Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EMSERH-MA
Enfermeiro
Edital Nº 03 - EMSERH – Área Assistencial, de 11 de Dezembro de 2017
DZ050-2017
DADOS DA OBRA
Cargo: Enfermeiro
• Língua Portuguesa
• Raciocínio Lógico e Matemático
• Legislação Aplicada à EMSERH
• Legislação Aplicada ao SUS
• Conhecimentos Específicos
Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza
Diagramação
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Capa
Joel Ferreira dos Santos
Editoração Eletrônica
Marlene Moreno
APRESENTAÇÃO
CURSO ONLINE
PASSO 1
Acesse:
www.novaconcursos.com.br/passaporte
PASSO 2
Digite o código do produto no campo indicado no
site.
O código encontra-se no verso da capa da apostila.
*Utilize sempre os 8 primeiros dígitos.
Ex: FV054-17
PASSO 3
Pronto!
Você já pode acessar os conteúdos online.
SUMÁRIO
Língua Portuguesa
1. Interpretação de texto: informações literais e inferências possíveis; ponto de vista do autor; significação contextual de
palavras e expressões; relações entre ideias e recursos de coesão; figuras de estilo................................................................... 01
2. Conhecimentos linguísticos: ortografia: emprego das letras, divisão silábica, acentuação gráfica, encontros vocálicos
e consonantais, dígrafos; classes de palavras: substantivos, adjetivos, artigos, numerais, pronomes, verbos, advérbios,
preposições, conjunções, interjeições: conceituações, classificações, flexões, emprego, locuções. Sintaxe: estrutura da
oração, estrutura do período, concordância (verbal e nominal); regência (verbal e nominal); crase, colocação de prono-
mes; pontuação......................................................................................................................................................................................................... 13
Resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos, porcentagens, sequência (com números, com figuras, de pala-
vras)................................................................................................................................................................................................................................ 01
Raciocínio logico-matemático: proposições, conectivos equivalências e implicação lógica, argumentos validos............ 38
1. Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) –
princípios, diretrizes e arcabouço legal. ......................................................................................................................................................... 01
2. Controle social no SUS. .................................................................................................................................................................................... 05
3. Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde. ....................................................................................................................... 10
4. Constituição Federal, artigos de 194 a 200. ............................................................................................................................................. 13
5. Lei Orgânica da Saúde ‐ Lei no 8.080/1990, Lei no 8.142/1990 e Decreto Presidencial no 7.508, de 28 de junho de
2011. ............................................................................................................................................................................................................................. 15
6. Determinantes sociais da saúde. .................................................................................................................................................................. 28
7. Sistemas de informação em saúde............................................................................................................................................................... 29
SUMÁRIO
Conhecimentos Específicos
1. Interpretação de texto: informações literais e inferências possíveis; ponto de vista do autor; significação contextual de
palavras e expressões; relações entre ideias e recursos de coesão; figuras de estilo.................................................................. 01
2. Conhecimentos linguísticos: ortografia: emprego das letras, divisão silábica, acentuação gráfica, encontros vocálicos
e consonantais, dígrafos; classes de palavras: substantivos, adjetivos, artigos, numerais, pronomes, verbos, advérbios,
preposições, conjunções, interjeições: conceituações, classificações, flexões, emprego, locuções. Sintaxe: estrutura da
oração, estrutura do período, concordância (verbal e nominal); regência (verbal e nominal); crase, colocação de prono-
mes; pontuação......................................................................................................................................................................................................... 13
LÍNGUA PORTUGUESA
- Identificar – é reconhecer os elementos fundamen- - Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias con-
tais de uma argumentação, de um processo, de uma época trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais cadas e, consequentemente, errando a questão.
definem o tempo). Observação - Muitos pensam que há a ótica do es-
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança critor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa
ou de diferenças entre as situações do texto. prova de concurso, o que deve ser levado em consideração
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado é o que o autor diz e nada mais.
com uma realidade, opinando a respeito.
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secun- Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
dárias em um só parágrafo. relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras pala- Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
vras. pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono-
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se
vai dizer e o que já foi dito.
1
LÍNGUA PORTUGUESA
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den-
-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando peque-
verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer nas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor capaz de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.
cedente. (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja-
Os pronomes relativos são muito importantes na in- neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que reduzido no qual o menino detém sua atenção é
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, (A) fresta.
a saber: (B) marca.
(C) alma.
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- (D) solidão.
te, mas depende das condições da frase. (E) penumbra.
- qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa) 2-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois PE/2012)
o objeto possuído. O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a
- como (modo) totalidade do universo, toda a sociedade, a história, a con-
- onde (lugar) cepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo,
quando (tempo) que se estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É,
quanto (montante) de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em
todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do
Exemplo: mundo.
Falou tudo QUANTO queria (correto) Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo:
aparecer o demonstrativo O ). Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações).
Dicas para melhorar a interpretação de textos Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente tex-
tual “O riso”.
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do ( ) CERTO ( ) ERRADO
assunto;
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa 3-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010)
a leitura; Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atin-
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto giu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge
pelo menos duas vezes; uma explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e
- Inferir; generalizado de energia no final de 2009.
- Voltar ao texto quantas vezes precisar; Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elé-
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do trica (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa es-
autor; tatal Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor 900 km que separam Itaipu de São Paulo.
compreensão; Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de in-
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de vestimentos e também erros operacionais conspiraram para
cada questão; produzir a mais séria falha do sistema de geração e distri-
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. buição de energia do país desde o traumático racionamento
de 2001.
Fonte: Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adapta-
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu- ções).
gues/como-interpretar-textos Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas
QUESTÕES do texto acima apresentado, julgue os próximos itens.
A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18
1-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo.
FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à ques- ( ) CERTO ( ) ERRADO
tão, considere o texto abaixo.
A marca da solidão 4-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de Um carteiro chega ao portão do hospício e grita:
paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a — Carta para o 9.326!!!
testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está
penumbra na tarde quente. em
2
LÍNGUA PORTUGUESA
3
LÍNGUA PORTUGUESA
4
LÍNGUA PORTUGUESA
Sinônimos: são palavras de sentido igual ou aproxima- Homógrafos Heterofônicos: iguais na escrita e dife-
do. Exemplo: rentes no timbre ou na intensidade das vogais.
- Alfabeto, abecedário. - Rego (substantivo) e rego (verbo).
- Brado, grito, clamor. - Colher (verbo) e colher (substantivo).
- Extinguir, apagar, abolir, suprimir. - Jogo (substantivo) e jogo (verbo).
- Justo, certo, exato, reto, íntegro, imparcial. - Apoio (verbo) e apoio (substantivo).
Na maioria das vezes não é indiferente usar um sinô- - Para (verbo parar) e para (preposição).
nimo pelo outro. Embora irmanados pelo sentido comum, - Providência (substantivo) e providencia (verbo).
os sinônimos diferenciam-se, entretanto, uns dos outros, - Às (substantivo), às (contração) e as (artigo).
por matizes de significação e certas propriedades que o - Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contração de
escritor não pode desconhecer. Com efeito, estes têm sen- per+o).
tido mais amplo, aqueles, mais restrito (animal e quadrúpe- Homófonos Heterográficos: iguais na pronúncia e di-
de); uns são próprios da fala corrente, desataviada, vulgar, ferentes na escrita.
outros, ao invés, pertencem à esfera da linguagem culta, - Acender (atear, pôr fogo) e ascender (subir).
literária, científica ou poética (orador e tribuno, oculista e - Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emen-
oftalmologista, cinzento e cinéreo). dar).
A contribuição Greco-latina é responsável pela existên- - Concerto (harmonia, sessão musical) e conserto (ato
cia, em nossa língua, de numerosos pares de sinônimos. de consertar).
Exemplos: - Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar).
- Adversário e antagonista. - Apreçar (determinar o preço, avaliar) e apressar (ace-
- Translúcido e diáfano. lerar).
- Semicírculo e hemiciclo. - Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo se-
- Contraveneno e antídoto. lar).
- Moral e ética. - Censo (recenseamento) e senso (juízo).
- Colóquio e diálogo. - Cerrar (fechar) e serrar (cortar).
- Transformação e metamorfose. - Paço (palácio) e passo (andar).
- Oposição e antítese. - Hera (trepadeira) e era (época), era (verbo).
- Caça (ato de caçar), cassa (tecido) e cassa (verbo cas-
O fato linguístico de existirem sinônimos chama-se si- sar = anular).
nonímia, palavra que também designa o emprego de si- - Cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e
nônimos. sessão (tempo de uma reunião ou espetáculo).
Antônimos: são palavras de significação oposta. Exem- Homófonos Homográficos: iguais na escrita e na pro-
plos: núncia.
- Ordem e anarquia. - Caminhada (substantivo), caminhada (verbo).
- Soberba e humildade. - Cedo (verbo), cedo (advérbio).
- Louvar e censurar. - Somem (verbo somar), somem (verbo sumir).
- Mal e bem. - Livre (adjetivo), livre (verbo livrar).
- Pomos (substantivo), pomos (verbo pôr).
A antonímia pode originar-se de um prefixo de senti- - Alude (avalancha), alude (verbo aludir).
do oposto ou negativo. Exemplos: Bendizer/maldizer, sim-
pático/antipático, progredir/regredir, concórdia/discórdia, Parônimos: são palavras parecidas na escrita e na pro-
explícito/implícito, ativo/inativo, esperar/desesperar, co- núncia: Coro e couro, cesta e sesta, eminente e iminente,
munista/anticomunista, simétrico/assimétrico, pré-nupcial/ tetânico e titânico, atoar e atuar, degradar e degredar, cé-
pós-nupcial. tico e séptico, prescrever e proscrever, descrição e discri-
ção, infligir (aplicar) e infringir (transgredir), osso e ouço,
Homônimos: são palavras que têm a mesma pronún- sede (vontade de beber) e cede (verbo ceder), comprimento
cia, e às vezes a mesma grafia, mas significação diferente. e cumprimento, deferir (conceder, dar deferimento) e diferir
Exemplos: (ser diferente, divergir, adiar), ratificar (confirmar) e retifi-
- São (sadio), são (forma do verbo ser) e são (santo). car (tornar reto, corrigir), vultoso (volumoso, muito grande:
- Aço (substantivo) e asso (verbo). soma vultosa) e vultuoso (congestionado: rosto vultuoso).
Só o contexto é que determina a significação dos ho- Polissemia: Uma palavra pode ter mais de uma signi-
mônimos. A homonímia pode ser causa de ambiguidade, ficação. A esse fato linguístico dá-se o nome de polissemia.
por isso é considerada uma deficiência dos idiomas. Exemplos:
O que chama a atenção nos homônimos é o seu aspec- - Mangueira: tubo de borracha ou plástico para regar
to fônico (som) e o gráfico (grafia). Daí serem divididos em: as plantas ou apagar incêndios; árvore frutífera; grande
curral de gado.
5
LÍNGUA PORTUGUESA
- Pena: pluma, peça de metal para escrever; punição; a) A eminente autoridade acaba de concluir uma via-
dó. gem política.
- Velar: cobrir com véu, ocultar, vigiar, cuidar, relativo b) A catástrofe torna-se iminente.
ao véu do palato. c) Sua ascensão foi rápida.
Podemos citar ainda, como exemplos de palavras po- d) Ascenderam o fogo rapidamente.
lissêmicas, o verbo dar e os substantivos linha e ponto, que e) Reacendeu o fogo do entusiasmo.
têm dezenas de acepções.
05. Há uma alternativa errada. Assinale-a:
Sentido Próprio e Sentido Figurado: as palavras po- a) cozer = cozinhar; coser = costurar
dem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido fi- b) imigrar = sair do país; emigrar = entrar no país
gurado. Exemplos: c) comprimento = medida; cumprimento = saudação
- Construí um muro de pedra. (sentido próprio). d) consertar = arrumar; concertar = harmonizar
- Ênio tem um coração de pedra. (sentido figurado). e) chácara = sítio; xácara = verso
- As águas pingavam da torneira, (sentido próprio).
- As horas iam pingando lentamente, (sentido figura- 06. Assinale o item em que a palavra destacada está
do). incorretamente aplicada:
a) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes.
Denotação e Conotação: Observe as palavras em des- b) A justiça infligiu a pena merecida aos desordeiros.
taque nos seguintes exemplos: c) Promoveram uma festa beneficiente para a creche.
- Comprei uma correntinha de ouro. d) Devemos ser fiéis ao cumprimento do dever.
- Fulano nadava em ouro. e) A cessão de terras compete ao Estado.
No primeiro exemplo, a palavra ouro denota ou desig- 07. O ...... do prefeito foi ..... ontem.
na simplesmente o conhecido metal precioso, tem sentido a) mandado - caçado
próprio, real, denotativo. b) mandato - cassado
c) mandato - caçado
No segundo exemplo, ouro sugere ou evoca riquezas,
d) mandado - casçado
poder, glória, luxo, ostentação; tem o sentido conotativo,
e) mandado - cassado
possui várias conotações (ideias associadas, sentimentos,
evocações que irradiam da palavra).
08. Marque a alternativa cujas palavras preenchem cor-
retamente as respectivas lacunas, na frase seguinte: “Ne-
Exercícios
cessitando ...... o número do cartão do PIS, ...... a data de
meu nascimento.”
01. Estava ....... a ....... da guerra, pois os homens ....... nos
a) ratificar, proscrevi
erros do passado.
b) prescrever, discriminei
a) eminente, deflagração, incidiram c) descriminar, retifiquei
b) iminente, deflagração, reincidiram d) proscrever, prescrevi
c) eminente, conflagração, reincidiram e) retificar, ratifiquei
d) preste, conflaglação, incidiram
e) prestes, flagração, recindiram 09. “A ......... científica do povo levou-o a .... de feiticeiros
os ..... em astronomia.”
a) insipiência tachar expertos
02. “Durante a ........ solene era ........ o desinteresse do b) insipiência taxar expertos
mestre diante da ....... demonstrada pelo político”. c) incipiência taxar espertos
a) seção - fragrante - incipiência d) incipiência tachar espertos
b) sessão - flagrante - insipiência e) insipiência taxar espertos
c) sessão - fragrante - incipiência
d) cessão - flagrante - incipiência 10. Na oração: Em sua vida, nunca teve muito ......, apre-
e) seção - flagrante - insipiência sentava-se sempre ...... no ..... de tarefas ...... . As palavras
adequadas para preenchimento das lacunas são:
03. Na ..... plenária estudou-se a ..... de direitos territo- a) censo - lasso - cumprimento - eminentes
riais a ..... . b) senso - lasso - cumprimento - iminentes
a) sessão - cessão - estrangeiros c) senso - laço - comprimento - iminentes
b) seção - cessão - estrangeiros d) senso - laço - cumprimento - eminentes
c) secção - sessão - extrangeiros e) censo - lasso - comprimento - iminentes
d) sessão - seção - estrangeiros
e) seção - sessão - estrangeiros Respostas: (01.B)(02.B)(03.A)(04.D)(05.B)(06.C)(07.B)
(08.E)(09.A)(10.B)
04. Há uma alternativa errada. Assinale-a:
6
LÍNGUA PORTUGUESA
7
LÍNGUA PORTUGUESA
Não basta conhecer o conteúdo das partes de um tra- - Estabelece relações entre os vocábulos no interior
balho: introdução, desenvolvimento e conclusão. Além de das frases.
saber o que se deve (e o que não se deve) escrever em
cada parte constituinte do texto, é preciso saber escrever Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibili-
obedecendo às normas de coerência e coesão. Antes de dade ou compreensão do texto. Um texto bem redigido
mais nada, é necessário definir os termos: coerência diz res- tem parágrafos bem estruturados e articulados pelo enca-
peito à articulação do texto, à compatibilidade das ideias, deamento das ideias neles contidas. As estruturas frasais
à lógica do raciocínio, a seu conteúdo. Coesão refere-se à devem ser coerentes e gramaticalmente corretas, no que
expressão linguística, ao nível gramatical, às estruturas fra- diz respeito à sintaxe. O vocabulário precisa ser adequado
sais e ao emprego do vocabulário. e essa adequação só se consegue pelo conhecimento dos
significados possíveis de cada palavra. Talvez os erros mais
Coerência e coesão relacionam-se com o processo de comuns de redação sejam devidos à impropriedade do vo-
produção e compreensão do texto. A coesão contribui para cabulário e ao mau emprego dos conectivos (conjunções,
a coerência, mas nem sempre um texto coerente apresenta que têm por função ligar uma frase ou período a outro). Eis
coesão. Pode ocorrer que o texto sem coerência apresente alguns exemplos de impropriedade do vocabulário, colhi-
coesão, ou que um texto tenha coesão sem coerência. Em dos em redações sobre censura e os meios de comunica-
outras palavras: um texto pode ser gramaticalmente bem ção e outras.
construído, com frases bem estruturadas, vocabulário cor-
reto, mas apresentar ideias sem nexo, sem uma sequência “Nosso direito é frisado na Constituição.”
lógica: há coesão, mas não coerência. Por outro lado, um Nosso direito é assegurado pela Constituição. = correta
texto pode apresentar ideias coerentes e bem encadeadas,
sem que no plano da expressão as estruturas frasais sejam “Estabelecer os limites as quais a programação deveria
gramaticalmente aceitáveis: há coerência, mas não coesão. estar exposta.”
A coerência textual subjaz ao texto e é responsável Estabelecer os limites aos quais a programação deveria
pela hierarquização dos elementos textuais, ou seja, ela estar sujeita. = correta
tem origem nas estruturas profundas, no conhecimento do
mundo de cada pessoa, aliada à competência linguística. “A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.”
Deduz-se que é difícil ensinar coerência textual, intima-
A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias sensa-
mente ligada à visão de mundo, à origem das ideias no
cionalistas ou punir os meios de comunicação que veiculam
pensamento. A coesão, porém, refere-se à expressão lin-
tais notícias. = correta
guística, aos processos sintáticos e gramaticais do texto.
O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão:
“Retomada das rédeas da programação.”
Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no
Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo de
que diz respeito à programação. = correta
um texto. Conjunto de unidades sistematizadas numa ade-
quada relação semântica, que se manifesta na compatibi-
lidade entre as ideias. (Na linguagem popular: “dizer coisa O emprego de vocabulário inadequado prejudica mui-
com coisa” ou “uma coisa bate com outra”). tas vezes a compreensão das ideias. É importante, ao redi-
Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo gir, empregar palavras cujo significado seja conhecido pelo
do texto, numa linha de sequência e com os quais se es- enunciador, e cujo emprego faça parte de seus conheci-
tabelece um vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo mentos linguísticos. Muitas vezes, quem redige conhece o
coesivo faz-se via gramática, fala-se em coesão gramatical. significado de determinada palavra, mas não sabe empre-
Se se faz por meio do vocabulário, tem-se a coesão lexical. gá-la adequadamente, isso ocorre frequentemente com o
emprego dos conectivos (preposições e conjunções). Não
Coerência basta saber que as preposições ligam nomes ou sintagmas
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do nominais no interior das frases e que as conjunções ligam
texto; frases dentro do período; é necessário empregar adequa-
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão damente tanto umas como outras. É bem verdade que, na
conceitual; maioria das vezes, o emprego inadequado dos conectivos
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o remete aos problemas de regência verbal e nominal.
todo, com o aspecto global do texto; Exemplos:
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e fra-
ses. “Estar inteirada com os fatos” significa participação, in-
teração.
Coesão “Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal; dos fatos, estar informada.
- situa-se na superfície do texto, estabelece conexão
sequencial; “Ir de encontro” significa divergir, não concordar.
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as “Ir ao encontro” quer dizer concordar.
partes componentes do texto;
8
LÍNGUA PORTUGUESA
“Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de - A articulação sintática de causa pode ser feita por
ideias” significa a liberdade não é ameaça; meio de conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque,
“Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de como, por isso que, visto que, uma vez que, já que. Também
ideias”, isto é, a liberdade fica ameaçada. podem ser empregadas as preposições e locuções preposi-
tivas: por, por causa de, em vista de, em virtude de, devido a,
Quanto à regência verbal, convém sempre consul- em consequência de, por motivo de, por razões de.
tar um dicionário de verbos, pois muitos deles admitem - O principal articulador sintático de condição é o “se”:
duas ou três regências diferentes; cada uma, porém, tem Se o time ganhar esse jogo, será campeão. Pode-se também
um significado específico. Lembre-se, a propósito, de que expressar condição pelo emprego dos conectivos: caso,
as dúvidas sobre o emprego da crase decorrem do fato contanto que, desde que, a menos que, a não ser que.
de considerar-se crase como sinal de acentuação apenas, - O emprego da preposição “para” é a maneira mais
quando o problema refere-se à regência nominal e verbal. comum de expressar finalidade. “É necessário baixar as taxas
Exemplos: de juros para que a economia se estabilize” ou para a eco-
nomia estabilizar-se. “Teresa vai estudar bastante para fazer
O verbo assistir admite duas regências: boa prova.” Há outros articuladores que expressam finalida-
de: a fim de, com o propósito de, na finalidade de, com a in-
assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar
tenção de, com o objetivo de, com o fito de, com o intuito de.
assistência (O médico assiste o doente):
- A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio
Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti
dos articuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto,
ao jogo da seleção).
pois, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso.
Para introduzir mais um argumento a favor de determinada
Pedir o =n(transitivo direto) significa solicitar, pleitear conclusão emprega-
(Pedi o jornal do dia). -se ainda. Os articuladores aliás, além do mais, além
Pedir que =,contém uma ordem (A professora pediu disso, além de tudo, introduzem um argumento decisivo,
que fizessem silêncio). cabal, apresentado como um acréscimo, para justificar de
Pedir para = pedir permissão (Pediu para sair da clas- forma incontestável o argumento contrário.
se); significa também pedir em favor de alguém (A Diretora - Para introduzir esclarecimentos, retificações ou desen-
pediu ajuda para os alunos carentes) em favor dos alunos, volvimento do que foi dito empregam-se os articuladores:
pedir algo a alguém (para si): (Pediu ao colega para ajudá isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras. A conjunção aditi-
-lo); pode significar ainda exigir, reclamar (Os professores va “e” anuncia não a repetição, mas o desenvolvimento do dis-
pedem aumento de salário). curso, pois acrescenta uma informação nova, um dado novo,
e se não acrescentar nada, é pura repetição e deve ser evitada.
O mau emprego dos pronomes relativos também pode - Alguns articuladores servem para estabelecer uma
levar à falta de coesão gramatical. Frequentemente, em- gradação entre os correspondentes de determinada escala.
prega-se no qual ou ao qual em lugar do que, com prejuízo No alto dessa escala acham-se: mesmo, até, até mesmo; no
da clareza do texto; outras vezes, o emprego é desnecessá- plano mais baixo: ao menos, pelo menos, no mínimo.
rio ou inadequado.
“Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para Figuras de Linguagem
mim no qual estava sem remetente”. (Chegou com um en-
velope que (o qual) estava sem remetente). Segundo Mauro Ferreira, a importância em reconhecer
figuras de linguagem está no fato de que tal conhecimento,
“Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da além de auxiliar a compreender melhor os textos literários,
sensibilidade...” deixa-nos mais sensíveis à beleza da linguagem e ao
significado simbólico das palavras e dos textos.
Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade
Definição: Figuras de linguagem são certos recursos
delas (palavras cheias de sensibilidade).
não--convencionais que o falante ou escritor cria para dar
maior expressividade à sua mensagem.
Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação
das frases, aconselha-se levar em conta as seguintes suges- Metáfora
tões para o emprego correto dos articuladores sintáticos É o emprego de uma palavra com o significado de outra
(conjunções, preposições, locuções prepositivas e locuções em vista de uma relação de semelhanças entre ambas. É
conjuntivas). uma comparação subentendida.
- Para dar ideia de oposição ou contradição, a articu- Minha boca é um túmulo.
lação sintática faz-se por meio de conjunções adversativas: Essa rua é um verdadeiro deserto.
mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto. Po-
dem também ser empregadas as conjunções concessivas Comparação
e locuções prepositivas para introduzir a ideia de oposição Consiste em atribuir características de um ser a outro,
aliada à concessão: embora, ou muito embora, apesar de, em virtude de uma determinada semelhança.
ainda que, conquanto, posto que, a despeito de, não obs- O meu coração está igual a um céu cinzento.
tante. O carro dele é rápido como um avião.
9
LÍNGUA PORTUGUESA
Prosopopeia Hipérbole
É uma figura de linguagem que atribui características É um exagero intencional com a finalidade de tornar
humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la mais expressiva a ideia.
de PERSONIFICAÇÃO. Ela chorou rios de lágrimas.
O céu está mostrando sua face mais bela. Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda.
O cão mostrou grande sisudez.
Ironia
Sinestesia Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o
Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes contrário do que pensamos.
(mistura dos cinco sentidos). Que alunos inteligentes, não sabem nem somar.
Raquel tem um olhar frio, desesperador. Se você gritar mais alto, eu agradeço.
Aquela criança tem um olhar tão doce.
Onomatopeia
Catacrese Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz
É o emprego de uma palavra no sentido figurado por natural dos seres.
falta de um termo próprio. Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram.
O menino quebrou o braço da cadeira. Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite
A manga da camisa rasgou. toda.
Metonímia Aliteração
É a substituição de uma palavra por outra, quando Consiste na repetição de um determinado som
existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos consonantal no início ou interior das palavras.
que permite essa troca. Ocorre metonímia quando O rato roeu a roupa do rei de Roma.
empregamos:
- O autor pela obra. Elipse
Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares) Consiste na omissão de um termo que fica subentendido
no contexto, identificado facilmente.
- o continente pelo conteúdo. Após a queda, nenhuma fratura.
O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo
os torcedores) Zeugma
Consiste na omissão de um termo já empregado
- a parte pelo todo. anteriormente.
Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto Ele come carne, eu verduras.
substitui casa)
Pleonasmo
- o efeito pela causa. Consiste na intensificação de um termo através da sua
Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui repetição, reforçando seu significado.
o trabalho) Nós cantamos um canto glorioso.
Perífrase Polissíndeto
É a designação de um ser através de alguma de suas É a repetição da conjunção entre as orações de um
características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. período ou entre os termos da oração.
A Veneza Brasileira também é palco de grandes Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para
espetáculos. (Veneza Brasileira = Recife) dançar.
A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência.
(Cidade Maravilhosa = Rio de Janeiro) Assíndeto
Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas
Antítese orações.
Consiste no uso de palavras de sentidos opostos. Chegamos de viagem, tomamos banho, depois saímos
Nada com Deus é tudo. para dançar.
Tudo sem Deus é nada.
Anacoluto
Eufemismo Consiste numa mudança repentina da construção
Consiste em suavizar palavras ou expressões que são sintática da frase.
desagradáveis. Ele, nada podia assustá-lo.
Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu - Nota: o anacoluto ocorre com frequência na linguagem
= morrer) falada, quando o falante interrompe a frase, abandonando
Os homens públicos envergonham o povo. (homens o que havia dito para reconstruí-la novamente.
públicos = políticos)
10
LÍNGUA PORTUGUESA
Anáfora 4) Eufemismo
Consiste na repetição de uma palavra ou expressão Consiste em empregar uma expressão mais suave,
para reforçar o sentido, contribuindo para uma maior mais nobre ou menos agressiva, para atenuar uma verdade
expressividade. tida como penosa, desagradável ou chocante. Exemplos:
Cada alma é uma escada para Deus, “E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir Deus
Cada alma é um corredor-Universo para Deus, lhe pague”. (Chico Buarque).
Cada alma é um rio correndo por margens de Externo paz derradeira = morte
Para Deus e em Deus com um sussurro noturno.
(Fernando Pessoa) 5) Gradação
Na gradação temos uma sequência de palavras que
Silepse intensificam a mesma ideia. Exemplo:
Ocorre quando a concordância é realizada com a ideia “Aqui... além... mais longe por onde eu movo o passo.”
e não sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse: (Castro Alves).
gênero, número e pessoa.
- De gênero: Vossa excelência está preocupado com as 6) Hipérbole
notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto à É a expressão intencionalmente exagerada com o
forma, mas nesse exemplo a concordância se deu com a intuito de realçar uma ideia, proporcionando uma imagem
pessoa a que se refere o pronome de tratamento e não emocionante e de impacto. Exemplos:
com o sujeito). “Faz umas dez horas que essa menina penteia esse
- De número: A boiada ficou furiosa com o peão e cabelo”.
derrubaram a cerca. (nesse caso a concordância se deu com Ele morreu de tanto rir.
a ideia de plural da palavra boiada).
- De pessoa: As mulheres decidimos não votar em 7) Ironia
determinado partido até prestarem conta ao povo. (nesse Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação,
tipo de silepse, o falante se inclui mentalmente entre os pela contradição de termos, pretende-se questionar
participantes de um sujeito em 3ª pessoa). certo tipo de pensamento. A intenção é depreciativa ou
sarcástica. Exemplos:
Fonte:http://juliobattisti.com.br/tutoriais/josebferraz/ Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
figuraslinguagem001.asp estão por perto.
“Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, /
São conhecidas pelo nome de figuras de pensamento burra como uma porta: / um amor.” (Mário de Andrade).
os recursos estilísticos utilizados para incrementar o
significado das palavras no seu aspecto semântico. 8) Prosopopeia ou Personificação
São oito as figuras de pensamento: Consiste na atribuição de ações, qualidades ou
1) Antítese características humanas a seres não humanos. Exemplos:
É a aproximação de palavras ou expressões de sentidos Chora, viola.
opostos. O contraste que se estabelece serve para dar uma A morte mostrou sua face mais sinistra.
ênfase aos conceitos envolvidos, o que não ocorreria com O morro dos ventos uivantes.
a exposição isolada dos mesmos. Exemplos:
Viverei para sempre ou morrerei tentando.
Do riso se fez o pranto. Figuras de construção ou sintaxe integram as
Hoje fez sol, ontem, porém, choveu muito. chamadas figuras de linguagem, representando um
subgrupo destas. Dessa forma, tendo em vista o padrão não
2) Apóstrofe convencional que prevalece nas figuras de linguagem (ou
É assim denominado o chamamento do receptor seja, a subjetividade, a sensibilidade por parte do emissor,
da mensagem, seja ele de natureza imaginária ou não. É deixando às claras seus aspectos estilísticos), devemos
utilizada para dar ênfase à expressão e realiza-se por meio compreender sua denominação. Em outras palavras, por
do vocativo. Exemplos: que “figuras de construção ou sintaxe”?
Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? Podemos afirmar que assim se denominam em virtude
Pai Nosso, que estais no céu; de apresentarem algum tipo de modificação na estrutura
Ó meu querido Santo António; da oração, tendo em vista os reais e já ressaltados objetivos
da enunciação (do discurso) – sendo o principal conferir
3) Paradoxo ênfase a ela.
É uma proposição aparentemente absurda, resultante Assim sendo, comecemos entendendo que, em termos
da união de ideias que se contradizem referindo-se ao convencionais, a estrutura sintática da nossa língua se
mesmo termo. Os paradoxos viciosos são denominados perfaz de uma sequência, demarcada pelos seguintes
Oxímoros (ou oximoron). Exemplos: elementos:
“Menino do Rio / Calor que provoca arrepio...”
“Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e SUJEITO + PREDICADO + COMPLEMENTO
não se sente; / É um contentamento descontente; / É dor que
desatina sem doer;” (Camões) (Nós) CHEGAMOS ATRASADOS À REUNIÃO.
11
LÍNGUA PORTUGUESA
Vi uma estrela tão alta, Percebemos que o pronome oblíquo (lhe) faz referência
Vi uma estrela tão fria! à terceira pessoa do singular, já expressa. Trata-se, portanto,
Vi uma estrela luzindo de uma repetição de ordem sintática demarcada pelo que
Na minha vida vazia. chamamos de objeto direto pleonástico.
Era uma estrela tão alta! Observação importante: O pleonasmo utilizado sem
Era uma estrela tão fria! a intenção de conferir ênfase ao discurso, torna-se o que
Era uma estrela sozinha denominamos de vício de linguagem – ocorrência que deve
Luzindo no fim do dia. ser evitada. Como, por exemplo: subir para cima, descer
[...] para baixo, entrar para dentro, entre outras circunstâncias
Manuel Bandeira linguísticas.
12
LÍNGUA PORTUGUESA
13
LÍNGUA PORTUGUESA
6. Escreveremos com -s- as palavras femininas termi- 2.-b) Escreveremos com -z- os verbos terminados em
nadas em -isa. -izar, quando a palavra primitiva não possuir -s-.
Exemplos:
Exemplos: - economia = economizar
- poetisa - terror = aterrorizar
- profetisa - frágil = fragilizar
- Heloísa Cuidado:
- Marisa - catequese = catequizar
- síntese = sintetizar
7. Escreveremos com -s- toda a conjugação dos verbos - hipnose = hipnotizar
pôr, querer e usar. - batismo = batizar
Exemplos:
- Eu pus 3.-a) Escreveremos com -s- os diminutivos terminados
- Ele quis em -sinho e -sito, quando a palavra primitiva já possuir o
- Nós usamos -s- no final do radical.
- Eles quiseram Exemplos:
- Quando nós quisermos - casinha
- Se eles usassem - asinha
- portuguesinho
Ç ou S? - camponesinha
- Teresinha
Após ditongo, escreveremos com -ç-, quando houver
- Inesita
som de s, e escreveremos com -s-, quando houver som de
z.
3.-b) Escreveremos com -z- os diminutivos terminados
Exemplos: em -zinho e -zito, quando a palavra primitiva não possuir
- eleição -s- no final do radical.
- traição Exemplos:
- Neusa - mulherzinha
- coisa - arvorezinha
- alemãozinho
S ou Z? - aviãozinho
1.-a) Escreveremos com -s- as palavras terminadas em - pincelzinho
-ês e -esa que indicarem nacionalidades, títulos ou no-
- corzinha
mes próprios.
Exemplos:
- portuguesa SS
- norueguesa 1. Escreveremos com -cess- as palavras derivadas de
- marquesa verbos terminados em -ceder.
- duquesa Exemplos:
- Inês - anteceder = antecessor
- Teresa - exceder = excesso
- conceder = concessão
1.-b) Escreveremos com -z- as palavras terminadas em
-ez e -eza, substantivos abstratos que provêm de adje- 2. Escreveremos com -press- as palavras derivadas de
tivos, ou seja, palavras que indicam a existência de uma
verbos terminados em -primir.
qualidade.
Exemplos: Exemplos:
- embriaguez - imprimir = impressão
- limpeza - comprimir = compressa
- lucidez - deprimir = depressivo
- nobreza
- acidez 3. Escreveremos com -gress- as palavras derivadas de
- pobreza verbos terminados em -gredir.
2.-a) Escreveremos com -s- os verbos terminados em Exemplos:
-isar, quando a palavra primitiva já possuir o -s-. - agredir = agressão
Exemplos:
- progredir = progresso
- análise = analisar
- transgredir = transgressor
- pesquisa = pesquisar
- paralisia = paralisar
14
LÍNGUA PORTUGUESA
4. Escreveremos com -miss- ou -mess- as palavras de- 2. Escreveremos com -g- todas as palavras terminadas
rivadas de verbos terminados em -meter. em -gem, com exceção de pajem, lambujem e a conjuga-
Exemplos: ção dos verbos terminados em -jar.
- comprometer = compromisso Exemplos:
- intrometer = intromissão - a viagem
- prometer = promessa - a coragem
- remeter = remessa - a personagem
- a vernissagem
ÇS ou SS - a ferrugem
Em relação ao verbos terminados em -tir, teremos: - a penugem
1. Escreveremos com -ção, se apenas retirarmos a de-
sinência de infinitivo -r, dos verbos terminados em -tir. X
Exemplo: 1. Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por
- curtir - r + ção = curtição mex-, com exceção de mecha.
Exemplos:
2. Escreveremos com -são, quando, ao retirarmos toda - mexilhão
a terminação -tir, a última letra for consoante. - mexer
Exemplo: - mexerica
- divertir - tir + são = diversão - México
- mexerico
3. Escreveremos com -ssão, quando, ao retirarmos - mexido
toda a terminação -tir, a última letra for vogal. 2. Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por enx-
Exemplo:
, com exceção das derivadas de vocábulos iniciados por
- discutir - tir + ssão = discussão
ch- e da palavra enchova.
Exemplos:
J
- enxada
1. Escreveremos com -j- as palavras derivadas dos ver-
bos terminados em -jar. - enxerto
Exemplos: - enxerido
- trajar = traje, eu trajei. - enxurrada
- encorajar = que eles encorajem mas:
- viajar = que eles viajem - cheio = encher, enchente
- charco = encharcar
3. Escreveremos com -j- as palavras derivadas de vocá- - chiqueiro = enchiqueirar
bulos terminados em -ja.
Exemplos: 3. Escreveremos -x- após ditongo, com exceção de re-
- loja = lojista cauchutar e guache.
- gorja = gorjeta Exemplos:
- canja = canjica - ameixa
4. Escreveremos com -j- as palavras de origem tupi, - deixar
africana ou popular. - queixa
Exemplos: - feixe
- jeca - peixe
- jibóia - gueixa
- jiló UIR e OER
- pajé Os verbos terminados em -uir e -oer terão as 2ª e 3ª
pessoas do singular do Presente do Indicativo escritas com
G -i-.
1. Escreveremos com -g- todas as palavras terminadas Exemplos:
em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. - tu possuis
Exemplos: - ele possui
- pedágio
- tu constróis
- colégio
- ele constrói
- sacrilégio
- tu móis
- prestígio
- ele mói
- relógio
- refúgio - tu róis
- ele rói
15
LÍNGUA PORTUGUESA
16
LÍNGUA PORTUGUESA
Os acentos
5- (TTN) Assinale a alternativa em que todas as pala-
vras estão corretamente grafadas: acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i»,
a) quiseram, essência, impecílio «u» e sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras
b) pretencioso, aspectos, sossego representam as vogais tônicas de palavras como Amapá,
c) assessores, exceção, incansável caí, público, parabéns. Sobre as letras “e” e “o” indica, além
d) excessivo, expontâneo, obseção da tonicidade, timbre aberto.Ex.: herói – médico – céu (di-
e) obsecado, reinvidicação, repercussão tongos abertos)
Gabarito
1-a) j b) g c) j d) g e) g acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,
2-a) 3-d) 4-d) 5-c) “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.:
tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com
Acentuação Gráfica artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi total-
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as re- mente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado
gras estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se com- em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.:
põe de algumas particularidades, às quais devemos estar mülleriano (de Müller)
atentos, procurando estabelecer uma relação de familia-
ridade e, consequentemente, colocando-as em prática na til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo-
linguagem escrita. gais nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a
prática de redigir, automaticamente aprimoramos essas
Regras fundamentais:
competências, e logo nos adequamos à forma padrão.
Palavras oxítonas:
Regras básicas – Acentuação tônica
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
A acentuação tônica implica na intensidade com que “o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá pó(s) – armazém(s)
de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
As demais, como são pronunciadas com menos intensida- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
de, são denominadas de átonas. guidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, se-
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi- guidas de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – com-
cadas como: pô-lo
“Sei que não vai dar em nada, Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
Seus segredos sei de cor”. abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
Os monossílabos classificam-se como tônicos; os de- de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
mais, como átonos (que, em, de). palavras paroxítonas.
17
LÍNGUA PORTUGUESA
* Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma As formas verbais que possuíam o acento tônico na
palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
acentuados. Ex.: herói, céu, dói, escarcéu. “e” ou “i” não serão mais acentuadas. Ex.:
Antes Depois
Antes Agora apazigúe (apaziguar) apazigue
assembléia assembleia averigúe (averiguar) averigue
idéia ideia argúi (arguir) argui
geléia geleia
jibóia jiboia Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa
apóia (verbo apoiar) apoia do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo
paranóico paranoico vir)
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acom- A regra prevalece também para os verbos conter, ob-
panhados ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca ter, reter, deter, abster.
– baú – país – Luís ele contém – eles contêm
Observação importante: ele obtém – eles obtêm
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando ele retém – eles retêm
hiato quando vierem depois de ditongo: Ex.: ele convém – eles convêm
Antes Agora Não se acentuam mais as palavras homógrafas que
bocaiúva bocaiuva antes eram acentuadas para diferenciá-las de outras seme-
feiúra feiura lhantes (regra do acento diferencial). Apenas em algumas
Sauípe Sauipe exceções, como:
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua sen-
abolido. Ex.: do acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa
Antes Agora do singular do presente do indicativo). Ex:
crêem creem Ela pode fazer isso agora.
lêem leem Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou...
vôo voo
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da
enjôo enjoo
preposição por.
- Quando, na frase, der para substituir o “por” por “co-
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos
locar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex:
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER.
Faço isso por você.
Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Repare:
1-) O menino crê em você Questões sobre Acentuação Gráfica
Os meninos creem em você.
2-) Elza lê bem! 01. (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA –
Todas leem bem! VUNESP/2010) Assinale a alternativa em que as palavras
3-) Espero que ele dê o recado à sala. são acentuadas graficamente pelos mesmos motivos que
Esperamos que os garotos deem o recado! justificam, respectivamente, as acentuações de: década,
4-) Rubens vê tudo! relógios, suíços.
Eles veem tudo! (A) flexíveis, cartório, tênis.
(B) inferência, provável, saída.
* Cuidado! Há o verbo vir: (C) óbvio, após, países.
Ele vem à tarde! (D) islâmico, cenário, propôs.
Eles vêm à tarde! (E) república, empresária, graúda.
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan- 02. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz Assinale a alternativa com as palavras acentuadas segundo
as regras de acentuação, respectivamente, de intercâmbio
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti- e antropológico.
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha. (A) Distúrbio e acórdão.
(B) Máquina e jiló.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem (C) Alvará e Vândalo.
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba (D) Consciência e características.
(E) Órgão e órfãs.
18
LÍNGUA PORTUGUESA
19
LÍNGUA PORTUGUESA
20
LÍNGUA PORTUGUESA
Restritivo - exprime qualidade que não é própria do ser. - de superioridade: analítico (mais bom do que) e sin-
Ex: fruta madura. tético (melhor que).
Primitivo - não vem de outra palavra portuguesa. Por - de inferioridade: menos bom que (do que).
exemplo, bom e mau.
Derivado - tem origem em outra palavra portuguesa. Superlativo
Por exemplo, bondoso - absoluto: analítico (muito bom) e sintético (ótimo,
Simples - formado de um só radical. Por exemplo, bra- erudito; ou boníssimo, popular).
sileiro. - relativo: de superioridade (o mais bom de) e de infe-
Composto - formado de mais de um radical. Por exem- rioridade (o menos bom ).
plo, franco-brasileiro.
Pátrio - é o adjetivo que indica a naturalidade ou a na- Somente seis adjetivos têm o grau comparativo de su-
cionalidade do ser. Por exemplo, brasileiro, cambuiense, perioridade sintético. Veja-os: de bom - melhor, de mau
etc. - pior, de grande - maior, de pequeno - menor, de alto - su-
perior, de baixo - inferior. Para estes seis adjetivos, usamos
Locução Adjetiva a forma analítica do grau comparativo de superioridade,
É toda expressão formada de uma preposição mais um quando se comparam duas qualidades do mesmo ser. Por
substantivo, equivalente a um adjetivo. Por exemplo, ho- exemplo, Ele é mais bom que inteligente. Usa-se a forma
mens com aptidão (aptos), bandeira da Irlanda (irlandesa). sintética do grau comparativo de superioridade, quando
se comparam dois seres através da mesma qualidade. Por
Gêneros dos Adjetivos exemplo: Ela é melhor que você.
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mascu-
lino e outra para o feminino. Por exemplo, mau e má, judeu PRONOME
e judia. Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona A palavra que acompanha (determina) ou substitui
no feminino somente o último elemento. Por exemplo, o um nome é denominada pronome. Ex.: Ana disse para sua
motivo sócio-literário e a causa sócio-literária. Exceção = irmã: - Eu preciso do meu livro de matemática. Você não o
surdo-mudo e surda-muda. encontrou? Ele estava aqui em cima da mesa.
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino - eu substitui “Ana”
como para o feminino. Por exemplo, homem feliz ou cruel e
- meu acompanha “o livro de matemática”
mulher feliz ou cruel. Se o adjetivo é composto e uniforme,
- o substitui “o livro de matemática”
fica invariável no feminino. Por exemplo, conflito político-
- ele substitui “o livro de matemática”
social e desavença político-social.
Flexão: Quanto à forma, o pronome varia em gênero,
Número dos Adjetivos
número e pessoa:
Plural dos adjetivos simples: Os adjetivos simples fle-
Gênero (masculino/feminino)
xionam-se no plural de acordo com as regras estabelecidas
para a flexão numérica dos substantivos simples. Por exem- Ele saiu/Ela saiu
plo, mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas. Meu carro/Minha casa
Plural dos adjetivos compostos: Os adjetivos compostos
flexionam-se no plural de acordo com as seguintes regras: Número (singular/plural)
- os adjetivos compostos formados de adjetivo + ad- Eu saí/Nós saímos
jetivo flexionam somente o último elemento. Por exemplo, Minha casa/Minhas casas
luso-brasileiro e luso-brasileiros. Exceções: surdo-mudo e Pessoa (1ª/2ª/3ª)
surdos-mudos. E ficam invariáveis os seguintes adjetivos Eu saí/Tu saíste/Ele saiu
compostos: azul-celeste e azul-marinho. Meu carro/Teu carro/Seu carro
- os adjetivos compostos formados de palavra invariá- Função: O pronome tem duas funções fundamentais:
vel + adjetivo flexionam também só o último elemento. Por Substituir o nome: Nesse caso, classifica-se como pro-
exemplo, mal-educado e mal-educados. nome substantivo e constitui o núcleo de um grupo no-
- os adjetivos compostos formados de adjetivo + subs- minal. Ex.: Quando cheguei, ela se calou. (ela é o núcleo
tantivo ficam invariáveis. Por exemplo, carro(s) verde-ca- do sujeito da segunda oração e se trata de um pronome
nário. substantivo porque está substituindo um nome)
- as expressões formadas de cor + de + substantivo Referir-se ao nome: Nesse caso, classifica-se como
também ficam invariáveis. Por exemplo, cabelo(s) cor-de pronome adjetivo e constitui uma palavra dependente
-ouro. do grupo nominal. Ex.: Nenhum aluno se calou. (o sujeito
“nenhum aluno” tem como núcleo o substantivo “aluno” e
Graus dos Adjetivos como palavra dependente o pronome adjetivo “nenhum”)
O adjetivo flexiona-se em grau para indicar a intensida-
de da qualidade do ser. Existem, para o adjetivo, dois graus: Pronomes Pessoais: São aqueles que substituem os
Comparativo nomes e representam as pessoas do discurso:
- de igualdade: tão (tanto, tal) bom como (quão, quan- 1ª pessoa - a pessoa que fala - eu/nós
to). 2ª pessoa - a pessoa com que se fala - tu/vós
21
LÍNGUA PORTUGUESA
Pronomes pessoais retos: são os que têm por função principal representar o sujeito ou predicativo.
Pronomes pessoais oblíquos: são os que podem exercer função de complemento.
Pronomes pessoais oblíquos
Pronomes pessoais retos
Pessoas do Discurso Átonos Tônicos
1ª pessoa eu me mim, comigo
2ª pessoa tu te ti, contigo
Singular
3ª pessoa ele/ela se, o, a, lhe si, ele, consigo
1ª pessoa nós nos nós, conosco
Plural 2ª pessoa vós vos vós convosco
3ª pessoa eles/elas se, os, as, lhes si, els, consigo
Pronomes Oblíquos
- Associação de pronomes a verbos: Os pronomes oblíquos o, a, os, as, quando associados a verbos terminados em -r,
-s, -z, assumem as formas lo, la, los, las, caindo as consoantes. Ex.: Carlos quer convencer seu amigo a fazer uma viagem;
Carlos quer convencê-lo a fazer uma viagem.
- Quando associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am, -em, -ão, -õe), assumem as formas no, na, nos, nas.
Ex.: Fizeram um relatório; Fizeram-no.
- Os pronomes oblíquos podem ser reflexivos e quando isso ocorre se referem ao sujeito da oração. Ex.: Maria olhou-se
no espelho; Eu não consegui controlar-me diante do público.
- Antes do infinitivo precedido de preposição, o pronome usado deverá ser o reto, pois será sujeito do verbo no infini-
tivo. Ex.: O professor trouxe o livro para mim. (pronome oblíquo, pois é um complemento); O professor trouxe o livro para
eu ler. (pronome reto, pois é sujeito)
Pronomes de Tratamento: São aqueles que substituem a terceira pessoa gramatical. Alguns são usados em tratamento
cerimonioso e outros em situações de intimidade. Conheça alguns:
- você (v.): tratamento familiar
- senhor (Sr.), senhora (Srª.): tratamento de respeito
- senhorita (Srta.): moças solteiras
- Vossa Senhoria (V.Sª.): para pessoa de cerimônia
- Vossa Excelência (V.Exª.): para altas autoridades
- Vossa Reverendíssima (V. Revmª.): para sacerdotes
- Vossa Eminência (V.Emª.): para cardeais
- Vossa Santidade (V.S.): para o Papa
- Vossa Majestade (V.M.): para reis e rainhas
- Vossa Majestade Imperial (V.M.I.): para imperadores
- Vossa Alteza (V.A.): para príncipes, princesas e duques
1- Os pronomes e os verbos ligados aos pronomes de tratamento devem estar na 3ª pessoa. Ex.: Vossa Excelência já
terminou a audiência? (nesse fragmento se está dirigindo a pergunta à autoridade)
2- Quando apenas nos referimos a essas pessoas, sem que estejamos nos dirigindo a elas, o pronome “vossa” se trans-
forma no possessivo “sua”. Ex.: Sua Excelência já terminou a audiência? (nesse fragmento não se está dirigindo a pergunta
à autoridade, mas a uma terceira pessoa do discurso)
Pronomes Possessivos: São aqueles que indicam ideia de posse. Além de indicar a coisa possuída, indicam a pessoa
gramatical possuidora.
Masculino Feminino
Singular Plural Singular Plural
meu meus minha minhas
teu teus tua tuas
seu seus sua suas
nosso nossos nossa nossas
vosso vossos vossa vossas
seu seus sua suas
22
LÍNGUA PORTUGUESA
Existem palavras que eventualmente funcionam como pronomes possessivos. Ex.: Ele afagou-lhe (seus) os cabelos.
Perto da 3ª pessoa,
Passado ou futuro Referente ao primeiro elemento
distante dos interlocu-
aquele, remotos citado em uma enumeração.
tores.
aquela,
aquilo, Ex.: Tenho boas recor- Ex.: O homem e a mulher são
aqueles, Ex.: Não gostei da-
dações de 1960, pois massacrados pela cultura atual,
aquelas quele livro que a Ro-
naquele ano realizei mas esta é mais oprimida que
berta trouxe.
bons negócios. aquele.
Pronomes Indefinidos: São pronomes que acompanham o substantivo, mas não o determinam de forma precisa: al-
gum, bastante, cada, certo, diferentes, diversos, demais, mais, menos, muito nenhum, outro, pouco, qual, qualquer, quanto,
tanto, todo, tudo, um, vários.
Algumas locuções pronominais indefinidas: cada qual, qualquer um, tal e qual, seja qual for, sejam quem for, todo
aquele, quem (que), quer uma ou outra, todo aquele (que), tais e tais, tal qual, seja qual for.
Algum:
- quando anteposto ao substantivo da ideia de afirmação. “Algum dinheiro terá sido deixado por ela.”
- quando posposto ao substantivo dá ideia de negação. “Dinheiro algum terá sido deixado por ela.”
O uso desse pronome indefinido antes ou depois do verbo está ligado à intenção do enunciador.
Demais: Este pronome indefinido, muitas vezes, é confundido com o advérbio “demais” ou com a locução adverbial
“de mais”. Ex.:
“Maria não criou nada de mais além de uma cópia do quadro de outro artista.” (locução adverbial)
“Maria esperou os demais.” (pronome indefinido = os outros)
“Maria esperou demais.” (advérbio de intensidade)
Todo: É usado como pronome indefinido e também como advérbio, no sentido de completamente, mas possuindo
flexão de gênero e número, o que é raro em um advérbio. Ex.:
“Percorri todo trajeto.” (pronome indefinido)
“Por causa da chuva, a roupa estava toda molhada.” (advérbio)
Cada: Possui valor distributivo e significa todo, qualquer dentre certo número de pessoas ou de coisas. Ex.: “Cada
homem tem a mulher que merece”. Este pronome indefinido não pode anteceder substantivo que esteja em plural (cada
férias), a não ser que o substantivo venha antecedido de numeral (cada duas férias). Pode, às vezes, ter valor intensificador:
“Mário diz cada coisa idiota!”
23
LÍNGUA PORTUGUESA
Pronomes Relativos: São aqueles que representam Conjugação Verbal: Existem 3 conjugações verbais:
nomes que já foram citados e com os quais estão relacio- - A 1ª que tem como vogal temática o ‘’a’’. Ex: cantar,
nados. O nome citado denomina-se antecedente do pro- pular, sonhar etc...
nome relativo. Ex.: “A rua onde moro é muito escura à noi- - A 2ª que tem como vogal temática o ‘’e’’. Ex: vender,
te.”; onde: pronome relativo que representa “a rua”; a rua: comer, chover, sofrer etc....
antecedente do pronome “onde”. - A 3ª que tem como vogal temática o ‘’i’’. Ex: partir,
dividir, sorrir, abrir etc....
Alguns pronomes que podem funcionar como pro-
nomes relativos: Masculino (o qual, os quais, quanto,
quantos, cujo, cujos). Feminino (a qual, as quais, quanta, 1º CONJUGAÇÃO 2º CONJUGAÇÃO 3º CONJUGAÇÃO
quantas, cuja, cujas). Invariável (quem, que, onde). verbos terminados verbos terminados verbos terminados
em AR em ER em IR
O pronome relativo quem sempre possui como ante-
cedente uma pessoa ou coisas personificadas, vem sem- cantar vender partir
pre antecedido de preposição e possui o significado de “o amar chover sorrir
qual”. Ex.: “Aquela menina de quem lhe falei viajou para sonhar sofrer abrir
Paris”. Antecedente: menina; Pronome relativo antecedido
de preposição: de quem. OBS: O verbo pôr, assim como seus derivados (com-
Os pronomes relativos cujo, cuja sempre precedem a por, repor, depor, etc.), pertence à 2º conjugação, porque
um substantivo sem artigo e possuem o significado “do na sua forma antiga a sua terminação era em er: poer. A
qual”, “da qual”. Ex.: “O livro cujo autor não me recordo.” vogal “e”, apesar de haver desaparecido do infinitivo, re-
Os pronomes relativos quanto(s) e quanta(s) apa- vela-se em algumas formas de verbo: põe, pões, põem etc.
recem geralmente precedidos dos pronomes indefinidos
tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. Ex.: “Você é tudo Pessoas: 1ª, 2ª e 3ª pessoa são abordadas em 2 situa-
quanto queria na vida.” ções: singular e plural.
O pronome relativo onde tem sempre como antece- Primeira pessoa do singular – eu; ex: eu canto
dente palavra que indica lugar. Ex.: “A casa onde moro é Segunda pessoa do singular – tu; ex: tu cantas
muito espaçosa.” Terceira pessoa do singular – ele; ex ele: canta
O pronome relativo que admite diversos tipos de an- Primeira pessoa do plural – nós; ex: nós cantamos
tecedentes: nome de uma coisa ou pessoa, o pronome de- Segunda pessoa do plural – vós; ex: vós cantais
monstrativo ou outro pronome. Ex.: “Quero agora aquilo Terceira pessoa do plural – eles; ex: eles cantam
que ele me prometeu.”
Os pronomes relativos, na maioria das vezes, funcio- Tempos e Modo de Verbo
nam como conectivos, permitindo-nos unir duas orações
em um só período. Ex.: A mulher parece interessada. A - Presente. Fato ocorrido no momento em que se fala.
mulher comprou o livro. (A mulher que parece interessada Ex: Faz
comprou o livro.) - Pretérito. Fato ocorrido antes. Ex: Fez
Pronomes Interrogativos: Os pronomes interroga- - Futuro. Fato ocorrido depois. Ex: Fará
tivos levam o verbo à 3ª pessoa e são usados em frases O pretérito subdivide-se em perfeito, imperfeito e
interrogativas diretas ou indiretas. Não existem pronomes mais-que-perfeito.
exclusivamente interrogativos e sim que desempenham - Perfeito. Ação acabada. Ex: Eu li o ultimo romance de
função de pronomes interrogativos, como por exemplo: Rubens Fonseca.
que, quantos, quem, qual, etc. Ex.: “Quantos livros tere- - Imperfeito. Ação inacabada no momento a que se
mos que comprar?”; “Ele perguntou quantos livros teriam refere à narração. Ex: Ele olhava o mar durante horas e ho-
que comprar.”; “Qual foi o motivo do seu atraso?” ras.
- Mais-que-perfeito. Ação acabada, ocorrida antes de
VERBO outro fato passado. Ex: para poder trabalhar melhor, ela
dividira a turma em dois grupos.
Quando se pratica uma ação, a palavra que representa O futuro subdivide-se em futuro do presente e futuro
essa ação e indica o momento em que ela ocorre é o verbo. do pretérito.
Exemplos: - futuro do Presente. Refere-se a um fato imediato e
- Aquele pedreiro trabalhou muito. (ação – pretérito) certo. Ex: comprarei ingressos para o teatro.
- Venta muito na primavera. (fenômeno – presente) - futuro do Pretérito. Pode indicar condição, referin-
- Ana ficará feliz com a tua chegada. (estado - futuro) do-se a uma ação futura, vinculada a um momento já pas-
- Maria enviuvou na semana passada. (mudança de es- sado. Ex: Aprenderia tocar violão, se tivesse ouvido para a
tado – pretérito) música (aqui indica condição); Eles gostariam de convidá-la
- A serra azula o horizonte. (qualidade – presente) para a festa.
24
LÍNGUA PORTUGUESA
25
LÍNGUA PORTUGUESA
26
LÍNGUA PORTUGUESA
de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo al- As frases são proferidas com entoação e pausas espe-
gum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum ciais, indicadas na escrita pelos sinais de pontuação. Mui-
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, prova- tas frases, principalmente as que se desviam do esquema
velmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe sujeito + predicado, só pode ser entendidas dentro do
de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, contexto (= o escrito em que figuram) e na situação (= o
efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, ambiente, as circunstâncias) em que o falante se encontra.
indubitavelmente Chamam-se frases nominais as que se apresentam sem o
de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, so- verbo. Exemplo: Tudo parado e morto.
mente, simplesmente, só, unicamente
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam- Quanto ao sentido, as frases podem ser:
bém
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente Declarativas: aquela através da qual se enuncia algo,
de designação: Eis de forma afirmativa ou negativa. Encerram a declaração ou
de interrogação: onde?(lugar), como?(modo), quan- enunciação de um juízo acerca de alguém ou de alguma
do?(tempo), por quê?(causa), quanto?(preço e intensida- coisa:
de), para quê?(finalidade) Paulo parece inteligente. (afirmativa)
Locução adverbial A retificação da velha estrada é uma obra inadiável.
É reunião de duas ou mais palavras com valor de ad- (afirmativa)
vérbio. Exemplo: Nunca te esquecerei. (negativa)
Carlos saiu às pressas. (indicando modo) Neli não quis montar o cavalo velho, de pêlo ruço. (ne-
Maria saiu à tarde. (indicando tempo) gativa)
Há locuções adverbiais que possuem advérbios corres- Interrogativas: aquela da qual se pergunta algo, direta
pondentes. Exemplo: (com ponto de interrogação) ou indiretamente (sem ponto
Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu apressadamente. de interrogação). São uma pergunta, uma interrogação:
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de Por que chegaste tão tarde?
modo são flexionados, sendo que os demais são todos in- Gostaria de saber que horas são.
variáveis. A única flexão propriamente dita que existe na “Por que faço eu sempre o que não queria” (Fernando
categoria dos advérbios é a de grau:
Pessoa)
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe
“Não sabe, ao menos, o nome do pequeno?” (Machado
- longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente
de Assis)
- inconstitucionalissimamente, etc;
Diminutivo: diminui a intensidade.
Imperativas: aquela através da qual expressamos uma
Exemplos: perto - pertinho, pouco - pouquinho, deva-
ordem, pedido ou súplica, de forma afirmativa ou negativa.
gar - devagarinho,
Contêm uma ordem, proibição, exortação ou pedido:
Frase, período e oração: “Cale-se! Respeite este templo.” (afirmativa)
Não cometa imprudências. (negativa)
Frase: é todo enunciado capaz de transmitir, a quem “Vamos, meu filho, ande depressa!” (afirmativa)
nos ouve ou lê, tudo o que pensamos, queremos ou senti- “Segue teu rumo e canta em paz.” (afirmativa)
mos. Pode revestir as mais variadas formas, desde a simples “Não me leves para o mar.” (negativa)
palavra até o período mais complexo, elaborado segundo
os padrões sintáticos do idioma. São exemplos de frases: Exclamativas: aquela através da qual externamos uma
admiração. Traduzem admiração, surpresa, arrependimen-
Socorro! to, etc.:
Muito obrigado! Como eles são audaciosos!
Que horror! Não voltaram mais!
Sentinela, alerta! “Uma senhora instruída meter-se nestas bibocas!”
Cada um por si e Deus por todos. (Graciliano Ramos)
Grande nau, grande tormenta.
Por que agridem a natureza? Optativas: É aquela através da qual se exprime um de-
“Tudo seco em redor.” (Graciliano Ramos) sejo:
“Boa tarde, mãe Margarida!” (Graciliano Ramos) Bons ventos o levem!
“Fumaça nas chaminés, o céu tranquilo, limpo o terrei- Oxalá não sejam vãos tantos sacrifícios!
ro.” (Adonias Filho) “E queira Deus que te não enganes, menino!” (Carlos
“As luzes da cidade estavam amortecidas.” (Érico Ve- de Laet)
ríssimo) “Quem me dera ser como Casimiro Lopes!” (Graciliano
“Tropas do exército regular do Sul, ajustadas pelos seus Ramos)
aliados brancos de além mar, tinham sido levadas em heli-
cópteros para o lugar onde se presumia estivesse o inimigo, Imprecativas: Encerram uma imprecação (praga, mal-
mas este se havia sumido por completo.” (Érico Veríssimo) dição):
27
LÍNGUA PORTUGUESA
“Esta luz me falte, se eu minto, senhor!” (Camilo Cas- 04. Sabemos que frases verbais são aquelas que têm
telo Branco) verbos. Assinale, pois, as frases verbais:
“Não encontres amor nas mulheres!” (Gonçalves Dias) a) Deus te guarde!
“Maldito seja quem arme ciladas no seu caminho!” b) As risadas não eram normais.
(Domingos Carvalho da Silva) c) Que ideia absurda!
d) O fósforo quebrou – se em três pedacinhos.
Como se vê dos exemplos citados, os diversos tipos de e) Tão preta como o túnel!
frase podem encerrar uma afirmação ou uma negação. No f) Quem bom!
primeiro caso, a frase é afirmativa, no segundo, negativa. O g) As ovelhas são mansas e pacientes.
que caracteriza e distingue esses diferentes tipos de frase é h) Que espírito irônico e livre!
a entoação, ora ascendente ora descendente.
Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só po- 05. Escreva para cada frase o tipo a que pertence: de-
dem ser integralmente captados se atentarmos para o con- clarativa, interrogativa, imperativa e exclamativa:
texto em que são empregadas. É o caso, por exemplo, das a) Que flores tão aromáticas!
situações em que se explora a ironia. Pense, por exemplo, b) Por que é que não vais ao teatro mais vezes?
c) Devemos manter a nossa escola limpa.
na frase “Que educação!”, usada quando se vê alguém in-
d) Respeitem os limites de velocidade.
vadindo, com seu carro, a faixa de pedestres. Nesse caso,
e) Já alguma vez foste ao Museu da Ciência?
ela expressa exatamente o contrário do que aparentemen-
f) Atravessem a rua com cuidado.
te diz. g) Como é bom sentir a alegria de um dever cumprido!
A entoação é um elemento muito importante da frase h) Antes de tomar banho no mar, deve-se olhar para a
falada, pois nos dá uma ampla possibilidade de expressão. cor da bandeira.
Dependendo de como é dita, uma frase simples como “É i) Não te quero ver mais aqui!
ela.” pode indicar constatação, dúvida, surpresa, indigna- j) Hoje saímos mais cedo.
ção, decepção, etc. Respostas
A mesma frase pode assumir sentidos diferentes, con- 1-“a” e “d”
forme o tom com que a proferimos. Observe: 2- a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d) op-
Olavo esteve aqui. tativa; e) interrogativa; f) declarativa; g) imperativa; h) de-
Olavo esteve aqui? clarativa
Olavo esteve aqui?! 3- a) Eugênio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisi-
Olavo esteve aqui! nho, procure os fósforos no bolso!; c) Meninos, olhem à
sua volta!
Exercícios 4- a/b/d/g
5- a) exclamativa; b) interrogativa; c) declarativa; d) im-
01. Marque apenas as frases nominais: perativa; e) interrogativa; f) imperativa; g) exclamativa; h)
a) Que voz estranha! declarativa; i) imperativa; j) declarativa
b) A lanterna produzia boa claridade.
c) As risadas não eram normais. Oração: é todo enunciado linguístico dotado de sen-
d) Luisinho, não! tido, porém há, necessariamente, a presença do verbo. A
oração encerra uma frase (ou segmento de frase), várias
02. Classifique as frases em declarativa, interrogativa, frases ou um período, completando um pensamento e
exclamativa, optativa ou imperativa. concluindo o enunciado através de ponto final, interroga-
a) Você está bem? ção, exclamação e, em alguns casos, através de reticências.
Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às ve-
b) Não olhe; não olhe, Luisinho!
zes elípticos). Não têm estrutura sintática, portanto não são
c) Que alívio!
orações, não podem ser analisadas sintaticamente frases
d) Tomara que Luisinho não fique impressionado!
como:
e) Você se machucou? Socorro!
f) A luz jorrou na caverna. Com licença!
g) Agora suma, seu monstro! Que rapaz impertinente!
h) O túnel ficava cada vez mais escuro. Muito riso, pouco siso.
“A bênção, mãe Nácia!” (Raquel de Queirós)
03. Transforme a frase declarativa em imperativa. Siga
o modelo: Na oração as palavras estão relacionadas entre si,
Luisinho ficou pra trás. (declarativa) como partes de um conjunto harmônico: elas formam os
Lusinho, fique para trás. (imperativa) termos ou as unidades sintáticas da oração. Cada termo
da oração desempenha uma função sintática. Geralmen-
a) Eugênio e Marcelo caminhavam juntos. te apresentam dois grupos de palavras: um grupo sobre o
b) Luisinho procurou os fósforos no bolso. qual se declara alguma coisa (o sujeito), e um grupo que
c) Os meninos olharam à sua volta. apresenta uma declaração (o predicado), e, excepcional-
mente, só o predicado. Exemplo:
28
LÍNGUA PORTUGUESA
Já na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito é “Os Nós mentimos sobre nossa idade para você.
rapazes”, que identificamos por ser o termo que concorda mentimos sobre nossa idade para você: predicado
em número e pessoa com o verbo “jogam”. O predicado é verbal
“jogam futebol”. mentimos: verbo = núcleo do predicado
Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente nós: sujeito
um substantivo, pronome ou verbo), que encerra a essên- No interior de uma sentença, o sujeito é o termo de-
cia de sua significação. Nos exemplos seguintes, as pala- terminante, ao passo que o predicado é o termo determi-
vras amigo e revestiu são o núcleo do sujeito e do predica- nado. Essa posição de determinante do sujeito em relação
ao predicado adquire sentido com o fato de ser possível, na
do, respectivamente:
língua portuguesa, uma sentença sem sujeito, mas nunca
“O amigo retardatário do presidente prepara-se para
uma sentença sem predicado.
desembarcar.” (Aníbal Machado)
Exemplos:
A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plu-
mas.
As formigas invadiram minha casa.
Os termos da oração da língua portuguesa são classifi-
as formigas: sujeito = termo determinante
cados em três grandes níveis:
invadiram minha casa: predicado = termo determina-
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado. do
- Termos Integrantes da Oração: Complemento No-
minal e Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto in- Há formigas na minha casa.
direto e Agente da Passiva). há formigas na minha casa: predicado = termo deter-
- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, minado
Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo. sujeito: inexistente
- Termos Essenciais da Oração: São dois os termos O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma
essenciais (ou fundamentais) da oração: sujeito e predicado. nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando
Exemplos: esse nome se refere a objetos das primeira e segunda pes-
soas, o sujeito é representado por um pronome pessoal
Sujeito Predicado do caso reto (eu, tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um
objeto da terceira pessoa, sua representação pode ser feita
Pobreza não é vileza. através de um substantivo, de um pronome substantivo ou
Os sertanistas capturavam os índios. de qualquer conjunto de palavras, cujo núcleo funcione, na
Um vento áspero sacudia as árvores. sentença, como um substantivo.
Exemplos:
Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que
pratica uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz Eu acompanho você até o guichê.
eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa
alguma coisa. Ao fazer tal afirmação estamos considerando
Vocês disseram alguma coisa?
o aspecto semântico do sujeito (agente de uma ação) ou
vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa
o seu aspecto estilístico (o tópico da sentença). Já que o
Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
sujeito é depreendido de uma análise sintática, vamos res-
Marcos: sujeito = substantivo próprio
tringir a definição apenas ao seu papel sintático na senten-
Ninguém entra na sala agora.
ça: aquele que estabelece concordância com o núcleo do
ninguém: sujeito = pronome substantivo
29
LÍNGUA PORTUGUESA
30
LÍNGUA PORTUGUESA
Carolina conhece os índios da Amazônia. Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do
sujeito: Carolina = termo determinante verbo, quando este puder ser facilmente subentendido, em
predicado: conhece os índios da Amazônia = termo geral por estar expresso ou implícito na oração anterior.
determinado Exemplos:
Todos nós fazemos parte da quadrilha de São João. “A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos al-
sujeito: todos nós = termo determinante gozes inexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido
predicado: fazemos parte da quadrilha de São João = o verbo é depois de algozes)
termo determinado “Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Morei-
ra da Silva) (Subentende-se o verbo está depois de peixe)
Nesses exemplos podemos observar que a concordân- “A cidade parecia mais alegre; o povo, mais contente.”
cia é estabelecida entre algumas poucas palavras dos dois (Povina Cavalcante) (isto é: o povo parecia mais contente)
termos essenciais. No primeiro exemplo, entre “Carolina” e
“conhece”; no segundo exemplo, entre “nós” e “fazemos”. Chama-se predicação verbal o modo pelo qual o ver-
Isso se dá porque a concordância é centrada nas palavras bo forma o predicado.
que são núcleos, isto é, que são responsáveis pela princi- Há verbos que, por natureza, tem sentido completo,
pal informação naquele segmento. No predicado o núcleo podendo, por si mesmos, constituir o predicado: são os
pode ser de dois tipos: um nome, quase sempre um atri- verbos de predicação completa denominados intransiti-
buto que se refere ao sujeito da oração, ou um verbo (ou vos. Exemplo:
locução verbal). No primeiro caso, temos um predicado As flores murcharam.
nominal (seu núcleo significativo é um nome, substanti- Os animais correm.
vo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por um verbo de As folhas caem.
ligação) e no segundo um predicado verbal (seu núcleo é “Os inimigos de Moreiras rejubilaram.” (Graciliano Ra-
um verbo, seguido, ou não, de complemento(s) ou termos mos)
acessórios). Quando, num mesmo segmento o nome e o
verbo são de igual importância, ambos constituem o nú- Outros verbos há, pelo contrário, que para integrarem
cleo do predicado e resultam no tipo de predicado verbo-
o predicado necessitam de outros termos: são os verbos de
nominal (tem dois núcleos significativos: um verbo e um
predicação incompleta, denominados transitivos. Exem-
nome). Exemplos:
plos:
Minha empregada é desastrada.
João puxou a rede.
predicado: é desastrada
“Não invejo os ricos, nem aspiro à riqueza.” (Oto Lara
núcleo do predicado: desastrada = atributo do sujeito
Resende)
tipo de predicado: nominal
“Não simpatizava com as pessoas investidas no po-
O núcleo do predicado nominal chama-se predicativo der.” (Camilo Castelo Branco)
do sujeito, porque atribui ao sujeito uma qualidade ou ca-
racterística. Os verbos de ligação (ser, estar, parecer, etc.) Observe que, sem os seus complementos, os verbos
funcionam como um elo entre o sujeito e o predicado. puxou, invejo, aspiro, etc., não transmitiriam informações
completas: puxou o quê? Não invejo a quem? Não aspiro
A empreiteira demoliu nosso antigo prédio. a que?
predicado: demoliu nosso antigo prédio Os verbos de predicação completa denominam-se in-
núcleo do predicado: demoliu = nova informação transitivos e os de predicação incompleta, transitivos. Os
sobre o sujeito verbos transitivos subdividem-se em: transitivos diretos,
tipo de predicado: verbal transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos (bi-
transitivos).
Os manifestantes desciam a rua desesperados. Além dos verbos transitivos e intransitivos, quem en-
predicado: desciam a rua desesperados cerram uma noção definida, um conteúdo significativo,
núcleos do predicado: desciam = nova informação existem os de ligação, verbos que entram na formação do
sobre o sujeito; desesperados = atributo do sujeito predicado nominal, relacionando o predicativo com o su-
tipo de predicado: verbo-nominal jeito.
Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em:
Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é
responsável também por definir os tipos de elementos que Intransitivos: são os que não precisam de comple-
aparecerão no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho mento, pois têm sentido completo.
basta para compor o predicado (verbo intransitivo). Em ou- “Três contos bastavam, insistiu ele.” (Machado de As-
tros casos é necessário um complemento que, juntamente sis)
com o verbo, constituem a nova informação sobre o sujei- “Os guerreiros Tabajaras dormem.” (José de Alencar)
to. De qualquer forma, esses complementos do verbo não “A pobreza e a preguiça andam sempre em compa-
interferem na tipologia do predicado. nhia.” (Marquês de Maricá)
31
LÍNGUA PORTUGUESA
Observações: Os verbos intransitivos podem vir acom- “Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e
panhados de um adjunto adverbial e mesmo de um pre- neutros.” (Érico Veríssimo)
dicativo (qualidade, características): Fui cedo; Passeamos “Lúcio não atinava com essa mudança instantânea.”
pela cidade; Cheguei atrasado; Entrei em casa aborre- (José Américo)
cido. As orações formadas com verbos intransitivos não “Do que eu mais gostava era do tempo do retiro espi-
podem “transitar” (= passar) para a voz passiva. Verbos ritual.” (José Geraldo Vieira)
intransitivos passam, ocasionalmente, a transitivos quando
construídos com o objeto direto ou indireto. Observações: Entre os verbos transitivos indiretos im-
- “Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do Nas- porta distinguir os que se constroem com os pronomes
cimento) objetivos lhe, lhes. Em geral são verbos que exigem a pre-
- “Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís posição a: agradar-lhe, agradeço-lhe, apraz lhe, bate-lhe,
Jardim) desagrada-lhe, desobedecem-lhe, etc. Entre os verbos
- “Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves transitivos indiretos importa distinguir os que não admitem
Dias) para objeto indireto as formas oblíquas lhe, lhes, construin-
- “Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no do-se com os pronomes retos precedidos de preposição:
mundo que já morreu...” (Ciro dos Anjos) aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele, depender
dele, investir contra ele, não ligar para ele, etc.
Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer, Em princípio, verbos transitivos indiretos não compor-
crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar, tam a forma passiva. Excetuam-se pagar, perdoar, obede-
chegar, vir, mentir, suar, adoecer, etc. cer, e pouco mais, usados também como transitivos dire-
Transitivos Diretos: são os que pedem um objeto di- tos: João paga (perdoa, obedece) o médico. O médico é
reto, isto é, um complemento sem preposição. Pertencem a pago (perdoado, obedecido) por João. Há verbos transiti-
esse grupo: julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar, de- vos indiretos, como atirar, investir, contentar-se, etc., que
signar, considerar, declarar, adotar, ter, fazer, etc. Exemplos: admitem mais de uma preposição, sem mudança de senti-
Comprei um terreno e construí a casa. do. Outros mudam de sentido com a troca da preposição,
“Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês como nestes exemplos: Trate de sua vida. (tratar=cuidar).
de Maricá) É desagradável tratar com gente grosseira. (tratar=lidar).
“Então, solenemente Maria acendia a lâmpada de sá- Verbos como aspirar, assistir, dispor, servir, etc., variam de
bado.” (Guedes de Amorim) significação conforme sejam usados como transitivos dire-
tos ou indiretos.
Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque
Transitivos Diretos e Indiretos: são os que se usam
os que formam o predicado verbo nominal e se constrói
com dois objetos: um direto, outro indireto, concomitan-
com o complemento acompanhado de predicativo. Exem-
temente. Exemplos:
plos:
No inverso, Dona Cléia dava roupas aos pobres.
Consideramos o caso extraordinário.
A empresa fornece comida aos trabalhadores.
Inês trazia as mãos sempre limpas.
Oferecemos flores à noiva.
O povo chamava-os de anarquistas.
Ceda o lugar aos mais velhos.
Julgo Marcelo incapaz disso.
De Ligação: Os que ligam ao sujeito uma palavra ou
Observações: Os verbos transitivos diretos, em geral, expressão chamada predicativo. Esses verbos, entram na
podem ser usados também na voz passiva; Outra caracte- formação do predicado nominal. Exemplos:
rísticas desses verbos é a de poderem receber como objeto A Terra é móvel.
direto, os pronomes o, a, os, as: convido-o, encontro-os, A água está fria.
incomodo-a, conheço-as; Os verbos transitivos diretos po- O moço anda (=está) triste.
dem ser construídos acidentalmente, com preposição, a Mário encontra-se doente.
qual lhes acrescenta novo matiz semântico: arrancar da es- A Lua parecia um disco.
pada; puxar da faca; pegar de uma ferramenta; tomar do lá-
pis; cumprir com o dever; Alguns verbos transitivos diretos: Observações: Os verbos de ligação não servem ape-
abençoar, achar, colher, avisar, abraçar, comprar, castigar, nas de anexo, mas exprimem ainda os diversos aspectos
contrariar, convidar, desculpar, dizer, estimar, elogiar, en- sob os quais se considera a qualidade atribuída ao sujeito.
tristecer, encontrar, ferir, imitar, levar, perseguir, prejudicar, O verbo ser, por exemplo, traduz aspecto permanente e o
receber, saldar, socorrer, ter, unir, ver, etc. verbo estar, aspecto transitório: Ele é doente. (aspecto per-
manente); Ele está doente. (aspecto transitório). Muito des-
Transitivos Indiretos: são os que reclamam um com- ses verbos passam à categoria dos intransitivos em frases
plemento regido de preposição, chamado objeto indireto. como: Era =existia) uma vez uma princesa.; Eu não estava
Exemplos: em casa.; Fiquei à sombra.; Anda com dificuldades.; Parece
“Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por que vai chover.
uma adolescente.” (Ciro dos Anjos)
32
LÍNGUA PORTUGUESA
Os verbos, relativamente à predicação, não têm classi- ra.; Julgo inoportuna essa viagem.; “E até embriagado o
ficação fixa, imutável. Conforme a regência e o sentido que vi muitas vezes.”; “Tinha estendida a seus pés uma planta
apresentam na frase, podem pertencer ora a um grupo, ora rústica da cidade.”; “Sentia ainda muito abertos os feri-
a outro. Exemplo: mentos que aquele choque com o mundo me causara.”
O homem anda. (intransitivo)
O homem anda triste. (de ligação) Termos Integrantes da Oração
Chamam-se termos integrantes da oração os que com-
O cego não vê. (intransitivo) pletam a significação transitiva dos verbos e nomes. Inte-
O cego não vê o obstáculo. (transitivo direto) gram (inteiram, completam) o sentido da oração, sendo
por isso indispensável à compreensão do enunciado. São
Deram 12 horas. (intransitivo) os seguintes:
A terra dá bons frutos. (transitivo direto) - Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto In-
direto);
Não dei com a chave do enigma. (transitivo indireto) - Complemento Nominal;
Os pais dão conselhos aos filhos. (transitivo direto e - Agente da Passiva.
indireto)
Objeto Direto: é o complemento dos verbos de pre-
Predicativo: Há o predicativo do sujeito e o predicati- dicação incompleta, não regido, normalmente, de prepo-
vo do objeto. sição. Exemplos:
As plantas purificaram o ar.
Predicativo do Sujeito: é o termo que exprime um “Nunca mais ele arpoara um peixe-boi.” (Ferreira Cas-
atributo, um estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se tro)
prende por um verbo de ligação, no predicado nominal. Procurei o livro, mas não o encontrei.
Exemplos: Ninguém me visitou.
A bandeira é o símbolo da Pátria. O objeto direto tem as seguintes características:
A mesa era de mármore. - Completa a significação dos verbos transitivos dire-
O mar estava agitado. tos;
- Normalmente, não vem regido de preposição;
A ilha parecia um monstro.
- Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por
um verbo ativo: Caim matou Abel.
Além desse tipo de predicativo, outro existe que entra
- Torna-se sujeito da oração na voz passiva: Abel foi
na constituição do predicado verbo-nominal. Exemplos:
morto por Caim.
O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava
atrasado.)
O objeto direto pode ser constituído:
O menino abriu a porta ansioso.
- Por um substantivo ou expressão substantivada: O la-
Todos partiram alegres. vrador cultiva a terra.; Unimos o útil ao agradável.
Marta entrou séria. - Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos,
vos: Espero-o na estação.; Estimo-os muito.; Sílvia olhou-se
Observações: O predicativo subjetivo às vezes está pre- ao espelho.; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo
posicionado; Pode o predicativo preceder o sujeito e até -lo a tempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu
mesmo ao verbo: São horríveis essas coisas!; Que linda es- vos amo.; “Marchei resolutamente para a maluca e intimei
tava Amélia!; Completamente feliz ninguém é.; Raros são -a a ficar quieta.”; “Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de
os verdadeiros líderes.; Quem são esses homens?; Lentos vista.”
e tristes, os retirantes iam passando.; Novo ainda, eu não - Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém
entendia certas coisas.; Onde está a criança que fui? na loja.; A árvore que plantei floresceu. (que: objeto direto
de plantei); Onde foi que você achou isso? Quando vira as
Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao ob- folhas do livro, ela o faz com cuidado.; “Que teria o homem
jeto de um verbo transitivo. Exemplos: percebido nos meus escritos?”
O juiz declarou o réu inocente.
O povo elegeu-o deputado. Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos,
As paixões tornam os homens cegos. dando-se lhes por objeto direto uma palavra cognata ou
Nós julgamos o fato milagroso. da mesma esfera semântica:
“Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.”
Observações: O predicativo objetivo, como vemos dos (Vivaldo Coaraci)
exemplos acima, às vezes vem regido de preposição. Esta, “Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal
em certos casos, é facultativa; O predicativo objetivo geral- Machado)
mente se refere ao objeto direto. Excepcionalmente, pode “Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.” (Ma-
referir-se ao objeto indireto do verbo chamar. Chamavam- chado de Assis)
lhe poeta; Podemos antepor o predicativo a seu objeto: O Em tais construções é de rigor que o objeto venha
advogado considerava indiscutíveis os direitos da herdei- acompanhado de um adjunto.
33
LÍNGUA PORTUGUESA
Objeto Direto Preposicionado: Há casos em que o Objeto Direto Pleonástico: Quando queremos dar
objeto direto, isto é, o complemento de verbos transitivos destaque ou ênfase à idéia contida no objeto direto, colo-
diretos, vem precedido de preposição, geralmente a pre- camo-lo no início da frase e depois o repetimos ou reforça-
posição a. Isto ocorre principalmente: mos por meio do pronome oblíquo. A esse objeto repetido
- Quando o objeto direto é um pronome pessoal tôni- sob forma pronominal chama-se pleonástico, enfático ou
co: Deste modo, prejudicas a ti e a ela.; “Mas dona Carolina redundante. Exemplos:
amava mais a ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas da
que Roberto hostilizava antes a mim do que à ideia.”; “Ri- camisa.
cardina lastimava o seu amigo como a si própria.”; “Amava O bem, muitos o louvam, mas poucos o seguem.
-a tanto como a nós”. “Seus cavalos, ela os montava em pêlo.” (Jorge Ama-
- Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro do)
Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a
todos; deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo Objeto Indireto: É o complemento verbal regido de
desenvolvimento das suas graças.”; “Agora sabia que podia
preposição necessária e sem valor circunstancial. Repre-
manobrar com ele, com aquele homem a quem na realida-
senta, ordinariamente, o ser a que se destina ou se refere a
de também temia, como todos ali”.
ação verbal: “Nunca desobedeci a meu pai”. O objeto indi-
- Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evi-
tando que o objeto direto seja tomado como sujeito, im- reto completa a significação dos verbos:
pedindo construções ambíguas: Convence, enfim, ao pai o - Transitivos Indiretos: Assisti ao jogo; Assistimos à
filho amado.; “Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem missa e à festa; Aludiu ao fato; Aspiro a uma vida calma.
cerimônia, como a um irmão.”; A qual delas iria homena- - Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou
gear o cavaleiro? passiva): Dou graças a Deus; Ceda o lugar aos mais ve-
- Em expressões de reciprocidade, para garantir a cla- lhos; Dedicou sua vida aos doentes e aos pobres; Disse-
reza e a eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns lhe a verdade. (Disse a verdade ao moço.)
aos outros.”; “As companheiras convidavam-se umas às
outras.”; “Era o abraço de duas criaturas que só tinham uma O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de
à outra”. outras categorias, os quais, no caso, são considerados aci-
- Com nomes próprios ou comuns, referentes a pes- dentalmente transitivos indiretos: A bom entendedor meia
soas, principalmente na expressão dos sentimentos ou por palavra basta; Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a
amor da eufonia da frase: Judas traiu a Cristo.; Amemos a ele); Isto não lhe convém; A proposta pareceu-lhe aceitá-
Deus sobre todas as coisas. “Provavelmente, enganavam é vel.
a Pedro.”; “O estrangeiro foi quem ofendeu a Tupã”.
- Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o Observações: Há verbos que podem construir-se com
objeto direto para dar-lhe realce: A você é que não enga- dois objetos indiretos, regidos de preposições diferentes:
nam!; A médico, confessor e letrado nunca enganes.; “A Rogue a Deus por nós.; Ela queixou-se de mim a seu pai.;
este confrade conheço desde os seus mais tenros anos”. Pedirei para ti a meu senhor um rico presente; Não con-
- Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O agua- fundir o objeto direto com o complemento nominal nem
ceiro caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os ma- com o adjunto adverbial; Em frases como “Para mim tudo
tava a ambos...”. eram alegrias”, “Para ele nada é impossível”, os pronomes
- Com certos pronomes indefinidos, sobretudo refe- em destaque podem ser considerados adjuntos adverbiais.
rentes a pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a
uns e odeias a outros?; Aumente a sua felicidade, tornan-
O objeto indireto é sempre regido de preposição, ex-
do felizes também aos outros.; A quantos a vida ilude!.
pressa ou implícita. A preposição está implícita nos prono-
- Em certas construções enfáticas, como puxar (ou ar-
mes objetivos indiretos (átonos) me, te, se, lhe, nos, vos,
rancar) da espada, pegar da pena, cumprir com o dever,
atirar com os livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espa- lhes. Exemplos: Obedece-me. (=Obedece a mim.); Isto te
das de aço fino...”; “Chegou a costureira, pegou do pano, pertence. (=Isto pertence a ti.); Rogo-lhe que fique. (=Rogo
pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha a você...); Peço-vos isto. (=Peço isto a vós.). Nos demais ca-
e entrou a coser.”; “Imagina-se a consternação de Itaguaí, sos a preposição é expressa, como característica do objeto
quando soube do caso.” indireto: Recorro a Deus.; Dê isto a (ou para) ele.; Conten-
ta-se com pouco.; Ele só pensa em si.; Esperei por ti.; Falou
Observações: Nos quatro primeiros casos estudados contra nós.; Conto com você.; Não preciso disto.; O filme
a preposição é de rigor, nos cinco outros, facultativa; A a que assisti agradou ao público.; Assisti ao desenrolar da
substituição do objeto direto preposicionado pelo prono- luta.; A coisa de que mais gosto é pescar.; A pessoa a quem
me oblíquo átono, quando possível, se faz com as formas me refiro você a conhece.; Os obstáculos contra os quais
o(s), a(s) e não lhe, lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer luto são muitos.; As pessoas com quem conto são poucas.
ao amigo (convencê-lo); O objeto direto preposicionado, é
obvio, só ocorre com verbo transitivo direto; Podem resu- Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto é
mir-se em três as razões ou finalidades do emprego do ob- representado pelos substantivos (ou expressões substan-
jeto direto preposicionado: a clareza da frase; a harmonia tivas) ou pelos pronomes. As preposições que o ligam ao
da frase; a ênfase ou a força da expressão. verbo são: a, com, contra, de, em, para e por.
34
LÍNGUA PORTUGUESA
35
LÍNGUA PORTUGUESA
Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição an- O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito.
tes de adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noi- Simão era muito espirituoso, o que me levava a preferir
te, não dormi. (=Naquela noite...); Domingo que vem não sua companhia.
sairei. (=No domingo...); Ouvidos atentos, aproximei-me
da porta. (=De ouvidos atentos...); Os adjuntos adverbiais Um aposto pode referir-se a outro aposto:
classificam-se de acordo com as circunstâncias que ex- “Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha
primem: adjunto adverbial de lugar, modo, tempo, inten- do velho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo
sidade, causa, companhia, meio, assunto, negação, etc; É Ivo)
importante saber distinguir adjunto adverbial de adjunto
adnominal, de objeto indireto e de complemento nominal: O aposto pode vir precedido das expressões explicati-
sair do mar (ad.adv.); água do mar (adj.adn.); gosta do mar vas isto é, a saber, ou da preposição acidental como:
(obj.indir.); ter medo do mar (compl.nom.). Dois países sul-americanos, isto é, a Bolívia e o Para-
guai, não são banhados pelo mar.
Aposto: É uma palavra ou expressão que explica ou Este escritor, como romancista, nunca foi superado.
esclarece, desenvolve ou resume outro termo da oração.
Exemplos: O aposto que se refere a objeto indireto, complemento
D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sá- nominal ou adjunto adverbial vem precedido de preposi-
bio. ção:
“Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de cons- O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
ciência.” (Carlos Drummond de Andrade) “Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade
“No Brasil, região do ouro e dos escravos, encontra- das coisas.” (Raquel Jardim)
mos a felicidade.” (Camilo Castelo Branco) De cobras, morcegos, bichos, de tudo ela tinha medo.
“No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói
de nossa gente.” (Mário de Andrade) Vocativo: (do latim vocare = chamar) é o termo (nome,
O núcleo do aposto é um substantivo ou um pronome título, apelido) usado para chamar ou interpelar a pessoa, o
substantivo: animal ou a coisa personificada a que nos dirigimos:
Foram os dois, ele e ela. “Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!”
Só não tenho um retrato: o de minha irmã. (Maria de Lourdes Teixeira)
O dia amanheceu chuvoso, o que me obrigou a ficar “A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Ma-
em casa. chado de Assis)
“Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (fagundes Varela)
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas fra- “Ei-lo, o teu defensor, ó Liberdade!” (Mendes Leal)
ses seguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo
do sujeito: Observação: Profere-se o vocativo com entoação ex-
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas. clamativa. Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo
As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num inicial, os pontos interrogativo e exclamativo indicam um
balé de cores. chamado alto e prolongado. O vocativo se refere sempre
à 2ª pessoa do discurso, que pode ser uma pessoa, um
Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indica- animal, uma coisa real ou entidade abstrata personificada.
das, na escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não Podemos antepor-lhe uma interjeição de apelo (ó, olá, eh!):
havendo pausa, não haverá vírgula, como nestes exemplos: “Tem compaixão de nós , ó Cristo!” (Alexandre Hercu-
Minha irmã Beatriz; o escritor João Ribeiro; o roman- lano)
ce Tóia; o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o Colégio “Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!”
Tiradentes, etc. (Graciliano Ramos)
“Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?” “Esconde-te, ó sol de maio, ó alegria do mundo!” (Ca-
(Graciliano Ramos) milo Castelo Branco)
O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estru-
O aposto pode preceder o termo a que se refere, o tura da oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao
qual, às vezes, está elíptico. Exemplos: predicado.
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
Mensageira da idéia, a palavra é a mais bela expres- EXERCÍCIOS
são da alma humana.
“Irmão do mar, do espaço, amei as solidões sobre os 01. Considere a frase “Ele andava triste porque não
rochedos ásperos.” (Cabral do Nascimento)(refere-se ao encontrava a companheira” – os verbos grifados são res-
sujeito oculto eu). pectivamente:
a) transitivo direto – de ligação;
O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exem- b) de ligação – intransitivo;
plos: c) de ligação – transitivo indireto;
Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal d) transitivo direto – transitivo indireto;
de tempestade iminente. e) de ligação – transitivo direto.
36
LÍNGUA PORTUGUESA
02. Indique a única alternativa que não apresenta a) pronome relativo – sujeito;
agente da passiva: b) conjunção subordinada – conectivo;
a) A casa foi construída por nós. c) conjunção subordinada – complemento verbal;
b) O presidente será eleito pelo povo. d) pronome relativo – objeto direto;
c) Ela será coroada por ti. e) conjunção subordinada – objeto direto.
d) O avô era querido por todos.
e) Ele foi eleito por acaso. 10. Assinale a alternativa em que a expressão grifada
tem a função de complemento nominal:
03. Em: “A terra era povoada de selvagens”, o termo a) a curiosidade do homem incentiva-o a pesquisa;
grifado é: b) a cidade de Londres merece ser conhecida por to-
a) objeto direto; dos;
b) objeto indireto; c) o respeito ao próximo é dever de todos;
c) agente da passiva; d) o coitado do velho mendigava pela cidade;
d) complemento nominal; e) o receio de errar dificultava o aprendizado das lín-
e) adjunto adverbial. guas.
04. Em: “Dulce considerou calada, por um momento, Respostas: 01-E / 02-E / 03-C / 04-C / 05-C / 06-E /
aquele horrível delírio”, os termos grifados são respecti- 07-C / 08-A / 09-D / 10-C /
vamente:
a) objeto direto – objeto direto; Período: Toda frase com uma ou mais orações consti-
b) predicativo do sujeito – adjunto adnominal; tui um período, que se encerra com ponto de exclamação,
c) adjunto adverbial – objeto direto; ponto de interrogação ou com reticências.
d) adjunto adverbial – adjunto adnominal; O período é simples quando só traz uma oração, cha-
e) objeto indireto – objeto direto. mada absoluta; o período é composto quando traz mais
05. Assinale a alternativa correta: “para todos os males, de uma oração. Exemplo: Pegou fogo no prédio. (Período
há dois remédios: o tempo e o silêncio”, os termos grifa-
simples, oração absoluta.); Quero que você aprenda. (Pe-
dos são respectivamente:
ríodo composto.)
a) sujeito – objeto direto;
b) sujeito – aposto;
c) objeto direto – aposto; Existe uma maneira prática de saber quantas orações
d) objeto direto – objeto direto; há num período: é contar os verbos ou locuções verbais.
e) objeto direto – complemento nominal. Num período haverá tantas orações quantos forem os ver-
bos ou as locuções verbais nele existentes. Exemplos:
06. “Usando do direito que lhe confere a Constituição”, Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração)
as palavras grifadas exercem a função respectivamente de: Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações)
a) objeto direto – objeto direto; Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal,
b) sujeito – objeto direto; uma oração)
c) objeto direto – sujeito; Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas lo-
d) sujeito – sujeito; cuções verbais, duas orações)
e) objeto direto – objeto indireto. Há três tipos de período composto: por coordenação,
por subordinação e por coordenação e subordinação ao
07. “Recebeu o prêmio o jogador que fez o gol”. Nessa mesmo tempo (também chamada de misto).
frase o sujeito de “fez”?
a) o prêmio; Período Composto por Coordenação. Orações Coor-
b) o jogador; denadas
c) que;
d) o gol; Considere, por exemplo, este período composto:
e) recebeu.
Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os
08. Assinale a alternativa correspondente ao período tempos de infância.
onde há predicativo do sujeito: 1ª oração: Passeamos pela praia
a) como o povo anda tristonho! 2ª oração: brincamos
b) agradou ao chefe o novo funcionário; 3ª oração: recordamos os tempos de infância
c) ele nos garantiu que viria;
d) no Rio não faltam diversões;
As três orações que compõem esse período têm sen-
e) o aluno ficou sabendo hoje cedo de sua aprovação.
tido próprio e não mantêm entre si nenhuma dependên-
cia sintática: elas são independentes. Há entre elas, é claro,
09. Em: “Cravei-lhe os dentes na carne, com toda a for-
uma relação de sentido, mas, como já dissemos, uma não
ça que eu tinha”, a palavra “que” tem função morfossintá-
depende da outra sintaticamente.
tica de:
37
LÍNGUA PORTUGUESA
As orações independentes de um período são chama- Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
das de orações coordenadas (OC), e o período formado conjunção que expressa idéia de conclusão de um fato
só de orações coordenadas é chamado de período com- enunciado na oração anterior, ou seja, por uma conjunção
posto por coordenação. coordenativa conclusiva.
As orações coordenadas são classificadas em assindé-
ticas e sindéticas. Vives mentindo; logo, não mereces fé.
Ele é teu pai: respeita-lhe, pois, a vontade.
- As orações coordenadas são assindéticas (OCA) Raimundo é homem são, portanto deve trabalhar.
quando não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:
Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram. - Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou-
OCA OCA OCA ,ou... ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer.
Seja mais educado / ou retire-se da reunião!
“Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado OCA OCS Alternativa
de Assis)
“A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.” Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
(Antônio Olavo Pereira) conjunção que estabelece uma relação de alternância ou
“O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.” escolha com referência à oração anterior, ou seja, por uma
(Coelho Neto) conjunção coordenativa alternativa.
- As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quan- Venha agora ou perderá a vez.
do vêm introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo: “Jacinta não vinha à sala, ou retirava-se logo.” (Ma-
O homem saiu do carro / e entrou na casa. chado de Assis)
OCA OCS “Em aviação, tudo precisa ser bem feito ou custará
As orações coordenadas sindéticas são classificadas de
preço muito caro.” (Renato Inácio da Silva)
acordo com o sentido expresso pelas conjunções coorde-
“A louca ora o acariciava, ora o rasgava frenetica-
nativas que as introduzem. Pode ser:
mente.” (Luís Jardim)
- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem,
- Orações coordenadas sindéticas explicativas: que,
não só... mas também, não só... mas ainda.
porque, pois, porquanto.
Saí da escola / e fui à lanchonete.
OCA OCS Aditiva Vamos andar depressa / que estamos atrasados.
OCA OCS Explicativa
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
conjunção que expressa idéia de acréscimo ou adição com Observe que a 2ª oração é introduzida por uma con-
referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção junção que expressa idéia de explicação, de justificativa em
coordenativa aditiva. relação à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coor-
denativa explicativa.
A doença vem a cavalo e volta a pé. Leve-lhe uma lembrança, que ela aniversaria amanhã.
As pessoas não se mexiam nem falavam. “A mim ninguém engana, que não nasci ontem.” (Éri-
“Não só findaram as queixas contra o alienista, mas até co Veríssimo)
nenhum ressentimento ficou dos atos que ele praticara.” “Qualquer que seja a tua infância, conquista-a, que te
(Machado de Assis) abençôo.” (Fernando Sabino)
O cavalo estava cansado, pois arfava muito.
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas,
porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto. Exercícios
Estudei bastante / mas não passei no teste. 01. Relacione as orações coordenadas por meio de
OCA OCS Adversativa conjunções:
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma a) Ouviu-se o som da bateria. Os primeiros foliões sur-
conjunção que expressa idéia de oposição à oração ante- giram.
rior, ou seja, por uma conjunção coordenativa adversativa. b) Não durma sem cobertor. A noite está fria.
c) Quero desculpar-me. Não consigo encontrá-los.
A espada vence, mas não convence.
“É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles) Respostas:
Tens razão, contudo não te exaltes. Ouviu-se o som da bateria e os primeiros foliões sur-
Havia muito serviço, entretanto ninguém trabalhava. giram.
Não durma sem cobertor, pois a noite está fria.
- Orações coordenadas sindéticas conclusivas: por- Quero desculpar-me, mais consigo encontrá-los.
tanto, por isso, pois, logo.
Ele me ajudou muito, / portanto merece minha gra- 02. Em: “... ouviam-se amplos bocejos, fortes como o
tidão. marulhar das ondas...” a partícula como expressa uma ideia
OCA OCS Conclusiva de:
38
LÍNGUA PORTUGUESA
39
LÍNGUA PORTUGUESA
40
LÍNGUA PORTUGUESA
Fazia tanto frio que meus dedos estavam endureci- - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indire-
dos. ta: É aquela que exerce a função de objeto indireto do ver-
“A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” bo da oração principal. Observe: Necessito de sua ajuda.
(José J. Veiga) (objeto indireto)
De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia Necessito / de que você me ajude.
mais. OP OSS Objetiva Indireta
As notícias de casa eram boas, de maneira que pude Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho
prolongar minha viagem. à sua viagem.)
Aconselha-o a que trabalhe mais.
- Comparativas: Expressam ideia de comparação Daremos o prêmio a quem o merecer.
com referência à oração principal. Conjunções: como, as- Lembre-se de que a vida é breve.
sim como, tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que
(combinado com menos ou mais). - Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É
Ela é bonita / como a mãe. aquela que exerce a função de sujeito do verbo da oração
OP OSA Comparativa principal. Observe: É importante sua colaboração. (sujeito)
É importante / que você colabore.
A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o OP OSS Subjetiva
ferro.” (Marquês de Maricá)
Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro. A oração subjetiva geralmente vem:
Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vie- - depois de um verbo de ligação + predicativo, em
ram. construções do tipo é bom, é útil, é certo, é conveniente,
Como a flor se abre ao Sol, assim minha alma se abriu etc. Ex.: É certo que ele voltará amanhã.
à luz daquele olhar. - depois de expressões na voz passiva, como sabe-se,
conta-se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade.
Obs.: As orações comparativas nem sempre apresen- - depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir,
tam claramente o verbo, como no exemplo acima, em que ocorrer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e
está subentendido o verbo ser (como a mãe é). seguidos das conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos
participem da reunião.
- Proporcionais: Expressam uma ideia que se relacio-
É necessário que você colabore. (= Sua colaboração
na proporcionalmente ao que foi enunciado na principal.
é necessária.)
Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que,
Parece que a situação melhorou.
quanto mais, quanto menos.
Aconteceu que não o encontrei em casa.
Quanto mais reclamava / menos atenção recebia.
Importa que saibas isso bem.
OSA Proporcional OP
- Oração Subordinada Substantiva Completiva No-
À medida que se vive, mais se aprende. minal: É aquela que exerce a função de complemento
À proporção que avançávamos, as casas iam rareando. nominal de um termo da oração principal. Observe: Estou
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai convencido de sua inocência. (complemento nominal)
diminuindo. Estou convencido / de que ele é inocente.
OP OSS Completiva Nominal
Orações Subordinadas Substantivas
Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à
As orações subordinadas substantivas (OSS) são prisão dele.)
aquelas que, num período, exercem funções sintáticas pró- Estava ansioso por que voltasses.
prias de substantivos, geralmente são introduzidas pelas Sê grato a quem te ensina.
conjunções integrantes que e se. Elas podem ser: “Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão
cedo.” (Graciliano Ramos)
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta:
É aquela que exerce a função de objeto direto do verbo - Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É
da oração principal. Observe: O grupo quer a sua ajuda. aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da
(objeto direto) oração principal, vindo sempre depois do verbo ser. Obser-
O grupo quer / que você ajude. ve: O importante é sua felicidade. (predicativo)
OP OSS Objetiva Direta O importante é / que você seja feliz.
O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= OP OSS Predicativa
O mestre exigia a presença de todos.)
Mariana esperou que o marido voltasse. Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.)
Ninguém pode dizer: Desta água não beberei. Minha esperança era que ele desistisse.
O fiscal verificou se tudo estava em ordem. Meu maior desejo agora é que me deixem em paz.
Não sou quem você pensa.
41
LÍNGUA PORTUGUESA
Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo Deus, que é nosso pai, nos salvará.
uma coisa: a sua felicidade) Valério, que nasceu rico, acabou na miséria.
Só lhe peço isto: honre o nosso nome. Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho.
“Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assal-
disto: de que virias a morrer...” (Osmã Lins) tado.
“Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum
motivo oculto?” (Machado de Assis) Orações Reduzidas
As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de Observe que as orações subordinadas eram sempre
dois-pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercala- introduzidas por uma conjunção ou pronome relativo e
das à oração principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho apresentavam o verbo numa forma do indicativo ou do
recuperasse a saúde, tornou-se realidade. subjuntivo. Além desse tipo de orações subordinadas há
outras que se apresentam com o verbo numa das formas
Observação: Além das conjunções integrantes que e se, nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). Exemplos:
as orações substantivas podem ser introduzidas por outros
conectivos, tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos: - Ao entrar nas escola, encontrei o professor de in-
Não sei quando ele chegou. glês. (infinitivo)
Diga-me como resolver esse problema. - Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio)
- Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiá-
Orações Subordinadas Adjetivas
rio. (particípio)
As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem a
As orações subordinadas que apresentam o verbo
função de adjunto adnominal de algum termo da oração
numa das formas nominais são chamadas de reduzidas.
principal. Observe como podemos transformar um adjunto
Para classificar a oração que está sob a forma reduzida,
adnominal em oração subordinada adjetiva:
devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo: colo-
Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal)
camos a conjunção ou o pronome relativo adequado ao
Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada
adjetiva) sentido e passamos o verbo para uma forma do indicativo
ou subjuntivo, conforme o caso. A oração reduzida terá a
As orações subordinadas adjetivas são sempre intro- mesma classificação da oração desenvolvida.
duzidas por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem,
etc.) e podem ser classificadas em: Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês.
Quando entrei na escola, / encontrei o professor de
- Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas inglês.
quando restringem ou especificam o sentido da palavra a OSA Temporal
que se referem. Exemplo: Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial
O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar. temporal, reduzida de infinitivo.
OP OSA Restritiva
Precisando de ajuda, telefone-me.
Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar es- Se precisar de ajuda, / telefone-me.
pecifica o sentido do substantivo cantor, indicando que o OSA Condicional
público não aplaudiu qualquer cantor mas sim aquele que Precisando de ajuda: oração subordinada adverbial
ganhou o 1º lugar. condicional, reduzida de gerúndio.
Pedra que rola não cria limo. Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário.
Os animais que se alimentam de carne chamam-se Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para
carnívoros. o vestiário.
Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas pá- OSA Temporal
ginas escreveram. Acabado o treino: oração subordinada adverbial tem-
“Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário poral, reduzida de particípio.
Mariano)
42
LÍNGUA PORTUGUESA
02. A segunda oração do período? “Não sei no que 08. Neste período “não bate para cortar” , a oração
pensas” , é classificada como: “para cortar” em relação a “não bate” , é:
43
LÍNGUA PORTUGUESA
Respostas: (01-B) (02-E) (03-A) (04-D) (05-E) (06-B) 7) Em casos relativos à concordância com locuções
(07-C) (08-E) (09-C) (10-E) pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós,
quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário
Concordância (Verbal e Nominal) nos atermos a duas questões básicas:
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos plural, o verbo poderá com ele concordar, como poderá
nos referindo à relação de dependência estabelecida entre também concordar com o pronome pessoal: Alguns de nós
um termo e outro mediante um contexto oracional. Desta o receberemos. / Alguns de nós o receberão.
feita, os agentes principais desse processo são representa- - Quando o primeiro pronome da locução estiver ex-
dos pelo sujeito, que no caso funciona como subordinante; presso no singular, o verbo permanecerá, também, no sin-
e o verbo, o qual desempenha a função de subordinado. gular: Algum de nós o receberá.
Dessa forma, temos que a concordância verbal carac-
teriza-se pela adaptação do verbo, tendo em vista os que- 8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo
sitos “número e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplifi- pronome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa
cando, temos: O aluno chegou atrasado. Temos que o verbo do singular ou poderá concordar com o antecedente desse
apresenta-se na terceira pessoa do singular, pois faz refe- pronome: Fomos nós quem contou toda a verdade para
rência a um sujeito, assim também expresso (ele). Como ela. / Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela.
poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados.
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela
Casos referentes a sujeito simples palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que
antecede essa palavra: Nesta empresa somos nós que toma-
1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com mos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo.
o núcleo em número e pessoa: O aluno chegou atrasado.
10) No caso de o sujeito aparecer representado por ex-
2) Nos casos referentes a sujeito representado por pressões que indicam porcentagens, o verbo concordará
substantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pes- com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa
soa do singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos. porcentagem: 50% dos funcionários aprovaram a decisão
Observação: da diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão.
- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto
adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular ou Observações:
poderá ir para o plural: - Caso o verbo apareça anteposto à expressão de por-
Uma multidão de pessoas saiu aos gritos. centagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprova-
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos. ram a decisão da diretoria 50% dos funcionários.
44
LÍNGUA PORTUGUESA
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no sin- Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos
gular: 1% dos funcionários não aprovou a decisão da dire- demais termos da oração para que concordem em gênero
toria. e número com o substantivo. Teremos que alterar, portan-
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de to, o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso,
determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: temos também o verbo, que se flexionará à sua maneira.
Os 50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria. Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o prono-
11) Nos casos em que o sujeito estiver representado me concordam em gênero e número com o substantivo.
por pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empre- - A pequena criança é uma gracinha.
gado na terceira pessoa do singular ou do plural: Vossas - O garoto que encontrei era muito gentil e simpático.
Majestades gostaram das homenagens. Vossa Majestade Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à
agradeceu o convite. regra geral mostrada acima.
a) Um adjetivo após vários substantivos
12) Casos relativos a sujeito representado por substan- - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o
plural ou concorda com o substantivo mais próximo.
tivo próprio no plural se encontram relacionados a alguns
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.
aspectos que os determinam:
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do ver-
bo ser, este permanece no singular, contanto que o predi- - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural
cativo também esteja no singular: Memórias póstumas de masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.
Brás Cubas é uma criação de Machado de Assis. - Ela tem pai e mãe louros.
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo tam- - Ela tem pai e mãe loura.
bém permanece no plural: Os Estados Unidos são uma po- - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoria-
tência mundial. mente para o plural.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que - O homem e o menino estavam perdidos.
ele nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
Unidos é uma potência mundial.
b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
Casos referentes a sujeito composto - Adjetivo anteposto normalmente concorda com o
mais próximo.
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas Comi delicioso almoço e sobremesa.
gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, es- Provei deliciosa fruta e suco.
tando relacionado a dois pressupostos básicos:
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo:
demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio. concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexio- Estavam feridos o pai e os filhos.
nar na 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são Estava ferido o pai e os filhos.
primos.
c) Um substantivo e mais de um adjetivo
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer an- - antecede todos os adjetivos com um artigo.
teposto ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
dois filhos compareceram ao evento.
- coloca o substantivo no plural.
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao ver-
bo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou
d) Pronomes de tratamento
permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus - sempre concordam com a 3ª pessoa.
dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos. Vossa Santidade esteve no Brasil.
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
com mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no - Concordam com o substantivo a que se referem.
singular: Meu esposo e grande companheiro merece toda a As cartas estão anexas.
felicidade do mundo. A bebida está inclusa.
Precisamos de nomes próprios.
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinô- Obrigado, disse o rapaz.
nimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo
poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de - Após essas expressões o substantivo fica sempre no
meu esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha pre- singular e o adjetivo no plural.
miação é fruto de meu esforço. Renato advogou um e outro caso fáceis.
Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
45
LÍNGUA PORTUGUESA
46
LÍNGUA PORTUGUESA
_________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, (C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase
não está claro até onde pode realmente chegar uma políti- todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia.
ca baseada em melhorar a eficiência sem preços adequados (D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas
para o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a também existem umas que não merecem nossa atenção.
terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam.
carbono e da água em si ___________diferença, as compa-
nhias não podem suportar ter de pagar, de repente, digamos, 06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer prepara- Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de
ção. Portanto, elas começam a usar preços- -sombra. peregrinação.
Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plu-
de quantificar adequadamente os insumos básicos. E sem ral caso o segmento grifado seja substituído por:
eles a maioria das políticas de crescimento verde sempre (A) Há folheteiros que
___________ a segunda opção. (B) A maior parte dos folheteiros
(Carta Capital, (C) O folheteiro e sua família
27.06.2012. Adaptado) (D) O grosso dos folheteiros
De acordo com a norma-padrão da língua portugue- (E) Cada um dos folheteiros
sa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e 07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
respectivamente, com: Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas
(A) Restam… faça… será (B) Resta… faz… será em:
(C) Restam… faz... serão (D) Restam… façam… (A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel
serão sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir
(E) Resta… fazem… será dessas criações poéticas tão originais.
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status
04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alterna- atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje
tiva em que o trecho nas melhores universidades do país.
– Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma- (C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que
neira de quantificar adequadamente os insumos básicos.– a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles
está corretamente reescrito, de acordo com a norma-pa- mesmos requizessem o respeito que faziam por merecer.
drão da língua portuguesa. (D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e
(A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encon- a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser
trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os resultado do puro e simples desconhecimento.
insumos básicos. (E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os proble-
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- mas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de
trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási- representatividade.
cos ser quantificados.
(C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou 08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
até agora uma maneira adequada para que os insumos bá- FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de con-
sicos sejam quantificado. cordância verbal e nominal em:
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
trou até agora uma maneira adequada para que os insu- entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica-
mos básicos seja quantificado. das às mais humildes, são cada vez mais comuns nos dias
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- de hoje.
trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem b) A importância de intelectuais como Edward Said e
os insumos básicos. Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
polêmicas de seu tempo, não estão apenas nos livros que
05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATIVO escreveram.
- VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto: c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre
I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota nega- árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto so-
tiva... frimento, estejam próximos de serem resolvidos ou pelo
II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classi- menos de terem alguma trégua.
ficação do continente americano (2,0)... d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a
Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo
II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem dos ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores
exemplos, em: que admiradores.
(A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o e) No final do século XX já não se via muitos intelec-
próximo ano. Será que alguém tem opinião diferente da tuais e escritores como Edward Said, que não apenas era
maioria? notícia pelos livros que publicavam como pelas posições
(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas. que corajosamente assumiam.
Vêm pessoas de muito longe para brincar de quadrilha.
47
LÍNGUA PORTUGUESA
09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) B) Obras que se consideram clássicas na literatura sem-
O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propos- pre delineiam novos caminhos, pois são capazes de encan-
tas para o segmento grifado, deverá ser colocado no plural, tar o leitor ao ultrapassarem os limites da época em que
está em: vivem seus autores, gênios no domínio das palavras, sua
(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) matéria-prima.
(B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do pla- C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas,
neta) lhes permite criar todo um mundo de ficção, em que per-
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os
consumo mundial de barris de petróleo) leitores, numa verdadeira interação com a realidade.
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei-
no custo da matéria-prima... (Constantes aumentos) tor somente se realizam plenamente caso haja afinidade
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es- de ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o
forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura.
climáticas) E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que
constituem leitura obrigatória e se tornam referências por
10. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) Assi- seu conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de épo-
nale a alternativa em que a concordância das formas ver- ca.
bais destacadas está de acordo com a norma-padrão da
língua. 3-) _Restam___dúvidas
(A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higie- mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da
nização subterrânea. água em si __faça __diferença
(B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os a maioria das políticas de crescimento verde sempre
trabalhadores da área de limpeza. ____será_____ a segunda opção.
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tan-
riscos de se contrair alguma doença. to no plural quanto no singular. Nas alternativas não há
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era “restam/faça/serão”, portanto a A é que apresenta as op-
sete da manhã, eu já estava fazendo meu serviço. ções adequadas.
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
começou a adotar medidas mais rigorosas para a proteção 4-)
(A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
de seus funcionários.
trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os
insumos básicos.
GABARITO
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási-
01. A 02. A 03. A 04. E 05. A
cos serem quantificados.
06. E 07. |B 08. D 09. D 10. C
(C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
trou até agora uma maneira adequada para que os insu-
RESOLUÇÃO mos básicos sejam quantificados.
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
1-) Fiz os acertos entre parênteses: trou até agora uma maneira adequada para que os insu-
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va- mos básicos sejam quantificados.
lores que determinam as escolhas dos governantes, para (E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
conferir legitimidade a suas decisões. trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- os insumos básicos. = correta
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
valores e princípios que regem a prática política. 5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver- aos itens:
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei- (A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas. tem (singular)
(D) As instituições fundamentais de um regime demo- (B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural)
crático não pode (podem) estar subordinado (subordina- (C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quise-
das) às ordens indiscriminadas de um único poder central. ram (plural)
(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol- (D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem
tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex- umas (plural)
põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade. (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas
as formas estão no plural)
2-)
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa 6-)
leitura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimo- A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto
ramento intelectual, estão na capacidade de criação do au- “folheterios”)
tor, mediante palavras, sua matéria-prima. = correta B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional)
48
LÍNGUA PORTUGUESA
8-) Fiz as correções entre parênteses: A regência verbal estuda a relação que se estabelece
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como entre os verbos e os termos que os complementam (obje-
entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofis- tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos
ticadas às mais humildes, são (é) cada vez mais comuns adverbiais).
(comum) nos dias de hoje. O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nos-
b) A importância de intelectuais como Edward Said e sa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de
Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões conhecermos as diversas significações que um verbo pode
polêmicas de seu tempo, não estão (está) apenas nos livros assumir com a simples mudança ou retirada de uma pre-
que escreveram. posição. Observe:
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio en- A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar,
tre árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto contentar.
sofrimento, estejam (esteja) próximos (próximo) de serem A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar
(ser) resolvidos (resolvido) ou pelo menos de terem (ter) agrado ou prazer”, satisfazer.
alguma trégua. Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a “agradar a alguém”.
verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo
ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores Saiba que:
que admiradores. O conhecimento do uso adequado das preposições é
e) No final do século XX já não se via (viam) muitos um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver-
intelectuais e escritores como Edward Said, que não apenas bal (e também nominal). As preposições são capazes de
era (eram) notícia pelos livros que publicavam como pelas modificar completamente o sentido do que se está sendo
posições que corajosamente assumiam. dito. Veja os exemplos:
49
LÍNGUA PORTUGUESA
50
LÍNGUA PORTUGUESA
51
LÍNGUA PORTUGUESA
52
LÍNGUA PORTUGUESA
OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.
Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.
VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o filme.
Regência Nominal
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vá-
rios nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa,
nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes:
todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atenta-
mente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.
Substantivos
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de
Advérbios
Longe de Perto de
Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
53
LÍNGUA PORTUGUESA
Questões sobre Regência Nominal e Verbal 05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alter-
nativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa
01. (Administrador – FCC – 2013-adap.). Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à regência
... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras nominal e à pontuação.
ciências ... (A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida-
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço
o grifado acima está empregado em: seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo,
A) ...astros que ficam tão distantes ... do que em outros.
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... (B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam ra-
C) ...que nos proporcionou um espírito ... pidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o
D) ...cuja importância ninguém ignora ... avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ... exemplo!, do que em outros.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra-
02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013- pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o
adap.). avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um
... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos exemplo, do que em outros.
filhos do sueco. (D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida-
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de com- mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço
plementos que o grifado acima está empregado em: seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo
A) ...que existe uma coisa chamada exército... – do que em outros.
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? (E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapida-
C) ...compareceu em companhia da mulher à delega- mente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avan-
cia... ço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exem-
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro... plo) do que em outros.
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atre-
vimento.
06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assina-
le a alternativa correta quanto à regência dos termos em
destaque.
03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.).
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a
... constava simplesmente de uma vareta quebrada em
responsabilidade pelo problema.
partes desiguais...
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que
se perdido.
o grifado acima está empregado em:
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a
de um índio na porta do prédio.
extremos de sutileza.
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se
B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha- perdido de sua família.
do nos troncos mais robustos. (E) A família toda se organizou para realizar a procura
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso- à garotinha.
rientam, não raro, quem...
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho 07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale
na serra de Tunuí... a alternativa que completa, correta e respectivamente, as
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o lacunas do texto, de acordo com as regras de regência.
gentio, mestre e colaborador... Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.). corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que a mídia pode exercer sobre os jovens.
o da frase acima se encontra em: A) dos … na B) nos … entre a
A) A palavra direito, em português, vem de directum, C) aos … para a D) sobre os … pela
do verbo latino dirigere... E) pelos … sob a
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das
sociedades... 08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado Públicas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão
pela justiça. da língua, assinale a alternativa em que os trechos desta-
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspi- cados estão corretos quanto à regência, verbal ou nominal.
rações da justiça... A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o de dez mil tomadas.
sentimento de justiça. B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver
um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
54
LÍNGUA PORTUGUESA
C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de 4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...
criar logotipos e negociar. Lidar = transitivo indireto
D) O taxista levou o autor a indagar no número de B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das
tomadas do edifício. sociedades... =transitivo direto
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor re- C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado
parasse a um prédio na marginal. pela justiça. =ligação
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspira-
09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). As- ções da justiça... =transitivo direto e indireto
sinale a alternativa que substitui a expressão destacada na E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o
frase, conforme as regras de regência da norma-padrão da sentimento de justiça. =transitivo direto
língua e sem alteração de sentido.
Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de 5-) A correção do item deve respeitar as regras de pon-
direitos dos trabalhadores domésticos. tuação também. Assinalei apenas os desvios quanto à re-
A) da B) na C) pela gência (pontuação encontra-se em tópico específico)
D) sob a E) sobre a (A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam,
(B) Não há dúvida de que (erros quanto à pon-
GABARITO tuação)
(C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto
01. D 02. D 03. A 04. A 05. D à pontuação)
06. A 07. C 08. A 09. C (E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapi-
damente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o
avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um
exemplo) do que em outros.
RESOLUÇÃO 6-)
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por
1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das ter se perdido.
outras ciências ... (C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de
Facilitar – verbo transitivo direto um índio na porta do prédio.
A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de li- (D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se per-
gação dido de sua família.
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo (E) A família toda se organizou para realizar a procura
de ligação pela garotinha.
C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo tran-
sitivo direto e indireto 7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se re-
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro = portou já assinalavam uma relação entre os distúrbios da
verbo transitivo indireto imagem corporal e a exposição a imagens idealizadas pela
mídia.
2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito A pesquisa faz um alerta para a influência negativa
nos filhos do sueco. que a mídia pode exercer sobre os jovens.
Pedir = verbo transitivo direto e indireto
A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = tran- 8-)
sitivo direto B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de ha-
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de ver um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
ligação C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em
C) ...compareceu em companhia da mulher à delega- criar logotipos e negociar.
cia... =verbo intransitivo D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevi- tomadas do edifício.
mento. =transitivo direto E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor re-
parasse em um prédio na marginal.
3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada
em partes desiguais... 9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de
Constar = verbo intransitivo direitos dos trabalhadores domésticos.
B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha-
do nos troncos mais robustos. =ligação Crase
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso-
rientam, não raro, quem... =transitivo direto É a fusão (junção) da preposição a exigida pela
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho regência do verbo ou do nome mais o artigo definido a, os
na serra de Tunuí... = transitivo direto pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo e o
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o pronome demonstrativo a.
gentio, mestre e colaborador...=transitivo direto A crase é indicada pelo acento grave (`).
55
LÍNGUA PORTUGUESA
56
LÍNGUA PORTUGUESA
57
LÍNGUA PORTUGUESA
58
LÍNGUA PORTUGUESA
2. (IBGE) Assinale a seqüência correta dos sinais de 7. (TTN) Das redações abaixo, assinale a que não está
pontuação que devem ser usados nas lacunas da frase pontuada corretamente:
abaixo. Não cabendo qualquer sinal, O indicará essa ine- a. Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o re-
xistência: Aos poucos .... a necessidade de mão-de-obra sultado do concurso.
foi aumentando .... tornando-se necessária a abertura dos b. Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o re-
portos .... para uma outra população de trabalhadores ..... sultado do concurso.
os imigrantes. c. Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o re-
a) O - ponto e vírgula - vírgula - vírgula sultado do concurso.
b) O - O - dois pontos - vírgula d. Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado
c) vírgula, vírgula - O - dois pontos do concurso, em fila.
d) vírgula - ponto e vírgula - O - dois pontos e. Os candidatos, aguardavam ansiosos, em fila, o re-
e) vírgula - dois pontos - vírgula - vírgula sultado do concurso.
3. (IBGE) Assinale a seqüência correta dos sinais de (CARLOS CHAGAS-BA) Instruções para as questões de
pontuação que devem preencher as lacunas da frase abai- números 8 e 9: Os períodos abaixo apresentam diferenças
xo. Não havendo sinal, O indicará essa inexistência. Na de pontuação, assinale a letra que corresponde ao período
época da colonização ..... os negros e os indígenas escravi- de pontuação correta:
zados pelos brancos ..... reagiram ..... indiscutivelmente .....
de forma diferente. 8.
a) O - O - vírgula - vírgula a. Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a
b) O - dois pontos - O - vírgula reunião ficou mais animada.
c) O - dois pontos - vírgula - vírgula b. Pouco depois quando chegaram outras pessoas a
d) vírgula - vírgula - O - O reunião ficou mais animada.
e) vírgula - O - vírgula – vírgula c. Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a
reunião ficou mais animada.
4. (ABC-SP) Assinale a alternativa cuja frase está corre- d. Pouco depois quando chegaram outras pessoas a
tamente pontuada: reunião, ficou mais animada.
a) O sol que é uma estrela, é o centro do nosso sistema e. Pouco depois quando chegaram outras pessoas a
planetário. reunião ficou, mais animada.
b) Ele, modestamente se retirou.
c) Você pretende cursar Medicina; ela, Odontologia. 9.
d) Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja. a) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone
que eu venho.
Estas cidades se constituem, na maior parte de imi- b) Precisando de mim procure-me, ou, melhor telefone
grantes alemães. que eu venho.
c) Precisando, de mim, procure-me ou melhor, telefo-
5. (BB) “Os textos são bons e entre outras coisas de- ne, que eu venho.
monstram que há criatividade”. Cabem no máximo: d) Precisando de mim, procure-me; ou melhor, telefo-
a) 3 vírgulas ne, que eu venho.
b) 4 vírgulas a) Precisando, de mim, procure-me ou, melhor tele-
c) 2 vírgulas fone que eu venho.
d) 1 vírgula
e) 5 vírgulas
RESPOSTAS
6. (CESGRANRIO) Assinale o texto de pontuação cor-
reta: (1-A) (2-C) (3-E) (4-C) (5-C) (6-C) (7-E) (8-C) (9-D)
a. Não sei se disse, que, isto se passava, em casa de
uma comadre, minha avó.
b. Eu tinha, o juízo fraco, e em vão tentava emendar-
me: provocava risos, muxoxos, palavrões.
c. A estes, porém, o mais que pode acontecer é que
se riam deles os outros, sem que este riso os impeça de
conservar as suas roupas e o seu calçado.
d. Na civilização e na fraqueza ia para onde me im-
peliam muito dócil muito leve, como os pedaços da carta
de ABC, triturados soltos no ar.
e. Conduziram-me à rua da Conceição, mas só mais
tarde notei, que me achava lá, numa sala pequena.
59
LÍNGUA PORTUGUESA
60
LÍNGUA PORTUGUESA
61
LÍNGUA PORTUGUESA
(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol- c) Será preciso, talvez: redefinir a infância, já que
tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex- as crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver
põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade. com as de ontem.
d) Será preciso, talvez redefinir a infância? - já que
RESPOSTA: “A”. as crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver
com as de ontem.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) e) Será preciso, talvez, redefinir a infância, já que
A frase que admite transposição para a voz passiva é: as crianças de hoje, ao que tudo indica, nada têm a ver
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa- com as de ontem.
grado.
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma Devido à igualdade textual entre os itens, a apresenta-
grande diversidade de fenômenos. ção da alternativa correta indica quais são as inadequações
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so- nas demais.
ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
ficação. RESPOSTA: “E”.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
da vida (...). 12-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE –
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu- ALUNO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012)
dido e da falsa consciência. No trecho: “O crescimento econômico, se associado à
ampliação do emprego, PODE melhorar o quadro aqui
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra- sumariamente descrito.”, se passarmos o verbo desta-
do. cado para o futuro do pretérito do indicativo, teremos
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma a forma:
grande diversidade de fenômenos. A) puder.
- Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e B) poderia.
explicada pelo conceito... C) pôde.
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
D) poderá.
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
E) pudesse.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
vida (...).
Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós pode-
e da falsa consciência.
ríamos, vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração
é crescimento econômico (singular), portanto, terceira pes-
RESPOSTA: “B”.
soa do singular (ele) = poderia.
10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias, RESPOSTA: “B”.
vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista 13-) (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011)
ambiental Geraldo Motta. Entre as frases que seguem, a única correta é:
Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli- a) Ele se esqueceu de que?
nhados devem sofrer as seguintes alterações: b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para dis-
(A) entrar − vira tribui-lo entre os presentes.
(B) entrava − tinha visto c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas
(C) entrasse − veria críticas.
(D) entraria − veria d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindica-
(E) entrava − teria visto ções dos funcionários.
e) Não sei por que ele mereceria minha conside-
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve- ração.
ria = entrasse / veria.
(A) Ele se esqueceu de que? = quê?
RESPOSTA: “C”. (B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para
distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes.
11-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) (C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos ex-
A pontuação está inteiramente adequada na frase: cessivos nas críticas.
a) Será preciso, talvez, redefinir a infância já que as (D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindi-
crianças de hoje, ao que tudo indica nada mais têm a cações dos funcionários.
ver com as de ontem. (E) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
b) Será preciso, talvez redefinir a infância: já que
as crianças, de hoje, ao que tudo indica nada têm a ver, RESPOSTA: “E”.
com as de ontem.
62
MATEMÁTICA
Resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos, porcentagens, sequência (com números, com figuras, de pala-
vras)................................................................................................................................................................................................................................ 01
Raciocínio logico-matemático: proposições, conectivos equivalências e implicação lógica, argumentos validos........... 38
MATEMÁTICA
1
MATEMÁTICA
2
MATEMÁTICA
3
MATEMÁTICA
3 - RESPOSTA: “E”.
Conjunto dos Números Inteiros – Z
D= dividendo
d= divisor
Q = quociente = 10 Definimos o conjunto dos números inteiros como a re-
R= resto = 0 (divisão exata) união do conjunto dos números naturais (N = {0, 1, 2, 3,
Equacionando: 4,..., n,...}, o conjunto dos opostos dos números naturais e o
D= d.Q + R zero. Este conjunto é denotado pela letra Z (Zahlen=núme-
D= d.10 + 0 → D= 10d ro em alemão). Este conjunto pode ser escrito por: Z = {...,
-4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...}
Pela nova divisão temos: O conjunto dos números inteiros possui alguns sub-
conjuntos notáveis:
4
MATEMÁTICA
Comutativa: Para todos a,b em Z: A multiplicação funciona como uma forma simplificada
a+b=b+a de uma adição quando os números são repetidos. Podería-
3+7=7+3 mos analisar tal situação como o fato de estarmos ganhan-
do repetidamente alguma quantidade, como por exemplo,
Elemento Neutro: Existe 0 em Z, que adicionado a ganhar 1 objeto por 30 vezes consecutivas, significa ganhar
cada z em Z, proporciona o próprio z, isto é: 30 objetos e esta repetição pode ser indicada por um x,
z+0=z isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30
7+0=7 Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos: 2
+ 2 + 2 + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60
Elemento Oposto: Para todo z em Z, existe (-z) em Z, Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos:
tal que (–2) + (–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60
z + (–z) = 0 Observamos que a multiplicação é um caso particular
9 + (–9) = 0 da adição onde os valores são repetidos.
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode
ser indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal
entre as letras.
5
MATEMÁTICA
Para realizar a multiplicação de números inteiros, deve- - Quando o dividendo e o divisor têm o mesmo sinal, o
mos obedecer à seguinte regra de sinais: quociente é um número inteiro positivo.
(+1) x (+1) = (+1) - Quando o dividendo e o divisor têm sinais diferentes,
(+1) x (-1) = (-1) o quociente é um número inteiro negativo.
(-1) x (+1) = (-1) - A divisão nem sempre pode ser realizada no conjunto
(-1) x (-1) = (+1) Z. Por exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são divisões que
não podem ser realizadas em Z, pois o resultado não é um
Com o uso das regras acima, podemos concluir que: número inteiro.
- No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é as-
sociativa e não tem a propriedade da existência do ele-
Sinais dos números Resultado do produto mento neutro.
Iguais Positivo 1- Não existe divisão por zero.
Diferentes Negativo Exemplo: (–15) : 0 não tem significado, pois não existe
Propriedades da multiplicação de números intei- um número inteiro cujo produto por zero seja igual a –15.
2- Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente
ros: O conjunto Z é fechado para a multiplicação, isto é, a
de zero, é zero, pois o produto de qualquer número inteiro
multiplicação de dois números inteiros ainda é um número
por zero é igual a zero.
inteiro.
Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 b) 0 : (+6) = 0 c) 0 : (–1)
=0
Associativa: Para todos a,b,c em Z: Potenciação de Números Inteiros
a x (b x c) = (a x b) x c
2 x (3 x 7) = (2 x 3) x 7 A potência an do número inteiro a, é definida como um
produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
Comutativa: Para todos a,b em Z: base e o número n é o expoente.
axb=bxa an = a x a x a x a x ... x a
3x7=7x3 a é multiplicado por a n vezes
Elemento neutro: Existe 1 em Z, que multiplicado por Exemplos:33 = (3) x (3) x (3) = 27
todo z em Z, proporciona o próprio z, isto é: (-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125
zx1=z (-7)² = (-7) x (-7) = 49
7x1=7 (+9)² = (+9) x (+9) = 81
Elemento inverso: Para todo inteiro z diferente de - Toda potência de base positiva é um número inteiro
zero, existe um inverso z–1=1/z em Z, tal que positivo.
z x z–1 = z x (1/z) = 1 Exemplo: (+3)2 = (+3) . (+3) = +9
9 x 9–1 = 9 x (1/9) = 1
- Toda potência de base negativa e expoente par é
Distributiva: Para todos a,b,c em Z: um número inteiro positivo.
a x (b + c) = (a x b) + (a x c) Exemplo: (– 8)2 = (–8) . (–8) = +64
3 x (4+5) = (3 x 4) + (3 x 5)
- Toda potência de base negativa e expoente ímpar é
Divisão de Números Inteiros um número inteiro negativo.
Exemplo: (–5)3 = (–5) . (–5) . (–5) = –125
6
MATEMÁTICA
(a)
3
8 = 2, pois 2³ = 8. III
(b)
3
− 8 = –2, pois (–2)³ = -8.
De acordo com as propriedades da potenciação, temos
3 que, respectivamente, nas operações I, II e III:
(c) 27 = 3, pois 3³ = 27.
A) x=b-c, y=b+c e z=c/2.
B) x=b+c, y=b-c e z=2c.
(d)
3
− 27 = –3, pois (–3)³ = -27. C) x=2bc, y=-2bc e z=2c.
D) x=c-b, y=b-c e z=c-2.
Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o E) x=2b, y=2c e z=c+2.
produto de números inteiros, concluímos que:
(a) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de número
inteiro negativo. 4 - (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
(b) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a raiz GRANRIO/2013) Multiplicando-se o maior número inteiro
de qualquer número inteiro. menor do que 8 pelo menor número inteiro maior do que
- 8, o resultado encontrado será
Questões A) - 72
B) - 63
1 - (TRF 2ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2012) Uma C) - 56
operação λ é definida por: D) - 49
wλ = 1 − 6w, para todo inteiro w. E) – 42
Com base nessa definição, é correto afirmar que a
soma 2λ + (1λ) λ é igual a
A) −20.
B) −15.
C) −12.
D) 15.
E) 20.
7
MATEMÁTICA
6 – (Operador de máq./Pref.Coronel Fabriciano/MG) Quantos são os valores inteiros e positivos de x para os quais
é um número inteiro?
A) 0
B) 1
C) 2
D) 3
E) 4
7- (CASA DA MOEDA) O quadro abaixo indica o número de passageiros num vôo entre Curitiba e Belém, com duas
escalas, uma no Rio de Janeiro e outra em Brasília. Os números indicam a quantidade de passageiros que subiram no avião
e os negativos, a quantidade dos que desceram em cada cidade.
Curtiba +240
-194
Rio de Janeiro
+158
-108
Brasília
+94
8
MATEMÁTICA
, logo os únicos números que sa- 1º) Transformamos o número em uma fração cujo
tisfazem a condição é x= 0 e x=5 , dois números apenas. numerador é o número decimal sem a vírgula e o
denominador é composto pelo numeral 1, seguido de
7 - RESPOSTA:“D”. tantos zeros quantas forem as casas decimais do número
240- 194 +158 -108 +94 = 190 decimal dado:
9
MATEMÁTICA
10
MATEMÁTICA
b)
11
MATEMÁTICA
12
MATEMÁTICA
8 - RESPOSTA: “A”.
2 - RESPOSTA: “B”.
3 - RESPOSTA: “C”.
13
MATEMÁTICA
9 - RESPOSTA: “A”. Que são utilizados nas mais diversas aplicações práti-
cas como: cálculos de áreas, volumes, centros de gravida-
de, previsão populacional, etc.
.
A recíproca não é verdadeira: existem números algé-
Total de pessoas detidas: 120+25=145 bricos que não podem ser expressos através de radicais,
conforme o teorema de Abel-Ruffini.
10 - RESPOSTA: “C”.
- Números reais transcendentes: não são raízes de
polinômios com coeficientes inteiros. Várias constantes
matemáticas são transcendentes, como pi ( ) e o núme-
ro de Euler ( ). Pode-se dizer que existem mais números
transcendentes do que números algébricos (a comparação
Números Irracionais
entre conjuntos infinitos pode ser feita na teoria dos con-
juntos).
Os números racionais, aqueles que podem ser escritos
A definição mais genérica de números algébricos e
na forma de uma fração a/b onde a e b são dois números
transcendentes é feita usando-se números complexos.
inteiros, com a condição de que b seja diferente de zero,
Identificação de números irracionais
uma vez que sabemos da impossibilidade matemática da
divisão por zero.
Vimos também, que todo número racional pode ser es- Fundamentado nas explanações anteriores, podemos
crito na forma de um número decimal periódico, também afirmar que:
conhecido como dízima periódica. - Todas as dízimas periódicas são números racionais.
Vejam os exemplos de números racionais a seguir: - Todos os números inteiros são racionais.
3 / 4 = 0,75 = 0, 750000... - Todas as frações ordinárias são números racionais.
- 2 / 3 = - 0, 666666... - Todas as dízimas não periódicas são números irra-
1 / 3 = 0, 333333... cionais.
2 / 1 = 2 = 2, 0000... - Todas as raízes inexatas são números irracionais.
4 / 3 = 1, 333333... - A soma de um número racional com um número irra-
- 3 / 2 = - 1,5 = - 1, 50000... cional é sempre um número irracional.
0 = 0, 000... - A diferença de dois números irracionais, pode ser um
número racional.
Existe, entretanto, outra classe de números que não
podem ser escritos na forma de fração a/b, conhecidos Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.
como números irracionais. - O quociente de dois números irracionais, pode ser
um número racional.
Exemplo
Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.
O número real abaixo é um número irracional, embora pa- - O produto de dois números irracionais, pode ser um
reça uma dízima periódica: x = 0,10100100010000100000... número racional.
14
MATEMÁTICA
Simbolicamente, teremos:
Q I=R
Q I =
Questões
II
1 - (TRF 2ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2012)
Considere as seguintes afirmações:
I. Para todo número inteiro x, tem-se 10x=4,4444...
-x=0,4444.....
9x=4
x=4/9
II.
III
III. Efetuando-se obtém- Portanto, apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
se um número maior que 5.
2 - RESPOSTA: “D”.
Relativamente a essas afirmações, é certo que
Números Reais
15
MATEMÁTICA
Aproximação por
Falta Excesso
Erro menor que π π
1 unidade 1 3 2 4
1 décimo 1,4 3,1 1,5 3,2
1 centésimo 1,41 3,14 1,42 3,15
1 milésimo 1,414 3,141 1,415 3,142
Podemos concluir que na representação dos números 1 décimo de
1,4142 3,1415 1,4134 3,1416
Reais sobre uma reta, dados uma origem e uma unidade, a milésimo
cada ponto da reta corresponde um número Real e a cada
número Real corresponde um ponto na reta. Operações com números Reais
Operando com as aproximações, obtemos uma
sucessão de intervalos fixos que determinam um número
Real. É assim que vamos trabalhar as operações adição,
subtração, multiplicação e divisão. Relacionamos, em
seguida, uma série de recomendações úteis para operar
com números Reais:
- Vamos tomar a aproximação por falta.
Ordenação dos números Reais - Se quisermos ter uma ideia do erro cometido,
A representação dos números Reais permite definir uma escolhemos o mesmo número de casas decimais em ambos
os números.
relação de ordem entre eles. Os números Reais positivos são
- Se utilizamos uma calculadora, devemos usar a
maiores que zero e os negativos, menores. Expressamos
aproximação máxima admitida pela máquina (o maior
a relação de ordem da seguinte maneira: Dados dois
números Reais a e b, número de casas decimais).
a≤b↔b–a≥0 - Quando operamos com números Reais, devemos
Exemplo: -15 ≤ ↔ 5 – (-15) ≥ 0 fazer constar o erro de aproximação ou o número de casas
5 + 15 ≥ 0 decimais.
16
MATEMÁTICA
17
MATEMÁTICA
18
MATEMÁTICA
19
MATEMÁTICA
Lucro sobre a venda = lucro/preço de venda. 100% Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos
um valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer
Observação: A mesma análise pode ser feita para o dois aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor
caso de prejuízo. após o primeiro aumento, temos:
V1 = V . (1 + 1 )
p
Exemplo 100
Sendo V2 o valor após o segundo aumento, temos:
Uma mercadoria foi comprada por R$ 500,00 e vendida V2 = V1 . (1 + p2 )
por R$ 800,00. 100
Pede-se: V2 = V . (1 + 1 ) . (1 + 2 )
p p
- o lucro obtido na transação; 100 100
- a porcentagem de lucro sobre o preço de custo; Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá
- a porcentagem de lucro sobre o preço de venda. sofrer dois descontos sucessivos de p1% e p2%.
20
MATEMÁTICA
A) 38,357%
B) 38,356%
C) 38,358%
D) 38,359%
2 - (CEF / Escriturário) Uma pessoa x pode realizar uma certa tarefa em 12 horas. Outra pessoa, y, é 50% mais eficiente
que x. Nessas condições, o número de horas necessárias para que y realize essa tarefa é :
A) 4
B) 5
C) 6
D) 7
E) 8
3 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Observe a tabela que indica o consumo mensal de uma mesma torneira da pia
de uma cozinha, aberta meia volta por um minuto, uma vez ao dia.
Em relação ao cosumo mensal da torneira alimentada pela água da rua, o da torneira alimentada pela água da caixa
representa, aproximadamente,
A) 20%
B) 26%
C) 30%
D) 35%
E) 40%
4 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de uma mercadoria, na loja J, é
de R$ 50,00. O dono da loja J resolve reajustar o preço dessa mercadoria em 20%. A mesma mercadoria, na loja K, é vendida
por R$ 40,00. O dono da loja K resolve reajustar o preço dessa mercadoria de maneira a igualar o preço praticado na loja J
após o reajuste de 20%. Dessa maneira o dono da loja K deve reajustar o preço em
A) 20%.
B) 50%.
C) 10%.
D) 15%.
E) 60%.
5 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de venda de um produto, des-
contado um imposto de 16% que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de compra em 40%, os quais constituem
o lucro líquido do vendedor. Em quantos por cento, aproximadamente, o preço de venda é superior ao de compra?
A) 67%.
B) 61%.
C) 65%.
D) 63%.
E) 69%.
6 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC/2013) Um comerciante comprou uma mercadoria por R$
350,00. Para estabelecer o preço de venda desse produto em sua loja, o comerciante decidiu que o valor deveria ser sufi-
ciente para dar 30% de desconto sobre o preço de venda e ainda assim garantir lucro de 20% sobre o preço de compra.
Nessas condições, o preço que o comerciante deve vender essa mercadoria é igual a
A) R$ 620,00.
B) R$ 580,00.
C) R$ 600,00.
D) R$ 590,00.
E) R$ 610,00.
21
MATEMÁTICA
7 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – Vitor arrematou um lote, pagou o combinado no ato
FCC/2013) Uma bolsa contém apenas 5 bolas brancas e 7 da arrematação e os R$28.800,00 restantes no dia 10 de
bolas pretas. Sorteando ao acaso uma bola dessa bolsa, a dezembro. Com base nas informações contidas no texto,
probabilidade de que ela seja preta é calcule o valor total gasto por Vitor nesse leilão.
A) maior do que 55% e menor do que 60%.
B) menor do que 50%. A) R$34.600,00
C) maior do que 65%. B) R$36.000,00
D) maior do que 50% e menor do que 55%. C) R$35.400,00
E) maior do que 60% e menor do que 65%. D) R$32.000,00
E) R$37.800,00
8 - PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
MA/2013) Das 80 crianças que responderam a uma en- Respostas
quete referente a sua fruta favorita, 70% eram meninos.
Dentre as meninas, 25% responderam que sua fruta favori-
ta era a maçã. Sendo assim, qual porcentagem representa, 1 - RESPOSTA: “B”.
em relação a todas as crianças entrevistadas, as meninas Mistura:28+45=73
que têm a maçã como fruta preferida? 73------100%
A) 10% 28------x
B) 1,5% X=38,356%
C) 25%
D) 7,5% 2 - RESPOSTA “C”.
E) 5% 12 horas → 100 %
50 % de 12 horas = = 6 horas
9 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014)
Numa liquidação de bebidas, um atacadista fez a seguinte X = 12 horas → 100 % = total de horas trabalhado
promoção: Y = 50 % mais rápido que X.
Então, se 50% de 12 horas equivalem a 6 horas, logo Y
faz o mesmo trabalho em 6 horas.
3 - RESPOSTA: “B”.
4 - RESPOSTA: “B”.
Alexandre comprou duas embalagens nessa promoção
e revendeu cada unidade por R$3,50. O lucro obtido por
ele com a revenda das latas de cerveja das duas embala-
gens completas foi:
A) R$33,60
B) R$28,60
C) R$26,40 O reajuste deve ser de 50%.
D) R$40,80
E) R$43,20 5 - RESPOSTA: “A”.
Preço de venda: PV
10 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) Preço de compra: PC
Leilão de veículos apreendidos do Detran aconteceu no dia
7 de dezembro. Note que: 1,4 = 100%+40% ou 1+0,4.Como ele supe-
O Departamento Estadual de Trânsito de Sergipe – De- rou o preço de venda (100%) em 40% , isso significa soma
tran/SE – realizou, no dia 7 de dezembro, sábado, às 9 ho- aos 100% mais 40%, logo 140%= 1,4.
ras, no Espaço Emes, um leilão de veículos apreendidos em
fiscalizações de trânsito. Ao todo foram leiloados 195 veí- PV - 0,16PV = 1,4PC
culos, sendo que 183 foram comercializados como sucatas 0,84PV=1,4PC
e 12 foram vendidos como aptos para circulação.
22
MATEMÁTICA
10 - RESPOSTA: “E”.
R$28.800-------80%
x------------------100%
23
MATEMÁTICA
Humor Lógico
Orientação espacial e temporal verifica a capacidade de abstração no espaço e no tempo. Costuma ser cobrado em
questões sobre a disposições de dominós, dados, baralhos, amontoados de cubos com símbolos especificados em suas
faces, montagem de figuras com subfiguras, figuras fractais, dentre outras. Inclui também as famosas sequências de figuras
nas quais se pede a próxima. Serve para verificar a capacidade do candidato em resolver problemas com base em estímulos
visuais.
Raciocínio Verbal
O raciocínio é o conjunto de atividades mentais que consiste na associação de ideias de acordo com determinadas
regras. No caso do raciocínio verbal, trata-se da capacidade de raciocinar com conteúdos verbais, estabelecendo entre eles
princípios de classificação, ordenação, relação e significados. Ao contrário daquilo que se possa pensar, o raciocínio verbal
é uma capacidade intelectual que tende a ser pouco desenvolvida pela maioria das pessoas. No nível escolar, por exemplo,
disciplinas como as línguas centram-se em objetivos como a ortografia ou a gramática, mas não estimulam/incentivam à
aprendizagem dos métodos de expressão necessários para que os alunos possam fazer um uso mais completo da lingua-
gem.
Por outro lado, o auge dos computadores e das consolas de jogos de vídeo faz com que as crianças costumem jogar de
forma individual, isto é, sozinhas (ou com outras crianças que não se encontrem fisicamente com elas), pelo que não é feito
um uso intensivo da linguagem. Uma terceira causa que se pode aqui mencionar para explicar o fraco raciocínio verbal é o
fato de jantar em frente à televisão. Desta forma, perde-se o diálogo no seio da família e a arte de conversar.
Entre os exercícios recomendados pelos especialistas para desenvolver o raciocínio verbal, encontram-se as analogias
verbais, os exercícios para completar orações, a ordem de frases e os jogos onde se devem excluir certos conceitos de um
grupo. Outras propostas implicam que sigam/respeitem certas instruções, corrijam a palavra inadequada (o intruso) de uma
frase ou procurem/descubram antônimos e sinônimos de uma mesma palavra.
Lógica Sequencial
Lógica Sequencial
O Raciocínio é uma operação lógica, discursiva e mental. Neste, o intelecto humano utiliza uma ou mais proposições,
para concluir através de mecanismos de comparações e abstrações, quais são os dados que levam às respostas verdadeiras,
falsas ou prováveis. Foi pelo processo do raciocínio que ocorreu o desenvolvimento do método matemático, este considerado
instrumento puramente teórico e dedutivo, que prescinde de dados empíricos. Logo, resumidamente o raciocínio pode ser
considerado também um dos integrantes dos mecanismos dos processos cognitivos superiores da formação de conceitos
e da solução de problemas, sendo parte do pensamento.
Sequências Lógicas
As sequências podem ser formadas por números, letras, pessoas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer
uma sequência, o importante é que existam pelo menos três elementos que caracterize a lógica de sua formação, entretanto
algumas séries necessitam de mais elementos para definir sua lógica. Algumas sequências são bastante conhecidas e todo
aluno que estuda lógica deve conhecê-las, tais como as progressões aritméticas e geométricas, a série de Fibonacci, os
números primos e os quadrados perfeitos.
24
MATEMÁTICA
Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um Na série a seguir, temos sempre um homem seguido
mesmo número. de duas mulheres, ou seja, aqueles que estão em uma
posição múltipla de três (3º, 6º, 9º, 12º,...) serão mulheres e
a posição dos braços sempre alterna, ficando para cima em
uma posição múltipla de dois (2º, 4º, 6º, 8º,...). Sendo assim,
a sequência se repete a cada seis termos, tornando possível
determinar quem estará em qualquer posição.
Sequência de Figuras
1 1 2 3 5 8 13
Números Primos: Naturais que possuem apenas dois Sequência de Fibonacci
divisores naturais.
O matemático Leonardo Pisa, conhecido como
2 3 5 7 11 13 17 Fibonacci, propôs no século XIII, a sequência numérica:
(1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, …). Essa sequência tem
Quadrados Perfeitos: Números naturais cujas raízes são uma lei de formação simples: cada elemento, a partir do
naturais. terceiro, é obtido somando-se os dois anteriores. Veja: 1
+ 1 = 2, 2 + 1 = 3, 3 + 2 = 5 e assim por diante. Desde o
1 4 9 16 25 36 49 século XIII, muitos matemáticos, além do próprio Fibonacci,
dedicaram-se ao estudo da sequência que foi proposta,
Sequência de Letras e foram encontradas inúmeras aplicações para ela no
desenvolvimento de modelos explicativos de fenômenos
As sequências de letras podem estar associadas a uma naturais.
série de números ou não. Em geral, devemos escrever Veja alguns exemplos das aplicações da sequência de
todo o alfabeto (observando se deve, ou não, contar com Fibonacci e entenda porque ela é conhecida como uma
k, y e w) e circular as letras dadas para entender a lógica das maravilhas da Matemática. A partir de dois quadrados
proposta. de lado 1, podemos obter um retângulo de lados 2 e 1.
Se adicionarmos a esse retângulo um quadrado de lado
ACFJOU 2, obtemos um novo retângulo 3 x 2. Se adicionarmos
Observe que foram saltadas 1, 2, 3, 4 e 5 letras e esses agora um quadrado de lado 3, obtemos um retângulo
números estão em progressão. 5 x 3. Observe a figura a seguir e veja que os lados dos
quadrados que adicionamos para determinar os retângulos
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTU formam a sequência de Fibonacci.
ABCDEFGHIJKLMNOPQRST
25
MATEMÁTICA
Exemplo 2
26
MATEMÁTICA
Exemplo 3 QUESTÕES
(D) (E)
27
MATEMÁTICA
03. O próximo número dessa sequência lógica é: 1000, 07. As figuras da sequência dada são formadas por
990, 970, 940, 900, 850, ... partes iguais de um círculo.
(A) 800
(B) 790
(C) 780
(D) 770
04. Na sequência lógica de números representados nos Continuando essa sequência, obtém-se exatamente 16
hexágonos, da figura abaixo, observa-se a ausência de um círculos completos na:
deles que pode ser: (A) 36ª figura
(B) 48ª figura
(C) 72ª figura
(D) 80ª figura
(E) 96ª figura
(A) 76
(B) 10
(C) 20
(D) 78
Admitindo-se que a regra de formação das figuras
05. Uma criança brincando com uma caixa de palitos seguintes permaneça a mesma, pode-se afirmar que a
de fósforo constrói uma sequência de quadrados conforme figura que ocuparia a 277ª posição dessa sequência é:
indicado abaixo: (A) (B)
.............
1° 2° 3°
(A) (B) 09. Observe a sequência: 2, 10, 12, 16, 17, 18, 19, ... Qual
é o próximo número?
(A) 20
(B) 21
(C) 100
(D) 200
(C) (D)
10. Observe a sequência: 3,13, 30, ... Qual é o próximo
número?
(A) 4
(B) 20
(C) 31
(D) 21
(E)
11. Os dois pares de palavras abaixo foram formados
segundo determinado critério.
LACRAÇÃO → cal
28
MATEMÁTICA
29
MATEMÁTICA
30
MATEMÁTICA
Para que o resultado da terceira linha seja o correto, o 30. ABCA: DEFD: HIJH: ?
ponto de interrogação deverá ser substituído pelo número: (A) IJLI
(A) 16 (B) JLMJ
(B) 15 (C) LMNL
(C) 14 (D) FGHF
(D) 13 (E) EFGE
(E) 12
31. Os termos da sucessão seguinte foram obtidos
27. Segundo determinado critério, foi construída a considerando uma lei de formação (0, 1, 3, 4, 12, 123,...).
sucessão seguinte, em que cada termo é composto de um Segundo essa lei, o décimo terceiro termo dessa sequência
número seguido de uma letra: A1 – E2 – B3 – F4 – C5 – G6
é um número:
– .... Considerando que no alfabeto usado são excluídas as
(A) Menor que 200.
letras K, Y e W, então, de acordo com o critério estabelecido,
a letra que deverá anteceder o número 12 é: (B) Compreendido entre 200 e 400.
(A) J (C) Compreendido entre 500 e 700.
(B) L (D) Compreendido entre 700 e 1.000.
(C) M (E) Maior que 1.000.
(D) N
(E) O Para responder às questões de números 32 e 33, você
deve observar que, em cada um dos dois primeiros pares
28. Os nomes de quatro animais – MARÁ, PERU, TATU de palavras dadas, a palavra da direita foi obtida da palavra
e URSO – devem ser escritos nas linhas da tabela abaixo, da esquerda segundo determinado critério. Você deve
de modo que cada uma das suas respectivas letras ocupe descobrir esse critério e usá-lo para encontrar a palavra
um quadrinho e, na diagonal sombreada, possa ser lido o que deve ser colocada no lugar do ponto de interrogação.
nome de um novo animal.
31
MATEMÁTICA
32. Ardoroso → rodo 40. Reposicione dois palitos e obtenha uma figura com
Dinamizar → mina cinco quadrados iguais.
Maratona → ?
(A) mana
(B) toma
(C) tona
(D) tora
(E) rato
39. Qual será o próximo símbolo da sequência abaixo? 44. As cartas de um baralho foram agrupadas em
pares, segundo uma relação lógica. Qual é a carta que está
faltando, sabendo que K vale 13, Q vale 12, J vale 11 e A
vale 1?
32
MATEMÁTICA
46. Qual o valor da pedra que deve ser colocada em cima de todas estas para completar a sequência abaixo?
47. Mova três palitos nesta figura para obter cinco triângulos.
48. Tente dispor 6 moedas em 3 fileiras de modo que em cada fileira fiquem apenas 3 moedas.
33
MATEMÁTICA
50. Mude a posição de quatro palitos e obtenha cinco 04. Resposta “D”
triângulos. Nessa sequência lógica, observamos que a diferença:
entre 24 e 22 é 2, entre 28 e 24 é 4, entre 34 e 28 é 6, entre
42 e 34 é 8, entre 52 e 42 é 10, entre 64 e 52 é 12, portanto
entre o próximo número e 64 é 14, dessa forma concluímos
que o próximo número é 78, pois: 76 – 64 = 14.
34
MATEMÁTICA
35
MATEMÁTICA
36
MATEMÁTICA
37
MATEMÁTICA
42.
49.
43.
50.
Estruturas lógicas
1. Proposição
Proposição ou sentença é um termo utilizado para ex-
primir ideias, através de um conjunto de palavras ou sím-
46. Observe que: bolos. Este conjunto descreve o conteúdo dessa ideia.
3 6 18 72 360 2160 15120 São exemplos de proposições:
x2 x3 x4 x5 x6 x7 p: Pedro é médico.
q: 5 > 8
Portanto, a próxima pedra terá que ter o valor: 15.120 r: Luíza foi ao cinema ontem à noite.
x 8 = 120.960
2. Princípios fundamentais da lógica
47. Princípio da Identidade: A é A. Uma coisa é o que é.
O que é, é; e o que não é, não é. Esta formulação remonta
a Parménides de Eleia.
Principio da não contradição: Uma proposição não
pode ser verdadeira e falsa, ao mesmo tempo.
Principio do terceiro excluído: Uma alternativa só
pode ser verdadeira ou falsa.
38
MATEMÁTICA
3. Valor lógico
Considerando os princípios citados acima, uma proposição é classificada como verdadeira ou falsa.
Sendo assim o valor lógico será:
- a verdade (V), quando se trata de uma proposição verdadeira.
- a falsidade (F), quando se trata de uma proposição falsa.
4. Conectivos lógicos
Conectivos lógicos são palavras usadas para conectar as proposições formando novas sentenças.
Os principais conectivos lógicos são:
~ não
∧ e
V Ou
→ se…então
↔ se e somente se
Proposições compostas
P: O número 12 é divisível por 3 e 6 é o dobro de 12.
Q: A raiz quadrada de 9 é 3 e 24 é múltiplo de 3.
R(s, t): O número 9 é ímpar e o número 13 é primo.
6. Tabela-Verdade
A tabela-verdade é usada para determinar o valor lógico de uma proposição composta, sendo que os valores das pro-
posições simples já são conhecidos. Pois o valor lógico da proposição composta depende do valor lógico da proposição
simples.
A seguir vamos compreender como se constrói essas tabelas-verdade partindo da árvore das possibilidades dos valores
lógicos das preposições simples, e mais adiante veremos como determinar o valor lógico de uma proposição composta.
39
MATEMÁTICA
Exemplo
p = 2 é par
q = o céu é rosa
p Λ q = 2 é par e o céu é rosa
P q pΛq
Proposição composta do tipo P(p, q, r, s) V F F
A tabela-verdade possui 24 = 16 linhas e é formada
igualmente as anteriores. p = 9 < 6
q = 3 é par
p Λ q: 9 < 6 e 3 é par
P ~P Exemplo:
V F
p = 2 é par
q = 24 é múltiplo de 5 q = o céu é rosa
~q = 24 não é múltiplo de 5 p ν q = 2 é par ou o céu é rosa
q ~q P q pVq
F V V F V
40
MATEMÁTICA
Exemplo:
P: 7 + 2 = 9
Q: 9 – 7 = 2
p → q: Se 7 + 2 = 9 então 9 – 7 = 2
P q p→q
V V V
p = 7 + 5 < 4
q = 2 é um número primo
p → q: Se 7 + 5 < 4 então 2 é um número primo.
P q p→q
F V V
P q p→q
V F F
p = 25 é múltiplo de 2
q = 12 < 3
p → q: Se 25 é múltiplo de 2 então 2 < 3.
P q p→q
F F V
P q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V
Exemplo
p = 24 é múltiplo de 3
q = 6 é ímpar
= 24 é múltiplo de 3 se, e somente se, 6 é ímpar.
P q p↔q
V F F
Exemplo
Veja como se procede a construção de uma tabela-verdade da proposição composta P(p, q) = ((p ⋁ q) → (~p)) → (p ⋀
q), onde p e q são duas proposições simples.
41
MATEMÁTICA
Resolução
Uma tabela-verdade de uma proposição do tipo P(p, q) possui 24 = 4 linhas, logo:
d) Valores lógicos de p Λ q
42
MATEMÁTICA
13. Tautologia
Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma Tautologia se ela for sempre
verdadeira, independentemente dos valores lógicos das proposições p, q, r, ... que a compõem.
Exemplos:
• Gabriela passou no concurso do INSS ou Gabriela não passou no concurso do INSS
• Não é verdade que o professor Zambeli parece com o Zé gotinha ou o professor Zambeli parece com o Zé gotinha.
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos uma única proposição, afirmativa e negativa. Vamos entender isso
melhor.
Exemplo:
Grêmio cai para segunda divisão ou o Grêmio não cai para segunda divisão
Exemplo
A proposição p ∨ (~p) é uma tautologia, pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a tabela-verdade.
p ~P pVq
V F V
F V V
Exemplo
A proposição (p Λ q) → (p q) é uma tautologia, pois a última coluna da tabela-verdade só possui V.
14. Contradição
Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma contradição se ela for sem-
pre falsa, independentemente dos valores lógicos das proposições p, q, r, ... que a compõem
Exemplos:
• O Zorra total é uma porcaria e Zorra total não é uma porcaria
• Suelen mora em Petrópolis e Suelen não mora em Petrópolis
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos uma única proposição, afirmativa e negativa. Vamos entender isso
melhor.
Exemplo:
Lula é o presidente do Brasil e Lula não é o presidente do Brasil
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “^”
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ^ ~p
43
MATEMÁTICA
Diferenciação dos símbolos → e ⇒ Dizemos que duas proposições são logicamente equi-
O símbolo → representa uma operação matemática valentes (ou simplesmente equivalentes) quando os resul-
entre as proposições P e Q que tem como resultado a pro- tados de suas tabelas-verdade são idênticos.
posição P → Q, com valor lógico V ou F. Uma consequência prática da equivalência lógica é que
O símbolo ⇒ representa a não ocorrência de VF na ao trocar uma dada proposição por qualquer outra que lhe
tabela-verdade de P → Q, ou ainda que o valor lógico da seja equivalente, estamos apenas mudando a maneira de
condicional P → Q será sempre V, ou então que P → Q é dizê-la.
uma tautologia. A equivalência lógica entre duas proposições, p e q,
pode ser representada simbolicamente como: p q, ou sim-
Exemplo plesmente por p = q.
A tabela-verdade da condicional (p Λ q) → (p ↔ q) será: Começaremos com a descrição de algumas equivalên-
cias lógicas básicas.
44
MATEMÁTICA
Outras equivalências
Algumas outras equivalências que podem ser relevan-
tes são as seguintes:
1) p e (p ou q) = p
Ex: Paulo é dentista, e Paulo é dentista ou Pedro é mé-
Equivalências da Condicional dico = Paulo é dentista
As duas equivalências que se seguem são de funda- 2) p ou (p e q) = p
mental importância. Estas equivalências podem ser veri- Ex: Paulo é dentista, ou Paulo é dentista e Pedro é mé-
ficadas, ou seja, demonstradas, por meio da comparação dico = Paulo é dentista
entre as tabelas-verdade. Fica como exercício para casa
estas demonstrações. As equivalências da condicional são
Por meio das tabelas-verdade estas equivalências po-
as seguintes:
dem ser facilmente demonstradas.
Para auxiliar nossa memorização, criaremos a tabela
1) Se p então q = Se não q então não p.
seguinte:
Ex: Se chove então me molho = Se não me molho en-
tão não chove
2) Se p então q = Não p ou q.
Ex: Se estudo então passo no concurso = Não estudo
ou passo no concurso
Colocando estes resultados em uma tabela, para aju-
dar a memorização, teremos: NEGAÇAO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS
45
MATEMÁTICA
Tautologia é uma proposição composta cujo resultado Considerando que a determinação judicial correspon-
é sempre verdadeiro para todas as atribuições que se têm, de a uma proposição e que a decisão judicial será conside-
independentemente dessas atribuições. rada descumprida se, e somente se, a proposição corres-
Rodrigo, posso estar errada, mas ao construir a tabela- pondente for falsa, julgue os itens seguintes.
verdade com a proposição que você propôs não vamos ter
uma tautologia, mas uma contingência. 4. Se o réu permanecer preso, mesmo não havendo
A proposição a ser utilizada aqui seria a seguinte: P v outro motivo para estar preso, então, a decisão judicial terá
~(P ^ ~Q), que, ao construirmos a tabela-verdade ficaria sido descumprida.
da seguinte forma: A) Certo
B) Errado
P Q ~Q (P/\~Q) ~(P/\~Q) P V ~(P/\~Q) A decisão judicial é “O réu deve ser imediatamente sol-
to, se por outro motivo não estiver preso”, logo se o réu
V V F F V V continuar preso sem outro motivo para estar preso, será
V F V V F V descumprida a decisão judicial.
F V F F V V
5. Se o réu for imediatamente solto, mesmo havendo
F F V F V V outro motivo para permanecer preso, então, a decisão ju-
dicial terá sido descumprida.
2. (PM-BA - Soldado da Polícia Militar - FCC /2012) A) Certo
A negação lógica da proposição: “Pedro é o mais velho B) Errado
da classe ou Jorge é o mais novo da classe” é
A) Pedro não è o mais novo da classe ou Jorge não é o P = se houver outro motivo
mais velho da classe. Q = será solto
B) Pedro é o mais velho da classe e Jorge não é o mais A decisão foi: Se não P então Q, logo VV = V
novo da classe. A questão afirma: Se P então Q, logo FV = V
C) Pedro não é o mais velho da classe e Jorge não é o Não contrariou, iria contrariar se a questão resultasse
mais novo da classe. V+F=F
D) Pedro não é o mais novo da classe e Jorge não é o
mais velho da classe. 6. As proposições “Se o réu não estiver preso por outro
E) Pedro é o mais novo da classe ou Jorge é o mais motivo, deve ser imediatamente solto” e “Se o réu não for
novo da classe. imediatamente solto, então, ele está preso por outro moti-
vo” são logicamente equivalentes.
p v q= Pedro é o mais velho da classe ou Jorge é o mais
novo da classe. A) Certo
~p=Pedro não é o mais velho da classe. B) Errado
~q=Jorge não é o mais novo da classe.
~(p v q)=~p v ~q= Pedro não é o mais velho da classe O réu não estiver preso por outro motivo = ~P
ou Jorge não é o mais novo da classe. Deve ser imediatamente solto = S
Se o réu não estiver preso por outro motivo, deve ser
3. (PC-MA - Farmacêutico Legista - FGV/2012) imediatamente solto=P S
Em frente à casa onde moram João e Maria, a prefeitu- Se o réu não for imediatamente solto, então, ele está
ra está fazendo uma obra na rua. Se o operário liga a brita- preso por outro motivo = ~SP
deira, João sai de casa e Maria não ouve a televisão. Certo De acordo com a regra de equivalência (A B) = (~B ~A)
dia, depois do almoço, Maria ouve a televisão. a questão está correta.
Pode-se concluir, logicamente, que
A) João saiu de casa. 7. A negação da proposição relativa à decisão judicial
B) João não saiu de casa. estará corretamente representada por “O réu não deve ser
C) O operário ligou a britadeira. imediatamente solto, mesmo não estando preso por outro
D) O operário não ligou a britadeira. motivo”.
E) O operário ligou a britadeira e João saiu de casa. A) Certo
“Se o operário liga a britadeira, João sai de casa e Ma- B) Errado
ria não ouve a televisão”, logo se Maria ouve a televisão, a
britadeira não pode estar ligada. “O réu deve ser imediatamente solto, se por outro
motivo não estiver preso” está no texto, assim:
(TJ-AC - Técnico Judiciário - Informática - CESPE/2012) P = “Por outro motivo não estiver preso”
Em decisão proferida acerca da prisão de um réu, de- Q = “O réu deve ser imediatamente solto”
pois de constatado pagamento de pensão alimentícia, o PQ, a negação ~(P Q) = P e ~Q
magistrado determinou: “O réu deve ser imediatamente P e ~Q = Por outro motivo estiver preso o réu não deve
solto, se por outro motivo não estiver preso”. ser imediatamente solto”
46
MATEMÁTICA
8. (Polícia Civil/SP - Investigador – VUNESP/2014) Um 2ª possibilidade: Márcia não cantar é condição neces-
antropólogo estadunidense chega ao Brasil para aperfei- sária para Viviane não dançar.. Não há RESPOSTA: para
çoar seu conhecimento da língua portuguesa. Durante sua essa possibilidade.
estadia em nosso país, ele fica muito intrigado com a frase Não havendo RESPOSTA: , modificaremos a condicio-
“não vou fazer coisa nenhuma”, bastante utilizada em nos- nal inicial, transformando-a em outra condicional equiva-
sa linguagem coloquial. A dúvida dele surge porque lente, nesse caso utilizaremos o conceito da contrapositiva
A) a conjunção presente na frase evidencia seu signi- ou contra posição: pq ~q ~p
ficado. “Se Viviane não dança, Márcia não canta” “Se Márcia
B) o significado da frase não leva em conta a dupla canta, Viviane dança”
negação. Transformando, a condicional “Se Márcia canta, Viviane
C) a implicação presente na frase altera seu significado. dança” na forma de condição suficiente e condição neces-
D) o significado da frase não leva em conta a disjunção. sária, obteremos as seguintes possibilidades:
E) a negação presente na frase evidencia seu signifi- 1ª possibilidade: Márcia cantar é condição suficiente
cado. para Viviane dançar. Não há RESPOSTA: para essa possi-
~(~p) é equivalente a p bilidade.
Logo, uma dupla negação é equivalente a afirmar. 2ª possibilidade: Viviane dançar é condição necessária
RESPOSTA: “B”. para Márcia cantar.
RESPOSTA: “C”.
9. (Receita Federal do Brasil – Analista Tributário -
ESAF/2012) A negação da proposição “se Paulo estuda, en- 11. (BRDE - ANALISTA DE SISTEMAS - AOCP/2012)
tão Marta é atleta” é logicamente equivalente à proposição: Considere a sentença: “Se Ana é professora, então Camila é
A) Paulo não estuda e Marta não é atleta. médica.” A proposição equivalente a esta sentença é
B) Paulo estuda e Marta não é atleta. A) Ana não é professora ou Camila é médica.
C) Paulo estuda ou Marta não é atleta. B) Se Ana é médica, então Camila é professora.
D) se Paulo não estuda, então Marta não é atleta. C) Se Camila é médica, então Ana é professora.
E) Paulo não estuda ou Marta não é atleta. D) Se Ana é professora, então Camila não é médica.
E) Se Ana não é professora, então Camila não é médica.
A negação de uma condicional do tipo: “Se A, então B” Existem duas equivalências particulares em relação a
(AB) será da forma: uma condicional do tipo “Se A, então B”.
~(A B) A^ ~B
Ou seja, para negarmos uma proposição composta re- 1ª) Pela contrapositiva ou contraposição: “Se A, então
presentada por uma condicional, devemos confirmar sua B” é equivalente a “Se ~B, então ~A”
primeira parte (“A”), trocar o conectivo condicional (“”) pelo “Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será
conectivo conjunção (“^”) e negarmos sua segunda parte equivalente a:
(“~ B”). Assim, teremos: “Se Camila não é médica, então Ana não é professora.”
RESPOSTA: “B”.
2ª) Pela Teoria da Involução ou Dupla Negação: “Se A,
10. (ANVISA - TÉCNICO ADMINISTRATIVO - CE- então B” é equivalente a “~A ou B”
TRO/2012) Se Viviane não dança, Márcia não canta. Logo, “Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será
A) Viviane dançar é condição suficiente para Márcia equivalente a:
cantar. “Ana não é professora ou Camila é médica.”
B) Viviane não dançar é condição necessária para Már- Ficaremos, então, com a segunda equivalência, já que
cia não cantar. esta configura no gabarito.
C) Viviane dançar é condição necessária para Márcia RESPOSTA: “A”.
cantar.
D) Viviane não dançar é condição suficiente para Már- (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Consi-
cia cantar. derando que P e Q representem proposições conhecidas e
E) Viviane dançar é condição necessária para Márcia que V e F representem, respectivamente, os valores verda-
não cantar. deiro e falso, julgue os próximos itens. (374 a 376)
Inicialmente, reescreveremos a condicional dada na 12. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) (PC/
forma de condição suficiente e condição necessária: DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) As proposições
Q e P (¬ Q) são, simultaneamente, V se, e somente se, P
“Se Viviane não dança, Márcia não canta” for F.
( )Certo ( ) Errado
1ª possibilidade: Viviane não dançar é condição su-
ficiente para Márcia não cantar. Não há RESPOSTA: para Observando a tabela-verdade da proposição compos-
essa possibilidade. ta “P (¬ Q)”, em função dos valores lógicos de “P” e “Q”,
temos:
47
MATEMÁTICA
P(P;Q) = VFVV
Portanto, essa proposição composta é uma contingência
ou indeterminação lógica.
Resposta: ERRADO.
48
MATEMÁTICA
EXEMPLOS:
1. Todos os cariocas são alegres.
Todas as pessoas alegres vão à praia
Todos os cariocas vão à praia.
2. Todos os cientistas são loucos.
Einstein é cientista.
Einstein é louco!
EXEMPLO:
Todo ser humano têm mãe.
Todos os homens são humanos.
Todos os homens têm mãe.
49
MATEMÁTICA
Exemplo: (FCC) Considere que as seguintes afirma- Exemplo: (CESPE) Suponha um argumento no qual as
ções são verdadeiras: premissas sejam as proposições I e II abaixo.
“Toda criança gosta de passear no Metrô de São Paulo.” I - Se uma mulher está desempregada, então, ela é in-
“Existem crianças que são inteligentes.” feliz.
Assim sendo, certamente é verdade que: II - Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco.
(A) Alguma criança inteligente não gosta de passear Nesse caso, se a conclusão for a proposição “Mulhe-
no Metrô de São Paulo. res desempregadas vivem pouco”, tem-se um argumento
(B) Alguma criança que gosta de passear no Metrô de correto.
São Paulo é inteligente.
(C) Alguma criança não inteligente não gosta de pas- SOLUÇÃO:
sear no Metrô de São Paulo. Se representarmos na forma de diagramas lógicos (ver
(D) Toda criança que gosta de passear no Metrô de artigo sobre diagramas lógicos), para facilitar a resolução,
São Paulo é inteligente. teremos:
(E) Toda criança inteligente não gosta de passear no I - Se uma mulher está desempregada, então, ela é
Metrô de São Paulo. infeliz. = Toda mulher desempregada é infeliz.
II - Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco. =
SOLUÇÃO: Toda mulher infeliz vive pouco.
Representando as proposições na forma de conjuntos
(diagramas lógicos – ver artigo sobre diagramas lógicos)
teremos:
“Toda criança gosta de passear no Metrô de São Paulo.”
“Existem crianças que são inteligentes.”
Argumento Inválido
CONCLUSÕES Dizemos que um argumento é inválido, quando a ver-
dade das premissas não é suficiente para garantir a verda-
VALIDADE DE UM ARGUMENTO de da conclusão, ou seja, quando a conclusão não é uma
Uma proposição é verdadeira ou falsa. No caso de consequência obrigatória das premissas.
um argumento dedutivo diremos que ele é válido ou in-
válido. Atente-se para o fato que todos os argumentos
indutivos são inválidos, portanto não há de se falar em Exemplo: (CESPE) É válido o seguinte argumento: Se
validade de argumentos indutivos. Ana cometeu um crime perfeito, então Ana não é suspeita,
A validade é uma propriedade dos argumentos que mas (e) Ana não cometeu um crime perfeito, então Ana é
depende apenas da forma (estrutura lógica) das suas pro- suspeita.
posições (premissas e conclusões) e não do seu conteúdo.
50
MATEMÁTICA
Resposta: B.
Não, pois ^ representa o conectivo “e”, e o “e” é usado
para unir A justiça E a lei, e “A justiça” não pode ser con-
siderada uma proposição, pois não pode ser considerada
verdadeira ou falsa.
EXERCICIOS:
Resposta: B.
Fazendo a tabela verdade:
51
MATEMÁTICA
Resposta: B.
Equivalência de Condicional: P -> Q = ~ Q -> ~ P
Negação de Proposição: ~ (P ^ Q) = ~ P v ~ Q
52
MATEMÁTICA
7. Considere as seguintes proposições: “Tenho 25 anos”, “Moro com você e papai”, “Dou despesas a vocês” e
“Dependo de mesada”. Se alguma dessas proposições for falsa, também será falsa a proposição “Se tenho 25 anos,
moro com você e papai, dou despesas a vocês e dependo de mesada, então eu não ajo como um homem da minha
idade”.
A) Certo
B) Errado
Resposta: A.
(A^B^C^D) E
Ora, se A ou B ou C ou D estiver falsa como afirma o enunciado, logo torna a primeira parte da condicional falsa, (visto
que trata-se da conjunção) tornando- a primeira parte da condicional falsa, logo toda a proposição se torna verdadeira.
8. A proposição “Se não ajo como um homem da minha idade, sou tratado como criança, e se não tenho um
mínimo de maturidade, sou tratado como criança” é equivalente a “Se não ajo como um homem da minha idade ou
não tenho um mínimo de maturidade, sou tratado como criança”.
A) Certo
B) Errado
Resposta: A.
A = Se não ajo como um homem da minha idade,
B = sou tratado como criança,
C= se não tenho um mínimo de maturidade
53
MATEMÁTICA
2. (PREF. LAGOA DA CONFUSÃO/TO – ORIENTA- 360.4=1440 (serão 4 tipos por ter 4 consoantes)
DOR SOCIAL – IDECAN/2013) Renato é mais velho que
Jorge de forma que a razão entre o número de anagra- RESPOSTA: “C”.
mas de seus nomes representa a diferença entre suas
idades. Se Jorge tem 20 anos, a idade de Renato é 5. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Assinale a al-
A) 24. ternativa que apresenta o número de anagramas da pa-
B) 25. lavra QUARTEL que começam com AR.
C) 26. A) 80.
D) 27. B) 120.
E) 28. C) 240.
D) 720.
Anagramas de RENATO
______ AR_ _ _ _ _
6.5.4.3.2.1=720 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1=120
54
MATEMÁTICA
7. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO AD- 10. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
MINISTRATIVO – FCC/2014) São lançados dois dados e GRANRIO/2013) Uma empresa de propaganda preten-
multiplicados os números de pontos obtidos em cada de criar panfletos coloridos para divulgar certo produ-
um deles. A quantidade de produtos distintos que se to. O papel pode ser laranja, azul, preto, amarelo, ver-
pode obter nesse processo é melho ou roxo, enquanto o texto é escrito no panfleto
A) 36. em preto, vermelho ou branco.
B) 27. De quantos modos distintos é possível escolher
C) 30. uma cor para o fundo e uma cor para o texto se, por
D) 21. uma questão de contraste, as cores do fundo e do texto
E) 18. não podem ser iguais?
A) 13
__ B) 14
6.6=36 C) 16
Mas, como pode haver o mesmo produto por ser dois D) 17
dados, 36/2=18 E) 18
RESPOSTA: “E”. __
6.3=18
8. (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MA-
TEMÁTICA – IMA/2014) Quantos são os anagramas da Tirando as possibilidades de papel e texto iguais:
palavra TESOURA? P P e V V=2 possibilidades
A) 2300 18-2=16 possiblidades
B) 5040
C) 4500 RESPOSTA: “C”.
D) 1000
E) 6500 11. (PREF. NEPOMUCENO/MG – TÉCNICO EM SE-
GURANÇA DO TRABALHO – CONSULPLAN/2013) Numa
_______ sala há 3 ventiladores de teto e 4 lâmpadas, todos com
7.6.5.4.3.2.1=5040 interruptores independentes. De quantas maneiras é
Anagramas são quaisquer palavras que podem ser for- possível ventilar e iluminar essa sala mantendo, pelo
madas com as letras, independente se formam palavras menos, 2 ventiladores ligados e 3 lâmpadas acesas?
que existam ou não. A) 12.
B) 18.
RESPOSTA: “B”. C) 20.
D) 24.
9. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Anali- E) 36.
se as sentenças abaixo.
I. 4! + 3! = 7! 1ª possibilidade:2 ventiladores e 3 lâmpadas
II. 4! ⋅ 3! = 12!
III. 5! + 5! = 2 ⋅ 5! !!
É correto o que se apresenta em !!,! = !!!! = 3
A) I, apenas.
B) II, apenas. !!
C) III, apenas. !!!,! = =4
!!!!
D) I, II e III.
!!,! ∙ !!,! = 3 ∙ 4 = 12
I falsa
!
4!=24 2ª possibilidade:2 ventiladores e 4 lâmpadas
3!=6
7!=5040 !!
II falsa
!!,! = !!!! = 3
4! ⋅ 3! ≠12!
III verdadeira !!
5!=120
!!,! = =1
!!!!
5!+5!=240
2 ⋅ 5!=240 !!,! ∙ !!,! = 3 ∙ 1 = 3
RESPOSTA: “C”. !
55
MATEMÁTICA
56
MATEMÁTICA
57
MATEMÁTICA
RESPOSTA: “C”.
58
MATEMÁTICA
RESPOSTA: “D”.
59
MATEMÁTICA
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “E”.
26+7+38+x=100
x=100-71
x=29%
RESPOSTA: “D”.
60
MATEMÁTICA
30. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁ- 32. (CGU – ADMINISTRATIVA – ESAF/2012) Em um
RIA E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) Observando- grupo de 120 empresas, 57 estão situadas na Região
se, durante certo período, o trabalho de 24 desenhistas Nordeste, 48 são empresas familiares, 44 são empre-
do Tribunal de Justiça, verificou-se que 16 executaram sas exportadoras e 19 não se enquadram em nenhuma
desenhos arquitetônicos, 15 prepararam croquis e 3 das classifi cações acima. Das empresas do Nordeste,
realizaram outras atividades. O número de desenhistas 19 são familiares e 20 são exportadoras. Das empresas
que executaram desenho arquitetônico e prepararam familiares, 21 são exportadoras. O número de empre-
croquis, nesse período, é de sas do Nordeste que são ao mesmo tempo familiares e
A) 10. exportadoras é
B) 11. A)21.
C) 12. B)14.
D) 13. C)16.
E) 14. D)19.
E)12.
16-x+x+15-x+3=24 57-19-20+x+19-x+48-19-21+x+x+20-x+21-x+44-20-
-x=24-34 21+x+19=120
X=10 X=120-108
X=12
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “E”.
31. (TJ/RS – OFICIAL DE TRANSPORTE – CE-
TRO/2013) Dados os conjuntos A = {x | x é vogal da pa-
lavra CARRO} e B = {x | x é letra da palavra CAMINHO},
é correto afirmar que A∩ B tem
A) 1 elemento.
B) 2 elementos.
C) 3 elementos.
D) 4 elementos.
E) 5 elementos.
RESPOSTA: “B”.
61
MATEMÁTICA
A-B ={1,3,5,9,11,12}
RESPOSTA: “A”.
62
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH
1
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH
Parágrafo único. O lucro líquido da EMSERH será re- Art. 13 A. Aplicam-se subsidiariamente à EMSERH as
investido para atendimento do objeto social da empresa, disposições da Lei Federal nº 6.404, de 1976.
excetuadas as parcelas decorrentes da reserva legal e da (Alterado pela LEI Nº 10.415, DE 7 DE MARÇO DE 2016)
reserva para contingência.
Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
Art. 8º A. A contratação de obras, serviços, compras e cação.
alienações será precedida de procedimento licitatório, na MANDA, portanto, a todas as autoridades a quem o
forma da legislação em vigor, garantidos os instrumentos conhecimento e execução da presente Lei pertencerem,
ágeis indispensáveis ao exercício da atividade econômica, que a cumpram e a façam cumprir na forma em que se
observados os princípios da legalidade, impessoalidade, encontra redigida. O SENHOR PRIMEIRO SECRETÁRIO
moralidade, publicidade, eficiência, isonomia, bem como DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO MARA-
da vinculação ao instrumento convocatório, da economici- NHÃO, a faça imprimir, publicar e correr.
dade, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. PLENÁRIO DEPUTADO “NAGIB HAICKEL” DO PALÁCIO
(Alterado pela LEI Nº 10.415, DE 7 DE MARÇO DE 2016) “MANOEL BEQUIMÃO”, EM 19 DE DEZEMBRO DE 2012.
Deputado ARNALDO MELO
Art. 9° O regime de pessoal permanente da EMSERH Presidente
será o da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, condi-
cionada a contratação à prévia aprovação em concurso pú-
blico de provas ou de provas e títulos, observadas as nor-
mas específicas editadas pelo Conselho de Administração. 2. REGIMENTO INTERNO DA EMSERH.
Parágrafo único. Os editais de concursos públicos para
o preenchimento de emprego no âmbito da EMSERH po-
derão estabelecer, como título, o cômputo do tempo de REGIMENTO INTERNO
exercício em atividades correlatas às atribuições do respec-
tivo emprego. CAPÍTULO: I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 10. Fica a EMSERH, para fins de sua implantação
e cumprimento de contrato celebrado nos termos do art. Art. 1º A Empresa Maranhense de Serviços Hospitala-
5°, autorizada a contratar pessoal técnico e administrativo res - EMSERH, empresa pública dotada de personalidade
por tempo determinado, mediante processo seletivo sim- jurídica de direito privado e patrimônio próprio, foi criada
plificado, durante os dois anos subsequentes à sua efetiva e autorizada pela Lei Estadual nº 9.732, de 19 de dezembro
implantação. (alterado pela MEDIDA PROVISÓRIA Nº 196, de 2012, cujo Estatuto Social foi aprovado pelo Decreto nº
DE 24 DE MARÇO DE 2015) (LEI Nº 10.226, DE 15 DE ABRIL 28.889, de 21 de fevereiro de 2013, sendo que reger-se á
DE 2015) pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis e pelos
Parágrafo único. Os contratos temporários de emprego dispositivos constantes deste Regimento.
de que trata o caput poderão ser prorrogados uma única Parágrafo único. A EMSERH tem sede e foro em São
vez, desde que a soma dos dois períodos não ultrapasse Luís - MA, e atuação em todo o território do Estado do
cinco anos. Maranhão, podendo criar subsidiárias, sucursais, filiais ou
escritórios e representações nos municípios.
Art. 11. Fica o Estado do Maranhão autorizado a ceder
à EMSERH, no âmbito e durante a vigência do contrato de Art. 2º A EMSERH tem por finalidade a prestação de
que trata o art. 5°, bens e direitos necessários à sua exe- serviços gratuitos de assistência médico hospitalar, ambu-
cução. latorial e de apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade.
Parágrafo único. Ao término do contrato, os bens serão §1º As atividades de prestação de serviços de assistên-
devolvidos à instituição cedente. cia à saúde de que trata o caput estarão inseridas integral
e exclusivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde
Art. 12 A. A EMSERH disporá de Auditoria Interna, - SUS.
vinculada ao Conselho de Administração, à qual compete §2º No desenvolvimento de suas atividades de assis-
executar as atividades de auditoria de natureza contábil, tência à saúde, a EMSERH observará as diretrizes e políticas
financeira, orçamentária, administrativa, patrimonial e ope- estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
racional, sob a supervisão da Secretaria de Transparência e §3º A execução das atividades da EMSERH dar-se-á
Controle e propor as medidas preventivas e corretivas dos por meio da celebração de contrato
desvios detectados e verificar o cumprimento e a imple- específico para este fim, pactuado de comum acordo
mentação, pela EMSERH, de recomendações ou determi- entre a EMSERH e cada uma das unidades de saúde ou
nações efetuadas por aquela Secretaria de Transparência instituições congêneres.
e Controle, pelo Tribunal de Contas do Estado e pelo Con-
selho Fiscal. Art. 3º O prazo de duração da EMSERH é indetermi-
(Alterado pela LEI Nº 10.415, DE 7 DE MARÇO DE 2016) nado.
2
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH
Art. 4º A EMSERH sujeitar-se-á ao regime jurídico pró- I. os que detenham controle ou participação relevante
prio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e no capital social de pessoa jurídica inadimplente com a
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias. EMSERH ou que lhe tenha causado prejuízo ainda não
ressarcido, estendendo-se esse impedimento aos que te-
Art. 5º A EMSERH exercerá atividades relacionadas nham ocupado cargo de administração em pessoa jurídica
com suas finalidades, competindo-lhe, particularmente: nessa situação, no exercício social imediatamente anterior
I. administrar unidades hospitalares, bem como à data da eleição ou nomeação;
prestar serviços de assistência médico II. os que houverem sido condenados por crime
hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e tera- falimentar, de sonegação fiscal, de prevaricação, de cor-
pêutico à comunidade, integralmente disponibilizados ao rupção ativa ou passiva, de concussão, de peculato, contra a
Sistema Único de Saúde; economia popular, contra a fé pública, contra a propriedade
II. prestar, às instituições de ensino superior e a ou que houverem sido condenados a pena criminal que vede,
outras instituições públicas congêneres, serviços de apoio ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos;
ao ensino e à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendiza- III. os declarados inabilitados para cargos de adminis-
gem e à formação de pessoas no campo da saúde pública, tração em empresas sujeitas a autorização,
em consonância com as diretrizes do Poder Executivo; controle e fiscalização de órgãos e entidades da admi-
III. apoiar a execução de planos de ensino e pesquisa nistração pública direta e indireta; IV. os declarados falidos
de instituições de ensino superior e de outras instituições ou insolventes;
públicas congêneres, cuja vinculação com o campo da saú- V. os que detiveram o controle ou participaram da
de pública ou com outros aspectos da sua atividade torne administração de pessoa jurídica concordatária, falida ou
necessária essa cooperação, em especial na implementa- insolvente, no período de cinco anos anteriores à data da
ção de residência médica ou multiprofissional e em área eleição ou nomeação, salvo na condição de síndico, comis-
profissional da saúde, nas especialidades e regiões estra- sário ou administrador judicial;
tégicas para o SUS; VI. sócio, ascendente, descendente ou parente cola-
IV. exercer outras atividades inerentes às suas finalida- teral ou afim, até o terceiro grau, de membro do Conse-
des. lho de Administração, da Diretoria e do Conselho Fiscal; e
CAPÍTULO: II VII. os que tiverem interesse conflitante com a socie-
DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS E REGIMENTAIS dade.
Seção: I §1º Aos integrantes dos órgãos de administração é
Da Estrutura Organizacional vedado intervir em operação em que, direta ou indireta-
mente, sejam interessadas sociedades de que detenham
Art. 6º Para cumprimento das suas competências o controle ou participação superior a cinco por cento do
legais, a EMSERH apresenta a seguinte estrutura de capital social.
governança: §2º O impedimento referido no §1º aplica-se, ainda,
& 1º Órgãos de administração: I. Conselho de Admi- quando se tratar de empresa em que
nistração. ocupem ou tenham ocupado, em período imediata-
II. Diretoria Executiva, composta por: a) Presidência: b) mente anterior à investidura na EMSERH, cargo de gestão.
Diretoria Administrativa; c) Diretoria
Financeira; d) Diretoria Médica. Subseção: I
& Órgão de fiscalização: I. Conselho Fiscal. Do Conselho de Administração
3
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH
§2º A investidura dos membros do Conselho de Admi- VIII. opinar e submeter à aprovação da Secretaria de
nistração far-se-á mediante assinatura em livro de termo Estado da Fazenda, por intermédio do Secretário de Estado
de posse. da Saúde:
§3º Na hipótese de recondução, o prazo de nova ges- a) O relatório de administração e as demonstrações
tão conta-se a partir da data do término do prazo de ges- contábeis anuais da EMSERH;
tão anterior. b) a proposta de destinação de lucros ou resultados;
§4º Findo o prazo de gestão, o membro do Con- c) a proposta de criação de subsidiárias; e
selho de Administração permanecerá no exercício da fun- d) a proposta de dissolução, cisão, fusão e incorpora-
ção até a investidura de substituto. ção que envolva a EMSERH. IX. deliberar sobre alteração do
§5º No caso de vacância definitiva do cargo de Conse- capital e do estatuto social da EMSERH;
lheiro, o substituto será nomeado pelos Conselheiros re- X. deliberar, mediante proposta da Diretoria Executiva,
manescentes e servirá até a designação do novo represen- sobre:
tante, exceto no caso do representante dos empregados. a) o regulamento de licitação;
§6º O suplente do representante dos empregados b) o regulamento de pessoal, incluindo o regime dis-
exercerá suas funções apenas no caso de ciplinar e as normas sobre apuração de responsabilidade;
vacância definitiva do seu titular. c) o quadro de pessoal, com a indicação do total de
§7º Salvo impedimento legal, os membros do Conse- vagas autorizadas; e
lho de Administração farão jus a honorários mensais cor- d) o plano de salários, benefícios, vantagens e quais-
respondentes a 20% (vinte por cento) da remuneração mé- quer outras parcelas que componham a retribuição de seus
dia mensal dos cargos dos Diretores da EMSERH, além empregados;
do reembolso, obrigatório, das despesas de locomoção e XI. autorizar a aquisição, alienação e a oneração de
estada necessárias ao desempenho da função. bens imóveis e valores mobiliários;
§8º Além dos casos de morte, renúncia, destituição e XII. autorizar a contratação de empréstimos no interes-
outros previstos em lei, considerar-se-á se da EMSERH;
vaga a função de membro do Conselho de Adminis- XIII. designar e destituir o titular da auditoria interna,
tração que, sem causa formalmente justificada, não com- após aprovação da Controladoria Geral do
parecer a duas reuniões consecutivas ou três alternadas, Estado;
XIV. dirimir questões em que não haja previsão esta-
no intervalo de um ano, salvo caso de força maior ou caso
tutária, e
fortuito.
XV. solucionar os casos omissos e as dúvidas referentes
§9º Por tratar-se de um órgão colegiado, os atos do
à aplicação do Regimento Interno, quando não soluciona-
Conselho de Administração dependerão de
das no âmbito da Diretoria Executiva.
deliberação da maioria dos presentes, tomada em reu-
nião regularmente convocada e instalada.
Art. 12º O Conselho de Administração reunir-se-á, or-
dinariamente, mensalmente e, extraordinariamente, sem-
Art. 10º O Conselho de Administração aprovará em
pre que for convocado pelo Presidente, a seu critério, ou
ato próprio seu Regimento Interno.
por solicitação de, pelo menos, três de seus membros.
§1º O Conselho reunir-se-á com a presença da maioria
Art. 11º Compete ao Conselho de Administração: absoluta dos seus membros.
I. Fixar as orientações gerais das atividades da EMSERH; §2º As deliberações do Conselho serão tomadas por
II. Examinar e aprovar, por proposta do Presidente da maioria simples de votos dos presentes, respeitado o quó-
EMSERH, políticas gerais e programas de atuação a cur- rum do § 1º, e registradas em atas, cabendo ao Presidente,
to, médio e longo prazo, em harmonia com a política de além do voto ordinário, o voto de qualidade.
saúde e com a política econômico-financeira do Governo
Estadual; Subseção: II
III. aprovar o regimento interno da EMSERH e suas al- Da Diretoria Executiva
terações supervenientes, que deverá conter, dentre outros
aspectos, a estrutura básica da empresa e os níveis de al- Art. 13ºA EMSERH será administrada por uma Dire-
çada decisória da Diretoria e do Presidente, para fins de toria Executiva, composta pelo Presidente e três Diretores,
aprovação de operações; todos nomeados e destituíveis, a qualquer tempo, pelo Go-
IV. aprovar o orçamento e programa de investimentos vernador do Estado, por indicação do Secretário de Estado
e acompanhar a sua execução; da Saúde.
V. aprovar os contratos previstos na Lei Estadual nº §1º A investidura dos membros da Diretoria far-se-á
9.732, de 19 de dezembro de 2012; mediante assinatura em livro de termo de
VI. apreciar os relatórios anuais de auditoria e as in- posse, com mandato de 2 (dois) anos, contados a par-
formações sobre os resultados da ação da EMSERH, bem tir da data de publicação do ato de nomeação, podendo
como sobre os principais projetos por esta apoiados; VII. haver recondução por igual período, a contar da data do
autorizar a contratação de auditores independentes; término da gestão anterior.
4
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH
5
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH
quinze dias de sua elaboração, cópias dos balancetes e de- II. convocar e presidir as reuniões da Diretoria;
mais demonstrações financeiras elaboradas periodicamen- III. coordenar o trabalho das unidades da EMSERH,
te, bem como, dos relatórios de execução do orçamento. podendo delegar competência executiva e decisória e dis-
§2º O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, a tribuir, entre os Diretores, a coordenação dos serviços da
cada mês e, extraordinariamente, quando empresa;
convocado pelo seu Presidente. IV. editar normas necessárias ao funcionamento dos
§3º Em caso de renúncia, falecimento ou impedimento, órgãos e serviços da EMSERH, bem como
os membros efetivos do Conselho aprovar a regulamentação do quadro de pessoal de
Fiscal serão substituídos pelos seus suplentes, até a no- cada Diretoria;
meação de novo membro. V. editar normas de acordo com a organização
§4º Além dos casos de morte, renúncia, destituição e interna e a respectiva distribuição de competências es-
outros previstos em lei, considerar-se-á vaga a função de tabelecidas pela Diretoria;
membro do Conselho Fiscal que, sem causa formalmente VI. admitir, promover, punir, dispensar e praticar os de-
justificada, não comparecer a duas reuniões consecutivas mais atos compreendidos na administração de pessoal, de
ou três alternadas, no intervalo de um ano, salvo caso de acordo com as normas e critérios previstos em lei e apro-
forca maior ou caso fortuito. vados pela Diretoria, podendo delegar esta atribuição no
todo ou em parte;
Seção: IV VII. designar substitutos para os membros da Diretoria,
Da Organização Interna em seus impedimentos temporários, que não possam ser
atendidos mediante redistribuição de tarefas, e, no caso de
Art. 22º A estrutura organizacional da EMSERH será vaga, até o seu preenchimento;
estabelecida no organograma aprovado pelo Conselho de VIII. submeter, por critério de relevância, matérias da
Administração, assim como o Plano de Cargos, Carreiras e Diretoria Executiva ao Conselho de
Salários, Plano de Benefícios e Plano de Cargos em Comis- Administração e apresentar, trimestralmente, ao Con-
são e Funções Gratificadas. selho de Administração, relatório das atividades da EM-
§1º Após aprovação pelo Conselho de Administração, SERH;
os Planos serão submetidos à aprovação da Secretaria de IX. submeter a nomeação, designação, exoneração ou
Estado da Saúde, da Secretaria de Estado do Planejamento dispensa do Auditor Geral, titular da
e Orçamento e da Secretaria de Estado de Gestão e Previ- Unidade de Auditoria Interna, à aprovação do Conse-
dência; lho de Administração, e, após, à aprovação da Controlado-
§2º Alterações na estrutura organizacional e as res- ria-Geral do Estado;
pectivas mudanças na distribuição de X. aprovar o Código de Ética da EMSERH;
competências poderão ser estabelecidas a qualquer XI. emitir portarias e resoluções necessárias ao cumpri-
tempo pelo Conselho de Administração, mediante propos- mento das metas da EMSERH e autorizar a divulgação das
ta da Diretoria Executiva. decisões da empresa, quando for o caso;
XII. constituir comissões especiais temporárias, inte-
CAPÍTULO: III gradas por conselheiros ou especialistas, para realizarem
DO CORPO DIRETIVO estudos de interesse da EMSERH;
XIII. operacionalizar a criação de subsidiárias, escritó-
Art. 23º O corpo diretivo da EMSERH é constituído rios, representações, dependências e filiais em outros mu-
pelo Presidente e pelos Diretores que compõem a Direto- nicípios do Estado do Maranhão para o desenvolvimento
ria Executiva. de atividades inerentes ao seu objeto social, bem como
extingui-las, nos termos da legislação vigente;
Seção: I XIV. instituir instrumentos internos de controle admi-
Da Presidência nistrativo de desempenho, aplicação dos recursos públicos
e da guarda dos bens públicos;
Art. 24º São estruturas de assessoria diretamente vin- XV. assinar conjuntamente com um diretor os contra-
culadas à Presidência: I. a Chefia de Gabinete; tos que a EMSERH celebrar ou em que vier a intervir e os
II. a Assessoria Jurídica; atos que envolvam obrigações ou responsabilidades por
III. a Assessoria de Comunicação; e parte da Empresa;
IV. a Ouvidoria. XVI. assinar os títulos ou documentos emitidos em de-
Parágrafo único. Compete aos Assessores auxiliarem a corrência de obrigações contratuais, bem como, os che-
autoridade a que estão subordinados no exercício de suas ques e outras obrigações de pagamento ou delegar essa
respectivas atribuições. atribuição; e
XVII. outras atribuições previstas no Estatuto e Regi-
Art. 25º Ao Presidente compete: mento da EMSERH.
I. representar a EMSERH, em juízo ou fora dele, po- Parágrafo único. Na hipótese de delegação da atribui-
dendo delegar essa atribuição, em casos específicos, e, em ção referida no inciso XVI, os títulos, documentos, cheques
nome da entidade, constituir mandatários ou procurado- e outras obrigações deverão conter, pelo menos, duas as-
res; sinaturas.
6
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH
Art. 26º Nas suas ausências e impedimentos, o Presi- VIII. acompanhar a atualização de legislação de inte-
dente será substituído por Diretor por ele designado den- resse da Empresa;
tre os membros da Diretoria Executiva. IX. examinar previamente a legalidade dos atos relati-
vos ao direito de pessoal e assessorar a
Art. 27º Compete à Chefia de Gabinete: Diretoria de Gestão de Pessoas;
I. prestar assistência direta e imediata ao Presidente, no X. defender os integrantes e ex-integrantes dos Conse-
preparo, na análise e despacho do expediente; lhos de Administração e Fiscal e da Diretoria Executiva em
II. organizar as agendas, preparar a documentação e processos judiciais e administrativos contra eles instaura-
supervisionar o secretariado das reuniões dos pela prática de atos no exercício do cargo ou função,
do Conselho de Administração, Conselho Fiscal e da nos casos em que não houver incompatibilidade com os
Diretoria Executiva, lavrar as respectivas atas, controlar os interesses da empresa;
documentos pertinentes e divulgar as decisões do colegia- XI. exercer outras atribuições determinadas pelo Pre-
do; sidente.
III. subsidiar, organizar e acompanhar pronunciamen-
tos públicos da Presidência e auxiliar o Art. 29º Compete à Assessoria de Comunicação:
Presidente na preparação de documentos para apre- I. elaborar e acompanhar a execução do Plano de Co-
sentação em eventos internos e externos à EMSERH; municação Social da EMSERH;
IV. participar de grupos de trabalho, reuniões e acom- II. planejar, coordenar e supervisionar as atividades de
panhamento de projetos e atividades desenvolvidos no comunicação social da Empresa, no que compete às ações
âmbito das Assessorias da Presidência; relacionadas com imprensa, publicidade e relações públi-
V. redigir, revisar e movimentar correspondências e ou- cas;
tros documentos do Presidente; III. promover a divulgação da imagem, missão e obje-
VI. responder pela gestão interna do Gabinete da Pre- tivos estratégicos da EMSERH junto ao público interno e
sidência, garantindo a infraestrutura e suporte necessários externo;
ao seu funcionamento, em articulação com as demais As- IV. prestar assessoramento à Direção da Empresa em
sessorias e Assessores da Presidência; assuntos relacionados à comunicação social;
VII. acompanhar e orientar as ações e matérias de in- V. divulgar as informações institucionais sobre a EM-
teresse da SERH na internet, por todos os meios, observando os pre-
Empresa relativas a assuntos legislativos; e ceitos da transparência administrativa, observadas as dire-
VIII. exercer outras atribuições determinadas pelo Pre- trizes governamentais na área da saúde;
sidente. VI. difundir, em articulação com as unidades hospitala-
res vinculadas, os objetivos e ações executadas pela Em-
Art. 28ºCompete à Assessoria Jurídica: presa;
I. assessorar juridicamente o Presidente, a Diretoria VII. coordenar a elaboração da Mensagem Presidencial
Executiva, o Conselho de Administração, e o Conselho Fis- e VIII. exercer outras atribuições determinadas pelo Presi-
cal da EMSERH; dente.
II. responder pela advocacia preventiva na EMSERH,
atendendo e propondo soluções jurídicas para a empresa; Art. 30º Compete à Ouvidoria:
III. supervisionar, bem como estabelecer as teses jurí- I. coordenar o atendimento aos cidadãos em geral,
dicas das unidades hospitalares geridas pela Empresa, sub- direta ou indiretamente relacionados à EMSERH, dando
sidiárias, escritórios, representações, dependências e filiais; encaminhamento às reclamações, críticas, elogios, suges-
IV. representar a Empresa judicial e extrajudicial- tões ou denúncias, visando o aperfeiçoamento do modelo
mente, com a outorga do Presidente, administrativo, das ações institucionais e a constante me-
coordenando a representação ativa e passiva da EM- lhoria dos processos, a qual será objeto de regulamento
SERH na via judicial e administrativa; específico e;
V. emitir parecer jurídico relativo à publicação de edi- II. prestar informações ao público sobre;
tais, dispensas e inexigibilidades de licitação, bem como §1ºO titular da Ouvidoria da EMSERH, denominado
quanto à formalização de contratos, convênios, acordos, Ouvidor-Geral, será de livre escolha do Presidente e deverá
ajustes e instrumentos congêneres, inclusive quanto aos tratar com absoluta confidencialidade as informações rece-
aspectos de legalidade e conformidade da instrução pro- bidas, interagindo com os diversos setores para o atendi-
cessual; mento das manifestações.
VI. elaborar informações em mandado de segurança, a §2º As ouvidorias das unidades hospitalares se repor-
ser assinado por autoridade competente tarão ao respectivo diretor ou superintendente e integra-
que estiver sendo demandada no âmbito da EMSERH; rão um Sistema de Ouvidorias descentralizado, não sendo
VII. analisar e emitir parecer jurídico referente à lega- subordinadas entre si, mas atuando de forma articulada
lidade de conclusões de relatórios de comissões de sindi- na padronização dos processos e na unificação dos dados
cância e consequentes proposições de medidas disciplina- nacionais para a produção de relatórios estatísticos e de
res ou imputação de responsabilidade administrativa ou gestão.
civil;
7
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH
8
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH
9
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH
10
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH
comunidade dar-se-á por meio da celebração de contrato I - administrar unidades hospitalares estaduais bem
específico para este fim, pactuado de comum acordo entre como prestar serviços de assistência médico-hospitalar,
a EMSERH e a Secretaria de Estado da Saúde. ambulatorial e farmacêutica, de apoio diagnóstico e tera-
§ 4º A execução das atividades de prestação de apoio pêutico à comunidade, assim como a prestação de apoio
às instituições de ensino, pesquisa e extensão dar-se-á por às instituições de ensino, pesquisa e extensão, no âmbito
meio da celebração de contrato específico para este fim, do SUS;
pactuado de comum acordo entre a EMSERH e cada uma II - prestar serviços de apoio ao processo de gestão
das instituições de ensino ou instituições congêneres. dos hospitais estaduais, com implementação de sistema de
gestão único com geração de indicadores quantitativos e
Art. 4º O prazo de duração da EMSERH é indetermi- qualitativos para o estabelecimento de metas;
nado. III - prestar serviços de apoio à geração do conheci-
mento em pesquisas básicas, clínicas e aplicadas, em espe-
cial na implementação dos estágios, e residências médicas
Art. 5º A EMSERH sujeitar-se-á ao regime jurídico pró-
e multiprofissional;
prio das empresas privadas quanto aos direitos e obriga-
IV - exercer outras atividades inerentes às suas finalida-
ções civis, comerciais, trabalhistas e tributários.
des, nos termos deste Estatuto.
CAPÍTULO II Art. 9º A EMSERH prestará os serviços relacionados
DO CAPITAL SOCIAL E DOS RECURSOS às suas competências mediante contrato, o qual conterá,
obrigatoriamente:
Art. 6º O capital social da EMSERH é de R$ 1.000.000 I - as obrigações dos signatários;
(um milhão de reais), integralmente sob a propriedade do II - as metas de desempenho, indicadores e prazos de
Estado do Maranhão. execução a serem observados pelas partes;
Parágrafo único - O capital social da EMSERH poderá III - a respectiva sistemática de acompanhamento e
ser aumentado e integralizado com recursos oriundos de avaliação, contendo critérios e parâmetros a serem aplica-
dotações consignadas no orçamento do Estado do Mara- dos.
nhão, bem como pela incorporação de qualquer espécie de Parágrafo único - A EMSERH dará ampla publicidade
bens e direitos suscetíveis de avaliação em dinheiro. aos contratos firmados, inclusive por meio de sítio na In-
ternet.
Art. 7º Constituem recursos da EMSERH:
I - as dotações que lhe forem consignadas no orça- CAPÍTULO IV
mento do Estado do Maranhão; DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS
II - as receitas decorrentes:
a) da prestação de serviços compreendidos em seu ob- Art. 10. São órgãos estatutários da EMSERH:
jeto; I - Conselho de Administração;
b) da alienação de bens e direitos; II - Diretoria Executiva;
c) das aplicações financeiras que realizar; III - Conselho Fiscal;
d) dos direitos patrimoniais tais como aluguéis, foros, IV - Conselho Consultivo.
dividendos e bonificações;
e) dos acordos e convênios que realizar com entidades Art. 11. Não podem participar dos órgãos da EMSERH,
nacionais e internacionais; além dos impedidos por lei:
I - os que detenham controle ou participação relevan-
III - doações, legados, subvenções e outros recursos
te no capital social de pessoa jurídica inadimplente com a
que lhe forem destinados por pessoas físicas ou jurídicas
EMSERH, ou que lhe tenha causado prejuízo ainda não res-
de direito público ou privado;
sarcido, estendendo-se esse impedimento aos que tenham
IV - os oriundos de operações de crédito, assim enten-
ocupado cargo de administração em pessoa jurídica nessa
didos os provenientes de empréstimos e financiamentos situação, no exercício social imediatamente anterior à data
obtidos pela entidade; da eleição ou nomeação;
V - rendas provenientes de outras fontes. II - os que houverem sido condenados por crime fali-
Parágrafo único - O lucro líquido da EMSERH será re- mentar, de sonegação fiscal, de prevaricação, de corrupção
investido para atendimento do objeto social da empresa, ativa ou passiva, de concussão, de peculato, contra a eco-
excetuadas as parcelas decorrentes da reserva legal e da nomia popular, contra a fé pública, contra a propriedade
reserva para contingência. ou que houverem sido condenados a pena criminal que
vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos pú-
CAPÍTULO III blicos;
DA COMPETÊNCIA III - os declarados inabilitados para cargos de adminis-
tração em empresas sujeitas a autorização, controle e fis-
Art. 8º A EMSERH exercerá atividades relacionadas calização de órgãos e entidades da administração pública
com suas finalidades, competindo-lhe, particularmente: direta e indireta;
11
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH
IV - os declarados falidos ou insolventes; mensal dos Diretores da EMSERH, além do reembolso das
V - os que detiveram o controle ou participaram da despesas de locomoção e estada necessárias ao desempe-
administração de pessoa jurídica concordatária, falida ou nho da função. (NR)
insolvente, no período de cinco anos anteriores à data da (Alterado pelo DECRETO Nº 31.505, DE 19 DE FEVEREI-
eleição ou nomeação, salvo na condição de síndico, comis- RO DE 2016)
sário ou administrador judicial; § 7º Além dos casos de morte, renúncia, destituição e
VI - sócio, ascendente, descendente ou parente colate- outros previstos em lei, considerar-se-á vaga a função de
ral ou afim, até o terceiro grau, de membro do Conselho de membro do Conselho de Administração que, sem causa
Administração, da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal; formalmente justificada, não comparecer a duas reuniões
VII - os que tiverem interesse conflitante com a socie- consecutivas ou três alternadas, no intervalo de um ano,
dade. salvo caso de forca maior ou caso fortuito.
§ 1º Aos integrantes dos órgãos de administração é
vedado intervir em operação em que, direta ou indireta- Art. 13. Compete ao Conselho de Administração:
mente, sejam interessadas sociedades de que detenham I - fixar as orientações gerais das atividades da EM-
o controle ou participação superior a cinco por cento do SERH;
capital social. II - examinar e aprovar, por proposta do Presidente da
§ 2º O impedimento referido no § 1o aplica-se, ainda, EMSERH, políticas gerais e programas de atuação a cur-
quando se tratar de empresa em que ocupem ou tenham to, médio e longo prazos, em harmonia com a política de
ocupado, em período imediatamente anterior à investidura saúde;
na EMSERH, cargo de gestão. III - aprovar o regimento interno da EMSERH, que de-
verá conter, dentre outros aspectos, a estrutura básica da
CAPÍTULO V empresa e os níveis de alçada decisória da Diretoria e do
DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente, para fins de aprovação de operações;
IV - aprovar o orçamento e programa de investimentos
Art. 12. O órgão de orientação superior da EMSERH e acompanhar a sua execução;
é o Conselho de Administração, composto por sete mem- V - aprovar os contratos previstos no art. 5o da Lei nº
bros, nomeados pelo Secretário de Estado da Saúde, obe- 9.732, 19 de dezembro de 2012;
decendo à seguinte composição: VI - apreciar os relatórios anuais de auditoria e as in-
I - dois membros indicados pelo Secretário de Estado formações sobre os resultados da ação da EMSERH, bem
da Saúde, sendo que um será o Presidente do Conselho e como sobre os principais projetos por esta apoiados;
outro substituto nas suas ausências e impedimentos; VII - autorizar a contratação de auditores independen-
II - o Presidente da Empresa, que não poderá exercer a tes;
Presidência do Conselho, ainda que interinamente; VIII - opinar e submeter à aprovação do Secretário de
III - um membro indicado pelo Secretário de Estado do Estado do Planejamento e Orçamento, por intermédio do
Planejamento e Orçamento; Secretário de Estado da Saúde:
IV - um membro indicado pelo Secretário de Estado de a) o relatório de administração e as demonstrações
Gestão e Previdência; contábeis anuais da EMSERH;
V - um membro indicado pelo Reitor da Universidade b) a proposta de destinação de lucros ou resultados;
Estadual do Maranhão. c) a proposta de criação de subsidiárias;
§ 1º O prazo de gestão dos membros do Conselho de d) a proposta de dissolução, cisão, fusão e incorpora-
Administração será de dois anos contados a partir da data ção que envolva a EMSERH;
de publicação do ato de nomeação, podendo ser recon- IX - deliberar sobre alteração do capital e deste Esta-
duzidos. tuto;
§ 2º A investidura dos membros do Conselho de Ad- X - deliberar, mediante proposta da Diretoria Executiva,
ministração far-se-á mediante assinatura em livro de termo sobre:
de posse. a) o regulamento de licitação;
§ 3º Na hipótese de recondução, o prazo de nova ges- b) o regulamento de pessoal, incluindo o regime dis-
tão conta-se a partir da data do término do prazo de ges- ciplinar e as normas sobre apuração de responsabilidade;
tão anterior. c) o quadro de pessoal, com a indicação do total de
§ 4º Findo o prazo de gestão, o membro do Conselho vagas autorizadas;
de Administração permanecerá no exercício da função até d) o plano de salários, benefícios, vantagens e quais-
a investidura de substituto. quer outras parcelas que componham a retribuição de seus
§ 5º No caso de vacância definitiva do cargo de Con- empregados;
selheiro, o substituto será nomeado pelos Conselheiros XI - autorizar a aquisição, alienação e a oneração de
remanescentes e servirá até a designação do novo repre- bens imóveis e valores mobiliários;
sentante. XII - autorizar a contratação de empréstimos no inte-
§6º. Salvo impedimento legal, os membros do Conse- resse da EMSERH;
lho de Administração farão jus a honorários mensais cor- XIII - designar e destituir o titular da auditoria interna,
respondentes a vinte por cento da remuneração média após aprovação da Controladoria Geral do Estado;
12
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH
XIV - dirimir questões em que não haja previsão esta- VIII - elaborar as demonstrações financeiras de encer-
tutária, aplicando, subsidiariamente, a Lei no 6.404, de 15 ramento de exercício;
de dezembro de 1976. IX - autorizar a realização de acordos, contratos e con-
vênios que constituam ônus, obrigações ou compromissos
Art. 14. O Conselho de Administração reunir-se-á, or- para a EMSERH, exceto os constantes do art. 5o da Lei nº
dinariamente, mensalmente e, extraordinariamente, sem- 9.732, de 19 de dezembro de 2012;
pre que for convocado pelo Presidente, a seu critério, ou X - pronunciar-se sobre todas as matérias que devam
por solicitação de, pelo menos, quatro de seus membros. ser submetidas ao Conselho de Administração.
§ 1º O Conselho somente deliberará com a presença da
maioria absoluta dos seus membros. Art. 17. A Diretoria reunir-se-á, ordinariamente, uma
§ 2º As deliberações do Conselho serão tomadas por vez por semana e, extraordinariamente, sempre que con-
maioria simples de votos dos presentes, respeitado o quo- vocada pelo Presidente da EMSERH, deliberando com a
rum a que se refere o § 1º, e registradas em atas, cabendo presença da maioria de seus membros.
ao Presidente, além do voto ordinário, o voto de qualidade. § 1º As deliberações da Diretoria serão tomadas por
§3° Admite-se a decisão ad referendum, pelo Presi- maioria de votos e registradas em atas, cabendo ao Presi-
dente, em casos de comprovada urgência, devendo ser ela dente, além do voto ordinário, o de qualidade.
submetida à aprovação do colegiado na primeira reunião § 2º O Presidente poderá vetar as deliberações da Di-
subsequente do Conselho. (AC) retoria, submetendo-as, neste caso, ao Conselho de Admi-
(Acrescido pelo DECRETO Nº 31.505, DE 19 DE FEVE- nistração.
REIRO DE 2016)
Art. 18. Compete ao Presidente:
CAPÍTULO VI I - representar a EMSERH em juízo ou fora dele, po-
DA DIRETORIA dendo delegar essa atribuição, em casos específicos, e, em
nome da entidade, constituir mandatários ou procurado-
Art. 15. A EMSERH será administrada por uma Dire- res;
toria Executiva, composta pelo Presidente e até três Dire- II - convocar e presidir as reuniões da Diretoria;
tores, todos nomeados e destituíveis, a qualquer tempo, III - coordenar o trabalho das unidades da EMSERH,
pelo Governador do Estado, por indicação do Secretário de podendo delegar competência executiva e decisória e dis-
Estado da Saúde. tribuir, entre os Diretores, a coordenação dos serviços da
§ 1º A investidura dos membros da Diretoria far-se-á empresa;
mediante assinatura em livro de termo de posse. IV - editar normas necessárias ao funcionamento dos
§ 2º O Presidente e Diretores da EMSERH serão no- órgãos e serviços da EMSERH, de acordo com a organi-
meados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes re- zação interna e a respectiva distribuição de competências
quisitos: estabelecidas pela Diretoria;
I - idoneidade moral e reputação ilibada; V - admitir, promover, punir, dispensar e praticar os de-
II - notórios conhecimentos na área de gestão, da aten- mais atos compreendidos na administração de pessoal, de
ção hospitalar e do ensino em saúde. acordo com as normas e critérios previstos em lei e apro-
vados pela Diretoria, podendo delegar esta atribuição no
Art. 16. Compete à Diretoria: todo ou em parte;
I - administrar e dirigir os bens, serviços e negócios VI - designar substitutos para os membros da Diretoria,
da EMSERH e decidir, por proposta dos responsáveis pelas em seus impedimentos temporários, que não possam ser
respectivas áreas de coordenação, sobre operações de res- atendidos mediante redistribuição de tarefas, e, no caso de
ponsabilidade situadas no respectivo nível de alçada deci- vaga, até o seu preenchimento;
sória estabelecido pelo Conselho de Administração; VII - apresentar, trimestralmente, ao Conselho de Ad-
II - propor e implementar as linhas orientadoras da ministração, relatório das atividades da EMSERH.
ação da EMSERH;
III - apreciar e submeter ao Conselho de Administração Art. 19. Aos Diretores compete auxiliar o Presidente na
o orçamento e programa de investimentos da EMSERH; direção e coordenação das atividades da EMSERH e exercer
IV - deliberar sobre operações, situadas no respecti- as tarefas de coordenação que lhe forem atribuídas em re-
vo nível de alçada decisória estabelecido pelo Conselho de gimento ou delegadas pelo Presidente.
Administração;
V - autorizar a aquisição, alienação e oneração de bens Art. 20. Os contratos que a EMSERH celebrar ou em
móveis, exceto valores mobiliários, podendo estabelecer que vier a intervir e os atos que envolvam obrigações ou
normas e delegar poderes; responsabilidades por parte da empresa serão assinados
VI - analisar e submeter à aprovação do Conselho de pelo Presidente, em conjunto com um Diretor.
Administração propostas de aquisição, alienação e onera- §1º Os títulos ou documentos emitidos em decorrência
ção de bens imóveis e valores mobiliários; de obrigações contratuais, bem como outras obrigações
VII - estabelecer normas e delegar poderes, no âmbito de pagamento serão assinados pelo Presidente, que pode-
de sua competência; rá delegar esta atribuição.
13
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH
§2º Na hipótese de delegação da atribuição referida justificada, não comparecer a duas reuniões consecutivas
no § 1o, os títulos, cheques e outras obrigações deverão ou três alternadas, no intervalo de um ano, salvo caso de
conter, pelo menos, duas assinaturas. forca maior ou caso fortuito.
§5º Salvo impedimento legal, os membros do Conse-
CAPÍTULO VII lho Fiscal farão jus a honorários mensais correspondentes
DO CONSELHO FISCAL a vinte por cento da remuneração média mensal dos Di-
retores da EMSERH, além do reembolso das despesas de
Art. 21. Conselho Fiscal, como órgão permanente da locomoção e estada necessárias ao desempenho da fun-
EMSERH, compõe-se de três membros efetivos e respec- ção. (AC)
tivos suplentes, nomeados pelo Secretário de Estado da (Acrescido pelo DECRETO Nº 31.505, DE 19 DE FEVE-
Saúde, sendo: REIRO DE 2016)
I - dois membros indicados pelo Secretário de Estado
da Saúde, dentre os quais será escolhido o Presidente; CAPÍTULO VIII
II - um membro indicado pelo Secretário de Estado de DO CONSELHO CONSULTIVO
Transparência e Controle.
III - um membro indicado pelo Secretário de Estado do Art. 23. Conselho Consultivo é órgão permanente da
Planejamento e Orçamento. EMSERH que tem as finalidades de consulta, controle social
§1º A investidura dos membros do Conselho Fiscal far- e apoio à Diretoria Executiva e ao Conselho de Administra-
se-á mediante registro na ata da primeira reunião de que ção, e é constituído pelos seguintes membros:
participarem. I - o Presidente da EMSERH, que o preside;
§2º O mandato dos membros do Conselho Fiscal é de II - dois representantes da Secretaria de Estado da Saú-
dois anos contados a partir da data de publicação do ato de;
de nomeação. III - um representante da Secretaria de Estado do Pla-
nejamento e Orçamento;
IV - um representante do Conselho Estadual de Saúde;
Art. 22. Cabe ao Conselho Fiscal:
V - um representante indicado pelo Reitor da UEMA;
I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos
VI - um representante dos trabalhadores dos hospitais
dos administradores e verificar o cumprimento dos seus
estaduais administrados pela EMSERH, indicado pela res-
deveres legais e estatutários;
pectiva entidade representativa.
II - opinar sobre o relatório anual da administração e
§ 1º Os membros do Conselho Consultivo serão indi-
demonstrações financeiras do exercício social;
cados bienalmente pelos respectivos órgãos e entidades
III - opinar sobre a modificação do capital social, planos
e designados pelo Secretário de Estado da Saúde, sendo
de investimento ou orçamentos de capital, transformação,
sua investidura feita mediante registro na ata da primeira
incorporação, fusão ou cisão; reunião de que participarem.
IV - denunciar, por qualquer de seus membros, os er- § 2º A atuação de membros da sociedade civil no Con-
ros, fraudes ou crimes de que tomem conhecimento, e su- selho Consultivo não será remunerada e será considerada
gerir providências úteis; como função relevante, assegurado o reembolso das des-
V - analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e pesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho
demais demonstrações financeiras elaboradas periodica- da função.
mente pela EMSERH;
VI - acompanhar a execução patrimonial, financeira e Art. 24. Compete ao Conselho Consultivo:
orçamentária, podendo examinar livros e quaisquer outros I - opinar sobre as linhas gerais das políticas, diretrizes
documentos e requisitar informações. e estratégias da EMSERH, orientando o Conselho de Admi-
§ 1º A Diretoria e o Conselho de Administração são nistração e a Diretoria Executiva no cumprimento de suas
obrigados a disponibilizar, por meio de comunicação for- atribuições;
mal, aos membros em exercício do Conselho Fiscal, dentro II - propor linhas de ação, programas, estudos, proje-
de dez dias, cópia das atas de suas reuniões e, dentro de tos, formas de atuação ou outras medidas, orientando para
quinze dias de sua elaboração, cópias dos balancetes e de- que a EMSERH atinja os objetivos para a qual foi criada;
mais demonstrações financeiras elaboradas periodicamen- III - acompanhar e avaliar periodicamente o desempe-
te, bem como dos relatórios de execução do orçamento. nho da EMSERH;
§ 2º O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, a IV - assistir a Diretoria e o Conselho de Administração
cada mês e, extraordinariamente, quando convocado pelo em suas funções, sobretudo na formulação, implementa-
seu Presidente. ção e avaliação das estratégias de ação da EMSERH.
§ 3º Em caso de renúncia, falecimento ou impedimento,
os membros efetivos do Conselho Fiscal serão substituídos Art. 25. O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinaria-
pelos seus suplentes, até a nomeação de novo membro. mente pelo menos uma vez por ano e, extraordinariamen-
§ 4º Além dos casos de morte, renúncia, destituição e te, sempre que convocado pelo presidente, por sua inicia-
outros previstos em lei, considerar-se-á vaga a função de tiva ou por solicitação do Conselho de Administração, ou a
membro do Conselho Fiscal que, sem causa formalmente pedido de um terço dos seus membros.
14
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH
15
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH
§3º A responsabilidade dos membros do Conselho Art. 32. A EMSERH, na forma previamente definida
Fiscal por omissão no cumprimento de seus deveres é pelo Conselho de Administração, assegurará aos inte-
solidária, mas dela se exime o membro dissidente que grantes e ex-integrantes dos Conselhos de Adminis-
fizer consignar sua divergência em ata da reunião do tração e Fiscal e da Diretoria Executiva a defesa em
órgão e comunicá-la aos órgãos da administração. processos judiciais e administrativos contra eles ins-
taurados pela prática de atos no exercício do cargo ou
Art. 30-E. A EMSERH assegurará aos integrantes e função, nos casos em que não houver incompatibilida-
ex-integrantes da Diretoria-Executiva e dos Conselhos de com os interesses da empresa.
de Administração e Fiscal o custeio das despesas pro- Parágrafo único - A defesa prevista no caput apli-
cessuais e honorários advocatícios decorrentes de pro- ca-se, no que couber, e a critério do Conselho de Ad-
cessos judiciais e administrativos contra eles instaura- ministração, aos empregados ocupantes e ex-ocupan-
dos, pela prática de atos no exercício de suas atribui- tes de cargo ou de função de confiança.
ções legais e estatutárias, nos casos em que não hou-
ver incompatibilidade com os interesses da Empresa. Art. 33. A EMSERH rege-se pela Lei nº 9.732, de
§1º O benefício previsto no caput aplica-se, no 19 de dezembro de 2012, por este Estatuto, e pelas
que couber e a critério do Conselho de Administração, demais normas que lhe sejam aplicáveis.
àqueles que figuram no polo passivo de processo ju-
dicial ou administrativo, em decorrência de atos que
tenham praticado no exercício de competências legais
e estatutárias
delegadas pelos administradores.
§2º Os critérios para concessão do benefício men-
cionado no caput e no §1º serão definidos pelo Con-
selho de Administração, ouvida a área jurídica da EM-
SERH.
§3º Se algum dos ocupantes dos cargos ou funções
mencionadas no caput e no §1º for condenado em de-
cisão judicial transitada em julgado, com fundamento
em violação de lei ou do Estatuto, ou decorrente de ato
culposo ou doloso, deverá ressarcir à EMSERH todos os
custos e despesas decorrentes da defesa de que trata o
caput, além de eventuais prejuízos causados.
§4º A EMSERH poderá, na forma e extensão de-
finidas pelo Conselho de Administração, autorizar a
contratação de seguro em favor dos integrantes e ex
-integrantes dos órgãos estatutários relacionados no
caput, para resguardá-los de responsabilidade por atos
praticados no exercício de suas atribuições legais e es-
tatutárias, pelos quais eventualmente possam vir a ser
demandados judicial ou administrativamente.»
§5º A EMSERH, para atendimento das demandas
tratadas neste artigo, contratará profissionais de advo-
cacia, segundo os procedimentos fixados em lei.
(CAPÍTULO X-A crescido pelo DECRETO Nº 31.505,
DE 19 DE FEVEREIRO DE 2016)
CAPÍTULO XI
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
16
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
17
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
Questão de ortografia. Vamos às exclusões: Polícia tra- (D) Enquanto comia, eu pensava… (1.º parágrafo)
balha com criminosos pegos em “flagrante”, no “flagra”; (E) … botei numa tigela na varanda e comemos um por
“fragrante” relaciona-se a aroma, fragrância. Assim, já des- um… (1.º parágrafo)
cartamos os itens “B” e “E”. “Tráfego” tem relação com trân-
sito, transitar, trafegar. “Tráfico” é o que consideramos ile- Sublinhei os termos que estão relacionados (os prono-
gal, praticado por traficante. Descartamos o item “C” tam- mes e verbos retomam os seguintes substantivos abaixo):
bém. Sobrou-nos “Maus-tratos”/mal-tratos. O tratamento Meus amigos e amigas e parentes queridos são como
dado à avó foi ruim, mau (adjetivo). Sendo assim, o correto os caquis...
é “maus-tratos”. Quando os encontro, relembro como é prazeroso vê
-los...
RESPOSTA:”D”. devem ficar escondidos de mim, guardados numa cai-
xa, lá em Sorocaba...
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Através da leitura acima, percebemos que o autor re-
– ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto fere-se aos amigos, amigas e parentes. Ao dizer que ficam
para responder às questões de números 40 e 41. guardados em caixas, obviamente, está utilizando uma lin-
Outro dia, meu pai veio me visitar e trouxe uma caixa guagem conotativa, figurada.
de caquis, lá de Sorocaba. Eu os lavei, botei numa tigela
na varanda e comemos um por um, num silêncio reveren- RESPOSTA: “C”.
cial, nos olhando de vez em quando. Enquanto comia, eu
pensava: Deus do céu, como caqui é bom! Caqui é maravi- 07-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE
lhoso! O que tenho feito eu desta curta vida, tão afastado JANEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) Com as
dos caquis?! alterações propostas entre parênteses para o segmento
Meus amigos e amigas e parentes queridos são como grifado nas frases abaixo, o verbo que se mantém correta-
os caquis: nunca os encontro. Quando os encontro, relem- mente no singular é:
bro como é prazeroso vê-los, mas depois que vão embo-
(A) a modernização do Rio se teria feito (as obras de
ra me esqueço da revelação. Por que não os vejo sempre,
modernização)
toda semana, todos os dias desta curta vida?
(B) Mas nunca se esquece ele de que (esses autores)
Já sei: devem ficar escondidos de mim, guardados
(C) por que vem passando a mais bela das cidades do
numa caixa, lá em Sorocaba.
Brasil (as mais belas cidades do Brasil)
(Antônio Prata, Apolpando. Folha de S.Paulo,
(D) continua a haver um Rio de Janeiro do tempo dos
29.05.2013)
Franceses (tradições no Rio de Janeiro)
(E) do que a cidade parece ter de eterno (as belezas da
05-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO – ADVOGADO - VUNESP/2013) A oração – … nunca os cidade)
encontro. (2.º parágrafo) – assume, em voz passiva, a se- Fiz as anotações ao lado:
guinte redação: (A) a modernização do Rio se teria feito (as obras de mo-
(A) … eu nunca encontro eles. dernização) = se teriam feito
(B) … eles nunca têm sido encontrados por mim. (B) Mas nunca se esquece ele de que (esses autores) = se
(C) … nunca se encontram eles. esquecem
(D) … eu nunca os tenho encontrado. (C) por que vem passando a mais bela das cidades do
(E) … eles nunca são encontrados por mim. Brasil (as mais belas cidades do Brasil) = por que vêm pas-
sando
“Traduzindo” a oração destacada: “eu nunca encontro (D) continua a haver um Rio de Janeiro do tempo dos
eles” (Observação: colocação pronominal feita dessa forma Franceses (tradições no Rio de Janeiro) = continua a haver
apenas para esclarecer a voz verbal!). Ao passarmos da voz (E) do que a cidade parece ter de eterno (as belezas da
ativa para a voz passiva, teremos a seguinte construção: cidade) = parecem ter
“eles nunca são encontrados por mim”.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “E”.
08-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JA-
06-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- NEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) Os verbos que
LO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Considerando o contex- exigem o mesmo tipo de complemento estão empregados
to, assinale a alternativa em que há termos empregados em nos segmentos transcritos em:
sentido figurado. (A) A vida é triste e complicada. // ... mergulhemos de
(A) Outro dia, meu pai veio me visitar… (1.º parágrafo) corpo e alma no cafezinho.
(B) … e trouxe uma caixa de caquis, lá de Sorocaba. (1.º (B) ... alguém dará o nosso recado sem endereço. // A vida
parágrafo) é triste e complicada.
(C) … devem ficar escondidos de mim, guardados numa (C) Tinha razão o rapaz... // Depois de esperar duas ou
caixa… (último parágrafo) três horas...
18
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
(D) Para quem espera nervosamente... // Depois de espe- não tem a presença do artigo definido (há generalização). Ha-
rar duas ou três horas... veria acento se a construção fosse: “chegou às conclusões as
(E) Tinha razão o rapaz... // ... mergulhemos de corpo e mais disparatadas”.
alma no cafezinho.
RESPOSTA: “D”.
Análise abaixo:
(A) A vida é = verbo de ligação // ... mergulhemos = 11-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
intransitivo LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO DE
(B) ... alguém dará = transitivo direto e indireto (no con- DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Leia o texto para res-
texto, apenas direto) // A vida é = verbo de ligação ponder à questão.
(C) Tinha = transitivo direto // Depois de esperar = tran-
sitivo direto Tufão “Tembin” causa destruição em Taiwan; 5 mil eva-
(D) Para quem espera = pode ser considerado intransitivo cuaram
– (NESTE CONTEXTO) // Depois de esperar = transitivo direto
(E) Tinha = transitivo direto // ... mergulhemos = intran-
sitivo
RESPOSTA: “C”.
19
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
II. “foram derrubadas” e “foram evacuadas” estão na 14-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
voz passiva e indicam tempo pretérito; LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO
III. “mostra” e “atingiu” estão na voz ativa e indicam, DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Considere a frase
respectivamente, tempo pretérito e tempo presente; = a seguir.
houve uma inversão: “mostra” está no presente e “atingiu” Esses recursos chegam ao STF depois de passar por
está no pretérito perfeito uma “peneira” no tribunal de origem.
IV. “mostra” e “foram derrubadas” estão na voz passiva Preserva-se o mesmo sentido e regência do verbo che-
e indicam tempo passado. gar da frase em:
= “mostra” está na voz ativa e tempo presente; “foram (A) O dinheiro não chegou para as despesas do mês.
derrubadas” sim, está na voz passiva e tempo passado. (B) Ela não chega à mãe em beleza e inteligência.
Itens corretos: I e II. (C) Uma desgraça nunca chega só.
(D) Chega de reclamações, disse o juiz.
RESPOSTA: “A”.
(E) Apesar de chegar cedo à seção eleitoral, não con-
seguiu votar.
12-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO
No enunciado, o verbo “chegar” exerce a função de
DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Seguem a mesma
verbo transitivo indireto, pedindo preposição: chegar a que
regra de acentuação gráfica relativa às palavras paroxíto-
nas: lugar, aonde? A alternativa que também apresenta o mes-
(A) probatório; condenatório; crédito. mo sentido é a: chegou à seção eleitoral.
(B) máquina; denúncia; ilícita.
(C) denúncia; funcionário; improcedência. RESPOSTA: “E”.
(D) máquina; improcedência; probatório.
(E) condenatório; funcionário; frágil. 15-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO
Vamos a elas: DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Considere o tre-
(A) probatório = paroxítona terminada em ditongo; cho.
condenatório = paroxítona terminada em ditongo; crédito Em audiência pública realizada na última sexta-feira
= proparoxítona. (24), o ministro Marco Aurélio se mostrou preocupado e
(B) máquina = proparoxítona; denúncia = paroxítona afirmou que tem receio de que o julgamento do mensalão
terminada em ditongo; ilícita = proparoxítona. não termine até o final do ano.
(C) Denúncia = paroxítona terminada em ditongo; fun- Nesse trecho, a relação estabelecida entre as orações
cionário = paroxítona terminada em ditongo; improcedên- ligadas pela conjunção “e” é de
cia = paroxítona terminada em ditongo (A) contraposição.
(D) máquina; improcedência; probatório = classifica- (B) exclusão.
ções apresentadas acima (C) tempo.
(E) condenatório; funcionário = classificações apresen- (D) adição.
tadas acima / Frágil = paroxítona terminada em “l” (E) alternância.
20
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
O termo “seguiu à risca” dá-nos uma ideia de “modo”. Retirando do texto o trecho, perceberemos que o item
Dentre as alternativas apresentadas, o item que nos passa o que apresenta um aposto (termo que explica um antece-
mesmo sentido é: Ficou rodando de carro à toa por muito dente) é o seguinte: as milícias, organizações criminosas
tempo. lideradas por policiais e ex-policiais, vêm se alastrandro no
Rio de Janeiro.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “E”.
17-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
- ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO DE DA- 19-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
DOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Considere o trecho. LO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012) A
Dentro e fora de campo, a vida do juiz de futebol Juarez passagem do texto em que se encontra adjunto adverbial
Gomes da Silva é uma eterna bola dividida. De ante mão, ele expressando circunstância de modo é:
já carrega a fama de vilão de espetáculo: ao surgir no grama- (A) …no Rio de Janeiro.
do ao lado dos bandeirinhas, a recepção vêm sob a forma de (B) …em períodos eleitorais…
vaias, xingamentos e bombardeio de objetos. (C) …à base do assistencialismo e do medo.
No texto apresentado, há (D) …de suas próprias fileiras.
(A) um erro de grafia (ante mão) e outro de concordância (E) …sobre os domínios do tráfico…
verbal (vêm).
(B) dois erros de grafia (ante mão/ sob). Para “descobrirmos” um adjunto adverbial de modo,
(C) dois erros de concordância nominal (vaias/ xingamen- perguntamos ao verbo: “como?” No texto, dentre as alter-
tos). nativas apresentadas, a que responde a essa pergunta ade-
(D) um erro de grafia (sob) e um erro de concordância quadamente é: “consolidaram seu poder (como?) = à base
nominal (vaias). do assistencialismo e do medo.
(E) um erro de grafia (recepção) e um erro de concordân-
RESPOSTA: “C”.
cia verbal (vêm).
No trecho há um erro ortográfico (antemão é a forma
20-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
correta); “vêm” está no plural, mas o seu sujeito (a recepção)
LO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012) As-
está no singular, portanto o correto é “vem”.
sinale a alternativa em que os pronomes estão emprega-
dos e colocados na frase de acordo com a norma-padrão.
RESPOSTA: “A”.
(A) Nos surpreende, a cada dia, constatar a invasão das
milícias, que espalham-se pelas favelas, ditando-as suas
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - AS- leis.
SISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012 - ADAPTADA) (B) Depois de invadir vários territórios da cidade, as mi-
Leia o texto, para responder às questões de números 53 e 54. lícias dominaram eles e ali instalaram-se.
Nas últimas três décadas, as milícias, organizações crimi- (C) Há candidatos que usam as gangues: as procuram
nosas lideradas por policiais e ex-policiais, vêm se alastrando movidos pelo interesse em ter elas como aliadas.
no Rio de Janeiro. Elas avançaram sobre os domínios do tráfi- (D) Quase nunca vê-se reação das comunidades diante
co, passaram a comandar territórios da cidade e consolidaram do terror que as milícias as impõem.
seu poder à base do assistencialismo e do medo. Como têm (E) Milicianos instalam-se nas comunidades e impõem
centenas de milhares de pessoas sob seu jugo, essas gan- seu poder; consolidam-no pela prática do terror.
gues de farda ganham força em períodos eleitorais, quando
são procuradas por candidatos em busca de apoio, arbitram Fiz as correções:
sobre quem faz campanha em seu pedaço e lançam nomes (A) que espalham-se = que se espalham (pronome re-
egressos de suas próprias fileiras. lativo)
(Veja, 26.09.2012. Adaptado) (B) e ali instalaram-se = ali se instalaram (advérbio)
(C) Há candidatos que usam as gangues: as procuram
18-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- = procuram-nas (depois de pontuação)
LO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012) Sa- (D) Quase nunca vê-se = nunca se vê (advérbio)
bendo que o aposto é empregado para precisar, explicar E) Milicianos instalam-se... ;consolidam-no pela prática
um termo antecedente, assinale a alternativa contendo do terror
passagem do texto com essa função.
(A) …quem faz campanha em seu pedaço… RESPOSTA: “E”.
(B) …nomes egressos de suas próprias fileiras.
(C) …centenas de milhares de pessoas sob seu jugo…
(D) …quando são procuradas por candidatos em busca
de apoio…
(E) …organizações criminosas lideradas por policiais e
ex-policiais…
21
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
ANOTAÇÕES
__________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
22
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
1. Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) –
princípios, diretrizes e arcabouço legal. ......................................................................................................................................................... 01
2. Controle social no SUS. .................................................................................................................................................................................... 05
3. Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde. ....................................................................................................................... 10
4. Constituição Federal, artigos de 194 a 200. ............................................................................................................................................. 13
5. Lei Orgânica da Saúde ‐ Lei no 8.080/1990, Lei no 8.142/1990 e Decreto Presidencial no 7.508, de 28 de junho de
2011. ............................................................................................................................................................................................................................. 15
6. Determinantes sociais da saúde. .................................................................................................................................................................. 28
7. Sistemas de informação em saúde............................................................................................................................................................... 29
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
1
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
De fato, pela primeira vez, a Constituição estabeleceu de os Estados-membros dependem da Constituição, responsável
forma relevante uma seção sobre a saúde que trata de três por organizar a primeira e dar as linhas mestras do segundo,
aspectos principais. Em primeiro lugar, incorpora o conceito assim como repartir competências e atribuir recursos finan‐
mais abrangente de que a saúde tem como fatores determi‐ ceiros.
nantes e condicionantes o meio físico (condições geográficas, Portanto, não há federação sem que se assegure a partici‐
água, alimentação, habitação, idade, sexo, herança genética, pação dos Estados federados na formação da vontade nacio‐
etc.); e a oportunidade de acesso aos serviços que visem à nal, ocorrendo uma descentralização do poder político.
promoção, proteção e recuperação da saúde. Isso implica Toda a estrutura federal baseia-se, assim, na repartição de
que, para se ter saúde são necessárias ações em vários seto‐ competências considerada como a grande questão do fede‐
res, além do Ministério da Saúde e das secretarias de saúde. ralismo, o elemento essencial da construção federal, o tema
Isto só uma política governamental integrada pode assegurar. representativo de medida dos poderes políticos do Estado.
Também legitima o direito de todos (art. 196) sem qual‐ Competências, segundo José Afonso da Silva, “são as diversas
quer discriminação às ações de saúde em todos os níveis, modalidades de poder de que servem os órgãos ou entidades
assim como, explicita que o dever de prover o pleno gozo estatais para realizar suas funções”.
desse direito é responsabilidade do Governo, isto é, do po‐ Em regra, o sistema federativo mostra-se adequado em
der público. Ou seja, a partir da nova constituição, a condição países marcados pela diversidade e heterogeneidade, por res‐
para se ter direito de acesso aos serviços e ações de saúde é peitar valores democráticos em situações de acentuada dife‐
precisar deles. renciação política, econômica ou social. Todavia, esse tipo de
Finalmente, estabelece o Sistema Único de Saúde - SUS sistema torna mais complexa a implementação de políticas
(art. 198), de caráter público, constituído por rede de serviços sociais de abrangência nacional, particularmente nos casos
regionalizada, hierarquizada e descentralizada, com direção em que a diversidade se refere à existência de desigualdades
única em cada esfera de governo. e de exclusão social.
Compete ao SUS prestar assistência às pessoas por in‐ Em tais casos, acentua-se a importância do papel das
termédio de ações de promoção, proteção e recuperação da políticas sociais de redistribuição, redução das desigualda‐
saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e des no território nacional e de inclusão social. Além disso, a
das atividades preventivas, aí incluídas as ações de vigilância implementação de políticas sociais em um sistema federativo
sanitária, vigilância epidemiológica, saúde do trabalhador e requer, por um lado, a explicitação das funções das diferentes
assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica, sendo esferas de governo para cada área da política e, por outro,
tais competências fixadas também em norma constitucional a adoção de instrumentos de articulação entre as esferas de
forma a induzir a cooperação e a complementariedade de
II.2.1. A Saúde e o Federalismo no Brasil atuação.
O federalismo, como forma de organização política do Conforme prevê o art. 18 da Constituição, o sistema po‐
estado moderno, é reconhecida na formação do estado nor‐ lítico federativo adotado pelo Brasil compreende a União, os
te-americano. A partir da Constituição Norte- Americana de Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Todos com au‐
1787, ficou instituída a conformação de um estado soberano, tonomia administrativa e sem vinculação hierárquica. Espe‐
mas não unitário, onde a União passou a concentrar a capaci‐ cificamente quanto ao tema saúde, a Carta Política atribuiu
dade de decisão soberana sobre as competências essenciais competência material10 comum aos entes federados, como
à existência de um estado moderno: a política externa, o co‐ se dispõe o art. 23, inciso II, da CF. Dessa forma, quer parecer
mércio exterior, a arrecadação de impostos e a administração que a competência comum pressupõe uma atuação coopera‐
da justiça em assuntos de interesse nacional; e os estados- da dos três entes federativos, baseado num modelo de redu‐
membros mantiveram uma esfera de atuação autônoma so‐ ção de desigualdades regionais em favor de uma progressiva
bre as competências residuais. igualação das condições sociais de vida em todo território
O mínimo necessário para a caracterização da organiza‐ nacional.
ção constitucional federalista exige, inicialmente, a decisão do Nesse sentido, a Constituição previu ainda a competência
legislador constituinte - por meio da edição de uma consti‐ concorrente dos entes federados para legislar sobre a “defesa
tuição – de criar o Estado Federal e suas partes indissociáveis, da saúde” (inciso XII, do art. 24 da CF) e atribuiu à União com‐
a Federação ou União, e os Estados-membros. Afinal, a cria‐ petência legislativa concorrente para editar normas gerais
ção de um governo geral supõe a renuncia e o abandono de sobre o assunto (§1º do art. 24 da CF). Portanto, à legislação
certas porções de competências administrativas, legislativas e infraconstitucional coube descrever diretrizes gerais e especí‐
tributárias por parte dos governos locais. ficas de cada ente federativo.
De fato, afirma o Prof. Raul Machado Horta que “o Estado Deve-se ressaltar que, justamente em função de toda essa
Federal criou o Estado não soberano”. Ao se analisar o Esta‐ complexidade, muitos compreendem a saúde como exceção
do Federal, deve-se destacar, assim, as ideias de soberania e ao próprio princípio federativo de separação das atribuições
autonomia. De fato, o núcleo do federalismo está na existên‐ entre as esferas governamentais. Entendem que a saúde com‐
cia de um Estado total, representado pela União, detentor de poria um subsistema da seguridade social fundado no princí‐
soberania, com poderes de ação sobre toda a população e pio da solidariedade.
sobre todo o território, com competências e recursos finan‐ Independentemente da corrente que se adote, o fato é
ceiros próprios, e de Estados-membros, autônomos, dotados que ao tratar da saúde a Constituição Federal não reproduziu
de recursos financeiros independentes. Tanto a União quanto com exatidão as áreas de atuação dos serviços prestados pelo
2
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Poder Público de cada esfera política, estabelecendo atuação 2.4 Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde - SUS
comum e integrada. E, a essa atuação comum e integrada, Desde a VIII Conferência Nacional de Saúde (1986) e a
deve ainda agregar toda a E, a essa atuação comum e integra‐ Constituinte (1987 a 1988), um alto grau de consenso político
da, deve ainda agregar toda complexidade inerente da área, veio a constituir o fator decisivo para a conformação federa‐
com inúmeras carências e diferentes ações e serviços por par‐ tiva do SUS. Tal consenso defendeu três teses convergentes:
te do Estado, além de interesses e pressões do mercado ine‐ 1) Gestão compartilhada nos âmbitos federal, estadual
rentes à área da saúde. e municipal, com direção única em cada esfera de governo;
Do conjunto de determinações constitucionais sobre a 2) descentralização que concede papel destacado à ges‐
saúde aos entes federados, vem se conformando o entendi‐ tão municipal;
mento de que a União está encarregada das funções de fi‐ 3) funcionamento obrigatório do controle social, por
nanciamento e de formulação da política nacional de saúde, meio dos conselhos de saúde. Tais vetores ensejaram o es‐
assim como da coordenação das ações intergovernamentais; tabelecimento de princípios e diretrizes do Sistema Único de
aos Estados, por sua vez, cabe se adaptarem essa política às Saúde (SUS), que constituem as bases para o funcionamento
suas peculiaridades regionais, coordenando as ações entre os e organização do sistema no país.
respectivos municípios; e, aos municípios, efetuar a prestação Universalização
dos serviços de saúde com o auxílio técnico e financeiro es‐ Saúde é direito de cidadania e dever do Governo: munici‐
tadual e federal. pal, estadual e federal.
II.2.2 Mecanismos de Com a universalidade, o indivíduo passa a ter direito de
Art.culação Federativa acesso a todos os serviços públicos de saúde, assim como
Para que a gestão do SUS se tornasse realidade, foram àqueles contratados pelo poder público, independentemente
postos em funcionamento diversos mecanismos de articula‐ de sexo, raça, renda, ocupação, ou outras características so‐
ção federativa. Um desses instrumentos foi a Comissão ciais ou pessoais. É a garantia de atenção à saúde por parte
Tripartite, que atua junto ao Ministério da Saúde e é do sistema, a todo e qualquer cidadão.
formada por gestores do SUS das três esferas do governo. Equidade
A comissão representa a principal instância de negociação e É um princípio de justiça social porque busca diminuir de‐
pactuação de critérios de distribuição de recursos, de planos sigualdades. Isto significa tratar desigualmente os desiguais,
e de avaliação do desenvolvimento das pactuações realizadas investindo mais onde a carência é maior. Apesar de todos te‐
em cada esfera de governo. rem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso,
No âmbito estadual, uma Comissão Bipartite desempe‐ têm necessidades diferentes.
nha papel semelhante, reunindo gestores municipais e esta‐ Portanto, pela equidade investe-se mais onde a carência
duais e se encarregando dos planos estaduais, regionais e de é maior. Para isso, a rede de serviços deve estar atenta às ne‐
regionalização das ações e serviços propostos pelos Colegia‐ cessidades reais da população a ser atendida.
dos de Gestão Regional. Integralidade
Podem ser agregadas a tais instâncias de caráter perma‐ É a garantia do fornecimento de um conjunto articu‐
nente eventuais negociações dos gestores com o Ministério lado e contínuo de ações e serviços preventivos, curativos
da Saúde e autoridades da área federal reuniões para formula‐ e coletivos, exigidos em cada caso para todos os níveis de
ção e aprovação de pactos de gestão e de pactos pela saúde. complexidade de assistência. Portanto, significa considerar
II.2.3 O Sistema Único de Saúde – SUS a pessoa como um todo, atendendo a todas as suas ne‐
O Sistema Único de Saúde faz parte das ações definidas cessidades. Para isso, é importante a integração de ações,
na Constituição como de “relevância pública”. As competên‐ incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o
cias decorrentes dessa relevância pública envolvem o exer‐ tratamento e a reabilitação.
cício de um poder regulador, de arbitragem e de interven‐ Ao mesmo tempo, o princípio da integralidade pressu‐
ção executiva por parte das esferas do Poder Público e, por põe a articulação da saúde com outras políticas públicas,
consequência, de suas agências de prestação de serviços. Por como forma de assegurar uma atuação intersetorial entre
isso, é atribuído ao Estado a regulamentação, a fiscalização e as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e
o controle das ações e dos serviços de saúde, independente qualidade de vida dos indivíduos.
da execução direta do mesmo. Hierarquização e da Regionalização
Tal Sistema faz parte de um sistema mais amplo, o Siste‐ A hierarquização deve, além de proceder à divisão de
ma da Seguridade Social. níveis de atenção, garantir formas de acesso a serviços que
Conforme prevê o art. 194 da Constituição, a Segurida‐ componham toda a complexidade requerida para o caso,
de Social “compreende um conjunto integrado de ações de no limite dos recursos disponíveis numa dada região. Deve
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinada a ainda incorporar-se à rotina do acompanhamento dos ser‐
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à as‐ viços, com fluxos de encaminhamento (referência) e de
sistência social”. retorno de informações do nível básico do serviço (con‐
Cabe destacar que, conforme exposto anteriormente, a tra-referência).
noção de sistema deve ser compreendida não como um novo Por isso, os serviços devem ser organizados em ní‐
serviço, mas sim como um conjunto de unidades, de serviços veis de complexidade tecnológica crescente, circunscritos
e ações das três esferas que interagem para um fim comum. a uma área geográfica delimitada, planejados a partir de
Tal sistema deve ainda ser único, no sentido de ter a mesma critérios epidemiológicos e com a definição e o conheci‐
doutrina e a mesma forma de organização em todo o país. mento da clientela a ser atendida.
3
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
O acesso da população à rede deve se dar através dos financeiros na área da saúde). Estas leis definem as atribui‐
serviços de nível primário de atenção que devem estar qua‐ ções dos diferentes níveis de governo com a saúde; estabe‐
lificados para atender e resolver os principais problemas lecem responsabilidades nas áreas de vigilância sanitária,
que demandam os serviços de saúde; devendo, os demais, epidemiológica e saúde.
serem referenciados para os serviços de maior complexi‐ Os Conselhos de Saúde, que devem existir nos três ní‐
dade tecnológica. veis de governo, são órgãos deliberativos, de caráter per‐
Historicamente quem tinha direito à saúde no Brasil manente, compostos com a representatividade de toda a
eram apenas os trabalhadores segurados do INPS e depois sociedade. Sua composição deve ser paritária, com metade
do INAMPS. O SUS foi implantado com a responsabilidade de seus membros representando os usuários e a outra me‐
de tornar realidade este princípio. tade, o conjunto composto por governo, trabalhadores da
saúde e prestadores privados.
Descentralização e Comando Único Os conselhos devem ser criados por lei do respectivo
Descentralizar é redistribuir poder e responsabilidades âmbito de governo, onde serão definidas a composição do
entre os três níveis de governo. Na saúde, a descentraliza‐ colegiado e outras normas de seu funcionamento.
ção tem como objetivo prestar serviços com maior quali‐ As Conferências de Saúde são fóruns com representa‐
dade e garantir o controle e a fiscalização pelos cidadãos. ção de vários segmentos sociais que se reúnem para pro‐
Quanto mais perto estiver a decisão, maior a chance de por diretrizes, avaliar a situação da saúde e ajudar na defi‐
acerto. No SUS a responsabilidade pela saúde deve ser nição da política de saúde. Devem ser realizadas em todos
descentralizada até o município. Isto significa dotar o mu‐ os níveis de governo.
nicípio de condições gerenciais, técnicas, administrativas e Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção
financeiras para exercer esta função. e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
A decisão deve ser de quem executa, que deve ser o dos serviços correspondentes e dá outras providências.
que está mais perto do problema. A descentralização, ou Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão
municipalização, é uma forma de aproximar o cidadão das do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferên‐
decisões do setor e significa a responsabilização do muni‐ cias intergovernamentais de recursos financeiros na área
cípio pela saúde de seus cidadãos. É também uma forma da saúde.
de intervir na qualidade dos serviços prestados. Também foram editadas diversas normas e portarias
Para fazer valer o princípio da descentralização, existe a pelo Ministério da Saúde as Normas Operacionais Bási‐
concepção constitucional do mando único. cas (NOBs) - como instrumentos de regulamentação do
Cada esfera de governo é autônoma e soberana nas sistema. Tais normas definem a forma de transferência de
suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais recursos entre governos e as modalidades de pagamento
e a participação da sociedade. Assim, a autoridade sani‐ dos serviços de saúde, além de instruírem o processo de
tária do SUS é exercida na União pelo ministro da saúde, descentralização e de construção de uma rede de serviços
nos estados pelos secretários estaduais de saúde e nos mu‐ capaz de operar com racionalidade sistêmica.
nicípios pelos secretários ou chefes de departamentos de Portanto, o SUS conforma modelo público de presta‐
saúde. Eles são também conhecidos como “gestores” do ção de serviços e ações de saúde em âmbito nacional, in‐
sistema de saúde. corporando novos instrumentos gerenciais, técnicos e de
Participação Popular democratização da gestão. Em sua concepção original, visa
Parte do pressuposto de que a participação da socie‐ integrar os subsistemas de saúde pública e de assistência
dade não deve se esgotar nas discussões que deram ori‐ previdenciária - os ramos da medicina preventiva e curativa
gem ao SUS. Como forma de garantir a efetividade das po‐ -, bem como os serviços públicos e privados, em regime
líticas públicas de saúde, bem como forma de exercício do de contrato ou convênio, num sistema único e nacional,
controle social, devem ser criados canais de participação de acesso universal e igualitário, organizado de forma re‐
popular na gestão do SUS em todas as esferas. gionalizada e hierarquizada, sob comando único em cada
São iniciativas voltadas à promoção dessa participação nível de governo, segundo as diretrizes da descentraliza‐
a criação dos Conselhos e das Conferências de Saúde, que ção administrativa e operacional, do atendimento integral
têm como função formular estratégias, controlar e avaliar a à saúde e da participação da comunidade visando ao con‐
execução da política de saúde. trole social.
Resolubilidade (Solução de Problemas) Este modelo envolve inúmeras variáveis e só se concre‐
É a exigência de que, quando um indivíduo busca o tiza por meio do estabelecimento de relações interinstitu‐
atendimento ou quando surge um problema de impacto cionais de governo. A descentralização, associada à diretriz
coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja ca‐ da gestão única, resulta em três arranjos formais para o
pacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível da sua sistema de saúde: municipais, estaduais e o nacional. No
competência. entanto, a integralidade e a hierarquização induzem à for‐
II.3. Marco Legal do SUS mação de outros subsistemas, como consequência da ne‐
A criação do SUS, feita pela Constituição Federal, foi gociação intergestores. Como se percebe, o SUS é fruto de
posteriormente implementada por meio da Lei nº 8.080, de acordos políticos e do desenvolvimento de instrumentos
1990 (Lei Orgânica da Saúde19) e da Lei nº 8.142, de 1990 técnico-operacionais necessários à integração do Sistema.
(Regula as transferências intergovernamentais de recursos
4
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Em virtude da qualidade e pelo edital abordar tópicos sobre informações oficiais, segue na íntegra artigo produzido
pelo Conselho de Saúde, disponível para acesso no site acima informado.
O controle social na saúde
A Constituição de 1988 determinou, no artigo 198, que a sociedade participasse da gestão do sistema de saúde.
As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
Dois anos depois, duas leis trouxeram conteúdos importantes sobre essa participação, ao abordarem aspectos relacio‐
nados ao Conselho Nacional de Saúde. Foram elas a Lei nº 8.080, de 1990, conhecida como Lei Orgânica da Saúde, e a Lei
nº 8.142 do mesmo ano. Veja o que dizem cada uma delas!
Principais considerações sobre a Lei!
1- Regulamenta o § 3º do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados
anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde;
2- Estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e
controle das despesas com saúde nas três (três) esferas de governo.
IMPORTANTE
São atribuições exclusivas do Conselho Nacional de Saúde:
• Deliberar sobre a metodologia pactuada na CIT para definição dos montantes a serem transferidos pelo Ministério da
Saúde para Estados, Distrito Federal e Municípios para custeio das ações e serviços de saúde.
• Deliberar sobre as normas do SUS pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
• Deliberar sobre o modelo padronizado do Relatório
Anual de Gestão (RAG) da União, Estados, Distrito Federal e Municípios e do modelo simplificado desse relatório para
os municípios com menos de 50 mil habitantes.
5
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
A Lei nº 8.142/90, no segundo parágrafo, estabelece que: ficada por “controle social”. Controle da sociedade sobre a
O Conselho de Saúde, em caráter permanente e de‐ política de saúde. Com isso, a lógica tradicional do controle
liberativo, órgão colegiado composto por representantes social exercido exclusivamente pelos governos era invertida.
do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde A sociedade começou, efetivamente, a participar da gestão
e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle do sistema de saúde. A população, por meio dos Conselhos
da execução da política de saúde na instância correspon‐ de Saúde, passou a exercer o controle social, participando do
dente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, planejamento das políticas públicas, fiscalizando as ações do
cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder le‐ governo, verificando o cumprimento das leis relacionadas ao
galmente constituído em cada esfera do governo. SUS e analisando as aplicações financeiras realizadas pelo
A Lei nº 8.080/90, por sua vez, determina que: município ou pelo estado no gerenciamento da saúde.
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbi‐ Desde 1990, municípios e estados passaram a constituir
to nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, os seus próprios Conselhos de Saúde. Hoje, no Brasil, além
integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por do Conselho Nacional de Saúde (CNS), com sede em Brasília,
entidades representativas da sociedade civil.
existem vinte e seis conselhos estaduais de saúde, um conse‐
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a
lho do Distrito Federal, mais de cinco mil conselhos munici‐
finalidade de articular políticas e programas de interesse
pais, trinta e quatro conselhos distritais sanitários indígenas,
para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreen‐
didas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). entre outros.
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de Características dos Conselhos de Saúde
serviços e os parâmetros de cobertura assistencial serão Os Conselhos de Saúde não são órgãos responsáveis pela
estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de gestão ou execução de serviços e, por isso, não têm responsa‐
Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional de Saúde. bilidade direta sobre a prestação dos serviços de saúde. Essa
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste tarefa cabe diretamente ao Poder Público, nas três esferas de
e de pagamento da remuneração aludida neste artigo, a governo. Um Conselho de Saúde é um órgão:
direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá colegiado, ou seja, é composto por pessoas que repre‐
fundamentar seu ato em demonstrativo econômico-finan‐ sentam diferentes grupos da sociedade, sendo 50% delas re‐
ceiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos ser‐ presentantes de usuários do SUS;
viços contratados. permanente, isto é, tem sua existência garantida em qual‐
§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às nor‐ quer circunstância. Para ser extinto é preciso haver uma lei; e
mas técnicas e administrativas e aos princípios e diretri‐ deliberativo, ou seja, toma decisões que devem ser cum‐
zes do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio pridas pelo poder público.
econômico e financeiro do contrato. Como tal, para garantir total autonomia e efetividade ao
§ 3° (Vetado). controle social, o Conselho de Saúde não é subordinado ao
§ 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de Poder Executivo – ao prefeito, ao governador ou ao secretário
entidades ou serviços contratados é vedado exercer car‐ de saúde, por exemplo.
go de chefia ou função de confiança no Sistema Único de 3.3 Princípios básicos para criação de um Conselho de
Saúde (SUS) Saúde
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Como vimos, todos os municípios e estados têm liber‐
Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em cada dade para formarem os seus Conselhos de Saúde. Mas, para
esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização fazerem isso, devem garantir condições de pleno funciona‐
dos respectivos Conselhos de Saúde. mento ao Conselho, assegurando-lhe autonomia administra‐
§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originá‐
tiva e financeira.
rios do Orçamento da Seguridade Social, de outros Orça‐
A Resolução do CNS nº 333, de 2003, esclarece que a cria‐
mentos da União, além de outras fontes, serão administra‐
ção de um Conselho de Saúde é estabelecida por lei federal,
dos pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional
de Saúde. estadual, distrital ou municipal.
§ 2º (Vetado).
§ 3º (Vetado).
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de
seu sistema de auditoria, a conformidade à programação
aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e
Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não apli‐
cação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar
as medidas previstas em lei.
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de
saúde, em função das características epidemiológicas e da
organização dos serviços em cada jurisdição administrativa.
A partir de então, a atuação da sociedade no siste‐
ma de saúde ganhou uma nova dimensão. A participação
social foi ampliada, democratizada e passou a ser quali‐
6
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
7
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Baseando-se nessa estrutura, todo Conselho de Saúde deve possuir um Plenário, pois é nele que os conselheiros se
encontram oficialmente para deliberarem sobre diferentes assuntos. Os Conselhos possuem, também, uma Presidência,
uma Mesa Diretora e uma Secretaria Executiva. As demais estruturas, Comissões e Grupos de Trabalho, por constituírem-
se assessorias ao Plenário, sem caráter deliberativo, devem ser instituídas pelo Conselho, de acordo com a necessidade.
Conheça a seguir as principais atribuições de cada uma das estruturas de funcionamento.
8
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
9
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
10
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
11
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
XII - o Pleno do Conselho de Saúde deverá manifestar- XIV - aprovar a proposta orçamentária anual da saúde, tendo
se por meio de resoluções, recomendações, moções e outros em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes
atos deliberativos. Orçamentárias, observado o princípio do processo de planeja‐
As resoluções serão obrigatoriamente homologadas pelo mento e orçamento ascendentes, conforme legislação vigente;
chefe do poder constituído em cada esfera de governo, em XV - propor critérios para programação e execução financei‐
um prazo de 30 (trinta) dias, dando-se-lhes publicidade oficial. ra e orçamentária dos Fundos de Saúde e acompanhar a movi‐
Decorrido o prazo mencionado e não sendo homologada a re‐ mentação e destino dos recursos;
solução e nem enviada justificativa pelo gestor ao Conselho de XVI - fiscalizar e controlar gastos e deliberar sobre critérios
Saúde com proposta de alteração ou rejeição a ser apreciada de movimentação de recursos da Saúde, incluindo o Fundo de
na reunião seguinte, as entidades que integram o Conselho de Saúde e os recursos transferidos e próprios do Município, Estado,
Saúde podem buscar a validação das resoluções, recorrendo à Distrito Federal e da União, com base no que a lei disciplina;
justiça e ao Ministério Público, quando necessário. Quinta Di‐ XVII - analisar, discutir e aprovar o relatório de gestão, com
retriz: aos Conselhos de Saúde Nacional, Estaduais, Municipais a prestação de contas e informações financeiras, repassadas em
tempo hábil aos conselheiros, e garantia do devido assessora‐
e do Distrito Federal, que têm competências definidas nas leis
mento;
federais, bem como em indicações advindas das Conferências
XVIII - fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações
de Saúde, compete:
e dos serviços de saúde e encaminhar denúncias aos respectivos
I - fortalecer a participação e o Controle Social no SUS, órgãos de controle interno e externo, conforme legislação vigen‐
mobilizar e articular a sociedade de forma permanente na de‐ te;
fesa dos princípios constitucionais que fundamentam o SUS; XIX - examinar propostas e denúncias de indícios de irregu‐
II - elaborar o Regimento Interno do Conselho e outras laridades, responder no seu âmbito a consultas sobre assuntos
normas de funcionamento; pertinentes às ações e aos serviços de saúde, bem como apreciar
III - discutir, elaborar e aprovar propostas de operaciona‐ recursos a respeito de deliberações do Conselho nas suas respec‐
lização das diretrizes aprovadas pelas Conferências de Saúde; tivas instâncias;
IV - atuar na formulação e no controle da execução da XX - estabelecer a periodicidade de convocação e organizar
política de saúde, incluindo os seus aspectos econômicos e as Conferências de Saúde, propor sua convocação ordinária ou
financeiros, e propor estratégias para a sua aplicação aos seto‐ extraordinária e estruturar a comissão organizadora, submeter o
res público e privado; respectivo regimento e programa ao Pleno do Conselho de Saú‐
V - definir diretrizes para elaboração dos planos de saúde e de correspondente, convocar a sociedade para a participação nas
deliberar sobre o seu conteúdo, conforme as diversas situações pré-conferências e conferências de saúde;
epidemiológicas e a capacidade organizacional dos serviços; XXI - estimular articulação e intercâmbio entre os Conselhos
VI - anualmente deliberar sobre a aprovação ou não do de Saúde, entidades, movimentos populares, instituições públicas
relatório de gestão; e privadas para a promoção da Saúde;
VII - estabelecer estratégias e procedimentos de acompa‐ XXII - estimular, apoiar e promover estudos e pesquisas so‐
nhamento da gestão do SUS, articulando-se com os demais bre assuntos e temas na área de saúde pertinente ao desenvolvi‐
colegiados, a exemplo dos de seguridade social, meio am‐ mento do Sistema Único de Saúde (SUS);
biente, justiça, educação, trabalho, agricultura, idosos, criança XXIII - acompanhar o processo de desenvolvimento e incor‐
e adolescente e outros; poração científica e tecnológica, observados os padrões éticos
VIII - proceder à revisão periódica dos planos de saúde; compatíveis com o desenvolvimento sociocultural do País;
IX - deliberar sobre os programas de saúde e aprovar pro‐ XXIV - estabelecer ações de informação, educação e comu‐
jetos a serem encaminhados ao Poder Legislativo, propor a nicação em saúde, divulgar as funções e competências do Con‐
selho de Saúde, seus trabalhos e decisões nos meios de comuni‐
adoção de critérios definidores de qualidade e resolutividade,
cação, incluindo informações sobre as agendas, datas e local das
atualizando-os face ao processo de incorporação dos avanços
reuniões e dos eventos;
científicos e tecnológicos na área da Saúde;
XXV - deliberar, elaborar, apoiar e promover a educação per‐
X - a cada quadrimestre deverá constar dos itens da pau‐ manente para o controle social, de acordo com as Diretrizes e a
ta o pronunciamento do gestor, das respectivas esferas de Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social
governo, para que faça a prestação de contas, em relatório do SUS;
detalhado, sobre andamento do plano de saúde, agenda da XXVI - incrementar e aperfeiçoar o relacionamento sistemá‐
saúde pactuada, relatório de gestão, dados sobre o montante tico com os poderes constituídos, Ministério Público, Judiciário e
e a forma de aplicação dos recursos, as auditorias iniciadas e Legislativo, meios de comunicação, bem como setores relevantes
concluídas no período, bem como a produção e a oferta de não representados nos conselhos;
serviços na rede assistencial própria, contratada ou convenia‐ XXVII - acompanhar a aplicação das normas sobre ética em
da, de acordo com a Lei Complementar no 141/2012. pesquisas aprovadas pelo CNS;
XI - avaliar, explicitando os critérios utilizados, a organiza‐ XXVIII - deliberar, encaminhar e avaliar a Política de Gestão
ção e o funcionamento do Sistema Único de Saúde do SUS; do Trabalho e Educação para a Saúde no SUS;
XII - avaliar e deliberar sobre contratos, consórcios e con‐ XXIX - acompanhar a implementação das propostas cons‐
vênios, conforme as diretrizes dos Planos de Saúde Nacional, tantes do relatório das plenárias dos Conselhos de Saúde; e
Estaduais, do Distrito Federal e Municipais; XXX - atualizar periodicamente as informações sobre o Con‐
XIII - acompanhar e controlar a atuação do setor privado selho de Saúde no Sistema de Acompanhamento dos Conselhos
credenciado mediante contrato ou convênio na área de saúde; de
12
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
13
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese II – os critérios de rateio dos recursos da União vincu‐
de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição lados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e
incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos
receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda Constitu‐ Municípios, objetivando a progressiva redução das dispari‐
cional nº 42, de 19.12.2003) dades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29,
de 2000)
Seção II III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das
DA SAÚDE despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e
municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, 2000)
garantido mediante políticas sociais e econômicas que vi‐ IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitu‐
sem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao cional nº 86, de 2015)
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde po‐
promoção, proteção e recuperação. derão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços combate às endemias por meio de processo seletivo públi‐
de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos co, de acordo com a natureza e complexidade de suas atri‐
da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, buições e requisitos específicos para sua atuação. .(Incluído
devendo sua execução ser feita diretamente ou através de pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito § 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso
privado. salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde inte‐ de Carreira e a regulamentação das atividades de agente
gram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem comunitário de saúde e agente de combate às endemias,
um sistema único, organizado de acordo com as seguintes competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência
diretrizes: financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e
I - descentralização, com direção única em cada esfera aos Municípios, para o cumprimento do referido piso sala‐
de governo; rial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de
2010) Regulamento
II - atendimento integral, com prioridade para as ativi‐
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no
dades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
§ 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exer‐
III - participação da comunidade.
ça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos ter‐
ou de agente de combate às endemias poderá perder o car‐
mos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade
go em caso de descumprimento dos requisitos específicos,
social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu‐
fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda
nicípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renume‐ Constitucional nº 51, de 2006)
rado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni‐ § 1º As instituições privadas poderão participar de forma
cípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos complementar do sistema único de saúde, segundo diretri‐
de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de per‐ zes deste, mediante contrato de direito público ou convênio,
centuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitu‐ tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins
cional nº 29, de 2000) lucrativos.
I - no caso da União, a receita corrente líquida do § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para
respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lu‐
a 15% (quinze por cento); (Redação dada pela Emenda crativos.
Constitucional nº 86, de 2015) § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de em‐
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produ‐ presas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no
to da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 País, salvo nos casos previstos em lei.
e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, § 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que
alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem trans‐ facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias huma‐
feridas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda nas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem
Constitucional nº 29, de 2000) como a coleta, processamento e transfusão de sangue e
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de
156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso outras atribuições, nos termos da lei:
I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e subs‐
29, de 2000) tâncias de interesse para a saúde e participar da produção
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo me‐ de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemo‐
nos a cada cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda derivados e outros insumos;
Constitucional nº 29, de 2000) II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemio‐
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § lógica, bem como as de saúde do trabalhador;
2º; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de III - ordenar a formação de recursos humanos na área
2015) de saúde;
14
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
IV - participar da formulação da política e da execução Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as
das ações de saneamento básico; ações que, por força do disposto no artigo anterior, se desti‐
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvol‐ nam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem
vimento científico e tecnológico e a inovação; (Redação -estar físico, mental e social.
dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o TÍTULO II
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
para consumo humano; DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
VII - participar do controle e fiscalização da produção,
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, presta‐
psicoativos, tóxicos e radioativos; dos por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele municipais, da Administração direta e indireta e das funda‐
compreendido o do trabalho. ções mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único
de Saúde (SUS).
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as institui‐
ções públicas federais, estaduais e municipais de controle de
5. LEI ORGÂNICA DA SAÚDE ‐ LEI Nº qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos,
8.080/1990, LEI Nº 8.142/1990 E DECRETO inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos
PRESIDENCIAL Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE para saúde.
2011. § 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Úni‐
co de Saúde (SUS), em caráter complementar.
CAPÍTULO I
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990. Dos Objetivos e Atribuições
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes
dos serviços correspondentes e dá outras providências. e determinantes da saúde;
II - a formulação de política de saúde destinada a promo‐
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con- ver, nos campos econômico e social, a observância do dispos‐
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: to no § 1º do art. 2º desta lei;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realiza‐
ção integrada das ações assistenciais e das atividades preven‐
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as tivas.
ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjun‐ Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sis‐
tema Único de Saúde (SUS):
tamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas
I - a execução de ações:
naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
TÍTULO I c) de saúde do trabalhador; e
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêu‐
tica;
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser huma‐ II - a participação na formulação da política e na execução
no, devendo o Estado prover as condições indispensáveis de ações de saneamento básico;
ao seu pleno exercício. III - a ordenação da formação de recursos humanos na
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste área de saúde;
na formulação e execução de políticas econômicas e so‐ IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
ciais que visem à redução de riscos de doenças e de outros V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele
agravos e no estabelecimento de condições que assegu‐ compreendido o do trabalho;
rem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços VI - a formulação da política de medicamentos, equipa‐
para a sua promoção, proteção e recuperação. mentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da a saúde e a participação na sua produção;
família, das empresas e da sociedade. VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e
substâncias de interesse para a saúde;
Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização so‐
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e be‐
cial e econômica do País, tendo a saúde como determinan‐
bidas para consumo humano;
tes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a mora‐ IX - a participação no controle e na fiscalização da produ‐
dia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a ção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e psicoativos, tóxicos e radioativos;
o acesso aos bens e serviços essenciais. (Redação dada X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvi‐
pela Lei nº 12.864, de 2013) mento científico e tecnológico;
15
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em
derivados. todos os níveis de assistência;
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de II - integralidade de assistência, entendida como con‐
ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde junto articulado e contínuo das ações e serviços preventi‐
e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio vos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada
ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação
caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indire‐ III - preservação da autonomia das pessoas na defesa
tamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as de sua integridade física e moral;
etapas e processos, da produção ao consumo; e IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam ou privilégios de qualquer espécie;
direta ou indiretamente com a saúde. V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjun‐ sua saúde;
to de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção VI - divulgação de informações quanto ao potencial
ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinan‐ dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
tes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimen‐
finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção
to de prioridades, a alocação de recursos e a orientação
e controle das doenças ou agravos.
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins programática;
desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através VIII - participação da comunidade;
das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, IX - descentralização político-administrativa, com dire‐
à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim ção única em cada esfera de governo:
como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos traba‐ a) ênfase na descentralização dos serviços para os mu‐
lhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das con‐ nicípios;
dições de trabalho, abrangendo: b) regionalização e hierarquização da rede de serviços
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de tra‐ de saúde;
balho ou portador de doença profissional e do trabalho; X - integração em nível executivo das ações de saúde,
II - participação, no âmbito de competência do Sistema meio ambiente e saneamento básico;
Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e
controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos,
processo de trabalho; materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Fe‐
III - participação, no âmbito de competência do Sistema deral e dos Municípios na prestação de serviços de assis‐
Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e con‐ tência à saúde da população;
trole das condições de produção, extração, armazenamento, XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os
transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produ‐ níveis de assistência; e
tos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à XIII - organização dos serviços públicos de modo a evi‐
saúde do trabalhador; tar duplicidade de meios para fins idênticos.
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam XIV – organização de atendimento público específico
à saúde; e especializado para mulheres e vítimas de violência do‐
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva enti‐
méstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento,
dade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de
trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os re‐ acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas repa‐
sultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de radoras, em conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de
saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os agosto de 2013. (Redação dada pela Lei nº 13.427, de 2017)
preceitos da ética profissional;
VI - participação na normatização, fiscalização e controle CAPÍTULO III
dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e em‐ Da Organização, da Direção e da Gestão
presas públicas e privadas;
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças ori‐ Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo
ginadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou me‐
colaboração das entidades sindicais; e
diante participação complementar da iniciativa privada,
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer
ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de ser‐ serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada
viço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver expo‐ em níveis de complexidade crescente.
sição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores. Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é
CAPÍTULO II única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição
Dos Princípios e Diretrizes Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos
seguintes órgãos:
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os ser‐ I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
viços privados contratados ou conveniados que integram o II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela
Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acor‐ respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
do com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secreta‐
Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: ria de Saúde ou órgão equivalente.
16
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saú‐
para desenvolver em conjunto as ações e os serviços de de (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais
saúde que lhes correspondam. de Saúde (Conasems) são reconhecidos como entidades re‐
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermu‐ presentativas dos entes estaduais e municipais para tratar de
nicipais o princípio da direção única, e os respectivos atos matérias referentes à saúde e declarados de utilidade pública
constitutivos disporão sobre sua observância. e de relevante função social, na forma do regulamento. (In‐
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde cluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
(SUS), poderá organizar-se em distritos de forma a integrar § 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do orça‐
e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a co‐ mento geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde,
bertura total das ações de saúde. para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, po‐
Art. 11. (Vetado). dendo ainda celebrar convênios com a União. (Incluído pela
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbi‐ Lei nº 12.466, de 2011).
to nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, § 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde
integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por (Cosems) são reconhecidos como entidades que representam
entidades representativas da sociedade civil. os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de ma‐
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a térias referentes à saúde, desde que vinculados institucional‐
finalidade de articular políticas e programas de interesse mente ao Conasems, na forma que dispuserem seus estatu‐
para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreen‐ tos. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
didas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a car‐ CAPÍTULO IV
go das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as Da Competência e das Atribuições
seguintes atividades: Seção I
I - alimentação e nutrição; Das Atribuições Comuns
II - saneamento e meio ambiente;
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni‐
IV - recursos humanos;
cípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes
V - ciência e tecnologia; e
atribuições:
VI - saúde do trabalhador.
I - definição das instâncias e mecanismos de controle,
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de
avaliação e de fiscalização das ações e serviços de saúde;
integração entre os serviços de saúde e as instituições de
II - administração dos recursos orçamentários e financei‐
ensino profissional e superior.
ros destinados, em cada ano, à saúde;
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de
finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para
a formação e educação continuada dos recursos humanos saúde da população e das condições ambientais;
do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera corresponden‐ IV - organização e coordenação do sistema de informa‐
te, assim como em relação à pesquisa e à cooperação téc‐ ção de saúde;
nica entre essas instituições. V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de
Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tri‐ padrões de qualidade e parâmetros de custos que caracteri‐
partite são reconhecidas como foros de negociação e pac‐ zam a assistência à saúde;
tuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de
do Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº padrões de qualidade para promoção da saúde do trabalhador;
12.466, de 2011). VII - participação de formulação da política e da execução
Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergesto‐ das ações de saneamento básico e colaboração na proteção e
res Bipartite e Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela Lei recuperação do meio ambiente;
nº 12.466, de 2011). VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde;
I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e IX - participação na formulação e na execução da política
administrativos da gestão compartilhada do SUS, em con‐ de formação e desenvolvimento de recursos humanos para
formidade com a definição da política consubstanciada em a saúde;
planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; (In‐ X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Úni‐
cluído pela Lei nº 12.466, de 2011). co de Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde;
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e in‐ XI - elaboração de normas para regular as atividades de ser‐
termunicipal, a respeito da organização das redes de ações viços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância pública;
e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua go‐ XII - realização de operações externas de natureza finan‐
vernança institucional e à integração das ações e serviços ceira de interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal;
dos entes federados; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgen‐
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito tes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminen‐
sanitário, integração de territórios, referência e contrarrefe‐ te, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a au‐
rência e demais aspectos vinculados à integração das ações toridade competente da esfera administrativa corresponden‐
e serviços de saúde entre os entes federados. (Incluído pela te poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais
Lei nº 12.466, de 2011). como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização;
17
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Com‐ XI - identificar os serviços estaduais e municipais de refe‐
ponentes e Derivados; rência nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de
XV - propor a celebração de convênios, acordos e pro‐ assistência à saúde;
tocolos internacionais relativos à saúde, saneamento e meio XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e subs‐
ambiente; tâncias de interesse para a saúde;
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados,
proteção e recuperação da saúde; ao Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da
XVII - promover articulação com os órgãos de fiscaliza‐ sua atuação institucional;
ção do exercício profissional e outras entidades representati‐ XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sis‐
vas da sociedade civil para a definição e controle dos padrões tema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados
éticos para pesquisa, ações e serviços de saúde; de assistência à saúde;
XVIII - promover a articulação da política e dos planos de XV - promover a descentralização para as Unidades Fede‐
saúde; radas e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, res‐
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde; pectivamente, de abrangência estadual e municipal;
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fis‐ XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Na‐
calização inerentes ao poder de polícia sanitária; cional de Sangue, Componentes e Derivados;
XXI - fomentar, coordenar e executar programas e proje‐ XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços
tos estratégicos e de atendimento emergencial. de saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais;
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no
Seção II âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Muni‐
Da Competência cípios e Distrito Federal;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coor‐
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde denar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Terri‐
tório Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municí‐
(SUS) compete:
pios e Distrito Federal. (Vide Decreto nº 1.651, de 1995)
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigi‐
nutrição;
lância epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais,
II - participar na formulação e na implementação das po‐
como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que pos‐
líticas:
sam escapar do controle da direção estadual do Sistema Úni‐
a) de controle das agressões ao meio ambiente;
co de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação
b) de saneamento básico; e nacional.
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho; Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde
III - definir e coordenar os sistemas: (SUS) compete:
a) de redes integradas de assistência de alta complexi‐ I - promover a descentralização para os Municípios dos
dade; serviços e das ações de saúde;
b) de rede de laboratórios de saúde pública; II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas
c) de vigilância epidemiológica; e do Sistema Único de Saúde (SUS);
d) vigilância sanitária; III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e
IV - participar da definição de normas e mecanismos de executar supletivamente ações e serviços de saúde;
controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações
ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde hu‐ e serviços:
mana; a) de vigilância epidemiológica;
V - participar da definição de normas, critérios e padrões b) de vigilância sanitária;
para o controle das condições e dos ambientes de trabalho e c) de alimentação e nutrição; e
coordenar a política de saúde do trabalhador; d) de saúde do trabalhador;
VI - coordenar e participar na execução das ações de vigi‐ V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos
lância epidemiológica; agravos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária humana;
de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser VI - participar da formulação da política e da execução de
complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios; ações de saneamento básico;
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para VII - participar das ações de controle e avaliação das condi‐
o controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e ções e dos ambientes de trabalho;
serviços de consumo e uso humano; VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acom‐
IX - promover articulação com os órgãos educacionais e panhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para a
de fiscalização do exercício profissional, bem como com enti‐ saúde;
dades representativas de formação de recursos humanos na IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência
área de saúde; e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na exe‐ estadual e regional;
cução da política nacional e produção de insumos e equipa‐ X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde
mentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos pública e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam
governamentais; em sua organização administrativa;
18
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema
controle e avaliação das ações e serviços de saúde; instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política
XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter Indígena do País. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
suplementar, de procedimentos de controle de qualidade para Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições gover‐
produtos e substâncias de consumo humano; namentais e não-governamentais poderão atuar complemen‐
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sa‐ tarmente no custeio e execução das ações. (Incluído pela Lei nº
nitária de portos, aeroportos e fronteiras; 9.836, de 1999)
XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos in‐ Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em conside‐
dicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade ração a realidade local e as especificidades da cultura dos po‐
federada. vos indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) indígena, que se deve pautar por uma abordagem diferenciada
compete: e global, contemplando os aspectos de assistência à saúde, sa‐
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os ser‐ neamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, demar‐
viços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde; cação de terras, educação sanitária e integração institucional.
II - participar do planejamento, programação e organiza‐ (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
ção da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena de‐
Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual; verá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e regio‐
III - participar da execução, controle e avaliação das ações nalizado. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
referentes às condições e aos ambientes de trabalho; § 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá
IV - executar serviços: como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. (Incluído
a) de vigilância epidemiológica; pela Lei nº 9.836, de 1999)
b) vigilância sanitária; § 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsis‐
c) de alimentação e nutrição; tema de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocor‐
d) de saneamento básico; e rer adaptações na estrutura e organização do SUS nas regiões
e) de saúde do trabalhador; onde residem as populações indígenas, para propiciar essa in‐
V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insu‐ tegração e o atendimento necessário em todos os níveis, sem
mos e equipamentos para a saúde; discriminações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio am‐ § 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido
biente que tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, ao SUS, em âmbito local, regional e de centros especializados,
junto aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, de acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção
para controlá-las; primária, secundária e terciária à saúde. (Incluído pela Lei nº
VII - formar consórcios administrativos intermunicipais; 9.836, de 1999)
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros; Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a parti‐
IX - colaborar com a União e os Estados na execução da cipar dos organismos colegiados de formulação, acompanha‐
vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; mento e avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar con‐ Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de
tratos e convênios com entidades prestadoras de serviços pri‐ Saúde, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
vados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços CAPÍTULO VI
privados de saúde; DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO
XII - normatizar complementarmente as ações e serviços DOMICILIAR
públicos de saúde no seu âmbito de atuação. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reser‐
vadas aos Estados e aos Municípios. Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Úni‐
co de Saúde, o atendimento domiciliar e a internação do‐
CAPÍTULO V miciliar. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena § 1o Na modalidade de assistência de atendimento e
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) internação domiciliares incluem-se, principalmente, os pro‐
cedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos,
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o
psicológicos e de assistência social, entre outros necessá‐
atendimento das populações indígenas, em todo o território
rios ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio.
nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saú‐ § 2o O atendimento e a internação domiciliares serão
de Indígena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, realizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos
criado e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de de‐ níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora.
zembro de 1990, com o qual funcionará em perfeita integração. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) § 3o O atendimento e a internação domiciliares só po‐
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, fi‐ derão ser realizados por indicação médica, com expressa
nanciar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído concordância do paciente e de sua família. (Incluído pela
pela Lei nº 9.836, de 1999) Lei nº 10.424, de 2002)
19
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
20
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
§ 1o O processo de que trata o caput deste artigo ob‐ II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionali‐
servará, no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 zar ou explorar: (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
de janeiro de 1999, e as seguintes determinações especiais: a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital espe‐
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) cializado, policlínica, clínica geral e clínica especializada; e
I - apresentação pelo interessado dos documentos e, (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
se cabível, das amostras de produtos, na forma do regula‐ b) ações e pesquisas de planejamento familiar; (Incluí‐
mento, com informações necessárias para o atendimento do do pela Lei nº 13.097, de 2015)
disposto no § 2o do art. 19-Q; (Incluído pela Lei nº 12.401, III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrati‐
de 2011) va, por empresas, para atendimento de seus empregados e
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social;
III - realização de consulta pública que inclua a divulga‐ e (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
ção do parecer emitido pela Comissão Nacional de Incorpo‐ IV - demais casos previstos em legislação específica.
ração de Tecnologias no SUS; (Incluído pela Lei nº 12.401, (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
de 2011)
IV - realização de audiência pública, antes da tomada de CAPÍTULO II
decisão, se a relevância da matéria justificar o evento. (In‐ Da Participação Complementar
cluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insufi‐
Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de cientes para garantir a cobertura assistencial à população
2011) de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS)
Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa pri‐
do SUS: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) vada.
I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de Parágrafo único. A participação complementar dos ser‐
medicamento, produto e procedimento clínico ou cirúrgico viços privados será formalizada mediante contrato ou con‐
experimental, ou de uso não autorizado pela Agência Na‐
vênio, observadas, a respeito, as normas de direito público.
cional de Vigilância Sanitária - ANVISA; (Incluído pela Lei nº
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades
12.401, de 2011)
filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para
II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o
participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
reembolso de medicamento e produto, nacional ou impor‐
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de
tado, sem registro na Anvisa.”
serviços e os parâmetros de cobertura assistencial serão
Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo forneci‐
estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de
mento de medicamentos, produtos de interesse para a saú‐
de ou procedimentos de que trata este Capítulo será pac‐ Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional de Saúde.
tuada na Comissão Intergestores Tripartite. (Incluído pela Lei § 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste
nº 12.401, de 2011) e de pagamento da remuneração aludida neste artigo, a
direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá
fundamentar seu ato em demonstrativo econômico-finan‐
TÍTULO III
ceiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos ser‐
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE viços contratados.
CAPÍTULO I § 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às nor‐
Do Funcionamento mas técnicas e administrativas e aos princípios e diretri‐
zes do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde econômico e financeiro do contrato.
caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de § 3° (Vetado).
profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas § 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de
jurídicas de direito privado na promoção, proteção e recu‐ entidades ou serviços contratados é vedado exercer car‐
peração da saúde. go de chefia ou função de confiança no Sistema Único de
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. Saúde (SUS).
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistên‐
cia à saúde, serão observados os princípios éticos e as nor‐ TÍTULO IV
mas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de DOS RECURSOS HUMANOS
Saúde (SUS) quanto às condições para seu funcionamento.
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, Art. 27. A política de recursos humanos na área da saú‐
inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro de será formalizada e executada, articuladamente, pelas
na assistência à saúde nos seguintes casos: (Redação dada diferentes esferas de governo, em cumprimento dos se‐
pela Lei nº 13.097, de 2015) guintes objetivos:
I - doações de organismos internacionais vinculados à I - organização de um sistema de formação de recursos
Organização das Nações Unidas, de entidades de coope‐ humanos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-
ração técnica e de financiamento e empréstimos; (Incluído graduação, além da elaboração de programas de perma‐
pela Lei nº 13.097, de 2015) nente aperfeiçoamento de pessoal;
21
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
II - (Vetado) § 4º (Vetado).
III - (Vetado) § 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento cien‐
IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do tífico e tecnológico em saúde serão co-financiadas pelo
Sistema Único de Saúde (SUS). Sistema Único de Saúde (SUS), pelas universidades e pelo
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o orçamento fiscal, além de recursos de instituições de fo‐
Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo de prá‐ mento e financiamento ou de origem externa e receita pró‐
tica para ensino e pesquisa, mediante normas específicas, pria das instituições executoras.
elaboradas conjuntamente com o sistema educacional. § 6º (Vetado).
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e asses‐
soramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só CAPÍTULO II
Da Gestão Financeira
poderão ser exercidas em regime de tempo integral.
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois car‐
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de
gos ou empregos poderão exercer suas atividades em mais Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em cada
de um estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se tam‐ dos respectivos Conselhos de Saúde.
bém aos servidores em regime de tempo integral, com ex‐ § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originá‐
ceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia, dire‐ rios do Orçamento da Seguridade Social, de outros Orça‐
ção ou assessoramento. mentos da União, além de outras fontes, serão administra‐
Art. 29. (Vetado). dos pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional
Art. 30. As especializações na forma de treinamento em de Saúde.
serviço sob supervisão serão regulamentadas por Comis‐ § 2º (Vetado).
são Nacional, instituída de acordo com o art. 12 desta Lei, § 3º (Vetado).
garantida a participação das entidades profissionais cor‐ § 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de
respondentes. seu sistema de auditoria, a conformidade à programação
aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e
TÍTULO V Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não apli‐
DO FINANCIAMENTO cação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar
CAPÍTULO I as medidas previstas em lei.
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição
Dos Recursos
da receita efetivamente arrecadada transferirão automa‐
ticamente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará o critério do parágrafo único deste artigo, os recursos fi‐
ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita nanceiros correspondentes às dotações consignadas no
estimada, os recursos necessários à realização de suas fina‐ Orçamento da Seguridade Social, a projetos e atividades a
lidades, previstos em proposta elaborada pela sua direção serem executados no âmbito do Sistema Único de Saúde
nacional, com a participação dos órgãos da Previdência So‐ (SUS).
cial e da Assistência Social, tendo em vista as metas e prio‐ Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financei‐
ridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. ros da Seguridade Social será observada a mesma propor‐
Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos ção da despesa prevista de cada área, no Orçamento da
provenientes de: Seguridade Social.
I - (Vetado) Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem
II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será
assistência à saúde; utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo
III - ajuda, contribuições, doações e donativos; análise técnica de programas e projetos:
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital; I - perfil demográfico da região;
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos ar‐ II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
III - características quantitativas e qualitativas da rede
recadados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e
de saúde na área;
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade período anterior;
da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada men‐ V - níveis de participação do setor saúde nos orçamen‐
salmente, a qual será destinada à recuperação de viciados. tos estaduais e municipais;
§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da
de Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas rede;
especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de po‐ VII - ressarcimento do atendimento a serviços presta‐
der onde forem arrecadadas. dos para outras esferas de governo.
§ 3º As ações de saneamento que venham a ser execu‐ § 1º Metade dos recursos destinados a Estados e Mu‐
tadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nicípios será distribuída segundo o quociente de sua di‐
serão financiadas por recursos tarifários específicos e ou‐ visão pelo número de habitantes, independentemente de
tros da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em qualquer procedimento prévio. (Revogado pela Lei Com‐
particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). plementar nº 141, de 2012) (Vide Lei nº 8.142, de 1990)
22
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notó‐ § 8º O acesso aos serviços de informática e bases de
rio processo de migração, os critérios demográficos men‐ dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Minis‐
cionados nesta lei serão ponderados por outros indicado‐ tério do Trabalho e da Previdência Social, será assegura‐
res de crescimento populacional, em especial o número de do às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde ou ór‐
eleitores registrados. gãos congêneres, como suporte ao processo de gestão, de
§ 3º (Vetado). forma a permitir a gerencia informatizada das contas e a
§ 4º (Vetado). disseminação de estatísticas sanitárias e epidemiológicas
§ 5º (Vetado). médico-hospitalares.
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a Art. 40. (Vetado)
atuação dos órgãos de controle interno e externo e nem Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pio‐
a aplicação de penalidades previstas em lei, em caso de neiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, supervi‐
irregularidades verificadas na gestão dos recursos transfe‐ sionadas pela direção nacional do Sistema Único de Saúde
ridos. (SUS), permanecerão como referencial de prestação de ser‐
viços, formação de recursos humanos e para transferência
de tecnologia.
CAPÍTULO III
Art. 42. (Vetado).
Do Planejamento e do Orçamento
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica
preservada nos serviços públicos contratados, ressalvando-
Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do se as cláusulas dos contratos ou convênios estabelecidos
Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível com as entidades privadas.
local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, com‐ Art. 44. (Vetado).
patibilizando-se as necessidades da política de saúde com Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitá‐
a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Mu‐ rios e de ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde
nicípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União. (SUS), mediante convênio, preservada a sua autonomia ad‐
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e ministrativa, em relação ao patrimônio, aos recursos huma‐
programações de cada nível de direção do Sistema Único nos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos limites
de Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na res‐ conferidos pelas instituições a que estejam vinculados.
pectiva proposta orçamentária. § 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e mu‐
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o finan‐ nicipais de previdência social deverão integrar-se à direção
ciamento de ações não previstas nos planos de saúde, ex‐ correspondente do Sistema Único de Saúde (SUS), confor‐
ceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, me seu âmbito de atuação, bem como quaisquer outros
na área de saúde. órgãos e serviços de saúde.
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as § 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco,
diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de os serviços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-
saúde, em função das características epidemiológicas e da se ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser
organização dos serviços em cada jurisdição administrativa. em convênio que, para esse fim, for firmado.
Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá
e auxílios a instituições prestadoras de serviços de saúde mecanismos de incentivos à participação do setor priva‐
com finalidade lucrativa. do no investimento em ciência e tecnologia e estimulará a
transferência de tecnologia das universidades e institutos
de pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Fe‐
deral e Municípios, e às empresas nacionais.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os
níveis estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde
Art. 39. (Vetado).
(SUS), organizará, no prazo de dois anos, um sistema na‐
§ 1º (Vetado). cional de informações em saúde, integrado em todo o ter‐
§ 2º (Vetado). ritório nacional, abrangendo questões epidemiológicas e
§ 3º (Vetado). de prestação de serviços.
§ 4º (Vetado). Art. 48. (Vetado).
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Art. 49. (Vetado).
Inamps para órgãos integrantes do Sistema Único de Saú‐ Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os
de (SUS) será feita de modo a preservá-los como patrimô‐ Municípios, celebrados para implantação dos Sistemas
nio da Seguridade Social. Unificados e Descentralizados de Saúde, ficarão rescindi‐
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão dos à proporção que seu objeto for sendo absorvido pelo
inventariados com todos os seus acessórios, equipamentos Sistema Único de Saúde (SUS).
e outros bens móveis e ficarão disponíveis para utilização Art. 51. (Vetado).
pelo órgão de direção municipal do Sistema Único de Saú‐ Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, cons‐
de - SUS ou, eventualmente, pelo estadual, em cuja cir‐ titui crime de emprego irregular de verbas ou rendas pú‐
cunscrição administrativa se encontrem, mediante simples blicas (Código Penal, art. 315) a utilização de recursos fi‐
termo de recebimento. nanceiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em finalidades
§ 7º (Vetado). diversas das previstas nesta lei.
23
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
24
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição Art. 3o O SUS é constituído pela conjugação das ações
que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde
em vista o disposto na Lei no 8.080, 19 de setembro de 1990, executados pelos entes federativos, de forma direta ou in‐
direta, mediante a participação complementar da iniciativa
DECRETA: privada, sendo organizado de forma regionalizada e hierar‐
quizada.
CAPÍTULO I Seção I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Das Regiões de Saúde
Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 8.080, de 19 Art. 4o As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Esta‐
de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do do, em articulação com os Municípios, respeitadas as dire‐
Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a trizes gerais pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite
assistência à saúde e a articulação interfederativa. - CIT a que se refere o inciso I do art. 30.
Art. 2o Para efeito deste Decreto, considera-se: § 1o Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interesta‐
I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo cons‐ duais, compostas por Municípios limítrofes, por ato conjunto
tituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimi‐ dos respectivos Estados em articulação com os Municípios.
tado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais § 2o A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas
e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes de fronteira com outros países deverá respeitar as normas
compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, que regem as relações internacionais.
o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde; Art. 5o Para ser instituída, a Região de Saúde deve con‐
II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - ter, no mínimo, ações e serviços de:
acordo de colaboração firmado entre entes federativos com I - atenção primária;
a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de II - urgência e emergência;
saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com definição III - atenção psicossocial;
de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, crité‐ IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e
rios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que V - vigilância em saúde.
serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde ob‐
sua execução e demais elementos necessários à implemen‐ servará cronograma pactuado nas Comissões Intergestores.
tação integrada das ações e serviços de saúde; Art. 6o As Regiões de Saúde serão referência para as
III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à transferências de recursos entre os entes federativos.
saúde do usuário no SUS; Art. 7o As Redes de Atenção à Saúde estarão compreen‐
IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação didas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias de‐
consensual entre os entes federativos para definição das re‐ las, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comis‐
gras da gestão compartilhada do SUS; sões Intergestores.
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribui‐ Parágrafo único. Os entes federativos definirão os se‐
ção de recursos humanos e de ações e serviços de saúde guintes elementos em relação às Regiões de Saúde:
ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando- I - seus limites geográficos;
se a capacidade instalada existente, os investimentos e o II - população usuária das ações e serviços;
desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e
sistema; IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibili‐
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e dade e escala para conformação dos serviços.
serviços de saúde articulados em níveis de complexidade
crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da Seção II
assistência à saúde; Da Hierarquização
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de
saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em Art. 8o O acesso universal, igualitário e ordenado às
razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendi‐ ações e serviços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada
mento especial; e do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquiza‐
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documen‐ da, de acordo com a complexidade do serviço.
to que estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou Art. 9o São Portas de Entrada às ações e aos serviços de
do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medi‐ saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços:
camentos e demais produtos apropriados, quando couber; I - de atenção primária;
25
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
II - de atenção de urgência e emergência; Art. 16. No planejamento devem ser considerados os ser‐
III - de atenção psicossocial; e viços e as ações prestados pela iniciativa privada, de forma
IV - especiais de acesso aberto. complementar ou não ao SUS, os quais deverão compor os
Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acordo Mapas da Saúde regional, estadual e nacional.
com o pactuado nas Comissões Intergestores, os entes federa‐ Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identificação
tivos poderão criar novas Portas de Entrada às ações e serviços das necessidades de saúde e orientará o planejamento inte‐
de saúde, considerando as características da Região de Saúde. grado dos entes federativos, contribuindo para o estabeleci‐
Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os ambula‐ mento de metas de saúde.
toriais especializados, entre outros de maior complexidade e Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito estadual
densidade tecnológica, serão referenciados pelas Portas de deve ser realizado de maneira regionalizada, a partir das ne‐
Entrada de que trata o art. 9o. cessidades dos Municípios, considerando o estabelecimento
Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos ser‐ de metas de saúde.
viços de saúde será ordenado pela atenção primária e deve Art. 19. Compete à Comissão Intergestores Bipartite - CIB
ser fundado na avaliação da gravidade do risco individual e
de que trata o inciso II do art. 30 pactuar as etapas do processo
coletivo e no critério cronológico, observadas as especificida‐
e os prazos do planejamento municipal em consonância com
des previstas para pessoas com proteção especial, conforme
os planejamentos estadual e nacional.
legislação vigente.
Parágrafo único. A população indígena contará com re‐
gramentos diferenciados de acesso, compatíveis com suas CAPÍTULO IV
especificidades e com a necessidade de assistência integral à DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
sua saúde, de acordo com disposições do Ministério da Saúde.
Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do cui‐ Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia e se
dado em saúde, em todas as suas modalidades, nos serviços, completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante referencia‐
hospitais e em outras unidades integrantes da rede de atenção mento do usuário na rede regional e interestadual, conforme
da respectiva região. pactuado nas Comissões Intergestores.
Parágrafo único. As Comissões Intergestores pactuarão as
regras de continuidade do acesso às ações e aos serviços de Seção I
saúde na respectiva área de atuação. Da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde -
Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso universal, igua‐ RENASES
litário e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, caberá
aos entes federativos, além de outras atribuições que venham Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saú‐
a ser pactuadas pelas Comissões Intergestores: de - RENASES compreende todas as ações e serviços que o
I - garantir a transparência, a integralidade e a equidade SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da
no acesso às ações e aos serviços de saúde; assistência à saúde.
II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES
de saúde; em âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela
III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde; e CIT.
IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde. Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde
Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, dire‐ consolidará e publicará as atualizações da RENASES.
trizes, procedimentos e demais medidas que auxiliem os entes Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni‐
federativos no cumprimento das atribuições previstas no art. cípios pactuarão nas respectivas Comissões Intergestores as
13.
suas responsabilidades em relação ao rol de ações e serviços
constantes da RENASES.
CAPÍTULO III
Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios po‐
DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE
derão adotar relações específicas e complementares de ações
Art. 15. O processo de planejamento da saúde será as‐ e serviços de saúde, em consonância com a RENASES, respei‐
cendente e integrado, do nível local até o federal, ouvidos os tadas as responsabilidades dos entes pelo seu financiamento,
respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as ne‐ de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores.
cessidades das políticas de saúde com a disponibilidade de
recursos financeiros. Seção II
§ 1o O planejamento da saúde é obrigatório para os entes Da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais -
públicos e será indutor de políticas para a iniciativa privada. RENAME
§ 2o A compatibilização de que trata o caput será efetuada
no âmbito dos planos de saúde, os quais serão resultado do Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
planejamento integrado dos entes federativos, e deverão con‐ - RENAME compreende a seleção e a padronização de me‐
ter metas de saúde. dicamentos indicados para atendimento de doenças ou de
§ 3o O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretri‐ agravos no âmbito do SUS.
zes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, de Parágrafo único. A RENAME será acompanhada do For‐
acordo com as características epidemiológicas e da organiza‐ mulário Terapêutico Nacional - FTN que subsidiará a prescri‐
ção de serviços nos entes federativos e nas Regiões de Saúde. ção, a dispensação e o uso dos seus medicamentos.
26
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente para II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração de
dispor sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes limites geográficos, referência e contrarreferência e demais as‐
Terapêuticas em âmbito nacional, observadas as diretrizes pac‐ pectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde
tuadas pela CIT. entre os entes federativos;
Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e in‐
consolidará e publicará as atualizações da RENAME, do res‐ terestadual, a respeito da organização das redes de atenção
pectivo FTN e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas. à saúde, principalmente no tocante à gestão institucional e à
Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão integração das ações e serviços dos entes federativos;
adotar relações específicas e complementares de medicamen‐ IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede de
tos, em consonância com a RENAME, respeitadas as responsa‐ Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte demográfico e
bilidades dos entes pelo financiamento de medicamentos, de seu desenvolvimento econômico-financeiro, estabelecendo as
acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores. responsabilidades individuais e as solidárias; e
Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência farma‐ V - referências das regiões intraestaduais e interestaduais
cêutica pressupõe, cumulativamente: de atenção à saúde para o atendimento da integralidade da
I - estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde assistência.
do SUS; Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da CIT a
II - ter o medicamento sido prescrito por profissional de pactuação:
saúde, no exercício regular de suas funções no SUS; I - das diretrizes gerais para a composição da RENASES;
III - estar a prescrição em conformidade com a RENAME II - dos critérios para o planejamento integrado das ações
e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a re‐ e serviços de saúde da Região de Saúde, em razão do compar‐
lação específica complementar estadual, distrital ou municipal tilhamento da gestão; e
de medicamentos; e III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das ques‐
IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas tões operacionais das Regiões de Saúde situadas em fronteiras
pela direção do SUS. com outros países, respeitadas, em todos os casos, as normas
§ 1o Os entes federativos poderão ampliar o acesso do que regem as relações internacionais.
usuário à assistência farmacêutica, desde que questões de
Seção II
saúde pública o justifiquem.
Do Contrato Organizativo da Ação Pública
§ 2o O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras dife‐
da Saúde
renciadas de acesso a medicamentos de caráter especializado.
Art. 29. A RENAME e a relação específica complementar
Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes federa‐
estadual, distrital ou municipal de medicamentos somente po‐
tivos para a organização da rede interfederativa de atenção
derão conter produtos com registro na Agência Nacional de à saúde será firmado por meio de Contrato Organizativo da
Vigilância Sanitária - ANVISA. Ação Pública da Saúde.
Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação Pú‐
CAPÍTULO V blica da Saúde é a organização e a integração das ações e
DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA dos serviços de saúde, sob a responsabilidade dos entes
Seção I federativos em uma Região de Saúde, com a finalidade de
Das Comissões Intergestores garantir a integralidade da assistência aos usuários.
Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação Pú‐
Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a organiza‐ blica da Saúde resultará da integração dos planos de saúde
ção e o funcionamento das ações e serviços de saúde integra‐ dos entes federativos na Rede de Atenção à Saúde, tendo
dos em redes de atenção à saúde, sendo: como fundamento as pactuações estabelecidas pela CIT.
I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da
Saúde para efeitos administrativos e operacionais; Saúde definirá as responsabilidades individuais e solidárias
II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Es‐ dos entes federativos com relação às ações e serviços de
tadual de Saúde para efeitos administrativos e operacionais; e saúde, os indicadores e as metas de saúde, os critérios de
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito regio‐ avaliação de desempenho, os recursos financeiros que se‐
nal, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos admi‐ rão disponibilizados, a forma de controle e fiscalização da
nistrativos e operacionais, devendo observar as diretrizes da CIB. sua execução e demais elementos necessários à implemen‐
Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores públicos tação integrada das ações e serviços de saúde.
de saúde poderão ser representados pelo Conselho Nacional § 1o O Ministério da Saúde definirá indicadores nacio‐
de Secretários de Saúde - CONASS, pelo Conselho Nacional nais de garantia de acesso às ações e aos serviços de saúde
de Secretarias Municipais de Saúde - CONASEMS e pelo Con‐ no âmbito do SUS, a partir de diretrizes estabelecidas pelo
selho Estadual de Secretarias Municipais de Saúde - COSEMS. Plano Nacional de Saúde.
Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão: § 2o O desempenho aferido a partir dos indicadores na‐
I - aspectos operacionais, financeiros e administrativos da cionais de garantia de acesso servirá como parâmetro para
gestão compartilhada do SUS, de acordo com a definição da avaliação do desempenho da prestação das ações e dos
política de saúde dos entes federativos, consubstanciada nos serviços definidos no Contrato Organizativo de Ação Públi‐
seus planos de saúde, aprovados pelos respectivos conselhos ca de Saúde em todas as Regiões de Saúde, considerando-
de saúde; se as especificidades municipais, regionais e estaduais.
27
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a exe‐
Saúde conterá as seguintes disposições essenciais: cução do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde,
I - identificação das necessidades de saúde locais e re‐ em relação ao cumprimento das metas estabelecidas, ao seu
gionais; desempenho e à aplicação dos recursos disponibilizados.
II - oferta de ações e serviços de vigilância em saúde, Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados sobre o
promoção, proteção e recuperação da saúde em âmbito Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde no siste‐
regional e inter-regional; ma de informações em saúde organizado pelo Ministério da
III - responsabilidades assumidas pelos entes federa‐ Saúde e os encaminhará ao respectivo Conselho de Saúde
tivos perante a população no processo de regionalização, para monitoramento.
as quais serão estabelecidas de forma individualizada, de
acordo com o perfil, a organização e a capacidade de pres‐ CAPÍTULO VI
tação das ações e dos serviços de cada ente federativo da DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Região de Saúde;
IV - indicadores e metas de saúde; Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais, o
V - estratégias para a melhoria das ações e serviços de Ministério da Saúde informará aos órgãos de controle inter‐
saúde; no e externo:
VI - critérios de avaliação dos resultados e forma de I - o descumprimento injustificado de responsabilidades
monitoramento permanente; na prestação de ações e serviços de saúde e de outras obri‐
VII - adequação das ações e dos serviços dos entes fe‐ gações previstas neste Decreto;
derativos em relação às atualizações realizadas na RENA‐ II - a não apresentação do Relatório de Gestão a que se
SES; refere o inciso IV do art. 4º da Lei no 8.142, de 1990;
VIII - investimentos na rede de serviços e as respectivas III - a não aplicação, malversação ou desvio de recursos
responsabilidades; e financeiros; e
IX - recursos financeiros que serão disponibilizados por IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver conhe‐
cada um dos partícipes para sua execução. cimento.
Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de todas as
formas de incentivo ao cumprimento das metas de saúde e ações e serviços de saúde que na data da publicação deste
à melhoria das ações e serviços de saúde. Decreto são ofertados pelo SUS à população, por meio dos
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de entes federados, de forma direta ou indireta.
Saúde observará as seguintes diretrizes básicas para fins de Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
garantia da gestão participativa: diretrizes de que trata o § 3o do art. 15 no prazo de cento e
I - estabelecimento de estratégias que incorporem a oitenta dias a partir da publicação deste Decreto.
avaliação do usuário das ações e dos serviços, como ferra‐ Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de sua pu‐
menta de sua melhoria; blicação.
II - apuração permanente das necessidades e interes‐ Brasília, 28 de junho de 2011; 190o da Independência e
ses do usuário; e 123 da República.
o
28
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
homônima da Organização Mundial da Saúde (OMS) adota figuração desse novo campo de conhecimento, de prática e
uma definição mais curta, segundo a qual os DSS são as con‐ de educação. Ao final desse processo, Hopkins foi escolhida
dições sociais em que as pessoas vivem e trabalham. Nan‐ pela excelência de sua escola de medicina, de seu hospital e
cy Krieger (2001) introduz um elemento de intervenção, ao de seu corpo de pesquisadores médicos. Esta decisão repre‐
defini-los como os fatores e mecanismos através dos quais sentou o predomínio do conceito da saúde pública orien‐
as condições sociais afetam a saúde e que potencialmente tada ao controle de doenças específicas, fundamentada no
podem ser alterados através de ações baseadas em infor‐ conhecimento científico baseado na bacteriologia e contri‐
mação. buiu para “estreitar” o foco da saúde pública, que passa a
Tarlov (1996) propõe, finalmente, uma definição bastan‐ distanciar-se das questões políticas e dos esforços por refor‐
te sintética, ao entende-los como as características sociais mas sociais e sanitárias de caráter mais amplo.
dentro das quais a vida transcorre. A influência desse processo e do modelo por ele gerado
Embora, como já mencionado, tenha-se hoje alcançado não se limita à escola de saúde pública de Hopkins, esten‐
certo consenso sobre a importância dos DSS na situação de dendo-se por todo o país e internacionalmente. O modelo
saúde, esse consenso foi sendo construído ao longo da his‐ serviu para que nos anos seguintes a Fundação Rockefeller
tória. Entre os diversos paradigmas explicativos para os pro‐ apoiasse o estabelecimento de escolas de saúde pública no
blemas de saúde, em meados do século XIX predominava a Brasil (Faculdade de Higiene e Saúde Pública de São Paulo),
teoria miasmática, que conseguia responder às importantes Bulgária, Canadá, Checoslováquia, Inglaterra, Hungria, Índia,
mudanças sociais e práticas de saúde observadas no âmbito Itália, Japão, Noruega, Filipinas, Polônia, Romênia, Suécia,
dos novos processos de urbanização e industrialização ocor‐ Turquia e Iugoslávia (FEE, 1987)”.
ridos naquele momento histórico. Estudos sobre a contami‐
nação da água e dos alimentos, assim como sobre riscos (Fonte: https://www.bio.fiocruz.br/index.php/artigos/
ocupacionais, trouxeram importante reforço para o conceito 329-artigo-aborda-os-problemas-da-saude-e-seus-de-
de miasma e para as ações de saúde pública (SUSSER, 1998). terminantes-sociais)
Virchow, um dos mais destacados cientistas vinculados
a essa teoria, entendia que a “ciência médica é intrínseca e
essencialmente uma ciência social”, que as condições eco‐ 7. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE.E.
nômicas e sociais exercem um efeito importante sobre a
saúde e a doença e que tais relações devem ser submetidas
à pesquisa científica. Sistemas de Informação
Entendia também que o próprio termo “saúde pública” Os sistemas de informação em saúde são instrumentos
expressa seu caráter político e que sua prática implica ne‐ padronizados de monitoramento e coleta de dados, que tem
cessariamente a intervenção na vida política e social para como objetivo o fornecimento de informações para análise
identificar e eliminar os fatores que prejudicam a saúde da e melhor compreensão de importantes problemas de saúde
população. da população, subsidiando a tomada de decisões nos níveis
Nas últimas décadas do século XIX, com o extraordiná‐ municipal, estadual e federal. A seguir estão relacionados os
rio trabalho de bacteriologistas como Koch e Pasteur, afir‐ sistemas de informação relativos ao tema em questão:
ma-se um novo paradigma para a explicação do processo Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM
saúde-doença. A história da criação da primeira escola de Criado pelo Ministério da Saúde em 1975 para a ob‐
saúde pública nos Estados Unidos, na Universidade Johns tenção regular de dados sobre mortalidade no país, pos‐
Hopkins, é um interessante exemplo do processo de afirma‐ sibilitou a captação de dados sobre mortalidade, de forma
ção da hegemonia desse “paradigma bacteriológico”. Desde abrangente e confiável, para subsidiar as diversas esferas
1913, quando a Fundação Rockefeller decide propor o es‐ de gestão na saúde pública. Com base nessas informações
tabelecimento de uma escola para treinar os profissionais é possível realizar análises de situação, planejamento e ava‐
de saúde pública, até a decisão, em 1916, de financiar sua liação das ações e programas na área. O SIM proporciona a
implantação em Johns Hopkins, há um importante debate produção de estatísticas de mortalidade e a construção dos
entre diversas correntes e concepções sobre a estruturação principais indicadores de saúde. A análise dessas informa‐
do campo da saúde pública. No centro do debate estiveram ções permite estudos não apenas do ponto de vista esta‐
questões como: deve a saúde pública tratar do estudo de tístico e epidemiológico, mas também sócio-demográfico.
doenças específicas, como um ramo especializado da me‐ Sistema de Informações de Nascidos Vivos - SINASC
dicina, baseando-se fundamentalmente na microbiologia e Implantado pelo Ministério da Saúde em 1990 com o
nos sucessos da teoria dos germes ou deve centrar-se no es‐ objetivo de reunir informações epidemiológicas referentes
tudo da influência das condições sociais, econômicas e am‐ aos nascimentos informados em todo território nacional,
bientais na saúde dos indivíduos? Outras questões relacio‐ apresenta atualmente um número de registros maior do
nadas: a saúde e a doença devem ser pesquisadas no labo‐ que o publicado pelo IBGE, com base nos dados de Car‐
ratório, com o estudo biológico dos organismos infecciosos, tório de Registro Civil. Por intermédio desses registros é
ou nas casas, nas fábricas e nos campos, buscando conhecer possível subsidiar as intervenções relacionadas à saúde da
as condições de vida e os hábitos de seus hospedeiros? mulher e da criança para todos os níveis do Sistema Único
Como se pode ver, o conflito entre saúde pública e me‐ de Saúde - SUS, como ações de atenção à gestante e ao re‐
dicina e entre os enfoques biológico e social do processo cém-nascido. O acompanhamento da evolução das séries
saúde-doença estiveram no centro do debate sobre a con‐
29
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
históricas do SINASC permite a identificação de prioridades e laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais
de intervenção, o que contribui para efetiva melhoria do siste‐ e de isenção tributária. Para expedição do aludido laudo, nos
ma. Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan termos do estatuto do idoso, lhe é assegurado atendimento
O Sinan é alimentado, principalmente, pela notificação e A. domiciliar pela perícia médica do INSS, pelo serviço pú‐
investigação de casos de doenças e agravos que constam da blico privado de saúde, inclusive com a indicação de peritos
lista nacional de doenças de notificação compulsória, mas é de sua preferência mesmo que não contratado ou convenia‐
facultado a estados e municípios incluir outros problemas de do do Sistema Único de Saúde − SUS.
saúde importantes em sua região. Sua utilização efetiva per‐ B. domiciliar pela perícia médica do INSS, pelo serviço
mite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de público de saúde ou pelo serviço público privado de saúde,
um evento na população, podendo fornecer subsídios para contratado ou conveniado, que integre o Sistema Único de
explicações causais dos agravos de notificação compulsória, Saúde − SUS.
além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, C. domiciliar pela perícia médica do INSS, pelo serviço
contribuindo assim, para a identificação da realidade epide‐ público de saúde ou pelo serviço público privado de saúde,
miológica de determinada área geográfica. contratado ou conveniado, independente de integrarem, por
Sistema de Informação do Programa Nacional de Imuni‐ convênio ou contratação, o Sistema Único de Saúde − SUS.
zações - SI-PNI D. hospitalar para perícia médica do INSS, com o des‐
O objetivo fundamental do SI-PNI é possibilitar aos ges‐ locamento às suas expensas, para atendimento pelo serviço
tores envolvidos no programa uma avaliação dinâmica do público privado de saúde, respeitada a indicação de peritos
risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do de sua preferência.
registro dos imunos aplicados e do quantitativo populacional E. hospitalar para perícia médica do INSS, com o desloca‐
vacinado, que são agregados por faixa etária, em determi‐ mento às expensas do Sistema Único de Saúde − SUS, para
nado período de tempo, em uma área geográfica. Por outro atendimento pelo serviço público privado de saúde, respeita‐
lado, possibilita também o controle do estoque de imunos da a indicação de peritos de sua preferência, independente de
necessário aos administradores que têm a incumbência de integrarem, por convênio ou contratação.
programar sua aquisição e distribuição.
Resposta: B
QUESTÕES
04) Lúcio foi internado em um hospital da rede privada
para submeter-se a tratamento médico eletivo a ser realizado
01) O Sistema Único de Saúde (SUS)
A. tem competência para fiscalizar e inspecionar alimen‐ pelo SUS. Na unidade hospitalar onde ele foi internado, os
tos, bem como bebidas e águas para consumo humano. quartos individuais superiores são reservados a pacientes par‐
B. pode contar com auxílio da iniciativa privada para a ticulares, e àqueles que desfrutam do atendimento gratuito
assistência à saúde desde que tenha prévia autorização. são disponibilizados quartos coletivos de nível básico.
C. pode contar com auxílio da iniciativa privada para a Com o intuito de utilizar um quarto individual, por ser
assistência à saúde desde que tenha prévia autorização. mais confortável, Lúcio se prontificou a pagar o valor da dife‐
D. participa de uma rede universalizada e hierarquizada rença entre as modalidades dos quartos, o que foi recusado
de atenção à saúde, vinculada exclusivamente ao Poder Exe‐ pelo hospital, que informou ser vedado o uso das acomo‐
cutivo federal. dações superiores por pacientes atendidos pelo SUS, mesmo
E. é financiado com recursos do orçamento fiscal. mediante pagamento complementar.
Resposta: A Considerando essa situação hipotética, julgue os seguin‐
tes itens com base na posição majoritária e atual do STF.
02) No âmbito dos Municípios, a Secretaria de Saúde ou É vedado às instituições privadas com fins lucrativos par‐
órgão equivalente exerce a direção do Sistema Único de Saú‐ ticiparem do SUS, as quais não podem, ainda, oferecer quar‐
de (SUS). Em relação à Organização, Direção e Gestão do Mu‐ tos com custos diferentes para pacientes sujeitos ao mesmo
nicípio, assinale a afirmativa INCORRETA. procedimento médico.
A. Os municípios poderão constituir consórcios para de‐ C. Certo
senvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que E. Errado
lhes correspondam. Resposta: E
B. Aplica-se aos consórcios administrativos intermunici‐
pais o princípio da direção única, e os respectivos atos consti‐ 05) Antes da criação do Sistema Único de Saúde, em
tutivos disporão sobre sua observância. 1988, a assistência médica era entendida como um benefício
C. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito muni‐ ao qual tinham direito
cipal, subordinadas ao Ministério da Saúde, integradas pelos A. trabalhadores com carteira assinada ou não, que con‐
órgãos competentes e por entidades representativas da so‐ tribuíam para o Sindicato da categoria.
ciedade civil. B. todo cidadão brasileiro, independente da condição so‐
D. No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS) cial, cor, etnia ou religião.
poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e articu‐ C. todo cidadão brasileiro, com exceção estrangeiros na‐
lar recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total turalizados a menos de um ano.
das ações de saúde. D. trabalhadores com carteira assinada, independente da
Resposta: C contribuição à Previdência.
03) Em uma situação hipotética, Marcelino, idoso de 68 E. trabalhadores que contribuíam para a Previdência So‐
anos, gravemente enfermo, necessita realizar perícia médica do cial e seus dependentes.
Instituto Nacional de Seguridade Social − INSS para expedição Resposta: E
30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Terminologia Hospitalar:
1. FUNDAMENTOS DO EXERCÍCIO DA
ENFERMAGEM. Matrícula ou registro: definido como a inscrição de um
paciente na unidade médica hospitalar que o habilita ao
atendimento.
Internação: admissão de um paciente para ocupar um
Procedimentos e técnicas leito hospitalar.
Definições: Leito Hospitalar: cama destinada á internação de um
paciente em um hospital. Não é considerado leito hospita-
A enfermagem segundo Wanda Horta é ”A ciência e lar (cama destinada ao acompanhante, camas transitórias
a arte de assistir o ser humano em suas necessidades bá- utilizadas no serviço diagnóstico de enfermagem, cama de
sicas e torna-lo independente destas necessidades quan- pré parto, recuperação pós anestésica e pós operatórios,
do for possível através do autocuidado’ . A enfermagem camas instaladas no alojamento de médicos).
como ciência pode ser exercida em vários locais tais como : Censo Hospitalar Diário: É a contagem a cada 24 horas
Hospitais, Empresas Particulares (Enf. Do Trabalho),Escolas, do número de leitos ocupados.
Unidades de Saúde, Dentro de introdução á enfermagem Dia Hospitalar: É o período de trabalho, compreendido
estuda-se a enfermagem no âmbito hospitalar. entre dois censos hospitalares consecutivos.
Nos dias de hoje, o hospital é definido segundo a OMS Leito Dia : Unidade representada pela cama á disposi-
como elemento de uma organização de caráter médico ção de um paciente no hospital.
social, cuja função consiste em assegurar assistência mé- Óbito hospitalar: é o óbito que se verificam no hospital
dica completa, curativa, e preventiva a população e cujos após o registro do paciente.
serviços externos se irradiam até a célula familiar conside- Alta: ato médico que configura a cessação da assistên-
rada em seu meio; e um centro de medicina e de pesquisa cia prestada ao paciente.
biossocial.
O PACIENTE
Funções do Hospital:
O paciente e o elemento principal de qualquer insti-
_ Preventiva: Principalmente nos ambulatórios, onde os tuição de saúde. Considera-se paciente todo o individuo
pacientes retornam após a alta para controle. submetido a tratamento, controle especiais, exames e ob-
_ Educativa : Através da educação sanitária e prática da servações medicas.
saúde pública visando o paciente, a família e a comunida- O paciente procura o hospital quando atingido pela
de. Sob o ponto de vista de formação e aperfeiçoamento doença, pois se cria nele angustia, inquietação, que leva
de profissionais de saúde. a exagerar o poder e conhecimento sobre os profissionais
_ Pesquisa: O hospital serve de campo para a pesquisa que o socorrem, muitas vezes torna-se difícil o tratamento
científica relacionada á saúde. do doente, originando problemas de relacionamento (pa-
_ Reabilitação: O hospital através do diagnóstico pre- ciente pessoal).
coce utilizando os cuidados clínicos, cirúrgicos e especiais A doença trás ao paciente graves consequências como:
por meios do qual o paciente adquire condições de retor- • Choque emocional ,
nar ao seu meio e suas atividades. • Ameaça do equilíbrio psicológico do paciente,
_ Curativa: A função a qual o Brasil faz como função • Rompimento das defesas pessoais,
principal. Tratamento de qualquer natureza. • Leva a pedir proteção e cuidados,
• Obriga ao abandono das atividades normais,
Classificação: • Ao recolhimento ao leito,
• Ao afastamento da comunidade .
Segundo o tratamento: O paciente ao ser admitido no hospital espera do
medico e da enfermagem, uma explicação, uma palavra de
Geral: É o hospital destinado á atender pacientes por- conforto em relação ao seu estado de saúde. Se isto não
tadores de doenças das várias especialidades médicas. acontece, o seu quadro psicológico pode ser agravado, le-
Especial ou Especializada: Limita-se a atender pacien- vando-o a se tornar submisso e despersonalizado, ou en-
tes necessitados de assistência de determinada especiali- tão agressivo.
dade médica . Ex: Hospital do câncer.
Prevenção e controle de infecção
Segundo o número de leitos:
Pequeno porte: hospital com capacidade normal de até Alguns conceitos importantes:
50 leitos.
Médio porte: hospital com capacidade normal de 50 a Assepsia - Segundo o Ministério da Saúde, é o proces-
150 leitos. so pelo qual se consegue afastar germes patogênicos de
Grande porte: Capacidade normal de 150 a 500 leitos. determinado local ou objeto.
Extra ou Especial: capacidade acima de 500 leitos.
1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
02 - Ao se verificar qualquer um dos sinais vitais, deve Temperatura Bucal: É contraindicada a verificação de
ser explicado ao paciente o que ser realizado; temperatura bucal nos casos de comprometimento da
03 - Quando houver alteração de alguns dos sinais vi- boca e face, e em todos os clientes impossibilitados de
tais dever ser comunicado ao enfermeiro da unidade e ao manter o termômetro sob a língua, como crianças, clientes
medico responsável pelo paciente, se for necessário. inconscientes e doentes mentais. O termômetro deverá ser
de uso individual.
Material Temperatura retal: O reto é o local de maior precisão
Bandeja contendo: para verificar a temperatura. É contraindicada a verificação
Termômetro, de temperatura retal nos casos de comprometimento do
Bolas de algodão seco, ânus, do reto e do períneo. O termômetro deverá ser de
Bolas de algodão embebidas no álcool a 70%, uso individual.
Estetoscópio, Pulso (P ou FC): É o nome que se dá à dilatação, pe-
quena e sensível, das artérias, produzida pela corrente cir-
Aparelho P.A.
culatória. Toda vez que o sangue é lançado do ventrículo
Esfigmomanômetro;
esquerdo para a aorta, a pressão e o volume provocam
Caneta
oscilações ritmadas em toda a extensão da parede arterial,
Relógio,
evidenciadas quando se comprime, moderadamente, a ar-
Gazes téria contra uma estrutura dura.
Valores de normalidade:
Temperatura (T): É o grau de calor que atinge um de- Homens: 60 a 70bpm
terminado corpo. É o equilíbrio entre a produção e a elimi- Mulheres: 65 a 80bpm
nação deste calor.
-Axilar: de 36ºC a 36,8ºC Fatores que alteram a frequência do pulso:
-Bucal :de 36,2ºC a 37ºC
-Retal: de 36,4ºC a 37,2ºC Fatores Fisiológicos: emoções, digestão, banho frio
Nomenclatura: (porque faz vaso constrição), exercícios físicos (aceleram),
algumas drogas como os digitálicos (diminuem).
- Eutermia ou normotermia: valor dentro da normalida- Fatores Patológicos:
de = 36°C a 37°C Febre - doenças agudas (aceleram)
- Febril ou febrícula: valor de 37,5°C a 38°C Choque (diminuem)
- Febre: valor de 38,1°C a 39°C Classificação do pulso pode ser quanto à:
- Pirexia: de 39,1°C a 40°C
- Hiperexia ou hipertermia: acima de 40°C 1) Regularidade:
- Hipotermia: abaixo de 36°C A. Rítmico - bate ou pulsa com regularidade, ou seja, o
Cuidados de enfermagem para hipertermia: tempo de intervalo entre os batimentos é o mesmo.
1. Estimular ingesta hídrica; B. Arrítmico - bate sem regularidade (irregular),o inter-
2. Estimular banho de água morna quase fria; valo entre os batimentos é diferente.
3. Colocar compressas frias, não geladas, nas pregas
inguinais e axilares e testa; 2)Amplitude: volume de sangue dentro da artéria.
4. Diminuir a quantidade de roupas; a) Fraco ou filiforme: redução da força ou do volume
5. Proporcionar repouso; sanguíneo (facilmente desaparece com a compressão).
b) Forte ou cheio: aumento da força ou do volume san-
6. Orientar que mantenha alimentação.
guíneo (dificilmente desaparece com a compressão).
Cuidados de enfermagem para hipotermia:
3)Tensão: força da parede da artéria.
a) Macio - fraco
1. Oferecer alimentos quentes ( chocolates, sopas, be- b) Duro – forte
bidas isotônicas);
2. Proporcionar repouso; 4)Tipos de Pulso:
3. Aumentar a quantidade de roupas; Bradisfigmico - São os batimentos do pulso abaixo do
4. Oferecer alimentos ricos em vitaminas; normal (lento)
5. Se der, aquecer o ambiente. Taquisfígmico - São os batimentos do pulso acima do
normal (acelerado)
Temperatura Axilar: Apesar de não ser a mais precisa, Dicrótico - dá a impressão de dois batimentos
é a maneira mais utilizada para se verificar a temperatura. Bradicardia - São os batimentos cardíacos abaixo do
A temperatura axilar é contraindicada nas queimaduras normal, em número
de tórax porque a circulação fica alterada), nas fraturas dos Taquicardia - São os batimentos cardíacos acima do
membros superiores, na furunculose axilar e em pacientes normal, em número
muito caquéticos.
3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Existem fatores que alteram a respiração: Técnica para verificação da Pressão Arterial
-Sono e banho quente: diminuem a respiração 01 - Lavar as mãos;
-Emoções, exercícios e banho frio: aumentam a respi- 02 - Preparar o material;
ração. 03 - Promover a desinfecção das olivas e diafragma do
Pressão Arterial – P.A: é a tensão que o sangue exer- estetoscópio com álcool a 70%;
ce nas paredes das artérias. A medida da pressão arterial 04 - Explicar ao paciente o que ser feito;
compreende a verificação da pressão máxima (sistólica) e 05 - Colocar o paciente em condição confortável, com
a pressão mínima (diastólica), sendo registrado em forma antebraço apoiado e a palma da Mao para cima,
de fração. 06 - Expor o membro superior do paciente;
4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
c) NORMAS: Conjunto de regras e instruções para de- b) Qualificar a manualização: serão selecionados os
finir procedimentos, métodos e organização. São leis que modelos de acordo com a demanda.
deliberam as ações de enfermagem quanto a o QUÊ E c) Elaborar o manual: é a colocação em prática dos es-
COMO FAZÊ-LAS. tudos realizados anteriormente.
d) CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DE NORMAS: Deve d) Distribuir o manual: o manual deve ser distribuído
ser colocada por autoridade reconhecida. Fundamenta- se pelo gestor
nos princípios: Ético, disciplinar, assepsia. A elaboração
deve ser feita de maneira ampla e expressa, clara e concisa, 5 - TIPOS E TÉCNICAS DE MANUALIZAÇÃO:
flexível, consentindo o raciocínio e a iniciativa. a) MANUAL DA ORGANIZAÇÃO, MANUAL DE ESTRU-
e) EXEMPLO DE NORMAS: Os colaboradores de enfer- TURA: Tem como finalidade a própria organização; b) MA-
magem deverão estar no local de trabalho, devidamente NUAL DE INSTRUÇÕES DE NORMAS E PROCEDIMENTOS,
uniformizados até as 7 h. Os materiais para exames labo- MANUAL DE PROCESSOS, MANUAL DE PROCEDIMENTOS,
ratoriais de rotina deverão ser direcionados ao laboratório MANUAL DE SERVIÇOS: Definem normas, diretrizes e o de-
até as 9 h. A passagem de plantão deverá ser feita na ca- talhamento de como realizar o trabalho; c) MANUAL DE
beceira do leito dando informações sobre: Estado do pa- FORMULÁRIOS: define a finalidade, o preenchimento, dis-
ciente, procedimentos realizados ou a realizar, aceitação tribuição e utilização dos formulários em uso pela organi-
da dieta e intercorrencias importantes. zação.
f) ROTINAS DE ENFERMAGEM: São conjuntos de ins- d) MANUAL DE SEQUÊNCIA ADMINISTRATIVA: (Ou de
truções técnicas concatenadas que servem para execução métodos operacionais): descreve as fases e operações de
uma tarefa específica de assistência em enfermagem. g) todo o processo. e) MANUAL DE NORMAS: Semelhante a
TAREFAS DE ENFERMAGEM: São ações que um profissional qualquer regulamento interno ou regimento, o legal ma-
de enfermagem executa. nual é constituído de informações cuja origem é qualquer
h) REGULAMENTO: É o ato normativo de caráter cons- documento considerado.
tante determinado pela administração superior e contém
as diretrizes básicas da organização de saúde. 6- CARACTERÍSTICA DOS MANUAIS: • Deve ser instru-
Regula e amplia o estatuto, caracterizando a Organi- mento de consulta frequente e de fácil acesso.
zação. • Deve ser analisado com frequência;
i) REGIMENTO: É o ato normativo acatado pela admi- •Deve refletir diretrizes do serviço.
nistração superior, de caráter flexível que contém as di- Iris Corrêa
retrizes básicas para o funcionamento do Serviço de En-
fermagem. Componentes: filosofia, organograma, ativida- 7- INDICADORES PARA O USO DE MANUAIS: Os indi-
des a serem desenvolvida, competência de cada membro, cadores para o uso de manuais estão ligados a:
quadro de pessoal. O Regimento do Serviço de Enferma- a) divulgação: isso quer dizer que os serviços internos,
gem expressa à missão institucional, as características dos mantêm relação com o público; b) coordenação: indicador
clientes a serem assistidos, bem como a disponibilidade e de pós-estudo técnico de análise de processos; c) análise:
organização dos recursos humanos e materiais para de- indicador típico do pós-estudo técnico de racionalização
senvolver e praticar essa assistência. de trabalho d) treinamento: talvez este seja o indicador dos
Iris Corrêa indicadores do uso de manuais pelas organizações.
j) PROCEDIMENTOS (PROTOCOLO): É a descrição de- Objetivo: aceitar a reunião de conhecimentos de forma
talhada e sequencial de como a atividade deve ser feita. organizada e criteriosa.
É a definição de técnica, é uniforme para toda a organiza-
ção, fundamentada em princípios científicos e não pode 8 - ETAPAS PARA ELABORAÇÃO • Diagnóstico da si-
ser mudado. tuação;
• Determinação dos assuntos;
2- ELABORAÇÃO DOS MANUAIS DE ENFERMAGEM: • Estruturação e confecção dos instrumentos;
Os manuais de enfermagem habitualmente ensinam • Implantação;
como realizar um trabalho, a necessidade de manualizar • Avaliação;
o serviço independe da realização de estudos específicos,
basta para isso o gestor em enfermagem usar instrumen- DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO • É imprescindível admi-
tos que a análise dispõe, tais como; questionários, entre- tir a estrutura organizacional do SE, a filosofia norteadora
vistas e observação pessoal. das ações, os objetivos a serem alcançados de acordo com
a necessidade da clientela, as ações de enfermagem que
3 - ESTRATÉGIAS PARA A MANUALIZAÇÃO: devem ser realizadas, os recursos humanos e materiais dis-
a) Itemizar os modelos manualizados: antes da apli- poníveis.
cação de modelos, é fundamental para que sejam iden- Para o diagnóstico da situação deve-se contar com a
tificados os vários tipos de manuais que a organização participação de todos por meio de questionário ou discus-
demanda. são em grupo.
21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
que dirige segundo suas personalidades, seus interesses e A esse respeito, enfatiza-se que os enfermeiros devem
suas capacidades, com o objetivo de proporcionar oportu- estar dispostos a rejeitar a rotina, confrontar questões
nidades reais de satisfação no trabalho. É imprescindível a e implementar ações que levem a mudanças.
capacidade de saber delegar atividades, descentralizando O desafio de mudar o perfil do administrador do cui-
responsabilidades e criando um clima de confiança entre dado à saúde requer o desenvolvimento e a maturação
o pessoal que, sem dúvida, retribuirá com atitudes amigá- de novos tipos de liderança, os quais devem estar menos
veis, espírito de iniciativa e colaboração dos integrantes da voltados para o dar ordens, papel que traduz o paradigma
equipe. do padrão administrativo vigente na era da Revolução In-
Segundo Cuaron citado por Gonçalves2, o ânimo dos dustrial. Ressalta-se, ainda, que os novos líderes não dão
empregados mantém-se alto quando estão convencidos ordens, apenas motivam as pessoas a agirem.
de que conservarão seu emprego, enquanto continuarem A era do chefe controlador é substituída pela do líder
realizando-o de modo satisfatório; seu supervisor reconhe- coordenador, cabendo a este interpretar o sentido daquilo
ce neles seres humanos e os trata como tal; têm oportu- que existe de imaginário nas expectativas dos seguidores,
nidade de serem ouvidos, quando consideram que foram juntamente com o que existe de simbólico na cultura or-
tratados injustamente; a administração está interessada ganizacional.
em seu bem-estar e progresso; seu trabalho é importante; Nessa nova era, o papel dos seguidores é tão impor-
conhecem toda a entidade para qual trabalham e os servi- tante quanto o do próprio líder. Não é mais concebível falar
ços que ela executa; a chefia justifica sua falta, quando há em líder sem se lembrar dos seguidores, pois, “sem segui-
razão, mas aplicam-lhes sanções, quando tal falta não se dores, simplesmente não há liderança”. Por essa razão, o
justifica; têm oportunidade de progredir no seu trabalho; vínculo entre líder e seguidor é considerado uma relação
suas sugestões são bem recebidas; a organização é bem simbiótica.
conceituada na comunidade. Líderes não são um sucesso por si mesmos, pois utili-
O gerente do serviço de enfermagem é o responsável zam outras pessoas enquanto estabelecem e administram
pelo nível de motivação e satisfação no grupo, que existirá o trabalho na organização; há que se lembrar de que, na
quando conseguir harmonizar os interesses do grupo com enfermagem, não seria possível proporcionar uma assis-
os objetivos da instituição. Isso é a chave para uma admi- tência de qualidade sem o suporte, a cooperação e a con-
nistração de pessoal conduzida para o sucesso. tribuição dos seguidores.
Lembramos que a posição formal ocupada pelo enfer-
meiro no organograma institucional não lhe garante o po-
7. ENFERMEIRO COMO LÍDER der de líder, pois o que autoriza alguém a agir como líder
E AGENTE DE MUDANÇA. é a percepção positiva que os seguidores apresentam em
relação à pessoa. Nessa direção, recomenda-se que a lide-
rança seja vista como uma responsabilidade e não como
posição e privilégios.
Ao longo dos anos, diversas pesquisas têm enfocado o Pesquisas já realizadas demonstram características de
tema Liderança, buscando conceituar esse fenômeno; rela- líderes frequentemente admiradas pelos seguidores, sendo
cionar características e habilidades presentes nas pessoas que honestidade, competência, olhar para diante e inspi-
que se destacam como líderes; diferenciar estilos compor- ração encabeçam a lista de atributos. De acordo com os
tamentais, valorizar aspectos situacionais, enfim, ressaltar autores, esses atributos podem ser resumidos em um único
as diferentes variáveis que podem intervir nesse processo. termo: credibilidade.
Em 1976, a partir de uma síntese de vários conceitos, a Credibilidade representa um dos três contextos princi-
liderança é definida como o processo de exercer influência pais da liderança (ao lado de comprometimento e comple-
sobre um indivíduo ou um grupo, em uma dada situação, xidade), sendo que, nos dias de hoje, o fato de ter crédito é
nos esforços para a consecução de objetivos comuns. considerado pelos autores como uma premiação, dadas as
Diferentemente dos estudos iniciais, onde a ênfase era exigências e desafios por que passam os líderes.
dada à pessoa e ao poder detido pelo líder, atualmente ob- O que mais as pessoas esperam de um líder é que ele
servamos que a marca da liderança moderna é fortalecer o desperte confiança, que seja digno de crédito, demons-
grupo de trabalho, ressaltando e valorizando as competên- trando coerência com a filosofia empresarial e congruência
cias individuais, diluindo o poder na equipe, fazendo com em suas idéias, discurso e ações; a lealdade e o comprome-
que cada membro reconheça o propósito e o significado de timento dos seguidores podem depender da credibilidade
seu trabalho. Por meio da denominação “liderança trans- percebida.
formadora”, o novo líder lança as pessoas à ação, converte Compartilhando dessa opinião, ressalta-se que ganhar
seguidores em líderes, e líderes, em agentes de mudança. a confiança dos seguidores é um requisito essencial para a
Nessa perspectiva, o enfermeiro deve estar orientado liderança eficaz, e, para isso, ações e crenças professadas
para as possibilidades de desempenhar esse novo papel de devem ser congruentes.
líder, mais orientado para o futuro, mais flexível, dinâmico e Em tempos de mudanças e de oportunidades, os gru-
disposto a assumir riscos, em contraposição ao papel con- pos de trabalho devem estar alinhados, firmes em propó-
trolador, ditador de regras, normas e procedimentos. sitos comuns e direções, para alcançar objetivos estratégi-
cos, sendo que, para isso, a liderança é necessária.
23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Frente ao exposto, entendemos que, na enfermagem, 2) um modelo metodológico que nos possibilita iden-
torna-se cada vez mais urgente a necessidade de enfren- tificar, compreender, descrever, explicar e/ou predizer as
tar as mudanças, de serem criadas novas perspectivas de necessidades humanas de indivíduos, famílias e coletivi-
trabalho, com aquisição de novos conhecimentos e habi- dades, em face de eventos do ciclo vital ou de problemas
lidades, a fim de que o enfermeiro apresente um melhor de saúde, reais ou potenciais, e determinar que aspectos
desempenho de suas funções, sejam elas assistenciais ou dessas necessidades exigem uma intervenção profissional
administrativas. de enfermagem.
Um dos desafios atuais encontrados pela enfermagem A implementação do Processo de Enfermagem de-
é conseguir oferecer um atendimento de melhor qualidade manda habilidades e capacidades cognitivas, psicomotoras
ao cliente, conciliando uma diminuição dos custos desse e afetivas, que ajudam a determinar o fenômeno obser-
serviço. Para enfrentar esse desafio, recomenda-se que no- vado e o seu significado; os julgamentos que são feitos e
vos caminhos sejam pesquisados e que os líderes redefi- os critérios para sua realização; e as ações principais e al-
nam a essência da arte e ciência da enfermagem, buscando
ternativas que o fenômeno demanda, para que se alcance
desenvolver estratégias que levem a uma prática profissio-
um determinado resultado. Esses aspectos dizem respeito
nal de maneira mais holística.
aos elementos da prática profissional considerados, por
Complementando essa idéia, a principal função do en-
natureza, inseparavelmente ligados ao Processo de Enfer-
fermeiro líder é criar e apoiar uma prática voltada para um
cuidado mais humanitário, sensitivo e atencioso, enfocan- magem: o que os agentes da Enfermagem fazem (ações e
do as necessidades individuais do cliente. intervenções de enfermagem), tendo como base o julga-
Quanto ao desempenho da liderança, são apontadas mento sobre necessidades humanas específicas (diagnós-
dificuldades frequentemente encontradas pelos enfermei- tico de enfermagem), para alcançar resultados pelos quais
ros, as quais se referem às questões de relacionamento na se é legalmente responsável (resultados de enfermagem).
equipe e às próprias atribuições desses profissionais. Além Os elementos inerentes à prática profissional (diag-
das diversas dificuldades em liderar a equipe de enferma- nósticos, intervenções e resultados de enfermagem) fa-
gem, merece destaque a insatisfação apresentada em re- voreceram o desenvolvimento, em curso, de sistemas de
lação à formação profissional, especificamente quanto ao classificação de conceitos que fazem parte da linguagem
preparo para o exercício da liderança; ressalta-se a impor- profissional da área, instrumentos tecnológicos a serem
tância de se oferecer oportunidade para o aluno desenvol- utilizados:
ver atitudes críticas e reflexivas, a criatividade e a consciên- a) no processo e no produto do raciocínio e julgamen-
cia de que devem atuar como agentes de mudança. to clínico acerca das necessidades humanas de indivíduos,
famílias e coletividades, diante de eventos do ciclo vital ou
de problemas de saúde, reais ou potenciais;
8. CONCEPÇÕES TEÓRICO-PRÁTICAS DA b) no processo e no produto do raciocínio e julga-
mento terapêutico acerca das necessidades de cuidado da
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM.
clientela (indivíduos, famílias e coletividades) e dos resul-
tados que são sensíveis à intervenção de enfermagem; e
c) na documentação da prática profissional.
O Processo de Enfermagem indica um trabalho profis- Tendo por base os aspectos apontados, objetivamos
sional específico e pressupõe uma série de ações dinâmi- neste artigo fazer uma síntese da evolução do conceito e
cas e inter-relacionadas para sua realização, ou seja, indica apresentar exemplos de estudos em que se vinculam os
a adoção de um determinado método ou modo de fazer elementos da prática profissional, inerentes ao Processo de
(Sistematização da Assistência de Enfermagem), funda-
Enfermagem (diagnósticos, intervenções e resultados de
mentado em um sistema de valores e crenças morais e no
enfermagem), à investigação científica.
conhecimento técnico-científico da área. Na literatura, cos-
tuma ser descrito como o ponto focal, o cerne ou a essên-
Evolução do conceito Processo de Enfermagem
cia da prática da Enfermagem.
Entretanto, a compreensão acerca do significado e sua
adoção deliberada na prática profissional ainda não são Na Enfermagem, as raízes plantadas por Florence
unanimidade no âmbito da Enfermagem, embora se obser- Nightingale têm permitido, até os dias atuais, que se avan-
ve ter havido uma sensível mudança nesse sentido a partir ce no conhecimento sobre o processo de cuidar, considera-
das três últimas décadas do século XX. do a essência do saber e do fazer de seus agentes.
Compreendendo-se tecnologia como a utilização do O significado atribuído ao Processo de Enfermagem e
conhecimento para a produção de bens e serviços, pode- o modo como ele é aplicado à prática profissional são di-
se definir o Processo de Enfermagem como: nâmicos, modificando-se ao longo do tempo e de acordo
1) um instrumento tecnológico de que lançamos mão com os diferentes cenários da prática assistencial. Assim,
para favorecer o cuidado, para organizar as condições ne- podem ser identificadas gerações distintas do Processo de
cessárias à realização do cuidado e para documentar a prá- Enfermagem, cada uma delas influenciada pelo estágio do
tica profissional; ou conhecimento e pelas forças atuantes que lhe são contem-
porâneos.
24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
A expressão Processo de Enfermagem ainda não era O movimento de identificação e classificação de diag-
utilizada na segunda metade do século XIX, muito embora, nósticos de enfermagem provocou uma revolução no pen-
à época, Florence já enfatizasse a necessidade de ensinar samento da área e uma consequente mudança, da ênfase
as enfermeiras a observar e a fazer julgamentos sobre as anterior na identificação e solução de problemas para a
observações feitas. Sua introdução formal na linguagem ênfase no raciocínio diagnóstico e no pensamento crítico.
profissional ocorreu nos anos 50 do século XX, sob influên- Esse fato muda o entendimento do Processo de Enfer-
cia do método de solução de problemas, cujas raízes eram magem, de um processo lógico, linear, de solução de pro-
o método científico de observação, mensuração e análise blemas, para um processo dinâmico, em espiral ascendente
de dados. e recorrente, que nos auxilia a gerenciar a informação sobre
Observa-se, nesse momento histórico, a ênfase no en- a clientela e a tomar decisões sobre as ações e intervenções
sino do método de solução de problemas nas escolas de profissionais que ela demanda.
enfermagem, durante o que se destacava a importância da A segunda geração do Processo de Enfermagem deter-
coleta sistemática e análise de dados, realizadas com rigor mina novas necessidades no ensino e na prática assisten-
metodológico. São exemplos desse modo de pensar a lista cial, em especial a de entender como o julgamento clínico
dos 21 problemas que deveriam ser o foco do cuidado de se processa e aumentar a habilidade profissional no racio-
enfermagem, elaborada por cínio diagnóstico.
Faye Abdellah em 1960, e a lista das 14 áreas de neces- Ao término da década de 1980, a evolução e o de-
sidades humanas básicas, descrita por Virgínia Henderson, senvolvimento contínuo dos sistemas de classificação dos
também em 1960. elementos da prática profissional, as pesquisas em anda-
À época, foram, ainda, publicados na literatura da área mento sobre a dinâmica do raciocínio e julgamento clínico,
exemplos de instrumentos de coleta de dados, como o bem como a tendência emergente no sistema de saúde
modelo baseado em 13 áreas funcionais, proposto por Fa- para especificar e avaliar os resultados da atenção à saú-
yeMcCain em 1965. de, determinaram as condições para a ocorrência de outra
Em 1967, o Processo de Enfermagem foi descrito por transformação no modo de pensar e no modo de aplicar o
Helen Yura e Mary B. Walsh com quatro fases: coleta de Processo de Enfermagem.
dados, planejamento, intervenção e avaliação. Ao descrevê O foco da terceira geração do Processo de Enferma-
-lo, as duas autoras enfatizaram as habilidades intelectuais,
gem, iniciada por volta dos anos 1990, se volta agora para
interpessoais e técnicas que consideravam ser necessárias
a especificação e testagem na prática de resultados do pa-
e essenciais à prática profissional e, portanto, aspectos sig-
ciente que sejam sensíveis à intervenção profissional. Uma
nificativos para a execução do Processo de Enfermagem.
vez que um diagnóstico de enfermagem é feito, especifica-
A despeito de sua indiscutível importância, um aspec-
se um resultado a ser alcançado e cria-se com isso uma du-
to que caracterizou essa primeira geração do Processo de
pla obrigação, a de intervir e, em seguida, avaliar a eficácia
Enfermagem foi que as necessidades de cuidado e os pro-
da intervenção realizada.
cessos de solução dos problemas dos pacientes relaciona-
vam-se, predominantemente, a determinadas condições
Da teoria à prática assistencial e de pesquisa
fisiopatológicas, médicas.
Em 1973, foi realizada a primeira conferência para clas-
sificação de diagnósticos de enfermagem em que, usando A ligação entre os elementos da prática profissional
tanto o processo de raciocínio dedutivo quanto o indutivo, e a investigação científica pode ser identificada desde as
as participantes elaboraram e aprovaram a primeira lista- primeiras expressões da pesquisa na área. Segundo a lite-
gem de problemas/situações que eram reconhecidos na ratura, nas décadas de 1920 e 1930 começaram a ser publi-
prática como pertencentes ao domínio independente da cados estudos de caso envolvendo a análise e a avaliação
profissão. sistemáticas de um cliente ou grupo de clientes similares,
O termo diagnóstico estava presente na literatura da para promover a compreensão acerca da situação e das in-
área desde 1950, quando Louise McManus, em conferência tervenções de enfermagem que se faziam necessárias.
pronunciada no Teachers College, em Nova Iorque, se refe- Com o emprego dos estudos de caso, observaram-se
riu à função específica da enfermeira como sendo a iden- o início do uso de instrumentos de coleta de informações
tificação ou diagnóstico do problema e o reconhecimento sobre os pacientes, a análise e formulação de julgamentos
de seus aspectos inter-relacionados, assim como a decisão clínicos sobre as informações coletadas e a diferenciação
sobre as ações a serem implementadas para sua solução. entre o que seria intervenção médica e de enfermagem,
Entretanto, até 1973, a etapa diagnóstica não estava in- listadas separadamente.
cluída no Processo de Enfermagem. Em vista desse fato, Dessa forma, há uma indiscutível relação entre os es-
pode-se afirmar que o movimento de identificação e clas- tudos de caso e o aparecimento dos primeiros planos de
sificação de diagnósticos de enfermagem marcou o início cuidado de enfermagem. Assim como se pode afirmar que
de uma nova geração do Processo de Enfermagem e, acima os estudos de caso foram os precursores dos planos de
de tudo, o início de uma nova era para a Enfermagem, que cuidado, também se pode dizer que os planos de cuidado
avança progressivamente, desde então, para sua estrutura- foram as primeiras expressões do que mais tarde se con-
ção definitiva como uma Ciência. vencionou denominar Processo de Enfermagem.
25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
O Processo de Enfermagem é aplicável em uma ampla Ressalte-se que a elaboração de perfil diagnóstico de
variedade de ambientes (instituições prestadoras de servi- enfermagem para clientelas específicas aproxima-se do que
ços de internação hospitalar ou de serviços ambulatoriais o Conselho Internacional de Enfermagem-CIE denomina
de saúde, escolas, associações comunitárias, fábricas, do- catálogos CIPE (Classificação Internacional para a Prática
micílios, entre outros); e em uma ampla variedade de situa- de Enfermagem), definidos como conjuntos de enunciados
ções clínicas em que as observações sobre as necessidades preestabelecidos de diagnósticos, intervenções e resultados
humanas da clientela acompanham, pari passu, o proces- de enfermagem, a que se tem acesso rápido, de modo a
so de tomada de decisão acerca do cuidado requerido e facilitar a documentação da assistência prestada à clientela.
a avaliação posterior dos resultados que se obtêm com a Quanto às intervenções executadas pelos profissionais
ação/intervenção profissional. de enfermagem, pode-se, com o auxílio da pesquisa cientí-
Exemplificaremos, a seguir, trabalhos desenvolvidos fica, não somente procurar conhecer seu custo operacional,
nos últimos dez anos no Programa de Pós-Graduação em como responder algumas questões que se impõem: que
intervenções funcionam melhor para o alcance de um de-
Enfermagem – Centro de Ciências da Saúde da Universi-
terminado resultado, diante de um diagnóstico de enfer-
dade Federal da Paraíba (PPGENF-CCS/UFPB), em que se
magem específico; que intervenções são usualmente exe-
vinculam os elementos da prática profissional, inerentes ao
cutadas em conjunto e que intervenções são usualmente
Processo de Enfermagem (diagnósticos, intervenções e re-
executadas em determinadas áreas ou especialidades. As
sultados de enfermagem), à pesquisa científica. respostas a essas questões facilitariam o processo de de-
Antecedendo o diagnóstico de enfermagem, há exem- terminação dos custos das intervenções de enfermagem,
plos de estudos metodológicos em que se desenvolveu pois limitam o número àquelas mais usuais ao se cuidar
escala psicométrica para avaliação do conceito de Ima- de determinados grupos de clientes ou em determinados
gem corporal ou instrumentos de coleta de dados a serem ambientes de cuidado. Identificadas pode-se calcular um
aplicados a clientes adultos em Clínica Médica, a crianças valor para elas, tendo por base o nível de complexidade,
de 0 a 5 anos em Clínica Pediátrica, a idosos atendidos no profissional envolvido (enfermeira, técnico ou auxiliar de
Programa de Saúde da Família, a clientes adultos em Clíni- enfermagem), tempo, quantidade e recursos/equipamen-
ca Cirúrgica e a recém-nascidos internados em Unidade de tos requeridos em sua execução.
Terapia Intensiva Neonatal. Nos últimos dez anos há, no PPGENF-CCS/UFPB, dois
Os estudos que objetivavam desenvolver instrumentos estudos que empregaram, especificamente, uma ligação
de coleta de dados utilizaram como referencial a Teoria das entre os elementos diagnóstico e intervenção de enferma-
Necessidades Humanas Básicas elaborada por Wanda de gem no processo de pesquisa.
Aguiar Horta e percorreram etapas metodológicas simila- No primeiro deles, após confirmar, à luz dos conceitos
res: revisão de literatura sobre as necessidades humanas da Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Horta, a
básicas e sua aplicação à clientela alvo do estudo; identifi- presença do diagnóstico de enfermagem Mobilidade física
cação, na literatura da área da saúde, de modo geral, e da prejudicada em trinta clientes hospitalizados, com foco nas
Enfermagem, em particular, de indicadores empíricos das características definidoras, apresenta-se uma proposta de
necessidades humanas básicas; avaliação, por grupo de en- intervenções de enfermagem, embasada na Classificação
fermeira(o)s perita(o)s na área clínica específica, do grau de de Intervenções de Enfermagem (Nursing Interventions
relevância dos indicadores empíricos identificados na lite- Classification-NIC) e na literatura da área.
ratura, sendo validados aqueles com índice de concordân- O segundo estudo aborda, sob o ponto de vista da Epi-
cia ≥ 0,80; construção da primeira versão do instrumento demiologia Social, diagnósticos de enfermagem estabele-
de coleta de dados; avaliação, pelo grupo de enfermeira(o) cidos para um grupo de pacientes portadores de AIDS e
apresenta uma proposta de intervenções elaborada com
s perita(o)s, da estrutura, forma de apresentação e opera-
base na CIPE®.
cionalidade clínica do instrumento.
Mais recentemente, buscando dar continuidade a ati-
Com relação ao diagnóstico de enfermagem, os tra-
vidades desenvolvidas junto à Associação Brasileira de En-
balhos desenvolvidos no PPGENF-CCS/UFPB percorreram
fermagem (ABEn Nacional) e ao CIE, como responsáveis
duas vertentes metodológicas principais: pela produção de um inventário vocabular de enfermagem
1) a validação clínica ou de conteúdo de características em saúde coletiva, desenvolveu-se uma pesquisa cuja fi-
definidoras, fatores causais ou fatores de risco de diagnós- nalidade era a de identificar os termos utilizados pelos di-
ticos específicos, como Padrão respiratório ineficaz e Risco ferentes componentes da equipe de enfermagem para se
para úlcera de pressão; e referir aos fenômenos/diagnósticos/ problemas e às ações/
2) a construção, com base em modelos teóricos, siste- intervenções/prescrições de enfermagem, de modo a, não
mas conceituais ou teorias de enfermagem, de perfil diag- somente concorrer para a construção da CIPE, mas, so-
nóstico para clientelas específicas, a exemplo de pacientes bretudo, elaborar um instrumental tecnológico, sensível a
vítimas de trauma admitidos em CTI19, pacientes acome- nossa realidade, para inserção em sistemas de informação
tidos por infarto do miocárdio, pacientes prostatectomiza- da prática profissional. Esse projeto, concluído em 2005,
dos ou pacientes internados em Clínica Médica e Clínica gerou a elaboração de um segundo, cujo objetivo geral foi
Cirúrgica. o de construir um banco de dados de enfermagem a serem
introduzidos em sistemas de informação.
26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Isso está sendo feito através da identificação de ter- cias. O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no uso
mos da linguagem profissional relacionados a fenômenos de suas atribuições legais que lhe são conferidas pela Lei
e ações de enfermagem e do mapeamento cruzado com as nº 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo Regimento da Au-
classificações de termos constantes na CIPE e em outras tarquia, aprovado pela Resolução COFEN nº 242, de 31 de
terminologias da área. agosto de 2000;
Ressalte-se a importância da construção de um banco CONSIDERANDO o art. 5º, Inciso XIII, e o art. 196 da
de dados que inclua termos relacionados a diagnósticos/ Constituição da República Federativa do Brasil, promulga-
resultados e a ações de enfermagem de modo a favorecer da em 05 de outubro de 1988;
a utilização de uma linguagem comum e, ao mesmo tem- CONSIDERANDO a Lei nº 7.498, de 25 de junho de
po, integrar o conhecimento científico e o conhecimento 1986, e o Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que
prático da profissão. a regulamenta;
Considera-se que um banco assim construído pode CONSIDERANDO os princípios fundamentais e as nor-
contribuir sobremaneira para o registro sistemático dos mas do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem,
elementos da prática – diagnósticos, intervenções e resul- aprovado pela Resolução COFEN nº 311, de 08 de fevereiro
tados de enfermagem; consequentemente, para o aumen- de 2007;
to de visibilidade e de reconhecimento profissional e, por CONSIDERANDO a evolução dos conceitos de Consul-
outro lado, para uma possibilidade concreta de avaliação ta de Enfermagem e de Sistematização da Assistência de
da prática de enfermagem. Enfermagem; CONSIDERANDO que a Sistematização da
Assistência de Enfermagem organiza o trabalho profissio-
nal quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando
possível a operacionalização do processo de Enfermagem;
9. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE CONSIDERANDO que o processo de Enfermagem é um
ENFERMAGEM. instrumento metodológico que orienta o cuidado profis-
sional de Enfermagem e a documentação da prática pro-
fissional;
CONSIDERANDO que a operacionalização e documen-
SAE- Sistematização do Serviço de Enfermagem tação do Processo de Enfermagem evidencia a contribui-
ção da Enfermagem na atenção à saúde da população, au-
É uma atividade privativa do enfermeiro, que por meio mentando a visibilidade e o reconhecimento profissional;
de um método e estratégia de trabalho científico realiza a CONSIDERANDO resultados de trabalho conjunto ha-
identificação das situações de saúde, subsidiando a prescri- vido entre representantes do COFEN e da Subcomissão da
ção e implementação das ações de Assistência de enferma- Sistematização da Prática de Enfermagem e Diretoria da
gem, que possam contribuir para a promoção, prevenção, Associação Brasileira de Enfermagem, Gestão 2007-2010;
recuperação e reabilitação em saúde do indivíduo, família e CONSIDERANDO tudo o mais que consta nos autos
e comunidade. A SAE “Requer do enfermeiro interesse em do Processo nº 134/2009;
conhecer o paciente como indivíduo, utilizando para isto RESOLVE:
seus conhecimentos e habilidades, além de orientação e Art. 1º O Processo de Enfermagem deve ser realizado,
treinamento da equipe de enfermagem para a implemen- de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes,
tação das ações sistematizadas”. públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional
É um meio para o enfermeiro utilizar seus conhecimen- de Enfermagem.
tos técnico-científicos, mostrando a sua prática profissio- § 1º – os ambientes de que trata o caput deste artigo
nal. Os enfermeiros na sua grande maioria estão sobre- referem-se a instituições prestadoras de serviços de inter-
carregados com atividades administrativas, muitas vezes nação hospitalar, instituições prestadoras de serviços am-
levando metade de seu tempo gerenciando e coletando bulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações co-
informações. O exercício profissional fica ainda mais árduo, munitárias, fábricas, entre outros.
quando nos hospitais a relação enfermeiro/leitos ocupada , § 2º – quando realizado em instituições prestadoras de
faz com que o dia a dia do Enfermeiro, seja um desafio em serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, asso-
administrar seu tempo realizando tarefas com qualidade. ciações comunitárias, entre outros, o Processo de Saúde
de Enfermagem corresponde ao usualmente denominado
RESOLUÇÃO COFEN-358/2009 nesses ambientes como Consulta de Enfermagem. Art. 2º
O Processo de Enfermagem organiza-se em cinco etapas
Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfer- inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes:
magem e a implementação do Processo de Enfermagem em I – Coleta de dados de Enfermagem (ou Histórico de
ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado Enfermagem) – processo deliberado, sistemático e con-
profissional de Enfermagem, e dá outras providências tínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas va-
Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfer- riadas, que tem por finalidade a obtenção de informações
magem e a implementação do Processo de Enfermagem sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre
em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cui- suas respostas em um dado momento do processo saúde
dado profissional de Enfermagem, e dá outras providên- e doença.
27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Considerando a grande extensão territorial do País, Art. 2º Determinar às Secretarias de Saúde dos estados,
que impõe distâncias significativas entre municípios de do Distrito Federal e dos municípios em Gestão Plena do
pequeno e médio porte e seus respectivos municípios de Sistema Municipal de Saúde, de acordo com as respecti-
referência para a atenção hospitalar especializada e de alta vas condições de gestão e a divisão de responsabilidades
complexidade, necessitando, portanto, de serviços inter- definida na Norma Operacional de Assistência à Saúde –
mediários em complexidade, capazes de garantir uma ca- NOAS-SUUS 01/2002, a adoção das providências neces-
deia de reanimação e estabilização para os pacientes gra- sárias à implantação dos Sistemas Estaduais de Urgência
ves e uma cadeia de cuidados imediatos e resolutivos para e Emergência, à organização das redes assistenciais deles
os pacientes agudos não-graves; integrantes e à organização/habilitação e cadastramento
Considerando a necessidade de ordenar o atendimen- dos serviços, em todas as modalidades assistenciais, que
to às Urgências e Emergências, garantindo acolhimento, integrarão estas redes, tudo em conformidade com o es-
primeira atenção qualificada e resolutiva para as pequenas tabelecido no Regulamento Técnico aprovado por esta
e médias urgências, estabilização e referência adequada Portaria, bem como a designação, em cada estado, do res-
dos pacientes graves dentro do Sistema Único de Saúde, pectivo Coordenador do Sistema Estadual de Urgência e
por meio do acionamento e intervenção das Centrais de Emergência.
Regulação Médica de Urgências; § 1º As Secretarias de Saúde dos estados e do Distri-
Considerando a expansão de serviços públicos e priva- to Federal devem estabelecer um planejamento de distri-
dos de atendimento préhospitalar móvel e de transporte buição regional dos Serviços, em todas as modalidades
inter-hospitalar e a necessidade de integrar estes serviços assistenciais, de maneira a constituir o Plano Estadual de
à lógica dos sistemas de urgência, com regulação médica e Atendimento às Urgências e Emergências conforme esta-
presença de equipe de saúde qualificada para as especifici- belecido no Capítulo I do Regulamento Técnico desta Por-
dades deste atendimento e a obrigatoriedade da presença taria e adotar as providências necessárias à organização/
do médico nos casos que necessitem suporte avançado à habilitação e cadastramento dos serviços que integrarão o
vida, e Sistema Estadual de Urgência e Emergência;
Considerando a necessidade de estimular a criação de § 2º A abertura de qualquer Serviço de Atendimento às
estruturas capazes de problematizar a realidade dos servi- Urgências e Emergências deverá ser precedida de consulta
ços e estabelecer o nexo entre trabalho e educação, de for- ao Gestor do SUS, de nível local ou estadual, sobre as nor-
ma a resgatar o processo de capacitação e educação con- mas vigentes, a necessidade de sua criação e a possibilida-
tinuada para o desenvolvimento dos serviços e geração de de de cadastramento do
impacto em saúde dentro de cada nível de atenção e ainda mesmo, sem a qual o SUS não se obriga ao cadastra-
de propor currículos mínimos de capacitação e habilitação mento.
para o atendimento às urgências, em face dos inúmeros § 3º Uma vez concluída a fase de Planejamento/Distri-
conteúdos programáticos e cargas horárias existentes no buição de Serviços conforme estabelecido no § 1º, confir-
país e que não garantem a qualidade do aprendizado, re- mada a necessidade do cadastramento e conduzido o pro-
solve: cesso de seleção de prestadores de serviço pelo Gestor do
Art. 1º Aprovar, na forma do Anexo desta Portaria, o SUS, o processo de cadastramento deverá ser formalizado
Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência pela Secretaria de Saúde do estado, do Distrito Federal ou
e Emergência. do município em Gestão Plena do Sistema Municipal, de
§ 1º O Regulamento ora aprovado estabelece os prin- acordo com as respectivas condições de gestão e a divisão
cípios e diretrizes dos Sistemas Estaduais de Urgência e de responsabilidades estabelecida na Norma Operacional
Emergência, as normas e critérios de funcionamento, classi- de Assistência à Saúde – NOAS-SUS 01/2002.
ficação e cadastramento de serviços e envolve temas como § 4º O Processo de Cadastramento deverá ser instruído com:
a elaboração dos Planos Estaduais de Atendimento às Ur- a - Documentação comprobatória do cumprimento das
gências e Emergências, Regulação Médica das Urgências exigências estabelecidas no Regulamento Técnico aprova-
e Emergências, atendimento pré-hospitalar, atendimento do por esta Portaria.
pré-hospitalar móvel, atendimento hospitalar, transporte b - Relatório de Vistoria – a vistoria deverá ser realizada
inter-hospitalar e ainda a criação de Núcleos de Educação “in loco” pela Secretaria de Saúde responsável pela forma-
em Urgências e proposição de grades curriculares para ca- lização do Processo de Cadastramento que avaliará as con-
pacitação de recursos humanos da área; dições de funcionamento do Serviço para fins de cadas-
§ 2º Este Regulamento é de caráter nacional devendo tramento: área física, recursos humanos, responsabilidade
ser utilizado pelas Secretarias de Saúde dos estados, do técnica e demais exigências estabelecidas nesta Portaria;
Distrito Federal e dos municípios na implantação dos Sis- c - Parecer Conclusivo do Gestor – manifestação ex-
temas Estaduais de Urgência e Emergência, na avaliação, pressa, firmada pelo Secretário da Saúde, em relação ao
habilitação e cadastramento de serviços em todas as mo- cadastramento. No caso de Processo formalizado por Se-
dalidades assistenciais, sendo extensivo ao setor privado cretaria Municipal de Saúde de município em Gestão Plena
que atue na área de urgência e emergência, com ou sem do Sistema Municipal de Saúde, deverá constar, além do
vínculo com a prestação de serviços aos usuários do Siste- parecer do gestor local, o parecer do gestor estadual do
ma Único de Saúde. SUS, que será responsável pela integração do Centro à rede
estadual e a definição dos fluxos de referência e contra-re-
29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
- julgar e decidir sobre a gravidade de um caso que lhe - participar de programa de educação continuada para
está sendo comunicado por rádio ou telefone, estabele- suas tarefas; - velar para que todos os envolvidos na aten-
cendo uma gravidade presumida; ção pré-hospitalar observem, rigorosamente, a ética e o
- enviar os recursos necessários ao atendimento, consi- sigilo profissional, mesmo nas comunicações radiotelefôni-
derando necessidades e ofertas disponíveis; cas; - manter-se nos limites do sigilo e da ética médica ao
- monitorar e orientar o atendimento feito por outro atuar como porta-voz em situações de interesse público.
profissional de saúde habilitado (médico intervencionista, 1.2 - Gestoras:
enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem), por profis- Ao médico regulador também competem funções ges-
sional da área de segurança ou bombeiro militar (no limite toras– tomar a decisão gestora sobre os meios disponíveis,
das competências desses profissionais) ou ainda por leigo devendo possuir delegação direta dos gestores municipais
que se encontre no local da situação de urgência; - definir e estaduais para acionar tais meios, de acordo com seu jul-
e acionar o serviço de destino do paciente, informando-o gamento. Assim, o médico regulador deve:
sobre as condições e previsão de chegada do mesmo, su- - decidir sobre qual recurso deverá ser mobilizado
gerindo os meios necessários ao seu acolhimento; frente a cada caso, procurando, entre as disponibilidades a
- julgar a necessidade ou não do envio de meios mó- resposta mais adequada a cada situação, advogando assim
veis de atenção. Em caso negativo, o médico deve explicar pela melhor resposta necessária a cada paciente, em cada
sua decisão e esclarecer o demandante do socorro quanto situação sob o seu julgamento; - decidir sobre o destino
a outras medidas a serem adotadas, por meio de orienta- hospitalar ou ambulatorial dos pacientes atendidos no pré
ção ou conselho médico, que permita ao solicitante assu- -hospitalar;
mir cuidados ou buscá-los em local definido pelo médico - decidir os destinos hospitalares não aceitando a ine-
regulador; xistência de leitos vagos como argumento para não dire-
- reconhecer que, como a atividade do médico regula- cionar os pacientes para a melhor hierarquia disponível
dor envolve o exercício da telemedicina, impõese a grava- em termos de serviços de atenção de urgências, ou seja,
ção contínua das comunicações, o correto preenchimento garantir o atendimento nas urgências, mesmo nas situa-
ções em que inexistam leitos vagos para a internação de
das fichas médicas de regulação, das fichas de atendimen-
pacientes (a chamada “vaga zero” para internação). Deve-
to médico e de enfermagem, e o seguimento de protocolos
rá decidir o destino do paciente baseado na planilha de
institucionais consensuados e normatizados que definam
hierarquias pactuada e disponível para a região e nas in-
os passos e as bases para a decisão do regulador;
formações periodicamente atualizadas sobre as condições
- estabelecer claramente, em protocolo de regulação,
de atendimento nos serviços de urgência, exercendo as
os limites do telefonista auxiliar de regulação médica, o
prerrogativas de sua autoridade para alocar os pacientes
qual não pode, em hipótese alguma, substituir a prerroga-
dentro do sistema regional, comunicando sua decisão aos
tiva de decisão médica e seus desdobramentos, sob pena
médicos assistentes das portas de urgência;
de responsabilização posterior do médico regulador; - o médico regulador de urgências regulará as portas
- definir e pactuar a implantação de protocolos de in- de urgência, considerando o acesso a leitos como uma se-
tervenção médica pré-hospitalar, garantindo perfeito en- gunda etapa que envolverá a regulação médica das trans-
tendimento entre o médico regulador e o intervencionista, ferências inter hospitalares, bem como das internações;
quanto aos elementos de decisão e intervenção, objetivi- - acionar planos de atenção a desastres que estejam
dade nas comunicações e precisão nos encaminhamentos pactuados com os outros interventores, frente a situações
decorrentes; excepcionais, coordenando o conjunto da atenção médica
- monitorar o conjunto das missões de atendimento de urgência;
e as demandas pendentes; - registrar sistematicamente os - requisitar recursos públicos e privados em situações
dados das regulações e missões, pois como frequentemen- excepcionais, com pagamento ou contrapartida a posterio-
te o médico regulador irá orientar o atendimento por radio- ri, conforme pactuação a ser realizada com as autoridades
telefonia (sobretudo para os profissionais de enfermagem), competentes;
os protocolos correspondentes deverão estar claramente - exercer a autoridade de regulação pública das urgên-
constituídos e a autorização deverá estar assinada na ficha cias sobre a atenção pré-hospitalar móvel privada, sempre
de regulação médica e no boletim/ficha de atendimento que esta necessitar conduzir pacientes ao setor públi-
pré-hospitalar; co, sendo o pré-hospitalar privado responsabilizado pelo
- saber com exatidão as capacidades/habilidades da transporte e atenção do paciente até o seu destino defini-
sua equipe de forma a dominar as possibilidades de pres- tivo no Sistema;
crição/orientação/intervenção e a fornecer dados que per- - contar com acesso às demais centrais do Complexo
mitam viabilizar programas de capacitação/revisão que Regulador, de forma que possa ter as informações neces-
qualifiquem/habilitem os intervenientes; sárias e o poder de dirigir os pacientes para os locais mais
- submeter-se à capacitação específica e habilitação adequados, em relação às suas necessidades.
formal para a função de regulador e acumular, também, ca- 2 - Regulação do Setor Privado de Atendimento Pré
pacidade e experiência na assistência médica em urgência, -Hospitalar Móvel (incluídas as concessionárias de rodo-
inclusive na intervenção do pré- hospitalar móvel; vias):
33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
O Setor privado de atendimento pré-hospitalar das ur- Não se pode admitir que um paciente em acompanha-
gências e emergências deve contar, obrigatoriamente, com mento em uma unidade básica de saúde, por exemplo, por
Centrais de Regulação Médica, médicos reguladores e de hipertensão arterial, quando acometido por uma crise hi-
intervenção, equipe de enfermagem e assistência técnica pertensiva, não seja acolhido na unidade em que habitual-
farmacêutica (para os casos de serviços de atendimentos mente faz tratamento. Nesta situação se aplicaria o verda-
clínicos). Estas Centrais de Regulação privadas devem ser deiro conceito de pronto atendimento, pois, numa unidade
submetidas à regulação pública, sempre que suas ações ul- onde o paciente tem prontuário e sua história pregressa
trapassarem os limites estritos das instituições particulares e atual são conhecidas, é possível fazer um atendimento
não-conveniadas ao Sistema Único de Saúde - SUS, inclu- rápido e de qualidade, com avaliação e re-adequação da
sive nos casos de medicalização de assistência domiciliar terapêutica dentro da disponibilidade medicamentosa da
nãourgente. unidade. Quando este paciente não é acolhido em sua uni-
3 – Regulação Médica de Outras Entidades/Corpora- dade, por ausência do profissional médico, por falta de va-
ções/Organizações Os Corpos de Bombeiros Militares (in- gas na agenda ou por qualquer outra razão e recorre a uma
cluídas as corporações de bombeiros independentes e as unidade de urgência como única possibilidade de acesso, é
vinculadas às Polícias Militares), as Polícias Rodoviárias e atendido por profissionais que, muitas vezes, possuem vín-
outras organizações da Área de Segurança Pública deve- culo temporário com sistema, não conhecem a rede loco
rão seguir os critérios e os fluxos definidos pela regulação regional e suas características funcionais e, frequentemen-
médica das urgências do SUS, conforme os termos deste te, prescrevem medicamentos não disponíveis na rede SUS
Regulamento. e de alto custo . Assim, o paciente não usa a nova medica-
ção que lhe foi prescrita porque não pode adquiri-la e, tão
CAPÍTULO III pouco, usa a medicação anteriormente prescrita e dispo-
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR FIXO nível na unidade de saúde, pois não acredita que esta seja
suficiente para controlar sua pressão. Esta situação proble-
O Atendimento Pré-Hospitalar Fixo é aquela assistên- ma é apenas ilustrativa de uma grande gama de situações
semelhantes, que acontecem diariamente, não apenas com
cia prestada, num primeiro nível de atenção, aos pacientes
hipertensos, mas com diabéticos, pacientes portadores de
portadores de quadros agudos, de natureza clínica, trau-
dor aguda e/ou crônica, cardiopatas, portadores de doen-
mática ou ainda psiquiátrica, que possa levar a sofrimento,
ça pulmonar obstrutiva crônica, mulheres em acompanha-
sequelas ou mesmo à morte, provendo um atendimento
mento ginecológico e/ou obstétrico, crianças em programa
e/ou transporte adequado a um serviço de saúde hierar-
de puericultura e etc.
quizado, regulado e integrante do Sistema Estadual de
1.2 - Capacitação de Recursos Humanos
Urgência e Emergência. Este atendimento é prestado por
É de conhecimento geral que os aparelhos formado-
um conjunto de unidades básicas de saúde, unidades do
res oferecem insuficiente formação para o enfrentamento
Programa de Saúde da Família (PSF), Programa de Agentes
das urgências. Assim, é comum que profissionais da saúde,
Comunitários de Saúde (PACS), ambulatórios especializa- ao se depararem com uma urgência de maior gravidade,
dos, serviços de diagnóstico e terapia, unidades nãohospi- tenham o impulso de encaminhá-la rapidamente para uni-
talares de atendimento às urgências e emergências e pelos dade de maior complexidade, sem sequer fazer uma ava-
serviços de atendimento pré-hospitalar móvel (que serão liação prévia e a necessária estabilização do quadro, por in-
abordados no Capítulo IV). segurança e desconhecimento de como proceder. Assim, é
1 - AS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS E A ATENÇÃO PRI- essencial que estes profissionais estejam qualificados para
MÁRIA À SAÚDE E O PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA este enfrentamento, se quisermos imprimir efetividade em
As atribuições e prerrogativas das unidades básicas de sua atuação.
saúde e das unidades de saúde da família em relação ao 1.3 - Estruturação dos Recursos Físicos Todas estas uni-
acolhimento/atendimento das urgências de baixa gravi- dades devem ter um espaço devidamente abastecido com
dade/complexidade devem ser desempenhadas por todos medicamentos e materiais essenciais ao primeiro atendi-
os municípios brasileiros, independentemente de estarem mento/estabilização de urgências que ocorram nas proxi-
qualificados para atenção básica (PAB) ou básica ampliada midades da unidade ou em sua área de abrangência e/ou
(PABA), conforme detalhamento abaixo: sejam para elas encaminhadas, até a viabilização da trans-
1.1 - Acolhimento dos Quadros Agudos: ferência para unidade de maior porte, quando necessário.
Dentro da concepção de reestruturação do modelo A definição deste espaço é fundamental, pois, quando
assistencial atualmente preconizado, inclusive com a im- do recebimento de uma urgência (o que pode acontecer
plementação do Programa de Saúde da Família, é funda- com pouca frequência neste tipo de unidade, mas que cer-
mental que a atenção primária e o Programa de Saúde da tamente ocorrerá algumas vezes), é obrigatório que a equi-
Família se responsabilizem pelo acolhimento dos pacientes pe saiba em qual ambiente da unidade encontram-se os
com quadros agudos ou crônicos agudizados de sua área equipamentos, materiais e medicamentos necessários ao
de cobertura ou adstrição de clientela, cuja complexidade atendimento. Numa insuficiência respiratória, parada car-
seja compatível com este nível de assistência. díaca, crise convulsiva ou outras situações que necessitem
de cuidado imediato, não se pode perder tempo “procu-
34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
rando” um local ou equipamentos, materiais e medicamen- São estruturas de complexidade intermediária entre as
tos necessários ao atendimento. Além disso, unidades de unidades básicas de saúde e unidades de saúde da família
saúde de sistemas municipais qualificados para a atenção e as Unidades Hospitalares de Atendimento às Urgências e
básica ampliada (PABA) deverão possuir área física especi- Emergências, com importante potencial de complacência
ficamente destinada ao atendimento de urgências e sala da enorme demanda que hoje se dirige aos pronto so-
para observação de pacientes até 8 horas. Materiais: Ambú corros, além do papel ordenador dos fluxos da urgência.
adulto e infantil com máscaras, jogo de cânulas de Guedel Assim, têm como principais missões: ·
(adulto e infantil), sondas de aspiração, Oxigênio, Aspirador Atender aos usuários do SUS portadores de quadro
portátil ou fixo, material para punção venosa, material para clínico agudo de qualquer natureza, dentro dos limites
curativo, material para pequenas suturas, material para estruturais da unidade e, em especial, os casos de baixa
imobilizações (colares, talas, pranchas). complexidade, à noite e nos finais de semana, quando a
Medicamentos: Adrenalina, Água destilada, Aminofili- rede básica e o Programa de Saúde da Família não estão
na, Amiodarona, Atropina, Brometo de Ipratrópio, Cloreto ativos;
de potássio, Cloreto de sódio, Deslanosídeo, Dexametaso- · Descentralizar o atendimento de pacientes com qua-
na, Diazepam, Diclofenaco de Sódio, Dipirona, Dobutamina, dros agudos de média complexidade;
Dopamina, Epinefrina, Escopolamina (hioscina), Fenitoína, · Dar retaguarda às unidades básicas de saúde e de
Fenobarbital, Furosemida, Glicose, Haloperidol, Hidantoína, saúde da família; · Diminuir a sobrecarga dos hospitais de
Hidrocortisona, Insulina, Isossorbida, Lidocaína, Meperidi- maior complexidade que hoje atendem esta demanda;
na, Midazolan, Ringer Lactato, Soro Glico-Fisiologico, Soro · Ser entreposto de estabilização do paciente crítico
Glicosado. para o serviço de atendimento pré-hospitalar móvel.
1.4 - Estruturação da Grade de Referência É fundamen- · Desenvolver ações de saúde através do trabalho de
tal que as unidades possuam uma adequada retaguarda equipe interdisciplinar, sempre que necessário, com o ob-
pactuada para o referenciamento daqueles pacientes que, jetivo de acolher, intervir em sua condição clínica e referen-
uma vez acolhidos, avaliados e tratados neste primeiro ní- ciar para a rede básica de saúde, para a rede especializada
vel de assistência, necessitem de cuidados disponíveis em
ou para internação hospitalar, proporcionando uma conti-
serviços de outros níveis de complexidade. Assim, media-
nuidade do tratamento com impacto positivo no quadro
dos pela respectiva Central de Regulação, devem estar cla-
de saúde individual e coletivo da população usuária (bene-
ramente definidos os fluxo e mecanismos de transferência
ficiando os pacientes agudos e não-agudos e favorecendo,
dos pacientes que necessitarem de outros níveis de com-
pela continuidade do acompanhamento, principalmente
plexidade da rede assistencial, de forma a garantir seu en-
os pacientes com quadros crônico-degenerativos, com a
caminhamento, seja para unidades não hospitalares, pron-
prevenção de suas agudizações frequentes);
to socorros, ambulatórios de especialidades ou unidades
· Articular-se com unidades hospitalares, unidades de
de apoio diagnóstico e terapêutico. Além disso, devem ser
adotados mecanismos para a garantia de transporte para apoio diagnóstico e terapêutico, e com outras instituições
os casos mais graves, que não possam se deslocar por con- e serviços de saúde do sistema loco regional, construindo
ta própria, através do serviço de atendimento pré-hospi- fluxos coerentes e efetivos de referência e contra-referên-
talar móvel, onde ele existir, ou outra forma de transporte cia;
que venha a ser pactuada. · Ser observatório do sistema e da saúde da população,
subsidiando a elaboração de estudos epidemiológicos e a
2 - UNIDADES NÃO-HOSPITALARES DE ATENDI- construção de indicadores de saúde e de serviço que con-
MENTO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS tribuam para a avaliação e planejamento da atenção inte-
gral às urgências, bem como de todo o sistema de saúde.
Estas unidades, que devem funcionar nas 24 horas do 2.2 - Dimensionamento e Organização Assistencial
dia, devem estar habilitadas a prestar assistência corres- Estas Unidades devem contar, no mínimo, com equipe
pondente ao primeiro nível de assistência da média com- de saúde composta por médico e enfermeiro nas 24 ho-
plexidade (M1). Pelas suas características e importância ras para atendimento contínuo de clínica médica e clínica
assistencial, os gestores devem desenvolver esforços no pediátrica.
sentido de que cada município sede de módulo assistencial Nos casos em que a estrutura loco regional exigir, to-
disponha de, pelo menos uma, destas Unidades, garantin- mando-se em conta as características epidemiológicas,
do, assim, assistência às urgências com observação até 24 indicadores de saúde como morbidade e mortalidade, e
horas para sua própria população ou para um agrupamen- características da rede assistencial, poderá ser ampliada a
to de municípios para os quais seja referência. equipe, contemplando as áreas de clínica cirúrgica, orto-
2.1 - Atribuições pedia e odontologia de urgência.
Estas Unidades, integrantes do Sistema Estadual de Estas Unidades devem contar com suporte ininterrup-
Urgências e Emergências e de sua respectiva rede assis- to de laboratório de patologia clínica de urgência, radio-
tencial, devem estar aptas a prestar atendimento resolutivo logia, os equipamentos para a atenção às urgências, os
aos pacientes acometidos por quadros agudos ou crônicos medicamentos definidos por esta portaria, leitos de obser-
agudizados. vação de 06 a 24 horas, além de acesso a transporte ade-
quado e ligação com a rede hospitalar através da central
35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
de regulação médica de urgências e o serviço de atendimento pré-hospitalar móvel. Nos casos em que tais centrais ainda
não estejam estruturadas, a referência hospitalar bem como a retaguarda de ambulâncias de suporte básico, avançado e de
transporte deverão ser garantidos mediante pactuação prévia, de caráter municipal ou regional.
A observação de unidades 24 horas não hospitalares de atendimento às urgências em várias localidades do país mos-
trou ser adequada a seguinte relação entre cobertura populacional /número de atendimentos em 24 horas / número de
profissionais médicos por plantão / número de leitos de observação / percentual de pacientes em observação e percentual
de encaminhamentos para internação:
Número de
Número de Número de Percentual Percentual
População da re- atendimentos
PORTE médicos leitos de ob- pacientes em encaminhamentos
gião de cobertura médicos em
por plantão servação observação para internação
24 horas
50.000 a 1 pediatra
I 100 pacientes 6 leitos 10 % 3%
75.000 habitantes 1 clínico
75.000 a 2 pediatras
II 300 pacientes 12 leitos 10 % 3%
150.000 habitantes 2 clínicos
150.000 a 3 pediatras
III 450 pacientes 18 leitos 10 % 3%
250.000 habitantes 3 clínicos
Estes números e mesmo a composição das equipes poderão variar, de forma complementar, de acordo com a reali-
dade loco-regional, tomando-se em conta inclusive a sazonalidade apresentada por alguns tipos de afecções, como por
exemplo, o aumento de demanda de doenças respiratórias verificado na clínica pediátrica e na clínica de adultos / idosos
durante o inverno ou o aumento no número de acidentes em estradas nos períodos de férias escolares. Da mesma forma,
nas regiões onde a morbi-mortalidade por causas externas como violências, traumas e/ou acidentes de trânsito seja esta-
tisticamente marcante, estando os óbitos por estas causas entre as primeiras causas de mortalidade, as equipes poderão
ser acrescidas de médicos cirurgiões gerais e ortopedistas, a critério dos gestores loco-regionais. Na Unidade tipo I, por se
tratar de serviço com equipe reduzida, deverá haver sempre um profissional médico adicional de sobreaviso, que possa ser
ac ionado para acompanhamento de pacientes críticos ou com instabilidade cardiorespiratória, quando estes necessitem
ser removidos e não haja serviço pré-hospitalar móvel estruturado.
2.3 - Recursos Humanos
As Unidades Não-Hospitalares de Atendimento às Urgências e Emergências deverão contar, obrigatoriamente, com
os seguintes profissionais: coordenador ou gerente, médico clínico geral, médico pediatra, enfermeiro, técnico/auxiliar
de enfermagem, técnico de radiologia, auxiliar de serviços gerais, auxiliar administrativo e, quando houver laboratório na
unidade, também deverão contar com bioquímico, técnico de laboratório e auxiliar de laboratório. Outros profissionais
poderão compor a equipe, de acordo com a definição do gestor local ou gestores loco-regionais, como: assistente social,
odontólogo, cirurgião geral, ortopedista, ginecologista, motorista, segurança e outros.
2.3.1 - Habilitação dos Profissionais
Considerando-se que as urgências não se constituem em especialidade médica ou de enfermagem e que nos cursos
de graduação a atenção dada à área ainda é bastante insuficiente, entende-se que os profissionais que venham a atuar nas
Unidades NãoHospitalares devam ser habilitados pelos Núcleos de Educação em Urgências, cuja criação é indicada pelo
presente Regulamento - Capítulo VII.
2.4 - Área Física
A área física deve ser estruturada de acordo com o tamanho e complexidade da unidade, conforme legenda a seguir:
Opcional: * Desejável: ** Obrigatório: *** São consideradas as seguintes áreas físicas para a adequada estruturação das
Unidades Não Hospitalares de Atendimento de Urgência:
2.4.1 - Bloco de Pronto Atendimento:
· Sala de recepção e espera (com sanitários para usuários) ***
· Sala de arquivo de prontuário médico ***
· Sala de triagem classificatória de risco ***
· Consultórios médicos ***
· Consultório odontológico *
· Sala para Assistente Social *
· Sala para Atendimento Psicológico *
2.4.2 - Bloco de Apoio Diagnóstico
· Sala para radiologia *** (no local, exceto quando houver hierarquia entre as unidades 24 horas não hospitalares de
atendimento de urgência de diferentes portes em uma determinada localidade e desde que haja garantia de acesso e
transporte, dentro de intervalo de tempo tecnicamente aceitável, de acordo com parâmetros construídos pelas equipes
loco-regionais).
36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
· Laboratório de Patologia Clínica *** (no local ou com de prioridade para o atendimento. A esta triagem classifi-
acesso garantido aos exames, dentro de um intervalo de catória é vedada a dispensa de pacientes antes que estes
tempo tecnicamente aceitável, de acordo com parâmetros recebam atendimento médico. Após a triagem, os pacien-
construídos pelas equipes loco-regionais). tes são encaminhados aos consultórios médicos. Uma vez
· Sala de coleta * (quando o laboratório for acessível, realizado o atendimento, o paciente deve ter sua referência
isto é, fora da unidade). garantida mediante encaminhamento realizado através das
2.4.3 - Bloco de Procedimentos: centrais de regulação ou, quando estas não existirem, atra-
· Sala para suturas *** vés de fluxos previamente pactuados.
· Sala de curativos contaminados *** O bloco de urgência deve ter uma outra entrada, com
· Sala para inaloterapia / medicação *** acesso coberto para ambulâncias, portas amplas para a
· Sala de gesso * entrada de pacientes em macas e fluxo ágil até a sala de
· Sala de Pequena Cirurgia * emergência. Esta deve comportar o atendimento de dois
2.4.4 - Bloco de Urgência / Observação: ou mais casos simultaneamente, dependendo do porte da
· Sala de reanimação e estabilização / Sala de urgência unidade. As macas devem apresentar rodas e grades e de-
*** vem estar distribuídas de forma a garantir a livre circulação
· Salas de observação masculina, feminina e pediátrica da equipe ao seu redor. Esta sala deve ser equipada com
(com posto de enfermagem, sanitários e chuveiros) *** materiais e equipamentos necessários para atendimento
· Sala de isolamento (com ante-sala, sanitário e chuvei- de urgência clínica e/ou cirúrgica de adultos e crianças. Os
ro exclusivos) ** medicamentos utilizados na primeira abordagem do pa-
2.4.5 - Bloco de Apoio Logístico ciente grave também devem estar disponíveis na própria
· Farmácia (exclusiva para dispensação interna) *** sala. A entrada de um paciente na sala de urgência poderá
· Almoxarifado *** ser anunciada por aviso sonoro ou comunicação verbal. Em
· Expurgo/Lavagem de material *** qualquer uma das situações, um médico, um enfermeiro e
· Central de material esterilizado *** auxiliares de enfermagem devem dirigir-se imediatamente
· Rouparia *** para a sala. O acesso da sala de urgência aos leitos de ob-
· Necrotério *** servação deve ser fácil e estas áreas devem ser, de prefe-
2.4.6 - Bloco de Apoio Administrativo · Salas de Gerên- rência, contíguas.
cia e Administração *** É aconselhável que os blocos de apoio diagnóstico e
· Sala de reunião * de procedimentos tenham situação intermediária entre os
· Sala de descanso para funcionários (com sanitários e blocos de pronto atendimento e de atendimento de ur-
chuveiros) *** gência, com acesso fácil e ao mesmo tempo independente
· Vestiários para funcionários *** para cada um deles.
· Copa/Refeitório *** Quanto aos blocos de apoio logístico e administração,
· Depósito de Material de Limpeza *** devem estar situados de forma a não obstruir o fluxo entre
· Área para limpeza geral *** os demais blocos já mencionados.
· Local de acondicionamento de lixo *** As salas e áreas de assistência devem obedecer às Nor-
· Estacionamento (ambulâncias, pacientes e funcioná- mas e Padrões de Construções e Instalações de Serviços
rios) ** de Saúde.
2.4.7 - Caracterização da área física em relação aos flu- 2.5 - Materiais e Equipamentos
xos internos e organização do processo de trabalho: Alguns materiais e equipamentos devem, necessaria-
A área física acima descrita foi dividida em blocos por- mente, fazer parte do arsenal de qualquer unidade 24 ho-
que é aconselhável, do ponto de vista funcional, que estas ras como:
áreas estejam mais ou menos contíguas, dando o máxi- Estetoscópio adulto/infantil, esfigmomanômetro adul-
mo de racionalidade possível ao fluxo dentro da unidade. to/infantil, otoscópio com espéculos adulto/infantil, of-
Assim, o bloco de pronto atendimento deve apresentar talmoscópio, espelho laríngeo, bolsa autoinflável (ambú)
uma entrada para pacientes que vem por busca espon- adulto/infantil, desfibrilador com marca-passo externo,
tânea, deambulando, que dá acesso direto à recepção e monitor cardíaco, oxímetro de pulso, eletrocardiógrafo, gli-
sua respectiva sala de espera. Neste mesmo bloco, deve cosímetro, aspirador de secreção, bomba de infusão com
ser estruturado o acolhimento dos pacientes, que pode ser bateria e equipo universal, cilindro de oxigênio portátil e
feito pela própria recepção ou por funcionários designa- rede canalizada de gases ou torpedo de O² (de acordo com
dos e treinados para este fim, dependendo do volume da o porte da unidade), maca com rodas e grades, respirador
demanda. A seguir deve ser realizada a triagem classifica- mecânico adulto/infantil, foco cirúrgico portátil, foco ci-
tória de risco. O processo de triagem classificatória deve rúrgico com bateria, negatoscópios nos consultórios, serra
ser realizado por profissional de saúde, de nível superior, de gesso, máscaras laríngeas e cânulas endotraqueais de
mediante treinamento específico e utilização de protocolos vários tamanhos, cateteres de aspiração, adaptadores para
pré-estabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de ur- cânulas, cateteres nasais, sondas para aspiração traqueal
gência das queixas dos pacientes, colocando-os em ordem de vários tamanhos, luvas de procedimentos, máscara para
37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
define a resposta mais adequada, seja um conselho mé- - Médicos Intervencionistas: médicos responsáveis pelo
dico, o envio de uma equipe de atendimento ao local da atendimento necessário para a reanimação e estabilização
ocorrência ou ainda o acionamento de múltiplos meios. do paciente, no local do evento e durante o transporte;
O número de acesso da saúde para socorros de urgência - Enfermeiros Assistenciais: enfermeiros responsáveis
deve ser amplamente divulgado junto à comunidade. To- pelo atendimento de enfermagem necessário para a rea-
dos os pedidos de socorro médico que derem entrada por nimação e estabilização do paciente, no local do evento e
meio de outras centrais, como a da polícia militar (190), do durante o transporte;
corpo de bombeiros (193) e quaisquer outras existentes, - Auxiliares e Técnicos de Enfermagem: atuação sob su-
devem ser, imediatamente retransmitidos à Central de Re- pervisão imediata do profissional enfermeiro;
gulação por intermédio do sistema de comunicação, para OBS: As responsabilidades técnicas poderão ser assu-
que possam ser adequadamente regulados e atendidos. midas por profissionais da equipe de intervenção, sempre
O atendimento no local é monitorado via rádio pelo que a demanda ou o porte do serviço assim o permitirem.
médico regulador que orienta a equipe de intervenção
Além desta equipe de saúde, em situações de aten-
quanto aos procedimentos necessários à condução do
dimento às urgências relacionadas às causas externas ou
caso. Deve existir uma rede de comunicação entre a Cen-
de pacientes em locais de difícil acesso, deverá haver uma
tral, as ambulâncias e todos os serviços que recebem os
ação pactuada, complementar e integrada de outros profis-
pacientes.
Os serviços de segurança e salvamento, sempre que sionais não oriundos da saúde – bombeiros militares, poli-
houver demanda de atendimento de eventos com vítimas ciais militares e rodoviários e outros, formalmente reconhe-
ou doentes, devem orientar-se pela decisão do médico cidos pelo gestor público para o desempenho das ações
regulador de urgências. Podem ser estabelecidos proto- de segurança, socorro público e salvamento, tais como:
colos de despacho imediato de seus recursos de atenção sinalização do local, estabilização de veículos acidentados,
às urgências em situações excepcionais, mas, em nenhum reconhecimento e gerenciamento de riscos potenciais (in-
caso, estes despachos podem ser feitos sem comunicação cêndio, materiais energizados, produtos perigosos) obten-
simultânea com o regulador e transferência do chamado ção de acesso ao paciente e suporte básico de vida.
de socorro para exercício da regulação médica. 1.1.1 - Perfil dos Profissionais Oriundos da Área da Saú-
1 - Equipe Profissional de e respectivas Competências/Atribuições:
Os serviços de atendimento pré-hospitalar móvel de- 1.1.1.1 - Médico: Profissional de nível superior titular
vem contar com equipe de profissionais oriundos da área de Diploma de Médico, devidamente registrado no Conse-
da saúde e não oriundos da área da saúde. Considerandose lho Regional de Medicina de sua jurisdição, habilitado ao
que as urgências não se constituem em especialidade mé- exercício da medicina pré-hospitalar, atuando nas áreas de
dica ou de enfermagem e que nos cursos de graduação a regulação médica, suporte avançado de vida, em todos os
atenção dada à área ainda é bastante insuficiente, entende- cenários de atuação do pré-hospitalar e nas ambulâncias,
se que os profissionais que venham a atuar nos Serviços de assim como na gerência do sistema, habilitado conforme
Atendimento Pré- hospitalar Móvel (oriundos e não oriun- os termos deste Regulamento.
dos da área de saúde) devam ser habilitados pelos Núcleos Requisitos Gerais: equilíbrio emocional e autocontro-
de Educação em Urgências, cuja criação é indicada pelo le; disposição para cumprir ações orientadas; capacidade
presente Regulamento e cumpram o conteúdo curricular física e mental para a atividade; iniciativa e facilidade de
mínimo nele proposto - Capítulo VII. comunicação; destreza manual e física para trabalhar em
1.1 – Equipe de Profissionais Oriundos da Saúde unidades móveis; capacidade de trabalhar em equipe; dis-
A equipe de profissionais oriundos da área da saúde ponibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo
deve ser composta por: - Coordenador do Serviço: profis-
VII, bem como para a re-certificação periódica.
sional oriundo da área da saúde, com experiência e conhe-
Competências/Atribuições: exercer a regulação médica
cimento comprovados na atividade de atendimento pré
do sistema; conhecer a rede de serviços da região; manter
-hospitalar às urgências e de gerenciamento de serviços
uma visão global e permanentemente atualizada dos meios
e sistemas;
- Responsável Técnico: Médico responsável pelas ativi- disponíveis para o atendimento pré-hospitalar e das por-
dades médicas do serviço; tas de urgência, checando periodicamente sua capacida-
- Responsável de Enfermagem: de operacional; recepção dos chamados de auxílio, análise
Enfermeiro responsável pelas atividades de enferma- da demanda, classificação em prioridades de atendimen-
gem ; to, seleção de meios para atendimento (melhor resposta),
- Médicos Reguladores: médicos que, com base nas acompanhamento do atendimento local, determinação do
informações colhidas dos usuários, quando estes acionam local de destino do paciente, orientação telefônica; manter
a central de regulação, são os responsáveis pelo gerencia- contato diário com os serviços médicos de emergência in-
mento, definição e operacionalização dos meios disponí- tegrados ao sistema; prestar assistência direta aos pacien-
veis e necessários para responder a tais solicitações, utili- tes nas ambulâncias, quando indicado, realizando os atos
zando-se de protocolos técnicos e da faculdade de arbitrar médicos possíveis e necessários ao nível pré-hospitalar;
sobre os equipamentos de saúde do sistema necessários exercer o controle operacional da equipe assistencial; fazer
ao adequado atendimento do paciente; controle de qualidade do serviço nos aspectos inerentes à
39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
sua profissão; avaliar o desempenho da equipe e subsidiar Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição
os responsáveis pelo programa de educação continuada pessoal para a atividade; capacidade física e mental para a
do serviço; obedecer às normas técnicas vigentes no ser- atividade; equilíbrio emocional e autocontrole; disposição
viço; preencher os documentos inerentes à atividade do para cumprir ações orientadas; disponibilidade para re-
médico regulador e de assistência pré-hospitalar; garantir certificação periódica; experiência profissional prévia em
a continuidade da atenção médica ao paciente grave, até a serviço de saúde voltado ao atendimento de urgências e
sua recepção por outro médico nos serviços de urgência; emergências; capacidade de trabalhar em equipe; dispo-
obedecer ao código de ética médica. nibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII,
1.1.1.2 - Enfermeiro: Profissional de nível superior ti- bem como para a re-certificação periódica.
tular do diploma de Enfermeiro, devidamente registrado Competências/Atribuições: assistir ao enfermeiro no
no Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição, planejamento, programação, orientação e supervisão das
habilitado para ações de enfermagem no Atendimento Pré atividades de assistência de enfermagem; prestar cuidados
-Hospitalar Móvel, conforme os termos deste Regulamen- diretos de enfermagem a pacientes em estado grave, sob
to, devendo além das ações assistenciais, prestar serviços supervisão direta ou à distância do profissional enfermeiro;
administrativos e operacionais em sistemas de atendimen- participar de programas de treinamento e aprimoramento
profissional especialmente em urgências/emergências; rea-
to pré-hospitalar.
lizar manobras de extração manual de vítimas.
Requisitos Gerais: disposição pessoal para a ativida-
1.1.1.4 - Auxiliar de Enfermagem: Profissional com Ensi-
de; equilíbrio emocional e autocontrole; capacidade física
no Médio completo e curso regular de Auxiliar de enferma-
e mental para a atividade; disposição para cumprir ações
gem e curso de especialização de nível médio em urgên-
orientadas; experiência profissional prévia em serviço de cias, titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem com
saúde voltado ao atendimento de urgências e emergências; especialização em urgências, devidamente registrado no
iniciativa e facilidade de comunicação; condicionamento Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição. Exer-
físico para trabalhar em unidades móveis; capacidade de ce atividades auxiliares básicas, de nível médio, habilitado
trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação a realizar procedimentos a ele delegados, sob supervisão
discriminada no Capítulo VII, bem como para a recertifica- do profissional Enfermeiro, dentro do âmbito de sua qua-
ção periódica. lificação profissional e conforme os termos desta Portaria.
Competências/Atribuições: supervisionar e avaliar as Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição
ações de enfermagem da equipe no Atendimento Pré-Hos- pessoal para a atividade; capacidade física e mental para a
pitalar Móvel; executar prescrições médicas por telemedi- atividade; equilíbrio emocional e autocontrole; disposição
cina; prestar cuidados de enfermagem de maior complexi- para cumprir ações orientadas; disponibilidade para re-
dade técnica a pacientes graves e com risco de vida, que certificação periódica; experiência profissional prévia em
exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade serviço de saúde voltado ao atendimento de urgências e
de tomar decisões imediatas; prestar a assistência de enfer- emergências; capacidade de trabalhar em equipe; dispo-
magem à gestante, a parturiente e ao recém nato; realizar nibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII,
partos sem distócia; participar nos programas de treina- bem como para a re-certificação periódica.
mento e aprimoramento de pessoal de saúde em urgên- Competências/Atribuições: auxiliar o enfermeiro na as-
cias, particularmente nos programas de educação conti- sistência de enfermagem; prestar cuidados de enfermagem
nuada; fazer controle de qualidade do serviço nos aspectos a pacientes sob supervisão direta ou à distância do profis-
inerentes à sua profissão; subsidiar os responsáveis pelo sional enfermeiro; observar, reconhecer e descrever sinais
desenvolvimento de recursos humanos para as necessida- e sintomas, ao nível de sua qualificação; ministrar medica-
des de educação continuada da equipe; obedecer a Lei do mentos por via oral e parenteral mediante prescrição do
Exercício Profissional e o Código de Ética de Enfermagem; médico regulador por telemedicina; fazer curativos; prestar
conhecer equipamentos e realizar manobras de extração cuidados de conforto ao paciente e zelar por sua seguran-
ça; realizar manobras de extração manual de vítimas.
manual de vítimas.
1.2 – Equipe de Profissionais Não Oriundos da Saúde,
1.1.1.3 - Técnico de Enfermagem: Profissional com En-
Perfis e Respectivas Competências/Atribuições:
sino Médio completo e curso regular de Técnico de Enfer-
A equipe de profissionais não oriundos da área da saú-
magem, titular do certificado ou diploma de Técnico de En-
de deve ser composta por, com os seguintes perfis e com-
fermagem, devidamente registrado no Conselho Regional petências/atribuições:
de Enfermagem de sua jurisdição. Exerce atividades auxilia- 1.2.1 - Telefonista – Auxiliar de Regulação: Profissional
res, de nível técnico, sendo habilitado para o atendimento de nível básico, habilitado a prestar atendimento telefônico
Pré-Hospitalar Móvel, integrando sua equipe, conforme os às solicitações de auxílio provenientes da população, nas
termos deste Regulamento. Além da intervenção conser- centrais de regulação médica, devendo anotar dados bási-
vadora no atendimento do paciente, é habilitado a realizar cos sobre o chamado (localização, identificação do solici-
procedimentos a ele delegados, sob supervisão do profis- tante, natureza da ocorrência) e prestar informações gerais.
sional Enfermeiro, dentro do âmbito de sua qualificação Sua atuação é supervisionada diretamente e permanente-
profissional. mente pelo médico regulador. Sua capacitação e atuação
seguem os padrões previstos neste Regulamento.
40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição saúde nos gestos básicos de suporte à vida; auxiliar a equi-
pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e autocon- pe nas imobilizações e transporte de vítimas; realizar medi-
trole; disposição para cumprir ações orientadas; capacidade das reanimação cardiorespiratória básica; identificar todos
de manter sigilo profissional; capacidade de trabalhar em os tipos de materiais existentes nos veículos de socorro e
equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada no sua utilidade, a fim de auxiliar a equipe de saúde.
Capítulo VII, bem como para a recertificação periódica. 1.2.3.2 - Veículos Aéreos: Profissional habilitado à ope-
Competências/Atribuições: atender solicitações telefô- ração de aeronaves, segundo as normas e regulamentos
nicas da população; anotar informações colhidas do solici- vigentes do Comando da Aeronáutica/Código Brasileiro de
tante, segundo questionário próprio; prestar informações Aeronáutica/Departamento de Aviação Civil, para atuação
gerais ao solicitante; estabelecer contato radiofônico com em ações de atendimento pré- hospitalar móvel e trans-
ambulâncias e/ou veículos de atendimento pré-hospitalar; porte inter-hospitalar sob a orientação do médico da ae-
estabelecer contato com hospitais e serviços de saúde de ronave, respeitando as prerrogativas legais de segurança
referência a fim de colher dados e trocar informações; ano- de vôo, obedecendo aos padrões de capacitação e atuação
tar dados e preencher planilhas e formulários específicos previstos neste Regulamento.
do serviço; obedecer aos protocolos de serviço; atender às Requisitos Gerais: de acordo com a legislação vigente
determinações do médico regulador. no país (Lei nº 7.183, de 5 de abril de 1984; Lei nº 7.565,
1.2.2 - Rádio-Operador: Profissional de nível básico ha- de 19 de dezembro de 1986; e Portaria nº 3.016, de 5 de
bilitado a operar sistemas de radiocomunicação e realizar fevereiro de 1988 – do Comando da Aeronáutica), além de
o controle operacional de uma frota de veículos de emer- disposição pessoal para a atividade, equilíbrio emocional
gência, obedecendo aos padrões de capacitação previstos e autocontrole, disposição para cumprir ações orientadas,
neste Regulamento. capacidade de trabalhar em equipe e disponibilidade para
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para
pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e autocon- a re-certificação periódica.
trole; disposição para cumprir ações orientadas; disponi- Competências/Atribuições: cumprir as normas e rotinas
bilidade para re-certificação periódica; capacidade de tra- operacionais vigentes no serviço a que está vinculado, bem
balhar em equipe; disponibilidade para a capacitação dis- como a legislação específica em vigor; conduzir veículo aé-
criminada no Capítulo VII, bem como para a recertificação reo destinado ao atendimento de urgência e transporte de
periódica. pacientes; acatar as orientações do médico da aeronave;
Competências/Atribuições: operar o sistema de radio- estabelecer contato radiofônico (ou telefônico) com a cen-
comunicação e telefonia nas Centrais de Regulação; exer- tral de regulação médica e seguir suas orientações; conhe-
cer o controle operacional da frota de veículos do sistema cer a localização dos estabelecimentos de saúde integra-
de atendimento pré-hospitalar móvel; manter a equipe de dos ao sistema assistencial que podem receber aeronaves;
regulação atualizada a respeito da situação operacional de auxiliar a equipe de saúde nos gestos básicos de suporte
cada veículo da frota; conhecer a malha viária e as prin- à vida; auxiliar a equipe nas imobilizações e transporte de
cipais vias de acesso de todo o território abrangido pelo vítimas; realizar medidas reanimação cardiorespiratória bá-
serviço de atendimento pré-hospitalar móvel. sica; identificar todos os tipos de materiais existentes nas
1.2.3 - Condutor de Veículos de Urgência: aeronaves de socorro e sua utilidade, a fim de auxiliar a
1.2.3.1 - Veículos Terrestres: Profissional de nível básico, equipe de saúde.
habilitado a conduzir veículos de urgência padronizados 1.2.3.3– Veículos Aquáticos: Profissional habilitado à
pelo código sanitário e pelo presente Regulamento como operação de embarcações, segundo as normas e regula-
veículos terrestres, obedecendo aos padrões de capacita- mentos vigentes no país, para atuação em ações de aten-
ção e atuação previstos neste Regulamento. dimento pré-hospitalar móvel e transporte inter-hospitalar
Requisitos Gerais: maior de vinte e um anos; disposição sob a orientação do médico da embarcação, respeitando as
pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e autocon- prerrogativas legais de segurança de navegação.
trole; disposição para cumprir ações orientadas; habilitação Requisitos Gerais: Os já determinados pela legislação
profissional como motorista de veículos de transporte de específica para condutores de embarcações, além de dis-
pacientes, de acordo com a legislação em vigor (Código posição pessoal para a atividade, equilíbrio emocional e
Nacional de Trânsito); capacidade de trabalhar em equipe; autocontrole, disposição para cumprir ações orientadas,
disponibilidade para a capacitação discriminada no Capítu- capacidade de trabalhar em equipe e disponibilidade para
lo VII, bem como para a recertificação periódica. a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para
Competências/Atribuições: conduzir veículo terrestre a re-certificação periódica.
de urgência destinado ao atendimento e transporte de pa- Competências/Atribuições: cumprir as normas e roti-
cientes; conhecer integralmente o veículo e realizar manu- nas operacionais vigentes no serviço a que está vincula-
tenção básica do mesmo; estabelecer contato radiofônico do, bem como a legislação específica em vigor; conduzir
(ou telefônico) com a central de regulação médica e seguir veículo aquático destinado ao atendimento de urgência e
suas orientações; conhecer a malha viária local; conhecer transporte de pacientes; acatar as orientações do médico
a localização de todos os estabelecimentos de saúde in- da embarcação; estabelecer contato radiofônico (ou tele-
tegrados ao sistema assistencial local, auxiliar a equipe de fônico) com a central de regulação médica e seguir suas
41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
orientações; auxiliar a equipe de saúde nos gestos bási- parto normal em período expulsivo e realizar manobras bá-
cos de suporte à vida; auxiliar a equipe nas imobilizações e sicas ao recém nato e parturiente; prestar primeiro atendi-
transporte de vítimas; realizar medidas reanimação cardio- mento à intoxicações, sob orientação do médico regulador;
respiratória básica; identificar todos os tipos de materiais conhecer e saber operar todos os equipamentos e mate-
existentes nas embarcações de socorro e sua utilidade, a riais pertencentes ao veículo de atendimento; conhecer e
fim de auxiliar a equipe de saúde. usar os equipamentos de bioproteção individual; preen-
1.2.4 - Profissionais Responsáveis pela Segurança: Po- cher os formulários e registros obrigatórios do sistema de
liciais militares, rodoviários ou outros profissionais, todos atenção às urgências e do serviço; manter-se em contato
com nível médio, reconhecidos pelo gestor público da saú- com a Central de Regulação,repassando os informes sobre
de para o desempenho destas atividades, em serviços nor- a situação da cena e do paciente ao médico regulador, para
matizados pelo SUS, regulados e orientados pelas Centrais decisão e monitoramento do atendimento pelo mesmo; re-
Públicas de Regulação Médica das Urgências. Atuam na passar as informações do atendimento à equipe de saúde
identificação de situações de risco, exercendo a proteção designada pelo médico regulador para atuar no local do
das vítimas e dos profissionais envolvidos no atendimento. evento.
Fazem resgate de vítimas de locais ou situações que im- 1.2.5 - Bombeiros Militares: Profissionais Bombeiros
possibilitam o acesso da equipe de saúde. Podem realizar Militares, com nível médio, reconhecidos pelo gestor públi-
suporte básico de vida, com ações não invasivas, sob su- co da saúde para o desempenho destas atividades, em ser-
pervisão médica direta ou à distância, sempre que a vítima viços normatizados pelo SUS, regulados e orientados pelas
esteja em situação que impossibilite o acesso e manuseio Centrais de Regulação. Atuam na identificação de situações
pela equipe de saúde, obedecendo aos padrões de capaci- de risco e comando das ações de proteção ambiental, da
tação e atuação previstos neste Regulamento; vítima e dos profissionais envolvidos no seu atendimen-
to, fazem o resgate de vítimas de locais ou situações que
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição
impossibilitam o acesso da equipe de saúde. Podem reali-
pessoal e capacidade física e mental para a atividade; equi-
zar suporte básico de vida, com ações não invasivas, sob
líbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir
supervisão médica direta ou à distância, obedecendo aos
ações orientadas; capacitação específica por meio dos Nú-
padrões de capacitação e atuação previstos neste Regula-
cleos de Educação em Urgências, conforme conteúdo es-
mento.
tabelecido por este Regulamento; capacidade de trabalhar
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição
em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada
pessoal e capacidade física e mental para a atividade; equi-
no Capítulo VII, bem como para a re-certificação periódica.
líbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir
Competências/Atribuições: comunicar imediatamente
ações orientadas; capacitação específica por meio dos Nú-
a existência da ocorrência à Central de Regulação Médi- cleos de Educação em Urgências, conforme conteúdo es-
ca de Urgências; avaliar a cena do evento, identificando as tabelecido por este Regulamento; capacidade de trabalhar
circunstâncias da ocorrência e reportando-as ao médico em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada
regulador ou à equipe de saúde por ele designada; iden- no Capítulo VII, bem como para a re-certificação periódica.
tificar e gerenciar situações de risco na cena do acidente, Competências/Atribuições: comunicar imediatamen-
estabelecer a segurança da área de operação e orientar a te a existência de ocorrência com potencial de vítimas ou
movimentação da equipe de saúde; realizar manobras de demandas de saúde à Central de Regulação Médica de Ur-
suporte básico de vida sob orientação do médico regula- gências; avaliar a cena do evento, identificando as circuns-
dor; remover as vítimas para local seguro onde possa rece- tâncias da ocorrência e reportando-as ao médico regulador
ber o atendimento da equipe de saúde; estabilizar veículos ou à equipe de saúde por ele designada; identificar e ge-
acidentados; realizar manobras de desencarceramento e renciar situações de risco na cena do acidente, estabelecer
extração manual ou com emprego de equipamentos pró- a área de operação e orientar a movimentação da equipe
prios; avaliar as condições da vítima, observando e comu- de saúde; realizar manobras de suporte básico de vida, sob
nicando ao médico regulador as condições de respiração, orientação do médico regulador; obter acesso e remover
pulso e consciência; transmitir, via rádio, ao médico regu- a/s vítima/s para local seguro onde possam receber o aten-
lador, a correta descrição da vítima e da cena; conhecer as dimento adequado pela equipe de saúde e se solicitado
técnicas de transporte do paciente traumatizado; manter pela mesma ou designado pelo médico regulador, trans-
vias aéreas pérveas com manobras manuais e não inva- portar as vítimas ao serviço de saúde determinado pela
sivas, administrar oxigênio e realizar ventilação artificial; regulação médica; estabilizar veículos acidentados; realizar
realizar circulação artificial pela técnica de compressão to- manobras de desencarceramento e extração manual ou
rácica externa; controlar sangramento externo por pressão com emprego de equipamentos especializados de bom-
direta, elevação do membro e ponto de pressão, utilizando beiro; avaliar as condições da vítima, identificando e infor-
curativos e bandagens; mobilizar e remover pacientes com mando ao médico regulador as condições de respiração,
proteção da coluna vertebral, utilizando pranchas e outros pulso e consciência, assim como uma descrição geral da
equipamentos de imobilização e transporte; aplicar cura- sua situação e das circunstâncias da ocorrência, incluindo
tivos e bandagens; imobilizar fraturas, utilizando os equi- informações de testemunhas; transmitir, ao médico regula-
pamentos disponíveis em seus veículos; dar assistência ao dor a correta descrição da cena da urgência e do paciente;
42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
conhecer as técnicas de transporte do paciente traumati- 1.3.1 - Piloto de Aeronave de Asa Rotativa:
zado; manter vias aéreas pérveas com manobras manuais Módulo comum: total 8 horas
e não invasivas, administrar oxigênio e realizar ventilação Qualificação pessoal:
artificial; realizar circulação artificial por meio da técnica Atendimento pré-hospitalar;
de compressão torácica externa; controlar sangramento Sistema de saúde local;
externo, por pressão direta, elevação do membro e ponto Rotinas operacionais1.3.2 - Profissional de Segurança e
de pressão, utilizando curativos e bandagens; mobilizar e Auxiliar/Técnico de Enfermagem:
remover pacientes com proteção da coluna vertebral, uti- Rotinas operacionais de transporte aeromédico:
lizando colares cervicais, pranchas e outros equipamentos Noções de aeronáutica: 10 horas;
de imobilização e transporte; aplicar curativos e banda- - Noções básicas de fisiologia de vôo: 12 horas.
gens; imobilizar fraturas utilizando os equipamentos dis- 1.3.3 - Médicos e Enfermeiros:
poníveis; prestar o primeiro atendimento à intoxicações, Rotinas operacionais de transporte aeromédico:
de acordo com protocolos acordados ou por orientação
- Noções de aeronáutica: 10 horas;
do médico regulador; dar assistência ao parto normal em
- Noções básicas de fisiologia de vôo: 20 horas.
período expulsivo e realizar manobras básicas ao recém
nato e parturiente; manter-se em contato com a central de
2 - DEFINIÇÃO DOS VEÍCULOS DE ATENDIMENTO
regulação médica repassando os informes iniciais e subse-
quentes sobre a situação da cena e do(s) paciente(s) para PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL
decisão e monitoramento do atendimento pelo médico re-
gulador; conhecer e saber operar todos os equipamentos e 2.1 - AMBULÂNCIAS
materiais pertencentes a veículo de atendimento; repassar Define-se ambulância como um veículo (terrestre, aé-
as informações do atendimento à equipe de saúde desig- reo ou aquaviário) que se destine exclusivamente ao trans-
nada pelo médico regulador para atuar no local do evento; porte de enfermos.
conhecer e usar equipamentos de bioproteção individual; As dimensões e outras especificações do veículo
preencher os formulários e registros obrigatórios do siste- terrestre deverão obedecer às normas da ABNT – NBR
ma de atenção às urgências e do serviço; realizar triagem 14561/2000, de julho de 2000.
de múltiplas vítimas, quando necessário ou quando soli- As Ambulâncias são classificadas em:
citado pela equipe de saúde; participar dos programas de TIPO A – Ambulância de Transporte: veículo destina-
treinamento e educação continuada, conforme os termos do ao transporte em decúbito horizontal de pacientes que
deste Regulamento. não apresentam risco de vida, para remoções simples e de
1.3 - Capacitação Específica dos Profissionais de Trans- caráter eletivo.
porte Aeromédico TIPO B – Ambulância de Suporte Básico: veículo desti-
Os profissionais devem ter noções de aeronáutica de nado ao transporte interhospitalar de pacientes com risco
fisiologia de vôo. Estas noções de aeronáutica e noções bá- de vida conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de pa-
sicas de fisiologia de vôo devem seguir as determinações cientes com risco de vida desconhecido, não classificado
da Diretoria de Saúde da Aeronáutica, e da Divisão de Me- com potencial de necessitar de intervenção médica no lo-
dicina Aeroespacial, abrangendo: cal e/ou durante transporte até o serviço de destino.
Noções de aeronáutica: TIPO C - Ambulância de Resgate: veículo de atendi-
- Terminologia aeronáutica; mento de urgências pré- hospitalares de pacientes vítimas
- Procedimentos normais e de emergência em vôo; de acidentes ou pacientes em locais de difícil acesso, com
- Evacuação de emergência; equipamentos de salvamento (terrestre, aquático e em al-
- Segurança no interior e em torno de aeronaves;
turas).
- Embarque e desembarque de pacientes.Noções bási-
TIPO D – Ambulância de Suporte Avançado: veículo
cas de fisiologia de vôo:
destinado ao atendimento e transporte de pacientes de
- Atmosfera;
alto risco em emergências pré-hospitalares e/ou de trans-
- Fisiologia respiratória;
- Estudo clínico da hipóxia; porte inter-hospitalar que necessitam de cuidados médicos
- Disbarismos; intensivos. Deve contar com os equipamentos médicos ne-
- Forças acelerativas em vôo e seus efeitos sobre o or- cessários para esta função.
ganismo humano;Aerocinetose; TIPO E – Aeronave de Transporte Médico: aeronave de
- Ritmo circadiano; asa fixa ou rotativa utilizada para transporte inter-hospita-
- Gases, líquidos e vapores tóxicos em aviação; lar de pacientes e aeronave de asa rotativa para ações de
- Ruídos e vibrações; resgate, dotada de equipamentos médicos homologados
- Cuidados de saúde com paciente em vôo.A capacita- pelo Departamento de Aviação Civil - DAC.
ção necessária aos profissionais que atuam no transporte TIPO F – Embarcação de Transporte Médico: veículo
aeromédico será a mesma estabelecida no presente Re- motorizado aquaviário, destinado ao transporte por via
gulamento para os profissionais do pré-hospitalar móvel, marítima ou fluvial. Deve possuir os equipamentos médi-
conforme grade do Capítulo VII, devendo, no entanto, ter a cos necessários ao atendimento de pacientes conforme sua
seguinte capacitação adicional: gravidade.
43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
tomia; material para cricotiroidostomia; conjunto de drena- dissecção de veias tamanhos adulto/infantil; tesoura; pin-
gem torácica; maleta de acesso venoso contendo: tala para ça de Kocher; cortadores de soro; lâminas de bisturi; se-
fixação de braço; luvas estéreis; recipiente de algodão com ringas de vários tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo de
anti-séptico; pacotes de gaze estéril; esparadrapo; material infusão polivias; frascos de solução salina, ringer lactato, e
para punção de vários tamanhos incluindo agulhas metá- glicosada para infusão venosa; caixa de pequena cirurgia;
licas, plásticas e agulhas especiais para punção óssea; gar- maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas; clamps umbili-
rote; equipos de macro e microgotas; cateteres específicos cais; estilete estéril para corte do cordão; saco plástico para
para dissecção de veias, tamanho adulto/infantil; tesoura, placenta; absorvente higiênico grande; cobertor ou similar
pinça de Kocher; cortadores de soro; lâminas de bisturi; se- para envolver o recém-nascido; compressas cirúrgicas es-
ringas de vários tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo de téreis, pacotes de gases estéreis e braceletes de identifi-
infusão de 3 vias; frascos de soro fisiológico, ringer lactato cação; sondas vesicais; coletores de urina; protetores para
e soro glicosado; caixa completa de pequena cirurgia; ma- eviscerados ou queimados; espátulas de madeira; sondas
leta de parto como descrito nos itens anteriores; sondas nasogástricas; eletrodos descartáveis; equipos para drogas
vesicais; coletores de urina; protetores para eviscerados ou fotossensíveis; equipos para bombas de infusão; circuito
queimados; espátulas de madeira; sondas nasogástricas ; de respirador estéril de reserva; cobertor ou filme metálico
eletrodos descartáveis; equipos para drogas fotossensí- para conservação do calor do corpo; campo cirúrgico fe-
veis; equipo para bombas de infusão; circuito de respirador nestrado; almotolias com anti-séptico; conjunto de colares
estéril de reserva; equipamentos de proteção à equipe de cervicais; equipamentos de proteção à equipe de atendi-
atendimento: óculos, máscaras e aventais; cobertor ou fil- mento: óculos, máscaras, luvas.
me metálico para conservação do calor do corpo; campo Outros: colete imobilizador dorsal; cilindro de oxigênio
cirúrgico fenestrado; almotolias com anti-séptico; conjunto portátil com válvula; manômetro e fluxômetro com másca-
de colares cervicais; prancha longa para imobilização da ra e chicote para oxigenação; bandagens triangulares; talas
coluna. Para o atendimento a neonatos deverá haver pelo para imobilização de membros; coletes reflexivos para a
menos uma Incubadora de transporte de recém-nascido tripulação; lanterna de mão; equipamentos de proteção à
com bateria e ligação à tomada do veículo (12 volts). A in- equipe de atendimento: óculos, máscaras, luvas.
3.5.2- Aeronaves de Asas Fixas (Aviões) e Aeronaves de
cubadora deve estar apoiada sobre carros com rodas de-
Asas Rotativas (Helicópteros) para atendimento pré-hospi-
vidamente fixadas quando dentro da ambulância e conter
talar móvel secundário ou transporte interhospitalar:
respirador e equipamentos adequados para recém natos.
- Conjunto aeromédico (homologado pelo Departa-
3.5 - Aeronave de Transporte Médico (Tipo E):
mento de Aviação Civil – DAC): maca ou incubadora; cilin-
3.5.1 - Aeronaves de Asas Rotativas (Helicópteros) para
dro de ar comprimido e oxigênio com autonomia de pelo
atendimento pré-hospitalar móvel primário:
menos 4 horas; régua tripla para transporte; suporte para
- Conjunto aeromédico (homologado pelo Departa-
fixação de equipamentos médicos.
mento de Aviação Civil – DAC): maca ou incubadora; cilin-
- Equipamentos médicos fixos: respirador mecânico;
dro de ar comprimido e oxigênio com autonomia de pelo
monitor cardioversor com bateria com marca-passo ex-
menos 2 horas; régua tripla para transporte; suporte para terno não-invasivo; oxímetro portátil; monitor de pressão
fixação de equipamentos médicos; nãoinvasiva; bomba de infusão; prancha longa para imobi-
- Equipamentos médicos fixos: respirador mecânico; lização de coluna; capnógrafo;
monitor cardioversor com bateria; oxímetro portátil; bom- - Equipamentos médicos móveis: maleta de vias aé-
ba de infusão; prancha longa para imobilização de coluna; reas contendo: cânulas endotraqueais de vários tamanhos;
- Equipamentos médicos móveis: maleta de vias aé- cateteres de aspiração; adaptadores para cânulas; catete-
reas contendo: conjunto de cânulas orofaríngeas; cânulas res nasais; seringa de 20 ml; ressuscitador manual adulto/
endotraqueais de vários tamanhos; cateteres de aspiração; infantil completo; sondas para aspiração traqueal de vá-
adaptadores para cânulas; cateteres nasais; seringa de 20 rios tamanhos; luvas de procedimentos; lidocaína geléia e
ml; ressuscitador manual adulto/infantil completo; sondas spray; cadarços para fixação de cânula; laringoscópio infan-
para aspiração traqueal de vários tamanhos; luvas de pro- til/adulto com conjunto de lâminas curvas e retas; estetos-
cedimentos; lidocaína geléia e spray; cadarços para fixação cópio; esfigmomanômetro adulto/infantil; cânulas orofa-
de cânula; laringoscópio infantil/adulto com conjunto de ríngeas adulto/infantil; fios; fios-guia para intubação; pinça
lâminas curvas e retas; estetoscópio; esfigmomanômetro de Magyl; bisturi descartável; cânulas para traqueostomia;
adulto/infantil;; fios; fios-guia para intubação; pinça de Ma- material para cricotiroidostomia; conjunto de drenagem de
gyll; bisturi descartável; cânulas para traqueostomia; ma- tórax; maleta de acesso venoso contendo: tala para fixação
terial para cricotiroidostomia; conjunto de drenagem de de braço, luvas estéreis, recipiente de algodão com anti-
tórax; maleta de acesso venoso contendo: tala para fixação séptico; pacotes de gaze estéril; esparadrapo; material para
de braço; luvas estéreis; recipiente de algodão com anti- punção de vários tamanhos, incluindo agulhas metálicas,
séptico; pacotes de gaze estéril; esparadrapo; material para plásticas e agulhas especiais para punção óssea; garrote;
punção de vários tamanhos, incluindo agulhas metálicas, equipos de macro e microgotas; cateteres específicos para
plásticas e agulhas especiais para punção óssea; garrote; dissecção de veias tamanhos adulto/infantil; tesoura, pinça
equipos de macro e microgotas; cateteres específicos para de Kocher; cortadores de soro; lâminas de bisturi; seringas
45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
de vários tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo de infusão 5.3 - Ambulância do Tipo C: 3 profissionais militares,
polivias; frascos de solução salina, ringer lactato e glico- policiais rodoviários, bombeiros militares, e/ou outros
sada para infusão venosa; caixa completa de pequena ci- profissionais reconhecidos pelo gestor público, sendo um
rurgia; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas; clamps motorista e os outros dois profissionais com capacitação e
umbilicais; estilete estéril para corte do cordão; saco plás- certificação em salvamento e suporte básico de vida.
tico para placenta, absorvente higiênico grande; cobertor 5.4 - Ambulância do tipo D: 3 profissionais, sendo um
ou similar para envolver o recém-nascido; compressas ci- motorista, um enfermeiro e um médico.
rúrgicas estéreis; pacotes de gases estéreis e braceletes de 5.5 - Aeronaves: o atendimento feito por aeronaves
identificação; sondas vesicais; coletores de urina; proteto- deve ser sempre considerado como de suporte avançado
res para eviscerados ou queimados; espátulas de madeira; de vida e:
sondas nasogástricas; eletrodos descartáveis; equipos para - Para os casos de atendimento pré-hospitalar móvel
drogas fotossensíveis; equipos para bombas de infusão; primário não traumático e secundário, deve contar com o
circuito de respirador estéril de reserva; cobertor ou filme piloto, um médico, e um enfermeiro;
metálico para conservação do calor do corpo; campo cirúr- - Para o atendimento a urgências traumáticas em que
gico fenestrado; almotolias com anti-séptico; conjunto de sejam necessários procedimentos de salvamento, é indis-
colares cervicais; equipamentos de proteção à equipe de pensável a presença de profissional capacitado para tal.
atendimento: óculos, máscaras, luvas. 5.6 - Embarcações: a equipe deve ser composta 2 ou
3.6 – Embarcação de Transporte (Tipo F): 3 profissionais, de acordo com o tipo de atendimento a
Este veículo motorizado aquaviário, destinado ao ser realizado, contando com o condutor da embarcação e
transporte por via marítima ou fluvial, poderá ser equipado um auxiliar/técnico de enfermagem em casos de suporte
como indicado para as Ambulâncias de Tipo A, B, ou D, básico de vida, e um médico e um enfermeiro, em casos de
dependendo do tipo de assistência a ser prestada. suporte avançado de vida.
4 – DEFINIÇÃO DOS MEDICAMENTOS DAS AMBULÂN-
CIAS CAPÍTULO V
Medicamentos obrigatórios que deverão constar nos ATENDIMENTO HOSPITALAR
veículos de suporte avançado, seja nos veículos terrestres, UNIDADES HOSPITALARES DE ATENDIMENTO ÀS
aquáticos e nas aeronaves ou naves de transporte médico URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS
(Classes D, E e F):
- Lidocaína sem vasoconstritor; adrenalina, epinefrina, O presente Regulamento Técnico está definindo uma
atropina; dopamina; aminofilina; dobutamina; hidrocortiso- nova nomenclatura e classificação para a área de assistên-
na; glicose 50%; cia hospitalar de urgência e emergência. Refletindo sobre
- Soros: glicosado 5%; fisiológico 0,9%; ringer lactato; a regionalização proposta pela NOAS e sobre a estrutura
- Psicotrópicos: hidantoína; meperidina; diazepan; mi- dos pronto socorros existentes no país, adota-se a seguin-
dazolan; te classificação/estruturação, partindo da premissa que
- Medicamentos para analgesia e anestesia: fentanil, nenhum pronto socorro hospitalar poderá apresentar infra
ketalar, quelecin; estrutura inferior à de uma unidade não hospitalar de aten-
- Outros: água destilada; metoclopramida; dipirona; dimento às urgências e emergências, conforme descrito no
hioscina; dinitrato de isossorbitol; furosemide; amiodarona; Capítulo III - item 2 deste Regulamento:
lanatosideo C. 1 - Classificação
As Unidades Hospitalares de Atendimento em Urgên-
cia e Emergência serão classificadas segundo segue:
5 – TRIPULAÇÃO A - Unidades Gerais: a - Unidades Hospitalares Gerais
de Atendimento às Urgências e Emergências de Tipo I; b -
Unidades Hospitalares Gerais de Atendimento às Urgências
e Emergências de Tipo II.
Considerando-se que as urgências não se constituem B - Unidades de Referência: a - Unidades Hospitala-
em especialidade médica ou de enfermagem e que nos res de Referência em Atendimento às Urgências e Emer-
cursos de graduação a atenção dada à área ainda é bas- gências de Tipo I; b - Unidades Hospitalares de Referência
tante insuficiente, entende-se que os profissionais que em Atendimento às Urgências e Emergências de Tipo II; c
venham a atuar como tripulantes dos Serviços de Atendi- - Unidades Hospitalares de Referência em Atendimento às
mento Pré-Hospitalar Móvel devam ser habilitados pelos Urgências e Emergências de Tipo III.
Núcleos de Educação em Urgências, cuja criação é indicada Observação: As Unidades de Referência correspon-
pelo presente Regulamento e cumpram o conteúdo curri- dem, respectivamente, aos Hospitais Tipo I, II e III definidos
cular mínimo nele proposto - Capítulo VII. segundo os critérios de classificação estabelecidos pela
5.1 - Ambulância do Tipo A: 2 profissionais, sendo um o Portaria GM/MS nº 479, de 15 de abril de 1999, que cria
motorista e o outro um Técnico ou Auxiliar de enfermagem. mecanismos para a implantação dos Sistemas Estaduais
5.2 - Ambulância do Tipo B: 2 profissionais, sendo um o de referência Hospitalar em Atendimento de Urgências e
motorista e um técnico ou auxiliar de enfermagem. Emergências.
46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Serviço de Suporte, Acompanhamento Clínico e Reabilitação: A Unidade deve contar com os serviços e profissionais
nas seguintes áreas (dependendo do volume de atendimento, estes profissionais não precisam ser exclusivos da Unidade):
- Psicologia Clínica;
- Nutrição;
- Assistência Social;
- Fisioterapia;
- Terapia Ocupacional;
- Farmácia;
- Hemoterapia;
Outros Profissionais alcançáveis, identificados por especialidade e capacitados para o atendimento às urgências/
emergências nas suas áreas específicas de atuação profissional:
Cardiologia Pediatria Tr a u m a t o - O r t o p e d i a
Hematologista Endoscopista Imagenologista
Imagenologista Hematologista
Hematologista Cirurgião Vascular
Broncoscopista N e u r o c i r u rg i ã o
Neuropediatra Cirurgião Geral
Cirurgião Bucomaxilofacial
49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Recursos Tecnológicos disponíveis em serviços de terceiros, instalados dentro ou fora da estrutura ambulatório-hos-
pitalar da Unidade. Neste caso, a referência deve ser devidamente formalizada de acordo com o que estabelece a Portaria
SAS nº 494, de 26 de agosto de 1999:
Cardiologia Pediatria Tr a u m a t o - O r t o p e d i a
Tomografia Computadorizada Tomografia Computadorizada Tomografia Computadorizada
Broncoscopia Cirurgia Vascular
Endoscopia Cirurgia Bucomaxilofacial
Banco de Sangue Cirurgia Geral
N e u r o c i r u rg i a
Banco de Sangue
50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
As grades de referência loco regionais devem ser pre- servação do custo e disponibilidade de cada um desses
viamente pactuadas e as transferências deverão ser solici- meios. O transporte interhospitalar, em qualquer de suas
tadas ao médico regulador da Central de Regulação de Ur- modalidades, de acordo com a disponibilidade de recursos
gências, cujas competências técnicas e gestoras estão es- e a situação clínica do paciente a ser transportado, deve ser
tabelecidas no Capítulo II deste Regulamento. Tais centrais realizado em veículos adequados e equipados de acordo
poderão ter abrangência loco-regional, de acordo com os com o estabelecido no Capítulo IV deste Regulamento.
pactos de referência e mecanismos de financiamento esta- Transporte Aeromédico: O transporte aéreo poderá ser
belecidos pela NOASSUS/2002. indicado, em aeronaves de asa rotativa, quando a gravidade
Nos casos em que as centrais reguladoras ainda não do quadro clínico do paciente exigir uma intervenção rápi-
estejam estruturadas, as pactuações também deverão ser da e as condições de trânsito tornem o transporte terrestre
realizadas e os encaminhamentos deverão ser feitos me- muito demorado, ou em aeronaves de asa fixa, para percor-
diante grade de assistência loco regional, com contato pré- rer grandes distâncias em um intervalo de tempo aceitável,
vio com o serviço receptor. diante das condições clínicas do paciente. A operação des-
No processo de planejamento e pactuação das trans- te tipo de transporte deve seguir as normas e legislações
ferências inter-hospitalares, deverá ser garantido o suporte específicas vigentes, oriundas do Comando da Aeronáutica
de ambulâncias de transporte para o retorno dos pacientes através do Departamento de Aviação Civil. Para efeito da
que, fora da situação de urgência, ao receberem alta, não atividade médica envolvida no atendimento e transporte
apresentem possibilidade de locomover-se através de ou- aéreo de pacientes, conforme já definido no Capítulo IV
tros meios, por restrições clínicas. deste Regulamento, considera-se que o serviço deve pos-
Pacientes que não tenham autonomia de locomoção suir um diretor médico com habilitação mínima compreen-
por limitações sócioeconômicas e que, portanto, extra- dendo capacitação em emergência pré- hospitalar, noções
polam o âmbito de atuação específico da saúde, deverão básicas de fisiologia de vôo e noções de aeronáutica, sen-
receber apoio, nos moldes estabelecidos por políticas in- do recomendável habilitação em medicina aeroespacial. O
tersetoriais loco regionais. Salienta-se que o planejamento serviço de transporte aeromédico deve estar integrado ao
do suporte a estes casos é de fundamental importância ao sistema de atendimento pré-hospitalar e à Central de Regu-
adequado funcionamento dos serviços de saúde, uma vez lação Médica de Urgências da região e deve ser considera-
que os pacientes podem ocupar leitos hospitalares por pe- do sempre como modalidade de suporte avançado de vida.
ríodos mais ou menos longos após terem recebido alta, por - Transporte Aquaviário: este tipo de transporte poderá
ser indicado em regiões onde o transporte terrestre esteja
dificuldade de transporte de retorno a suas residências.
impossibilitado pela inexistência de estradas e/ou onde não
2 - Conceituação:
haja transporte aeromédico, observando-se a adequação
O transporte inter-hospitalar refere-se à transferência
do tempo de transporte às necessidades clínicas e a gravi-
de pacientes entre unidades não hospitalares ou hospitala-
dade do caso.
res de atendimento às urgências e emergências, unidades
- Transporte Terrestre: este tipo de transporte poderá
de diagnóstico, terapêutica ou outras unidades de saúde
ser indicado para áreas urbanas, em cidades de pequeno,
que funcionem como bases de estabilização para pacientes médio e grande porte, ou para as transferências inter mu-
graves, de caráter público ou privado e tem como princi- nicipais, onde as estradas permitam que essas unidades de
pais finalidades: transporte se desloquem com segurança e no intervalo de
a - A transferência de pacientes de serviços de saúde de tempo desejável ao atendimento de cada caso.
menor complexidade para serviços de referência de maior 3 - Diretrizes Técnicas:
complexidade, seja para elucidação diagnóstica, internação 3.1 - Responsabilidades/Atribuições do Serviço/Médico
clínica, cirúrgica ou em unidade de terapia intensiva, sem- Solicitante
pre que as condições locais de atendimento combinadas à Ficam estabelecidas as seguintes responsabilidades/
avaliação clínica de cada paciente assim exigirem; atribuições ao Serviço/Médico solicitante:
b - A transferência de pacientes de centros de refe- a - O médico responsável pelo paciente seja ele planto-
rência de maior complexidade para unidades de menor nista, diarista ou o médico assistente, deve realizar as soli-
complexidade, seja para elucidação diagnóstica, internação citações de transferências à Central de Regulação e realizar
clínica, cirúrgica ou em unidade de terapia intensiva, seja contato prévio com o serviço potencialmente receptor;
em seus municípios de residência ou não, para conclusão b - Não remover paciente em risco iminente de vida,
do tratamento, sempre que a condição clínica do pacien- sem prévia e obrigatória avaliação e atendimento respira-
te e a estrutura da unidade de menor complexidade assim tório, hemodinâmico e outras medidas urgentes específi-
o permitirem, com o objetivo de agilizar a utilização dos cas para cada caso, estabilizando-o e preparando-o para o
recursos especializados na assistência aos pacientes mais transporte;
graves e/ou complexos. c - Esgotar seus recursos antes de acionar a central de
Este transporte poderá ser aéreo, aquaviário ou ter- regulação ou outros serviços do sistema loco regional;
restre, de acordo com as condições geográficas de cada d - A decisão de transferir um paciente grave é estrita-
região, observando-se as distâncias e vias de acesso, como mente médica e deve considerar os princípios básicos do
a existência de estradas, aeroportos, helipontos, portos e transporte, quais sejam: não agravar o estado do paciente,
condições de navegação marítima ou fluvial, bem como a garantir sua estabilidade e garantir transporte com rapidez
condição clínica de cada paciente, não esquecendo a ob- e segurança;
53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
- Articular, processar e congregar as dificuldades e necessidades das instituiçõesmembro para alcançarem as suas
metas, a fim de constituir Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência;
- Ser espaço interinstitucional combinando conhecimentos e meios materiais que permitam abarcar a dimensão qua-
litativa e quantitativa das demandas de educação em urgências, potencializando as capacidades e respondendo ao con-
junto de demandas inerentes a um sistema organizado de atenção;
- Ser estratégia pública privilegiada para a transformação da qualificação da assistência às urgências, visando impac-
tos objetivos em saúde populacional;
- Constituir os meios materiais (área física e equipamentos) e organizar corpo qualificado de instrutores e multiplica-
dores, que terão como missão, entre outras, produzir os materiais didáticos em permanente atualização e adaptação às
necessidades das políticas públicas de saúde e dos serviços / trabalhadores da saúde;
1.4- Objetivos Operacionais
São objetivos operacionais dos Núcleos de Educação em Urgências: - Promover programas de formação e educação
continuada na forma de treinamento em serviço a fim de atender ao conjunto de necessidades diagnosticado em cada
região, fundamentando o modelo pedagógico na problematização de situações; - Capacitar os recursos humanos envolvi-
dos em todas as dimensões da atenção regional, ou seja, atenção pré-hospitalar - unidades básicas de saúde, unidades de
saúde da família, pré-hospitalar móvel, unidades não hospitalares de atendimento às urgências e emergências e ambula-
tórios de especialidades; atenção hospitalar e atenção póshospitalar - internação domiciliar e serviços de reabilitação, sob
a ótica da promoção da saúde; - Estimular a criação de equipes multiplicadoras em cada região, que possam implemen-
tar a educação continuada nos serviços de urgência; - Congregar os profissionais com experiência prática em urgência,
potencializando sua capacidade educacional; - Desenvolver e aprimorar de forma participativa e sustentada as políticas
públicas voltadas para a área da urgência; - Certificar anualmente e re-certificar a cada dois anos os profissionais atuantes
nos diversos setores relativos ao atendimento das urgências;
Propor parâmetros para a progressão funcional dos trabalhadores em urgências, vinculados ao cumprimento das exi-
gências mínimas de capacitação, bem como à adesão às atividades de educação continuada.
2 - Grades de Temas, Conteúdos, Habilidades, Cargas Horárias Mínimas para a Habilitação e Certificação dos Profis-
sionais da Área de Atendimento às Urgências e Emergências:
Como já foi abordado, há uma premente necessidade de estabelecimento de currículos mínimos de capacitação e
habilitação para o atendimento às urgências. Isto decorre do fato de que os inúmeros conteúdos programáticos e cargas
horárias existentes no país não garantem a qualidade do aprendizado. Assim, o pressente Regulamento propõe temas,
conteúdos, habilidades e cargas horárias mínimas a serem desenvolvidos pelos Núcleos de Educação em Urgências e
considerados necessários para a certificação inicial de todos os profissionais que já atuam ou que venham a atuar no
atendimento às urgência e emergências, seja ele de caráter público ou privado.
2.1 – Profissionais do Atendimento Pré-Hospitalar Móvel
A - Profissionais Não Oriundos da Área da Saúde A-1 - Profissionais da Área de Segurança, Bombeiros e Condutores
de Veículos de Urgência do Tipo B, C e D:
56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Carga Horá-
TEMAS CONTEÚDO HABILIDADES
ria (CH)
Programa e atividade de integração Pré e 01 T (Teóri-
1. Introdução Trabalho em equipe
Pós-teste. ca)
Conhecer a organização do
2. Sistema de saúde
Apresentação da rede hierarquizada dos ser- sistema de saúde local de
local e serviços relacio- 01 T
viços de saúde. acordo com a hierarquia dos
nados.
serviços
Histórico do serviço pré-hospitalar móvel.
Perfil profissional; Apresentação do serviço
Trabalho em equipe Conhecer
de atendimento pré-hospitalar (APH) móvel
os conceitos da Portaria e as
3. Serviço Pré Hospita- de sua cidade Apresentação da Portaria GM/
competências dos profissio- 02 T
lar Móvel MS nº 2048 de 5 de novembro de 2002 - Re-
nais da área de segurança,
gulamento Técnico dos Sistemas Estaduais
bombeiros.
de Urgência e Emergência Conceitos de ética
médica ligada ao APH
Manejo de equipamentos da central de ur-
4. Central de Regulação Manuseio do sistema de rádio
gência (rádios), veículos e materiais utiliza- 01 T
e Equipamentos e técnicas de comunicação.
dos no APH móvel, rotinas operacionais.
Conhecimento das principais
divisões anatômicas, regiões
Anatomia topográfica: regiões anatômicas e anatômicas, e noções de ana-
noções gerais de anatomia topográfica. Apa- tomia topográfica. Conheci-
5. Anatomia e Fisiolo- 08 T 02 P
relhos e sistemas: anatomia e fisiologia dos mento dos aspectos morfoló-
gia (Prática)
aparelhos e sistemas do corpo humano: em gicos e fisiológicos dos diver-
especial esquelético, cardíaco, respiratório. sos aparelhos para formulação
de correlação anátomo-clíni-
ca.
Conhecer a importância do
exame da cena do acidente
6. Cinemática do Trau- para identificar sinais de gra-
Exame da cena e mecanismos de lesões. 03 T
ma vidade. Saber correlacionar a
cenas com os mecanismos de
lesões.
Realizar a abordagem primária
Abordagem Primária e secundária de uma
e secundária para reconhecer
Vítima; técnicas relativas à avaliação de sinais
sinais de gravidade em situa-
vitais de vítimas: pressão arterial, frequência
7. Abordagem do pa- ções que ameaçam a vida de
respiratória e de pulso, temperatura e outros. 08 T 12 P
ciente. forma imediata e as lesões dos
Escala de coma de Glasgow e escala de trau-
diversos segmentos. Saber
ma revisado ou escala de trauma utilizada
utilizar a escala de Glasgow e
pelo serviço local
de trauma.
Obstrução de Vias Aéreas. Desobstrução de
a. Manejo de Vias Aé-
Vias Aéreas. Sinais e Sintomas de parada res-
reas/Ressuscitação Car-
piratória e cardíaca. Técnicas de reanimação
diopulmonar
cardiopulmonar em adulto e criança. 06 T 18 P
Materiais e equipamentos utilizados em pa-
rada cardio respiratória. Materiais e Equipa-
mentos utilizados em oxigênioterapia.
57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
9. *Avaliação
Provas escritas e práticas de avaliação de
teórica e pratica Demonstrar conhecimentos adquiridos 04 T 06 P
conhecimento
do curso
10. Salvamen-
Conceitos e técnicas de: Salvamento ter- Conhecimento e habilidade psicomoto-
to** MODULO
restre; Salvamento em alturas; Salvamento ra para realização de salvamento terrestre, 10 T 20 P
COMPLEM E N
aquático; Materiais e equipamentos aquático e em alturas
TA R
TO TA L 154 H
* Número de horas para avaliação a serem distribuídas durante o Curso.
**Módulo específico para profissionais de saúde que atuem com atividades de salvamento.
B - 2 - Enfermeiros
65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
B - 3 - Médicos
69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
A - Atenção Primária à Saúde, aqui consideradas as Unidades Básicas de Saúde e o Programa de Saúde da Família:
A-1- Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem: *
73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
A- 2 - Médicos:
76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
B - Profissionais das Unidades Não Hospitalares (Capítulo III - item 2) e Hospitalares de atendimento às urgências (Ca-
pítulo V - itens A e B):
B-1- Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares Enfermagem: *
78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
79
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
80
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
81
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Acolher e reconhecer
sinais de gravidade das
patologias psiquiátri-
cas em situações de
Paciente Agitado/Violento Psicoses Depres-
urgência. Reconhecer a
11. Urgências em Saúde sões Risco de Suicídio Abstinência Alcoólica
necessidade de acionar
Mental: e outras Abordagem do Paciente Terminal e
outros atores no atendi-
de sua Família
mento às urgências psi-
quiátricas, quando hou-
ver risco para o paciente
e/ou para a equipe.
Adotar medidas tera-
pêuticas no manejo dos
pacientes agressivos, 04 T 08 P
psicóticos, depressivos,
suicidas e em síndrome
de abstinência. Respon-
sabilizar-se pelo enca-
minhamento adequado
Síndromes cerebrais orgânicas
do paciente, quando a
patologia apresentada
exigir recursos terapêu-
ticos e/ou diagnósticos
inexistentes na unidade,
mediante protocolos
previamente pactuados
e reconhecidos.
83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
84
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Acolher, reconhecer,
diagnosticar e adotar
medidas terapêuticas
para tratamento e/ou
Infecções Hipertensão Arterial Hemorragias
13. Urgências gineco- controle das patologias
Distúrbios Tromboembólicos Trabalho de
-obstétricas: referidas, encaminhan-
parto normal
do adequadamente os
casos que extrapolem
a complexidade da uni-
dade.
08 T 16 P
Estar habilitado para
prestar à gestante em
trabalho de parto nor-
mal em período expul-
Apresentações distócicas Cesárea pós-mor- sivo. Prestar o atendi-
tem mento ao RN normal e
prematuro. Manejar os
equipamentos necessá-
rios para suporte venti-
latório ao RN.
Manejar todos os equi-
pamentos da sala de ur-
gência. Estar habilitado
para a realizar as téc-
14. Manejo de equipa- Cardioversor Respirador Monitor Oxímetro nicas de imobilização e
mentos, soluções e me- Bomba de Infusão Material de Imobilização remoção. Conhecer as 08 P
dicamentos e Remoção soluções e os medica-
mentos disponíveis na
unidade e ter domínio
em relação à sua utili-
zação.
15. *Avaliação teórica e Provas escritas e práticas de avaliação de Demonstrar conheci-
04 T 10 P
prática do curso conhecimento mentos adquiridos
TO TA L 170 H
* 4 horas para avaliação escrita e as 10 restantes para avaliação prática a serem distribuídas durante o Curso.
85
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
B - 2 – Médicos Pediatras:
86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Labirintite Aguda Tr a u m a
02 T 04 P
Otorragia
Acolher e reconhecer sinais de gravidade em
Crianças Vítimizada Aborda-
situações de urgência. Reconhecer a necessi-
9- Urgências em gem do Paciente Terminal e de
dade de acionar outros atores no atendimen- 04 T 08 P
Saúde Mental: sua Família Alterações de Nível
to às urgências psiquiátricas, quando houver
de Consciência
risco para o
paciente. Adotar medidas terapêuticas no
manejo das patologias apontadas. Respon-
:
sabilizar-se pelo encaminhamento adequado
do paciente, quando o quadro
apresentado exigir recursos terapêuticos e/
ou diagnósticos inexistentes na unidade, me-
diante protocolos previamente pactuados e
reconhecidos.
Sutura de Ferimentos e drena-
Realizar suturas de ferimentos e drenagem
gem de Abscessos Politrauma-
de abscessos. Acolher, reconhecer e diagnos-
tizado Choque e hemorragias
ticar sinais de gravidade na vítima traumati-
Trauma Raquimedular Trauma
10- Urgências zada: sinais de
Crânio Encefálico 08 T 16 P
Traumáticas:
Trauma torácico Trauma abdo- disfunção respiratória, ventilatória e circula-
minal Trauma de face Trauma tória. Ser capaz de prestar o atendimento ini-
de extremidades Queimaduras cial ao paciente traumatizado grave.
87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
*4 horas para avaliação escrita e as 8 restantes para avaliação prática a serem distribuídas durante o Curso.
RECOMENDAÇÃO PARA AS ATIVIDADES:
- Devem ser realizadas em serviços pré-determinados da região, inicialmente acompanhando os profissionais já ex-
perientes, problematizando a realidade, com discussão dos casos em grupos e, a seguir, atuando e sendo supervisionado
pelos profissionais da unidade.
- Dentro das cargas horárias teóricas estão incluídos exercícios práticos (in vitro) com materiais e equipamentos.
88
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
89
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
de 2010, publicada no Diário Oficial da União nº 181, de II - possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços
21 de setembro de 2010, Seção 1, pg. 44, nº 3.839/GM/ de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como
MS, de 7 de dezembro de 2010, publicada no Diário Oficial a porta de entrada aberta e preferencial da rede de aten-
da União nº 237, de 8 de dezembro de 2010, Seção 1, pg. ção, acolhendo os usuários e promovendo a vinculação e
44/45, nº 4.299/GM/MS, de 30 de dezembro de 2010, pu- corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de
blicada no Diário Oficial da União nº 251, 31 de dezembro saúde; o estabelecimento de mecanismos que assegurem
de 2010, Seção 1, pg. 97, nº 2.191/GM/MS, de 3 de agosto acessibilidade e acolhimento pressupõe uma lógica de or-
de 2010, publicada no Diário Oficial da União nº 148, de 4 ganização e funcionamento do serviço de saúde, que parte
de agosto de 2010, Seção 1, pg. 51, nº 302/GM/MS, de 3 do princípio de que a unidade de saúde deva receber e
de fevereiro de 2009, publicada no Diário Oficial da União ouvir todas as pessoas que procuram os seus serviços, de
nº 28, de 10 de fevereiro de 2009, Seção 1, pg. 36, nº 2.027/ modo universal e sem diferenciações excludentes. O ser-
GM/MS, de 25 de agosto de 2011, publicada no Diário Ofi- viço de saúde deve se organizar para assumir sua função
cial da União nº 164, Seção 1, pg.90. central de acolher, escutar e oferecer uma resposta positi-
va, capaz de resolver a grande maioria dos problemas de
ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA saúde da população e/ou de minorar danos e sofrimentos
desta, ou ainda se responsabilizar pela resposta, ainda que
ANEXO I esta seja ofertada em outros pontos de atenção da rede.
DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE A ATENÇÃO BÁSICA A proximidade e a capacidade de acolhimento, vinculação,
DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES GERAIS DA ATEN- responsabilização e resolutividade são fundamentais para
ÇÃO BÁSICA a efetivação da atenção básica como contato e porta de
entrada preferencial da rede de atenção;
A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de III - adscrever os usuários e desenvolver relações de
ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abran- vínculo e responsabilização entre as equipes e a população
ge a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de adscrita garantindo a continuidade das ações de saúde e
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redu- a longitudinalidade do cuidado. A adscrição dos usuários
ção de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de é um processo de vinculação de pessoas e/ou famílias e
desenvolver uma atenção integral que impacte na situação grupos a profissionais/equipes, com o objetivo de ser refe-
de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes rência para o seu cuidado. O vínculo, por sua vez, consiste
econdicionantes de saúde das coletividades. É desenvol- na construção de relações de afetividade e confiança entre
vida por meio do exercício de práticas de cuidado e ges- o usuário e o trabalhador da saúde, permitindo o aprofun-
tão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho damento do processo de corresponsabilização pela saúde,
em equipe, dirigidas a populações de territórios definidos, construído ao longo do tempo, além de carregar, em si,
pelas quais assume a responsabilidade sanitária, conside- um potencial terapêutico. A longitudinalidade do cuidado
rando a dinamicidade existente no território em que vivem pressupõe a continuidade da relação clínica, com cons-
essas populações. Utiliza tecnologias de cuidado comple- trução de vínculo e responsabilização entre profissionais
xas e variadas que devem auxiliar no manejo das demandas e usuários ao longo do tempo e de modo permanente,
e necessidades de saúde de maior frequência e relevância acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de
em seu território, observando critérios de risco, vulnerabili- outros elementos na vida dos usuários, ajustando condutas
dade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda, quando necessário, evitando a perda de referências e dimi-
necessidade de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos. nuindo os riscos de iatrogenia decorrentes do desconheci-
É desenvolvida com o mais alto grau de descentrali- mento das histórias de vida e da coordenação do cuidado;
zação e capilaridade, próxima da vida das pessoas. Deve IV - Coordenar a integralidade em seus vários aspec-
ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta tos, a saber: integração de ações programáticas e demanda
de entrada e centro de comunicação da Rede de Atenção espontânea; articulação das ações de promoção à saúde,
à Saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da prevenção de agravos, vigilância à saúde, tratamento e rea-
acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da bilitação e manejo das diversas tecnologias de cuidado e
integralidade da atenção, da responsabilização, da huma- de gestão necessárias a estes fins e à ampliação da auto-
nização, da equidade e da participação social. A Atenção nomia dos usuários e coletividades; trabalhando de forma
Básica considera o sujeito em sua singularidade e inserção multiprofissional, interdisciplinar e em equipe; realizando a
sócio-cultural, buscando produzir a atenção integral. gestão do cuidado integral do usuário e coordenando-o no
A Atenção Básica tem como fundamentos e diretrizes: conjunto da rede de atenção. A presença de diferentes for-
I - ter território adstrito sobre o mesmo, de forma a mações profissionais assim como um alto grau de articula-
permitir o planejamento, a programação descentralizada e ção entre os profissionais é essencial, de forma que não só
o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com as ações sejam compartilhadas, mas também tenha lugar
impacto na situação, nos condicionantes e determinantes um processo interdisciplinar no qual progressivamente os
da saúde das coletividades que constituem aquele territó- núcleos de competência profissionais específicos vão en-
rio sempre em consonância com o princípio da equidade; riquecendo o campo comum de competências ampliando
90
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
assim a capacidade de cuidado de toda a equipe. Essa or- III - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir
ganização pressupõe o deslocamento do processo de tra- projetos terapêuticos singulares, bem como acompanhar e
balho centrado em procedimentos, profissionais para um organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção
processo centrado no usuário, onde o cuidado do usuário das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre
é o imperativo ético-político que organiza a intervenção os diversos pontos de atenção responsabilizando-se pelo
técnico-científica; e cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através
V - estimular a participação dos usuários como forma de uma relação horizontal, contínua e integrada com o ob-
de ampliar sua autonomia e capacidade na construção do jetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção inte-
cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do terri- gral. Articulando também as outras estruturas das redes de
tório, no enfrentamento dos determinantes e condicionan- saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. Para
tes de saúde, na organização e orientação dos serviços de isso, é necessário incorporar ferramentas e dispositivos de
saúde a partir de lógicas mais centradas no usuário e no gestão do cuidado, tais como: gestão das listas de espera
exercício do controle social. (encaminhamentos para consultas especializadas, proce-
A Política Nacional de Atenção Básica considera os ter- dimentos e exames), prontuário eletrônico em rede, pro-
mos Atenção Básica e Atenção Primária a Saúde, nas atuais tocolos de atenção organizados sob a lógica de linhas de
concepções, como termos equivalentes. Associa a ambos cuidado, discussão e análise de casos traçadores, eventos-
os termos: os princípios e as diretrizes definidos neste do- sentinela e incidentes críticos, dentre outros. As práticas de
cumento. regulação realizadas na atenção básica devem ser articu-
A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da ladas com os processos regulatórios realizados em outros
Família sua estratégia prioritária para expansão e consolida- espaços da rede, de modo a permitir, ao mesmo tempo, a
ção da atenção básica. A qualificação da Estratégia de Saúde qualidade da micro-regulação realizada pelos profissionais
da Família e de outras estratégias de organização da atenção da atenção básica e o acesso a outros pontos de atenção
básica deverão seguir as diretrizes da atenção básica e do nas condições e no tempo adequado, com equidade; e
SUS configurando um processo progressivo e singular que IV - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de
considera e inclui as especificidades locoregionais. saúde da população sob sua responsabilidade, organizan-
do as necessidades desta população em relação aos outros
DAS FUNÇÕES NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE pontos de atenção à saúde, contribuindo para que a pro-
gramação dos serviços de saúde parta das necessidades de
Esta Portaria conforme normatização vigente do SUS, saúde dos usuários.
define a organização de Redes de Atenção à Saúde (RAS)
como estratégia para um cuidado integral e direcionado as DAS RESPONSABILIDADES
necessidades de saúde da população. As RAS constituem-
se em arranjos organizativos forma-dos por ações e servi-
São responsabilidades comuns a todas as esferas de
ços de saúde com diferentes configurações tecnológicas e
governo:
missões assistenciais, articulados de forma complementar
I - contribuir para a reorientação do modelo de aten-
e com base territorial, e têm diversos atributos, entre eles
ção e de gestão com base nos fundamentos e diretrizes
destaca-se: a atenção básica estruturada como primeiro
assinalados;
ponto de atenção e principal porta de entrada do siste-
II - apoiar e estimular a adoção da estratégia Saúde da
ma, constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda
Família pelos serviços municipais de saúde como estraté-
a população, integrando, coordenando o cui-dado, e aten-
gia prioritária de expansão, consolidação e qualificação da
dendo as suas necessidades de saúde. O Decreto nº 7.508,
de 28 de julho de 2011, que regulamenta a Lei nº 8.080/90, atenção básica à saúde;
define que “o acesso universal, igualitário e ordenado às III - garantir a infraestrutura necessária ao funciona-
ações e serviços de saúde se inicia pelas portas de entrada mento das Unidades Básicas de Saúde, de acordo com suas
do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquiza- responsabilidades;
da”. Neste sentido, atenção básica deve cumprir algumas IV - contribuir com o financiamento tripartite da Aten-
funções para contribuir com o funcionamento das Redes ção Básica;
de Atenção à Saúde, são elas: V - estabelecer, nos respectivos Planos de Saúde, prio-
I -Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço ridades, estratégias e metas para a organização da Atenção
de saúde com o mais elevado grau de descentralização e Básica;
capilaridade, cuja participação no cuidado se faz sempre VI - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias
necessária; organizacionais de qualificação da força de trabalho para
II - Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e de- gestão e atenção à saúde, valorizar os profissionais de
mandas de saúde, utilizando e articulando diferentes tec- saúde estimulando e viabilizando a formação e educação
nologias de cui-dado individual e coletivo, por meio de permanente dos profissionais das equipes, a garantia de
uma clínica ampliada capaz de construir vínculos positivos direitos trabalhistas e previdenciários, a qualificação dos
e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, na pers- vínculos de trabalho e a implantação de carreiras que as-
pectiva de ampliação dos graus de autonomia dos indiví- sociem desenvolvimento do trabalhador com qualificação
duos e grupos sociais; dos serviços ofertados aos usuários;
91
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
VII - desenvolver, disponibilizar e implantar os sistemas III - ser co-responsável, pelo monitoramento da utili-
de informações da Atenção Básica de acordo com suas res- zação dos recursos federais da Atenção Básica transferidos
ponsabilidades; aos municípios;
VIII - planejar, apoiar, monitorar e avaliar a Atenção Bá- IV - submeter à CIB, para resolução acerca das irregu-
sica; laridades constatadas na execução dos recursos do Bloco
IX - estabelecer mecanismos de controle, regulação e de Atenção Básica, conforme regulamentação nacional, vi-
acompanhamento sistemático dos resultados alcançados sando:
pelas ações da Atenção Básica, como parte do processo de a) aprazamento para que o gestor municipal corrija as
planejamento e programação; irregularidades;
X - divulgar as informações e os resultados alcançados b) comunicação ao Ministério da Saúde;
pela atenção básica; c) bloqueio do repasse de recursos ou demais provi-
XI - promover o intercâmbio de experiências e estimu- dências, conforme regulamentação nacional, consideradas
lar o desenvolvimento de estudos e pesquisas que bus- necessárias e devidamente oficializadas pela CIB;
quem o aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias V - analisar os dados de interesse estadual, gerados
e conhecimentos voltados à Atenção Básica; pelos sistemas de informação, utilizá-los no planejamento
XII - viabilizar parcerias com organismos internacionais, e divulgar os resultados obtidos;
com organizações governamentais, não governamentais e VI - verificar a qualidade e a consistência dos dados
do setor privado, para fortalecimento da Atenção Básica e enviados pelos municípios por meio dos sistemas informa-
da estratégia de saúde da família no País; e tizados, retornando informações aos gestores municipais;
XIII - estimular a participação popular e o controle so- VII - consolidar, analisar e transferir para o Ministério
cial. da Saúde os arquivos dos sistemas de informação enviados
Compete ao Ministério da Saúde: pelos municípios de acordo com os fluxos e prazos estabe-
I - definir e rever periodicamente, de forma pactuada, lecidos para cada sistema;
na Comissão Intergestores Tripartite, as diretrizes da Políti- VIII - prestar apoio institucional aos municípios no pro-
ca Nacional de Atenção Básica;
cesso de implantação, acompanhamento, e qualificação da
II - garantir fontes de recursos federais para compor o
Atenção Básica e de ampliação e consolidação da estraté-
financiamento da Atenção Básica;
gia Saúde da Família;
III -prestar apoio institucional aos gestores dos esta-
IX - definir estratégias de articulação com as gestões
dos, ao Distrito Federal e aos municípios no processo de
municipais do SUS com vistas à institucionalização da ava-
qualificação e de consolidação da Atenção Básica;
liação da Atenção Básica;
IV - definir, de forma tripartite, estratégias de articu-
X - disponibilizar aos municípios instrumentos técni-
lação com as gestões estaduais e municipais do SUS com
cos e pedagógicos que facilitem o processo de formação e
vistas à institucionalização da avaliação e qualificação da
Atenção Básica; educação permanente dos membros das equipes de ges-
V - estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais tão e de atenção à saúde;
e disponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos que XI - articular instituições, em parceria com as Secre-
facilitem o processo de gestão, de formação e educação tarias Municipais de Saúde, para formação e garantia de
permanente dos gestores e profissionais da Atenção Básica; educação permanente aos profissionais de saúde das equi-
VI -articular com o Ministério da Educação estratégias pes de Atenção Básica e das equipes de saúde da família; e
de indução às mudanças curriculares nos cursos de gra- XII - promover o intercâmbio de experiências entre os
duação e pósgraduação na área da saúde visando à for- diversos municípios, para disseminar tecnologias e conhe-
mação de profissionais e gestores com perfil adequado à cimentos voltados à melhoria dos serviços da Atenção Bá-
Atenção Básica; e sica.
VII - apoiar a articulação de instituições, em parceria Compete às Secretarias Municipais de Saúde e ao Dis-
com as Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do trito Federal:
Distrito Federal, para formação e garantia de educação per- I - pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite,
manente para os profissionais de saúde da Atenção Básica. através do COSEMS, estratégias, diretrizes e normas de
Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e ao Dis- implementação da Atenção Básica no Estado, mantidos as
trito Federal: diretrizes e os princípios gerais regulamentados nesta Por-
I - pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite, es- taria;
tratégias, diretrizes e normas de implementação da Aten- II - destinar recursos municipais para compor o finan-
ção Básica no Estado, de forma complementar às estraté- ciamento tripartite da Atenção Básica;
gias, diretrizes e normas existentes, desde que não haja III - ser co-responsável, junto ao Ministério da Saúde,
restrições destas e que sejam respeitados as diretrizes e os e Secretaria Estadual de Saúde pelo monitoramento da
princípios gerais regulamentados nesta Portaria; utilização dos recursos da Atenção Básica transferidos aos
II - destinar recursos estaduais para compor o financia- município;
mento tripartite da Atenção Básica prevendo, entre outras, IV - inserir a estratégia de Saúde da Família em sua
formas de repasse fundo a fundo para custeio e investi- rede de serviços como estratégia prioritária de organização
mento das ações e serviços; da atenção básica;
92
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
93
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
VIII - garantia pela gestão municipal, dos fluxos defini- dade dos lugares e das pessoas, estimulando experiências
dos na Rede de Atenção à Saúde entre os diversos pontos inovadoras na gestão do cuidado e dos serviços de saúde.
de atenção de diferentes configurações tecnológicas, inte- A vinculação dos processos de educação permanente
grados por serviços de apoio logístico, técnico e de gestão, a estratégia de apoio institucional pode potencializar enor-
para garantir a integralidade do cuidado. memente o desenvolvimento de competências de gestão e
Com o intuito de facilitar os princípios do acesso, do de cuidado na Atenção Básica, na medida em que aumen-
vínculo, da continuidade do cuidado e da responsabilidade ta as alternativas para o enfrentamento das dificuldades
sanitária e reconhecendo que existem diversas realidades vivenciadas pelos trabalhadores em seu cotidiano. Nessa
sócio epidemiológicas, diferentes necessidades de saúde e mesma linha é importante diversificar este repertório de
distintas maneiras de organização das UBS, recomenda-se: ações incorporando dispositivos de apoio e cooperação
I - para Unidade Básica de Saúde (UBS) sem Saúde da horizontal, tais como trocas de experiências e discussão de
Família em grandes centros urbanos, o parâmetro de uma situações entre trabalhadores, comunidades de práticas,
UBS para no máximo 18 mil habitantes, localizada dentro grupos de estudos, momentos de apoio matricial, visitas e
do território, garantindo os princípios e diretrizes da Aten- estudos sistemáticos de experiências inovadoras, etc.
ção Básica; e Por fim, reconhecendo o caráter e iniciativa ascendente
II - para UBS com Saúde da Família em grandes centros da educação permanente, é central que cada equipe, cada
urbanos, recomenda-se o parâmetro de uma UBS para no unidade de saúde e cada município demandem, proponha
máximo 12 mil habitantes, localizada dentro do território, e desenvolva ações de educação permanente tentando
garantindo os princípios e diretrizes da Atenção Básica. combinar necessidades e possibilidades singulares com
Educação permanente das equipes de Atenção Básica ofertas e processos mais gerais de uma políticaproposta
A consolidação e o aprimoramento da Atenção Básica para todas as equipes e para todo o município. É importan-
como importante reorientadora do modelo de atenção à te sintonizar e mediar as ofertas de educação permanente
saúde no Brasil requer um saber e um fazer em educação pré-formatadas (cursos, por exemplo) com o momento e
permanente que sejam encarnados na prática concreta dos contexto das equipes, para que façam mais sentido e te-
serviços de saúde. A educação permanente deve ser cons- nham, por isso, maior valor de uso e efetividade.
titutiva, portanto, da qualificação das práticas de cuidado, De modo análogo é importante a articulação e apoio
gestão e participação popular. dos governos estaduais e federal aos municípios buscando
O redirecionamento do modelo de atenção impõe cla- responder suas necessidades e fortalecer suas iniciativas.
ramente a necessidade de transformação permanente do A referência é mais de apoio, cooperação, qualificação e
funcionamento dos serviços e do processo de trabalho das oferta de diversas iniciativas para diferentes contextos que
equipes exigindo de seus atores (trabalhadores, gestores e a tentativa de regular, formatar e simplificar a diversidade
usuários) maior capacidade de análise, intervenção e au- de iniciativas.
tonomia para o estabelecimento de práticas transforma-
doras, a gestão das mudanças e o estreitamento dos elos Do Processo de trabalho das equipes de Atenção
entre concepção e execução do trabalho. Básica
Nesse sentido, a educação permanente, além da sua
evidente dimensão pedagógica, deve ser encarada tam- São características do processo de trabalho das equi-
bém como uma importante “estratégia de gestão”, com pes de Atenção Básica:
grande potencial provocador de mudanças no cotidiano I - definição do território de atuação e de população
dos serviços, em sua micropolitica, bastante próximo dos sob responsabilidade das UBS e das equipes;
efeitos concretos das práticas de saúde na vida dos usuá- II - programação e implementação das atividades de
rios, e como um processo que se dá “no trabalho, pelo tra- atenção à saúde de acordo com as necessidades de saú-
balho e para o trabalho”. de da população, com a priorização de intervenções clíni-
A Educação Permanente deve embasar-se num proces- cas e sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios
so pedagógico que contemple desde a aquisição/atualiza- de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se
ção de conhecimentos e habilidades até o aprendizado que aqui o planejamento e organização da agenda de trabalho
parte dos problemas e desafios enfrentados no processo compartilhado de todos os profissionais e recomenda-se
de trabalho, envolvendo práticas que possam ser definidas evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas
por múltiplos fatores (conhecimento, valores, relações de de saúde, ciclos de vida, sexo e patologias dificultando o
poder, planejamento e organização do trabalho, etc.) e que acesso dos usuários;
considerem elementos que façam sentido para os atores III - desenvolver ações que priorizem os grupos de ris-
envolvidos (aprendizagem significativa). co e os fatores de risco clínico-comportamentais, alimen-
Outro pressuposto importante da educação perma- tares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir o apa-
nente é o planejamento/programação educativa ascen- recimento ou a persistência de doenças e danos evitáveis;
dente, em que, a partir da análise coletiva dos processos de IV - realizar o acolhimento com escuta qualificada,
trabalho, identificam-se os nós críticos (de natureza diver- classificação de risco, avaliação de necessidade de saúde
sa) a serem enfrentados na atenção e/ou na gestão, possi- e análise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabili-
bilitando a construção de estratégias contextualizadas que dade da assistência resolutiva à demanda espontânea e o
promovam o diálogo entre as políticas gerais e a singulari- primeiro atendimento às urgências;
94
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
V - prover atenção integral, contínua e organizada à IV - realizar ações de atenção a saúde conforme a ne-
população adscrita; cessidade de saúde da população local, bem como as pre-
VI - realizar atenção à saúde na Unidade Básica de Saú- vistas nas prioridades e protocolos da gestão local;
de, no domicílio, em locais do território (salões comuni- V - garantir da atenção a saúde buscando a integrali-
tários, escolas, creches, praças, etc.) e outros espaços que dade por meio da realização de ações de promoção, pro-
comportem a ação planejada; teção e recuperação da saúde e prevenção de agravos; e
VII - desenvolver ações educativas que possam interfe- da garantia de atendimento da demanda espontânea, da
rir no processo de saúde-doença da população, no desen- realização das ações programáticas, coletivas e de vigilân-
volvimento de autonomia, individual e coletiva, e na busca cia à saúde;
por qualidade de vida pelos usuários; VI - participar do acolhimento dos usuários realizando
VIII - implementar diretrizes de qualificação dos mode- a escuta qualificada das necessidades de saúde, proceden-
los de atenção e gestão tais como a participação coletiva do a primeira avaliação (classificação de risco, avaliação de
nos processos de gestão, a valorização, fomento a auto- vulnerabilidade, coleta de informações e sinais clínicos) e
nomia e protagonismo dos diferentes sujeitos implicados identificação das necessidades de intervenções de cuida-
na produção de saúde, o compromisso com a ambiência e do, proporcionando atendimento humanizado, se respon-
com as condições de trabalho e cuidado, a constituição de sabilizando pela continuidade da atenção e viabilizando o
vínculos solidários, a identificação das necessidades sociais estabelecimento do vínculo;
e organização do serviço em função delas, entre outras; VII - realizar busca ativa e notificar doenças e agravos
IX - participar do planejamento local de saúde assim de notificação compulsória e de outros agravos e situações
como do monitoramento e a avaliação das ações na sua de importância local;
equipe, unidade e município; visando à readequação do VIII - responsabilizar-se pela população adscrita, man-
processo de trabalho e do planejamento frente às neces- tendo a coordenação do cuidado mesmo quando esta ne-
sidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas; cessita de atenção em outros pontos de atenção do siste-
X - desenvolver ações intersetoriais, integrando proje- ma de saúde;
tos e redes de apoio social, voltados para o desenvolvimen- IX - praticar cuidado familiar e dirigido a coletividades
to de uma atenção integral; e grupos sociais que visa propor intervenções que influen-
XI - apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão ciem os processos de saúde doença dos indivíduos, das fa-
local e do controle social; e mílias, coletividades e da própria comunidade;
XII - realizar atenção domiciliar destinada a usuários X - realizar reuniões de equipes a fim de discutir em
que possuam problemas de saúde controlados/compen- con-junto o planejamento e avaliação das ações da equipe,
sados e com dificuldade ou impossibilidade física de lo- a partir da utilização dos dados disponíveis;
comoção até uma unidade de saúde, que necessitam de XI - acompanhar e avaliar sistematicamente as ações
cuidados com menor frequência e menor necessidade de implementadas, visando à readequação do processo de
recursos de saúde e realizar o cuidado compartilhado com trabalho;
as equipes de atenção domiciliar nos demais casos. XII - garantir a qualidade do registro das atividades nos
sistemas de informação na Atenção Básica;
Das Atribuições dos membros das equipes de XIII - realizar trabalho interdisciplinar e em equipe, in-
Atenção Básica tegrando áreas técnicas e profissionais de diferentes for-
mações;
As atribuições de cada um dos profissionais das equi- XIV - realizar ações de educação em saúde a população
pes de atenção básica devem seguir as referidas disposi- adstrita, conforme planejamento da equipe;
ções legais que regulamentam o exercício de cada uma das XV - participar das atividades de educação permanen-
profissões. te;
São atribuições comuns a todos os profissionais: XVI - promover a mobilização e a participação da co-
I - participar do processo de territorialização e mapea- munidade, buscando efetivar o controle social;
mento da área de atuação da equipe, identificando grupos, XVII - identificar parceiros e recursos na comunidade
famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades; que possam potencializar ações intersetoriais; e
II - manter atualizado o cadastramento das famílias XVIII - realizar outras ações e atividades a serem defini-
e dos indivíduos no sistema de informação indicado pelo das de acordo com as prioridades locais.
gestor municipal e utilizar, de forma sistemática, os dados XIX - realizar ações e atividades de educação sobre o
para a análise da situação de saúde considerando as ca- manejo ambiental, incluindo ações de combate a vetores,
racterísticas sociais, econômicas, culturais, demográficas e especialmente em casos de surtos e epidemias; (Redação
epidemiológicas do território, priorizando as situações a dada pela PRT GM/MS n° 2.121 de 18.12.2015)
serem acompanhadas no planejamento local; XX - orientar a população de maneira geral e a co-
III - realizar o cuidado da saúde da população adscrita, munidade em específico sobre sintomas, riscos e agente
prioritariamente no âmbito da unidade de saúde, e quando transmissor de doenças e medidas de prevenção individual
necessário no domicílio e nos demais espaços comunitá- e coletiva; (Redação dada pela PRT GM/MS n° 2.121 de
rios (escolas, associações, entre outros); 18.12.2015)
95
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
96
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
IX - ocorrendo situação de surtos e epidemias, executar IX - realizar atividades programadas e de atenção à de-
em conjunto com o agente de endemias ações de controle manda espontânea;
de doenças, utilizando as medidas de controle adequadas, X - realizar o acolhimento do paciente nos serviços de
manejo ambiental e outras ações de manejo integrado de saúde bucal;
vetores, de acordo com decisão da gestão municipal. (Re- XI - fazer a remoção do biofilme, de acordo com a indi-
dação dada pela PRT GM/MS n° 2.121 de 18.12.2015) cação técnica definida pelo cirurgião-dentista;
É permitido ao ACS desenvolver outras atividades nas XII - realizar fotografias e tomadas de uso odontoló-
unidades básicas de saúde, desde que vinculadas às atri- gicos exclusivamente em consultórios ou clínicas odonto-
buições acima. lógicas;
XIII - inserir e distribuir no preparo cavitário materiais
Do Cirurgião-Dentista: odontológicos na restauração dentária direta, vedado o
I - realizar diagnóstico com a finalidade de obter o per- uso de materiais e instrumentos não indicados pelo cirur-
fil epidemiológico para o planejamento e a programação gião-dentista;
em saúde bucal; XIV - proceder à limpeza e à anti-sepsia do campo
II - realizar a atenção a saúde em saúde bucal (promo- operatório, antes e após atos cirúrgicos, inclusive em am-
ção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnós- bientes hospitalares; e
tico, tratamento, acompanhamento, reabilitação e manu- XV - aplicar medidas de biossegurança no armazena-
tenção da saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a mento, manuseio e descarte de produtos e resíduos odon-
indivíduos e a grupos específicos, de acordo com planeja- tológicos.
mento da equipe, com resolubilidade; Do Auxiliar em Saúde Bucal (ASB):
III - realizar os procedimentos clínicos da Atenção Bá- I - realizar ações de promoção e prevenção em saúde
sica em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências, bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante pla-
pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos relacio- nejamento local e protocolos de atenção à saúde;
nados com a fase clínica da instalação de próteses dentá- II - realizar atividades programadas e de atenção à de-
rias elementares; manda espontânea;
IV - realizar atividades programadas e de atenção à de- III - executar limpeza, assepsia, desinfecção e esterili-
manda espontânea; zação do instrumental, equipamentos odontológicos e do
V -coordenar e participar de ações coletivas voltadas à ambiente de trabalho;
promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais; IV - auxiliar e instrumentar os profissionais nas inter-
VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe- venções clínicas;
rentes à saúde bucal com os demais membros da equipe, V - realizar o acolhimento do paciente nos serviços de
buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma saúde bucal;
multidisciplinar; VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe-
VII - realizar supervisão técnica do Técnico em Saúde rentes à saúde bucal com os demais membros da equipe
Bucal (TSB) e Auxiliar em Saúde Bucal (ASB); e de saúde da família, buscando aproximar e integrar ações
VIII -participar do gerenciamento dos insumos neces- de saúde de forma multidisciplinar;
sários para o adequado funcionamento da UBS. VII -aplicar medidas de biossegurança no armazena-
Do Técnico em Saúde Bucal (TSB): mento, transporte, manuseio e descarte de produtos e re-
I - realizar a atenção em saúde bucal individual e cole- síduos odontológicos;
tiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, VIII - processar filme radiográfico;
segundo programação e de acordo com suas competên- IX - selecionar moldeiras;
cias técnicas e legais; X - preparar modelos em gesso;
II -coordenar a manutenção e a conservação dos equi- XI - manipular materiais de uso odontológico; e
pamentos odontológicos; X - participar na realização de levantamentos e estudos
III - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe- epidemiológicos, exceto na categoria de examinador.
rentes à saúde bucal com os demais membros da equipe, Especificidades da Estratégia de Saúde da Família.
buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma A estratégia de Saúde da Família visa à reorganização
multidisciplinar; da Atenção Básica no País, de acordo com os preceitos do
IV - apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações SistemaÚnico de Saúde, e é tida pelo Ministério da Saúde
de prevenção e promoção da saúde bucal; e gestores estaduais e municipais, representados respecti-
V - participar do gerenciamento dos insumos necessá- vamente pelo CONASS e CONASEMS, como estratégia de
rios para o adequado funcionamento da UBS; expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica
VI - participar do treinamento e capacitação de Auxiliar por favorecer uma re-orientação do processo de trabalho
em Saúde Bucal e de agentes multiplicadores das ações de com maior potencial de aprofundar os princípios, diretri-
promoção à saúde; zes e fundamentos da atenção básica, de ampliar a reso-
VII - participar das ações educativas atuando na pro- lutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e
moção da saúde e na prevenção das doenças bucais; coletividades, além de propiciar uma importante relação
VIII - participar na realização de levantamentos e estu- custo-efetividade.
dos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador;
97
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Especificidades da equipe de saúde da família II - 3 (três) médicos integrados a uma equipe em uma
mesma UBS, cumprindo individualmente carga horária se-
São itens necessários à estratégia Saúde da Família: manal de 30 horas (equivalente a 02 (dois) médicos com
I - existência de equipe multiprofissional (equipe saúde jornada de 40 horas, de duas equipes), com repasse inte-
da família) composta por, no mínimo, médico generalista gral do incentivo financeiro referente a duas equipes de
ou especialista em saúde da família ou médico de famí- saúde da família;
lia e comunidade, enfermeiro generalista ou especialista III - 4 (quatro) médicos integrados a uma equipe em
em saúde da família, auxiliar ou técnico de enfermagem uma mesma UBS, com carga horária semanal de 30 horas
e agentes comunitários de saúde, podendo acrescentar a (equivalente a 03 (três) médicos com jornada de 40 horas
esta composição, como parte da equipe multiprofissional, semanais, de três equipes), com repasse integral do incen-
os profissionais de saúde bucal: cirurgião dentista genera- tivo financeiro referente a três equipes de saúde da família;
lista ou especialista em saúde da família, auxiliar e/ou téc- IV -2 (dois) médicos integrados a uma equipe, cum-
prindo individualmente jornada de 20 horas semanais, e
nico em Saúde Bucal;
demais profissionais com jornada de 40 horas semanais,
II - o número de ACS deve ser suficiente para cobrir
com repasse mensal equivalente a 85% do incentivo finan-
100% da população cadastrada, com um máximo de 750
ceiro referente a uma equipe de saúde da família; e
pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Fa-
V - 1 (um) médico cumprindo jornada de 20 horas
mília, não ultrapassando o limite máximo recomendado de semanais e demais profissionais com jornada de 40 horas
pessoas por equipe; semanais, com re-passe mensal equivalente a 60% do incen-
III - cada equipe de saúde da família deve ser respon- tivo financeiro referente a uma equipe de saúde da família.
sável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média reco- Tendo em vista a presença do médico em horário parcial, o
mendada de 3.000 pessoas, respeitando critérios de equi- gestor municipal deve organizar os protocolos de atuação
dade para esta definição. Recomenda-se que o número de da equipe, os fluxos e a retaguarda assistencial, para atender
pessoas por equipe considere o grau de vulnerabilidade a esta especificidade. Além disso, é recomendável que o nú-
das famílias daquele território, sendo que quanto maior o mero de usuários por equipe seja próximo de 2.500 pessoas.
grau de vulnerabilidade menor deverá ser a quantidade de As equipes com esta configuração são denominadas Equi-
pessoas por equipe; pes Transitórias, pois, ainda que não tenham tempo mínimo
IV - cadastramento de cada profissional de saúde em estabelecido de permanência neste formato, é desejável que
apenas 01 (uma) ESF, exceção feita somente ao profissional o gestor, tão logo tenha condições, transite para um dos for-
médico que poderá atuar em no máximo 02 (duas) ESF e matos anteriores que prevêem horas de médico disponíveis
com carga horária total de 40 (quarenta) horas semanais; e durante todo o tempo de funcionamento da equipe.
V - carga horária de 40 (quarenta) horas semanais A quantidade de Equipes de Saúde da Família na mo-
para todos os profissionais de saúde membros da equipe dalidade transitória ficará condicionada aos seguintes critérios:
de saúde da família, à exceção dos profissionais médicos, I - Município com até 20 mil habitantes e contando
cuja jornada é descrita no próximo inciso. A jornada de 40 com 01 (uma) a 03 (duas) equipes de Saúde da Família,
(quarenta) horas deve observar a necessidade de dedica- poderá ter até 2 (duas) equipes na modalidade transitória;
ção mínima de 32 (trinta e duas) horas da carga horária II - Município com até 20 mil habitantes e com mais de
para atividades na equipe de saúde da família podendo, 03 (três) equipes poderá ter até 50% das equipes de Saúde
con-forme decisão e prévia autorização do gestor, dedicar da Família na modalidade transitória;
até 08 (oito) horas do total da carga horária para prestação III - Municípios com população entre 20 e 50 mil habi-
de serviços na rede de urgência do município ou para ati- tantes poderá ter até 30% (trinta por cento) das equipes de
Saúde da Família na modalidade transitória;
vidades de especialização em saúde da família, residência
IV - Município com população entre 50 e 100 mil habi-
multiprofissional e/ou de medicina de família e de comu-
tantes poderá ter até 20% (vinte por cento) das equipes de
nidade, bem como atividades de educação permanente e
Saúde da Família na modalidade transitória; e
apoio matricial.
V - Município com população acima de 100 mil habi-
Serão admitidas também, além da inserção integral tantes poderá ter até 10% (dez por cento) das equipes de
(40h), as seguintes modalidades de inserção dos profis- Saúde da Família na modalidade transitória.
sionais médicos generalistas ou especialistas em saúde da Em todas as possibilidades de inserção do profissio-
família ou médicos de família e comunidade nas Equipes nal médico descritas acima, considerando a importância de
de Saúde da Família, com as respectivas equivalências de manutenção do vínculo e da longitudinalidade do cuidado,
incentivo federal: este profissional deverá ter usuários adscritos de modo que
I - 2 (dois) médicos integrados a uma única equipe em cada usuário seja obrigatoriamente acompanhando por 1
uma mesma UBS, cumprindo individualmente carga ho- (um) ACS (Agente Comunitário de Saúde), 1 (um) auxiliar
rária semanal de 30 horas (equivalente a 01 (um) médico ou técnico de enfermagem, 01 (um) enfermeiro e 01 (um)
com jornada de 40 horas semanais), com repasse integral médico e preferencialmente por 1 (um) cirurgião-dentista,
do incentivo financeiro referente a uma equipe de saúde 1 (um) auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal, sem que a
da família; carga horária diferente de trabalho comprometa o cuidado
e/ou processo de trabalho da equipe.
98
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Todas as equipes deverão ter responsabilidade sanitária I - a existência de uma Unidade Básica de Saúde, inscri-
por um território de referência, sendo que nos casos previstos ta no sistema de Cadastro Nacional vigente que passa a ser
nos itens b e c, poderão ser constituídas equipes com número a UBS de referência para a equipe de agentes comunitários
de profissionais e população adscrita equivalentes a 2 (duas) e de saúde;
3 (três) equipes de saúde da família, respectivamente. II - a existência de um enfermeiro para até no máximo
As equipes de saúde da família devem estar devidamente 12 ACS e no mínimo 04, constituindo assim uma equipe de
cadastradas no sistema de cadastro nacional vigente de acor- Agentes Comunitários de Saúde; e
do com conformação e modalidade de inserção do profissio- III - o cumprimento da carga horária integral de 40 ho-
nal médico. ras semanais por toda a equipe de agentes comunitários,
O processo de trabalho, a combinação das jornadas de composta por ACS e enfermeiro supervisor.
trabalho dos profissionais das equipes e os horários e dias de Fica garantido o financiamento das equipes de agentes
funcionamento das UBS devem ser organizados de modo que comunitários de saúde já credenciadas em data anterior a
garantam o maior acesso possível, o vínculo entre usuários e esta portaria que não estão adequadas ao parâmetro de
profissionais, a continuidade, coordenação e longitudinalida- 01 enfermeiro para no máximo 12 ACS, porém extinta a
de do cuidado. possibilidade de implantação de novas equipes com esta
configuração a partir da publicação desta Portaria.
Especificidades dos profissionais de Saúde Bucal das Cada ACS deve realizar as ações previstas nesta por-
equipes de saúde da família taria e ter uma microárea sob sua responsabilidade, cuja
população não ultrapasse 750 pessoas.
Os profissionais de saúde bucal que compõem as equi- O enfermeiro da Estratégia Agentes Comunitários de
pes de saúde da família podem se organizar nas seguintes Saúde, além das atribuições de atenção à saúde e de ges-
modalidades: tão, comuns a qualquer enfermeiro da atenção básica des-
I - Cirurgião dentista generalista ou especialista em saú- critas nesta portaria, a atribuição de planejar, coordenar e
de da família e auxiliar em saúde bucal (ASB) ou técnico em avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS, comum aos en-
saúde bucal (TSB); e (Redação dada pela PRT GM/MS nº 3.012 fermeiros da estratégia de saúde da família, e deve ainda
de 26.12.2012). facilitar a relação entre os profissionais da Unidade Bási-
II - Cirurgião dentista generalista ou especialista em saúde ca de Saúde e os ACS contribuindo para a organização da
da família, técnico em saúde bucal (TSB) e auxiliar em saúde atenção à saúde, qualificação do acesso, acolhimento, vín-
bucal (ASB) ou outro técnico em saúde bucal (TSB). (Redação culo, longitudinalidade do cuidado e orientação da atua-
dada pela PRT GM/MS nº 3.012 de 26.12.2012). ção da equipe da UBS em função das prioridades definidas
Os profissionais das modalidades I ou II podem desen- equanimemente conforme critérios de necessidade de saú-
volver parte de suas atividades em Unidade Odontológica de, vulnerabilidade, risco, entre outros.
Móvel (UOM).(Redação dada pela PRT GM/MS nº 3.012 de
26.12.2012). Equipes de atenção básica para populações
Independente da modalidade adotado, recomenda-se específicas
que os profissionais de Saúde Bucal, estejam vinculados a
uma ESF e compartilhem a gestão e o processo de trabalho 1. Equipes do consultório na rua
da equipe tendo responsabilidade sanitária pela mesma po- A responsabilidade pela atenção à saúde da popula-
pulação e território que a ESF à qual integra, e com jornada ção de rua, como de qualquer outro cidadão, é de todo e
de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus com- qualquer profissional do Sistema Único de Saúde com des-
ponentes. taque especial para a atenção básica. Em situações especí-
Cada Equipe de Saúde de Família que for implantada com ficas, com o objetivo de ampliar o acesso destes usuários
os profissionais de saúde bucal ou quando se introduzir pela à rede de atenção e ofertar de maneira mais oportuna a
primeira vez os profissionais de saúde bucal numa equipe já atenção integral à saúde, pode-se lançar mão das equipes
implantada, modalidade I ou II, o gestor receberá do Minis- dos consultórios na rua que são equipes da atenção básica,
tério da Saúde os equipamentos odontológicos, através de compostas por profissionais de saúde com responsabilida-
doação direta ou o repasse de recursos necessários para ad- de exclusiva de articular e prestar atenção integral à saúde
quiri-los (equipo odontológico completo). das pessoas em situação de rua.
As equipes deverão realizar suas atividades, de forma
Especificidades da Estratégia de Agentes Comunitá- itinerante desenvolvendo ações na rua, em instalações es-
rios de Saúde pecíficas, na unidade móvel e também nas instalações de
Unidades Básicas de Saúde do território onde está atuan-
É prevista a implantação da estratégia de Agentes Comu- do, sempre articuladas e desenvolvendo ações em parce-
nitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde como uma ria com as demais equipes de atenção básica do território
possibilidade para a reorganização inicial da Atenção Básica (UBS e NASF), e dos Centros de Atenção Psicossocial, da
com vistas à implantação gradual da estratégia de saúde da Rede de Urgência e dos serviços e instituições componen-
família ou como uma forma de agregar os agentes comunitá- tes doSistema Único de Assistência Social entre outras ins-
rios a outras maneiras de organização da atenção básica. São tituições públicas e da sociedade civil.
itens necessários à implantação desta estratégia:
99
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
As equipes dos Consultórios na Rua deverão cumprir ralista ou especialista em saúde da família, ou medico de
a carga horária mínima semanal de 30 horas. Porém seu família e comunidade, um (01) Enfermeiro generalista ou
horário de funcionamento deverá ser adequado às deman- especialista em saúde da família; um (1) Técnico ou Auxiliar
das das pessoas em situação de rua, podendo ocorrer em de Enfermagem e de Seis (06) a doze (12) Agentes Comu-
período diurno e/ou noturno em todos os dias da semana. nitários de Saúde.
As equipes dos Consultórios na Rua podem estar vin- As equipes de Saúde da Família Ribeirinhas devem
culadas aos Núcleos de Apoio à Saúde da Família e, respei- contar ainda com um (01) microscopista, nas regiões en-
tando os limites para vinculação, cada equipe será conside- dêmicas.
rada como uma equipe de saúde da família para vinculação As equipes de Saúde da Família Fluviais devem contar
ao NASF. ainda com um (01) técnico de laboratório e/ou bioquími-
Em Municípios ou áreas que não tenham consultórios co.Estas equipes poderão incluir na composição mínima
na rua, o cuidado integral das pessoas em situação de rua os profissionais de saúde bucal, um (1) cirurgião dentista
generalista ou especialista em saúde da família, e um (01)
deve seguir sendo de responsabilidade das equipes de
Técnico ou Auxiliar em Saúde Bucal, conforme modalidades
atenção básica, incluindo os profissionais de saúde bucal e
I e II descritas anteriormente.
os núcleos de apoio a saúde da família (NASF) do território
As Equipes de Saúde da Família Ribeirinha deverão
onde estas pessoas estão concentradas.
prestar atendimento à população por, no mínimo, 14 dias
Para cálculo do teto das equipes dos consultórios na mensais (carga horária equivalente à 8h/dia) e dois dias
rua de cada município, serão tomados como base os dados para atividades de educação permanente, registro da pro-
dos censos populacionais relacionados à população em si- dução e planejamento das ações. Os Agentes Comunitários
tuação de rua realizados por órgãos oficiais e reconhecidos de Saúde deverão cumprir 40h/semanais de trabalhoe resi-
pelo Ministério da Saúde. dir na área de atuação. É recomendável as mesmas condi-
Caso seja necessário o transporte da equipe para a ções para os auxiliares e técnicos de enfermagem e saúde
realização do cuidado in loco, nos sítios de atenção da po- bucal.
pulação sem domicílio, o gestor poderá fazer a opção de As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) devem:
agregar ao incentivo financeiro mensal o componente de I - funcionar, no mínimo, 20 dias/mês, com pelo menos
custeio da Unidade Móvel. O gestor local que fizer esta op- uma equipe de saúde da família fluvial. O tempo de fun-
ção deverá viabilizar veículo de transporte com capacidade cionamento destas unidades deve compreender o desloca-
de transportar os profissionais da equipe, equipamentos, mento fluvial até as comunidades e o atendimento direto
materiais e insumos necessários para a realização das ati- à população ribeirinha. Em uma UBSF pode atuar mais de
vidades propostas, além de permitir que alguns procedi- uma ESFF a fim de compartilhar o atendimento da popula-
mentos possam ser realizados no seu interior. Esta Unidade ção e dividir e reduzir o tempo de navegação de cada equi-
Móvel deverá estar adequada aos requisitos pactuados e pe. O gestor municipal deve prever tempo em solo, na sede
definidos nacionalmente, incluindo o padrão de identifica- do município, para que as equipes possam fazer atividades
ção visual. de planejamento e educação permanente junto com outros
O Ministério da Saúde publicará Portaria Específica e profissionais e equipes. Os Agentes Comunitários de Saúde
Manual Técnico disciplinando composição das equipes, deverão cumprir 40h/semanais e residir na área de atuação.
valor do incentivo financeiro, diretrizes de funcionamento, São recomendáveis as mesmas condições para os auxiliares
monitoramento e acompanhamento das equipes de con- e técnicos de enfermagem e saúde bucal;
sultório na rua entre outras disposições. II - nas situações nas quais for demonstrada a impos-
2. Equipes de saúde da família para o atendimento da sibilidade de funcionamento da Unidade Básica de Saúde
Fluvial pelo mínimo de 20 dias devido às características e
População Ribeirinha da Amazônia Legal e Pantanal Sul
dimensões do território, deverá ser construída justificativa
Matogrossense
e proposição alternativa de funcionamento, aprovada na
Considerando as especificidades locais, os municípios
Comissão Intergestores Regional - CIR e na Comissão Inter-
da Amazônia Legal e Mato Grosso do Sul podem optar en-
gestores Bipartite e encaminhada ao Ministério da Saúde
tre dois arranjos organizacionais para equipes Saúde da Fa- para avaliação e parecer redefinindo tempo mínimo de fun-
mília, além dos existentes para o restante do país: cionamento e adequação do financiamento, se for o caso;
I - Equipe de Saúde da Família Ribeirinhas (ESFR): equi- III - adotar circuito de deslocamento que garanta o
pes que desempenham a maior parte de suas funções em atendimento a todas as comunidades assistidas, ao menos
unidades básicas de saúde construídas/localizadas nas co- até 60 (sessenta) dias, para assegurar a execução das ações
munidades pertencentes à área adscrita e cujo acesso se dá de Atenção Básica pelas equipes visando minimamente a
por meio fluvial; e continuidade de pré-natal, puericultura e cuidado conti-
II -Equipes de Saúde da Família Fluviais (ESFF): equipes nuado de usuários com condições crônicas dentro dos pa-
que desempenham suas funções em Unidades Básicas de drões mínimos recomendados;
Saúde Fluviais (UBSF). IV - delimitar área de atuação com população adscrita,
As Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas e Fluviais acompanhada por Agentes Comunitários de Saúde, com-
deverão ser compostas, durante todo o período de atendi- patível com sua capacidade de atuação e considerando a
mento à população por, no mínimo: um (01) Médico gene- alínea II;
100
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
V - as equipes que trabalharão nas UBSF deverão garantir as informações referentes à sua área de abrangência. No
caso de prestar serviços em mais de um município, cada município deverá garantir a alimentação das informações de suas
respectivas áreas de abrangência.
As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) deverão cumprir, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - quanto à estrutura física mínima, devem dispor de: Consultório médico; Consultório de enfermagem; Consultório
Odontológico; Ambiente para armazenamento e dispensação de medicamentos; Laboratório; Sala de vacina; Banheiros;
Expurgo; Cabines com leitos em número suficiente para toda a equipe; Cozinha; Sala de procedimentos; Identificação se-
gundo padrões visuais da Saúde da Família, estabelecidos nacionalmente; e
II - quanto aos equipamentos, devem dispor, no mínimo, de: Maca ginecológica; Balança Adulto; Balança Pediátrica;
Geladeira para vacinas; Instrumentos básicos para o laboratório: macro e microcentrífuga e microscópio binocular, contador
de células, espectrofotômetro e agitador de Kline, autoclave e instrumentais; Equipamentos diversos: sonar, esfignomanô-
metros, estetoscópios, termômetros, medidor de glicemia capilar, Equipo odontológico completo e instrumentais.
O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio das Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas será publicado em
portaria específica e poderá ser agregado de um valor caso esta equipe necessite de transporte fluvial para a execução de
suas atividades.
O valor do o valor do incentivo mensal para custeio das Unidades Básicas de Saúde Fluviais será publicado em portaria
específica, com uma modalidade sem profissionais de saúde bucal e outra com estes profissionais.
Devido à grande dispersão populacional, os municípios poderão solicitar ampliação da composição mínima das equi-
pes de saúde da família fluviais e equipes de saúde da família ribeirinhas con-forme o quadro abaixo, fazendo jus a um
incentivo para cada agregação a ser definido em portaria específica:
Para implantar Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas nos Municípios onde o teto de cobertura de Equipes de Saúde
da Família já tenha sido atingido, estas devem ser substituídas pela nova modalidade de equipe mediante aprovação pelo
Conselho Municipal de Saúde (CMS), Comissão Intergestores Regional (CIR) e Comissão Intergestores Bipartite (CIB).
As Unidades Básicas de Saúde Fluviais e as Equipes de Saúde da Família para Populações Ribeirinhas poderão prestar
serviços a populações de mais de um Município, desde que celebrado instrumento jurídico que formalize a relação entre os
municípios, devidamente aprovado na respectiva Comissão Intergestores Regional - CIR e Comissão Intergestores Bipartite
- CIB.
Para implantação de Equipes de Saúde da Família Fluviais e Equipes de Saúde da Família para Populações Ribeirinhas,
os Municípios deverão seguir o fluxo previsto para a implantação de Equipes de Saúde da Família.
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF foram criados com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das
ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade.
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF são constituídos por equipes compostas por profissionais de dife-
rentes áreas de conhecimento, que devem atuar de maneira integrada e apoiando os profissionais das Equipes Saúde da
Família, das Equipes de Atenção Básica para populações específicas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais, etc.)
e academia da saúde, compartilhando as práticas e saberes em saúde nos territórios sob responsabilidade destas equipes,
atuando diretamente no apoio matricial às equipes da(s) unidade(s) na(s) qual(is) o NASF está vinculado e no território
destas equipes.
Os NASF fazem parte da atenção básica, mas não se constituem como serviços com unidades físicas independentes ou
especiais, e não são de livre acesso para atendimento individual ou coletivo (estes, quando necessários, devem ser regula-
dos pelas equipes de atenção básica). Devem, a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes e/
ou Academia da saúde, atuar de forma integrada à Rede de Atenção à Saúde e seus serviços (ex.: CAPS, CEREST, Ambula-
tórios Especializados etc.) além de outras redes como SUAS, redes sociais e comunitárias.
101
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
A responsabilização compartilhada entre a equipe do O NASF 2 deverá ter uma equipe formada por uma
NASF e as equipes de saúde da família/equipes de atenção composição de profissionais de nível superior escolhidos
básica para populações específicas prevê a revisão da prá- dentre as ocupações listadas abaixo que reúnam as seguin-
tica do encaminhamento com base nos processos de refe- tes condições:
rência e contra-referência, ampliandoa para um processo I -a soma das cargas horárias semanais dos membros
de compartilhamento de casos e acompanhamento longi- da equipe deve acumular no mínimo 120 horas semanais;
tudinal de responsabilidade das equipes de atenção básica, II - nenhum profissional poderá ter carga horária sema-
atuando no fortalecimento de seus princípios e no papel nal menor que 20 horas; e
de coordenação do cuidado nas redes de atenção à saúde. III - cada ocupação, considerada isoladamente, deve
Os NASF devem buscar contribuir para a integralidade ter no mínimo 20 horas e no máximo 40 horas de carga
do cuidado aos usuários do SUS principalmente por inter- horária semanal.
médio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da Poderão compor os NASF 1 e 2 as seguintes ocupações
capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e do Código Brasileiro de Ocupações - CBO: Médico Acu-
necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto punturista; Assistente Social; Profissional/Professor de Edu-
sanitários. São exemplos de ações de apoio desenvolvidas cação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo;
pelos profissionais dos NASF: discussão de casos, atendi- Médico Ginecologista/Obstetra; Médico Homeopata; Nu-
mento conjunto ou não, interconsulta, construção conjunta tricionista; Médico Pediatra; Psicólogo; Médico Psiquiatra;
de projetos terapêuticos, educação permanente, interven- Terapeuta Ocupacional; Médico Geriatra; Médico Internista
ções no território e na saúde de grupos populacionais e (clinica médica), Médico do Trabalho, Médico Veterinário,
da coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção profissional com formação em arte e educação (arte edu-
e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho cador) e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profis-
das equipes e etc. sional graduado na área de saúde com pós-graduação em
Todas as atividades podem se desenvolvidas nas uni- saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em
dades básicas de saúde, academias da saúde ou em outros uma dessas áreas.
pontos do território. Os NASF devem utilizar as Academias A composição de cada um dos NASF será definida
da Saúde como espaços que ampliam a capacidade de in- pelos gestores municipais, seguindo os critérios de prio-
tervenção coletiva das equipes de atenção básica para as ridade identificados a partir dos dados epidemiológicos e
ações de promoção de saúde, buscando fortalecer o prota- das necessidades locais e das equipes de saúde que serão
gonismo de grupos sociais em condições de vulnerabilida- apoiadas.
Os NASF1e2 devem funcionar em horário de trabalho
de na superação de sua condição.
coincidente com o das equipes de Saúde da Família e/ou
Quando presente no NASF, o profissional sanitarista
equipes de atenção básica para populações específicas que
pode reforçar as ações de apoio institucional e/ou matri-
apóiam.
cial, ainda que as mesmas não sejam exclusivas dele, tais
Os profissionais do NASF devem ser cadastrados em
como: análise e intervenção conjunta sobre riscos coleti-
uma única unidade de saúde, localizada preferencialmente
vos e vulnerabilidades, apoio à discussão de informações
dentro do território de atuação das equipes de Saúde da
e indicadores e saúde (bem como de eventos-sentinela e
Família e/ou equipes de atenção básica para populações
casos-traçadores e analisadores), suporte à organização do
específicas, às quais estão vinculados, não recomendado a
processo de trabalho (acolhimento, cuidado continuado/
existência de uma Unidade de Saúde ou serviço de saúde
programado, ações coletivas, gestão das agendas, articu- específicos para a equipe de NASF.
lação com outros pontos de atenção da rede, identificação A organização do trabalho do NASF deve seguir as
de necessidades de educação permanente, utilização de normas publicadas pelo Ministério da Saúde destacando
dispositivos de gestão do cuidado etc). os Cadernos de Atenção Básica/Primária que tratam do
Os NASF podem ser organizados em duas modali- tema, descrevendo as diretrizes, o processo de trabalho, as
dades, NASF 1 e NASF 2. A implantação de mais de uma principais ferramentas e as ações de responsabilidade de
modalidade de forma concomitante nos municípios e no todos os profissionais dos NASF a serem desenvolvidas em
Distrito Federal não receberá incentivo financeiro federal. conjunto com as equipes de Saúde da Família, equipes de
O NASF 1 deverá ter uma equipe formada por uma atenção básica para populações específicas e/ou academia
composição de profissionais de nível superior escolhidos da saúde.
dentre as ocupações listadas abaixo que reúnam as seguin- Define-se que cada NASF 1 realize suas atividades vin-
tes condições: culado a, no mínimo, 8 (oito) Equipes de Saúde da Família
I -a soma das cargas horárias semanais dos membros e no máximo 15 (quinze) equipes de Saúde da Família e/
da equipe deve acumular no mínimo 200 horas semanais; ou equipes de atenção básica para populações específicas.
II - nenhum profissional poderá ter carga horária sema- Excepcionalmente, nos Municípios com menos de 100.000
nal menor que 20 horas; e habitantes dos Estados da Amazônia Legal e Pantanal Sul
III - cada ocupação, considerada isoladamente, deve Matogrossense, cada NASF 1 poderá realizar suas ativida-
ter no mínimo 20 horas e no máximo 80 horas de carga des vinculado a, no mínimo, 5 (cinco) e no máximo 9 (nove)
horária semanal. equipes.
102
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Define-se que cada NASF 2 realize suas atividades vin- II - promoção e prevenção que articulem práticas de
culado a, no mínimo, 3 (três) equipes de Saúde da Família e formação, educativas e de saúde visando a promoção da
no máximo 7 (sete) equipes de saúde da família. alimentação saudável, a promoção de práticas corporais e
OS NASF 3, que são suprimidos por essa portaria, se atividades físicas nas escolas, a educação para a saúde se-
tornarão automaticamente NASF 2, para isso os municí- xual e reprodutiva, a prevenção ao uso de álcool, tabaco e
pios com projetos de NASF 3 anteriormente enviados ao outras drogas, a promoção da cultura de paz e prevenção
Ministério da Saúde deverão enviar para CIB documento das violências, a promoção da saúde ambiental e desenvol-
que informa as alterações ocorridas. Fica garantido o finan- vimento sustentável; e
ciamento dos NASF intermunicipais já habilitados em data III - educação permanente para qualificação da atuação
anterior, porém extinta a possibilidade de implantação de dos profissionais da educação e da saúde e formação de
novos a partir da publicação desta portaria. jovens.
Cada NASF poderá ser vinculado a no máximo 03 (três) A Gestão do PSE é centrada em ações compartilhadas
pólos do Programa Academia da Saúde em seu território e coresponsáveis. A articulação intersetorial das redes pú-
de abrangência, independente do tipo de NASF e da mo- blicas de saúde, de educação e das demais redes sociais
dalidade do polo implantado. Para cada pólo vinculado à se dá por meio dos Grupos de Trabalho Intersetoriais (GTI)
equipe do NASF deverá existir pelo menos 1 (um) profis- (Federal, Estadual e Municipal) que são responsáveis pela
sional de saúde de nível superior com carga horária de 40 gestão do incentivo financeiro e material, pelo apoio insti-
horas semanais ou 2 (dois) profissionais de saúde de nível tucional às equipes de saúde e educação na implementa-
superior com carga horária mínima de 20 horas semanais ção das ações, pelo planejamento, monitoramento e ava-
cada, que será(ao) responsável(is) pelas atividades do Pro- liação do Pro-grama.
grama Academia da Saúde. Este(s) profissional(is) deve(m) Sobre o processo de implantação, credenciamento,
ter formação compatível e exercer função relacionada às cálculo dos tetos das equipes de atenção básica, e do fi-
nanciamento do bloco de atenção básica:
atividades da academia da saúde.
1. Implantação e Credenciamento
Quanto ao NASF, compete as Secretarias de Saúde dos
Para implantação e credenciamento das equipes de
Municípios e do Distrito Federal:
atenção básica, descritas neste anexo, os municípios e o
I -definir o território de atuação de cada NASF de acor-
Distrito Federal deverão:
do com as equipes de Saúde da Família e/ou equipes de
I - realizar projeto(s) de implantação das equipes de
atenção básica para populações específicas às quais estes
saúde da Família, com ou sem os profissionais de saúde bu-
NASF estiverem vinculados; propiciar o planejamento das
cal, equipe de agentes comunitários de saúde, das equipes
ações que serão realizadas pelos NASF, de forma compar-
de atenção básica para populações específicas e do NASF.
tilhada entre os profissionais (Equipe NASF e Equipe SF e
Os itens que devem minimamente constar do projeto estão
Equipes de atenção básica para populações específicas); descritos no anexo III desta portaria;
II - selecionar, contratar e remunerar os profissionais II - aprovar o projeto elaborado nos Conselhos de Saú-
dos NASF, em conformidade com a legislação vigente nos de dos Municípios e encaminhá-lo à Secretaria Estadual de
municípios e Distrito Federal; e Saúde ou sua instância regional para análise. O Distrito Fe-
III - disponibilizar espaço físico adequado nas UBS, e deral, após a aprovação por seu Conselho de Saúde, deverá
garantir os recursos de custeio necessários ao desenvol- encaminhar sua proposta para o Ministério da Saúde;
vimento das atividades mínimas descritas no escopo de III - cadastrar os profissionais das equipes, previamen-
ações dos diferentes profissionais que comporão os NASF, te credenciadas pelo estado conforme decisão da CIB, no
não sendo recomendada estrutura física específica para a SCNES e alimentar os dados no sistema de informação que
equipe de NASF. comprove o início de suas atividades; para passar a rece-
ber o incentivo correspondente às equipes efetivamente
Programa Saúde na Escola implantadas; e
IV - solicitar substituição, no SCNES, de categorias de
O Programa Saúde na Escola - PSE, instituído pelo De- profissionais colocados no projeto inicial caso exista a ne-
creto Presidencial nº 6.286 de 5 de dezembro de 2007, sur- cessidade de mudança, sendo necessário o envio de um
giu como uma política intersetorial entre os Ministérios da oficio comunicando sobre a necessidade desta alteração ao
Saúde e da Educação, na perspectiva da atenção integral Estado.
(promoção, prevenção, diagnóstico e recuperação da saú- Para Implantação e Credenciamento das referidas
de e formação) à saúde de crianças, adolescentes e jovens equipes as secretarias estaduais de saúde e o Distrito Fe-
do ensino público básico, no âmbito das escolas e unida- deral deverão:
des básicas de saúde, realizada pelas equipes de saúde da I - analisar e encaminhar as propostas de implantação
atenção básica e educação de forma integrada, por meio das equipes elaboradas pelos municípios e aprovadas pe-
de ações de: los Conselhos Municipais de à Comissão Intergestores Bi-
I - avaliação clínica e psicossocial que objetivam identi- partite (CIB) no prazo máximo de 30 dias, após a data do
ficar necessidades de saúde e garantir a atenção integral às protocolo de entrada do processo na Secretaria Estadual
mesmas na rede de atenção à saúde; de Saúde ou na instância regional;
103
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
II - após aprovação na CIB, cabe à Secretaria de Saúde de financiamento de Atenção Básica (Bloco AB) e parte do
dos Estados e do Distrito Federal informar ao Ministério Bloco de financiamento de investimento. Seus recursos de-
da Saúde, até o dia 15 de cada mês, o número de equipes, verão ser utilizados para financiamento das ações de Aten-
suas diferentes modalidades e composições de profissio- ção Básica descritas na RENASES e nos Planos de Saúde do
nais com as respectivas cargas horárias, que farão jus ao município e do Distrito Federal.
recebimento de incentivos financeiros da atenção básica; Os repasses dos recursos do Bloco AB aos municípios
III - submeter à CIB, para resolução, o fluxo de acompa- são efetuados em conta aberta especificamente para este
nhamento do cadastramento dos profissionais das equipes fim, de acordo com a normatização geral de transferências
nos sistemas de informação nacionais, definidos para esse de recursos fundo a fundo do Ministério da Saúde, com o
fim; objetivo de facilitar o acompanhamento pelos Conselhos de
IV -submeter à CIB, para resolução, o fluxo de descre- Saúde no âmbito dos municípios, dos estados e do Distrito
denciamento e/ou o bloqueio de recursos diante de irregu- Federal.
laridades constatadas na implantação e no funcionamento O Ministério da Saúde definirá os códigos de lançamen-
das equipes a ser publicado como portaria de resolução tos, assim como seus identificadores literais, que constarão
da CIB, visando à regularização das equipes que atuam de nos respectivos avisos de crédito, para tornar claro o objeto
forma inadequada; e de cada lançamento em conta. O aviso de crédito deverá
V - responsabilizar-se perante o Ministério da Saúde ser enviado ao Secretário de Saúde, ao Fundo de Saúde,
pelo monitoramento, o controle e a avaliação da utilização ao Conselho de Saúde, ao Poder Legislativo e ao Ministério
dos recursos de incentivo destas equipes. Público dos respectivos níveis de governo.
2. Cálculo do Teto das equipes de atenção básica Os registros contábeis e os demonstrativos gerenciais
Para o cálculo do teto máximo de equipes de saúde da mensais devidamente atualizados relativos aos recursos re-
família, de agentes comunitários de saúde, de equipes de passados a essas contas ficarão, permanentemente, à dis-
saúde bucal e dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família a posição dos Conselhos responsáveis pelo acompanhamen-
fonte de dados populacionais utilizada será a mesma vi- to, e a fiscalização, no âmbito dos Municípios, dos Estados,
gente para cálculo do recurso per capita definida pelo IBGE do Distrito Federal e dos órgãos de fiscalização federais,
e publicada pelo Ministério da Saúde. estaduais e municipais, de controle interno e externo.
A) Saúde da Família com ou sem os profissionais de Os municípios deverão remeter por via eletrônica o pro-
saúde bucal: o número máximo de ESF com ou sem os pro- cessamento da produção de serviços referentes ao Bloco
fissionais de saúde bucal pelas quais o município e o Dis- AB ao Ministério da Saúde ou à Secretaria Estadual de Saú-
trito Federal podem fazer jus ao recebimento de recursos
de, de acordo com cronograma pactuado. As Secretarias de
financeiros específicos será calculado pela fórmula: popu-
Saúde dos Estados e do Distrito Federal devem enviar as
lação/2400.
informações ao DATASUS, observando cronograma estabe-
B) Agentes Comunitários de Saúde: o número máximo
lecido pelo Ministério da Saúde.
de ACS pelos quais o município e o Distrito Federal podem
De acordo com o artigo 6º, do Decreto nº 1.651/95,
fazer jus ao recebimento de recursos financeiros específi-
a comprovação da aplicação dos recursos transferidos do
cos será calculado pela fórmula: população /400. Para mu-
Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Estaduais e Muni-
nicípios dos estados da Região Norte, Maranhão e Mato
cipais de Saúde, na forma do Decreto nº 1.232/94, que trata
Grosso, a fórmula será: população da área urbana/400 +
população da área rural/280. das transferências, fundo a fundo, deve ser apresentada ao
C) NASF - Núcleo de Apoio de Saúde da Família: o nú- Ministério da Saúde e ao Estado, por meio de relatório de
mero máximo de NASF 1 aos quais os municípios e o Dis- gestão, aprovado pelo respectivo Conselho de Saúde.
trito Federal podem fazer jus para recebimento de recursos Da mesma forma, a prestação de contas dos valores re-
financeiros específicos será calculado pelas fórmulas: cebidos e aplicados no período deve ser aprovada no Con-
I - para Municípios com menos de 100.000 habitantes selho Municipal de Saúde e encaminhada ao Tribunal de
de Estados da Amazônia Legal = número de ESF do Muni- Contas do Estado ou Município e à Câmara Municipal.
cípio/5; e A demonstração da movimentação dos recursos de
II - para Municípios com 100.000 habitantes ou mais da cada conta deverá ser efetuada, seja na Prestação de Con-
Amazônia Legal e para Municípios das demais unidades da tas, seja quando solicitada pelos órgãos de controle, me-
Federação = número de ESF do Município/8. diante a apresentação de:
O número máximo de NASF 2 aos quais o município I - relatórios mensais da origem e da aplicação dos re-
pode fazer jus para recebimento de recursos financeiros cursos;
específicos será de 1 (um) NASF 2. II - demonstrativo sintético de execução orçamentária;
D) O teto máximo de Equipes Saúde da Família Ribeiri- III - demonstrativo detalhado das principais despesas; e
nha e Fluvial e equipes de consultório na rua será avaliado IV - relatório de gestão.
posteriormente, de acordo com cada projeto. O Relatório de Gestão deverá demonstrar como a apli-
3. Do Financiamento da Atenção Básica O financiamen- cação dos recursos financeiros resultou em ações de saúde
to da Atenção Básica deve ser tripartite. No âmbito federal para a população, incluindo quantitativos mensais e anuais
o montante de recursos financeiros destinados à viabiliza- de produção de serviços de Atenção Básica.
ção de ações de Atenção Básica à saúde compõe o Bloco
104
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
O financiamento federal desta política é composto por: Assim os municípios podem receber um recurso com-
A) Recursos per capita; plementar aos demais componentes do Bloco de AB re-
B) Recursos para projetos específicos, tais como os lacionados ao enfrentamento de especificidades gerado-
recursos da compensação das especificidades regionais ras de iniquidade tais como: municípios mais pobres, com
(CER), do Programa de Requalificação das Unidades Básica piores indicadores e maiores necessidades; municípios com
de Saúde, Recurso de Investimento/ Estruturação e Recur- maiores dificuldades de atração e fixação de profissionais
sos de Estruturação na Implantação; e municípios isolados ou com dificuldade de acesso; qua-
C) Recursos de investimento; lificação da atenção a populações sazonais, rurais, qui-
D) Recursos que estão condicionados à implantação de lombolas, tradicionais, assentadas, isoladas; projetos cuja
estratégias e programas prioritários, tais como os recursos implantação se dá mediante adesão e estão ligados ao en-
específicos para os municípios que implantarem as Equi- frentamento da iniquidade através de ações de educação
pes de Saúde da Família, as Equipes de Saúde Bucal, de permanente, fortalecimento, modernização e qualificação
Agentes Comunitários de Saúde, dos Núcleos de Apoio à da gestão, implantação de ações e alternativas que enfren-
Saúde da Família, dos Consultórios na Rua, de Saúde da tem iniquidades entre os municípios ligadas a qualquer um
Família Fluviais e Ribeirinhas, de Atenção Domiciliar, Pro- dos temas citados ou outros.
grama Saúde na Escola (PSE), microscopistas e a Academia Programa de Requalificação das Unidades Básica de
da Saúde; Saúde: Recursos destinados à estruturação da rede de ser-
E) Recursos condicionados a resultados e avaliação do viços da atenção básica publicados em portaria específica
aces-so e da qualidade, tal como o do Programa Nacional com o montante disponibilizado por Unidade da Federa-
de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ); ção e cuja aplicação dos critérios de decisão é objeto de
A) Recurso per capita pactuação na CIT e nas CIB. Esses recursos serão transfe-
O recurso per capita será transferido mensalmente, de ridos fundo a fundo aos municípios que se adequarem a
forma regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde esses critérios, e depositados em conta específica.
aos Fundos Municipais de Saúde e do Distrito Federal com Recursos de Investimento/Estruturação: São recursos
base num valor multiplicado pela população do Município. destinados a estruturação dos serviços e ações da atenção
O recurso será calculado pela multiplicação da popu- básica, que podem ser repassados aos municípios/ estados
lação de cada município e do Distrito Federal por um valor, fundo a fundo ou através de convênio.
fruto de pactuação tripartite e devidamente publicado em Recursos de Implantação: Na implantação das equipes
portaria específica, levando em conta critérios de equidade. de saúde da família, saúde bucal e dos NASF os municí-
A população de cada município e do Distrito Federal pios e/ou o Distrito Federal receberão recursos específicos
será a população definida pelo IBGE e publicada em porta- para estruturação das Unidades Básicas de Saúde, visando
ria específica pelo Ministério da Saúde. à melhoria da infra-estrutura física e de equipamentos para
B) Recursos para Projetos específicos, que inclui os o trabalho das equipes. Esses recursos serão repassados
recursos da Compensação das Especificidades Regionais na competência financeira do mês posterior à implantação
(CER), o Programa de Requalificação das Unidades Básica das equipes.
de Saúde e Recurso de Estruturação. Em caso de redução do número de equipes, o municí-
Parte dos recursos do Bloco AB poderá ser repassado pio ou o Distrito Federal não farão jus a novos recursos de
para implantação e execução de ações e programas espe- implantação até que seja alcançado o número de equipes
cíficos definidos de maneira tripartite, entre eles: já implantado anterior-mente.
Compensação de Especificidades Regionais: trata-se D) Os recursos que estão condicionados à implanta-
de recursos transferidos com o objetivo de responder a ção de estratégias e programas prioritários, tais como os
especificidades de municípios, populações ou situações recursos específicos para os municípios que implantarem
que exigem maior aporte de recursos, mas que não são as equipes de Saúde da Família, equipes de Saúde Bucal,
devidamente contempladas nos demais componentes do de Agentes Comunitários de Saúde, dos Núcleos de Apoio
Bloco AB. Os critérios de distribuição dos recursos e valores à Saúde da Família, dos Consultórios na Rua, de Saúde da
para cada Estado e para o Distrito Federal pactuados são Família Fluviais e Ribeirinhas, de Atenção Domiciliar, Pro-
definidos em Portaria Ministerial especifica para este fim. grama Saúde na Escola (PSE), microscopistas e a Academia
A utilização dos recursos de Compensação de Especifici- da Saúde
dades Regionais é definida por cada CIB levando em conta 1. Equipes de Saúde da Família (SF): os valores dos in-
os objetivos deste componente e pactuando projeto com centivos financeiros para as Equipes de Saúde da Família
finalidade, critérios, distribuição e utilização dos recursos, implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como
monitoramento e avaliação dos resultados. O projeto, os base o número de Equipe de Saúde da Família (ESF) regis-
critérios bem como a lista de municípios contemplados trados no sistema de Cadastro Nacional vigente no mês
com seus respectivos valores deverão ser informados ao anterior ao da respectiva competência financeira. São esta-
plenário da CIT. No caso do Distrito Federal, a proposta de belecidas duas modalidades de financiamento para as ESF:
aplicação deste recurso deverá ser submetida à aprovação
pelo Colegiado Gestor do Distrito Federal.
105
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
1.1. - Equipes de Saúde da família Modalidade 1: são as Quando as Equipes de Saúde da Família forem compos-
ESF que atendem aos seguintes critérios: tas também por profissionais de Saúde Bucal, o incentivo
I - estiverem implantadas em municípios com popu- financeiro será transferido a cada mês, tendo como base:
lação de até 50 mil habitantes nos Estados da Amazônia I - a modalidade específica dos profissionais de Saúde
Legal e até 30 mil habitantes nos demais Estados do País; e Bucal (ESB) que compõem a equipe de saúde da família e
II - estiverem implantadas em municípios não incluídos estão registrados no cadastro do SCNES no mês anterior ao
no estabelecido na alínea I e atendam a população remanes- da respectiva competência financeira; e
cente de quilombos ou residente em assentamentos de no II -a modalidade de toda a equipe de saúde da família,
mínimo 70 (setenta) pessoas, respeitado o número máximo conforme descrito acima e relacionado às características
de equipes por município, publicado em portaria específica. dos municípios e da população atendida. Assim, se ela faz
As equipes que na data de publicação desta Portaria parte de uma equipe de saúde da família modalidade I tem
recebem como modalidade 1 de financiamento, por qual- 50% de acréscimo no incentivo financeiro específico.
quer um dos motivos listados abaixo não terão decréscimo 2. Equipes Saúde da Família comunidades Ribeirinhas
do recurso repassado atualmente, ainda que não enqua- e Fluviais
dradas nos critérios acima descritos: 2.1 Equipes Saúde da Família Ribeirinhas; os valores
I - pertencerem a municípios que integraram o Progra- dos incentivos financeiros para as Equipes de Saúde da
ma de Interiorização do Trabalho em Saúde (PITS); Família Ribeirinhas implantadas serão transferidos a cada
II -pertencerem a municípios que têm índice de Desen- mês, tendo como base o número de Equipe de Saúde da
volvimento Humano (IDH) igual ou inferior a 0,7; e Família Ribeirinhas (ESFR) registrados no sistema de Cadas-
III - estiverem nas áreas do Programa Nacional de Se- tro Nacional vigente no mês anterior ao da respectiva com-
gurança Pública com Cidadania - Pronasci. petência financeira.
1.2. Equipes de Saúde da família Modalidade 2: são as O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio
ESF implantadas em todo o território nacional que não se das Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas será publicado
enquadram nos critérios da Modalidade 1. em portaria específica e poderá ser agregado um valor nos
Quando um município, por aumento da população, casos em que a equipe necessite de transporte fluvial para
deixar de ter direito ao valor da modalidade 1, deverá ser acessar as comunidades ribeirinhas adscritas para execu-
realizada etapa de transição durante o ano da mudança ção de suas atividades.
que busque evitar a perda nominal acentuada de recursos 2.2. Equipes de Saúde da Família Fluviais: os valores dos
do Bloco de Atenção Básica. incentivos financeiros para as Equipes de Saúde da Família
1.3. As equipes de Saúde da Família com diferentes in- Fluviais implantadas serão transferidos a cada mês, tendo
serções do profissional médico receberão recursos de acor- como base o número de Unidades Básicas de Saúde Flu-
do com sua modalidade e segundo a descrição abaixo: viais (UBSF) registrados no sistema de Cadastro Nacional
1.3.1 2 (dois) médicos integrados a uma única equipe, vigente no mês anterior ao da respectiva competência fi-
cumprindo individualmente carga horária semanal de 30 nanceira.
horas (equivalente a 01 (um) médico com jornada de 40 O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio
horas semanais), com repasse integral do financiamento das Unidades Básicas de Saúde Fluviais será publicado em
para uma equipe de saúde da família modalidade I ou II. portaria específica, com uma modalidade sem profissionais
1.3.2. 3 (três) médicos cumprindo individualmente car- de saúde bucal e outra com estes profissionais. Os crité-
ga horária semanal de 30 horas (equivalente a 02 (dois) rios mínimos para o custeio das Unidades preexistentes ao
médicos com jornada de 40 horas, de duas equipes), com Programa de Construção de Unidades Básicas de Saúde
repasse integral do financiamento para duas equipes de Fluviais também serão publicados em portaria específica.
saúde da família modalidade I ou II. 3. Equipes Consultório na Rua
1.3.3. 4 (quatro) médicos com carga horária semanal de Os valores do incentivo financeiro para as equipes dos
30 horas (equivalente a 03 (três) médicos com jornada de Consultórios na Rua implantadas serão transferidos a cada
40 horas semanais, de 03 equipes), com repasse integral do mês, tendo como base a modalidade e o número de equi-
financiamento para três equipes de saúde da família mo- pes cadastradas no sistema de Cadastro Nacional vigente
dalidade I ou II. no mês anterior ao da respectiva competência financeira.
1.3.4. 2 (dois) médicos integrados a uma equipe, cum- Os valores do repasse mensal que as equipes dos Con-
prindo individualmente jornada de 20 horas semanais, e sultórios na Rua farão jus será definido em portaria especí-
demais profissionais com jornada de 40 horas semanais, fica, conforme sua modalidade e a necessidade de custeio
com repasse de 85% do financiamento para uma equipe de para transporte da equipe de consultório de rua.
saúde da família modalidade I ou II. O início do repasse mensal do incentivo ocorrerá após
1.3.5. As equipes de Saúde da família na modalidade a publicação de portaria de habilitação ao custeio que será
transitória: 01 (um) médico cumprindo jornada de 20 horas emitida pelo Ministério da Saúde após a demonstração,
semanais e demais profissionais com jornada de 40 horas pelo Município, do cadastramento da equipe consultório
semanais, o município receberá repasse mensal equivalen- de rua no sistema de Cadastro Nacional vigente e da ali-
te a 60% do valor do incentivo financeiro para uma equipe, mentação de dados no Sistema de Informação indicado
sendo vedada sua participação no Pro-grama de melhoria pelo Ministério da saúde que comprovem o início de suas
de acesso e da qualidade. atividades.
106
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
4. Núcleo de Apoio de Saúde da Família (NASF) II - ausência, por um período superior a 60 dias, de
O valor do incentivo federal para o custeio de cada qualquer um dos profissionais que compõem as equipes
NASF, dependerá da sua categoria (1 ou 2) e será deter- descritas no item D, com exceção dos períodos em que a
minado em portaria específica. Os valores dos incentivos contratação de profissionais esteja impedida por legislação
financeiros para os NASF implantados serão transferidos a específica, e/ou;
cada mês, tendo como base o número de NASF cadastra- III - descumprimento da carga horária mínima prevista
dos no SCNES. O registro de procedimentos referentes à para os profissionais das equipes; e
produção de serviços realizada pelos profissionais cadas- IV - ausência de alimentação de dados no Sistema de
trados nos NASF deverá ser realizado no sistema indicado Informação definidos pelo Ministério da saúde que com-
pelo Ministério da Saúde, mas não gerarão créditos finan- provem o início de suas atividades.
ceiros. Especificamente para as equipes de saúde da família
5. Agentes Comunitários de Saúde (ACS) com os profissionais de saúde bucal:
Os valores dos incentivos financeiros para as equipes As equipes de Saúde da Família que sofrerem suspen-
de ACS implantadas são transferidos a cada mês, tendo são de recurso, por falta de profissional médico, enfermeiro
como base o número de Agentes Comunitários de Saúde ou técnico/auxiliar de enfermagem conforme previsto aci-
(ACS), registrados no sistema de Cadastro Nacional vigente ma, poderão manter os incentivos financeiros específicos
no mês anterior ao da respectiva competência financeira. para saúde bucal, conforme modalidade de implantação,
Será repassada uma parcela extra, no último trimestre de contanto que adotem procedimento do SCNES preconiza-
cada ano, cujo valor será calculado com base no número de dos pelo Ministério da Saúde.
Agentes Comunitários de Saúde, registrados no cadastro Especificamente para o NASF:
de equipes e profissionais do SCNES, no mês de agosto do I - inexistência de no mínimo 02 (duas) Equipes de Saú-
ano vigente. de da Família/Equipes de Atenção Básica para populações
6. Microscopistas, Programa Saúde na Escola (PSE), específicas, vinculadas ao NASF 1 para municípios com me-
Academia da Saúde e Atenção domiciliar nos de 100.000 hab. da Amazônia Legal ou;
O repasse do recurso para Microscopistas, Programa II - inexistência de no mínimo 04 (quatro) Equipes de
Saúde na Escola (PSE), Academia da Saúde e Atenção do- Saúde da Família/Equipes de Atenção Básica para popula-
miciliar, assim como seus respectivos valores serão defini- ções específicas, vinculadas ao NASF 1 no restante do País
dos em portarias específicas. ou; e
Sobre a efetivação do repasse dos recursos referentes III - inexistência de no mínimo 01 (uma) Equipes de
ao item D Saúde da Família/Equipes de Atenção Básica para popula-
A efetivação da transferência dos recursos financeiros ções específicas, vinculadas ao NASF 2.
descritos no item D tem por base os dados de alimentação Sendo consideradas para esse fim as Equipes comple-
obrigatória do Sistema de Cadastro Nacional de Estabeleci- tas de Saúde da Família/Equipes de Atenção Básica para
mentos de Saúde, cuja responsabilidade de manutenção e populações específicas, ou equipes incompletas por perío-
atualização é dos gestores dos estados, do Distrito Federal do de até 60 (sessenta) dias.
e dos municípios, estes devem : Especificamente para os Consultórios na Rua:
I - transferir os dados mensalmente, para o Departa- Ausência de vinculação a Equipe de Saúde Bucal ca-
mento de Informática do SUS - DATASUS, por via magnéti- dastrada para o trabalho das equipes;
ca, de acordo com o cronograma definido anualmente pelo Da solicitação de crédito retroativo dos recursos refe-
SCNES; e rentes ao item D
II -a transferência dos dados para a Base Nacional do Considerando a ocorrência de problemas na alimenta-
sistema de Cadastro Nacional vigente se dará após geração ção do SCNES, por parte dos estados, Distrito Federal e dos
do arquivo pelo sistema de informação definido pelo Mi- municípios na transferência dos arquivos, realizada pelos
nistério da Saúde para à Atenção Básica. municípios, o Distrito Federal e os estados, o Fundo Nacio-
Os valores dos componentes descritos acima serão de- nal de Saúde - FNS/SE/MS poderá efetuar crédito retroa-
finidos em portarias específicas pelo Ministério da Saúde. tivo dos incentivos financeiros deste recurso variável (C),
Sobre a suspensão do repasse dos recursos referentes com base em solicitação da Secretaria de Atenção à Saúde
ao item D - SAS/MS. Esta retroatividade se limitará aos seis meses an-
O Ministério da Saúde suspenderá os repasses dos in- teriores ao mês em curso.
centivos referentes às equipes e aos serviços citados acima, Para solicitar os créditos retroativos, os municípios e o
nos casos em que forem constatadas, por meio do monito- Distrito Federal deverão:
ramento e/ou da supervisão direta do Ministério da Saúde I - preencher a planilha constante do Anexo III a esta
ou da Secretaria Estadual de Saúde ou por auditoria do DE- Portaria, para informar o tipo de incentivo financeiro que
NASUS ou dos órgãos de controle competentes, qualquer não foi creditado no Fundo Municipal de Saúde ou do Dis-
uma das seguintes situações: trito Federal, discriminando a competência financeira cor-
I - inexistência de unidade básica de saúde cadastrada respondente e identificando a equipe, com os respectivos
para o trabalho das equipes e/ou; profissionais que a compõem;
107
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
108
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
ANEXO III
SOLICITAÇÃO RETROATIVA DE COMPLEMENTAÇÃO DO REPASSE DOS INCENTIVOS FINANCEIROS
TIPO DE INCENTIVO: Marcar se é relativo à equipe de Saúde da Família, Agentes Comunitários de Saúde, equipe de
Saúde Bucal modalidade I ou II, Unidade Odontológica Móvel, equipe de Saúde da Familia População Ribeirinha, equipe de
Saúde da Família População Ribeirinha com Saúde Bucal, equipe de Saúde da Família Fluvial, equipe de Saúde da Família
Fluvial com Saúde Bucal ou Núcleo de Apoio à Saúde da Família tipo I ou II.
RELAÇÃO DE PROFISSIONAIS: Nome completo de cada profissional integrante da equipe, que não gerou incentivo.
CATEGORIA PROFISSIONAL: Identificar a categoria de cada profissional listado na coluna anterior.
CPF: Informar o CPF dos profissionais das Equipes que foram suspensas.
DATA: ___/___/__________________________________________________________
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE:____________________ SECRETÁRIO DE SAÚDE DO ESTADO:
Aspectos Gerais
O Programa Nacional de Imunizações foi criado em 1973 e, com os avanços obtidos, o país convive com um cenário de
reduzida ocorrência de óbitos por doenças imunopreveníveis.
O País investiu recursos vultosos na adequação de sua Rede de Frio, na vigilância de eventos adversos pós-vacinais, na
universalidade de atendimento, nos seus sistemas de informação, descentralizou as ações e garantiu capacitação e atuali-
zação técnico-gerencial para seus gestores, em todas as esferas.
Entre as realizações do PNI estão a bem-sucedida Campanha da Erradicação da Varíola (CEV), que recebeu a certificação
de desaparecimento da doença por comissão da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em 1994, o Brasil recebeu a certificação do bloqueio da transmissão autóctone do poliovírus selvagem. O último caso
brasileiro ocorreu em 1989, na Paraíba.
Destaca-se também o controle do sarampo, ainda hoje uma das doenças que mais afetam e matam crianças em países
com altos índices de pobres e miseráveis em suas populações. Em 1992, foi iniciado o Plano de Controle e Eliminação do
Sarampo, com ações de imunização e a vigilância epidemiológica da doença em todo o país. Hoje, pode-se afirmar que o
sarampo é uma doença em processo de eliminação no Brasil, mas estratégias vêm sendo implementadas em vigilância e
imunizações, visando a manutenção dessa situação, uma vez que o país registra intenso fluxo de viajantes internacionais, e
o sarampo circula em todo o mundo.
Hoje, o Programa apresenta um novo perfil gerencial, com integração entre as três esferas de governo, que discutem
juntos normas, definições, metas e resultados, propiciando a modernização continuada de sua infraestrutura e operacio-
nalização.
109
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
110
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
111
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Se a diferença entre o ciclo mais longo e o mais curto A partir do 1º dia do ciclo menstrual, deve-se verificar
for igual ou superior a 10 dias, os ciclos desta mulher serão e anotar a temperatura todos os dias, antes de se levantar
considerados irregulares e, portanto, ela não deverá utilizar da cama, depois de um período de repouso de 3 a 5 horas,
este método. Além do que, devem procurar um serviço de usando-se sempre o mesmo termômetro.
saúde, pois a irregularidade menstrual indica um problema A temperatura deve ser verificada sempre no mesmo
ginecológico que precisa ser investigado e tratado. local: na boca, no reto ou na vagina. A temperatura oral
Se a diferença entre eles for inferior a 10 dias, os ciclos deve ser verificada em um tempo mínimo de 5 minutos e
são considerados regulares e esta mulher poderá fazer uso as temperaturas retal e vaginal, no mínimo 3 minutos, ob-
da tabela. servando-se sempre o mesmo horário para que não haja
Como fazer o cálculo para identificar o período fértil? alteração do gráfico de temperatura.
Subtrai-se 18 dias do ciclo mais curto e obtém-se o dia Caso a mulher esqueça-se de verificar a temperatura
do início do período fértil. um dia, deve recomeçar no próximo ciclo.
Subtrai-se 11 dias do ciclo mais longo e obtém-se o Registrar a temperatura a cada dia do ciclo em um
último dia do período fértil. papel quadriculado comum, em que as linhas horizontais
Após a determinação do período fértil, a mulher e seu referem-se às temperaturas, e as verticais, aos dias do ci-
companheiro que não desejam obter gravidez, devem abs- clo. Após a marcação, ligar os pontos referentes a cada dia,
ter-se de relações sexuais com penetração, neste período, formando uma linha que vai do1º ao 2º, do 2º ao 3º, do 3º
ou fazer uso de outro método. Caso contrário, devem-se ao 4ºdia e daí por diante.
intensificar as relações sexuais neste período. Em seguida, verificar a ocorrência de um aumento per-
sistente da temperatura basal por 3 dias seguidos, no pe-
Recomendações Importantes: ríodo esperado da ovulação.
O aumento da temperatura varia entre 0,2ºC a 0,6ºC. A
O parceiro deve sempre ser estimulado a participar, diferença de no mínimo 0,2ºC entre a última temperatura
ajudando com os cálculos e anotações. baixa e as três temperaturas altas indica que a ovulação
Após a definição do período fértil, a mulher deverá ocorreu e a temperatura se manterá alta até a época da
continuar anotando os seus ciclos, pois poderão surgir al- próxima menstruação.
terações relativas ao tamanho do maior e menor ciclo, mu- O período fértil termina na manhã do 3º dia em que
dando então o período fértil, bem como poderá inclusive for observada a temperatura elevada. Portanto, para evitar
surgir, inesperadamente, uma irregularidade menstrual que gravidez, o casal deve abster-se de relações sexuais, com
contraindique a continuidade do uso do método. penetração, durante toda a primeira fase do ciclo até a ma-
Não se pode esquecer que o dia do ciclo menstrual nhã do 3º dia de temperatura elevada.
não é igual ao dia do mês. Após 3 meses de realização do gráfico da temperatura,
Cada mulher deve fazer sua própria tabela e a tabela pode-se predizer a data da ovulação e, a partir daí, a abs-
de uma mulher não serve para outra. tinência sexual poderá ficar limitada ao período de 4 a 5
No período de 6 meses em que a mulher estiver fazen- dias antes da data prevista da ovulação até a manhã do 3º
do as anotações dos ciclos, ela deverá utilizar outro méto- dia de temperatura alta. Os casais que quiserem engravidar
do, com exceção da pílula, pois esta interfere na regulari- devem manter relações sexuais neste período.
zação dos ciclos. Durante estes 3 meses, enquanto estiver aprendendo a
Os ciclos irregulares e a lactação são contraindicações usar a tabela da temperatura, deverá utilizar outro método
no uso desse método. contraceptivo, com exceção do contraceptivo hormonal.
Os profissionais de saúde deverão construir a tabela A ocorrência de qualquer fator que pode vir a alterar a
junto com a mulher e refazer os cálculos todas as vezes que temperatura deve ser anotada no gráfico. Como exemplo,
forem necessárias, até que a mulher se sinta segura para tem-se: mudança no horário de verificação da temperatura;
tal, devendo retornar à unidade dentro de 1 mês e, depois, perturbações do sono e/ou emocionais; algumas doenças
de 6 em 6 meses. que podem elevar a temperatura; mudanças de ambiente e
uso de bebidas alcoólicas.
b) Método da Temperatura Basal Corporal Esse método é contraindicado em casos de irregula-
ridades menstruais, amenorreia, estresse, mulheres com
É o método que permite identificar o período fértil por períodos de sono irregular ou interrompido (por exemplo,
meio das oscilações de temperatura que ocorrem durante trabalho noturno).
o ciclo menstrual, com o corpo em repouso. Assim como no método do calendário, para a cons-
Antes da ovulação, a temperatura do corpo da mulher trução do gráfico ou tabela de temperatura, a mulher e/
permanece em nível mais baixo. Após a ovulação, com a ou casal deverá contar com a orientação de profissionais
formação do corpo lúteo e o consequente aumento da de saúde e neste caso em especial, no decorrer dos três
produção de progesterona, que tem efeito hipertérmico, a primeiros meses de uso, quando, a partir daí, já se poderá
temperatura do corpo se eleva ligeiramente e permanece predizer o período da ovulação. O retorno da cliente deve-
assim até rá se dar, pelo menos, em seis meses após o início do uso
a próxima menstruação. do método. Em seguida, os retornos podem ser anuais.
Como construir a Tabela ou Gráfico de Temperatura?
112
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
c) Método da ovulação ou do muco cervical ou Bil- É importante ressaltar que o muco não deve ser exa-
lings minado no dia em que a mulher teve relações sexuais, de-
vido à presença de esperma; depois de utilizar produtos
É o método que indica o período fértil por meio das ca- vaginais ou duchas e lavagens vaginais; durante a excitação
racterísticas do muco cervical e da sensação de umidade sexual; ou na presença de leucorreias.
por ele provocada na vulva. É recomendável que durante o 1º ciclo, o casal se abs-
O muco cervical é produzido pelo colo do útero, tendo tenha de relações sexuais. Os profissionais de saúde devem
como função umidificar e lubrificar o canal vaginal. A quan- acompanhar semanalmente o casal no 1º ciclo e os retor-
tidade de muco produzida pode oscilar ao longo dos ciclos nos se darão, no mínimo, uma vez ao mês do 2º ao 6º ciclo
Para evitar a gravidez, é preciso conhecer as caracte- e semestral a partir daí.
rísticas do muco. Isto pode ser feito observando-se diaria-
mente a presença ou ausência do muco através da sensa- d) Método sinto-térmico
ção de umidade ou secura no canal vaginal ou através da
limpeza da vulva com papel higiênico, antes e após urinar. Baseia-se na combinação de múltiplos indicadores de
Esta observação pode ser feita visualizando-se a presença ovulação, conforme os anteriormente citados, com a fina-
de muco na calcinha ou através do dedo no canal vaginal. lidade de determinar o período fértil com maior precisão e
Logo após o término da menstruação, tem-se, em ge- confiabilidade.
ral, uma fase seca (fase pré-ovulatória). Quando aparece Associa a observação dos sinais e sintomas relativos à
muco nesta fase, geralmente é opaco e pegajoso. temperatura basal corporal e ao muco cervical, levando em
Na fase ovulatória, o muco, que inicialmente era es- conta parâmetros subjetivos (físicos ou psicológicos) que
branquiçado, turvo e pegajoso, vai-se tornando a cada dia possam indicar ovulação, tais como sensação de peso ou
mais elástico e lubrificante, semelhante à clara de ovo, po- dor nas mamas, dor abdominal, variações de humor e da
dendo-se puxá-lo em fio. Isto ocorre porque neste período libido, náuseas, acne, aumento de apetite, ganho de peso,
os níveis de estrogênio estão elevados e é nesta fase que o pequeno sangramento intermenstrual, dentre outros.
casal deve abster-se de relações sexuais, com penetração, Os métodos de barreira são aqueles que não permi-
pois há risco de gravidez. tem à entrada de espermatozoides no canal cervical. Po-
O casal que pretende engravidar deve aproveitar este dem ser:
período para ter relações sexuais.
O último dia de muco lubrificante, escorregadio e com e) Condom Masculino
elasticidade máxima, chama-se dia ápice, ou seja, o muco
com a máxima capacidade de facilitar a espermomigração. Também conhecido como camisinha, camisa de vênus
Portanto, o dia ápice só pode ser identificado a posteriori ou preservativo, é uma capa de látex bem fino, porém re-
e significa que em mais ou menos 48 horas a ovulação já sistente, descartável, que recobre o pênis completamente
ocorreu, está ocorrendo ou vai ocorrer. durante o ato sexual.
Na fase pós-ovulatória, já com o predomínio da pro- Evita a gravidez, impedindo que os espermatozoides
gesterona, o muco forma uma verdadeira rolha no colo penetrem no canal vaginal, pois retém o sêmen ejaculado.
uterino, impedindo que os espermatozoides penetrem no O condom protege contra as doenças sexualmente trans-
canal cervical. É um muco pegajoso, branco ou amarelado, missíveis e por isso seu uso deve ser estimulado em todas
grumoso, que dá sensação de secura no canal vaginal. as relações sexuais.
No 4º dia após o dia ápice, a mulher entra no período Deve ser colocado antes de qualquer contato do pênis
de infertilidade. com os genitais femininos, porque alguns espermatozoides
As relações sexuais devem ser evitadas desde o dia em podem escapar antes da ejaculação.
que aparece o muco grosso até quatro dias depois do apa- Deve ser colocado com o pênis ereto, deixando um
recimento do muco elástico. espaço de aproximadamente 2 cm na ponta, sem ar, para
No início, é bom examinar o muco mais de uma vez ao que o sêmen seja depositado sem que haja rompimento
dia, fazendo o registro à noite, preferencialmente, no mes- da camisinha.
mo horário. É importante anotar as características do muco As camisinhas devem ser guardadas em lugar fresco,
e os dias de relações sexuais. seco e de fácil acesso ao casal. Não deve ser esticada ou
Quando notar, no mesmo dia, mucos com característi- inflada, para efeito de teste. Antes de utilizá-la, certifique-
cas diferentes, à noite, na hora de registrar, deve considerar se do prazo de validade. Mesmo que esteja no prazo, não
o mais indicativo de fertilidade (mais elástico e translúcido). utilizá-la quando perceber alterações como mudanças na
No período de aprendizagem do método, para identifi- cor, na textura, furo, cheiro diferente, mofo ou outras. A
car os dias em que pode ou não ter relações sexuais, o casal camisinha pode ou não já vir lubrificada de fábrica.
deve observar as seguintes recomendações: A colocação pode ser feita pelo homem ou pela mu-
Só deve manter relações sexuais na fase seca posterior lher. Sua manipulação deve ser cuidadosa, evitando-se
à menstruação e, no máximo, dia sim, dia não, para que o unhas longas que podem danificá-la. Deve-se observar se
sêmen não interfira na avaliação. o canal vaginal está suficientemente úmido para permitir
Evitar relações sexuais nos dias de muco, até três dias uma penetração que provoque pouca fricção, evitando- se
após o dia ápice. assim que o condom se rompa.
113
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Lubrificantes oleosos como a vaselina não podem ser de 30 minutos para que o agente espermaticida se espa-
utilizados. Caso necessário, utilizar lubrificantes a base de lhe adequadamente na vagina e no colo do útero. Deve-se
água. Cremes, geleias ou óvulos vaginais espermicidas po- seguir a recomendação do fabricante, já que pode haver
dem ser utilizados em associação com a camisinha. Após a recomendação de tempos diferentes de um produto para
ejaculação, o pênis deve ser retirado ainda ereto. As bordas o outro. Os espermicidas devem ser colocados de novo, se
da camisinha devem ser pressionadas com os dedos, ao houver mais de uma ejaculação na mesma relação sexual.
ser retirado, para evitar que o sêmen extravase ou que o Se a ejaculação não ocorrer dentro do período de seguran-
condom se desprenda e fique na vagina. Caso isto ocorra, é ça garantido pelo espermicida, deve ser feita outra aplica-
só puxar com os dedos e colocar espermaticida na vagina, ção. Deve-se evitar o uso de duchas ou lavagens vaginais
com um aplicador. Caso não consiga retirar a camisinha, pelo menos 8 horas após o coito. Caso se observe algum
coloque espermicida e depois procure um posto de saú- tipo de leucorréia, prurido e ardência vaginal ou peniana,
de para que a mesma seja retirada. Nestes casos, não faça interromper o uso do espermaticida. Este é contraindicado
lavagem vaginal pois ela empurra ainda mais o espermato- para mulheres que apresentem alto risco gestacional
zoide em direção ao útero. Após o uso, deve-se dar um nó
na extremidade do condom para evitar o extravasamento h) Diafragma
de sêmen e jogá-lo no lixo e nunca no vaso sanitário. O uso
do condom é contraindicado em casos de anomalias do É uma capa de borracha que tem uma parte côncava
pênis e de alergia ao látex. e uma convexa, com uma borda de metal flexível ou de
borracha mais espessa que pode ser encontrada em diver-
f) Condom feminino ou camisinha feminina sos tamanhos, sendo necessária avaliação pelo médico e/
ou enfermeiro, identificando a medida adequada a cada
Feita de poliuretano, a camisinha feminina tem forma mulher
de saco, de aproximadamente 25 cm de comprimento, com A própria mulher o coloca no canal vaginal, antes da
dois anéis flexíveis, um em cada extremidade. O anel menor relação sexual, cobrindo assim o colo do útero, pois suas
bordas ficam situadas entre o fundo de saco posterior da
fica na parte fechada do saco e é este que, sendo introdu-
vagina e o púbis.
zido no canal vaginal, irá se encaixar no colo do útero. O
Para ampliar a eficácia do diafragma, recomenda-se o
anel maior fica aderido às bordas do lado aberto do saco
uso associado de um espermaticida que deve ser colocado
e ficará do lado de fora, na vulva. Deste modo, a camisinha
no diafragma em quantidade correspondente a uma co-
feminina se adapta e recobre internamente toda a vagina.
lherinha de café no fundo do mesmo, espalhando-se com
Assim, impede o contato com o sêmen e consequente-
os dedos. Depois, colocar mais um pouco por fora, sobre
mente tem ação preventiva contra as DST.
o anel.
Já está sendo disponibilizada em nosso meio. Sua di-
O diafragma impedirá, então, a gravidez por meio da
vulgação tem sido maior em algumas regiões do país, sen- barreira mecânica e, ainda assim, caso algum espermato-
do ainda pouco conhecida em outras. zoide consiga escapar, se deparará com a barreira química,
o espermaticida.
g) Espermaticida ou Espermicida Para colocar e retirar o diafragma, deve-se escolher
uma posição confortável (deitada, de cócoras ou com um
São produtos colocados no canal vaginal, antes da re- pé apoiado sobre uma superfície qualquer), colocar o es-
lação sexual. O espermicida atua formando uma película permaticida, pegar o diafragma pelas bordas e apertá-lo
que recobre o canal vaginal e o colo do útero, impedindo a no meio de modo que ele assuma o formato de um 8.
penetração dos espermatozoides no canal cervical e, bio- Com a outra mão, abrir os lábios da vulva e introduzi-lo
quimicamente, imobilizando ou destruindo os espermato- profundamente na vagina. Após, fazer um toque vaginal
zoides, impedindo desta forma a gravidez. para verificar se está bem colocado, ou seja, certificar-se de
Podem se apresentar sob a forma de cremes, geleias, que está cobrindo todo o colo do útero.
óvulos e espumas. Se estiver fora do lugar, deverá ser retirado e recoloca-
Cada tipo vem com suas instruções para uso, as quais do até acertar. Para retirá-lo, é só encaixar o dedo na borda
devem ser seguidas. Em nosso meio, a geleia espermicida é do diafragma e puxá-lo para fora e para baixo.
a mais conhecida. A geleia espermicida deve ser colocada É importante observar os seguintes cuidados, visan-
na vagina com o auxílio de um aplicador. A mulher deve es- do o melhor aproveitamento do método: urinar e lavar as
tar deitada e após a colocação do medicamento, não deve mãos antes de colocar o diafragma (a bexiga cheia poderá
levantar-se mais, para evitar que esta escorra. O aplicador, dificultar a colocação); antes do uso, observá-lo com cuida-
contendo o espermaticida, deve ser inserido o mais pro- do, inclusive contra a luz, para identificar possíveis furos ou
fundamente possível no canal vaginal. Da mesma forma, outros defeitos; se a borracha do diafragma ficar enrugada,
quando os espermaticidas se apresentarem sob a forma de ele deverá ser trocado imediatamente.
óvulos, estes devem ser colocados com o dedo ou com O espermaticida só é atuante para uma ejaculação.
aplicador próprio no fundo do canal vaginal. É recomen- Caso aconteça mais de uma, deve-se fazer uma nova apli-
dável que a aplicação da geleia seja feita até, no máximo, cação do espermaticida, por meio do aplicador vaginal,
1 hora antes de cada relação sexual, sendo ideal o tempo sem retirar o diafragma.
114
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
O diafragma só deverá ser retirado de 6 a 8 horas após A colocação do DIU é simples e rápida. Não é necessá-
a última relação sexual, evitando-se o uso de duchas va- rio anestesia. É realizada em consultório e para a inserção é
ginais neste período. O período máximo que o diafragma utilizado técnica rigorosamente asséptica.
pode permanecer dentro do canal vaginal é de 24 horas. A mulher deve estar menstruada. A menstruação, além
Mais que isto, poderá favorecer infecções. de ser uma garantia de que não está grávida, facilita a in-
Após o uso, deve-se lavá-lo com água fria e sabão neu- serção, pois neste período o canal cervical está mais per-
tro, enxáguar bem, secar com um pano macio e polvilhar meável. Após a inserção, a mulher é orientada a verificar a
com amido ou talco neutro. Não usar água quente. Guardá presença dos fios do DIU no canal vaginal.
-lo em sua caixinha, longe do calor e da luz. Na primeira semana de uso do método, a mulher não
Será necessário reavaliar o tamanho do diafragma de- deve ter relações sexuais. O Ministério da Saúde recomen-
pois de gravidez, aborto, ganho ou perda de peso (superior da que após a inserção do DIU a mulher deva retornar ao
a 10 kg) e cirurgias de períneo. Deverá ser trocado rotinei- serviço para revisões com a seguinte periodicidade: 1 se-
ramente a cada 2 anos. mana, 1 mês, 3 meses, 6 meses e 12 meses. A partir daí, se
As contraindicações para o uso desse método ocorrem tudo estiver bem, o acompanhamento será anual, com a
no caso de mulheres que nunca tiveram relação sexual, realização do preventivo.
configuração anormal do canal vaginal, prolapso uterino, O DIU deverá ser retirado quando a mulher quiser,
cistocele e/ou retocele acentuada, anteversão ou retrover- quando tiver com a validade vencida ou quando estiver
são uterina acentuada, fístulas vaginais, tônus muscular va- provocando algum problema.
ginal deficiente, cervicites e outras patologias do colo do A validade do DIU varia de acordo com o tipo. A vali-
útero, leucorreias abundantes, alterações psíquicas graves, dade do DIU Tcu, disponibilizado pelo Ministério da Saúde,
que impeçam o uso correto do método. varia de 3 a 7 anos.
Os problemas que indicam a retirada do DIU são dor
i) Os contraceptivos hormonais orais constituem um severa, sangramento intenso, doença pélvica inflamatória,
outro método muito utilizado pela mulher brasileira; são expulsão parcial, gravidez (até a 12ª semana de gravidez,
hormônios esteroides sintéticos, similares àqueles produzi- se os fios estiverem visíveis ao exame especular, pois indica
dos pelos ovários da mulher.
que o saco gestacional está acima do DIU, e se a retirada
Quando a mulher faz opção pela pílula anticoncep-
não apresentar resistência).
cional, ela deve ser submetida a uma criteriosa avaliação
clínico-ginecológica, durante a qual devem ser realizados e
Assistência aos Casais Portadores de Esterilidade e
solicitados diversos exames, para avaliação da existência de
Infertilidade
possíveis contraindicações.
O contraceptivo hormonal oral só impedirá a gravidez
A esterilização cirúrgica foi maciçamente realizada nas
se tomado adequadamente. Cada tipo de pílula tem uma
mulheres brasileiras, a partir das décadas de 60 e 70, por
orientação específica a considerar.
entidades que sob o rótulo de “planejamento familiar” de-
j) DIU (Dispositivo Intrauterino) é um artefato feito de senvolviam programas de controle da natalidade em nosso
polietileno, com ou sem adição de substâncias metálicas país. O reconhecimento da importância e complexidade
ou hormonais, que tem ação contraceptiva quando posto que envolve as questões relativas à esterilização cirúrgica
dentro da cavidade uterina. tem se refletido no âmbito legal. A Lei do Planejamento
Também podem ser utilizados para fins de tratamento, Familiar de 1996 e as Portarias 144/97 e 48/99 do Minis-
como é o caso dos DIUs medicados com hormônios. tério da Saúde normatizam os procedimentos, permitindo
Podem ser classificados em DIUs não medicados aque- que o Sistema Único de Saúde (SUS)os realize, em acesso
les que não contêm substâncias ativas e, portanto, são universal. Os critérios legais para a realização da esteriliza-
constituídos apenas de polietileno; DIUs medicados que ção cirúrgica pelo SUS são: ter capacidade civil plena; ter
além da matriz de polietileno possuem substâncias que no mínimo 2 filhos vivos ou ter mais de 25 anos de idade,
podem ser metais, como o cobre, ou hormônios. independente do número de filhos; manifestar, por escri-
Os DIUs mais utilizados são os T de cobre (TCu), ou to, a vontade de realizar a esterilização, no mínimo 60 dias
seja, os DIUs que têm o formato da letra T e são medicados antes da realização da cirurgia; ter tido acesso a serviço
com o metal cobre. multidisciplinar de aconselhamento sobre anticoncepção e
O aparelho vem enrolado em um fio de cobre bem fino. prevenção de DST/AIDS, assim como a todos os métodos
A presença do DIU na cavidade uterina provoca uma anticoncepcionais reversíveis; ter consentimento do cônju-
reação inflamatória crônica no endométrio, como nas rea- ge, no caso da vigência de união conjugal.
ções a corpo estranho. No caso do homem, a cirurgia é a vasectomia, que
Esta reação provavelmente determina modificações interrompe a passagem, pelos canais deferentes, dos es-
bioquímicas no endométrio, o que impossibilita a implan- permatozoides produzidos nos testículos, impedindo que
tação do ovo. Outra ação do DIU é o aumento da contrati- estes saiam no sêmen. Na mulher, é a ligadura de trompas
lidade uterina, dificultando o encontro do espermatozoide ou laqueadura tubária que impede o encontro do óvulo
com o óvulo. O cobre presente no dispositivo tem ação com o espermatozoide.
espermicida.
115
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
O serviço que realizar o procedimento deverá oferecer A implementação da política deverá ocorrer de forma
todas as alternativas contraceptivas visando desencorajar a integrada às demais políticas existentes, numa lógica hierar-
esterilização precoce. quizada de atenção à saúde, priorizando a atenção primária
Deverá, ainda, orientar a cliente quanto aos riscos da ci- como porta de entrada de um sistema de saúde universal,
rurgia, efeitos colaterais e dificuldades de reversão. A lei im- integral e equânime.
põe restrições quanto à realização da laqueadura tubária por Essa política tem como princípios a humanização e a
ocasião do parto cesáreo, visando coibir o abuso de partos qualidade, que implicam na promoção, reconhecimento e
cirúrgicos realizados exclusivamente com a finalidade de rea- respeito à ética e aos direitos do homem, obedecendo às
lizar a esterilização. suas peculiaridades socioculturais.
A abordagem desta problemática deve ser sempre con- Para cumprir esses princípios de humanização e da
jugal. Tanto o homem quanto a mulher podem possuir fato- qualidade da atenção integral devem-se considerar os se-
res que contribuam para este problema, ambos devem ser guintes elementos:
investigados. 1. Acesso da população masculina aos serviços de saú-
A esterilidade é a incapacidade do casal obter gravidez de hierarquizados nos diferentes níveis de atenção e orga-
após pelo menos um ano de relações sexuais frequentes, nizados em rede, possibilitando melhoria do grau de reso-
com ejaculação intravaginal, sem uso de nenhum método lutividade dos problemas e acompanhamento do usuário
contraceptivo. Pode ser classificada em primária ou secundá- pela equipe de saúde;
ria. A esterilidade primária é quando nunca houve gravidez. 2. Articular-se com as diversas áreas do governo com o
Já a secundária, é quando o casal já conseguiu obter, pelo setor privado e a sociedade, compondo redes de compro-
menos, uma gravidez e a partir daí passou a ter dificuldades misso e corresponsabilidade quanto à saúde e a qualidade
para conseguir uma nova gestação. de vida da população masculina;
A infertilidade é a dificuldade de o casal chegar ao final 3. Informações e orientação à população masculina, aos
da gravidez com filhos vivos, ou seja, conseguem engravi- familiares e a comunidade sobre a promoção, prevenção e
dar, porém as gestações terminam em abortamentos espon- tratamento dos agravos e das enfermidades do homem;
tâneos ou em natimortos. A infertilidade também pode ser 4. Captação precoce da população masculina nas ativi-
dades de prevenção primaria relativa às doenças cardiovas-
classificada em primária ou secundária. A infertilidade primá-
culares e cânceres, entre outros agravos recorrentes;
ria é quando o casal não conseguiu gerar nenhum filho vivo.
5. Capacitação técnica dos profissionais de saúde para o
A secundária é quando as dificuldades em gerar filhos vivos
atendimento do homem;
acontecem com casais com filhos gerados anteriormente.
6. Disponibilidade de insumos, equipamentos e mate-
De acordo com o Ministério da Saúde, para esta classifi-
riais educativos;
cação não são consideradas as gestações ou os filhos vivos
7. Estabelecimento de mecanismos de monitoramento
que qualquer dos membros do casal possa ter tido com ou- e avaliação continuada dos serviços e do desempenho dos
tro(a) parceiro(a). profissionais de saúde, com participação dos usuários;
A esterilidade/infertilidade, com frequência, impõe um 8. Elaboração e análise dos indicadores que permitam
estresse e tensão no inter-relacionamento. Os clientes costu- aos gestores monitorar as ações e serviços e avaliar seu
mam admitir sentimentos de culpa, ressentimentos, suspeita, impacto, redefinindo as estratégias e/ou atividades que se
frustração e outros. Pode haver uma distorção da autoima- fizerem necessárias.
gem, pois a mulher pode considerar-se improdutiva e o ho-
mem desmasculinizado. Diretrizes:
Portanto, na rede básica caberá aos profissionais de saú-
de dar orientações ao casal e encaminhamento para consul- - Entender a Saúde do Homem como um conjunto de
ta no decorrer da qual se iniciará a investigação diagnóstica ações de promoção, prevenção, assistência e recuperação
com posterior encaminhamento para os serviços especializa- da saúde, executado nos diferentes níveis de atenção. De-
dos, sempre que necessário. ve-se priorizar a atenção básica, com foco na Estratégia de
Saúde da Família, porta de entrada do sistema de saúde
Saúde do Homem/Adulto integral, hierarquizado e regionalizado;
Princípios - Reforçar a responsabilidade dos três níveis de gestão
e do controle social, de acordo com as competências de
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Ho- cada um, garantindo condições para a execução da presen-
mem objetiva orientar as ações e serviços de saúde para a te política;
população masculina, com integralidade e equidade, priman- - Nortear a prática de saúde pela humanização e a qua-
do pela humanização da atenção. lidade da assistência a ser prestada, princípios que devem
A presente política enfatiza a necessidade de mudanças permear todas as ações;
de paradigmas no que concerne à percepção da população A integralidade pode ser compreendida a partir de uma
masculina em relação ao cuidado com a sua saúde e a saúde dupla perspectiva: a. trânsito do usuário por todos os níveis
de sua família. Considera essencial que, além dos aspectos da atenção, na perspectiva de uma linha de cuidado que es-
educacionais, entre outras ações, os serviços públicos de saú- tabeleça uma dinâmica de referência e de contra referência
de sejam organizados de modo a acolher e fazer com que o entre a atenção primária e as de média e alta complexidade,
homem sinta-se parte integrante deles. assegurando a continuidade no processo de atenção;
116
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
b. compreensão sobre os agravos e a complexidade - formar e qualificar os profissionais da rede básica para
dos modos de vida e situação social do indivíduo, a fim de o correto atendimento à saúde do homem;
promover intervenções sistêmicas que abranjam inclusive as - promover ações integradas com outras áreas gover-
determinações sociais sobre a saúde e a doença. namentais.
Em relação à factibilidade foram consideradas a disponi- Estimular a implantação e implementação da assistên-
bilidade de recursos, tecnologia, insumos técnico-científicos cia em saúde sexual e reprodutiva, no âmbito da atenção
e estrutura administrativa e gerencial de modo a permitir integral à saúde.
em todo o país, na prática, a implantação das ações delas - ampliar e qualificar a atenção ao planejamento re-
decorrentes. produtivo masculino, inclusive a assistência à infertilidade;
No que tange a coerência, as diretrizes que serão pro- - estimular a participação e inclusão do homem nas
postas estão baseadas nos princípios anteriormente enun- ações de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva,
ciados, estando compatível com os princípios do SUS. enfocando inclusive a paternidade responsável;
A viabilidade da implementação desta Política estará - garantir a oferta da contracepção cirúrgica voluntária
diretamente relacionada aos três níveis de gestão e do con- masculina nos termos da legislação específica;
trole social, a quem se condiciona o comprometimento e a - promover na população masculina, conjuntamente
possibilidade da execução das diretrizes. com o Programa Nacional de DST/AIDS, a prevenção e o
- Integrar a execução da Política Nacional de Atenção controle das doenças sexualmente transmissíveis e da in-
Integral à Saúde do Homem às demais políticas, programas, fecção pelo HIV;
estratégias e ações do Ministério da Saúde; - incentivar o uso de preservativo como medida de du-
- Promover a articulação interinstitucional, em especial pla proteção da gravidez inoportuna e das DST/AIDS;
com o setor Educação, como promotor de novas formas de - estimular, implantar, implementar e qualificar pessoal
pensar e agir; para a atenção às disfunções sexuais masculinas;
- Reorganizar as ações de saúde, através de uma pro- - garantir o acesso aos serviços especializados de aten-
posta inclusiva, na qual os homens considerem os serviços ção secundária e terciária para os casos identificados como
de saúde também como espaços masculinos e, por sua vez,
merecedores destes cuidados;
os serviços de saúde reconheçam os homens como sujeitos
- promover a atenção integral à saúde do homem nas
que necessitem de cuidados;
populações indígenas, negras, quilombolas, gays, bisse-
- Integrar as entidades da sociedade organizada na cor-
xuais, travestis, transexuais, trabalhadores rurais, homens
responsabilidade das ações governamentais pela convicção
com deficiência, em situação de risco, em situação carcerá-
de que a saúde não é só um dever do Estado, mas uma prer-
ria, entre outros, desenvolvendo estratégias voltadas para a
rogativa da cidadania;
- Incluir na Educação Permanente dos trabalhadores do promoção da equidade para distintos grupos sociais;
SUS temas ligados a Atenção Integral à Saúde do Homem; - associar as ações governamentais com as da socieda-
- Aperfeiçoar os sistemas de informação de maneira a de civil organizada para efetivar a atenção integral à saúde
possibilitar um melhor monitoramento que permita toma- do homem com protagonismo social na enunciação das
das racionais de decisão; reais condições de saúde da população masculina.
- Realizar estudos e pesquisas que contribuam para a Ampliar, através da educação, o acesso dos homens às
melhoria das ações da Política Nacional de Atenção Integral informações sobre as medidas preventivas contra os agra-
à Saúde do Homem. vos e enfermidades que atingem a população masculina:
- incluir o enfoque de gênero, orientação sexual, iden-
Objetivos tidade de gênero e condição etnicorracial nas ações edu-
cativas;
Objetivo Geral - estimular, na população masculina, através da infor-
Promover a melhoria das condições de saúde da popu- mação, educação e comunicação, o autocuidado com sua
lação masculina do Brasil, contribuindo, de modo efetivo, própria saúde;
para a redução da morbidade e mortalidade dessa popula- - promover a parceria com os movimentos sociais e
ção, através do enfrentamento racional dos fatores de risco populares, e outras entidades organizadas para divulgação
e mediante a facilitação ao acesso, às ações e aos serviços de ampla das medidas preventivas;
assistência integral à saúde. - manter atenção cuidadosa e permanente com as de-
Objetivos Específicos mais áreas governamentais no sentido de efetuar, de prefe-
Organizar, implantar, qualificar e humanizar, em todo rência, ações conjuntas, evitando a dispersão desnecessária
território brasileiro, à atenção integral a saúde do homem, de recursos.
dentro dos princípios que regem o Sistema Único de Saúde:
- Implantar e/ou estimular nos serviços de saúde, públi- Responsabilidades institucionais
cos e privados, uma rede de atenção à saúde do homem que
garanta linhas de cuidado, na perspectiva da integralidade; As responsabilidades institucionais estão definidas de
- fortalecer a assistência básica no cuidado com o ho- acordo com as diretrizes emanadas do Pacto pela Saúde
mem, facilitando e garantindo o acesso e a qualidade da 2006, respeitando- -se a autonomia e as competências das
atenção necessária ao enfrentamento dos fatores de risco três esferas de governo.
das doenças e dos agravos à saúde;
117
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
118
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Avaliação e monitoramento Segundo essa Lei, cabe ao setor saúde, em síntese, pro-
ver o acesso dos idosos aos serviços e às ações voltadas à
O processo de avaliação da implantação e implemen- promoção, proteção e recuperação da saúde, mediante o
tação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do estabelecimento de normas específicas para tal; o desen-
Homem deverá ocorrer de acordo com as pactuações reali- volvimento da cooperação entre as esferas de governo e
zadas em âmbito federal, estadual e municipal, com desta- entre centros de referência em geriatria e gerontologia; e a
que para o monitoramento dos indicadores do Pacto pela inclusão da geriatria como especialidade clínica para efei-
Vida, a ser realizado pelo Conselho Nacional de Saúde e to de concursos públicos, além da realização de estudos e
pela Comissão Intergestores Tripartite (CIT). pesquisas na área (inciso II do Art. 10).
A avaliação tem como finalidade essencial atender o Ao lado das determinações legais, há que se conside-
cumprimento dos princípios e diretrizes dessa política, bus- rar, por outro lado, que a população idosa brasileira tem
cando verificar sua efetividade. Em outras palavras, signifi- se ampliado rapidamente. Em termos proporcionais, a faixa
ca verificar o seu resultado sobre a saúde dos indivíduos e, etária a partir de 60 anos de idade é a que mais cresce. No
consequentemente, sobre a qualidade de vida da popula- período de 1950 a 2025, segundo as projeções estatísticas
ção masculina. da 2 Organização Mundial de Saúde – OMS –, o grupo de
Uma avaliação mais detalhada da Política Nacional de idosos no Brasil deverá ter aumentado em 15 vezes, en-
Atenção Integral à Saúde do Homem deverá ocorrer no quanto a população total em cinco. O País ocupará, assim,
âmbito dos planos, programas, projetos, estratégias e ativi- o sexto lugar quanto ao contingente de idosos, alcançan-
dades dela decorrentes. do, em 2025, cerca de 32 milhões de pessoas com 60 anos
Para essa avaliação de processo há de se definir cri- ou mais de idade.
térios, parâmetros, indicadores e metodologia específicos, O processo de transição demográfica no Brasil caracte-
sendo através desta avaliação que será possível identificar, riza-se pela rapidez com que o aumento absoluto e relativo
modificar e/ou incorporar novas diretrizes, a partir de su- das populações adulta e idosa modificaram a pirâmide po-
gestões apresentadas pelo Ministério da Saúde, Comissão pulacional. Até os anos 60, todos os grupos etários regis-
Intergestores Tripartite e Conselho Nacional de Saúde. travam um crescimento quase igual; a partir daí, o grupo de
Promover e apoiar, junto às Confederações dos Traba- idosos passou a liderar esse crescimento.
lhadores do Brasil e as Centrais Sindicais avaliações e mo- Nos países desenvolvidos, essa transição ocorreu len-
nitoramento desta Política. tamente, realizando-se ao longo de mais de cem anos.
Além dessas avaliações de resultado e processo, não Alguns desses países, hoje, apresentam um crescimento
se pode deixar de avaliar a contribuição dessa política para negativo da sua população, com a taxa de nascimentos
concretização dos princípios e diretrizes do SUS, especial- mais baixa que a de mortalidade. A transição acompanhou
mente na conformidade do que estabelece a lei Orgânica a elevação da qualidade de vida das populações urbanas e
da Saúde (Lei nº 8080/90). rurais, graças à adequada inserção das pessoas no mercado
de trabalho e de oportunidades educacionais mais favorá-
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO IDOSO veis, além de melhores condições sanitárias, alimentares,
INTRODUÇÃO ambientais e de moradia.
À semelhança de outros países latino-americanos, o
Parte essencial da Política Nacional de Saúde, a presen- envelhecimento no Brasil é um fenômeno predominan-
te Política fundamenta a ação do setor saúde na atenção temente urbano, resultando, sobretudo do intenso movi-
integral à população idosa e àquela em processo de en- mento migratório iniciado na década de 60, motivado pela
velhecimento, na conformidade do que determinam a Lei industrialização desencadeada pelas políticas desenvolvi-
Orgânica da Saúde – N.º 8.080/90 – e a Lei 8.842/94, que mentistas.
assegura os direitos deste segmento populacional. Esse processo de urbanização propiciou um maior
No conjunto dos princípios definidos pela Lei Orgânica, acesso da população a serviços de saúde e saneamento,
destaca-se o relativo à “preservação da autonomia das pes- o que colaborou para a queda verificada na mortalidade.
soas na defesa de sua integridade física e moral”, que cons- Possibilitou, também, um maior acesso a programas de
titui uma das questões essenciais enfocadas nesta Política, planejamento familiar e a métodos anticoncepcionais, le-
ao lado daqueles inerentes à integralidade da assistência e vando a uma significativa redução da fecundidade.
ao uso da epidemiologia para a fixação de prioridades (Art. A persistir a tendência de o envelhecimento como fe-
7º, incisos III, II e VII, respectivamente). nômeno urbano, as projeções para o início do século XXI
Por sua vez, a Lei N.º 8.842 – regulamentada pelo De- indicam que 82% dos idosos brasileiros estarão morando
creto N.º 1.948, de 3 de julho de 1996 –, ao definir a atua- nas cidades. As regiões mais urbanizadas, como a Sudeste
ção do Governo, indicando as ações específicas das áreas e o Sul, ainda oferecem melhores possibilidades de em-
envolvidas, busca criar condições para que sejam promovi- prego, disponibilidade de serviços públicos e oportunida-
das a autonomia, a integração e a participação dos idosos des de melhor alimentação, moradia e assistência médica
na sociedade, assim consideradas as pessoas com 60 anos e social.
de idade ou mais.
119
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Embora grande parte das populações ainda viva na po- de mercados mais promissores e o aumento no número de
breza, nos países menos desenvolvidos, certas conquistas famílias em que a mulher exerce o papel de chefe são si-
tecnológicas da medicina moderna, verificadas nos últimos tuações que precisam ser levadas em conta na avaliação do
60 anos – assepsia, vacinas, antibióticos, quimioterápicos e suporte informal aos idosos na sociedade brasileira. Essas
exames complementares de diagnóstico, entre outros –, fa- situações geram o que se convencionou chamar de intimi-
voreceram a adoção de meios capazes de prevenir ou curar dade à distância, em que diferentes gerações ou mesmo
muitas doenças que eram fatais até então. O conjunto des- pessoas de uma mesma família ocupam residências sepa-
sas medidas provocou uma queda da mortalidade infantil radas.
e, consequentemente, um aumento da expectativa de vida Tem sido observada uma feminilização do envelheci-
ao nascer. mento no Brasil. O número de mulheres idosas, confron-
No Brasil, em 1900, a expectativa de vida ao nascer era tado com o de homens de mais de 60 anos de idade, já é
de 33,7 anos; nos anos 40, de 39 anos; em 50, aumentou superior há muito tempo.
para 43,2 anos e, em 60, era de 55,9 anos. De 1960 para Da mesma forma, a proporção de idosas em relação à
1980, essa expectativa ampliou-se para 63,4 anos, isto é, população total de mulheres supera aquela corresponden-
foram acrescidos vinte anos em três décadas, segundo re- te aos homens idosos. No Brasil, desde 1950, as mulheres
vela o Anuário Estatístico do Brasil de 1982 (Fundação Ins- têm maior esperança de vida ao nascer, sendo que a dife-
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística/Fundação IBGE). rença está ao redor de sete anos e meio.
De 1980 para 2000, o aumento deverá ser em torno De outra parte, o apoio aos idosos praticado no Brasil
de cinco anos, ocasião em que cada brasileiro, ao nascer, ainda é bastante precário. Por se tratar de uma atividade
esperará viver 68 anos e meio. As projeções para o período predominantemente restrita ao âmbito familiar, o cuidado
de 2000 a 2025 permitem supor que a expectativa média ao idoso tem sido ocultado da opinião pública, carecendo
de vida do brasileiro estará próxima de 80 anos, para am- de visibilidade maior.
bos os sexos (Kalache et al., 1987). O apoio informal e familiar constitui um dos aspectos
Paralelamente a esse aumento na expectativa de vida, fundamentais na atenção à saúde desse grupo popula-
tem sido observado, a partir da década de 60, um declínio cional Isso não significa, no entanto, que o Estado deixa
acentuado da fecundidade, levando a um aumento impor- de ter um papel preponderante na promoção, proteção e
tante da proporção de idosos na população brasileira. De recuperação da saúde do idoso nos três níveis de gestão
1980 a 2000, o grupo etário com 60 anos e mais de idade do SUS, capaz de otimizar o suporte familiar sem transferir
deverá crescer 105%; as projeções apontam para um cres- para a família a responsabilidade em relação a este grupo
cimento de 130% no período de 2000 a 2025. populacional.
Mesmo que se leve em conta que uma parcela do con- Além das transformações demográficas descritas an-
tingente de idosos participe da atividade econômica, o teriormente, o Brasil tem experimentado uma transição
crescimento deste grupo populacional afeta diretamente a epidemiológica, com alterações relevantes no quadro de
razão de dependência, usualmente definida como a soma morbimortalidade. As doenças infectocontagiosas que, em
das populações jovem e idosa em relação à população 1950, representavam 40% das mortes registradas no País,
economicamente ativa total. Esse coeficiente é calculado hoje são responsáveis por menos de 10% (RADIS: “Mortali-
tomando por base a população de menos de 15 anos e a dade nas Capitais Brasileiras, 1930-1980”). O oposto ocor-
de 60 e mais anos de idade em relação àquela considerada reu em relação às doenças cardiovasculares: em 1950, eram
em idade produtiva (situada na faixa etária dos 15 aos 59 responsáveis por 12% das mortes e, atualmente, represen-
anos de idade). tam mais de 40%. Em menos de 40 anos, o Brasil passou de
O processo de urbanização e a consequente modifica- um perfil de morbimortalidade típico de uma população
ção do mercado de trabalho aceleraram a redistribuição da jovem, para um caracterizado por enfermidades crônicas,
população entre as zonas rural e urbana do País. Em 1930, próprias das faixas etárias mais avançadas, com custos di-
dois terços da população brasileira viviam na zona rural; retos e indiretos mais elevados.
hoje, mais de três quartos estão em zona urbana. O empre- Essa mudança no perfil epidemiológico acarreta gran-
go nas fábricas e as mais diferenciadas possibilidades de des despesas com tratamentos médicos e hospitalares, ao
trabalho nas cidades modificaram a estrutura familiar bra- mesmo tempo em que se configura num desafio para as
sileira, transformando a família extensa do campo na famí- autoridades sanitárias, em especial no que tange à implan-
lia nuclear urbana. Com o aumento da expectativa de vida, tação de novos modelos e métodos para o enfrentamento
as famílias passaram a ser constituídas por várias gerações, do problema. O idoso consome mais serviços de saúde, as
exigindo os necessários mecanismos de apoio mútuo entre internações hospitalares são mais frequentes e o tempo de
as que compartilham o mesmo domicílio. ocupação do leito é maior do que o de outras faixas etárias.
A família, tradicionalmente considerada o mais efetivo Em geral, as doenças dos idosos são crônicas e múltiplas,
sistema de apoio aos idosos, está passando por alterações perduram por vários anos e exigem acompanhamento mé-
decorrentes dessas mudanças conjunturais e culturais. O dico e de equipes multidisciplinares permanentes e inter-
número crescente de divórcios e segundo ou terceiro ca- venções contínuas.
samento, a contínua migração dos mais jovens em busca
120
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Tomando-se por base os dados relativos à internação único diagnóstico, que é adequada no adulto jovem – não
hospitalar pelo Sistema Único de Saúde – SUS –, em 1997, se aplica em relação ao idoso. Estudos populacionais de-
e a população estimada pelo IBGE para este mesmo ano, monstram que a maioria dos idosos – 85% – apresenta pelo
pode-se concluir que o idoso, em relação às outras faixas menos uma doença crônica e que uma significativa minoria
etárias, consome muito mais recursos de saúde. Naquele – 10% – possui, no mínimo, cinco destas patologias (Ra-
ano, o Sistema arcou com um total de 12.715.568 de AIHs mos, LR e cols, 1993). A falta de difusão do conhecimento
(autorizações de internações hospitalares), assim distribuí- geriátrico junto aos profissionais de saúde tem contribuído
das: decisivamente para as dificuldades na abordagem médica
• 2.471.984 AIHs (19,4%) foram de atendimentos na do paciente idoso.
faixa etária de 0-14 anos de idade, que representava 33,9% A maioria das instituições de ensino superior brasileiras
da população total (aqui também estão incluídas as AIHs ainda não está sintonizada com o atual processo de transi-
dos recém-nascidos em ambiente hospitalar, bem como as ção demográfica e suas consequências médico-sociais. Há
devidas a parto normal); uma escassez de recursos técnicos e humanos para enfren-
• 7.325.525 AIHs (57,6%) foram na faixa etária de 15-59 tar a explosão desse grupo populacional no terceiro milê-
anos de idade (58,2% da população total); nio.
• 2.073.915 AIHs (16,3%) foram na faixa etária de 60 O crescimento demográfico brasileiro tem caracterís-
anos ou mais de idade (7,9% da população total); ticas particulares, que precisam ser apreendidas mediante
• 480.040 AIHs (3,8%) foram destinadas ao atendimen- estudos e desenhos de investigação que deem conta dessa
to de indivíduos de idade ignorada; essas hospitalizações, especificidade. O cuidado de saúde destinado ao idoso é
em sua grande maioria, corresponderam a tratamento de bastante caro, e a pesquisa corretamente orientada pode
enfermidades mentais de longa permanência, geralmente propiciar os instrumentos mais adequados para uma maior
em pessoas acima de 50 anos de idade (essa parcela de eficiência na adoção de prioridades e na alocação de recur-
AIHs foi excluída dos estudos em que se diferencia o im- sos, além de subsidiar a implantação de medidas apropria-
pacto de cada faixa etária no sistema hospitalar); das à realidade brasileira.
• a taxa de hospitalização, em um ano, alcançou um A transição demográfica no Brasil exige, na verdade,
total de 46 por 1.000 indivíduos na faixa etária de 0 a 14 novas estratégias para fazer frente ao aumento exponen-
anos de idade, 79 no segmento de 15 a 59 anos de idade e cial do número de idosos potencialmente dependentes,
165 no grupo de 60 anos ou mais de idade; com baixo nível socioeconômico, capazes de consumir uma
• o tempo médio de permanência hospitalar foi de 5,1 parcela desproporcional de recursos da saúde destinada ao
dias para o grupo de 0-14 anos de idade, 5,1 dias no de 15- financiamento de leitos de longa permanência.
59 e 6,8 dias no grupo mais idoso; A internação dos idosos em asilos, casas de repouso
• o índice de hospitalização (número de dias de hos- e similares está sendo questionada até nos países desen-
pitalização consumidos, por habitante, a cada ano) corres- volvidos, onde estes serviços alcançaram níveis altamente
pondeu a 0,23 dias na faixa de 0-14 anos de idade; a 0,40 sofisticados em termos de conforto e eficiência. O custo
dias na faixa de 15-59; e a 1,12 dias na faixa de 60 anos ou desse modelo e as dificuldades de sua manutenção estão
mais de idade; requerendo medidas mais resolutivas e menos onerosas.
• do custo total de R$ 2.997.402.581,29 com despesas O retorno ao modelo de cuidados domiciliares, já bastan-
de internações hospitalares, 19,7% foram com pacientes da te discutido, não pode ter como única finalidade baratear
faixa etária de 0-14 anos de idade, 57,1% da faixa de 15-59 custos ou transferir responsabilidades. A assistência domi-
anos de idade e 23,9% foram de idosos; ciliar aos idosos, cuja capacidade funcional está compro-
• o custo médio, por hospitalização, foi de R$ 238,67 metida, demanda programas de orientação, informação e
em relação à faixa etária de 0-14 anos de idade, R$ 233,87 assessoria de especialistas.
à de 15-59 anos e R$ 334,73 ao grupo de mais de 60 anos A maioria das doenças crônicas que acometem o in-
de idade; divíduo idoso tem, na própria idade, seu principal fator de
• o índice de custo (custo de hospitalização por habi- risco. Envelhecer sem nenhuma doença crônica é mais ex-
tante/ano) foi de R$ 10,93 no segmento de 0-14 anos de ceção do que regra. No entanto, a presença de uma doença
idade, de R$ 18,48 no de 15-59 anos de idade e de R$ 55,25 crônica não significa que o idoso não possa gerir sua pró-
no de mais de 60 anos de idade. pria vida e encaminhar o seu dia-a-dia de forma totalmente
Estudos têm demonstrado que o idoso, em relação às independente.
outras faixas etárias, consome muito mais recursos do sis- A maior parte dos idosos é, na verdade, absolutamente
tema de saúde e que este maior custo não reverte em seu capaz de decidir sobre seus interesses e organizar-se sem
benefício. O idoso não recebe uma abordagem médica ou nenhuma necessidade de ajuda de quem quer que seja.
psicossocial adequada nos hospitais, não sendo submetido Consoante aos mais modernos conceitos gerontológicos,
também a uma triagem rotineira para fins de reabilitação. esse idoso que mantém sua autodeterminação e prescinde
A abordagem médica tradicional do adulto hospitali- de qualquer ajuda ou supervisão para realizar-se no seu
zado – focada em uma queixa principal e o hábito médi- cotidiano deve ser considerado um idoso saudável, ainda
co de tentar explicar todas as queixas e os sinais por um que seja portador de uma ou mais de uma doença crônica.
121
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Decorre daí o conceito de capacidade funcional, ou Os custos gerados por essa dependência são tão gran-
seja, a capacidade de manter as habilidades físicas e men- des quanto o investimento de dedicar um membro da famí-
tais necessárias para uma vida independente e autônoma. lia ou um cuidador para ajudar continuamente uma pessoa
Do ponto de vista da saúde pública, a capacidade funcional que, muitas vezes, irá viver mais 10 ou 20 anos, requerendo
surge como um novo conceito de saúde, mais adequado uma atenção que, não raro, envolve leitos hospitalares e
para instrumentalizar e operacionalizar a atenção à saúde institucionais, procedimentos diagnósticos caros e sofisti-
do idoso. Ações preventivas, assistenciais e de reabilitação cados, bem como o consenso frequente de uma equipe
devem objetivar a melhoria da capacidade funcional ou, no multiprofissional e interdisciplinar, capaz de fazer frente à
mínimo, a sua manutenção e, sempre que possível, a recu- problemática multifacetada do idoso.
peração desta capacidade que foi perdida pelo idoso. Tra- Dentro desse contexto é que são estabelecidas novas
ta-se, portanto, de um enfoque que transcende o simples prioridades dirigidas a esse grupo populacional, que deve-
diagnóstico e tratamento de doenças específicas. rão nortear as ações em saúde nesta virada de século.
A promoção do envelhecimento saudável e a manu- Propósito
tenção da máxima capacidade funcional do indivíduo que
envelhece pelo maior tempo possível – foco central desta Como se pode depreender da análise apresentada no
Política –, significa a valorização da autonomia ou autode- capítulo anterior, o crescimento demográfico da população
terminação e a preservação da independência física e men- idosa brasileira exige a preparação adequada do País para
tal do idoso. Tanto as doenças físicas quanto as mentais atender às demandas das pessoas na faixa etária de mais
podem levar à dependência e, consequentemente, à perda de 60 anos de idade. Essa preparação envolve diferentes
da capacidade funcional. aspectos que dizem respeito desde a adequação ambiental
Na análise da questão relativa à reabilitação da capaci- e o provimento de recursos materiais e humanos capacita-
dade funcional, é importante reiterar que a grande maioria dos, até a definição e a implementação de ações de saúde
dos idosos desenvolve, ao longo da vida, algum tipo de específicas.
doença crônica decorrente da perda continuada da função Acresce-se, por outro lado, a necessidade de a socie-
de órgãos e aparelhos biológicos. Essa perda de função dade entender que o envelhecimento de sua população é
pode ou não levar a limitações funcionais que, por sua vez, uma questão que extrapola a esfera familiar e, portanto,
podem gerar incapacidades, conduzindo, em última ins- a responsabilidade individual, para alcançar o âmbito pú-
tância, à dependência da ajuda de outrem ou de equipa- blico, neste compreendido o Estado, as organizações não
mentos específicos para a realização de tarefas essenciais à governamentais e os diferentes segmentos sociais.
sobrevivência no dia a dia. Nesse sentido, a presente Política Nacional de Saú-
Estudos populacionais revelam que cerca de 40% dos de do Idoso tem como propósito basilar a promoção do
indivíduos com 65 anos ou mais de idade precisam de al- envelhecimento saudável, a manutenção e a melhoria, ao
gum tipo de ajuda para realizar pelo menos uma tarefa do máximo, da capacidade funcional dos idosos, a prevenção
tipo fazer compras, cuidar das finanças, preparar refeições de doenças, a recuperação da saúde dos que adoecem e a
e limpar a casa. Uma parcela menor, mas significativa – 10% reabilitação daqueles que venham a ter a sua capacidade
–, requer auxílio para realizar tarefas básicas, como tomar funcional restringida, de modo a garantir-lhes permanência
banho, vestir-se, ir ao banheiro, alimentar-se e, até, sentar no meio em que vivem, exercendo de forma independente
e levantar de cadeiras e camas (Ramos, L. R. e cols., 1993). suas funções na sociedade.
É imprescindível que, na prestação dos cuidados aos ido- Para tanto, nesta Política estão definidas as diretrizes
sos, as famílias estejam devidamente orientadas e relação que devem nortear todas as ações no setor saúde, e indi-
às atividades de vida diária (AVDs). cadas às responsabilidades institucionais para o alcance do
Tanto a dependência física quanto a mental constituem propósito acima explicitado. Além disso, orienta o processo
fatores de risco significativos para mortalidade, mais rele- contínuo de avaliação que deve acompanhar o desenvolvi-
vantes até que as próprias doenças que levaram à depen- mento da Política Nacional de Saúde do Idoso, mediante o
dência, visto que nem todo doente torna-se dependente, qual deverá ser possível os eventuais redimensionamentos
conforme revelam estudos populacionais de segmentos de que venham a ser ditados pela prática.
idosos residentes em diferentes comunidades (Ramos, L. R. A implementação desta Política compreende a defi-
e cols., 1993). No entanto, nem todo dependente perde sua nição e ou readequação de planos, programas, projetos e
autonomia e, neste sentido, a dependência mental deve ser atividades do setor saúde, que direta ou indiretamente se
objeto de atenção especial, na medida em que leva, com relacionem com o seu objeto.
muito mais frequência, à perda de autonomia. O esforço conjunto de toda a sociedade, aqui preco-
Doenças como depressão e demência já estão, em nizado, implica o estabelecimento de uma articulação per-
todo mundo, entre as principais causas de anos vividos manente que, no âmbito do SUS, envolve a construção de
com incapacidade, exatamente por conduzirem à perda da contínua cooperação entre o Ministério da Saúde e as Se-
independência e, quase que necessariamente, à perda da cretarias Estaduais e Municipais de Saúde.
autonomia.
122
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
123
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
A operacionalização da maioria dessas medidas dar- Finalmente, a orientação terapêutica, incluindo mu-
se-á nas próprias unidades de saúde, com suas equipes danças de estilo de vida, deverá possibilitar que a consulta
mínimas tradicionais, às quais deverão ser incorporados os geriátrica enfrente os problemas identificados, levando a al-
agentes de saúde ou visitadores, além do estabelecimento guma forma de alívio e atenuação do impacto funcional. Ao
de parcerias nas ações integrantes da estratégia de saúde mesmo tempo, o médico deverá evitar excessos na prescri-
da família e outras congêneres. Além disso, na implemen- ção e uso de fármacos com elevado potencial iatrogênico.
tação dessa diretriz, buscar-se-á o engajamento efetivo dos A orientação terapêutica compreenderá, sempre que
grupos de convivência, com possibilidades tanto terapêuti- necessário, informações aos pacientes e seus acompanhan-
cas e preventivas, quanto de lazer. tes sobre as medidas de prevenção dos agravos à saúde e
acerca das ações de reabilitação precoce – ou “preventiva”
Assistência às necessidades de saúde do idoso – e corretiva, levando em conta, da melhor maneira possí-
vel, o ambiente em que vivem e as condições sociais que
dispõem.
A prestação dessa assistência basear-se-á nas orienta-
Já no âmbito hospitalar, a assistência a esse grupo po-
ções abaixo descritas, as quais compreendem os âmbitos
pulacional deverá considerar que a idade é um indicador
ambulatorial, hospitalar e domiciliar.
precário na determinação das características especiais do
No âmbito ambulatorial, a consulta geriátrica constitui-
idoso enfermo hospitalizado.
rá a base dessa assistência. Para tal, deverá ser estabelecido Nesse sentido, o estado funcional constituirá o parâ-
um modelo específico, de modo a alcançar-se um impacto metro mais fidedigno para o estabelecimento de critérios
expressivo na assistência, em particular na redução das ta- específicos de atendimento.
xas de internação hospitalar e em clínicas de repouso – e Assim, os pacientes classificados como totalmente de-
mesmo asilos –, bem como a diminuição da demanda aos pendentes constituirão o grupo mais sujeito a internações
serviços de emergência e aos ambulatórios de especiali- prolongadas, reinternações sucessivas e de pior prognósti-
dades. A consulta geriátrica deverá ser fundamentada na co e que, por isso, se enquadram no conceito de vulnerabi-
coleta e no registro de informações que possam orientar lidade. Os serviços de saúde deverão estar preparados para
o diagnóstico a partir da caracterização de problemas e identificar esses pacientes, provendo-lhes uma assistência
o tratamento adequado, com a utilização rotineira de es- diferenciada.
calas de rastreamento para depressão, perda cognitiva e Essa assistência será pautada na participação de outros
avaliação da capacidade funcional, assim como o correto profissionais, além de médicos e enfermeiros, tais como
encaminhamento para a equipe multiprofissional e inter- fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas
disciplinar. ocupacionais, fonoaudiólogos, dentistas e nutricionistas.
Considerando que a qualidade da coleta de dados Dessa forma, a disponibilidade de equipe mínima, que deve
apresenta dificuldades peculiares a esse grupo etário, em incluir obrigatoriamente um médico com formação em ge-
decorrência de elevado índice de morbidade, apresenta- riatria, de equipamentos e de serviços adequados, será pré
ções atípicas de doenças e pela chance aumentada de ia- -requisito para as instituições públicas estatais ou privadas
trogenia, o modelo de consulta a ser estabelecido pautar- – conveniadas ou contratadas pelo SUS –, que prestarem
se-á pela abrangência, sensibilidade diagnostica e orienta- assistência a idosos dependentes internados.
ção terapêutica, nesta incluídas ações não farmacológicas. Idosos com graves problemas de saúde, sem possibili-
A abrangência do modelo de consulta geriátrica com- dade de recuperação ou de recuperação prolongada, pode-
preenderá a incorporação de informações que permitam a rão demandar internação hospitalar de longa permanência;
identificação de problemas não apenas relacionados aos forma esta definida na Portaria N.º 2.413, editada em 23
de março de 1998. No entanto, esses pacientes deverão ser
sistemas cardiorrespiratório, digestivo, hematológico e en-
submetidos à tentativa de reabilitação antes e durante a
dócrino-metabólico, como, também, aos transtornos neu-
hospitalização, evitando-se que as enfermarias sejam trans-
ropsiquiátricos, nos aparelhos locomotor e geniturinário.
formadas em locais de acomodação para pacientes idosos
Essa forma de consulta deverá possibilitar a sensibili-
com problemas de saúde não resolvidos e, por conseguinte,
zação do profissional para questões sociais eventualmente aumentando a carga de sofrimento do próprio idoso, bem
envolvidas no bem-estar do paciente. como o aumento dos custos dos serviços de saúde.
Por sua vez, a sensibilidade diagnóstica deverá implicar Entre os serviços alternativos à internação prolongada,
a capacidade de motivar a equipe para a busca de pro- deverá estar incluída, obrigatoriamente, a assistência do-
blemas de elevada prevalência, que não são comumente miciliar. A adoção de tal medida constituirá estratégia im-
diagnosticados, como por exemplo: doenças tireoidianas, portante para diminuir o custo da internação, uma vez que
doença de Parkinson, hipotensão ortostática, incontinência assistência domiciliar é menos onerosa do que a internação
urinária, demências e depressões. É importante que infor- hospitalar. O atendimento ao idoso enfermo, residente em
mações relacionadas a glaucoma, catarata e hipoacusia se- instituições – como, por exemplo, asilos –, terá as mesmas
jam coletadas. A possibilidade de iatrogenia sempre deverá características da assistência domiciliar Deverá ser estimu-
ser considerada. lada, por outro lado, a implantação do hospital-dia geriátri-
co, uma forma intermediária de atendimento entre a inter-
nação hospitalar e a assistência domiciliar. Esse serviço terá
124
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
como objetivo viabilizar a assistência técnica adequada Na definição e na implementação das ações, será leva-
para pacientes cuja necessidade terapêutica – hidratação, do em conta que, na realidade, as causas de dependência
uso de medicação endovenosa, quimioterapia e reabilita- são, em sua maioria, evitáveis e, em muitos casos, rever-
ção – e de orientação para cuidadores não justificarem a síveis por intermédio de técnicas de reabilitação física e
permanência em hospital. mental, tão mais efetivas quanto mais precocemente forem
Tal medida não poderá ser encarada como justificativa instituídas.
para o simples aumento do tempo de internação. Contudo, Além da necessidade de prevenir as doenças crônicas
a internação de idosos em UTI, em especial daqueles com que acometem aos que envelhecem, procurar-se-á, acima
idade igual ou superior a 75 anos, deverá obedecer rigoro- de tudo, evitar que estas enfermidades alijem o idoso do
samente os critérios adotados em todas as faixas etárias, de convívio social, comprometendo sua autonomia.
potencial de reversibilidade do estado clínico e não a sua No conjunto de ações que devem ser implementa-
gravidade, quando reconhecidamente irrecuperável. das nesse âmbito, estão aquelas relacionadas à reabilita-
A implantação de forma diferenciada de assistência ao ção mediante a prescrição adequada e o uso de órteses e
idoso dependente será gradual, priorizando-se hospitais próteses como, por exemplo, óculos, aparelhos auditivos,
universitários e públicos estatais. próteses dentárias e tecnologias assistivas (como andador,
Uma questão que deverá ser considerada refere-se ao bengala, etc.).
fato de que o idoso tem direito a um atendimento prefe- Essas e as outras ações que vierem a ser definidas de-
rencial nos órgãos estatais e privados de saúde (ambulató- verão estar disponíveis em todos os níveis de atenção ao
rios, hospitais, laboratórios, planos de saúde, entre outros), idoso, principalmente nos postos e centros de saúde, com
na conformidade do que estabelece a Lei N.º 8.842/94, em vistas à detecção precoce e o tratamento de pequenas li-
seu Art. 4º, inciso VIII, e o Art. 17, do Decreto N.º 1.948/96, mitações funcionais capazes de levar a uma grave depen-
que a regulamentou. O idoso terá também uma autoriza- dência.
ção para acompanhante familiar em hospitais públicos e A detecção precoce e o tratamento de pequenas limi-
privados – conveniados ou contratados – pelo SUS. tações funcionais, potenciais causas de formas graves de
Na relação entre o idoso e os profissionais de saúde, dependência, integrarão as atribuições dos profissionais
um dos aspectos que deverá sempre ser observado diz res- e técnicos que atuam nesses níveis de atenção, e deverão
peito à possibilidade de maus-tratos, quer por parte da fa- ser alvo de orientação aos cuidadores dos idosos para que
mília, quer por parte do cuidador ou mesmo destes profis- possam colaborar com os profissionais da saúde, sobretu-
sionais. É importante que o idoso saiba identificar posturas do na condição de agentes facilitadores, tanto na observa-
e comportamentos que significam maus-tratos, bem como ção de novas limitações, quanto no auxílio ao tratamento
os fatores de risco neles envolvidos. Esses maus- tratos po- prescrito.
dem ser por negligência – física, psicológica ou financeira –,
por abuso – físico, psicológico ou financeiro – ou por viola- Capacitação de recursos humanos especializados
ção dos direitos pessoais. O profissional de saúde, o idoso
e a família, quando houver indícios de maus-tratos, deverá O desenvolvimento e a capacitação de recursos hu-
denunciar a sua suspeita às autoridades competentes. manos constituem diretriz que perpassará todas as demais
Considerando que a vulnerabilidade à perda de capa- definidas nesta Política, configurando mecanismo privile-
cidade está ligada a aspectos socioeconômicos, atenção giado de articulação Inter setorial, de forma que o setor
especial deverá ser concedida aos grupos de idosos que saúde possa dispor de pessoal em qualidade e quantidade
estão envelhecendo em condições mais desfavoráveis, adequadas, e cujo provimento é de responsabilidade das
de que são exemplos aqueles residentes na periferia dos três esferas de governo.
grandes centros urbanos e os que vivem nas zonas rurais Esse componente deverá merecer atenção especial, so-
desprovidas de recursos de saúde e assistência social, onde bretudo no tocante ao que define a Lei N.º 8.080/90, em
também se observa uma intensa migração da população seu Art. 14 e parágrafo único, nos quais está estabelecido
jovem. que a formação e a educação continuada contemplarão
ação Inter setorial articulada. A lei estabelece, como meca-
Reabilitação da capacidade funcional comprometi- nismo fundamental, a criação de comissão permanente de
da. integração entre os serviços de saúde e as instituições de
ensino profissional e superior, com a finalidade de “propor
As ações nesse contexto terão como foco especial a prioridades, métodos e estratégias”.
reabilitação precoce, mediante a qual buscar-se-á preve- O trabalho articulado com o Ministério da Educação e
nir a evolução e recuperar a perda funcional incipiente, de as instituições de ensino superior deverão ser viabilizados
modo a evitar-se que as limitações da capacidade funcional por intermédio dos Centros Colaboradores de Geriatria e
possam avançar e que aquelas limitações já avançadas pos- Gerontologia tendo em vista a capacitação de recursos hu-
sam ser amenizadas. Esse trabalho envolverá as práticas de manos em saúde de acordo com as diretrizes aqui fixadas.
um trabalho multiprofissional de medicina, enfermagem, Os Centros Colaboradores de Geriatria e Gerontologia
fisioterapia, terapia ocupacional, nutrição, fonoaudiologia, serão, preferencialmente, localizados em instituições de
psicologia e serviço social. ensino superior e terão atribuições específicas, conforme
as características de cada instituição. A indicação desses
125
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Centros deverá ser estabelecida pelo Ministério da Saúde, O modelo de cuidados domiciliares, antes restrito à
de acordo com as necessidades identificadas no processo esfera privada e à intimidade das famílias, não poderá ter
de implantação desta Política Nacional No âmbito da exe- como única finalidade baratear custos ou transferir respon-
cução de ações, de forma mais específica, a capacitação sabilidades. A assistência domiciliar aos idosos cuja capa-
buscará preparar os recursos humanos para a operacio- cidade funcional está comprometida demanda orientação,
nalização de um elenco básico de atividades, que incluirá, informação e assessoria de especialistas.
entre outras, a prevenção de perdas, a manutenção e a re- Para o desempenho dos cuidados a um idoso depen-
cuperação da capacidade funcional da população idosa e dente, as pessoas envolvidas deverão receber dos profissio-
o controle dos fatores que interferem no estado de saúde nais de saúde os esclarecimentos e as orientações neces-
desta população. sárias, inclusive em relação à doença crônico-degenerativa
A capacitação de pessoal para o planejamento, coor- com a qual está eventualmente lidando, bem como infor-
denação e avaliação de ações deverá constituir as bases mações sobre como acompanhar o tratamento prescrito.
para o desenvolvimento do processo contínuo de articula- Essas pessoas deverão, também, receber atenção mé-
ção com os demais setores, cujas ações estão diretamente dica pessoal, considerando que a tarefa de cuidar de um
relacionadas com o idoso no âmbito do setor saúde. adulto dependente é desgastante e implica riscos à saúde
Essa capacitação será promovida pelos Centros Colabo- do cuidador. Por conseguinte, a função de prevenir perdas
radores de Geriatria e Gerontologia, os quais terão a função e agravos à saúde abrangerá, igualmente, a pessoa do cui-
específica de capacitar os profissionais para prestar a devi- dador.
da cooperação técnica demandada pelas demais esferas de Assim, a parceria entre os profissionais de saúde e as
gestão, no sentido de uniformizar conceitos e procedimen- pessoas que cuidam dos idosos deverá possibilitar a sis-
tos que se tornarão indispensáveis para a efetivação desta tematização das tarefas a serem realizadas no próprio do-
Política Nacional de Saúde do Idoso, bem como para o seu micílio, privilegiando-se aquelas relacionadas à promoção
processo contínuo de avaliação e acompanhamento. da saúde, à prevenção de incapacidades e à manutenção
da capacidade funcional do idoso dependente e do seu
Apoio ao Desenvolvimento de Cuidados Informais cuidador, evitando-se, assim, na medida do possível, hos-
pitalizações, asilamentos e outras formas de segregação e
Nesse âmbito, buscar-se-á desenvolver uma parceria isolamento.
entre os profissionais da saúde e as pessoas próximas aos Dessa parceria, deverão resultar formas mais efetivas
idosos, responsáveis pelos cuidados diretos necessários e eficazes de manutenção e de recuperação da capacida-
às suas atividades da vida diária e pelo seguimento das de funcional, assim como a participação mais adequada das
orientações emitidas pelos profissionais. Tal parceria, como pessoas envolvidas com alguém em processo de envelhe-
mostram estudos e pesquisas sobre o envelhecimento em cimento com dependência. O estabelecimento dessa ação
dependência, configura a estratégia mais atual e menos integrada será realizado por meio de orientações a serem
onerosa para manter e promover a melhoria da capacidade prestadas pelos profissionais de saúde, do intercâmbio de
funcional das pessoas que se encontram neste processo. informações claras e precisas sobre diagnósticos e tratamen-
Nos países aonde o envelhecimento da população tos, bem como relatos de experiências entre pessoas que
vem ocorrendo há mais tempo, convencionou-se que há estão exercitando o papel de cuidar de idoso dependente.
cuidados formais e informais na atenção às pessoas que
envelheceram e que, de alguma forma, perderam a sua ca- Apoio a Estudos e Pesquisas
pacidade funcional. Os sistemas formais de cuidados são
integrados por profissionais e instituições, que realizam Esse apoio deverá ser levado a efeito pelos Centros Co-
este atendimento sob a forma de prestação de serviço. laboradores de Geriatria e Gerontologia, resguardadas, nas
Dessa forma, os cuidados são prestados por pessoa ou áreas de conhecimento de suas especialidades, as particu-
agências comunitárias contratadas para tal. Já os sistemas laridades de cada um.
informais são constituídos por pessoas da família, amigos Esses Centros deverão se equipar, com o apoio finan-
próximos e vizinhos, frequentemente mulheres, que exer- ceiro das agências de ciência e tecnologia regionais e ou
cem tarefas de apoio e cuidados voluntários para suprir a federais, para organizar o seu corpo de pesquisadores e
incapacidade funcional do seu idoso. atuar em uma ou mais de uma linha de pesquisa. Tais gru-
Na cultura brasileira, são essas pessoas que assumem pos incumbir-se-ão de gerar informações com o intuito de
para si as funções de provedoras de cuidados diretos e pes- subsidiar as ações de saúde dirigidas à população de mais
soais. O papel de mulher cuidadora na família é normativo, de 60 anos de idade, em conformidade com esta Política.
sendo quase sempre esperado que ela assuma tal papel. Os Caberá ao Ministério da Saúde e ao Ministério Ciência Tec-
responsáveis pelos cuidados diretos aos seus idosos doen- nologia, em especial, o papel de articuladores, com vistas a
tes ou dependentes geralmente residem na mesma casa garantir a efetividade de ações programadas de estudos e
e se incumbem de prestar a ajuda necessária ao exercício pesquisas desta Política Nacional de Saúde do Idoso.
das atividades diárias destes idosos, tais como higiene pes- As linhas de pesquisa deverão concentrar-se em quatro
soal, medicação de rotina, acompanhamento aos serviços grandes tópicos de produção de conhecimentos sobre o
de saúde ou outros serviços requeridos no cotidiano, por envelhecimento no Brasil, contemplando as particularida-
exemplo ida a bancos ou farmácias. des de gênero e extratos sociais nas zonas urbanas e rurais.
126
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
127
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
128
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
129
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
130
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Envelhecimento: a maioria dos autores o conceituam Reabilitação física: conjunto de procedimentos te-
como “uma etapa da vida em que há um comprometimen- rapêuticos físicos que visam adaptar ou compensar defi-
to da homeostase, isto é, o equilíbrio do meio interno, o ciências motoras (quando aplicadas a limitações insipientes
que fragilizaria o indivíduo, causando uma progressiva pode ser considerada reabilitação precoce ou “preventiva”).
vulnerabilidade do indivíduo perante a uma sobrecarga
fisiológica”. Rastreamento: um protocolo de aplicação rápida e
sistemática para detecção de problemas de saúde em uma
Envelhecimento saudável: é o processo de envelhe- determinada população.
cimento com preservação da capacidade funcional, auto-
nomia e qualidade de vida. Síndrome: conjunto de sinais e sintomas comuns a di-
versas enfermidades.
Geriatria: é o ramo da ciência médica voltado à pro-
moção da saúde e o tratamento de doenças e incapacida- Assistência de enfermagem na saúde da criança
des na velhice. Marcos do crescimento e do desenvolvimento
131
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Cuidados com as medicações motivos para o surgimento dessas doenças, que mais tarde
seriam conhecidas como doenças venéreas, em referência
Medicamento é toda a substância que, introduzida à Vênus, considerada a deusa do amor. A Gonorreia foi cita-
no organismo, previne e trata doenças, alivia e auxilia no da na bíblia, mas a causa da doença só foi conhecida no sé-
diagnóstico. As ações de enfermagem relativas aos medi- culo XIX. Além disso, no Egito antigo tumbas apresentaram
camentos dizem respeito ao preparo, à administração e a alguns registros sobre a Sífilis. Em 1494 houve um surto de
observação das reações da criança que se submeteu a este sífilis na Europa. A doença se espalhou rapidamente pelo
procedimento. continente, matando mais de cinco milhões de pessoas.
Considerar os seis certos tradicionais da administração Cada localidade que ela passava recebia um nome dife-
de medicamentos (registro certo, dose certa, via certa, dro- rente. Contudo, em 1536 foi publicado um poema médico,
ga certa, hora certa e paciente certo) e de checar o proce- em que um dos personagens da história havia contraído a
dimento realizado, em pediatria a equipe de enfermagem doença. O nome do personagem era Sifilo.
tem de levar em consideração certas peculiaridades duran- Antes de serem inventados os medicamentos, as doen-
te o procedimento, tais como, a criança sentir-se insegura ças eram consideradas incuráveis, e o tratamento se limita-
durante a hospitalização e ter medo do que lhe vai aconte- va a diminuir os sintomas. Todavia, no século XX surgiram
cer, não aceitando, muitas vezes, as medicações, principal- os antibióticos, que se mostraram bastante eficientes. Em
mente as injetáveis. (COLLET; OLIVEIRA, 2002) 1980 a herpes genital e a AIDS apareceram na sociedade
Observam-se os seguintes cuidados para administra- como doenças incuráveis. Essa, por sua vez se tornou uma
ção do medicamento em pediatria segundo Collet e Oli- pandemia.
veira 2002: Causa: Vários tipos de agentes infecciosos (vírus, fun-
- ler cuidadosamente os rótulos dos medicamentos; gos, bactérias e parasitas) estão envolvidos na contamina-
- questionar a administração de vários comprimidos ou ção por DST, gerando diferentes manifestações, como feri-
frascos para uma única dose; das, corrimentos, bolhas ou verrugas.
- estar alerta para medicamentos similares; Bactérias
- verificar a vírgula decimal; - Cancro mole (Haemophilus ducreyi)
- questionar aumento abrupto e excessivo nas doses; - Clamídia (Chlamydia trachomatis’)
- quando um medicamento novo for prescrito, buscar - Granuloma inguinal (Dovania granulamatis)
informações sobre ele; - Gonorreia (Neisseria gonorrhoeae)
- não administrar medicamentos prescritos por meio - Sífilis (Treponema pallidum)
de apelidos ou símbolos; - Vaginose Bacteriana (Gardnerella vaginalis)
- não tentar decifrar letras ilegíveis;
Fungos
- procurar conhecer crianças que tem o mesmo nome
- Candidíase (Cândida albicans)
ou sobrenome.
Vírus
- Hepatite
Doenças Sexualmente Transmissíveis ou Infecção
- Herpes simples
Sexualmente Transmissível
- HIV ou Aids
- HPV
Conhecidas popularmente por DST são patologias an-
- Molusco contagioso
tigamente conhecidas como doenças venéreas. São doen-
Parasitas
ças infecciosas que se transmitem essencialmente (porém
não de forma exclusiva) pelo contato sexual. O uso de pre- - Piolho-da-púbis
servativo (camisinha) tem sido considerado como a medi- Protozoários
da mais eficiente para prevenir a contaminação e impedir - Tricomoníase (Trichomonas vaginalis)
sua disseminação. Alguns grupos, principalmente os reli-
giosos, afirmam que a castidade, a abstinência sexual e a Prevenção
fidelidade poderiam bastar para evitar a disseminação de
tais doenças. Pesquisas afirmam que a contaminação de Preservativo: Mais conhecido como camisinha é um
pessoas monogâmicas e não fiéis portadoras de DST têm dos métodos mais seguros contra as DSTs. Sua matéria
aumentado, em resultado da contaminação ocasional do prima é o látex. Antes de chegar nas lojas, é submetido à
companheiro (a), que pode contrair a doença em relações vários testes de qualidade. Apesar de ser o método mais
extraconjugais. Todavia, as campanhas pelo uso do pre- eficiente contra a transmissão do vírus HIV (causador da
servativo nem sempre conseguem reduzir a incidência de epidemia da SIDA), o uso de preservativo não é aceito pela
doenças sexualmente transmissíveis. Igreja Católica Romana, pelas Igrejas Ortodoxas e pelos
História: Nas primeiras civilizações havia o culto aos praticantes do Hinduísmo. O principal argumento utilizado
deuses e deusas da fertilidade, que eram consideradas pelas religiões para sua recusa é que um comportamento
como uma dádiva. O culto a essas deusas era feito princi- sexual avesso à promiscuidade e à infidelidade conjugal
palmente a partir da prostituição. Uma das características bastaria para a proteção contra DST’s.
presentes nessas sociedades era a promiscuidade, um dos
132
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
As taxas de incidência de doenças sexualmente trans- História: O HIV-1 foi descoberto e identificado como
missíveis continuam a altos níveis em todo o mundo, apesar causador da AIDS por Luc Montagnier e Françoise Barré-
dos avanços de diagnósticos e tratamento. Em muitas cultu- Sinoussi da França e Odete Ferreira de Portugal em 1983
ras, especialmente para as mulheres houve a eliminação de no Instituto Pasteur na França. O HIV-2 foi descoberto por
restrições sexuais através da mudança na moral e o uso de Odete Ferreira de Portugal em Lisboa em 1985.
contraceptivos, e tanto médicos e pacientes acabam tendo Sua descoberta envolveu uma grande polêmica, pois
dificuldade em lidar de forma aberta e francamente com es- cerca de um ano após Montagnier anunciar a descoberta
sas questões. Além disso, o desenvolvimento e a dissemina- do vírus, chamando-o de LAV (vírus associado à linfoade-
ção de bactérias resistentes aos antibióticos fazem que cer- nopatia), Robert Gallo publicou a descoberta e o isolamen-
tas doenças sejam cada vez mais difíceis de serem curadas. to do HTLV-3. Posteriormente se descobriu que o vírus de
Em 1996, a OMS estimou que mais de um milhão de Gallo era geneticamente idêntico ao de Montagnier, e que
pessoas estavam sendo infectadas diariamente, e cerca de possivelmente uma amostra enviada pelo francês havia
60% dessas infecções em jovens menores de 25 anos de contaminado a cultura de Gallo.
idade, e cerca desses jovens 30% são menores de 20 anos. O último boletim da UNAIDS projeta cerca de 33,2 mi-
Entre as idades de 14 a 19 anos, as doenças ocorrem mais lhões de pessoas que vivem com o HIV em todo o mundo
em mulheres em uma proporção quase dobrada. Estima-se no final de 2007, a maioria na África. Segundo a UNAIDS
que cerca de 340 milhões de novos casos de sífilis, gonor- (2008), dois terços dos infectados estão na África subsaa-
reia, clamídia, tricomoníase ocorreram em todo o planeta riana. Nos Estados Unidos, infectar voluntariamente outro
em 1999. indivíduo configura transmissão criminosa do HIV. Acontece
A AIDS é a maior causa da mortalidade na África Sub- o mesmo em muitos países ocidentais, inclusive no Brasil.
saariana, sendo que em cinco mortes uma é por causa da O vírus do HIV adaptou-se à espécie humana a partir
doença. Por causa da situação, o governo do Quênia pe- de símios SIV. Vírus da imunodeficiência símia. Nas pessoas
diu que a população deixasse de fazer sexo por dois anos. com HIV, o vírus pode ser encontrado no sangue, no esper-
No Brasil, desde o primeiro caso até junho de 2011 foram ma, nas secreções vaginais e no leite materno. Assim, uma
registrados mais de seiscentos mil casos da doença. Entre pessoa pode adquirir o HIV por meio de relações sexuais,
2000 e 2010, a incidência caiu na Região Sudeste, enquan- sem proteção - camisinha -, com parceiros portadores do
to nas outras regiões aumentou. A mortalidade também vírus, transfusões com sangue contaminado e injeções com
diminuiu. As cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba seringas e agulhas contaminadas. Mulheres grávidas porta-
e Porto Alegre são as que possuem o maior número dos doras de HIV podem transmitir o vírus para o feto através
portadores da doença. Em contrapartida, o país é um dos da placenta, durante o parto ou até mesmo por meio da
que mais se destacam no combate, além de ser o líder em amamentação. A transmissão de doenças de mãe para filho
distribuição gratuita do Coquetel anti-HIV. é chamada de transmissão vertical.
133
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
134
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
135
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
infecta quase 7.400 pessoas por dia e uma vacina com 50% do RNA. Isso por si só aumenta a taxa de transcrição, for-
de eficácia distribuída para 30% da população mundial po- necendo um ciclo de retroalimentação positiva. Isto permite
deria proteger 5,6 milhões de indivíduos. Em conjunto com que o HIV tenha uma resposta explosiva, uma vez que uma
40 laboratórios, o grupo trabalha na vacina desde 1996. Até grande quantidade de tat é produzida.
agora nenhuma vacina teve mais de 33% de eficácia. Em - rev: A rev permite que fragmentos do mRNA do HIV
um estudo recente que incluiu o Brasil, o uso de um com- que contém uma unidade de resposta a rev (RRE) sejam
primido de antirretroviral (tenofovir) por homens saudáveis exportados do núcleo ao citoplasma. Na ausência da rev,
preveniu 44% de novas infecções, chegando a 72% nos pa- a maquinaria de splicing do RNA no núcleo rapidamente
cientes que tomaram o remédio em mais de 90% dos dias. cliva o RNA. Na presença da rev, o RNA é exportado do
Mães soropositivas que tomam o antirretroviral durante núcleo antes de ser clivado, num mecanismo de retroali-
a gravidez tem apenas de 1 a 2% de chance de transmitir mentação positiva.
o HIV ao filho. Muitas grávidas ainda têm medo de fazer o
teste e/ou se recusam por não se identificarem como possí- O HIV e a resposta imune: a infecção começa com uma
veis portadoras mesmo sem saber a sorologia do parceiro. fase de viremia aguda, seguida por um período de latência
Por isso, campanhas de conscientização estão sendo feitas clínica. Primeiramente, acreditava-se ser uma verdadeira
em vários hospitais públicos no Brasil desde 2000. Após si- latência viral como resultado da inserção do HIV no ge-
tuação de risco, caso um dos parceiros seja diagnosticado noma hospedeiro em um estado não produtivo, aguar-
como HIV positivo e o outro como HIV negativo, é possí- dando condições favoráveis à transcrição. Houve, subse-
vel, a critério médico, prescrever os antirretrovirais para o quentemente, um grande trabalho de pesquisa sobre os
parceiro soronegativo também, para prevenir a infecção. fatores de transcrição do HIV. Infelizmente, até por volta
De forma semelhante, em vários países inclusive no Brasil, é de 1993, a sensibilidade dos ensaios virais era precária. O
possível solicitar antirretrovirais gratuitamente a um médico uso das técnicas de amplificação por PCR a partir de 1993
até 72h após uma situação de risco (como sexo anal sem permitiu detectar contagens virais de até 50 cópias/ml. Fo-
camisinha). Esse tratamento preventivo dura aproximada- ram detectadas células dendríticas infectadas com vírions,
mente um mês e é eficaz na prevenção de HIV em mais de mostrando que a tão chamada fase de latência não implica
80% dos casos. É uma opção do médico prescrever ou não, inatividade do vírus.
mas o paciente pode procurar outros médicos em caso de
recusa. Centros de Testagem e Aconselhamento no Brasil: o
Ministério da Saúde oferece gratuitamente exames para
Genes Retrovírus Gerais detectar a resposta do organismo ao vírus do HIV. Podem
ser feitos em Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA)
e em alguns hospitais. Primeiro é efetuado um teste ELI-
- gag: proteínas derivadas do gag sintetizam o capsídeo
SA. Caso o resultado seja positivo ou haja dúvidas, é feito
viral em forma de cone (CA) a proteína do núcleo capsídeo
o Western-blot, um exame mais eficaz na detecção, mas
(NC) e uma proteína da matriz (MA).
que também é mais caro e complexo. É importante lembrar
- pol: O gene pol codifica as proteínas enzimaticamente
que, como ambos os exames detectam a resposta imuno-
ativas do vírus. A mais importante é a chamada transcrip-
lógica ao vírus, é necessário esperar de 30 a 90 dias depois
tase reversa (RT) que realiza a única transcrição reversa do do contágio para o exame ser mais preciso. O resultado
RNA viral em uma cadeia dupla de DNA. O último é integra- é sigiloso, sendo geralmente entregue pessoalmente ao
do ao genoma do hospedeiro, ou seja, em um cromossomo paciente que pode ser seguido em consulta de aconselha-
de uma célula infectada de uma pessoa HIV-positiva pela mento por profissionais de saúde, de forma a alertar sobre
integrase (IN) pol-codificadora. Além disso, a pol codifica os riscos, encaminhar para outros serviços de saúde e a
uma protease viral específica (PR). Essa enzima cliva o gag e serviços de acompanhamento psicossocial. Além do HIV,
as proteínas derivadas de gag e pol em pedaços funcionais. são feitos simultaneamente exames para sífilis, Hepatite B
- env: abreviação para “envelope”. As proteínas deriva- e Hepatite C, pois elas também são doenças sexualmente
das de env são uma membrana de superfície (gp120) e uma transmissíveis pelo sangue e que podem levar a danos per-
proteína transmembrana (gp41). Elas estão localizadas na manentes e morte se não tratadas corretamente.
parte externa da partícula viral, formando um envelope viral
o qual permite que o vírus se anexe e incorpore às células Teste Rápido: desde 2010 a Fiocruz produz o kit de tes-
-alvo para então iniciar o ciclo infeccioso. A gp possui uma te rápido usando os fluídos da boca para identificar respos-
estrutura semelhante a uma maçaneta. ta do organismo ao HIV entre 20 a 30 minutos. O teste tra-
dicional demora cerca de um mês e um grande número de
Genes específicos do HIV pacientes não retorna para buscar o resultado. Esse novo
teste Confirmatório Imunoblot Rápido, possui uma mar-
- tat: Uma porção da estrutura do RNA do HIV é uma gem mínima de erro e custa cinco vezes menos ao governo
estrutura como um grampo de cabelo que inicialmente im- federal que o modelo rápido anterior. Já está disponível em
pede que uma transcrição completa ocorra. Parte do RNA é alguns hospitais públicos desde 2011. Uma das principais
transcrita (antes da parte do grampo) e codifica a proteína vantagens é não precisar expor mãe grávida e feto aos an-
tat. A tat liga-se à CdK9/ CycT e a fosforila, ajudando a alte- tirretrovirais preventivamente enquanto o resultado não
rar sua forma e a eliminar o efeito da estrutura de grampo fica pronto como podia ser necessário no tradicional. Al-
136
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
gumas cidades em Pernambuco, Bahia e Rondônia fizeram HIV e Saúde Mental: pacientes com transtornos psico-
um projeto para aplicar o teste rápido em centenas de pes- lógicos são mais vulneráveis a serem infectados com HIV.
soas após o carnaval. O Conselho de Enfermagem (COFEN), Portadores de HIV têm altos índices de depressão maior, al-
por meio do parecer normativo n° 001 de 2013 aprovou a coolismo e tendência ao suicídio. Em outro estudo também
competência do profissional Enfermeiro para realizar testes identificaram correlação com transtornos de ansiedade,
rápidos para diagnósticos de HIV, Sífilis e outros agravos. transtornos sexuais e abuso de substâncias. Um antirretro-
Sendo eles devidamente capacitados, restrito ao profissio- viral ITRNN muito usado no mundo, o Efavirenz, também
nal de nível superior. tem como possível efeito colateral transtornos neuropsi-
Tratamento: hoje, os pacientes têm acesso a um regime quiátricos crônicos, principalmente na forma de transtor-
complexo de drogas que atacam o HIV em vários estágios do nos de ansiedade e de sono. A revelação do diagnóstico de
seu ciclo de vida. Elas são conhecidas como medicamentos HIV positivo é considerado um evento muito estressante
antirretrovirais e incluem: e com impacto em várias áreas da vida do portador, de
- Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa modo semelhante a outras doenças que ameaçam a vida.
(NRTI): Danificam o RNA do vírus indiretamente ao atuar na A maioria dos portadores reagiu ao diagnóstico como um
enzima transcriptase reversa, impedindo-o de se reproduzir. evento traumatizante, porém conseguiram lidar com a si-
Exemplos: Zidovudina, Abacavir, Didanosina, Estavudina, La- tuação sem muitos problemas psicossociais. Os portadores
mivudina e Tenofovir. que desenvolveram transtornos psicológicos beneficiaram
- Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa de psicoterapia de longo prazo, principalmente da terapia
(NNRTI): Bloqueiam diretamente a ação da enzima e a multi- interpessoal em conjunto com remédios psiquiátricos. A
plicação do vírus. Exemplos: Efavirenz, Nevirapina e Etravirina. Terapia cognitivo-comportamental também demonstrou
- Inibidores da Protease (IP): Atuam bloqueando a pro- ser uma intervenção benéfica e aumenta a adesão ao tra-
tease, uma enzima usada pelo vírus para produção de novas tamento. Mesmo com o desenvolvimento da terapia an-
cópias de células infectadas. Exemplos: Amprenavir, Atazana- tirretroviral altamente eficaz (HAART) a não-adesão ao
vir, Darunavir, Indinavir, Lopinavir, Nelfinavir, Ritonavir e Sa- tratamento ainda é frequente. É recomendado que os pro-
quinavir. fissionais de saúde trabalhem em equipe, desenvolvendo
- Inibidores de Fusão: Bloqueiam os receptores que per- programas específicos para lidar com essa demanda e de-
mitiriam a entrada do vírus na célula. Exemplo: Enfuvirtida. diquem mais tempo e atenção aos pacientes com dificul-
- Inibidores da Integrase: bloqueiam a atividade da en- dade de adesão para evitar o desenvolvimento de AIDS e
zima integrase, responsável pela inserção do DNA do HIV ao doenças oportunistas nesses pacientes.
DNA humano (código genético da célula). Assim, inibe a re-
plicação do vírus e sua capacidade de infectar novas células. Imunidade: após a infecção inicial, o sistema imuno-
Exemplo: Raltegravir.
lógico inicia uma série de reações para tentar conter a
Muitas questões importantes estão envolvidas no esta-
multiplicação do vírus no corpo. Elas incluem a produção
belecimento de um curso de tratamento para o HIV como
de anticorpos e o desenvolvimento de células capazes de
a tolerância ao medicamento e efeitos colaterais apresen-
identificar e eliminar outras células que foram infectadas
tados. Efeitos colaterais comuns incluem náusea e diarreia,
pelo HIV, chamadas linfócitos T CD8+ citotóxicos. Infeliz-
dano e falência do fígado e icterícia. Qualquer tratamento
mente, a resposta imunológica não é capaz de controlar o
requer testes regulares de sangue para avaliar a eficácia atra-
vés da contagem de linfócitos (T CD4+ no sangue total e a vírus na grande maioria das pessoas que se infectam pelo
carga viral no plasma), além de averiguar efeitos colaterais. vírus. O HIV passa, então, a destruir cada vez mais as célu-
Alterações de medicamentos são feitas para que o paciente las T CD4+. Quando as células T CD4+ estão em número
tenha um mínimo de efeitos colaterais, ou mesmo que não muito baixo no sangue (em geral, quando ficam abaixo de
apresente nenhum, o que é frequente após o primeiro mês 200 células por microlitro de sangue), o paciente fica mais
de tratamento. Não existe nenhum caso conhecido no qual a predisposto a desenvolver doenças que se aproveitam de
terapia antiviral tenha eliminado a infecção pelo HIV, porém sua fragilidade imunológica, daí o nome de doenças opor-
com o tratamento é possível ter uma vida perfeitamente sau- tunistas. Cerca de 10% de todos os europeus carregam um
dável e assintomática por mais de três décadas (não se sabe polimorfismo do CCR5, um receptor de superfície celular
por quanto tempo o tratamento continua eficaz, pois a TARV que participa nas infecções por HIV-1 M-trófico. Segundo
só existe há desde 94). Grimaldi (2002), na população brasileira, cerca de 5% car-
regam essa mutação. O HIV-1 M-trófico usa os receptores
HIV e Estupro: em caso de estupro, como a violência do CCR5 e CD4 para entrar nas células-alvo, diferentemente
ato aumenta a probabilidade de contágio, um médico pode do HIV T-trófico que usa o CXCR4 com o CD4. Pessoas com
prescrever antirretrovirais para diminuir a probabilidade de essa mutação (uma deleção de 32 pares de bases) têm um
o vírus conseguir entrar no CD4 e se reproduzir. Geralmente risco muito baixo de infecção pelo HIV-1, já que o HIV M-
são receitados junto com pílulas do dia seguinte. O mesmo trófico geralmente inicia a infecção. De fato, 1% de todos
procedimento pode ser prescrito para profissionais que tive- os europeus homozigotos para o polimorfismo podem ter
ram contato com o sangue de pacientes contaminados, por uma proteção adicional (apesar de incompleta).
exemplo, através de cirurgia ou de agulha contaminada. Se o
TARV for tomado em menos de 72h, é eficaz na prevenção
da infecção por HIV.
137
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
138
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
A prevalência da diabetes do tipo II está aumentando Por meio de glicemia de jejum de oito horas.
– aproximadamente 7% da população adulta brasileira tem
esse problema. A diabetes lidera como causa de ceguei- Como interpretar o resultado?
ra, doença renal e amputação e expõe a um aumento de
mortalidade, principalmente por eventos cardiovasculares. Pessoas com uma glicemia em jejum superiores a 126
É possível por meio do rastreamento da diabetes nas mg/dl devem realizar confirmação do resultado com nova
pessoas com elevação dos níveis pressóricos (acima de glicemia de jejum, para, dependendo do segundo resulta-
135/80 mmHg) reduzir a incidência de mortalidade e dos do, serem diagnosticadas com Diabetes mellitus. A meta
eventos cardiovasculares, por meio de um rigoroso controle de tratamento para as pessoas diabéticas é alcançar uma
da pressão arterial. hemoglobina glicosilada em torno de 7%. Geralmente, isso
Há evidência convincente de que, com o controle in- corresponde a uma glicemia de jejum menor que 140 mg/
tensivo da glicemia em pessoas com diabetes clinicamente dL. Porém, conforme orientação descrita acima, o grande
detectada (situação oposta ao detectado pelo rastreamen- benefício do tratamento está em se manter um controle
to), pode-se reduzir a progressão dos danos microvascu- mais rigoroso dos níveis pressóricos, ou seja, uma pressão
lares que ela proporciona. Contudo, os benefícios desse arterial menor ou igual a 135/80. Dessa forma, pode-se re-
controle rigoroso da glicemia sobre os resultados clínicos duzir a morbimortalidade cardiovascular nesses pacientes.
dos danos microvasculares, tais como dano visual severo
ou estágio final de doença renal, levam anos para se tor- Programa Nacional de Controle da Tuberculose
nar aparentes. Assim, não existe evidência convincente de
que o controle precoce da diabetes como consequência Aspectos gerais
do rastreamento adicione benefício aos resultados clíni-
cos microvasculares quando comparados com o início do Em todo o mundo, um terço da população já está in-
tratamento na fase usual de diagnóstico clínico. Ainda não fectada pelo Mycobacterium tuberculosis, e o número atual
se conseguiu provar que o controle rigoroso da glicemia de casos novos da doença está em torno de 8,8 milhões.
reduz significativamente as complicações Estima-se que ocorrem, anualmente, 2,7 milhões de óbitos
Há evidência convincente de que, com o controle in- por tuberculose, e, destes, aproximadamente 98% ocorrem
tensivo da glicemia em pessoas com diabetes clinicamente em países em desenvolvimento. Cerca de 350.000 são ca-
detectada (situação oposta ao detectado pelo rastreamen- sos de TB associados com HIV/aids. O surgimento da epi-
to), pode-se reduzir a progressão dos danos microvascu- demia de aids e de focos de tuberculose multirresistente
lares que ela proporciona. Contudo, os benefícios desse em zonas com controle deficiente da doença complica ain-
controle rigoroso da glicemia sobre os resultados clínicos da mais o problema em escala mundial.
dos danos microvasculares, tais como dano visual severo O Brasil ocupa o 15ºlugar entre os 22 países responsá-
ou estágio final de doença renal, levam anos para se tor- veis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo. A
nar aparentes. Assim, não existe evidência convincente de prevalência estimada é de 50 milhões de infectados, apro-
que o controle precoce da diabetes como consequência ximadamente 111 mil casos novos e em torno de seis mil
do rastreamento adicione benefício aos resultados clínicos óbitos por ano. No Brasil, a tuberculose constitui a nona
microvasculares quando comparados com o início do tra- causa de hospitalização e a quarta causa de mortalidade
tamento na fase usual de diagnóstico clínico. Ainda não se por doenças infecciosas.
conseguiu provar que o controle rigoroso da glicemia re-
duz significativamente as complicações macrovasculares, Objetivos e Metas
tais como infarto do miocárdio e derrames. Encontrou-se
evidência adequada de que os danos de curto prazo de- O objetivo principal do PNCT é reduzir a morbida-
vido ao rastreamento da diabete, como a ansiedade, são de, a mortalidade e a transmissão da tuberculose. Além
pequenos. disso, são objetivos do programa:
O efeito de longo prazo da rotulação e tratamento de
uma grande parte da população como sendo diabética é • Sensibilizar e mobilizar os gestores do SUS, líderes
desconhecido, porém é notório que o estigma da doença, políticos, formadores de opinião, visando a priorizar as
a preocupação com as complicações conhecidas e a per- ações de combate à tuberculose.
da de confiança na própria saúde (Starfield, 2008), assim • Incorporar o tratamento supervisionado na Atenção
como a demanda por mais exames, podem trazer prejuí- Básica, especialmente na estratégia da Saúde da Família e
zos à população e aos serviços de saúde. às unidades de saúde das grandes cidades.
• Fortalecer a vigilância epidemiológica de maneira
a aumentar a detecção de casos novos e a cura de casos
diagnosticados, assim como diminuir o abandono do tra-
tamento.
139
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
• Capacitar os profissionais de saúde que participam Mesmo assim, cerca de 6.000 óbitos são notificados
no controle e na prevenção da TB em todos os níveis de todo ano, sendo os estados com as maiores taxas de morta-
gestão. lidade o Rio de Janeiro (6,1), Pernambuco (5,3), Mato Grosso
• Manter cobertura adequada da vacinação com BCG. do Sul (3,1) e Bahia (3,0). Com uma taxa média de letalidade
• Reforçar as atividades de colaboração entre os pro- de 7,8%, Pernambuco é o estado mais afetado.
gramas de TB e o HIV/AIDS; A heterogeneidade do grau de cobertura do programa
• Reforçar e melhorar o Sistema de Informação (Sinan). também é visível na análise dos desfechos dos tratamentos
• Desenvolver, nos laboratórios, as atividades de diag- para a coorte de 2004 (casos novos que iniciaram tratamento
nóstico e testes de sensibilidade aos medicamentos usados entre abril de 2003 a março de 2004) dos municípios priori-
no tratamento de tuberculose. tários. Destacam-se os altos percentuais de transferência e os
• Desenvolver atividades de comunicação e mobiliza- percentuais de encerramento dos casos.
ção social para a educação em saúde, em todas as esferas Apenas nos municípios prioritários de Sergio e Mato
(nacional, estadual e municipal), focalizando a promoção, Grosso foram atingidas as metas de cura superior a 85% (con-
prevenção, assistência e reabilitação em saúde. siderando apenas os casos com informação de encerramen-
to).
As metas do PNCT são:
Atribuições e Responsabilidades
• Manter um nível de detecção anual de pelo menos
70% dos casos estimados.
As esferas federal, estadual e municipal têm atribuições
• Tratar corretamente 100% dos casos de tuberculose distintas e complementares na implantação, gestão e acom-
diagnosticados e curar, pelo menos, 85% dos mesmos. panhamento do PNCT. Abaixo estão listadas algumas atribui-
• Manter a proporção de abandono do tratamento em ções e responsabilidades da esfera estadual.
nível aceitável (menos de 5%).
• Estender o tratamento supervisionado para 100% das Compete à Esfera Estadual
unidades de saúde dos 315 municípios prioritários e, pelo
menos, 80% dos casos bacilíferos detectados nesses muni- • Exercer a gestão e gerência da vigilância epidemiológi-
cípios, até 2007. ca, prevenção e controle da tuberculose.
• Manter atualizado o registro de casos, notificando • Cooperar tecnicamente com os municípios nas ações
100% dos resultados de tratamento. do PCT.
• Aumentar em 100% o número de sintomáticos respi- • Acompanhar, monitorar e avaliar as ações de vigilância,
ratórios examinados (2004/2007). prevenção e controle da tuberculose nos municípios.
• Disponibilizar o exame de HIV a 100% dos adultos • Programar, acompanhar e controlar a distribuição de
com tuberculose ativa. medicamentos e insumos.
• Realizar avaliação epidemiológica e operacional das
Situação Epidemiológica Atual ações do Programa em âmbito estadual.
• Realizar análise epidemiológica, retroalimentar os dados
O número de casos novos registrados em 2004 foi de de tuberculose aos municípios e enviar os dados e análise a
80.515, com uma taxa de incidência de 49,4 por 100 mil. esfera nacional.
Analisando uma série de 10 anos (1994-2004), a tendên- • Divulgar informações e a análise epidemiológica da si-
cia da incidência da tuberculose no Brasil parece bastante tuação da TB no estado.
estável, embora ligeiramente descendente nos casos de tu- • Garantir a qualidade dos exames laboratoriais realizados
berculose de todas as formas. da rede do SUS conforme normas do Ministério da Saúde.
A distribuição geográfica da tuberculose indica que • Realizar baciloscopia, cultura, identificação do bacilo e
teste de sensibilidade às drogas utilizadas no tratamento da
70% dos casos concentram-se em 315 municípios, que in-
TB.
cluem as grandes cidades e capitais, designadas prioritárias
• Criar mecanismos que promovam a participação efetiva
pelo Ministério da Saúde para o controle da TB e a imple-
da Sociedade Civil nas discussões e definições do programa
mentação da estratégia Dots.
de TB.
A situação da infecção por HIV é um problema impor-
tante no Brasil, em especial nas grandes cidades, onde a Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase
epidemia tem progredido rapidamente nos últimos anos. Aspectos Gerais
Segundo dados do Programa Nacional de DST/AIDS, a taxa
de prevalência estimada da infecção por HIV é de 0,65% na A hanseníase parece ser uma das mais antigas doenças
população de 15 a 45 anos. que acometem o homem. As referências mais remotas da-
As taxas de co-infecção TB/HIV no período 2001-2004 tam de 600 a.C. e procedem da Ásia, que, juntamente com
foram as seguintes: 8,7% em 2001; 7,9% em 2002; 8,1% em a África, podem ser consideradas o berço da doença. A me-
2003; e 7,7% em 2004. Os estados com mais alta carga de lhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento
co-infecção são o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São científico modificaram significativamente esse quadro e,
Paulo. hoje, a hanseníase tem tratamento e cura.
140
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
141
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Clareza
13. PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA DE - Deve ser passível de ser compreendida e apresentar
ENFERMAGEM. consistência em relação aos conceitos apresentados.
Simplicidade
- Número de elementos presentes em cada uma das
Prezado Candidado, o tema acima supracitado, já categorias descritivas deve ser mínimo, mas suficiente para
foi abordado no tópico : Concepções –teóricos-prática sua compreensão.
da Assistência de Enfermagem
Generalização
- Deve oportunizar a sua utilização no maior número
de ambientes ou situações possíveis.
14. PROCESSO DE ENFERMAGEM
‐ TEORIA E PRÁTICA. Acessibilidade
142
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
143
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
144
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Normas
15. CONSULTA DE ENFERMAGEM.
- A higiene do paciente fica a cargo da Equipe de En-
fermagem;
O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no uso - Explicar sempre ao paciente o que vai ser feito;
de sua competência, tendo em vista as deliberações do - Preferencialmente realizar a higiene oral do paciente,
Plenário em sua 214ª Reunião Ordinária, antes do banho e apos as refeicoes, com solucao de Bicar-
Considerando o caráter disciplinador e fiscalizatório do bonato de Sodio, e quando se fizer necessario;
COFEN e dos Regionais sobre o exercício das atividades - Ao lidar com o paciente, de maneira direta, e impres-
nos serviços de Enfermagem do País; cindivel o uso de luvas para procedimentos;
Considerando que a partir da década de 60 vem sendo - Cuidar durante o banho, para nao expor, desnecessa-
incorporada gradativamente em instituições de saúde pú- riamente, o paciente. A privacidade contribui muito para o
blica a consulta de Enfermagem, como uma atividade fim; conforto mental do paciente;
Considerando o Art. 11, inciso I, alínea “i” da Lei nº - Secar bem toda a superficie do corpo do paciente,
7.498, de 25 de junho de 1986, e no Decreto 94.406/87, principalmente as dobras;
que a regulamenta, onde legitima a Consulta de Enferma- - As portas do banheiro nao devem ser trancadas, du-
gem e determina como sendo uma atividade privativa do rante o banho;
enfermeiro; - Deve-se testar a temperatura da agua, antes do ba-
Considerando os trabalhos já realizados pelo COFEN nho do paciente. Geralmente se usa agua morna.
sobre o assunto, contidos no PAD-COFEN nº 18/88;
Considerando que a Consulta de Enfermagem, sen-
Higiene Oral: Consiste na limpeza dos dentes, gengi-
do atividade privativa do Enfermeiro, utiliza componentes
vas, bochechas, língua e lábios. Condições patológicas que
do método científico para identificar situações de saúde/
predispõem a irritação e a lesão da mucosa oral: (estado de
doença, prescrever e implementar medidas de Enferma-
gem que contribuam para a promoção, prevenção, pro- coma, hipertemia). Finalidades:
teção da saúde, recuperação e reabilitação do indivíduo, - Promover conforto ao paciente;
família e comunidade; - Evitar halitose;
Considerando que a Consulta de Enfermagem tem - Prevenir carie dentaria;
como fundamento os princípios de universalidade, equi- - Conservar a boca livre de residuos alimentares.
dade, resolutividade e integralidade das ações de saúde;
Considerando que a Consulta de Enfermagem com- Higiene Oral (em pacientes impossibilitados de cui-
põe-se de Histórico de Enfermagem (compreendendo dar de si): Material: Solução anti-séptica, solução bicarbo-
a entrevista), exame físico, diagnóstico de Enfermagem, natada (para cada 1 colher de chá, 500 ml de água); Espátu-
prescrição e implementação da assistência e evolução de la envoltas em gazes; Lubrificante (vaselina líquida); Toalha;
enfermagem; Copo para colocar solução anti-séptica; Luvas; Cuba-rim.
145
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
146
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Obs: Quando o paciente retirar a prótese ou recolocá - Lavar, enxaguar e enxugar as pernas e coxas, do tor-
-la, a Enfermagem deve observar se há a alguma anormali- nozelo até a raiz da coxa, do lado oposto ao que se está
dade em cavidade bucal. Se houver, relatá-la no prontuário. trabalhando, depois o mais próximo;
- Colocar bacia sob os pés e lavá-la, principalmente nos
Banho no Leito (Paciente com Dependência Total) interdígitos, observando as condições dos mesmos e en-
xugar bem;
Normas - Trocar a água da bacia e a luva de pano, obrigatoria-
- Trocar a água do banho sempre que necessário; mente;
- Quando houver colostomia e/ou drenos, esvaziar as - Encaixar a comadre no paciente;
bolsas coletoras antes do banho ou trocá-la, depois trocar - Fazer higiene íntima do paciente, de acordo com a
as luvas e iniciar o banho; técnica;
- Quando o banho for dado em apenas uma pessoa, - Trocar, obrigatoriamente, a água da bacia e a luva de
levando-se em consideração que o paciente ajuda, seguir banho, retirando a comadre, deixando-a ao lado do leito;
a mesma técnica, porém, sem esquecer de lavar as mãos - Virar o paciente em decúbito lateral, colocando a toa-
enluvadas, antes de manipular a roupa limpa; lha sob às costas e nádegas, mantendo esta posição com o
- O uso de máscara para banho é opcional como rotina. auxílio de outra pessoa;
Levar em consideração os pacientes altamente infectados. - Lavar e enxugar as costas, massageando-as, incluindo
nádegas e cóccix do paciente;
Material - Deixar o paciente em decúbito lateral, empurrando a
Carro de banho ou mesa de cabeceira; Luva de banho; roupa úmida para o meio do leito, enxugando o colchão;
Toalha de banho (lencol protetor); Material para higiene - Trocar de luvas ou lavar as mãos enluvadas, para não
oral; Material para higiene íntima, Pente, Sabonete indivi- contaminar a roupa limpa;
dualizado, Comadre e/ou papagaio do próprio paciente, - Proceder a arrumação do leito, com o paciente em
Roupa para o paciente (pijama ou camisola), decúbito lateral;
Roupa de cama (02 lençóis, 01 cobertor S/N, 01 toalha - Virar o paciente sobre o lado pronto do leito;
de banho, 01 para fralda S/N, 01 forro S/N, Luvas de proce- - Retirar a roupa suja e desprezá-la no hamper;
dimento, Luvas de banho, Hamper, 01 bacia, 01 balde, Fita - Calçar outras luvas ou lavar as mãos enluvadas e ter-
adesiva, Biombos. minar a arrumação do leito;
- Fazer os cantos da cama: cabeceira e pés;
Técnica - Vestir o paciente;
- Lavar as mãos e calcar as luvas de procedimentos; - Pentear os cabelos do paciente;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito; - Trocar a fronha;
- Trazer o carro de banho e o hamper próximo ao leito; - Utilizar travesseiros para ajeitar o paciente no decú-
- Fechar as portas e janelas; bito mais adequado;
- Proteger a unidade do paciente com biombos; - Limpar balde, bacia, comadre com água e sabão;
- Oferecer comadre ou papagaio ao paciente e pro- - Recompor a unidade do paciente, colocando tudo no
curar saber se tem clister prescrito. Se houver, fazê-lo em lugar;
primeiro lugar; - Retirar as luvas e lavar as mãos;
- Desprender a roupa de cama, iniciando do lado opos- - Anotar no prontuário o que foi feito e as anormalida-
to onde permanecer; des detectadas, se houver.
- Fazer higiene oral do paciente e lavar a cabeça, se
necessário; Banho de Aspersão (chuveiro): Material: Roupa pes-
- Trocar a água do banho, obrigatoriamente, após a la- soal (pijama, camisola, shorts - fornecidos pelo Hospital);
vagem da cabeça; Toalha de banho; Sabonete (individual); Pente; Luva de ba-
- Lavar os olhos, limpando o canto interno para o ex- nho (opcional).
terno, usando gaze;
- Lavar, enxaguar e enxugar o rosto, orelhas e pescoço; Técnica
- Remover a camisola ou camisa do pijama, mantendo - Lavar as mãos;
o tórax protegido com o lencol, descansando os braços so- - Explicar ao paciente o que vai ser feito;
bre o mesmo; - Reunir o material e levar ao banheiro;
- Lavar e enxugar os braços e mãos do lado oposto ao - Encaminhar o paciente ao banheiro (portas e janelas
que se está trabalhando, depois o mais próximo, com mo- fechadas);
vimentos longos e firmes, do punho a axila; - Abrir o chuveiro e regular a temperatura da água e
- Trocar a água; orientar o paciente sobre o manuseio da torneira;
- Lavar e enxugar o tórax e abdome, com movimentos - Ajudar o paciente a se despir, caso não consiga fazer
circulares, ativando a circulação, observando as condições sozinho;
da pele e mamas; - Iniciar o banho se a situação permitir, deixando o pa-
- Cobrir o tórax com lençol limpo, abaixando o lençol ciente sozinho;
em uso, até a região genital;
147
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
- Enxugar ou ajudar o paciente a fazê-lo, observando as Obs: Se houver presença de secreção uretral e/ou vagi-
condições da pele e a reação do banho; nal, utilizar gazes montadas na pinça auxiliar para retirar o
- Vestir e pentear o paciente caso não consiga fazê-lo excesso, antes de iniciar a limpeza com água e sabão líqui-
sozinho; do ou P.V.P.I. degermante.
- Conduzir o paciente a sua unidade, colocando-o em
posição confortável na cadeira; Higiene Íntima Masculina: Material: 01 balde; 01 jarra;
- Arrumar o leito e deixar a unidade em ordem; Pacote de gazes; Comadre; Toalha de banho; Sabão líquido
- Colocar tudo no lugar e chamar o pessoal da limpeza o P.V.P.I. degermante; Luvas para procedimento; Hamper;
para proceder a limpeza do banheiro; Pinça auxiliar (Cheron); Biombo; Forro e saco plástico.
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário. Técnica
- Lavar as mãos;
Obs: Sentar na cadeira embaixo do chuveiro é muito - Explicar o procedimento ao paciente;
mais seguro para os pacientes idosos ou para os pacientes - Reunir o material e levá-lo a unidade do paciente;
que ainda estão muito fracos, facilitando para que lavem as - Proteger a unidade com biombos;
pernas e pés, com menor probabilidade de escorregarem; - Trazer o hamper próximo ao leito;
Durante o banho deve-se assegurar a privacidade ao pa- - Calçar as luvas de procedimentos;
ciente, mas pedir-lhe para não trancar a porta e chamar se - Posicionar o paciente expondo somente a área ge-
precisar de assistência. Manter-se perto do local. nital;
Higiene Íntima Feminina: Material: 01 balde; 01 jarra; - Colocar o forro com plástico sob a região glútea do
Pacote de gazes; Comadre; Toalha de banho; Sabão líquido paciente;
o P.V.P.I. degermante; Luvas para procedimento; Hamper; - Colocar a comadre sob a região glútea em cima do
Pinça auxiliar (Cheron); Biombo; Forro e saco plástico. forro com a ajuda do paciente;
- Irrigar com a jarra com água, a região genital;
Técnica - Dobrar e pinçar gaze com a pinça auxiliar;
- Lavar as mãos; - Despejar pequena porção de sabão líquido ou P.V.P.I.
- Explicar o procedimento ao paciente; degermante, sobre os genitais;
- Reunir o material e colocá-los sobre a mesa de cabeceira; - Ensaboar os genitais com a pinça montada em gaze,
- Calçar às luvas; desprezando a gaze, a cada etapa;
- Trazer o hamper próximo ao leito; - Tracionar o prepúcio para trás, lavando-o em seguida,
- Proteger a unidade com biombos; com movimentos únicos e circulares;
- Colocar o paciente em posição ginecológica, procu- - Iniciar a higiene íntima pelo meato urinário, prepúcio,
rando expô-la o mínimo possível; glande, corpo do pênis, depois região escrotal e por último
- Colocar o forro sobre o saco plástico, colocando-os a região anal;
sobre a região glútea; - Despejar o conteúdo da jarra sobre a região pubiana,
- Colocar a comadre sob a região glútea da paciente, pregas inguinais, pênis e bolsa escrotal;
com ajuda da mesma; - Tracionar o escroto, enxaguando a face inferior no
- Irrigar monte pubiano e vulva com água, despejando sentido escroto perineal;
-a suavemente com o auxílio da jarra; - Retirar todo o sabão líquido ou P.V.P.I. degermante;
- Despejar pequena porção de sabão líquido ou P.V.P.I. - Retirar a comadre;
degermante sobre o monte pubiano; - Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou
- Ensaboar a região pubiana com a pinça montada em com o forro que está sob a região glútea do paciente;
gaze, de cima para baixo sem atingir o ânus, desprezando a - Posicionar o prepúcio;
gaze, após cada movimento vulva - ânus; - Colocar o paciente em posição de conforto;
- Afastar os grandes lábios e lavá-la no sentido ânte- - Desprezar as roupas no hamper (toalha, forro);
ro-posterior, primeiro de um lado, desprezando a gaze e - Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o bal-
depois do outro lado; de e jarra e guardá-los;
- Lavar por último a região anal; - Retirar a luva;
- Despejar a água da jarra, sobre as regiões ensaboadas; - Lavar as mãos;
- Retirar a comadre; - Anotar no prontuário.
- Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou
com o forro que está sob a região glútea do paciente; Obs: Se houver presença de secreção purulenta na re-
- Colocar a paciente em posição de conforto; gião uretral, limpá-la com gaze, antes de proceder a limpe-
- Desprezar as roupas (toalha, forro) no hamper; za com água e sabão.
- Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o balde
e jarra e guardá-los; Lavagem dos Cabelos: Material: Shampoo; Balde; Ba-
- Retirar a luva; cia; Toalha de banho; Luvas para procedimento; Forro e
- Lavar as mãos; saco plástico; Pente; Algodão em bola (02 unidades).
- Anotar no prontuário.
148
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
149
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
150
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
O primeiro fator importante ao se mover ou levantar o - Colocar uma das mãos sobre o ombro e a outra sobre
paciente, é o emprego de uma boa mecânica corporal por o quadril do paciente e virá-lo delicadamente para o lado
parte da enfermagem e de outra pessoa que ajude. De- direito;
vem-se evitar esforços desnecessários, prevenindo danos - Colocar um travesseiro apoiando a cabeça, pescoço e
para si e para o paciente. Os movimentos devem ser pla- ombro, outro amparando as costas e outro entre os mem-
nejados. É bom fazer uma pequena contagem para todos bros inferiores;
agirem juntos, somando forças, empregando princípios de - Colocar o braço esquerdo de modo que não pressio-
ergonomia. Por exemplo, contar 1 – 2 – 3 – já! ne o tórax;
- Prender o lençol;
Procedimentos comuns: - Cobrir o paciente.
- Lavar as mãos antes e após qualquer procedimento;
- Calçar luvas de procedimentos; OBS: Para movimentar o paciente do decúbito dorsal
- Orientar o paciente sobre o procedimento; para a lateral esquerda, seguir as mesmas regras, mudando
- Registrar no prontuário todos os procedimentos rea- o posicionamento do paciente;
lizados com o paciente;
- Deixar a unidade em ordem; Movimentação do Paciente para a Cabeceira
151
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
- Colocar a maca paralela ao leito, próxima do pacientes; Portanto, a saúde é um processo dinâmico em que o
- Transportar o paciente da cama para a maca num só homem luta contra as forças que tendem a alterar o equilí-
movimento; brio da sua saúde; é o ajustamento dinâmico satisfatório às
- Afastar a maca da cama, arrumar as roupas e levantar forças que tendem a perturbá-lo. O complexo processo de
as grades laterais; redução da saúde não é provocado por fatores simples ou
- Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem; específicos, mas pelo resultado da ligação contínua entre
causas e efeitos. Para considerar o indivíduo com saúde,
Da cama para a cadeira de rodas (duas pessoas com é necessário que ele atinja um nível excelente de ajusta-
lençol) mento e equilíbrio entre o homem, os agentes e o meio
- Colocar a cadeira de rodas próximas aos pés da cama. ambiente.
Deixar travada. Distingue-se da enfermidade, que é a alteração dano-
- Colocar o lençol sobre o paciente; sa do organismo. O dano patológico pode ser estrutural
- Levantar a cabeceira e sentar o paciente na borda da ou funcional. Doença (do latim dolentia, padecimento) é o
cama observando sinais de vertigem, palidez, etc. estado resultante da consciência da perda da homeostasia
- Enrolar as bordas laterais do lençol próximos do pa- de um organismo vivo, total ou parcial, causada por agen-
ciente; tes externos ou não, estado este que pode cursar devido à
- Transportar com movimentos sincronizados para a ca- infecções, inflamações, isquemias, modificações genéticas,
deira de rodas. sequelas de trauma, hemorragias, neo-plasias ou disfun-
- Deixar a unidade em ordem. ções orgânicas.
Daí a definição de doença como sendo o conjunto de
Cuidados Importantes: fenômenos desenvolvidos em organismos, as-sociados a
-Fazer a desinfecção concorrente da maca e da cadeira uma característica, ou série de características comuns, que
de rodas após cada transporte; diferenciam esses organismos dos normais da mesma es-
-Utilizar corretamente a mecânica corporal a fim de evi- pécie, e de maneira a situá-los em posição biologicamente
tar lesões corporais e desgastes desnecessários; desvantajosa em relação àqueles.
-Puxar a cadeira de rodas pelas costas ao descer a rampa; A doença é um processo anormal no qual o funcio-
-Agasalhar o paciente nos dias frios; namento de uma pessoa está diminuído ou prejudi-cado
-Cuidados com infusões, sondas, dietas, drenos, etc. em uma ou mais dimensões. É o resultado do desequilíbrio
entre o homem e o meio físico, mental e social. É impor-
tante distinguir os conceitos de doença aguda, crônica e
crônico-degenerativa: Doença aguda é aquela que têm um
17. EMERGÊNCIAS CLÍNICO‐CIRÚRGICAS E A curso acelerado, terminando com convalescença ou mor-
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM. te em menos de três meses. A maioria das doenças agu-
das caracteriza-se em várias fases. O inicio dos sintomas
pode ser abrupto ou insidioso, seguindo-se uma fase de
deterioração até um máximo de sintomas e danos, fase de
Enfermagem ao Paciente Clínico plateau, com manutenção dos sintomas e possivelmente
novos picos, uma longa recuperação com desaparecimento
Comumente, em nível de organismo tem-se por defini- gradual dos sintomas, e a convalescência, em que já não há
ção de saúde como sendo a do estado oposto ao da doença sintomas específicos da doença, mas o indivíduo ainda não
e, em decorrência corresponderia a conceito que se subor- recuperou totalmente as suas forças.
dina à ausência desta. As situações ideais têm inspirado con- Na fase de recuperação pode ocorrer as recrudescên-
ceituações de saúde. Não obstante, incidem invariavelmente cias, que são exacerbamentos dos sintomas de volta a um
em deficiências que tendem a se acentuar, à medida que se máximo ou plateau, e na fase de convalescência as recaídas,
aprofundam no terreno das da imprecisão dos enunciados. devido à presença continuada do fator desencadeante e do
A mais potente nesse sentido, e talvez a mais difundida, bem estado debilitado do indivíduo, além de (novas) infecções.
a ser elaborada pela OMS e que figura no preâmbulo de As doenças agudas distinguem-se dos episódios agu-
sua constituição. Diz ela que saúde vem a ser “o estado de dos das doenças crônicas, que são exacerbação de sinto-
completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a mas normalmente menos intensos nessas condições.
ausência de doença”. É evidente a falta de precisão, em espe- Doença crônica é uma doença que não é resolvida num
cial no que concerne ao significado da expressão “completo tempo curto. As doenças crônicas são doenças que não
bem-estar”. Certamente, esse pode variar de acordo com o põem em risco a vida da pessoa num prazo curto, logo não
indivíduo, o tempo e o espaço. Em outras palavras, o que é são emergências médicas. No entanto, elas podem ser ex-
bom para um não é obrigatoriamente para outro, e nem a tremamente sérias, As doenças crônicas incluem também
presença de bem-estar significa a ausência de doença. todas as condições em que um sintoma existe continua-
Deve-se pensar na saúde em uma escala graduada por- mente, e mesmo não pondo em risco a saúde física da pes-
que todos possuem algum grau de saúde: em excelentes soa, são extremamente incomodativas levando à perda da
condições, razoavelmente bem, com alguma perturbação, qualidade de vida e atividades das pessoas.
e enfermos.
152
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Muitas doenças crônicas são assintomáticas ou quase cia tóxica, como alimentos deteriorados, produtos de lim-
assintomáticas a maior parte do tempo, mas caracterizam-se peza, inseticidas ou remédios; quando é picada por insetos
por episódios agudos perigosos e/ou muito incomodativos. ou animais venenosos, como cobras, escorpiões, aranhas.
Doença crônico-degenerativa predomina na idade Em qualquer situação de envenenamento, coloque a
adulta, e sua incidência, prevalência e mortalidade se ele- vítima deitada, observe sua respiração e, se for necessá-
vam à medida que aumenta a vida média da população. rio, aplique a técnica de respiração artificial (boca-a-boca);
São caracterizadas por uma evolução lenta e progressiva, aqueça a vítima para evitar estado de choque e eleve suas
irreversível, por um longo período de latência assintomá- pernas (se não houver suspeita de lesão na coluna). O so-
tico, exigindo constante supervisão, observação e cuidado. corro médico é indispensável.
Ao realizar as ações de enfermagem através de uma Como suspeitar de que alguém está envenenado:
abordagem holística, o profissional de enferma-gem ajuda - vestígios de substâncias tóxicas, químicas ou natu-
o cliente a adquirir um estado de saúde. No entanto, para rais na boca ou na pele da vítima, indicando que ela tenha
desempenhar efetivamente essas ações, o profissional de mastigado, engolido, aspirado ou entrado em contato com
enfermagem deve identificar corretamente as faltas ou as tais substâncias;
deficiências relativas à saúde do cliente. - hálito diferente;
Dentre outras, as prioridades epidemiológicas que hoje - coloração dos lábios e do interior da boca alteradas;
demandam assistência clínica ambulatorial e/ou hospita- - respiração fraca;
lar são as afecções do aparelho circulatório e respiratório, - temperatura baixa;
gastrointestinal, endócrino, afecções neurológicas, hemato- - dor ou queimação na boca, garganta ou estômago;
poiéticas e reumáticas, além das afecções otorrinolaringo- - confusão mental, sonolência ou mesmo inconsciência;
lógicas, oftalmológicas, neoplásicas e urinárias. - estado de coma, alucinações e delírios;
Clínica Médica: É um setor hospitalar onde acontece o - diminuição ou retenção do fluxo urinário;
atendimento integral do indivíduo com idade superior a 12 - hemorragias (sangramentos);
anos que se encontra em estado crítico ou semi-crítico, que - lesões na pele, vermelhidão ou queimaduras;
não são provenientes de tratamento cirúrgico e ainda àque- - enjôos, vômitos, muito suor, salivação e convulsões.
les que estão hemodinamicamente estáveis, neste setor é
prestada assistência integral de enfermagem aos pacientes Choque
de média com-plexidade.
Clínica: vem do grego kline = leito, acamado. É a situação na qual a perfusão tecidual está compro-
Médica: vem do latim medicus = cuidar de. metida, do que resultam alterações metabólicas que po-
A clínica médica compreende um grupo de especialida- derão determinar a morte celular. Levando-se em conta
des médicas desenvolvidas dentro de uma unidade hospi- os três componentes fundamentais da circulação (bomba
talar, organizada segundo um conjunto de requisitos, onde cardíaca, volume circulante e rede vascular), o choque pode
o paciente internado é submetido a exames clínicos (anam- ser assim classificado:
nese), físicos, laboratoriais e especiais com a finalidade de - cardiogênico propriamente dito obstrutivo
definir um diagnóstico e, a seguir um tratamento específico. - hipovolêmico
- periférico
Objetivos do Serviço de Enfermagem em Clínica Mé-
dica: Choque cardiogênico: É o tipo de choque no qual há
- Proporcionar ambiente terapêutico adequado aos pa- falha da bomba cardíaca. A fibra cardíaca pode ser afetada
cientes com patologias diversificadas, em regime de internação; primariamente por insuficiência cardíaca congestiva, arrit-
- Manter de um padrão de assistência prestada aos pa- mias, miocardites e outras agressões, ou secundariamente
cientes, o que exige a aplicação de um plano de cuidados de através de hipoxia, desequilíbrios hidroeletrolíticos, endo-
enfermagem para a patologia específica do paciente/cliente. toxinas e outros fatores. A modalidade obstrutiva deve-se
a um obstáculo à corrente circulatória (dentro ou fora do
Envenenamento coração), devido a pneumotórax hipertensivo, tampona-
mento cardíaco e outras condições.
O envenenamento ou intoxicação aguda ocorre quan-
do uma pessoa inala, entra em contato direto com a pele ou Choque hipovolêmico: É o tipo de choque determina-
ingere alguma substância tóxica. A maior parte dos casos de do por grandes perdas de volemia: vômitos e/ou diarréia,
envenenamento ocorre dentro de casa, envolvendo crian- queimaduras extensas, hemorragias.
ças. O mais seguro é guardar inseticidas, remédios, produ-
tos de limpeza e outros produtos tóxicos dentro de armá- Choque periférico: Neste tipo, o distúrbio está na dis-
rios trancados. O envenenamento pode acontecer quando tribuição do sangue na microcirculação e daí a sinonimia
a pessoa respira alguma substância tóxica, como fumaça distributivo ou microvasogênico. Neste grupo, enquadram-
negra, vapor de gasolina ou gás de cozinha; quando tem se o choque infeccioso, o neurogênico, e o anafilático.
contato direto com produtos químicos ou encosta a pele
em alguma espécie de planta venenosa; quando engole aci- Choque misto: É o que ocorre com freqüência na prá-
dentalmente ou em grandes quantidades alguma substân- tica, a associação de mais de um tipo de choque.
153
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Independentemente do tipo de choque, há uma se- de captação de glicose pela célula em virtude da diminui-
quência fisiopatológica comum: as alterações fundamen- ção dos níveis de insulina. Tem sido descrito aumento de
tais ocorrem na microcirculação. Quando há queda acen- triglicérides no plasma, relacionado com o aumento de no-
tuada da volemia resultando em hipotensão, o organismo radrenalina endógena. Finalmente, podemos ter alterações
coloca em ação mecanismos de compensação: liberação da estabilidade das membranas lisossomais, com ruptura e
de catecolaminas, aldosterona e hormônio antidiurético conseqüente liberação de enzimas proteolíticas que des-
(ADH), do que resultam taquicardia, vasoconstrição (nos truirão a célula.
territórios com alfa-receptores) e oligúria. A finalidade des-
tes mecanismos é a preservação das assim chamadas áreas Equilibrio acidobásico: O distúrbio fundamental no
nobres (sistema nervoso central e miocardio) que então re- choque ja instalado é a acidose metabólica. Sua causa princi-
ceberão fluxo sangüíneo preferencial. pal é o acúmulo de ácido láctico em virtude do metabolismo
Pele, área esplâncnica, rins, pulmões, fígado e outros anaeróbico. Contribuem para a instalação da acidóse meta-
órgãos são regiões que possuem alfa-receptores: na micro- bólica o acúmulo de radicáis fosfato e a presença de ami-
circulação dessas regiões, haverá contração dos esfíncteres noácidos livres. Quando há alteração pulmonar importante
pré e póscapilar, com queda da pressão hidrostática do lei- com retenção de CO2, instalar-se-á um quadro misto (acidóse
to capilar e manutenção da pressão oncótica e o resultado metabólica e respiratória). No choque endotóxico é descrito
será um desequilíbrio entre os compartimentos intravas- um quadro inicial de alcalose respiratória leve (causado por
cular e intersticial, com conseqüente passagem de líquido hiperventilação) antecedendo a instalação do choque.
deste para aquele. É uma tentativa de reposição da volemia Eletrólitos: Pode haver hiponatremia dilucional ou por
(autotransfusão). No entanto, o fluxo sangüíneo insuficien- alteração da bomba Na-K. Níveis elevados de K plasmático
te conduz à baixa da pO2 e o metabolismo anaeróbico, o poderiam ser explicados por mecanismo de tamponamen-
que determinará acúmulo de radicais ácidos e consequente to intracelular pela acidóse, oligúria e saída de K das células
queda do pH. O retorno venoso e consequentemente o dé- pela já referida disfunção da bomba Na-K.
bito cardíaco (DC) estão diminuídos e a resistência periféri-
ca (RP) está aumentada. Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD):
Com a evolução do quadro, o esfíncter pré-capilar não Muitos fatores propiciam o aparecimento da CIVD no cho-
resiste à hipoxia e à acidóse e entra em relaxamento, en- que: endotoxinas, dano endotelial, acidóse, aumento da
quanto o esfíncter pos-capilar mantém sua contração. O viscosidade do sangue e outros. Suas conseqüências são
resultado é a entrada de sangue no território capilar, com sabidamente danosas ao organismo, tais como lesões is-
saída dificultada, do que resultará estase e aumento da quémicas, hemorragias (cutâneas, mucosas e em órgãos
pressão hidrostática. Esse aumento força a saída de líquido, internos) e anemia. Há consumo e diminuição de fatores
agora do compartimento intravascular para o interstício de coagulação (plaquetas, fator V, fator VIM, fibrinogênio e
(edema intersticial). protrombina). Haverá também a presença dos produtos de
Finalmente sobrevém a abertura das anastomoses ar- degradação da fibrina (FDP) e hemácias crenadas (anemia
teriovenosas (shunts), com exclusão do território capilar microangiopática).
da irrigação sanguínea. Nesse momento, em função da in-
tensidade do efeito shunt, poderá haver queda da RP, com Insuficiência respiratória aguda (pulmão de cho-
retorno venoso variável (diminuído, normal ou elevado). que): O aparecimento de insuficiência respiratória progres-
Assim, o chamado choque hiperdinâmico seria caracteri- siva na evolução do choque é frequente, iniciando-se de
zado por um DC aumentado, em função da porcentagem 24 a 120 horas após o início do quadro de choque. Existem
elevada de shunt, com conseqüente aumento do retorno áreas perfundidas e não ventiladas, assim como áreas ven-
venoso. tiladas e não perfundidas. Essas alterações determinarão
uma queda de pO2 a despeito de concentrações de oxi-
Alterações causadas pelo choque gênio (FiO2) altas ministradas ao paciente. Clinicamente,
o paciente apresenta-se dispnéico (com “fome” de ar), e
Metabolismo celular: A célula é a unidade basicamen- radiológicamente costuma haver um quadro bilateral de
te afetada. Pelo déficit de O2, o ácido pirúvico não chegará infiltrado reticulogranular, sugestivo de edema. Há vários
a acetil-CoA e por isso não participando do ciclo de Krebs: é fatores implicados na etiopatogenia do pulmão de choque:
o metabolismo anaeróbico cujas principais conseqüências - CIVD
são a acidóse metabólica e a menor produção de energia - diminuição da pressão coloido-osmótica
para a célula em virtude de fracasso no sistema ATP (com - hiperidratação
acúmulo de radicais fosfatos). Os processos dependentes - embolia gordurosa
de energia estarão prejudicados, como, por exemplo, a - diminuição de surfactante
bomba de Na-K e a síntese de aminoácidos. - aumento da secreção do ADH
A falha da bomba resultará na entrada de Na e água - uso de O2 com pressão positiva e em altas concen-
para o compartimento intracelular (causando edema) bem trações
como saída de K das células. O bloqueio da síntese de ami- - microêmbolos (transfusões múltiplas)
noácidos determinará acúmulo de aminoácidos livres, o - acidóse
que contribuirá para a acidóse metabólica. Há diminuição - edema intersticial
154
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Insuficiência renal aguda: A diminuição do fluxo san- - bloqueio do metabolismo de hidratos de carbono e
guíneo renal, a presença de ADH, a ativação do sistema proteínas
renina-angiotensina-aldosterona, a CIVD são fatores que - reação febril bifásica: liberação de pirogeno endóge-
prejudicam a função renal. O dano renal depende da inten- no dos leucocitos (lembrar que a hipertermia eleva o con-
sidade do agravo e de sua duração, resultando uma gama sumo de O2)
de quadros variando desde uma oligúria funcional (insufi- - lesão da membrana lisossomal, podendo causar sua
ciência renal de tipo pré-renal) até lesão parenquimatosa ruptura
propriamente dita (necrose tubular, necrose cortical bila-
teral). Quadro clínico: O estado geral é sempre crítico. A
criança apresenta-se toxemiada. Hipotermia é frequente.
Função cardíaca: A função cardíaca pode estar alte- O sensorio está comprometido, podendo existir agitação,
rada no choque, mesmo sem nenhum dano miocárdico letargia e até mesmo coma. A pele encontra-se fria, pálida
primário. O coração é vulnerável à hipoxemia, alterações e com sudorese: é a chamada fase fria (ação das catecola-
hidroeletrolíticas, drogas vasoativas, sendo comum, então, minas). No choque endotóxico, no início do quadro, a pele
o aparecimento de arritmias. Pode a função cardíaca es- pode ter sua perfusão conservada, devido à ação vasodila-
tar deprimida pela ação direta de endotoxinas. Outro fator tadora das cininas: é a fase quente, precedendo a instala-
importante para a diminuição do DC é o fator depressor ção da fase fria. As mucosas apresentam-se secas (hipovo-
do miocardio (MDF): trata-se de um polipeptídio liberado lemia) e/ou descoradas (sangramentos, anemia).
provavelmente pelo páncreas hipóxico, com ação inotrópi- Alterações do padrão respiratório como taquipneia
ca negativa. (acidóse) ou dispneia (acometimento pulmonar) são fre-
quentes. Taquicardia com pulso fino (ou ausente) são tam-
Função hepática: As funções metabólicas do hepató- bém sinais encontrados com freqüência. Distensão abdo-
cito (por exemplo, metabolização de lactato a bicarbonato) minal pode ser observada, principalmente em recém-nas-
estão prejudicadas. O fígado é um órgão rico em células do cidos e lactentes. Oligúria ou anúria são achados caracte-
rísticos. Petéquias, sufusões hemorrágicas e sangramentos
SRE cujas funções exigem alto consumo de O2: por isso, tais
integram com frequência o quadro clínico.
funções estão bastante deprimidas no choque.
Peculiaridades fisiopatológicas do choque endotó-
Insuficiência Respiratória
xico: A incidência do choque infeccioso (particularmente o
endotóxico) em pediatria é elevada, tendo em vista:
A insuficiência respiratória é uma condição na qual
- resposta imunológica relativamente inadequada de
oxigênio não passa dos pulmões para o sangue em quan-
recémnascidos e lactentes, sobretudo no primeiro ano de
tidades suficientes. Os órgãos do corpo, como coração e
vida
cérebro, precisam de sangue rico em oxigênio para fun-
- desnutrição cionar bem. Insuficiência respiratória também pode ocorrer
- procedimentos invasivos frequentes em unidades de se os pulmões não conseguirem remover apropriadamente
terapia intensiva (cateterizações vasculares, intubação, ven- dióxido de carbono do sangue. Muito dióxido de carbo-
tilação mecânica e outros). no no sangue pode danificar os órgãos do corpo. Ambos
problemas - pouco nível de oxigênio no sangue ou alto de
A endotoxina implica no agravamento das alterações dióxido de carbono - podem ocorrer ao mesmo tempo.
metabólicas encontradas nos demais tipos de choque, o
que justifica a alta taxa de mortalidade deste quadro. En- Causas da insuficiência respiratória: Certas doenças
dotoxinas são compostos macromoleculares constituídos e condições que prejudicam a respiração podem causar in-
de lipídios, polissacárides e peptídios. Estão localizados na suficiência respiratória. Essas doenças e condições podem
parede das bactérias gram-negativas, sendo liberadas pela afetar os músculos, nervos, ossos ou tecidos que ajudam a
morte destes microrganismos. As chamadas ações biológi- respiração, ou podem afetar o pulmão diretamente. Quan-
cas das endotoxinas estão relacionadas com o componente do a respiração é prejudicada, os pulmões não conseguem
lipídico. São de interesse na fisiopatologia do choque as facilmente mover oxigênio para o sangue e remover o
seguintes ações: dióxido de carbono nele (troca de gases). Isso pode fazer
- lesão do endotélio vascular (ativação do fator XII22) como que o sangue fique com nível baixo de oxigênio ou
- liberação de cininas (vasodilatação) alto de dióxido de carbono, ou ambos.
- agregação de plaquetas (diminuição do número de Insuficiência respiratória pode ocorrer como resultado
plaquetas circulantes) de:
- liberação de fatores plaquetários - Condições que afetam os nervos e músculos que con-
- ativação do sistema complemento (liberação de subs- trolam a respiração. Exemplos dessas condições incluem
tâncias histamino-símile que produzem vasodilatação distrofia muscular, esclerose amiotrófica lateral, lesões na
- ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona medula espinhal, e derrame.
- bloqueio do SRE (diminuição da capacidade de de- - Danos aos tecidos e costelas envolvendo os pulmões.
toxicação) - Problemas na espinha, como escoliose, que podem
- ação depressora do miocardio afetar os ossos e músculos usados na respiração.
155
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
- Overdose de drogas e/ou álcool. Isso afeta a área do Quando o coração pára, a falta de sangue oxigenado cau-
cérebro que controla a respiração. sa danos cerebrais irreversíveis em poucos minutos. Morte
- Doenças pulmonares como doença pulmonária obs- geralmente ocorre entre 8 e 10 minutos. O tempo é um
trutiva crônica, pneumonia, síndrome do desconforto res- fator crítico quando se presta auxílio a uma pessoa incons-
piratório agudo, embolia pulmonar, e cibrose cística. Essas ciente ou que não está respirando.
doenças podem afetar o fluxo de ar e sangue para dentro A RCP ajuda a manter o sangue oxigenado fluindo para
e fora dos pulmões. o cérebro até que o seja possível um tratamento médico.
- Lesões pulmonares agudas, como por exemplo inalar Para aprender RCP de forma prática e detalhada existem
gases danosos ou fumaça que podem lesionar os pulmões. cursos de primeiros socorros disponíveis. Um bom local
para buscar indicação é o corpo de bombeiros da cidade.
Sinais e sintomas da insuficiência respiratória: Os
sinais e sintomas da insuficiência respiratória dependem da Como realizar a RCP
causa por trás dele e níveis de oxigênio e dióxido de car- - Veja se a pessoa está respirando.
bono no sangue. Baixo nível de oxigênio no sangue pode - Coloque a pessoa com as costas apoiadas em super-
ocasionar falta de ar, a sensação de que não consegue ina- fície firme.
lar o suficiente. Se o nível de oxigênio estiver muito baixo, - Ajoelhe-se próximo aos ombros e pescoço da vítima.
a pele, lábios e unhas podem ficar azulados. Alto nível de - Coloque a palma de sua mão na testa da vítima e use
dióxido de carbono no sangue pode ocasionar respiração a outra mão para elevar o queixo e abrir a boca.
rápida e confusão. Algumas pessoas que têm insuficiên- - Confira se ela está respirando, não perca mais que 10
cia respiratória podem ficar muito sonolentas ou perder segundos: Repare no movimento do tórax ou ouça o som
a consciência. Elas também podem desenvolver arritmias da respiração.
cardíacas. Esses sintomas podem ocorrer se o cérebro e co-
ração não estiverem recebendo oxigênio suficiente. Realize duas respirações boca a boca
- Se a pessoa não está respirando, faça duas respira-
Diagnóstico da insuficiência respiratória: O médico ções boca-a-boca:
fará o diagnóstico da insuficiência respiratória baseado no - Com a boca da vítima aberta, pince as narinas da mes-
histórico médico, exame físico e resultados de testes. Assim ma, cobrindo a boca dela com a sua, formando um selo.
que insuficiência respiratória for diagnosticada, o médico - Assopre o ar e veja se o tórax eleva-se. Se sim, faça
procurará pela sua causa. Os testes para diagnóstico de in-
a segunda respiração e em seguida inicie as compressões
suficiência respiratória podem incluir:
torácicas. Caso o tórax não infle, repita a manobra de aber-
- Oximetria de pulso, no qual um sensor é colocado no
tura da boca da vítima.
dedo ou orelha para estimar a quantidade de oxigênio no
sangue.
Realize as compressões torácicas
- Gasometria arterial, que mede os níveis de oxigênio e
- Posicione a palma da sua mão no centro do peito da
dióxido de carbono no sangue através de amostra de san-
vítima, entre os mamilos. Coloque sua outra mão em cima
gue.
da primeira. Mantenha seus cotovelos retos e posicione
seus ombros na direção das suas mãos.
O médico pode pedir outros testes, como raio-x do
peito, para ajudar a descobrir a causa por trás da insufi- - Use o peso do seu corpo para fazer as compressões
ciência respiratória. Se o médico suspeitar que o paciente no tórax, que deve abaixar em torno de 5 cm. Empurre com
tem arritmia em decorrência de insuficiência respiratória, força e rapidamente, a freqüência esperada é de duas com-
ele pode recomendar eletrocardiograma. pressões por segundo.
- Após 30 compressões, faça duas respirações boca-a
Ressuscitação Cardiopulmonar -boca. Se alguém puder ajudar, peça a ela que realize as
respirações.
A ressuscitação cardio-pulmonar (RCP) é uma manobra - Recomenda-se manter a RCP até que a pessoa volte a
que pode salvar vidas. É muito utilizada em emergências respirar ou apresentar pulsação (medida por meio de pal-
como no infarto do coração, afogamento e outras situa- pação da artéria carótida no pescoço), ou até que o socorro
ções onde a pessoa não esteja respirando ou esteja sem especializado chegue ao local.
pulsação. Idealmente, a ressuscitação cardio-pulmonar
(RCP) envolve dois componentes: compressões torácicas Use o desfibrilador externo automático se disponível:
combinadas com respiração boca a boca. No entanto, o Se um desfibrilador externo automático (DEA) estiver aces-
que uma pessoa leiga realmente deve realizar depende do sível, deve ser usado assim que possível, enquanto isto a
seu conhecimento e do quanto ela se sente segura. RCP não deve cessar. Apesar da necessidade de um treino
Mas o mais importante é que é melhor fazer alguma básico, o aparelho é de fácil uso e de formato extrema-
coisa do que não fazer nada, pois esta atitude pode ser mente simples e com instruções de voz o que permite um
uma vida salva. Se você não se sente seguro, basta realizar manuseio seguro.
as compressões torácicas e ligar parar para a emergência.
156
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
157
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
158
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Profundidade: Deve-se verificar se a respiração é pro- SEQUÊNCIA DAS FASES DO SOCORRO AVALIAÇÃO
funda ou superficial. DA CENA
01 - Segurança da cena;
Sinais Vitais Pulso Respiração
(TPRPA) Tem- 02 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
peratura 03 - Solicitação de Recursos Adicionais (CBM, CVB, PM,
Fria Adulto 60 a 100 Adulto 12 a 20 ipm PC, CEB, etc.)
Normal bpm Criança 20 a 30 ipm AVALIAÇÃO INICIAL
Quente Criança 80 a 120 Bebê 30 a 60 ipm
04 - Impressão geral da vítima (clínica ou trauma);
bpm
Bebê 100 a 160 05 - Nível de consciência: Alerta, Verbaliza, Doloroso ou
bpm Inconsciente - AVDI;
06 - Abrir vias aéreas sem comprometer a coluna cervical;
Pressão Arterial
07 - Avaliar a respiração: Ver, Ouvir e Sentir - VOS;
VN <130mmHg sistólica e <80mmHg diastólica 08 - Avaliar circulação: presença de pulso carotídeo;
- estenda o braço da vítima com a mão em supinação; 09 - Pesquisar e controlar hemorragias;
- enrole o manguito vazio no ponto médio do braço;
- feche a válvula perto da pêra; 10 - Classificar o CIPE - Crítico, Instável, Potencialmente
- apalpe a artéria braquial; Instável ou Estável;
- bombeie o manguito até cessar o pulso; 11 - Inspecionar, mensurar e colocar o colar cervical.
- coloque o estetoscópio encima do local do pulso bra-
AVALIAÇÃO DIRIGIDA
quial;
- libere o ar vagarosamente até ouvir o 1º som de “ko- 12 - Entrevista rápida - SAMPLE;
rotkoff”; 13 - Exame rápido - limitado a uma lesão grave aparente;
- observe no mostrador os mmHg no momento do 1º
som (sístole); 14 - Sinais vitais: Temperatura, Pulso, Respiração e Pres-
- continue esvaziando até para o som de “korotkoff”; são Arterial - TPRPA
- observe no mostrador os mmHg no último som (diás- AVALIAÇÃO FÍSICA DETALHADA
tole);
15 - Inspecionar e apalpar a cabeça (fronte, crânio e ore-
- continue esvaziando totalmente o manguito;
lhas);
- anote os valores da PA e a hora, ex: 130x80 mmHg
10:55 h. 16 - Inspecionar e apalpar a face (olhos e mandíbula);
17 - Inspecionar e apalpar os ombros, clavícula e tórax;
4º Avaliação Física Detalhada: nesta fase examina-se
da cabeça aos pés da vítima, procurando identificar lesões. 18 - Inspecionar e apalpar os quatro quadrantes abdo-
Durante a inspeção dos membros inferiores e supe- minais;
riores deve-se avaliar o Pulso, Perfusão, Sensibilidade e a 19 - Inspecionar e apalpar a região pélvica e genitália;
Motricidade (PPSM)
20 - Inspecionar e apalpar os membros inferiores (PPSM)
5º Estabilização e Transporte: nesta fase finaliza-se 21 - Inspecionar e apalpar os membros superiores (PPSM)
o exame da vítima, avalia-se a região dorsal, previne-se o ESTABILIZAÇÃO E TRANSPORTE
estado de choque e prepara-se para o transporte.
22 - Realizar o rolamento avaliando a região dorsal;
6º Avaliação Continuada: nesta fase, verificam-se pe- 23 - Identificar e prevenir o estado de choque;
riodicamente os sinais vitais e mantém-se uma constante
24 - Transporte (preferencialmente pelo serviço especia-
observação do aspecto geral da vítima.
lizado)
Reavaliar vítimas - Críticas e Instáveis a cada 3 minutos;
Reavaliar vítimas - Potencialmente Instáveis e Estáveis AVALIAÇÃO CONTINUADA
a cada 10 minutos. 25 - Reavaliar vítimas - Críticas e instáveis a cada 3 mi-
Críticas: PCR e parada respiratória. nutos;
Instáveis: hemorragias III e IV, estado de choque, quei-
maduras, etc. 26 - Reavaliar vítimas - Potencialmente instáveis e está-
Potencialmente Instáveis: hemorragias II, fraturas, luxa- veis a cada 10 minutos
ções, queimaduras, etc.
Estáveis: hemorragias I, entorses, contusões, cãibras,
distensões, etc.
159
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Antes da remoção:
- Tente controlar a hemorragia;
- Inicie a respiração de socorro;
- Execute a massagem cardíaca externa;
- Imobilize as fraturas;
- Evite o estado de choque, se necessário.
Como proceder
160
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
161
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
162
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Insolação: É uma perturbação decorrente da exposição - Caso esteja inconsciente, aplique duas insulflações e
direta e prolongada do organismo aos raios solares. observe sinais da passagem do ar (expansão de tórax); caso
não haja, intercale 5 Heimlich com a inspeção das vias aéreas
Como se manifesta para observar a expulsão do corpo estranho, e 2 insuflações,
- Pele seca, quente e avermelhada; percebendo a parada respiratória e notando sinais da passagem
- Pulso rápido e forte; do ar, mantenha 1 insuflação a cada 5 segundos (12 ipm) até a
- Dor de cabeça acentuada; retomada da respiração ou chegada do socorro especializado.
- Sede intensa; - Para lactentes conscientes, aplique 5 compressões do
- Temperatura do corpo elevada; tórax intercalado de 5 tapotagens (como no desenho) e ins-
- Dificuldade respiratória; peção das vias aéreas;
- Inconsciência. - Para lactentes inconsciente, aplique duas insulflações (so-
mente o ar que se encontra nas bochechas) e observe sinais da
Como proceder passagem do ar (expansão de tórax). Caso não haja, intercale 5
- Remova a vítima para um lugar fresco e arejado; Heimlich (como no desenho) com a inspeção das vias aéreas
- Afrouxe as vestes da vítima; para observar a expulsão do corpo estranho, e 2 insuflações,
- Mantenha o acidentado em repouso e recostado; se perceber a parada respiratória e notar sinais da passagem
- Aplique compressas geladas ou banho frio, se possível; do ar, mantenha 1 insuflação a cada 3 segundos (20 ipm) até a
- Procure o hospital mais próximo. retomada da respiração ou chegada do socorro especializado.
Como se manifesta
- Dor de cabeça e náuseas;
- Palidez acentuada;
- Sudorese (transpiração excessiva);
- Pulso rápido e fraco;
- Temperatura corporal ligeiramente febril;
- Inconsciência.
Como proceder
- Remova a vítima para um lugar fresco e arejado;
- Afrouxe as vestes da vítima;
- Mantenha o acidentado deitado com a cabeça mais
baixa que o resto do corpo.
Asfixia e Afogamento
Asfixia: Dificuldade ou parada respiratória, podendo ser - Em caso de parada cardiorrespiratória (ausência de
provocada por: choque elétrico, afogamento, deficiência de pulso), executar a reanimação cárdio pulmonar (RCP);
oxigênio atmosférico, Obstrução das Vias Aéreas por Corpo - Procure o hospital mais próximo.
Estranho (OVACE), etc. A falta de oxigênio pode provocar se-
quelas dentro de 3 a 5 minutos, caso não haja atendimento Afogamento: Asfixia provocada pela imersão em meio
conveniente. líquido. Geralmente ocorre por câimbra, mau jeito, onda
mais forte, inundação ou enchente e por quem se lança na
Como se manifesta água sem saber nadar.
- Atitudes que caracterizem dificuldade na respiração;
- Ausência de movimentos respiratórios; Como se manifesta
- Inconsciência; - Agitação;
- Cianose (lábios, língua e unhas arroxeadas); - Dificuldade respiratória;
- Midríase (pupilas dilatadas); - Inconsciência;
- Respiração ruidosa; - Parada respiratória;
- Fluxo aéreo diminuído ou ausente. - Parada cardíaca.
Como proceder
Como proceder - Tente retirar a vítima da água utilizando material dispo-
- Encoraje ou estimule a vítima a tossir; nível (corda, boia, remo, etc.)
- Caso a vítima esteja consciente, aplique 5 manobras - Em último caso e se souber nadar muito bem, aproxi-
de Heimlich. me-se da vítima pelas costas, segure-a e mantenha-a com a
cabeça fora d’água (cuidado com o afogamento duplo);
163
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
- Coloque a vítima deitada em decúbito dorsal, quando - 2º. Avalie o nível de consciência da vítima, vendo se
fora d’água; está acordada e perguntando se está bem.
- Insista na respiração de socorro se necessário, o mais - 3º. Ver se a pessoa tem algum sinal de vida, se está
rápido possível; respirando. Para isso, recline a cabeça dela, levantando le-
- Execute a compressão cardíaca externa se a vítima vemente o queixo para cima. Chegue próximo ao rosto e
apresentar ausência de pulso e midríase (pupilas dilatadas); sinta se há respiração, mesmo que espaçada. Se não houver,
- Friccione vigorosamente os braços e as pernas da víti- comece a massagem cardíaca.
ma, estimulando a circulação; - 4º. Conhecida no termo médico como compressão to-
- Aqueça a vítima; rácica, a massagem cardíaca deve ser realizada no meio do
- Remova a vítima para o hospital mais próximo. peito (entre os dois mamilos), com o movimento das mãos
entrelaçadas (uma em cima da outra) sob braços retos, que
Ressuscitação Cárdio Pulmonar (Rcp): devem fazer ao menos cem movimentos de compressão por
minuto, de forma rápida e forte.
Conjunto de medidas emergenciais que permitem salvar Os movimentos servem para retomar a circulação do
uma vida pela falência ou insuficiência do sistema respira- sangue e, consequentemente de oxigênio, para o coração
tório ou cardiovascular. Sem oxigênio as células do cérebro e o cérebro, interrompida quando o coração para. Não es-
morrem em 10 minutos. As lesões começam após 04 minu- pere mais de dez segundos para começar a compressão e a
tos a partir da parada respiratória. faça até o resgate chegar, sem qualquer interrupção. Como
demanda esforço físico, tente revezar com outra pessoa, de
Causas da parada cardiorrespiratória (pcr): forma coordenada, se puder.
- Asfixia; O cardiologista explica que a mudança se deu com o
- Intoxicações; intuito de facilitar o processo e impedir que pessoas desis-
- Traumatismos; tam de fazê-lo pelo receio de encostar sua boca na boca
- Afogamento; de desconhecidos. Algumas pesquisas nos Estados Unidos
- Eletrocussão (choque elétrico); mostraram que o número de ressuscitações havia diminuí-
- Estado de choque; do muito em cidades onde o número era alto, por causa do
- Doenças. medo de contrair doenças pela boca.
164
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Fraturas: O primeiro socorro consiste apenas em impedir o deslocamento das partes fraturadas, evitando maiores danos.
- Fechadas
- Expostas
Não faça: não desloque ou arraste a vítima até que a região suspeita de fratura tenha sido imobilizada, a menos que haja
eminente perigo (explosões ou trânsito).
Entorses e distensões
- Trate como se fosse fraturas.
- Aplique gelo e compressas frias no local.
Contusões
- Providencias: repouso do local (imobilização), compressas frias.
Qualquer vitima que estiver inconsciente pode ter sofrido pancada na cabeça (concussão cerebral).
Ferimentos
A - leves ou superficiais
Procedimentos: Faca limpeza do local com soro fisiológico ou água corrente, curativo com mercúrio cromo ou iodo e cubra
o ferimento com gaze ou pano limpo, encaminhando a vitima ao pronto Socorro ou UBS. Não tente retirar farpas, vidros ou
partículas de metal do ferimento.
B - ferimentos extensos ou profundos
3 - ferimentos na cabeça
Procedimentos: afrouxe suas roupas, mantenha a vitima deitada em decúbito dorsal, agasalhada, faca compressas para
conter hemorragias, removendo-a ao PS mais próximo.
165
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
C - Ferimentos Perfurantes: São lesões causadas por aci- acarretar paralisias definitivas em virtude de serem aí muitos
dente com vidros metais, etc. superficiais os tendões e os nervos. Além disso, as feridas po-
dem contaminar-se facilmente, dando lugar a uma infecção
1 - farpas - Prenda-as com uma atadura sobre uma gaze. purulenta, com febre e formação de íngua. As feridas poluídas
2 - atadura - Nos dedos, mãos, antebraço ou perna, coto- de terra, fragmentos de roupa etc., estão sujeitas a infecção, in-
velo ou joelho - Como fazer. clusive tetânica. Numa emergência, deve-se proteger uma feri-
3 - bandagem - Serve para manter um curativo, uma imo- da com um curativo qualquer e procurar sustar a hemorragia.
bilização de fratura ou conter provisoriamente uma parte do
corpo lesada. Ferida Venenosa: É aquela produzida por um agente
vulnerante envenenado (mordedura de cobras, picada de
Cuidados: escorpião, flechas), que inocula veneno ou peçonha nos teci-
- a região deve estar limpa; dos, acarretando reação inflamatória local ou envenenamen-
- os músculos relaxados; to frequentemente mortal do indivíduo. O tratamento resu-
- começar das extremidades dos membros lesados para me-se em colocar um garrote acima da lesão, extrair o vene-
o centro; no por sucção, retirar o ferrão no caso de inseto, aplicar soro
antivenenoso quando indicado, soltar o garrote aos poucos
Importante: qualquer enfaixamento ou bandagem que e fazer um curativo local com antisséptico e gaze esterilizada.
provoque dor ou arroxeamento na região deve ser afrouxado
imediatamente. Esmagamento: É uma lesão grave, que afeta os mem-
bros. Ocorre nos desastres de trem, atropelamentos por
Torniquetes: São utilizados somente para controlar he- veículos pesados, desmoronamentos etc. O membro atin-
morragias nos casos em que a vítima teve o braço ou a perna gido sofre verdadeiro trituramento, com fratura exposta,
amputada ou esmagadas. hemorragia e estado de choque da vítima, que necessitará
de socorro imediato para não sucumbir por anemia aguda
Procura-se diminuir os ferimentos do ferido e, sobretudo, ou choque. Quando o movimento tem de ser destacado do
impedir a sua morte imediata. Evidentemente, o primeiro so- corpo, a operação recebe o nome de amputação traumática.
corro, que pode ser feito mesmo por uma pessoa leiga, servirá Há também os pequenos esmagamentos, afetando dedos,
para que o acidentado aguarde a chegada do médico, ou seja, mão, e cuja repercussão sobre o estado geral é bem menor.
transportado para o hospital mais próximo. Para que alguém Resistindo a vítima à anemia aguda e ao choque, poderá
se torne útil num socorro urgente, deve ter algumas noções estar ainda sujeita à infecção, especialmente gangrenosa e
sobre a natureza da lesão e como proceder no caso. tetânica.
Natureza da Lesão: Inicialmente, cumpre saber que se dá Choque: É um estado depressivo decorrente de um
o nome de traumatismo a toda lesão produzida no indivíduo traumatismo violento, hemorragia acentuada ou queimadu-
por um agente mecânico (martelo, faca, projétil), físico (eletrici- ra generalizada. Pode também ocorrer em pequenos feri-
dade, calor, irradiação atômica), químico (ácido fênico, potassa mentos, como os que penetram o tórax. Caracteriza-se pelos
cáustica) ou, ainda, biológico (picada de animal venenoso). De seguintes sintomas: palidez da face, com lábios arroxeados
acordo com essa classificação, devem-se considerar alguns ou descorados, se há hemorragia; pele fria, principalmente
tipos de lesões (e suas consequências imediatas) a requerer nas mãos e nos pés; suores frios e viscosos na face e no tron-
socorro urgente. co; prostração acentuada e voz fraca; falta de ar, respiração
rápida e ansiedade; pulso fraco e rápido; sede, sobretudo
Contusão: É o traumatismo produzido por uma lesão, que se há hemorragia; consciência presente, embora diminuída.
tanto poderá traduzir-se por uma mancha escura (equimose) Como primeiro socorro, precisa-se deitar o paciente em po-
como por um tumor de sangue (hematoma); este, quando sição horizontal e, havendo hemorragia, elevar os membros
se localiza na cabeça, é denominado, vulgarmente, ‘galo’. As e estancar o sangue, aquecendo-se o corpo moderadamen-
contusões são dolorosas e não se acompanham de solução te, por meio de cobertores.
de continuidade da pele. A parte contundida deve ficar em Hemorragia: É a perda sanguínea através de um feri-
repouso sob a ação da bolsa de gelo nas primeiras horas e do mento ou pelos orifícios naturais, como as narinas. Quando a
banho de luz nos dias subsequentes. hemorragia ultrapassa 500g no adulto, ocorre a anemia agu-
da, cujos sintomas se assemelham aos do choque (palidez,
Ferida: É o traumatismo produzido por um corte sobre sede, escurecimento da vista, pulso fraco, descoramento dos
a superfície do corpo. Corte ou ferida pode ser superficial, lábios, falta de ar e desmaios). A hemorragia venosa carac-
afetando apenas a epiderme (escoriação ou arranhadura), ou teriza-se por sangue escuro, jato lento e contínuo (comba-
profundo, provocando hemorragia às vezes mortal. Sendo o te-se pela compressão local e não pelo garrote). A hemor-
ferimento produzido por um punhal, canivete ou projétil, os ragia arterial se distingue pelo sangue vermelho rutilante
órgãos profundos, como o coração, podem ser atingidos, em jato forte e intermitente (combate-se pela compressão
causando a morte. As feridas podem ser ainda punctiformes local, quando pequena, e pelo garrote, quando grande). O
(espetadela de prego), lineares (navalha), irregulares (ferida do paciente, em caso de anemia aguda, deve ser tratado como
couro cabeludo, por queda). Não se deve esquecer que um no caso do chocado, requerendo ainda transfusões de san-
pequeno ferimento produzido nos dedos ou na mão pode gue, quando sob cuidados médicos.
166
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Queimadura: É toda lesão produzida pelo calor sobre a - fratura da coluna: ocorre, em geral, nas quedas, atropela-
superfície do corpo, em graus maiores ou menores de extensão mentos e nos mergulhos em local raso, sendo tanto mais gra-
(queimadura localizada ou generalizada) ou de profundidade (1º, ve o prognóstico quanto mais alta a fratura; suspeita-se desta
2º, e 3º graus). Consideram-se ainda queimaduras as lesões pro- fratura, quando o paciente, depois de acidentado, apresenta-
duzidas por substância cáustica (ácido fênico), pela eletricidade se com os membros inferiores paralisados e dormentes; as
(queimadura elétrica), pela explosão atômica e pelo frio. As diver- fraturas do pescoço são quase sempre fatais. Faz-se necessá-
sas formas de calor (chama, explosão, vapor das caldeiras, líquidos rio um cuidado especial no sentido de não praticar manobras
ferventes) são, na verdade, as causas principais das queimaduras. que possam agravar a lesão da medula; coloca-se o paciente
São particularmente graves nas crianças e na forma generaliza- estendido no solo em posição horizontal, com o ventre para
da. Assim, a mortalidade é de 9% nas queimaduras da cabeça e cima; o choque também pode ocorrer numa fratura dessas.
membros superiores; 18% na face posterior ou anterior do tronco,
e 18% nos membros inferiores. Como foi dito, classificam-se as Irradiação Atômica: As explosões atômicas determinam
queimaduras em três graus: 1º grau, ou eritema, em que a pele dois tipos de lesões. A primeira, imediata, provocada pela
fica vermelha e com ardor (queimadura pelo sol); 2º grau ou flic- ação calórica desenvolvida, e a segunda, de ação progressiva,
tema, com formação de bolhas, contendo um líquido gelatinoso determinada pela radioatividade. Nos pacientes atingidos, o
e amarelado. Costuma também ser dolorosa, podendo infectar-se primeiro socorro deve ser o da sua remoção do local, comba-
quando se rompe a bolha; e do 3º grau, ou escara, em que se ve- te ao choque e tratamento das queimaduras quase sempre
rifica a mortificação da pele e tecidos subjacentes, transformando- generalizadas. Não se pode ignorar o perigo que existe em
se, mais tarde, numa ulceração sangrante, que se transforma em lidar com tais enfermos, no que se refere à radioatividade.
grande cicatriz. Quando às queimaduras pequenas, basta untá-las
com vaselina ou pomadas antissépticas, mas, quando ocorrem as Retirada do Local: O paciente pode ficar preso às ferra-
queimaduras extensas, o primeiro socorro deve dirigir-se para o gens de um veículo, escombros de um desabamento ou desa-
estado geral contra o choque, em geral iminente. cordado pela fumaça de um incêndio. Sua remoção imediata
é, então, necessária. Assim procedendo, evita-se a sua morte,
Distorção: Decorre de um movimento violento e exagera- o que justifica processo de remoção até certo ponto perigoso
do de uma articulação, como o tornozelo. Não deve ser con- mas indispensável. O socorrista deve conduzir-se com pru-
fundida com a luxação, em que a extremidade do osso se afas- dência e serenidade, embora, em certas ocasiões, a retirada
ta de seu lugar. É uma lesão benigna, embora muito dolorosa, do paciente deve ser a mais rápida possível. Em certas circuns-
acompanhando-se de inchação da junta e impossibilidade de tâncias, será necessário recorrer ao Corpo de Bombeiros e a
movimento. A imobilização deve ser primeiro socorro, poden- operários especializados, a fim de libertar a vítima. Enquanto
do empregar-se também bolsa de gelo, nas primeiras horas. se espeta esse socorro, deve-se tranquilizar a vítima, procu-
Luxação: Caracteriza-se pela saída da extremidade óssea, rando estancar a hemorragia, se a houver, e recorrer a medi-
que forma uma articulação, mantendo-se fora do lugar em ca- das que facilitem a respiração, já que em certas circunstâncias
ráter permanente. Em certos casos a luxação se repete a um pode ser precário o teor de oxigênio da atmosfera local. Isso é
simples movimento (luxação reincidente). As luxações mais co- muito importante para a sobrevivência do paciente.
muns são as da mandíbula e do ombro. O primeiro socorro
consiste no repouso e imobilização da parte afetada. Posição do Acidentado: O decúbito dorsal, com o corpo
Fratura: É toda solução de continuidade súbita e violenta estendido horizontalmente, é a posição mais aconselhável. A
de um osso. A fratura pode ser fechada quando não houver posição sentada favorece o desmaio e o choque, fato nem
rompimento da pele, ou aberta (fratura exposta) quando a pele sempre do conhecimento do leigo. Quando a vítima está in-
sofre solução de continuidade no local da lesão óssea. As fra- consciente, é preciso colocá-la de lado, ou apenas com a ca-
turas são mais comuns ao nível dos membros, podendo ser baça lateralizada, para que possa respirar melhor e não sofra
únicas ou múltiplas. Na primeira infância, é frequente a fratura asfixia no decurso do vômito. Havendo fratura da mandíbula
da clavícula. Como causas de fraturas citam-se, principalmente, e lesões da boca, é preferível colocar o paciente em decúbito
as quedas e os atropelamentos. Localizações principais: ventral. Somente os portadores de lesões do tórax, dos mem-
- fratura dos membros, as mais comuns, tornando-se mais bros superiores e da face, desde que não sofram desmaios.
graves e de delicado tratamento quanto mais próximas do tronco; Identificação das Lesões: Estando o paciente em local
- fratura da bacia, em geral grave, acompanhando-se de adequado, deve-se, imediatamente, identificar certas lesões
choque e podendo acarretar lesões da bexiga e do reto, com mais sérias, como ferimentos que sangram, fratura do crâ-
hemorragia interna; nio, choque, anemia aguda ou asfixia, capazes de vitimar o
- fratura do crânio, das mais graves, por afetar o encéfalo, paciente, se algo de imediato não for feito. Eis a orientação
protegido por aquele; as lesões cerebrais seriam responsáveis que se deve dar ao diagnóstico dessas lesões:
pelo choque, paralisia dos membros, coma e morte do pacien- - hemorragia, que se denuncia nas próprias vestes pelas
te. A fratura do crânio é uma ocorrência mais comum nas gran- manchas de sangue; basta, então, rasgar a fazenda no local
des cidades, devido aos acidentes automobilísticos, e apresenta suspeito, para que se localize o ferimento;
maior índice de mortalidade em relação às demais. O primeiro - fratura do crânio, cujo diagnóstico deverá ser levantado
socorro precisa vir através de aparelho respiratório, pois os pa- quando o indivíduo, vítima de um acidente, permanece desa-
cientes podem sucumbir por asfixia. Deve-se lateralizar a ca- cordado e, sobre tudo, se ele sangra pelo ouvido ou pelo nariz;
beça, limpar-lhe a boca com o dedo protegido por um lenço e - fratura de membros, posta em evidência pela defor-
vigiar a respiração. Não se deve esquecer que o choque pode mação local, dificuldade de movimentos e dor ao menor
também ocorrer, merecendo os devidos cuidados; toque da lesão;
167
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
- fratura da coluna vertebral, quando o paciente apresen- Imobilizar as fraturas: O primeiro socorro essencial de
ta paralisia de ambos os membros inferiores que permanecem um fraturado é a sua imobilização por qualquer meio; po-
dormentes, indolores mas sem movimentos; dem-se improvisar talas com ripas de madeira, pedaço de
- choque e anemia aguda, com o paciente pálido, pulso fraco, papelão, ou, no caso de membro inferior, calha de zinco; nas
sede intensa, vista escura, suores frios e ansiedade com falta de ar; fraturas de membros superior, as tipoias são mais aconse-
- luxação, tornando-se o membro incapaz de movimentos, lháveis. Quando o paciente é fraturado de coluna, a imobi-
doloroso e deformado ao nível da junta; lização deve cingir-se ao repouso completo numa posição
- distorção, com dificuldade de movimento na articulação adequada, de preferência o decúbito dorsal com extensão
afetada, apresentando-se este bastante dolorosa e inchada; do corpo.
- queimadura, fácil de diagnóstico pela maneira que se
produziu; resta verificar a sua extensão e gravidade, o que Vigiar a respiração: É muito importante nos trauma-
pode ser orientado pela queimadura das peças do vestuário tizados observar a respiração, principalmente quando eles
que ficam carbonizadas em contato com o tegumento; no caso se encontram inconscientes. A respiração barulhenta, entre-
de queimadura generalizada, suspeitar, logo, de um estado de cortada ou imperceptível deve despertar no observador a
choque e não esquecer da alta gravidade nas crianças; suspeita de dificuldade respiratória, com a possibilidade de
- asfixia, que pode ocorrer nos traumatismos do tórax, de asfixia. Começa-se por limpar a boca do paciente de qual-
crânio, queimaduras generalizadas e traumatismo da face. Iden- quer secreção, sangue ou matéria vomitada, o que se pode
tifica-se esta condição pela coloração arroxeada da face (ciano- fazer entreabrindo a boca da vítima e colocando uma ro-
se), a dificuldade de respirar e de consciência que logo se instala. lha entre a arcada dentária a fim de, com o dedo envolvi-
do em um lenço, proceder a limpeza. Em complemento, ao
Medidas de Emergência terminar a limpeza, lateriza-se a cabeça, fecha-se a boca do
paciente segurando-lhe a cabeça um pouco para trás. Isso
Após a identificação de uma das lesões já focalizadas, po- permitirá que a respiração se faça melhor. Havendo parada
de-se seguir a seguinte orientação: respiratória, é preciso iniciar, imediatamente, a respiração ar-
tificial boca a boca ou por compressão ritmada da base do
Estancar a hemorragia (Hemostásia): Quando a hemor- tórax (16 vezes por minuto). Não se deve esquecer que a
ragia é pequena ou venenosa, é preferível fazer uma compres- ventilação do local com ar puro se torna muito importante
são sobre o ferimento, utilizando-se um pedaço de gaze, um para qualquer paciente chocado, anemiado ou asfíxico. Os
lenço bem limpo ou pedaço de algodão; sobre este curativo fraturados da mandíbula, com lesões da língua e da boca,
passa-se uma gaze ou uma tira de pano. Quando, todavia, a deverão ser colocados em decúbito ventral com a cabeça
hemorragia é abundante ou arterial, começa por improvisar um leterizada, para que a respiração se torne possível.
garrote (tubo de borracha, gravata ou cinto) que será colocado
uns quatro dedos transversos acima do ferimento, apertando- Remoção de corpos estranhos: Os ferimentos que se
se até que a hemorragia cesse. Caso o socorro médico demo- apresentam inoculados de fragmentos de roupa, pedaços
re, cada meia hora afrouxa-se o garrote por alguns segundos, de madeira etc., podem ser lavados com água fervida se o
apertando-o novamente; na hemorragia pelas narinas basta socorro médico vai tardar; no caso, porém, de o corpo es-
comprimir com o dedo, externamente, a asa do nariz; finalmen- tranho estar representado por uma faca ou haste metálica,
te, em caso de hemorragia pós-parto ou pós-aborto, deve-se que se encontra encravada profundamente, é preferível não
colocar a paciente numa posição de declive, mantendo-se o retirá-lo, pois poderá ocorrer hemorragia mortal. No caso de
quadril e os membros inferiores em nível mais elevado. Em ca- empalação, deve-se serrar a haste pela sua base e transpor-
sos excepcionais, o ferimento pode estar localizado numa re- tar o paciente para o hospital, a fim de que lá seja removido
gião difícil de se colocar um garrote; procede-se, então, pelo o corpo estranho. Quando o corpo estranho estiver preju-
método da compressão ao nível da ferida; pode-se, inclusive, dicando a respiração, como no caso dos traumatismos da
utilizar o dedo ou a mão, num caso de extrema hemorragia. boca e nariz, cumpre fazer tudo para removê-lo de modo a
Combater o choque e a anemia aguda: Começa-se por favorecer a respiração. Não se deve esquecer que os peque-
colocar o paciente, sem travesseiros ou qualquer suporte sob a nos corpos estranhos (espinhos de roseira, farpas de madei-
cabeça, mantendo ou membros inferiores em nível mais eleva- ra, espinhos de ouriço-do-mar) podem servir de veículo para
do; removem-se todas as peças do vestuário que se encontram o bacilo de tétano, o que poderá ser fatal.
molhadas, para que não se agrave o resfriamento do enfermo; Socorro ao queimado: Faz-se necessário considerar
cobre-se, em seguida, o seu corpo com cobertores ou roupas as queimaduras limitadas e as generalizadas. No primeiro
de que se dispõe no momento, a fim de aquecê-lo. A vítima caso, o socorro urgente consistirá em proteger a superfície
pode ingerir chá ou café quente se estiver consciente e sem queimada com gaze ou um pano limpo; no segundo caso,
vômitos; ao mesmo tempo, deve-se tranquilizá-la, prometen- o choque deve ser a primeira preocupação. Deve-se pensar
do-lhe um socorro médico imediato e dizendo-lhe da vanta- nele mesmo antes que se instale, cuidando logo de colocar
gem de ficar imóvel. mesmo no caso dos queimados, obser- o paciente em repouso absoluto, protegê-lo contra o res-
va-se um resfriamento das extremidades do paciente, havendo friamento, fazê-lo ingerir bebidas quentes e tranquilizá-lo.
necessidade de usar cobertores sobre o mesmo. Não convém Nesse último caso, o tratamento local ocupa um segundo
esquecer-se, também, a sobreposição de cobertores do leito; plano. Eis um resumo do tratamento local das queimaduras:
embora o aquecimento do enfermo possa tornar-se perigoso, - queimadura do 1º grau: protege-se a superfície quei-
se provocar sudorese. mada com vaselina esterilizada ou pomada analgésica;
168
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
- queimadura do 2º grau: evitar a ruptura das bolhas, fazendo Transporte do paciente: Algumas vezes é indispensável
um curativo com gaze esterilizada em que se pode estender uma transportar a vítima utilizando meios improvisados, a fim de
leve camada de pomada antisséptica ou com antibiótico; a seguir, o que se beneficie de um socorro médico adequado; em princí-
curativo precisa ser resguardado com algodão; quando a superfície pio, o leigo não deverá fazer o transporte de qualquer pacien-
queimada se acha suja com fragmentos queimados etc., torna-se te em estado aparentemente grave, enquanto estiver perden-
necessária uma limpeza com sabão líquido ou água morna fervi- do sangue, enquanto respirando mal, enfim, enquanto duas
da, utilizando-se, para isto, uma compressa de gaze; enxuga-se em condições não pareçam satisfatórias. O transporte pode por si
seguida a superfície queimada, fazendo-se um curativo com poma- só causar a morte de um paciente traumatizado. Tomando em
da acima referida; no caso de queimaduras poluídas com resíduos consideração essas observações, devem-se verificar as condi-
queimados, haverá necessidade de um antibiótico e de soro anti- ções gerais do enfermo, o veículo a ser utilizado, o tempo ne-
tetânico. A renovação do curativo só deve ser feita cinco a sete dias cessário ao transporte. Havendo meios de comunicação, será
depois, a não ser que haja inflamação, febre e dor; para retirá-lo bas- útil pedir instruções ao hospital mais próximo. Estabelecida a
ta umedecer com soro fisiológico morno ou água morna fervida; necessidade do transporte, torna-se necessário observar os
- queimadura do 3º grau: o tratamento é igual a queima- seguintes detalhes:
dura do 2º grau; o problema principal é a limpeza da superfície - remoção do paciente para o veículo, o que deverá ser
queimada, quando esta se encontra poluída por resíduos car- feito evitando aumentar as lesões existentes, sobretudo no
bonizados; neste caso, pode-se empregar sabão líquido e água caso de fratura de coluna e de membros; em casos especiais,
ou soro fisiológico mornos; o transporte pode ser feito por meio de veículos a motor, pa-
- recomendações especiais: as queimaduras do rosto e diolas e, mais excepcionalmente por avião;
partes genitais devem receber curativos de vaselina esteriliza- - veículo utilizado: deve atender, em primeiro lugar, ao
da; as queimaduras de 30% do corpo, sobretudo do tronco, e, conforto do paciente; os caminhões ou caminhonetes pres-
principalmente, na criança, estão sujeitas ao choque e mesmo à tam-se melhor a esse mister;
morte do paciente; exigem, portanto, um tratamento no hospi- - caminho a percorrer: é desnecessário encarecer a im-
tal, de preferência em serviços especializados. As complicações portância do repouso dos traumatizados, evitando abalos
mais terríveis das queimaduras são: inicialmente, o choque;
durante o transporte; pode ser necessário sustá-lo, caso as
posteriormente, as infecções, inclusive tetânica, a toxemia com
condições do enfermo se agravem;
graves distúrbios gerais, e, finalmente, as cicatrizes viciosas que
- acompanhante: a vítima deve ser acompanhada por
deformam o corpo do paciente e provocam aderências.
pessoa esclarecida que lhe possa ser útil durante a viagem;
- observação: o transporte em avião constitui um dos
Socorro aos contaminados por raiva: Os indivíduos com
ferimentos produzidos por animais com hidrofobia (cão, gato, melhores pela ausência de trepidação e maior rapidez; to-
morcego etc.) devem Ter seus ferimentos tratados de maneiro davia, a altitude pode ser nociva para pacientes gravemente
já referida no item de feridas; há, todavia, um cuidado espe- traumatizados de tórax, sobretudo se estiverem escarrando
cial na maneira de identificar a raiva no animal agressor, como sangue ou com falta de ar.
também de orientar i paciente, sem perda de tempo, para que
faça o tratamento antirrábico imediato; a rapidez do mesmo
será tanto mais imperiosa quanto maior o número de lesões 19. ASSISTÊNCIA INTEGRAL POR MEIO DO
produzidas e quanto mais próximos da cabeça tais ferimentos. TRABALHO EM EQUIPES: DE ENFERMAGEM,
MULTIPROFISSIONAL E INTERDISCIPLINAR.
Socorro ao asfixiado: Em certos tipos de traumatismo como
aqueles que atingem a cabeça, a boca, o pescoço, o tórax; os que
são produzidos por queimaduras no decurso de um incêndio; os
que ocorrem no mar, nos soterramentos etc. poderá haver dificul- A Equipe Multiprofissional
dade respiratória e o paciente corre mais risco de morrer pela asfi-
xia do que pelas lesões traumáticas. Nesse caso, a identificação da Um dos desafios para a implantação dos princípios do
dificuldade respiratória pela respiração barulhenta nos indivíduos PSF consiste em envolver os profissionais do programa, em
inconscientes, pela falta de ar de que se queixam os conscientes, amplo processo de reorientação do trabalho em saúde. O
ou ainda, pela cianose acentuada do rosto e dos lábios, servirá de foco central de atenção da equipe não é o indivíduo exclu-
guia para o socorro à vítima. A norma principal é favorecer a pas- sivamente, mas a família e seu entorno. As intervenções ne-
sagem do ar através da boca e das narinas; colocar, inicialmente, cessárias ao cuidado à saúde sustentam-se, portanto, em sa-
o paciente em decúbito ventral, com cabeça baixa, desobstruir a beres que contemplem as determinações biopsicossociais do
boca e as narinas, manter o seu pescoço em linha reta, mediante processo saúde/doença e na autonomia e responsabilidade
a projeção do queixo para trás, o que se poderá fazer tracionando dos profissionais com os usuários, famílias e comunidade. A
a mandíbula com os dedos, como se fora para manter fechada a assistência à saúde, para ter a característica central de um tra-
boca do socorrido; se houver vômitos, vira-se a cabeça da vítima balho coletivo e complexo, não pode prescindir do trabalho
para o lado até que cessem, limpando-lhe a boca em seguida. das equipes multiprofissionais.
Não se deve esquecer de colocar o paciente em ambiente de Na formação e trabalho das equipes, levam-se em con-
ventilação adequada e ar puro. A parada respiratória requer ime- ta as especificidades disciplinares - particularmente no que
diata respiração artificial, contínua e incessante, num ritmo de 16 se refere à racionalidade dominante em cada campo - as ex-
vezes por minuto, até que chegue o socorro médico, não impor- periências de formação e a inserção profissional dos sujeitos,
tando que atinja uma hora ou mais. sem esquecer a interferência do mercado no processo. Na
169
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
equipe multiprofissional, a articulação refere-se à recompo- recursos humanos de diferentes áreas profissionais no mesmo
sição de processos de trabalhos distintos e, portanto, à consi- local de trabalho, não é suficiente para garantir a atenção inte-
deração de conexões e interfaces, entre as intervenções técni- gral. Segundo os autores, na avaliação do trabalho em equipe,
cas peculiares de cada área profissional. Trabalhar em equipe assumem-se três concepções distintas, destacando os resulta-
de modo integrado significa conectar diferentes processos de dos, as relações e a interdisciplinaridade. Nos estudos de in-
trabalho, com base no conhecimento do trabalho do outro e vestigação dos resultados, a equipe é concebida como recurso
valorização da participação deste na produção de cuidados. no aumento da produtividade e da racionalidade dos serviços.
Significa construir consensos quanto aos objetivos e resulta- Os estudos que destacam as relações tomam como referência
dos a serem alcançados pelo conjunto de profissionais, bem conceitos da psicologia, analisando as equipes principalmente
como quanto à maneira mais adequada de adquiri-los. Signi- com base nas relações interpessoais e nos processo psíquicos.
fica também a utilização das interações entre os agentes en- Na vertente da interdisciplinaridade, estão os trabalhos que tra-
volvidos, com vistas ao entendimento e ao reconhecimento zem para a discussão a articulação dos saberes e a divisão do
recíproco de autoridades de saberes e da autonomia técnica. trabalho, ou seja, a especialização do trabalho em saúde.
É preciso observar como os diversos profissionais intera- Estudos recentes das equipes do PSF revelaram ausên-
gem entre si e se essa interação possibilita a construção de pro- cia de responsabilidade coletiva do trabalho e baixo grau de
jeto compartilhado por todos. Cotta et al avaliam a organização interação entre as categorias profissionais e que, apesar do
do trabalho e perfil dos profissionais de saúde inseridos no PSF, discurso de teor igualitário, os membros das equipes de saú-
componentes das ESFs, e, dentre os resultados, destaca-se a de da família mantêm representações da hierarquia entre pro-
relação entre profissionais da mesma equipe, entre profissio- fissionais e não-profissionais, nível superior e nível médio de
nais de equipes diferentes e entre profissionais e comunidade. educação, médico e enfermeiro.
Ao se perguntar sobre a relação entre profissionais da mesma Para Peduzzi, os profissionais das diferentes áreas, mé-
equipe, 71,0% a classificaram como boa, 17,85% destacaram a dicos e não-médicos tendem a reiterar as relações assimétri-
existência de cooperação entre profissionais, 7,14% revelaram a cas de subordinação, mesmo com discurso crítico acerca da
formação de subgrupos por diferenças e 3,57% afirmaram que divisão e da recomposição dos trabalhos. Todos partilham o
o relacionamento é pautado por caráter indiferente. A respei- valor comum atribuído ao modelo biomédico, deixando para
to da relação entre profissionais de equipes distintas, revela-se segundo plano os saberes e as ações de outros âmbitos da
que 67,85% dos profissionais classificam-na como boa ou coo- produção do cuidado, tais como o educativo, o preventivo,
perativa – 50% e 17,85%, respectivamente. Finalmente, em refe- o psicossocial e o comunicacional, que aparecem como pe-
rência à relação dos profissionais com a comunidade, segundo riféricos ao trabalho nuclear – assistência médica individual.
71,4% dos entrevistados, é boa, 25% consideram que é muito Desta forma, segundo a autora, é possível observar a existên-
boa e apenas 3,6% relatam-na como indiferente. cia de tensão entre fragmentação e integração do processo
É importante estabelecer aqui a distinção entre interdisci- de trabalho, com tendência de isolamento dos profissionais
plinariedade e multiprofissionalidade. De acordo com Peduzzi em suas especialidades e competências. Então, a multiprofis-
a interdisciplinaridade diz respeito à produção do conheci- sionalidade por si não é condição suficiente para garantir a
mento, com caráter epistemológico. Relaciona-se à integra- recomposição dos trabalhos, uma vez parcelados, em direção
ção de várias disciplinas e áreas do conhecimento. A multi- de atenção holística, integral. Como salientam Schraiber et al.,
profissionalidade, por sua vez, diz respeito à atuação conjunta a eficiência e a eficácia dos serviços, nesta perspectiva, reque-
de várias categorias profissionais, ou seja, diferentes áreas rem modalidade de trabalho em equipe que traduza forma de
atuando conjuntamente, no foco de interesse da investiga- conectar as diferentes ações e os distintos profissionais.
ção. O trabalho em equipe multiprofissional, segundo Peduzzi Como sugestão para reversão dos problemas do trabalho
e Palma e Peduzzi, consiste na modalidade de trabalho cole- das ESFs, Barboza e Fracolli propõem um mecanismo geren-
tivo que se configura na relação recíproca entre as múltiplas cial (fluxograma analisador) que permite às equipes verificar
intervenções técnicas e a interação dos agentes de diferentes o andamento das ações, levando à resolução dos conflitos
áreas profissionais. Por meio da comunicação, ou seja, da me- internos. O “fluxograma analisador” constitui instrumento de
diação simbólica da linguagem, dá-se a articulação das ações análise, que interroga o “para que”, o “que” e o “como” dos
multiprofissionais e a cooperação. processos de trabalho, o que é feito em reuniões grupais. Afir-
Peduzzi observa a distinção entre duas noções de equipe: mam que o procedimento leva a serviços mais descentrados
a equipe como agrupamento de agentes e a equipe como in- da lógica medicocêntrica além de atuar sobre as disputas en-
tegração dos trabalhos. A primeira noção é caracterizada pela tre os diferentes profissionais dos serviços de saúde.
fragmentação e a segunda pela articulação consoante a pro- A saúde pública historicamente passa por várias fases de
posta da integralidade das ações de saúde. Ainda segundo a evolução, tendo o desafio de manter qualidade para uma
autora, a proposta do trabalho em equipe tem sido veiculada superpopulação, na sua maioria carente. A implantação do
como estratégica para enfrentar o intenso processo de especia- Sistema Único de Saúde (SUS) ocorrida em 1988, vem com a
lização da área da saúde, e o trabalho em equipe na saúde da proposta de enfrentar esse desafio, enfocando a saúde como
família, requer a compreensão das várias disciplinas para lidar um direito da humanidade no atendimento ao usuário dos
com a complexidade, atenção primária, a qual toma a saúde serviços públicos de saúde. Segundo o Ministério da Saúde,
no contexto pessoal, familiar e social, bem como a promoção “na verdade, o SUS representa a materialização de uma nova
da saúde, prevenção e reabilitação, trazendo a intersetorialida- concepção acerca da saúde em nosso país. Antes a saúde era
de como parceira na resolutividade dos problemas de saúde. entendida como o Estado de não-doença, o que fazia com
Nesse contexto, Schraiber et al. afirmam que a mera locação de que toda lógica girasse em torno da cura de agravos à saúde”.
170
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
A sociedade brasileira tem lutado para garantir o direito Essa proposta aspira pelo nascimento de uma nova imagem
de assistência à saúde para todos. Dentre várias ações empre- profissional responsável pela efetiva promoção da saúde, ao
gadas, merece destaque o Programa Saúde da Família (PSF), considerar o paciente em sua integridade física, psíquica e social
criado em 1994 pelo Ministério da Saúde (MS), com o propó- e não somente sob o ponto de vista biológico. Essa sensibiliza-
sito de ser “a estratégia para modificar o modelo assistencial ção e sua aplicação na prática tornam-se o maior desafio para a
vigente. Por isso, sua compreensão só é possível através da biomedicina do século XXI. No momento encontramos os pro-
mudança do objetivo de atenção, forma de atuação e organi- fissionais de saúde despreparados para este novo desafio.
zação geral dos serviços, reorganizando a prática assistencial O Ministro de Estado da Saúde, em Portaria de fevereiro de
em novas bases e critérios”. O PSF valoriza os princípios da ter- 2004, institui a Política Nacional de Educação Permanente em
ritorialidade, de vinculação com a população, de garantia de Saúde como estratégia do SUS para a formação e o desenvol-
integralidade na atenção, de trabalho em equipe com enfoque vimento de trabalhadores para o setor de saúde. Através dessa
multidisciplinar, com ênfase na promoção da saúde com forta- portaria cria o Polo de Educação Permanente em Saúde, com
lecimento das ações intersetoriais, estimulando a participação a função de identificar necessidades de formação e de desen-
da comunidade, apostando no “estabelecimento de vínculo e volvimento dos trabalhadores de saúde e construir estratégias
na criação de laços de compromisso e de co-responsabilidade e processos que qualifiquem a atenção e a gestão em saúde e
entre profissionais de saúde e a população”. fortaleçam o controle social no setor na perspectiva de produzir
A estratégia do PSF prioriza as ações de prevenção, pro- impacto positivo sobre a saúde individual e coletiva.
moção e recuperação da saúde das pessoas de forma integral
e contínua. O atendimento é prestado na unidade básica de
saúde ou no domicílio, pelos profissionais (médicos, enfer-
meiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de 20. ENSINO AO PACIENTE COM VISTAS AO
saúde) que compõem as equipes de saúde da família. Assim, AUTOCUIDADO: PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA
esses profissionais e a população acompanhada criam vínculos SAÚDE.
de corresponsabilidade, o que facilita a identificação e o aten-
dimento aos problemas de saúde da comunidade. Esse pro-
grama traz um novo conceito de relacionamento humano na Promoção de Saúde
saúde pública. O PSF, através das equipes multiprofissionais,
A promoção de saúde envolve, segundo Cerqueira (1997),
busca um trabalho democrático, participativo e de respeito às
duas dimensões: a conceitual – princípios, premissas e conceitos
diferenças; lidando com as questões dos preconceitos e pre-
que sustentam o discurso da promoção de saúde - e a meto-
concepções dos trabalhadores de saúde em relação aos usuá-
dológica – que se refere às práticas, planos de ação, estratégias,
rios, desconstruindo a relação poder/saber, apoiando a equipe
formas de intervenção e instrumental metodológico.
na análise das implicações inerentes à própria relação de aten-
Apesar de ainda persistirem controvérsias na definição da pro-
dimento, no estabelecimento de vínculo e responsabilização,
moção de saúde e confusões relativas a seus limites conceituais com
que tem se mantido escondido atrás do trabalho técnico. a prevenção, desde a década de 1980 muitos autores vêm procu-
Assim como o corpo humano necessita de cérebro per- rando desenvolver, clarificar e disseminar o discurso da promoção.
mitindo o intelecto e o conhecimento, os músculos gerando Contudo, como bem expressam Labonte (1996a), Cerqueira
força, a pele produzindo beleza e proteção, o estômago e in- (1997) e Mello et al. (1998), o mesmo não pode ser dito quanto à
testinos levando nutrição e o coração e pulmões transportan- dimensão metodológica da promoção. Apesar de os princípios
do energia, é necessário algo mais para este corpo ter vida. É estarem razoavelmente desenvolvidos, permanece a dificuldade
preciso algo que determine a diferença entre a máquina e seu de traduzi-los em práticas coerentes, a ponto de as raras práti-
criador: o ser humano. Essa diferença é o que nos motiva a cas que privilegiam a “nova promoção de saúde” se encontra-
pensar, a comer, a andar, a respirar e a viver. É algo superior que rem ainda dispersas e desarticuladas.
existe dentro de nós. É a nossa alma. Alma que faz com que Preocupados com essa lacuna, analisamos experiências pú-
se exteriorize a nossa humanidade, através da solidariedade, blicas de intervenção no nível local com o objetivo de descrever o
da escuta, do cuidado, da ajuda e do amor. Esta exteriorização modo pelo qual os sete princípios da promoção de saúde, defini-
ocorre devido ao outro, caracterizando o vínculo que é forma- dos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), se encontravam
do e conquistado entre pessoas, com alma, para produzir um operacionalizados. Elaboramos perguntas que nos conduziram
vínculo afetivo com responsabilidade. durante a investigação: nas experiências estudadas, é possível
Para Campos, “o vínculo com os usuários dos serviços de identificar os princípios de promoção de saúde sedimentados
saúde amplia a eficácia das ações de saúde e favorece a partici- nos documentos da OMS? Eles se mostraram operacionalizáveis?
pação do usuário durante a prestação do serviço”. Esse espaço Esses princípios se consubstanciaram em práticas e políticas con-
deve ser utilizado para a construção de sujeitos autônomos, tan- sistentes? De que forma os governos locais têm incorporado es-
to profissionais quanto pacientes. Não há construção de vínculo ses princípios em suas ações, programas e políticas?
sem que o usuário seja reconhecido na condição de sujeito, que Num contexto no qual está em evidência a busca de mode-
fala, julga e deseja. Merhy afirma que “relação humanizada da los de atenção à saúde que extrapolem a assistência médico-cu-
assistência, que promove a acolhida dá-se sob dois enfoques: rativa, a promoção ganha destaque no campo da saúde pública.
o do usuário e o do trabalhador”. Na necessidade que o PSF Ela resgata a concepção da saúde como produção social e bus-
atinja seu objetivo, expressa-se a proposta de um processo de ca desenvolver políticas públicas e ações de âmbito coletivo que
humanização dos profissionais, na relação profissional/usuário. extrapolem inclusive o enfoque de risco (campo da prevenção).
171
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
Acreditamos que a discussão conceitual dos princípios da cio-políticas e econômicas ficam desatreladas, mascaradas; os go-
promoção de saúde aqui conduzida permite esclarecer sua vernos e os formuladores de políticas são desresponsabilizados e
definição e marcar sua distinção com relação às práticas pre- a “culpa” pela situação de saúde recai no indivíduo. A autora pros-
ventivas. Ainda, o estudo da operacionalização de seus princí- segue a crítica ao destacar o custo elevado e os baixos resultados
pios contribui para o desenvolvimento da dimensão metodo- das campanhas de marketing social realizadas na década de 1980.
lógica da promoção, permitindo avançar sua retórica. Entre os três principais “paradigmas” caracterizadores dos proble-
As origens e concepções da promoção de saúde Intima- mas de saúde apontados por Labonte (1996a), o terceiro enfoque
mente relacionada à vigilância à saúde e a um movimento indica uma retomada da concepção original de promoção defen-
de crítica à medicalização do setor, a promoção de saúde su- dida por Sigerist (apud Pereira et al., 2000).
põe uma concepção que não restrinja a saúde à ausência de No primeiro grupo estariam os problemas “médicos”, basea-
doença, mas que seja capaz de atuar sobre seus determinan- dos na existência da doença e cujas ações são voltadas ao trata-
tes. Incidindo sobre as condições de vida da população, ex- mento dos sintomas, à erradicação das doenças e prevenção ao
trapola a prestação de serviços clínico-assistenciais, supondo agravamento do processo. O segundo agrupamento, referente
ações intersetoriais que envolvam a educação, o saneamento aos problemas de Saúde Pública, se encarregaria da prevenção,
básico, a habitação, a renda, o trabalho, a alimentação, o meio baseando-se na conduta e na promoção de comportamentos
ambiente, o acesso a bens e serviços essenciais, o lazer, entre saudáveis, como a prevenção do hábito de fumar. O terceiro grupo
outros determinantes sociais da saúde. responderia pelos problemas “socioambientais”, visando à criação
A expressão “promoção de saúde” foi usada pela primei- de entornos físicos e sociais que favoreçam a saúde e o bem-estar
ra vez em 1945 pelo canadense Henry Sigerist (Pereira et al., dos indivíduos. Suas ações destinam-se a mudanças sociais e fun-
2000). O médico historiador definiu quatro tarefas essenciais damentam-se no trabalho comunitário, envolvem medidas políti-
à Medicina: a promoção de saúde, a prevenção de doenças, cas e não dependem somente dos profissionais da saúde.
o tratamento dos doentes e a reabilitação, afirmando que
“la salud se promueve proporcionando condiciones de vida Equipamento de Proteção Individual - EPI: é todo dispositi-
decentes, buenas condiciones de trabajo, educación, cultura vo de uso individual, destinado à proteção de uma pessoa.
física y descanso” (Sigerist apud Terris, 1992, p.38). Quando usar o EPI:
Terris (1992) ressalta que esta definição original da pro- - Quando não for possível eliminar o risco por outras medi-
moção, que enfatiza os “fatores gerais” de determinação da das ou equipamentos deproteção coletiva.
saúde, difere da concepção difundida pelo Informe Lalonde, - Quando for necessário complementar a proteção coletiva.
de 1974, que privilegiou os “fatores particulares”. - Em trabalhos eventuais ou emergenciais.
Apesar disso, este relatório foi tido como um marco histó- - Em exposição de curto período.
rico no campo da Saúde Pública, por questionar oficialmente
o impacto e o custo elevado dos cuidados médicos na saúde Como escolher o EPI:
(Fundação Oswaldo Cruz, 2000). Lalonde destacara a limita- A escolha do EPI deve ser feita por pessoal especializado,
ção das ações centradas na assistência médica, insuficientes conhecedor não só doequipamento, como também das condi-
para atuar sobre os grupos de determinantes originais da ções em que o trabalho é executado.
saúde identificados por ele: os biológicos, os ambientais e É preciso conhecer também o tipo de risco, a parte do cor-
os relacionados aos estilos de vida. Propusera, então, ampliar po atingida, as características equalidades técnicas do EPI, se
o campo de atuação da Saúde Pública, priorizando medidas possui Certificado de Aprovação - CA do Ministério doTrabalho
preventivas e programas educativos que trabalhassem com e Emprego e, principalmente, o grau de proteção que o equipa-
mudanças comportamentais e de estilos de vida. mento deveráproporcionar.
As repercussões do Relatório Lalonde podem ser identi-
ficadas na concepção orientadora das práticas de promoção A NR-6 (Norma Regulamentadora número 06) de autoria
de saúde ao longo da década de 1970 que, em sua maioria, do Ministério do Trabalho e Emprego elenca as diretrizes essên-
tiveram seu foco restrito à modificação de hábitos, estilos de cias acerca dos equipamentos de proteção individual.
vida e comportamentos individuais não saudáveis, entre os
quais o fumo, a obesidade, a promiscuidade sexual e o abu- QUESTÕES
so de substâncias psicoativas. Tal abordagem centrava-se na
prevenção de doenças crônico-degenerativas, problema prio- 1. Sobre a respiração, um ato vital para os seres vivos, é
ritário nos países desenvolvidos. correto afirmar que:
A exemplo de outros intelectuais da Saúde Pública, La- A ( ) A dispneia, respiração difícil ou trabalhosa, é fre-
bonte (1996a) critica tal concepção de promoção de saúde re- quente nas patologias pulmonares e cardíacas;
lativa aos hábitos particulares, explicitando que se tratava de B ( ) A ortopneia é a capacidade de se respirar facilmen-
uma tentativa de contenção de custos da atenção às doenças. te, em decúbito dorsal, utilizando-se de equipamentos;
A prescrição de certos comportamentos individuais é criticada C ( ) A cianose ou coloração azulada de pele é a primeira
inclusive pela OMS (WHO, 1984), que afirma que seria um tipo manifestação clínica de suprimento inadequado de oxigênio;
de abordagem contrário aos princípios da promoção de saúde. D ( ) A dor torácica do tipo aguda só é sentida do lado
Cerqueira (1997), além de apontar o alcance limitado de tal oposto àquele em que se iniciou o processo patológico;
enfoque, destaca a responsabilização individual e a culpabilização E ( ) A cianose periférica, exteriorizada pela coloração
consequentes a essa abordagem. Ao considerar os indivíduos azulada das unhas, significa um problema sistêmico central.
como exclusivos responsáveis pela saúde, as determinações só-
172
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
2. A escala de coma de Glasgow é bastante utilizada 8. As vacinas que podem ser conservadas a uma tempe-
em alguns pacientes gravemente enfermos. Essa escala ratura de -20°C são:
tem a finalidade de: A ( ) Antiamarílica e antitetânica;
A ( ) Avaliar nível de consciência, por abertura ocular, B ( ) Anti-sarampo e antipólio;
melhor resposta verbal e melhor resposta motora, além de C ( ) DPT e antitetânica;
só ser realizada por enfermeiros com especialização em D ( ) Antirrábica e antissarampo;
neurologia e neurocirurgiões; E ( ) Antipolio e BCG.
B ( ) Avaliar nível de coma, por abertura ocular, melhor
resposta verbal e melhor resposta motora, com exames 9. Dos sinais a seguir, qual deles é utilizado para avalia-
complementares como o Doppler e o ECG; ção da rigidez de nuca:
C ( ) Avaliar nível de consciência, por abertura ocular, A ( ) Kerning;
melhor resposta verbal e melhor resposta motora; B ( ) Babinski;
D ( ) Avaliar nível de coma, por abertura ocular, melhor C ( ) Hoffman;
resposta verbal e resposta dolorosa e resposta olfativa; D ( ) Leopold;
E ( ) Avaliar nível de coma, por abertura ocular, melhor E ( ) Mayo.
resposta verbal acompanhado de exames complementares.
10. Como parâmetro mais importante, que expressa o
3. De acordo com a classificação de Spauding, o que nível de saúde de uma população, tem-se o coeficiente de:
é limpeza? A ( ) Virulência;
A ( ) Processo que visa à remoção de sujidade somente B ( ) Letalidade;
em artigos críticos; C ( ) Incidência;
B ( ) Processo que visa à remoção de sujidade somente D ( ) Mortalidade;
em artigos semicríticos; E ( ) Morbimortalidade.
C ( ) Processo que visa à remoção de sujidade visível e,
por conseguinte, à diminuição da carga microbiana;
11. Os imunobiológicos são conservados nos diversos
D ( ) Processo que visa à remoção de sujidade, somente
níveis da rede de frio em temperaturas específicas, que le-
em artigos não críticos;
vam em conta os antígenos e os adjuvantes utilizados na
E ( ) Processo que visa à remoção de sujidade, somente
sua preparação. No nível local (centros, postos de saúde e
em artigos críticos e não críticos.
ambulatórios), os imunobiológicos devem ser mantidos em:
A ( ) Freezer com temperatura entre -8°C e -2°C;
4. O período de transmissibilidade do sarampo é maior:
A ( ) Na fase exantemática; B ( ) Refrigerador com temperatura entre -4°C e +8°C;
B ( ) Em toda a evolução da doença; C ( ) Freezer com temperatura controlada de acordo
C ( ) Do período prodrômico até 4 dias de erupção; com a vacina;
D ( ) Nas primeiras 24 horas; D ( ) Refrigerador com temperatura entre +2°C e +8°C;
E ( ) Nas 4 primeiras semanas. E ( ) Refrigerador com temperatura controlada de acor-
do com a vacina.
5. Para ajudar no combate e prevenção da solitária,
quando um agente de saúde pública visita uma casa, deve 12. Com a finalidade de aumentar a proteção dos conta-
observar se no local existem: tos intradomiciliares dos portadores de hanseníase, deve-se
A ( ) Riachos com caramujos; administrar a vacina BCG-ID. No entanto, é contraindicada em:
B ( ) Montes de madeiras podres; A ( ) Existência de cicatriz vacinal;
C ( ) Latas com água estagnada; B ( ) Gestante;
D ( ) Animais domésticos não vacinados; C ( ) Crianças abaixo de 5 anos;
E ( ) Porcos criados sem cuidados higiênicos. D ( ) Idosos acima de 65 anos;
E ( ) Pessoas já reatoras à prova tuberculina.
6. A leitura do teste de Mitsuda deverá ser feita entre
quais dias? 13. As ações e serviços públicos de saúde integram uma
A ( ) 5.º e 10.º dia; rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema
B ( ) 10.º e 15.º dia; único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
C ( ) 15.º e 20.º dia; A ( ) Descentralização, atendimento integral, participa-
D ( ) 21.º e 28.º dia; ção da comunidade;
E ( ) 30.º e 40.º dia. B ( ) Centralização, atendimento integral, participação da
comunidade;
7. O estreptococo hemolítico é o agente causador da: C ( ) Centralização, atendimento setorial, participação
A ( ) Difteria; dos setores públicos;
B ( ) Rubéola; D ( ) Descentralização, atendimento setorial, participa-
C ( ) Varicela; ção dos serviços públicos;
D ( ) Varíola; E ( ) Centralização, atendimento integral, participação
E ( ) Escarlatina. dos serviços de saúde.
173
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro
14. A prova-padrão utilizada para identificar indivíduo 20. A urina é composta de água, sódio, potássio, cloro,
infectado com o bacilo da tuberculose é o teste: bicarbonato e produtos de degradação final do metabo-
A ( ) Cutâneo de histoplasmina; lismo, e os mais importantes são estes listados a seguir,
B ( ) Mantoux; EXCETO:
C ( ) VDRL; A ( ) Ureia;
D ( ) De soroaglutinação; B ( ) Creatinina;
E ( ) Intradérmico BCG. C ( ) Ácido úrico;
D ( ) Glicose;
15. Lavar as mãos entre o cuidado de um e outro pa- E ( ) Fosfatos.
ciente é importante para:
A ( ) Manter a higiene das mãos; 21. Assinale a alternativa CORRETA. Dos cuidados de
B ( ) Evitar autocontaminação; enfermagem para uma urografia excretora, podemos citar,
C ( ) Não contaminar o material; EXCETO:
D ( ) Evitar a infecção entre os pacientes; I. Ingestão de laxante na véspera.
E ( ) Evitar a infecção cruzada e a autocontaminação. II. Restrição hídrica na véspera.
III. Aumento da ingestão hídrica na véspera.
16. Da instalação do (DM) Diabete Melitus ocorrem vá- IV. Verificar alergia ao contraste do exame.
rios desarranjos orgânicos nos sistemas. No sistema renal,
o mais perceptível é: A ( ) I, apenas;
A ( ) Nictúria; B ( ) II, apenas;
B ( ) Poliúria; C ( ) III, apenas;
C ( ) Hematúria; D ( ) IV, apenas;
D ( ) Disúria; E ( ) I e II, apenas.
E ( ) Anúria.
22. A integridade da função pleural depende do des-
lizamento de ambos os folhetos, tanto o visceral quanto o
17. Esclerose múltipla é definida como um distúrbio
parietal. Esse deslizamento é facilitado por uma pequena
do SNC (sistema nervoso central) relacionado à diminui-
quantidade de líquido entre os folhetos, composto de:
ção da função dos nervos cranianos pela cicatrização no
A ( ) Água, vitaminas e proteínas;
revestimento das células nervosas. São sinais e sintomas de
B ( ) Água, vitaminas e sódio;
esclerose múltipla, EXCETO:
C ( ) Água, eletrólitos e proteínas;
A ( ) Fraqueza, paralisia;
D ( ) Eletrólitos, vitaminas e proteínas;
B ( ) Atenção aumentada; E ( ) Eletrólitos, proteínas e minerais.
C ( ) Espasmos musculares;
D ( ) Parestesia; 23. O pico de ação da insulina NPH é:
E ( ) Visão dupla. A ( ) De 6 a 12 horas;
B ( ) De 6 a 10 horas;
18. O sistema nervoso periférico é formado por uma C ( ) De 8 a 12 horas;
rede de ramificações de nervos que atingem toda a ex- D ( ) De 12 horas;
tensão corpórea. Alguns dos nervos periféricos nascem na E ( ) De 24 horas.
base do próprio encéfalo e o restante são nervos espinhais.
Os nervos da base do encéfalo são nervos cranianos e são 24. Caso a prescrição médica seja de 500 ml de soro
denominados de: fisiológico, para correr em 6 horas, você deverá instalar o
A ( ) 8 pares; soro com gotejamento aproximado de:
B ( ) 9 pares; A ( ) 10 gotas ou 60 microgotas;
C ( ) 10 pares; B ( ) 28 gotas ou 84 microgotas;
D ( ) 11 pares; C ( ) 50 gotas ou 100 microgotas;
E ( ) 12 pares. D ( ) 60 gotas ou 240 microgotas;
E ( ) 83 gotas ou 210 microgotas.
19. Meningite é uma inflamação das meninges. As cau-
sas mais comuns são as infecções bacterianas ou virais, que
se disseminam para o cérebro ou para a medula espinhal
pela corrente sanguínea. São exemplos de meningite bac- Respostas: 01-A / 02-C / 03-C / 04-C / 05-E / 06-D
teriana, EXCETO: / 07-E / 08-B / 09-A / 10-D / 11-D / 12-D / 13-A / 14-B
A ( ) Meningite criptocócica; / 15-E / 16-B / 17-B / 18-E / 19-A / 20-D / 21-C / 22-C /
B ( ) Meningite meningocócica; 23-C / 24-B
C ( ) Meningite pneumocócica;
D ( ) Meningite por H. influenza;
E ( ) Meningite por Gram-negativo.
174