentos terapêuti-
giene pessoal, medicação de rotina, acompanhamento aos serviços cos físicos que visam adaptar ou compensar deficiências motoras
de saúde ou outros serviços requeridos no cotidiano – por exem- (quando aplicadas a limitações insipientes pode ser considerada
plo, ida a bancos ou farmácias –, excluídas as técnicas ou proce- reabilitação precoce ou “preventiva”).
dimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas, Rastreamento: um protocolo de aplicação rápida e sistemá-
particularmente na área da enfermagem. tica para detecção de problemas de saúde em uma determinada
Deficiência: expressão de um processo patológico, na forma população.
de uma alteração de função de sistemas, órgãos e membros do cor- Síndrome: conjunto de sinais e sintomas comuns a diversas
po, que podem ou não gerar uma incapacidade. enfermidades.

Didatismo e Conhecimento 109


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Saúde do Adolescente De um lado, encontra-se no campo e nas periferias dos gran-
A adolescência é uma etapa evolutiva peculiar ao ser humano. des centros urbanos, grande número de adolescentes que nem sem-
Não pode ser considerada meramente uma etapa da transição entre pre recebem orientação da família, nem formação escolar, o que
a infância e a idade adulta, pois é nesta fase que culmina todo o os leva, por necessidade de sobrevivência, a se transformar num
processo da maturação biopsicossocial do indivíduo. trabalhador aos 10 anos de idade ou num infrator ainda mais cedo,
Não se pode estudar separadamente os aspectos biológicos, amadurecendo, por força da vida, com riscos graves no desvio da
psicológicos, sociais ou culturais do adolescente. Eles são indisso- normalidade em seu desenvolvimento psicossocial. Por outro lado,
ciáveis, e é o conjunto de características que dá unidade ao fenô- nas classes sociais altas, pode-se observar o prolongamento da
meno da adolescência. adolescência, por dependência econômica dos pais, naqueles que
Sob a ótica das modificações biológicas corporais da adoles- estendem seus estudos universitários para cursos de especialização
cência, podemos dizer que elas envolvem, aproximadamente, to- ou pós-graduação, por superproteção e excesso de suas necessida-
dos os órgãos e estruturas do corpo e que não se iniciam na mesma des satisfeitas.
época, nem têm a mesma duração em todos os indivíduos. Essas Como os fenômenos biológicos são mais fáceis de precisar e
manifestações são decorrentes da ação hormonal do eixo neuro- avaliar, inclusive quantitativamente, o acompanhamento do cres-
-hipofisário e constituem a chamada puberdade. cimento e desenvolvimento foi escolhido como a ação básica do
As principais características da puberdade são o estirão de atendimento à saúde do adolescente, entre as diversas ações prio-
crescimento, o desenvolvimento das gônadas, o surgimento dos ritárias do Programa Saúde do Adolescente (PROSAD), permean-
caracteres sexuais secundários, mudanças na composição corporal do e articulando as demais ações. Como ação básica entendemos
(principalmente na quantidade e distribuição de gorduras em asso- aquela que, por suas características gerais, permite na porta de en-
ciação com o crescimento do esqueleto e músculos) e desenvolvi- trada do sistema de saúde (nível primário), uma visão global de
assistência integral ao indivíduo, qualquer que seja o motivo que o
mento dos sistemas respiratório e circulatório.
trouxe ao serviço de saúde.
Considera-se a puberdade pois, como um componente da ado-
Através do acompanhamento do crescimento e desenvolvi-
lescência quando ocorrem as modificações biológicas decorrentes
mento teremos uma visão global da saúde do adolescente e, in-
de ação hormonal, enquanto que a adolescência é um processo de
clusive, das transformações psicossociais pelas quais o indivíduo
maior duração que engloba os fenômenos físicos da puberdade e passa e na percepção e aceitação dessas transformações.
as transformações psicossociais por que passa o indivíduo no auge A seleção de indicadores para avaliação do crescimento, no
do seu processo maturativo. nível primário deve levar em consideração: sensibilidade, especifi-
A puberdade é um fenômeno universal e, em condições de cidade, aceitabilidade e factibilidade.
normalidade, tem seus limites (início e fim) estabelecidos, dentro A altura/idade preenche bem estes critérios. O peso/idade, em-
de uma margem de variação em função de fatores internos e exter- bora seja muito sensível a pequenas variações em curto intervalo
nos inerentes a cada indivíduo. de tempo, sofre a influência da estatura e, por isto, seu uso não é
A adolescência, embora seja um fenômeno universal, tem recomendável como indicador para avaliar crescimento e estado
características que variam conforme o ambiente sócio-cultural do nutricional em populações onde a baixa estatura tem alta preva-
indivíduo e é difícil de precisar os seus limites (início e fim). Nem lência. O mesmo acontece com peso/altura que, embora seja um
sempre o início da puberdade coincide com o da adolescência. Ela indicador que sofre pouca influência da idade em menores de 5
pode suceder ou preceder as transformações psicossociais. anos, não é independente da idade para maiores de 5 anos.
A puberdade está concluída com o fim do crescimento esque- O Ministério da Saúde, através do INAN, está testando na
lético, que coincide com a soldadura das cartilagens de conjugação amostragem da Pesquisa Nacional de Nutrição e Saúde (PNSN/
dos ossos longos, e com o amadurecimento gonadal, que permite a INAN/1989) da população de 10-20 anos, vários indicadores, para
plena execução da função reprodutora. selecionar aquele que sofre menos a influência da idade e que, jun-
to com o indicador altura/idade, possa ser utilizado para avaliar
O término da adolescência é mais difícil de determinar e sofre
crescimento e nutrição (desnutrição e obesidade), nesta faixa etá-
a influência dos fatores sócio-culturais mas, em linhas gerais, pode ria. Posteriormente, definirá este indicador para.normatizar a ava-
ser caracterizado como o atendimento das seguintes condições: liação do estado nutricional do adolescente brasileiro.
1. Estabelecimento de uma identidade sexual e possibilidade
de estabelecer relações afetivas estáveis; NORMAS GERAIS
2. Capacidade de assumir compromissos profissionais e de Para um atendimento adequado do crescimento e desenvol-
manter-se; vimento do adolescente no nível primário, os serviços de saúde
3. Aquisição de um sistema de valores pessoais; deverão desenvolver:
4. Relações de reciprocidade com a geração precedente, prin- Sistema eficiente de captação da população adolescente sob a
cipalmente com os pais e demais membros da família e com a so- responsabilidade do serviço, distrito de saúde ou município.
ciedade. Conjunto de fichas e/ou prontuário para o acompanhamento
Finalmente, não se deve esquecer que, em grande parte das do adolescente.
sociedades, os adolescentes constituem um dos grupos mais sen- Calendário mínimo de atendimento para o acompanhamento
do CD semestralmente, para o adolescente considerado com CD
síveis a um grande número dos mais graves problemas mundiais
normal.
da atualidade: fome, miséria, desnutrição, doenças, analfabetismo,
Conteúdo pré-estabelecido das atividades a serem desenvol-
violência, abandono, prostituição, drogas, desintegração familiar e vidas no atendimento de rotina ao adolescente e, em especial, no
social, entre outros. seu CD.

Didatismo e Conhecimento 110


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Captação da Clientela Embora a antropometria seja uma técnica relativamente sim-
Estabelecer uma eficiente comunicação com os serviços, den- ples, principalmente quando aplicada a essa faixa etária, ela exige
tro da mesma unidade de saúde, no sentido de captar o adolescente um bom treinamento por quem a pratica, um procedimento padro-
que procure o serviço por qualquer razão. nizado e um controle de qualidade periódico.
Estabelecer uma eficiente comunicação com demais serviços Maturação sexual: a avaliação será feita pelos seguintes in-
de atendimento ao adolescente (nas diversas áreas de saúde, edu- dicadores: nos meninos: tamanho dos testículos medido com or-
cação, assistência social, etc...), dentro do distrito de saúde e/ou quidômetro, tamanho do pênis e grau de aparecimento de pêlos
município. pubianos.
Informar e orientar a comunidade sobre a importância do nas meninas: desenvolvimento das mamas, grau de apareci-
acompanhamento do CD do adolescente, utilizando os meios de mento de pêlos pubianos e idade da menarca. O surgimento do
comunicação disponíveis nas unidades de saúde, na comunidade e broto mamário poderá não ser simultâneo, devendo porém estar
em órgãos públicos e privados. presente bilateralmente até 6 meses após o aparecimento do 1°
Inscrição na Unidade de Saúde broto.
Deverá constar de: Diagrama ilustrando os diferentes estágios da maturação se-
Registro na unidade xual e aparecimento dos caracteres sexuais secundários, para cada
Abertura de um prontuário para anotação dos dados das con- sexo, além da idade da menarca para o sexo feminino.
sultas. Padrão de referência - Tanner
Preenchimento do cartão individual do adolescente. Procedimento: examinar o adolescente e comparar o estágio
de sua maturação sexual com diferentes desenhos do diagrama,
ROTINA DE ATENDIMENTO AO ADOLESCENTE segundo o padrão de referência adotado.
Em cada atendimento ao adolescente deverão ser realizadas as
Observação: para o sexo masculino, o diagrama do desenvol-
seguintes atividades:
vimento dos genitais e do surgimento dos pêlos pubianos está se-
Tomada de peso e estatura e anotação dos valores no pron-
parado, uma vez que o mesmo adolescente poderá apresentar, num
tuário.
determinado momento, estágios diferentes no amadurecimento
Registro nos gráficos de crescimento (P/A e A/I), constante no
dos genitais e aparecimento de pêlos pubianos.
prontuário e no cartão individual. Registro: os resultados devem ser anotados na ficha de avalia-
Avaliação do crescimento através da interpretação dos gráfi- ção da maturação sexual, onde será colocada a data do exame no
cos, associada à história clínica com a maturação sexual. estágio correspondente à maturação encontrada.
Avaliação da maturação sexual Procedimentos
Conduta: registro das condutas adotadas em cada consulta, Os procedimentos efetuados deverão sempre levar em consi-
incluindo as orientações de educação para saúde e as indicações deração os dados da história clínica, exame físico, os achados das
de referência para serviços de maior complexidade, quando for o tomadas de altura/idade e a existência ou não do início da matura-
caso. ção gonadal e seu estágio.
Agendamento das consultas subseqüentes. Lembrar que, por questões didáticas, as condutas clínicas no
Estas atividades deverão ser desempenhadas por profissional acompanhamento do crescimento estatural e da maturação sexual
capacitado para atendimento ao adolescente. De acordo com a dis- estão esquematizadas em separado. Entretanto, é fundamental
ponibilidade e o nível de complexidade do serviço de saúde, deve- quando se faz a avaliação do crescimento e desenvolvimento de
um adolescente, que esses dois aspectos sejam considerados em
rão ser realizadas por equipes multidisciplinares.
conjunto, pois fazem parte de um mesmo processo biológico, soma
das informações da história e do exame físico.
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVI- A baixa estatura, aqui considerada curva abaixo do p3, é um
MENTO achado freqüente em nosso meio em conseqüência de efeitos am-
Crescimento Estatural - A avaliação será feita a partir do indi- bientais adversos ao crescimento (infecções, saneamento básico
cador altura para idade (A/I): deficiente, alimentação inadequada, baixa renda, entre outros) a
Em cada sexo a altura para idade é usada tomando-se como que está submetida grande parcela da nossa população desde a
referência os gráficos de crescimento linear do padrão do NCHS. vida intra-uterina até a idade adulta, incluindo a adolescência.
O gráfico conterá 5 linhas correspondentes a: Portanto, antes de referir para investigação um adolescente
com baixa estatura, analisar, com detalhe, ou através da história
percentil 97 - linha superior clínica, a possibilidade de um passado ou presença de desnutrição,
percentil 90 - linha entre a média e a superior infecções e história familiar de baixa estatura. Nesses casos, o rit-
percentil 50 - linha média mo do crescimento é constante, seguindo uma linha paralela, mar-
percentil 10 - linha entre a média e a inferior geando o percentil 3. Este adolescente poderá ser acompanhado
percentil 03 - linha inferior no nível primário, devendo receber tratamento das intercorrências
O gráfico de altura estará impresso no cartão do adolescente e diagnosticadas.
no prontuário do serviço de saúde As crianças cujas alturas se situem entre os percentis 10 e 3
Na interpretação do gráfico deve-se considerar: devem ser consideradas de risco, sobretudo se vêm apresentando
uma desaceleração progressiva do seu ritmo de crescimento (cur-
A posição dos valores de altura no respectivo gráfico em rela-
va descendente ou horizontalizada). Portanto, necessitam serem
ção às curvas (percentuais). vistas em intervalos de tempo mais curtos e exploradas as causas
A inclinação do traçado construído por, pelo menos, duas to- mais freqüentes em nosso meio, responsáveis pela desaceleração
madas sucessivas em determinado intervalo de tempo (6 meses). do ritmo de crescimento.

Didatismo e Conhecimento 111


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Ao contrário, os adolescentes que apresentarem altura para Nesse contexto é oportuna a apropriação para a bioética da
idade acima do percentil 97, ou aceleração do ritmo do crescimen- Teoria do Cuidado. Cuidar é mais que um ato é uma atitude, que
to sem que seja atribuída ao pico normal de crescimento puberal, vai além de um momento de atenção, de zelo e de desvelo.
devem ser referidos imediatamente para nível de maior complexi- Muito se tem discutido sobre essa disciplina que surgiu em um
dade, uma vez que será necessária uma investigação clínico-labo- passado recente, a bioética, a qual é influenciada pelos aspectos
ratorial precoce e cuidadosa. temporais e culturais, e que nos leva a refletir que ser ético não
Em relação à maturação sexual, o achado de desvio da norma- decorre apenas em seguir o código de ética de cada profissão. E,
lidade mais freqüente em nosso meio é a puberdade tardia (ausên- não podemos esquecer que as leis são mutáveis - com o passar do
cia dos caracteres sexuais secundários no sexo feminino com mais tempo devem ser modificadas.
de 13 anos e no masculino com mais de 14 anos) acompanhada, A formação ética do profissional de saúde se dá com o
freqüentemente, de baixa estatura. Aí, estão incluídas a baixa esta- aprendizado direto, por meio do ensino dialético, e o ensino
tura constitucional com puberdade retardada e causas ambientais indireto, no qual as atitudes, valores e comportamentos são
decorrentes de desnutrição e infecções. Em geral, a história clínica adquiridos na vivência com os instrutores, pacientes e membros
tem relatos de baixa estatura e puberdade retardada em familiares; da equipe.
o passado e/ou presença de desnutrição e infecções crônicas, au- A faculdade, porém, pode ser identificada como a única
xiliam no esclarecimento diagnóstico. Esses adolescentes devem instância para a formação profissional. É preciso considerar o
ser acompanhados em nível primário, com especial atenção para
contexto social no qual o indivíduo está inserido, além de sua
as intercorrências, e orientação alimentar em casos de déficit pon-
deral. É importante realizar consultas a cada trimestre, ou antes, formação anterior, que constituirão o alicerce sobre o qual se dará
se necessário, quando será observado o ritmo de crescimento. Os a formação profissional.
casos de puberdade precoce (presença dos caracteres sexuais an- As escolas de saúde deveriam criar espaços para a discussão de
tes dos 9 anos) devem ser referidos imediatamente aos serviços problemas éticos, desenvolvendo assim, a capacidade dos alunos
de maior complexidade para exames complementares e esclareci- em lidar com problemas do campo da moral, que serão constantes
mento diagnóstico. em sua prática profissional.
Como a imagem corporal é um aspecto importante na ado- Será que os ensinamentos estão sendo assim?
lescência, o atraso do crescimento pôndero-estatural e maturação É notória que a capacidade de julgamento moral é uma
sexual e os problemas emocionais decorrentes, devem receber uma competência progressivamente adquirida desde o nascimento, e,
atenção especial da equipe de saúde. a entrada em uma faculdade representa o início do processo de
socialização profissional.
FONTE:
Nesta fase, a adoção da moral profissional convencional é
NORMAS DE ATENÇÃO À SAÚDE INTEGRAL DO ADO-
esperada e será fortemente determinada pela adoção de modelos e
LESCENTE
VOLUME I por conta da interiorização de comportamentos e atitudes aceitas
DIRETRIZES GERAIS PARA ATENDIMENTO DE ADO- pela corporação.
LESCENTES No campo da saúde, o ensino da ética está atrasado em relação
ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E DESEN- às necessidades da sociedade. Este fato se justifica porque, nos
VOLVIMENTO estabelecimentos de formação científica e da saúde, há mais
DISTÚRBIOS DA PUBERDADE interesse nas técnicas do que na ética, existindo também poucos
DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO DO ADOLES- especialistas nessa matéria.
CENTE E neste contexto, qual é o método considerado mais adequado
à formação ética do profissional da saúde? A melhor estratégia
9 CONDUTA ÉTICA DOS para o ensino da ética e da bioética nos cursos de graduação inclui
PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE. a discussão de casos que estejam relacionados com o cotidiano
do estudante e sua capacidade de decidir efetivamente. Os
debates sobre temas éticos oferecem maior benefício, evitando
a discussão abstrata e teórica, pois os membros do grupo terão
As questões éticas envolvendo os profissionais da saúde já experiências úteis e significativas, podendo apontar o caminho
possuem um histórico, desde que os gregos, que influenciados pela para a identificação e resolução de questões éticas na prática.
Filosofia, obedeciam a um código de etiqueta e comportamento
É de vital importância que os profissionais do futuro estejam
para o médico, sempre tentando promover o bem-estar do doente.
Esse parâmetro de conduta profissional se manteve ao longo aptos a dar soluções aos novos desafios que se apresentam na
da história e rege até hoje. Entretanto, esse modelo começou a atenção à saúde da população. Quando se fala em ética, se está
sofrer transformações após a II Guerra Mundial, quando surgiu o vislumbrando uma sociedade mais justa, onde a dignidade de
Código de Nuremberg (1947), mais tarde a Declaração de Hensinki todos seja respeitada. Nos mais diversos espaços de atendimento
(1964), seguidos pelo Convênio sobre os Direitos Humanos e a à saúde, a observância dos princípios éticos na prática diária dos
Biomedicina (1997), e, mais recentemente, as Diretrizes e Normas profissionais propõe que sejam respeitados os valores morais e
Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, culturais dos indivíduos, no qual os profissionais respeitarão a
Resolução do Conselho Nacional de Saúde CNS196/96; assim multidisciplinaridade, promovendo a educação permanente, cujo
como a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos,
produto final seja a humanização e a promoção de saúde.
elaborada no âmbito da Unesco, já em 2005.
Fonte: www.metodista.br/revistas/revistas

Didatismo e Conhecimento 112


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
SITUACIONAL
10 PRINCÍPIOS GERAIS DE Instalações deficientes de ajustes
SEGURANÇA NO TRABALHO. Ferramentas inadequadas, que aumentam o esforço físico
10.1 PREVENÇÃO E CAUSAS DOS ACIDEN- Equipamentos defeituosos, sem proteção e manutenção
TES DO TRABALHO. 10.2 PRINCÍPIOS DE Materiais insuficientes, inadequados, etc.
ERGONOMIA NO TRABALHO. 10.3 CÓDI- Operações perigosas e sem proteção, etc.
GOS E SÍMBOLOS ESPECÍFICOS DE SAÚ-
DE E SEGURANÇA NO TRABALHO. HUMANO OU COMPORTAMENTAL decorrente da ação
ou omissão humana: stress, relacionamentos conflituosos, ativida-
de laboral desmotivadora, pressão por produção, não observância
das normas de segurança, etc.
Princípios Gerais de Segurança no Trabalho
OS AGENTES E OS RISCOS À SAÚDE DO TRABA-
LHADOR
HIGIENE NO TRABALHO
Conjunto de normas e procedimentos voltados para a integri-
RISCOS FÍSICOS
dade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de
Ruído;
saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são
Vibração;
executadas (CHIAVENATO, 1999). Ciência e arte devotada ao re-
Calor;
conhecimento, avaliação e controle de riscos profissionais capazes
Frio;
de ocasionar alterações na saúde do trabalhador.
Radiações ionizantes;
Radiações não ionizantes;
SEGURANÇA NO TRABALHO
Umidade;
Conjunto de normas técnicas, educacionais, médicas e psicoló-
Pressões anormais
gicas usadas para prevenir acidentes, seja instruindo/convencendo
A) Ruído
pessoas da implementação de práticas preventivas (CHIAVENA-
É uma onda sonora ou um complexo de ondas sonoras,
TO, 1999).
causando sensação de desconforto e uma gradual perda de
sensibilidade auditiva humana.
OBJETIVOS
•Proteger e manter a saúde do trabalhador.
Para que o som seja percebido deve estar inserido dentro da
•Eliminar causas que possibilitam o desencadeamento de
faixa de freqüência captável pelo ouvido humano e deve haver
doenças profissionais.
uma variação de pressão para a percepção e dessa forma, é com-
•Prevenir o agravamento de doenças e lesões pré-existentes.
posto por frequência e intensidade.
•Planejar e monitorar o ambiente de trabalho, permitindo au-
A frequência é medida em Hertz (Hz), e a intensidade é quan-
mento da produtividade.
tidade de som recebida pelo ouvido humano, sendo medida em
decibel (dB).
Prevenção e Causas dos Acidentes de Trabalho
Há três Normas Regulamentadoras relativas à questão do
ruído. São elas: NR 6 que se refere a Equipamentos de Proteção
CONDIÇÕES QUE INFLUENCIAM NA HIGIENE E NA
Individual; a NR 7 que se refere a exames médicos ocupacionais,
SEGURANÇA DO TRABALHO
incluindo recomendações de exames audiômetros e a NR 15 refe-
Ambiente de trabalho: físico e psicológico
re-se às atividades e operações insalubres, considerando também
Tempo: jornadas de trabalho extensas, hortas extras, etc.
os limites relativos à exposição ao ruído.
Aspectos sociais: status
O ruído é um agente físico que pode afetar de forma significa-
tiva a qualidade de vida;
RISCOS NO AMBIENTE DE TRABALHO
É medido por meio da utilização de um instrumento –
Tipos de problemas que o trabalho pode gerar:
decibilímetro: decibel ou dB;
Danos que se manifesta de forma aguda,
Limite máximo de ruído para 8hs de jornada de trabalho em
Danos que se manifestam de forma insidiosa como as doenças
ambientes ruidosos – 85 decibéis – Portaria/MT nº 3.214/78;
profissionais típicas e relacionadas ao trabalho.
Excesso de intensidade do ruído com exposição prolongada
à níveis de ruídos acima de 85 dB (8 horas) – danos ao sistema
CLASSIFICAÇÃO DOS FATORES DE RISCOS NOS
nervoso e surdez – Instalação de Perda Auditiva Induzida pela
AMBIENTES DE TRABALHO
Ruído (PAIR), sendo esta irreversível devido destruição de células
AMBIENTAL
auditivas.
físico: ruído, vibração, calor, frio, luminosidade, umidade, etc.
A perda auditiva por exposição continuada a níveis elevados
químico: substâncias químicas, tóxicas no ambiente de traba-
de pressão sonora é sempre neurossensorial por causar danos às
lho
células de CORTI. É irreversível e quase sempre similar bilate-
biológico: bactérias, fungos, parasitas, vírus, etc.
ralmente.

Didatismo e Conhecimento 113


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
É passível de não progressão, uma vez cessada a exposição ao Registro e dados de documentos, análise e divulgação de
ruído. O surgimento da doença está relacionado com o tempo de achados, além de providências administrativas e legais cabíveis.
exposição ao agente agressor, às características físicas do ruído e a B) Vibrações
susceptibilidade individual. Qualquer movimento que o corpo executa em torno de um
É comum a coexistência de vários outros fatores que podem ponto fixo.
agredir diretamente o órgão auditivo e influir no desenvolvimento Para a avaliação de vibrações de máquinas e equipamentos
da perda auditiva por meio da interação com os níveis de pressão é utilizado aparelhos denominados acelerômetros e vibrômetros.
sonora ocupacional ou não ocupacional. É definida por três variáveis:
Destacam-se, entre eles: agentes químicos: solventes, fumos Frequência (Hz);
metálicos, gases asfixiantes; agentes físicos: vibrações, radiação e Aceleração máxima sofrida pelo corpo;
calor; agentes biológicos: vírus, bactérias, etc. Direção do movimento.
O trabalhador pode apresentar perda auditiva e alterações im- Efeitos das vibrações
portantes na qualidade de vida do trabalhador Vibrações transmitidas ao sistema mão-braço: perturbações
Portador de diabetes tem maior susceptibilidade ao ruído. vasculares, neurológicas e musculares ou lesões osteoarticulares.
Pode apresentar irritabilidade, hipertensão, isolamento e per- Vibrações transmitidas ao corpo inteiro: lombalgias, trauma
da da autoimagem. na coluna vertebral, doenças cardiovasculares e danos na epider-
Comprometimento das relações interpessoais: família, traba- me.
lho e sociedade.
Sinais e sintomas que podem surgir:
A influência do ruído na saúde e no desempenho do tra-
Visão turva;
balhador
Perda do equilíbrio;
Aumento da produção de hormônios da tireoide;
Falta de concentração e lentidão dos reflexos;
Aumento de batimentos cardíacos;
Contração de vasos sanguíneos; Efeitos no sistema gastrointestinal
Aumento da produção de adrenalina; Irritabilidade;
Ansiedade e irritabilidade Insônia;
Tensão; Lesões musculares tais como rupturas musculares, cãibras,
Insônia e cansaço; redução de reflexos,
Alterações nos ciclos menstruais; Perda da capacidade manipulação e controle do tato das mãos
Impotência; (doença do dedo branco ou dedos mortos ou doença de Raynaud)
Baixa concentração; devido a complicações circulatórias e articulares – utilização de
Baixo rendimento no trabalho; motoserras por tempo prolongado.
Hipertensão arterial; Medidas de controle que podem evitar/minimizar os efei-
Acidentes tos das vibrações ao trabalhador
Tratamento de máquinas: balanceamento, alinhamento, ali-
Medidas que podem reduzir o ruído nos ambientes de tra- nhamento de eixos, substituição de rolamentos.
balho Realização de montagens antivibratórias para amortecer a
Planejamentos de postos de trabalho: atividades de ambientes energia vibratória, além de eliminar atritos.
administrativos (escritórios) afastados das fontes de ruído (máqui- Aumentar a inércia de um equipamento ou sistema;
nas). Redução da duração de exposição do trabalho e introduzir
Minimização do ruído quanto à fonte: compra de equipamen- pausas de 10 minutos a cada uma horas;
tos menos ruidosos, manutenção e adaptações nos equipamentos Manutenção dos aparelhos: substituição de componentes gas-
tornando-os mais silenciosos. tos, danificados e defeituosos.
Quanto à propagação do ruído: isolamentos internos, gabine- Substituição de motores a combustão por motores elétricos
tes que isolam hermeticamente a fonte de ruído, etc. Utilização de luvas antivibratórias.
Proteção individual do trabalhador: consiste em solução pa- Mecanização de processos (aplicação dos robôs).
liativa, dificulta a comunicação entre os trabalhadores, deve ser Programas de controle de riscos a vibrações: monitoramento,
de boa qualidade e adequado ao trabalhador. Limitar o tempo de
controle de engenharia, controle médico, treinamento, manutenção
exposição, aumentar as pausas, reduzir jornada de trabalho, au-
e registros, acompanhamento e avaliação do programa.
mentar a distância do operador à fonte emissora, reorganizar o
trabalho, mudar o trabalhador de setor ou alterná-los para funções
C) ILUMINAÇÃO
compatíveis, fornecer EPI e realizar exames médicos periódicos e
audiômetros conforme estabelecido pelo PCMSO. Boa parte dos ambientes de trabalhos são iluminados artifi-
cialmente. A boa iluminação aumenta a produtividade, diminui-
Monitoramento ambiental: Programa de Prevenção de ção do desperdício de materiais, melhor supervisão do trabalho,
Riscos redução da fadiga ocular e geral e gera um ambiente agradável.
Ambientais e de Conservação Auditiva - NR 9 da Portaria nº É imprescindível garantir uma iluminação adequada para que os
3.214 – avaliação permanente dos níveis de exposição ao ruído. trabalhadores possam desenvolver suas atividades laborais com o
Educação permanente, motivação e supervisão máximo de acuidade e precisão visual.

Didatismo e Conhecimento 114


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Os níveis de luminância adequados devem ser definidos pela A iluminação local sobre a tarefa, deve ser ligeiramente supe-
elaboração de projeto luminotécnico que deve obedecer os valores rior à luz ambiental. A relação entre elas depende das diferenças
médios de iluminação recomendados pela NBR 5413, para cada de brilho entre a tarefa e o ambiente e também de preferências
tipo de atividade, da idade média dos trabalhadores, precisão e ve- pessoais;
locidade exigidas pelas tarefas Utilizar luz natural para compor a iluminação ambiental. Os
Este assunto é tratado legalmente pela NR 17 (ergonomia), da postos de trabalho, junto às janelas podem ocorrer ofuscamentos
Portaria nº 3.214/78, através da NBR 5413 da Associação Brasi- e podem ser reguladas com a utilização de cortinas ou persianas.
leira de Normas Técnicas (ABNT), que recomenda os níveis míni- Evitar a incidência de luz direta, colocando anteparos entre
mos de iluminação para os ambientes de trabalho. a fonte de luz e os olhos. Caso o ambiente fique mal iluminado,
poderá ser complementada com luz natural ou substituída por luz
Alguns requisitos necessários para o conforto visual nos artificial posicionada de forma conveniente.
ambientes: Posicionar a luz artificial, em relação à tarefa, de modo que
Iluminação suficiente; evite reflexos e sombras. As atividades que requer utilização de
Boa distribuição de iluminação; monitores, os mesmos devem ficar posicionados de uma forma que
Ausência de ofuscamento; evitem reflexos sobre a tela. Os reflexos podem ser evitados com
Equilíbrio de luminância. o uso de luz difusa no teto, além da substituição de superfícies
lisas e polidas de mesas, paredes, por superfícies rugosas e que
Áreas de trabalho em geral disseminem a luz.
ILUMINÂNCIA (lux) TIPO DE AMBIENTE / ATIVIDADE
500 – 750 – 1.000 Trabalhos normais: escritórios, fábricas, sala de
D) UMIDADE
aula, bibliotecas, sala de informática, bancos 1.000 – 1.500 – 2.000
Determinadas atividades laborais expõe o trabalhador a umi-
Trabalhos especiais: gravação, inspeção, indústrias de tecido, de-
dade excessiva. Alguns projetos estruturais foram mal concebidos
senho técnico
Áreas com tarefas visuais minuciosas ou até por influência do meio externo tais como outras construções
ILUMINÂNCIA (lux) TIPO DE AMBIENTE / ATIVIDADE próximas, árvores e outros, causando redução de recebimento de
2.000 - 3.000 – 5.000 Trabalho contínuo e exato: eletrônica luz solar nas edificações.
5.000 – 7.500 – 10.000 Trabalho que exige muita exatidão:
placas eletroeletrônicas COMO CONTROLAR O RISCO
10.000 – 15.000 – 20.000 Trabalho minucioso especial: salas Inspeção visual
operatórias e de exames, etc. Identificação de manchas nas paredes e pisos (infiltrações)
Verificação de excesso de água em locais não planejados para
o escoamento.
COMO AVALIAR O RISCO
COMO RECONHECER OS RISCOS Pode ser por inspeção visual
Pelas declarações e depoimentos dos próprios trabalhadores. Utilização de um equipamento que permite avaliar a umidade
Pela investigação e análise de acidentes ocasionados pela ilu- presente no ar: termo higrômetro
minação
Deficiente COMO CONTROLAR O RISCO
Observância de medidas de controle para umidade nos proje-
COMO AVALIAR OS RISCOS tos de edificações
Pela utilização de um aparelho que mede a iluminação de uma Recintos com pouca incidência de luz solar, utilizar sistema
superfície: luxímetro. Os resultados devem ser comparados com os de refrigeração e calor
valores apresentados pela NBR 5413 da ABNT. Otimização de drenagens em locais com excesso de água e
Uma vez conhecido o nível de luminância, deve-se fazer o trânsito de pessoas.
cálculo luminotécnico para determinar o número de luminárias ne- Sinalização: reduzir acidentes.
cessárias para obtenção das condições adequadas de iluminação
do ambiente, considerando as características do ambiente (cumpri- E) AMPLITUDES TÉRMICAS - CALOR
mento, largura, pé-direito e altura do plano de trabalho) bem como
Uma forma de energia que pode ser transmitida de um corpo
das cores e tipo de materiais empregados na construção.
para outro por:
Solicitar laudo de eficiência energética.
Condução: capacidade do corpo em transmitir energia de ca-
COMO CONTROLAR OS RISCOS lor a outro;
Medições periódicas do nível de iluminação nos locais de tra- Convecção: troca por intermédio de um fluído (água e ar);
balho Radiação: troca de calor entre o organismo e ambiente;
Remover depósitos de sujeiras no bulbo da lâmpada e no glo- Evaporação: quando as condições de temperatura ambiente
bo ou lustre que envolve a lâmpada. atingem um nível em que a dissipação de calor do corpo, tanto
Substituição de lâmpadas queimadas. por radiação, como por condução-convecção, não mais atende às
Recomendações para os ambientes iluminados necessidades do organismo, entrando em ação do processo de eva-
Proporcionar intensidade luminosa suficiente sobre os objetos poração do suor, que resfriará a superfície do corpo.
e evitar diferenças excessivas de brilho no campo visual, causados Conforto Térmico – variáveis ambientais que influenciam no
por focos de luz,janelas e sombras. conforto térmico:

Didatismo e Conhecimento 115


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Temperatura do ar; Consequências do frio
Umidade do ar; Hipotermia;
Velocidade do ar; Alterações circulatórias: Gangrena e amputação de membros
Calor radiante. devido congelamento;
Faixa de conforto ao ser humano: 22 a 26ºC; Aumento da tonicidade muscular:
Umidade relativa do ar entre 55 e 65% Ulcerações devido a necrose dos tecidos expostos;
Micoses;
Aparelhos utilizados na medição das variáveis ambientais Doenças reumáticas e respiratórias;
Psicômetro giratório: umidade relativa do ar Redução das habilidades motoras como a destreza e a força;
Termo-anemômetro: velocidade do ar Tremores;
Termômetro de globo: temperatura radiante Alucinações
Perda da consciência
Consequências ao trabalhador frente a temperaturas ele-
vadas Medidas de controle de exposição ao frio
Cãibras musculares; EPI apropriados para o trabalhador;
Fadiga transitória; Pausas;
Náuseas e Vômitos; Exames médicos de saúde ocupacional;
Enfermidades de glândulas sudoríparas; Aclimatização;
Edema de extremidades; Proteção de locais ao ar livre (toldos) para minimizar ação de
Aumento da susceptibilidade à outras enfermidades; condições climáticas desfavoráveis.
Cataratas e conjuntivite;
Dermatites; RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES
As radiações não ionizantes possuem um grau energético me-
Mal estar generalizado;
nor que as radiações ionizantes. Entre as radiações não ionizantes
Desmaios;
estão à radiação ultravioleta, radiação infravermelha, laser, micro-
Morte.
-ondas e radiofrequência.
O laser é o mais novo método de tratamento introduzido no
Medidas de controle para o calor
ambiente hospitalar e pode oferecer vários riscos quando utiliza-
Análise do ambiente de trabalho por meio de equipamento
dos em determinadas técnicas cirúrgicas.
“árvore de termômetro”, conforme recomendações para cálculo e Principais consequências ao trabalhador exposto a radia-
metodologia da NR 15 – Portaria nº 3.214/78. ções não ionizantes
Adoção de medidas de ventilação local: renovação de massas Queimaduras;
de ar aquecidas por outras mais frias, aumentar a velocidade de ar Lesão nos olhos e na pele;
no ambiente. Hipertensão ou hipotensão;
Aclimatização para adaptação do organismo: períodos de des- Alergias;
canso do trabalhador de acordo com o tipo e ambiente de trabalho. Conjuntivite temporária;
Limitar o tempo de exposição: implementar turnos com me- Cataratas;
nor carga horária; Cegueira permanente;
Barreiras refletoras ou absorventes para o calor radiante: em- Alterações no sistema nervoso central;
prego de materiais de alto coeficiente de reflexão como placas de Morte
alumínio polido.
Insuflar ar fresco por ventilação; Medidas de controle na exposição às radiações não ioni-
Utilização de EPI (roupas e óculos adequado no caso de calor zantes
por radiação) e treinamentos. Barreiras protetoras e blindagem;
Sinalizar os locais que emitam radiação;
AMPLITUDES TÉRMICAS - FRIO Controle médico ocupacional;
O frio é um risco físico que apresenta processos com libera- Uso de equipamentos de proteção individual: óculos de se-
ção de grande quantidade de energia térmica negativa. Atividades gurança.
realizadas nas indústrias onde utilizam câmaras frigoríficas ou em
atividades que exigem movimentação do ambiente quente ou nor- RISCOS QUÍMICOS
mal para o ambiente frio e vice-versa, é necessário a pausa das São todas as substâncias químicas de um modo geral (sólidas,
atividades em horário regulares. líquidas ou gasosas) e aerodispersóides.
Exemplos de riscos químicos:
Limites de Tolerância Névoas
Artigo 253 da CLT refere-se a Câmaras Frigoríficas e Trânsito Vapores
entre Ambientes frios e normais ou quentes, para atividades insa- Neblinas
lubres, aos trabalhadores que trabalham em câmaras frigoríficas e Gases
que circulam de um ambiente normal para o frio ou vice-versa, de- Fumos
pois de uma hora e quarenta e cinco minutos de trabalho contínuo: Fibras
vinte minutos de repouso. Poeira

Didatismo e Conhecimento 116


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
ALGUNS CONCEITOS Técnicas de prevenção de acidentes:
Aerodispersóides: São partículas que se encontram em Trabalhar com alimentos apresenta um conjunto específico de
suspensão no ar e podem ser nocivos à saúde. São partículas de perigos potenciais. Alguns dos principais deles são:
origem líquida (névoas e neblinas) e de origem sólida (poeiras, fibras • Manuseio de carne crua.
e fumos metálicos). O tempo de permanência dos aerodispersóides • Exposição a produtos de limpeza, pesticidas ou outros pro-
depende do tamanho, peso específico e a velocidade de movimento dutos químicos.
do ar. • Trabalho em posturas incômodas ou o desempenho de tare-
Aerossóis: Podem ser encontrados na forma de gases e vapo- fas manuais repetitivas.
res ou na forma de partículas e estas, quando dispersas na atmos- • Levantar ou carregar bandejas pesadas.
fera, possuem estabilidade de suspensão e dividem-se em fumos, • Risco de vazamento acidental da radiação de fornos de mi-
poeiras, névoas e neblinas. croondas.
Aerossóis sólidos: São formados por desagregação mecânica • Trabalho sob temperaturas extremas
de corpos sólidos e as partículas geradas têm diâmetros maiores • Trabalho com facas, moedores e outros utensílios ou equipa-
que um mícron. São eles de origem animal (pelos e couro), vegetal mentos perigosos.
(fibras de algodão e do bagaço da cana) mineral (sílica livre e cris- • Risco de queimaduras ou incêndios causados por fornos, fri-
talina, amianto, berílio e carvão) e sintéticas (fibras de plástico). tadeiras e o vapor das panelas.
Fumos: Aerossóis sólidos formados pela condensação de va- • Escorregões, tropeções e quedas.
pores, geralmente metálicos e as partículas geradas tem em geral • Estresse.
diâmetro maior que um mícron. São elas fumos de solda. • Trabalhar sozinho.
Névoas: Aerossóis constituídos por partículas líquidas, inde- Práticas gerais para um trabalho seguro
pendente da natureza e o diâmetro das partículas, formadas por • Ler a Ficha de Dados de Segurança do Material (FDSM)
desagregação mecânica dos corpos líquidos. Exemplo, névoa de sobre qualquer produto perigoso que for utilizar, ou seguir as pre-
tinta pulverizada, névoa de ácido sulfúrico e agrotóxicos. cauções de segurança recomendadas.
Neblina: Aerossóis líquidos, formados pela condensação de
vapores.
Vapores: Substâncias que se encontram no estado gasoso,
como resultado de algum tipo de alteração no seu estado normal e
temperatura ambiente.
Gases: Não possuem formas e volumes próprios e tendem a se
expandir indefinidamente. À temperatura, mesmo sujeitos a pres-
são forte, não podem ser total ou parcialmente reduzidos ao estado
líquido. São exemplos, GLP, oxigênio
Fibras: São produzidas a partir de ruptura mecânica de só-
lidos. Sua forma predomina um cumprimento de cerca de 3 a 5
vezes a medida de seu diâmetro. Exemplo: fibra plástica, fibra de
algodão, bagaço de cana, etc.
Classificação quanto ao seu efeito sobre o organismo hu-
mano:
Pneumoconióticas: capazes de provocar pneumoconioses
tais como, silicose, asbestose, provenientes de perfuração, brita-
gem, moagem da rocha e transporte.
Tóxicas: cujo efeito se processa tanto por ingestão quanto por
inalação tais como chumbo, mercúrio, etc.
Alergênicas: desencadeiam processos alérgicos tais como
madeira, resina epóxi, etc. Os trabalhadores rurais podem ocorrer
problemas de saúde devido a utilização de defensivos agrícolas,
processo de colheita e manipulação de produtos, rações e medica-
mentos para animais.
Inertes: o resultado de sua ação se manifesta na forma de en-
fermidades leves e reversíveis tais como os resfriados e bronquites.

Ergonomia no trabalho
A palavra Ergonomia vem do grego ergon (trabalho) e nomos
(regras). De acordo com a Ergonomics Research Society (Socie-
dade de Pesquisa em Ergonomia): “Ergonomia é o estudo do rela-
cionamento entre o homem e seu
trabalho, equipamento e ambiente e, particularmente, a apli-
cação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na
solução dos problemas surgidos desse relacionamento”.

Didatismo e Conhecimento 117


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
Códigos e símbolos específicos de Saúde e Segurança no CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho
Trabalho CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Normas regulamentadoras (NR) DORT - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Traba-
Explicitam a implantação das determinações contidas nos arti- lho
gos 154 a 201 da CLT, para que sirvam de balizamento, de parâme- DSST - Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho
tro técnico, às pessoas/empresas que devem atender aos ditames EPC – Equipamento de Proteção Coletiva
legais e que, também,devem observar o pactuado nas convenções/ EPI – Equipamento de Proteção Individual
Acordos Coletivos de Trabalho de cada categoria e nas Conven- FAP – Fator Acidentário Previdenciário
ções Coletivas sobre Prevenção de Acidentes. ISO - International Organization for Standardization
Portaria Nº 3.214/78, SSST - Secretaria de Segurança e Saú- LER – Lesão por Esforço Repetitivo
de no Trabalho,atualmente, DSST - Departamento de Segurança e LTCAT - Laudo Técnico de Condições Ambientais do Tra-
Saúde no Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego balho
NR1 - Disposições Gerais OS – Ordem de Serviço
NR2 - Inspeção Prévia PAZ - Programa de Acidente Zero
NR3 - Embargo ou Interdição PCA – Programa de Conservação Auditiva
NR4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e PCIP - Projetos de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico
em Medicina do Trabalho - SESMT PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Traba-
NR5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA lho na Indústria da Construção
NR6 - Equipamentos de Proteção Individual - EPIs PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupa-
NR7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional cional
- PCMSO PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos
NR8 - Edificações PGRS – Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
NR9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços
NR10 - Instalações e Serviços de Eletricidade de Saúde
NR11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manu- PPR – Programa de Proteção Respiratória
seio de Materiais PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
NR12 - Máquinas e Equipamentos PPRS - Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Si-
NR13 - Caldeiras e Vasos de Pressão milares
NR14 - Fornos SSMT - Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho
NR15 - Atividades e Operações Insalubres SSST - Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho
NR16 - Atividades e Operações Perigosas SESMT - Serviços Especializados em Engenharia de Segu-
NR17 - Ergonomia rança e em Medicina do Trabalho
NR18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Tra-
da Construção balho

PCMAT Questões
NR19 - Explosivos
NR20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis 1) ( UFPI/COPESE/2012) Algumas posições são adotadas
NR21 - Trabalho a céu aberto na movimentação do paciente, com funções ou indicações diferen-
NR22 - Trabalhos subterrâneos ciadas. Dentre elas, pode-se citar, EXCETO:
NR23 - Proteção contra Incêndios (A) Trendelemburg – posição utilizada em estado de choque,
NR24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais do hemorragias, drenagem postural e em alguns tipos de cirurgia.
Trabalho (B) Sims – utilizada para procedimentos como lavagem in-
NR25 - Resíduos Industriais testinal. Nesta posição, o membro inferior direito fica posicionado
NR26 - Sinalização de Segurança anatomicamente e o membro inferior esquerdo fica fletido sobre
NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança no o outro.
Ministério do (C) Litotomica – utilizada para exames ginecológicos e para
partos.
Trabalho e Emprego (D) Genupeitoral – utilizada para exames vaginais, retais e
NR28 - Fiscalização e Penalidades algumas cirurgias. O cliente fica ajoelhado com o peito apoiado
Toda norma regulamentadora possui uma gradação de multas, na cama.
para cada item das normas. Estas gradações são divididas por nú- (E) Ortostática – utilizada para detectar certas anormalidades
mero de empregados, risco na segurança e risco em medicina do ortopédicas ou neurológicas.
trabalho.
2) ( UFPI/COPESE/2012) No Brasil, a saúde do trabalhador
Códigos e símbolos específicos de SST se disseminou a partir do movimento da reforma sanitária, consti-
Principais siglas utilizadas em Segurança do Trabalho tuída pela Lei 8.080/90.Consiste na produção de conhecimento, na
AHST - Agente de Higiene e Segurança do Trabalho utilização de tecnologias e praticas de saúde, objetivando:

Didatismo e Conhecimento 118


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
a) Conhecimento específico sobre a PNSST – Política Nacio- a) Prematuros menores que 34 (trinta e quatro) semanas de
nal sobre Saúde e Segurança do Trabalho e o sistema do INPS e gestação ou recém-nascidos com peso inferior a 2,0 (dois) Kg, de-
INAMPS. vem receber 4 (quatro) doses de vacina Hepatite B.
b) Promoção da saúde, Consolidação das leis trabalhistas b) Para evitar a transmissão vertical, os recém-nascidos de
CLT, INPS e INAMPS. mães portadoras do vírus da Hepatite B devem ser vacinadas com
c) Prevenção de doenças ocupacionais, promoção da saúde, a vacina e uma dose de imunoglobulina humana anti-hepatite B
consolidação das Leis Trabalhistas. nas primeiras horas de vida.
d) Promoção da saúde, prevenção de doenças ocupacionais ou c) A via subcutânea é indicada para a aplicação das vacinas
relacionadas ao trabalho. antirrubéola, antiamarílica, tríplice viral e dupla viral, pois nesta
via, são absorvidas mais lentamente.
3)(UFPI/COPESE/2012) Assinale a alternativa que completa d) O esquema básico para a vacina Pentavalente é de 03 (três)
CORRETAMENTE a assertiva a seguir: O mecanismo de ação do doses aos 02 (dois), 04 (quatro) e 06 (seis) meses de idade, não
cloreto de sódio 0,9% no tratamento de feridas, usado durante o sendo necessário reforço.
curativo, é: e) O prazo de validade da vacina BCG após ser reconstituída,
a) Limpeza das feridas com secreção provocada por fungos. é de 8 horas, desde que mantida sob temperatura adequada.
b) Manutenção da ferida seca pela ação do sódio.
7) (Pref.Munic.de Barrinha) Uma mulher internada em um
c) Mantém o meio úmido estimulando o processo autolítico
hospital dereferência em oncologia apresenta diagnóstico de cân-
natural do organismo, através da hidrolase ácida.
cer de ovário, mucosas hipocoradas, sangramento vaginal, abdo-
d) Mantém o meio úmido e provoca a hidrólise das células em
me globoso e tenso, ruídos hidro aéreos reduzidos e evacuações
processo de decomposição. ausentes há 5 dias. Para o atendimento da necessidade afetada de
e) Somente a alternativa b está correta. eliminação,o enfermeiro prescreveu a seguinte ação:
A) auxiliar a pessoa a posicionar-se em semicócoras normal,
4)( UFPI/COPESE/2012) A queimadura é um dos traumatis- para estimular os movimentos peristálticos.
mos mais devastadores que pode atingir os seres humanos (Rodri- B) aplicar delicadamente um anestésico no ânus para reduzir
gues, 2002). Em relação à avaliação e tratamento das queimaduras a dor ao defecar.
é INCORRETO afirmar: C) ensinar a massagear a parte superior do abdome delicada-
a) Qualquer vítima com queimaduras na face ou fuligem no mente enquanto estiver no vaso.
escarro é suscetível à lesão por inalação de fumaça. A ausência D) recomendar um copo de água morna, a ser tomado 30 mi-
destes sinais exclui a suspeita de inalação tóxica. nutos antes do café da manhã.
b) As escarotomias são realizadas para liberar o efeito de con- E) fazer banhos de assento ou mergulhar na banheira de água
tração das queimaduras circunferenciais. fria durante 30 minutos, se possível.
c) A vítima de queimadura apresenta mioglobinúria após ex-
tensa destruição muscular. 8) (Pref.Muinic.de Itajaí) De acordo com o calendário de va-
d) Olhos que sofreram uma lesão por queimadura química de- cinação de rotina preconizado pelo Ministério da Saúde em janeiro
vem ser imediatamente irrigados com grandes quantidades de soro de 2012, as vacinas indicadas no primeiro ano de vida são:
fisiológico ou água. A _ BCG-ID, Hepatite B, Pentavalente, Poliomielite Inativa-
e) A forma mais comum de queimadura no abuso infantil é da, Poliomielite Oral, Rotavírus Humano, Pneumocócica 10, Me-
a imersão forçada e ocorre entre 1 (um) e 3 (três) anos de idade. ningocócica C, Febre Amarela, Tríplice Viral;

5)( UFPI/COPESE/2012) Em relação aos curativos, é cor- B _ BCG-ID, Hepatite B, Poliomielite Oral, Tríplice Bacteria-
reto afirmar. na, Rotavírus Humano, Meningocócica C e Tríplice Viral.
A) A papaína é um gel composto por água,carboximetilcelulose C _ BCG-ID, Hepatite B, Poliomielite Oral, Pentavalente, Ro-
e propilenoglicol, com ação bactericida. Atua na prevenção de ne- tavírus Humano, Tríplice Viral e Dupla Infantil;
D _ BCG-ID, Hepatite B, Poliomielite Oral, Tríplice Bacteria-
crose tecidual.
na, Rotavírus Humano, Pneumocócia 10 e Tríplice Viral.
B) A colagenase é uma pomada composta por colágeno, que
favorece o crescimento interno de vasos sanguíneos, e alginato de
9)(FUMEC/CEPROCAMP) Leia as frases abaixo e a seguir
cálcio, utilizado como absorvente em ferida com intenso exsudato. assinale a alternativa que corresponde à resposta correta.
C) Os ácidos graxos essenciais (AGEs) são soluções oleosas, I- O pulso é verificado utilizando a polpa dos dedos indicador
compostas por ácido linoleico, ácido caprílico,lecitina de soja e e médio, por meio de palpação de uma artéria.
vitaminas A e E. Os AGEs atuam em pele íntegra, formando uma II- O pulso é verificado durante 15 segundos e avalia-se sua
película protetora e prevenindo escoriações. única característica, ou seja, se é forte ou fraco.
D) O filme ou membrana semipermeável é composto por íon III- A frequência respiratória deve ser verificada quando o pa-
de prata, com ação bactericida. É indicado para fixação de catete- ciente estiver consciente do procedimento, garantindo assim um
res e feridas com muito exsudato. padrão respiratório adequado.
E) Nenhuma das alternativas está correta. IV- Quanto à pressão arterial, deve ser verificada, de preferên-
cia, nos membros superiores, pelo uso de um estetoscópio e de um
6) (Pref.Munic. de Londrina) Em relação à vacinação, assi- esfigmomanômetro de tamanho apropriado, ou seja, a largura do
nale a alternativa INCORRETA. manguito corresponde a 70% da circunferência do braço.

Didatismo e Conhecimento 119


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
A) Apenas as frases I, II e III estão corretas. d) Os trabalhadores obtêm seus equipamentos de proteção
B) Apenas as frases I, II e IV estão corretas. individual a preço de custo, junto ao Ministério do Trabalho e
C) Apenas a frase I está correta. Emprego.
D) Apenas as frases I e IV estão corretas
15)(Pref.Munic.de Nepomuceno/MG 2013) A temperatura
10)(Pref.Munic.de Itaporã)- Na assistência de enfermagem corporal pode apresentar algumas variações no valor, dependen-
em saúde da mulher, é importante orientar a puérpera sobre os mé- do do local do corpo onde é aferida. A temperatura corporal, em
todos contraceptivos que podem ser utilizados durante a amamen- média, é mais baixa em um adulto jovem saudável, se aferida hi-
tação. É incorreto afirmar: poteticamente no mesmo instante e na mesma pessoa, na região
a) A utilização da minipílula deve ser iniciada após a sexta do corpo denominada
semana do parto, e seu uso é contínuo. A) oral.
b) Está contraindicado o uso de anticoncepcionais orais com- B) retal.
binados nas mulheres que estão amamentando, pois o componente C) axilar.
estrogênico interfere com a produção do leite. D) esofágica.
c) A utilização do preservativo masculino em todas as relações E) timpânica
sexuais evita não somente uma nova gravidez, como protege a mu-
lher de contrair uma DST. 16)(Analista TRF) De acordo com o Ministério da Saúde
d) A mulher que está amamentando pode utilizar o método da (2008), alguns sintomas e sinais clínicos relacionados ao proces-
tabelinha como estratégia para evitar uma gravidez, pois neste pe- so de envelhecimento podem ocorrer durante o climatério, como
ríodo, o ciclo menstrual está regulado. as alterações urogenitais. Dentre estas, inclui-se
(A) a perda total da elasticidade e a hipertrofia músculo-liga-
11)(Pref. de Camburiú) A esterilização por estufa é um mé- mentar, ocasionada pela queda súbita na produção de estrógeno
todo por calor seco, o qual , para ser realizado, satisfatoriamente, no período do climatério.
deve atingir a temperatura em graus Celsus: (B) o adelgaçamento das estruturas pélvicas, que é um processo
a)90 a 120 catabólico geral do envelhecimento, o que não acontece em outras
b)100 a 110 faixas etárias.
c)120 a 160 (C) o prolapso urogenital, uma das distopias, cujo surgimento
d)140 a 160 ou agravamento deve-se ao papel relevante desempenhado pelo iní-
e)150 a 180 cio da insuficiência estrogênica no climatério.
(D) a incontinência urinária, devido aos danos secundários cau-
12)(Pref.Munic de Barrinha)A esterilização mais eficiente sados, dentre outros, por partos e obesidade, sem relação causal com
de material é conseguida com o uso de : tabagismo ou radiação.
a)Estufa (E) o aumento da lubrificação da mucosa que reveste o aparelho
b)Autoclave geniturinário, porém, sem a possibilidade da ocorrência de riscos ou
c)Formalina de fragilidade nas relações sexuais.
d)Água em ebulição
17) (UEM-Maringá) Os artigos são classificados segundo
13) (Instituto Lázaro de Souza Lima/Bauru 2013) São seu potencial de transmissão de infecção. O termômetro axilar,
limites de tolerância para exposição a ruídos contínuos ou inter- manguito,sensor de oxímetro de pulso e a comadre, são artigos
A) críticos.
mitentes estabelecidos pela NR 15, os citados a seguir, exceto:
B) semicríticos.
a) 8 horas, para um nível de ruído de 85 dB(A).
C) não críticos.
b) 1 minuto, para um nível de ruído de 115 dB(A).
D) contaminados.
c) 3 horas, para um nível de ruído de 92 dB(A).
E) Todas as alternativas estão corretas
d) 1 hora, para um nível de ruído de 100 dB(A).
18) (Pref.de Camburiú) Assinale a alternativa que indica a
14)(Instituto Lázaro de Souza Lima/Bauru 2013) Os
solução utilizada nos hospitais para a antissepsia da pele, mãos e
equipamentos de proteção individual são imprescindíveis para
antebraço da equipe cirúrgica.
a proteção do trabalhador, uma vez que quando em uso, são a a. ( ) Clorexidina
última barreira de proteção humana em determinado processo b. ( ) Ácido peracético
produtivo. c. ( ) Solução de álcool a 70%
Assinale a alternativa correta: d. ( ) Peróxido de hidrogênio
a) Os equipamentos de proteção individual substituem os equi- e. ( ) Fenol
pamentos de proteção coletiva com maior eficácia e eficiência.
b) Os equipamentos de proteção individual são definidos na 19) (Pref.de Araçatuba)Considerando a resistência dos micro-
NR 4 do Ministério do Trabalho e Emprego. -organismos à desinfecção e esterilização, bem como o grau de de-
c) Somente são classificados como equipamentos de prote- sinfecção ou esterilização necessário para eliminá-los, os classifica-
ção individual quando têm o Certificado de Aprovação do Minis- dos como menos resistentes, bastando a desinfecção de baixo nível
tério do Trabalho e Emprego. para eliminá-los são os(as)

Didatismo e Conhecimento 120


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico em Enfermagem
A) Príons.
B) Coccídios.
C) Vírus lipídicos.
D) Micobactérias
E) Esporos bacterianos

20) (VUNESP-Pref. Guarulhos Concurso para Auxiliar de


Enfermagem do Trabalho 2013) Do ponto de vista, segundo dados
do DATA PREV, os números totais de acidente de trabalho registra-
dos no Brasil, incluindo as mortes, no período de 1983 a 2003, têm
se mostrado:
a) inalterado, o que representa o resultado do elevado desem-
prega que tem ocorrido nos últimos anos.
b) aumentados, o que representa piora das condições de traba-
lho.
c) reduzidos, sendo isso resultado da melhoria das condições
de trabalho para a mão de obra terceirizada em atividades nas em-
presas.
d) da aumentados, o que representa o resultado da deterioração
das condições de trabalho em nosso meio.
e) reduzidos o que representa o resultado das condições de tra-
balho para os trabalhadores registrados
Gabaritos

1/b;2/d;3/c;4/a;5/c;6/d;7/d;8/a;9/c;10/d;11/c;12/b;13/b;14/
c;15/c;16/c;17/c;18/a;19/c;20/c

Didatismo e Conhecimento 121

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