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NACONCURSOS
QUEM SOMOS

A Domina Concursos, especialista há 8 anos no desenvolvimento e


comercialização de apostilas digitais e impressas para Concurso Públicos, tem
como foco tornar simples e eficaz a forma de estudo. Com visão de futuro,
agilidade e dinamismo em inovações, se consolida com reconhecimento no
segmento de desenvolvimento de materiais para concursos públicos. É uma
empresa comprometida com o bem-estar do cliente. Atua com concursos
públicos federais, estaduais e municipais. Em nossa trajetória, já
comercializamos milhares de apostilas, sendo digitais e impressas. E esse
número continua aumentando.

MISSÃO

Otimizar a forma de estudo, provendo apostilas de excelência, baseados nas


informações de editais dos concursos públicos, para incorporar as melhores
práticas, com soluções inovadoras, flexíveis e de simples utilização e
entendimento.

VISÃO

Ser uma empresa de Classe Nacional em Desenvolvimento de Apostilas para


Concursos Públicos, com paixão e garra em tudo que fazemos.

VALORES

• Respeito ao talento humano


• Foco no cliente
• Integridade no relacionamento
• Equipe comprometida
• Evolução tecnológica permanente
• Ambiente diferenciado
• Responsabilidade social
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os créditos ou não, não importando o meio pelo qual seja disponibilizado: link
de download, Correios, etc…

Caso houver descumprimento, o autor do fato poderá ser indiciado conforme


art. 184 do CP, serão buscadas as informações do responsável em nosso banco
de dados e repassadas para as autoridades responsáveis.
Conhecimentos específicos
“Camuflar um erro seu é
anular a busca pelo
conhecimento. Aprenda
com eles e faça novamente
de forma correta.”
Nara Nubia Alencar
BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS

Biossegurança em Laboratórios

O conceito de biossegurança teve início na década de 70, quando estudos identificaram que profissio-
nais de laboratórios clínicos e da área da saúde apresentavam uma taxa maior de certas doenças que
outros profissionais.

A biossegurança não está relacionada apenas aos modernos sistemas de esterilização do ar ou câma-
ras de desinfecção das roupas de segurança. Um profissional de saúde que não lava suas mãos com
a frequência adequada ou descarta resíduos de maneira incorreta contribui para o surgimento de riscos
de contaminação e de acidentes.

As práticas de biossegurança adotadas em laboratórios se baseiam na necessidade de proteger os


colaboradores, o meio ambiente e a comunidade da exposição a agentes presentes nestes locais e que
representam possíveis riscos. Por isso, os profissionais que atuam nessa área necessitam receber
treinamento adequado e atualizações constantes sobre as técnicas que devem ser adotadas para man-
ter o ambiente seguro.

“Para minimizar os riscos presentes em um ambiente laboratorial algumas ferramentas podem ser em-
pregadas, como a Avaliação de Risco. Ela identifica os riscos através de procedimento sistematizado
e tem como objetivo implementar ações para prevenir, controlar, reduzir ou eliminar o risco. A impor-
tância da avaliação de risco não está somente na estimativa do risco, mas também no dimensiona-
mento da estrutura para a contenção e a tomada de decisão para o seu correto gerenciamento”, explica
Andressa Guimarães, biotecnologista do Núcleo de Biossegurança de Bio-Manguinhos/Fiocruz.

Cada laboratório deve desenvolver ou adotar um manual de biossegurança ou de operações que iden-
tifique os riscos que podem ser encontrados e que especifique também as práticas e os procedimentos
específicos para minimizar ou eliminar a exposição ao perigo.

Segundo Andressa, após a identificação dos riscos, todas as recomendações de biossegurança devem
ser atendidas. A área laboratorial deve ser sinalizada. A sinalização de biossegurança fornece ao tra-
balhador informações como nível de biossegurança da área laboratorial, agentes biológicos manipula-
dos na área, classe de risco dos agentes, EPIs necessários, identificação de produtos perigosos, entre
outros.

“A dimensão da biossegurança é bastante ampla, existindo uma interface entre os riscos biológicos e
os periféricos, como os riscos físicos, químicos e ergonômicos. A exposição acidental a determinado
risco poderá desencadear outras exposições que poderão comprometer tanto o trabalhador quanto o
material amostrado, bem como os equipamentos utilizados”, explica Dener Silva, gerente corporativo
da Qualidade e Sustentabilidade do Laboratório Hermes Pardini.

Equipamentos de proteção individual, capelas e cabines de proteção biológica, sistemas de ventilação,


bem como outros equipamentos de proteção coletiva, como varas de manobra, sistemas de aterra-
mento, isolamento acústico e isolamento térmico, são utilizados no dia a dia para garantir a segurança
dos colaboradores e do meio ambiente.

“Uma das tecnologias também disponíveis são os filtros de ar de alta eficiência”, explica Andressa, de
Bio-Manguinhos, “em que as fibras do filtro são feitas de uma trama tridimensional que remove as
partículas de ar que passam por ele. O filtro Hepa tem capacidade para filtrar partículas com eficiência
igual ou maior que 99,99%”.

Outro item a ser destacado é o planejamento e a avaliação da construção das instalações do laboratório
por uma equipe multidisciplinar que envolva profissionais de arquitetura, engenheiros, profissionais de
biossegurança e de segurança do trabalho.

Dificuldades no Gerenciamento da Biossegurança

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BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS

Mesmo com tantos cuidados, tecnologias, padrões e regulamentação, a maioria dos incidentes em
laboratórios ocorre pelo comportamento inadequado dos profissionais. Um exemplo muito comum
ainda é o acidente com materiais perfurocortantes, que ocorre geralmente durante o uso e descarte de
agulhas e dispositivos similares.

“Embora tenhamos uma norma específica para a área de saúde, a NR 32 – Segurança e Saúde no
Trabalho em Serviços de Saúde, muitos profissionais que atuam na área ainda a desconhecem. Mudar
a cultura para uma visão preventiva é um dos maiores desafios”, acredita Silva, do Laboratório Hermes
Pardini.

Lá, explica ele, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), a liderança e a área de Segu-
rança do Trabalho realizam acompanhamentos periódicos dos colaboradores para o uso correto dos
equipamentos de proteção. “Possuímos um programa de educação continuada que tem por objetivo
discutir os procedimentos de trabalho e as normas de segurança, orientando os profissionais sobre a
forma correta e segura de desenvolver suas atividades.

Temos também um programa específico para profissionais que sofreram algum acidente e que neces-
sitem rever procedimentos ou normas, ou que tenham sido observados descumprindo algum procedi-
mento ou norma, mesmo sem ter sofrido acidente.” Silva explica ainda que no Hermes Pardini os cola-
boradores que atuam na área técnica passam por um treinamento específico sobre biossegurança e
meio ambiente.

Já Andressa conta que o Núcleo de Biossegurança de Bio-Manguinhos oferece aos colaboradores um


curso de biossegurança de aproximadamente 40 horas que contempla tópicos de introdução à biosse-
gurança, equipamentos de proteção individual e coletiva, segurança química, lei de biossegurança re-
lacionada à manipulação de organismos geneticamente modificados, arquitetura laboratorial, gerenci-
amento de resíduos, efluentes laboratoriais, biossegurança na experimentação animal, bem estar e
ética em pesquisa com animais, transporte de produtos perigosos por via aérea e terrestre, dentre
outros temas.

“Mensalmente, são oferecidos treinamentos nos documentos internos referentes à biossegurança para
os profissionais que manipulam agentes biológicos e sempre que necessário são realizadas atualiza-
ções”, explica ela. Os principais treinamentos necessários para segurança na manipulação de material
biológico são relacionados ao descarte de resíduo biológico, descarte de resíduos perfurocortantes, de
filtros de ar onde há manipulação de agentes biológicos, de carcaça animal e outros resíduos proveni-
entes de experimentação animal; sinalização de biossegurança e biosseguridade; procedimento geral
em situação de emergência em caso de derramamento de material com risco biológico; descontamina-
ção de equipamento e ou mobiliário encaminhado para movimentação ou alienação; transporte de
substância biológica por via aérea e transporte de substância biológica por via terrestre.

No Instituto Butantan, o treinamento apropriado sobre os riscos potenciais associados ao trabalho de-
senvolvido, as precauções necessárias para a prevenção de exposição e os procedimentos para ava-
liação das exposições são feitos por meio de cursos presenciais e leitura de manual de biossegurança
próprio da instituição e específico, adotado ou preparado pelo diretor do laboratório.

“O treinamento deve ser contínuo, ou seja, a equipe de funcionários deve receber cursos anuais de
atualização ou treinamento adicional, quando necessários, e também no caso de mudanças de normas
ou procedimentos”, explica Aryene Goes Trezena, pesquisadora do laboratório de Imunogenética e
presidente da Comissão Interna de Biossegurança do Instituto Butantan.

Quando o colaborador se expõe a algum tipo de risco, os acidentes resultantes são imediatamente
notificados ao diretor do laboratório. “A avaliação médica, a vigilância e o tratamento deverão ser pro-
videnciados. Registros do acidente e das providências adotadas deverão ser mantidos por escrito”,
explica Aryene.

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A Legislação

No Brasil, a legislação de Biossegurança foi instituída pela lei nº 8.974, de 05 de janeiro de 1995, que
criou a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Esta lei denomina os níveis de bios-
segurança em NB-1, NB-2, NB-3 e NB-4. Eles estão relacionados às exigências de segurança na ma-
nipulação de agentes biológicos.

“Alguns critérios são importantes para avaliação e definição do nível de biossegurança, como a viru-
lência do agente, modo de transmissão, estabilidade no ambiente, concentração e volume trabalhados,
origem do agente (humano, animal, localização geográfica, endemicidade e natureza do vetor), dispo-
nibilidade de medidas profiláticas e tratamento eficazes, dose infectante, manipulação do agente pato-
gênico, vias de eliminação e fatores referentes ao trabalhador (como o estado imunológico)”, explica
Andressa, de Bio-Manguinhos.

Os Equipamentos Requeridos

Equipamentos de contenção para NB-1 (laboratórios que manipulam microrganismos que apresentam
baixo risco individual e para a coletividade):

Luvas, avental, uniforme ou jaleco com mangas compridas. Obrigatório uso de calçados fechados; ócu-
los de segurança e protetores faciais devem ser utilizados sempre que necessário. O laboratório deve
possuir dispositivo de emergência para lavagem de olhos, além de chuveiros de emergência localiza-
dos em pontos de fácil acesso.

Equipamentos de contenção para NB-2 (laboratórios que manipulam microrganismos que apresentam
moderado risco individual e limitado risco para a comunidade):

Além dos equipamentos de proteção individual indicados no nível 1, os profissionais devem fazer uso
de luvas de látex descartáveis. Sempre que o procedimento puder gerar respingos provenientes de
materiais biológicos, deverá ser utilizada proteção para o rosto (máscaras, protetor facial e óculos de
proteção).

A centrifugação, fora da cabine de segurança biológica (CSB), só poderá ser efetuada em centrífuga
de segurança e com frascos lacrados, os quais só deverão ser abertos no interior da cabine. Uma
autoclave deve estar disponível para que os materiais utilizados e resíduos gerados possam ser des-
contaminados.

Equipamentos de contenção para NB-3 (laboratórios que manipulam microrganismos que apresentam
alto risco individual e moderado risco para a comunidade):

É obrigatório o uso de roupas de proteção apropriadas, além de máscaras, gorros, luvas, sapatilhas,
óculos de proteção ou protetores faciais. Devem ser utilizadas CSBs (classe II, B2 ou III) em quaisquer
operações com agentes biológicos que incluam manipulação de culturas e de material clínico ou ambi-
ental.

Quando um procedimento ou um processo não puder ser conduzido dentro de uma CSB, devem ser
utilizadas combinações apropriadas de EPIs, como respiradores e protetores faciais associados aos
dispositivos de contenção física como as centrífugas de segurança e frascos selados. A autoclave,
preferivelmente a de dupla porta, deve estar localizada no laboratório ou dentro da área de apoio da
instalação de biocontenção.

Equipamentos de contenção para NB-4 (laboratórios que manipulam microrganismos que apresentam
alto risco individual e alto risco para a comunidade):

A manipulação de agentes biológicos da classe de risco 4 é efetuada em dois modelos de laboratório


de contenção: laboratórios para manipulações conduzidas em CSB de classe III e laboratórios para

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manipulações conduzidas em CSB de classe II, B2; neste caso, realizadas em associação à roupa de
proteção pessoal, peça única, ventilada, de pressão positiva, munida de um sistema de suporte à vida
protegido por filtros Hepa. Esse sistema deve incluir compressores de respiração de ar, alarmes e
tanques de ar de reforço de emergência.

No Brasil, a legislação básica sobre EPI e EPC é a Norma Regulamentadora nº 6 (Equipamento de


proteção individual), aprovada pela Portaria GM nº 3.214, de 08 de junho de 1978.

A Classificação dos Riscos

Os riscos individuais e coletivos podem ser classificados em riscos químicos, físicos, biológicos, ergo-
nômicos e de acidentes.

Físicos: caracterizados pelos ruídos, vibrações, radiações, umidade, temperatura, que podem ser ge-
rados por máquinas, equipamentos e condições físicas, além de quedas, escorregões e exposição à
material radioativo e a temperaturas altas ou baixas

Químicos: inerentes à manipulação de produtos químicos que podem penetrar no organismo pela via
respiratória nas formas de poeira, fumaças, gases, vapores, ou que podem penetrar no organismo por
contato e absorção através da pele ou ingestão das substâncias tóxicas.

Biológicos: ocorrem pela manipulação de seres vivos em laboratórios (bactérias, fungos, parasitos e
vírus) que são capazes de desencadear doenças devido à contaminação.

Ergonômicos: derivados da posição inadequada de mesas, bancadas, cadeiras e movimentos repetiti-


vos.

Acidentes: são todos os fatores que colocam em risco o trabalhador. Exemplo: máquinas e equipamen-
tos sem proteção, possibilidade de incêndio e explosão, armazenamentos inadequados etc.

Biossegurança em Laboratórios

O termo biossegurança se refere ao conjunto de ações e práticas que objetivam a prevenção, minimi-
zação e eliminação dos riscos para a saúde humana e dos animais e a proteção ao meio ambiente.

Os laboratórios, sejam eles destinados a experimentos de natureza química ou biológica, apresentarão


sempre uma infinidade de situações, fatores e atividades que trazem potenciais riscos aos trabalhado-
res ali presentes e também ao ambiente ao seu redor. Tais riscos, dependendo da intensidade da
exposição ao mesmo, poderão resultar em alterações leves, moderadas ou até mesmo graves no or-
ganismo. Assim, devemos pautar nossas ações dentro do laboratório de forma a seguir as normas de
biossegurança.

No Brasil, tais normas só se encontram formatadas legalmente no que se refere ao uso de organismos
geneticamente modificados (OGMs), tendo sido definidas pela Comissão Técnica Nacional de Biosse-
gurança (CTNBio). A CTNBio é uma instância colegiada multidisciplinar, cuja finalidade básica se re-
sume a prestar apoio técnico consultivo e assessoramento ao Governo Federal na formulação, atuali-
zação e implementação da Política Nacional de Biossegurança relacionada aos OGMs.

Segundo especialistas na área de Biossegurança, não importa o quão desenvolvidas e eficazes sejam
as tecnologias disponíveis para minimizar ou eliminar os riscos, se o comportamento dos profissionais
atuantes nesses ambientes não for modificado, daí a importância da realização de treinamentos e o
acesso às informações no que se refere à Biossegurança em laboratórios.

No ambiente laboratorial existem diversas categorias de riscos: ergonômicos, físicos, químicos e bioló-
gicos. Veremos agora, em detalhe, cada um deles.

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Os riscos ergonômicos são aqueles que afetam a integridade física ou mental do trabalhador, propor-
cionando-lhe desconforto ou doença.

São exemplos de riscos ergonômicos: o esforço físico, a postura inadequada, o levantamento de peso,
a situação de estresse, o controle rígido de produtividade, o trabalho durante o período noturno, o
prolongamento da jornada de trabalho, a monotonia e a repetitividade, bem como a imposição de uma
rotina intensa de trabalho (ODA & ÁVILA, 1998).

Já os riscos físicos, são aqueles provenientes das diversas formas de energia, como: umidade, ruídos,
vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações (ODA & ÁVILA, 1998).

Os riscos químicos são aqueles oriundos da exposição a substâncias químicas e que podem causar
danos físicos ou ainda prejudicar a saúde do trabalhador. Os danos físicos associados à exposição a
algum tipo de substância química podem se caracterizar por: irritação da área exposta e queimaduras.
Podem ainda incluir os incêndios e explosões resultantes do uso destas substâncias.

São considerados como agentes de risco químico todas as substâncias, produtos ou compostos que
penetrem no organismo por via respiratória (poeiras, gases, neblinas, vapores ou aerossóis), pelo con-
tato com a pele ou por ingestão (ODA & ÁVILA, 1998).

Os riscos biológicos decorrem do contato com micro-organismos que podem causar doenças ao ho-
mem.

São subdivididos nas seguintes categorias, definidas em função do risco representado pelo agente
biológico:

• Classe 1: agentes que não representam riscos ao manipulador, nem à comunidade, ou ainda que
representem risco baixo para ambos. Exemplo: E. coli.

• Classe 2: agentes biológicos que representam risco moderado para o manipulador e risco baixo ou
fraco para a comunidade. Caracteriza essa classe ainda o fato de haver tratamento disponível, repre-
sentado por medidas terapêuticas e profiláticas eficientes, contra o agente em questão. Exemplo: Clos-
tridium tetani.

• Classe 3: agentes biológicos que representam risco grave para o manipulador e risco moderado para
a comunidade, provocando lesões ou sinais clínicos graves e nem sempre havendo tratamento dispo-
nível. Exemplo: vírus HIV.

• Classe 4: nesta classe os agentes biológicos representam risco grave para o manipulador e para a
comunidade, não havendo qualquer tratamento disponível e seriamente preocupantes, em caso de
propagação. Exemplo: vírus Ebola (ODA & ÁVILA, 1998).

Em razão do tipo de atividade desempenhada pelo profissional em cada laboratório, este estará mais
exposto a um ou outro tipo de risco. Assim, aconselha-se que cada laboratório desenvolva seu próprio
manual de biossegurança com as ações básicas relacionadas à prevenção dos tipos de risco mais
prevalentes naquele ambiente.

Neste sentido, também é interessante a redação de Procedimentos Operacionais Padrão (POPs), que
são protocolos em que se descrevem detalhadamente as atividades realizadas no laboratório, desde o
preparo de amostras até a divulgação de resultados, dando especial ênfase ao uso dos equipamentos,
procedimentos técnicos e as atitudes a serem tomadas em caso de acidentes.

O objetivo principal dos POPs é padronizar todas as atividades típicas do laboratório, no intuito de que
todos os profissionais reproduzam os procedimentos do modo mais semelhante possível. Isso é impor-
tante, porque traz mais confiabilidade aos resultados obtidos nos testes e previnem o mau uso dos
equipamentos e a ocorrência de erros procedimentais, que, em geral, aumentam o risco de acidentes.

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BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS

Os POPs devem ser redigidos da forma mais clara e completa possível, possibilitando a compreensão
por todos os profissionais atuantes no laboratório. Eles devem ser regularmente atualizados e ser dis-
ponibilizados a todos os trabalhadores, bem como estarem disponíveis para consulta em local de fácil
acesso no laboratório.

Já no que se refere ao descarte dos resíduos sólidos produzidos no ambiente do laboratório, estes
podem ser classificados em diferentes categorias, conforme sua natureza:

• Grupo A: resíduos sólidos em que, possivelmente, haja a presença de agentes biológicos, represen-
tando potencial risco de infecção.

• Grupo B: resíduos sólidos que contenham substâncias químicas que representem risco à saúde pú-
blica ou ao meio ambiente, considerando-se características como inflamabilidade, corrosividade, reati-
vidade e toxicidade.

• Grupo C: resíduos sólidos que possam conter radionuclídeos.

• Grupo D: resíduos sólidos que não apresentem riscos biológicos, químicos ou físicos. Equivalem,
portanto, aos resíduos domiciliares.

• Grupo E: constituído por materiais pérfurocortantes ou escarificantes, como por exemplo, lâminas de
bisturi, agulhas, ampolas, pipetas, entre outros (COELHO, 2012).

Os resíduos pertencentes ao grupo A deve ser acondicionados em sacos brancos com indicação de
risco biológico. No caso de tais resíduos terem sofrido tratamento prévio ao descarte, objetivando a
minimização ou mesmo eliminação dos micro-organismos ali presentes, seu acondicionamento deve
se dar em sacos impermeáveis e sua classificação alterada para o grupo D (resíduos domiciliares).

Os resíduos sólidos do Grupo B devem ser descartados conforme sua natureza química, isto é, como
substâncias tóxicas, corrosivas, irritantes, inflamáveis, entre outras. Frascos de reagentes podem ser
utilizados para descarte, mas somente para o acondicionamento da mesma substância e não de subs-
tância diversa da que inicialmente continha.

Os resíduos do grupo C devem ser mantidos em recipientes indicativos de natureza radioativa até o
completo decaimento de sua ação ionizante. Após isso, tais resíduos também poderão passar a ser
classificados como pertencentes ao grupo D (resíduos domiciliares).

Alguns resíduos pertencentes ao grupo D podem ser destinados à reciclagem. Para facilitação desse
processo, o ideal é já manter recipientes individuais para sua coleta seletiva.

Neste caso, pode ser utilizado o código de cores para identificação dos recipientes: papel (azul), metal
(amarelo), vidro (verde), plástico (vermelho) e resíduos orgânicos (marrom). Os resíduos classificados
no grupo E devem ser descartados imediatamente após o uso em recipientes rígidos, com identificação
específica (inscrição de pérfurocortante).

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BOAS PRATICAS DE LAORATORIO

Boas Práticas de Laboratório

O primeiro método para evitar acidentes em laboratórios de análises clínicas é a contenção, que des-
creve os métodos de segurança utilizados na manipulação de materiais infecciosos em um meio labo-
ratorial onde estão sendo manejados ou mantidos. Seu objetivo é reduzir ou eliminar a exposição dos
trabalhadores de laboratórios de análises clínicas, de outras pessoas e do meio ambiente em geral aos
agentes potencialmente perigosos (BRASIL, 2006).

De acordo com Zochio (2009), as Boas Práticas de Laboratório (BPL) tem como objetivo instituir normas
e medidas que reduzam ao máximo a exposição a riscos que afetam a saúde de todos os trabalhadores,
estudantes e estagiários nos laboratórios da área básica que estão em contato com equipamentos,
substâncias químicas e espécimes biológicos.

Segundo o INMETRO (2009), Boas Práticas de Laboratório podem ser descritas como […] um sistema
de qualidade que abrange o processo organizacional e as condições nas quais estudos não clínicos de
saúde e de segurança ao meio ambiente são planejados, desenvolvidos, monitorados, registrados, ar-
quivados e relatados.

Todos os laboratórios devem ter à disposição de todos os funcionários as Boas Práticas de Laboratório,
onde estão descritas as regras ou normas que devem ser seguidas no laboratório.

Todos os colaboradores devem ter conhecimento e receber atualizações por meio de educação per-
manente a respeito das BPL. As boas práticas de laboratório são desenvolvidas baseadas na NR 32 –
que trata da segurança e Saúde no trabalho em serviços de saúde. O quadro 1 descreve as principais
condutas que devem nortear o trabalho seguro no laboratório.

Boas Práticas Em Laboratórios:

Conduta do Colaborador:

Proibido comer, beber, fumar, guardar alimentos e aplicar cosméticos na área técnica;

Cabelos longos devem estar sempre presos durante a jornada de trabalho;

Evitar o uso de adornos como jóias, bijuterias e outros adereços;

É vedado o uso de calçados abertos (chinelos e sandálias);

É obrigatório a descontaminação das bancadas de trabalho antes e após o desenvolvimento das ativi-
dades;

Manter organizadas todas as áreas de trabalho;

Tirar o jaleco quando sair do setor e colocar em local apropriado;

Higienizar corretamente as mãos ao sair e entrar na área de trabalho e durante procedimentos em que
houver contaminação das mãos ou das luvas;

Tomar todas as vacinas exigidas;

Notificar acidente ou incidente ocorrido na área envolvida ao supervisor para que sejam tomadas as
devidas providências;

Ambiente e Infraestrutura:

Determinar as áreas limpas e contaminadas, sinalizando claramente;

Depositar todo o material contaminado utilizando em recipientes apropriados para autoclavação prévia,
antes do descarte final;

Os equipamentos devem ser descontaminados antes de serem transportados para fora do laboratório;

Segregar e acondicionar adequadamente resíduos biológicos, químicos e ionizantes;

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BOAS PRATICAS DE LAORATORIO

Acesso ao laboratório é restrito às pessoas autorizadas, visitantes devem receber EPI para entrar;

Todos os profissionais devem ser informados sobre as saídas de emergência, os avisos de segurança
e a localização dos equipamentos de segurança e como os utilizar;

Os cilindros de gazes devem sempre estar devidamente acorrentados e identificados;

Estabelecer o controle efetivo dos insetos e roedores (Programa de Gerenciamento Integrado de Roe-
dores e de Insetos – PGIRI);

Não utilizar botijões de gás domésticos dentro do laboratório;

A utilização de incinerador elétrico de bancada é recomendada pela contenção de aerossóis na flam-


bagem de alças e fios bacteriológicos

Acreditação de Laboratórios Clínicos Garante A Qualidade dos Processos

A acreditação de laboratórios de análises clínicas é um processo que vai além do reconhecimento do


sistema de qualidade de uma organização. Concedida com base nos requisitos estabelecidos na norma
ABNT NBR NM ISO 15189, ela é aplicável a laboratórios onde são realizados exames de materiais
biológicos, microbiológicos, imunológicos, químicos, imuno-hematológicos, hematológicos, biofísicos,
citológicos, patológicos ou outros materiais provenientes do corpo humano.

No Brasil, quem faz a Coordenação Geral de Acreditação é o Instituto de Metrologia (Inmetro), porém,
existem órgãos certificadores autorizados a atuar. A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina
Laboratorial fornece o Certificado de Acreditação do PALC (Programa de Acreditação de Laboratórios
Clínicos).

Já a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas tem o DICQ Sistema Nacional de Acreditação. Além
disso, os laboratórios também podem ser acreditados pelo Colégio Americano de Patologia (CAP), pelo
qual recebem uma certificação internacional.

Na acreditação, não é possível auditar apenas parte do processo. “Os requisitos para acreditação evo-
luíram com o tempo e, atualmente, incluem atendimento de requisitos legais, excelência técnica na
realização de exames, validade dos reagentes e produtos utilizados, calibração de aparelhos, rastrea-
bilidade do processo, capacitação da equipe e segurança do paciente”, explica o Dr. Guilherme Ferreira
de Oliveira, membro da Comissão de Acreditação de Laboratórios Clínicos da Sociedade Brasileira de
Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), responsável pelo Programa de Acreditação de La-
boratórios Clínicos (PALC).

Hoje, as empresas que adotam um programa de controle de qualidade já estão a um passo à frente
daquelas que ainda não o fizeram.

E a acreditação seria um passo a mais, ou seja, ela dá ao médico e ao paciente a tranquilidade de que
os laudos de laboratórios acreditados têm total confiabilidade.

“É muito importante garantir que os laboratórios tenham qualidade, pois aproximadamente 70% das
decisões médicas utilizam resultados de exames laboratoriais, de modo que garantir a qualidade deles
repercute significativamente na saúde da população atendida”, diz Oliveira.

Ele aponta alguns benefícios para os laboratórios que buscam a acreditação. “Ela oferece informação
objetiva que permite a pacientes e médicos avaliar se um laboratório opera em nível satisfatório; labo-
ratórios acreditados são mais eficientes, produzindo resultados confiáveis e a custos razoáveis, o que
contribui para a sustentabilidade do sistema de saúde; além do fato de que laboratórios competentes
têm interesse em que sua capacidade seja verificada e seu bom desempenho divulgado publicamente.”

André Valpassos, coordenador do Sistema DICQ, da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, aponta
ainda que o laboratório pode obter vantagens financeiras, seja pela visibilidade e diferencial adquirido,
seja por ganhos financeiros em seus contratos junto às operadoras de saúde ou pela redução de custos
em processos não percebidos antes de sofrer a acreditação.

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BOAS PRATICAS DE LAORATORIO

Para as empresas que possuem certificados de qualidade, como o da norma ISO 9001, vale ressaltar
que existem algumas diferenças entre certificação e acreditação. Oliveira, da SBPC, enumera algumas
delas. “Na acreditação, além de requisitos genéricos, relacionados ao sistema de gerenciamento da
qualidade, há requisitos específicos, como a verificação da competência técnica, e os auditores sempre
são especialistas na área da acreditação.

No caso de laboratórios clínicos, médicos, bioquímicos ou biomédicos estão habilitados a exercer a


responsabilidade técnica. Na certificação isto não é obrigatório, pois os requisitos são aplicáveis a vá-
rias atividades diferentes. Além disso, para que o laboratório seja acreditado é necessário que todos
os processos da empresa estejam incluídos no escopo de acreditação; na certificação, o escopo pode
ser limitado. ”

Maria Lúcia Rabello, auditora do PALC e do CAP, acrescenta, ainda, que a acreditação tem um caráter
eminentemente educativo, voltado para a melhoria contínua, sem finalidade de fiscalização ou controle
oficial ou governamental.

“O processo de acreditação é pautado por alguns princípios fundamentais: conta com um voluntário
eleito por escolha da organização de saúde e é periódico e reservado, ou seja, as informações coleta-
das em cada organização de saúde no processo de avaliação não são divulgadas. ”

Já a certificação é um processo no qual uma entidade terceira avalia se determinado produto, processo
ou serviço está em conformidade com os requisitos especificados.

Os custos e o tempo necessário para um laboratório se preparar para a acreditação dependem do quão
distante a estrutura e os processos estão da adequação. O processo, em média, pode variar de seis a
doze meses.

Desafios Para os Laboratórios

O IBGE estimou, em 2010, a existência de mais de 16 mil laboratórios no Brasil. Porém, poucos são
acreditados. Pelo PALC, são cerca de 150; pelo DICQ, esse número fica em torno de 300. Já o CAP
tem acreditados 12 laboratórios. Segundo os especialistas, além da acreditação não ser obrigatória,
adequar um laboratório aos requisitos exigidos demanda investimento de tempo e de recursos finan-
ceiros. Este cenário, diz Oliveira, também ocorreu em outros países que possuem programas de acre-
ditação mais antigos que os do Brasil.

A quantidade de laboratórios acreditados aumentou progressivamente após o estabelecimento de re-


gulamentações que recompensam economicamente os laboratórios acreditados até se tornar pré-re-
quisito para o funcionamento do laboratório. Iniciativas recentes dos órgãos reguladores, como a Re-
solução Normativa – RN Nº 364, de 11 de dezembro de 2014, e a Nota Técnica 45/2016, da Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS), incentivam a acreditação por incluí-la como critério para rece-
ber um índice maior de reajuste.

A SBPC/ML, diz Oliveira, como incentivo aos laboratórios que desejam ser acreditados pelo PALC,
instituiu um modelo de parcelamento, com possibilidade de pagamentos mensais, para reduzir o im-
pacto do investimento. Os custos da auditoria são proporcionais ao tamanho da empresa e dependem
das atividades e do número de unidades de coleta a serem auditadas.

Como e Realizada a Acreditação

O programa de acreditação percorre os aspectos do gerenciamento da qualidade no laboratório nas


fases pré-analítica, analítica e pós-analítica. “Isso inclui o desempenho e monitoramento do controle de
qualidade geral; especificações e metodologia dos testes, reagentes, controles, meios, equipamentos
e manuseio das amostras; liberação dos testes; avaliação interna da performance e avaliação externa
da qualidade”, explica Maria Lúcia.

Valpassos, do DICQ, diz ainda que o processo de acreditação geralmente é dividido em quatro fases:
inscrição, com a análise e aprovação do manual da qualidade do laboratório e documentos legais;
agendamento e realização da auditoria; tratamento das não-conformidades, caso ocorram; e emissão
do certificado como Laboratório Acreditado. “Os processos avaliados durante a acreditação contem-
plam desde a entrada do paciente no laboratório até a emissão de laudos, além do monitoramento

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BOAS PRATICAS DE LAORATORIO

contínuo da qualidade pretendida pelos laboratórios acreditados através da realização de pesquisas de


satisfação e análise de indicadores”, ressalta.

O Que O Laboratório Precisa Fazer para Receber a Acreditação

A acreditação de laboratórios, no Brasil, é voluntária. O laboratório que decide participar estuda a norma
e adequa-se a ela. “Após escolher uma instituição certificadora, o laboratório se inscreve no programa
de acreditação, paga as taxas, envia a documentação e solicita agendamento da auditoria externa de
acreditação. Na data acordada, os auditores externos visitam e avaliam a adequação do laboratório”,
explica Oliveira, do PALC.

Se forem apontadas inadequações, o laboratório tem um prazo para apresentar evidências das corre-
ções.

“O auditor líder e uma comissão de especialistas aprovam as correções. Uma vez aprovadas, o labo-
ratório recebe o certificado de acreditação. Na sequência, são iniciados os ciclos de reavaliações pe-
riódicas para manutenção da acreditação. ”

A avaliação do laboratório é feita em uma auditoria realizada por profissionais do setor de diagnóstico
laboratorial, com formação de nível superior, habilitados legalmente para exercer a responsabilidade
técnica de laboratórios clínicos e com especialização nessa área.

Os auditores também devem ter experiência comprovada na atividade de laboratório, conhecimentos


de qualidade e serem aprovados no Curso de Formação de Auditores PALC, realizado periodicamente
pela SBPC. No site da sociedade é possível encontrar todas as informações necessárias para a acre-
ditação e a ficha de inscrição.

Para requerer a acreditação pelo CAP, caso o inglês não seja o idioma operacional do laboratório,
alguns documentos deverão ser traduzidos: organograma; lista de equipamentos; programas de garan-
tia e melhoria da qualidade; programas de controle de qualidade; procedimentos para cada disciplina
laboratorial.

Os laboratórios precisam cumprir alguns requisitos, como ter um diretor qualificado (médico patologista)
e participar dos ensaios de proficiência do CAP por um período mínimo de seis meses antes de se
inscrever para o processo. “Todos os setores do laboratório que estão no mesmo endereço e possuem
o mesmo diretor deverão estar especificados na inscrição. ”

No site do CAP é possível acessar o Manual para Acreditação de Participantes Internacionais com
todos os requisitos e processos necessários para se tornar um laboratório acreditado.

Dentre os pré-requisitos para participar do DICQ, o laboratório deve estar legalmente habilitado, possuir
instalações adequadas e pessoal capacitado e em número suficiente para a realização dos exames.

“A documentação analisada durante todo o processo de auditoria deve estar compatível com a legisla-
ção vigente e normas incorporadas ao nosso manual para a acreditação, ” explica Valpassos. São elas:
RDC 302, ISO 15.189, RDC 306 e as Boas Práticas de Laboratório Clínico – BPLC. No site da SBAC é
possível preencher a ficha de inscrição, solicitar credenciamento e se informar sobre contrato e valores.

Os ciclos de auditoria variam conforme a certificadora, e as normas que cada uma segue são revisadas
e atualizadas periodicamente.

No caso do PALC, a reacreditação ocorre a cada três anos. A auditoria do DICQ tem periodicidade
anual; a reacreditação do CAP ocorre a cada dois anos.

Quanto ao arquivamento da documentação e registros referentes aos processos do laboratório, a


RDC/ANVISA Nº 302, de 13 de outubro de 2005, estabelece que os documentos devem ser arquivados
por um prazo mínimo de cinco anos.

Vantagens da Acreditação

O Ghanem Laboratório, de Santa Catarina, foi acreditado pelo PALC, da SBPC/ML, em 2005. “A acre-
ditação foi uma das premissas para a nossa fundação, pois o processo nos permite avaliar o nível de

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BOAS PRATICAS DE LAORATORIO

excelência de nossos serviços mediante padrões previamente definidos, o que nos dá credibilidade
junto a nossos parceiros e clientes.

E mais do que isso, ela viabiliza a educação permanente de todos os nossos processos, o que tende a
garantir a qualidade da organização”, explica o Omar Amin Ghanem Filho, presidente da rede.

Durante os cerca de dois anos em que o laboratório se submeteu ao processo de acreditação, Ghanem
conta que houve uma mudança cultural da organização com relação aos padrões de execução de
rotinas. “Certas exigências que antes não eram entendidas como premissas para a realização dos pro-
cedimentos passaram a ser requisitos básicos para a entrega de um produto confiável aos nossos
clientes. Foi um processo de reeducação com quebra de paradigmas. ”

As etapas mais trabalhosas desse processo, conta Ketrin Goetz Mueller, auditora PALC e gestora da
Excelência do Ghanem, foram a interpretação da norma e como aplicar o que foi interpretado nas prá-
ticas operacionais. “Iniciamos o processo na maior unidade do laboratório, servindo como um piloto.

Após análise da norma e entendimento do que a organização precisaria adequar, os processos foram
padronizados e as equipes envolvidas foram capacitadas. Posteriormente, houve replicação do que foi
feito para as outras unidades de atendimento. Foi mais demorado pelo fato da necessidade de replica-
ção, mas não por dificuldades na implantação”, comenta Ketrin.

Para a equipe envolvida no processo, o principal ganho foi a geração de uma nova mentalidade em
qualidade. “Os líderes receberam capacitação para incentivar o engajamento de seus times no pro-
cesso.

Posteriormente, as capacitações foram realizadas para as equipes dos processos, com o auxílio das
lideranças imediatas, para conhecimento e reflexão sobre os conceitos de qualidade e os ganhos que
a equipe, o processo e a organização como um todo teriam com a acreditação”, explica Marli Bloemer,
responsável pela área de Gestão de Pessoas.

Mensalmente, o laboratório investe cerca de R$ 20 mil na manutenção da acreditação, o que envolve


desenvolvimento humano, gestão da qualidade, auditorias, planejamento/monitoramento e implanta-
ções diversas.

Controle de Qualidade no Laboratório de Análises Clínicas

Desde o século passado, percebe-se, em todas as situações, uma importante evolução no conceito de
qualidade, particularmente, diante das exigências dos clientes. Em consequência disso, o "melhorar
continuamente os processos" passou a ser meta e conduta de toda instituição ou organização. Nos
laboratórios clínicos, isso não foi diferente. Em face dessas exigências, a melhoria da qualidade do
produto oferecido (resultado de exames) e seu controle foram as consequências naturais desse pro-
cesso.

O laboratório clínico deve assegurar que os resultados produzidos reflitam, de forma fidedigna e con-
sistente, a situação clínica apresentada pelos pacientes, assegurando que não representem o resultado
de alguma interferência no processo. A informação produzida deve satisfazer as necessidades de seus
clientes e possibilitar a determinação e a realização correta de diagnóstico, tratamento e prognóstico
das doenças.

A melhoria contínua dos processos envolvidos deve representar o foco principal de qualquer laborató-
rio. Para isso, procura-se oferecer, cada vez mais, os melhores produtos ou serviços para os clientes.

Entretanto, para que as inovações e melhorias deem certo, torna-se imprescindível o controle desses
processos, que deve ser capaz de identificar possíveis falhas que possam vir a acontecer ou as que já
aconteceram. Além disso, o laboratório deverá estar preparado para agir prontamente para evitar ou
minimizar as consequências e a recorrência dessas falhas. Isso tudo acaba por se traduzir em um
processo chamado garantia da qualidade.

Em um laboratório de análises clínicas, a garantia da qualidade é alcançada tendo-se total e absoluto


controle sobre todas as etapas do processo, o qual pode ser denominado de realizar exame, que com-
preende as fases pré-analítica, analítica e pós-analítica.

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BOAS PRATICAS DE LAORATORIO

A gestão da qualidade, por sua vez, abrange as ações utilizadas para produzir, dirigir e controlar essa
qualidade, incluindo a determinação de uma política e de objetivos da qualidade, com o uso de indica-
dores e metas.

A garantia da qualidade de todas as fases pode ser conseguida por meio da padronização de cada
uma das atividades envolvidas, desde o atendimento ao paciente até a liberação do laudo. Com isso,
pode-se alcançar a qualidade que se almeja e, com a gestão da qualidade, garanti-la.

Todas essas atividades no laboratório devem ser documentadas por meio de procedimentos operacio-
nais padrão (POP) ou instruções de trabalho (IT), que deverão estar sempre acessíveis aos funcioná-
rios envolvidos nas atividades.

Com a incessante procura por qualidade nos processos laboratoriais, foram criados os programas de
acreditação brasileiros, como o Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC) da Socie-
dade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), e o Departamento de Inspeção
e Credenciamento da Qualidade (DICQ) da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC).

Além disso, surgiram, no Brasil, nas décadas de 1970-80, os programas de controle da qualidade em
laboratório clínico, como o Proficiência em Ensaios Laboratoriais (PELM) e o Programa Nacional de
Controle de Qualidade (PNCQ).

Esses sistemas são utilizados para atender às necessidades de ampla e melhor avaliação dos labora-
tórios clínicos.

Com a qualidade melhorada, os desperdícios podem ser evitados, reduzindo-se os custos e aumen-
tando-se a produtividade, e, com isso, haverá melhoria da competitividade no mercado.

Gestão da Qualidade em Laboratórios de Análises Clínicas

Para garantir a qualidade na execução das tarefas, é essencial a aplicação de processos de gestão
que permitam aos profissionais envolvidos monitorar o desempenho dos procedimentos técnicos, ava-
liar os resultados e revisar continuamente os métodos adotados na rotina laboratorial.

O controle de qualidade em laboratórios está relacionado a duas vertentes: satisfação das necessida-
des e expectativas do cliente. Consequentemente, se um serviço não é bem executado e não atende
ao esperado, ele passa a não ser mais procurado — o que abre caminho para a concorrência.

A Gestão da Qualidade em laboratórios passa a funcionar como um importante diferencial competitivo,


seja em relação ao controle efetivo e à rastreabilidade de todos os procedimentos executados e ao
aumento da produtividade, uma vez que passa a fazer melhor uso do tempo, ao usar processos padro-
nizados.

Otimização dos Processos

A partir de uma Gestão da Qualidade eficiente e de um monitoramento contínuo de todas as atividades


laboratoriais, é possível avaliar pontos que não atingiram o resultado esperado e realizar correções que
possam melhorar o desempenho e, como consequência, aumentar a produtividade e, obviamente, a
satisfação dos clientes.

Ao implementar técnicas e atividades laboratoriais, gestores e colaboradores passam a monitorar todo


o processo e eliminar as causas que afetam um bom desempenho, em todas as etapas do ciclo da
qualidade.

Via de regra, a Gestão da Qualidade é um processo contínuo de melhoramento que passa a identificar
as necessidades e as expectativas dos clientes. Com as etapas a serem seguidas de um programa de
qualidade, é possível coordenar, controlar e dirigir os Princípios da Gestão da Qualidade para serem
incorporados em todas as atividades executadas pelo laboratório.

Controle da Qualidade

Assegurar que os resultados reflitam, de forma fidedigna, a real situação clínica apresentada pelos
pacientes é o objetivo principal de laboratórios de análises clínicas.

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BOAS PRATICAS DE LAORATORIO

Os profissionais envolvidos na execução dos processos devem satisfazer as necessidades de seus


pacientes e possibilitar, por meio das informações geradas, a determinação e a realização correta do
diagnóstico, do tratamento e do prognóstico de doenças.

A melhoria contínua de todos os processos deve representar o foco principal de qualquer laboratório.
Para isso, é indispensável a adoção de técnicas e procedimentos que possam oferecer, cada vez mais,
melhores serviços.

Para atingir a máxima qualidade, é indispensável um controle efetivo dos processos, de forma que seja
possível identificar possíveis falhas que possam vir a ocorrer ou mesmo que já aconteceram. Além
disso, o laboratório deve estar preparado para agir, caso as falhas venham a ocorrer, evitando e mini-
mizando as consequências, garantindo assim a qualidade dos serviços prestados.

Padronização das Técnicas em Um Laboratório Clínico

A padronização é uma importante ação que deve ser implementada e devidamente acompanhada. Ou
seja, para garantir a qualidade, em todas as fases, deve-se seguir procedimentos padronizados, que
vão desde o atendimento do paciente até a liberação do laudo.

Com isso, o laboratório pode alcançar a máxima eficiência no desempenho operacional e com a Gestão
da Qualidade pretendida.

Cada atividade deve ser devidamente documentada por meio de Procedimentos Operacionais Padrão
(POP) ou mesmo de Instruções de Trabalho (IT).

Tais informações deverão estar acessíveis a todos os funcionários, de modo que cada etapa de exe-
cução seja conhecida e seguida.

Via de regra, a padronização não envolve apenas os métodos, mas também os materiais. De maneira
geral, a padronização em um laboratório clínico tem por finalidade prevenir, detectar, identificar e cor-
rigir erros ou alterações que possam vir a ocorrer em todas as fases de execução das tarefas.

A padronização correta dos processos torna possível alcançar a qualidade desejada, enquanto a im-
plementação de um sistema de controle de qualidade avalia e garante que essa qualidade seja alcan-
çada.

Redução de Custos

A inserção de um programa de Gestão de Qualidade em laboratórios possibilita que profissionais en-


volvidos na execução das tarefas diárias possam monitorar efetivamente, por exemplo, a qualidade e
o transporte das amostras coletadas, metodologias utilizadas, dentre outras, garantindo que cada etapa
seja devidamente enquadrada dentro dos requisitos de qualidade.

Esses cuidados têm como objetivo prevenir erros ou mesmo perdas de forma efetiva, para reforçar a
segurança dos resultados de seus pacientes.

Gestão da Qualidade e a Acreditação Laboratorial

As implementações de Programas de Acreditação da Qualidade na rotina laboratorial fortalecem o con-


trole de processos e de pessoas, possibilitando criar ou mesmo melhorar os padrões do que é execu-
tado, de modo a reduzir os riscos ou falhas ocasionadas por eventuais problemas que possam com-
prometer a qualidade dos serviços prestados.

Para obter a Acreditação, é preciso que uma agência governamental ou não avalie os procedimentos
executados pelo laboratório, de forma que os requisitos predeterminados para a realização de tarefas
específicas sejam avaliados.

Programas de Acreditação da qualidade oferecem aos usuários a possibilidade de garantir que os ser-
viços prestados atendem a determinados critérios de qualidade, que são avaliados por profissionais
certificados para tal análise.

No Brasil, estão disponíveis dois programas de Acreditação da qualidade para laboratórios clínicos:
Departamento de Inspeção e de Credenciamento da Qualidade, patrocinado pela Sociedade Brasileira

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BOAS PRATICAS DE LAORATORIO

de Análises Clínicas (DIQC), e o Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos de responsabili-


dade da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (PALC).

A implementação de programas de qualidade, muito além de garantir a prestação de um serviço dentro


de padrões técnicos recomendáveis, possibilita que desperdícios possam ser reduzidos ou mesmo eli-
minados, os custos reduzidos e a produtividade aumentada consideravelmente, o que acaba ofere-
cendo ao laboratório vantagem competitiva frente aos demais concorrentes que oferecem os mesmos
serviços ou similares.

Além disso, quando laboratórios de análises clínicas mantém programas de certificações por agências
reguladoras, pode-se contar com uma maior possibilidade de melhoria, uma vez que é possível detectar
falhas que impedem um melhor alcance dos resultados e, consequentemente, na redução da satisfação
do cliente.

Controle de Qualidade no Laboratório Clínico

Para se evitar erros simples, nos processos de manuseio, coleta, transporte e armazenagem da amos-
tra, que alteram os resultados dos exames laboratoriais, foi criado o controle de qualidade, então, de-
vem ser seguidos os padrões para assegurar que os resultados demonstrem com fidelidade o estado
clínico do paciente.

O laboratório clínico deve assegurar que os resultados produzidos reflitam, de forma fidedigna e con-
sistente, a situação clínica apresentada pelos pacientes, assegurando que não representem o resultado
de alguma interferência no processo.

A informação produzida deve satisfazer as necessidades de seus clientes e possibilitar a determinação


e a realização correta de diagnóstico, tratamento e prognóstico das doenças. (CHAVES, 2010)

Controle De Qualidade No Laboratório Clínico

O laboratório deve garantir a qualidade de seus produtos, visto que devem ter isso como uma missão
produzir resultados corretos. É importante que os laboratórios ofereçam serviços que superem as pers-
pectivas de seus clientes, pois qualidade deve ser definida baseada em seus clientes, que faz uso do
serviço.

As consequências dos erros em laboratórios de medicina podem ser muitas vezes graves, especial-
mente quando o teste irá definir um diagnóstico, ocasionando resultados falsos positivo, ou ainda falsos
negativos.

Ambas as circunstâncias colocam em risco a saúde do paciente e produzem custos desnecessários


para o sistema de saúde. (Guimarães, 2011)

Nos laboratórios de análises clínicas, deve-se garantir a qualidade dos resultados tendo controle ab-
soluto sobre todas as etapas do processo, o qual pode ser denominado de realizar exame, que com-
preende as fases pré-analítica, analítica e pós-analítica. Todas essas etapas devem seguir um padrão,
pois só assim obteremos qualidade nos exames realizados.

Estabelecer este padrão visa prevenir, detectar, identificar e corrigir todos os erros e possíveis varia-
ções de todas as fases, desde o pedido até a entrega do resultado.

Todas as atividades realizadas dentro do laboratório devem ser documentadas, através de Instrução
de Trabalho (IT) ou Procedimento Operacional Padrão (POP), isso depois de aprovados e colocados à
mostra dos funcionários. Esses documentos descrevem por detalhes cada atividade.

Controle Interno Da Qualidade

É o controle intralaboratorial; a análise diária de amostra de controle com valores conhecidos para
avaliar a precisão dos ensaios, como seu funcionamento eficiente e confiável dos procedimentos labo-
ratoriais para fornecer resultados válidos que contribuam ao diagnóstico clínico. Ele verifica a calibração
dos aparelhos e indica o momento de haver correção.

Controle Externo De Qualidade

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BOAS PRATICAS DE LAORATORIO

É o controle interlaboratorial; esse sistema avalia o resultado de cada teste com a média de consenso
de seu grupo. Essa média é feita pelo patrocinador do programa utilizando os resultados enviados pelos
laboratórios, que são agrupados por metodologias de ensaios empregadas.

Assim vemos que Controle Externo da Qualidade padroniza os resultados de laboratórios distantes
através da comparação interlaboratorial de análises de alíquotas do mesmo material.

O laboratório que participa efetivamente de um Programa de Controle Externo da Qualidade pode as-
segurar que seus resultados aproximam o máximo de exatidão dentro de uma variabilidade analítica
permitida.

Processos Pré-Analíticos

Diferentes fatores estão envolvidos nos erros de laboratório clínico, principalmente na fase pré-analí-
tica. Esta é a fase mais suscetível aos erros de processos, sobre tudo aqueles processos que estão
fora do laboratório clínico e envolvem diretamente tarefas manuais. (Guimarães, 2011)

Esses são difíceis de controlar, já que grande parte ocorre fora do laboratório. Há diversos fatores
dentro do processo pré-analítico que podem causar erros ou variações nos resultados:

Identificação

É de grande importância que o paciente, a solicitação do exame e as amostras estejam identificadas;


deve-se ter o nome do paciente, com data e hora da coleta e o tipo do material a ser analisado.

Preparação Do Paciente

Os profissionais devem ter conhecimento da importância de preparação do paciente para a coleta.


Fatores como jejum, estado nutricional, uso de álcool, estresse, fumo, exercícios físicos, postura e
interferências medicamentosas.

Coleta Da Amostra

Podem ocorrer erros por causa da obtenção, preparação e armazenamento da amostra. Erro na iden-
tificação, troca de material, contaminação da amostra, hemólise, estase prolongada, homogeneização,
centrifugação, conservação inadequada, anticoagulante errado, entre outros.

Procedimentos Analíticos

Esses procedimentos, que são o dá análise propriamente dita, devem ser implantados na rotina labo-
ratorial com confiabilidade e praticidade. Deve-se considerar também a qualidade da água, limpeza das
vidrarias, calibração dos dispositivos de medição de ensaio (pipetas, vidrarias, equipamentos.

Todos os processos analíticos devem ser documentados com detalhes, assim como os pré-analíticos.

O modelo de trabalho nessa fase deve apresentar o nome do procedimento; nome e fundamento do
método; principais aplicações; tipo de amostra do paciente; padrões, calibradores, controles, reagentes
e insumos; equipamentos; cuidados e precauções; procedimento detalhado; linearidade do método;
cálculos; controle da qualidade; valores críticos; observações.

Procedimentos Pós-Analíticos

Consistem nas etapas executadas após a realização do exame, o que incluem o cálculo dos resultados,
análise da consistência dos resultados, liberação dos laudos, transmissão e arquivamento de resulta-
dos, consultoria técnica.

Os laudos devem ser entregues com letra legível e sem rasuras, sendo que são confidenciais e devem
respeitar a privacidade dos pacientes mantendo sigilo sobre os resultados. Os resultados devem ser
entregues dentro de prazos especificados, sendo que devem permanecer cópias ou arquivos dos lau-
dos para posterior recuperação.

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TÉCNICAS ANALÍTICAS

Técnicas Analíticas

A Química Analítica é uma área científica que desenvolve e aplica métodos, instrumentos e estratégias
para obter informações sobre a composição da matéria no espaço e no tempo. Para isso, dois aspectos
estão envolvidos: a identificação das espécies presentes e a determinação das quantidades relativas
de cada uma dessas espécies. A análise qualitativa compreende os ensaios que permitem ao químico
identificar elementos presentes e, eventualmente, também, seu estado de combinação em uma amos-
tra. Já a análise quantitativa compreende as técnicas e métodos para determinação das quantidades
dos componentes na amostra.

A análise quantitativa cumpriu um importante papel no desenvolvimento da Química em aspectos cien-


tíficos e tecnológicos. Por exemplo, trabalhos de análise quantitativa permitiram estabelecer as massas
atômicas dos elementos e conhecer a composição dos mais variados materiais de origem natural. A
análise quantitativa representa, junto à indústria, um papel fundamental, já que abrange o exame de
matérias-primas, o controle de materiais nas várias fases de produção, a avaliação da qualidade dos
produtos, etc. Nos laboratórios, análises quantitativas estão presentes em trabalhos e estudos com
matérias-primas, processos tecnológicos, melhoria dos padrões de qualidade dos produtos, etc. 3.

Titulação é o processo de adição de quantidades discretas de um dos reagentes, geralmente com o


auxílio de uma bureta, no meio reacional para quantificar alguma propriedade. Quando se pretende
encontrar uma concentração, a titulação é um procedimento analítico e, geralmente, são feitas medidas
de volume, caracterizando as titulações volumétricas; mas, em alguns casos, pode-se monitorar a va-
riação gradual de uma outra grandeza, como a massa, caso das titulações gravimétricas, ou a absorção
da luz, como nas titulações espectrofotométricas.

Os métodos volumétricos são um grupo de procedimentos quantitativos baseados na determinação da


concentração de um constituinte de uma amostra a partir de uma reação, em solução, deste com um
reagente de concentração conhecida, acompanhada pela medida de quantidades discretas de solução
adicionada. Genericamente, trata-se de determinar a concentração de uma espécie de interesse em
uma amostra a partir do volume (ou massa) de uma solução com concentração exatamente conhecida
(solução padrão) necessária para reagir quantitativamente com esta amostra em solução (solução pro-
blema).

A determinação da concentração de uma solução (solução problema) a partir de sua reação quantitativa
com uma quantidade conhecida de uma substância que é pura (padrão primário) é chamada de titula-
ção de padronização, ou simplesmente padronização. Neste caso, após ter sua concentração determi-
nada, a solução problema passa a ser uma solução padronizada.

A volumetria tem sido usada para a realização de análises quantitativas há mais de 200 anos. Sendo
tradicionalmente considerada como um método primário de análise, é muito utilizada para validar outros
métodos secundários6.

Nos séculos XVIII e XIX, as análises químicas eram realizadas quase exclusivamente por processos
gravimétricos e volumétricos. Entretanto, a partir de 1920, a análise quantitativa foi se enriquecendo
com a introdução de métodos baseados na medida de propriedades físicas (ópticas, elétricas, térmicas,
entre outras) com o uso de instrumentos apropriados, mais complexos que os requeridos pela gravi-
metria e/ou volumetria.

Para diferenciar, esses novos métodos passaram a ser chamados de métodos instrumentais. Em outras
palavras, métodos instrumentais seriam aqueles com uso de equipamentos elétricos para medidas.
Impropriamente, esta classificação não considera os equipamentos volumétricos, tais como bureta,
proveta e pipeta, nem a balança, mesmo eletrônica, como instrumentos. No entanto, esta divisão é
amplamente difundida e encontrada na literatura.

Os métodos analíticos instrumentais que surgiram apresentavam vantagens como rapidez, simplici-
dade, seletividade e sensibilidade; sendo alguns particularmente apropriados para a determinação de
baixas concentrações da espécie de interesse (µg L e, em alguns casos, até pg L). Com isso, estes
métodos foram ganhando aceitação cada vez maior e passaram a ser introduzidos nos laboratórios de
indústrias e centros de pesquisa.

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TÉCNICAS ANALÍTICAS

A partir de 1970, os avanços da eletrônica e da computação contribuíram ainda mais para a populari-
zação das técnicas instrumentais, sempre em função das vantagens analíticas observadas. Paralela-
mente, técnicas clássicas, como a volumetria, continuaram em uso, mas sem um ritmo intenso de pes-
quisa ou de desenvolvimento de novas propostas, como ocorria com as técnicas instrumentais 7. Neste
contexto, foi surgindo uma dicotomia entre os métodos ditos clássicos e os métodos tidos como instru-
mentais.

Em português, as análises volumétricas são nomeadas de diversas maneiras, como titulação e volu-
metria, ou apenas titulação, ou titrimetria, ou volumetria e titulometria. Possivelmente, esta diversidade
seja devida às traduções de termos em francês para inglês e alemão, podendo também ser entendida
em função das etapas do desenvolvimento histórico dos métodos volumétricos de análise, descritas
em trabalhos sobre "titrimetry" ou "titrimetric analysis". Volumetria e titulação são os termos mais co-
muns, embora também apareça em algumas traduções brasileiras o termo titrimetria, que não consta
nos dicionários de língua portuguesa consultados.

Para tentar entender a origem do termo titulação, é preciso retornar a relatos iniciais que foram origi-
nalmente publicados em francês. O termo "titre" parece ter sido usado pela primeira vez em 1802, no
trabalho "Les Administrateurs — Généraux dês Poudres et Salpêtres" e estava relacionado ao grau de
pureza ou qualidade de amostras de potassas (nome comum de diversos compostos que contém po-
tássio). Atualmente, "titre", em francês, significa a relação entre a massa/volume de uma substância e
a massa/volume do solvente ou da solução, indicando uma unidade de concentração que, em portu-
guês, corresponde ao título. As primeiras citações de "titre" foram traduzidas para outros idiomas como
similar a "title" (título) e desta forma propagou-se no século XIX.

O primeiro registro de uso do termo "titration" ocorreu em 1832, num trabalho de Gay-Lussac sobre um
método para a determinação de prata a partir de uma reação com NaCl padrão em solução. Associa-
ções de "title" com "título", a tradução para o português (que também indica uma unidade de concen-
tração) podem ter originado o significado químico da palavra titulação. Vale destacar que, atualmente,
em francês, "titrage" é a palavra que designa titulação, com o sentido dos procedimentos de análise
química.

Histórico da Análise Volumétrica

A história da análise volumétrica tem interessantes paralelos com o desenvolvimento teórico e experi-
mental da Química e da indústria química.

Investigações iniciais sobre a composição de alguns materiais, como vinagre, foram o impulso para os
primeiros procedimentos envolvendo alguns princípios da análise volumétrica ainda sem fundamenta-
ção científica para os resultados.

Em épocas anteriores a Dalton, não havia base teórica para fundamentar os princípios da análise vo-
lumétrica, mas isso não impediu a disseminação da idéia de que uma dada quantidade de substân-
cia A sempre reagia com uma certa quantidade de substância B. Era uma alusão clara ao princípio da
equivalência, que foi aceito como fato natural sem necessidade de ser explicado com fundamentos
teóricos. Ainda no século XVIII, Jeremias Benjamin Ritcher tentou estabelecer relações de proporção
matemática entre as quantidades das várias substâncias envolvidas em uma reação, utilizando pela
primeira vez o termo estequiometria7. Porém, suas idéias não eram consideradas nos trabalhos sobre
volumetria que se desenvolviam.

O desenvolvimento industrial no século XVIII acabou realçando a necessidade de análises rápidas e


isso estimulou a criação de novos métodos envolvendo titulações, que passaram a ser essenciais para
as indústrias. No período inicial de seu desenvolvimento, a análise volumétrica era principalmente
usada na indústria e tinha pouca repercussão no meio científico. Foi necessário o renomado Gay-Lus-
sac usar o método para que outros cientistas passassem a se interessar.

De acordo com Madsen, o ano de 1729 pode ser considerado como o marco introdutório das titulações.
Neste ano, Claude Joseph Geoffroy apresentou um artigo para a Academia Francesa sobre a determi-
nação de ácido acético no vinagre, a partir da sua reação com carbonato de potássio pulverizado.
Segundo este procedimento, o carbonato era adicionado ao vinagre até que não houvesse mais efer-
vescência. Este procedimento talvez não seja uma titulação convencional, mas contém várias etapas

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TÉCNICAS ANALÍTICAS

características de titulação. Como as massas das quantidades discretas do titulante sólido adicionado
eram medidas, esta titulação foi gravimétrica.

A primeira titulação volumétrica foi publicada em 1756, quando Francis Home descreveu dois métodos,
uma titulação ácido-base (de neutralização) e uma titulação de precipitação 23. No primeiro método,
Home propôs a determinação da basicidade de cinzas de plantas a partir de sua reação com ácido
nítrico. O ponto final da titulação foi determinado pelo término da efervescência e o "instrumento volu-
métrico" usado no procedimento descrito foi realmente muito simples: uma colher de chá12,20.

Em 1767, Willian Lewis rejeitou o uso da colher de chá como instrumento de medida e a determinação
do ponto final da titulação por efervescência, alegando ser um efeito ambíguo. Ele descreveu o uso de
um instrumento para a determinação do volume em "Experiments and observations on american po-
tashes with an easy method of determination of their respective qualities".

Neste trabalho, Lewis determinou a qualidade de oito amostras de KOH comercial, afirmando que "a
pureza da soda pode ser estimada a partir de qualquer característica resultante da neutralização de um
sal alcalino por um ácido, como, por exemplo, a modificação da cor de um indicador". Então, Lewis
sugeriu o uso de extratos de certos vegetais ou de papéis neles embebidos como indicador do fim da
titulação.

Lewis foi o primeiro cientista a descrever os princípios fundamentais da titulação: introdução do uso de
indicadores visuais, instrumentos de medidas mais precisos e determinação da concentração da espé-
cie de interesse de uma amostra através da reação com um padrão.

No entanto, apesar de seus esforços, as descrições de Lewis não foram bem interpretadas por seus
contemporâneos e seu nome não foilembrado como um marco para o desenvolvimento da análise vo-
lumétrica. Apesar de não ter recebido o merecido reconhecido, o trabalho de Lewis foi essencial para
diversos trabalhos posteriores, como por exemplo, em 1801 por Lampadius e por Ure, em 1818, além
daqueles que permitiram a François Descroizilles ser considerado o inventor da volumetria por muitos
historiadores da Química.

O uso de indicadores de pH é uma prática antiga, introduzida no século XVII por Robert Boyle 29 que
observou que, em determinados meios, o extrato de plantas, tais como a rosa e a violeta, tornava-se
vermelho e, em outros meios, azul ou verde.

Desde a descoberta de Boyle, descrita em 1663, diversos outros indicadores naturais de pH foram
estudados, mas só no final do século XVIII passaram a ser utilizados nas análises volumétricas, como
propunha Lewis. Novas fontes naturais de indicadores ainda continuam despertando interesse e vêm
sendo estudadas até os dias de hoje com diversos enfoques, incluindo, por exemplo, a exploração de
aspectos didáticos.

Nos 15 anos posteriores à publicação de Lewis, muitos químicos usaram volumetria, mas sem a con-
solidação dos métodos. Geralmente, só serviam para determinar variações de qualidade de produto, o
que era totalmente adequado para as necessidades industriais da época. O interesse por análises de
águas minerais levou muitos químicos a aplicarem a volumetria em diversas regiões como Suécia, com
o trabalho de T. Bergman31 e Itália, com V. A. Gioanetti.

Vale destacar que entre 1782 e 1784, o químico francês Louis Bernard Guynton de Morveau publicou
três artigos envolvendo métodos volumétricos, nos quais eram usados indicadores obtidos a partir de
tornassol, cúrcuma e pau-brasil. Todos os seus métodos envolviam reações de precipitação, inclusive
uma proposta para determinação de cloreto usando nitrato de chumbo.

Ele mencionou a possibilidade de usar o nitrato de prata, mas preferiu usar chumbo por razões econô-
micas. Pela primeira vez a titulação envolveu medidas volumétricas e apareceu a primeira alusão a
uma bureta, se a esse termo for associada a idéia de um cilindro graduado usado para titulações volu-
métricas. De Morveau chamou o aparato de "gasometre".

Pouco avanço ocorreu desta época até o período posterior à Revolução Francesa, quando as dificul-
dades da França frente ao bloqueio inglês impulsionaram atividades produtivas, inclusive com o finan-
ciamento governamental do trabalho de cientistas como Gay-Lussac e François Antoine Henri Descroi-
zilles, que eram empregados do governo.

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TÉCNICAS ANALÍTICAS

No final do século XVIII, surgiu um novo tipo de titulação, envolvendo reações de oxidação-redução, a
partir dos trabalhos de Descroizilles. Este farmacêutico de formação, mas de atuação eclética, contri-
buiu de maneira destacada para o desenvolvimento dos métodos volumétricos, mas é um dos nomes
esquecidos pela Química, como destacou Clement Duval em 1951 36.

Provavelmente em 1788, Descroizilles acrescentou a titulação de óxido-redução aos já conhecidos


métodos de titulação ácido-base e de precipitação. Ele desenvolveu um método para determinar a
quantidade de hipoclorito em soluções usadas pelas indústrias têxteis para branquear tecidos. Adicio-
nava-se uma pequena quantidade de ácido sulfúrico diluído e algumas gotas de azul de índigo em um
recipiente graduado. Em seguida, lentamente, adicionava-se a solução de hipoclorito a ser testada, até
que a coloração do meio reacional passasse de azul para verde pálido.

Nesta época, Berthollet atuava na indústria têxtil e, provavelmente em 1788, trabalhando com Lavoisier,
deve ter testado o método de Descroizilles, do qual tinha conhecimento indireto por suas atividades
profissionais. Em 1789, Berthollet publicou o método numa seqüência diferente daquela criada por Des-
croizilles e isso gerava erros que só foram corrigidos quando Descroizilles finalmente publicou seu
trabalho em 1795. Neste trabalho, aparece a primeira descrição de um tubo de vidro graduado utilizado
para a medida de volumes, chamado de "berthollimeter". Em 1806, este aparato sofreu adaptações e
passou a ser chamado de alcalímetro, que Descroizilles usava nos métodos astutamente descritos
como "berthollimetry" em suas primeiras publicações sobre titulações volumétricas. Interessantes ilus-
trações das várias versões que antecederam a bureta atual podem ser observadas na obra de Szabad-
váry "History of Analytical Chemistry".

A bureta de Descroizilles funcionava de maneira análoga ao sistema de frascos e pipetas usadas por
J. J. Weltr e descritas por Berthollet em 1804. Neste trabalho, sobre análise de potassas, havia um
procedimento de adicionar o volume de uma pipeta contendo solução de ácido sobre a solução da
amostra alcalina. Gotas da mistura resultante eram colocadas em papel de tornassol e o procedimento
era concluído quando o papel tornava-se vermelho. O número de pipetadas necessárias para mudar o
tornassol de azul para vermelho era dado como o resultado da análise, isto é, se tivessem sido usadas
56 pipetas, o resultado era simplesmente "on dirait que le potasse est au titre 56" ou seja, "o título do
mineral foi 56". Esta é mais uma possível explicação para a origem do termo "titration" 20.

Alguns estudiosos consideram Descroizilles como sendo o verdadeiro inventor da análise volumétrica.
Destaca-se sua contribuição com o desenvolvimento da bureta, que ele mesmo não chamava assim,
mas que representou a introdução do senso prático da análise volumétrica com um equipamento mul-
tiuso12,36. Ele sistematizou a organização de um conjunto de métodos aparentemente diferentes numa
categoria distinta, que acabou elevando a volumetria a uma classe de análise quantitativa. O impulso
do trabalho de Descroizilles ao desenvolvimento da volumetria é refletido no intenso crescimento de
publicações na área nos 50 anos posteriores à publicação de seu trabalho "Notices sur les Alkalis du
Commerce", em 1806, a partir do qual a volumetria ficou estabelecida e passou a ser usada por inte-
ressados em aplicá-la como conhecimento científico da época.

A última década do século XVIII foi o período de consolidação da acidimetria e alcalimetria. O início do
século XIX representou um período importante para a aplicação de novas reações e introduziu o as-
pecto científico no desenvolvimento da análise volumétrica.

Nesta época aparece o outro nome de destaque na volumetria, Joseph Gay-Lussac. Seu trabalho pro-
porcionou uma base sólida para o desenvolvimento da volumetria devido à disseminação do uso de
seus métodos, que deixaram de ser aplicações industriais aproximadas e tornaram-se um ramo espe-
cífico da ciência.

Em 1829, o governo francês, que estava perdendo dinheiro devido a erros na determinação da prata
que compunha as moedas, pediu a Gay-Lussac para desenvolver um método simples para a determi-
nação de prata com um erro máximo aceitável de 0,05%.

Neste contexto, em 1832, foi publicado seu método mais famoso: a determinação de prata por titulação
de precipitação. Questões de ordem econômica estimularam a disseminação do método, que só pos-
teriormente recebeu um nome específico e continua em uso até hoje. Para a realização do experimento,
Gay-Lussac utilizou um novo "modelo" de bureta, que representa um estágio intermediário entre o ci-
lindro graduado de Descroizilles e a bureta moderna. Gay-Lussac foi o primeiro a notar a necessidade

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de correções dos volumes das soluções em função de variações de temperatura e introduziu procedi-
mentos análogos às calibrações.

O primeiro registro de uso de indicador redox em volumetria ocorreu em 1835, em um trabalho sobre
determinação de hipoclorito em cal clorada, com a reação de ácido arsenioso, hexacianoferrato de
potássio e nitrato de mercúrio na presença de índigo.

Com relação ao equipamento usado para as titulações, a bureta, vale apresentar um breve resumo.
Em 1795, Descroizilles descreveu pela primeira vez um cilindro de vidro que seria usado para as titu-
lações, inspirado em Berthollet que, por sua vez, em colaboração com Weltr, detalhou em 1804 um
sistema para realizar as titulações, com frascos e pipetas. Descroizilles publicou em 1806 o que pode
ser considerado o protótipo da bureta, que foi modificado por Gay-Lussac em 1835. Em 1846, Étienne
Ossian Henry descreveu a primeira bureta de vidro com torneira de cobre para o controle do fluxo do
titulante. Como as buretas com torneira de cobre, em geral, eram frágeis e caras, em 1855 Karl Friedrich
Mohr introduziu uma pinça no lugar da torneira e isso foi usado por muito tempo.

Sobre a inserção da volumetria em livros de Química Analítica, pode-se dizer que houve objeções de
autores consagrados do século XIX, provavelmente por não estarem familiarizados com a técnica e por
sua origem não acadêmica, fortemente associada a aplicações industriais, que davam caráter pouco
exato ou nobre aos trabalhos. A segunda edição da obra de Rose, "Handbuch der analytichen
Chemie" trouxe, em 1831, uma breve menção a uma titulação de hipoclorito com nitrato de mercúrio II
e índigo. Na obra de Fresenius "Anleitung zur quantitativen chemishen Analyse", publicada 1841, dois
métodos volumétricos foram descritos numa breve discussão sobre alcalimetria e métodos clorométri-
cos, com observações de restrição ao seu uso e recomendação para usar balança para as medidas.

O primeiro livro sobre volumetria foi escrito por Karl Heinrich Schwarz e publicado em 1853. A obra
"Praktishe Anleitung zur Maßanalysen (Titrir-Methode)" foi um livro pequeno, no qual o autor introduziu
a palavra "Maßanalyse", inspirado na expressão em francês "dosage à liqueur titrées", que ainda existe
em alemão e também é usada em outros idiomas e parece ter sido a origem do termo análise volumé-
trica. Também parece ter surgido em sua obra a primeira citação da idéia de quantidades equivalentes
de substâncias. Schwarz destacou a importância da análise volumétrica para a indústria, aproveitando
para contextualizar o enfoque científico da Química Analítica.

Nesta época, a volumetria ainda não parecia estar definitivamente consolidada no meio científico, que
relutava em propalar sua prática. Entretanto, pouco depois da obra de Schwarz, em 1855, surgiu a
primeira edição do famoso livro de Mohr "Lehrbuch der chemish-analystichen Titrimethode", um sólido
volume de 750 páginas quase que exclusivamente sobre métodos volumétricos.

Mohr foi outro colaborador destacado para o desenvolvimento da volumetria, além de vários outros
aspectos importantes teóricos e experimentais da Química, embora pouco reconhecido. Como exemplo
da falta de repercussão de seu trabalho, poucos devem lembrar-se que foi ele quem descobriu a lei da
conservação da energia. Em Química Analítica, ele introduziu, por exemplo, o uso de cromato de po-
tássio como indicador interno na determinação de cloreto (Método de Mohr), de ácido oxálico como
padrão primário para alcalimetria e de sulfato ferroso amoniacal (Sal ou Reagente de Mohr) como pa-
drão para agentes oxidantes.

Mohr sistematicamente usou equações químicas e introduziu a "normalidade" para expressar a con-
centração das suas soluções padrão, baseando-se na massa equivalente da substância que estaria
dissolvida em 1 litro de solução. Esta massa seria relacionada com o peso atômico da substância. Esta
forma de expressar a concentração em termos relacionados com o peso atômico pareceu ter sido criada
por Mohr neste seu livro.

Porém, em publicações posteriores, Mohr indicou que sabia que John Joseph Griffin foi quem, original-
mente, introduziu o sistema de peso atômico na volumetria.

Seu livro finalmente consolidou a volumetria como um sistema completo de análise e passou a ser
usado como obra de referência em Química Analítica por muito tempo. Com várias versões revisadas
e ampliadas, a última edição de sua obra ocorreu em 1914. Atualmente, Mohr se faz lembrar em mé-
todos e peças de laboratório que levam seu nome e que ainda estão em uso. Sua obra concluiu um
longo período da história inicial da volumetria.

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TÉCNICAS ANALÍTICAS

Nas décadas seguintes, foram registrados poucos avanços significativos das análises volumétricas. Os
métodos estabelecidos eram aplicados a uma grande variedade de amostras de maneira empírica;
quando resultados corretos eram obtidos, o método estava certo.

Nesta época, iniciou-se o interesse pelo comportamento dos indicadores, representando um novo im-
pulso para o desenvolvimento da volumetria no final do século XIX, com a obtenção do primeiro indica-
dor sintético, a fenolftaleína, em 1877. Até esta época os indicadores utilizados eram exclusivamente
extratos naturais obtidos de plantas. Em 1878, M. Miller sintetizou um novo indicador, a tropeolina,
enquanto G. Lunge sintetizou o alaranjado de metila; em 1893 já havia registro de 14 indicadores sin-
téticos. Na primeira década do século XX, os cientistas passaram a investigar as propriedades dos
indicadores para estabelecer qual indicador seria mais adequado para determinada titulação.

A explicação do funcionamento de um indicador de pH foi dada por Wilhelm Ostwald em 1894 em seu
livro "Die wissenschaftliche Grundlagen der analytischen Chemie"51. Sua explicação era simples e com-
preensível. "Para um corante poder ser usado como indicador, é essencial que ele tenha um caráter
ácido ou básico e que apresente cores diferentes para as formas não dissociada e iônica. Não deveria
ser um ácido forte...". É importante notar que isto é muito parecido com a definição comum de indica-
dores de pH que atualmente se emprega "ácido ou base fraco que apresenta cores diferentes para as
formas protonada e desprotonada".

Apesar da explicação de Ostwald, ainda era difícil escolher o melhor indicador para uma determinada
titulação. A disponibilidade de novos indicadores sintéticos de pH tornava a tarefa ainda mais difícil.
Um passo para resolver esse problema foi dado por Salm, em 1913, com a determinação das constan-
tes de dissociação de vários indicadores. Neste trabalho, Salm observou que a constante de dissocia-
ção do indicador corresponde à concentração de H +, na qual o indicador está 50% dissociado. Final-
mente, passou a ser fácil escolher o indicador adequado para uma determinada titulação.

O primeiro indicador específico para titulações de redox foi introduzido em 1923 por Knop 53. Daí para
frente vários estudos foram realizados por diversos pesquisadores, de tal forma que atualmente encon-
tra-se disponível uma extensa lista de indicadores redox para as mais diversas aplicações 13.

O terceiro grupo importante de indicadores, os indicadores de adsorção, foi desenvolvido mais recen-
temente. A fluoresceína foi introduzida por Fajans e Hessel para determinação argentimétrica de clo-
reto54. Uma explicação mais completa sobre o mecanismo desta classe de indicadores foi dada por
Schulek e Pungor em 1950.

Segundo Beck II, a primeira titulação condutimétrica foi apresentada em 1903, por Kuster e Gruters,
que monitoraram a variação da condutividade elétrica de uma solução em função da adição de peque-
nos volumes de um reagente, até a quantidade suficiente para estabelecer a reação quantitativa com
o outro reagente.

Em 1909, Sörenson definiu pH como o logaritmo negativo da concentração dos íons hidrogênio, criando
a escala de pH, com números que substituíam a inconveniente representação de valores com expoen-
tes negativos da potência de 10. Inspirado no trabalho de Sörenson, em 1913, Hildebrand utilizou o
eletrodo de hidrogênio em titulações, introduzindo assim a titulação potenciométrica.

Outro aspecto de interesse envolveu propostas para determinações volumétricas de concentrações


mais baixas, com o uso de titulantes diluídos, há muito tempo tentado por Mylius e Förster, e redução
de dispositivo de medidas, como fizeram Pilch e Bang, que apresentou uma microbureta ainda em uso
atualmente.

De acordo com Beck II7, em 1914, Niels J. Bjerrum publicou um livro descrevendo como obter curvas
de titulação e como calcular o erro de titulação na determinação visual do ponto final. Esta pode ser
considerada a obra que estabeleceu a teoria "completa" da titulação.

Um dos primeiros trabalhos realizados, utilizando um titulador automático, foi feito por Ziegel em 1914,
no qual uma bureta era controlada por um dispositivo eletromagnético. Em 1948, Lingane 62 também
descreveu um titulador automático, no qual a bureta era controlada por um pistão; este modelo é muito
parecido com o que se popularizou até os dias atuais nos laboratório de rotina.

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TÉCNICAS ANALÍTICAS

A introdução dos indicadores sintéticos de pH e dos indicadores redox representaram grande avanço
para a volumetria. Szabadváry considera provável que metade das publicações em Química Analítica
de 1900 até 1965 envolveram análise volumétrica.

A titulação iodométrica proposta por Karl Fischer, em 1935, para quantificar água residual em solventes
puros, gêneros alimentícios, polímeros e numerosas outras substâncias, foi um grande sucesso que
continua em uso, atualmente com detecção iodométrica e eletroquímica de ponto final.

Como resultado de estudos sobre complexos, em 1946 Gerold Schwarzenbach desenvolveu a comple-
xometria, com a descrição de uma titulação de cálcio e magnésio com EDTA e introduziu a murexida
como o primeiro indicador metalocrômico. Os métodos complexométricos tornaram-se muito importan-
tes na indústria, com intenso desenvolvimento de trabalhos envolvendo o EDTA.

Por volta de 1975, surgiram os métodos de análise por injeção em fluxo, FIA (do inglês: "flow injection
analysis"), dos trabalhos de Ruzicka e Hansen na Dinamarca, e do grupo de Stewart nos Estados Uni-
dos. Logo depois, a volumetria recebeu novo enfoque com a adaptação dos sistemas FIA para traba-
lhos com titulação, com os trabalhos de Abicht e do grupo de Toth. Sistemas FIA envolvendo titulação
também foram bastante aplicados por pesquisadores brasileiros do Centro de Energia Nuclear na Agri-
cultura da Universidade de São Paulo (CENAUSP), como, por exemplo, no trabalho de Korn e colabo-
radores, que empregaram detecção espectrofotométrica para a determinação do ponto final da titulação
em fluxo.

Desde então, com exceção da titulação em fluxo desenvolvida em trabalhos como os de Pasquini e
Cunha, pouco avanço foi acrescentado à volumetria. Merece destaque a menor titulação realizada por
Gratz e Yi em 1993: 29 fmols de HNO3 em uma gota de 1,9 pL de água sob uma camada de heptano
em uma placa de Petri, utilizando uma solução de KOH liberada por difusão da ponta de tubo capilar
de 1 µm de diâmetro. Uma mistura de indicadores azul de bromotimol e púrpura de bromocresol foi
utilizada e o ponto final foi observado por um microscópio acoplado a uma câmera de vídeo.

Atualmente, nota-se que tem havido interesse em estudos para a minimização dos resíduos químicos
de volumetria, gerados em laboratório de ensino como, por exemplo, nos trabalhos recentes dos grupos
de Micaroni e Cadore.

Alguns Usos Oficiais Da Análise Volumétrica

Os métodos oficiais de análise correspondem a um conjunto de métodos que já foram testados por
muitos analistas e são considerados por uma comunidade científica específica os mais adequados para
determinadas análises. Ou seja, os métodos oficiais são aqueles que fornecem resultados rápidos,
seletivos e específicos (sensíveis). Geralmente eles permanecem em uso até que um novo método que
envolva instrumentos mais avançados e/ou forneça resultados mais confiáveis seja estabelecido76.

A AOAC ("Association of Official Analytical Chemists") é uma organização internacional reconhecida


pelos seus 120 anos de experiência em validar e aprovar métodos para análises de alimentos, medi-
camentos e produtos agrícolas. Devido a este reconhecimento e por se tratar de uma coleção exclusiva
de métodos de análise química, optou-se por se focalizar este levantamento de dados no conteúdo da
16ª Edição dos Métodos Oficiais de Análises da AOAC, de 1997, para indicar a aplicabilidade atual da
volumetria. Esta edição possui um conjunto de 2036 métodos, sendo que nem todos estão descritos
na íntegra; muitos têm como referência os métodos de edições anteriores.

Foram investigados todos os métodos descritos nesta obra que utilizam a volumetria como etapa final
e conclusiva das análises. Só foram considerados os métodos com a descrição completa da etapa de
determinação ou com indicação, nesta edição, de que a determinação é feita por titulação.

Foram identificados 336 métodos nos quais a quantificação do analito é feita por titulação volumétrica,
o que corresponde a 17% dos métodos.

Estes métodos englobam a quantificação de diversos compostos, íons e elementos, além de índices
como de acidez e basicidade, em várias matrizes de alimentos, medicamentos e produtos agrícolas.

Um estudo mais detalhado permitiu verificar que a maior parte (36%) destes métodos relaciona-se com
a determinação de compostos orgânicos. A Figura 1 ilustra uma distribuição dos métodos da AOAC

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TÉCNICAS ANALÍTICAS

que envolvem titulação na etapa de quantificação, conforme o objeto de determinação da análise volu-
métrica.

Desde o século XVIII, a análise volumétrica tem aplicação intensa e consagrada na indústria, além de
outros laboratórios de rotina. Porém, assim como na ocasião de seu surgimento, quando a comunidade
científica mostrava reservas quanto ao seu uso por ter surgido de maneira empírica, nos dias de hoje
tem surgido certo desinteresse pela volumetria nas novas gerações de químicos, impressionáveis pelo
apelo mais tecnológico dos métodos instrumentais.

Assim como muitos conceitos químicos foram consolidados com o desenvolvimento da volumetria, é
inegável a relevância dos métodos volumétricos para o aprendizado de Química. Uma breve avaliação
de usos correntes da volumetria pode convencer essa geração de estudantes e pesquisadores céticos.

Embora possa haver uma indevida associação das análises volumétricas com métodos ultrapassados
ou obsoletos, detectou-se que 17% dos métodos de análise de uma coleção de referência atual77 en-
volvem volumetria, o que deve indicar a sua importância e aplicabilidade nos mais diversos segmentos
de análise química.

Gravimetria

A precipitação é um dos processos de separação de fases, onde o elemento a ser dosado é separado
da solução através da formação de um precipitado convenientemente escolhido em cada caso. Devem-
se levar em conta vários fatores para a escolha do reagente precipitante, tais como a solubilidade, as
características físicas e a pureza do precipitado.

Quanto à técnica de precipitação utilizada em laboratório, de modo geral, ela é processada em béquer
com adição lenta do reagente (por meio de uma pipeta) e sob agitação, ou a partir de uma solução
homogênea

A filtração é o processo de separação do precipitado do meio em que se processou a sua formação. A


maneira como é feita a Filtração dependerá do tratamento a que o precipitado será submetido na fase
seguinte (secagem ou calcinação). Se o precipitado deve ser seco a 100º - 120º C, em estufa, é neces-
sário que a Filtração seja feita em funil de Gooch de vidro ou porcelana. Esses cadinhos Filltrantes
possuem como fundo uma camada porosa.

Nesse caso, a Filtração é executada com o auxílio de sucção, para forçar a passagem do líquido pelo
Filtro, usando um frasco de sucção, geralmente um kitassato e um aspirador, que pode ser uma trompa
d’água ou uma bomba de vácuo (Fig. 4.1).

Quando o precipitado deve ser calcinado em temperaturas elevadas, procede-se a Filtração através de
papel Filtro. O papel de Filtro utilizado em análise quantitativa apresenta um resíduo de cinzas cons-
tante após a calcinação, sendo que uma folha circular utilizada numa Filtração, após sua calcinação,
apresenta um resíduo de cinzas de peso desprezível.

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TÉCNICAS ANALÍTICAS

A filtração com auxílio do papel-filtro é feita por gravidade, sem sucção. Você sabia que até para dobrar
o papel-filtro existe uma técnica? Para aumentar a velocidade de vazão do líquido a ser filtrado, o papel-
filtro circular deve ser dobrado e inserido num funil de vidro, como está ilustrado na Fig 4.2, tomando-
se o cuidado de umedecê-lo após sua inserção no funil, de modo a se obter uma boa aderência. O
diâmetro do papel-filtro utilizado deve ser tal que sua parte superior deve estar de 1 a 2 cm abaixo da
borda do funil de vidro.

Faz-se a filtração por decantação transferindo-se primeiro o líquido sobrenadante e, em seguida, o


precipitado. A transferência é feita com o auxílio de um bastão de vidro, recolhendo-se o filtrado em um
béquer. A extremidade inferior da haste do funil deve ser encostada na parede interna do béquer usado
no recolhimento do filtrado.

Não se deve deixar o precipitado secar no filtro durante a filtração, pois se isto acontecer formar-se-ão
canaletas na massa de precipitado, o que, posteriormente, provocará uma lavagem defi ciente. Deve-
se manter durante toda a filtração o nível de solução a ¾ da altura do papel-filtro no funil.

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CONHECIMENTO SOBRE ESPECTROFOTOMETRIA

Conhecimento Sobre Espectrofotometria

A espectrofotometria é um método utilizado para medir o quanto uma substância química absorve a
luz, medindo a intensidade quando um feixe de luz passa através da solução da amostra.

O princípio básico é que cada composto absorve ou transmite luz em uma certa amplitude de compri-
mento de onda. Assim, a medida também pode ser usada para medir a quantidade de uma substância
química conhecida.

A espectrofotometria é muito utilizada nas áreas de biologia, físico-química, indústria e em diversos


laboratórios, incluindo de análises clínicas.

O conhecimento da absorção de luz pela matéria é a forma mais usual de determinar a concentração
de compostos presentes em solução. Todo composto químico absorve, transmite ou reflete luz (radia-
ção eletromagnética) em uma certa amplitude de comprimento de onda.

Por meio da espectrofotometria é realizada a medição da intensidade da luz em comprimentos de onda,


sendo que os componentes de uma solução podem ser identificados por seus espectros característicos
ao ultravioleta, visível ou infravermelho.

A técnica utiliza a propriedade das soluções de absorver ou transmitir a luz para quantificar reações. Na
prática, a quantidade de luz absorvida ou transmitida é proporcional à concentração da substância em
solução. Como uma impressão digital, saber exatamente a cor absorvida, nos permite identificar e
quantificar materiais diferentes.

Quanto mais concentrada for a solução, maior será a absorção de luz. Por outro lado, a cor da solução
é determinada pela cor da luz transmitida.

Transmitância

Exprime a fração da energia luminosa que consegue atravessar uma determinada espessura de um
material, sem ser absorvida. Ou seja, a capacidade de transmitir a luz.

Exprime a fração da energia luminosa que é absorvida por uma determinada espessura de um material.
Ou seja, a capacidade de absorver a luz.

A absorbância de uma solução está relacionada com a transmitância. Quando a absorbância de uma
solução aumenta, a transmitância diminui.

Transmitância e absorbância tendem a ser grandezas complementares. Assim, sua soma (para a
mesma energia e comprimento de onda incidente) é aproximadamente igual a 1, ou 100%. Se 90% da
luz é absorvida, então 10% é transmitida.

Cores Em Espectrofotometria

A luz é uma forma de radiação eletromagnética que possui características de onda e de partícula (fó-
ton). Os diferentes elementos absorvem energia em comprimentos de onda específicos.

A cor de uma solução está relacionada ao comprimento de onda complementar ao apresentado. Por-
tanto, uma solução aparece como branca porque transmite luzes de todas as cores.

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CONHECIMENTO SOBRE ESPECTROFOTOMETRIA

Quando absorve luzes de todas as cores, a solução é preta. Finalmente, a solução é verde quando
absorve luz vermelha e transmite luz verde (amarelo + azul), denominada de cor complementar.

As radiações eletromagnéticas com comprimento de onda entre 380 e 780 nm são visíveis ao olho
humano. Abaixo de 380 nm é denominada ultravioleta (UV) e acima de 780 nm correspondem à zona
infravermelha.

Relação entre comprimento de onda e as características de cor:

O espectrofotômetro é o equipamento utilizado para determinar os valores de transmitância (luz trans-


mitida) e absorbância (luz absorvida) de uma solução em um ou mais comprimentos de onda.

Ele mede a quantidade de fótons (a intensidade da luz) absorvida depois de passar pela amostra. A
quantidade de uma substância química conhecida (concentração) também pode ser determinada.

Componentes do espectrofotômetro

Alguns componentes são comuns a todos os espectrofotômetros. A luz, fornecida por uma lâmpada, é
fracionada pelo prisma (monocromador) nos comprimentos de onda que a compõem (luzes monocro-
máticas).

O comprimento de onda selecionado é dirigido para a solução contida em uma cubeta. Parte da luz é
absorvida e parte é transmitida. A redução da intensidade luminosa é medida pelo detector (célula
fotelétrica) porque o sinal elétrico de saída do detector depende da intensidade da luz que incidiu sobre
ele.

O sinal elétrico é lido como uma absorbância e é proporcional à concentração da substância absorvente
existente na cubeta.

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CONHECIMENTO SOBRE ESPECTROFOTOMETRIA

(a) fonte de luz, (b) colimador, (c) prisma ou rede de difração, (d) fenda seletora (e) cubeta contendo
solução, (f) detector, (g) leitor.

Cubetas Para Espectrofotometria

A cubeta, também chamada de célula, é o recipiente que contém a amostra, utilizada para permitir a
leitura óptica.

As cubetas de espectrofotômetro são fabricadas em uma variedade de materiais para suportar diferen-
tes padrões de comprimento de onda e requisitos do caminho óptico. As cubetas podem ser de quartzo
ou vidro (reutilizáveis) e ainda de acrílico (descartável), sendo empregadas dependendo de qual é a
faixa o espectro a ser analisada.

A de quartzo é usada para a região ultravioleta do espectro, já o vidro é usado para a faixa visível e a
cubeta de acrílico, para ensaios rápidos e menos exigentes.

É preciso ter cuidado ao manusear as cubetas, mesmo uma ligeira impressão digital pode interferir nos
resultados. É muito importante não tocar na superfície óptica da cubeta, pois óleos de sua pele, partí-
culas de tecidos de limpeza, poeira e outros contaminantes podem afetar as leituras.

A utilização e limpeza corretas são a base de qualquer análise espectrofotométrica, ajudando a evitar
erros de medição.

As cubetas não devem ser secas por aquecimento em uma estufa ou chama porque isso pode provocar
danos físicos e/ou mudar o caminho óptico.

Cubetas Kasvi

Padrão Branco Em Espectrofotometria

Quando um feixe de luz monocromática atravessa uma cubeta de espectrofotômetro, parte da luz sofre
refração, reflexão, absorção pelos reagentes e outras interações indesejáveis.

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CONHECIMENTO SOBRE ESPECTROFOTOMETRIA

Para eliminar tais interferências, deve-se zerar o aparelho com uma solução que é denominada
“branco”. O branco deve conter todos os constituintes do sistema, exceto a amostra a ser estudada. A
cada conjunto de determinações, bem como após alterar o comprimento de onda, o aparelho deve ser
sempre zerado e calibrado com o tubo que contém o branco.

Lei de Lambert

Lambert (1870) observou a relação entre a transmissão de luz e a espessura da camada do meio
absorvente. Quando um feixe de luz monocromática, atravessava um meio transparente homogêneo,
cada camada deste meio absorvia igual a fração de luz que atravessava, independentemente da inten-
sidade da luz que incidia.

A partir desta conclusão foi enunciada a seguinte lei: " A intensidade da luz emitida decresce exponen-
cialmente à medida que a espessura do meio absorvente aumenta aritmeticamente ".

Esta lei pode ser expressa pela seguinte equação:

===================

I = Io . 10-x1

===================

Onde: I = Intensidade da luz transmitida

Io = Intensidade da luz incidente

x = constante denominada coeficiente de absorção e que depende do meio absorvente empregado

1 = Espessura do meio absorvente

Lei De Beer

Beer em 1852 observou a relação existente entre a transmissão e a concentração do meio onde passa
o feixe de luz. Uma certa solução absorve a luz proporcionalmente à concentração molecular do soluto
que nela encontra, isto é, " A intensidade de um feixe de luz monocromático decresce exponencial-
mente à medida que a concentração da substância absorvente aumenta aritmeticamente ".

Expressa pela equação:

=================

I = Io . 10-kc

=================

Onde: I = Intensidade da luz transmitida

Io = Intensidade da luz incidente

k = Constante denominada coeficiente de absorção

c = Concentração do meio absorvente

As leis de Lambert-Beer são o fundamento da espectrofotometria. Elas são tratadas simultaneamente,


processo no qual a quantidade de luz absorvida ou transmitida por uma determinada solução depende
da concentração do soluto e da espessura da solução (1).

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CONHECIMENTO SOBRE ESPECTROFOTOMETRIA

A lei de Lambert-Beer pode ser expressa matematicamente pela relação: T= e-a . 1 . C

Onde:

T= Transmitância

e = Logaritmo Natural de Euler

a= Constante

1= Espessura da solução

c = Concentração da solução (cor)

Convertendo a equação para forma logarítmica:

-lnT=a . l . c

Utilizando-se logaritmo na base 10, o coeficiente de absorção é convertido no coeficiente de extinção


K.

assim: -log T=k. l . c

em que: k = a/2.303.

As determinações das concentrações de compostos, o "1" (caminho óptico), são mantidas constantes
e têm grande importância para os bioquímicos, portanto:

-log T =k' . c

em que: k'=k. l

O -log (I/Io) foi denominado densidade óptica (DO) ou absorbância (A) ou extinção (E). Portanto, A =
k' . c. A relação entre A e a concentração da solução é linear crescente, conforme mostrado na Figura
1.5.

Figura 1.5 Curva de absorbância versus concentração de glicose (umol/mL).

Comparando com a equação da reta tem-se: y = a . (x) + b; A =k' . c + 0,02.

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POTENCIOMETRIA

Potenciometria

Os métodos potenciométricos de análises baseiam-se na medida do potencial de células eletroquími-


cas, sem o consumo perceptível de corrente. A potenciometria é uma medição analítica a partir do uso
de dois eletrodos num sistema de alta impedância, então, a medição do potencial de uma célula ele-
troquímica em condições de corrente zero é realizada usando um potenciômetro.

A figura acima mostra o circuito de um potenciômetro.

Cada eletrodo se comporta como a metade de uma célula eletroquímica similar a uma pilha galvânica,
conforme mostrado na PARTE 1 deste artigo.

Em aplicações de métodos dinâmicos onde é necessário controlar a corrente que flui através de uma
célula eletroquímica, como a coulometria de corrente constante, usa-se um galvanostato.

A figura acima mostra um galvanostato, a célula é representada por 3 eletrodos: eletrodo de trabalho
(W), eletrodo Auxiliar (A) e eletrodo de referência (R), Um galvanômetro (i) em série ao eletrodo e ao
auxiliar e uma fonte e um voltímetro (V) de alta impedância ligado ao eletrodo de referência. Cortesia
TDMU

O potenciostato é usado para métodos dinâmicos quando é necessário controlar o potencial do eletrodo
de trabalho.

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POTENCIOMETRIA

Na figura a seguir o potencial do eletrodo de trabalho é monitorado por um eletrodo de referência co-
nectado ao eletrodo de trabalho através de um potenciômetro de alta impedância. O potencial desejado
é conseguido ajustando o resistor do fio deslizante conectado ao eletrodo auxiliar.

A figura acima mostra o diagrama de interligação de uma célula eletroquímica num potenciostato ma-
nual, mostrando o galvanômetro (i) ligado no eletrodo de trabalho (W), um voltímetro de alta impedância
(V) ligado no eletrodo de referência (R) e a resistência de ajuste (SW) ligada ao eletrodo auxiliar (A).
Cortesia TDMU

As medições potenciométricas são feitas usando um potenciômetro para determinar a diferença de


potencial entre um eletrodo de trabalho ou, indicador, eletrodo e um contra-eletrodo. Uma vez que ne-
nhuma corrente significativa flui na potenciometria, o papel do contra-eletrodo é reduzido ao de fornecer
um potencial de referência. Assim o contra-eletrodo é geralmente chamado de eletrodo de referência.

Os potenciostátos modernos incluem geradores de formas de onda que permitem um perfil de potencial
dependente do tempo, como uma série de impulsos potenciais, a serem aplicados ao eletrodo de tra-
balho. O sistema de medição potenciométrico usa células eletroquímicas com 2, 3 e até 4 eletrodos.

Medição do pH

O pH é uma unidade de medida que descreve o grau de acidez ou alcalinidade de uma solução.

A ilustração acima mostra a escala de pH com diversos tipos de soluções e suas respectivas faixas de
pH. Cortesia Mundo Educação.

A escala de pH vai de 0 a 14, as soluções com pH na faixa entre 0 até 6,9 são chamadas de soluções
ácidas e as soluções com pH na faixa entre 7,1 até 14 são chamadas de soluções alcalinas. As solu-
ções com pH 7 são chamadas de soluções neutras.

Neste artigo fizemos uma visão geral sobre algumas técnicas de analises eletroanalíticas e suas apli-
cações, você vai encontrar muito mais conteúdo sobre o assunto a profundar seu conhecimento sobre
este tema no curso Fundamentos da Instrumentação Eletroanalítica.

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POTENCIOMETRIA

Eletrodos de pH.

No sistema de medição de pH um dos eletrodos é chamado de ELETRODO DE MEDIÇÃO, eletrodo


de membrana ou eletrodo de vidro.

A figura acima mostra um sistema de medição com um eletrodo de vidro (medição), à esquerda, e um
eletrodo de referência, à direita, onde uma milivoltagem é medida entre eles.

O eletrodo de medição, gera uma milivoltagem (ddp) proporcional ao pH da solução. Quando os ele-
trodos entram em contato com uma solução, produzem um potencial elétrico que é a soma dos poten-
cias nos dois eletrodos.

A figura acima mostra a ponta de uma sonda industrial com um eletrodo de membrana de vidro para
medição de pH.

A milivontagem gerada pelo eletrodo de medição obedece a lei de NERNST:

Onde:

• E = tensão gerada pelo eletrodo (ddp)

• Eo = potencial padrão do íon

• R = constante universal dos gases

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POTENCIOMETRIA

• T = Temperatura em graus absolutos (oK)

• n = número de mols eletrons transferido na reação.

• F – Constante de Faraday.

• iox = Concentração interna do ions.

• ired = Concentração extrena do ion.

A figura acima mostra o potencial formado na membrana do eletrodo de medição.

O segundo eletrodo é chamado de ELETRODO DE REFERÊNCIA, que é responsável por estabelecer


uma ponte de ligação elétrica, chamada de ponte salina, entre o eletrodo de medição e a solução.
Através da ponte salina é que se estabelece uma relação entre os íons, livres na solução e a milivolta-
gem gerada no eletrodo de medição.

Um eletrodo de referência é uma meia-célula que tem um potencial de eletrodo conhecido, que perma-
nece constante sob temperatura constante, independente da composição da solução do analito.

A figura acima mostra um eletrodo de referência de prata/cloreto de prata.

A eletroanalítica vem utilizando também por muitos anos o eletro padrão de hidrogênio (EPH) como
referência de tensão constante para suas medições.

Há uma grande variedade de eletrodos e sondas de medição do pH, para uso em laboratório e pro-
cesso, com sistemas especiais de barreiras iônicas para interferentes e sistemas externos de limpeza.

Eletrodo De Ion Seletivo (ISE)

Atravé da adição de outros matériais na composição da membrana do eletrodo de medição, têm-se


desenvolvidos eletrodos de vidro que permitem medidas potenciométricas diretas de espécies mono-
valentes, como Na+, K+, NH4+, Rb+, Cs+, Li+ e Ag+. As concentrações de espécies iônicas são medi-
das diretamente a partir do potencial de eletrodos de membranas seletivas a íons.

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POTENCIOMETRIA

Há ainda eletrodos para íons específicos (ISE) para: cloro, potássio, sódio, lítio, fluoretos, cálcio e ou-
tros, eletrodos para potencial Redox, eletrodos de estado sólido, eletrodos de membrana cristalina,
eletrodos metálicos com condutores inertes e eletrodos com MOSFET.

Além dos eletrodos citados para meios líquidos há também os sensores eletroquímicos para gases,
usados em detectores e monitores de gases atmosféricos.

Uma novidade que surgiu na última década é o eletrodo digital, onde no corpo do eletrodo é incorporado
um chip que amplifica e converte o sinal analógico do eletrodo em sinal digital calibrado e armazena
dados em memória embarcada, o que possibilita uma calibração padrão em bancada, antes da insta-
lação. Atualmente essa tecnologia está em uso em sensores de pH, condutividade e oxigênio dissol-
vido.

A figura acima mostra o acoplamento indutivo de um sensor com tecnologia Memosens, com sinal
digital e alimentação. Cortesia Memosens

Uma tecnologia Memosens modificou alguns paradigmas de manutenção de sensores industriais de


pH e condutividade, nessa tecnologia um CHIP com microprocessador e memória é embarcado no
eletrodo de forma a armazenar dados do processo, dados de calibração e status do sensor.

Além disso com a conversão do sinal de analógico para digital o acoplamento do sinal no conector do
sensor, pode ser feito de maneira magnética, sem nenhum contato elétrico entre o sensor e o cabo.

Segundo um dos fabricantes de eletrtodos com essa tecnologia, a Knick fala sobre alguns benefícios
dessa tecnologia, segundo este fabricante o sistema de conectores de sensor indutivo com tecnologia
Memosens transfere a energia e os dados sem o contato entre sensores eletroquímicos e analisadores.

Usando sensores pré-calibrados, garante-se a disponibilidade máxima e os requisitos de manutenção


mais baixos no ponto de medição. Essa tecnologia permite salvar e analisar dados relacionados ao
processo diretamente no sensor (por exemplo, tempo de operação, desgaste e rompimento e contador
CIP/SIP).

Titulação

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POTENCIOMETRIA

A análise por titulação faz parte de um grupo de métodos analíticos baseados na determinação da
quantidade de um reagente (titulante) de concentração conhecida que é requerida para reagir comple-
tamente com o analito.

As titulações são muito utilizadas em química analítica para determinar ácidos, bases, oxidantes, redu-
tores, íons metálicos, proteínas e muitas outras espécies, a reação envolvida é denominada de este-
quiometria.

A titulação pode se diferencia pelo tipo de medição usada para monitorar a reação de titulação, podendo
ser potenciométrica, condutimétrica ou fotométrica.

A titulações condutométricas, se baseiam na determinação do ponto de equivalência de uma titulação


através de variações da condutância da solução do analito pela adição do titulante. Numa titulação
condutométrica segue-se a variação da condutância da solução em análise à medida que o reagente
titulante é adicionado de uma bureta.

As adições de volume sucessivas e conhecidos de titulante provoca uma variação linear de condutância
da solução que pela sua descontinuidade, nas proximidades do ponto de equivalência, indicará quando
a substituição for completa. Essas titulações podem ser do tipo acido-base ou por precipitação.

Uma titulação potenciométrica envolve medidas do potencial de um eletrodo indicador adequado em


função do volume do titulante.

As titulações potenciométricas fornecem dados que são mais confiáveis que aqueles gerados por titu-
lações que empregam indicadores químicos e elas são particularmente úteis com soluções coloridas
ou turvas e na detecção da presença de espécies insuspeitas.

A figura acima mostra um analisador automático para instalação em processo, capaz de realizar análi-
ses titulométricas. Cortezia Metrohm.

Os tituladores automáticos para a realização de titulações potenciométricas estão disponíveis a partir


de diversos fabricantes. A a mostra é tomada e depositada num frasco de reação, o analisador adiciona
o titulante, registra o potencial versus o volume e analisa os dados para determinar a concentração da
solução desconhecida.

Vários tipos de titulações potenciométricas são utilizadas como: Titulação Ácido – Base; Titulações de
Formação de Complexos; Titulação Ácido-Base em Solventes Orgânicos; Titulação de Precipitação;
Titulações Potenciométricas de Oxidação-Redução; iodometria.

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ELETROFORESE

Eletroforese

A eletroforese é uma técnica laboratorial realizada com o objetivo de separar moléculas de acordo com
o seu tamanho e carga elétrica para que se possa ser realizado o diagnóstico de doenças, seja verifi-
cada a expressão de proteínas ou se possa identificar microrganismos.

A eletroforese é um procedimento simples e de baixo custo, sendo utilizado na rotina laboratorial e em


projetos de investigação. De acordo com a finalidade da eletroforese, pode ser necessária a realização
de outros testes e exames para que se possa chegar a um diagnóstico, por exemplo.

A eletroforese pode ser realizada com diversas finalidades, tanto em projetos de investigação quanto
no diagnóstico, já que se trata de uma técnica simples e de baixo custo. Dessa forma, a eletroforese
pode ser realizada para:

Identificar vírus, fungos, bactérias e parasitas, sendo mais comum essa aplicação em projetos de in-
vestigação;

-Teste de paternidade;

-Verificar a expressão de proteínas;

-Identificar mutações, sendo útil no diagnóstico de leucemias, por exemplo;

-Analisar os tipos de hemoglobina circulantes, sendo útil no diagnóstico da anemia falciforme;

-Avaliar a quantidade de proteínas presentes no sangue.

De acordo com a finalidade da eletroforese, pode ser necessária a realização de outros exames com-
plementares para o médico possa concluir o diagnóstico.

Como é Feita

A eletroforese é uma técnica laboratorial e que, para ser realizada, é necessário preparar um gel de
agarose ou poliacrilamida, dependendo do objetivo da realização da técnica, solução tampão, cuba de
eletroforese, marcador de peso molecular e uma substância capaz de permitir a visualização das amos-
tras quando expostas à luz UV ou LED. Após o preparo e solidificação do gel, a técnica pode ser reali-
zada da seguinte forma:

Colocar cada amostra em um poço do gel, misturando uma pequena quantidade de marcador de peso
molecular;

Colocar em um dos poços um controle positivo, que é a substância que se sabe o que é, e em outro
poço, o controle negativo, para garantir a validade da reação. Em ambos os poços, é necessário haver
também o marcador de peso molecular;

Colocar o gel na cuba de eletroforese, caso não esteja, com a solução tampão específica, e ligar o
aparelho para que seja gerada corrente elétrica capaz de gerar de diferença potencial e separação das
partículas de acordo com a sua carga e tamanho.

O tempo da corrida eletroforética varia de acordo com o objetivo do procedimento, podendo durar até
1 hora;

Visualizar o resultado da eletroforese por meio do transiluminador. Quando o gel é colocado sob luz
UV ou LED, é possível visualizar o padrão de bandas: quanto maior a molécula, menor é a sua migra-
ção, ficando mais próximo do poço, enquanto que quanto mais leve for a molécula, maior é o potencial
migratório.

Para que a reação seja validada, é preciso que sejam visualizadas as bandas do controle positivo e
que no controle negativo não seja visualizado nada, pois caso contrário é indicativo de que houve con-
taminação, devendo todo o processo ser repetido.

Tipos de Eletroforese

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ELETROFORESE

A eletroforese pode ser realizada com diversas finalidades e, de acordo com o seu objetivo, pode ser
utilizados vários tipos de gel, sendo os mais comuns o de poliacrilamida e o de agarose.

A eletroforese para identificar microrganismos é mais comum de ser realizada em laboratórios de in-
vestigação, no entanto, para fins diagnósticos, a eletroforese pode ser utilizada para identificar doenças
hematológicas e doenças que evoluam com o aumento da quantidade de proteínas, sendo os principais
tipos de eletroforese:

Eletroforese de Hemoglobina

A eletroforese de hemoglobina é uma técnica laboratorial realizada para identificar os diferentes tipos
de hemoglobina circulantes no sangue, sendo possível identificar a presença de doenças relacionadas
à síntese de hemoglobina.

O tipo de hemoglobina é identificado por meio da eletroforese em pH específico, idealmente entre 8,0
e 9,0, sendo verificado um padrão de bandas que pode ser comparado ao padrão normal, permitindo
identificar a presença de hemoglobinas anormais.

Para que é feita: A eletroforese de hemoglobina é feita para investigar e diagnosticar doenças relacio-
nadas à síntese de hemoglobina, como anemia falciforme e doença da hemoglobina C, além de ser

Eletroforese:
O Que é, para Que Serve e Como é Feita

A eletroforese é uma técnica laboratorial realizada com o objetivo de separar moléculas de acordo com
o seu tamanho e carga elétrica para que se possa ser realizado o diagnóstico de doenças, seja verifi-
cada a expressão de proteínas ou se possa identificar microrganismos.

A eletroforese é um procedimento simples e de baixo custo, sendo utilizado na rotina laboratorial e em


projetos de investigação. De acordo com a finalidade da eletroforese, pode ser necessária a realização
de outros testes e exames para que se possa chegar a um diagnóstico, por exemplo.

Para Que Serve:

A eletroforese pode ser realizada com diversas finalidades, tanto em projetos de investigação quanto
no diagnóstico, já que se trata de uma técnica simples e de baixo custo. Dessa forma, a eletroforese
pode ser realizada para:

Identificar vírus, fungos, bactérias e parasitas, sendo mais comum essa aplicação em projetos de in-
vestigação;

-Teste de paternidade;

-Verificar a expressão de proteínas;

-Identificar mutações, sendo útil no diagnóstico de leucemias, por exemplo;

-Analisar os tipos de hemoglobina circulantes, sendo útil no diagnóstico da anemia falciforme;

-Avaliar a quantidade de proteínas presentes no sangue.

De acordo com a finalidade da eletroforese, pode ser necessária a realização de outros exames com-
plementares para o médico possa concluir o diagnóstico.

Como é Feita

A eletroforese é uma técnica laboratorial e que, para ser realizada, é necessário preparar um gel de
agarose ou poliacrilamida, dependendo do objetivo da realização da técnica, solução tampão, cuba de
eletroforese, marcador de peso molecular e uma substância capaz de permitir a visualização das amos-
tras quando expostas à luz UV ou LED. Após o preparo e solidificação do gel, a técnica pode ser reali-
zada da seguinte forma:

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ELETROFORESE

Colocar cada amostra em um poço do gel, misturando uma pequena quantidade de marcador de peso
molecular;

Colocar em um dos poços um controle positivo, que é a substância que se sabe o que é, e em outro
poço, o controle negativo, para garantir a validade da reação. Em ambos os poços, é necessário haver
também o marcador de peso molecular;

Colocar o gel na cuba de eletroforese, caso não esteja, com a solução tampão específica, e ligar o
aparelho para que seja gerada corrente elétrica capaz de gerar de diferença potencial e separação das
partículas de acordo com a sua carga e tamanho. O tempo da corrida eletroforética varia de acordo
com o objetivo do procedimento, podendo durar até 1 hora;

Visualizar o resultado da eletroforese por meio do transiluminador. Quando o gel é colocado sob luz
UV ou LED, é possível visualizar o padrão de bandas: quanto maior a molécula, menor é a sua migra-
ção, ficando mais próximo do poço, enquanto que quanto mais leve for a molécula, maior é o potencial
migratório.

Para que a reação seja validada, é preciso que sejam visualizadas as bandas do controle positivo e
que no controle negativo não seja visualizado nada, pois caso contrário é indicativo de que houve con-
taminação, devendo todo o processo ser repetido.

Tipos de Eletroforese

A eletroforese pode ser realizada com diversas finalidades e, de acordo com o seu objetivo, pode ser
utilizados vários tipos de gel, sendo os mais comuns o de poliacrilamida e o de agarose.

A eletroforese para identificar microrganismos é mais comum de ser realizada em laboratórios de in-
vestigação, no entanto, para fins diagnósticos, a eletroforese pode ser utilizada para identificar doenças
hematológicas e doenças que evoluam com o aumento da quantidade de proteínas, sendo os principais
tipos de eletroforese:

1. Eletroforese de Hemoglobina

A eletroforese de hemoglobina é uma técnica laboratorial realizada para identificar os diferentes tipos
de hemoglobina circulantes no sangue, sendo possível identificar a presença de doenças relacionadas
à síntese de hemoglobina.

O tipo de hemoglobina é identificado por meio da eletroforese em pH específico, idealmente entre 8,0
e 9,0, sendo verificado um padrão de bandas que pode ser comparado ao padrão normal, permitindo
identificar a presença de hemoglobinas anormais.

Para que é feita: A eletroforese de hemoglobina é feita para investigar e diagnosticar doenças relacio-
nadas à síntese de hemoglobina, como anemia falciforme e doença da hemoglobina C, além de ser útil
na diferenciação das talassemias.

2. Eletroforese de Proteínas

A eletroforese de proteínas é um exame solicitado pelo médico para avaliar a quantidade de proteínas
circulantes no sangue e, assim, identificar doenças. Esse exame é feito a partir de uma amostra de
sangue, que é centrifugada para que se obtenha o plasma, que a parte do sangue constituída, dentre
outras substâncias, por proteínas.

Após eletroforese, pode ser visualizado um padrão de bandas e, posteriormente, um gráfico em que é
indicada a quantidade de cada fração de proteínas, sendo fundamental para o diagnóstico.

Para que é feita: A eletroforese de proteínas permite que o médico investigue a ocorrência de mieloma
múltiplo, desidratação, cirrose, inflamações, doenças do fígado, pancreatite, lúpus e hipertensão de
acordo com o padrão de bandas e o gráfico apresentado no laudo do exame.

Eletroforese de Proteínas

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ELETROFORESE

A eletroforese de proteínas é um exame de sangue solicitado pelo médico com o objetivo de investigar
doenças que podem cursar com alteração na quantidade de proteínas circulantes no sangue, sendo
considerado um dos principais exames solicitados para investigação e diagnóstico do mieloma múltiplo.

As proteínas que são avaliadas nesse exame são importantes para o bom funcionamento do orga-
nismo, já que atuam no sistema imune, no processo de coagulação e reações metabólicas, além de
poderem carregar algumas moléculas até o seu sítio de ação. Assim, alteração nas suas concentrações
podem ser indicativas de doenças. Dentre as proteínas avaliadas estão a albumina, alfa-glicoproteínas,
beta-glicoproteínas e gama-glicoproteína.

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REAGENTE LIMITANTE E REAGENTE
EM EXCESSO

Reagente Limitante e Reagente em Excesso

Geralmente, ao estudar as reações, nós as encaramos como ideais, isto é, encaramos que todos os
reagentes reagem completamente; exatamente como é descrito nas equações químicas. No entanto,
no mundo real isto nem sempre ocorre. Uma série de fatores pode interferir no desenvolvimento de
uma reação química.

Por exemplo: há a impureza dos reagentes, seu manejo inadequado, imprecisão das medidas efetua-
das pelos aparelhos do laboratório ou máquinas industriais, não completude da reação no momento
em as medições são feitas, uma reação concorrente (isto é, que ocorre exatamente ao mesmo tempo
em que a nossa reação de interesse pode consumir os reagentes utilizados), a pressão e a tempera-
tura podem variar, e assim por diante.

Todos esses fatores devem ser levados em consideração para que se prepare a máxima quantidade
de produtos a partir de uma determinada quantidade de reagente. Vamos ver, por exemplo, o que
acontece quando a reação não ocorre com o consumo total dos reagentes em razão do excesso de
um deles, porque muitas vezes na indústria os reagentes não são colocados em contato nas propor-
ções exatas.

Por exemplo, considere a reação abaixo entre o monóxido de carbono e o oxigênio:

2 CO (g) + O2 (g) → 2CO2(g)

Com base na proporção estequiométrica mostrada na reação balanceada acima, são necessárias
duas moléculas de monóxido de carbono para reagir com uma de oxigênio, gerando duas moléculas
de dióxido de carbono. A proporção é, portanto, 2 : 1 : 2. Se essa proporção for mudada e um dos
reagentes estiver em excesso, a reação não ocorrerá da mesma maneira:

2 CO (g) + 2 O2 (g) → 2 CO2(g) + O2 (g)

Considerando o exemplo acima, que não está na proporção estequiométrica, verifica-se que o monó-
xido de carbono é totalmente consumido enquanto que o oxigênio não. Isto significa que o oxigênio é
o reagente em excesso e o monóxido de carbono é o reagente limitante.

O reagente limitante realmente limita a reação, pois depois que ele é totalmente consumido, a reação
cessa, não importando a quantidade em excesso que ainda tenha do outro reagente.

Determinação do reagente limitante:

A partir da equação química balanceada é possível determinar quem é o reagente limitante e o que
está em excesso e a relação entre as quantidades das substâncias envolvidas.

Vejamos um exemplo de como realizar este cálculo; consideremos o caso da combustão do álcool:

Problema: Uma massa de 138 g álcool etílico (C2H6O) foi posta para queimar com 320g de oxigênio
(O2), em condições normais de temperatura e pressão. Qual é a massa de gás carbônico liberado e o
excesso de reagente, se houver?

Resolução:
A reação balanceada é dada por:

1 C2H6O(V) + 3 O2(g) → 2CO2(g) + 3H2O(v)


1 mol 3 mol 2 mol
46 g 96g 88g
138g 320g

Só de analisarmos os dados, vemos que a massa de oxigênio é proporcionalmente maior que a do


álcool, assim o oxigênio é o reagente em excesso e o álcool etílico é o reagente limitante.

Calculando a massa de gás carbônico formado a partir da quantidade do reagente limitante:

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REAGENTE LIMITANTE E REAGENTE
EM EXCESSO

46g de C2H6O ------------88g de CO2


138g de C2H6O ------------x
x = 264 g de CO2

A massa de oxigênio em excesso é determinada de forma análoga:

46g de C2H6O ------------ 96 O2


138g de C2H6O ------------x
x = 288 g de O2

A massa em excesso é a diferença da massa que foi colocada para reagir e a que efetivamente rea-
giu:

320g - 288g= 32 g

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (em inglês, United Nations
Framework Convention on Climate Change ou UNFCCC) é um tratado ambiental internacional que
visa estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera resultantes das ações hu-
manas, afim de impedir que interfiram de forma prejudicial e permanente no sistema climático do pla-
neta.

O tratado foi aprovado em junho de 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Am-
biente e Desenvolvimento ocorrida no Rio de Janeiro (informalmente conhecido como "Cúpula da
Terra" ou "Rio 92"). Dois anos mais tarde, em 21 de março de 1994, entrou em vigor e, hoje, conta
com a participação de 196 países signatários.

A Convenção estabelece compromissos e obrigações para todos os países signatários (chamados de


Partes da Convenção) no combate às alterações climáticas com base no princípio da "responsabili-
dade comum, mas diferenciada". Embora todas as Partes devam agir para proteger o meio ambiente
e o sistema climático nos níveis nacional, regional e global, pela Convenção é necessário considerar
as diferentes circunstâncias de cada país: como cada Parte contribuiu (e contribui) para o problema e
também sua capacidade para prevenir, reduzir e controlar a ameaça.

Inicialmente, o tratado não fixou limites para as emissões dos gases de efeito estufa (GEE) ou conti-
nha disposições obrigatórias para os membros. Em vez disso, ele incluiu provisões para atualizações
(chamadas de "Protocolos"), estas sim capazes de definir os limites obrigatórios de emissões. As
atualizações ocorrem periodicamente nas reuniões dos países signatários, as Conferências das Par-
tes - COP.

Conferência das Partes

Desde a entrada em vigor da UNFCCC, anualmente ocorre a Conferência das Partes (COP). Ali é
avaliado o progresso dos membros em lidar com as mudanças climáticas e se estabelecem as obri-
gações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

A primeira reunião ocorreu em 1995 na cidade de Berlim. Nela foi firmado o Mandato de Berlim, no
qual os países mais desenvolvidos assumiram compromissos maiores com os objetivos da Conven-
ção.

Em 1997, a COP-3, realizada na cidade de Kyoto, aprovou a principal e mais conhecida atualização
da Convenção, o Protocolo de Kyoto. Este tratado complementar à Convenção-Quadro, hoje ratifica-
do por 192 países, definiu metas mais rígidas e propôs um calendário pelo qual os países membros
(principalmente os desenvolvidos) teriam a obrigação de reduzir a emissão de gases do efeito estufa
em, pelo menos, 5,2% em relação aos níveis de 1990 no período entre 2008 e 2012. O Protocolo teve
sua duração estendida para 2020 na COP-18, realizada em Doha, Qatar, em 2012.

Rendimento de uma Reação Química

Uma reação química não pode ser considerada como um sistema ideal, ou seja, que poderá ser pre-
visto quantitativamente em exatidão. Vários fatores podem estar envolvidos em um processo labora-
torial cujo resultado obtido não satisfez o teorizado. “A palavra estequiometria vem do grego e signifi-
ca medir algo que não pode ser dividido. Ela foi empregada pela primeira vez pelo químico alemão J.

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B. Richter, que em 1972 publicou Anfangsgründe der Stöchyometrie (Fundamentos de Estequiome-


tria). Hoje a estequiometria compreende os requisitos atômicos das substâncias que participam de
uma reação química, particularmente no que diz respeito ao peso”.

Por exemplo, uma dada reação química de precipitação entre 1g de nitrato de prata (AgNO 3) e 0,34g
de cloreto de sódio (NaCl), massas sem excesso, após pesada a massa precipitada de um dos pro-
dutos formados, o cloreto de prata (AgCl), após isolamento por filtração seguida por evaporação,
observou-se um valor levemente abaixo do esperado, equivalente a 0,6g deste sal. Esse fato deve-se
principalmente a fatores de impurezas dos reagentes utilizados. Essa reação em questão está equa-
cionada abaixo, e está previamente com seus coeficientes estequiométricos ajustados, ou seja, a
massa dos reagentes é igual à massa dos produtos, juntamente com os pesos moleculares das es-
pécies envolvidas.

Dessa forma, deve-se primeiramente calcular a massa teórica esperada de AgCl, para então compa-
rá-la com a massa realmente obtida. O método empregado pode ser uma regra de três simples, con-
siderando-se apenas um dos produtos envolvidos, uma vez que não há excesso de reagentes.

Usaremos para fins de cálculos o AgNO3, o qual terá sua massa molecular relacionada à massa mo-
lecular do produto em destaque; na primeira linha da regra de três. Na segunda linha, relacionaremos
a massa que reage com a massa teórica esperada do produto.

O cálculo indica que seriam esperadas 0,84g de AgCl, caso tivéssemos um rendimento teórico de
100%. Entretanto, sabemos que a massa obtida deste produto foi de 0,60g, portanto, podemos calcu-
lar o rendimento da reação química, também através de uma regra de três simples. Nesta, conside-
ramos como 100% a massa de produto esperada e relacionamos a massa obtida com a variável,
conforme podemos observar abaixo:

Observamos dessa forma que o rendimento reacional foi de 71,42%, o que nos demonstra erros ope-
racionais durante o procedimento laboratorial de síntese ou qualidade inferior dos reagentes utiliza-
dos, os quais não permitiram que obtivéssemos a massa esperada (0,84g) do produto considerado,
mas apenas 0,6g, validando a afirmação de que a maioria dos processos laboratoriais não ocorre de
modo ideal.

O balanço de massa com reação química é um tipo de Balanço Material em que ocorrem reações
químicas nele. Caso você não saiba o que é balanço de massa, eu recomendo que você de uma
olhada na postagem de Balanço de Massa (Balanço Material).

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Termodinâmica

A termodinâmica é o ramo da física que estuda as relações de troca entre o calor e o trabalho reali-
zado na transformação de um sistema físico, quando esse interage com o meio externo. Ou seja, ela
estuda como a variação da temperatura, da pressão e do volume interfere nos sistemas físicos. O
estudo e o desenvolvimento da termodinâmica surgiram da necessidade de criar máquinas e de au-
mentar a eficiência das máquinas existentes naquela época, as máquinas a vapor.

O estudo desse ramo parte das Leis da Termodinâmica, leis essas que postulam que a energia pode
ser transferida de um sistema para outro na forma de calor ou trabalho. E ainda postulam a existência
de uma quantidade denominada de entropia, a qual pode ser determinada para todos os sistemas.

A termodinâmica teve início em 1650, com Otto Von Guericke. Ele foi o responsável pela criação da
primeira bomba a vácuo do mundo, além de criar o primeiro vácuo artificial através das esferas de
Magduberg. Anos mais tarde Robert Boyle ficou sabendo dos experimentos de Otto, e em parceria
com Robert Hooke, construiu uma bomba de ar. Através dessa bomba, Boyle e Hooke perceberam a
relação entre pressão, volume e temperatura, e através dessa descoberta Boyle formulou uma lei que
estabelece que a pressão e o volume são inversamente proporcionais. Essa lei ficou conhecida como
Lei de Boyle.

Estudos posteriores, baseados nos conceitos de pressão, temperatura e volume, fizeram por surgir a
primeira máquina a vapor, com Thomas Savery. As máquinas daquela época eram muito grandes e
robustas, mas atraíam a atenção de muitos cientistas, como foi o caso de Sadi Carnot. Denominado
de o “pai da termodinâmica” em 1824 fez a publicação de “Reflexões sobre a Potência Motriz do Fo-
go”, nessa sua publicação ele fazia um discurso sobre o calor, a eficiência e a potência das máquinas
a vapor. Esse fato marcou o início da Termodinâmica como ciência moderna.

Leis da Termodinâmica

O estudo da termodinâmica se baseia em leis que foram estabelecidas experimentalmente, veja:

Lei zero da Termodinâmica: diz que quando dois corpos possuem temperaturas iguais em relação a
um terceiro, diz-se que eles têm igualdade de temperatura entre si.

Primeira Lei da Termodinâmica: ela fornece um aspecto quantitativo da conservação da energia.


Lembrando que a conservação da energia diz que “na natureza nada se perde nada se cria, tudo se
transforma”.

Segunda Lei da Termodinâmica: fornece aspectos qualitativos de processos em sistemas físicos, ou


seja, ela diz que um processo pode ocorrer tanto em uma direção como em outra.

Terceira Lei da Termodinâmica: diz respeito a um ponto de referência para fazer a determinação da
entropia do sistema.

Teoria Cinética

Gases são fluidos que apresentam baixa interação entre suas moléculas. Apresentam a forma e o
volume do recipiente que os contém.

Teoria Cinética dos Gases

Dentro do estudo dos gases, a Teoria Cinética inicia-se com o conceito de gás ideal ou perfeito. O
comportamento dos gases reais aproxima-se, em certas condições, do comportamento dos gases
ideais, obedecendo à lei dos gases (relação entre pressão, volume e temperatura). Os postulados da
teoria cinética dos gases estabelecem que as moléculas do gás ideal ou perfeito:

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1º) movem-se desordenadamente (caos molecular) e apresentam velocidades variáveis, cuja média
está relacionada com a temperatura do gás.

2º) não exercem ação mútua, isto é, não interagem, exceto durante as colisões.

3º) chocam-se elasticamente entre si e com as paredes do recipiente, não havendo, portanto, perda
energética nessas colisões.

4º) apresentam volume próprio total desprezível, em comparação com o volume ocupado pelo gás.

O comportamento dos gases reais se aproxima do previsto para o modelo ideal quando em altas
temperaturas e baixas pressões. A pressão exercida pelo gás é resultado do bombardeio que as mo-
léculas, em seu movimento caótico, determinam sobre as paredes do recipiente.

Então, à primeira vista, pode parecer estranho que um gás, em alta temperatura (alto grau de agita-
ção molecular), exerça baixa pressão, de acordo com a condição estabelecida para que o gás real
tenha comportamento próximo do ideal. No entanto, a baixa pressão é possível desde que a quanti-
dade de moléculas no recipiente seja pequena. Em outros termos, podemos dizer que a referida con-
dição exige que se tenha um gás real rarefeito em alta temperatura. O gás real nessa situação se
comporta de modo aproximado como ideal porque, havendo poucas moléculas em temperatura ele-
vada, a distância média entre as moléculas é muito grande, sendo pequena a intensidade das forças
de ação entre elas. A quantidade pequena de moléculas faz com que o volume próprio delas seja
desprezível quando comparado com o volume total ocupado pelo gás.

Variáveis De Estado

A temperatura absoluta (T), a pressão (p) e o volume (V) são as denominadas variáveis de estado de
um gás ideal. Qualquer equação que englobe as três variáveis constitui uma equação de estado do
gás.

As chamadas “condições normais de temperatura e pressão” (CNTP) correspondem ao estado de um


gás, caracterizado por:

CNTP:
p = 1 atm = 76 cmHg = 760 mmHg (milímetros de mercúrio)
T = 273 K (0ºC)

Equação De Clapeyron

A equação de estado para o gás perfeito ou ideal é a denominada equação de Clapeyron, dada por:
p⋅V=n⋅R⋅T

Nessa equação, n representa o número de moIs do gás, que corresponde à relação entre a massa m
do gás (expressa em gramas) e a massa molar M:

n=mM

R é a constante universal dos gases perfeitos, não dependendo da natureza do gás. Seu valor de-
pende das unidades usadas na medida da pressão e do volume. Os valores usuais são:

R = 0,082 atm.l/mol.K
R = 8,31 J/mol.K
R = 2,0 cal/mol.K

Lei Dos Gases

Uma transformação gasosa é toda alteração provocada em uma quantidade fixa de gás. Suponha um
dado gás, encerrado em um recipiente fechado que é tampado por um êmbolo móvel, sendo assim
possível a variação do seu volume. Visto que o recipiente é fechado, o número de mols presente nes-
se gás é constante. Desta forma, através da equação de estado dos gases ideais, podemos observar
o seguinte:

pV=nRT⇒pVT=nR=constante

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Como queríamos demonstrar, pVT=constante⇒

p0V0T0=P1V1T1

Essa equação traduz matematicamente a Lei geral dos gases perfeitos, relacionando os valores das
variáveis de estado de dois estados quaisquer de um gás ideal (chamados de estado 0 e estado 1),
supondo não haver alteração de massa durante o processo de variação de pressão, volume e tempe-
ratura, isto é, durante a transformação gasosa ocorrida.

Exercício

(UERJ) Sabe-se que a pressão que um gás exerce sobre um recipiente é decorrente dos choques de
suas moléculas contra as paredes do recipiente.

Diminuindo em 50% o volume do recipiente que contém um gás ideal, sem alterar sua temperatura,
estabeleça a razão entre a pressão final e a pressão inicial.

Resposta
Condições iniciais do gás: v0=vp0=pθ0=θ

Condições finais do gás:

Na termodinâmica, uma equação de estado é uma relação matemática entre as grandezas termodi-
nâmicas de estado, entre funções de estado de um sistema termodinâmico.[1] Mais especificamente,
uma equação de estado é uma equação termodinâmica que descreve o estado da matéria sob um
dado conjunto de condições físicas. É uma equação constitutiva que provê uma relação matemática
entre duas ou mais funções de estado associadas com a matéria, tais como sua temperatura, pres-
são, volume, energia interna ou entropia. Equações de estado são úteis para a descrição das propri-
edades de fluidos, misturas de fluidos, sólidos, e até o interior de estrelas.

Uma equação de estado difere de uma equação fundamental no ponto em que uma equação de es-
tado não encerra em si todas as informações termodinâmicas a respeito do sistema em estudo, ao
passo que uma equação fundamental necessariamente o faz. A partir de uma equação fundamental é
possível, mediante o formalismo termodinâmico, obter-se todas as equações de estado para o siste-
ma, contudo o inverso não é verídico caso não se conheçam previamente todas as equações de es-
tado do sistema. A ausência de apenas uma implica, em princípio, perda de informação associada ao
sistema e a impossibilidade de construir-se uma equação fundamental a partir das outras. Há várias
formas de expressar-se uma equação fundamental, estas relacionando-se mutuamente através das
respectivas transformadas de Legendre.

A distinção entre uma equação fundamental e uma equação de estado é feita em função das grande-
zas relacionadas, e exige alguma compreensão sobre termodinâmica. A exemplo, a energia interna
de um gás ideal, quando expressa em função do número de partículas do sistema, de seu volume e
de sua entropia, constitui uma equação fundamental. Caso a equação da energia interna encontre-se
expressa em função do número de partículas, de seu volume e da temperatura absoluta, tem-se en-
tão uma equação de estado e não mais uma equação fundamental. Esta, desde que junta à equação
de Clayperon, permite a obtenção da primeira. Em contrapartida, dada apenas a primeira, obtém-se
sem problemas ambas as equações de estado citadas.

Equilíbrio de Fases

Quando duas ou mais fases de uma substância estão em contato, ocorre naturalmente uma transfe-
rência de massa entre as fases. Essa transferência ocorre de forma espontânea até um determinado
ponto onde não é possível mais verificar nenhuma mudança nas fases do sistema. Quando isso ocor-
re dizemos que temos um equilíbrio de fases, onde o potencial químico é igual em todo sistema.

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Um exemplo simples de fases em equilíbrio é um recipiente fechado com água. Inicialmente


a evaporação fará com que a água passe da fase líquida para fase gasosa, porém em um determina-
do instante a taxa de evaporação será igual à taxa de condensação e logo teremos um equilíbrio de
fases. O vapor de uma substância em equilíbrio com sua fase condensada chamamos a pressão
parcial da substância de pressão de vapor.

A água pode ser usada para um segundo exemplo de equilíbrio de fases. A zero graus temos gelo e
água coexistindo num mesmo sistema, à medida que fornecemos calor o gelo será transformado em
água, mas o sistema permanecerá a zero graus. Quando todo gelo for consumido o fornecimento de
calor elevará a temperatura da água. Esse comportamento é típico de substâncias puras.

Embora os equilíbrios de fase mais usuais sejam aqueles que envolvem duas fases, como os exem-
plificados acima, toda substância possui uma determinada condição de temperatura e pressão onde
as três fases, sólida, líquida e gasosa podem ser verificadas ao mesmo tempo, a esse ponto damos o
nome de ponto triplo. O cicloexano, por exemplo, tem seu ponto triplo por volta da temperatura de 6
ºC e pressão de 5 kPa.

Diagrama de fases de uma substância pura qualquer.

Uma forma gráfica de visualizar a relação das fases de uma substância é o chamado diagrama de
fases. Um diagrama de fase relaciona pressão e temperatura com a fase da substância naquelas
condições. As linhas do diagrama dividindo as fases indicam condições onde ambas as fases podem
ser observadas, caso três linhas se cruzem temos um ponto triplo. Existem também um ponto crítico
onde perde-se a distinção entre a fase líquida e gasosa.

Perturbações no equilíbrio de fases em geral tem comportamento fácil de prever. Aumento de tempe-
ratura, por exemplo, faz com que a substância tenda para o estado com menor agregação, líquido ou
gasoso. Por outro lado um aumento de pressão faz com que a substância prefira ficar na fase com
menor densidade, em geral isso significa fase sólida, mas isso não é verdade para todas substâncias.
A água por exemplo é mais densa na fase líquida, por isso o gelo boia na água, logo quando pressio-
namos um cubo de gelo ele tende a derreter.

Equilíbrio Químico

O equilíbrio químico é atingido quando, na mistura reacional, as velocidades das reações direta (rea-
gentes formando produtos) e inversa (produtos formando regenerando os reagentes) ficam iguais.

Mas, em primeiro lugar, é importante entender que reação química é um processo onde reagentes se
combinam e formam novas substâncias com propriedades diferentes. Algumas reações se processam
totalmente, enquanto outras parecem parar antes de estarem completas. Isso tem a ver com a rever-
sibilidade da reação. Em uma reação reversível os reagentes formam os produtos, mas os produtos
reagem entre si e regeneram os reagentes.

Por exemplo, a produção da amônia ocorrendo em recipiente fechado, sob pressão e temperatura
constantes:

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N2(g) + 3H2(g) ⟺ 2NH3(g)

O processo é dinâmico, ou seja, a reação ocorre nos dois sentidos. Consideremos a reação hipotética
entre a mols de A e b mols de B, formando c mols de C e d mols de D:

aA + bB ⟺ cC + dD

Inicialmente, observando uma determinada quantidade de A e B e concentrações de C e D nulas. No


decorrer da reação, as concentrações de A e B diminuem e de C e D aumentam. A velocidade da
reação inversa, que é nula a princípio, cresce continuamente com o tempo. A velocidade da reação
direta diminui e da inversa aumenta, até que atinjam a igualdade. Nesse momento as substâncias A e
B se formam na mesma velocidade em que são consumidas. As concentrações de reagentes e pro-
dutos não mais se alteram. Este é o instante no qual a mistura reacional atingiu o equilíbrio.

Compreensão é o ato de compreender, entender e assimilar algo. É considerado um processo cogni-


tivo, onde é necessária a interpretação de determinada coisa para que possa ser, posteriormente,
compreendida pelo indivíduo.

A grafia correta desta palavra é compreensão e não "compreenção" (com ç).

Quando se diz que uma pessoa tem a compreensão de algo, significa que é dotada do perfeito domí-
nio intelectual sobre o assunto.

A compreensão ainda pode representar o sentimento de benevolência e complacência de alguém, ou


seja, quando há o entendimento das emoções de outra pessoa. Aliás, esta é uma interpretação usada
pela filosofia para se referir ao comportamento empático das pessoas que analisam diferentes pro-
cessos sociais, ideológicos, culturais e etc.

Alguns dos principais sinônimos de compreensão são: entendimento, clareza, percepção, consciên-
cia, envolvimento, assimilação, discernimento, complacência, indulgência, tolerância e visão.

Por outro lado, os principais antônimos de compreensão são: ignorância, incompreensão, desenten-
dimento, desconhecimento, complicação, desdém, intransigência e aversão.

Compreensão e Interpretação

Para que haja a compreensão de algo, como um texto, por exemplo, é necessária a sua interpreta-
ção. Para isso, o indivíduo deve ser capaz de desvendar o significado das construções textuais, com
o intuito de compreender o sentido do contexto de uma frase.

Assim, quando não há uma correta interpretação da mensagem, consequentemente não há a correta
compreensão da mesma.

O ciclo de refrigeração ou ciclo frigorífico é um ciclo termodinâmico que constitui o modelo matemáti-
coque define o funcionamento das máquinas frigoríficas e das bombas de calor.

A diferença entre uma bomba de calor e uma máquina frigorífica normal consiste em esta última ape-
nas poder ser usada para arrefecimento enquanto que a primeira pode ser usada tanto para arrefeci-

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mento como para aquecimento. No seu processo de aquecimento, a bomba de calor também utiliza
um ciclo de refrigeração. Para tal, a bomba de calor tem a possibilidade de escolher qual das serpen-
tinas é que deve funcionar como condensador, funcionando a outra como evaporador. Nos climas
mais frios, é comum a utilização, em residências, de bombas de calor que apenas permitem o aque-
cimento - tornando-as mais simples e baratas - uma vez que o arrefecimento raramente é necessário.

Equilíbrio líquido-vapor é o fenômeno que ocorre com todo líquido quando mantido em sistema fe-
chado. O líquido tende a entrar naturalmente em equilíbriotermodinâmico com o seu vapor. Quando o
sistema não é fechado, ocorre o que se chama de evaporação.

Esse equilíbrio termodinâmico está relacionado com o movimento relativo das moléculas em relação
à película (interface) que divide a fase líquida e a fase vapor. Por causa do efeito da temperatura, as
moléculas movimentam-se aleatoriamente umas em relação às outras, e nas imediações da interface
líquido-vapor não é diferente, de forma que a todo momento há moléculas que atravessam a interfa-
ce, tanto indo da fase líquido em direção à fase vapor como do vapor ao líquido. O equilíbrio líquido-
vapor ocorre quando as taxas (isto é, a quantidade por unidade de tempo) das moléculas que atra-
vessam a interface em um sentido (do líquido ao vapor) e no outro (do vapor ao líquido) se igualam.

Se o equilíbrio líquido-vapor se referir ao equilíbrio de uma substância pura, diz-se que a substância
está saturada.

Imagine que, por causa da dinâmica molecular na região compreendida entre as duas fases, ocorre a
formação de uma "nuvem" de vapor sobre o líquido. Essa "nuvem" é composta das moléculas que se
movimentam nas cercanias da interface líquido-vapor. Eventualmente, o movimento das moléculas
leva-as a se chocar contra a interface líquido-vapor. Como efeito das colisões das moléculas do vapor
contra a interface, surge uma pressão sobre o líquido, que é chamada pressão de vapor.

A Destilação é uma das muitas operações de separação (Operações Unitárias, como se designam
em Engenharia Química – ver História da Engenharia Química) utilizada quer a nível laboratorial quer
industrial, para purificar as correntes do Processo (Matérias Primas ou Produtos).

A separação por destilação só é possível se os diferentes componentes da mistura a separar tiverem


volatilidades diferentes, ou seja, pontos de ebulição diferentes.

Estas diferenças estão necessariamente relacionadas com diferenças nas forças intermoleculares de
cada componente, dependentes das respectivas estruturas moleculares, o que conduz a pressões de
vapor diferentes para os vários componentes da mistura.

A Pressão de Vapor de um líquido a uma dada temperatura é a pressão na situação de equilíbrio


(quando o número de moléculas que deixam o líquido é igual ao das que retornam), exercida pelas
moléculas que passam através da superfície livre. Diz-se que um líquido entra em ebulição quando a
sua pressão de vapor iguala a pressão ambiente. Os líquidos com pressões de vapor elevadas en-
tram em ebulição a temperaturas mais baixas (para uma dada pressão total). Diz-se, por isso, que
são mais voláteis (Termodinâmica Químicae Simulação Molecular do Equilíbrio Liquido/Vapor).

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EQUIPAMENTOS DE LABORATORIO

Equipamentos

1. Agitadores

Agitador magnético com aquecimento de 4 litros 752A Fisatom

Utilizados para homogeneizar soluções. São diversos os tipos e cada um tem uma função específica.
Os magnéticos são utilizados em líquidos menos viscosos, já os agitadores com hélice são usados
para solubilizar conteúdos mais viscosos. Os do tipo vortex são exclusivos para tubos. Há também as
mesas agitadoras, que são destinadas a soluções com volumes maiores.

2. Analisador De Bioquímica

Analisador de bioquímica

Fornece análises bioquímicas das amostras, é capaz de dosar componentes que estão relacionados
ao metabolismo do corpo humano. Esses aparelhos são altamente automatizados e utilizam alguns
reagentes específicos para gerar seus resultados.

3. Microscópios

Microscópio biológico binocular infinito led N-126 INF-P LED Coleman

Para analisar pequenas estruturas esses equipamentos são essenciais. São diversos os modelos e
funções. Em análises clínicas, o mais utilizado é o óptico. Esse possui lentes que aumentam o tama-
nho dos componentes da amostra, utilizando um feixe de luz. Há ainda os microscópios eletrônicos
que utilizam feixes de elétrons e que são mais utilizados na área científica.

4. Autoclave

Autoclave digital advance 5 litros EC5D Ecel

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EQUIPAMENTOS DE LABORATORIO

É utilizada para desinfectar e esterilizar materiais que não são descartáveis, como vidrarias. Seu fun-
cionamento se dá graças a utilização do vapor sob pressão. Há também alguns modelos que utilizam
produtos químicos no processo de esterilização.

5. Balanças

Balança analítica

São equipamentos utilizados para realizar medições de forma precisa. Em geral, utiliza-se nos labora-
tórios as balanças analíticas ou semianalíticas. Sendo a primeira utilizada para pesagens que exigem
maior precisão.

6. Banho-maria

Banho maria microprocessado 5 Litros BM 5.0 DM

São capazes de aquecer materiais a uma temperatura não tão alta, impedindo que estes percam as
suas propriedades. Dessa forma, as amostras são aquecidas de forma gradual e segura para sua
composição.

7. Capela

Capela para Exaustão de Gases 3720 Nalgon

É utilizada para manipulação de produtos tóxicos à inalação. Sua principal função é exaustar o vapor
desses produtos para fora do ambiente do laboratório. Seu mecanismo de ação impede que gases do
seu interior saiam para o ambiente externo.

8. Centrífugas

Centrífuga Microhematócrito 24 tubos SH 120-1 Coleman

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EQUIPAMENTOS DE LABORATORIO

Importantes para separar amostras que contenham sólidos e líquidos em solução. Por possuírem
densidades distintas os componentes podem ser dissociados através da rotação. Dependendo da-
quilo que se deseja adquirir para estudo é válido analisar a quantidade de rotações por minuto e o
tempo de rotação.

9. Contadores celulares

Contador Diferencial de Células CCS-02

São utilizados para contagem celulares e também para testes de viabilidade celular. São capazes
também de reportar ao usuário a distribuição dos tipos celulares e o tamanho das células presentes
na amostra utilizada. Sendo assim, são essenciais para dosagem de células em um hemograma, por
exemplo.

10. Deionizador

Deionizador 100l h Q380M 13 23

Em alguns processos dentro do laboratório é necessário a utilização de água extremamente pura,


para que não haja interferência nos resultados. O deionizador é responsável por filtrar os sais mine-
rais presentes na água, fornecendo a água da forma mais pura possível.

11. Destilador de água

Destilador de água tipo pilsen – 5 Lh Q341-25

A água destilada é utilizada de muitas formas dentro de um laboratório. Pode ser usada como sol-
vente, como reagente ou na limpeza de equipamentos e vidrarias. O destilador é importante por reti-
rar os contaminantes e impurezas da água comum.

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EQUIPAMENTOS DE LABORATORIO

12. Estufas

Estufa de esterilização e secagem analógica SX 1. A Sterilifer

Estufa de esterilização e secagem analógica SX 1. A Sterilifer


As estufas podem ser utilizadas para o cultivo de células e também para esterilização de materiais.
São equipamentos que mantêm uma certa temperatura e nível de CO2 constantes, fatores indispen-
sáveis para um crescimento celular saudável, por exemplo.

13. Fluxo laminar ou cabine de segurança biológica

Cabine de segurança biológica

Um pouco diferente da capela, além de proteger o manipulador de alguma toxicidade ou infecção, o


fluxo laminar protege a amostra de contaminantes externos. Seu interior é estéril devido ao ar que é
filtrado por filtros HEPA (de alta eficiência) que garantem a pureza do local. Além disso utiliza-se lâm-
padas ultravioletas em seu interior que são eficazes contra diversos tipos de micro-organismos.

14. Marcador de tempo (timer)

Timer digital

Um produto simples que não deve ser esquecido é o timer. Em algumas análises é necessário um
tempo de ação muito específico e um equipamento como esse facilita e muito a marcação desses pe-
ríodos.

15. pHmetro

Phmetro de Bancada PHS-3E

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EQUIPAMENTOS DE LABORATORIO

Como o próprio nome sugere, esse aparelho é usado para aferições do pH de soluções. É um impor-
tante equipamento já que alterações mínimas no pH são capazes de alterar por completo alguns sis-
temas biológicos.

16. Pipetadores

Pipetador pi-pump 25ml vermelho K3-25

São produtos destinados a confinar volumes específicos no interior de uma pipeta. Podem ser auto-
máticos ou manuais e são indispensáveis em um laboratório.

17. Pipetas

Pipeta Sorológica 2ml – Pct. c/ 10pçs

É utilizada para transportar líquidos entre recipientes. São diversos os tipos e cada um para uma fina-
lidade. Em laboratórios de análises clínicas as mais utilizadas são as graduadas, que possuem gradu-
ações ao longo do seu corpo, sendo possível mover uma quantidade específica de um líquido. Há
ainda as pipetas automáticas, também muito usadas. Esse tipo é fundamental para pipetar líquidos
de volumes pequenos com maior exatidão, já que o próprio manipulador pode definir a quantidade de
líquido que será transportado.

18. Placa aquecedora

Chapa / Placa Aquecedora Microprocessada 30x50cm SXCM 5.3-2 Sterilifer

É utilizada para aquecer ou ferver rapidamente líquidos ou compostos que necessitam de um aqueci-
mento. Muito utilizada no laboratório já que para algumas reações químicas ocorrerem é necessária
uma temperatura específica de ação.

19. Tubos e vidrarias

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EQUIPAMENTOS DE LABORATORIO

Tubo De Ensaio

São instrumentos em vidro muito utilizados para transportar líquidos e soluções. São destinados tam-
bém à realização de ensaios, reações químicas ou medir volumes de líquidos.

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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Gerenciamento de Resíduos Sólidos

O que é gerenciamento de resíduos sólidos e qual a sua importância?

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 12.305/2010) estabelece que quem gera resí-
duos sólidos é responsável pelo gerenciamento ambientalmente adequado dos mesmos. Porém, cada
tipo de resíduo tem sua peculiaridade, inclusive com possibilidade de reuso e reciclagem. Quer conhe-
cer as formas adequadas de fazer este gerenciamento? Então continue lendo!

Mas afinal, o que é gerenciamento de resíduos sólidos?

O gerenciamento de resíduos sólidos é um conjunto de procedimentos de planejamento, implementa-


ção e gestão para reduzir a produção de resíduos e proporcionar coleta, armazenamento, tratamento
transporte e destino final adequado aos resíduos gerados.

Um poderoso instrumento para tal é o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, um documento


que lista e descreve as ações do manejo dos resíduos sólidos, levando em conta suas características
e riscos.

Isso tudo, baseado na Política Nacional de Resíduos Sólidos que trata da prevenção e da redução na
geração de resíduos com incentivo de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para fo-
mentar o aumento de reutilização e reciclagem dos resíduos sólidos e a destinação adequada dos
rejeitos quando não pode ser reciclado ou reutilizado.

Ou seja, a principal importância do gerenciamento de resíduos sólidos é garantir a preservação do meio


ambiente e da saúde da população.

O que observar em um plano de gerenciamento de resíduos sólidos

Para ficar mais claro o que você deve observar em um bom plano de gerenciamento de resíduos sóli-
dos, vamos listar alguns dos serviços que julgamos essenciais para este fim. No caso, vamos analisar
o gerenciamento de resíduos sólidos industriais.

Caracterização: Determina os aspectos físico-químicos, biológicos, quantitativos e qualitativos dos re-


síduos, com isso é possível determinar qual será seu destino.

Emissão de CADRI: O Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental, ou CADRI é


o documento que aprova o encaminhamento dos resíduos industriais de interesse ambiental a locais
de reprocessamento, armazenamento, tratamento ou descarte final, licenciados ou autorizados pela
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, a CETESB.

Acondicionamento de resíduos: É a orientação técnica para a aquisição das embalagens (homologadas


pelo INMETRO) para o acondicionamento e transporte dos resíduos.

Descarte final: Descarte com emissão de certificado de destinação, eximindo o gerador de resíduos
sólidos de futuras responsabilidades.

Como Caracterizar E Classificar Os Resíduos Sólidos

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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A Norma Brasileira da ABNT nº 10004/2004 divide os resíduos sólidos em categorias, considerando os


riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública. A identificação dos constituintes a serem avali-
ados na caracterização do resíduo deve ser estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insu-
mos e o processo que lhe deu origem.

A caracterização dos resíduos consiste em determinar os principais aspectos físico-químicos, biológi-


cos, qualitativo e/ou quantitativo das amostras. Os resultados analíticos ajudam na classificação do
resíduo, onde a partir dessa classificação pode-se escolher a melhor forma de destinação para o
mesmo.

Os resíduos sólidos são classificados pela NBR 10004/2004 em:

Resíduos Classe I – Perigosos: são os resíduos que apresentam periculosidade ou características


como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Ex: lodo e resíduos de
tintas, pilhas, lâmpadas com vapor de mercúrio, óleos lubrificantes, entre outros;

Resíduos Classe II – Não perigosos e são divididos em Inertes e Não inertes;

Resíduos Classe II A – Não inertes: São aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos
classe I – Perigosos ou de resíduos classe II B – Inertes. Os resíduos classe II A – Não inertes podem
ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água;

Resíduos Classe II B – Inertes: São quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma repre-
sentativa e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à tempe-
ratura ambiente não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores
aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme
anexo G da NBR 10004.

O processo de classificação do resíduo envolve a identificação do processo ou atividade que lhe deu
origem e de seus constituintes e características e a comparação destes constituintes com listagens de
resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido.

O laudo de classificação de um resíduo deve conter:

A indicação da origem do resíduo;

Descrição do processo de segregação;

Descrição do critério adotado na escolha de parâmetros analisados quando necessário, incluindo os


laudos de análises laboratoriais.

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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Importante salientar que os laudos devem ser elaborados por responsáveis técnicos habilitados e ou-
tros métodos de análise podem ser exigidos pelo Órgão de Controle Ambiental.

Quais são os impactos ambientais de uma má gestão de resíduos?

Os impactos da má gestão dos resíduos sólidos causam poluição atmosférica, poluição hídrica, polui-
ção do solo e poluição visual, e, além disso, dependendo do tipo de resíduos, podem causar doenças
para população, ocasionando o dano a saúde das pessoas. Outro impacto significativo é o risco de
sofrer penalidades pela gestão inadequada. Neste artigo apresentaremos quais são esses impactos
ambientais. Confira!

A maioria dos mais de 5.500 municípios do Brasil ainda não dispõe de recursos técnicos e financeiros
para solucionar as questões relativas ao mau gerenciamento de resíduos sólidos. Com isso, a socie-
dade e a economia sofrem e os impactos ambientais são um efeito colateral preocupante dessa negli-
gência.

Dos orgânicos aos inorgânicos, dos entulhos ao lixo domiciliar, todo resíduo sólido tem seu valor. Ad-
ministrá-los da melhor forma possível é responsabilidade de todos, desde empresas dos mais variados
setores até os cidadãos comuns, passando pelas autoridades e instituições competentes do poder pú-
blico.

Esse processo, conhecido como gerenciamento de resíduos, é constituído por um conjunto de ações
que buscam minimizar os impactos ambientais da geração de resíduos e garantir coleta, armazena-
mento, tratamento, transporte e descarte adequado a todos eles.

Veja abaixo o que abordaremos neste artigo:

Poluição e outros impactos: quais as principais consequências

Impactos ambientais: consequência de uma má gestão de resíduos

Como implementar a gestão de resíduos corretamente

Poluição e outros impactos: quais as principais consequências?

Na forma mais básica, o conceito de poluição se refere à degradação do meio ambiente por um ou
mais fatores prejudiciais.

Os chamados poluentes podem ser causados tanto pela liberação de matéria quanto de energia (luz,
calor e som, por exemplo). O problema é muito antigo, mas ficou mais evidente a partir da Segunda

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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Revolução Industrial, que trouxe consigo a urbanização e uma série de desenvolvimentos dentro da
indústria química, elétrica, petrolífera e de aço.

Vamos conhecer os tipos de poluição:

Poluição atmosférica

A poluição atmosférica está relacionada à contaminação por gases, partículas sólidas, líquidos em sus-
pensão, material biológico ou energia, “ingredientes” que provocam danos diretos no ecossistema de
uma região.

A poluição do ar, ainda, é uma das grandes responsáveis pelo aquecimento global, um dos maiores
problemas ambientais a serem combatidos atualmente.

Poluição hídrica

A poluição ambiental é um das principais consequências de má gestão de resíduos sólidos. Um poten-


cial risco pela destinação irregular de resíduos é a poluição hídrica.

A poluição hídrica, por sua vez, é caracterizada pela introdução de qualquer resíduo ou energia que
altere as propriedades físico-químicas de um determinado corpo de água.

Os principais causadores desse tipo de poluição são os efluentes industriais (produtos químicos, metais
pesados), agrícolas (fertilizantes outros tipos de agrotóxico), o esgoto doméstico e o chorume oriundo
da decomposição de resíduos.

O contato ou ingestão de uma água contaminada pode provar sérios danos à saúde tanto humana
como da fauna próxima a esses corpos d’água. Sem contar que o odor torna o ambiente bem desagra-
dável e a proliferação de microorganismo na água reduz ou até impede qualquer ser a sobreviver nesse
ambiente.

O assunto é muito sério. O mundo todo, segundo dados de 2011 da Organização Mundial da Saúde
(OMS), pelo menos dois milhões de pessoas - principalmente crianças menores de cinco anos de idade
- morrem anualmente por conta da ingestão de água contaminada.

Poluição do solo

A poluição do solo consiste em qualquer mudança na natureza ou na composição da terra decorrente


do seu contato com produtos químicos e resíduos sólidos ou líquidos.

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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Esse tipo de poluição é perigoso porque pode tornar a solo inútil e infértil, além de gerar riscos à saúde
dos humanos, dos animais e das plantas.

Nas cidades, a contaminação se dá principalmente pelo acúmulo de lixo — chamados de resíduos


sólidos urbanos — em áreas irregulares de descarte. Nas zonas rurais, o uso indevido e inadvertido de
adubos e outros químicos é o principal causador da poluição do solo.

Poluição visual

O prejuízo ambiental mais perceptível causado por uma má gestão de resíduos é a poluição visual.
Muitas pessoas costumam relacionar esse tipo de impacto ao excesso de elementos ligados à comu-
nicação visual, em ambientes urbanos, como cartazes, anúncios e placas de rua, entre outros.

O abandono de resíduos sólidos —orgânicos ou não— expostos em locais inapropriados também são
considerados poluição visual e são responsáveis pela degradação das cidades.

Alagamentos e inundações em períodos de chuva

As empresas que não realizam a gestão adequada dos resíduos pode descarta-los incorretamente,
provocando o entupimento das galerias de águas pluviais, que servem para escoar a água da chuva
até córregos e riachos. Uma vez obstruídas por acúmulo do resíduo descartado nas ruas, elas impedem
a passagem da água que retorna e provoca alagamentos e inundações.

Diminuição da vida útil do aterro sanitário

Quando resíduos que poderiam ser reciclados ou reutilizados em outros processos são destinados a
aterros sanitários, esses encurtam a sua vida útil, já que muito resíduo é enviado para lá.

Proliferação de endemias

O acúmulo de resíduo descartado de forma irregular podem gerar a proliferação de pragas e vetores
de endemias e colocar em risco a saúde pública.

Multas, embargos e paralisação das atividades

Esses impactos não são considerados ambientais, mas sim sobre o financeiro e a reputação da orga-
nização.

A empresa que realizar a gestão adequada dos resíduos gerados em seus processos pode sofrer varias
sanções ambientais. A legislação brasileira determina penalidades para quem descumprir a lei.

Os geradores que não realizarem a gestão poderão pagar multas e até penas de reclusão de até 3
anos. Além disso, mancha a imagem da empresa afastando os clientes. Uma vez, que o mercado exige
das empresas uma produção limpa e sustentável.

A lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos mostra o caminho para levar uma empresa não sofre
essas penalidades:

Art. 52 - “A observância do disposto no caput do art. 23 e no § 2o do art. 39 desta Lei é considerada


obrigação de relevante interesse ambiental para efeitos do art. 68 da Lei nº 9.605, de 1998, sem preju-
ízo da aplicação de outras sanções cabíveis nas esferas penal e administrativa.”

Art. 23 - Os responsáveis por plano de gerenciamento de resíduos sólidos deverão manter atualizadas
e disponíveis ao órgão municipal competente, ao órgão licenciador do Sisnama e a outras autoridades,
informações completas sobre a implementação e a operacionalização da gestão dos resíduos sólidos.

1° Para a consecução do disposto no caput, sem prejuízo de outras exigências cabíveis por parte das
autoridades, será implementado sistema declaratório com periodicidade, no mínimo, anual, na forma
do regulamento.

2° As informações referidas no caput serão repassadas pelos órgãos públicos ao Sinir, na forma do
regulamento.

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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A Lei 9.605, do ano de 1998, no seu artigo 68 diz: Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual
de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental:

Em vista das leis e normas vigentes relativas aos resíduos sólidos, conclui-se que todos os responsá-
veis pelos planos de gerenciamento de resíduos sólidos que não cumprirem suas obrigações conforme
as leis citadas pagarão multa e poderão pegar de 1 a 3 anos de prisão.

Impactos ambientais: consequência de uma má gestão de resíduos

A má gestão de resíduos sólidos de uma empresa pode contaminar o meio ambiente, trazendo impac-
tos significativos para um grande grupo de pessoas e para o ecossistema. Na verdade a má gestão
dos resíduos pode agir negativamente na saúde de todos, mesmo que seja no bairro, na rua ou na
empresa.

É importante saber que os resíduos estando bem protegidos e geridos, contribuirão para a preservação
do meio ambiente, evitando assim os impactos socioambientais e à saúde pública.

Os resíduos sólidos sendo mal geridos causam poluição visual, poluição do solo, do ar e do lençol
freático. Além disso, prejudica a saúde da população. Também, para as empresas que fazem uma
gestão inadequada há o risco de sofrerem penalidades, por exemplo, multas ou paralisação de suas
atividades.

A Lei nº 12.305/2010 estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que dá ênfase às
responsabilidades as empresas pela correta gestão dos resíduos. A lei os auxiliam na implantação das
diretrizes de gestão integrada, na qual, os elementos presentes possibilitam estratégias e procedimen-
tos que busquem uma gestão responsável.

Conforme os critérios básicos estabelecidos pela Resolução 001/86-CONAMA, onde constam defini-
ções e diretrizes gerais de medidas administrativas, o conceito de impacto ambiental, mencionado no
art. 1.º da referida resolução, é classificado como:

“Impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio am-
biente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante de atividades humanas que, direta
ou indiretamente, afetem: a saúde, segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e
econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias e o meio ambiente e a qualidade dos recursos
ambientais”.

Se engana quem pensa que as variadas formas de poluição —citadas anteriormente— são o único
problema causado pelo lixo que é produzido e descartado inapropriadamente no país. O manejo arbi-
trário de resíduos sólidos deve ser atacado e extinto. Não só porque traz sérias consequências à saúde
pública e ao meio ambiente de forma geral, mas também por estar associado à manutenção das ma-
zelas sociais, especialmente das famílias que sobrevivem de coletar e comercializar materiais que en-
contram nos lixões.

Neste sentido, a PNRS se torna uma regulamentação importante. Além de conter instrumentos para
permitir o avanço do país no combate aos principais problemas causados pelo descarte inadequado de
resíduos sólidos, também impõe que as organizações elaborem planos eficazes de gerenciamento
desses rejeitos. E, ainda, cria metas fundamentais que — a longo prazo —contribuirão para a elimina-
ção dos lixões no Brasil.

Portanto, desenvolver uma gestão de resíduos eficiente pode parecer complicado, burocrático e até
cansativo. Mas é fundamental para garantir o máximo reaproveitamento de todos os resíduos, ainda
aqueles com pouca viabilidade técnica ou econômica para a reciclagem (como o lixo hospitalar, por
exemplo).

Para os empresários, a política é essencial para evitar prejuízos financeiros, preservar a imagem de
sua organização e principalmente minimizar os impactos ambientais, sociais e econômicos que suas
atividades podem causar.

Como implementar a gestão de resíduos corretamente?

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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A gestão inadequada de resíduos deve ser atacada e extinta. Não só porque traz sérias consequências
à saúde pública e ao meio ambiente, mas também por estar associado aos custos elevados com a
destinação de resíduos.

Portanto, desenvolver uma gestão de resíduos eficiente pode parecer complicado, burocrático e até
cansativo. Mas é fundamental para garantir o máximo reaproveitamento de todos os rejeitos, ainda
aqueles com pouca viabilidade técnica ou econômica para a reciclagem (como os resíduos hospitalar,
por exemplo).

Para as organizações, a gestão é essencial para evitar prejuízos financeiros, preservar a imagem e
principalmente minimizar os impactos ambientais, sociais e econômicos que suas atividades podem
causar.

As empresas têm aderido a VG RESÍDUOS como uma ferramenta capaz de fazer a gestão eficiente
de resíduos. O software centraliza as informações e possibilita uma gestão mais estratégica do pro-
cesso.

A plataforma propicia o controle total da gestão de resíduos, com todas as informações em um ambiente
único e confiável. Além disso, gera documentos automaticamente (MTR, FDSR, Ficha de Emergência
etc.), ajuda a promover destinações limpas e melhora a eficiência das empresas na gestão dos seus
resíduos.

Sendo assim, os impactos da má gestão dos resíduos causam sérios danos ao meio ambiente, à saúde
e, também, sobre as finanças da empresa. Para diminuir os impactos causados pelos resíduos sólidos
o mínimo a fazer é investir em treinamentos e capacitações, assim como aquisição de equipamentos e
custeio do sistema de manejo dos resíduos sólidos.

Noções Gerais de Vigilância Epidemiológica

A Lei 8.080/90 define vigilância epidemiológica como “um conjunto de ações que proporcionam o co-
nhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionan-
tes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção
e controle das doenças ou agravos.”

A partir das orientações técnicas fornecidas pela Vigilância Epidemiológica, os profissionais de saúde
decidem sobre o planejamento, a organização e a operacionalização dos serviços de saúde, sobre a
execução de ações de controle de doenças e agravos, bem como normatizam atividades técnicas.

Entre as funções da Vigilância Epidemiológica estão:

Coleta, processamento, análise e interpretação de dados relacionados à saúde e às doenças em um


determinado território e população;

Recomendação de medidas de prevenção e controle apropriadas;

Promoção das ações de prevenção e controle de doenças e agravos;

Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas;

Divulgação de informações pertinentes, inclusive prestando apoio na capacitação dos profissionais de


saúde.

Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica

O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) integra instituições do setor público e privado,
sendo o componente do Sistema Único de Saúde (SUS) responsável pela notificação de agravos e
doenças, prestação de serviços a grupos populacionais ou pela orientação de condutas a serem toma-
das.

Dentro do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, municípios, estados e a União possuem


competências específicas. Aos municípios, cabe a execução das ações, que exige conhecimento ana-
lítico da situação de saúde local.

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Sobre os estados e sobre a União recaem as funções relacionadas ao caráter estratégico, de coorde-
nação em seu âmbito de ação, além da atuação de forma complementar ou suplementar aos demais
níveis.

Os dados sobre a situação de saúde são coletados em todos os níveis de atuação. Quanto maior a
precisão do dado analisado, mais apropriada será a intervenção. Tratando-se, por exemplo, da notifi-
cação de doenças transmissíveis, é fundamental a capacitação para o diagnóstico de casos e a reali-
zação de investigações epidemiológicas correspondentes.

Deste modo, o nível municipal tem um papel fundamental na produção dos dados, pois assim será mais
fiel a compreensão da situação de saúde a nível regional, estadual e nacional.

Importa dizer que as intervenções dos estados e do nível federal são seletivas e voltadas para questões
emergenciais ou que requeiram avaliação complexa e abrangente, com participação de especialistas e
centros de referência.

Fontes e Tipos de Dados da Vigilância Epidemiológica

Os dados e as informações que alimentam o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica são pro-
venientes dos sistemas de informação em saúde, de resultados de exames laboratoriais, de investiga-
ções epidemiológicas, da imprensa, dos estudos epidemiológicos, dos serviços sentinela e das notifi-
cações, sendo a Notificação Compulsória a principal fonte de dados.

São monitorados pela Vigilância Epidemiológica:

Dados demográficos, ambientais e socioeconômicos;

Dados de morbidade;

Dados de mortalidade;

Notificação de emergências de saúde pública, surtos e epidemias.

Sistemas de Informação em Saúde

Os Sistemas de Informação em Saúde são parte da estrutura dos Sistemas de Saúde e têm como
propósito geral facilitar a formulação e avaliação das políticas, planos e programas de saúde, subsidi-
ando a tomada de decisões.

Entre os sistemas nacionais de informação em saúde existentes, alguns se destacam em razão de sua
maior relevância para a Vigilância Epidemiológica. São eles:

Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan)

É o mais importante para a Vigilância Epidemiológica. Registra dados indispensáveis ao cálculo dos
principais indicadores relacionados a doenças de importância epidemiológica, surtos, endemias e epi-
demias, tais como as taxas de incidência, letalidade e mortalidade, coeficiente de prevalência, entre
outros. Tem como principal fonte de informação a ficha de notificação compulsória.

Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)

Os dados do SIM permitem construir indicadores importantes para conhecer o perfil de saúde de uma
região. A partir das informações nele contidas, pode-se obter mortalidade proporcional por causas, faixa
etária, sexo, local de ocorrência e residência, letalidade dos agravos de incidência conhecida, bem
como taxas de mortalidade geral, infantil, materna ou por qualquer outra variável contida na declaração
de óbito. Tem como fonte de informação a Declaração de Óbito.

Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc)

As informações sobre os nascidos vivos permitem a construção de indicadores voltados para as con-
dições e o perfil de nascimento, bem como para a avaliação de riscos à saúde materno-infantil. Através

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dessas informações é possível direcionar medidas para combater problemas como baixo peso ao nas-
cer, morte perinatal, acompanhar a taxa de crescimento populacional, dentre outros indicadores. Tem
como fonte de informação a Declaração de Nascido Vivo.

Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS)

Reúne informações sobre internamentos hospitalares realizados no país, o que permite identificar os
agravos à saúde que necessitam de internação, contribuindo para o conhecimento da situação de sa-
úde e da gestão dos serviços. O Instrumento de coleta de dados é a autorização de internação hospi-
talar.

Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS)

Embora não possa ser utilizado para fins epidemiológicos, é um importante sistema, pois permite o
conhecimento dos procedimentos utilizados na rede ambulatorial do SUS, além de conter a relação dos
serviços da rede própria, contratada e conveniada dos estados e municípios, e informações sobre pro-
fissionais por especialidade. Tem como fontes de dados as informações do Cadastro Nacional de Es-
tabelecimentos de Saúde (CNES) e os boletins de produção ambulatorial.

Uma designação ao termo vigilância, adotada na Inglaterra no século XIX, por Farr, e citada por Wald-
man (1998: 10) foi a de "inteligência epidemiológica", compreendida como sendo a "... faculdade ou
habilidade de aprender, apreender ou compreender", bem como, num sentido mais restrito, de "...obter
e dispor de informações particularmente secretas." O termo "inteligência", pelo seu significado de ca-
ráter predominantemente militar foi substituído por "vi-gilância", em 1955, e aplicado pela primeira vez
em saúde pública.

No Brasil, no início do século XX, (1902) quando eclodiu a epidemia de peste no Rio de Janeiro, uma
lei do Congresso Nacional estabeleceu as bases para os serviços de defesa sanitária da então Capital
Federal, e visando superar tal situação, impôs a notificação obrigatória dos casos de tifo, cólera, febre
amarela, peste, varíola, difteria, febre tifóide, tuberculose aberta e lepra ulcerada. As pessoas que omi-
tissem a notificação de quaisquer dessas doenças estariam sujeitas aos rigores do Código Penal, e
poderiam sofrer penalidades que iam desde o pagamento de multas até a prisão, segundo Costa. Este
autor ressalta que em 1914, a legislação sanitária brasileira se expandiu para 19 inspetorias de saúde
distribuídas pelo litoral brasileiro, extrapolando o eixo Rio - São Paulo.

Essas inspetorias teriam como prioridade vigilância do cólera, da febre amarela e da peste, pautando-
se em medidas sanitárias permanentes. Excepcionalmente outras doenças infecciosas teriam as me-
didas de prevenção definidas de acordo com a "particularidade" de cada ocorrência.

Nesse mesmo ano, foi definida outra relação de doenças de notificação compulsória, contendo as se-
guintes doenças: febre amarela, peste, cólera, varíola, impaludismo, lepra, tifo e tuberculose. Em rela-
ção a esses fatos, Costa, acrescenta que a conjuntura sanitária do início do século XX, foi a etapa mais
importante das políticas de saúde pública no país, merecendo destaque na "historiografia brasileira".
Os estudos se concentravam na compreensão da amplitude da resistência política e cultural da época
que suscitaram ações de controle em saúde.

Outra consideração de Costa, expressa que: as três primeiras décadas do século XX, podem ser refe-
ridas como um período de "hegemonia das políticas de saúde pública", cujo modelo de atenção em
saúde era orientado, principalmente, para o controle de epidemias e para a adoção generalizada de
ações de imunização. Ancorado-se nesse referencial, sem absorver eventuais possibilidades de distor-
ções que pudessem existir, a vigilância configurava a sua atuação no país, pautada exclusivamente
nas doenças transmissíveis, como resultado da concepção da qual emergiu.

Retornando ao pólo de discussão das redefinições do termo "vigilância", verifica-se que, na primeira
metade da década de 60, consolidou-se, internacionalmente, uma maior abrangência de sua conceitu-
ação. Waldman, destaca que o conceito de vigilância passou a ter um sentido mais amplo e foi desen-
volvido, inicialmente, por Langmuir e por Raska.

O primeiro atuava, no Centers for Diseases Control (CDC) em Atlanta nos Estudos Unidos da América
(EUA) e o segundo, no Instituto de Microbiologia e de Epidemiologia de Praga, na Tchecoslováquia.
Assim, em 1963 Langmuir, citado por Waldman (1993: 46), define vigilância como sendo: "A observa-

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ção contínua da distribuição e tendências da incidência de doenças mediante coleta sistemática, con-
solidação e avaliação de informes de morbidade e mortalidade, assim como de outros dados relevantes
e a regular disseminação dessas informações a todos que necessitam conhecê-las."

A partir de 1964, Raska, conforme Waldman, se preocupou em diferenciar a "vigilância" da pesquisa


epidemiológica, agregando ao termo "vigilância" o qualificativo "epidemiológica", propondo inclusive, a
ampliação das suas ações para outras doenças, além das doenças transmissíveis. No ano seguinte, a
designação foi consagrada internacionalmente, com a criação da Unidade de Vigilância Epidemiológica
da Divisão de Doenças Transmissíveis da Organização Mundial da Saúde (OMS). Desse modo, a vigi-
lância epidemiológica (VE) passou a ser interpretada como o acompanhamento sistemático de doenças
na comunidade, com o propósito de aprimorar as medidas de controle.

Nesse sentido, a Campanha de Erradicação da Varíola (CEV) (1966-1973), tomando como referência
as experiências do programa de erradicação da malária, na década de 50, auxiliou no aprimoramento
e incorporação das atividades da vigilância epidemiológica aos programas de controle de doenças
transmissíveis no mundo. No Brasil, notadamente, a CEV motivou a ampliação da vigilância epidemio-
lógica às doenças imunopreveníveis, e subsidiou a elaboração, em 1969, do sistema nacional de noti-
ficação semanal de doenças. Vale registrar, que a concepção de vigilância epidemiológica enquanto
"informação para a ação", aplicável à rede de serviços de saúde, no país, foi introduzida oficialmente
no início da década de 70, ainda durante a CEV.

Em 1968, realizou-se a XXI Assembléia Mundial de Saúde, na qual ocorreram discussões técnicas
sobre a vigilância epidemiológica. Na ocasião, foi aceita a incorporação, como objeto do seu interesse,
de outras doenças e agravos, além das doenças transmissíveis. A vigilância foi adquirindo, assim, um
sentido amplo e mais estratégico. Contudo, a ampliação da abrangência do objeto da VE para outras
doenças, além das doenças transmissíveis sugeria uma cons-trução extremamente complexa na pro-
dução de conhecimentos, exigindo uma dinâmica institucional de produção contínua e sistemática de
informações individuais e/ou coletivas, que pudessem configurar a "nova demanda", focalizada na re-
organização da sua prática.

A percepção crescente da importância da prática da VE, levou a Organização Mundial da Saúde e a


Organização Panamericana da Saúde (OPAS), na década de 70, a incentivarem a criação de sistemas
de vigilância epidemiológica nos países em desenvolvimento, ampliando as ações para um conjunto
maior de doenças transmissíveis.

Esses sistemas visavam, principalmente, a redução da morbimortalidade entre crianças e jovens.


Nesse enfoque, a vigilância epidemiológica surge conjugada às diversas ações de controle de doenças
e de agravos.

Em 1973, no I Seminário Regional dos Sistemas de Vigilância Epidemiológica de Enfermidades Trans-


missíveis e Zoonoses das Américas, realizado no Rio de Janeiro, que ocorreu em plena epidemia de
meningite meningocócica no Brasil, a discussão sobre a vigilância epidemiológica sofreu um grande
impulso.

Baseados nesse evento, Fossaert et al. publicaram em 1974, um artigo fazendo uma revisão conceitual
da "vigilância epidemiológica", estabelecendo uma definição abrangente, contemplando o propósito, as
funções, as atividades e as modalidades operacionais.

Assim, definiram a "vigilância epidemiológica" como sendo: "... o conjunto de atividades que permite
reunir informações indispensáveis para conhecer em todo momento o comportamento ou história na-
tural das doenças, detectar ou prever qualquer mudança que possa ocorrer por alterações dos fatores
condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente, sobre bases firmes, as medidas indicadas à
prevenção e controle da doença" (Fossaert et al.; 1974: 522). Partindo desse enfoque, Paim, aponta
para o fato de que, em meio a uma grave crise sanitária no país, na década de 70, as discussões sobre
vigilância epidemiológica ganhavam continuidade e consistência.

Em 1975, por recomendação da V Conferência Nacional de Saúde, a "vigilância epidemiológica" pas-


sou a ser, institucionalmente, definida no país em bases legais, através da Lei Federal 6.259 de 1975,
assim: "A vigilância epidemiológica compreende as informações, investigações e levantamentos ne-
cessários à programação e à avaliação das medidas de controle de doenças e de situações de agravos
à saúde" (Brasil. Lei ...; 1975: 4433), a ênfase é na atuação sobre as doenças transmissíveis, tendo

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sido incluídas na relação das doenças de notificação compulsória, algumas doenças imunoprevení-
veis.

A lei foi regulamentada pelo Decreto 78.321 de 1976, que instituiu o Sistema Nacional de Vigilância
Epidemiológica (SNVE) e o conceitua como o conjunto de informações e investigações necessárias à
programação e a avaliação das ações de controle de doenças e de agravos à saúde. No artigo (I) do
referido decreto, ficou definido que fossem consideradas como informações básicas para o funciona-
mento do SNVE a notificação compulsória de doenças, as declarações e/ou atestados de óbito os
estudos epidemiológicos realizados por autoridades sanitárias e a notificação de agravos inusitados e
outras doenças, cuja ocorrência de casos julgada anormal, fossem plausíveis para a adoção de medi-
das de controle de âmbito coletivo.

O conjunto de doenças, então consideradas de maior relevância para o país, regulamentado pelo De-
creto 78.321 de 1976,11 foi o apresentado a seguir:

Doenças sujeitas ao Regulamento Sanitário Internacional: varíola, febre amarela, peste e cólera; Do-
enças vinculadas ao Programa Nacional de Imunização: poliomielite, sarampo, tétano, difteria, coque-
luche, raiva, febre tifóide e doença meningocócica;

Doenças controláveis através de ações coordenadas por órgãos específicos do Ministério da Saúde:
malária, hanseníase, tuberculose e meningites em geral.

Isso posto, passou a predominar a idéia de que, partindo de programas específicos e de resultados
concretos em relação ao controle de doenças, se organizassem estruturas nos níveis nacional, estadual
e regional que pudessem apoiar tecnicamente, os serviços de saúde na utilização do método epidemio-
lógico. Vale salientar que, o decreto antes referido, não inclui o município como uma das instâncias res-
ponsáveis pelo SNVE.

O SNVE, não se resume, pelo menos ao considerar os dispositivos legais existentes, às doenças trans-
missíveis, cabendo inclusive distintas interpretações à leitura de sua definição. Embora a prática e as
experiências disponíveis de sua aplicação demons-trem a heterogeneidade com que veio a ser implan-
tado, continua-se privilegiando o grupo das doenças transmissíveis.

E essa não é uma característica apenas do sistema de vigilância epidemiológica do Brasil. Goodman et
al. destacam que, durante a década de 70, a vigilância de saúde pública dos EUA, se concentrava,
quase que exclusivamente, na detecção e no seguimento de casos de determinadas doenças trans-
missíveis.

A retomada da discussão sobre o emprego do método epidemiológico para outras doenças e agravos,
que não as doenças transmissíveis, foi tema do "Seminário sobre Usos y Perspectivas de la Epidemi-
ologia", realizado em Buenos Aires, na Argentina em 1983, sob a coordenação da OPAS. Desse
evento, surgiu a indicação de que as atividades da VE fossem ampliadas, passando a incluir as doenças
crônicas, as "causas externas", as doenças relacionadas ao processo de trabalho, e outros agravos à
saúde.

Entretanto, algumas observações são feitas em relação à ampliação do objeto e das atividades da
vigilância epidemiológica, com a inclusão de outros agravos no seu campo de abrangência. Goldbaum
(1992: 61), destaca que: "O modelo criado para um conjunto de doenças passíveis de controle ou pre-
venção coletivas passa "acriticamente" a ser aplicado para outras tantas situações, nas quais sua efi-
cácia ou pertinência é duvidosa." O autor citado, deixa evidente a necessidade de se aprofundarem as
discussões, com vistas à construção de um modelo capaz de situar a "nova proposta".

No Brasil, a década de 80 foi marcada por uma conjuntura política de transição democrática, alargando
os espaços para inúmeras discussões acerca de toda a estrutura do sistema de saúde, com ênfase
nas formas de organização das ações e serviços, bem como, na melhoria das condições de vida e de
saúde da população.

Assim, em 1986, a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO) e a Uni-


versidade Federal da Bahia (UFBA), promoveram um seminário sobre: "As Perspectivas da Epidemio-
logia frente à Reorganização dos Serviços de Saúde". Nesse evento, evidenciou-se que as limitações
da vigilância epidemiológica poderiam ser enfrentadas em duas dimensões. A primeira partiria da ne-

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cessidade de constituir-se em parte do sistema de informação em saúde interinstitucional que não dis-
crimine a informação epidemiológica da operacional - o que prejudica a análise, tanto das condições
de saúde como dos serviços; a segunda dimensão referia-se à ampliação do seu objeto de trabalho
com a introdução de métodos inovadores de vigilância de grupos populacionais de alto risco e monito-
ramento de exposição a fatores de risco.

No contexto da redemocratização do país, e no âmbito dos paradoxos existentes no próprio processo,


ocorreu em 1986, o evento mais importante das últimas décadas do século passado, do ponto de vista
político-sanitário, a VIII Conferência Nacional de Saúde. O destaque é dado, principalmente, por seu
caráter democrático, imprimindo uma dinâmica de intercâmbio entre diferentes atores sociais envolvi-
dos no setor saúde, na construção da proposta de reforma sanitária brasileira. O seu relatório final
influenciou de forma significativa a elaboração e concretização das propostas relativas à saúde, na
Constituição Federal de 1988, que instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS).

Mais adiante, após vários debates para regulamentar a implantação do SUS, foi elaborada a Lei Orgâ-
nica da Saúde (LOS), Lei Federal 8.080 de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, implementando-se em seguida, as constituições estaduais e as leis
orgânicas municipais. Em relação ao objeto específico deste estudo observa-se, como parte das trans-
formações ocorridas, que a Lei 8.080 de 1990 considera o município como instância privilegiada para
o desenvolvimento das ações de saúde, e reconhece a importância da descentralização da vigilância
epidemiológica ampliando a sua definição para: "O conjunto de ações que proporcionam o conheci-
mento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de
saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e
controle das doenças e agravos". (Brasil. Lei ...; 1990: 18055).

Todavia, mantém-se o SNVE, conforme estabelecido na Lei n.&ordm 6.259 de 1975,10 o que passou
a ser considerado como um "convívio contraditório" para a legislação do SUS, conforme enfatiza
Paim.9 Entretanto, o Ministério da Saúde expôs através do Guia de Vigilância Epidemiológica,5 que a
definição de Vigilância Epidemiológica da Lei 8.080 de 1990, não altera o que há de substancial na
concepção atribuída pelo SNVE, em 1976.

Nessa perspectiva, realizou-se em Brasília, em 1992, o "I Seminário Nacional de Vigilância Epidemio-
lógica", que propôs a reorganização do SNVE a partir de um "pacto governamental", entendido como
a estratégia para viabilização de uma prática de descentralização, que incluísse a mudança imediata
de procedimentos que caracterizam a excessiva centralização dos programas e a fragmentação de
rotinas da vigilância epidemiológica. O evento ressaltou, também, que um dos maiores entraves no
desenvolvimento do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, é a desorganização dos serviços
de saúde.

Mais precisamente, a necessidade da reorganização dos serviços de saúde é absolutamente indisso-


ciável do processo de descentralização da VE, considerando que as aplicações de suas ações não são
fatos isolados em si mesmos, mas, um conjunto de fatos que decorrem da dinâmica institucional do
setor saúde.

Cabe destacar ainda, que dentro dos preceitos legais, em maio de 1996, o Ministério da Saúde (MS) pu-
blicou a Portaria 1.100, que pela primeira vez, após a implantação do SUS e a reforma administrativa
do MS, explicitou uma relação contendo todas as doenças de notificação compulsória, antes dispersas
em várias portarias, publicadas ao longo do tempo. Nessa nova listagem ocorreu a inclusão das hepa-
tites virais.

Ainda dentro das prerrogativas legais vigentes, a sustentabilidade financeira da proposta de descen-
tralização da vigilância epidemiológica foi assegurada pela Norma Operacional Básica do Sistema
Único de Saúde, n.&ordm 1 de 1996 (NOB-SUS, 1996), do Ministério da Saúde, que faz alusão à trans-
ferência de recursos financeiros fundo a fundo, para que estados e municípios possam assumir atribui-
ções e res-ponsabilidades, antes exclusivas da instância federal, cabendo a cada um custear as ações
de epidemiologia e de controle das doenças e dos agravos, formalizando a criação e operacionalização
de sistemas locais de vigilância epidemiológica.

A importância do processo de descentralização da vigilância pode revelar-se na melhoria da capaci-


dade de resposta aos problemas de saúde, na instância municipal do SUS, onde a vigilância epidemi-
ológica se constitui e atua diretamente, pois se trata do contexto a partir do qual emerge e se define

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uma situação epidêmica, e consequentemente, há uma maior oportunidade para que as ações de con-
trole sejam desencadeadas com rapidez e agilidade. Em diferentes municípios e, principalmente em
algumas capitais brasileiras, as ações da vigilância epidemiológica vêm sendo ampliadas para outras
doenças e agravos a saúde, além da listagem oficial de doenças de notificação compulsória nacional.

Contudo, a relação de doenças de notificação compulsória nacional tem sofrido revisões periódicas.
Em 1998, o Ministério da Saúde publicou a Portaria 4.052, atualizando a listagem de doenças de noti-
ficação compulsória, contemplando as doenças anteriores, exceto as hepatites virais, lato sensu, pas-
sando à notificação apenas da hepatite do tipo B. Acrescenta-se à lista, a meningite por Haemophilus
influenzae e as paralisias flácidas agudas. No artigo 2&ordm da referida portaria se recomenda
que "...todo e qualquer surto ou epidemia, assim como a ocorrência de agravo inusitado, independen-
temente de cons-tar na lista de doenças de notificação compulsória, deve ser notificado imediata-
mente" (Ministério da Saúde; 1998: 19).

Um certo entendimento da "vigilância", atualmente, implica em lançar-se um duplo olhar, a saber: de


um lado, o modelo tradicional vigente da vigilância epidemiológica, referindo-se ao seu eixo central que
já se tornou clássico, à ênfase no processo informação-decisão-ação, preservando características es-
pecíficas e considerando como objeto de sua prática os problemas de saúde, que por sua magnitude,
trans-cendência, susceptibilidade, gravidade e vulnerabilidade, 6 e disponibilidade de tecnologias, mos-
trem-se adequados à sua intervenção no âmbito coletivo; de outro lado, as propostas de discussão da
"vigilância à saúde", na busca de uma concepção mais abrangente, enquanto instrumento de saúde
pública.

Thacker e Berkelman, em 1988, discutem entre outros pontos, se o termo "epidemiológica" é apropriado
para qualificar a "vigilância", justificando, que as atividades da vigilância, enquanto prática de saúde
pública, situam-se em um momento anterior à implementação de pesquisas e à elaboração de progra-
mas de controle de eventos adversos à saúde. A propósito dessa discussão os autores propuseram a
substituição sob a denominação de "vigilância em saúde pública". E, no ano de 1989, o terminologia
vigilância epidemiológica foi substituída internacionalmente, pela denominação de vigilância em saúde
pública, enfatizando que a alteração na denominação não implicava na adoção de novos aspectos
conceituais ou operacionais da vigilância epidemiológica.

Assim, Waldman (1998: 11) enfatiza que: "... o uso do termo 'epidemiológica' para qualificar vigilância
é equivocado, uma vez que epidemiologia é uma disciplina abrangente, que incorpora a pesquisa e
cuja aplicação nos serviços de saúde vai além do ins-trumento de saúde pública que denominamos
vigilância." O autor citado, expõe uma série de questões discutidas em relação à incorporação da vigi-
lância epidemiológica ao sistema de saúde do país, que se caracteriza, notadamente, mais como um
sistema de informação que apoia os programas e/ou medidas de controle de doenças transmissíveis,
do que enquanto recursos de apoio técnico-gerencial aos serviços de saúde. Esse fato é apontado,
pelo autor, como críticas que de alguma forma, constituíram as origens de propostas que receberam a
denominação de "vigilância à saúde". Essa terminologia, vem atraindo polêmicas na construção da sua
funcionalidade institucional, no que se refere à definição concreta do seu objeto.

Segundo Barradas,6 as discussões sobre vigilância à saúde, desdobram-se em pelo menos duas ten-
dências: uma, que defende a necessidade de superar a dicotomia entre a prática da vigilância epide-
miológica e da vigilância sanitária, diluindo-as em um único bloco - as chamadas ações coletivas de
saúde; e outra, que defende uma certa especificidade dos objetos e métodos de intervenção, suficien-
tes para caracterizar dois conjuntos de atividades separadas, porém, integradas. A autora mencionada
considera que essas trajetórias compõem-se de duas concepções, "generalidade versus especifici-
dade" as quais se desdobram em três possibilidades organizacionais: a primeira reúne um conjunto
indiferenciado de práticas de saúde, a segunda um conjunto particular de práticas de vigilância e a
terceira um conjunto singular de práticas de vigilância epidemiológica.

Teixeira et al. propõem que a concepção de "vigilância da saúde" incorpore novos sujeitos, e não só o
conjunto de trabalhadores de saúde. Portanto, deverá buscar formas efetivas de envolvimento da po-
pulação organizada, compondo, assim, um modelo assistencial que supere os modelos vigentes, e
provoque a redefinição do objeto, do processo de trabalho, das relações técnicas e sociais e da "cultura
sanitária".

Atualmente, encontra-se em discussão/implantação, o projeto Vigilância em Saúde no Sistema Único


de Saúde (VIGISUS) do Ministério da Saúde, que propõe através de financiamento específico, com

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recursos extra-orçamentários, a estruturação de sistemas de vigilância em saúde adequados ao prin-


cípio da descentralização do SUS.

O objetivo do projeto é a construção de um Sistema Nacional de Vigilância em Saúde (SNVS), hierar-


quizado, no qual os sistemas municipais e estaduais e federal de vigilância em saúde estarão estrutu-
rados para o exercício das ações e aptos a realizar permanentemente, tarefas capazes de garantir as
atividades de prevenção e controle das doenças e agravos mais importantes, de acordo com a estrutura
epidemiológica de cada instância.

A proposta do VIGISUS se orienta no sentido de uma nova disposição, na qual cada instância do SUS
passa a ser responsável pelo monitoramento global da saúde de sua comunidade e pela vigilância de
fatores condicionantes e determinantes dos agravos, além de propostas de intervenção que se mos-
trem necessárias.

Após importantes e intensivos debates entre técnicos das três esferas de governo, decidiu-se por uma
divisão de atribuições da vigilância, que deixa de ter como eixo doenças, privilegiando pessoas e terri-
tórios. A vigilância, nessa perspectiva, denominada de vigilância em saúde, apontaria na direção da
superação da discrepância entre as "práticas coletivas" de vigilância epidemiológica e sanitária e as
"práticas individuais" da assistência.

O projeto VIGISUS prioriza quatro áreas programáticas: a da estruturação "sistêmica" da Vigilância


Ambiental, a da Vigilância Epidemiológica, a da estruturação das ações de prevenção e controle de
doenças na Amazônia legal e a das ações voltadas para atenção à saúde das populações indígenas.
Há registros no VIGISUS de que a proteção à saúde é compreendida como vigilância em saúde, inclu-
indo a Vigilância Sanitária, a Vigilância Epidemiológica e a Vigilância Ambiental.

Pelo exposto até aqui, percebe-se que a vigilância epidemiológica, institucionalizada ao longo do
tempo, tem assumido contornos mais definidos, principalmente, através dos preceitos legais. A opera-
cionalização da VE compreende um ciclo completo de funções específicas e complementares, desen-
volvidas continuamente, permitindo conhecer o comportamento e as características epidemiológicas
das doenças e dos agravos, a qualquer momento.

O "Guia de vigilância epidemiológica" do Ministério da Saúde destaca que o Sistema de Vigilância Epi-
demiológica tem as suas atividades e atribuições definidas para os três níveis de atuação do SUS tendo
por finalidade apresentar orientações técnicas, para as instâncias que têm a responsabilidade de deci-
dir e executar ações de controle de doenças e de agravos, com a disponibilização de informações
atualizadas sobre a ocorrência de doenças ou de agravos à saúde.

A partir da NOB-SUS, de 1996, quando se definiram requisitos e atividades mínimas a serem desen-
volvidas pelos municípios, de acordo com o nível de gestão no qual estivessem habilitados, foram su-
geridas através do "Guia de vigilância epidemiológica",5 as atividades a serem desenvolvidas pelas três
instâncias do sistema de saúde. A seguir, serão destacadas algumas das atribuições do nível municipal:

análise e acompanhamento do comportamento epidemiológico de doenças e agravos de interesse mu-


nicipal e dos âmbitos federal e estadual, respeitada a hierarquia entre as instâncias;

participação na formulação de políticas, planos, programas de saúde e na organização dos serviços;

implantação, gerenciamento e operacionalização dos sistemas de informações de base epidemiológica


para a análise da situação de saúde e a realização das investigações epidemiológicas com a solicitação
de apoio a outras instâncias do SUS, nos casos de necessidades técnicas e/ou administrativas;

participação, junto às instâncias responsáveis pela gestão da rede assistencial, na definição de padrões
de qualidade de assistência;

promoção de educação continuada dos recursos humanos e o intercâmbio técnico-científico com insti-
tuições de ensino, pesquisa e outras.

Um ponto de localização, no plano da vigilância, em meio às questões acima abordadas, destaca que
a alteração na sua terminologia está fortemente assentada nas discussões teóricas. Porém, a sua ope-
racionalização está sob a ação pública, institucionalizada até o momento no Brasil, sob as denomina-
ções de Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica e de Vigilância Ambiental. Portanto, ocorre que

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as terminologias "vigilância a saúde"', "vigilância em saúde" e "vigilância da saúde" vêm sendo ampla-
mente citadas na literatura, no país, sem, contudo, haver uma definição "instituída" dos seus objetos
ou de uma conceituação que seja remetida à prática. Constata-se, que as três práticas de vigilância,
citadas anteriormente, ainda remetem as suas atividades a formas de atuação pouco integradas, va-
lendo-se de cada terminologia para a regulamentação/institucionalização de objetivos específicos.

É importante assinalar, que continuando o processo periódico de revisão da listagem das doenças de
notificação compulsória, através de critérios técnico-científico e/ou operacionais, em 1999, o Ministério
da Saúde publicou a Portaria 1.461, modificando a lista nacional, acrescentando os seguintes agravos:
hepatite do tipo C, hantavirose e leptospirose. Destaca-se no ano 2000, a Portaria 993, do Ministério
da Saúde28 que altera mais uma vez a lista nacional das doenças de notificação, acrescentando a in-
fecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) em gestantes e crianças expostas ao risco de
transmissão vertical e, revoga a Portaria 1.461 de 1999.

A despeito da relevância do que foi descrito, é importante enfatizar, no que concerne ao processo de
descentralização, que uma concepção mais ampliada da vigilância deverá fundamentar-se, à luz da
realidade local, pois: "Os sistemas de vigilância variam consideravelmente em metodologia, abrangên-
cia e objetivos, características que são importantes num sistema podem ser menos importantes num
outro (...), o êxito de um dado sistema de vigilância dependerá do equilíbrio adequado de suas carac-
terísticas que são: simplicidade, aceitabilidade, sensibilidade, valor preditivo positivo, representativi-
dade e oportunidade" (CDC; 1988: 1-2).

Portanto, a Vigilância Epidemiológica e/ou "Vigilância em Saúde Pública", esta última terminologia já
utilizada pela OMS e pela OPAS em suas publicações, requerem uma institucionalização criteriosa, no
país, com atualizações continuadas que possibilitem a compreensão do seu objeto e das suas ativida-
des à realidade do processo de descentralização e da reorganização dos serviços de saúde, nas dife-
rentes instâncias do SUS.

Uma grande contribuição relacionada a esse aspecto está descrita no III Plano Diretor para o Desen-
volvimento da Epidemiologia no Brasil, que utiliza a terminologia "Vigilância em Saúde" enquanto prá-
tica epidemioló-gica nos programas e serviços de saúde, trazendo à tona problemas e proposições na
sua institucionalização. Porém, o mais importante é a referência à inserção na agenda das várias ins-
tâncias da saúde, de discussões do III Plano Diretor da Epidemiologia, ratificando a idéia de se definir,
conjuntamente, prioridades e intervenções.

O fato é que não se pode perder de vista que não basta apenas discussão e articulação para alterações
de terminologias. É necessário também, um esforço sistemático e articulado capaz de promover um
certo equilíbrio entre a configuração de uma terminologia e as potencialidades em provocar mudanças
institucionais e/ou a construção de uma viabilidade técnico-cientifica que se traduza numa prática de
saúde pública, sobremodo na VE, em face de suas peculiaridades.

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O que é a Disposição Final ambientalmente adequada? O que é um Lixão a céu aberto? Aterro Con-
trolado? Aterro Sanitário? Qual a situação do Brasil?

No Brasil, de acordo com o SINIR(2016), 59,17% dos municípios não têm Destinação Final Ambiental
Adequada de Rejeitos. Isso nos remete a um quadro de total descaso com a gestão dos resíduos a
nível nacional. Destes 10,84% ainda mantêm lixões ativos, estamos muito atrasados com o prazo da
PNRS para a extinção dos mesmo. E no fim das contas quem sofre é o meio ambiente, colocando em
xeque a saúde da população.

Deve-se seguir a risca o PMGIRS, o quais norteiam a gestão dos resíduos sólidos a nível municipal.
Deve-se colocar em prática as ações definidas no plano. Deve-se estabelecer acordos setoriais para a
instalação de aterros sanitários acompanhado da construção de centrais de triagem. Para assim, per-
mitir ao máximo o aproveitamento do lixo, separando os resíduos do rejeito. Dessa forma, cria-se o
mercado regional de resíduos sólidos ao passo que tem-se a destinação final ambientalmente ade-
quada de rejeitos.

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funcionamento.

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O que é a Disposição Final ambientalmente adequada de rejeitos?

A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS no seu Art. 3° define a Disposição Final ambiental-
mente adequada da seguinte maneira:

Lei 12.305/2010 Art. 3° Inciso VII – Disposição Final ambientalmente adequada: distribuição ordenada
de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos
à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos; (Título I – Capítulo II –
Parágrafo VIII).

As formas mais conhecidas de disposição final de resíduos são o Aterro Sanitário, Aterro Controlado e
Lixão a céu aberto. No Brasil a única forma ainda permitida por Lei é o Aterro Sanitário.

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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

“Lei 12.305/2010 Art. 9o Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a se-
guinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos
sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

1o Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos,
desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de pro-
grama de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.

§ 2o A Política Nacional de Resíduos Sólidos e as Políticas de Resíduos Sólidos dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios serão compatíveis com o disposto no caput e no § 1o deste artigo e
com as demais diretrizes estabelecidas nesta Lei.”

Não confunda Destinação com Disposição Final Ambientalmente Adequada…

A Disposição Final Ambientalmente Adequada de Rejeitos deve ser feita somente para resíduos que
não são mais passíveis de tratamento. Ou seja, para os rejeitos que não seja possível outro tipo de
destinação a não ser a disposição em aterros. A disposição final não pode ser confundida com a des-
tinação final. Veja o conceito de destinação final segundo a PNRS.

Lei 12.305/2010 Art. 3° Inciso VI – Destinação Final ambientalmente adequada: destinação de resíduos
que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético
ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre
elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos
à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos; (Título I – Capítulo II –
Parágrafo VII).

O que é lixo?

Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS

O impacto causado pelos lixões à céu aberto

Fazer a disposição final de rejeitos requer uma completa neutralidade com o meio ambiente. Isso sig-
nifica que não deve poluir ou alterar o meio onde tais soluções forem construídas. As principais formas
de poluição é a contaminação do solo, dos lençóis freáticos e do ar. A saber: proliferação de doenças
decorrentes de pragas de ratos, insetos e animais que vivem dos rejeitos. Assim como doenças ocasi-
onadas pela poluição dos lençóis freáticos como a diarreia.

Veja a diferença entre lixão, aterro controlado e aterro sanitário. E entenda quando podemos dizer que
uma disposição final é ambientalmente adequada ou não.

O que é Lixão a céu aberto?

Disposição final sem proteção alguma do solo e do ar. Os resíduos ficam a céu aberto atraindo toda a
espécie de animal como ratos, cobras e insetos. Assim, oferecem o risco de doenças e perigos para as
pessoas que vivem ao seu redor. A geração de gases nos lixões também polui o meio ambiente com
gases do efeito estufa. Contribuindo dessa forma para o aquecimento global e suas consequências.

Além disso, o chorume originado da decomposição da matéria orgânica dos lixões, podem contaminar
os lençóis freáticos. E assim levar doenças como diarreia até mesmo para populações que vivem longe
do lixões. Em decorrência disso constitui um perigo de epidemia em potencial devendo ser combatido
severamente.

Dessa forma, o Lixão a céu aberto não pode ser considerado uma forma de Destinação Final Ambien-
talmente Adequada.

O que é Aterro Controlado?

Normalmente é um lixão coberto de terra. Não tem proteção do solo e contamina os lençóis freáticos.
O fato de o problema não ser visível faz desse caso uma solução muitas vezes até pior que o lixão. Já
que funciona como um tumor que causa prejuízos a natureza por baixo da terra e não é visível. Fatal-
mente os problemas de poluição aparecerão um dia, quem sabe com epidemias difíceis de controlar.

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Caso não tenham um sistema de coleta de gases, oferecem risco grande de explosão. Como não pos-
sui isolamento inferior do solo, pode também contaminar os lençóis freáticos. Assim como os lixões
devem ser exterminados.

Com raras exceções, o Aterro Controlado não pode ser considerado uma forma de Destinação Final
Ambientalmente Adequada.

O que é Aterro Sanitário?

Disposição final que obrigatoriamente deve ter proteção do ar e do solo. Assim como tratamento do
chorume e do gás proveniente do aterro. Qualquer outra solução que não possua essas características
não podem ser chamadas de aterro sanitário. E caso seja chamado assim, é passível de denúncia aos
órgãos ambientais responsáveis.

Das três formas aqui citadas, somente o Aterro Sanitário pode ser chamado de Disposição Final Ambi-
entalmente Adequada.

Qual a situação do Brasil?

Até agora, a grande maioria das cidades brasileiras utilizavam o lixão como disposição final para os
seus resíduos. Com a Lei 12.305/10 os lixões só serão tolerados até agosto de 2014. A lei também
exige que a disposição final seja ambientalmente adequada, o que também é ruim para aterros contro-
lados.

Para seguir a tendência mundial ambientalmente correta de perseguir a meta de total aproveitamento
dos resíduos sólidos. E dessa forma fortalecer cada vez mais a política reversa aos aterros sanitários
que devem ser gradualmente extintos. Para assim chegarmos ao ponto que suas construções sejam
proibidas à exemplo de países como a Alemanha. O benefício à sociedade através da implementação
dessa metodologia é o incentivo direto ao desenvolvimento urbano. Abrindo a possibilidade de investi-
mentos em indústria de transformação, educação ambiental, geração de emprego e renda. Bem como
oportunidades de investimentos para empresários de todo o mundo, além de poder promover o desen-
volvimento social. Através de incentivos à qualificação e incorporação ao mercado de trabalho de ca-
tadores de materiais recicláveis e reutilizáveis.

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TÉCNICAS DE BIOLOGIA MOLECULAR

Técnicas de Biologia Molecular

A bioquímica molecular classifica-se como estudo das reações químicas que ocorrem em organismos
vivos.

A história mostra que a microbiologia foi fundamental para o desenvolvimento da biologia molecular,
pois a grande parte dos conceitos chave e das técnicas usadas na BM foram fundamentados a partir
de estudos e experimentos realizados ultilizando bactérias, fungos e vírus (principalmente Bacterófa-
gos - Vírus que infectam e destroem bactérias). Como não há diferença entre as diciplinas no funda-
mento de seus estudos, classifica-se a biologia molecular como intermediária entre a Bioquímica e a
Genética.

A história da biologia molecular é bem interessante, pois é uma área que iniciou seus trabalhos junto à
descoberta dos ácidos nucleicos DNA e RNA no ano de 1953 pelos cientistas Watson e Crick que tam-
bém sugeriram um modelo para sua replicação e a descoberta das bases nitrogenadas Adenina, Ti-
mina, Guanina e Citosina.

As principais descobertas são bem recentes como exemplo a forma exata de divisão celular mostrando
que pode haver erros durante o processo, a interação entre as células e suas organelas, sistema imu-
nológico e outros.

A biologia molecular é estudada por algumas técnicas específicas para cada tipo de sistema que se
relaciona com a obtenção, identificação e caracterização de genes e essas diversas técnicas têm sido
desenvolvidas no meio da biologia.

Atualmente as áreas que mais utilizam as técnicas dos estudos moleculares são as doenças genéticas,
doenças infecto-contagiosas, testes de paternidade e Ciências Forenses (Perícia). Dentre esses, os
estudos virais se destacam pois os vírus possuem carga genética mais simples que os seres humanos.

Temos como uma dessas técnicas a "reação em cadeia da polimerase" (PCR), que tem por finalidade
estudar a replicação do DNA, localizar e identificar fragmentos particulares do DNA e analisar possiveis
mutações.

A "eletrosforese em gel" também é uma forma de estudo e é uma das principais ferramentas de trabalho
em biologia molecular. No geral, DNA e RNA (ácidos nucleicos) e proteínas são separados segundo o
seu tamanho em uma matriz com campo eletrico apropriado. Na eletroforese em gel o DNA ou o RNA
é separado e colocado uma amostra em gel de agarose fazendo migrar segundo a reação eletrica
específica.

A técnica de Southern Blot nos permite obter informação sobre a massa molecular e a quantidade re-
lativa de uma determinada sequência de DNA obtida por imagem através da autoradiografia ou auto-
fluorescência.

A técnica de Northern Blot estuda o perfil de expressão de mRNA (ácido ribonucleico mensageiro).
Analisa a localização, o momento exato e a quantidade de mRNA está presente em determinada amos-
tra. É a forma mais simples de determinar quando um gene está presente em um sistema vivo. Assim
como o DNA, o RNA também é separado pela técnica de Southern Blot.

Western Blot usa basicamente os principios das técnicas de Southern Blot e Northern Blot, mas é apli-
cado a proteínas e sua separação usando a eletroforege em gel obrigatóriamente precisa de gel de
poliacrilamida na presença de dodecilo sulfato de sódio (SDS), um tipo de detergente.

A bioquímica molecular classifica-se como estudo das reações químicas que ocorrem em organismos
vivos.

A história mostra que a microbiologia foi fundamental para o desenvolvimento da biologia molecular,
pois a grande parte dos conceitos chave e das técnicas usadas na BM foram fundamentados a partir
de estudos e experimentos realizados ultilizando bactérias, fungos e vírus (principalmente Bacterófa-
gos - Vírus que infectam e destroem bactérias). Como não há diferença entre as diciplinas no funda-
mento de seus estudos, classifica-se a biologia molecular como intermediária entre a Bioquímica e a
Genética.

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TÉCNICAS DE BIOLOGIA MOLECULAR

A história da biologia molecular é bem interessante, pois é uma área que iniciou seus trabalhos junto à
descoberta dos ácidos nucleicos DNA e RNA no ano de 1953 pelos cientistas Watson e Crick que tam-
bém sugeriram um modelo para sua replicação e a descoberta das bases nitrogenadas Adenina, Ti-
mina, Guanina e Citosina.

As principais descobertas são bem recentes como exemplo a forma exata de divisão celular mostrando
que pode haver erros durante o processo, a interação entre as células e suas organelas, sistema imu-
nológico e outros.

A biologia molecular é estudada por algumas técnicas específicas para cada tipo de sistema que se
relaciona com a obtenção, identificação e caracterização de genes e essas diversas técnicas têm sido
desenvolvidas no meio da biologia.

Atualmente as áreas que mais utilizam as técnicas dos estudos moleculares são as doenças genéticas,
doenças infecto-contagiosas, testes de paternidade e Ciências Forenses (Perícia). Dentre esses, os
estudos virais se destacam pois os vírus possuem carga genética mais simples que os seres humanos.

Temos como uma dessas técnicas a "reação em cadeia da polimerase" (PCR), que tem por finalidade
estudar a replicação do DNA, localizar e identificar fragmentos particulares do DNA e analisar possiveis
mutações.

A "eletrosforese em gel" também é uma forma de estudo e é uma das principais ferramentas de trabalho
em biologia molecular. No geral, DNA e RNA (ácidos nucleicos) e proteínas são separados segundo o
seu tamanho em uma matriz com campo eletrico apropriado. Na eletroforese em gel o DNA ou o RNA
é separado e colocado uma amostra em gel de agarose fazendo migrar segundo a reação eletrica
específica.

A técnica de Southern Blot nos permite obter informação sobre a massa molecular e a quantidade re-
lativa de uma determinada sequência de DNA obtida por imagem através da autoradiografia ou auto-
fluorescência.

A técnica de Northern Blot estuda o perfil de expressão de mRNA (ácido ribonucleico mensageiro).
Analisa a localização, o momento exato e a quantidade de mRNA esta presente em determinada amos-
tra. É a forma mais simples de determinar quando um gene está presente em um sistema vivo. Assim
como o DNA, o RNA também é separado pela técnica de Southern Blot.

Western Blot usa basicamente os principios das técnicas de Southern Blot e Northern Blot, mas é apli-
cado a proteínas e sua separação usando a eletroforege em gel obrigatóriamente precisa de gel de
poliacrilamida na presença de dodecilo sulfato de sódio (SDS), um tipo de detergente.

Sequenciamento de DNA

Como a sequência de bases de nucleotídeos (As, Ts, Cs, and Gs) de um pedaço de DNA é determi-
nada.

Pontos Principais:

Sequenciamento de DNA é o processo de determinação da sequência de nucleotídeos (As, Ts, Cs, e


Gs) em um pedaço de DNA.

No método Sanger de sequenciamento, o DNA alvo é copiado muitas vezes, produzindo fragmentos
de comprimentos diferentes. Nucleotídeos “terminadores de cadeia” fluorescentes marcam os finais
dos fragmentos e permitem que a sequência seja determinada.

As técnicas de Sequenciamento de Última Geração são novas abordagens feitas em grande escala
que aumentam a velocidade e diminuem os custos do sequenciamento.

O Que É Sequenciamento?

Você deve ter ouvido falar que genomas estão sendo sequenciados. Por exemplo, o genoma humano
foi concluído em 2003, depois de vários anos de esforços internacionais. Mas o que significa sequenciar
um genoma ou mesmo pequenos fragmentos de DNA?

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Sequenciamento de DNA é o processo de determinação da sequência de bases nucleotídicas (As, Ts,


Cs, e Gs) em um pedaço de DNA. Hoje em dia, com os materiais e equipamentos corretos, sequenciar
um pequeno fragmento de DNA é relativamente simples.

Sequenciar um genoma inteiro (todo o DNA de um organismo) permanece uma tarefa complexa. Isso
requer quebrar o DNA do genoma em pequenos fragmentos, sequenciar esses pedaços e montar as
sequências em uma única e longa sequência "consenso".

Entretanto, graças a novos métodos que tem sido desenvolvidos nas duas últimas décadas, o sequen-
ciamento genômico é agora muito mais rápido e mais barato do que era durante o Projeto Genoma
Humano^11start superscript, 1, end superscript.

Neste artigo, nós veremos os métodos usados para sequenciamento de DNA. Focaremos no método
já bem estabelecido, método Sanger de sequenciamento, mas também discutiremos os novos métodos
("nova geração") que tem reduzido custos e acelerado a velocidade de sequenciamentos em larga
escala.

Sequenciamento de Sanger:
O Método de Terminação da Cadeia

Regiões de DNA com até 900900900 pares de base de comprimento são rotineiramente sequenciados
pelo chamado método Sanger de sequenciamento ou método de terminação da cadeia. O método San-
ger foi desenvolvido pelo bioquímico britânico Fred Sanger e seus colaboradores, em 1977.

No Projeto Genoma Humano, o método Sanger foi usado para determinar as sequencias de muitos
fragmentos relativamente pequenos de DNA humano. (Esses fragmentos não tinham necessaria-
mente 900900900 pb ou menos, mas os pesquisadores conseguiam "caminhar" ao longo de cada fra-
gmento usando diversas rodadas de sequenciamento por Sanger.)

Os fragmentos foram alinhados com base nas porções de sobreposição compondo sequencias de re-
giões mais longas de DNA e, eventualmente, os cromossomos inteiros.

Embora os genomas sejam agora tipicamente sequenciados usando outros métodos mais rápidos e
baratos, o método Sanger ainda é amplamente usado para o sequenciamento de fragmentos individu-
ais de DNA, como fragmentos usados na Clonagem de DNA ou gerados pela Reação em Cadeia da
Polimerase(PCR).

Ingredientes Para O Sequenciamento De Sanger

O método Sanger envolve a produção de muitas cópias de uma região alvo de DNA. Os ingredientes
são similares àqueles usados para replicação de DNA em um organismo, ou para a reação em cadeia
da polimerase (PCR), os quais fazem cópias de DNA in vitro. Eles incluem:

Uma enzima DNA polimerase

Um primer, que é um pequeno fragmento de DNA de fita simples que se liga ao DNA molde e atua
como um "iniciador" para a polimerase

Os quatro nucleotídeos do DNA (dATP, dTTP, dCTP, dGTP)

O DNA molde a ser sequenciado

Entretanto, uma reação de sequenciamento de Sanger contém um ingrediente único:

Versões Dideoxi, ou terminadores de cadeia, para os quatro nucleotídeos (ddATP, ddTTP, ddCTP,
ddGTP), cada uma marcada com um corante de uma cor diferente

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_Créditos da Imagem: "Sequenciamento de genoma: Figura 1," by OpenStax College, Biology (CC BY
4.0)._

Dideoxinucleotídeos são similares aos nucleotídeos comuns, ou deoxinucleotídeos, mas com uma di-
ferença chave: falta um grupo hidroxila na posição 3' do carbono do anel de sacarose. Em um nucleo-
tídeo comum, o grupo 3' hidroxila atua como um "gancho", permitindo que um novo nucleotídeo seja
adicionado à cadeia existente.

Uma vez que um dideoxinucleotídeo é adicionado à cadeia, não há hidroxila disponível e nenhum outro
nucleotídeo pode ser adicionado. A cadeia termina com o dideoxinucleotídeo, o qual é marcado com
um cor particular de corante dependendo da base (A, T, C or G) que carrega.

Método Sanger de Sequenciamento

A amostra de DNA a ser sequenciada é combinada em um tubo com primer, DNA polimerase e nucle-
otídeos de DNA (dATP, dTTP, dGTP, and dCTP). Os quatro nucleotídeos terminadores de cadeia mar-
cados com corantes são adicionados também, mas em concentração muito menor que a dos nucleotí-
deos comuns.

A mistura é primeiro aquecida para a denaturação do DNA molde (separar as fitas), então resfriadas
para que os primers possam se ligar ao molde de fita simples. Uma vez que o primer se ligou, a tem-
peratura é aumentada novamente, permitindo que a DNA polimerase sintetize um novo DNA a partir
do primer. A DNA polimerase continuará a adicionar nucleotídeos à cadeia até que aconteça a adição
de um dideoxinucleotídeo ao invés de um normal. Nesse ponto, os nucleotídeos não podem mais ser
adicionados, e, portanto, a fita terminará em um dideoxinucleotídeo.

Este processo é repetido em um número de ciclos. Quando o ciclo se completa, é praticamente garan-
tido que um dideóxinucleotídeo terá se incorporado em todas as posições do DNA alvo em pelo menos
uma reação. Ou seja, o tubo irá conter fragmentos de diferentes comprimentos, terminando em cada
uma das posições de nucleotídeos no DNA original. (veja a figura abaixo). As extremidades dos frag-
mentos serão rotuladas com corantes que indicam o nucleotídeo final.

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Imagem modificada de "Sanger sequencing," by Estevezj (CC BY-SA 3.0). The modified image is licen-
sed under a (CC BY-SA 3.0) license.

Depois que a reação é executada, os fragmentos são levados através de um longo e fino tubo contanto
uma matriz de gel em um processo chamado de electroforese capilar em gel. Pequenos fragmentos
movem-se rapidamente através dos poros do gel, enquanto longos fragmentos movem-se mais deva-
gar. Assim que cada fragmento cruza a "linha de chegada" no final do tubo, ele é iluminado por um
laser, permitindo que o corante anexado seja detectado.

O menor fragmento (que termina apenas um nucleotídeo após o primer) atravessa a linha de chegada
primeiro, seguido do próximo menor fragmento (terminando dois nucleotídeos após o primer), e assim
por diante. Portanto, a partir das cores dos corantes registradas uma após a outra no detector, a se-
quência do pedaço original de DNA pode ser construída com um nucleotídeo por vez. Os dados regis-
trados pelo detector consistem em uma série de picos em intensidade de fluorescência, como mostrado
no cromatograma acima. A sequência de DNA é lida a partir dos picos no cromatograma.

Usos E Limitações

O método Sanger de sequenciamento promove sequências de alta qualidade para trechos relativa-
mente longos (por volta de 900900900 pares de base). É tipicamente usado para sequenciar peças
individuais de DNA, como plasmídeos bacterianos ou DNA copiado em PCR.

Entretanto, o método Sanger de sequenciamento é caro e ineficiente para projetos de larga escala,
como o sequenciamento de um genoma inteiro ou metagenoma (o "genoma coletivo" de uma comuni-
dade microbiana). Para tarefas como essa, novas técnicas de sequenciamento de larga escala são
mais rápidas e menos caras.

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Sequenciamento Da Nova Geração

O nome pode soar Star Trek, mas é realmente como é chamado! O mais recente conjunto de tecnolo-
gias de sequenciamento de DNA é coletivamente chamado de sequenciamento da nova geração.

Existe uma variedade de técnicas de sequenciamento de nova geração que usam diferentes tecnolo-
gias. No entanto, a maioria tem algumas características em comum que as distinguem do sequencia-
mento Sanger:

Alto paralelismo: muitas reações de sequenciamento ocorrem ao mesmo tempo

Microescala: reações são pequenas e muitas podem ser realizadas de uma vez em um chip

Rapidez: pelas reações serem feitas em paralelo, resultados são obtidos muito mais rápido

Baixo custo: sequenciar um genoma é mais barato do que com o sequenciamento Sanger

Menor comprimento: leituras tipicamente variam entre 505050 -700700700nucleotídeos de compri-


mento

Conceitualmente, o sequenciamento de nova geração é algo como conduzir um grande número de


pequenas reações Sanger de sequenciamento em paralelo. Graças a essa paralelização e pequena
escala, grandes quantidades de DNA podem ser sequenciadas de forma muito mais rápida e barata
com métodos de próxima geração do que com sequenciamento Sanger. Por exemplo, em 2001, o custo
de sequenciar o genoma humano era quase $100 Milhões de Doláres.

Em 2015, era apenas $12.452!

Por que um sequenciamento rápido e barato importa? A habilidade de sequenciar genomas rotineira-
mente abre novas possibilidades para pesquisa em biologia e aplicações biomédicas. Por exemplo,
sequenciamento de baixo custo é um passo em direção à medicina personalizada – isso é, tratamento
médico adaptado às necessidades de um indivíduo, baseado nas variante gênicas no seu genoma.

O Papel do Sequenciamento de DNA para a Ciência

A Importância do sequenciamento de DNA

Desde o descobrimento da sua estrutura química, em 1953, o DNA é uma das moléculas mais estuda-
das do mundo. Devido o importante papel do DNA para os seres vivos, o conhecimento sobre o se-
quenciamento de DNA pode ser útil em praticamente qualquer área da biologia como: estudos evoluti-
vos e filogenéticos, busca da base genética de doenças, clonagem gênica e reprodução.

Na medicina o sequenciamento de DNA pode ser útil para identificar, diagnosticar e desenvolver trata-
mentos para doenças genéticas. Em pesquisas envolvendo patógenos, o sequenciamento pode levar
a tratamentos para doenças contagiosas.

A biotecnologia pode utilizar as facilidades do sequenciamento para desenvolver produtos e serviços.


A metagenômica aprimora estudos filogenéticos sobre o potencial biotecnológico de microrganismos
antes desconhecidos, ao analisarem comunidades microbianas diretamente do ambiente natural, inde-
pendentemente do isolamento e cultivo dos microrganismos.

O primeiro passo para a utilização das tecnologias atuais voltadas para a saúde humana foi o sequen-
ciamento completo do genoma pelo Projeto Genoma Humano, realizado com muito esforço entre 1990
e 2000.

Projeto Genoma Humano

O Projeto Genoma Humano (PGH) teve como objetivo o sequenciamento dos 3,1 bilhões de bases
nitrogenadas do genoma humano. A ordem com que os nucleotídeos são dispostos no DNA é que faz
com que uma molécula difira da outra, e é por meio do sequenciamento dos genomas que determina-
mos estas diferenças. Entre muitas conquistas, este progresso permitiu uma melhor compreensão de
como falhas ou anormalidades moleculares causam distúrbios (COLLINS, 1999).

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Estudos Pós Genômicos

Os estudos pós genômicos fomentaram outras áreas de pesquisa que caracterizaram avanços signifi-
cativos na “Biologia Molecular do século XXI”, tendo como embasamento, o sequenciamento de DNA.
Na proteômica (estudo de proteínas dos tipos celulares e suas interações), por exemplo, especialistas
afirmavam que apesar dos grandes avanços que o sequenciamento completo do genoma humano po-
deria trazer, “para se entenderem os mecanismos químicos e fisiológicos da vida, muitos estudos ainda
teriam de ser feitos, sobretudo no campo das proteínas e do metabolismo”.

Em Outubro de 2004, foi apresentado ao público geral a Bioinformática. Em um contexto onde a infor-
mação genética humana era revelada em números astronômicos de genes sequenciados e armazena-
dos em bancos de dados, como o GenBank norte-americano, a bioinformática se desenvolveu para
auxiliar na análise destas informações. Artigos científicos uniam tecnologia e epistemologia, onde des-
tacavam a importância da bioinformática como tecnologia acessória às áreas científicas e à evolução
da ciência.

Nas últimas duas décadas, as tecnologias de sequenciamento, bem como as suas aplicações, têm
evoluído e se difundido rapidamente, de modo que se tornam cada vez mais rápidas, acuradas e com
custo relativamente menor.

Sequenciamento Clássico

Kwok & Chiang (2016) relatam que o método tradicional de sequenciamento demanda uma grande
quantidade de material genético, o que pode inviabilizar as análises em ampla escala.

Primeira Geração – Sanger

Neste método, é utilizada polimerização de DNA com incorporação de dideoxinucleotídeos marcados,


método automatizado nos últimos dez anos, permitindo a execução dos diversos projetos-genoma. Po-
rém, abordagens metagenômicas modernas aplicam distintas técnicas de sequenciamento de segunda
geração, que permitem estudar genomas microbianos completos a partir de amostras ambientais e
permitem a formação de grandes bibliotecas.

Embora distintas, as técnicas de Sanger e NGS apresentam vantagens e desvantagens, assim como
limitações de custo/benefício para obter e gerar dados. A principal vantagem do método de Sanger é,
sem dúvida, o maior tamanho dos reads gerados e a precisão da base gerada (base calling), que tende
a ser 10x maior que nos métodos de nova geração.

Nova Geração – NGS

As novas tecnologias de sequenciamento, ou tecnologias de sequenciamento de nova geração(Next


Generation Sequencing-NGS), começaram a ser comercializadas em 2005 e estão evoluindo rapida-
mente. Todas essas tecnologias promovem o sequenciamento de DNA em plataformas capazes de
gerar informação sobre milhões de pares de bases em uma única corrida.

Apesar de se diferenciarem consideravelmente entre si todos os sequenciadores de NGS se baseiam


no processamento paralelo massivo de fragmentos de DNA. Enquanto, um sequenciador de eletrofo-
rese processa, no máximo, 96 fragmentos por vez, os sequenciadores de nova geração podem ler até
bilhões de fragmentos ao mesmo tempo.

A importância do sequenciamento de nova geração torna-se evidente em casos que necessitam de


medicina especializada, na qual o diagnóstico, tratamento e terapias dependem de análises molecula-
res individuais, como é visto em muitos tipos de câncer. Por outro lado, a utilização difundida desta
tecnologia ainda é um desafio devido ao fato de atualmente seu custo ser considerado alto (HUSNESS,
2011).

Fundamentos da Técnica de PCR

Em 1993, Kary Mullis, um geneticista ao serviço da Cetus, uma empresa de Biotecnologia da Califórnia,
recebeu o prémio Nobel da Química pelo desenvolvimento de um método que permite sintetizar, em
poucas horas e in vitro, uma grande quantidade de um determinado fragmento de DNA. Esta técnica
faz parte integrante da moderna biotecnologia molecular, tendo trazido um enorme progresso a áreas

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TÉCNICAS DE BIOLOGIA MOLECULAR

como o diagnóstico de doenças, medicina forense entre muitas outras para além da Investigação em
Biologia.

A técnica de PCR (polymerase chain reaction - reacção em cadeia pela polimerase) baseia-se no pro-
cesso de replicação de DNA que ocorre in vivo . Durante o PCR são usadas elevadas temperaturas de
forma a separar as moléculas de DNA em duas cadeias simples, permitindo então a ligação de oligo-
nucleótidos iniciadores (primers), também em cadeia simples e geralmente constituídos por 15 a 30
nucleótidos, obtidos por síntese química. Para amplificar uma determinada região são necessários dois
iniciadores complementares das sequências que flanqueiam o fragmento de DNA a amplificar, nos seus
terminais 3', de modo a permitir a actuação da DNA polimerase durante a síntese da cadeia comple-
mentar, usando como molde cada uma das duas cadeias simples constituintes do DNA a amplificar
(figura 1).

Para realizar PCR são necessárias pequenas quantidades do DNA alvo, um tampão salino contendo a
polimerase, oligonucleótidos iniciadores, os quatro desoxinucleótidos constituintes do DNA e o cofactor
Mg2+. Esta mistura é submetida a vários ciclos de amplificação que consistem em:

Desnaturação do DNA alvo pelo calor (tipicamente 1 minuto a 94-96ºC), de modo a separar as duas
cadeias

Associação dos iniciadores por ligações de hidrogénio ao DNA alvo em cadeia simples. Para permitir
essa associação, a mistura de reacção é arrefecida (tipicamente a temperaturas entre 50 e 65ºC, du-
rante 1 minuto; a temperatura a usar depende da % GC da sequência a amplificar)

Extensão dos iniciadores através da síntese da cadeia complementar de cada cadeia molde, catalisada
pela DNA polimerase (tipicamente 1 minuto a 72ºC)

O processo envolvendo estes três passos, pode ser repetido várias vezes (25 a 30 ciclos) sendo pos-
sível aumentar, em cada ciclo, duas vezes a concentração de DNA pré-existente (figura 2). Em teoria,
se for possível levar a cabo 25 ciclos de amplificação seguidos, a concentração de DNA aumentaria
225 vezes embora, na prática, devido a alguma ineficiência no processo de amplificação, esse aumento
fique por um milhão de vezes.

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Como na técnica de PCR se encontram envolvidos vários ciclos de amplificação, foi desenvolvido equi-
pamento que permite programar, de forma contínua e automatizada, os vários ciclos de aquecimento e
arrefecimento. Para tal ser concretizável, as DNA polimerases utilizadas deverão ser termoestáveis,
tendo tal sido conseguido com o isolamento da DNA polimerase da estirpe termofílica Thermus aqua-
ticus (Taq DNA polimerase) que actua a temperaturas elevadas levando assim a um aumento da es-
pecificidade da reacção. De referir ainda que o produto de PCR pode ser visualizado após electroforese
em gel de agarose e o seu tamanho ser estimado por comparação com padrões lineares de DNA.

Conheça a Técnica de PCR, Suas Aplicações e Princípios

Antes do desenvolvimento da PCR, Reação em Cadeia da Polimerase, os métodos utilizados para am-
plificar e gerar cópias de fragmentos de DNA eram demorados e trabalhosos. A PCR permite realizar
várias cópias de um segmento específico de DNA com rapidez e precisão em um tempo muito menor.

A técnica é usada em diversos segmentos, desde experiências e procedimentos em biologia molecular


e pesquisa à análise forense e diagnóstico médico.

A descoberta da estrutura do DNA, em 1953, pela dupla de pesquisadores Watson e Crick, levou a
uma revolução científica admirável. Claro que esses pesquisadores não trabalharam sozinhos, e claro
que isso foi, como toda descoberta científica, uma evolução de fatos, observações e ideias que culmi-
nou em um modelo comprovadamente correto. Aparentemente simples agora, essa revolução biotec-
nológica, criou um ramo totalmente novo na ciência – a biologia molecular.

A Reação em Cadeia da DNA Polimerase, mais conhecida pela sigla PCR, foi desenvolvida nos anos
de 1980 e também revolucionou diversas áreas da biologia e da medicina. Essa técnica é utilizada para
se obter a amplificação seletiva de determinada região de uma molécula de DNA, na qual apenas uma
única molécula de DNA pode servir de molde para amplificação, produzindo milhares de cópias da
molécula-alvo.

Como Acontece a Amplificação do DNA na Técnica de PCR

O procedimento de PCR envolve três etapas, cada uma repetida muitas vezes.

1 – Desnaturação

O DNA genômico contendo a sequência a ser amplificada é desnaturado por aquecimento a cerca de
95°C por cerca de 30 segundos. A dupla fita é aberta (desnaturada), tornando-se uma fita única.

2 – Anelamento Ou Hibridização

Após a separação das fitas, um par de iniciadores ou primers (uma fita de DNA específica para o gene
que se quer estudar) complementam a fita oposta da sequência de DNA a ser amplificada. Ou seja, um
deles é complementar à sequência em uma fita da dupla-hélice de DNA e o outro é complementar à
sequência na outra fita. O molde é determinado pela posição dos iniciadores que se anelam a fita. Essa
etapa ocorre a uma temperatura de 60°C.

3 – Extensão Ou Polimerização

Com o molde já identificado, a enzima DNA-polimerase adiciona as bases complementares, formando


uma nova fita e então tem-se novamente a duplicação da fita de DNA. Esse processo acontece a uma
temperatura de 72°C.

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TÉCNICAS DE BIOLOGIA MOLECULAR

Fonte: Bruces, ALBERTS, JOHSON, Alexander, LEWIS, Julian, ROBERTS, Keith, WALTER, Peter,
and RAFF, Martin. Biologia Molecular da Celula, 5ª edição. ArtMed, 2011. pág 545.

O ciclo inteiro é então reiniciado, os produtos do primeiro ciclo de replicação são então desnaturados,
hibridizados e novamente replicados com DNA-polimerase. O procedimento é repetido muitas vezes
até que o nível desejado de amplificação seja obtido.

Na prática, a amplificação efetiva do DNA requer de 20 a 30 ciclos de reação, com os produtos de cada
ciclo servindo como DNA-molde para o próximo – dando origem ao termo “reação em cadeia” da poli-
merase.

Como cada etapa da reação ocorre em uma temperatura específica, a reação pode ser controlada. É
utilizado um termociclador para determinar a temperatura e o tempo de cada etapa, bem como o
número de ciclos de replicação.

A detecção do produto de amplificação normalmente é feita em eletroforese em gel de agarose, que é


corado com brometo de etídio, permitindo a visualização direta do DNA pesquisado. Hoje, existem
termocicladores que, além de amplificar o DNA, permitem a sua detecção – chamada PCR em tempo
real (qPCR).

Conheça A Linha De Plásticos Para QPCR Da KASVI

Microtubo para qPCR em tiras

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TÉCNICAS DE BIOLOGIA MOLECULAR

Microplaca para qPCR 96 po- Microplaca para qPCR 384 po-


ços ços

Tampa em tiras universal Microtubo para qPCR Kit de extração de DNA

Técnicas de Identificação De DNA

As principais técnicas moleculares utilizadas na identificação de DNA, ou seja, na identificação dos


polimorfismos acima descritos, são:

• Eletroforese

A eletroforese é uma técnica por meio da qual é feita a separação das moléculas do material genético
em função da sua massa (tamanho), forma e compactação. É uma técnica rápida, sensível e precisa.

O procedimento da eletroforese consiste na migração da molécula em questão em suportes (géis) por


ação de uma corrente elétrica, com diferentes velocidades, dependendo do seu tamanho e forma.
Quando submetidas a um campo elétrico, as moléculas migram para o polo positivo, pois são carrega-
das negativamente, e como força oposta à migração existe o atrito com o suporte (gel).

Moléculas maiores promovem maiores atritos com o gel e, portanto, apresentam uma migração mais
lenta. A visualização da migração é realizada por meio da revelação do gel na presença de compostos
intercalantes, como o brometo de etídio.

• Southern blotting

O Southern blotting é uma técnica que utiliza a capacidade de a nitrocelulose ligar-se fortemente ao
DNA fita simples, mas não à fita dupla.

Os passos do Southern blotting são os seguintes:

1º Passo: Clivagem do DNA genômico com enzimas de restrição;


2º Passo: Realização da eletroforese com o DNA genômico total;
3º Passo: Conversão do DNA na sua forma simples pela ação do NaOH;
4º Passo: Transferência das moléculas do gel para a folha de nitrocelulose por capilaridade;
5º Passo: Secagem a 80ºC.
6º Passo: Contato da membrana de nitrocelulose com uma sonda (sequência de DNA conhecida)
marcada radioativamente;
7º Passo: Hibridização da sonda à sequência alvo;
8º Passo: Remoção da sonda por lavagem;
9º Passo: Autorradiografia pela exposição a um filme de raio-X.

A Identificação Humana por DNA:


Aplicações e Limites

O processo de recombinação gênica proporciona um alto grau de variabilidade entre os organismos


vivos. Cada ser humano possui um perfil genético exclusivo, com a exceção dos gêmeos monozigóticos
que compartilham do mesmo conjunto de genes. Como a molécula de DNA (ácido desoxirribonucléico)
possui regiões específicas com considerável variabilidade genética, pode-se comparar o DNA a um
código de barras capaz de identificar e comparar indivíduos, determinando inclusive a existência ou
não de vínculo genético entre estes.

As tipagens através da análise de DNA são um importante instrumento para a distribuição de justiça,
podendo torna-la mais ágil devido a economia de tempo e recursos. Com o crescente emprego da

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TÉCNICAS DE BIOLOGIA MOLECULAR

“prova do DNA” nos tribunais brasileiros, ganha importância uma questão fundamental: as análises
laboratoriais e a interpretação dos resultados dos exames de DNA são infalíveis?

Notavelmente, muitos laboratórios clínicos estão migrando para a execução de tais exames genéticos,
uma vez que estes serviços constituem uma lucrativa atividade. Entretanto, em diversos casos, o ofe-
recimento do serviço não é acompanhado das garantias de qualidade necessárias. Historicamente, nos
países onde as tecnologias aqui discutidas foram primeiro adotadas, houve uma fase de muitas con-
trovérsias antes da aceitação que os testes de DNA hoje possuem. Este período foi marcado por de-
bates que acabaram por estabelecer rigorosos padrões para a execução dos exames1, 2.

No Brasil, no inicio da utilização das técnicas de análises de DNA para fins de identificação humana
buscou-se a normatização dos exames através de um grupo técnico consultivo ligado ao Ministério da
Saúde chamado GTDNA. Desta iniciativa participaram representantes de alguns laboratórios brasileiros
atuantes à época no campo da tipagem humana para investigação de paternidade. Entretanto, os tra-
balhos deste grupo não tiveram o sucesso e a repercussão desejados.

A Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é o orgão público competente para avaliar os
procedimentos técnicos em laboratórios analíticos. De acordo com as suas normatizaçãoes, todas as
etapas da cadeia de custódia das amostras biológicas devem ser documentadas de modo apropriado,
a fim de evitar contaminações e a adequação das condições de trabalho à ISO/IEC 17.025. Em adição,
Os procedimentos para estabelecer padrões de qualidade, como a calibração de equipamentos e a
presença de um segundo analista devem ser implementados no país para que as análises se equiva-
lham em termos de segurança e credibilidade àquelas realizadas em laboratórios de referência no ex-
terior. Em adição, por fazerem uso de técnicas de engenharia genética, as tipagens genéticas devem
obedecer as normas estabelecidas na Lei de Biossegurança N° 8.974/95.

De fato, a falta de fiscalização adequada e padronização dos exames somada ao desconhecimento


que muitos magistrados têm de que os testes não são isentos de erros pode interferir nos julgamentos.
Tais circunstâncias, certas vezes, tornam imprescindível a nomeação de um perito competente para
avaliar os procedimentos laboratoriais adotados e auxiliar na análise dos resultados no contexto do
caso.

Para que haja credibilidade dos exames de DNA é necessário, ao longo das várias fases de execução
da tipagem por DNA, aplicar rigorosos procedimentos para a garantia da qualidade dos serviços peri-
ciais. A omissão na aplicação dos controles de qualidade efetivamente pode levar a interpretação equi-
vocada dos resultados2. Em investigações genéticas, a validade dos resultados alcançados depende
do cálculo das frequências populacionais dos marcadores empregados.3, 4 Para isto, as fontes destas
frequências devem estar disponíveis a qualquer pessoa relacionada ao processo que necessite desta
informação5. Pode-se encontrar significativas variações na composição genica entre grupos populaci-
onais, sendo este um fator importante a ser considerado.

O fato de que duas amostras possuem o mesmo perfil para um grupo de marcadores genéticos em
especial não significa obrigatoriamente que elas possuam a mesma origem. Quando a tipagem gené-
tica de duas amostras é igual, torna-se necessário expressar numericamente a significância deste
evento. O número de marcadores empregados, a presença de subestruturas na população e mistura
de amostras podem interferir nos resultados. A expressão estatística dos resultados deve ainda basear-
se na presença ou não de misturas de material biológico, como é frequentemente encontrado em casos
de abuso sexual. 6, 7

Uma questão fundamental concernente ao uso do DNA como evidência está na validação científica dos
métodos de análise. Em outras palavras, é preciso ter garantias científicas de que os testes podem
inequivocamente identificar inclusões e exclusões para cada marcador genético utilizado. Inicialmente,
a credibilidade dos testes deve partir da natureza das amostras biológicas utilizadas2. Com frequência,
as amostras são encontradas em superfícies não-estéreis, podendo sofrer danos após contato com a
luz solar, microorganismos e solventes. Existem procedimentos que podem minimizar a ação destes
fatores de degradação do DNA. Entretanto, muitos cuidados devem ser tomados para evitar equívocos
na interpretação. A amplificação pela PCR (reação em cadeia da polimerase) que é largamente empre-
gada nas tipagens genéticas pode produzir falhas e artefatos quando a qualidade do material biológico
está comprometida8. Amostras parcialmente degradadas podem proporcionar, por exemplo, a amplifi-
cação preferencial de alelos e o surgimento das bandas fantasmas (“stutter bands”)2. No primeiro caso,
tem-se a amplificação de um alelo em detrimento do outro. Isto pode gerar a falsa impressão de se

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TÉCNICAS DE BIOLOGIA MOLECULAR

tratar de um indivíduo homozigoto ao invés de heterozigoto para o locus em estudo. Já as bandas


fantasmas ocorrem em virtude de falhas no processo que geram bandas com uma unidade de repetição
a menos que a do alelo original. Deste modo, pode-se equivocadamente interpretar o resultado como
um falso heterozigoto ou identificar um alelo erroneamente.

Atualmente, existem tecnologias como os leitores por fluorescência, que são capazes de dirimir dúvidas
e evitar erros desta natureza. Contudo, estes equipamentos são caros e poucos técnicos no Brasil
estão capacitados a operá-los.

Outro fator importante está na reproducibilidade dos testes. Em ciência, é preciso que os resultados
sejam passíveis de reprodução para que sejam aceitos como verdade científica. No campo forense,
não é incomum a necessidade de repetição das tipagens. Isto pode encarecer o processo mas não
deve ser descartado, principalmente quando o que está sob suspeita é o teste em si.

Para as análises de DNA, diversos quesitos podem ser postulados para a interpretação dos dados,
incluindo-se neste ponto a escolha e o uso apropriado das técnicas; as supracitadas frequências popu-
lacionais empregadas para os cálculos e o tipo de análise estatística empregada; os controles de qua-
lidade adotados; a documentação dos procedimentos; a qualidade dos equipamentos e reagentes uti-
lizados e a capacitação técnica dos profissionais envolvidos.

Todas as etapas empreendidas para a tipagem do DNA, desde a coleta até a interpretação do signifi-
cado estatístico dos dados obtidos, serão consubstanciadas em uma peça pericial escrita que servirá
aos interesses de seus leitores. Em instância final, o laudo poderá ainda servir como elemento de con-
vicção para juizes, promotores e advogados nas ações penais.5

São recomendações básicas de quesitos para a elaboração do laudo pericial de análise de DNA: iden-
tificação do número do inquérito policial ou processo judicial; identificação das partes envolvidas e
amostras; informação da etnia (raça) dos envolvidos, quando possível e relevante; citação da metodo-
logia empregada na coleta e armazenamento de materiais e, se necessário, esclarecimento dos cuida-
dos empreendidos para manutenção da cadeia de custódia destes materiais. Em adição, o laudo deve
conter informações bibliográficas sobre as metodologias utilizadas para a extração, quantificação e
amplificação do DNA; forma de identificação dos alelos obtidos nos testes e fundamentos empregados
para os cálculos estatísticos. As frequências estatísticas utilizadas como base para os cálculos também
devem ser mencionadas. 9, 10

Cabe aos advogados, juizes e a comunidade científica estar atentos ao fato de que os testes absoluta-
mente não são infalíveis, como ocorre com qualquer outra atividade humana. Deve-se implementar no
Brasil, conforme já ocorre em outros países, rigorosos padrões de qualidade para se garantir a credibi-
lidade de tão importante ferramenta.

A Genética na Investigação Criminal (DNA)

Muito se passou desde a proposta de Bentham, em 1832, nos Estados Unidos, em empregar a tatua-
gem como processo de identificação civil, ou nos tempos mais ou menos remotos, quando, premidos
pela necessidade de identificar seus semelhantes, empregavam-se os mais bárbaros e desumanos
processos de identificação. Destituídos de quaisquer recursos científicos, tais “tratamentos” consistiam
na marcação com ferro em brasa em indivíduos que houvessem praticado, por exemplo, um roubo, ou
se tratasse simplesmente de um escravo em fuga. Já neste século, com a descoberta dos antígenos
eritrocitários, tornou-se possível a idéia de discriminar indivíduos através de análises sanguíneas.

Mas em agosto de 1986, na Inglaterra, um caso criminal envolvendo o estupro e homicídio de duas
adolescentes foi solucionado com a determinação da autoria do delito após toda a população masculina
de dois vilarejos do condado de Leicester ter contribuído com a doação de amostras de sangue para
confronto com vestígios de sêmen coletados do corpo das vítimas. Estava assim inaugurada uma nova
página no emprego da biologia molecular e sua utilização na identificação humana criminal.

O Exame de DNA

Apontada como a maior revolução científica na esfera forense desde o reconhecimento das impressões
digitais como uma característica pessoal, as técnicas de identificação fundamentadas na análise direta
do ácido desoxirribonucléico (significado da sigla DNA, de Deoxyribonucleic Acid) ostenta pelo menos
duas vantagens sobre os métodos convencionais de identificação: a estabilidade química do DNA,

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TÉCNICAS DE BIOLOGIA MOLECULAR

mesmo após longo período de tempo, e a sua ocorrência em todas as células nucleadas do organismo
humano, o que permite condenar ou absolver um suspeito com uma única gota de sangue ou através
de um único fio de cabelo encontrado na cena do crime.

O Instituto de Criminalística e o DNA

Pioneiro na execução de exames oficiais no país, o Instituto de Criminalística do Paraná recebe mate-
riais biológicos de todas as regiões do Estado além de solicitações de outros estados. Por ser uma
instituição voltada para a esfera forense, executa seus exames rigorosamente dentro do âmbito oficial,
quando houver solicitação da Autoridade Policial, Ministério Público ou Poder Judiciário, e, para tanto,
dispõe de três Peritos Criminais especialistas em biologia molecular para proceder as análises solicita-
das.

Do ponto de vista das aplicações práticas na atividade pericial forense, os exames de DNA são empre-
gados, dentre outros, nos seguintes casos:

Identificação de suspeitos em casos de violência sexual (estupros, atentado violento ao pudor, atos
libidinosos)

Identificação de cadáveres carbonizados ou em decomposição

Identificação de corpos mutilados

Identificação de peças ósseas e órgãos humanos

Investigação de paternidade

Produção de perfis de material genético recuperado a partir de evidências de natureza biológica pre-
sentes em suportes diversos encontrados em locais de crimes (manchas de sangue, manchas de es-
perma, manchas de saliva, pêlos e outros)

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HEMATOLOGIA

Hematologia

Hematologia é o ramo da biologia que estuda o sangue. A palavra é composta pelos radicais gregos:
Haima (de haimatos), "sangue" e lógos, "estudo, tratado, discurso". A Hematologia estuda, particular-
mente, os elementos figurados do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos bran-
cos) e plaquetas. Estuda, também, a produção desses elementos e os órgãos onde eles são produzidos
(órgãos hematopoiéticos): medula óssea, baço e linfonodos. Por outro lado, além de estudar o estado
de normalidade dos elementos sangüíneos e dos órgãos hematopoíéticos, estuda também as doenças
a eles relacionadas.

HEMATOPOIESE é o processo de substituição das células sanguíneas, que ocorrem nos chamados
órgão hematopoiéticos, que compreendem a medula óssea e o sistema linfóide.

MEDULA ÓSSEA é o mais importante orgão da gênese das mais diversas células sanguíneas pois lá
estão as células tronco que dão origem a células progenitoras de linhagens mielocíticas, linfocítica,
megacariócitos e eritroblastos.

LINHAGEM MIELÓIDE compreende os granulócitos polimorfonucleados (neutrófilo, eosinófilo e basó-


filo) e monócitos.Quando os monócitos migram para os tecidos se transformam em macrófagos, que
são células com alto poder de fagocitose.

LINHAGEM LINFÓIDE engloba os linfócitos T e B.Os linfócitos B saem maduros da medula óssea
enquanto os linfócitos T precisam migrar para o Timo onde irão sofrer o processo de maturação. Os
linfócitos B ainda se diferenciam em plasmócitos quando encontram um antígeno num órgão linfóide
secundário e secretam anticorpos nos tecidos.

MEGACARIÓCITO partes de seu citoplasma dão origem às plaquetas, responsáveis pela coagulação
sanguínea.

ERITROPOIESE é o processo de produção de eritrócitos. Em humanos adultos, a eritropoiese ocorre


na medula óssea, mas fetos e em situações especiais como anemias severas pode ocorrer em outros
órgãos, principalmente no fígado e no baço.

ERITROBLASTO origina as hemácias do sangue, que atuam nas trocas gasosas

Estrutura

A hemoglobina é um tetrâmero composto de duas de cada dois tipos de cadeias de globina, a alfa e a
beta. Cada uma dessas cadeias contém cerca de 141 aminoácidos. Existem quatro grupos heme por
proteína; estes possuem um íon de ferro no seu centro, que liga a molécula de O2. É uma proteína
alostérica, pois a ligação e a liberação do oxigênio é regulada por mudanças na estrutura provocadas
pela própria ligação do oxigénio ao grupo heme.

Existe três tipos de hemoglobina, devido a variação na cadeia polipeptidica: Hemoglobina A1, Hemo-
globina A2 e Hemoglobina F.

A hemoglobina (Hb) é uma proteína composta de grupamentos heme que compõe 95% da proteína
total desta célula. Os benefícios de conter hemoglobina dentro das células, ao contrário de livre no
plasma, incluem: uma meia-vida maior (a Hb livre no plasma possui uma meia-vida de apenas algumas
horas), a capacidade metabólica dos eritrócitos de manter o ferro ligado à Hb em seu estado funcional
e a habilidade de controlar a afinidade do oxigênio pela Hb, alterando as concentrações de fosfatos
orgânicos (especialmente o 2,3-DPG).

Distribuição do Oxigênio

A distribuição é feita através da interação da hemoglobina com o oxigênio do ar (que pode ser inspirado
ou absorvido, como na respiração cutânea). Devido a isto, forma-se o complexo oxi-hemoglobina, re-
presentado pela notação HbO2. Chegando às células do organismo, o oxigênio é liberado e o sangue
arterial (vermelho) transforma-se em venoso (vermelho arroxeado). A hemoglobina livre pode ser reu-
tilizada no transporte do oxigênio. A hemoglobina distribui o oxigênio para as todas as partes do corpo
irrigadas por vasos sanguíneos.

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HEMATOLOGIA

Localização

A hemoglobina pode ser encontrada dispersa no sangue (em grupos animais simples) ou em várias
células especializadas (as hemácias de animais mais complexos).

O aumento de glóbulos vermelhos no sangue (eritrocitose) geralmente se dá por uma adaptação fisio-
lógica do organismo em locais de altitude elevada. Uma vez que o aumento de glóbulos vermelhos
favorece o transporte de oxigênio pelo sangue, seu uso melhora a performance de atletas, principal-
mente em esportes que necessitem muita resistência. Quando os atletas realizam treino em locais de
alta altitude, a pequena concentração de oxigênio estimula a produção natural de EPO (Eritropoietina,
hormônio que aumenta o número de GV e da capacidade muscular) e ao retornar às baixas altitudes,
seu corpo está mais preparado e sua resistência está maior.

Hemograma

É um exame realizado que avalia as células sanguíneas de um paciente. O exame é requerido pelo
médico para diagnosticar ou controlar a evolução de uma doença. Que compreende o eritrograma,
leucograma e plaquetograma.

Coleta de Sangue

O sangue do indíviduo é colhido com anticoagulante (EDTA), para se evitar a coagulação do mesmo.
Não há necessidade de colher o sangue com o indivíduo em jejum.

Processo Manual

Contagens manuais do número de hemácias e leucócitos podem ser feitos em câmara de Neubauer,
após uma diluição prévia do sangue. O método dificilmente é usado, sendo usado em poucos casos de
dúvidas da metodologia automática.

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HEMATOLOGIA

O esfregaço de sangue é usado para fazer uma diferenciação entre os leucócitos, isto é, fazer uma
contagem do número de neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos. Chegando-se a uma
porcentagem de cada célula encontrada. Usado também para avaliar a série vermelha e as plaquetas.
É feito com uma pequena gota de sangue sendo colocada sobre uma lâmina de vidro, onde o técnico
fará um esfregaço, arrastando a gota de sangue com uma outra lâmina de vidro, com isso forma-se
uma película. O sangue tem que ser homogenizado antes de se fazer o esfregaço para que as células
estejam bem destribuídas. O esfregaço é corado com Leishman ou Giemsa. E observado em micros-
cópio com objetiva de aumento de 100X.

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HEMATOLOGIA

A vantagem de se fazer um hemograma é que algumas células podem ser contadas erradamente pelos
processos automáticos. Alguns aparelhos não contam células imaturas e podem levar a um erro quanto
a um diagnóstico de leucemia. O esfregaço, porém, deve ser avaliado por pessoal experiente.

Processo Automático

Hoje em dia o hemograma é feito em aparelhos. Os aparelhos usam uma pequena quantidade de
sangue. Há dois sensores principais: um detector de luz e um de impedância elétrica.

As células brancas, ou leucócitos, podem ser contadas baseando-se em seu tamanho ou através de
suas características. Quando a contagem é baseada no tamanho das células, o aparelho as diferencia
por 3 tipos: células pequenas (linfócitos), células médias (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e células
grandes (monócitos). Esse primeiro tipo de aparelho requer uma contagem manual de células pois não
diferencia as células de tamanho médio, podendo omitir uma eosinofilia por exemplo. Os que utilizam
o método de características da células são mais precisos.

Em relação a série vermelha, o aparelho mede a quantidade de hemoglobina, o número de hemácias


e o tamanho das hemácias. Realizando cálculos para chegar ao valor do hematócrito, e os outros índi-
ces hematimétricos. As plaquetas também são contadas por aparelhos.

HEMATÓCRITO é a percentagem do volume total de sangue correspondente aos glóbulos vermelhos.

É uma medição calculada a partir do tamanho médio e do número de glóbulos vermelhos e quase
sempre é parte também da contagem sanguínea completa, como a (quantidade de) hemoglobina. Os
valores médios são diferentes segundo o sexo e variam entre 0,42-0,52 (42%-52%) nos homens e 0,36-
0,48 (36%-48%) nas mulheres.

Caso o valor seja inferior à média significa que existe pouca quantidade de glóbulos vermelhos e se for
superior existe uma maior quantidade de glóbulos vermelhos para o volume de sangue. Esta é uma
medida cada vez mais importante para efeitos clínicos.

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HEMATOLOGIA

HEMOGLOBINA é a proteína que dá a cor aos glóbulos vermelhos (eritrócitos) e tem a função vital de
distribuir o oxigênio pelo organismo.

ERITROGRAMA é o estudo da série vermelha (eritócitos ou hemácias). Ao microscópio, as hemácias


tem coloração acidófila (afinidade pelos corantes ácidos que dão coloração rósea) e são desprovidos
de núcleo. As hemácias apresentam coloração central mais pálida e coloração um pouco mais escura
na periferia. Elas são bicôncovas e têm aparência de bala soft. Em indivíduos normais, possui tamanho
mais ou menos uniforme. Quando uma hemácia tem tamanho normal ela é chamada de normocítica.
Quando ela apresenta coloração normal é chamada de normocrômica.

O estudo da série vermelha revela algumas alterações relacionadas como por exemplo anemia, eritro-
citose (aumento do número de hemácias).

Os resultados a serem avaliados são:

Número de glóbulos vermelhos: Os valores normais variam de acordo com o sexo e com a idade.
Valores normais: Homem de 5.000.000 - 5.500.000, Mulher de 4.500.000 - 5.000.000. Seu resultado é
dado em número por litro. Hematócrito: Representa a quantidade de hemácias exitentes em 100ml de
sangue total. Os valores variam com o sexo e com a idade. Valores: Homem de 40 - 50% e Mulher de
36 - 45%. Recém-nascidos tem valores altos que vão abaixando com a idade até o valor normal de um
adulto. Hemoglobina: segundo a Organização Mundial de Saúde é considerado anemia quando um
adulto apresentar Hb < 12,5g/dl, uma criança de 6 meses a 6 anos Hb < 11g/dl e crianças de 6 anos a
14 anos, uma Hb < 1 2g/dl.

VCM (Volume Corpuscular Médio): é o índice mais importante pois ajuda na observação do tamanho
das hemácias e no diagnóstico da anemia: se pequenas são consideradas microcíticas (< 80fl, para
adultos), se grandes consideradas macrocíticas (> 96fl, para adultos) e se são normais, normocíticas
(80 - 96fl). Anisocitose: é denominação que se dá quando há alteração no tamanho das hemácias. As
anemais microcíticas mais comuns são a ferropriva e as síndromes talassêmicas. As anemias macro-
cíticas mais comuns são as anemia megaloblástica e perniciosa. O resultado do VCM é dado em fem-
tolitro.

HCM (Hemoglobina Corposcular Média): é o peso da hemoglobina na hémácia. Seu resultado é dado
em picogramas.

CHCM (Concentração de Hemoglobina Corposcular Média): é a concentração da hemoglobina dentro


de uma hemácia. O intervalo normal é de 32 - 36g/dl. Como a coloração da hemácia depende da quan-
tidade de hemoglobina elas são chamadas de hipocrômicas (< 32), hipercrômicas (> 36) e hemácias
normocrômicas (no intervalo de normalidade). É importante observar que na esferocitose o CHCM ge-
ralmente é elevado.

RDW (Red Cell Distribution Width): é um índice que indica a anisocitose (variação de tamanho), sendo
o normal de 11 a 14%, representando a percentagem de variação dos volumes obtidos. Nem todos os
laboratórios fornecem o seu resultado no hemograma. Normalmente realiza-se uma análise estatística

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HEMATOLOGIA

em testes realizados em um grande grupo de indivíduos normais para se chegar aos límites estabale-
cidos para hemoglobina, hematócrito e número de hemácias, isto quer dizer que cada região possui
um límite de normalidade.

A Morfologia das hemácias (ou estudo da forma das hemácias) é feita em microcópio, analisando o
esfregaço de sangue, as formas encontrads são:

Drepanócitos (forma de foice): aparece somente nas síndromes falciformes (não aparecendo no traço
falcifrome). Esferócitos (forma esférica, pequena e hipercrômica): em grande quantidade é comum na
anemia esferocítica (esferocitose), em menores quantidades podem estar presentes em outros tipos
de anemias hemolíticas. Eliptócitos (forma de charuto): em grandes quantidades comum na eliptoci-
tose. Em menores quantidades podem aparecer em qualquer tipo de anemia. Hemácias em alvo em
grandes quantidades (células cujas membranas são grandes havendo uma palidez e um alvo central
mais corado) aparece em hemoglobinopatias C, E ou S, nas síndromes talassêmicas e em pacientes
com doença hepática. Dacriócitos (forma de lágrima): em grande quantidade na mielofibrose. Em pe-
quena quantidade podem aparecer em qualquer tipo de anemia. Hemácias policromáticas (forma nor-
mal mas com coloração azul devido a presença de RNA residual): aparece quando grandes quantida-
des de hemácias novas estão sendo produzidas. Comuns em anemias hemolíticas. Esquisócitos (são
hemácias fragmentadas): aparecem quando nas hemácias há uma lesão mecânica, em casos de he-
mólise, ou em casos de pacientes que sofreram queimaduras. Acantócitos (hemácias com pontas de
diversos tamanhos): nas hepatopatias, hipofunção esplênica, esplenectomizados. Crenadas (hemácias
com várias pontas pequenas): na uremia, quando o paciente faz tratamento com heparina, deficiência
de piruvatoquinase.

Outros achados não relacionados a forma:

Hemácias aglutinadas (agrupamentos de hemácias): quando a hemólise é causada por um anticorpo


contra hemácias, elas acabam se agrupando (crioaglutininas). Hemácias em Roleux (hemácias em
rolos, formam pilhas de rolos de hemácias): aparece em alta concentração de globulinas anormais,
mieloma múltiplo e macroglobulinemia.

Inclusões nas hemácias:

Corpuscúlos de Howell-Joly (aparecem como se fossem um botão azul escuro junto à membrana da
hemácia, por fragmento nuclear ou DNA condensado): após esplenectomia, anemias hemolíticas se-
veras. Hemácias com pontilhados basófilos: (vários pontos roxos dentro da hemácia, pela preciptação
dos ribossomos ricos em RNA): aparecem na talassemia beta, intoxicação por chumbo, anemia hemo-
lítica por deficiência de pirimidina-5- nucleotidase. Anel de Cabot (forma de uma anel ou em oito dentro
da hemácia, por restos nucelares): em anemias hemolíticas severas.

Leucograma é o estudo da série branca (ou leucócitos), faz-se uma contagem total dos leucócitos e
uma contagem diferencial contando-se 100 células. O adulto normalmente apresenta de 5.000-10.000
leucócitos por 100ml de sangue.

Contagem diferencial de Leucócitos: Em um paciente normal as células encontradas são:

Monócitos: uma das maiores células da série branca, têm citoplasma azulado, núcleo irregular (inden-
tado, lobulado, em C ou oval) podem ter vacúolos (pela recente fagocitose). Quando estão aumentados
usa-se o termo monocitose e ocorre em infecções virais, leucemia mielomonocítica crônica e após
quimioterapia. Linfócitos: se pequenos têm citoplasma escasso, núcleo redondo; se grandes têm cito-
plasma um pouco mais abundante. Podem ter grânulos. É a célula predominante nas crianças. Seu
aumento é chamdo de linfocitose. Em adultos, seu aumento pode ser indício de infecção viral ou leu-
cemia linfocítica crônica. Eosinófilos: citoplasma basofílico que não é visualizado por causa da presença
de grânulos específicos (de coloração laranja-avermelhada), com núcleo com 2-3 lóbulos. Quando seu
número aumenta é chamado de eosinofilia, e ocorre em casos de processos alérgicos ou parasitoses.
Basófilos: citoplasma cheio de grânulos preto-purpúreos que cobrem o citoplasma. Em um indivíduo
normal, só é encontrado até uma célula (em termos percentuais). Neutrófilos Segmentados: citoplasma
acidófilo (róseo), núcleo com vários lóbulos (2-5 lóbulos) conectados com filamento estreito. É a célula
mais encontrada em adultos. Seu aumento pode indicar infecção bacteriana, mas pode estar aumen-
tada em infecção viral.

Outras Células que podem ser encontradas:

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HEMATOLOGIA

Blasto: Linfoblasto: L1: célula pequena, citoplasma basofílico e escasso. Encontrada nas leucemia lin-
fóide aguda tipo L1. L2: célula de tamanho médio, citoplasma de tamanho e basofilia variada. Encon-
trada na leucemia linfóide aguda tipo L2.gg L3: célula grande ou média, citoplasma com intensa baso-
filia, com vacúolos. Aparece no linfoma de Burkitt. Mieloblasto: possui citoplasma escasso, azulado
(basofílico), núcleo redondo ou oval, com um ou mais nucléolos evidentes. Pode apresentar grânulos
no seu citoplasma e bastão de Auer (forma de agulha). Os mieloblastos aparecem em casos de leuce-
mia mielóide, síndrome mielodisplásica ou na reação leucemóide (infecção grave). Monoblasto: similar
a outros blastos mas com núcleo mais contorcido ou irregular que o mieloblasto. Aparece na leucemia
mielomonocítica aguda ou na leucemia monocítica aguda. Promielócitos Neutrofílico: O mieloblasto
evolui para promielócito, célula maior que o mieloblasto, citoplasma basófilo, grânulos de coloração
vermelho-púrpura (grânulos primários), núcleo oval com uma pequena identação. Mielócitos Neutrofí-
lico: O promielócito evolui para mielócito, célula com citoplasma acidófilo (rosa), mais abundante que o
promielócito e com poucos grânulos e já não são mais visualizados os nucleólos. Metamielócitos Neu-
trofílico: citoplasma acidófilo, núcleo identado com forma de feijão, poucos grânulos. Bastonetes Neu-
trofílico: citoplasma acidófilo, núcleo em forma de S ou C. Não é comum seu achado em sangue de
pacientes normais, mas aparecem em número aumentado em casos de infecção. Linfócitos Atípicos:
citoplasma mais basofílico que o linfócito normal, núcleo irregular. Aparece em infecções virais. Em
grande número na mononucleose infecciosa, na infecção por citomegalovírus, na toxoplasmose. Célu-
las Plasmáticas: citoplasma basofilico, tamanho moderado e núcleo excentrico. Pode aparecer no mi-
eloma múltiplo. Células Linfomatosas: citoplasma em quantidade variada, núcleo dobrado, convoluto,
clivado ou dobrado. Com um ou mais nucleólos. Aparece em linfomas. Hairy Cells: citoplasma azul
páildo, com projeções citoplasmáticas. Aparece somente na leucemia das células cabeludas. Célula
Cerebriforme: núcleo escuro contendo fendas e dobras (aparência de cérebro). Aparece na síndrome
de Sézary. Inclusões citoplasmáticas que podem ser encontradas em neutrófilos:

Granulações Tóxicas: quando há um aumento na produção dos granulócitos, há uma diminuição no


tempo da maturação das células precursoras dos neutrófilos. Por isso os neutrófilos aparecem no san-
gue com os grânulos primários. Estão presentes em casos de infecções. Vacuólos: resultandes da
fogocitose. Podem aparecer nos neutrófilos e monócitos. Seu relato só é importante quando aparece
nos neutrófilos. Aparece em casos de infecções graves.

Plaquetas são observadas em relação a quantidade e seu tamanho. Seu número normal é de 150.000
à 400.000 por microlitro de sangue. O tamanho de uma plaqueta varia entre 1 a 4 micrometros.

A contagem de plaquetas é feita pelo método automático. A maioria dos laboratórios usam aparelhos
cuja contagem de plaquetas se faz no mesmo canal de contagens de hemácias, sendo que a diferen-
ciação de ambas se dá pelo volume (plaquetas são menores que 20 fl e hemácias maiores que 30 fl).
Devido ao grande volume de exames feito por um laboratório ficou inviável a contagem manual de
todas as plaquetas, mas a contagem manual não foi totalmente abandonada. Quando o número de
plaquetas encontra-se diminuído, o laboratório faz um esfregaço de sangue para confirmar se elas
estão diminuídas ou não. Se isso não for confirmado, a contagem de plaquetas é feita de modo manual,
isto é, contagem em câmara de Neubauer.

Os erros mais comuns em uma contagem automática são: aparelhos mal calibrados e problemas na
coleta do sangue. A coleta é muito importante, uma coleta muito lenta, agitação errada do sangue
colhido entre outros problemas podem fazer com que as plaquetas se agrupem e ao realizar a conta-
gem em aparelhos, seu número estará diminuído. O agrupamento de plaquetas não é um sinal clínco.

Citometria de fluxo

A técnica de citometria de fluxo é usada para contar e analisar as características físicas e moleculares
de partículas microscópicas (ex.: células) num meio líquido. Um feixe de luz (normalmente laser) de
uma única freqüência (cor) é direcionado a um meio líquido em fluxo. Estão apontados ao local onde a
corrente do fluido passa através do feixe de luz alguns detectores: (i) Forward Scatter ou FSC, que está
na linha do laser e atrás da zona onde passam as partículas, e é uma medida do volume das partículas;
(ii) Side Scatter ou SSC, que está perpendicular à direcção do laser, e é uma medida da complexidade
das células, i.e., forma do núcleo, quantidade e tipo de grânulos citoplasmáticos ou rugosidade mem-
branar: (iii) Detectores fluorescentes (um ou mais), também perpendiculares à direção do laser.

Cada partícula que passa através do feixe de luz dispersa-a de alguma forma e os corantes químicos
na partícula podem ser excitados de modo a emitir luz numa freqüência mais baixa que a da fonte de

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HEMATOLOGIA

luz. Esta combinação de luz dispersa e fluorescente é detectada pelos detectores e analisando as
flutuações de brilho de cada detector (um para cada pico de emissão fluorescente) é possível vários
factos sobre a estrutura física e química de cada partícula individual.

Os parâmetros possíveis de medir são: volume e complexidade morfológica das células, pigmentos
celulares como clorofila, ADN (análise de tipo de células, cinética celular, proliferação, etc.), RNA, aná-
lise e classificação de cromossomos, proteínas, antígenos à superfície celular (marcadores CD), antí-
genos intracelulares (várias citosinas, mediadores secundários, etc.), antígenos nucleares, atividade
enzimática, pH, cálcio ionizado intracelular, magnésio, potencial membranar, fluidez membranar, apo-
ptose (quantificação, medidas da degradação do ADN, potencial da membrana mitocondrial, alterações
na permeabilidade, atividade da caspase), viabilidade celular, monitorização da electropermeabilização
das células, caracterização da multi resistência a fármacos em células tumorais, glutationa, várias com-
binações (DNA/antigénios de superfície, etc.). Esta lista é muito longa e está em constante expansão.

Anemias

É uma anomalia caracterizada pela diminuição da concentração da hemoglobina dentro das hemácias,
intraeritrocitária, e pela redução na quantidade de hemácias no sangue. Isso resulta em uma redução
da capacidade do sangue em transportar o oxigênio aos tecidos. A hemoglobina, uma proteína presente
nas hemácias, é responsável pelo transporte de oxigênio dos pulmões para os demais órgãos e tecidos
e de dióxido de carbono destes para ser eliminado pelo pulmão.

Sinais e Sintomas

São variáveis, mas os mais comuns são fadiga, fraqueza, palidez (principalmente ao nível das conjun-
tivas), déficit de concentração ou vertigens. Nos quadros mais severos podem aparecer taquicardias,
palpitações. Afeta também a gengiva (causando, em casos mais graves, o seu sangramento).

Causas da Anemia

Genéticas: Hemoglobinopatias, sendo as mais comuns hemoglobinopatias S (anemia falciforme), C, E


e D Síndromes Talassêmicas (talassemia alfa ou beta) Defeitos na membrana da hemácia: eliptocitose
e esferocitose Anormalidades enzimáticas: deficiência em glucose-6-fosfato desidrogenase Abetapro-
teinemia Anemia de Fanconi

Nutricionais: Deficiência de ferro (Anemia Ferropriva) Deficiência de vitamina B12 (Anemia megaloblás-
tica) Deficiência de folato (Anemia megaloblástica)

Perda de sangue: Hemorragia excessiva por acidentes, cirurgia, parto Sangramento crônico por san-
gramentos causados em casos de úlcera, câncer intestinal, ciclo menstrual excessivo, sangramento
nasal recorrente (epistaxes), sangramento por hemorroidas

Imunológicas: mediadas por anticorpos

Efeitos Físicos: Trauma Queimaduras

Uso de medicamentos e exposição a produtos químicos: Anemia aplásica Anemia Megaloblástica

Doenças Crônicas: Uremia Hipotireoidismo Hepatite Doença Renal (provocando problemas na síntese
de eritropoietina) Neoplasias

Infecções: Bacterianas: septicemia; Protozoários: Malária, Toxoplasmose, Leishmaniose Virais: hepa-


tite, Aids, Mononucleose, Citomegalovírus;

Mielograma

O mielograma é o estudo de uma amostra da medula óssea, obtida por punção aspirativa com agulha
apropriada, em ossos onde existe atividade hematopoética. O local mais indicado para a punção em
crianças é a crista ilíaca e no adulto o esterno. Com o material da punção são confeccionados esfrega-
ços, corados pela mistura Romanovsky e avaliados microscopicamente.

Basicamente a observação se refere a celularidade, que nos mostra se a medula é normo, hipo ou
hipercelular. A relação entre os elementos mielóides e os eritróides, nos fornece a relação mielóide -

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HEMATOLOGIA

eritróide ou M / E, que varia entre 2 / 1 a 4 / 1. Verificamos também o percentual de linfócitos que oscila
em torno de 10 %, a serie megacariocítica, observando a produção de plaquetas e outros elementos
tais como: parasitas e células neoplásicas.

Estuda-se a medula óssea, particularmente nas anemias, leucemias, púrpuras, agranulocitoses, mielo-
mas e controle de quimioterapia. Além de analisarmos a morfologia das células, relatamos um percen-
tual relativo à contagem de 500 células, cuja tabela normal descrevemos abaixo:

Morfologia Das Células Da Medula Óssea

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HEMATOLOGIA

Patologias Da Medula Óssea

Biópsia Da Medula Óssea

A biópsia da Medula Óssea proporciona um estudo arquitetural, fornecendo informações quanto a ce-
lularidade medular e relações anatômicas dos diversos componentes. Para isto, retiramos fragmentos
ósseos da crista ilíaca superior anterior. O material passa por uma descalcificação e um processamento
histológico, para posterior estudo.

Coloração Citoquímica

Esta modalidade de coloração é mediada por reação química e mostra substâncias intracelulares com
cores específicas, perceptíveis à microscopia ótica.

Várias colorações citoquímicas especiais podem definir melhor e mais especificamente as característi-
cas celulares. Elas também nos permitem distinguir linhagens celulares, e são úteis no diagnóstico de
malignidades hematopoiéticas. Podemos utilizar amostras frescas de sangue periférico, medula óssea,
linfonodos e baço. As colorações mais utilizadas na rotina são as peroxidases, o azul da prússia para
ferro, o sudan black B para demonstrar lipídeos, o ácido periódico de schiff que detecta glicogênio
intracelular e a fosfatase alcalina leucocitária, enzima presente no citoplasma dos neutrófilos.

Coloração Citoquímica das peroxidases:

Nos grânulos citoplasmáticos está presente uma enzima, a mieloperoxidase, que age sobre o peróxido
de hidrogênio (H2O2), produto do metabolismo celular, liberando oxigênio que oxida a benzidina, for-
mando um composto corado. As células possuidoras da enzima peroxidase terão seus grânulos cora-
dos de verde ou verde-azulado e estas células serão peroxidase positivas. Esta coloração citoquímica
é utilizada na distinção entre as células de origem mielóide e linfóide. As células da linhagem mielóide
são peroxidase positivas, enquanto que as linfóides são peroxidase negativas. Na leucemia mieloblás-
tica, 25 % dos leucócitos são peroxidase positivos, enquanto que na leucemia linfoblástica, 95 % dos
leucócitos são peroxidase negativos. Nas leucemias agudas, quando presente um grande número de
blastos, a peroxidase torna-se uma técnica segura para a diferenciação entre mieloblastos e linfoblas-
tos.

Azul da prússia ou perls:

É utilizado para identificação do ferro celular na forma de ferritina ou hemossiderina. A reação se pro-
cessa na interação de íons ferrocianeto com íons férricos no interior da célula, resultando um produto
de cor azul-esverdeado chamado ferrocianeto férrico. O azul da prússia é utilizado para detectar ferro

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HEMATOLOGIA

no interior do eritroblasto (sideroblasto), no histiócito (SER) e identificar corpúsculos de Pappenheimer


nas hemácias. O corante pode ser aplicado em cortes histológicos, porém sua grande atuação é no
aspirado de medula óssea, na identificação do depósito de ferro e ferro sideroblástico.

Sudan Black B:

O sudan black B revela lipídeos, especialmente os fosfolipídeos intracelulares. O padrão de coloração


corresponde ao das peroxidases, sendo positivo para as séries neutrofílicas e eosinofílicas, negativo
para os linfócitos e fracamente positivo para os monócitos. Utilizada para diferenciar leucemia mielóide
aguda (LMA) de leucemia linfóide aguda (LLA), possui a vantagem sobre a peroxidase por permitir
corar esfregaços mais antigos.

Ácido Periódico De Schiff (PAS):

O ácido periódico de schiff revela glicogênio intracelular. A maioria das células hematopoiéticas são
PAS positiva, por este motivo, a reação tem pouco valor no diagnóstico das leucemias agudas. Seu
valor diagnóstico se faz presente na confirmação da Eritroleucemia (LA-M6) na classificação FAB.

Fosfatase Alcalina Leucocitária (LAP):

Há nos tecidos hematopoiéticos, principalmente no citoplasma dos neutrófilos, atividade da fosfatase


alcalina. Algumas metodologias são usadas para quantificar esta enzima, sendo a principal a de Ka-
prow. Este procedimento envolve o uso de naftol e violeta B, produzindo um precipitado vermelho bri-
lhante. O estudo da LAP tem uma grande utilidade prática, nos auxiliando no diagnóstico diferencial
das doenças hematopoiéticas. Seu principal interesse se aplica nas síndromes mielo proliferativas
(SMP), especialmente na diferenciação da leucemia mielóide crônica (LMC) e reações leucemóides,
onde a atividade da LAP é alta.

Coagulograma

O coagulograma corresponde a um grupo de exames de sangue solicitado pelo médico para avaliar o
processo de coagulação do sangue, identificando qualquer alteração e indicando, assim, o tratamento
para a pessoa de modo a evitar complicações.

Esse exame é solicitado principalmente antes de cirurgias para que seja avaliado o risco do paciente
sofrer hemorragias durante o procedimento, por exemplo, e envolve o tempo de sangramento, tempo
de protrombina, tempo de tromboplastina parcial ativado, tempo de trombina e avaliação da quantidade
de plaquetas.

Para que serve

O coagulograma é indicado principalmente antes de cirurgias, mas também pode ser solicitado pelo
médico para investigar a causa de doenças hematológicas e verificar o risco de trombose, principal-
mente em mulheres que fazem uso de anticoncepcional.

Além disso o coagulograma é indicado após a picada de um animal que possui toxina que pode interferir
no processo de coagulação e no acompanhamento de pessoas que fazem uso de anticoagulantes,
como a Heparina e a Varfarina, por exemplo.

Como é feito

O coagulograma deve ser feito com a pessoa em jejum de 2 a 4 horas e consiste na recolha de uma
amostra de sangue que é encaminhada para análise, com exceção do Tempo de Sangramento (TS),
que é feito na hora e consiste na observação do tempo que leva para o sangramento parar.

É importante que antes da realização do exame seja informado o uso de medicamentos anticoagulan-
tes, uma vez que pode interferir no resultado ou ser levado em consideração na hora da análise, por
exemplo. Assim, é importante ter orientação do médico quanto à suspensão do uso do medicamento
antes da realização do coagulograma.

Exames do Coagulograma

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HEMATOLOGIA

O coagulograma é constituído por alguns exames que avaliam a presença de todos os fatores envolvi-
dos na coagulação sanguínea e, consequentemente, a hemostasia, que corresponde aos processos
que acontecem dentro dos vasos sanguíneos que têm como objetivo manter o sangue fluido de modo
a evitar a formação de coágulos ou hemorragia.

Os principais exames presentes no coagulograma são:

1. Tempo de sangramento (TS)

Esse exame é normalmente solicitado como forma de complementar os outros exames e é útil para
detectar qualquer alteração nas plaquetas e é feito por meio da realização de um pequeno furo na
orelha, que corresponda à técnica de Duke, ou de um corte realizado no antebraço, chamada de técnica
de Ivy, e, a seguir, contagem do tempo em que há o estancamento do sangramento.

Para fazer a técnica de Ivy, é aplicada pressão no braço do paciente e, em seguida, é feito um pequeno
corte no local. No caso da técnica de Duke, o furo na orelha é feito por meio de uma lanceta ou um
estilete descartável. Em ambos os casos, o sangramento é avaliado a cada 30 segundos por meio de
um papel filtro, que absorve o sangue do local. O teste tem fim quando o papel filtro não absorve mais
o sangue.

Por meio do resultado do TS é possível avaliar a hemostasia e a presença ou ausência do fator de von
Willebrand, que é um fator presente nas plaquetas que possui papel fundamental no processo de coa-
gulação sanguínea. Apesar desse exame ser útil na detecção de alterações da hemostasia, pode cau-
sar desconforto principalmente em crianças, já que o exame pode ser feito por meio da realização de
um furo na orelha, por exemplo.

Como entender o resultado: Após a realização do furo, o médico ou técnico responsável pelo exame
contabiliza o tempo que o sangue coagula e monitora por meio de um papel filtro que absorve o sangue
do local. Quando o papel filtro não absorve mais o sangue, o teste é terminado. Caso o exame tenha
sido feito por meio da Técnica de Ivy, que é a do braço, o tempo normal de sangramento é entre 6 e 9
minutos. No caso da técnica de Duke, que é a da orelha, o tempo normal de sangramento é entre 1 e
3 minutos.

Quando o tempo é superior ao tempo de referência é dito no exame TS alargado, indicando que o
processo de coagulação demorou mais do que o normal, podendo ser indicativo de doença de von
Willebrand, uso de medicamentos anticoagulantes ou trombocitopenia, por exemplo.

2. Tempo de Protrombina (TP)

A protrombina, também conhecida como Fator II da coagulação, é uma proteína que é ativada durante
o processo de coagulação e que tem como função promover a conversão do fibrinogênio em fibrina,
formando o tampão plaquetário secundário ou definitivo.

Esse exame tem como objetivo verificar o funcionamento da via extrínseca da coagulação, já que con-
siste na avaliação do tempo em que o sangue leva para formar o tampão secundário após a exposição
à tromboplastina cálcica, que é o reagente usado no teste.

Como entender o resultado: Em condições normais, após o contato do sangue com a tromboplastina
cálcica, a via extrínseca é ativada, havendo ativação dos fatores VII e X da coagulação e, consequen-
temente do fator II, que é a protrombina, promovendo a conversão do Fibrinogênio em Fibrina, parando
o sangramento. Esse processo normalmente acontece entre 10 e 14 segundos.

No entanto, em algumas situações o coagulograma detecta TP alargado, que significa que a ativação
da protrombina acontece em tempo superior ao normal. Os valores aumentados do TP normalmente
acontecem em caso de uso de anticoagulantes, deficiência de vitamina K, deficiência de fator VII e
problemas no fígado, por exemplo, já que a protrombina é produzida no fígado.

Em casos raros, o TP pode estar diminuído, como no caso do uso de suplemento de vitamina K ou de
pílulas anticoncepcionais com estrogênio, por exemplo.

3. Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado (TTPA)

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HEMATOLOGIA

Esse exame também é utilizado para avaliar a hemostasia, no entanto permite que seja verificada a
presença ou ausência dos fatores da coagulação presentes na via intrínseca da cascata de coagulação.

O TTPA normalmente é importante para acompanhar os pacientes que fazem uso de Heparina, que é
um anticoagulante, ou que apresentam problemas na coagulação sanguínea, sendo útil para identificar
alterações relacionadas aos fatores de coagulação.

Nesse exame, uma amostra do sangue coletado é exposto aos reagentes e, em seguida o tempo que
o sangue leva para coagular é calculado.

Como entender o resultado: Em condições normais, o TTPA é de 21 a 32 segundos. No entanto,


quando a pessoa faz uso de anticoagulantes, como a heparina, ou possui deficiência de fatores espe-
cíficos da via intrínseca, como os fatores XII, XI ou VIII e IX, que são indicativos de hemofilia, o tempo
normalmente é superior ao de referência, sendo indicado no exame que o TTPA está alargado.

4. Tempo de Trombina (TT)

O tempo de trombina corresponde ao tempo necessário para que o coágulo seja formado após a adição
de trombina, que é o fator necessário da coagulação para que haja a ativação do fibrinogênio em fibrina,
que garante a estabilidade do coágulo.

Esse teste é muito sensível e é feito a partir da adição da trombina em baixas concentrações no plasma
sanguíneo, sendo o tempo de coagulação influenciado pela quantidade de fibrinogênio presente no
plasma.

Como entender o resultado: Normalmente após a adição da trombina ao plasma, o coágulo se forma
entre 14 e 21 segundos, sendo esse considerado o valor de referência, podendo variar de acordo com
o laboratório em que o teste é realizado.

O TT é considerado prolongado quando a pessoa faz uso de anticoagulantes, apresenta produtos da


degradação de fibrina, possui deficiência de fator XIII ou de fibrinogênio, por exemplo.

5. Quantidade de plaquetas

As plaquetas são fragmentos de células presentes circulantes no sangue que possuem papel essencial
para a hemostasia, uma vez que contêm fatores importantes para o processo de coagulação, como o
fator de von Willebrand, por exemplo.

Quando há uma lesão tecidual, as plaquetas dirigem-se rapidamente para o local da lesão, com o ob-
jetivo de auxiliar no processo de estancamento do sangue. As plaquetas ativadas fixam-se no endotélio
do vaso lesado por meio do fator de von Willebrand e, em seguida, alteram o seu formado e liberam
substâncias no plasma para recrutar mais plaquetas para o local da lesão e, assim, formar o tampão
plaquetário primário.

Assim, a verificação da quantidade de plaquetas é importante no coagulograma pois permite que o


médico saiba se há alteração no processo de hemostasia primária, recomendando um tratamento mais
específico.

Como entender o resultado: A quantidade normal de plaquetas no sangue é entre 150000 e 450000
/mm³. Valores menores que o de referência são indicados no exame como trombocitopenia, indicando
que há menor quantidade de plaquetas circulantes, o que pode resultar em problemas de coagulação
do sangue, favorecendo sangramentos, além de poder ser indicativo de deficiências nutricionais, alte-
rações na medula óssea ou infecções, por exemplo.

Valores acima do de referência recebem o nome de trombocitose, o que pode resultar em coagulação
em excesso, o que pode acontecer devido a hábitos de vida, como tabagismo ou alcoolismo, por exem-
plo, ou devido a condições patológicas, como anemia ferropriva, síndrome mieloproliferativas e leuce-
mia, por exemplo.

Exame VHS

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HEMATOLOGIA

O exame VHS, ou Velocidade de Hemossedimentação ou Velocidade de Sedimentação das Hemácias,


é um exame de sangue muito utilizado para detectar alguma inflamação ou infecção no organismo, po-
dendo indicar desde um simples resfriado, infecções por bactérias, até doenças inflamatórias como
uma artrite ou uma pancreatite aguda, por exemplo.

Este exame mede a velocidade da separação entre os glóbulos vermelhos e o plasma, que é a parte
líquida do sangue, pela ação da gravidade. Assim, quando há um processo inflamatório na corrente
sanguínea, são formadas proteínas que diminuem a viscosidade do sangue e aceleram a velocidade
de hemossedimentação, provocando como resultado um VHS alto, que costuma ser acima de 15 mm
no homem e 20 mm na mulher.

Desta forma, o VHS é um exame muito sensível, pois consegue detectar facilmente uma inflamação,
porém é pouco específico, ou seja, não é capaz de indicar qual o tipo, o local ou a gravidade da infla-
mação ou infecção que ocorre no corpo. Por isso, os níveis de VHS devem ser avaliados pelo médico,
que irá identificar a causa de acordo com a avaliação clínica e a realização de outros exames, como o
PCR, que também indica inflamação ou hemograma, por exemplo.

Para que Serve

O exame VHS é utilizado para identificar ou avaliar qualquer tipo de inflamação ou infecção do corpo.
O seu resultado pode identificar:

1. VHS alto

As situações que normalmente aumentam o VHS são infecções virais ou bacterianas, como gripe, si-
nusite, amigdalite, pneumonia, infecção urinária ou diarréia, por exemplo. No entanto, ele é muito utili-
zado para avaliar e controlar a evolução de algumas doenças que alteram o seu resultado de forma
mais significativa, como:

Polimialgia reumática que é uma doença inflamatória dos músculos;

Arterite temporal que é uma doença inflamatória dos vasos sanguíneos;

Artrite reumatoide que é uma doença inflamatória das articulações;

Vasculites, que são inflamações da parede dos vasos sanguíneos;

Osteomielite que é uma infecção dos ossos;

Tuberculose que é uma doença infecciosa;

Câncer.

Além disso, é importante lembrar que qualquer situação que altere a diluição ou a composição do san-
gue pode alterar o resultado do exame. Alguns exemplos são gravidez, diabetes, obesidade, insufici-
ência cardíaca, insuficiência renal, alcoolismo, alterações da tireoide ou anemias.

2. VHS baixo

O exame VHS baixo, geralmente, não indica alterações. No entanto, é importante lembrar que existem
situações que podem manter o VHS anormalmente baixo, e confundir a detecção de inflamações ou
infecções. Algumas destas situações são:

Policitemia, que é o aumento das células do sangue;

Leucocitose severa, que é o aumento de glóbulos brancos no sangue;

Uso de corticosteroides;

Hipofibrinogenia, que é um distúrbio da coagulação do sangue;

Esferocitose hereditária que é um tipo de anemia que se passa de pais para filhos.

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HEMATOLOGIA

Desta forma, o médico sempre deve ver o valor do exame VHS e analisá-lo de acordo com a história
clínica da pessoa, pois nem sempre o seu resultado é compatível com a situação da saúde da pessoa
avaliada. O médico também poderá utilizar exames mais novos e mais específicos, como o PCR, que
costuma indicar de forma mais específica situações como infecção.

Como é feito

Para realizar o exame VHS, o laboratório irá coletar uma amostra de sangue, que é colocada em um
recipiente fechado e, em seguida, será avaliado quanto tempo leva para os glóbulos vermelhos se se-
pararem do plasma e se depositarem no fundo do recipiente.

Assim, após 1 hora ou 2 horas, esta deposição será medida, em milímetro, por isso o resultado é dado
em mm/h. Para realizar o exame VHS, não é necessário nenhum preparo, e o jejum não é obrigatório.

Valores de Referência

Os valores de referência do exame VHS são diferentes para o homem, mulher ou criança.

Nos homens:

em 1h - até 15 mm;

em 2h - até 20 mm.

Nas mulheres:

em 1h - até 20 mm;

em 2h - até 25 mm.

Nas crianças:

valores entre 3 - 13 mm.

Atualmente, os valores do exame VHS na primeira hora são os de maior importância, por isso são os
mais utilizados.

Quando mais intensa a inflamação, mais o VHS pode se elevar, sendo que as doenças reumatológicas
e câncer podem causar inflamações tão graves que são capazes de aumentar o VHS acima de 100
mm/h.

Como saber meu Tipo Sanguíneo no Hemograma

O sangue é um elemento essencial para o bom funcionamento do nosso corpo, e ele varia em quatro
tipos sanguíneos. Ele é responsável por algumas funções muito importantes, como o transporte de
oxigênio e nutrientes para as células do corpo todo. Além disso, ele também carrega inúmeras infor-
mações sobre nossa saúde e é, por isso, que existem exames de sangue capazes de diagnosticar
tantas doenças.

Como mencionado, há quatro tipos sanguíneos principais, além dos fatores Rh positivo e negativo.
Nem todo mundo entende qual é a importância de saber sua tipagem sanguínea, mas ela é uma infor-
mação essencial para o sucesso de várias intervenções cirúrgicas e tratamentos.

Recentemente, uma pesquisa publicada na revista científica Blood Advances mostrou a relação entre
uma maior predisposição à infecção por coronavírus e as proteínas presentes no tipo sanguíneo A. De
acordo com o estudo, o vírus parece ter uma forte preferência por se ligar a essas proteínas, principal-
mente as que estão nas células respiratórias dos pulmões.

Esse é um exemplo claro da importância de ter conhecimento sobre a tipagem sanguínea. Além disso,
ter essa informação ajuda em casos de necessidade de transfusão e doação de sangue e também no
planejamento de uma gestação, por exemplo, a fim de avaliar a compatibilidade materna e paterna.

O que é tipo sanguíneo?

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HEMATOLOGIA

Os tipos sanguíneos são compostos por genes e características que herdamos de nossos pais. Esses
grupos que separam os diferentes tipos de sangue foram descobertos no começo do século XX, por
Karl Landsteiner. Através da análise de amostras sanguíneas, o pesquisador pode notar algumas dife-
renças na composição do sangue.

Entre as características encontradas está o fato de alguns tipos sanguíneos serem constituídos predo-
minantemente por carboidratos, proteínas, lipídios ou pela mistura dessas substâncias. Hoje, essa iden-
tificação é importante para realizar diversos tipos de procedimentos.

Foi através dessa descoberta que se tornou possível entender por que algumas pessoas morriam após
procedimentos como a transfusão de sangue. Atualmente, sabemos que é preciso ter conhecimento
sobre o tipo sanguíneo antes de realizar transplantes de órgãos e, até mesmo, acompanhar uma gra-
videz.

Os tipos sanguíneos podem ser classificados de acordo com o tipo de proteína presente no plasma.
Essas proteínas são chamadas de aglutinogênio A ou aglutinogênio B. Além disso, existe a questão
ligada ao Rh, que vai determinar se o sangue tem características positivas ou negativas.

Quais são as características de cada tipo de sangue?

O sangue pode ser classificado dentro de quatro grupos principais. Isso não irá alterar nada em relação
à sua saúde, mas é importante para a realização de vários procedimentos cirúrgicos. Esses quatro
tipos formam o chamado sistema ABO, composto por:

Sangue do tipo A: ele é considerado o tipo mais comum, por ser mais facilmente encontrado. O sangue
possui anticorpos contra o tipo B e é chamado de “anti-B”. Como eles não são compatíveis, indivíduos
com esse tipo sanguíneo não podem doar ou receber sangue de pessoas com sangue B. A compatibi-
lidade ocorre com sangue A ou O.

Sangue do tipo B: ao contrário da tipagem sanguínea A, este tipo de sangue não é facilmente encon-
trado. Ele é bem mais raro e possui anticorpos e é incompatível ao tipo A. Pessoas com o sangue do
tipo B podem doar e receber sangue do tipo B e O.

Sangue do tipo AB: considerado ainda mais raro do que o anterior, existe o tipo sanguíneo AB, que não
possui anticorpos contra nenhum deles. Pessoas que possuem essa tipagem sanguínea podem doar
e receber sangue de qualquer tipo, sem o risco de rejeição.

Sangue do tipo O: é um tipo bem comum e serve como doador universal. Ou seja, pode ser doado para
pessoas com qualquer um dos outros tipos sanguíneos. Entretanto, ele possui anticorpos anti-A e anti-
B. Ou seja, não pode receber nenhum outro sangue além do próprio O.

Além disso, existem ainda os fatores que determinam a polaridade do sangue, ou seja, se eles são
positivos ou negativos. Por exemplo, uma pessoa com sangue tipo A pode ser A+ ou A-. Isso acontece
devido ao Rh. Ele diz respeito à presença de um antígeno que também deve ser levado em considera-
ção, pois pode causar reação. Dessa forma, a compatibilidade se dá assim:

Sangue com Rh +: pode receber de Rh positivo ou negativo, mas só pode doar para positivo.

Sangue com Rh -: pode doar para Rh positivo ou negativo, mas só recebe de negativo.

Qual é a importância de saber o seu perfil sanguíneo?

Por conta da incompatibilidade de alguns tipos sanguíneos, saber essa informação é muito importante,
principalmente para evitar a necessidade de fazer a testagem através do hemograma em casos de
emergência. Dependendo do seu tipo de sangue, você pode ter restrições para receber transfusões e
transplantes de órgãos, por exemplo.

A depender do tipo de sangue do doador e do receptor, pode acontecer uma reação que chamamos
de rejeição: se os dois não forem compatíveis, o corpo que recebe vai ativar o sistema de defesa, como
se fosse um corpo estranho, e vai tentar expulsá-lo de alguma forma, algo parecido com o que acontece
em casos de doenças.

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HEMATOLOGIA

Qual a relação entre doação de sangue e tipo sanguíneo?

A tipagem sanguínea define qual tipo de sangue uma pessoa pode ou não receber. Além disso, alguns
tipos são mais fáceis de encontrar do que outros, por isso é tão importante realizar a doação de sangue
se você puder, sobretudo se o seu tipo sanguíneo for raro, como os tipos B e AB. A compatibilidade é
a seguinte:

Tipo Sanguíneo Recebe de Doa para

A+ A+ A- O+ O- A+ AB+

A- A- O- A+ A- AB+ AB-

B+ B+ B- O+ O- B+ AB+

B- B- O- B+ B- AB+ AB-

O+ O+ O- O+ A+ B+ AB+

O- O- Todos

AB+ Todos AB+

AB- A- B- O- AB- AB+ AB-

Como identificar o tipo sanguíneo no hemograma?

Caso você não saiba seu tipo sanguíneo, pode consultá-lo no resultado de exames de sangue antigos.
Se não tiver nenhum, você pode solicitar um exame de tipagem sanguínea. Nele, você vai observar o
grupo ABO, para ver se o seu sangue é A, B, O ou AB; e o fator Rh, para entender se é positivo ou
negativo. Dessa forma, você pode ser A+ ou A-, B+ ou B-, e assim por diante.

Se tiver dificuldades em identificar, você pode perguntar ao médico em qualquer consulta, apenas apre-
sentando o resultado de um hemograma. Por isso e por outros motivos, é interessante ter um local para
armazenar os resultados de exames. A tecnologia, inclusive, pode facilitar muito esse armazenamento.

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BIOQUÍMICA CLÍNICA

Bioquímica Clínica

A bioquímica clínica, também conhecida como química clinica ou química fisiológica ou patológica,
consiste em uma ciência que medeia a química e a patologia, responsável por investigar materiais
orgânicos, como sangue e urina, em que seus resultados refletem alterações metabólicas responsáveis
pelo desenvolvimento de doenças.

Estabelecer valores de referência bioquímicos em amostras orgânicas é de suma importância, pois eles
servirão como parâmetros para avaliar as alteraçőes funcionais do indivíduo, e com isso contribuir com
o clínico diminuindo suas incertezas e propiciando a conduta mais adequada de tratamento e predição
de prognóstico.

A bioquímica clínica propicia a análise de amostras como urina, sangue, líquor, sêmen, líquidos pleu-
rais, sinovial, ascítico, secreçőes em geral em que se pode mensurar valores de analitos importantes
para controle e manutenção da homeostasia orgânica.

Múltiplos exames estão inseridos no campo da bioquímica clínica, tais como, avaliação de proteínas,
aminoácidos, enzimas, lipídeos, minerais, eletrólitos, aspectos bioquímicos da hematologia, como o
ferro sérico, hormônios, marcadores tumorais, líquidos orgânicos, substâncias do sistema hepatobiliar,
dentre outros analitos, que podem ser analisados quantitativamente e/ou qualitativamente.

Muitos diagnósticos só podem ser estabelecidos, as etiologias confirmadas ou a terapia apropriada


selecionada, com o emprego dessas análises, daí a importância de racionalizar exames diagnósticos
apropriados.

Na maioria das mensurações laboratoriais, os resultados variam de um laboratório para outro, o usuário
deve portanto, conhecer quais os adotados para cada um, assim como deve estar atento às variações
por idade, sexo, altura, estado fisiológico (ex: gravidez, lactação) que se aplicam ao paciente em parti-
cular.

Atualmente, as investigações bioquímicas estão presentes em todos os ramos da medicina e forte-


mente inseridas nas relações médico-paciente. Isso se deve principalmente, as informações sobre exa-
mes e doenças que são extensamente atualizadas, incluindo novas tecnologias como anticorpos mo-
noclonais, reação em cadeia da polimerase, citometria de fluxo, dentre outras técnicas modernas que
melhoram a precisão e a capacidade diagnóstica.

Interpretação De Exames Bioquímicos

A solicitação de exames laboratoriais pelo nutricionista é de extrema importância no acompanhamento


dos pacientes. Os resultados dos exames possibilitam adequar o tratamento dietético, verificar a ade-
quação à dieta prescrita e monitorar as evoluções metabólicas do paciente, no contexto da individuali-
dade bioquímica.

Serão abordados aqui alguns exames laboratoriais de interesse para a nutrição. Ressalta-se que os
pacientes também devem receber acompanhamento médico, sendo que para algumas patologias ou-
tros exames podem ser necessários.

• Hemograma

- Eritrócitos: Os eritrócitos, ou hemácias, são os mais numerosos elementos figurados do sangue. No


hemograma, avalia-se o número e o aspecto dos eritrócitos, que, em estados patológicos, podem apre-
sentar alterações de tamanho, forma e coloração.

Na anemia ferropriva ocorre microcitose (redução anormal do tamanho celular) e hipocromia (diminui-
ção da coloração das hemácias por redução da hemoglobina). Outras condições patológicas podem
resultar em macrocitose (anemia megaloblástica, alcoolismo, hepatopatia e hipotireoidismo).

Os valores de referência para eritrócitos variam de acordo com a faixa etária, sendo que para adultos
> de 16 anos ficam em torno de 4,3 a 5,7 milhões/mm3 para homens e de 3,9 a 5,0 milhões/mm3 para
mulheres.

- Hemoglobina: A hemoglobina é uma proteína presente nos eritrócitos que tem a função de transporte

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BIOQUÍMICA CLÍNICA

de oxigênio (O2). A concentração de hemoglobina no sangue varia entre gênero e idade e define a
condição de anemia (ferropriva, talassêmica, etc). Em adultos > 16 anos, os valores de referência são
13,5 a 17,5 g/dL para homens e 12,0 a 15,5 g/dL para mulheres.

- Hematócrito: O hematócrito, ou volume globular, indica a massa total de células sanguíneas por uni-
dade de volume. O hematócrito depende do volume ocupado pelos eritrócitos, pois eles são mais nu-
merosos que os leucócitos e as plaquetas, além destas últimas possuírem diâmetro muito menor.

O hematócrito avalia a porcentagem das hemácias que pode estar diminuída por redução da síntese
(doença renal, hemorragias) e/ou por perdas (hemólise, queimaduras). Para adultos > 16 anos, os
valores de referência do hematócrito são 39 a 50 mL de eritrócitos/dL para homens e 35 a 45 mL de
eritrócitos/dL para mulheres.

- Volume corpuscular médio: Representa o tamanho individual das hemácias e é o melhor índice para
classificar as anemias.

- Hemoglobina corpuscular média: Representa a média da hemoglobina por eritrócito, que pode estar
reduzida na microcitose e aumentada na macrocitose.

- Concentração da hemoglobina corpuscular média: Representa a concentração de hemoglobina pre-


sente em 100mL de hemácias, permitindo a avaliação do grau de saturação de hemoglobina no eritró-
cito. A saturação de hemoglobina normal indica a presença de hemácias ditas normocrômicas. Quando
diminuída, tem-se hemácias hipocrômicas, e, quando aumentada, hipercrômicas.

- Série Branca: Os leucócitos são as células do sangue responsáveis pela defesa do organismo contra
toxinas, vírus e bactérias. São classificados em granulócitos (neutrófilos, basófilos e eosinófilos), linfó-
citos e monócitos.

O leucograma é um exame obtido pela contagem de diferentes tipos de leucócitos, numa lâmina, por
meio do microscópio.

Valores de referência:
Leucócitos totais – de 4500 até 13.000 mm3
Neutrófilos – de 40 a 69%
Eosinófilos – de 0 a 5%
Basófilos – de 0 a 1%
Linfócitos – de 25 a 45%
Monócitos – de 2 a 10%

A série leucocitária é indicada para diagnóstico ou acompanhamento de infecções e inflamações, alér-


gicas ou leucêmicas, porém situações de estresse, gravidez, exercício físico, alimentação e uso de
corticosteroides podem alterar os resultados.

A contagem total de linfócitos (CTL) é um indicador do estado nutricional que evidencia alterações
bioquímicas precocemente. Pode estar aumentada nas infecções virais, agudas e doenças colageno-
sas e diminuída com o uso de corticosteroides e em doenças relacionadas à deficiência do sistema
imunológico.

O cálculo é feito por meio da análise do leucograma, em que se utiliza o percentual de linfócitos atípicos
e a CTL.

CTL = % linfócitos x leucócitos / 100


Interpretação:
Depleção leve – de 1.200 a 2.000/mm3
Depleção moderada – de 800 a 1.199/mm3
Depleção grave - < 800/ mm3

- Plaquetas (trombócitos): O estudo da série plaquetária inclui a contagem de plaquetas e a sua avali-
ação morfológica. A trombocitopenia pode ser consequência da redução da produção de plaquetas, do
aumento de sua utilização ou destruição, ou de hiperesplenismo.

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BIOQUÍMICA CLÍNICA

As trombocitopenias podem ter causas hereditárias ou adquiridas, como nos casos de púrpura trombo-
citopênica e anemia megaloblástica. As trombocitoses ocorrem em doenças mieloproliferativas, como
a leucemia mielóide aguda, trombocitemia essencial, inflamatória ou maligna, hemorragia, anemia fer-
ropriva, inflamação ou esplenectomia. As alterações no número de plaquetas estão associadas a di-
versas condições, como alterações medulares, aterosclerose, diabetes, tabagismo, etc. Valor de refe-
rência para adultos: de 150.000 a 450.000/ mm3.

• Proteína Total

O plasma contém muitos tipos de proteínas com diferentes funções. O teste bioquímico denominado
proteínas totais é a soma de todas essas proteínas presentes, sendo a albumina a principal fração. O
valor diminuído (hipoproteinemia) pode ser decorrente da diminuição da síntese de proteína por des-
nutrição ou hepatopatia, por perda de proteína devido à síndrome nefrótica e estados catabólicos ou
ainda por hipoalbuminemia. Valor de referência no soro: de 6,4 a 8,3 g/dL.

• Albumina

A albumina é uma proteína sintetizada e secretada pelo fígado que corresponde à principal fração das
proteínas totais no plasma. A albumina desempenha várias funções, como transporte de substâncias
endógenas (aminoácidos, ácidos graxos, bilirrubina e outros metabólitos) e exógenas (drogas e produ-
tos tóxicos).

A albumina possui meia-vida de cerca de 20 dias, e sua concentração plasmática diminui lentamente.
Isso a torna insensível para a avaliação de distúrbios agudos e pode refletir tardiamente uma baixa
ingestão protéica. Quando a albumina está em níveis muito baixos, pode ocorrer edema, pois a albu-
mina também tem como função a manutenção da pressão oncótica do plasma.

A redução dos níveis séricos de albumina resulta dos seguintes fatores: diminuição de sua síntese (ex:
por doença hepática); diminuição da ingestão de proteínas da dieta; catabolismo das proteínas corpo-
rais, induzido por doença ou estresse; excreção anormal de proteína na urina, como na síndrome ne-
frótica. Valores de referência no soro em adultos:

Normal: > 3,5 g/dL


Depleção leve: de 3,0 a 3,5 g/dL
Depleção moderada: de 2,4 a 2,9 g/dL
Depleção grave: < 2,4 g/dL

• Pré-Albumina

A pré-albumina tem meia-vida de cerca de dois dias e reserva corporal pequena, sendo um marcador
precoce do déficit nutricional, o que é bastante útil para monitorar a resposta de pacientes com doenças
agudas graves. Entretanto, como sua principal via de excreção é o rim, a falência renal pode indicar
níveis falsamente elevados, mascarando os resultados. Também pode estar alterada em casos de in-
flamação e infecção. Valores de referência no soro:

Normal: de 19 a 38 mg/dL
Deficiência leve: de 10 a 15 mg/dL
Deficiência moderada: de 5 a 10 mg/dL
Deficiência grave: 0 a 5 mg/dL

• Transferrina

Trata-se de um exame caro e que não é feito rotineiramente, portanto é mais utilizada sua determinação
indireta por meio da fórmula que considera a capacidade total de ligação do ferro (CLTF):

Transferrina = (0,9 x CLTF) – 43


A interpretação dos resultados é a seguinte:
150 a 200mg% = depleção leve
100 a 150mg% = depleção moderada
< 100mg% = depleção grave

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BIOQUÍMICA CLÍNICA

A transferrina é uma proteína plasmática sintetizada no fígado e transporta ferro no plasma. Sua dosa-
gem é útil na avaliação do metabolismo do ferro, particularmente na investigação das anemias micro-
cíticas (talassemia, sideroblástica e por deficiência de ferro).

Como possui reservas orgânicas e meia-vida de oito dias, torna-se um parâmetro nutricional mais con-
fiável que a albumina, porém pode estar afetada pelas reservas de ferro, e pela presença de doença
hepática grave, neoplasias, inflamações, doença renal e síndrome nefrótica. Valor de referência em
adultos: de 250 a 425 mg/dL.

• Avaliação Da Tireoide (Hipotireoidismo E Hipertireoidismo)

- Tiroxina (T4 total e livre) e triiodotironina: A tiroxina (T4) é um hormônio secretado pela glândula tire-
oide que sofre conversão a triiodotironina (T3). Embora T4 seja secretada em quantidade 20 vezes
maior que T3, esta última é a responsável pela maioria das funções tireoidianas no organismo, visto
que é de 3 a 4 vezes mais potente que T4. Valor de referência para T4 total em adultos: de 4,5 a 12
µg/dL. Valor de referência para T3 em adultos: de 1,13 a 3,14 mmol/L.

- Hormônio tireoestimulante (TSH): É produzido pela hipófise anterior e responsável direto pela estimu-
lação da glândula tireoide, aumentando assim a secreção de hormônios T3 e T4. Os valores de refe-
rência são expressos em termos de inibição da ligação do TSH: positivo – a partir de 1,5U/L; normal -
< 1U/L; indeterminado – entre 1 e 1,5U/L.

• Exames Utilizados Para Acompanhamento De Doenças Renais

- Ureia: A ureia pertence ao grupo dos compostos nitrogenados não-proteicos. É uma molécula pe-
quena que se difunde livremente entre os espaços extra e intracelular e, posteriormente, se concentra
na urina para excreção. Níveis elevados de ureia na urina sugerem insuficiência renal. Níveis baixos
podem estar associados com dietas pobres em proteínas, com a expansão do volume plasmático ou
com hepatopatias graves. Valor de referência no soro ou na urina: de 10 a 45 mg/dL. - Creatinina: A
creatinina é o produto final do metabolismo da creatina. Sua quantidade é proporcional à massa mus-
cular esquelética do indivíduo. A creatinina é excretada de forma muito eficiente pelos rins, e sua con-
centração plasmática torna-se elevada quando há insuficiência renal. Valores de referência no plasma:
homens – de 0,8 a 1,2 mg/dL; mulheres – de 0,6 a 1,0 mg/dL.

- Clearance de creatinina: A depuração, ou clearance de creatinina, ou ainda, a taxa de filtração glo-


merular (TFG) é um indicador da função renal, principalmente nos casos mais avançados, em que os
níveis encontram-se bem abaixo do valor mínimo de referência (80 a 120 mL/min/1,73m2).

Quando os valores estão ≤ 60 mL/min, indica-se um tratamento chamado conservador ou não dialítico,
em que a oferta de proteína é controlada com o objetivo de retardar a progressão da insuficiência renal.
O tratamento dialítico é indicado quando a TFG é inferior a 15 mL/min.

- Sódio: O sódio avalia os equilíbrios fluido-eletrólito e ácido-básico, bem como as funções nuromuscu-
lar, renal e adrenal relacionadas. Níveis séricos de sódio elevados (hipernatremia) podem resultar de
ingestão inadequada de água, perda de água com excesso de sódio (diabetes insipidus, função renal
prejudicada, vômito ou diarréia graves) e retenção de sódio (aldosteronismo). Níveis séricos anormal-
mente baixos de sódio (hiponatremia) podem resultar de ingestão inadequada, perda excessiva de
sódio devido à transpiração profusa, terapia diurética, vômitos, queimaduras, síndrome nefrótica, insu-
ficiência cardíaca congestiva e insuficiência renal crônica com acidose. Valor de referência: de 135 a
145 mEq/L.

- Potássio: A deficiência de potássio (hipocalemia) prejudica a função neuromuscular, tendo como si-
nais clínicos fadiga, mialgia e fraqueza muscular, paralisia, alterações no eletrocardiograna, taquicardia
com alterações na onda T (achatamento ou inversão), depressão do segmento ST, e nos casos mais
graves, prolongamento do intervalo PR, arritmias ventriculares e parada cardíaca.

As causas de hipocalemias podem ser: acidose tubular renal, o uso de mineralocorticoides, aldostero-
nismo, uso de diuréticos e outras drogas, além de ingestão inadequada, má-absorção, perdas gastroi-
ntestinais por vômitos, diarréia, uso de laxativos, fístulas, queimaduras e sudorese excessiva.

O excesso de potássio (hipercalemia) causa sinais clínicos como confusão mental, fraqueza, hipoven-
tilação e bradicardia. Essa condição reflete excreção renal inadequada, mobilização do potássio dos

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BIOQUÍMICA CLÍNICA

tecidos, excesso do consumo oral ou de administração parenteral, uso de diuréticos poupadores de


potássio e constipação intestinal. Valor de referência: de 3,6 a 5,o mEq/L.

- Fósforo: O aumento de fósforo sérico ocorre por diminuição da filtração glomerular, aumento da reab-
sorção tubular renal e aporte endógeno ou exógeno. Valores séricos diminuídos são encontrados com
uso de diuréticos, antiácidos, hiperparatireoidismo primário, septicemia, deficiência de vitamina D, he-
modialisados crônicos, presença de vômitos, e na Síndrome de Realimentação. Valores de referência
no soro em adultos: de 2,4 a 4,6 mg/dL em homens e de 2,3 a 4,3 mg/dL em mulheres. - Cálcio total:
Os quadros de hipocalcemia podem ser observados nos pacientes com doença renal crônica, muitas
vezes associados à deficiência de vitamina D. Por outro lado, a hipercalcemia é uma condição que está
presente em administração crônica de diuréticos, uso da vitamina D e antiácidos. Valor de referência
em adultos: de 8,4 a 10,2 mg/dL.

- Magnésio: Os sinais clínicos da depleção de magnésio só se manifestam quando os níveis séricos se


encontram muito comprometidos, ou seja, em valores abaixo de 1 mEq/L. As causas da depleção po-
dem ser má-absorção, desnutrição, diarréia intensa, alcoolismo, pancreatite aguda, hiperalimentação
parenteral prolongada, diálise crônica e hiperaldosteronismo. Os sinais clínicos de hipomagnesemia
são: fraqueza, tremores, irritabilidade, delírio, convulsões, tetania e alterações no eletrocardiograma. O
aumento dos níveis séricos de magnésio pode ocorrer nas desidratações intensas, na insuficiência
renal, na insuficiência adrenocortical, em grandes traumas teciduais, no lúpus eritematoso sistêmico,
no mieloma múltiplo, assim como pelo uso excessivo de antiácidos e de enemas ricos em magnésio.
Os sinais clínicos da hipermagnesemia são: diminuição de reflexos, sonolência, arritmias e parada car-
díaca. Valor de referência no soro: de 1,9 a 2,5 mg/dL.

- Ácido úrico: No ser humano, o catabolismo das purinas (adenina e guanina) gera como produto nitro-
genado o ácido úrico. O aumento da concentração de ácido úrico no sangue (hiperuricemia) está rela-
cionado com o diagnóstico de gota, cálculo renal, insuficiência renal, neoplasias, leucemia e linfomas.

Ainda, muitos estudos têm associado o aumento do nível de ácido úrico com hiperlipidemia, obesidade
e diabetes tipo 2. Como estes são fatores de risco para aterosclerose, torna-se importante a avaliação
desse parâmetro.

O nível de ácido úrico encontra-se diminuído em situações como Síndrome de Fanconi, doença de
Wilson e secreção inapropriada de hormônio antidiurético; também diminui sob efeito de drogas como
alopurinol, aspirina em altas doses, contrastes rediológicos e altas doses de vitamina C. Valores de
referência no soro: de 2,4 a 6,0 mg/dL em mulheres e de 3,4 a 7,0 mg/dL em homens.

- Avaliação Do Oxalato Na Urina De 24 Horas.

A necessidade de dosagem de oxalato em pacientes com nefrolitíase é imperiosa, em razão de 90%


dos cálculos renais formados serem de oxalato de cálcio. A maior fração do oxalato urinário é endógena
e do metabolismo do ácido ascórbico (vitamina C), com fração de apenas 10 a 15% do seu total excre-
tado proveniente da alimentação. Valores de referência: de 17 a 43 mg/24h em homens e de 24 a 47
mg/24h em mulheres.

Cuidados Na Fase Pré-Analítica Garantem A Precisão Dos Resultados Dos Exames

Uma das principais finalidades dos testes laboratoriais é auxiliar o raciocínio médico após a obtenção
da história clínica e a realização do exame físico. Para tanto, todas as fases de execução dos testes,
sobretudo a pré-analítica, devem ser conduzidas seguindo o rigor técnico necessário para garantir a
segurança do paciente e resultados exatos.

Segundo a literatura científica, a fase pré-analítica concentra a maior parte dos equívocos que podem
gerar resultados não consistentes com o quadro clínico do paciente. Estima-se que problemas nessa
etapa sejam responsáveis por cerca de 70% dos erros ocorridos nos laboratórios. Entre eles, vale des-
tacar os aspectos relacionados à orientação do paciente, como a necessidade ou não do jejum e o
intervalo adequado deste, o tipo de alimentação, a prática de exercício físico, o uso de medicamentos
capazes de interferir na análise e mudanças abruptas nos hábitos da rotina diária precedendo a coleta.

Apesar de o controle do laboratório sobre tais variáveis ser limitado, é possível contornar muitas dessas
inadequações por meio da orientação do paciente, seja pelo médico que solicita o exame, seja pelo
laboratório clínico, que fornece as informações pelos diversos canais de comunicação com o cliente.

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BIOQUÍMICA CLÍNICA

Por último, convém lembrar que a escolha inapropriada de testes ou de seus painéis também pode
constituir um erro pré-analítico. Nesse sentido, a interação entre o médico-assistente e o patologista
clínico sempre se mostra salutar.

As Fases Da Análise Laboratorial

A realização de exames divide-se, classicamente, em:

• Fase pré-analítica: começa na coleta de material, seja ela feita pelo paciente (urina, fezes e escarro),
seja feita no ambiente laboratorial.

• Fase analítica: corresponde à etapa de execução do teste propriamente dita.


• Fase pós-analítica: inicia-se no laboratório clínico e envolve os processos de validação e liberação
de laudos, encerrando-se após o médico receber o resultado final, interpretá-lo e tomar sua decisão.

O controle do laboratório sobre os erros em cada uma dessas fases é variável, porém todos têm im-
pacto na conduta adotada pelo médico assistente.

Conheça Os Fatores Pré-Analíticos Que Mais Interferem Nos Exames

As condições pré-analíticas comumente abordadas no laboratório clínico incluem variação cronobioló-


gica, gênero, idade, posição, prática de atividade física, dieta, jejum e uso de drogas para fins terapêu-
ticos ou não. Em uma abordagem mais ampla, outras circustâncias também precisam ser consideradas,
a exemplo da realização de procedimentos terapêuticos ou diagnósticos, cirurgias, transfusão de san-
gue e infusão de soluções, entre outras. A coleta e a adequação de amostras igualmente têm papel
essencial para um exame confiável.

Variação Cronobiológica

Essa alteração envolve as alterações cíclicas na concentração de determinados parâmetros em função


do tempo, podendo ser diária, mensal, sazonal, anual etc. A circadiana, por exemplo, ocorre nos níveis
séricos de cortisol e ferro. As coletas realizadas à tarde fornecem resultados mais baixos do que os
obtidos nas amostras coletadas pela manhã.

Posição

A mudança rápida na postura corporal determina variações no teor de alguns componentes séricos.
Quando o indivíduo se move da posição supina para a ereta, ocorre um afluxo de água e substâncias
filtráveis do espaço intravascular para o intersticial. Assim, proteínas de alto peso molecular e elemen-
tos celulares elevam-se relativamente até que o equilíbrio hídrico se restabeleça. Por essa razão, níveis
de albumina, colesterol, triglicérides, hematócrito e hemoglobina, além de drogas que se ligam a pro-
teínas e também os leucócitos, podem ser superestimados (em torno de 8% a 10%) se a coleta de
sangue for feita antes da estabilização do equilíbrio hídrico.

Gênero

Alguns exames de sangue e urina apresentam níveis significativamente distintos entre homens e mu-
lheres devido a variações hormonais, metabólicas e de massa muscular, entre outras. As alterações
típicas do ciclo menstrual também se refletem em outras substâncias. A aldosterona fica cerca de 100%
mais elevada na fase pré-ovulatória do que na folicular. De qualquer modo, os intervalos de referência
para esses parâmetros são específicos para cada gênero.

Faixa Etária

Certos indicadores bioquímicos possuem nível sérico dependente da idade, o que se deve a fatores
como maturidade funcional dos órgãos e sistemas, conteúdo hídrico e lipídico, massa corporal, limita-
ções funcionais da senilidade, etc. Em situações especiais, os intervalos de referência devem conside-
rar essas diferenças. Convém ponderar que as mesmas causas de variações pré-analíticas que afetam
os resultados laboratoriais em jovens interferem nos resultados de idosos, mas com intensidade maior
nestes últimos. Doenças subclínicas também são mais comuns na maturidade e precisam ser levadas
em conta na interpretação dos resultados.

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Jejum

A necessidade do jejum decorre do fato de os valores de referência dos testes terem sido estabelecidos
em indivíduos nessa condição. Ademais, a refeição pode alterar a composição sanguínea momentane-
amente – sem o pré-requisito, cada exame teria de ser analisado à luz do que a pessoa ingeriu. A
maioria dos exames exige três horas de jejum, com exceção da glicemia (oito horas) e do perfil lipídico
(12 horas), dentro do qual, vale lembrar, existe considerável variação intraindividual nos lipídios plas-
máticos, da ordem de 5% a 10%, para o colesterol total, e superior a 20%, para os triglicérides. Na
população pediátrica e de idosos, o tempo sem alimentação deve guardar relação com os intervalos
das refeições. Para crianças mais novas, o jejum pode ser de uma ou duas horas.

Dieta

A amplitude das alterações de parâmetros no plasma ainda depende da composição da dieta e do


tempo decorrido entre a ingestão e a coleta da amostra. Alimentos que contêm muita gordura, por
exemplo, fazem subir a concentração de triglicérides, da mesma forma que dietas ricas em proteínas
promovem níveis elevados de amônia, ureia e ácido úrico.

Álcool E Fumo

Da mesma forma que os medicamentos, o álcool e o fumo determinam variações nos resultados de
exames laboratoriais por seus efeitos in vivo e in vitro. Mesmo o consumo esporádico de etanol pode
ocasionar alterações significativas e quase imediatas na glicose, no ácido lático e nos triglicérides. Já
o uso crônico eleva a atividade da gamaglutamiltransferase. O tabagismo, por sua vez, aumenta a
concentração de hemoglobina, a quantidade de leucócitos e de hemácias e o volume corpuscular mé-
dio, além de reduzir o HDL-colesterol e elevar a adrenalina, a aldosterona, o antígeno carcinoembrio-
gênico e o cortisol.

Atividade Física

O efeito dos exercícios sobre alguns componentes sanguíneos é, em geral, transitório e decorre da
mobilização de água e outras substâncias entre os diferentes compartimentos corporais, das variações
nas necessidades energéticas do metabolismo e da modificação fisiológica que a atividade condiciona.
Desse modo, dá-se preferência à coleta de amostras com o paciente em condições basais, que são
mais facilmente reprodutíveis e padronizáveis. O esforço físico ainda é capaz de aumentar a atividade
sérica de enzimas de origem muscular, como a creatinoquinase (CK), a aldolase e a aspartato amino-
transferase, pelo aumento da liberação celular. Pode haver ainda hipoglicemia, elevação da concen-
tração de ácido láctico em até dez vezes e aumento nas atividades das enzimas renina e CK em até
quatro e dez vezes, respectivamente. As variações chegam a persistir por 12 a 24 horas, a depender
da intensidade do exercício e do grau de condicionamento físico do indivíduo.

Gestação

Existem mecanismos que mudam o nível das substâncias no plasma durante a gravidez, os quais de-
correm de vários fatores, como a hemodiluição de proteínas totais e albumina, as deficiências relativas
em função do maior consumo de ferro e ferritina e o aumento das proteínas de fase aguda, como a
velocidade de hemossedimentação, apenas para citar alguns.

Medicamentos Em Uso

Uma vez que podem se constituir em interferentes, os fármacos usados pelo paciente devem ser pro-
tocolados para evitar alterações que acabem induzindo o médico a erros na interpretação dos valores
encontrados. Tais interferências ocorrem in vivo, quando o medicamento modifica o resultado, como a
hiperglicemia causada pelo uso de corticoides ou a elevação da atividade da CK total pelo uso de
estatinas.

Coleta E Adequação Da Amostra Têm Papel Preponderante Para Um Exame Confiável

Entre os fatores pré-analíticos, devemos citar ainda as variáveis de coleta, que têm como agentes as
condições do material biológico (como a temperatura), o tempo excessivo de garroteamento, o sangue
colhido em locais de acesso venoso com infusão de líquidos e até a hospitalização, que pode afetar os
resultados.

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No que concerne a amostras obtidas pelo paciente, merece atenção a coleta de urina de 24 horas, que
exige cuidado para evitar perdas das micções e garantir sua conclusão no mesmo horário em que foi
iniciada. Abaixo, confira alguns dos fatores mais importantes nesse contexto.

Temperatura

A temperatura ideal para a coleta deve ser de 22-25oC. Já a necessária para o armazenamento das
amostras tem de ficar entre 2oC e 8oC para inibir o metabolismo das células e estabilizar certos cons-
tituintes termolábeis. Para a dosagem de potássio, a refrigeração de amostra não centrifugada não
pode passar de duas horas, uma vez que tal processo é capaz de impedir a glicólise, que alimenta a
bomba de potássio, e promover sua saída para o meio extracelular, elevando o resultado do teste. É
oportuno lembrar que as amostras para alguns exames requerem transporte refrigerado, tais como
catecolaminas, amônia, ácido láctico, piruvato, gastrina e paratormônio.

Hemólise

Durante a coleta, os fatores que provocam hemólise devem ser prevenidos. Desse modo, os tubos
precisam permanecer na posição vertical até a completa coagulação do sangue, quando, então, é pos-
sível centrifugá-los. A hemólise afeta substancialmente a dosagem de alguns elementos, como desi-
drogenase láctica, aspartato aminotransferase, potássio e hemoglobina. Outros testes, como os que
medem ferro, alanina transferase e T4, são moderadamente influenciados por soros hemolisados. E há
aqueles que sofrem pequenas influências desse processo, tais como fósforo, proteína total, albumina,
magnésio, cálcio e fosfatase ácida.

Luz

Alíquotas para dosagem de bilirrubina, betacaroteno, vitamina A, vitamina B6 e porfirinas devem ser
preservadas ao abrigo da luz, pois sofrem interferência desta.

Infusão De Líquidos E Medicamentos

A coleta de sangue tem de ser realizada sempre em local distante da instalação do cateter, preferenci-
almente no outro braço e, se possível, pelo menos uma hora após o fim da infusão.

Metabolismo dos Carboidratos

Principais carboidratos da dieta:

Monossacarídeos: Glicose, frutose, galactose e manose

Oligossacarídeos:

• Maltose: açúcar do malte (glicose + glicose).

• Sacarose: açúcar da cana (glicose + frutose).

• Lactose: açúcar do leite (glicose + galctose).

• Açúcar invertido: utilizado pela indústria alimentícia, consiste em um xarope quimicamente produzido
a partir da sacarose. A fórmula da reação química é a seguinte:

sacarose + água = glicose + frutose

• Dextrinas: são misturas de polímeros de D-glucose (α-1,4). Na produção industrial, é obtido através
da hidrólise ácida do amido. Nem todas formas de dextrinas são digeríveis, essas formas não digeríveis
são usadas como complemento de fibras alimentares. A maltodextrina é usada como aditivo alimentar
é altamente digerível, sendo absorvida tão rapidamente quanto a glucose. Alimentos com maltodextrina
podem conter traços de aminoácidos, incluindo ácido glutâmico como subprodutos.

• Isomaltose: Produzida a partir da sacarose de beterraba. A isomaltose é obtida pelo tratamento da


glicose com ácidos fortes, pela ação de maltose sobre a glicose e dextranos por hidrólise ácida.

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• Rafinose estaquiose: Os frutooligossacarídeos (rafinose e estaquiose) são polímeros naturais de fru-


tose que usualmente são encontrados ligados a uma molécula inicial de glicose. São totalmente resis-
tentes à digestão no trato gastrintestinal, sendo quase que inteiramente pelas usados pelas bifidobac-
térias do cólon, dessa forma promovem a integridade da mucosa gastrintestinal.

Polissacarídeos:

• Amido: é uma mistura de dois polissacarídeos: amilose e amilopectina. Amilose: Macromolécula cons-
tituída de resíduos de D-glicopiranose, ligadas por pontes glicosídicas α-1,4, que conferem à molécula
uma estrutura helicoidal.

Amilopectina: Macromolécula, menos hidrossolúvel que a amilose, constituída de resíduos de α-glicose


ligadas por pontes glicosidicas α-1,4, ocorrendo tambem ligações α-1,6. A amilopectina constitui, apro-
ximadamente, 80% dos polissacarídeos existentes no grão de amido. É formada por moléculas de gli-
cose.

• Fibras: são nutrientes encontrados nos vegetais que não são digeridos pelas enzimas do sistema
digestivo humano. Algumas fibras são:

• Prebióticos_ tipo de fibra usada pela engenharia alimentar em alimentos funcionais ou ingredientes
alimentares não digeríveis que podem beneficiar o hospedeiro no sentido de estimular, seletivamente,
o crescimento e/ou a atividade de uma ou um número limitado de espécies bacterianas no cólon.

Os Prebióticos podem apresentar as seguintes características: Não sofrer hidrólise ou absorção no


intestino delgado; e Alterar a microflora colônica para uma microflora bacteriana saudável, induzindo
efeitos favoráveis à saúde.

• Celulose: É uma sequência linear de unidades de D−glicose unidas por ligações glicosídicas β(1→4).
É o principal componente das paredes celulares nos vegetais e um dos compostos orgânicos mais
abundantes na biosfera.

Digestão E Absorção Dos Carboidratos

Os principais carboidratos da dieta são: o amido, a sacarose e a lactose. O glicogênio, a maltose, a


glicose livre e a frutose livre constituem frações relativamente menores de carboidratos ingeridos.

A absorção dos carboidratos pelas células do intestino delgado é realizada após hidrólise dos dissaca-
rídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos em seus componentes monossacarídeos. As quebras ocor-
rem sequencialmente em diferentes segmentos do trato gastrointestinal por reações enzimáticas:

1. α-Amilase Salivar.

A digestão do amido inicia durante a mastigação pela ação α-amilase salivar (ptialina) que hidrolisa as
ligações glicosídicas α(1→4), com a liberação de maltose e oligossacarídeos. Contudo, a α-amilase
salivar não contribui significativamente para a hidrólise dos polissacarídeos, devido ao breve contato
entre a enzima e o substrato. Ao atingir o estômago, a enzima é inativada pelo baixo pH gástrico.

2. α-Amilase Pancreática.

O amido e o glicogênio são hidrolisados no duodeno em presença da α-amilase pancreática que produz
maltose como produto principal e oligossacarídeos chamados dextrinas – contendo em média oito uni-
dades de glicose com uma ou mais ligações glicosídicas α(1→6). Certa quantidade de isomaltose (dis-
sacarídeo) também é formada.

3. Enzimas Da Superfície Intestinal.

A hidrólise final da maltose e dextrina é realizada pela maltase e a dextrinase, presentes na superfície
das células epiteliais do intestino delgado.

Outras enzimas também atuam na superfície das células intestinais: a isomaltase, que hidrolisa as
ligações α(1→6) da isomaltose, a sacarase, que hidrolisa as ligações α,β(1→2) da sacarose em glicose
e frutose, a lactase que fornece glicose e galactose pela hidrolise das ligações β(1→4) da lactose.

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A captação de monossacarídeos do lúmen para a célula intestinal é efetuada por dois mecanismos:

• Transporte Passivo (Difusão Facilitada).

O movimento da glicose está “a favor” do gradiente de concentração (de um compartimento de maior


concentração de glicose para um compartimento de menor concentração). A difusão facilitada é medi-
ada por um sistema de transporte de monossacarídeos do tipo Na+− independente. O mecanismo tem
alta especificidade para D−frutose.

• Transporte Ativo.

A glicose é captada do lúmen para a célula epitelial do intestino por um co− transportador Na+−monos-
sacarídeo (SGLT). É um processo ativo indireto cujo mecanismo é envolve a (Na+−K+)−ATPase
(bomba de (Na+−K+), que remove o Na+ da célula, em troca de K+, com a hidrólise concomitante de
ATP (ver Capítulo 9: seção 9.4.D). O mecanismo tem alta especificidade por D−glicose e D−galactose.

No intestino, a fosfofrutoquinase fosforila a frutose para prendê-la no interior da célula.

Obs: As –quinases são importantes para prender a molécula no interior da célula através da fosforila-
ção.

Após a absorção, a glicose no sangue aumenta e as células β das ilhotas pancreáticas secretam insu-
lina que estimula a captação de glicose principalmente pelo tecido adiposo e muscular. O fígado, o
cérebro e os eritrócitos, não necessitam de insulina para captação de glicose por suas células (tecidos
insulino−independentes). Outros hormônios e enzimas, além de vários mecanismos de controle, são
importantes na regulação da glicemia.

A frutose e a galactose somente são convertidas em glicose no fígado.

Obs: O transporte da frutose (através do GLUT 5) não é muito eficiente, não permitindo sua total ab-
sorção. Sendo assim, uma grande quantidade de frutose na dieta pode causar diarréia.

Glicólise

A glicólise é a via central do catabolismo da glicose e ocorrem no citosol de todas as células humanas.
Cada molécula de glicose é convertida em duas moléculas de piruvato, cada uma com três átomos de
carbonos em um processo no qual vários átomos de carbono são oxidados. Parte da energia livre
liberada da glicose é conservada na forma de ATP e de NADH. A glicólise compreende dois estágios:

1º estágio (fase preparatória) → Compreende cinco reações nas quais a glicose é fosforilada por dois
ATP e convertida em duas moléculas de gliceraldeído−3−fosfato.

2º estágio (fase de pagamento) → As duas moléculas de gliceraldeído−3−fosfato são oxidadas pelo


NAD+ e fosforiladas em reação que emprega o fosfato inorgânico.

O resultado do processo total da glicólise é a formação de 2 ATP, 2 NADH e 2 piruvato, às custas de


uma molécula de glicose.

Em condições de baixo suprimento de oxigênio (hipóxia) ou em células sem mitocôndrias, o produto


final da glicólise é o lactato e não o piruvato, em processo denominado glicólise anaeróbica

Quando o suprimento de oxigênio é adequado, o piruvato é transformado em acetil−CoA nas mitocôn-


drias. O grupo acetil da acetil−CoA é totalmente oxidado no ciclo do ácido cítrico com a formação de
duas moléculas de CO2.

Reações Da Glicólise

Todas as reações da glicólise com formação de piruvato (ou lactato) são catalisadas por enzimas pre-
sentes no citoplasma (Figura abaixo). Para cada molécula de glicose são consumidas duas moléculas
de ATP no primeiro estágio e no segundo estágio são produzidas quatro ATP e 2 NADH. Os elétrons
oriundos da reoxidação do NADH em NAD+ em condições aeróbicas,são transferidos para o oxigênio

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molecular na cadeia mitocondrial transportadora de elétrons que libera a energia livre para a síntese
de ATP pela fosforilação oxidativa.

Piruvato

O piruvato pode seguir várias vias metabólicas. Nos tecidos que funcionam sob condições anaeróbicas,
como o músculo esquelético durante atividades físicas vigorosas, o piruvato é reduzido a lactato para
gerar novamente NAD+ o que permite a continuação da glicólise com baixa produção de ATP.

A redução do piruvato a lactato é catalisada pela lactato−desidrogenase com o emprego de NADH


como agente redutor.

O NADH utilizado na redução é gerado durante a glicólise na oxidação do gliceraldeído−3−fosfato a


gliceraldeído−1,3−bifosfato.

Essa reação é a principal opção empregada pelas células sob condições hipóxicas como em músculos
esqueléticos submetidos à atividade intensa, por exemplo, para a reoxidação do NADH a NAD+ no
citosol e, assim, prosseguir produzindo ATP pela glicólise. O lactato formado no músculo ativo difunde
para o sangue e é transportado até o fígado, onde é convertido em glicose pela gliconeogênese.

O piruvato formado na glicólise é utilizado em diferentes vias metabólicas dependendo de vários fatores
e necessidades momentâneas de certos metabólitos−chave. Os principais destinos são: Ciclo de Krebs
(lactato) , Ciclo de Cori (Acetil-CoA), Síntese de proteínas (alanina) e Gliconeogênese (oxaloacetato).

Ciclo De Krebs

O ciclo do ácido cítrico (ciclo de Krebs) é o estágio final da oxidação dos combustíveis metabólicos. Os
átomos de carbono entram no ciclo na forma de grupos acetila derivados dos carboidratos, ácidos
graxos e aminoácidos. O grupo acetila ligado a coenzima A (acetil-CoA) é oxidado em oito reações
mitocondriais para formar duas moléculas de CO2 com a conservação da energia livre liberada em três
moléculas de NADH, uma de FADH2 e um composto de “alta energia” (GTP ou ATP). O NADH e o
FADH2 são oxidados e os elétrons são conduzidos pela cadeia mitocondrial transportadora de elétrons
com a liberação de energia conservada na forma de ATP sitetizado a partir de ADP e Pi por meio de
processo denominado fosforilação oxidativa.

Primeiramente, o piruvato, derivado da glicose e outros açúcares através da via glicolítica, é oxidado à
acetil−CoA e CO2 para entrar no ciclo do ácido cítrico.

Oxidação Do Piruvato A Acetil−CoA E CO2

Sob condições aeróbicas, o piruvato é convertido em CO2 e um fragmento de dois carbonos, a ace-
til−CoA em reação de descarboxilação oxidativa. A reação é catalisada pelo complexo da piruvato−de-
sidrogenase constituído por três enzimas distintas: a piruvato−desidrogenase (E1), a diidrolipoil−tran-
sacetilase (E2) e a diidrolipoi−desidrogenase (E3) associadas de modo não-covalente e cinco diferen-
tes coenzimas. Devido a grande energia livre padrão negativa dessa reação sob condições fisiológicas,
o processo é irreversível o que impede a reação inversa de formação do piruvato a partir do acetil−CoA.

A atividade do complexo da piruvato−desidrogenase é regulada por mecanismos alostéricos e cova-


lentes. O complexo é ativado e inibido alostericamente pelos efetores mostrados no Quadro abaixo.

Ativadores Inibidores

Coenzima A ATP

NAD+ NADH

AMP Acetil-CoA

Ca2+ Ác. Graxos de cadeia longa

Destinos metabólicos do acetil-CoA

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Os principais destinos metabólicos do acetil−CoA produzido na mitocôndria incluem:

• Completa oxidação do grupo acetila no ciclo do ácido cítrico para a geração de energia;

• Conversão do excesso de acetil−CoA em corpos cetônicos (acetoacetato, β−hidroxibutirato e acetona)


no fígado;

• Transferência de unidades acetila para o citosol com a subsequente biossíntese de moléculas com-
plexas como os esteróis e ácidos graxos de cadeia longa.

Reações Do Ciclo Do Ácido Cítrico

O ciclo oxida duas unidades de carbono com a produção de duas moléculas de CO2, uma molécula de
GTP, três moléculas de NADH e uma molécula de FADH2.

Energia No Ciclo Do Ácido Cítrico

O ciclo do ácido cítrico é a via oxidativa terminal para a maioria dos combustíveis metabólicos (piruvato,
aminoácidos e ácidos graxos). Os dois carbonos do grupo acetila que participam do ciclo são oxidados
completamente a CO2 e H2O. A energia liberada por essas oxidações é conservada na forma de três
NADH, um FADH2 e uma molécula de GTP (ou ATP). Para cada NADH que transfere seus elétrons
para a cadeia mitocondrial transportadora de elétrons, aproximadamente 2,5 ATP são produzidos a
partir de ADP + Pi. Para cada FADH2, cerca de 1,5 ATP são produzidos. Assim, a completa oxidação
do grupo acetila da acetil−CoA no ciclo do ácido cítrico produz 10 ATP.

Obs: As desidrogenases irão dar os H+ para o NAD+ e FAD, convertendo-os a NADH e FADH (seus
cofatores respectivos), durante a fosforilação oxidativa.

Resumo Do Ciclo De Krebs

1. Os organismos aeróbicos empregam o oxigênio para gerar energia a partir de combustíveis metabó-
licos por vias bioquímicas: ciclo do ácido cítrico, cadeia mitocondrial transportadora de elétrons e fos-
forilação
oxidativa.

2. O ciclo do ácido cítrico é uma série de oito reações sucessivas que oxidam completamente substratos
orgânicos, como carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos para formar CO2, H2O e coenzimas redu-
zidas NADH e FADH2. O piruvato, o produto da via glicolítica, é convertido a acetil−CoA, o substrato
para o ciclo do ácido cítrico.

3. Os grupos acetila entram no ciclo do ácido cítrico como acetil−CoA produzidos a partir do piruvato
por meio do complexo multienzimático da piruvato−desidrogenase que contêm três enzimas e cinco
coenzimas.

4. Além do papel gerador de energia, o ciclo do ácido cítrico também exerce importantes papéis, bios-
síntese de glicose (gliconeogênese), de aminoácidos, de bases nucleotídicas e de grupos heme.

Glicogênese

A glicogênese é a síntese do glicogênio a partir da glicose. O glicogênio é um polissacarídio composto


de unidades repetidas de D−glicose unidas por ligações glicosídicas α, constituindo a principal forma
de reserva de polissacarídeos nos tecidos animais.

Os maiores depósitos estão presentes no fígado e músculos esqueléticos. O glicogênio é armazenado


em grânulos intracelulares que também contêm as enzimas que catalisam as reações para a sua sín-
tese e degradação. A glicose armazenada sob a forma de glicogênio no fígado e músculos destinam-
se a diferentes funções:

• Glicogênio Hepático.

Atua como reservatório de glicose para a corrente sanguínea com a distribuição para outros tecidos.

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Acumula após as refeições e, quando necessário, é degradado lentamente para manter a concentração
de glicose no sangue mais ou menos constante. As reservas de glicogênio hepático no homem apre-
sentam importante papel como fonte de glicose no período entre as refeições e, em maior extensão,
durante o jejum noturno.

• Glicogênio Muscular.

Serve como combustível para gerar ATP durante a atividade muscular aumentada. É formado durante
o repouso após as refeições. Os níveis de glicogênio muscular apresentam menor variabilidade do que
os teores hepáticos em resposta a ingestão de carboidratos.

Obs: O tecido adiposo também necessita glicose para a síntese de triacilglicerol (glicose Via glicolítica
diidroxiacetona-P glicerol-3-P glicerol).

Reações Da Glicogênese

A síntese do glicogênio ocorre após as refeições, quando os teores de glicose sanguínea estão eleva-
dos. Até recentemente, presumia-se que a glicose sanguínea era a única precursora direta nesse pro-
cesso. Entretanto, em condições fisiológicas, grande parte do glicogênio é produzido por um meca-
nismo envolvendo a sequência: glicose da dieta → molécula C3 → glicogênio hepático.

O lactato e a alanina são as principais moléculas-C3 nesse processo. O lactato é formado nos eritrócitos
por glicólise e é captado pelo fígado e convertido em glicose− 6− fosfato na gliconeogênese. A síntese
do glicogênio se dá a partir da glicose-6-fosfato derivada da glicose livre pela ação da glicocinase (no
fígado) ou da hexocinase (no músculo).

Gliconeogênese.

A formação de novas moléculas de glicose a partir de precursores não-carboidratos ocorre no fígado.


Em certas situações, como acidose metabólica ou inanição, os rins também sintetizam glicose. Os
precursores não-glicídicos incluem lactato, piruvato, glicerol e cadeias carbonadas da maioria dos ami-
noácidos. Entre as refeições, os teores adequados de glicose sanguínea são mantidos pela hidrólise
do glicogênio hepático. Quando o fígado esgota seu suprimento de glicogênio (Ex: jejum prolongado
ou exercício vigoroso), a gliconeogênese fornece a quantidade apropriada de glicose para o organismo.

O cérebro e os eritrócitos utilizam a glicose como fonte primária de energia. O músculo esquelético em
exercício emprega a glicose a partir do glicogênio em combinação com ácidos graxos e corpos cetôni-
cos para obter energia.

Reações Da Gliconeogênese

Considerando o piruvato como ponto inicial da gliconeogênese, as reações podem ser comparadas
com as da via glicolítica, mas no sentido inverso. Muitas das enzimas e intermediários são idênticas.

A síntese de glicose a partir de duas moléculas de piruvato requer, no mínimo, 6 ATP. Portanto, a
gliconeogênese é um processo bastante caro em termos de consumo de energia. Quando a gliconeo-
gênese se processa em altas velocidades, consome mais de 60% do ATP gerado no fígado.

Esse ATP é proveniente, principalmente, da oxidação de ácidos graxos. As condições fisiológicas que
necessitam a síntese de glicose, geralmente são as mesmas que apresentam disponibilidade de ácidos
graxos no sangue. Nessas ocasiões, os ácidos graxos são oxidados na mitocôndria a corpos cetônicos
com a consequente produção de ATP.

Precursores Para A Gliconeogênese

• Lactato.

O piruvato é conduzido ao fígado onde é reconvertido a piruvato pela lactato−desidrogenase e, então,


em glicose pela gliconeogênese. A glicose resultante difunde para a circulação e é captada pelas célu-
las do músculo esquelético para repor os estoques de glicogênio. Desse modo, a gliconeogênese trans-
fere a glicose do fígado para os tecidos periféricos.

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• Alanina.

É o mais importante aminoácido convertido a intermediários glicolíticos para a gliconeogênese. Durante


o jejum prolongado ou inanição, a alanina e outros aminoácidos são liberados a partir de proteínas
presentes nos músculos esqueléticos. A alanina é transportada para o fígado, onde sofre transamina-
ção para gerar piruvato. O piruvato por meio da gliconeogênese forma glicose que pode retornar aos
músculos ou ser degrada pela via glicolítica. O mecanismo é chamado ciclo da glicose−alanina e tam-
bém transporta o NH4 + ao fígado para a síntese da uréia.

Os aminoácidos são as principais fontes de carbono para a gliconeogênese durante o jejum, quando
os suprimentos de glicogênio estão esgotados.

• Glicerol.

É um produto da hidrólise enzimática dos triacilgliceróis no tecido adiposo. É transportado até o fígado
pelo sangue e então é fosforilado a glicerol−3−fosfato pela glicerol−cinase. O glicerol−3−fosfato parti-
cipa da gliconeogênese (ou da glicólise) através do intermediário comum, o glicerol−3−fosfato. Por meio
do complexo glicerol−3−fosfato−desidrogenase, o glicerol−3−fosfato é transformado em diidroxiace-
tona−fosfato (DHAP) reação que ocorre quando o teor de NAD+ citoplasmático está relativamente alto.

Inibição Da Gliconeogênese Pelo Etanol

O consumo de álcool (etanol), especialmente por indivíduos subalimentados, pode causar hipoglicemia.
Essa condição resulta dos efeitos inibidores do álcool sobre a gliconeogênese hepática causado pelo
NADH produzido durante o metabolismo do álcool. O etanol é convertido em acetaldeído (CH3CHO).

O excesso de NADH no citosol reduz a gliconeogênese, pois desloca o equilíbrio das reações catalisa-
das pela lactato−desidrogenase e malato−desidrogenase, nas direções de formação do lactato e ma-
lato, respectivamente:

Os NADH deveriam ser transportados para a mitocôndria pelo circuito malato−aspartato, mas o fígado
não consegue fazê-lo na velocidade suficiente para evitar distúrbios metabólitos. O NADH excedente
bloqueia a conversão do lactato a glicose provocando hipoglicemia e também promove a conversão da
alanina em lactato, resultando em acúmulo desse último no sangue (acidose láctica). A substância que
ocasiona lesões ao nível do hepatócito, não é o álcool e sim o produto de sua degradação, o acetalde-
ído.

Via Das Pentoses

A via das pentoses−fosfato é uma via metabólica alternativa à glicólise para a oxidação da glicose que
não requer e não produz ATP. Seus principais produtos são:

• NADPH (nicotinamida adenina dinucleotído fosfato reduzido) um agente redutor empregado para os
processos anabólicos.

• Ribose−5−fosfato um componente estrutural de nucleotídeos e de ácidos nucléicos.

A via das pentoses-fosfato ocorre no citosol em duas etapas: etapa oxidativa e a etapa não−oxidativa.
Na etapa oxidativa a glicose−6−fosfato é convertida à ribulose−5−fosfato acompanhada pela formação
de duas moléculas de NADPH.

A etapa não−oxidativa envolve a isomerização e condensação de várias moléculas diferentes de açú-


car. Três intermediários do processo são utilizados em outras vias: a ribose−5−fosfato, a frutose−6−fos-
fato e o gliceraldeído−3−fosfato.

Alternativamente, a via das pentoses− fosfato pode ser concebida como um “desvio” para a produção
de frutose− 6− fosfato a partir da glicose− 6− fosfato. Tanto a glicose− 6− fosfato como o gliceralde-
ído−3− fosfato produzidos pela via das pentoses− fosfato podem ser metabolizados a piruvato e, final-
mente, oxidado no sistema enzimático mitocondrial.

Glicogenólise

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BIOQUÍMICA CLÍNICA

É a degradação do glicogênio consistindo na clivagem sequencial de resíduos de glicose, a partir das


extremidades não−redutoras das ramificações do glicogênio. O rompimento das ligações ocorre por
fosforólise com formação de α−D−glicose−1−fosfato sob a ação da enzima glicogênio−fosforilase e o
ataque do fosfato inorgânico.

A glicogênio-fosforilase remove unidades sucessivas de glicose ao longo da cadeia até restarem ape-
nas 4 resíduos em um ponto da ramificação.

A continuação da degradação ocorre depois da transferência de uma unidade de 3 resíduos de glicose


da ramificação sob a ação da enzima de desramificação do glicogênio, para a extremidade não-redu-
tora de outra ramificação, ou seja, acontece o rompimento de uma ligação α(1→4) com a formação de
uma nova ligação α(1→4). Em sua nova posição, os resíduos de glicose são liberados pela ação da
glicogênio-fosforilase.

A remoção do resíduo glicosil restante ligado à cadeia principal por α(1→6) é realizada por hidrólise
pela mesma enzima de desramificação com a formação de glicose e licogênio não-ramificado. Desse
modo, é explicado o aparecimento de pequenas quantidades de glicose livre (8−10%) em vez de gli-
cose−1−fosfato na degradação do glicogênio.

O produto final das reações de degradação do glicogênio é a glicose−1−fosfato que é convertida em


glicose−6−fosfato pela fosfoglicomutase.

Metabolismo De Lipídios

Nos 60 a 150g de lipídios ingeridos diariamente, cerca de 90% são constituídos de triacilgliceróis 10%
dos lipídeos da dieta correspondem ao colesterol, ésteres de colesterol, fosfolipídios e ácidos graxos
livres. Desde que os tricialgliceróis são insolúveis em água e as enzimas digestivas são hidrossolúveis,
a digestão ocorre na interface lipídeo-água. A área de superfície da interface é aumentada pelos movi-
mentos peristálticos do intestino, combinados à ação emulsificante dos ácidos biliares (ou sais biliares).
Os sais biliares são moléculas anfipáticas que atuam na solubilização dos glóbulos de gordura – são
derivados do colesterol, conjugados de glicina ou taurina.

O processo de emulsificação dos lipídios ocorre no duodeno. A colecistoquinina, um hormônio peptí-


dico, é produzido em resposta à presença de lipídeos, atuando sobre a vesícula biliar e estimulando a
secreção da bile, e atuando ainda sobre as células exócrinas do pâncreas, estimulando a secreção de
enzimas. A secretina, outro hormônio peptídico, tem a função de auxiliar na neutralização do pH do
conteúdo intestinal, por estimular o pâncreas a secretar uma solução rica em bicarbonato. Sendo assim,
os lipídeos são degradados por enzimas pancreáticas que estão sob controle hormonal.

As Lipases Agem Na Interface Lipídeo-Água Por Ativação Interfacial;

A lipase pancreática catalisa a hidrólise de triacilgliceróis nas posições 1 e 3, formando 1,2-diacilglice-


róis e 2-acilgliceróis, juntamente com sais de ácidos graxos de Na+ e K+. A ligação à interface lipídeo-
água requer a colipase pancreática, que é uma enzima que forma um complexo com a lipase.

Absorção De Lipídeos Por Células Da Mucosa Intestinal;

Ácidos graxos livres, colesterol livre e 2-acilgliceróis formam micelas mistas com os sais biliares que se
aproximam do sítio de absorção lipídica, onde atravessam a camada de água e é absorvido. Dentro
das células intestinais, os ácidos graxos formam complexos com a proteína intestinal ligadora de ácidos
graxos, que aumenta a solubilidade efetiva dos lipídeos e protege a célula dos efeitos detergentes
dessas substâncias.

Transporte De Lipídeos

Os ácidos graxos são convertidos em triacilglicerol novamente, e organizados em partículas poliprotéi-


cas chamadas quilomicrons, que são liberadas nos vasos linfáticos, por onde serão transportados até
os vasos maiores, alcançando outros tecidos. Os triacilgliceróis dos quilomícrons podem ser incorpo-
rados aos adipócitos ou serem degradados a ácidos graxos livres e glicerol. A maioria das células pode
oxidar ácidos graxos para produzir energia.

A Reserva Lipídica

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BIOQUÍMICA CLÍNICA

Os triacilgliceróis depositados em adipócitos representam a principal reserva do organismo. São depó-


sitos concentrados de energia metabólica pois são altamente reduzidos e anidros. O produto da oxida-
ção completa dos ácidos graxos até CO2 e H2O é 9 kcal/g de gordura, comparado a 4 kcal/g de car-
boidratos.

Mobilização De Lipídeos

Quando há necessidade de energia a partir dos ácidos graxos, a mobilização da gordura inicia-se pela
hidrólise de triacilglicerol dos adipócitos, formando ácidos graxos e glicerol. Primeiro a lipase sensível
a hormônio promove a remoção do ácido graxo da posição 1 ou 3. Lipases adicionais removem ácidos
graxos do mono- ou diacilglicerol, formando glicerol e ácidos graxos livres.

Os ácidos graxos livres movem-se através da membrana celular do adipócito e ligam-se à albumina no
plasma, que os transportam aos tecidos, onde os ácidos graxos se difundem para as células e são
oxidados para obtenção de energia. O cérebro e outros tecidos nervosos, eritrócitos e medula adrenal
não utilizam ácidos graxos plasmáticos para obter energia. O glicerol é transportado até o fígado, onde
é fosforilado e utilizado novamente.

Oxidação De Ácidos Graxos

Após ter sido capturado pela célula, o ácido graxo é convertido no derivado CoA pela acil CoA graxa
sintetase (tioquinase) no citosol, formando a acil CoA graxa; Há a necessidade de ATP. Uma vez que
a b-oxidação ocorre na matriz mitocondrial, o ácido graxo deve ser transportado através da MMI por
um transportador específico denominado carnitina. O processo de transporte é denominado lançadeira
da carnitina. Um grupo acil é transferido da coenzima A citosólica à carnitina pela carnitina aciltransfe-
rase I, formando acilcarnitina, tal enzima está localizada na superfície externa da MMI. O grupo acilcar-
nitina é transportado através da membrana à matriz, onde é transferido a outra molécula de coenzima
A pela carnitina aciltransferase II, na superfície interna da MMI.

O ácido graxo (acil CoA graxa) deve ser transportado através da MMI por um transportador específico
denominado carnitina - o processo de transporte é denominado lançadeira da carnitina. A b-oxidação
compreende o catabolismo de ácidos graxos saturados, na qual fragmentos de dois carbonos são su-
cessivamente removidos da extremidade carboxila da acil CoA graxa, produzindo acetil CoA.

Portanto, a b-oxidação consiste em uma sequência de 4 reações que resultam no encurtamento da


cadeia de ácidos graxos em cada 2 carbonos, as etapas incluem uma oxidação que produz FADH2,
uma hidratação, uma segunda oxidação que produz NADH e uma clivagem tiolítica que libera uma
molécula de acetil CoA, a última reação é irreversível.

As Enzimas Da B-Oxidação:

Acil-CoA desidrogenase, Enoil-CoA hidratase, b-hidroxiacil-CoA desidrogenase, Acil-CoA aciltransfe-


rase (tiolase).

Produção de energia pela oxidação de ácidos graxos:

A oxidação de uma molécula de palmitoil CoA

(16C) até CO2 e H2O gera:

8 acetil CoA (cada qual fornece 12 ATP pelo ciclo de Krebs) 96 ATP 7 NADH (cada qual fornece 3 ATP)
21 ATP 7 FADH2 (cada qual fornece 2 ATP) 14 ATP

Saldo final de ATP: 131 ATP, considerando que duas ligações de alta energia são quebradas devido a
reação da tioquinase, a energia total é de 129 ATP.

Oxidação dos ácidos graxos com número ímpar de carbonos:

A b-oxidação de um ácido graxo saturado com número ímpar de átomos de C segue as mesmas etapas
de reações que os ácidos graxos com número par de átomos de C, até os três carbonos finais (propionil
CoA).

O propionil CoA é metabolizado por uma rota de duas etapas:

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BIOQUÍMICA CLÍNICA

1º - o propionil CoA é carboxilado, formando metilmalonil CoA. A enzima responsável – a propionil CoA
carboxilase – é dependente de biotina, como todas as carboxilases.

2º - os carbonos da metilmalonil CoA são rearranjados, formando succinil CoA, a qual entra no ciclo de
Krebs. A enzima responsável é a metilmalonil CoA mutase, que requer vitamina B12 (adenosilcobala-
mina).

Oxidação de ácidos graxos insaturados:

A oxidação de ácidos graxos insaturados fornece menos energia que a oxidação dos ácidos graxos
saturados. Os insaturados são menos reduzidos, e portanto, menos equivalentes redutores podem ser
produzidos.

Corpos Cetônicos: Combustível Alternativo Para As Células.

Mitocôndrias hepáticas podem desviar excesso de acetil CoA para a formação de corpos cetônicos. Os
corpos cetônicos: acetoacetato, 3-hidroxibutirato e acetona, eles são transportados pelo sangue aos
tecidos periféricos, onde podem ser convertidos novamente a acetil CoA (com exceção da acetona que
é eliminada); são importantes fontes de energia para o tecido periférico; são solúveis em solução
aquosa.

Degradação Do Colesterol

A estrutura do colesterol não pode ser metabolizada a CO2 e H2O, o anel esterol intacto pode ser
eliminado: pela conversão em ácidos biliares, os quais podem ser reabsorvidos e reutilizados, ou po-
dem ser excretados pela secreção do colesterol na bile, a qual transporta-o ao intestino para eliminação
– parte do colesterol é modificada por bactérias intestinais antes da excreção. O colesterol da dieta
pode ser absorvido no intestino, fazendo parte dos quilomícrons.

Síntese De Colesterol

Todos os átomos de carbono são fornecidos pelo acetato, o NADPH fornece os equivalentes redutores,
ocorre no citoplasma com enzimas do citoplasma e do retículo endoplasmático, a rota é dirigida pela
hidrólise da ligação tioéster de alta energia do acetil CoA e a ligação fosfato terminal do ATP.

Biossíntese De Ácidos Graxos

Grande parte dos ácidos graxos utilizados pelo corpo é suprida pela dieta, quantidades excessivas de
carboidratos e proteínas obtidas pela dieta podem ser convertidas em ácidos graxos, e armazenados
como triacilgliceróis. A síntese de ácidos graxos ocorre principalmente no fígado e glândulas mamárias,
e em menor grau, no tecido adiposo e no rim, o processo incorpora os carbonos da acetil CoA na cadeia
de ácido graxo em formação, utilizando ATP e NADPH.

A porção acetil da acetil CoA é transportada ao citosol como citrato, produzido pela condensação do
oxaloacetato e acetil CoA, primeira reação do ciclo do ácido cítrico, isso ocorre quando a concentração
de citrato mitocondrial está elevada, observada quando há alta concentração de ATP e a isocitrato
desidrogenase é inibida. O aumento de citrato e ATP favorece a síntese de ácidos graxos, desde que
esta via necessita de ambos. O acetil CoA deve ser convertido a malonil CoA. A carboxilação é catali-
sada pela acetil CoA carboxilase e requer ATP, esta reação é a etapa regulada na síntese de ácidos
graxos: ela é inativada pelos produtos, malonil CoA e palmitoil CoA, e ativada pelo citrato, outro meca-
nismo de regulação é a fosforilação reversível da enzima, que a torna inativa, devido a presença de
adrenalina/glucagon

Mecanismo análogo ocorre com a glicogênio sintase, na presença de glucagon, a enzima é fosforilada
e inativa, na presença de insulina, a enzima é desfosforilada e ativa.

A Síntese Dos Ácidos Graxos: Um Complexo Multienzimático.

Em eucariotos, a sintase dos ácidos graxos consiste de um dímero, sendo que cada monômero possui
cada um, sete atividades enzimáticas diferentes, e um domínio que se liga à fosfopanteteína, um deri-
vado do ácido pantotênico, denominada ACP (acyl carrier protein).

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BIOQUÍMICA CLÍNICA

Em procariotos, este último domínio é uma proteína separada, também denominada proteína transpor-
tadora de grupos acil (ACP).

Passos Da Sintase Dos Ácidos Graxos

1 e 2. Uma molécula de acetato é transferida do acetil CoA ao grupo SH da cisteína da proteína ACP,
pela enzima acetil transacilase - Acetil CoA + ACP-SH ? acetil-S-ACP + CoA

3. O ACP liga, a partir do grupo panteteína, uma unidade de malonato (3 carbonos) do malonil CoA na
presença da enzima malonil transacilase - Malonil CoA + ACP-Pan-SH ? malonil-S-ACP + CoA.

4. O grupo acetil ataca o grupo malonil, que perde CO2

(adicionado pela acetil CoA carboxilase) na presença da b-cetoacil sintase -- Malonil-S-ACP + acetil-S-
ACP ? acetoacetil-S-ACP + CO2

5. O grupo cetona é convertido em um álcool pela b-cetoacil -- redutase na presença de NADPH ace-
toacetil-S-ACP + NADPH + H+ ? b-hidroxibutiril-ACP + NADP+.

6. Uma molécula de água é removida para introduzir uma ligação dupla pela enzima b-hidroxiacil desi-
dratase b-hidroxibutiril-ACP ? crotonil-S-ACP + H2O

7. Numa segunda etapa da reação, pela enoil redutase, crotonil-S-ACP + NADPH + H+ ? butiril-S-ACP
+ NADP+.

O resultado destas 7 etapas é a produção de um composto de quatro carbonos terminais cujos três
carbonos terminais são completamente saturados, permanecendo ligados ao ACP. As 7 etapas são
repetidas, iniciando pela transferência da cadeia de quatro carbonos do ACP à cadeia lateral de ciste-
ína, a ligação de outra molécula de malonato ao ACP, e a condensação das duas moléculas, com a
liberação de CO2, com a redução do carbono beta.

Este ciclo é repetido 7 vezes, a cada vez incorporando uma unidade de dois carbonos do malonil CoA,
na cadeia de ácido graxo em formação, o processo é encerrado quando o ácido graxo atinge um com-
primento de 16C, produzindo uma molécula saturada de palmitato, pela ação da tioesterase.

Palmitoil-S-ACP + H2O -- Palmitato + ACP-SH.

A acil-enzima (com 4 carbonos) (porção inferior da figura) volta à via (à direita da figura), ligando-se a
cadeia lateral da cisteína, que posteriormente irá se ligar a nova molécula de malonato(em amarelo)

A cada volta, a molécula ganha dois carbonos do malonato, até a formação do palmitato, liberando a
enzima livre, são necessárias 7 moléculas de malonato e 1 de acetil-CoA.

A reação global:

8 acetil CoA + 14 NADPH + 14 H+ + 7 ATP > Ácido palmítico + 14 NADP+ + 7 ADP + 7 Pi + 7 H2O

Todos os carbonos vieram do malonil CoA com exceção dos 2 carbonos doados pelo acetil CoA no
início da síntese.

Síntese De Triacilglicerol:

Uma vez formado, o ácido graxo terá de ser conglomerado em triacilglicerol que constitui a forma de
armazenamento de lipídeos nos adipócitos.

A formação do triacilglicerol ocorrerá em 3 etapas: 1) formação do glicerol-3-fosfato, 2) acilação dos


dois grupos oxidrila livres do glicerol-3-fosfato e 3) adição do terceiro grupo acila com formação do
triacilglicerol.

Passo 1: neste passo é necessária a formação da “matriz” de encaixe dos ácidos graxos para a forma-
ção do triglicéride. Isso pode ser feitro de duas formas: 1) Através da fosforilação de uma molécula de

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BIOQUÍMICA CLÍNICA

glicerol utilizando ATP e sob influencia da enzima glicerol quinase e 2) através da glicose que no pro-
cesso de glicólise produzirá diidroxiacetona fosfato que sofrerá redução com a contribuição do NADH
e da enzima glicerol-3-fosfato desidrogenase formando glicerol – 3 – fosfato.

Passo 2: nesse caso dois grupos acila serão adicionados no lugar de dois grupamentos oxidrila do
glicerol-3-fosfato. Isso é feito em duas etapas com a liberação de Coenzima A e com a participação da
enzima acil transferase. O resultado final será o Acido fosfatídico.

Passo 3: o ácido fosfatídico que origina um diacilglicerol terá seu grupo fosfato substituído por outro
acil transformando-se em triacilglicerol. Isso ocorre com a participação das enzimas acido fosfatídico
fosfatase e acil transferase.

Regulação da síntese de triacilglicerol: a síntese é estimulada pela insulina.

Regulação Da Síntese De Ácidos Graxos:

A síntese de ácidos graxos tem dentre outras funções o armazenamento de gorduras para utilização
posterior. Portanto, fica claro que a insulina que é um hormônio que induz armazenamento seja esti-
muladora da síntese de malonil-CoA e consequentemente de ácidos graxos. Os hormônios glucagon e
epinefrina são liberados quando se faz necessário a disponibilidade de energia para as células, portanto
é lógico pensar que estes hormônios inibiram a síntese de ácidos graxos. O excesso de ácidos graxos
formado fará um feedback negativo na transformação de acetil-CoA em malonil-CoA modulando dessa
forma a produção de ácidos graxos. E o citrato (precursor do Acetil CoA) em excesso fará um feedback
positivo estimulando a formação de malonil-CoA a partir de Acetil-CoA e, dessa forma, impedirá o acu-
mulo de citrato.

Sistema de transporte do Triacilglicerol recém formado no fígado para as células adiposas: o triacilgli-
cerol é lipossolúvel, o que constituiria um grande obstáculo no transporte pelo sangue deste composto.
No entanto, o transporte se torna viável pois proteínas são agregadas ao triacilglicerol permitindo que
o mesmo consiga fluir no sangue na forma de lipoproteína. Quando esta lipoproteína chega até a célula
adiposa surge um novo obstáculo que é a entrada do triacilglicerol no interior desta célula. Para isso,
existe uma enzima denominada lipoproteína lípase que realizará a quebra da lipoproteína em ácidos
graxos que são lipossolúveis e conseguem difundir pela membrana celular. No interior da célula esses
ácidos graxos realizarão novo processo de síntese de triacilglicerol e serão armazenados. Vale ressal-
tar que a lipoproteína lípase é ativada pela insulina.

Oxidação Dos Ácidos Graxos

Quando se faz necessário a disponibilidade de energia pelas células ocorre a utilização do triacilglicerol.
Para isso esse triacilglicerol será quebrado em ácidos graxos pela lípase hormônio sensível e esses
ácidos graxos poderão então ser utilizados em processos oxidativos que forneceram elétrons para ga-
nho de energia.

A oxidação deverá ocorrer na matriz mitocondrial portanto, é necessário que o ácido graxo seja levado
para este local.

Transporte Do Ácido Graxo Para A Matriz Mitocondrial:

A molécula de ácido graxo em si não consegue passar a membrana mitocondrial, portanto é necessário
que este ácido graxo seja convertido a acil-CoA que se ligará a carnitina formando o complexo acil –
carnitina graxo. Na formação deste complexo ocorre a liberação de uma coenzima A. O acil – carnitina
graxo então passa a membrana e entra na matriz mitocondrial. Na matriz a carnitina será substituída
pela coenzima A e teremos novamente um acil-CoA que poderá então ser oxidado.

Beta oxidação dos ácidos graxos (clico de Lynen): este ciclo inicia com a oxidação do palmitoil-CoA por
um FADH2 gerando um transfenoil – CoA. Este, por sua vez, será hidratado dando origem a um hidro-
xiacil – CoA. Este será oxidado pelo NAD+ em cetoacil- CoA. O cetoacil-CoA será clivado em acetil-
CoA e em acil-CoA. O acil- Coa reiniciará o ciclo e o acetil CoA será direcionado ao ciclo do ácido cítrico
para a produção de NADH e FADH2 a serem utilizados na fosforilação oxidativa para a produção ener-
gética.

Vale ainda ressaltar que cada 2 carbonos do ácido graxo é transformado em um Acetil-CoA.

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Metabolismo Das Proteínas

As proteínas são sintetizadas constantemente a partir de aminoácidos e degradadas novamente no


organismo, numa reciclagem contínua. Os aminoácidos não utilizados imediatamente após a síntese
protéica são perdidos, já que não ocorre estocagem de proteínas. Desta forma, o total de proteínas no
corpo de um adulto saudável é constante, de forma que a taxa de síntese protéica é sempre igual à de
degradação.

Ciclo Da Uréia

A degradação da proteína leva a uma perda diária de nitrogênio protéico pela uréia excretada, em
quantidade aproximada de 35 a 55g/dia.

Qualquer aminoácido que não seja utilizado pelo organismo é degradado. O processo de remoção do
grupo amino libera amônia, substância extremamente tóxica, que então é convertida em um composto
não tóxico (uréia) excretado pela urina.

Ou seja, o ciclo da uréia é o principal processo de eliminação de amônia, tendo início na mitocôndria,
necessitando de 4 adenosinatrifosfato (ATP) para excretar, pelos rins, duas moléculas de amônia na
forma de uréia.

O Descarte Do Nitrogênio É Feito De 2 Formas:

1ª – remoção do grupo amino dos aminoácidos, que ocorre por 2 vias: a transdeaminação (transami-
nação ligada à deaminação oxidativa) e a transaminação

2ª - formação de uréia pelo ciclo da ornitina, que consome 1,5 ATP para cada molécula de uréia for-
mada

Este ciclo ocorre nos hepatócitos, na mitocôndria e no citossol.

No fígado, existe uma enzima chamada glutamato desidrogenase, encontrada na mitocôndria. Essa
enzima é responsável pela incorporação da amônia como grupo amino no alfa-cetoglutarato, formando
o glutamato e o NADPH é usado como coenzima, com consumo de ATP. Esta mesma enzima utiliza o
NAD como coenzima para catalisar a reação reversa.

Metabolismo De Aminoácidos

As proteínas são macronutrientes importantes, pois fornecem os aminoácidos essenciais para diversas
funções estruturais, de proteção, reguladoras e de transporte nos fluidos biológicos. As proteínas, dife-
rentemente dos carboidratos e dos lipídios, possuem em sua composição o nitrogênio (16%) junto com
enxofre e alguns minerais como fósforo, cobalto e ferro. As proteínas são formadas pelas combinações
de 20 aminoácidos, sendo nove essenciais e onze não-essenciais. Quanto à sua origem, as proteínas
podem ser exógenas (ingeridas pela dieta) ou endógenas (hidrólise das proteínas das células do orga-
nismo).

Metabolismo De Aminoácidos

Como a maioria dos seres vivos não são capazes de armazenar aminoácidos ou proteínas, quando as
necessidades protéicas estão satisfeitas, o excesso de aminoácido deve ser oxidado.

A oxidação dos aminoácidos não é feita por uma via única, mas há um padrão a ser seguido: primeira-
mente há a remoção do grupo amino e depois a oxidação da cadeia carbônica. Nos mamíferos, o grupo
amino se converte em uréia e as cadeias carbônicas em compostos intermediários do metabolismo de
carboidratos e lipídios.

Remoção do Grupo Amino do Aminoácido

1) Transferência do grupo amino para o cetoglutarato, dando origem ao glutamato, que pode seguir
dois caminhos: uma transaminação ou uma desaminação.

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2) Transaminação: transferência do grupo amino do glutamato para o oxaloacetato, dando origem ao


aspartato.

3) Com a desaminação do glutamato há a liberação do grupo amino como NH3 (amônia), que posteri-
ormente se converte em NH (íon amônio).
4
+

Conclusão: o grupo amino da maioria dos aminoácidos resulta em dois compostos: NH e aspartato,
4
+

que são precursores da uréia.

Síntese da Uréia

A síntese começa na matriz da mitocôndria, onde há a formação de carbamoil-fosfato a partir de amônio


e bicarbonato, consumindo duas moléculas de ATP. As reações a seguir fazem parte do ciclo da uréia:
na mitocôndria, o carbamoil- fosfato condensa-se com ornitina, formando citrulina, que é transportada
para o citossol, onde reage com aspartato, dando origem ao arginino-succinato, que se decompõe em
arginina e fumarato. A arginina é hidrolizada e produz uréia e ornitina.

Um ser humano com uma dieta equilibrada excreta cerca de 30g de uréia por dia.

Degradação Da Cadeia Carbônica Dos Aminoácidos

As cadeias carbônicas são oxidadas por vias próprias, mas todas se dirigem para a produção de alguns
compostos como piruvato, acetil-CoA, oxaloacetato, α cetoglutarato, succinil-CoA e fumarato.

Os aminoácidos que produzem piruvato ou intermediários do ciclo de Krebs são chamados glicogêni-
cos. Os aminoácidos que produzem corpos cetônicos são chamados cetogênicos. Os aminoácidos que
produzem tanto acetil-CoA quanto intermediários do ciclo de Krebs são chamados glicocetogênicos.

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Hematologia

Hematologia é a parte da medicina destinada ao estudo do sangue. Tem o objetivo de conhecer todos
os elementos constituintes do sangue como as hemácias, leucócitos e plaquetas, estuda como são
produzidos e em quais órgãos, incluindo a medula óssea, baço e linfonodos.

Além de estudar o sangue com as suas características normais, estuda também todas as alterações e
distúrbios sanguíneos que originam graves doenças.

Os médicos que se especializam nesta área, são chamados de hematologistas, são eles os responsá-
veis pelo tratamento de pessoas com distúrbios no sangue ou alterações nos tecidos ou órgãos envol-
vidos na produção do sangue. São eles também os responsáveis por analisar os exames coletados e
diagnosticar doenças como anemia, leucemia e hemofilia.Hematologia é o ramo da medicina que tem
como função o estudo do sangue, seus distúrbios e doenças. Estuda seus elementos figurados como
os glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas, além de estudar os órgão
onde são produzidos, como a medula óssea o linfonodo e o baço.

Os médicos que se especializam nesta área e fazem exames de sangue são chamados hematologis-
tas. Eles tratam de pessoas que tem doenças no sangue ou distúrbios nos tecidos ou órgãos que
produzem o sangue.

Existem várias doenças relacionadas ao sangue, as mais conhecidas são a anemia, hemofilia e a leu-
cemia.

A anemia é uma patologia bastante conhecida principalmente entre pessoas carentes com uma alimen-
tação precária, onde a falta de nutrientes acarreta esta doença. Mas há aquelas genéticas e também
as causadas por alguns medicamentos.

- Anemia Ferropênica – Ocorre pela carência de ferro no organismo. O ferro (Fe) é um dos principais
componentes da hemoglobina e indispensável para sua produção. É ele que faz o transporte do oxigê-
nio, cuja carência denomina-se anemia.

- Anemia Megaloblástica – É a falta de ácido fólico ou vitamina B12 (cianocobalamina), que são indis-
pensáveis para a produção da hemoglobina, visto que a carências deles gera liberação antecipada das
hemáceas pela medula óssea. (veja: Megaloblastos).

- Anemia Aplástica – É quando a medula óssea libera quantidades insuficientes de hemáceas, entre
outras.

Os exames para saber se têm anemia são: Exames de sangue, de fezes, de Coombs e eletroforesedas
hemoglobinas.

Hemofilia é uma doença hemorrágica hereditária onde a deficiência na coagulação sanguínea pode
gerar uma perda de sangue considerável se não atendido imediatamente. A hemofilia A tem a falta do
fator de coagulação VIII, e é a mias comum ocorrendo em 90% dos casos. A hemofilia atinge quase
que exclusivamente os homens.

A leucemia é o nome dado aos cânceres no sangue. Ocorre devido a um desenvolvimento anormal das
células que se desenvolvem na medula óssea, e formariam as células sanguíneas, e de acordo com o
tipo de célula será o tipo de leucemia (linfóide ou mileóide). A leucemia aguda é assim dita pelo desen-
volvimento rápido de células imaturas do sangue, impedindo a medula óssea de produzir células sau-
dáveis. O tratamento deve ser rápido, pois essas células espalham-se rapidamente, podendo levar à
morte em meses ou até mesmo semanas. E a leucemia crônica pelo aumento das células adultas,
porém anormais. Levam bastante tempo para progredir, e as células anormais se reproduzem muito
mais do que as normais. Essa doença é mais comum em pessoas idosas. O tratamento nem sempre é
imediato sendo monitorada por algum tempo antes do inicio do tratamento, para maior eficácia da te-
rapia.

Os principais exames para diagnosticar a doença são: Hemograma completo, aonde uma amostra de
sangue vai para análise para fazer contagem dos glóbulos brancos (leucócitos), vermelhos (hematóci-
tos) e das plaquetas. E o Mielograma, que averigua a existência de células leucêmicas na medula

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óssea e o tipo destas células. É muito importante para o médico diagnosticar a doença e saber como o
paciente reagirá ao tratamento.

O Que É Hemograma Completo?

O hemograma completo é um tipo de exame de sangue feito para medir a saúde geral do paciente. É
muito usado para diagnosticar distúrbios como anemia, doenças autoimunes e leucemia. O exame con-
siste na medição dos níveis de glóbulos vermelhos (hemácias), brancos (leucócitos) e plaquetas.

Trata-se de um dos tipos de exame de sangue mais pedidos pelos médicos nos exames de rotina. Isso
porque ele avalia a saúde de um modo geral, calculando a quantidade e forma dos três tipos de células
básicas presentes no sangue.

Esse exame não pode ser considerado como um teste de sangue comum, pois, para sua realização, é
preciso que o médico especifique o que deve ser analisado. No caso de exames de sangue habituais,
o médico pede, por exemplo, pelo nível de colesterol. Já o hemograma analisa as principais células
constituintes do sangue, detectando diversos distúrbios como anemia, doenças autoimunes, doenças
infecciosas e leucemia, entre diversas outras.

Os valores referência para o hemograma foram estabelecidos na década de 1960, baseados nos valo-
res presentes em 95% da população mundial sadia. Entretanto, cerca de 5% das pessoas sem proble-
mas de saúde podem ter níveis que destoam da referência. Assim, variações pequenas, para mais ou
para menos, não significam exatamente que o paciente tem alguma doença.

Quais São As Células Básicas Presentes No Sangue?

As células analisadas pelo hemograma são as três principais presentes no sangue, são elas:

Hemácias: glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte de oxigênio pelo organismo;

Leucócitos: glóbulos brancos, responsáveis pelo sistema de defesa do organismo, auxiliam no combate
a infecções;

Plaquetas: fragmentos de células que são produzidos na medula óssea, responsáveis pela coagulação
do sangue.

Instituto De Medicina Molecular

O Instituto de Medicina Molecular (sigla: IMM), é uma instituição de investigação da Universidade de


Lisboa, sedeado em Lisboa, Portugal, mais precisamente no campus da Faculdade de Medicina da
Universidade de Lisboa, no Edifício Egas Moniz.

O IMM é dedicado à investigação do genoma humano, com o objectivo de contribuir para uma melhor
compreensão dos mecanismos da doença, o desenvolvimento de novos testes preditivos, melhorar as
ferramentas de diagnóstico, e desenvolver novas abordagens terapêuticas.

Os Grupos Sanguíneos

O fornecimento seguro de sangue de um doador para um receptor requer o conhecimento dos grupos
sanguíneos.

Estudaremos dois sistemas de classificação de grupos sanguíneos na espécie humana: os siste-


mas ABO e Rh. Nos seres humanos existem os seguintes tipos básicos de sangue em relação aos
sistema ABO: grupo A, grupo B, grupo AB e grupo O.

Cada pessoa pertence a um desses grupos sanguíneos. Nas hemácias humanas podem existir dois
tipos de proteínas: o aglutinogênio A e o aglutinogênio B. De acordo com a presença ou não dessas
hemácias, o sangue é assim classificado:

Grupo A – possui somente o aglutinogênio A;

Grupo B – possui somente o aglutinogênio B;

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Grupo AB – possui somente o aglutinogênio A e B;

Grupo O – não possui aglutinogênios.

No plasma sanguíneo humano podem existir duas proteínas, chamadas aglutininas: aglutinina anti-
A e aglutinina anti-B.

Se uma pessoa possui aglutinogênio A, não pode ter aglutinina anti-A, da mesma maneira, se possui
aglutinogênio B, não pode ter aglutinina anti-B. Caso contrário, ocorrem reações que provocam a aglu-
tinação ou o agrupamento de hemácias, o que pode entupir vasos sanguíneos e comprometer a circu-
lação do sangue no organismo. Esse processo pode levar a pessoa à morte.

Na tabela abaixo você pode verificar o tipo de aglutinogênio e o tipo de aglutinina existentes em cada
grupo sanguíneo:

Grupo sanguíneo Aglutinogênio Aglutinina


A A anti-B
B B anti-A
AB AeB Não possui
O Não possui anti-A e anti-B

A existência de uma substância denominada fator Rh no sangue é outro critério de classificação san-
guínea. Diz-se, então, que quem possui essa substância no sangue é Rh positivo; quem não a possui
é Rh negativo. O fator Rh tem esse nome por ter sido identificado pela primeira vez no sangue de um
macaco Rhesus.

A transfusão de sangue consiste em transferir o sangue de uma pessoa doadora para outra receptora.
Geralmente é realizada quando alguém perde muito sangue num acidente, numa cirurgia ou devido a
certas doenças.

Nas transfusões de sangue deve-se saber se há ou não compatibilidade entre o sangue do doador e o
do receptor. Se não houver essa compatibilidade, ocorre aglutinação das hemácias que começam a se
dissolver (hemólise). Em relação ao sistema ABO, o sangue doado não deve conter aglutinogênios A;
se o sangue do receptor apresentar aglutininas anti-B, o sangue doado não pode conter aglutinogênios
B.

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BIOQUÍMICA CLÍNICA

Em geral os indivíduos Rh negativos (Rh ) não possui aglutininas anti-Rh. No entanto, se receberem
-

sangue Rh positivo (Rh ), passam a produzir aglutininas anti-Rh.


+

Como a produção dessas aglutininas ocorre de forma relativamente lenta, na primeira transfusão de
sangue de um doador Rh para um receptor Rh , geralmente não há grandes problemas. Mas, numa
+ -

segunda transfusão, deverá haver considerável aglutinação das hemácias doadas. As aglutininas anti-
Rh produzidas dessa vez, somadas as produzidas anteriormente, podem ser suficientes para produzir
grande aglutinação nas hemácias doadas, prejudicando os organismos.

Anemia

A anemia é uma doença caracterizada pela diminuição de hemoglobina na corrente sanguínea, o que
pode ter diversas causas, desde uma alteração genética até a má alimentação. Elas, geralmente, pro-
duzem sintomas semelhantes como tontura, palidez, dor de cabeça, fraqueza, peles e mucosas resse-
cadas.

Para identificar e confirmar o diagnóstico de anemia, o médico geralmente pede uma análise de sangue
para avaliar a quantidade de hemoglobina, sendo considerado anemia quando o valor é menor que 12
g/dL em mulheres ou 13 g/dL em homens. Depois, pode ser necessário fazer outros exames, como
eletroforese da hemoglobina, contagem de reticulócitos ou exame de fezes, para identificar o tipo cor-
reto da anemia, e iniciar o tratamento adequado.

Seja qual for a anemia que o indivíduo possui, ela precisa de tratamento. Isso porque quando não
tratadas, podem desenvolver complicações que resultam em danos cerebrais irreversíveis, como de-
mência, AVC e problemas cardiovasculares, por exemplo. A talassemia também um tipo de anemia,
mas é genética e não tem cura.

1. Anemia Ferropriva

É um dos tipos mais comuns de anemia, que é causado pela baixo consumo de alimentos com ferro,
como carne vermelha, ovo ou espinafre. No entanto, este tipo de anemia também pode surgir após
uma hemorragia ou menstruação severa, devido à perda de ferro pelo sangue.

Como tratar: geralmente é tratada com uma alimentação rica em alimentos com ferro e suplementação
de ferro. Apenas nos casos mais graves é necessário fazer transfusão de sangue.

2. Anemia Megaloblástica

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BIOQUÍMICA CLÍNICA

É um tipo de anemia caracterizado pelo tamanho anormal dos glóbulos vermelhos e diminuição dos
glóbulos brancos e plaquetas, provocado pela baixa ingestão de vitamina B12, mais comum em vege-
tarianos. Além dos sintomas clássicos, pode surgir dor na barriga, queda de cabelo, cansaço e feridas
na boca, por exemplo.

Como tratar: aumento da ingestão de alimentos com vitamina B12, como ostras, salmão e bife de fígado
ou uso de suplementos de vitamina B12, comprados na farmácia.

3. Anemia Perniciosa

Este é um tipo de anemia megaloblástica que acontece quando a pessoa ingere vitamina B12, mas o
corpo não consegue absorvê-la, podendo resultar em graves danos neurológicos, se não houver o tra-
tamento adequado.

Como tratar: devido à dificuldade em absorver a vitamina B12, o tratamento deve ser feito com injeções
da vitamina diretamente na veia ao longo do ano.

Hemoglobinopatia

Hemoglobinopatia é um termo que abrange uma ampla gama de patologias causadas por uma altera-
ção na hemoglobina, proteína presente nos eritrócitos.

A molécula de hemoglobina (Hb) é um tetrâmero composta por dois tipos de cadeias de globina, sendo
que cada uma dessas cadeias proteicas encontra-se ligada a um grupo heme, que possuem o
íon ferro no seu centro. A Hb é responsável pelo transportar o oxigênio dos pulmões para os tecidos, e
de gás carbônico dos tecidos aos pulmões.

Os defeitos que podem ocorrer durante a produção da Hb podem ser de dois tipos distintos. Podem
ocorrer anormalidades estruturais, resultantes de alterações sofridas pelos aminoácidos que compõem
a cadeia de globina, ou podem ser decorrentes de uma síntese desbalanceada, apresentando quanti-
dades alteradas das cadeias de globina.

Até o momento, já foram identificados mais de 300 defeitos estruturais da Hb, sendo a anemia falci-
forme a mais conhecida. Já no caso dos defeitos na taxa de produção das cadeias de Hb, as mais
conhecidas são as talassemias (alfa ou beta talassemias, variando de acordo com a cadeia que foi
acometida).

Quando a hemoglobina encontra-se instável, diversas podem ser as consequências:

Redução da afinidade pelo oxigênio: resultando em deficiência de oxigênio nos tecidos.

Aumento da afinidade pelo oxigênio: ocorre em raros casos.

Metahemoglobina: nesta situação, a Hb apresenta o íon férrico no estado oxidado ou invés do ferroso.

Hemoglobina instável: são formados no interior das hemácias os denominados corpúsculos de Heinz.

Cristalização;

Falcização.

As manifestações clínicas variam com o tipo de hemoglobinopatia. Grande parte das hemoglobinopa-
tias leva à anemia, que varia de branda a moderada, sendo que em alguns casos pode haver anemia
hemolítica. Em alguns casos, os pacientes também ficam mais susceptíveis a infecções, que podem
resultar em sepsis. Dor generalizada causada pela obstrução de pequenos vasos também podem estar
presente e levar ao comprometimento da função de diversos órgãos e tecidos.

Existem alguns testes laboratoriais capazes de identificar as hemoglobinopatias, como:

Eletroforese de hemoglobina;

Cromatografia líquida de alta resolução (HPCL);

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BIOQUÍMICA CLÍNICA

Teste do pezinho.

Apesar de não existir cura para as hemoglobinopatias, as medidas de tratamento envolvem o controle
da anemia, a prevenção das crises hemolíticas e das infecções. A adoção dessas medidas aumentam
significativamente a qualidade e o tempo de vida do paciente. O aconselhamento genético também é
importante para os pais no caso de futuras gestações.

O Que É Leucemia?

A leucemia é um câncer maligno que começa na medula óssea, onde as células sanguíneas são pro-
duzidas. Os leucócitos (glóbulos brancos) são as células acometidas, o que faz com que se reproduzam
descontroladamente, gerando sintomas e sinais da doença.

A leucemia se divide em duas categorias: mielóide e linfóide. A primeira citada é derivada da célula-
tronco mielóide e pode ser o granulócito, basófilo, monócito, eosinófilo ou eritrócito. Já no caso da
linfóide, o linfócito é a célula doente.

Existe, ainda, uma classificação de acordo com a velocidade de divisão dessas células. Quando a
divisão é rápida, é conhecida como leucemia aguda; já quando a divisão é lenta, é conhecida como
leucemia crônica. A leucemia crônica se desenvolve lentamente e as células envolvidas são parecidas
com a célula normal, permitindo que os pacientes, mesmo doentes, consigam manter algumas funções
normais no organismo. A leucemia aguda, por sua vez, possui a progressão rápida e afeta as células
jovens que ainda não foram completamente formadas (blastos), comprometendo suas funções e a ca-
pacidade de defesa do organismo.

Hemostasia

A perda de sangue, seja em qualquer circunstância, é encarada pelo organismo como uma ameaça,
sendo assim, ele usa de vários mecanismos para conter um sangramento, o que recebe o nome de he-
mostasia. As plaquetas são os elementos do sangue responsáveis pela hemostasia, pois atuam no
processo de coagulação sanguínea. O mecanismo de coagulação do sangue é bastante complexo e
sofre ação, não só das plaquetas, mas também de diversas substâncias existentes no plasma e nos
tecidos.

O Complexo Processo De Hemostasia É Dividido Em Três Estágios:

1. Hemostasia Primária: ocorre a vasoconstrição, o que torna menor o fluxo sanguíneo; as plaquetas
se agregam no local em que há o sangramento , formando um tampão inicial.

2. Hemostasia Secundária: maior fase do processo. Envolve uma série de reações enzimáticas, que
começa com a formação da tromboplastina pela ação dos fatores do plasma, das plaquetas ou do te-
cido. A tromboplastina, em presença do íon Ca e de outros fatores plasmáticos, converte a protrom-
++

bina do plasma na enzima trombina. A trombina transforma o fibrinogênio em fibrina, e esta, por ser
uma proteína insolúvel, precipita-se, formando uma rede de filamentos. O depósito da rede de fibrina
na extremidade lesada no vaso retém células sanguíneas, formando-se assim, um tampão denominado
trombo, capaz de obstruir o vaso lesado e estancar o sangramento. A protrombina é formada no fígado,
e para que sua síntese ocorra, é necessária a presença da vitamina K. Essa vitamina é sintetizada no
intestino dos mamíferos por bactérias.

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BIOQUÍMICA CLÍNICA

3. Hemostasia Terciária: ocorre a fibrinólise, ou seja, a dissolução de fibrina, reativando o fluxo sanguí-
neo. A fibrina é degradada pela plasmina, proveniente do plasminogênio.

Qualquer distúrbio que interfira na ação das plaquetas é denominado trombocitopatia. Dentre os mais
conhecidos desses distúrbios estão as trombocitopenias (diminuição do número de plaquetas) e trom-
bocitose (aumento do número de plaquetas), problemas que alteram significativamente o processo de
hemostasia.

A trombocitopenia é a patogenia mais frequente e é causada pela deficiência de produção de plaquetas,


destruição pelo próprio sistema imunológico, por agentes tóxicos externos ao organismo ou por con-
sumo demasiado. A falta de plaquetas no sangue compromete a coagulação, podendo dar origem a
sérias hemorragias.

Já a trombocitose se dá de forma inversa, isto é, há um aumento anormal da quantidade de plaquetas,


na maioria das vezes de ordem fisiológica. Nesses casos, muitos coágulos são formados e o fluxo
sanguíneo não ocorre normalmente. Os trombos formados por coagulação excessiva podem obstruir
artérias e causar, dentre outros problemas, o infarto do miocárdio.

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TOXICOLOGIA

Toxicologia

A Toxicologia é uma ciência que estuda a interação entre os agentes químicos, biológicos e físicos com
os organismos vivos e ecossistemas e a probabilidade de ocorrência de danos, a partir desta interação,
assim como a prevenção e tratamento dos efeitos e danos decorrentes da exposição a tais agentes.

Um organismo é considerado intoxicado quando entra em contato com uma substância química não
nutritiva que produza um desequilíbrio fisiológico nocivo, podendo produzir sinais clínicos e laboratoriais
ou não.

Esta substância química que não é produzida pelo organismo, é chamada de xenobiótico, e a sua ca-
pacidade de causar danos a um organismo vivo é chamada de toxicidade, que é definida, dentre outros
fatores, por estes a seguir:

Intensidade da Exposição

• Concentração do agente tóxico no ambiente ou local de trabalho. Depende ainda das condições am-
bientais e de trabalho, tais como temperatura, umidade e ventilação assim como do tempo e frequência
de exposição.

Tipo da exposição

• Aguda - O contato ocorre em um período de tempo não superior a 24 horas.

• Crônica - Exposições se repetem durante um longo período de tempo (meses, anos ou toda a vida).

Via de exposição (administração)

• As principais vias de introdução de agentes químicos no organismo humano são trato gastrointestinal,
pulmões e pele.

A maior contribuição da toxicologia para a redução da incidência do câncer se faz por intermédio da
identificação dos fatores de risco de natureza química.

O ambiente de trabalho desempenha um papel muito importante no aparecimento de efeitos negativos


sobre a saúde humana devido à exposição a substâncias químicas perigosas. Em função disto, surge
a toxicologia ocupacional com o objetivo de compreender e gerenciar a exposição a agentes químicos
no trabalho.

A resposta do organismo humano a substâncias químicas é dependente de fatores como: genética,


idade, gênero e estado nutricional. Além disso, determinados ambientes de trabalho têm o potencial de
superexpor os trabalhadores a vários agentes tóxicos ao mesmo tempo e é frequentemente difícil iden-
tificar a associação entre a doença do trabalhador e a sua ocupação, uma vez que existe uma grande
distância de tempo entre a exposição e o surgimento dos efeitos tóxicos relacionados à exposição.

Em geral, os efeitos decorrentes das exposições a doses moderadas de substâncias químicas com
elevada toxicidade surgem em um curto período de tempo, ao passo que exposições prolongadas a
baixas doses, até mesmo quando o agente tóxico apresenta elevada toxicidade, podem resultar em
efeitos crônicos, como o câncer, após um longo período de tempo.

Classificação dos Agentes ou das Substâncias

Existem diferentes formas de classificação para o mesmo agente:

Quanto à sua origem

• Originam-se de um organismo vivo (bactérias, fungos), vírus ou por processos de produção humana
(poluentes liberados pela queima de combustíveis).

Quanto ao risco

• Categorias de riscos de danos à saúde e ao ambiente, para exposições únicas, repetidas ou prolon-
gadas.

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TOXICOLOGIA

Quanto Aos Efeitos

• Os efeitos tóxicos podem ser específicos à um órgão ou sistema, ou inespecíficos.

Quanto a Utilização

• De interesse da Vigilância em saúde, é utilizada para notificação de intoxicações.

Áreas Da Toxicologia

O estudo da toxicologia está ramificado em distintas áreas, quando percebeu-se tratar de uma ciência
tão abrangente algumas áreas de pesquisa se tornaram exclusivas, são elas:

Toxicologia Ambiental e Ecotoxicologia – Estuda os efeitos adversos causados por tóxicos liberados
no ambiente.

Toxicologia Ocupacional – Estuda os efeitos dos tóxicos presentes nos ambientes de trabalho.

Toxicologia de Alimentos – Estudo dos efeitos adversos causados por substâncias presentes nos ali-
mentos.

Toxicologia de Medicamentos e Cosméticos – Estuda os efeitos nocivos que medicamentos e cosmé-


ticos podem trazer ao organismo.

Toxicologia Social – Estuda os efeitos de drogas e fármacos sem uma indicação médica.

Produção de Produtos Químicos

A OECD divulgou em 2011, uma pesquisa que apontou a produção de 1 tonelada de produtos químicos
em 1930, em 1999 eram 400 milhões de toneladas produzidas, e a previsão é que em 2020 sejam
produzidos por volta de 740 milhões de toneladas desses produtos químicos.

Números extremamente agressivos. Todas as alterações indevidas causadas pelos tóxicos aos orga-
nismos vivos são classificadas como intoxicação.

Toxicologia Clínica: desenvolve observações a pacientes que permaneceram expostos a algum agente
tóxico, com o intuito de prevenir, diagnosticar a intoxicação ou, se necessário, realizar medidas tera-
pêuticas específicas.

- Toxicologia Ocupacional: estuda as ações e efeitos prejudiciais de determinadas substâncias que são
empregadas no ambiente de trabalho sobre o organismo do indivíduo exposto. Busca especialmente
entender os conhecimentos que possam garantir segurança sobre a exposição ocupacional.

- Toxicologia de Alimentos: está pautada ao estudo da toxicidade das substâncias difundidas pelos
alimentos, sendo assim esta área consegue constituir índices de segurança para que os alimentos,
naturais ou industriais, possam ser consumidos sem causar danos à saúde, desde o seu armazena-
mento até o consumo.

- Toxicologia Ambiental: estuda os efeitos nocivos causados em organismos vivos pelos conteúdos
químicos presentes na terra. Busca compreender as alterações no equilíbrio biológico resultantes da
poluição química que afeta o meio ambiente. É um estudo fundamental para a realização de ações de
conservação e gestão ambiental

- Toxicologia Experimental: realiza estudos para poder buscar os mecanismos das ações dos toxican-
tes sobre os sistemas biológicos com o intuito de avaliar os efeitos decorrentes dessa ação. Esta
avaliação de toxicidade é conseguida através de análises realizadas em diferentes espécies de ani-
mais, seguindo critérios e normas rigorosas pelos órgãos reguladores nacionais e internacionais.

Toxicologia Forense

Envolve a aplicação da toxicologia com finalidade legal. Tem como objetivo principal a busca de uma
evidência que irá permitir a identificação da presença de uma substância química (agente tóxico) na
investigação criminal, seja para causa de morte, dano à saúde ou ao patrimônio.

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TOXICOLOGIA

Epidemiologia

A Epidemiologia surgiu a partir da consolidação de um tripé de elementos conceituais, metodológicos


e ideológicos: a Clínica, a Estatística e a Medicina Social.

O objetivo final da Epidemiologia é produzir conhecimento e tecnologia capazes de promover a saúde


individual através de medidas de alcance coletivo.

Numerosas doenças cujas origens até recentemente não encontravam explicações vêm sendo estuda-
das em suas associações causais pela metodologia epidemiológica. A título de exemplo pode-se citar
a associação entre o hábito de fumar e o câncer de pulmão, leucemias e exposição aos raios-X ou ao
benzeno, mortalidade infantil e classes sociais, AIDS e hábitos sexuais, entre outras.

Portanto, a Epidemiologia mantém seu caráter essencialmente coletivo e social assim como vem am-
pliando o seu importante papel na consolidação de um saber científico sobre a saúde humana. Forne-
cendo subsídios para o planejamento e a organização das ações de saúde e para a avaliação de pro-
gramas, atividades e procedimentos preventivos e terapêuticos.

Rouquayrol (2003) define epidemiologia como a ciência que estuda o processo saúde-doença na soci-
edade, analisando a distribuição populacional e os fatores determinantes das doenças, danos à saúde
e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erra-
dicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração,
e avaliação das ações de saúde.

Convém ressaltar que, devido ao seu caráter eminentemente observacional, a moderna Epidemiologia
estrutura-se em torno de um conceito fundamental denominado risco.

Portanto, risco pode ser definido como a probabilidade dos membros de uma determinada população
desenvolver uma dada doença ou evento relacionado à saúde em um período de tempo.

Em outras palavras, o risco é o correspondente epidemiológico do conceito matemático de probabili-


dade e se operacionaliza quantitativamente sob forma de uma proporção, levando em conta três di-
mensões: ocorrência de doença, denominador de base populacional e tempo.

Operacionalmente, as medidas típicas do risco são chamadas de incidência e prevalência.

A incidência é a proporção de casos novos de uma dada patologia em uma população delimitada,
durante um período determinado de tempo. Já, a prevalência é a proporção de casos (novos e antigos)
de certa doença em uma população delimitada, em um tempo determinado.

Cumpre destacar que a prevalência é uma medida de risco de grande utilidade para os estudos epide-
miológicos relacionados com a inspeção do trabalho na área de segurança e saúde no trabalho.

Por outro lado, para o estudo de determinantes de doença e subsequente proposição de ações pre-
ventivas, outro conceito torna-se mais útil: o fator de risco.

Um fator de risco pode ser definido como o atributo de um grupo que apresenta maior incidência de
uma dada patologia, em comparação com outros grupos populacionais, definidos pela ausência ou
menor dosagem de tal característica.

A partir do conhecimento e do domínio desses conceitos básicos, a investigação epidemiológica deve


seguir um roteiro básico: a construção da questão e formulação das hipóteses de pesquisa, a definição
da estratégia de investigação, a seleção de técnicas de produção de dados, o trabalho de campo e a
sistematização e análise dos dados coletados.

A formulação da hipótese resulta inicialmente da construção de um quadro teórico baseado em um


estudo cuidadoso da literatura científica específica sobre um dado assunto.

Sua formulação propriamente dita deverá ser feita em termos probabilísticos, de modo à antecipada-
mente indicar com precisão e objetividade a natureza das medidas e a direção das associações em
estudo.

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TOXICOLOGIA

Em relação à definição da estratégia de investigação, o instrumental da Epidemiologia engloba quatro


estratégias básicas de pesquisa: estudos ecológicos, estudos do caso-controle, estudos de coorte, e
estudos seccionais (ou de prevalência).

Os estudos ecológicos abordam áreas geográficas, analisando comparativamente indicadores globais,


quase sempre por meio de correlação entre variáveis ambientais ou sócio-econômicas e indicadores
de saúde. Um exemplo de estudo ecológico é a investigação da ocorrência de correlação entre con-
centração populacional e níveis de sintomatologia.

Os estudos de caso-controle iniciam-se pelos doentes identificados (casos), estabelecem controles


(sujeitos comparáveis aos casos, porém não-doentes) para eles, e retrospectivamente procura conhe-
cer os níveis de exposição ao suposto fator de risco. Esse tipo de estudo é de grande utilidade para se
abordar associações etiológicas com doenças de baixa incidência. Um exemplo típico de estudo de
caso - controle é aquele que demonstrou a associação entre rubéola durante a gestação e malforma-
ções congênitas a partir de casos de crianças portadoras de catarata congênita.

Os estudos de corte consistem no inverso dos estudos de caso-controle, pois partem da observação
de grupos comprovadamente expostos a um fator de risco suposto como causa de doença e prospec-
tivamente observa o aparecimento de doentes. Esse tipo de estudo é o único capaz de abordar hipó-
teses etiológicas produzindo medidas de incidência. Exemplos clássicos de estudo de coorte são o da
associação entre o hábito de fumar e o câncer de pulmão e, entre o nível de colesterol no sangue e
doenças cardiovasculares. Miranda (1998)

Finalmente, os estudos seccionais (ou de prevalência) observam o fator de risco e o efeito num mesmo
momento histórico e em populações de referência precisamente delimitadas. Esse tipo de estudo tem
sido o mais empregado na Epidemiologia moderna e é o desenho de investigação mais útil para a
inspeção do trabalho na área de segurança e saúde. Um exemplo típico de estudo seccional é o estudo
da prevalência de certa doença profissional entre trabalhadores de certa empresa ou de certo ramo de
atividade econômica.

Após definir a estratégia de investigação mais adequada em relação aos objetivos da pesquisa, devem-
se selecionar as técnicas de produção de dados. As fontes desses dados podem ser secundárias (por
exemplo, o arquivo do serviço médico da empresa) ou podem-se obter dados primários através da
utilização de entrevistas ou aplicação de questionários.

A fase seguinte da investigação consiste no trabalho de campo, que na verdade constitui-se no próprio
processo de produção de dados referentes às variáveis estudadas, através do emprego criterioso das
técnicas de coleta dentro da estratégia de investigação selecionada. Na última fase, realiza-se a siste-
matização e a análise dos dados coletados de modo a abordar efetivamente o problema da investiga-
ção, finalmente transformando dados em informação útil, através do teste das hipóteses da investiga-
ção.

Monitoração Biológica

De acordo com o art. 271 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 45/10, o Perfil Profissiográfico Previ-
denciário (PPP) constitui-se em um documento histórico-laboral do trabalhador que reúne, entre outras
informações, dados administrativos, registros ambientais e resultados de monitoração biológica, du-
rante todo o período em que este exerceu suas atividades.

O PPP substitui o formulário para comprovação da efetiva exposição dos segurados aos agentes noci-
vos para fins de requerimento da aposentadoria especial, a partir de 01/01/2004.

Salientamos que as informações constantes no PPP são de caráter privativo do trabalhador, consti-
tuindo crime nos termos da Lei nº 9.029/95, práticas discriminatórias decorrentes de sua exigibilidade
por outrem, bem como de sua divulgação para terceiros, ressalvado quando exigida pelos órgãos pú-
blicos competentes e, sendo falsas constitui crime de falsidade ideológica, nos termos do art. 297 do
Código Penal.

"..............................................
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

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TOXICOLOGIA

§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a


pena de sexta parte.

§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal,


o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis
e o testamento particular.

§ 3° - Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:

I - na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante
a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;

II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir


efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;

III - em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da em-
presa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.

4° - Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3º, nome do segurado
e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.
......................................................................."

2. Finalidade

O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) tem como finalidade:

a) comprovar as condições para habilitação de benefícios e serviços previdenciários, em especial, o


benefício de auxílio-doença;

b) prover o trabalhador de meios de prova produzidos pelo empregador perante a Previdência Social,
a outros órgãos públicos e aos sindicatos, de forma a garantir todo direito decorrente da relação de
trabalho, seja ele individual ou difuso e coletivo;

c) prover a empresa de meios de prova produzidos em tempo real, de modo a organizar e a individua-
lizar as informações contidas em seus diversos setores ao longo dos anos, possibilitando que a em-
presa evite ações judiciais indevidas relativas a seus trabalhadores; e

d) possibilitar aos administradores públicos e privados acessos a bases de informações fidedignas,


como fonte primária de informação estatística, para desenvolvimento de vigilância sanitária e epidemi-
ológica, bem como definição de políticas em saúde coletiva.

Lembramos que a empresa ou equiparada à empresa deve elaborar, manter atualizado o PPP para os
segurados, bem como fornecer a estes, quando da rescisão do contrato de trabalho ou da desfiliação
da cooperativa, sindicato ou órgão gestor de mão de obra, conforme o caso, cópia autêntica desse
documento.

3. Empresas Obrigadas a Fornecer o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP)

O § 4º do art. 58 da Lei nº 8.213/91 estabelece que a empresa deverá elaborar e manter atualizado o
PPP de seus trabalhadores, abrangendo as atividades desenvolvidas pelos mesmos e fornecendo,
quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica desse documento.

Desse modo, a partir de 01/01/2004, conforme estabelecido pela Instrução Normativa INSS/DC nº
99/03, a empresa ou equiparada à empresa deverá preencher o formulário PPP, conforme Anexo XV
da Instrução Normativa INSS/PRES nº 45/10, de forma individualizada para seus empregados, traba-
lhadores avulsos e cooperados, que laborem expostos a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos
ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para fins de con-
cessão de aposentadoria especial, ainda que, não presentes os requisitos para a concessão desse
benefício, seja pela eficácia dos equipamentos de proteção, coletivos ou individuais, seja por não se
caracterizar a permanência.

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TOXICOLOGIA

O PPP deve ser preenchido para a comprovação da efetiva exposição dos empregados a agentes
nocivos, para o conhecimento de todos os ambientes e para o controle da saúde ocupa-cional de todos
os trabalhadores.

O PPP deverá ser emitido pela empresa empregadora, no caso de empregado; pela cooperativa de
trabalho ou de produção, no caso de cooperado filiado; pelo órgão gestor de mão de obra, no caso de
trabalhador avulso portuário e pelo sindicato da categoria, no caso de trabalhador avulso não portuário.

O sindicato de categoria ou órgão gestor de mão de obra estão autorizados a emitir o PPP, bem como
o formulário que ele substitui, somente para trabalhadores avulsos a eles vinculados.

A empresa ou equiparada à empresa deve elaborar e manter atualizado o PPP para os segurados,
bem como fornecer a estes, quando da rescisão do contrato de trabalho ou da desfiliação da coopera-
tiva, sindicato ou órgão gestor de mão de obra, conforme o caso, cópia autêntica desse documento.

3.1. Implantação em meio magnético

Nos termos do § 10 do art. 272 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 45/10, após a implantação do
PPP em meio magnético pela Previdência Social, este documento será exigido para todos os segura-
dos, independentemente do ramo de ativi-dade da empresa e da exposição a agentes nocivos, e deverá
abranger também informações relativas aos fatores de riscos ergonômicos e mecânicos.

4. Situações que Requerem a Impressão do PPP

O PPP será impresso nas seguintes situações:

a) por ocasião da rescisão do contrato de trabalho ou da desfiliação da cooperativa, sindicato ou órgão


gestor de mão de obra, em duas vias, com fornecimento de uma das vias para o trabalhador, mediante
recibo;

b) sempre que solicitado pelo trabalhador, para fins de requerimento de reconhecimento de períodos
laborados em condições especiais;

c) para fins de análise de benefícios por incapacidade, a partir de 01/01/2004, quando solicitado pelo
INSS;

d) para simples conferência por parte do trabalhador, pelo menos uma vez ao ano, quando da avaliação
global anual do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), até que seja implantado o PPP
em meio magnético pela Previdência Social; e

e) quando solicitado pelas autoridades competentes.

5. Emissão - Documentos

Determina o § 1º do art. 254 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 45/10, que o PPP deverá ser
emitido com base nas seguintes demonstrações ambientais:

a) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA);

b) Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR);

c) Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT);

d) Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO);

e) Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT).

6. Entrega do PPP - Comprovação

A comprovação da entrega do PPP, na rescisão de contrato de trabalho ou da desfiliação da coopera-


tiva, sindicato ou órgão gestor de mão de obra, poderá ser feita no próprio instrumento de rescisão ou
de desfiliação, bem como em recibo a parte.

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TOXICOLOGIA

O PPP e a comprovação de entrega ao trabalhador, na rescisão de contrato de trabalho ou da desfilia-


ção da cooperativa, sindicato ou órgão gestor de mão de obra, deverão ser mantidos na empresa por
20 anos.

7. Atualização do PPP

O PPP deverá ser atualizado sempre que houver alteração que implique mudança das informações
contidas nas suas seções, com a atualização feita pelo menos uma vez ao ano, quando permanecerem
inalteradas suas informações.

Os programas PPRA, PGR e PCMAT deverão igualmente ser atualizados pelo menos uma vez ao ano,
quando da avaliação global ou sempre que ocorrer qualquer alteração no ambiente de trabalho ou em
sua organização, por força dos itens 9.2.1.1 da NR-09, 18.3.1.1 da NR-18 e da alínea "g" do item
22.3.7.1 e do item 22.3.7.1.3 da NR-22, todos do MTE.

8. Períodos Especiais - Aposentadoria

O formulário do PPP deve ser preenchido pelas empresas que exercem atividades que exponham seus
empregados aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à
saúde ou à integridade física (origem da concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos
de contribuição). Além disso, todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como
empregados do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e do Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), também devem preencher o PPP.

O PPP deve ser preenchido para a comprovação da efetiva exposição dos empregados aos agentes
nocivos, para o conhecimento de todos os ambientes e para o controle da saúde ocupa-cional de todos
os trabalhadores.

Assim, consideram-se formulários legalmente previstos para reconhecimento de períodos alegados


como especiais para fins de aposentadoria, os antigos formulários em suas diversas denominações,
segundo seus períodos de vigência, observando-se, para tanto, a data de emissão do documento,
sendo que, a partir de 01/01/2004, o formulário a que se refere o § 1º do art. 58 da Lei nº 8.213/91
passou a ser o PPP.

Para as atividades exercidas até 31/12/2003, serão aceitos os antigos formulários, desde que emitidos
até essa data, observando as normas de regência vigentes nas respectivas datas de emissão.

9. Responsável pela Assinatura do PPP

O PPP deverá ser assinado por representante legal da empresa, com poderes específicos outorgados
por procuração, contendo a indicação dos responsáveis técnicos legalmente habilitados, por período,
pelos registros ambientais e resultados de monitoração biológica, observando que esta não necessita,
obrigatoriamente, ser juntada ao processo, podendo ser suprida por apresentação de declaração da
empresa informando que o responsável pela assinatura do PPP está autorizado a assinar o respectivo
documento.

9.1. Enfermeiro do trabalho

Por meio da Resolução COFEN nº 289/04 o enfermeiro do trabalho, inscrito e reconhecido como espe-
cialista no respectivo Conselho Regional de Enfermagem e que seja vinculado a Asso-ciação Nacional
de Enfermagem do Trabalho (ANENT), fica autori-zado a preencher, emitir e assinar o laudo de moni-
torização biológica. Assim, para dar cumprimento a citada Resolução o enfermeiro do trabalho poderá
preencher os campos dos quadros: 17 (exames médicos clínicos e complementares - quadros I e II da
NR-07) e 18 (responsável pela monitoração biológica), constante no Anexo XV da Instrução Normativa
INSS/PRES nº 45/10, que dispõe sobre o PPP.

10. Penalidades Aplicadas

As informações constantes no PPP são de caráter privativo do trabalhador, constituindo crime nos ter-
mos da Lei nº 9.029/95, práticas discriminatórias decorrentes de sua exigibilidade por outrem, bem
como de sua divulgação para terceiros, ressalvado quando exigida pelos órgãos públicos competentes.

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TOXICOLOGIA

A prestação de informações falsas no PPP constitui crime de falsidade ideológica, nos termos do art.
297 do Código Penal.

O PPP substitui o formulário para comprovação da efetiva exposição dos segurados aos agentes noci-
vos para fins de requerimento da aposentadoria especial, a partir de 01/01/2004.

11. Modelo e Instruções de Preenchimento

11.1. Modelo

Transcrevemos a seguir o modelo do Formulário Perfil Profis-siográfico Previdenciário (PPP) que


consta no Anexo VI da Instrução Normativa INSS/PRES nº 45/10.

11.2. Instruções de preenchimento

Transcrevemos a seguir as instruções de preenchimento do Formulário Perfil Profissiográfico Previden-


ciário (PPP) que consta no Anexo VI da Instrução Normativa INSS/PRES nº 45/10.

Toxicocinética

A fase da toxicocinética é caracterizada como sendo a ação que o organismo realiza sobre a substância
toxicante. Atua em 04 níveis distintos e consecutivos: absorção, distribuição, metabolismo e excreção.

A absorção é a primeira fase da toxicocinética caracteriza pela entrada do toxicante no organismo por
meio de transporte em membranas. Um toxicante pode ter sua ação tóxica potencializada ou diminuída
pela via de absorção, levando-se em consideração suas características físico-químicas e as condições
do meio, como hidrossolubilidade ou lipossolubilidade, grau de ionização, área de absorção, pH do
meio, etc.

As principais vias de absorção de toxicantes são pela via respiratória (gases, substancias altamente
voláteis, etc.) e pela mucosa gastrintestinal (geralmente intoxicação intencional com medicamentos,
venenos, etc., mas também acidentais, especialmente no caso de crianças). A absorção de toxicantes
pela pele é menos comum, mas ela ocorre com substancias que possuem alta lipossolubilidade como
pesticidas do grupo dos organofosforados e organoclorados, substâncias que em animais superiores
são responsáveis por crises colinérgicas, aumento do risco do desenvolvimento de neoplasias e leuce-
mias, etc.

A absorção por outras vias é menos comum e conhecida, mas sua existência é possível desde que
observadas as características da região que o toxicante se encontra e também as características do
mesmo.

A absorção é facilitada por mecanismos de transporte através da membrana como transporte passivo
(quando o gradiente de concentração favorece a entrada da substância, que nesse caso deve possuir
estrutura molecular pequena), transporte ativo (onde há gasto de energia, pois a entrada da substância
vai contra o gradiente de concentração, sendo esta uma via de transporte saturante, envolvendo car-
readores de origem protéica), pinocitose (englobamento de substâncias através da membrana celular)
e difusão facilitada (transporte passivo mais elaborado, com ou sem a presença de proteínas).

Após a absorção o toxicante é distribuído pelo corpo, onde essa substância busca transpor barreiras
biológicas (hematoencefálica, placentária, etc.) e se ligar em proteínas plasmáticas (principalmente a
albumina), pois estes são os principais carreadores de substancias químicas.

Enquanto a substância estiver ligada a uma proteína plasmática, ela não desenvolve ação alguma no
organismo, porém ela também não é metabolizada e nem excretada. A ligação não é irreversível, ge-
ralmente do tipo liga-desliga, pois favorece a ligação com o sítio de ação do toxicante.

Quanto maior a taxa de ligação de uma substância às proteínas plasmáticas, maior a meia-vida dessa
substância e mais tempo ela permanece circulante.

A compleição física do indivíduo, com especial atenção ao seu estado nutricional e a saúde hepática
tem importância significativa nessa fase da toxicocinética. Indivíduos subnutridos ou com distúrbios

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TOXICOLOGIA

hepáticos, com poucas proteínas e metabolismo desta é baixo, tem uma fração livre de toxicantes maior
do que um mesmo indivíduo saudável, quando expostos ao mesmo tipo de intoxicação.

Quanto maior a fração livre da substância, maior serão os efeitos tóxicos no organismo. O fígado é
importante, pois ele é o principal órgão produtor de proteínas, hormônios, etc. e toda a albumina circu-
lante é produzida no fígado.

A biotransformação ou metabolismo da substância é a terceira etapa da toxicocinética, ocorrendo nela


ação sinérgica de fígado e rim sobre a substância, e com isso, está intimamente relacionada com a
excreção.

O fígado por meio de enzimas metabolizadores de fase 1 e fase 2 transforma a substância xenobiótica
com pouca solubilidade em meio aquoso, para um produto mais hidrossolúvel facilitando o processo
de excreção dos rins.

A classe de enzimas do citocromo P450 (CYP450) metaboliza todas as classes de fármacos e outros
xenobióticos (como biomoléculas, toxicantes, etc.) e atua em várias famílias químicas e bioquímicas
simultaneamente, surgindo daí o conceito de indução ou inibição enzimática dessas enzimas metabo-
lizadoras, aumentando ou diminuindo a ação farmacológica e, muitas vezes, favorecendo os efeitos
tóxicos presentes nos medicamentos, o que é bastante preocupante na prática terapêutica.

As reações de fase 1 do metabolismo envolvem reações simples de oxidação e redução das substân-
cias, entre outras reações, tornando-as mais polares e com maior solubilidade em meio aquoso, po-
dendo logo após essa fase ser excretado. É nessa fase que as enzimas do CYP450 atuam principal-
mente.

As reações de fase 2 são também denominadas de reações de conjugação, pois grupamentos são
adicionados nas moléculas, complexando-se em substâncias hidrossolúveis com o auxílio de enzimas
(transaminases e glicuronidases).

As reações de biotransformação também podem potencializar (bioativar) o efeito tóxico ou farmacoló-


gico de uma substância.

O paracetamol é um fármaco que quando administrado inicialmente é inofensivo ao organismo, mas


após a passagem do fígado, ele sofre reações que gera uma estrutura tóxica que geram radicais livres
e é prejudicial para os hepatócitos.

O mesmo ocorre com hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAH’s) que após biotransformação no
fígado tem sua ação toxicante cancerígena bioativada, além de ser um importante indutor enzimático.

Alguns medicamentos denominados “pró-fármacos” são absorvidos no organismo com uma estrutura
com finalidade ou potencialidade terapêutica, mas após a passagem pelo fígado e as reações de bio-
transformação, um metabólito com atividade farmacológica ativa é liberada para o restante do orga-
nismo, para daí realizar a ação pretendida. O agente inibidor de enzima conversora de angiotensina
(IECA), enalapril é um pró-fármaco.

É preciso ainda levar em consideração na biotransformação de xenobióticos fatores extra-hepáticos,


como a capacidade respiratória, a funcionalidade renal, a ação de pele e mucosas sobre a metaboliza-
ção dos mesmos, a real interferência de outras substâncias, a discreta ação metabolizadora que a
microbiota intestinal tem na biotransformação, etc. Além de fatores como espécie, raça, idade, etnia,
sexo, fatores genéticos, estados nutricionais, estados patológicos, etc.

Os rins são os principais órgãos de excreção de xenobióticos após a biotransformação, por meio da
produção de urina. Mas os pulmões também têm papel na excreção, especialmente dos metabólitos
voláteis e gases. Outras vias que também atuam na excreção são cabelos, lágrima, suor, leite materno,
etc.

Toxicodinâmica

A toxicodinâmica é o estudo da natureza da ação tóxica exercida por substâncias químicas sobre o
sistema biológico, sob os pontos de vista bioquímico e molecular. Dois importantes conceitos de toxi-
codinâmica são toxicidade aguda e toxicidade crônica.

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TOXICOLOGIA

Na toxicidade aguda o indivíduo se expõe a altas doses e os efeitos se desenvolvem em pouco tempo,
dentro de 24 horas geralmente, como no caso da intoxicação por cianureto. Na toxicidade crônica o
indivíduo se expõe constantemente a doses pequenas do toxicante e desenvolve o efeito tóxico muito
tempo depois, às vezes após alguns anos e décadas, como no caso da exposição a metais pesados.

Em fármacos o estudo da toxicodinâmica é importante para definir qual é a dose letal (DL) e qual é a
dose efetiva (DE), para daí definir-se o índice terapêutico (IT) e a margem de segurança (MS) na utili-
zação do mesmo.

Define-se como dose letal (DL) de uma substância a dose mínima necessária para a observação do
poder mortífero da mesma. A DL mais comumente mensurada é a DL50, onde se avalia a concentração
de uma substância química capaz de matar 50% da população de animais testados. Essa dose mede-
se em miligramas da substância por quilograma de massa corporal do animal testado. Existe também
DL10.

Essa Dose Letal Também Depende Do Modo De Exposição Do Animal Ao Toxicante.

A dose efetiva (DE) é mensurada quase da mesma forma, porém com o objetivo final de mensurar a
quantidade mínima de fármaco para obter-se a resposta terapêutica do fármaco em 50% (DE50) da
população ou em 10% da população (DE10).

O índice terapêutico ou intervalo terapêutico (IT) é a razão entre DL50/DE50 e DL10/DE10 quanto mais
próxima a DL é da DE em fármacos menores o intervalo terapêutico, pois maior é o risco de intoxicação
comprometendo assim a segurança do indivíduo, situação real e preocupante no uso de agentes digi-
tálicos e quimioterápicos.

A margem de segurança (MS) de um fármaco pode ser definida como a quantidade de substância que
pode ser administrada sem provocar efeitos tóxicos, numa equação calculada da seguinte forma:

MS = (DL10 - DE90)/DE90 x 100

O efeito tóxico geralmente é causado por alterações biológicas como: interação com receptores (orga-
nofosforados), complexação de biomoléculas (radicais livres), inibição da fosforilação oxidativa com
parada da respiração celular e produção de ATP (rotenona), alteração da homeostase de íons Na+,
K+, Ca++, etc. (toxina botulínica).

Toxicologia Básico

Alguns termos de uso freqüente em toxicologia são importantes e devem ser conhecidos, entre eles:
substância perigosa, risco, toxicidade, doses, exposição, absorção, biodisponibilidade, distribuição,
acumulação, biotransformação eliminação e efeito tóxico

Substância Perigosa

Uma substância perigosa ou um agente perigoso tem a capacidade de causar dano em um organismo
exposto. Um exemplo esclarecerá este conceito: a estricnina é uma substância química muito tóxica.

Quando está dentro de um frasco perfeitamente fechado pode ser manipulada sem que nenhum efeito
tóxico seja produzido. A toxicidade não mudou mas quando não está em contato com um organismo
vivo não é possível evidenciar a sua capacidade de produzir o efeito tóxico (Ottoboni, 1991).

Risco

O risco é a probabilidade de aparecer um efeito nocivo devido à exposição a uma substância química
perigosa.

A toxicidade de uma substância química refere-se à sua capacidade de causar dano em um órgão
determinado, alterar os processos bioquímicos ou alterar um sistema enzimático.

Roupas de proteção e equipamentos de respiração evitam exposição

Todas as substâncias, naturais ou sintéticas são potencialmente tóxicas; em outras palavras, podem
produzir efeitos adversos para a saúde em alguma condição de exposição.

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TOXICOLOGIA

É incorreto denominar algumas substâncias químicas como tóxicas e outras como não tóxicas. As
substâncias diferem muito na toxicidade. As condições de exposição e a dose são fatores que determi-
nam os efeitos tóxicos (Ottoboni, 1991).

Dose

Paracelso, no século XVI afirmou: “Todas as substâncias são tóxicas. Não há nenhuma que não seja
tóxica. A dose estabelece a diferença entre um tóxico e um medicamento”. Esta afirmação ainda é
muito importante para a toxicologia e envolve a idéia de dose.

Uma informação muito utilizada é aquela denominada Dose Letal 50 – DL50 que é a quantidade de
uma substância química que quando é administrada em uma única dose por via oral, expressa em
massa da substância por massa de animal, produz a morte de 50% dos animais expostos dentro de
um período de observação de 14 dias (Swanson, 1997). Na tabela abaixo temos a classificação das
substâncias baseadas no valor da DL50.

Agentes Químicos no Organismo

São diversos os perigos a que determinado indivíduo está exposto ao manipular produtos químicos.
Podem ocorrer danos à saúde que vão desde irritação dos olhos e da pele até a ocorrência de incêndio
ou explosão.

A higiene ocupacional é extremamente importante para prevenção dos riscos químicos. Veja um dado
relevante: No Reino Unido, o número de mortes em decorrência de câncer e doenças respiratórias
motivadas pelo local de trabalho é de aproximadamente 12.000 casos anuais!

É um número relevante visto que o número de casos de mortes por acidente de trânsito, por exemplo,
chega a 2.500 mortes por ano.

Vamos entender uma pouco melhor sobre como os agentes químicos podem prejudicar trabalhadores
expostos a eles.

Pele

A pele é o maior órgão do corpo humano e tem a função de proteger o organismo contra o ataque de
patógenos.

A pele pode ser afetada por diversos agentes químicos, biológicos e físicos. Os tipos de efeitos causa-
dos são:

Dermatite

Um produto irritante aplicado diretamente sob a pele em concentração e tempo suficiente pode danificar
as células provocando um processo inflamatório que gera vermelhidão e coceira. Enquanto um produto
sensibilizante pode provocar dermatite nas pessoas mais sensíveis.

Os irritantes mais comuns são detergentes, sabões, solventes orgânicos, ácidos e álcalis. Os sensibi-
lizantes mais comuns são plantas, antibióticos, corantes, metais, cromados, borrachas e resinas.

Câncer

Óleos minerais, creosoto e radiação ultravioleta e ionizante podem causar câncer de pele. O tempo
entre a exposição e o desencadeamento do câncer varia de pessoa para pessoa, por isso é importante
a não exposição a este tipo de agente.

Dano Físico

A fricção e o clima podem danificar a pele. As lesões por fricção são mais comuns em trabalhos manu-
ais pesados, como na mineração e na construção, e na utilização de equipamentos cortantes que em
muitos casos pode levar a abrasões e lacerações.

Biológico

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TOXICOLOGIA

A pele está sujeita a diversos agentes biológicos, como infecções virais de animais, infecções por fun-
gos e leveduras. Em alguns ambientes laborais como em laboratórios, por exemplo, os trabalhadores
estão expostos a estes agentes.

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MICROBIOLOGIA

Microbiologia

Microbiologia é o ramo da ciência que estuda os microrganismos, ou seja, os seres vivos minúsculos
que só podem ser vistos pelos humanos por meio do microscópio. O termo microbiologia vem do
grego mikros, que significa pequeno e bio e logos, “estudo da vida”. Dessa forma, essa área da Biologia
pesquisa todos os aspectos dos microrganismos, como o modo de vida, fisiologia, metabolismo, além
das relações com o meio ambiente e demais espécies.

A microbiologia já era motivo de curiosidade entre os homens desde a era primitiva, ainda que eles não
soubessem do que se tratava. Desde aquela época, eles buscavam o entendimento sobre as doenças
que surgiam e sua forma de transmissão.

Com o passar do tempo, eles descobriram que alguns alimentos se modificavam quando guardados
em solo úmido ou frio, porém sem entender como se dava aquele processo. Sabe-se, por exemplo, que
a produção de vinho e laticínios data da antiguidade, quando os primitivos se utilizavam dos seres vivos
microscópios, mesmo sem ter consciência daquele fato.

Anos depois, especificamente em 1546, o monge e médico italiano Girolamo Fracastoro (1483-1553)
divulgou o livro “De contagione et contagionis” com seus estudos sobre doenças contagiosas. De
acordo com ele, a existência de germes vivos seria responsável pelas doenças contagiosas.

Suas teorias não tiveram muita importância naquele momento, pois as doenças eram consideradas
“castigos divinos” e, por isso, a origem das doenças contagiosas ficou apenas no campo das especu-
lações.

Com o surgimento do microscópio, o inglês Robert Hooke, em 1665, descreveu as estruturas celulares
de plantas e fungos por meio desse aparelho, na época ainda bastante rudimentar. Porém, considera-
se que a microbiologia deu seus primeiros passos, de fato, entre 1673 e 1723, com o comerciante de
tecidos holandês Anton van Leeuwenhoek (1632-1723), que também por meio do microscópio, obser-
vou protozoários, algas, bactérias e leveduras.

O químico francês Louis Pasteus (1822-1895) foi o primeiro a estudar todas essas formas de vida de
maneira mais sistemática, criando os primeiros métodos preventivos de doenças, como a vacinação, a
soroterapia, entre outros. Considerado o pai da microbiologia, ele ajudou a esclarecer muitas questões
relacionadas ao surgimento e cura das doenças. A partir daí, a ciência continuou evoluindo, os micros-
cópios se desenvolveram, surgiram, por exemplo, as técnicas de esterilização, de citologia e o cultivo
de microrganismos.

Grupos de Microrganismos

São considerados grupos de microrganismos os vírus, protozoários, bactérias e fungos.

Os vírus são seres que só podem ser visualizados pelos olhos humanos através do microscópio. Con-
siderados parasitas obrigatórios, eles se instalam no interior das células a fim de se reproduzirem. São
responsáveis por causar diversas doenças graves no homem, como HIV, febre amarela, caxumba,
varíola, entre outras.

Podem ser classificados em adenovírus (compostos de DNA), arbovírus (transmitidos aos seres huma-
nos por meio de insetos) e retrovírus (composto de RNA).

Os vírus são responsáveis por diversas doenças nos seres humanos, como HIV, febre amarela, gripe,
entre outras.

Os protozoários fazem parte do Reino Protista, são eucariontes (possuem apenas um núcleo celular e
vários organelos), unicelulares (possuem apenas uma célula) e heterotróficos (se alimentam de outros
seres, pois não produzem o próprio alimento).

Também causam algumas doenças como a amebíase, doença de chagas e malária e são classificados
de acordo com a sua forma de locomoção: ciliados (se movimentam na água doce ou salgada por meio
de diversos cílios), flagelados (se locomovem através de um longo flagelo), rizópodos (possuem falsos
pés chamados pseudópodos) e esporozoários (não possuem organelas locomotoras, são parasitas
obrigatórios).

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MICROBIOLOGIA

Já os fungos podem ser microscópicos ou macroscópicos, podendo ser vistos ou não pelos olhos hu-
manos, a depender do seu tipo. Além disso, podem ser unicelulares ou pluricelulares, eucariontes e
heterótrofos (se alimentam de outros seres vivos).

Alguns tipos de fungos são encontrados em diversos ambientes, como água, vegetais, solo, detritos, e
utilizados para diversos fins, como culinária, medicina e produtos. Outros são considerados parasitas
e transmitem patogêneses como candidíase, micose, histoplasmose, entre outros.

Os cogumelos são tipos de fungos utilizados na culinária.

Por fim, as bactérias são seres unicelulares e procariontes (não possuem núcleo celular) encontradas
na água, no solo, no ar, dentro de outros seres vivos e nas condições mais inóspitas. Podem apresentar
formas diversas, como esferas (cocos), bastões (bacilos), espirais (espirilo), entre outras.

Apesar de também causar doenças, as bactérias possuem funções diversas sendo utilizadas, por
exemplo, na fabricação de antibióticos e vitaminas, além de alimentos que se utilizam de lactobacilos
(iogurtes, queijos), na produção de proteínas humanas (hormônio do crescimento, insulina), além de
ajudar nas etapas do Ciclo do Nitrogênio.

As bactérias possuem diversas formas e funções.

Áreas de estudo da microbiologia

A microbiologia possui diversas áreas de estudo. Algumas delas são:

Microbiologia farmacêutica: estuda os microrganismos relacionados à produção de medicamentos.

Microbiologia médica: pesquisa os organismos vivos minúsculos e sua relação com a imunologia no
controle e prevenção de doenças.

Microbiologia de alimentos: estuda os microrganismos que habitam e contaminam os alimentos.

Microbiologia ambiental: analisa de que forma os fungos e bactérias agem na decomposição, tanto de
matéria orgânica quanto de elementos químicos da natureza.

Microbiologia microbiana: engloba pesquisas relacionadas à manipulação genética e molecular dos


organismos.

Importância da Microbiologia

O estudo dos microrganismos contribuiu positivamente para o desenvolvimento da humanidade. A par-


tir da descoberta das causas e formas de transmissão das doenças, além dos métodos preventivos
como vacinas, medicamentos e soros, por exemplo, foi possível aumentar a qualidade e a expectativa
de vida dos seres humanos.

Outro benefício importante tem relação com a tecnologia de alimentos, por meio dos processos de
conservação e fermentação dos produtos alimentícios. Além disso, a possibilidade de evitar patologias
nos animais, bem como a microbiologia do solo, que permite a conservação dos fatores biológicos e
uma degradação menor do solo, também foram importantes para a evolução de todos os seres vi-
vos que compõem o planeta.

Existem ainda os microrganismos patogênicos que causam doenças em seres humanos, animais e
plantas.

Vírus

Os vírus são organismos microscópicos que não possuem células. Por isso, são considerados parasi-
tas intracelulares.

Os vírus só conseguem realizar suas atividades vitais dentro de outra célula viva.

Alguns vírus são patogênicos e causam doenças ao homem. Alguns exemplos são: gripe, sarampo,
febre amarela, meningite, caxumba, hepatite, aids e varíola.

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MICROBIOLOGIA

Bactérias

As bactérias são seres unicelulares e procariontes. Elas fazem parte do Reino Monera.

As bactérias podem ser encontradas em diversos ambientes e são capazes de suportar condições
ambientais inóspitas à maioria dos seres vivos.

Algumas bactérias podem ser patogênicas e causam doenças como a cólera, difteria, febre tifóide,
lepra, meningite, tuberculose.

Protozoários

Os protozoários são seres eucariontes, unicelulares e heterótrofos.

Eles apresentam variadas formas corporais e ocupam ambientes úmidos ou o interior de outros orga-
nismos.

Alguns são parasitas, causadores de doenças. Entre as doenças causadas por protozoários estão:
amebíase, giardíase, malária e doença de chagas.

No Reino Protista, existe também as algas. As algas são organismos aquáticos que têm a capacidade
de realizar fotossíntese. Elas podem ser micro ou macroscópicas, eucariontes ou procariontes.

Fungos

Os fungos são seres macroscópicos ou microscópicos, unicelulares ou pluricelulares, eucariontes e he-


terótrofos. Eles fazem parte do Reino Fungi.

Os fungos possuem diversos tipos de habitat visto que são encontrados no solo, na água, nos vegetais,
nos animais, no homem e nos detritos em geral.

Alguns fungos podem ser patogênicos. Entre as doenças relacionadas com fungos estão: micoses,
sapinho, candidíase e histoplasmose.

Diversidade Microbiana

A extensão e a distribuição da diversidade microbiana no planeta é um assunto para a biogeografia,


que estuda, entre outros assuntos, se as bactérias são cosmopolitas – encontradas em mais de um
local – ou se elas são endêmicas. Os estudos biogeográficos também auxiliam a identificar a ameaça
de extinção de certas bactérias, baseados na suposição geral de que espécies endêmicas correm mais
risco do que espécies cosmopolitas.

A diversidade genética dentro de uma espécie é afetada freqüentemente pelo comportamento produtivo
de indivíduos dentro de populações.

Indivíduos dentro de uma população são geneticamente diferentes uns dos outros. Essa variação ge-
nética surge porque indivíduos têm formas suavemente diferentes de seus genes. Essas formas dife-
rentes de um gene são conhecidas como alelos e as diferenças podem surgir por meio de mutações
de genes e da recombinação de genes durante a reprodução sexual.

Essa variação genética permite às espécies se adaptarem às condições ambientais, dentro do processo
de seleção natural.

A recombinação cria novas combinações alélicas que podem ser adaptativas. Esse fato explica porque
os microrganismos possuem uma importância especial na adaptação ao ambiente em constante trans-
formação.

Eles se adaptam rapidamente a muitos compostos orgânicos sintéticos lançados na natureza, resul-
tando em mudanças nas enzimas sintetizadas por essas populações. Imagine o que seria da humani-
dade sem os microrganismos capazes de metabolizar toda a poluição gerada nos mais diversos ecos-
sistemas.

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MICROBIOLOGIA

O maior esforço dos microbiologistas tem sido no sentido de desenvolver métodos de triagem e de
cultivo de linhagens com propriedades desejadas. Os microrganismos, devidamente caracterizados bi-
ologicamente, mantidos em coleções de cultura, também constituem um verdadeiro acervo de linha-
gens prontamente disponíveis à população.

Talvez o solo seja o habitat mais explorado para o isolamento de microrganismos. No entanto, fontes
naturais diversas, como água doce, matéria orgânica, sedimentos, folhas, frutos, também oferecem
ambientes ricos para exploração. Especula-se que menos de 1% dos microrganismos tenha sido iden-
tificado.

No tocante à procura de microrganismos raros e/ou novas espécies, principalmente para propósitos
biotecnológicos, habitats específicos, onde naturalmente tenha havido enriquecimento no ambiente,
são as fontes de interesse. Esses ambientes são: fontes de águas térmicas, ambientes glaciais, caver-
nas, entre outros.

Também há interesse de exploração de microrganismos em ambientes extremos, onde somente mi-


crorganismos adaptados podem sobreviver e existem em abundância por causa da pressão química e
física. Exemplos desses microrganismos são as comunidades criptoendolíticas da Antártica, cianobac-
térias e fungos liquenizados com algas, dentre outros.

Vê-se que há muito a fazer no campo da diversidade microbiana, na identificação de novas espécies e
na árdua tarefa de selecionar linhagens de interesse biotecnológico. No entanto, com os avanços da
biologia molecular, principalmente seqüências de rRNA 165, os estudos de taxonomia molecular torna-
ram-se mais ágeis.

Além disso, um melhor conhecimento sobre fisiologia do crescimento tem permitido isolar, seletiva-
mente, novos microrganismos. Os métodos de isolamento deixaram de ser exclusivamente empíricos
e passaram a ser mais científicos.

Aliado à dificuldade de identificar novas espécies da natureza, está o fato de que muitos microrganis-
mos (ou a maioria) não crescem em meios de cultura sintéticos. Às vezes, o microrganismo é viável,
mas não cresce. É de se supor que os organismos cultiváveis representem uma pequena fração da
microbiota.

Células que são viáveis mas não-cultiváveis não são metabolicamente inertes, podendo sintetizar pro-
teínas e usar diferentes substratos. Desse modo, com o uso de sondas de ácidos nucléicos e amplifi-
cação de DNA (PCR) têm-se confirmado a presença de células ativas em amostras ambientais.

Muitas espécies e, mesmo certos gêneros que não crescem em meios de cultura, podem ser auxotró-
ficos, necessitando para seu crescimento, determinados requerimentos nutricionais (vitaminas, amino-
ácidos, hormônios etc.). Outros organismos apresentam crescimento extremamente lento, necessi-
tando de um tempo de incubação excessivamente longo. Esse é o caso de certos gêneros de actino-
micetos.

A Embrapa Meio Ambiente vem explorando os recursos microbianos na busca de fungicidas para con-
trole de fitopatógenos, como também vem estudando a biodiversidade de microrganismos endofíticos e
de bactérias do solo. Com relação aos endófitos, estão sendo feitas tentativas para a preservação de
bactérias endofíticas encontradas em diferentes espécies agrícolas e de importância ecológica como
Dicksonia (xaxim) e cactáceas da Caatinga nordestina.

Diversidade Microbiana Presente na Bacia do Rio Tietê

O rio Tietê é um dos rios mais conhecidos do Brasil, e percorre 1.150 km, nascendo na Serra do Mar e
desaguando no rio Paraná. Neste percurso, o rio passa por diversas áreas preservadas da Mata Atlân-
tica e regiões metropolitanas, como a cidade de São Paulo onde o rio recebe uma grande quantidade
de poluentes industriais e esgoto doméstico.

Quando se fala sobre o rio Tietê e seus poluentes, a última coisa que se pensa é na microbiota presente
no rio ou no sedimento do rio. Porém, a presença de micro-organismos no ambiente é a principal forma
de manutenção dos ecossistemas, participando de diversos processos como ciclagem de carbono, fi-
xação biológica de nitrogênio, transformação de metais pesados e outros agentes químicos tóxicos
como agroquímicos, dentre outros processos.

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Alterações na diversidade da comunidade de microrganismos podem afetar processos metabólicos, e


consequentemente a ciclagem dos nutrientes, afetando a disponibilidade destes para o desenvolvi-
mento de outros organismos.

Com a ação do homem no meio ambiente, são observados alterações na diversidade microbiana, e por
consequência o seu funcionamento. Sendo assim, os impactos ambientais como descarte de efluentes
não tratados contribuem para a rápida alteração desses ecossistemas.

O que poucas pessoas sabem é que além das alterações ambientais modularem esta alteração de
diversidade da microbiota, existem vírus que infectam bactérias, os chamados bacteriófagos (também
chamados de fagos), que também são capazes de controlar a diversidade em determinadas condições.

Uma vez que a presença da microbiota tem importâncias ambientais e biotecnológicas, o estudo dos
fatores ambientais e da diversidade dos fagos no ambiente passa a ser de extrema importância.

Este trabalho está sendo desenvolvido no Laboratório de Biologia Molecular e Ecologia Microbiana
(LABMEM), no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, sob orientação do Prof. Dr. Welington
Luiz de Araújo, sendo realizados a coletadas pela Cetesb em 37 pontos ao longo de diversos trechos
do Rio, e as análises estão sendo processados a fim de verificar a diversidade microbiana (fungos,
arqueias, bactérias e fagos), além de observar os genes que apresentem interesse para a indústria

Microrganismos

O Que São Microrganismos

Os Microrganismos são uma forma de vida que não pode ser visualizada sem auxílio de um microscó-
pio. Estes seres diminutos podem ser encontrados no ar, no solo, e, inclusive, no homem.

Contato Com Os Seres Humanos

Com relação ao seu contato com o homem, este pode ocorrer de forma positiva e indispensável à vida
(bactérias nitrificantes) ou bastante negativa, neste caso, os efeitos prejudiciais à saúde, e, até mesmo
à vida do homem, se dá pelo contato com Microrganismos patogênicos (causadores de doenças).

Outras Informações Importantes

Estes seres tão minúsculos não são todos iguais, eles podem ser muito diferentes em tamanho e modo
de vida. Contudo, todos têm em comum uma estrutura bastante simples e a impossibilidade de serem
vistos sem o uso de microscópio.

O conhecimento deste tipo de vida se deu graças a descobertas ocorridas ao longo de muitos anos. O
ápice destas descobertas ocorreu em 1878, quando Pasteur apresentou a "Teoria dos Germes", a partir
daí, deu-se início a chamada Era Bacteriológica.

As pesquisas de Pasteur foram acompanhadas por um grande número de cientistas e médicos. Alguns
deles, impressionados pelas descobertas, promoveram mudanças bastante significativas em seus mé-
todos de trabalho.

Além dos Microrganismos já identificados e classificados (bactérias, fungos, parasitas), havia uma outra
categoria que só pôde ser observada após a invenção do microscópio eletrônico. Tratava-se de um ser
de estrutura organizacional bastante simples e de existência já presumida: o vírus.

Importância da Invenção do Microscópio

Somente após a invenção do microscópio, foi possível identificar uma grande variedade de seres vivos.
A partir daí, eles passaram a fazer parte da classificação dos seres vivos em reinos.

Os Reinos dos Quais Fazem Parte

Eles compõem o Reino Monera (seres unicelulares como bactérias e algas azuis), Protista (seres uni-
celulares como protozoários e algas eucariontes) e Fungi (seres uni ou pluricelulares como fungos
elementares e fungos superiores).

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Como é Feita a Classificação dos Microrganismos

Microrganismos estão por toda parte! No ar, objetos e inclusive nos alimentos. Isso mesmo que você
leu: alimentos. Eles são organismos que possuem uma única célula e não podem ser vistos a olho nu.
Muitas vezes são associados a doenças, mas nem sempre é assim.

Alguns deles são benéficos à saúde humana e sem eles as nossas funções vitais seriam prejudicadas.

Mas como podemos identificar os tipos de microrganismos? Para isso existem algumas classificações.
Confira a seguir quais são essas classificações e entenda de que forma os microrganismos podem ser
prejudiciais e benéficos para o ser humano!

Classificação de Risco

As classes são definidas de acordo com o potencial de risco que cada microrganismo oferece ao indi-
víduo e à comunidade. São elas:

Classe 1: o risco é muito baixo individualmente e para a comunidade ou até mesmo ausente e os
microrganismos não têm capacidade de provocar doenças. Exemplo: Bacillus subtilis; os mesmos uti-
lizados na bebida Yakult

Classe 2: o risco individual é moderado e limitado para a comunidade. Os microrganismos podem pro-
vocar doenças, mas a propagação é limitada. Exemplo: Vírus da Febre Amarela;

Classe 3: o risco individual é elevado e limitado para a comunidade. O patógeno geralmente provoca
doenças graves, podendo ocorrer a propagação de indivíduo para indivíduo, mas existem medidas de
profilaxia. Exemplo: Mycobacterium tuberculosis;

Classe 4: o risco é elevado individualmente e para a comunidade. Os microrganismos são altamente


patogênicos, possuem fácil propagação e não existem medidas profiláticas. Exemplo: Vírus Ebola.

Patogênicos e Não Patogênicos

Essa classificação está relacionada aos microrganismos presentes nos alimentos. Os patógenos são
aqueles que não alteram as propriedades dos alimentos, mas podem causar doenças caso sejam con-
sumidos. Eles são os responsáveis pelas doenças transmitidas por alimentos (DTA’s), como a Salmo-
nella sp — encontrada em ovos e carnes.

Já os não patogênicos possuem a capacidade de alterar as características dos alimentos. Essa altera-
ção pode ser negativa, através da deterioração (mofo, amolecimento), ou positiva, como aquelas que
fazem parte do processo de fabricação de diversos alimentos, como vinho, queijo e leite. A bactéria
Láctica faz parte dessa classe de microrganismos — ela transforma o leite em queijo.

Geneticamente Modificados

Um organismo geneticamente modificado é aquele cujo material genético foi manipulado a fim de favo-
recer alguma determinada característica. E o mesmo ocorre com os microrganismos: por terem seu
material genético modificado, eles conseguem se estabelecer melhor no ambiente. Além disso, a ca-
racterística introduzida é expressada com eficiência.

Atualmente, o principal uso dos microrganismos geneticamente modificados é na agricultura, pois eles
reduzem a necessidade do uso de agrotóxicos e aumentam a produção! E ainda são muito utilizados
no controle de pragas, por apresentarem um potencial econômico considerável.

Esse tipo de microrganismo convive com o ser humano e aguarda até que a resistência do organismo
baixe para se instalar e provocar doenças, como infecções. Ele não consegue se proliferar em indiví-
duos saudáveis, pois o sistema imunológico o mantém afastado. O HIV é o exemplo mais clássico de
microrganismo oportunista.

Microrganismos em Benefício dos Seres Humanos

Como já dissemos antes, alguns microrganismos são essenciais para que o nosso corpo realize algu-
mas funções vitais. Mas existem outras maneiras de utilizá-los em nosso benefício!

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Os microrganismos da Classe 1 — na classificação por risco — são usados na solução do tratamento


biológico. Este tratamento é um processo no qual a matéria orgânica presente em efluentes é degra-
dada e digerida pelos microrganismos.

É importante ressaltar que a quantidade de microrganismos utilizada nessa solução é inferior ao nú-
mero presente no Yakult, não oferecendo risco ao ser humano, por não se tratar de bactérias geneti-
camente modificadas e nem oportunistas. Existem ainda, as “bactérias do bem”. Elas são benéficas
para o meio ambiente, para o corpo humano, sendo utilizadas até em tratamento de saúde e sanea-
mento básico.

O Que São Microrganismos Patogênicos

A maior parte dos fungos, bactérias, vírus e protozoários é inofensiva à saúde humana e pode até trazer
diversos benefícios através da sua atividade. Podemos dividir os microrganismos em dois grandes gru-
pos: os patogênicos e os não patogênicos, dependendo do gênero, espécie, subespécie e sorotipo do
microrganismo em questão.

Dentre Os não Patogênicos, Temos os Inofensivos e os Úteis/Benéficos.

Microrganismos inofensivos são aqueles que estão à nossa volta e participam de diversos processos
da natureza, mas que não nos causam problemas de saúde, a não ser que entrem em contato com
algum indivíduo de sistema imunológico debilitado (via aérea ou oral, principalmente) ou estejam em
alta concentração no ar ou alimento. Dentre os microrganismos inofensivos em geral destacam-se
os deteriorantes.

Microrganismos deteriorantes fazem parte da microbiota natural de alimentos como carnes e produtos
lácteos inócuos ao consumo (ou seja, que não representam riscos ao consumi-los) e se desenvolvem
pela grande disponibilidade de nutrientes e água no meio onde se encontram. Em alimentos recém-
processados e in natura frescos, eles se encontram em baixa concentração, sendo então inofensivos
ao ser humano saudável.

O tempo de crescimento desses microrganismos normalmente é o que determina a vida útil ou vida de
prateleira dos alimentos.

Condições de armazenamento e transporte inadequados comprometem a vida útil destes alimentos,


acarretando no desenvolvimento acelerado desses microrganismos, gerando odores e alterações de
textura como amolecimento e cheiros não-característicos. Como exemplo de microrganismos desse
tipo, temos Lactobacillus e Pseudomonas em carnes².

Os microrganismos úteis/benéficos não são só os que povoam nossos tratos gastrointestinais e fazem
parte da nossa absorção de nutrientes, mas também são usados na indústria alimentícia para participar
da fabricação de determinados alimentos e/ou conferir a eles características organolépticas especiais.

Nesse contexto, pode-se destacar as leveduras, que são fungos que transformam o açúcar em álcool
através do processo de fermentação. Estes microrganismos, destacando-se principalmente a Saccha-
romyces cerevisiae, são usados na produção de pão, vinho e cerveja.

Ainda dentre os microrganismos benéficos, podemos destacar a penicilina, que é obtida a partir do
fungo Penicillum e revolucionou a medicina com suas propriedades antibacterianas: doenças como a
sífilis e pneumonia bacteriana, que antes eram devastadoras, podem hoje ser tratadas de forma rápida
e eficaz.

Microrganismos Patogênicos e Não Patogênicos

Os alimentos destinados ao consumo da população, desde os vegetais às mais refinadas e finas igua-
rias de origem animal, apresentam algum tipo de contaminação microbiana. Os micro-organismos pre-
sentes nos alimentos podem ser patogênicos e não patogênicos.

Os patogênicos são aqueles que não causam alterações nos alimentos, mas podem causar doenças
em quem os consumir. São os micro-organismos responsáveis pelas DTA’s (doenças transmitidas por
alimentos).

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Já os micro-organismos não patogênicos são aqueles que alteram as características normais dos ali-
mentos, quer deteriorando-os (estragando-os) ou transformando-os beneficamente em alimentos ela-
borados. Dentre os deterioradores estão àqueles causadores de mofos, alteração de cor, amoleci-
mento, entre outras modificações, e entre os benéficos estão os que participam do processo de fabri-
cação de muitos alimentos como leites, queijos, vinhos, etc.

Doenças Transmitidas por Alimentos

As doenças de origem alimentar são síndromes que afetam o consumidor. São caracterizadas pelo
desenvolvimento de sintomas clínicos gastrintestinais, relacionados com o período de incubação,
quando causadas por agentes que desencadeiam doenças agudas. É muito comum as pessoas incri-
minarem os alimentos que acabaram de consumir como causadores dos distúrbios gastrintestinais que
venham a apresentar. Considerando o fato de que, em condições normais, um indivíduo alimenta-se
várias vezes ao dia, qualquer doença ocorre sempre após alguma refeição.

Entretanto, antes que determinado alimento possa ser incriminado como o causador de algum problema
gastrintestinal, vários fatores devem ser considerados. De acordo com o Center for Disease Control
and Prevention (CDC), dos Estados Unidos, define-se surto de doença de origem alimentar a ocorrên-
cia de dois ou mais casos de doença associados a um único alimento.

A identificação de um surto de doença de origem alimentar é realizada por meio de um inquérito epide-
miológico, conduzido entre aqueles indivíduos que tenham e que não tenham consumido os alimentos
suspeitos, que tenham ou não apresentado os sintomas característicos e também por intermédio de
exames laboratoriais em amostras clínicas e dos alimentos suspeitos.

É necessário considerar também que nem todos os indivíduos que consomem um alimento contami-
nado por um agente patogênico apresentam a mesma sintomatologia, bem como considerar que nem
todo o alimento que contém um micro-organismo patogênico irá necessariamente causar uma doença
se for consumido. O período de incubação, a gravidade e a duração da doença podem ser diferentes,
em função da idade, do estado nutricional, da sensibilidade individual e da quantidade de alimento
ingerido.

Armas Biológicas

Armas biológicas são agentes vivos patogênicos (vírus, fungos, bactérias, etc) que são utilizados para
atingir e contaminar um grande número de pessoas.

Esses artefatos são manipulados há séculos - existem registros de contaminações, quando os exércitos
usavam cadáveres em deterioramento para contaminar o abastecimento de água ou quando lançavam
corpos de vítimas de varíola em território inimigo. Os registros mais recentes são os dos atos terroristas
que enviavam correspondências contaminadas com Anthrax.

Ainda não houve uma grande contaminação (em massa), até porque este evento só pode ser efetuado
com um grande apoio científico-militar, ou seja, em período de uma grande guerra ou por grupos terro-
ristas bem treinados.

A arma biológica de maior potencial conhecida é o anthrax, uma doença causada pela bactéria Bacillus
anthracis. Típica de regiões agrícolas da Ásia, África e América Latina, a transmissão da doença se dá
quando esporos da bactéria penetram algum ferimento cutâneo, ou quando os mesmos são inalados
ou ingeridos. Na pele, que corresponde a 95% dos casos, a doença se manifesta como uma infecção
com pus, semelhante ao furúnculo, formando posteriormente uma mancha-negra. No caso de inalação,
provoca pneumonia, febre alta e dificuldades respiratórias, e geralmente é fatal.

Uma guerra biológica pode produzir efeitos assustadores, por isso um grupo de países assinou um
acordo em 1972 para evitar tal guerra, mas de fato, esse acordo não estipula penalidades e nem faz
um controle rigoroso, apenas registrou a intenção destes países.

Histórico das Armas Biológicas

O uso agentes biológicos com a finalidade de guerrear e incapacitar os inimigos são descrito desde
tempos remotos.

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Em 190 a.C. - Aníbal, em uma batalha Naval contra Eumenes II, de Pérgamo, lança cobras venenosas
nos conveses de navios inimigos para derrotar os inimigos pergamenos.

1155 d.C. – Barbarossa emprega cadáveres para contaminar o abastecimento de água dos inimigos
na batalha de Tortona.

1346 – 1347 d.C. – Os mongóis utilizam catapultas para lançar cadáveres infectados com pragas sobre
as paredes de Kafta (Criméia), forçando os inimigos a fugirem. Uma pandemia de peste é descrita na
Europa e suspeita-se que surgiu após esse evento.

1495 d.C. – A tropa espanhola tenta contaminar o vinho das tropas francesas com sangue de pacientes
com hanseníase.

1650 d.C. – Os poloneses colocam a saliva de cães infectados com raiva em esferas e lançam contra
as tropas inimigas.

710 d.C. - 1710 d. C. - Os russos depositam cadáveres infectados com pragas em Reval, Estônia.

1763 d.C. – Durante a rebelião de Pontiac’s na Nova Inglaterra, o coronel britânico Henry Bouquet
propôs a distribuição de cobertores infectados com varíola para índios em Fort Pitt, Pensilvânia. Sus-
peita-se que a disseminação de varíola tenha sido proposital, a doença devastou a população nativa
americana.

1950 – 1944 – A invasão japonesa a China: os japoneses disseminaram a cólera e a peste contra as
tropas e a população civil chinesa.

1941 – 1942 – Realização de testes com bombas aéreas e canhões para a Guerra Biológica – ocorre
à disseminação de esporos de antrax em Gruinard Island, Escócia.

1978 – Em 7 de setembro: Assalto ao exílio búlgaro Markov com um guarda-chuva: uso de ricina (to-
xina).

1984 - A seita do místico indiana “Rajneeshi” fundou diversas cidades ocultistas no Oregon, EUA, su-
postamente envenenou centenas de pessoas com Salmonella para coloar as eleições locais em favor
da seita.

1990 - 1995 - Seita japonesa “Aum Shinrikyo” realiza ataques terroristas empregando toxina botulínica
e esporos de antrax.

2001 – Envio de cartas nos EUA contaminadas contaminada com esporos de antraz.

Muitos vírus e bacilos que causam infecções devastadoras e mortais estão pelo mundo ou confinados
em laboratórios, sendo considerados armas biológicas perigosas para a humanidade. Algumas dessas
doenças já foram utilizadas como armas para dizimar inimigos em algumas guerras da antiguidade.

A prática foi utilizada até 1925, quando o Protocolo de Genebra foi decretado, proibindo o uso de gases
asfixiantes, tóxicos ou similares, além de estabelecer a proibição de armas químicas e bacteriológicas
em conflitos armados internacionais. Apesar disso, o tratado foi desobedecido por alguns líderes, como
Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial e Saddam Hussein, na guerra contra o Irã, que utilizaram
agentes químicos, como o gás mostarda.

Porém, em se tratando de doenças causadas por vírus e bacilos letais, não estamos totalmente prote-
gidos. Apesar de algumas delas estarem erradicadas, as suas cepas e amostras estão vivas em alguns
laboratórios, correndo o risco de caírem nas mãos erradas a ponto de causar um apocalipse viral e
bacteriológico. Confira abaixo algumas delas.

1 – Antraz

Antraz é uma doença aguda causada pela bactéria Bacillus anthracis. A maioria das formas da doença
é letal, afetando seres humanos e animais. Como muitos outros membros do gênero Bacillus, o B. an-
thracis pode formar endósporos que dormentes são capazes de sobreviver em condições adversas ao
longo de décadas ou mesmo séculos.

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Em certas condições, eles podem “despertar” se inalados, ingeridos ou ao entrar em contato com uma
lesão de pele, podendo se multiplicar rapidamente e matar. Em vista da resistência às mudanças am-
bientais e alta mortalidade, o antraz é classificado como uma arma biológica de classe A.

Um dos mais recentes casos da bactéria como uma arma invisível foi o terrorismo postal em 2001, que
teve cartas enviadas com antraz a escritórios de alguns meios de comunicação e de senadores demo-
cratas nos Estados Unidos, infectando 22 pessoas e matando cinco.

Vacinas eficazes contra o antraz estão agora disponíveis, mas com diversos efeitos colaterais, e algu-
mas formas da doença respondem bem ao tratamento com antibióticos se for realizado rapidamente.

2 – Varíola

A varíola foi uma das doenças mais devastadoras da História, matando quase 500 milhões de pessoas
apenas no século XX. Felizmente, ela foi considerada erradicada pela Organização Mundial de Saúde
OMS em 1980 graças à intensa campanha de vacinação no mundo inteiro. A vacina foi criada em 1796
por Edward Jenner.

A doença teria surgido na Índia, mas também foi descrita na Ásia e África antes mesmo da Era Cristã,
podendo ser a epidemia mortal responsável por ter eliminado um terço da população, no ano de 430
a.C.

Só foi possível eliminar a doença porque só os seres humanos são hospedeiros, tendo só um serotipo
(logo, a imunização é eficaz e protege contra 100% dos casos). No entanto, o vírus está guardado em
dois centros governamentais, no Laboratório de Controle de Doenças (CDC) de Atlanta (EUA) e no
Instituto Vector em Koltsovo, na Rússia.

Apesar de a OMS pedir que as amostras sejam destruídas, há resistência de alguns cientistas contra
esta decisão. Com isso, mesmo que os órgãos que abrigam o vírus sejam bem protegidos, sempre há
o risco de algo sair do controle.

A varíola é considerada uma arma biológica da classe A, e há dois tipos da doença: a varíola maior (ou
apenas varíola) e a varíola menor ou alastrim, que causa os mesmos sintomas, mas muito mais mode-
rados. O último caso de infecção natural com a varíola foi registrado em 1977.

3 – A Peste Bubônica

Na Europa medieval, uma doença causada pela bactéria Yersinia pestis causou a morte de 25 milhões
de pessoas. A praga é resistente a baixas temperaturas e armazenada na expectoração.

Os principais vetores são pulgas, roedores e outros animais infectados. Junto com outros tipos de
peste, a bubônica é caracterizada por um elevado grau de contágio e mortalidade muito alta. Se o tra-
tamento não é iniciado a tempo, durante as primeiras 24 horas, pode matar em 70% dos casos.

Os pacientes com doença infecciosa grave foram usados como uma arma contra inimigos desde a
China antiga e Europa medieval. Cadáveres infectados eram colocados em fontes de água e em cata-
pultas para serem atirados em fortalezas.

4 – Cólera

A cólera é uma infecção intestinal aguda causada pelo vibrião colérico (Vibrio cholerae), que é uma
bactéria que se multiplica rapidamente, principalmente em áreas com péssimas condições sanitárias e
climas com altas temperaturas. A infecção geralmente ocorre através do consumo de água ou alimentos
contaminados por dejetos fecais.

Dentro de um curto período de tempo a contaminação acelerada pode se tornar uma epidemia, com
uma mortalidade de 50% na ausência de tratamento, sendo ainda mais alta em adultos com mais de
40 anos de idade. Por essas razões, também pode ser considerada uma arma biológica.

Apesar disso, o tratamento é simples e altamente eficaz se feito a tempo, consistindo em hidratação
com soro e uso de antibióticos. Durante a Segunda Guerra Mundial, bactérias da cólera e febre tifoide

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foram colocadas pelos japoneses em mais de 100 poços chineses, causando a morte de centenas de
pessoas que viviam em condições precárias.

5 – Tularemia

A tularemia é uma doença infecciosa provocada pela bactéria Francisella tularensis. É muito estável no
ambiente e seus principais hospedeiros são lebres, ratos e esquilos. A transmissão ocorre através do
contato com animais ou através de alimentos e água contaminados, sendo altamente contagiosa.

Apesar do fato de a taxa de mortalidade de tularemia ser apenas de 5%, considera-se como uma po-
tencial arma biológica, devido à capacidade de causar uma infecção em massa rapidamente: algumas
poucas amostras de bactérias da tularemia pulverizadas podem levar à infecção de milhares de pes-
soas.

6 – A Toxina Botulínica

A toxina botulínica é composta por um complexo proteico obtido a partir da bactéria Clostridium botuli-
num. A infecção humana ocorre pela ingestão de alimentos contaminados com a toxina no trato gas-
trointestinal. Apesar da baixa ocorrência da doença, ela tem alta letalidade, causando paralisia muscu-
lar, dificuldade motora e respiratória.

As toxinas botulínicas são referidas como uma das mais altamente tóxicas substâncias biológicas. Se
houver a contaminação e o diagnóstico for rápido, é possível o tratamento com a anti-toxina (antídoto).

7 – Henipavirus

As henipaviroses são naturalmente abrigadas por morcegos frugíveros e algumas espécies de micro-
morcegos. A doença é capaz de causar a morte em animais domésticos e seres humanos. Em 2009,
sequências de RNA de três novos vírus para henipaviruses foram detectadas no morcego Eidolon hel-
vum, na África.

Algumas epidemias ocorreram também em cavalos na Austrália, que foram infectados por morcegos.
Dessas, algumas pessoas foram infectadas por entrarem em contato com os equinos. Em novembro
de 2012, uma vacina tornou-se disponível para cavalos, quebrando o ciclo de transmissão dos morce-
gos para os equinos e impedindo-os de passar para os seres humanos.

De acordo com os cientistas, uma vacina eficaz para humanos levará mais tempo para ser feita, mas
já existem algumas experimentais. Uma curiosidade: o Nipah vírus, um dos causadores da Henipavi-
rose, foi o que inspirou o filme Contágio (de 2011).

8 – Quimera (Ebola Com Varíola)

Durante a Guerra Fria, os soviéticos criaram um programa de armas biológicas de magnitude assusta-
dora. De 1970 a 1992, 60 mil soviéticos estavam envolvidos na pesquisa e testes de armas biológicas.

Após a dissolução da União Soviética, as nações estrangeiras recrutaram os cientistas. Alguns, como
Ken Alibek, juntaram-se às empresas privadas dos Estados Unidos e expuseram segredos sobre o
programa.

Um dos projetos mais mortais dos soviéticos era uma tentativa de criar o vírus quimera: metade varíola
e metade Ebola. Ele poderia se espalhar tão rapidamente quanto a varíola e matar com a força do
Ebola.

É desconhecido se os cientistas desertores soviéticos venderam suas pesquisas para as nações que
abrigam terroristas, mas, desde aquela época, os cientistas americanos e funcionários do governo se
preparam para a possibilidade dessa quimera ser acionada.

9 – Ricina

Toxina de origem vegetal seis vezes mais venenosa que o cianeto, a ricina é obtida a partir de uma
proteína de sementes de mamona. Mesmo em pequenas doses, a ricina pode matar uma pessoa
quando em contato com os pulmões (inalada) ou corrente sanguínea (injetada). Não há contágio de
pessoa para pessoa.

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As agências militares de diferentes países a têm estudado como uma arma de destruição em massa.
Traços de ricina e instruções para sua fabricação foram encontrados repetidamente durante a captura
de terroristas em Cabul, Londres e Paris.

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MORFOLOGIA BACTERIANA

Morfologia Bacteriana

A maioria das bactérias são monomórficas, ou seja; mantém uma forma única que é determinada pela
hereditariedade;

-Condições ambientais podem alterar a forma das bactérias;

-Algumas bactérias ainda podem ser pleomórficas, ou seja; apresentar várias formas.

* Morfologia= forma da célula

As bactérias normalmente possuem os diferentes tipos de morfologia, abaixo descritos:

Coccus (coco), Coccobacillus (cocobacilos), Vibrio (Vibrião), Bacillus (bacilos), Spirochete (espiro-
queta), Spirillum (Espirilo)

Cocos podem ser redondos, ou ovais, ou ter sua extremidade alongada ou achatada.

Quando as bactérias em forma de cocos se dividem, as bactérias podem permanecer unidas umas às
outras, surgindo:

Cocos aos pares: Diplococcus (diplococos)

Forma de Cadeias: Streptococcus (estreptococos) Forma de Cachos: Staphylococcus (estafilococos).

Menos comuns são aqueles cocos que se dividem em 2 ou 3 planos e permanecem unidos em grupos
cúbicos de 8 indivíduos (sarcina).

Bacilos, geralmente só se dividem no plano do seu menor eixo te tal forma que são poucos os arranjos
ou agrupamentos. Muito raros, Diplobacillus (diplobacilos) (pares) e Streptobacillus (estreptobacilos)
(em cadeias).

Bactérias espiraladas podem ter 1 ou mais espirais. Quando tem o corpo rígido e são como vírgulas
(vibriões). Espirilos (forma de saca-rolhas) e os espiralados de corpo flexível (espiroquetas).

Membrana plasmática e sua função em bactérias

permeabilidade

-âncora para proteínas

-produção de energia

-Sistema de transporte

Parede celular dos procariotos está relacionada com:

Alta concentração de solutos

-definição de forma

-rigidez

As bactérias podem ser dividas em dois grupos baseado na composição: das suas paredes:

-Gram positivas

Gram negativas

Princípio da coloração de Gram Características tintoriais COLORAÇÃO DIFERENCIAL- GRAM

Diferenças na estrutura da parede celular das bactérias Gram (+) e Gram (-)

Camada de peptideoglicano

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MORFOLOGIA BACTERIANA

Cristal Violeta (CV) •Iodo

Mordente: Aumentam afinidade, espessamento

Complexo Cristal Violeta- Iodo (Lugol)- CVI II-Álcool

–Rompe a camada lipopolissacarídica –Gram (-) não retém CVI

Contracoradas –Fucsina ou Safranina –Vermelhas Gram +

Mais espessa e rígida

Relativamente simples

Ausência de membrana externa

Presença de proteínas, lipídeos e ácido teicóico

Gram –

–Menos espessa, mais complexa

–Membrana externa

Barreira seletiva

Efeito tóxico

Composição: fosfolipídios, lipoproteínas, lipopolissacarídeos (LPSs)

Do que é formado o Peptidoglicano?

NAM = N-acetilmurâmico NAG = N-acetilglucosamina

A parede celular Gram positiva: ácido teicóicos:

Compostos por glicerol-fosfato ou ribitol- fosfato

-São covalentes ligados ao ácido murâmico do peptidoglicano

-São estruturas eletronegativamente carregadas

-Tem a função de aumentar a rigidez e ligar íons de cálcio e magnésio

-Podem ser covalentemente ligados a lipídeos da membrana e são chamados assim de ácido lipotei-
cóicos

Bactérias Gram negativas: a membrana externa ou camada de lipopolissacarídeo (LPS):

A Membrana externa é tóxica principalmente pela presença do LPS, associada ao Lipídeo A = termo
referido como endotoxina

Enzimas presentes no periplasma das Bactérias Gram negativas; Trata-se de:

-enzimas hidrolíticas

-proteínas ligadoras

-quimioreceptores

Estruturas da superfície celular e inclusões Glicocálise: Cápsula e Camada viscosa

Composição: Glicocálise = revestimento de açúcar -Polissacarídeo, polipeptídeo ou ambos

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MORFOLOGIA BACTERIANA

-Função:

Virulência e evasão do sistema imune Componente do biofilme = placa bacteriana: Substância polimé-
rica extracelular (SPE); Fixação em superfícies; Fonte de nutrição = exemplo S. mutans

Fímbrias e pili

Estruturas protéicas filamentosas que se estendem na superfície celular

Função:

Adesão em superfícies -formação de biofilme

-transferência de material genético – pili sexual

Motilidade por translocação e por deslizamento

Endósporos

São estruturas formadas durante o processo de esporulação

São células especializadas altamente resistentes ao calor, dessecação, produtos químicos e radiação

Flagelo e locomoção

O flagelo permite o movimento da bactéria por natação através de rotação.

Componentes Citoplasmáticos

Cromossomo: O nucleóide procariótico ou DNA bacteriano não possui membrana nuclear e aparato
mitótico.

Região nuclear é preenchida por fibrilas de DNA dupla hélice.

Plasmídeo: Moléculas de DNA circulares, menores que os cromossomos, cujos genes conferem van-
tagens seletivas as células que as possuem.

Ribossomos: Partículas citoplasmáticas onde ocorre a síntese protéica. Compostos 60% RNA e 40%
proteínas.

Fatores de virulência Patogenicidade:

Estruturas, produtos ou estratégias que contribuem para a bactéria aumentar sua capacidade de causar
infecção;

Alguns fatores de virulência estão mais envolvidos com a colonização e outros com as lesões do orga-
nismo;

I- Adesão:

Estratégia que as bactérias usam para se fixar nas células e nos tecidos do organismo;

Mediada por estruturas da superfície da célula bacteriana (adesinas);

As adesinas funcionam quando interagem com receptores existentes no organismo; os quais estão
localizados na superfície da célula ou são proteínas da matriz extracelular.

2.1- Adesinas em bactérias Gram Negativas

Que engloba a maioria das adesinas, corresponde a fímbrias, que são montadas pela via chapero-
nina/usher;

Estas fímbrias estão ancoradas na membrana externa e compreendem 2 partes: bainha e extremidade
aderente.

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MORFOLOGIA BACTERIANA

2.2- Adesinas em bactérias Gram positivas

Proteínas (MSCRAMM/ microbial surface components recognizing adhesive matrix molecules) presen-
tes na superfície dos cocos Gram-positivos (Staphylococcus, Streptococcus e Enterococcus) que inte-
ragem com proteínas da MEC, como a fibronectina.

Outros compostos da superfície bacteriana podem funcionar como adesinas: ácido lipoteicóico e exo-
polissacarídeos secretados pelas bactérias.

2.3- Bactérias aderidas organizadas em biofilmes

Biofilmes: Comunidades de microrganismos organizadas embebidas em matriz orgânica acelular, cujos


constituintes tornam-se fenotipicamente diferentes dos seus pares não aderidos.

> 95% das bactérias existentes na natureza estão em biofilmes

Invasão:

Capacidade que algumas bactérias possuem de aderir e invadir diferentes células do organismo

Fagocitose exercida pelas células epiteliais é um processo induzido por bactérias;

Atuam diferentes proteínas chamadas de invasinas; localizadas na membrana externa das bactérias
ou no citoplasma;

Tem por objetivo proteger a bactéria das defesas do organismo;

A bactéria emite sinais para que a célula epitelial produza ondulações e rearranjos do citoesqueleto de
actina, que resultam em sua captação;

Ocorre interação progressiva e sequencial dos ligantes bacterianos com os receptores celulares, cul-
minando no envolvimento da bactéria pela célula epitelial.

Destino e comportamento da bactéria invasora após a fagocitose induzida:

Algumas rompem a membrana do vacúolo, passam para o citoplasma rico em nutrientes e se dissemi-
nam de uma célula para a outra, à custa dos filamentos de actina;

Outras permanecem dentro do vacúolo, que as transportam para o tecido subepitelial.

Toxinas

Termo usado para designar qualquer substância de origem microbiana capaz de causar danos ao hos-
pedeiro; sendo classificadas em endotoxinas e exotoxinas;

A endotoxina mais estudada é o LPS, que compreende 3 partes: lipídeo A, cerne e antígeno O.

Exotoxinas

São divididas em 3 grupos (I, II e III) de acordo com suas interações com as células do hospedeiro.

Grupo I- Superantígenos

Toxinas ST (Compreendem família de pequenos peptídeos não imunogênicos produzidos por E.coli e
outras bactérias)

Grupo II
Lisam hemácias;
Danificam a Membrana Plasmática, levando à célula à morte.

Grupo III
Estimulam a atividade proteolítica.

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COLORAÇÕES USADAS EM MICROBIOLOGIA

Colorações Usadas em Microbiologia

A identificação de bactérias para a diagnostico de doenças é extremamente importante para um trata-


mento mais preciso dos pacientes. No método de bacterioscopia existem duas maneiras para visuali-
zação de bactérias com ou sem coloração. No método sem coloração que considerado o exame a
fresco que é através da suspensão bacteriana entre lamina e lamínula são observados os microrga-
nismo vivos, essa técnica é para visualização de mobilidade e morfologia das bactérias espiraladas que
na coloração podem vir a ficar distorcidas se fixada.

Na preparação da técnica com coloração os microrganismos são coradas após serem mortos pelas
interações químicas que na maioria dos casos podem ocorrer com auxílio de calor. Em material fixado
e corado a mais vantagens para a identificação do microrganismo, pois a bactérias e células ficam mais
visíveis depois de coradas e podem ser transportadas em lâminas sem risco algum. E também como
vantagem de diferenciar a células de afinidades distintas aos corante e de morfologia variada.

As bactérias são praticamente incolores não apresentando contraste suficiente, o que dificulta sua vi-
sualização. A diferença química entra as bactérias e o meio é que nos permite distingui-las por técnicas
de coloração. Na maioria das vezes o corante não reage com o meio externo, tornando-as quando
coradas, mais visíveis ao microscópio.

Outra vantagem para a coloração é a utilização da objetiva de imersão na microscopia óptica teremos
uma maior amplificação da imagem além de nos permitir o estudo de estruturas da célula bacteriana
como: parede celular, endósporos, flagelos e arranjos.

Existem alguns processos que nos permitem corar as bactérias:

Coloração simples – Nessa coloração usamos apenas um corante e nisso baseia-se na diferença quí-
mica existente entre as bactérias e o meio. Quando coradas, apresentam contraste podendo ser visu-
alizadas com mais clareza. Cujo objetivo é apenas tornar a forma e estrutura básica das células mais
visíveis

Corantes comuns em Coloração Simples: Azul de metileno, Cristal violeta, Carbolfucsina.

Coloração diferencial – Nessa coloração normalmente utilizamos mais de um corante além de morden-
tes e do diferenciador. Como base é a diferença química existente nas diferentes estruturas celulares
e consequentemente na reação diferencial as variadas bactérias e suas estruturas frente a um deter-
minado corante. Essas coloração tem um valor taxonômico e diagnostico, são utilizadas para distinguir
diferentes tipos de bactérias e estruturas.

Coloração especial – São aquelas utilizadas para corar e identificar partes específicas dos microrga-
nismos como esporos, flagelos ou ainda revelar a presença de cápsulas. Esses são métodos pouco
usados na rotina laboratorial.

Sendo assim vamos abordar um pouco de cada coloração utilizada e a técnica utilizada para as se-
guintes coloração:

Coloração de Gram

Coloração de Fontana Tribondeau

Coloração de Ziehl-Neelsen

Coloração de Albert-Laybourn

Coloração de Wirtz-Conklin

Materiais e Métodos:

Por meio de uma revisão de literatura nas bases Medline, Llacs, Pubmed, Google Acadêmico e Scielo
foram selecionados 100 artigos onde foram utilizados 21 artigos dos últimos anos, com as palavras
chaves: Bacterioscopia, Gram, Ziehl-Neelsen, Fontana Tribondeau, Albert-Laybourn, Colorações,
Wirtz-Conklin. Os artigos foram revisados e os principais aspectos são apresentados a seguir.

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COLORAÇÕES USADAS EM MICROBIOLOGIA

Desenvolvimento:

Coloração de Gram

No ano de 1884 surgiu uma coloração chamada de Gram, ela foi criada pelo médico dinamarquês Hans
Christian Joachim Gram. Essa criação se deu devido a um processo utilizado na parede celular. A partir
desse momento as bactérias passaram a ser analisadas de uma nova forma, e divididas em Gram-
positivas e Gram-Negativas.

De acordo com o Ministério da Saúde a coloração Gram começou a ser estudada quando esse médico
descobriu que colocando as bactérias em contato com cores distintas, ela passava a ter uma nova cor.
Assim, com amostras de materiais infectados em dissolução a um solvente poderia ser identificado a
taxonomia e várias bactérias, passando a ter grande eficácia nos laboratórios de bacteriologia.

Foi a partir desse momento que o diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis, entre elas a
AIDS começaram a ser analisadas, em laboratório, o que deu um novo método investigativo para o
Ministério da Saúde.

A bacterioscopia também é realizada para exames de infecção do trato urinário é uma das infecções
bacterianas mais presentes nos adultos “podendo envolver tanto o trato urinário baixo quanto o superior
ou ainda ambos. Mais de 50% das mulheres apresentarão um episódio de infecção do trato urinário
durante a vida”.

A microscopia tem a finalidade de detectar os elementos insolúveis presentes na urina, que podem ou
não ter significado clínico e por isso devem ser tanto identificados quanto quantificados. O aumento da
presença de alguns elementos, como leucócitos, hemácias, células e principalmente microrganismos,
estão relacionados com casos de infecção do trato urinário (ITU).

Contudo, este exame a fresco, permite apenas a detecção da presença do microrganismo. Para a
observação da forma e outras características, como composição química, estrutura, permeabilidade da
parede celular, fisiologia, metabolismo e patogenicidade, é necessário à realização da bacterioscopia
pelo método da coloração de Gram.

As bactérias Gram-positivas não se descoram facilmente pelo tratamento com o álcool, por elas pos-
suírem uma espessa parede celular (várias camadas de peptidioglicano) e outros componentes como:
ácidos teicóidos, proteínas polissacárides e etc. Sendo assim essas substancias não são solúveis em
álcool, que parece atuar reduzindo a permeabilidade da parede dificultando a saída no citoplasma.
Sendo assim as bactérias Gram-positiva permanecem com a cor roxa até o final da técnica de colora-
ção.

FIGURA 01 - Gram-positiva

As bactérias Gram-negativas são descoradas pelo tratamento com o álcool. Elas possuem uma del-
gada cama da peptideoglicano e também uma membrana rica em lipídios. Sendo assim o álcool dis-
solve esses lipídeos o que contribui para um aumento da permeabilidade da parede permitindo a re-
moção do citoplasma. Que por fim as bactérias descoradas pelo álcool, não apresentam contraste que
permita sua visualização e são coradas por um corante secundário, a fucsina que coram a cor rosa.

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Figura 02 - Gram – negativa

Técnica para Coloração de Gram

Figura 03: Coloração de Gram

Cristal de violeta – é considerado o principal corante para a realização da técnica pois ele cora igual
todas as bactérias, atua como corante primário.

Lugol – tem como função aumentar a afinidade do corante pela célula o que faz com que ela se core
mais intensamente

Álcool Etílico – age como descorante de diferenciador. A utilização do álcool faz com que algumas
células se descorem mais facilmente que as outras e isso é o que vai diferenciar as bactérias Gram-
Positivas e Gram-Negativas.

Fucsina – tem a função de contraste atua como corante secundário. É o corante que dá as células que
foram descoradas uma cor diferente daquelas que mantem a cor do corante principal. Esse corante é
o que defini a cor das bactérias Gram-Negativas. Moura (2008)

Solução:

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Cristal Violeta: Cristal Violeta (violeta de genciana) 1,0g, Álcool 95° 10ml, Fenol fundido 2,0g, H2O
destilada 100ml

Lugol: Iodo metálico 1,0g, Iodeto de potássop 2,0g, H2O destilada 300ml

Álcool etílico: A técnica preconizada pelo Ministério da Saúde sugere a utilização de álcool 99,5°GL

Fucsina: Fucsina básica 1,0g, Álcool absoluto (etanol) 10ml OBS: Usa-se diluída esta solução na dilui-
ção 1/1.

Coloração de ZIEHL- NEELSEN

Trata-se de uma técnica de coloração de bactérias mais agressivas que a técnica de Gram, sendo de
grande importância em medicina humana e animal. No gênero Mycobacterium incluem-se os agentes
da tuberculose (M. tuberculosis, M. bovis e M. avium) e da lepra (M. leprae), além de outras espécies,
algumas saprófitas e outras de patogenicidade peculiar. (MURRAY, ROSENTHAL, PFALLER, 2006)

Sendo suas características do gênero Aerobiose estrita, reprodução lenta, mesmo em condições ótimas
(seu período de duplicação é de 12 a 18 horas enquanto outras bactérias podem se duplicar em 20
minutos); - Reações tintoriais próprias que as fazem conhecidas com “álcool-ácido-resistentes”
(B.A.A.R.) evidenciadas pela coloração de Ziehl-Neelsen. Coram-se pela mistura fucsina mais ácido
fênico aquecido, que penetra no citoplasma e resistem à descoloração com uma mistura de ácido e
álcool.

Os meios mais usados são: (Lowenstein-Jensen e Petragnani a base de ovo), o crescimento acontece
somente após 12 a 15 dias, mas a cultura deve se observar por até 6 a 8 semanas. Se contaminado
com outra bactéria antes da semeadura, deve-se proceder à descontaminação. O isolamento permite
sua triplicação que pelo aspecto colônia desenvolvidas quer por provas bioquímicas. Também o as-
pecto microscópico da colônia é importante (fator corda).

Representação Mycobacterium tuberculosis corado com a técnica de Ziehl-Neelsen:

Interpretação

Os B.A.A.R. apresentam-se como bastonetes finos, corados em vermelho, sobre fundo corado em azul.
O resultado do exame de escarro corado pelo Ziehl-Neelsen pode ser dado conforme a seguinte tabela
do Serviço Nacional de Tuberculose.

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COLORAÇÕES USADAS EM MICROBIOLOGIA

A bacterioscopia do escarro pela coloração de Ziehl-Neelsen é um método simples, porém de extrema


valia no diagnóstico da tuberculose pulmonar. Este método é largamente utilizado para a detecção de
novos casos da doença. Vale ressaltar que o método apresenta apenas valor presuntivo e não de
certeza, isto é, outras espécies de micobactérias podem se corar.

Assim o resultado do B.A.A.R. positivo num escarro implica na ideia de que se trata do M. tuberculosis
com margem grande de segurança, mas não deve ser encarado como um valor absoluto. Além do
escarro, outros materiais biológicos podem ser usados para o diagnóstico da tuberculose pulmonar
(lavado brônquico, lavado gástrico, “swab” da laringe) e de outros órgãos (urina, líquor, peças de bióp-
sia, etc.).

Método para coloração:

Cobrir a lâmina, previamente fixada pelo calor, com fuscina fenicada. Aquecer até a emissão de vapo-
res, sem deixar o corante secar, por 3 a 5 minutos;

Lavar em água corrente; - Em seguida descorar completamente com álcool-ácido;

Lavar em água corrente novamente;

Contra corar com azul de metileno por 30 segundos; - Lavar em água corrente novamente; examinar a
lâmina ao microscópio com objetiva de imersão.

Solução utilizada para o método:

Fucsina: Dissolver 3g de fucsina básica em 10 ml de etanol 90%-95%, em seguida adicionar 90 ml de


uma solução aquosa de fenol a 5%

Álcool – ácido: Adicionar 3 ml de HCl concentrado em 97 ml de etanol a 90%-95%.

Azul de Meti leno: Dissolver 0.3 g de azul de meti leno em 100 ml de água destilada.

Coloração de Fontana Tribondeau

É considerado um método de coloração não verdadeiro esse método foi desenvolvido em 1920. È uma
técnica de impregnação pela prata usada para auxiliar na visualização de bactérias espiraladas as
quais são muito finas e se coram forma insuficiente pelo Gram como por ex: Leptospira interrogans e
treponemas. Na realização dessa técnica as espiroquetas aparecerem na cor marrom-escura ou negra
em um fundo amarelo-castanho ou marrom claro.

Espiroquetas são Gram-Negativos em forma de espiral eles são únicos na morfologia e locomoção, o
seu tamanho é medido por medição do seu comprimento e largura de modo geral é de 5 a 500 microns
de comprimento e de 0,1 a 3 microns de largura, possuem periplasma flagelos endo-cruzamento. Endo-
flagelos podem ser duas em números de 100 esses flagelos são enrolados em torno das células pro-
toplastos helicoidais entre membrana externa. Essas espiroquetas são organismos extremamente sen-
síveis na técnica especial.

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COLORAÇÕES USADAS EM MICROBIOLOGIA

Método de Coloração

A partir de esfregaços em lâminas homogêneo, delgado e fixado

Cobrir o esfregaço com a solução fixadora (renová-la 3x, por 30 segundos).

Cobrir com solução mordente, aquecendo a lâmina até emitir vapores. Aguardar 30 segundos e lavar
em água corrente.

Tratar pela solução impregnadora de prata (nitrato de prata amoniacal), aquecendo ligeiramente a lâ-
mina até a emissão de vapores, deixando agir por 30 segundos (a preparação toma a cor marrom).

Secar ao ar. Examinar a lâmina ao microscópio com a objetiva de imersão

Solução de Coloração

Líquido de Ruge (Fixador): Ácido acético glacial 1 ml, Formalina 40% 2ml, Água destilada 100ml

Mordente: Água tânico 5g, Ácido fênico(fundido) 1ml, Água destilada 100ml.

Nitrato de Prata Amoniacal (solução impregnadora): Nitrato de prata 5g, Água destilada 100ml

Coloração de Albert-Laybourn

Inicialmente foi sugerida por Henry Albert, em 1920, e modificada por Ross Laybourn, em 1924. Baseia-
se no fato de algumas bactérias apresentarem corpúsculos citoplasmáticos localizados nas regiões
polares corpúsculos metacromáticos ou corpúsculos de Babes Ernst, que se coram pelo Lugol forte (de
cor marrom), se evidenciando, em contraste com o corpo bacilar, que se cora em verde-azulado pela
solução de Laybourn.

Tais características são observadas nas corinebactérias e sua presenças é associada aos sintomas
clínicos característicos da difteria, o que possibilita um diagnóstico presuntivo da doença, pela micros-
copia ótica.

O método é auxiliar no diagnóstico da difteria. Seu diagnóstico é geralmente clínico, mas a pesquisa
de bacilos metacromáticos cuidadosamente coletados a partir da face anterior da pseudomembrana
pode ser um importante auxiliar diagnóstico. O cultivo de corinebactérias é possível, mas seu uso clínico
é bastante reduzido. O exame direto de esfregaço de naso e orofaringe continua é padrão outro para
triagem de infecção pelo Corynebacterium diphtheriae.

Indicações: Método auxiliar no diagnóstico da difteria. Interpretação clínica: Sugere positividade a pre-
sença de bacilos gram-positivos pleomorfos, em grande número (predominância), com morfologia e
distribuição características.

A difteria é uma doença infecciosa causada por uma bactéria conhecida como Corynebacterium
diphtheride, transmitida de pessoa para pessoa por meio das vias respiratórias ou através de contato
físico. As bactérias foram placas amareladas que se alojam nas amígdalas, laringe, faringe, nariz e até
mesmo na conjuntiva e na pele.

A doença pode ser prevenida através da vacinação. A difteria afeta mais crianças do que adultos. Ape-
sar de ser mais comum nos mais jovens, a mortalidade da doença afeta de 5 a 10% das crianças e
20% adultos com mais de 40 anos de idade.

Método de Albert-Laybourn

Cobrir o esfregaço por 3 a 5 minutos, com a solução de Albert-Layborn.

Escorrer (sem lavar).

Cobrir com solução Lugol forte, por aproximadamente 2 minutos.

Examinar a lâmina ao microscópio com a objetiva de imersão.

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COLORAÇÕES USADAS EM MICROBIOLOGIA

Soluções para o método

Solução de Albert-Laybourn: Azul de toluidina 0,15 g, Verde de malaquita 0,20 g, Ácido acético glacial
1 mL, Álcool 95° 2 mL, Água destilada 100 mL

Solução de Lugol Forte: Iodo metálico 2,0 g, Iodeto de potássio 3,0 g, Água destilada 300 mL, Guardar
em frasco âmbar ao abrigo da luz.

Representação CORYNEBACTERIUM:

Coloração de Wirtz-Conklin

A esporulação, processo pelo qual alguns gêneros de bactérias formam esporos. Ela ocorre quando
estas bactérias estão face a situações críticas para sua sobrevivência, ou seja, as condições ambientais
são adversas para o crescimento bacteriano. De maneira geral, isto ocorre quando há falta de nutrien-
tes, como carbono ou nitrogênio.

Os esporos apresentam-se sob a forma de corpúsculos esféricos ou ovoides, livres ou no interior da


bactéria. Formam-se pela invaginarão de uma dupla camada de membrana celular, que se fecha para
envolver um cromossoma e uma pequena quantidade de citoplasma, garantindo a sobrevivência da
espécie. Esta camada é responsável pela resistência à coloração e ao ataque dos agentes físicos e
químicos da esterilização e desinfecção. Por isso que pra se corar os esporos é necessário um tempo
prolongado de exposição ao corante (verde malaquita), associado ao aquecimento, o que permite o
rompimento desta barreira obtendo-se, então, o esporo corado em verde intenso. São características
comuns aos esporos: decréscimo na quantidade total de água em comparação com o estado vegeta-
tivo, retroatividade, alta resistência a condições ambientais adversas, habilidade de germinar e produzir
células vegetativas após longos períodos de estocagem.

Na fase esporulada, as bactérias não realizam atividade Biosintética e reduzem sua atividade respira-
tória. As bactérias podem permanecer viáveis na forma de esporos durante anos, se mantidos a tem-
peraturas usuais e em estado seco.

Método para coloração de Esporos WIRTZ-CONKLIN

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COLORAÇÕES USADAS EM MICROBIOLOGIA

A partir de esfregaços em lâminas homogêneo, delgado e fixado.

Cobrir o esfregaço com o corante verde malaquita.

Aproximar da chama até que desprenda vapor, sem deixar que o corante ferva. Afastar do fogo e, após
1 a 2 minutos, repetir a operação por 3 a 4 vezes.

Lavar suavemente com água, evitando o choque térmico, que poderá quebrar a lâmina.

Adicionar a solução de safranina por 30 segundos, lavar e secar.

Observar ao microscópio com objetiva de imersão.

Soluções utilizadas

Solução A: Verde malaquita a 5% Verde malaquita 2,5 g, Água destilada 50mL, Misturar e deixar em
repouso durante uma noite para dissolver.

Solução B: Safranina, B.1 Solução estoque Safranina 50 g, Etanol 95% 2000mL, B.2 Solução de tra-
balho, Solução estoque de Safranina (B.1) 300 mL, Água destilada 2700 Ml.

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MICOBACTÉRIAS

Micobactérias

Mycobacterium ou micobactéria é um gênero de actinobactérias bacilares, aeróbicas obrigatórias, imó-


veis e altamente patogênicas, que causam diversas doenças, entre as quais lepra, tuberculose e infe-
ções por micobactérias não tuberculosas. Possuem a forma de bacilos retos ou levemente curvado,
sem a presença de flagelos ou de cápsula, além de não ter formação do endosporo.

Apesar das micobactérias não possuírem membrana externa e, por isso, se assemelharem às gram-
positivas, seu alto teor lipídico confere diferenças estruturais importantes na parede. A presença de
ácidos graxos no envelope confere uma álcool-ácido resistência (AAR) - retendo fucsina básica pela
parede mesmo na presença de álcool e ácido durante a coloração de Gram. Microorganismo intracelu-
lares, que infectam e proliferam-se dentro de macrófagos.

As manifestações clínicas de infecções micobacterianas decorrem da resposta imunológica do hospe-


deiro à infecção e aos antígeos que portam. Possuem inúmeras resistências a antibióticos típicos e
exigem tratamentos de muitas semanas, meses ou anos. Normalmente administrado mais de um anti-
biótico, já que algumas cepas já apresentam resistência antimicrobiana considerável.

Parede Celular

Diferente de outras bactérias gram-positivas ou gram-negativas, as micobactérias possuem peptideo-


glicano com ácido N-glicolilmurâmico em vez de ácido N-acetilmurâmico. A parede celular é constituída
de cerca de 60% de ácidos micólicos (ácidos graxos de cadeia longa incomum), covalentemente liga-
dos ao polissacarídeo que compõe a parede.

A presença de alguns lipídeos livres com epítopos passiveis de reconhecimento pelo hospedeiro não
estão covalentemente associados ao esqueleto basal. Possuem proteínas de membrana formadoras
de canais catiônicos (porinas), que controlam a difusão de moléculas hidrofílicas.

A Mycobacterium tuberculosis possui uma das paredes mais permeáveis a agentes antimicrobiano hi-
drofílicos. A singularidade da parede permite que o microorganismo sobreviva dentro de macrófagos -
que normalmente aniquilam patógenos fagocitados - facilitando a agregação bacteriana e tornando-as
mais resistentes a muitos desinfetantes químicos, o que dificulta sua prevenção.

Coloração

O alto teor lipídico das micobactérias confere à está a álcool-ácido resistência, que impede a coloração
das bactérias pela técnica de Gram, normalmente utilizada. Entretanto, se a porção lipídica for remo-
vida com etanol alcalino, a bactéria perde a característica de álcool-ácido resistência, permitindo que
sua coloração se assemelhe às gram-positivas.

A técnica de Ziehl-Neelsen é eficaz com essas bactérias, utilizando uma mistura de fucsina com fenol,
envolvendo aquecimento na própria lâmina até que gere vapor. O diferencial dessa mistura é o fenol,
que aumenta a absorção da fucsina nos lipídios (ocorrerá ligação do NH2+ da fucsina com o COO- do
ácido micólico).

Após essa aplicação, o esfregaço é lavado e tratado com álcool-ácido, sendo lavado mais uma vez
para ser corado com azul de metileno, realizando o papel de contraste. O resultado é a coloração em
vermelho aos acidorresistentes, e o restante em azul.

Meio de Cultura

Possui um meio desenvolvido especialmente para seu plaqueamento, o meio Löwenstein–Jensen (LJ),
que é utilizado principalmente para o cultivo da Mycobacterium tuberculosis. Diferenças entre as espé-
cies englobam mudanças na temperatura ótima de cultivo e tempo médio de crescimento.

COMPOSIÇÃO (g/L)

L-Asparagina: 3.60

Fosfato monopotássico: 2.40

Sulfato de magnésio: 0.24

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MICOBACTÉRIAS

Citrato de magnésio: 0.60

Amido de batata, solúvel: 30.00

Verde malaquita: 0.400

Essa é a composição basal, comprada em forma de um pó azul esverdeado. A ele, devem ser acres-
centados 12mL de glicerol e 1000mL de emulsão de ovo. Nesse momento o meio adquire uma cor
verde azulada pálida, e um pouco opaca.

A l-asparagina e o amido de batata são fontes de nitrogênio e vitaminas. Sulfato de magnésio e fosfato
monopotássico agem como fatores de crescimento, e o glicerol e a emulsão de ovo fornecem ácidos
graxos e aminoácidos e são fonte de carbono. O verde malaquita é composto que impede a contami-
nação a cultura por fungos e outros microrganismos, garantindo uma cultura pura.

Esse meio é muito importante para o diagnóstico precoce da tuberculose, mas seu grande problema
se dá pelo fato de que as colônias demoram para serem formadas devido ao crescimento lento da
bactéria (colônias visíveis de 2 a 20 dias em temperatura ótima). Isso dificulta muito a rapidez de diag-
nóstico, e por isso técnicas alternativas são bastante pesquisadas e exploradas. Por não serem nem
gram-positivas nem gram-negativas, podem ser cultivadas com antibióticos para esses dois tipos de
bactérias, o que minimiza e evita contaminações.

A Mycobacterium leprae não é cultivada nesse meio ou em qualquer outro, sendo utilizado modelos
experimentais para análise da hanseníase. O uso de tatu selvagem em laboratórios como modelo ex-
perimental ainda é o mais adequado.

Mycobacterium tuberculosis em vermelho (coloração)

Metabolismo

Devido à baixa velocidade de crescimento e a dificuldade de cultura dessas bactérias, o metabolismo


dessas bactérias não é definido para todas as espécies. Suas necessidades nutricionais englobam:

fonte de carbono orgânica

fonte de nitrogênio (NH4+)

elementos inorgânicos usuais (Mg2+ , SO4 2 ~, K + , PO4 3 ", Fe3 +, etc.).

Dentre as principais bactérias patogênicas, a Mycobacterium tuberculosis usa como principal fonte de
carbono o colesterol e esteroides derivados de sua degradação como metabólitos adicionais. Uma via
de regulação da ativação dos genes que participam do catabolismo do colesterol inicia-se com sua
oxidação, até eventualmente alimentar o ciclo de Krebs (TCA Cicle) ou ser usado para o anabolismo
da bactéria.

A Mycobacterium leprae usa principalmente os lipídios como fonte de carbono. Eles também são oxi-
dados e eventualmente servem de substrato para o ciclo de Krebs, que enfim fornece ATP para a
bactéria.Como a M. leprae só cresce em hospedeiros específicos e não cresce em meios de culturas
padrão para micobactérias, elas não produzem todos os metabólitos necessários ao seu crescimento.

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MICOBACTÉRIAS

Entretanto, como seu crescimento ocorre em hospedeiros específicos, é de difícil determinação quais
nutrientes ela precisa utilizar do meio em que se encontra, sendo os mecanismos gerais de seu meta-
bolismo ainda nebulosos.

Micobactérias Patogênicas

As infecções por micobactérias geralmente só afetam imunocomprometidos, sendo assintomáticas na


grande maioria da população:

Patógenos obrigatórios

Mycobacterium tuberculosis: Tuberculose humana

Mycobacterium bovis: Tuberculose humana/bovina

Mycobacterium leprae: Hanseníase

Patógenos oportunistas

Mycobacterium marinum: Infecções cutâneas profundas

Mycobacterium ulcerans: Úlcera de Buruli

Mycobacterium kansasii: Pneumonia similar a tuberculose

Mycobacterium avium e Mycobacterium intracellulare simultâneos: Síndrome de Lady Windermere

Mycobacterium africanum: Pneumonia similar a tuberculose

Biossegurança

Algumas bactérias do gênero Mycobacterium são causadoras de doenças extremamente perigosas,


como a hanseníase e a tuberculose. A manipulação desses patógenos requer laboratórios equipados
de acordo com os Níveis de Biossegurança (NB), requisitos padronizados para a manipulação de mi-
crorganismos patógenos.

Esses níveis são definidos de acordo com a classe de risco desses microrganismos (determinada pelo
risco potencial oferecido ao individuo, à comunidade e ao meio ambiente) e ao tipo de manipulação que
será realizada.

CLASSE DE RISCO 1: todas as Mycobacterium não incluídas em outras classes de risco.

CLASSE DE RISCO 2: M. leprae, M. asiaticum, M. avium, M. bovis BCG vacinal, M. intracellulare, M.


chelonae, M. fortuitum, M. kansasii, M. malmoense, M.marinum, M. paratuberculosis, M. scrofulaceum,
M. simiae, M. szulgai,M. xenopi

CLASSE DE RISCO 3:M. bovis (exceto a cepa BCG) e M. tuberculosis

O número da classe de risco não corresponde ao NB necessariamente. Existem micobactérias,como a


M.smegmatis, que são da classe de risco 1 e correspondem ao NB 1, e a M.leprae, que é da classe 2
e corresponde ao NB 2. Por outro lado, existem casos como a M.tuberculosis, que faz parte da classe
de risco 3, mas pode corresponder ao NB 2 ou 3, dependendo do tipo de manuseio a ser realizado.

Antibióticos

Devido a característica de álcool-ácido resistência, as micobactérias possuem antimicrobianos especí-


ficos para o tratamento de enfermidades causadas pelas bactérias patogênicas. Os casos de resistên-
cia aos fármacos pela micobactéria ocorre devido às mutações espontâneas que ocorrem nas replica-
ções dessas bactérias - não envolvendo plasmídeos e transposons (elementos móveis) como ocorre
na maioria das bactérias resistentes a antibióticos.

A rifampicina é um importante antibiótico no tratamento da tuberculose, hanseníase e outras doenças


causadas por micobactérias. É um composto semi-sintético produzido a partir da rifampicina B, que é

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MICOBACTÉRIAS

obtida comercialmente pela fermentação a partir do Streptomyces mediterranei. Pertencente à família


dos antibióticos ansamicinas, é um antibiótico bactericida que se liga a subunidade beta da RNA poli-
merase e inibe a transcrição gênica da micobactéria por bloqueio da RNA-polimeras dependente de
DNA. Isso impede a síntese de RNA mensageiro (mRNA), produzindo morte celular.

O mecanismo de resistência a esse fármaco resulta de mutações na região central do gen rpoB, que
codifica a subunidade β da RNA-polimerase. As mutações modificam a estrutura desta enzima, fazendo
com que a RMP perca a capacidade de bloqueá-la, liberando a síntese de mRNA.

Observação importante: A utilização da rifampicina em pacientes portadores de HIV pode promover


interações farmacológicas do sistema hepático e intestinal com a maioria dos anti-retrovirais utilizados,
o que pode provocar uma redução significativa dos níveis plasmáticos dos mesmos. Esse fato pode
levar à diminuição da eficácia e ao aumento do risco de desenvolvimento de resistência do vírus HIV
ao esquema de medicamentos anti-retrovirais. Assim, é necessário a utilização de processos alternati-
vos, sem a presença da rifampicina.

A isoniazida, medicamento mais conhecido no tratamento da tuberculose devido a sua alta especifici-
dade e também aquele com maior frequência de ocorrência de resistência, foi descoberto em 1952. O
gene katG codifica a enzima catalase-peroxidase, importante no metabolismo do bacilo. Esta enzima
ativa a isoniazida, produzindo radicais reativos de oxigênio e radicais orgânicos que inibem a formação
de ácidos micólicos da parede bacilar e produzem dano no DNA.O gene inhA codifica a enzima carre-
adora de enoil (acil redutase) NADH dependente, que é importante na síntese de ácidos micólicos. Um
dos produtos da isoniazida ativada (o radical acil isonicotínico) liga-se à NADH e impede a atividade da
enzima, resultando na morte da bactéria por interferência na síntese dos ácidos micólicos. As micobac-
térias que apresentam resistência à Isoniazida geralmente se livram dessa enzima que ativa o medica-
mento ou apresentam mutações, como no gene katG há diminuição da ação da catalase. A mutação
estrutural do gene inhA faz com que a enzima modificada perca afinidade pela NADH. Ambas as mu-
tações resultam em resistência é bacteriostático e é utilizado até hoje, embora algumas linhagens já
apresentem resistência ao medicamento.

A Pirazinamida é um antibiótico muito utilizado no tratamento da Tuberculose. Não se sabe o exato


mecanismo de ação pelo qual a pirazinamida inibe o crescimento da Mycobacterium tuberculosis (Mtb),
porém sabe-se que ela tem atividade altamente específica contra essa micobactéria, não exercendo
qualquer efeito sobre as outras. É provável que a quebra da molécula da pirazinamida através de sua
enzima pirazinamidase-nicotinamidase nessas micobactérias produz ácido pirazinoico, a forma ativa
da droga, em pH ácido. A atividade defeituosa da pirazinamidase, devido a mutações no pncA, é a
principal causa de resistência a pirazinamida.

Etambutol é um tuberculostático sintético e micobacteriostático que não possui efeito sobre outras bac-
térias. O exato mecanismo não está totalmente conhecido, mas parece inibir a síntese de metabólitos,
levando ao dano ao metabolismo celular, parada da multiplicação e morte celular. É ativo apenas
quando a célula estiver em divisão.A resistência desenvolve-se in vivo, quando administrada na ausên-
cia de outra droga eficaz.

A Dapsona é um medicamento utilizado para diversos problemas que afetam a pele. Muito usado no
tratamento da Hanseníase, ele age inibindo a síntese de ácido fólico, pela competição com o ácido
para-amino-benzóico (PABA) na bactéria, devido a sua similaridade estrutural. Com isso há inibição na
formação de DNA e RNA, impedindo a replicação e transcrição do mesmo, afinal o PABA é essencial
na síntese de ácido fólico e consequentemente para a síntese de purinas, envolvidas diretamente na
formação de DNA e RNA. A resistência à dapsona é associada às mutações nos códons 53 e 55 no
gene folp1, gene relacionado à biossíntese de folato.

Clofazimina: Ela tem ação bacteriostática com relação ao bacilo de Hansen, ou seja inibe o crescimento
micobacteriano, e, também segundo alguns, uma ação antinflamatória. Ainda não foi demonstrada re-
sistência do Mycobacterium leprae à clofazimina e pouco se sabe sobre seu mecanismo de ação exato.

A associação da dapsona, rifampicina e clofazimina é eficaz no tratamento da hanseníase multibacilar,


entretanto a dapsona é responsável por inúmeros efeitos colaterais, tais como anemia hemolítica, me-
tahemoglobinemia, erupções cutâneas, neuropatias, agranulocitose, entre outras. Por isso tratamentos
alternativos, como a substituição da dapsona pela ofloxacina, ou a utilização do sistema ROM (rifampi-
cina, ofloxacina e minociclina) estão sendo aplicados atualmente.

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MICOBACTÉRIAS

A ofloxacina, uma droga do grupo das fluoroquinolonas, que possui grande espectro de ação, inibe a
replicação do DNA devido à ligação com a subunidade A da DNA girase no gene gyrA. Mutações as-
sociadas com o gene gyrA são comumente relatadas em micobactérias. As mutações identificadas até
o momento no gene gyrA encontram-se no códon 89 e no códon 91. Também substituições de amino-
ácidos nos códons 91 e 94 são associadas com resistência às quinolonas.

As fluoroquilonas demonstraram poderosa atividade tuberculocida. Seu uso no tratamento da doença


aumentou pelos recentes surtos de tuberculose resistente à diversas drogas. Entretanto, a utilização
frequente das fluoroquinolonas no tratamento de diversas outras doenças infecciosas está gerando
bactérias resistentes à essas drogas. Esse antibiótico pode desencadear uma vasta onda de efeitos
colaterais debilitantes e, portanto, não devem ser usadas como primeira linha de tratamento.

O tratamento das doenças é mais eficaz quando administrado combinações de antibióticos, diminuindo
a quase 0% as chances de a bactéria possuir resistência aos dois medicamentos utilizados.

Micobacteriófagos

Micobacteriófagos são um tipo de vírus bacteriófago que têm micobactérias como hospedeiras. Origi-
nalmente isolados de Mycobacterium smegmatis, hoje são conhecidos mais de 4,200 micobacteriófa-
gos, sendo mais de 500 completamente sequenciados. Todos os micobacteriófagos conhecidos apre-
sentam DNA de fita dupla e são classificados nas famílias Siphoviridae e Myoviridae.

Devido a uma especificidade de hospedeiro relativamente alta, micobacteriófagos podem ser usados
para identificar espécies e linhagens de micobactérias. Nos anos 1980, micobacteriófagos foram des-
cobertos como ferramentas para a manipulação genética de micobactérias, apresentando possibilidade
para, no futuro, serem usados para identificar resistência ou tratar infecções.

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TESTES DE SENSIBILIDADE AOS
ANTIMICROBIANOS

Testes de Sensibilidade aos Antimicrobianos

Os resultados dos TSA devem ser interpretados pela equipe do laboratório de microbiologia antes que
o relatório final seja emitido ao médico do paciente.

Geralmente, o antimicrobiano que apresentou a menor CIM é considerado a melhor alternativa de tra-
tamento. Entretanto, interpretações corretas da CIM devem considerar as propriedades farmacocinéti-
cas e a resposta clínica do respectivo antimicrobiano em erradicar a bactéria nos diversos sítios corpó-
reos.

A melhor maneira de fazer isso é consultar os documentos escritos por especialistas, como o CLSI.

Os critérios interpretativos do CLSI são formulados a partir de resultados de estudos microbiológicos,


farmacocinéticos e clínicos obtidos antes que o antimicrobiano seja aprovado para comercialização
pela Food and Drug Administration. Portanto, os critérios interpretativos não são baseados simples-
mente na comparação entre a CIM e o nível sérico alcançado pelo antimicrobiano.

A sensibilidade a um antimicrobiano indica que há grande probabilidade de sucesso clínico, caso este
antimicrobiano seja utilizado para tratamento, quando doses habituais deste antimicrobiano são utiliza-
das.

Ao contrário, se a bactéria é considerada resistente, significa que ela não é inibida pelas concentrações
de antimicrobiano alcançadas pelas doses habituais e há maior chance de falha terapêutica. Caso a
bactéria seja classificada como intermediária, ela pode ser erradicada, dependendo das concentrações
antimicrobianas alcançadas no sítio infeccioso.

Na maioria das vezes, a categorização do isolado clínico em sensível, intermediário ou resistente a


determinado antimicrobiano é suficiente. A realização de testes dilucionais para a determinação da CIM
é útil em algumas situações específicas, como:

• Infecções localizadas em sítios corpóreos, onde a penetração dos antimicrobianos é baixa: endocar-
dite, osteomielite e meningite;

• Avaliação da sensibilidade à penicilina e às cefalosporinas de terceira geração (cefotaxima ou ceftri-


axona) entre amostras de S. pneumoniae causadoras de meningite (não existe padronização para in-
terpretação dos resultados obtidos por disco-difusão);

• Avaliação da sensibilidade às polimixinas. O CLSI recomenda a realização do teste de sensibilidade


às polimixinas por disco difusão somente para Pseudomonas aeruginosa, para as demais não entero-
bacteriaceae a sensibilidade a este antimicrobiano deve ser avaliado por métodos dilucionais de refe-
rência;

• Avaliação da sensibilidade a antimicrobianos entre bactérias Gram-negativas não Enterobacteria-


ceae;

• Infecções sistêmicas causadas por bactérias multirresistentes;

• Infecções em pacientes imunocomprometidos.

Determinar a resistência microbiana é fundamental para o tratamento de infecções. Os métodos exis-


tentes e aplicados na rotina laboratorial são disco-difusão (Kirby e Bauer), difusão em gradiente de
concentração (tiras ou fitas), diluição e métodos automatizados.

A concentração inibitória mínima (CIM) é definida como a concentração mais baixa do agente antimi-
crobiano necessária para inibir o crescimento de um micro-organismo. Além de informar o grau de
resistência, a CIM pode dar informações importantes sobre a possível presença de genes envolvidos
nos mecanismos de resistência.

A determinação da CIM (quantitativo) é considerada o padrão ouro para testes de sensibilidade, porém
o teste de disco-difusão (qualitativo) é mais utilizado por ter um custo mais baixo em comparação a
outros métodos.

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TESTES DE SENSIBILIDADE AOS
ANTIMICROBIANOS

Os valores de inibição e a análise se um micro-organismo possui sensibilidade ou resistência a um


agente antimicrobiano é baseada em manuais criados por órgãos reguladores distribuídos pelo mundo,
os quais realizaram testes clínicos prévios. A concentração do antimicrobiano utilizado no teste e sua
via de administração indicam aos médicos o tratamento mais eficaz para cada infecção.

Vários estudos demonstram que fornecer resultados rápidos de suscetibilidade pode levar a mudanças
consideráveis na terapia antimicrobiana, como redução de custos atribuíveis a pedidos de menos testes
laboratoriais, menor número de procedimentos invasivos e menos tempo de permanência dos pacien-
tes em unidades de internação.

Entre as primeiras deficiências dos métodos de teste de suscetibilidade, podemos citar a detecção de
alguns mecanismos de resistência aos antimicrobianos, incluindo Beta-lactamases e resistência à van-
comicina. No entanto, os procedimentos e equipamentos mais novos possuem melhorias significativas
em grande parte dos processos para evitarem resultados improváveis.

Disco-difusão (Kirby e Bauer)

No método de disco-difusão, um disco de papel de filtro de 6 mm impregnado com uma concentração


conhecida de um composto antimicrobiano é colocado na placa de ágar Mueller-Hinton (MH). O anti-
microbiano se difunde no ágar de acordo com as propriedades de difusão, solubilidade e peso molecu-
lar do composto. Juntos, esses fatores resultam em valores de inibição únicos, formando halos de
suscetibilidade do antimicrobiano.

Ao inocular a placa de MH com uma suspensão do agente patogênico, o crescimento do micro-orga-


nismo ocorre simultaneamente com a difusão do composto antimicrobiano. É importante salientar que
o tamanho da zona de inibição do crescimento pode ser influenciado pela profundidade do ágar, por-
tanto deve haver uma padronização na produção dos meios de cultura.

O momento em que a bactéria atinge o seu crescimento na placa de MH é demonstrado por um halo
de inibição definido em torno do disco. A concentração do antimicrobiano ao halo é correspondente à
concentração crítica para inibir o micro-organismo.

Difusão em Gradiente de Concentração (Tira ou Fita)

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TESTES DE SENSIBILIDADE AOS
ANTIMICROBIANOS

O método de difusão em gradiente de concentração cria um gradiente antimicrobiano na placa de ágar


para o teste de suscetibilidade. Os antimicrobianos são impregnados em fitas ou tiras finas com um
gradiente de concentração e são marcados na superfície superior com uma escala de concentração.

Após a incubação, os testes são lidos visualizando-se as tiras pela parte superior da placa. A CIM é
determinada pela intersecção da parte inferior da zona de inibição de crescimento, em forma de elipse
com a tira do teste. Como também envolve a difusão do antimicrobiano na placa de MH, é recomendada
a padronização da profundidade do ágar durante a produção dos meios de cultura.

Esse método possui boa flexibilidade por permitir o teste dos antimicrobianos escolhidos pelo labora-
tório, porém o custo de cada fita é alto em comparação com outros métodos. Devido a esse fato, é
indicado apenas em situações em que seja necessária a CIM para poucos antimicrobianos ou quando
o grupo do micro-organismo não possui valores de referência para disco-difusão.

Os resultados da difusão em gradiente têm boa correlação com o valor da CIM obtida pelos métodos
de diluição. No entanto, existem alguns desvios sistemáticos quando combinações de agentes antimi-
crobianos são empregadas a alguns grupos de micro-organismos. Alguns desses valores devem ser
corretamente analisados e revisados, pois podem não ser idênticos.

Diluição

Os testes de diluição são realizados em tubos (macrodiluição) ou placas (microdiluição). Este procedi-
mento envolve a preparação de diluições seriadas de antimicrobianos (1, 2, 4, 8, e 16 mg/mL, por
exemplo) em um meio líquido de crescimento.

Cada diluição recebe o inóculo com uma suspensão bacteriana padronizada. Após incubação, os tubos
ou microplacas são analisadas quanto ao crescimento do micro-organismo, visualizado pela turvação
do meio. A concentração mais baixa de antimicrobiano que impede o crescimento representa a CIM.

Apesar da precisão por gerar um resultado quantitativo, preparar manualmente as diluições em série
dos antimicrobianos no método de macrodiluição é uma tarefa tediosa, com a possibilidade de erros e
quantidade relativamente alta de reagentes e espaço necessário para cada teste.

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TESTES DE SENSIBILIDADE AOS
ANTIMICROBIANOS

Em contrapartida, a microdiluição possibilita a reprodutibilidade e a conveniência de ter painéis prontos,


somando-se à economia de espaço e reagentes que ocorre devido à miniaturização do teste. Os resul-
tados também podem ser informatizados se houver um leitor automatizado do painel. A principal des-
vantagem do método é a flexibilidade de seleção de drogas disponíveis, pois os painéis comerciais são
pré-definidos.

Métodos Automatizados

A automação dos testes de sensibilidade padroniza a leitura e muitas vezes produz resultados em um
período mais curto do que as leituras manuais. Os sistemas sensíveis de detecção óptica permitem a
detecção de mudanças sutis no crescimento do micro-organismos.

Os quatro principais equipamentos de automação utilizados atualmente nos laboratórios de microbio-


logia são o MicroScan Walk-Away (Siemens Healthcare Diagnostics), o BD Phoenix (BD Diagnostics),
o Vitek 2 (bioMérieux) e o Sensititre ARIS 2X (Trek Diagnostic Systems). Os três primeiros pode gerar
resultados rápidos (3,5-16 h), enquanto o quarto sistema leva mais tempo, processando os resutados
após 18-24 h.

O MicroScan WalkAway (Siemens Healthcare Diagnostics) é uma incubadora e leitor auto-suficiente


que analisa 40-96 placas de microdiluição. Utiliza placas de microdiluição com tamanho padrão que
são hidratados e, em seguida, inoculados manualmente e colocados em um dos locais disponíveis no
instrumento. O equipamento incuba as placas e examina-as periodicamente com os fotômetros para
determinar se houve crescimento. Em geral, painéis de suscetibilidade de Gram-negativos contendo
substratos fluorogênicos são lidos em 3,5-7 h. Painéis separados de Gram-positivos e Gram-negativos
ficam prontos em 4,5-18 h, aproximadamente.

O sistema automatizado de microbiologia BD Phoenix (BD Diagnostics) tem uma grande leitora e incu-
badora com capacidade para processar 99 painéis de teste que contêm 84 poços dedicados às dilui-
ções dos antimicrobianos, inoculadas manualmente. O BD Phoenix monitora os painéis a cada 20 mi-
nutos, usando o indicador de turbidez e colorimétrico (indicador de oxidação-redução). Há opções de
painéis para quase todos os grupos de bactérias e os resultados de CIM são gerados em 6-16 h.

O sistema Vitek 2 (bioMérieux) é altamente automatizado e utiliza cartões compactos de plástico com
reagentes que contêm antimicrobianos e meios de teste em um formato de 64 poços. O Vitek 2 emprega
monitorização turbidimétrica do crescimento microbiano durante o período de incubação. O instrumento
pode ser configurado para analisar 30-240 testes simultâneos. Os cartões permitem o teste de susce-
tibilidade para Gram-positivos, Gram-negativos e leveduras. A média de tempo para a obtenção dos
resultados é de 4-10 h para bactérias e um pouco superior para o grupo de leveduras.

O Sensititre ARIS 2X (Trek Diagnostic Systems) é um sistema automatizado com capacidade para 64
painéis que utiliza a medição da fluorescência após 18-24 horas de incubação. Os painéis são padro-
nizados com 96 cavidades de microdiluição e são incubados no equipamento. Os testes estão dispo-
níveis para grande parte dos Gram-positivos e Gram-negativos.

Embora variem nos métodos e tempo de detecção, todos os equipamentos têm melhorado seus sof-
twares para interpretar os resultados de suscetibilidade, incluindo sistemas que analisam padrões atí-
picos e fenótipos de resistência incomuns.

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LIQUIDOS DE NATUREZA BIOLÓGICA

Sangue

O sangue é um tecido líquido formado por diferentes tipos de células suspensas no plasma. Ele cir-
cula por todo nosso corpo, através das veias e artérias.

As veias levam o sangue dos órgãos e tecidos para o coração, enquanto as artérias levam o sangue
do coração para os órgãos e tecidos.

Já as células, recebem sangue através de vasos sanguíneos de menor porte denominados de arterío-
las, vénulas e capilares.

Em um adulto circulam, em média, seis litros de sangue.

Funções do Sangue

Uma das funções básicas do sangue é o transporte de substâncias, das quais destacam-se:

• Levar oxigênio e nutrientes para as células;

• Retirar dos tecidos as sobras das atividades celulares (como gás carbônico produzido na respiração
celular);

• Conduzir hormônios pelo organismo.

O sangue desempenha um importante papel de defender o corpo das ações de agentes nocivos.

Composição do Sangue

Composição do sangue

O sangue parece um líquido homogêneo, no entanto, com a observação por microscópio pode-se ve-
rificar que ele é heterogêneo, sendo composto por glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, plaquetas e
plasma.

O plasma, corresponde até 60% do volume do sangue, é a parte líquida onde ficam suspensos os
glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. A quantidade de cada componente pode variar
conforme o sexo e idade da pessoa.

Algumas doenças, como a anemia, também podem causar modificações nos valores normais dos
componentes do sangue.

Glóbulos Vermelhos

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LIQUIDOS DE NATUREZA BIOLÓGICA

Hemácias no interior de uma artéria

Os glóbulos vermelhos, também chamado de hemácias, são células em maior quantidade nos huma-
nos. Possuem a forma de um disco côncavo de ambos os lados e não apresentam possuem núcleo.

Eles são produzidos pela medula óssea, ricos em hemoglobina, uma proteína cujo pigmento verme-
lho dá a cor característica ao sangue. Ela tem a propriedade de transportar o oxigênio, desempe-
nhando papel fundamental na respiração.

Glóbulos Brancos

Glóbulos brancos visualizados através de microscopia eletrônica

Os glóbulos brancos, também chamados de leucócitos são produzidos na medula óssea. São células
de defesa do organismo que pertencem ao sistema imunológico.

Eles destroem os agentes estranhos, como bactérias, vírus e as substâncias tóxicas que atacam
nosso organismo e causam infecções ou outras doenças. Além disso, também possuem papel impor-
tante na coagulação do sangue.

No sangue há diversos tipos de leucócitos com diferentes formatos, tamanhos e formas de núcleo:
neutrófilos, monócitos, basófilos, eosinófilos e linfócitos.

Os leucócitos são maiores que as hemácias, porém, a quantidade deles no sangue é bem menor.
Quando o organismo é atacado por agentes estranhos, o número de leucócitos aumenta significativa-
mente.

Plaquetas

As plaquetas são fragmentos celulares sem núcleo

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LIQUIDOS DE NATUREZA BIOLÓGICA

As plaquetas, também chamadas de trombócitos, não são células, mas fragmentos celulares. A sua
principal função está relacionada ao processo de coagulação sanguínea.

Quando há um ferimento, com rompimento de vasos sanguíneos, as plaquetas aderem às áreas lesa-
das e produzem uma rede de fios extremamente finos que impedem a passagem das hemácias e re-
tém o sangue.

As plaquetas estão presentes em cada gota de sangue e seu número é de aproximadamente 150.000
a 400.000 plaquetas por milímetro cúbico em condições normais de saúde.

Plasma

O plasma é a parte líquida do sangue

O plasma é um líquido de cor amarela e corresponde a mais da metade do volume do sangue.

Ele é constituído por grande quantidade de água, mais de 90%, onde encontram-se dissolvidos os
nutrientes (glicose, lipídios, aminoácidos, proteínas, sais minerais e vitaminas), o gás oxigênio e hor-
mônios, e os resíduos produzidos pelas células, como gás carbônico e outras substâncias que devem
ser eliminadas do corpo.

Tipos Sanguíneos

Os tipos sanguíneos são sistemas de classificação do sangue. Eles foram descobertos no início de
século XX pelo médico Karl Landsteiner.

Para a espécie humana, os tipos sanguíneos mais importantes são o Sistema ABO e o Fator Rh.

No Sistema ABO, por exemplo, há quatro tipos sanguíneo: A, B, AB e O. Os tipos possíveis de doa-
ção compatíveis são:

• Tipo A: recebe de A e O e doa para A e AB

• Tipo B: recebe de B e O e doa para B e AB

• Tipo AB: recebe de A,B, AB e O e doa para AB

• Tipo O: recebe de O e doa para A,B,AB e O

Enquanto isso, o Fator Rh funciona independentemente do Sistema ABO, e relaciona-se com a pro-
dução de um antígeno localizado na membrana plasmática das hemácias.

Saliva

A saliva é um fluído ligeiramente alcalino, transparente e viscoso que mantem a boca e os lábios
constantemente umedecidos funcionando, dessa forma, como um lubrificante.

Sua função é basicamente auxiliar na deglutição dos alimentos, favorecendo a passagem do bolo ali-
mentar pelo trato digestório.

A produção da saliva é realizada pelas glândulas salivares e no processo de mastigação dos alimen-
tos, a quantidade de saliva aumenta, umedecendo, assim, o bolo alimentar facilitando a deglutição e
favorecendo a passagem do alimento pelas vias digestivas.

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A enzima que se encarrega dessa primeira fase de produção de saliva é denominada de Ptia-
lina ou Amilase Salivar cuja função é transformar o amido em glicose, preparando a alimento para a
digestão.

Além de ser responsável pela limpeza da cavidade bucal, a ptialina possui anticorpos que agem con-
tra vírus e bactérias.

Composição da Saliva

Apesar de possuir elevado teor de água 99,42%, a saliva é composta não somente de água, uma vez
que o restante do fluído é formado por ptialina, mucina, albumina e sais minerais.

Glândulas Salivares

A glândulas salivares são formadas por grãos aglomerados, como cachos de uvas. Cada grão é cha-
mado de ácino e deles partem pequenos canais que levam a saliva para os diversos pontos espalha-
dos pela cavidade bucal.

Os três pares de glândulas produtoras da saliva são: as parótidas, as sublinguais e as submandibula-


res

Parótidas

Situadas próximas ao pavilhão auricular, as parótidas são as maiores glândulas salivares, em forma
de prisma, pesando entre 25 e 30 gramas.

Os canais que partem dos ácinos da parótida, se reúnem formando um canal maior que é o de
Sténon, que chega na bochecha, na altura do segundo pré-molar superior sendo sua abertura vista a
olho nu.

No processo inflamatório da caxumba, essa glândula incha e fica dolorida.

Submandibulares

As glândulas submandibulares estão localizadas em duas pequenas reentrâncias entre a ponta do


queixo e o ângulo da mandíbula.

Elas pesam, em média, cada uma 8 gramas e são responsáveis pelo transporte da saliva para a boca
pelo canal de Wharton, junto ao freio da língua.

Sublinguais

O par sublingual, como o próprio nome já indica, está localizado sob a língua formado por numerosos
lóbulos granulares.

As glândulas sublinguais possuem forma de amêndoas e pesam entre 3 e 5 gramas. O lóbulo da


frente tem apenas um canal denominado Ravino, que leva a saliva para a boca, também junto ao
freio da língua enquanto os outros lóbulos possuem ductos individuais chamados Walther.

Curiosidades

• A expressão comumente utilizada “dar água na boca” refere-se ao processo de salivação no qual as
glândulas responsáveis são estimuladas e recebem a ordem do cérebro. Por isso, lembrar de um ali-
mento saboroso deixa nossa boca cheia de “água”, nesse caso, de saliva.

• A produção de saliva no ser humano, varia entre um litro e um litro e meio por dia.

• Mesmo quando estamos dormindo nosso organismo produz saliva.

Sêmen

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Garantir a saúde íntima masculina envolve, entre muitos fatores, uma higiene adequada, uso de ca-
misinha e a atenção com sintomas que podem indicar a presença de DSTs, como verrugas geni-
tais e ardência ao urinar. Inclusive a aparência e odor do sêmen podem denunciar doenças na área
íntima masculina. Conheça as características de um esperma saudável e quando ele levanta suspei-
tas:

Composição

A composição do sêmen pode ser divida em duas partes: o plasma seminal e os espermatozoides.
De acordo com o urologista Reginaldo Martello, do Departamento de Reprodução Humana da Socie-
dade Brasileira de Urologia, cerca de 70% do plasma seminal é produzido nas vesículas seminais,
contendo aminoácidos, enzimas e principalmente frutose, que é a fonte de energia das células esper-
máticas. "Os outros 30% são produzidos pela próstata e contém, entre outros elementos, a fosfatase
ácida e o ácido cítrico", afirma. Essas substâncias têm o papel de neutralizar o ambiente ácido do ca-
nal vaginal, que é naturalmente nocivo ao esperma.

Já os espermatozoides são conduzidos e ao mesmo tempo alimentados pelo sêmen até chegar ao
interior do útero. Eles são produzidos nos testículos e se juntam ao líquido seminal na uretra prostá-
tica, para então serem liberados no momento da ejaculação. O espermatozoide é uma célula com-
posta por um núcleo ("cabeça"), que carrega o material genético, e uma cauda ou flagelo, responsá-
vel pela motilidade.

O especialista completa dizendo que hábitos como tabagismo, alcoolismo e uso de drogas ou anabo-
lizantes podem afetar drasticamente a composição do sêmen e a fertilidade masculina. "Infecções
das vias geniturinárias também desempenham uma interferência importante na constituição seminal."

Consistência e cor

Logo após a ejaculação o sêmen é heterogêneo, pois se encontra coagulado. A consistência viscosa
e espessa serve para auxiliar a aderência do esperma no útero, facilitando a fecundação. "Posterior-
mente, o esperma vai se tornando uniforme e mais líquido conforme acaba o efeito coagulante", diz o
urologista Reginaldo.

A cor varia do branco ao transparente, podendo variar conforme o período de intervalo entre as ejacu-
lações ou com a abstinência sexual. Sangramentos da próstata ou vesículas seminais podem deixar
o sêmen com uma coloração marrom. "A presença de sangue vivo no esperma também deve ser um
alerta para buscar ajuda médica", afirma o urologista Mauro Pinheiro, do departamento de Medicina
Sexual e Infertilidade da Sociedade Brasileira de Urologia - Regional Rio Janeiro. Infecções virais ou
bacterianas podem deixar o sêmen com um aspecto amarelo ou purulento - sintoma que também
deve ser investigado.

Cheiro

De acordo com os especialistas, o sêmen tem seu cheiro característico, que pode variar de pessoa
para pessoa. "Alterações de odor muito marcantes podem ser suspeitas de infecção", afirma o urolo-
gista Mauro. Por isso, se notar qualquer mudança no odor do sêmen, principalmente cheiros muito
fortes ou pútridos, marque uma consulta médica.

O gosto realmente pode mudar?

Muito se fala sobre a influência da dieta no gosto do sêmen - uma vez que os aminoácidos e a frutose
que compõem o esperma provêm também da alimentação. Sob essa lógica, o tipo de proteína inge-
rida (animal ou vegetal), bem com a quantidade de frutas e açúcares consumidos poderiam interferir
no sabor, deixando-o mais amargo, ácido ou mesmo doce. Entretanto, o urologista Reginaldo afirma
que não há informações suficientes na literatura científica confirmando essa possibilidade. "A compo-
sição do sêmen de fato é basicamente aminoácidos, enzimas e frutose, mas isso não quer dizer que
a dieta possa alterar essa composição ou o gosto do esperma", explica.

Quantidade não indica qualidade

O esperma saudável tem um volume ejaculado igual ou maior a 1,5 ml, sendo que os espermatozoi-
des contribuem com apenas 5% desse total. "Portanto, a quantidade de esperma ejaculado não tem

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nenhuma relação com a fertilidade do homem", ressalta Reginaldo Martello. Isso porque um sêmen
com volume normal pode não conter nenhum espermatozoide (azoospermia), ou ter quantidade e
qualidade muito alteradas, fazendo desse indivíduo um homem infértil. "Homens que já fizeram a ci-
rurgia de vasectomia, por exemplo, podem ser totalmente inférteis e terem um volume de sêmen nor-
mal", completa o urologista Mauro. A avaliação da fertilidade só é, portanto, dimensionada com o a
análise do sêmen (espermograma) e nunca pelo seu volume.

Saiba mais: Seis hábitos que prejudicam a fertilidade masculina

Desejo sexual interfere na ejaculação?

"A quantidade de esperma varia principalmente com o intervalo de tempo ocorrido entre as ejacula-
ções", explica o urologista Reginaldo. Dessa forma, passar vários dias sem ejacular pode resultar em
um volume seminal, e ejaculações muito próximas uma da outra levam a um volume menor. "Entre-
tanto, e excitação sexual estimula uma maior viscosidade e maior secreção das glândulas envolvidas
na produção do sêmen, fatores que podem aumentar a quantidade de esperma no momento da eja-
culação", diz Mauro Pinheiro.

Exames para avaliação da fertilidade

Como a aparência e a quantidade do sêmen não denunciam alterações na fertilidade masculina, é


necessário consultar um urologista e fazer uma análise clínica e laboratorial completa. "O principal
exame para investigar infertilidade é o espermograma, mas também podem ser pedidos testes hor-
monais e de imagem, biópsias e análises genéticas quando tiverem indicações específicas", explica o
urologista Reginaldo. Esses testes são feitos principalmente quando existe um casal supostamente
fértil em tentativa de gravidez sem sucesso, geralmente após um período mínimo de seis meses de
tentativa. Qualquer outro sintoma que levante suspeita de infertilidade ou doenças geniturinárias tam-
bém pedem avaliação médica.

Colostro

O que é colostro

O colostro é uma secreção líquida, às vezes amarelada, outras esbranquiçada e salgada. Ele é dife-
rente do leite e antecede sua produção, mas também sai do seio materno. É considerada a primeira
vacina que os bebês recebem por conter inúmeros benefícios para a saúde da criança recém-nas-
cida.

Em que momento ele é produzido

Na maioria das mulheres, a produção do colostro começa no último trimestre da gravidez, mas é nor-
mal que algumas gestantes tenham antes ou só após o nascimento. No caso da produção antes do
parto, é comum que ocorra algumas secreções nesse período. Após o nascimento do bebê, a produ-
ção do colostro aumenta durante cerca de uma semana, tempo suficiente para nutrir o seu filho com
seus muitos benefícios.

As diferenças entre colostro e leite

Além do sabor salgado e do aspecto amarelado (ou transparente e mais aguado) — o leite é mais
branco e grosso —, o colostro ainda possui algumas diferenças em sua composição em relação ao
leite materno. Ele é salgado por conter potássio e sódio e, apesar de terem as mesmas vitaminas e
mineiras, o leite contém mais gordura e carboidratos. Apesar disso, o colostro tem mais proteínas e
agentes de defesa do organismo, como leucócitos e imunoglobulinas.

A importância do colostro e seus benefícios

O colostro é considerado a primeira vacina do bebê pelo poder de proteção contra infecções e fortale-
cimento da imunidade. É rico em vitaminas E, K e A, que ajuda na proteção dos olhos. Além disso, a
importância do colostro também se dá no amadurecimento do intestino. Com esse estimulo, o mecô-
nio é eliminado com rapidez, evitando e prevenindo a icterícia.

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A extração do colostro

É muito comum que existam comparações e comentários em relação à quantidade do colostro que
está sendo expelido, mas isso não deveria ocorrer, já que varia muito de mãe para a mãe — e tam-
bém de acordo com as necessidades de cada bebê. Pode acontecer de mulheres que já amamenta-
ram antes terem mais facilidade, mas isso não deve preocupar as novas mamães. Os bebês sabem
sugar perfeitamente a quantidade ideal para eles, portanto não deve haver preocupações.

Como você pode ver, não há motivos para ter ansiedade e apreensão agora que já conhece a relação
entre o colostro e o bebê e também a sua importância e os muitos benefícios que ele traz. Lembre-se
que o colostro é diferente do leite, e antecede sua vinda, preparando o bebê contra infecções e forta-
lecendo sua imunidade, então é comum que existam essas diferenças entre os dois.

Humor Vítreo

Você sabe o que é o humor vítreo?

O vítreo é uma substância gelatinosa e viscosa que se encontra no segmento posterior do olho, entre
o cristalino e a retina. Causando pressão constante, atua de modo a manter a forma esférica do olho.

Qualquer alteração no estado ou pressão do humor vítreo pode afetar de alguma forma a visão. Com
o avanço da idade, o liquido fica menos espesso, ou seja, mais líquido. Tal condição pode favorecer,
por exemplo, o DESCOLAMENTO DE RETINA, além do surgimento de doenças como o GLAU-
COMA, que aumenta a pressão dentro do olho, fazendo com o que o liquido pressione o nervo óptico,
situação que pode causar cegueira.

Líquido Cefalorraquidiano

O líquido cefalorraquidiano (LCR), também conhecido como líquor ou fluído cérebro espinhal, é defi-
nido como um fluído corporal estéril, incolor, encontrado no espaço subaracnóideo no cérebro e me-
dula espinhal (entre as meninges aracnóide e pia-máter). Caracteriza-se por ser uma solução salina
pura, com baixo teor de proteínas e células, atuando como um amortecedor para o córtex cerebral e a
medula espinhal.

Outra função deste líquido é fornecer nutrientes para o tecido nervoso e remover resíduos metabóli-
cos do mesmo. É sintetizado pelos plexos coroidais, epitélio ventricular e espaço subaracnóide em

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uma taxa de aproximadamente 20 mL/hora. Em recém-nascidos, este líquido é encontrado em um


volume que varia entre 10 a 60 mL, enquanto que no adulto fica entre 100 a 150 mL.

O LCR flui dos ventrículos através dos forames laterais e mediais, adentrando no espaço subarac-
nóide, recobrindo tanto o córtex quanto a medula espinhal. A reabsorção deste líquido ocorre nos vi-
los aracnóides, encontrando-se em maior número no seio sagital superior. Este líquido não se resume
a um ultrafiltrado do soro: ele é gerado por filtrações através dos capilares coróides e posterior secre-
ção e transporte ativo bidirecional de substâncias pelas células epiteliais coróides.

A barreira hemato-encefálica é uma barreira virtual que realiza trocas em ambas as direções entre o
sangue, o LCR e o SNC. Esta barreira, que é totalmente desenvolvida nos adultos, impede a penetra-
ção de algumas substâncias que podem ser tóxicas para o SNC.

Para que seja feita uma análise detalhada do conteúdo do LCR, deve-se realizar uma punção suboc-
cipital (logo abaixo do crânio) ou lombar (entre a terceira, a quarta e a quinta vértebras lombares).
Este procedimento deve ser realizado sob condições totalmente estéreis e deve ser executada por
um médico experiente. Subsequentemente ao procedimento, o paciente deve ficar sob repouso por
um determinado período e hidratação forçada. Habitualmente a coleta é feita por gotejamento em três
tubos estéreis, sendo que um é destinado às análises bioquímicas e sorológicas, outro é destinado à
microbiologia e o terceiro, à citologia.

A análise clínica do Líquido Cefalorraquidiano inicia-se durante a coleta, na qual o profissional deve
verificar a coloração deste líquido, sendo que este deve ser incolor, bem como o fluxo (se corre sob
pressão ou somente em gotejamento lento, sendo este último o normal). A aparência anormal do LCR
pode ser descrito como: cristalino ou turvo, leitoso, xantocrômico ou sanguinolento (ou hemorrágico).
Este último deve ser diferenciado do acidente ocorrido durante a punção da hemorragia intracraniana.
A xantocromia, uma coloração rosada, laranja ou amarela tem etiologia na degradação dos eritróci-
tos, presença de bilirrubina, caroteno, grande quantidade de proteínas ou pigmento de melanoma.

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URINÁLISE

Urinálise

A urinálise é o exame não invasivo de grande importância para avaliar a função renal. Com o auxílio
deste exame pode-se diagnosticar diversas patologias, monitorar o progresso destas doenças no or-
ganismo, acompanhar a eficácia do tratamento e ainda constatar a cura.

O exame de urina é dividido em três etapas:

Na primeira etapa analisam-se as características gerais da urina. Corresponde a avaliação das propri-
edades físicas da urina, como o seu volume, o seu cheiro e sua coloração.

Na segunda etapa é feita a pesquisa de elementos anormais, que corresponde à pesquisa química feita
na urina.

Na terceira e última etapa é feita a sedimentoscopia, que corresponde ao exame microscópico da urina.

Composição da Urina

A urina contém aproximadamente 96% de água e 4% de substâncias diversas provenientes da alimen-


tação e do metabolismo normal. Essencialmente ela é uma solução de sais (cloreto de sódio e potássio)
e uréia.

A composição da urina varia:

Com a dieta do indivíduo;

Com o estado nutricional;

Atividade física;

Metabolismo orgânico;

Função endócrina;

Estado geral do organismo;

Estado da função renal;

Assim como a uréia, outras substâncias orgânicas são encontradas na urina, tais como, creati-
nina e ácido úrico. A uréia corresponde a metade das substâncias dissolvidas na urina e é o produto
do metabolismo da creatinina proveniente do movimento da massa muscular, e sua excreção renal não
é influenciada pela dieta. O ácido úrico é oriundo do metabolismo das purinas.

Dentre as substâncias inorgânicas encontradas na urina, pode-se destacar sódio, cloreto, potássio,
cálcio, magnésio, amônia, fosfato e sulfato.

Coleta da amostra

A coleta de urina deve ser feita observando todas as assepsias determinadas para obtenção de um
exame correto. É muito importante estar bem informado sobre a maneira adequada de se proceder à
coleta da amostra de urina.

Algumas regras são comuns em quase todos os laboratórios de análises clínica, tais como, fornece ao
pacientes frascos limpos e secos para a coleta da amostra, dando-se preferência à utilização de frascos
descartáveis e, no caso de crianças, coletores de plásticos com adesivos, observando que os mesmos
devem ser trocados a cada meia hora após a abertura.

Após a coleta, o recipiente de amostra deve ser entregue o mais rapidamente para ser analisado, no
prazo mínimo de uma hora e no máximo de 6 horas. Quando a amostra não puder ser analisada dentro
deste prazo, deve ser refrigerada.

Avaliando as características físicos da urina

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URINÁLISE

Nesta primeira etapa da urinálise são avaliadas:

A cor: é um caractere físico de extrema importância e através dele pode-se ter uma idéia do funciona-
mento normal ou de uma disfunção e até mesmo presença de uma patologia. A cor da urina é variável
podendo ser amarelo citrino, amarelo claro e amarelo ouro em condições normais.

As urinas patológicas são geralmente avermelhadas, âmbar e negra. Ao ingerir alguns medicamentos,
estes podem contribuir na coloração da urina, tornado-a alaranjada, azul ou um tipo de amarelo bri-
lhante.

Odor: a urina possui um cheiro característico e normal denominado suis generis (s.g.). É muito comum
encontrar em urinas de pacientes diabéticos um cheiro de frutas.

Aspecto: a urina possui um aspecto transparente a clara. Ela torna-se turva quando seus constituintes
solúveis tornam-se insolúveis, devido a mudança do ph, temperatura e saturação.

Volume: não existe um valor normal para o volume da urina. Geralmente a quantidade de urina é maior
durante o dia e a noite é reduzida. O volume excretado varia muito com a alimentação, exercício físico,
ingestão de líquidos e temperatura.

Pesquisa química

Nesta segunda etapa da urinálise utiliza-se uma fita (tira de plástico) que possui áreas de papeis im-
pregnados com reagentes especiais que irão reagir com a urina, permitindo assim uma análise de modo
mais rápido e mais sensível. Constitui um método colorimétrico e comparativo.

As principais funções da fita são:

Triagem de exames bioquímicos

Exames de emergência

Controle de indivíduos diabéticos

Sedimentoscopia

Esta é a última etapa da urinálise e é uma das mais importantes, pois fornece informações diferentes
das situações do organismo, como: metabolismo dos açúcares, função hepática e função renal. Estas
informações são obtidas através dos exames químicos e microscópicos.

A finalidade da sedimentoscopia é detectar e identificar elementos como as hemácias, leucócitos, cilin-


dros, células epiteliais, bactérias, leveduras, parasitas, muco, espermatozoides, cristais, etc.

Análise do sedimento urinário

O exame microscópico do sedimento urinário é um componente clinicamente importante da urinálise.


Achados físicos e químicos anormais demandam uma avaliação cuidadosa do sedimento.

Uma avaliação apropriada do sedimento urinário inclui a identificação das células (ex. Eritrócitos, leu-
cócitos, células epiteliais), cilindros, microorganismos, e cristais. Para evitar que certos elementos
(como cilindros, eritrócitos e leucócitos) se depositem no fundo do copo de coleta, todas as amostras
de urina devem ser bem homogeneizadas antes da centrifugação.

O sedimento urinário normal de cães e gatos contém poucos elementos (células, cilindros, bactérias,
ou cristais). Um leve aumento do número de eritrócitos e leucócitos é esperado e considerado normal
quando a amostra é colhida através de micção natural ou por cateterização. Além disso, o sedimento
também é afetado pela densidade urinária.

Por exemplo, 10 eritrócitos por campo de maior aumento (400x) em uma urina com densidade de 1,014
pode ser comparada com 20 a 30 eritrócitos/ campo (400x) de uma urina com densidade de 1,050.

Existem vários fatores físicos e químicos que podem afetar a morfologia dos elementos do sedimento
urinário.

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URINÁLISE

Por exemplo, uma urina concentrada em geral apresenta células crenadas; uma urina diluída em geral
causa análise das células; em urinas muito alcalinas, eritrócitos, leucócitos e cilindros podem sofrer
lise; e toxinas bacterianas também podem afetar os elementos do sedimento.

Algumas variáveis técnicas também desempenham papel importante na acurácia deste exame, como
o volume da amostra centrifugada, a velocidade e duração da centrifugação, e quanto tempo até a
realização do exame desde que a amostra foi coletada (quanto mais longo for o tempo de espera,
maiores são as chances de alterações morfológicas no sedimento).

Técnica - o exame de sedimento é da seguinte forma no lacvet:

Colocar 5 a 10 ml da amostra de urina em tubo cônico.

Centrifugar por 5 a 10 min (1000 a 1500 rpm).

Desprezar o sobrenadante, deixando apenas 0,5 ml a 1 ml no tubo.

Ressuspender o sedimento.

Depositar duas gotas do sedimento em uma lâmina (separadamente).

Colocar, em seguida, uma lamínula sobre a primeira gota para observação do sedimento a fresco não-
corado.

Depositar uma gota do corante urinário (sternheimer-malbin) sobre a outra gota do sedimento, homo-
geneizar e cobrir com lamínula para observação do sedimento urinário corado.

A observação do sedimento é realizada ao microscópio, com baixa intensidade de luz, utilizando pri-
meiramente um menor aumento (100x) e depois a um maior aumento (400x).

No exame de sedimento são observados: células de descamação (renais, pelve, vesicais, uretrais e
vaginais), hemácias, leucócitos, cilindros (hialinos, leucocitários e granulosos), cristais, bactérias, muco
e espermatozoides.

Os cristais e cilindros são identificados e quantificados por campo de menor aumento (100x). A quan-
tificação das células de descamação é feita por números por campo de maior aumento (400x) e o
restante por cruzes (+,++,+++) por campo (400x).

Obs: o volume mínimo da amostra deve ser de 5 ml para garantir a qualidade do exame, principalmente
para a análise do sedimento urinário.

Valores de referência

Caninos Felinos

Cilindros /campo de (100x)

Hialinos 0a2 0a2

Granulosos 0a1 0a1

Celulares 0 0

Céreos 0 0

Leucócitos /campo (400x)

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URINÁLISE

Micção natural < 10 < 10

Cateterização <5 <5

Cistocentese <3 <3

Eritrócitos /campo de (400x)

Micção natural < 10 < 10

Cateterização <5 <5

Cistocentese <3 <3

Células epiteliais

Tipo Escamosa de transição Escamosa de transição

Agrupadas Não Não

Tamanho Variável Variável

Cristais

Tipo Variável Variável

Número (0, 1+, 2+, 3+) Variável Variável

Bactérias

Tipo (cocos, bastonetes) Nenhum Nenhum

Número (0, 1+, 2+, 3+) Nenhum Nenhum

Até 50 eritrócitos podem estar presentes em amostras colhidas por cateterização ou cistocentese de-
vido ao trauma da sonda ou agulha. ** cristais de estruvita e oxalato de cálcio podem ser encontrados
em urinas de animais normais. Uratos podem ser encontrados em amostras de cães da raça dálmata.
Cristais de cistina são sempre anormais. *** a presença de bactérias não é normal na urina de cães e
gatos, entretanto uma pequena quantidade pode contaminar amostras colhidas através de micção na-
tural ou cateterização. Tais microorganismos podem proliferar se a amostra é deixada à temperatura
ambiente por algum tempo.

Exame físico da urina

No exame físico são avaliados volume, cor, aspecto e densidade. No lacvet, são utilizadas as seguintes
classificações para as características organolépticas da urina:

Cor: amarelo, amarelo claro, amarelo escuro, avermelhado, marrom, esverdeado.

Aspecto: límpido, discretamente turvo e turvo.

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URINÁLISE

A densidade urinária é obtida por refratometria.

Técnica - o exame de sedimento é da seguinte forma no lacvet:

Colocar 5 a 10 ml da amostra de urina em tubo cônico.

Centrifugar por 5 a 10 min (1000 a 1500 rpm).

Desprezar o sobrenadante, deixando apenas 0,5 ml a 1 ml no tubo.

Ressuspender o sedimento.

Depositar duas gotas do sedimento em uma lâmina (separadamente).

Colocar, em seguida, uma lamínula sobre a primeira gota para observação do sedimento a fresco não-
corado.

Depositar uma gota do corante urinário (sternheimer-malbin) sobre a outra gota do sedimento, homo-
geneizar e cobrir com lamínula para observação do sedimento urinário corado.

A observação do sedimento é realizada ao microscópio, com baixa intensidade de luz, utilizando pri-
meiramente um menor aumento (100x) e depois a um maior aumento (400x).

Cor Possíveis causas

Amarelo-claro a amarelo Normal

Incolor Muito diluída

Amarelo escuro Muito concentrada, bilirrubinúria

Vermelha a vermelho-amarronzada Hematúria, hemoglobinúria, mioglobinúria

Marrom-avermelhada a marrom Mioglobinúria, hemoglobinúria, meta-hemoglobina

Esverdeada Bilirrubinúria

Figura 1. Amostras de urina - diferentes colorações e aspectos.

Densidade

Existe uma relação entre a densidade específica e concentração de sólidos totais na urina. A concen-
tração de sólidos totais é uma importante ferramenta para a avaliação clínica da função renal e é mais
acuradamente determinada por osmometria (não freqüentemente utilizada na rotina).

A densidade específica é determinada pela refratometria, é o procedimento recomendado para estimar


a concentração de sólidos totais nos pacientes clínicos.

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URINÁLISE

Animais que produzem um grande volume de urina, em geral, apresentam baixa densidade em relação
àqueles que produzem pouco volume urinário. Uma importante exceção a esta regra geral é o animal
com insuficiência renal aguda oligúrica.

A densidade urinária, ou osmolalidade, está relacionada com a absorção de sólidos e fluídos, filtração
glomerular, função tubular renal, liberação e ação da vasopressina, e extensão das perdas extra-renais
de fluídos. A fluidoterapia e a administração de diuréticos ou corticosteróides afetam a densidade, por-
tanto, esta deve ser determinada antes do início do tratamento.

O efeito da dieta sobre a densidade parece ser mais pronunciado em gatos do que em cães. Gatos
alimentados primariamente com ração seca, em geral, apresentam valores de densidade maiores que
1,030. Gatos alimentados somente com ração úmida apresentam valores mais baixos (1,025 ou meno-
res).

Densidade Relação com a osmolalidade plasmática

Hipostenúria 1,001 a 1,007 Abaixo

Isostenúria 1,007 a 1,017 Igual

Hiperestenúria Acima de 1,017 Acima

*animais desidratados devem produzir urinas muito concentradas se o seu eixo hipotalâmico-hipofisá-
rio-renal

Está normal, em geral, valores maiores que 1,040.

Espécie Mínimo Máximo Média

Bovino 1,020 1,050 1,030

Canino 1,015 1,050 1,035

Caprino 1,015 1,070 1,040

Eqüino 1,015 1,060 1,035

Felino 1,020 1,040 1,030

Ovino 1,015 1,070 1,040

Suíno 1,010 1,040 1,025

Exame de urina de rotina

O exame de urina é um dos testes mais solicitados para verificar a saúde de um paciente, considerado
como um exame de rotina. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é utilizado apenas para
detectar uma infecção urinária, mas pode conter informações importantes sobre diversos aspectos do
corpo, auxiliando no diagnóstico de muitas doenças.

A urina contém diversos resíduos e toxinas, produtos que são filtrados pelo nosso organismo. Tudo o
que você come, bebe, o quanto se exercita, funcionamento dos rins, qualquer descompensação, dis-
túrbio ou doença podem afetar a sua aparência normal. Por isso é utilizada muitas vezes para confirmar
ou rejeitar certas condições de saúde.

Por ser um exame muito fácil de ser realizado, indolor e que pode gerar muitos dados sobre o estado
do paciente, o teste de urina é utilizado há vários séculos, sendo considerado o marco inicial da medi-
cina laboratorial. A investigação e análise da urina para fins de diagnóstico é também chamada de
urinálise.

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URINÁLISE

Porque é realizado o exame de urina?

O exame de urina pode ser prescrito pelo médico como um exame de rotina (mesmo quando o paciente
não apresenta sintomas) ou para confirmar a suspeita de alguma doença.

Os principais critérios são:

Avaliação médica de rotina: rastreio anual geral, avaliação antes da cirurgia (avaliação pré-operatória),
triagem de doença renal, diabetes mellitus, hipertensão arterial (pressão alta), doença hepática etc.

Avaliação de sintomas particulares: dor abdominal, micção dolorosa, dor no flanco, febre, sangue na
urina ou outros sintomas urinários.

Diagnóstico de condições médicas: infecção do trato urinário, infecção renal, cálculos renais, diabetes
descontrolada, insuficiência renal, proteína na urina, rastreio de drogas e inflamação renal.

Monitoramento da progressão da doença e resposta à terapia: doença renal relacionada ao diabetes,


insuficiência renal, doença renal relacionada à pressão arterial, infecção renal etc.

Métodos de análise de urina

A análise da urina envolve um conjunto de aferições que incluem suas características físicas, bioquí-
micas e microscópicas. Cada etapa irá avaliar uma condição diferente. Por exemplo, altas concentra-
ções de partículas na sua urina podem indicar que você está desidratado. Níveis elevados de ph podem
indicar problemas do trato urinário ou do rim. E a presença de açúcar pode indicar diabetes.

Análise física

A urina pode ser avaliada pela aparência física (cor, turbidez, odor e volume), chamada também de
análise macroscópica. A urina pode variar na cor de amarelo pálido (quase incolor) até amarelo escuro,
vermelho, verde ou azul. Algumas medicações também podem alterar a sua coloração, assim como
corantes naturais presentes nos alimentos, tais como cenoura e beterraba.

Levemente amarelada: normal

Amarelo escuro: baixa ingestão de água, também pode indicar a presença de bilirrubina (responsável
pela coloração característica de problemas hepáticos).

Esbranquiçada: piúria, pode ser um sinal de uma infecção bacteriana ou fúngica do trato urinário.

Laranja: ingestão de alimentos ricos em betacaroteno (como cenoura), pode indicar doenças no fígado
e também uso de certos medicamentos.

Vermelha/marrom: indica a presença de sangue, hemácias, hemoglobina, mioglobina, porfirinas, ex-


cesso de bilirrubinas. Pode estar relacionada a infecção urinária, problemas renais e também no fígado.

Verde/azul: corantes, medicamentos e contraste utilizados em exames de diagnóstico.

Análise bioquímica

Esta etapa avalia as propriedades químicas da urina, identificando a ausência ou presença de determi-
nadas substâncias, ph e também densidade. Os mais comumente avaliados são:

Ph: a capacidade ou incapacidade dos rins de secretar ou reabsorver ácidos ou bases. Valores altos
ou baixos podem indicar cálculos renais e presença de microrganismos.

Densidade: capacidade de concentração de substâncias sólidas diluídas na urina. Baixa, pode repre-
sentar uso excessivo de líquido, até diabetes e hipertensão. Já alta densidade pode ser indicativo de
desidratação, insuficiência cardíaca etc.

Bilirrubina: característico de doenças hepáticas e biliares.

Urobilinogênio: indica danos ao fígado e distúrbios hemolíticos.

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URINÁLISE

Corpos cetônicos (cetona): produtos da metabolização das gorduras, comum durante jejum prolongado
e pacientes diabéticos.

Glicose: detecção e monitoramento de diabetes.

Proteína: relacionada a doenças do trato urinário e renal.

Sangue: indica hemorragia que atinge o sistema urinário (infecção, cálculo renal etc).

Nitrito: infecção bacteriana nos rins ou do trato urinário.

Leucócitos (glóbulos brancos): doença do trato urinário e inflamação renal.

Análise microscópica

O exame microscópico do sedimento urinário pode revelar a presença de células, cristais minerais e
agentes patogênicos, como bactérias ou fungos.

Leucócitos (glóbulos brancos): indica doença do trato urinário e inflamação renal.

Hemácias (glóbulos vermelhos): infecções, pedras nos rins e doenças renais graves.

Células epiteliais: pode estar relacionada a algum problema renal grave, como síndrome nefrótica.

Cristais: podem indicar cálculos renais.

Parasitas: infecção por cândida ou protozoários.

Bactérias ou leveduras: infecção urinária.

Como é o procedimento de coleta de urina?

A coleta de urina é bem simples e pode até mesmo ser realizada em casa, desde que sejam seguidas
algumas instruções. A coleta adequada é muito importante para evitar contaminação e a necessidade
de realizar outro exame.

A urina deve ser coletada em frasco de material inerte, limpo, seco e à prova de vazamento. É reco-
mendado o uso de recipientes descartáveis porque eliminam a possibilidade de contaminação

Na coleta a domicílio, o laboratório fornece as instruções para garantir que o procedimento seja reali-
zado conforme desejado e o coletor (frasco para guardar a amostra). O paciente deve entregar a urina
no laboratório no prazo máximo de 2 horas após a coleta ou então manter a amostra refrigerada.

Segundo as recomendações da sbpc/ml (sociedade brasileira de patologia clínica/medicina laborato-


rial), a primeira amostra da manhã é ideal para o exame de urina de rotina, por ser mais concentrada,
garantindo assim a detecção de substâncias químicas e elementos presentes na urina.

A região urogenital deve estar limpa, sendo realizada assepsia do local e o primeiro jato de urina deve
ser desprezado (eliminando as impurezas que possam estar na uretra, canal urinário que traz a urina
da bexiga). Coletar urina do jato médio até cerca de 1/3 ou metade da capacidade do frasco. Desprezar
o restante de urina no vaso sanitário.

Não há necessidade de nenhum preparo especial do paciente para a coleta de urina para exame de
rotina, mas deve-se ter em mente que algumas características se modificam ao longo do dia, depen-
dendo do tempo de jejum, da composição da dieta, da atividade física e do uso de determinados medi-
camentos.

Deve-se lembrar, entretanto, que a qualidade do resultado depende diretamente da qualidade e confi-
abilidade da coleta da amostra.

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IMUNOLOGIA

Imunologia

Imunologia é o campo da biologia que estuda o sistema imunológico dos seres vivos e sua habilidade
de responder à ação de agentes patogênicos. A imunologia baseia-se em como o próprio corpo se
defende de doenças infecciosas causadas por microrganismos, tais como bactérias, vírus, protozoários
e fungos, e também organismos parasitas, como os vermes.

A imunologia clássica é uma união entre as áreas de epidemiologia e medicina, e estuda a relação
entre os sistemas corporais, agentes patogênicos e a imunidade. Já a imunologia clínica é o estudo de
doenças causadas por perturbações do sistema imune. Envolve doenças no sistema imune e de outros
sistemas do corpo, nos quais as reações imunológicas desempenham um papel de bastantedestaque.
Por sua vez, a imunoterapia é a utilização de componentes do sistema imune para o tratamento de
doenças como o câncer, deficiências imunológicas ou outras doenças autoimunes.

Histórico

A palavra imunidade, de origem latina, significa “isento” ou “livre”, e refere-se aos mecanismos utiliza-
dos pelo organismo como proteção contra agentes presentes no ambiente e estranhos ao corpo. Os
primeiros relatos históricos sobre imunidade foram feitas pelo historiador ateniense Tucídides em 430
a.C. Durante a “praga de Atena”, Tucídides observou que aqueles, que haviam contraído a praga e se
recuperado, conseguiam cuidar dos doentes sem contrair a doença pela segunda vez.

O surgimento da imunologia é atribuído ao médico inglês Edward Jenner pela elucidação do primeiro
processo de imunização no final do século XVIII. Jenner comprovou que a varíola bovina, também
chamada de vacínia, doença relativamente branda, conferia proteção contra a varíola humana, comu-
mente fatal.

Em 1796, ele demonstrou sua teoria inoculando um menino de 8 anos com varíola bovina. Quando
mais tarde o garoto foi inoculado intencionalmente com varíola humana, a doença não se desenvolveu.
Na China, no Sudão e em outros países, procedimentos semelhantes ao desenvolvido por Jenner já
vinham sendo usados popularmente para proteção contra varíola. A esse processo deu-se o nome de
variolação, mais tarde conhecido por vacinação.

Também baseada neste tipo de procedimento, foi criada na década de 1940, a leishmanização; técnica
na qual uma única lesão causada utilizando o parasita era suficiente para proteger o indivíduocontra
uma futura reinfecção de leishmaniose.

Louis Pasteur, químico e microbiologista francês, também deixou sua contribuição para a imunologia,
especialmente para os estudos de vacina. Em seus experimentos com cólera aviária, Pasteur notou
que culturas de bactérias velhas perdem parte de sua capacidade de causar doenças e matar. Ao
inocular uma cultura velha de bactérias nas aves, elas adoeceram, mas conseguiram se recuperar.

Ao reinoculá-las com uma cultura nova, Pasteur observou que elas permaneceram sadias.

Desta forma, ele demonstrou não só a diminuição da virulência da bactéria, mas também comprovou
que o uso do patógeno atenuado pode levar à proteção contra uma doença. A este processo, Pasteur
deu o nome de vacinação, em honra ao trabalho de Jenner. Até os dias atuais o termo vacinação é
usado para descrever a inoculação de amostras atenuadas de agentes patogênicos em indivíduos sau-
dáveis, a fim de conferir proteção contra determinadas doenças.

A pesquisa por novos métodos que levassem à proteção contra doenças deu seguimento. No início da
década de 1890, Emil von Behring e Kitasato Shibasaburo descobriram que o soro de animais imunes
à difteria ou ao tétano continha uma atividade antitóxica específica que poderia conferir uma proteção
a curto prazo contra os efeitos das toxinas em pessoas. Atualmente esta técnica também éutilizada
para a produção de anticorpos contravenenos de serpentes, escorpiões e aranhas. Os anticorpos pro-
duzidos se ligam especificamente às toxinas e neutralizam suas atividades.

A imunologia é o estudo das respostas do organismo que fornecem imunidade, ou seja, proteção às
doenças. Ainda que o sistema imune seja muito complexo, certos componentes do sistema imune são
facilmente detectados, como por exemplo, os anticorpos.

O Sistema Imunológico Baseia-se nas Relações Antígeno-Anticorpo.

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IMUNOLOGIA

Antígenos (Ag) -Substância estranha que induz uma resposta imune por causar uma produção de an-
ticorpos e ou linfócitos sensibilizados que reagem especificamente com a substância; imunógeno.

Anticorpo (Ac) - Proteína do soro que foi induzida por e reage especificamente a uma substância es-
tranha (antígeno); imunoglobulina.

O sistema imune fornece mecanismos de defesas específicas contra uma variedade de substâncias
estranhas ao nosso corpo chamado de antígenos. Estes antígenos podem ser vírus, células (como
células sanguíneas, células de bactérias e células de fungos) ou moléculas de proteínas. O sistema
imune é uma organização complexa de tecidos, células, produtos de células e mediadores químicos
biologicamente ativos e todos interagem para produzir a resposta imune.

A resposta imune reconhece e relembra diferentes antígenos. A imunidade específica é caracterizada


por três propriedades:

Reconhecimento

Especificidade

Memória

O reconhecimento refere-se à habilidade do sistema imune de reconhecer diferenças em um número


muito grande de antígenos e distingui-los.

A especificidade refere-se à habilidade de dirigir uma resposta a um antígeno específico. Memória é a


referência à habilidade do sistema imune de lembrar-se de um antígeno muito tempo depois de um
contato inicial.

Os principais tecidos e órgãos do sistema imune são:

Linfócitos - são as principais células responsáveis pela resposta imune: linfócitos T (vírus, fungos e
tumores) e linfócitos B (bactérias e toxinas).

Órgãos linfoides primários - Timo e Medula óssea.

Órgãos e tecidos linfoides secundários - Nódulos linfáticos, Baço, tecidos linfoides associados ao in-
testino, Apêndice, Amígdalas, Placas de Peyer e tecidos linfoides associados aos brônquios.

Imunoglobulinas (Ig)

As imunoglobulinas (Ig) são proteínas produzidas por células plasmáticas e secretadas no organismo
em resposta à exposição ao antígeno. Elas se classificam em:

IgA - É a imunoglobulina predominante nas lágrimas, saliva, leite materno, secreções respiratórias e
trato gastrointestinal. Fornece proteção contra organismos que invadem estas áreas.

IgG - É a classe em maior concentração no organismo. É também chamada de gama globulina. Fornece
imunidade em longo prazo. É a única que atravessa a Placenta e fornece ao recém-nascido a imuni-
dade que vão durar vários meses.

IgM - É a Segunda mais abundante. É a primeira produzida em resposta a um antígeno, mas não
fornece imunidade em longo prazo.

IgE - Está envolvida nas reações alérgicas e nas infecções parasitárias.

O que é AIDS?

Aids, também conhecida como Sida (principalmente em Portugal), é a sigla em inglês de síndrome da
imunodeficiência adquirida (acquired immunodeficiency syndrome). A aids é uma doença crônica e que
pode ser potencialmente fatal. Ela acontece quando a pessoa infectada pelo HIV vai tendo o seu sistema
imunológico danificado pelo vírus, interferindo na habilidade do organismo de lutar contra invasores que
causam a doença, além de deixar a pessoa suscetível a infecções oportunistas -como tuberculose,
pneumocistose, toxoplasmose e Sarcoma de Kaposi.

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IMUNOLOGIA

HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana (human immunodeficiency virus), que é o
causador da aids. O HIV é uma infecção sexualmente transmissível, que também pode ser contraída
pelo contato com o sangue infectado e de forma vertical, ou seja, a mulher que é portadorado vírus HIV
o transmite para o filho durante a gravidez.

HIV na corrente sanguínea - Foto Getty Images

No Brasil, de acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), a inci-
dência do HIV em pessoas de 15 a 49 anos é de 0,6%, segundo última atualização em 2013. De acordo
com o mesmo relatório, o Brasil apresenta uma incidência maior que os seus vizinhos Bolíviae Chile,
ambos com 0,3%, Paraguai e Peru, com 0,4% e Colômbia, 0,5%, por exemplo. No Haiti a taxa é de
2%, mas os números são muito mais altos em países africanos como Zimbábue (15%), Moçambique
(10,8%), Malavi (10,3%), Uganda (7,4%) e Angola (2,4%). No Canadá e na Itália a incidência de infec-
ção pelo vírus é de 0,3%.

Causas

Os cientistas acreditam que um vírus similar ao HIV ocorreu pela primeira vez em algumas populações
de chimpanzés e macacos na África, onde eram caçados para servirem de alimento. Ocontato com o
sangue do macaco infectado durante o abate ou no processo de cozinhá-lo pode terpermitido ao vírus
entrar em contato com os seres humanos e se tornar o HIV.

Células infectadas pelo vírus HIV - Foto Getty Images

O HIV é transmitido principalmente por relações sexuais (vaginais, anais ou orais) desprotegidas, isto
é, sem o uso do preservativo, e compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas com sangue, o
que é frequente entre usuários de drogas ilícitas - que também podem contrair mais doenças, como
hepatites.

Outras vias de transmissão são por transfusão de sangue, porém é muito raro, uma vez que a testagem
do banco de sangue é eficiente, e a vertical, que é a transmissão do vírus da mãe para o filho na
gestação, amamentação e principalmente no momento do parto, o que pode ser prevenido com o tra-
tamento adequado da gestante e do recém-nascido.

A infecção pelo HIV evolui para Aids quando a pessoa não é tratada e sua imunidade vai diminuindo ao
longo do tempo, pois, mesmo sem sintomas, o HIV continua se multiplicando e atacando as células de
defesa, principalmente os linfócitos TCD4+.

Por definição, a pessoas que tem aids apresentam contagem de linfócitos TCD4+ menor que 200 célu-
las/mm3 ou têm doença definidora deaids, como neurotoxoplasmose, pneumocistose, tuberculose ex-
trapulmonar etc. O tratamento antirretroviral visa impedir a progressão da doença para aids.

Quanto tempo demora para os sintomas se manifestarem?

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IMUNOLOGIA

Uma pessoa pode estar infectada pelo HIV, sendo soropositiva, e não necessariamente apresentar
comprometimento do sistema imune com depleção dos linfócitos T, podendo viver por anos sem mani-
festar sintomas ou desenvolver a AIDS. Existe também o período chamado de janela imunológica, que
é o período entre o contágio e o início de produção dos anticorpos pelo organismo.Nesse período, não
há detecção de positividade nos testes, pois ainda não há anticorpos, e pode variar de 30-60 dias.
Embora nesse período a pessoa não seja identificada como portadora do HIV, ela já é transmissora.

Fatores de Risco

Para se contrair aids é necessário que a pessoa seja infectada pelo vírus HIV. Todos estão sujeitos a
contrair o vírus HIV, uma vez que a doença não escolhe cor de pele, idade, gênero ou preferências
sexuais, contudo, há alguns comportamentos de risco para a infecção por HIV:

Relação sexual (vaginal, anal ou oral) com pessoa infectada sem o uso de preservativos

Compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente, no uso de drogas injetáveis

Reutilização de objetos perfurocortantes com presença de sangue ou fluidos contaminadospelo HIV.

Mulheres HIV-positivas que queiram engravidar também precisam tomar as providências, sob orienta-
ção médica, para não transmitir o vírus para os seus filhos durante a gestação, parto ouamamentação.

Sintomas de AIDS

Os primeiros sintomas de HIV observáveis para Aids são fraqueza, febre,

emagrecimento, diarréia prolongada sem causa aparente. Na criança que nasce infectada, os efeitos
mais comuns são problemas nos pulmões, diarréia e dificuldades no desenvolvimento.

Fase sintomática inicial da Aids: candidíase oral, sensação constante de cansaço, aparecimento de
gânglios nas axilas, virilhas e pescoço, diarréia, febre, fraqueza orgânica, transpirações noturnas e
perda de peso superior a 10%.

Infecção aguda da Aids: sintomas de infecção viral como febre, afecções dos gânglios linfáticos, farin-
gite, dores musculares e nas articulações; ínguas e manchas na pele que desaparecem apósalguns
dias; feridas na área da boca, esôfago e órgãos genitais; falta de apetite; estado de prostração; dores
de cabeça; sensibilidade à luz; perda de peso; náuseas e vômitos.

Os sintomas que a pessoa com aids pode apresentar incluem:

Emagrecimento não intencional

Fadiga

Aumento dos linfonodos, ou ínguas

Sudorese noturna

Calafrios

Febre superior a 38 C durante várias semanas

Diarreia crônica

Manchas brancas ou lesões incomuns na língua ou boca

Dores de cabeça

Fadiga persistente e inexplicável

Visão turva e/ou distorcida

Erupções cutâneas e/ou inchaços.

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IMUNOLOGIA

Hepatite: Sintomas, Causas e Tratamento

A hepatite é a inflamação do fígado, que geralmente é causada por vírus ou uso de medicamentos. Os
sintomas da hepatite normalmente surgem poucos dias após o contato com o vírus e se manifestam
através da cor amarelada na pele e na parte branca dos olhos e o seu tratamento depende do que
originou a doença.

Existem diversos tipos de hepatite, mas os mais comuns no Brasil são as hepatites A B e C que nor-
malmente podem ser curadas com o remédio adequado.

Principais Sintomas

Os sintomas da hepatite podem variar ligeiramente conforme o tipo de vírus envolvido, mas geralmente
se manifestam na fase aguda da hepatite, através de:

Dor de cabeça e mal-estar geral;

Dor e inchaço abdominal;

Cor amarelada na pele e na parte branca dos olhos;

Urina escura, com cor de coca-cola;

Fezes claras, como massa de vidraceiro;

Náuseas, vômitos e emagrecimento sem causa aparente.

A hepatite B normalmente não apresenta sintomas e progride lentamente. Nos poucos casos que apre-
sentam sintomas, estes podem ser febre, cor amarelada na pele e nos olhos e mal-estar, e 95%das
vezes a cura da hepatite B pode ser alcançada, embora haja casos de hepatite B crônicos.

O diagnóstico da hepatite pode ser feito pela observação do paciente e pela confirmação diagnóstica
através do exame de sangue que avaliam a presença do vírus da hepatite no corpo (anti-VHA, VHB e
VHC). Eventualmente a hepatite também pode ser descoberta através da ultrassonografia abdominal.

Confira uma lista mais completa dos sintomas da hepatite A hepatite B ou hepatite C.

Possíveis Causas

As causas da hepatite podem envolver a contaminação com vírus, bactérias ou parasitas, sendo que
no Brasil os vírus da hepatite A B e C são os maiores responsáveis pelos casos de hepatite no país.
Dessa forma, as causas da inflamação no fígado podem ser:

Infecção com vírus da hepatite A B, C, D, E, G; bactérias ou parasitas causadoras da hepatite;

Uso não controlado de alguns medicamentos;

Consumo excessivo de bebidas alcoólicas;

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IMUNOLOGIA

Ingestão de cogumelos venenosos.

A hepatite também pode ocorrer devido a algumas doenças como por exemplo, Lupus, Síndrome de
Sjögren, fibrose cística, doença inflamatória intestinal, anemia hemolítica, artrite reumatóide, esclero-
dermia ou glomerulonefrite.

Como se transmite a hepatite

A transmissão da hepatite pode ocorrer pelo contato oral-fecal ou pelo contato com o sangue contami-
nado. Algumas formas de contaminação mais comuns incluem:

Compartilhar seringas;

Ter relações sem camisinha;

Consumir alimentos ou água contaminados por fezes;

Contato com urina ou fezes de uma pessoa contaminada.

Outras formas de contaminação menos comuns são a transfusão sanguínea antes de 1990, e de mãe
para filho através do parto normal, quando não foi realizado o pré-natal correto.

Prevenção da Hepatite

Em relação à prevenção da hepatite é recomendado tomar as vacinas contra hepatite A e hepatite B,


usar camisinha em todas as relações sexuais, não partilhar seringas e adotar medidas de higiene como
sempre lavar as mãos depois de ir ao banheiro e antes de comer. Além disso é importante ser cauteloso
ao realizar piercings ou tatuagens exigindo materiais novos ou devidamente esterilizados.

O HTLV consiste em um retrovírus pertencente à mesma família do HIV, que infecta os linfócitos T
humanos, célula importante na defesa do organismo. Este vírus foi isolado na década de 1980, nos
Estados Unidos.

Esta infecção trata-se de uma doença sexualmente transmissível. Além dessa via, pode ser adquirida
por meio do uso de seringas compartilhadas, amamentação e transfusão de sangue.

Ocorre com maior frequência em algumas ilhas do Japão, Caribe e África. No Brasil, embora represente
um problema de saúde pública, a incidência é proporcionalmente baixa, levando em contao contingente
populacional e as dimensões do país, ocorrendo com maior frequência em cidades como Salvador,
Recife, São Paulo e Rio de Janeiro.

Este vírus é classificado em dois grupos: HTLV-I e HTLV-II. O primeiro está relacionado com doenças
neurológicas degenerativas, como a paraparesia espástica tropica, além de doenças hematológicas,
como a leucemia e o linfoma das células T humana do adulto. Outras patologias que aparentemente
estão ligadas a este vírus são: poliomiosites, poliartrites, uveítes e dermatites. Até o momento, não há
indícios de que o HTLV-II seja causador de doenças.

Pesquisas apontam que somente cerca de 5% dos indivíduos acometidos por este vírus desenvolvem
sintomatologia relacionada ao mesmo.

Os sintomas neurológicos iniciais são dor na panturrilha, nos pés, na coluna lombar, fraqueza, dormên-
cia e formigamento nos membros inferiores, bem como desordens urinárias.

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IMUNOLOGIA

Nos casos de linfoma e leucemia, as manifestações clínicas mais frequentes são: lesões cutâneasma-
culopapulares, descamação, linfonodos infartados, alterações visuais e ósseas.

O diagnóstico é alcançado por meio de testes laboratoriais, como o ELISA e o Western Blotespecíficos
para o vírus em questão.

Até o momento não se conhece um tratamento que elimine o vírus do organismo, sendo feito somente
com base nas doenças apresentadas pelo paciente, envolvendo fármacos e fisioterapia.

A melhor forma de prevenção conhecida até o momento é o uso de preservativos durante as relações
sexuais.

A sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST), de natureza infectocontagiosa, podendo ser
adquirida em qualquer fase da vida. É conhecida desde o século XV, quando se disseminou rapida-
mente pela Europa, e hoje em dia ainda é um problema de saúde importante em países subdesenvol-
vidos e desenvolvidos. Como a grande maioria das doenças infectocontagiosas, pode aumentar o risco
de transmissão da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA - AIDS).

O agente causador é uma bactéria conhecida como Treponema pallidum, que só acomete seres huma-
nos. É conhecida há mais de cem anos, mas o seu cultivo em laboratório é muito difícil.

Transmissão

A transmissão ocorre pela relação sexual sem o uso de camisinha com indivíduo contaminado. A mãe
contaminada pode transmitir a doença durante a gestação ou na hora do parto (sífilis congênita). Por
isso é importante que a mulher grávida faça o exame pré-natal.

Mais raramente, a sífilis pode ser transmitida pela transfusão sanguínea e objetos contaminados. As
lesões normalmente se localizam na vulva, vagina e colo uterino nas mulheres e no pênis no homem.
Podem ocorrer lesões ainda no ânus, boca, ou outros locais da pele em ambos os sexos.

O tempo de incubação do agente varia de duas semanas a muitos meses. Se a infecção não for tratada
a tempo, pode ocorrer comprometimento dos sistemas cardiovascular e nervoso, com paralisia que
pode levar à morte.

Sintomas

São conhecidos quatro estágios da doença: estágio primário, secundário, período latente e terciário.

Estágio primário: as primeiras lesões aparecem em três semanas após a infecção, desaparecendo so-
zinha em algumas semanas. Essas lesões são chamadas de “cancro” ou úlceras e não são visíveis.
Não existem sintomas neste estágio. O risco de contágio é grande.

Estágio secundário: As lesões aparecem entre seis semanas e seis meses da infecção. As lesões,nesta
fase, são visíveis e se localizam nas regiões palmar e plantar. Pode ocorrer também perda de cabelo,
febre e mal estar.

Período de latência: se caracteriza pela não exibição dos sintomas e dura de 2 a 4 anos. Ocorresomente
a transmissão materno fetal (sífilis congênita). Esse período é interrompido quando há o aparecimento
de sintomas dos estágios secundário e terciário.

Estágio terciário: é caracterizado pela destruição dos tecidos infectados. Surge de dois a 40 anosapós
a infecção inicial. Os sinais apresentados são: lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológi-
cas (demência, convulsões, perda de controle de movimentos, paralisia parcial), podendo levar à morte.

Diagnóstico

O diagnóstico sorológico é feito com o teste Teste Rápido, que está disponível no SUS. Quando háum
resultado positivo, uma amostra de sangue é recolhida para realização de outro teste para a confirma-
ção do diagnóstico. Caso seja positivo o tratamento deve ser iniciado prontamente. Por se tratar de uma
DST, o casal deve realizar o tratamento em conjunto, para que não ocorra nova infecção.

Tratamento

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IMUNOLOGIA

O tratamento mais comumente utilizado é a benzatina (um tipo de penicilina). Outros antibióticos podem
ser usados como a azitromicina, a doxiciclina e a tetraciclina.

Existe um tabu para a procura por tratamento para DST de um modo geral. Isso ocorre porque essas
doenças são estigmatizadas como sendo associadas à promiscuidade e os indivíduos contaminados
ficam com receio de procurar ajuda médica. Por conta disso, a incidência destas doenças e mais es-
pecificamente a da sífilis está aumentando. Ao menor sinal de sintomas, deve-se procurar ajuda mé-
dica.

Doença de Chagas

Tripanossomíase é qualquer doença causada pelos protozoários do gênero Trypanosoma. É uma do-
ença parasitária que afeta o sistema cardiovascular. O protozoário flagelado Trypanosoma cruzi é o
agente causador da doença. Ele foi descoberto por Carlos Chagas em 1909 e o nome foi dado em
homenagem ao epidemiologista brasileiro Oswaldo Cruz, que foi o descobridor da doença. A doença
de Chagas é uma endemia muito comum em países subdesenvolvidos com estimativas de 12 milhões
de infectados e cerca de 50 mil mortes a cada ano nas Américas. É também chamada de tripanosso-
míase americana.

Transmissão

É uma doença de contágio indireto, pois necessita de um vetor – o barbeiro ou Chupão. Existem mais
de 300 espécies deste inseto que podem transmitir a doença. Dentre elas podemos destacar

o Triatoma infestans, Rhodnius prolixus e Panstrongylus megistus. Esse inseto possui hábitos noturnos,
e a noite sai do seu esconderijo para procurar alimento. É nessa hora que ocorre a transmissão da
doença. Após chupar o sangue da vítima, o inseto defeca na pele, eliminando os protozoários. Quando
o indivíduo coça o local ou se houver alguma ferida, os protozoários penetram na pele e caem na cor-
rente sanguínea. Pode ocorrer também a transmissão através do sangue contaminado e durante a
gravidez, onde a mãe passa o protozoário para o filho. Outra forma menos comum de transmissão da
doença é pela ingestão de alimentos contaminados com o seu vetor ou seus dejetos triturados (já foram
relatados casos em contaminação do caldo de cana).

Sintomas

A fase aguda da doença, normalmente não existe sintomas aparentes. Quando presentes, ossintomas
surgem de 5 a 14 dias após a picada do vetor e 30 a 40 dias nos casos de infecção

por transfusão sanguínea. Os sintomas da fase crônica da doença só se manifestarão de 20 a 40 anos


após a infecção original. Esses sintomas são: febre, mal-estar, inflamação dos gânglios linfáticos, e
hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e baço). Pode ocorrer também o chagoma, que é uma in-
flamação no local onde o parasita penetrou. As lesões cardíacas – aumento do volume do coração,
alterações do ritmo de contração – são mais comuns na fase crônica sintomática da doença. Pode
ocorrer também comprometimento das meninges e do cérebro do paciente. No Brasil,em adultos de 30
a 60 anos, as complicações no coração dos portadores da Doença de Chagas, é uma causa de morte
frequente e também está relacionada ao aumento do número de implantes de marca passo e trans-
plante de coração.

Diagnóstico

O diagnóstico é realizado com a visualização do parasita no sangue. Pode ser utilizada também a
detecção de anticorpos no soro (imunofluorescência indireta, hemaglutinação indireta e teste de Elisa
que detecta enzimas). Existem também testes moleculares que podem ser utilizados para a confirma-
ção da doença em qualquer fase.

Tratamento

O tratamento é realizado com o uso do benzonidazol. Este medicamento é distribuído pelo SUS (Sis-
tema Único de Saúde) em casos agudos e crônicos. Contudo, ainda não há garantias na eficáciatotal
do tratamento. Para retardar a evolução da doença é muito importante uma boa alimentação e um
acompanhamento médico constante.

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IMUNOLOGIA

Prevenção

A prevenção é feita tomando-se medidas para evitar que o inseto penetre nas casas e forme uma
colônia. As frestas de telhados e paredes devem ser eliminadas. Pode-se também usar mosquiteirose
telas para evitar que o inseto entre voando. No caso de utilização de alimentos in natura deve-se ob-
servar se os mesmos não estão contaminados.

Citomegalovírus

Pertencente à mesma família do vírus da herpes, o citomegalovírus é um vírus que pode causar uma
infecção no sistema nervoso central, digestivo e também na retina. Presente em grande parte das pes-
soas, este apenas se manifesta quando o sistema imunológico está comprometido. Praticamente todas
as pessoas possuem o vírus, mas nem todas acabam manifestando a doença citomegalovirose, cau-
sada por ele.

Citomegalovirose

A doença causada pelo citomegalovírus recebe o nome de citomegalovirose. As pessoas, como disse-
mos anteriormente, em sua maioria, possuem o vírus em seu corpo, mas somente são afetadas aquelas
que estão com as defesas diminuídas. Isso é muito comum em pessoas que estão em tratamento de
câncer ou ainda da Aids. A citomegalovirose, no entanto, não possui uma cura: o vírus permanece la-
tente no corpo quando o indivíduo é infectado. É muito comum vermos gestantes descobrindo o vírus
no organismo devido aos exames do pré-natal. Mas não é, normalmente, um problema a se preocupar,
pois não causa alterações no bebê – principalmente caso a mulher tenha sido infectada antes de en-
gravidar (chances de menos de 1% de transmissão para o bebê), mas é importante seguir orientações
médicas e fazer os exames pré-natais.

O diagnóstico é feito por meio de um exame de sangue pelo qual é possível evidenciar os anticorpos
contra o vírus. Quando o resultado for reagente CMV IgM, indica que a infecção é aguda e quando for
CMV IGG, permanece por toda a vida.

Como acontece a transmissão?

O contato com secreções como da tosse e da saliva ou ainda contato íntimo e compartilhamento de
copos, talheres e toalhas com uma pessoa infectada pode ser o suficiente para a contaminação, uma
vez que a transmissão desse vírus é muito fácil.

A transmissão pode acontecer ainda por meio de transfusão de sangue ou ainda por transmissão da
grávida para o feto. É importante, no entanto, que você saiba: é muito difícil, praticamente impossível,
viver sem ser infectado em algum momento pelo vírus.

Quais os sintomas e o tratamento? Sintomas

Entre os sintomas do citomegalovírus, podemos encontrar a febre, dor de cabeça e de garganta, po-
dendo ainda – quando a doença estiver em fase mais avançada – afetar o fígado e o baço. Os sintomas,
no entanto, normalmente não aparecem quando um paciente é infectado, mas sim quando está com o
sistema imunológico comprometido. Por isso a infecção normalmente é descoberta durante exames de
sangue.

A doença pode trazer algumas complicações como a coriorretinite – podendo levar a cegueira -, com-
prometimento do fígado ou do intestino, ou ainda do sistema nervoso central – podendo gerar ausência
de movimento das pernas, mielite ou encefalite. As complicações, no entanto, são mais comuns em
pacientes muito debilitados.

Tratamento

O tratamento é feito com medicamentos que combatem os sintomas e, em casos mais graves, os mé-
dicos recorrem a um medicamento antiviral utilizado por um período de aproximadamente 30 dias.

A Doença e a Gestação

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IMUNOLOGIA

Como citamos anteriormente, quando a mulher é infectada antes da gestação, há poucas chances de
isso interferir ou ainda ser transmitido ao bebê. No entanto, quando a contaminação acontece durante
a gestação, o vírus traz riscos maiores de complicações podendo envolver febre e inchaço dos gânglios
linfáticos. A transmissão para o bebê pode ser evitada por meio de um antiviral consumido pela mãe.

O citomegalovírus (CMV) é um vírus pertencente à família Herpeviridae, o mesmo grupo do vírus da


herpes. Possui uma cápsula proteica icosaédrica e seu genoma é constituído por DNA. Uma dassuas
principais características é a capacidade de latência, podendo ficar por um longo período sem nenhuma
manifestação. O vírus pode ficar inativo até que o organismo sofra alguma baixa imunológica e ocorra
sua reativação.

A infecção é bastante comum na população mundial e sua transmissão ocorre pelo contato com saliva,
urina, sangue, leite materno, além da transmissão via relação sexual e transplantes de órgãos.Na in-
fecção chamada de primária, o indivíduo teve contato pela primeira vez com o CMV; já nas infecções
secundárias, o indivíduo pode ter uma reativação da infecção ou então ter uma reinfecção. Observa-
se que a infecção é geralmente assintomática, sendo mais relevante emindivíduos imunodeprimidos e
recém-nascidos.

A infecção congênita é aquela em que o vírus é passado de mãe para filho durante a gestação. Essa
infecção pode ocorrer em qualquer época da gravidez e é mais severa quando a mãe tem uma infecção
primária. Ela pode ocorrer também após o parto, na amamentação ou durante o próprio parto, nesses
casos é chamada de infecção natal ou perinatal.

Na infecção congênita, observa-se que normalmente ela acontece de forma assintomática. Quando
ocorrem manifestações clínicas, elas geralmente são: icterícia (aspecto amarelado da pele), aumento
do fígado e baço, pneumonias, anemias, microcefalia, perda de visão e audição, incapacidade motora,
calcificações cerebrais, entre outras. A infecção pode deixar sequela, sendo as mais frequentes a sur-
dez, cegueira, retardo mental e paralisias. Em alguns casos, pode levar a morte do bebê após o nasci-
mento. Nas infecções perinatais, a maioria apresenta-se assintomática, sendo relatados casos de pneu-
monia.

A infecção em crianças e em adultos acontece por meio de contato com as secreções contendo ovírus,
dessa forma sua transmissão pode ocorrer através do beijo e relação sexual.

As transfusões de sangue e transplantes também são vias de transmissão. Nesses casos, acredita-se
que o vírus latente é transmitido associado aos leucócitos, e após a doação, pode ocorrer a ativação
do CMV, principalmente se o receptor estiver imunodeprimido. O ideal é a utilização de doadores soro-
negativos para evitar esse tipo de infecção, entretanto uma alternativa é o uso de sangue com poucos
leucócitos.

Nas pessoas que apresentam infecção adquirida, a infecção pode ser assintomática ou sintomática.
No último caso, os indivíduos apresentam febre prolongada, sudorese, aumento defígado e baço, além
de, em alguns casos, icterícia. Em casos mais graves, podem ocorrer complicações como pneumonia,
hepatite e anemia hemolítica.

O CMV é comum em indivíduos imunodeprimidos (portadores de HIV, transplantados e pessoas em


tratamento de câncer). Nesses casos, a infecção também pode ser assintomática, mas quando ocorre
a manifestação clínica, as mais comuns são mononucleose febril e a pneumonia.

O tratamento é feito através da utilização de antivirais. Para a prevenção, fazem-se necessárias medi-
das básicas de higiene, como lavar as mãos e usar copos e talheres limpos. O uso de preservativo
também é essencial, uma vez que ele pode ser transmitido por via sexual. As grávidasdevem fazer os
exames para o diagnóstico da doença e seguir as recomendações médicas.

Toxoplasmose

A toxoplasmose é uma infecção provocada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Não é transmissível
de pessoa para pessoa. Diversos animais podem transmitir a doença para os seres humanos: gatos,
suínos, caprinos, bovinos, aves e animais silvestres, mas aparentemente não ficam doentes. Os gatos
e outros felinos são os hospedeiros definitivos da doença, pois neles ocorre a reprodução sexuada do
parasito. Cabe ressaltar que gatos que nasceram e vivem em ambiente doméstico sem acesso à rua e

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IMUNOLOGIA

alimentados exclusivamente com ração possuem chances reduzidas de se contaminarcom o protozo-


ário. Em pacientes imunodeprimidos (que possuem câncer, AIDS ou doenças crônicas), a doença pode
ser fatal. Existe a forma congênita onde a mãe grávida portadora da doençaou que já a tenha tido,
transmite a doença através da barreira placentária, ocasionando severas consequências para o feto.

Transmissão

Os gatos adquirem o protozoário ao comerem carne crua contaminada como carne de ratos e aves. A
transmissão ao homem ocorre pela ingestão de carnes malcozidas (boi e porco) ou contato com fezes
de animais contaminados. Há uma possibilidade remota de se contrair a doença mais diretamente pelo
contato com fezes de gato. Pode ocorrer transmissão também pela transfusão de sangue e transplante
de órgãos de pacientes contaminados. Durante a gestação a mulher deve realizar exames para detec-
tar a doença, e se for o caso, tratá-la.

Sintomas

Os principais sintomas são: febre, gânglios aumentados, hepatoesplenomegalia (aumento

do fígado e baço), podendo evoluir para pneumonia e encefalite. A toxoplasmose congênita pode oca-
sionar no feto alterações oculares, hidrocefalia, microcefalia, retardo mental, convulsões, anemia, pro-
blemas no fígado e mais raramente podem ocorrer o aborto e natimorto.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito através da pesquisa das Imunoglobulinas IgM e IgG que vão demonstrar a pre-
sença de anticorpos específicos para a doença. As mulheres grávidas devem realizar o exame no pré-
natal e se for detectada a doença, pode ser feita uma análise do líquido amniótico (amniocentese), para
detecção da doença no feto. Quando há suspeita de toxoplasmose cerebral, um simples exame de ima-
gem é suficiente para confirmar o diagnóstico.

Tratamento

Em pacientes imunocompetentes, a doença regride espontaneamente. Em pacientes imunodeprimidos,


o tratamento é feito com antibióticos ao longo de 6 semanas. Mulheres grávidas são tratadas com espi-
ramicina até o final da gravidez.

Prevenção

Várias medidas simples podem ser tomadas para a prevenção da toxoplasmose dentre elas:

consumir apenas carne bem cozida;

lavar bem frutas e legumes;

Congelar a carne por 3 dias a 15ºC negativos;

lavar as mãos regularmente, sobretudo após a manipulação de alimentos e antes das refeições;

evitar contato com areia de gatos e lavar bem as mãos após este procedimento. Gestantes nãodevem
ter contato com areia de gatos;

manter o gato bem alimentado e sem acesso à rua para ele não caçar e se contaminar.

evite acariciar cães que andem soltos;

controle ratos e insetos como moscas, baratas e formigas, descartando corretamente o lixodoméstico
e os dejetos das criações de animais;

lave bem as mãos e as unhas após trabalhar na terra (horta ou jardim);

Malária

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IMUNOLOGIA

A malária é uma doença proveniente de protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos originaria-


mente pela picada do mosquito fêmea do gênero Anopheles, mais conhecido no Brasil como mosquito-
prego. Este gênero possui em torno de 400 espécies, mas somente 5 delassão transmissoras da ma-
lária para humanos; no Brasil, apenas 3 espécies transmitem a patologia.

Preferindo climas tropicais e subtropicais, o protozoário é dispersado pelo organismo através da trom-
bina, anticoagulante que possibilita a alimentação do mosquito. Além da picada do mosquito, a malária
também pode infectar por contato sanguíneo e na fase fetal de mãe para filho. Cerca de 30 espécies
do gênero Plasmodium infectam outros primatas além dos seres humanos. Há cerca de 400espécies
infectando aves, mamíferos e répteis, passando progressivamente por seus predadores.

Em seu primeiro momento, o protozoário se aloca no fígado, onde se multiplica de forma assexuada e
migra contaminando os glóbulos vermelhos. Os sintomas podem aparecer de 8 a 10 dias; os sintomas
da doença inicialmente aparentam os mesmos de uma gripe: febre, sensação de frio, cefaleias, dores
musculares, anemia, delírios e o aumento do baço. Em casos mais graves, como o caso da malária
cerebral, pode acarretar em enxaqueca e o clareamento da retina, lesões no sistema nervoso, podendo
levar à morte.

O medicamento administrado para o seu combate depende da variação da doença causada por dife-
rentes espécies de protozoários do gênero Plasmodium (em destaque, os medicamentos Clordox e Do-
xiciclina). Mesmo após a cura da malária, sequelas podem surgir no sistema nervoso no qual o cognitivo
e o sistema neurológico ficam afetados, podendo surgir casos de epilepsia.

Por não possuir uma vacina eficaz, o método de erradicação da doença ou sua diminuição se dá através
do controle do vetor, não deixando recipientes com água parada, dar um fim adequado aos entulhos,
além de prevenir sua picada utilizando roupas compridas, manter a gestante em lugar com telas e uso
de repelentes.

Segundo a Fiocruz, mais de um terço da população mundial corre o risco de adquirir a doença; noBrasil,
a Amazônia é a principal área afetada por ser um ambiente propício para a proliferação do mosquito.
Segundo a OMS, em 2010 a malária afetou 219 milhões de pessoas pelo o mundo, resultando em 600
mil mortes.

Em 2003 o Ministério da Saúde se tornou responsável pelo programa PNCM (Programa Nacional de
Controle da Malária) que visa a diminuição da gravidade desta doença. O programa investe em áreas
como educação, pesquisas, controle de vetores e melhor atendimento da saúde para a população.

Biossegurança

A biossegurança é um conjunto procedimentos e estudos de relevante importância nos serviços de


saúde, que visam não apenas abordar medidas de controle de infecções para proteger os funcionários
que prestam assistência e os usuários em saúde, mas também por desempenharem papel fundamental
na comunidade onde atua da promoção da consciência sanitária, da importânciada preservação ambi-
ental com relação à manipulação e descarte de resíduos químicos, tóxicos e potencialmente infectan-
tes, e também, da diminuição, de um modo geral, de riscos à saúde e acidentes ocupacionais.

Este é um processo que há conclusão em sua terminologia, ou seja, é um processo progressivo, que
sempre deve ser atualizado e supervisionado.

Legalmente falando, a biossegurança voltada para os processos relacionados a organismos genetica-


mente modificados e pesquisas que utilizam células-tronco embrionárias, de acordo com a Lei de Bi-
ossegurança – N. 11.105 de 24 de março de 2005. Esta lei tem como enfoque os riscosenvolvidos nas
técnicas de manipulação de organismos geneticamente modificados. O órgão que

regula essa lei é a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, da qual faz parte profissionais de
diferentes ministérios e indústrias tecnológicas. Um exemplo rotineiramente presente na discussão le-
gal de biossegurança são os alimentos trangênicos.

Contudo, a biossegurança também está presente em locais onde a tecnologia moderna se encontra,
como hospitais, indústrias, laboratórios de saúde pública, laboratórios de análises clínicas, universida-
des, hemocentros, entre outros. Nesses locais, objetiva prevenir os riscos gerados pelos agentes quí-
micos, físicos e ergonômicos, relacionados com processos onde o risco encontra-s presente ou não.

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IMUNOLOGIA

Esta parte da biossegurança acaba por confundir-se com a engenharia de segurança, a medicina do
trabalho, a higiene industrial, a saúde do trabalhador, a engenharia química e a infecção hospitalar.

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TESTES SOROLOGICOS

Testes Sorológicos

Os testes sorológicos foram desenvolvidos a partir de reações entre um antígeno e um anticorpo. An-
tígenos são moléculas complexas que em sua maioria contém proteínas, onde apenas as partes mais
expostas são capazes de estimular a produção de anticorpos.

Assim, os anticorpos se dirigem apenas contra essas partes, denominadas determinantes antigênicos
ou epítopos.

Isto permite, algumas vezes, que haja imunidade cruzada, quando a reação imune se dirige ao mesmo
tempo contra duas moléculas que, embora diferentes, apresentam epítopos iguais ou semelhantes.

Os anticorpos são proteínas produzidas por uma célula do sangue chamada de plasmócito quando o
sistema imunológico entra em contato com um antígeno, que pode ser um vírus, protozoário, fungo,
bactéria, etc., levando a produção de anticorpos específicos contra ele.

Os conjuntos diagnósticos (Kits) utilizados para caracterizar a presença desses anticorpos específicos
contêm reagentes com epítopos antigênicos do agente que se deseja pesquisar, os quais permitem a
ligação de “somente” anticorpos específicos que possam estar presentes no sangue de um determi-
nado indivíduo.

Os epítopos antigênicos presentes nesses conjuntos variam de acordo com o método utilizado e com
a procedência do kit.

Portanto, testes sorológicos são procedimentos utilizados com o objetivo de detectar anticorpos e,
eventualmente, componentes antigênicos, para várias finalidades.

A pesquisa de anticorpos é utilizada para tentar elucidar processos patológicos com sintomas e sinais
clínicos confundíveis, contribuir na diferenciação da fase da doença através da pesquisa de diferentes
classes de anticorpos, caracterizar a presença de doença congênita, selecionar doadores de sangue,
avaliar o prognóstico da doença, avaliar eficácia da terapêutica, avaliar imunidade, etc.

A pesquisa de antígenos é utilizado como critério de cura de algumas doenças, na definição da etiologia
da doença, na seleção de doadores de sangue, em inquéritos epidemiológicos.

Pelo exposto, fica claro que os testes sorológicos desempenham papel fundamental na patologia clínica
como auxiliares no diagnóstico de uma suspeita clínica principal.

Deve-se lembrar, entretanto, que os resultados obtidos podem variar em função de uma série de fatores
relacionados com a resposta imune do hospedeiro e com as variações antigênicas do patógeno.

Esses fatores podem levar a falsos resultados positivos pela possibilidade de reações cruzadas contra
determinantes antigênicos comuns presentes nos parasitas, contra antígenos ubiquitários (presentes
em vários locais do meio ambiente) ou devido a uma resposta imunológica exacerbada do hospedeiro,
ou a falsos resultados negativos pela ausência de resposta imunológica contra epítopos dos parasitas.

É claro que todos os ramos da ciência médica caminham na busca incessante de um teste ou um
processo de referência que possa definir a presença ou ausência de doença no paciente, ou seja, o
“teste padrão ouro”.

Porém os fatores já relacionados e outros que abordaremos a seguir, como os parâmetros sorológicos,
devem ser rigorosamente analisados para que a definição do processo infeccioso seja a mais próxima
do verdadeiro estado clínico do paciente.

Assim, as características e limitações dos testes sorológicos são determinadas pelos seguintes parâ-
metros:

Sensibilidade: há dois conceitos diferentes de sensibilidade. A sensibilidade técnica que é a menor


quantidade que o teste consegue detectar e a sensibilidade clínica que corresponde à porcentagem de
pacientes doentes com teste positivo detectados em população sabidamente infectada. É o chamado
índice de positividade.

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TESTES SOROLOGICOS

Especificidade: é definida pela porcentagem de indivíduos “normais” com teste negativo em população
sabidamente não infectada. Entende-se como indivíduo normal aquele não portador de afecção para a
qual o diagnóstico do teste é destinado. A especificidade do teste pode ser influenciada por inúmeros
fatores que levam a falsos resultados positivos.

O teste de enzimaimunoensaio (ELISA) para detectar a presença de anticorpos contra o vírus HIV, por
exemplo, pode apresentar resultados falsos positivos, em alguns casos, pela interferência de alguns
fatores, tais como portadores de artrite reumatóide, doenças autoimunes, infecção viral aguda, doença
imunológica da tireóide, etc.

Indivíduos polinfectados por parasitas intestinais, muito comum em nosso meio, apresentam um soma-
tório de componentes antigênicos que reagem cruzadamente com inúmeros antígenos-alvo dos kits
diagnósticos.

Prevalência: é definida como a porcentagem de indivíduos infectados em uma população.

Quando se conhece a prevalência da doença, a sensibilidade e a especificidade do teste que está


sendo utilizado se pode calcular a probabilidade de ocorrência ou não da doença.

Valor Preditivo Positivo (VPP): refere-se à probabilidade de doença se o resultado do teste é positivo.
É obtido pela seguinte fórmula:

VPP= Positivos Verdadeiros ÷ (Positivos Verdadeiros + Positivos Falsos)

Valor Preditivo Negativo (VPN): refere-se à probabilidade de não ocorrência de doença se o resultado
do teste é negativo. Obtido pela seguinte fórmula:

VPN = Negativos Verdadeiros ÷ (Negativos Falsos + Negativos Verdadeiros)

Exemplificando, se um teste tem 95% de sensibilidade e 95% de especificidade para uma prevalência
de doença de 1% e 20% em uma amostragem de 2.000 indivíduos, após a aplicação de alguns cálculos
matemáticos, teríamos:

Para prevalência de 1%: Valor Preditivo Positivo = 16% e Valor Preditivo Negativo = 99,9%, ou seja,
de cada 100 testes positivos teríamos somente 16% de verdadeiros doentes e 84% de falso positivo;
para cada 100 testes negativos teríamos 99,9% de verdadeiros negativos e somente 0,1% de falso
negativo.

Para prevalência de 20%: Valor Preditivo Positivo = 82% e Valor Preditivo Negativo = 98%, ou seja,
para cada 100 testes positivos teríamos 82% de verdadeiros doentes e 18% de falso positivo; para
cada 100 testes negativos teríamos 98% de verdadeiros negativos e 2% de falso negativo.

Portanto, quanto maior a prevalência da doença, maior o valor preditivo positivo do teste, e quanto
menor a prevalência, maior o valor preditivo negativo do teste.

Limiar de Reatividade: é a região de corte do teste sorológico, ou seja, o ponto onde são discriminados
os indivíduos doentes dos não doentes.

Quando aplicamos uma curva de distribuição de frequência de resultados em uma população vamos
observar que haverá uma região onde a curva de indivíduos não doentes imbricará com a curva de
indivíduos doentes. Esta região é representada por indivíduos falsos positivos e falsos negativos.

Os falsos positivos ocorrem por reações inespecíficas de anticorpos a diferentes estímulos antigênicos,
principalmente relacionados com epítopos comuns encontrados em inúmeros micro-organismos para-
sitas da microflora normal ou em indivíduos poliparasitados.

Do exposto, é preciso sempre ter em mente que, em vista das limitações determinadas pelos parâme-
tros sorológicos, comuns a qualquer teste sorológico, seus resultados têm Valor de Probabilidade, que
deverá ser agregado à probabilidade clínica para a correta interpretação no diagnóstico das várias
doenças infecciosas.

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TESTES SOROLOGICOS

As técnicas para a detecção de anticorpos e alguns antígenos utilizadas como marcadores de doenças
infecciosas empregam a mesma metodologia, variando somente o tipo de antígeno e anticorpo utili-
zado.

Deve-se lembrar, no entanto, as peculiaridades relativas ao emprego destas técnicas. Usadas com
finalidade de exclusão ou de rastreamento em bancos de sangue, requerem alguns cuidados na sua
interpretação.

Conforme já comentado, o resultado do teste sorológico é de probabilidade e sua positividade ou ne-


gatividade é influenciada por fatores como a prevalência da doença, a sensibilidade e a especificidade
do teste.

Também devemos lembrar, como comentado acima, que ao quantificar os resultados obtidos, observa-
se uma imbricação nas curvas de reatividade de indivíduos doentes e não doentes para os diferentes
testes sorológicos, devido à presença de anticorpos de grupos contra uma infinidade de determinantes
antigênicos presentes geralmente em soros de populações de baixo nível socioeconômico expostas a
múltiplas infecções.

Na prática clínica deveriam ser utilizados testes com limiar de reatividade diferente para a finalidade a
que se propõe o teste.

Assim, nos bancos de sangue, onde a finalidade é não deixar ocorrer falsos resultados negativos para
que a doença não seja transmitida por esta via, deveriam ser realizados testes de máxima sensibilidade,
ou seja, com limiares de reatividade baixos; e nos laboratórios clínicos onde a finalidade do teste é
confirmar os achados clínicos dos pacientes ou para seguimento de terapêutica instituída, deveriam
ser empregados testes de máxima especificidade, ou seja, com limiares de reatividade mais altos.

Entretanto, isso não ocorre na prática e os testes utilizados em bancos de sangue são os mesmos
utilizados nos laboratórios clínicos.

Esses testes têm a característica de serem testes de triagem onde se pesquisa a presença de anticor-
pos específicos no soro dos indivíduos suspeitos, os quais mostram um limiar de reatividade mais baixo
e, consequentemente, uma ocorrência maior de falsos resultados positivos.

Deve-se salientar, entretanto, que é bastante conhecido na prática laboratorial que todo teste de alta
sensibilidade acarreta um comprometimento na sua especificidade e vice-versa, portanto, não existe
um teste sorológico que seja 100% sensível e 100% específico.

Logo, os testes utilizados para a detecção de anticorpos/antígenos tem esta característica e, portanto,
devem ser interpretados com cautela, uma vez que é bem conhecida a possibilidade de ocorrência de
falsos resultados positivos. É muito comum na prática clínica o laboratório ser criticado quando tal fato
ocorre, algumas vezes levando a demandas judiciais injustas. A interpretação sempre é de um erro de
laboratório.

Com frequência solicita-se um novo teste para ser realizado em outro laboratório e, quando se trata de
um falso resultado positivo, o novo exame realizado mostrará resultado conflitante com o primeiro teste,
reforçando a crítica de erro do primeiro laboratório.

Na verdade, o que ocorre é que os diferentes fabricantes de kits diagnósticos utilizam diferentes epíto-
pos antigênicos na construção de seus testes, acarretando, algumas vezes, reações cruzadas entre
anticorpos inespecíficos presentes no soro do paciente com o epítopo antigênico do kit.

Se os dois laboratórios que realizaram o teste usassem o conjunto diagnóstico do mesmo fabricante,
com certeza, os dois obteriam o mesmo resultado falso positivo. Obviamente, que tal afirmação consi-
dera que o procedimento do teste foi seguido conforme a determinação do fabricante.

Como os testes sorológicos utilizados na rotina são considerados testes de triagem, com alta sensibili-
dade, conforme já comentado, como é o caso do Enzimaimunoensaio (ELISA), Quimioluminescência,
Eletroquimioluminescência, Imunofluorescência (IFI), Imunocromatográfico (testes rápidos), etc., exige
algumas vezes um teste confirmatório para esclarecimento, especialmente quando clinicamente e epi-
demiologicamente não há justificativa para aquele resultado, bem como porque muitos portadores de
doenças infecciosas também são assintomáticos.

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TESTES SOROLOGICOS

A utilização de um Immunoblot ou de um teste de biologia molecular pode ajudar a esclarecer o resul-


tado do teste de triagem.

Outro fato também bastante importante, é que, como já comentado, as metodologias ao longo do tempo
se tornaram bastante sensíveis.

Muitas vezes é de grande importância sabermos a fase clínica de uma doença infecciosa, como por
exemplo, na toxoplasmose, na rubéola, no citomegalovírus, onde na infecção recente (fase aguda da
doença) temos a presença de anticorpos de classe IgM no soro, e não é raro o achado de anticorpos
IgM positivos em fase não aguda da doença.

A razão disso é a sensibilidade da metodologia usada atualmente, onde o desaparecimento do anti-


corpo IgM leva, muitas vezes, meses ou até ano.

Esses anticorpos IgM presentes no soro são designados como anticorpos IgM residuais, e, que no caso
de uma gestante, torna-se um dilema para o médico, uma vez que não se consegue saber se a paciente
está na vigência de uma infecção aguda, que pode trazer risco para o feto, ou se a infecção ocorreu
muito antes e o feto não estaria, portanto, sob risco.

Nestes casos, se a paciente tem presença de IgG, o que certamente terá se teve infecção pregressa,
utiliza-se o teste de avidez de IgG. O teste mede a avidez do anticorpo IgG ao antígeno, baseado no
grau de maturação do anticorpo. Quanto maior a maturação do anticorpo IgG, maior será sua avidez.

Assim, nos primeiros três meses que se seguem a uma infecção aguda, os anticorpos IgG específicos
costumam apresentar uma baixa capacidade de ligação com o antígeno, mostrando que aquela pre-
sença de anticorpo IgM é de uma infecção recente e deve ser tratada.

Após três meses da infecção aguda, 90% dos indivíduos apresentam anticorpos IgG com alta avidez,
o que informa que os anticorpos IgM presentes são residuais.

Na sorologia para sífilis, há os testes não treponêmicos, conhecidos como testes de floculação, como
o VDRL e o RPR (menos utilizado em nosso meio) que detectam anticorpos anticardiolipínicos, também
chamadas reaginas.

Esses anticorpos não são específicos para o Treponema pallidum, porém estão presentes na sífilis.

E há os testes treponêmicos (confirmatórios), como o FTA-Abs (Imunofluorescência), o ELISA, a Qui-


mioluminescência, etc., que utilizam antígenos do T. pallidum na sua construção.

Os não treponêmicos apresentam baixa especificidade e, consequentemente, a ocorrência de reações


falso positivas.

Portanto, diante de um teste não treponêmico reagente deve-se sempre realizar um teste treponêmico,
onde podemos encontrar quatro diferentes interpretações:

1ª. Os dois reagentes – provável sífilis ativa ou latente ou tratada;

2ª. Não treponêmico reagente (geralmente título baixo) e treponêmico não reagente – improvável que
seja sífilis;

3ª. Não treponêmico não reagente e treponêmico reagente – pode significar sífilis primária ou sífilis
tratada;

4ª. Não treponêmico e treponêmico não reagentes – provavelmente ausência de sífilis ou infecção
muito recente e os anticorpos ainda não são detectados pelos métodos utilizados.

A sorologia não é o método ideal para o diagnóstico da fase aguda da doença de Chagas, o mais
indicado é o exame direto do sangue periférico com o uso de microscopia.

Entretanto, ela pode ser usada na identificação da presença de anticorpos IgM anti-Trypanossoma
cruzi, particularmente quando associada a contexto epidemiológico e manifestações clínicas, ou pelo
uso da soroconversão que é definida pela presença de uma amostra de soro não reagente para anti-
corpos anti-T.

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TESTES SOROLOGICOS

Cruzi associada a uma segunda amostra reagente coletada 2 a 4 semanas após a primeira. Ressalta-
se, entretanto, que o diagnóstico da fase crônica da doença de Chagas é essencialmente sorológico; a
utilização de metodologias convencionais (Imunofluorescência, ELISA, Hemaglutinação) pode determi-
nar o diagnóstico em quase 100% dos casos.

Os testes Imunocromatográfico (testes rápidos) vêm se tornando uma opção segura no diagnóstico
desta fase da doença; aqueles que utilizam como amostra sangue total são uma opção de escolha para
áreas endêmicas e não endêmicas pela facilidade de execução.

O bom conhecimento de todas essas variáveis, bem como da correta interpretação dos vários marca-
dores das doenças infecciosas, especialmente aquelas onde são utilizados diferentes sistemas de mar-
cadores, como no caso da hepatite B, dará ao clínico maior segurança na utilização desses testes, bem
como a possibilidade de uma melhor exploração sorológica de seu paciente, evitando com isso críticas
aos laboratórios que praticam rigorosamente seus procedimentos analíticos, mas que não podem con-
trolar fatores pertinentes à metodologia, separando, assim, o que são erros “de” laboratório de erros
“do” laboratório.

Os testes laboratoriais de imunologia podem fornecer informações importantes para o diagnóstico e


cuidado clínico de pacientes.

É importante salientar que os testes imunológicos podem ser usados tanto para doenças apresentando
um envolvimento direto do sistema imune, quanto para doenças não imunológicas.

Os testes mais estabelecidos e clássicos são voltados para a detecção de anticorpos contra parasitas,
fungos, bactérias, virus, indicando a presença de uma resposta imune contra o agente.

Testes mais modernos e sensíveis podem detectar a presença de antígenos destes organismos, indi-
cando diretamente a sua presença no hospedeiro.

Os testes imunológicos podem ser utilizados, ainda, para a detecção de produtos como drogas ou
hormônios, ajudando no acompanhamento clínico de pacientes.

Os usos de testes imunológicos incluem:

a) Confirmação de uma impressão clínica;

b) Diagnóstico precoce de uma doença;

c) Exclusão de determinada enfermidade;

d) Acompanhamento do progresso da doença;

e) Avaliação da efetividade da terapêutica

O teste imunodiagnóstico ideal deveria ser de fácil execução, barato e de resultado sempre preciso.
Tal teste não existe.

Muito poucos testes são baratos, e quase todos eles apresentam dificuldades e problemas potenciais
na sua execução (e estes problemas devem ser conhecidos pelo médico que os solicita). Adicional-
mente, muitos testes são usados de maneira inadequada ou interpretados erradamente.

Para evitar o uso desnecessário de testes é sempre conveniente se fazer algumas perguntas antes de
solicitar um exame:

a) O resultado do teste irá alterar o diagnóstico, prognóstico ou terapêutica utilizada?

b) O resultado do teste ajudará no entendimento do processo patológico?

c) O resultado do exame beneficiará o paciente?

Os testes imunológicos, quando divididos pela sua metodologia, podem ser agrupados em:

1. Imunoprecipitação

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TESTES SOROLOGICOS

2. Imunoaglutinação

3. Testes utilizando o Complemento

4. Ensaios receptor-ligante

5. Imunohistologia

Podemos dividir os testes imunológicos pela sua aplicação, e neste caso teríamos:

1. Método para detecção de antígenos

2. Método para detecção de anticorpos

3. Método para avaliação da imunidade celular

4. Método de avaliação do Sistema Complemento

5. Testes de Histocompatibilidade

6. Imunohematologia

Alguns termos de uso corrente devem ser bem definidos para que sejam compreendidos e utilizados
de maneira uniforme, o que facilita a comunicação.

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HEPATITES

Hepatites

Grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, a hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser
causada por vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças
autoimunes, metabólicas e genéticas. São doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas,
mas, quando estes aparecem, podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdo-
minal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem, ainda, os
vírus D e E, esse último mais frequente na África e na Ásia. Milhões de pessoas no Brasil são portadoras
dos vírus B ou C e não sabem. Elas correm o risco de as doenças evoluírem (tornarem-se crônicas) e
causarem danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico
regularmente e fazer os exames de rotina que detectam a hepatite.

Para saber se há a necessidade de realizar exames que detectem as hepatites, observe se você já se
expôs a algumas dessas situações:

• Contágio fecal-oral: condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos
alimentos (vírus A e E);

• Transmissão sanguínea: se praticou sexo desprotegido ou compartilhou seringas, agulhas, lâminas


de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam (vírus B, C e D);

• Transmissão sanguínea: da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação (vírus B,
C e D).

No caso das hepatites B e C, é preciso um intervalo de 60 dias para que os anticorpos sejam detectados
no exame de sangue.

A evolução das hepatites varia conforme o tipo de vírus. Os vírus A e E apresentam apenas formas
agudas de hepatite (não possuindo potencial para formas crônicas). Isso quer dizer que, após uma
hepatite A ou E, o indivíduo pode se recuperar completamente, eliminando o vírus de seu organismo.

Por outro lado, as hepatites causadas pelos vírus B, C e D podem apresentar tanto formas agudas
quanto crônicas de infecção - nesse último caso, quando a doença persiste no organismo por mais de
seis meses.

As hepatites virais são doenças de notificação compulsória, ou seja, cada ocorrência deve ser notificada
por um profissional de saúde. Esse registro é importante para mapear os casos de hepatites no país e
ajuda a traçar diretrizes para as políticas públicas no setor.

Hepatite designa qualquer degeneração do fígado por causas diversas, sendo as mais frequentes as
infecções pelos vírus tipo A, B e C e o abuso do consumo de álcool ou outras substâncias tóxicas (como
alguns remédios). Enquanto os vírus atacam o fígado quando parasitam suas células para a sua repro-
dução, a cirrose dos alcoólatras é causada pela ingestão frequente de bebidas alcoólicas - uma vez no
organismo, o álcool é transformado em ácidos nocivos às células hepáticas, levando à hepatite.

Tipos

Hepatite A: a hepatite A é transmitida por água e alimentos contaminados ou de uma pessoa para outra.
A hepatite A fica incubada entre 10 e 50 dias e normalmente não causa sintomas, porém quando pre-
sentes, os mais comuns são febre, pele e olhos amarelados, náusea e vômitos, mal-estar, desconforto
abdominal, falta de apetite, urina com cor de coca-cola e fezes esbranquiçadas. A detecção da hepatite
A se faz por exame de sangue e não há tratamento específico, esperando-se que o paciente reaja
sozinho contra a Hepatite A. Apesar de existir vacina contra o vírus da hepatite A (HAV), a melhor
maneira de evitá-la se dá pelo saneamento básico, tratamento adequado da água, alimentos bem co-
zidos e pelo ato de lavar sempre as mãos antes das refeições.

Hepatite B e Hepatite C: os vírus da hepatite tipo B (HBV) e tipo C (HCV) são transmitidos sobretudo
por meio do sangue. Usuários de drogas injetáveis e pacientes submetidos a material cirúrgico conta-
minado e não-descartável estão entre as maiores vítimas de hepatite, daí o cuidado que se deve ter
nas transfusões sanguíneas, no dentista, em sessões de depilação ou tatuagem. O vírus

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HEPATITES

da hepatite B pode ser passado pelo contato sexual, reforçando a necessidade do uso de camisinha.

Frequentemente, os sinais das hepatites B e C podem não aparecer e grande parte dos infectados só
acaba descobrindo que tem a doença após anos e muitas vezes por acaso em testes para esses vírus.
Quando aparecem, os sintomas dessas hepatites são muito similares aos da hepatite A, mas ao con-
trário desta, a hepatite B e a C podem evoluir para um quadro crônico e então para uma cirrose ou até
câncer de fígado.

Tratamento de Hepatite

Não existe tratamento para a forma aguda da hepatite. Se necessário, apenas sintomático para náu-
seas e vômitos. O repouso é considerado importante no tratamento da hepatite pela própria condição
do paciente.

A utilização de dieta pobre em gordura e rica em carboidratos é de uso popular para o paciente com
hepatite, porém seu maior benefício é ser de melhor digestão para o paciente sem apetite. De forma
prática deve ser recomendado que o próprio indivíduo com hepatite defina sua dieta de acordo com
sua aceitação alimentar. A única restrição está relacionada à ingestão de álcool. Esta restrição deve
ser mantida por um período mínimo de seis meses e preferencialmente de um ano.

Medicamentos para Hepatite

Os medicamentos mais usados para o tratamento de hepatite são:

• Epocler

• Prednisona.

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a
dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e
NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se
tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na
bula.

Prevenção

A melhor estratégia de prevenção da hepatite A inclui a melhoria das condições de vida, com adequa-
ção do saneamento básico e medidas educacionais de higiene. A vacina específica contra o vírus A
está indicada conforme preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).

A prevenção da hepatite B inclui o controle efetivo de bancos de sangue através da triagem sorológica;
a vacinação contra hepatite B, disponível no SUS,conforme padronização do Programa Nacional de
Imunizações (PNI); o uso de imunoglobulina humana Anti-Vírus da hepatite B também disponível no
SUS, conforme padronização do Programa Nacional de Imunizações (PNI); o uso de equipamentos de
proteção individual pelos profissionais da área da saúde; o não compartilhamento de alicates de unha,
lâminas de barbear, escovas de dente, equipamentos para uso de drogas; o uso de preservativos nas
relações sexuais.

Não existe vacina para a prevenção da hepatite C, mas existem outras formas de prevenção, como:
triagem em bancos de sangue e centrais de doação de sêmen para garantir a distribuição de material
biológico não infectado; triagem de doadores de órgãos sólidos como coração, fígado, pulmão e rim;
triagem de doadores de córnea ou pele; cumprimento das práticas de controle de infecção em hospitais,
laboratórios, consultórios dentários, serviços de hemodiálise; tratamento dos indivíduos infectados,
quando indicado; abstinência ou diminuição do uso de álcool, não exposição a outras substâncias que
sejam tóxicas ao fígado, como determinados medicamentos.

Hepatite é toda e qualquer inflamação do fígado e que pode resultar desde uma simples alteração
laboratorial (portador crônico que descobre por acaso a sorologia positiva), até doença fulminante e
fatal (mais frequente nas formas agudas).

Existem várias causas de hepatite, sendo as mais conhecidas as causadas por vírus (vírus das hepatite
A, B, C, D, E, F, G, citomegalovírus, etc).

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HEPATITES

Outras causas: drogas (anti-inflamatórios, anticonvulsivantes, sulfas, derivados imidazólicos, hormô-


nios tireoidianos, anti-concepcionais, etc), distúrbios metabólicos (doença de Wilson, poli-transfundi-
dos, hemossiderose, hiemocromatose, etc), trans-infecciosa, pós-choque. Em comum, todas as hepa-
tites têm algum grau de destruição das célulashepáticas.

A maioria das hepatites agudas são assintomáticas ou levam a sintomas incaracterísticos como febre,
mal-estar, desânimo e dores musculares. Hepatites mais severas podem levar a sintomas mais espe-
cíficos, sendo o sinal mais chamativo a icterícia, conhecida popularmente no Brasil por "tiriça" ou "ama-
relão" e que se caracteriza pela coloração amarelo-dourada da pele e conjuntivas. Associado pode
ocorrer urina cor de coca-cola (colúria) e fezes claras, tipo massa de vidraceiro (acolia fecal).

Hepatites mais graves podem cursar com insuficiência hepática e culminar com a encefalopatia hepá-
tica e óbito. Hepatites crônicas (com duração superior a 6 meses), geralmente são assintomáticas e
podem progredir para cirrose.

Hepatites virais

Considerada a maior epidemia ou pandemia mundial da atualidade e é a principal causa de hepatite. A


hepatite A e a hepatite E são transmitidas pela via fecal-oral, logo são mais comuns nos países em
desenvolvimento, geralmente melhoram mesmo sem tratamento e não levam à hepatite crônica.

Por outro lado as hepatites B, C e D são transmitidas pelo contato com sangue, leite materno, sêmen
ou secreções vaginais em contato direto com uma mucosa. Existe vírus na saliva, mas beijar ou com-
partilhar talheres só é contagioso se o vírus penetrar por feridas na boca.

Apenas 5% dos casos de hepatite B se tornam crônicos, 1% evoluem pra cirrose e 1%

para hepatocarcinoma. A maioria dos casos de hepatite C (60 a 80%) se cronificam em 15-20 anos,
evoluindo para cirrose hepática e em 1-2% para hepatocarcinoma. A hepatite D só pode se tornar
crônica ou fulminante em co-infecção com o vírus da hepatite B.

Quadro clínico (primeiros 3 a 10 dias – pródromo):

• febre,

• mal-estar,

• inapetência,

• mialgia,

• cefaleia,

• náuseas,

• adinamia

Após cessam sintomas prodrômicos e iniciam-se:

• colúria,

• acolia,

• icterícia.

Quanto mais sintomática for a fase aguda da doença, maior a chance da doença hepática se cronificar.
Exame físico:

• micropoliadenopatia pequena,

• hepatomegalia discreta e dolorosa (devido à distensão da cápsula hepática),

• pequena esplenomegalia reacional,

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HEPATITES

mais raramente: sinais meníngeos, artralgia, rash cutâneo.

Diagnóstico diferencial:

• outras etimologias de hepatites,

• leptospirose,

• malária,

• febre amarela,

• sepse,

• obstrução de vias biliares.

Hepatite A

É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite A, que pode cursar de forma subclínica.
Altamente contagiosa, sua transmissão é do tipo fecal oral,[4] ou seja, ocorre contaminação direta de
pessoa para pessoa ou através do contacto com alimentos e água contaminados, e os sintomas iniciam
em média 30 dias após o contágio. É mais comum onde não há ou é precário o saneamento básico.

A falta de higiene ajuda na disseminação do vírus. O uso na alimentação de moluscos e ostras de


águas contaminadas com esgotos e fezes humanas contribui para a expansão da doença. Uma vez
infectada a pessoa desenvolve imunidade permanente. Existe vacina segura para hepatite A. A trans-
missão através de agulhas ou sangue é rara. Os sintomas são de início súbito, com febre baixa, fadiga,
mal estar, perda do apetite, sensação de desconforto no abdome, náuseas e vômitos. Pode ocorrer
diarreia. A icterícia é mais comum no adulto (60%) do que na criança (25%). A icterícia desaparece em
torno de duas a quatro semanas.

É considerada uma hepatite branda, pois não há relatos de cronificação e a mortalidade é baixa. Não
existe tratamento específico. O paciente deve receber sintomáticos e tomar medidas de higiene para
prevenir a transmissão para outras pessoas. Pode ser prevenida pela higiene e melhorias das condi-
ções sanitárias, bem como pela vacinação. É conhecida como a hepatite do viajante. O período de
incubação do vírus da hepatite A é de 30 dias.

Hepatite B

Sua transmissão é através de sangue, agulhas e materiais cortantes contaminados, também com as
tintas das tatuagens, bem como através da relação sexual. É considerada também uma doença sexu-
almente transmissível. Pode ser adquirida através de tatuagens, piercings, em procedimentos médicos
e odontológicos onde existe falha no processo de esterelização do instrumental e até em sessões de
depilação. Os sintomas são semelhantes aos das outras hepatites virais, mas a hepatite B pode croni-
ficar e provocar a cirrosehepática. A prevenção é feita utilizando preservativos nas relações sexuais e
não utilizando materiais cortantes ou agulhas que não estejam devidamente esterilizadas.

Recomenda-se o uso de descartáveis de uso único. Quanto mais cedo se adquire o vírus, maiores as
chances de ter uma cirrose hepática.

Existe vacina para hepatite B, que é dada em três doses intramusculares e não precisa ser repetida,
com as três doses aplicadas nas datas indicadas pelo laboratório, o indivíduo ficará imune pelo resto
da vida. O período de incubação do vírus da hepatite B é de 90 dias. Pode passar também de mãe para
filho no momento do parto.

Hepatite C

Hepatite que pode ser adquirida através de transfusão sanguínea, tatuagens, uso de drogas, piercings,
e em manicure, já foi comprovado que pode ser contagiosa por relações sexuais. É de grande preocu-
pação para a Saúde Pública. A maioria dos pacientes é assintomática no período agudo da doença,
mas podem ser semelhantes aos das outras hepatites virais. Estima-se que 3 % da população mundial
esteja contaminada, atingindo níveis dez vezes maiores no continente africano.

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HEPATITES

A hepatite C é perigosa porque pode cronificar e provocar a cirrose hepática e o hepatocarcinoma,


neoplasia maligna do fígado.

A prevenção é feita evitando-se o uso de materiais cortantes ou agulhas que não estejam devidamente
esterilizadas. Recomenda-se o uso de descartáveis de uso único, bem como material próprio em ma-
nicures. A esterilização destes materiais é possível, porém não há controle e as pessoas que ‘dizem’
que esterilizam não têm o preparo necessário para fazer uma esterilização real. Não existe vacina para
a hepatite C e é considerada pela Organização Mundial da Saúde como o maior problema de saúde
pública, é a maior causa de transplante hepático e transmite-se pelo sangue mais facilmente do que a
AIDS.

O anti-HCV positivo detecta infecção atual ou pregressa. Pode ser necessário biópsia hepática para
descartar malignidade e determinar o grau da doença. A detecção do ácido ribonucleico (RNA) do vírus
caracteriza a presença do vírus no hospedeiro.

Aproximadamente metade dos pacientes tratados irão se curar. Possuem melhores resposta ao trata-
mento os pacientes com idade inferior a 40 anos, do sexo feminino, com genótipos 2 ou 3, que não
apresentem cirrose e de peso inferior a 85 quilogramas. O período de incubação do vírus da hepatite
C é de, em média, 45 dias.

Hepatite não A não B não C

Termo antigo muito usado para hepatites que não eram nem A nem B, que hoje se reconhece ser a
maioria do tipo C, podendo ser também E.

Hepatite D

Causada por RNA-vírus (tão pequeno que é incapaz de produzir seu próprio envelope proteico e de
infectar uma pessoa), só tem importância quando associada à hepatite B, pois a potencializa.

Isoladamente parece não causar infecção. Geralmente encontrado em pacientes portadores do vírus
HIV e está mais relacionado à cronificação da hepatite e também à hepatocarcinoma.

Hepatite E

É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite E, que se pode curar de forma subclí-
nica. Sua transmissão é do tipo fecal oral, através do contato com alimentos e água contaminados, e
os sintoma iniciam em média 30 dias após o contágio. É mais comum após enchentes Não existe vacina
para hepatite E. Os sintomas são de início súbito, com febre baixa, fadiga, mal estar, perda do apetite,
sensação de desconforto no abdome, náuseas e vômitos.

Pode ocorrer diarreia. É considerada uma hepatite branda, apesar de risco aumentado para mulheres
grávidas, principalmente no terceiro trimestre gestacional, que podem evoluir com hepatite fulminante.
Não existe tratamento específico. O paciente deve receber medicamentos sintomáticos e repousar.

Pode ser prevenida através de medidas de higiene, devendo ser evitado comprar alimentos e bebidas
de vendedores ambulantes.

Hepatite F

DNA-vírus, transmitido a macacos Rhesus sp. em laboratório experimentalmente, através de extratos


de fezes de macacos infectados. Ainda não há relatos de casos em humanos.

Hepatite G

A hepatite G foi a hepatite descoberta mais recentemente (em 1995) e é provocada pelo vírus VHG
(vírus mutante do vírus da hepatite C) que se estima ser responsável por 0,3% de todas as hepatites
víricas. Desconhecem-se, ainda, todas as formas de contágio possíveis, mas sabe-se que a doença é
transmitida, sobretudo, pelo contato sanguíneo (transmissão parenteral). Pode evoluir para infecção
persistente com prevalência de 2% entre doadores de sangue.

Em análises feitas nos Estados Unidos da América aos doadores de sangue demonstrou-se que
cerca de dois por cento já teve contacto com o vírus. Supõe-se que o VHG se encontre em 20 a 30%

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HEPATITES

dos utilizadores de drogas injectáveis e em dez por cento das pessoas que foram sujeitas a uma
transfusão de sangue. Em cerca de 20% dos doentes com infecção pelos VHB ou VHC é possível de-
tectar anticorpos para o VHG, mas esta coinfecção não parece influenciar a evolução daquelas hepa-
tites.

Não foi ainda possível determinar com exactidão — dado que a descoberta da doença e do vírus que
a provoca foram recentes —, as consequências da infecção com o vírus da hepatite G.

A infecção aguda é geralmente «suave» e transitória e existem relatos duvidosos de casos de hepatite
fulminante (os especialistas ainda não chegaram a uma conclusão definitiva sobre as causas destas
hepatites fulminantes). Noventa a 100 por cento dos infectados tornam-se portadores crónicos mas
podem nunca vir a sofrer de uma doença hepática. Até agora não foi possível comprovar que a infecção
pelo VHG conduza a casos de cirrose ou de cancro no fígado. Diagnóstico: pesquisa HGV-RNA.

Outras hepatites virais

Outros vírus podem causar hepatites, porém sem ser causa comum. São potencialmente causadores
de hepatite em pacientes submetidos a transfusões sanguíneas e imunodeprimidos o Epstein-Barr,

o citomegalovírus e o herpes zoster. Outros agentes de importância são os vírus da dengue e febre
amarela.

Hepatite medicamentosa

O fígado é um dos principais órgãos responsáveis pelo metabolismo e excreção de medicamentos e


produtos tóxicos, podendo ser danificado por eles no processo.

Existe um grande número de drogas que são hepatotóxicas, ou seja, lesam diretamente o hepatócito.
Tais drogas podem, portanto, causar hepatite. A droga antidiabetes troglitazona, por exemplo, foi reti-
rada do mercado em 2000 por causar hepatite. O acetaminofeno (Paracetamol), substância analgésica
muito utilizada por crianças e adultos, pode ser hepatotóxica em doses maiores a 4g/dia (cada compri-
mido tem apenas 500mg ou 1g).

Outras drogas associadas a hepatite:

• Alopurinol

• Amitriptilina (antidepressivo)

• Amiodarona (antiarrítmico)

• Azatioporina

• Halotano (um tipo específico de gás anestésico)

• Contraceptivos hormonais

• Ibuprofeno, Indometacina, ácido acetilsalicilico (Antiinflamatórios não-esteróides)

• Isoniazida (INH), Rifampicina, e Pirazinamida (Antibióticos específicos para tuberculose)

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HEPATITES

• Cetoconazol (Antifúngicos)

• Metildopa (contra hipertensão)

• Minociclina (antibiótico tetraciclina)

• Nifedipina (contra hipertensão)

• Nitrofurantoina (antibiótico)

• Fenitoína e ácido valproico (antiepilepsia)

• Zidovudina (anti-retroviral para combate a AIDS)

• Isotretinoína

• Alguns suplementos nutricionais de ervas e vegetais

O progresso clínico de uma hepatite induzida por medicamentos é muito variável, dependendo da droga
e da tendência do paciente a reagir à droga. Por exemplo, hepatite induzida por halotano pode ser
moderada ou mesmo fatal, assim como a hepatite induzida por isoniazida. Contraceptivos hormonais
podem causar mudanças estruturais no fígado. Hepatite por amiodarona pode ser incurável, uma vez
que a longa meia vida da droga (mais de 60 dias) significa que é muito difícil impedir exposição à droga.
Além disso, a variação na forma de reagir do organismo humano é tão grande que qualquer droga pode
vir a causar hepatite caso a pessoa tenha uma grave reação adversa a ela.

Hepatite autoimune

As hepatites autoimunes (HAI) são hepatites causadas por uma autoagressão do organismo, que fa-
brica anticorpos que atacam e matam os hepatócitos. Isto pode acontecer porque uma bactéria, vírus
ou um fungo pode conter uma porção muito parecida com a célula hepática, causando confusão do
sistema imunológico. O tratamento é feito com corticoides e drogas imunossupressoras.

Essa forma de hepatite é mais comum em mulheres, e tem duas faixas etárias principais de acometi-
mento: entre 10 e 30 anos (jovens) e por volta dos 50 anos (meia-idade).

Exames complementares

Testes laboratoriais úteis na avaliação hepática são:

As dosagens de:

• bilirrubinas (principalmente bilirrubinas diretas indicando dano dentro da célula hepática),

• transaminases (AST e ALT, antigamente denominadas respectivamente TGO e TGP),

• aumento das enzimas canaliculares (fosfatase alcalina, gama-glutamil-transpeptidase - antes deno-


minada gama-glutamil-transferase e geralmente abreviada como gama-GT ou GGT),

• proteínas totais e frações(albuminae globulina: alteração positiva se já apresenta lesão hepatocelu-


lar prévia),

• atividade de protrombina,

• coagulograma (TAP/KPTT alterados, geralmente em indivíduos com dano hepatocelular prévio),

• hemograma (inespecífico, com preferencial de linfócitos)

• amônia e ácidos biliares,

• pesquisa de marcadores virais

• execução de exames complementares de diagnóstico por imagem, como o ultra-som e a tomografia

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HEPATITES

computadorizada.

Se for necessária a análise histopatológica do fígado, pode ser necessária a biopsia hepática, que pode
ser feita por agulha, videolaparoscopia ou a céu aberto. Cada exame tem validade em situações espe-
cíficas.

A hepatite é uma inflamação no fígado que, dependendo do agente que a provoca, se pode curar
apenas com repouso, requerer tratamentos prolongados, ou mesmo um transplante de fígado quando
se desenvolvem complicações graves da cirrose como a falência hepática, ou o cancro no fígado, que
podem levar à morte.

As hepatites podem ser provocadas por bactérias, por vírus, e também pelo consumo de produtos
tóxicos como o álcool, medicamentos e algumas plantas. Existem seis tipos diferentes de vírus da
hepatite (Hepatite A, Hepatite B, Hepatite C, Hepatite D, Hepatite E e Hepatite G).

Existem ainda as hepatites auto-imunes resultantes de uma perturbação do sistema imunitário que,
sem que se saiba porquê, começa a desenvolver auto-anticorpos que atacam as células do fígado, em
vez de as protegerem.

Os sintomas são pouco específicos, semelhantes aos de uma hepatite aguda, podendo, nas mulheres,
causar alterações no ciclo menstrual. Esta hepatite, ao contrário da hepatite vírica, atinge sobretudo as
mulheres, entre os 20 e os 30 anos e entre os 40 e os 60, geralmente transforma- se numa doença
crónica e evolui quase sempre, quando não é tratada, para a cirrose.

Cada uma destas patologias implica sempre uma consulta médica e um acompanhamento adequado.
Em muitos casos, ter hepatite não chega a ser uma verdadeira «dor de cabeça», já que o organismo
possui defesas imunitárias que, em presença do vírus, reagem produzindo anticorpos, uma espécie de
soldados que lutam contra os agentes infecciosos e os aniquilam. Mas, em algumas situações, estes
anticorpos não são suficientes para travar a força do invasor e, então, é necessário recorrer a trata-
mentos antiviricos.

Embora haja ainda muito a estudar nesta área, a investigação científica tem percorrido um bom cami-
nho na luta contra a doença, tendo já conseguido elaborar vacinas contra as hepatites A e B, (que
permitiram reduzir consideravelmente a sua propagação) e descobrir substâncias (como os interferões)
que podem travar a multiplicação do vírus e constituir uma esperança de prolongamento da vida para
muitos doentes. Estes tratamentos, contudo, são dispendiosos e nem sempre estão disponíveis nos
países em desenvolvimento, que são as zonas mais afectadas.

Os vírus da hepatite podem ser transmitidos através da água e de alimentos contaminados com maté-
rias fecais (A e E), pelo contacto com sangue contaminado (B, C, D e G) e por via sexual (B, C e D).
Os vírus têm períodos de incubação diferentes e, em muitos casos, os doentes não apresentam sinto-
mas. As hepatites A e E não se tornam crónicas, enquanto a passagem à situação da cronicidade é
bastante elevada na hepatite C e comum nas hepatites B, D e G, embora esta última doença não
apresente muita gravidade.

Ao contrário de outras doenças, os doentes com hepatite crónica podem ter um quotidiano muito pró-
ximo do normal, não sendo necessário ficarem ficar inactivos, isolados dos demais ou cumprir dietas
rígidas, mas devem conhecer as suas limitações e aprender a viver com a hepatite.

Hepatite é termo que significa inflamação do fígado. A hepatite pode ser crônica ou aguda e acomete
pessoas de ambos os sexos e de todas as idades e etnias.

Existem várias causas para inflamação do fígado, o que significa dizer que existem vários tipos de
hepatite. As principais causas são:

• Vírus: Hepatite A, B, C, D e E.

• Infecções do fígado.

• Abuso de álcool.

• Medicamentos e drogas.

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HEPATITES

• Doença autoimune (quando o corpo inapropriadamente cria anticorpos contra nós mesmos).

• Choque circulatório ou hipotensão grave.

• Esteato-hepatite.

Vamos falar rapidamente sobre cada uma das principais causas de hepatite. No final abordarei os
sintomas, que são basicamente os mesmos, independente da causa da hepatite.

Hepatites Virais

Vários vírus podem causar quadros de inflamação do fígado, ou seja, hepatite. Podemos citar

a dengue, o citomegalovírus e a febre amarela como exemplos. Porém, chamamos de hepatites virais
apenas aquelas causadas por vírus que atacam preferencialmente o fígado.

São cinco as hepatites virais: A, B, C, D e E. As três primeiras correspondem por mais 95% dos casos.

Ao contrário do que o senso comum nos leva a pensar, os vírus que causam as hepatite virais são
muito diferentes entre si. O vírus da hepatite C é, por exemplo, muito mais parecido geneticamente com
o vírus da dengue do que com os das outras hepatites.

As hepatite virais devem ser encaradas como doenças diferentes, com tratamento e prognósticos dis-
tintos, mas que apresentam em comum o fato de serem vírus que causam hepatite.

As hepatites virais podem provocar quadros de hepatite aguda, que duram apenas alguns dias ou pou-
cas semanas, ou quadros de hepatite crônica, que são infecções persistentes.

Hepatite A (leia: HEPATITE A – Sintomas, tratamento e vacina)

É transmitida pela chamada via fecal-oral, ou seja, quando o vírus eliminado nas fezes de alguém
contaminado é ingerido por uma pessoa sadia.

Você deve estar pensando como isso é nojento e que nunca aconteceria consigo. Pois a hepatite A é
extremamente comum. Para entrar em contato com o vírus basta nadar em uma praia ou lago poluído
por esgoto, comer algo preparado por alguém que não lava as mãos após evacuar ou se alimentar de
frutos do mar oriundos de águas infectadas.

Como é de se esperar, locais com carência de saneamento básico, com esgoto a céu aberto, apresen-
tam altas taxas de contaminação.

A hepatite A costuma ser mais branda que a B ou a C. Quando contraída na infância, ela pode passar
despercebida, sendo confundida com uma gripe comum.

Nos adultos a infecção pelo vírus A costuma ser mais sintomática provocando sintomas de hepatite
aguda. Porém, mesmo nos casos sintomáticos, a infecção costuma curar espontaneamente.

Raramente o vírus do hepatite A provoca hepatite crônica. Já existe vacina para hepatite A.

Hepatite B (Leia: HEPATITE B – Sintomas, diagnóstico e vacina)

É transmitida em geral por contato sexual, transfusão sanguínea ou por agulhas contaminadas, não só
em usuários de drogas endovenosas, mas também em tatuagens, piercings e acupuntura.

A maioria dos doentes também costumam ter hepatite subclínica, com sintomas inespecíficos de infec-
ção viral.

O problema na hepatite B é que 5 a 10% nunca curam e desenvolvem o que chamamos de hepatite
crônica, que a longo prazo pode levar a cirrose, falência hepática e câncer hepático. A chance da
doença tornar-se crônica é maior nas crianças abaixo de 5 anos e chega a 90% nas infecções adquiri-
das por recém-nascidos durante o parto.

O vírus da hepatite B é 100 vezes mais infeccioso que o HIV. Estima-se em 350 milhões de pessoas

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HEPATITES

com hepatite B crônica em todo mundo, 25% destes devem desenvolver cirrose ou câncer de fígado.

A hepatite B também tem vacina.

Hepatite C

Apresenta as mesmas vias de transmissão que a hepatite B, com a diferença de ser muito menos in-
feccioso pela via sexual. Enquanto que a via sexual é o principal meio de transmissão na hepatite B,
a via endovenosa é a mais comum na hepatite C.

A grande tragédia da hepatite C é que seu vírus só foi reconhecido no início da década de 1990. Antes
disso não se sabia da sua existência, e portanto, nem as bolsas de sangue para transfusão, nem os
doadores, eram testados para essa infecção.

Mais uma vez, a hepatite C aguda costuma ser pouco sintomática em 75% dos pacientes. O grande
problema é que mais de 80% das pessoas infectadas evoluem para forma crônica. Destes 25% evolui-
rão para cirrose ou câncer em 20 a 30 anos.

Hoje estamos pegando aquelas pessoas que adquiriram o vírus nos anos 80 e agora começam a apre-
sentar as complicações da infecção crônica.

São 170 milhões de pessoas no mundo com hepatite C.

Não há vacina, mas o tratamento evoluiu muito nos últimos anos, podendo chegar a taxas de cura de
até 80%, dependendo do subtipo de vírus C (existem 3 subtipos).

Hepatite Alcoólica

O álcool é reconhecidamente uma droga hepatotóxica. A hepatite alcoólica é uma síndrome associada
ao consumo prolongado de álcool. Como toda hepatite crônica, também pode evoluir para cirrose e
falência hepática. Se o paciente já é portador de hepatite viral e ainda assim consome álcool, o risco
de cirrose é muito maior.

Mulheres são mais susceptíveis aos riscos do álcool que os homens. O principal tratamento é a sus-
pensão total do consumo de álcool.

Hepatite Autoimune

Como em qualquer doença autoimune, este tipo de hepatite é causado devido a um mau funcionamento
do nosso sistema de defesa que deveria atacar somente vírus, bactérias e outros invasores, mas que,
inapropriadamente começa atacar também as células do fígado.

Se não for tratado a tempo, a hepatite autoimune leva a um quadro de hepatite crônica que progride
com cirrose e falência hepática. Sem tratamento, metade dos pacientes com hepatite autoimune vai ao
óbito em menos de 5 anos.

70% dos casos ocorrem em mulheres. Fatores genéticos estão ligados ao desenvolvimento da doença
que pode ser desencadeada após quadros de hepatites virais, infecção pelo Epstein-Barr vírus (mono-
nucleose) ou por drogas, como Metildopa, Nitrofurantoína e Minociclina.

A hepatite autoimune está relacionada à presença de auto-anticorpos presentes no sangue como o


FAN, anti-LKM ou anticorpo anti-músculo liso.

O tratamento é feito com imunossupressores como os corticoides e a Azatioprina.

Hepatite Por Drogas

Também pode ocorrer inflamação do fígado secundário ao uso de alguns medicamentos. Já foram
descritos mais de 900 drogas ou produtos ditos “naturais” como causas de hepatite medicamentosas.

Os mais famosos são o paracetamol, ibuprofeno, amiodarona, isoniazida, fármacos para baixar coles-
terol, eritromicina, anticoncepcionais, alopurinol, ácido valproico e esteroides anabolizantes.

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HEPATITES

Como vocês podem reparar são todas drogas comuns na prática médica. Não conseguimos saber de
antemão quem irá evoluir com hepatite ou não. Por isso, é importante evitar a medicação desnecessária
e a auto-medicação. Isto vale principalmente em relação aos “medicamentos naturais” que muitas ve-
zes não apresentam os benefícios alegados e ainda podem levar a lesões hepáticas graves.

Hepatite Isquêmica

A hepatite isquêmica é aquela que ocorre devido a um baixo fluxo de sangue para o fígado.

Normalmente ocorre após quadros de choque circulatório como em sepse grave ou em

estados insuficiência cardíaca avançada. A cocaína pode causar espasmos das artérias hepáticas e
também causar hepatite isquêmica.

Esteato-Hepatite

A esteato-hepatite é uma forma avançada de esteatose hepática, causada pelo acúmulo de gordura no
fígado. Os principais fatores de risco são o álcool, obesidade, diabetes tipo 2 e a hipercolesterolemia.

A esteato-hepatite é explicada em detalhes neste texto: O QUE É ESTEATOSE HEPÁTICA?

Sintomas Da Hepatite

Os sintomas da hepatite são a icterícia (pele e olhos amarelados), colúria (urina cor de mate) e acolia
fecal (fezes claras, quase branca).

Outros sintomas menos específicos incluem fraqueza, comichão generalizado, náuseas, perda de ape-
tite, dores no fígado e febre.

O diagnóstico precoce das hepatites é importante uma vez que a interrupção do agente causador ou a
instituição de tratamento precoce pode evitar a evolução para cirrose ou insuficiência hepática.

Os principais exames de sangue para identificação de uma hepatite são as transaminases (AST e ALT).

Nas hepatites virais agudas não ha tratamento específico, mas o seguimento é importante para se
identificar aqueles que evoluirão para hepatite crônica, principalmente na hepatite B e C.

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MONONUCLEOSE

Mononucleose

A mononucleose (CID 10 - B27) é uma doença contagiosa, causada pelo vírus Epstein-Barr e conhe-
cida como Doença do Beijo. Esse vírus invade as células que revestem o nariz e a garganta, afetando
glóbulos brancos responsáveis pela defesa do corpo. Essa infecção pode ser assintomática ou apre-
sentar febre alta, dificuldade para engolir, tosse e outros sintomas.

Grupos De Risco

A infecção causada por este vírus é muito frequente e afeta principalmente crianças, adolescentes e
adultos igualmente. Cerca de 50 % das crianças já sofreu uma infecção pelo vírus Epstein-Barr antes
dos cinco anos de idade. Os adolescentes e os adultos jovens costumam contrair mononucleose infec-
ciosa pelo beijo ou contato íntimo com alguém já infectado.

No geral, a pessoa com mononucleose está recuperada em poucas semanas. Porém uma pequena
proporção de doentes necessita de meses para ficar curada.

Causas

Vírus Epstein-Barr

A mononucleose é causada por uma infecção do vírus Epstein-Barr, da família Herpesviridae (herpes
simples).

Como A Mononucleose É Transmitida

A mononucleose é transmitida principalmente pelo beijo ou contado com secreções orais. Apesar de
serem casos raros, também pode ser pega pelo contato sexual ou transfusão de sangue.

Período De Transmissão

Após infectar um novo hospedeiro, o vírus tem um período de incubação que varia entre 30 a 45 dias,
para então apresentar os sintomas. Em crianças mais novas, esse período pode ser menor.

Algumas pessoas que foram infectadas com a mononucleose podem contaminar outras pessoas
mesmo depois que os sintomas cessaram, sendo que o período de transmissão pode durar um ano ou
mais.

Sintomas De Mononucleose

A maioria dos casos de mononucleose são assintomáticos (não têm sintomas aparentes). Mas quando
percebidos, os principais sintomas da mononucleose são:

Fadiga

Mal-estar

Dor de garganta

Inflamação da garganta, que não melhora com o uso de antibióticos

Febre

Inchaço dos gânglios linfáticos no pescoço e axilas

Amígdalas inchadas

Dor de cabeça

Erupção cutânea

Baço suavemente inchado

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MONONUCLEOSE

Sintomas como febre e dor de garganta geralmente diminuem entre 7 e 15 dias. No entanto, outros
sinais como fadiga, aumento dos gânglios linfáticos e baço inchado podem durar por algumas semanas.

Buscando Ajuda Médica

Se você estiver sentir qualquer um dos sintomas listados, procure um médico. Caso descanso e uma
dieta saudável não aliviem os sintomas dentro de uma semana ou cessarem e depois voltarem, marque
uma consulta médica.

Na Consulta Médica

Profissionais que tratam a mononucleose

Um clínico geral provavelmente conseguirá fazer o diagnóstico de mononucleose, podendo também


ser um infectologista ou pediatra, no caso das crianças.

Como se preparar para a consulta

Como as consultas costumam ser breves e há muitas informações e perguntas para cobrir, é uma boa
ideia estar bem preparado. Aqui estão algumas informações para ajudar no diagnóstico mais rápido:

Anote quaisquer sintomas que você está enfrentando, inclusive os que podem parecer sem relação
com o motivo pelo qual você agendou a consulta

Anote as informações pessoais importantes, incluindo quaisquer tensões principais ou mudanças de


vida recentes

Faça uma lista de todos os medicamentos, bem como de quaisquer vitaminas ou suplementos que
você está tomando

Seu tempo com o seu médico é limitado, então preparar uma lista de perguntas irá ajudá-lo a aproveitar
ao máximo o tempo. Liste suas perguntas a partir da mais importante para a menos importante, caso o
tempo se esgote. Para mononucleose, algumas perguntas básicas incluem:

Quais são as causas mais prováveis dos meus sintomas?

Quais são as outras causas possíveis para os meus sintomas?

Que exames eu preciso?

Eu tenho essas outras condições de saúde. Como posso melhor gerenciá-las?

Existem restrições que eu preciso seguir?

Preciso ficar afastado do trabalho ou escola e por quanto tempo?

Quando posso retornar minhas atividades?

Existem medicações que eu preciso evitar com mononucleose?

Há algum material impresso que eu posso levar comigo? Quais sites você recomenda?

O que esperar do seu médico

O seu médico poderá fazer uma série de perguntas, incluindo:

Quando você desenvolveu esses sintomas?

Você foi exposto a alguém com mononucleose?

Seus sintomas são contínuos ou ocasionais?

Quão grave são os seus sintomas?

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MONONUCLEOSE

O que, se alguma coisa, parece melhorar seus sintomas?

O que, se alguma coisa, parece piorar seus sintomas?

Diagnóstico De Mononucleose

A análise dos sintomas é a chave mais importante para o diagnóstico da mononucleose. O médico irá
examiná-lo em busca de sinais da infecção, incluindo sua garganta, pele e abdômen.

Exames Para Mononucleose

Exames sorológicos: um teste pode ser feito para detectar a presença de anticorpos para o vírus Eps-
tein-Barr no seu corpo. Este exame dá resultados dentro de um dia, mas não pode detectar a infecção
durante a primeira semana da doença.

Hemograma completo: um hemograma completo pode ser feito para descartar outras infecções a partir
da análise do seu sangue.

Exames de fígado podem ser feitos para descobrir se o vírus está afetando esse órgão. Se o teste de
mononucleose é negativo, o médico pode testá-lo para uma infecção por citomegalovírus ou outros
organismos.

Tratamento De Mononucleose

Repouso E Líquidos

Não há tratamento específico disponível para mononucleose. O tratamento envolve principalmente re-
pouso e beber muitos líquidos. Pessoas que tiveram mononucleose uma vez desenvolvem anticorpos
para a doença, não podendo contraí-la novamente.

Remédios Para Mononucleose

Os corticosteroides são os medicamentos recomendados para aliviar alguns de seus sintomas, como
inchaço da garganta e amígdalas. Além disso, o tratamento da mononucleose pode envolver medica-
mentos para infecções secundárias.

Ocasionalmente, uma infecção estreptocócica acompanha a dor de garganta da mononucleose. Você


também pode desenvolver uma sinusite aguda ou uma amigdalite. Se assim for, pode ser necessário
o tratamento com antibióticos para essas infecções bacterianas que o acompanham.

Mas cuidado: amoxicilina e outros derivados de penicilina não são recomendados para pessoas com
mononucleose. Na verdade, algumas pessoas com mononucleose que tomam um destes medicamen-
tos podem desenvolver uma erupção cutânea.

A erupção, no entanto, não significa necessariamente que eles são alérgicos ao medicamento. Se ne-
cessário, outros medicamentos estão disponíveis para tratar infecções que podem acompanhar a mo-
nonucleose.

Medicamentos Para Mononucleose

Os medicamentos mais usados para o tratamento de mononucleose (Doença do Beijo ou Febre do


Beijo) são:

Aciclovir

Metronidazol

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a
dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e
NUNCA se automedique.

Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez
ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

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MONONUCLEOSE

Convivendo/ Prognóstico

Beba muita água e sucos de frutas: fluidos ajudam a aliviar a febre e dor de garganta, além de evitar
a desidratação

Tome Um Analgésico Para Dor

Tenha cuidado ao dar aspirina para crianças ou adolescentes, uma vez que ela tem sido associada à
síndrome de Reye, uma doença rara, mas potencialmente fatal em crianças que acabaram de ser tra-
tadas para infecções como catapora e gripe

Gargarejo com água salgada: faça isso várias vezes ao dia para aliviar a dor de garganta. Misture 1/2
colher de chá de sal em um copo de água morna.

Desaparecimento Dos Sintomas

A maioria dos sinais e sintomas da mononucleose desaparecem dentro de algumas semanas, mas
pode ser que leve de dois a três meses para você se sentir completamente normal.

Quanto mais cedo você começa a descansar, mais cedo você se recupera. Retornar às suas atividades
cedo demais pode aumentar o risco de uma recaída.

Cuidados Com O Baço

Para evitar o risco de complicações no baço, espere pelo menos um mês antes de retornar a atividades
vigorosas, como esportes de contato. A ruptura do baço resulta em hemorragias graves e é uma emer-
gência médica. Pergunte ao médico quando é seguro para que você possa retomar o seu nível normal
de atividade.

Mononucleose tem cura?

A mononucleose tem cura e normalmente desaparece dentro de algumas semanas, mas em alguns
casos pode levar meses para sarar. Pessoas que tiveram mononucleose uma vez desenvolvem anti-
corpos para a doença, não podendo contraí-la novamente.

Complicações Possíveis

Câncer

O vírus Epstein-Barr tem sido relacionado com o linfoma de Burkitt, um tipo de câncer que aparece
principalmente na África tropical.

Também pode influir no desenvolvimento de certos tumores dos linfócitos B, que afetam as pessoas
imunodeprimidas (como as submetidas a transplantes de órgãos ou soropositivas) e em alguns tipos
de câncer de nariz ou garganta.

Apesar de não se saber qual papel o vírus desempenha nestes casos, pensa-se que partes específicas
do material genético deste alteram o ciclo de crescimento das células infectadas.

Outras Complicações

Aumento do baço e, em casos mais graves, rompimento do órgão, necessitando de cirurgia

Hepatite

Icterícia

Complicações raras

Mononucleose também pode resultar levar a complicações menos comuns:

Anemia

Trombocitopenia

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MONONUCLEOSE

Miocardite

Complicações que envolvem o sistema nervoso, como meningite, encefalite e Síndrome de Guillain-
Barret

Amígdalas inchadas, que podem bloquear a respiração

Prevenção

A mononucleose é transmitida através da saliva. Se você está infectado, pode ajudar a prevenir a pro-
pagação do vírus para outras pessoas:

Evite Beijar O Parceiro Ou Parceira

Não compartilhe alimentos, pratos, copos e outros utensílios por até vários dias após cessar os sinto-
mas O vírus Epstein-Barr pode persistir em sua saliva durante meses após a infecção. E lembre-se:
não existe vacina para prevenir a mononucleose.

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RUBÉOLA

Rubéola

A rubéola é uma doença aguda, de alta contagiosidade, que é transmitida pelo vírus do gênero Rubivi-
rus, da família Togaviridae. A doença também é conhecida como “Sarampo Alemão”.

No campo das doenças infecto-contagiosas, a importância epidemiológica da Rubéola está represen-


tada pela ocorrência da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) que atinge o feto ou o recém-nascido
cujas mães se infectaram durante a gestação.

A infecção por rubéola na gravidez acarreta inúmeras complicações para a mãe, como aborto e nati-
morto (feto expulso morto) e para os recém-nascidos, como malformações congênitas (surdez, malfor-
mações cardíacas, lesões oculares e outras).

Quais são os sintomas?

Os sintomas principais sintomas da rubéola são:

febre baixa

linfoadenopatia retro auricular, occipital e cervical

exantema máculo-papular

Esses sinais e sintomas da rubéola acontecem independente da idade ou situação vacinal da pessoa.

O período de incubação médio do vírus, ou seja, tempo em que os primeiros sinais levam para se
manifestar desde a infecção, é de 17 dias, variando de 14 a 21 dias, conforme cada caso.

Como é feito o diagnóstico?

Para o diagnóstico da rubéola são feitos exames laboratoriais, disponíveis na rede pública em todos os
estados, para confirmação ou descarte de casos, como titulação de anticorpos IgM e IgG para rubéola.

Existem muitas doenças que se manifestam semelhantes à rubéola. As mais importantes são: sarampo,
Exantema Súbito (Roséola Infantum), dengue, Enteroviroses, Eritema Infeccioso (Parvovírus B19) e
Ricketioses.

Na situação atual de eliminação da rubéola, identificar precocemente um caso suspeito e realizar as


ações de vigilância de forma adequada com uma correta investigação epidemiológica, a realização do
diagnóstico diferencial é muito importante para classificar adequadamente qualquer caso suspeito.

Clínico, laboratorial e epidemiológico. A leucopenia é um achado frequente. O diagnóstico laboratorial


é realizado por meio da sorologia para detecção de anticorpos IgM específicos para rubéola, desde o
início até o 28º dia após o exantema. A sua presença indica infecção recente. A detecção de anticorpos

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RUBÉOLA

IgG ocorre, geralmente, após o desaparecimento do exantema, alcançando pico máximo entre 10 e 20
dias, permanecendo detectáveis por toda a vida. São utilizadas as seguintes técnicas: inibição da he-
maglutinação, que apesar do baixo custo e simples execução, seu uso vem sendo substituído por ou-
tras técnicas mais sensíveis, como aglutinação do látex, imunofluorescência, hemaglutinação passiva,
ensaio imunoenzimático (ELISA).

Os laboratórios de referência para o diagnóstico da rubéola, realizam de rotina, somente a pesquisa de


anticorpos IgM, pelo método ELISA, no caso de rubéola pós-natal. Coletar uma amostra de sangue no
primeiro contato com o caso suspeito. As amostras de sangue coletadas após 28 dias são consideradas
tardias, mas mesmo assim, devem ser aproveitadas e encaminhadas ao laboratório de referência es-
tadual para a realização da pesquisa de IgM. É importante ressaltar que resultados não reagentes para
IgM não descartam a possibilidade de infecção recente pelo vírus da rubéola.

Não existem indicações para solicitar e realizar exame de rotina no pré-natal para rubéola em gestan-
tes. Caso seja necessário ser feito o exame e a gestante além de ser assintomática, não tenha história
de contato prévio com alguma doença exantemática e não apresente registro da vacina na carteira de
vacinação, deverá ser realizada a pesquisa de IgG que sendo negativa orienta vacinação pós-natal e
sendo positiva indica imunidade. O material a ser colhido é o sangue venoso sem anticoagulante na
quantidade de 5 a 10 ml. Quando se tratar de criança muito pequena e não for possível coletar o volume
estabelecido, obter no mínimo 3 ml. Após a separação do soro, conservar o tubo em refrigerador a 4º-
8ºC, por no máximo 48 hs. O tubo deve ser acondicionado em embalagem térmica ou caixa de isopor
com gelo ou gelox e enviado ao laboratório num prazo máximo de 2 dias.

Caso não possa ser enviado neste período conservar a amostra no freezer a -20ºC até o momento do
envio ao laboratório que deverá ser num prazo máximo de 5 dias. Para o isolamento viral a secreção
nasofaríngea é o melhor material. Deve ser coletada através de uma sonda nasofaríngea por aspiração
à vácuo após instilação nasal de 3 a 5 ml de solução salina.

O swab também pode ser usado. Devem ser realizadas tres amostras, uma amostra em cada narina e
uma da garganta friccionando para obter células de mucosa, uma vez que o vírus está estreitamente
associado as células. Colocar os 3 swab em um tubo contendo meio de transporte fornecido pelo labo-
ratório. Este tubo pode ser conservado em geladeira por 24-48 hs. Não podem ser congelados. Enviar
em gelo recicláveis ao Lacen estadual. No Lacen colocar a SNF em freezer -70ºC. Encaminhar a amos-
tra ao LRN - Fiocruz em gelo seco.

Critérios Para A Coleta De Espécimes Para Isolamento Viral

Surtos de rubéola independente da distância do laboratório central estadual. Deve obedecer ao critério
de 5 a 10 casos suspeitos por área geográfica, em situações de surtos ou epidemias. O período da
coleta do material deve ser até o 5º dia do aparecimento do exantema, (preferencialmente nos três
primeiros dias do inicio do exantema).

Como é transmitida?

A transmissão da rubéola acontece diretamente de pessoa a pessoa, por meio das secreções nasofa-
ríngeas expelida pelo doente ao tossir, respirar, falar ou respirar.

O período de transmissibilidade é de 5 a 7 dias antes e depois do início do exantema, que é uma


erupção cutânea.

A maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e depois do início do exantema.

Como é feito o tratamento?

Não há tratamento específico para a rubéola.

Os sinais e sintomas apresentados devem ser tratados de acordo com a sintomatologia e terapêutica
adequada, conforme cada caso.

Os tratamentos são oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

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RUBÉOLA

Assim que surgirem os primeiros sintomas, procure imediatamente um médico para confirmação do
diagnóstico e início imediato do tratamento.

Como prevenir?

A prevenção da rubéola é feita por meio da vacinação. A vacina está disponível nos postos de saúde
para crianças a partir de 12 meses de idade.

A vacina tríplice viral (Sarampo, Rubéola e Caxumba) foi implantada gradativamente entre os anos de
1992 até o ano 2000.

A faixa etária estabelecida foi de 1 a 11 anos de idade, que se mantém até a presente data.

Características epidemiológicas

Distribuição universal, com maior frequência no final do inverno e início da primavera. Observa-se a
ocorrência de epidemias cíclicas, a depender da existência de suscetíveis. Nas populações não imuni-
zadas, a rubéola pós-natal ocorre com frequência em crianças de 5 a 9 anos, sendo uma doença be-
nigna e com baixa letalidade, atingindo também adolescentes e adultos.

Orientações Sobre Rubéola Para Profissionais De Saúde

O conhecimento e atualização dos profissionais de saúde quanto à identificação e notificação imediata


de um caso suspeito de rubéola, tanto na rede pública como privada é essencial para manter a elimi-
nação da doença no país. As medidas de prevenção da doença são fundamentais.

Altas coberturas vacinais em todas as localidades e a realização imediata do bloqueio vacinal no mo-
mento da notificação e investigação são práticas que devem ser realizadas em todos os municípios do
país, independente do tamanho de sua população.

Recomendações e esclarecimentos da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) e da Secretaria de


Atenção a Saúde (SAS) referente à não realização de exame sorológico com pesquisa de IgM para
rubéola em gestantes durante o pré-natal

Síndrome da Rubéola Congênita

Síndrome da Rubéola Congênita - CID10: P33.0

Doenças Infecciosas e Parasitárias

A Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) é uma doença congênita, que significa uma particularidade
de algo que está presente desde o nascimento. Ela é decorrente da infecção da mãe pelo vírus da
Rubéola durante as primeiras semanas da gravidez. Quanto mais precoce for a infecção em relação à
idade gestacional, mais grave é a doença.

Quais são os sintomas?

A infecção da mãe pode resultar em aborto, morte fetal ou anomalias congênitas como diabetes, cata-
rata, glaucoma e surdez. A surdez é o sintoma mais precoce da Síndrome da Rubéola Congênita.

Como é feito o diagnóstico?

O feto infectado é capaz de produzir anticorpos específicos para Rubéola, antes mesmo do nascimento.
Por isso, os exames laboratoriais são imprescindíveis para o estabelecimento do diagnóstico diferencial
definitivo.

Para a investigação de casos suspeitos de SRC, deve ser colhida uma amostra de sangue, logo após
o nascimento, quando há suspeita ou confirmação de infecção materna durante a gestação; ou logo
após a suspeita diagnóstica, nos menores de 1 ano.

É clínico, epidemiológico e laboratorial. O feto infectado é capaz de produzir anticorpos específicos da


classe IgM e IgG para rubéola antes mesmo do nascimento. A presença de anticorpos IgM específicos
para rubéola no sangue do RN é evidência de infecção congênita, uma vez que os anticorpos IgM

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RUBÉOLA

maternos não ultrapassam a barreira placentária. Os anticorpos IgM podem ser detectados em 100%
das crianças com SRC ate o 5o mês, em 60% de 6 a 12 meses e em 40% de 12 a 18 meses. Raramente
são detectados após o 18o mês. Os Ac maternos da classe IgG podem ser transferidos passivamente
ao feto através da placenta, sendo encontrados também nos RN normais, nascidos de mães imunes a
rubéola. Não e possível detectar os Ac IgG maternos daqueles produzidos pelo próprio feto, quando
infectados na vida intrauterina. Como a quantidade de IgG maternos diminui com o tempo, desapare-
cendo por volta do 6o mês, a persistência dos níveis de Ac IgG no sangue do RN e altamente sugestiva
de infecção intrauterina. Para a investigação de casos suspeitos de SRC, deve ser colhida uma amostra
de sangue, logo após o nascimento, quando há suspeita ou confirmação de infecção materna durante
a gestação; ou logo após a suspeita diagnostica, nos menores de um ano.

Observação: Quando a mãe não foi investigada anteriormente, realizar na mesma a pesquisa de IgM
e IgG.

Recomendação - Isolamento viral: se a sorologia for IgM reagente (+), fazer coleta de espécime clinica
(swab nasofaringeo) para identificação do genótipo do vírus.

Tempo e técnica de coleta da secreção nasofaringea vide rubéola.

Diagnostico SRC - a sorologia e realizada através da detecção de IgM no recém-nascido ou pelo acom-
panhamento dos níveis de IgG durante tempo mais prolongado (alguns meses ate 2 anos de idade). O
achado de níveis de IgG estáveis ou elevados confirmam o diagnostico. A queda de anticorpos IgG na
criança sugere a presença de anticorpos maternos em declínio.

Isolamento do vírus - pode ser realizado a partir de secreções nasais, sangue, urina e líquor com ino-
culação em cultura celular.

Diagnóstico diferencial - Com outras infecções congênitas: toxoplasmose, sífilis, malária, citomegaloví-
rus, herpes, varicela-zoster, HIV, hepatite B, parvovirus B19, dentre outras.

Como é transmitida?

A transmissão do vírus acontece da mãe infectada para o feto, por meio da placenta.

A infecção natural pelo vírus da Rubéola ou pela imunização confere, em geral, imunidade permanente.
No entanto, o nível de imunidade coletiva atingido não é suficientemente alto para interromper a trans-
missão do vírus.

O período de transmissibilidade: recém-nascidos com Síndrome da Rubéola Congênita podem excretar


o vírus da Rubéola nas secreções nasofaríngeas, sangue, urina e fezes, por longos períodos. O vírus
pode ser encontrado em 80% das crianças no primeiro mês de vida, 62% do primeiro ao quarto mês,
33% do quinto ao oitavo mês, 11% entre nove e doze meses, e apenas 3% no segundo ano de vida.

Como prevenir?

A vacinação é a única maneira de prevenir a Síndrome da Rubéola Congênita. O esquema vacinal


vigente é de uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses de idade e a segunda dose aos quatro
anos de idade. Caso a mulher chegue à idade fértil sem ter sido previamente vacinada, deverá receber
uma dose da vacina tríplice viral.

Diferentes estratégias de vacinação contra a Rubéola têm sido adotadas para prevenção da SRC. A
vacinação de mulheres em idade fértil tem efeito direto na prevenção, ao reduzir a susceptibilidade
entre gestantes, sem que ocorra a eliminação do vírus na comunidade.

A vacinação de rotina na infância tem impacto, a longo prazo, na prevenção da doença, pois ela inter-
rompe a transmissão do vírus entre as crianças, o que reduz o risco de exposição de gestantes sus-
ceptíveis. Além disso, reduz a susceptibilidade nas futuras mulheres em idade fértil.

A incidência da Síndrome da Rubéola Congênita depende, portanto, do número de suscetíveis, da


circulação do vírus na comunidade e do uso de vacina específica.

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RUBÉOLA

As mulheres grávidas não devem receber a vacina contra a Rubéola. Elas devem esperar para serem
vacinadas após o parto.

Caso esteja planejando engravidar, assegure-se que você está protegido contra a Rubéola. Um exame
de sangue pode dizer se você já está imune à doença. Se não estiver, deve ser vacinada antes da
gravidez. Espere pelo menos quatro semanas antes de engravidar.

Como é feito o tratamento?

Como não há um medicamento efetivo, o tratamento da Síndrome da Rubéola Congênita é voltado


para as más formações congênitas, de acordo com as deficiências apresentadas. A detecção precoce
da doença facilita os tratamentos clínico, cirúrgico e de reabilitação.

Características epidemiológicas

A vacina tríplice viral foi implantada no Brasil de forma gradativa, iniciando-se em 1992, no estado de
São Paulo, alcançando a totalidade das Unidades Federadas do país em 2000. Em 1992, ocorreram
2286 (1.5/100,000) casos de rubéola. Em 1997, a incidência de rubéola atingiu 20.6 por 100,000 decli-
nando em 1999-2000 para 9.9 por 100,000. Até o ano de 1999 a maior incidência foi observada em
<15 anos.

Nos anos de 1999-2000, a incidência elevou-se entre 15 a 29 anos, possivelmente relacionado à intro-
dução gradual da vacinação e às elevadas coberturas vacinais (95%) atingidas na faixa etária de 1 a
11 anos, entre 1992 e 2000. Por outro lado, o número de casos suspeitos e confirmados da SRC vem
aumentando gradativamente no país, consequente à identificação de casos de rubéola em gestantes e
elevação da sensibilidade do sistema de vigilância em detectar recém nascidos com suspeita de SRC.

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SÍFILIS

Sífilis

É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano, causada pela
bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios
(sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e secundário da infecção, a
possibilidade de transmissão é maior.

Formas de Transmissão

A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, ou para a
criança durante a gestação ou parto.

Sinais e Sintomas

Sífilis Primária

• Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus,
boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em
bactérias.

• Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas
(caroços) na virilha.

Sífilis Secundária

• Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da
ferida inicial.

• Pode ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas
dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias.

• Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo.

Sífilis Latente – Fase Assintomática

• Não aparecem sinais ou sintomas.

• É dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de
dois anos de infecção).

• A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma se-
cundária ou terciária.

Sífilis Terciária

• Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção.

• Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e


neurológicas, podendo levar à morte.

Diagnóstico

O teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil
execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura la-
boratorial. O TR de sífilis é distribuído pelo Departamento das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Vi-
rais/Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde (DIAHV/SVS/MS), como parte da estraté-
gia para ampliar a cobertura diagnóstica.

Nos casos de TR positivos (reagentes), uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada
para realização de um teste laboratorial (não treponêmico) para confirmação do diagnóstico.

Em caso de gestante, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento deve ser iniciado com
apenas um teste positivo (reagente), sem precisar aguardar o resultado do segundo teste.

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SÍFILIS

Tratamento

O tratamento de escolha é a penicilina benzatina, que poderá ser aplicada na unidade básica de saú-
de mais próxima de sua residência.

Prevenção

O uso correto e regular da camisinha feminina ou masculina é uma medida importante de prevenção
da sífilis. O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal de qualidade
contribui para o controle da sífilis congênita.

Sífilis Congênita

É uma doença transmitida para criança durante a gestação (transmissão vertical).= Por isso, é impor-
tante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado for positivo (rea-
gente), tratar corretamente a mulher e sua parceria sexual, para evitar a transmissão.

Recomenda-se que a gestante seja testada pelo menos em 3 momentos:

• Primeiro trimestre de gestação

• Terceiro trimestre de gestação

• Momento do parto ou em casos de aborto

Sinais e Sintomas

Pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da cri-
ança. São complicações da doença: aborto espontâneo, parto prematuro, má-formação do feto, sur-
dez, cegueira, deficiência mental e/ou morte ao nascer.

Diagnóstico

Deve-se avaliar a história clínico-epidemiológica da mãe, o exame físico da criança e os resultados


dos testes, incluindo os exames radiológicos e laboratoriais.

Tratamento

Quando a sífilis é detectada na gestante, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, com
a penicilina benzatina. Este é o único medicamento capaz de prevenir a transmissão vertical. A par-
ceria sexual também deverá ser testada e tratada para evitar a reinfecção da gestante. São critérios
de tratamento adequado à gestante:

• Administração de penicilina benzatina

• Início do tratamento até 30 dias antes do parto

• Esquema terapêutico de acordo com o estágio clínico da sífilis

• Respeito ao intervalo recomendado das doses

Prevenção

O uso correto e regular da camisinha feminina ou masculina é uma medida importante de prevenção
da sífilis. O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal de qualidade
contribui para o controle da sífilis congênita.

Cuidados com a Criança Exposta à Sífilis

O principal cuidado à criança é a realização de um pré-natal de qualidade e o estabelecimento do


tratamento adequado da gestante.

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SÍFILIS

Todas as crianças expostas à sífilis de mães que não foram tratadas, ou receberam tratamento não
adequado, são submetidas a diversas intervenções que incluem: coleta de amostras de sangue, ava-
liação neurológica (incluindo punção lombar), raio-X de osso longos, avaliação oftalmológica e audio-
lógica. Muitas vezes há necessidade de internação hospitalar prolongada.

É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) ou Doença Sexualmente Transmissível (DST) cau-
sada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes
estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e secundário da infec-
ção, a possibilidade de transmissão é maior.

Esta doença é um mal silencioso, após a infecção inicial, a bactéria pode permanecer no corpo da
pessoa por décadas para só depois manifestar-se novamente.

Causas

A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum, esta que geralmente é transmitida via contato
sexual, entrando no corpo humano por meio de pequenos cortes presentes na pele ou por membranas
mucosas.

Quando a Sífilis é curada ela não corre o risco de reaparecimento, a não ser que o paciente seja infec-
tado novamente por alguém que esteja contaminado.

Os Estágios e os Sintomas da Sífilis

A sífilis desenvolve-se em diferentes estágios e os sintomas variam conforme a doença evolui. No


entanto, as fases podem se sobrepor umas às outras. Assim, os sintomas podem seguir ou não uma
ordem determinada. Geralmente, a doença evolui pelos seguintes estágios: primário, secundário, la-
tente e terciário.

Os sintomas da sífilis se manifestam entre 3 e 12 semanas após a infecção, começando com o apare-
cimento de uma ferida na região genital que não sangra e é indolor, mas que, quando friccionada, libe-
ra um líquido transparente.

Contudo, os sintomas da doença são diferentes dependendo do tempo de infecção e, por isso, a sífilis
é classificada como sendo primária, secundária ou terciária.

A sífilis também pode ser congênita, ou seja, quando o bebê nasce de uma mãe contaminada com a
doença e que não fez o tratamento durante a gestação.

Sífilis Primária

Este é o estágio inicial da doença, que surge cerca de 3 semanas após o contágio. Esta fase é carac-
terizada pelo aparecimento do cancro duro, pequenas lesões avermelhadas nos órgãos genitais que
acabam desaparecendo após 4 ou 5 semanas sem deixar cicatrizes.

A ferida, geralmente única, aparece no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino,
ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. Não dói, não
coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha.

Nos homens, essas feridas geralmente aparecem em volta do prepúcio, enquanto nas mulheres elas
surgem nos pequenos lábios e na parede vaginal. Também é comum o aparecimento do cancro duro
no ânus, na boca, na língua, nas mamas e nos dedos das mãos.

Nesta fase aparecem, então, esses sintomas citados.

Sífilis Secundária

Seus sintomas surgem cerca de 6 a 8 semanas depois do desaparecimento das lesões causadas pela
sífilis primária. Nessa nova fase, as lesões aparecem espalhadas na pele e nos órgãos internos do
corpo. Sendo:

Manchas vermelhas na pele, na boca, no nariz, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés.

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SÍFILIS

Descamação da pele.

Ínguas, principalmente na região genital.

Dor de cabeça.

Dor muscular.

Dor de garganta.

Mal estar.

Febre leve, geralmente abaixo de 38 ºC.

Falta de apetite.

Perda de peso.

Essa fase continua durante os dois primeiros anos da doença, e surge em forma de surtos que regri-
dem espontaneamente, mas que passam a ser cada vez mais duradouros.

Sífilis latente

Este é o estágio em que não há manifestação de sinais ou sintomas (apesar das bactérias permanece-
rem no corpo), tendo duração variável. Isso quer dizer que ele pode durar anos.

No período latente a doença pode se espalhar e atingir áreas como cérebro, sistema nervoso, ossos,
articulações, fígado e até mesmo o coração. Não há chances de transmissão nessa fase.

A sífilis latente divide-se entre recente e tardia. A primeira acontece com até um ano de infecção e a
segunda surge depois desse período.

É possível que o paciente não atinja o estágio latente, indo direto para o estágio terciário. Aproxima-
damente 15 a 30% das pessoas infectadas não tratadas desenvolvem o estágio terciário da doença.

Sífilis terciária

Aparece nos pacientes que não conseguiram combater espontaneamente a doença na sua fase se-
cundária ou que não fizeram o tratamento adequado da doença. No terceiro estágio, a sífilis é caracte-
rizada por:

Lesões maiores na pele, boca e nariz.

Problemas em órgãos internos: coração, nervos, ossos, músculos, fígado e vasos sanguíneos.

Dor de cabeça constante.

Náuseas e vômitos frequentes.

Rigidez do pescoço, com dificuldade para movimentar a cabeça.

Convulsões.

Perda auditiva.

Vertigem, insônia e AVC.

Reflexos exagerados e pupilas dilatadas.

Delírios, alucinações, diminuição da memória recente, da capacidade de orientação, de realizar cálcu-


los matemáticos simples e de falar quando há paresia geral.

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SÍFILIS

Esses sintomas costumam surgir depois de 10 a 30 anos da infecção inicial, e quando o indivíduo não
é tratado. Por isso, para evitar complicações em outros órgãos do corpo, deve-se fazer o tratamento
logo após o surgimento dos primeiros sintomas da sífilis.

Sintomas da Sífilis Congênita

Este tipo é quando o bebê é infectado com sífilis ainda durante a gestação, e isso acontece quando a
mulher grávida tem sífilis e não faz o tratamento da doença.

A sífilis durante a gravidez pode causar aborto, má formação ou morte do bebê ao nascer. Em bebês
vivos, os sintomas podem surgir desde as primeiras semanas de vida até mais de 2 anos após o nas-
cimento, e incluem:

Manchas arredondadas de cor vermelho pálido ou cor de rosa na pele, incluindo a palma das mãos e a
sola dos pés.

Irritabilidade fácil.

Perda de apetite e da energia para brincar.

Pneumonia.

Anemia.

Problemas nos ossos e nos dentes.

Perda da audição.

Deficiência mental.

O tratamento para sífilis congênita costuma ser feito com o uso de 2 injeções de penicilina por 10 dias
ou 2 injeções de penicilina por 14 dias, dependendo da idade da criança.

Normalmente a sífilis apresenta fases distintas com sintomas específicos (sífilis primária, secundária
e terciária) que é intercalada por períodos latentes. Por isso, ela é conhecida por ser um mal silencio-
so e requer cuidados.

Neste conteúdo vamos explicar os tipos e estágios da sífilis, como ela se manifesta, se o quadro tem
cura e como preveni-la.

Aumento de Casos de Sífilis no Brasil

Em 2017 foi percebido um aumento dos casos relacionados à sífilis no Brasil. Entre 2015 e 2016, a
sífilis adquirida teve um aumento de 27,9%; a sífilis em gestantes, de 14,7%; e a congênita (transmiti-
da da mãe para o bebê pela placenta ou no momento do parto) de 4,7%. (3)

Se olharmos esses dados desde 2010, o crescimento é ainda mais expressivo: no ano de 2010 havi-
am sido registrados 1249 casos de Sífilis. Em 2015, esse número saltou para 65.878, um aumento de
mais de 5.000%, e chegou em 87.593 casos em 2016 .

De acordo com o Ministério da Saúde, um dos motivos para o aumento dos casos de sífilis é a escas-
sez de penincilina (medicamento utilizado para tratar a doença) em âmbito global. Esse cenário existe
desde 2014 e acarretou uma epidemia da doença no Brasil em 2016. Além disso, houve um aumento
na quantidade de testes realizados, o que possibilitou, também, elevar a quantidade de diagnósticos
realizados. O Ministério da Saúde reforça que o aumento não necessariamente está relacionado a um
aumento de contaminação. (2, 3)

Tipos

A sífilis é classificada de acordo com o seu estágio de infecção. Entenda melhor a seguir:

Sífilis primária

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SÍFILIS

A sífilis primária é a que ocorre assim que há a infecção pela bactéria Treponema pallidum. Cerca de
três a quatro dias após o contágio, formam-se feridas indolores (cancros) no local da infecção, nor-
malmente na região genital. Não é possível observar mais sintomas e ela pode passar despercebida,
principalmente se as feridas estiverem situadas no reto ou no colo do útero. As feridas da sífilis desa-
parecem em cerca de até 10 dias, mesmo sem tratamento. A bactéria torna-se dormente (inativa) no
organismo nesse estágio.

Sífilis secundária

A sífilis secundária acontece cerca de duas a oito semanas após as primeiras feridas se formarem.
Aproximadamente 33% daqueles que não trataram a sífilis primária desenvolvem o segundo estágio.
Aqui, o paciente pode apresentar vermelhidão pelo corpo (exantema), coceira, aparecimento de íngua
(gânglios inchados) nas axilas e pescoço.

Aparecem também sintomas como dores musculares, febre, dor de garganta e dificuldade para deglu-
tir. Esses sintomas geralmente somem sem tratamento após umas duas semanas e, mais uma vez, a
bactéria fica inativa no organismo. Nesta fase o vírus ainda é transmissível ao se ter contato com a
região da infecção.

Sífilis terciária

Esta é a sífilis mais difícil de ser detectada, pois têm sintomas em grandes vasos (como a aorta),
cérebro, olhos, coração, juntas e até mesmo dentro do sistema nervoso. Ai ela pode causar dor de
cabeça, epilepsia, e é um diagnóstico um pouco mais complicado.

Sífilis latente

Esse é o período correspondente ao estágio inativo da sífilis, em que não há sintomas. Esse estágio
pode perdurar por muito tempo sem que a pessoa sinta nada. A doença pode nunca mais se manifes-
tar no organismo, mas pode ser que ela se desenvolva para o próximo estágio, o terciário – e mais
grave de todos.

Sífilis congênita

A sífilis pode, ainda, ser congênita. Nela, a mãe infectada transmite a doença para o bebê, seja du-
rante a gravidez, por meio da placenta, seja na hora do parto. A maioria dos bebês que nasce infec-
tado não apresenta nenhum sintoma da doença. No entanto, alguns podem apresentar rachaduras
nas palmas das mãos e nas solas dos pés. Mais tarde, a criança pode desenvolver sintomas mais
graves, como surdez e deformidades nos dentes.

Causas

A sífilis é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum, que é geralmente transmitida via
contato sexual e que entra no corpo por meio de pequenos cortes presentes na pele ou por membra-
nas mucosas.

Só é contagiosa nos estágios primário e secundário e, às vezes, durante o início do período latente.
Raramente, a sífilis pode ser transmitida pelo beijo.

Mas também pode ser congênita, sendo passada de mãe para filho durante a gravidez ou parto.

Uma vez curada, a sífilis não pode reaparecer – a não ser que a pessoa seja reinfectada por alguém
que esteja contaminado. (2, 3)

Fatores de risco

Alguns fatores são considerados de risco para contrair sífilis. Confira:

Manter relações sexuais desprotegidas com uma ou mais pessoas

Estar infectado com o vírus do HIV, causador da Aids.

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SÍFILIS

A sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST), de natureza infectocontagiosa, podendo ser
adquirida em qualquer fase da vida. É conhecida desde o século XV, quando se disseminou rapida-
mente pela Europa, e hoje em dia ainda é um problema de saúde importante em países subdesen-
volvidos e desenvolvidos. Como a grande maioria das doenças infectocontagiosas, pode aumentar o
risco de transmissão da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA - AIDS).

O agente causador é uma bactéria conhecida como Treponema pallidum, que só acomete seres hu-
manos. É conhecida há mais de cem anos, mas o seu cultivo em laboratório é muito difícil.

Transmissão

A transmissão ocorre pela relação sexual sem o uso de camisinha com indivíduo contaminado. A mãe
contaminada pode transmitir a doença durante a gestação ou na hora do parto (sífilis congênita). Por
isso é importante que a mulher grávida faça o exame pré-natal. Mais raramente, a sífilis pode ser
transmitida pela transfusão sanguínea e objetos contaminados. As lesões normalmente se localizam
na vulva, vagina e colo uterino nas mulheres e no pênis no homem. Podem ocorrer lesões ainda no
ânus, boca, ou outros locais da pele em ambos os sexos.

O tempo de incubação do agente varia de duas semanas a muitos meses. Se a infecção não for tra-
tada a tempo, pode ocorrer comprometimento dos sistemas cardiovascular e nervoso, com paralisia
que pode levar à morte.

Sintomas

São conhecidos quatro estágios da doença: estágio primário, secundário, período latente e terciário.

Estágio primário: as primeiras lesões aparecem em três semanas após a infecção, desaparecendo
sozinha em algumas semanas. Essas lesões são chamadas de “cancro” ou úlceras e não são visí-
veis. Não existem sintomas neste estágio. O risco de contágio é grande.

Estágio secundário: As lesões aparecem entre seis semanas e seis meses da infecção. As lesões,
nesta fase, são visíveis e se localizam nas regiões palmar e plantar. Pode ocorrer também perda de
cabelo, febre e mal estar.

Período de latência: se caracteriza pela não exibição dos sintomas e dura de 2 a 4 anos. Ocorre so-
mente a transmissão materno fetal (sífilis congênita). Esse período é interrompido quando há o apa-
recimento de sintomas dos estágios secundário e terciário.

Estágio terciário: é caracterizado pela destruição dos tecidos infectados. Surge de dois a 40 anos
após a infecção inicial. Os sinais apresentados são: lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e
neurológicas (demência, convulsões, perda de controle de movimentos, paralisia parcial), podendo
levar à morte.

Diagnóstico

O diagnóstico sorológico é feito com o teste Teste Rápido, que está disponível no SUS. Quando há
um resultado positivo, uma amostra de sangue é recolhida para realização de outro teste para a con-
firmação do diagnóstico. Caso seja positivo o tratamento deve ser iniciado prontamente. Por se tratar
de uma DST, o casal deve realizar o tratamento em conjunto, para que não ocorra nova infecção.

Tratamento

O tratamento mais comumente utilizado é a benzatina (um tipo de penicilina). Outros antibióticos po-
dem ser usados como a azitromicina, a doxiciclina e a tetraciclina.

Existe um tabu para a procura por tratamento para DST de um modo geral. Isso ocorre porque essas
doenças são estigmatizadas como sendo associadas à promiscuidade e os indivíduos contaminados
ficam com receio de procurar ajuda médica. Por conta disso, a incidência destas doenças e mais
especificamente a da sífilis está aumentando. Ao menor sinal de sintomas, deve-se procurar ajuda
médica.

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DOENÇA DE CHAGAS

Doença De Chagas

Doença de Chagas ou Tripanossomíase americana é uma doença tropical parasitária causada pelo
protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida principalmente por insetos da subfamília Triatominae. Os
sintomas mudam ao longo do curso da infecção. Na fase inicial, eles podem não estar presentes ou
podem ser: febre, gânglios linfáticos aumentados, dor de cabeça e inchaço no local da mordida.

Após 8-12 semanas, os indivíduos entram na fase crônica da doença e em 60-70% nunca desenvolvem
outros sintomas. Os 30 a 40% restantes apresentam sintomas adicionais de 10 a 30 anos após a in-
fecção inicial. Isto inclui o alargamento dos ventrículos do coração em 20 a 30% levando a insuficiência
cardíaca. A dilatação do esôfago ou o alargamento do cólon também podem ocorrer em 10% das pes-
soas.

T. cruzi é transmitido para humanos e outros mamíferos principalmente pela via vetorial, geralmente
através do contagio com as fezes de insetos hematófagos da subfamília Triatominae, popularmente
denominados de "barbeiros" (p. ex.: Triatoma infestans). A doença pode também ser transmitida atra-
vés de transfusão de sangue, transplante de órgãos, ingestão de alimentos contaminados com o para-
sita e da mãe para o feto. O diagnóstico precoce da doença é feito pela detecção do parasita no san-
gue, utilizando um microscópio. A forma crônica é diagnosticada pela presença de anticorpos para T.
cruzi no sangue.

A prevenção ocorre principalmente pela eliminação dos barbeiros e em evitar suas picadas. Outros
esforços de prevenção incluem a triagem do sangue usado para transfusões. Infecções precoces são
tratáveis com a medicação benznidazol ou nifurtimox. Eles quase sempre resultam em cura se forem
dados no início, no entanto, tornam-se menos eficazes quanto mais tempo se passa após contrair a
doença. Quando utilizados na forma crônica podem retardar ou prevenir o desenvolvimento de sinto-
mas em fase terminal. Benznidazol e nifurtimox causam efeitos colaterais temporários em até 40% das
pessoas, incluindo doenças de pele, toxicidade cerebral e irritação do sistema digestório.

Estima-se que 7 000 000-8 000 000 pessoas, sobretudo no México, América Central e América do Sul,
têm a doença de Chagas. Isso resulta em cerca de 12 500 mortes por ano desde 2006. A maioria das
pessoas com a doença são indivíduos de baixa renda e grande parte das pessoas com a doença não
percebem que estão infectadas.

Movimentos populacionais em grande escala têm expandido as áreas onde os casos da doença de
Chagas são encontrados e estes passaram a incluir muitos países da Europa e nos Estados Unidos.
Essas áreas também têm visto um aumento nos casos até 2014. A doença foi descrita pela primeira
vez em 1909 por Carlos Chagas, do qual recebeu o nome. Ela afeta mais de 150 outras espécie de
animais. Atualmente, o médico e pesquisador hispano-brasileiro Pedro Albajar Viñas é o responsável
pelo programa da OMS para o combate da doença de Chagas.[1]

Transmissão

Nas áreas endêmicas, o principal mecanismo de transmissão é o vetorial, ou seja, através de um inseto
vetor da subfamília Triatominae, principalmente dos gêneros Triatoma, Rhodnius e Panstrongylus.

O inseto infecta-se com Trypanosoma cruzi ao alimentar-se de sangue de animais ou humanos conta-
minados. De hábitos noturnos, ele esconde-se durante o dia em fendas nas paredes e telhados, e
emerge à noite, quando os habitantes estão dormindo.

Por causa da tendência de picar a face das pessoas, o inseto é popularmente conhecido como "bar-
beiro" ou "chupão". Após a picada e a ingestão de sangue, ele defeca próximo ao local. O prurido in-
tenso no local da picada ajuda as formas infectantes de T. cruzi (denominadas de tripomastigotas), nas
fezes, a penetrarem na ferida da picadura, mas elas também podem penetrar por mucosas intactas,
como a conjuntival.

Uma vez dentro do hospedeiro, o tripomastigota invade as células próximas à inoculação, onde dife-
renciam-se em amastigotas intracelulares. Os amastigotas multiplicam-se por divisão binária e diferen-
ciam-se em tripomastigotas, que são liberados na corrente sanguínea, infectando células de tecidos
variados, e este ciclo então é repetido diversas vezes. As manifestações clínicas são resultado deste
ciclo infeccioso.

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DOENÇA DE CHAGAS

Os tripomastigotas circulantes não se replicam (diferente da tripanossomíase africana). E a replicação


só recomeça quando os parasitas entram em outras células ou são ingeridos por outro vetor.

Como doença caracteristicamente rural, tradicionalmente acomete pessoas de origem interiorana que
habitam ou habitaram casas de baixa qualidade, onde o vetor facilmente se aloja e coloniza. Vegetação
densa (como a das florestas tropicais) e habitats urbanos não são ideais para o estabelecimento do
ciclo de transmissão humano.

No entanto, em regiões onde o habitat silvestre e sua fauna são reduzidos pela exploração econômica
e ocupação humana, como em áreas recém-desmatadas, áreas de cultura da Leopoldinia piassaba e
algumas partes da região amazônica, um ciclo de transmissão humano pode desenvolver-se quando
os insetos procuram por novas fontes de alimentação.

T. cruzi pode também ser transmitido por transfusões de sangue. Com a exceção dos derivados san-
guíneos (como anticorpos fracionados), todos os componentes do sangue são infecciosos. O parasita
permanece viável a 4 °C por até no mínimo 18 dias ou mais de 250 dias quando mantido em tempera-
tura ambiente. Não está claro se o T. cruzi pode ser transmitido por meio de componentes do sangue
congelados e descongelados.

Outros modos de transmissão incluem o transplante de órgãos, amamentação e por exposição labora-
torial acidental. A doença de Chagas também pode ser passada de uma mulher grávida para seu filho
(transmissão congênita) através da placenta, com uma prevalência entre as gestantes na América do
Sul de 4 a 64,4%, com 0,1 a 7% destas mulheres transmitindo a infecção para os fetos.

Essa forma de transmissão constitui um problema em ascensão na saúde pública e é uma das respon-
sáveis pela urbanização dos casos e pela disseminação da doença em áreas não endêmicas.

A transmissão oral é uma via pouco frequente de infecção, mas tem sido descrita. Em 1991, trabalha-
dores rurais no estado da Paraíba, Brasil, foram infectados ao ingerir comida contaminada; transmissão
também foi documentada pela ingestão de suco de açaí e caldo de cana infectados. Um surto em 2007
em 103 crianças numa escola na Venezuela foi atribuído a contaminação do suco de guava.

A doença de Chagas é um problema emergente na Europa, em vista de a grande maioria dos casos
de infecção crônica serem assintomáticos e por causa de migrantes provenientes da América Latina.

Patologia

Uma vez em contato com o parasita, seja qual for a via de infecção, o parasita se dissemina pelo sangue
e vasos linfáticos na forma de tripomastigota, possuindo tropismo por células musculares (lisas, esque-
léticas e especialmente cardíacas), células de Schwann, neurônios e macrófagos. Nessas células inte-
ragem com receptores de membrana e são internalizados, de modo que são encerrados no interior de
um fagossomo.

A partir da fusão desse compartimento com o lisossomo, contendo solução de pH ácido, os T. cruzi irão
se diferenciar de sua forma infectante (tripomastigota) para a forma replicativa (amastigota) com perda
do flagelo e escape do fagolisossomo para o citoplasma da célula infectada.

Nela irão se replicar e posteriormente lisar a célula, retornando à forma tripomastigota e se dissemi-
nando. Esse ciclo por si só é relevante para se entender a etiologia dos sinais e sintomas clínicos da
forma aguda, mas a forma crônica, devido à redução da parasitemia e sua replicação pelo controle
exercido pelo sistema imune, é insuficiente para explicar os sinais e sintomas da fase crônica da do-
ença.

Vários estudos realizados até hoje já apontaram o papel da resposta imunológica tardia como provável
responsável pelas manifestações cardíacas e coloesofágicas características da fase crônica.

Essa resposta é de caráter autoimune, desencadeada por uma possível reação cruzada de antígenos
do parasita com antígenos teciduais do hospedeiro, levando à agressão dessas mesmas células (so-
bretudo cardiomiócitos e neurônios) por citotoxicidade induzida por linfócitos T Cd8+ e anticorpos pro-
duzidos por plasmócitos autorreativos.

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DOENÇA DE CHAGAS

Essa resposta autoimune, em conjunto com a lesão inicial provocada pelo parasita na fase aguda, leva
à fibrose e/ou necrose em diversos tecidos corporais, sobretudo a musculatura cardíaca, e que se
manifesta como arritmias, insuficiência cardíaca e tromboembolismos (sobretudo a alterações vascu-
lares, estase sanguínea e lesão do endocárdio).

Já o megaesôfago e o megacólon se devem à extensa desnervação do plexo mioentérico, sobretudo


de neurônios parassimpáticos, o que acarreta na perda do peristaltismo e perda dos reflexos de aber-
tura e fechamento do esfíncter esofágico inferior e do esfíncter anal interno. Com isso ocorre acúmulo
de resíduos sólidos, levando à constipação e disfagia, e como resposta adaptativa a essa condição de
estresse, as células musculares lisas do esôfago e do cólon sofrem hiperplasia e hipertrofia.

Sinais E Sintomas

A doença apresenta dois estágios em seres humanos: uma fase aguda, que ocorre pouco tempo após
a infecção, e uma fase crônica, que se desenvolve ao longo de muitos anos.

A fase aguda ocorre durante as primeiras semanas ou meses desde a infecção. Geralmente, ela não é
notada por ser assintomática ou por exibir apenas sintomas moderados que não são únicos da doença
de Chagas. Os sintomas podem incluir febre, fadiga, dor no corpo, dor de cabeça, exantema, perda de
apetite, diarreia e vômitos. Os sinais no exame físico podem incluir aumento moderado do fígado, do
baço e de linfonodos, e inchaço no local da picada do barbeiro (o chagoma).

O marcador mais conhecido da fase aguda da doença de Chagas é chamado sinal de Romaña. O sinal
é caracterizado pelo edema das pálpebras do mesmo lado do rosto em que se localiza a ferida produ-
zida pela picada do barbeiro, onde as fezes foram depositadas pelo inseto ou mesmo quando aciden-
talmente esfregadas para dentro do olho.

Raramente, crianças e adultos morrem durante a fase aguda da doença, porém pode ocorrer uma grave
inflamação do músculo cardíaco (miocardite) ou do cérebro (meningoencefalite), que colocam a vida
em risco. A fase aguda também pode ser grave em pessoas com o sistema imunitário comprometido.

Se houver o desenvolvimento de sintomas durante a fase aguda, eles geralmente se resolvem espon-
taneamente dentro de três a oito semanas em aproximadamente 90% dos indivíduos. Embora os sin-
tomas se resolvam, mesmo com o tratamento, a infecção persiste e entra em sua fase crônica. Dos
indivíduos com doença de Chagas crônica, 60–80% jamais desenvolverão sintomas (chamada doença
de Chagas crônica indeterminada), enquanto 20–40% desenvolverão sintomas cardíacos e/ou proble-
mas digestivos (chamada doença de Chagas crônica determinada). Em 10% dos indivíduos, a doença
progride diretamente da fase aguda para uma forma clínica sintomática da doença de Chagas.

A doença crônica sintomática (determinada) afeta vários sistemas do organismo, como nervoso, diges-
tório e cardíaco. Cerca de dois terços das pessoas com sintomas crônicos apresentam danos ao cora-
ção, incluindo a miocardiopatia dilatada, que causa anormalidades do ritmo cardíaco e pode resultar
em morte súbita.

Cerca de um terço dos pacientes apresenta danos ao sistema digestório, resultando em dilatação
do trato digestivo (megacólon e megaesôfago), acompanhados de grave emagrecimento. A dificuldade
de deglutição (secundária à acalásia) pode ser o primeiro sintoma dos distúrbios digestivos e pode le-
var à desnutrição.

20% a 50% dos indivíduos com envolvimento intestinal também exibem acometimento cardíaco. Mais
de 10% das pessoas cronicamente infectadas desenvolvem neurite, que resulta em alterações senso-
riais e dos reflexos tendinosos. Casos isolados exibem envolvimento do sistema nervoso central, inclu-
indo demência, confusão, encefalopatia crônica e perdas sensoriais e motoras.

As manifestações clínicas da doença de Chagas se devem à morte de células nos tecidos envolvidos
no ciclo infeccioso do parasita, induzindo a respostas inflamatórias, lesões celulares e fibrose. Por
exemplo, o amastigoto intracelular destrói os neurônios intramurais do sistema nervoso autônomo do
intestino e do coração, levando ao megacólon e aos aneurismas cardíacos, respectivamente.

Se não tratada, a doença de Chagas pode ser fatal, na maioria dos casos por danificação do tecido
muscular cardíaco.

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DOENÇA DE CHAGAS

Há uma considerável variação geográfica na ocorrência das complicações cardíacas e de dilatações


gastrointestinais em pacientes com doença de Chagas crônica. Na maioria dos países da América do
Sul, as dilatações são quase tão comuns quanto o comprometimento cardíaco. Mas na Colômbia, Ve-
nezuela, América Central e México as dilatações são praticamente desconhecidas. Não se sabe se
fatores do hospedeiro ou diferenças nas cepas do parasita causariam estes diferentes padrões de ex-
pressão clínica da doença.

Diagnóstico

Na fase aguda, a presença do T. cruzi é diagnóstica para a doença de Chagas. Essa fase é caracteri-
zada pela alta parasitemia, o que permite um diagnóstico parasitológico. O parasita, em sua forma mó-
vel (tripomastigota), pode ser detectado por exame microscópico direto no esfregaço de sangue fresco
ou da camada leucocitária; ou pela preparação de esfregaços corados com Giemsa ou Leishman. Mi-
croscopicamente, o T. cruzi pode ser confundido com o Trypanosoma rangeli, que não é patogênico
para humanos. O T. cruzi pode também ser isolado por cultura em meios específicos (por exemplo
NNN, LIT), tanto na fase aguda como na crônica.

A fase crônica da enfermidade é caracterizada pela baixa parasitemia e alto nível de anticorpos, dimi-
nuindo a eficiência da identificação direta do parasita. Portanto, outros métodos são empregados du-
rante esta fase, entre eles a hemoaglutinação indireta (IFA), Imunofluorescência indireta (IIF), enzyme-
linked immunosorbent assay (ELISA), quimioluminescência, TESA-blot, reação em cadeia da polime-
rase (PCR), teste imunocromatográfico de fluxo lateral e pelo xenodiagnóstico,[23] onde percevejos
não infectados são alimentados com o sangue do paciente suspeito, e então seus intestinos são exa-
minados para a detecção do parasita.

Algumas vantagens e desvantagens podem ser citadas com relação aos métodos acima: o método
PCR obtém alta sensibilidade e especificidade, mas é complexo e necessita laboratório e pessoal es-
pecializados; o método ELISA requer sensitização e leva horas para ser conduzido, além de requerer
laboratório e pessoal profissional; o teste imunocromatográfico de fluxo lateral obtém resultado em
questão de minutos, mas somente resultados qualitativos.

Prevenção

Atualmente, ainda não existe uma vacina contra a doença de Chagas e a prevenção é, em geral, focada
em eliminar o inseto vetor com a utilização de sprays e tintas contendo inseticidas (piretroides sintéti-
cos) e em melhorar as condições de saneamento e habitação nas áreas rurais.[30] Para os moradores
de áreas urbanas que vão passar temporadas, como férias ou acampamentos em regiões endêmicas,
recomenda-se o uso de mosquiteiros. Algumas medidas de controle incluem:

Uma armadilha contendo uma levedura pode ser utilizada para monitorar infestações de certas espé-
cies de triatomíneos (Triatoma sordida, Triatoma brasiliensis, Triatoma pseudomaculata e Pans-
trongylus megistus).

Foram apresentados resultados promissores com o tratamento dos habitats de vetores com o fungo
Beauveria bassiana.

Pode-se selecionar simbiontes do Triatominae através de paratransgênese.

Inúmeras vacinas estão sendo testadas atualmente. A vacinação com o Trypanosoma rangeli tem pro-
duzido resultados positivos em modelos animais. Mais recentemente, o potencial de vacinas com DNA
para imunoterapia da doença de Chagas nas fases aguda e crônica tem sido testado por vários grupos
de pesquisadores.

Antigamente, a transfusão de sangue era o segundo modo mais comum de transmissão da doença de
Chagas, mas, com o desenvolvimento e a implementação do controle dos bancos de sangue, houve
uma redução dramática desse risco na última década. A doação de sangue em todos os países endê-
micos da América Latina é submetida a uma pesquisa para Chagas. O teste está sendo expandido para
outros países, como França, Espanha e Estados Unidos, que apresentam populações significativas ou
em crescimento de imigrantes oriundos de áreas endêmicas. Na Espanha, os doadores são avaliados
com questionários para identificar indivíduos em risco de exposição à doença de Chagas para realizar
a triagem.

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DOENÇA DE CHAGAS

O Food and Drug Administration (FDA), órgão responsável pela aprovação de medicamentos nos EUA,
aprovou dois testes para Chagas e publicou manuais que recomendam a triagem de qualquer sangue
ou tecido doados.

Apesar de esses testes não serem obrigatórios nos EUA, estima-se que atualmente 75-90% das doa-
ções são testadas para Chagas, incluindo todas as unidades coletadas pela Cruz Vermelha Americana,
o que corresponde a 40% de todo o suprimento sanguíneo do país. O Chagas Biovigilance Network re-
lata a incidência atual de produtos sanguíneos positivos para Chagas nos Estados Unidos, segundo o
que é notificado pelos laboratórios utilizando os testes de rastreio aprovados pelo FDA em 2007.

Tratamento

Na doença de Chagas, o tratamento é baseado em drogas antiparasitárias, para aniquilar o parasita, e


no controle dos sinais e sintomas da infecção. O tratamento tem como objetivo reduzir a velocidade de
acometimento do sistema nervoso parassimpático. Os distúrbios autonômicos provocados pela doença
podem resultar, eventualmente, em megaesôfago, megacólon e miocardiopatia dilatada acelerada. O
tratamento logra prognóstico favorável quando a doença é diagnosticada e tratada na fase aguda, ao
passo que a eficácia do tratamento diminui enquanto a doença progride.

Medicamentos

O tratamento antiparasitário é mais eficiente no início da infecção, mas não está limitado à fase aguda.
As drogas de escolha incluem os derivados azóis e nitro, tais como o benznidazol[42] e o nifurtimox.
Ambos os agentes são limitados na sua capacidade de atingir a cura parasitológica (uma eliminação
completa do T. cruzi do organismo), especialmente em pacientes cronicamente infectados, e já foram
relatados casos de resistência a essas drogas.

Estudos sugerem que o tratamento antiparasitário leva à cura parasitológica em cerca de 60–85% dos
adultos e em mais de 90% das crianças tratadas no primeiro ano desde a fase aguda da doença de
Chagas.

Crianças (idades entre seis e 12 anos) com a doença crônica apresentam uma taxa de cura de aproxi-
madamente 60% com o benznidazol. Apesar de a taxa de cura diminuir com o tempo em que o adulto
está infectado com a doença de Chagas, o tratamento com benznidazol tem se mostrado capaz de
postergar o início do acometimento cardíaco em adultos com doença de Chagas crônica.

O tratamento da infecção crônica em mulheres antes ou durante a gravidez não parece reduzir a pro-
babilidade de a doença ser transmitida para o bebê.

Da mesma forma, não está claro se o tratamento profilático da infecção crônica é benéfico em pessoas
que serão submetidas à imunossupressão (por exemplo, em recipientes de transplantes de órgãos) ou
em pessoas que já são imunossuprimidas (por exemplo, em pessoas infectadas pelo vírus HIV).

Complicações

No estado crônico, o tratamento envolve o controle das manifestações clínicas da doença. Por exem-
plo, marcapassos e medicamentos para arritmias (ritmo irregular dos batimentos cardíacos), como
a amiodarona, podem ser muito benéficos para alguns pacientes com acometimento cardíaco crô-
nico, enquanto a cirurgia pode ser necessária no megacólon.

Apesar disso, a doença não tem cura nessa fase. A doença crônica do coração causada pela doença
de Chagas tem sido, hoje, uma indicação comum de transplante cardíaco. Até recentemente, contudo,
a doença de Chagas era considerada uma contraindicação para esse procedimento, pois acreditava-
se que o parasita poderia se aproveitar da imunossupressão após a cirurgia para retomar o acometi-
mento do coração.

Notou-se que as taxas de sobrevida em pacientes com Chagas poderiam aumentar significativamente
com a administração de doses menores de drogas imunossupressoras, como a ciclosporina.

Recentemente, tem sido demonstrado que o tratamento direto do músculo cardíaco com células-
tronco através do transplante de células da medula óssea reduz dramaticamente os riscos de insufici-
ência cardíaca em pacientes com doença de Chagas.

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Epidemiologia

A doença de Chagas afeta de 8 a 10 milhões de pessoas vivendo em países endêmicos da América


Latina, com um adicional de 300 000–400 000 vivendo em países não endêmicos, como Espanha e
Estados Unidos. Estima-se que anualmente ocorrem 41 200 novos casos em países endêmicos e que
14 400 crianças nascem com Chagas congênito todos os anos.

Em 2010, a doença resultou em aproximadamente 10 300 mortes em comparação com 9 300 em


1990. Estima-se que a taxa de mortalidade anual seja em torno de 14 000. No Brasil, estimativas re-
centes apontam que entre 2 e 3 milhões de pessoas estejam infectadas, e que ocorram cerca de 6 000
mortes anualmente.

A doença está presente em 18 países do continente americano, estendendo-se do sul dos Estados
Unidos até o norte da Argentina. Chagas existe em duas zonas ecológicas diferentes. Na região
do Cone Sul, o principal vetor vive no interior ou nos arredores das habitações humanas. Na América
Central e no México, as principais espécies vetoras vivem tanto no interior das casas como em áreas
desabitadas.

Em ambas as zonas, a doença de Chagas ocorre quase exclusivamente em áreas rurais, onde os
triatomíneos procriam e se alimentam das mais de 150 espécies de 24 famílias de mamíferos domés-
ticos e selvagens, bem como de humanos, que servem de reservatórios naturais do T. cruzi.

Embora os triatomíneos também se alimentem do sangue de pássaros, estes parecem ser imunes à
infecção e não são considerados reservatórios do T. cruzi.

Mesmo quando colônias de insetos são erradicadas de uma casa ou de abrigos de animais nas redon-
dezas, eles podem re-emergir de plantas ou animais que fizeram parte do ciclo silvático (referente a
animais selvagens) do parasita. Esse fenômeno é especialmente provável em zonas com vegetações
abertas misturadas a agrupamentos de árvores e interpostas por habitações humanas.

A doença de Chagas crônica permanece um importante problema de saúde pública em muitos países
da América Latina, apesar das medidas efetivas de higiene e prevenção, como a eliminação dos insetos
transmissores.

Entretanto, algumas conquistas foram alcançadas na luta contra a doença na América Latina, como a
redução de 72% da incidência da infecção em crianças e adultos jovens nos países da Iniciativa
do Cone Sul e pelo menos três países (Uruguai em 1997, Chile em 1999 e Brasil em 2006) foram cer-
tificados como livres da transmissão vetorial e transfusional. Na Argentina, a transmissão vetorial foi
interrompida em 13 das 19 províncias endêmicas e progressos significativos têm sido feitos nesse sen-
tido no Paraguai e na Bolívia.

O monitoramento para T. cruzi do sangue doado e dos doadores de componentes sanguíneos e de


órgãos sólidos, assim como dos doadores de células, tecidos e produtos de células e tecidos, é man-
datório nos países endêmicos de Chagas e tem sido implementado.

Há, aproximadamente, 300 000 pessoas infectadas vivendo nos Estados Unidos, o que é provavel-
mente resultado da imigração de países latino-americanos. Com o aumento dos movimentos populaci-
onais, a possibilidade de transmissão por transfusão de sangue se tornou mais substancial nos Estados
Unidos. A transfusão de sangue e produtos de tecidos é ativamente monitorada nos Estados Unidos,
diminuindo, portanto, o risco.

Histórico

A enfermidade foi nomeada em homenagem ao médico e epidemiologista brasileiro Carlos Chagas,


que foi o primeiro a descrevê-la em 1908-1909, mas a doença não foi vista como um problema maior
de saúde pública até a década de 1960 (a epidemia da doença de Chagas no Brasil na década de 1920
foi amplamente ignorada).

Chagas descobriu que o intestino dos triatomíneos abrigava um protozoário flagelado, uma nova espé-
cie do gênero Trypanosoma, e foi capaz de provar experimentalmente que poderia ser transmitida a
saguis do gênero Callithrix que haviam sido picados pelo inseto infectado. Estudos posteriores demons-
traram que o macaco-de-cheiro (do gênero Saimiri) também era vulnerável à infecção.

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DOENÇA DE CHAGAS

Diferente do que se observa habitualmente na pesquisa das doenças, Chagas descreveu primeiro o
vetor, o parasita e seu ciclo vital para depois identificar a enfermidade à qual esses agentes estavam
relacionados. Após tentativas frustradas, o T. cruzi foi identificado primeiro em um gato doméstico e
depois no sangue de uma menina febril, na cidade de Lassance, Minas Gerais, mesmo local em que
Chagas desenvolveu as primeiras pesquisas sobre a doença.

A menina Berenice, de dois anos, foi o primeiro paciente com a doença de Chagas a ser descrito. Cha-
gas foi o único pesquisador, até o momento, que descreveu uma patologia por completo, descobrindo
agente etiológico, vetor, hospedeiros, ciclo epidemiológico e as manifestações clínicas em humanos.

Carlos Chagas descreveu o parasita patogênico como Trypanosoma cruzi em 1909, em homenagem
a Oswaldo Cruz, médico e epidemiologista brasileiro que combateu com sucesso epidemias de febre
amarela, varíola e peste bubônica no Rio de Janeiro e outras cidades no começo do século XX.

No mesmo ano recombinou o nome científico do parasita para Schizotrypanum cruzi, após reconhecer
particularidades biológicas no ciclo reprodutivo que o diferenciava dos demais parasitas do gê-
nero Trypanosoma. Em 1912, Delanoë e Delanoë descreveram o parasita Pneumocystis carinii, de-
monstrando que as particularidades do ciclo reprodutivo observadas por Chagas eram na verdade de
um outro parasita, fazendo com que Chagas retomasse o uso de Trypanosoma cruzi.

Na Argentina, a doença é conhecida como mal de Chagas-Mazza, em homenagem ao médico argen-


tino Salvador Mazza, que em 1926 começou a investigar a enfermidade e que nos anos seguintes
tornou-se o principal pesquisador da doença naquele país.

Existe a hipótese de que Charles Darwin possa ter sofrido de doença de Chagas, como resultado de
uma picada do chamado "grande besouro preto dos Pampas" (vinchuca). O episódio foi relatado por
ele em seu diário da viagem do Beagle como tendo ocorrido em março de 1835, a leste dos Andes,
próximo a Mendoza.

Darwin era jovem e gozava de boa saúde, mas seis meses depois adoeceu por quase um mês perto
de Valparaíso, e em 1837, quase um ano depois de ter regressado à Inglaterra, começou a sofrer de
um estranho grupo de sintomas, tornando-se incapacitado na maior parte do resto de sua vida. As
tentativas de testar os restos mortais de Darwin na Abadia de Westminster usando técnicas modernas
de PCR foram negadas pelo curador.

Pesquisa

O desenvolvimento de uma vacina eficaz ou de novos medicamentos é crucial, e talvez o próximo


passo mais esperado e importante na luta contra a doença de Chagas.

Diversos grupos de pesquisadores estão trabalhando no desenvolvimento de novas terapias, incluindo


vacinas com base no DNA e em antígenos, bem como em outras drogas anti-Trypanosoma, incluindo
agentes químicos que inibem competitivamente a função de enzimas essenciais do T. cruzi. Entre os
novos compostos estão inibidores da prolina-racemase, da esqualeno-sintase, da cisteíno pro-
tease, da purina, do esterol 14-demetilase e inibidores de enzimas envolvidas no metabolismo da tri-
panotiona.

Peptídeos antimicrobianos presentes na pele de sapos do gênero Phyllomedusa (P. oreades e P. dis-
tincta), denominados dermaseptinas, demonstraram atividade anti-Trypanosoma cruzi in vitro.

Outro estudo identificou que a lactona sesquiterpênica, dehidroleucodina (DhL), afeta o crescimento de
Trypanosoma cruzi na fase epimastigota em meio de cultura. Outro estudo in vitro demonstrou que
componentes do chá verde (as catequinas) podem ser eficazes contra o T. cruzi.

Experimentalmente, vários derivados de triazois têm sido testados, incluindo D0870, posaconazol, ra-
vuconazol, albaconazol e TAK-187. Entre eles, o posaconazol tem demonstrado resultados promisso-
res no tratamento de ratos com infecções agudas e crônicas, e foi proposto como candidato para en-
saios clínicos com pacientes infectados.

Um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP) vem desenvol-


vendo novas drogas experimentais fundamentadas na capacidade do óxido nítrico em matar o parasita.

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DOENÇA DE CHAGAS

A doença de Chagas tem um sério impacto econômico no mundo. O custo do tratamento nos Estados
Unidos é estimado em US$900 milhões anualmente, que inclui hospitalização e dispositivos médicos
como marcapassos. O custo global é estimado em US$7 bilhões.

Apesar de ser a principal enfermidade parasitária do Ocidente, a doença de Chagas é considerada uma
das doenças negligenciadas. Embora seja prevenível e potencialmente erradicável, recursos insufici-
entes têm sido destinados à pesquisa e desenvolvimento de inovações diagnósticas e terapêuticas
para Chagas.

Em resposta a essa crise, organizações do terceiro setor, como a Drugs for Neglected Diseases initia-
tive, em colaboração com universidades e instituições públicas de biotecnologia, têm buscado o desen-
volvimento de novos fármacos e vacinas para o controle da doença de Chagas.

Cultura Popular

Algumas menções à doença de Chagas podem ser encontradas na literatura não médica. Monteiro
Lobato, em seu livro Mr. Slang e o Brasil, de 1927, denunciou "o monstruoso quadro patológico que
[Carlos Chagas] entrevira na paisagem rude dos sertões à guisa de um círculo inédito de Dante".

Mais tarde, em 1972, em sua obra Teresa Batista Cansada de Guerra, o escritor baiano Jorge Amado
enumera as moléstias da pobreza que assolam o sertão, dentre elas a doença de Chagas: "Se não
fossem a bexiga, o tifo, a malária, o analfabetismo, a lepra, a doença de Chagas, a xistossomose,
outras tantas meritórias pragas soltas no campo, como manter e ampliar os limites das fazendas do
tamanho de países, como cultivar o medo, impor o respeito e explorar o povo devidamente?".

Mesmo antes da descoberta da doença de Chagas, em 1872, o Visconde de Taunay faz em Inocên-
cia uma das mais famosas descrições da doença, que seria semelhante ao alargamento do esôfago
observado em alguns pacientes com a forma crônica de Chagas. O chamado "mal do engasgo" é assim
relatado por um dos personagens: "O que me 'aflege' mais é que há comidas então que não me passam
pela goela... Boto os pedacinhos no bucho e parece-me que dentro tenho um bolo que me está a subir
e descer pela garganta..."

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TOXOPLASMOSE

Toxoplasmose

Toxoplasmose, ou como é popularmente chamada “doença do gato”, é uma doença infecciosa, congê-
nita ou adquirida, causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii, encontrado nas fezes dos
gatos e outros felinos. Contudo, homens e outros animais também podem hospedar o parasita.

A toxoplasmose pode causar sintomas semelhantes aos da gripe em algumas pessoas, mas, na maio-
ria das vezes, as pessoas afetadas nunca desenvolvem sinais e sintomas.

Para crianças nascidas de mães infectadas e de pessoas com sistema imunológico enfraquecido, a
toxoplasmose pode causar complicações sérias.

Transmissão

O agente causador é o protozoário Toxoplasma gondii. Um protozoário coccídio intracelular, perten-


cente à família Sarcocystidae.

O homem adquire a infecção por três vias:

Ingestão de oocistos provenientes do solo, areia, latas de lixo contaminados com fezes de gatos infec-
tados

Ingestão de carne crua e mal cozida infectada com cistos, especialmente carne de porco e carneiro

Por intermédio de infecção transplacentária, ocorrendo em 40% dos fetos de mães que adquiriram a
infecção durante a gravidez.

O período de incubação, ou seja, o tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas, ocorre de
10 a 23 dias, quando a fonte for a ingestão de carne; de 5 a 20 dias, após ingestão de oocistos de fezes
de gatos.

Não se transmite diretamente de uma pessoa a outra, com exceção das infecções intrauterinas. Os
oocistos expulsos por felídeos esporulam e se tornam infectantes depois de 1 a 5 dias, podendo con-
servar essa condição por 1 ano.

Ciclo De Vida Do Parasita

Os felinos são os únicos animais em que o protozoário pode completar o seu ciclo, e se tornar hospe-
deiro definitivo.

O oocisto é formado no tubo digestivo do hospedeiro e eliminado. Após a eliminação se dá a esporula-


ção que é caracterizada pelo aumento de volume do parasito e pela produção de esporozoítos no seu
interior.

Esse processo estará completo quando cada esporoblasto formar esporozoítos, que é o que caracteriza
o oocisto infectante. O tempo de esporulação depende das condições ambientais no solo onde está o
oocisto.

Ajude Seu Gato A Se Manter Saudável

Embora os gatos sejam transmissores da toxoplasmose, com simples cuidados é possível manter ele
saudável e evitar a contaminação da doença.

Portanto, mantenha o seu gato dentro de casa e alimente-o com comida de gato seca ou enlatada, não
carne crua. Os gatos podem ser infectados depois de comer presas infectadas ou carne mal cozida
que contém o parasita.

Além disso, assegure-se de que a caixa de areia do gato seja trocada diariamente. O parasita toxo-
plasma não se torna infeccioso entre 1 a 5 dias depois de ser eliminado nas fezes de um gato.

Atenção: Matar os gatos não é a solução para evitar que a toxoplasmose deixe de ser transmitida, por
isso a melhor forma de prevenir a doença é cuidando bem dos animais de estimação

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TOXOPLASMOSE

Tipos

A toxoplasmose pode ser divida em seis tipos:

Toxoplasmose Febril Aguda

A toxoplasmose aguda apresenta-se na forma de febre, exantema generalizado, acometimento pulmo-


nar, miocárdico, hepático, miosite. Os sintomas mais comuns da forma aguda são febre, exantema
generalizado, mialgia, artralgia, alteração da função hepática, aparecimento de adenopatia cervical e,
às vezes, diarreia.

Linfadenite Toxoplásmica

A linfadenite toxoplásmica caracteriza-se por linfadenopatia (condição em que os nódulos linfáticos


ficam com tamanho, consistência ou número anormais) localizada geralmente na cervical e, raras ve-
zes, generalizada.

Toxoplasmose Ocular

A toxoplasmose ocular ocorre na forma de coriorretinite (um processo inflamatório que envolve o trato
uveal do olho), aguda ou crônica.

Toxoplasmose neonatal

A toxoplasmose neonatal acontece quando a infecção é intra-uterina, variando de assintomática a letal,


dependente da idade fetal

Toxoplasmose no paciente imunodeprimido

A toxoplasmose no paciente imunodeprimido ocorre do recrudescimento da toxoplasmose por imunos-


supressão associada à aids, doença linfoproliferativa, uso de imunossupressor

Causas

Toxoplasmose é causada por um cisto do tipo Toxoplasma gondii, um dos parasitas mais comuns do
mundo. Ela pode ser adquirida por meio da ingestão de alimentos contaminados – em especial carne
crua ou mal passada, principalmente de porco e de carneiro - e vegetais que abriguem os cistos do
Toxoplasma após terem tido contato com as fezes de animais hospedeiros.

Esses cistos podem infectar quase todas as partes do organismo humano, incluindo cérebro, músculos
e até mesmo o coração. No entanto, se a pessoa for saudável de um modo geral, o sistema imunológico
a defenderá bem contra as ações do parasita, mantendo-o inativo dentro do organismo e impedindo,
assim, que a pessoa volte a ser infectada novamente por ele.

Mas se a resistência não for tão boa, principalmente se o paciente tiver alguma doença que compro-
meta o sistema imunológico, a infecção pode ser reativada e causar sérias complicações.

A toxoplasmose não é contagiosa entre humanos – ou seja, ela não pode ser transmitida de pessoa
para pessoa. No entanto, as fezes de gatos e outros felinos e a ingestão de alimentos contaminados
não são a única porta de entrada para o parasita. Humanos também podem adquirir a doença em
outras situações, como:

- Usando facas e outros utensílios de cozinha contaminados

- Comer frutas e vegetais mal lavados

- Transfusões de sangue ou transplantes de órgãos

A doença também pode ser congênita. Neste caso, ela é transmitida da mãe infectada para o bebê por
meio da placenta. Se a mulher foi diagnosticada com a doença um pouco antes ou durante a gestação,
as chances de ela passar a inflamação para o filho são de 30%, em média.

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TOXOPLASMOSE

Fatores de risco

Qualquer pessoa pode ser infectada pelo parasita da toxoplasmose, mas alguns fatores de risco au-
mentam os riscos de contaminação, confira:

Aids/HIV: com o sistema imunológico debilitado, a pessoa torna-se mais vulnerável à ação do protozo-
ário

Quimioterapia: estar sob tratamento de quimioterapia também afeta a resistência do organismo

Medicamentos: alguns deles também podem causar prejuízos ao sistema imunológico

Gravidez: se a mulher tiver sido diagnosticada com toxoplasmose, um tratamento específico pode re-
duzir as chances do bebê nascer com a doença

Sintomas de Toxoplasmose

Geralmente, a toxoplasmose é uma doença que passa despercebida. Em alguns casos, porém, em
pessoas consideradas saudáveis, podem aparecer sintomas parecidos com os da gripe, como:

Dor de cabeça

Coriza

Dor no corpo

Febre

Fadiga

Dor de garganta.

Sintomas em pessoas com sistema imunológico debilitado

Se você tem HIV/AIDS, está recebendo quimioterapia ou teve recentemente um transplante de órgão,
pode desenvolver sinais e sintomas mais graves de infecção, incluindo:

Dor de cabeça

Confusão

Coordenação deficiente

Convulsões

Problemas pulmonares que podem se assemelhar à tuberculose ou pneumonia por Pneumocystis jiro-
veci, uma infecção oportunista comum que ocorre em pessoas com AIDS

Visão turva causada por inflamação grave da sua retina (toxoplasmose ocular)

Sintomas da toxoplasmose em bebês

Se a mulher for infectada antes ou durante a gravidez, pode transmitir a infecção para o seu bebê
(toxoplasmose congênita), mesmo que não tenha sinais e sintomas.

O bebê corre o maior risco de contrair toxoplasmose se a mulher for infectada no terceiro trimestre e
menos em risco se for infectada durante o primeiro trimestre.

Por outro lado, quanto mais cedo na sua gravidez a infecção ocorrer, mais sério será o resultado para
o seu bebê.

Muitas infecções precoces terminam em natimortos ou abortos espontâneos. Os bebês que sobrevivem
podem nascer com problemas sérios, como:

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TOXOPLASMOSE

Convulsões

Fígado e baço aumentados

Amarelecimento da pele e do branco dos olhos (icterícia)

Infecções oculares graves.

Somente uma pequena parte dos bebês que nascem com toxoplasmose demonstram sinais da doença
nos primeiros dias de vida. Geralmente os sintomas só aparecem na adolescência.

Buscando ajuda médica

Recomenda-se que pacientes com problemas de imunidade baixa, em especial os portadores do ví-
rus HIV, mulheres grávidas e as que planejam uma gravidez procure um médico para realizar os exa-
mes necessários e saber se têm toxoplasmose ou não.

Da mesma forma, se perceber sintomas como visão turva, confusão e perda da coordenação, talvez
sejam sinais de toxoplasmose severa. A ajuda médica, para esses casos, é imprescindível.

Na consulta médica

Especialistas que podem diagnosticar a toxoplasmose são:

Clínico geral

Infectologista.

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já
pode chegar à consulta com algumas informações:

Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram

Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos
que ele tome com regularidade

Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

Quando seus sintomas começaram?

Quão severos são seus sintomas?

Você recentemente consumiu carne crua ou mal passada?

Você possui ou cuida de um gato?

Quem limpa a caixa de areia?

Você usa luvas ao jardinar ou trabalhar com o solo?

Você tem condições ou toma medicamentos que afetam seu sistema imunológico?

Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante.
Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta
acabar. Para toxoplasmose, algumas perguntas básicas incluem:

Quais testes eu preciso fazer?

Quais tratamentos estão disponíveis e quais são recomendados?

Quais efeitos colaterais posso esperar do tratamento?

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TOXOPLASMOSE

Estou grávida. Que efeito isso terá no meu bebê?

Eu tenho outros problemas de saúde. Como posso gerenciá-los juntos?

Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.

Diagnóstico de Toxoplasmose

Os exames para diagnosticar toxoplasmose são importantes porque a doença passa frequentemente
desapercebida e, quando surgem sintomas, eles são muito parecidos com os da gripe e resfriado. Para
diagnosticar a toxoplasmose é necessário realizar um exame de sangue, onde será possível verificar
se há os anticorpos combatentes típicos da toxoplasmose.

Diagnóstico da Toxoplasmose Em Gestantes

Na gravidez, o médico solicitará diversos exames de sangue para testar a resistência dos anticorpos.
No entanto, quando os exames são feitos logo após a contaminação, os resultados podem dar negati-
vos, já que o corpo ainda não produziu anticorpos para combater a presença do parasita.

Por isso, o médico poderá pedir que esses exames sejam feitos dentro de algumas semanas após a
consulta. Por conta da incidência da doença ter diminuído nas últimas décadas, os riscos de uma mu-
lher contrair a doença pela primeira vez na vida (primeiro contato com T gondii) durante uma gestação
– o que envolve problemas mais graves para os bebês – aumentaram.

Sendo assim, os cuidados devem ser reforçados durante a gestação, para evitar que o contingente de
gestantes que não contraíram a doença anteriormente (ou seja, não estão imunes) venha a contrair a
doença durante a gravidez.

Em todo caso, um resultado negativo pode significar que você nunca foi infectado com toxoplasmose
e que, portanto, não está imune à doença. Se você estiver dentro do grupo de risco, o exame é neces-
sário para saber quais cuidados tomar para não ser contaminado no futuro. (1,6)

Diagnóstico Da Toxoplasmose Em Bebês

Se você está grávida e foi infectada por toxoplasmose, o próximo passo é determinar se seu bebê
também está infectado. Testes que seu médico pode recomendar incluem:

Amniocentese: Neste procedimento, que pode ser feito com segurança após 15 semanas de gravidez,
o médico usa uma agulha fina para remover uma pequena quantidade de líquido do saco cheio de
líquido que envolve o feto (saco amniótico).

Testes são então realizados no fluido para verificar se há evidência de toxoplasmose. A amniocentese
acarreta um pequeno risco de aborto espontâneo e complicações menores, como cólicas, vazamento
de líquidos ou irritação onde a agulha foi inserida

Ecografia: Este teste usa ondas sonoras para produzir imagens do seu bebê no útero. Um ultra-som
detalhado não pode diagnosticar a toxoplasmose. Pode, no entanto, mostrar se o seu bebê tem certos
sinais, como o acúmulo de líquido no cérebro (hidrocefalia).

No entanto, um ultra-som negativo não exclui a possibilidade de infecção. Por essa razão, seu recém-
nascido precisará de um exame e exames de sangue durante o primeiro ano de vida.

Teste Em Casos Graves

Se você desenvolveu uma doença com risco de vida, como encefalite, você pode precisar de um ou
mais exames de imagem para verificar se há lesões ou cistos no cérebro. Esses incluem:

Ressonância magnética: Este teste usa um campo magnético e ondas de rádio (eletromagnéticas) para
criar imagens transversais de sua cabeça e cérebro.

Durante o procedimento, você se deita dentro de uma máquina grande, em forma de anel, que contém
um imã cercado por bobinas que enviam e recebem ondas de rádio. Em resposta às ondas de rádio,

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TOXOPLASMOSE

seu corpo produz sinais fracos que são captados pelas bobinas e processados ??em imagens por um
computador. A ressonância magnética é não invasiva e apresenta riscos mínimos para a sua saúde

Biópsia cerebral: Em casos raros, especialmente se você não responder ao tratamento, um neurocirur-
gião pode levar uma pequena amostra de tecido cerebral. A amostra é então analisada em um labora-
tório para verificar se há cistos de toxoplasmose.

Tratamento de Toxoplasmose

A necessidade e o tempo de tratamento serão determinados pelas manifestações, locais de acometi-


mento e principalmente estado imunológico da pessoa que está doente. São três as situações:

- Imunocompetentes com infecção aguda: somente comprometimento ganglionar, em geral não requer
tratamento

- Infecções adquiridas por transfusão com sangue contaminado ou acidentes com materiais contami-
nados, em geral são quadros severos e devem ser tratados

- Infecção da retina (corioretinite), devem ser tratados

- Infecções agudas em gestantes: devem ser tratadas pois há comprovação de que assim diminui a
chance de contaminação fetal com comprovação de contaminação fetal: necessita tratamento e o re-
gime de tratamento pode ser danoso ao feto, por isso especial vigilância deve ser mantida neste sentido

- Infecções em imunocomprometidos: estas pessoas sempre devem ser tratadas e alguns grupos, como
os contaminados pelo vírus HIV-1, devem permanecer tomando uma dose um pouco menor da medi-
cação que usaram para tratar a doença por tempo indeterminado. Discute-se, neste último caso a pos-
sibilidade de interromper esta manutenção do tratamento naqueles que conseguem recuperação imu-
nológica com os chamados coquetéis contra a Aids.

Medicamentos para Toxoplasmose

Para o caso de toxoplasmose, os seguintes medicamentos podem ser indicados pelo médico:

- Pirimetamina

- Sulfadiazina

- Clindamicina

- Ácido folínico

- Espiramicina.

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a
dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e
NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se
tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na
bula.

Toxoplasmose tem cura?

A toxoplasmose possui cura quando o tratamento é feito da forma correta. No entanto, algumas pes-
soas que foram tratadas para doença podem obtê-la novamente. Portanto, é essencial incluir na rotina
maneiras de prevenir a toxoplasmose.

Complicações possíveis

Se você tem um sistema imunológico normal, provavelmente não terá complicações da toxoplasmose,
embora pessoas saudáveis às vezes desenvolvam infecções oculares. Contudo, quando a toxoplas-
mose não é tratada podem levar à cegueira.

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TOXOPLASMOSE

Mas se o seu sistema imunológico está enfraquecido, especialmente como resultado do HIV / AIDS, a
toxoplasmose pode levar a convulsões e doenças potencialmente fatais, como a encefalite - uma in-
fecção cerebral grave.

Em pessoas com AIDS, a encefalite não tratada da toxoplasmose é fatal. A recaída é uma preocupação
constante para pessoas com toxoplasmose, que também têm um sistema imunológico enfraquecido.

Crianças com toxoplasmose congênita podem desenvolver complicações incapacitantes, incluindo


perda auditiva, incapacidade mental e cegueira.

Convivendo/Prognóstico

Uma vez confirmado o diagnóstico de toxoplasmose, você e seu médico pode discutir se o tratamento
é necessário. Em uma pessoa saudável que não está grávida, o tratamento geralmente não é neces-
sário. Se os sintomas ocorrem, eles geralmente desaparecem dentro de algumas semanas a meses.
Para mulheres grávidas ou pessoas que têm sistema imunológico enfraquecido, medicamentos estão
disponíveis para tratar a toxoplasmose.

Prevenção

Certos fatores podem ajudar a prevenir a toxoplasmose:

Use luvas quando você jardim ou lidar com o solo: Use luvas sempre que trabalhar ao ar livre e lave
bem as mãos com sabão e água

Não coma carne crua ou malpassada: A carne, especialmente o cordeiro, a carne de porco e a carne
de vaca, podem abrigar organismos do toxoplasma. Não prove carne antes de estar totalmente cozido.
Evite carne crua curada

Lave bem os utensílios de cozinha: Depois de preparar a carne crua, lave tábuas de corte, facas e
outros utensílios em água quente e sabão para evitar a contaminação cruzada de outros alimentos.
Lave as mãos depois de manusear carne crua

Lave todas as frutas e legumes: Esfregue frutas e vegetais frescos, especialmente se você planeja
comê-los crus. Remova as cascas quando possível, mas somente após a lavagem

Não beba leite não pasteurizado: Leite não pasteurizado e outros produtos lácteos podem conter para-
sitas do toxoplasma

Cubra as caixas de areia das crianças: Se você tiver uma caixa de areia, cubra-a quando seus filhos
não estiverem jogando nela para impedir que os gatos a usem como uma caixa de areia.

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DOENÇAS AUTOIMUNES

Doenças Autoimunes

Ainda não se sabe o que desencadeia as doenças autoimunes.

Os sintomas variam de acordo com a doença e a parte do corpo afetada.

São realizadas diversas análises sanguíneas para detectar uma doença autoimune.

O tratamento depende do tipo de doença autoimune e frequentemente inclui fármacos que suprimem
a atividade do sistema imunológico.

O sistema imunológico precisa primeiro reconhecer as substâncias estranhas ou perigosas antes de


poder defender o corpo contra elas. Estas substâncias incluem bactérias, vírus, parasitas (como ver-
mes), algumas células cancerígenas e até órgãos e tecidos transplantados.

Estas substâncias possuem moléculas que o sistema imunológico é capaz de identificar e que podem
estimular uma resposta do sistema imunológico. Estas moléculas são chamadas de antígenos. Os an-
tígenos podem estar contidos dentro de células ou na superfície celular (como nas bactérias ou células
cancerígenas) ou fazer parte de um vírus. Alguns antígenos como o pólen ou as moléculas de alimentos
podem existir de forma autônoma.

As células nos próprios tecidos da pessoa também possuem antígenos. Normalmente, o sistema imu-
nológico reage apenas aos antígenos de substâncias estranhas ou perigosas e não aos antígenos dos
próprios tecidos da pessoa. No entanto, às vezes o sistema imunológico funciona de forma incorreta,
considerando os próprios tecidos do organismo como elementos estranhos e produzindo anticorpos
anômalos (denominados autoanticorpos) ou células imunológicas que vigiam e atacam determinadas
células ou tecidos do organismo.

Esta resposta é denominada reação autoimune. Resulta em inflamação e dano tecidual. Estes efeitos
podem constituir uma doença autoimune, mas muitas pessoas produzem quantidades tão pequenas
de autoanticorpos que não chegam a desenvolver uma doença autoimune. Ter autoanticorpos no san-
gue não significa que uma pessoa tenha uma doença autoimune.

Existem muitas doenças autoimunes. Algumas das doenças autoimunes mais comuns incluem a do-
ença de Graves, artrite reumatoide, tireoidite de Hashimoto, diabetes mellitus tipo 1, lúpus eritematoso
sistêmico (lúpus) e vasculite. Outras doenças que se acredita serem autoimunes incluem a doença de
Addison, polimiosite, síndrome de Sjögren, esclerose sistêmica progressiva, muitos casos de glomeru-
lonefrite (inflamação dos rins) e alguns casos de infertilidade.

As reações autoimunes podem ser desencadeadas de várias formas:

Uma substância normal do organismo pode sofrer uma alteração provocada por um vírus, um fármaco,
a luz solar ou a radiação, por exemplo. A substância alterada pode parecer estranha ao sistema imu-
nológico. Por exemplo, um vírus pode infetar células do organismo e, por conseguinte, alterá-las. As
células infectadas pelo vírus estimulam o sistema imunológico a atacar.

Uma substância estranha semelhante a uma substância natural do organismo pode penetrar no corpo.
O sistema imunológico pode atacar acidentalmente a substância semelhante do organismo ao mesmo
tempo que persegue a substância estranha. Por exemplo, as bactérias que causam infecções na gar-
ganta têm um antígeno semelhante a um antígeno encontrado em células cardíacas humanas. O sis-
tema imunológico raramente ataca o coração da pessoa após uma infecção na garganta (esta reação
faz parte da febre reumática).

As células que controlam a produção de anticorpos, por exemplo, as células B (um tipo de glóbulo
branco), podem funcionar de forma incorreta e produzir anticorpos anômalos que atacam algumas das
células do corpo.

Uma substância do organismo que normalmente se encontra limitada a uma área específica (estando,
por conseguinte, oculta do sistema imunológico) é liberada na corrente sanguínea. Por exemplo, um
soco no olho pode levar o líquido do globo ocular a passar para o fluxo sanguíneo. Esse líquido estimula
o sistema imunológico a identificar o olho como estranho e a atacá-lo.

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DOENÇAS AUTOIMUNES

Não se sabe porque algo desencadeia uma reação ou doença autoimune em uma pessoa e não em
outra. Entretanto, às vezes há causas hereditárias. Algumas pessoas têm genes que as tornam um
pouco mais suscetíveis a desenvolver uma doença autoimune. Esta suscetibilidade ligeiramente au-
mentada para desenvolver uma doença autoimune é herdada, e não a própria doença. Nas pessoas
propensas a apresentar uma doença autoimune, um fator desencadeante, como uma infecção viral ou
uma lesão tecidual, pode dar origem a doenças.

Muitas doenças autoimunes são mais frequentes em mulheres.

Sintomas

Os sintomas variam segundo a doença e a parte do corpo afetada. Algumas doenças autoimunes afe-
tam determinados tipos de tecidos em todo o corpo, como os vasos sanguíneos, a cartilagem ou a pele.
Existem outras doenças autoimunes que afetam um determinado órgão. Praticamente qualquer órgão,
incluindo os rins, os pulmões, o coração e o cérebro, pode ser afetado. A inflamação decorrente e a
lesão nos tecidos podem causar dor, deformações nas articulações, fraqueza, icterícia, prurido, dificul-
dade respiratória, acúmulo de líquido (edema), delírio e até a morte.

Diagnóstico

Exames de sangue

Avaliação de um médico

Análises sanguíneas que indicam a presença de inflamação podem sugerir uma doença autoimune.
Tais testes incluem:

A velocidade de hemossedimentação (VHS): Este teste mede a velocidade com que os glóbulos ver-
melhos (eritrócitos) se sedimentam no fundo do tubo com sangue. Na presença de inflamação, a VHS
encontra-se frequentemente aumentada, porque as proteínas produzidas em resposta à inflamação
interferem na capacidade dos glóbulos vermelhos em permanecer em suspensão no sangue.

Hemograma completo (CBC): Este teste inclui determinar o número de glóbulos vermelhos no sangue.
Frequentemente este número está diminuído (anemia) porque há uma menor produção de glóbulos
vermelhos na presença de inflamação.

Visto que há muitas causas para uma inflamação (muitas das quais não são autoimunes), é frequente
que o médico também solicite exames de sangue para detectar anticorpos diferentes que podem ocor-
rer em pessoas com doenças autoimunes específicas. Exemplos desses anticorpos são

Anticorpos antinucleares, que estão tipicamente presentes no lúpus eritematoso sistêmico

O fator reumatoide ou anticorpos contra o peptídeo citrulinado cíclico (anti-CCP), que estão tipicamente
presentes na artrite reumatoide

Porém, mesmo estes anticorpos às vezes ocorrem em pessoas que não apresentam uma doença au-
toimune, portanto o médico geralmente usa uma combinação dos resultados das análises e os sintomas
da pessoa para determinar a presença de uma doença autoimune.

Prognóstico

Algumas doenças autoimunes desaparecem inexplicavelmente da mesma forma como aparecem. En-
tretanto, a maioria das doenças autoimunes é crônica. É frequentemente necessário tomar fármacos
durante toda a vida para controlar os sintomas.

O prognóstico varia dependendo da doença.

Tratamento

Fármacos que suprimem o sistema imunológico, incluindo corticosteroides

No caso de algumas doenças autoimunes, plasmaferese e imunoglobulina intravenosa

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DOENÇAS AUTOIMUNES

Tratamento medicamentoso

Fármacos que suprimem o sistema imunológico (imunossupressores), como azatioprina, clorambucila,


ciclofosfamida, ciclosporina, micofenolato e metotrexato, são muitas vezes administrados por via oral e
habitualmente por um longo período. No entanto, estes fármacos suprimem tanto a reação autoimune
como a capacidade de defesa do organismo contra substâncias estranhas, inclusive micro-organismos
que provocam infecções e células cancerígenas. Por conseguinte, o risco de contrair infecções e de-
terminados tipos de câncer aumenta.

É frequente que administrem corticosteroides, como prednisona, geralmente por via oral. Esses fárma-
cos aliviam a inflamação e suprimem o sistema imunológico. A administração prolongada de corticos-
teroides pode ter muitos efeitos colaterais. Se possível, os corticosteroides são administrados durante
pouco tempo: no início da doença ou quando os sintomas se agravam. Contudo, por vezes, é preciso
utilizar os corticosteroides indefinidamente.

Algumas doenças autoimunes (como a esclerose múltipla e doenças da tireoide) também são tratadas
com fármacos que não são imunossupressores ou corticosteroides. O tratamento para aliviar os sinto-
mas pode revelar-se igualmente necessário.

O etanercepte, o infliximabe e o adalimumabe bloqueiam a ação do fator de necrose tumoral (FNT),


uma substância que pode causar inflamação no organismo. Esses fármacos são muito eficazes no
tratamento da artrite reumatoide e de algumas outras doenças autoimunes, mas podem ser prejudiciais
quando utilizados para tratar determinadas doenças autoimunes, como a esclerose múltipla. Esses
fármacos também aumentam o risco de infecção e certos tipos de câncer de pele.

Certos fármacos novos visam os glóbulos brancos especificamente. Os glóbulos brancos ajudam a
defender o organismo contra a infecção e também participam das reações autoimunes. Esses medica-
mentos incluem os seguintes:

O abatacepte bloqueia a ativação de um tipo de glóbulos brancos (célula T) e é usado na artrite reu-
matoide.

O rituximabe, inicialmente usado contra certos tipos de câncer nos glóbulos brancos, funciona através
da depleção de certos glóbulos brancos (células B) do organismo. É eficaz em algumas doenças autoi-
munes, como na artrite reumatoide e em certas doenças que causam a inflamação dos vasos sanguí-
neos (vasculite), incluindo granulomatose com poliangeíte (anteriormente denominada de granuloma-
tose de Wegener). Rituximabe está sendo avaliado em uma variedade de outras doenças autoimunes.

Outros fármacos que visam os glóbulos brancos estão em desenvolvimento.

Imunoglobulina intravenosa e plasmaferese

A plasmaferese é utilizada no tratamento de algumas doenças autoimunes. Neste procedimento, o san-


gue é retirado e filtrado para remover proteínas anormais como autoanticorpos. Uma vez filtrado, o
sangue é restituído ao paciente.

Imunoglobulina intravenosa (uma solução purificada de anticorpos obtida de doadores voluntários e


administrada na veia) é usada para tratar algumas doenças autoimunes. Não se sabe como funciona.

Doenças autoimunes são doenças que atacam o sistema imunológico contra uma estrutura do próprio
organismo, ou seja, uma resposta autoimune. Todo mundo aprende na escola que o sistema imunoló-
gico existe para combater ameaças externas, como vírus e bactérias. Ao "visualizar" esses agentes,
produz anticorpos com o objetivo de atacá-los. Em alguns casos, no entanto, o general desse exército
confunde células do próprio organismo com invasores.

Os mecanismos imunológicos que ocasionam a lesão dos órgãos nessas doenças é algo que médicos
e cientistas até compreendem bem. Já o que leva o sistema imunológico a se reverter, destruindo algo
que teoricamente deveria ser protegido, ainda é um mistério, ou "a pergunta que vale um bilhão de
dólares", como diz o médico Freddy Eliaschewitz, consultor da ADJ Diabetes Brasil.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde (NIH), dos EUA, mais de uma centena de doenças crô-
nicas têm origem em uma resposta autoimune.

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DOENÇAS AUTOIMUNES

Mas, apesar do processo em comum, cada doença autoimune tem suas próprias características, ritmo
evolutivo e sintomas específicos. É por isso que não existe um médico especialista em "autoimunidade".

"Hoje sabe-se que existe até infertilidade causada por doença autoimune, ou seja, é algo que permeia
toda a medicina", explica o reumatologista Luís Eduardo Coelho Andrade, professor da Universidade
Federal de São Paulo. Mas, endocrinologistas, dermatologistas e diversos outros especialistas podem
ser requisitados, bem como outros profissionais de saúde, como nutricionistas, psicólogos e fisiotera-
peutas.

Embora existam diversas teorias para explicar a autoimunidade, é importante frisar que nenhuma delas
foi confirmada até hoje, segundo os especialistas. A "teoria da higiene" é uma delas - como as doenças
são mais comuns em países mais desenvolvidos e em áreas urbanas, cogita-se que o consumo de
alimentos pasteurizados e o excesso de higiene estariam impedindo o sistema imunológico dessas
populações de se "educar" corretamente.

Outra teoria é a do mimetismo molecular - alguns micro-organismos teriam aumentado suas chances
de sobrevivência com a capacidade de se camuflar dentro do organismo. Essa semelhança faria o
sistema imunológico se confundir e passar a combater uma estrutura própria depois de uma virose, por
exemplo. Há, ainda, a ideia de que certas infecções levariam o organismo a expor componentes que
antes ficavam escondidos e, portanto, não são reconhecidos pelo sistema imunológico.

Dados Doenças Autoimunes

Estima-se que as doenças autoimunes afetem de 5 a 8% da população geral. Considerando cada do-
ença autoimune especificamente, a frequência é bem menor, variando de 0,01 a 1%, mas há estimati-
vas menos otimistas. Os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, por exemplo, afirmam que 23,5 mi-
lhões de norte-americanos sofrem dessas enfermidades, o que não é pouco para uma população de
cerca de 320 milhões. Já a American Autoimmune Related Diseases Association (AARDA), uma enti-
dade sem fins lucrativos, diz que 50 milhões é um número mais realista, pois os Institutos só consideram
24 doenças para as quais há pesquisas epidemiológicas de qualidade.

Só para se ter uma ideia do que essa estimativa representa: as doenças cardíacas afetam cerca de 22
milhões de norte-americanos e o câncer, 9 milhões. É preciso haver uma tendência genética para de-
senvolver essas doenças. Segundo os especialistas, existem variantes genéticas conhecidas que pre-
dispõem parte da população às doenças autoimunes. Ou seja, algumas pessoas nunca vão desenvol-
ver o problema, enquanto algumas famílias podem ter diversos membros com diferentes tipos de do-
enças autoimunes. Mas ter a tendência não significa ter a enfermidade - é preciso que haja um fator
ambiental que deflagre a doença.

Aproximadamente 75% das pessoas que sofrem de doenças autoimunes são mulheres. A justificativa
mais aceitável para essa desigualdade é o fator hormonal: "O estrógeno é um estimulante da imuni-
dade", explica o reumatologista da Unifesp. Tanto que boa parte das doenças autoimunes acomete
mulheres em idade fértil.

Quais os principais sintomas?

Embora toda doença autoimune seja crônica, algumas pessoas apresentam sintomas mais leves, en-
quanto outras têm manifestações tão intensas que, em certos casos, podem levar à morte. Um dos
exemplos é o lúpus: enquanto alguns pacientes apresentam eventuais dores nas articulações e a fa-
mosa mancha no rosto, em forma de borboleta, outros desenvolvem problemas sérios nos rins ou nos
vasos sanguíneos (vasculite).

Como funciona o tratamento?

O tratamento para doenças autoimunes evoluiu bastante nos últimos anos e varia de acordo com a
enfermidade, mas o uso de corticoides é algo frequente. Esses anti-inflamatórios são eficazes e ajudam
a controlar a reação do organismo, mas seu uso crônico traz efeitos indesejados, como aumento da
vulnerabilidade a infecções e ganho de peso.

"Hoje há novos remédios que permitem um uso menor de corticoide", informa Andrade. E alguns me-
dicamentos biológicos, derivados da biotecnologia, têm sido bastante eficazes no caso de certas doen-
ças, como artrite reumatoide, psoríase e doença de Crohn, embora o custo ainda seja muito alto.

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DOENÇAS AUTOIMUNES

O reumatologista da Unifesp conta que ele próprio, em sua experiência pessoal, presenciou um avanço
notável nos últimos anos. "Antigamente, os ambulatórios para artrite reumatoide eram lotados de ca-
deiras de rodas, e hoje você encontra uma ou outra", relata. "E se antes dar o diagnóstico de lúpus a
uma garota de 20 anos era uma sentença, hoje você pode dizer à paciente que ela terá uma vida
normal, só terá que ser mais disciplinada com exames, consultas e medicamentos."

Existem pesquisas experimentais com terapias que, de alguma forma, ajudariam a "resetar" o sistema
imunológico. É o caso, por exemplo, do uso de células-tronco na tentativa de combater o diabetes tipo
1. Mas ainda há muitos obstáculos a serem enfrentados. Freddy Eliaschewitz comenta que muitos pa-
cientes entram em remissão, mas depois a doença volta a se manifestar. E um procedimento desse
tipo sempre envolve riscos, pois são necessárias altas doses de imunossupressores.

Quando se fala em doença autoimune, um dos exames mais lembrados é o FAN (Fator Antinúcleo).
Ele é realizado para detectar autoanticorpos (são anticorpos dirigidos para células e tecidos do próprio
corpo) contra estruturas nucleares das células e costuma ser solicitado quando há suspeita de reações
autoimunes, por exemplo, a presença de dores articulares sem lesões ou desgaste aparentes. Há vá-
rios padrões analisados, e, cada um deles, quando o resultado é positivo, pode ser sugestivo de uma
ou outra doença autoimune.

Luís Eduardo Andrade explica que o FAN foi muito importante quando se iniciaram os diagnósticos de
autoimunidade, a partir da metade do século passado. Mas, depois, os cientistas descobriram que mui-
tos indivíduos saudáveis, ou com certas infecções, também podem apresentar o exame positivo. Por-
tanto, o FAN pode ajudar a estabelecer um diagnóstico que tenha surgido a partir de sintomas, mas,
sozinho, não significa nada.

Em geral, diante da suspeita de doença autoimune, o médico solicita também outros exames de sangue
para identificar anticorpos específicos.

As doenças autoimunes são um grupo de doenças distintas que têm como origem o fato do sistema
imunológico passar a produzir anticorpos contra componentes do nosso próprio organismo. Por motivos
variados e nem sempre esclarecidos, o nosso corpo começa a confundir suas próprias proteínas com
agentes invasores, passando a atacá-las.

Portanto, uma doença autoimune é uma doença causada pelo nosso sistema imunológico, que passa
a funcionar de forma inapropriada.

Segundo o Núcleo de Estudos de Doenças Auto-Imunes (NEDAI), o conjunto das doenças autoimunes
atingem três vezes mais mulheres do que homens. Assim, essas doenças consistem em uma das 10
principais causas de morte nas mulheres, com idade inferior a 65 anos.

A gravidade de uma doença autoimune depende dos órgãos afetados. Por exemplo, a tireoidite de
Hashimoto é uma doença praticamente restrita à glândula tireoide, que é um órgão importante, mas
não é vital. Os pacientes com essa doença autoimune conseguem levar uma vida normal apenas to-
mando um comprimido por dia de hormônio tireoidiano.

Outras doenças autoimunes, porém, são mais graves, principalmente aquelas que atacam órgãos e
estruturas nobres do corpo, como o sistema nervoso central, coração, pulmões e/ou os vasos sanguí-
neos.

Podemos dividir as doenças autoimunes em:

Doenças sistêmicas: Não afetam um órgão específico, mas podem atacar vários. É o casa da doença
celíaca ou da esclerose lateral amiotrófica (ELA).

Síndromes locais: Atacam um tecido em particular. Podem ser de caráter dermatológico, hematológico
ou endócrino. Entre elas, encontramos a tireoidite de Hashimoto ou a colite ulcerosa.

Causas

Ainda não se sabe ao certo o motivo pelo qual o sistema imunitário leva o organismo a produzir um
ataque contra si mesmo.

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DOENÇAS AUTOIMUNES

Assim, as doenças auto-imunes acontecem quando esses anticorpos passam a atacar as células do
próprio organismo, órgãos e tecidos. Em pessoas que já trazem alguma predisposição genética para
desenvolver uma doença auto-imune é possível que alguns fatores sejam desencadeantes para uma
resposta auto-imune, como:

• bactérias;
• vírus;
• toxinas;
• hormonas;
• medicamentos específicos;
• estresse.

Sintomas de uma doença autoimune

É importante ressaltar que os sintomas são diferentes entre uma doença autoimune e outra. Por serem
doenças que atacam vários órgãos, os sintomas podem variar muito, o que pode dificultar o diagnóstico.
Assim, a mesma doença pode ter sintomas bastante diferentes, em diversas pessoas e idades variadas.
Dessa forma, cada uma dessa doenças pode ter uma gravidade leve ou se caracterizar um quadro
bastante sério. Assim, para uma vida longeva, é fundamental realizar o diagnóstico o quanto antes para
que o tratamento não demore para ser iniciado. Por isso, é importante realizar visitas regulares a um
especialista para verificar o andamento da saúde.

Existem mais de 50 tipos de doenças autoimunes, as mais conhecidas são

Lúpus

Doença inflamatória causada quando o sistema imunológico ataca seus próprios tecidos.

Artrite reumatoide

Uma doença inflamatória crônica que afeta muitas articulações, incluindo as das mãos e dos pés.
Doença de Crohn

Esta doença se trata, basicamente, de uma infecção viral ou bacteriana, que leva o sistema imunológico
a atacar o trato digestivo, provocando o seu mau funcionamento e desencadeando uma inflamação
crônica dos intestinos.

Vitiligo

O vitiligo leva a produção inapropriada de anticorpos e linfócitos T (um tipo de glóbulo branco) contra
os melanócitos, as células responsáveis pela produção de pigmento de nossa pele.

Psoríase

A psoríase é uma doença crônica e, ainda sem cura, que surge devido a acelerada reprodução das

células da pele. A proliferação das células epidérmicas causa espessamento, inflamação e descama-
ção na pele.

Diabetes tipo 1

Doença crônica em que o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina.

Esclerose múltipla

Doença em que o sistema imunológico destrói a cobertura protetora de nervos.

Doença celíaca

Reação imunológica à ingestão de glúten, uma proteína encontrada no trigo, na cevada e no centeio.

Tireoidite de Hashimoto

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DOENÇAS AUTOIMUNES

A doença ataca a glândula tireoide, responsável pelo metabolismo

Síndrome de Sjögren

Distúrbio do sistema imunológico caracterizado por olhos secos e boca seca.

Tratamento

Geralmente cada doença autoimune tem seu esquema próprio de tratamento. Não existe um tratamento
único que sirva para qualquer doença autoimune.

Em uma guerra, é esperado que as tropas sejam atacadas pelos inimigos, o que infelizmente provoca
muitas mortes. Porém, existe uma outra situação de perda, que acontece quando os soldados de uma
nação se confundem e atacam os próprios aliados. Esses acidentes são chamados de fogo amigo.

Isso não acontece apenas durante uma guerra. As doenças autoimunes geram no nosso organismo
uma situação muito parecida. Elas acontecem quando as células de defesa começam a atacar outras
células e órgãos do próprio corpo, gerando desde alergias relativamente simples até problemas de
saúde muito graves.

Mas e você, sabe o que são doenças autoimunes? Quer entender como o corpo se engana e passa a
atacar suas próprias estruturas e por que o tratamento dessas patologias pode ser tão complexo? En-
tão, continue a leitura e saiba mais sobre o tema.

O que são doenças autoimunes?

Existem diversas doenças autoimunes. Diabetes tipo 1, asma, alergias, lúpus, artrite reumatoide, tire-
oidite de Hashimoto, esclerose sistêmica progressiva são apenas algumas das principais patologias
que se enquadram nessa classificação. Todas elas têm a mesma origem: o sistema imunológico, que
deveria defender o organismo, passa a atacá-lo.

O ataque dos anticorpos (células de defesa) a tecidos originalmente saudáveis do corpo causa uma
série de prejuízos à saúde. Em alguns casos, eles destroem células necessárias ao bom funcionamento
do organismo. Em outras situações, causam um estado crônico de inflamação.

Vamos tomar como exemplo o diabetes tipo 1, também conhecido como diabetes juvenil. Quando a
pessoa desenvolve esse problema, suas células de defesa fazem uma confusão. Elas entendem que
as células beta do pâncreas, fundamentais para a produção de insulina, são inimigas.

Assim, as células de defesa atacam as células beta e as destroem. O corpo perde sua capacidade de
produzir insulina, o açúcar se acumula no sangue e as outras células do organismo ficam sem energia
para realizarem suas funções.

O mesmo acontece com todas as outras doenças autoimunes. O radar do sistema de defesa vê inimi-
gos por todos os lados, dentro do próprio corpo e passa a atacar determinadas regiões. Na artrite
reumatoide, as articulações são os alvos. Na asma e outras alergias respiratórias, a reação é o inchaço
e inflamação das vias aéreas.

Para o doente com lúpus, a situação é ainda mais grave. O sistema de defesa se mobiliza para atacar
diferentes tipos de tecidos: articulações, pele, coração, pulmão, rins, fígado e cérebro. Por isso, a pes-
soa pode ter sintomas bastante diversos, o que dificulta o diagnóstico.

A esclerose progressiva sistêmica, ou esclerose múltipla, também compromete diversos órgãos e sis-
temas do corpo. De forma simplificada, podemos dizer que os anticorpos atacam o revestimento dos
neurônios, que é a bainha de mielina.

Com a bainha de mielina prejudicada, o organismo tem dificuldade para levar os impulsos nervosos de
um neurônio para outro. Assim, mesmo que o cérebro dê uma ordem para a pessoa pegar uma xícara,
por exemplo, esse comando não chega às mãos e a pessoa não consegue executar o movimento.

Como esse processo acontece no corpo todo, aos poucos a doença afeta a audição, a visão, a coor-
denação motora, a linguagem, a memória e, finalmente, as funções básicas do organismo.

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DOENÇAS AUTOIMUNES

Por que as doenças autoimunes se desenvolvem?

Ainda não se sabe exatamente qual é o mecanismo que causa as doenças autoimunes. Elas são mais
comuns em pessoas que têm outros doentes em suas famílias, o que mostra uma possível predisposi-
ção genética.

Porém, como sempre destacamos aqui no site, a Medicina do Estilo de Vida entende que a predispo-
sição genética não significa destino. Além dos genes, herdamos os costumes de nossas famílias, que
também podem favorecer o desenvolvimento dessas doenças.

Por isso, mesmo diante de um histórico clínico familiar pouco favorável, é possível quebrar esse ciclo
adotando hábitos saudáveis. Nossas escolhas alimentares, a prática de exercícios e a utilização dos 8
remédios da natureza têm o poder de ativar genes bons e desativar genes que desencadeiam doenças.
Portanto, é isso que define nosso destino.

Além disso, estudos que analisam a ocorrência de doenças autoimunes em diferentes populações e
imigrantes mostram uma grande influência de fatores ambientais (1). Eles percebem que crianças que
se mudam para outros países aumentam ou reduzem as taxas de desenvolvimento dessas doenças
conforme seu novo ambiente, independentemente do risco apresentado em seu país de origem e no
histórico familiar.

Outros estudos que reforçam a importância do estilo de vida revelam que a falta de vitamina D é um
dos fatores que contribui para o desenvolvimento de doenças autoimunes (2). Também existem pes-
quisas que relacionam as reações autoimunes à migração de uma bactéria que vive no intestino, a
Enterococcus gallinarum, para outros órgãos do corpo (3).

Mais uma vez, as pesquisas mostram que fatores ambientais que estão sob nosso controle podem
contribuir para o desenvolvimento de uma doença autoimune ou para evitá-la. Essa é uma excelente
notícia, visto que não temos influência nenhuma sobre a genética, mas podemos modificar nossos
hábitos para evitá-las e tratá-las.

Como é feito o tratamento de uma doença autoimune?

O tratamento para doenças autoimunes é complexo. Embora existam remédios para combatê-las, isso
geralmente traz um resultado negativo para a saúde. Afinal, o papel desses medicamentos é suprimir
a ação do sistema imunológico, ou seja, silenciar as células de defesa.

Embora essa abordagem proporcione um certo alívio dos sintomas dessas doenças, ela coloca o or-
ganismo em risco. Os medicamentos não conseguem inibir a ação dos anticorpos apenas sobre os
tecidos do corpo. Eles deixam de reconhecer e atacar também os perigos reais que afetam a nossa
saúde.

Portanto, os vírus e bactérias também terão mais acesso ao organismo, podendo provocar uma série
de doenças e até mesmo levar a pessoa à morte.

Além disso, os próprios medicamentos causam uma série de efeitos adversos ao organismo. Usuários
frequentes de substâncias como corticosteroides, por exemplo, conhecem os efeitos do uso prolon-
gado. Piora nos quadros de hipertensão arterial, diabetes, úlceras pépticas, osteoporose e insuficiência
cardíaca estão entre eles.

Poderíamos citar os outros medicamentos utilizados e seus efeitos adversos. Porém, a grande questão
é: a menos que as causas do problema sejam eliminadas, esses recursos conseguirão apenas minimi-
zar os sintomas, mas haverá uma progressão da doença.

Por isso, tanto pensando na prevenção quanto no tratamento, é essencial mudar o estilo de vida. Em
diversos casos, terapias complementares podem ser indicadas, como geoterapia, hidroterapia, masso-
terapia com óleos essenciais analgésicos e exercício físico realizado de acordo com a prescrição mé-
dica e sob a orientação de um educador físico são importantes aliados na restauração da saúde e
promoção do bem-estar.

Doença autoimune é uma condição que ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos
saudáveis do corpo por engano. Ou seja, as células acabam agindo contra o próprio organismo.

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DOENÇAS AUTOIMUNES

Tipos

Existem mais de 80 tipos diferentes de doenças autoimunes. As mais conhecidas são:

Lúpus

Vitiligo

Diabetes do tipo 1

Esclerose múltipla

Doença de Graves

Hepatite autoimune

Doença de Chron

Psoríase

Tireoide de Hashimoto

Doença celíaca

Artrite reativa

Anemia perniciosa.

Causas

Normalmente, os glóbulos brancos (leucócitos), produzidos na medula óssea e encontrados no sangue,


ajudam a proteger o corpo contra agentes invasores e nocivos, conhecidos como antígenos. São exem-
plos de antígenos os vírus, bactérias, toxinas, células cancerígenas, entre outros.

Os leucócitos são parte fundamental do sistema imunológico, cuja principal função é produzir anticor-
pos que mantenham o corpo humano protegido da ação desses antígenos, destruindo-os.

No caso das doenças autoimunes, o sistema imunológico não consegue distinguir os antígenos dos
tecidos saudáveis do corpo e acaba atacando e destruindo as células normais do organismo.

As causas das doenças autoimunes ainda não são desconhecidas. A teoria mais aceita é que fatores
externos estejam envolvidos na ocorrência dessa condição, principalmente quando há predisposição
genética e o uso de alguns medicamentos.

Diagnóstico de Doença auto-imune

O médico iniciará o processo de diagnóstico por meio de um exame físico e de uma série de perguntas
sobre histórico médico e familiar. Depois, solicitará a realização de alguns exames. Estes variam de
doença para doença, dependendo da causa específica.

Tratamento de Doença auto-imune

O tratamento varia de acordo com o tipo de doença autoimune que o paciente tenha. O objetivo das
terapias, no entanto, possui três objetivos distintos:

Reduzir os sintomas

Controlar o processo autoimune

Retomar o funcionamento normal do sistema imunológico, mantendo a capacidade natural do corpo de


combater os antígenos.

Medicamentos para Doença auto-imune

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DOENÇAS AUTOIMUNES

Os medicamentos mais usados para o tratamento de algumas doenças autoimunes são:

Meticorten

Prednisona

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a
dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e
NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se
tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na
bula.

Complicações possíveis

Uma doença autoimune pode causar complicações graves, como:

Destruição de um ou mais tipos de tecidos do corpo

Crescimento anormal de um órgão

Alterações na função de um órgão

Uma doença autoimune pode, também, afetar um ou mais órgãos ou tipos de tecido, principalmente:

Vasos sanguíneos

Tecidos conjuntivos

Glândulas endócrinas, como a tireoide e o pâncreas

Articulações

Músculos

Glóbulos vermelhos

Pele

Doença auto-imune tem cura?

O resultado do tratamento depende da doença. A maioria das doenças autoimunes são crônicas, mas
muitas podem ser controladas com tratamento. Os sintomas das doenças autoimunes podem aparecer
e desaparecer continuamente.

Prevenção

Não existe uma forma conhecida de prevenir o surgimento de uma doença autoimune. Por isso, é
importante realizar consultas e exames de rotina para identificar qualquer alteração no corpo.

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FISIOLOGIA HUMANA

Fisiologia Humana

A fisiologia é o ramo da biologia que estuda o funcionamento dos organismos vivos.

A palavra fisiologia é de origem grega e deriva de physis “natureza” e logos “estudo, conhecimento”.

A fisiologia envolve a compreensão das funções de células, tecidos, órgãos e sistemas de organismo,
bem como a interação entre eles e a importância para a sobrevivência.

Para isso, a fisiologia trata do estudo das múltiplas funções químicas, físicas e biológicas que garantem
o adequado funcionamento dos organismos.

A compreensão do funcionamento dos organismos vivos sempre despertou a curiosidade e interesse


dos cientistas. Os primeiros estudos sobre fisiologia foram desenvolvidos na grécia, há 2.500 anos
atrás.

A fisiologia pode ser classificada conforme o seu objeto de estudo. A fisiologia animal estuda o funcio-
namento dos organismos animais. Nessa área encontra-se a fisiologia humana, voltada aos seres hu-
manos.

Enquanto isso, a fisiologia vegetal se concentra nos vegetais. Assim, é considerada como um ramo
da botânica que estuda os processos que ocorrem em plantas e de suas respostas às variações do
meio ambiente.

Fisiologia Humana

O organismo humano é constituído de diversas partes, que em conjunto garantem o seu funcionamento
adequado.

O nível de organização do organismo humano é o seguinte: moléculas - células - tecidos - órgãos -


sistemas - organismo. Todos os níveis trabalham de modo integrado, através de variadas e numerosas
reações químicas.

No estudo da fisiologia humana, deve-se reconhecer o nível de organização do organismo:

As moléculas são fundamentais para que ocorram as reações químicas e atuam em nível celular;

A célula é a menor unidade estrutural e funcional;

Os tecidos são grupos de células semelhantes que realizam uma função particular;

Quando diferentes tipos de tecidos estão unidos, formam os órgãos com funções específicas e, geral-
mente com uma forma reconhecível;

Um sistema consiste de órgãos relacionados que desempenham uma função comum;

Todos os sistemas funcionando de modo integrado compõem o organismo, um indivíduo.

Homeostase

A homeostase é intimamente relacionada com a fisiologia. É definida como a capacidade do organismo


em manter o seu ambiente interno em condição estável, tanto em ritmo, como em composição química.

A homeostase garante um estado de independência relativa do organismo em relação às oscilações


do ambiente externo. Com isso, o organismo pode realizar suas funções celulares, teciduais e dos
sistemas, no momento, local, intensidade e duração adequados.

Um exemplo de homeostase no organismo humano é o controle da temperatura corporal. Em condições


normais, a temperatura é por volta de 37º c, garantindo que as funções do organismo ocorram normal-
mente.

Porém, um aumento da temperatura pode provocar alterações no funcionamento de algumas atividades


metabólicas. Assim, o corpo produz suor na tentativa de resfriar e retornar a temperatura adequada.

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FISIOLOGIA HUMANA

A fisiologia humana é uma ciência que estuda todos os processos que ocorrem dentro o organismo dos
seres humanos. Fisiologia e anatomia são conceitos que se completam: enquanto a primeira estuda
dos processos que ocorrem dentro do organismo, a anatomia analisa e estuda as formas que o corpo
possui e quais as funções das estruturas do corpo. Ao estudar a fisiologia e anatomia humana, o estu-
dioso pode entender como o complexo sistema, que é o corpo humano, funciona.

Entender a fisiologia humana é entender os processos que acontecem e como eles influenciam no
funcionamento dos demais sistemas e processos. Tudo precisa acontecer de forma sincronizada e isso
pode fazer a diferença para que a saúde deste ser humano esteja em perfeitas condições. Para enten-
der como cada sistema funciona é preciso saber um pouco mais sobre suas estruturas. Saiba agora as
principais informações sobre cada função fisiológica do ser humano.

Circulação

Antes de falar sobre a circulação é preciso esclarecer uma coisa: tudo está interligado no corpo hu-
mano. Um sistema depende do outro e vice-versa. O sistema circulatório, comandado pelo coração, é
uma grande estrutura formada pelos vasos sanguíneos e pelo sangue, que é o líquido que circula nes-
tes vasos. O sangue é responsável pelo transporte de oxigênio e centenas de outras substâncias es-
senciais para que as células de outros sistemas consigam executar suas funções corretamente. Estima-
se que aproximadamente sete por cento do peso de um ser humano médio seja constituído de sangue.

Respiração

Aqui temos o primeiro exemplo que interdependência entre os sistemas fisiológicos do corpo humano.
O sistema respiratório, comandado pelos pulmões, é responsável por fazer a troca de gás carbônico
por oxigênio em nosso organismo. O oxigênio entra pelas narinas e percorre um longo caminho até os
pulmões. O gás carbônico gerado através de diversas reações químicasno organismo é liberado para
o ambiente pelas vias aéreas. É no pulmão que o sistema circulatório “coleta” o oxigênio e leva até o
restante do corpo.

Excreção

O sistema excretor possui como principais órgãos os rins. Eles são responsáveis por filtrar o sangue e
reter substâncias que foram descartadas pelos outros sistemas. Ao utilizar a água como principal meio
solúvel, os rins “fabricam” a urina, que é um líquido onde as substâncias renegadas estão para serem
descartadas. A bexiga é o órgão responsável por “estocar” a urina enquanto a pessoa não vai ao ba-
nheiro. Este órgão possui uma estrutura forte e uma grande capacidade, o que permite que um ser
humano consiga ficar mais de 30 horas se segurando e sem urinar.

Digestão

A digestão é o complexo processo que faz com que nosso organismo consiga absorver os nutrientes
que ingerimos por meio de nossa alimentação. Neste sistema os principais órgãos são: o estômago, os
intestinos (grosso e delgado), o pâncreas e a boca, que é o canal por onde os alimentos entram em
nosso organismo. O sistema digestivo é extremamente importante, pois sem ele não teríamos os nutri-
entes essenciais para sobreviver. Este é também um dos sistemas mais suscetíveis a infecções e com-
plicações, pois os alimentos que ingerimos nem sempre são os ideais.

Sistema Nervoso

Ao falar sobre fisiologia humana é impossível não citar o sistema nervoso. Ele é comandado pelo cé-
rebro, que é o principal órgão do corpo humano. O cérebro comanda todos os outros sistemas por meio

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FISIOLOGIA HUMANA

de impulsos nervosos enviados através da coluna vertebral e da espinha dorsal. Assim como qualquer
outro músculo, quanto mais o cérebro for exercitado, mais desenvolvido ele fica. Desta forma, qualquer
ser humano que deseje ter mais conhecimento precisa desenvolver seu cérebro por meio de atividades
específicas. Além de melhorar e desenvolver o cérebro, as demais funções do corpo são executadas
de forma melhor.

Outras Funções Fisiológicas

O corpo humano possui centenas de funções vitais. A fisiologia humana é extremamente complexa e
até hoje ainda não sabemos como todas as estruturas funcionam por completo. O sistema locomotor é
responsável por dar movimentos aos humanos. Ele é composto por vários músculos, ossos e ligamen-
tos que permitem que executemos centenas de movimentos para nos locomover. Já a pele é o maior
órgão humano e é responsável pelas primeiras defesas contra agentes externos. Além disso, a pele
contribui para a regulação da temperatura corporal e pela excreção de algumas substâncias por meio
das glândulas sudoríparas.

Como já foi dito, tudo ocorre em sincronia para que a maior dádiva que temos (a vida) seja possível.
Nós temos apenas o papel de cuidar para que nossa saúde seja boa o suficiente para manter tudo isso
funcionando.

Das milhares de doenças existentes no mundo, várias delas podem ser evitadas se cada indivíduo
conseguir se cuidar e cuidar do seu corpo. Desta forma, a fisiologia humana consegue se manter sem-
pre funcionando e em bom estado. O corpo humano é muito frágil, mas se você souber como “alimentá-
lo” poderá viver por muito tempo.

Antes de tudo, é preciso entender o que é fisiologia, apenas. A palavra possui origem grega, sendo a
junção de dois termos: physis (natureza) e logos (conhecimento, estudo). Logo, a fisiologia é o estudo
da natureza.

No caso da fisiologia humana, estuda-se o homem em todos os ângulos, especificamente as células,


os tecidos, os órgãos e os sistemas do organismo, interações que promovem e como funcionam para
que haja vida.

Curiosamente, a fisiologia humana é um assunto que sempre interessou o homem. Existem registros
que apontam que esse tema era estudado na antiguidade clássica por claudio galeno, um médico ro-
mano.

Galeno realizava experimentos em macacos, porque a dissecação humana não era lícita, e suas ano-
tações e pesquisas foram pioneiras nesse segmento, influenciando fortemente a medicina ocidental até
que estudos mais modernos fossem realizados.

Fisiologia humana: como o organismo é formado

De acordo a fisiologia humana, o organismo do homem é constituído de diferentes partes, que juntas
garantem seu correto funcionamento. Ao todo, são seis:

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Moléculas

As moléculas são consideradas estruturas fundamentais para que haja reações químicas e o orga-
nismo consiga se formar e desenvolver suas funções com excelência.

Células

As células são as menores unidades estruturais e funcionais de cada organismo.todo o corpo humano
é composto por elas, que desempenham funções diferentes.

Tecidos

Os tecidos se caracterizam por serem pequenos ou grandes agrupamentos de células que se asseme-
lham e se unem para realizar uma função específica para o corpo.

Órgãos

Os órgãos representam a união de diferentes tecidos, de maneira a formar estruturas que possuem
funções particulares e são facilmente reconhecidas, seja visivelmente ou por exames.

Sistema

O sistema ocorre quando órgãos relacionados e que desempenham papéis semelhantes se unem para
exercer uma função comum. Um ótimo exemplo disso é o sistema digestivo.

Organismo

O organismo nada mais é que a junção de todos os órgãos funcionando de maneira integrada, de modo
a formar um indivíduo/ser humano. Quando se fala em organismo, pensa-se sempre órgãos conecta-
dos, garantindo a vida.

Sistemas da Fisiologia Humana

Um dos principais temas estudados na fisiologia humana são os sistemas, porque eles realizam ativi-
dades vitais, ou seja, que proporcionam e garantem a vida. E quais seriam esses sistemas? Conheça
os principais, a seguir:

Sistema Digestivo

Trata-se do sistema que atua na digestão de alimentos, extraindo deles nutrientes essenciais para que
o organismo consiga funcionar plenamente. Esse sistema é composto por boca, faringe, esôfago, es-
tômago, intestinos delgado e grosso, reto e ânus [já falamos a respeito do sistema digestivo, aqui
no gestão educacional.

Sistema Respiratório

É composto por órgãos que realizam os processos de inspiração e expiração, assegurando o correto
fluxo de ar no organismo, o que garante o funcionamento.

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Esse sistema é composto por pulmões(protegidos pela caixa torácica) e vias respiratórias, contem-
plando cavidade nasal, boca, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares.

Sistema Cardiovascular

É formado por artérias, veias e vasos capilares, bem como coração. Também é chamado de sistema
circulatório, sendo responsável pela movimentação do sangue pelo corpo, de modo a transportar oxi-
gênio e nutrientes aos órgãos.

Sistema Nervoso

O sistema nervoso é composto por encéfalo e medula espinhal, nervos cranianos e raquidianos, tendo
como responsabilidade a captação, a interpretação e o encaminhamento aos órgãos de sinais/mensa-
gens, fazendo com que funcionem. É graças a esse sistema que podemos nos movimentar, por exem-
plo [já falamos a respeito do sistema nervoso, aqui no gestão educacional].

Sistema Endócrino

É o responsável por produzir hormônios que atuam na regulação do metabolismo, no desenvolvimento


corporal, na defesa do organismo, entre outros. O sistema endócrino é composto pela hipófise, tireoide
e glândulas sexuais, entre outras.

Sistema Sensorial

Consiste nos cinco sentidos do corpo: audição, visão, olfato, paladar e tato, possibilitando identificar
odores e sabores, bem como assimilar características visuais, auditivas e por tato.

Sistema Esquelético

Responsável por dar forma e sustentar todo o corpo, bem como proteger órgãos, além de desempenhar
papel representativo na movimentação, como andar e pegar algo com as mãos.

Sistema Muscular

Contribui para a sustentação e estabilização do corpo, inclusive para a movimentação e proteção dos
ossos. Paralelamente, atua na regulagem da temperatura corporal e no fluxo sanguíneo.

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DOSAGENS HORMONAIS

Dosagens Hormonais

O ciclo menstrual regular depende do equilíbrio entre hormônios femininos. O excesso ou a falta de um
hormônio pode causar infertilidade.

As dosagens hormonais de Estradiol (estrogênio), hormônio folículo estimulante (FSH), hormônio lutei-
nizante (LH), progesterona e prolactina permitem avaliar o funcionamento do sistema hormonal femi-
nino, sendo utilizadas não só como adjuvante no diagnóstico da infertilidade e também no acompanha-
mento dos tratamentos de reprodução assistida.

FSH – Hormônio folículo estimulante

É produzido pela glândula hipofisária. Sua dosagem está relacionada indiretamente à reserva folicular
ovariana, em relação à qualidade e quantidade de folículos que contém os oócitos (óvulos). Desta
forma, valores aumentados de FSH podem estar relacionados à insuficiência ovariana.

Estradiol

O Estradiol é produzido principalmente pelos ovários. Sua concentração no sangue varia de acordo
com o período menstrual em que a mulher está, por isso é de valia para acompanhar a evolução do
ciclo menstrual de cada mulher. É o principal hormônio responsável pelo desenvolvimento dos carac-
teres sexuais femininos e é fundamental que esteja em níveis adequados para proporcionar gravidez.
Na presença de cistos ovarianos e nos tumores produtores de estrogênio, os níveis costumam ser
elevados.

LH

O Hormônio Luteinizante (LH) é produzido na hipófise e é responsável por estimular a ovulação. Se a


concentração de LH no sangue for acima dos níveis normais, pode ocorrer falha na ovulação, levando
à infertilidade. Além de ser utilizado na investigação de infertilidade, os exames de FSH e de LH podem
ajudar a determinar motivos de irregularidade menstrual e de distúrbios hipofisários, assim como de
doenças que envolvam os ovários.

Progesterona

A progesterona é um hormônio produzido no ovário. É secretada para preparar o endométrio para


receber um possível embrião. Um nível adequado de progesterona confirma a ovulação. Esse exame
também pode ser usado para monitorar as pacientes que utilizam medicamentos para tratamento da
fertilidade.

Os hormônios têm um papel fundamental no corpo humano, em especial para a reprodução. Na mulher,
são os hormônios que controlam o ciclo menstrual, incluindo o crescimento dos folículos e a ovulação.
No homem, os hormônios são responsáveis pela produção dos espermatozoides. Dessa forma, distúr-
bios hormonais podem causar a infertilidade, problema grave que requer tratamento.

Algumas dosagens hormonais podem ser realizadas em homens e mulheres como parte da avaliação
da função reprodutiva. Se alguma oscilação for detectada, é importante fazer o tratamento adequado.
Esses níveis hormonais são medidos por meio da coleta de exames de sangue.

Alguns hormônios são fundamentais para a fertilidade e muitos deles são secretados e controlados
pela glândula hipófise, estrutura localizada no cérebro. Outros são secretados pelas próprias gônadas
(testículos e ovários). No caso do homem, o principal hormônio é a testosterona, responsável pelas
características masculinas e pela produção dos espermatozoides, gametas masculinos ejaculados du-
rante a relação sexual que precisam chegar ao óvulo para fecundá-lo. Já a mulher tem alguns hormô-
nios importantes, que controlam o ciclo menstrual e a preparação para uma possível gravidez. São eles
o hormônio folículo-estimulante (FSH), o hormônio luteinizante (LH), os estrógenos (em especial o es-
tradiol) e a progesterona.

O homem também produz esses hormônios femininos e a mulher produz a testosterona, mas em quan-
tidades mais baixas.

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DOSAGENS HORMONAIS

Todos esses hormônios são produzidos pelo sistema endócrino do corpo humano, que é formado por
diversas glândulas, como hipófise, hipotálamo, ovários, pâncreas, suprarrenais, testículos e tireoide.

Indicações

As dosagens hormonais são indicadas para todos os casais que estejam com diagnóstico de infertili-
dade ou com dificuldades de engravidar já há algum tempo e precisem investigar as causas da condi-
ção.

Avaliação hormonal

Tanto o homem como a mulher podem fazer os exames de dosagens hormonais.

Como o corpo libera uma quantidade enorme de hormônios, muitas alterações podem representar dis-
túrbios hormonais, desde alterações do ciclo menstrual, mudança de apetite e peso corporal, fadiga,
disfunção erétil, até distúrbios do sono e humor.

Avaliação hormonal feminina

De forma simplificada, os principais hormônios implicados com o ciclo menstrual e ovulatório e, conse-
quentemente, com a fertilidade feminina são: FSH, LH, estradiol e progesterona. Além desses, é co-
mum também avaliar os hormônios da tireoide e a prolactina, pois, quando alterados, podem trazer
consequências à ovulação. O hormônio anti-mulleriano, produzido nas células da granulosa dos ová-
rios, é de grande utilidade para avaliar a reserva ovariana e também deve ser dosado, sempre que
possível.

O FSH ou hormônio folículo-estimulante é secretado pela hipófise e estimula a produção de estrogênios


nos ovários, tendo duas funções principais em diferentes momentos da vida da mulher. Inicialmente,
na puberdade, participa das mudanças no corpo feminino, dando-lhe suas características peculiares.
Já depois da puberdade, a principal função do hormônio é a de estimular o crescimento dos folículos
no momento correto do ciclo menstrual. Se os níveis de FSH estiverem mais altos do que o normal, a
reserva ovariana pode estar baixa. Por outro lado, níveis muito baixos de FSH podem ser indício de
distúrbio no hipotálamo e/ou na hipófise.

O LH ou hormônio luteinizante tem a principal função de promover o amadurecimento do folículo domi-


nante e assim provocar a ovulação. O LH é secretado pela hipófise e um distúrbio em sua produção
pode desencadear quadro de anovulação, impossibilitando a fecundação.

Já o estradiol, principal estrogênio, é produzido pelos ovários antes da ovulação e sua principal função
é preparar o endométrio para receber o embrião. Sua dosagem aumenta naturalmente ao longo do
crescimento dos folículos. Assim como ocorre com os níveis baixos de LH, uma deficiência na produção
de estradiol pode levar à anovulação.

O último hormônio fundamental para o corpo feminino e para a fertilidade é a progesterona, que também
é responsável pela preparação do endométrio para que o embrião possa se fixar. A tendência é que os
níveis de progesterona aumentem após a ovulação e reduzam caso não haja a fecundação. Se houver
a fecundação, a produção de progesterona se mantém para que a gestação se desenvolva.

Avaliação hormonal no homem

A testosterona é o principal hormônio masculino. Ela dá ao homem suas características masculinas e


também estimula a produção de espermatozoides pelos testículos. Dessa forma, ela é a principal res-
ponsável pela fertilidade do homem.

Se ela não estiver em sua dosagem adequada no sangue, pode gerar uma série de efeitos, como perda
da libido e de massa muscular e óssea, dificuldade de ereção, fadiga, distúrbios de humor, memória e
sono e, finalmente, infertilidade.

Nesses casos, é importante procurar um médico, fazer os exames e dar início ao tratamento o quanto
antes.

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DOSAGENS HORMONAIS

Os hormônios feminino definem o correto funcionamento do ciclo menstrual e por consequência são
fundamentais para a ovulação, que é o primeiro passo para a concepção. O equilíbrio hormonal é fun-
damental em cada uma das fases do ciclo.

Existem algumas condições biológicas essenciais para que a mulher possa engravidar:

As tubas uterinas devem estar com sua função preservada;

A ovulação deve estar ajustada;

A produção hormonal deve estar sincronizada;

O parceiro deve ter um sêmen com uma qualidade adequada.

Não menos importante, para que a implantação aconteça corretamente, o endométrio deve estar pre-
parado para acolher o embrião. Já com relação ao desenvolvimento do embrião, é necessário que a
interação entre ele e o endométrio seja harmônica.

As oscilações hormonais prejudicam a ovulação, podendo até impedi-la. Isso dificulta e pode até invia-
bilizar a gravidez.

Com o avanço da idade da mulher ocorre a diminuição da reserva ovariana, alterações hormonais
podem ocorrer também. Após o início da menstruação (mais precisamente entre o segundo e o quinto
dia do ciclo menstrual), são solicitados exames dos hormônios FSH, LH e estradiol, que revelam a
presença de possíveis alterações na produção desses hormônios, assim como a reserva ovariana da
paciente.

A avaliação hormonal, portanto, revela distúrbios hormonais, auxilia no tratamento da infertilidade e


pode influenciar na decisão pelo melhor tratamento a ser realizado para determinada paciente.

Avaliação hormonal feminina

Alguns hormônios devem ser dosados no sangue para identificar uma possível causa de infertilidade e
outros são dosados para se avaliar as condições, antes de se iniciar um tratamento.

É fundamental a dosagem dos hormônios Prolactina, TSH e T4. Quando alterados, eles podem interferir
na chance de gravidez e ser a causa da infertilidade. Com o diagnóstico adequado, é possível se fazer
um tratamento correto com ótimas chances de gravidez.

A dosagem do FSH junto com a dosagem do Estradiol, realizada no 2 o ou 3o dia do ciclo menstrual,
permite a avaliação da reserva folicular. O mesmo resultado pode ser obtido com a dosagem do Hor-
mônio anti-Mulleriano. Esse último tem a vantagem de poder ser dosado em qualquer momento e tem
uma acurácia melhor.

Esses hormônios são dosados para se avaliar a reserva folicular e com isso, a permitem predizer a
possibilidade dos ovários em responder à estimulação ovariana com hormônios, durante um trata-
mento, seja para indução da ovulação para coito programado, seja para inseminação intrauterina, seja
para FIV/ICSI.

Quando a reserva folicular é boa, maior a quantidade de folículos irá responder ao estimulo ovariano e
mais óvulos serão obtidos. Quando a reserva é reduzida, menos óvulos serão obtidos e mais hormônio
será necessário para a estimulação ovariana.

A dosagem de progesterona deve ser feita entre o 21o e 22o dias do ciclo, e serve para se identificar se
houve ou não ovulação nesse ciclo menstrual.

Exames masculinos

Os homens não costumam fazer exames hormonais de rotina. Eles devem ser realizados em casos
de: alterações na produção de espermatozoides, identificados com a realização de pelo menos 2 es-
permogramas em momentos distintos; pacientes com sinais clínicos de deficiência hormonal.

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DOSAGENS HORMONAIS

O principal hormônio masculino é a testosterona, que é o responsável não somente por conservar a
massa muscular como também por outros aspectos da masculinidade, como libido, pelos, humor e
formação de ossos saudáveis. Portanto, é fundamental uma adequada avaliação do homem, para a
adequada investigação e realização de exames quando indicado.

Exames e Diagnósticos

Na primeira consulta, além de todo o esclarecimento que o especialista irá fornecer, é necessário um
exame físico inicial e análise dos resultados obtidos em exames de rotina ginecológicos e urológicos.
Confira os exames solicitados pelo médico e que são muito importantes no diagnóstico e tratamento
corretos:

Exames de rotina pré-concepcionais:

Tipagem sanguínea, exames para detectar possíveis doenças infecciosas como sífilis, hepatites B e C,
por exemplo, e também presença de vírus como citomegalovírus, HTLV, HIV, além de exames para
detectar rubéola ou toxoplasmose.

Exames masculinos:

Espermograma: é a principal fonte de informações sobre a possível infertilidade masculina. Esse exame
traz dados sobre a produção e características dos espermatozóides. É avaliado principalmente con-
centração, motilidade e estudo das formas dos espermatozóides.

Avaliação hormonal: esse exame tem como objetivo avaliar a capacidade de produção de hormônios
que agem sobre o testículo e que estimulam a produção de espermatozóides.

Outros testes: testes genéticos (cariótipo, teste para deleção do cromossomo Y e fibrose cística), pes-
quisa de fragmentação do DNA do espermatozóide, avaliação ultrassonográfica, doppler escrotal, ava-
liação imunológica.

Exames femininos:

História menstrual: a menstruação em mulheres que ovulam normalmente geralmente é regular, previ-
sível, consistente em volume e duração do sangramento e tipicamente acompanhada com sintomas
padrões reconhecíveis pré-menstruais e menstruais.

Dosagens hormonais: as taxas de vários hormônios são analisadas pelo exame de sangue; os níveis
hormonais do sangue que estimulam o desenvolvimento do óvulo predizem a quantidade e qualidade
dos óvulos. Consistem na medida do FSH (hormônio folículo estimulante), LH (hormônio luteinizante)
e estradiol medidos no terceiro dia do ciclo. Os resultados podem ajudar a predizer a chance da paci-
ente em conceber, determinar a dose de medicamentos estimuladores da ovulação que deverá ser
empregada, além de fornecer algumas outras características. A dosagem da prolactina e TSH (hormô-
nio tireo estimulante) pode nos ajudar especialmente nas mulheres que apresentam ciclos irregulares.
Resultados alterados podem afetar o tratamento e a gravidez.

Ultra-sonografia pélvica: realizada por via transvaginal é fundamental para detectar causas da infertili-
dade, acompanhar o tratamento ou definir o período fértil da mulher.

Histerossalpingografia – HSG: é um exame radiológico que avalia as condições dos órgãos genitais
internos, sendo principalmente avaliada a permeabilidade das tubas uterinas. A HSG não define alte-
rações tubárias mais leves que não alterem a permeabilidade tubária.

Vídeo-histeroscopia: é um exame de imagem da cavidade uterina, obtida por uma fibra ótica. Pode ser
o primeiro passo para um procedimento cirúrgico para corrigir alterações e sanar doenças como mio-
mas e pólipos.

Vídeo-laparoscopia: é um exame de imagem da cavidade abdominal no qual a fibra ótica é introduzida


por pequenas incisões na parede abdominal, por isso exige anestesia geral e ambiente hospitalar. É
considerado o melhor exame para diagnóstico das lesões das tubas e endometriose. Aderências ou
endometriose, se presentes, podem ser tratadas durante o mesmo procedimento.

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DOSAGENS HORMONAIS

Cada hormônio tem uma função específica, no entanto, eles podem trabalhar em conjunto para causar
algum tipo de reação. Quando tomamos um susto, por exemplo, dois hormônios entram em cena: a
adrenalina e a noradrenalina, que são responsáveis por acelerar o ritmo cardíaco, a respiração e pre-
parar o corpo para reagir a uma determinada situação de risco.

Portanto, não há como manter o funcionamento do organismo sem os hormônios. Eles irão transportar
informações para as mais diversas células do corpo, além de regular muitas funções vitais. Sendo
assim, é importante verificar como está os níveis dessas substâncias, com exames hormonais, também
chamados de exames endócrinos, em especial, quando alguma coisa em nosso corpo não vai bem.

Principais hormônios do corpo humano

Os hormônios são lançados na corrente sanguínea e se comportam como sinalizadores químicos. Al-
gumas dessas substâncias podem ser produzidas em locais próximos de onde atuam; outros precisam
percorrer um longo caminho para alcançar o órgão específico.

No corpo humano, existem uma grande quantidade de hormônios, com diferentes funções. Entre os
principais, destacam-se:

Testosterona: produzido nos testículos e ovários, tem como principal função desenvolver as caracte-
rísticas masculinas nos homens e mulheres (nelas em menor presença). Também atua no desenvolvi-
mento de pelos, músculos e na voz grossa.

Estrógeno: produzido pelo ovário, é o hormônio responsável pelo desenvolvimento das características
sexuais nas mulheres, como crescimento de seios.

Progesterona. hormônio feminino produzido no corpo lúteo, tem como função promover a manutenção
das células de revestimento uterino e produção de leite na glândula mamária.

GH ou Hormônio do crescimento: presente em homens em mulheres, é uma substância produzida pela


glândula adenoipófise, para estimular o crescimento do corpo.

Insulina: produzida no pâncreas, a insulina é responsável pela redução da taxa de glicose no sangue
(glicemia).

T3 e T4: hormônios produzidos na tireoide, atuam no controle do metabolismo e controla a perda de


cálcio nos ossos.

Cortisol: produzido nas glândulas suprarrenais, tem como principal função controlar o estresse, reduzir
inflamações, contribuir para o funcionamento do sistema imunológico e manter os níveis de açúcar
estáveis, contribuindo para o controle da pressão arterial.

As alterações hormonais podem provocar inúmeros sintomas no corpo humano, como a perda ou ga-
nho de peso não intencional, alteração no colesterol, mudanças de comportamento, inibição de cresci-
mento, diminuição da libido e perda de memória. Essas alterações podem variar conforme o tipo de
desequilíbrio hormonal, por esse motivo, os exames hormonais devem ser realizados periodicamente,
de acordo com a recomendação médica.

Exames hormonais e o diagnóstico precoce de doenças

Os exames hormonais são realizados com mais frequência nas mulheres, pois os hormônios controlam
os sintomas da TPM, menstruação e a chegada da menopausa. Por isso, é muito mais comum que as
mulheres mantenham o check-up hormonal em dia, visto que a análise pode ajudar na prescrição de
anticoncepcionais, bem como nos testes de gravidez.

No entanto, os homens também devem se preocupar com os exames de rotina e ter atenção quanto
aos níveis hormonais, ou presença de desequilíbrio. A dosagem de testosterona, por exemplo, pode
afetar o crescimento muscular, as características biológicas dos homens e influenciar o humor. Além
disso, homens com dificuldades de ereção e alterações nos espermatozoides podem estar com pro-
blemas relacionados à testosterona.

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DOSAGENS HORMONAIS

A andropausa (a menopausa nos homens) também precisa de cuidados hormonais, pois, em alguns
casos, é necessário realizar a reposição de hormônios, ou algum outro tratamento, para diminuir os
sintomas. A dosagem de PSA também deve ser observada durante os exames hormonais nos ho-
mens.

O PSA não é um hormônio, mas sim, uma proteína; porém, é possível detectar as dosagens e os níveis
da substância. Em casos de alteração do PSA, é possível perceber influência direta no sistema hormo-
nal masculino, com desregulagem da testosterona.

Procedimentos simples, como exames de sangue, podem detectar uma série de alterações hormonais.
A dosagem de hormônios da glândula tireoide (T3 e T4) pode diagnosticar casos de hipertireoidismo e
hipotireodismo. Nesses casos, os principais sintomas são cansaço excessivo, sonolência, dificuldade
para perda ou ganho de peso, alterações de humor e raciocínio lento.

A disfunção na tireoide também influencia nas características fisiológicas. Pessoas com hipotireoi-
dismo tendem a ter mais dificuldade de perder peso, apresentando ganhos não intencionais. No hiper-
tireoidismo, a perda de peso é aparente.

Exames endócrinos relacionados à tireoide também ajudam no diagnóstico precoce de câncer. Alguns
nódulos podem se formar na glândula e, nem sempre, apresentam sintomas perceptíveis. Por isso, é
importante investigar como anda o funcionamento hormonal, especialmente, em pessoas que já fazem
tratamento para hipotireoidismo ou hipertireoidismo.

De acordo com pesquisas realizadas no Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, o de-


sequilíbrio hormonal pode causar doenças psicológicas, como é a depressão. Isso ocorre porque al-
guns hormônios, quando desregulados, podem dificultar a comunicação cerebral, além de interferir na
ação da serotonina, o neurotransmissor relacionado à sensação de bem-estar e felicidade.

A alteração de hormônios também pode causar mudanças na aparência. O aumento na quantidade de


espinhas, acnes e cravos pode estar relacionado a um desequilíbrio hormonal. As mulheres, na época
da TPM, conseguem observar esses sintomas: em geral, a pele e os cabelos ficam mais oleosos, bem
como a retenção de líquido, causando inchaço no corpo.

Tratamentos para Desequilíbrio Hormonal

Os distúrbios hormonais são tratados de acordo com o tipo de disfunção. Sendo assim, é preciso rea-
lizar os exames hormonais, conforme recomendação médica, antes de dar início a qualquer tipo de
tratamento. Em geral, pode-se recorrer ao uso de medicamentos ou reposição hormonal (principal-
mente, na menopausa e andropausa).

O estilo de vida também influencia no equilíbrio hormonal. Manter uma dieta saudável e praticar exer-
cícios físicos regularmente, bem como evitar o uso de drogas, álcool e tabagismo são fatores que con-
tribuem positivamente para a manutenção dos níveis aceitáveis de hormônios para regular o organismo.

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IMUNOENSAIOS ENSAIOS CONJUGADOS

Imunoensaios: Ensaios Conjugados

Radioimunoensaio: um dos métodos mais sensíveis para análise quantitativa das reações antígeno-
anticorpo. Tem como princípio: a quantidade de reagente marcado (ag ou ac) quantifica o ag ou ac
não marcado na amostra. Pode ser competitivo ou por excesso de reagente.

Radioimunoensaio de fase sólida: um dos reagentes é imobilizado nas cavidades de placas plásticas
de micro titulação; as placas são sensibilizadas com antígeno ou anticorpo.

Radioimunoensaio direto de competição com antígeno marcado: uma quantidade fixa e limitada de
anticorpo é ligada a um suporte sólido; adiciona-se uma quantidade fixa e pequena de antígeno mar-
cado, misturada com a amostra em teste ou com as soluções padrão que contém concentrações co-
nhecidas de um antígeno não marcado. Após um período de incubação remove-se o antígeno não
ligado e faz-se a medida da radioatividade da fase sólida.

Radioimunoensaio de competição com anticorpo marcado: uma quantidade fica do antígeno é imobili-
zada em um suporte sólido. Adiciona-se uma quantidade fixa de anticorpo marcado específico, mistu-
rada com a amostra em teste ou uma série de soluções padrão com concentrações variadas do antí-
geno solúvel. Após um período de incubação o anticorpo marcado que não se ligou a fase sólida e o
antígeno solúvel é removido por lavagem e faz-se a medida da radioatividade da fase sólida.

Ensaio imunorradiométrico: anticorpos monoespecíficos marcados são utilizados para quantificar o


antígeno. Excesso de anticorpo na fase sólida. Dois sítios de anticorpo. Autorradiografia: utiliza emul-
são radiossensível para registrar a distribuição espacial de isótopos radioativos em determinado te-
cido, célula, organela ou molécula, podendo localizar substancias, estruturas ou processos biológicos.

- autoradiografia: utiliza emulsão radio-sensível para registrar a distribuição de isótopos radioativos


em determinado,tecido, célula, organela ou molécula. Técnicas: immunoblotting, dot-blot, precipitados
em gel, imunodifusão, imunoeletroforese e imunofixação. Três etapas: 1. Aplicação da emulsão 2. Ex-
posição 3. Revelação. Emulsão preparada com haletos de prata = brometos, cloretos, haletos. E ex-
posição capta o decaimento dessas substâncias.

- imunofluorescência: baseia-se na capacidade das moléculas de anticorpo se ligar covalentemente a


fluorocromos sem perder sua reatividade específica com o antígeno.

A marcação do anticorpo pelo florocromo resulta em conjugado especifico em que se deve determinar
a concentração da γ-globulina, relação fluoresceína/proteína e o título para determinação de atividade
imunológica.

Obs.: ac marcado deve ser purificado, para aumentar eficiência e evitar colorações não específicas.

Teste de imunofluorescência direta: empregado na pesquisa e localização de ag em células ou teci-


dos (por intermédio de um ac específico marcado). Ac não ligado é removido por lavagens. O prepa-
rado observado em microscópio de fluorescência. Teste de elevada sensibilidade e especificidade,
mas requer um conjugado para cada sistema. Principal aplicação: imunocitoquímica, pesquisa de
clamydia trachomatis, treponema pallidum, estreptococos β-hemolíticos, etc).

Teste de imunofluorescência indireta: empregado para amplificar o sinal e aumentar a sensibilidade.

Para pesquisa de ag: incubação da célula ou tecido em que se queira pesquisar ag com o ac especí-
fico, após lavagem, a preparação é incubada com conjugado antiimunoglobulina produzida em outra
espécie animal.

Para pesquisa de ac: ag padronizados são fixados em lâminas de vidro. Soro do paciente é diluído e
incubado com ag. Após lavagem, a preparação é incubada com conjugado fluorescente (anti-ig mar-
cada, se houver ac no soro o conjugado reage com ac específico para o ag). Pode-se detectar ig de
determinadas classes e subclasses.

Para pesquisa de igm, pode haver falso positivo, pois o fator reumatóide é igm e utiliza anti-igm –
quando a igg se liga ao ag, expõe novos sítios na porção fc, aos quais igm se liga – é necessário ab-
sorção ou separação do fator reumatóide. Teste de referência de muitas doenças.

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IMUNOENSAIOS ENSAIOS CONJUGADOS

Sistema avidinabiotina: técnica de amplificação. Avidina (glicoproteína derivada da albumina) possui


alta afinidade por biotina (vitamina do complexo b). Biotina contém domínio ativo que se liga a amino-
ácidos, portanto se ligar a ac. Avidina pode ser satura com fluoresceína sem perder a afinidade pela
biotina. Após reação ag-ac não marcado, biotina marcada com segundo ac é adicionada (como mui-
tas moléculas de biotina se liga ao ac, há amplificação do sinal) e em seguida adicionado a avidina
marvada com fluoresceína.

- microscopia imunoeletrônica: identificação de ac e ag a nível ultraestrutural. Bastante similar à imu-


nofluorescência. Pode-se utilizar controles positivos e negativos – por ser uma técnica que pode per-
der sensibilidade devido o processamento do material. Conjugado: moléculas elétron-densas.

- imunoenzimáticos: baseadas na utilização de ag ou ac marcados com enzimas e permitem a detec-


ção, quantificação e titulação de substâncias.

- localização de componentes celulares.

- medidas de pequenas concentrações de ag, ac ou haptenos.

- detecção de imunoprecipitados.

Imunoperoxidase: emprega mesmo princípio da imunofluorescência, com a diferença de que utiliza


enzima em vez de fluorocromo. A enzima converte o cromógeno (substrato + doador de elétrons) em
produto insolúvel (pode ser colorido) que precipita no sítio de reação (sendo visualizado ao microscó-
pio óptico). Pode ser utilizada na pesquisa de ac, como na imunofluorescência indireta.

- enzimaimunoensaio: é um método quantitativo, em que a reação ag-ac é monitorada por medida da


atividade enzimática. Vantagens: elevada sensibilidade; utiliza reagentes estáveis; pode ser adaptado
a testes simples como a automação.

Homogêneo: não há necessidade de separação dos complexos ag-ac formados e dos não formados,
pois a interação ag-ac que modula a atividade da enzima. Utilizada para molécula menores.

Heterogêneo: há a necessidade de separação pois a atividade da enzima não é modulada pela inte-
ração ag-ac. Utilizada para moléculas maiores.

Requisitos para a enzima: alta atividade específica, produto da reação estável, fácil quantificação, fa-
cilmente obtida na sua forma pura, facilmente conjugada, sem perda da atividade, preço acessível. A
enzima mais utilizada é a peroxidase.

Obs.: quando o ag apresenta atividade de peroxidase, pode-se utilizar outro sistema, como fosfatase
alcalina.

Elisa (enzyme-linked immunosorbent assay): ensaio heterogênio princípio básico é a imobilização de


um dos reagentes na fase sólida, enquanto o outro reagente pode ser ligado a uma enzima, com pre-
servação tanto da atividade enzimática como da imunológica do ac. Após o desenvolvimento de cor,
a determinação pode ser feita visualmente para resultados qualitativos, ou medindo-se a densidade
óptica da solução, espectrofotometricamente.

Ensaio para anticorpos:

a) método indireto: placas plástica são sensibilizadas com ag, reage com ac da amostra. Conjugado
anti-ig humana reage com ac capturado. Reação é revelada com solução cromógena (reação é inter-
rompida e a intensidade de cor é estimada a olho nu ou fotometricamente). Vantagens: utiliza um
único conjugado para diferentes sistemas; determinação de ac de classes diferentes.

B) método de captura para anticorpo igm: fase sólida é sensibilizada com anti-igm específico para re-
gião fc. Soro teste é incubado, havendo a captura de qualquer igm da amostra. A seguir, incuba-se
com ag marcado ou não marcado, seguido de ac específico marcado. Detecção de igm pelo método
indireto pode haver resultado falso positivo devido à presença simultânea de ac igg e fator reumató-

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IMUNOENSAIOS ENSAIOS CONJUGADOS

ide, que pode reagir com conjugado anti-igm. Pode ocorrer, também, falso negativo se houver ex-
cesso de igg, que competirá pelos sítios de ligação com maior afinidade.

Ensaios para antígenos:

a) método de captura: fase sólida sensibilizada com anticorpo específico. Amostra teste incubada
com fase sólida. A seguir, incuba-se com excesso de ac específico marcado. Revela-se com adição
do substrato (taxa de degradação é proporcional à concentração do ag).

B) método de competição com antígeno marcado: placas sensibilizadas com ac específico. Incuba as
placas com conjugado ag-enzima e amostra (ou padrão). Após obtenção do equilíbrio, lava-se e in-
cuba com solução do substrato da enzima. Reação é interrompida e faz a leitura, espectrofométrica
(relação inversamente proporcional à concentração de ag).

C) método da competição com anticorpo marcado: ag é ligado à placa e a ligação do ac marcado é


competitivamente inibida pelo ag da amostra (ou padrão). Demais etapas semelhantes às método da
competição com anticorpo marcado e densidade óptica também é inversamente proporcional.

D) método da inibição para haptenos: placas sensibilizadas com haptenos. Incubadas com amostra
(pesquisa de haptenos) e ac contra hapteno. Após lavagem adiciona anti-ig marcada com enzima, ao
mesmo tempo executa um teste sem hapteno e a diferença da absorbância na amostra e na referên-
cia reflete o nível de hapteno.

Emit (enzyme-multiplied immunoassay): ensaio homogêneo. Ocorre inibição da atividade enzimática


após a ligação ag-ac.

Slfia (substrate-labeled fluorescent immunoassay): ensaio homogêneo. O sistema revelador é a fluo-


rescencia; quanto maior a fluorescência, mais hapteno havia na amostra.

- quimioluminescência: fenômeno em que se obtém energia luminosa a partir de uma reação química.
A energia química gerada como resultado da dissociação de ligações fracas produz compostos inter-
mediários em um estado eletronicamente excitado que, quando retornam ao estado de energia inicial,
emitem luz. Detecção antígeno-anticorpo utilizando enzima e uma molécula, que atuará como subs-
trato e emissor de luz. Muitas variações da técnica - luminol, acridina, indol.

- turbidimetria: método de medida da diminuição da intensidade da luz transmitida, em relação a inci-


dente, através de uma suspensão de partículas, devido à reflexão, absorção ou espalhamento. As lei-
turas são feitas em unidades de absorbância, que reflete a relação entre a luz incidente e a transmi-
tida. Duas leituras: uma antes de colocar o anticorpo, outra depois. Medida cinética: realizadas leitu-
ras constantes, durante a reação. Limitação da técnica: amostras turvas.

- nefelometria: método direto de medida do espalhamento, em um determinado ângulo, de uma luz


incidente por partículas em suspensão, sendo uma técnica sensível para quantificar as reações de
precipitação entre antígenos e anticorpos. A quantidade de complexo formado pela reação antígeno-
anticorpo, quando há uma concentração constante e em excesso de anticorpo, se vai adicionando an-
tígeno, depende diretamente da concentração do antígeno e é caracterizada por uma curva parabó-
lica.

Nefelometria de ponto final: leitura feita no platô da reação. Tempo de incubação: 10 minutos a uma
hora.

Nefelometria cinética: monitoramento contínuo da reação. Mais rápido: 10 segundos ou 2 minutos.

Nefelometria x turbidimetria: a nefelometria apresenta maior sensibilidade, enquanto a turbidimetria


apresenta maior precisão e reprodutibilidade.

- citometria de fluxo: técnica que permite medidas rápidas em partículas ou células enquanto elas
passam uma a uma através de um sensor, sendo as medidas realizadas em partícula de cada vez e
não como valores médios da população total. Analisa eletronicamente os sinais gerados pelas células

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em suspensão, quando elas são interceptadas por um feixe de luz que pode ser um laser ou uma
lâmpada de arco voltaico, que forneça comprimentos de onda específicos.

Exames Parasitológicos

A gota de sangue é colocada no centro de uma lâmina, coberta com uma lamínula e examinada ao
microscópio óptico imediatamente após. Poderão ser vistos parasitos vivos ou mortos.

Em Esfregaço

Pode ser de dois tipos: de gota espessa ou delgado. O primeiro tipo é muito utilizado em diagnósticos
epidemiológicos. É um método de enriquecimento, mas a identificação específica dos parasitos é difi-
cultada. Já o esfregaço delgado é utilizado para identificação da forma e da espécie de vários parasi-
tos. Ambas as técnicas serão descritas a seguir:

Esfregaço Delgado

- Colocar uma gota de sangue na extremidade direita de uma lâmina (Figura 02a);
- Pegar outra lâmina segurar por cima com a mão direita e, com uma inclinação de 45°, encostar adi-
ante da gota (Figura 02b);
- Deixar a gota se espalhar pela superfície de contato das duas lâminas;
- Puxar a gota espalhada até o final da lâmina (Figura 02c - d);
- Secar rapidamente;
- Fixar a lâmina em metanol e corar pelo Giemsa.

Esfregaço em Gota Espessa

- Colocar o sangue no centro da lâmina;


- Espalhar, com o auxílio de outra lâmina, o sangue sobre uma área de cerca de 1 cm2;
- Deixar secar;
- Corar pelo Giemsa;
- Exame parasitológico de fezes

O exame parasitológico de fezes (EPF) tem como objetivo diagnosticar parasitos intestinais por meio
da pesquisa das diferentes formas parasitárias que são eliminadas nas fezes.

Muitas vezes, o número de formas parasitárias eliminadas com as fezes é pequeno, havendo neces-
sidade de recorrer a processos de enriquecimento para concentrá-las.

Os principais métodos de enriquecimento são: sedimentação espontânea, sedimentação por centrifu-


gação, flutuação espontânea, centrífugo-flutuação e concentração de larvas de helmintos por migra-
ção ativa, em razão do hidrotropismo e termotropismo positivos.

Vamos às características dos dois principais princípios utilizados nos exames de fezes:

a) Técnicas de flutuação:

Princípio: baseia-se na diferença de densidade específica entre os ovos de helmintos, cistos de proto-
zoários e o material fecal, a fim de que esses organismos flutuem na superfície dos reagentes (rea-
gentes de alta densidade).

Vantagens: formação na superfície do tubo de uma membrana clara com poucos detritos fecais e a
remoção seletiva de ovos e cistos, mesmo quando em pequeno número no bolo fecal.

Desvantagens: alta densidade dos reagentes – alteração na parede dos ovos e dos cistos – dificul-
tando a identificação – exame dentro de 10 a 20 minutos.

Técnicas de flutuação mais usadas: solução saturada de NaCl (WILLIS); sulfato de zinco ( Faust).

b) Técnicas de sedimentação:

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Princípio: os organismos são sedimentados pela gravidade ou centrifugação. Apresenta uma ação
inversa à flutuação: os cistos, ovos e larvas são retidos no fundo do tubo, enquanto os detritos são
suspensos para a superfície, não interferindo no diagnóstico.

Objetivos: aumento do número de ovos operculados, larvas ou cistos, e a separação das gorduras da
maioria dos detritos.

Desvantagens: grande quantidade de detritos fecais no sedimento a identificação dos parasitas se


torna mais difícil do que por técnicas de flutuação.

Técnicas de sedimentação mais usadas:

- Lutz (água corrente);


- Hoffman, Pons & Janer (HPJ) (água corrente);
- Ritchie (formalina – éter);
- Blagg (mertiolato - iodo –formaldeído) (MIF).

Não existe um método capaz de diagnosticar ao mesmo tempo todas as formas parasitárias, por isso,
o ideal é que exista uma combinação entre técnicas de flutuação e sedimentação.

A seguir serão descritos os métodos mais utilizados na análise clínica. Em todos eles é necessário
percorrer todo o campo da seguinte forma:

Exame Direto a Fresco

- Identificar a lâmina com um lápis de cera;


- Colocar uma gota de salina no centro da metade esquerda da lâmina e uma gota de lugol na me-
tade direita da lâmina;
- Com o auxílio de um abaixador de língua ou um palito, peguei uma pequena porção da amostra e
misture com a gota de solução salina;
- Da mesma forma, misture uma porção de fezes com a solução de lugol;
- Coloque uma lamínula sobre cada uma das gotas, tomando o cuidado para não formar bolhas de ar
e examine ao microscópio.

Método de Sedimentação Espontânea

- Colocar aproximadamente 2 gramas de fezes em um frasco ou copo descartável com cerca de 5 ml


de água e homogeneizar bem com bastão de vidro ou palito descartável;
- Acrescentar mais 20 ml de água;
- Filtrar a suspensão em gaze cirúrgica dobrada quatro vezes em um cálice cônico;
- Completar o volume do cálice com água;
- Deixar essa suspensão em repouso por duas horas;
- Descartar o sobrenadante cuidadosamente, colocar mais água e deixar em repouso por mais 60 mi-
nutos;
- Repetir os dois procedimentos anteriores até que o material esteja límpido e bom para leitura;
- Para coletar o sedimento, desprezar o líquido sobrenadante, homogeneizar o sedimento e coletar
uma gota e colocar em uma lâmina;
- Cobrir com lamínula e examinar ao microscópio.

Método de Blagg ou MIFC ou sedimentação por centrifugação

- Coletar as fezes frescas em conservador MIF;


- Homogeneizar;
- Filtrar a suspensão em gaze dobrada em copo plástico descartável;
- Transferir 2 ml do filtrado para um tubo cônico de 15 ml;
- Acrescentar 5 ml de éter sulfúrico e agitar;
- Centrifugar por um minuto;
- Inverter o tubo para desprezar o líquido;
- Acrescentar ao tubo gotas de salina ou lugol;
- Inverter o tubo em uma lâmina;
- Cobrir com uma lamínula e examinar ao microscópio.

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Método de Willis

- Colocar 10 gramas de fezes em um frasco ou copo descartável;


- Diluir as fezes em solução saturada de açúcar ou sal;
- Completar o frasco com água;
- Colocar na boca do frasco uma lâmina que deverá estar em contato com o líquido;
- Deixar em repouso por cinco minutos;
- Retirar rapidamente a lâmina voltando para cima a parte molhada;
- Cobrir com lamínula e levar ao microscópio.

Método de Baermann Moraes

- Tomar 8 a 10 gramas de fezes;


- Colocar as fezes em gaze dobrada;
- Colocar o material sobre um funil de vidro contendo um tubo de borracha conectado à extremidade
inferior de sua haste;
- Fechar o tubo de borracha com uma pinça de Hoffman;
- Adicionar ao funil água aquecida a 45°C até cobrir o material fecal;
- Deixar em repouso por uma hora;
- Abrir a pinça dentro de um tubo de centrífuga, coletando cerca de 7 ml de líquido;
- Centrifugar;
- Coletar o sedimento e analisar ao microscópio.
Método de Kato-Katz

- Preparar uma solução de verde-malaquita de acordo com a seguinte fórmula: glicerina (100 ml),
água destilada (100 ml) e verde-malaquita 3% (1 ml);- Cortar papel celofane semipermeável em peda-
ços de 24 por 30 mm e deixá-los mergulhados na solução de verde-malaquita por pelo menos 24 ho-
ras;
- Colocar, sobre um papel higiênico, uma amostra das fezes a serem examinadas;
- Comprimir as fezes com um pedaço de tela metálica similar a de náilon;
- Retirar as fezes que passaram para a parte superior da tela e transferi-las, com auxílio de um palito,
para o orifício (6 mm de diâmetro) de um cartão retangular de plástico colocado sobre uma lâmina de
microscopia;
- Após encher completamente o orifício, retirar o cartão deixando as fezes sobre a lâmina de vidro;
- Cobrir as fezes com a lamínula de papel celofane, inverter a lâmina, sobre uma folha de papel ab-
sorvente, e comprimi-la;
- Aguardar de uma a duas horas e examinar ao microscópio, contando todos os ovos da preparação;
- O número de ovos encontrados no esfregaço fecal, multiplicado por 23, corresponderá ao número
de ovos por grama de fezes.

Método de Graham Ou Fita Adesiva

- A coleta poderá ser feita no laboratório ou instituir o paciente para que o faça em casa, de preferên-
cia;
- Ao despertar pela manhã, antes que o paciente faça higiene ou troque de roupas, fazer a coleta do
material;
- Fixar sobre uma lâmina limpa e desengordurada uma tira de fita durex um pouco menor que o com-
primento da lâmina. Nas extremidades colar duas tiras de papel, as quais servirão de suporte para
segurar e também para a identificação;
- No momento de usar, retirar cuidadosamente a fita da lâmina. Com a face adesiva voltada para fora,
colocar um tubo de ensaio (ou abaixador de língua) na face interna (sem cola), como suporte, segu-
rando nas tiras de papel;
- Afastar os glúteos do paciente e encostar rápida e firmemente a fita adesiva sobre o ânus;
- Após a coleta, colar novamente sobre a lâmina, procurando evitar a formação de bolhas de ar;
- Examinar ao microscópio com pequeno aumento, percorrendo todos os campos.
Identificação de proglotes de Taenia pelo método de ácido acético
- Colocar a(s) proglote(s) a ser(em) identificada(s) em pequeno recipiente contendo ácido acético gla-
cial;
- Decorridos pelo menos 15 minutos, retirá-la e comprimi-la entre duas lâminas;
- Examinar sob iluminação intensa (artificial);

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- Os caracteres do útero e suas ramificações permitirão distinguir se a proglote grávida em exame é


de T. solium ou T. saginata;
- É aconselhável utilizar lâminas largas para comprimir as proglotes como medida de cautela para
uma eventual contaminação do examinador, pelos ovos do parasita (principalmente em se tratando
da T. solium);
- O mecanismo de ação do ácido acético está baseado na dissolução de sais, calcários e carbonato
de cálcio que impregnam o corpo do parasita.
- Taenia saginata: proglotes grávidas: útero com ramificações laterais finas, dicotômicas e numero-
sas.
- Taenia solium: proglotes grávidas: útero com ramificações espessas, dendríticas e em pequena
quantidade.

Fungos, Vírus e Bactérias

Bactérias

As bactérias são organismos unicelulares, sendo em média dez vezes menores do que uma célula
eucarionte.

Costumam possuir uma parede celular rígida que envolve externamente a membrana plasmática,
constituída por uma trama de peptídeos (proteínas) interligados a polissacarídeos (açúcares). Essa
substância é responsável pela forma, proteção física e osmótica do organismo.

Algumas espécies de bactérias possuem uma cápsula uniforme, espessa e viscosa, atribuindo uma
proteção extra contra a penetração de vírus (bacteriófagos), resistência à ofensiva dos glóbulos bran-
cos (fagocitose), além de proporcionar adesão quando conjuntas em colônia.

Considerando o aspecto estrutural geral, uma bactéria é basicamente constituída por uma membrana
plasmática. Podendo essa invaginar, formando uma dobra (mesossomo) concentrada em enzimas
respiratórias.

Mergulhados no hialoplasma existem: um único filamento de DNA circular, contendo todas as infor-
mações (genes) necessárias ao funcionamento biológico bacteriano; vários ribossomos dispersos no
hialoplasma; e grãos de glicogênio, utilizados como reservatório de nutrientes.

O material genético localiza-se normalmente em uma região chamada de nucleoide, havendo, em al-
guns casos, moléculas menores de DNA (os plasmídeos), contendo genes que desempenham fun-
ções diversas, por exemplo: resistência a antibióticos e ação tóxica injetada em bactérias competido-
ras, induzindo a degradação (morte).

Fungos

Os fungos podem ser unicelulares ou pluricelulares, compostos por hifas, que nada mais são do que
filamentos de células que formam uma rede, chamada de micélio. Essa estrutura se estende até o ali-
mento, realizando a absorção de seus nutrientes.

Os fungos não possuem clorofila, como nas plantas, por isso não podem realizar fotossíntese, ou
seja, não são capazes de produzir o seu próprio alimento.

Eles soltam ao seu redor uma substância chamada exoenzima, que é praticamente igual à uma en-
zima digestiva.

Essas enzimas digerem moléculas orgânicas do ambiente, e então o fungo absorve o seu alimento
que foi digerido pelas exoenzimas. Os fungos terrestres podem se reproduzir sexuada e assexuada-
mente.

Vírus

Formados, principalmente, por proteínas e ácidos nucleicos, os vírus são acelulados e só têm condi-
ções de realizar suas atividades vitais quando estão no interior de outras células vivas. Assim, são
considerados parasitas intracelulares obrigatórios.

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Em razão dessas características peculiares, os vírus não são reconhecidos exatamente como seres
vivos. Entretanto, é consenso que são sistemas biológicos, por possuírem ácidos nucleicos em sua
constituição, além de sistemas de codificação genética.

O ácido nucleico pode ser tanto DNA quanto RNA, sendo que alguns poucos vírus podem possuir os
dois. Em relação à reprodução, o vírus costuma infectar a célula hospedeira ligando suas proteínas
virais à proteína receptora desta.

Assim, acontece a multiplicação do material genético e, utilizando os ribossomos, nucleotídeos, ami-


noácidos e mitocôndrias celulares, eles comandam a síntese de proteínas e ácidos nucleicos, utili-
zando a energia oriunda do metabolismo do hospedeiro.

Assim, dão origem a novos vírus que, exceto quando ocorrem mutações, são semelhantes entre si.
Esses poderão invadir outras células que, possivelmente, terão seu funcionamento prejudicado. As-
sim, um indivíduo com seu organismo infectado apresentará os sintomas típicos da doença viral que
contraiu.

Parasitas

O que são:

Os parasitas são seres vivos que retiram de outros organismos os recursos necessários para a sua
sobrevivência.

Informações sobre os parasitas (características principais eles são considerados agressores, pois
prejudicam o organismo hospedeiro através do parasitismo).

O parasita pode viver muitos anos em seu hospedeiro sem lhe causar grandes malefícios, ou seja,
sem prejudicar suas funções vitais.

Entretanto, alguns deles podem até levar o organismo à morte, neste caso, porém, o parasita sucum-
birá junto com seu hospedeiro, uma vez que, era através dele, que ele se beneficiava unilateralmente.

Dentre as diferentes espécies de parasitas, existem os parasitas facultativos, que são assim chama-
dos por não necessitarem unicamente de um hospedeiro para sobreviver.

Esta espécie é capaz de sobreviver tanto dentro (na forma parasita) quanto fora (vida livre) de outro
organismo vivo. É o caso das larvas de moscas que podem desenvolver-se tanto em feridas necrosa-
das (como parasitas) ou em matéria orgânica em estado de decomposição (como larvas de vida li-
vre).

O parasita é capaz de se reproduzir disseminando seus ovos, e estes, costumam infectar outros hos-
pedeiros, dos quais eles retirarão seus meios de sobrevivência através do parasitismo.

Transmissão de Parasitas

Eles podem ser transmitidos entre os seres humanos através do contato pessoal ou do uso de obje-
tos pessoais.

Podem também ser transmitidos através da água, alimentos, mãos sem a devida higienização, po-
eira, através do solo contaminado por larvas, por hospedeiros intermediários (moluscos) e por muitos
outros meios.

Os seres que parasitam o homem são divididos em cinco filos:

Protozoa: composto por seres unicelulares e microscópicos (ex: giárdia, trichomonas, etc).

Platyhelminthes: vermes de forma achatada (ex: taenia solium e saginata)

Nematoda: vermes de forma arredondada (ex: ascaris lumbricoides, causadora da ascaridíase).

Acantocephala: vermes de forma arredondada com pseudo-segmentação.

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Arthropoda: formado por insetos, ácaros em geral (ex: aracnídeos, insetos).

Curiosidade:

- A parasitologia é a ciência voltada para o estudo dos parasitas. Os cientistas que atuam nesta área
estudam o ciclo de vida dos parasitas, doenças transmitidas, formas de combate aos parasitas huma-
nos, genética e morfologia destes seres.

Análise Clínica

A análise clínica é o ramo de conhecimento que trabalha com o estudo de alguma substância de
forma a coletar dados e apontar diagnósticos a respeito da saúde do paciente.

Essas análises ocorrem a partir de um exame feito a pedido de um médico e são entregues em labo-
ratórios próprios para realização desses exames.

As análises podem ser realizadas por vários profissionais diferentes como: farmacêuticos, bioquími-
cos, médicos ou biomédicos, sendo que esses devem ter previamente o conhecimento necessário na
área de análise clínica e conforme as regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão fisca-
lizador.

A análise clínica, como já foi dito, é feita a partir de um exame pedido pelo médico. Essa análise
ajuda a diagnosticar algum dado ou característica que possa ajudar no diagnóstico de alguma ano-
malia ou problema de saúde.

O exame pode incluir, por exemplo, a coleta de materiais como urina, sangue, fezes ou outros, para
serem analisadas e servirem para construir dados. Como esse material pode variar de natureza e de
utilidade, os profissionais que irão analisá-lo também são variados.

Central de Material Esterilizado

A Central de Material Esterilizado acompanhou o desenvolvimento das instituições hospitalares e es-


tabelecimentos de saúde no Brasil.

As atividades básicas como limpeza, preparo e acondicionamento dos instrumentais cirúrgicos eram
realizadas na própria unidade de internação pela equipe de enfermagem.

A Central de Material Esterilizado realizava apenas o processo de esterilização dos artigos médico-
hospitalares.

A partir da década de 50 começaram a surgir as centrais de materiais parcialmente centralizadas, ou


seja, parte dos artigos médico-hospitalares era processada nas unidades de internação e a outra
parte já estava sendo processada na central.

Já nas últimas décadas, houve um avanço tecnológico e um grande desenvolvimento de técnicas e


procedimentos cirúrgicos.

Os artigos médico-hospitalares e os equipamentos utilizados nos procedimentos cirúrgicos e anesté-


sicos tornaram-se cada vez mais sofisticados e modernos, exigindo assim, uma qualificação dos pro-
cessos envolvidos na esterilização de materiais.

Os processos que antes eram realizados nas unidades de internação passaram a ser realizados na
Central de Materiais Esterilizados ainda pela equipe de enfermagem, porém com uma supervisão di-
reta do enfermeiro.

Definição

Silva (1998) definiu a Central de Material Esterilizado como uma unidade de apoio técnico a todas as
áreas assistenciais, responsável por tarefas como processamento, limpeza, preparo, esterilização,
estocagem e distribuição dos artigos a todas as unidades consumidoras.

Podemos ainda definir a Central de Material Esterilizado como uma unidade, um setor ou um serviço

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destinado à limpeza, ao acondicionamento, à esterilização, estocagem e distribuição de artigos mé-


dico-hospitalares.

Vantagens e Atividades

Existem diversas vantagens em manter a Central de Material Esterilizado em um local centralizado.

Dentre as principais vantagens podemos citar:

Garantir que de todas as etapas do reprocessamento do material, ou seja, limpeza, secagem, pre-
paro, acondicionamento, desinfecção e esterilização sejam realizadas corretamente, passando por
processos padronizados e controlados.

Utilização dos artigos sem que haja risco ou comprometimento da qualidade do serviço prestado ao
cliente, desde o recebimento até sua distribuição e, ainda, segurança ocupacional.

Otimização do trabalho, facilidade no treinamento e supervisão dos profissionais que atuam na Cen-
tral, racionalização do trabalho, maior controle e produtividade da unidade.

As atividades desenvolvidas pela Central de Material Esterilizado seguem a normatização da RDC nº


307 que determina as seguintes atividades básicas:

- Receber, desinfetar e separar os artigos médico-hospitalares;

- Realizar a lavagem dos artigos;

- Receber as roupas vindas da lavanderia;

- Preparar os artigos médico-hospitalares;

- Preparar as roupas em pacotes;

- Esterilizar as roupas e artigos hospitalares por meio de métodos físicos e/ou químicos;

- Realizar o controle biológico e de validade dos artigos esterilizados;

- Armazenar as roupas e artigos médico-hospitalares;

- Distribuir os materiais e pacotes de roupas esterilizadas;

Proteger e zelar pela segurança dos profissionais que trabalham na Central de Materiais.

Localização

A Central de Material Esterilizado deve estar localizada preferencialmente próxima das unidades for-
necedoras como lavanderia, almoxarifado, farmácia e ter um fácil acesso aos setores consumidores,
principalmente o centro cirúrgico e o centro obstétrico, o pronto-socorro e as unidades de terapia in-
tensiva.

Consideramos as seguintes áreas em uma Central de Material Esterilizado:

Área suja: expurgo, destinado ao recebimento e lavagem dos artigos encaminhados pelas diversas
unidades; Área limpa: destinada ao preparo dos materiais e da montagem da carga do processo de
esterilização; Área estéril: destinada a retirada dos materiais e roupas já esterilizados e acondiciona-
mento destes materiais.

Fluxo de Materiais

O fluxo na Central de Material Esterilizado deve ser unidirecional e contínuo, evitando desta forma o
cruzamento de artigos médico-hospitalares sujos com os limpos. Os profissionais que trabalham na
área suja não podem transitar pela área limpa e vice-versa.

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Os instrumentadores cirúrgicos devem entender com clareza essa noção, pois, muitas vezes, neces-
sitam realizar o processamento dos materiais cirúrgicos que utilizaram na cirurgia.

As barreiras físicas são instaladas entre as áreas da Central de Material Esterilizado, justamente com
o objetivo de manter o fluxo unidirecional.

O acesso de pessoas fica restrito apenas aos profissionais que ali trabalham, ou para aqueles que
recebem uma autorização para entrar no setor.

No fluxograma abaixo podemos analisar as unidades fornecedoras e consumidoras da Central de Ma-


terial Esterilizado, justificando assim as principais vantagens para a instituição hospitalar em manter
um setor centralizado

Recursos Humanos

Os profissionais que trabalham na Central de Material Esterilizado são:


Enfermeiro: responsável pelo estabelecimento de rotinas do setor e pelo gerenciamento de toda a
unidade;

Técnico de Enfermagem: desempenhar atividades com um nível de complexidade intermediária;

Auxiliar de Enfermagem: responsável pelo processo de esterilização dos artigos médico-hospitalares


e roupas;

Auxiliar administrativo: responsável por realizar o serviço administrativo como, por exemplo, realiza-
ção de pedidos de almoxarifado e também servir como um elo entre o ambiente interno e externo da
Central;

Auxiliar de Limpeza: responsável pela higienização da estrutura física da Central de Material.

É importante lembrar que todos estes profissionais são subordinados ao enfermeiro da unidade, de-
vendo todos trabalhar em harmonia para que a qualidade do serviço reflita no consumidor final, ou
seja, o paciente.

Classificação de Artigos:

Os artigos processados na Central de Material Esterilizado são divididos em três classificações, são
elas:

Artigos críticos: são produtos ou artigos utilizados em procedimentos invasivos, ou seja, que há pene-
tração na pele, mucosas, em tecidos subepiteliais e também no sistema vascular, incluindo ainda
todo e qualquer material que esteja conectado diretamente com essas regiões do corpo.

Podemos citar como exemplo as agulhas, bisturis, implantes cirúrgicos, cateteres intravenosos, instru-
mentais cirúrgicos e soluções injetáveis. Estes artigos devem sempre passar por um processo de es-
terilização.

Artigos semicríticos: são aqueles produtos ou artigos que entram em contato com a pele não íntegra
do paciente, mesmo restrito às suas camadas, ou ainda aqueles que entram em contato com a mu-
cosa íntegra como, por exemplo, a sonda nasoenteral e equipamentos utilizados na manutenção do
aporte respiratório pacientes. Estes artigos requerem desinfecção de alto nível ou até mesmo a este-
rilização.

Artigos não críticos: são os produtos ou artigos que entram em contato com a pele íntegra do paci-
ente ou mesmo aqueles que nem chegam a ter contato direto com o paciente.

Podemos citar como exemplo, os termômetros, o esfigmomanômetro e artigos destinados a higiene


pessoal dos pacientes.

Nestes artigos não há necessidade de utilizar o processo de esterilização e sim apenas um processo
de desinfecção de baixo ou médio nível.

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Métodos Para o Exame Parasitológico De Fezes

Amostras fecais

São examinadas devido à presença de protozoários e larvas de helmintos ou ovos. Os estágios de


protozoários encontrados em fezes são trofozoítas e cistos. Os estágios de helmintos normalmente
encontrados em fezes são ovos e larvas, ainda que possam ser vistos vermes adultos ou segmentos
de vermes. Vermes adultos ou segmentos de tênia são normalmente visíveis a olho nu, mais ovos lar-
vas, trofozoitas, e cistos podem ser vistos somente com microscópio.

• Identificação de parasitas em esfregaços corados

Em esfregaços corados, amebas, trofozoítas e cistos de amebas, e flagelados serão vistos. O cito-
plasma corara verde-azulado ou verde; o núcleo, inclusões, com células vermelhas ou bactérias cor-
pos cromatoides e cistos de ameba e fibrilas em flagelados coração de vermelho ou púrpura. O glico-
gênio é dissolvido durante o processo de coloração e não é visível em preparações coradas.

• Swab anal para oxiúros

É usado para detectar a presença de oxiúros (enterobios vermiculares). Os oxiúros são mais comuns
em crianças que adultos. Freqüentemente, contudo, se uma criança numa família tem oxiúros, os ou-
tros membros da família serão infectados. Ovos de oxiúros são normalmente encontrados em dobras
da pele ao redor dos anus. Eles raramente aparecem nas fezes.

• Esfregaço fecal espesso em celofane para diagnosticas esquistossomoses intestinais (técnica de


Kato-Katz)

Essa técnica tem provado uma eficiência significante dos diagnósticos de esquistossomoses e hel-
mintos intestinais. A técnica não é conveniente para examinar larvas, cistos ou ovos de certos parasi-
tas intestinas.

• Método direto

No método direto as fezes são examinadas ao microscópio, entre lamina e lamínula, diluídas numa
densidade que dá para se ler as letras de um jornal através do preparado.
Fezes preservadas são úteis para a detenção de cistos de protozoários e de ovos e larvas de helmin-
tos, mas a pesquisa de trofozoítos deve ser feita, pelo método direto, com fezes frescas, não preser-
vadas.

• Métodos de concentração de fezes

Foram descritos vários métodos de concentração de parasitos encontrados de fezes.


Eles facilitam o encontro de parasitas diminuindo as matérias fecais na preparação a ser observada
ao microscópio. Concentrando os parasitos baseando nas diferenças de densidade existente entre as
formas dos parasitos e o material fecal ou fazendo com que certas larvas migrem para o material fe-
cal e sejam concentrados no fundo de um funil.
Os três métodos envolvem: a) Sedimentação, com os parasitos sendo concentradas no sedimento
obtido por gravidade ou centrifugação; b) Flutuação, onde os parasitos flutuam ou são condensados
num sedimento por meio de uma solução de densidade diferente da sua; c) Migração, onde certas
larvas vivas migram para fora do material fecal e são coletadas no fundo de um funil.

• Método de concentração por sedimentação (ou método Hoffmann)

Este método é recomendado para a pesquisa de ovos pesados, como o do Shistosoma mansoni, re-
velando também ovos e larvas de outros helmintos. Mesmo não sendo ideal para a pesquisa de cis-
tos, estes poderão ser observados, especialmente se for corado a preparação.

• Método de concentração por flutuação

Os métodos de flutuação se utilizam da centrifugação para a lavagem do material fecal, seguida da


suspensão desse material em liquido de densidade determinada, cuja constituição e modo de uso de-
pendem do método empregado.

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São encontrados Schistosoma, larvas de Strongyloides, assim como cistos de protozoários,

• MIF

Centrífugo-sedimentação em um sistema éter-mertiolate. É indicado na pesquisa de larvas, ovos de


helmintos e cistos de protozoários.

• Método de Ritchie

Tem como atributo principal a concentração que realiza de cistos de protozoários, ovos e larvas de
helmintos. Útil para coccídios.Esta técnica é também referida como processo pelo formol-éter

• Método de Willis (ou método da solução saturada de cloreto de sódio)

Tem como fundamento a flutuação de ovos de helmintos e cistos de protozoários em uma solução
saturada de NaCl em água a 30%. È indicado na pesquisa de ovos de helmintos e cistos de protozoá-
rios.
É um método ainda usado, mas devido à alta possibilidade de contaminar todo o local de trabalho,
deve ser abandonado. Deveria ser imediatamente proibido em hospitais, mesmo se forem emprega-
das fezes preservadas. É substituído em grandes vantagens, pelos outros métodos de rotina (sedi-
mentação e Ritchie).

• Método de Faust

A técnica de Willis (1921) foi modificada por Faust et al. (1939), na qual a solução saturada de cloreto
de sódio foi substituída pela solução de sulfato de zinco. Fundamenta-se na propriedade que apre-
sentam certos ovos de Helmintos de flutuarem na superfície de uma solução de densidade elevada e
de aderirem ao vidro. Este procedimento simples e eficiente está indicado para pesquisa de ovos com
densidade especifica baixa como os de Ancilostomídeos.
Foram descritas várias modificações e hoje serve tanto para fezes frescas como conservados em MIF
ou em formalina.

• Métodos de concentração por migração

Baseados na extração de larvas do solo, vários autores adaptaram métodos para a pesquisa de
Strongyloides stercoralis em fezes humanas. A larva desse helminto, com grande avidez à água
morna, migra através do material fecal até atingir a água e aí, não tendo sustentação, sedimenta no
fundo do recipiente.

• Método e Baermann

Este método é baseado no hidro-termo-tropismo positivo das larvas pela ação da gravidade. É um
método seletivo para pesquisa de larvas e não específico, pois podemos encontrar cistos e ovos de
outros parasitos. Indicado para a pesquisa de larvas de Strongyloides stercorales e de Ancilostomi-
deos.

• Método de Rugai

Rugai simplificou o método de Baermann, utilizando a própria latinha como receptáculo para as fezes
e um cálice de sedimentação, em vez de funil. Indicado para a pesquisa de larvas de Strongyloides
stercorales e de Ancilostomideos.

• Métodos de contagem de ovos nas fezes

Em infecções de helmintos que apresentam uma liberação relativamente constante de ovos, tem sido
usada a contagem de ovos para avaliação da intensidade da infecção.

Apesar de desenvolvidos para a contagem de ovos de ancilostomídeos, esses métodos têm sido usa-
dos também para a contagem de ovos de Ascaris lumbricóides e de Trichuris trichiura. As contagens
são apenas estimativas, uma vez que há restrições diárias e que apresentam estreitas ligações com a
dieta e com o sistema imunológico do hospedeiro.

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IMUNOENSAIOS ENSAIOS CONJUGADOS

A contagem pode ser útil na determinação do papel da infecção na doença (como, por exemplo, na
anemia) e na verificação do sucesso ou não do tratamento.

• Método do esfregaço de espesso de celofane

Nesse método, desenvolvido por Kato e Miura (1954), um pedaço de celofane substitui a lamínula de
vidro. É recomendado para inquéritos coprolagicos, por ser rápida e simples a preparação dos esfre-
gaços fecais, e pelo baixo custo na pesquisa de ovos de helmintos.

• Preparações salinas

Nas preparações sem coloração são pesquisadas a presença de cistos, ovos e lavas, e a motilidade
dos trofozoítas, quando presentes. Entretanto, não é possível estabelecer um diagnostico especifico,
no caso de formas trofozoíticas, na base de um exame direto a fresco e temporário. Este tem so-
mente um valor de orientação. Nesse caso as fezes deverão ser fixadas e um esfregaço fecal corado
deverá ser preparado. Para pesquisa de ovos, o exame direto a fresco sem coloração oferece bons
resultados, mas para o de cistos e de larvas é necessário preparar um esfregaço corado, com vistas
ao estudo das características morfológicas das diferentes espécies. O primeiro exame das amostras
fecais deve ser através de esfregaços salinos. Nunca deve ser usada a água corrente ou destilada,
pois os trofozoítas são distorcidos podendo ser deformados e rompidos.

• Método da eclosão

As técnicas de eclosão são reconhecidas como das mais sensíveis para o diagnóstico parasitológico
da esquitossomíase. Elas são indispensáveis para a avaliação da cura após tratamento, nos estudos
clínicos.

• Preparações perianais

As preparações perianais são muito úteis para a detecção de infecções por Enterobius vermiicularis,
podendo ser também úteis no diagnóstico de infecções por Taenia.

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PARASITOLOGIA

Noções de Parasitologia

Parasitismo é uma relação interespecífica (que ocorre entre espécies diferentes), onde apenas uma
espécie é beneficiada (parasita), através do prejuízo causado em outra espécie (hospedeiro).

É uma relação ecológica caracterizada pela espécie de parasitas que se instalam no corpo dos hospe-
deiros, retirando todas as substâncias que servem para sua nutrição e assim causam consequências
variáveis podendo até matar seus hospedeiros.

 Ectoparasitas: São parasitas que vivem externamente no corpo do hospedeiro. Ex: Pulgas, Piolhos,
Carrapatos, mosquitos, entre outros.

 Endoparasitas: São parasitas que vivem internamente no corpo do hospedeiro. Ex: Bactérias, proto-
zoários, vermes, entre outros.

 Hemoparasita: São parasitas que vivem internamente no corpo do hospedeiro, porém especifica-
mente na corrente sanguínea. Ex: a forma esporozoíta do Plasmodium (Protozoário) vive na corrente
sanguínea até se desenvolverem.

 Holoparasitas e Hemiparasitas: São parasitas de vegetais. Holoparasitas parasitam vegetais superi-


ores extraindo suaseiva elaborada. Os Hemiparasitas parasitam vegetais extraindo sua seiva bruta.

 Parasitos Estenoxenos: São parasitas que abrigam espécies de vertebrados.

 Parasitos Eurixenos: São parasitas que vivem em uma variedade de hospedeiros possíveis.

 Parasito Facultativo: Vivem parasitando ou não um hospedeiro. Ex: Moscas Sarcophagidae que se
desenvolvem tanto em feridas necrosadas, quanto em matérias orgânicas em decomposição.

 Parasito Obrigatório: É o parasita que não consegue viver fora do hospedeiro. Ex: vírus.

 Parasito Acidental: São parasitas que acidentalmente vive em um hospedeiro que não é o de costume.

Ex: O parasita Dipylidium caninum comumente encontrado em cães parasitando uma criança.

Microorganismo: Entamoeba histolistica

Reservatório: Homem.

Modo de transmissão: Ingestão de alimentos ou água contaminados por fezes contendo cistos amebi-
anos maduros, raramente na transmissão sexual. A falta de higiene domiciliar pode facilitar a dissemi-
nação de cistos nos componentes da família. Os portadores assintomáticos, que manipulam alimentos,
são importantes disseminadores desses protozoários.

Período de incubação: 2 a 4 semanas.

Doença que causa: Amebiase.

Introdução: Infecção causada por protozoário que se apresenta em duas formas: cisto e trofozoíto.
Esse parasito pode atuar como comensal ou provocar a invasão de tecidos, originando as formas in-
testinal e extra-intestinal da doença.

Epidemiologia: Estima-se que mais de 10% da população mundial estão infectados por E. histolytica,
que são espécies morfologicamente idênticas, mas só a última é patogênica, sendo sua ocorrência
estimada em 50 milhões de casos invasivos/ano.

Em países em desenvolvimento, a prevalência da infecção é alta, sendo que 90% dos infectados podem
eliminar o parasito durante 12 meses. Infecções são transmitidas por cistos através da via fecal-oral.
Os cistos, no interior do hospedeiro humano, liberam os trofozoítos.

A transmissão é mantida pela eliminação de cistos no ambiente, que podem contaminar a água e ali-
mentos. Eles permanecem viáveis no meio ambiente, ao abrigo de luz solar e em condições de umidade

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PARASITOLOGIA

favoráveis, durante cerca de 20 dias. Sua ocorrência está associada com condições inadequadas de
saneamento básico, deficiência de higiene pessoal/ambiental e determinadas práticas sexuais.

Quadro clínico: O quadro clínico varia de uma forma branda, caracterizada por desconforto abdominal
leve ou moderado, com sangue e/ou muco nas dejeções, até uma diarreia aguda e fulminante, de
caráter sanguinolento ou mucóide, acompanhada de febre e calafrios. Podem ou não ocorrer períodos
de remissão.

Complicações: Granulomas amebianos (amebomas) na parede do intestino grosso, abscesso hepático,


pulmonar ou cerebral, pericardite, colite fulminante com perfuração.

Diagnóstico: Presença de trofozoítos ou cistos do parasito encontrados nas fezes; em aspirados ou


raspados, obtidos através de endoscopia ou proctoscopia; ou em aspirados de abscesso ou cortes de
tecido. Os anticorpos séricos (IgG) podem ser dosados e são de grande auxílio no diagnóstico de abs-
cesso hepático amebiano. A ultra-sonografia e tomografia axial computadorizada são úteis no diagnós-
tico de abscessos amebianos.

Tratamento: Formas intestinais: Metronidazol, 500mg, 3 vezes/dia, durante 5 dias, para adultos. Para
crianças, recomenda-se 35mg/kg/dia, divididas em 3 tomadas, durante 5 dias. Formas graves: Metro-
nidazol, 750mg, VO, 3 vezes/dia, durante 10 dias. Em crianças, recomenda-se 50mg/kg/dia, durante
10 dias.

Vigilância epidemiológica: Não é doença de notificação compulsória.

Medidas de controle: Impedir a contaminação fecal da água e alimentos por meio de medidas de sane-
amento, educação em saúde, destino adequado das fezes e controle dos indivíduos que manipulam
alimentos.

Lavar as mãos, após o uso do sanitário e lavar cuidadosamente os vegetais com água potável, e dei-
xando-os imersos em hipoclorito de sódio a 2,5% (uma colher de sopa de hipoclorito em 1litro de água
filtrada), durante meia hora, para eliminar os cistos. Evitar práticas sexuais que favoreçam o contato
fecal-oral. Investigar os contatos e a fonte de infecção, ou seja, realizar exame coproscópico dos mem-
bros do grupo familiar e de outros contatos.

O diagnóstico de um caso em quartéis, creches, orfanatos e outras instituições indica a realização de


inquérito coproscópico para tratamento dos portadores de cistos. Realizar a fiscalização dos prestado-
res de serviços na área de alimentos, atividade a cargo da vigilância sanitária. Em pacientes internados,
precauções do tipo entérico devem ser adotadas. Pessoas infectadas devem ser afastadas de ativida-
des de manipulação dos alimentos.

Malária

A malária é causada por protozoários do gênero Plasmodium, como o Plasmodium vivax, Plasmodium
falciparum, Plasmodium malariae e Plasmodium ovale: os dois primeiros ocorrem em nosso país. Essa
doença, conhecida também pelos nomes impaludismo, febre palustre, maleita e sezão, tem como vetor
fêmeas de alguns mosquitos do gênero Anopheles. Estas, mais ativas ao entardecer, podem transmitir
a doença para indivíduos da nossa espécie, uma vez que liberam os parasitas no momento da picada,
em sua saliva.

Transfusão de sangue sem os devidos critérios de biossegurança, seringas infectadas e mães grávidas
adoecidas são formas de contágio. No homem, os esporozoítos infectantes se direcionam até o fígado,
dando início a um ciclo que dura, aproximadamente, seis dias para P. falciparum, oito dias para a P.
vivax e 12 a 15 dias para a P. malariae, reproduzindo-se assexuadamente até rebentarem as células
deste local (no mosquito, a reprodução destes protozoários é sexuada). Após esses eventos, espalham-
se pela corrente sanguínea e invadem hemácias, até essas mesmas, causam anemia.

Febre alta, sudorese e calafrios, palidez, cansaço, falta de apetite e dores na cabeça e em outras
regiões do corpo são os principais sintomas, que podem se manifestar a cada 48 horas, caso a infecção
tenha sido causada pelo P. falciparum ou pelo P. vivax; e a cada 72 horas quando o agente causador
é oP. malarie (febre quartã). Essa primeira espécie pode, ainda, afetar vários órgãos e sistemas do
corpo, como o sistema nervoso e aparelho respiratório.

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PARASITOLOGIA

Para confirmar a presença do parasita no sangue, a análise é feita por meio de uma pequena amostra,
geralmente retirada da ponta do dedo do paciente (teste de gota espessa). O tratamento é feito com o
uso de fármacos orais e deve ser iniciado o mais rapidamente possível, para evitar complicações como
anemia, icterícia e mau funcionamento dos órgãos vitais, além dos riscos que um indivíduo acometido
pelo P.falciparum pode estar sujeito.

A prevenção consiste em evitar picadas do mosquito, fazendo o uso de repelentes, calças e camisas
de manga longa, principalmente no período de fim da tarde e início da noite. Evitar o acúmulo de água
parada a fim de impedir a ovoposição e nascimento de novos mosquitos é outra forma de evitar a
malária.

Hymenolepis Nana/Himenolepíase

Descrição da doença - a himenolepíase é uma infeção intestinal causada por uma taenia (Hymenolepis
nana) que varia de 3 a 4 cm. As infecções leves podem ser assintomáticas. Se a infecção for severa
pode causar enterites como diarréia, dor abdominal e outros sintomas, como palidez, perda de peso e
debilidade.

Agente etiológico - Hymenolepis nana é a única taenia do homem sem um hospedeiro intermediário
obrigatório.

Ciclo de Vida

Os ovos infectantes de Hymenolepis nana são liberados com as fezes; os ovos infectantes podem
sobreviver mais de 10 dias no ambiente. Quando esses ovos são ingeridos (através de alimento ou
água contaminada, ou através da mão contaminada pelas fezes), há semidigestão dos embrióforos, a
oncosfera é liberada no intestino que penetra na vilosidade da mucosa intestinal e se transforma em
larva cisticercóide.

Após ruptura da vilosidade, o cisticercóide retorna ao lúmen e se fixa na mucosa intestinal pelo escólex,
onde se desenvolve em uma taenia adulta. Pode ocorrer auto-infecção, quando o ovo retorna ao estô-
mago por movimentos retroperistálticos, resultando na liberação de larva cisticercóide, que penetra na
mucosa do íleo.

O período de vida de uma larva adulta no intestino é de 4 a 6 semanas, porém a auto-infecção permite
que a infecção persista por anos. Se os ovos de Hymenolepis nana forem ingeridos por carunchos de
cereais, pulgas (principalmente de roedores) em seu estado larvar e outros insetos, a oncosfera é libe-
rada na cavidade geral do inseto e se transforma em larvas cisticercóides. Quando ingeridos acidental-
mente, são infectantes para os seres humanos e também para os roedores.

Reservatório - os seres humanos são o reservatório comum da doença e possivelmente os ratos.

Período de incubação - o início dos sintomas é variável, porém o desenvolvimento da taenia adulta leva
cerca de duas semanas.

Modo de transmissão - Hymenolepis nana é disseminado através da ingestão de água ou alimentos


contaminados com fezes infectadas. Pode ocorrer também através da mão contaminada pelas fezes
(transmissão pessoa-a-pessoa). Os insetos, carunchos de cereais infectados podem ser ingeridos aci-
dentalmente, resultando na transmissão do agente.

Susceptibilidade e resistência - As crianças são mais susceptíveis do que os adultos; pode ser conferida
uma resistência às pessoas expostas ao Hymenolepis nana. Em imunodeprimidos e crianças desnutri-
das observam-se infecções intensas.

Conduta médica e diagnóstico - o diagnóstico se faz pela identificação microscópica dos ovos nas
fezes. Se necessário repetir o exame, para fechar diagnóstico.

Tratamento - O Tratamento Deve Ser Feito Com Praziquantel Ou Niclosamida.

Medidas de controle - medidas preventivas - através de programas de educação de higiene pessoal;


eliminação sanitária de fezes; proporcionar serviços sanitários adequado; proteger os alimentos e a
água da contaminação das fezes de seres humanos e roedores; eliminação dos roedores do meio

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PARASITOLOGIA

doméstico e tratamento para eliminar as fontes de infecção. - Medidas em epidemia/surtos – A investi-


gação epidemiológica parte da notificação do (s) caso (s) suspeito (s) ou do isolamento do Hymenolepis
nana no exame laboratorial, e deve ser realizada pela equipe de vigilância epidemiológica local, espe-
cialmente quando ocorre em creches, escolas e outras instituições fechadas.

A investigação do (s) caso (s) tem como objetivo identificar e eliminar o veículo comum de transmissão.
O controle em escolas e instituições assistenciais pode ser efetuado de forma eficaz através do trata-
mento das pessoas infectadas. Deve-se ter maior precaução em relação à higiene pessoal e familiar.

Aspectos Clínicos e Epidemiológicos

Descrição - A filariose por Wuchereria Bancrofti é causada por um nematódeo que vive nos vasos
linfáticos das pessoas infectadas, apresentando diversas manifestações clínicas. Existem indivíduos
infectados que nunca desenvolvem sintomas, havendo ou não detecção de microfilárias no sangue
periférico; outros podem apresentar febre recorrente aguda, astenia, mialgias, fotofobia, quadros urti-
cariformes, pericardite e cefaléia, linfadenite e linfangite retrograda, com ousem microfilaremia.

Os casos crônicos mais graves são de indivíduos que apresentam hidrocele, quilúria e elefantíase de
membros, mamas e órgãos genitais. Nesses casos, em geral, a quantidade de microfilária no sangue
é muito pequena ou mesmo não detectável.

Descreve-se, ainda, casos de eosinofilia tropical, que é uma síndrome que se manifesta por crises
paroxísticas de asma, com pneumonia intersticial crônica, ligeira febre recorrente, cujo leucograma re-
gistra importante eosinofilia; nesses casos, o exame dos tecidos mostra microfilárias em processo de
degeneração, porém não são encontradas no sangue periférico (filaríase oculta). Sinonímia - Filariose,
filaríase de Bancrofti, elefantíase.

Agente etiológico - Wuchereria bancrofti. Reservatório – O homem.

Modo de transmissão - Pela picada dos mosquitos transmissores com larvas infectantes. O Culex fati-
gans é o principal transmissor no Brasil. Em geral, as microfilárias têm periodicidade para circular no
sangue periférico, sendo mais detectadas à noite, entre as 22 hs e 2 hs.

Período de incubação - Manifestações alérgicas podem aparecer um mês após a infecção. As microfi-
lárias, em geral, aparecem no sangue periférico de 6 a 12 meses após o inóculo para W. bancrofti.

Período de transmissibilidade - Não se transmite de pessoa a pessoa. O ciclo se faz de homem infec-
tado com microfilaremia picado por inseto transmissor, que transmitirá a outro indivíduo, após 12 a 14
dias do repasto. A microfilaremia pode persistir, aproximadamente, de 5 a 10 anos.

Complicações - Hidrocele, linfocele, elefantíase, quilúria.

Diagnóstico - Clínico-epidemiológico, quando há manifestações sugestivas e o indivíduo é oriundo de


área endêmica: a) diagnóstico específico: é feito através da pesquisa da microfilária no sangue perifé-
rico (periodicidade noturna), ou no líquido ascítico, pleural, sinovial, cefaloraquidiano, urina, expectora-
ção, pús, gânglios. Presença do verme adulto no sistema linfático, genitália, ou em outras lesões (essa
forma de diagnóstico não é realizada de rotina). b) Sorologias: também, podem ser realizadas, tais
como imunofluorescência e ELISA. c) Linfoangiografia.

Diagnóstico diferencial - Outras causas de elefantíase, como as malformações

Congênitas, episódios repetidos de erisipela, destruição ou remoção de linfáticos, micoses, donova-


nose, hanseníase, tuberculose, entre outros.

Tratamento - A droga de escolha é a Dietilcarbamazina (DEC), com vários esquemas preconizados:

Características epidemiológicas - A filariose linfática tem grande importância na África. Foi uma doença
prevalente no Brasil, mas, hoje, encontra-se restrita a alguns focos persistentes no Pará, Pernambuco
e Alagoas.

Vigilância Epidemiológica

Medidas de controle

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PARASITOLOGIA

- a) Redução da densidade populacional do vetor: através de biocidas; bolinhas de isopor, método esse
limitado a criadouros específicos urbanos (latrinas e fossas); mosquiteiros ou cortinas impregnadas
com inseticidas para limitar o contato entre o vetor e o homem; borrifação intradomiciliar com inseticidas
de efeito residual (dirigida contra as formas adultas do Culex).

b) Educação em Saúde: informar, às comunidades das áreas afetadas, sobre a doença e as medidas
que podem ser adotadas para sua redução/eliminação; Identificação dos criadouros potenciais no do-
micílio e peridomicílio, estimulando a sua redução pela própria comunidade;

c) Tratamento em massa: para aspopulações humanas que residem nos focos.

Glossário de Parasitologia

O presente glossário foi extraído, com autorização do autorDavid Pereira Neves, do livro: Parasitologia
Dinâmica. Editora Atheneu, São Paulo, 2006. Capítulo 61, p. 465-468.

Também sugerimos a consulta do “Dicionário de Termos Técnicos de Medicina e Saúde”, de Luís Rey,
Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2003 [950 p.]

Abióticos: são os componentes físicos e químicos do meio.

Agente etiológico: é o agente causador ou responsável por uma doença. Pode ser vírus, bactéria, fungo,
protozoário ou helminto. É sinônimo de “patógeno”.

Agente infeccioso: é o microorganismo (vírus, bactérias, fungos, protozoários, helmintos) capaz de pro-
duzir infecção ou doença infecciosa.

Antropofílico: artrópode que prefere se alimentar em humanos. Antroponose: doença exclusiva de hu-
manos.

Ex.: a necatorose.

Biocenose: é a comunidade ou conjunto de espécies e suas populações, vivendo em determinado am-


biente (biótopo), mantendo certa interdependência entre elas.

Bióticos: são os componentes vivos do meio ambiente.

Biótopo: local com certas características físicas e químicas, onde vive uma espécie; é o mesmo que
“ecótopo”.

Cisto: é a forma de resistência de certos protozoários, nos quais se encontra uma película ou cápsula
protetora, envolvendo uma forma capaz de reproduzir-se quando encontrar o ambiente adequado.

Contaminação: é a presença de um agente infeccioso na superfície do corpo, roupas, brinquedos, água,


leite ou alimentos.

Doença metaxênica: quando parte do ciclo vital de um parasito se realiza no vetor, isto é, o vetor não
só transporta o agente etiológico, mas é um elemento obrigatório para sua maturação ou multiplicação.

Ex.: malária, esquistossomose.

Ecologia: parte da biologia que se ocupa das inter-relações entre os seres vivos e seu ambiente (biótico
e abiótico).

Ecótono: é uma região da transição entre dois ecossistemas.

Ecótopo: é o abrigo físico do animal. Como exemplo, podemos dizer que, dentro da cafua, os triatomí-
neos vivem nas frestas das paredes; dentro organismo humano o Ascaris vive dentro do intestino del-
gado.

Endemia: é a prevalência usual de determinada doença, com relação a uma área, cidade, estado ou
país. Representa o número esperado de casos em uma população, em determinando período de
tempo.

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PARASITOLOGIA

Epidemia: é a ocorrência muito elevada de determinada doença, com relação a uma área, cidade ou
país. Representa o número muito acima do esperado de casos em uma população, em determinado
período de tempo.

Epidemiologia: é o estudo da distribuição e dos fatores determinantes da frequência de uma doença; a


epidemiologia trata de dois aspectos fundamentais: a distribuição (idade, raça, sexo, geografia) e os
fatores determinantes da frequência (tipo de patógeno, meio de transmissão, etc.); em resumo: estuda
os fatores responsáveis pela existência ou aparecimento de uma doença ou outro evento (acidentes,
vendavais, etc.).

Enzoose: doença exclusiva de animais.

Ex.: a peste suína, o Dioctophime renale, que parasita de lobo e cão.

Estádio: é fase intermediária ou intervalo entre duas mudas da larva de um artrópode ou helminto (em
entomologia é sinônimo de instar).

Ex.: larva de primeiro estádio, larva de terceiro estádio.

Estágio: é a fase de transição ou forma evolutiva de um organismo durante seu ciclo biológico.

Ex.: estágio de ovo, estágio de larva, de pupa, de adulto.

Fase aguda: é a fase da doença que surge após a infecção onde os sintomas clínicos são mais nítidos
(febre alta, parasitemia elevada, etc.). É um período de definição: o paciente se cura, passa para a fase
crônica ou morre.

Fase crônica: é a fase que se segue à fase aguda, na qual o paciente apresenta sintomas clínicos mais
discretos, havendo um certo equilíbrio entre os hospedeiros e o agente etiológico e, usualmente, a
resposta imunológica é bem elevada.

Foco natural: é o ambiente adequado para uma espécie sobreviver e propagar.

Ex.: o Culex quinqefasciatus tem como foco natural coleções de água parada, rica em matéria orgânica
e próxima de habitações humanas.

Fômite: é representado por utensílios que podem veicular o agente etiológico entre diferentes hospe-
deiros.

Ex.: roupas, seringas, espéculos, etc.

Fonte de infecção: é o objeto, o paciente ou local de onde o agente etiológico passa para novo hospe-
deiro ou novo paciente.

Ex.: água contaminada / febre tifóide, mosquito infectate / dengue, carne com cisticercose / teníase,
etc.

Hábitat: é o ecossistema local ou órgão onde determinada espécie ou população vive.

Ex.: o hábitat do Necator americanus é o duodeno humano. Hospedeiro: é o organismo que alberga o
parasito.

Hospedeiro definitivo: é o que apresenta o parasito em sua fase de maturidade ou em fase de reprodu-
ção sexuada.

Ex.: o hospedeiro definitivo do Plasmodium é o Anopheles; os hospedeiros definitivos do S. mansoni


são os humanos.

Hospedeiro intermediário: é aquele que apresenta o parasito em sua fase larvária ou assexuada. Ex.:
o caramujo é o hospedeiro intermediário do S. mansoni.

Hospedeiro paratênico ou de transporte: é o hospedeiro intermediário no qual o parasito não sofre


desenvolvimento ou reprodução, mas permanece viável até atingir novo hospedeiro definitivo.

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PARASITOLOGIA

Ex.: peixes maiores, que ingerem peixes menores contendo larvas plerocercóides de Diphyllobotrium,
que simplesmente transportam essas larvas até que os humanos as ingiram (os humanos preferem
comer crus os peixes maiores...).

Incidência: é a frequência com que uma doença ou fato ocorre num período de tempo definido e com
relação à população (casos novos, apenas). No mês de dezembro, na cidade de natal, a incidência de
gripe foi de 12%. (Ver Prevalência).

Infecção: penetração e desenvolvimento ou multiplicação de um agente etiológico no organismo hu-


mano ou animal, podendo ser vírus, bactéria, protozoário, helminto, etc.

Infecção inaparente: presença do agente etiológico em um hospedeiro, sem aparecimento de qualquer


sintoma clínico.

Infestação: é o alojamento, desenvolvimento e reprodução de artrópodes na superfície do corpo, nas


vestes ou na moradia de humanos ou de animais.

Letalidade: expressa o número de óbitos com relação a determinada doença ou fato, tendo como refe-
rência uma população.

Ex.: 100% das pessoas não-vacinadas, quando atingidas pelo vírus rábico, morrem; a letalidade na
gripe é muito baixa.

Morbidade: expressa o número de pessoas doentes com relação a uma doença e uma população.

Ex.: na época do inverno, a morbidade da gripe é muito elevada; ou seja, na época do inverno a inci-
dência da gripe é muito grande.

Nicho ecológico: é a atividade ou função dentro de seu ecótopo ou hábitat.

Ex.: no intestino delgado humano, o Ascaris realiza suas atividades alimentares e reprodutivas.

Parasitemia: representa o número de parasitos que estão presentes na corrente sanguínea de um pa-
ciente.

Ex.: na fase aguda da doença de Chagas, usualmente, a parasitemia é muito elevada.

Parasitismo: é a associação entre seres vivos onde existe unilateralmente de benefícios, sendo um dos
associados (o de maior porte ou hospedeiro) prejudicado pela associação.

Parasito: é o ser vivo de menor porte que vive associado a outro ser vivo de maior porte, à custa ou na
dependência deste. Pode ser:

1. Ectoparasito: vive extremamente no corpo do hospedeiro.

1. Endoparasito: vive dentro do corpo do hospedeiro.

1. Hiperparasito: que parasita outro parasito:

Ex.: E. Histolytica sendo parasitada por fungos (Sphoerita endógena) ou por cocobacilos.

Parasito acidental: é o que exerce o papel de parasito, porém habitualmente possui vida não-parasitá-
ria.

Ex.: larvas de moscas que vivem em frutos ou vegetais em decomposição e acidentalmente atingem
humanos.

Parasito errático: é o que vive fora do seu hábitat ou de seu hospedeiro normal. Parasito estenoxênico:
é o que parasita espécie de vertebrados muito próximas.

Parasito eurixeno: é o que parasita espécie de vertebrados muito distinta. Parasito facultativo: é o que
pode viver parasitando um hospedeiro ou não, isto é, pode ter hábitos de vida livre ou parasitária.

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PARASITOLOGIA

Ex.: as larvas de moscas Sarcophagiae podem provocar miíases humanas, desenvolver--se em cadá-
veres ou ainda fezes.

Parasito heterogenético: é o que apresenta alternância de gerações.

Ex.: Plasmodium, com ciclo assexuado em humanos e sexuado em mosquitos. Parasito heteroxênico:
é o que possui hospedeiro definitivo e intermediário.

Parasito monoxênico: é o que possui apenas o hospedeiro definitivo. Ex.: Enterobius vermiularis, A.
lumbricoides.

Parasito monogenético: é o que não apresenta alternância de gerações, isto é, possui um só tipo de
reprodução - sexuada.

Ex.: E.histolytica, A.duodenale.

Parasito obrigatório: é aquele incapaz de viver fora do hospedeiro. Ex.: T.gondii, Plassmodium.

Parasito oportunista: é aquele que usualmente vive no paciente sem provocar nenhum dano (infecção
inaparente), mas em determinados momentos se aproveita da baixa resistência do paciente de desen-
volve doenças graves.

Parasito periódico: é o que frequenta o hospedeiro intervaladamente. Ex.: mosquitos, barbeiros.

Parasitóide: é a forma imatura (larva) de um inseto que ataca outros artrópodes maiores, quase sempre
provocando a morte desses.

Ex.: o micro-himenóptero Telenomous fariai atacando ovos de barbeiros.

Partenogênese: desenvolvimento de um ovo sem a participação de um espermatozóide.

Patogenia ou patogênese: é o mecanismo com o agente etiológico que provoca lesões no hospedeiro.

Patogenicidade: é a maior ou menor habilidade de um agente etiológico provocar lesões.

Patognomônico: sinal ou sintoma característico de determinada doença. Ex.: sinal de Romaña é típico
da doença de Chagas.

Pedogênese: é a reprodução ou multiplicação de uma forma larvária.

Ex.: formação de esporocistos secundários e rédias a partir do esporocisto primário.

Período de incubação: é o período decorrente entre a penetração do agente etiológico e o aparecimento


dos primeiros sintomas clínicos.

Período pré-patente: é o período que decorre entre a penetração do agente etiológico e o aparecimento
das primeiras formas detectáveis do agente etiológico.

Poluição: é a presença de substâncias nocivas, especialmente químicas, mas não infectantes, conta-
minando o ambiente: ar, água, alimentos, etc.

Portador: hospedeiro infectado que alberga o agente etiológico, sem manifestar sintomas, porém capaz
de transmiti-lo a outrem; nesse caso é conhecido como “portador assintomático”; quando ocorre doença
e o portador pode contaminar outros hospedeiros, temos o “portador em incubação”, “portador conva-
lescente”, “portador crônico”, etc.

Premunição ou imunidade concomitante: é um tipo especial de estado imunitário ligado à necessidade


da presença do agente etiológico, com a manutenção de taxas elevadas da resposta imune. Normal-
mente durante o estado da premunição há certa dificuldade do paciente em se reinfectar, havendo um
equilíbrio ente o parasito e o hospedeiro. Ocorre na fase crônica de várias doenças.

Prevalência: termo geral utilizado para caracterizar o número total de casos de uma doença ou qualquer
outra ocorrência numa população e tempo definidos (casos antigos somados aos casos novos).

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PARASITOLOGIA

Ex.: no Brasil, (população estimada em 120 milhões de pessoas), a prevalência da esquistossomose


foi de 8 milhões de pacientes em 1975.

Profilaxia: é o conjunto de medidas que visa a prevenção, erradicação ou controle de uma doença ou
de um fato prejudicial aos seres vivos; as medidas profiláticas sempre dependem dos fatores epidemi-
ológicos.

Reservatório: é qualquer local, vegetal, animal ou humano onde vive e multiplica-se um agente etioló-
gico e do qual é capaz de atingir outros hospedeiros. Alguns autores dizem que o reservatório vivo
perfeito (animal ou humano) é aquele que possui o agente etiológico, mas não padece com sua pre-
sença; prefiro usar o termo reservatório, independentemente de apresentar ou não os sintomas.

Ex.: os humanos são os reservatórios do S. mansoni.

Sinantropia: é a habilidade de certos animais silvestres (mamíferos, aves, insetos) de frequentar habi-
tações humanas; isto é, são capazes de circular entre os ambientes silvestres, rural e urbano, muitas
vezes, veiculando patógenos.

Vetor: é um artrópode, molusco ou veículo que transmite um parasito entre dois hospedeiros.

Vetor biológico: quando o agente etiológico se multiplica ou se desenvolve no vetor.

Vetor mecânico: quando o parasito não se multiplica ou se desenvolve no vetor, esse simplesmente
serve de transporte ao parasito.

Ex.: a T. penetrans veiculando esporos de fungos.

Virulência: é a severidade e rapidez com que um agente etiológico provoca lesões no hospedeiro.

Zoonoses: doenças que são naturalmente transmitidas entre humanos e animais vertebrados podendo
dividir-se em:

1. Anfixenose: doença que circula indiferentemente entre humanos e animais, isto é, tanto os animais
como os humanos funcionam como hospedeiros do agente.

1. Antropozoonose: doença primária de animais e que pode ser transmitida aos humanos. Ex.: bruce-
lose, onde os humanos são infectados acidentalmente.

1. Zooantroponose: doença primária de humanos e que pode ser transmitida aos animais. Ex.: no Brasil
a esquistossomose mansoni tem os humanos como principais hospedeiros e alguns animais se infec-
tam a partir de nós.

Zoofílico: artrópode que prefere se alimentar sobre animais

Doenças transmitidas por vetores

As doenças transmitidas por vetores são causadas por patógenos e parasitas em populações humanas.
Todos os anos há mais de um bilhão de casos e mais de um milhão de mortes por doenças transmitidas
por vetores mundialmente, como malária, dengue, esquistossomose, tripanossomíase africana, leish-
maniose, doença de Chagas, febre amarela, encefalite japonesa e oncocercose.

As doenças transmitidas por vetores são responsáveis por mais de 17% de todas as doenças infeccio-
sas.

A distribuição destas doenças é determinada por um complexo dinâmico de fatores ambientais e soci-
ais.

A globalização das viagens e do comércio, a urbanização não planejada e os desafios ambientais como
as alterações climáticas estão tendo um impacto significativo sobre a transmissão das doenças nos
últimos anos. Algumas doenças, como a dengue, chikungunya e o Vírus do Nilo Ocidental estão sur-
gindo nos países onde eram desconhecidos.

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PARASITOLOGIA

Mudanças nas práticas agrícolas devido à variação de temperatura e precipitação podem afetar a trans-
missão de doenças por vetores. Dados climáticos podem ser usados para monitorar e prever a distri-
buição e tendências de longo prazo da malária e outras doenças sensíveis ao clima.

Parasitoses causadas por Helmintos

Ascaridíase

A ascaridíase é o resultado da infestação do helminto Ascaris lumbricoides no organismo, sendo mais


frequentemente encontrado no intestino. Aproximadamente 25% da população mundial possui estes
parasitas, sendo tais ocorrências típicas de regiões nas quais o saneamento básico é precário.
Este patógeno, conhecido popularmente como lombriga, tem corpo cilíndrico e alongado, e pode che-
gar até 40 centímetros de comprimento. Fêmeas são maiores e mais robustas que os machos; e estes
apresentam a cauda enrolada. Surpreendentemente, um único hospedeiro pode apresentar até 600
destes indivíduos.

A contaminação por ele se dá pela ingestão de seus ovos, geralmente encontrados no solo, água, ali-
mentos e mãos que tiveram um contato anterior com fezes humanas contaminadas.

No intestino delgado, liberam larvas que atravessam as paredes deste órgão e se direcionam aos vasos
sanguíneos e linfáticos; se espalhando pelo organismo. Atingindo a faringe, estas podem ser liberadas
juntamente com a tosse ou muco; ou, ainda, serem deglutidas, alcançando novamente o intestino. Lá,
reproduzem-se sexuadamente, permitindo a liberação de alguns dos seus aproximados 200 mil ovos
diários, pelas fezes, propiciando a contaminação de outras pessoas.

Devido ao espalhamento das larvas, febre, dor de barriga, diarreia, náuseas, bronquite, pneumonia,
convulsões e esgotamento físico e mental são alguns sintomas que podem se apresentar; dependendo
do órgão que foi afetado. Entretanto, em muitos casos a verminose se apresenta assintomática.
Para diagnóstico, é necessário que se faça exames de fezes, onde podem ser encontrados os ovos
deste animal. Existe tratamento, que é feito com uso de fármacos e adotando medidas de higiene bá-
sica.

Quanto à prevenção, ingerir somente água tratada, lavar bem frutas e legumes antes de ingeri-los, lavar
sempre as mãos, não defecar em locais inapropriados, dente outras, fazem parte desta lista.

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PROTOZOÁRIOS

Protozoários

Os protozoários são os organismos pertencentes ao Reino Protista, juntamente com as algas. Esses
organismos são unicelulares, sem capacidade de formar tecidos, embora alguns consigam se agregar
em colônias. Além disso, são eucariotos e, geralmente, heterótrofos.

A classificação desses organismos é ainda recente. Devido a suas características heterotrófica e eu-
cariótica, por muito tempo foram considerados um filo dentro do Reino Animal.

Por englobar todos os organismos que não se enquadram nos demais reinos, o Reino Protista inclui
diversos seres semelhantes, mas que não possuem necessariamente relação evolutiva.

Característica Celular

Os indivíduos do Reino Protista são eucariontes, pois possuem carioteca (envoltório nuclear), que se-
para o DNA do restante celular, e também demais organelas que compartimentaliza o interior celular.

Uma característica das células dos protozoários é a presença de vacúolos com funções específicas.
Além dos vacúolos de armazenamento, também encontrados em células vegetais, os protistas pos-
suem vacúolos chamados de pulsáteis ou contráteis, que estão relacionados a entrada e saída de água
e controle osmótico.

Os protozoários de água doce, por exemplo, possuem uma concentração salina maior do que a pre-
sente no meio em que ele se encontra. Dessa forma, o excesso de água absorvido por osmose é
eliminado pelos vacúolos pulsáteis ou contráteis. Essas estruturas recebem água aumentando seu vo-
lume e, então, se contraem expelindo toda a água armazenada para o meio externo.

Célula de um Paramecium mostrando seus vacúolos contráteis.

Reprodução

Os protozoários podem apresentar reprodução assexuada, por bipartição ou cissiparidade - em que o


material genético é duplicado e separado para pólos opostos da célula, que é então dividida gerando
dois indivíduos idênticos.

Também podem se reproduzir assexuadamente por divisão múltipla, onde o protozoário, após formar
muitos núcleos, se divide em muitas células pequenas.

A reprodução sexuada dos protozoários é também chamada de conjugação. É semelhante à conjuga-


ção dos procariontes, em que dois indivíduos próximos podem trocar material genético. No caso dos

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PROTOZOÁRIOS

protozoários, esse material genético está na forma de micronúcleos, e não na forma de plasmídeo.
Desse modo, são gerados indivíduos diferentes em material genético.

Digestão

Por serem organismos unicelulares e heterótrofos, os protozoários absorvem partículas externas por
meio de pseudópodes, braços projetados da membrana plasmática que englobam o alimento e o levam
para o interior celular.

Esse processo de englobamento de partícula é chamado de fagocitose. O alimento dentro do conteúdo


celular é envolvido por uma membrana, e a vesícula formada é chamada de fagossomo.

O fagossomo se une ao lisossomo, uma organela com formato de bolsa que contém enzimas digesti-
vas em seu interior. Essas enzimas, uma vez em contato com a partícula absorvida, digerem-a, gerando
nutrientes e compostos orgânicos para serem reaproveitados pelo protozoário.

Classificação

A classificação geral dos protozoários leva em conta a capacidade e o modo de locomoção que esses
indivíduos apresentam. Dessa forma, os protistas podem ser divididos em quatro grupos:

Ciliados: indivíduos que se locomovem por meio de filamentos curtos da sua membrana, chamados
de cílios. Um exemplo de protozoário ciliado é os do gênero Paramecium, que habitam, frequente-
mente, as poças de água suja.

Paramecium, um protozoário ciliado.

Esporozoários: protozoários que não possuem estruturas especializadas em locomoção e são parasi-
tas de outros animais. A reprodução desses indivíduos ocorre por produção de esporos, o que gera
uma alternância de geraçõessexuada e assexuada (uma geração se divide gerando os esporos e estes
esporos podem formar indivíduos por conjugação, de forma sexuada ou por divisão/cissiparidade de
forma assexuada). Exemplos de esporozoário são os plasmódios causadores da malária.

Plasmodium malariae, um esporozoário.

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PROTOZOÁRIOS

Flagelados ou Mastigóforos: apresentam flagelos, espécie de cauda ou chicote que permite a movi-
mentação em meio aquoso. Alguns protozoários também utilizam seus flagelos para capturar moléculas
de alimento. Um exemplo de protozoário flagelado é o Trypanosoma cruzi, protozoário responsável
pela Doença de Chagas.

Trypanossoma cruzi, um protozoário flagelado.

Rizópodes ou Sarcodíneos: protozoários que se locomovem através de pseudópodes (projeção da


membrana que forma braços). O principal representante desse grupo são as amebas, que também
utilizam esse pseudópodes para sua alimentação.

Exemplo de uma ameba.

Algas

As algas formam um grupo dentro dos protistas. São organismos autótrofos e fotossintetizantes. Ou
seja, utilizam a energia luminosa para gerar compostos orgânicos que serão metabolizados no interior
celular.

Devido à sua capacidade fotossintetizante, as algas eram inicialmente um grupo dentro do Reino Ve-
getal. Porém, devido às diferenças celulares e incapacidade de formarem tecidos organizados, elas
foram recentemente incorporadas ao Reino Protista.

As algas são fundamentais para o meio ambiente. Além de serem os principais organismos que contri-
buem para a fotossíntese e, consequentemente, liberação de oxigênio na atmosfera, elas constituem
a base da cadeia alimentar aquática.

As algas podem ser classificadas em seis grupos, de acordo com os pigmentos fotossintetizantes en-
contrados em suas células:

Algas Douradas e Diatomáceas: geralmente unicelulares. Contêm frústula em sua estrutura;

Algas Marrons: contêm carotenóides e fucoxantina;

Algas Verdes: contêm predominantemente clorofila;

Algas Vermelhas: contêm, além de clorofila, ficoeritrina e ficocianina;

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PROTOZOÁRIOS

Euglenófitas: seres unicelulares de água doce que apresentam, além de clorofila a e clorofila b, xanto-
fila e carotenóides.

Pirrófitas ou Dinoflageladas: grupo constituintes dos fitoplânctons.

Alga verde conhecida como Spirogyra ou Espirogina.

Doenças causadas por Protozoários

As doenças causadas por protozoários são chamadas de protozooses.

Os protozoários, embora possuam vida livre, por vezes podem se alojar no corpo de outros animais
(chamados hospedeiros), como nos mamíferos, agindo como parasitas. O hospedeiro também pode
ter contato direto com água infectada por protozoários, desenvolvendo alguma patologia relacionada
com o tipo de protozoário ingerido.

O número de indivíduos diagnosticados com alguma protozoose é maior em países pobres, onde o sa-
neamento básico e o tratamento de água são precários.

A melhor forma de prevenção dessas doenças é:

beber água sempre filtrada;

usar repelente e evitar contato direto com mosquitos;

lavar bem os alimentos que são consumidos geralmente crus. Pode ser empregado o uso de soluções
específicas para a lavagem desses alimentos, como despejar uma colher de água sanitária em um litro
de água para lavagem;

Manter hábitos higiênicos, como lavar sempre as mãos após usar o banheiro.

Conheça algumas das protozooses mais conhecidas:

Amebíase

Parasita: Entamoeba histolytica;

Transmissão: o hospedeiro pode ingerir cistos (células inativas ou em estado de hibernação) do proto-
zoário presentes na água ou em alimentos. Artrópodes, como baratas e moscas, também ajudam a
disseminar o parasita.

Descrição: também chamada de disenteria amebiana. Ao ser ingerido, o parasita se aloja no intestino
grosso do hospedeiro, onde pode se alimentar de restos presentes no meio e atacar tecidos da parede
intestinal, provocando lesões e hemorragias intestinais.

Doença de Chagas

Parasita: Trypanossoma cruzi;

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PROTOZOÁRIOS

Transmissão: o inseto conhecido popularmente como barbeiro pica o organismo e defeca ao mesmo
tempo. Em suas fezes, estão presentes os protozoários. Estes entram em contato com a ferida da
picada e adentram no organismo do hospedeiro. O barbeiro é encontrado nas madeiras e possui hábi-
tos noturnos, podendo picar os animais enquanto dormem.

Descrição: conhecida também por tripanossomíase. O parasita pode se alojar em diversos tecidos,
como o muscular ou o nervoso, provocando insuficiência cardíaca, inflamação do cérebro (meningoen-
cefalite), lesões neurológicas e dilatação do tubo digestório, que podem levar o indivíduo à morte.

Malária

Parasita: protozoários do gênero Plasmodium sp.;

Transmissão: o plasmodium entra em contato com o organismo humano através da picada do mosquito
do gênero Anopheles, popularmente chamado de mosquito-prego, que contém o protozoário em sua
saliva.

Descrição: uma vez dentro do organismo humano, o plasmodium pode se fixar no fígado ou nas células
sanguíneas na forma de esporozoítos. Atacam principalmente as hemácias, rompendo-as e liberando
merozoítos, produtos da reprodução dos esporozoítos. Assim, causam anemia e transtornos no fígado
e no baço, além de efeitos neurológicos, podendo levar o indivíduo à morte.

Leishmaniose

Parasita: protozoários do gênero Leishmania sp.;

Transmissão: a transmissão ocorre através da picada da fêmea do mosquito-palha, do gênero


Lutzomyia sp.

Descrição: a principal característica da doença é o aparecimento de lesões nas mucosas, como boca,
cavidade nasal e na faringe. O parasita também pode se alojar no baço, medula óssea, fígado e pare-
des intestinais, deixando o indivíduo mais propenso a infecções, enfraquecimento e emagrecimento.

Toxoplasmose

Parasita: Toxoplasma gondii;

Transmissão: através da ingestão de carne contaminada, principalmente de porcos que entraram em


contato com as fezes contendo o parasita.

Descrição: o parasita se aloja em vários tecidos do corpo, podendo causar cegueira e debilidade men-
tal. A toxoplasmose é mais grave quando acomete crianças.

Caracterização dos Grupos Principais

Os protozoários apresentam reprodução assexuada com divisão binária, mas há algumas espécies que
apresentam reprodução sexuada. Nesse último caso, observa-se a fusão desses organismos, a forma-
ção de zigoto e uma posterior divisão. Esse processo garante a recombinação genética. Outra forma
de recombinação é a conjugação, que é considerada por alguns autores como um tipo de reprodução
sexuada. Outros protozoários são capazes de produzir esporos que se espalham pelo ambiente.

→ Classificação dos seres vivos

Um tipo bastante comum de classificação dos protozoários usa como critério o modo de locomoção
desses seres no meio aquático. De acordo com esse sistema, existem protozoários ciliados, flagelados,
rizópodos e esporozoários.

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PROTOZOÁRIOS

Observe os protozoários acima e suas diferentes estruturas de locomoção

Os protozoários ciliados são aqueles que se locomovem por auxílio de estruturas denominadas de cí-
lios, como o Paramecium. Os flagelados, por sua vez, utilizam como meio de locomoção os flagelos,
como é o caso do Tripanosoma cruzi, causador da doença de Chagas.

Existem ainda protozoários que se movimentam com a ajuda de pseudópodes, que são prolongamen-
tos citoplasmáticos que modificam a forma do corpo do organismo e promovem a locomoção. Esse
grupo, do qual fazem parte as amebas, é chamado de rizópodos.

Os esporozoários, por sua vez, não apresentam nenhum tipo de estrutura locomotora e são levados,
na forma de esporos, pelo ar, água e até mesmo por animais. Como exemplo desse grupo, podemos
citar o Plasmodium vivax, responsável por provocar a malária.

Alguns filos do Reino Protoctista

Os protozoários possuem uma classificação bastante controversa e complexa. Atualmente, alguns pes-
quisadores classificam esses seres em dezenas de filos diferentes dentro do Reino Protoctista. Como
esses sistemas de classificação são inviáveis para estudo por leigos, muitos livros didáticos consideram
apenas seis filos principais. São eles:

Filo Rhizopoda: refere-se aos protozoários rizópodos, ou seja, que se locomovem por pseudópodes.

As amebas são incluídas no filo Rhizopoda

→ Filo Actinopoda: refere-se aos protozoários que apresentam locomoção por pseudópodes, mas com
essa estrutura em formato afilado.

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PROTOZOÁRIOS

→ Filo Foraminifera: Engloba os protozoários que possuem carapaça externa à célula, rica em perfu-
rações de onde saem os pseudópodes.

→ Filo Aplicomplexa: refere-se aos protozoários esporozoários, ou seja, que não possuem meios de
locomoção.

→ Filo Zoomastigophora: Engloba os protozoários que apresentam flagelos como estrutura locomotora.

→ Filo Ciliophora: Engloba os protozoários ciliados, ou seja, que possuem cílios como meio de loco-
moção.

Doenças mais comuns provocadas por protozoários

As protozooses são doenças transmitidas por protozoários. Apesar de serem organismos de vida livre,
na maioria dos casos, alguns protozoários são parasitas de animais e dos seres humanos. Amebíase,
Giardíase, Malária, Doença de Chagas são algumas dessas protozooses.

Os parasitos são geralmente transmitidos por água e alimentos contaminados por fezes, que contém
os cistos desses microrganismos.

Os cistos são uma forma inativa, que permite aos protozoários resistir por longos períodos no ambiente,
sendo ativados no corpo do hospedeiro.

Alguns dos parasitos causadores das protozooses

A malária é uma exceção, pois o protozoário é transmitido pela picada de um inseto. A maior ocorrência
dessas doenças é nos países pobres, onde falta saneamento básico e tratamento eficiente da água.
Além disso, a falta de hábitos de higiene contribui para a disseminação.

Doença de Chagas

A contaminação ocorre principalmente por ingestão de alimentos contaminados com as fezes do inseto.

Também pode ser por meio de transfusão de sangue, transplante de órgãos contaminados ou ainda
ser transmitida da mãe ao bebê durante a gestação (congênita).

Estima-se que no Brasil cerca de 3 milhões de pessoas apresentem essa doença. Causada pelo Trypa-
nossoma cruzi, que é um protozoário flagelado que parasita animais selvagens como o tatu.

Outra espécie desse protozoário causa a doença do sono, que é muito comum na África. Cerca de 95%
dos casos é provocado pelo Trypanossoma brucei gambiense, que ocorre nas regiões central e oeste
da África. Há também o Trypanosoma brucei rhodesiense, no leste e sul da África.

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PROTOZOÁRIOS

Malária

Plasmódio (amarelo) infectando células sanguíneas

Causada por diferentes espécies de protozoários do tipo plasmódio, sendo mais comum no Brasil
o Plasmodium vivax.

A malária é transmitida ao homem através da picada do mosquito do gênero Anopheles. Também pode
ser transmitida por transfusão de sangue.

A malária ainda hoje mata centenas de milhares de pessoas no mundo. Especialmente em países
pobres, onde há menos investimentos em pesquisas para erradicar a doença.

Amebíase

A transmissão da doença ocorre principalmente por meio da ingestão da água ou dos alimentos conta-
minados pelas fezes contendo cistos de amebas. Também pode ser via sexual, através do contato oral-
anal, mas isso é mais raro.

A amebíase ou disenteria amebiana é provocada pela forma patogênica da ameba, chamada Entamo-
eba histolytica. Ocorre muito em países mais pobres, estimando que 50% das pessoas sejam contami-
nadas por ano.

Giardíase

A infecção se dá tanto pela ingestão de água e alimentos contaminados, como pelo contato direto das
mãos com objetos contaminados pelos cistos.

O agente causador da giardíase é o protozoário flagelado Giardia lamblia, cujos cistos são eliminados
nas fezes das pessoas contaminadas.

Tricomoníase

A tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível causada pelo Trichomonas vaginalis. É co-
mumente transmitida entre parceiros que não utilizam proteção adequada (camisinha) e pode atingir
tanto homens quanto mulheres.

Toxoplasmose

A toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii encontrado nas fezes de
gatos.

O ser humano é contaminado ao consumir carne de aves e mamíferos mau passadas e com os cistos
dos parasitas.

A doença pode ainda ser congênita, resultado da infecção da mãe durante a gestação.

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REFERÊNCIAS

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