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Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares

EMSERH-MA
Enfermeiro
Edital Nº 03 - EMSERH – Área Assistencial, de 11 de Dezembro de 2017

DZ050-2017
DADOS DA OBRA

Título da obra: Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares- EMSERH-MA

Cargo: Enfermeiro

(Baseado no Edital Nº 03 - EMSERH – Área Assistencial, de 11 de Dezembro de 2017)

• Língua Portuguesa
• Raciocínio Lógico e Matemático
• Legislação Aplicada à EMSERH
• Legislação Aplicada ao SUS
• Conhecimentos Específicos

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Diagramação
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes

Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira

Capa
Joel Ferreira dos Santos

Editoração Eletrônica
Marlene Moreno
APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

Língua Portuguesa

1. Interpretação de texto: informações literais e inferências possíveis; ponto de vista do autor; significação contextual de
palavras e expressões; relações entre ideias e recursos de coesão; figuras de estilo................................................................... 01
2. Conhecimentos linguísticos: ortografia: emprego das letras, divisão silábica, acentuação gráfica, encontros vocálicos
e consonantais, dígrafos; classes de palavras: substantivos, adjetivos, artigos, numerais, pronomes, verbos, advérbios,
preposições, conjunções, interjeições: conceituações, classificações, flexões, emprego, locuções. Sintaxe: estrutura da
oração, estrutura do período, concordância (verbal e nominal); regência (verbal e nominal); crase, colocação de prono-
mes; pontuação......................................................................................................................................................................................................... 13

Raciocínio Lógico e Matemático

Resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos, porcentagens, sequência (com números, com figuras, de pala-
vras)................................................................................................................................................................................................................................ 01
Raciocínio logico-matemático: proposições, conectivos equivalências e implicação lógica, argumentos validos............ 38

Legislação Aplicada à EMSERH

1. Lei Estadual nº 9.732, de 19 de dezembro de 2012 e suas alterações........................................................................................... 01


2. Regimento interno da EMSERH. ................................................................................................................................................................... 02
3. Decreto estadual nº 28.889, de 21 de fevereiro de 2013..................................................................................................................... 10

Legislação Aplicada ao SUS

1. Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) –
princípios, diretrizes e arcabouço legal. ......................................................................................................................................................... 01
2. Controle social no SUS. .................................................................................................................................................................................... 05
3. Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde. ....................................................................................................................... 10
4. Constituição Federal, artigos de 194 a 200. ............................................................................................................................................. 13
5. Lei Orgânica da Saúde ‐ Lei no 8.080/1990, Lei no 8.142/1990 e Decreto Presidencial no 7.508, de 28 de junho de
2011. ............................................................................................................................................................................................................................. 15
6. Determinantes sociais da saúde. .................................................................................................................................................................. 28
7. Sistemas de informação em saúde............................................................................................................................................................... 29
SUMÁRIO

Conhecimentos Específicos

1. Fundamentos do Exercício da Enfermagem. ............................................................................................................................................ 01


2. Lei do Exercício Profissional (Lei n.°7.498/1986– Regulamentada pelo Decreto 94.406/1987). Código de Ética e Deon-
tologia de Enfermagem – análise crítica. ....................................................................................................................................................... 15
3. Bioética. .................................................................................................................................................................................................................. 17
4. Processo Social de Mudança das Práticas Sanitárias no SUS e na Enfermagem. ...................................................................... 18
5. Administração dos Serviços de Enfermagem. ......................................................................................................................................... 19
6. Normas, Rotinas e Manuais – elaboração e utilização na enfermagem. ...................................................................................... 19
7. Enfermeiro como líder e agente de mudança. ........................................................................................................................................ 23
8. Concepções teórico-práticas da Assistência de Enfermagem. ......................................................................................................... 24
9. Sistematização da Assistência de Enfermagem. ..................................................................................................................................... 27
10. Política Nacional de Atenção às Urgências. ........................................................................................................................................... 28
11. Assistência de enfermagem em nível ambulatorial. ........................................................................................................................... 89
12. Normas do Ministério da Saúde para atuação: programa nacional de imunizações, programas da mulher, da criança,
do adolescente, do idoso, para DST e AIDS, para hanseníase, para pneumologia sanitária, para hipertensão e de diabé-
tico. .............................................................................................................................................................................................................................109
13. Planejamento da assistência de enfermagem. ...................................................................................................................................142
14. Processo de enfermagem teoria e prática. ‐ .......................................................................................................................................142
15. Consulta de enfermagem. ..........................................................................................................................................................................145
16. Medidas de higiene e de segurança nos serviços de enfermagem. ..........................................................................................145
17. Emergências clínico‐cirúrgicas e a assistência de enfermagem. .................................................................................................152
18. Primeiros socorros. ........................................................................................................................................................................................157
19. Assistência integral por meio do trabalho em equipes: de enfermagem, multiprofissional e interdisciplinar. .........169
20. Ensino ao paciente com vistas ao autocuidado: promoção e prevenção da saúde..............................................................171
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Interpretação de texto: informações literais e inferências possíveis; ponto de vista do autor; significação contextual de
palavras e expressões; relações entre ideias e recursos de coesão; figuras de estilo.................................................................. 01
2. Conhecimentos linguísticos: ortografia: emprego das letras, divisão silábica, acentuação gráfica, encontros vocálicos
e consonantais, dígrafos; classes de palavras: substantivos, adjetivos, artigos, numerais, pronomes, verbos, advérbios,
preposições, conjunções, interjeições: conceituações, classificações, flexões, emprego, locuções. Sintaxe: estrutura da
oração, estrutura do período, concordância (verbal e nominal); regência (verbal e nominal); crase, colocação de prono-
mes; pontuação......................................................................................................................................................................................................... 13
LÍNGUA PORTUGUESA

Condições básicas para interpretar


1. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO:
INFORMAÇÕES LITERAIS E INFERÊNCIAS Fazem-se necessários:
POSSÍVEIS; PONTO DE VISTA DO AUTOR; - Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros
SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS literários, estrutura do texto), leitura e prática;
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
E EXPRESSÕES; RELAÇÕES ENTRE IDEIAS
texto) e semântico;
E RECURSOS DE COESÃO; FIGURAS DE ESTILO.
Observação – na semântica (significado das palavras)
incluem--se: homônimos e parônimos, denotação e cono-
Interpretação de Texto tação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
gem, entre outros.
É muito comum, entre os candidatos a um cargo públi- - Capacidade de observação e de síntese e
co, a preocupação com a interpretação de textos. Por isso, - Capacidade de raciocínio.
vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento
de responder às questões relacionadas a textos. Interpretar X compreender

Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- Interpretar significa


nadas entre si, formando um todo significativo capaz de - Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar - Através do texto, infere-se que...
e decodificar ). - É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz
ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando con- Compreender significa
dições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente
A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que está escrito.
- o texto diz que...
o relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma
- é sugerido pelo autor que...
frase for retirada de seu contexto original e analisada se-
- de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
paradamente, poderá ter um significado diferente daquele
ção...
inicial.
- o narrador afirma...
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe-
Erros de interpretação
rências diretas ou indiretas a outros autores através de ci-
tações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência
de erros de interpretação. Os mais frequentes são:
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma - Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do con-
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia texto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
ou fundamentações, as argumentações, ou explicações,
que levem ao esclarecimento das questões apresentadas - Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção
na prova. apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um con-
junto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: entendimento do tema desenvolvido.

- Identificar – é reconhecer os elementos fundamen- - Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias con-
tais de uma argumentação, de um processo, de uma época trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais cadas e, consequentemente, errando a questão.
definem o tempo). Observação - Muitos pensam que há a ótica do es-
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança critor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa
ou de diferenças entre as situações do texto. prova de concurso, o que deve ser levado em consideração
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado é o que o autor diz e nada mais.
com uma realidade, opinando a respeito.
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secun- Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
dárias em um só parágrafo. relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras pala- Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
vras. pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono-
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se
vai dizer e o que já foi dito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den-
-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando peque-
verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer nas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor capaz de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.
cedente. (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja-
Os pronomes relativos são muito importantes na in- neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que reduzido no qual o menino detém sua atenção é
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, (A) fresta.
a saber: (B) marca.
(C) alma.
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- (D) solidão.
te, mas depende das condições da frase. (E) penumbra.
- qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa) 2-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois PE/2012)
o objeto possuído. O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a
- como (modo) totalidade do universo, toda a sociedade, a história, a con-
- onde (lugar) cepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo,
quando (tempo) que se estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É,
quanto (montante) de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em
todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do
Exemplo: mundo.
Falou tudo QUANTO queria (correto) Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo:
aparecer o demonstrativo O ). Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações).

Dicas para melhorar a interpretação de textos Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente tex-
tual “O riso”.
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do ( ) CERTO ( ) ERRADO
assunto;
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa 3-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010)
a leitura; Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atin-
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto giu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge
pelo menos duas vezes; uma explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e
- Inferir; generalizado de energia no final de 2009.
- Voltar ao texto quantas vezes precisar; Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elé-
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do trica (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa es-
autor; tatal Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor 900 km que separam Itaipu de São Paulo.
compreensão; Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de in-
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de vestimentos e também erros operacionais conspiraram para
cada questão; produzir a mais séria falha do sistema de geração e distri-
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. buição de energia do país desde o traumático racionamento
de 2001.
Fonte: Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adapta-
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu- ções).
gues/como-interpretar-textos Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas
QUESTÕES do texto acima apresentado, julgue os próximos itens.
A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18
1-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo.
FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à ques- ( ) CERTO ( ) ERRADO
tão, considere o texto abaixo.
A marca da solidão 4-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de Um carteiro chega ao portão do hospício e grita:
paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a — Carta para o 9.326!!!
testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está
penumbra na tarde quente. em

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LÍNGUA PORTUGUESA

branco, e um outro pergunta: Férias na Ilha do Nanja


— Quem te mandou essa carta?
— Minha irmã. Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as
— Mas por que não está escrito nada? malas nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo
— Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando! faz, pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas,
Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com fissuras* – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre
adaptações). as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...
Meus amigos partem para as suas férias, cansados de
O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da contra-
acima decorre mão; enfim, cansados, cansados de serem obrigados a viver
A) da identificação numérica atribuída ao louco. numa grande cidade, isto que já está sendo a negação da
própria vida.
B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a
E eu vou para a Ilha do Nanja.
carta no hospício.
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as
C) do fato de outro louco querer saber quem enviou férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio
a carta. cresce como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já es-
D) da explicação dada pelo louco para a carta em bran- tou vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, e a
co. moça à janela a namorar um moço na outra janela de outra
E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele. ilha.
(Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende.
5-) (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR – FGV Adaptado)
PROJETOS/2010)
*fissuras: fendas, rachaduras
Painel do leitor (Carta do leitor)
6-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
– VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descrever a
Resgate no Chile
maneira como se preparam para suas férias, a autora mos-
tra que seus amigos estão
Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de (A) serenos.
salvamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo (B) descuidados.
de uma mina de cobre e ouro no Chile. (C) apreensivos.
Um a um os mineiros soterrados foram içados com (D) indiferentes.
sucesso, mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cum- (E) relaxados.
primentando seus companheiros de trabalho. Não se pode
esquecer a ajuda técnica e material que os Estados Unidos, 7-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
Canadá e China ofereceram à equipe chilena de salvamen- – VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar
to, num gesto humanitário que só enobrece esses países. E, que, assim como seus amigos, a autora viaja para
também, dos dois médicos e dois “socorristas” que, demons- (A) visitar um lugar totalmente desconhecido.
trando coragem e desprendimento, desceram na mina para (B) escapar do lugar em que está.
ajudar no salvamento. (C) reencontrar familiares queridos.
(D) praticar esportes radicais.
(Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – pai-
(E) dedicar-se ao trabalho.
nel do leitor – 17/10/2010)
8-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
Considerando o tipo textual apresentado, algumas ex- – VUNESP/2013) Ao descrever a Ilha do Nanja como um
pressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor lugar onde, “à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio
diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem cresce como um bosque” (último parágrafo), a autora su-
ser encontradas nos trechos a seguir, EXCETO: gere que viajará para um lugar
A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...” (A) repulsivo e populoso.
B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma (B) sombrio e desabitado.
mina de cobre e ouro no Chile.” (C) comercial e movimentado.
C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...” (D) bucólico e sossegado.
D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.” (E) opressivo e agitado.
E) “... demonstrando coragem e desprendimento, des- 9-) (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013)
ceram na mina...” Grandes metrópoles em diversos países já aderiram. E
o Brasil já está falando sobre isso. O pedágio urbano divide
(DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO –
opiniões e gera debates acalorados. Mas, afinal, o que é mais
VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às justo? O que fazer para desafogar a cidade de tantos carros?
questões de números 6 a 8. Prepare-se para o debate que está apenas começando.
(Adaptado de Superinteressante, dezembro2012, p.34)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Marque N(não) para os argumentos contra o pedágio


urbano; marque S(sim) para os argumentos a favor do pe- 4-) Geralmente o efeito de humor desses gêneros tex-
dágio urbano. tuais aparece no desfecho da história, ao final, como nesse:
( ) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans- “Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando”.
porte público e estender as ciclovias. RESPOSTA: “D”.
( ) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas cida-
des, que não resolveu os problemas do trânsito. 5-)
( ) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mun- Em todas as alternativas há expressões que represen-
do vai ter que pensar bem antes de comprar um carro. tam a opinião do autor: Assisti ao maior espetáculo da
( ) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacio- Terra / Não se pode esquecer / gesto humanitário que só
namento, revisão....e agora mais o pedágio? enobrece / demonstrando coragem e desprendimento.
( ) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é RESPOSTA: “B”.
investido no transporte público.
( ) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pa- 6-)
gue pelo privilégio! “pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas,
( ) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio fissuras – sem falar em bandidos, milhões de bandidos en-
urbano melhorou. tre as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...” = pensar
nessas coisas, certamente, deixa-os apreensivos.
A ordem obtida é: RESPOSTA: “C”.
a) (S) (N) (N) (S) (S) (S) (N)
b) (S) (N) (S) (N) (N) (S) (S) 7-)
c) (N) (S) (S) (N) (S) (N) (S) Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta
d) (S) (S) (N) (S) (N) (S) (N) da própria autora!
e) (N) (N) (S) (S) (N) (S) (N) RESPOSTA: “B”.
10-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ –
8-)
ADMINISTRADOR - UFPR/2013) Assinale a alternativa que
Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim.
apresenta um dito popular que parafraseia o conteúdo ex-
RESPOSTA: “D”.
presso no excerto: “Se você está em casa, não pode sair. Se
você está na rua, não pode entrar”.
9-)
a) “Se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come”.
(S) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans-
b) “Quando o gato sai, os ratos fazem a festa”.
c) “Um dia da caça, o outro do caçador”. porte público e estender as ciclovias.
d) “Manda quem pode, obedece quem precisa”. (N) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas ci-
dades, que não resolveu os problemas do trânsito.
(S) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mun-
Resolução do vai ter que pensar bem antes de comprar um carro.
(N) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacio-
1-) namento, revisão....e agora mais o pedágio?
Com palavras do próprio texto responderemos: o mun- (N) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é
do cabe numa fresta. investido no transporte público.
RESPOSTA: “A”. (S) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pa-
gue pelo privilégio!
2-) (S) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio
Vamos ao texto: O riso é tão universal como a serie- urbano melhorou.
dade; ele abarca a totalidade do universo (...). Os termos S - N - S - N - N - S - S
relacionam-se. O pronome “ele” retoma o sujeito “riso”. RESPOSTA: “B”.
RESPOSTA: “CERTO”.
10-)
3-) Dentre as alternativas apresentadas, a que reafirma a
Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo ideia do excerto (não há muita saída, não há escolhas) é:
menos 1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por “Se você está em casa, não pode sair. Se você está na rua,
“o qual”, portanto, trata-se de um pronome relativo (ora- não pode entrar”.
ção subordinada adjetiva). Quando há presença de vírgula, RESPOSTA: “A”.
temos uma adjetiva explicativa (generaliza a informação
da oração principal. A construção seria: “do apagão, que
atingiu pelo menos 1800 cidades em 18 estados do país”); Significação das Palavras
quando não há, temos uma adjetiva restritiva (restringe,
delimita a informação – como no caso do exercício). Quanto à significação, as palavras são divididas nas se-
RESPOSTA: “CERTO’. guintes categorias:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Sinônimos: são palavras de sentido igual ou aproxima- Homógrafos Heterofônicos: iguais na escrita e dife-
do. Exemplo: rentes no timbre ou na intensidade das vogais.
- Alfabeto, abecedário. - Rego (substantivo) e rego (verbo).
- Brado, grito, clamor. - Colher (verbo) e colher (substantivo).
- Extinguir, apagar, abolir, suprimir. - Jogo (substantivo) e jogo (verbo).
- Justo, certo, exato, reto, íntegro, imparcial. - Apoio (verbo) e apoio (substantivo).
Na maioria das vezes não é indiferente usar um sinô- - Para (verbo parar) e para (preposição).
nimo pelo outro. Embora irmanados pelo sentido comum, - Providência (substantivo) e providencia (verbo).
os sinônimos diferenciam-se, entretanto, uns dos outros, - Às (substantivo), às (contração) e as (artigo).
por matizes de significação e certas propriedades que o - Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contração de
escritor não pode desconhecer. Com efeito, estes têm sen- per+o).
tido mais amplo, aqueles, mais restrito (animal e quadrúpe- Homófonos Heterográficos: iguais na pronúncia e di-
de); uns são próprios da fala corrente, desataviada, vulgar, ferentes na escrita.
outros, ao invés, pertencem à esfera da linguagem culta, - Acender (atear, pôr fogo) e ascender (subir).
literária, científica ou poética (orador e tribuno, oculista e - Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emen-
oftalmologista, cinzento e cinéreo). dar).
A contribuição Greco-latina é responsável pela existên- - Concerto (harmonia, sessão musical) e conserto (ato
cia, em nossa língua, de numerosos pares de sinônimos. de consertar).
Exemplos: - Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar).
- Adversário e antagonista. - Apreçar (determinar o preço, avaliar) e apressar (ace-
- Translúcido e diáfano. lerar).
- Semicírculo e hemiciclo. - Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo se-
- Contraveneno e antídoto. lar).
- Moral e ética. - Censo (recenseamento) e senso (juízo).
- Colóquio e diálogo. - Cerrar (fechar) e serrar (cortar).
- Transformação e metamorfose. - Paço (palácio) e passo (andar).
- Oposição e antítese. - Hera (trepadeira) e era (época), era (verbo).
- Caça (ato de caçar), cassa (tecido) e cassa (verbo cas-
O fato linguístico de existirem sinônimos chama-se si- sar = anular).
nonímia, palavra que também designa o emprego de si- - Cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e
nônimos. sessão (tempo de uma reunião ou espetáculo).

Antônimos: são palavras de significação oposta. Exem- Homófonos Homográficos: iguais na escrita e na pro-
plos: núncia.
- Ordem e anarquia. - Caminhada (substantivo), caminhada (verbo).
- Soberba e humildade. - Cedo (verbo), cedo (advérbio).
- Louvar e censurar. - Somem (verbo somar), somem (verbo sumir).
- Mal e bem. - Livre (adjetivo), livre (verbo livrar).
- Pomos (substantivo), pomos (verbo pôr).
A antonímia pode originar-se de um prefixo de senti- - Alude (avalancha), alude (verbo aludir).
do oposto ou negativo. Exemplos: Bendizer/maldizer, sim-
pático/antipático, progredir/regredir, concórdia/discórdia, Parônimos: são palavras parecidas na escrita e na pro-
explícito/implícito, ativo/inativo, esperar/desesperar, co- núncia: Coro e couro, cesta e sesta, eminente e iminente,
munista/anticomunista, simétrico/assimétrico, pré-nupcial/ tetânico e titânico, atoar e atuar, degradar e degredar, cé-
pós-nupcial. tico e séptico, prescrever e proscrever, descrição e discri-
ção, infligir (aplicar) e infringir (transgredir), osso e ouço,
Homônimos: são palavras que têm a mesma pronún- sede (vontade de beber) e cede (verbo ceder), comprimento
cia, e às vezes a mesma grafia, mas significação diferente. e cumprimento, deferir (conceder, dar deferimento) e diferir
Exemplos: (ser diferente, divergir, adiar), ratificar (confirmar) e retifi-
- São (sadio), são (forma do verbo ser) e são (santo). car (tornar reto, corrigir), vultoso (volumoso, muito grande:
- Aço (substantivo) e asso (verbo). soma vultosa) e vultuoso (congestionado: rosto vultuoso).

Só o contexto é que determina a significação dos ho- Polissemia: Uma palavra pode ter mais de uma signi-
mônimos. A homonímia pode ser causa de ambiguidade, ficação. A esse fato linguístico dá-se o nome de polissemia.
por isso é considerada uma deficiência dos idiomas. Exemplos:
O que chama a atenção nos homônimos é o seu aspec- - Mangueira: tubo de borracha ou plástico para regar
to fônico (som) e o gráfico (grafia). Daí serem divididos em: as plantas ou apagar incêndios; árvore frutífera; grande
curral de gado.

5
LÍNGUA PORTUGUESA

- Pena: pluma, peça de metal para escrever; punição; a) A eminente autoridade acaba de concluir uma via-
dó. gem política.
- Velar: cobrir com véu, ocultar, vigiar, cuidar, relativo b) A catástrofe torna-se iminente.
ao véu do palato. c) Sua ascensão foi rápida.
Podemos citar ainda, como exemplos de palavras po- d) Ascenderam o fogo rapidamente.
lissêmicas, o verbo dar e os substantivos linha e ponto, que e) Reacendeu o fogo do entusiasmo.
têm dezenas de acepções.
05. Há uma alternativa errada. Assinale-a:
Sentido Próprio e Sentido Figurado: as palavras po- a) cozer = cozinhar; coser = costurar
dem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido fi- b) imigrar = sair do país; emigrar = entrar no país
gurado. Exemplos: c) comprimento = medida; cumprimento = saudação
- Construí um muro de pedra. (sentido próprio). d) consertar = arrumar; concertar = harmonizar
- Ênio tem um coração de pedra. (sentido figurado). e) chácara = sítio; xácara = verso
- As águas pingavam da torneira, (sentido próprio).
- As horas iam pingando lentamente, (sentido figura- 06. Assinale o item em que a palavra destacada está
do). incorretamente aplicada:
a) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes.
Denotação e Conotação: Observe as palavras em des- b) A justiça infligiu a pena merecida aos desordeiros.
taque nos seguintes exemplos: c) Promoveram uma festa beneficiente para a creche.
- Comprei uma correntinha de ouro. d) Devemos ser fiéis ao cumprimento do dever.
- Fulano nadava em ouro. e) A cessão de terras compete ao Estado.
No primeiro exemplo, a palavra ouro denota ou desig- 07. O ...... do prefeito foi ..... ontem.
na simplesmente o conhecido metal precioso, tem sentido a) mandado - caçado
próprio, real, denotativo. b) mandato - cassado
c) mandato - caçado
No segundo exemplo, ouro sugere ou evoca riquezas,
d) mandado - casçado
poder, glória, luxo, ostentação; tem o sentido conotativo,
e) mandado - cassado
possui várias conotações (ideias associadas, sentimentos,
evocações que irradiam da palavra).
08. Marque a alternativa cujas palavras preenchem cor-
retamente as respectivas lacunas, na frase seguinte: “Ne-
Exercícios
cessitando ...... o número do cartão do PIS, ...... a data de
meu nascimento.”
01. Estava ....... a ....... da guerra, pois os homens ....... nos
a) ratificar, proscrevi
erros do passado.
b) prescrever, discriminei
a) eminente, deflagração, incidiram c) descriminar, retifiquei
b) iminente, deflagração, reincidiram d) proscrever, prescrevi
c) eminente, conflagração, reincidiram e) retificar, ratifiquei
d) preste, conflaglação, incidiram
e) prestes, flagração, recindiram 09. “A ......... científica do povo levou-o a .... de feiticeiros
os ..... em astronomia.”
a) insipiência tachar expertos
02. “Durante a ........ solene era ........ o desinteresse do b) insipiência taxar expertos
mestre diante da ....... demonstrada pelo político”. c) incipiência taxar espertos
a) seção - fragrante - incipiência d) incipiência tachar espertos
b) sessão - flagrante - insipiência e) insipiência taxar espertos
c) sessão - fragrante - incipiência
d) cessão - flagrante - incipiência 10. Na oração: Em sua vida, nunca teve muito ......, apre-
e) seção - flagrante - insipiência sentava-se sempre ...... no ..... de tarefas ...... . As palavras
adequadas para preenchimento das lacunas são:
03. Na ..... plenária estudou-se a ..... de direitos territo- a) censo - lasso - cumprimento - eminentes
riais a ..... . b) senso - lasso - cumprimento - iminentes
a) sessão - cessão - estrangeiros c) senso - laço - comprimento - iminentes
b) seção - cessão - estrangeiros d) senso - laço - cumprimento - eminentes
c) secção - sessão - extrangeiros e) censo - lasso - comprimento - iminentes
d) sessão - seção - estrangeiros
e) seção - sessão - estrangeiros Respostas: (01.B)(02.B)(03.A)(04.D)(05.B)(06.C)(07.B)
(08.E)(09.A)(10.B)
04. Há uma alternativa errada. Assinale-a:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Coesão segundo caso acontece quando quem redige tem muitas


ideias ou informações sobre o que está sendo discutido,
Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a ca- não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificul-
pacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento, dade de organizar seus pensamentos e definir uma linha
elaboramos todas as informações que recebemos e orien- lógica de raciocínio.
tamos as ações que interferem na realidade e organização
de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensa- Conclusão
mento transformado em texto.
Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen- Considerada como a parte mais importante do texto,
sar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira é o ponto de chegada de todas as argumentações elabo-
organizada do leitor compreender as nossas ideias. A fina- radas. As ideias e os dados utilizados convergem para essa
lidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer parte, em que a exposição ou discussão se fecha.
dizer, por meio da comunicação. Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma
Para isso, os elementos que compõem o texto se sub- brecha para uma possível continuidade do assunto; ou
dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. To- seja, possui atributos de síntese. A discussão não deve ser
dos eles devem ser organizados de maneira equilibrada. encerrada com argumentos repetitivos, sendo evitados na
medida do possível. Alguns exemplos: “Portanto, como já
Introdução dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em conclusão...”.
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve
Caracterizada pela entrada no assunto e a argumen- ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das
tação inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa características de textos bem redigidos.
etapa. Entretanto, essa apresentação deve ser direta, sem Os seguintes erros aparecem quando as conclusões fi-
rodeios. O seu tamanho raramente excede a 1/5 de todo o cam muito longas:
texto. Porém, em textos mais curtos, essa proporção não é
equivalente. Neles, a introdução pode ser o próprio título. → O problema aparece quando não ocorre uma ex-
Já nos textos mais longos, em que o assunto é exposto ploração devida do desenvolvimento. Logo, acontece uma
em várias páginas, ela pode ter o tamanho de um capítulo invasão das ideias de desenvolvimento na conclusão.
ou de uma parte precedida por subtítulo. Nessa situação, → Outro fator consequente da insuficiência de funda-
pode ter vários parágrafos. Em redações mais comuns, que mentação do desenvolvimento está na conclusão precisar
em média têm de 25 a 80 linhas, a introdução será o pri- de maiores explicações, ficando bastante vazia.
meiro parágrafo. → Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no
texto em que o autor fica girando em torno de ideias re-
Desenvolvimento dundantes ou paralelas.
→ Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeita-
A maior parte do texto está inserida no desenvolvi- mente dispensáveis.
mento. Ele é responsável por estabelecer uma ligação entre → Quando não tem clareza de qual é a melhor con-
a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são elabo- clusão, o autor acaba se perdendo na argumentação final.
radas as ideias, os dados e os argumentos que sustentam Em relação à abertura para novas discussões, a con-
e dão base às explicações e posições do autor. É carac- clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes
terizado por uma “ponte” formada pela organização das fatores:
ideias em uma sequência que permite formar uma relação
equilibrada entre os dois lados. → Para não influenciar a conclusão do leitor sobre te-
O autor do texto revela sua capacidade de discutir um mas polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto.
determinado tema no desenvolvimento. Nessa parte, ele → Para estimular o leitor a ler uma possível continuida-
se torna capaz de defender seus pontos de vista, além de de do texto, ou autor não fecha a discussão de propósito.
dirigir a atenção do leitor para a conclusão. As conclusões → Por apenas apresentar dados e informações sobre
são fundamentadas a partir daqui. o tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o
Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o assunto.
escritor já deve ter uma ideia clara de como vai ser a con- → Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o au-
clusão. Por isso a importância do planejamento de texto. tor enumera algumas perguntas no final do texto.
Em média, ocupa 3/5 do texto, no mínimo. Já nos tex-
tos mais longos, pode estar inserido em capítulos ou tre- A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o au-
chos destacados por subtítulos. Deverá se apresentar no tor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica
formato de parágrafos medianos e curtos. é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos.
Os principais erros cometidos no desenvolvimento são Nele devem estar indicadas as melhores sequências a se-
o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está rem utilizadas na redação. O roteiro deve ser o mais enxuto
relacionado ao autor tomar um argumento secundário que possível.
se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra Fonte: http://producao-de-textos.info/mos/view/Carac-
em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O ter%C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/

7
LÍNGUA PORTUGUESA

Não basta conhecer o conteúdo das partes de um tra- - Estabelece relações entre os vocábulos no interior
balho: introdução, desenvolvimento e conclusão. Além de das frases.
saber o que se deve (e o que não se deve) escrever em
cada parte constituinte do texto, é preciso saber escrever Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibili-
obedecendo às normas de coerência e coesão. Antes de dade ou compreensão do texto. Um texto bem redigido
mais nada, é necessário definir os termos: coerência diz res- tem parágrafos bem estruturados e articulados pelo enca-
peito à articulação do texto, à compatibilidade das ideias, deamento das ideias neles contidas. As estruturas frasais
à lógica do raciocínio, a seu conteúdo. Coesão refere-se à devem ser coerentes e gramaticalmente corretas, no que
expressão linguística, ao nível gramatical, às estruturas fra- diz respeito à sintaxe. O vocabulário precisa ser adequado
sais e ao emprego do vocabulário. e essa adequação só se consegue pelo conhecimento dos
significados possíveis de cada palavra. Talvez os erros mais
Coerência e coesão relacionam-se com o processo de comuns de redação sejam devidos à impropriedade do vo-
produção e compreensão do texto. A coesão contribui para cabulário e ao mau emprego dos conectivos (conjunções,
a coerência, mas nem sempre um texto coerente apresenta que têm por função ligar uma frase ou período a outro). Eis
coesão. Pode ocorrer que o texto sem coerência apresente alguns exemplos de impropriedade do vocabulário, colhi-
coesão, ou que um texto tenha coesão sem coerência. Em dos em redações sobre censura e os meios de comunica-
outras palavras: um texto pode ser gramaticalmente bem ção e outras.
construído, com frases bem estruturadas, vocabulário cor-
reto, mas apresentar ideias sem nexo, sem uma sequência “Nosso direito é frisado na Constituição.”
lógica: há coesão, mas não coerência. Por outro lado, um Nosso direito é assegurado pela Constituição. = correta
texto pode apresentar ideias coerentes e bem encadeadas,
sem que no plano da expressão as estruturas frasais sejam “Estabelecer os limites as quais a programação deveria
gramaticalmente aceitáveis: há coerência, mas não coesão. estar exposta.”
A coerência textual subjaz ao texto e é responsável Estabelecer os limites aos quais a programação deveria
pela hierarquização dos elementos textuais, ou seja, ela estar sujeita. = correta
tem origem nas estruturas profundas, no conhecimento do
mundo de cada pessoa, aliada à competência linguística. “A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.”
Deduz-se que é difícil ensinar coerência textual, intima-
A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias sensa-
mente ligada à visão de mundo, à origem das ideias no
cionalistas ou punir os meios de comunicação que veiculam
pensamento. A coesão, porém, refere-se à expressão lin-
tais notícias. = correta
guística, aos processos sintáticos e gramaticais do texto.

O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão:
“Retomada das rédeas da programação.”
Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no
Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo de
que diz respeito à programação. = correta
um texto. Conjunto de unidades sistematizadas numa ade-
quada relação semântica, que se manifesta na compatibi-
lidade entre as ideias. (Na linguagem popular: “dizer coisa O emprego de vocabulário inadequado prejudica mui-
com coisa” ou “uma coisa bate com outra”). tas vezes a compreensão das ideias. É importante, ao redi-
Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo gir, empregar palavras cujo significado seja conhecido pelo
do texto, numa linha de sequência e com os quais se es- enunciador, e cujo emprego faça parte de seus conheci-
tabelece um vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo mentos linguísticos. Muitas vezes, quem redige conhece o
coesivo faz-se via gramática, fala-se em coesão gramatical. significado de determinada palavra, mas não sabe empre-
Se se faz por meio do vocabulário, tem-se a coesão lexical. gá-la adequadamente, isso ocorre frequentemente com o
emprego dos conectivos (preposições e conjunções). Não
Coerência basta saber que as preposições ligam nomes ou sintagmas
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do nominais no interior das frases e que as conjunções ligam
texto; frases dentro do período; é necessário empregar adequa-
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão damente tanto umas como outras. É bem verdade que, na
conceitual; maioria das vezes, o emprego inadequado dos conectivos
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o remete aos problemas de regência verbal e nominal.
todo, com o aspecto global do texto; Exemplos:
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e fra-
ses. “Estar inteirada com os fatos” significa participação, in-
teração.
Coesão “Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal; dos fatos, estar informada.
- situa-se na superfície do texto, estabelece conexão
sequencial; “Ir de encontro” significa divergir, não concordar.
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as “Ir ao encontro” quer dizer concordar.
partes componentes do texto;

8
LÍNGUA PORTUGUESA

“Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de - A articulação sintática de causa pode ser feita por
ideias” significa a liberdade não é ameaça; meio de conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque,
“Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de como, por isso que, visto que, uma vez que, já que. Também
ideias”, isto é, a liberdade fica ameaçada. podem ser empregadas as preposições e locuções preposi-
tivas: por, por causa de, em vista de, em virtude de, devido a,
Quanto à regência verbal, convém sempre consul- em consequência de, por motivo de, por razões de.
tar um dicionário de verbos, pois muitos deles admitem - O principal articulador sintático de condição é o “se”:
duas ou três regências diferentes; cada uma, porém, tem Se o time ganhar esse jogo, será campeão. Pode-se também
um significado específico. Lembre-se, a propósito, de que expressar condição pelo emprego dos conectivos: caso,
as dúvidas sobre o emprego da crase decorrem do fato contanto que, desde que, a menos que, a não ser que.
de considerar-se crase como sinal de acentuação apenas, - O emprego da preposição “para” é a maneira mais
quando o problema refere-se à regência nominal e verbal. comum de expressar finalidade. “É necessário baixar as taxas
Exemplos: de juros para que a economia se estabilize” ou para a eco-
nomia estabilizar-se. “Teresa vai estudar bastante para fazer
O verbo assistir admite duas regências: boa prova.” Há outros articuladores que expressam finalida-
de: a fim de, com o propósito de, na finalidade de, com a in-
assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar
tenção de, com o objetivo de, com o fito de, com o intuito de.
assistência (O médico assiste o doente):
- A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio
Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti
dos articuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto,
ao jogo da seleção).
pois, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso.
Para introduzir mais um argumento a favor de determinada
Pedir o =n(transitivo direto) significa solicitar, pleitear conclusão emprega-
(Pedi o jornal do dia). -se ainda. Os articuladores aliás, além do mais, além
Pedir que =,contém uma ordem (A professora pediu disso, além de tudo, introduzem um argumento decisivo,
que fizessem silêncio). cabal, apresentado como um acréscimo, para justificar de
Pedir para = pedir permissão (Pediu para sair da clas- forma incontestável o argumento contrário.
se); significa também pedir em favor de alguém (A Diretora - Para introduzir esclarecimentos, retificações ou desen-
pediu ajuda para os alunos carentes) em favor dos alunos, volvimento do que foi dito empregam-se os articuladores:
pedir algo a alguém (para si): (Pediu ao colega para ajudá isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras. A conjunção aditi-
-lo); pode significar ainda exigir, reclamar (Os professores va “e” anuncia não a repetição, mas o desenvolvimento do dis-
pedem aumento de salário). curso, pois acrescenta uma informação nova, um dado novo,
e se não acrescentar nada, é pura repetição e deve ser evitada.
O mau emprego dos pronomes relativos também pode - Alguns articuladores servem para estabelecer uma
levar à falta de coesão gramatical. Frequentemente, em- gradação entre os correspondentes de determinada escala.
prega-se no qual ou ao qual em lugar do que, com prejuízo No alto dessa escala acham-se: mesmo, até, até mesmo; no
da clareza do texto; outras vezes, o emprego é desnecessá- plano mais baixo: ao menos, pelo menos, no mínimo.
rio ou inadequado.
“Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para Figuras de Linguagem
mim no qual estava sem remetente”. (Chegou com um en-
velope que (o qual) estava sem remetente). Segundo Mauro Ferreira, a importância em reconhecer
figuras de linguagem está no fato de que tal conhecimento,
“Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da além de auxiliar a compreender melhor os textos literários,
sensibilidade...” deixa-nos mais sensíveis à beleza da linguagem e ao
significado simbólico das palavras e dos textos.
Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade
Definição: Figuras de linguagem são certos recursos
delas (palavras cheias de sensibilidade).
não--convencionais que o falante ou escritor cria para dar
maior expressividade à sua mensagem.
Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação
das frases, aconselha-se levar em conta as seguintes suges- Metáfora
tões para o emprego correto dos articuladores sintáticos É o emprego de uma palavra com o significado de outra
(conjunções, preposições, locuções prepositivas e locuções em vista de uma relação de semelhanças entre ambas. É
conjuntivas). uma comparação subentendida.
- Para dar ideia de oposição ou contradição, a articu- Minha boca é um túmulo.
lação sintática faz-se por meio de conjunções adversativas: Essa rua é um verdadeiro deserto.
mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto. Po-
dem também ser empregadas as conjunções concessivas Comparação
e locuções prepositivas para introduzir a ideia de oposição Consiste em atribuir características de um ser a outro,
aliada à concessão: embora, ou muito embora, apesar de, em virtude de uma determinada semelhança.
ainda que, conquanto, posto que, a despeito de, não obs- O meu coração está igual a um céu cinzento.
tante. O carro dele é rápido como um avião.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Prosopopeia Hipérbole
É uma figura de linguagem que atribui características É um exagero intencional com a finalidade de tornar
humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la mais expressiva a ideia.
de PERSONIFICAÇÃO. Ela chorou rios de lágrimas.
O céu está mostrando sua face mais bela. Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda.
O cão mostrou grande sisudez.
Ironia
Sinestesia Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o
Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes contrário do que pensamos.
(mistura dos cinco sentidos). Que alunos inteligentes, não sabem nem somar.
Raquel tem um olhar frio, desesperador. Se você gritar mais alto, eu agradeço.
Aquela criança tem um olhar tão doce.
Onomatopeia
Catacrese Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz
É o emprego de uma palavra no sentido figurado por natural dos seres.
falta de um termo próprio. Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram.
O menino quebrou o braço da cadeira. Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite
A manga da camisa rasgou. toda.

Metonímia Aliteração
É a substituição de uma palavra por outra, quando Consiste na repetição de um determinado som
existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos consonantal no início ou interior das palavras.
que permite essa troca. Ocorre metonímia quando O rato roeu a roupa do rei de Roma.
empregamos:
- O autor pela obra. Elipse
Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares) Consiste na omissão de um termo que fica subentendido
no contexto, identificado facilmente.
- o continente pelo conteúdo. Após a queda, nenhuma fratura.
O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo
os torcedores) Zeugma
Consiste na omissão de um termo já empregado
- a parte pelo todo. anteriormente.
Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto Ele come carne, eu verduras.
substitui casa)
Pleonasmo
- o efeito pela causa. Consiste na intensificação de um termo através da sua
Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui repetição, reforçando seu significado.
o trabalho) Nós cantamos um canto glorioso.

Perífrase Polissíndeto
É a designação de um ser através de alguma de suas É a repetição da conjunção entre as orações de um
características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. período ou entre os termos da oração.
A Veneza Brasileira também é palco de grandes Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para
espetáculos. (Veneza Brasileira = Recife) dançar.
A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência.
(Cidade Maravilhosa = Rio de Janeiro) Assíndeto
Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas
Antítese orações.
Consiste no uso de palavras de sentidos opostos. Chegamos de viagem, tomamos banho, depois saímos
Nada com Deus é tudo. para dançar.
Tudo sem Deus é nada.
Anacoluto
Eufemismo Consiste numa mudança repentina da construção
Consiste em suavizar palavras ou expressões que são sintática da frase.
desagradáveis. Ele, nada podia assustá-lo.
Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu - Nota: o anacoluto ocorre com frequência na linguagem
= morrer) falada, quando o falante interrompe a frase, abandonando
Os homens públicos envergonham o povo. (homens o que havia dito para reconstruí-la novamente.
públicos = políticos)

10
LÍNGUA PORTUGUESA

Anáfora 4) Eufemismo
Consiste na repetição de uma palavra ou expressão Consiste em empregar uma expressão mais suave,
para reforçar o sentido, contribuindo para uma maior mais nobre ou menos agressiva, para atenuar uma verdade
expressividade. tida como penosa, desagradável ou chocante. Exemplos:
Cada alma é uma escada para Deus, “E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir Deus
Cada alma é um corredor-Universo para Deus, lhe pague”. (Chico Buarque).
Cada alma é um rio correndo por margens de Externo paz derradeira = morte
Para Deus e em Deus com um sussurro noturno.
(Fernando Pessoa) 5) Gradação
Na gradação temos uma sequência de palavras que
Silepse intensificam a mesma ideia. Exemplo:
Ocorre quando a concordância é realizada com a ideia “Aqui... além... mais longe por onde eu movo o passo.”
e não sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse: (Castro Alves).
gênero, número e pessoa.
- De gênero: Vossa excelência está preocupado com as 6) Hipérbole
notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto à É a expressão intencionalmente exagerada com o
forma, mas nesse exemplo a concordância se deu com a intuito de realçar uma ideia, proporcionando uma imagem
pessoa a que se refere o pronome de tratamento e não emocionante e de impacto. Exemplos:
com o sujeito). “Faz umas dez horas que essa menina penteia esse
- De número: A boiada ficou furiosa com o peão e cabelo”.
derrubaram a cerca. (nesse caso a concordância se deu com Ele morreu de tanto rir.
a ideia de plural da palavra boiada).
- De pessoa: As mulheres decidimos não votar em 7) Ironia
determinado partido até prestarem conta ao povo. (nesse Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação,
tipo de silepse, o falante se inclui mentalmente entre os pela contradição de termos, pretende-se questionar
participantes de um sujeito em 3ª pessoa). certo tipo de pensamento. A intenção é depreciativa ou
sarcástica. Exemplos:
Fonte:http://juliobattisti.com.br/tutoriais/josebferraz/ Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
figuraslinguagem001.asp estão por perto.
“Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, /
São conhecidas pelo nome de figuras de pensamento burra como uma porta: / um amor.” (Mário de Andrade).
os recursos estilísticos utilizados para incrementar o
significado das palavras no seu aspecto semântico. 8) Prosopopeia ou Personificação
São oito as figuras de pensamento: Consiste na atribuição de ações, qualidades ou
1) Antítese características humanas a seres não humanos. Exemplos:
É a aproximação de palavras ou expressões de sentidos Chora, viola.
opostos. O contraste que se estabelece serve para dar uma A morte mostrou sua face mais sinistra.
ênfase aos conceitos envolvidos, o que não ocorreria com O morro dos ventos uivantes.
a exposição isolada dos mesmos. Exemplos:
Viverei para sempre ou morrerei tentando.
Do riso se fez o pranto. Figuras de construção ou sintaxe integram as
Hoje fez sol, ontem, porém, choveu muito. chamadas figuras de linguagem, representando um
subgrupo destas. Dessa forma, tendo em vista o padrão não
2) Apóstrofe convencional que prevalece nas figuras de linguagem (ou
É assim denominado o chamamento do receptor seja, a subjetividade, a sensibilidade por parte do emissor,
da mensagem, seja ele de natureza imaginária ou não. É deixando às claras seus aspectos estilísticos), devemos
utilizada para dar ênfase à expressão e realiza-se por meio compreender sua denominação. Em outras palavras, por
do vocativo. Exemplos: que “figuras de construção ou sintaxe”?
Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? Podemos afirmar que assim se denominam em virtude
Pai Nosso, que estais no céu; de apresentarem algum tipo de modificação na estrutura
Ó meu querido Santo António; da oração, tendo em vista os reais e já ressaltados objetivos
da enunciação (do discurso) – sendo o principal conferir
3) Paradoxo ênfase a ela.
É uma proposição aparentemente absurda, resultante Assim sendo, comecemos entendendo que, em termos
da união de ideias que se contradizem referindo-se ao convencionais, a estrutura sintática da nossa língua se
mesmo termo. Os paradoxos viciosos são denominados perfaz de uma sequência, demarcada pelos seguintes
Oxímoros (ou oximoron). Exemplos: elementos:
“Menino do Rio / Calor que provoca arrepio...”
“Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e SUJEITO + PREDICADO + COMPLEMENTO
não se sente; / É um contentamento descontente; / É dor que
desatina sem doer;” (Camões) (Nós) CHEGAMOS ATRASADOS À REUNIÃO.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Temos, assim, um sujeito oculto – nós; um predicado Polissíndeto


verbal – chegamos atrasados; e um complemento, Figura cuja principal característica se define pela
representado por um adjunto adverbial de lugar – à reunião. repetição enfática do conectivo, geralmente representado
Quando há uma ruptura dessa sequência lógica, pela conjunção coordenada “e”. Observemos um verso
materializada pela inversão de termos, repetição ou até extraído de uma criação de Olavo Bilac, intitulada “A um
mesmo omissão destes, é justamente aí que as figuras em poeta”: “Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!”
questão se manifestam. Desse modo, elas se encontram
muito presentes na linguagem literária, na publicitária e Assíndeto
na linguagem cotidiana de forma geral. Vejamos cada uma Diferentemente do que ocorre no polissíndeto,
delas de modo particular: manifestado pela repetição da conjunção, no assíndeto
ocorre a omissão deste. Vejamos: Vim, vi, venci (Júlio César)
Elipse Depreendemos que se trata de orações assindéticas,
Tal figura se caracteriza pela omissão de um termo na justamente pela omissão do conectivo “e”.
oração não expresso anteriormente, contudo, facilmente
identificado pelo contexto. Vejamos um exemplo: Anacoluto
Trata-se de uma figura que se caracteriza pela
Rondó dos cavalinhos interrupção da sequência lógica do pensamento, ou seja,
[...] em termos sintáticos, afirma-se que há uma mudança na
construção do período, deixando algum termo desligado
Os cavalinhos correndo, do restante dos elementos. Vejamos:
E nós, cavalões, comendo... Essas crianças de hoje, elas estão muito evoluídas.
O Brasil politicando, Notamos que o termo em destaque, que era para
Nossa! A poesia morrendo... representar o sujeito da oração, encontra-se desligado dos
O sol tão claro lá fora, demais termos, não cumprindo, portanto, nenhuma função
O sol tão claro, Esmeralda, sintática.
E em minhalma — anoitecendo!
Manuel Bandeira Inversão (ou Hipérbato)
Trata-se da inversão da ordem direta dos termos da
Notamos que em todos os versos há a omissão do verbo oração. Constatemos: Eufórico chegou o menino.
estar, sendo este facilmente identificado pelo contexto. Deduzimos que o predicativo do sujeito (pois se trata
de um predicado verbo-nominal) encontra-se no início da
Zeugma oração, quando este deveria estar expresso no final, ou
Ao contrário da elipse, na zeugma ocorre a omissão seja: O menino chegou eufórico.
de um termo já expresso no discurso. Constatemos: Maria Pleonasmo
gosta de Matemática, eu de Português. Figura que consiste na repetição enfática de uma ideia
Observamos que houve a omissão do verbo gostar. antes expressa, tanto do ponto de vista sintático quanto
semântico, no intuito de reforçar a mensagem. Exemplo:
Anáfora Vivemos uma vida tranquila.
Essa figura de linguagem se caracteriza pela repetição O termo em destaque reforça uma ideia antes
intencional de um termo no início de um período, frase ou ressaltada, uma vez que viver já diz respeito à vida. Temos
verso. Observemos um caso representativo: uma repetição de ordem semântica.
A Estrela A ele nada lhe devo.

Vi uma estrela tão alta, Percebemos que o pronome oblíquo (lhe) faz referência
Vi uma estrela tão fria! à terceira pessoa do singular, já expressa. Trata-se, portanto,
Vi uma estrela luzindo de uma repetição de ordem sintática demarcada pelo que
Na minha vida vazia. chamamos de objeto direto pleonástico.

Era uma estrela tão alta! Observação importante: O pleonasmo utilizado sem
Era uma estrela tão fria! a intenção de conferir ênfase ao discurso, torna-se o que
Era uma estrela sozinha denominamos de vício de linguagem – ocorrência que deve
Luzindo no fim do dia. ser evitada. Como, por exemplo: subir para cima, descer
[...] para baixo, entrar para dentro, entre outras circunstâncias
Manuel Bandeira linguísticas.

Notamos a utilização de termos que se repetem


sucessivamente em cada verso da criação de Manuel
Bandeira.

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LÍNGUA PORTUGUESA

3. Escreveremos com -çar os verbos derivados de


substantivos terminados em -ce.
2. CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS:
Exemplos:
ORTOGRAFIA: EMPREGO DAS LETRAS, - alcance = alcançar
DIVISÃO SILÁBICA, ACENTUAÇÃO GRÁFICA, - lance = lançar
ENCONTROS VOCÁLICOS E CONSONANTAIS,
DÍGRAFOS; CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTAN- S
TIVOS, ADJETIVOS, ARTIGOS, NUMERAIS,
PRONOMES, VERBOS, ADVÉRBIOS, 1. Escreveremos com -s- as palavras derivadas de ver-
PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, INTERJEIÇÕES: bos terminados em -nder e –ndir
CONCEITUAÇÕES, CLASSIFICAÇÕES, FLEXÕES,
EMPREGO, LOCUÇÕES. SINTAXE: ESTRUTURA Exemplos:
DA ORAÇÃO, ESTRUTURA DO PERÍODO, - pretender = pretensão
- defender = defesa, defensivo
CONCORDÂNCIA (VERBAL E NOMINAL);
- despender = despesa
REGÊNCIA (VERBAL E NOMINAL); CRASE, - compreender = compreensão
COLOCAÇÃO DE PRONOMES; PONTUAÇÃO. - fundir = fusão
- expandir = expansão
Ortografia 2. Escreveremos com -s- as palavras derivadas de ver-
bos terminados em -erter, -ertir e -ergir.
ORTOGRAFIA: é parte da gramática normativa que
trata de como as palavras podem ser escritas. Exemplos:
Ao escrever uma palavra com som de s, de z, de x ou - perverter = perversão
de j, deve-se procurar a origem dela, pois, na Língua Por-
- converter = conversão
tuguesa, a palavra primitiva, em muitos casos, indica como
- reverter = reversão
deveremos escrever a palavra derivada.
- divertir = diversão
- aspergir = aspersão
Ç
- imergir = imersão
1. Escreveremos com -ção as palavras derivadas de vo-
3. Escreveremos -puls- nas palavras derivadas de ver-
cábulos terminados em -to, -tor, -tivo e os substantivos
formados pela posposição do -ção ao tema de um verbo bos terminados em -pelir e -curs-, nas palavras derivadas
(Tema é o que sobra, quando se retira a desinência de infi- de verbos terminados em -correr.
nitivo - r - do verbo).
Exemplos:
Portanto deve-se procurar a origem da palavra ter- - expelir = expulsão
minada em -ção. Por exemplo: Donde provém a palavra - impelir = impulso
conjunção? Resposta: provém de conjunto. Por isso, es- - compelir = compulsório
crevemo-la com ç. - concorrer = concurso
- discorrer = discurso
Exemplos: - percorrer = percurso
- erudito = erudição
- exceto = exceção 4. Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas
- setor = seção em -oso e -osa, com exceção de gozo.
- intuitivo = intuição
- redator = redação Exemplos:
- ereto = ereção - gostosa
- educar - r + ção = educação - glamorosa
- exportar - r + ção = exportação - saboroso
- repartir - r + ção = repartição - horroroso
5. Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas
2. Escreveremos com -tenção os substantivos corres- em -ase, -ese, -ise e -ose, com exceção de gaze e deslize.
pondentes aos verbos derivados do verbo ter.
Exemplos:
Exemplos: - fase
- manter = manutenção - crase
- reter = retenção - tese
- deter = detenção - osmose
- conter = contenção

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LÍNGUA PORTUGUESA

6. Escreveremos com -s- as palavras femininas termi- 2.-b) Escreveremos com -z- os verbos terminados em
nadas em -isa. -izar, quando a palavra primitiva não possuir -s-.
Exemplos:
Exemplos: - economia = economizar
- poetisa - terror = aterrorizar
- profetisa - frágil = fragilizar
- Heloísa Cuidado:
- Marisa - catequese = catequizar
- síntese = sintetizar
7. Escreveremos com -s- toda a conjugação dos verbos - hipnose = hipnotizar
pôr, querer e usar. - batismo = batizar
Exemplos:
- Eu pus 3.-a) Escreveremos com -s- os diminutivos terminados
- Ele quis em -sinho e -sito, quando a palavra primitiva já possuir o
- Nós usamos -s- no final do radical.
- Eles quiseram Exemplos:
- Quando nós quisermos - casinha
- Se eles usassem - asinha
- portuguesinho
Ç ou S? - camponesinha
- Teresinha
Após ditongo, escreveremos com -ç-, quando houver
- Inesita
som de s, e escreveremos com -s-, quando houver som de
z.
3.-b) Escreveremos com -z- os diminutivos terminados
Exemplos: em -zinho e -zito, quando a palavra primitiva não possuir
- eleição -s- no final do radical.
- traição Exemplos:
- Neusa - mulherzinha
- coisa - arvorezinha
- alemãozinho
S ou Z? - aviãozinho
1.-a) Escreveremos com -s- as palavras terminadas em - pincelzinho
-ês e -esa que indicarem nacionalidades, títulos ou no-
- corzinha
mes próprios.
Exemplos:
- portuguesa SS
- norueguesa 1. Escreveremos com -cess- as palavras derivadas de
- marquesa verbos terminados em -ceder.
- duquesa Exemplos:
- Inês - anteceder = antecessor
- Teresa - exceder = excesso
- conceder = concessão
1.-b) Escreveremos com -z- as palavras terminadas em
-ez e -eza, substantivos abstratos que provêm de adje- 2. Escreveremos com -press- as palavras derivadas de
tivos, ou seja, palavras que indicam a existência de uma
verbos terminados em -primir.
qualidade.
Exemplos: Exemplos:
- embriaguez - imprimir = impressão
- limpeza - comprimir = compressa
- lucidez - deprimir = depressivo
- nobreza
- acidez 3. Escreveremos com -gress- as palavras derivadas de
- pobreza verbos terminados em -gredir.
2.-a) Escreveremos com -s- os verbos terminados em Exemplos:
-isar, quando a palavra primitiva já possuir o -s-. - agredir = agressão
Exemplos:
- progredir = progresso
- análise = analisar
- transgredir = transgressor
- pesquisa = pesquisar
- paralisia = paralisar

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LÍNGUA PORTUGUESA

4. Escreveremos com -miss- ou -mess- as palavras de- 2. Escreveremos com -g- todas as palavras terminadas
rivadas de verbos terminados em -meter. em -gem, com exceção de pajem, lambujem e a conjuga-
Exemplos: ção dos verbos terminados em -jar.
- comprometer = compromisso Exemplos:
- intrometer = intromissão - a viagem
- prometer = promessa - a coragem
- remeter = remessa - a personagem
- a vernissagem
ÇS ou SS - a ferrugem
Em relação ao verbos terminados em -tir, teremos: - a penugem
1. Escreveremos com -ção, se apenas retirarmos a de-
sinência de infinitivo -r, dos verbos terminados em -tir. X
Exemplo: 1. Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por
- curtir - r + ção = curtição mex-, com exceção de mecha.
Exemplos:
2. Escreveremos com -são, quando, ao retirarmos toda - mexilhão
a terminação -tir, a última letra for consoante. - mexer
Exemplo: - mexerica
- divertir - tir + são = diversão - México
- mexerico
3. Escreveremos com -ssão, quando, ao retirarmos - mexido
toda a terminação -tir, a última letra for vogal. 2. Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por enx-
Exemplo:
, com exceção das derivadas de vocábulos iniciados por
- discutir - tir + ssão = discussão
ch- e da palavra enchova.
Exemplos:
J
- enxada
1. Escreveremos com -j- as palavras derivadas dos ver-
bos terminados em -jar. - enxerto
Exemplos: - enxerido
- trajar = traje, eu trajei. - enxurrada
- encorajar = que eles encorajem mas:
- viajar = que eles viajem - cheio = encher, enchente
- charco = encharcar
3. Escreveremos com -j- as palavras derivadas de vocá- - chiqueiro = enchiqueirar
bulos terminados em -ja.
Exemplos: 3. Escreveremos -x- após ditongo, com exceção de re-
- loja = lojista cauchutar e guache.
- gorja = gorjeta Exemplos:
- canja = canjica - ameixa
4. Escreveremos com -j- as palavras de origem tupi, - deixar
africana ou popular. - queixa
Exemplos: - feixe
- jeca - peixe
- jibóia - gueixa
- jiló UIR e OER
- pajé Os verbos terminados em -uir e -oer terão as 2ª e 3ª
pessoas do singular do Presente do Indicativo escritas com
G -i-.
1. Escreveremos com -g- todas as palavras terminadas Exemplos:
em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. - tu possuis
Exemplos: - ele possui
- pedágio
- tu constróis
- colégio
- ele constrói
- sacrilégio
- tu móis
- prestígio
- ele mói
- relógio
- refúgio - tu róis
- ele rói

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UAR e OAR Mas / Mais


Os verbos terminados em -uar e -oar terão todas as Mas é uma conjunção adversativa, indicando contra-
pessoas do Presente do Subjuntivo escritas com -e-. riedade. Ex: Estudou muito, mas não obteve bons resulta-
Exemplos: dos.
- Que eu efetue Mais é um advérbio de intensidade, indica ideia de adi-
- Que tu efetues ção. Ex: dois mais dois, às vezes, são cinco.
- Que ele atenue
- Que nós atenuemos Senão / Se não
- Que vós entoeis Senão equivale a caso contrario. Ex: Faça o deposito
- Que eles entoem
até amanhã, senão o pedido será cancelado.
Se não equivale a se por acaso não. Trata-se da con-
Emprego De Algumas Palavras E Expressões
Por que/ porque/ porquê/ por quê junção condicional se seguida do advérbio de negação
Por que – escreve-se por que separado e sem acento não. Ex: Se não chover, iremos acampar.
em perguntas. ( por é preposição e o que pronome) Ex: Por
que não veio ontem? Ao encontro / de encontro
Porque – escreve-se porque junto em respostas. (con- Ao encontro (rege a preposição de ) significa a favor
junção explicativa)Ex: Porque estava doente. de:
Porquê – escreve-se porquê junto e com acento quan- Aquelas atitudes vão ao encontro do que eles prega-
do indica motivo causa, ele vem precedido do atigo. Ex: vam.
Não sei o porquê de sua demora. De encontro (rege a preposição a) significa contra al-
Por quê – escreve-se por quê separado e com acento guma coisa, em direção oposta.
no final de frase interrogativa. Ex: Não veio por quê? Sua atitude veio de encontro ao que eu esperava.
Onde /Aonde
EXERCÍCIOS
Emprega-se aonde com verbos que dão ideia de movi-
1- Complete as lacunas das palavras que seguem, uti-
mento. Equivale sempre para onde.
Ex: Aonde você vai? lizando “g” ou “j”:
Naturalmente, com os verbos que não dão ideia de a ) vare---ista
movimento, emprega-se onde. b ) via---em
Ex: Onde estão os livros? c ) ma---estade
d ) fuli----em
Mau / Mal e ) verti---em
Mau é sempre um adjetivo refere-se, pois, a um subs-
tantivo. (seu antônimo é bom) 2- (FMU) Assinale a alternativa em que todas as pala-
Ex: Era um mau aluno. vras estão grafadas corretamente:
a ) paralisar, pesquisar, ironizar, deslizar.
Mal pode ser: b ) alteza, empreza, francesa, miudeza.
- Advérbio (antônimo é bem). Ex: Ele se comportou mal.
c ) cuscus, chimpanzé, encharcar, encher.
- Conjunção temporal (equivale a assim que). Ex: Mal
d ) incenso, abcesso, obsessão, Luís.
chegou, saiu.
- Substantivo (quando precedido de artigo ou outro e ) chineza, marquês, garrucha, meretriz.
determinante). O mal não tem remédio.
3- (TRE-SP) Este meu amigo .......... vai ..........-se para ter
Cessão/Sessão/ secção/ Seção direito ao título de eleitor.
Cessão significa “ato de ceder”, “ato de dar”. Ex: Ele fez a) extrangeiro – naturalizar
a cessão dos direitos autorais. b) estrangeiro – naturalisar
Sessão é o intervalo de tempo que dura uma reunião, c) extranjeiro – naturalizar
uma assembleia. Ex: Assistimos a uma sessão de cinema. d) estrangeiro – naturalizar
Seção (secção) significa parte de um todo, segmento,- e) estranjeiro – naturalisar
subdivisão. Ex: Lemos a notícia na seção de esporte.
4-(U-UBERLÂNDIA) Das palavras abaixo relacionadas,
Há/ A uma não se escreve com h inicial. Assinale-a:
Na indicação de tempo, emprega-se:
a) hélice
Há para indicar tempo passado ( equivale a faz)
b) halo
Há dois meses que ele não aprece.
A para indicar tempo futuro. c) haltere
Daqui a dois meses ele aparecerá. d) herva
e) herdade

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os acentos
5- (TTN) Assinale a alternativa em que todas as pala-
vras estão corretamente grafadas: acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i»,
a) quiseram, essência, impecílio «u» e sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras
b) pretencioso, aspectos, sossego representam as vogais tônicas de palavras como Amapá,
c) assessores, exceção, incansável caí, público, parabéns. Sobre as letras “e” e “o” indica, além
d) excessivo, expontâneo, obseção da tonicidade, timbre aberto.Ex.: herói – médico – céu (di-
e) obsecado, reinvidicação, repercussão tongos abertos)
Gabarito
1-a) j b) g c) j d) g e) g acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,
2-a) 3-d) 4-d) 5-c) “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.:
tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com
Acentuação Gráfica artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi total-
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as re- mente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado
gras estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se com- em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.:
põe de algumas particularidades, às quais devemos estar mülleriano (de Müller)
atentos, procurando estabelecer uma relação de familia-
ridade e, consequentemente, colocando-as em prática na til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo-
linguagem escrita. gais nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a
prática de redigir, automaticamente aprimoramos essas
Regras fundamentais:
competências, e logo nos adequamos à forma padrão.
Palavras oxítonas:
Regras básicas – Acentuação tônica
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
A acentuação tônica implica na intensidade com que “o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá pó(s) – armazém(s)
de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
As demais, como são pronunciadas com menos intensida- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
de, são denominadas de átonas. guidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, se-
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi- guidas de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – com-
cadas como: pô-lo

Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a Paroxítonas:


última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai - i, is : táxi – lápis – júri
na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato - us, um, uns : vírus – álbuns – fórum
– passível - l, n, r, x, ps : automóvel – elétron - cadáver – tórax –
fórceps
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica - ã, ãs, ão, ãos : ímã – ímãs – órfão – órgãos
está na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tím- -- Dica da Zê!: Memorize a palavra LINURXÃO. Para
pano – médico – ônibus quê? Repare que essa palavra apresenta as terminações
das paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua
Como podemos observar, os vocábulos possuem mais UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memo-
de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com rização!
uma sílaba somente: são os chamados monossílabos que,
quando pronunciados, apresentam certa diferenciação -ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
quanto à intensidade.
não de “s”: água – pônei – mágoa – jóquei
Tal diferenciação só é percebida quando os pronun-
ciamos em uma dada sequência de palavras. Assim como
Regras especiais:
podemos observar no exemplo a seguir:

“Sei que não vai dar em nada, Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
Seus segredos sei de cor”. abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
Os monossílabos classificam-se como tônicos; os de- de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
mais, como átonos (que, em, de). palavras paroxítonas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma As formas verbais que possuíam o acento tônico na
palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
acentuados. Ex.: herói, céu, dói, escarcéu. “e” ou “i” não serão mais acentuadas. Ex.:
Antes Depois
Antes Agora apazigúe (apaziguar) apazigue
assembléia assembleia averigúe (averiguar) averigue
idéia ideia argúi (arguir) argui
geléia geleia
jibóia jiboia Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa
apóia (verbo apoiar) apoia do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo
paranóico paranoico vir)

Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acom- A regra prevalece também para os verbos conter, ob-
panhados ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca ter, reter, deter, abster.
– baú – país – Luís ele contém – eles contêm
Observação importante: ele obtém – eles obtêm
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando ele retém – eles retêm
hiato quando vierem depois de ditongo: Ex.: ele convém – eles convêm
Antes Agora Não se acentuam mais as palavras homógrafas que
bocaiúva bocaiuva antes eram acentuadas para diferenciá-las de outras seme-
feiúra feiura lhantes (regra do acento diferencial). Apenas em algumas
Sauípe Sauipe exceções, como:
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua sen-
abolido. Ex.: do acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa
Antes Agora do singular do presente do indicativo). Ex:
crêem creem Ela pode fazer isso agora.
lêem leem Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou...
vôo voo
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da
enjôo enjoo
preposição por.
- Quando, na frase, der para substituir o “por” por “co-
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos
locar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex:
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER.
Faço isso por você.
Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Repare:
1-) O menino crê em você Questões sobre Acentuação Gráfica
Os meninos creem em você.
2-) Elza lê bem! 01. (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA –
Todas leem bem! VUNESP/2010) Assinale a alternativa em que as palavras
3-) Espero que ele dê o recado à sala. são acentuadas graficamente pelos mesmos motivos que
Esperamos que os garotos deem o recado! justificam, respectivamente, as acentuações de: década,
4-) Rubens vê tudo! relógios, suíços.
Eles veem tudo! (A) flexíveis, cartório, tênis.
(B) inferência, provável, saída.
* Cuidado! Há o verbo vir: (C) óbvio, após, países.
Ele vem à tarde! (D) islâmico, cenário, propôs.
Eles vêm à tarde! (E) república, empresária, graúda.

Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan- 02. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz Assinale a alternativa com as palavras acentuadas segundo
as regras de acentuação, respectivamente, de intercâmbio
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti- e antropológico.
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha. (A) Distúrbio e acórdão.
(B) Máquina e jiló.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem (C) Alvará e Vândalo.
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba (D) Consciência e características.
(E) Órgão e órfãs.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(A) flexíveis e cartório = paroxítonas terminadas em


03. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE – ditongo / tênis = paroxítona terminada em “i” (seguida
TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA - CESPE/2012) As pa- de “s”)
lavras “conteúdo”, “calúnia” e “injúria” são acentuadas de (B) inferência = paroxítona terminada em ditongo /
acordo com a mesma regra de acentuação gráfica. provável = paroxítona terminada em “l” / saída = regra do
( ) CERTO ( ) ERRADO hiato
(C) óbvio = paroxítona terminada em ditongo / após
04. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS = oxítona terminada em “o” + “s” / países = regra do hiato
GERAIS – OFICIAL JUDICIÁRIO – FUNDEP/2010) Assinale a (D) islâmico = proparoxítona / cenário = paroxítona
afirmativa em que se aplica a mesma regra de acentuação. terminada em ditongo / propôs = oxítona terminada em
A) tevê – pôde – vê “o” + “s”
B) únicas – histórias – saudáveis (E) república = proparoxítona / empresária = paroxíto-
C) indivíduo – séria – noticiários na terminada em ditongo / graúda = regra do hiato
D) diário – máximo – satélite
2-) Para que saibamos qual alternativa assinalar, pri-
05. (ANATEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- meiro temos que classificar as palavras do enunciado
PE/2012) Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego quanto à posição de sua sílaba tônica:
do acento gráfico tem justificativas gramaticais diferentes. Intercâmbio = paroxítona terminada em ditongo; An-
(...) CERTO ( ) ERRADO tropológico = proparoxítona (todas são acentuadas). Ago-
ra, vamos à análise dos itens apresentados:
06. (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- (A) Distúrbio = paroxítona terminada em ditongo;
PE/2012) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” acórdão = paroxítona terminada em “ão”
recebem acento gráfico com base na mesma regra de (B) Máquina = proparoxítona; jiló = oxítona terminada
acentuação gráfica. em “o”
(...) CERTO ( ) ERRADO (C) Alvará = oxítona terminada em “a”; Vândalo = pro-
paroxítona
07. (BACEN – TÉCNICO DO BANCO CENTRAL – CES- (D) Consciência = paroxítona terminada em ditongo;
GRANRIO/2010) As palavras que se acentuam pelas mes- características = proparoxítona
mas regras de “conferência”, “razoável”, “países” e “será”, (E) Órgão e órfãs = ambas: paroxítona terminada em
respectivamente, são “ão” e “ã”, respectivamente.
a) trajetória, inútil, café e baú.
b) exercício, balaústre, níveis e sofá. 3-) “Conteúdo” é acentuada seguindo a regra do hiato;
c) necessário, túnel, infindáveis e só. calúnia = paroxítona terminada em ditongo; injúria = paro-
d) médio, nível, raízes e você. xítona terminada em ditongo.
e) éter, hífen, propôs e saída. RESPOSTA: “ERRADO”.

08. (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) São acen- 4-)


tuados graficamente de acordo com a mesma regra de A) tevê – pôde – vê
acentuação gráfica os vocábulos Tevê = oxítona terminada em “e”; pôde (pretérito per-
A) também e coincidência. feito do Indicativo) = acento diferencial (que ainda preva-
B) quilômetros e tivéssemos. lece após o Novo Acordo Ortográfico) para diferenciar de
C) jogá-la e incrível. “pode” – presente do Indicativo; vê = monossílaba termi-
D) Escócia e nós. nada em “e”
E) correspondência e três. B) únicas – histórias – saudáveis
Únicas = proparoxítona; história = paroxítona termi-
09. (IBAMA – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- nada em ditongo; saudáveis = paroxítona terminada em
PE/2012) As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de ditongo.
acordo com a mesma regra de acentuação gráfica. C) indivíduo – séria – noticiários
(...) CERTO ( ) ERRADO Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; séria =
paroxítona terminada em ditongo; noticiários = paroxítona
GABARITO terminada em ditongo.
D) diário – máximo – satélite
01. E 02. D 03. E 04. C 05. E Diário = paroxítona terminada em ditongo; máximo =
06. C 07. D 08. B 09. E proparoxítona; satélite = proparoxítona.

RESOLUÇÃO 5-) Análise = proparoxítona / mínimos = proparoxíto-


na. Ambas são acentuadas pela mesma regra (antepenúlti-
1-) Década = proparoxítona / relógios = paroxítona ma sílaba é tônica, “mais forte”).
terminada em ditongo / suíços = regra do hiato RESPOSTA: “ERRADO”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

6-) Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; diá- Classes de palavras


ria = paroxítona terminada em ditongo; paciência = paro-
xítona terminada em ditongo. Os três vocábulos são acen- SUBSTANTIVO
tuados devido à mesma regra. Substantivo é tudo o que nomeia as “coisas” em geral.
RESPOSTA: “CERTO”. Substantivo é tudo o que pode ser visto, pego ou sentido.
Substantivo é tudo o que pode ser precedido de artigo
7-) Vamos classificar as palavras do enunciado:
1-) Conferência = paroxítona terminada em ditongo Classificação e Formação
2-) razoável = paroxítona terminada em “l’ Substantivo Comum: Substantivo comum é aquele
3-) países = regra do hiato que designa os seres de uma espécie de forma genérica.
4-) será = oxítona terminada em “a” Por exemplo: pedra, computador, cachorro, homem, ca-
derno.
a) trajetória, inútil, café e baú.
Trajetória = paroxítona terminada em ditongo; inútil = Substantivo Próprio: Substantivo próprio é aquele
paroxítona terminada em “l’; café = oxítona terminada em que designa um ser específico, determinado, individua-
“e” lizando-o. Por exemplo: Maxi, Londrina, Dílson, Ester.
b) exercício, balaústre, níveis e sofá. O substantivo próprio sempre deve ser escrito com letra
Exercício = paroxítona terminada em ditongo; balaús- maiúscula.
tre = regra do hiato; níveis = paroxítona terminada em “i + Substantivo Concreto: Substantivo concreto é aquele
s”; sofá = oxítona terminada em “a”. que designa seres que existem por si só ou apresentam-se
c) necessário, túnel, infindáveis e só. em nossa imaginação como se existissem por si. Por exem-
Necessário = paroxítona terminada em ditongo; túnel plo: ar, som, Deus, computador, Ester.
= paroxítona terminada em “l’; infindáveis = paroxítona Substantivo Abstrato: Substantivo abstrato é aque-
terminada em “i + s”; só = monossílaba terminada em “o”. le que designa prática de ações verbais, existência de
d) médio, nível, raízes e você. qualidades ou sentimentos humanos. Por exemplo: saída
Médio = paroxítona terminada em ditongo; nível = pa- (prática de sair), beleza (existência do belo), saudade.
roxítona terminada em “l’; raízes = regra do hiato; será =
oxítona terminada em “a”. Formação dos substantivos
e) éter, hífen, propôs e saída.
Éter = paroxítona terminada em “r”; hífen = paroxítona Substantivo Primitivo: É primitivo o substantivo que
terminada em “n”; propôs = oxítona terminada em “o + s”; não se origina de outra palavra existente na língua portu-
saída = regra do hiato. guesa. Por exemplo: pedra, jornal, gato, homem.
Substantivo Derivado: É derivado o substantivo que
8-) provém de outra palavra da língua portuguesa. Por exem-
A) também e coincidência. plo: pedreiro, jornalista, gatarrão, homúnculo.
Também = oxítona terminada em “e + m”; coincidência Substantivo Simples: É simples o substantivo forma-
= paroxítona terminada em ditongo do por um único radical. Por exemplo: pedra, pedreiro,
B) quilômetros e tivéssemos. jornal, jornalista.
Quilômetros = proparoxítona; tivéssemos = proparo-
xítona Substantivo Composto: É composto o substantivo
C) jogá-la e incrível. formado por dois ou mais radicais. Por exemplo: pedra-
Oxítona terminada em “a”; incrível = paroxítona termi- sabão, homem-rã, passatempo.
nada em “l’
D) Escócia e nós. Substantivo Coletivo: É coletivo o substantivo no sin-
Escócia = paroxítona terminada em ditongo; nós = gular que indica diversos elementos de uma mesma espé-
monossílaba terminada em “o + s” cie.
E) correspondência e três. - abelha - enxame, cortiço, colmeia
Correspondência = paroxítona terminada em ditongo; - acompanhante - comitiva, cortejo, séquito
três = monossílaba terminada em “e + s” - alho - (quando entrelaçados) réstia, enfiada, cambada
- aluno - classe
9-) Pó = monossílaba terminada em “o”; só = monos- - amigo - (quando em assembleia) tertúlia
sílaba terminada em “o”; céu = monossílaba terminada em
ditongo aberto “éu”. ADJETIVO
RESPOSTA: “ERRADO”. É a classe gramatical de palavras que exprimem quali-
dade, defeito, origem, estado do ser.

Classificação dos Adjetivos


Explicativo - exprime qualidade própria do se. Por
exemplo, neve fria.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Restritivo - exprime qualidade que não é própria do ser. - de superioridade: analítico (mais bom do que) e sin-
Ex: fruta madura. tético (melhor que).
Primitivo - não vem de outra palavra portuguesa. Por - de inferioridade: menos bom que (do que).
exemplo, bom e mau.
Derivado - tem origem em outra palavra portuguesa. Superlativo
Por exemplo, bondoso - absoluto: analítico (muito bom) e sintético (ótimo,
Simples - formado de um só radical. Por exemplo, bra- erudito; ou boníssimo, popular).
sileiro. - relativo: de superioridade (o mais bom de) e de infe-
Composto - formado de mais de um radical. Por exem- rioridade (o menos bom ).
plo, franco-brasileiro.
Pátrio - é o adjetivo que indica a naturalidade ou a na- Somente seis adjetivos têm o grau comparativo de su-
cionalidade do ser. Por exemplo, brasileiro, cambuiense, perioridade sintético. Veja-os: de bom - melhor, de mau
etc. - pior, de grande - maior, de pequeno - menor, de alto - su-
perior, de baixo - inferior. Para estes seis adjetivos, usamos
Locução Adjetiva a forma analítica do grau comparativo de superioridade,
É toda expressão formada de uma preposição mais um quando se comparam duas qualidades do mesmo ser. Por
substantivo, equivalente a um adjetivo. Por exemplo, ho- exemplo, Ele é mais bom que inteligente. Usa-se a forma
mens com aptidão (aptos), bandeira da Irlanda (irlandesa). sintética do grau comparativo de superioridade, quando
se comparam dois seres através da mesma qualidade. Por
Gêneros dos Adjetivos exemplo: Ela é melhor que você.
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mascu-
lino e outra para o feminino. Por exemplo, mau e má, judeu PRONOME
e judia. Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona A palavra que acompanha (determina) ou substitui
no feminino somente o último elemento. Por exemplo, o um nome é denominada pronome. Ex.: Ana disse para sua
motivo sócio-literário e a causa sócio-literária. Exceção = irmã: - Eu preciso do meu livro de matemática. Você não o
surdo-mudo e surda-muda. encontrou? Ele estava aqui em cima da mesa. 
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino - eu substitui “Ana”
como para o feminino. Por exemplo, homem feliz ou cruel e
- meu acompanha “o livro de matemática”
mulher feliz ou cruel. Se o adjetivo é composto e uniforme,
- o substitui “o livro de matemática”
fica invariável no feminino. Por exemplo, conflito político-
- ele substitui “o livro de matemática”
social e desavença político-social.
Flexão: Quanto à forma, o pronome varia em gênero,
Número dos Adjetivos
número e pessoa:
Plural dos adjetivos simples: Os adjetivos simples fle-
Gênero (masculino/feminino)
xionam-se no plural de acordo com as regras estabelecidas
para a flexão numérica dos substantivos simples. Por exem- Ele saiu/Ela saiu
plo, mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas. Meu carro/Minha casa
Plural dos adjetivos compostos: Os adjetivos compostos
flexionam-se no plural de acordo com as seguintes regras: Número (singular/plural)
- os adjetivos compostos formados de adjetivo + ad- Eu saí/Nós saímos
jetivo flexionam somente o último elemento. Por exemplo, Minha casa/Minhas casas
luso-brasileiro e luso-brasileiros. Exceções: surdo-mudo e Pessoa (1ª/2ª/3ª)
surdos-mudos. E ficam invariáveis os seguintes adjetivos Eu saí/Tu saíste/Ele saiu
compostos: azul-celeste e azul-marinho. Meu carro/Teu carro/Seu carro
- os adjetivos compostos formados de palavra invariá- Função: O pronome tem duas funções fundamentais:
vel + adjetivo flexionam também só o último elemento. Por Substituir o nome: Nesse caso, classifica-se como pro-
exemplo, mal-educado e mal-educados. nome substantivo e constitui o núcleo de um grupo no-
- os adjetivos compostos formados de adjetivo + subs- minal. Ex.: Quando cheguei, ela se calou. (ela é o núcleo
tantivo ficam invariáveis. Por exemplo, carro(s) verde-ca- do sujeito da segunda oração e se trata de um pronome
nário. substantivo porque está substituindo um nome)
- as expressões formadas de cor + de + substantivo Referir-se ao nome: Nesse caso, classifica-se como
também ficam invariáveis. Por exemplo, cabelo(s) cor-de pronome adjetivo e constitui uma palavra dependente
-ouro. do grupo nominal. Ex.: Nenhum aluno se calou. (o sujeito
“nenhum aluno” tem como núcleo o substantivo “aluno” e
Graus dos Adjetivos como palavra dependente o pronome adjetivo “nenhum”)
O adjetivo flexiona-se em grau para indicar a intensida-
de da qualidade do ser. Existem, para o adjetivo, dois graus: Pronomes Pessoais: São aqueles que substituem os
Comparativo nomes e representam as pessoas do discurso:
- de igualdade: tão (tanto, tal) bom como (quão, quan- 1ª pessoa - a pessoa que fala - eu/nós
to). 2ª pessoa - a pessoa com que se fala - tu/vós

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LÍNGUA PORTUGUESA

3ª pessoa - a pessoa de quem se fala - ele/ela/eles/elas

Pronomes pessoais retos: são os que têm por função principal representar o sujeito ou predicativo. 
Pronomes pessoais oblíquos: são os que podem exercer função de complemento.
Pronomes pessoais oblíquos
Pronomes pessoais retos
Pessoas do Discurso Átonos Tônicos
1ª pessoa eu me mim, comigo
2ª pessoa tu te ti, contigo
Singular
3ª pessoa ele/ela se, o, a, lhe si, ele, consigo
1ª pessoa nós nos nós, conosco
Plural 2ª pessoa vós vos vós convosco
3ª pessoa eles/elas se, os, as, lhes si, els, consigo

Pronomes Oblíquos
- Associação de pronomes a verbos: Os pronomes oblíquos o, a, os, as, quando associados a verbos terminados em -r,
-s, -z, assumem as formas lo, la, los, las, caindo as consoantes. Ex.: Carlos quer convencer seu amigo a fazer uma viagem;
Carlos quer convencê-lo a fazer uma viagem.
- Quando associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am, -em, -ão, -õe), assumem as formas no, na, nos, nas.
Ex.: Fizeram um relatório; Fizeram-no.
- Os pronomes oblíquos podem ser reflexivos e quando isso ocorre se referem ao sujeito da oração. Ex.: Maria olhou-se
no espelho; Eu não consegui controlar-me diante do público.
- Antes do infinitivo precedido de preposição, o pronome usado deverá ser o reto, pois será sujeito do verbo no infini-
tivo. Ex.: O professor trouxe o livro para mim. (pronome oblíquo, pois é um complemento); O professor trouxe o livro para
eu ler. (pronome reto, pois é sujeito)
Pronomes de Tratamento: São aqueles que substituem a terceira pessoa gramatical. Alguns são usados em tratamento
cerimonioso e outros em situações de intimidade. Conheça alguns:
- você (v.): tratamento familiar
- senhor (Sr.), senhora (Srª.): tratamento de respeito
- senhorita (Srta.): moças solteiras
- Vossa Senhoria (V.Sª.): para pessoa de cerimônia
- Vossa Excelência (V.Exª.): para altas autoridades
- Vossa Reverendíssima (V. Revmª.): para sacerdotes
- Vossa Eminência (V.Emª.): para cardeais
- Vossa Santidade (V.S.): para o Papa
- Vossa Majestade (V.M.): para reis e rainhas
- Vossa Majestade Imperial (V.M.I.): para imperadores
- Vossa Alteza (V.A.): para príncipes, princesas e duques
1- Os pronomes e os verbos ligados aos pronomes de tratamento devem estar na 3ª pessoa. Ex.: Vossa Excelência já
terminou a audiência? (nesse fragmento se está dirigindo a pergunta à autoridade)
2- Quando apenas nos referimos a essas pessoas, sem que estejamos nos dirigindo a elas, o pronome “vossa” se trans-
forma no possessivo “sua”. Ex.: Sua Excelência já terminou a audiência? (nesse fragmento não se está dirigindo a pergunta
à autoridade, mas a uma terceira pessoa do discurso)
Pronomes Possessivos: São aqueles que indicam ideia de posse. Além de indicar a coisa possuída, indicam a pessoa
gramatical possuidora.
Masculino Feminino
Singular Plural Singular Plural
meu meus minha minhas
teu teus tua tuas
seu seus sua suas
nosso nossos nossa nossas
vosso vossos vossa vossas
seu seus sua suas

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LÍNGUA PORTUGUESA

Existem palavras que eventualmente funcionam como pronomes possessivos. Ex.: Ele afagou-lhe (seus) os cabelos.

Pronomes Demonstrativos: Os pronomes demonstrativos possibilitam localizar o substantivo em relação às pessoas,


ao tempo, e sua posição no interior de um discurso.

Pronomes Espaço Tempo Ao dito Enumeração

Perto de quem fala Referente aquilo que Referente ao último elemento


este, Presente
(1ª pessoa). ainda não foi dito. citado em uma enumeração.
esta, isto,
estes, Ex.: Neste ano, tenho Ex.: Esta afirmação Ex.: O homem e a mulher são
estas Ex.: Não gostei deste
realizado bons negó- me deixou surpresa: massacrados pela cultura atual,
livro aqui.
cios. gostava de química. mas esta é mais oprimida.
Perto de quem ouve Passado ou futuro Referente aquilo que
 
esse, (2ª pessoa). próximos já foi dito.
essa,
esses, Ex.: Não gostei desse Ex.: Gostava de quími-
Ex.: Nesse último ano,
essas livro que está em tuas ca. Essa afirmação me  
realizei bons negócios
mãos. deixou surpresa

Perto da 3ª pessoa,
Passado ou futuro Referente ao primeiro elemento
distante dos interlocu-  
aquele, remotos citado em uma enumeração.
tores.
aquela,
aquilo, Ex.: Tenho boas recor- Ex.: O homem e a mulher são
aqueles, Ex.: Não gostei da-
dações de 1960, pois massacrados pela cultura atual,
aquelas quele livro que a Ro-  
naquele ano realizei mas esta é mais oprimida que
berta trouxe.
bons negócios. aquele.
Pronomes Indefinidos: São pronomes que acompanham o substantivo, mas não o determinam de forma precisa: al-
gum, bastante, cada, certo, diferentes, diversos, demais, mais, menos, muito nenhum, outro, pouco, qual, qualquer, quanto,
tanto, todo, tudo, um, vários.

Algumas locuções pronominais indefinidas: cada qual, qualquer um, tal e qual, seja qual for, sejam quem for, todo
aquele, quem (que), quer uma ou outra, todo aquele (que), tais e tais, tal qual, seja qual for.

Uso de alguns pronomes indefinidos:

Algum:
- quando anteposto ao substantivo da ideia de afirmação. “Algum dinheiro terá sido deixado por ela.” 
- quando posposto ao substantivo dá ideia de negação. “Dinheiro algum terá sido deixado por ela.”
O uso desse pronome indefinido antes ou depois do verbo está ligado à intenção do enunciador.

Demais: Este pronome indefinido, muitas vezes, é confundido com o advérbio “demais” ou com a locução adverbial
“de mais”. Ex.:
“Maria não criou nada de mais além de uma cópia do quadro de outro artista.” (locução adverbial)
“Maria esperou os demais.” (pronome indefinido = os outros)
“Maria esperou demais.” (advérbio de intensidade) 

Todo: É usado como pronome indefinido e também como advérbio, no sentido de completamente, mas possuindo
flexão de gênero e número, o que é raro em um advérbio. Ex.:
“Percorri todo trajeto.” (pronome indefinido)
“Por causa da chuva, a roupa estava toda molhada.” (advérbio)

Cada: Possui valor distributivo e significa todo, qualquer dentre certo número de pessoas ou de coisas. Ex.: “Cada
homem tem a mulher que merece”. Este pronome indefinido não pode anteceder substantivo que esteja em plural (cada
férias), a não ser que o substantivo venha antecedido de numeral (cada duas férias). Pode, às vezes, ter valor intensificador:
“Mário diz cada coisa idiota!”

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Relativos: São aqueles que representam Conjugação Verbal: Existem 3 conjugações verbais:
nomes que já foram citados e com os quais estão relacio- - A 1ª que tem como vogal temática o ‘’a’’. Ex: cantar,
nados. O nome citado denomina-se  antecedente do pro- pular, sonhar etc...
nome relativo. Ex.: “A rua onde moro é muito escura à noi- - A 2ª que tem como vogal temática o ‘’e’’. Ex: vender,
te.”; onde: pronome relativo que representa “a rua”; a rua: comer, chover, sofrer etc....
antecedente do pronome “onde”. - A 3ª que tem como vogal temática o ‘’i’’. Ex: partir,
dividir, sorrir, abrir etc....
Alguns pronomes que podem funcionar como pro-
nomes relativos:  Masculino (o qual, os quais, quanto,
quantos, cujo, cujos). Feminino (a qual, as quais, quanta, 1º CONJUGAÇÃO 2º CONJUGAÇÃO 3º CONJUGAÇÃO
quantas, cuja, cujas). Invariável (quem, que, onde). verbos terminados verbos terminados verbos terminados
em AR em ER em IR
O pronome relativo quem sempre possui como ante-
cedente uma pessoa ou coisas personificadas, vem sem- cantar vender partir
pre antecedido de preposição e possui o significado de “o amar chover sorrir
qual”. Ex.: “Aquela menina de quem lhe falei viajou para sonhar sofrer abrir
Paris”. Antecedente: menina; Pronome relativo antecedido
de preposição: de quem. OBS: O verbo pôr, assim como seus derivados (com-
Os pronomes relativos cujo, cuja sempre precedem a por, repor, depor, etc.), pertence à 2º conjugação, porque
um substantivo sem artigo e possuem o significado “do na sua forma antiga a sua terminação era em er: poer. A
qual”, “da qual”. Ex.: “O livro cujo autor não me recordo.” vogal “e”, apesar de haver desaparecido do infinitivo, re-
Os pronomes relativos quanto(s) e quanta(s) apa- vela-se em algumas formas de verbo: põe, pões, põem etc.
recem geralmente precedidos dos pronomes indefinidos
tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. Ex.: “Você é tudo Pessoas: 1ª, 2ª e 3ª pessoa são abordadas em 2 situa-
quanto queria na vida.” ções: singular e plural.
O pronome relativo onde tem sempre como antece- Primeira pessoa do singular – eu; ex: eu canto
dente palavra que indica lugar. Ex.: “A casa onde moro é Segunda pessoa do singular – tu; ex: tu cantas
muito espaçosa.” Terceira pessoa do singular – ele; ex ele: canta
O pronome relativo que admite diversos tipos de an- Primeira pessoa do plural – nós; ex: nós cantamos
tecedentes: nome de uma coisa ou pessoa, o pronome de- Segunda pessoa do plural – vós; ex: vós cantais
monstrativo ou outro pronome. Ex.: “Quero agora aquilo Terceira pessoa do plural – eles; ex: eles cantam
que ele me prometeu.”
Os pronomes relativos, na maioria das vezes, funcio- Tempos e Modo de Verbo
nam como conectivos, permitindo-nos unir duas orações
em um só período. Ex.: A mulher parece interessada. A - Presente. Fato ocorrido no momento em que se fala.
mulher comprou o livro. (A mulher que parece interessada Ex: Faz
comprou o livro.) - Pretérito. Fato ocorrido antes. Ex: Fez
Pronomes Interrogativos: Os pronomes interroga- - Futuro. Fato ocorrido depois. Ex: Fará
tivos levam o verbo à 3ª pessoa e são usados em frases O pretérito subdivide-se em perfeito, imperfeito e
interrogativas diretas ou indiretas. Não existem pronomes mais-que-perfeito.
exclusivamente interrogativos e sim que desempenham - Perfeito. Ação acabada. Ex: Eu li o ultimo romance de
função de pronomes interrogativos, como por exemplo: Rubens Fonseca.
que, quantos, quem, qual, etc. Ex.: “Quantos livros tere- - Imperfeito. Ação inacabada no momento a que se
mos que comprar?”; “Ele perguntou quantos livros teriam refere à narração. Ex: Ele olhava o mar durante horas e ho-
que comprar.”; “Qual foi o motivo do seu atraso?” ras.
- Mais-que-perfeito. Ação acabada, ocorrida antes de
VERBO outro fato passado. Ex:  para poder trabalhar melhor, ela
dividira a turma em dois grupos. 
Quando se pratica uma ação, a palavra que representa O futuro subdivide-se em futuro do presente e futuro
essa ação e indica o momento em que ela ocorre é o verbo. do pretérito.
Exemplos: - futuro do Presente. Refere-se a um fato imediato e
- Aquele pedreiro trabalhou muito. (ação – pretérito) certo. Ex: comprarei ingressos para o teatro.
- Venta muito na primavera. (fenômeno – presente) - futuro do Pretérito. Pode indicar condição, referin-
- Ana ficará feliz com a tua chegada. (estado - futuro) do-se a uma ação futura, vinculada a um momento já pas-
- Maria enviuvou na semana passada. (mudança de es- sado. Ex: Aprenderia tocar violão, se tivesse ouvido para a
tado – pretérito) música (aqui indica condição); Eles gostariam de convidá-la
- A serra azula o horizonte. (qualidade – presente) para a festa.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Modos Verbais - Expressar cortesia ou timidez. Ex: o senhor podia fazer


o favor de me emprestar uma caneta? (pode)
- Indicativo. Apresenta o fato de maneira real, certa,
positiva. Ex: Eu estudo geografia Iremos ao cinema; Voltou Futuro do Presente pode:
para casa. - Indicar probabilidade. Ex: Ele terá, no máximo, uns 70
- subjuntivo. Pode exprimir um desejo e apresenta o quilos.
fato como possível ou duvidoso, hipotético. Ex: Queria que - Substituir o imperativo. Ex: não matarás. (não mates)
me levasses ao teatro; Se eu tivesse dinheiro, compraria um
carro; Quando o relógio despertar, acorda-me. Tempos Simples e Tempos Compostos: Os tempos
- Imperativo. Exprime ordem, conselho ou súplica. Ex: são simples quando formados apenas pelo verbo principal.
Limpa a cozinha, Maria; Descanse bastante nestas férias; Indicativo:
Senhor tende piedade de nós. Presente - canto, vendo, parto, etc.
Pretérito perfeito - cantei,vendi,parti, etc.
As formas nominais do verbo são Três: infinitivo, ge- Pretérito imperfeito - cantava, vendia, partia, etc.
rúndio e particípio. Pretérito mais-que-perfeito - cantara, vendera, partira,
etc.
Infinitivo: Futuro do presente - cantarei, venderei, partirei, etc.
Pessoal - cantar (eu), cantares (tu), vender (eu), vende- Futuro do pretérito - cantaria, venderia, partiria, etc.
res (tu),  partir (eu), partires (tu)
Impessoal - cantar, vender, partir. Subjuntivo:
Gerúndio - cantando, vendendo, partindo. Presente - cante,venda, parta, etc.
Particípio - cantado,vendido,partido. Pretérito imperfeito  - cantasse, vendesse, partisse, etc.
Futuro - cantar, vender, partir.
Impessoal: Uma forma em que o verbo não se refere a
nenhuma pessoa gramatical: é o infinitivo impessoal quan- Imperativo: Ao indicar ordem, conselho, pedido, o
do não se refere às pessoas do discurso. Exemplos: viver é fato verbal pode expressar negação ou afirmação. São,
bom. (a vida é boa); É proibido fumar. (é proibido o fumo) portanto, duas as formas do imperativo:
- Imperativo Negativo: Não falem alto.
Pessoal: Quando se refere às pessoas do discurso. - Imperativo Afirmativo: Falem mais alto.
Neste caso, não é flexionado nas 1ª e 3ª pessoas do singu-
lar e flexionadas nas demais: Imperativo negativo: É formado do presente do sub-
Falar (eu) – não flexionado juntivo.
Falares (tu) – flexionado 2º 3º
Falar (ele) – não flexionado  1º CONJUGAÇÃO
CONJUGAÇÃO CONJUGAÇÃO
Falarmos (nós) – flexionado CANT - AR
VEND - ER PART - IR
Falardes (voz) – flexionado
Falarem (eles) – flexionado Não cantes Não vendas Não partas
Não cante Não venda Não parta
Ex: É conveniente estudares (é conveniente o estudo); É Não cantemos Não vendamos Não partamos
útil pesquisarmos (é útil a nossa pesquisa) Não canteis Não vendais Não partais
Aspecto: Aspecto é a maneira de ser ação. Não cantem Não vendam Não partam
O Pretérito Perfeito Composto: indica um fato con-
cluído, revela de certa forma a ideia de continuidade. Ex: Eu Imperativo afirmativo: Também é formado do pre-
tenho estudado (eu estudei até o presente momento). Os sente do subjuntivo, com exceção da 2º pessoa do singular
verbos invocativos (terminados em “ecer” ou “escer”) indica e da 2º pessoa do plural, que são retiradas do presente do
uma continuidade gradual. Ex: embranquecer é começar a indicativo sem o “s”. Ex: Canta – Cante – Cantemos – Cantai
ficar grisalho e envelhecer é ir ficando velho. – Cantem
O imperativo não possui a 1º pessoa do singular, pois
O Presente do Indicativo pode: não se prevê a ordem, o pedido ou o conselho a si mesmo.
- indicar frequência. Ex: O sol nasce para todos.
- ser empregado no lugar do futuro. Ex: amanhã vou ao Tempos são compostos quando formados pelos auxi-
teatro. (irei); Se continuam as indiretas, perco a paciência. liares ter ou haver.
(continuarem; perderei)
- ser empregado no lugar do pretérito (presente histó- Indicativo:
rico). Ex: É 1939: alemães invadem o território polonês (era; Pretérito perfeito composto - tenho cantado, tenho
invadiram) vendido, tenho partido, etc.
Pretérito mais-que-perfeito composto - tinha cantado,
O Pretérito Imperfeito do Indicativo pode: tinha vendido, tinha partido, etc.
- Substituir o futuro do pretérito. Ex: se eu soubesse, Futuro do presente composto - terei cantado, terei
não dizia aquilo. (diria) vendido, terei partido, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Futuro do pretérito composto - teria cantado, teria ADVÉRBIO


vendido, teria partido, etc.
O advérbio, assim como muitas outras palavras exis-
Subjuntivo: tentes na Língua Portuguesa, advém de outras línguas.
Pretérito perfeito composto - tenha cantado, tenha Assim sendo, tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica
vendido, tenha partido, etc. a ideia de proximidade, contiguidade. Essa proximidade
Pretérito mais-que-perfeito composto - tivesse canta- faz referência ao processo verbal, no sentido de caracte-
do, tivesse vendido, tivesse partido, etc. rizá-lo, ou seja, indicando as circunstâncias em que esse
Futuro composto - tiver cantado, tiver vendido,tiver processo se desenvolve. 
partido, etc. O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sen-
tido de caracterizar os processos expressos por ele. Contu-
Infinitivo: do, ele não é modificador exclusivo desta classe (verbos),
Pretérito impessoal composto - ter cantado, ter vendi- pois também modifica o adjetivo e até outro advérbio. Se-
do, ter partido, etc. guem alguns exemplos:
Pretérito pessoal composto - ter (teres) cantado, ter
Para quem se diz  distantemente alheio  a esse as-
(teres) vendido, ter (teres) partido.
sunto, você está até bem informado.
Gerúndio pretérito composto - tendo cantado, tendo
vendido, tendo partido.
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o ad-
jetivo alheio, representando uma qualidade, característica.
Regulares: Regulares são verbos que se conjugam de
acordo com o paradigma (modelo) de cada conjugação. O artista canta muito mal.
Cantar (1ª conjugação) vender (2ª conjugação) partir (3ª
conjugação) todos que se conjugarem de acordo com es- Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modi-
ses verbos serão regulares. fica outro advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exem-
plos pudemos verificar que se tratava de somente uma pa-
As vozes verbais indicam a relação entre o sujeito e lavra funcionando como advérbio. No entanto, ele pode
a ação expressa pelo verbo. Em português, o verbo se estar demarcado por mais de uma palavra, que mesmo
distribui em três vozes: assim não deixará de ocupar tal função. Temos aí o que
- Voz ativa: quando o sujeito pratica a ação,  é um chamamos de locução adverbial, representada por algu-
sujeito agente. mas expressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a
Ex.: A criança   alimentou   o animal. frente, de modo algum, entre outras.
          Sujeito                               verbo ativo       objeto Mediante tais postulados, afirma-se que, dependendo
No exemplo dado, a criança (sujeito) pratica a ação. das circunstâncias expressas pelos advérbios, eles se classi-
ficam em distintas categorias, uma vez expressas por:    
- Voz passiva: quando o sujeito sofre a ação verbal, é de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pres-
um sujeito paciente. sas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos
Ex.: O animal   foi alimentado   pela criança. poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral,
         sujeito                                  verbo passivo         agente frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior
parte dos que terminam em -mente: calmamente, triste-
No exemplo dado, o animal (sujeito) recebe a ação. mente, propositadamente, pacientemente, amorosamente,
Há dois tipos de voz passiva: docemente, escandalosamente, bondosamente, generosa-
a) Voz passiva sintética: formada por verbo transitivo mente
de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em
na terceira pessoa mais o pronome apassivador se.
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto,
Ex.: Vende         -se          computador.
     verbo na                          pronome            sujeito  quão, tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase,
  terceira pessoa              apassivador
de todo, de muito, por completo.
de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora,
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
b) Voz passiva analítica: formada pelo verbo auxiliar doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en-
(ser ou estar) mais o particípio de um verbo transitivo. fim, afinal, breve, constantemente, entrementes, imediata-
Ex.: O menino   foi penteado   pelo pai. mente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente,
          sujeito                                locução verbal     agente
às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em
quando, de quando em quando, a qualquer momento, de
- Voz reflexiva: quando o sujeito pratica e ao mesmo tempos em tempos, em breve, hoje em dia
tempo recebe a ação. A voz reflexiva apresenta a seguinte de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá,
estrutura: verbo na voz ativa + pronome oblíquo exercendo atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí,
a função de objeto. abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures,
Ex.: A menina    penteou    -se (a si mesma). adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, exter-
        sujeito                       verbo         pronome oblíquo o.d.
namente, a distância, à distancia de, de longe, de perto, em
cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta

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LÍNGUA PORTUGUESA

de negação  : Não, nem, nunca, jamais, de modo al- As frases são proferidas com entoação e pausas espe-
gum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum ciais, indicadas na escrita pelos sinais de pontuação. Mui-
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, prova- tas frases, principalmente as que se desviam do esquema
velmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe sujeito + predicado, só pode ser entendidas dentro do
de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, contexto (= o escrito em que figuram) e na situação (= o
efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, ambiente, as circunstâncias) em que o falante se encontra.
indubitavelmente Chamam-se frases nominais as que se apresentam sem o
de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, so- verbo. Exemplo: Tudo parado e morto.
mente, simplesmente, só, unicamente
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam- Quanto ao sentido, as frases podem ser:
bém
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente Declarativas: aquela através da qual se enuncia algo,
de designação: Eis de forma afirmativa ou negativa. Encerram a declaração ou
de interrogação: onde?(lugar), como?(modo), quan- enunciação de um juízo acerca de alguém ou de alguma
do?(tempo), por quê?(causa), quanto?(preço e intensida- coisa:
de), para quê?(finalidade) Paulo parece inteligente. (afirmativa)
Locução adverbial  A retificação da velha estrada é uma obra inadiável.
É reunião de duas ou mais palavras com valor de ad- (afirmativa)
vérbio. Exemplo: Nunca te esquecerei. (negativa)
Carlos saiu às pressas. (indicando modo) Neli não quis montar o cavalo velho, de pêlo ruço. (ne-
Maria saiu à tarde. (indicando tempo) gativa)
Há locuções adverbiais que possuem advérbios corres- Interrogativas: aquela da qual se pergunta algo, direta
pondentes. Exemplo: (com ponto de interrogação) ou indiretamente (sem ponto
Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu apressadamente. de interrogação). São uma pergunta, uma interrogação:
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de Por que chegaste tão tarde?
modo são flexionados, sendo que os demais são todos in- Gostaria de saber que horas são.
variáveis. A única flexão propriamente dita que existe na “Por que faço eu sempre o que não queria” (Fernando
categoria dos advérbios é a de grau:
Pessoa)
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe
“Não sabe, ao menos, o nome do pequeno?” (Machado
- longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente
de Assis)
- inconstitucionalissimamente, etc;
Diminutivo: diminui a intensidade.
Imperativas: aquela através da qual expressamos uma
Exemplos: perto - pertinho, pouco - pouquinho, deva-
ordem, pedido ou súplica, de forma afirmativa ou negativa.
gar - devagarinho, 
Contêm uma ordem, proibição, exortação ou pedido:
Frase, período e oração: “Cale-se! Respeite este templo.” (afirmativa)
Não cometa imprudências. (negativa)
Frase: é todo enunciado capaz de transmitir, a quem “Vamos, meu filho, ande depressa!” (afirmativa)
nos ouve ou lê, tudo o que pensamos, queremos ou senti- “Segue teu rumo e canta em paz.” (afirmativa)
mos. Pode revestir as mais variadas formas, desde a simples “Não me leves para o mar.” (negativa)
palavra até o período mais complexo, elaborado segundo
os padrões sintáticos do idioma. São exemplos de frases: Exclamativas: aquela através da qual externamos uma
admiração. Traduzem admiração, surpresa, arrependimen-
Socorro! to, etc.:
Muito obrigado! Como eles são audaciosos!
Que horror! Não voltaram mais!
Sentinela, alerta! “Uma senhora instruída meter-se nestas bibocas!”
Cada um por si e Deus por todos. (Graciliano Ramos)
Grande nau, grande tormenta.
Por que agridem a natureza? Optativas: É aquela através da qual se exprime um de-
“Tudo seco em redor.” (Graciliano Ramos) sejo:
“Boa tarde, mãe Margarida!” (Graciliano Ramos) Bons ventos o levem!
“Fumaça nas chaminés, o céu tranquilo, limpo o terrei- Oxalá não sejam vãos tantos sacrifícios!
ro.” (Adonias Filho) “E queira Deus que te não enganes, menino!” (Carlos
“As luzes da cidade estavam amortecidas.” (Érico Ve- de Laet)
ríssimo) “Quem me dera ser como Casimiro Lopes!” (Graciliano
“Tropas do exército regular do Sul, ajustadas pelos seus Ramos)
aliados brancos de além mar, tinham sido levadas em heli-
cópteros para o lugar onde se presumia estivesse o inimigo, Imprecativas: Encerram uma imprecação (praga, mal-
mas este se havia sumido por completo.” (Érico Veríssimo) dição):

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LÍNGUA PORTUGUESA

“Esta luz me falte, se eu minto, senhor!” (Camilo Cas- 04. Sabemos que frases verbais são aquelas que têm
telo Branco) verbos. Assinale, pois, as frases verbais:
“Não encontres amor nas mulheres!” (Gonçalves Dias) a) Deus te guarde!
“Maldito seja quem arme ciladas no seu caminho!” b) As risadas não eram normais.
(Domingos Carvalho da Silva) c) Que ideia absurda!
d) O fósforo quebrou – se em três pedacinhos.
Como se vê dos exemplos citados, os diversos tipos de e) Tão preta como o túnel!
frase podem encerrar uma afirmação ou uma negação. No f) Quem bom!
primeiro caso, a frase é afirmativa, no segundo, negativa. O g) As ovelhas são mansas e pacientes.
que caracteriza e distingue esses diferentes tipos de frase é h) Que espírito irônico e livre!
a entoação, ora ascendente ora descendente.
Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só po- 05. Escreva para cada frase o tipo a que pertence: de-
dem ser integralmente captados se atentarmos para o con- clarativa, interrogativa, imperativa e exclamativa:
texto em que são empregadas. É o caso, por exemplo, das a) Que flores tão aromáticas!
situações em que se explora a ironia. Pense, por exemplo, b) Por que é que não vais ao teatro mais vezes?
c) Devemos manter a nossa escola limpa.
na frase “Que educação!”, usada quando se vê alguém in-
d) Respeitem os limites de velocidade.
vadindo, com seu carro, a faixa de pedestres. Nesse caso,
e) Já alguma vez foste ao Museu da Ciência?
ela expressa exatamente o contrário do que aparentemen-
f) Atravessem a rua com cuidado.
te diz. g) Como é bom sentir a alegria de um dever cumprido!
A entoação é um elemento muito importante da frase h) Antes de tomar banho no mar, deve-se olhar para a
falada, pois nos dá uma ampla possibilidade de expressão. cor da bandeira.
Dependendo de como é dita, uma frase simples como “É i) Não te quero ver mais aqui!
ela.” pode indicar constatação, dúvida, surpresa, indigna- j) Hoje saímos mais cedo.
ção, decepção, etc. Respostas
A mesma frase pode assumir sentidos diferentes, con- 1-“a” e “d”
forme o tom com que a proferimos. Observe: 2- a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d) op-
Olavo esteve aqui. tativa; e) interrogativa; f) declarativa; g) imperativa; h) de-
Olavo esteve aqui? clarativa
Olavo esteve aqui?! 3- a) Eugênio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisi-
Olavo esteve aqui! nho, procure os fósforos no bolso!; c) Meninos, olhem à
sua volta!
Exercícios 4- a/b/d/g
5- a) exclamativa; b) interrogativa; c) declarativa; d) im-
01. Marque apenas as frases nominais: perativa; e) interrogativa; f) imperativa; g) exclamativa; h)
a) Que voz estranha! declarativa; i) imperativa; j) declarativa
b) A lanterna produzia boa claridade.
c) As risadas não eram normais. Oração: é todo enunciado linguístico dotado de sen-
d) Luisinho, não! tido, porém há, necessariamente, a presença do verbo. A
oração encerra uma frase (ou segmento de frase), várias
02. Classifique as frases em declarativa, interrogativa, frases ou um período, completando um pensamento e
exclamativa, optativa ou imperativa. concluindo o enunciado através de ponto final, interroga-
a) Você está bem? ção, exclamação e, em alguns casos, através de reticências.
Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às ve-
b) Não olhe; não olhe, Luisinho!
zes elípticos). Não têm estrutura sintática, portanto não são
c) Que alívio!
orações, não podem ser analisadas sintaticamente frases
d) Tomara que Luisinho não fique impressionado!
como:
e) Você se machucou? Socorro!
f) A luz jorrou na caverna. Com licença!
g) Agora suma, seu monstro! Que rapaz impertinente!
h) O túnel ficava cada vez mais escuro. Muito riso, pouco siso.
“A bênção, mãe Nácia!” (Raquel de Queirós)
03. Transforme a frase declarativa em imperativa. Siga
o modelo: Na oração as palavras estão relacionadas entre si,
Luisinho ficou pra trás. (declarativa) como partes de um conjunto harmônico: elas formam os
Lusinho, fique para trás. (imperativa) termos ou as unidades sintáticas da oração. Cada termo
  da oração desempenha uma função sintática. Geralmen-
a) Eugênio e Marcelo caminhavam juntos. te apresentam dois grupos de palavras: um grupo sobre o
b) Luisinho procurou os fósforos no bolso. qual se declara alguma coisa (o sujeito), e um grupo que
c) Os meninos olharam à sua volta. apresenta uma declaração (o predicado), e, excepcional-
mente, só o predicado. Exemplo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

A menina banhou-se na cachoeira. predicado. Quando se trata de predicado verbal, o núcleo


A menina – sujeito é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o núcleo
banhou-se na cachoeira – predicado é sempre um nome. Então têm por características básicas:
- estabelecer concordância com o núcleo do predica-
Choveu durante a noite. (a oração toda predicado) do;
- apresentar-se como elemento determinante em rela-
O sujeito é o termo da frase que concorda com o ver- ção ao predicado;
bo em número e pessoa. É normalmente o “ser de quem se - constituir-se de um substantivo, ou pronome subs-
declara algo”, “o tema do que se vai comunicar”. tantivo ou, ainda, qualquer palavra substantivada.
O predicado é a parte da oração que contém “a infor-
mação nova para o ouvinte”. Normalmente, ele se refere Exemplos:
ao sujeito, constituindo a declaração do que se atribui ao
sujeito. A padaria está fechada hoje.
está fechada hoje: predicado nominal
Observe: O amor é eterno. O tema, o ser de quem se fechada: nome adjetivo = núcleo do predicado
declara algo, o sujeito, é “O amor”. A declaração referente a padaria: sujeito
a “o amor”, ou seja, o predicado, é “é eterno”. padaria: núcleo do sujeito - nome feminino singular

Já na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito é “Os Nós mentimos sobre nossa idade para você.
rapazes”, que identificamos por ser o termo que concorda mentimos sobre nossa idade para você: predicado
em número e pessoa com o verbo “jogam”. O predicado é verbal
“jogam futebol”. mentimos: verbo = núcleo do predicado
Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente nós: sujeito
um substantivo, pronome ou verbo), que encerra a essên- No interior de uma sentença, o sujeito é o termo de-
cia de sua significação. Nos exemplos seguintes, as pala- terminante, ao passo que o predicado é o termo determi-
vras amigo e revestiu são o núcleo do sujeito e do predica- nado. Essa posição de determinante do sujeito em relação
ao predicado adquire sentido com o fato de ser possível, na
do, respectivamente:
língua portuguesa, uma sentença sem sujeito, mas nunca
“O amigo retardatário do presidente prepara-se para
uma sentença sem predicado.
desembarcar.” (Aníbal Machado)
Exemplos:
A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plu-
mas.
As formigas invadiram minha casa.
Os termos da oração da língua portuguesa são classifi-
as formigas: sujeito = termo determinante
cados em três grandes níveis:
invadiram minha casa: predicado = termo determina-
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado. do
- Termos Integrantes da Oração: Complemento No-
minal e Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto in- Há formigas na minha casa.
direto e Agente da Passiva). há formigas na minha casa: predicado = termo deter-
- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, minado
Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo. sujeito: inexistente
- Termos Essenciais da Oração: São dois os termos O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma
essenciais (ou fundamentais) da oração: sujeito e predicado. nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando
Exemplos: esse nome se refere a objetos das primeira e segunda pes-
soas, o sujeito é representado por um pronome pessoal
Sujeito Predicado do caso reto (eu, tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um
objeto da terceira pessoa, sua representação pode ser feita
Pobreza não é vileza. através de um substantivo, de um pronome substantivo ou
Os sertanistas capturavam os índios. de qualquer conjunto de palavras, cujo núcleo funcione, na
Um vento áspero sacudia as árvores. sentença, como um substantivo.
Exemplos:
Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que
pratica uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz Eu acompanho você até o guichê.
eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa
alguma coisa. Ao fazer tal afirmação estamos considerando
Vocês disseram alguma coisa?
o aspecto semântico do sujeito (agente de uma ação) ou
vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa
o seu aspecto estilístico (o tópico da sentença). Já que o
Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
sujeito é depreendido de uma análise sintática, vamos res-
Marcos: sujeito = substantivo próprio
tringir a definição apenas ao seu papel sintático na senten-
Ninguém entra na sala agora.
ça: aquele que estabelece concordância com o núcleo do
ninguém: sujeito = pronome substantivo

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LÍNGUA PORTUGUESA

O andar deve ser uma atividade diária. Observações:


o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa - Não confundir sujeito indeterminado com sujeito ocul-
oração to.
- Sujeito formado por pronome indefinido não é inde-
Além dessas formas, o sujeito também pode se cons- terminado, mas expresso: Alguém me ensinará o caminho.
tituir de uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o Ninguém lhe telefonou.
nome de oração substantiva subjetiva: - Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o
verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a qualquer agen-
É difícil optar por esse ou aquele doce... te já expresso nas orações anteriores: Na rua olhavam-no
É difícil: oração principal com admiração; “Bateram palmas no portãozinho da frente.”;
optar por esse ou aquele doce: oração substantiva “De qualquer modo, foi uma judiação matarem a moça.”
subjetiva - Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo
ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome
O sujeito é constituído por um substantivo ou pro- se. O pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do
nome, ou por uma palavra ou expressão substantivada. sujeito. Pode ser omitido junto de infinitivos.
Exemplos: Aqui vive-se bem.
Devagar se vai ao longe.
O sino era grande. Quando se é jovem, a memória é mais vivaz.
Ela tem uma educação fina. Trata-se de fenômenos que nem a ciência sabe explicar.
Vossa Excelência agiu como imparcialidade. - Assinala-se a indeterminação do sujeito deixando-se o
Isto não me agrada. verbo no infinitivo impessoal: Era penoso carregar aqueles
fardos enormes; É triste assistir a estas cenas repulsivas.
O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um
Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a
substantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem apa-
posposição do sujeito ao verbo é fato corriqueiro em nossa
recer palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções ad-
língua. Exemplos:
jetivas, etc.) Exemplo:
É fácil este problema!
“Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma voz
Vão-se os anéis, fiquem os dedos.
para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar)
“Breve desapareceram os dois guerreiros entre as árvo-
res.” (José de Alencar)
O sujeito pode ser: “Foi ouvida por Deus a súplica do condenado.” (Rama-
lho Ortigão)
Simples: quando tem um só núcleo: As rosas têm es- “Mas terás tu paciência por duas horas?” (Camilo Castelo
pinhos; “Um bando de galinhas-d’angola atravessa a rua Branco)
em fila indiana.”
Composto: quando tem mais de um núcleo: “O burro Sem Sujeito: constituem a enunciação pura e absoluta de
e o cavalo nadavam ao lado da canoa.” um fato, através do predicado; o conteúdo verbal não é atri-
Expresso: quando está explícito, enunciado: Eu viajarei buído a nenhum ser. São construídas com os verbos impes-
amanhã. soais, na 3ª pessoa do singular: Havia ratos no porão; Choveu
Oculto (ou elíptico): quando está implícito, isto é, durante o jogo.
quando não está expresso, mas se deduz do contexto: Via- Observação: São verbos impessoais: Haver (nos sentidos
jarei amanhã. (sujeito: eu, que se deduz da desinência do de existir, acontecer, realizar-se, decorrer), Fazer, passar, ser e
verbo); “Um soldado saltou para a calçada e aproximou- estar, com referência ao tempo e Chover, ventar, nevar, gear,
se.” (o sujeito, soldado, está expresso na primeira oração e relampejar, amanhecer, anoitecer e outros que exprimem fe-
elíptico na segunda: e (ele) aproximou-se.); Crianças, guar- nômenos meteorológicos.
dem os brinquedos. (sujeito: vocês)
Agente: se faz a ação expressa pelo verbo da voz ativa: Predicado: assim como o sujeito, o predicado é um seg-
O Nilo fertiliza o Egito. mento extraído da estrutura interna das orações ou das frases,
Paciente: quando sofre ou recebe os efeitos da ação sendo, por isso, fruto de uma análise sintática. Nesse sentido,
expressa pelo verbo passivo: O criminoso é atormenta- o predicado é sintaticamente o segmento linguístico que es-
do pelo remorso; Muitos sertanistas foram mortos pelos tabelece concordância com outro termo essencial da oração,
índios; Construíram-se açudes. (= Açudes foram construí- o sujeito, sendo este o termo determinante (ou subordina-
dos.) do) e o predicado o termo determinado (ou principal). Não
Agente e Paciente: quando o sujeito faz a ação ex- se trata, portanto, de definir o predicado como “aquilo que se
pressa por um verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe diz do sujeito” como fazem certas gramáticas da língua por-
os efeitos dessa ação: O operário feriu-se durante o traba- tuguesa, mas sim estabelecer a importância do fenômeno da
lho; Regina trancou-se no quarto. concordância entre esses dois termos essenciais da oração.
Indeterminado: quando não se indica o agente da Então têm por características básicas: apresentar-se como
ação verbal: Atropelaram uma senhora na esquina. (Quem elemento determinado em relação ao sujeito; apontar um
atropelou a senhora? Não se diz, não se sabe quem a atro- atributo ou acrescentar nova informação ao sujeito. Exem-
pelou.); Come-se bem naquele restaurante. plos:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Carolina conhece os índios da Amazônia. Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do
sujeito: Carolina = termo determinante verbo, quando este puder ser facilmente subentendido, em
predicado: conhece os índios da Amazônia = termo geral por estar expresso ou implícito na oração anterior.
determinado Exemplos:

Todos nós fazemos parte da quadrilha de São João. “A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos al-
sujeito: todos nós = termo determinante gozes inexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido
predicado: fazemos parte da quadrilha de São João = o verbo é depois de algozes)
termo determinado “Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Morei-
ra da Silva) (Subentende-se o verbo está depois de peixe)
Nesses exemplos podemos observar que a concordân- “A cidade parecia mais alegre; o povo, mais contente.”
cia é estabelecida entre algumas poucas palavras dos dois (Povina Cavalcante) (isto é: o povo parecia mais contente)
termos essenciais. No primeiro exemplo, entre “Carolina” e
“conhece”; no segundo exemplo, entre “nós” e “fazemos”. Chama-se predicação verbal o modo pelo qual o ver-
Isso se dá porque a concordância é centrada nas palavras bo forma o predicado.
que são núcleos, isto é, que são responsáveis pela princi- Há verbos que, por natureza, tem sentido completo,
pal informação naquele segmento. No predicado o núcleo podendo, por si mesmos, constituir o predicado: são os
pode ser de dois tipos: um nome, quase sempre um atri- verbos de predicação completa denominados intransiti-
buto que se refere ao sujeito da oração, ou um verbo (ou vos. Exemplo:
locução verbal). No primeiro caso, temos um predicado As flores murcharam.
nominal (seu núcleo significativo é um nome, substanti- Os animais correm.
vo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por um verbo de As folhas caem.
ligação) e no segundo um predicado verbal (seu núcleo é “Os inimigos de Moreiras rejubilaram.” (Graciliano Ra-
um verbo, seguido, ou não, de complemento(s) ou termos mos)
acessórios). Quando, num mesmo segmento o nome e o
verbo são de igual importância, ambos constituem o nú- Outros verbos há, pelo contrário, que para integrarem
cleo do predicado e resultam no tipo de predicado verbo-
o predicado necessitam de outros termos: são os verbos de
nominal (tem dois núcleos significativos: um verbo e um
predicação incompleta, denominados transitivos. Exem-
nome). Exemplos:
plos:
Minha empregada é desastrada.
João puxou a rede.
predicado: é desastrada
“Não invejo os ricos, nem aspiro à riqueza.” (Oto Lara
núcleo do predicado: desastrada = atributo do sujeito
Resende)
tipo de predicado: nominal
“Não simpatizava com as pessoas investidas no po-
O núcleo do predicado nominal chama-se predicativo der.” (Camilo Castelo Branco)
do sujeito, porque atribui ao sujeito uma qualidade ou ca-
racterística. Os verbos de ligação (ser, estar, parecer, etc.) Observe que, sem os seus complementos, os verbos
funcionam como um elo entre o sujeito e o predicado. puxou, invejo, aspiro, etc., não transmitiriam informações
completas: puxou o quê? Não invejo a quem? Não aspiro
A empreiteira demoliu nosso antigo prédio. a que?
predicado: demoliu nosso antigo prédio Os verbos de predicação completa denominam-se in-
núcleo do predicado: demoliu = nova informação transitivos e os de predicação incompleta, transitivos. Os
sobre o sujeito verbos transitivos subdividem-se em: transitivos diretos,
tipo de predicado: verbal transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos (bi-
transitivos).
Os manifestantes desciam a rua desesperados. Além dos verbos transitivos e intransitivos, quem en-
predicado: desciam a rua desesperados cerram uma noção definida, um conteúdo significativo,
núcleos do predicado: desciam = nova informação existem os de ligação, verbos que entram na formação do
sobre o sujeito; desesperados = atributo do sujeito predicado nominal, relacionando o predicativo com o su-
tipo de predicado: verbo-nominal jeito.
Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em:
Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é
responsável também por definir os tipos de elementos que Intransitivos: são os que não precisam de comple-
aparecerão no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho mento, pois têm sentido completo.
basta para compor o predicado (verbo intransitivo). Em ou- “Três contos bastavam, insistiu ele.” (Machado de As-
tros casos é necessário um complemento que, juntamente sis)
com o verbo, constituem a nova informação sobre o sujei- “Os guerreiros Tabajaras dormem.” (José de Alencar)
to. De qualquer forma, esses complementos do verbo não “A pobreza e a preguiça andam sempre em compa-
interferem na tipologia do predicado. nhia.” (Marquês de Maricá)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observações: Os verbos intransitivos podem vir acom- “Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e
panhados de um adjunto adverbial e mesmo de um pre- neutros.” (Érico Veríssimo)
dicativo (qualidade, características): Fui cedo; Passeamos “Lúcio não atinava com essa mudança instantânea.”
pela cidade; Cheguei atrasado; Entrei em casa aborre- (José Américo)
cido. As orações formadas com verbos intransitivos não “Do que eu mais gostava era do tempo do retiro espi-
podem “transitar” (= passar) para a voz passiva. Verbos ritual.” (José Geraldo Vieira)
intransitivos passam, ocasionalmente, a transitivos quando
construídos com o objeto direto ou indireto. Observações: Entre os verbos transitivos indiretos im-
- “Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do Nas- porta distinguir os que se constroem com os pronomes
cimento) objetivos lhe, lhes. Em geral são verbos que exigem a pre-
- “Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís posição a: agradar-lhe, agradeço-lhe, apraz lhe, bate-lhe,
Jardim) desagrada-lhe, desobedecem-lhe, etc. Entre os verbos
- “Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves transitivos indiretos importa distinguir os que não admitem
Dias) para objeto indireto as formas oblíquas lhe, lhes, construin-
- “Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no do-se com os pronomes retos precedidos de preposição:
mundo que já morreu...” (Ciro dos Anjos) aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele, depender
dele, investir contra ele, não ligar para ele, etc.
Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer, Em princípio, verbos transitivos indiretos não compor-
crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar, tam a forma passiva. Excetuam-se pagar, perdoar, obede-
chegar, vir, mentir, suar, adoecer, etc. cer, e pouco mais, usados também como transitivos dire-
Transitivos Diretos: são os que pedem um objeto di- tos: João paga (perdoa, obedece) o médico. O médico é
reto, isto é, um complemento sem preposição. Pertencem a pago (perdoado, obedecido) por João. Há verbos transiti-
esse grupo: julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar, de- vos indiretos, como atirar, investir, contentar-se, etc., que
signar, considerar, declarar, adotar, ter, fazer, etc. Exemplos: admitem mais de uma preposição, sem mudança de senti-
Comprei um terreno e construí a casa. do. Outros mudam de sentido com a troca da preposição,
“Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês como nestes exemplos: Trate de sua vida. (tratar=cuidar).
de Maricá) É desagradável tratar com gente grosseira. (tratar=lidar).
“Então, solenemente Maria acendia a lâmpada de sá- Verbos como aspirar, assistir, dispor, servir, etc., variam de
bado.” (Guedes de Amorim) significação conforme sejam usados como transitivos dire-
tos ou indiretos.
Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque
Transitivos Diretos e Indiretos: são os que se usam
os que formam o predicado verbo nominal e se constrói
com dois objetos: um direto, outro indireto, concomitan-
com o complemento acompanhado de predicativo. Exem-
temente. Exemplos:
plos:
No inverso, Dona Cléia dava roupas aos pobres.
Consideramos o caso extraordinário.
A empresa fornece comida aos trabalhadores.
Inês trazia as mãos sempre limpas.
Oferecemos flores à noiva.
O povo chamava-os de anarquistas.
Ceda o lugar aos mais velhos.
Julgo Marcelo incapaz disso.
De Ligação: Os que ligam ao sujeito uma palavra ou
Observações: Os verbos transitivos diretos, em geral, expressão chamada predicativo. Esses verbos, entram na
podem ser usados também na voz passiva; Outra caracte- formação do predicado nominal. Exemplos:
rísticas desses verbos é a de poderem receber como objeto A Terra é móvel.
direto, os pronomes o, a, os, as: convido-o, encontro-os, A água está fria.
incomodo-a, conheço-as; Os verbos transitivos diretos po- O moço anda (=está) triste.
dem ser construídos acidentalmente, com preposição, a Mário encontra-se doente.
qual lhes acrescenta novo matiz semântico: arrancar da es- A Lua parecia um disco.
pada; puxar da faca; pegar de uma ferramenta; tomar do lá-
pis; cumprir com o dever; Alguns verbos transitivos diretos: Observações: Os verbos de ligação não servem ape-
abençoar, achar, colher, avisar, abraçar, comprar, castigar, nas de anexo, mas exprimem ainda os diversos aspectos
contrariar, convidar, desculpar, dizer, estimar, elogiar, en- sob os quais se considera a qualidade atribuída ao sujeito.
tristecer, encontrar, ferir, imitar, levar, perseguir, prejudicar, O verbo ser, por exemplo, traduz aspecto permanente e o
receber, saldar, socorrer, ter, unir, ver, etc. verbo estar, aspecto transitório: Ele é doente. (aspecto per-
manente); Ele está doente. (aspecto transitório). Muito des-
Transitivos Indiretos: são os que reclamam um com- ses verbos passam à categoria dos intransitivos em frases
plemento regido de preposição, chamado objeto indireto. como: Era =existia) uma vez uma princesa.; Eu não estava
Exemplos: em casa.; Fiquei à sombra.; Anda com dificuldades.; Parece
“Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por que vai chover.
uma adolescente.” (Ciro dos Anjos)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os verbos, relativamente à predicação, não têm classi- ra.; Julgo inoportuna essa viagem.; “E até embriagado o
ficação fixa, imutável. Conforme a regência e o sentido que vi muitas vezes.”; “Tinha estendida a seus pés uma planta
apresentam na frase, podem pertencer ora a um grupo, ora rústica da cidade.”; “Sentia ainda muito abertos os feri-
a outro. Exemplo: mentos que aquele choque com o mundo me causara.”
O homem anda. (intransitivo)
O homem anda triste. (de ligação) Termos Integrantes da Oração
Chamam-se termos integrantes da oração os que com-
O cego não vê. (intransitivo) pletam a significação transitiva dos verbos e nomes. Inte-
O cego não vê o obstáculo. (transitivo direto) gram (inteiram, completam) o sentido da oração, sendo
por isso indispensável à compreensão do enunciado. São
Deram 12 horas. (intransitivo) os seguintes:
A terra dá bons frutos. (transitivo direto) - Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto In-
direto);
Não dei com a chave do enigma. (transitivo indireto) - Complemento Nominal;
Os pais dão conselhos aos filhos. (transitivo direto e - Agente da Passiva.
indireto)
Objeto Direto: é o complemento dos verbos de pre-
Predicativo: Há o predicativo do sujeito e o predicati- dicação incompleta, não regido, normalmente, de prepo-
vo do objeto. sição. Exemplos:
As plantas purificaram o ar.
Predicativo do Sujeito: é o termo que exprime um “Nunca mais ele arpoara um peixe-boi.” (Ferreira Cas-
atributo, um estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se tro)
prende por um verbo de ligação, no predicado nominal. Procurei o livro, mas não o encontrei.
Exemplos: Ninguém me visitou.
A bandeira é o símbolo da Pátria. O objeto direto tem as seguintes características:
A mesa era de mármore. - Completa a significação dos verbos transitivos dire-
O mar estava agitado. tos;
- Normalmente, não vem regido de preposição;
A ilha parecia um monstro.
- Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por
um verbo ativo: Caim matou Abel.
Além desse tipo de predicativo, outro existe que entra
- Torna-se sujeito da oração na voz passiva: Abel foi
na constituição do predicado verbo-nominal. Exemplos:
morto por Caim.
O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava
atrasado.)
O objeto direto pode ser constituído:
O menino abriu a porta ansioso.
- Por um substantivo ou expressão substantivada: O la-
Todos partiram alegres. vrador cultiva a terra.; Unimos o útil ao agradável.
Marta entrou séria. - Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos,
vos: Espero-o na estação.; Estimo-os muito.; Sílvia olhou-se
Observações: O predicativo subjetivo às vezes está pre- ao espelho.; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo
posicionado; Pode o predicativo preceder o sujeito e até -lo a tempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu
mesmo ao verbo: São horríveis essas coisas!; Que linda es- vos amo.; “Marchei resolutamente para a maluca e intimei
tava Amélia!; Completamente feliz ninguém é.; Raros são -a a ficar quieta.”; “Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de
os verdadeiros líderes.; Quem são esses homens?; Lentos vista.”
e tristes, os retirantes iam passando.; Novo ainda, eu não - Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém
entendia certas coisas.; Onde está a criança que fui? na loja.; A árvore que plantei floresceu. (que: objeto direto
de plantei); Onde foi que você achou isso? Quando vira as
Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao ob- folhas do livro, ela o faz com cuidado.; “Que teria o homem
jeto de um verbo transitivo. Exemplos: percebido nos meus escritos?”
O juiz declarou o réu inocente.
O povo elegeu-o deputado. Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos,
As paixões tornam os homens cegos. dando-se lhes por objeto direto uma palavra cognata ou
Nós julgamos o fato milagroso. da mesma esfera semântica:
“Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.”
Observações: O predicativo objetivo, como vemos dos (Vivaldo Coaraci)
exemplos acima, às vezes vem regido de preposição. Esta, “Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal
em certos casos, é facultativa; O predicativo objetivo geral- Machado)
mente se refere ao objeto direto. Excepcionalmente, pode “Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.” (Ma-
referir-se ao objeto indireto do verbo chamar. Chamavam- chado de Assis)
lhe poeta; Podemos antepor o predicativo a seu objeto: O Em tais construções é de rigor que o objeto venha
advogado considerava indiscutíveis os direitos da herdei- acompanhado de um adjunto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Objeto Direto Preposicionado: Há casos em que o Objeto Direto Pleonástico: Quando queremos dar
objeto direto, isto é, o complemento de verbos transitivos destaque ou ênfase à idéia contida no objeto direto, colo-
diretos, vem precedido de preposição, geralmente a pre- camo-lo no início da frase e depois o repetimos ou reforça-
posição a. Isto ocorre principalmente: mos por meio do pronome oblíquo. A esse objeto repetido
- Quando o objeto direto é um pronome pessoal tôni- sob forma pronominal chama-se pleonástico, enfático ou
co: Deste modo, prejudicas a ti e a ela.; “Mas dona Carolina redundante. Exemplos:
amava mais a ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas da
que Roberto hostilizava antes a mim do que à ideia.”; “Ri- camisa.
cardina lastimava o seu amigo como a si própria.”; “Amava O bem, muitos o louvam, mas poucos o seguem.
-a tanto como a nós”. “Seus cavalos, ela os montava em pêlo.” (Jorge Ama-
- Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro do)
Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a
todos; deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo Objeto Indireto: É o complemento verbal regido de
desenvolvimento das suas graças.”; “Agora sabia que podia
preposição necessária e sem valor circunstancial. Repre-
manobrar com ele, com aquele homem a quem na realida-
senta, ordinariamente, o ser a que se destina ou se refere a
de também temia, como todos ali”.
ação verbal: “Nunca desobedeci a meu pai”. O objeto indi-
- Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evi-
tando que o objeto direto seja tomado como sujeito, im- reto completa a significação dos verbos:
pedindo construções ambíguas: Convence, enfim, ao pai o - Transitivos Indiretos: Assisti ao jogo; Assistimos à
filho amado.; “Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem missa e à festa; Aludiu ao fato; Aspiro a uma vida calma.
cerimônia, como a um irmão.”; A qual delas iria homena- - Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou
gear o cavaleiro? passiva): Dou graças a Deus; Ceda o lugar aos mais ve-
- Em expressões de reciprocidade, para garantir a cla- lhos; Dedicou sua vida aos doentes e aos pobres; Disse-
reza e a eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns lhe a verdade. (Disse a verdade ao moço.)
aos outros.”; “As companheiras convidavam-se umas às
outras.”; “Era o abraço de duas criaturas que só tinham uma O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de
à outra”. outras categorias, os quais, no caso, são considerados aci-
- Com nomes próprios ou comuns, referentes a pes- dentalmente transitivos indiretos: A bom entendedor meia
soas, principalmente na expressão dos sentimentos ou por palavra basta; Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a
amor da eufonia da frase: Judas traiu a Cristo.; Amemos a ele); Isto não lhe convém; A proposta pareceu-lhe aceitá-
Deus sobre todas as coisas. “Provavelmente, enganavam é vel.
a Pedro.”; “O estrangeiro foi quem ofendeu a Tupã”.
- Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o Observações: Há verbos que podem construir-se com
objeto direto para dar-lhe realce: A você é que não enga- dois objetos indiretos, regidos de preposições diferentes:
nam!; A médico, confessor e letrado nunca enganes.; “A Rogue a Deus por nós.; Ela queixou-se de mim a seu pai.;
este confrade conheço desde os seus mais tenros anos”. Pedirei para ti a meu senhor um rico presente; Não con-
- Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O agua- fundir o objeto direto com o complemento nominal nem
ceiro caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os ma- com o adjunto adverbial; Em frases como “Para mim tudo
tava a ambos...”. eram alegrias”, “Para ele nada é impossível”, os pronomes
- Com certos pronomes indefinidos, sobretudo refe- em destaque podem ser considerados adjuntos adverbiais.
rentes a pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a
uns e odeias a outros?; Aumente a sua felicidade, tornan-
O objeto indireto é sempre regido de preposição, ex-
do felizes também aos outros.; A quantos a vida ilude!.
pressa ou implícita. A preposição está implícita nos prono-
- Em certas construções enfáticas, como puxar (ou ar-
mes objetivos indiretos (átonos) me, te, se, lhe, nos, vos,
rancar) da espada, pegar da pena, cumprir com o dever,
atirar com os livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espa- lhes. Exemplos: Obedece-me. (=Obedece a mim.); Isto te
das de aço fino...”; “Chegou a costureira, pegou do pano, pertence. (=Isto pertence a ti.); Rogo-lhe que fique. (=Rogo
pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha a você...); Peço-vos isto. (=Peço isto a vós.). Nos demais ca-
e entrou a coser.”; “Imagina-se a consternação de Itaguaí, sos a preposição é expressa, como característica do objeto
quando soube do caso.” indireto: Recorro a Deus.; Dê isto a (ou para) ele.; Conten-
ta-se com pouco.; Ele só pensa em si.; Esperei por ti.; Falou
Observações: Nos quatro primeiros casos estudados contra nós.; Conto com você.; Não preciso disto.; O filme
a preposição é de rigor, nos cinco outros, facultativa; A a que assisti agradou ao público.; Assisti ao desenrolar da
substituição do objeto direto preposicionado pelo prono- luta.; A coisa de que mais gosto é pescar.; A pessoa a quem
me oblíquo átono, quando possível, se faz com as formas me refiro você a conhece.; Os obstáculos contra os quais
o(s), a(s) e não lhe, lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer luto são muitos.; As pessoas com quem conto são poucas.
ao amigo (convencê-lo); O objeto direto preposicionado, é
obvio, só ocorre com verbo transitivo direto; Podem resu- Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto é
mir-se em três as razões ou finalidades do emprego do ob- representado pelos substantivos (ou expressões substan-
jeto direto preposicionado: a clareza da frase; a harmonia tivas) ou pelos pronomes. As preposições que o ligam ao
da frase; a ênfase ou a força da expressão. verbo são: a, com, contra, de, em, para e por.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Objeto Indireto Pleonástico: à semelhança do objeto Termos Acessórios da Oração


direto, o objeto indireto pode vir repetido ou reforçado,
por ênfase. Exemplos: “A mim o que me deu foi pena.”; Termos acessórios são os que desempenham na ora-
“Que me importa a mim o destino de uma mulher tísica...? ção uma função secundária, qual seja a de caracterizar um
“E, aos brigões, incapazes de se moverem, basta-lhes xin- ser, determinar os substantivos, exprimir alguma circuns-
garem-se a distância.” tância. São três os termos acessórios da oração: adjunto
adnominal, adjunto adverbial e aposto.
Complemento Nominal: é o termo complementar re-
clamado pela significação transitiva, incompleta, de certos Adjunto adnominal: É o termo que caracteriza ou de-
substantivos, adjetivos e advérbios. Vem sempre regido de termina os substantivos. Exemplo: Meu irmão veste roupas
preposição. Exemplos: A defesa da pátria; Assistência às vistosas. (Meu determina o substantivo irmão: é um adjun-
aulas; “O ódio ao mal é amor do bem, e a ira contra o mal, to adnominal – vistosas caracteriza o substantivo roupas: é
entusiasmo divino.”; “Ah, não fosse ele surdo à minha voz!” também adjunto adnominal).
O adjunto adnominal pode ser expresso: Pelos adjeti-
Observações: O complemento nominal representa o re-
vos: água fresca, terras férteis, animal feroz; Pelos artigos:
cebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um
o mundo, as ruas, um rapaz; Pelos pronomes adjetivos:
nome: amor a Deus, a condenação da violência, o medo
nosso tio, este lugar, pouco sal, muitas rãs, país cuja his-
de assaltos, a remessa de cartas, útil ao homem, compo-
sitor de músicas, etc. É regido pelas mesmas preposições tória conheço, que rua?; Pelos numerais: dois pés, quinto
usadas no objeto indireto. Difere deste apenas porque, em ano, capítulo sexto; Pelas locuções ou expressões adjetivas
vez de complementar verbos, complementa nomes (subs- que exprimem qualidade, posse, origem, fim ou outra es-
tantivos, adjetivos) e alguns advérbios em –mente. A no- pecificação:
mes que requerem complemento nominal correspondem, - presente de rei (=régio): qualidade
geralmente, verbos de mesmo radical: amor ao próximo, - livro do mestre, as mãos dele: posse, pertença
amar o próximo; perdão das injúrias, perdoar as injúrias; - água da fonte, filho de fazendeiros: origem
obediente aos pais, obedecer aos pais; regresso à pátria, - fio de aço, casa de madeira: matéria
regressar à pátria; etc. - casa de ensino, aulas de inglês: fim, especialidade
- homem sem escrúpulos (=inescrupuloso): qualidade
Agente da Passiva: é o complemento de um verbo na - criança com febre (=febril): característica
voz passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa - aviso do diretor: agente
pelo verbo passivo. Vem regido comumente pela preposi-
ção por, e menos frequentemente pela preposição de: Al- Observações: Não confundir o adjunto adnominal
fredo é estimado pelos colegas; A cidade estava cercada formado por locução adjetiva com complemento nomi-
pelo exército romano; “Era conhecida de todo mundo a nal. Este representa o alvo da ação expressa por um nome
fama de suas riquezas.” transitivo: a eleição do presidente, aviso de perigo, decla-
ração de guerra, empréstimo de dinheiro, plantio de ár-
O agente da passiva pode ser expresso pelos substan- vores, colheita de trigo, destruidor de matas, descoberta
tivos ou pelos pronomes: de petróleo, amor ao próximo, etc. O adjunto adnomi-
As flores são umedecidas pelo orvalho. nal formado por locução adjetiva representa o agente da
A carta foi cuidadosamente corrigida por mim. ação, ou a origem, pertença, qualidade de alguém ou de
Muitos já estavam dominados por ele. alguma coisa: o discurso do presidente, aviso de amigo,
declaração do ministro, empréstimo do banco, a casa do
O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração
fazendeiro, folhas de árvores, farinha de trigo, beleza das
na voz ativa:
matas, cheiro de petróleo, amor de mãe.
A rainha era chamada pela multidão. (voz passiva)
A multidão aclamava a rainha. (voz ativa)
Adjunto adverbial: É o termo que exprime uma cir-
Ele será acompanhado por ti. (voz passiva)
Tu o acompanharás. (voz ativa) cunstância (de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras pa-
lavras, que modifica o sentido de um verbo, adjetivo ou
Observações: Frase de forma passiva analítica sem advérbio. Exemplo: “Meninas numa tarde brincavam de
complemento agente expresso, ao passar para a ativa, terá roda na praça”. O adjunto adverbial é expresso: Pelos ad-
sujeito indeterminado e o verbo na 3ª pessoa do plural: vérbios: Cheguei cedo.; Ande devagar.; Maria é mais alta.;
Ele foi expulso da cidade. (Expulsaram-no da cidade.); As Não durma ao volante.; Moramos aqui.; Ele fala bem, fala
florestas são devastadas. (Devastam as florestas.); Na pas- corretamente.; Volte bem depressa.; Talvez esteja enga-
siva pronominal não se declara o agente: Nas ruas assobia- nado.; Pelas locuções ou expressões adverbiais: Às vezes
vam-se as canções dele pelos pedestres. (errado); Nas ruas viajava de trem.; Compreendo sem esforço.; Saí com meu
eram assobiadas as canções dele pelos pedestres. (certo); pai.; Júlio reside em Niterói.; Errei por distração.; Escure-
Assobiavam-se as canções dele nas ruas. (certo) ceu de repente.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição an- O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito.
tes de adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noi- Simão era muito espirituoso, o que me levava a preferir
te, não dormi. (=Naquela noite...); Domingo que vem não sua companhia.
sairei. (=No domingo...); Ouvidos atentos, aproximei-me
da porta. (=De ouvidos atentos...); Os adjuntos adverbiais Um aposto pode referir-se a outro aposto:
classificam-se de acordo com as circunstâncias que ex- “Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha
primem: adjunto adverbial de lugar, modo, tempo, inten- do velho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo
sidade, causa, companhia, meio, assunto, negação, etc; É Ivo)
importante saber distinguir adjunto adverbial de adjunto
adnominal, de objeto indireto e de complemento nominal: O aposto pode vir precedido das expressões explicati-
sair do mar (ad.adv.); água do mar (adj.adn.); gosta do mar vas isto é, a saber, ou da preposição acidental como:
(obj.indir.); ter medo do mar (compl.nom.). Dois países sul-americanos, isto é, a Bolívia e o Para-
guai, não são banhados pelo mar.
Aposto: É uma palavra ou expressão que explica ou Este escritor, como romancista, nunca foi superado.
esclarece, desenvolve ou resume outro termo da oração.
Exemplos: O aposto que se refere a objeto indireto, complemento
D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sá- nominal ou adjunto adverbial vem precedido de preposi-
bio. ção:
“Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de cons- O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
ciência.” (Carlos Drummond de Andrade) “Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade
“No Brasil, região do ouro e dos escravos, encontra- das coisas.” (Raquel Jardim)
mos a felicidade.” (Camilo Castelo Branco) De cobras, morcegos, bichos, de tudo ela tinha medo.
“No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói
de nossa gente.” (Mário de Andrade) Vocativo: (do latim vocare = chamar) é o termo (nome,
O núcleo do aposto é um substantivo ou um pronome título, apelido) usado para chamar ou interpelar a pessoa, o
substantivo: animal ou a coisa personificada a que nos dirigimos:
Foram os dois, ele e ela. “Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!”
Só não tenho um retrato: o de minha irmã. (Maria de Lourdes Teixeira)
O dia amanheceu chuvoso, o que me obrigou a ficar “A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Ma-
em casa. chado de Assis)
“Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (fagundes Varela)
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas fra- “Ei-lo, o teu defensor, ó Liberdade!” (Mendes Leal)
ses seguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo
do sujeito: Observação: Profere-se o vocativo com entoação ex-
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas. clamativa. Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo
As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num inicial, os pontos interrogativo e exclamativo indicam um
balé de cores. chamado alto e prolongado. O vocativo se refere sempre
à 2ª pessoa do discurso, que pode ser uma pessoa, um
Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indica- animal, uma coisa real ou entidade abstrata personificada.
das, na escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não Podemos antepor-lhe uma interjeição de apelo (ó, olá, eh!):
havendo pausa, não haverá vírgula, como nestes exemplos: “Tem compaixão de nós , ó Cristo!” (Alexandre Hercu-
Minha irmã Beatriz; o escritor João Ribeiro; o roman- lano)
ce Tóia; o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o Colégio “Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!”
Tiradentes, etc. (Graciliano Ramos)
“Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?” “Esconde-te, ó sol de maio, ó alegria do mundo!” (Ca-
(Graciliano Ramos) milo Castelo Branco)
O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estru-
O aposto pode preceder o termo a que se refere, o tura da oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao
qual, às vezes, está elíptico. Exemplos: predicado.
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
Mensageira da idéia, a palavra é a mais bela expres- EXERCÍCIOS
são da alma humana.
“Irmão do mar, do espaço, amei as solidões sobre os 01. Considere a frase “Ele andava triste porque não
rochedos ásperos.” (Cabral do Nascimento)(refere-se ao encontrava a companheira” – os verbos grifados são res-
sujeito oculto eu). pectivamente:
a) transitivo direto – de ligação;
O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exem- b) de ligação – intransitivo;
plos: c) de ligação – transitivo indireto;
Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal d) transitivo direto – transitivo indireto;
de tempestade iminente. e) de ligação – transitivo direto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

02. Indique a única alternativa que não apresenta a) pronome relativo – sujeito;
agente da passiva: b) conjunção subordinada – conectivo;
a) A casa foi construída por nós. c) conjunção subordinada – complemento verbal;
b) O presidente será eleito pelo povo. d) pronome relativo – objeto direto;
c) Ela será coroada por ti. e) conjunção subordinada – objeto direto.
d) O avô era querido por todos.
e) Ele foi eleito por acaso. 10. Assinale a alternativa em que a expressão grifada
tem a função de complemento nominal:
03. Em: “A terra era povoada de selvagens”, o termo a) a curiosidade do homem incentiva-o a pesquisa;
grifado é: b) a cidade de Londres merece ser conhecida por to-
a) objeto direto; dos;
b) objeto indireto; c) o respeito ao próximo é dever de todos;
c) agente da passiva; d) o coitado do velho mendigava pela cidade;
d) complemento nominal; e) o receio de errar dificultava o aprendizado das lín-
e) adjunto adverbial. guas.

04. Em: “Dulce considerou calada, por um momento, Respostas: 01-E / 02-E / 03-C / 04-C / 05-C / 06-E /
aquele horrível delírio”, os termos grifados são respecti- 07-C / 08-A / 09-D / 10-C /
vamente:
a) objeto direto – objeto direto; Período: Toda frase com uma ou mais orações consti-
b) predicativo do sujeito – adjunto adnominal; tui um período, que se encerra com ponto de exclamação,
c) adjunto adverbial – objeto direto; ponto de interrogação ou com reticências.
d) adjunto adverbial – adjunto adnominal; O período é simples quando só traz uma oração, cha-
e) objeto indireto – objeto direto. mada absoluta; o período é composto quando traz mais
05. Assinale a alternativa correta: “para todos os males, de uma oração. Exemplo: Pegou fogo no prédio. (Período
há dois remédios: o tempo e o silêncio”, os termos grifa-
simples, oração absoluta.); Quero que você aprenda. (Pe-
dos são respectivamente:
ríodo composto.)
a) sujeito – objeto direto;
b) sujeito – aposto;
c) objeto direto – aposto; Existe uma maneira prática de saber quantas orações
d) objeto direto – objeto direto; há num período: é contar os verbos ou locuções verbais.
e) objeto direto – complemento nominal. Num período haverá tantas orações quantos forem os ver-
bos ou as locuções verbais nele existentes. Exemplos:
06. “Usando do direito que lhe confere a Constituição”, Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração)
as palavras grifadas exercem a função respectivamente de: Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações)
a) objeto direto – objeto direto; Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal,
b) sujeito – objeto direto; uma oração)
c) objeto direto – sujeito; Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas lo-
d) sujeito – sujeito; cuções verbais, duas orações)
e) objeto direto – objeto indireto. Há três tipos de período composto: por coordenação,
por subordinação e por coordenação e subordinação ao
07. “Recebeu o prêmio o jogador que fez o gol”. Nessa mesmo tempo (também chamada de misto).
frase o sujeito de “fez”?
a) o prêmio; Período Composto por Coordenação. Orações Coor-
b) o jogador; denadas
c) que;
d) o gol; Considere, por exemplo, este período composto:
e) recebeu.
Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os
08. Assinale a alternativa correspondente ao período tempos de infância.
onde há predicativo do sujeito: 1ª oração: Passeamos pela praia
a) como o povo anda tristonho! 2ª oração: brincamos
b) agradou ao chefe o novo funcionário; 3ª oração: recordamos os tempos de infância
c) ele nos garantiu que viria;
d) no Rio não faltam diversões;
As três orações que compõem esse período têm sen-
e) o aluno ficou sabendo hoje cedo de sua aprovação.
tido próprio e não mantêm entre si nenhuma dependên-
cia sintática: elas são independentes. Há entre elas, é claro,
09. Em: “Cravei-lhe os dentes na carne, com toda a for-
uma relação de sentido, mas, como já dissemos, uma não
ça que eu tinha”, a palavra “que” tem função morfossintá-
depende da outra sintaticamente.
tica de:

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LÍNGUA PORTUGUESA

As orações independentes de um período são chama- Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
das de orações coordenadas (OC), e o período formado conjunção que expressa idéia de conclusão de um fato
só de orações coordenadas é chamado de período com- enunciado na oração anterior, ou seja, por uma conjunção
posto por coordenação. coordenativa conclusiva.
As orações coordenadas são classificadas em assindé-
ticas e sindéticas. Vives mentindo; logo, não mereces fé.
Ele é teu pai: respeita-lhe, pois, a vontade.
- As orações coordenadas são assindéticas (OCA) Raimundo é homem são, portanto deve trabalhar.
quando não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:
Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram. - Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou-
OCA OCA OCA ,ou... ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer.
Seja mais educado / ou retire-se da reunião!
“Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado OCA OCS Alternativa
de Assis)
“A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.” Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
(Antônio Olavo Pereira) conjunção que estabelece uma relação de alternância ou
“O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.” escolha com referência à oração anterior, ou seja, por uma
(Coelho Neto) conjunção coordenativa alternativa.
- As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quan- Venha agora ou perderá a vez.
do vêm introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo: “Jacinta não vinha à sala, ou retirava-se logo.” (Ma-
O homem saiu do carro / e entrou na casa. chado de Assis)
OCA OCS “Em aviação, tudo precisa ser bem feito ou custará
As orações coordenadas sindéticas são classificadas de
preço muito caro.” (Renato Inácio da Silva)
acordo com o sentido expresso pelas conjunções coorde-
“A louca ora o acariciava, ora o rasgava frenetica-
nativas que as introduzem. Pode ser:
mente.” (Luís Jardim)
- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem,
- Orações coordenadas sindéticas explicativas: que,
não só... mas também, não só... mas ainda.
porque, pois, porquanto.
Saí da escola / e fui à lanchonete.
OCA OCS Aditiva Vamos andar depressa / que estamos atrasados.
OCA OCS Explicativa
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
conjunção que expressa idéia de acréscimo ou adição com Observe que a 2ª oração é introduzida por uma con-
referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção junção que expressa idéia de explicação, de justificativa em
coordenativa aditiva. relação à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coor-
denativa explicativa.
A doença vem a cavalo e volta a pé. Leve-lhe uma lembrança, que ela aniversaria amanhã.
As pessoas não se mexiam nem falavam. “A mim ninguém engana, que não nasci ontem.” (Éri-
“Não só findaram as queixas contra o alienista, mas até co Veríssimo)
nenhum ressentimento ficou dos atos que ele praticara.” “Qualquer que seja a tua infância, conquista-a, que te
(Machado de Assis) abençôo.” (Fernando Sabino)
O cavalo estava cansado, pois arfava muito.
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas,
porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto. Exercícios
Estudei bastante / mas não passei no teste. 01. Relacione as orações coordenadas por meio de
OCA OCS Adversativa conjunções:
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma a) Ouviu-se o som da bateria. Os primeiros foliões sur-
conjunção que expressa idéia de oposição à oração ante- giram.
rior, ou seja, por uma conjunção coordenativa adversativa. b) Não durma sem cobertor. A noite está fria.
c) Quero desculpar-me. Não consigo encontrá-los.
A espada vence, mas não convence.
“É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles) Respostas:
Tens razão, contudo não te exaltes. Ouviu-se o som da bateria e os primeiros foliões sur-
Havia muito serviço, entretanto ninguém trabalhava. giram.
Não durma sem cobertor, pois a noite está fria.
- Orações coordenadas sindéticas conclusivas: por- Quero desculpar-me, mais consigo encontrá-los.
tanto, por isso, pois, logo.
Ele me ajudou muito, / portanto merece minha gra- 02. Em: “... ouviam-se amplos bocejos, fortes como o
tidão. marulhar das ondas...” a partícula como expressa uma ideia
OCA OCS Conclusiva de:

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) causa 07. Por definição, oração coordenada que seja despro-


b) explicação vida de conectivo é denominada assindética. Observando
c) conclusão os períodos seguintes:
d) proporção I- Não caía um galho, não balançava uma folha.
e) comparação II- O filho chegou, a filha saiu, mas a mãe nem notou.
Resposta: E III- O fiscal deu o sinal, os candidatos entregaram a
A conjunção como exercer a função comparativa. Os prova. Acabara o exame.
amplos bocejos ouvidos são comparados à força do maru-
lhar das ondas.
Nota-se que existe coordenação assindética em:
a) I apenas
03. “Entrando na faculdade, procurarei emprego”, ora- b) II apenas
ção sublinhada pode indicar uma ideia de: c) III apenas
a) concessão d) I e III
b) oposição e) nenhum deles
c) condição Resposta: D
d) lugar
e) consequência 08. “Vivemos mais uma grave crise, repetitiva dentro
Resposta: C do ciclo de graves crises que ocupa a energia desta nação.
A condição necessária para procurar emprego é entrar A frustração cresce e a desesperança não cede. Empresá-
na faculdade. rios empurrados à condição de liderança oficial se reúnem,
em eventos como este, para lamentar o estado de coisas.
04. Assinale a sequência de conjunções que estabelecem, O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a crítica pun-
entre as orações de cada item, uma correta relação de sentido.
gente ou a autoabsorvição?
1. Correu demais, ... caiu.
2. Dormiu mal, ... os sonhos não o deixaram em paz. É da história do mundo que as elites nunca introdu-
3. A matéria perece, ... a alma é imortal. ziram mudanças que favorecessem a sociedade como um
4. Leu o livro, ... é capaz de descrever as personagens todo. Estaríamos nos enganando se achássemos que estas
com detalhes. lideranças empresariais aqui reunidas teriam motivação
5. Guarde seus pertences, ... podem servir mais tarde. para fazer a distribuição de poderes e rendas que uma na-
a) porque, todavia, portanto, logo, entretanto ção equilibrada precisa ter. Aliás, é ingenuidade imaginar
b) por isso, porque, mas, portanto, que que a vontade de distribuir renda passe pelo empobreci-
c) logo, porém, pois, porque, mas mento da elite. É também ocioso pensar que nós, de tal
d) porém, pois, logo, todavia, porque elite, temos riqueza suficiente para distribuir. Faço sempre,
e) entretanto, que, porque, pois, portanto para meu desânimo, a soma do faturamento das nossas
mil maiores e melhores empresas, e chego a um número
Resposta: B menor do que o faturamento de apenas duas empresas
Por isso – conjunção conclusiva.
japonesas. Digamos, a Mitsubishi e mais um pouquinho.
Porque – conjunção explicativa.
Mas – conjunção adversativa. Sejamos francos. Em termos mundiais somos irrelevantes
Portanto – conjunção conclusiva. como potência econômica, mas o mesmo tempo extrema-
Que – conjunção explicativa. mente representativos como população.”
(“Discurso de Semler aos empresários”, Folha de
05. Reúna as três orações em um período composto São Paulo)
por coordenação, usando conjunções adequadas.
Os dias já eram quentes. Dentre os períodos transcritos do texto acima, um é
A água do mar ainda estava fria. composto por coordenação e contém uma oração coorde-
As praias permaneciam desertas. nada sindética adversativa. Assinalar a alternativa corres-
pondente a este período:
Resposta: Os dias já eram quentes, mas a água do mar a) A frustração cresce e a desesperança não cede.
ainda estava fria, por isso as praias permaneciam desertas. b) O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a crítica
pungente ou a autoabsorvição.
06. No período “Penso, logo existo”, oração em des-
c) É também ocioso pensar que nós, da tal elite, temos
taque é:
a) coordenada sindética conclusiva riqueza suficiente para distribuir.
b) coordenada sindética aditiva d) Sejamos francos.
c) coordenada sindética alternativa e) Em termos mundiais somos irrelevantes como po-
d) coordenada sindética adversativa tência econômica, mas ao mesmo tempo extremamente
e) n.d.a representativos como população.
Resposta E
Resposta: A

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LÍNGUA PORTUGUESA

Período Composto por Subordinação - Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da


oração principal, sem, no entanto, impedir sua realização.
Observe os termos destacados em cada uma destas Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem que, por
orações: mais que, mesmo que.
Vi uma cena triste. (adjunto adnominal) Ela saiu à noite / embora estivesse doente.
Todos querem sua participação. (objeto direto) OP OSA Concessiva
Não pude sair por causa da chuva. (adjunto adverbial
de causa) Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto
que ou se bem que) não o conhecesse pessoalmente.
Veja, agora, como podemos transformar esses termos Embora não possuísse informações seguras, ainda
em orações com a mesma função sintática: assim arriscou uma opinião.
Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordina- Cumpriremos nosso dever, ainda que (ou mesmo
da com função de adjunto adnominal) quando ou ainda quando ou mesmo que) todos nos cri-
Todos querem / que você participe. (oração subordi- tiquem.
nada com função de objeto direto) Por mais que gritasse, não me ouviram.
Não pude sair / porque estava chovendo. (oração su-
bordinada com função de adjunto adverbial de causa) - Conformativas: Expressam a conformidade de um
fato com outro. Conjunções: conforme, como (=conforme),
Em todos esses períodos, a segunda oração exerce segundo.
uma certa função sintática em relação à primeira, sendo, O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado.
portanto, subordinada a ela. Quando um período é cons- OP OSA Conformativa
tituído de pelo menos um conjunto de duas orações em O homem age conforme pensa.
que uma delas (a subordinada) depende sintaticamente da Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi.
outra (principal), ele é classificado como período compos- Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas.
to por subordinação. As orações subordinadas são classi- O jornal, como sabemos, é um grande veículo de in-
ficadas de acordo com a função que exercem: adverbiais, formação.
substantivas e adjetivas.
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tem-
po ao que foi expresso na oração principal. Conjunções:
Orações Subordinadas Adverbiais
quando, assim que, logo que, enquanto, sempre que, depois
que, mal (=assim que).
As orações subordinadas adverbiais (OSA) são aque-
Ele saiu da sala / assim que eu cheguei.
las que exercem a função de adjunto adverbial da oração
OP OSA Temporal
principal (OP). São classificadas de acordo com a conjunção
subordinativa que as introduz: Formiga, quando quer se perder, cria asas.
“Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se
- Causais: Expressam a causa do fato enunciado na esvaziam.” (Carlos Povina Cavalcânti)
oração principal. Conjunções: porque, que, como (= por- “Quando os tiranos caem, os povos se levantam.”
que), pois que, visto que. (Marquês de Maricá)
Não fui à escola / porque fiquei doente. Enquanto foi rico, todos o procuravam.
OP OSA Causal
- Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que
O tambor soa porque é oco. foi enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a
Como não me atendessem, repreendi-os severamen- fim de que, porque (=para que), que.
te. Abri a porta do salão / para que todos pudessem en-
Como ele estava armado, ninguém ousou reagir. trar.
“Faltou à reunião, visto que esteve doente.” (Arlindo OP OSA Final
de Sousa)
- Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para “O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.”
a ocorrência do que foi enunciado na principal. Conjun- (Marquês de Maricá)
ções: se, contanto que, a menos que, a não ser que, desde Aproximei-me dele a fim de que me ouvisse melhor.
que. “Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que
Irei à sua casa / se não chover. = para que)
OP OSA Condicional “Instara muito comigo não deixasse de freqüentar as
Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos recepções da mulher.” (Machado de Assis) (não deixasse =
ofensores. para que não deixasse)
Se o conhecesses, não o condenarias. - Consecutivas: Expressam a consequência do que foi
“Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drum- enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que,
mond de Andrade) como (= porque), pois que, visto que.
A cápsula do satélite será recuperada, caso a expe- A chuva foi tão forte / que inundou a cidade.
riência tenha êxito. OP OSA Consecutiva

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fazia tanto frio que meus dedos estavam endureci- - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indire-
dos. ta: É aquela que exerce a função de objeto indireto do ver-
“A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” bo da oração principal. Observe: Necessito de sua ajuda.
(José J. Veiga) (objeto indireto)
De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia Necessito / de que você me ajude.
mais. OP OSS Objetiva Indireta
As notícias de casa eram boas, de maneira que pude Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho
prolongar minha viagem. à sua viagem.)
Aconselha-o a que trabalhe mais.
- Comparativas: Expressam ideia de comparação Daremos o prêmio a quem o merecer.
com referência à oração principal. Conjunções: como, as- Lembre-se de que a vida é breve.
sim como, tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que
(combinado com menos ou mais). - Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É
Ela é bonita / como a mãe. aquela que exerce a função de sujeito do verbo da oração
OP OSA Comparativa principal. Observe: É importante sua colaboração. (sujeito)
É importante / que você colabore.
A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o OP OSS Subjetiva
ferro.” (Marquês de Maricá)
Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro. A oração subjetiva geralmente vem:
Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vie- - depois de um verbo de ligação + predicativo, em
ram. construções do tipo é bom, é útil, é certo, é conveniente,
Como a flor se abre ao Sol, assim minha alma se abriu etc. Ex.: É certo que ele voltará amanhã.
à luz daquele olhar. - depois de expressões na voz passiva, como sabe-se,
conta-se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade.
Obs.: As orações comparativas nem sempre apresen- - depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir,
tam claramente o verbo, como no exemplo acima, em que ocorrer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e
está subentendido o verbo ser (como a mãe é). seguidos das conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos
participem da reunião.
- Proporcionais: Expressam uma ideia que se relacio-
É necessário que você colabore. (= Sua colaboração
na proporcionalmente ao que foi enunciado na principal.
é necessária.)
Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que,
Parece que a situação melhorou.
quanto mais, quanto menos.
Aconteceu que não o encontrei em casa.
Quanto mais reclamava / menos atenção recebia.
Importa que saibas isso bem.
OSA Proporcional OP
- Oração Subordinada Substantiva Completiva No-
À medida que se vive, mais se aprende. minal: É aquela que exerce a função de complemento
À proporção que avançávamos, as casas iam rareando. nominal de um termo da oração principal. Observe: Estou
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai convencido de sua inocência. (complemento nominal)
diminuindo. Estou convencido / de que ele é inocente.
OP OSS Completiva Nominal
Orações Subordinadas Substantivas
Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à
As orações subordinadas substantivas (OSS) são prisão dele.)
aquelas que, num período, exercem funções sintáticas pró- Estava ansioso por que voltasses.
prias de substantivos, geralmente são introduzidas pelas Sê grato a quem te ensina.
conjunções integrantes que e se. Elas podem ser: “Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão
cedo.” (Graciliano Ramos)
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta:
É aquela que exerce a função de objeto direto do verbo - Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É
da oração principal. Observe: O grupo quer a sua ajuda. aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da
(objeto direto) oração principal, vindo sempre depois do verbo ser. Obser-
O grupo quer / que você ajude. ve: O importante é sua felicidade. (predicativo)
OP OSS Objetiva Direta O importante é / que você seja feliz.
O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= OP OSS Predicativa
O mestre exigia a presença de todos.)
Mariana esperou que o marido voltasse. Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.)
Ninguém pode dizer: Desta água não beberei. Minha esperança era que ele desistisse.
O fiscal verificou se tudo estava em ordem. Meu maior desejo agora é que me deixem em paz.
Não sou quem você pensa.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É - Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicati-


aquela que exerce a função de aposto de um termo da vas quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra
oração principal. Observe: Ele tinha um sonho: a união de a que se referem, esclarecendo um pouco mais seu sentido,
todos em benefício do país. (aposto) mas sem restringi-lo ou especificá-lo. Exemplo:
Ele tinha um sonho / que todos se unissem em bene- O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou
fício do país. um novo livro.
OP OSS Apositiva OP OSA Explicativa OP

Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo Deus, que é nosso pai, nos salvará.
uma coisa: a sua felicidade) Valério, que nasceu rico, acabou na miséria.
Só lhe peço isto: honre o nosso nome. Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho.
“Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assal-
disto: de que virias a morrer...” (Osmã Lins) tado.
“Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum
motivo oculto?” (Machado de Assis) Orações Reduzidas

As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de Observe que as orações subordinadas eram sempre
dois-pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercala- introduzidas por uma conjunção ou pronome relativo e
das à oração principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho apresentavam o verbo numa forma do indicativo ou do
recuperasse a saúde, tornou-se realidade. subjuntivo. Além desse tipo de orações subordinadas há
outras que se apresentam com o verbo numa das formas
Observação: Além das conjunções integrantes que e se, nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). Exemplos:
as orações substantivas podem ser introduzidas por outros
conectivos, tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos: - Ao entrar nas escola, encontrei o professor de in-
Não sei quando ele chegou. glês. (infinitivo)
Diga-me como resolver esse problema. - Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio)
- Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiá-
Orações Subordinadas Adjetivas
rio. (particípio)
As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem a
As orações subordinadas que apresentam o verbo
função de adjunto adnominal de algum termo da oração
numa das formas nominais são chamadas de reduzidas.
principal. Observe como podemos transformar um adjunto
Para classificar a oração que está sob a forma reduzida,
adnominal em oração subordinada adjetiva:
devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo: colo-
Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal)
camos a conjunção ou o pronome relativo adequado ao
Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada
adjetiva) sentido e passamos o verbo para uma forma do indicativo
ou subjuntivo, conforme o caso. A oração reduzida terá a
As orações subordinadas adjetivas são sempre intro- mesma classificação da oração desenvolvida.
duzidas por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem,
etc.) e podem ser classificadas em: Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês.
Quando entrei na escola, / encontrei o professor de
- Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas inglês.
quando restringem ou especificam o sentido da palavra a OSA Temporal
que se referem. Exemplo: Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial
O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar. temporal, reduzida de infinitivo.
OP OSA Restritiva
Precisando de ajuda, telefone-me.
Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar es- Se precisar de ajuda, / telefone-me.
pecifica o sentido do substantivo cantor, indicando que o OSA Condicional
público não aplaudiu qualquer cantor mas sim aquele que Precisando de ajuda: oração subordinada adverbial
ganhou o 1º lugar. condicional, reduzida de gerúndio.

Pedra que rola não cria limo. Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário.
Os animais que se alimentam de carne chamam-se Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para
carnívoros. o vestiário.
Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas pá- OSA Temporal
ginas escreveram. Acabado o treino: oração subordinada adverbial tem-
“Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário poral, reduzida de particípio.
Mariano)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observações: a) substantiva objetiva direta


b) substantiva completiva nominal
- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo c) adjetiva restritiva
de desenvolvimento. Há casos também de orações reduzi- d) coordenada explicativa
das fixas, isto é, orações reduzidas que não são passíveis de e) substantiva objetiva indireta
desenvolvimento. Exemplo: Tenho vontade de visitar essa
cidade. 03. “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inven-
- O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem tada. Há reconstituição de uma cena como ela devia ter
orações reduzidas quando fazem parte de uma locução sido na realidade.” A oração sublinhada é:
verbal. Exemplos: a) adverbial conformativa
Preciso terminar este exercício. b) adjetiva
Ele está jantando na sala. c) adverbial consecutiva
Essa casa foi construída por meu pai. d) adverbial proporcional
e) adverbial causal
- Uma oração coordenada também pode vir sob a for-
ma reduzida. Exemplo: 04. No seguinte grupo de orações destacadas:
O homem fechou a porta, saindo depressa de casa. 1. É bom que você venha.
O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. 2. Chegados que fomos, entramos na escola.
(oração coordenada sindética aditiva) 3. Não esqueças que é falível.
Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida Temos orações subordinadas, respectivamente:
de gerúndio. a) objetiva direta, adverbial temporal, subjetiva
b) subjetiva, objetiva direta, objetiva direta
Qual é a diferença entre as orações coordenadas ex- c) objetiva direta, subjetiva, adverbial temporal
plicativas e as orações subordinadas causais, já que ambas d) subjetiva, adverbial temporal, objetiva direta
podem ser iniciadas por que e porque? Às vezes não é fá- e) predicativa, objetiva direta, objetiva indireta
cil estabelecer a diferença entre explicativas e causais, mas
como o próprio nome indica, as causais sempre trazem a 05. A palavra “se” é conjunção integrante (por introdu-
causa de algo que se revela na oração principal, que traz zir oração subordinada substantiva objetiva direta) em qual
o efeito. das orações seguintes?
Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) en- a) Ele se mordia de ciúmes pelo patrão.
tre a oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas b) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo.
vezes, imperativa, o que não acontece com a oração adver- c) O aluno fez-se passar por doutor.
bial causal. Essa noção de causa e efeito não existe no pe- d) Precisa-se de operários.
ríodo composto por coordenação. Exemplo: Rosa chorou e) Não sei se o vinho está bom.
porque levou uma surra. Está claro que a oração iniciada
pela conjunção é causal, visto que a surra foi sem dúvida 06. “Lembro-me de que ele só usava camisas bran-
a causa do choro, que é efeito. Rosa chorou, porque seus cas.” A oração sublinhada é:
olhos estão vermelhos. a) subordinada substantiva completiva nominal
O período agora é composto por coordenação, pois a b) subordinada substantiva objetiva indireta
oração iniciada pela conjunção traz a explicação daquilo c) subordinada substantiva predicativa
que se revelou na coordena anterior. Não existe aí relação d) subordinada substantiva subjetiva
de causa e efeito: o fato de os olhos de Elisa estarem ver- e) subordinada substantiva objetiva direta
melhos não é causa de ela ter chorado.
07. Na passagem: “O receio é substituído pelo pavor,
Ela fala / como falaria / se entendesse do assunto. pelo respeito, pela emoção que emudece e paralisa.” Os
OP OSA Comparativa SA Condicional termos sublinhados são:
a) complementos nominais; orações subordinadas ad-
EXERCÍCIOS verbiais concessivas, coordenadas entre si
b) adjuntos adnominais; orações subordinadas adver-
01. Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de que biais comparativas
estava para ser mãe”, a oração destacada é: c) agentes da passiva; orações subordinadas adjetivas,
a) subordinada substantiva objetiva indireta coordenadas entre si
b) subordinada substantiva completiva nominal d) objetos diretos; orações subordinadas adjetivas,
c) subordinada substantiva predicativa coordenadas entre si
d) coordenada sindética conclusiva e) objetos indiretos; orações subordinadas adverbiais
e) coordenada sindética explicativa comparativas

02. A segunda oração do período? “Não sei no que 08. Neste período “não bate para cortar” , a oração
pensas” , é classificada como: “para cortar” em relação a “não bate” , é:

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) a causa 3) Quando o sujeito é representado por expressões


b) o modo partitivas, representadas por “a maioria de, a maior parte
c) a consequência de, a metade de, uma porção de” entre outras, o verbo tanto
d) a explicação pode concordar com o núcleo dessas expressões quanto
e) a finalidade com o substantivo que a segue: A maioria dos alunos resol-
veu ficar. A maioria dos alunos resolveram ficar.
09. Em todos os períodos há orações subordinadas 4) No caso de o sujeito ser representado por expres-
substantivas, exceto em: sões aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”,
a) O fato era que a escravatura do Santa Fé não andava o verbo concorda com o substantivo determinado por elas:
nas festas do Pilar, não vivia no coco como a do Santa Rosa. Cerca de mil candidatos se inscreveram no concurso.
b) Não lhe tocara no assunto, mas teve vontade de to-
mar o trem e ir valer-se do presidente. 5) Em casos em que o sujeito é representado pela ex-
c) Um dia aquele Lula faria o mesmo com a sua filha, pressão “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais
faria o mesmo com o engenho que ele fundara com o suor de um candidato se inscreveu no concurso de piadas.
de seu rosto. Observação:
d) O oficial perguntou de onde vinha, e se não sabia - No caso da referida expressão aparecer repetida ou
notícias de Antônio Silvino. associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo,
e) Era difícil para o ladrão procurar os engenhos da vár- necessariamente, deverá permanecer no plural:
zea, ou meter-se para os lados de Goiana Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram
10. Em - “Há enganos que nos deleitam”, a oração gri- na campanha de doação de alimentos.
fada é: Mais de um formando se abraçaram durante as soleni-
a) substantiva subjetiva dades de formatura.
b) substantiva objetiva direta
c) substantiva completiva nominal 6) Quando o sujeito for composto da expressão “um
d) substantiva apositiva dos que”, o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi
e) adjetiva restritiva um dos que atuaram na Copa América.

Respostas: (01-B) (02-E) (03-A) (04-D) (05-E) (06-B) 7) Em casos relativos à concordância com locuções
(07-C) (08-E) (09-C) (10-E) pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós,
quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário
Concordância (Verbal e Nominal) nos atermos a duas questões básicas:
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos plural, o verbo poderá com ele concordar, como poderá
nos referindo à relação de dependência estabelecida entre também concordar com o pronome pessoal: Alguns de nós
um termo e outro mediante um contexto oracional. Desta o receberemos. / Alguns de nós o receberão.
feita, os agentes principais desse processo são representa- - Quando o primeiro pronome da locução estiver ex-
dos pelo sujeito, que no caso funciona como subordinante; presso no singular, o verbo permanecerá, também, no sin-
e o verbo, o qual desempenha a função de subordinado. gular: Algum de nós o receberá.
Dessa forma, temos que a concordância verbal carac-
teriza-se pela adaptação do verbo, tendo em vista os que- 8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo
sitos “número e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplifi- pronome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa
cando, temos: O aluno chegou atrasado. Temos que o verbo do singular ou poderá concordar com o antecedente desse
apresenta-se na terceira pessoa do singular, pois faz refe- pronome: Fomos nós quem contou toda a verdade para
rência a um sujeito, assim também expresso (ele). Como ela. / Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela.
poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados.
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela
Casos referentes a sujeito simples palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que
antecede essa palavra: Nesta empresa somos nós que toma-
1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com mos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo.
o núcleo em número e pessoa: O aluno chegou atrasado.
10) No caso de o sujeito aparecer representado por ex-
2) Nos casos referentes a sujeito representado por pressões que indicam porcentagens, o verbo concordará
substantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pes- com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa
soa do singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos. porcentagem: 50% dos funcionários aprovaram a decisão
Observação: da diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão.
- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto
adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular ou Observações:
poderá ir para o plural: - Caso o verbo apareça anteposto à expressão de por-
Uma multidão de pessoas saiu aos gritos. centagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprova-
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos. ram a decisão da diretoria 50% dos funcionários.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no sin- Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos
gular: 1% dos funcionários não aprovou a decisão da dire- demais termos da oração para que concordem em gênero
toria. e número com o substantivo. Teremos que alterar, portan-
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de to, o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso,
determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: temos também o verbo, que se flexionará à sua maneira.
Os 50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria. Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o prono-
11) Nos casos em que o sujeito estiver representado me concordam em gênero e número com o substantivo.
por pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empre- - A pequena criança é uma gracinha.
gado na terceira pessoa do singular ou do plural: Vossas - O garoto que encontrei era muito gentil e simpático.
Majestades gostaram das homenagens. Vossa Majestade Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à
agradeceu o convite. regra geral mostrada acima.
a) Um adjetivo após vários substantivos
12) Casos relativos a sujeito representado por substan- - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o
plural ou concorda com o substantivo mais próximo.
tivo próprio no plural se encontram relacionados a alguns
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.
aspectos que os determinam:
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do ver-
bo ser, este permanece no singular, contanto que o predi- - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural
cativo também esteja no singular: Memórias póstumas de masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.
Brás Cubas é uma criação de Machado de Assis. - Ela tem pai e mãe louros.
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo tam- - Ela tem pai e mãe loura.
bém permanece no plural: Os Estados Unidos são uma po- - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoria-
tência mundial. mente para o plural.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que - O homem e o menino estavam perdidos.
ele nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
Unidos é uma potência mundial.
b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
Casos referentes a sujeito composto - Adjetivo anteposto normalmente concorda com o
mais próximo.
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas Comi delicioso almoço e sobremesa.
gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, es- Provei deliciosa fruta e suco.
tando relacionado a dois pressupostos básicos:
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo:
demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio. concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexio- Estavam feridos o pai e os filhos.
nar na 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são Estava ferido o pai e os filhos.
primos.
c) Um substantivo e mais de um adjetivo
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer an- - antecede todos os adjetivos com um artigo.
teposto ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
dois filhos compareceram ao evento.
- coloca o substantivo no plural.
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao ver-
bo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou
d) Pronomes de tratamento
permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus - sempre concordam com a 3ª pessoa.
dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos. Vossa Santidade esteve no Brasil.
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
com mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no - Concordam com o substantivo a que se referem.
singular: Meu esposo e grande companheiro merece toda a As cartas estão anexas.
felicidade do mundo. A bebida está inclusa.
Precisamos de nomes próprios.
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinô- Obrigado, disse o rapaz.
nimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo
poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de - Após essas expressões o substantivo fica sempre no
meu esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha pre- singular e o adjetivo no plural.
miação é fruto de meu esforço. Renato advogou um e outro caso fáceis.
Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.

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LÍNGUA PORTUGUESA

g) É bom, é necessário, é proibido n) Só


- Essas expressões não variam se o sujeito não vier pre- - apenas, somente (advérbio): invariável.
cedido de artigo ou outro determinante. Só consegui comprar uma passagem.
Canja é bom. / A canja é boa.
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença. - sozinho (adjetivo): variável.
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A en- Estiveram sós durante horas.
trada é proibida.
h) Muito, pouco, caro Fonte:
- Como adjetivos: seguem a regra geral. http://www.brasilescola.com/gramatica/concordancia-
verbal.htm
Comi muitas frutas durante a viagem.
Pouco arroz é suficiente para mim.
Questões sobre Concordância Nominal e Verbal
Os sapatos estavam caros.
01.(TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A con-
- Como advérbios: são invariáveis. cordância verbal e nominal está inteiramente correta na
Comi muito durante a viagem. frase:
Pouco lutei, por isso perdi a batalha. (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va-
Comprei caro os sapatos. lores que determinam as escolhas dos governantes, para
conferir legitimidade a suas decisões.
i) Mesmo, bastante (B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de-
- Como advérbios: invariáveis vem ser embasados na percepção dos valores e princípios
Preciso mesmo da sua ajuda. que regem a prática política.
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. (C) Eleições livres e diretas é garantia de um verdadei-
ro regime democrático, em que se respeita tanto as liber-
dades individuais quanto as coletivas.
- Como pronomes: seguem a regra geral.
(D) As instituições fundamentais de um regime demo-
Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
crático não pode estar subordinado às ordens indiscrimi-
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. nadas de um único poder central.
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados
j) Menos, alerta para o momento eleitoral, que expõem as diferentes opi-
- Em todas as ocasiões são invariáveis. niões existentes na sociedade.
Preciso de menos comida para perder peso.
Estamos alerta para com suas chamadas. 02. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de con-
cordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas
k) Tal Qual em:
- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa
com o consequente. leitura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimo-
As garotas são vaidosas tais qual a tia. ramento intelectual, estão na capacidade de criação do au-
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos. tor, mediante palavras, sua matéria-prima.
B) Obras que se considera clássicas na literatura sem-
pre delineia novos caminhos, pois é capaz de encantar o
l) Possível
leitor ao ultrapassar os limites da época em que vivem seus
- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “me- autores, gênios no domínio das palavras, sua matéria-pri-
lhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as ex- ma.
pressões. C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas,
A mais possível das alternativas é a que você expôs. lhe permitem criar todo um mundo de ficção, em que per-
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da em- sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os
presa. leitores, numa verdadeira interação com a realidade.
As piores situações possíveis são encontradas nas fave- D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei-
las da cidade. tor somente se realiza plenamente caso haja afinidade de
ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o
m) Meio crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura.
- Como advérbio: invariável. E) Consta, na literatura mundial, obras-primas que
Estou meio (um pouco) insegura. constitui leitura obrigatória e se tornam referências por seu
conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de época.
- Como numeral: segue a regra geral.
03. (Escrevente TJ-SP – Vunesp/2012) Leia o texto para
Comi meia (metade) laranja pela manhã. responder à questão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

_________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, (C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase
não está claro até onde pode realmente chegar uma políti- todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia.
ca baseada em melhorar a eficiência sem preços adequados (D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas
para o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a também existem umas que não merecem nossa atenção.
terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam.
carbono e da água em si ___________diferença, as compa-
nhias não podem suportar ter de pagar, de repente, digamos, 06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer prepara- Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de
ção. Portanto, elas começam a usar preços- -sombra. peregrinação.
Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plu-
de quantificar adequadamente os insumos básicos. E sem ral caso o segmento grifado seja substituído por:
eles a maioria das políticas de crescimento verde sempre (A) Há folheteiros que
___________ a segunda opção. (B) A maior parte dos folheteiros
(Carta Capital, (C) O folheteiro e sua família
27.06.2012. Adaptado) (D) O grosso dos folheteiros
De acordo com a norma-padrão da língua portugue- (E) Cada um dos folheteiros
sa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e 07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
respectivamente, com: Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas
(A) Restam… faça… será (B) Resta… faz… será em:
(C) Restam… faz... serão (D) Restam… façam… (A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel
serão sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir
(E) Resta… fazem… será dessas criações poéticas tão originais.
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status
04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alterna- atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje
tiva em que o trecho nas melhores universidades do país.
– Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma- (C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que
neira de quantificar adequadamente os insumos básicos.– a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles
está corretamente reescrito, de acordo com a norma-pa- mesmos requizessem o respeito que faziam por merecer.
drão da língua portuguesa. (D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e
(A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encon- a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser
trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os resultado do puro e simples desconhecimento.
insumos básicos. (E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os proble-
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- mas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de
trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási- representatividade.
cos ser quantificados.
(C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou 08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
até agora uma maneira adequada para que os insumos bá- FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de con-
sicos sejam quantificado. cordância verbal e nominal em:
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
trou até agora uma maneira adequada para que os insu- entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica-
mos básicos seja quantificado. das às mais humildes, são cada vez mais comuns nos dias
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- de hoje.
trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem b) A importância de intelectuais como Edward Said e
os insumos básicos. Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
polêmicas de seu tempo, não estão apenas nos livros que
05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATIVO escreveram.
- VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto: c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre
I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota nega- árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto so-
tiva... frimento, estejam próximos de serem resolvidos ou pelo
II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classi- menos de terem alguma trégua.
ficação do continente americano (2,0)... d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a
Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo
II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem dos ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores
exemplos, em: que admiradores.
(A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o e) No final do século XX já não se via muitos intelec-
próximo ano. Será que alguém tem opinião diferente da tuais e escritores como Edward Said, que não apenas era
maioria? notícia pelos livros que publicavam como pelas posições
(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas. que corajosamente assumiam.
Vêm pessoas de muito longe para brincar de quadrilha.

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LÍNGUA PORTUGUESA

09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) B) Obras que se consideram clássicas na literatura sem-
O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propos- pre delineiam novos caminhos, pois são capazes de encan-
tas para o segmento grifado, deverá ser colocado no plural, tar o leitor ao ultrapassarem os limites da época em que
está em: vivem seus autores, gênios no domínio das palavras, sua
(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) matéria-prima.
(B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do pla- C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas,
neta) lhes permite criar todo um mundo de ficção, em que per-
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os
consumo mundial de barris de petróleo) leitores, numa verdadeira interação com a realidade.
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei-
no custo da matéria-prima... (Constantes aumentos) tor somente se realizam plenamente caso haja afinidade
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es- de ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o
forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura.
climáticas) E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que
constituem leitura obrigatória e se tornam referências por
10. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) Assi- seu conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de épo-
nale a alternativa em que a concordância das formas ver- ca.
bais destacadas está de acordo com a norma-padrão da
língua. 3-) _Restam___dúvidas
(A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higie- mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da
nização subterrânea. água em si __faça __diferença
(B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os a maioria das políticas de crescimento verde sempre
trabalhadores da área de limpeza. ____será_____ a segunda opção.
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tan-
riscos de se contrair alguma doença. to no plural quanto no singular. Nas alternativas não há
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era “restam/faça/serão”, portanto a A é que apresenta as op-
sete da manhã, eu já estava fazendo meu serviço. ções adequadas.
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
começou a adotar medidas mais rigorosas para a proteção 4-)
(A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
de seus funcionários.
trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os
insumos básicos.
GABARITO
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási-
01. A 02. A 03. A 04. E 05. A
cos serem quantificados.
06. E 07. |B 08. D 09. D 10. C
(C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
trou até agora uma maneira adequada para que os insu-
RESOLUÇÃO mos básicos sejam quantificados.
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
1-) Fiz os acertos entre parênteses: trou até agora uma maneira adequada para que os insu-
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va- mos básicos sejam quantificados.
lores que determinam as escolhas dos governantes, para (E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
conferir legitimidade a suas decisões. trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- os insumos básicos. = correta
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
valores e princípios que regem a prática política. 5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver- aos itens:
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei- (A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas. tem (singular)
(D) As instituições fundamentais de um regime demo- (B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural)
crático não pode (podem) estar subordinado (subordina- (C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quise-
das) às ordens indiscriminadas de um único poder central. ram (plural)
(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol- (D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem
tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex- umas (plural)
põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade. (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas
as formas estão no plural)
2-)
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa 6-)
leitura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimo- A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto
ramento intelectual, estão na capacidade de criação do au- “folheterios”)
tor, mediante palavras, sua matéria-prima. = correta B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional)

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LÍNGUA PORTUGUESA

C – O folheteiro e sua família vivem (sujeito composto) 10-) Fiz as correções:


D – O grosso dos folheteiros vive/vivem (opcional) (A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular)
E – Cada um dos folheteiros vive = somente no singular (B) Ainda existe muitas pessoas = existem
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos
7-) Coloquei entre parênteses a forma verbal correta: riscos
(A) Enquanto não se disporem (dispuserem) a conside- (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
rar o cordel sem preconceitos, as pessoas não serão capa- sete da manhã = eram
zes de fruir dessas criações poéticas tão originais. (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status começou = começaram
atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje
nas melhores universidades do país.
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que Regência (Verbal e Nominal)
a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles
mesmos requizessem (requeressem) o respeito que faziam Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
por merecer. que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus comple-
(D) Se não proveem (provêm) do preconceito, a desva- mentos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as pala-
lorização e a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica vras, criando frases não ambíguas, que expressem efetiva-
só pode (podem) ser resultado do puro e simples desco- mente o sentido desejado, que sejam corretas e claras.
nhecimento.
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu (entreviu) que Regência Verbal
os problemas dos cordelistas estavam diretamente ligados
à falta de representatividade. Termo Regente: VERBO

8-) Fiz as correções entre parênteses: A regência verbal estuda a relação que se estabelece
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como entre os verbos e os termos que os complementam (obje-
entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofis- tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos
ticadas às mais humildes, são (é) cada vez mais comuns adverbiais).
(comum) nos dias de hoje. O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nos-
b) A importância de intelectuais como Edward Said e sa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de
Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões conhecermos as diversas significações que um verbo pode
polêmicas de seu tempo, não estão (está) apenas nos livros assumir com a simples mudança ou retirada de uma pre-
que escreveram. posição. Observe:
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio en- A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar,
tre árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto contentar.
sofrimento, estejam (esteja) próximos (próximo) de serem A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar
(ser) resolvidos (resolvido) ou pelo menos de terem (ter) agrado ou prazer”, satisfazer.
alguma trégua. Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a “agradar a alguém”.
verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo
ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores Saiba que:
que admiradores. O conhecimento do uso adequado das preposições é
e) No final do século XX já não se via (viam) muitos um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver-
intelectuais e escritores como Edward Said, que não apenas bal (e também nominal). As preposições são capazes de
era (eram) notícia pelos livros que publicavam como pelas modificar completamente o sentido do que se está sendo
posições que corajosamente assumiam. dito. Veja os exemplos:

9-) Cheguei ao metrô.


(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) = Cheguei no metrô.
“há” permaneceria no singular
(B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do pla- No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se-
neta) = “sabe” permaneceria no singular gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O oração “Cheguei no metrô”, popularmente usada a fim de
consumo mundial de barris de petróleo) = “dá” permane- indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da lín-
ceria no singular gua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem di-
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se vergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns
no custo da matéria-prima... Constantes aumentos) = “re- verbos, e a regência culta.
flete” passaria para “refletem-se” Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es- de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém,
forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de
climáticas) = “pressiona” permaneceria no singular diferentes formas em frases distintas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Verbos Intransitivos o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam


os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re-
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos
- Chegar, Ir lhe, lhes.
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver- Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para - Consistir - Tem complemento introduzido pela pre-
indicar destino ou direção são: a, para. posição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direi-
Fui ao teatro. tos iguais para todos.
Adjunto Adverbial de Lugar - Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple-
mentos introduzidos pela preposição “a”:
Ricardo foi para a Espanha. Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Adjunto Adverbial de Lugar Eles desobedeceram às leis do trânsito.
- Responder - Tem complemento introduzido pela pre-
- Comparecer posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por quem” ou “ao que” se responde.
em ou a. Respondi ao meu patrão.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o Respondemos às perguntas.
último jogo. Respondeu-lhe à altura.

Verbos Transitivos Diretos Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto


quando exprime aquilo a que se responde, admite voz pas-
Os verbos transitivos diretos são complementados por siva analítica. Veja:
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição O questionário foi respondido corretamente.
para o estabelecimento da relação de regência. Ao em- Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen-
pregar esses verbos, devemos lembrar que os pronomes te.
oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pro-
nomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas - Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após tos introduzidos pela preposição “com”.
formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e Antipatizo com aquela apresentadora.
lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos. Simpatizo com os que condenam os políticos que gover-
São verbos transitivos diretos, dentre outros: abando- nam para uma minoria privilegiada.
nar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, ad-
mirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar, defender,
eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa-
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta-
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente que, nesse grupo: Agradecer, Perdoar e Pagar. São verbos
como o verbo amar: que apresentam objeto direto relacionado a coisas e obje-
Amo aquele rapaz. / Amo-o. to indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos:
Amo aquela moça. / Amo-a. Agradeço aos ouvintes a audiência.
Amam aquele rapaz. / Amam-no. Objeto Indireto Objeto Direto
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. Paguei o débito ao cobrador.
Objeto Direto Objeto Indireto
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses ver-
bos para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos - O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
adnominais). com particular cuidado. Observe:
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car- Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
reira) Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu- Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
mor) Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
Verbos Transitivos Indiretos
Informar
Os verbos transitivos indiretos são complementados - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi- indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
gem uma preposição para o estabelecimento da relação de Informe os novos preços aos clientes.
regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter- Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são preços)

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Na utilização de pronomes como complementos, veja AGRADAR


as construções: - Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. nhos, acariciar.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so- Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada
bre eles) quando o revê.
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. /
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo.
para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, pre-
venir. - Agradar é transitivo indireto no sentido de causar
Comparar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as introduzido pela preposição “a”.
preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento O cantor não agradou aos presentes.
indireto. O cantor não lhes agradou.
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma
criança.
ASPIRAR
- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi-
Pedir
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
forma de oração subordinada substantiva) e indireto de - Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
pessoa. como ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida.
Pedi-lhe favores. (Aspirávamos a elas)
Objeto Indireto Objeto Direto
Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio. pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais áto-
Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva nas “lhe” e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela
Objetiva Direta (s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (=
Aspiravam a ela)
Saiba que:
- A construção “pedir para”, muito comum na lingua- ASSISTIR
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua - Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra tar assistência a, auxiliar. Por exemplo:
licença estiver subentendida. As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa. As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infini- - Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen-
tivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). ciar, estar presente, caber, pertencer. Exemplos:
Assistimos ao documentário.
- A construção “dizer para”, também muito usada po- Não assisti às últimas sessões.
pularmente, é igualmente considerada incorreta. Essa lei assiste ao inquilino.
Preferir Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de
direto introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo:
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
conturbada cidade.
Prefiro trem a ônibus.

Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado CHAMAR


sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil - Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo solicitar a atenção ou a presença de.
prefixo existente no próprio verbo (pre). Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá cha-
má-la.
Mudança de Transitividade X Mudança de Signifi- Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
cado
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi- apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predi-
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen- cativo preposicionado ou não.
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin- A torcida chamou o jogador mercenário.
guístico muito importante, pois além de permitir a correta A torcida chamou ao jogador mercenário.
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades A torcida chamou o jogador de mercenário.
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, A torcida chamou ao jogador de mercenário.
estão:

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LÍNGUA PORTUGUESA

CUSTAR Querem melhor atendimento.


- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado Queremos um país melhor.
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
Frutas e verduras não deveriam custar muito. - Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição,
estimar, amar.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo Quero muito aos meus amigos.
ou transitivo indireto. Ele quer bem à linda menina.
Despede-se o filho que muito lhe quer.
Muito custa viver tão longe da família. VISAR
Verbo Oração Subordinada Substantiva - Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi-
Subjetiva rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
Intransitivo Reduzida de Infinitivo O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.
Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela
atitude. - No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como
Objeto Oração Subordinada Substantiva objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
Subjetiva O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Indireto Reduzida de Infinitivo Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
público.
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções
que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado ESQUECER – LEMBRAR
por pessoa. Observe: - Lembrar algo – esquecer algo
Custei para entender o problema. - Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (prono-
Forma correta: Custou-me entender o problema. minal)
IMPLICAR
No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e
implicavam um firme propósito.
exigem complemento com a preposição “de”. São, portan-
b) Ter como consequência, trazer como consequência,
to, transitivos indiretos:
acarretar, provocar: Liberdade de escolha implica amadure-
- Ele se esqueceu do caderno.
cimento político de um povo.
- Eu me esqueci da chave.
- Como transitivo direto e indireto, significa compro- - Eles se esqueceram da prova.
meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões - Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
econômicas.
Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é tran- brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
sitivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
quem não trabalhasse arduamente. gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
PROCEDER Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter - Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, - Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado
de adjunto adverbial de modo. O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e
As afirmações da testemunha procediam, não havia indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de al-
como refutá-las. guma coisa).
Você procede muito mal.
SIMPATIZAR
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não
sição” de”) e fazer, executar (rege complemento introduzi- simpatizei com os jurados.
do pela preposição “a”) é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.
O delegado procederá ao inquérito. NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Ma-
QUERER ria namora João.
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
vontade de, cobiçar. Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.

Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.

VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o filme.
Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vá-
rios nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa,
nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes:
todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atenta-
mente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.

Substantivos

Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de


Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões sobre Regência Nominal e Verbal 05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alter-
nativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa
01. (Administrador – FCC – 2013-adap.). Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à regência
... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras nominal e à pontuação.
ciências ... (A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida-
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço
o grifado acima está empregado em: seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo,
A) ...astros que ficam tão distantes ... do que em outros.
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... (B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam ra-
C) ...que nos proporcionou um espírito ... pidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o
D) ...cuja importância ninguém ignora ... avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ... exemplo!, do que em outros.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra-
02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013- pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o
adap.). avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um
... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos exemplo, do que em outros.
filhos do sueco. (D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida-
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de com- mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço
plementos que o grifado acima está empregado em: seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo
A) ...que existe uma coisa chamada exército... – do que em outros.
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? (E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapida-
C) ...compareceu em companhia da mulher à delega- mente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avan-
cia... ço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exem-
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro... plo) do que em outros.
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atre-
vimento.
06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assina-
le a alternativa correta quanto à regência dos termos em
destaque.
03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.).
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a
... constava simplesmente de uma vareta quebrada em
responsabilidade pelo problema.
partes desiguais...
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que
se perdido.
o grifado acima está empregado em:
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a
de um índio na porta do prédio.
extremos de sutileza.
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se
B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha- perdido de sua família.
do nos troncos mais robustos. (E) A família toda se organizou para realizar a procura
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso- à garotinha.
rientam, não raro, quem...
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho 07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale
na serra de Tunuí... a alternativa que completa, correta e respectivamente, as
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o lacunas do texto, de acordo com as regras de regência.
gentio, mestre e colaborador... Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.). corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que a mídia pode exercer sobre os jovens.
o da frase acima se encontra em: A) dos … na B) nos … entre a
A) A palavra direito, em português, vem de directum, C) aos … para a D) sobre os … pela
do verbo latino dirigere... E) pelos … sob a
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das
sociedades... 08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado Públicas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão
pela justiça. da língua, assinale a alternativa em que os trechos desta-
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspi- cados estão corretos quanto à regência, verbal ou nominal.
rações da justiça... A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o de dez mil tomadas.
sentimento de justiça. B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver
um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.

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LÍNGUA PORTUGUESA

C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de 4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...
criar logotipos e negociar. Lidar = transitivo indireto
D) O taxista levou o autor a indagar no número de B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das
tomadas do edifício. sociedades... =transitivo direto
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor re- C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado
parasse a um prédio na marginal. pela justiça. =ligação
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspira-
09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). As- ções da justiça... =transitivo direto e indireto
sinale a alternativa que substitui a expressão destacada na E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o
frase, conforme as regras de regência da norma-padrão da sentimento de justiça. =transitivo direto
língua e sem alteração de sentido.
Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de 5-) A correção do item deve respeitar as regras de pon-
direitos dos trabalhadores domésticos. tuação também. Assinalei apenas os desvios quanto à re-
A) da B) na C) pela gência (pontuação encontra-se em tópico específico)
D) sob a E) sobre a (A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam,
(B) Não há dúvida de que (erros quanto à pon-
GABARITO tuação)
(C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto
01. D 02. D 03. A 04. A 05. D à pontuação)
06. A 07. C 08. A 09. C (E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapi-
damente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o
avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um
exemplo) do que em outros.
RESOLUÇÃO 6-)
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por
1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das ter se perdido.
outras ciências ... (C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de
Facilitar – verbo transitivo direto um índio na porta do prédio.
A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de li- (D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se per-
gação dido de sua família.
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo (E) A família toda se organizou para realizar a procura
de ligação pela garotinha.
C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo tran-
sitivo direto e indireto 7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se re-
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro = portou já assinalavam uma relação entre os distúrbios da
verbo transitivo indireto imagem corporal e a exposição a imagens idealizadas pela
mídia.
2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito A pesquisa faz um alerta para a influência negativa
nos filhos do sueco. que a mídia pode exercer sobre os jovens.
Pedir = verbo transitivo direto e indireto
A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = tran- 8-)
sitivo direto B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de ha-
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de ver um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
ligação C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em
C) ...compareceu em companhia da mulher à delega- criar logotipos e negociar.
cia... =verbo intransitivo D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevi- tomadas do edifício.
mento. =transitivo direto E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor re-
parasse em um prédio na marginal.
3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada
em partes desiguais... 9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de
Constar = verbo intransitivo direitos dos trabalhadores domésticos.
B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha-
do nos troncos mais robustos. =ligação Crase
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso-
rientam, não raro, quem... =transitivo direto É a fusão (junção) da preposição a exigida pela
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho regência do verbo ou do nome mais o artigo definido a, os
na serra de Tunuí... = transitivo direto pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo e o
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o pronome demonstrativo a.
gentio, mestre e colaborador...=transitivo direto A crase é indicada pelo acento grave (`).

55
LÍNGUA PORTUGUESA

Condições para ocorrência de crase - Antes de nomes de mulheres


1. O termo regente deve exigir a preposição a. Ex.: Eu me referi à Maria.
2. O termo regido tem que ser uma palavra feminina Eu me referi a Maria.
que admita artigo a(s).
Ex.: Ele foi a à a fazenda ontem depois do almoço. - Depois da palavra até.
Ex.: Todos os alunos foram até à escola.
Regra prática Todos os alunos foram até a escola.
Para você saber se há crase antes de uma palavra
feminina, troque essa palavra por uma masculina Casos em que não ocorre crase
correspondente e observe: - Antes de nomes masculinos (porque essas palavras
não admitem o artigo
1. Se antes da palavra masculina aparecer ao(s), use Ex.: Ele adora andar a cavalo, ela prefere andar a pé.
crase antes da feminina.
Ex.: Ela foi à feira ontem
- Antes de verbos (porque antes de verbos não aparece
Ela foi ao mercado ontem.
artigo)
Ex.: Assim que saíram, começaram a correr.
2. Se antes da palavra masculina aparecer apenas a(s)
ou o(s) não use crase. - Antes de pronomes que não admitem artigo.
Ex.: Os jogadores visitaram a cidade. a) Pronomes pessoais (porque antes deles não se usa
Os jogadores visitaram o museu. artigo)
Ex.: Todos se dirigiram a ela.
Casos em que ocorre crase b) Pronomes de tratamento (porque antes deles não
- Nas locuções adverbiais femininas. se usa artigo)
Ex.: O rapaz saiu à tarde e chegou à noite. (locução
adverbial de tempo) Observação:
Ex.: Ele foi à feira e depois à lavanderia. (locução Os pronomes de tratamento dona, senhora e senhorita,
adverbial de lugar) pelo fato de admitirem o artigo, admitem também a crase.
Ex.: O governador viajou às pressas. (locução adverbial Ex.: Nada disse à senhora. Ex.: Dirigi-me a Vossa
de modo) Excelência para despedir-me.
c) Pronomes demonstrativos, indefinidos e relativos
Observação: Ex.: É hora de dar um basta a essa barbárie.
- Com as locuções adverbiais femininas de instrumento Não demonstrava sua tristeza a ninguém.
a crase é facultativa. Aquela é a senhora a quem dirigi meus votos de
Ex.: O pai saiu sem fechar a porta à chave felicidade.
O pai saiu sem fechar a porta a chave
Ex.: O soldado foi ferido à baioneta Observação:
O soldado foi ferido a baioneta Pode ocorrer a crase entre a preposição a e os
- Nas locuções prepositivas (formadas por a + palavra pronomes relativos a qual e as quais.
feminina + de) Ex.: Estas são as finalidades às quais se destina o
Ex.: Meu amigo conseguiu ser aprovado à custa de projeto.
muito esforço. Seria aquela a jovem à qual você se referia?
Ele saiu à procura de ajuda.
- Nas locuções conjuntivas (formada por a + palavra
- Quando o a (sem s) aparece antes de uma palavra no
feminina + que).
plural.
Ex.: A cidade se acalma, à medida que escurece.
À proporção que chovia, aumentavam os buracos na Ex.: Ele se dirigia a pessoas estranhas
rua.
- Em expressões com palavras repetidas
Observação: Ex.: O tanque se encheu gota a gota.
Nas expressões à moda de, à maneira de, a palavra
principal pode ficar oculta. Então o à poderá ficar diante - Antes de nomes de cidades (que não admitem o
de palavra masculina, como no exemplo: artigo feminino a), sem especificativos
Ex: Usava cabelos à Luís XV. (à moda de Luís XV) Ex.: Eles pretendem ir a Paris.

Casos em que a crase é facultativa Observação:


- Quando o nome da cidade apresenta um especificativo,
- Antes de pronomes possessivos femininos (porque ele passa a admitir artigo e, nesse caso, pode ocorrer a
antes desse tipo de pronome o artigo é facultativo). crase, desde que o termo regente exija a preposição a.
Ex.: Ele se refere à minha mãe. Ex.: Eles pretendem ir à fascinante Paris.
Ele se refere a minha mãe.

56
LÍNGUA PORTUGUESA

- Antes da palavra casa, no sentido de lar, residência Gabarito


própria da pessoa, se não vier determinada. Se vier (1- a)àquele b) aquela c) àquela d) àquele e) àquela)
determinada aceita a crase. (2-B) (3-E) (4-B) (5-D)
Ex.: Voltei a casa cedo.
Voltei à casa de meus pais cedo. Pontuação
- Antes da palavra terra, no sentido de chão firme,
tomada em oposição a mar ou ar, se não vier determinada, Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na
não aceita o artigo e não ocorre a crase. Se vier determinada, escrita as pausas da linguagem oral.
aceita o artigo e ocorre a crase.
PONTO
Ex.: Os marinheiros já voltaram a terra. O ponto é empregado em geral para indicar o final de
Os marinheiros voltaram à terra de seus sonhos. uma frase declarativa. Ao término de um texto, o ponto é
conhecido como final. Nos casos comuns ele é chamado
Observação:
de simples.
Quando a palavra terra for usada no sentido de terra
Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor),
natal ou planeta, a palavra terra admite artigo, por isso,
d.C. (depois de Cristo), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico
ocorrerá crase, se o termo regente exigir preposição.
Ex.: A espaçonave voltara à Terra, no ano 3000. Veríssimo).

Exercícios PONTO DE INTERROGAÇÃO


É usado para indicar pergunta direta.
1- Complete, usando aquele,aquela,àquele,àquela: Onde está seu irmão?
a) Entreguei o bilhete .................. homem. Às vezes, pode combinar-se com o ponto de
b) O livro de que preciso está sobre .................mesa. exclamação.
c) Deram emprego ..............senhora. A mim ?! Que idéia!
d) Não pertenço ............grupo.
e) Assistimos ................ novela. PONTO DE EXCLAMAÇÃO
É usado depois das interjeições, locuções ou frases
2- Faltou _____ todas as reuniões e recusou-se _____ exclamativas.
obedecer _____ decisões da assembléia. Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
a) a - a - as Ó jovens! Lutemos!
b) a - a - às
c) a - à - às VÍRGULA
d) à - a - às A vírgula deve ser empregada toda vez que houver
e) à - à - às uma pequena pausa na fala. Emprega-se a vírgula:
• Nas datas e nos endereços:
3- Expunha-se _____ uma severa punição, porque as São Paulo, 17 de setembro de 1989.
ordens _____ quais se opunha eram rigorosas e destinavam- Largo do Paissandu, 128.
se _____ funcionárias daquele setor. • No vocativo e no aposto:
a) a - as - às Meninos, prestem atenção!
b) à - às - as Termópilas, o meu amigo, é escritor.
c) à - as - às
• Nos termos independentes entre si:
d) à - às - às
O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas
e) a - às - às
diversões.
4- Quanto _____ problema, estou disposto, para ser • Com certas expressões explicativas como: isto é,
coerente __________ mesmo, _____ emprestar-lhe minha por exemplo. Neste caso é usado o duplo emprego da
colaboração. vírgula:
a) aquele - para mim - a Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é,
b) àquele - comigo - a a festa da padroeira.
c) aquele - comigo - à • Após alguns adjuntos adverbiais:
d) aquele - por mim - a No dia seguinte, viajamos para o litoral.
e) àquele - para mim - à • Com certas conjunções. Neste caso também é
usado o duplo emprego da vírgula:
5- A lâmpada _____ cuja volta estavam mariposas _____ Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o
voar, emitia luz _____ grande distância. diretor.
a) a - à - à • Após a primeira parte de um provérbio.
b) à - a - à O que os olhos não vêem, o coração não sente.
c) a - à - a • Em alguns casos de termos oclusos:
d) a - a - a Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate.
e) à - a - a

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LÍNGUA PORTUGUESA

RETICÊNCIAS • Para indicar palavras ou expressões alheias ao


• São usadas para indicar suspensão ou interrupção idioma em que se expressa o autor: estrangeirismo, gírias,
do pensamento. arcaismo, formas populares:
Não me disseste que era teu pai que ... Há quem goste de “jazz-band”.
• Para realçar uma palavra ou expressão. Não achei nada “legal” aquela aula de inglês.
Hoje em dia, mulher casa com “pão” e passa fome... • Para enfatizar palavras ou expressões:
• Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível”
sentimento. naquela noite.
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu • Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais,
também... revistas, etc.
“Fogo Morto” é uma obra-prima do regionalismo
PONTO E VÍRGULA brasileiro.
• Separar orações coordenadas de certa extensão • Em casos de ironia:
ou que mantém alguma simetria entre si. A “inteligência” dela me sensibiliza profundamente.
“Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu Veja como ele é “educado” - cuspiu no chão.
a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta
farpada. “ PARÊNTESES
• Para separar orações coordenadas já marcadas Empregamos os parênteses:
por vírgula ou no seu interior. • Nas indicações bibliográficas.
Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o “Sede assim qualquer coisa, serena, isenta, fiel”.
motorista, porém, mais calmo, resolveu o problema (Meireles, Cecília, “Flor de Poemas”).
sozinho. • Nas indicações cênicas dos textos teatrais:
“Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as
DOIS PONTOS mãos, com os olhos fora das órbitas. Amália se volta)”. (G.
• Enunciar a fala dos personagens: Figueiredo)
Ele retrucou: Não vês por onde pisas? • Quando se intercala num texto uma idéia ou
• Para indicar uma citação alheia: indicação acessória:
Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de “E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io,
informações de passageiros do vôo das nove: “queiram morrendo de fome.” (C. Lispector)
dirigir-se ao portão de embarque”. • Para isolar orações intercaladas:
• Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra “Estou certo que eu (se lhe ponho
ou expressão anterior: Minha mão na testa alçada)
Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente. Sou eu para ela.” (M. Bandeira)
• Enumeração após os apostos:
Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido. COLCHETES [ ]
Os colchetes são muito empregados na linguagem
TRAVESSÃO científica.
Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou
serve para isolar palavras ou frases
– “Quais são os símbolos da pátria? ASTERISCO
– Que pátria? O asterisco é muito empregado para chamar a atenção
– Da nossa pátria, ora bolas!” (P. M Campos). do leitor para alguma nota (observação).
– “Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava,
chovia, parava outra vez. BARRA
– a claridade devia ser suficiente p’ra mulher ter A barra é muito empregada nas abreviações das datas
avistado mais alguma coisa”. (M. Palmério). e em algumas abreviaturas.
• Usa-se para separar orações do tipo: EXERCÍCIOS
– Avante!- Gritou o general.
– A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta. 1. (IBGE) Assinale a opção que apresenta erro de pon-
Usa-se também para ligar palavras ou grupo de tuação: Sem reforma, social, as desigualdades entre as ci-
palavras que formam uma cadeia de frase: dades brasileiras, crescerão sempre...
• A estrada de ferro Santos – Jundiaí. a) No Brasil, a diferença social é motivo de constante
• A ponte Rio – Niterói. preocupação.
• A linha aérea São Paulo – Porto Alegre. b) O candidato que chegou atrasado fez um ótimo tes-
te no IBGE.
ASPAS c) Tenho esperanças, pois a situação econômica não
São usadas para: demora a mudar.
• Indicar citações textuais de outra autoria. d) Ainda não houve tempo, mas, em breve, as provi-
“A bomba não tem endereço certo.” (G. Meireles) dências serão tomadas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2. (IBGE) Assinale a seqüência correta dos sinais de 7. (TTN) Das redações abaixo, assinale a que não está
pontuação que devem ser usados nas lacunas da frase pontuada corretamente:
abaixo. Não cabendo qualquer sinal, O indicará essa ine- a. Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o re-
xistência: Aos poucos .... a necessidade de mão-de-obra sultado do concurso.
foi aumentando .... tornando-se necessária a abertura dos b. Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o re-
portos .... para uma outra população de trabalhadores ..... sultado do concurso.
os imigrantes. c. Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o re-
a) O - ponto e vírgula - vírgula - vírgula sultado do concurso.
b) O - O - dois pontos - vírgula d. Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado
c) vírgula, vírgula - O - dois pontos do concurso, em fila.
d) vírgula - ponto e vírgula - O - dois pontos e. Os candidatos, aguardavam ansiosos, em fila, o re-
e) vírgula - dois pontos - vírgula - vírgula sultado do concurso.

3. (IBGE) Assinale a seqüência correta dos sinais de (CARLOS CHAGAS-BA) Instruções para as questões de
pontuação que devem preencher as lacunas da frase abai- números 8 e 9: Os períodos abaixo apresentam diferenças
xo. Não havendo sinal, O indicará essa inexistência. Na de pontuação, assinale a letra que corresponde ao período
época da colonização ..... os negros e os indígenas escravi- de pontuação correta:
zados pelos brancos ..... reagiram ..... indiscutivelmente .....
de forma diferente. 8.
a) O - O - vírgula - vírgula a. Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a
b) O - dois pontos - O - vírgula reunião ficou mais animada.
c) O - dois pontos - vírgula - vírgula b. Pouco depois quando chegaram outras pessoas a
d) vírgula - vírgula - O - O reunião ficou mais animada.
e) vírgula - O - vírgula – vírgula c. Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a
reunião ficou mais animada.
4. (ABC-SP) Assinale a alternativa cuja frase está corre- d. Pouco depois quando chegaram outras pessoas a
tamente pontuada: reunião, ficou mais animada.
a) O sol que é uma estrela, é o centro do nosso sistema e. Pouco depois quando chegaram outras pessoas a
planetário. reunião ficou, mais animada.
b) Ele, modestamente se retirou.
c) Você pretende cursar Medicina; ela, Odontologia. 9.
d) Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja. a) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone
que eu venho.
Estas cidades se constituem, na maior parte de imi- b) Precisando de mim procure-me, ou, melhor telefone
grantes alemães. que eu venho.
c) Precisando, de mim, procure-me ou melhor, telefo-
5. (BB) “Os textos são bons e entre outras coisas de- ne, que eu venho.
monstram que há criatividade”. Cabem no máximo: d) Precisando de mim, procure-me; ou melhor, telefo-
a) 3 vírgulas ne, que eu venho.
b) 4 vírgulas a) Precisando, de mim, procure-me ou, melhor tele-
c) 2 vírgulas fone que eu venho.
d) 1 vírgula
e) 5 vírgulas
RESPOSTAS
6. (CESGRANRIO) Assinale o texto de pontuação cor-
reta: (1-A) (2-C) (3-E) (4-C) (5-C) (6-C) (7-E) (8-C) (9-D)
a. Não sei se disse, que, isto se passava, em casa de
uma comadre, minha avó.
b. Eu tinha, o juízo fraco, e em vão tentava emendar-
me: provocava risos, muxoxos, palavrões.
c. A estes, porém, o mais que pode acontecer é que
se riam deles os outros, sem que este riso os impeça de
conservar as suas roupas e o seu calçado.
d. Na civilização e na fraqueza ia para onde me im-
peliam muito dócil muito leve, como os pedaços da carta
de ABC, triturados soltos no ar.
e. Conduziram-me à rua da Conceição, mas só mais
tarde notei, que me achava lá, numa sala pequena.

59
LÍNGUA PORTUGUESA

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes


americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des-
1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/ sa fonte.
SP – ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a al- (D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes
ternativa correta quanto à concordância, de acordo americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias
com a norma-padrão da língua portuguesa. diárias dessa fonte.
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
social está no centro dos debates atuais. americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge em re- diárias, (X) dessa fonte.
lação aos efeitos da desigualdade social.
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos RESPOSTA: “C”.
mais pobres é um fenômeno crescente.
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito 3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO –
criticado por alguns teóricos. FCC/2011) Estão plenamente observadas as normas de
(E) Os debates relacionado à distribuição de rique- concordância verbal na frase:
zas não são de exclusividade dos economistas. a) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível
nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a
Realizei a correção nos itens: visibilidade social.
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so- b) As duas tábuas em que se comprimem o famige-
cial está = estão rado homem-placa carregam ditos que soam irônicos,
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge = diver- como “compro ouro”.
gem c) Não se compara aos vexames dos homens-placa
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos a exposição pública a que se submetem os guardadores
mais pobres é um fenômeno crescente. de carros.
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti- d) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na
cado = criticada propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma de-
(E) Os debates relacionado = relacionados monstração de mau gosto.
e) Não sensibilizavam aos possíveis interessados
RESPOSTA: “C”. em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles ve-
lhos carros-placa.
2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Se-
guindo a norma-padrão da língua portuguesa, a frase Fiz as correções entre parênteses:
– Um levantamento mostrou que os adolescentes ame- a) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu-
ricanos consomem em média 357 calorias diárias dessa gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é supri-
fonte. – recebe o acréscimo correto das vírgulas em: mida a visibilidade social.
(A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes b) As duas tábuas em que se comprimem (comprime)
americanos consomem em média 357 calorias, diárias o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irô-
dessa fonte. nicos, como “compro ouro”.
(B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a
americanos consomem, em média 357 calorias diárias exposição pública a que se submetem os guardadores de
dessa fonte. carros.
(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes d) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros-
americanos consomem, em média, 357 calorias diárias -placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma
dessa fonte. demonstração de mau gosto.
(D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes e) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis in-
americanos, consomem em média 357 calorias diárias teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca da-
dessa fonte. queles velhos carros-placa.
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
americanos, consomem em média 357 calorias diárias, RESPOSTA: “C”.
dessa fonte.
4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a
ou faltante: mesma regra que distribuídos.
(A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes (A) sócio
americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X) (B) sofrê-lo
diárias dessa fonte. (C) lúcidos
(B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes (D) constituí
americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias (E) órfãos
dessa fonte.

60
LÍNGUA PORTUGUESA

Distribuímos = regra do hiato (...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria


(A) sócio = paroxítona terminada em ditongo (abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa
(B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu
oblíquo. Nunca!) presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presi-
(C) lúcidos = proparoxítona dência da República (1991).
(D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui” (Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece-
– oxítona: cons-ti-tui) -detail.php?id=393)
(E) órfãos = paroxítona terminada em “ão”
RESPOSTA: “E”.
RESPOSTA: “D”.
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012) ... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
A concordância verbal está plenamente observada na ciedade como tais.
frase: Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo
(A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e passará a ser, corretamente,
materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e (A) perceba.
parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas (B) foi percebido.
públicas. (C) tenham percebido.
(B) Sempre deverão haver bons motivos, junto (D) devam perceber.
àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino (E) estava percebendo.
religioso, para se reservar essa prática a setores da ini-
ciativa privada. ... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
(C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do tex- ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te-
to, contra os que votam a favor do ensino religioso na remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e
escola pública, consistem nos altos custos econômicos princípios...
que acarretarão tal medida.
RESPOSTA: “A”
(D) O número de templos em atividade na cidade
de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
proporção maior do que ocorrem com o número de es-
A concordância verbal e nominal está inteiramente cor-
colas públicas.
reta na frase:
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e
como a regulação natural do mercado sinalizam para
valores que determinam as escolhas dos governantes,
as inconveniências que adviriam da adoção do ensino
para conferir legitimidade a suas decisões.
religioso nas escolas públicas.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes
devem ser embasados na percepção dos valores e prin-
(A) Provocam = provoca (o posicionamento) cípios que regem a prática política.
(B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá haver (C) Eleições livres e diretas é garantia de um verda-
(C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto, deiro regime democrático, em que se respeita tanto as
contra os que votam a favor do ensino religioso na escola liberdades individuais quanto as coletivas.
pública, consistem = consiste. (D) As instituições fundamentais de um regime de-
(D) O número de templos em atividade na cidade de mocrático não pode estar subordinado às ordens indis-
São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor- criminadas de um único poder central.
ção maior do que ocorrem = ocorre (E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como para o momento eleitoral, que expõem as diferentes
a regulação natural do mercado sinalizam para as inconve- opiniões existentes na sociedade.
niências que adviriam da adoção do ensino religioso nas Fiz os acertos entre parênteses:
escolas públicas. (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va-
lores que determinam as escolhas dos governantes, para
RESPOSTA: “E”. conferir legitimidade a suas decisões.
6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) (B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de-
Segundo o Manual de Redação da Presidência da Repú- vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para valores e princípios que regem a prática política.
(A) embaixadores. (C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
(B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais. dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
(C) prefeitos municipais. tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.
(D) presidentes das Câmaras de Vereadores. (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
(E) vereadores. crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.

61
LÍNGUA PORTUGUESA

(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol- c) Será preciso, talvez: redefinir a infância, já que
tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex- as crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver
põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade. com as de ontem.
d) Será preciso, talvez redefinir a infância? - já que
RESPOSTA: “A”. as crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver
com as de ontem.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) e) Será preciso, talvez, redefinir a infância, já que
A frase que admite transposição para a voz passiva é: as crianças de hoje, ao que tudo indica, nada têm a ver
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa- com as de ontem.
grado.
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma Devido à igualdade textual entre os itens, a apresenta-
grande diversidade de fenômenos. ção da alternativa correta indica quais são as inadequações
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so- nas demais.
ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
ficação. RESPOSTA: “E”.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
da vida (...). 12-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE –
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu- ALUNO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012)
dido e da falsa consciência. No trecho: “O crescimento econômico, se associado à
ampliação do emprego, PODE melhorar o quadro aqui
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra- sumariamente descrito.”, se passarmos o verbo desta-
do. cado para o futuro do pretérito do indicativo, teremos
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma a forma:
grande diversidade de fenômenos. A) puder.
- Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e B) poderia.
explicada pelo conceito... C) pôde.
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
D) poderá.
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
E) pudesse.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
vida (...).
Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós pode-
e da falsa consciência.
ríamos, vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração
é crescimento econômico (singular), portanto, terceira pes-
RESPOSTA: “B”.
soa do singular (ele) = poderia.
10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias, RESPOSTA: “B”.
vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista 13-) (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011)
ambiental Geraldo Motta. Entre as frases que seguem, a única correta é:
Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli- a) Ele se esqueceu de que?
nhados devem sofrer as seguintes alterações: b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para dis-
(A) entrar − vira tribui-lo entre os presentes.
(B) entrava − tinha visto c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas
(C) entrasse − veria críticas.
(D) entraria − veria d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindica-
(E) entrava − teria visto ções dos funcionários.
e) Não sei por que ele mereceria minha conside-
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve- ração.
ria = entrasse / veria.
(A) Ele se esqueceu de que? = quê?
RESPOSTA: “C”. (B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para
distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes.
11-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) (C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos ex-
A pontuação está inteiramente adequada na frase: cessivos nas críticas.
a) Será preciso, talvez, redefinir a infância já que as (D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindi-
crianças de hoje, ao que tudo indica nada mais têm a cações dos funcionários.
ver com as de ontem. (E) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
b) Será preciso, talvez redefinir a infância: já que
as crianças, de hoje, ao que tudo indica nada têm a ver, RESPOSTA: “E”.
com as de ontem.

62
MATEMÁTICA

Resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos, porcentagens, sequência (com números, com figuras, de pala-
vras)................................................................................................................................................................................................................................ 01
Raciocínio logico-matemático: proposições, conectivos equivalências e implicação lógica, argumentos validos........... 38
MATEMÁTICA

- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um


RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ENVOLVENDO antecessor (número que vem antes do número dado).
FRAÇÕES, CONJUNTOS, PORCENTAGENS, Exemplos: Se m é um número natural finito diferente
SEQUÊNCIA (COM NÚMEROS, COM FIGURAS, de zero.
a) O antecessor do número m é m-1.
DE PALAVRAS).
b) O antecessor de 2 é 1.
c) O antecessor de 56 é 55.
d) O antecessor de 10 é 9.
Números Naturais
O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos
O conjunto dos números naturais é representado pela números naturais pares. Embora uma sequência real seja
letra maiúscula N e estes números são construídos com os outro objeto matemático denominado função, algumas
algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, que também são co- vezes utilizaremos a denominação sequência dos números
nhecidos como algarismos indo-arábicos. No século VII, os naturais pares para representar o conjunto dos números
árabes invadiram a Índia, difundindo o seu sistema numéri- naturais pares: P = { 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, ...}
co. Embora o zero não seja um número natural no sentido O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos
que tenha sido proveniente de objetos de contagens na- números naturais ímpares, às vezes também chamados, a
turais, iremos considerá-lo como um número natural uma sequência dos números ímpares. I = { 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...}
vez que ele tem as mesmas propriedades algébricas que
os números naturais. Na verdade, o zero foi criado pelos Operações com Números Naturais
hindus na montagem do sistema posicional de numeração
para suprir a deficiência de algo nulo. Na sequência, estudaremos as duas principais opera-
Na sequência consideraremos que os naturais têm ções possíveis no conjunto dos números naturais. Pratica-
início com o número zero e escreveremos este conjunto mente, toda a Matemática é construída a partir dessas duas
como: N = { 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, ...} operações: adição e multiplicação.
Representaremos o conjunto dos números naturais
com a letra N. As reticências (três pontos) indicam que este A adição de números naturais
conjunto não tem fim. N é um conjunto com infinitos nú-
meros. A primeira operação fundamental da Aritmética tem
Excluindo o zero do conjunto dos números naturais, o por finalidade reunir em um só número, todas as unidades
conjunto será representado por: N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, de dois ou mais números. Antes de surgir os algarismos
9, 10, ...} indo-arábicos, as adições podiam ser realizadas por meio
de tábuas de calcular, com o auxílio de pedras ou por meio
A construção dos Números Naturais de ábacos.

- Todo número natural dado tem um sucessor (número Propriedades da Adição


que vem depois do número dado), considerando também - Fechamento: A adição no conjunto dos números na-
o zero. turais é fechada, pois a soma de dois números naturais é
Exemplos: Seja m um número natural. ainda um número natural. O fato que a operação de adição
a) O sucessor de m é m+1. é fechada em N é conhecido na literatura do assunto como:
b) O sucessor de 0 é 1. A adição é uma lei de composição interna no conjunto N.
c) O sucessor de 1 é 2. - Associativa: A adição no conjunto dos números na-
d) O sucessor de 19 é 20. turais é associativa, pois na adição de três ou mais parce-
las de números naturais quaisquer é possível associar as
- Se um número natural é sucessor de outro, então os parcelas de quaisquer modos, ou seja, com três números
dois números juntos são chamados números consecutivos. naturais, somando o primeiro com o segundo e ao resulta-
Exemplos: do obtido somarmos um terceiro, obteremos um resultado
a) 1 e 2 são números consecutivos. que é igual à soma do primeiro com a soma do segundo e
b) 5 e 6 são números consecutivos. o terceiro. (A + B) + C = A + (B + C)
c) 50 e 51 são números consecutivos. - Elemento neutro: No conjunto dos números naturais,
existe o elemento neutro que é o zero, pois tomando um
- Vários números formam uma coleção de números na- número natural qualquer e somando com o elemento neu-
turais consecutivos se o segundo é sucessor do primeiro, tro (zero), o resultado será o próprio número natural.
o terceiro é sucessor do segundo, o quarto é sucessor do - Comutativa: No conjunto dos números naturais, a
terceiro e assim sucessivamente. adição é comutativa, pois a ordem das parcelas não altera
Exemplos: a soma, ou seja, somando a primeira parcela com a segun-
a) 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos. da parcela, teremos o mesmo resultado que se somando a
b) 5, 6 e 7 são consecutivos. segunda parcela com a primeira parcela.
c) 50, 51, 52 e 53 são consecutivos.

1
MATEMÁTICA

Multiplicação de Números Naturais Relações essenciais numa divisão de números naturais


- Em uma divisão exata de números naturais, o divisor
É a operação que tem por finalidade adicionar o pri- deve ser menor do que o dividendo. 35 : 7 = 5
meiro número denominado multiplicando ou parcela, tan- - Em uma divisão exata de números naturais, o dividen-
tas vezes quantas são as unidades do segundo número do é o produto do divisor pelo quociente. 35 = 5 x 7
denominadas multiplicador. - A divisão de um número natural n por zero não é pos-
Exemplo sível pois, se admitíssemos que o quociente fosse q, então
poderíamos escrever: n ÷ 0 = q e isto significaria que: n = 0
4 vezes 9 é somar o número 9 quatro vezes: 4 x 9 = 9 x q = 0 o que não é correto! Assim, a divisão de n por 0 não
+ 9 + 9 + 9 = 36 tem sentido ou ainda é dita impossível.
O resultado da multiplicação é denominado produto
e os números dados que geraram o produto, são chama- Potenciação de Números Naturais
dos fatores. Usamos o sinal × ou · ou x, para representar a
multiplicação. Para dois números naturais m e n, a expressão mn é um
Propriedades da multiplicação produto de n fatores iguais ao número m, ou seja: mn = m
. m . m ... m . m → m aparece n vezes
- Fechamento: A multiplicação é fechada no conjunto O número que se repete como fator é denominado
N dos números naturais, pois realizando o produto de dois base que neste caso é m. O número de vezes que a base se
ou mais números naturais, o resultado estará em N. O fato repete é denominado expoente que neste caso é n. O re-
que a operação de multiplicação é fechada em N é conhe- sultado é denominado potência. Esta operação não passa
cido na literatura do assunto como: A multiplicação é uma de uma multiplicação com fatores iguais, como por exem-
lei de composição interna no conjunto N. plo: 23 = 2 × 2 × 2 = 8 → 43 = 4 × 4 × 4 = 64
- Associativa: Na multiplicação, podemos associar 3 ou
mais fatores de modos diferentes, pois se multiplicarmos o Propriedades da Potenciação
primeiro fator com o segundo e depois multiplicarmos por
um terceiro número natural, teremos o mesmo resultado - Uma potência cuja base é igual a 1 e o expoente na-
que multiplicar o terceiro pelo produto do primeiro pelo tural é n, denotada por 1n, será sempre igual a 1.
segundo. (m . n) . p = m .(n . p) → (3 . 4) . 5 = 3 . (4 . 5) = 60 Exemplos:
- Elemento Neutro: No conjunto dos números naturais a- 1n = 1×1×...×1 (n vezes) = 1
existe um elemento neutro para a multiplicação que é o 1. b- 13 = 1×1×1 = 1
Qualquer que seja o número natural n, tem-se que: 1 . n = c- 17 = 1×1×1×1×1×1×1 = 1
n.1=n→1.7=7.1=7
- Comutativa: Quando multiplicamos dois números na- - Se n é um número natural não nulo, então temos que
turais quaisquer, a ordem dos fatores não altera o produto, no=1. Por exemplo:
ou seja, multiplicando o primeiro elemento pelo segundo
elemento teremos o mesmo resultado que multiplicando o - (a) nº = 1
segundo elemento pelo primeiro elemento. m . n = n . m - (b) 5º = 1
→ 3 . 4 = 4 . 3 = 12 - (c) 49º = 1

Propriedade Distributiva - A potência zero elevado a zero, denotada por 0o, é


carente de sentido no contexto do Ensino Fundamental.
Multiplicando um número natural pela soma de dois
números naturais, é o mesmo que multiplicar o fator, por - Qualquer que seja a potência em que a base é o nú-
cada uma das parcelas e a seguir adicionar os resultados mero natural n e o expoente é igual a 1, denotada por n1, é
obtidos. m . (p + q) = m . p + m . q → 6 x (5 + 3) = 6 x 5 + igual ao próprio n. Por exemplo:
6 x 3 = 30 + 18 = 48
- (a) n¹ = n
Divisão de Números Naturais - (b) 5¹ = 5
- (c) 64¹ = 64
Dados dois números naturais, às vezes necessitamos
saber quantas vezes o segundo está contido no primeiro. - Toda potência 10n é o número formado pelo algaris-
O primeiro número que é o maior é denominado dividendo mo 1 seguido de n zeros.
e o outro número que é menor é o divisor. O resultado da Exemplos:
divisão é chamado quociente. Se multiplicarmos o divisor a- 103 = 1000
pelo quociente obteremos o dividendo. b- 108 = 100.000.000
No conjunto dos números naturais, a divisão não é c- 10o = 1
fechada, pois nem sempre é possível dividir um número
natural por outro número natural e na ocorrência disto a
divisão não é exata.

2
MATEMÁTICA

Questões 5 - PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPERA-


CIONAIS – MAKIYAMA/2013) Ontem, eu tinha 345 bolinhas
1 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) A partir de 1º de de gude em minha coleção. Porém, hoje, participei de um
março, uma cantina escolar adotou um sistema de rece- campeonato com meus amigos e perdi 67 bolinhas, mas
bimento por cartão eletrônico. Esse cartão funciona como ganhei outras 90. Sendo assim, qual a quantidade de bo-
uma conta corrente: coloca-se crédito e vão sendo debi- linhas que tenho agora, depois de participar do campeo-
tados os gastos. É possível o saldo negativo. Enzo toma nato?
lanche diariamente na cantina e sua mãe credita valores no A) 368
cartão todas as semanas. Ao final de março, ele anotou o B) 270
seu consumo e os pagamentos na seguinte tabela: C) 365
D) 290
E) 376

6 – (Pref. Niterói) João e Maria disputaram a prefeitura


de uma determinada cidade que possui apenas duas zo-
nas eleitorais. Ao final da sua apuração o Tribunal Regional
Eleitoral divulgou a seguinte tabela com os resultados da
eleição. A quantidade de eleitores desta cidade é:

1ª Zona Eleitoral 2ª Zona Eleitoral

No final do mês, Enzo observou que tinha João 1750 2245


A) crédito de R$ 7,00. Maria 850 2320
B) débito de R$ 7,00. Nulos 150 217
C) crédito de R$ 5,00.
Brancos 18 25
D) débito de R$ 5,00.
E) empatado suas despesas e seus créditos. Abstenções 183 175

2 - (PREF. IMARUI/SC – AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS A) 3995


- PREF. IMARUI/2014) José, funcionário público, recebe sa- B) 7165
lário bruto de R$ 2.000,00. Em sua folha de pagamento vem C) 7532
o desconto de R$ 200,00 de INSS e R$ 35,00 de sindicato. D) 7575
Qual o salário líquido de José? E) 7933
A) R$ 1800,00
B) R$ 1765,00 7 - (PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPE-
C) R$ 1675,00 RACIONAIS – MAKIYAMA/2013) Durante um mutirão para
D) R$ 1665,00 promover a limpeza de uma cidade, os 15.000 voluntários
foram igualmente divididos entre as cinco regiões de tal
3 – (Professor/Pref.de Itaboraí) O quociente entre dois cidade. Sendo assim, cada região contou com um número
números naturais é 10. Multiplicando-se o dividendo por de voluntários igual a:
cinco e reduzindo-se o divisor à metade, o quociente da A) 2500
nova divisão será: B) 3200
A) 2 C) 1500
B) 5 D) 3000
C) 25 E) 2000
D) 50
E) 100 8 - (PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPERA-
CIONAIS – MAKIYAMA/2013) Em determinada loja, o paga-
4 - (PREF. ÁGUAS DE CHAPECÓ – OPERADOR DE MÁ- mento de um computador pode ser feito sem entrada, em
QUINAS – ALTERNATIVE CONCURSOS) Em uma loja, as 12 parcelas de R$ 250,00. Sendo assim, um cliente que opte
compras feitas a prazo podem ser pagas em até 12 vezes por essa forma de pagamento deverá pagar pelo compu-
sem juros. Se João comprar uma geladeira no valor de R$ tador um total de:
2.100,00 em 12 vezes, pagará uma prestação de: A) R$ 2500,00
A) R$ 150,00. B) R$ 3000,00
B) R$ 175,00. C) R$1900,00
C) R$ 200,00. D) R$ 3300,00
D) R$ 225,00. E) R$ 2700,00

3
MATEMÁTICA

9 – (CREFITO/SP – ALMOXARIFE – VUNESP/2012) O su- 5 - RESPOSTA: “A”.


cessor do dobro de determinado número é 23. Esse mesmo 345-67=278
determinado número somado a 1 e, depois, dobrado será Depois ganhou 90
igual a 278+90=368
A) 24.
B) 22. 6 - RESPOSTA: “E”.
C) 20. Vamos somar a 1ª Zona: 1750+850+150+18+183 =
D) 18. 2951
E) 16. 2ª Zona : 2245+2320+217+25+175 = 4982
Somando os dois: 2951+4982 = 7933
10 - (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILIDA-
DE – FCC/2012) Uma montadora de automóveis possui cin- 7 - RESPOSTA: “D”.
co unidades produtivas num mesmo país. No último ano,
cada uma dessas unidades produziu 364.098 automóveis.
Toda a produção foi igualmente distribuída entre os merca-
dos consumidores de sete países. O número de automóveis
que cada país recebeu foi
A) 26.007 Cada região terá 3000 voluntários.
B) 26.070 8 - RESPOSTA: “B”.
C) 206.070 250∙12=3000
D) 260.007 O computador custa R$3000,00.
E) 260.070
Respostas 9 - RESPOSTA: “A”.
Se o sucessor é 23, o dobro do número é 22, portanto
1 - RESPOSTA: “B”. o número é 11.
crédito: 40+30+35+15=120 (11+1) → 2=24
débito: 27+33+42+25=127
120-127=-7 10 - RESPOSTA: “E”.
Ele tem um débito de R$ 7,00. 364098 → 5=1820490 automóveis
2 - RESPOSTA: “B”.
2000-200=1800-35=1765
O salário líquido de José é R$1765,00.

3 - RESPOSTA: “E”.
Conjunto dos Números Inteiros – Z
D= dividendo
d= divisor
Q = quociente = 10 Definimos o conjunto dos números inteiros como a re-
R= resto = 0 (divisão exata) união do conjunto dos números naturais (N = {0, 1, 2, 3,
Equacionando: 4,..., n,...}, o conjunto dos opostos dos números naturais e o
D= d.Q + R zero. Este conjunto é denotado pela letra Z (Zahlen=núme-
D= d.10 + 0 → D= 10d ro em alemão). Este conjunto pode ser escrito por: Z = {...,
-4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...}
Pela nova divisão temos: O conjunto dos números inteiros possui alguns sub-
conjuntos notáveis:

- O conjunto dos números inteiros não nulos:


Z* = {..., -4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4,...};
Z* = Z – {0}
Isolando Q temos:
- O conjunto dos números inteiros não negativos:
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4,...}
Z+ é o próprio conjunto dos números naturais: Z+ = N

- O conjunto dos números inteiros positivos:


4 - RESPOSTA: “B”. Z*+ = {1, 2, 3, 4,...}

- O conjunto dos números inteiros não positivos:


Z_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0}
Cada prestação será de R$175,00

4
MATEMÁTICA

- O conjunto dos números inteiros negativos: Subtração de Números Inteiros


Z*_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1} A subtração é empregada quando:
- Precisamos tirar uma quantidade de outra quantida-
Módulo: chama-se módulo de um número inteiro a de;
distância ou afastamento desse número até o zero, na reta - Temos duas quantidades e queremos saber quanto
numérica inteira. Representa-se o módulo por | |. uma delas tem a mais que a outra;
O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0 - Temos duas quantidades e queremos saber quanto
O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7 falta a uma delas para atingir a outra.
O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9 A subtração é a operação inversa da adição.
O módulo de qualquer número inteiro, diferente de
zero, é sempre positivo. Observe que: 9 – 5 = 4 4+5=9
diferença
Números Opostos: Dois números inteiros são ditos subtraendo
opostos um do outro quando apresentam soma zero; as- minuendo
sim, os pontos que os representam distam igualmente da
origem. Considere as seguintes situações:
Exemplo: O oposto do número 2 é -2, e o oposto de -2
é 2, pois 2 + (-2) = (-2) + 2 = 0 1- Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião
No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de a passou de +3 graus para +6 graus. Qual foi a variação da
é – a, e vice-versa; particularmente o oposto de zero é o temperatura?
próprio zero. Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6)
– (+3) = +3
Adição de Números Inteiros
2- Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, duran-
Para melhor entendimento desta operação, associare- te o dia, era de +6 graus. À Noite, a temperatura baixou de
mos aos números inteiros positivos a idéia de ganhar e aos 3 graus. Qual a temperatura registrada na noite de terça-
números inteiros negativos a idéia de perder. feira?
Ganhar 5 + ganhar 3 = ganhar 8 (+5) + (+3) = (+8) Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) +
Perder 3 + perder 4 = perder 7 (-3) + (-4) = (-7) (–3) = +3
Ganhar 8 + perder 5 = ganhar 3 (+8) + (-5) = (+3) Se compararmos as duas igualdades, verificamos que
Perder 8 + ganhar 5 = perder 3 (-8) + (+5) = (-3) (+6) – (+3) é o mesmo que (+6) + (–3).

O sinal (+) antes do número positivo pode ser dispen- Temos:


sado, mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode (+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3
ser dispensado. (+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3
Propriedades da adição de números inteiros: O con- (–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3
junto Z é fechado para a adição, isto é, a soma de dois
números inteiros ainda é um número inteiro. Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros
é o mesmo que adicionar o primeiro com o oposto do se-
Associativa: Para todos a,b,c em Z: gundo.
a + (b + c) = (a + b) + c
2 + (3 + 7) = (2 + 3) + 7 Multiplicação de Números Inteiros

Comutativa: Para todos a,b em Z: A multiplicação funciona como uma forma simplificada
a+b=b+a de uma adição quando os números são repetidos. Podería-
3+7=7+3 mos analisar tal situação como o fato de estarmos ganhan-
do repetidamente alguma quantidade, como por exemplo,
Elemento Neutro: Existe 0 em Z, que adicionado a ganhar 1 objeto por 30 vezes consecutivas, significa ganhar
cada z em Z, proporciona o próprio z, isto é: 30 objetos e esta repetição pode ser indicada por um x,
z+0=z isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30
7+0=7 Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos: 2
+ 2 + 2 + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60
Elemento Oposto: Para todo z em Z, existe (-z) em Z, Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos:
tal que (–2) + (–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60
z + (–z) = 0 Observamos que a multiplicação é um caso particular
9 + (–9) = 0 da adição onde os valores são repetidos.
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode
ser indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal
entre as letras.

5
MATEMÁTICA

Para realizar a multiplicação de números inteiros, deve- - Quando o dividendo e o divisor têm o mesmo sinal, o
mos obedecer à seguinte regra de sinais: quociente é um número inteiro positivo.
(+1) x (+1) = (+1) - Quando o dividendo e o divisor têm sinais diferentes,
(+1) x (-1) = (-1) o quociente é um número inteiro negativo.
(-1) x (+1) = (-1) - A divisão nem sempre pode ser realizada no conjunto
(-1) x (-1) = (+1) Z. Por exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são divisões que
não podem ser realizadas em Z, pois o resultado não é um
Com o uso das regras acima, podemos concluir que: número inteiro.
- No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é as-
sociativa e não tem a propriedade da existência do ele-
Sinais dos números Resultado do produto mento neutro.
Iguais Positivo 1- Não existe divisão por zero.
Diferentes Negativo Exemplo: (–15) : 0 não tem significado, pois não existe
Propriedades da multiplicação de números intei- um número inteiro cujo produto por zero seja igual a –15.
2- Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente
ros: O conjunto Z é fechado para a multiplicação, isto é, a
de zero, é zero, pois o produto de qualquer número inteiro
multiplicação de dois números inteiros ainda é um número
por zero é igual a zero.
inteiro.
Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 b) 0 : (+6) = 0 c) 0 : (–1)
=0
Associativa: Para todos a,b,c em Z: Potenciação de Números Inteiros
a x (b x c) = (a x b) x c
2 x (3 x 7) = (2 x 3) x 7 A potência an do número inteiro a, é definida como um
produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
Comutativa: Para todos a,b em Z: base e o número n é o expoente.
axb=bxa an = a x a x a x a x ... x a
3x7=7x3 a é multiplicado por a n vezes

Elemento neutro: Existe 1 em Z, que multiplicado por Exemplos:33 = (3) x (3) x (3) = 27
todo z em Z, proporciona o próprio z, isto é: (-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125
zx1=z (-7)² = (-7) x (-7) = 49
7x1=7 (+9)² = (+9) x (+9) = 81
Elemento inverso: Para todo inteiro z diferente de - Toda potência de base positiva é um número inteiro
zero, existe um inverso z–1=1/z em Z, tal que positivo.
z x z–1 = z x (1/z) = 1 Exemplo: (+3)2 = (+3) . (+3) = +9
9 x 9–1 = 9 x (1/9) = 1
- Toda potência de base negativa e expoente par é
Distributiva: Para todos a,b,c em Z: um número inteiro positivo.
a x (b + c) = (a x b) + (a x c) Exemplo: (– 8)2 = (–8) . (–8) = +64
3 x (4+5) = (3 x 4) + (3 x 5)
- Toda potência de base negativa e expoente ímpar é
Divisão de Números Inteiros um número inteiro negativo.
Exemplo: (–5)3 = (–5) . (–5) . (–5) = –125

Dividendo divisor dividendo: Propriedades da Potenciação:


Divisor = quociente 0
Quociente . divisor = dividendo Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-
se a base e somam-se os expoentes. (–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6
= (–7)9
Sabemos que na divisão exata dos números naturais:
40 : 5 = 8, pois 5 . 8 = 40 Quocientes de Potências com bases iguais: Conser-
36 : 9 = 4, pois 9 . 4 = 36 va-se a base e subtraem-se os expoentes. (+13)8 : (+13)6 =
(+13)8 – 6 = (+13)2
Vamos aplicar esses conhecimentos para estudar a di-
visão exata de números inteiros. Veja o cálculo: Potência de Potência: Conserva-se a base e multipli-
(–20) : (+5) = q  (+5) . q = (–20)  q = (–4) cam-se os expoentes. [(+4)5]2 = (+4)5 . 2 = (+4)10
Logo: (–20) : (+5) = - 4
Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (+9)1
Considerando os exemplos dados, concluímos que, = +9 (–13)1 = –13
para efetuar a divisão exata de um número inteiro por ou-
tro número inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo Potência de expoente zero e base diferente de zero:
do dividendo pelo módulo do divisor. Daí: É igual a 1. Exemplo: (+14)0 = 1 (–35)0 = 1

6
MATEMÁTICA

Radiciação de Números Inteiros 2 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM/2014)


Ruth tem somente R$ 2.200,00 e deseja gastar a maior
A raiz n-ésima (de ordem n) de um número inteiro a é quantidade possível, sem ficar devendo na loja.
a operação que resulta em outro número inteiro não ne- Verificou o preço de alguns produtos:
gativo b que elevado à potência n fornece o número a. O TV: R$ 562,00
número n é o índice da raiz enquanto que o número a é o DVD: R$ 399,00
radicando (que fica sob o sinal do radical). Micro-ondas: R$ 429,00
A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro a Geladeira: R$ 1.213,00
é a operação que resulta em outro número inteiro não ne-
gativo que elevado ao quadrado coincide com o número a. Na aquisição dos produtos, conforme as condições
mencionadas, e pagando a compra em dinheiro, o troco
Observação: Não existe a raiz quadrada de um núme- recebido será de:
ro inteiro negativo no conjunto dos números inteiros. A) R$ 84,00
B) R$ 74,00
Erro comum: Frequentemente lemos em materiais di- C) R$ 36,00
dáticos e até mesmo ocorre em algumas aulas aparecimen- D) R$ 26,00
to de: E) R$ 16,00
√9 = ±3
mas isto está errado. O certo é: 3 - (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
√9 = +3 MA/2013) Analise as operações a seguir:
Observamos que não existe um número inteiro não
negativo que multiplicado por ele mesmo resulte em um I abac=ax
número negativo.
A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a é a
operação que resulta em outro número inteiro que elevado
ao cubo seja igual ao número a. Aqui não restringimos os
nossos cálculos somente aos números não negativos. II
Exemplos

(a)
3
8 = 2, pois 2³ = 8. III
(b)
3
− 8 = –2, pois (–2)³ = -8.
De acordo com as propriedades da potenciação, temos
3 que, respectivamente, nas operações I, II e III:
(c) 27 = 3, pois 3³ = 27.
A) x=b-c, y=b+c e z=c/2.
B) x=b+c, y=b-c e z=2c.
(d)
3
− 27 = –3, pois (–3)³ = -27. C) x=2bc, y=-2bc e z=2c.
D) x=c-b, y=b-c e z=c-2.
Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o E) x=2b, y=2c e z=c+2.
produto de números inteiros, concluímos que:
(a) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de número
inteiro negativo. 4 - (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
(b) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a raiz GRANRIO/2013) Multiplicando-se o maior número inteiro
de qualquer número inteiro. menor do que 8 pelo menor número inteiro maior do que
- 8, o resultado encontrado será
Questões A) - 72
B) - 63
1 - (TRF 2ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2012) Uma C) - 56
operação λ é definida por: D) - 49
wλ = 1 − 6w, para todo inteiro w. E) – 42
Com base nessa definição, é correto afirmar que a
soma 2λ + (1λ) λ é igual a
A) −20.
B) −15.
C) −12.
D) 15.
E) 20.

7
MATEMÁTICA

5 - (SEPLAG - POLÍCIA MILITAR/MG - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - FCC/2012) Em um jogo de tabuleiro, Carla


e Mateus obtiveram os seguintes resultados:

Ao término dessas quatro partidas,


A) Carla perdeu por uma diferença de 150 pontos.
B) Mateus perdeu por uma diferença de 175 pontos.
C) Mateus ganhou por uma diferença de 125 pontos.
D) Carla e Mateus empataram.

6 – (Operador de máq./Pref.Coronel Fabriciano/MG) Quantos são os valores inteiros e positivos de x para os quais
é um número inteiro?

A) 0
B) 1
C) 2
D) 3
E) 4

7- (CASA DA MOEDA) O quadro abaixo indica o número de passageiros num vôo entre Curitiba e Belém, com duas
escalas, uma no Rio de Janeiro e outra em Brasília. Os números indicam a quantidade de passageiros que subiram no avião
e os negativos, a quantidade dos que desceram em cada cidade.

Curtiba +240
-194
Rio de Janeiro
+158
-108
Brasília
+94

O número de passageiros que chegou a Belém foi:


A) 362
B) 280
C) 240
D) 190
E) 135

8
MATEMÁTICA

Respostas Números Racionais – Q

1 - RESPOSTA:“E”. m Um número racional é o que pode ser escrito na forma


Pela definição: , onde m e n são números inteiros, sendo que n deve
n
Fazendo w=2 ser diferente de zero. Frequentemente usamos m/n para
significar a divisão de m por n.
Como podemos observar, números racionais podem
ser obtidos através da razão entre dois números inteiros,
razão pela qual, o conjunto de todos os números racionais
é denotado por Q. Assim, é comum encontrarmos na lite-
ratura a notação:
m
Q={ : m e n em Z, n diferente de zero}
n
No conjunto Q destacamos os seguintes subconjuntos:

2 - RESPOSTA: “D”. - Q* = conjunto dos racionais não nulos;


Geladeira + Microondas + DVD = 1213+429+399 = - Q+ = conjunto dos racionais não negativos;
2041 - Q*+ = conjunto dos racionais positivos;
Geladeira + Microondas + TV = 1213+429+562 = - Q _ = conjunto dos racionais não positivos;
2204, extrapola o orçamento - Q*_ = conjunto dos racionais negativos.
Geladeira +TV + DVD=1213+562+399=2174, é a maior
quantidade gasta possível dentro do orçamento. Representação Decimal das Frações
Troco:2200-2174=26 reais
Tomemos um número racional q , tal que p não seja
p

3 - RESPOSTA: “B”. múltiplo de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta


efetuar a divisão do numerador pelo denominador.
I da propriedade das potências, temos: Nessa divisão podem ocorrer dois casos:

1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,


um número finito de algarismos. Decimais Exatos:
II 2 = 0,4
5
III 1 = 0,25
4
4 - RESPOSTA: “D”. 35 = 8,75
Maior inteiro menor que 8 é o 7 4
Menor inteiro maior que -8 é o -7. 153 = 3,06
Portanto: 7⋅(-7)=-49 50
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,
5 - RESPOSTA: “C”. infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se
Carla: 520-220-485+635=450 pontos periodicamente. Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
Mateus: -280+675+295-115=575 pontos
1
Diferença: 575-450=125 pontos = 0,333...
3
6 - RESPOSTA:“C”. 1 = 0,04545...
Fazendo substituição dos valores de x, dentro dos con- 22
juntos do inteiros positivos temos: 167 = 2,53030...
66
x=0 ; x=1 Representação Fracionária dos Números Decimais

Trata-se do problema inverso: estando o número


racional escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo
na forma de fração. Temos dois casos:

, logo os únicos números que sa- 1º) Transformamos o número em uma fração cujo
tisfazem a condição é x= 0 e x=5 , dois números apenas. numerador é o número decimal sem a vírgula e o
denominador é composto pelo numeral 1, seguido de
7 - RESPOSTA:“D”. tantos zeros quantas forem as casas decimais do número
240- 194 +158 -108 +94 = 190 decimal dado:

9
MATEMÁTICA

0,9 = 9 Números Opostos: Dizemos que – 32 e 32 são números


10 racionais opostos ou simétricos e cada um deles é o oposto
5,7 =
57 do outro. As distâncias dos pontos – 3 e 3 ao ponto zero
da reta são iguais.
10 2 2

0,76 = 76 Soma (Adição) de Números Racionais


100
3,48 = 348 Como todo número racional é uma fração ou pode ser
100 escrito na forma de uma fração, definimos a adição entre
a c
0,005 = 5 = 1 os números racionais e , da mesma forma que a
1000 200 soma de frações, através de: d
b

2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada;


a ad + bc
para tanto, vamos apresentar o procedimento através de + c =
b d bd
alguns exemplos:
Exemplo 1
Propriedades da Adição de Números Racionais
Seja a dízima 0, 333... .
O conjunto Q é fechado para a operação de adição, isto
Façamos x = 0,333... e multipliquemos ambos os é, a soma de dois números racionais ainda é um número
membros por 10: 10x = 0,333 racional.
Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade - Associativa: Para todos a, b, c em Q: a + ( b + c ) = (
da segunda: a+b)+c
10x – x = 3,333... – 0,333... ⇒ 9x = 3 ⇒ x = 3/9 - Comutativa: Para todos a, b em Q: a + b = b + a
- Elemento neutro: Existe 0 em Q, que adicionado a
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração 3 . todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q + 0 = q
9 - Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em Q,
Exemplo 2 tal que q + (–q) = 0

Seja a dízima 5, 1717... Subtração de Números Racionais

Façamos x = 5,1717... e 100x = 517,1717... . A subtração de dois números racionais p e q é a própria


Subtraindo membro a membro, temos: operação de adição do número p com o oposto de q, isto é:
99x = 512 ⇒ x = 512/99 p – q = p + (–q)

Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração 512 . Multiplicação (Produto) de Números Racionais


99
Exemplo 3 Como todo número racional é uma fração ou pode ser
escrito na forma de uma fração, definimos o produto de
Seja a dízima 1, 23434... dois números racionais a e c , da mesma forma que o
produto de frações, através
b de:d
Façamos x = 1,23434... 10x = 12,3434... 1000x = a ac
c
1234,34... . x =
b d bd
Subtraindo membro a membro, temos:
990x = 1234,34... – 12,34... ⇒ 990x = 1222 ⇒ x O produto dos números racionais a e b também pode
= 1222/990 ser indicado por a × b, axb, a.b ou ainda ab sem nenhum
sinal entre as letras.
Simplificando, obtemos x = 611 , a fração geratriz da Para realizar a multiplicação de números racionais,
dízima 1, 23434... 495 devemos obedecer à mesma regra de sinais que vale em
toda a Matemática:
Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto que (+1) × (+1) = (+1)
representa esse número ao ponto de abscissa zero. (+1) × (-1) = (-1)
(-1) × (+1) = (-1)
(-1) × (-1) = (+1)
Exemplo: Módulo de - 3 é 3 . Indica-se - 3 = 3
2 2 2 2 Podemos assim concluir que o produto de dois
números com o mesmo sinal é positivo, mas o produto de
Módulo de + 3 é 3 . Indica-se + 3 =
3 dois números com sinais diferentes é negativo.
2 2 2 2

10
MATEMÁTICA

Propriedades da Multiplicação de Números −2 2


Racionais ⎛ 3⎞ ⎛ 5 ⎞ 25
⎜⎝ − ⎟⎠ .⎜⎝ − ⎟⎠ =
5 3 9
O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é, - Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo
o produto de dois números racionais ainda é um número sinal da base.
racional. 3
- Associativa: Para todos a, b, c em Q: a × ( b × c ) = (
⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ 8
⎜⎝ ⎟⎠ = ⎜⎝ ⎟⎠ .⎜⎝ ⎟⎠ .⎜⎝ ⎟⎠ =
a×b)×c 3 3 3 3 27
- Comutativa: Para todos a, b em Q: a × b = b × a
- Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado por - Toda potência com expoente par é um número
todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q × 1 = q positivo.
- Elemento inverso: Para todo q = a em Q, q diferente 2
de zero, existe q-1 = b em Q: q × q-1 b= 1 a x ⎛ 1⎞ ⎛ 1⎞ ⎛ 1⎞ 1
b =1 a b ⎜⎝ − ⎟⎠ = ⎜⎝ − ⎟⎠ .⎜⎝ − ⎟⎠ =
5 5 5 25
a - Produto de potências de mesma base. Para reduzir um
- Distributiva: Para todos a, b, c em Q: a × ( b + c ) = ( produto de potências de mesma base a uma só potência,
a×b)+(a×c) conservamos a base e somamos os expoentes.
2 3 2+3 5
Divisão de Números Racionais ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2 2⎞ ⎛ 2 2 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞
⎜⎝ ⎟⎠ .⎜ ⎟ = ⎜ . ⎟ .⎜ . . ⎟ = ⎜ ⎟ =⎜ ⎟
A divisão de dois números racionais p e 5 ⎝ 5⎠ ⎝ 5 5⎠ ⎝ 5 5 5⎠ ⎝ 5⎠ ⎝ 5⎠
q é a própria operação de multiplicação do
número p pelo inverso de q, isto é: p ÷ q = - Quociente de potências de mesma base. Para reduzir
p × q-1 um quociente de potências de mesma base a uma só
potência, conservamos a base e subtraímos os expoentes.
Potenciação de Números Racionais
A potência qn do número racional q é um produto de
n fatores iguais. O número q é denominado a base e o
número n é o expoente.
qn = q × q × q × q × ... × q, (q aparece n vezes)

Exemplos: - Potência de Potência. Para reduzir uma potência de


potência a uma potência de um só expoente, conservamos
3 a base e multiplicamos os expoentes
⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ 8
a) ⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ .⎜ ⎟ .⎜ ⎟ =
⎝ 5 ⎠ ⎝ 5 ⎠ ⎝ 5 ⎠ ⎝ 5 ⎠ 125

b)

Radiciação de Números Racionais


c) (–5)² = (–5) . ( –5) = 25
Se um número representa um produto de dois ou mais
d) (+5)² = (+5) . (+5) = 25 fatores iguais, então cada fator é chamado raiz do número.
Vejamos alguns exemplos:
Propriedades da Potenciação: Toda potência com
expoente 0 é igual a 1. Exemplo 1
0
⎛ 2⎞ = 1 4 Representa o produto 2 . 2 ou 22. Logo, 2 é a raiz
⎜⎝ + ⎟⎠
5 quadrada de 4. Indica-se √4= 2.

- Toda potência com expoente 1 é igual à própria base. Exemplo 2


1
⎛ 9⎞ 9
⎜⎝ − ⎟⎠ = - 4 Representa o produto 3 . 3 ou . Logo, é a raiz
2
1 1 1 ⎛ 1⎞ 1
9 ⎜⎝ ⎟⎠ 3
4 quadrada de 19 .Indica-se 1 = 3
1 3
9

- Toda potência com expoente negativo de um número


racional diferente de zero é igual a outra potência que tem
a base igual ao inverso da base anterior e o expoente igual
ao oposto do expoente anterior.

11
MATEMÁTICA

Exemplo 3 4 - (FUNDAÇÃO CASA – AGENTE DE APOIO OPERA-


0,216 Representa o produto 0,6 . 0,6 . 0,6 ou (0,6)3. CIONAL – VUNESP/2013) Em um estado do Sudeste, um
Logo, 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 3 0,216 = 0,6. Agente de Apoio Operacional tem um salário mensal de:
salário­base R$ 617,16 e uma gratificação de R$ 185,15. No
Assim, podemos construir o diagrama: mês passado, ele fez 8 horas extras a R$ 8,50 cada hora,
mas precisou faltar um dia e foi descontado em R$ 28,40.
No mês passado, seu salário totalizou
N Z Q
A) R$ 810,81.
B) R$ 821,31.
C) R$ 838,51.
D) R$ 841,91.
E) R$ 870,31.
Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá
o número zero ou um número racional positivo. Logo, os 5 - (Pref. Niterói) Simplificando a expressão abaixo
números racionais negativos não têm raiz quadrada em Q.
Obtém-se :
O número -100 não tem raiz quadrada em Q, pois A) ½
9
tanto -10 como +10 , quando elevados ao quadrado, dão B) 1
3
.
100 3
C) 3/2
Um número racional positivo só tem raiz quadrada no
9
D) 2
conjunto dos números racionais se ele for um quadrado E) 3
perfeito. 6 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Em um jogo
2 matemático, cada jogador tem direito a 5 cartões marcados
O número não tem raiz quadrada em Q, pois não com um número, sendo que todos os jogadores recebem
3
existe número racional que elevado ao quadrado dê 2 . os mesmos números. Após todos os jogadores receberem
Questões 3
seus cartões, aleatoriamente, realizam uma determinada
tarefa que também é sorteada. Vence o jogo quem cumprir
1 - (PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPE- a tarefa corretamente. Em uma rodada em que a tarefa era
RACIONAIS – MAKIYAMA/2013) Na escola onde estudo,
colocar os números marcados nos cartões em ordem cres-
¼ dos alunos tem a língua portuguesa como disciplina fa-
cente, venceu o jogador que apresentou a sequência
vorita, 9/20 têm a matemática como favorita e os demais
têm ciências como favorita. Sendo assim, qual fração repre-
senta os alunos que têm ciências como disciplina favorita?
A) 1/4
B) 3/10
C) 2/9
D) 4/5
E) 3/2

2 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM/2014)


Dirce comprou 7 lapiseiras e pagou R$ 8,30, em cada uma
delas. Pagou com uma nota de 100 reais e obteve um des-
conto de 10 centavos. Quantos reais ela recebeu de troco?
A) R$ 40,00
B) R$ 42,00 7 – (Prof./Prefeitura de Itaboraí) Se x = 0,181818...,
C) R$ 44,00 então o valor numérico da expressão:
D) R$ 46,00
E) R$ 48,00

3 - (FUNDAÇÃO CASA – AGENTE DE APOIO OPERA-


CIONAL – VUNESP/2013) De um total de 180 candidatos,
2/5 estudam inglês, 2/9 estudam francês, 1/3estuda espa- A) 34/39
nhol e o restante estuda alemão. O número de candidatos B) 103/147
que estuda alemão é: C) 104/147
A) 6. D) 35/49
B) 7. E) 106/147
C) 8.
D) 9. 8 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Mariana abriu
E) 10. seu cofrinho com 120 moedas e separou-as:

12
MATEMÁTICA

− 1 real: ¼ das moedas Mmc(3,5,9)=45


− 50 centavos: 1/3 das moedas
− 25 centavos: 2/5 das moedas
− 10 centavos: as restantes
Mariana totalizou a quantia contida no cofre em O restante estuda alemão: 2/45
A) R$ 62,20.
B) R$ 52,20.
C) R$ 50,20.
D) R$ 56,20.
E) R$ 66,20. 4 - RESPOSTA: “D”.

9 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014)


Numa operação policial de rotina, que abordou 800 pes-
soas, verificou-se que 3/4 dessas pessoas eram homens e
1/5 deles foram detidos. Já entre as mulheres abordadas,
1/8 foram detidas. Salário foi R$ 841,91.
Qual o total de pessoas detidas nessa operação poli-
cial? 5 - RESPOSTA: “B”.
A) 145 1,3333= 12/9 = 4/3
B) 185 1,5 = 15/10 = 3/2
C) 220
D) 260
E) 120
10 - (PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS
OPERACIONAIS – MAKIYAMA/2013) Quando pergunta-
do sobre qual era a sua idade, o professor de matemática 6 - RESPOSTA: “D”.
respondeu:
“O produto das frações 9/5 e 75/3 fornece a minha
idade!”.
Sendo assim, podemos afirmar que o professor tem:
A) 40 anos.
B) 35 anos.
C) 45 anos.
D) 30 anos. A ordem crescente é :
E) 42 anos.
Respostas 7 - RESPOSTA: “B”.
x=0,181818... temos então pela transformação na fra-
1 - RESPOSTA: “B”. ção geratriz: 18/99 = 2/11, substituindo:
Somando português e matemática:

O que resta gosta de ciências:

8 - RESPOSTA: “A”.

2 - RESPOSTA: “B”.

Como recebeu um desconto de 10 centavos, Dirce pa-


gou 58 reais
Troco:100-58=42 reais

3 - RESPOSTA: “C”.

Mariana totalizou R$ 62,20.

13
MATEMÁTICA

9 - RESPOSTA: “A”. Que são utilizados nas mais diversas aplicações práti-
cas como: cálculos de áreas, volumes, centros de gravida-
de, previsão populacional, etc.

Classificação dos Números Irracionais


Existem dois tipos de números irracionais:

- Números reais algébricos irracionais: são raí-


Como 3/4 eram homens, 1/4 eram mulheres zes de polinômios com coeficientes inteiros. Todo número
real que pode ser representado através de uma quantidade
finita de somas, subtrações, multiplicações, divisões e raí-
ou 800-600=200 mulheres zes de grau inteiro a partir dos números inteiros é um nú-
mero algébrico, por exemplo,

  .
A recíproca não é verdadeira: existem números algé-
Total de pessoas detidas: 120+25=145 bricos que não podem ser expressos através de radicais,
conforme o teorema de Abel-Ruffini.
10 - RESPOSTA: “C”.
- Números reais transcendentes: não são raízes de
polinômios com coeficientes inteiros. Várias constantes
matemáticas são transcendentes, como pi ( ) e o núme-
ro de Euler ( ). Pode-se dizer que existem mais números
transcendentes do que números algébricos (a comparação
Números Irracionais
entre conjuntos infinitos pode ser feita na teoria dos con-
juntos).
Os números racionais, aqueles que podem ser escritos
A definição mais genérica de números algébricos e
na forma de uma fração  a/b onde a e b são dois números
transcendentes é feita usando-se números complexos.
inteiros, com a condição de que b seja diferente de zero,
Identificação de números irracionais
uma vez que sabemos da impossibilidade matemática da
divisão por zero.
Vimos também, que todo número racional pode ser es- Fundamentado nas explanações anteriores, podemos
crito na forma de um número decimal periódico, também afirmar que:
conhecido como dízima periódica. - Todas as dízimas periódicas são números racionais.
Vejam os exemplos de números racionais a seguir: - Todos os números inteiros são racionais.
3 / 4 = 0,75 = 0, 750000... - Todas as frações ordinárias são números racionais.
- 2 / 3 = - 0, 666666... - Todas as dízimas não periódicas são números irra-
1 / 3 = 0, 333333... cionais.
2 / 1 = 2 = 2, 0000... - Todas as raízes inexatas são números irracionais.
4 / 3 = 1, 333333... - A soma de um número racional com um número irra-
- 3 / 2 = - 1,5 = - 1, 50000... cional é sempre um número irracional.
0 = 0, 000...   - A diferença de dois números irracionais, pode ser um
número racional.
Existe, entretanto, outra classe de números que não
podem ser escritos na forma de fração a/b, conhecidos Exemplo:  -  = 0 e 0 é um número racional.
como números irracionais.  - O quociente de dois números irracionais, pode ser
um número racional.
Exemplo
Exemplo:  :  =  = 2  e 2 é um número racional.
O número real abaixo é um número irracional, embora pa- - O produto de dois números irracionais, pode ser um
reça uma dízima periódica: x = 0,10100100010000100000... número racional.

Observe que o número de zeros após o algarismo 1 Exemplo:  .  =  = 5 e 5 é um número racional.


aumenta a cada passo. Existem infinitos números reais que - A união do conjunto dos números irracionais com o
não são dízimas periódicas e dois números irracionais mui- conjunto dos números racionais, resulta num conjunto de-
to importantes, são: nominado conjunto R  dos números reais.
- A interseção do conjunto dos números racionais com
e = 2,718281828459045..., o conjunto dos números irracionais, não possui elementos
Pi () = 3,141592653589793238462643... comuns e, portanto,  é igual ao conjunto vazio (  ).

14
MATEMÁTICA

Simbolicamente, teremos:
Q I=R
Q  I = 

Questões
II
1 - (TRF 2ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2012)
Considere as seguintes afirmações:
I. Para todo número inteiro x, tem-se 10x=4,4444...
-x=0,4444.....
9x=4
x=4/9

II.

III
III. Efetuando-se obtém- Portanto, apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
se um número maior que 5.
2 - RESPOSTA: “D”.
Relativamente a essas afirmações, é certo que

A) I,II, e III são verdadeiras.


B) Apenas I e II são verdadeiras.
C) Apenas II e III são verdadeiras.
D) Apenas uma é verdadeira.
E) I,II e III são falsas.
2 – (DPE/RS – ANALISTA ADMINISTRAÇÃO –
FCC/2013) A soma S é dada por:

Dessa forma, S é igual a 3 - RESPOSTA: “D”.

Números Reais

O conjunto dos números reais R é uma expansão


3 - (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA –
do conjunto dos números racionais que engloba não só
INDEC/2013) O resultado do produto:
os inteiros e os fracionários, positivos e negativos, mas
é:
também todos os números irracionais.
Os números reais são números usados para representar
uma quantidade contínua (incluindo o zero e os negativos).
B) 2
Pode-se pensar num número real como uma fração decimal
possivelmente infinita, como 3,141592(...). Os números
reais têm uma correspondência biunívoca com os pontos
de uma reta.
Respostas Denomina-se corpo dos números reais a coleção
dos elementos pertencentes à conclusão dos racionais,
1 - RESPOSTA: “B”. formado pelo corpo de frações associado aos inteiros
(números racionais) e a norma associada ao infinito.
I Existem também outras conclusões dos racionais, uma
para cada número primo p, chamadas números p-ádicos. O
corpo dos números p-ádicos é formado pelos racionais e a
norma associada a p!

15
MATEMÁTICA

Propriedade Propriedades da relação de ordem


O conjunto dos números reais com as operações - Reflexiva: a ≤ a
binárias de soma e produto e com a relação natural de - Transitiva: a ≤ b e b ≤ c → a ≤ c
ordem formam um corpo ordenado. Além das propriedades - Anti-simétrica: a ≤ b e b ≤ a → a = b
de um corpo ordenado, R tem a seguinte propriedade: - Ordem total: a < b ou b < a ou a = b 
Se R for dividido em dois conjuntos (uma partição) A e
B, de modo que todo elemento de A é menor que todo Expressão aproximada dos números Reais
elemento de B, então existe um elemento x que separa os
dois conjuntos, ou seja, x é maior ou igual a todo elemento
de A e menor ou igual a todo elemento de B.

Ao conjunto formado pelos números Irracionais e pelos


números Racionais chamamos de conjunto dos números Reais.
Ao unirmos o conjunto dos números Irracionais com o conjunto
dos números Racionais, formando o conjunto dos números
Reais, todas as distâncias representadas por eles sobre uma Os números Irracionais possuem infinitos algarismos
reta preenchem-na por completo; isto é, ocupam todos os seus decimais não-periódicos. As operações com esta classe
pontos. Por isso, essa reta é denominada reta Real. de números sempre produzem erros quando não se
utilizam todos os algarismos decimais. Por outro lado, é
impossível utilizar todos eles nos cálculos. Por isso, somos
obrigados a usar aproximações, isto é, cortamos o decimal
em algum lugar e desprezamos os algarismos restantes. Os
algarismos escolhidos serão uma aproximação do número
Real. Observe como tomamos a aproximação de e do
número nas tabelas.

Aproximação por
Falta Excesso
Erro menor que π π
1 unidade 1 3 2 4
1 décimo 1,4 3,1 1,5 3,2
1 centésimo 1,41 3,14 1,42 3,15
1 milésimo 1,414 3,141 1,415 3,142
Podemos concluir que na representação dos números 1 décimo de
1,4142 3,1415 1,4134 3,1416
Reais sobre uma reta, dados uma origem e uma unidade, a milésimo
cada ponto da reta corresponde um número Real e a cada
número Real corresponde um ponto na reta. Operações com números Reais
Operando com as aproximações, obtemos uma
sucessão de intervalos fixos que determinam um número
Real. É assim que vamos trabalhar as operações adição,
subtração, multiplicação e divisão. Relacionamos, em
seguida, uma série de recomendações úteis para operar
com números Reais:
- Vamos tomar a aproximação por falta.
Ordenação dos números Reais - Se quisermos ter uma ideia do erro cometido,
A representação dos números Reais permite definir uma escolhemos o mesmo número de casas decimais em ambos
os números.
relação de ordem entre eles. Os números Reais positivos são
- Se utilizamos uma calculadora, devemos usar a
maiores que zero e os negativos, menores. Expressamos
aproximação máxima admitida pela máquina (o maior
a relação de ordem da seguinte maneira: Dados dois
números Reais a e b,  número de casas decimais).
a≤b↔b–a≥0 - Quando operamos com números Reais, devemos
Exemplo: -15 ≤ ↔ 5 – (-15) ≥ 0 fazer constar o erro de aproximação ou o número de casas
5 + 15 ≥ 0 decimais.

16
MATEMÁTICA

- É importante adquirirmos a idéia de aproximação Questões


em função da necessidade. Por exemplo, para desenhar o
projeto de uma casa, basta tomar medidas com um erro de 1 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Um comer-
centésimo. ciante tem 8 prateleiras em seu empório para organizar os
- Em geral, para obter uma aproximação de n casas produtos de limpeza. Adquiriu 100 caixas desses produtos
decimais, devemos trabalhar com números Reais com 20 unidades cada uma, sendo que a quantidade total
aproximados, isto é, com n + 1 casas decimais. de unidades compradas será distribuída igualmente entre
Para colocar em prática o que foi exposto, vamos essas prateleiras. Desse modo, cada prateleira receberá um
fazer as quatro operações indicadas: adição, subtração, número de unidades, desses produtos, igual a
multiplicação e divisão com dois números Irracionais.  A) 40
B) 50
C) 100
D) 160
E) 250
2 - (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA –
Valor Absoluto INDEC/2013) Em uma banca de revistas existem um total
Como vimos, o erro  pode ser: de 870 exemplares dos mais variados temas. Metade das
- Por excesso: neste caso, consideramos o erro positivo. revistas é da editora A, dentre as demais, um terço são pu-
- Por falta: neste caso, consideramos o erro negativo. blicações antigas. Qual o número de exemplares que não
Quando o erro é dado sem sinal, diz-se que está dado são da Editora A e nem são antigas?
em valor absoluto. O valor absoluto de um número a é A) 320
designado por |a| e coincide com o número positivo, se for B) 290
positivo, e com seu oposto, se for negativo.  C) 435
Exemplo: Um livro nos custou 8,50 reais. Pagamos com D) 145
uma nota de 10 reais. Se nos devolve 1,60 real de troco, o 3 - (TRT 6ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO- ADMINISTRA-
vendedor cometeu um erro de +10 centavos. Ao contrário, TIVA – FCC/2012) Em uma praia chamava a atenção um
se nos devolve 1,40 real, o erro cometido é de 10 centavos.  catador de cocos (a água do coco já havia sido retirada).
Ele só pegava cocos inteiros e agia da seguinte maneira:
o primeiro coco ele coloca inteiro de um lado; o segundo
ele dividia ao meio e colocava as metades em outro lado;
o terceiro coco ele dividia em três partes iguais e coloca-
va os terços de coco em um terceiro lugar, diferente dos
outros lugares; o quarto coco ele dividia em quatro partes
iguais e colocava os quartos de coco em um quarto lugar
diferente dos outros lugares. No quinto coco agia como
se fosse o primeiro coco e colocava inteiro de um lado, o
seguinte dividia ao meio, o seguinte em três partes iguais,
o seguinte em quatro partes iguais e seguia na sequência:
inteiro, meios, três partes iguais, quatro partes iguais. Fez
isso com exatamente 59 cocos quando alguém disse ao
catador: eu quero três quintos dos seus terços de coco e
metade dos seus quartos de coco. O catador consentiu e
deu para a pessoa
A) 52 pedaços de coco.
B) 55 pedaços de coco.
C) 59 pedaços de coco.
D) 98 pedaços de coco.
E) 101 pedaços de coco.

4 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM/2014)


A mãe do Vitor fez um bolo e repartiu em 24 pedaços, to-
dos de mesmo tamanho. A mãe e o pai comeram juntos, ¼
do bolo. O Vitor e a sua irmã comeram, cada um deles, ¼
do bolo. Quantos pedaços de bolo sobraram?
A) 4
B) 6
C) 8
D) 10
E) 12

17
MATEMÁTICA

5 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM/2014) 10 - (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-


Paulo recebeu R$1.000,00 de salário. Ele gastou ¼ do sa- GRANRIO/2013) Gilberto levava no bolso três moedas de
lário com aluguel da casa e 3/5 do salário com outras des- R$ 0,50, cinco de R$ 0,10 e quatro de R$ 0,25. Gilberto reti-
pesas. Do salário que Paulo recebeu, quantos reais ainda rou do bolso oito dessas moedas, dando quatro para cada
restam? filho.
A) R$ 120,00 A diferença entre as quantias recebidas pelos dois fi-
B) R$ 150,00 lhos de Gilberto é de, no máximo,
C) R$ 180,00 A) R$ 0,45
D) R$ 210,00 B) R$ 0,90
E) R$ 240,00 C) R$ 1,10
D) R$ 1,15
6 - (UFABC/SP – TECNÓLOGO-TECNOLOGIA DA IN-
E) R$ 1,35
FORMAÇÃO – VUNESP/2013) Um jardineiro preencheu
parcialmente, com água, 3 baldes com capacidade de 15 li-
tros cada um. O primeiro balde foi preenchido com 2/3 de Respostas
sua capacidade, o segundo com 3/5 da capacidade, e o ter-
ceiro, com um volume correspondente à média dos volumes 1 - RESPOSTA: “E”.
dos outros dois baldes. A soma dos volumes de água nos Total de unidades: 100⋅20=2000 unidades
três baldes, em litros, é
A) 27. unidades em cada prateleira.
B) 27,5. 2 - RESPOSTA: “B”.
C) 28. editora A: 870/2=435 revistas
D) 28,5. publicações antigas: 435/3=145 revistas
E) 29.

7 - (UFOP/MG – ADMINISTRADOR DE EDIFICIOS –


UFOP/2013) Uma pessoa caminha 5 minutos em ritmo nor- O número de exemplares que não são da Editora A e
mal e, em seguida, 2 minutos em ritmo acelerado e, assim, nem são antigas são 290.
sucessivamente, sempre intercalando os ritmos da caminha-
da (5 minutos normais e 2 minutos acelerados). A caminha- 3 - RESPOSTA: “B”.
da foi iniciada em ritmo normal, e foi interrompida após 55
minutos do início.
O tempo que essa pessoa caminhou aceleradamente foi:
A) 6 minutos
B) 10 minutos 14 vezes iguais
C) 15 minutos Coco inteiro: 14
D) 20 minutos Metades:14.2=28
Terça parte:14.3=42
8 - (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF. Quarta parte:14.4=56
IMARUÍ/2014) Sobre o conjunto dos números reais é COR- 3 cocos: 1 coco inteiro, metade dos cocos, terça parte
RETO dizer: Quantidade total
A) O conjunto dos números reais reúne somente os nú- Coco inteiro: 14+1=15
meros racionais. Metades: 28+2=30
B) R* é o conjunto dos números reais não negativos. Terça parte:42+3=45
C) Sendo A = {-1,0}, os elementos do conjunto A não são Quarta parte :56
números reais.
D) As dízimas não periódicas são números reais.

9 - (TJ/SP - AUXILIAR DE SAÚDE JUDICIÁRIO - AU-


XILIAR EM SAÚDE BUCAL – VUNESP/2013) Para numerar
as páginas de um livro, uma impressora gasta 0,001 mL por
cada algarismo impresso. Por exemplo, para numerar as pá- 4 - RESPOSTA “B”.
ginas 7, 58 e 290 gasta-se, respectivamente, 0,001 mL, 0,002
mL e 0,003 mL de tinta. O total de tinta que será gasto para
numerar da página 1 até a página 1 000 de um livro, em mL,
será
A) 1,111. Sobrou 1/4 do bolo.
B) 2,003.
C) 2,893.
D) 1,003.
E) 2,561.

18
MATEMÁTICA

5 - RESPOSTA: “B”. E as ouras quatro moedas sejam de menor valor: 4 de


R$ 0,10=R$ 0,40.
Aluguel: A maior diferença seria de 1,75-0,40=1,35
Dica: sempre que fala a maior diferença tem que o
Outras despesas: maior valor possível – o menor valor.

Restam :1000-850=R$150,00 Porcentagem

6 - RESPOSTA: “D”. É uma fração de denominador centesimal, ou seja,


Primeiro balde: é uma fração de denominador 100. Representamos
porcentagem pelo símbolo % e lê-se: “por cento”.
50
Deste modo, a fração é uma porcentagem que
podemos representar por 50%.
100
Segundo balde:
Forma Decimal: É comum representarmos uma
porcentagem na forma decimal, por exemplo, 35% na
forma decimal seriam representados por 0,35.
Terceiro balde:
75
75% = = 0,75
100

Cálculo de uma Porcentagem: Para calcularmos uma


A soma dos volumes é : 10+9+9,5=28,5 litros porcentagem p% de V, basta multiplicarmos a fração p
por V. 100
7 - RESPOSTA: “C”. p
A caminhada sempre vai ser 5 minutos e depois 2 mi- P% de V = .V
100
nutos, então 7 minutos ao total.
Dividindo o total da caminhada pelo tempo, temos: Exemplo 1

23% de 240 = . 240 = 55,2


23
100
Assim, sabemos que a pessoa caminhou 7. (5 minutos Exemplo 2
+2 minutos) +6 minutos (5 minutos+1 minuto)
Aceleradamente caminhou: (7.2)+1➜ 14+1=15 minu- Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que 67%
tos de uma amostra assistem a um certo programa de TV.
8 - RESPOSTA: “D”. Se a população é de 56.000 habitantes, quantas pessoas
A) errada - O conjunto dos números reais tem os con- assistem ao tal programa?
juntos: naturais, inteiros, racionais e irracionais.
67
B) errada – R* são os reais sem o zero. Resolução: 67% de 56 000 = .56000 = 37520
C) errada - -1 e 0 são números reais. 100
Resposta: 37 520 pessoas.
9 - RESPOSTA: “C”.
1 a 9 =9 algarismos=0,001⋅9=0,009 ml Porcentagem que o lucro representa em relação ao
De 10 a 99, temos que saber quantos números tem. preço de custo e em relação ao preço de venda
99-10+1=90.
OBS: soma 1, pois quanto subtraímos exclui-se o pri- Chamamos de lucro em uma transação comercial de
meiro número. compra e venda a diferença entre o preço de venda e o
90 números de 2 algarismos: 0,002⋅90=0,18ml preço de custo.
Lucro = preço de venda – preço de custo
De 100 a 999 Caso essa diferença seja negativa, ela será chamada de
999-100+1=900 números prejuízo.
900⋅0,003=2,7ml
1000=0,004ml Assim, podemos escrever:
Somando: 0,009+0,18+2,7+0,004=2,893 Preço de custo + lucro = preço de venda
Preço de custo – prejuízos = preço de venda
10 - RESPOSTA: “E”.
Supondo que as quatro primeiras moedas sejam as 3 Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem
de R$ 0,50 e 1 de R$ 0,25(maiores valores). de duas formas:
Um filho receberia : 1,50+0,25=R$1,75 Lucro sobre o custo = lucro/preço de custo. 100%

19
MATEMÁTICA

Lucro sobre a venda = lucro/preço de venda. 100% Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos
um valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer
Observação: A mesma análise pode ser feita para o dois aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor
caso de prejuízo. após o primeiro aumento, temos:
V1 = V . (1 + 1 )
p
Exemplo 100
Sendo V2 o valor após o segundo aumento, temos:
Uma mercadoria foi comprada por R$ 500,00 e vendida V2 = V1 . (1 + p2 )
por R$ 800,00. 100
Pede-se: V2 = V . (1 + 1 ) . (1 + 2 )
p p
- o lucro obtido na transação; 100 100
- a porcentagem de lucro sobre o preço de custo; Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá
- a porcentagem de lucro sobre o preço de venda. sofrer dois descontos sucessivos de p1% e p2%.

Resposta: Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos:


Lucro = 800 – 500 = R$ 300,00 V1 = V. (1 – p1 )
Lc = 300 = 0,60 = 60% 100
500
Sendo V2 o valor após o segundo desconto, temos:
Lv = = 0,375 = 37,5%
300
800
V2 = V1 . (1 – )
p2
Aumento 100
V2 = V . (1 – p1 ) . (1 – p2 )
Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial 100 100
V que deve sofrer um aumento de p% de seu valor. Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá
Chamemos de A o valor do aumento e VA o valor após o sofrer um aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto
aumento. Então, A = p% de V = p . V de p2%.
100
Sendo V1 o valor após o aumento, temos:
V1 = V . (1+ 1 )
p
p
VA = V + A = V + .V 100
100
p Sendo V2 o valor após o desconto, temos:
VA = ( 1 + ).V
100 V2 = V1 . (1 – p2 )
p 100
Em que (1 + 100 ) é o fator de aumento.
V2 = V . (1 + p1 ) . (1 – p2 )
Desconto 100 100
Exemplo
Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial
V que deve sofrer um desconto de p% de seu valor. (VUNESP-SP) Uma instituição bancária oferece um
Chamemos de D o valor do desconto e VD o valor após o rendimento de 15% ao ano para depósitos feitos numa
desconto. Então, D = p% de V = p . V certa modalidade de aplicação financeira. Um cliente deste
banco deposita 1 000 reais nessa aplicação. Ao final de n
100
p
VD = V – D = V – .V anos, o capital que esse cliente terá em reais, relativo a esse
100
p depósito, são:
VD = (1 – ).V n
100  p 
p Resolução: VA = 1 +  .v
Em que (1 – ) é o fator de desconto.  100 
100
Exemplo
n
VA = 1. 15  .1000
 100 
Uma empresa admite um funcionário no mês de janeiro V = 1 000 . (1,15)n
A
sabendo que, já em março, ele terá 40% de aumento. Se a VA = 1 000 . 1,15n
empresa deseja que o salário desse funcionário, a partir de VA = 1 150,00n
março, seja R$ 3 500,00, com que salário deve admiti-lo?
Resolução: VA = 1,4 . V Questões
3 500 = 1,4 . V
3500 1 - (PREF. AMPARO/SP – AGENTE ESCOLAR – CON-
V= = 2500
1,4 RIO/2014) Se em um tanque de um carro for misturado
45 litros de etanol em 28 litros de gasolina, qual será o
Resposta: R$ 2 500,00
percentual aproximado de gasolina nesse tanque?

20
MATEMÁTICA

A) 38,357%
B) 38,356%
C) 38,358%
D) 38,359%

2 - (CEF / Escriturário) Uma pessoa x pode realizar uma certa tarefa em 12 horas. Outra pessoa, y, é 50% mais eficiente
que x. Nessas condições, o número de horas necessárias para que y realize essa tarefa é :
A) 4
B) 5
C) 6
D) 7
E) 8

3 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Observe a tabela que indica o consumo mensal de uma mesma torneira da pia
de uma cozinha, aberta meia volta por um minuto, uma vez ao dia.

Em relação ao cosumo mensal da torneira alimentada pela água da rua, o da torneira alimentada pela água da caixa
representa, aproximadamente,
A) 20%
B) 26%
C) 30%
D) 35%
E) 40%

4 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de uma mercadoria, na loja J, é
de R$ 50,00. O dono da loja J resolve reajustar o preço dessa mercadoria em 20%. A mesma mercadoria, na loja K, é vendida
por R$ 40,00. O dono da loja K resolve reajustar o preço dessa mercadoria de maneira a igualar o preço praticado na loja J
após o reajuste de 20%. Dessa maneira o dono da loja K deve reajustar o preço em
A) 20%.
B) 50%.
C) 10%.
D) 15%.
E) 60%.

5 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de venda de um produto, des-
contado um imposto de 16% que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de compra em 40%, os quais constituem
o lucro líquido do vendedor. Em quantos por cento, aproximadamente, o preço de venda é superior ao de compra?
A) 67%.
B) 61%.
C) 65%.
D) 63%.
E) 69%.

6 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC/2013) Um comerciante comprou uma mercadoria por R$
350,00. Para estabelecer o preço de venda desse produto em sua loja, o comerciante decidiu que o valor deveria ser sufi-
ciente para dar 30% de desconto sobre o preço de venda e ainda assim garantir lucro de 20% sobre o preço de compra.
Nessas condições, o preço que o comerciante deve vender essa mercadoria é igual a
A) R$ 620,00.
B) R$ 580,00.
C) R$ 600,00.
D) R$ 590,00.
E) R$ 610,00.

21
MATEMÁTICA

7 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – Vitor arrematou um lote, pagou o combinado no ato
FCC/2013) Uma bolsa contém apenas 5 bolas brancas e 7 da arrematação e os R$28.800,00 restantes no dia 10 de
bolas pretas. Sorteando ao acaso uma bola dessa bolsa, a dezembro. Com base nas informações contidas no texto,
probabilidade de que ela seja preta é calcule o valor total gasto por Vitor nesse leilão.
A) maior do que 55% e menor do que 60%.
B) menor do que 50%. A) R$34.600,00
C) maior do que 65%. B) R$36.000,00
D) maior do que 50% e menor do que 55%. C) R$35.400,00
E) maior do que 60% e menor do que 65%. D) R$32.000,00
E) R$37.800,00
8 - PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
MA/2013) Das 80 crianças que responderam a uma en- Respostas
quete referente a sua fruta favorita, 70% eram meninos.
Dentre as meninas, 25% responderam que sua fruta favori-
ta era a maçã. Sendo assim, qual porcentagem representa, 1 - RESPOSTA: “B”.
em relação a todas as crianças entrevistadas, as meninas Mistura:28+45=73
que têm a maçã como fruta preferida? 73------100%
A) 10% 28------x
B) 1,5% X=38,356%
C) 25%
D) 7,5% 2 - RESPOSTA “C”.
E) 5% 12 horas → 100 %
50 % de 12 horas = = 6 horas
9 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014)
Numa liquidação de bebidas, um atacadista fez a seguinte X = 12 horas → 100 % = total de horas trabalhado
promoção: Y = 50 % mais rápido que X.
Então, se 50% de 12 horas equivalem a 6 horas, logo Y
faz o mesmo trabalho em 6 horas.

3 - RESPOSTA: “B”.

4 - RESPOSTA: “B”.
Alexandre comprou duas embalagens nessa promoção
e revendeu cada unidade por R$3,50. O lucro obtido por
ele com a revenda das latas de cerveja das duas embala-
gens completas foi:
A) R$33,60
B) R$28,60
C) R$26,40 O reajuste deve ser de 50%.
D) R$40,80
E) R$43,20 5 - RESPOSTA: “A”.
Preço de venda: PV
10 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) Preço de compra: PC
Leilão de veículos apreendidos do Detran aconteceu no dia
7 de dezembro. Note que: 1,4 = 100%+40% ou 1+0,4.Como ele supe-
O Departamento Estadual de Trânsito de Sergipe – De- rou o preço de venda (100%) em 40% , isso significa soma
tran/SE – realizou, no dia 7 de dezembro, sábado, às 9 ho- aos 100% mais 40%, logo 140%= 1,4.
ras, no Espaço Emes, um leilão de veículos apreendidos em
fiscalizações de trânsito. Ao todo foram leiloados 195 veí- PV - 0,16PV = 1,4PC
culos, sendo que 183 foram comercializados como sucatas 0,84PV=1,4PC
e 12 foram vendidos como aptos para circulação.

Quem arrematou algum dos lotes disponíveis no leilão


pagou 20% do lance mais 5% de comissão do leiloeiro no
ato da arrematação. Os 80% restantes foram pagos impre-
terivelmente até o dia 11 de dezembro. O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.
Fonte: http://www.ssp.se.gov.br05/12/13 (modificada).

22
MATEMÁTICA

6 - RESPOSTA: “C”. Raciocínio Lógico Matemático


Preço de venda: PV
Preço de compra: 350 Os estudos matemáticos ligados aos fundamentos ló-
30% de desconto, deixa o produto com 70% do seu gicos contribuem no desenvolvimento cognitivo dos es-
valor. tudantes, induzindo a organização do pensamento e das
Como ele queria ter um lucro de 20% sobre o preço ideias, na formação de conceitos básicos, assimilação de
de compra, devemos multiplicar por 1,2(350+0,2.350) ➜ regras matemáticas, construção de fórmulas e expressões
0,7PV = 1,2 . 350 aritméticas e algébricas. É de extrema importância que em
matemática utilize-se atividades envolvendo lógica, no in-
tuito de despertar o raciocínio, fazendo com que se utilize
do potencial na busca por soluções dos problemas mate-
máticos desenvolvidos e baseados nos conceitos lógicos.
O preço de venda deve ser R$600,00.
A lógica está presente em diversos ramos da matemá-
7 - RESPOSTA: “A”. tica, como a probabilidade, os problemas de contagem,
Ao todo tem 12 bolas, portanto a probabilidade de se as progressões aritméticas e geométricas, as sequências
tirar uma preta é: numéricas, equações, funções, análise de gráficos entre
outros. Os fundamentos lógicos contribuem na resolução
ordenada de equações, na percepção do valor da razão de
uma sequência, na elucidação de problemas aritméticos e
algébricos e na fixação de conteúdos complexos.
8 - RESPOSTA: “D”.
Tem que ser menina E gostar de maçã. A utilização das atividades lógicas contribui na forma-
Meninas:100-70=30% ção de indivíduos capazes de criar ferramentas e mecanis-
mos responsáveis pela obtenção de resultados em Mate-
, simplificando temos ➜ mática. O sucesso na Matemática está diretamente conec-
P = 0,075 . 100% = 7,5%. tado à curiosidade, pesquisa, deduções, experimentos, vi-
são detalhada, senso crítico e organizacional e todas essas
características estão ligadas ao desenvolvimento lógico.
9 - RESPOSTA: “A”.
Raciocínio Lógico Dedutivo

A dedução é uma inferência que parte do universal


para o mais particular. Assim considera-se que um raciocí-
nio lógico é dedutivo quando, de uma ou mais premissas,
se conclui uma proposição que é conclusão lógica da(s)
premissa(s). A dedução é um raciocínio de tipo mediato,
sendo o silogismo uma das suas formas clássicas. Inicia-
remos com a compreensão das sequências lógicas, onde
devemos deduzir, ou até induzir, qual a lei de formação das
figuras, letras, símbolos ou números, a partir da observação
O lucro de Alexandre foi de R$33,60. dos termos dados.

10 - RESPOSTA: “E”.
R$28.800-------80%
x------------------100%

Valor total: R$36.000,00+R$1.800,00=R$37.800,00

23
MATEMÁTICA

Humor Lógico

Orientações Espacial e Temporal

Orientação espacial e temporal verifica a capacidade de abstração no espaço e no tempo. Costuma ser cobrado em
questões sobre a disposições de dominós, dados, baralhos, amontoados de cubos com símbolos especificados em suas
faces, montagem de figuras com subfiguras, figuras fractais, dentre outras. Inclui também as famosas sequências de figuras
nas quais se pede a próxima. Serve para verificar a capacidade do candidato em resolver problemas com base em estímulos
visuais.

Raciocínio Verbal

O raciocínio é o conjunto de atividades mentais que consiste na associação de ideias de acordo com determinadas
regras. No caso do raciocínio verbal, trata-se da capacidade de raciocinar com conteúdos verbais, estabelecendo entre eles
princípios de classificação, ordenação, relação e significados. Ao contrário daquilo que se possa pensar, o raciocínio verbal
é uma capacidade intelectual que tende a ser pouco desenvolvida pela maioria das pessoas. No nível escolar, por exemplo,
disciplinas como as línguas centram-se em objetivos como a ortografia ou a gramática, mas não estimulam/incentivam à
aprendizagem dos métodos de expressão necessários para que os alunos possam fazer um uso mais completo da lingua-
gem.
Por outro lado, o auge dos computadores e das consolas de jogos de vídeo faz com que as crianças costumem jogar de
forma individual, isto é, sozinhas (ou com outras crianças que não se encontrem fisicamente com elas), pelo que não é feito
um uso intensivo da linguagem. Uma terceira causa que se pode aqui mencionar para explicar o fraco raciocínio verbal é o
fato de jantar em frente à televisão. Desta forma, perde-se o diálogo no seio da família e a arte de conversar.
Entre os exercícios recomendados pelos especialistas para desenvolver o raciocínio verbal, encontram-se as analogias
verbais, os exercícios para completar orações, a ordem de frases e os jogos onde se devem excluir certos conceitos de um
grupo. Outras propostas implicam que sigam/respeitem certas instruções, corrijam a palavra inadequada (o intruso) de uma
frase ou procurem/descubram antônimos e sinônimos de uma mesma palavra.

Lógica Sequencial

Lógica Sequencial

O Raciocínio é uma operação lógica, discursiva e mental. Neste, o intelecto humano utiliza uma ou mais proposições,
para concluir através de mecanismos de comparações e abstrações, quais são os dados que levam às respostas verdadeiras,
falsas ou prováveis. Foi pelo processo do raciocínio que ocorreu o desenvolvimento do método matemático, este considerado
instrumento puramente teórico e dedutivo, que prescinde de dados empíricos. Logo, resumidamente o raciocínio pode ser
considerado também um dos integrantes dos mecanismos dos processos cognitivos superiores da formação de conceitos
e da solução de problemas, sendo parte do pensamento.
Sequências Lógicas

As sequências podem ser formadas por números, letras, pessoas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer
uma sequência, o importante é que existam pelo menos três elementos que caracterize a lógica de sua formação, entretanto
algumas séries necessitam de mais elementos para definir sua lógica. Algumas sequências são bastante conhecidas e todo
aluno que estuda lógica deve conhecê-las, tais como as progressões aritméticas e geométricas, a série de Fibonacci, os
números primos e os quadrados perfeitos.

24
MATEMÁTICA

Sequência de Números Sequência de Pessoas

Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um Na série a seguir, temos sempre um homem seguido
mesmo número. de duas mulheres, ou seja, aqueles que estão em uma
posição múltipla de três (3º, 6º, 9º, 12º,...) serão mulheres e
a posição dos braços sempre alterna, ficando para cima em
uma posição múltipla de dois (2º, 4º, 6º, 8º,...). Sendo assim,
a sequência se repete a cada seis termos, tornando possível
determinar quem estará em qualquer posição.

Progressão Geométrica: Multiplica-se constantemente


um mesmo número.

Sequência de Figuras

Esse tipo de sequência pode seguir o mesmo padrão


Incremento em Progressão: O valor somado é que está visto na sequência de pessoas ou simplesmente sofrer
em progressão. rotações, como nos exemplos a seguir.

Série de Fibonacci: Cada termo é igual a soma dos dois


anteriores.

1 1 2 3 5 8 13
Números Primos: Naturais que possuem apenas dois Sequência de Fibonacci
divisores naturais.
O matemático Leonardo Pisa, conhecido como
2 3 5 7 11 13 17 Fibonacci, propôs no século XIII, a sequência numérica:
(1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, …). Essa sequência tem
Quadrados Perfeitos: Números naturais cujas raízes são uma lei de formação simples: cada elemento, a partir do
naturais. terceiro, é obtido somando-se os dois anteriores. Veja: 1
+ 1 = 2, 2 + 1 = 3, 3 + 2 = 5 e assim por diante. Desde o
1 4 9 16 25 36 49 século XIII, muitos matemáticos, além do próprio Fibonacci,
dedicaram-se ao estudo da sequência que foi proposta,
Sequência de Letras e foram encontradas inúmeras aplicações para ela no
desenvolvimento de modelos explicativos de fenômenos
As sequências de letras podem estar associadas a uma naturais.
série de números ou não. Em geral, devemos escrever Veja alguns exemplos das aplicações da sequência de
todo o alfabeto (observando se deve, ou não, contar com Fibonacci e entenda porque ela é conhecida como uma
k, y e w) e circular as letras dadas para entender a lógica das maravilhas da Matemática. A partir de dois quadrados
proposta. de lado 1, podemos obter um retângulo de lados 2 e 1.
Se adicionarmos a esse retângulo um quadrado de lado
ACFJOU 2, obtemos um novo retângulo 3 x 2. Se adicionarmos
Observe que foram saltadas 1, 2, 3, 4 e 5 letras e esses agora um quadrado de lado 3, obtemos um retângulo
números estão em progressão. 5 x 3. Observe a figura a seguir e veja que os lados dos
quadrados que adicionamos para determinar os retângulos
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTU formam a sequência de Fibonacci.

B1 2F H4 8L N16 32R T64

Nesse caso, associou-se letras e números (potências de


2), alternando a ordem. As letras saltam 1, 3, 1, 3, 1, 3 e 1
posições.

ABCDEFGHIJKLMNOPQRST

25
MATEMÁTICA

Esse número é conhecido como número de ouro e


pode ser representado por:

Todo retângulo e que a razão entre o maior e o menor


lado for igual a é chamado retângulo áureo como o caso
da fachada do Partenon.

As figuras a seguir possuem números que representam


Se utilizarmos um compasso e traçarmos o quarto de uma sequência lógica. Veja os exemplos:
circunferência inscrito em cada quadrado, encontraremos
uma espiral formada pela concordância de arcos cujos Exemplo 1
raios são os elementos da sequência de Fibonacci.

O Partenon que foi construído em Atenas pelo célebre


arquiteto grego Fidias. A fachada principal do edifício, hoje
em ruínas, era um retângulo que continha um quadrado A sequência numérica proposta envolve multiplicações
de lado igual à altura. Essa forma sempre foi considerada por 4.
satisfatória do ponto de vista estético por suas proporções 6 x 4 = 24
sendo chamada retângulo áureo ou retângulo de ouro. 24 x 4 = 96
96 x 4 = 384
384 x 4 = 1536

Exemplo 2

Como os dois retângulos indicados na figura são


semelhantes temos: (1).

Como: b = y – a (2). A diferença entre os números vai aumentando 1


Substituindo (2) em (1) temos: y2 – ay – a2 = 0. unidade.
13 – 10 = 3
Resolvendo a equação: 17 – 13 = 4
22 – 17 = 5
em que não convém. 28 – 22 = 6
35 – 28 = 7
Logo:

26
MATEMÁTICA

Exemplo 3 QUESTÕES

01. Observe atentamente a disposição das cartas em


cada linha do esquema seguinte:

Multiplicar os números sempre por 3.


1x3=3
3x3=9
9 x 3 = 27
27 x 3 = 81
81 x 3 = 243
243 x 3 = 729
A carta que está oculta é:
729 x 3 = 2187
(A) (B) (C)
Exemplo 4


(D) (E)

02. Considere que a sequência de figuras foi construída


segundo um certo critério.

A diferença entre os números vai aumentando 2


unidades.
24 – 22 = 2
28 – 24 = 4
34 – 28 = 6
42 – 34 = 8
52 – 42 = 10
64 – 52 = 12
78 – 64 = 14 Se tal critério for mantido, para obter as figuras
subsequentes, o total de pontos da figura de número 15
deverá ser:
(A) 69
(B) 67
(C) 65
(D) 63
(E) 61

27
MATEMÁTICA

03. O próximo número dessa sequência lógica é: 1000, 07. As figuras da sequência dada são formadas por
990, 970, 940, 900, 850, ... partes iguais de um círculo.
(A) 800
(B) 790
(C) 780
(D) 770

04. Na sequência lógica de números representados nos Continuando essa sequência, obtém-se exatamente 16
hexágonos, da figura abaixo, observa-se a ausência de um círculos completos na:
deles que pode ser: (A) 36ª figura
(B) 48ª figura
(C) 72ª figura
(D) 80ª figura
(E) 96ª figura

08. Analise a sequência a seguir:

(A) 76
(B) 10
(C) 20
(D) 78
Admitindo-se que a regra de formação das figuras
05. Uma criança brincando com uma caixa de palitos seguintes permaneça a mesma, pode-se afirmar que a
de fósforo constrói uma sequência de quadrados conforme figura que ocuparia a 277ª posição dessa sequência é:
indicado abaixo: (A) (B)

.............


1° 2° 3°

Quantos palitos ele utilizou para construir a 7ª figura?


(A) 20 palitos
(C) (D)
(B) 25 palitos
(C) 28 palitos
(D) 22 palitos

06. Ana fez diversas planificações de um cubo e (E)
escreveu em cada um, números de 1 a 6. Ao montar o cubo,
ela deseja que a soma dos números marcados nas faces
opostas seja 7. A única alternativa cuja figura representa a
planificação desse cubo tal como deseja Ana é:

(A) (B) 09. Observe a sequência: 2, 10, 12, 16, 17, 18, 19, ... Qual
é o próximo número?
(A) 20
(B) 21
(C) 100
(D) 200
(C) (D)
10. Observe a sequência: 3,13, 30, ... Qual é o próximo
número?
(A) 4
(B) 20
(C) 31
(D) 21
(E)
11. Os dois pares de palavras abaixo foram formados
segundo determinado critério.
LACRAÇÃO → cal

28
MATEMÁTICA

AMOSTRA → soma 14. A figura abaixo representa algumas letras dispostas


LAVRAR → ? em forma de triângulo, segundo determinado critério.
Segundo o mesmo critério, a palavra que deverá
ocupar o lugar do ponto de interrogação é:
(A) alar
(B) rala
(C) ralar
(D) larva
(E) arval

12. Observe que as figuras abaixo foram dispostas,


linha a linha, segundo determinado padrão.

Considerando que na ordem alfabética usada são


excluídas as letra “K”, “W” e “Y”, a letra que substitui
corretamente o ponto de interrogação é:
(A) P
(B) O
(C) N
(D) M
(E) L

15. Considere que a sequência seguinte é formada pela


sucessão natural dos números inteiros e positivos, sem que
os algarismos sejam separados.

Segundo o padrão estabelecido, a figura que substitui 1234567891011121314151617181920...


corretamente o ponto de interrogação é:
O algarismo que deve aparecer na 276ª posição dessa
sequência é:
(A) 9
(B) 8
(C) 6
(D) 3
(A) (B) (C)
(E) 1

16. Em cada linha abaixo, as três figuras foram


desenhadas de acordo com determinado padrão.
(D)
(E)

13. Observe que na sucessão seguinte os números


foram colocados obedecendo a uma lei de formação.

Os números X e Y, obtidos segundo essa lei, são tais


que X + Y é igual a:
(A) 40
(B) 42
(C) 44
(D) 46 Segundo esse mesmo padrão, a figura que deve
(E) 48 substituir o ponto de interrogação é:

29
MATEMÁTICA

20. Considere a sequência abaixo:

BBB BXB XXB


XBX XBX XBX
(A) (B)
BBB BXB BXX

O padrão que completa a sequência é:

(A) (B) (C)


(C) (D)
XXX XXB XXX
XXX XBX XXX
XXX BXX XXB

(E) (D) (E)


XXX XXX
XBX XBX
17. Observe que, na sucessão de figuras abaixo, os
números que foram colocados nos dois primeiros triângulos XXX BXX
obedecem a um mesmo critério.
21. Na série de Fibonacci, cada termo a partir do
terceiro é igual à soma de seus dois termos precedentes.
Sabendo-se que os dois primeiros termos, por definição,
são 0 e 1, o sexto termo da série é:
(A) 2
(B) 3
(C) 4
Para que o mesmo critério seja mantido no triângulo (D) 5
da direita, o número que deverá substituir o ponto de (E) 6
interrogação é:
(A) 32 22. Nosso código secreto usa o alfabeto A B C D E F G
(B) 36 H I J L M N O P Q R S T U V X Z. Do seguinte modo: cada
(C) 38 letra é substituída pela letra que ocupa a quarta posição
(D) 42 depois dela. Então, o “A” vira “E”, o “B” vira “F”, o “C” vira
(E) 46 “G” e assim por diante. O código é “circular”, de modo que
o “U” vira “A” e assim por diante. Recebi uma mensagem
18. Considere a seguinte sequência infinita de em código que dizia: BSA HI EDAP. Decifrei o código e li:
números: 3, 12, 27, __, 75, 108,... O número que preenche (A) FAZ AS DUAS;
adequadamente a quarta posição dessa sequência é: (B) DIA DO LOBO;
(A) 36, (C) RIO ME QUER;
(B) 40, (D) VIM DA LOJA;
(C) 42, (E) VOU DE AZUL.
(D) 44,
(E) 48
23. A sentença “Social está para laicos assim como
19. Observando a sequência (1, , , , , ...) o 231678 está para...” é melhor completada por:
(A) 326187;
próximo numero será:
(B) 876132;
(A) (C) 286731;
(D) 827361;
(E) 218763.
(B)
24. A sentença “Salta está para Atlas assim como 25435
está para...” é melhor completada pelo seguinte número:
(C) (A) 53452;
(B) 23455;
(C) 34552;
(D) (D) 43525;
(E) 53542.

30
MATEMÁTICA

25. Repare que com um número de 5 algarismos,


respeitada a ordem dada, podem-se criar 4 números de
dois algarismos. Por exemplo: de 34.712, podem-se criar o
34, o 47, o 71 e o 12. Procura-se um número de 5 algarismos
formado pelos algarismos 4, 5, 6, 7 e 8, sem repetição. Veja
abaixo alguns números desse tipo e, ao lado de cada um
deles, a quantidade de números de dois algarismos que
esse número tem em comum com o número procurado.

Número Quantidade de números de Excluídas do alfabeto as letras K, W e Y e fazendo cada


dado 2 algarismos em comum letra restante corresponder ordenadamente aos números
inteiros de 1 a 23 (ou seja, A = 1, B = 2, C = 3,..., Z = 23),
48.765 1
a soma dos números que correspondem às letras que
86.547 0 compõem o nome do animal é:
87.465 2 (A) 37
48.675 1 (B) 39
(C) 45
O número procurado é: (D) 49
(A) 87456 (E) 51
(B) 68745
(C) 56874 Nas questões 29 e 30, observe que há uma relação
(D) 58746 entre o primeiro e o segundo grupos de letras. A mesma
(E) 46875 relação deverá existir entre o terceiro grupo e um dos cinco
grupos que aparecem nas alternativas, ou seja, aquele que
26. Considere que os símbolos ♦ e ♣ que aparecem substitui corretamente o ponto de interrogação. Considere
no quadro seguinte, substituem as operações que devem que a ordem alfabética adotada é a oficial e exclui as letras
ser efetuadas em cada linha, a fim de se obter o resultado K, W e Y.
correspondente, que se encontra na coluna da extrema
direita. 29. CASA: LATA: LOBO: ?
(A) SOCO
36 ♦ 4 ♣ 5 = 14 (B) TOCO
(C) TOMO
48 ♦ 6 ♣ 9 = 17 (D) VOLO
54 ♦ 9 ♣ 7 = ? (E) VOTO

Para que o resultado da terceira linha seja o correto, o 30. ABCA: DEFD: HIJH: ?
ponto de interrogação deverá ser substituído pelo número: (A) IJLI
(A) 16 (B) JLMJ
(B) 15 (C) LMNL
(C) 14 (D) FGHF
(D) 13 (E) EFGE
(E) 12
31. Os termos da sucessão seguinte foram obtidos
27. Segundo determinado critério, foi construída a considerando uma lei de formação (0, 1, 3, 4, 12, 123,...).
sucessão seguinte, em que cada termo é composto de um Segundo essa lei, o décimo terceiro termo dessa sequência
número seguido de uma letra: A1 – E2 – B3 – F4 – C5 – G6
é um número:
– .... Considerando que no alfabeto usado são excluídas as
(A) Menor que 200.
letras K, Y e W, então, de acordo com o critério estabelecido,
a letra que deverá anteceder o número 12 é: (B) Compreendido entre 200 e 400.
(A) J (C) Compreendido entre 500 e 700.
(B) L (D) Compreendido entre 700 e 1.000.
(C) M (E) Maior que 1.000.
(D) N
(E) O Para responder às questões de números 32 e 33, você
deve observar que, em cada um dos dois primeiros pares
28. Os nomes de quatro animais – MARÁ, PERU, TATU de palavras dadas, a palavra da direita foi obtida da palavra
e URSO – devem ser escritos nas linhas da tabela abaixo, da esquerda segundo determinado critério. Você deve
de modo que cada uma das suas respectivas letras ocupe descobrir esse critério e usá-lo para encontrar a palavra
um quadrinho e, na diagonal sombreada, possa ser lido o que deve ser colocada no lugar do ponto de interrogação.
nome de um novo animal.

31
MATEMÁTICA

32. Ardoroso → rodo 40. Reposicione dois palitos e obtenha uma figura com
Dinamizar → mina cinco quadrados iguais.
Maratona → ?
(A) mana
(B) toma
(C) tona
(D) tora
(E) rato

33. Arborizado → azar


Asteroide → dias
Articular → ?
(A) luar
(B) arar
(C) lira 41. Observe as multiplicações a seguir:
(D) luta 12.345.679 × 18 = 222.222.222
(E) rara 12.345.679 × 27 = 333.333.333
... ...
34. Preste atenção nesta sequência lógica e identifique 12.345.679 × 54 = 666.666.666
quais os números que estão faltando: 1, 1, 2, __, 5, 8, __,21,
34, 55, __, 144, __... Para obter 999.999.999 devemos multiplicar 12.345.679
por quanto?
35. Uma lesma encontra-se no fundo de um poço seco
de 10 metros de profundidade e quer sair de lá. Durante o 42. Esta casinha está de frente para a estrada de terra.
dia, ela consegue subir 2 metros pela parede; mas à noite, Mova dois palitos e faça com que fique de frente para a
enquanto dorme, escorrega 1 metro. Depois de quantos estrada asfaltada.
dias ela consegue chegar à saída do poço?

36. Quantas vezes você usa o algarismo 9 para numerar


as páginas de um livro de 100 páginas?

37. Quantos quadrados existem na figura abaixo?

43. Remova dois palitos e deixe a figura com dois


quadrados.
38. Retire três palitos e obtenha apenas três quadrados.

39. Qual será o próximo símbolo da sequência abaixo? 44. As cartas de um baralho foram agrupadas em
pares, segundo uma relação lógica. Qual é a carta que está
faltando, sabendo que K vale 13, Q vale 12, J vale 11 e A
vale 1?

32
MATEMÁTICA

45. Mova um palito e obtenha um quadrado perfeito.

46. Qual o valor da pedra que deve ser colocada em cima de todas estas para completar a sequência abaixo?

47. Mova três palitos nesta figura para obter cinco triângulos.

48. Tente dispor 6 moedas em 3 fileiras de modo que em cada fileira fiquem apenas 3 moedas.

49. Reposicione três palitos e obtenha cinco quadrados.

33
MATEMÁTICA

50. Mude a posição de quatro palitos e obtenha cinco 04. Resposta “D”
triângulos. Nessa sequência lógica, observamos que a diferença:
entre 24 e 22 é 2, entre 28 e 24 é 4, entre 34 e 28 é 6, entre
42 e 34 é 8, entre 52 e 42 é 10, entre 64 e 52 é 12, portanto
entre o próximo número e 64 é 14, dessa forma concluímos
que o próximo número é 78, pois: 76 – 64 = 14.

05. Resposta “D”.


Observe a tabela:
Respostas

01. Resposta: “A”. Figuras 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª


A diferença entre os números estampados nas cartas Nº de Palitos 4 7 10 13 16 19 22
1 e 2, em cada linha, tem como resultado o valor da 3ª
carta e, além disso, o naipe não se repete. Assim, a 3ª carta, Temos de forma direta, pela contagem, a quantidade de
dentro das opções dadas só pode ser a da opção (A). palitos das três primeiras figuras. Feito isto, basta perceber
que cada figura a partir da segunda tem a quantidade
02. Resposta “D”. de palitos da figura anterior acrescida de 3 palitos. Desta
Observe que, tomando o eixo vertical como eixo de
forma, fica fácil preencher o restante da tabela e determinar
simetria, tem-se:
a quantidade de palitos da 7ª figura.
Na figura 1: 01 ponto de cada lado  02 pontos no
06. Resposta “A”.
total.
Na figura apresentada na letra “B”, não é possível obter
Na figura 2: 02 pontos de cada lado  04 pontos no
total. a planificação de um lado, pois o 4 estaria do lado oposto
Na figura 3: 03 pontos de cada lado  06 pontos no ao 6, somando 10 unidades. Na figura apresentada na
total. letra “C”, da mesma forma, o 5 estaria em face oposta ao
Na figura 4: 04 pontos de cada lado  08 pontos no 3, somando 8, não formando um lado. Na figura da letra
total. “D”, o 2 estaria em face oposta ao 4, não determinando
Na figura n: n pontos de cada lado  2.n pontos no um lado. Já na figura apresentada na letra “E”, o 1 não
total. estaria em face oposta ao número 6, impossibilitando,
portanto, a obtenção de um lado. Logo, podemos concluir
Em particular: que a planificação apresentada na letra “A” é a única para
Na figura 15: 15 pontos de cada lado  30 pontos no representar um lado.
total.
07. Resposta “B”.
Agora, tomando o eixo horizontal como eixo de Como na 3ª figura completou-se um círculo, para
simetria, tem-se: completar 16 círculos é suficiente multiplicar 3 por 16 : 3 .
Na figura 1: 02 pontos acima e abaixo  04 pontos no 16 = 48. Portanto, na 48ª figura existirão 16 círculos.
total.
Na figura 2: 03 pontos acima e abaixo  06 pontos no 08. Resposta “B”.
total. A sequência das figuras completa-se na 5ª figura.
Na figura 3: 04 pontos acima e abaixo  08 pontos no Assim, continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A
total. figura de número 277 ocupa, então, a mesma posição das
Na figura 4: 05 pontos acima e abaixo  10 pontos no figuras que representam número 5n + 2, com n N. Ou seja,
total. a 277ª figura corresponde à 2ª figura, que é representada
Na figura n: (n+1) pontos acima e abaixo  2.(n+1) pela letra “B”.
pontos no total.
09. Resposta “D”.
Em particular:
A regularidade que obedece a sequência acima não se
Na figura 15: 16 pontos acima e abaixo  32 pontos
dá por padrões numéricos e sim pela letra que inicia cada
no total. Incluindo o ponto central, que ainda não foi
considerado, temos para total de pontos da figura 15: Total número. “Dois, Dez, Doze, Dezesseis, Dezessete, Dezoito,
de pontos = 30 + 32 + 1 = 63 pontos. Dezenove, ... Enfim, o próximo só pode iniciar também com
“D”: Duzentos.
03. Resposta “B”.
Nessa sequência, observamos que a diferença: entre 10. Resposta “C”.
1000 e 990 é 10, entre 990 e 970 é 20, entre o 970 e 940 é 30, Esta sequência é regida pela inicial de cada número.
entre 940 e 900 é 40, entre 900 e 850 é 50, portanto entre Três, Treze, Trinta,... O próximo só pode ser o número Trinta
850 e o próximo número é 60, dessa forma concluímos que e um, pois ele inicia com a letra “T”.
o próximo número é 790, pois: 850 – 790 = 60.

34
MATEMÁTICA

11. Resposta “E”. 16. Resposta “D”.


Na 1ª linha, a palavra CAL foi retirada das 3 primeiras Na 1ª linha, internamente, a 1ª figura possui 2
letras da palavra LACRAÇÃO, mas na ordem invertida. Da “orelhas”, a 2ª figura possui 1 “orelha” no lado esquerdo
mesma forma, na 2ª linha, a palavra SOMA é retirada da e a 3ª figura possui 1 “orelha” no lado direito. Esse fato
palavra AMOSTRA, pelas 4 primeira letras invertidas. Com acontece, também, na 2ª linha, mas na parte de cima e na
isso, da palavra LAVRAR, ao se retirarem as 5 primeiras parte de baixo, internamente em relação às figuras. Assim,
letras, na ordem invertida, obtém-se ARVAL. na 3ª linha ocorrerá essa regra, mas em ordem inversa: é
a 3ª figura da 3ª linha que terá 2 “orelhas” internas, uma
12. Resposta “C”. em cima e outra em baixo. Como as 2 primeiras figuras
da 3ª linha não possuem “orelhas” externas, a 3ª figura
Em cada linha apresentada, as cabeças são formadas
também não terá orelhas externas. Portanto, a figura que
por quadrado, triângulo e círculo. Na 3ª linha já há cabeças deve substituir o ponto de interrogação é a 4ª.
com círculo e com triângulo. Portanto, a cabeça da figura
que está faltando é um quadrado. As mãos das figuras 17. Resposta “B”.
estão levantadas, em linha reta ou abaixadas. Assim, No 1º triângulo, o número que está no interior do
a figura que falta deve ter as mãos levantadas (é o que triângulo dividido pelo número que está abaixo é igual à
ocorre em todas as alternativas). As figuras apresentam as 2 diferença entre o número que está à direita e o número
pernas ou abaixadas, ou 1 perna levantada para a esquerda que está à esquerda do triângulo: 40 5 21 13 8.
ou 1 levantada para a direita. Nesse caso, a figura que A mesma regra acontece no 2º triângulo: 42 ÷ 7 = 23
está faltando na 3ª linha deve ter 1 perna levantada para a - 17 = 6.
esquerda. Logo, a figura tem a cabeça quadrada, as mãos Assim, a mesma regra deve existir no 3º triângulo:
levantadas e a perna erguida para a esquerda. ? ÷ 3 = 19 - 7
? ÷ 3 = 12
? = 12 x 3 = 36.
13. Resposta “A”.
Existem duas leis distintas para a formação: uma para
18. Resposta “E”.
a parte superior e outra para a parte inferior. Na parte Verifique os intervalos entre os números que foram
superior, tem-se que: do 1º termo para o 2º termo, ocorreu fornecidos. Dado os números 3, 12, 27, __, 75, 108, obteve-
uma multiplicação por 2; já do 2º termo para o 3º, houve se os seguintes 9, 15, __, __, 33 intervalos. Observe que 3x3,
uma subtração de 3 unidades. Com isso, X é igual a 5 3x5, 3x7, 3x9, 3x11. Logo 3x7 = 21 e 3x 9 = 27. Então: 21 +
multiplicado por 2, ou seja, X = 10. Na parte inferior, tem- 27 = 48.
se: do 1º termo para o 2º termo ocorreu uma multiplicação
por 3; já do 2º termo para o 3º, houve uma subtração de 2
unidades. Assim, Y é igual a 10 multiplicado por 3, isto é, Y
= 30. Logo, X + Y = 10 + 30 = 40. 19. Resposta “B”.
Observe que o numerador é fixo, mas o denominador
14. Resposta “A”. é formado pela sequência:
A sequência do alfabeto inicia-se na extremidade
direita do triângulo, pela letra “A”; aumenta a direita para a Primeiro Segundo Terceiro Quarto Quinto Sexto
esquerda; continua pela 3ª e 5ª linhas; e volta para as linhas 3x4= 4x5= 5x6=
pares na ordem inversa – pela 4ª linha até a 2ª linha. Na 2ª 1 1x2=2 2x3=6
12 20 30
linha, então, as letras são, da direita para a esquerda, “M”,
“N”, “O”, e a letra que substitui corretamente o ponto de 20. Resposta “D”.
interrogação é a letra “P”. O que de início devemos observar nesta questão é a
quantidade de B e de X em cada figura. Vejamos:
15. Resposta “B”. BBB BXB XXB
A sequência de números apresentada representa a XBX XBX XBX
lista dos números naturais. Mas essa lista contém todos BBB BXB BXX
os algarismos dos números, sem ocorrer a separação. 7B e 2X 5B e 4X 3B e 6X
Por exemplo: 101112 representam os números 10, 11
Vê-se, que os “B” estão diminuindo de 2 em 2 e que
e 12. Com isso, do número 1 até o número 9 existem 9
os “X” estão aumentando de 2 em 2; notem também que
algarismos. Do número 10 até o número 99 existem: 2 x os “B” estão sendo retirados um na parte de cima e um
90 = 180 algarismos. Do número 100 até o número 124 na parte de baixo e os “X” da mesma forma, só que não
existem: 3 x 25 = 75 algarismos. E do número 124 até o estão sendo retirados, estão, sim, sendo colocados. Logo
número 128 existem mais 12 algarismos. Somando todos a 4ª figura é:
os valores, tem-se: 9 + 180 + 75 + 12 = 276 algarismos. XXX
Logo, conclui-se que o algarismo que ocupa a 276ª posição XBX
é o número 8, que aparece no número 128. XXX
1B e 8X

35
MATEMÁTICA

21. Resposta “D”. 25. Resposta “E”.


Montando a série de Fibonacci temos: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, Pelo número 86.547, tem-se que 86, 65, 54 e 47 não
13, 21, 34... A resposta da questão é a alternativa “D”, pois acontecem no número procurado. Do número 48.675, as
como a questão nos diz, cada termo a partir do terceiro é opções 48, 86 e 67 não estão em nenhum dos números
igual à soma de seus dois termos precedentes. 2 + 3 = 5 apresentados nas alternativas. Portanto, nesse número a
coincidência se dá no número 75. Como o único número
22. Resposta “E”. apresentado nas alternativas que possui a sequência 75 é
A questão nos informa que ao se escrever alguma 46.875, tem-se, então, o número procurado.
mensagem, cada letra será substituída pela letra que ocupa
a quarta posição, além disso, nos informa que o código é 26. Resposta “D”.
“circular”, de modo que a letra “U” vira “A”. Para decifrarmos, O primeiro símbolo representa a divisão e o 2º símbolo
temos que perceber a posição do emissor e do receptor. O representa a soma. Portanto, na 1ª linha, tem-se: 36 ÷ 4
emissor ao escrever a mensagem conta quatro letras à frente + 5 = 9 + 5 = 14. Na 2ª linha, tem-se: 48 ÷ 6 + 9 = 8 +
para representar a letra que realmente deseja, enquanto 9 = 17. Com isso, na 3ª linha, ter-se-á: 54 ÷ 9 + 7 = 6
que o receptor, deve fazer o contrário, contar quatro letras + 7 = 13. Logo, podemos concluir então que o ponto de
atrás para decifrar cada letra do código. No caso, nos foi interrogação deverá ser substituído pelo número 13.
dada a frase para ser decifrada, vê-se, pois, que, na questão,
ocupamos a posição de receptores. Vejamos a mensagem: 27. Resposta “A”.
BSA HI EDAP. Cada letra da mensagem representa a quarta As letras que acompanham os números ímpares
letra anterior de modo que: formam a sequência normal do alfabeto. Já a sequência
VxzaB: B na verdade é V; que acompanha os números pares inicia-se pela letra “E”,
OpqrS: S na verdade é O; e continua de acordo com a sequência normal do alfabeto:
UvxzA: A na verdade é U; 2ª letra: E, 4ª letra: F, 6ª letra: G, 8ª letra: H, 10ª letra: I e 12ª
DefgH: H na verdade é D; letra: J.
EfghI: I na verdade é E;
AbcdE: E na verdade é A; 28. Resposta “D”.
ZabcD: D na verdade é Z; Escrevendo os nomes dos animais apresentados na
UvxaA: A na verdade é U; lista – MARÁ, PERU, TATU e URSO, na seguinte ordem:
LmnoP: P na verdade é L; PERU, MARÁ, TATU e URSO, obtém-se na tabela:

23. Resposta “B”.


A questão nos traz duas palavras que têm relação P E R U
uma com a outra e, em seguida, nos traz uma sequência M A R A
numérica. É perguntado qual sequência numérica tem a
mesma ralação com a sequência numérica fornecida, de T A T U
maneira que, a relação entre as palavras e a sequência
numérica é a mesma. Observando as duas palavras dadas, U R S O
podemos perceber facilmente que têm cada uma 6 letras
e que as letras de uma se repete na outra em uma ordem O nome do animal é PATO. Considerando a ordem do
diferente. Tal ordem, nada mais é, do que a primeira palavra alfabeto, tem-se: P = 15, A = 1, T = 19 e 0 = 14. Somando
de trás para frente, de maneira que SOCIAL vira LAICOS. esses valores, obtém-se: 15 + 1 + 19 + 14 = 49.
Fazendo o mesmo com a sequência numérica fornecida,
temos: 231678 viram 876132, sendo esta a resposta. 29. Resposta “B”.
Na 1ª e na 2ª sequências, as vogais são as mesmas:
24. Resposta “A”. letra “A”. Portanto, as vogais da 4ª sequência de letras
A questão nos traz duas palavras que têm relação deverão ser as mesmas da 3ª sequência de letras: “O”.
uma com a outra, e em seguida, nos traz uma sequência A 3ª letra da 2ª sequência é a próxima letra do alfabeto
numérica. Foi perguntado qual a sequência numérica que depois da 3ª letra da 1ª sequência de letras. Portanto, na 4ª
tem relação com a já dada de maneira que a relação entre sequência de letras, a 3ª letra é a próxima letra depois de
as palavras e a sequência numérica é a mesma. Observando “B”, ou seja, a letra “C”. Em relação à primeira letra, tem-se
as duas palavras dadas podemos perceber facilmente que uma diferença de 7 letras entre a 1ª letra da 1ª sequência
tem cada uma 6 letras e que as letras de uma se repete e a 1ª letra da 2ª sequência. Portanto, entre a 1ª letra da
na outra em uma ordem diferente. Essa ordem diferente 3ª sequência e a 1ª letra da 4ª sequência, deve ocorrer o
nada mais é, do que a primeira palavra de trás para frente, mesmo fato. Com isso, a 1ª letra da 4ª sequência é a letra
de maneira que SALTA vira ATLAS. Fazendo o mesmo com “T”. Logo, a 4ª sequência de letras é: T, O, C, O, ou seja,
a sequência numérica fornecida temos: 25435 vira 53452, TOCO.
sendo esta a resposta.

36
MATEMÁTICA

30. Resposta “C”. Portanto, depois de 9 dias ela chegará na saída do


Na 1ª sequência de letras, ocorrem as 3 primeiras poço.
letras do alfabeto e, em seguida, volta-se para a 1ª letra
da sequência. Na 2ª sequência, continua-se da 3ª letra 36. 09 – 19 – 29 – 39 – 49 – 59 – 69 – 79 – 89 – 90 –
da sequência anterior, formando-se DEF, voltando-se 91 – 92 – 93 – 94 – 95 – 96 – 97 – 98 – 99. Portanto, são
novamente, para a 1ª letra desta sequência: D. Com isto, necessários 20 algarismos.
na 3ª sequência, têm-se as letras HIJ, voltando-se para a 1ª
letra desta sequência: H. Com isto, a 4ª sequência iniciará 37.
pela letra L, continuando por M e N, voltando para a letra L.
Logo, a 4ª sequência da letra é: LMNL.

31. Resposta “E”. = 16


Do 1º termo para o 2º termo, ocorreu um acréscimo
de 1 unidade. Do 2º termo para o 3º termo, ocorreu a
multiplicação do termo anterior por 3. E assim por diante,
até que para o 7º termo temos 13 . 3 = 39. 8º termo = 39 + = 09
1 = 40. 9º termo = 40 . 3 = 120. 10º termo = 120 + 1 = 121.
11º termo = 121 . 3 = 363. 12º termo = 363 + 1 = 364. 13º
termo = 364 . 3 = 1.092. Portanto, podemos concluir que
o 13º termo da sequência é um número maior que 1.000.

32. Resposta “D”.


Da palavra “ardoroso”, retiram-se as sílabas “do” e = 04
“ro” e inverteu-se a ordem, definindo-se a palavra “rodo”.
Da mesma forma, da palavra “dinamizar”, retiram-se as
sílabas “na” e “mi”, definindo-se a palavra “mina”. Com
isso, podemos concluir que da palavra “maratona”. Deve-
se retirar as sílabas “ra” e “to”, criando-se a palavra “tora”.

33. Resposta “A”. =01


Na primeira sequência, a palavra “azar” é obtida pelas
letras “a” e “z” em sequência, mas em ordem invertida. Portanto, há 16 + 9 + 4 + 1 = 30 quadrados.
Já as letras “a” e “r” são as 2 primeiras letras da palavra
“arborizado”. A palavra “dias” foi obtida da mesma forma: 38.
As letras “d” e “i” são obtidas em sequência, mas em ordem
invertida. As letras “a” e “s” são as 2 primeiras letras da
palavra “asteroides”. Com isso, para a palavras “articular”,
considerando as letras “i” e “u”, que estão na ordem
invertida, e as 2 primeiras letras, obtém-se a palavra “luar”.

34. O nome da sequência é Sequência de Fibonacci.


O número que vem é sempre a soma dos dois números
imediatamente atrás dele. A sequência correta é: 1, 1, 2, 3,
5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233...
35. 39. Os símbolos são como números em frente ao
espelho. Assim, o próximo símbolo será 88.
Dia Subida Descida
1º 2m 1m 40.
2º 3m 2m
3º 4m 3m
4º 5m 4m
5º 6m 5m
6º 7m 6m
7º 8m 7m
41.
8º 9m 8m 12.345.679 × (2×9) = 222.222.222
9º 10m ---- 12.345.679 × (3×9) = 333.333.333

37
MATEMÁTICA

... ... 48.


12.345.679 × (4×9) = 666.666.666
Portanto, para obter 999.999.999 devemos multiplicar
12.345.679 por (9x9) = 81

42.

49.

43.

50.

44. Sendo A = 1, J = 11, Q = 12 e K = 13, a soma de


cada par de cartas é igual a 14 e o naipe de paus sempre
forma par com o naipe de espadas. Portanto, a carta que
está faltando é o 6 de espadas.

45. Quadrado perfeito em matemática, sobretudo na


aritmética e na teoria dos números, é um número inteiro RACIOCÍNIO LOGICO-MATEMÁTICO:
não negativo que pode ser expresso como o quadrado de PROPOSIÇÕES, CONECTIVOS
um outro número inteiro. Ex: 1, 4, 9...
EQUIVALÊNCIAS E IMPLICAÇÃO LÓGICA,
No exercício 2 elevado a 2 = 4
ARGUMENTOS VALIDOS

Estruturas lógicas
1. Proposição
Proposição ou sentença é um termo utilizado para ex-
primir ideias, através de um conjunto de palavras ou sím-
46. Observe que: bolos. Este conjunto descreve o conteúdo dessa ideia.
3 6 18 72 360 2160 15120 São exemplos de proposições:
x2 x3 x4 x5 x6 x7 p: Pedro é médico.
q: 5 > 8
Portanto, a próxima pedra terá que ter o valor: 15.120 r: Luíza foi ao cinema ontem à noite.
x 8 = 120.960
2. Princípios fundamentais da lógica
47. Princípio da Identidade: A é A. Uma coisa é o que é.
O que é, é; e o que não é, não é. Esta formulação remonta
a Parménides de Eleia.
Principio da não contradição: Uma proposição não
pode ser verdadeira e falsa, ao mesmo tempo.
Principio do terceiro excluído: Uma alternativa só
pode ser verdadeira ou falsa.

38
MATEMÁTICA

3. Valor lógico 
Considerando os princípios citados acima, uma proposição é classificada como verdadeira ou falsa.
Sendo assim o valor lógico será:
- a verdade (V), quando se trata de uma proposição verdadeira.
- a falsidade (F), quando se trata de uma proposição falsa.

4. Conectivos lógicos 
Conectivos lógicos são palavras usadas para conectar as proposições formando novas sentenças.
Os principais conectivos lógicos são: 

~ não
∧ e
V Ou
→  se…então
↔ se e somente se

5. Proposições simples e compostas


As proposições simples são assim caracterizadas por apresentarem apenas uma ideia. São indicadas pelas letras mi-
núsculas: p, q, r, s, t...
As proposições compostas são assim caracterizadas por apresentarem mais de uma proposição conectadas pelos co-
nectivos lógicos. São indicadas pelas letras maiúsculas: P, Q, R, S, T...
Obs: A notação Q(r, s, t), por exemplo, está indicando que a proposição composta Q é formada pelas proposições
simples r, s e t.
Exemplo:
Proposições simples:
p: Meu nome é Raissa 
q: São Paulo é a maior cidade brasileira 
r: 2+2=5 
s: O número 9 é ímpar 
t: O número 13 é primo

Proposições compostas 
P: O número 12 é divisível por 3 e 6 é o dobro de 12. 
Q: A raiz quadrada de 9 é 3 e 24 é múltiplo de 3. 
R(s, t): O número 9 é ímpar e o número 13 é primo.

6. Tabela-Verdade
A tabela-verdade é usada para determinar o valor lógico de uma proposição composta, sendo que os valores das pro-
posições simples já são conhecidos. Pois o valor lógico da proposição composta depende do valor lógico da proposição
simples. 
A seguir vamos compreender como se constrói essas tabelas-verdade partindo da árvore das possibilidades dos valores
lógicos das preposições simples, e mais adiante veremos como determinar o valor lógico de uma proposição composta.

Proposição composta do tipo P(p, q)

39
MATEMÁTICA

Proposição composta do tipo P(p, q, r) F F F

Exemplo

p = 2 é par 
q = o céu é rosa
p Λ q = 2 é par e o céu é rosa 

P q pΛq
Proposição composta do tipo P(p, q, r, s)  V F F
A tabela-verdade possui 24  = 16 linhas e é formada
igualmente as anteriores. p = 9 < 6 
q = 3 é par
p Λ q: 9 < 6 e 3 é par 

Proposição composta do tipo P(p1, p2, p3,..., pn) P q pΛq


A tabela-verdade possui 2n  linhas e é formada igual-
mente as anteriores. F F F
7. O conectivo não e a negação
O conectivo não e a negação de uma proposição p é
outra proposição que tem como valor lógico V se p for fal- 9. O conectivo ou e a disjunção
sa e F se p é verdadeira. O símbolo ~p (não p) representa a O conectivo ou  e a disjunção de duas proposi-
negação de p com a seguinte tabela-verdade:  ções p e q  é outra proposição que tem como valor lógi-
co  V se alguma das proposições for verdadeira e F se as
duas forem falsas. O símbolo p ∨ q (p ou q) representa a
P ~P disjunção, com a seguinte tabela-verdade: 
V F
F V P q pVq
V V V
Exemplo:
V F V
p = 7 é ímpar  F V V
~p = 7 não é ímpar  F F F

P ~P Exemplo:
V F
p = 2 é par 
q = 24 é múltiplo de 5  q = o céu é rosa 
~q = 24 não é múltiplo de 5  p ν q = 2 é par ou o céu é rosa 

q ~q P q pVq
F V V F V

8. O conectivo e e a conjunção 10. O conectivo se… então… e a condicional


O conectivo e e a conjunção de duas proposi- A condicional se p então q é outra proposição que tem
ções  p  e q é outra proposição que tem como valor lógi- como valor lógico F se p é verdadeira e q é falsa. O símbo-
co V se p e q forem verdadeiras, e F em outros casos. O lo p → q representa a condicional, com a seguinte tabela-
símbolo p Λ q (p e q) representa a conjunção, com a se- verdade: 
guinte tabela-verdade: 
P q p→q
P q pΛq V V V
V V V V F F
V F F F V V
F V F F F V

40
MATEMÁTICA

Exemplo:
P: 7 + 2 = 9 
Q: 9 – 7 = 2 
p → q: Se 7 + 2 = 9 então 9 – 7 = 2 

P q p→q
V V V

p = 7 + 5 < 4 
q = 2 é um número primo 
p → q: Se 7 + 5 < 4 então 2 é um número primo. 

P q p→q
F V V

p = 24 é múltiplo de 3 q = 3 é par 


p → q: Se 24 é múltiplo de 3 então 3 é par. 

P q p→q
V F F
p = 25 é múltiplo de 2 
q = 12 < 3 
p → q: Se 25 é múltiplo de 2 então 2 < 3. 

P q p→q
F F V

11. O conectivo se e somente se e a bicondicional


A bicondicional p se e somente se q é outra proposição que tem como valor lógico V se p e q forem ambas verdadeiras
ou ambas falsas, e F nos outros casos. 
O símbolo     representa a bicondicional, com a seguinte tabela-verdade: 

P q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V

Exemplo

p = 24 é múltiplo de 3 
q = 6 é ímpar  
= 24 é múltiplo de 3 se, e somente se, 6 é ímpar. 

P q p↔q
V F F

12. Tabela-Verdade de uma proposição composta

Exemplo
Veja como se procede a construção de uma tabela-verdade da proposição composta P(p, q) = ((p ⋁ q) → (~p)) → (p ⋀
q), onde p e q são duas proposições simples.

41
MATEMÁTICA

Resolução
Uma tabela-verdade de uma proposição do tipo P(p, q) possui 24 = 4 linhas, logo: 

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V          
V F          
F V          
F F          

Agora veja passo a passo a determinação dos valores lógicos de P.

a) Valores lógicos de p ν q

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V        
V F V        
F V V        
F F F        

b) Valores lógicos de ~P

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F      
V F V F      
F V V V      
F F F V      

c) Valores lógicos de (p V p)→(~p)

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F    
V F V F F    
F V V V V    
F F F V V    

d) Valores lógicos de p Λ q

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F V  
V F V F F F  
F V V V V F  
F F F V V F  

42
MATEMÁTICA

e) Valores lógicos de ((p V p)→(~p))→(p Λ q)

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F V V
V F V F F F V
F V V V V F F
F F F V V F F

13. Tautologia
Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma Tautologia se ela for sempre
verdadeira, independentemente dos valores lógicos das proposições p, q, r, ... que a compõem.

Exemplos:
• Gabriela passou no concurso do INSS ou Gabriela não passou no concurso do INSS
• Não é verdade que o professor Zambeli parece com o Zé gotinha ou o professor Zambeli parece com o Zé gotinha.
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos uma única proposição, afirmativa e negativa. Vamos entender isso
melhor.
Exemplo:
Grêmio cai para segunda divisão ou o Grêmio não cai para segunda divisão

Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “V”


Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p V ~p

Exemplo
A proposição p ∨ (~p) é uma tautologia, pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a tabela-verdade. 

p ~P pVq
V F V
F V V

Exemplo
A proposição (p Λ q) → (p  q) é uma tautologia, pois a última coluna da tabela-verdade só possui V. 

p q pΛq p↔q (p Λ q)→(p↔q)


V V V V V
V F F F V
F V F F V
F F F V V

14. Contradição
Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma contradição se ela for sem-
pre falsa, independentemente dos valores lógicos das proposições p, q, r, ... que a compõem
Exemplos:
• O Zorra total é uma porcaria e Zorra total não é uma porcaria
• Suelen mora em Petrópolis e Suelen não mora em Petrópolis
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos uma única proposição, afirmativa e negativa. Vamos entender isso
melhor.
Exemplo:
Lula é o presidente do Brasil e Lula não é o presidente do Brasil
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “^”
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ^ ~p

43
MATEMÁTICA

Exemplo Diferenciação dos símbolos ↔ e ⇔


A proposição  (p Λ q) Λ (p Λ q) é uma contradição, O símbolo ↔ representa uma operação entre as propo-
pois o seu valor lógico é sempre F conforme a tabela-ver- sições P e Q, que tem como resultado uma nova proposi-
dade. Que significa que uma proposição não pode ser falsa ção P ↔ Q com valor lógico V ou F.
e verdadeira ao mesmo tempo, isto é, o princípio da não O símbolo  ⇔ representa a não ocorrência de VF e
contradição. de FV na tabela-verdade P ↔ Q, ou ainda que o valor lógi-
p ~P q Λ (~q) co de P ↔ Q é sempre V, ou então P ↔ Q é uma tautologia.
V F F Exemplo
F V F A tabela da bicondicional (p → q) ↔ (~q → ~p) será: 

15. Contingência p q ~q ~p p→q ~q→~p (p→q)↔(~q→~p)


Quando uma proposição não é tautológica nem contra
válida, a chamamos de contingência ou proposição contin- V V F F V V V
gente ou proposição indeterminada. V F V F F F V
A contingência ocorre quando há tanto valores V como F V F V V V V
F na última coluna da tabela-verdade de uma proposição.
Exemplos: P∧Q , P∨Q , P→Q ... F F V V V V V

16. Implicação lógica Portanto,  p  →  q  é equivalente a  ~q  →  ~p, pois estas


proposições possuem a mesma tabela-verdade ou a bicon-
Definição dicional (p → q) ↔ (~q → ~p) é uma tautologia.
A proposição P implica a proposição Q, quando a con- Veja a representação:
dicional P → Q for uma tautologia. (p → q) ⇔ (~q → ~p)
O símbolo P ⇒ Q (P implica Q) representa a implica-
ção lógica.  EQUIVALÊNCIAS LOGICAS NOTÁVEIS

Diferenciação dos símbolos → e ⇒ Dizemos que duas proposições são logicamente equi-
O símbolo  →  representa uma operação matemática valentes (ou simplesmente equivalentes) quando os resul-
entre as proposições P e Q que tem como resultado a pro- tados de suas tabelas-verdade são idênticos.
posição P → Q, com valor lógico V ou F. Uma consequência prática da equivalência lógica é que
O símbolo  ⇒ representa a não ocorrência de VF na ao trocar uma dada proposição por qualquer outra que lhe
tabela-verdade de P → Q, ou ainda que o valor lógico da seja equivalente, estamos apenas mudando a maneira de
condicional P → Q será sempre V, ou então que P → Q é dizê-la.
uma tautologia.  A equivalência lógica entre duas proposições, p e q,
pode ser representada simbolicamente como: p q, ou sim-
Exemplo plesmente por p = q.
A tabela-verdade da condicional (p Λ q) → (p ↔ q) será:  Começaremos com a descrição de algumas equivalên-
cias lógicas básicas.

p q pΛq P↔Q (p Λ q)→(P↔Q) Equivalências Básicas


V V V V V
1. p e p = p
V F F F V Ex: André é inocente e inocente = André é inocente
F V F F V 2. p ou p = p
F F F V V Ex: Ana foi ao cinema ou ao cinema = Ana foi ao cine-
ma
Portanto,  (p Λ q)  → (p  ↔ q) é uma tautologia, por
isso (p Λ q) ⇒ (p ↔q) 3. p e q = q e p
Ex: O cavalo é forte e veloz = O cavalo é veloz e forte
17. Equivalência lógica
4. p ou q = q ou p
Definição Ex: O carro é branco ou azul = O carro é azul ou bran-
Há equivalência entre as proposições P e Q somen- co
te quando a bicondicional P  ↔  Q for uma tautologia ou
quando P e Q tiverem a mesma tabela-verdade. P ⇔ Q (P 5. p ↔ q = q ↔ p
é equivalente a Q) é o símbolo que representa a equiva- Ex: Amo se e somente se vivo = Vivo se e somente se
lência lógica.  amo.

44
MATEMÁTICA

6. p ↔ q = (pq) e (qp) É possível que surja alguma dúvida em relação a úl-


Ex: Amo se e somente se vivo = Se amo então vivo, e tima linha da tabela acima. Porém, basta lembrarmos do
se vivo então amo que foi aprendido:

Para facilitar a memorização, veja a tabela abaixo: p↔q = (pq) e (qp)

(Obs: a BICONDICIONAL tem esse nome: porque equi-


vale a duas condicionais!)
Para negar a bicondicional, teremos na verdade que
negar a sua conjunção equivalente.
E para negar uma conjunção, já sabemos, nega-se as
duas partes e troca-se o E por OU. Fica para casa a de-
monstração da negação da bicondicional. Ok?

Outras equivalências
Algumas outras equivalências que podem ser relevan-
tes são as seguintes:

1) p e (p ou q) = p
Ex: Paulo é dentista, e Paulo é dentista ou Pedro é mé-
Equivalências da Condicional dico = Paulo é dentista
As duas equivalências que se seguem são de funda- 2) p ou (p e q) = p
mental importância. Estas equivalências podem ser veri- Ex: Paulo é dentista, ou Paulo é dentista e Pedro é mé-
ficadas, ou seja, demonstradas, por meio da comparação dico = Paulo é dentista
entre as tabelas-verdade. Fica como exercício para casa
estas demonstrações. As equivalências da condicional são
Por meio das tabelas-verdade estas equivalências po-
as seguintes:
dem ser facilmente demonstradas.
Para auxiliar nossa memorização, criaremos a tabela
1) Se p então q = Se não q então não p.
seguinte:
Ex: Se chove então me molho = Se não me molho en-
tão não chove

2) Se p então q = Não p ou q.
Ex: Se estudo então passo no concurso = Não estudo
ou passo no concurso
Colocando estes resultados em uma tabela, para aju-
dar a memorização, teremos: NEGAÇAO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS

Equivalências com o Símbolo da Negação


Este tipo de equivalência já foi estudado. Trata-se, tão
somente, das negações das proposições compostas! Lem-
bremos: Questoes comentadas:

1. (PROCERGS - Técnico de Nível Médio - Técnico em


Segurança do Trabalho - FUNDATEC/2012) A proposição
“João comprou um carro novo ou não é verdade que João
comprou um carro novo e não fez a viagem de férias.” é:
A) um paradoxo.
B) um silogismo.
C) uma tautologia.
D) uma contradição.
E) uma contingência.

45
MATEMÁTICA

Tautologia é uma proposição composta cujo resultado Considerando que a determinação judicial correspon-
é sempre verdadeiro para todas as atribuições que se têm, de a uma proposição e que a decisão judicial será conside-
independentemente dessas atribuições. rada descumprida se, e somente se, a proposição corres-
Rodrigo, posso estar errada, mas ao construir a tabela- pondente for falsa, julgue os itens seguintes.
verdade com a proposição que você propôs não vamos ter
uma tautologia, mas uma contingência. 4. Se o réu permanecer preso, mesmo não havendo
A proposição a ser utilizada aqui seria a seguinte: P v outro motivo para estar preso, então, a decisão judicial terá
~(P ^ ~Q), que, ao construirmos a tabela-verdade ficaria sido descumprida.
da seguinte forma: A) Certo
B) Errado
P Q ~Q (P/\~Q) ~(P/\~Q) P V ~(P/\~Q) A decisão judicial é “O réu deve ser imediatamente sol-
to, se por outro motivo não estiver preso”, logo se o réu
V V F F V V continuar preso sem outro motivo para estar preso, será
V F V V F V descumprida a decisão judicial.
F V F F V V
5. Se o réu for imediatamente solto, mesmo havendo
F F V F V V outro motivo para permanecer preso, então, a decisão ju-
dicial terá sido descumprida.
2. (PM-BA - Soldado da Polícia Militar - FCC /2012) A) Certo
A negação lógica da proposição: “Pedro é o mais velho B) Errado
da classe ou Jorge é o mais novo da classe” é
A) Pedro não è o mais novo da classe ou Jorge não é o P = se houver outro motivo
mais velho da classe. Q = será solto
B) Pedro é o mais velho da classe e Jorge não é o mais A decisão foi: Se não P então Q, logo VV = V
novo da classe. A questão afirma: Se P então Q, logo FV = V
C) Pedro não é o mais velho da classe e Jorge não é o Não contrariou, iria contrariar se a questão resultasse
mais novo da classe. V+F=F
D) Pedro não é o mais novo da classe e Jorge não é o
mais velho da classe. 6. As proposições “Se o réu não estiver preso por outro
E) Pedro é o mais novo da classe ou Jorge é o mais motivo, deve ser imediatamente solto” e “Se o réu não for
novo da classe. imediatamente solto, então, ele está preso por outro moti-
vo” são logicamente equivalentes.
p v q= Pedro é o mais velho da classe ou Jorge é o mais
novo da classe. A) Certo
~p=Pedro não é o mais velho da classe. B) Errado
~q=Jorge não é o mais novo da classe.
~(p v q)=~p v ~q= Pedro não é o mais velho da classe O réu não estiver preso por outro motivo = ~P
ou Jorge não é o mais novo da classe. Deve ser imediatamente solto = S
Se o réu não estiver preso por outro motivo, deve ser
3. (PC-MA - Farmacêutico Legista - FGV/2012) imediatamente solto=P S
Em frente à casa onde moram João e Maria, a prefeitu- Se o réu não for imediatamente solto, então, ele está
ra está fazendo uma obra na rua. Se o operário liga a brita- preso por outro motivo = ~SP
deira, João sai de casa e Maria não ouve a televisão. Certo De acordo com a regra de equivalência (A B) = (~B ~A)
dia, depois do almoço, Maria ouve a televisão. a questão está correta.
Pode-se concluir, logicamente, que
A) João saiu de casa. 7. A negação da proposição relativa à decisão judicial
B) João não saiu de casa. estará corretamente representada por “O réu não deve ser
C) O operário ligou a britadeira. imediatamente solto, mesmo não estando preso por outro
D) O operário não ligou a britadeira. motivo”.
E) O operário ligou a britadeira e João saiu de casa. A) Certo
“Se o operário liga a britadeira, João sai de casa e Ma- B) Errado
ria não ouve a televisão”, logo se Maria ouve a televisão, a
britadeira não pode estar ligada. “O réu deve ser imediatamente solto, se por outro
motivo não estiver preso” está no texto, assim:
(TJ-AC - Técnico Judiciário - Informática - CESPE/2012) P = “Por outro motivo não estiver preso”
Em decisão proferida acerca da prisão de um réu, de- Q = “O réu deve ser imediatamente solto”
pois de constatado pagamento de pensão alimentícia, o PQ, a negação ~(P Q) = P e ~Q
magistrado determinou: “O réu deve ser imediatamente P e ~Q = Por outro motivo estiver preso o réu não deve
solto, se por outro motivo não estiver preso”. ser imediatamente solto”

46
MATEMÁTICA

8. (Polícia Civil/SP - Investigador – VUNESP/2014) Um 2ª possibilidade: Márcia não cantar é condição neces-
antropólogo estadunidense chega ao Brasil para aperfei- sária para Viviane não dançar.. Não há RESPOSTA: para
çoar seu conhecimento da língua portuguesa. Durante sua essa possibilidade.
estadia em nosso país, ele fica muito intrigado com a frase Não havendo RESPOSTA: , modificaremos a condicio-
“não vou fazer coisa nenhuma”, bastante utilizada em nos- nal inicial, transformando-a em outra condicional equiva-
sa linguagem coloquial. A dúvida dele surge porque lente, nesse caso utilizaremos o conceito da contrapositiva
A) a conjunção presente na frase evidencia seu signi- ou contra posição: pq ~q ~p
ficado. “Se Viviane não dança, Márcia não canta” “Se Márcia
B) o significado da frase não leva em conta a dupla canta, Viviane dança”
negação. Transformando, a condicional “Se Márcia canta, Viviane
C) a implicação presente na frase altera seu significado. dança” na forma de condição suficiente e condição neces-
D) o significado da frase não leva em conta a disjunção. sária, obteremos as seguintes possibilidades:
E) a negação presente na frase evidencia seu signifi- 1ª possibilidade: Márcia cantar é condição suficiente
cado. para Viviane dançar. Não há RESPOSTA: para essa possi-
~(~p) é equivalente a p bilidade.
Logo, uma dupla negação é equivalente a afirmar. 2ª possibilidade: Viviane dançar é condição necessária
RESPOSTA: “B”. para Márcia cantar.
RESPOSTA: “C”.
9. (Receita Federal do Brasil – Analista Tributário -
ESAF/2012) A negação da proposição “se Paulo estuda, en- 11. (BRDE - ANALISTA DE SISTEMAS - AOCP/2012)
tão Marta é atleta” é logicamente equivalente à proposição: Considere a sentença: “Se Ana é professora, então Camila é
A) Paulo não estuda e Marta não é atleta. médica.” A proposição equivalente a esta sentença é
B) Paulo estuda e Marta não é atleta. A) Ana não é professora ou Camila é médica.
C) Paulo estuda ou Marta não é atleta. B) Se Ana é médica, então Camila é professora.
D) se Paulo não estuda, então Marta não é atleta. C) Se Camila é médica, então Ana é professora.
E) Paulo não estuda ou Marta não é atleta. D) Se Ana é professora, então Camila não é médica.
E) Se Ana não é professora, então Camila não é médica.
A negação de uma condicional do tipo: “Se A, então B” Existem duas equivalências particulares em relação a
(AB) será da forma: uma condicional do tipo “Se A, então B”.
~(A B) A^ ~B
Ou seja, para negarmos uma proposição composta re- 1ª) Pela contrapositiva ou contraposição: “Se A, então
presentada por uma condicional, devemos confirmar sua B” é equivalente a “Se ~B, então ~A”
primeira parte (“A”), trocar o conectivo condicional (“”) pelo “Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será
conectivo conjunção (“^”) e negarmos sua segunda parte equivalente a:
(“~ B”). Assim, teremos: “Se Camila não é médica, então Ana não é professora.”
RESPOSTA: “B”.
2ª) Pela Teoria da Involução ou Dupla Negação: “Se A,
10. (ANVISA - TÉCNICO ADMINISTRATIVO - CE- então B” é equivalente a “~A ou B”
TRO/2012) Se Viviane não dança, Márcia não canta. Logo, “Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será
A) Viviane dançar é condição suficiente para Márcia equivalente a:
cantar. “Ana não é professora ou Camila é médica.”
B) Viviane não dançar é condição necessária para Már- Ficaremos, então, com a segunda equivalência, já que
cia não cantar. esta configura no gabarito.
C) Viviane dançar é condição necessária para Márcia RESPOSTA: “A”.
cantar.
D) Viviane não dançar é condição suficiente para Már- (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Consi-
cia cantar. derando que P e Q representem proposições conhecidas e
E) Viviane dançar é condição necessária para Márcia que V e F representem, respectivamente, os valores verda-
não cantar. deiro e falso, julgue os próximos itens. (374 a 376)

Inicialmente, reescreveremos a condicional dada na 12. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) (PC/
forma de condição suficiente e condição necessária: DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) As proposições
Q e P (¬ Q) são, simultaneamente, V se, e somente se, P
“Se Viviane não dança, Márcia não canta” for F.
( )Certo ( ) Errado
1ª possibilidade: Viviane não dançar é condição su-
ficiente para Márcia não cantar. Não há RESPOSTA: para Observando a tabela-verdade da proposição compos-
essa possibilidade. ta “P (¬ Q)”, em função dos valores lógicos de “P” e “Q”,
temos:

47
MATEMÁTICA

P Q ¬Q P→(¬Q) P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta.


(V)
V V F F P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz. (V)
V F V V P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres.
F V F V (V)
P4: Há criminosos livres. (V)
F F V V Portanto, se a premissa P4 – proposição simples – é ver-
dadeira (V), então a 2ª parte da condicional representada
Observando-se a 3 linha da tabela-verdade acima, pela premissa P3 será considerada falsa (F). Então, veja:
―Q‖ e ―P ® (¬ Q) são, simultaneamente, V se, e somente
se, ―P‖ for F.
Resposta: CERTO.

13. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) A


proposição [PvQ]Q é uma tautologia.
( )Certo ( ) Errado

Construindo a tabela-verdade da proposição compos-


ta: [P Ú Q] ® Q, teremos como solução:
Sabendo-se que a condicional P3 é verdadeira e co-
nhecendo-se o valor lógico de sua 2ª parte como falsa (F),
P Q Pv Q (Pv Q)→Q (p^~q)↔(~p v q)
então o valor lógico de sua 1ª parte nunca poderá ser ver-
V V V V→V V dadeiro (V). Assim, a proposição simples ―a justiça é eficaz‖
V F V V→F F será considerada falsa (F).
Se a proposição simples ―a justiça é eficaz‖ é conside-
F V V V→V V
rada falsa (F), então a 2ª parte da disjunção simples repre-
F F F F→F V sentada pela premissa P2, também, será falsa (F).

P(P;Q) = VFVV
Portanto, essa proposição composta é uma contingência
ou indeterminação lógica.
Resposta: ERRADO.

14. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Se P


for F e P v Q for V, então Q é V.
( )Certo ( ) Errado

Lembramos que uma disjunção simples, na forma: “P


vQ”, será verdadeira (V) se, pelo menos, uma de suas partes
for verdadeira (V). Nesse caso, se “P” for falsa e “PvQ” for
verdadeira, então “Q” será, necessariamente, verdadeira.
Resposta: CERTO. Sendo verdadeira (V) a premissa P2 (disjunção simples)
e conhecendo-se o valor lógico de uma das partes como
(PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) falsa (F), então o valor lógico da outra parte deverá ser, ne-
P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta. cessariamente, verdadeira (V). Lembramos que, uma disjun-
P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz. ção simples será considerada verdadeira (V), quando, pelo
P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres. menos, uma de suas partes for verdadeira (V).
P4: Há criminosos livres.
C: Portanto a criminalidade é alta. Sendo verdadeira (V) a proposição simples ―a impu-
Considerando o argumento apresentado acima, em nidade é alta‖, então, confirmaremos também como ver-
que P1, P2, P3 e P4 são as premissas e C, a conclusão, jul- dadeira (V), a 1ª parte da condicional representada pela
gue os itens subsequentes. (377 e 378) premissa P1.

15. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) O


argumento apresentado é um argumento válido.
( )Certo ( ) Errado

Verificaremos se as verdades das premissas P1, P2, P3


e P4 sustentam a verdade da conclusão. Nesse caso, de-
vemos considerar que todas as premissas são, necessaria-
mente, verdadeiras.

48
MATEMÁTICA

EXEMPLOS:
1. Todos os cariocas são alegres.
    Todas as pessoas alegres vão à praia
    Todos os cariocas vão à praia.
2. Todos os cientistas são loucos.
    Einstein é cientista.
    Einstein é louco!

Nestes exemplos temos o famoso silogismo categórico


de forma típica ou simplesmente silogismo. Os silogismos
são os argumentos que têm somente duas premissas e mais
a conclusão, e utilizam os termos: todo, nenhum e algum,
Considerando-se como verdadeira (V) a 1ª parte da em sua estrutura.
condicional em P1, então, deveremos considerar também
ANALOGIAS
como verdadeira (V), sua 2ª parte, pois uma verdade sem-
pre implica em outra verdade.
A analogia é uma das melhores formas para utilizar o
Considerando a proposição simples ―a criminalidade é
raciocínio. Nesse tipo de raciocínio usa-se a comparação
alta‖ como verdadeira (V), logo a conclusão desse argumento de uma situação conhecida com uma desconhecida. Uma
é, de fato, verdadeira (V), o que torna esse argumento válido. analogia depende de três situações:
Resposta: CERTO. • os fundamentos precisam ser verdadeiros e im-
16. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) A portantes;
negação da proposição P1 pode ser escrita como “Se a im- • a quantidade de elementos parecidos entre as
punidade não é alta, então a criminalidade não é alta”. situações deve ser significativo;
( )Certo ( ) Errado • não pode existir conflitos marcantes.

Seja P1 representada simbolicamente, por: INFERÊNCIAS


A impunidade não é alta(p) então a criminalidade não
é alta(q) A indução está relacionada a diversos casos pequenos
A negação de uma condicional é dada por: que chegam a uma conclusão geral. Nesse sentido pode-
~(pq) mos definir também a indução fraca e a indução forte. Essa
Logo, sua negação será dada por: ~P1 a impunidade é indução forte ocorre quando não existe grandes chances
alta e a criminalidade não é alta. de que um caso discorde da premissa geral. Já a fraca re-
Resposta:ERRADO. fere-se a falta de sustentabilidade de um conceito ou con-
clusão.
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
DEDUÇÕES
ARGUMENTO
Argumento é uma relação que associa um conjunto de ARGUMENTOS DEDUTIVOS E INDUTIVOS
proposições (p1, p2, p3,... pn), chamadas premissas ou hipó- Os argumentos podem ser classificados em dois ti-
teses, e uma proposição C chamada conclusão. Esta relação pos: Dedutivos e Indutivos.
é tal que a estrutura lógica das premissas acarretam ou tem
1) O argumento será DEDUTIVO quando suas premis-
como consequência a proposição C (conclusão).
sas fornecerem informações suficientes para comprovar a
O argumento pode ser representado da seguinte for-
veracidade da conclusão, isto é, o argumento é dedutivo
ma:
quando a conclusão é completamente derivada das pre-
missas.

EXEMPLO:
Todo ser humano têm mãe.
Todos os homens são humanos.
Todos os homens têm mãe.

2) O argumento será INDUTIVO quando suas premis-


sas não fornecerem o “apoio completo” para ratificar as
conclusões. Portanto, nos argumentos indutivos, a conclu-
são possui informações que ultrapassam as fornecidas nas
premissas. Sendo assim, não se aplica, então, a definição
de argumentos válidos ou não válidos para argumentos
indutivos.

49
MATEMÁTICA

EXEMPLO: Argumento Válido


O Flamengo é um bom time de futebol. Um argumento será válido quando a sua conclusão é
O Palmeiras é um bom time de futebol. uma consequência obrigatória de suas premissas. Em ou-
O Vasco é um bom time de futebol. tras palavras, podemos dizer que quando um argumento
O Cruzeiro é um bom time de futebol. é válido, a verdade de suas premissas deve garantir a ver-
Todos os times brasileiros de futebol são bons. dade da conclusão do argumento. Isso significa que, se o
Note que não podemos afirmar que todos os times argumento é válido, jamais poderemos chegar a uma con-
brasileiros são bons sabendo apenas que 4 deles são bons. clusão falsa quando as premissas forem verdadeiras.

Exemplo: (FCC)  Considere que as seguintes afirma- Exemplo: (CESPE) Suponha um argumento no qual as
ções são verdadeiras: premissas sejam as proposições I e II abaixo.
“Toda criança gosta de passear no Metrô de São Paulo.” I - Se uma mulher está desempregada, então, ela é in-
“Existem crianças que são inteligentes.” feliz.
Assim sendo, certamente é verdade que: II - Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco.
(A) Alguma criança inteligente não gosta de passear Nesse caso, se a conclusão for a proposição “Mulhe-
no Metrô de São Paulo. res desempregadas vivem pouco”, tem-se um argumento
(B) Alguma criança que gosta de passear no Metrô de correto.
São Paulo é inteligente.
(C) Alguma criança não inteligente não gosta de pas- SOLUÇÃO:
sear no Metrô de São Paulo. Se representarmos na forma de diagramas lógicos (ver
(D) Toda criança que gosta de passear no Metrô de artigo sobre diagramas lógicos), para facilitar a resolução,
São Paulo é inteligente. teremos:
(E) Toda criança inteligente não gosta de passear no    I - Se uma mulher está desempregada, então, ela é
Metrô de São Paulo. infeliz. = Toda mulher desempregada é infeliz.
   II - Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco. =
SOLUÇÃO: Toda mulher infeliz vive pouco.
Representando as proposições na forma de conjuntos
(diagramas lógicos – ver artigo sobre diagramas lógicos)
teremos:
“Toda criança gosta de passear no Metrô de São Paulo.”
“Existem crianças que são inteligentes.”

Com isso, qualquer mulher que esteja no conjunto das


Pelo gráfico, observamos claramente que se todas as desempregadas (ver boneco), automaticamente estará no
crianças gostam de passear no metrô e existem crianças conjunto das mulheres que vivem pouco. Portanto, se a
inteligentes, então alguma criança que gosta de passear conclusão for a proposição “Mulheres desempregadas vi-
no Metrô de São Paulo é inteligente. Logo, a alternativa vem pouco”, tem-se um argumento correto (correto = vá-
correta é a opção B. lido!).

Argumento Inválido
CONCLUSÕES Dizemos que um argumento é inválido, quando a ver-
dade das premissas não é suficiente para garantir a verda-
VALIDADE DE UM ARGUMENTO de da conclusão, ou seja, quando a conclusão não é uma
Uma proposição é verdadeira ou falsa. No caso de consequência obrigatória das premissas.
um argumento dedutivo diremos que ele é válido ou in-
válido. Atente-se para o fato que todos os argumentos
indutivos são inválidos, portanto não há de se falar em Exemplo: (CESPE) É válido o seguinte argumento: Se
validade de argumentos indutivos. Ana cometeu um crime perfeito, então Ana não é suspeita,
A validade é uma propriedade dos argumentos que mas (e) Ana não cometeu um crime perfeito, então Ana é
depende apenas da forma (estrutura lógica) das suas pro- suspeita.
posições (premissas e conclusões) e não do seu conteúdo.

50
MATEMÁTICA

SOLUÇÃO: 2. As proposições “Luiz joga basquete porque Luiz é


Representando as premissas do enunciado na forma alto” e “Luiz não é alto porque Luiz não joga basquete”
de diagramas lógicos (ver artigo sobre diagramas lógicos), são logicamente equivalentes.
obteremos: A) Certo
Premissas: B) Errado
“Se Ana cometeu um crime perfeito, então Ana não é Resposta: A.
suspeita” = “Toda pessoa que comete um crime perfeito São equivalentes por que “Luiz não é alto porque Luiz
não é suspeita”.  não joga basquete” nega as duas partes da proposição, a
“Ana não cometeu um crime perfeito”. deixando equivalente a primeira.
 Conclusão:
“Ana é suspeita”. (Não se “desenha” a conclusão, ape- 3. A sentença “A justiça e a lei nem sempre andam
nas as premissas!) pelos mesmos caminhos” pode ser representada sim-
bolicamente por PΛQ, em que as proposições P e Q são
convenientemente escolhidas.
A) Certo
B) Errado

Resposta: B.
Não, pois ^ representa o conectivo “e”, e o “e” é usado
para unir A justiça E a lei, e “A justiça” não pode ser con-
siderada uma proposição, pois não pode ser considerada
verdadeira ou falsa.

4. Considere que a tabela abaixo representa as


primeiras colunas da tabela-verdade da proposição
O fato do enunciado ter falado apenas que “Ana não
cometeu um crime perfeito”, não nos diz se ela é suspeita
ou não. Por isso temos duas possibilidades (ver bonecos).
Logo, a questão está errada, pois não podemos afirmar,
com certeza, que Ana é suspeita. Logo, o argumento é in-
válido.

EXERCICIOS:

(TJ-AC - Analista Judiciário - Conhecimentos Bási-


cos - Cargos 1 e 2 - CESPE/2012) (10 a 13)

Considerando que as proposições lógicas sejam re-


presentadas por letras maiúsculas, julgue os próximos
itens, relativos a lógica proposicional e de argumenta-
ção.

1. A expressão é uma tautologia.


A) Certo
B) Errado

Resposta: B.
Fazendo a tabela verdade:

P Q P→Q (P→Q) V P [(P→Q) V P]→Q


V V V V V Logo, a coluna abaixo representa a última coluna
V F F V V dessa tabela-verdade.
F V V V V
F F F F F

Portanto não é uma tautologia.

51
MATEMÁTICA

Com base na situação descrita acima, julgue o item


a seguir.

5. O argumento cujas premissas correspondem às


quatro afirmações do jornalista e cuja conclusão é “Pe-
dro não disputará a eleição presidencial da República”
é um argumento válido.
A) Certo
B) Errado
Resposta: A.

Argumento válido é aquele que pode ser concluído a


partir das premissas, considerando que as premissas são
verdadeiras então tenho que:
Se João for eleito prefeito ele disputará a presidência;
Se João disputar a presidência então Pedro não vai dis-
A) Certo putar;
B) Errado Se João não for eleito prefeito se tornará presidente do
partido e não apoiará a candidatura de Pedro à presidência;
Resposta: A. Se o presidente do partido não apoiar Pedro ele não
Fazendo a tabela verdade: disputará a presidência.

P Q R (P→Q)^(~R) (PRF - Nível Superior - Conhecimentos Básicos - To-


dos os Cargos - CESPE/2012)
V V V F Um jovem, visando ganhar um novo smartphone
V V F V no dia das crianças, apresentou à sua mãe a seguinte
V F V F argumentação: “Mãe, se tenho 25 anos, moro com você
e papai, dou despesas a vocês e dependo de mesada,
V F F F então eu não ajo como um homem da minha idade. Se
F V V F estou há 7 anos na faculdade e não tenho capacidade
F V F V para assumir minhas responsabilidades, então não te-
nho um mínimo de maturidade. Se não ajo como um
F F V F homem da minha idade, sou tratado como criança.
F F F V Se não tenho um mínimo de maturidade, sou tratado
como criança. Logo, se sou tratado como criança, me-
TJ-AC - Técnico Judiciário - Informática - CES- reço ganhar um novo smartphone no dia das crianças”.
PE/2012) Com base nessa argumentação, julgue os itens a se-
guir..

6. A proposição “Se estou há 7 anos na faculdade e


não tenho capacidade para assumir minhas responsabi-
lidades, então não tenho um mínimo de maturidade” é
equivalente a “Se eu tenho um mínimo de maturidade,
então não estou há 7 anos na faculdade e tenho capaci-
dade para assumir minhas responsabilidades”.
A) Certo
B) Errado

Resposta: B.
Equivalência de Condicional: P -> Q = ~ Q -> ~ P 
Negação de Proposição: ~ (P ^ Q)  =  ~ P v ~ Q 

52
MATEMÁTICA

P Q R ¬P ¬Q ¬R P^¬Q (P^¬Q) → ¬R ¬P^Q R→ (¬P^Q)


V V V F F F F V F F
V V F F F V F V F V
V F V F V F V F F F
V F F F V V V V F V
F V V V F F F V V V
F V F V F V F V V V
F F V V V F F V F F
F F F V V V F V F V

Portanto não são equivalentes.

7. Considere as seguintes proposições: “Tenho 25 anos”, “Moro com você e papai”, “Dou despesas a vocês” e
“Dependo de mesada”. Se alguma dessas proposições for falsa, também será falsa a proposição “Se tenho 25 anos,
moro com você e papai, dou despesas a vocês e dependo de mesada, então eu não ajo como um homem da minha
idade”.
A) Certo
B) Errado

Resposta: A.
(A^B^C^D) E
Ora, se A ou B ou C ou D estiver falsa como afirma o enunciado, logo torna a primeira parte da condicional falsa, (visto
que trata-se da conjunção) tornando- a primeira parte da condicional falsa, logo toda a proposição se torna verdadeira.

8. A proposição “Se não ajo como um homem da minha idade, sou tratado como criança, e se não tenho um
mínimo de maturidade, sou tratado como criança” é equivalente a “Se não ajo como um homem da minha idade ou
não tenho um mínimo de maturidade, sou tratado como criança”.
A) Certo
B) Errado

Resposta: A.
A = Se não ajo como um homem da minha idade,
B = sou tratado como criança,
C= se não tenho um mínimo de maturidade

A B C ~A  ~C (~A → B) (~C → B) (~A v ~ C) (~A→ B) ^ (~ C→ B) (~A v ~ C)→ B


V V V F F V V F V V
V V F F V V V V V V
V F V F F V V F V V
V F F F V V F V F F
F V V V F V V V V V
F V F V V V V V V V
F F V V F F V V F F
F F F V V F F V F F

De acordo com a tabela verdade são equivalentes.

53
MATEMÁTICA

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES _____


8.7.6.5.4=6720
1. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
MA/2013) Dentre os nove competidores de um cam- RESPOSTA: “D”.
peonato municipal de esportes radicais, somente os
quatro primeiros colocados participaram do campeo- 4. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Leia o
nato estadual. Sendo assim, quantas combinações são trecho abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que
possíveis de serem formadas com quatro desses nove preenche corretamente a lacuna.
competidores? Com a palavra PERMUTA é possível formar ____ ana-
A) 126 gramas começados por consoante e terminados por
B) 120 vogal.
C) 224 A) 120
D) 212 B) 480
E) 156 C) 1.440
D) 5.040
9! 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5! _______
!!,! = = = 126
5! 4! 5! ∙ 24 P5.4.3.2.1 A=120
! 120.2(letras E e U)=240

RESPOSTA: “A”. 120+240=360 anagramas com a letra P

2. (PREF. LAGOA DA CONFUSÃO/TO – ORIENTA- 360.4=1440 (serão 4 tipos por ter 4 consoantes)
DOR SOCIAL – IDECAN/2013) Renato é mais velho que
Jorge de forma que a razão entre o número de anagra- RESPOSTA: “C”.
mas de seus nomes representa a diferença entre suas
idades. Se Jorge tem 20 anos, a idade de Renato é 5. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Assinale a al-
A) 24. ternativa que apresenta o número de anagramas da pa-
B) 25. lavra QUARTEL que começam com AR.
C) 26. A) 80.
D) 27. B) 120.
E) 28. C) 240.
D) 720.
Anagramas de RENATO
______ AR_ _ _ _ _
6.5.4.3.2.1=720 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1=120

Anagramas de JORGE RESPOSTA: “B”.


_____
5.4.3.2.1=120 720 6. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Uma lei de cer-
Razão dos anagramas: = 6! to país determinou que as placas das viaturas de polícia
120 deveriam ter 3 algarismos seguidos de 4 letras do alfa-
Se Jorge tem 20 anos, Renato tem 20+6=26 anos beto grego (24 letras).
Sendo assim, o número de placas diferentes será
RESPOSTA: “C”. igual a
A) 175.760.000.
3. (PREF. NEPOMUCENO/MG – PORTEIRO – CON- B) 183.617.280.
SULPLAN/2013) Uma dona de casa troca a toalha de C) 331.776.000.
rosto do banheiro diariamente e só volta a repeti-la D) 358.800.000.
depois que já tiver utilizado todas as toalhas. Sabe-se
que a dona de casa dispõe de 8 toalhas diferentes. De Algarismos possíveis: 0,1,2,3,4,5,6,7,8,9=10 algarismos
quantas maneiras ela pode ter utilizado as toalhas nos _ _ _ _ _ _ _
primeiros 5 dias de um mês? 10 ⋅ 10 ⋅ 10 ⋅ 24 ⋅ 24 ⋅ 24 ⋅ 24=331.776.000
A) 4650.
B) 5180. RESPOSTA: “C”.
C) 5460.
D) 6720.
E) 7260.

54
MATEMÁTICA

7. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO AD- 10. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
MINISTRATIVO – FCC/2014) São lançados dois dados e GRANRIO/2013) Uma empresa de propaganda preten-
multiplicados os números de pontos obtidos em cada de criar panfletos coloridos para divulgar certo produ-
um deles. A quantidade de produtos distintos que se to. O papel pode ser laranja, azul, preto, amarelo, ver-
pode obter nesse processo é melho ou roxo, enquanto o texto é escrito no panfleto
A) 36. em preto, vermelho ou branco.
B) 27. De quantos modos distintos é possível escolher
C) 30. uma cor para o fundo e uma cor para o texto se, por
D) 21. uma questão de contraste, as cores do fundo e do texto
E) 18. não podem ser iguais?
A) 13
__ B) 14
6.6=36 C) 16
Mas, como pode haver o mesmo produto por ser dois D) 17
dados, 36/2=18 E) 18

RESPOSTA: “E”. __
6.3=18
8. (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MA-
TEMÁTICA – IMA/2014) Quantos são os anagramas da Tirando as possibilidades de papel e texto iguais:
palavra TESOURA? P P e V V=2 possibilidades
A) 2300 18-2=16 possiblidades
B) 5040
C) 4500 RESPOSTA: “C”.
D) 1000
E) 6500 11. (PREF. NEPOMUCENO/MG – TÉCNICO EM SE-
GURANÇA DO TRABALHO – CONSULPLAN/2013) Numa
_______ sala há 3 ventiladores de teto e 4 lâmpadas, todos com
7.6.5.4.3.2.1=5040 interruptores independentes. De quantas maneiras é
Anagramas são quaisquer palavras que podem ser for- possível ventilar e iluminar essa sala mantendo, pelo
madas com as letras, independente se formam palavras menos, 2 ventiladores ligados e 3 lâmpadas acesas?
que existam ou não. A) 12.
B) 18.
RESPOSTA: “B”. C) 20.
D) 24.
9. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Anali- E) 36.
se as sentenças abaixo.
I. 4! + 3! = 7! 1ª possibilidade:2 ventiladores e 3 lâmpadas
II. 4! ⋅ 3! = 12!
III. 5! + 5! = 2 ⋅ 5! !!
É correto o que se apresenta em !!,! = !!!! = 3
A) I, apenas.
B) II, apenas. !!
C) III, apenas. !!!,! = =4
!!!!
D) I, II e III.
!!,! ∙ !!,! = 3 ∙ 4 = 12
I falsa
!
4!=24 2ª possibilidade:2 ventiladores e 4 lâmpadas
3!=6
7!=5040 !!
II falsa
!!,! = !!!! = 3
4! ⋅ 3! ≠12!
III verdadeira !!
5!=120
!!,! = =1
!!!!
5!+5!=240
2 ⋅ 5!=240 !!,! ∙ !!,! = 3 ∙ 1 = 3
RESPOSTA: “C”. !

55
MATEMÁTICA

3ª possibilidade:3 ventiladores e 3 lâmpadas Juiz A:P4=4!=24


Juiz B: P3=3!=6
!! Juiz C: P2=2!=2
!!,! = =1 _ _ _
!!!!
24.6.2=288.P3=288.6=1728
!! A P3 deve ser feita, pois os processos tem que ficar jun-
!!,! = !!!! = 4 tos, mas não falam em que ordem podendo ser de qual-
quer juiz antes.
!!,! ∙ !!,! = 1 ∙ 4 = 4 Portanto pode haver permutação entre eles.
!
RESPOSTA: “E”.
4ª possibilidade:3 ventiladores e 4 lâmpadas
14. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁ-
!! RIA E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) O Tribunal de
!!,! = =1 Justiça está utilizando um código de leitura de barras
!!!!
composto por 5 barras para identificar os pertences de
!! uma determinada seção de trabalho. As barras podem
!!,! = !!!! = 1 ser pretas ou brancas. Se não pode haver código com
todas as barras da mesma cor, o número de códigos di-
!!,! ∙ !!,! = 1 ∙ 1 = 1 ferentes que se pode obter é de
A) 10.
!
B) 30.
Somando as possibilidades:12+3+4+1=20 C) 50.
D) 150.
RESPOSTA: “C”. E) 250.

12. (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATE- _____


MÁTICA – IMA/2014) Se enfileirarmos três dados iguais, 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2=32 possibilidades se pudesse ser qual-
obteremos um agrupamento dentre quantos possíveis. quer uma das cores
A) 150 Mas, temos que tirar código todo preto e todo branco.
B) 200 32-2=30
C) 410
D) 216 RESPOSTA: “B”.
E) 320
15. (PETROBRAS – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR
!!,! ∙ !!,! ∙ !!,! – CESGRANRIO/2012) Certa empresa identifica as dife-
rentes peças que produz, utilizando códigos numéricos
compostos de 5 dígitos, mantendo, sempre, o seguin-
6! 6.5! te padrão: os dois últimos dígitos de cada código são
!!,! = = =6
1! 5! 5! iguais entre si, mas diferentes dos demais. Por exemplo,
o código “03344” é válido, já o código “34544”, não.
6 ∙ 6 ∙ 6 = 216 Quantos códigos diferentes podem ser criados?
A) 3.312
! B) 4.608
RESPOSTA: “D”. C) 5.040
D) 7.000
13. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁ- E) 7.290
RIA E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) Um técnico
judiciário deve agrupar 4 processos do juiz A, 3 do juiz _____
B e 2 do juiz C, de modo que os processos de um mes- 9.9.9.1.1=729
mo juiz fiquem sempre juntos e em qualquer ordem. A São 10 possibilidades para os últimos dois dígitos:
quantidade de maneiras diferentes de efetuar o agru- 729.10=7290
pamento é de
A) 32. RESPOSTA: “E”.
B) 38.
C) 288.
D) 864.
E) 1728.

56
MATEMÁTICA

16. (DNIT – ANALISTA ADMINISTRATIVO –ADMI- A_ _ _ GRT P3=3!=6


NISTRATIVA – ESAF/2012) Os pintores Antônio e Batis- E_ _ _ GRT P3=3!=6
ta farão uma exposição de seus quadros. Antônio vai IA_ _GRT P2=2!=2
expor 3 quadros distintos e Batista 2 quadros distintos. IE_ _GRT P2=2!=2
Os quadros serão expostos em uma mesma parede e IOAEGRT-17ª da sequência
em linha reta, sendo que os quadros de um mesmo pin-
tor devem ficar juntos. Então, o número de possibilida- RESPOSTA: “C”.
des distintas de montar essa exposição é igual a:
A) 5 19. (SEED/SP – AGENTE DE ORGANIZAÇÃO ESCO-
B) 12 LAR – VUNESP/2012) Um restaurante possui pratos
C) 24 principais e individuais. Cinco dos pratos são com pei-
D) 6 xe, 4 com carne vermelha, 3 com frango, e 4 apenas
E) 15 com vegetais. Alberto, Bianca e Carolina pretendem
fazer um pedido com três pratos principais individuais,
Para Antônio um para cada. Alberto não come carne vermelha nem
_ _ _ P3=3!=6 frango, Bianca só come vegetais, e Carolina só não
come vegetais. O total de pedidos diferentes que po-
Para Batista dem ser feitos atendendo as restrições alimentares dos
_ _ P2=2!=2 três é igual a
E pode haver permutação dos dois expositores: A) 384.
B) 392.
6.2.2=24 C) 396.
D) 416.
RESPOSTA: “C”. E) 432.
17. (CRMV/RJ – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – Para Alberto:5+4=9
FUNDAÇÃO BIO-RIO/2014) Um anagrama de uma pa-
Para Bianca:4
lavra é um reordenamento de todas as suas letras. Por
Para Carolina: 12
exemplo, ADEUS é um anagrama de SAUDE e OOV é um
___
anagrama de OVO. A palavra MOTO possui a seguinte
9.4.12=432
quantidade de anagramas:
A)8
RESPOSTA: “E”.
B)10
C)12
20. (SAMU/SC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
D)16
E)20 SPDM/2012) O total de números de 3 algarismos que
terminam por um número par e que podem ser for-
Como tem letra repetida: mados pelos algarismos 3,4,5,7,8, com repetição, é de:
A) 50
!!
!!! = !! =
!∙!∙!∙!
= 12 B) 100
! C) 75
! D) 80
RESPOSTA: “C”.
O último algarismo pode ser 4 ou 8
18. (TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINIS- ___
TRATIVA – FCC/2012) A palavra GOTEIRA é formada 5.5.2=50
por sete letras diferentes. Uma sequência dessas letras,
em outra ordem, é TEIGORA. Podem ser escritas 5040 RESPOSTA: “A”.
sequências diferentes com essas sete letras. São 24 as
sequências que terminam com as letras GRT, nessa or- 21. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-
dem, e começam com as quatro vogais. Dentre essas NISTRATIVO – FCC/2014) Dos 43 vereadores de uma ci-
24, a sequência AEIOGRT é a primeira delas, se forem dade, 13 dele não se inscreveram nas comissões de Edu-
listadas alfabeticamente. A sequência IOAEGRT ocupa- cação, Saúde e Saneamento Básico. Sete dos vereadores
ria, nessa listagem alfabética, a posição de número se inscreveram nas três comissões citadas. Doze deles se
A) 11. inscreveram apenas nas comissões de Educação e Saúde e
B) 13. oito deles se inscreveram apenas nas comissões de Saúde e
C) 17. Saneamento Básico. Nenhum dos vereadores se inscreveu
D) 22. em apenas uma dessas comissões. O número de vereado-
E) 23. res inscritos na comissão de Saneamento Básico é igual a

57
MATEMÁTICA

A) 15. 15 técnicos arquivam e classificam


B) 21. 46-15=31 arquivam e atendem
C) 18. 4 classificam e atendem
D) 27. Classificam:15+4=19 como são 27 faltam 8
E) 16.

7 vereadores se inscreveram nas 3.


APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o
12 não deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos con-
juntos, pois ele já desconsidera os que se inscreveram nos
três)
APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento bá-
sico.
São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comis-
sões, pois 13 dos 43 não se inscreveram.
Portanto, 30-7-12-8=3
Se inscreveram em educação e saneamento 3 verea-
dores. RESPOSTA: “B”.

23. (METRÔ/SP – OFICIAL LOGISTICA –ALMOXARI-


FADO I – FCC/2014) O diagrama indica a distribuição de
atletas da delegação de um país nos jogos universitários
por medalha conquistada. Sabe-se que esse país con-
quistou medalhas apenas em modalidades individuais.
Sabe-se ainda que cada atleta da delegação desse país
que ganhou uma ou mais medalhas não ganhou mais
de uma medalha do mesmo tipo (ouro, prata, bronze).
De acordo com o diagrama, por exemplo, 2 atletas da
delegação desse país ganharam, cada um, apenas uma
medalha de ouro.

Só em saneamento se inscreveram: 3+7+8=18

RESPOSTA: “C”.

22. (TRT 19ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014)


Dos 46 técnicos que estão aptos para arquivar docu-
mentos 15 deles também estão aptos para classificar
processos e os demais estão aptos para atender ao pú-
blico. Há outros 11 técnicos que estão aptos para aten-
der ao público, mas não são capazes de arquivar do-
cumentos. Dentre esses últimos técnicos mencionados,
4 deles também são capazes de classificar processos.
Sabe-se que aqueles que classificam processos são, ao A análise adequada do diagrama permite concluir
todo, 27 técnicos. Considerando que todos os técnicos corretamente que o número de medalhas conquistadas
que executam essas três tarefas foram citados anterior- por esse país nessa edição dos jogos universitários foi
mente, eles somam um total de de
A) 58. A) 15.
B) 65. B) 29.
C) 76. C) 52.
D) 53. D) 46.
E) 95. E) 40.

O diagrama mostra o número de atletas que ganharam


medalhas.
No caso das intersecções, devemos multiplicar por 2
por ser 2 medalhas e na intersecção das três medalhas mul-
tiplica-se por 3.

58
MATEMÁTICA

Intersecções: O número de pessoas que preferem apenas a marca


C2 é igual a
6 ∙ 2 = 12 A) 0
1∙2=2 B) 15
4∙2=8 C) 25.
3∙3=9 D) 40.
!
Somando as outras:
2+5+8+12+2+8+9=46

RESPOSTA: “D”.

24. (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM


SAÚDE NM – AOCP/2014) Qual é o número de elemen-
tos que formam o conjunto dos múltiplos estritamente
positivos do número 3, menores que 31?
A) 9
B) 10
C) 11 O número de pessoas que preferem apenas a marca
D) 12 C2 é zero.
E) 13
A={3,6,9,12,15,18,21,24,27,30} RESPOSTA: “A”.

10 elementos 27. (TJ/PE – OFICIAL DE JUSTIÇA – JUDICIÁRIO E


ADMINISTRATIVO – FCC/2012) Em um clube com 160
RESPOSTA: “B”. associados, três pessoas, A, B e C (não associados), ma-
nifestam seu interesse em participar da eleição para ser
25. (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGI- o presidente deste clube. Uma pesquisa realizada com
LÂNCIA EM SAÚDE NM – AOCP/2014) Con- todos os 160 associados revelou que
sidere dois conjuntos A e B, sabendo que − 20 sócios não simpatizam com qualquer uma des-
! ∩ ! = {!}, ! ∪ ! = {!; !; !; !; !}!!!! − ! = {!; !},!!assi- tas pessoas.
nale a alternativa que apresenta o conjunto B. − 20 sócios simpatizam apenas com a pessoa A.
A) {1;2;3} − 40 sócios simpatizam apenas com a pessoa B.
B) {0;3} − 30 sócios simpatizam apenas com a pessoa C.
C) {0;1;2;3;5} − 10 sócios simpatizam com as pessoas A, B e C.
D) {3;5}
E) {0;3;5} A quantidade de sócios que simpatizam com pelo
menos duas destas pessoas é
A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é ele- A) 20.
mento de B. B) 30.
A-B são os elementos que tem em A e não em B. C) 40.
Então de A ∪ B, tiramos que B={0;3;5}. D) 50.
E) 60.
RESPOSTA: “E”.

26. (TJ/BA – ANAISTA JUDICIARIO – BANCO DE


DADOS – FAPERP/2012) Foi realizada uma pesquisa,
com um grupo de pessoas, envolvendo a preferência
por até duas marcas de carros dentre as marcas C1, C2 e
C3. A pesquisa apresentou os seguintes dados:
-59 preferem a marca C1
40 preferem a marca C2
-50 preferem a marca C3.
-17 preferem as marcas C1 e C2.
-12 preferem as marcas C1 e C3
-23 preferem as marcas C2 e C3
-49 não preferem nenhuma das três marcas.

59
MATEMÁTICA

29. (METRÔ/SP – ENGENHEIRO SEGURANÇA DO


TRABALHO – FCC/2014) Uma pesquisa, com 200 pes-
soas, investigou como eram utilizadas as três linhas: A,
B e C do Metrô de uma cidade. Verificou-se que 92 pes-
soas utilizam a linha A; 94 pessoas utilizam a linha B e
110 pessoas utilizam a linha C. Utilizam as linhas A e B
um total de 38 pessoas, as linhas A e C um total de 42
pessoas e as linhas B e C um total de 60 pessoas; 26 pes-
soas que não se utilizam dessas linhas. Desta maneira,
conclui-se corretamente que o número de entrevista-
dos que utilizam as linhas A e B e C é igual a
A+B+C=90 A) 50.
Simpatiza com as três: 10 B) 26.
Não simpatizam com nenhuma 20 C) 56.
90+10+20 =120 pessoas D) 10.
Como têm 160 pessoas: E) 18.
X+Y+Z=160-120=40 pessoas
Portanto, a quantidade de sócios que simpatizam com
pelo menos 2 são 40 (dos sócios que simpatizam com duas
pessoas) + 10 (simpatizam com três)=50

RESPOSTA: “D”.

28. (EBSERH/HU-UFS/SE - TECNÓLOGO EM RA-


DIOLOGIA - AOCP /2014) Em uma pequena cidade, cir-
culam apenas dois jornais diferentes. O jornal A e o jor-
nal B. Uma pesquisa realizada com os moradores dessa
cidade mostrou que 33% lê o jornal A, 45% lê o jornal
B, e 7% leem os jornais A e B. Sendo assim, quantos
porcentos não leem nenhum dos dois jornais?
A) 15%
B) 25%
C) 27%
D) 29%
E) 35%
92-38+x-x-42+x+94-38+x-x-60+x+110-42+x-x
-60+x+38-x+x+42-x+60-x+26=200
X=200-182
X=18

RESPOSTA: “E”.

26+7+38+x=100
x=100-71
x=29%

RESPOSTA: “D”.

60
MATEMÁTICA

30. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁ- 32. (CGU – ADMINISTRATIVA – ESAF/2012) Em um
RIA E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) Observando- grupo de 120 empresas, 57 estão situadas na Região
se, durante certo período, o trabalho de 24 desenhistas Nordeste, 48 são empresas familiares, 44 são empre-
do Tribunal de Justiça, verificou-se que 16 executaram sas exportadoras e 19 não se enquadram em nenhuma
desenhos arquitetônicos, 15 prepararam croquis e 3 das classifi cações acima. Das empresas do Nordeste,
realizaram outras atividades. O número de desenhistas 19 são familiares e 20 são exportadoras. Das empresas
que executaram desenho arquitetônico e prepararam familiares, 21 são exportadoras. O número de empre-
croquis, nesse período, é de sas do Nordeste que são ao mesmo tempo familiares e
A) 10. exportadoras é
B) 11. A)21.
C) 12. B)14.
D) 13. C)16.
E) 14. D)19.
E)12.

16-x+x+15-x+3=24 57-19-20+x+19-x+48-19-21+x+x+20-x+21-x+44-20-
-x=24-34 21+x+19=120
X=10 X=120-108
X=12
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “E”.
31. (TJ/RS – OFICIAL DE TRANSPORTE – CE-
TRO/2013) Dados os conjuntos A = {x | x é vogal da pa-
lavra CARRO} e B = {x | x é letra da palavra CAMINHO},
é correto afirmar que A∩ B tem
A) 1 elemento.
B) 2 elementos.
C) 3 elementos.
D) 4 elementos.
E) 5 elementos.

Como o conjunto A é dado pelas vogais: A={A,O}, por-


tanto A∩ B={A,O}

RESPOSTA: “B”.

61
MATEMÁTICA

33. (MPE/ES – AGENTE DE APOIO-ADMINISTRATI- 34. (MPE/AC – ANALISTA ADMINISTRATIVO –


VA – VUNESP/2013) No diagrama, observe os conjun- FMP/2013) Dos 500 frequentadores de uma acade-
tos A, B e C, as intersecções entre A e B e entre B e C, e mia de ginástica, 100 dedicam-se à musculação, 200
a quantidade de elementos que pertencem a cada uma à natação e 250 a outras atividades que não muscu-
das intersecções. lação nem natação. O número de frequentadores da
academia que se dedicam simultaneamente à muscu-
lação e à natação é
A) 50.
B) 100.
C) 200.
D) 250.
E) 300.
Sabe-se que pertence apenas ao conjunto A o dobro
do número de elementos que pertencem à intersecção
entre A e B. Sabe-se que pertence, apenas ao conjunto
C, o dobro do número de elementos que pertencem à
intersecção entre B e C. Sabe-se que o número de ele-
mentos que pertencem apenas ao conjunto B é igual à
metade da soma da quantidade de elementos que per-
tencem à intersecção de A e B, com a quantidade de
elementos da intersecção entre B e C. Dessa maneira,
pode-se afirmar corretamente que o número total de
elementos dos conjuntos A, B e C é igual a
A) 90.
B) 108.
C) 126.
D) 162. 100-x+x+200-x+250=500
E) 180. -x=500-550
X=50
A=2.16=32
C=2.20=40 RESPOSTA: “A”.
B=(16+20)/2=18
A+B+C=32+40+18=90 35. (CREMEGO – AGENTE ADMINISTRATIVO –
90+16+20=126. QUADRIX/2012) Considere os conjuntos:
A={1,3,5,6,9,11,12} e B={2,6,8,10,13,25}
RESPOSTA: “C”. Quantos são os elementos do conjunto A-B?
A) 6
B) 5
C) 7
D) 9
E) 1

A-B ={1,3,5,9,11,12}

RESPOSTA: “A”.

62
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH

1. Lei Estadual nº 9.732, de 19 de dezembro de 2012 e suas alterações........................................................................................... 01


2. Regimento interno da EMSERH. ................................................................................................................................................................... 02
3. Decreto estadual nº 28.889, de 21 de fevereiro de 2013..................................................................................................................... 10
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH

pêutico à comunidade, assim como a prestação de apoio


1. LEI ESTADUAL Nº 9.732, DE 19 DE às instituições de ensino, pesquisa e extensão, no âmbito
DEZEMBRO DE 2012 E SUAS ALTERAÇÕES. do SUS;
II - prestar serviços de apoio ao processo de gestão
dos hospitais estaduais, com implementação de sistema de
gestão único com geração de indicadores quantitativos e
LEI ESTADUAL Nº 9.732, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2012 qualitativos para o estabelecimento de metas;
III - prestar serviços de apoio à geração do conheci-
Autoriza a criação da empresa pública denominada mento em pesquisas básicas, clínicas e aplicadas, em espe-
Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares - EMSERH. cial na implementação dos estágios, e residências médicas
Faço saber que a Governadora do Estado do Mara- e multiprofissional;
nhão adotou a Medida Provisória nº 138, de 04 de dezem- IV - exercer outras atividades inerentes às suas finalida-
bro de 2012, que a Assembleia Legislativa do Estado apro- des, nos termos do seu estatuto social.
vou, e eu, Deputado ARNALDO MELO, Presidente, da As-
sembleia Legislativa do Estado, para os efeitos do disposto Art.5° É dispensada a licitação para- a contratação da
no art. 42, da Constituição Estadual com a nova redação EMSERH pela administração pública para realizar ativida-
dada com a Emenda Constitucional nº 038/2003, combi- des relacionadas ao seu objeto social.
nado com o art. 11, da Resolução Legislativa nº 450/2004, Parágrafo único. O contrato de que trata o caput esta-
promulgo a seguinte Lei: belecerá, entre outras:
I - as obrigações dos signatários;
Art. 1° Fica autorizada a criação de empresa pública, II - as metas de desempenho, indicadores e prazos de
denominada Empresa Maranhense de Serviços Hospitala- execução a serem observados pelas partes;
res - EMSERH, com personalidade jurídica de direito priva- III - a respectiva sistemática de acompanhamento e
do e patrimônio próprio, vinculada à Secretaria de Estado avaliação, contendo critérios e parâmetros a serem aplica-
da Saúde, com prazo de duração indeterminado. dos;
IV - previsão de que a avaliação de resultados obtidos,
§ 10 A EMSERH terá sede e foro em São Luís, Mara-
no cumprimento de metas de desempenho e observância
nhão, e poderá manter escritórios, representações, depen-
de prazos pelas unidades da EMSERH, será usada para o
dências e filiais em outros municípios do Estado.
aprimoramento de pessoal e melhorias estratégicas na
§ 20 Fica a EMSERH autorizada a criar subsidiárias para
atuação perante a população, visando ao melhor aprovei-
o desenvolvimento de atividades inerentes ao seu obje-
tamento dos recursos destinados à EMSERH.
to social, com as mesmas características estabelecidas no
caput deste artigo.
Art.6° No âmbito dos contratos previstos no art. 5°,
os servidores titulares de cargo efetivo em exercício no
Art. 2° A EMSERH terá seu capital social integralmente Estado do Maranhão que exerçam atividades relacionadas
sob a propriedade do Estado do Maranhão. ao objeto da EMSERH, poderão ser a ela cedidos para a
Parágrafo único. A integralização do capital social será realização de atividades de assistência à saúde e técnico
realizada com recursos oriundos de dotações consignadas administrativas.
no orçamento do Estado do Maranhão, bem como pela in- § 1° Ficam assegurados aos servidores referidos no
corporação de qualquer espécie de bens e direitos suscetí- caput os direitos e as vantagens a que façam jus no órgão
veis de avaliação em dinheiro. ou entidade de origem.
§ 2° A cessão de que trata o caput ocorrerá com ônus
Art. 3°  A EMSERH terá por finalidade a prestação de para o cessionário.
serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambu-
latorial e farmacêutica, de apoio diagnóstico e terapêutico Art. 7° Constituem recursos da EMSERH:
à comunidade, assim como a mprestação de apoio às insti- I - recursos oriundos de dotações consignadas no or-
tuições de ensino, pesquisa e extensão. çamento do Estado do Maranhão;
§ 10 As atividades de prestação de serviços de assis- II - as receitas decorrentes:
tência à saúde de que trata o caput estarão inseridas in- a) da prestação de serviços compreendidos em seu ob-
tegral e exclusivamente no âmbito do Sistema Único de jeto;
Saúde - SUS.§ 20 No desenvolvimento de suas atividades b) da alienação de bens e direitos;
de assistência à saúde, a EMSERH observará as orientações c) das aplicações financeiras que realizar;
da Política Estadual de Saúde, de responsabilidade da Se- d) dos direitos patrimoniais, tais como aluguéis, foros,
cretaria de Estado da Saúde, em consonância com a Política dividendos e bonificações;
Nacional de Saúde. e) dos acordos e convênios que realizar com entidades
nacionais e internacionais;
Art. 4° Compete à EMSERH: III - doações, legados, subvenções e - outros recursos
I - administrar unidades hospitalares estaduais, bem que lhe forem destinados por pessoas físicas ou jurídicas
como prestar serviços de assistência médico-hospitalar, de direito público ou privado; IV - rendas provenientes de
ambulatorial e farmacêutica de apoio diagnóstico e tera- outras fontes.

1
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH

Parágrafo único. O lucro líquido da EMSERH será re- Art. 13 A. Aplicam-se subsidiariamente à EMSERH as
investido para atendimento do objeto social da empresa, disposições da Lei Federal nº 6.404, de 1976.
excetuadas as parcelas decorrentes da reserva legal e da (Alterado pela LEI Nº 10.415, DE 7 DE MARÇO DE 2016)
reserva para contingência.
Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
Art. 8º A. A contratação de obras, serviços, compras e cação.
alienações será precedida de procedimento licitatório, na MANDA, portanto, a todas as autoridades a quem o
forma da legislação em vigor, garantidos os instrumentos conhecimento e execução da presente Lei pertencerem,
ágeis indispensáveis ao exercício da atividade econômica, que a cumpram e a façam cumprir na forma em que se
observados os princípios da legalidade, impessoalidade, encontra redigida. O SENHOR PRIMEIRO SECRETÁRIO
moralidade, publicidade, eficiência, isonomia, bem como DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO MARA-
da vinculação ao instrumento convocatório, da economici- NHÃO, a faça imprimir, publicar e correr.
dade, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. PLENÁRIO DEPUTADO “NAGIB HAICKEL” DO PALÁCIO
(Alterado pela LEI Nº 10.415, DE 7 DE MARÇO DE 2016) “MANOEL BEQUIMÃO”, EM 19 DE DEZEMBRO DE 2012.
Deputado ARNALDO MELO
Art. 9° O regime de pessoal permanente da EMSERH Presidente
será o da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, condi-
cionada a contratação à prévia aprovação em concurso pú-
blico de provas ou de provas e títulos, observadas as nor-
mas específicas editadas pelo Conselho de Administração. 2. REGIMENTO INTERNO DA EMSERH.
Parágrafo único. Os editais de concursos públicos para
o preenchimento de emprego no âmbito da EMSERH po-
derão estabelecer, como título, o cômputo do tempo de REGIMENTO INTERNO
exercício em atividades correlatas às atribuições do respec-
tivo emprego. CAPÍTULO: I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 10. Fica a EMSERH, para fins de sua implantação
e cumprimento de contrato celebrado nos termos do art. Art. 1º A Empresa Maranhense de Serviços Hospitala-
5°, autorizada a contratar pessoal técnico e administrativo res - EMSERH, empresa pública dotada de personalidade
por tempo determinado, mediante processo seletivo sim- jurídica de direito privado e patrimônio próprio, foi criada
plificado, durante os dois anos subsequentes à sua efetiva e autorizada pela Lei Estadual nº 9.732, de 19 de dezembro
implantação. (alterado pela MEDIDA PROVISÓRIA Nº 196, de 2012, cujo Estatuto Social foi aprovado pelo Decreto nº
DE 24 DE MARÇO DE 2015) (LEI Nº 10.226, DE 15 DE ABRIL 28.889, de 21 de fevereiro de 2013, sendo que reger-se á
DE 2015) pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis e pelos
Parágrafo único. Os contratos temporários de emprego dispositivos constantes deste Regimento.
de que trata o caput poderão ser prorrogados uma única Parágrafo único. A EMSERH tem sede e foro em São
vez, desde que a soma dos dois períodos não ultrapasse Luís - MA, e atuação em todo o território do Estado do
cinco anos. Maranhão, podendo criar subsidiárias, sucursais, filiais ou
escritórios e representações nos municípios.
Art. 11. Fica o Estado do Maranhão autorizado a ceder
à EMSERH, no âmbito e durante a vigência do contrato de Art. 2º A EMSERH tem por finalidade a prestação de
que trata o  art. 5°, bens e direitos necessários à sua exe- serviços gratuitos de assistência médico hospitalar, ambu-
cução. latorial e de apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade.
Parágrafo único. Ao término do contrato, os bens serão §1º As atividades de prestação de serviços de assistên-
devolvidos à instituição cedente. cia à saúde de que trata o caput estarão inseridas integral
e exclusivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde
Art. 12 A. A EMSERH disporá de Auditoria Interna, - SUS.
vinculada ao Conselho de Administração, à qual compete §2º No desenvolvimento de suas atividades de assis-
executar as atividades de auditoria de natureza contábil, tência à saúde, a EMSERH observará as diretrizes e políticas
financeira, orçamentária, administrativa, patrimonial e ope- estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
racional, sob a supervisão da Secretaria de Transparência e §3º A execução das atividades da EMSERH dar-se-á
Controle e propor as medidas preventivas e corretivas dos por meio da celebração de contrato
desvios detectados e verificar o cumprimento e a imple- específico para este fim, pactuado de comum acordo
mentação, pela EMSERH, de recomendações ou determi- entre a EMSERH e cada uma das unidades de saúde ou
nações efetuadas por aquela Secretaria de Transparência instituições congêneres.
e Controle, pelo Tribunal de Contas do Estado e pelo Con-
selho Fiscal. Art. 3º O prazo de duração da EMSERH é indetermi-
(Alterado pela LEI Nº 10.415, DE 7 DE MARÇO DE 2016) nado.

2
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH

Art. 4º A EMSERH sujeitar-se-á ao regime jurídico pró- I. os que detenham controle ou participação relevante
prio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e no capital social de pessoa jurídica inadimplente com a
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias. EMSERH ou que lhe tenha causado prejuízo ainda não
ressarcido, estendendo-se esse impedimento aos que te-
Art. 5º A EMSERH exercerá atividades relacionadas nham ocupado cargo de administração em pessoa jurídica
com suas finalidades, competindo-lhe, particularmente: nessa situação, no exercício social imediatamente anterior
I. administrar unidades hospitalares, bem como à data da eleição ou nomeação;
prestar serviços de assistência médico II. os que houverem sido condenados por crime
hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e tera- falimentar, de sonegação fiscal, de prevaricação, de cor-
pêutico à comunidade, integralmente disponibilizados ao rupção ativa ou passiva, de concussão, de peculato, contra a
Sistema Único de Saúde; economia popular, contra a fé pública, contra a propriedade
II. prestar, às instituições de ensino superior e a ou que houverem sido condenados a pena criminal que vede,
outras instituições públicas congêneres, serviços de apoio ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos;
ao ensino e à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendiza- III. os declarados inabilitados para cargos de adminis-
gem e à formação de pessoas no campo da saúde pública, tração em empresas sujeitas a autorização,
em consonância com as diretrizes do Poder Executivo; controle e fiscalização de órgãos e entidades da admi-
III. apoiar a execução de planos de ensino e pesquisa nistração pública direta e indireta; IV. os declarados falidos
de instituições de ensino superior e de outras instituições ou insolventes;
públicas congêneres, cuja vinculação com o campo da saú- V. os que detiveram o controle ou participaram da
de pública ou com outros aspectos da sua atividade torne administração de pessoa jurídica concordatária, falida ou
necessária essa cooperação, em especial na implementa- insolvente, no período de cinco anos anteriores à data da
ção de residência médica ou multiprofissional e em área eleição ou nomeação, salvo na condição de síndico, comis-
profissional da saúde, nas especialidades e regiões estra- sário ou administrador judicial;
tégicas para o SUS; VI. sócio, ascendente, descendente ou parente cola-
IV. exercer outras atividades inerentes às suas finalida- teral ou afim, até o terceiro grau, de membro do Conse-
des. lho de Administração, da Diretoria e do Conselho Fiscal; e
CAPÍTULO: II VII. os que tiverem interesse conflitante com a socie-
DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS E REGIMENTAIS dade.
Seção: I §1º Aos integrantes dos órgãos de administração é
Da Estrutura Organizacional vedado intervir em operação em que, direta ou indireta-
mente, sejam interessadas sociedades de que detenham
Art. 6º Para cumprimento das suas competências o controle ou participação superior a cinco por cento do
legais, a EMSERH apresenta a seguinte estrutura de capital social.
governança: §2º O impedimento referido no §1º aplica-se, ainda,
& 1º Órgãos de administração: I. Conselho de Admi- quando se tratar de empresa em que
nistração. ocupem ou tenham ocupado, em período imediata-
II. Diretoria Executiva, composta por: a) Presidência: b) mente anterior à investidura na EMSERH, cargo de gestão.
Diretoria Administrativa; c) Diretoria
Financeira; d) Diretoria Médica. Subseção: I
& Órgão de fiscalização: I. Conselho Fiscal. Do Conselho de Administração

Seção: II Art. 9º O órgão de orientação superior da EMSERH é o


Dos Órgãos de Administração Conselho de Administração, composto por cinco mem-
bros, nomeados pelo Governador do Estado, obe-
Art. 7º Os órgãos de administração da EMSERH serão decendo a seguinte composição:
integrados por brasileiros dotados de notórios conheci- I - Dois membros indicados pelo Secretário de
mentos, inclusive sobre as melhores práticas de governan- Estado da Saúde, sendo que um será o Presidente do
ça corporativa, experiência, idoneidade moral, reputação Conselho e outro substituto nas suas ausências e impedi-
ilibada e capacidade técnica compatível com o cargo, to- mentos;
dos residentes no País. II - O Presidente da Empresa, que não poderá exercer a
§1º Os membros das Diretorias deverão ter experiência Presidência do Conselho, ainda que interinamente;
profissional mínima de 02 anos em suas respectivas áreas III – Um membro indicado pelo Secretário de Estado do
de atuação. Planejamento e Orçamento;
§2º A experiência a que alude o parágrafo anterior IV - Um membro indicado pelo Secretário de Estado de
deverá ser comprovada através de declarações, docu- Gestão e Previdência;
mentos e certidões públicas ou particulares. §1º O prazo de gestão dos membros do Conselho de
Administração será de dois anos contados a partir da data
Art. 8º Não podem participar dos órgãos de adminis- de publicação do ato de nomeação, podendo ser recon-
tração da EMSERH, além dos impedidos por lei: duzidos por igual período.

3
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH

§2º A investidura dos membros do Conselho de Admi- VIII. opinar e submeter à aprovação da Secretaria de
nistração far-se-á mediante assinatura em livro de termo Estado da Fazenda, por intermédio do Secretário de Estado
de posse. da Saúde:
§3º Na hipótese de recondução, o prazo de nova ges- a) O relatório de administração e as demonstrações
tão conta-se a partir da data do término do prazo de ges- contábeis anuais da EMSERH;
tão anterior. b) a proposta de destinação de lucros ou resultados;
§4º Findo o prazo de gestão, o membro do Con- c) a proposta de criação de subsidiárias; e
selho de Administração permanecerá no exercício da fun- d) a proposta de dissolução, cisão, fusão e incorpora-
ção até a investidura de substituto. ção que envolva a EMSERH. IX. deliberar sobre alteração do
§5º No caso de vacância definitiva do cargo de Conse- capital e do estatuto social da EMSERH;
lheiro, o substituto será nomeado pelos Conselheiros re- X. deliberar, mediante proposta da Diretoria Executiva,
manescentes e servirá até a designação do novo represen- sobre:
tante, exceto no caso do representante dos empregados. a) o regulamento de licitação;
§6º O suplente do representante dos empregados b) o regulamento de pessoal, incluindo o regime dis-
exercerá suas funções apenas no caso de ciplinar e as normas sobre apuração de responsabilidade;
vacância definitiva do seu titular. c) o quadro de pessoal, com a indicação do total de
§7º Salvo impedimento legal, os membros do Conse- vagas autorizadas; e
lho de Administração farão jus a honorários mensais cor- d) o plano de salários, benefícios, vantagens e quais-
respondentes a 20% (vinte por cento) da remuneração mé- quer outras parcelas que componham a retribuição de seus
dia mensal dos cargos dos Diretores da EMSERH, além empregados;
do reembolso, obrigatório, das despesas de locomoção e XI. autorizar a aquisição, alienação e a oneração de
estada necessárias ao desempenho da função. bens imóveis e valores mobiliários;
§8º Além dos casos de morte, renúncia, destituição e XII. autorizar a contratação de empréstimos no interes-
outros previstos em lei, considerar-se-á se da EMSERH;
vaga a função de membro do Conselho de Adminis- XIII. designar e destituir o titular da auditoria interna,
tração que, sem causa formalmente justificada, não com- após aprovação da Controladoria Geral do
parecer a duas reuniões consecutivas ou três alternadas, Estado;
XIV. dirimir questões em que não haja previsão esta-
no intervalo de um ano, salvo caso de força maior ou caso
tutária, e
fortuito.
XV. solucionar os casos omissos e as dúvidas referentes
§9º Por tratar-se de um órgão colegiado, os atos do
à aplicação do Regimento Interno, quando não soluciona-
Conselho de Administração dependerão de
das no âmbito da Diretoria Executiva.
deliberação da maioria dos presentes, tomada em reu-
nião regularmente convocada e instalada.
Art. 12º O Conselho de Administração reunir-se-á, or-
dinariamente, mensalmente e, extraordinariamente, sem-
Art. 10º O Conselho de Administração aprovará em
pre que for convocado pelo Presidente, a seu critério, ou
ato próprio seu Regimento Interno.
por solicitação de, pelo menos, três de seus membros.
§1º O Conselho reunir-se-á com a presença da maioria
Art. 11º Compete ao Conselho de Administração: absoluta dos seus membros.
I. Fixar as orientações gerais das atividades da EMSERH; §2º As deliberações do Conselho serão tomadas por
II. Examinar e aprovar, por proposta do Presidente da maioria simples de votos dos presentes, respeitado o quó-
EMSERH, políticas gerais e programas de atuação a cur- rum do § 1º, e registradas em atas, cabendo ao Presidente,
to, médio e longo prazo, em harmonia com a política de além do voto ordinário, o voto de qualidade.
saúde e com a política econômico-financeira do Governo
Estadual; Subseção: II
III. aprovar o regimento interno da EMSERH e suas al- Da Diretoria Executiva
terações supervenientes, que deverá conter, dentre outros
aspectos, a estrutura básica da empresa e os níveis de al- Art. 13ºA EMSERH será administrada por uma Dire-
çada decisória da Diretoria e do Presidente, para fins de toria Executiva, composta pelo Presidente e três Diretores,
aprovação de operações; todos nomeados e destituíveis, a qualquer tempo, pelo Go-
IV. aprovar o orçamento e programa de investimentos vernador do Estado, por indicação do Secretário de Estado
e acompanhar a sua execução; da Saúde.
V. aprovar os contratos previstos na Lei Estadual nº §1º A investidura dos membros da Diretoria far-se-á
9.732, de 19 de dezembro de 2012; mediante assinatura em livro de termo de
VI. apreciar os relatórios anuais de auditoria e as in- posse, com mandato de 2 (dois) anos, contados a par-
formações sobre os resultados da ação da EMSERH, bem tir da data de publicação do ato de nomeação, podendo
como sobre os principais projetos por esta apoiados; VII. haver recondução por igual período, a contar da data do
autorizar a contratação de auditores independentes; término da gestão anterior.

4
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH

§2º O Presidente e Diretores da EMSERH serão nomea- Seção: III


dos dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requi- Do Órgão de Fiscalização
sitos: Subseção: I
I. Idoneidade moral e reputação ilibada; Do Conselho Fiscal
II. notórios conhecimentos na área de gestão, da aten-
ção hospitalar e atendimento clínico em saúde; e Art. 16º O Conselho Fiscal, como órgão permanente
III. mais de 2 (dois) anos de exercício de função ou de da EMSERH, compõe-se de três membros efetivos e res-
efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos pectivos suplentes, nomeados pelo Governador do Estado,
mencionados no inciso anterior. sendo:
I – dois membros indicados pelo Secretário de Estado
Art. 14º Compete à Diretoria: da Saúde, dentre os quais será escolhido o Presidente;
I. administrar e dirigir os bens, serviços e negócios da II – um membro indicado pelo Secretário de Estado de
EMSERH e decidir, por proposta dos responsáveis pelas Transparência e Controle.
respectivas áreas de coordenação, sobre operações de res- §1º A investidura dos membros do Conselho Fiscal far-
ponsabilidade situadas no respectivo nível de alçada deci- se-á mediante registro na ata da primeira reunião de que
sória estabelecido pelo Conselho de Administração; participarem.
II. propor e implementar as linhas orientadoras da ação §2º O mandato dos membros do Conselho Fiscal será
da EMSERH; de 2 (dois) anos contados a partir da data de publicação
III. apreciar e submeter ao Conselho de Adminis- do ato de nomeação, podendo ser reconduzidos por igual
tração o orçamento e programa de investimentos da período.
EMSERH; §3º Salvo impedimento legal, os membros efetivos
IV. deliberar sobre operações, situadas no respectivo do Conselho Fiscal, farão jus a honorários mensais corres-
nível de alçada decisória estabelecido pondentes a 20% (vinte por cento) da remuneração média
pelo Conselho de Administração; mensal dos cargos dos Diretores da EMSERH, além do
V. autorizar a aquisição, alienação e oneração de bens
reembolso, obrigatório, das despesas de locomoção e
móveis, exceto valores mobiliários, podendo estabelecer
estada necessárias ao desempenho da função.
normas e delegar poderes;
§4º Em caso de ausência de algum membro efetivo
VI. analisar e submeter à aprovação do Conselho de
para reunião ordinária ou extraordinário, os
Administração propostas de aquisição, alienação e onera-
suplentes serão convocados, e receberão os honorá-
ção de bens imóveis e valores mobiliários;
rios pactuados no parágrafo anterior. Parágrafo Único: Fica
VII. estabelecer normas e delegar poderes, no âmbito
ainda estabelecido que, havendo alternância da participa-
de sua competência;
ção entre o titular e o seu respectivo suplente nas reuniões
VIII. elaborar as demonstrações financeiras de encerra-
mensais, o valor pactuado será rateado entre ambos.
mento de exercício;
IX. autorizar a realização de acordos, contratos e con-
vênios que constituam ônus, obrigações ou compromissos Art. 17º Cabe ao Conselho Fiscal:
para a EMSERH; I. fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos
X. pronunciar-se sobre todas as matérias que de- dos administradores e verificar o cumprimento dos seus
vam ser submetidas ao Conselho de Administração; deveres legais e estatutários;
XI. fornecer todas e quaisquer informações solici- II. opinar sobre o relatório anual da administração e
tadas por conselheiro do Conselho de Administração; demonstrações financeiras do exercício social;
XII. fornecer ao Conselho de Administração os recursos III. opinar sobre a modificação do capital social, planos
necessários ao seu funcionamento; e de investimento ou orçamentos de capital, transformação,
XIII. instituir a Comissão de Ética da EMSERH. incorporação, fusão ou cisão;
IV. denunciar, por qualquer de seus membros, os erros,
Art. 15º A Diretoria reunir-se-á, ordinariamente, uma fraudes ou crimes que descobrirem, e sugerir providências
vez por semana e, extraordinariamente, sempre que convo- úteis;
cada pelo Presidente da EMSERH, deliberando com a pre- V. analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e
sença da maioria de seus membros. demais demonstrações financeiras elaboradas periodica-
§1º As deliberações da Diretoria serão tomadas por mente pela EMSERH; e
maioria de votos e registradas em atas, cabendo ao Presi- VI. acompanhar a execução patrimonial, financeira e
dente, além do voto ordinário, o de qualidade. orçamentária, podendo examinar livros e quaisquer outros
documentos e requisitar informações.
§1º A Diretoria e o Conselho de Administração são
obrigados a disponibilizar, por meio de comunicação for-
mal, aos membros em exercício do Conselho Fiscal, dentro
de dez dias, cópia das atas de suas reuniões e, dentro de

5
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH

quinze dias de sua elaboração, cópias dos balancetes e de- II. convocar e presidir as reuniões da Diretoria;
mais demonstrações financeiras elaboradas periodicamen- III. coordenar o trabalho das unidades da EMSERH,
te, bem como, dos relatórios de execução do orçamento. podendo delegar competência executiva e decisória e dis-
§2º O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, a tribuir, entre os Diretores, a coordenação dos serviços da
cada mês e, extraordinariamente, quando empresa;
convocado pelo seu Presidente. IV. editar normas necessárias ao funcionamento dos
§3º Em caso de renúncia, falecimento ou impedimento, órgãos e serviços da EMSERH, bem como
os membros efetivos do Conselho aprovar a regulamentação do quadro de pessoal de
Fiscal serão substituídos pelos seus suplentes, até a no- cada Diretoria;
meação de novo membro. V. editar normas de acordo com a organização
§4º Além dos casos de morte, renúncia, destituição e interna e a respectiva distribuição de competências es-
outros previstos em lei, considerar-se-á vaga a função de tabelecidas pela Diretoria;
membro do Conselho Fiscal que, sem causa formalmente VI. admitir, promover, punir, dispensar e praticar os de-
justificada, não comparecer a duas reuniões consecutivas mais atos compreendidos na administração de pessoal, de
ou três alternadas, no intervalo de um ano, salvo caso de acordo com as normas e critérios previstos em lei e apro-
forca maior ou caso fortuito. vados pela Diretoria, podendo delegar esta atribuição no
todo ou em parte;
Seção: IV VII. designar substitutos para os membros da Diretoria,
Da Organização Interna em seus impedimentos temporários, que não possam ser
atendidos mediante redistribuição de tarefas, e, no caso de
Art. 22º A estrutura organizacional da EMSERH será vaga, até o seu preenchimento;
estabelecida no organograma aprovado pelo Conselho de VIII. submeter, por critério de relevância, matérias da
Administração, assim como o Plano de Cargos, Carreiras e Diretoria Executiva ao Conselho de
Salários, Plano de Benefícios e Plano de Cargos em Comis- Administração e apresentar, trimestralmente, ao Con-
são e Funções Gratificadas. selho de Administração, relatório das atividades da EM-
§1º Após aprovação pelo Conselho de Administração, SERH;
os Planos serão submetidos à aprovação da Secretaria de IX. submeter a nomeação, designação, exoneração ou
Estado da Saúde, da Secretaria de Estado do Planejamento dispensa do Auditor Geral, titular da
e Orçamento e da Secretaria de Estado de Gestão e Previ- Unidade de Auditoria Interna, à aprovação do Conse-
dência; lho de Administração, e, após, à aprovação da Controlado-
§2º Alterações na estrutura organizacional e as res- ria-Geral do Estado;
pectivas mudanças na distribuição de X. aprovar o Código de Ética da EMSERH;
competências poderão ser estabelecidas a qualquer XI. emitir portarias e resoluções necessárias ao cumpri-
tempo pelo Conselho de Administração, mediante propos- mento das metas da EMSERH e autorizar a divulgação das
ta da Diretoria Executiva. decisões da empresa, quando for o caso;
XII. constituir comissões especiais temporárias, inte-
CAPÍTULO: III gradas por conselheiros ou especialistas, para realizarem
DO CORPO DIRETIVO estudos de interesse da EMSERH;
XIII. operacionalizar a criação de subsidiárias, escritó-
Art. 23º O corpo diretivo da EMSERH é constituído rios, representações, dependências e filiais em outros mu-
pelo Presidente e pelos Diretores que compõem a Direto- nicípios do Estado do Maranhão para o desenvolvimento
ria Executiva. de atividades inerentes ao seu objeto social, bem como
extingui-las, nos termos da legislação vigente;
Seção: I XIV. instituir instrumentos internos de controle admi-
Da Presidência nistrativo de desempenho, aplicação dos recursos públicos
e da guarda dos bens públicos;
Art. 24º São estruturas de assessoria diretamente vin- XV. assinar conjuntamente com um diretor os contra-
culadas à Presidência: I. a Chefia de Gabinete; tos que a EMSERH celebrar ou em que vier a intervir e os
II. a Assessoria Jurídica; atos que envolvam obrigações ou responsabilidades por
III. a Assessoria de Comunicação; e parte da Empresa;
IV. a Ouvidoria. XVI. assinar os títulos ou documentos emitidos em de-
Parágrafo único. Compete aos Assessores auxiliarem a corrência de obrigações contratuais, bem como, os che-
autoridade a que estão subordinados no exercício de suas ques e outras obrigações de pagamento ou delegar essa
respectivas atribuições. atribuição; e
XVII. outras atribuições previstas no Estatuto e Regi-
Art. 25º Ao Presidente compete: mento da EMSERH.
I. representar a EMSERH, em juízo ou fora dele, po- Parágrafo único. Na hipótese de delegação da atribui-
dendo delegar essa atribuição, em casos específicos, e, em ção referida no inciso XVI, os títulos, documentos, cheques
nome da entidade, constituir mandatários ou procurado- e outras obrigações deverão conter, pelo menos, duas as-
res; sinaturas.

6
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH

Art. 26º Nas suas ausências e impedimentos, o Presi- VIII. acompanhar a atualização de legislação de inte-
dente será substituído por Diretor por ele designado den- resse da Empresa;
tre os membros da Diretoria Executiva. IX. examinar previamente a legalidade dos atos relati-
vos ao direito de pessoal e assessorar a
Art. 27º Compete à Chefia de Gabinete: Diretoria de Gestão de Pessoas;
I. prestar assistência direta e imediata ao Presidente, no X. defender os integrantes e ex-integrantes dos Conse-
preparo, na análise e despacho do expediente; lhos de Administração e Fiscal e da Diretoria Executiva em
II. organizar as agendas, preparar a documentação e processos judiciais e administrativos contra eles instaura-
supervisionar o secretariado das reuniões dos pela prática de atos no exercício do cargo ou função,
do Conselho de Administração, Conselho Fiscal e da nos casos em que não houver incompatibilidade com os
Diretoria Executiva, lavrar as respectivas atas, controlar os interesses da empresa;
documentos pertinentes e divulgar as decisões do colegia- XI. exercer outras atribuições determinadas pelo Pre-
do; sidente.
III. subsidiar, organizar e acompanhar pronunciamen-
tos públicos da Presidência e auxiliar o Art. 29º Compete à Assessoria de Comunicação:
Presidente na preparação de documentos para apre- I. elaborar e acompanhar a execução do Plano de Co-
sentação em eventos internos e externos à EMSERH; municação Social da EMSERH;
IV. participar de grupos de trabalho, reuniões e acom- II. planejar, coordenar e supervisionar as atividades de
panhamento de projetos e atividades desenvolvidos no comunicação social da Empresa, no que compete às ações
âmbito das Assessorias da Presidência; relacionadas com imprensa, publicidade e relações públi-
V. redigir, revisar e movimentar correspondências e ou- cas;
tros documentos do Presidente; III. promover a divulgação da imagem, missão e obje-
VI. responder pela gestão interna do Gabinete da Pre- tivos estratégicos da EMSERH junto ao público interno e
sidência, garantindo a infraestrutura e suporte necessários externo;
ao seu funcionamento, em articulação com as demais As- IV. prestar assessoramento à Direção da Empresa em
sessorias e Assessores da Presidência; assuntos relacionados à comunicação social;
VII. acompanhar e orientar as ações e matérias de in- V. divulgar as informações institucionais sobre a EM-
teresse da SERH na internet, por todos os meios, observando os pre-
Empresa relativas a assuntos legislativos; e ceitos da transparência administrativa, observadas as dire-
VIII. exercer outras atribuições determinadas pelo Pre- trizes governamentais na área da saúde;
sidente. VI. difundir, em articulação com as unidades hospitala-
res vinculadas, os objetivos e ações executadas pela Em-
Art. 28ºCompete à Assessoria Jurídica: presa;
I. assessorar juridicamente o Presidente, a Diretoria VII. coordenar a elaboração da Mensagem Presidencial
Executiva, o Conselho de Administração, e o Conselho Fis- e VIII. exercer outras atribuições determinadas pelo Presi-
cal da EMSERH; dente.
II. responder pela advocacia preventiva na EMSERH,
atendendo e propondo soluções jurídicas para a empresa; Art. 30º Compete à Ouvidoria:
III. supervisionar, bem como estabelecer as teses jurí- I. coordenar o atendimento aos cidadãos em geral,
dicas das unidades hospitalares geridas pela Empresa, sub- direta ou indiretamente relacionados à EMSERH, dando
sidiárias, escritórios, representações, dependências e filiais; encaminhamento às reclamações, críticas, elogios, suges-
IV. representar a Empresa judicial e extrajudicial- tões ou denúncias, visando o aperfeiçoamento do modelo
mente, com a outorga do Presidente, administrativo, das ações institucionais e a constante me-
coordenando a representação ativa e passiva da EM- lhoria dos processos, a qual será objeto de regulamento
SERH na via judicial e administrativa; específico e;
V. emitir parecer jurídico relativo à publicação de edi- II. prestar informações ao público sobre;
tais, dispensas e inexigibilidades de licitação, bem como §1ºO titular da Ouvidoria da EMSERH, denominado
quanto à formalização de contratos, convênios, acordos, Ouvidor-Geral, será de livre escolha do Presidente e deverá
ajustes e instrumentos congêneres, inclusive quanto aos tratar com absoluta confidencialidade as informações rece-
aspectos de legalidade e conformidade da instrução pro- bidas, interagindo com os diversos setores para o atendi-
cessual; mento das manifestações.
VI. elaborar informações em mandado de segurança, a §2º As ouvidorias das unidades hospitalares se repor-
ser assinado por autoridade competente tarão ao respectivo diretor ou superintendente e integra-
que estiver sendo demandada no âmbito da EMSERH; rão um Sistema de Ouvidorias descentralizado, não sendo
VII. analisar e emitir parecer jurídico referente à lega- subordinadas entre si, mas atuando de forma articulada
lidade de conclusões de relatórios de comissões de sindi- na padronização dos processos e na unificação dos dados
cância e consequentes proposições de medidas disciplina- nacionais para a produção de relatórios estatísticos e de
res ou imputação de responsabilidade administrativa ou gestão.
civil;

7
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH

Seção: II VI. contribuir junto às demais Diretorias na formula-


Das Diretorias ção e implementação da política de recursos humanos da
EMSERH com ênfase na área de infraestrutura, logística e
Art. 32º As Diretorias que compõem a EMSERH elabo- gestão de tecnologias;
rarão seus Regulamentos próprios e o submeterão à apro- VII. coordenar o processo de articulação para o plane-
vação da Diretoria Executiva. jamento, a logística e a manutenção de tecnologias e insu-
Parágrafo único. Os diretores indicarão seus substitu- mos junto aos hospitais e instituições congêneres;
tos legais, dentre os coordenadores subordinados, e sub- VIII. estabelecer normas técnicas e delegar poderes, no
meterão à aprovação do Presidente da EMSERH. âmbito de suas competências;
IX. contribuir com o processo de monitoramento e ava-
Art. 33º Compete à Diretoria Médica: liação da EMSERH;
I. promover o alinhamento da EMSERH às políticas e X. instituir instrumentos internos de controle adminis-
diretrizes do Secretaria de Estado da Saúde; trativo de desempenho, de aplicação dos recursos públicos
II. proceder a gestão dos contratos estabelecidos entre e da guarda dos bens públicos, na sua área de atuação, nos
termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro
a EMSERH;
de 2000;
III. promover a articulação com os gestores de saúde,
XI. propor e gerir a Política de Gestão de Pessoas da
no âmbito federal, estadual e municipal, de forma a desen-
EMSERH;
volver suas ações em consonância com as políticas públicas
XII. planejar, administrar e desenvolver a força de tra-
de saúde e contribuir com a consolidação e aprimoramen- balho própria (celetista) e cedida (estatutária) da sede, fi-
to do Sistema Único de Saúde; liais ou quaisquer outras unidades descentralizadas da EM-
IV. proceder a gestão dos contratos estabelecidos en- SERH que venham a ser criadas;
tre os hospitais e instituições congêneres e XIII. contribuir com todas as instâncias de gestão da
a gestão do SUS e definir metas de desempenho EMSERH no processo de planejamento e avaliação das
de prestação de serviços de saúde à população; ações e de desenvolvimento de atividades inerentes à ges-
V. redefinir, em parceria com os gestores do SUS, hos- tão de pessoas;
pitais e instituições congêneres, o modelo de atenção à XIV. articular, com outras entidades públicas ou priva-
saúde e o perfil assistencial das instituições, de acordo com das, projetos e ações com vista à melhoria dos processos
as necessidades de saúde da população e em consonância de gestão de pessoas;
com as políticas públicas de Saúde; XV. identificar e sistematizar os processos de trabalho
VI. instituir instrumentos internos de controle adminis- relacionados à gestão de pessoas, no âmbito do funcio-
trativo de desempenho, de aplicação dos recursos públicos namento da sede, filiais ou quaisquer outras unidades
e da guarda dos bens públicos, na sua área de atuação, nos da EMSERH que venham a ser criadas;
termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro XVI. elaborar estudos para dimensionar, em consonân-
de 2000. cia com os processos de trabalho, as necessidades quanti-
tativas e qualitativas de recursos humanos para a sede, fi-
Art. 34º Compete à Diretoria Administrativa: liais ou quaisquer outras unidades da EMSERH que venham
I. planejar, coordenar e implementar os processos en- a ser criadas;
volvidos no provimento de adequadas condições de in- XVII. formular, propor e implementar política de contra-
fraestrutura física e de equipamentos, bem como de supri- tação de recursos humanos para a sede, filiais ou quaisquer
mento dos insumos necessários ao funcionamento da EM- outras unidades da EMSERH que venham a ser criadas, por
SERH e das unidades hospitalares por ela administrados; meio da elaboração de editais de concurso público, realiza-
II. propor e implementar política de gestão de infraes- ção de processos seletivos e divulgação de seus resultados;
XVIII. elaborar, propor e monitorar a aplicação do Pla-
trutura física, tecnologias duras e insumos para os hospi-
no de Cargos, Carreiras e Salários; do Plano Benefícios e do
tais e instituições congêneres, orientada na ampliação e
Plano de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da
qualificação do seu parque tecnológico, incorporação e
EMSERH para a sede, filiais ou quaisquer outras unidades
uso racional de insumos e novas tecnologias;
da EMSERH;
III. articular, junto às demais Diretorias da EMSERH de XIX. formular, propor e implementar política de forma-
forma a otimizar os processos de definição e aquisição de ção, capacitação e avaliação de recursos humanos para a
insumos e novas tecnologias; sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EMSERH, em
IV. articular junto ao Fundo Nacional de Saúde (FES), consonância com o Planejamento Estratégico da Instituição;
Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sani- XX. estabelecer processos e promover eventos e meios
tária (Anvisa), Inmetro e outros afins, de forma a otimizar de integração entre a sede, filiais ou quaisquer outras uni-
os processos de definição e aquisição de insumos e novas dades da EMSERH que venham a ser criadas;
tecnologias; XXI. promover a integração, por meio de programas,
V. submeter ao Conselho de Administração da EM- tanto para os novos empregados como para os servidores
SERH as propostas de implementação de infraestrutura e dos demais regimes, lotados na sede, filiais ou quaisquer
aquisição de insumos e novas tecnologias; outras unidades da EMSERH que venham a ser criadas;

8
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH

XXII. estabelecer metodologia e monitorar a implan- X. elaborar, gerenciar e estabelecer normatizações e


tação do processo de avaliação de desempenho para os metodologias de controle de contratos, serviços e recursos
empregados da sede, filiais ou quaisquer outras unidades no âmbito da EMSERH e das unidades hospitalares por ela
da EMSERH que venham a ser criadas; administrados, zelando pelo seu cumprimento integral;
XXIII. estabelecer metodologia e monitorar a implanta- XI. gerenciar o patrimônio da Empresa, inventariando
ção do processo de avaliação de estágio probatório para os e zelando pela manutenção de seus bens; XII. implementar
empregados da sede, filiais ou quaisquer outras unidades a política organizacional definida pelas instâncias compe-
da EMSERH que venham a ser criadas; tentes da EMSERH; e XIII. instituir instrumentos internos
XXIV. divulgar as normas, os procedimentos e os docu- de controle administrativo de desempenho, de aplicação
mentos técnicos relacionados à política de recursos huma- dos recursos públicos e da guarda dos bens públicos, na
nos da EMSERH; sua área de atuação, nos termos do art. 17, do Decreto nº
XXV. promover a disseminação de informações sobre 3.591, de 6 de setembro de 2000.
direitos e deveres dos empregados da EMSERH;
XXVI. coordenar e monitorar a implementação das Seção: III
ações de Segurança e Medicina do Trabalho no âmbito da Das Reuniões dos Conselhos
sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EMSERH que
venham a ser criadas; XXVII. articular juntamente com re- Art. 36º A inclusão de matérias na pauta da reunião
presentantes de órgãos de classe e sindicais, de forma a ordinária dos Conselhos de Administração e do Conselho
dar consecução às suas atribuições; Fiscal serão solicitadas à Chefia de Gabinete do Presidente
XXVIII. negociar acordos coletivos de trabalho; e até 72h (setenta e duas horas) antes do dia de realização
XXIX. instituir instrumentos internos de controle ad- das reuniões.
ministrativo de desempenho, de aplicação dos recursos
públicos e da guarda dos bens públicos, na sua área de Art. 37º A pauta das reuniões será divulgada pela Che-
atuação, nos termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de 6 fia de Gabinete aos demais Diretores e membros dos Con-
selhos até 5 (cinco) dias úteis antes do dia de realização
de setembro de 2000.
das mesmas.
Art. 35º Compete à Diretoria Financeira
Art. 38º Em sendo encaminhada matéria fora do prazo
I. planejar, coordenar, gerenciar e implementar as po-
previsto no art. 36, caberá ao respectivo
líticas de gestão administrativa, orçamentária, financeira e
Conselho decidir pela sua deliberação em extra pauta.
contábil no âmbito da EMSERH e das unidades hospitalares
por ela administrados;
Art. 39º As reuniões ordinárias dos Conselhos serão
II. planejar e articular as diretrizes administrativas entre
realizadas conforme calendário aprovado por estes em
a EMSERH, hospitais e instituições reunião, em data previamente fixada, podendo vir a ser
congêneres, garantindo as condições de cumprimento alterado, com a aprovação dos respectivos;
de sua missão institucional;
III. definir as políticas de gestão administrativa, orça- Art. 40º O Conselho de Administração reunir-se-á, or-
mentária, financeira e contábil no âmbito da EMSERH e das dinariamente, mensalmente e, extraordinariamente, sem-
unidades hospitalares por ela administrados; pre que for convocado pelo Presidente, a seu critério, ou
IV. planejar, junto às demais Diretorias, monitorar a por solicitação de, pelo menos, quatro de seus membros.
execução e acompanhar o desempenho do orçamento da §1º O Conselho somente deliberará com a presença da
Empresa, subsidiando o Presidente, o Conselho de Admi- maioria absoluta dos seus membros.
nistração e o Conselho Fiscal com as informações necessá- §2º As deliberações do Conselho serão tomadas por
rias para a tomada de decisões; maioria simples de votos dos presentes, respeitado o quo-
V. elaborar o orçamento da Empresa de acordo com o rum do § 1º, e registradas em atas, cabendo ao Presidente,
planejamento plurianual pré- estabelecido; além do voto ordinário, o voto de qualidade.
VI. realizar o gerenciamento financeiro, cuidando para §3º A proposta de alteração deste Regimento Interno
a saúde financeira da EMSERH; deverá ser aprovada em reunião do
VII. realizar o registro e gerenciamento contábil da Em- Conselho de Administração instalada com a presença
presa, de forma a possibilitar a transparência dos resulta- da maioria dos membros.
dos institucionais;
VIII. acompanhar os custos hospitalares de cada unida- Subseção: I
de produtiva da EMSERH, cuidando para a maior eficiência Das Reuniões da Diretoria Executiva
do uso dos recursos financeiros;
IX. estabelecer metodologias, fluxos e diretrizes de Art. 41º As reuniões da Diretoria Executiva ocorrerão,
gerenciamento de compras e aquisições de bens e con- ordinariamente a cada semana, e extraordinariamente,
tratação de serviços necessários para subsidiar o funcio- sempre que convocadas pelo Presidente.
namento da EMSERH e das unidades hospitalares por ela §1º O Presidente poderá alterar a data da reunião com
administrados; a comunicação prévia aos membros da

9
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH

Diretoria. Art. 1º Fica aprovado o Estatuto Social da Empresa


§2º Em caso de ausências e eventuais impedimentos, Maranhense de Serviços Hospitalares - EMSERH, empresa
participarão da reunião com direito a voto, seus substitu- pública estadual vinculada à Secretaria de Estado da Saúde,
tos. na forma do Anexo deste Decreto.

CAPÍTULO: IV Art. 2º A constituição inicial do capital social da EM-


DO PESSOAL SERH é de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), a ser inte-
gralizado pelo Estado do Maranhão.
Art. 42º Integram o quadro de pessoal da sede da EM-
SERH os ocupantes dos cargos de Presidente e Diretor es- Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua
tabelecidos no Estatuto da Empresa; os cargos ou funções publicação.
gratificadas; os empregados públicos admitidos na forma PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO,
da Lei Estadual nº 9.732, de 19 de dezembro de 2013 e os EM SÃO LUÍS, 21 DE FEVEREIRO DE 2013, 192º DA INDE-
servidores públicos requisitados de outros órgãos. PENDÊNCIA E 125º DA REPÚBLICA.
Parágrafo único. As formas e requisitos para ingres- ROSEANA SARNEY
so na Empresa, a política do desenvolvimento na carrei- Governadora do Estado do Maranhão
ra, a estratégia de remuneração e a política de concessão LUIS FERNANDO MOURA DA SILVA
dos benefícios sociais a serem concedidos aos empregados Secretário-Chefe da Casa Civil
serão disciplinadas pelos Planos de Cargos, Carreiras e Sa- FÁBIO GONDIM PEREIRA DA COSTA
lários; de Benefícios; de Cargos em Comissão e Funções Secretário de Estado da Gestão e Previdência
Gratificadas e pelo Regulamento de Pessoal da EMSERH. RICARDO JORGE MURAD
Secretário de Estado da Saúde
Art. 43º Os empregados temporários contratados não ANEXO
farão parte do quadro de pessoal próprio da EMSERH e  
ESTATUTO SOCIAL DA EMPRESA MARANHENSE DE
de seus escritórios, representações, dependências, filiais
SERVIÇOS HOSPITALARES S. A. – EMSERH
e subsidiárias e, não poderão integrar o Plano de Cargos,
 
Carreiras e Salários da Empresa.
CAPÍTULO I
DA NATUREZA, FINALIDADE, SEDE E DURAÇÃO
Art. 44º No âmbito da EMSERH, são vedadas as no-
 
meações, contratações ou designações de cônjuge, com-
Art. 1º A Empresa Maranhense de Serviços Hospitala-
panheiro ou parente em linha reta ou colateral, por
res - EMSERH, empresa pública dotada de personalidade
consanguinidade ou afinidade, até 3º (terceiro) grau,
jurídica de direito privado e patrimônio próprio, reger-se
dos membros dos conselhos, da diretoria executiva e
-á pelo presente Estatuto Social e pelas disposições legais
ocupantes de cargos de livre provimento, salvo de servidor que lhe forem aplicáveis.
do quadro de pessoal da EMSERH na forma do art. 10 da Parágrafo único - A EMSERH fica sujeita à supervisão
Lei 12.550, de 15 de dezembro de 2011. do Secretário de Estado da Saúde.
JOSUÉ ALMEIDA VIEIRA FILHO Art. 2º A EMSERH tem sede e foro em São Luís, Ma-
Presidente – EMSERH ranhão, e atuação em todo o território estadual, podendo
criar subsidiárias, sucursais, filiais ou escritórios e represen-
MANOEL MORAES FILHO tações no Estado.
Assessor Jurídico - OAB/MA 4647 – EMSERH
Art. 3º A EMSERH tem por finalidade a prestação de
serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambu-
3. DECRETO ESTADUAL Nº 28.889, DE 21 DE latorial e farmacêutica, de apoio diagnóstico e terapêutico
FEVEREIRO DE 2013. à comunidade, assim como a prestação de apoio às insti-
tuições de ensino, pesquisa e extensão.
§ 1o As atividades de prestação de serviços de assis-
tência à saúde de que trata o caput estarão inseridas in-
DECRETO ESTADUAL Nº 28.889, DE 21 DE FEVEREI- tegral e exclusivamente no âmbito do Sistema Único de
RO DE 2013 Saúde - SUS.
Aprova o Estatuto Social da Empresa Maranhense de § 2o No desenvolvimento de suas atividades de assis-
Serviços Hospitalares - EMSERH, e dá outras providências. tência à saúde, a EMSERH observará as diretrizes e políticas
A GOVERNADORA DO ESTADO DO MARANHÃO, no estabelecidas pela Secretaria de Estado da Saúde.
uso da competência que lhe confere o art. 64, inciso III, da § 3o A execução das atividades de prestação de servi-
Constituição do Maranhão, DECRETA: ços gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambulato-
rial e farmacêutica, de apoio diagnóstico e terapêutico à

10
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH

comunidade dar-se-á por meio da celebração de contrato I - administrar unidades hospitalares estaduais bem
específico para este fim, pactuado de comum acordo entre como prestar serviços de assistência médico-hospitalar,
a EMSERH e a Secretaria de Estado da Saúde. ambulatorial e farmacêutica, de apoio diagnóstico e tera-
§ 4º A execução das atividades de prestação de apoio pêutico à comunidade, assim como a prestação de apoio
às instituições de ensino, pesquisa e extensão dar-se-á por às instituições de ensino, pesquisa e extensão, no âmbito
meio da celebração de contrato específico para este fim, do SUS;
pactuado de comum acordo entre a EMSERH e cada uma II - prestar serviços de apoio ao processo de gestão
das instituições de ensino ou instituições congêneres. dos hospitais estaduais, com implementação de sistema de
gestão único com geração de indicadores quantitativos e
Art. 4º O prazo de duração da EMSERH é indetermi- qualitativos para o estabelecimento de metas;
nado. III - prestar serviços de apoio à geração do conheci-
mento em pesquisas básicas, clínicas e aplicadas, em espe-
cial na implementação dos estágios, e residências médicas
Art. 5º A EMSERH sujeitar-se-á ao regime jurídico pró-
e multiprofissional;
prio das empresas privadas quanto aos direitos e obriga-
IV - exercer outras atividades inerentes às suas finalida-
ções civis, comerciais, trabalhistas e tributários.
des, nos termos deste Estatuto.
 
CAPÍTULO II Art. 9º A EMSERH prestará os serviços relacionados
DO CAPITAL SOCIAL E DOS RECURSOS às suas competências mediante contrato, o qual conterá,
  obrigatoriamente:
Art. 6º O capital social da EMSERH é de R$ 1.000.000 I - as obrigações dos signatários;
(um milhão de reais), integralmente sob a propriedade do II - as metas de desempenho, indicadores e prazos de
Estado do Maranhão. execução a serem observados pelas partes;
Parágrafo único - O capital social da EMSERH poderá III - a respectiva sistemática de acompanhamento e
ser aumentado e integralizado com recursos oriundos de avaliação, contendo critérios e parâmetros a serem aplica-
dotações consignadas no orçamento do Estado do Mara- dos.
nhão, bem como pela incorporação de qualquer espécie de Parágrafo único - A EMSERH dará ampla publicidade
bens e direitos suscetíveis de avaliação em dinheiro. aos contratos firmados, inclusive por meio de sítio na In-
ternet. 
Art. 7º Constituem recursos da EMSERH:
I - as dotações que lhe forem consignadas no orça- CAPÍTULO IV
mento do Estado do Maranhão; DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS
II - as receitas decorrentes:  
a) da prestação de serviços compreendidos em seu ob- Art. 10. São órgãos estatutários da EMSERH:
jeto; I - Conselho de Administração;
b) da alienação de bens e direitos; II - Diretoria Executiva;
c) das aplicações financeiras que realizar; III - Conselho Fiscal;
d) dos direitos patrimoniais tais como aluguéis, foros, IV - Conselho Consultivo.
dividendos e bonificações;
e) dos acordos e convênios que realizar com entidades Art. 11. Não podem participar dos órgãos da EMSERH,
nacionais e internacionais; além dos impedidos por lei:
I - os que detenham controle ou participação relevan-
III - doações, legados, subvenções e outros recursos
te no capital social de pessoa jurídica inadimplente com a
que lhe forem destinados por pessoas físicas ou jurídicas
EMSERH, ou que lhe tenha causado prejuízo ainda não res-
de direito público ou privado;
sarcido, estendendo-se esse impedimento aos que tenham
IV - os oriundos de operações de crédito, assim enten-
ocupado cargo de administração em pessoa jurídica nessa
didos os provenientes de empréstimos e financiamentos situação, no exercício social imediatamente anterior à data
obtidos pela entidade; da eleição ou nomeação;
V - rendas provenientes de outras fontes. II - os que houverem sido condenados por crime fali-
Parágrafo único - O lucro líquido da EMSERH será re- mentar, de sonegação fiscal, de prevaricação, de corrupção
investido para atendimento do objeto social da empresa, ativa ou passiva, de concussão, de peculato, contra a eco-
excetuadas as parcelas decorrentes da reserva legal e da nomia popular, contra a fé pública, contra a propriedade
reserva para contingência. ou que houverem sido condenados a pena criminal que
  vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos pú-
CAPÍTULO III blicos;
DA COMPETÊNCIA III - os declarados inabilitados para cargos de adminis-
  tração em empresas sujeitas a autorização, controle e fis-
Art. 8º A EMSERH exercerá atividades relacionadas calização de órgãos e entidades da administração pública
com suas finalidades, competindo-lhe, particularmente: direta e indireta;

11
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH

IV - os declarados falidos ou insolventes; mensal dos Diretores da EMSERH, além do reembolso das
V - os que detiveram o controle ou participaram da despesas de locomoção e estada necessárias ao desempe-
administração de pessoa jurídica concordatária, falida ou nho da função. (NR)
insolvente, no período de cinco anos anteriores à data da (Alterado pelo DECRETO Nº 31.505, DE 19 DE FEVEREI-
eleição ou nomeação, salvo na condição de síndico, comis- RO DE 2016)
sário ou administrador judicial; § 7º Além dos casos de morte, renúncia, destituição e
VI - sócio, ascendente, descendente ou parente colate- outros previstos em lei, considerar-se-á vaga a função de
ral ou afim, até o terceiro grau, de membro do Conselho de membro do Conselho de Administração que, sem causa
Administração, da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal; formalmente justificada, não comparecer a duas reuniões
VII - os que tiverem interesse conflitante com a socie- consecutivas ou três alternadas, no intervalo de um ano,
dade. salvo caso de forca maior ou caso fortuito.
§ 1º Aos integrantes dos órgãos de administração é
vedado intervir em operação em que, direta ou indireta- Art. 13. Compete ao Conselho de Administração:
mente, sejam interessadas sociedades de que detenham I - fixar as orientações gerais das atividades da EM-
o controle ou participação superior a cinco por cento do SERH;
capital social. II - examinar e aprovar, por proposta do Presidente da
§ 2º O impedimento referido no § 1o aplica-se, ainda, EMSERH, políticas gerais e programas de atuação a cur-
quando se tratar de empresa em que ocupem ou tenham to, médio e longo prazos, em harmonia com a política de
ocupado, em período imediatamente anterior à investidura saúde;
na EMSERH, cargo de gestão. III - aprovar o regimento interno da EMSERH, que de-
  verá conter, dentre outros aspectos, a estrutura básica da
CAPÍTULO V empresa e os níveis de alçada decisória da Diretoria e do
DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente, para fins de aprovação de operações;
IV - aprovar o orçamento e programa de investimentos
Art. 12. O órgão de orientação superior da EMSERH e acompanhar a sua execução;
é o Conselho de Administração, composto por sete mem- V - aprovar os contratos previstos no art. 5o da Lei nº
bros, nomeados pelo Secretário de Estado da Saúde, obe- 9.732, 19 de dezembro de 2012;
decendo à seguinte composição: VI - apreciar os relatórios anuais de auditoria e as in-
I - dois membros indicados pelo Secretário de Estado formações sobre os resultados da ação da EMSERH, bem
da Saúde, sendo que um será o Presidente do Conselho e como sobre os principais projetos por esta apoiados;
outro substituto nas suas ausências e impedimentos; VII - autorizar a contratação de auditores independen-
II - o Presidente da Empresa, que não poderá exercer a tes;
Presidência do Conselho, ainda que interinamente; VIII - opinar e submeter à aprovação do Secretário de
III - um membro indicado pelo Secretário de Estado do Estado do Planejamento e Orçamento, por intermédio do
Planejamento e Orçamento; Secretário de Estado da Saúde:
IV - um membro indicado pelo Secretário de Estado de a) o relatório de administração e as demonstrações
Gestão e Previdência; contábeis anuais da EMSERH;
V - um membro indicado pelo Reitor da Universidade b) a proposta de destinação de lucros ou resultados;
Estadual do Maranhão. c) a proposta de criação de subsidiárias;
§ 1º O prazo de gestão dos membros do Conselho de d) a proposta de dissolução, cisão, fusão e incorpora-
Administração será de dois anos contados a partir da data ção que envolva a EMSERH;
de publicação do ato de nomeação, podendo ser recon- IX - deliberar sobre alteração do capital e deste Esta-
duzidos. tuto;
§ 2º A investidura dos membros do Conselho de Ad- X - deliberar, mediante proposta da Diretoria Executiva,
ministração far-se-á mediante assinatura em livro de termo sobre:
de posse. a) o regulamento de licitação;
§ 3º Na hipótese de recondução, o prazo de nova ges- b) o regulamento de pessoal, incluindo o regime dis-
tão conta-se a partir da data do término do prazo de ges- ciplinar e as normas sobre apuração de responsabilidade;
tão anterior. c) o quadro de pessoal, com a indicação do total de
§ 4º Findo o prazo de gestão, o membro do Conselho vagas autorizadas;
de Administração permanecerá no exercício da função até d) o plano de salários, benefícios, vantagens e quais-
a investidura de substituto. quer outras parcelas que componham a retribuição de seus
§ 5º No caso de vacância definitiva do cargo de Con- empregados;
selheiro, o substituto será nomeado pelos Conselheiros XI - autorizar a aquisição, alienação e a oneração de
remanescentes e servirá até a designação do novo repre- bens imóveis e valores mobiliários;
sentante. XII - autorizar a contratação de empréstimos no inte-
§6º. Salvo impedimento legal, os membros do Conse- resse da EMSERH;
lho de Administração farão jus a honorários mensais cor- XIII - designar e destituir o titular da auditoria interna,
respondentes a vinte por cento da remuneração média após aprovação da Controladoria Geral do Estado;

12
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH

XIV - dirimir questões em que não haja previsão esta- VIII - elaborar as demonstrações financeiras de encer-
tutária, aplicando, subsidiariamente, a Lei no 6.404, de 15 ramento de exercício;
de dezembro de 1976. IX - autorizar a realização de acordos, contratos e con-
vênios que constituam ônus, obrigações ou compromissos
Art. 14. O Conselho de Administração reunir-se-á, or- para a EMSERH, exceto os constantes do art. 5o da Lei nº
dinariamente, mensalmente e, extraordinariamente, sem- 9.732, de 19 de dezembro de 2012;
pre que for convocado pelo Presidente, a seu critério, ou X - pronunciar-se sobre todas as matérias que devam
por solicitação de, pelo menos, quatro de seus membros. ser submetidas ao Conselho de Administração.
§ 1º O Conselho somente deliberará com a presença da
maioria absoluta dos seus membros. Art. 17. A Diretoria reunir-se-á, ordinariamente, uma
§ 2º As deliberações do Conselho serão tomadas por vez por semana e, extraordinariamente, sempre que con-
maioria simples de votos dos presentes, respeitado o quo- vocada pelo Presidente da EMSERH, deliberando com a
rum a que se refere o § 1º, e registradas em atas, cabendo presença da maioria de seus membros.
ao Presidente, além do voto ordinário, o voto de qualidade. § 1º As deliberações da Diretoria serão tomadas por
§3° Admite-se a decisão ad referendum, pelo Presi- maioria de votos e registradas em atas, cabendo ao Presi-
dente, em casos de comprovada urgência, devendo ser ela dente, além do voto ordinário, o de qualidade.
submetida à aprovação do colegiado na primeira reunião § 2º O Presidente poderá vetar as deliberações da Di-
subsequente do Conselho. (AC) retoria, submetendo-as, neste caso, ao Conselho de Admi-
 (Acrescido pelo DECRETO Nº 31.505, DE 19 DE FEVE- nistração.
REIRO DE 2016)
Art. 18. Compete ao Presidente:
CAPÍTULO VI I - representar a EMSERH em juízo ou fora dele, po-
DA DIRETORIA dendo delegar essa atribuição, em casos específicos, e, em
  nome da entidade, constituir mandatários ou procurado-
Art. 15. A EMSERH será administrada por uma Dire- res;
toria Executiva, composta pelo Presidente e até três Dire- II - convocar e presidir as reuniões da Diretoria;
tores, todos nomeados e destituíveis, a qualquer tempo, III - coordenar o trabalho das unidades da EMSERH,
pelo Governador do Estado, por indicação do Secretário de podendo delegar competência executiva e decisória e dis-
Estado da Saúde. tribuir, entre os Diretores, a coordenação dos serviços da
§ 1º A investidura dos membros da Diretoria far-se-á empresa;
mediante assinatura em livro de termo de posse. IV - editar normas necessárias ao funcionamento dos
§ 2º O Presidente e Diretores da EMSERH serão no- órgãos e serviços da EMSERH, de acordo com a organi-
meados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes re- zação interna e a respectiva distribuição de competências
quisitos: estabelecidas pela Diretoria;
I - idoneidade moral e reputação ilibada; V - admitir, promover, punir, dispensar e praticar os de-
II - notórios conhecimentos na área de gestão, da aten- mais atos compreendidos na administração de pessoal, de
ção hospitalar e do ensino em saúde. acordo com as normas e critérios previstos em lei e apro-
vados pela Diretoria, podendo delegar esta atribuição no
Art. 16. Compete à Diretoria: todo ou em parte;
I - administrar e dirigir os bens, serviços e negócios VI - designar substitutos para os membros da Diretoria,
da EMSERH e decidir, por proposta dos responsáveis pelas em seus impedimentos temporários, que não possam ser
respectivas áreas de coordenação, sobre operações de res- atendidos mediante redistribuição de tarefas, e, no caso de
ponsabilidade situadas no respectivo nível de alçada deci- vaga, até o seu preenchimento;
sória estabelecido pelo Conselho de Administração; VII - apresentar, trimestralmente, ao Conselho de Ad-
II - propor e implementar as linhas orientadoras da ministração, relatório das atividades da EMSERH.
ação da EMSERH;
III - apreciar e submeter ao Conselho de Administração Art. 19. Aos Diretores compete auxiliar o Presidente na
o orçamento e programa de investimentos da EMSERH; direção e coordenação das atividades da EMSERH e exercer
IV - deliberar sobre operações, situadas no respecti- as tarefas de coordenação que lhe forem atribuídas em re-
vo nível de alçada decisória estabelecido pelo Conselho de gimento ou delegadas pelo Presidente.
Administração;
V - autorizar a aquisição, alienação e oneração de bens Art. 20. Os contratos que a EMSERH celebrar ou em
móveis, exceto valores mobiliários, podendo estabelecer que vier a intervir e os atos que envolvam obrigações ou
normas e delegar poderes; responsabilidades por parte da empresa serão assinados
VI - analisar e submeter à aprovação do Conselho de pelo Presidente, em conjunto com um Diretor.
Administração propostas de aquisição, alienação e onera- §1º Os títulos ou documentos emitidos em decorrência
ção de bens imóveis e valores mobiliários; de obrigações contratuais, bem como outras obrigações
VII - estabelecer normas e delegar poderes, no âmbito de pagamento serão assinados pelo Presidente, que pode-
de sua competência; rá delegar esta atribuição.

13
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH

§2º Na hipótese de delegação da atribuição referida justificada, não comparecer a duas reuniões consecutivas
no § 1o, os títulos, cheques e outras obrigações deverão ou três alternadas, no intervalo de um ano, salvo caso de
conter, pelo menos, duas assinaturas. forca maior ou caso fortuito.
  §5º Salvo impedimento legal, os membros do Conse-
CAPÍTULO VII lho Fiscal farão jus a honorários mensais correspondentes
DO CONSELHO FISCAL a vinte por cento da remuneração média mensal dos Di-
retores da EMSERH, além do reembolso das despesas de
Art. 21. Conselho Fiscal, como órgão permanente da locomoção e estada necessárias ao desempenho da fun-
EMSERH, compõe-se de três membros efetivos e respec- ção. (AC)
tivos suplentes, nomeados pelo Secretário de Estado da (Acrescido pelo DECRETO Nº 31.505, DE 19 DE FEVE-
Saúde, sendo: REIRO DE 2016)
I - dois membros indicados pelo Secretário de Estado
da Saúde, dentre os quais será escolhido o Presidente; CAPÍTULO VIII
II - um membro indicado pelo Secretário de Estado de DO CONSELHO CONSULTIVO
Transparência e Controle.  
III - um membro indicado pelo Secretário de Estado do Art. 23. Conselho Consultivo é órgão permanente da
Planejamento e Orçamento. EMSERH que tem as finalidades de consulta, controle social
§1º A investidura dos membros do Conselho Fiscal far- e apoio à Diretoria Executiva e ao Conselho de Administra-
se-á mediante registro na ata da primeira reunião de que ção, e é constituído pelos seguintes membros:
participarem. I - o Presidente da EMSERH, que o preside;
§2º O mandato dos membros do Conselho Fiscal é de II - dois representantes da Secretaria de Estado da Saú-
dois anos contados a partir da data de publicação do ato de;
de nomeação. III - um representante da Secretaria de Estado do Pla-
nejamento e Orçamento;
IV - um representante do Conselho Estadual de Saúde;
Art. 22. Cabe ao Conselho Fiscal:
V - um representante indicado pelo Reitor da UEMA;
I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos
VI - um representante dos trabalhadores dos hospitais
dos administradores e verificar o cumprimento dos seus
estaduais administrados pela EMSERH, indicado pela res-
deveres legais e estatutários;
pectiva entidade representativa.
II - opinar sobre o relatório anual da administração e
§ 1º Os membros do Conselho Consultivo serão indi-
demonstrações financeiras do exercício social;
cados bienalmente pelos respectivos órgãos e entidades
III - opinar sobre a modificação do capital social, planos
e designados pelo Secretário de Estado da Saúde, sendo
de investimento ou orçamentos de capital, transformação,
sua investidura feita mediante registro na ata da primeira
incorporação, fusão ou cisão; reunião de que participarem.
IV - denunciar, por qualquer de seus membros, os er- § 2º A atuação de membros da sociedade civil no Con-
ros, fraudes ou crimes de que tomem conhecimento, e su- selho Consultivo não será remunerada e será considerada
gerir providências úteis; como função relevante, assegurado o reembolso das des-
V - analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e pesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho
demais demonstrações financeiras elaboradas periodica- da função.
mente pela EMSERH;
VI - acompanhar a execução patrimonial, financeira e Art. 24. Compete ao Conselho Consultivo:
orçamentária, podendo examinar livros e quaisquer outros I - opinar sobre as linhas gerais das políticas, diretrizes
documentos e requisitar informações. e estratégias da EMSERH, orientando o Conselho de Admi-
§ 1º A Diretoria e o Conselho de Administração são nistração e a Diretoria Executiva no cumprimento de suas
obrigados a disponibilizar, por meio de comunicação for- atribuições;
mal, aos membros em exercício do Conselho Fiscal, dentro II - propor linhas de ação, programas, estudos, proje-
de dez dias, cópia das atas de suas reuniões e, dentro de tos, formas de atuação ou outras medidas, orientando para
quinze dias de sua elaboração, cópias dos balancetes e de- que a EMSERH atinja os objetivos para a qual foi criada;
mais demonstrações financeiras elaboradas periodicamen- III - acompanhar e avaliar periodicamente o desempe-
te, bem como dos relatórios de execução do orçamento. nho da EMSERH;
§ 2º O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, a IV - assistir a Diretoria e o Conselho de Administração
cada mês e, extraordinariamente, quando convocado pelo em suas funções, sobretudo na formulação, implementa-
seu Presidente. ção e avaliação das estratégias de ação da EMSERH.
§ 3º Em caso de renúncia, falecimento ou impedimento,
os membros efetivos do Conselho Fiscal serão substituídos Art. 25. O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinaria-
pelos seus suplentes, até a nomeação de novo membro. mente pelo menos uma vez por ano e, extraordinariamen-
§ 4º Além dos casos de morte, renúncia, destituição e te, sempre que convocado pelo presidente, por sua inicia-
outros previstos em lei, considerar-se-á vaga a função de tiva ou por solicitação do Conselho de Administração, ou a
membro do Conselho Fiscal que, sem causa formalmente pedido de um terço dos seus membros.

14
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH

CAPÍTULO IX III - receber de terceiros qualquer modalidade de van-


DO EXERCÍCIO SOCIAL, DAS DEMONSTRAÇÕES tagem pessoal, direta ou indireta, em razão do exercício de
FINANCEIRAS E DOS LUCROS seu cargo;
  IV - usar, em benefício próprio ou de outrem, com ou
Art. 26. O exercício social da EMSERH coincidirá com sem prejuízo para a EMSERH, as oportunidades comerciais
o ano civil. de que tenha conhecimento em razão do exercício de seu
cargo;
Art. 27. A EMSERH levantará demonstrações financei- V - omitir-se no exercício ou proteção de direitos da
ras e procederá à apuração do resultado em 31 de dezem- EMSERH ou, visando à obtenção de vantagens para si ou
bro de cada exercício. para outrem, deixar de aproveitar oportunidades de negó-
cio de interesse da EMSERH;
Art. 28. Do resultado do exercício, feita a dedução para VI - adquirir, para revender com lucro, bem ou direito
que sabe necessário à EMSERH, ou que esta tencione ad-
atender a prejuízos acumulados e a provisão para imposto
quirir;
sobre a renda, o Conselho de Administração proporá ao
VII - intervir em qualquer operação social em que tiver
Secretário de Estado da Saúde a sua destinação, observan-
interesse conflitante com o da EMSERH.
do a parcela de cinco por cento para a constituição da re-
Parágrafo único. Os impedimentos referidos neste ar-
serva legal, até o limite de vinte por cento do capital social. tigo incluem as deliberações que a respeito tomarem os
Parágrafo único - Os prejuízos acumulados devem, demais membros, cumprindo ao agente, em situação de
preferencialmente, ser deduzidos do capital social. impedimento, cientificar seus pares e fazer consignar, em
  ata de reunião do Conselho de Administração ou da Dire-
CAPÍTULO X toria-Executiva, a natureza e extensão do seu interesse.
DA ORGANIZAÇÃO INTERNA E DO PESSOAL
  Art. 30-C. O administrador não é pessoalmente respon-
Art. 29. A estrutura organizacional da EMSERH e a res- sável pelas obrigações que contrair em nome da EMSERH
pectiva distribuição de competências serão estabelecidas em virtude de ato regular de gestão, respondendo, porém,
pelo Conselho de Administração, mediante proposta da civilmente, pelos prejuízos que causar, quando proceder:
Diretoria Executiva. I - dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa
Parágrafo único - O órgão de auditoria interna da EM- ou dolo; e
SERH vincula-se diretamente ao Conselho de Administra- II - com violação da lei ou do estatuto.
ção. § 1º O administrador não é responsável por atos ilícitos
de outros administradores, salvo se com eles for conivente,
Art. 30. Aplica-se ao pessoal da EMSERH o regime ju- se negligenciar em descobri-los ou se, deles tendo conhe-
rídico estabelecido pela legislação vigente para as relações cimento, deixar de agir para impedir a sua prática.
de emprego privado. § 2º Exime-se de responsabilidade o administrador
Parágrafo único. Para funções de assessoramento aos dissidente que faça consignar sua divergência em ata de
seus órgãos, a EMSERH poderá contratar e demitir pessoal reunião do órgão de administração ou, não sendo possível,
a qualquer tempo, observados os requisitos e critérios fixa- dela dê ciência imediata e por escrito ao órgão da adminis-
dos pelo Conselho de Administração. (AC) tração ou ao Conselho Fiscal.
(Acrescido pelo DECRETO Nº 31.505, DE 19 DE FEVE- § 3º Os administradores são solidariamente responsá-
REIRO DE 2016) veis pelos prejuízos causados em virtude do não cumpri-
mento dos deveres impostos por lei para assegurar o fun-
CAPÍTULO X-A
cionamento normal da EMSERH, ainda que, pelo estatuto,
DOS DEVERES E DA RESPONSABILIDADE DOS
tais deveres não caibam a todos eles.
MEMBROS DA EMSERH
§ 4º Responderá solidariamente com o administrador
 
quem, com o fim de obter vantagem para si ou para ou-
Art. 30-A. Os membros dos órgãos estatutários da EM- trem, concorrer para a prática de ato com violação da lei
SERH devem exercer as atribuições que a lei e o estatuto ou do estatuto.
lhe conferem para lograr os fins da EMSERH, satisfeitas as
exigências do bem público e da função social da Empresa. Art. 30-D. Os membros do Conselho Fiscal têm os
mesmos deveres dos administradores e respondem pelos
Art. 30-B. O administrador deve servir com lealdade à danos resultantes de omissão no cumprimento de seus
EMSERH e manter reserva sobre sua atuação, sendo-lhe deveres e de atos praticados com culpa ou dolo ou com
vedado: violação da lei ou do estatuto.
I - praticar ato de liberalidade à custa da EMSERH; §1º Os membros do Conselho Fiscal deverão exercer
II - tomar por empréstimo recursos ou bens da EM- suas funções no exclusivo interesse da EMSERH.
SERH, ou usar os seus bens, serviços ou crédito em pro- §2º O membro do Conselho Fiscal não é responsável
veito próprio, de sociedade em que tenha interesse ou de pelos atos ilícitos de outros membros, salvo se com eles for
terceiros; conivente ou concorrer para a prática do ato.

15
LEGISLAÇÃO APLICADA À EMSERH

§3º A responsabilidade dos membros do Conselho Art. 32. A EMSERH, na forma previamente definida
Fiscal por omissão no cumprimento de seus deveres é pelo Conselho de Administração, assegurará aos inte-
solidária, mas dela se exime o membro dissidente que grantes e ex-integrantes dos Conselhos de Adminis-
fizer consignar sua divergência em ata da reunião do tração e Fiscal e da Diretoria Executiva a defesa em
órgão e comunicá-la aos órgãos da administração. processos judiciais e administrativos contra eles ins-
taurados pela prática de atos no exercício do cargo ou
Art. 30-E. A EMSERH assegurará aos integrantes e função, nos casos em que não houver incompatibilida-
ex-integrantes da Diretoria-Executiva e dos Conselhos de com os interesses da empresa.
de Administração e Fiscal o custeio das despesas pro- Parágrafo único - A defesa prevista no caput apli-
cessuais e honorários advocatícios decorrentes de pro- ca-se, no que couber, e a critério do Conselho de Ad-
cessos judiciais e administrativos contra eles instaura- ministração, aos empregados ocupantes e ex-ocupan-
dos, pela prática de atos no exercício de suas atribui- tes de cargo ou de função de confiança.
ções legais e estatutárias, nos casos em que não hou-
ver incompatibilidade com os interesses da Empresa. Art. 33. A EMSERH rege-se pela Lei nº 9.732, de
§1º O benefício previsto no caput aplica-se, no 19 de dezembro de 2012, por este Estatuto, e pelas
que couber e a critério do Conselho de Administração, demais normas que lhe sejam aplicáveis.
àqueles que figuram no polo passivo de processo ju-
dicial ou administrativo, em decorrência de atos que
tenham praticado no exercício de competências legais
e estatutárias
delegadas pelos administradores.
§2º Os critérios para concessão do benefício men-
cionado no caput e no §1º serão definidos pelo Con-
selho de Administração, ouvida a área jurídica da EM-
SERH.
§3º Se algum dos ocupantes dos cargos ou funções
mencionadas no caput e no §1º for condenado em de-
cisão judicial transitada em julgado, com fundamento
em violação de lei ou do Estatuto, ou decorrente de ato
culposo ou doloso, deverá ressarcir à EMSERH todos os
custos e despesas decorrentes da defesa de que trata o
caput, além de eventuais prejuízos causados.
§4º A EMSERH poderá, na forma e extensão de-
finidas pelo Conselho de Administração, autorizar a
contratação de seguro em favor dos integrantes e ex
-integrantes dos órgãos estatutários relacionados no
caput, para resguardá-los de responsabilidade por atos
praticados no exercício de suas atribuições legais e es-
tatutárias, pelos quais eventualmente possam vir a ser
demandados judicial ou administrativamente.»
§5º A EMSERH, para atendimento das demandas
tratadas neste artigo, contratará profissionais de advo-
cacia, segundo os procedimentos fixados em lei.
(CAPÍTULO X-A crescido pelo DECRETO Nº 31.505,
DE 19 DE FEVEREIRO DE 2016)
 
CAPÍTULO XI
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
 

Art. 31. Os membros do Conselho de Administra-


ção, da Diretoria Executiva, do Conselho Fiscal e os
ocupantes de cargos de confiança, direção, assessora-
mento ou chefia, ao assumirem suas funções, apresen-
tarão declaração de bens e renda, anualmente atuali-
zada.

16
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

SOBRE LÍNGUA PORTUGUESA (A) Daqui à pouco teremos à passagem gratuita.


(B) Não existe condições de se implantar a passagem gra-
01-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO tuita.
PAULO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Falha no Face- (C) É necessário a implementação da passagem gratuita.
book ______________ dados de 6 milhões de usuários. Nú- (D) O povo prefere mais passagem paga que gratuita.
meros de telefone e e-mails de parte dos usuários do site (E) A passagem barata é preferível à gratuita.
______________ para download a partir da ferramenta “Baixe
uma cópia dos seus dados”, presente na seção “Geral” da Fiz as correções entre parênteses:
categoria “Privacidade”, sem o consentimento dos cadas- (A) Daqui à (a) pouco teremos à (a) passagem gratuita.
trados da rede social. (B) Não existe (existem) condições de se implantar a pas-
(http://veja.abril.com.br, 21.06.2013. Adaptado) sagem gratuita.
(C) É necessário (necessária) a implementação da passa-
Em norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do gem gratuita.
texto devem ser preenchidas, respectivamente, com (D) O povo prefere mais passagem paga que (paga à)
gratuita.
(A) expõe … estava disponível
(E) A passagem barata é preferível à gratuita.
(B) expõe … estavam disponíveis
O verbo “preferir” pede preposição: Prefiro água a vinho
(C) expõem … estavam disponível
(e não: “do que vinho”)
(D) expõem … estava disponível
(E) expõem … estava disponíveis RESPOSTA: “E”.
Sublinhei os sujeitos das orações para facilitar a per- 03-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
cepção da concordância verbal: – ADVOGADO - VUNESP/2013) Na passagem – ... e ausência
Falha no Facebook expõe dados de 6 milhões de usuá- de candidatos para preenchê-las. –, substituindo-se o verbo
rios. preencher por concorrer e atendendo-se à norma-padrão,
Números de telefone e e-mails de parte dos usuários obtém-se:
do site estavam disponíveis (A) … e ausência de candidatos para concorrer a elas.
“expõe” e “estavam disponíveis”. (B) … e ausência de candidatos para concorrer à elas.
(C) … e ausência de candidatos para concorrer-lhes.
RESPOSTA: “B”. (D) … e ausência de candidatos para concorrê-las.
(E) … e ausência de candidatos para lhes concorrer.
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
– ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto Vamos por exclusão: “à elas” está errada, já que não te-
para responder às questões de números 37 e 38. mos acento indicativo de crase antes de pronome pessoal;
Metrópoles desenvolvidas arcam com parte do custo quando temos um verbo no infinitivo, podemos usar a cons-
do transporte público. Fazem-no não só por populismo trução: verbo + preposição + pronome pessoal. Por exemplo:
dos políticos locais mas também para imprimir mais efi- Dar a eles (ao invés de “dar-lhes”).
ciência ao sistema. E, se a discussão se dá em termos de
definir o nível ideal de subsídio, a gratuidade deixa de ser RESPOSTA: “A”.
um delírio para tornar-se a posição mais extrema num le-
que de possibilidades. 04-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Sou contra a tarifa zero, porque ela traz uma outra clas- – ADVOGADO - VUNESP/2013) A Polícia Militar prendeu, nes-
se de problemas que já foi bem analisada pelo pessoal da ta semana, um homem de 37 anos, acusado de ____________
de drogas e ____________ à avó de 74 anos de idade. Ele foi
teoria dos jogos: se não houver pagamento individual, au-
preso em __________ com uma pequena quantidade de drogas
menta a tendência de as pessoas usarem ônibus até para
no bairro Irapuá II, em Floriano, após várias denúncias de vizi-
andar de uma esquina a outra, o que é ruim para o sistema
nhos. De acordo com o Comandante do 3.º BPM, o acusado
e para a saúde.
era conhecido na região pela atuação no crime.
Para complicar mais, vale lembrar que a discussão sur- (www.cidadeverde.com/floriano. Acesso em
ge no contexto de prefeituras com orçamentos apertados 23.06.2013. Adaptado)
e áreas ainda mais prioritárias como educação e saúde para
atender. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
(Hélio Schwartsman, Tarifa zero, um delírio? Folha de as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamen-
S.Paulo, 21.06.2013. Adaptado) te, com:
(A) tráfico … mal-tratos … flagrante
02-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (B) tráfego … maltratos … fragrante
– ADVOGADO - VUNESP/2013) A ideia central do texto pode (C) tráfego … maus-trato … flagrante
ser sintetizada da seguinte forma, em conformidade com a (D) tráfico … maus-tratos … flagrante
norma-padrão da língua portuguesa: (E) tráfico … mau-trato … fragrante

17
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

Questão de ortografia. Vamos às exclusões: Polícia tra- (D) Enquanto comia, eu pensava… (1.º parágrafo)
balha com criminosos pegos em “flagrante”, no “flagra”; (E) … botei numa tigela na varanda e comemos um por
“fragrante” relaciona-se a aroma, fragrância. Assim, já des- um… (1.º parágrafo)
cartamos os itens “B” e “E”. “Tráfego” tem relação com trân-
sito, transitar, trafegar. “Tráfico” é o que consideramos ile- Sublinhei os termos que estão relacionados (os prono-
gal, praticado por traficante. Descartamos o item “C” tam- mes e verbos retomam os seguintes substantivos abaixo):
bém. Sobrou-nos “Maus-tratos”/mal-tratos. O tratamento Meus amigos e amigas e parentes queridos são como
dado à avó foi ruim, mau (adjetivo). Sendo assim, o correto os caquis...
é “maus-tratos”. Quando os encontro, relembro como é prazeroso vê
-los...
RESPOSTA:”D”. devem ficar escondidos de mim, guardados numa cai-
xa, lá em Sorocaba...
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Através da leitura acima, percebemos que o autor re-
– ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto fere-se aos amigos, amigas e parentes. Ao dizer que ficam
para responder às questões de números 40 e 41. guardados em caixas, obviamente, está utilizando uma lin-
Outro dia, meu pai veio me visitar e trouxe uma caixa guagem conotativa, figurada.
de caquis, lá de Sorocaba. Eu os lavei, botei numa tigela
na varanda e comemos um por um, num silêncio reveren- RESPOSTA: “C”.
cial, nos olhando de vez em quando. Enquanto comia, eu
pensava: Deus do céu, como caqui é bom! Caqui é maravi- 07-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE
lhoso! O que tenho feito eu desta curta vida, tão afastado JANEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) Com as
dos caquis?! alterações propostas entre parênteses para o segmento
Meus amigos e amigas e parentes queridos são como grifado nas frases abaixo, o verbo que se mantém correta-
os caquis: nunca os encontro. Quando os encontro, relem- mente no singular é:
bro como é prazeroso vê-los, mas depois que vão embo-
(A) a modernização do Rio se teria feito (as obras de
ra me esqueço da revelação. Por que não os vejo sempre,
modernização)
toda semana, todos os dias desta curta vida?
(B) Mas nunca se esquece ele de que (esses autores)
Já sei: devem ficar escondidos de mim, guardados
(C) por que vem passando a mais bela das cidades do
numa caixa, lá em Sorocaba.
Brasil (as mais belas cidades do Brasil)
(Antônio Prata, Apolpando. Folha de S.Paulo,
(D) continua a haver um Rio de Janeiro do tempo dos
29.05.2013)
Franceses (tradições no Rio de Janeiro)
(E) do que a cidade parece ter de eterno (as belezas da
05-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO – ADVOGADO - VUNESP/2013) A oração – … nunca os cidade)
encontro. (2.º parágrafo) – assume, em voz passiva, a se- Fiz as anotações ao lado:
guinte redação: (A) a modernização do Rio se teria feito (as obras de mo-
(A) … eu nunca encontro eles. dernização) = se teriam feito
(B) … eles nunca têm sido encontrados por mim. (B) Mas nunca se esquece ele de que (esses autores) = se
(C) … nunca se encontram eles. esquecem
(D) … eu nunca os tenho encontrado. (C) por que vem passando a mais bela das cidades do
(E) … eles nunca são encontrados por mim. Brasil (as mais belas cidades do Brasil) = por que vêm pas-
sando
“Traduzindo” a oração destacada: “eu nunca encontro (D) continua a haver um Rio de Janeiro do tempo dos
eles” (Observação: colocação pronominal feita dessa forma Franceses (tradições no Rio de Janeiro) = continua a haver
apenas para esclarecer a voz verbal!). Ao passarmos da voz (E) do que a cidade parece ter de eterno (as belezas da
ativa para a voz passiva, teremos a seguinte construção: cidade) = parecem ter
“eles nunca são encontrados por mim”.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “E”.
08-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JA-
06-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- NEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) Os verbos que
LO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Considerando o contex- exigem o mesmo tipo de complemento estão empregados
to, assinale a alternativa em que há termos empregados em nos segmentos transcritos em:
sentido figurado. (A) A vida é triste e complicada. // ... mergulhemos de
(A) Outro dia, meu pai veio me visitar… (1.º parágrafo) corpo e alma no cafezinho.
(B) … e trouxe uma caixa de caquis, lá de Sorocaba. (1.º (B) ... alguém dará o nosso recado sem endereço. // A vida
parágrafo) é triste e complicada.
(C) … devem ficar escondidos de mim, guardados numa (C) Tinha razão o rapaz... // Depois de esperar duas ou
caixa… (último parágrafo) três horas...

18
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

(D) Para quem espera nervosamente... // Depois de espe- não tem a presença do artigo definido (há generalização). Ha-
rar duas ou três horas... veria acento se a construção fosse: “chegou às conclusões as
(E) Tinha razão o rapaz... // ... mergulhemos de corpo e mais disparatadas”.
alma no cafezinho.
RESPOSTA: “D”.
Análise abaixo:
(A) A vida é = verbo de ligação // ... mergulhemos = 11-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
intransitivo LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO DE
(B) ... alguém dará = transitivo direto e indireto (no con- DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Leia o texto para res-
texto, apenas direto) // A vida é = verbo de ligação ponder à questão.
(C) Tinha = transitivo direto // Depois de esperar = tran-
sitivo direto Tufão “Tembin” causa destruição em Taiwan; 5 mil eva-
(D) Para quem espera = pode ser considerado intransitivo cuaram
– (NESTE CONTEXTO) // Depois de esperar = transitivo direto
(E) Tinha = transitivo direto // ... mergulhemos = intran-
sitivo

RESPOSTA: “C”.

09-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JA-


NEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) A frase que ad-
mite transposição para a voz PASSIVA é:
(A) Quando a Bem-amada vier com seus olhos tristes...
(B) O chapéu dele está aí... Imagem mostra morador entre árvores que foram der-
(C) ... chegou à conclusão de que o funcionário... rubadas nesta sexta-feira (24), durante passagem do tufão
Tembin, em Taitung, no leste de Taiwan. Segundo a agência
(D) Leio a reclamação de um repórter irritado...
AFP, ao menos 5 mil pessoas foram evacuadas das regiões
(E) ... precisava falar com um delegado...
expostas a deslizamentos de terra diante da ameaça do tu-
fão, de categoria 4 na escala Saffir-Simpson (1 a 5), que
A única alternativa que possibilita a transposição para a
atingiu o condado de Pingtung às 5h (18h de Brasília), se-
voz passiva é a: A reclamação de um repórter irritado foi lida
gundo a agência nacional de meteorologia.
por mim”.
(Disponível em http://noticias.uol.com.br/album/
album-do-dia/2012/08/24/imagens-do-dia-24-de-agosto-
RESPOSTA: “D”.
de-2012.htm?abrefoto=9. Acesso em 24.08.2012)
A respeito do emprego de verbos nessa notícia, pode-
10-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JA- se afirmar que:
NEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) ... e chegou à I. “evacuar” suscita duplicidade de sentido quando em-
conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando pregado na voz ativa ou na passiva;
café. II. “foram derrubadas” e “foram evacuadas” estão na
Do mesmo modo que se justifica o sinal indicativo de cra- voz passiva e indicam tempo pretérito;
se em destaque na frase acima, está correto o seu emprego III. “mostra” e “atingiu” estão na voz ativa e indicam,
em: respectivamente, tempo pretérito e tempo presente;
(A) e chegou à uma conclusão totalmente inesperada. IV. “mostra” e “foram derrubadas” estão na voz passiva
(B) e chegou então à tirar conclusões precipitadas. e indicam tempo passado.
(C) e chegou à tempo de ouvir as conclusões finais. Está correto o que se afirma apenas em
(D) e chegou finalmente à inevitável conclusão. (A) I e II.
(E) e chegou à conclusões as mais disparatadas. (B) I e III.
(C) I e IV.
Vamos por exclusão: (D) II e III.
(A) e chegou à uma = não há acento grave antes de ar- (E) II e IV.
tigo indefinido
(B) e chegou então à tirar = não há acento grave antes de Questão que envolve intepretação, conhecimento de
verbo no infinitivo Vozes e Tempos Verbais, além de Ambiguidade. Farei as
(C) e chegou à tempo = não há acento grave antes de observações nos itens:
palavra masculina I. “evacuar” suscita duplicidade de sentido quando em-
(D) e chegou finalmente à inevitável conclusão. pregado na voz ativa ou na passiva;
(E) e chegou à conclusões = não há acento grave quando = tanto “evacuaram” quanto “foram evacuadas” apre-
a preposição está no singular e a palavra que a acompanha sentam duplo sentido

19
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

II. “foram derrubadas” e “foram evacuadas” estão na 14-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
voz passiva e indicam tempo pretérito; LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO
III. “mostra” e “atingiu” estão na voz ativa e indicam, DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Considere a frase
respectivamente, tempo pretérito e tempo presente; = a seguir.
houve uma inversão: “mostra” está no presente e “atingiu” Esses recursos chegam ao STF depois de passar por
está no pretérito perfeito uma “peneira” no tribunal de origem.
IV. “mostra” e “foram derrubadas” estão na voz passiva Preserva-se o mesmo sentido e regência do verbo che-
e indicam tempo passado. gar da frase em:
= “mostra” está na voz ativa e tempo presente; “foram (A) O dinheiro não chegou para as despesas do mês.
derrubadas” sim, está na voz passiva e tempo passado. (B) Ela não chega à mãe em beleza e inteligência.
Itens corretos: I e II. (C) Uma desgraça nunca chega só.
(D) Chega de reclamações, disse o juiz.
RESPOSTA: “A”.
(E) Apesar de chegar cedo à seção eleitoral, não con-
seguiu votar.
12-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO
No enunciado, o verbo “chegar” exerce a função de
DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Seguem a mesma
verbo transitivo indireto, pedindo preposição: chegar a que
regra de acentuação gráfica relativa às palavras paroxíto-
nas: lugar, aonde? A alternativa que também apresenta o mes-
(A) probatório; condenatório; crédito. mo sentido é a: chegou à seção eleitoral.
(B) máquina; denúncia; ilícita.
(C) denúncia; funcionário; improcedência. RESPOSTA: “E”.
(D) máquina; improcedência; probatório.
(E) condenatório; funcionário; frágil. 15-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO
Vamos a elas: DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Considere o tre-
(A) probatório = paroxítona terminada em ditongo; cho.
condenatório = paroxítona terminada em ditongo; crédito Em audiência pública realizada na última sexta-feira
= proparoxítona. (24), o ministro Marco Aurélio se mostrou preocupado e
(B) máquina = proparoxítona; denúncia = paroxítona afirmou que tem receio de que o julgamento do mensalão
terminada em ditongo; ilícita = proparoxítona. não termine até o final do ano.
(C) Denúncia = paroxítona terminada em ditongo; fun- Nesse trecho, a relação estabelecida entre as orações
cionário = paroxítona terminada em ditongo; improcedên- ligadas pela conjunção “e” é de
cia = paroxítona terminada em ditongo (A) contraposição.
(D) máquina; improcedência; probatório = classifica- (B) exclusão.
ções apresentadas acima (C) tempo.
(E) condenatório; funcionário = classificações apresen- (D) adição.
tadas acima / Frágil = paroxítona terminada em “l” (E) alternância.

RESPOSTA: “C”. A ideia apresentada pela conjunção “e”, nesse texto, é


de adição.
13-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO
RESPOSTA: “D”.
DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Em – os procedi-
mentos se tornaram muito mais céleres e fáceis – o termo
16-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
destacado apresenta como antônimo:
LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO
(A) ágeis.
(B) modernos. DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012 - ADAPTADA) A
(C) desenvoltos. corte seguiu à risca um artigo do Estatuto da Criança e do
(D) arcaicos. Adolescente (ECA).
(E) morosos. Segue essa mesma regra de uso da crase a alternativa:
(A) (A lei) ameaça despejar milhares de marginais preco-
Ao estudarmos conteúdo de Direito, percebemos que ces de volta às ruas.
um dos princípios da Justiça é o da celeridade, da rapidez (B) A felicidade é o sonho que se oferece às pessoas.
no julgamento/andamento do processo, o que nos facilita (C) Telefonei ontem à sua tia.
responder à questão: antônimo de célere, rápido = moroso. (D) Ficou rodando de carro à toa por muito tempo.
(E) Não ceda à tentação.
RESPOSTA: “E”.

20
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

O termo “seguiu à risca” dá-nos uma ideia de “modo”. Retirando do texto o trecho, perceberemos que o item
Dentre as alternativas apresentadas, o item que nos passa o que apresenta um aposto (termo que explica um antece-
mesmo sentido é: Ficou rodando de carro à toa por muito dente) é o seguinte: as milícias, organizações criminosas
tempo. lideradas por policiais e ex-policiais, vêm se alastrandro no
Rio de Janeiro.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “E”.
17-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
- ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO DE DA- 19-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
DOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Considere o trecho. LO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012) A
Dentro e fora de campo, a vida do juiz de futebol Juarez passagem do texto em que se encontra adjunto adverbial
Gomes da Silva é uma eterna bola dividida. De ante mão, ele expressando circunstância de modo é:
já carrega a fama de vilão de espetáculo: ao surgir no grama- (A) …no Rio de Janeiro.
do ao lado dos bandeirinhas, a recepção vêm sob a forma de (B) …em períodos eleitorais…
vaias, xingamentos e bombardeio de objetos. (C) …à base do assistencialismo e do medo.
No texto apresentado, há (D) …de suas próprias fileiras.
(A) um erro de grafia (ante mão) e outro de concordância (E) …sobre os domínios do tráfico…
verbal (vêm).
(B) dois erros de grafia (ante mão/ sob). Para “descobrirmos” um adjunto adverbial de modo,
(C) dois erros de concordância nominal (vaias/ xingamen- perguntamos ao verbo: “como?” No texto, dentre as alter-
tos). nativas apresentadas, a que responde a essa pergunta ade-
(D) um erro de grafia (sob) e um erro de concordância quadamente é: “consolidaram seu poder (como?) = à base
nominal (vaias). do assistencialismo e do medo.
(E) um erro de grafia (recepção) e um erro de concordân-
RESPOSTA: “C”.
cia verbal (vêm).
No trecho há um erro ortográfico (antemão é a forma
20-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
correta); “vêm” está no plural, mas o seu sujeito (a recepção)
LO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012) As-
está no singular, portanto o correto é “vem”.
sinale a alternativa em que os pronomes estão emprega-
dos e colocados na frase de acordo com a norma-padrão.
RESPOSTA: “A”.
(A) Nos surpreende, a cada dia, constatar a invasão das
milícias, que espalham-se pelas favelas, ditando-as suas
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - AS- leis.
SISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012 - ADAPTADA) (B) Depois de invadir vários territórios da cidade, as mi-
Leia o texto, para responder às questões de números 53 e 54. lícias dominaram eles e ali instalaram-se.
Nas últimas três décadas, as milícias, organizações crimi- (C) Há candidatos que usam as gangues: as procuram
nosas lideradas por policiais e ex-policiais, vêm se alastrando movidos pelo interesse em ter elas como aliadas.
no Rio de Janeiro. Elas avançaram sobre os domínios do tráfi- (D) Quase nunca vê-se reação das comunidades diante
co, passaram a comandar territórios da cidade e consolidaram do terror que as milícias as impõem.
seu poder à base do assistencialismo e do medo. Como têm (E) Milicianos instalam-se nas comunidades e impõem
centenas de milhares de pessoas sob seu jugo, essas gan- seu poder; consolidam-no pela prática do terror.
gues de farda ganham força em períodos eleitorais, quando
são procuradas por candidatos em busca de apoio, arbitram Fiz as correções:
sobre quem faz campanha em seu pedaço e lançam nomes (A) que espalham-se = que se espalham (pronome re-
egressos de suas próprias fileiras. lativo)
(Veja, 26.09.2012. Adaptado) (B) e ali instalaram-se = ali se instalaram (advérbio)
(C) Há candidatos que usam as gangues: as procuram
18-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- = procuram-nas (depois de pontuação)
LO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012) Sa- (D) Quase nunca vê-se = nunca se vê (advérbio)
bendo que o aposto é empregado para precisar, explicar E) Milicianos instalam-se... ;consolidam-no pela prática
um termo antecedente, assinale a alternativa contendo do terror
passagem do texto com essa função.
(A) …quem faz campanha em seu pedaço… RESPOSTA: “E”.
(B) …nomes egressos de suas próprias fileiras.
(C) …centenas de milhares de pessoas sob seu jugo…
(D) …quando são procuradas por candidatos em busca
de apoio…
(E) …organizações criminosas lideradas por policiais e
ex-policiais…

21
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

ANOTAÇÕES

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22
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

1. Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) –
princípios, diretrizes e arcabouço legal. ......................................................................................................................................................... 01
2. Controle social no SUS. .................................................................................................................................................................................... 05
3. Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde. ....................................................................................................................... 10
4. Constituição Federal, artigos de 194 a 200. ............................................................................................................................................. 13
5. Lei Orgânica da Saúde ‐ Lei no 8.080/1990, Lei no 8.142/1990 e Decreto Presidencial no 7.508, de 28 de junho de
2011. ............................................................................................................................................................................................................................. 15
6. Determinantes sociais da saúde. .................................................................................................................................................................. 28
7. Sistemas de informação em saúde............................................................................................................................................................... 29
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

A luta pelo fim da ditadura militar levou a área da saú‐


1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ORGANIZAÇÃO de a organizar os simpósios de Política Nacional de Saúde da
DO SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL E A Câmara dos Deputados. Nesse período de reorganização da
CONSTRUÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE sociedade civil, forças políticas ligadas à saúde pública passa‐
ram a discutir questões ligadas à redemocratização do país e
SAÚDE (SUS) – PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E
ao acesso aos serviços de saúde junto ao Legislativo. Tal pe‐
ARCABOUÇO LEGAL. ríodo foi de crise ideológica acerca do modelo de saúde a ser
adotado, que colocou em confronto privatistas e publicistas.
Na década de 80, o INAMPS adota uma série de medidas
que o aproximam ainda mais de uma cobertura universal de
Informativo produzido pela Câmara dos Deputados –
clientela, dentre as quais se destaca o fim da exigência da Car‐
Consultoria de Orçamento e fiscalização financeira – utili‐
teira de Segurado do INAMPS para o atendimento nos hos‐
zado na íntegra. pitais próprios e conveniados da rede pública. Esse processo
“Até a criação do Sistema Único de Saúde - SUS, o culminou com a instituição do Sistema Unificado e Descentra‐
Ministério da Saúde, apoiado por Estados e Municípios,
lizado de Saúde – SUDS, implementado por meio da celebra‐
desenvolveu basicamente ações de promoção da saúde e
ção de convênios entre o INAMPS e os Governos Estaduais.
de prevenção de doenças, merecendo destaque as cam‐
panhas de vacinação e controle de endemias. A atuação Em meados da década de 80, começam a ser implementa‐
na área de assistência à saúde ocorreu por meio de alguns das as Ações Integradas de Saúde (AIS), cujas principais diretri‐
poucos hospitais especializados, além da ação da Funda‐ zes eram a universalização, a acessibilidade, a descentralização,
ção de Serviços Especiais de Saúde Pública – FSESP em re‐ a integralidade e a participação comunitária.
giões específicas do país. Ainda segundo Falleiros e Lima, a VIII Conferência Nacio‐
À época, tal ação era prestada à parcela da população nal de Saúde (1986) foi um marco do processo de formula‐
definida como “indigente” por alguns Municípios e Estados ção de um novo modelo de saúde pública universal, visando
e, principalmente, por instituições de caráter filantrópico. romper com a cisão estrutural entre saúde pública e medicina
A população não tinha direito e a assistência que rece‐ curativa individual, e com a intensa privatização que então ca‐
bia era prestada na condição de caridade. racterizava o sistema de saúde brasileiro.
Nesse período, a assistência à saúde mantinha estrei‐ Reunindo um amplo espectro de alianças, a VIII CNS
ta vinculação com as atividades previdenciárias e o caráter contou com a participação de milhares de representantes de
contributivo do sistema existente gerava uma INAMPS, au‐ diversas entidades da sociedade civil, profissionais de saúde,
tarquia do Ministério da Previdência e Assistência Social. O usuários do sistema e prestadores de serviços de saúde pú‐
INPS foi o resultado da fusão dos institutos de aposenta‐ blicos.
dorias e pensões (os IAPs) das diversas categorias profis‐ Os prestadores de serviços privados foram os grandes
sionais organizadas (tais como comerciários, industriários), ausentes nos debates travados nessa Conferência, conside‐
que posteriormente foi desdobrado em Instituto de Admi‐ rada como o maior evento de discussão dos problemas en‐
nistração da Previdência Social (IAPAS), Instituto Nacional frentados pela saúde pública brasileira. Apesar dos interesses
de Previdência Social (INPS) e Instituto Nacional de Assis‐ e preocupações muitas vezes conflitantes, as forças progres‐
tência Médica da Previdência Social (INAMPS). sistas aprovaram o princípio de que a saúde é um direito
Essa divisão separava a população brasileira. Alguns, de todos e um dever do Estado, a ser implementado com a
representados por contribuintes da previdência, tinham unificação, a democratização e a descentralização do siste‐
um acesso mais amplo à assistência à saúde dispondo de ma de saúde, depois inscrita na Constituição Federal de 1988;
uma rede de serviços e de prestadores de serviços ambu‐
ampliaram e politizaram o conceito de saúde, compreendido
latoriais e hospitalares providos pela previdência social por
como resultante das condições de alimentação, habitação,
meio do INAMPS; outros, restante da população brasileira,
com acesso bastante limitado à assistência à saúde. educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, em‐
Com a crise de financiamento da Previdência a partir prego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra, e acesso aos
de meados da década de 70, o INAMPS adota várias pro‐ serviços de saúde; e aprovaram propostas relativas às bases
vidências para racionalizar suas despesas e começa, na dé‐ financeiras do sistema, incorporadas posteriormente ao texto
cada de 80, a “comprar” serviços do setor público (redes de constitucional e um dos principais problemas que o Sistema
unidades das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde), Único de Saúde (SUS) enfrentaria nas décadas de 1990 e 2000.
inicialmente através de convênios. A assistência à saúde A partir da VIII CNS, a saúde passou a ser considerada an‐
prestada pela rede pública, mesmo com o financiamento tes de tudo como resultado das formas de organização social
do INAMPS apenas para os seus beneficiários, preservava da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades
o seu caráter de universalidade da clientela. Porém, con‐ nos níveis de vida, devendo ser entendida no contexto histó‐
forme discorrem Falleiros e Lima, tal período é marcado rico de cada sociedade no seu estágio de desenvolvimento.
pela rearticulação das forças políticas nacionais e de dis‐ II.2. Período Posterior à Constituição Federal de 1988
cussão e mobilização popular pela democratização da saú‐ A Constituição de 1988 incorporou mudanças no pa‐
de e do próprio regime político do país. De fato, a criação pel do Estado e alterou profundamente o arcabouço jurídi‐
do Centro Brasileiro de Estudos em Saúde e da Associação co-institucional do sistema público de saúde, criando novas
Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, em 1979, relações entre as diferentes esferas de governo, novos papéis
foram de grande importância na luta pela democratização entre os atores do setor, dando origem, enfim, ao Sistema
da saúde e da sociedade brasileira. Único de Saúde.

1
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

De fato, pela primeira vez, a Constituição estabeleceu de os Estados-membros dependem da Constituição, responsável
forma relevante uma seção sobre a saúde que trata de três por organizar a primeira e dar as linhas mestras do segundo,
aspectos principais. Em primeiro lugar, incorpora o conceito assim como repartir competências e atribuir recursos finan‐
mais abrangente de que a saúde tem como fatores determi‐ ceiros.
nantes e condicionantes o meio físico (condições geográficas, Portanto, não há federação sem que se assegure a partici‐
água, alimentação, habitação, idade, sexo, herança genética, pação dos Estados federados na formação da vontade nacio‐
etc.); e a oportunidade de acesso aos serviços que visem à nal, ocorrendo uma descentralização do poder político.
promoção, proteção e recuperação da saúde. Isso implica Toda a estrutura federal baseia-se, assim, na repartição de
que, para se ter saúde são necessárias ações em vários seto‐ competências considerada como a grande questão do fede‐
res, além do Ministério da Saúde e das secretarias de saúde. ralismo, o elemento essencial da construção federal, o tema
Isto só uma política governamental integrada pode assegurar. representativo de medida dos poderes políticos do Estado.
Também legitima o direito de todos (art. 196) sem qual‐ Competências, segundo José Afonso da Silva, “são as diversas
quer discriminação às ações de saúde em todos os níveis, modalidades de poder de que servem os órgãos ou entidades
assim como, explicita que o dever de prover o pleno gozo estatais para realizar suas funções”.
desse direito é responsabilidade do Governo, isto é, do po‐ Em regra, o sistema federativo mostra-se adequado em
der público. Ou seja, a partir da nova constituição, a condição países marcados pela diversidade e heterogeneidade, por res‐
para se ter direito de acesso aos serviços e ações de saúde é peitar valores democráticos em situações de acentuada dife‐
precisar deles. renciação política, econômica ou social. Todavia, esse tipo de
Finalmente, estabelece o Sistema Único de Saúde - SUS sistema torna mais complexa a implementação de políticas
(art. 198), de caráter público, constituído por rede de serviços sociais de abrangência nacional, particularmente nos casos
regionalizada, hierarquizada e descentralizada, com direção em que a diversidade se refere à existência de desigualdades
única em cada esfera de governo. e de exclusão social.
Compete ao SUS prestar assistência às pessoas por in‐ Em tais casos, acentua-se a importância do papel das
termédio de ações de promoção, proteção e recuperação da políticas sociais de redistribuição, redução das desigualda‐
saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e des no território nacional e de inclusão social. Além disso, a
das atividades preventivas, aí incluídas as ações de vigilância implementação de políticas sociais em um sistema federativo
sanitária, vigilância epidemiológica, saúde do trabalhador e requer, por um lado, a explicitação das funções das diferentes
assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica, sendo esferas de governo para cada área da política e, por outro,
tais competências fixadas também em norma constitucional a adoção de instrumentos de articulação entre as esferas de
forma a induzir a cooperação e a complementariedade de
II.2.1. A Saúde e o Federalismo no Brasil atuação.
O federalismo, como forma de organização política do Conforme prevê o art. 18 da Constituição, o sistema po‐
estado moderno, é reconhecida na formação do estado nor‐ lítico federativo adotado pelo Brasil compreende a União, os
te-americano. A partir da Constituição Norte- Americana de Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Todos com au‐
1787, ficou instituída a conformação de um estado soberano, tonomia administrativa e sem vinculação hierárquica. Espe‐
mas não unitário, onde a União passou a concentrar a capaci‐ cificamente quanto ao tema saúde, a Carta Política atribuiu
dade de decisão soberana sobre as competências essenciais competência material10 comum aos entes federados, como
à existência de um estado moderno: a política externa, o co‐ se dispõe o art. 23, inciso II, da CF. Dessa forma, quer parecer
mércio exterior, a arrecadação de impostos e a administração que a competência comum pressupõe uma atuação coopera‐
da justiça em assuntos de interesse nacional; e os estados- da dos três entes federativos, baseado num modelo de redu‐
membros mantiveram uma esfera de atuação autônoma so‐ ção de desigualdades regionais em favor de uma progressiva
bre as competências residuais. igualação das condições sociais de vida em todo território
O mínimo necessário para a caracterização da organiza‐ nacional.
ção constitucional federalista exige, inicialmente, a decisão do Nesse sentido, a Constituição previu ainda a competência
legislador constituinte - por meio da edição de uma consti‐ concorrente dos entes federados para legislar sobre a “defesa
tuição – de criar o Estado Federal e suas partes indissociáveis, da saúde” (inciso XII, do art. 24 da CF) e atribuiu à União com‐
a Federação ou União, e os Estados-membros. Afinal, a cria‐ petência legislativa concorrente para editar normas gerais
ção de um governo geral supõe a renuncia e o abandono de sobre o assunto (§1º do art. 24 da CF). Portanto, à legislação
certas porções de competências administrativas, legislativas e infraconstitucional coube descrever diretrizes gerais e especí‐
tributárias por parte dos governos locais. ficas de cada ente federativo.
De fato, afirma o Prof. Raul Machado Horta que “o Estado Deve-se ressaltar que, justamente em função de toda essa
Federal criou o Estado não soberano”. Ao se analisar o Esta‐ complexidade, muitos compreendem a saúde como exceção
do Federal, deve-se destacar, assim, as ideias de soberania e ao próprio princípio federativo de separação das atribuições
autonomia. De fato, o núcleo do federalismo está na existên‐ entre as esferas governamentais. Entendem que a saúde com‐
cia de um Estado total, representado pela União, detentor de poria um subsistema da seguridade social fundado no princí‐
soberania, com poderes de ação sobre toda a população e pio da solidariedade.
sobre todo o território, com competências e recursos finan‐ Independentemente da corrente que se adote, o fato é
ceiros próprios, e de Estados-membros, autônomos, dotados que ao tratar da saúde a Constituição Federal não reproduziu
de recursos financeiros independentes. Tanto a União quanto com exatidão as áreas de atuação dos serviços prestados pelo

2
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Poder Público de cada esfera política, estabelecendo atuação 2.4 Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde - SUS
comum e integrada. E, a essa atuação comum e integrada, Desde a VIII Conferência Nacional de Saúde (1986) e a
deve ainda agregar toda a E, a essa atuação comum e integra‐ Constituinte (1987 a 1988), um alto grau de consenso político
da, deve ainda agregar toda complexidade inerente da área, veio a constituir o fator decisivo para a conformação federa‐
com inúmeras carências e diferentes ações e serviços por par‐ tiva do SUS. Tal consenso defendeu três teses convergentes:
te do Estado, além de interesses e pressões do mercado ine‐ 1) Gestão compartilhada nos âmbitos federal, estadual
rentes à área da saúde. e municipal, com direção única em cada esfera de governo;
Do conjunto de determinações constitucionais sobre a 2) descentralização que concede papel destacado à ges‐
saúde aos entes federados, vem se conformando o entendi‐ tão municipal;
mento de que a União está encarregada das funções de fi‐ 3) funcionamento obrigatório do controle social, por
nanciamento e de formulação da política nacional de saúde, meio dos conselhos de saúde. Tais vetores ensejaram o es‐
assim como da coordenação das ações intergovernamentais; tabelecimento de princípios e diretrizes do Sistema Único de
aos Estados, por sua vez, cabe se adaptarem essa política às Saúde (SUS), que constituem as bases para o funcionamento
suas peculiaridades regionais, coordenando as ações entre os e organização do sistema no país.
respectivos municípios; e, aos municípios, efetuar a prestação Universalização
dos serviços de saúde com o auxílio técnico e financeiro es‐ Saúde é direito de cidadania e dever do Governo: munici‐
tadual e federal. pal, estadual e federal.
II.2.2 Mecanismos de Com a universalidade, o indivíduo passa a ter direito de
Art.culação Federativa acesso a todos os serviços públicos de saúde, assim como
Para que a gestão do SUS se tornasse realidade, foram àqueles contratados pelo poder público, independentemente
postos em funcionamento diversos mecanismos de articula‐ de sexo, raça, renda, ocupação, ou outras características so‐
ção federativa. Um desses instrumentos foi a Comissão ciais ou pessoais. É a garantia de atenção à saúde por parte
Tripartite, que atua junto ao Ministério da Saúde e é do sistema, a todo e qualquer cidadão.
formada por gestores do SUS das três esferas do governo. Equidade
A comissão representa a principal instância de negociação e É um princípio de justiça social porque busca diminuir de‐
pactuação de critérios de distribuição de recursos, de planos sigualdades. Isto significa tratar desigualmente os desiguais,
e de avaliação do desenvolvimento das pactuações realizadas investindo mais onde a carência é maior. Apesar de todos te‐
em cada esfera de governo. rem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso,
No âmbito estadual, uma Comissão Bipartite desempe‐ têm necessidades diferentes.
nha papel semelhante, reunindo gestores municipais e esta‐ Portanto, pela equidade investe-se mais onde a carência
duais e se encarregando dos planos estaduais, regionais e de é maior. Para isso, a rede de serviços deve estar atenta às ne‐
regionalização das ações e serviços propostos pelos Colegia‐ cessidades reais da população a ser atendida.
dos de Gestão Regional. Integralidade
Podem ser agregadas a tais instâncias de caráter perma‐ É a garantia do fornecimento de um conjunto articu‐
nente eventuais negociações dos gestores com o Ministério lado e contínuo de ações e serviços preventivos, curativos
da Saúde e autoridades da área federal reuniões para formula‐ e coletivos, exigidos em cada caso para todos os níveis de
ção e aprovação de pactos de gestão e de pactos pela saúde. complexidade de assistência. Portanto, significa considerar
II.2.3 O Sistema Único de Saúde – SUS a pessoa como um todo, atendendo a todas as suas ne‐
O Sistema Único de Saúde faz parte das ações definidas cessidades. Para isso, é importante a integração de ações,
na Constituição como de “relevância pública”. As competên‐ incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o
cias decorrentes dessa relevância pública envolvem o exer‐ tratamento e a reabilitação.
cício de um poder regulador, de arbitragem e de interven‐ Ao mesmo tempo, o princípio da integralidade pressu‐
ção executiva por parte das esferas do Poder Público e, por põe a articulação da saúde com outras políticas públicas,
consequência, de suas agências de prestação de serviços. Por como forma de assegurar uma atuação intersetorial entre
isso, é atribuído ao Estado a regulamentação, a fiscalização e as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e
o controle das ações e dos serviços de saúde, independente qualidade de vida dos indivíduos.
da execução direta do mesmo. Hierarquização e da Regionalização
Tal Sistema faz parte de um sistema mais amplo, o Siste‐ A hierarquização deve, além de proceder à divisão de
ma da Seguridade Social. níveis de atenção, garantir formas de acesso a serviços que
Conforme prevê o art. 194 da Constituição, a Segurida‐ componham toda a complexidade requerida para o caso,
de Social “compreende um conjunto integrado de ações de no limite dos recursos disponíveis numa dada região. Deve
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinada a ainda incorporar-se à rotina do acompanhamento dos ser‐
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à as‐ viços, com fluxos de encaminhamento (referência) e de
sistência social”. retorno de informações do nível básico do serviço (con‐
Cabe destacar que, conforme exposto anteriormente, a tra-referência).
noção de sistema deve ser compreendida não como um novo Por isso, os serviços devem ser organizados em ní‐
serviço, mas sim como um conjunto de unidades, de serviços veis de complexidade tecnológica crescente, circunscritos
e ações das três esferas que interagem para um fim comum. a uma área geográfica delimitada, planejados a partir de
Tal sistema deve ainda ser único, no sentido de ter a mesma critérios epidemiológicos e com a definição e o conheci‐
doutrina e a mesma forma de organização em todo o país. mento da clientela a ser atendida.

3
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

O acesso da população à rede deve se dar através dos financeiros na área da saúde). Estas leis definem as atribui‐
serviços de nível primário de atenção que devem estar qua‐ ções dos diferentes níveis de governo com a saúde; estabe‐
lificados para atender e resolver os principais problemas lecem responsabilidades nas áreas de vigilância sanitária,
que demandam os serviços de saúde; devendo, os demais, epidemiológica e saúde.
serem referenciados para os serviços de maior complexi‐ Os Conselhos de Saúde, que devem existir nos três ní‐
dade tecnológica. veis de governo, são órgãos deliberativos, de caráter per‐
Historicamente quem tinha direito à saúde no Brasil manente, compostos com a representatividade de toda a
eram apenas os trabalhadores segurados do INPS e depois sociedade. Sua composição deve ser paritária, com metade
do INAMPS. O SUS foi implantado com a responsabilidade de seus membros representando os usuários e a outra me‐
de tornar realidade este princípio. tade, o conjunto composto por governo, trabalhadores da
saúde e prestadores privados.
Descentralização e Comando Único Os conselhos devem ser criados por lei do respectivo
Descentralizar é redistribuir poder e responsabilidades âmbito de governo, onde serão definidas a composição do
entre os três níveis de governo. Na saúde, a descentraliza‐ colegiado e outras normas de seu funcionamento.
ção tem como objetivo prestar serviços com maior quali‐ As Conferências de Saúde são fóruns com representa‐
dade e garantir o controle e a fiscalização pelos cidadãos. ção de vários segmentos sociais que se reúnem para pro‐
Quanto mais perto estiver a decisão, maior a chance de por diretrizes, avaliar a situação da saúde e ajudar na defi‐
acerto. No SUS a responsabilidade pela saúde deve ser nição da política de saúde. Devem ser realizadas em todos
descentralizada até o município. Isto significa dotar o mu‐ os níveis de governo.
nicípio de condições gerenciais, técnicas, administrativas e Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção
financeiras para exercer esta função. e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
A decisão deve ser de quem executa, que deve ser o dos serviços correspondentes e dá outras providências.
que está mais perto do problema. A descentralização, ou Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão
municipalização, é uma forma de aproximar o cidadão das do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferên‐
decisões do setor e significa a responsabilização do muni‐ cias intergovernamentais de recursos financeiros na área
cípio pela saúde de seus cidadãos. É também uma forma da saúde.
de intervir na qualidade dos serviços prestados. Também foram editadas diversas normas e portarias
Para fazer valer o princípio da descentralização, existe a pelo Ministério da Saúde as Normas Operacionais Bási‐
concepção constitucional do mando único. cas (NOBs) - como instrumentos de regulamentação do
Cada esfera de governo é autônoma e soberana nas sistema. Tais normas definem a forma de transferência de
suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais recursos entre governos e as modalidades de pagamento
e a participação da sociedade. Assim, a autoridade sani‐ dos serviços de saúde, além de instruírem o processo de
tária do SUS é exercida na União pelo ministro da saúde, descentralização e de construção de uma rede de serviços
nos estados pelos secretários estaduais de saúde e nos mu‐ capaz de operar com racionalidade sistêmica.
nicípios pelos secretários ou chefes de departamentos de Portanto, o SUS conforma modelo público de presta‐
saúde. Eles são também conhecidos como “gestores” do ção de serviços e ações de saúde em âmbito nacional, in‐
sistema de saúde. corporando novos instrumentos gerenciais, técnicos e de
Participação Popular democratização da gestão. Em sua concepção original, visa
Parte do pressuposto de que a participação da socie‐ integrar os subsistemas de saúde pública e de assistência
dade não deve se esgotar nas discussões que deram ori‐ previdenciária - os ramos da medicina preventiva e curativa
gem ao SUS. Como forma de garantir a efetividade das po‐ -, bem como os serviços públicos e privados, em regime
líticas públicas de saúde, bem como forma de exercício do de contrato ou convênio, num sistema único e nacional,
controle social, devem ser criados canais de participação de acesso universal e igualitário, organizado de forma re‐
popular na gestão do SUS em todas as esferas. gionalizada e hierarquizada, sob comando único em cada
São iniciativas voltadas à promoção dessa participação nível de governo, segundo as diretrizes da descentraliza‐
a criação dos Conselhos e das Conferências de Saúde, que ção administrativa e operacional, do atendimento integral
têm como função formular estratégias, controlar e avaliar a à saúde e da participação da comunidade visando ao con‐
execução da política de saúde. trole social.
Resolubilidade (Solução de Problemas) Este modelo envolve inúmeras variáveis e só se concre‐
É a exigência de que, quando um indivíduo busca o tiza por meio do estabelecimento de relações interinstitu‐
atendimento ou quando surge um problema de impacto cionais de governo. A descentralização, associada à diretriz
coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja ca‐ da gestão única, resulta em três arranjos formais para o
pacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível da sua sistema de saúde: municipais, estaduais e o nacional. No
competência. entanto, a integralidade e a hierarquização induzem à for‐
II.3. Marco Legal do SUS mação de outros subsistemas, como consequência da ne‐
A criação do SUS, feita pela Constituição Federal, foi gociação intergestores. Como se percebe, o SUS é fruto de
posteriormente implementada por meio da Lei nº 8.080, de acordos políticos e do desenvolvimento de instrumentos
1990 (Lei Orgânica da Saúde19) e da Lei nº 8.142, de 1990 técnico-operacionais necessários à integração do Sistema.
(Regula as transferências intergovernamentais de recursos

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

2. CONTROLE SOCIAL NO SUS.

Em virtude da qualidade e pelo edital abordar tópicos sobre informações oficiais, segue na íntegra artigo produzido
pelo Conselho de Saúde, disponível para acesso no site acima informado.
O controle social na saúde
A Constituição de 1988 determinou, no artigo 198, que a sociedade participasse da gestão do sistema de saúde.
As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
Dois anos depois, duas leis trouxeram conteúdos importantes sobre essa participação, ao abordarem aspectos relacio‐
nados ao Conselho Nacional de Saúde. Foram elas a Lei nº 8.080, de 1990, conhecida como Lei Orgânica da Saúde, e a Lei
nº 8.142 do mesmo ano. Veja o que dizem cada uma delas!
Principais considerações sobre a Lei!
1- Regulamenta o § 3º do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados
anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde;
2- Estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e
controle das despesas com saúde nas três (três) esferas de governo.
IMPORTANTE
São atribuições exclusivas do Conselho Nacional de Saúde:
• Deliberar sobre a metodologia pactuada na CIT para definição dos montantes a serem transferidos pelo Ministério da
Saúde para Estados, Distrito Federal e Municípios para custeio das ações e serviços de saúde.
• Deliberar sobre as normas do SUS pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
• Deliberar sobre o modelo padronizado do Relatório
Anual de Gestão (RAG) da União, Estados, Distrito Federal e Municípios e do modelo simplificado desse relatório para
os municípios com menos de 50 mil habitantes.

Atribuições dos Conselhos Nacional, Estaduais, Distrital e Municipais de Saúde:

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

A Lei nº 8.142/90, no segundo parágrafo, estabelece que: ficada por “controle social”. Controle da sociedade sobre a
 O Conselho de Saúde, em caráter permanente e de‐ política de saúde. Com isso, a lógica tradicional do controle
liberativo, órgão colegiado composto por representantes social exercido exclusivamente pelos governos era invertida.
do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde A sociedade começou, efetivamente, a participar da gestão
e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle do sistema de saúde. A população, por meio dos Conselhos
da execução da política de saúde na instância correspon‐ de Saúde, passou a exercer o controle social, participando do
dente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, planejamento das políticas públicas, fiscalizando as ações do
cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder le‐ governo, verificando o cumprimento das leis relacionadas ao
galmente constituído em cada esfera do governo. SUS e analisando as aplicações financeiras realizadas pelo
A Lei nº 8.080/90, por sua vez, determina que: município ou pelo estado no gerenciamento da saúde.
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbi‐ Desde 1990, municípios e estados passaram a constituir
to nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, os seus próprios Conselhos de Saúde. Hoje, no Brasil, além
integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por do Conselho Nacional de Saúde (CNS), com sede em Brasília,
entidades representativas da sociedade civil.
existem vinte e seis conselhos estaduais de saúde, um conse‐
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a
lho do Distrito Federal, mais de cinco mil conselhos munici‐
finalidade de articular políticas e programas de interesse
pais, trinta e quatro conselhos distritais sanitários indígenas,
para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreen‐
didas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). entre outros.
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de Características dos Conselhos de Saúde
serviços e os parâmetros de cobertura assistencial serão Os Conselhos de Saúde não são órgãos responsáveis pela
estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de gestão ou execução de serviços e, por isso, não têm responsa‐
Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional de Saúde. bilidade direta sobre a prestação dos serviços de saúde. Essa
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste tarefa cabe diretamente ao Poder Público, nas três esferas de
e de pagamento da remuneração aludida neste artigo, a governo. Um Conselho de Saúde é um órgão:
direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá colegiado, ou seja, é composto por pessoas que repre‐
fundamentar seu ato em demonstrativo econômico-finan‐ sentam diferentes grupos da sociedade, sendo 50% delas re‐
ceiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos ser‐ presentantes de usuários do SUS;
viços contratados. permanente, isto é, tem sua existência garantida em qual‐
§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às nor‐ quer circunstância. Para ser extinto é preciso haver uma lei; e
mas técnicas e administrativas e aos princípios e diretri‐ deliberativo, ou seja, toma decisões que devem ser cum‐
zes do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio pridas pelo poder público.
econômico e financeiro do contrato. Como tal, para garantir total autonomia e efetividade ao
§ 3° (Vetado). controle social, o Conselho de Saúde não é subordinado ao
§ 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de Poder Executivo – ao prefeito, ao governador ou ao secretário
entidades ou serviços contratados é vedado exercer car‐ de saúde, por exemplo.
go de chefia ou função de confiança no Sistema Único de 3.3 Princípios básicos para criação de um Conselho de
Saúde (SUS) Saúde
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Como vimos, todos os municípios e estados têm liber‐
Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em cada dade para formarem os seus Conselhos de Saúde. Mas, para
esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização fazerem isso, devem garantir condições de pleno funciona‐
dos respectivos Conselhos de Saúde. mento ao Conselho, assegurando-lhe autonomia administra‐
§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originá‐
tiva e financeira.
rios do Orçamento da Seguridade Social, de outros Orça‐
A Resolução do CNS nº 333, de 2003, esclarece que a cria‐
mentos da União, além de outras fontes, serão administra‐
ção de um Conselho de Saúde é estabelecida por lei federal,
dos pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional
de Saúde. estadual, distrital ou municipal.
§ 2º (Vetado).
§ 3º (Vetado).
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de
seu sistema de auditoria, a conformidade à programação
aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e
Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não apli‐
cação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar
as medidas previstas em lei.
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de
saúde, em função das características epidemiológicas e da
organização dos serviços em cada jurisdição administrativa.
A partir de então, a atuação da sociedade no siste‐
ma de saúde ganhou uma nova dimensão. A participação
social foi ampliada, democratizada e passou a ser quali‐

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Além disso, orienta que cada Conselho de Saúde pos‐


sua regimento interno e estrutura administrativa, capazes
de garantir a funcionalidade na distribuição das atribuições
entre conselheiros e equipe administrativa. Fortalece-se,
assim, o processo democrático e a execução de suas ati‐
vidades de maneira efetiva. Para compreender melhor es‐
tas orientações, vamos conhecer como são constituídos os
Conselhos de Saúde.

Critérios para composição do Conselho de Saúde


Os Conselhos de Saúde são constituídos por conse‐
lheiros, que se responsabilizam pela proposição, discussão,
acompanhamento, deliberação, avaliação e fiscalização da
implementação da política de saúde, inclusive em seus as‐
pectos econômicos e financeiros.
O número de conselheiros é definido pelos Plená‐
rios dos Conselhos de Saúde e das Conferências de Saú‐
de, quantitativo que deve ser especificado em lei. Já a sua
composição atende a dois critérios: o da representativida‐
de e o da paridade. Veja o que significa cada um deles! Como acontece a escolha dos conselheiros de saú-
Representatividade - para que o Conselho de Saúde de?
represente a sociedade, cada conselheiro, apesar de de‐ Para atender ao critério da representatividade, visto no
fender os interesses de toda a sociedade, atua como in‐ item anterior, entidades e movimentos sociais indicam, por
terlocutor de um segmento específico. De acordo com a escrito, representantes para atuarem como conselheiros de
Resolução CNS nº 333, de 2003, essa representação deve saúde, de acordo com o número de vagas existentes.
atender a critérios de representatividade, de abrangência e Tanto a entidade quanto o movimento social têm auto‐
de complementaridade do conjunto de forças sociais con‐ nomia para escolher os seus representantes pela forma que
templadas pelo Conselho de Saúde. Assim, um conselheiro achar mais conveniente. Entretanto, deve-se atentar para
de saúde pode representar: o fato de que a ocupação de cargos de confiança ou de
chefia que interfiram na autonomia representativa, pelos
conselheiros representantes dos segmentos usuários e de
profissionais de saúde, é avaliada como possível impedi‐
mento da representação do segmento. Caso isso ocorra, a
entidade pode indicar um substituto.
ATENÇÃO! O governo não pode interferir nesse pro‐
cesso de escolha, nem pode vetar qualquer indicação.
Informações importantes sobre os conselheiros
O mandato dos conselheiros é definido pelo regimen‐
to interno de cada Conselho. Recomenda-se que a sua du‐
ração não coincida com a do gestor da esfera de governo
(municipal, estadual ou federal), a qual o Conselho de Saú‐
de esteja vinculado.
Um conselheiro pode perder o seu mandato por ex‐
cesso de faltas às reuniões, por conduta não condizente ao
seu papel de conselheiro, ou por assumir cargo na adminis‐
tração pública incompatível com a sua função. O regimen‐
to interno do Conselho de Saúde pode estabelecer outros
motivos que levem à perda do mandato.
Nessas situações, ou caso haja necessidade ocasionada
por outro motivo, um conselheiro pode ser substituído a
qualquer momento. Para que isso ocorra, basta que a en‐
tidade, ou o movimento social, por ele representado, indi‐
Paridade - o número de conselheiros que representam que o seu substituto.
os usuários dos serviços de saúde (50%) deve ser igual ao Como a função do conselheiro é de relevância pública,
número de conselheiros que representam outros segmen‐ sua atuação no Conselho não é remunerada. Entretanto,
tos da sociedade (50%). Numericamente, os conselheiros pelo mesmo motivo, é garantida a sua dispensa ao tra‐
se distribuem da seguinte forma: balho, sem nenhum prejuízo, durante a realização de re‐
uniões, capacitações ou ações específicas do Conselho de
Saúde.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Estrutura e funcionamento de um Conselho de Saúde


Como você já sabe, todo Conselho de Saúde deve possuir um regimento interno, pelo qual são definidas suas regras de
funcionamento, como, por exemplo, o número de conselheiros, a duração do mandato e a composição do quadro adminis‐
trativo. Esse regimento deve ser elaborado de acordo com os princípios básicos estabelecidos na Lei nº 8.080, de 1990, na
Lei nº 8.142, de 1990, na Resolução nº 333, de 2003, do Conselho Nacional de Saúde, e no Decreto Lei nº 5.839, de 2006.
Como vimos, cada Conselho de Saúde, além dos conselheiros, conta com o trabalho de vários profissionais que bus‐
cam, principalmente, garantir a funcionalidade do Conselho, evitando que ocorram relações de poder entre os próprios
conselheiros e que se instaurem rotinas burocráticas capazes de prejudicar as atividades de trabalho. A Resolução nº 333,
de 2003, do CNS, sugere a seguinte estrutura de organização:

Baseando-se nessa estrutura, todo Conselho de Saúde deve possuir um Plenário, pois é nele que os conselheiros se
encontram oficialmente para deliberarem sobre diferentes assuntos. Os Conselhos possuem, também, uma Presidência,
uma Mesa Diretora e uma Secretaria Executiva. As demais estruturas, Comissões e Grupos de Trabalho, por constituírem-
se assessorias ao Plenário, sem caráter deliberativo, devem ser instituídas pelo Conselho, de acordo com a necessidade.
Conheça a seguir as principais atribuições de cada uma das estruturas de funcionamento.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Como são tomadas as decisões nos Conselhos de Saúde


As decisões do Conselho de Saúde serão adotadas mediante quórum mínimo (metade mais um) dos seus integrantes,
ressalvados os casos regimentais em que se exija quórum especial, ou maioria qualificada de votos.
Documentos produzidos pelos Conselhos de Saúde
Para tornar públicas suas decisões ou outras manifestações de seu interesse, os Conselhos de Saúde fazem uso de três
tipos de deliberações. Além disso, divulgam suas pautas e atas de reunião. Vamos conhecê-las!
Atas de reunião
Toda reunião do Plenário é documentada por uma ata. Por ter valor jurídico, ela apresenta um resumo fiel dos fatos,
ocorrências e decisões tomadas pelos conselheiros durante as reuniões. O texto, escrito sem parágrafos, corridamente, deve
ser assinado, preferencialmente, por todos os presentes. Caso seja identificado algum erro ou imprecisão, quem escreve a
ata faz uma observação escrita no texto e, posteriormente, submete a redação da ata novamente à apreciação do Plenário.

Deliberações – tipos e características


a) Resolução - É uma decisão de caráter geral que estabelece normas a todos aqueles diretamente relacionados ao
seu conteúdo.
Devido a esse caráter, as resoluções devem ser obrigatoriamente homologadas pelo chefe do Poder Executivo, em até
trinta dias. Caso isso não aconteça, ou não seja encaminhada uma justificativa com proposta de alteração ou rejeição a ser
apreciada na próxima reunião do Conselho, as entidades que integram o Conselho de Saúde podem buscar a validação da
resolução, recorrendo ao Ministério Público.
b) Recomendação - É uma sugestão, advertência ou aviso a respeito do conteúdo ou da forma de execução de uma
política ou ação de saúde. Normalmente, aborda assuntos específicos, não de responsabilidade direta do Conselho, mas
que são relevantes e necessários.
c) Moções - É uma manifestação de aprovação, reconhecimento ou repúdio a respeito de determinado assunto ou
fato.
A Plenária Nacional de Conselhos de Saúde
As Plenárias de Conselhos de Saúde foram criadas, principalmente, para promover a relação dos Conselhos de Saúde
com a esfera nacional, e, com isso, fortalecer ainda mais a participação popular no Sistema Único de Saúde.
Periodicamente, o CNS convoca a Plenária dos Conselhos de Saúde para:
• acompanhar a implementação das deliberações das Conferências Nacionais de Saúde;
• analisar os obstáculos e os avanços da ação dos Conselhos de Saúde;
• propor diretrizes e caminhos para efetivar o controle social do SUS;
• provocar intensa troca de experiências entre seus participantes, propiciando a renovação de forças e motivações
para o aprofundamento da concepção e articulação do efetivo exercício do controle social.
Desde 2004, após publicação da Recomendação nº 5, de 2004, pelo CNS, a Coordenação Nacional da Plenária Nacional
de Conselhos de Saúde passou a ser composta por dois representantes de cada estado (um titular e um suplente) e do
Distrito Federal, eleitos em Plenárias Estaduais, precedidas por um processo de articulação entre os Conselhos de Saúde
do estado.

9
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

respondente. Assim, os Conselhos de Saúde são espaços


3. RESOLUÇÃO 453/2012 DO CONSELHO instituídos de participação da comunidade nas políticas
NACIONAL DA SAÚDE. públicas e na administração da saúde.
Parágrafo único. Como Subsistema da Seguridade So‐
cial, o Conselho de Saúde atua na formulação e proposição
de estratégias e no controle da execução das Políticas de
RESOLUÇÃO Nº 453, DE 10 DE MAIO DE 2012 Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros.
DA INSTITUIÇÃO E REFORMULAÇÃO DOS CONSELHOS
O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua DE SAÚDE
Ducentésima Trigésima Terceira Reunião Ordinária, realiza‐ Segunda Diretriz: a instituição dos Conselhos de Saúde
da nos dias 9 e 10 de maio de 2012, no uso de suas com‐ é estabelecida por lei federal, estadual, do Distrito Federal
petências regimentais e atribuições conferidas pela Lei no e municipal, obedecida a Lei no 8.142/90.
8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei no 8.142, de Parágrafo único. Na instituição e reformulação dos
28 de dezembro de 1990, e pelo Decreto no 5.839, de 11 Conselhos de Saúde o Poder Executivo, respeitando os
de julho de 2006, e princípios da democracia, deverá acolher as demandas da
Considerando os debates ocorridos nos Conselhos de população aprovadas nas Conferências de Saúde, e em
Saúde, nas três esferas de Governo, na X Plenária Nacional consonância com a legislação.
de Conselhos de Saúde, nas Plenárias Regionais e Estaduais A ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE
de Conselhos de Saúde, nas 9a, 10a e 11a Conferências Na‐ Terceira Diretriz: a participação da sociedade organi‐
cionais de Saúde, e nas Conferências Estaduais, do Distrito zada, garantida na legislação, torna os Conselhos de Saú‐
Federal e Municipais de Saúde; de uma instância privilegiada na proposição, discussão,
Considerando a experiência acumulada do Controle acompanhamento, deliberação, avaliação e fiscalização da
Social da Saúde à necessidade de aprimoramento do Con‐ implementação da Política de Saúde, inclusive nos seus as‐
trole Social da Saúde no âmbito nacional e as reiteradas pectos econômicos e financeiros. A legislação estabelece,
demandas dos Conselhos Estaduais e Municipais referen‐ ainda, a composição paritária de usuários em relação ao
tes às propostas de composição, organização e funciona‐ conjunto dos demais segmentos representados. O Conse‐
mento, conforme o § 5o inciso II art. 1o da Lei no 8.142, de lho de Saúde será composto por representantes de entida‐
28 de dezembro de 1990; des, instituições e movimentos representativos de usuários,
Considerando a ampla discussão da Resolução do CNS de entidades representativas de trabalhadores da área da
no 333/92 realizada nos espaços de Controle Social, entre saúde, do governo e de entidades representativas de pres‐
os quais se destacam as Plenárias de Conselhos de Saúde; tadores de serviços de saúde, sendo o seu presidente eleito
Considerando os objetivos de consolidar, fortalecer, entre os membros do Conselho, em reunião plenária. Nos
ampliar e acelerar o processo de Controle Social do SUS, Municípios onde não existem entidades, instituições e mo‐
por intermédio dos Conselhos Nacional, Estaduais, Munici‐ vimentos organizados em número suficiente para compor
pais, das Conferências de Saúde e Plenárias de Conselhos o Conselho, a eleição da representação será realizada em
de Saúde; plenária no Município, promovida pelo Conselho Municipal
Considerando que os Conselhos de Saúde, consagra‐ de maneira ampla e democrática.
dos pela efetiva participação da sociedade civil organizada, I - O número de conselheiros será definido pelos Con‐
representam polos de qualificação de cidadãos para o Con‐ selhos de Saúde e constituído em lei.
trole Social nas esferas da ação do Estado; e II - Mantendo o que propôs as Resoluções nos 33/92
Considerando o que disciplina a Lei Complementar no e 333/03 do CNS e consoante com as Recomendações da
141, de 13 de janeiro de 2012, e o Decreto nº 7.508, de 28 10a e 11a Conferências Nacionais de Saúde, as vagas deve‐
de junho de 2011, que regulamentam a Lei Orgânica da rão ser distribuídas da seguinte forma:
Saúde, resolve: a)50% de entidades e movimentos representativos de
Aprovar as seguintes diretrizes para instituição, refor‐ usuários;
mulação, reestruturação e funcionamento dos Conselhos b)25% de entidades representativas dos trabalhadores
de Saúde: da área de saúde;
DA DEFINIÇÃO DE CONSELHO DE SAÚDE Primeira Diretriz: c)25% de representação de governo e prestadores de
o Conselho de Saúde é uma instância colegiada, deli‐ serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos.
berativa e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) III - A participação de órgãos, entidades e movimentos
em cada esfera de Governo, integrante da estrutura orga‐ sociais terá como critério a representatividade, a abrangên‐
nizacional do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saú‐ cia e a complementaridade do conjunto da sociedade, no
de dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com âmbito de atuação do Conselho de Saúde. De acordo com
composição, organização e competência fixadas na Lei no as especificidades locais, aplicando o princípio da paridade,
8.142/90. O processo bem-sucedido de descentralização serão contempladas, dentre outras, as seguintes represen‐
da saúde promoveu o surgimento de Conselhos Regionais, tações:
Conselhos Locais, Conselhos Distritais de Saúde, incluindo a)associações de pessoas com patologias;
os Conselhos dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, b)associações de pessoas com deficiências;
sob a coordenação dos Conselhos de Saúde da esfera cor‐ c)entidades indígenas;

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

d)movimentos sociais e populares, organizados (movi‐ ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE


mento negro, LGBT...); SAÚDE
e)movimentos organizados de mulheres, em saúde; Quarta Diretriz: as três esferas de Governo garantirão au‐
f)entidades de aposentados e pensionistas; tonomia administrativa para o pleno funcionamento do Con‐
g)entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais, selho de Saúde, dotação orçamentária, autonomia financeira e
confederações e federações de trabalhadores urbanos e rurais; organização da secretaria-executiva com a necessária infraes‐
h)entidades de defesa do consumidor; trutura e apoio técnico:
i)organizações de moradores; I - cabe ao Conselho de Saúde deliberar em relação à sua
j)entidades ambientalistas; estrutura administrativa e o quadro de pessoal;
k)organizações religiosas; II - o Conselho de Saúde contará com uma secretaria-exe‐
l)trabalhadores da área de saúde: associações, confedera‐ cutiva coordenada por pessoa preparada para a função, para
ções, conselhos de profissões regulamentadas, federações e o suporte técnico e administrativo, subordinada ao Plenário
sindicatos, obedecendo as instâncias federativas; do Conselho de Saúde, que definirá sua estrutura e dimensão;
m)comunidade científica;
III - o Conselho de Saúde decide sobre o seu orçamento;
n)entidades públicas, de hospitais universitários e hospi‐
IV - o Plenário do Conselho de Saúde se reunirá, no míni‐
tais campo de estágio, de pesquisa e desenvolvimento;
mo, a cada mês e, extraordinariamente, quando necessário, e
o)entidades patronais;
p)entidades dos prestadores de serviço de saúde; e terá como base o seu Regimento Interno. A pauta e o material
q)governo. de apoio às reuniões devem ser encaminhados aos conselhei‐
IV - As entidades, movimentos e instituições eleitas no ros com antecedência mínima de 10 (dez) dias;
Conselho de Saúde terão os conselheiros indicados, por es‐ V - as reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são
crito, conforme processos estabelecidos pelas respectivas abertas ao público e deverão acontecer em espaços e horários
entidades, movimentos e instituições e de acordo com a sua que possibilitem a participação da sociedade;
organização, com a recomendação de que ocorra renovação VI - o Conselho de Saúde exerce suas atribuições median‐
de seus representantes. te o funcionamento do Plenário, que, além das comissões in‐
V - Recomenda-se que, a cada eleição, os segmentos de tersetoriais, estabelecidas na Lei no 8.080/90, instalará outras
representações de usuários, trabalhadores e prestadores de comissões intersetoriais e grupos de trabalho de conselheiros
serviços, ao seu critério, promovam a renovação de, no míni‐ para ações transitórias.As comissões poderão contar com inte‐
mo, 30% de suas entidades representativas. grantes não conselheiros;
VI - A representação nos segmentos deve ser distinta e VII - o Conselho de Saúde constituirá uma Mesa Diretora elei‐
autônoma em relação aos demais segmentos que compõem ta em Plenário, respeitando a paridade expressa nesta Resolução;
o Conselho, por isso, um profissional com cargo de direção ou VIII - as decisões do Conselho de Saúde serão adotadas
de confiança na gestão do SUS, ou como prestador de serviços mediante quórum mínimo (metade mais um) dos seus inte‐
de saúde não pode ser representante dos(as) Usuários(as) ou grantes, ressalvados os casos regimentais nos quais se exija
de Trabalhadores(as). quórum especial, ou maioria qualificada de votos;
VII - A ocupação de funções na área da saúde que inter‐ a) entende-se por maioria simples o número inteiro ime‐
firam na autonomia representativa do Conselheiro(a) deve ser diatamente superior à metade dos membros presentes;
avaliada como possível impedimento da representação de b) entende-se por maioria absoluta o número inteiro ime‐
Usuário(a) e Trabalhador( a), e, a juízo da entidade, indicativo diatamente superior à metade de membros do Conselho;
de substituição do Conselheiro( a). c) entende-se por maioria qualificada 2/3 (dois terços) do
VIII - A participação dos membros eleitos do Poder Legisla‐ total de membros do Conselho;
tivo, representação do Poder Judiciário e do Ministério Público,
IX - qualquer alteração na organização dos Conselhos
como conselheiros, não é permitida nos Conselhos de Saúde.
de Saúde preservará o que está garantido em lei e deve ser
IX - Quando não houver Conselho de Saúde constituído
proposta pelo próprio Conselho e votada em reunião plená‐
ou em atividade no Município, caberá ao Conselho Estadual
de Saúde assumir, junto ao executivo municipal, a convo‐ ria, com quórum qualificado, para depois ser alterada em seu
cação e realização da Conferência Municipal de Saúde, que Regimento Interno e homologada pelo gestor da esfera cor‐
terá como um de seus objetivos a estruturação e composi‐ respondente;
ção do Conselho Municipal. O mesmo será atribuído ao X - a cada três meses, deverá constar dos itens da pau‐
Conselho Nacional de Saúde, quando não houver Conselho ta o pronunciamento do gestor, das respectivas esferas de
Estadual de Saúde constituído ou em funcionamento. governo, para que faça a prestação de contas, em relatório
X - As funções, como membro do Conselho de Saúde, não detalhado, sobre andamento do plano de saúde, agenda da
serão remuneradas, considerando-se o seu exercício de rele‐ saúde pactuada, relatório de gestão, dados sobre o montante
vância pública e, portanto, garante a dispensa do trabalho sem e a forma de aplicação dos recursos, as auditorias iniciadas e
prejuízo para o conselheiro. Para fins de justificativa junto aos concluídas no período, bem como a produção e a oferta de
órgãos, entidades competentes e instituições, o Conselho de serviços na rede assistencial própria, contratada ou convenia‐
Saúde emitirá declaração de participação de seus membros da, de acordo com o art. 12 da Lei no 8.689/93 e com a Lei
durante o período das reuniões, representações, capacitações Complementar no 141/2012;
e outras atividades específicas. XI - os Conselhos de Saúde, com a devida justificativa,
XI - O conselheiro, no exercício de sua função, responde buscarão auditorias externas e independentes sobre as contas
pelos seus atos conforme legislação vigente. e atividades do Gestor do SUS; e

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

XII - o Pleno do Conselho de Saúde deverá manifestar- XIV - aprovar a proposta orçamentária anual da saúde, tendo
se por meio de resoluções, recomendações, moções e outros em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes
atos deliberativos. Orçamentárias, observado o princípio do processo de planeja‐
As resoluções serão obrigatoriamente homologadas pelo mento e orçamento ascendentes, conforme legislação vigente;
chefe do poder constituído em cada esfera de governo, em XV - propor critérios para programação e execução financei‐
um prazo de 30 (trinta) dias, dando-se-lhes publicidade oficial. ra e orçamentária dos Fundos de Saúde e acompanhar a movi‐
Decorrido o prazo mencionado e não sendo homologada a re‐ mentação e destino dos recursos;
solução e nem enviada justificativa pelo gestor ao Conselho de XVI - fiscalizar e controlar gastos e deliberar sobre critérios
Saúde com proposta de alteração ou rejeição a ser apreciada de movimentação de recursos da Saúde, incluindo o Fundo de
na reunião seguinte, as entidades que integram o Conselho de Saúde e os recursos transferidos e próprios do Município, Estado,
Saúde podem buscar a validação das resoluções, recorrendo à Distrito Federal e da União, com base no que a lei disciplina;
justiça e ao Ministério Público, quando necessário. Quinta Di‐ XVII - analisar, discutir e aprovar o relatório de gestão, com
retriz: aos Conselhos de Saúde Nacional, Estaduais, Municipais a prestação de contas e informações financeiras, repassadas em
tempo hábil aos conselheiros, e garantia do devido assessora‐
e do Distrito Federal, que têm competências definidas nas leis
mento;
federais, bem como em indicações advindas das Conferências
XVIII - fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações
de Saúde, compete:
e dos serviços de saúde e encaminhar denúncias aos respectivos
I - fortalecer a participação e o Controle Social no SUS, órgãos de controle interno e externo, conforme legislação vigen‐
mobilizar e articular a sociedade de forma permanente na de‐ te;
fesa dos princípios constitucionais que fundamentam o SUS; XIX - examinar propostas e denúncias de indícios de irregu‐
II - elaborar o Regimento Interno do Conselho e outras laridades, responder no seu âmbito a consultas sobre assuntos
normas de funcionamento; pertinentes às ações e aos serviços de saúde, bem como apreciar
III - discutir, elaborar e aprovar propostas de operaciona‐ recursos a respeito de deliberações do Conselho nas suas respec‐
lização das diretrizes aprovadas pelas Conferências de Saúde; tivas instâncias;
IV - atuar na formulação e no controle da execução da XX - estabelecer a periodicidade de convocação e organizar
política de saúde, incluindo os seus aspectos econômicos e as Conferências de Saúde, propor sua convocação ordinária ou
financeiros, e propor estratégias para a sua aplicação aos seto‐ extraordinária e estruturar a comissão organizadora, submeter o
res público e privado; respectivo regimento e programa ao Pleno do Conselho de Saú‐
V - definir diretrizes para elaboração dos planos de saúde e de correspondente, convocar a sociedade para a participação nas
deliberar sobre o seu conteúdo, conforme as diversas situações pré-conferências e conferências de saúde;
epidemiológicas e a capacidade organizacional dos serviços; XXI - estimular articulação e intercâmbio entre os Conselhos
VI - anualmente deliberar sobre a aprovação ou não do de Saúde, entidades, movimentos populares, instituições públicas
relatório de gestão; e privadas para a promoção da Saúde;
VII - estabelecer estratégias e procedimentos de acompa‐ XXII - estimular, apoiar e promover estudos e pesquisas so‐
nhamento da gestão do SUS, articulando-se com os demais bre assuntos e temas na área de saúde pertinente ao desenvolvi‐
colegiados, a exemplo dos de seguridade social, meio am‐ mento do Sistema Único de Saúde (SUS);
biente, justiça, educação, trabalho, agricultura, idosos, criança XXIII - acompanhar o processo de desenvolvimento e incor‐
e adolescente e outros; poração científica e tecnológica, observados os padrões éticos
VIII - proceder à revisão periódica dos planos de saúde; compatíveis com o desenvolvimento sociocultural do País;
IX - deliberar sobre os programas de saúde e aprovar pro‐ XXIV - estabelecer ações de informação, educação e comu‐
jetos a serem encaminhados ao Poder Legislativo, propor a nicação em saúde, divulgar as funções e competências do Con‐
selho de Saúde, seus trabalhos e decisões nos meios de comuni‐
adoção de critérios definidores de qualidade e resolutividade,
cação, incluindo informações sobre as agendas, datas e local das
atualizando-os face ao processo de incorporação dos avanços
reuniões e dos eventos;
científicos e tecnológicos na área da Saúde;
XXV - deliberar, elaborar, apoiar e promover a educação per‐
X - a cada quadrimestre deverá constar dos itens da pau‐ manente para o controle social, de acordo com as Diretrizes e a
ta o pronunciamento do gestor, das respectivas esferas de Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social
governo, para que faça a prestação de contas, em relatório do SUS;
detalhado, sobre andamento do plano de saúde, agenda da XXVI - incrementar e aperfeiçoar o relacionamento sistemá‐
saúde pactuada, relatório de gestão, dados sobre o montante tico com os poderes constituídos, Ministério Público, Judiciário e
e a forma de aplicação dos recursos, as auditorias iniciadas e Legislativo, meios de comunicação, bem como setores relevantes
concluídas no período, bem como a produção e a oferta de não representados nos conselhos;
serviços na rede assistencial própria, contratada ou convenia‐ XXVII - acompanhar a aplicação das normas sobre ética em
da, de acordo com a Lei Complementar no 141/2012. pesquisas aprovadas pelo CNS;
XI - avaliar, explicitando os critérios utilizados, a organiza‐ XXVIII - deliberar, encaminhar e avaliar a Política de Gestão
ção e o funcionamento do Sistema Único de Saúde do SUS; do Trabalho e Educação para a Saúde no SUS;
XII - avaliar e deliberar sobre contratos, consórcios e con‐ XXIX - acompanhar a implementação das propostas cons‐
vênios, conforme as diretrizes dos Planos de Saúde Nacional, tantes do relatório das plenárias dos Conselhos de Saúde; e
Estaduais, do Distrito Federal e Municipais; XXX - atualizar periodicamente as informações sobre o Con‐
XIII - acompanhar e controlar a atuação do setor privado selho de Saúde no Sistema de Acompanhamento dos Conselhos
credenciado mediante contrato ou convênio na área de saúde; de

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Saúde (SIACS). III - sobre a receita de concursos de prognósticos.


Fica revogada a Resolução do CNS no 333, de 4 de novem‐ IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou
bro de 2003. de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Cons‐
ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA titucional nº 42, de 19.12.2003)
Presidente do Conselho Homologo a Resolução CNS no 453, § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos
de 10 de maio de 2012, nos termos do Decreto nº 5.839, de 11 Municípios destinadas à seguridade social constarão dos res‐
de julho de 2006. pectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA § 2º A proposta de orçamento da seguridade social
Ministro de Estado da Saúde será elaborada de forma integrada pelos órgãos respon‐
sáveis pela saúde, previdência social e assistência social,
tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei
4. CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ARTIGOS DE 194 de diretrizes orçamentárias,      assegurada a cada área a
A 200. gestão de seus recursos.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da
seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá
CAPÍTULO II
contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios
DA SEGURIDADE SOCIAL
ou incentivos fiscais ou creditícios.
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a
garantir a manutenção ou expansão da seguridade social,
Art. 194. A seguridade social compreende um conjun‐ obedecido o disposto no art. 154, I.
to integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social
da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à poderá ser criado, majorado ou estendido sem a corres‐
saúde, à previdência e à assistência social. pondente fonte de custeio total.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos ter‐ § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só
mos da lei, organizar a seguridade social, com base nos poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data
seguintes objetivos: da publicação da lei que as houver instituído ou modifi‐
I - universalidade da cobertura e do atendimento; cado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”.
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e servi‐ § 7º São isentas de contribuição para a seguridade
ços às populações urbanas e rurais; social as entidades beneficentes de assistência social que
III - seletividade e distributividade na prestação dos be‐ atendam às exigências estabelecidas em lei.
nefícios e serviços; § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatá‐
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; rio rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos
V - eqüidade na forma de participação no custeio; cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de eco‐
VI - diversidade da base de financiamento; nomia familiar, sem empregados permanentes, contribui‐
VII - caráter democrático e descentralizado da admi‐ rão para a seguridade social mediante a aplicação de uma
nistração, mediante gestão quadripartite, com participação alíquota sobre o resultado da comercialização da produção
dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada
e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálcu‐
a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
lo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da uti‐
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
lização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação
seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação § 10. A lei definirá os critérios de transferência de re‐
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) cursos para o sistema único de saúde e ações de assistên‐
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho cia social da União para os Estados, o Distrito Federal e os
pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a
lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (In‐ respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emen‐
cluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) da Constitucional nº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das
Constitucional nº 20, de 1998) contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, artigo, para débitos em montante superior ao fixado em
de 1998) lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
II - do trabalhador e dos demais segurados da previ‐ 20, de 1998)
dência social, não incidindo contribuição sobre aposen‐ § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica
tadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previ‐ para os quais as contribuições incidentes na forma dos in‐
dência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela cisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. (Incluído
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese II – os critérios de rateio dos recursos da União vincu‐
de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição lados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e
incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos
receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda Constitu‐ Municípios, objetivando a progressiva redução das dispari‐
cional nº 42, de 19.12.2003) dades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29,
de 2000)
Seção II III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das
DA SAÚDE despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e
municipal;  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, 2000)
garantido mediante políticas sociais e econômicas que vi‐ IV - (revogado).   (Redação dada pela Emenda Constitu‐
sem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao cional nº 86, de 2015)
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde po‐
promoção, proteção e recuperação. derão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços combate às endemias por meio de processo seletivo públi‐
de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos co, de acordo com a natureza e complexidade de suas atri‐
da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, buições e requisitos específicos para sua atuação. .(Incluído
devendo sua execução ser feita diretamente ou através de pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito § 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso
privado. salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde inte‐ de Carreira e a regulamentação das atividades de agente
gram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem comunitário de saúde e agente de combate às endemias,
um sistema único, organizado de acordo com as seguintes competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência
diretrizes: financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e
I - descentralização, com direção única em cada esfera aos Municípios, para o cumprimento do referido piso sala‐
de governo; rial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de
2010) Regulamento
II - atendimento integral, com prioridade para as ativi‐
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no
dades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
§ 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exer‐
III - participação da comunidade.
ça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos ter‐
ou de agente de combate às endemias poderá perder o car‐
mos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade
go em caso de descumprimento dos requisitos específicos,
social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu‐
fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda
nicípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renume‐ Constitucional nº 51, de 2006)
rado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni‐ § 1º As instituições privadas poderão participar de forma
cípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos complementar do sistema único de saúde, segundo diretri‐
de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de per‐ zes deste, mediante contrato de direito público ou convênio,
centuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitu‐ tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins
cional nº 29, de 2000) lucrativos.
I - no caso da União, a receita corrente líquida do § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para
respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lu‐
a 15% (quinze por cento);  (Redação dada pela Emenda crativos.
Constitucional nº 86, de 2015) § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de em‐
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produ‐ presas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no
to da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 País, salvo nos casos previstos em lei.
e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, § 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que
alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem trans‐ facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias huma‐
feridas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda nas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem
Constitucional nº 29, de 2000) como a coleta, processamento e transfusão de sangue e
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de
156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso outras atribuições, nos termos da lei:
I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e subs‐
29, de 2000) tâncias de interesse para a saúde e participar da produção
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo me‐ de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemo‐
nos a cada cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda derivados e outros insumos;
Constitucional nº 29, de 2000) II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemio‐
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § lógica, bem como as de saúde do trabalhador;
2º;  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de III - ordenar a formação de recursos humanos na área
2015) de saúde;

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

IV - participar da formulação da política e da execução Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as
das ações de saneamento básico; ações que, por força do disposto no artigo anterior, se desti‐
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvol‐ nam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem
vimento científico e tecnológico e a inovação;      (Redação -estar físico, mental e social.
dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o TÍTULO II
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
para consumo humano; DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
VII - participar do controle e fiscalização da produção,
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, presta‐
psicoativos, tóxicos e radioativos; dos por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele municipais, da Administração direta e indireta e das funda‐
compreendido o do trabalho. ções mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único
de Saúde (SUS).
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as institui‐
ções públicas federais, estaduais e municipais de controle de
5. LEI ORGÂNICA DA SAÚDE ‐ LEI Nº qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos,
8.080/1990, LEI Nº 8.142/1990 E DECRETO inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos
PRESIDENCIAL Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE para saúde.
2011. § 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Úni‐
co de Saúde (SUS), em caráter complementar.

CAPÍTULO I
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990. Dos Objetivos e Atribuições

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes
dos serviços correspondentes e dá outras providências. e determinantes da saúde;
II - a formulação de política de saúde destinada a promo‐
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con- ver, nos campos econômico e social, a observância do dispos‐
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: to no § 1º do art. 2º desta lei;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realiza‐
ção integrada das ações assistenciais e das atividades preven‐
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as tivas.
ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjun‐ Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sis‐
tema Único de Saúde (SUS):
tamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas
I - a execução de ações:
naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
TÍTULO I c) de saúde do trabalhador; e
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêu‐
tica;
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser huma‐ II - a participação na formulação da política e na execução
no, devendo o Estado prover as condições indispensáveis de ações de saneamento básico;
ao seu pleno exercício. III - a ordenação da formação de recursos humanos na
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste área de saúde;
na formulação e execução de políticas econômicas e so‐ IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
ciais que visem à redução de riscos de doenças e de outros V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele
agravos e no estabelecimento de condições que assegu‐ compreendido o do trabalho;
rem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços VI - a formulação da política de medicamentos, equipa‐
para a sua promoção, proteção e recuperação. mentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da a saúde e a participação na sua produção;
família, das empresas e da sociedade. VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e
substâncias de interesse para a saúde;
Art. 3o  Os níveis de saúde expressam a organização so‐
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e be‐
cial e econômica do País, tendo a saúde como determinan‐
bidas para consumo humano;
tes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a mora‐ IX - a participação no controle e na fiscalização da produ‐
dia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a ção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e psicoativos, tóxicos e radioativos;
o acesso aos bens e serviços essenciais.        (Redação dada X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvi‐
pela Lei nº 12.864, de 2013) mento científico e tecnológico;

15
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

XI - a formulação e execução da política de sangue e seus I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em
derivados. todos os níveis de assistência;
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de II - integralidade de assistência, entendida como con‐
ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde junto articulado e contínuo das ações e serviços preventi‐
e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio vos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada
ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação
caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indire‐ III - preservação da autonomia das pessoas na defesa
tamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as de sua integridade física e moral;
etapas e processos, da produção ao consumo; e IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam ou privilégios de qualquer espécie;
direta ou indiretamente com a saúde. V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjun‐ sua saúde;
to de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção VI - divulgação de informações quanto ao potencial
ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinan‐ dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
tes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimen‐
finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção
to de prioridades, a alocação de recursos e a orientação
e controle das doenças ou agravos.
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins programática;
desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através VIII - participação da comunidade;
das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, IX - descentralização político-administrativa, com dire‐
à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim ção única em cada esfera de governo:
como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos traba‐ a) ênfase na descentralização dos serviços para os mu‐
lhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das con‐ nicípios;
dições de trabalho, abrangendo: b) regionalização e hierarquização da rede de serviços
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de tra‐ de saúde;
balho ou portador de doença profissional e do trabalho; X - integração em nível executivo das ações de saúde,
II - participação, no âmbito de competência do Sistema meio ambiente e saneamento básico;
Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e
controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos,
processo de trabalho; materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Fe‐
III - participação, no âmbito de competência do Sistema deral e dos Municípios na prestação de serviços de assis‐
Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e con‐ tência à saúde da população;
trole das condições de produção, extração, armazenamento, XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os
transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produ‐ níveis de assistência; e
tos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à XIII - organização dos serviços públicos de modo a evi‐
saúde do trabalhador; tar duplicidade de meios para fins idênticos.
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam XIV – organização de atendimento público específico
à saúde; e especializado para mulheres e vítimas de violência do‐
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva enti‐
méstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento,
dade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de
trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os re‐ acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas repa‐
sultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de radoras, em conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de
saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os agosto de 2013. (Redação dada pela Lei nº 13.427, de 2017)
preceitos da ética profissional;
VI - participação na normatização, fiscalização e controle CAPÍTULO III
dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e em‐ Da Organização, da Direção e da Gestão
presas públicas e privadas;
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças ori‐ Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo
ginadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou me‐
colaboração das entidades sindicais; e
diante participação complementar da iniciativa privada,
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer
ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de ser‐ serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada
viço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver expo‐ em níveis de complexidade crescente.
sição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores. Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é
CAPÍTULO II única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição
Dos Princípios e Diretrizes Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos
seguintes órgãos:
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os ser‐ I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
viços privados contratados ou conveniados que integram o II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela
Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acor‐ respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
do com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secreta‐
Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: ria de Saúde ou órgão equivalente.

16
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saú‐
para desenvolver em conjunto as ações e os serviços de de (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais
saúde que lhes correspondam. de Saúde (Conasems) são reconhecidos como entidades re‐
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermu‐ presentativas dos entes estaduais e municipais para tratar de
nicipais o princípio da direção única, e os respectivos atos matérias referentes à saúde e declarados de utilidade pública
constitutivos disporão sobre sua observância. e de relevante função social, na forma do regulamento. (In‐
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde cluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
(SUS), poderá organizar-se em distritos de forma a integrar § 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do orça‐
e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a co‐ mento geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde,
bertura total das ações de saúde. para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, po‐
Art. 11. (Vetado). dendo ainda celebrar convênios com a União. (Incluído pela
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbi‐ Lei nº 12.466, de 2011).
to nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, § 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde
integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por (Cosems) são reconhecidos como entidades que representam
entidades representativas da sociedade civil. os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de ma‐
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a térias referentes à saúde, desde que vinculados institucional‐
finalidade de articular políticas e programas de interesse mente ao Conasems, na forma que dispuserem seus estatu‐
para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreen‐ tos. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
didas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a car‐ CAPÍTULO IV
go das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as Da Competência e das Atribuições
seguintes atividades: Seção I
I - alimentação e nutrição; Das Atribuições Comuns
II - saneamento e meio ambiente;
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni‐
IV - recursos humanos;
cípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes
V - ciência e tecnologia; e
atribuições:
VI - saúde do trabalhador.
I - definição das instâncias e mecanismos de controle,
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de
avaliação e de fiscalização das ações e serviços de saúde;
integração entre os serviços de saúde e as instituições de
II - administração dos recursos orçamentários e financei‐
ensino profissional e superior.
ros destinados, em cada ano, à saúde;
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de
finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para
a formação e educação continuada dos recursos humanos saúde da população e das condições ambientais;
do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera corresponden‐ IV - organização e coordenação do sistema de informa‐
te, assim como em relação à pesquisa e à cooperação téc‐ ção de saúde;
nica entre essas instituições. V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de
Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tri‐ padrões de qualidade e parâmetros de custos que caracteri‐
partite são reconhecidas como foros de negociação e pac‐ zam a assistência à saúde;
tuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de
do Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº padrões de qualidade para promoção da saúde do trabalhador;
12.466, de 2011). VII - participação de formulação da política e da execução
Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergesto‐ das ações de saneamento básico e colaboração na proteção e
res Bipartite e Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela Lei recuperação do meio ambiente;
nº 12.466, de 2011). VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde;
I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e IX - participação na formulação e na execução da política
administrativos da gestão compartilhada do SUS, em con‐ de formação e desenvolvimento de recursos humanos para
formidade com a definição da política consubstanciada em a saúde;
planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; (In‐ X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Úni‐
cluído pela Lei nº 12.466, de 2011). co de Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde;
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e in‐ XI - elaboração de normas para regular as atividades de ser‐
termunicipal, a respeito da organização das redes de ações viços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância pública;
e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua go‐ XII - realização de operações externas de natureza finan‐
vernança institucional e à integração das ações e serviços ceira de interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal;
dos entes federados; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgen‐
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito tes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminen‐
sanitário, integração de territórios, referência e contrarrefe‐ te, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a au‐
rência e demais aspectos vinculados à integração das ações toridade competente da esfera administrativa corresponden‐
e serviços de saúde entre os entes federados. (Incluído pela te poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais
Lei nº 12.466, de 2011). como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização;

17
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Com‐ XI - identificar os serviços estaduais e municipais de refe‐
ponentes e Derivados; rência nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de
XV - propor a celebração de convênios, acordos e pro‐ assistência à saúde;
tocolos internacionais relativos à saúde, saneamento e meio XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e subs‐
ambiente; tâncias de interesse para a saúde;
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados,
proteção e recuperação da saúde; ao Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da
XVII - promover articulação com os órgãos de fiscaliza‐ sua atuação institucional;
ção do exercício profissional e outras entidades representati‐ XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sis‐
vas da sociedade civil para a definição e controle dos padrões tema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados
éticos para pesquisa, ações e serviços de saúde; de assistência à saúde;
XVIII - promover a articulação da política e dos planos de XV - promover a descentralização para as Unidades Fede‐
saúde; radas e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, res‐
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde; pectivamente, de abrangência estadual e municipal;
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fis‐ XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Na‐
calização inerentes ao poder de polícia sanitária; cional de Sangue, Componentes e Derivados;
XXI - fomentar, coordenar e executar programas e proje‐ XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços
tos estratégicos e de atendimento emergencial. de saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais;
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no
Seção II âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Muni‐
Da Competência cípios e Distrito Federal;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coor‐
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde denar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Terri‐
tório Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municí‐
(SUS) compete:
pios e Distrito Federal. (Vide Decreto nº 1.651, de 1995)
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigi‐
nutrição;
lância epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais,
II - participar na formulação e na implementação das po‐
como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que pos‐
líticas:
sam escapar do controle da direção estadual do Sistema Úni‐
a) de controle das agressões ao meio ambiente;
co de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação
b) de saneamento básico; e nacional.
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho; Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde
III - definir e coordenar os sistemas: (SUS) compete:
a) de redes integradas de assistência de alta complexi‐ I - promover a descentralização para os Municípios dos
dade; serviços e das ações de saúde;
b) de rede de laboratórios de saúde pública; II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas
c) de vigilância epidemiológica; e do Sistema Único de Saúde (SUS);
d) vigilância sanitária; III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e
IV - participar da definição de normas e mecanismos de executar supletivamente ações e serviços de saúde;
controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações
ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde hu‐ e serviços:
mana; a) de vigilância epidemiológica;
V - participar da definição de normas, critérios e padrões b) de vigilância sanitária;
para o controle das condições e dos ambientes de trabalho e c) de alimentação e nutrição; e
coordenar a política de saúde do trabalhador; d) de saúde do trabalhador;
VI - coordenar e participar na execução das ações de vigi‐ V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos
lância epidemiológica; agravos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária humana;
de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser VI - participar da formulação da política e da execução de
complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios; ações de saneamento básico;
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para VII - participar das ações de controle e avaliação das condi‐
o controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e ções e dos ambientes de trabalho;
serviços de consumo e uso humano; VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acom‐
IX - promover articulação com os órgãos educacionais e panhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para a
de fiscalização do exercício profissional, bem como com enti‐ saúde;
dades representativas de formação de recursos humanos na IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência
área de saúde; e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na exe‐ estadual e regional;
cução da política nacional e produção de insumos e equipa‐ X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde
mentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos pública e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam
governamentais; em sua organização administrativa;

18
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema
controle e avaliação das ações e serviços de saúde; instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política
XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter Indígena do País. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
suplementar, de procedimentos de controle de qualidade para Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições gover‐
produtos e substâncias de consumo humano; namentais e não-governamentais poderão atuar complemen‐
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sa‐ tarmente no custeio e execução das ações. (Incluído pela Lei nº
nitária de portos, aeroportos e fronteiras; 9.836, de 1999)
XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos in‐ Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em conside‐
dicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade ração a realidade local e as especificidades da cultura dos po‐
federada. vos indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) indígena, que se deve pautar por uma abordagem diferenciada
compete: e global, contemplando os aspectos de assistência à saúde, sa‐
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os ser‐ neamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, demar‐
viços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde; cação de terras, educação sanitária e integração institucional.
II - participar do planejamento, programação e organiza‐ (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
ção da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena de‐
Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual; verá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e regio‐
III - participar da execução, controle e avaliação das ações nalizado. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
referentes às condições e aos ambientes de trabalho; § 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá
IV - executar serviços: como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. (Incluído
a) de vigilância epidemiológica; pela Lei nº 9.836, de 1999)
b) vigilância sanitária; § 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsis‐
c) de alimentação e nutrição; tema de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocor‐
d) de saneamento básico; e rer adaptações na estrutura e organização do SUS nas regiões
e) de saúde do trabalhador; onde residem as populações indígenas, para propiciar essa in‐
V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insu‐ tegração e o atendimento necessário em todos os níveis, sem
mos e equipamentos para a saúde; discriminações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio am‐ § 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido
biente que tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, ao SUS, em âmbito local, regional e de centros especializados,
junto aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, de acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção
para controlá-las; primária, secundária e terciária à saúde. (Incluído pela Lei nº
VII - formar consórcios administrativos intermunicipais; 9.836, de 1999)
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros; Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a parti‐
IX - colaborar com a União e os Estados na execução da cipar dos organismos colegiados de formulação, acompanha‐
vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; mento e avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar con‐ Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de
tratos e convênios com entidades prestadoras de serviços pri‐ Saúde, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
vados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços CAPÍTULO VI
privados de saúde; DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO
XII - normatizar complementarmente as ações e serviços DOMICILIAR
públicos de saúde no seu âmbito de atuação. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reser‐
vadas aos Estados e aos Municípios. Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Úni‐
co de Saúde, o atendimento domiciliar e a internação do‐
CAPÍTULO V miciliar. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena § 1o Na modalidade de assistência de atendimento e
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) internação domiciliares incluem-se, principalmente, os pro‐
cedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos,
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o
psicológicos e de assistência social, entre outros necessá‐
atendimento das populações indígenas, em todo o território
rios ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio.
nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saú‐ § 2o O atendimento e a internação domiciliares serão
de Indígena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, realizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos
criado e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de de‐ níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora.
zembro de 1990, com o qual funcionará em perfeita integração. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) § 3o O atendimento e a internação domiciliares só po‐
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, fi‐ derão ser realizados por indicação médica, com expressa
nanciar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído concordância do paciente e de sua família. (Incluído pela
pela Lei nº 9.836, de 1999) Lei nº 10.424, de 2002)

19
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

CAPÍTULO VII rância ou reação adversa relevante, provocadas pelo me‐


DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DU- dicamento, produto ou procedimento de primeira escolha.
RANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
IMEDIATO Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) ou produtos de que trata o caput deste artigo serão aque‐
les avaliados quanto à sua eficácia, segurança, efetividade
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saú‐ e custo-efetividade para as diferentes fases evolutivas da
de - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo. (In‐
permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompa‐ cluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
nhante durante todo o período de trabalho de parto, parto Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz
e pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) terapêutica, a dispensação será realizada: (Incluído pela Lei
§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo nº 12.401, de 2011)
será indicado pela parturiente. (Incluído pela Lei nº 11.108, I - com base nas relações de medicamentos instituídas
de 2005) pelo gestor federal do SUS, observadas as competências
§ 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo forneci‐
dos direitos de que trata este artigo constarão do regula‐ mento será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite;
mento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de
§ 3o Ficam os hospitais de todo o País obrigados a man‐ forma suplementar, com base nas relações de medicamen‐
ter, em local visível de suas dependências, aviso informando tos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a respon‐
sobre o direito estabelecido no caput deste artigo. (Incluído sabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão
pela Lei nº 12.895, de 2013) Intergestores Bipartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
III - no âmbito de cada Município, de forma suplemen‐
Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
tar, com base nas relações de medicamentos instituídas pe‐
los gestores municipais do SUS, e a responsabilidade pelo
CAPÍTULO VIII
fornecimento será pactuada no Conselho Municipal de Saú‐
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
de. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração
DE TECNOLOGIA EM SAÚDE”
pelo SUS de novos medicamentos, produtos e procedimen‐
tos, bem como a constituição ou a alteração de protocolo
Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se clínico ou de diretriz terapêutica, são atribuições do Ministé‐
refere a alínea d do inciso I do art. 6o consiste em: (Incluído rio da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Incor‐
pela Lei nº 12.401, de 2011) poração de Tecnologias no SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401,
I - dispensação de medicamentos e produtos de inte‐ de 2011)
resse para a saúde, cuja prescrição esteja em conformidade § 1o A Comissão Nacional de Incorporação de Tecno‐
com as diretrizes terapêuticas definidas em protocolo clínico logias no SUS, cuja composição e regimento são definidos
para a doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta em regulamento, contará com a participação de 1 (um) re‐
do protocolo, em conformidade com o disposto no art. 19-P; presentante indicado pelo Conselho Nacional de Saúde e
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) de 1 (um) representante, especialista na área, indicado pelo
II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime Conselho Federal de Medicina. (Incluído pela Lei nº 12.401,
domiciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas de 2011)
elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde § 2o O relatório da Comissão Nacional de Incorporação
- SUS, realizados no território nacional por serviço próprio, de Tecnologias no SUS levará em consideração, necessaria‐
conveniado ou contratado. mente: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a
adotadas as seguintes definições: efetividade e a segurança do medicamento, produto ou pro‐
I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, cedimento objeto do processo, acatadas pelo órgão compe‐
bolsas coletoras e equipamentos médicos; tente para o registro ou a autorização de uso; (Incluído pela
II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento Lei nº 12.401, de 2011)
que estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou do II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios
agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medica‐ e dos custos em relação às tecnologias já incorporadas, in‐
mentos e demais produtos apropriados, quando couber; as clusive no que se refere aos atendimentos domiciliar, ambu‐
posologias recomendadas; os mecanismos de controle clíni‐ latorial ou hospitalar, quando cabível. (Incluído pela Lei nº
co; e o acompanhamento e a verificação dos resultados tera‐ 12.401, de 2011)
pêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. (Incluído Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que
pela Lei nº 12.401, de 2011) se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a instauração
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes tera‐ de processo administrativo, a ser concluído em prazo não
pêuticas deverão estabelecer os medicamentos ou produtos superior a 180 (cento e oitenta) dias, contado da data em
necessários nas diferentes fases evolutivas da doença ou do que foi protocolado o pedido, admitida a sua prorrogação
agravo à saúde de que tratam, bem como aqueles indicados por 90 (noventa) dias corridos, quando as circunstâncias exi‐
em casos de perda de eficácia e de surgimento de intole‐ girem. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

20
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

§ 1o O processo de que trata o caput deste artigo ob‐ II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionali‐
servará, no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 zar ou explorar: (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
de janeiro de 1999, e as seguintes determinações especiais: a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital espe‐
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) cializado, policlínica, clínica geral e clínica especializada; e
I - apresentação pelo interessado dos documentos e, (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
se cabível, das amostras de produtos, na forma do regula‐ b) ações e pesquisas de planejamento familiar; (Incluí‐
mento, com informações necessárias para o atendimento do do pela Lei nº 13.097, de 2015)
disposto no § 2o do art. 19-Q; (Incluído pela Lei nº 12.401, III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrati‐
de 2011) va, por empresas, para atendimento de seus empregados e
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social;
III - realização de consulta pública que inclua a divulga‐ e (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
ção do parecer emitido pela Comissão Nacional de Incorpo‐ IV - demais casos previstos em legislação específica.
ração de Tecnologias no SUS; (Incluído pela Lei nº 12.401, (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
de 2011)
IV - realização de audiência pública, antes da tomada de CAPÍTULO II
decisão, se a relevância da matéria justificar o evento. (In‐ Da Participação Complementar
cluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insufi‐
Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de cientes para garantir a cobertura assistencial à população
2011) de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS)
Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa pri‐
do SUS: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) vada.
I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de Parágrafo único. A participação complementar dos ser‐
medicamento, produto e procedimento clínico ou cirúrgico viços privados será formalizada mediante contrato ou con‐
experimental, ou de uso não autorizado pela Agência Na‐
vênio, observadas, a respeito, as normas de direito público.
cional de Vigilância Sanitária - ANVISA; (Incluído pela Lei nº
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades
12.401, de 2011)
filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para
II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o
participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
reembolso de medicamento e produto, nacional ou impor‐
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de
tado, sem registro na Anvisa.”
serviços e os parâmetros de cobertura assistencial serão
Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo forneci‐
estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de
mento de medicamentos, produtos de interesse para a saú‐
de ou procedimentos de que trata este Capítulo será pac‐ Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional de Saúde.
tuada na Comissão Intergestores Tripartite. (Incluído pela Lei § 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste
nº 12.401, de 2011) e de pagamento da remuneração aludida neste artigo, a
direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá
fundamentar seu ato em demonstrativo econômico-finan‐
TÍTULO III
ceiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos ser‐
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE viços contratados.
CAPÍTULO I § 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às nor‐
Do Funcionamento mas técnicas e administrativas e aos princípios e diretri‐
zes do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde econômico e financeiro do contrato.
caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de § 3° (Vetado).
profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas § 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de
jurídicas de direito privado na promoção, proteção e recu‐ entidades ou serviços contratados é vedado exercer car‐
peração da saúde. go de chefia ou função de confiança no Sistema Único de
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. Saúde (SUS).
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistên‐
cia à saúde, serão observados os princípios éticos e as nor‐ TÍTULO IV
mas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de DOS RECURSOS HUMANOS
Saúde (SUS) quanto às condições para seu funcionamento.
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, Art. 27. A política de recursos humanos na área da saú‐
inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro de será formalizada e executada, articuladamente, pelas
na assistência à saúde nos seguintes casos: (Redação dada diferentes esferas de governo, em cumprimento dos se‐
pela Lei nº 13.097, de 2015) guintes objetivos:
I - doações de organismos internacionais vinculados à I - organização de um sistema de formação de recursos
Organização das Nações Unidas, de entidades de coope‐ humanos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-
ração técnica e de financiamento e empréstimos; (Incluído graduação, além da elaboração de programas de perma‐
pela Lei nº 13.097, de 2015) nente aperfeiçoamento de pessoal;

21
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

II - (Vetado) § 4º (Vetado).
III - (Vetado) § 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento cien‐
IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do tífico e tecnológico em saúde serão co-financiadas pelo
Sistema Único de Saúde (SUS). Sistema Único de Saúde (SUS), pelas universidades e pelo
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o orçamento fiscal, além de recursos de instituições de fo‐
Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo de prá‐ mento e financiamento ou de origem externa e receita pró‐
tica para ensino e pesquisa, mediante normas específicas, pria das instituições executoras.
elaboradas conjuntamente com o sistema educacional. § 6º (Vetado).
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e asses‐
soramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só CAPÍTULO II
Da Gestão Financeira
poderão ser exercidas em regime de tempo integral.
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois car‐
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de
gos ou empregos poderão exercer suas atividades em mais Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em cada
de um estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se tam‐ dos respectivos Conselhos de Saúde.
bém aos servidores em regime de tempo integral, com ex‐ § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originá‐
ceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia, dire‐ rios do Orçamento da Seguridade Social, de outros Orça‐
ção ou assessoramento. mentos da União, além de outras fontes, serão administra‐
Art. 29. (Vetado). dos pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional
Art. 30. As especializações na forma de treinamento em de Saúde.
serviço sob supervisão serão regulamentadas por Comis‐ § 2º (Vetado).
são Nacional, instituída de acordo com o art. 12 desta Lei, § 3º (Vetado).
garantida a participação das entidades profissionais cor‐ § 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de
respondentes. seu sistema de auditoria, a conformidade à programação
aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e
TÍTULO V Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não apli‐
DO FINANCIAMENTO cação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar
CAPÍTULO I as medidas previstas em lei.
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição
Dos Recursos
da receita efetivamente arrecadada transferirão automa‐
ticamente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará o critério do parágrafo único deste artigo, os recursos fi‐
ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita nanceiros correspondentes às dotações consignadas no
estimada, os recursos necessários à realização de suas fina‐ Orçamento da Seguridade Social, a projetos e atividades a
lidades, previstos em proposta elaborada pela sua direção serem executados no âmbito do Sistema Único de Saúde
nacional, com a participação dos órgãos da Previdência So‐ (SUS).
cial e da Assistência Social, tendo em vista as metas e prio‐ Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financei‐
ridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. ros da Seguridade Social será observada a mesma propor‐
Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos ção da despesa prevista de cada área, no Orçamento da
provenientes de: Seguridade Social.
I - (Vetado) Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem
II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será
assistência à saúde; utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo
III - ajuda, contribuições, doações e donativos; análise técnica de programas e projetos:
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital; I - perfil demográfico da região;
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos ar‐ II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
III - características quantitativas e qualitativas da rede
recadados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e
de saúde na área;
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade período anterior;
da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada men‐ V - níveis de participação do setor saúde nos orçamen‐
salmente, a qual será destinada à recuperação de viciados. tos estaduais e municipais;
§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da
de Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas rede;
especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de po‐ VII - ressarcimento do atendimento a serviços presta‐
der onde forem arrecadadas. dos para outras esferas de governo.
§ 3º As ações de saneamento que venham a ser execu‐ § 1º Metade dos recursos destinados a Estados e Mu‐
tadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nicípios será distribuída segundo o quociente de sua di‐
serão financiadas por recursos tarifários específicos e ou‐ visão pelo número de habitantes, independentemente de
tros da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em qualquer procedimento prévio. (Revogado pela Lei Com‐
particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). plementar nº 141, de 2012) (Vide Lei nº 8.142, de 1990)

22
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notó‐ § 8º O acesso aos serviços de informática e bases de
rio processo de migração, os critérios demográficos men‐ dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Minis‐
cionados nesta lei serão ponderados por outros indicado‐ tério do Trabalho e da Previdência Social, será assegura‐
res de crescimento populacional, em especial o número de do às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde ou ór‐
eleitores registrados. gãos congêneres, como suporte ao processo de gestão, de
§ 3º (Vetado). forma a permitir a gerencia informatizada das contas e a
§ 4º (Vetado). disseminação de estatísticas sanitárias e epidemiológicas
§ 5º (Vetado). médico-hospitalares.
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a Art. 40. (Vetado)
atuação dos órgãos de controle interno e externo e nem Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pio‐
a aplicação de penalidades previstas em lei, em caso de neiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, supervi‐
irregularidades verificadas na gestão dos recursos transfe‐ sionadas pela direção nacional do Sistema Único de Saúde
ridos. (SUS), permanecerão como referencial de prestação de ser‐
viços, formação de recursos humanos e para transferência
de tecnologia.
CAPÍTULO III
Art. 42. (Vetado).
Do Planejamento e do Orçamento
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica
preservada nos serviços públicos contratados, ressalvando-
Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do se as cláusulas dos contratos ou convênios estabelecidos
Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível com as entidades privadas.
local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, com‐ Art. 44. (Vetado).
patibilizando-se as necessidades da política de saúde com Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitá‐
a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Mu‐ rios e de ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde
nicípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União. (SUS), mediante convênio, preservada a sua autonomia ad‐
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e ministrativa, em relação ao patrimônio, aos recursos huma‐
programações de cada nível de direção do Sistema Único nos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos limites
de Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na res‐ conferidos pelas instituições a que estejam vinculados.
pectiva proposta orçamentária. § 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e mu‐
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o finan‐ nicipais de previdência social deverão integrar-se à direção
ciamento de ações não previstas nos planos de saúde, ex‐ correspondente do Sistema Único de Saúde (SUS), confor‐
ceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, me seu âmbito de atuação, bem como quaisquer outros
na área de saúde. órgãos e serviços de saúde.
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as § 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco,
diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de os serviços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-
saúde, em função das características epidemiológicas e da se ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser
organização dos serviços em cada jurisdição administrativa. em convênio que, para esse fim, for firmado.
Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá
e auxílios a instituições prestadoras de serviços de saúde mecanismos de incentivos à participação do setor priva‐
com finalidade lucrativa. do no investimento em ciência e tecnologia e estimulará a
transferência de tecnologia das universidades e institutos
de pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Fe‐
deral e Municípios, e às empresas nacionais.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os
níveis estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde
Art. 39. (Vetado).
(SUS), organizará, no prazo de dois anos, um sistema na‐
§ 1º (Vetado). cional de informações em saúde, integrado em todo o ter‐
§ 2º (Vetado). ritório nacional, abrangendo questões epidemiológicas e
§ 3º (Vetado). de prestação de serviços.
§ 4º (Vetado). Art. 48. (Vetado).
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Art. 49. (Vetado).
Inamps para órgãos integrantes do Sistema Único de Saú‐ Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os
de (SUS) será feita de modo a preservá-los como patrimô‐ Municípios, celebrados para implantação dos Sistemas
nio da Seguridade Social. Unificados e Descentralizados de Saúde, ficarão rescindi‐
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão dos à proporção que seu objeto for sendo absorvido pelo
inventariados com todos os seus acessórios, equipamentos Sistema Único de Saúde (SUS).
e outros bens móveis e ficarão disponíveis para utilização Art. 51. (Vetado).
pelo órgão de direção municipal do Sistema Único de Saú‐ Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, cons‐
de - SUS ou, eventualmente, pelo estadual, em cuja cir‐ titui crime de emprego irregular de verbas ou rendas pú‐
cunscrição administrativa se encontrem, mediante simples blicas (Código Penal, art. 315) a utilização de recursos fi‐
termo de recebimento. nanceiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em finalidades
§ 7º (Vetado). diversas das previstas nesta lei.

23
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Art. 53. (Vetado). I - despesas de custeio e de capital do Ministério da


Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde, as Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta e
atividades de apoio à assistência à saúde são aquelas desen‐ indireta;
volvidas pelos laboratórios de genética humana, produção II - investimentos previstos em lei orçamentária, de ini‐
e fornecimento de medicamentos e produtos para saúde, ciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso
laboratórios de analises clínicas, anatomia patológica e de Nacional;
diagnóstico por imagem e são livres à participação direta ou III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Mi‐
indireta de empresas ou de capitais estrangeiros. (Incluído nistério da Saúde;
pela Lei nº 13.097, de 2015) IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.
Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste
de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais artigo destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à
disposições em contrário. cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais
Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independên‐ ações de saúde.
cia e 102º da República. Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta
FERNANDO COLLOR lei serão repassados de forma regular e automática para os
Alceni Guerra Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com os cri‐
Este texto não substitui o publicado no DOU de 20.9.1990 térios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro
de 1990.
LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990 § 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos
critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de se‐
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão tembro de 1990, será utilizado, para o repasse de recursos,
do Sistema Único de Saúde (SUS} e sobre as transferências exclusivamente o critério estabelecido no § 1° do mesmo
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saú‐ artigo.
de e dá outras providências. § 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con‐ pelo menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-se
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: o restante aos Estados.
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a § 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para
Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada execução de ações e serviços de saúde, remanejando, entre
esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legis‐ si, parcelas de recursos previstos no inciso IV do art. 2° desta
lativo, com as seguintes instâncias colegiadas: lei.
I - a Conferência de Saúde; e Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art.
II - o Conselho de Saúde. 3° desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro deverão contar com:
anos com a representação dos vários segmentos sociais, I - Fundo de Saúde;
para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a II - Conselho de Saúde, com composição paritária de
formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, acordo com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990;
convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, III - plano de saúde;
por esta ou pelo Conselho de Saúde. IV - relatórios de gestão que permitam o controle de
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e que trata o § 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro
deliberativo, órgão colegiado composto por representantes de 1990;
do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo
usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da orçamento;
execução da política de saúde na instância correspondente, VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Car‐
inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas de‐ gos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua
cisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente implantação.
constituído em cada esfera do governo. Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios,
§ 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Co‐ ou pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos
nass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos
Saúde (Conasems) terão representação no Conselho Nacio‐ concernentes sejam administrados, respectivamente, pelos
nal de Saúde. Estados ou pela União.
§ 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do
Saúde e Conferências será paritária em relação ao conjunto Ministro de Estado, autorizado a estabelecer condições para
dos demais segmentos. aplicação desta lei.
§ 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
terão sua organização e normas de funcionamento definidas Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.
em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho. Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169° da Independên‐
Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) cia e 102° da República.
serão alocados como:

24
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. as posologias recomendadas; os mecanismos de controle


clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados
Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS.
para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde
- SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a CAPÍTULO II
articulação interfederativa, e dá outras providências. DA ORGANIZAÇÃO DO SUS

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição Art. 3o O SUS é constituído pela conjugação das ações
que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde
em vista o disposto na Lei no 8.080, 19 de setembro de 1990, executados pelos entes federativos, de forma direta ou in‐
direta, mediante a participação complementar da iniciativa
DECRETA: privada, sendo organizado de forma regionalizada e hierar‐
quizada.
CAPÍTULO I Seção I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Das Regiões de Saúde

Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 8.080, de 19 Art. 4o As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Esta‐
de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do do, em articulação com os Municípios, respeitadas as dire‐
Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a trizes gerais pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite
assistência à saúde e a articulação interfederativa. - CIT a que se refere o inciso I do art. 30.
Art. 2o Para efeito deste Decreto, considera-se: § 1o Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interesta‐
I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo cons‐ duais, compostas por Municípios limítrofes, por ato conjunto
tituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimi‐ dos respectivos Estados em articulação com os Municípios.
tado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais § 2o A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas
e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes de fronteira com outros países deverá respeitar as normas
compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, que regem as relações internacionais.
o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde; Art. 5o Para ser instituída, a Região de Saúde deve con‐
II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - ter, no mínimo, ações e serviços de:
acordo de colaboração firmado entre entes federativos com I - atenção primária;
a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de II - urgência e emergência;
saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com definição III - atenção psicossocial;
de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, crité‐ IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e
rios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que V - vigilância em saúde.
serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde ob‐
sua execução e demais elementos necessários à implemen‐ servará cronograma pactuado nas Comissões Intergestores.
tação integrada das ações e serviços de saúde; Art. 6o As Regiões de Saúde serão referência para as
III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à transferências de recursos entre os entes federativos.
saúde do usuário no SUS; Art. 7o As Redes de Atenção à Saúde estarão compreen‐
IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação didas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias de‐
consensual entre os entes federativos para definição das re‐ las, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comis‐
gras da gestão compartilhada do SUS; sões Intergestores.
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribui‐ Parágrafo único. Os entes federativos definirão os se‐
ção de recursos humanos e de ações e serviços de saúde guintes elementos em relação às Regiões de Saúde:
ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando- I - seus limites geográficos;
se a capacidade instalada existente, os investimentos e o II - população usuária das ações e serviços;
desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e
sistema; IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibili‐
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e dade e escala para conformação dos serviços.
serviços de saúde articulados em níveis de complexidade
crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da Seção II
assistência à saúde; Da Hierarquização
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de
saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em Art. 8o O acesso universal, igualitário e ordenado às
razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendi‐ ações e serviços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada
mento especial; e do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquiza‐
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documen‐ da, de acordo com a complexidade do serviço.
to que estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou Art. 9o São Portas de Entrada às ações e aos serviços de
do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medi‐ saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços:
camentos e demais produtos apropriados, quando couber; I - de atenção primária;

25
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

II - de atenção de urgência e emergência; Art. 16. No planejamento devem ser considerados os ser‐
III - de atenção psicossocial; e viços e as ações prestados pela iniciativa privada, de forma
IV - especiais de acesso aberto. complementar ou não ao SUS, os quais deverão compor os
Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acordo Mapas da Saúde regional, estadual e nacional.
com o pactuado nas Comissões Intergestores, os entes federa‐ Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identificação
tivos poderão criar novas Portas de Entrada às ações e serviços das necessidades de saúde e orientará o planejamento inte‐
de saúde, considerando as características da Região de Saúde. grado dos entes federativos, contribuindo para o estabeleci‐
Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os ambula‐ mento de metas de saúde.
toriais especializados, entre outros de maior complexidade e Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito estadual
densidade tecnológica, serão referenciados pelas Portas de deve ser realizado de maneira regionalizada, a partir das ne‐
Entrada de que trata o art. 9o. cessidades dos Municípios, considerando o estabelecimento
Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos ser‐ de metas de saúde.
viços de saúde será ordenado pela atenção primária e deve Art. 19. Compete à Comissão Intergestores Bipartite - CIB
ser fundado na avaliação da gravidade do risco individual e
de que trata o inciso II do art. 30 pactuar as etapas do processo
coletivo e no critério cronológico, observadas as especificida‐
e os prazos do planejamento municipal em consonância com
des previstas para pessoas com proteção especial, conforme
os planejamentos estadual e nacional.
legislação vigente.
Parágrafo único. A população indígena contará com re‐
gramentos diferenciados de acesso, compatíveis com suas CAPÍTULO IV
especificidades e com a necessidade de assistência integral à DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
sua saúde, de acordo com disposições do Ministério da Saúde.
Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do cui‐ Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia e se
dado em saúde, em todas as suas modalidades, nos serviços, completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante referencia‐
hospitais e em outras unidades integrantes da rede de atenção mento do usuário na rede regional e interestadual, conforme
da respectiva região. pactuado nas Comissões Intergestores.
Parágrafo único. As Comissões Intergestores pactuarão as
regras de continuidade do acesso às ações e aos serviços de Seção I
saúde na respectiva área de atuação. Da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde -
Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso universal, igua‐ RENASES
litário e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, caberá
aos entes federativos, além de outras atribuições que venham Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saú‐
a ser pactuadas pelas Comissões Intergestores: de - RENASES compreende todas as ações e serviços que o
I - garantir a transparência, a integralidade e a equidade SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da
no acesso às ações e aos serviços de saúde; assistência à saúde.
II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES
de saúde; em âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela
III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde; e CIT.
IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde. Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde
Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, dire‐ consolidará e publicará as atualizações da RENASES.
trizes, procedimentos e demais medidas que auxiliem os entes Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni‐
federativos no cumprimento das atribuições previstas no art. cípios pactuarão nas respectivas Comissões Intergestores as
13.
suas responsabilidades em relação ao rol de ações e serviços
constantes da RENASES.
CAPÍTULO III
Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios po‐
DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE
derão adotar relações específicas e complementares de ações
Art. 15. O processo de planejamento da saúde será as‐ e serviços de saúde, em consonância com a RENASES, respei‐
cendente e integrado, do nível local até o federal, ouvidos os tadas as responsabilidades dos entes pelo seu financiamento,
respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as ne‐ de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores.
cessidades das políticas de saúde com a disponibilidade de
recursos financeiros. Seção II
§ 1o O planejamento da saúde é obrigatório para os entes Da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais -
públicos e será indutor de políticas para a iniciativa privada. RENAME
§ 2o A compatibilização de que trata o caput será efetuada
no âmbito dos planos de saúde, os quais serão resultado do Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
planejamento integrado dos entes federativos, e deverão con‐ - RENAME compreende a seleção e a padronização de me‐
ter metas de saúde. dicamentos indicados para atendimento de doenças ou de
§ 3o O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretri‐ agravos no âmbito do SUS.
zes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, de Parágrafo único. A RENAME será acompanhada do For‐
acordo com as características epidemiológicas e da organiza‐ mulário Terapêutico Nacional - FTN que subsidiará a prescri‐
ção de serviços nos entes federativos e nas Regiões de Saúde. ção, a dispensação e o uso dos seus medicamentos.

26
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente para II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração de
dispor sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes limites geográficos, referência e contrarreferência e demais as‐
Terapêuticas em âmbito nacional, observadas as diretrizes pac‐ pectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde
tuadas pela CIT. entre os entes federativos;
Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e in‐
consolidará e publicará as atualizações da RENAME, do res‐ terestadual, a respeito da organização das redes de atenção
pectivo FTN e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas. à saúde, principalmente no tocante à gestão institucional e à
Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão integração das ações e serviços dos entes federativos;
adotar relações específicas e complementares de medicamen‐ IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede de
tos, em consonância com a RENAME, respeitadas as responsa‐ Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte demográfico e
bilidades dos entes pelo financiamento de medicamentos, de seu desenvolvimento econômico-financeiro, estabelecendo as
acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores. responsabilidades individuais e as solidárias; e
Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência farma‐ V - referências das regiões intraestaduais e interestaduais
cêutica pressupõe, cumulativamente: de atenção à saúde para o atendimento da integralidade da
I - estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde assistência.
do SUS; Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da CIT a
II - ter o medicamento sido prescrito por profissional de pactuação:
saúde, no exercício regular de suas funções no SUS; I - das diretrizes gerais para a composição da RENASES;
III - estar a prescrição em conformidade com a RENAME II - dos critérios para o planejamento integrado das ações
e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a re‐ e serviços de saúde da Região de Saúde, em razão do compar‐
lação específica complementar estadual, distrital ou municipal tilhamento da gestão; e
de medicamentos; e III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das ques‐
IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas tões operacionais das Regiões de Saúde situadas em fronteiras
pela direção do SUS. com outros países, respeitadas, em todos os casos, as normas
§ 1o Os entes federativos poderão ampliar o acesso do que regem as relações internacionais.
usuário à assistência farmacêutica, desde que questões de
Seção II
saúde pública o justifiquem.
Do Contrato Organizativo da Ação Pública
§ 2o O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras dife‐
da Saúde
renciadas de acesso a medicamentos de caráter especializado.
Art. 29. A RENAME e a relação específica complementar
Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes federa‐
estadual, distrital ou municipal de medicamentos somente po‐
tivos para a organização da rede interfederativa de atenção
derão conter produtos com registro na Agência Nacional de à saúde será firmado por meio de Contrato Organizativo da
Vigilância Sanitária - ANVISA. Ação Pública da Saúde.
Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação Pú‐
CAPÍTULO V blica da Saúde é a organização e a integração das ações e
DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA dos serviços de saúde, sob a responsabilidade dos entes
Seção I federativos em uma Região de Saúde, com a finalidade de
Das Comissões Intergestores garantir a integralidade da assistência aos usuários.
Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação Pú‐
Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a organiza‐ blica da Saúde resultará da integração dos planos de saúde
ção e o funcionamento das ações e serviços de saúde integra‐ dos entes federativos na Rede de Atenção à Saúde, tendo
dos em redes de atenção à saúde, sendo: como fundamento as pactuações estabelecidas pela CIT.
I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da
Saúde para efeitos administrativos e operacionais; Saúde definirá as responsabilidades individuais e solidárias
II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Es‐ dos entes federativos com relação às ações e serviços de
tadual de Saúde para efeitos administrativos e operacionais; e saúde, os indicadores e as metas de saúde, os critérios de
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito regio‐ avaliação de desempenho, os recursos financeiros que se‐
nal, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos admi‐ rão disponibilizados, a forma de controle e fiscalização da
nistrativos e operacionais, devendo observar as diretrizes da CIB. sua execução e demais elementos necessários à implemen‐
Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores públicos tação integrada das ações e serviços de saúde.
de saúde poderão ser representados pelo Conselho Nacional § 1o O Ministério da Saúde definirá indicadores nacio‐
de Secretários de Saúde - CONASS, pelo Conselho Nacional nais de garantia de acesso às ações e aos serviços de saúde
de Secretarias Municipais de Saúde - CONASEMS e pelo Con‐ no âmbito do SUS, a partir de diretrizes estabelecidas pelo
selho Estadual de Secretarias Municipais de Saúde - COSEMS. Plano Nacional de Saúde.
Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão: § 2o O desempenho aferido a partir dos indicadores na‐
I - aspectos operacionais, financeiros e administrativos da cionais de garantia de acesso servirá como parâmetro para
gestão compartilhada do SUS, de acordo com a definição da avaliação do desempenho da prestação das ações e dos
política de saúde dos entes federativos, consubstanciada nos serviços definidos no Contrato Organizativo de Ação Públi‐
seus planos de saúde, aprovados pelos respectivos conselhos ca de Saúde em todas as Regiões de Saúde, considerando-
de saúde; se as especificidades municipais, regionais e estaduais.

27
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a exe‐
Saúde conterá as seguintes disposições essenciais: cução do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde,
I - identificação das necessidades de saúde locais e re‐ em relação ao cumprimento das metas estabelecidas, ao seu
gionais; desempenho e à aplicação dos recursos disponibilizados.
II - oferta de ações e serviços de vigilância em saúde, Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados sobre o
promoção, proteção e recuperação da saúde em âmbito Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde no siste‐
regional e inter-regional; ma de informações em saúde organizado pelo Ministério da
III - responsabilidades assumidas pelos entes federa‐ Saúde e os encaminhará ao respectivo Conselho de Saúde
tivos perante a população no processo de regionalização, para monitoramento.
as quais serão estabelecidas de forma individualizada, de
acordo com o perfil, a organização e a capacidade de pres‐ CAPÍTULO VI
tação das ações e dos serviços de cada ente federativo da DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Região de Saúde;
IV - indicadores e metas de saúde; Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais, o
V - estratégias para a melhoria das ações e serviços de Ministério da Saúde informará aos órgãos de controle inter‐
saúde; no e externo:
VI - critérios de avaliação dos resultados e forma de I - o descumprimento injustificado de responsabilidades
monitoramento permanente; na prestação de ações e serviços de saúde e de outras obri‐
VII - adequação das ações e dos serviços dos entes fe‐ gações previstas neste Decreto;
derativos em relação às atualizações realizadas na RENA‐ II - a não apresentação do Relatório de Gestão a que se
SES; refere o inciso IV do art. 4º da Lei no 8.142, de 1990;
VIII - investimentos na rede de serviços e as respectivas III - a não aplicação, malversação ou desvio de recursos
responsabilidades; e financeiros; e
IX - recursos financeiros que serão disponibilizados por IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver conhe‐
cada um dos partícipes para sua execução. cimento.
Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de todas as
formas de incentivo ao cumprimento das metas de saúde e ações e serviços de saúde que na data da publicação deste
à melhoria das ações e serviços de saúde. Decreto são ofertados pelo SUS à população, por meio dos
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de entes federados, de forma direta ou indireta.
Saúde observará as seguintes diretrizes básicas para fins de Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
garantia da gestão participativa: diretrizes de que trata o § 3o do art. 15 no prazo de cento e
I - estabelecimento de estratégias que incorporem a oitenta dias a partir da publicação deste Decreto.
avaliação do usuário das ações e dos serviços, como ferra‐ Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de sua pu‐
menta de sua melhoria; blicação.
II - apuração permanente das necessidades e interes‐ Brasília, 28 de junho de 2011; 190o da Independência e
ses do usuário; e 123 da República.
o

III - publicidade dos direitos e deveres do usuário na DILMA ROUSSEFF


saúde em todas as unidades de saúde do SUS, inclusive
nas unidades privadas que dele participem de forma com‐ Alexandre Rocha Santos Padilha
plementar. Este texto não substitui o publicado no DOU de 29.6.2011
Art. 38. A humanização do atendimento do usuário
será fator determinante para o estabelecimento das metas
de saúde previstas no Contrato Organizativo de Ação Pú‐
blica de Saúde. 6. DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE.
Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Contrato
Organizativo de Ação Pública de Saúde serão pactuados
pelo CIT, cabendo à Secretaria de Saúde Estadual coorde‐ Utilizamos excertos de artigo produzido por Alberto Pel‐
nar a sua implementação. legini e Paulo Buss ante a qualidade e exatidão das anota‐
Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação ções por eles apontadas.
do SUS, por meio de serviço especializado, fará o controle
e a fiscalização do Contrato Organizativo de Ação Pública “As diversas definições de determinantes sociais de saú‐
da Saúde. de (DSS) expressam, com maior ou menor nível de detalhe, o
§ 1o O Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV conceito atualmente bastante generalizado de que as condi‐
do art. 4o da Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, con‐ ções de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da popu‐
terá seção específica relativa aos compromissos assumidos lação estão relacionadas com sua situação de saúde.
no âmbito do Contrato Organizativo de Ação Pública de Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes
Saúde. Sociais da Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais,
§ 2o O disposto neste artigo será implementado em econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e com‐
conformidade com as demais formas de controle e fiscali‐ portamentais que influenciam a ocorrência de problemas
zação previstas em Lei. de saúde e seus fatores de risco na população. A comissão

28
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

homônima da Organização Mundial da Saúde (OMS) adota figuração desse novo campo de conhecimento, de prática e
uma definição mais curta, segundo a qual os DSS são as con‐ de educação. Ao final desse processo, Hopkins foi escolhida
dições sociais em que as pessoas vivem e trabalham. Nan‐ pela excelência de sua escola de medicina, de seu hospital e
cy Krieger (2001) introduz um elemento de intervenção, ao de seu corpo de pesquisadores médicos. Esta decisão repre‐
defini-los como os fatores e mecanismos através dos quais sentou o predomínio do conceito da saúde pública orien‐
as condições sociais afetam a saúde e que potencialmente tada ao controle de doenças específicas, fundamentada no
podem ser alterados através de ações baseadas em infor‐ conhecimento científico baseado na bacteriologia e contri‐
mação. buiu para “estreitar” o foco da saúde pública, que passa a
Tarlov (1996) propõe, finalmente, uma definição bastan‐ distanciar-se das questões políticas e dos esforços por refor‐
te sintética, ao entende-los como as características sociais mas sociais e sanitárias de caráter mais amplo.
dentro das quais a vida transcorre. A influência desse processo e do modelo por ele gerado
Embora, como já mencionado, tenha-se hoje alcançado não se limita à escola de saúde pública de Hopkins, esten‐
certo consenso sobre a importância dos DSS na situação de dendo-se por todo o país e internacionalmente. O modelo
saúde, esse consenso foi sendo construído ao longo da his‐ serviu para que nos anos seguintes a Fundação Rockefeller
tória. Entre os diversos paradigmas explicativos para os pro‐ apoiasse o estabelecimento de escolas de saúde pública no
blemas de saúde, em meados do século XIX predominava a Brasil (Faculdade de Higiene e Saúde Pública de São Paulo),
teoria miasmática, que conseguia responder às importantes Bulgária, Canadá, Checoslováquia, Inglaterra, Hungria, Índia,
mudanças sociais e práticas de saúde observadas no âmbito Itália, Japão, Noruega, Filipinas, Polônia, Romênia, Suécia,
dos novos processos de urbanização e industrialização ocor‐ Turquia e Iugoslávia (FEE, 1987)”.
ridos naquele momento histórico. Estudos sobre a contami‐
nação da água e dos alimentos, assim como sobre riscos (Fonte: https://www.bio.fiocruz.br/index.php/artigos/
ocupacionais, trouxeram importante reforço para o conceito 329-artigo-aborda-os-problemas-da-saude-e-seus-de-
de miasma e para as ações de saúde pública (SUSSER, 1998). terminantes-sociais)
Virchow, um dos mais destacados cientistas vinculados
a essa teoria, entendia que a “ciência médica é intrínseca e
essencialmente uma ciência social”, que as condições eco‐ 7. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE.E.
nômicas e sociais exercem um efeito importante sobre a
saúde e a doença e que tais relações devem ser submetidas
à pesquisa científica. Sistemas de Informação
Entendia também que o próprio termo “saúde pública” Os sistemas de informação em saúde são instrumentos
expressa seu caráter político e que sua prática implica ne‐ padronizados de monitoramento e coleta de dados, que tem
cessariamente a intervenção na vida política e social para como objetivo o fornecimento de informações para análise
identificar e eliminar os fatores que prejudicam a saúde da e melhor compreensão de importantes problemas de saúde
população. da população, subsidiando a tomada de decisões nos níveis
Nas últimas décadas do século XIX, com o extraordiná‐ municipal, estadual e federal. A seguir estão relacionados os
rio trabalho de bacteriologistas como Koch e Pasteur, afir‐ sistemas de informação relativos ao tema em questão:
ma-se um novo paradigma para a explicação do processo Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM
saúde-doença. A história da criação da primeira escola de Criado pelo Ministério da Saúde em 1975 para a ob‐
saúde pública nos Estados Unidos, na Universidade Johns tenção regular de dados sobre mortalidade no país, pos‐
Hopkins, é um interessante exemplo do processo de afirma‐ sibilitou a captação de dados sobre mortalidade, de forma
ção da hegemonia desse “paradigma bacteriológico”. Desde abrangente e confiável, para subsidiar as diversas esferas
1913, quando a Fundação Rockefeller decide propor o es‐ de gestão na saúde pública. Com base nessas informações
tabelecimento de uma escola para treinar os profissionais é possível realizar análises de situação, planejamento e ava‐
de saúde pública, até a decisão, em 1916, de financiar sua liação das ações e programas na área. O SIM proporciona a
implantação em Johns Hopkins, há um importante debate produção de estatísticas de mortalidade e a construção dos
entre diversas correntes e concepções sobre a estruturação principais indicadores de saúde. A análise dessas informa‐
do campo da saúde pública. No centro do debate estiveram ções permite estudos não apenas do ponto de vista esta‐
questões como: deve a saúde pública tratar do estudo de tístico e epidemiológico, mas também sócio-demográfico.
doenças específicas, como um ramo especializado da me‐ Sistema de Informações de Nascidos Vivos - SINASC
dicina, baseando-se fundamentalmente na microbiologia e Implantado pelo Ministério da Saúde em 1990 com o
nos sucessos da teoria dos germes ou deve centrar-se no es‐ objetivo de reunir informações epidemiológicas referentes
tudo da influência das condições sociais, econômicas e am‐ aos nascimentos informados em todo território nacional,
bientais na saúde dos indivíduos? Outras questões relacio‐ apresenta atualmente um número de registros maior do
nadas: a saúde e a doença devem ser pesquisadas no labo‐ que o publicado pelo IBGE, com base nos dados de Car‐
ratório, com o estudo biológico dos organismos infecciosos, tório de Registro Civil. Por intermédio desses registros é
ou nas casas, nas fábricas e nos campos, buscando conhecer possível subsidiar as intervenções relacionadas à saúde da
as condições de vida e os hábitos de seus hospedeiros? mulher e da criança para todos os níveis do Sistema Único
Como se pode ver, o conflito entre saúde pública e me‐ de Saúde - SUS, como ações de atenção à gestante e ao re‐
dicina e entre os enfoques biológico e social do processo cém-nascido. O acompanhamento da evolução das séries
saúde-doença estiveram no centro do debate sobre a con‐

29
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

históricas do SINASC permite a identificação de prioridades e laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais
de intervenção, o que contribui para efetiva melhoria do siste‐ e de isenção tributária. Para expedição do aludido laudo, nos
ma. Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan termos do estatuto do idoso, lhe é assegurado atendimento
O Sinan é alimentado, principalmente, pela notificação e A. domiciliar pela perícia médica do INSS, pelo serviço pú‐
investigação de casos de doenças e agravos que constam da blico privado de saúde, inclusive com a indicação de peritos
lista nacional de doenças de notificação compulsória, mas é de sua preferência mesmo que não contratado ou convenia‐
facultado a estados e municípios incluir outros problemas de do do Sistema Único de Saúde − SUS.
saúde importantes em sua região. Sua utilização efetiva per‐ B. domiciliar pela perícia médica do INSS, pelo serviço
mite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de público de saúde ou pelo serviço público privado de saúde,
um evento na população, podendo fornecer subsídios para contratado ou conveniado, que integre o Sistema Único de
explicações causais dos agravos de notificação compulsória, Saúde − SUS.
além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, C. domiciliar pela perícia médica do INSS, pelo serviço
contribuindo assim, para a identificação da realidade epide‐ público de saúde ou pelo serviço público privado de saúde,
miológica de determinada área geográfica. contratado ou conveniado, independente de integrarem, por
Sistema de Informação do Programa Nacional de Imuni‐ convênio ou contratação, o Sistema Único de Saúde − SUS.
zações - SI-PNI D. hospitalar para perícia médica do INSS, com o des‐
O objetivo fundamental do SI-PNI é possibilitar aos ges‐ locamento às suas expensas, para atendimento pelo serviço
tores envolvidos no programa uma avaliação dinâmica do público privado de saúde, respeitada a indicação de peritos
risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do de sua preferência.
registro dos imunos aplicados e do quantitativo populacional E. hospitalar para perícia médica do INSS, com o desloca‐
vacinado, que são agregados por faixa etária, em determi‐ mento às expensas do Sistema Único de Saúde − SUS, para
nado período de tempo, em uma área geográfica. Por outro atendimento pelo serviço público privado de saúde, respeita‐
lado, possibilita também o controle do estoque de imunos da a indicação de peritos de sua preferência, independente de
necessário aos administradores que têm a incumbência de integrarem, por convênio ou contratação.
programar sua aquisição e distribuição.
Resposta: B
QUESTÕES
04) Lúcio foi internado em um hospital da rede privada
para submeter-se a tratamento médico eletivo a ser realizado
01) O Sistema Único de Saúde (SUS)
A. tem competência para fiscalizar e inspecionar alimen‐ pelo SUS. Na unidade hospitalar onde ele foi internado, os
tos, bem como bebidas e águas para consumo humano. quartos individuais superiores são reservados a pacientes par‐
B. pode contar com auxílio da iniciativa privada para a ticulares, e àqueles que desfrutam do atendimento gratuito
assistência à saúde desde que tenha prévia autorização. são disponibilizados quartos coletivos de nível básico.
C. pode contar com auxílio da iniciativa privada para a Com o intuito de utilizar um quarto individual, por ser
assistência à saúde desde que tenha prévia autorização. mais confortável, Lúcio se prontificou a pagar o valor da dife‐
D. participa de uma rede universalizada e hierarquizada rença entre as modalidades dos quartos, o que foi recusado
de atenção à saúde, vinculada exclusivamente ao Poder Exe‐ pelo hospital, que informou ser vedado o uso das acomo‐
cutivo federal. dações superiores por pacientes atendidos pelo SUS, mesmo
E. é financiado com recursos do orçamento fiscal. mediante pagamento complementar.
Resposta: A Considerando essa situação hipotética, julgue os seguin‐
tes itens com base na posição majoritária e atual do STF.
02) No âmbito dos Municípios, a Secretaria de Saúde ou É vedado às instituições privadas com fins lucrativos par‐
órgão equivalente exerce a direção do Sistema Único de Saú‐ ticiparem do SUS, as quais não podem, ainda, oferecer quar‐
de (SUS). Em relação à Organização, Direção e Gestão do Mu‐ tos com custos diferentes para pacientes sujeitos ao mesmo
nicípio, assinale a afirmativa INCORRETA. procedimento médico.
A. Os municípios poderão constituir consórcios para de‐ C. Certo
senvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que E. Errado
lhes correspondam. Resposta: E
B. Aplica-se aos consórcios administrativos intermunici‐
pais o princípio da direção única, e os respectivos atos consti‐ 05) Antes da criação do Sistema Único de Saúde, em
tutivos disporão sobre sua observância. 1988, a assistência médica era entendida como um benefício
C. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito muni‐ ao qual tinham direito
cipal, subordinadas ao Ministério da Saúde, integradas pelos A. trabalhadores com carteira assinada ou não, que con‐
órgãos competentes e por entidades representativas da so‐ tribuíam para o Sindicato da categoria.
ciedade civil. B. todo cidadão brasileiro, independente da condição so‐
D. No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS) cial, cor, etnia ou religião.
poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e articu‐ C. todo cidadão brasileiro, com exceção estrangeiros na‐
lar recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total turalizados a menos de um ano.
das ações de saúde. D. trabalhadores com carteira assinada, independente da
Resposta: C contribuição à Previdência.
03) Em uma situação hipotética, Marcelino, idoso de 68 E. trabalhadores que contribuíam para a Previdência So‐
anos, gravemente enfermo, necessita realizar perícia médica do cial e seus dependentes.
Instituto Nacional de Seguridade Social − INSS para expedição Resposta: E

30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

1. Fundamentos do Exercício da Enfermagem. ............................................................................................................................................ 01


2. Lei do Exercício Profissional (Lei n.°7.498/1986– Regulamentada pelo Decreto 94.406/1987). Código de Ética e Deon-
tologia de Enfermagem – análise crítica. ....................................................................................................................................................... 15
3. Bioética. .................................................................................................................................................................................................................. 17
4. Processo Social de Mudança das Práticas Sanitárias no SUS e na Enfermagem. ...................................................................... 18
5. Administração dos Serviços de Enfermagem. ......................................................................................................................................... 19
6. Normas, Rotinas e Manuais – elaboração e utilização na enfermagem. ...................................................................................... 19
7. Enfermeiro como líder e agente de mudança. ........................................................................................................................................ 23
8. Concepções teórico-práticas da Assistência de Enfermagem. ......................................................................................................... 24
9. Sistematização da Assistência de Enfermagem. ..................................................................................................................................... 27
10. Política Nacional de Atenção às Urgências. ........................................................................................................................................... 28
11. Assistência de enfermagem em nível ambulatorial. ........................................................................................................................... 89
12. Normas do Ministério da Saúde para atuação: programa nacional de imunizações, programas da mulher, da criança,
do adolescente, do idoso, para DST e AIDS, para hanseníase, para pneumologia sanitária, para hipertensão e de diabé-
tico. .............................................................................................................................................................................................................................109
13. Planejamento da assistência de enfermagem. ...................................................................................................................................142
14. Processo de enfermagem teoria e prática. ‐ .......................................................................................................................................142
15. Consulta de enfermagem. ..........................................................................................................................................................................145
16. Medidas de higiene e de segurança nos serviços de enfermagem. ..........................................................................................145
17. Emergências clínico‐cirúrgicas e a assistência de enfermagem. .................................................................................................152
18. Primeiros socorros. ........................................................................................................................................................................................157
19. Assistência integral por meio do trabalho em equipes: de enfermagem, multiprofissional e interdisciplinar. .........169
20. Ensino ao paciente com vistas ao autocuidado: promoção e prevenção da saúde..............................................................171
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Terminologia Hospitalar:
1. FUNDAMENTOS DO EXERCÍCIO DA
ENFERMAGEM. Matrícula ou registro: definido como a inscrição de um
paciente na unidade médica hospitalar que o habilita ao
atendimento.
Internação: admissão de um paciente para ocupar um
Procedimentos e técnicas leito hospitalar.
Definições: Leito Hospitalar: cama destinada á internação de um
paciente em um hospital. Não é considerado leito hospita-
A enfermagem segundo Wanda Horta é ”A ciência e lar (cama destinada ao acompanhante, camas transitórias
a arte de assistir o ser humano em suas necessidades bá- utilizadas no serviço diagnóstico de enfermagem, cama de
sicas e torna-lo independente destas necessidades quan- pré parto, recuperação pós anestésica e pós operatórios,
do for possível através do autocuidado’ . A enfermagem camas instaladas no alojamento de médicos).
como ciência pode ser exercida em vários locais tais como : Censo Hospitalar Diário: É a contagem a cada 24 horas
Hospitais, Empresas Particulares (Enf. Do Trabalho),Escolas, do número de leitos ocupados.
Unidades de Saúde, Dentro de introdução á enfermagem Dia Hospitalar: É o período de trabalho, compreendido
estuda-se a enfermagem no âmbito hospitalar. entre dois censos hospitalares consecutivos.
Nos dias de hoje, o hospital é definido segundo a OMS Leito Dia : Unidade representada pela cama á disposi-
como elemento de uma organização de caráter médico ção de um paciente no hospital.
social, cuja função consiste em assegurar assistência mé- Óbito hospitalar: é o óbito que se verificam no hospital
dica completa, curativa, e preventiva a população e cujos após o registro do paciente.
serviços externos se irradiam até a célula familiar conside- Alta: ato médico que configura a cessação da assistên-
rada em seu meio; e um centro de medicina e de pesquisa cia prestada ao paciente.
biossocial.
O PACIENTE
Funções do Hospital:
O paciente e o elemento principal de qualquer insti-
_ Preventiva: Principalmente nos ambulatórios, onde os tuição de saúde. Considera-se paciente todo o individuo
pacientes retornam após a alta para controle. submetido a tratamento, controle especiais, exames e ob-
_ Educativa : Através da educação sanitária e prática da servações medicas.
saúde pública visando o paciente, a família e a comunida- O paciente procura o hospital quando atingido pela
de. Sob o ponto de vista de formação e aperfeiçoamento doença, pois se cria nele angustia, inquietação, que leva
de profissionais de saúde. a exagerar o poder e conhecimento sobre os profissionais
_ Pesquisa: O hospital serve de campo para a pesquisa que o socorrem, muitas vezes torna-se difícil o tratamento
científica relacionada á saúde. do doente, originando problemas de relacionamento (pa-
_ Reabilitação: O hospital através do diagnóstico pre- ciente pessoal).
coce utilizando os cuidados clínicos, cirúrgicos e especiais A doença trás ao paciente graves consequências como:
por meios do qual o paciente adquire condições de retor- • Choque emocional ,
nar ao seu meio e suas atividades. • Ameaça do equilíbrio psicológico do paciente,
_ Curativa: A função a qual o Brasil faz como função • Rompimento das defesas pessoais,
principal. Tratamento de qualquer natureza. • Leva a pedir proteção e cuidados,
• Obriga ao abandono das atividades normais,
Classificação: • Ao recolhimento ao leito,
• Ao afastamento da comunidade .
Segundo o tratamento: O paciente ao ser admitido no hospital espera do
medico e da enfermagem, uma explicação, uma palavra de
Geral: É o hospital destinado á atender pacientes por- conforto em relação ao seu estado de saúde. Se isto não
tadores de doenças das várias especialidades médicas. acontece, o seu quadro psicológico pode ser agravado, le-
Especial ou Especializada: Limita-se a atender pacien- vando-o a se tornar submisso e despersonalizado, ou en-
tes necessitados de assistência de determinada especiali- tão agressivo.
dade médica . Ex: Hospital do câncer.
Prevenção e controle de infecção
Segundo o número de leitos:
Pequeno porte: hospital com capacidade normal de até Alguns conceitos importantes:
50 leitos.
Médio porte: hospital com capacidade normal de 50 a Assepsia - Segundo o Ministério da Saúde, é o proces-
150 leitos. so pelo qual se consegue afastar germes patogênicos de
Grande porte: Capacidade normal de 150 a 500 leitos. determinado local ou objeto.
Extra ou Especial: capacidade acima de 500 leitos.

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Antissepsia - É o método que inibe a proliferação de 2. LIMPEZA OU DESINFECÇÃO GERAL OU TERMINAL


germes, sem, no entanto provocar a sua destruição. É uti- É feita após a saída do cliente por alta, transferência,
lizado apenas em relação a tecidos vivos. Ex: utilização de óbito ou suspensão das medidas de isolamento e o prepa-
álcool para limpar a pele antes de aplicar uma injeção, la- ro do leito para que seja recebido outro cliente.
vagem das mãos. A desinfecção terminal pode ser do leito, no caso de
Desinfecção - É a destruição de microrganismos pato- alta de um paciente ou do quarto todo. Nesta técnica existe
gênicos, não incluindo os esporos. a parte que compete a Enfermagem e a que é da alçada
Esterilização - É o processo aplicado a materiais e am- dos funcionários da limpeza, conforme rotina estabelecida.
biente com o objetivo de destruição de microrganismo em Outras barreiras empregadas são os isolamentos:
todas as suas formas, incluindo os esporos. 1) Isolamento total: Destina-se a prevenir a transmis-
Infecção Hospitalar - A infecção hospitalar é qualquer são de doenças altamente contagiosas, como por exemplo:
infecção adquirida após a internação do paciente e que Difteria (neste tipo de isolamento usa-se máscara, luvas e
se manifeste durante a internação ou mesmo após a alta, avental);
quando puder ser relacionada com a hospitalização. 2) Isolamento respiratório: Usado para prevenção de
Lavagem das mãos doenças que se transmitem por via respiratória, como por
1) Após tocar fluidos, secreções e itens contaminados; exemplo a Meningite. Há a necessidade do uso de máscara,
2) Após a retirada das luvas; somente;
3) Isolamento entérico: Para prevenir infecções que são
3) Antes de procedimentos com paciente;
transmitidas pelo contato direto ou indireto com fezes e/
4) Entre contatos com pacientes;
ou urina. Ex: Enterocolite necrosante. Há
5) Entre procedimentos num mesmo paciente;
necessidade do uso de luvas e, às vezes, avental;
6) Antes e depois de atos fisiológicos;
4) Isolamento protetor ou reverso: Para pacientes imu-
7) Antes do preparo de soros e medicações.
nodeprimidos como no caso de portadores de HIV.
Usa-se máscaras para defesa deles, mas para nossa
Material
proteção, às vezes, dependendo do grau da doença, ne-
Sabão;
cessita-se de óculos e avental;
Toalha de papel.
5) Isolamento de contato: Para prevenção de doenças
Procedimento: altamente transmissíveis pelo contato, como é o caso de
Retirar anéis, relógio, etc.; sarna infectada. Necessita-se de luvas e avental.
Posicionar-se sem encostar-se na pia
Abrir a torneira; Arrumação do leito do paciente
Ensaboar as mãos; Tipos de cama:
Friccionar as mãos;
Enxaguar as mãos, deixando a torneira aberta; Leito fechado: é a cama que está desocupada aguar-
Enxugar as mãos com papel toalha; dando a chegada do cliente. Deve ser arrumada aproxima-
Fechar a torneira com a mão protegida com papel toa- damente 2 horas após ter sido feita a limpeza geral, permi-
lha, caso não tenha fechamento automático. tindo arejamento do ambiente.
Jogar na lixeira, específica, o papel toalha usado. Leito aberto: é aquela que está sendo ocupado por um
paciente que pode locomover-se.
Higiene da unidade do paciente Na cama aberta, se o cliente estiver usando colcha e
Tipos de limpeza cobertor sobre lençol deve fazer uma dobra sobre os mes-
mos, num ângulo de aproximadamente 90 graus.
1. Limpeza diária ou concorrente ou desinfecção con- Leito operado: É feita para aguardar o paciente que
corrente está na sala de cirurgia ou em exame, sob anestesia.
É aquela feita diariamente para a manutenção da lim- Tem finalidade de:
peza hospitalar constituindo na arrumação da cama e na Proporcionar conforto e segurança ao paciente;
manutenção da limpeza do mobiliário e do ambiente. Facilitar a colocação do paciente no leito;
Proporciona conforto, segurança e bem-estar ao clien-
te, além de minimizar o risco de infecção através de elimi- Controle de sinais vitais
nação de microrganismos existentes no ambiente hospi-
talar. Definição: sinais vitais são reflexos ou indícios de mu-
Chamamos também de desinfecção concorrente danças no estado do paciente. Eles indicam o estado físico
aquela realizada do paciente e ajudam no seu diagnóstico e tratamento.
Imediatamente após a expulsão de matéria orgânica
do corpo do indivíduo (cliente) com sangue, fezes, vômito, Normas:
etc. 01 - Os sinais vitais deverão ser verificados a cada 06
horas. Quando o caso exigir dever ser visto quantas vezes
for necessário;

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

02 - Ao se verificar qualquer um dos sinais vitais, deve Temperatura Bucal: É contraindicada a verificação de
ser explicado ao paciente o que ser realizado; temperatura bucal nos casos de comprometimento da
03 - Quando houver alteração de alguns dos sinais vi- boca e face, e em todos os clientes impossibilitados de
tais dever ser comunicado ao enfermeiro da unidade e ao manter o termômetro sob a língua, como crianças, clientes
medico responsável pelo paciente, se for necessário. inconscientes e doentes mentais. O termômetro deverá ser
de uso individual.
Material Temperatura retal: O reto é o local de maior precisão
Bandeja contendo: para verificar a temperatura. É contraindicada a verificação
Termômetro, de temperatura retal nos casos de comprometimento do
Bolas de algodão seco, ânus, do reto e do períneo. O termômetro deverá ser de
Bolas de algodão embebidas no álcool a 70%, uso individual.
Estetoscópio, Pulso (P ou FC): É o nome que se dá à dilatação, pe-
quena e sensível, das artérias, produzida pela corrente cir-
Aparelho P.A.
culatória. Toda vez que o sangue é lançado do ventrículo
Esfigmomanômetro;
esquerdo para a aorta, a pressão e o volume provocam
Caneta
oscilações ritmadas em toda a extensão da parede arterial,
Relógio,
evidenciadas quando se comprime, moderadamente, a ar-
Gazes téria contra uma estrutura dura.
Valores de normalidade:
Temperatura (T): É o grau de calor que atinge um de- Homens: 60 a 70bpm
terminado corpo. É o equilíbrio entre a produção e a elimi- Mulheres: 65 a 80bpm
nação deste calor.
-Axilar: de 36ºC a 36,8ºC Fatores que alteram a frequência do pulso:
-Bucal :de 36,2ºC a 37ºC
-Retal: de 36,4ºC a 37,2ºC Fatores Fisiológicos: emoções, digestão, banho frio
Nomenclatura: (porque faz vaso constrição), exercícios físicos (aceleram),
algumas drogas como os digitálicos (diminuem).
- Eutermia ou normotermia: valor dentro da normalida- Fatores Patológicos:
de = 36°C a 37°C Febre - doenças agudas (aceleram)
- Febril ou febrícula: valor de 37,5°C a 38°C Choque (diminuem)
- Febre: valor de 38,1°C a 39°C Classificação do pulso pode ser quanto à:
- Pirexia: de 39,1°C a 40°C
- Hiperexia ou hipertermia: acima de 40°C 1) Regularidade:
- Hipotermia: abaixo de 36°C A. Rítmico - bate ou pulsa com regularidade, ou seja, o
Cuidados de enfermagem para hipertermia: tempo de intervalo entre os batimentos é o mesmo.
1. Estimular ingesta hídrica; B. Arrítmico - bate sem regularidade (irregular),o inter-
2. Estimular banho de água morna quase fria; valo entre os batimentos é diferente.
3. Colocar compressas frias, não geladas, nas pregas
inguinais e axilares e testa; 2)Amplitude: volume de sangue dentro da artéria.
4. Diminuir a quantidade de roupas; a) Fraco ou filiforme: redução da força ou do volume
5. Proporcionar repouso; sanguíneo (facilmente desaparece com a compressão).
b) Forte ou cheio: aumento da força ou do volume san-
6. Orientar que mantenha alimentação.
guíneo (dificilmente desaparece com a compressão).
Cuidados de enfermagem para hipotermia:
3)Tensão: força da parede da artéria.
a) Macio - fraco
1. Oferecer alimentos quentes ( chocolates, sopas, be- b) Duro – forte
bidas isotônicas);
2. Proporcionar repouso; 4)Tipos de Pulso:
3. Aumentar a quantidade de roupas; Bradisfigmico - São os batimentos do pulso abaixo do
4. Oferecer alimentos ricos em vitaminas; normal (lento)
5. Se der, aquecer o ambiente. Taquisfígmico - São os batimentos do pulso acima do
normal (acelerado)
Temperatura Axilar: Apesar de não ser a mais precisa, Dicrótico - dá a impressão de dois batimentos
é a maneira mais utilizada para se verificar a temperatura. Bradicardia - São os batimentos cardíacos abaixo do
A temperatura axilar é contraindicada nas queimaduras normal, em número
de tórax porque a circulação fica alterada), nas fraturas dos Taquicardia - São os batimentos cardíacos acima do
membros superiores, na furunculose axilar e em pacientes normal, em número
muito caquéticos.

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Observações importantes: A P.A. depende do:


Evitar verificar o pulso em membros superiores afeta-
dos por sequelas de lesões neurológicas ou vasculares; Débito cardíaco: representa a quantidade de sangue
Não verificar o pulso em membro com fístula arterio- ejetado do ventrículo esquerdo para o leito vascular em
venosa (para hemodiálise); um minuto;
Nunca usar o dedo polegar na verificação, pois pode Resistência vascular periférica: determinada pelo lú-
confundir a sua pulsação com a do paciente; mem (calibre), pela elasticidade dos vasos e viscosidade
Em caso de dúvida, repetir a contagem; sanguínea;
Proceder a verificação com as mãos secas e quentes. Viscosidade do sangue: decorre das proteínas e ele-
mentos figurados do sangue.
Respiração ( R ou FR):é o processo no qual ocorre a A P.A. é alterada em algumas situações fisiológicas,
troca de oxigênio e gás carbônico entre o corpo e o meio como:
ambiente. a) Alimentação, medo, ansiedade, exercícios, estimu-
lantes aumentam a P.A.
Avaliação da respiração: b) Repouso, jejum, depressão, diminuem a P.A.
- Quanto à frequência (número de movimentos respi-
ratório por minuto/mrpm). Terminologias referentes a pressão arterial:

Valores de normalidade: Hipertensão: P.A. elevada;


-No homem (15 a 20 mrpm) P.A. convergente: P.A. mínima próxima da P.A. máxima;
-Na mulher (18 a 20 mrpm) Hipotensão: P.A. baixa;
P.A. Divergente: P.A. mínima distante da P.A. máxima.
Quanto ao ritmo:
Regular: quando o intervalo entre os movimentos res- Local de Verificação:
piratórios é igual. Membros superiores (braços),
Irregular: quando são diferentes. Membros inferiores (região poplítea)

-Quanto à profundidade (intensidade da respiração): Valores da PA


Superficial e Profunda Sistólica - 90 - 140 mmhg
Diastólica - 60 - 90 mmhg.
Nomenclatura:
Normas para verificação da Pressão Arterial:
-Eupneia: respiração com frequência normal
-Bradipnéia: quando a frequência respiratória está 01-Na presença de lesões ou doenças contagiosas,
abaixo de 12 mrpm proteger esfigmomanometro envolvendo o membro do
-Taquipnéia: quando frequência respiratória acima de paciente com sanito. Encaminhar o esfigmomanometro
24 mrpm para lavanderia na alta do paciente
-Apneia: ausência ou parada de respiração por 20 se- 02 -Caso haja alterações no som é importante anotar
gundos para analise de dados clínicos;
-Dispneia: respiração difícil, caracterizada pelo aumen- 03 -Verificar todos os sinais vitais de um paciente, lavar
to do esforço inspiratório e expiratório as mãos, e passar para outro;
-Ortopnéia: quando paciente tem dificuldade para res- 04 -Em casos de verificar a P.A. com o paciente sentado,
pirar na posição deitada e só consegue respirar bem se es- o membro superior deve ser posicionado de forma que o
tiver sentado braço permaneça no mesmo nível que o coração, isto é, ao
-Cheyne Stokes: quando o ritmo respiratório desigual, longo do corpo;
ou seja, todo alterado 05 -Não verificar a P.A. nos membros com fistulas ar-
-Estertorosa: respiração com barulho teriovenosas,
-Kussmaul: respiração profunda e ofegante caracterís- 06 -Lembrar que a P.A. pode ser verificada nos mem-
tica de coma e acidose diabética grave. bros inferiores, se necessário

Existem fatores que alteram a respiração: Técnica para verificação da Pressão Arterial
-Sono e banho quente: diminuem a respiração 01 - Lavar as mãos;
-Emoções, exercícios e banho frio: aumentam a respi- 02 - Preparar o material;
ração. 03 - Promover a desinfecção das olivas e diafragma do
Pressão Arterial – P.A: é a tensão que o sangue exer- estetoscópio com álcool a 70%;
ce nas paredes das artérias. A medida da pressão arterial 04 - Explicar ao paciente o que ser feito;
compreende a verificação da pressão máxima (sistólica) e 05 - Colocar o paciente em condição confortável, com
a pressão mínima (diastólica), sendo registrado em forma antebraço apoiado e a palma da Mao para cima,
de fração. 06 - Expor o membro superior do paciente;

4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

07 - Colocar o manguito (esfigmomanometro) cinco Cuidados de Higiene e Conforto


cm acima da prega do cotovelo, na face interna do braço Higiene do paciente
prendendo-o de modo a não comprimir nem soltar;
08 - Localizar com os dedos a artéria braquial na dobra Normas para os Cuidados de Higiene e Conforto
do cotovelo;
09 - Colocar o estetoscópio no ouvido e segurar o dia- 01 - A higiene do paciente fica a cargo da Equipe de
fragma do estetoscópio sobre a artéria, evitando uma pres- Enfermagem;
são muito forte; 02 - Explicar sempre ao paciente o que vai ser feito;
10 - Fechar a válvula da pera de borracha e insuflar ate 03 - Preferencialmente realizar a higiene oral do pa-
o desaparecimento de todos os sons (cerca de 200 mmhg); ciente, antes do banho e após as refeições, com solução de
11 - Abrir a válvula vagarosamente; Bicarbonato de Sódio, e quando se fizer necessário;
12 - Observar o manômetro, o ponto em que ouvir o 04 - Ao lidar com o paciente, de maneira direta, e im-
primeiro batimento e a P.A. sistólica máxima;
prescindível o uso de luvas para procedimentos;
13 - Soltar o ar do manguito gradativamente ate ouvir
05 - Cuidar durante o banho, para não expor, desne-
claramente o ultimo batimento lendo o manômetro (P.A.
cessariamente, o paciente. A privacidade contribui muito
diastólica mínima);
para o conforto mental do paciente;
14 - Retirar todo o ar do manguito. Repetir a operação
se for necessário; 06 - Secar bem toda a superfície do corpo do paciente,
15 - Remover o manguito e deixar o paciente confor- principalmente as dobras;
tável; 07 - As portas do banheiro não devem ser trancadas,
16 - Promover a desinfecção das olivas e do diafragma durante o banho;
do estetoscópio com álcool a 70%; 08 - Deve-se testar a temperatura da agua, antes do
17 - Anotar na ficha de controle; banho do paciente.
18 - Lavar as mãos Geralmente se usa agua morna.

Técnica de Verificação de P.A. nos Membros Inferiores Higiene oral

01 - Lavar as mãos; Definição: consistem na limpeza dos dentes, gengivas,


02 - Preparar o material; bochechas, língua e lábios.
03 - Promover a limpeza das olivas e diafragma do es-
tetoscópio com álcoola 70%; Condições patológicas que predispõem a irritação e a
04 - Explicar ao paciente o que ser feito; lesão da mucosa oral: estado de coma, hipertermia.
05 - Colocar o paciente em posição confortável com os
MMII estendidos; Finalidades Promover conforto ao paciente:
06 - Expor o membro inferior do paciente; Evitar halitose,
07 - Colocar o manguito (esfigmomanômetro) cinco Prevenir carie dentaria,
cm acima da prega do joelho, prendendo-o de modo a não Conservar a boca livre de resíduos alimentares.
comprimir nem soltar-se;
08 - Localizar com os dedos a artéria poplítea na dobra Higiene oral (em pacientes impossibilitados de cuidar
do joelho; de si)
09 - Colocar o estetoscópio no ouvido e segurar o dia-
fragma do estetoscópio sobre a artéria, evitando uma pres-
Material:
são muito forte;
Solução antisséptica - solução bicabornatada (para
10 - Fechar a válvula da pera de borracha e insuflar ate
cada 1 colher de chá, 500 ml de água);
o desaparecimento de todos os sons (cerca de 200 mmhg);
Espátula envoltas em gazes;
11 - Abrir a válvula vagarosamente;
12 - Observar o manômetro. O ponto em que ouvir o Lubrificante (vaselina liquida);
primeiro batimento e a P.A. sistólica m máxima; Toalha;
13 - Soltar o ar do manguito gradativamente ate ouvir Copo para colocar solução antisséptica;
claramente o ultimo batimento lendo o manômetro (P.A. Luvas;
diastólica mínima); Cuba-rim
14 - Retirar todo o ar do manguito. Repetir a operação Técnica
se for necessário;
15 - Remover o manguito e deixar o paciente confor- 01 - Lavar as mãos;
tável; 02 - Explicar ao paciente o que ser feito;
16 - Promover a limpeza das olivas e do diafragma do 03 - Calcar luvas;
estetoscópio com álcool a 70%; 04 - Reunir o material na mesa de cabeceira;
17 - Anotar na ficha de controle; 05 - Colocar o paciente em posição confortável, com a
18 - Lavar as mãos. cabeceira elevada.

5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Em pacientes inconscientes, coloca-los em decúbito 10 - Proceder a limpeza de toda a boca do paciente,


lateral; usando as espátula envoltas em gazes embebidas em solu-
06 - Colocar a toalha na parte superior do tórax e pes- ção antisséptica. Limpar o palato superior e toda a arcada
coço do paciente, com forro plástico, se necessário; dentaria;
07 - Proceder à limpeza de toda a boca do paciente 11Limpar a também a língua;
usando as espátula envoltas em gazes, embebidas em so- 12 - Enxugar os lábios com a toalha e lubrifica-los com
lução antisséptica diluído em agua; vaselina;
08 - Utilizar cuba-rim para o paciente “bochechar”; 13 - Retirar luvas;
09 - Limpar a língua, para evitar que fique seborreica; 14 - Lavar as mãos;
10 - Enxugar os lábios com a toalha; 15 - Recompor a unidade;
11 - Lubrificar os lábios com vaselina liquida, para evi- 16 - Anotar no prontuário o que foi feito e anormalida-
tar rachaduras; des detectadas.
12 - Retirar luvas;
13 - Lavar as mãos;
Obs.: - A troca do cadarço da cânula endotraqueal, deve
14 - Recompor a unidade;
ser feita pelo Técnico/Auxiliar a cada 12 horas, ou quando
15 - Anotar no prontuário o que foi feito e anormalida-
se fizer necessário, acompanhada do reposicionamento da
des detectadas.
cânula endotraqueal, que dever ser feito pela Enfermeira
Obs.: - Em pacientes neurológicos, com lesão cervical, da unidade;
usar a espátula com gaze, para retirar o excesso de liquido A higiene oral do paciente entubado dever ser feita 01
da solução antisséptica, sem mobilizar a cabeça; Em pa- vez a cada plantão.
cientes conscientes, ele próprio deve escovar os dentes.
HIGIENE DAS PROTESES DENTÁRIAS
Higiene oral em paciente entubado:
Material
Material Copo com solução antisséptica bucal,
Escova de dentes,
Solução antisséptica - solução bicabornatada, Pasta dental ou sabão liquido,
Espátula envoltas em gazes, Cuba-rim,
Lubrificante (vaselina liquida), 01 par de luvas,
Copo para colocar solução antisséptica, Toalhas de papel,
Seringa de 20 ml, Toalhas de Banho,
Aspirador montado, Biombos
Cânula de guedel (estéril), se necessário,
Toalha, Técnica
Luvas,
01 Lavar as mãos;
Técnica: 02 Explicar ao paciente o que vai fazer;
03 Reunir o material na bandeja e colocar sobre a mesa
01 - Lavar as mãos; de cabeceira do paciente;
02 - Explicar ao paciente o que ser feito; 04 Proteger o leito com biombo;
03 - Calcar luvas;
05 Colocar toalha sobre o tórax do paciente;
04 - Reunir o material na mesa de cabeceira;
06 Colocar o paciente em Fowler ou sentado quando
05 - Colocar o paciente em posição confortável, com
for permitido;
a cabeceira elevada ou em decúbito lateral se estiver in-
07 - Calcar as luvas;
consciente. Caso o paciente esteja com sonda nasogástrica,
abri-la, para evitar náuseas e refluxo do conteúdo gástrico 08 - Pedir ao paciente que remova a prótese com o uso
para a boca; da toalha de papel.
06 - Colocar a toalha na parte superior do tórax e pes- Se o paciente não puder remover as próteses sozinho,
coço do paciente, com forro plástico, se necessário; a enfermagem dever faze-lo em seu lugar, lenta e cuida-
07 - Verificar se o cuff da cânula endotraqueal esta in- dosamente;
suflado, para evitar que a solução antisséptica ou salivação 09 - Colocar as próteses na cuba-rim, forrada com toa-
penetre na traqueia, durante a higienização; lha de papel. Levar ao banheiro;
08 - Instilar agua com auxilio da seringa, pelo orifício 10 Colocar a pasta dental ou sabão liquido sobre a es-
da cânula de guedel, e fazer aspiração ao mesmo tempo; cova;
09 - Retirar a cânula de guedel e lavá-la em agua cor- 11 - Segurar as próteses na palma da mão e escova-la
rente na pia do quarto e recoloca-la, ou proceder a sua com movimentos firmes da base dos dentes para as pontas;
troca por outra estéril, caso, seja necessário ou que confor- 12 Escovar a área de acrílico em toda sua extensão;
me rotina, já tenha dado 24 horas apos a sua colocação; 13 Lava-la sob jato de agua fria;

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

14 Desprezar o papel toalha da cuba-rim e colocar ou- Técnica


tro;
15 Colocar a prótese limpa na cuba-rim; 01 Lavar as mãos e calçar as luvas de procedimentos;
16 Lavar a escova com agua corrente e coloca-los na 02 Explicar ao paciente o que vai ser feito;
cuba-rim; 03 Trazer o carro de banho e o hamper próximo ao
17 Lavar as mãos enluvadas; leito;
18 Oferecer copo com solução antisséptica bucal, para 04 Fechar as portas e janelas;
que o paciente enxague a boca; 05 Proteger a unidade do paciente com biombos;
19 Entregar a prótese ao paciente ou coloque-a por 06 Oferecer comadre ou papagaio ao paciente e pro-
ele, no caso de impossibilidade do mesmo; curar saber se tem clister prescrito. Se houver, faze- ló em
20 Colocar o paciente em posição confortável; primeiro lugar;
21 Desprezar as luvas; 07 Desprender a roupa de cama, iniciando do lado
22 Limpar e guardar todo o material; oposto onde permanecer;
23 Lavar as mãos; 08 Fazer higiene oral do paciente e lavar a cabeça, se
24 Anotar no prontuário. necessário;
09 Trocar a agua do banho, obrigatoriamente, apos a
Obs.: - Quando o paciente retirar a prótese ou reco- lavagem da cabeça;
loca-la, a Enfermagem dever observar se ha alguma anor- 10 Lavar os olhos, limpando o canto interno para o ex-
malidade em cavidade bucal. Se houver, relata-la no pron- terno, usando gaze;
tuário. 11 Lavar, enxaguar e enxugar o rosto, orelhas e pes-
coço;
BANHO NO LEITO (Paciente com Dependência To- 12 Remover a camisola ou camisa do pijama, manten-
tal) do o tórax protegido com o lençol, descansando os braços
NORMAS sobre o mesmo;
13 Lavar e enxugar os braços e mãos do lado oposto
01 Trocar a agua do banho sempre que necessário; ao que se esta trabalhando, depois o mais próximo, com
02 Quando houver colostomia e/ou drenos, esvaziar movimentos longos e firmes, do punho a axila;
as bolsas coletoras antes do banho ou troca-la, depois tro- 14 Trocar a agua;
car as luvas e iniciar o banho; 15 Lavar e enxugar o tórax e abdome, com movimentos
03 Quando o banho for dado em apenas uma pessoa, circulares, ativando a circulação, observando as condições
levando-se em consideração que o paciente ajuda, seguir a da pele e mamas;
mesma técnica, porem, sem esquecer-se de lavar as mãos 16 Cobrir o tórax com lençol limpo, abaixando o lençol
enluvadas, antes de manipular a roupa limpa; em uso, ate a região genital;
04 O uso de mascara para banho e opcional como ro- 17 Lavar, enxaguar e enxugar as pernas e coxas, do tor-
tina. Levar em consideração os pacientes altamente infec- nozelo ate a raiz da coxa, do lado oposto ao que se esta
tados. trabalhando, depois o mais próximo;
18 Colocar bacia sob os pés e lava-la, principalmente
Material nos interdígitos, observando as condições dos mesmos e
enxugar bem;
Carro de banho ou mesa de cabeceira, 19 Trocar a agua da bacia e a luva de pano, obrigato-
Luva de banho, riamente;
Toalha de banho (lençol protetor), 20 Encaixar a comadre no paciente;
Material para higiene oral, 21 Fazer higiene intima do paciente, de acordo com a
Material para higiene intima, técnica;
Pente, 22 Trocar, obrigatoriamente, a agua da bacia e a luva de
Sabonete individualizado, banho, retirando a comadre, deixando-a ao lado do leito;
Comadre e/ou papagaio do próprio paciente, 23 Virar o paciente em decúbito lateral, colocando a
Roupa para o paciente (pijama ou camisola), toalha sob as costas e nádegas, mantendo esta posição
Roupa de cama (02 lençóis, 01 cobertor S/N, 01 toalha com o auxilio de outra pessoa;
de banho, 01 para fralda S/N, 01 forro S/N, 24 Lavar e enxugar as costas, massageando-as, incluin-
Luvas de procedimento, do nádegas e cóccix do paciente;
Luvas de banho, 25 Deixar o paciente em decúbito lateral, empurrando
Hamper, a roupa úmida para o meio do leito, enxugando o colchão;
01 bacia, 26 Trocar de luvas ou lavar as mãos enluvadas, para não
01 balde, contaminar a roupa limpa;
Fita adesiva, 27 Proceder a arrumação do leito, com o paciente em
Biombo decúbito lateral;
28 Virar o paciente sobre o lado pronto do leito;

7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

29 Retirar a roupa suja e despreza-la no hamper; HIGIENE INTÌMA FEMININA


30 Calçar outras luvas ou lavar as mãos enluvadas e Material
terminar a arrumação do leito;
31 Fazer os cantos da cama: cabeceira e pés; 01 balde,
32 Vestir o paciente; 01 jarra,
33 Pentear os cabelos do paciente; Pacote de gazes,
34 Trocar a fronha; Comadre,
35 Utilizar travesseiros para ajeitar o paciente no decú- Toalha de banho,
bito mais adequado; Sabão liquido o P.V.P.I. degermante,
36 Limpar balde, bacia, comadre com agua e sabão; Luvas para procedimento,
37 Recompor a unidade do paciente, colocando tudo Hamper,
no lugar; Pinça auxiliar (Cheron),
38 Retirar as luvas e lavar as mãos; Biombo,
39 Anotar no prontuário o que foi feito e as anormali- Forro e saco plástico,
dades detectadas, se houver.
Técnica
BANHO DE ASPERSAO (chuveiro)
Material 01 - Lavar as mãos;
02 - Explicar o procedimento ao paciente;
Roupa pessoal (pijama, camisola, shorts - fornecidos 03 - Reunir o material e coloca-los sobre a mesa de
pelo Hospital), cabeceira;
Toalha de banho, 04 - Calçar as luvas;
Sabonete (individual), 05 - Trazer o hamper próximo ao leito;
Pente, 06 - Proteger a unidade com biombos;
Luva de banho (opcional), 07 - Colocar o paciente em posição ginecológica, pro-
curando expô-la o mínimo possível;
Técnica 08 - Colocar o forro sobre o saco plástico, colocando
-os sobre a região glútea;
01Lavar as mãos; 09 - Colocar a comadre sob a região glútea da pacien-
02Explicar ao paciente o que vai ser feito; te, com ajuda da mesma;
03Reunir o material e levar ao banheiro; 10 - Irrigar monte pubiano e vulva com agua, despe-
04Encaminhar o paciente ao banheiro (portas e janelas jando-a suavemente com o auxilio da jarra;
fechadas); 11 - Despejar pequena porção de sabão liquido ou
05Abrir o chuveiro e regular a temperatura da agua e P.V.P.I. degermante sobre o monte pubiano;
orientar o paciente sobre o manuseio da torneira; 12 - Ensaboar a região pubiana com a pinça montada
06Ajudar o paciente a se despir, caso não consiga fazer em gaze, de cima para baixo sem atingir o anus, desprezan-
sozinho; do a gaze, apos cada movimento vulva - anus;
07Iniciar o banho se a situação permitir, deixando o pa- 13 - Afastar os grandes lábios e lava-la no sentido an-
ciente sozinho; teroposterior, primeiro de um lado, desprezando a gaze e
08Enxugar ou ajudar o paciente a faze-lo, observando depois do outro lado;
as condições da pele e a reação do banho; 14 - Lavar por ultimo a região anal;
09 Vestir e pentear o paciente caso não consiga faze-lo 15 - Despejar a agua da jarra, sobre as regiões ensa-
sozinho; boadas;
10 Conduzir o paciente a sua unidade, colocando-o em 16 - Retirar a comadre;
posição confortável na cadeira; 17 - Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou
11Arrumar o leito e deixar a unidade em ordem; com o forro que esta sob a região glútea do paciente;
12Colocar tudo no lugar e chamar o pessoal da limpe- 18 - Colocar a paciente em posição de conforto;
za para proceder a limpeza do banheiro; 19 - Desprezar as roupas (toalha, forro) no hamper;
13 Lavar as mãos; 20 - Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o
14 Anotar no prontuário. balde e jarra e guarda-los;
21 - Retirar a luva;
Obs.: - Sentar na cadeira embaixo do chuveiro e muito 22 - Lavar as mãos;
mais seguro para os pacientes idosos ou para os pacientes 23 - Anotar no prontuário.
que ainda estão muito fracos, facilitando para que lavem as
pernas e pés, com menor probabilidade de escorregarem, Obs.: - Se houver presença de secreção uretral e/ou va-
- Durante o banho deve-se assegurar a privacidade ao ginal, utilizar gazes montadas na pinça auxiliar para retirar
paciente, mas pedir-lhe para não trancar a porta e chamar o excesso, antes de iniciar a limpeza com agua e sabão li-
se precisar de assistência. Manter-se perto do local. quido ou P.V.P.I. degermante.

8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

HIGIENE INTIMA MASCULINA LAVAGEM DOS CABELOS


Material
Material
01 balde,
01 jarra, Shampoo,
Pacote de gazes, Balde,
Comadre, Bacia,
Toalha de banho, Toalha de banho,
Sabão liquido o P.V.P.I. degermante, Luvas para procedimento,
Luvas para procedimento, Forro e saco plástico,
Hamper, Pente,
Pinça auxiliar (Cheron), Algodão em bola (02 unidades)
Biombo,
Forro e saco plástico Técnica
Técnica 01 - Explicar ao paciente o que ser feito;
02 - Reunir o material no carro de banho e leva-lo pró-
01 - Lavar as mãos; ximo a cama do paciente;
02 - Explicar o procedimento ao paciente; 03 - Lavar as mãos;
03 - Reunir o material e leva-lo a unidade do paciente; 04 - Fechar portas e janelas;
04 - Proteger a unidade com biombos; 05 - Abaixar a cabeceira do leito do paciente;
05 - Trazer o hamper próximo ao leito; 06 - Retirar o travesseiro;
06 - Calçar as luvas de procedimentos; 07 - Colocar toalha de banho na cabeceira da cama, sob
07 - Posicionar o paciente expondo somente a área ge- o forro com o plástico;
nital;
08 - Colocar sobre o forro com plástico, a bacia com
08 - Colocar o forro com plástico sob a região glútea
agua morna;
do paciente;
09 - Colocar o paciente em posição diagonal, com a
09 - Colocar a comadre sob a região glútea em cima do
cabeça próxima ao funcionário;
forro com a ajuda do paciente;
10 - Proteger os ouvidos do paciente com algodão;
10 - Irrigar com a jarra com agua, a região genital;
11 - Colocar outra toalha ao redor do pescoço do pa-
11 - Dobrar e pinçar gaze com a pinça auxiliar;
12 - Despejar pequena porção de sabão liquido ou ciente, afrouxando a camisola, no caso de mulher, ou re-
P.V.P.I. degermante, sobre os genitais; tirando a camisa no caso de homem, cobrindo-o com o
13 - Ensaboar os genitais com a pinça montada em lençol;
gaze, desprezando a gaze, a cada etapa; 12 - Sustentar a cabeça do paciente com uma das mãos,
14 - Tracionar o prepúcio para trás s, lavando-o em se- sobre a bacia com agua;
guida, com movimentos únicos e circulares; 13 - Pentear os cabelos, inspecionando o couro cabelu-
15 - Iniciar a higiene intima pelo meato urinário, pre- do, cabelos e observando condições de anormalidade;
púcio, glande, corpo do pênis, depois região escrotal e por 14 - Umedecer os cabelos com um pouco de agua, apli-
ultimo a região anal; cando o shampoo evitando que o liquido escorra nos olhos;
16 - Despejar o conteúdo da jarra sobre a região pubia- 15 - Massagear o couro cabeludo com as pontas dos
na, pregas inguinais, pênis e bolsa escrotal; dedos;
17 - Tracionar o escroto, enxaguando a face inferior no 16 - Lavar os cabelos;
sentido escroto perineal; 17 - Enxaguar os cabelos do paciente ate sair toda es-
18 - Retirar todo o sabão liquido ou P.V.P.I. degermante; puma, com o auxilio de uma jarra;
19 - Retirar a comadre; 18 - Despejar a agua da bacia, quantas vezes forem ne-
20 - Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou cessárias;
com o forro que esta sob a região glútea do paciente; 19 - Elevar a cabeça do paciente e espremer os cabelos
21 - Posicionar o prepúcio; com cuidado, fazendo escorrer agua;
22 - Colocar a paciente em posição de conforto; 20 - Retirar a bacia que esta sob a cabeça do paciente;
23 - Desprezar as roupas no hamper (toalha, forro); 21 - Descansar e envolver a cabeça do paciente na toa-
24 - Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o lha;
balde e jarra e guarda-los; 22 - Secar os cabelos com toalha de banho ou forro;
25 - Retirar a luva; 23 - Pentear os cabelos do paciente;
26 - Lavar as mãos; 24 - Recolocar o travesseiro e voltar o paciente a posi-
27 - Anotar no prontuário. ção inicial;
25 - Retirar a toalha, recompor o material no carro de
Obs.: Se houver presença de secreção purulenta na re- banho, deixando paciente em posição confortável;
gião uretral, limpa-la com gaze, antes de proceder a limpe- 26 - Lavar as mãos;
za com agua e sabão 27 - Anotar na prescrição do paciente

9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

TRATAMENTO DE PEDICULOSE E REMOCAO DE Técnica


LENDEAS
Material 01 - Lavar as mãos;
02 - Identificar o paciente;
Solução indicada para pediculose, 03 - Cercar a cama com biombos;
Luvas para procedimento, 04 - Explicar ao paciente o que vai ser feito;
Atadura de crepe, 05 - Reunir o material necessário junto a unidade;
Esparadrapo, 06 - Colocar as luvas de procedimento;
Forro e saco plástico, 07 - Aquecer a comadre (fazendo movimentos de fric-
Pente fino, ção em sua superfície, com a extremidade sobre o lençol
Biombo, ou colocando-a em contato com agua quente;
Vaselina Liquida. 08 - Pedir ao paciente para levantar os quadris e se
ele estiver impossibilitado, levantar por ele, com a ajuda de
Técnica outro funcionário da Enfermagem;
09 - Colocar a comadre sob os quadris;
01 - Lavar as mãos; 10 - Deixar o paciente sozinho, sempre que possível;
02 - Trazer a bandeja com o material e coloca-los na 11 - Ficar por perto e voltar tão logo ele o chame;
mesa de cabeceira ou carro de banho; 12 - Entregar papel higiênico ao paciente, orientando
03 - Explicar o procedimento ao paciente; -o sobre a higiene intima e se necessário, faca por ele;
04 - Colocar biombo; 13 - Pedir novamente ao paciente que levante o quadril
05 - Colocar o forro protegido com plástico sobre o ou, se necessário, levante por ele;
travesseiro; 14 - Retirar a comadre;
06 - Aplicar vaselina nas bordas do couro cabeludo, 15 - Fornecer bacia com agua para que o paciente lave
para evitar que a solução queime o rosto; as mãos;
07 - Dividir os cabelos em partes, aplicando a solução 16 - Fornecer toalha para que ele enxugue as mãos;
com gaze, fazendo fricção no couro cabeludo e no final 17 - Lavar o material;
embeber os cabelos; 18 - Colocar o material restante no lugar;
08 - Prender o cabelo e colocar a faixa de crepe ao 19 - Deixar o paciente em posição confortável;
redor da cabeça, formando um gorro e fixando com espa- 20 - Desprezar as luvas e lavar as mãos;
radrapo no final; 21 - Anotar no prontuário.
09 - Conservar o travesseiro com forro;
10 - Retirar as luvas; Obs.: - Não deixar um paciente esperando pela coma-
11 - Lavar as mãos; dre, por se tratar de um ato fisiológico e a espera pode
12 - Deixar o paciente confortável e a unidade em or- levar a angustia física e emocional, podendo ocorrer dimi-
dem; nuição do tônus dos esfincteres.
13 - Levar a bandeja com o material para o local de - Por se tratar de um momento intimo, muitos pacien-
origem; tes tem que ficar sozinhos,pois sentem-se inibidos, não
14 - Fazer anotações no prontuário do paciente. conseguindo evacuar perto de outras pessoas
Obs.:Deixar a solução no cabelo por 03 a 06 horas pela
manha e lava-la a tarde, passando vinagre apos e pentean- Massagem de conforto
do;
Repetir o procedimento durante 03 dias ou mais, se Definição: é a massagem corporal realizada durante o
necessário banho de leito, é aconselhável ainda, apos o uso de coma-
dre e durante a mudança de decúbito.
COMO COLOCAR E RETIRAR COMADRE DO PACIEN- Finalidade:
TE ACAMADO
Estimular a circulação local;
Material Prevenir escaras de decúbito;
Proporcionar conforto e bem estar;
Comadre, Possibilitar relaxamento muscular.
Papel higiênico,
Biombos, Material
Bacia com agua morna Álcool 70%, ou creme ou ainda talco.
Toalha de banho,
Sabonete.

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Técnica A mudança de decúbito, exercícios passivos e massa-


gem de conforto, são medidas utilizadas para prevenir de-
01 - Aproximar o paciente na lateral do leito, onde se formidades e escaras de decúbito.
encontra a pessoa que ira fazer a massagem;
02 - Virar o paciente em decúbito ventral ou lateral; Cateter Vesical
03 - Apos lavar as costas, despejar na palma da mão pe-
quena quantidade de álcool, creme ou talco; Instalando o cateter vesical
04 - Aplicar nas costas do paciente massageando com
movimentos suaves e firmes, seguindo a seguinte orientação: Material necessário: pacote de cateterismo contendo 1
a) Deslizar as mãos suavemente, começando pela base cuba-rim, 1 cuba redonda, 1 pinça cheron, gazes, 1 campo
da espinha e massageando em direção ao centro, em volta fenestrado e 1 ampola de água destilada ,seringa de 10ml
dos ombros e dos lados das costas por quatro vezes; , povidine tópico ,lubrificante estéril ,sistema de drenagem
b) Realizar movimentos longos e suaves pelo centro e fechado (para cateterismo vesical de demora) ,micropore,
para cima da espinha, voltando para baixo com movimentos esparadrapo ou similar ,1 par de luvas estéril ,sonda Folley
circulares por quatro vezes; ou uretrovesical simples ,1 pacote de compressas ,biombo
c) Realizar movimentos longos e suaves pelo centro da Como todo procedimento, deve – se preparar o am-
espinha e para cima, retornando para baixo massageando biente, o paciente e o material de modo a propiciar confor-
com a palma da mão, executando círculos pequenos to, segurança e privacidade.
d) Repetir os movimentos longos e suaves que deram A higiene íntima, realizada antes do cateterismo vesi-
inicio a massagem por três a cinco minutos e continuar com cal, reduz a colonização local, tornando o meio mais seguro
o banho ou mudança de decúbito para a introdução do cateter. A utilização de água morna e
sabão promove a remoção mecânica eficiente de secreções
Medidas de conforto e segurança do paciente: e microrganismos .Por ser um procedimento invasivo e a
bexiga um local isento de microrganismos, todo o material
O conforto e a segurança tem uma concepção ampla e a ser utilizado no cateterismo deve ser esterilizado e ma-
abrangem aspectos físicos, psicossociais e espirituais, consti- nuseado estritamente com técnica asséptica. Para evitar a
tuindo necessidade básica do ser humano. contaminação do lubrificante, desinfetar o lacre antes de
Na admissão, se suas condições físicas permitirem, deve- perfurar com agulha estéril - o lubrificante visa facilitar a in-
se apresentar o paciente para os companheiros da enfermaria, trodução do cateter na uretra masculina ou feminina, redu-
equipe de saúde, dependências e orienta-lo quanto a equipe zindo o atrito e traumatismo de mucosa. Ressaltamos que
de saúde e a rotina da unidade. Todas as condutas terapêuti- se faz necessário dispor um espaço livre junto ao períneo,
cas e assistenciais de enfermagem devem ser precedidas de para colocar o campo, com todo o material esterilizado,
orientação, esclarecimento de duvidas e encorajamento. entre as pernas do paciente.
Basicamente, os aspectos técnicos do cateterismo ve-
Medidas Importantes para Proporcionar Conforto ao Pa- sical compreendem: posicionamento do paciente, abertura
ciente: do pacote de cateterismo e de todo o material necessá-
rio sobre o campo esterilizado (sonda vesical ,sistema de
Ambiente limpo, arejado, em ordem, com temperatura drenagem fechado, seringa e água destilada, lubrificante
adequada e leito confortável; e antisséptico na cuba redonda), e a colocação da sonda
Boa postura, movimentação ativa ou passiva; propriamente dita.
Mudança de decúbito; No cateterismo de demora, os especialistas em infec-
Respeito quanto a individualidade do paciente; ção hospitalar recomendam a conexão do sistema de dre-
Inspiração de sentimento de confiança, segurança e oti- nagem fechado à sonda no momento em que são coloca-
mismo; dos no campo estéril, ou seja, antes da inserção da sonda
Recreação através de TV, grupos de conversação, traba- no paciente. Após a colocação das luvas e da seringa no
lhos manuais, leituras. campo, faz-se o teste para avaliar a integridade do balo-
nete, insuflando-se ar com a seringa e desinsuflando em
Prevenção de Escaras e Deformações: seguida; quebra-se a ampola estéril de água destilada e
aspira-a na seringa, deixando-a pronta para o momento de
Pacientes que permanecem muito tempo acamados re- uso.Com a colocação de campo fenestrado sobre o perí-
querem uma atenção especial; os inconscientes geralmente neo, procura-se ampliar a área estéril, tornando mais segu-
apresentam reflexos alterados, com diminuição ou abolição ra e eficaz a realização do cateterismo - momento em que
de movimentos voluntários. se deve lubrificar o cateter.
A imobilização pode facilitar complicações traqueobrôn- A visualização do meato urinário é importante para o
quicas; a circulação pode-se tornar deficiente em determi- sucesso do cateterismo. Assim, a posição mais adequada
nados pontos da área corpórea, onde sofrem maior pressão, do paciente é aquela que permite sua melhor visualização
provocando ulcerações (escaras de decúbito); o relaxamento - no caso, o decúbito dorsal tem sido usual nesse procedi-
muscular e a posição incorreta dos vários segmentos do cor- mento
po pode provocar deformidades.

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

No sexo feminino, é necessário manter os grandes e os Realizando a oxigenoterapia


pequenos lábios afastados com o polegar e o primeiro ou
segundo dedo; no masculino, retrair o prepúcio com o pê- Muitas doenças podem prejudicar a oxigenação do
nis elevado perpendicularmente ao corpo ; momentos em sangue, havendo a necessidade de adicionar oxigênio ao
que deve ser realizada a antissepsia com povidine tópico: ar inspirado. Há várias maneiras de ofertar oxigênio ao pa-
na mulher, em movimento unidirecional do púbis em dire- ciente, como, por exemplo, através de cateter ou cânula
ção ao ânus; no homem, do meato urinário para o corpo da nasal, nebulização contínua ou respiradores .O oxigênio é
glande até a sua base. um gás inflamável que exige cauteloso manuseio relacio-
Para a introdução do cateter no canal uretral, devemos nado ao seu transporte, armazenamento em ambiente livre
considerar a anatomia geniturinária masculina e feminina. de fontes que favoreçam combustão (cigarros, substâncias)
No homem, o pênis deve ser seguro numa posição qua- e cuidados no uso da válvula do manômetro. Na maioria
se vertical, procurando diminuir os ângulos e a resistência das instituições de saúde, o oxigênio é canalizado; mas
também existe o oxigênio armazenado em cilindros de aço
esfincteriana; na mulher introduz-se o cateter após o afas-
portáteis, que permitem seu transporte de um setor para
tamento dos pequenos lábios, solicitando-lhe que respire
outro, em ambulâncias, para residências, etc.
profundamente para relaxar e diminuir a resistência esfinc-
A administração de oxigênio deve ser feita com cau-
teriana. Instalado o cateter, insufla-se o balão com a água
tela, pois em altas doses pode vir a inibir o estímulo da
destilada e, bem devagar, o traciona-se até que atinja o respiração .O dispositivo mais simples e bem tolerado pelo
colo vesical. paciente para a administração de oxigênio é a cânula na-
A fixação adequada é aquela que evita a tração da son- sal, feita de material plástico comum a alça para fixação na
da. Na mulher, a sonda é fixada na face interna da coxa; cabeça e uma bifurcação própria para ser adaptada nas na-
no homem, na região hipogástrica - cuidado que reduz a rinas, através da qual o oxigênio - ao sair da fonte e passar
curva uretral e a pressão no ângulo peniano-escrotal, pre- por um umidificador com água estéril - é liberado .Um ou-
venindo a formação de fístulas .No sexo masculino, após a tro dispositivo para administrar oxigênio é o cateter nasal,
sondagem vesical o prepúcio deve ser recolocado sobre a que, no entanto, provoca mais incômodo ao paciente que
glande, pois sua posição retraída pode vir a causar edema. a cânula nasal.
Com relação ao coletor, deve ser mantido abaixo do nível Da mesma forma que a cânula, o oxigênio também é
da bexiga ,para evitar o refluxo da urina e, consequente- umidificado antes de chegar ao paciente. Para instalá-lo,
mente, infecção urinária ascendente. Nos casos de trans- faz-se necessário medir o comprimento a ser introduzido
porte do paciente, pinçar o tubo coletor (atualmente, há - calculado a partir da distância entre a ponta do nariz e o
coletores com válvula anti-refluxo). Outros cuidados são lóbulo da orelha e, antes de sua inserção, lubrificar a ponta
fixá-lo ao leito - sem que toque no chão e, para possibilitar do cateter, visando evitar traumatismo. O profissional deve
o fluxo contínuo da urina, evitar dobra. verificar a posição correta do cateter, inspecionando a oro-
Não há indicação de troca rotineira de cateter uriná- faringe e observando se o mesmo encontra-se localizado
rio; porém situações especias como presença de grande atrás da úvula. Caso o paciente apresente reflexos de de-
quantidade de sedimentos, obstrução do cateter ou tubo glutição, tracionar o cateter até a cessação dos reflexos .A
coletor e outros sinais de infecção urinária podem indicar instalação da nebulização é semelhante à da inalação.
a necessidade de troca do cateter vesical. Nestes casos, o Ao fluxômetro, de oxigênio ou ar comprimido, conec-
cateter e o sistema de drenagem devem ser trocados si- ta-se o nebulizador e a este o tubo corrugado (conector);
multaneamente. a máscara facial é acoplada à outra extremidade do tubo e
No cateterismo de alívio o procedimento é similar, só deve estar bem ajustada ao rosto do paciente.
A nebulização -utilizada principalmente para fluidifi-
que o cateter é retirado após a drenagem da urina .Ao tér-
car a secreção das vias respiratórias tem efeito satisfatório
mino do procedimento, registrar se houve saída de urina,
quando há formação de névoa. Durante o procedimento,
sua coloração e volume, como também possíveis intercor-
o paciente deve inspirar pelo nariz e expirar pela boca .As
rências tais como sangramento, ausência de urina, dificul-
soluções utilizadas no inalador devem seguir exatamente a
dade na passagem da uretra, várias tentativas de passagem prescrição médica, o que evita complicações cardiorrespi-
e outras. ratórias. Recomenda-se a não utilização de solução fisio-
Quando o paciente está com sonda vesical e há neces- lógica, pois esta proporciona acúmulo de cristais de sódio
sidade de coletar urina para exame ,deve-se desinfetar o na mucosa respiratória, provocando irritação e aumento de
intermediário de látex da extensão do sistema com álcool secreção .A inalação que deve ser realizada com o pacien-
a70% e puncionar o mesmo ,usando seringa e agulha fina te sentado - é uma outra maneira de fluidificar secreções
estéreis. A desconexão da junção sonda-sistema coletor do trato respiratório ou administrar medicamentos bron-
é contraindicada, pois favorece a contaminação e, conse- co dilatadores. O inalador possui dupla saída: uma, que
quentemente, a infecção. se conecta à máscara facial; outra, ligada a uma fonte de
Quando o paciente apresenta baixo débito urinário oxigênio - ou ar comprimido – através de uma extensão
(choque ,desidratação), a saída da urina não serve como tubular. Ao passar pelo inalador, o oxigênio - ou ar compri-
parâmetro para avaliar a eficácia do cateter de demora . mido - vaporiza a solução que, através da máscara facial, é
repassada ao paciente.

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Na infecção de sítio cirúrgico Logo após a ocorrência de feridas o organismo inicia o


processo biológico de restauração e reparação dos tecidos
A cirurgia é um procedimento traumático que provoca lesados. As feridas podem cicatrizar-se por primeira inten-
o rompimento da barreira de defesa da pele, tornando-se, ção quando as bordas da pele se aproximam e o risco de
assim, porta de entrada de microrganismos. A infecção do desenvolvimento de infecção é mínimo, ou por segunda
sítio cirúrgico manifesta-se entre 4 a 6 dias após a reali- intenção, quando as bordas da pele não se aproximam e a
zação da cirurgia, apresentando localmente eritema, dor, ferida é mantida aberta até ser preenchida por tecido de ci-
edema e secreção. A prevenção da infecção de sítio cirúr- catrização caso em que há maior possibilidade de infecção.
gico envolve medidas pré-operatórias na Unidade de In- Os fatores que influenciam a cicatrização de lesões são:
ternação, tais como, por exemplo, abreviação do tempo de Idade: a circulação sanguínea e a concentração de oxi-
internação, lavagem criteriosa das mãos pelos profissionais gênio no local da lesão são prejudicados pelo envelheci-
de saúde, banho pré-operatório e tricotomia. mento, e o risco de infecção é maior.
No Centro Cirúrgico, as medidas adotadas relacio- Nutrição: a reparação dos tecidos e a resistência às in-
nam-se à preparação do ambiente, equipe cirúrgica e pa- fecções dependem de uma dieta equilibrada e a episódios
ciente. Na presente edição, priorizaremos os cuidados no como cirurgias, traumas graves, infecções e deficiências
pós-operatório, especificamente nos aspectos pertinentes nutricionais pré-operatórias aumentam as exigências nu-
à prevenção de infecção da ferida operatória. Como esses tricionais;
cuidados derivam dos mesmos princípios aplicados às feri- Obesidade: O suprimento sanguíneo menos abundan-
das de maneira geral, abordaremos as questões de preven- te dos tecidos adiposos impede o envio de nutrientes e
ção e tratamento no sentido mais genérico - não especifi- elementos celulares necessários à cicatrização normal;
camente relacionado à ferida cirúrgica. Extensão da lesão:
Ferida é o nome utilizado para designar qualquer lesão - lesões mais profundas, envolvendo maior perda de
de pele que apresente solução de continuidade (ruptura da tecido, cicatrizam mais vagarosamente e por segunda in-
pele ou tecido adjacente). tenção, sendo susceptíveis a infecções;
Para prestar os cuidados adequados a alguém que - imunossupressão
apresente uma ferida, faz-se necessário conhecer o tipo de - a redução da defesa imunológica contribui para uma
lesão, o padrão normal e os fatores que afetam a cicatri- cicatrização deficiente;
zação. Um aspecto importante na abordagem do paciente
que tem feridas é observar suas condições psicológicas e Diabetes: o paciente portador de diabetes tem altera-
oferecer-lhe apoio - muitas vezes, há necessidade de seu ção vascular que prejudica a perfusão dos tecidos e sua
encaminhamento para outro profissional - como o psicólo- oxigenação; além disso, a glicemia aumentada altera o pro-
go -, pois, dependendo do local e aspecto da ferida, a sua cesso de cicatrização, elevando o risco de infecção.
autoimagem pode estar seriamente comprometida - situa- Curativo: É o tratamento utilizado para promover a ci-
ção bastante comum, por exemplo, nos casos de vítimas de catrização de ferida, proporcionando um meio adequado
queimaduras. para este processo. Sua escolha dependerá do tipo e con-
Numa abordagem mais simplificada, podemos agrupar dições clínicas da ferida .Os critérios para o curativo ideal
as feridas de acordo com sua causa, época de ocorrência foram definidos por Turner, citado por Dealey:
e camada da pele lesada. Quanto à causa, a ferida pode Manter alta umidade entre a ferida e o curativo, o que
ser classificada como intencional, para fins de tratamen- promove epitelização mais rápida, diminuição significativa
to, como a incisão cirúrgica, ou não intencional ,como as da dor e aumento do processo de destruição natural dos
provocadas por agentes cortantes, como facas; perfuran- tecidos necrosados.
tes, como pregos; escoriações por atritos em superfícies ás- Remover o excesso de exsudação, objetivando evitar a
peras; queimaduras provocadas por agentes físicos, como maceração de tecidos circunvizinhos;
o fogo, e químicos, como os ácidos. Ainda nesse grupo, Permitir troca gasosa ressalte-se que a função do oxi-
classificamos a úlcera de pressão (escara) causada por de- gênio em relação às feridas ainda não está muito esclare-
ficiência circulatória em pontos de saliência óssea, como a cida;
região sacra, que se desenvolve devido à compressão da Fornecer isolamento térmico, pois a manutenção da
pele e tecidos circunvizinhos com o colchão, em pacientes temperatura constante a 37ºC estimula a atividade da divi-
acamados e sem mobilidade. são celular durante o processo de cicatrização;
Pessoas diabéticas podem vir a desenvolver feridas ul- Ser impermeável às bactérias, funcionando como uma
cerativas também causadas por deficiência circulatória lo- barreira mecânica entre a ferida e o meio ambiente.
calizada em membros inferiores. Estar isento de partículas e substâncias tóxicas conta-
Quanto à época, a ferida pode ser aguda, quando sua minadoras de feridas, o que pode renovar ou prolongar a
ocorrência é muito recente, ou crônica, caso de feridas an- reação inflamatória , afetando a velocidade de cicatrização;
tigas e de difícil cicatrização. Permitir a retirada sem provocar traumas, os quais com
Quanto à camada da pele lesada, a ferida é classificada frequência ocorrem quando o curativo adere à superfície
em estágio I quando atinge a epiderme; estágio II quando da ferida; nessas condições, a remoção provoca uma rup-
atinge a derme; estágio III quando atinge o subcutâneo e tura considerável de tecido recém-formado, prejudicando
estágio IV quando atinge o músculo e estruturas ósseas. o processo de cicatrização.

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

O curativo aderido à ferida deve ser retirado após ume- Hidrogel


decimento com solução fisiológica (composta por água e Proporciona um ambiente úmido oclusivo favorável
cloreto de sódio), sem esfregá-la ou atritá-la. para o processo de cicatrização, evitando o ressecamento
Desbridamento - retirada de tecido necrosado, sem do leito da ferida e aliviando a dor. Indicada para uso em
vitalidade, utilizando cobertura com ação desbridante ou feridas limpas e não -infectadas, tem poder de desbrida-
retirada mecânica com pinça, tesoura ou bisturi mento nas áreas de necrose.
Exsudação - é o extravasamento de líquido da ferida,
devido ao aumento da permeabilidade capilar. Filmes
Maceração - refere-se ao amolecimento da pele que Tipo de cobertura de poliuretano. Promove ambiente
geralmente ocorre em torno das bordas da ferida, no mais de cicatrização úmido, mas não apresenta capacidade de
das vezes devido à umidade excessiva. absorção. Não deve ser utilizado em feridas infectadas.
A troca de curativos pode baixar a temperatura da su-
perfície em vários graus. Por isso as feridas não devem ser Papaína
limpas com soluções frias e nem permanecerem expostas A papaína é uma enzima proteolítica proveniente do
por longos períodos de tempo. Um curativo encharcado látex das folhas e frutos do mamão verde adulto. Agem
ou vazando favorece o movimento das bactérias em ambas promovendo a limpeza das secreções, tecidos necróticos,
as direções ferida e meio ambiente, devendo, portanto, ser pus e microrganismos às vezes presentes nos ferimentos,
trocado imediatamente. Não se deve usar algodão ou qual- facilitando o processo de cicatrização. Indicada para feridas
quer gaze desfiada. abertas, com tecido desvitalizado e necrosado.

Tipos de curativos Ácidos graxos essenciais (AGE)


Produto à base de óleo vegetal, possui grande capaci-
Atualmente, existem muitos curativos com formas e dade de promover a regeneração dos tecidos, acelerando o
propriedades diferentes. Para se escolher um curativo faz- processo de cicatrização. Indicada para prevenção de úlce-
se necessário, primeiramente, avaliar a ferida, aplicando o ra de pressão e para todos os tipos de feridas, apresentan-
que melhor convier ao estágio em que se encontra, a fim do melhores resultados quando há desbridamento prévio
de facilitar a cura. Deve-se limpar as feridas antes da colo- das lesões.
cação de cobertura com solução fisiológica a 0,9%, morna,
aplicada sob pressão. Algumas coberturas podem perma- Antissépticos
necer por vários dias e as trocas dependerão da indicação São formulações cuja função é matar os microrganis-
do fabricante e evolução da ferida. mos ou inibir seu crescimento quando aplicadas em te-
cidos vivos. Os antissépticos recomendados são álcool a
Alginatos 70%, clorexidina tópica e PVP-I tópico. Atualmente, não são
São derivados de algas marinhas e, ao interagirem com recomendados o hexaclorofeno, os mercuriais orgânicos, o
a ferida ,sofrem alteração estrutural: as fibras de algina- quaternário de amônia, o líquido de Dakin, a água oxige-
to transformam-se em um gel suave e hidrófilo à medida nada e o éter.
que o curativo vai absorvendo a exsudação. Esse tipo de
cobertura é indicado para feridas com alta ou moderada Realizando o curativo com luva estéril
exsudação e necessita de cobertura secundária com gaze
e fita adesiva. O material a ser utilizado é o mesmo do curativo com
Carvão ativado pinça, excluindo – se o pacote de curativo.
Cobertura composta por tecido de carvão ativado, im- Utilizando-se a luva de procedimento, retirar a cober-
pregnado com prata - que exerce ação bactericida e envol- tura do curativo. Em seguida, abrir o pacote de gaze cui-
to por uma camada de não-tecido, selada em toda a sua dadosamente, para não contaminar seu interior pode-se,
extensão. Muito eficaz em feridas com mau odor, é indica- inclusive, utilizá-lo como campo estéril. Calçar a luva estéril,
da para cobertura das feridas infectadas exsudativas, com mantendo a mão predominante para manipular a gaze e a
ou sem odor. Também necessita de cobertura secundária área da ferida, seguindo rigorosamente os princípios de as-
com gaze e fita adesiva. sepsia. Com a outra mão, manipular o material e a solução.

Hidrocolóide Realizando curativo através de irrigação com solu-


As coberturas de hidro coloides são impermeáveis à ção fisiológica
água e às bactérias e isolam o leito da ferida do meio ex-
terno. Evita o ressecamento, a perda de calor e mantêm um Hoje, os especialistas adotam e indicam a limpeza de
ambiente úmido ideal para a migração de células. Indicada feridas através de irrigação com solução fisiológica morna
para feridas com pouca ou moderada exsudação, podendo e sob pressão ,utilizando-se seringa de 20 ml conectada
ficar até 7 dias. à agulha de 40 x 12, o que fornece uma pressão capaz de
remover partículas, bactérias e exsudatos

14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Para completa eficácia, a agulha deve estar o mais pró-


ximo possível da ferida. Após a limpeza por esse método, 2. LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL (LEI
deve-se secar apenas a pele íntegra das bordas e aplicar N.°7.498/1986– REGULAMENTADA PELO
a cobertura indicada no leito da ferida, usando técnica as- DECRETO 94.406/1987). CÓDIGO DE ÉTICA E
séptica. DEONTOLOGIA DE ENFERMAGEM – ANÁLISE
CRÍTICA.
Realizando curativo com pinças

Material necessário: bandeja, pacote de curativo com-


posto por pinças anatômicas Kely estéreis, gazes estéreis LEI No 7.498, DE 25 DE JUNHO DE 1986.
,adesivos (micropore, esparadrapo ou similar), cuba-rim
,solução fisiológica morna ,cobertura ou solução prescri- Dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfer-
ta, luvas de procedimento (devido à presença de secreção, magem, e dá outras providências.
sangue.)
Executar o procedimento em condições ambientais fa- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
voráveis (com privacidade, boa iluminação, equipamentos gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
e acessórios disponíveis, material devidamente preparado, Art. 1º É livre o exercício da enfermagem em todo o
território nacional, observadas as disposições desta lei.
dentre outros), que evitem a disseminação de microrga-
Art. 2º A enfermagem e suas atividades auxiliares so-
nismos. Preparar o paciente e orientá-lo sobre o procedi-
mente podem ser exercidas por pessoas legalmente habi-
mento.
litadas e inscritas no Conselho Regional de Enfermagem
com jurisdição na área onde ocorre o exercício.
No desenvolvimento de um curativo, observar o prin- Parágrafo único. A enfermagem é exercida privativa-
cípio de assepsia, executando a limpeza da lesão a par- mente pelo Enfermeiro, pelo Técnico de Enfermagem, pelo
tir da área menos contaminada e manuseando o material Auxiliar de Enfermagem e pela Parteira, respeitados os res-
(pacote de curativo, pinças, luvas estéreis) com técnica as- pectivos graus de habilitação.
séptica .Ao realizar curativo com pinça, utilizar luvas esté- Art. 3º O planejamento e a programação das institui-
reis se a ferida for extensa ou apresentar muita secreção ções e serviços de saúde incluem planejamento e progra-
ou sangue. mação de enfermagem.
Para realizar um curativo de ferida limpa, inicie a lim- Art. 4º A programação de enfermagem inclui a prescri-
peza de dentro para fora (bordas); para um curativo de ção da assistência de enfermagem.
ferida contaminada o procedimento é inverso, ou seja, de Art. 5º (VETADO).
fora para dentro. § 1º (VETADO).
Orientar o paciente quanto à técnica de realização do § 2º (VETADO).
curativo e suas possíveis adaptações no domicílio é im- Art. 6º São enfermeiros:
prescindível à continuidade de seu tratamento e estimula I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por
o autocuidado. instituição de ensino, nos termos da lei;
Quando do registro do procedimento, o profissional II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou
deve caracterizar a reação do paciente, condições da pele, de Enfermeira Obstétrica, conferido nos termos da lei;
aspectos da ferida e tipo de curativo aplicado, destacando III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira
as substâncias utilizadas. e a titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obsté-
trica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola
estrangeira segundo as leis do país, registrado em virtude
de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil
como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou
de Obstetriz;
IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos ante-
riores, obtiverem título de Enfermeiro conforme o disposto
na alínea d do art. 3º do Decreto nº 50.387, de 28 de março
de 1961.
Art. 7º São Técnicos de Enfermagem:
I - o titular do diploma ou do certificado de Técnico
de Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e
registrado pelo órgão competente;
II - o titular do diploma ou do certificado legalmente
conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em
virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no
Brasil como diploma de Técnico de Enfermagem.

15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Art. 8º São Auxiliares de Enfermagem: II - como integrante da equipe de saúde:


I - o titular de certificado de Auxiliar de Enfermagem a) participação no planejamento, execução e avaliação
conferido por instituição de ensino, nos termos da lei e re- da programação de saúde;
gistrado no órgão competente; b) participação na elaboração, execução e avaliação dos
II - o titular de diploma a que se refere a Lei nº 2.822, planos assistenciais de saúde;
de 14 de junho de 1956; c) prescrição de medicamentos estabelecidos em pro-
III - o titular do diploma ou certificado a que se refere gramas de saúde pública e em rotina aprovada pela institui-
o inciso III do art. 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de ção de saúde;
1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de d) participação em projetos de construção ou reforma
dezembro de 1961; de unidades de internação;
IV - o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou e) prevenção e controle sistemático da infecção hospita-
Prático de Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço lar e de doenças transmissíveis em geral;
Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Minis- f) prevenção e controle sistemático de danos que pos-
tério da Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de sam ser causados à clientela durante a assistência de enfer-
Saúde nas Unidades da Federação, nos termos do Decreto magem;
-lei nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº g) assistência de enfermagem à gestante, parturiente e
8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 de puérpera;
outubro de 1959; h) acompanhamento da evolução e do trabalho de par-
V - o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enferma- to;
gem, nos termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro i) execução do parto sem distocia;
de 1967; j) educação visando à melhoria de saúde da população.
VI - o titular do diploma ou certificado conferido por Parágrafo único. As profissionais referidas no inciso II do
escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, re- art. 6º desta lei incumbe, ainda:
gistrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou a) assistência à parturiente e ao parto normal;
revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de Enfer-
b) identificação das distocias obstétricas e tomada de
magem.
providências até a chegada do médico;
Art. 9º São Parteiras:
c) realização de episiotomia e episiorrafia e aplicação de
I - a titular do certificado previsto no  art. 1º do De-
anestesia local, quando necessária.
creto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o
Art. 12. O Técnico de Enfermagem exerce atividade de
disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento do
II - a titular do diploma ou certificado de Parteira, ou
trabalho de enfermagem em grau auxiliar, e participação no
equivalente, conferido por escola ou curso estrangeiro, se-
gundo as leis do país, registrado em virtude de intercâmbio planejamento da assistência de enfermagem, cabendo-lhe
cultural ou revalidado no Brasil, até 2 (dois) anos após a especialmente:
publicação desta lei, como certificado de Parteira. a) participar da programação da assistência de enferma-
Art. 10. (VETADO). gem;
Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de en- b) executar ações assistenciais de enfermagem, exceto
fermagem, cabendo-lhe: as privativas do Enfermeiro, observado o disposto no pará-
I - privativamente: grafo único do art. 11 desta lei;
a) direção do órgão de enfermagem integrante da es- c) participar da orientação e supervisão do trabalho de
trutura básica da instituição de saúde, pública e privada, e enfermagem em grau auxiliar;
chefia de serviço e de unidade de enfermagem; d) participar da equipe de saúde.
b) organização e direção dos serviços de enfermagem Art. 13. O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de
e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas nível médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços au-
prestadoras desses serviços; xiliares de enfermagem sob supervisão, bem como a par-
c) planejamento, organização, coordenação, execução ticipação em nível de execução simples, em processos de
e avaliação dos serviços da assistência de enfermagem; tratamento, cabendo-lhe especialmente:
d) (VETADO); a) observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas;
e) (VETADO); b) executar ações de tratamento simples;
f) (VETADO); c) prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;
g) (VETADO); d)  participar da equipe de saúde.
h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre Art. 14. (VETADO).
matéria de enfermagem; Art. 15. As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta
i) consulta de enfermagem; lei, quando exercidas em instituições de saúde, públicas e
j) prescrição da assistência de enfermagem; privadas, e em programas de saúde, somente podem ser de-
l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves sempenhadas sob orientação e supervisão de Enfermeiro.
com risco de vida; Art. 16. (VETADO).
m) cuidados de enfermagem de maior complexidade Art. 17. (VETADO).
técnica e que exijam conhecimentos de base científica e Art. 18. (VETADO).
capacidade de tomar decisões imediatas; Parágrafo único. (VETADO).

16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Art. 19. (VETADO). Os quatro princípios da bioética:


Art. 20. Os órgãos de pessoal da administração públi- - não maleficência,
ca direta e indireta, federal, estadual, municipal, do Distrito - beneficência,
Federal e dos Territórios observarão, no provimento de car- - autonomia,
gos e funções e na contratação de pessoal de enfermagem, - justiça.
de todos os graus, os preceitos desta lei.
Parágrafo único. Os órgãos a que se refere este artigo A partir de então, estes princípios tornaram-se funda-
promoverão as medidas necessárias à harmonização das mentais para o desenvolvimento da Bioética e ditaram uma
situações já existentes com as disposições desta lei, res- forma peculiar de definir e manejar os valores envolvidos
peitados os direitos adquiridos quanto a vencimentos e nas relações dos profissionais de saúde e seus pacientes
salários. Princípio da não maleficência: “a obrigação de não
Art. 21. (VETADO). causar danos”. Ou seja, o uso da prudência diante de situa-
Art. 22. (VETADO). ções que exijam do profissional de saúde a não interven-
Art. 23. O pessoal que se encontra executando tarefas ção, já que, dependendo do caso, a ação “beneficência”,
de enfermagem, em virtude de carência de recursos hu- poderia causar um mal maior que os benefícios decorren-
manos de nível médio nessa área, sem possuir formação tes. Esta teoria tornou-se muito popular devido à clareza e
específica regulada em lei, será autorizado, pelo Conselho objetividade com que lida com situações complexas, pro-
Federal de Enfermagem, a exercer atividades elementares porcionando, assim, sua rápida assimilação pelos profissio-
de enfermagem, observado o disposto no art. 15 desta lei. nais ligados à área de saúde.
Parágrafo único. É assegurado aos atendentes de en-
fermagem, admitidos antes da vigência desta lei, o exercí- Princípio da beneficência: È uma ação feita no benefí-
cio das atividades elementares da enfermagem, observado cio de outros. O princípio da beneficência é que estabelece
o disposto em seu artigo 15.        (Redação dada pela Lei nº esta obrigação moral de agir em benefício dos outros. Be-
8.967, de 1986) neficência quer dizer fazer o bem. Isto significa que temos
a obrigação moral de agir para o benefício do outro. Este
Art. 24. (VETADO).
conceito, quando é utilizado na área de cuidados com a
Parágrafo único. (VETADO).
saúde, que engloba todas as profissões das ciências da vida
Art. 25. O Poder Executivo regulamentará esta lei no
e da saúde, significa fazer o que é melhor para o paciente,
prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da data de sua
não só do ponto de vista técnico-assistencial, mas também
publicação.
do ponto de vista ético
Art. 26. Esta lei entra em vigor na data de sua publica-
ção.
Princípio da autonomia: significa a capacidade da
Art. 27. Revogam-se (VETADO) as demais disposições
pessoa humana de estabelecer os fins para sua conduta
em contrário. em função de seus valores e de escolher os meios ade-
Brasília, 25 de junho de 1986; 165º da Independência e quados para atingi-los. O conceito de autonomia abrange
98º da República. uma série de dimensões da existência humana sendo que
JOSÉ SARNEY duas delas se destacam: a moral e a jurídica. A autonomia.
O principio da autonomia tem a sua expressão no assim
chamado consentimento informado. O direito ao consenti-
mento informado quer proteger e promover a autonomia.
3. BIOÉTICA. A comunicação entre o profissional da saúde e o enfermo
deve prevenir a ignorância que leve a uma escolha cons-
trangida e deve suprir a falta de informação e compreen-
são. O ato de consentimento deve ser genuinamente vo-
Bioética luntário e basear-se na revelação adequada das informa-
ções. Neste sentido engloba elementos de informação e
A bioética é uma ética aplicada que se preocupa do elementos de consentimento.
uso correto das novas tecnologias na área das ciências mé-
dicas e das soluções adequadas dos dilemas morais por ela Princípio da justiça: está relacionado à distribuição
apresentados. Trata-se, portanto, de um ramo específico da correta e adequada de deveres e benefícios sociais. Enten-
filosofia moral com características próprias. de-se, dessa forma, que os seres humanos são iguais desde
A enfermagem aplica os princípios da bioética no seu seu nascimento, não lhes podendo ser negado qualquer
cotidiano quando respeita a individualidade do paciente, tratamento ou assistência em função de nenhum tipo de
atende as necessidades de cada paciente direcionando o discriminação, seja social, racial ou outro fator. A justiça é
cuidado a essas necessidades, presta uma assistência isen- necessária para a proteção dos sujeitos autônomos, mas a
ta de riscos e danos físicos ou morais ou sempre quando solidariedade também é indispensável, pois, se a justiça ga-
informa a ação a ser executada ao sujeito, dando-lhe o di- rante igual direito e respeito para cada sujeito autônomo, a
reito de aceitá-la ou recusá-la. solidariedade exige empatia e preocupação pelo bem estar
do próximo.

17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Entidades de Classe principal indicador mundial de desenvolvimento social, en-


quanto que na saúde bucal houve uma redução no índice
ABEN - Associação Brasileira de Enfermagem. Foi à de cáries entre crianças aos 12 anos de idade (OMS-FDI;
primeira entidade a ser criada pela classe de Enfermagem. Narvai et al ,1999; Brasil, 1988; Viana e Dal Poz, 1999). Po-
Tem sua origem na Associação Nacional de Enfermeiras Di- rém, apesar do avanço na prevenção e controle da cárie
plomadas Brasileiras, fundada em 12 de agosto de 1926. entre crianças, a situação da saúde bucal dos adolescentes,
A “semana da enfermagem”, é comemorada de 12 a 20 adultos e idosos no Brasil ainda é considerada como uma
de maio. Esta semana é utilizada para discussão dos pro- das piores do mundo. Os problemas gengivais e as difi-
blemas de classe e divulgação da profissão. culdades para conseguir atendimento odontológico ainda
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem persistem (Brasil Sorridente, 2004; 12° Conferência Nacio-
CORENS - Conselhos Regionais de Enfermagem nal de Saúde, 2006).
São os órgãos disciplinadores do exercício profissional Na tentativa de melhorar o panorama da saúde no país
do pessoal de enfermagem. Dizer quais as pessoas que po- e dando continuidade ao processo de reforma sanitária,
dem exercer a profissão ou ocupação. o Ministério da Saúde criou em 1994 o  Programa Saúde
Sindicatos: os sindicatos têm por objetivo a defesa e da  Família, visando ampliar o acesso à saúde através de
representação da classe no âmbito das reivindicações tra- uma política de inclusão social. Baseado na experiência bem
balhistas. sucedida do Programa de Agentes Comunitários de Saúde
Lei 7.498/86 – Regulamenta o exercício profissional de (PACS), lançado em 1991, que já utilizava a família como
enfermagem unidade de ação e cujos resultados foram significativos na
Ao técnico de enfermagem compete executar ativi- redução dos índices de mortalidade infantil, o PSF foi intro-
dades de nível médio, orientação e acompanhamento do duzido com a finalidade de reafirmar os princípios básicos
serviço de enfermagem em grau auxiliar, e participar do do SUS. A proposta foi a reorganização das práticas con-
planejamento da assistência de enfermagem. vencionais de atenção básica, antes voltadas para a doença,
Os auxiliares de enfermagem exercem atividades de ní- substituindo-as por ações de vigilância e promoção da saú-
vel médio, de natureza repetitiva, sob supervisão, cabendo-
de (MS, 2000, Viana et al,2000). A Promoção da Saúdetem
lhes especialmente: observar, reconhecer e descrever sinais
como princípios a atenção aos seus fatores condicionantes
e sintomas ao nível de sua qualificação profissional entre
e determinantes, a melhoria da qualidade de vida dos ci-
outras atribuições.
dadãos, a  participação popular nas decisões, priorizando
a vulnerabilidade e o risco de adoecimento de determinada
comunidade e a união dos diversos setores da sociedade
4. PROCESSO SOCIAL DE MUDANÇA DAS nas ações(Medronho, 2009). Tendo como base operacional
PRÁTICAS SANITÁRIAS NO SUS E NA a Unidade de Saúde da Família, inicialmente era formada
por um médico generalista ou médico da família, enfer-
ENFERMAGEM.
meiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários
de saúde.
Para atender a grande demanda por serviços de saúde
O final da década de 80 no Brasil foi marcado por mo- bucal da população e cumprindo o princípio constitucio-
vimentos sociais pela redemocratização do país e pela me- nal da Integralidade da Atenção, as equipes de saúde bu-
lhoria das condições da saúde da população. Em 1985 foi cal foram incluídas no PSF em 2000, através da Portaria
criada a Nova República, através da eleição indireta de um 1.444 do Ministério da Saúde, com o objetivo de reorga-
presidente não militar desde 1964. Paralelamente a este nizar as ações e visando ampliar o acesso a este tipo de
acontecimento, o movimento sanitarista brasileiro cresceu serviço. As práticas odontológicas em saúde bucal coletiva,
e ganhou representatividade através dos profissionais de antes focadas na dor e na doença através de ações isola-
saúde, usuários, políticos e lideranças populares, na luta das dentro de consultórios, foram substituídas por ações
pela reestruturação do nosso sistema de saúde. O marco de proteção e vigilância à saúde (Diretrizes da Política de
deste movimento ocorreu em 1986, durante a VIII Confe- Saúde Bucal, MS, 2004; Pereira et al., 2003).
rência Nacional de Saúde em Brasília, cujas propostas fo- Apesar de algumas falhas que ainda persistem, o SUS
ram defendidas na Assembléia Nacional Constituinte cria- brasileiro é apontado pela Organização Mundial de Saú-
da em 1987.  A Nova Constituição Brasileira, promulgada de (OMS) como exemplo para os demais países em  de-
em 1988, incorporou grande parte destas idéias e garan- senvolvimento. O Programa de controle da AIDS, Saúde
tiu odireito à saúde para todo cidadão, transformando-a da Mulher e do Idoso são apenas alguns dos exemplos.
num dever do Estado, através da criação de um sistema de O Brasil foi um dos pioneiros na quebra de patentes de
acesso universal e igualitário, com ações voltadas para sua medicamentos contra a AIDS, tuberculose e malária, cujo
promoção, proteção e recuperação. (Brasil, 1988; Capítulo custo elevado inviabilizava a ajuda humanitária aos países
II; Pereira et al, 2003). africanos dizimados por estas doenças. Estes e outros pro-
Desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), hou- gramas relevantes serão apresentados aqui, numa próxima
ve uma melhora significativa no perfil epidemiológico do publicação.
país, com redução nos índices de mortalidade infantil,

18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

2.3-Departamentos de vendas e marketing: é a favor


5. ADMINISTRAÇÃO DOS de grande quantidade de matéria-prima, pois significa
SERVIÇOS DE ENFERMAGEM. grandes lotes de fabricação e consequentemente, grande
6. NORMAS, ROTINAS E MANUAIS – quantidade de material no estoque para que as entregas
ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO NA possam ser realizadas rapidamente, o que resultará em
uma boa imagem da empresa, aumentará as vendas e con-
ENFERMAGEM.
sequentemente os lucros.
2.4-Departamentos financeiro: é a favor de pequena
quantidade de material no estoque, pois a medida que au-
menta a quantidade significa:
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS EM ENFERMA- • alto investimento de capital - caso não venda, este
GEM capital fica inativo;
Iris Marinho • alto risco - as perdas podem ser maiores, obsoles-
cência,
1-PLANEJAMENTOS DE MATERIAS • altos custos de armazenagem Segundo Vecina Neto e
De acordo Faria (1985) a importância de planejamento Reinhardt Filho (1998, p. 2),
de estoques seria: [...] o processo de produção do setor da saúde é muito
“O estabelecimento da distribuição racional no tem- complexo e o hospital, constitui um centro de interação de
po e no espaço dos recursos disponíveis, como o objetivo várias disciplinas e profissões, incorporando tecnologias,
de atender um menor desperdício possível a hierarquia de gerando um modelo assistencial com uma variedade enor-
prioridades necessárias para a realização, com êxito, de um me de itens e graus de diversidade.
propósito previamente definido”.
Viana (2002, p. 41) em seus postulados refere-se que 3- O ENFERMEIRO E A ADMINISTRAÇÃO DE MATE-
materiais são “todas as coisas contabilizáveis que entram RIAIS:
como elementos constituídos ou constituintes na linha de Segundo Anselmi e Nakao (1999), a partir da institu-
atividades de uma empresa” e que a administração dos cionalização da profissão dentro das estruturas de saúde,
mesmos tem como meta primordial atingir o equilíbrio en- a enfermagem, na figura do enfermeiro, vem incorporando
tre estoque e consumo. Para o estudioso, essa administra- em seu trabalho ações características do processo de ge-
ção abrange e tem como objetivo planejamento, coorde- renciamento.
nação, direção e controle de todas as atividades ligadas à Os Enfermeiros devem estar envolvidos na Gestão de
aquisição de materiais para a formação de estoques, desde materiais em enfermagem
o momento de sua concepção até seu consumo final. (GRM), pois estão também responsáveis pelo atendi-
mento de qualidade aos clientes, essas pessoas hospitaliza-
1.1- ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAS: das, por sua vez, necessitam acreditar que estão receben-
Para Krause, um ciclo contínuo de operações correla- do o que há de melhor para a recuperação de sua saúde,
tas e interdependentes, válidas para qualquer instituição porquanto se encontram em uma ocasião de fragilidade e
independentemente do seu tamanho, são elas: previsão, carecem receber uma assistência integral as suas necessi-
aquisição, transporte, recebimento, armazenamento, con- dades e, para tanto, têm como aliados os trabalhadores da
servação, distribuição, controle. área da saúde, assim como os trabalhadores que ampliam
O gerenciamento de estoques está baseado em dois atividades de apoio.
fatores: A qualidade desses instrumentos irá influenciar direta-
1. - O primeiro consiste em manter estoques a níveis mente a qualidade da assistência oferecida e a segurança
aceitáveis de acordo com o mercado, evitando a sua falta do trabalhador de enfermagem ao objetivar essa assistên-
e o risco de obsolescência; 2. - O segundo trata dos custos cia.
que esses proporcionam em relação aos níveis e ao dimen-
sionamento do espaço físico. 4-GESTÃO DE MATERIAIS:
Segundo Messias: 1:13- A gestão de materiais :
2 - DEPARTAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO DE MATE- (...) um ramo especializado da ciência da administra-
RIAIS: ção, pois trata especificamente de um conjunto de normas
2.1- Departamento de compras: é a favor de grande relacionadas com a gerência de artigos essenciais à produ-
quantidade, pois obtém grandes descontos, encurtando as- ção de um determinado bem ou serviço.
sim, os custos e consequentemente aumentando os lucros. Para Kurcgant: “para compreender os objetivos e a
2.2-Departamento de produção: o maior medo deste importância da administração dos recursos materiais nas
departamento é que falte MP, pois sem ela a produção fica organizações de saúde, deve-se destacar alguns aspectos,
parada, causando retrocessos podendo até mesmo perder tais como, a proporção que a despesa com recursos mate-
o cliente, portanto de grande quantidade para produzir riais representa para a instituição; a grande variedade de
grandes lotes de fabricação e diminuir o risco de não ter materiais; a complexidade de tratamentos e, consequente-
satisfeita a demanda de consumidores. mente, o ônus nos custos.

19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

O conhecimento dos enfermeiros no processo de com- 6 - CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL: QUANTO A DURA-


pras de materiais nas instituições hospitalares, nos dias ÇÃO:
cada vez mais requisitados. Informalmente, o enfermeiro 1. PERMANENTE: material com duração superior a dois
sempre compartilhou com esse processo, tendo em sua anos; 2. CONSUMO: material com duração prevista para
competência básica, fundamentos que garantem qualida- dois anos, no máximo.
des para opinar quanto ao tipo, à quantidade e à quali- 1. PEQUENO: Inaladores, pacote de curativo, e outros.
dade dos materiais a serem obtidos para o emprego nas 2. MÉDIO: ventiladores respiratórios, aspiradores e outros;
enfermarias. Nos dias atuais, o enfermeiro tem agido em 3. GRANDE: autoclaves, etc.
comissões de licitação, como componente de grupos de 7-AQUISIÇÃO DE MATERIAL:
assessoria de compra e emitindo pareceres técnicos nos O tipo de licitação não deve ser confundido com mo-
processos de aquisição de material; e determinados servi- dalidade de licitação. Tipo é o critério de julgamento uti-
ços de enfermagem em organizações de saúde de amplo lizado pela Administração para seleção da proposta mais
porte, possui em sua estrutura, assessorias, setores ou se- vantajosa. Modalidade é procedimento.
ções de enfermagem para o bom desempenho de funções, Os tipos de licitação mais utilizados para o julgamento
direcionadas ao controle de qualidade, seleção e compra das propostas são os seguintes:
de materiais usados na assistência ao cliente. 1. Menor Preço: Critério de seleção em que a proposta
Em instituições privadas, geralmente a compra é dire- mais vantajosa para a
ta, ou seja, o serviço de compras agencia livremente com Administração é a de menor preço. (Melhor Preço é
os fornecedores, apenas seguindo as diretrizes financeiras terminologia usada para definir Menor Preço conjugado
da instituição de saúde. A instituição privada configura-se com qualidade, durabilidade,funcionalidade, desempenho
como um s i s t ema desburocratizado, e devido a este fato etc.) É utilizado para compras e serviços de modo geral.
é mais ligeiro na compra de material. As instituições públi- Aplicas-se também na aquisição de bens e serviços de
cas obedecem rigidamente, as normas referentes aos pro- informática quando objetivada na modalidade convite. 2.
cedimentos legais que regulamentam as 1licitações desse Melhor Técnica: Critério de seleção em que a proposta mais
campo. vantajosa para a
As modalidades de licitação empregadas para a com- Administração é escolhida com base em fatores. É usa-
pra de materiais nas instituições públicas de saúde são a da excepcionalmente para serviços de natureza predomi-
concorrência, a tomada de preços e o convite. nantemente intelectual, em especial na elaboração de pro-
A alternativa de qual modalidade de licitação usar vai jetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e
incidir em função do valor acatado para a compra e dos de engenharia consultiva em geral, e em particular, para
casos de emergência, em que a falta de material pode oca- elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos bá-
sionar prejuízos na assistência ao paciente. sicos e executivos. 3. Técnica e Preço: Critério de seleção em
As atividades do enfermeiro em relação à seleção e à que a proposta mais vantajosa para a
compra de materiais podem modificar de uma instituição Administração é escolhida com base na maior média
para outra, porém fundamentalmente vão envolver: auxílio ponderada, considerando-se as notas obtidas nas propos-
na cotação do tipo de recurso a ser obtido para as unida- tas de preço e de técnica. É obrigatório na contratação de
des, padronização, especificação técnica, controle de quali- bens e serviços de informática, nas modalidades tomada
dade e emissão do parecer técnico de preços e concorrência.
1 Licitação é o procedimento administrativo median-
te o qual a organização pública seleciona a proposta mais Normas, rotinas e manuais, elaboração e utilização
vantajosa para o contrato de seu interesse, visando propor- na enfermagem
cionar oportunidades iguais aos fornecedores.
FERRAMENTAS GERENCIAIS DO SERVIÇO DE ENFER-
5 - FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS NA GESTÃO DE MA- MAGEM:
TERIAIS:
1. PREVISÃO: É a atividade de conhecer as reais neces- a) MANUAIS DE ENFERMAGEM: É a ferramenta que reú-
sidades materiais do local de trabalho. A determinação da ne de forma sistematizada normas, rotinas, procedimentos
cota de cada item tem a seguinte fórmula: 2. Cota mensal e outros imprescindíveis para execução das atividades de
(CM) = consumo médio mensal (CMM)l+ Estoque de se- Enfermagem, ou seja, instrumento orientador dos profis-
gurança sionais de enfermagem no desempenho de suas funções.
(ES) Estoque de segurança = 20% CMM+ consumo b) NORMAS DE ENFERMAGEM: São normas técnicas
durante o tempo de reposição de material. 3. PROVISÃO: fundamentadas num processo de simplificação, pois abre-
Atividade de abastecimento de material reconhecido na viam a crescente variedade de procedimentos e produtos,
previsão como sendo necessários para a realização do tra- desta forma eliminam o desperdício, o retrabalho e promo-
balho. 4. ORGANIZAÇÃO: atividade que está envolvida ao vem a troca de informações entre fornecedor e consumidor
estoque, que deve ser feito da melhor forma possível os ou entre clientes internos. A finalidade importante de uma
materiais da organização. 5. CONTROLE: Envolve a ativi- norma técnica é a proteção ao consumidor, especificando
dade de controlar a quantidade de saída, a conservação e critérios e requisitos que medem o desempenho do produ-
proteção do material. to/serviço, resguardando assim a vida e a saúde.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

c) NORMAS: Conjunto de regras e instruções para de- b) Qualificar a manualização: serão selecionados os
finir procedimentos, métodos e organização. São leis que modelos de acordo com a demanda.
deliberam as ações de enfermagem quanto a o QUÊ E c) Elaborar o manual: é a colocação em prática dos es-
COMO FAZÊ-LAS. tudos realizados anteriormente.
d) CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DE NORMAS: Deve d) Distribuir o manual: o manual deve ser distribuído
ser colocada por autoridade reconhecida. Fundamenta- se pelo gestor
nos princípios: Ético, disciplinar, assepsia. A elaboração
deve ser feita de maneira ampla e expressa, clara e concisa, 5 - TIPOS E TÉCNICAS DE MANUALIZAÇÃO:
flexível, consentindo o raciocínio e a iniciativa. a) MANUAL DA ORGANIZAÇÃO, MANUAL DE ESTRU-
e) EXEMPLO DE NORMAS: Os colaboradores de enfer- TURA: Tem como finalidade a própria organização; b) MA-
magem deverão estar no local de trabalho, devidamente NUAL DE INSTRUÇÕES DE NORMAS E PROCEDIMENTOS,
uniformizados até as 7 h. Os materiais para exames labo- MANUAL DE PROCESSOS, MANUAL DE PROCEDIMENTOS,
ratoriais de rotina deverão ser direcionados ao laboratório MANUAL DE SERVIÇOS: Definem normas, diretrizes e o de-
até as 9 h. A passagem de plantão deverá ser feita na ca- talhamento de como realizar o trabalho; c) MANUAL DE
beceira do leito dando informações sobre: Estado do pa- FORMULÁRIOS: define a finalidade, o preenchimento, dis-
ciente, procedimentos realizados ou a realizar, aceitação tribuição e utilização dos formulários em uso pela organi-
da dieta e intercorrencias importantes. zação.
f) ROTINAS DE ENFERMAGEM: São conjuntos de ins- d) MANUAL DE SEQUÊNCIA ADMINISTRATIVA: (Ou de
truções técnicas concatenadas que servem para execução métodos operacionais): descreve as fases e operações de
uma tarefa específica de assistência em enfermagem. g) todo o processo. e) MANUAL DE NORMAS: Semelhante a
TAREFAS DE ENFERMAGEM: São ações que um profissional qualquer regulamento interno ou regimento, o legal ma-
de enfermagem executa. nual é constituído de informações cuja origem é qualquer
h) REGULAMENTO: É o ato normativo de caráter cons- documento considerado.
tante determinado pela administração superior e contém
as diretrizes básicas da organização de saúde. 6- CARACTERÍSTICA DOS MANUAIS: • Deve ser instru-
Regula e amplia o estatuto, caracterizando a Organi- mento de consulta frequente e de fácil acesso.
zação. • Deve ser analisado com frequência;
i) REGIMENTO: É o ato normativo acatado pela admi- •Deve refletir diretrizes do serviço.
nistração superior, de caráter flexível que contém as di- Iris Corrêa
retrizes básicas para o funcionamento do Serviço de En-
fermagem. Componentes: filosofia, organograma, ativida- 7- INDICADORES PARA O USO DE MANUAIS: Os indi-
des a serem desenvolvida, competência de cada membro, cadores para o uso de manuais estão ligados a:
quadro de pessoal. O Regimento do Serviço de Enferma- a) divulgação: isso quer dizer que os serviços internos,
gem expressa à missão institucional, as características dos mantêm relação com o público; b) coordenação: indicador
clientes a serem assistidos, bem como a disponibilidade e de pós-estudo técnico de análise de processos; c) análise:
organização dos recursos humanos e materiais para de- indicador típico do pós-estudo técnico de racionalização
senvolver e praticar essa assistência. de trabalho d) treinamento: talvez este seja o indicador dos
Iris Corrêa indicadores do uso de manuais pelas organizações.
j) PROCEDIMENTOS (PROTOCOLO): É a descrição de- Objetivo: aceitar a reunião de conhecimentos de forma
talhada e sequencial de como a atividade deve ser feita. organizada e criteriosa.
É a definição de técnica, é uniforme para toda a organiza-
ção, fundamentada em princípios científicos e não pode 8 - ETAPAS PARA ELABORAÇÃO • Diagnóstico da si-
ser mudado. tuação;
• Determinação dos assuntos;
2- ELABORAÇÃO DOS MANUAIS DE ENFERMAGEM: • Estruturação e confecção dos instrumentos;
Os manuais de enfermagem habitualmente ensinam • Implantação;
como realizar um trabalho, a necessidade de manualizar • Avaliação;
o serviço independe da realização de estudos específicos,
basta para isso o gestor em enfermagem usar instrumen- DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO • É imprescindível admi-
tos que a análise dispõe, tais como; questionários, entre- tir a estrutura organizacional do SE, a filosofia norteadora
vistas e observação pessoal. das ações, os objetivos a serem alcançados de acordo com
a necessidade da clientela, as ações de enfermagem que
3 - ESTRATÉGIAS PARA A MANUALIZAÇÃO: devem ser realizadas, os recursos humanos e materiais dis-
a) Itemizar os modelos manualizados: antes da apli- poníveis.
cação de modelos, é fundamental para que sejam iden- Para o diagnóstico da situação deve-se contar com a
tificados os vários tipos de manuais que a organização participação de todos por meio de questionário ou discus-
demanda. são em grupo.

21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

DETERMINAÇÃO DOS ASSUNTOS: Devem aparecer as Organização do serviço de enfermagem. Estrutura e


informações arrecadadas no diagnóstico. Além da decisão funcionamento dos serviços de enfermagem.
sobre a melhor maneira de escrever, se trata de norma ou
rotina de acordo com o caso. Administrar pessoas não é tarefa fácil. Ao contrário,
ESTRUTURAÇÃO E CONFECÇÃO: A maneira que o ma- é uma atividade complexa, porque se trata de comporta-
nual vai ser organizado (livro, brochura etc.). Quem irá con- mentos individuais que precisam ser coordenados, a fim de
feccionar o manual, cuidar da elaboração, escolher pessoa alcançar os objetivos organizacionais.
com conhecimento e relação com o assunto. A estrutura No campo hospitalar, a figura básica em que os obje-
e a confecção devem ser IMPLANTAÇÃO E AVALIAÇÃO: tivos de trabalho estão centralizados é o paciente. Assim
Na implantação todos devem ser comunicados. O manual sendo, ele deve receber uma assistência integral e huma-
deve ser colocado em local de fácil acesso. O manual deve nizada no hospital. Mas, para que este processo aconteça,
estar em constante atualização. alguns princípios devem ser seguidos pelo administrador.
ETAPAS PARA ELABORAÇÃO • Diagnóstico da situação;
Maudonnet faz as seguintes recomendações:
• Determinação dos assuntos; • Estruturação e confecção
_ trabalhe com pessoas;
dos instrumentos; • Implantação; • Avaliação;
_ estabeleça altos e reais padrões para seus subordi-
nados;
9 - CONTEÚDO DO MANUAL: em geral contém:
Regulamento do hospital; Regimento do serviço de en- _ estabeleça um clima de cooperação entre todos;
fermagem; _ saiba para onde vai;
Filosofia do Serviço de Enfermagem; _ defenda seu pessoal;
Composição administrativa e organizacional do SE; _ delegue autoridade;
Descrição das funções de cada componente _ aceite com naturalidade certas críticas e rivalidades;
Descrição de cuidado de enfermagem de acordo com _ tome decisões certas e não “populares”;
a clientela assistida. _ admita falha humana.
Normas, rotinas e procedimentos relacionados ao pes-
soal a assistência e ao material. Orientação sobre direitos e Além desses princípios, que merecem ser lembrados,
deveres da equipe de enfermagem. Gonçalves, analisando a administração de recursos huma-
nos no contexto organizacional, afirma que se trata de um
10 - DOCUMENTOS DE CONTROLE PARA O FUNCIO- conjunto de atividades capazes de garantir o alcance dos
NAMENTO DA GERÊNCIA EM ENFERMAGEM: objetivos definidos originalmente, com a menor intensi-
AVALIAÇÃO: Necessária por haver modificações cons- dade de esforço e de conflito interpessoal, para o que se
tantes nas dinâmicas dos serviços. A avaliação deve ser exige amplo espírito de cooperação e acentuado interesse
constante, e ter como finalidade a qualidade da assistência, pelo bem-estar de cada integrante da organização.
deve ter sempre revisão de maneira planejada e ajustada as Administrar pessoas implica planejamento, provisão,
necessidades da clientela. organização, direção, coordenação e pesquisa. Tais aspec-
SUPERVISÃO: Processo educativo e contínuo que con- tos exercem influência no ambiente e nas pessoas, porque
siste basicamente em motivar, orientar e instruir os super- constituem a própria essência da administração.
visionados na execução de suas atividades embasada em
normas estabelecidas. Tem por objetivos: o alcance de ní- É conveniente lembrar que o gerente de enfermagem
veis e excelência nos serviços prestados tem caráter admi- para desempenhar bem o seu papel deve possuir uma série
nistrativo, é desta maneira não deve considerara somente o de qualidades:
serviço, mas também aqueles que o executam.
_ capacidade para conviver e trabalhar com outras pes-
EDUCAÇÃO PERMANENTE: Processo capacitador,
soas;
orientador e reciclador do conhecimento técnico dos pro-
_ capacidade para saber ouvir, examinar e conciliar;
fissionais de uma instituição, deve-se levar em considera-
_ coragem para assumir riscos, tomar decisões e man-
ção as necessidades de cada unidade de serviço e deve-se
também fazê-lo de maneira periódica. Os profissionais de- tê-las;
vem ser estimulados a participarem da educação perma- _ elevado caráter moral;
nente e não obrigados. _ elevado controle emocional;
DEFINIÇÃO: È a apreciação de diversos processos ave- _ facilidade de comunicação e elevada capacidade para
riguando com exatidão e a fidelidade dos procedimentos e motivar a equipe de trabalho que dirige;
relatórios , de acordo com o principio das leis institucionais. _ ser constante e justo sem se tornar rígido;
A auditoria é realizada pela verificação dos registros em _ ser dotado de liderança, iniciativa, lealdade e espírito
prontuários ou as condições do cliente. público.
Identificar deficiências; Coletar dados; Não se pretende, com a apresentação desses atributos,
Programar mudanças. Pode ser feita pela equipe exter- traçar o perfil de super – gerente de enfermagem. Mas, eles
na ou interna á instituição. devem ser considerados como indispensáveis para quem
administra pessoas. É importante frisar que o enfermeiro
– gerente precisa ter a capacidade de avaliar as pessoas

22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

que dirige segundo suas personalidades, seus interesses e A esse respeito, enfatiza-se que os enfermeiros devem
suas capacidades, com o objetivo de proporcionar oportu- estar dispostos a rejeitar a rotina, confrontar questões
nidades reais de satisfação no trabalho. É imprescindível a e implementar ações que levem a mudanças.
capacidade de saber delegar atividades, descentralizando O desafio de mudar o perfil do administrador do cui-
responsabilidades e criando um clima de confiança entre dado à saúde requer o desenvolvimento e a maturação
o pessoal que, sem dúvida, retribuirá com atitudes amigá- de novos tipos de liderança, os quais devem estar menos
veis, espírito de iniciativa e colaboração dos integrantes da voltados para o dar ordens, papel que traduz o paradigma
equipe. do padrão administrativo vigente na era da Revolução In-
Segundo Cuaron citado por Gonçalves2, o ânimo dos dustrial. Ressalta-se, ainda, que os novos líderes não dão
empregados mantém-se alto quando estão convencidos ordens, apenas motivam as pessoas a agirem.
de que conservarão seu emprego, enquanto continuarem A era do chefe controlador é substituída pela do líder
realizando-o de modo satisfatório; seu supervisor reconhe- coordenador, cabendo a este interpretar o sentido daquilo
ce neles seres humanos e os trata como tal; têm oportu- que existe de imaginário nas expectativas dos seguidores,
nidade de serem ouvidos, quando consideram que foram juntamente com o que existe de simbólico na cultura or-
tratados injustamente; a administração está interessada ganizacional.
em seu bem-estar e progresso; seu trabalho é importante; Nessa nova era, o papel dos seguidores é tão impor-
conhecem toda a entidade para qual trabalham e os servi- tante quanto o do próprio líder. Não é mais concebível falar
ços que ela executa; a chefia justifica sua falta, quando há em líder sem se lembrar dos seguidores, pois, “sem segui-
razão, mas aplicam-lhes sanções, quando tal falta não se dores, simplesmente não há liderança”. Por essa razão, o
justifica; têm oportunidade de progredir no seu trabalho; vínculo entre líder e seguidor é considerado uma relação
suas sugestões são bem recebidas; a organização é bem simbiótica.
conceituada na comunidade. Líderes não são um sucesso por si mesmos, pois utili-
O gerente do serviço de enfermagem é o responsável zam outras pessoas enquanto estabelecem e administram
pelo nível de motivação e satisfação no grupo, que existirá o trabalho na organização; há que se lembrar de que, na
quando conseguir harmonizar os interesses do grupo com enfermagem, não seria possível proporcionar uma assis-
os objetivos da instituição. Isso é a chave para uma admi- tência de qualidade sem o suporte, a cooperação e a con-
nistração de pessoal conduzida para o sucesso. tribuição dos seguidores.
Lembramos que a posição formal ocupada pelo enfer-
meiro no organograma institucional não lhe garante o po-
7. ENFERMEIRO COMO LÍDER der de líder, pois o que autoriza alguém a agir como líder
E AGENTE DE MUDANÇA. é a percepção positiva que os seguidores apresentam em
relação à pessoa. Nessa direção, recomenda-se que a lide-
rança seja vista como uma responsabilidade e não como
posição e privilégios.
Ao longo dos anos, diversas pesquisas têm enfocado o Pesquisas já realizadas demonstram características de
tema Liderança, buscando conceituar esse fenômeno; rela- líderes frequentemente admiradas pelos seguidores, sendo
cionar características e habilidades presentes nas pessoas que honestidade, competência, olhar para diante e inspi-
que se destacam como líderes; diferenciar estilos compor- ração encabeçam a lista de atributos. De acordo com os
tamentais, valorizar aspectos situacionais, enfim, ressaltar autores, esses atributos podem ser resumidos em um único
as diferentes variáveis que podem intervir nesse processo. termo: credibilidade.
Em 1976, a partir de uma síntese de vários conceitos, a Credibilidade representa um dos três contextos princi-
liderança é definida como o processo de exercer influência pais da liderança (ao lado de comprometimento e comple-
sobre um indivíduo ou um grupo, em uma dada situação, xidade), sendo que, nos dias de hoje, o fato de ter crédito é
nos esforços para a consecução de objetivos comuns. considerado pelos autores como uma premiação, dadas as
Diferentemente dos estudos iniciais, onde a ênfase era exigências e desafios por que passam os líderes.
dada à pessoa e ao poder detido pelo líder, atualmente ob- O que mais as pessoas esperam de um líder é que ele
servamos que a marca da liderança moderna é fortalecer o desperte confiança, que seja digno de crédito, demons-
grupo de trabalho, ressaltando e valorizando as competên- trando coerência com a filosofia empresarial e congruência
cias individuais, diluindo o poder na equipe, fazendo com em suas idéias, discurso e ações; a lealdade e o comprome-
que cada membro reconheça o propósito e o significado de timento dos seguidores podem depender da credibilidade
seu trabalho. Por meio da denominação “liderança trans- percebida.
formadora”, o novo líder lança as pessoas à ação, converte Compartilhando dessa opinião, ressalta-se que ganhar
seguidores em líderes, e líderes, em agentes de mudança. a confiança dos seguidores é um requisito essencial para a
Nessa perspectiva, o enfermeiro deve estar orientado liderança eficaz, e, para isso, ações e crenças professadas
para as possibilidades de desempenhar esse novo papel de devem ser congruentes.
líder, mais orientado para o futuro, mais flexível, dinâmico e Em tempos de mudanças e de oportunidades, os gru-
disposto a assumir riscos, em contraposição ao papel con- pos de trabalho devem estar alinhados, firmes em propó-
trolador, ditador de regras, normas e procedimentos. sitos comuns e direções, para alcançar objetivos estratégi-
cos, sendo que, para isso, a liderança é necessária.

23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Frente ao exposto, entendemos que, na enfermagem, 2) um modelo metodológico que nos possibilita iden-
torna-se cada vez mais urgente a necessidade de enfren- tificar, compreender, descrever, explicar e/ou predizer as
tar as mudanças, de serem criadas novas perspectivas de necessidades humanas de indivíduos, famílias e coletivi-
trabalho, com aquisição de novos conhecimentos e habi- dades, em face de eventos do ciclo vital ou de problemas
lidades, a fim de que o enfermeiro apresente um melhor de saúde, reais ou potenciais, e determinar que aspectos
desempenho de suas funções, sejam elas assistenciais ou dessas necessidades exigem uma intervenção profissional
administrativas. de enfermagem.
Um dos desafios atuais encontrados pela enfermagem A implementação do Processo de Enfermagem de-
é conseguir oferecer um atendimento de melhor qualidade manda habilidades e capacidades cognitivas, psicomotoras
ao cliente, conciliando uma diminuição dos custos desse e afetivas, que ajudam a determinar o fenômeno obser-
serviço. Para enfrentar esse desafio, recomenda-se que no- vado e o seu significado; os julgamentos que são feitos e
vos caminhos sejam pesquisados e que os líderes redefi- os critérios para sua realização; e as ações principais e al-
nam a essência da arte e ciência da enfermagem, buscando
ternativas que o fenômeno demanda, para que se alcance
desenvolver estratégias que levem a uma prática profissio-
um determinado resultado. Esses aspectos dizem respeito
nal de maneira mais holística.
aos elementos da prática profissional considerados, por
Complementando essa idéia, a principal função do en-
natureza, inseparavelmente ligados ao Processo de Enfer-
fermeiro líder é criar e apoiar uma prática voltada para um
cuidado mais humanitário, sensitivo e atencioso, enfocan- magem: o que os agentes da Enfermagem fazem (ações e
do as necessidades individuais do cliente. intervenções de enfermagem), tendo como base o julga-
Quanto ao desempenho da liderança, são apontadas mento sobre necessidades humanas específicas (diagnós-
dificuldades frequentemente encontradas pelos enfermei- tico de enfermagem), para alcançar resultados pelos quais
ros, as quais se referem às questões de relacionamento na se é legalmente responsável (resultados de enfermagem).
equipe e às próprias atribuições desses profissionais. Além Os elementos inerentes à prática profissional (diag-
das diversas dificuldades em liderar a equipe de enferma- nósticos, intervenções e resultados de enfermagem) fa-
gem, merece destaque a insatisfação apresentada em re- voreceram o desenvolvimento, em curso, de sistemas de
lação à formação profissional, especificamente quanto ao classificação de conceitos que fazem parte da linguagem
preparo para o exercício da liderança; ressalta-se a impor- profissional da área, instrumentos tecnológicos a serem
tância de se oferecer oportunidade para o aluno desenvol- utilizados:
ver atitudes críticas e reflexivas, a criatividade e a consciên- a) no processo e no produto do raciocínio e julgamen-
cia de que devem atuar como agentes de mudança. to clínico acerca das necessidades humanas de indivíduos,
famílias e coletividades, diante de eventos do ciclo vital ou
de problemas de saúde, reais ou potenciais;
8. CONCEPÇÕES TEÓRICO-PRÁTICAS DA b) no processo e no produto do raciocínio e julga-
mento terapêutico acerca das necessidades de cuidado da
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM.
clientela (indivíduos, famílias e coletividades) e dos resul-
tados que são sensíveis à intervenção de enfermagem; e
c) na documentação da prática profissional.
O Processo de Enfermagem indica um trabalho profis- Tendo por base os aspectos apontados, objetivamos
sional específico e pressupõe uma série de ações dinâmi- neste artigo fazer uma síntese da evolução do conceito e
cas e inter-relacionadas para sua realização, ou seja, indica apresentar exemplos de estudos em que se vinculam os
a adoção de um determinado método ou modo de fazer elementos da prática profissional, inerentes ao Processo de
(Sistematização da Assistência de Enfermagem), funda-
Enfermagem (diagnósticos, intervenções e resultados de
mentado em um sistema de valores e crenças morais e no
enfermagem), à investigação científica.
conhecimento técnico-científico da área. Na literatura, cos-
tuma ser descrito como o ponto focal, o cerne ou a essên-
Evolução do conceito Processo de Enfermagem
cia da prática da Enfermagem.
Entretanto, a compreensão acerca do significado e sua
adoção deliberada na prática profissional ainda não são Na Enfermagem, as raízes plantadas por Florence
unanimidade no âmbito da Enfermagem, embora se obser- Nightingale têm permitido, até os dias atuais, que se avan-
ve ter havido uma sensível mudança nesse sentido a partir ce no conhecimento sobre o processo de cuidar, considera-
das três últimas décadas do século XX. do a essência do saber e do fazer de seus agentes.
Compreendendo-se tecnologia como a utilização do O significado atribuído ao Processo de Enfermagem e
conhecimento para a produção de bens e serviços, pode- o modo como ele é aplicado à prática profissional são di-
se definir o Processo de Enfermagem como: nâmicos, modificando-se ao longo do tempo e de acordo
1) um instrumento tecnológico de que lançamos mão com os diferentes cenários da prática assistencial. Assim,
para favorecer o cuidado, para organizar as condições ne- podem ser identificadas gerações distintas do Processo de
cessárias à realização do cuidado e para documentar a prá- Enfermagem, cada uma delas influenciada pelo estágio do
tica profissional; ou conhecimento e pelas forças atuantes que lhe são contem-
porâneos.

24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

A expressão Processo de Enfermagem ainda não era O movimento de identificação e classificação de diag-
utilizada na segunda metade do século XIX, muito embora, nósticos de enfermagem provocou uma revolução no pen-
à época, Florence já enfatizasse a necessidade de ensinar samento da área e uma consequente mudança, da ênfase
as enfermeiras a observar e a fazer julgamentos sobre as anterior na identificação e solução de problemas para a
observações feitas. Sua introdução formal na linguagem ênfase no raciocínio diagnóstico e no pensamento crítico.
profissional ocorreu nos anos 50 do século XX, sob influên- Esse fato muda o entendimento do Processo de Enfer-
cia do método de solução de problemas, cujas raízes eram magem, de um processo lógico, linear, de solução de pro-
o método científico de observação, mensuração e análise blemas, para um processo dinâmico, em espiral ascendente
de dados. e recorrente, que nos auxilia a gerenciar a informação sobre
Observa-se, nesse momento histórico, a ênfase no en- a clientela e a tomar decisões sobre as ações e intervenções
sino do método de solução de problemas nas escolas de profissionais que ela demanda.
enfermagem, durante o que se destacava a importância da A segunda geração do Processo de Enfermagem deter-
coleta sistemática e análise de dados, realizadas com rigor mina novas necessidades no ensino e na prática assisten-
metodológico. São exemplos desse modo de pensar a lista cial, em especial a de entender como o julgamento clínico
dos 21 problemas que deveriam ser o foco do cuidado de se processa e aumentar a habilidade profissional no racio-
enfermagem, elaborada por cínio diagnóstico.
Faye Abdellah em 1960, e a lista das 14 áreas de neces- Ao término da década de 1980, a evolução e o de-
sidades humanas básicas, descrita por Virgínia Henderson, senvolvimento contínuo dos sistemas de classificação dos
também em 1960. elementos da prática profissional, as pesquisas em anda-
À época, foram, ainda, publicados na literatura da área mento sobre a dinâmica do raciocínio e julgamento clínico,
exemplos de instrumentos de coleta de dados, como o bem como a tendência emergente no sistema de saúde
modelo baseado em 13 áreas funcionais, proposto por Fa- para especificar e avaliar os resultados da atenção à saú-
yeMcCain em 1965. de, determinaram as condições para a ocorrência de outra
Em 1967, o Processo de Enfermagem foi descrito por transformação no modo de pensar e no modo de aplicar o
Helen Yura e Mary B. Walsh com quatro fases: coleta de Processo de Enfermagem.
dados, planejamento, intervenção e avaliação. Ao descrevê O foco da terceira geração do Processo de Enferma-
-lo, as duas autoras enfatizaram as habilidades intelectuais,
gem, iniciada por volta dos anos 1990, se volta agora para
interpessoais e técnicas que consideravam ser necessárias
a especificação e testagem na prática de resultados do pa-
e essenciais à prática profissional e, portanto, aspectos sig-
ciente que sejam sensíveis à intervenção profissional. Uma
nificativos para a execução do Processo de Enfermagem.
vez que um diagnóstico de enfermagem é feito, especifica-
A despeito de sua indiscutível importância, um aspec-
se um resultado a ser alcançado e cria-se com isso uma du-
to que caracterizou essa primeira geração do Processo de
pla obrigação, a de intervir e, em seguida, avaliar a eficácia
Enfermagem foi que as necessidades de cuidado e os pro-
da intervenção realizada.
cessos de solução dos problemas dos pacientes relaciona-
vam-se, predominantemente, a determinadas condições
Da teoria à prática assistencial e de pesquisa
fisiopatológicas, médicas.
Em 1973, foi realizada a primeira conferência para clas-
sificação de diagnósticos de enfermagem em que, usando A ligação entre os elementos da prática profissional
tanto o processo de raciocínio dedutivo quanto o indutivo, e a investigação científica pode ser identificada desde as
as participantes elaboraram e aprovaram a primeira lista- primeiras expressões da pesquisa na área. Segundo a lite-
gem de problemas/situações que eram reconhecidos na ratura, nas décadas de 1920 e 1930 começaram a ser publi-
prática como pertencentes ao domínio independente da cados estudos de caso envolvendo a análise e a avaliação
profissão. sistemáticas de um cliente ou grupo de clientes similares,
O termo diagnóstico estava presente na literatura da para promover a compreensão acerca da situação e das in-
área desde 1950, quando Louise McManus, em conferência tervenções de enfermagem que se faziam necessárias.
pronunciada no Teachers College, em Nova Iorque, se refe- Com o emprego dos estudos de caso, observaram-se
riu à função específica da enfermeira como sendo a iden- o início do uso de instrumentos de coleta de informações
tificação ou diagnóstico do problema e o reconhecimento sobre os pacientes, a análise e formulação de julgamentos
de seus aspectos inter-relacionados, assim como a decisão clínicos sobre as informações coletadas e a diferenciação
sobre as ações a serem implementadas para sua solução. entre o que seria intervenção médica e de enfermagem,
Entretanto, até 1973, a etapa diagnóstica não estava in- listadas separadamente.
cluída no Processo de Enfermagem. Em vista desse fato, Dessa forma, há uma indiscutível relação entre os es-
pode-se afirmar que o movimento de identificação e clas- tudos de caso e o aparecimento dos primeiros planos de
sificação de diagnósticos de enfermagem marcou o início cuidado de enfermagem. Assim como se pode afirmar que
de uma nova geração do Processo de Enfermagem e, acima os estudos de caso foram os precursores dos planos de
de tudo, o início de uma nova era para a Enfermagem, que cuidado, também se pode dizer que os planos de cuidado
avança progressivamente, desde então, para sua estrutura- foram as primeiras expressões do que mais tarde se con-
ção definitiva como uma Ciência. vencionou denominar Processo de Enfermagem.

25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

O Processo de Enfermagem é aplicável em uma ampla Ressalte-se que a elaboração de perfil diagnóstico de
variedade de ambientes (instituições prestadoras de servi- enfermagem para clientelas específicas aproxima-se do que
ços de internação hospitalar ou de serviços ambulatoriais o Conselho Internacional de Enfermagem-CIE denomina
de saúde, escolas, associações comunitárias, fábricas, do- catálogos CIPE (Classificação Internacional para a Prática
micílios, entre outros); e em uma ampla variedade de situa- de Enfermagem), definidos como conjuntos de enunciados
ções clínicas em que as observações sobre as necessidades preestabelecidos de diagnósticos, intervenções e resultados
humanas da clientela acompanham, pari passu, o proces- de enfermagem, a que se tem acesso rápido, de modo a
so de tomada de decisão acerca do cuidado requerido e facilitar a documentação da assistência prestada à clientela.
a avaliação posterior dos resultados que se obtêm com a Quanto às intervenções executadas pelos profissionais
ação/intervenção profissional. de enfermagem, pode-se, com o auxílio da pesquisa cientí-
Exemplificaremos, a seguir, trabalhos desenvolvidos fica, não somente procurar conhecer seu custo operacional,
nos últimos dez anos no Programa de Pós-Graduação em como responder algumas questões que se impõem: que
intervenções funcionam melhor para o alcance de um de-
Enfermagem – Centro de Ciências da Saúde da Universi-
terminado resultado, diante de um diagnóstico de enfer-
dade Federal da Paraíba (PPGENF-CCS/UFPB), em que se
magem específico; que intervenções são usualmente exe-
vinculam os elementos da prática profissional, inerentes ao
cutadas em conjunto e que intervenções são usualmente
Processo de Enfermagem (diagnósticos, intervenções e re-
executadas em determinadas áreas ou especialidades. As
sultados de enfermagem), à pesquisa científica. respostas a essas questões facilitariam o processo de de-
Antecedendo o diagnóstico de enfermagem, há exem- terminação dos custos das intervenções de enfermagem,
plos de estudos metodológicos em que se desenvolveu pois limitam o número àquelas mais usuais ao se cuidar
escala psicométrica para avaliação do conceito de Ima- de determinados grupos de clientes ou em determinados
gem corporal ou instrumentos de coleta de dados a serem ambientes de cuidado. Identificadas pode-se calcular um
aplicados a clientes adultos em Clínica Médica, a crianças valor para elas, tendo por base o nível de complexidade,
de 0 a 5 anos em Clínica Pediátrica, a idosos atendidos no profissional envolvido (enfermeira, técnico ou auxiliar de
Programa de Saúde da Família, a clientes adultos em Clíni- enfermagem), tempo, quantidade e recursos/equipamen-
ca Cirúrgica e a recém-nascidos internados em Unidade de tos requeridos em sua execução.
Terapia Intensiva Neonatal. Nos últimos dez anos há, no PPGENF-CCS/UFPB, dois
Os estudos que objetivavam desenvolver instrumentos estudos que empregaram, especificamente, uma ligação
de coleta de dados utilizaram como referencial a Teoria das entre os elementos diagnóstico e intervenção de enferma-
Necessidades Humanas Básicas elaborada por Wanda de gem no processo de pesquisa.
Aguiar Horta e percorreram etapas metodológicas simila- No primeiro deles, após confirmar, à luz dos conceitos
res: revisão de literatura sobre as necessidades humanas da Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Horta, a
básicas e sua aplicação à clientela alvo do estudo; identifi- presença do diagnóstico de enfermagem Mobilidade física
cação, na literatura da área da saúde, de modo geral, e da prejudicada em trinta clientes hospitalizados, com foco nas
Enfermagem, em particular, de indicadores empíricos das características definidoras, apresenta-se uma proposta de
necessidades humanas básicas; avaliação, por grupo de en- intervenções de enfermagem, embasada na Classificação
fermeira(o)s perita(o)s na área clínica específica, do grau de de Intervenções de Enfermagem (Nursing Interventions
relevância dos indicadores empíricos identificados na lite- Classification-NIC) e na literatura da área.
ratura, sendo validados aqueles com índice de concordân- O segundo estudo aborda, sob o ponto de vista da Epi-
cia ≥ 0,80; construção da primeira versão do instrumento demiologia Social, diagnósticos de enfermagem estabele-
de coleta de dados; avaliação, pelo grupo de enfermeira(o) cidos para um grupo de pacientes portadores de AIDS e
apresenta uma proposta de intervenções elaborada com
s perita(o)s, da estrutura, forma de apresentação e opera-
base na CIPE®.
cionalidade clínica do instrumento.
Mais recentemente, buscando dar continuidade a ati-
Com relação ao diagnóstico de enfermagem, os tra-
vidades desenvolvidas junto à Associação Brasileira de En-
balhos desenvolvidos no PPGENF-CCS/UFPB percorreram
fermagem (ABEn Nacional) e ao CIE, como responsáveis
duas vertentes metodológicas principais: pela produção de um inventário vocabular de enfermagem
1) a validação clínica ou de conteúdo de características em saúde coletiva, desenvolveu-se uma pesquisa cuja fi-
definidoras, fatores causais ou fatores de risco de diagnós- nalidade era a de identificar os termos utilizados pelos di-
ticos específicos, como Padrão respiratório ineficaz e Risco ferentes componentes da equipe de enfermagem para se
para úlcera de pressão; e referir aos fenômenos/diagnósticos/ problemas e às ações/
2) a construção, com base em modelos teóricos, siste- intervenções/prescrições de enfermagem, de modo a, não
mas conceituais ou teorias de enfermagem, de perfil diag- somente concorrer para a construção da CIPE, mas, so-
nóstico para clientelas específicas, a exemplo de pacientes bretudo, elaborar um instrumental tecnológico, sensível a
vítimas de trauma admitidos em CTI19, pacientes acome- nossa realidade, para inserção em sistemas de informação
tidos por infarto do miocárdio, pacientes prostatectomiza- da prática profissional. Esse projeto, concluído em 2005,
dos ou pacientes internados em Clínica Médica e Clínica gerou a elaboração de um segundo, cujo objetivo geral foi
Cirúrgica. o de construir um banco de dados de enfermagem a serem
introduzidos em sistemas de informação.

26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Isso está sendo feito através da identificação de ter- cias. O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no uso
mos da linguagem profissional relacionados a fenômenos de suas atribuições legais que lhe são conferidas pela Lei
e ações de enfermagem e do mapeamento cruzado com as nº 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo Regimento da Au-
classificações de termos constantes na CIPE e em outras tarquia, aprovado pela Resolução COFEN nº 242, de 31 de
terminologias da área. agosto de 2000;
Ressalte-se a importância da construção de um banco CONSIDERANDO o art. 5º, Inciso XIII, e o art. 196 da
de dados que inclua termos relacionados a diagnósticos/ Constituição da República Federativa do Brasil, promulga-
resultados e a ações de enfermagem de modo a favorecer da em 05 de outubro de 1988;
a utilização de uma linguagem comum e, ao mesmo tem- CONSIDERANDO a Lei nº 7.498, de 25 de junho de
po, integrar o conhecimento científico e o conhecimento 1986, e o Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que
prático da profissão. a regulamenta;
Considera-se que um banco assim construído pode CONSIDERANDO os princípios fundamentais e as nor-
contribuir sobremaneira para o registro sistemático dos mas do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem,
elementos da prática – diagnósticos, intervenções e resul- aprovado pela Resolução COFEN nº 311, de 08 de fevereiro
tados de enfermagem; consequentemente, para o aumen- de 2007;
to de visibilidade e de reconhecimento profissional e, por CONSIDERANDO a evolução dos conceitos de Consul-
outro lado, para uma possibilidade concreta de avaliação ta de Enfermagem e de Sistematização da Assistência de
da prática de enfermagem. Enfermagem; CONSIDERANDO que a Sistematização da
Assistência de Enfermagem organiza o trabalho profissio-
nal quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando
possível a operacionalização do processo de Enfermagem;
9. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE CONSIDERANDO que o processo de Enfermagem é um
ENFERMAGEM. instrumento metodológico que orienta o cuidado profis-
sional de Enfermagem e a documentação da prática pro-
fissional;
CONSIDERANDO que a operacionalização e documen-
SAE- Sistematização do Serviço de Enfermagem tação do Processo de Enfermagem evidencia a contribui-
ção da Enfermagem na atenção à saúde da população, au-
É uma atividade privativa do enfermeiro, que por meio mentando a visibilidade e o reconhecimento profissional;
de um método e estratégia de trabalho científico realiza a CONSIDERANDO resultados de trabalho conjunto ha-
identificação das situações de saúde, subsidiando a prescri- vido entre representantes do COFEN e da Subcomissão da
ção e implementação das ações de Assistência de enferma- Sistematização da Prática de Enfermagem e Diretoria da
gem, que possam contribuir para a promoção, prevenção, Associação Brasileira de Enfermagem, Gestão 2007-2010;
recuperação e reabilitação em saúde do indivíduo, família e CONSIDERANDO tudo o mais que consta nos autos
e comunidade. A SAE “Requer do enfermeiro interesse em do Processo nº 134/2009;
conhecer o paciente como indivíduo, utilizando para isto RESOLVE:
seus conhecimentos e habilidades, além de orientação e Art. 1º O Processo de Enfermagem deve ser realizado,
treinamento da equipe de enfermagem para a implemen- de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes,
tação das ações sistematizadas”. públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional
É um meio para o enfermeiro utilizar seus conhecimen- de Enfermagem.
tos técnico-científicos, mostrando a sua prática profissio- § 1º – os ambientes de que trata o caput deste artigo
nal. Os enfermeiros na sua grande maioria estão sobre- referem-se a instituições prestadoras de serviços de inter-
carregados com atividades administrativas, muitas vezes nação hospitalar, instituições prestadoras de serviços am-
levando metade de seu tempo gerenciando e coletando bulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações co-
informações. O exercício profissional fica ainda mais árduo, munitárias, fábricas, entre outros.
quando nos hospitais a relação enfermeiro/leitos ocupada , § 2º – quando realizado em instituições prestadoras de
faz com que o dia a dia do Enfermeiro, seja um desafio em serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, asso-
administrar seu tempo realizando tarefas com qualidade. ciações comunitárias, entre outros, o Processo de Saúde
de Enfermagem corresponde ao usualmente denominado
RESOLUÇÃO COFEN-358/2009 nesses ambientes como Consulta de Enfermagem. Art. 2º
O Processo de Enfermagem organiza-se em cinco etapas
Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfer- inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes:
magem e a implementação do Processo de Enfermagem em I – Coleta de dados de Enfermagem (ou Histórico de
ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado Enfermagem) – processo deliberado, sistemático e con-
profissional de Enfermagem, e dá outras providências tínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas va-
Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfer- riadas, que tem por finalidade a obtenção de informações
magem e a implementação do Processo de Enfermagem sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre
em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cui- suas respostas em um dado momento do processo saúde
dado profissional de Enfermagem, e dá outras providên- e doença.

27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

II – Diagnóstico de Enfermagem – processo de inter- d) os resultados alcançados como consequência das


pretação e agrupamento dos dados coletados na primeira ações ou intervenções de enfermagem realizadas.
etapa, que culmina com a tomada de decisão sobre os con- Art. 7º Compete ao Conselho Federal de Enfermagem e
ceitos diagnósticos de enfermagem que representam, com aos Conselhos Regionais de Enfermagem, no ato que lhes
mais exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletivi- couber, promover as condições, entre as quais, firmar con-
dade humana em um dado momento do processo saúde e vênios ou estabelecer parcerias, para o cumprimento desta
doença; e que constituem a base para a seleção das ações Resolução.
ou intervenções com as quais se objetiva alcançar os resul- Art. 8º Esta Resolução entra em vigor na data de sua
tados esperados. publicação, revogando-se as disposições contrárias, em es-
III – Planejamento de Enfermagem – determinação dos pecial, a Resolução COFEN nº 272/2002.
resultados que se espera alcançar; e das ações ou interven- Brasília-DF, 15 de outubro de 2009.
ções de enfermagem que serão realizadas face às respostas
da pessoa, família ou coletividade humana em um dado
momento do processo saúde e doença, identificadas na
etapa de Diagnóstico de Enfermagem. 10. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
IV – Implementação – realização das ações ou inter- ÀS URGÊNCIAS.
venções determinadas na etapa de Planejamento de En-
fermagem.
V – Avaliação de Enfermagem – processo deliberado,
sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas res- PORTARIA Nº 2048, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2002
postas da pessoa, família ou coletividade humana em um O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribui-
dado momento do processo saúde doença, para determi- ções legais,
nar se as ações ou intervenções de enfermagem alcança- Considerando que a área de Urgência e Emergência
ram o resultado esperado; e de verificação da necessidade constitui-se em um importante componente da assistência
de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de à saúde;
Enfermagem. Considerando o crescimento da demanda por servi-
Art. 3º O Processo de Enfermagem deve estar baseado ços nesta área nos últimos anos, devido ao aumento do
num suporte teórico que oriente a coleta de dados, o es- número de acidentes e da violência urbana e a insuficien-
tabelecimento de diagnósticos de enfermagem e o plane- te estruturação da rede assistencial, que têm contribuído
jamento das ações ou intervenções de enfermagem; e que decisivamente para a sobrecarga dos serviços de Urgência
forneça a base para a avaliação dos resultados de enferma- e Emergência disponibilizados para o atendimento da po-
gem alcançados. pulação;
Art. 4º Ao enfermeiro, observadas as disposições da Lei Considerando as ações já desenvolvidas pelo Ministé-
nº 7.498, de 25 de junho de 1986 e do Decreto nº 94.406, rio da Saúde que, em parceria com as Secretarias de Saúde
de 08 de junho de 1987, que a regulamenta, incumbe a dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, tem rea-
liderança na execução e avaliação do Processo de Enfer- lizado grandes esforços no sentido de implantar um pro-
magem, de modo a alcançar os resultados de enfermagem cesso de aperfeiçoamento do atendimento às urgências
esperados, cabendo-lhe, privativamente, o diagnóstico de e emergências no País, tanto pela criação de mecanismos
enfermagem acerca das respostas da pessoa, família ou para a implantação de Sistemas Estaduais de Referência
coletividade humana em um dado momento do processo Hospitalar em Atendimento às Urgências e Emergências
saúde e doença, bem como a prescrição das ações ou in- como pela realização de investimentos relativos ao custeio
tervenções de enfermagem a serem realizadas, face a essas e adequação física e de equipamentos dos serviços inte-
respostas. grantes destas redes, na área de assistência pré-hospitalar,
Art. 5º O Técnico de Enfermagem e o Auxiliar de Enfer- nas Centrais de Regulação, na capacitação de recursos hu-
magem, em conformidade com o disposto na Lei nº 7.498, manos, na edição de normas específicas para a área e na
de 25 de junho de 1986, e do Decreto 94.406, de 08 de efetiva organização e estruturação das redes assistenciais
junho de 1987, que a regulamenta, participam da execução na área de urgência e emergência;
do Processo de Enfermagem, naquilo que lhes couber, sob Considerando a necessidade de aprofundar o proces-
a supervisão e orientação do Enfermeiro. so de consolidação dos Sistemas Estaduais de Urgência e
Art. 6º A execução do Processo de Enfermagem deve Emergência, aperfeiçoar as normas já existentes e ampliar
ser registrada formalmente, envolvendo: o seu escopo e ainda a necessidade de melhor definir uma
a) um resumo dos dados coletados sobre a pessoa, fa- ampla política nacional para esta área, com a organização
mília ou coletividade humana em um dado momento do de sistemas regionalizados, com referências previamente
processo saúde e doença; pactuadas e efetivadas sob regulação médica, com hie-
b) os diagnósticos de enfermagem acerca das respos- rarquia resolutiva e responsabilização sanitária, universali-
tas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado dade de acesso, integralidade na atenção e equidade na
momento do processo saúde e doença; alocação de recursos e ações do Sistema de acordo com
c) as ações ou intervenções de enfermagem realizadas as diretrizes gerais do Sistema Único de Saúde e a Norma
face aos diagnósticos de enfermagem identificados; Operacional da Assistência à Saúde - NOAS-SUS 01/2002;

28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Considerando a grande extensão territorial do País, Art. 2º Determinar às Secretarias de Saúde dos estados,
que impõe distâncias significativas entre municípios de do Distrito Federal e dos municípios em Gestão Plena do
pequeno e médio porte e seus respectivos municípios de Sistema Municipal de Saúde, de acordo com as respecti-
referência para a atenção hospitalar especializada e de alta vas condições de gestão e a divisão de responsabilidades
complexidade, necessitando, portanto, de serviços inter- definida na Norma Operacional de Assistência à Saúde –
mediários em complexidade, capazes de garantir uma ca- NOAS-SUUS 01/2002, a adoção das providências neces-
deia de reanimação e estabilização para os pacientes gra- sárias à implantação dos Sistemas Estaduais de Urgência
ves e uma cadeia de cuidados imediatos e resolutivos para e Emergência, à organização das redes assistenciais deles
os pacientes agudos não-graves; integrantes e à organização/habilitação e cadastramento
Considerando a necessidade de ordenar o atendimen- dos serviços, em todas as modalidades assistenciais, que
to às Urgências e Emergências, garantindo acolhimento, integrarão estas redes, tudo em conformidade com o es-
primeira atenção qualificada e resolutiva para as pequenas tabelecido no Regulamento Técnico aprovado por esta
e médias urgências, estabilização e referência adequada Portaria, bem como a designação, em cada estado, do res-
dos pacientes graves dentro do Sistema Único de Saúde, pectivo Coordenador do Sistema Estadual de Urgência e
por meio do acionamento e intervenção das Centrais de Emergência.
Regulação Médica de Urgências; § 1º As Secretarias de Saúde dos estados e do Distri-
Considerando a expansão de serviços públicos e priva- to Federal devem estabelecer um planejamento de distri-
dos de atendimento préhospitalar móvel e de transporte buição regional dos Serviços, em todas as modalidades
inter-hospitalar e a necessidade de integrar estes serviços assistenciais, de maneira a constituir o Plano Estadual de
à lógica dos sistemas de urgência, com regulação médica e Atendimento às Urgências e Emergências conforme esta-
presença de equipe de saúde qualificada para as especifici- belecido no Capítulo I do Regulamento Técnico desta Por-
dades deste atendimento e a obrigatoriedade da presença taria e adotar as providências necessárias à organização/
do médico nos casos que necessitem suporte avançado à habilitação e cadastramento dos serviços que integrarão o
vida, e Sistema Estadual de Urgência e Emergência;
Considerando a necessidade de estimular a criação de § 2º A abertura de qualquer Serviço de Atendimento às
estruturas capazes de problematizar a realidade dos servi- Urgências e Emergências deverá ser precedida de consulta
ços e estabelecer o nexo entre trabalho e educação, de for- ao Gestor do SUS, de nível local ou estadual, sobre as nor-
ma a resgatar o processo de capacitação e educação con- mas vigentes, a necessidade de sua criação e a possibilida-
tinuada para o desenvolvimento dos serviços e geração de de de cadastramento do
impacto em saúde dentro de cada nível de atenção e ainda mesmo, sem a qual o SUS não se obriga ao cadastra-
de propor currículos mínimos de capacitação e habilitação mento.
para o atendimento às urgências, em face dos inúmeros § 3º Uma vez concluída a fase de Planejamento/Distri-
conteúdos programáticos e cargas horárias existentes no buição de Serviços conforme estabelecido no § 1º, confir-
país e que não garantem a qualidade do aprendizado, re- mada a necessidade do cadastramento e conduzido o pro-
solve: cesso de seleção de prestadores de serviço pelo Gestor do
Art. 1º Aprovar, na forma do Anexo desta Portaria, o SUS, o processo de cadastramento deverá ser formalizado
Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência pela Secretaria de Saúde do estado, do Distrito Federal ou
e Emergência. do município em Gestão Plena do Sistema Municipal, de
§ 1º O Regulamento ora aprovado estabelece os prin- acordo com as respectivas condições de gestão e a divisão
cípios e diretrizes dos Sistemas Estaduais de Urgência e de responsabilidades estabelecida na Norma Operacional
Emergência, as normas e critérios de funcionamento, classi- de Assistência à Saúde – NOAS-SUS 01/2002.
ficação e cadastramento de serviços e envolve temas como § 4º O Processo de Cadastramento deverá ser instruído com:
a elaboração dos Planos Estaduais de Atendimento às Ur- a - Documentação comprobatória do cumprimento das
gências e Emergências, Regulação Médica das Urgências exigências estabelecidas no Regulamento Técnico aprova-
e Emergências, atendimento pré-hospitalar, atendimento do por esta Portaria.
pré-hospitalar móvel, atendimento hospitalar, transporte b - Relatório de Vistoria – a vistoria deverá ser realizada
inter-hospitalar e ainda a criação de Núcleos de Educação “in loco” pela Secretaria de Saúde responsável pela forma-
em Urgências e proposição de grades curriculares para ca- lização do Processo de Cadastramento que avaliará as con-
pacitação de recursos humanos da área; dições de funcionamento do Serviço para fins de cadas-
§ 2º Este Regulamento é de caráter nacional devendo tramento: área física, recursos humanos, responsabilidade
ser utilizado pelas Secretarias de Saúde dos estados, do técnica e demais exigências estabelecidas nesta Portaria;
Distrito Federal e dos municípios na implantação dos Sis- c - Parecer Conclusivo do Gestor – manifestação ex-
temas Estaduais de Urgência e Emergência, na avaliação, pressa, firmada pelo Secretário da Saúde, em relação ao
habilitação e cadastramento de serviços em todas as mo- cadastramento. No caso de Processo formalizado por Se-
dalidades assistenciais, sendo extensivo ao setor privado cretaria Municipal de Saúde de município em Gestão Plena
que atue na área de urgência e emergência, com ou sem do Sistema Municipal de Saúde, deverá constar, além do
vínculo com a prestação de serviços aos usuários do Siste- parecer do gestor local, o parecer do gestor estadual do
ma Único de Saúde. SUS, que será responsável pela integração do Centro à rede
estadual e a definição dos fluxos de referência e contra-re-

29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

ferência dos pacientes. BARJAS NEGRI


§ 5º Uma vez emitido o parecer a respeito do cadastra- ANEXO
mento pelo(s) Gestor(es) do SUS e se o mesmo for favorá- SISTEMAS ESTADUAIS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
vel, o Processo deverá ser encaminhado da seguinte forma: REGULAMENTO TÉCNICO
a - Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar, Pré-Hospita-
lar Móvel, e Hospitalar de Unidades Gerais de Tipo I ou II – o INTRODUÇÃO
cadastramento deve ser efetivado pelo próprio gestor do SUS;
b - Unidades de Referência Hospitalar em Atendimento A área de Urgência e Emergência constitui-se em um
às Urgências e Emergências de Tipo I, II ou III – remeter o importante componente da assistência à saúde. A crescen-
processo para análise ao Ministério da Saúde/SAS, que o te demanda por serviços nesta área nos últimos anos, de-
avaliará e, uma vez aprovado o cadastramento, a Secretaria vida ao crescimento do número de acidentes e da violência
de Assistência à Saúde tomará as providências necessárias urbana e à insuficiente estruturação da rede são fatores
à sua publicação. que têm contribuído decisivamente para a sobrecarga de
Art. 3º Alterar o Artigo 2º da Portaria GM/MS nº 479, serviços de Urgência e Emergência disponibilizados para
de 15 de abril de 1999, que estabelece os critérios para o atendimento da população. Isso tem transformado esta
a classificação e inclusão dos hospitais nos Sistemas Esta- área numa das mais problemáticas do Sistema de Saúde.
duais de Referência Hospitalar em Atendimento de Urgên- O aumento dos casos de acidentes e violência tem for-
cias e Emergência, que passa a ter a redação dada pelo te impacto sobre o SUS e o conjunto da sociedade. Na as-
contido no Capítulo V do Regulamento Técnico constante sistência, este impacto pode ser medido diretamente pelo
do Anexo desta Portaria no que diz respeito às Unidades aumento dos gastos realizados com internação hospitalar,
Hospitalares de Referência em Atendimento às Urgências e assistência em UTI e a alta taxa de permanência hospitalar
Emergências de Tipo I, II e III. deste perfil de pacientes. Na questão social, pode ser veri-
§ 1º Ficam mantidos todos os demais Artigos e pará- ficado pelo aumento de 30% no índice APVP (Anos Poten-
grafos da Portaria GM/MS nº 479, de 15 de abril de 1999; ciais de Vida Perdidos) em relação a acidentes e violências
§ 2º Ficam convalidados todos os atos que tenham sido
nos últimos anos, enquanto que por causas naturais este
praticados até a presente data relacionados com a classi-
dado encontra-se em queda.
ficação, cadastramento e inclusão de hospitais nos Siste-
A assistência às urgências se dá, ainda hoje, predomi-
mas Estaduais de Referência Hospitalar em Atendimento
nantemente nos “serviços” que funcionam exclusivamente
de Urgências e Emergências, com base no estabelecido na
para este fim – os tradicionais pronto-socorros – estando
Portaria GM/MS nº 479, de 15 de abril de 1999;
estes adequadamente estruturados e equipados ou não.
§ 3º A partir da publicação da presente Portaria, a clas-
Abertos nas 24 horas do dia, estes serviços acabam por
sificação, cadastramento e inclusão de novas Unidades
funcionar como “porta-de-entrada” do sistema de saúde,
Hospitalares de Referência em Atendimento às Urgências
e Emergências de Tipo I, II ou III deverá se dar em cum- acolhendo pacientes de urgência propriamente dita, pa-
primento ao estabelecido no Capítulo V do Regulamento cientes com quadros percebidos como urgências, pacien-
Técnico ora aprovado e no Artigo 2º desta Portaria. tes desgarrados da atenção primária e especializada e as
Art. 4° Determinar à Secretaria de Assistência à Saú- urgências sociais. Tais demandas misturam-se nas unidades
de, dentro de seus respectivos limites de competência, a de urgência superlotando-as e comprometendo a qualida-
adoção das providências necessárias à plena aplicação das de da assistência prestada à população. Esta realidade as-
recomendações contidas no texto ora aprovado. sistencial é, ainda, agravada por problemas organizacionais
Art. 5º Estabelecer o prazo de 2 (dois) anos para a adap- destes serviços como, por exemplo, a falta de triagem de
tação dos serviços de atendimento às urgências e emergên- risco, o que determina o atendimento por ordem de che-
cias já existentes e em funcionamento, em todas as modali- gada sem qualquer avaliação prévia do caso, acarretando,
dades assistenciais, às normas e critérios estabelecidos pelo muitas vezes, graves prejuízos aos pacientes. Habitualmen-
Regulamento Técnico aprovado por esta Portaria. te, as urgências “sangrantes” e ruidosas são priorizadas,
§ 1º As Secretarias de Saúde dos estados, do Distri- mas, infelizmente, é comum que pacientes com quadros
to Federal e dos municípios em Gestão Plena do Sistema mais graves permaneçam horas aguardando pelo atendi-
Municipal, devem, dentro do prazo estabelecido, adotar mento de urgência, mesmo já estando dentro de um ser-
as providências necessárias para dar pleno cumprimento viço de urgência. Como exemplo desta situação pode-se
ao disposto nesta Portaria e classificar, habilitar e cadastrar citar o caso de um idoso com doença pulmonar obstruti-
os serviços de atendimento às urgências e emergências já va crônica em episódio de agudização cursando com in-
existentes e em funcionamento; suficiência http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/
§ 2º Para a classificação, habilitação e cadastramento Port2002/Gm/GM-2048.htm (5 of 147)27/08/2010 09:27:21
de novos serviços de atendimento às urgências e emer- Nova pagina 1 respiratória ou, ainda, uma importante arrit-
gências, em qualquer modalidade assistencial, esta Portaria mia cardíaca cursando com hipoxemia.
tem efeitos a contar de sua publicação. Outra situação preocupante para o sistema de saúde
Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua pu- é a verificada “proliferação” de unidades de “pronto aten-
blicação, revogando a Portaria GM/MS nº 814, de 01 de dimento” que oferecem atendimento médico nas 24 horas
junho de 2001. do dia, porém sem apoio para elucidação diagnóstica, sem

30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

equipamentos e materiais para adequada atenção às ur- CAPÍTULO I


gências e, ainda, sem qualquer articulação com o restante PLANO ESTADUAL DE ATENDIMENTO
da rede assistencial. Embora cumprindo papel no escoa- ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS
mento das demandas reprimidas não satisfeitas na atenção
primária, estes serviços oferecem atendimentos de baixa O Sistema Estadual de Urgência e Emergência deve se
qualidade e pequena resolubilidade, que implicam em re- estruturar a partir da leitura ordenada das necessidades so-
petidos retornos e enorme produção de “consultas de ur- ciais em saúde e sob o imperativo das necessidades huma-
gência”. nas nas urgências. O diagnóstico destas necessidades deve
O Ministério da Saúde, ciente dos problemas existentes ser feito a partir da observação e da avaliação dos territó-
e, em parceria com as Secretarias de Saúde dos estados e rios sociais com seus diferentes grupos humanos, da utili-
municípios, tem contribuído decididamente para a reversão zação de dados de morbidade e mortalidade disponíveis e
deste quadro amplamente desfavorável à assistência da da observação das doenças emergentes. Deve-se também
população. Diversas medidas já foram adotadas, das quais compor um quadro detalhado dos recursos existentes, le-
vando-se em consideração sua quantidade, localização,
podemos destacar aquelas reunidas no Programa de Apoio
acesso, complexidade, capacidade operacional e técnica.
à Implantação de Sistemas Estaduais de Referência Hos-
Do confronto das necessidades diagnosticadas com as
pitalar em Atendimento de Urgência e Emergência. Além
ofertas existentes, poderemos visualizar as deficiências do
de realizar investimentos relativos ao custeio e adequação
sistema e projetar suas correções, num processo de plane-
física e de equipamentos dos serviços integrantes destas jamento ascendente e dinâmico, sustentado por políticas
redes, na área de assistência pré-hospitalar, nas Centrais de públicas orientadas pela equidade e permeadas pela idéia
Regulação e de promover a capacitação de recursos huma- da promoção intersetorial da saúde, como forma de man-
nos, grandes esforços têm sido empreendidos na efetiva ter e aumentar a autonomia dos indivíduos, através das
organização e estruturação das redes assistenciais na área ações de prevenção das doenças, educação, proteção e
de urgência e emergência. recuperação da saúde e reabilitação dos indivíduos já aco-
Com o objetivo de aprofundar este processo de conso- metidos por agravos que afetaram, em alguma medida, sua
lidação dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, autonomia. É imprescindível que estes diagnósticos sejam
aperfeiçoando as normas já existentes e ampliando o seu amplamente discutidos com todos os atores sociais envol-
escopo, é que está sendo publicado o presente Regula- vidos na promoção, prevenção, atenção e recuperação aos
mento Técnico. A implantação de redes regionalizadas e agravos à saúde, como conselhos de saúde, gestores de
hierarquizadas de atendimento, além de permitir uma me- saúde, trabalhadores da saúde, prestadores de serviços,
lhor organização da assistência, articular os serviços, defi- usuários, conselhos de classe, educação, promoção social,
nir fluxos e referências resolutivas é elemento indispensável segurança social, transportes e outros.
para que se promova a universalidade do acesso, a equi- O Sistema Estadual de Urgência e Emergência deve
dade na alocação de recursos e a integralidade na atenção ser implementado dentro de uma estratégia de “Promo-
prestada. Assim, torna-se imperativo estruturar os Sistemas ção da Qualidade de Vida” como forma de enfrentamen-
Estaduais de Urgência e Emergência de forma a envolver to das causas das urgências. Deve valorizar a prevenção
toda a rede assistencial, desde a rede pré-hospitalar, (uni- dos agravos e a proteção da vida, gerando uma mudança
dades básicas de saúde, programa de saúde da família de perspectiva assistencial – de uma visão centrada nas
(PSF), ambulatórios especializados, serviços de diagnóstico consequências dos agravos que geram as urgências, para
e terapias, unidades não hospitalares), serviços de atendi- uma visão integral e integrada , com uma abordagem to-
mento pré-hospitalar móvel (SAMU, Resgate, ambulâncias talizante e que busque gerar autonomia para indivíduos
do setor privado, etc.), até a rede hospitalar de alta com- e coletividades. Assim, deve ser englobada na estratégia
promocional a proteção da vida, a educação para a saúde
plexidade, capacitando e responsabilizando cada um des-
e a prevenção de agravos e doenças, além de se dar novo
tes componentes da rede assistencial pela atenção a uma
significado à assistência e à reabilitação. As urgências por
determinada parcela da demanda de urgência, respeitados
causas externas são as mais sensíveis a este enfoque, mas
os limites de sua complexidade e capacidade de resolução.
não exclusivamente. As urgências clínicas de todas as or-
Estes diferentes níveis de atenção devem relacionar-se de dens também se beneficiam da estratégia promocional.
forma complementar por meio de mecanismos organiza- Feita a leitura qualificada da estrutura e deficiências
dos e regulados de referência e contra referência, sendo do setor, deve ser elaborado um Plano Estadual de Atendi-
de fundamental importância que cada serviço se reco- mento às Urgências e Emergências que deve estar contido
nheça como parte integrante deste Sistema, acolhendo e no Plano Diretor de Regionalização (PDR), com programa-
atendendo adequadamente a parcela da demanda que lhe ção de ações corretivas com respectivo cronograma de
acorre e se responsabilizando pelo encaminhamento desta execução e planilha de custos, destinados à correção das
clientela quando a unidade não tiver os recursos necessá- deficiências encontradas na estruturação das grades assis-
rios a tal atendimento. tenciais regionalizadas e hierarquizadas, que serão discu-
tidas, avaliadas e priorizadas a fim de comporem o Plano
Diretor de Investimentos (PDI).

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

A elaboração dos referidos planos deve estar baseada na CAPÍTULO II


proposta de estruturação das redes regionalizadas de atenção A REGULAÇÃO MÉDICA DAS URGÊNCIAS
da NOAS 01/2002, segundo as seguintes atribuições / comple- E EMERGÊNCIAS
xidade / distribuição:
1 - Municípios que realizam apenas a atenção básica (PAB): A Regulação Médica das Urgências, baseada na implan-
devem se responsabilizar pelo acolhimento dos pacientes com tação de suas Centrais de Regulação, é o elemento orde-
quadros agudos de menor complexidade, principalmente nador e orientador dos Sistemas Estaduais de Urgência e
aqueles já vinculados ao serviço. Suas atribuições e estrutura- Emergência. As Centrais, estruturadas nos níveis estadual,
ção estão especificadas no Capítulo III – item 1 do presente regional e/ou municipal, organizam a relação entre os vá-
Regulamento. rios serviços, qualificando o fluxo dos pacientes no Sistema
2 - Municípios Satélite, que realizam a atenção básica e geram uma porta de comunicação aberta ao público em
ampliada (PABA): devem desempenhar a mesma função dos geral, através da qual os pedidos de socorro são recebidos,
municípios PAB, além de contar com área física específica para avaliados e hierarquizados.
observação de pacientes, até 8 horas. Como já mencionado, as necessidades imediatas da
3 - Municípios Sede de Módulo Assistencial, que realizam população ou necessidades agudas ou de urgência, são
a atenção básica ampliada (PABA) e os procedimentos hospi- pontos de pressão
talares e diagnósticos mínimos da média complexidade (M1): por respostas rápidas. Então o Sistema deve ser capaz
devem contar, além das estruturas já mencionadas acima, com de acolher a clientela, prestando-lhe atendimento e redi-
Unidades Não Hospitalares de Atendimento às Urgências, con- recionando-a para os locais adequados à continuidade do
forme especificações do Capítulo III – item 2 e/ou Unidades Hos- tratamento, através do trabalho integrado das Centrais de
pitalares Gerais de Tipo I, conforme especificações do Capítulo Regulação Médica de Urgências com outras Centrais de Re-
V – item I-A-a. Neste nível assistencial, devem ser constituídos gulação -de leitos hospitalares, procedimentos de alta com-
os Serviços de Atendimento Pré-hospitalar Móvel, de caráter plexidade, exames complementares, internações e atendi-
municipal ou modular, e/ou Serviço de Transporte Inter-hospi- mentos domiciliares, consultas espeializadas, consultas na
talar, para garantir o acesso aos serviços de maior complexidade rede básica de saúde, assistência social, transporte sanitário
dos pólos microrregionais, macrorregionais e estaduais. não urgente, informações e outros serviços e instituições,
4 - Municípios Pólo Microrregional, que realizam procedi- como por exemplo, as Polícias Militares e a Defesa Civil.
mentos médios da média complexidade (M2): devem contar, Estas centrais, obrigatoriamente interligadas entre si,
além das estruturas já mencionadas acima, com Unidades Hos- constituem um verdadeiro complexo regulador da assistên-
pitalares Gerais de Tipo II, conforme especificações do Capítulo cia, ordenador dos fluxos gerais de necessidade/resposta,
V – item I-A-b. Neste nível assistencial, devem ser estruturados que garante ao usuário do SUS a multiplicidade de respos-
Serviços de Atendimento Pré-hospitalar Móvel municipais ou tas necessárias à satisfação de suas necessidades.
microrregionais, dependendo das densidades populacionais e As Centrais de Regulação Médica de Urgências devem
distâncias observadas. ser implantadas, de acordo com o definido no Anexo II da
5 - Municípios Pólo Regional, que realizam os demais proce- Portaria SAS/MS nº 356, de 22 de setembro de 2000. Da
dimentos mais complexos da média complexidade (M3): devem mesma forma, as Secretarias de Saúde dos estados e do
contar, além das estruturas já mencionadas acima, com Unidades Distrito Federal devem elaborar o Plano Estadual de Regu-
Hospitalares de Referência Tipo I e II, conforme especificações lação das Urgências e Emergências, podendo para tanto,
do Capítulo V – item I-B-a e I-B-b. Neste nível devem ser es- observadas as especificidades da área a ser regulada, con-
truturadas as Centrais Reguladoras Regionais de Urgências, que tidas no presente Capítulo, utilizar o modelo de Roteiro es-
vão ordenar os fluxos entre as micro e macro regiões, devendo tabelecido para o Plano Estadual de Regulação Obstétrica e
o transporte inter-hospitalar ser garantido pelo Serviço de Aten- Neonatal definido no Anexo III da Portaria SAS/MS nº 356,
dimento Pré-hospitalar móvel da micro/macro região solicitante. de 22 de setembro de 2000.
6 - Municípios Pólo Estadual, que realizam procedimentos Ao médico regulador devem ser oferecidos os meios
de Alta Complexidade: devem contar, além das estruturas já necessários, tanto de recursos humanos, como de equipa-
mencionadas acima, com Unidades Hospitalares de Referência mentos, para o bom exercício de sua função, incluída toda
Tipo III, conforme as especificações do Capítulo V – item I-B-c. a gama de respostas préhospitalares previstas neste Regu-
Devem também ter estruturadas as Centrais Estaduais de Re- lamento e portas de entrada de urgências com hierarquia
gulação, que vão ordenar os fluxos estaduais ou inter-estaduais resolutiva previamente definida e pactuada, com atribuição
da alta complexidade. formal de responsabilidades.
7 - Salas de Estabilização: após a estruturação da rede 1 - Atribuições da Regulação Médica das Urgências e
assistencial acima mencionada, devem ser cuidadosamente Emergências:
observados os claros assistenciais ainda existentes, devidos a 1.1 - Técnicas:
grandes distâncias, como ao longo das estradas e em regiões A competência técnica do médico regulador se sintetiza
muito carentes, e nestas localidades devem ser estruturadas sa- em sua capacidade de “julgar”, discernindo o grau presu-
las ou bases de estabilização, que devem ser estruturadas com, mido de urgência e prioridade de cada caso, segundo as
no mínimo, o mesmo material e medicamentos especificados informações disponíveis, fazendo ainda o enlace entre os
para a atenção primária à saúde e que devem contar com reta- diversos níveis assistenciais do sistema, visando dar a me-
guarda ininterrupta de profissional treinado para o atendimen- lhor resposta possível para as necessidades dos pacientes.
to e estabilização dos quadros de urgências mais frequentes. Assim, deve o médico regulador:

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

- julgar e decidir sobre a gravidade de um caso que lhe - participar de programa de educação continuada para
está sendo comunicado por rádio ou telefone, estabele- suas tarefas; - velar para que todos os envolvidos na aten-
cendo uma gravidade presumida; ção pré-hospitalar observem, rigorosamente, a ética e o
- enviar os recursos necessários ao atendimento, consi- sigilo profissional, mesmo nas comunicações radiotelefôni-
derando necessidades e ofertas disponíveis; cas; - manter-se nos limites do sigilo e da ética médica ao
- monitorar e orientar o atendimento feito por outro atuar como porta-voz em situações de interesse público.
profissional de saúde habilitado (médico intervencionista, 1.2 - Gestoras:
enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem), por profis- Ao médico regulador também competem funções ges-
sional da área de segurança ou bombeiro militar (no limite toras– tomar a decisão gestora sobre os meios disponíveis,
das competências desses profissionais) ou ainda por leigo devendo possuir delegação direta dos gestores municipais
que se encontre no local da situação de urgência; - definir e estaduais para acionar tais meios, de acordo com seu jul-
e acionar o serviço de destino do paciente, informando-o gamento. Assim, o médico regulador deve:
sobre as condições e previsão de chegada do mesmo, su- - decidir sobre qual recurso deverá ser mobilizado
gerindo os meios necessários ao seu acolhimento; frente a cada caso, procurando, entre as disponibilidades a
- julgar a necessidade ou não do envio de meios mó- resposta mais adequada a cada situação, advogando assim
veis de atenção. Em caso negativo, o médico deve explicar pela melhor resposta necessária a cada paciente, em cada
sua decisão e esclarecer o demandante do socorro quanto situação sob o seu julgamento; - decidir sobre o destino
a outras medidas a serem adotadas, por meio de orienta- hospitalar ou ambulatorial dos pacientes atendidos no pré
ção ou conselho médico, que permita ao solicitante assu- -hospitalar;
mir cuidados ou buscá-los em local definido pelo médico - decidir os destinos hospitalares não aceitando a ine-
regulador; xistência de leitos vagos como argumento para não dire-
- reconhecer que, como a atividade do médico regula- cionar os pacientes para a melhor hierarquia disponível
dor envolve o exercício da telemedicina, impõese a grava- em termos de serviços de atenção de urgências, ou seja,
ção contínua das comunicações, o correto preenchimento garantir o atendimento nas urgências, mesmo nas situa-
ções em que inexistam leitos vagos para a internação de
das fichas médicas de regulação, das fichas de atendimen-
pacientes (a chamada “vaga zero” para internação). Deve-
to médico e de enfermagem, e o seguimento de protocolos
rá decidir o destino do paciente baseado na planilha de
institucionais consensuados e normatizados que definam
hierarquias pactuada e disponível para a região e nas in-
os passos e as bases para a decisão do regulador;
formações periodicamente atualizadas sobre as condições
- estabelecer claramente, em protocolo de regulação,
de atendimento nos serviços de urgência, exercendo as
os limites do telefonista auxiliar de regulação médica, o
prerrogativas de sua autoridade para alocar os pacientes
qual não pode, em hipótese alguma, substituir a prerroga-
dentro do sistema regional, comunicando sua decisão aos
tiva de decisão médica e seus desdobramentos, sob pena
médicos assistentes das portas de urgência;
de responsabilização posterior do médico regulador; - o médico regulador de urgências regulará as portas
- definir e pactuar a implantação de protocolos de in- de urgência, considerando o acesso a leitos como uma se-
tervenção médica pré-hospitalar, garantindo perfeito en- gunda etapa que envolverá a regulação médica das trans-
tendimento entre o médico regulador e o intervencionista, ferências inter hospitalares, bem como das internações;
quanto aos elementos de decisão e intervenção, objetivi- - acionar planos de atenção a desastres que estejam
dade nas comunicações e precisão nos encaminhamentos pactuados com os outros interventores, frente a situações
decorrentes; excepcionais, coordenando o conjunto da atenção médica
- monitorar o conjunto das missões de atendimento de urgência;
e as demandas pendentes; - registrar sistematicamente os - requisitar recursos públicos e privados em situações
dados das regulações e missões, pois como frequentemen- excepcionais, com pagamento ou contrapartida a posterio-
te o médico regulador irá orientar o atendimento por radio- ri, conforme pactuação a ser realizada com as autoridades
telefonia (sobretudo para os profissionais de enfermagem), competentes;
os protocolos correspondentes deverão estar claramente - exercer a autoridade de regulação pública das urgên-
constituídos e a autorização deverá estar assinada na ficha cias sobre a atenção pré-hospitalar móvel privada, sempre
de regulação médica e no boletim/ficha de atendimento que esta necessitar conduzir pacientes ao setor públi-
pré-hospitalar; co, sendo o pré-hospitalar privado responsabilizado pelo
- saber com exatidão as capacidades/habilidades da transporte e atenção do paciente até o seu destino defini-
sua equipe de forma a dominar as possibilidades de pres- tivo no Sistema;
crição/orientação/intervenção e a fornecer dados que per- - contar com acesso às demais centrais do Complexo
mitam viabilizar programas de capacitação/revisão que Regulador, de forma que possa ter as informações neces-
qualifiquem/habilitem os intervenientes; sárias e o poder de dirigir os pacientes para os locais mais
- submeter-se à capacitação específica e habilitação adequados, em relação às suas necessidades.
formal para a função de regulador e acumular, também, ca- 2 - Regulação do Setor Privado de Atendimento Pré
pacidade e experiência na assistência médica em urgência, -Hospitalar Móvel (incluídas as concessionárias de rodo-
inclusive na intervenção do pré- hospitalar móvel; vias):

33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

O Setor privado de atendimento pré-hospitalar das ur- Não se pode admitir que um paciente em acompanha-
gências e emergências deve contar, obrigatoriamente, com mento em uma unidade básica de saúde, por exemplo, por
Centrais de Regulação Médica, médicos reguladores e de hipertensão arterial, quando acometido por uma crise hi-
intervenção, equipe de enfermagem e assistência técnica pertensiva, não seja acolhido na unidade em que habitual-
farmacêutica (para os casos de serviços de atendimentos mente faz tratamento. Nesta situação se aplicaria o verda-
clínicos). Estas Centrais de Regulação privadas devem ser deiro conceito de pronto atendimento, pois, numa unidade
submetidas à regulação pública, sempre que suas ações ul- onde o paciente tem prontuário e sua história pregressa
trapassarem os limites estritos das instituições particulares e atual são conhecidas, é possível fazer um atendimento
não-conveniadas ao Sistema Único de Saúde - SUS, inclu- rápido e de qualidade, com avaliação e re-adequação da
sive nos casos de medicalização de assistência domiciliar terapêutica dentro da disponibilidade medicamentosa da
nãourgente. unidade. Quando este paciente não é acolhido em sua uni-
3 – Regulação Médica de Outras Entidades/Corpora- dade, por ausência do profissional médico, por falta de va-
ções/Organizações Os Corpos de Bombeiros Militares (in- gas na agenda ou por qualquer outra razão e recorre a uma
cluídas as corporações de bombeiros independentes e as unidade de urgência como única possibilidade de acesso, é
vinculadas às Polícias Militares), as Polícias Rodoviárias e atendido por profissionais que, muitas vezes, possuem vín-
outras organizações da Área de Segurança Pública deve- culo temporário com sistema, não conhecem a rede loco
rão seguir os critérios e os fluxos definidos pela regulação regional e suas características funcionais e, frequentemen-
médica das urgências do SUS, conforme os termos deste te, prescrevem medicamentos não disponíveis na rede SUS
Regulamento. e de alto custo . Assim, o paciente não usa a nova medica-
ção que lhe foi prescrita porque não pode adquiri-la e, tão
CAPÍTULO III pouco, usa a medicação anteriormente prescrita e dispo-
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR FIXO nível na unidade de saúde, pois não acredita que esta seja
suficiente para controlar sua pressão. Esta situação proble-
O Atendimento Pré-Hospitalar Fixo é aquela assistên- ma é apenas ilustrativa de uma grande gama de situações
semelhantes, que acontecem diariamente, não apenas com
cia prestada, num primeiro nível de atenção, aos pacientes
hipertensos, mas com diabéticos, pacientes portadores de
portadores de quadros agudos, de natureza clínica, trau-
dor aguda e/ou crônica, cardiopatas, portadores de doen-
mática ou ainda psiquiátrica, que possa levar a sofrimento,
ça pulmonar obstrutiva crônica, mulheres em acompanha-
sequelas ou mesmo à morte, provendo um atendimento
mento ginecológico e/ou obstétrico, crianças em programa
e/ou transporte adequado a um serviço de saúde hierar-
de puericultura e etc.
quizado, regulado e integrante do Sistema Estadual de
1.2 - Capacitação de Recursos Humanos
Urgência e Emergência. Este atendimento é prestado por
É de conhecimento geral que os aparelhos formado-
um conjunto de unidades básicas de saúde, unidades do
res oferecem insuficiente formação para o enfrentamento
Programa de Saúde da Família (PSF), Programa de Agentes
das urgências. Assim, é comum que profissionais da saúde,
Comunitários de Saúde (PACS), ambulatórios especializa- ao se depararem com uma urgência de maior gravidade,
dos, serviços de diagnóstico e terapia, unidades nãohospi- tenham o impulso de encaminhá-la rapidamente para uni-
talares de atendimento às urgências e emergências e pelos dade de maior complexidade, sem sequer fazer uma ava-
serviços de atendimento pré-hospitalar móvel (que serão liação prévia e a necessária estabilização do quadro, por in-
abordados no Capítulo IV). segurança e desconhecimento de como proceder. Assim, é
1 - AS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS E A ATENÇÃO PRI- essencial que estes profissionais estejam qualificados para
MÁRIA À SAÚDE E O PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA este enfrentamento, se quisermos imprimir efetividade em
As atribuições e prerrogativas das unidades básicas de sua atuação.
saúde e das unidades de saúde da família em relação ao 1.3 - Estruturação dos Recursos Físicos Todas estas uni-
acolhimento/atendimento das urgências de baixa gravi- dades devem ter um espaço devidamente abastecido com
dade/complexidade devem ser desempenhadas por todos medicamentos e materiais essenciais ao primeiro atendi-
os municípios brasileiros, independentemente de estarem mento/estabilização de urgências que ocorram nas proxi-
qualificados para atenção básica (PAB) ou básica ampliada midades da unidade ou em sua área de abrangência e/ou
(PABA), conforme detalhamento abaixo: sejam para elas encaminhadas, até a viabilização da trans-
1.1 - Acolhimento dos Quadros Agudos: ferência para unidade de maior porte, quando necessário.
Dentro da concepção de reestruturação do modelo A definição deste espaço é fundamental, pois, quando
assistencial atualmente preconizado, inclusive com a im- do recebimento de uma urgência (o que pode acontecer
plementação do Programa de Saúde da Família, é funda- com pouca frequência neste tipo de unidade, mas que cer-
mental que a atenção primária e o Programa de Saúde da tamente ocorrerá algumas vezes), é obrigatório que a equi-
Família se responsabilizem pelo acolhimento dos pacientes pe saiba em qual ambiente da unidade encontram-se os
com quadros agudos ou crônicos agudizados de sua área equipamentos, materiais e medicamentos necessários ao
de cobertura ou adstrição de clientela, cuja complexidade atendimento. Numa insuficiência respiratória, parada car-
seja compatível com este nível de assistência. díaca, crise convulsiva ou outras situações que necessitem
de cuidado imediato, não se pode perder tempo “procu-

34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

rando” um local ou equipamentos, materiais e medicamen- São estruturas de complexidade intermediária entre as
tos necessários ao atendimento. Além disso, unidades de unidades básicas de saúde e unidades de saúde da família
saúde de sistemas municipais qualificados para a atenção e as Unidades Hospitalares de Atendimento às Urgências e
básica ampliada (PABA) deverão possuir área física especi- Emergências, com importante potencial de complacência
ficamente destinada ao atendimento de urgências e sala da enorme demanda que hoje se dirige aos pronto so-
para observação de pacientes até 8 horas. Materiais: Ambú corros, além do papel ordenador dos fluxos da urgência.
adulto e infantil com máscaras, jogo de cânulas de Guedel Assim, têm como principais missões: ·
(adulto e infantil), sondas de aspiração, Oxigênio, Aspirador Atender aos usuários do SUS portadores de quadro
portátil ou fixo, material para punção venosa, material para clínico agudo de qualquer natureza, dentro dos limites
curativo, material para pequenas suturas, material para estruturais da unidade e, em especial, os casos de baixa
imobilizações (colares, talas, pranchas). complexidade, à noite e nos finais de semana, quando a
Medicamentos: Adrenalina, Água destilada, Aminofili- rede básica e o Programa de Saúde da Família não estão
na, Amiodarona, Atropina, Brometo de Ipratrópio, Cloreto ativos;
de potássio, Cloreto de sódio, Deslanosídeo, Dexametaso- · Descentralizar o atendimento de pacientes com qua-
na, Diazepam, Diclofenaco de Sódio, Dipirona, Dobutamina, dros agudos de média complexidade;
Dopamina, Epinefrina, Escopolamina (hioscina), Fenitoína, · Dar retaguarda às unidades básicas de saúde e de
Fenobarbital, Furosemida, Glicose, Haloperidol, Hidantoína, saúde da família; · Diminuir a sobrecarga dos hospitais de
Hidrocortisona, Insulina, Isossorbida, Lidocaína, Meperidi- maior complexidade que hoje atendem esta demanda;
na, Midazolan, Ringer Lactato, Soro Glico-Fisiologico, Soro · Ser entreposto de estabilização do paciente crítico
Glicosado. para o serviço de atendimento pré-hospitalar móvel.
1.4 - Estruturação da Grade de Referência É fundamen- · Desenvolver ações de saúde através do trabalho de
tal que as unidades possuam uma adequada retaguarda equipe interdisciplinar, sempre que necessário, com o ob-
pactuada para o referenciamento daqueles pacientes que, jetivo de acolher, intervir em sua condição clínica e referen-
uma vez acolhidos, avaliados e tratados neste primeiro ní- ciar para a rede básica de saúde, para a rede especializada
vel de assistência, necessitem de cuidados disponíveis em
ou para internação hospitalar, proporcionando uma conti-
serviços de outros níveis de complexidade. Assim, media-
nuidade do tratamento com impacto positivo no quadro
dos pela respectiva Central de Regulação, devem estar cla-
de saúde individual e coletivo da população usuária (bene-
ramente definidos os fluxo e mecanismos de transferência
ficiando os pacientes agudos e não-agudos e favorecendo,
dos pacientes que necessitarem de outros níveis de com-
pela continuidade do acompanhamento, principalmente
plexidade da rede assistencial, de forma a garantir seu en-
os pacientes com quadros crônico-degenerativos, com a
caminhamento, seja para unidades não hospitalares, pron-
prevenção de suas agudizações frequentes);
to socorros, ambulatórios de especialidades ou unidades
· Articular-se com unidades hospitalares, unidades de
de apoio diagnóstico e terapêutico. Além disso, devem ser
adotados mecanismos para a garantia de transporte para apoio diagnóstico e terapêutico, e com outras instituições
os casos mais graves, que não possam se deslocar por con- e serviços de saúde do sistema loco regional, construindo
ta própria, através do serviço de atendimento pré-hospi- fluxos coerentes e efetivos de referência e contra-referên-
talar móvel, onde ele existir, ou outra forma de transporte cia;
que venha a ser pactuada. · Ser observatório do sistema e da saúde da população,
subsidiando a elaboração de estudos epidemiológicos e a
2 - UNIDADES NÃO-HOSPITALARES DE ATENDI- construção de indicadores de saúde e de serviço que con-
MENTO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS tribuam para a avaliação e planejamento da atenção inte-
gral às urgências, bem como de todo o sistema de saúde.
Estas unidades, que devem funcionar nas 24 horas do 2.2 - Dimensionamento e Organização Assistencial
dia, devem estar habilitadas a prestar assistência corres- Estas Unidades devem contar, no mínimo, com equipe
pondente ao primeiro nível de assistência da média com- de saúde composta por médico e enfermeiro nas 24 ho-
plexidade (M1). Pelas suas características e importância ras para atendimento contínuo de clínica médica e clínica
assistencial, os gestores devem desenvolver esforços no pediátrica.
sentido de que cada município sede de módulo assistencial Nos casos em que a estrutura loco regional exigir, to-
disponha de, pelo menos uma, destas Unidades, garantin- mando-se em conta as características epidemiológicas,
do, assim, assistência às urgências com observação até 24 indicadores de saúde como morbidade e mortalidade, e
horas para sua própria população ou para um agrupamen- características da rede assistencial, poderá ser ampliada a
to de municípios para os quais seja referência. equipe, contemplando as áreas de clínica cirúrgica, orto-
2.1 - Atribuições pedia e odontologia de urgência.
Estas Unidades, integrantes do Sistema Estadual de Estas Unidades devem contar com suporte ininterrup-
Urgências e Emergências e de sua respectiva rede assis- to de laboratório de patologia clínica de urgência, radio-
tencial, devem estar aptas a prestar atendimento resolutivo logia, os equipamentos para a atenção às urgências, os
aos pacientes acometidos por quadros agudos ou crônicos medicamentos definidos por esta portaria, leitos de obser-
agudizados. vação de 06 a 24 horas, além de acesso a transporte ade-
quado e ligação com a rede hospitalar através da central

35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

de regulação médica de urgências e o serviço de atendimento pré-hospitalar móvel. Nos casos em que tais centrais ainda
não estejam estruturadas, a referência hospitalar bem como a retaguarda de ambulâncias de suporte básico, avançado e de
transporte deverão ser garantidos mediante pactuação prévia, de caráter municipal ou regional.
A observação de unidades 24 horas não hospitalares de atendimento às urgências em várias localidades do país mos-
trou ser adequada a seguinte relação entre cobertura populacional /número de atendimentos em 24 horas / número de
profissionais médicos por plantão / número de leitos de observação / percentual de pacientes em observação e percentual
de encaminhamentos para internação:

Número de
Número de Número de Percentual Percentual
População da re- atendimentos
PORTE médicos leitos de ob- pacientes em encaminhamentos
gião de cobertura médicos em
por plantão servação observação para internação
24 horas
50.000 a 1 pediatra
I 100 pacientes 6 leitos 10 % 3%
75.000 habitantes 1 clínico
75.000 a 2 pediatras
II 300 pacientes 12 leitos 10 % 3%
150.000 habitantes 2 clínicos
150.000 a 3 pediatras
III 450 pacientes 18 leitos 10 % 3%
250.000 habitantes 3 clínicos

Estes números e mesmo a composição das equipes poderão variar, de forma complementar, de acordo com a reali-
dade loco-regional, tomando-se em conta inclusive a sazonalidade apresentada por alguns tipos de afecções, como por
exemplo, o aumento de demanda de doenças respiratórias verificado na clínica pediátrica e na clínica de adultos / idosos
durante o inverno ou o aumento no número de acidentes em estradas nos períodos de férias escolares. Da mesma forma,
nas regiões onde a morbi-mortalidade por causas externas como violências, traumas e/ou acidentes de trânsito seja esta-
tisticamente marcante, estando os óbitos por estas causas entre as primeiras causas de mortalidade, as equipes poderão
ser acrescidas de médicos cirurgiões gerais e ortopedistas, a critério dos gestores loco-regionais. Na Unidade tipo I, por se
tratar de serviço com equipe reduzida, deverá haver sempre um profissional médico adicional de sobreaviso, que possa ser
ac ionado para acompanhamento de pacientes críticos ou com instabilidade cardiorespiratória, quando estes necessitem
ser removidos e não haja serviço pré-hospitalar móvel estruturado.
2.3 - Recursos Humanos
As Unidades Não-Hospitalares de Atendimento às Urgências e Emergências deverão contar, obrigatoriamente, com
os seguintes profissionais: coordenador ou gerente, médico clínico geral, médico pediatra, enfermeiro, técnico/auxiliar
de enfermagem, técnico de radiologia, auxiliar de serviços gerais, auxiliar administrativo e, quando houver laboratório na
unidade, também deverão contar com bioquímico, técnico de laboratório e auxiliar de laboratório. Outros profissionais
poderão compor a equipe, de acordo com a definição do gestor local ou gestores loco-regionais, como: assistente social,
odontólogo, cirurgião geral, ortopedista, ginecologista, motorista, segurança e outros.
2.3.1 - Habilitação dos Profissionais
Considerando-se que as urgências não se constituem em especialidade médica ou de enfermagem e que nos cursos
de graduação a atenção dada à área ainda é bastante insuficiente, entende-se que os profissionais que venham a atuar nas
Unidades NãoHospitalares devam ser habilitados pelos Núcleos de Educação em Urgências, cuja criação é indicada pelo
presente Regulamento - Capítulo VII.
2.4 - Área Física
A área física deve ser estruturada de acordo com o tamanho e complexidade da unidade, conforme legenda a seguir:
Opcional: * Desejável: ** Obrigatório: *** São consideradas as seguintes áreas físicas para a adequada estruturação das
Unidades Não Hospitalares de Atendimento de Urgência:
2.4.1 - Bloco de Pronto Atendimento:
· Sala de recepção e espera (com sanitários para usuários) ***
· Sala de arquivo de prontuário médico ***
· Sala de triagem classificatória de risco ***
· Consultórios médicos ***
· Consultório odontológico *
· Sala para Assistente Social *
· Sala para Atendimento Psicológico *
2.4.2 - Bloco de Apoio Diagnóstico
· Sala para radiologia *** (no local, exceto quando houver hierarquia entre as unidades 24 horas não hospitalares de
atendimento de urgência de diferentes portes em uma determinada localidade e desde que haja garantia de acesso e
transporte, dentro de intervalo de tempo tecnicamente aceitável, de acordo com parâmetros construídos pelas equipes
loco-regionais).

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

· Laboratório de Patologia Clínica *** (no local ou com de prioridade para o atendimento. A esta triagem classifi-
acesso garantido aos exames, dentro de um intervalo de catória é vedada a dispensa de pacientes antes que estes
tempo tecnicamente aceitável, de acordo com parâmetros recebam atendimento médico. Após a triagem, os pacien-
construídos pelas equipes loco-regionais). tes são encaminhados aos consultórios médicos. Uma vez
· Sala de coleta * (quando o laboratório for acessível, realizado o atendimento, o paciente deve ter sua referência
isto é, fora da unidade). garantida mediante encaminhamento realizado através das
2.4.3 - Bloco de Procedimentos: centrais de regulação ou, quando estas não existirem, atra-
· Sala para suturas *** vés de fluxos previamente pactuados.
· Sala de curativos contaminados *** O bloco de urgência deve ter uma outra entrada, com
· Sala para inaloterapia / medicação *** acesso coberto para ambulâncias, portas amplas para a
· Sala de gesso * entrada de pacientes em macas e fluxo ágil até a sala de
· Sala de Pequena Cirurgia * emergência. Esta deve comportar o atendimento de dois
2.4.4 - Bloco de Urgência / Observação: ou mais casos simultaneamente, dependendo do porte da
· Sala de reanimação e estabilização / Sala de urgência unidade. As macas devem apresentar rodas e grades e de-
*** vem estar distribuídas de forma a garantir a livre circulação
· Salas de observação masculina, feminina e pediátrica da equipe ao seu redor. Esta sala deve ser equipada com
(com posto de enfermagem, sanitários e chuveiros) *** materiais e equipamentos necessários para atendimento
· Sala de isolamento (com ante-sala, sanitário e chuvei- de urgência clínica e/ou cirúrgica de adultos e crianças. Os
ro exclusivos) ** medicamentos utilizados na primeira abordagem do pa-
2.4.5 - Bloco de Apoio Logístico ciente grave também devem estar disponíveis na própria
· Farmácia (exclusiva para dispensação interna) *** sala. A entrada de um paciente na sala de urgência poderá
· Almoxarifado *** ser anunciada por aviso sonoro ou comunicação verbal. Em
· Expurgo/Lavagem de material *** qualquer uma das situações, um médico, um enfermeiro e
· Central de material esterilizado *** auxiliares de enfermagem devem dirigir-se imediatamente
· Rouparia *** para a sala. O acesso da sala de urgência aos leitos de ob-
· Necrotério *** servação deve ser fácil e estas áreas devem ser, de prefe-
2.4.6 - Bloco de Apoio Administrativo · Salas de Gerên- rência, contíguas.
cia e Administração *** É aconselhável que os blocos de apoio diagnóstico e
· Sala de reunião * de procedimentos tenham situação intermediária entre os
· Sala de descanso para funcionários (com sanitários e blocos de pronto atendimento e de atendimento de ur-
chuveiros) *** gência, com acesso fácil e ao mesmo tempo independente
· Vestiários para funcionários *** para cada um deles.
· Copa/Refeitório *** Quanto aos blocos de apoio logístico e administração,
· Depósito de Material de Limpeza *** devem estar situados de forma a não obstruir o fluxo entre
· Área para limpeza geral *** os demais blocos já mencionados.
· Local de acondicionamento de lixo *** As salas e áreas de assistência devem obedecer às Nor-
· Estacionamento (ambulâncias, pacientes e funcioná- mas e Padrões de Construções e Instalações de Serviços
rios) ** de Saúde.
2.4.7 - Caracterização da área física em relação aos flu- 2.5 - Materiais e Equipamentos
xos internos e organização do processo de trabalho: Alguns materiais e equipamentos devem, necessaria-
A área física acima descrita foi dividida em blocos por- mente, fazer parte do arsenal de qualquer unidade 24 ho-
que é aconselhável, do ponto de vista funcional, que estas ras como:
áreas estejam mais ou menos contíguas, dando o máxi- Estetoscópio adulto/infantil, esfigmomanômetro adul-
mo de racionalidade possível ao fluxo dentro da unidade. to/infantil, otoscópio com espéculos adulto/infantil, of-
Assim, o bloco de pronto atendimento deve apresentar talmoscópio, espelho laríngeo, bolsa autoinflável (ambú)
uma entrada para pacientes que vem por busca espon- adulto/infantil, desfibrilador com marca-passo externo,
tânea, deambulando, que dá acesso direto à recepção e monitor cardíaco, oxímetro de pulso, eletrocardiógrafo, gli-
sua respectiva sala de espera. Neste mesmo bloco, deve cosímetro, aspirador de secreção, bomba de infusão com
ser estruturado o acolhimento dos pacientes, que pode ser bateria e equipo universal, cilindro de oxigênio portátil e
feito pela própria recepção ou por funcionários designa- rede canalizada de gases ou torpedo de O² (de acordo com
dos e treinados para este fim, dependendo do volume da o porte da unidade), maca com rodas e grades, respirador
demanda. A seguir deve ser realizada a triagem classifica- mecânico adulto/infantil, foco cirúrgico portátil, foco ci-
tória de risco. O processo de triagem classificatória deve rúrgico com bateria, negatoscópios nos consultórios, serra
ser realizado por profissional de saúde, de nível superior, de gesso, máscaras laríngeas e cânulas endotraqueais de
mediante treinamento específico e utilização de protocolos vários tamanhos, cateteres de aspiração, adaptadores para
pré-estabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de ur- cânulas, cateteres nasais, sondas para aspiração traqueal
gência das queixas dos pacientes, colocando-os em ordem de vários tamanhos, luvas de procedimentos, máscara para

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

ressuscitador adulto/infantil, ressuscitadores infantil e adul- 2.7 - Estruturação da Grade de Referência


to com reservatório, cadarços para fixação de cânula, larin- As Unidades Não-Hospitalares de Atendimento às Ur-
goscópio infantil/adulto com conjunto de lâminas, cânulas gências e Emergências devem possuir retaguarda de maior
orofaríngeas adulto/infantil, jogos de pinças de retirada de complexidade previamente pactuada, com fluxo e meca-
corpos estranhos de nariz, ouvido e garganta, fios cirúrgi- nismos de transferência claros, mediados pela Central de
cos, fios-guia para intubação, pinça de Magyll, bisturi (cabo Regulação, a fim de garantir o encaminhamento dos casos
e lâmina), material para cricotiroidostomia, drenos para que extrapolem sua complexidade. Além disso, devem ga-
tórax, pacotes de gaze estéril, pacote de compressa esté- rantir transporte para os casos mais graves, através do ser-
ril, esparadrapo, material para punção de vários tamanhos viço de atendimento pré-hospitalar móvel, onde ele existir,
incluindo agulhas metálicas e plásticas, agulhas especiais ou outra forma de transporte que venha a ser pactuada.
Também devem estar pactuados os fluxos para elucidação
para punção óssea, garrote, equipos de macro e microgo-
diagnóstica e avaliação especializada, além de se dar ên-
tas, cateteres específicos para dissecção de veias, tama-
fase especial ao re-direcionamento dos pacientes para a
nho adulto/infantil, tesoura, seringas de vários tamanhos,
rede básica e Programa de Saúde da Família, para o ade-
torneiras de 3 vias, frascos de solução salina, caixa com- quado seguimento de suas patologias de base e condições
pleta de pequena cirurgia, frascos de drenagem de tórax, de saúde, garantindo acesso não apenas a ações curativas,
extensões para drenos torácicos, sondas vesicais, coletores mas a todas as atividades promocionais que devem ser im-
de urina, espátulas de madeira, sondas nasogástricas, ele- plementadas neste nível de assistência.
trodos descartáveis, equipamentos de proteção individual
para equipe de atendimento, cobertor para conservação CAPÍTULO IV
do calor do corpo, travesseiros e lençóis, pacote de roupas ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL
para pequena cirurgia, conjunto de colares cervicais (tama-
nho P, M e G), prancha longa para imobilização da vítima Considera-se como nível pré-hospitalar móvel na área
em caso de trauma, prancha curta para massagem cardía- de urgência, o atendimento que procura chegar precoce-
ca, gerador de energia elétrica compatível com o consumo mente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saú-
da unidade, sistema de telefonia e de comunicação. de (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, inclusive as
2.6 - Medicamentos psiquiátricas), que possa levar a sofrimento, sequëlas ou
Abaixo a lista de medicamentos que devem estar dis- mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe
poníveis na unidade de urgência, contemplando medi- atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de
saúde devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema
camentos usados na primeira abordagem dos pacientes
Único de Saúde. Podemos chamá-lo de atendimento pré-
graves e também sintomáticos, antibióticos e anticonvul-
hospitalar móvel primário quando o pedido de socorro for
sivantes, uma vez que alguns pacientes poderão perma-
oriundo de um cidadão ou de atendimento pré-hospitalar
necer nestas unidades por um período de até 24 horas móvel secundário quando a solicitação partir de um serviço
ou, excepcionalmente, por mais tempo se houver dificul- de saúde, no qual o paciente já tenha recebido o primeiro
dade para internação hospitalar: Adrenalina, Água desti- atendimento necessário à estabilização do quadro de ur-
lada, Aminofilina, Amiodarona, Amitriptilina, Ampicilina, gência apresentado, mas necessite ser conduzido a outro
Atropina, Bicarbonato de sódio, Biperideno, Brometo de serviço de maior complexidade para a continuidade do tra-
Ipratrópio, Bupivacaína, Captopril, Carbamazepina, Carvão tamento.
ativado, Cefalexina, Cefalotina, Cetoprofeno, Clister Gliceri- O Serviço de atendimento pré-hospitalar móvel deve
nado, Clordiazepóxido, Cloridrato de Clonidina, Cloridrato ser entendido como uma atribuição da área da saúde, sen-
de Hidralazina, Cloreto de potássio, Cloreto de sódio, Clor- do vinculado a uma Central de Regulação, com equipe e
promazina, Clorafenicol, Codeína, Complexo B injetável, frota de veículos compatíveis com as necessidades de saú-
Deslanosídeo, Dexametasona, Diazepam, Diclofenaco de de da população de um município ou uma região, poden-
sódio, Digoxina, Dipirona, Enalapril, Escopolamina (hiosci- do, portanto, extrapolar os limites municipais. Esta região
na), Fenitoína, Fenobarbital, Fenoterol Bromidrato, Fluma- de cobertura deve ser previamente definida, consideran-
zenil, Furosemida, Gentamicina, Glicose isotônica, Glicose do-se aspectos demográficos, populacionais, territoriais,
hipertônica, Gluconato de Cálcio, Haloperidol, Hidrocorti- indicadores de saúde, oferta de serviços e fluxos habitual-
mente utilizados pela clientela. O serviço deve contar com
sona, Insulina, Isossorbida, Lidocaína, Manitol, Meperidina,
a retaguarda da rede de serviços de saúde, devidamente
Metildopa, Metilergometrina, Metilprednisolona, Metoclo-
regulada, disponibilizada conforme critérios de hierarqui-
pramida, Metropolol, Midazolan, Nifedipina, Nistatina, Ni-
zação e regionalização formalmente pactuados entre os
troprussiato de sódio, Óleo mineral, Omeprazol, Oxacilina, gestores do sistema loco-regional.
Paracetamol, Penicilina, Prometazina, Propranolol, Ranitidi- Para u-m adequado atendimento pré-hospitalar móvel
na, Ringer Lactato, Sais para reidratação oral, Salbutamol, o mesmo deve estar vinculado a uma Central de Regula-
Soro glico-fisiologico, Soro Fisiológico, Soro Glicosado, ção de Urgências e Emergências. A central deve ser de fácil
Sulfadiazina prata, Sulfametoxazol + trimetoprim, Sulfato acesso ao público, por via telefônica, em sistema gratuito
de magnésio, Tiamina (Vit. B1), Tramadol, Tobramicina Colí- (192 como número nacional de urgências médicas ou outro
rio, Verapamil, Vitamina K. número exclusivo da saúde, se o 192 não for tecnicamente
possível), onde o médico regulador, após julgar cada caso,

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

define a resposta mais adequada, seja um conselho mé- - Médicos Intervencionistas: médicos responsáveis pelo
dico, o envio de uma equipe de atendimento ao local da atendimento necessário para a reanimação e estabilização
ocorrência ou ainda o acionamento de múltiplos meios. do paciente, no local do evento e durante o transporte;
O número de acesso da saúde para socorros de urgência - Enfermeiros Assistenciais: enfermeiros responsáveis
deve ser amplamente divulgado junto à comunidade. To- pelo atendimento de enfermagem necessário para a rea-
dos os pedidos de socorro médico que derem entrada por nimação e estabilização do paciente, no local do evento e
meio de outras centrais, como a da polícia militar (190), do durante o transporte;
corpo de bombeiros (193) e quaisquer outras existentes, - Auxiliares e Técnicos de Enfermagem: atuação sob su-
devem ser, imediatamente retransmitidos à Central de Re- pervisão imediata do profissional enfermeiro;
gulação por intermédio do sistema de comunicação, para OBS: As responsabilidades técnicas poderão ser assu-
que possam ser adequadamente regulados e atendidos. midas por profissionais da equipe de intervenção, sempre
O atendimento no local é monitorado via rádio pelo que a demanda ou o porte do serviço assim o permitirem.
médico regulador que orienta a equipe de intervenção
Além desta equipe de saúde, em situações de aten-
quanto aos procedimentos necessários à condução do
dimento às urgências relacionadas às causas externas ou
caso. Deve existir uma rede de comunicação entre a Cen-
de pacientes em locais de difícil acesso, deverá haver uma
tral, as ambulâncias e todos os serviços que recebem os
ação pactuada, complementar e integrada de outros profis-
pacientes.
Os serviços de segurança e salvamento, sempre que sionais não oriundos da saúde – bombeiros militares, poli-
houver demanda de atendimento de eventos com vítimas ciais militares e rodoviários e outros, formalmente reconhe-
ou doentes, devem orientar-se pela decisão do médico cidos pelo gestor público para o desempenho das ações
regulador de urgências. Podem ser estabelecidos proto- de segurança, socorro público e salvamento, tais como:
colos de despacho imediato de seus recursos de atenção sinalização do local, estabilização de veículos acidentados,
às urgências em situações excepcionais, mas, em nenhum reconhecimento e gerenciamento de riscos potenciais (in-
caso, estes despachos podem ser feitos sem comunicação cêndio, materiais energizados, produtos perigosos) obten-
simultânea com o regulador e transferência do chamado ção de acesso ao paciente e suporte básico de vida.
de socorro para exercício da regulação médica. 1.1.1 - Perfil dos Profissionais Oriundos da Área da Saú-
1 - Equipe Profissional de e respectivas Competências/Atribuições:
Os serviços de atendimento pré-hospitalar móvel de- 1.1.1.1 - Médico: Profissional de nível superior titular
vem contar com equipe de profissionais oriundos da área de Diploma de Médico, devidamente registrado no Conse-
da saúde e não oriundos da área da saúde. Considerandose lho Regional de Medicina de sua jurisdição, habilitado ao
que as urgências não se constituem em especialidade mé- exercício da medicina pré-hospitalar, atuando nas áreas de
dica ou de enfermagem e que nos cursos de graduação a regulação médica, suporte avançado de vida, em todos os
atenção dada à área ainda é bastante insuficiente, entende- cenários de atuação do pré-hospitalar e nas ambulâncias,
se que os profissionais que venham a atuar nos Serviços de assim como na gerência do sistema, habilitado conforme
Atendimento Pré- hospitalar Móvel (oriundos e não oriun- os termos deste Regulamento.
dos da área de saúde) devam ser habilitados pelos Núcleos Requisitos Gerais: equilíbrio emocional e autocontro-
de Educação em Urgências, cuja criação é indicada pelo le; disposição para cumprir ações orientadas; capacidade
presente Regulamento e cumpram o conteúdo curricular física e mental para a atividade; iniciativa e facilidade de
mínimo nele proposto - Capítulo VII. comunicação; destreza manual e física para trabalhar em
1.1 – Equipe de Profissionais Oriundos da Saúde unidades móveis; capacidade de trabalhar em equipe; dis-
A equipe de profissionais oriundos da área da saúde ponibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo
deve ser composta por: - Coordenador do Serviço: profis-
VII, bem como para a re-certificação periódica.
sional oriundo da área da saúde, com experiência e conhe-
Competências/Atribuições: exercer a regulação médica
cimento comprovados na atividade de atendimento pré
do sistema; conhecer a rede de serviços da região; manter
-hospitalar às urgências e de gerenciamento de serviços
uma visão global e permanentemente atualizada dos meios
e sistemas;
- Responsável Técnico: Médico responsável pelas ativi- disponíveis para o atendimento pré-hospitalar e das por-
dades médicas do serviço; tas de urgência, checando periodicamente sua capacida-
- Responsável de Enfermagem: de operacional; recepção dos chamados de auxílio, análise
Enfermeiro responsável pelas atividades de enferma- da demanda, classificação em prioridades de atendimen-
gem ; to, seleção de meios para atendimento (melhor resposta),
- Médicos Reguladores: médicos que, com base nas acompanhamento do atendimento local, determinação do
informações colhidas dos usuários, quando estes acionam local de destino do paciente, orientação telefônica; manter
a central de regulação, são os responsáveis pelo gerencia- contato diário com os serviços médicos de emergência in-
mento, definição e operacionalização dos meios disponí- tegrados ao sistema; prestar assistência direta aos pacien-
veis e necessários para responder a tais solicitações, utili- tes nas ambulâncias, quando indicado, realizando os atos
zando-se de protocolos técnicos e da faculdade de arbitrar médicos possíveis e necessários ao nível pré-hospitalar;
sobre os equipamentos de saúde do sistema necessários exercer o controle operacional da equipe assistencial; fazer
ao adequado atendimento do paciente; controle de qualidade do serviço nos aspectos inerentes à

39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

sua profissão; avaliar o desempenho da equipe e subsidiar Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição
os responsáveis pelo programa de educação continuada pessoal para a atividade; capacidade física e mental para a
do serviço; obedecer às normas técnicas vigentes no ser- atividade; equilíbrio emocional e autocontrole; disposição
viço; preencher os documentos inerentes à atividade do para cumprir ações orientadas; disponibilidade para re-
médico regulador e de assistência pré-hospitalar; garantir certificação periódica; experiência profissional prévia em
a continuidade da atenção médica ao paciente grave, até a serviço de saúde voltado ao atendimento de urgências e
sua recepção por outro médico nos serviços de urgência; emergências; capacidade de trabalhar em equipe; dispo-
obedecer ao código de ética médica. nibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII,
1.1.1.2 - Enfermeiro: Profissional de nível superior ti- bem como para a re-certificação periódica.
tular do diploma de Enfermeiro, devidamente registrado Competências/Atribuições: assistir ao enfermeiro no
no Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição, planejamento, programação, orientação e supervisão das
habilitado para ações de enfermagem no Atendimento Pré atividades de assistência de enfermagem; prestar cuidados
-Hospitalar Móvel, conforme os termos deste Regulamen- diretos de enfermagem a pacientes em estado grave, sob
to, devendo além das ações assistenciais, prestar serviços supervisão direta ou à distância do profissional enfermeiro;
administrativos e operacionais em sistemas de atendimen- participar de programas de treinamento e aprimoramento
profissional especialmente em urgências/emergências; rea-
to pré-hospitalar.
lizar manobras de extração manual de vítimas.
Requisitos Gerais: disposição pessoal para a ativida-
1.1.1.4 - Auxiliar de Enfermagem: Profissional com Ensi-
de; equilíbrio emocional e autocontrole; capacidade física
no Médio completo e curso regular de Auxiliar de enferma-
e mental para a atividade; disposição para cumprir ações
gem e curso de especialização de nível médio em urgên-
orientadas; experiência profissional prévia em serviço de cias, titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem com
saúde voltado ao atendimento de urgências e emergências; especialização em urgências, devidamente registrado no
iniciativa e facilidade de comunicação; condicionamento Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição. Exer-
físico para trabalhar em unidades móveis; capacidade de ce atividades auxiliares básicas, de nível médio, habilitado
trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação a realizar procedimentos a ele delegados, sob supervisão
discriminada no Capítulo VII, bem como para a recertifica- do profissional Enfermeiro, dentro do âmbito de sua qua-
ção periódica. lificação profissional e conforme os termos desta Portaria.
Competências/Atribuições: supervisionar e avaliar as Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição
ações de enfermagem da equipe no Atendimento Pré-Hos- pessoal para a atividade; capacidade física e mental para a
pitalar Móvel; executar prescrições médicas por telemedi- atividade; equilíbrio emocional e autocontrole; disposição
cina; prestar cuidados de enfermagem de maior complexi- para cumprir ações orientadas; disponibilidade para re-
dade técnica a pacientes graves e com risco de vida, que certificação periódica; experiência profissional prévia em
exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade serviço de saúde voltado ao atendimento de urgências e
de tomar decisões imediatas; prestar a assistência de enfer- emergências; capacidade de trabalhar em equipe; dispo-
magem à gestante, a parturiente e ao recém nato; realizar nibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII,
partos sem distócia; participar nos programas de treina- bem como para a re-certificação periódica.
mento e aprimoramento de pessoal de saúde em urgên- Competências/Atribuições: auxiliar o enfermeiro na as-
cias, particularmente nos programas de educação conti- sistência de enfermagem; prestar cuidados de enfermagem
nuada; fazer controle de qualidade do serviço nos aspectos a pacientes sob supervisão direta ou à distância do profis-
inerentes à sua profissão; subsidiar os responsáveis pelo sional enfermeiro; observar, reconhecer e descrever sinais
desenvolvimento de recursos humanos para as necessida- e sintomas, ao nível de sua qualificação; ministrar medica-
des de educação continuada da equipe; obedecer a Lei do mentos por via oral e parenteral mediante prescrição do
Exercício Profissional e o Código de Ética de Enfermagem; médico regulador por telemedicina; fazer curativos; prestar
conhecer equipamentos e realizar manobras de extração cuidados de conforto ao paciente e zelar por sua seguran-
ça; realizar manobras de extração manual de vítimas.
manual de vítimas.
1.2 – Equipe de Profissionais Não Oriundos da Saúde,
1.1.1.3 - Técnico de Enfermagem: Profissional com En-
Perfis e Respectivas Competências/Atribuições:
sino Médio completo e curso regular de Técnico de Enfer-
A equipe de profissionais não oriundos da área da saú-
magem, titular do certificado ou diploma de Técnico de En-
de deve ser composta por, com os seguintes perfis e com-
fermagem, devidamente registrado no Conselho Regional petências/atribuições:
de Enfermagem de sua jurisdição. Exerce atividades auxilia- 1.2.1 - Telefonista – Auxiliar de Regulação: Profissional
res, de nível técnico, sendo habilitado para o atendimento de nível básico, habilitado a prestar atendimento telefônico
Pré-Hospitalar Móvel, integrando sua equipe, conforme os às solicitações de auxílio provenientes da população, nas
termos deste Regulamento. Além da intervenção conser- centrais de regulação médica, devendo anotar dados bási-
vadora no atendimento do paciente, é habilitado a realizar cos sobre o chamado (localização, identificação do solici-
procedimentos a ele delegados, sob supervisão do profis- tante, natureza da ocorrência) e prestar informações gerais.
sional Enfermeiro, dentro do âmbito de sua qualificação Sua atuação é supervisionada diretamente e permanente-
profissional. mente pelo médico regulador. Sua capacitação e atuação
seguem os padrões previstos neste Regulamento.

40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição saúde nos gestos básicos de suporte à vida; auxiliar a equi-
pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e autocon- pe nas imobilizações e transporte de vítimas; realizar medi-
trole; disposição para cumprir ações orientadas; capacidade das reanimação cardiorespiratória básica; identificar todos
de manter sigilo profissional; capacidade de trabalhar em os tipos de materiais existentes nos veículos de socorro e
equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada no sua utilidade, a fim de auxiliar a equipe de saúde.
Capítulo VII, bem como para a recertificação periódica. 1.2.3.2 - Veículos Aéreos: Profissional habilitado à ope-
Competências/Atribuições: atender solicitações telefô- ração de aeronaves, segundo as normas e regulamentos
nicas da população; anotar informações colhidas do solici- vigentes do Comando da Aeronáutica/Código Brasileiro de
tante, segundo questionário próprio; prestar informações Aeronáutica/Departamento de Aviação Civil, para atuação
gerais ao solicitante; estabelecer contato radiofônico com em ações de atendimento pré- hospitalar móvel e trans-
ambulâncias e/ou veículos de atendimento pré-hospitalar; porte inter-hospitalar sob a orientação do médico da ae-
estabelecer contato com hospitais e serviços de saúde de ronave, respeitando as prerrogativas legais de segurança
referência a fim de colher dados e trocar informações; ano- de vôo, obedecendo aos padrões de capacitação e atuação
tar dados e preencher planilhas e formulários específicos previstos neste Regulamento.
do serviço; obedecer aos protocolos de serviço; atender às Requisitos Gerais: de acordo com a legislação vigente
determinações do médico regulador. no país (Lei nº 7.183, de 5 de abril de 1984; Lei nº 7.565,
1.2.2 - Rádio-Operador: Profissional de nível básico ha- de 19 de dezembro de 1986; e Portaria nº 3.016, de 5 de
bilitado a operar sistemas de radiocomunicação e realizar fevereiro de 1988 – do Comando da Aeronáutica), além de
o controle operacional de uma frota de veículos de emer- disposição pessoal para a atividade, equilíbrio emocional
gência, obedecendo aos padrões de capacitação previstos e autocontrole, disposição para cumprir ações orientadas,
neste Regulamento. capacidade de trabalhar em equipe e disponibilidade para
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para
pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e autocon- a re-certificação periódica.
trole; disposição para cumprir ações orientadas; disponi- Competências/Atribuições: cumprir as normas e rotinas
bilidade para re-certificação periódica; capacidade de tra- operacionais vigentes no serviço a que está vinculado, bem
balhar em equipe; disponibilidade para a capacitação dis- como a legislação específica em vigor; conduzir veículo aé-
criminada no Capítulo VII, bem como para a recertificação reo destinado ao atendimento de urgência e transporte de
periódica. pacientes; acatar as orientações do médico da aeronave;
Competências/Atribuições: operar o sistema de radio- estabelecer contato radiofônico (ou telefônico) com a cen-
comunicação e telefonia nas Centrais de Regulação; exer- tral de regulação médica e seguir suas orientações; conhe-
cer o controle operacional da frota de veículos do sistema cer a localização dos estabelecimentos de saúde integra-
de atendimento pré-hospitalar móvel; manter a equipe de dos ao sistema assistencial que podem receber aeronaves;
regulação atualizada a respeito da situação operacional de auxiliar a equipe de saúde nos gestos básicos de suporte
cada veículo da frota; conhecer a malha viária e as prin- à vida; auxiliar a equipe nas imobilizações e transporte de
cipais vias de acesso de todo o território abrangido pelo vítimas; realizar medidas reanimação cardiorespiratória bá-
serviço de atendimento pré-hospitalar móvel. sica; identificar todos os tipos de materiais existentes nas
1.2.3 - Condutor de Veículos de Urgência: aeronaves de socorro e sua utilidade, a fim de auxiliar a
1.2.3.1 - Veículos Terrestres: Profissional de nível básico, equipe de saúde.
habilitado a conduzir veículos de urgência padronizados 1.2.3.3– Veículos Aquáticos: Profissional habilitado à
pelo código sanitário e pelo presente Regulamento como operação de embarcações, segundo as normas e regula-
veículos terrestres, obedecendo aos padrões de capacita- mentos vigentes no país, para atuação em ações de aten-
ção e atuação previstos neste Regulamento. dimento pré-hospitalar móvel e transporte inter-hospitalar
Requisitos Gerais: maior de vinte e um anos; disposição sob a orientação do médico da embarcação, respeitando as
pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e autocon- prerrogativas legais de segurança de navegação.
trole; disposição para cumprir ações orientadas; habilitação Requisitos Gerais: Os já determinados pela legislação
profissional como motorista de veículos de transporte de específica para condutores de embarcações, além de dis-
pacientes, de acordo com a legislação em vigor (Código posição pessoal para a atividade, equilíbrio emocional e
Nacional de Trânsito); capacidade de trabalhar em equipe; autocontrole, disposição para cumprir ações orientadas,
disponibilidade para a capacitação discriminada no Capítu- capacidade de trabalhar em equipe e disponibilidade para
lo VII, bem como para a recertificação periódica. a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para
Competências/Atribuições: conduzir veículo terrestre a re-certificação periódica.
de urgência destinado ao atendimento e transporte de pa- Competências/Atribuições: cumprir as normas e roti-
cientes; conhecer integralmente o veículo e realizar manu- nas operacionais vigentes no serviço a que está vincula-
tenção básica do mesmo; estabelecer contato radiofônico do, bem como a legislação específica em vigor; conduzir
(ou telefônico) com a central de regulação médica e seguir veículo aquático destinado ao atendimento de urgência e
suas orientações; conhecer a malha viária local; conhecer transporte de pacientes; acatar as orientações do médico
a localização de todos os estabelecimentos de saúde in- da embarcação; estabelecer contato radiofônico (ou tele-
tegrados ao sistema assistencial local, auxiliar a equipe de fônico) com a central de regulação médica e seguir suas

41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

orientações; auxiliar a equipe de saúde nos gestos bási- parto normal em período expulsivo e realizar manobras bá-
cos de suporte à vida; auxiliar a equipe nas imobilizações e sicas ao recém nato e parturiente; prestar primeiro atendi-
transporte de vítimas; realizar medidas reanimação cardio- mento à intoxicações, sob orientação do médico regulador;
respiratória básica; identificar todos os tipos de materiais conhecer e saber operar todos os equipamentos e mate-
existentes nas embarcações de socorro e sua utilidade, a riais pertencentes ao veículo de atendimento; conhecer e
fim de auxiliar a equipe de saúde. usar os equipamentos de bioproteção individual; preen-
1.2.4 - Profissionais Responsáveis pela Segurança: Po- cher os formulários e registros obrigatórios do sistema de
liciais militares, rodoviários ou outros profissionais, todos atenção às urgências e do serviço; manter-se em contato
com nível médio, reconhecidos pelo gestor público da saú- com a Central de Regulação,repassando os informes sobre
de para o desempenho destas atividades, em serviços nor- a situação da cena e do paciente ao médico regulador, para
matizados pelo SUS, regulados e orientados pelas Centrais decisão e monitoramento do atendimento pelo mesmo; re-
Públicas de Regulação Médica das Urgências. Atuam na passar as informações do atendimento à equipe de saúde
identificação de situações de risco, exercendo a proteção designada pelo médico regulador para atuar no local do
das vítimas e dos profissionais envolvidos no atendimento. evento.
Fazem resgate de vítimas de locais ou situações que im- 1.2.5 - Bombeiros Militares: Profissionais Bombeiros
possibilitam o acesso da equipe de saúde. Podem realizar Militares, com nível médio, reconhecidos pelo gestor públi-
suporte básico de vida, com ações não invasivas, sob su- co da saúde para o desempenho destas atividades, em ser-
pervisão médica direta ou à distância, sempre que a vítima viços normatizados pelo SUS, regulados e orientados pelas
esteja em situação que impossibilite o acesso e manuseio Centrais de Regulação. Atuam na identificação de situações
pela equipe de saúde, obedecendo aos padrões de capaci- de risco e comando das ações de proteção ambiental, da
tação e atuação previstos neste Regulamento; vítima e dos profissionais envolvidos no seu atendimen-
to, fazem o resgate de vítimas de locais ou situações que
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição
impossibilitam o acesso da equipe de saúde. Podem reali-
pessoal e capacidade física e mental para a atividade; equi-
zar suporte básico de vida, com ações não invasivas, sob
líbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir
supervisão médica direta ou à distância, obedecendo aos
ações orientadas; capacitação específica por meio dos Nú-
padrões de capacitação e atuação previstos neste Regula-
cleos de Educação em Urgências, conforme conteúdo es-
mento.
tabelecido por este Regulamento; capacidade de trabalhar
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição
em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada
pessoal e capacidade física e mental para a atividade; equi-
no Capítulo VII, bem como para a re-certificação periódica.
líbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir
Competências/Atribuições: comunicar imediatamente
ações orientadas; capacitação específica por meio dos Nú-
a existência da ocorrência à Central de Regulação Médi- cleos de Educação em Urgências, conforme conteúdo es-
ca de Urgências; avaliar a cena do evento, identificando as tabelecido por este Regulamento; capacidade de trabalhar
circunstâncias da ocorrência e reportando-as ao médico em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada
regulador ou à equipe de saúde por ele designada; iden- no Capítulo VII, bem como para a re-certificação periódica.
tificar e gerenciar situações de risco na cena do acidente, Competências/Atribuições: comunicar imediatamen-
estabelecer a segurança da área de operação e orientar a te a existência de ocorrência com potencial de vítimas ou
movimentação da equipe de saúde; realizar manobras de demandas de saúde à Central de Regulação Médica de Ur-
suporte básico de vida sob orientação do médico regula- gências; avaliar a cena do evento, identificando as circuns-
dor; remover as vítimas para local seguro onde possa rece- tâncias da ocorrência e reportando-as ao médico regulador
ber o atendimento da equipe de saúde; estabilizar veículos ou à equipe de saúde por ele designada; identificar e ge-
acidentados; realizar manobras de desencarceramento e renciar situações de risco na cena do acidente, estabelecer
extração manual ou com emprego de equipamentos pró- a área de operação e orientar a movimentação da equipe
prios; avaliar as condições da vítima, observando e comu- de saúde; realizar manobras de suporte básico de vida, sob
nicando ao médico regulador as condições de respiração, orientação do médico regulador; obter acesso e remover
pulso e consciência; transmitir, via rádio, ao médico regu- a/s vítima/s para local seguro onde possam receber o aten-
lador, a correta descrição da vítima e da cena; conhecer as dimento adequado pela equipe de saúde e se solicitado
técnicas de transporte do paciente traumatizado; manter pela mesma ou designado pelo médico regulador, trans-
vias aéreas pérveas com manobras manuais e não inva- portar as vítimas ao serviço de saúde determinado pela
sivas, administrar oxigênio e realizar ventilação artificial; regulação médica; estabilizar veículos acidentados; realizar
realizar circulação artificial pela técnica de compressão to- manobras de desencarceramento e extração manual ou
rácica externa; controlar sangramento externo por pressão com emprego de equipamentos especializados de bom-
direta, elevação do membro e ponto de pressão, utilizando beiro; avaliar as condições da vítima, identificando e infor-
curativos e bandagens; mobilizar e remover pacientes com mando ao médico regulador as condições de respiração,
proteção da coluna vertebral, utilizando pranchas e outros pulso e consciência, assim como uma descrição geral da
equipamentos de imobilização e transporte; aplicar cura- sua situação e das circunstâncias da ocorrência, incluindo
tivos e bandagens; imobilizar fraturas, utilizando os equi- informações de testemunhas; transmitir, ao médico regula-
pamentos disponíveis em seus veículos; dar assistência ao dor a correta descrição da cena da urgência e do paciente;

42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

conhecer as técnicas de transporte do paciente traumati- 1.3.1 - Piloto de Aeronave de Asa Rotativa:
zado; manter vias aéreas pérveas com manobras manuais Módulo comum: total 8 horas
e não invasivas, administrar oxigênio e realizar ventilação Qualificação pessoal:
artificial; realizar circulação artificial por meio da técnica Atendimento pré-hospitalar;
de compressão torácica externa; controlar sangramento Sistema de saúde local;
externo, por pressão direta, elevação do membro e ponto Rotinas operacionais1.3.2 - Profissional de Segurança e
de pressão, utilizando curativos e bandagens; mobilizar e Auxiliar/Técnico de Enfermagem:
remover pacientes com proteção da coluna vertebral, uti- Rotinas operacionais de transporte aeromédico:
lizando colares cervicais, pranchas e outros equipamentos Noções de aeronáutica: 10 horas;
de imobilização e transporte; aplicar curativos e banda- - Noções básicas de fisiologia de vôo: 12 horas.
gens; imobilizar fraturas utilizando os equipamentos dis- 1.3.3 - Médicos e Enfermeiros:
poníveis; prestar o primeiro atendimento à intoxicações, Rotinas operacionais de transporte aeromédico:
de acordo com protocolos acordados ou por orientação
- Noções de aeronáutica: 10 horas;
do médico regulador; dar assistência ao parto normal em
- Noções básicas de fisiologia de vôo: 20 horas.
período expulsivo e realizar manobras básicas ao recém
nato e parturiente; manter-se em contato com a central de
2 - DEFINIÇÃO DOS VEÍCULOS DE ATENDIMENTO
regulação médica repassando os informes iniciais e subse-
quentes sobre a situação da cena e do(s) paciente(s) para PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL
decisão e monitoramento do atendimento pelo médico re-
gulador; conhecer e saber operar todos os equipamentos e 2.1 - AMBULÂNCIAS
materiais pertencentes a veículo de atendimento; repassar Define-se ambulância como um veículo (terrestre, aé-
as informações do atendimento à equipe de saúde desig- reo ou aquaviário) que se destine exclusivamente ao trans-
nada pelo médico regulador para atuar no local do evento; porte de enfermos.
conhecer e usar equipamentos de bioproteção individual; As dimensões e outras especificações do veículo
preencher os formulários e registros obrigatórios do siste- terrestre deverão obedecer às normas da ABNT – NBR
ma de atenção às urgências e do serviço; realizar triagem 14561/2000, de julho de 2000.
de múltiplas vítimas, quando necessário ou quando soli- As Ambulâncias são classificadas em:
citado pela equipe de saúde; participar dos programas de TIPO A – Ambulância de Transporte: veículo destina-
treinamento e educação continuada, conforme os termos do ao transporte em decúbito horizontal de pacientes que
deste Regulamento. não apresentam risco de vida, para remoções simples e de
1.3 - Capacitação Específica dos Profissionais de Trans- caráter eletivo.
porte Aeromédico TIPO B – Ambulância de Suporte Básico: veículo desti-
Os profissionais devem ter noções de aeronáutica de nado ao transporte interhospitalar de pacientes com risco
fisiologia de vôo. Estas noções de aeronáutica e noções bá- de vida conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de pa-
sicas de fisiologia de vôo devem seguir as determinações cientes com risco de vida desconhecido, não classificado
da Diretoria de Saúde da Aeronáutica, e da Divisão de Me- com potencial de necessitar de intervenção médica no lo-
dicina Aeroespacial, abrangendo: cal e/ou durante transporte até o serviço de destino.
Noções de aeronáutica: TIPO C - Ambulância de Resgate: veículo de atendi-
- Terminologia aeronáutica; mento de urgências pré- hospitalares de pacientes vítimas
- Procedimentos normais e de emergência em vôo; de acidentes ou pacientes em locais de difícil acesso, com
- Evacuação de emergência; equipamentos de salvamento (terrestre, aquático e em al-
- Segurança no interior e em torno de aeronaves;
turas).
- Embarque e desembarque de pacientes.Noções bási-
TIPO D – Ambulância de Suporte Avançado: veículo
cas de fisiologia de vôo:
destinado ao atendimento e transporte de pacientes de
- Atmosfera;
alto risco em emergências pré-hospitalares e/ou de trans-
- Fisiologia respiratória;
- Estudo clínico da hipóxia; porte inter-hospitalar que necessitam de cuidados médicos
- Disbarismos; intensivos. Deve contar com os equipamentos médicos ne-
- Forças acelerativas em vôo e seus efeitos sobre o or- cessários para esta função.
ganismo humano;Aerocinetose; TIPO E – Aeronave de Transporte Médico: aeronave de
- Ritmo circadiano; asa fixa ou rotativa utilizada para transporte inter-hospita-
- Gases, líquidos e vapores tóxicos em aviação; lar de pacientes e aeronave de asa rotativa para ações de
- Ruídos e vibrações; resgate, dotada de equipamentos médicos homologados
- Cuidados de saúde com paciente em vôo.A capacita- pelo Departamento de Aviação Civil - DAC.
ção necessária aos profissionais que atuam no transporte TIPO F – Embarcação de Transporte Médico: veículo
aeromédico será a mesma estabelecida no presente Re- motorizado aquaviário, destinado ao transporte por via
gulamento para os profissionais do pré-hospitalar móvel, marítima ou fluvial. Deve possuir os equipamentos médi-
conforme grade do Capítulo VII, devendo, no entanto, ter a cos necessários ao atendimento de pacientes conforme sua
seguinte capacitação adicional: gravidade.

43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

2.2 - VEÍCULOS DE INTERVENÇÃO RÁPIDA 3.3 – Ambulância de Resgate (Tipo C):


Este veículos, também chamados de veículos leves, veí- Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio-
culos rápidos ou veículos de ligação médica são utilizados comunicação fixo e móvel; prancha curta e longa para imo-
para transporte de médicos com equipamentos que possi- bilização de coluna; talas para imobilização de membros
bilitam oferecer suporte avançado de vida nas ambulâncias e conjunto de colares cervicais; colete imobilizador dorsal;
do Tipo A, B, C e F. frascos de soro fisiológico; bandagens triangulares; cober-
2.3 - OUTROS VEÍCULOS: tores; coletes refletivos para a tripulação; lanterna de mão;
Veículos habituais adaptados para transporte de pa- óculos, máscaras e aventais de proteção; material mínimo
cientes de baixo risco, sentados (ex. pacientes crônicos) para salvamento terrestre, aquático e em alturas; maleta de
que não se caracterizem como veículos tipo lotação (ôni- ferramentas e extintor de pó químico seco de 0,8 Kg; fitas e
bus, peruas, etc.). Este transporte só pode ser realizado cones sinalizadores para isolamento de áreas.
com anuência médica. Quando realizarem também o suporte básico de vida,
3 – DEFINIÇÃO DOS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DAS as ambulâncias de resgate deverão ter uma configuração
AMBULÂNCIAS que garanta um salão de atendimento às vítimas de, no
As ambulâncias deverão dispor, no mínimo, dos se- mínimo 8 metros cúbicos, além de compartimento isolado
guintes materiais e equipamentos ou similares com eficácia para a guarda de equipamentos de salvamento e deverão
equivalente: estar equipadas com: maca articulada e com rodas; insta-
3.1 - Ambulância de Transporte (Tipo A): Sinalizador lação de rede de oxigênio com cilindro, válvula, manôme-
óptico e acústico; equipamento de rádio-comunicação em tro em local de fácil visualização e régua com dupla saída;
contato permanente com a central reguladora; maca com oxigênio com régua tripla (a - alimentação do respirador; b
rodas; suporte para soro e oxigênio medicinal. - fluxômetro e umidificador de oxigênio e c - aspirador tipo
3.2 - Ambulância de Suporte Básico (Tipo B): Venturi); manômetro e fluxômetro com máscara e chicote
Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio- para oxigenação; cilindro de oxigênio portátil com válvu-
comunicação fixo e móvel; maca articulada e com rodas; la; maleta de emergência contendo: estetoscópio adulto e
suporte para soro; instalação de rede de oxigênio com ci- infantil; ressuscitador manual adulto/infantil, luvas descar-
lindro, válvula, manômetro em local de fácil visualização e táveis; cânulas orofaríngeas de tamanhos variados; tesoura
régua com dupla saída; oxigênio com régua tripla (a- ali- reta com ponta romba; esparadrapo; esfigmomanômetro
mentação do respirador; b- fluxômetro e umidificador de adulto/infantil; ataduras de 15 cm; compressas cirúrgicas
oxigênio e c - aspirador tipo Venturi); manômetro e flu- estéreis; pacotes de gaze estéril; protetores para queima-
xômetro com máscara e chicote para oxigenação; cilindro dos ou eviscerados; cateteres para oxigenação e aspiração
de oxigênio portátil com válvula; maleta de urgência con- de vários tamanhos; maleta de parto contendo: luvas ci-
tendo: estetoscópio adulto e infantil, ressuscitador manual rúrgicas; clamps umbilicais; estilete estéril para corte do
adulto/infantil, cânulas orofaríngeas de tamanhos variados, cordão; saco plástico para placenta; cobertor; compressas
luvas descartáveis, tesoura reta com ponta romba, espa- cirúrgicas e gazes estéreis; braceletes de identificação;
radrapo, esfigmomanômetro adulto/infantil, ataduras de 3.4 - Ambulância de Suporte Avançado (Tipo D):
15 cm, compressas cirúrgicas estéreis, pacotes de gaze es- Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio-
téril, protetores para queimados ou eviscerados, cateteres comunicação fixo e móvel; maca com rodas e articulada;
para oxigenação e aspiração de vários tamanhos; maleta de dois suportes de soro; cadeira de rodas dobrável; instala-
parto contendo: luvas cirúrgicas, clamps umbilicais, estilete ção de rede portátil de oxigênio como descrito no item an-
estéril para corte do cordão, saco plástico para placenta, terior (é obrigatório que a quantidade de oxigênio permita
cobertor, compressas cirúrgicas e gazes estéreis, braceletes ventilação mecânica por no mínimo duas horas); respirador
de identificação; suporte para soro; prancha curta e lon- mecânico de transporte; oxímetro não-invasivo portátil;
ga para imobilização de coluna; talas para imobilização de monitor cardioversor com bateria e instalação elétrica dis-
membros e conjunto de colares cervicais; colete imobili- ponível (em caso de frota deverá haver disponibilidade de
zador dorsal; frascos de soro fisiológico e ringer lactato; um monitor cardioversor com marca-passo externo não-
bandagens triangulares; cobertores; coletes refletivos para invasivo); bomba de infusão com bateria e equipo; male-
a tripulação; lanterna de mão; óculos, máscaras e aventais ta de vias aéreas contendo: máscaras laríngeas e cânulas
de proteção e maletas com medicações a serem definidas endotraqueais de vários tamanhos; cateteres de aspiração;
em protocolos, pelos serviços. As ambulâncias de suporte adaptadores para cânulas; cateteres nasais; seringa de
básico que realizam também ações de salvamento deve- 20ml; ressuscitador manual adulto/infantil com reservató-
rão conter o material mínimo para salvamento terrestre, rio; sondas para aspiração traqueal de vários tamanhos; lu-
aquático e em alturas, maleta de ferramentas e extintor de vas de procedimentos; máscara para ressuscitador adulto/
pó químico seco de 0,8 Kg, fitas e cones sinalizadores para infantil; lidocaína geléia e “spray”; cadarços para fixação de
isolamento de áreas, devendo contar, ainda com comparti- cânula; laringoscópio infantil/adulto com conjunto de lâmi-
mento isolado para a sua guarda, garantindo um salão de nas; estetoscópio; esfigmomanômetro adulto/infantil; câ-
atendimento às vítimas de, no mínimo, 8 metros cúbicos. nulas orofaríngeas adulto/infantil; fios-guia para intubação;
pinça de Magyll; bisturi descartável; cânulas para traqueos-

44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

tomia; material para cricotiroidostomia; conjunto de drena- dissecção de veias tamanhos adulto/infantil; tesoura; pin-
gem torácica; maleta de acesso venoso contendo: tala para ça de Kocher; cortadores de soro; lâminas de bisturi; se-
fixação de braço; luvas estéreis; recipiente de algodão com ringas de vários tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo de
anti-séptico; pacotes de gaze estéril; esparadrapo; material infusão polivias; frascos de solução salina, ringer lactato, e
para punção de vários tamanhos incluindo agulhas metá- glicosada para infusão venosa; caixa de pequena cirurgia;
licas, plásticas e agulhas especiais para punção óssea; gar- maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas; clamps umbili-
rote; equipos de macro e microgotas; cateteres específicos cais; estilete estéril para corte do cordão; saco plástico para
para dissecção de veias, tamanho adulto/infantil; tesoura, placenta; absorvente higiênico grande; cobertor ou similar
pinça de Kocher; cortadores de soro; lâminas de bisturi; se- para envolver o recém-nascido; compressas cirúrgicas es-
ringas de vários tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo de téreis, pacotes de gases estéreis e braceletes de identifi-
infusão de 3 vias; frascos de soro fisiológico, ringer lactato cação; sondas vesicais; coletores de urina; protetores para
e soro glicosado; caixa completa de pequena cirurgia; ma- eviscerados ou queimados; espátulas de madeira; sondas
leta de parto como descrito nos itens anteriores; sondas nasogástricas; eletrodos descartáveis; equipos para drogas
vesicais; coletores de urina; protetores para eviscerados ou fotossensíveis; equipos para bombas de infusão; circuito
queimados; espátulas de madeira; sondas nasogástricas ; de respirador estéril de reserva; cobertor ou filme metálico
eletrodos descartáveis; equipos para drogas fotossensí- para conservação do calor do corpo; campo cirúrgico fe-
veis; equipo para bombas de infusão; circuito de respirador nestrado; almotolias com anti-séptico; conjunto de colares
estéril de reserva; equipamentos de proteção à equipe de cervicais; equipamentos de proteção à equipe de atendi-
atendimento: óculos, máscaras e aventais; cobertor ou fil- mento: óculos, máscaras, luvas.
me metálico para conservação do calor do corpo; campo Outros: colete imobilizador dorsal; cilindro de oxigênio
cirúrgico fenestrado; almotolias com anti-séptico; conjunto portátil com válvula; manômetro e fluxômetro com másca-
de colares cervicais; prancha longa para imobilização da ra e chicote para oxigenação; bandagens triangulares; talas
coluna. Para o atendimento a neonatos deverá haver pelo para imobilização de membros; coletes reflexivos para a
menos uma Incubadora de transporte de recém-nascido tripulação; lanterna de mão; equipamentos de proteção à
com bateria e ligação à tomada do veículo (12 volts). A in- equipe de atendimento: óculos, máscaras, luvas.
3.5.2- Aeronaves de Asas Fixas (Aviões) e Aeronaves de
cubadora deve estar apoiada sobre carros com rodas de-
Asas Rotativas (Helicópteros) para atendimento pré-hospi-
vidamente fixadas quando dentro da ambulância e conter
talar móvel secundário ou transporte interhospitalar:
respirador e equipamentos adequados para recém natos.
- Conjunto aeromédico (homologado pelo Departa-
3.5 - Aeronave de Transporte Médico (Tipo E):
mento de Aviação Civil – DAC): maca ou incubadora; cilin-
3.5.1 - Aeronaves de Asas Rotativas (Helicópteros) para
dro de ar comprimido e oxigênio com autonomia de pelo
atendimento pré-hospitalar móvel primário:
menos 4 horas; régua tripla para transporte; suporte para
- Conjunto aeromédico (homologado pelo Departa-
fixação de equipamentos médicos.
mento de Aviação Civil – DAC): maca ou incubadora; cilin-
- Equipamentos médicos fixos: respirador mecânico;
dro de ar comprimido e oxigênio com autonomia de pelo
monitor cardioversor com bateria com marca-passo ex-
menos 2 horas; régua tripla para transporte; suporte para terno não-invasivo; oxímetro portátil; monitor de pressão
fixação de equipamentos médicos; nãoinvasiva; bomba de infusão; prancha longa para imobi-
- Equipamentos médicos fixos: respirador mecânico; lização de coluna; capnógrafo;
monitor cardioversor com bateria; oxímetro portátil; bom- - Equipamentos médicos móveis: maleta de vias aé-
ba de infusão; prancha longa para imobilização de coluna; reas contendo: cânulas endotraqueais de vários tamanhos;
- Equipamentos médicos móveis: maleta de vias aé- cateteres de aspiração; adaptadores para cânulas; catete-
reas contendo: conjunto de cânulas orofaríngeas; cânulas res nasais; seringa de 20 ml; ressuscitador manual adulto/
endotraqueais de vários tamanhos; cateteres de aspiração; infantil completo; sondas para aspiração traqueal de vá-
adaptadores para cânulas; cateteres nasais; seringa de 20 rios tamanhos; luvas de procedimentos; lidocaína geléia e
ml; ressuscitador manual adulto/infantil completo; sondas spray; cadarços para fixação de cânula; laringoscópio infan-
para aspiração traqueal de vários tamanhos; luvas de pro- til/adulto com conjunto de lâminas curvas e retas; estetos-
cedimentos; lidocaína geléia e spray; cadarços para fixação cópio; esfigmomanômetro adulto/infantil; cânulas orofa-
de cânula; laringoscópio infantil/adulto com conjunto de ríngeas adulto/infantil; fios; fios-guia para intubação; pinça
lâminas curvas e retas; estetoscópio; esfigmomanômetro de Magyl; bisturi descartável; cânulas para traqueostomia;
adulto/infantil;; fios; fios-guia para intubação; pinça de Ma- material para cricotiroidostomia; conjunto de drenagem de
gyll; bisturi descartável; cânulas para traqueostomia; ma- tórax; maleta de acesso venoso contendo: tala para fixação
terial para cricotiroidostomia; conjunto de drenagem de de braço, luvas estéreis, recipiente de algodão com anti-
tórax; maleta de acesso venoso contendo: tala para fixação séptico; pacotes de gaze estéril; esparadrapo; material para
de braço; luvas estéreis; recipiente de algodão com anti- punção de vários tamanhos, incluindo agulhas metálicas,
séptico; pacotes de gaze estéril; esparadrapo; material para plásticas e agulhas especiais para punção óssea; garrote;
punção de vários tamanhos, incluindo agulhas metálicas, equipos de macro e microgotas; cateteres específicos para
plásticas e agulhas especiais para punção óssea; garrote; dissecção de veias tamanhos adulto/infantil; tesoura, pinça
equipos de macro e microgotas; cateteres específicos para de Kocher; cortadores de soro; lâminas de bisturi; seringas

45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

de vários tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo de infusão 5.3 - Ambulância do Tipo C: 3 profissionais militares,
polivias; frascos de solução salina, ringer lactato e glico- policiais rodoviários, bombeiros militares, e/ou outros
sada para infusão venosa; caixa completa de pequena ci- profissionais reconhecidos pelo gestor público, sendo um
rurgia; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas; clamps motorista e os outros dois profissionais com capacitação e
umbilicais; estilete estéril para corte do cordão; saco plás- certificação em salvamento e suporte básico de vida.
tico para placenta, absorvente higiênico grande; cobertor 5.4 - Ambulância do tipo D: 3 profissionais, sendo um
ou similar para envolver o recém-nascido; compressas ci- motorista, um enfermeiro e um médico.
rúrgicas estéreis; pacotes de gases estéreis e braceletes de 5.5 - Aeronaves: o atendimento feito por aeronaves
identificação; sondas vesicais; coletores de urina; proteto- deve ser sempre considerado como de suporte avançado
res para eviscerados ou queimados; espátulas de madeira; de vida e:
sondas nasogástricas; eletrodos descartáveis; equipos para - Para os casos de atendimento pré-hospitalar móvel
drogas fotossensíveis; equipos para bombas de infusão; primário não traumático e secundário, deve contar com o
circuito de respirador estéril de reserva; cobertor ou filme piloto, um médico, e um enfermeiro;
metálico para conservação do calor do corpo; campo cirúr- - Para o atendimento a urgências traumáticas em que
gico fenestrado; almotolias com anti-séptico; conjunto de sejam necessários procedimentos de salvamento, é indis-
colares cervicais; equipamentos de proteção à equipe de pensável a presença de profissional capacitado para tal.
atendimento: óculos, máscaras, luvas. 5.6 - Embarcações: a equipe deve ser composta 2 ou
3.6 – Embarcação de Transporte (Tipo F): 3 profissionais, de acordo com o tipo de atendimento a
Este veículo motorizado aquaviário, destinado ao ser realizado, contando com o condutor da embarcação e
transporte por via marítima ou fluvial, poderá ser equipado um auxiliar/técnico de enfermagem em casos de suporte
como indicado para as Ambulâncias de Tipo A, B, ou D, básico de vida, e um médico e um enfermeiro, em casos de
dependendo do tipo de assistência a ser prestada. suporte avançado de vida.
4 – DEFINIÇÃO DOS MEDICAMENTOS DAS AMBULÂN-
CIAS CAPÍTULO V
Medicamentos obrigatórios que deverão constar nos ATENDIMENTO HOSPITALAR
veículos de suporte avançado, seja nos veículos terrestres, UNIDADES HOSPITALARES DE ATENDIMENTO ÀS
aquáticos e nas aeronaves ou naves de transporte médico URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS
(Classes D, E e F):
- Lidocaína sem vasoconstritor; adrenalina, epinefrina, O presente Regulamento Técnico está definindo uma
atropina; dopamina; aminofilina; dobutamina; hidrocortiso- nova nomenclatura e classificação para a área de assistên-
na; glicose 50%; cia hospitalar de urgência e emergência. Refletindo sobre
- Soros: glicosado 5%; fisiológico 0,9%; ringer lactato; a regionalização proposta pela NOAS e sobre a estrutura
- Psicotrópicos: hidantoína; meperidina; diazepan; mi- dos pronto socorros existentes no país, adota-se a seguin-
dazolan; te classificação/estruturação, partindo da premissa que
- Medicamentos para analgesia e anestesia: fentanil, nenhum pronto socorro hospitalar poderá apresentar infra
ketalar, quelecin; estrutura inferior à de uma unidade não hospitalar de aten-
- Outros: água destilada; metoclopramida; dipirona; dimento às urgências e emergências, conforme descrito no
hioscina; dinitrato de isossorbitol; furosemide; amiodarona; Capítulo III - item 2 deste Regulamento:
lanatosideo C. 1 - Classificação
As Unidades Hospitalares de Atendimento em Urgên-
cia e Emergência serão classificadas segundo segue:
5 – TRIPULAÇÃO A - Unidades Gerais: a - Unidades Hospitalares Gerais
de Atendimento às Urgências e Emergências de Tipo I; b -
Unidades Hospitalares Gerais de Atendimento às Urgências
e Emergências de Tipo II.
Considerando-se que as urgências não se constituem B - Unidades de Referência: a - Unidades Hospitala-
em especialidade médica ou de enfermagem e que nos res de Referência em Atendimento às Urgências e Emer-
cursos de graduação a atenção dada à área ainda é bas- gências de Tipo I; b - Unidades Hospitalares de Referência
tante insuficiente, entende-se que os profissionais que em Atendimento às Urgências e Emergências de Tipo II; c
venham a atuar como tripulantes dos Serviços de Atendi- - Unidades Hospitalares de Referência em Atendimento às
mento Pré-Hospitalar Móvel devam ser habilitados pelos Urgências e Emergências de Tipo III.
Núcleos de Educação em Urgências, cuja criação é indicada Observação: As Unidades de Referência correspon-
pelo presente Regulamento e cumpram o conteúdo curri- dem, respectivamente, aos Hospitais Tipo I, II e III definidos
cular mínimo nele proposto - Capítulo VII. segundo os critérios de classificação estabelecidos pela
5.1 - Ambulância do Tipo A: 2 profissionais, sendo um o Portaria GM/MS nº 479, de 15 de abril de 1999, que cria
motorista e o outro um Técnico ou Auxiliar de enfermagem. mecanismos para a implantação dos Sistemas Estaduais
5.2 - Ambulância do Tipo B: 2 profissionais, sendo um o de referência Hospitalar em Atendimento de Urgências e
motorista e um técnico ou auxiliar de enfermagem. Emergências.

46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

2 - Definição das Unidades e Critérios de Classificação 2.1.3 - Rotinas de Funcionamento e Atendimento


2.1 - Características Gerais A Unidade deve possuir Rotinas de Funcionamento e
As características gerais relacionadas abaixo são exi- Atendimento escritas, atualizadas a cada 04 anos e assina-
gíveis para a classificação e cadastramento de Unidades das pelo Responsável Técnico pela Unidade. As rotinas de-
Hospitalares de Atendimento às Urgências e Emergências vem abordar todos os processos envolvidos na assistência
e são comuns às Gerais de Tipo I e II e às de Referência de que contemplem desde os aspectos organizacionais até os
Tipo I, II e III. operacionais e técnicos. Deve haver também uma rotina de
2.1.1 – Recursos Humanos manutenção preventiva de materiais e equipamentos.
Toda equipe da Unidade deve ser capacitada nos Nú- As Rotinas devem contemplar, no mínimo, os seguintes
cleos de Educação em Urgências e treinada em serviço e, itens:
desta forma, capacitada para executar suas tarefas. No caso a - Critérios de avaliação dos pacientes e, se for o caso,
do treinamento em serviço, o Responsável Técnico pela de indicação de procedimento cirúrgico;
Unidade será o coordenador do programa de treinamento b - Procedimentos médico-cirúrgicos;
dos membros da equipe. Uma cópia do programa de trei- c - Procedimentos de enfermagem;
namento (conteúdo) ou as linhas gerais dos cursos de trei- d - Rotinas de suporte nutricional;
namento devem estar disponíveis para revisão; deve existir e - Rotinas de controle de Infecção Hospitalar;
ainda uma escala de treinamento de novos funcionários. f - Ficha própria para descrição do ato cirúrgico;
A Unidade deve contar com: g - Rotinas de acompanhamento ambulatorial dos pa-
a - Responsável Técnico - médico com Título de Espe- cientes;
cialista em sua área de atuação profissional reconhecido 2.1.4 - Registro de Pacientes
pelo Conselho Federal de Medicina ou com Certificado de A Unidade deve possuir um prontuário para cada pa-
Residência Médica em sua especialidade emitido por Pro- ciente com as informações completas do quadro clínico e
grama de Residência Médica reconhecido pelo MEC. sua evolução, todas devidamente escritas, de forma clara e
O médico Responsável Técnico pela Unidade somente precisa, datadas e assinadas pelo profissional responsável
poderá assumir a responsabilidade técnica por uma única pelo atendimento. Os prontuários deverão estar devida-
mente ordenados no Serviço de Arquivo Médico. Informa-
Unidade cadastrada pelo Sistema Único de Saúde. No caso
ções Mínimas do Prontuário:
de responsável técnico de Unidade instalada em Hospital
a - Identificação do paciente;
Universitário, o médico poderá acumular esta responsabi-
b - Histórico Clínico;
lidade com a de mais uma Unidade cadastrada pelo SUS,
c - Avaliação Inicial;
desde que instalada no mesmo município.
d - Indicação do procedimento cirúrgico, se for o caso;
b - Equipe Médica: deve ser composta por médicos em
e - Descrição do ato cirúrgico, se for o caso;
quantitativo suficiente para o atendimento dos serviços nas
f - Descrição da evolução e prescrições
24 horas do dia para atendimento de urgências/emergên-
g - Condições na alta hospitalar ou transferência
cias e todas as atividades dele decorrentes. 2.1.5 - Estruturação da Grade de Referência
c - Enfermagem: A Unidade deve contar com: - Coor- As Unidades Hospitalares de Atendimento às Urgên-
denação de Enfermagem: 01 (um) Enfermeiro Coordena- cias e Emergências devem, possuir retaguarda de maior
dor; - Enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de complexidade previamente pactuada, com fluxo e meca-
enfermagem em quantitativo suficiente para o atendimen- nismos de transferência claros, mediados pela Central de
to dos serviços nas 24 horas do dia para atendimento de Regulação, a fim de garantir o encaminhamento dos casos
urgências/emergências e todas as atividades dele decor- que extrapolem sua complexidade.
rentes. Além disso, devem garantir transporte para os casos
2.1.2 – Área Física mais graves, através do serviço de atendimento pré-hospi-
As áreas físicas da Unidade deverão se enquadrar nos talar móvel, onde ele existir, ou outra forma de transporte
critérios e normas estabelecidos pela legislação em vigor que venha a ser pactuada.
ou outros ditames legais que as venham substituir ou com- Também devem estar pactuados os fluxos para eluci-
plementar, a saber: dação diagnóstica e avaliação especializada, além de se dar
a - Resolução nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, que ênfase especial ao re-direcionamento dos pacientes para a
dispõe sobre o Regulamento Técnico para Planejamento, rede básica e Programa de Saúde da Família, para o ade-
Programação, Elaboração e Avaliação de projetos Físicos quado seguimento de suas patologias de base e condições
de Estabelecimentos de Assistência à Saúde, da Agência de saúde, garantindo acesso não apenas a ações curativas,
Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. mas a todas as atividades promocionais que devem ser im-
b - Resolução nº 05, de 05 de agosto de 1993, do CO- plementadas neste nível de assistência.
NAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente. 2.2 - Características Específicas
A área física deve ser estruturada de acordo com o Além das características gerais relacionadas no item
tamanho, complexidade e perfil assistencial da unidade e 2.1, são exigíveis para a classificação e cadastramento de
adequada para o acolhimento e atendimento especializa- Unidades Hospitalares de Atendimentos às Urgências e
do aos portadores de danos e/ou agravos específicos em Emergências as seguintes características específicas relati-
situação de urgência/emergência. vas a cada tipo de Unidade, devendo a mesma dispor de:

47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

2.2.1 - Unidades Hospitalares Gerais de Atendimento 2.2.2.2- Recursos Tecnológicos


às Urgências e Emergências de Tipo I: Os recursos tecnológicos mínimos e indispensáveis -
As Unidades Hospitalares Gerais de Atendimento às propedêuticos e/ou terapêuticos para o atendimento es-
Urgências e Emergências de Tipo I são aquelas instaladas pecializado das urgências/emergências de que a Unidade
em hospitais gerais de pequeno porte aptos a prestarem deve dispor, nas 24 horas, são os seguintes:
assistência de urgência e emergência correspondente ao Existentes na própria estrutura do hospital:
primeiro nível de assistência da média complexidade (M1). Análises Clínicas Laboratoriais
Estas Unidades, em funcionamento nas 24 horas do Eletrocardiografia
dia, devem contar com instalações físicas, recursos huma- Radiologia Convencional
nos e tecnológicos adequados de maneira a que se tornem Recursos Tecnológicos disponíveis em serviços de ter-
o primeiro nível de assistência hospitalar no atendimento ceiros, instalados dentro ou fora da estrutura ambulatório
de urgência e emergência do Sistema Estadual de Urgên- -hospitalar da Unidade. Neste caso, a referência deve ser
cia e Emergência. Estes recursos devem ser, no mínimo, devidamente formalizada de acordo com o que estabelece
aqueles disponíveis e já descritos como exigíveis para as a Portaria SAS nº 494, de 26 de agosto de 1999:
Unidades Não Hospitalares de Atendimento às Urgências Endoscopia
e Emergências. Os requisitos relativos à capacitação de re- Ultra-sonografia
cursos humanos, transporte e grade de referência também Banco de Sangue
são os mesmos descritos para estas Unidades. 2.2.3 - Unidades de Referência
2.2.2 - Unidades Hospitalares Gerais de Atendimento As Unidades de Referência em Atendimento às Urgên-
às Urgências e Emergências de Tipo II: cias e Emergências são aquelas instaladas em hospitais,
As Unidades Hospitalares Gerais de Atendimento às gerais ou especializados, aptos a prestarem assistência de
Urgências e Emergências de Tipo II são aquelas instala- urgência e emergência correspondente à M3 e à alta com-
das em hospitais gerais de médio porte aptos a prestarem plexidade, de acordo com sua capacidade instalada, espe-
assistência de urgência e emergência correspondente ao cificidade e perfil assistencial. Estas Unidades, integrantes
segundo nível de assistência hospitalar da média comple- do Sistema Estadual de Referência Hospitalar em Atendi-
xidade (M2). mento de Urgências e Emergências, devem contar com ins-
Estas Unidades, em funcionamento nas 24 horas do talações físicas, recursos humanos e tecnológicos adequa-
dia, devem contar com instalações físicas, recursos huma- dos de maneira a que se tornem a referência de assistência
nos e tecnológicos adequados de maneira a que se tornem hospitalar no atendimento de urgência e emergência do
o segundo nível de assistência hospitalar no atendimento Sistema Estadual de Urgência e Emergência.
de urgência e emergência do Sistema Estadual de Urgência Ficam entendidos como recursos tecnológicos e huma-
e Emergência. nos acessíveis/alcançáveis aqueles que são necessários ao
A área física da Unidade não pode ser inferior ao espe- atendimento aos pacientes em situação de urgência/emer-
cificado para as Unidades Não Hospitalares - item 2.4 do gência e pelos quais a unidade hospitalar se responsabiliza,
Capítulo II. Além disso, no corpo do hospital, deve haver garantindo com recursos do próprio hospital o acesso ao
centro cirúrgico e centro obstétrico, além de enfermarias serviço ou profissional.
para as áreas de atuação mencionadas. As instalações previstas para as Unidades Não Hospi-
Além das características gerais relacionadas no item talares – item 2.4 do Capítulo II são exigência mínima e
2.1, são exigíveis para a classificação e cadastramento de obrigatória na estrutura das Unidades de Referência. Caso
Unidades Gerais de Tipo II as seguintes características es- não haja atendimento de traumato-ortopedia na Unidade,
pecíficas, devendo a Unidade dispor de: está dispensada a existência de sala de gesso.
2.2.2.1 - Recursos Humanos 2.2.3.1- Características Específicas- Unidades Hospita-
Além dos Recursos Humanos listados no item 2.1.1, a lares de Referência em Atendimento às Urgências e Emer-
Unidade deve contar com: gências de Tipo I:
Profissionais mínimos indispensáveis, presentes no As Unidades de Referência de Tipo I são aquelas ins-
hospital, capacitados para atendimento às urgências/emer- taladas em hospitais especializados e que contam com
gências nas suas áreas específicas de atuação profissional: recursos tecnológicos e humanos adequados para o aten-
dimento das urgências/emergências de natureza clínica e
Médico Clínico Geral cirúrgica, nas áreas de pediatria ou traumato-ortopedia ou
Pediatra cardiologia.
Além das características gerais relacionadas no item
Ginecologista-Obstetra
2.1, são exigíveis para a classificação e cadastramento de
Cirurgião Geral
Unidades de Referência de Tipo I as seguintes característi-
Traumato-Ortopedista cas específicas, devendo a Unidade dispor de:
Anestesiologista 2.2.3.1.1- Recursos Humanos
Assistente Socia Além dos Recursos Humanos listados no item 2.1.1, a
Unidade deve contar com:

48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Profissionais mínimos indispensáveis, presentes no hospital, capacitados para atendimento às urgências/emergências


nas suas áreas específicas de atuação profissional:

Cardiologia Pediatria TraumatoOrtopedia


Cardiologista Pediatria TraumatoOrtopedista
Hemodinamicista Intensivista Clínico Geral
Angiografista Cirurgião Pediátrico Anestesiologista
Cirurgião Cardiovascular Anestesiologista  
Intensivista    
Ecocardiografista    
Imagenologista    
Anestesiologista    

Serviço de Suporte, Acompanhamento Clínico e Reabilitação: A Unidade deve contar com os serviços e profissionais
nas seguintes áreas (dependendo do volume de atendimento, estes profissionais não precisam ser exclusivos da Unidade):
- Psicologia Clínica;
- Nutrição;
- Assistência Social;
- Fisioterapia;
- Terapia Ocupacional;
- Farmácia;
- Hemoterapia;

Outros Profissionais alcançáveis, identificados por especialidade e capacitados para o atendimento às urgências/
emergências nas suas áreas específicas de atuação profissional:

Cardiologia Pediatria Tr a u m a t o - O r t o p e d i a
Hematologista Endoscopista Imagenologista
Imagenologista Hematologista
Hematologista Cirurgião Vascular
Broncoscopista N e u r o c i r u rg i ã o
Neuropediatra Cirurgião Geral
Cirurgião Bucomaxilofacial

49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

2.2.3.1.2- Recursos Tecnológicos


Os recursos tecnológicos mínimos e indispensáveis - propedêuticos e/ou terapêuticos para o atendimento das urgên-
cias/emergências especializado de que a Unidade deve dispor são os seguintes:

Existentes na própria estrutura do hospital:

Cardiologia Pediatria Tr a u m a t o - O r t o pedia


Radiologia Convencional Radiologia Convencional Radiologia Convencional
Análises Clínicas Laborato- Análises Clínicas La- Análises Clíni
riais boratoriais cas Laborato
riais
Eletrocardiografia Eletrocardiografia Intensificador de Imagem
Ultra-sonografia Ultra-sonografia Anestesiologia
Ecocardiografia Cirurgia Pediátrica
Hemodinâmica Anestesiologia
Unidade de Terapia Intensiva Unidade de Terapia Intensiva
de Tipo II ou III de Tipo II ou III
Cirurgia Cardiovascular
Anestesiologia
Banco de Sangue
Angiografia

Recursos Tecnológicos disponíveis em serviços de terceiros, instalados dentro ou fora da estrutura ambulatório-hos-
pitalar da Unidade. Neste caso, a referência deve ser devidamente formalizada de acordo com o que estabelece a Portaria
SAS nº 494, de 26 de agosto de 1999:

Cardiologia Pediatria Tr a u m a t o - O r t o p e d i a
Tomografia Computadorizada Tomografia Computadorizada Tomografia Computadorizada
Broncoscopia Cirurgia Vascular
Endoscopia Cirurgia Bucomaxilofacial
Banco de Sangue Cirurgia Geral
N e u r o c i r u rg i a
Banco de Sangue

2.2.3.2 - Características Específicas- Unidades Hospitalares de Referência em Atendimento às Urgências e Emergências


de Tipo II:
As Unidades de Referência de Tipo II são aquelas instaladas em hospitais gerais e que contam com recursos tecnológi-
cos e humanos adequados para o atendimento das urgências/emergências de natureza clínica e cirúrgica.
Além das características gerais relacionadas no item 2.1, são exigíveis para a classificação e cadastramento de Unidades
de Referência de Tipo II as seguintes características específicas, devendo a Unidade dispor de:

50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

2.2.3.2.1- Recursos Humanos 2.2.3.2.2- Recursos Tecnológicos


Além dos Recursos Humanos listados no item 2.1.1, a Os recursos tecnológicos mínimos e indispensáveis -
Unidade deve contar com: propedêuticos e/ou terapêuticos para o atendimento das
Profissionais mínimos indispensáveis, presentes no urgências/emergências especializados de que a Unidade
hospital, capacitados para atendimento às urgências/emer- deve dispor são os seguintes:
gências nas suas áreas específicas de atuação profissional: Existentes na própria estrutura do hospital:

Médico Clínico Geral Radiologia Convencional


Pediatra Ultra-sonografia
Ginecologista-Obstetra Análises Clínicas Laboratoriais
Cirurgião Geral Eletrocardiografia
Tr a u m a t o - O r t o p e d i s t a Unidade de Terapia Intensiva de Tipo II ou III
Anestesiologista Tomografia Computadorizada
Intensivista Endoscopia
Banco de Sangue
Serviço de Suporte, Acompanhamento Clínico e Rea- Anestesiologia
bilitação: A Unidade deve contar com os serviços e pro-
fissionais nas seguintes áreas (dependendo do volume de Recursos Tecnológicos disponíveis em serviços de ter-
atendimento, estes profissionais não precisam ser exclusi- ceiros, instalados dentro ou fora da estrutura ambulatório
vos da Unidade): -hospitalar da Unidade. Neste caso, a referência deve ser
- Psicologia Clínica; devidamente formalizada de acordo com o que estabelece
- Nutrição; a Portaria SAS nº 494, de 26 de agosto de 1999:
- Assistência Social;
- Fisioterapia;
- Terapia Ocupacional;
- Farmácia; Broncoscopia
- Hemoterapia; Hemodinâmica

Outros Profissionais alcançáveis, identificados por es- Angiografia


pecialidade e capacitados para o atendimento às urgên- Ecocardiografia
cias/emergências nas suas áreas específicas de atuação Terapia Renal Substitutiva
profissional:
 
2.2.3.3- Características Específicas- Unidades Hospita-
lares de Referência em Atendimento às Urgências e Emer-
Oftalmologista gências de Tipo III:
Endoscopista As Unidades de Referência de Tipo III são aquelas ins-
taladas em hospitais gerais e que contam com recursos
Broncoscopista tecnológicos e humanos adequados para o atendimento
Otorrinolaringologista das urgências/emergências de natureza clínica, cirúrgica
e traumatológica. Estes hospitais devem, ainda, desempe-
Cardiologista
nhar atribuições de capacitação, aprimoramento e atuali-
Odontólogo zação dos recursos humanos envolvidos com as atividades
Hemodinamicista meio e fim da atenção às urgências/emergências.
Além das características gerais relacionadas no item
Neurologista 2.1, são exigíveis para a classificação e cadastramento de
N e u r o c i r u rg i ã o Unidades de Referência de Tipo III as seguintes característi-
cas específicas, devendo a Unidade dispor de:
Angiografista
Psiquiatra
Hematologista
Cirurgião Pediátrico

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

2.2.3.3.1- Recursos Humanos 2.2.3.3.2- Recursos Tecnológicos Os recursos tecnoló-


Além dos Recursos Humanos listados no item 2.1.1, a gicos mínimos e indispensáveis - propedêuticos e/ou te-
Unidade deve contar com: rapêuticos para o atendimento das urgências/emergências
Profissionais mínimos indispensáveis , presentes no especializados de que a Unidade deve dispor são os se-
hospital, capacitados para atendimento às urgências/emer- guintes:
gências nas suas áreas específicas de atuação profissional: Existentes na própria estrutura do hospital:

Médico Clínico Geral Radiologia Convencional


Pediatra Ultra-sonografia
Ginecologista-Obstetra Broncoscopista
Cirurgião Geral Análises Clínicas Laboratoriais
Cirurgião Pediátrico Eletrocardiografia
Tr a u m a t o - O r t o p e d i s t a Unidade de Terapia Intensiva de Tipo II ou III
Anestesiologista Tomografia Computadorizada
Intensivista Endoscopia
Radiologista Banco de Sangue
Cardiologista Anestesiologia
Neurologista Terapia Renal Substitutiva
Odontólogo N e u r o c i r u rg i a
Ecocardiografia
Serviço de Suporte, Acompanhamento Clínico e Rea-
bilitação: A Unidade deve contar com os serviços e pro- Recursos Tecnológicos disponíveis em serviços de ter-
fissionais nas seguintes áreas (dependendo do volume de ceiros, instalados dentro ou fora da estrutura ambulatório
atendimento, estes profissionais não precisam ser exclusi- -hospitalar da Unidade. Neste caso, a referência deve ser
vos da Unidade): devidamente formalizada de acordo com o que estabelece
- Psicologia Clínica; a Portaria SAS nº 494, de 26 de agosto de 1999:
- Nutrição;
- Assistência Social;
- Fisioterapia; Hemodinâmica
- Terapia Ocupacional; Angiografia
- Farmácia;
- Hemoterapia;
CAPÍTULO VI
Outros Profissionais alcançáveis, identificados por es- TRANSFERÊNCIAS E TRANSPORTE INTER-HOSPITALAR
pecialidade e capacitados para o atendimento às urgên-
cias/emergências nas suas áreas específicas de atuação 1 - Considerações Gerais:
profissional: Dentro da perspectiva de estruturação de Sistemas
Estaduais de Urgência e Emergência, com universalidade,
Cirurgião Vascular atenção integral e equidade de acesso, de caráter regio-
To x i c o l o g i s t a nalizado e hierarquizado, de acordo com as diretrizes do
Oftalmologista SUS, os serviços especializados e de maior complexidade
Hemodinamicista deverão ser referência para um ou mais municípios de me-
nor porte.
Angiografista
Assim, estes municípios menores devem se estruturar
Endoscopista Digestivo para acolher os pacientes acometidos por agravos de ur-
Broncoscopista gência, de caráter clínico, traumato-cirúrgico, ginecoobsté-
Otorrinolaringologista trico e psiquiátrico, sejam estes adultos, crianças ou recém
Cirurgião Bucomaxilofacial nascidos, realizar a avaliação e estabilização inicial destes e
Cirurgião Plástico providenciar sua transferência para os serviços de referên-
Psiquiatra cia loco regionais, seja para elucidação diagnóstica através
de exames especializados, avaliação médica especializada
Cirurgião Torácico
ou internação.
N e u r o c i r u rg i ã o

52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

As grades de referência loco regionais devem ser pre- servação do custo e disponibilidade de cada um desses
viamente pactuadas e as transferências deverão ser solici- meios. O transporte interhospitalar, em qualquer de suas
tadas ao médico regulador da Central de Regulação de Ur- modalidades, de acordo com a disponibilidade de recursos
gências, cujas competências técnicas e gestoras estão es- e a situação clínica do paciente a ser transportado, deve ser
tabelecidas no Capítulo II deste Regulamento. Tais centrais realizado em veículos adequados e equipados de acordo
poderão ter abrangência loco-regional, de acordo com os com o estabelecido no Capítulo IV deste Regulamento.
pactos de referência e mecanismos de financiamento esta- Transporte Aeromédico: O transporte aéreo poderá ser
belecidos pela NOASSUS/2002. indicado, em aeronaves de asa rotativa, quando a gravidade
Nos casos em que as centrais reguladoras ainda não do quadro clínico do paciente exigir uma intervenção rápi-
estejam estruturadas, as pactuações também deverão ser da e as condições de trânsito tornem o transporte terrestre
realizadas e os encaminhamentos deverão ser feitos me- muito demorado, ou em aeronaves de asa fixa, para percor-
diante grade de assistência loco regional, com contato pré- rer grandes distâncias em um intervalo de tempo aceitável,
vio com o serviço receptor. diante das condições clínicas do paciente. A operação des-
No processo de planejamento e pactuação das trans- te tipo de transporte deve seguir as normas e legislações
ferências inter-hospitalares, deverá ser garantido o suporte específicas vigentes, oriundas do Comando da Aeronáutica
de ambulâncias de transporte para o retorno dos pacientes através do Departamento de Aviação Civil. Para efeito da
que, fora da situação de urgência, ao receberem alta, não atividade médica envolvida no atendimento e transporte
apresentem possibilidade de locomover-se através de ou- aéreo de pacientes, conforme já definido no Capítulo IV
tros meios, por restrições clínicas. deste Regulamento, considera-se que o serviço deve pos-
Pacientes que não tenham autonomia de locomoção suir um diretor médico com habilitação mínima compreen-
por limitações sócioeconômicas e que, portanto, extra- dendo capacitação em emergência pré- hospitalar, noções
polam o âmbito de atuação específico da saúde, deverão básicas de fisiologia de vôo e noções de aeronáutica, sen-
receber apoio, nos moldes estabelecidos por políticas in- do recomendável habilitação em medicina aeroespacial. O
tersetoriais loco regionais. Salienta-se que o planejamento serviço de transporte aeromédico deve estar integrado ao
do suporte a estes casos é de fundamental importância ao sistema de atendimento pré-hospitalar e à Central de Regu-
adequado funcionamento dos serviços de saúde, uma vez lação Médica de Urgências da região e deve ser considera-
que os pacientes podem ocupar leitos hospitalares por pe- do sempre como modalidade de suporte avançado de vida.
ríodos mais ou menos longos após terem recebido alta, por - Transporte Aquaviário: este tipo de transporte poderá
ser indicado em regiões onde o transporte terrestre esteja
dificuldade de transporte de retorno a suas residências.
impossibilitado pela inexistência de estradas e/ou onde não
2 - Conceituação:
haja transporte aeromédico, observando-se a adequação
O transporte inter-hospitalar refere-se à transferência
do tempo de transporte às necessidades clínicas e a gravi-
de pacientes entre unidades não hospitalares ou hospitala-
dade do caso.
res de atendimento às urgências e emergências, unidades
- Transporte Terrestre: este tipo de transporte poderá
de diagnóstico, terapêutica ou outras unidades de saúde
ser indicado para áreas urbanas, em cidades de pequeno,
que funcionem como bases de estabilização para pacientes médio e grande porte, ou para as transferências inter mu-
graves, de caráter público ou privado e tem como princi- nicipais, onde as estradas permitam que essas unidades de
pais finalidades: transporte se desloquem com segurança e no intervalo de
a - A transferência de pacientes de serviços de saúde de tempo desejável ao atendimento de cada caso.
menor complexidade para serviços de referência de maior 3 - Diretrizes Técnicas:
complexidade, seja para elucidação diagnóstica, internação 3.1 - Responsabilidades/Atribuições do Serviço/Médico
clínica, cirúrgica ou em unidade de terapia intensiva, sem- Solicitante
pre que as condições locais de atendimento combinadas à Ficam estabelecidas as seguintes responsabilidades/
avaliação clínica de cada paciente assim exigirem; atribuições ao Serviço/Médico solicitante:
b - A transferência de pacientes de centros de refe- a - O médico responsável pelo paciente seja ele planto-
rência de maior complexidade para unidades de menor nista, diarista ou o médico assistente, deve realizar as soli-
complexidade, seja para elucidação diagnóstica, internação citações de transferências à Central de Regulação e realizar
clínica, cirúrgica ou em unidade de terapia intensiva, seja contato prévio com o serviço potencialmente receptor;
em seus municípios de residência ou não, para conclusão b - Não remover paciente em risco iminente de vida,
do tratamento, sempre que a condição clínica do pacien- sem prévia e obrigatória avaliação e atendimento respira-
te e a estrutura da unidade de menor complexidade assim tório, hemodinâmico e outras medidas urgentes específi-
o permitirem, com o objetivo de agilizar a utilização dos cas para cada caso, estabilizando-o e preparando-o para o
recursos especializados na assistência aos pacientes mais transporte;
graves e/ou complexos. c - Esgotar seus recursos antes de acionar a central de
Este transporte poderá ser aéreo, aquaviário ou ter- regulação ou outros serviços do sistema loco regional;
restre, de acordo com as condições geográficas de cada d - A decisão de transferir um paciente grave é estrita-
região, observando-se as distâncias e vias de acesso, como mente médica e deve considerar os princípios básicos do
a existência de estradas, aeroportos, helipontos, portos e transporte, quais sejam: não agravar o estado do paciente,
condições de navegação marítima ou fluvial, bem como a garantir sua estabilidade e garantir transporte com rapidez
condição clínica de cada paciente, não esquecendo a ob- e segurança;

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

e - Informar ao médico regulador, de maneira clara e 3.2 - Responsabilidades/Atribuições da Central de Re-


objetiva, as condições do paciente; gulação/Médico Regulador
f - Elaborar documento de transferência que deve Além das estabelecidas no Capitulo II deste Regula-
acompanhar o paciente durante o transporte e compor seu mento, ficam definidas as seguintes responsabilidades/
prontuário na unidade receptora, registrando informações atribuições para a Central de Regulação/Médico Regulador:
relativas ao atendimento prestado na unidade solicitan- a - O acionamento e acompanhamento da unidade e
te, como diagnóstico de entrada, exames realizados e as equipe de transporte, caso estes se localizem descentra-
condutas terapêuticas adotadas. Este documento deverá lizados em relação à estrutura física da central de regula-
conter o nome e CRM legíveis, além da assinatura do so- ção, como nos casos de transporte aeromédico, hidroviário
licitante; ou terrestre, em que se opte por descentralizar viaturas e
g - Obter a autorização escrita do paciente ou seu res- equipes para garantir maior agilidade na resposta. Nestes
ponsável para a transferência. Poder-se-á prescindir desta casos, a localização dos veículos e das equipes de saúde
autorização sempre que o paciente não esteja apto para responsáveis pelo transporte deverá ser pactuada entre os
fornecê-la e não esteja acompanhado de possível respon- gestores municipais da região de abrangência da central;
sável; b - Utilizar o conceito de “vaga zero”, definido no Capí-
h - A responsabilidade da assistência ao paciente trans- tulo II deste Regulamento também nos casos de regulações
ferido é do médico solicitante, até que o mesmo seja rece- inter-hospitalares, quando a avaliação do estado clínico do
bido pelo médico da unidade responsável pelo transporte, paciente e da disponibilidade de recursos loco regionais o
nos casos de transferência em viaturas de suporte avança- tornem imperativo.
do de vida ou até que o mesmo seja recebido pelo médico 3.3 - Responsabilidades/Atribuições da Equipe de
do serviço receptor, nos casos de transferência em viaturas Transporte Ficam estabelecidas as seguintes responsabili-
de suporte básico de vida ou viaturas de transporte sim- dades/atribuições à Equipe de Transporte:
ples. O início da responsabilidade do médico da viatura de a - Acatar a determinação do médico regulador quanto
transporte ou do médico da unidade receptora não cessa ao meio de transporte e tipo de ambulância que deverá ser
a responsabilidade de indicação e avaliação do profissional utilizado para o transporte;
da unidade solicitante; b - Informar ao médico regulador caso as condições
i - Nos casos de transporte de pacientes em suporte clínicas do paciente no momento da recepção do mesmo
básico de vida para unidades de apoio diagnóstico e te- para transporte não sejam condizentes com as informações
rapêutico, para realização de exames ou tratamentos, se o que foram fornecidas ao médico regulador e repassadas
paciente apresentar intercorrência de urgência, a respon- por este à equipe de transporte;
sabilidade pelo tratamento e estabilização é da unidade c - No caso de transporte terrestre, deverão ser utiliza-
que está realizando o procedimento, que deverá estar apta das as viaturas de transporte simples para os pacientes ele-
para seu atendimento, no que diz respeito a medicamen- tivos, em decúbito horizontal ou sentados, viaturas de su-
tos, equipamentos e recursos humanos capacitados; porte básico ou suporte avançado de vida, de acordo com
j - Nos casos de transporte de pacientes críticos para o julgamento e determinação do médico regulador, a partir
realização de procedimentos diagnósticos ou terapêuticos da avaliação criteriosa da história clínica, gravidade e risco
e, caso estes serviços situem-se em clínicas desvinculadas de cada paciente, estando tais viaturas, seus equipamentos,
de unidades hospitalares, o suporte avançado de vida será medicamentos, tripulações e demais normas técnicas esta-
garantido pela equipe da unidade de transporte; belecidas no presente Regulamento;
k - Nos locais em que as Centrais de Regulação ainda d - O transporte inter-hospitalar pediátrico e neonatal
não estejam estruturadas ou em pleno funcionamento, é deverá obedecer às diretrizes estabelecidas neste Regu-
vedado a todo e qualquer solicitante, seja ele público ou lamento, sendo que as viaturas utilizadas para tal devem
privado, removerem pacientes sem contato prévio com a estar equipadas com incubadora de transporte e demais
instituição/serviço potencialmente receptor; equipamentos necessários ao adequado atendimento neo-
l - Nos locais em que as Centrais de Regulação já estão natal e pediátrico;
em funcionamento, nenhum paciente poderá ser transferi- e - Registrar todas as intercorrências do transporte no
do sem contato prévio com a mesma ou contrariando sua documento do paciente;
determinação; f - Passar o caso, bem como todas as informações e
m - Nos casos de transferências realizadas pelo setor documentação do paciente, ao médico do serviço receptor;
privado, o serviço ou empresa solicitante deverá se res- g - Comunicar ao médico regulador o término do
ponsabilizar pelo transporte do paciente, bem como pela transporte;
garantia de recepção do mesmo no serviço receptor, obe- h - Conduzir a ambulância e a equipe de volta à sua
decendo as especificações técnicas estabelecidas neste Re- base.
gulamento; 3.4 - Responsabilidades/Atribuições do Serviço/Médi-
n - Nos casos de operadoras de planos privados de co Receptor Ficam estabelecidas as seguintes responsabili-
assistência à saúde, permanece em vigor a legislação pró- dades/atribuições ao Serviço/Médico Receptor:
pria a respeito deste tema, conforme Resolução CONSU n° a - Garantir o acolhimento médico rápido e resolutivo
13, de 4 de novembro de 1998 e eventual regulamentação às solicitações da central de regulação médica de urgên-
posterior a ser estabelecida pela Agência Nacional de Saú- cias;
de Suplementar.

54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

b - Informar imediatamente à Central de Regulação se centes capazes de desenvolver um enfoque efetivamente


os recursos diagnósticos ou terapêuticos da unidade atin- problematizador na educação e a necessidade de capacitar
girem seu limite máximo de atuação; instrutores e multiplicadores com certificação e capacita-
c - Acatar a determinação do médico regulador sobre ção pedagógica para atender a demanda existente é que
o encaminhamento dos pacientes que necessitem de ava- este Regulamento Técnico propõe aos gestores do SUS a
liação ou qualquer outro recurso especializado existente criação, organização e implantação de Núcleos de Educa-
na unidade, independente da existência de leitos vagos ou ção em Urgências – NEU.
não – conceito de “vaga zero”; 1 - Aspectos Gerais
d - Discutir questões técnicas especializadas sempre 1.1 - Definição:
que o regulador ou médicos de unidades solicitantes de Os Núcleos de Educação em Urgências devem se or-
menor complexidade assim demandarem; ganizar como espaços de saber interinstitucional de for-
e - Preparar a unidade e sua equipe para o acolhimento mação, capacitação, habilitação e educação continuada de
rápido e eficaz dos pacientes graves; recursos humanos para as urgências, sob a administração
f - Receber o paciente e sua documentação, dispen- de um conselho diretivo, coordenado pelo gestor público
sando a equipe de transporte, bem como a viatura e seus do SUS, tendo como integrantes as secretarias Estaduais
equipamentos o mais rápido possível; e Municipais de saúde, hospitais e serviços de referência
g - Comunicar a Central de Regulação sempre que na área de urgência, escolas de bombeiros e polícias, ins-
houver divergência entre os dados clínicos que foram co- tituições de ensino superior, de formação e capacitação de
municados quando da regulação e os observados na re- pessoal na área da saúde, escolas técnicas e outros setores
cepção do paciente. que prestam socorro à população, de caráter público ou
privado, de abrangência municipal, regional ou estadual.
CAPÍTULO VII 1.2 - Princípios Norteadores
NÚCLEOS DE EDUCAÇÃO EM URGÊNCIAS São princípios norteadores dos Núcleos de Educação
em Urgências:
As urgências não se constituem em especialidade mé- - a organicidade com o processo de formulação de po-
dica ou de enfermagem e nos cursos de graduação a aten- líticas públicas para a atenção integral às urgências, bus-
ção dada à área ainda é bastante insuficiente. No que diz cando organizar o sistema regional de atenção às urgên-
respeito à capacitação, habilitação e educação continuada cias a partir da qualificação assistencial com equidade;
dos trabalhadores do setor, observa-se ainda a fragmen- - a promoção integral da saúde com o objetivo de re-
tação e o baixo aproveitamento do processo educativo duzir a morbi-mortalidade regional, preservar e desenvol-
tradicional e a insuficiência dos conteúdos curriculares ver a autonomia de indivíduos e coletividades, com base
dos aparelhos formadores na qualificação de profissionais no uso inteligente das informações obtidas nos espaços de
para as urgências, principalmente, em seu componente atendimento às urgências, considerados observatórios pri-
pré- hospitalar móvel. Também se constata a grande pro- vilegiados da condição da saúde na sociedade;
liferação de cursos de iniciativa privada de capacitação de - a educação continuada como estratégia permanen-
recursos humanos para a área, com grande diversidade de te de acreditação dos serviços, articulada ao planejamento
programas e conteúdos e cargas horárias, sem a adequada institucional e ao controle social;
integração à realidade e às diretrizes do Sistema Único de - a transformação da realidade e seus determinantes,
Saúde – SUS. fundamentada na educação, no processamento de situa-
Assim, considerando o ainda importante grau de des- ções - problema, extraídas do espaço de trabalho e do
profissionalização, falta de formação e educação continua- campo social.
da dos trabalhadores das urgências, resultando em com- 1.3 - Objetivos Estratégicos
prometimento da qualidade na assistência e na gestão do São objetivos estratégicos dos Núcleos de Educação
setor; a necessidade de criar estruturas capazes de proble- em Urgências:
matizar a realidade dos serviços e estabelecer o nexo entre - Constituírem-se em núcleos de excelência regional,
trabalho e educação, de forma a resgatar o processo de estadual e nacional, para a formação de profissionais de
capacitação e educação continuada para o desenvolvimen- saúde a serem inseridos na atenção às urgências;
to dos serviços e geração de impacto em saúde dentro de - Elaborar, implantar e implementar uma política públi-
cada nível de atenção; a necessidade de estabelecimento ca, buscando construir um padrão nacional de qualidade
de currículos mínimos de capacitação e habilitação para o de recursos humanos, instrumentalizada a partir de uma
atendimento às urgências, face aos inúmeros conteúdos rede de núcleos regionais, os quais articulados entre si
programáticos e cargas horárias existentes no país e que poderão incorporar paulatinamente critérios de atenção e
não garantem a qualidade do aprendizado; o grande nú- profissionalização às urgências;
mero de trabalhadores já atuando no setor e a necessidade - Buscar a nucleação pública dos recursos educativos
de garantir-lhes habilitação formal, obrigatória e com reno- em saúde;
vação periódica para o exercício profissional e a interven-
ção nas urgências e ainda, considerando a escassez de do-

55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

- Articular, processar e congregar as dificuldades e necessidades das instituiçõesmembro para alcançarem as suas
metas, a fim de constituir Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência;
- Ser espaço interinstitucional combinando conhecimentos e meios materiais que permitam abarcar a dimensão qua-
litativa e quantitativa das demandas de educação em urgências, potencializando as capacidades e respondendo ao con-
junto de demandas inerentes a um sistema organizado de atenção;
- Ser estratégia pública privilegiada para a transformação da qualificação da assistência às urgências, visando impac-
tos objetivos em saúde populacional;
- Constituir os meios materiais (área física e equipamentos) e organizar corpo qualificado de instrutores e multiplica-
dores, que terão como missão, entre outras, produzir os materiais didáticos em permanente atualização e adaptação às
necessidades das políticas públicas de saúde e dos serviços / trabalhadores da saúde;
1.4- Objetivos Operacionais
São objetivos operacionais dos Núcleos de Educação em Urgências: - Promover programas de formação e educação
continuada na forma de treinamento em serviço a fim de atender ao conjunto de necessidades diagnosticado em cada
região, fundamentando o modelo pedagógico na problematização de situações; - Capacitar os recursos humanos envolvi-
dos em todas as dimensões da atenção regional, ou seja, atenção pré-hospitalar - unidades básicas de saúde, unidades de
saúde da família, pré-hospitalar móvel, unidades não hospitalares de atendimento às urgências e emergências e ambula-
tórios de especialidades; atenção hospitalar e atenção póshospitalar - internação domiciliar e serviços de reabilitação, sob
a ótica da promoção da saúde; - Estimular a criação de equipes multiplicadoras em cada região, que possam implemen-
tar a educação continuada nos serviços de urgência; - Congregar os profissionais com experiência prática em urgência,
potencializando sua capacidade educacional; - Desenvolver e aprimorar de forma participativa e sustentada as políticas
públicas voltadas para a área da urgência; - Certificar anualmente e re-certificar a cada dois anos os profissionais atuantes
nos diversos setores relativos ao atendimento das urgências;
Propor parâmetros para a progressão funcional dos trabalhadores em urgências, vinculados ao cumprimento das exi-
gências mínimas de capacitação, bem como à adesão às atividades de educação continuada.

2 - Grades de Temas, Conteúdos, Habilidades, Cargas Horárias Mínimas para a Habilitação e Certificação dos Profis-
sionais da Área de Atendimento às Urgências e Emergências:
Como já foi abordado, há uma premente necessidade de estabelecimento de currículos mínimos de capacitação e
habilitação para o atendimento às urgências. Isto decorre do fato de que os inúmeros conteúdos programáticos e cargas
horárias existentes no país não garantem a qualidade do aprendizado. Assim, o pressente Regulamento propõe temas,
conteúdos, habilidades e cargas horárias mínimas a serem desenvolvidos pelos Núcleos de Educação em Urgências e
considerados necessários para a certificação inicial de todos os profissionais que já atuam ou que venham a atuar no
atendimento às urgência e emergências, seja ele de caráter público ou privado.
2.1 – Profissionais do Atendimento Pré-Hospitalar Móvel
A - Profissionais Não Oriundos da Área da Saúde A-1 - Profissionais da Área de Segurança, Bombeiros e Condutores
de Veículos de Urgência do Tipo B, C e D:

56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

TEMAS CONTEÚDO HABILIDADES CARGA HORÁRIA (CH)


1 . Programa e atividade integração. Trabalho em
01 T
Introdução Pré e Pós-teste. equipe

Carga Horá-
TEMAS CONTEÚDO HABILIDADES
ria (CH)
Programa e atividade de integração Pré e 01 T (Teóri-
1. Introdução Trabalho em equipe
Pós-teste. ca)
Conhecer a organização do
2. Sistema de saúde
Apresentação da rede hierarquizada dos ser- sistema de saúde local de
local e serviços relacio- 01 T
viços de saúde. acordo com a hierarquia dos
nados.
serviços
Histórico do serviço pré-hospitalar móvel.
Perfil profissional; Apresentação do serviço
Trabalho em equipe Conhecer
de atendimento pré-hospitalar (APH) móvel
os conceitos da Portaria e as
3. Serviço Pré Hospita- de sua cidade Apresentação da Portaria GM/
competências dos profissio- 02 T
lar Móvel MS nº 2048 de 5 de novembro de 2002 - Re-
nais da área de segurança,
gulamento Técnico dos Sistemas Estaduais
bombeiros.
de Urgência e Emergência Conceitos de ética
médica ligada ao APH
Manejo de equipamentos da central de ur-
4. Central de Regulação Manuseio do sistema de rádio
gência (rádios), veículos e materiais utiliza- 01 T
e Equipamentos e técnicas de comunicação.
dos no APH móvel, rotinas operacionais.
Conhecimento das principais
divisões anatômicas, regiões
Anatomia topográfica: regiões anatômicas e anatômicas, e noções de ana-
noções gerais de anatomia topográfica. Apa- tomia topográfica. Conheci-
5. Anatomia e Fisiolo- 08 T 02 P
relhos e sistemas: anatomia e fisiologia dos mento dos aspectos morfoló-
gia (Prática)
aparelhos e sistemas do corpo humano: em gicos e fisiológicos dos diver-
especial esquelético, cardíaco, respiratório. sos aparelhos para formulação
de correlação anátomo-clíni-
ca.
Conhecer a importância do
exame da cena do acidente
6. Cinemática do Trau- para identificar sinais de gra-
Exame da cena e mecanismos de lesões. 03 T
ma vidade. Saber correlacionar a
cenas com os mecanismos de
lesões.
Realizar a abordagem primária
Abordagem Primária e secundária de uma
e secundária para reconhecer
Vítima; técnicas relativas à avaliação de sinais
sinais de gravidade em situa-
vitais de vítimas: pressão arterial, frequência
7. Abordagem do pa- ções que ameaçam a vida de
respiratória e de pulso, temperatura e outros. 08 T 12 P
ciente. forma imediata e as lesões dos
Escala de coma de Glasgow e escala de trau-
diversos segmentos. Saber
ma revisado ou escala de trauma utilizada
utilizar a escala de Glasgow e
pelo serviço local
de trauma.
Obstrução de Vias Aéreas. Desobstrução de
a. Manejo de Vias Aé-
Vias Aéreas. Sinais e Sintomas de parada res-
reas/Ressuscitação Car-
piratória e cardíaca. Técnicas de reanimação
diopulmonar
cardiopulmonar em adulto e criança. 06 T 18 P
Materiais e equipamentos utilizados em pa-
rada cardio respiratória. Materiais e Equipa-
mentos utilizados em oxigênioterapia.

57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Reconhecer e manejar obs-


trução de vias aéreas; Reali-
Conhecer as principais doenças transmis- zar oxigênioterapia. Conhecer
síveis Conhecer normas de biossegurança, equipamentos utilizados em
b. Biossegurança 02 T
materiais e métodos de controle de infec- parada cardiorespiratória Es-
ções. tar habilitado para técnicas de
RCP Utilizar técnicas e méto-
dos de controle de infecções.
Reconhecer os diversos tipos
de ferimentos, hemorragias,
Tipos de ferimentos; hemorragia; choque, choque hipovolêmico; Possuir
8. Ferimentos / hemor- principalmente choque hipovolêmico; Cura- habilidades psicomotoras re-
ragia / Bandagem / tivos e Bandagens; Técnicas de Suporte Bá- lativas às aplicações de técni- 04 T 06 P
Choque sico de Vida para o tratamento do choque cas de curativos e bandagens
hipovolêmico com controle de hemorragias
e suporte básico nos casos de
choque hipovolêmico.
Reconhecer os diversos tipos
Trauma Músculo Esqueléticos e seus sinais
de trauma músculo-esque-
9. Trauma músculo- e sintomas. Técnicas relativas à imobilização
lético Executar técnicas de
-esquelético e imobili- de extremidades lesadas. Materiais e equi- 02 T 10 P
imobilização de extremidades
zações pamentos utilizados para a imobilização de
lesadas com equipamentos
extremidades lesadas.
adequados.
Traumatismo Cranioencefálico Traumatismo
10. Traumatismos espe- Conhecer as peculiaridades e
Raquimedular Trauma Torácico e Abdominal
cíficos prestar o atendimento inicial
Trauma de Face 12 T
nos di-versos traumatismos
Trauma na Criança e na Gestante Agravos específicos
por eletricidade Queimaduras
Materiais e equipamentos utilizados para a
remoção de vítimas de acidentes. Técnicas
de remoção de vítimas de acidentes: rola- Saber utilizar materiais e equi-
mento, elevações, retirada de veículos, trans- pamentos para remoção de
11. Remoção de vítima 04 T 30 P
porte com ou sem a utilização de materiais e vítimas de acidentes nas di-
equipamentos. Técnicas relativas à remoção versas situações encontradas.
de vítimas de acidentes aquáticos e em altu-
ra com especial cuidado à coluna vertebral.
Possuir habilidades psicomo-
12. Assistência ao Parto
Trabalho de Parto - período expulsivo Cuida- toras relativas ao atendimento
e Cuidados com o Re- 04 T
do com o Recém-Nascido ao parto normal e cuidados
cém Nascido
com o recém-nascido
13.Intervenção em cri- Conhecer as peculiaridades e
Reconhecimento e Intervenção em situação
ses e atendimentos de prestar o atendimento inicial 02 T
de crise
pacientes especiais nessas situações
Fisiologia e técnicas de abordagem. Peculia- Conhecer as peculiaridades e
14. Afogamento 02 T
ridades no atendimento prestar o atendimento inicial.
15. Intoxicação Exóge- Reconhecimento e peculiaridades no atendi- Conhecer as peculiaridades e
02 T
na mento inicial. prestar o atendimento inicial.
16. Emergências Clíni- Peculiaridades e Atendimento inicial de Conhecer as peculiaridades e
06 T
cas emergências clinicas mais frequentes prestar o atendimento inicial
17. Acidentes com múl- Saber manejar situações de
Conceito Princípios de Controle da Cena
tiplas Vítimas e Catás- acidentes com múltiplas víti- 02 T 02 P
Triagem, tratamento e transporte.
trofes mas.
Prestar o atendimento inicial
18. Acidentes com pro- Conceitos/Legislação Princípios de atendi- de maneira adequada garan-
02 T
dutos perigosos mento tindo a segurança da equipe e
das vítimas

58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Conhecer fluxo de atendimen-


to dos hospitais da rede hie-
19. Estágios hospitala- Rotinas de atendimento de pronto socorro;
rarquizada bem como presen- 12 P
res maternidade.
ciar atendimento das emer-
gências.
Familiarização com a rotina de
20. Estágios em Ambu- serviço e participar de aten-
Vivência prática de atendimento 24 P
lâncias dimento de vítimas em situa-
ções reais
21. *Avaliação teórica e Provas escritas e práticas de avaliação de co- Demonstrar conhecimentos
04 T 06 P
pratica do curso nhecimento adquiridos
Conhecimento e habilidade
22. Salvamento** MO- Conceitos e técnicas de: Salvamento ter-
psicomotora para realização
DULO COMPLEM E N restre; Salvamento em alturas; Salvamento 10 T 20 P
de salvamento terrestre, aquá-
TA R aquático; Materiais e equipamentos
tico e em alturas
TO TA L 200 H

Número de horas para avaliação a serem distribuídas durante o Curso.


**Módulo específico para profissionais da área de Segurança ou Motoristas de Viaturas de Tipo B, C e D.

A - 2 – Condutor de Veículos de Urgência do Tipo A

TEMA CONTEÚDO HABILIDADES CH


Responder a aplicação do pré e pós-teste
Apresentação do programa e
1. Introdução de conhecimento escrito e individual Par- 01 T (Teórica)
atividade de integração
ticipar das atividades de Grupos.
Identificar ruas/logradouros/ bairros da ci-
dade Identificar a localização dos serviços
2. Geografia e es-
Apresentação da geografia e de saúde da cidade Identificar as portas de
trutura urbana da 03 T 10 P (Prática)
estrutura urbana da cidade entrada dos serviços de urgência hospita-
cidade
lares e não hospitalares Identificar endere-
ços e regiões de difícil acesso
Reconhecer as funções de cada serviço
3. Sistema de saú- de acordo com sua hierarquia. Identificar
Apresentação do Sistema de
de e rede hierar- a localização dos serviços de saúde da ci-
saúde local e serviços relacio- 2T
quizada de assis- dade Identificar serviços em locais de difí-
nados com a saúde
tência cil acesso. Dominar a geografia da região
para viabilizar rotas alternativas
Dominar os conceitos da Portaria, a regu-
Apresentação da Portaria GM/
4. Serviço de aten- lação médica das urgências e os fluxos da
MS nº 2048, de 5 de novembro
dimento pré-hos- central de regulação. Identificar as funções
de 2002 - Regulamento Técni- 2T
pitalar móvel (APH do condutor de veículos de urgência. Do-
co dos Sistemas Estaduais de
móvel) minar o funcionamento e organização do
Urgência e Emergência
APH móvel de sua cidade

59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Estabelecer contato com a central de re-


5. Papel do con- Manejo de equipamentos da gulação de urgências. Operar o sistema
dutor de veículos central de regulação de urgên- de radio comunicação para contato com a
de urgência cias central. Dominar o uso de códigos de rá-
dio, conforme protocolos do serviço.
Descrever a cena das ocorrências, identifi-
cando sinais de risco. Identificar necessida- 2T 10 P
de de articular outros serviços para atendi-
mento na cena da ocorrência e comunicar
à central Auxiliar a equipe de saúde nos
gestos básicos de suporte à vida Auxiliar a
equipe nas imobilizações e transporte de
vítimas
Identificar todos os tipos de materiais exis-
6. Suporte básico Realização de medidas de su-
tentes nos veículos de socorro e sua utili-
de vida porte básico de vida
dade, a fim de auxiliar a equipe de saúde
Realizar medidas reanimação cardiorespi-
ratória básica Identificar sinais de gravida- 04 T 16 P
de em situações de urgência traumática,
clínica, obstétrica, psiquiátrica Aplicar co-
nhecimentos para abordagem de pacien-
tes graves em urgência clínica, traumática,
psiquiátrica, pediátrica, obstétrica
Aplicar técnicas de direção defensiva. Uti-
7. Direção defen- lizar sinais sonoros e luminosos nas situa-
Técnicas de Direção Defensiva 02 T 08 P
siva ções de urgência. Viabilizar a sinalização e
segurança da cena.
8. Acidentes com Dominar a legislação do transporte de pe-
Noções sobre acidentes com
produtos perigo- rigosas. Aplicar técnicas de abordagem de
produtos perigosos
sos veículos com produtos perigosos.
Aplicar normas de segurança na exposição 02T 02P
a produtos perigosos. Auxiliar na organi-
zação da cena em situações de acidentes
com cargas perigosas
TO TA L 64 H

A - 3 - Telefonistas – Auxiliares de Regulação e Rádio-Operadores

TEMAS CONTEÚDOS HABILIDADES CH


Dominar o programa a ser desenvolvido. Respon-
der a aplicação de pré-teste e pós-teste de conhe-
Apresentação do programa 06 T (Teórica)
1. Introdução cimento. Participar do desenvolvimento de técni-
e atividade de integração 08 P (Prática)
cas de grupos. Dominar a localização de ruas/lo-
gradouros da cidade.
Conhecimento da geogra- Identificar as regiões dos chamados e associar com
2. Geografia e estrutura
fia e estrutura urbana da os endereços das solicitações. Conhecer endereços
urbana da cidade
cidade dos serviços de saúde da cidade
Conhecer a organização do sistema de saúde local
de acordo com a hierarquia dos serviços: rede bá-
3. Sistema de Saúde e Apresentação do Sistema sica, rede de urgência, considerando as portas de
Re-de hierarquizada de de saúde local e serviços entrada hospitalares e não hospitalares. Saber qual 02 T 08 P
assistência relacionados com a saúde a estrutura e missão de cada serviço. Conhecer ho-
rários de funcionamento dos serviços e capacidade
instalada

60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Conhecer o conteúdo da Portaria GM/MS de __ de


outubro de 2002 e compreender seus conceitos.
4. Serviço de atendi- Apresentação do serviço de
Compreender o papel do médico regulador de ur-
mento pré-hospitalar atendimento pré-hospitalar 08 T 10 P
gência e os fluxos da central de regulação. Conhe-
móvel móvel (APH móvel)
cer as funções do telefonista auxiliar de regulação
médica e do rádio operador.
Acolher as chamadas telefônicas de acordo com a
5. Papel da telefonista Funções da telefonista au-
rotina preconizada pela instituição. Operar o siste-
auxiliar de regulação e xiliar de regulação médica e 04 T 10 P
ma de rádio da central, estabelecendo o contato
do rádio operador do rádio operador
com todos os meios integrados à central.
Reconhecer palavras-chaves na regulação. Res-
ponder às situações que independem da resposta
médica, de acordo com os protocolos do serviço.
Estabelecer o contato com as equipes das unida-
des móveis no despacho das missões.
Monitorar o deslocamento dos veículos de urgên-
cia e estabelecer o controle operacional sobre a
frota. Realizar os registros pertinentes de acordo
com a rotina do serviço.
Manejar os equipamentos de telefonia para comu-
nicação com os usuários e os serviços, de acordo
com a rotina da instituição. Manejar os equipamen-
tos de radio comunicação, através do uso de códi-
gos conforme rotina preconizada pela instituição.
Manejar equipamentos de informática, se houver,
de acordo com a rotina do serviço.
TO TA L 56 H

RECOMENDAÇÃO DE ATIVIDADES PRÁTICAS


- Permanência na sala de regulação de urgência na condição de observador (no acolhimento das chamadas, na opera-
ção dos rádios e telefones)
- Realização de visitas para reconhecer a geografia da cidade e distribuição dos serviços de saúde: conhecer minima-
mente as regiões da cidade; conhecer, pelo menos, um serviço de atenção básica de cada região; conhecer a localização
dos serviços de urgência (hospitalares e não hospitalares); conhecer locais de difícil acesso na cidade (endereços irregulares,
não localizáveis no mapa oficial da cidade)
- Operação do sistema de telefones da central de urgência: acolhimento das chamadas, preenchimento de impressos
e/ou manejo dos equipamentos de informática (se houver), transmissão dos chamados ao médico regulador, comunicação
com os serviços e equipes de APH
- Operação do sistema de rádio da central de urgência: comunicação com as equipes, despacho dos meios móveis,
controle do deslocamento dos meios móveis, uso dos códigos para comunicação

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

B - Profissionais Oriundos da Área da Saúde


B-1-Auxiliares e Técnicos de Enfermagem

TEMA CONTEÚDOS HABILIDADES CH


Conhecer a organização do sistema de
1. Sistema de saúde Apresentação do sistema de saú- saúde local de acordo com a hierarquia
e re-de hierarquizada de local e serviços relacionados dos serviços: rede básica, rede de urgên- 05 T (Teórica)
de assistência com a saúde cia, considerando as portas hospitalares
e não hospitalares
Serviço de atendimento pré-hos- Conhecer o funcionamento do serviço
pitalar (APH) móvel de APH móvel de sua cidade
Apresentação da Portaria GM/
Dominar os conceitos da Portaria e as
MS nº 2048, de 5 de novembro
competências do auxiliar de enferma-
de 2002 - Regulamento Técnico
gem e do técnico de enfermagem no
dos Sistemas Estaduais de Ur-
APH móvel
gência e Emergência
Estar habilitado para fluxos e rotinas
Apresentação das rotinas, fluxos
operacionais do serviço: relação com os
e protocolos do serviço, do siste-
serviços de saúde, comunicação através
ma de saúde e das estruturas de
do sistema de rádio, uso de códigos,
comunicação
adoção de protocolos de serviço.
Reconhecer sinais de disfunção respi-
ratória na cena da ocorrência nas pato-
2. Urgências clínicas logias mais prevalentes: crise asmática,
Sofrimento respiratório agudo. 04 T 12 P (Prática)
no paciente adulto DBPOC, Infecções respiratórias, quadros
de obstrução por corpo estranho, ede-
ma agudo de pulmão.
Descrever ao médico regulador os sinais
observados nos pacientes em atendi-
mento, Aferir sinais vitais: frequência
cardíaca, respiratória, tensão arterial,
temperatura, saturação, controle de
glicemia Adotar medidas para controle
da disfunção respiratória grave, de
acordo com as orientações do médico
regulador
Ser capaz de iniciar medidas de rea-
nimação de suporte básico, enquanto
aguarda medicalização do atendimento.
Manejar os equipamentos de suporte
ventilatório básico.
Executar procedimentos de enferma-
gem, dentro dos limites de sua função,
de acordo com a prescrição médica à
distância (quando equipe de suporte
básico) ou na presença do médico inter-
vencionista
Reconhecer sinais de doenças circulató-
rios aguda: infarto agudo do miocárdio,
angina instável, arritmias, AVC, quadros
Doenças circulatórias agudas isquêmicos e edema agudo de pulmão. 04 T 08 P
Descrever ao médico regulador os sinais
observados nos pacientes em atendi-
mento

62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Adotar medidas para controle e trata-


mento inicial dos agravos circulatórios
agudos, de acordo com as orientações
do médico regulador Estar habilitado
para realização de monitorização cardía-
ca e eletrocardiográfica
Realizar manobras de reanimação car-
diorespiratória básica, enquanto aguar-
da medicalização do atendimento Co-
nhecer todos equipamentos necessários
para manejo de pacientes em situações
de urgência circulatória e saber manejá-
-los
Reconhecer sinais de agravos metabóli-
cos agudos tais como: diabete descom-
pensado, coma hipoglicêmico, coma
Doenças metabólicas 02 T 01 P
hiperosmolar e outros Descrever ao mé-
dico regulador os sinais observados nos
pacientes em atendimento
Adotar medidas para controle e trata-
mento inicial, dos agravos circulatórios
agudos, de acordo com as orientações
do médico regulador na central ou da
presença do médico intervencionista na
cena da ocorrência
Dominar técnicas de aferição da glice-
mia, administração de medicamentos e
infusões, dentro dos limites de sua fun-
ção
Reconhecer sinais de intoxicação exóge-
na na cena da ocorrência Descrever ao
médico regulador os sinais observados
nos pacientes em atendimento Adotar
Intoxicações exógenas
medidas para controle e tratamento
inicial dos quadros de intoxicação exó-
gena, de acordo com as orientações do
médico regulador
Reconhecer sinais de disfunção respira-
tória quando na cena da ocorrência nas
3. Urgências clínicas patologias mais prevalentes: mal asmáti-
Sofrimento respiratório agudo
na criança co, obstrução por corpo estranho, farin-
gites, epiglotites e descrevê-los ao mé-
dico regulador na central de regulação 04 T 06 P
Adotar medidas para controle da disfun-
ção respiratória grave, de acordo com as
orientações do médico regulador Mane-
jar os equipamentos de suporte ventila-
tório básico.

63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Reconhecer sinais de gravidade na vítima


traumatizada grave: sinais de disfunção
Atendimento inicial do traumati- ventilatória, respiratória e circulatória.
zado grave TRM TCE Trauma to- Descrever ao médico regulador os sinais
rácico Trauma abdominal observados nos pacientes traumatizados
em atendimento, através da observação
na cena dos acidentes
Ser capaz de avaliar o traumatizado gra-
ve e prestar o atendimento inicial nas
medidas de suporte básico à vida Adotar
Trauma de extremidades Choque medidas no manejo do trauma raquime-
4. Urgências trau-
e hemorragias Trauma de face dular, trauma cranioencefálico, trauma
máticas no paciente 12 T 40 P
Queimaduras Quase afogamento torácico, trauma abdominal, trauma de
adulto e na criança
extremidades, trauma em face, controle
de choques e hemorragias, trauma na
gestante, queimaduras,
quase afogamento, lesões por eletrici-
dade, acidentes com múltiplas vítimas e
Trauma na gestante Lesões por acidentes com produtos perigosos. Re-
eletricidade Acidentes com múl- conhecer os riscos na cena dos acidentes
tiplas vítimas Acidentes com pro- e transmiti-los à central de regulação,
dutos perigosos para que sejam ativados os demais ser-
viços necessários nas cenas das ocorrên-
cias.
Reconhecer sinais de gravidade das patolo-
gias psiquiátricas em situações de urgência
5. Urgências Psicoses Tentativa de suicídio Depressões
na cena das ocorrências. Descrever ao mé-
psiquiátricas Síndromes cerebrais orgânicas
dico regulador os sinais observados nos pa-
cientes em atendimento.
Reconhecer necessidade de acionar outros 02 T 04 P
atores no atendimento às urgências psiquiá-
tricas, quando implicar a segurança das equi-
pes de APH (vítimas agressivas em situações
de risco para si e para os outros) Adotar me-
didas no manejo dos pacientes agressivos,
psicóticos e suicidas.
Reconhecer sinais de trabalho de parto nor-
mal, parto distócico e todas as complicações
Trabalho de parto normal Apresentações
obstétricas na cena da ocorrência Descrever
6. Urgências distócicas Hipertensão na gestante e suas
ao médico regulador os sinais observados
obstétricas complicações Hemorragias Abortamento
nas pacientes em atendimento Estar habili-
Cesárea pós-mortem
tado para auxiliar no atendimento à gestante 02 T 04 P
em trabalho de parto normal
Estar habilitado para prestar o atendimento
ao RN normal e prematuro Manejar os equi-
pamentos necessários para suporte ventila-
tório ao RN
Dominar o funcionamento de todos mate-
7. Materiais e
Controle e conservação de materiais e riais e equipamentos para o APH Dominar as
equipamen-
equipamentos de suporte ventilatório, cir- técnicas de desinfecção e esterilização dos
tos do serviço 08 P
culatório, aferição de sinais vitais, materiais materiais e equipamentos Aplicar as rotinas
p ré h o s p i t a l a r
para imobilização e transporte e protocolos de serviço para o uso dos equi-
móvel
pamentos e materiais
Familiarização com a rotina de serviço e par-
8. Estágios em
Vivencia pratica de atendimento ticipar de atendimento de vítimas em situa- 24 P
Ambulâncias
ções reais

64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

9. *Avaliação
Provas escritas e práticas de avaliação de
teórica e pratica Demonstrar conhecimentos adquiridos 04 T 06 P
conhecimento
do curso
10. Salvamen-
Conceitos e técnicas de: Salvamento ter- Conhecimento e habilidade psicomoto-
to** MODULO
restre; Salvamento em alturas; Salvamento ra para realização de salvamento terrestre, 10 T 20 P
COMPLEM E N
aquático; Materiais e equipamentos aquático e em alturas
TA R
TO TA L 154 H
 
* Número de horas para avaliação a serem distribuídas durante o Curso.
**Módulo específico para profissionais de saúde que atuem com atividades de salvamento.

B - 2 - Enfermeiros

TEMA CONTEÚDOS HABILIDADES CH


Conhecer a organização do sistema de saú-
1. Sistema de saúde Apresentação do sistema de saúde de local de acordo com a hierarquia dos
e rede hierarquizada local e serviços relacionados com serviços: rede básica, rede de urgência, con-
de assistência a saúde siderando as portas hospitalares e não hos-
pitalares.
Serviço de atendimento pré-hos-
pitalar (APH) móvel Apresentação Conhecer o funcionamento do serviço de
da Portaria GM/MS nº 2048, de 5 APH móvel de sua cidade Dominar os con-
05 T (Teórica)
de novembro de 2002 - Regula- ceitos da Portaria e as competências do en-
mento Técnico dos Sistemas Esta- fermeiro no APH móvel
duais de Urgência e Emergência
Estar habilitado para fluxos e rotinas opera-
Apresentação das rotinas, fluxos e
cionais do serviço: relação com os serviços
protocolos do serviço, do sistema
de saúde, comunicação através do sistema
de saúde e das estruturas de co-
de rádio, uso de códigos, adoção de proto-
municação
colos de serviço

65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Reconhecer sinais de disfunção respiratória


na cena da ocorrência nas patologias mais
prevalentes: crise asmática, DPOC, Infecções
respiratórias, quadros de obstrução por cor-
po estranho, edema agudo de pulmão Des-
crever ao médico regulador os sinais obser-
vados nos pacientes em atendimento
Adotar medidas para controle da disfunção
04 T 08 P (Prá-
Sofrimento respiratório agudo respiratória grave, de acordo com as orien-
tica)
tações do médico regulador Ser capaz de
iniciar medidas de reanimação de suporte
básico, enquanto aguarda medicalização do
atendimento Manejar os equipamentos de
suporte ventilatório básico e avançado
Executar procedimentos de enfermagem de
acordo com a prescrição médica à distância
ou na presença do médico intervencionista
Reconhecer sinais de doença circulatória
aguda: infarto agudo do miocárdio, angina
instável, arritmias, AVC, quadros isquêmicos
e edema agudo de pulmão Descrever ao
médico regulador os sinais observados nos
pacientes em atendimento
Adotar medidas para controle e tratamento
inicial dos agravos circulatórios agudos, de
acordo com as orientações do médico re-
Doenças circulatórias 04 T 08 P
gulador Estar habilitado para realização de
2. Urgências clínicas monitorização cardíaca e eletrocardiográfi-
no paciente adulto ca
Realizar manobras de reanimação cardio-
respiratória básica, enquanto aguarda me-
dicalização do atendimento Conhecer todos
equipamentos necessários para manejo de
pacientes em situações de urgência circula-
tória e saber manejá-los
Reconhecer sinais de doença metabólica na
cena da ocorrência tais como: diabete des-
compensado, coma hipoglicêmico, coma
hiperosmolar e outros Descrever ao médico
regulador os sinais observados nos pacien-
Doenças metabólicas tes em atendimento 02 T 02 P
Adotar medidas para controle e tratamento
inicial dos agravos metabólicos agudos Do-
minar técnicas no manejo do paciente com
sinais de agravos de doença metabólica
Reconhecer sinais de intoxicação exógena
na cena da ocorrência Descrever ao médico
regulador os sinais observados nos pacien-
tes em atendimento Adotar medidas para
controle e tratamento inicial dos quadros
Intoxicações exógenas de intoxicação exógena, de acordo com as 02 T 02 P
orientações do médico regulador
Realizar os procedimentos de enfermagem
nos atendimentos dos casos de intoxicação
exógena

66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Reconhecer sinais de disfunção respira-


tória quando na cena da ocorrência nas
patologias mais prevalentes: mal as-
3. Urgências clínicas na
Sofrimento respiratório agudo mático, obstrução por corpo estranho,
criança
faringites, epiglotites Reconhecer sinais
de gravidade e descrevê-los ao médico 04 T 04 P
regulador da central de regulação
Adotar medidas para controle da dis-
função respiratória grave Manejar os
equipamentos de suporte ventilatório
básico e avançado
Reconhecer sinais de gravidade na ví-
tima traumatizada grave: sinais de dis-
4. Urgências traumáticas Atendimento inicial do paciente função ventilatória, respiratória e circu-
no paciente adulto e na politraumatizado TRM TCE Trau- latória Ser capaz de avaliar o trauma-
criança ma torácico Trauma abdominal tizado grave e prestar o atendimento
inicial nas medidas de suporte básico
à vida
Descrever ao médico regulador os si-
nais observados nos pacientes trau-
matizados em atendimento Auxiliar o
Trauma de extremidades Choque
médico intervencionista nos cuidados
e hemorragias Trauma de face
de suporte avançado à vida Adotar me-
Queimaduras Quase afogamento
didas no manejo do trauma raquime-
dular, trauma cranioencefálico, trauma 10 T 26 P
torácico, controle de choques e
hemorragias, queimaduras, quase afo-
Trauma na gestante Lesões por gamento, lesões por eletricidade, aci-
eletricidade Acidentes com múl- dentes com múltiplas vítimas e aciden-
tiplas vítimas Acidentes com pro- tes com produtos perigosos Estar habi-
dutos perigosos litado para todas as técnicas no manejo
do paciente traumatizado grave
Reconhecer os riscos na cena dos aci-
dentes e transmiti-los à central de re-
gulação, para que sejam ativados os
demais serviços necessários nas cenas
dos eventos
Reconhecer sinais de gravidade das pa-
Psicoses Tentativa de suicídio tologias psiquiátricas em situações de
5. Urgências psiquiátricas Depressões Síndromes cerebrais urgência na cena das ocorrências Des-
orgânicas crever ao médico regulador os sinais
observados nos pacientes
Reconhecer necessidade de acionar
outros atores no atendimento às ur- 02 T 02 P
gências psiquiátricas, quando implicar
a segurança das equipes de APH (víti-
mas agressivas em situações de risco
para si e para os outros) Adotar medi-
das no manejo dos pacientes agressi-
vos, psicóticos e suicidas.

67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Reconhecer sinais de trabalho de parto


normal, parto distócico e todas as com-
Trabalho de parto normal Apre-
plicações obstétricas na cena da ocor-
sentações distócicas Hipertensão
rência Descrever ao médico regulador
6. Urgências obstétricas na gestante e suas complicações
os sinais observados nas pacientes
Hemorragias Abortamento Cesá-
Estar habilitado para prestar o atendi-
rea pós-mortem
mento à gestante em trabalho de parto
normal 02 T 04 P
Estar habilitado para prestar o aten-
dimento ao RN normal e prematuro
Manejar os equipamentos necessários
para suporte ventilatório ao RN Mane-
jar equipamentos para transporte de
RN de risco (incubadora de transporte)
Controle e conservação de mate- Dominar o funcionamento de todos
7. Materiais e equi- riais e equipamentos de suporte materiais e equipamentos para o APH
pamentos do serviço ventilatório, circulatório,aferição Dominar as técnicas de desinfecção e
préhospitalar móvel de sinais vitais, materiais para esterilização dos materiais e equipa-
imobilização e transporte mentos
Realizar a gestão dos materiais e equi-
pamentos utilizados no APH Definir ro- 08 T
tinas e protocolos de serviço para o uso
dos equipamentos e materiais Capaci-
tar a equipe de enfermagem e demais
profissionais do APH para manuseio de
materiais e equipamentos, rotina de
desinfecção de materiais, equipamen-
tos e de veículos
Provas escritas e práticas de ava-
8. *Avaliação teórica Demonstrar conhecimentos adquiridos 07 T
liação de conhecimento
Familiarização com a rotina de serviço
9. Estágio em Ambulân-
Vivência pratica de atendimento e participar de atendimento de vítimas 24 P
cia
em situações reais
Conceitos e técnicas de: Salva-
Conhecimento e habilidade psicomo-
10. Salvamento** MODU- mento terrestre; Salvamento em
tora para realização de salvamento ter- 10 T 20 P
LO COMPLEM E N TA R alturas; Salvamento aquático;
restre, aquático e em alturas
Materiais e equipamentos
TO TA L 130 H

* Número de horas para avaliação a serem distribuídas durante o Curso


. **Módulo específico para profissionais de saúde que atuem com atividades de salvamento.

68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

B - 3 - Médicos

TEMA CONTEÚDOS HABILIDADES CH


Ter noções dos antecedentes e caracterís-
ticas do movimento de Reforma Sanitária
Apresentação do Sistema Único de do país. Conhecer os Princípios e Diretrizes
01 T (Teórica)
Saúde -SUS. do SUS, suas Leis Orgânicas, Nor-mas Ope-
racionais Básicas e Norma Operacional da
Assistência.
Apresentação da Portaria GM/MS Dominar os conceitos da Portaria em rela-
2048 de 5 de novembro de 2002 - ção à rede de atenção integral às urgências,
1. Sistema de saú- Regulamento Técnico dos Sistemas 01 T
bem como as competências do médico re-
de, atenção inte- Estaduais de Urgência e Emergência gulador.
gral às urgências e
Conhecer a organização do sistema de saú-
rede hierarquizada
de local de acordo com a hierarquia dos
de assistência lo-
serviços: rede básica, rede de urgência,
co-regional. Apresentação do sistema de saúde considerando as portas hospitalares e não
local e serviços relacionados com a hospitalares. Conhecer a estrutura e missão
saúde, Perfil profissional de cada serviço de saúde local. 03 T
Conhecer horários de funcionamento dos
serviços e capacidade instalada
Conhecer o serviço e/ou a proposta de
Serviço de atendimento pré-hospi-
funcionamento do serviço de atendimento
talar (APH) móvel.
pré-hospitalar móvel de sua cidade/região.
Conhecer os antecedentes históricos
Histórico Bases Teóricas e Éticas
2. Regulação Médica das da regulação médica das Urgências.
Nosologia e avaliação de risco Etapas
Urgências Conhecer as bases éticas da regulação
da Regulação Protocolos
médica das urgências.
Dominar a nosologia da regulação
médica das urgências e estar
habilitado para a correta avaliação do
10 T 05 P
risco de cada solicitação. Estar apto a
cumprir toda as etapas do processo
de regulação seja de casos primários,
seja de secundários.
Conhecer os protocolos de regulação
de urgência e exercer as técnicas de
regulação médica
3. Acidentes com Conceito Princípios de Controle
Saber manejar situações de acidentes
múltiplas Vítimas e da Cena Triagem, tratamento e 04 T 04 P
com múltiplas vítimas.
Catástrofes transporte.

69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Reconhecer sinais de gravidade, a


partir da regulação, com base na
solicitação da população bem como
através da descrição das vítimas
4. Urgências clínicas no
Sofrimento respiratório agudo atendidas pelas equipes à distância;
paciente adulto
Reconhecer sinais de disfunção
respiratória quando na cena da
ocorrência nas patologias mais
prevalentes: crise asmática, DBPOC,
Infecções respiratórias, quadros de
obstrução por corpo estranho, edema
04 T 04 P
agudo de pulmão, e outros; Decidir
(Prática)
pela melhor terapêutica a partir da
descrição dos sinais de gravidade
pelas equipes Adotar medidas para
controle da disfunção respiratória
grave
Manejar os equipamentos de suporte
ventilatório básico e avançado
Dominar técnicas de suporte
ventilatório: intubação traqueal,
cricotireoidostomia, drenagem
torácica, toracocentese
Reconhecer sinais de gravidade, a
partir da regulação, com base na
solicitação da população bem como
através da descrição das vítimas
Doenças circulatórias atendidas pelas equipes à distância;
Reconhecer sinais de disfunção
circulatória quando na cena da
ocorrência nas patologias mais
prevalentes: Infarto Agudo do 04 T 04 P
Miocárdio, Angina Instável, AVC,
Quadros Isquêmicos, Edema Agudo
de Pulmão, outros Adotar medidas
para controle e tratamento inicial
dos agravos circulatórios agudos
Ter noções de eletrocardiografia
Realizar manobras de reanimação
cardiorespiratória avançada
Reconhecer sinais de gravidade, a
partir da regulação, com base na
Doenças metabólicas solicitação da população bem como
através da descrição das vítimas
atendidas pelas equipes à distância;
Reconhecer sinais de doença
metabólica quando na cena da 02T 02 P
ocorrência nas patologias mais
prevalentes: diabete descompensado,
coma hipoglicêmico, coma
hiperosmolar e outros Adotar medidas
para controle e tratamento inicial dos
agravos metabólicos agudos

70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Reconhecer sinais de gravidade, a


partir da regulação, com base na
solicitação da população bem como
através da descrição das vítimas
Intoxicações exógenas
atendidas pelas equipes à distância;
Reconhecer sinais de intoxicações
exógenas quando na cena da
ocorrência; 02 T 02 P
Adotar medidas para controle e
tratamento iniciais dos quadros
de intoxicação exógena: manejo
respiratório, uso de antídotos e
medicamentos e esvaziamento
gástrico
Reconhecer sinais de gravidade, a partir
da regulação, com base na solicitação
da população bem como através da
descrição das vítimas atendidas pelas
equipes à distância; Reconhecer sinais
de disfunção respiratória quando na
cena da ocorrência nas patologias
mais prevalentes: mal asmático,
obstrução por corpo estranho,
5. Urgências clínicas na faringites, epiglotites e outros; Decidir
Quadros respiratórios agudos 02 T 02 P
criança pela melhor terapêutica a partir da
descrição dos sinais de gravidade
pelas equipes Adotar medidas para
controle da disfunção respiratória
grave; Manejar os equipamentos de
suporte ventilatório básico e avançado
Dominar técnicas de manutenção da
via aérea: intubação traqueal (oro/
naso), cricotireoidostomia, drenagem
de tórax, toracocentese
Reconhecer sinais de gravidade, a
partir da regulação, com base na
solicitação da população bem como
6. Urgências traumáticas Atendimento inicial do paciente através da descrição das vítimas
no paciente adulto e na politraumatizado TRM TCE Trauma atendidas pelas equipes à distância; 16 T 12 P
criança torácico Trauma abdominal Reconhecer sinais de gravidade na
vítima traumatizada grave: sinais de
disfunção respiratória, ventilatória e
circulatória quando

71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

na cena dos acidentes; Orientar as


equipes quanto aos cuidados a serem
Trauma na gestante Trauma de prestados às vítimas traumatizadas
extremidades Choque e hemorragias para controle da respiração/ventilação
Trauma de face Queimaduras e da circulação; Ser capaz de avaliar
e prestar o atendimento inicial ao
paciente
traumatizado grave Adotar
medidas específicas no manejo
do trauma raquimedular, trauma
cranioencefálico, trauma torácico,
trauma abdominal, trauma de
Quase afogamento Choque elétrico extremidades, trauma de face e no
Acidentes com produtos perigosos controle de choques e hemorragias,
Queimaduras, Quase afogamento,
Choque elétrico, Acidentes com
produtos perigosos. Estar habilitado
para a realizar as técnicas de
imobilização e remoção.
Reconhecer sinais de gravidade, a
partir da regulação, com base na
solicitação da população bem como
através da descrição das vítimas
atendidas pelas equipes à distância;
Reconhecer sinais de gravidade das
patologias psiquiátricas em situações
Psicoses Tentativa de suicídio de urgência, quando na cena das
7. Urgências psiquiátricas Depressões Síndromes cerebrais ocorrências; 02 T 02 P
orgânicas
Reconhecer necessidade de acionar
outros atores no atendimento às
urgências psiquiátricas, quando
implicar a segurança das equipes
de APH; Adotar medidas no manejo
dos pacientes agressivos, psicóticos e
suicidas
Reconhecer sinais de gravidade, a
partir da regulação, com base na
solicitação da população bem como
Trabalho de parto normal Apresentações
através da descrição das vítimas
8. Urgências distócicas Hipertensão na gestante e suas
atendidas pelas equipes à distância;
obstétricas complicações Hemorragias Abortamento
Reconhecer sinais de trabalho de
Cesárea pós-mortem
parto normal, parto distócico e todas
as complicações obstétricas, quando
na cena da ocorrência;
Estar habilitado para prestar o
atendimento inicial à gestante em
02 T 02 P
trabalho de parto normal e parto
com distócia e outras complicações
obstétricas e prevenir complicações
Prestar o atendimento ao RN normal e
prematuro Manejar os equipamentos
necessários para suporte ventilatório
ao RN.
Manejar equipamentos para
transporte de RN de risco (incubadora
de transporte) Estar habilitado para
realizar cesariana pós mortem

72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

9. *Avaliação Provas escritas e práticas de avaliação de Demonstrar conhecimentos


04 T
teórica conhecimento adquiridos
10. Estagio Familiarização com a rotina de
em Central de Vivencia pratica de atendimento serviço e participar de atendimento 12 P
regulação de regulação
Familiarização com a rotina de
11. Estágio em
Vivência pratica de atendimento serviço e participar de atendimento 12 P
Ambulância
de vítimas em situações reais
TO TA L 120 H

RECOMENDAÇÃO DE ATIVIDADES PRÁTICAS


- Devem ser realizadas em serviço, inicialmente observando profissionais já experientes, problematizando a realidade,
com discussão dos casos em grupos e, a seguir, atuando e sendo supervisionado pelos profissionais da unidade.
2.2 – Profissionais do Atendimento Pré-Hospitalar Fixo e Hospitalar:

A - Atenção Primária à Saúde, aqui consideradas as Unidades Básicas de Saúde e o Programa de Saúde da Família:
A-1- Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem: *

TEMA CONTEÚDOS HABILIDADES CH


1. Sistema de Conhecer a organização do sistema de saú-
Apresentação do sistema de saúde lo-
saúde e rede de loco-regional de acordo com a hierar-
cal e serviços relacionados com a saú-
hierarquizada quia dos serviços: considerando as portas
de
de assistência. hospitalares e não hospitalares
Serviço de atendimento pré-hospitalar Conhecer o funcionamento do serviço de
(APH) móvel. APH móvel de sua cidade
Apresentação da Portaria GM/MS nº
Dominar os conceitos da Portaria e as com-
2048 de 5 de novembro de 2002 -Re-
petências do auxiliar de enfermagem e do
gulamento Técnico dos Sistemas Esta-
técnico de enfermagem no APH móvel
duais de Urgência e Emergência
Estar habilitado para fluxos e rotinas opera-
Apresentação das rotinas, fluxos e pro- cionais do serviço: relação com os serviços 4 T (Teórica)
tocolos do serviço, do sistema de saú- de saúde, comunicação através do sistema
de e das estruturas de comunicação. de rádio, uso de códigos, adoção de proto-
colos de serviço.
Estar sensibilizado e habilitado para acolher
os pacientes com quadros agudos que se
apresentem à unidade sem consulta previa-
mente agendada, avaliar preliminarmente
Acolhimento e triagem de risco
o risco mediante protocolos previa-mente
estabelecidos, e comunicar o médico assis-
tente ou priorizar o atendimento, conforme
pacto assistencial de cada unidade.

73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Reconhecer sinais de disfunção cardio-res-


piratória nas patologias mais prevalentes:
2. Urgências
Sofrimento agudo dos sistemas cardio- crise asmática, DPOC, infecções respirató-
clínicas mais
-respiratório, neurológico, metabólico rias, quadros de obstrução por corpo estra-
frequentes no
e por intoxicações exógenas. nho, edema agudo de pulmão, crise hiper-
paciente adulto:
tensiva, infarto agudo do miocárdio, angina
instável, arritmias, quadros isquêmicos.
Reconhecer sinais das patologias neuroló-
gicas mais prevalentes: síndromes convulsi-
vas, acidentes vasculares cerebrais, quadros
infecciosos.
Reconhecer sinais de agravos metabólicos
agudos tais como: diabetes descompensa-
do, coma hipoglicêmico, coma hiperosmo-
lar. Reconhecer sinais de intoxicação exóge-
na.
Descrever estes sinais ao médico regulador, 4T 10 P
quando o médico da unidade não estiver (Prática)
presente. Relatar os casos agudos com si-
nais de gravidade ao médico assistente,
para que os atendimentos possam ser prio-
rizados.
Ser capaz de iniciar medidas de reanimação
de suporte básico, enquanto aguarda medi-
calização do atendimento. Manejar os equi-
pamentos de suporte ventilatório básico.
Executar procedimentos de enfermagem,
dentro dos limites de sua função.
Adotar medidas para controle e tratamen-
to inicial dos agravos circulatórios agudos.
Dominar técnicas de aferição da glicemia,
administração de medicamentos e infusões,
dentro dos limites de sua função, de acordo
com a orientação do médico regulador ou
prescrição do médico da unidade
Reconhecer sinais de disfunção respiratória
Sofrimento agudo por quadros infec-
de maior ou menor gravidade, de causa in-
ciosos, febris, disfunções respiratórias,
3. Urgências clí- fecciosa ou não, nas patologias mais preva-
gastrintestinais, neurológicas, meta-
nicas na criança lentes: mal asmático, obstrução por corpo
bólicas, intoxicações exógenas e maus
estranho, faringites, epiglotites, broncop-
tratos.
neumonia.
2T 4P
Adotar medidas para controle desta disfun-
ção, de acordo com as orientações do mé-
dico da unidade ou do médico regulador,
quando o médico da unidade não estiver
presente. Manejar os equipamentos de su-
porte ventilatório básico.

74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Reconhecer sinais de gravidade na vítima


traumatizada grave: sinais de disfunção
Atendimento inicial do traumatizado
ventilatória, respiratória e circulatória. Des-
grave TRM TCE Trauma torácico Trau-
crever ao médico da unidade ou ao médi-
ma abdominal
co regulador, quando o médico da unidade
4. Urgências não estiver presente, os sinais
traumáticas no observados nos pacientes traumatizados.
4T 10 P
paciente adulto Trauma de extremidades Choque e he- Ser capaz de prestar o atendimento inicial,
e na criança morragias Trauma de face Queimadu- nas medidas de suporte básico à vida, ado-
ras Quase afogamento tar medidas no manejo do paciente vítima
de trauma de qualquer natureza.
Trauma na gestante Lesões por eletrici-
dade Acidentes com múltiplas vítimas
Acidentes com produtos perigosos
Reconhecer sinais de gravidade das pa-
tologias psiquiátricas em situações de
5. Urgências psi- Psicoses Tentativa de suicídio Depres- urgência. Descrever ao médico regula-
quiátricas sões Síndromes cerebrais orgânicas dor os sinais observados nos pacientes
em atendimento, quando o médico da
unidade não estiver presente.
2T 4P
Reconhecer necessidade de acionar ou-
tros atores no atendimento às urgências
psiquiátricas, quando implicar a segu-
rança da equipe (pacientes agressivos
em situações de risco para si e para os
outros).
Reconhecer sinais de trabalho de parto
Trabalho de parto normal Apresenta- normal, parto distócico e as complica-
6. Urgências ções distócicas Hipertensão na gestan- ções obstétricas. Descrever ao médico
obstétricas te e suas complicações Hemorragias regulador os sinais observados nas pa-
Abortamento cientes em atendimento, quando o mé-
dico da unidade não estiver presente.
2T 4P
Estar habilitado para auxiliar no atendi-
mento à gestante em trabalho de parto
normal. Estar habilitado para prestar o
atendimento ao RN normal e prematuro.
Manejar os equipamentos básicos neces-
sários para suporte ventilatório ao RN.
Controle e conservação de materiais, Dominar o funcionamento de todos ma-
7. Materiais e
equipamentos e medicamentos de su- teriais e equipamentos. Dominar as téc-
e q u i pa m e n to s
porte ventilatório, circulatório, aferição nicas de desinfecção e esterilização dos
do atendimento
de sinais vitais, materiais para imobili- materiais e equipamentos, bem como a
às urgências. 04 P
zação e transporte. validade dos medicamentos.
Aplicar as rotinas e protocolos de serviço
para o uso dos equipamentos e mate-
riais.
8. **Avaliação
Provas escritas e práticas de avaliação
teórica e pratica Demonstrar conhecimentos adquiridos 02 T 04 P
de conhecimento
do curso
TO TA L 60 H
* Embora conteúdos e cargas horárias sejam os mesmos para toda a equipe de enfermagem, os treinamentos podem ser
ministrados em separado, de acordo com material, forma de abordagem e terminologia mais adequada aos diferentes
profissionais, e segundo o julgamento e decisão local. ** Duas horas para avaliação escrita e as 4 restantes para avaliação
prática a serem distribuídas durante o Curso.

75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

A- 2 - Médicos:

TEMA CONTEÚDOS HABILIDADES CH


Conhecer a organização do sistema de
saúde local de acordo com a hierarquia
1. Sistema de dos serviços: rede básica, rede de urgência,
Apresentação do sistema de saúde
saúde e rede considerando as portas hospitalares e não
local e serviços relacionados com a
hierarquizada hospitalares Conhecer a estrutura e missão
saúde Perfil profissional
de assistência de cada serviço de saúde local Conhecer
horários de funcionamento dos serviços e
capacidade instalada 04T (Teórica)
Serviço de atendimento pré-hospi- Conhecer o funcionamento do serviço de
talar (APH) móvel. APH móvel de sua cidade.
Dominar os conceitos da Portaria e as
Apresentação da Portaria GM/MS
competências do médico da central de re-
nº 2048 de 5 de novembro de 2002
gulação de urgência Conhecer os protoco-
-Regulamento Técnico dos Sistemas
los de regulação de urgência e exercer as
Estaduais de Urgência e Emergência
técnicas de regulação médica
Acolher, reconhecer, diagnosticar e adotar
2. Urgências
medidas terapêuticas para controle da dis-
clínicas no pa- Sofrimento respiratório agudo.
função respiratória grave. Manejar os equi-
ciente adulto
pamentos de suporte ventilatório básico.
Acolher, reconhecer e diagnosticar as pa-
tologias mais prevalentes: Infarto Agudo
Doenças circulatórias
do Miocárdio, Angina Instável, arritmias
cardíacas, AVC e Edema Agudo de Pulmão;
Adotar medidas terapêuticas para contro-
le e tratamento inicial destes agravos. Ter
noções de eletrocardiografia Realizar ma-
nobras de reanimação cardiorespiratória 04 T 10 P
avançada (Prática)
Acolher, reconhecer e diagnosticar qua-
dros agudos das doenças metabólicas
mais prevalentes: diabete descompensado,
Doenças metabólicas
coma hipoglicêmico, coma hiperosmolar
e outras. Adotar medidas para controle e
tratamento inicial destes agravos.
Reconhecer sinais de intoxicações exóge-
nas e adotar medidas para controle e trata-
Intoxicações exógenas mento iniciais destes quadros: manejo res-
piratório, uso de antídotos e medicamen-
tos disponíveis, esvaziamento gástrico.

76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Sofrimento agudo por quadros in- Acolher, reconhecer e diagnosticar sinais


3. Urgências fecciosos, febris, disfunções respira- de disfunção respiratória nas patologias
clínicas na tórias, gastrintestinais, neurológicas, mais prevalentes: mal asmático, obstrução
criança metabólicas, intoxicações exógenas por corpo estranho, faringites, epiglotites
e maus tratos. e outros;
Acolher, reconhecer e diagnosticar os si-
nais de distúrbio hidreletrolítico e meta- 02 T 06 P
bólico. Acolher, reconhecer e diagnosticar
os sinais de toxemia e buscar identificar a
causa.
Decidir pela melhor terapêutica e ado-
tar medidas para controle das disfunções
apontadas.
Acolher, reconhecer e diagnosticar a maior
Atendimento a pacientes vítimas de ou menor gravidade das lesões. Realizar
pequenos ferimentos/abscessos. suturas simples e drenagem de pequenos
abscessos.
Acolher, reconhecer e diagnosticar sinais
de gravidade na vítima traumatizada gra-
Atendimento inicial do paciente po-
ve: sinais de disfunção respiratória, venti-
litraumatizado TRM TCE Trauma to-
latória e circulatória. Ser capaz de prestar
rácico
4. Urgências o atendimento inicial ao paciente trauma-
cirúrgicas trau- tizado grave.
máticas e não Adotar medidas específicas no manejo do 04 T 10 P
traumáticas no trauma raquimedular, trauma cranioence-
paciente adul- Trauma abdominal Trauma na ges- fálico, trauma torácico, trauma abdominal,
to e na criança. tante Trauma de extremidades Cho- trauma de extremidades, trauma de face
que e hemorragias Trauma de face. e no controle de choques e hemorragias,
Queimaduras Queimaduras, Quase afogamento, Choque
elétrico, Acidentes com múltiplas vítimas,
Acidentes com produtos perigosos.
Quase afogamento Choque elétri-
co Acidentes com múltiplas vítimas Estar habilitado para a realizar as técnicas
Acidentes com produtos perigosos. de imobilização e remoção.
Choque hipovolêmico e/ou tóxico.

Acolher e reconhecer sinais


de gravidade das patologias
psiquiátricas em situações de
5. Urgências psi-
Psicoses Tentativa de suicídio Depressões Sín- urgência. Reconhecer necessi-
quiátricas e neu-
dromes cerebrais orgânicas Convulsões dade de acionar outros atores
rológicas
no atendimento às urgências
psiquiátricas, quando implicar 02 T 04 P
a segurança da equipe.
Adotar medidas terapêuticas
iniciais no manejo dos pacien-
tes convulsivos, agressivos,
psicóticos e suicidas.

77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Acolher, reconhecer e diagnos-


Trabalho de parto normal Apresentações dis-
ticar trabalho de parto normal,
6. Urgências tócicas Hipertensão na gestante e suas com-
parto distócico e as princi-
obstétricas plicações Hemorragias Abortamento Cesárea
pais complicações obstétricas,
pós-mortem
como DHEG e hemorragias.
Estar habilitado para prestar o
atendimento inicial à gestante
em trabalho de parto normal
02 T 04 P
e parto com distócia e outras
complicações obstétricas e
prevenir complicações.
Prestar o atendimento ao RN
normal e prematuro Manejar
os equipamentos necessários
para suporte ventilatório ao
RN.
7. *Avaliação
Provas escritas e práticas de avaliação de co- Demonstrar conhecimentos
teórica e pratica 02 T 06 P
nhecimento adquiridos
do curso
TO TA L 60 H

RECOMENDAÇÃO DE ATIVIDADES PRÁTICAS


- Devem ser realizadas em serviço, inicialmente observando profissionais já experientes, problematizando a realidade,
com discussão dos casos em grupos e, a seguir, atuando e sendo supervisionado pelos profissionais da unidade.

B - Profissionais das Unidades Não Hospitalares (Capítulo III - item 2) e Hospitalares de atendimento às urgências (Ca-
pítulo V - itens A e B):
B-1- Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares Enfermagem: *

78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

TEMA CONTEÚDOS HABILIDADES CH


Conhecer a organização do sistema de saú-
1. Sistema de saúde Apresentação do sistema de saú-
de loco-regional de acordo com a hierar-
e rede hierarquiza- de local e serviços relacionados
quia dos serviços: considerando as portas
da de assistência. com a saúde
hospitalares e não hospitalares
Serviço de atendimento pré-hos- Conhecer o funcionamento do serviço de
pitalar (APH) móvel. APH móvel de sua cidade
Apresentação da Portaria GM/
MS nº 2048 de 5 de novembro de Dominar os conceitos da Portaria e as com-
2002 -Regulamento Técnico dos petências do auxiliar de enfermagem e do
Sistemas Estaduais de Urgência e técnico de enfermagem no APH móvel
Emergência
Estar habilitado para fluxos e rotinas opera- 04 T
Apresentação das rotinas, fluxos e
cionais do serviço: relação com os serviços (Teórica)
protocolos do serviço, do sistema
de saúde, comunicação através do sistema
de saúde e das estruturas de co-
de rádio, uso de códigos, adoção de proto-
municação.
colos de serviço.
Estar sensibilizado e habilitado para acolher
os pacientes com quadros agudos que se
apresentem à unidade sem consulta previa-
mente agendada, avaliar preliminarmente
Acolhimento e triagem de risco
o risco mediante protocolos previa-mente
estabelecidos, e comunicar o médico assis-
tente ou priorizar o atendimento, conforme
pacto assistencial de cada unidade.
Reconhecer sinais de disfunção cardio-res-
2. Manejo das Ur- piratória nas patologias mais prevalentes:
Sofrimento agudo dos sistemas
gências clínicas crise asmática, DPOC, infecções respirató-
cardio-respiratório, neurológico,
mais frequentes no rias, quadros de obstrução por corpo estra-
metabólico e por intoxicações
paciente adulto, na nho, edema agudo de pulmão, crise hiper-
exógenas.
sala de urgências. tensiva, infarto agudo do miocárdio, angina
instável, arritmias, quadros isquêmicos.
Reconhecer sinais das patologias neuroló-
gicas mais prevalentes: síndromes convulsi-
vas, acidentes vasculares cerebrais, quadros
infecciosos. Reconhecer sinais de agravos
metabólicos agudos tais como: diabe-
tes descompensado, coma hipoglicêmico,
coma hiperosmolar 08 T 16 P
Reconhecer sinais de intoxicação exógena. (Prática)
Ser capaz de iniciar medidas de reanimação
de suporte básico quando necessário, en-
quanto aguarda medicalização do atendi-
mento. Manejar todos os equipamentos de
suporte ventilatório.
Executar procedimentos de enfermagem,
dentro dos limites de sua função. Adotar
medidas para controle e tratamento inicial
dos agravos circulatórios agudos.
Dominar técnicas de aferição da glicemia,
administração de medicamentos e infusões,
dentro dos limites de sua função, de acordo
com a prescrição do médico da unidade.

79
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Sofrimento agudo por quadros Reconhecer sinais de disfunção respiratória


3 Manejo das Ur-
infecciosos, febris, disfunções res- de maior ou menor gravidade, nas patolo-
gências clínicas na
piratórias, gastrintestinais, neuro- gias mais prevalentes: mal asmático, obstru-
criança, na sala de
lógicas, metabólicas, intoxicações ção por corpo estranho, faringites, epigloti-
urgências.
exógenas e maus tratos. tes, broncopneumonia.
Reconhecer sinais de desidratação, de maior
ou menor gravidade, nas patologias mais
frequentes. Reconhecer sinais de alteração
04 T 08 P
no nível de consciência.
Acionar o médico assistente com a máxima
brevidade, sempre que identificar sinais de
gravidade. Adotar medidas para contro-
le das disfunções mencionadas, de acordo
com as prescrições do médico assistente.
Manejar todos os equipamentos de suporte
ventilatório.
Reconhecer sinais de gravidade na vítima
Atendimento inicial do traumati- traumatizada seja de disfunção ventilató-
zado grave TRM TCE Trauma torá- ria, respiratória e/ou circulatória. Acionar o
cico Trauma abdominal médico assistente com a máxima brevidade,
4. Manejo das Ur- sempre que identificar sinais de gravidade.
gências traumá-
Ser capaz de prestar o atendimento inicial,
ticas no paciente Trauma de extremidades Choque
nas medidas de suporte básico à vida. Ado- 08 T 16 P
adulto e na criança, e hemorragias Trauma de face
tar medidas no manejo do paciente vítima
na sala de urgên- Queimaduras Quase afogamento
de trauma de
cias.
Trauma na gestante Lesões por
eletricidade Acidentes com múl- qualquer natureza, de acordo com as pres-
tiplas vítimas Acidentes com pro- crições do médico assistente.
dutos perigosos

Reconhecer sinais de gravidade das


patologias psiquiátricas em situa-
5. Manejo das
ções de urgência. Reconhecer neces-
Urgências psi- Psicoses Tentativa de suicídio De-
sidade de acionar outros atores no
quiátricas, na pressões Síndromes cerebrais orgâ-
atendimento às urgências psiquiá-
sala de u rg ê n nicas
tricas, quando implicar a segurança
cias.
da equipe (pacientes agressivos em
situações de risco 04 T 08 P
para si e para os outros). Acionar o
médico assistente com a máxima
brevidade, sempre que identificar
sinais de gravidade. Adotar medidas
no manejo do paciente vítima de ur-
gência psiquiátrica, de acordo com as
prescrições do médico assistente.

80
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

6. Manejo de Reconhecer sinais de trabalho de


Trabalho de parto normal Apresen-
Urgências obs- parto normal, parto distócico e das
tações distócicas Hipertensão na
tétricas, na sala complicações obstétricas. Reconhe-
gestante e suas complicações He-
de u rg ê n c i cer sinais de gravidade em casos de
morragias Abortamento
as. hemorragias genitais.
Reconhecer sinais de gravidade em
casos de hipertensão em gestantes.
Acionar o médico assistente com a
máxima brevidade, sempre que iden-
tificar sinais de gravidade.
Estar habilitado para auxiliar no aten- 04 T 08 P
dimento à gestante em trabalho de
parto normal. Estar habilitado para
prestar o atendimento ao RN normal
e prematuro.
Manejar os equipamentos básicos
necessários para suporte ventilatório
ao RN. Adotar medidas no manejo
das situações mencionadas, de acor-
do com as prescrições do médico as-
sistente.
Acompanhar atentamente os pacien-
tes em observação, reconhecer alte-
7. Manejo dos Alterações cardio-respiratórias, me-
rações em seu quadro cardio-respi-
pacientes em tabólicas, de nível de consciência e
ratório, metabólico e de consciência,
observação. outras.
de acordo com o registro sistemático
dos sinais vitais. 02 T 04 P
Comunicar estas alterações ao médi-
co assistente com a máxima brevida-
de, sempre que identificar sinais de
gravidade. Observar com presteza as
prescrições do médico assistente.
Dominar o funcionamento de todos
Controle e conservação de mate-
8. Materiais e materiais e equipamentos. Dominar
riais, equipamentos e medicamentos
equipamentos as técnicas de desinfecção e esterili-
de suporte ventilatório, circulatório,
do atendimento zação dos materiais e equipamentos,
aferição de sinais vitais, materiais
às urgências. bem como a validade dos medica-
para imobilização e transporte.
mentos.
Aplicar as rotinas e protocolos de 08 P
serviço para o uso dos equipamentos
e materiais. Ser capaz de Capacitar a
equipe de enfermagem para o ma-
nuseio de materiais e equipamentos,
rotina de desinfecção de materiais e
equipamentos.
9. **Avaliação
Provas escritas e práticas de avalia- Demonstrar conhecimentos adquiri-
teórica e pratica 02 T 04 P
ção de conhecimento dos
do curso
TO TA L 108 H
* Embora conteúdos e cargas horárias sejam os mesmos para toda a equipe de enfermagem, os treinamentos podem ser
ministrados em separado, de acordo com material, forma de abordagem e terminologia mais adequada aos diferentes
profissionais, de acordo com julgamento e decisão local.
** Duas horas para avaliação escrita e as 4 restantes para avaliação prática a serem distribuídas durante o Curso.

81
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

B- 2 - Médico Clínicos Gerais:

TEMA CONTEÚDOS HABILIDADES CH


Apresentação do Sistema Único de
Conhecer as Diretrizes do SUS e seu está-
Saúde. Apresentação da Portaria
1- Sistema de saúde gio atual de implantação. Conhecer o Re-
GM/MS nº 2048 de 5 de novembro
e rede hierarquizada gulamento Técnico da Atenção às Urgên-
de 2002 - Regulamento Técnico
de assistência. cias: diretrizes gerais e os componentes da
dos Sistemas Estaduais de Urgên-
rede assistencial.
cia e Emergência
Entender o conceito de regulação médica
das urgências, as funções e prerrogativas
do médico regulador e saber claramente
como se inserir e se relacionar com o sis-
04 T (Teórica)
tema. Conhecer a organização do sistema
de saúde local de acordo com a hierarquia
dos serviços: rede básica, rede de urgência,
considerando as portas hospitalares e não
hospitalares.
Conhecer a estrutura e missão de cada
Apresentação do sistema de saúde serviço de saúde local, dentro da rede de
local e serviços relacionados com atenção às urgências. Conhecer horários
a saúde de funcionamento dos serviços e capaci-
dade instalada
Síncope Crise Hipertensiva Dor To- Para todos os itens, de 2 a 10: Acolher, re-
2. Urgências cardio- rácica Infarto Agudo do Miocárdio conhecer, diagnosticar e adotar medidas
-respiratórias. Insuficiência Cardíaca Arritmias terapêuticas para tratamento e/ou contro-
Cardíacas le das patologias referidas.
Responsabilizar-se pelo encaminhamento 08 T 16 P
adequado do paciente, quando a patolo- (Prática)
Choque Cardiogênico Edema Agu-
gia apresentada exigir recursos terapêuti-
do de Pulmão Embolia Pulmonar
cos e/ou diagnósticos inexistentes na uni-
Asma Pneumonias
dade, mediante protocolos previamente
pactuados e reconhecidos.
3. Urgências do Sis-
Cefaléia 04 T
tema
Infecções intracranianas Convul-
sões Acidente Vascular Cerebral
Nervoso Central: Coma Morte Encefálica Alterações 08 P
comportamentais e estados confu-
sionais agudos

Dor Abdominal Aguda Diarréia Aguda He-


4. Urgências Gastrintes-
morragia Digestiva Alta Hemorragia Diges- 04 T 08 P
tinais:
tiva Baixa Icterícia Insuficiência Hepática

Colangite Pancreatite Aguda Ingestão de


02 T 04 P
Corpo Estranho Ingestão de Cáusticos

5. Urgências Genito-uri- Dor pélvica Cólica Renal Infecção Urinária


02 T 04 P
nárias: Insuficiência Renal Aguda

82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Diabetes descompensado Hipoglicemia In-


6. Urgências Endocrino-
suficiência Supra-renal Alterações Hemato- 02 T 04 P
lógicas:
lógicas Graves Crise Falcêmica

7. Urgências Hematoló- Trombo-embolismo Arterial Rotura de


gicas: Aneurismas Trombose Venosa Profunda 02 T 04 P
8. Urgências Vasculares: Pé Diabético
02 T 04 P

Conjuntivite Aguda Corpo Estranho Glauco-


9. Urgências Oftalmoló-
ma Hordéolo Descolamento de Retina Tr a 02 T 04 P
gicas:
uma

10. Urgências Otorrino- Otalgia Corpo Estranho Rolha de Cerúmen


laringológicas: Surdez Súbita Epistaxe
02 T 04 P

Sinusite Labirintite Aguda Tr a u m a

Acolher e reconhecer
sinais de gravidade das
patologias psiquiátri-
cas em situações de
Paciente Agitado/Violento Psicoses Depres-
urgência. Reconhecer a
11. Urgências em Saúde sões Risco de Suicídio Abstinência Alcoólica
necessidade de acionar
Mental: e outras Abordagem do Paciente Terminal e
outros atores no atendi-
de sua Família
mento às urgências psi-
quiátricas, quando hou-
ver risco para o paciente
e/ou para a equipe.
Adotar medidas tera-
pêuticas no manejo dos
pacientes agressivos, 04 T 08 P
psicóticos, depressivos,
suicidas e em síndrome
de abstinência. Respon-
sabilizar-se pelo enca-
minhamento adequado
Síndromes cerebrais orgânicas
do paciente, quando a
patologia apresentada
exigir recursos terapêu-
ticos e/ou diagnósticos
inexistentes na unidade,
mediante protocolos
previamente pactuados
e reconhecidos.

83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Realizar suturas de fe-


rimentos e drenagem
de abscessos. Acolher,
reconhecer e diagnos-
Sutura de Ferimentos e drenagem de Abs-
ticar sinais de gravidade
12. Urgências Traumáti- cessos Politraumatizado Choque e hemor-
na vítima traumatizada:
cas: ragias Trauma Raquimedular Trauma Crânio
sinais de disfunção res-
Encefálico
piratória, ventilatória e
circulatória. Ser capaz
de prestar o atendimen-
to inicial ao
paciente traumatizado
grave. Adotar medidas
específicas no manejo
do trauma raquimedu-
Trauma torácico Trauma abdominal Trauma
lar, trauma cranioence-
de face Trauma de extremidades Trauma na
fálico, trauma toráci-
gestante
co, trauma abdominal,
trauma de extremida-
des, trauma de face e
no controle de choques 08 T 16 P
e hemorragias, Quei-
maduras, Quase afoga-
mento, Choque elétrico,
Intoxicações e Envene-
namentos, Acidentes
Queimaduras Quase afogamento Choque com múltiplas vítimas,
elétrico Intoxicações e envenenamentos Acidentes com produ-
Acidentes com múltiplas vítimas Acidentes tos perigosos. Respon-
com produtos perigosos. sabilizar-se pelo enca-
minhamento adequado
do paciente, quando a
patologia apresentada
exigir recursos terapêu-
ticos e/ou
diagnósticos inexisten-
tes na unidade, me-
diante protocolos pre-
viamente pactuados e
reconhecidos.

84
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Acolher, reconhecer,
diagnosticar e adotar
medidas terapêuticas
para tratamento e/ou
Infecções Hipertensão Arterial Hemorragias
13. Urgências gineco- controle das patologias
Distúrbios Tromboembólicos Trabalho de
-obstétricas: referidas, encaminhan-
parto normal
do adequadamente os
casos que extrapolem
a complexidade da uni-
dade.
08 T 16 P
Estar habilitado para
prestar à gestante em
trabalho de parto nor-
mal em período expul-
Apresentações distócicas Cesárea pós-mor- sivo. Prestar o atendi-
tem mento ao RN normal e
prematuro. Manejar os
equipamentos necessá-
rios para suporte venti-
latório ao RN.
Manejar todos os equi-
pamentos da sala de ur-
gência. Estar habilitado
para a realizar as téc-
14. Manejo de equipa- Cardioversor Respirador Monitor Oxímetro nicas de imobilização e
mentos, soluções e me- Bomba de Infusão Material de Imobilização remoção. Conhecer as 08 P
dicamentos e Remoção soluções e os medica-
mentos disponíveis na
unidade e ter domínio
em relação à sua utili-
zação.
15. *Avaliação teórica e Provas escritas e práticas de avaliação de Demonstrar conheci-
04 T 10 P
prática do curso conhecimento mentos adquiridos
TO TA L 170 H
* 4 horas para avaliação escrita e as 10 restantes para avaliação prática a serem distribuídas durante o Curso.

85
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

B - 2 – Médicos Pediatras:

TEMA CONTEÚDOS HABILIDADES CH


Apresentação do Sistema Úni-
co de Saúde. Apresentação da Conhecer as Diretrizes do SUS e seu estágio
1- Sistema de saú-
Portaria GM/MS nº 2048, de 5 atual de implantação. Conhecer o Regula-
de e rede hierar-
de novembro de 2002 - Regu- mento Técnico da Atenção às Urgências:
quizada de assis-
lamento Técnico dos Sistemas diretrizes gerais e os componentes da rede
tência.
Estaduais de Urgência e Emer- assistencial.
gência
Entender o conceito de regulação médica das
urgências, as funções e prerrogativas do mé-
dico regulador e saber claramente como se 04 T (Teórica)
inserir e se relacionar com o sistema. Conhe-
cer a organização do sistema de saúde local
de acordo com a hierarquia dos serviços:
rede básica, rede de urgência, considerando
as portas hospitalares e não hospitalares.
Conhecer a estrutura e missão de cada servi-
Apresentação do sistema de
ço de saúde local, dentro da rede de atenção
saúde local e serviços relacio-
às urgências. Conhecer horários de funciona-
nados com a saúde
mento dos serviços e capacidade instalada
Para todos os itens, de 2 a 7: Acolher, reco-
2- Urgências res- Asma Pneumonias Corpo Es- nhecer, diagnosticar e adotar medidas tera-
piratórias. tranho Laringite Estrudulosa pêuticas para tratamento e/ou controle das
patologias referidas.
Responsabilizar-se pelo encaminhamento 04 T 08 P (Prá-
adequado do paciente, quando a patologia tica)
apresentada exigir recursos terapêuticos e/
ou diagnósticos inexistentes na unidade, me-
diante protocolos previamente pactuados e
reconhecidos.
3- Urgências do
Cefaléia Meningites Encefalites
Sistema Nervoso
Convulsões Coma
Central:
Morte Encefálica Alterações
comportamentais e estados
confusionais agudos
Dor Abdominal Aguda e recor-
4- Urgências Gas-
rente Diarréia Aguda Vômitos 04 T 08 P
trintestinais
Icterícia
Ingestão de Corpo Estranho
Hemorragia Digestiva Alta e
Baixa Obstrução Intestinal Gas-
trite Úlcera Perfurada
Dor pélvica Infecção Urinária
5-Urgências Geni-
Insuficiência Renal Aguda Alte- 04 T 08 P
tourinárias
rações Hematológicas Graves
6-Urgências He- Crise Falcêmica Desidratação
matológicas, Me- Diabetes descompensado Hi-
04 T 08 P
tabólicas e Endó- poglicemia Insuficiência Supra-
crinas -renal

86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Conjuntivite Aguda Corpo Es-


7- Urgências Of- tranho Glaucoma Hordéolo
04 T 08 P
talmológicas: Descolamento de Retina Tr a u
ma

Otalgia Corpo Estranho Ro-


8-Urgências Otor-
lha de Cerúmen Surdez Súbita 02 T 04 P
rinolaringológicas
Epistaxe Sinusite

Labirintite Aguda Tr a u m a
02 T 04 P
Otorragia
Acolher e reconhecer sinais de gravidade em
Crianças Vítimizada Aborda-
situações de urgência. Reconhecer a necessi-
9- Urgências em gem do Paciente Terminal e de
dade de acionar outros atores no atendimen- 04 T 08 P
Saúde Mental: sua Família Alterações de Nível
to às urgências psiquiátricas, quando houver
de Consciência
risco para o
paciente. Adotar medidas terapêuticas no
manejo das patologias apontadas. Respon-
:
sabilizar-se pelo encaminhamento adequado
do paciente, quando o quadro
apresentado exigir recursos terapêuticos e/
ou diagnósticos inexistentes na unidade, me-
diante protocolos previamente pactuados e
reconhecidos.
Sutura de Ferimentos e drena-
Realizar suturas de ferimentos e drenagem
gem de Abscessos Politrauma-
de abscessos. Acolher, reconhecer e diagnos-
tizado Choque e hemorragias
ticar sinais de gravidade na vítima traumati-
Trauma Raquimedular Trauma
10- Urgências zada: sinais de
Crânio Encefálico 08 T 16 P
Traumáticas:
Trauma torácico Trauma abdo- disfunção respiratória, ventilatória e circula-
minal Trauma de face Trauma tória. Ser capaz de prestar o atendimento ini-
de extremidades Queimaduras cial ao paciente traumatizado grave.

87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Adotar medidas específicas no


manejo do trauma raquimedular,
trauma cranioencefálico, trauma
torácico, trauma abdominal,
trauma de extremidades,
trauma de face e no controle
de choques e hemorragias,
Queimaduras, Quase
Quase afogamento Choque elétrico afogamento, Choque elétrico,
Intoxicações e envenenamentos Intoxicações e Envenenamentos.
Responsabilizar-se pelo
encaminhamento adequado do
paciente, quando a patologia
apresentada exigir recursos
terapêuticos e/ou diagnósticos
inexistentes na unidade, mediante
protocolos previamente pactuados
e reconhecidos.
11- Manejo de Manejar todos os equipamentos da
Cardioversor Respirador Monitor
equipamentos, sala de urgência. Estar habilitado
Oxímetro Bomba de Infusão Material de
soluções e para a realizar as técnicas de
Imobilização e Remoção
medicamentos imobilização e remoção.
08 P
Conhecer as soluções e os
medicamentos disponíveis na
unidade e ter domínio em relação
à sua utilização.
12*Avaliação teórica e Provas escritas e práticas de avaliação de Demonstrar conhecimentos
04 T 08 P
prática do curso conhecimento adquiridos
TO TA L 132 H

*4 horas para avaliação escrita e as 8 restantes para avaliação prática a serem distribuídas durante o Curso.
RECOMENDAÇÃO PARA AS ATIVIDADES:
- Devem ser realizadas em serviços pré-determinados da região, inicialmente acompanhando os profissionais já ex-
perientes, problematizando a realidade, com discussão dos casos em grupos e, a seguir, atuando e sendo supervisionado
pelos profissionais da unidade.
- Dentro das cargas horárias teóricas estão incluídos exercícios práticos (in vitro) com materiais e equipamentos.

88
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Considerando Portaria nº 2.372/GM/MS, de 7 de outu-


bro de 2009, que cria o plano de fornecimento de equipa-
11. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM NÍVEL
mentos odontológicos para as Equipes de Saúde Bucal na
AMBULATORIAL.
Estratégia Saúde da Família;
Considerando Portaria nº 2.371/GM/MS, de 07 de ou-
tubro de 2009 que institui, no âmbito da Política Nacio-
PORTARIA Nº 2.488, DE 21 DE OUTUBRO DE 2011 nal de Atenção Básica, o Componente Móvel da Atenção à
Saúde Bucal -Unidade Odontológica Móvel (UOM);
Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, esta- Considerando a Portaria nº 750/SAS/MS, de 10 de ou-
belecendo a revisão de diretrizes e normas para a orga- tubro de 2006, que instituiu a ficha complementar de ca-
nização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da dastro das ESF, ESF com ESB - Modalidades I e II e de ACS
Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de no SCNES;
Saúde (PACS). Considerando a necessidade de revisar e adequar as
normas nacionais ao atual momento do desenvolvimento
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atri- da atenção básica no Brasil;
buições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo úni-
Considerando a consolidação da estratégia saúde da
co do art. 87 da Constituição, e
família como forma prioritária para reorganização da aten-
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro 1990,
ção básica no Brasil e que a experiência acumulada em to-
que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção
dos os entes federados demonstra a necessidade de ade-
e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
dos serviços correspondentes, e dá outras providências; quação de suas normas.
Considerando a Lei nº 11.350, de outubro de 2006, que Considerando a pactuação na Reunião da Comissão
regulamenta o § 5º do Art. 198 da Constituição, dispõe so- Intergestores Tripartite do dia 29, de setembro de 2011,
bre oaproveitamento de pessoal amparado pelo Parágrafo resolve:
Único do Art. 2º da Emenda Constitucional nº 51, de 14 de Art. 1º Aprovar a Política Nacional de Atenção Básica,
fevereiro de 2006; com vistas à revisão da regulamentação de implantação
Considerando o Decreto Presidencial nº 6.286 de 5 de e operacionalização vigentes, nos termos constantes dos
dezembro de 2007, que institui o Programa Saúde na Esco- Anexos a esta Portaria.
la (PSE), no âmbito dos Ministérios da Saúde e da Educa- Parágrafo único. A Secretaria de Atenção à Saúde, do
ção, com finalidade de contribuir para a formação integral Ministério da Saúde (SAS/MS) publicará manuais e guias
dos estudantes da rede básica por meio de ações de pre- com detalhamento operacional e orientações específicas
venção, promoção e atenção à saúde; desta Política.
Considerando o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de Art. 2º Definir que os recursos orçamentários de que
2011, que regulamenta a Lei nº 8.080/90; trata a presente Portaria corram por conta do orçamento
Considerando a Portaria nº 204, de 29 de janeiro de do Ministério da Saúde, devendo onerar os seguintes Pro-
2007, que regulamenta o financiamento e a transferência gramas de Trabalho:
de recursos federais para as ações e serviços de saúde, na I -10.301.1214.20AD - Piso de Atenção Básica Variável
forma de blocos de financiamento, com respectivo moni- -Saúde da Família;
toramento e controle; II - 10.301.1214.8577 - Piso de Atenção Básica Fixo;
Considerando a Portaria nº 687, de 30 de março de III - 10.301.1214.8581 - Estruturação da Rede de Servi-
2006, que aprova a Política de Promoção da Saúde; ços de Atenção Básica de Saúde;
Considerando a Portaria nº 3.252/GM/MS, de 22 de IV- 10.301.1214.8730.0001 - Atenção à Saúde Bucal; e
dezembro de 2009, que trata do processo de integração V - 10.301.1214.12L5.0001 -Construção de Unidades
das ações de vigilância em saúde e atenção básica;
Básicas de Saúde - UBS.
Considerando a Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro
Art. 3º Permanecem em vigor as normas expedidas por
de 2010, que estabelece diretrizes para a organização da
este Ministério com amparo na Portaria nº 648/GM/MS, de
Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de
28 de março de 2006, desde que não conflitem com as dis-
Saúde (SUS);
Considerando as Portarias nº 822/GM/MS, de 17 de posições constantes desta Portaria.
abril de 2006, nº 90/GM, de 17 de janeiro de 2008 e nº Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua pu-
2.920/GM/MS, de 03 de dezembro de 2008, que estabele- blicação.
cem os municípios que poderão receber recursos diferen- Art. 5º Fica revogada as Portarias  nº 648/GM/MS, de
ciados da ESF; 28 de março de 2006, publicada no Diário Oficial da União
Considerando Portaria nº 2.143/GM/MS, de 9 de outu- nº 61, de 29 de março de 2006, Seção 1, pg. 71,  nº 154/
bro de 2008 - Cria o incentivo financeiro referente à inclu- GM/MS, de 24 de janeiro de 2008, publicada no Diário Ofi-
são do microscopista na atenção básica para realizar, prio- cial da União nº 18, de 25 de janeiro de 2008, Seção 1, pg.
ritariamente, ações de controle da malária junto às Equipes 47/49, nº 2.281/GM/MS, de 1º de outubro de 2009, publi-
de Agentes Comunitários de Saúde - EACS e/ou às Equipes cada no Diário Oficial da União nº 189, de 2 de outubro de
de Saúde da Família (ESF); 2009, Seção 1, pg. 34, nº 2.843/GM/MS, de 20 de setembro

89
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

de 2010, publicada no Diário Oficial da União nº 181, de II - possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços
21 de setembro de 2010, Seção 1, pg. 44,  nº 3.839/GM/ de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como
MS, de 7 de dezembro de 2010, publicada no Diário Oficial a porta de entrada aberta e preferencial da rede de aten-
da União nº 237, de 8 de dezembro de 2010, Seção 1, pg. ção, acolhendo os usuários e promovendo a vinculação e
44/45, nº 4.299/GM/MS, de 30 de dezembro de 2010, pu- corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de
blicada no Diário Oficial da União nº 251, 31 de dezembro saúde; o estabelecimento de mecanismos que assegurem
de 2010, Seção 1, pg. 97, nº 2.191/GM/MS, de 3 de agosto acessibilidade e acolhimento pressupõe uma lógica de or-
de 2010, publicada no Diário Oficial da União nº 148, de 4 ganização e funcionamento do serviço de saúde, que parte
de agosto de 2010, Seção 1, pg. 51, nº 302/GM/MS, de 3 do princípio de que a unidade de saúde deva receber e
de fevereiro de 2009, publicada no Diário Oficial da União ouvir todas as pessoas que procuram os seus serviços, de
nº 28, de 10 de fevereiro de 2009, Seção 1, pg. 36, nº 2.027/ modo universal e sem diferenciações excludentes. O ser-
GM/MS, de 25 de agosto de 2011, publicada no Diário Ofi- viço de saúde deve se organizar para assumir sua função
cial da União nº 164, Seção 1, pg.90. central de acolher, escutar e oferecer uma resposta positi-
va, capaz de resolver a grande maioria dos problemas de
ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA saúde da população e/ou de minorar danos e sofrimentos
desta, ou ainda se responsabilizar pela resposta, ainda que
ANEXO I esta seja ofertada em outros pontos de atenção da rede.
DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE A ATENÇÃO BÁSICA A proximidade e a capacidade de acolhimento, vinculação,
DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES GERAIS DA ATEN- responsabilização e resolutividade são fundamentais para
ÇÃO BÁSICA a efetivação da atenção básica como contato e porta de
entrada preferencial da rede de atenção;
A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de III - adscrever os usuários e desenvolver relações de
ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abran- vínculo e responsabilização entre as equipes e a população
ge a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de adscrita garantindo a continuidade das ações de saúde e
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redu- a longitudinalidade do cuidado. A adscrição dos usuários
ção de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de é um processo de vinculação de pessoas e/ou famílias e
desenvolver uma atenção integral que impacte na situação grupos a profissionais/equipes, com o objetivo de ser refe-
de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes rência para o seu cuidado. O vínculo, por sua vez, consiste
econdicionantes de saúde das coletividades. É desenvol- na construção de relações de afetividade e confiança entre
vida por meio do exercício de práticas de cuidado e ges- o usuário e o trabalhador da saúde, permitindo o aprofun-
tão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho damento do processo de corresponsabilização pela saúde,
em equipe, dirigidas a populações de territórios definidos, construído ao longo do tempo, além de carregar, em si,
pelas quais assume a responsabilidade sanitária, conside- um potencial terapêutico. A longitudinalidade do cuidado
rando a dinamicidade existente no território em que vivem pressupõe a continuidade da relação clínica, com cons-
essas populações. Utiliza tecnologias de cuidado comple- trução de vínculo e responsabilização entre profissionais
xas e variadas que devem auxiliar no manejo das demandas e usuários ao longo do tempo e de modo permanente,
e necessidades de saúde de maior frequência e relevância acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de
em seu território, observando critérios de risco, vulnerabili- outros elementos na vida dos usuários, ajustando condutas
dade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda, quando necessário, evitando a perda de referências e dimi-
necessidade de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos. nuindo os riscos de iatrogenia decorrentes do desconheci-
É desenvolvida com o mais alto grau de descentrali- mento das histórias de vida e da coordenação do cuidado;
zação e capilaridade, próxima da vida das pessoas. Deve IV - Coordenar a integralidade em seus vários aspec-
ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta tos, a saber: integração de ações programáticas e demanda
de entrada e centro de comunicação da Rede de Atenção espontânea; articulação das ações de promoção à saúde,
à Saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da prevenção de agravos, vigilância à saúde, tratamento e rea-
acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da bilitação e manejo das diversas tecnologias de cuidado e
integralidade da atenção, da responsabilização, da huma- de gestão necessárias a estes fins e à ampliação da auto-
nização, da equidade e da participação social. A Atenção nomia dos usuários e coletividades; trabalhando de forma
Básica considera o sujeito em sua singularidade e inserção multiprofissional, interdisciplinar e em equipe; realizando a
sócio-cultural, buscando produzir a atenção integral. gestão do cuidado integral do usuário e coordenando-o no
A Atenção Básica tem como fundamentos e diretrizes: conjunto da rede de atenção. A presença de diferentes for-
I - ter território adstrito sobre o mesmo, de forma a mações profissionais assim como um alto grau de articula-
permitir o planejamento, a programação descentralizada e ção entre os profissionais é essencial, de forma que não só
o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com as ações sejam compartilhadas, mas também tenha lugar
impacto na situação, nos condicionantes e determinantes um processo interdisciplinar no qual progressivamente os
da saúde das coletividades que constituem aquele territó- núcleos de competência profissionais específicos vão en-
rio sempre em consonância com o princípio da equidade; riquecendo o campo comum de competências ampliando

90
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

assim a capacidade de cuidado de toda a equipe. Essa or- III - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir
ganização pressupõe o deslocamento do processo de tra- projetos terapêuticos singulares, bem como acompanhar e
balho centrado em procedimentos, profissionais para um organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção
processo centrado no usuário, onde o cuidado do usuário das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre
é o imperativo ético-político que organiza a intervenção os diversos pontos de atenção responsabilizando-se pelo
técnico-científica; e cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através
V - estimular a participação dos usuários como forma de uma relação horizontal, contínua e integrada com o ob-
de ampliar sua autonomia e capacidade na construção do jetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção inte-
cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do terri- gral. Articulando também as outras estruturas das redes de
tório, no enfrentamento dos determinantes e condicionan- saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. Para
tes de saúde, na organização e orientação dos serviços de isso, é necessário incorporar ferramentas e dispositivos de
saúde a partir de lógicas mais centradas no usuário e no gestão do cuidado, tais como: gestão das listas de espera
exercício do controle social. (encaminhamentos para consultas especializadas, proce-
A Política Nacional de Atenção Básica considera os ter- dimentos e exames), prontuário eletrônico em rede, pro-
mos Atenção Básica e Atenção Primária a Saúde, nas atuais tocolos de atenção organizados sob a lógica de linhas de
concepções, como termos equivalentes. Associa a ambos cuidado, discussão e análise de casos traçadores, eventos-
os termos: os princípios e as diretrizes definidos neste do- sentinela e incidentes críticos, dentre outros. As práticas de
cumento. regulação realizadas na atenção básica devem ser articu-
A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da ladas com os processos regulatórios realizados em outros
Família sua estratégia prioritária para expansão e consolida- espaços da rede, de modo a permitir, ao mesmo tempo, a
ção da atenção básica. A qualificação da Estratégia de Saúde qualidade da micro-regulação realizada pelos profissionais
da Família e de outras estratégias de organização da atenção da atenção básica e o acesso a outros pontos de atenção
básica deverão seguir as diretrizes da atenção básica e do nas condições e no tempo adequado, com equidade; e
SUS configurando um processo progressivo e singular que IV - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de
considera e inclui as especificidades locoregionais. saúde da população sob sua responsabilidade, organizan-
do as necessidades desta população em relação aos outros
DAS FUNÇÕES NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE pontos de atenção à saúde, contribuindo para que a pro-
gramação dos serviços de saúde parta das necessidades de
Esta Portaria conforme normatização vigente do SUS, saúde dos usuários.
define a organização de Redes de Atenção à Saúde (RAS)
como estratégia para um cuidado integral e direcionado as DAS RESPONSABILIDADES
necessidades de saúde da população. As RAS constituem-
se em arranjos organizativos forma-dos por ações e servi-
São responsabilidades comuns a todas as esferas de
ços de saúde com diferentes configurações tecnológicas e
governo:
missões assistenciais, articulados de forma complementar
I - contribuir para a reorientação do modelo de aten-
e com base territorial, e têm diversos atributos, entre eles
ção e de gestão com base nos fundamentos e diretrizes
destaca-se: a atenção básica estruturada como primeiro
assinalados;
ponto de atenção e principal porta de entrada do siste-
II - apoiar e estimular a adoção da estratégia Saúde da
ma, constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda
Família pelos serviços municipais de saúde como estraté-
a população, integrando, coordenando o cui-dado, e aten-
gia prioritária de expansão, consolidação e qualificação da
dendo as suas necessidades de saúde. O Decreto nº 7.508,
de 28 de julho de 2011, que regulamenta a Lei nº 8.080/90, atenção básica à saúde;
define que “o acesso universal, igualitário e ordenado às III - garantir a infraestrutura necessária ao funciona-
ações e serviços de saúde se inicia pelas portas de entrada mento das Unidades Básicas de Saúde, de acordo com suas
do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquiza- responsabilidades;
da”. Neste sentido, atenção básica deve cumprir algumas IV - contribuir com o financiamento tripartite da Aten-
funções para contribuir com o funcionamento das Redes ção Básica;
de Atenção à Saúde, são elas: V - estabelecer, nos respectivos Planos de Saúde, prio-
I -Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço ridades, estratégias e metas para a organização da Atenção
de saúde com o mais elevado grau de descentralização e Básica;
capilaridade, cuja participação no cuidado se faz sempre VI - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias
necessária; organizacionais de qualificação da força de trabalho para
II - Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e de- gestão e atenção à saúde, valorizar os profissionais de
mandas de saúde, utilizando e articulando diferentes tec- saúde estimulando e viabilizando a formação e educação
nologias de cui-dado individual e coletivo, por meio de permanente dos profissionais das equipes, a garantia de
uma clínica ampliada capaz de construir vínculos positivos direitos trabalhistas e previdenciários, a qualificação dos
e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, na pers- vínculos de trabalho e a implantação de carreiras que as-
pectiva de ampliação dos graus de autonomia dos indiví- sociem desenvolvimento do trabalhador com qualificação
duos e grupos sociais; dos serviços ofertados aos usuários;

91
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

VII - desenvolver, disponibilizar e implantar os sistemas III - ser co-responsável, pelo monitoramento da utili-
de informações da Atenção Básica de acordo com suas res- zação dos recursos federais da Atenção Básica transferidos
ponsabilidades; aos municípios;
VIII - planejar, apoiar, monitorar e avaliar a Atenção Bá- IV - submeter à CIB, para resolução acerca das irregu-
sica; laridades constatadas na execução dos recursos do Bloco
IX - estabelecer mecanismos de controle, regulação e de Atenção Básica, conforme regulamentação nacional, vi-
acompanhamento sistemático dos resultados alcançados sando:
pelas ações da Atenção Básica, como parte do processo de a) aprazamento para que o gestor municipal corrija as
planejamento e programação; irregularidades;
X - divulgar as informações e os resultados alcançados b) comunicação ao Ministério da Saúde;
pela atenção básica; c) bloqueio do repasse de recursos ou demais provi-
XI - promover o intercâmbio de experiências e estimu- dências, conforme regulamentação nacional, consideradas
lar o desenvolvimento de estudos e pesquisas que bus- necessárias e devidamente oficializadas pela CIB;
quem o aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias V - analisar os dados de interesse estadual, gerados
e conhecimentos voltados à Atenção Básica; pelos sistemas de informação, utilizá-los no planejamento
XII - viabilizar parcerias com organismos internacionais, e divulgar os resultados obtidos;
com organizações governamentais, não governamentais e VI - verificar a qualidade e a consistência dos dados
do setor privado, para fortalecimento da Atenção Básica e enviados pelos municípios por meio dos sistemas informa-
da estratégia de saúde da família no País; e tizados, retornando informações aos gestores municipais;
XIII - estimular a participação popular e o controle so- VII - consolidar, analisar e transferir para o Ministério
cial. da Saúde os arquivos dos sistemas de informação enviados
Compete ao Ministério da Saúde: pelos municípios de acordo com os fluxos e prazos estabe-
I - definir e rever periodicamente, de forma pactuada, lecidos para cada sistema;
na Comissão Intergestores Tripartite, as diretrizes da Políti- VIII - prestar apoio institucional aos municípios no pro-
ca Nacional de Atenção Básica;
cesso de implantação, acompanhamento, e qualificação da
II - garantir fontes de recursos federais para compor o
Atenção Básica e de ampliação e consolidação da estraté-
financiamento da Atenção Básica;
gia Saúde da Família;
III -prestar apoio institucional aos gestores dos esta-
IX - definir estratégias de articulação com as gestões
dos, ao Distrito Federal e aos municípios no processo de
municipais do SUS com vistas à institucionalização da ava-
qualificação e de consolidação da Atenção Básica;
liação da Atenção Básica;
IV - definir, de forma tripartite, estratégias de articu-
X - disponibilizar aos municípios instrumentos técni-
lação com as gestões estaduais e municipais do SUS com
cos e pedagógicos que facilitem o processo de formação e
vistas à institucionalização da avaliação e qualificação da
Atenção Básica; educação permanente dos membros das equipes de ges-
V - estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais tão e de atenção à saúde;
e disponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos que XI - articular instituições, em parceria com as Secre-
facilitem o processo de gestão, de formação e educação tarias Municipais de Saúde, para formação e garantia de
permanente dos gestores e profissionais da Atenção Básica; educação permanente aos profissionais de saúde das equi-
VI -articular com o Ministério da Educação estratégias pes de Atenção Básica e das equipes de saúde da família; e
de indução às mudanças curriculares nos cursos de gra- XII - promover o intercâmbio de experiências entre os
duação e pósgraduação na área da saúde visando à for- diversos municípios, para disseminar tecnologias e conhe-
mação de profissionais e gestores com perfil adequado à cimentos voltados à melhoria dos serviços da Atenção Bá-
Atenção Básica; e sica.
VII - apoiar a articulação de instituições, em parceria Compete às Secretarias Municipais de Saúde e ao Dis-
com as Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do trito Federal:
Distrito Federal, para formação e garantia de educação per- I - pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite,
manente para os profissionais de saúde da Atenção Básica. através do COSEMS, estratégias, diretrizes e normas de
Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e ao Dis- implementação da Atenção Básica no Estado, mantidos as
trito Federal: diretrizes e os princípios gerais regulamentados nesta Por-
I - pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite, es- taria;
tratégias, diretrizes e normas de implementação da Aten- II - destinar recursos municipais para compor o finan-
ção Básica no Estado, de forma complementar às estraté- ciamento tripartite da Atenção Básica;
gias, diretrizes e normas existentes, desde que não haja III - ser co-responsável, junto ao Ministério da Saúde,
restrições destas e que sejam respeitados as diretrizes e os e Secretaria Estadual de Saúde pelo monitoramento da
princípios gerais regulamentados nesta Portaria; utilização dos recursos da Atenção Básica transferidos aos
II - destinar recursos estaduais para compor o financia- município;
mento tripartite da Atenção Básica prevendo, entre outras, IV - inserir a estratégia de Saúde da Família em sua
formas de repasse fundo a fundo para custeio e investi- rede de serviços como estratégia prioritária de organização
mento das ações e serviços; da atenção básica;

92
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

V - organizar, executar e gerenciar os serviços e ações II - as Unidades Básicas de Saúde:


de Atenção Básica, de forma universal, dentro do seu terri- a) devem estar cadastradas no sistema de Cadastro
tório, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo es- Nacional vigente de acordo com as normas vigentes;
tado e pela União; b) Recomenda-se que disponibilizem, conforme orien-
VI - prestar apoio institucional às equipes e serviços no tações e especificações do manual de infra estrutura do
processo de implantação, acompanhamento, e qualificação Departamento de Atenção Básica/SAS/ MS:
da Atenção Básica e de ampliação e consolidação da estra- 1. consultório médico/enfermagem, consultório odon-
tégia Saúde da Família; tológico e consultório com sanitário, sala multiprofissional
VII - Definir estratégias de institucionalização da avalia- de acolhimento à demanda espontânea, sala de adminis-
ção da Atenção Básica; tração e gerência e sala de atividades coletivas para os pro-
VIII - Desenvolver ações e articular instituições para fissionais da Atenção Básica;
formação e garantia de educação permanente aos profis- 2. área de recepção, local para arquivos e registros, sala
sionais de saúde das equipes de Atenção Básica e das equi- de procedimentos, sala de vacinas, área de dispensação de
pes de saúde da família; medicamentos e sala de armazenagem de medicamentos
IX - selecionar, contratar e remunerar os profissionais (quando há dispensação na UBS), sala de inalação coleti-
que compõem as equipes multiprofissionais de Atenção va, sala de procedimentos, sala de coleta, sala de curativos,
Básica, em conformidade com a legislação vigente; sala de observação, entre outros:
X - garantir a estrutura física necessária para o funcio- 2.1. as Unidades Básicas de Saúde Fluviais deverão
namento das Unidades Básicas de Saúde e para a execu- cumprir os seguintes requisitos específicos:
ção do conjunto de ações propostas, podendo contar com 2.1.1. quanto à estrutura física mínima, devem dispor
apoio técnico e/ou financeiro das Secretarias de Estado da de: consultório médico; consultório de enfermagem; am-
Saúde e do Ministério da Saúde; biente para armazenamento e dispensação de medicamen-
XI -garantir recursos materiais, equipamentos e insu- tos; laboratório; sala de vacina; banheiro público; banheiro
mos suficientes para o funcionamento das Unidades Bá- exclusivo para os funcionários; expurgo; cabines com leitos
sicas de Saúde e para a execução do conjunto de ações em número suficiente para toda a equipe; cozinha; sala de
propostas; procedimentos; e, se forem compostas por profissionais de
XII - rogramar as ações da Atenção Básica a partir de saúde bucal, será necessário consultório odontológico com
sua base territorial e de acordo com as necessidades de equipo odontológico completo;
saúde das pessoas, utilizando instrumento de programação c) devem possuir identificação segundo padrões visuais
nacional ou correspondente local; do SUS e da Atenção Básica pactuados nacionalmente;
XIII - Alimentar, analisar e verificar a qualidade e a con- d) recomenda-se que estas possuam conselhos/co-
sistência dos dados alimentados nos sistemas nacionais de legiados, constituídos de gestores locais, profissionais de
informação a serem enviados às outras esferas de gestão, saúde e usuários, viabilizando a participação social na ges-
utilizá-los no planejamento e divulgar os resultados obti- tão da Unidade Básica de Saúde;
dos; III - manutenção regular da infraestrutura e dos equi-
XIV - Organizar o fluxo de usuários, visando à garantia pamentos das Unidades Básicas de Saúde;
das referências a serviços e ações de saúde fora do âmbito IV - existência e manutenção regular de estoque dos
da Atenção Básica e de acordo com as necessidades de insumos necessários para o funcionamento das unidades
saúde dos usuários; básicas de saúde, incluindo dispensação de medicamentos
XV - manter atualizado o cadastro no sistema de Ca- pactuados nacionalmente quando esta dispensação está
dastro Nacional vigente , dos profissionais, de serviços e de prevista para serem realizadas naquela UBS;
estabelecimentos ambulatoriais, públicos e privados, sob V - equipes multiprofissionais compostas, conforme
sua gestão; e modalidade das equipes, por médicos, enfermeiros, ci-
XVI - assegurar o cumprimento da carga horária inte- rurgiões-dentistas, auxiliar em saúde bucal ou técnico em
gral de todos os profissionais que compõe as equipes de saúde bucal, auxiliar de enfermagem ou técnico de enfer-
atenção básica, de acordo com as jornadas de trabalho es- magem e Agentes Comunitários da Saúde, dentre outros
pecificadas no SCNES e a modalidade de atenção. profissionais em função da realidade epidemiológica, insti-
tucional e das necessidades de saúde da população;
Da infraestrutura e funcionamento da Atenção VI - cadastro atualizado dos profissionais que compõe
Básica a equipe de atenção básica no sistema de Cadastro Na-
cional vigente de acordo com as normas vigentes e com
São necessárias à realização das ações de Atenção Bá- as cargas horárias de trabalho informadas e exigidas para
sica nos municípios e Distrito Federal: cada modalidade;
I - Unidades Básicas de Saúde (UBS) construídas de VII -garantia pela gestão municipal, de acesso ao apoio
acordo com as normas sanitárias e tendo como referência diagnóstico e laboratorial necessário ao cuidado resolutivo
o manual de infra estrutura do Departamento de Atenção da população; e
Básica/SAS/ MS;

93
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

VIII - garantia pela gestão municipal, dos fluxos defini- dade dos lugares e das pessoas, estimulando experiências
dos na Rede de Atenção à Saúde entre os diversos pontos inovadoras na gestão do cuidado e dos serviços de saúde.
de atenção de diferentes configurações tecnológicas, inte- A vinculação dos processos de educação permanente
grados por serviços de apoio logístico, técnico e de gestão, a estratégia de apoio institucional pode potencializar enor-
para garantir a integralidade do cuidado. memente o desenvolvimento de competências de gestão e
Com o intuito de facilitar os princípios do acesso, do de cuidado na Atenção Básica, na medida em que aumen-
vínculo, da continuidade do cuidado e da responsabilidade ta as alternativas para o enfrentamento das dificuldades
sanitária e reconhecendo que existem diversas realidades vivenciadas pelos trabalhadores em seu cotidiano. Nessa
sócio epidemiológicas, diferentes necessidades de saúde e mesma linha é importante diversificar este repertório de
distintas maneiras de organização das UBS, recomenda-se: ações incorporando dispositivos de apoio e cooperação
I - para Unidade Básica de Saúde (UBS) sem Saúde da horizontal, tais como trocas de experiências e discussão de
Família em grandes centros urbanos, o parâmetro de uma situações entre trabalhadores, comunidades de práticas,
UBS para no máximo 18 mil habitantes, localizada dentro grupos de estudos, momentos de apoio matricial, visitas e
do território, garantindo os princípios e diretrizes da Aten- estudos sistemáticos de experiências inovadoras, etc.
ção Básica; e Por fim, reconhecendo o caráter e iniciativa ascendente
II - para UBS com Saúde da Família em grandes centros da educação permanente, é central que cada equipe, cada
urbanos, recomenda-se o parâmetro de uma UBS para no unidade de saúde e cada município demandem, proponha
máximo 12 mil habitantes, localizada dentro do território, e desenvolva ações de educação permanente tentando
garantindo os princípios e diretrizes da Atenção Básica. combinar necessidades e possibilidades singulares com
Educação permanente das equipes de Atenção Básica ofertas e processos mais gerais de uma políticaproposta
A consolidação e o aprimoramento da Atenção Básica para todas as equipes e para todo o município. É importan-
como importante reorientadora do modelo de atenção à te sintonizar e mediar as ofertas de educação permanente
saúde no Brasil requer um saber e um fazer em educação pré-formatadas (cursos, por exemplo) com o momento e
permanente que sejam encarnados na prática concreta dos contexto das equipes, para que façam mais sentido e te-
serviços de saúde. A educação permanente deve ser cons- nham, por isso, maior valor de uso e efetividade.
titutiva, portanto, da qualificação das práticas de cuidado, De modo análogo é importante a articulação e apoio
gestão e participação popular. dos governos estaduais e federal aos municípios buscando
O redirecionamento do modelo de atenção impõe cla- responder suas necessidades e fortalecer suas iniciativas.
ramente a necessidade de transformação permanente do A referência é mais de apoio, cooperação, qualificação e
funcionamento dos serviços e do processo de trabalho das oferta de diversas iniciativas para diferentes contextos que
equipes exigindo de seus atores (trabalhadores, gestores e a tentativa de regular, formatar e simplificar a diversidade
usuários) maior capacidade de análise, intervenção e au- de iniciativas.
tonomia para o estabelecimento de práticas transforma-
doras, a gestão das mudanças e o estreitamento dos elos Do Processo de trabalho das equipes de Atenção
entre concepção e execução do trabalho. Básica
Nesse sentido, a educação permanente, além da sua
evidente dimensão pedagógica, deve ser encarada tam- São características do processo de trabalho das equi-
bém como uma importante “estratégia de gestão”, com pes de Atenção Básica:
grande potencial provocador de mudanças no cotidiano I - definição do território de atuação e de população
dos serviços, em sua micropolitica, bastante próximo dos sob responsabilidade das UBS e das equipes;
efeitos concretos das práticas de saúde na vida dos usuá- II - programação e implementação das atividades de
rios, e como um processo que se dá “no trabalho, pelo tra- atenção à saúde de acordo com as necessidades de saú-
balho e para o trabalho”. de da população, com a priorização de intervenções clíni-
A Educação Permanente deve embasar-se num proces- cas e sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios
so pedagógico que contemple desde a aquisição/atualiza- de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se
ção de conhecimentos e habilidades até o aprendizado que aqui o planejamento e organização da agenda de trabalho
parte dos problemas e desafios enfrentados no processo compartilhado de todos os profissionais e recomenda-se
de trabalho, envolvendo práticas que possam ser definidas evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas
por múltiplos fatores (conhecimento, valores, relações de de saúde, ciclos de vida, sexo e patologias dificultando o
poder, planejamento e organização do trabalho, etc.) e que acesso dos usuários;
considerem elementos que façam sentido para os atores III - desenvolver ações que priorizem os grupos de ris-
envolvidos (aprendizagem significativa). co e os fatores de risco clínico-comportamentais, alimen-
Outro pressuposto importante da educação perma- tares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir o apa-
nente é o planejamento/programação educativa ascen- recimento ou a persistência de doenças e danos evitáveis;
dente, em que, a partir da análise coletiva dos processos de IV - realizar o acolhimento com escuta qualificada,
trabalho, identificam-se os nós críticos (de natureza diver- classificação de risco, avaliação de necessidade de saúde
sa) a serem enfrentados na atenção e/ou na gestão, possi- e análise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabili-
bilitando a construção de estratégias contextualizadas que dade da assistência resolutiva à demanda espontânea e o
promovam o diálogo entre as políticas gerais e a singulari- primeiro atendimento às urgências;

94
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

V - prover atenção integral, contínua e organizada à IV - realizar ações de atenção a saúde conforme a ne-
população adscrita; cessidade de saúde da população local, bem como as pre-
VI - realizar atenção à saúde na Unidade Básica de Saú- vistas nas prioridades e protocolos da gestão local;
de, no domicílio, em locais do território (salões comuni- V - garantir da atenção a saúde buscando a integrali-
tários, escolas, creches, praças, etc.) e outros espaços que dade por meio da realização de ações de promoção, pro-
comportem a ação planejada; teção e recuperação da saúde e prevenção de agravos; e
VII - desenvolver ações educativas que possam interfe- da garantia de atendimento da demanda espontânea, da
rir no processo de saúde-doença da população, no desen- realização das ações programáticas, coletivas e de vigilân-
volvimento de autonomia, individual e coletiva, e na busca cia à saúde;
por qualidade de vida pelos usuários; VI - participar do acolhimento dos usuários realizando
VIII - implementar diretrizes de qualificação dos mode- a escuta qualificada das necessidades de saúde, proceden-
los de atenção e gestão tais como a participação coletiva do a primeira avaliação (classificação de risco, avaliação de
nos processos de gestão, a valorização, fomento a auto- vulnerabilidade, coleta de informações e sinais clínicos) e
nomia e protagonismo dos diferentes sujeitos implicados identificação das necessidades de intervenções de cuida-
na produção de saúde, o compromisso com a ambiência e do, proporcionando atendimento humanizado, se respon-
com as condições de trabalho e cuidado, a constituição de sabilizando pela continuidade da atenção e viabilizando o
vínculos solidários, a identificação das necessidades sociais estabelecimento do vínculo;
e organização do serviço em função delas, entre outras; VII - realizar busca ativa e notificar doenças e agravos
IX - participar do planejamento local de saúde assim de notificação compulsória e de outros agravos e situações
como do monitoramento e a avaliação das ações na sua de importância local;
equipe, unidade e município; visando à readequação do VIII - responsabilizar-se pela população adscrita, man-
processo de trabalho e do planejamento frente às neces- tendo a coordenação do cuidado mesmo quando esta ne-
sidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas; cessita de atenção em outros pontos de atenção do siste-
X - desenvolver ações intersetoriais, integrando proje- ma de saúde;
tos e redes de apoio social, voltados para o desenvolvimen- IX - praticar cuidado familiar e dirigido a coletividades
to de uma atenção integral; e grupos sociais que visa propor intervenções que influen-
XI - apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão ciem os processos de saúde doença dos indivíduos, das fa-
local e do controle social; e mílias, coletividades e da própria comunidade;
XII - realizar atenção domiciliar destinada a usuários X - realizar reuniões de equipes a fim de discutir em
que possuam problemas de saúde controlados/compen- con-junto o planejamento e avaliação das ações da equipe,
sados e com dificuldade ou impossibilidade física de lo- a partir da utilização dos dados disponíveis;
comoção até uma unidade de saúde, que necessitam de XI - acompanhar e avaliar sistematicamente as ações
cuidados com menor frequência e menor necessidade de implementadas, visando à readequação do processo de
recursos de saúde e realizar o cuidado compartilhado com trabalho;
as equipes de atenção domiciliar nos demais casos. XII - garantir a qualidade do registro das atividades nos
sistemas de informação na Atenção Básica;
Das Atribuições dos membros das equipes de XIII - realizar trabalho interdisciplinar e em equipe, in-
Atenção Básica tegrando áreas técnicas e profissionais de diferentes for-
mações;
As atribuições de cada um dos profissionais das equi- XIV - realizar ações de educação em saúde a população
pes de atenção básica devem seguir as referidas disposi- adstrita, conforme planejamento da equipe;
ções legais que regulamentam o exercício de cada uma das XV - participar das atividades de educação permanen-
profissões. te;
São atribuições comuns a todos os profissionais: XVI - promover a mobilização e a participação da co-
I - participar do processo de territorialização e mapea- munidade, buscando efetivar o controle social;
mento da área de atuação da equipe, identificando grupos, XVII - identificar parceiros e recursos na comunidade
famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades; que possam potencializar ações intersetoriais; e
II - manter atualizado o cadastramento das famílias XVIII - realizar outras ações e atividades a serem defini-
e dos indivíduos no sistema de informação indicado pelo das de acordo com as prioridades locais.
gestor municipal e utilizar, de forma sistemática, os dados XIX - realizar ações e atividades de educação sobre o
para a análise da situação de saúde considerando as ca- manejo ambiental, incluindo ações de combate a vetores,
racterísticas sociais, econômicas, culturais, demográficas e especialmente em casos de surtos e epidemias; (Redação
epidemiológicas do território, priorizando as situações a dada pela PRT GM/MS n° 2.121 de 18.12.2015)
serem acompanhadas no planejamento local; XX - orientar a população de maneira geral e a co-
III - realizar o cuidado da saúde da população adscrita, munidade em específico sobre sintomas, riscos e agente
prioritariamente no âmbito da unidade de saúde, e quando transmissor de doenças e medidas de prevenção individual
necessário no domicílio e nos demais espaços comunitá- e coletiva;  (Redação dada pela PRT GM/MS n° 2.121 de
rios (escolas, associações, entre outros); 18.12.2015)

95
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

XXI - mobilizar a comunidade para desenvolver medi- Do Médico:


das de manejo ambiental e outras formas de intervenção I - realizar atenção a saúde aos indivíduos sob sua res-
no ambiente para o controle de vetores;  (Redação dada ponsabilidade;
pela PRT GM/MS n° 2.121 de 18.12.2015) II -realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos
XXII- discutir e planejar de modo articulado e integra- cirúrgicos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado
do com as equipes de vigilância ações de controle vetorial; ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços co-
e (Redação dada pela PRT GM/MS n° 2.121 de 18.12.2015) munitários (escolas, associações etc);
XXIII - encaminhar os casos identificados como de III - realizar atividades programadas e de atenção à de-
risco epidemiológico e ambiental para as equipes de en- manda espontânea;
demias quando não for possível ação sobre o controle IV - encaminhar, quando necessário, usuários a outros
de vetores.  (Redação dada pela PRT GM/MS n° 2.121 de pontos de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo
18.12.2015) sua responsabilidade pelo acompanhamento do plano te-
Outras atribuições específicas dos profissionais da rapêutico do usuário;
Atenção Básica poderão constar de normatização do mu- V - indicar, de forma compartilhada com outros pontos
nicípio e do Distrito Federal, de acordo com as prioridades de atenção, a necessidade de internação hospitalar ou do-
definidas pela respectiva gestão e as prioridades nacionais miciliar, man-tendo a responsabilização pelo acompanha-
e estaduais pactuadas. mento do usuário;
VI -contribuir, realizar e participar das atividades de
Das atribuições específicas Educação Permanente de todos os membros da equipe; e
VII -participar do gerenciamento dos insumos necessá-
Do enfermeiro: rios para o adequado funcionamento da USB.
I -realizar atenção a saúde aos indivíduos e famílias ca- Do Agente Comunitário de Saúde:
dastradas nas equipes e, quando indicado ou necessário, I - trabalhar com adscrição de famílias em base geo-
no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (esco- gráfica definida, a microárea;
las, associações etc), em todas as fases do desenvolvimen- II - cadastrar todas as pessoas de sua microárea e man-
to humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira ter os cadastros atualizados;
idade; III - orientar as famílias quanto à utilização dos serviços
II - realizar consulta de enfermagem, procedimentos, de saúde disponíveis;
IV - realizar atividades programadas e de atenção à de-
atividades em grupo e conforme protocolos ou outras
manda espontânea;
normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, es-
V - acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as
tadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as
famílias e indivíduos sob sua responsabilidade. As visitas
disposições legais da profissão, solicitar exames comple-
deverão ser programadas em conjunto com a equipe, con-
mentares, prescrever medicações e encaminhar, quando
siderando os critérios de risco e vulnerabilidade de modo
necessário, usuários a outros serviços;
que famílias com maior necessidade sejam visitadas mais
III - realizar atividades programadas e de atenção à de-
vezes, mantendo como referência a média de 1 (uma) visi-
manda espontânea;
ta/família/mês;
IV - planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas
VI -desenvolver ações que busquem a integração entre
pelos ACS em conjunto com os outros membros da equipe; a equipe de saúde e a população adscrita à UBS, consi-
V - contribuir, participar, e realizar atividades de educa- derando as características e as finalidades do trabalho de
ção permanente da equipe de enfermagem e outros mem- acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou cole-
bros da equipe; e tividade;
VI -participar do gerenciamento dos insumos necessá- VII - desenvolver atividades de promoção da saúde, de
rios para o adequado funcionamento da UBS. prevenção das doenças e agravos e de vigilância à saúde,
Do Auxiliar e do Técnico de Enfermagem: por meio de visitas domiciliares e de ações educativas indi-
I - participar das atividades de atenção realizando pro- viduais e coletivas nos domicílios e na comunidade, como
cedimentos regulamentados no exercício de sua profissão por exemplo, combate à Dengue, malária, leishmaniose,
na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ entre outras, mantendo a equipe informada, principalmen-
ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações te a respeito das situações de risco; e
etc); VIII - estar em contato permanente com as famílias, de-
II - realizar atividades programadas e de atenção à de- senvolvendo ações educativas, visando à promoção da saú-
manda espontânea; de, à prevenção das doenças, e ao acompanhamento das
III - realizar ações de educação em saúde a população pessoas com problemas de saúde, bem como ao acompa-
adstrita, conforme planejamento da equipe; nhamento das condicionalidades do Programa Bolsa Famí-
IV -participar do gerenciamento dos insumos necessá- lia ou de qualquer outro programa similar de transferência
rios para o adequado funcionamento da UBS; e de renda e enfrentamento de vulnerabilidades implantado
V - contribuir, participar e realizar atividades de educa- pelo Governo Federal, estadual e municipal de acordo com
ção permanente. o planejamento da equipe.

96
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

IX - ocorrendo situação de surtos e epidemias, executar IX - realizar atividades programadas e de atenção à de-
em conjunto com o agente de endemias ações de controle manda espontânea;
de doenças, utilizando as medidas de controle adequadas, X - realizar o acolhimento do paciente nos serviços de
manejo ambiental e outras ações de manejo integrado de saúde bucal;
vetores, de acordo com decisão da gestão municipal. (Re- XI - fazer a remoção do biofilme, de acordo com a indi-
dação dada pela PRT GM/MS n° 2.121 de 18.12.2015) cação técnica definida pelo cirurgião-dentista;
É permitido ao ACS desenvolver outras atividades nas XII - realizar fotografias e tomadas de uso odontoló-
unidades básicas de saúde, desde que vinculadas às atri- gicos exclusivamente em consultórios ou clínicas odonto-
buições acima. lógicas;
XIII - inserir e distribuir no preparo cavitário materiais
Do Cirurgião-Dentista: odontológicos na restauração dentária direta, vedado o
I - realizar diagnóstico com a finalidade de obter o per- uso de materiais e instrumentos não indicados pelo cirur-
fil epidemiológico para o planejamento e a programação gião-dentista;
em saúde bucal; XIV - proceder à limpeza e à anti-sepsia do campo
II - realizar a atenção a saúde em saúde bucal (promo- operatório, antes e após atos cirúrgicos, inclusive em am-
ção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnós- bientes hospitalares; e
tico, tratamento, acompanhamento, reabilitação e manu- XV - aplicar medidas de biossegurança no armazena-
tenção da saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a mento, manuseio e descarte de produtos e resíduos odon-
indivíduos e a grupos específicos, de acordo com planeja- tológicos.
mento da equipe, com resolubilidade; Do Auxiliar em Saúde Bucal (ASB):
III - realizar os procedimentos clínicos da Atenção Bá- I - realizar ações de promoção e prevenção em saúde
sica em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências, bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante pla-
pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos relacio- nejamento local e protocolos de atenção à saúde;
nados com a fase clínica da instalação de próteses dentá- II - realizar atividades programadas e de atenção à de-
rias elementares; manda espontânea;
IV - realizar atividades programadas e de atenção à de- III - executar limpeza, assepsia, desinfecção e esterili-
manda espontânea; zação do instrumental, equipamentos odontológicos e do
V -coordenar e participar de ações coletivas voltadas à ambiente de trabalho;
promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais; IV - auxiliar e instrumentar os profissionais nas inter-
VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe- venções clínicas;
rentes à saúde bucal com os demais membros da equipe, V - realizar o acolhimento do paciente nos serviços de
buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma saúde bucal;
multidisciplinar; VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe-
VII - realizar supervisão técnica do Técnico em Saúde rentes à saúde bucal com os demais membros da equipe
Bucal (TSB) e Auxiliar em Saúde Bucal (ASB); e de saúde da família, buscando aproximar e integrar ações
VIII -participar do gerenciamento dos insumos neces- de saúde de forma multidisciplinar;
sários para o adequado funcionamento da UBS. VII -aplicar medidas de biossegurança no armazena-
Do Técnico em Saúde Bucal (TSB): mento, transporte, manuseio e descarte de produtos e re-
I - realizar a atenção em saúde bucal individual e cole- síduos odontológicos;
tiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, VIII - processar filme radiográfico;
segundo programação e de acordo com suas competên- IX - selecionar moldeiras;
cias técnicas e legais; X - preparar modelos em gesso;
II -coordenar a manutenção e a conservação dos equi- XI - manipular materiais de uso odontológico; e
pamentos odontológicos; X - participar na realização de levantamentos e estudos
III - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe- epidemiológicos, exceto na categoria de examinador.
rentes à saúde bucal com os demais membros da equipe, Especificidades da Estratégia de Saúde da Família.
buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma A estratégia de Saúde da Família visa à reorganização
multidisciplinar; da Atenção Básica no País, de acordo com os preceitos do
IV - apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações SistemaÚnico de Saúde, e é tida pelo Ministério da Saúde
de prevenção e promoção da saúde bucal; e gestores estaduais e municipais, representados respecti-
V - participar do gerenciamento dos insumos necessá- vamente pelo CONASS e CONASEMS, como estratégia de
rios para o adequado funcionamento da UBS; expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica
VI - participar do treinamento e capacitação de Auxiliar por favorecer uma re-orientação do processo de trabalho
em Saúde Bucal e de agentes multiplicadores das ações de com maior potencial de aprofundar os princípios, diretri-
promoção à saúde; zes e fundamentos da atenção básica, de ampliar a reso-
VII - participar das ações educativas atuando na pro- lutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e
moção da saúde e na prevenção das doenças bucais; coletividades, além de propiciar uma importante relação
VIII - participar na realização de levantamentos e estu- custo-efetividade.
dos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador;

97
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Especificidades da equipe de saúde da família II - 3 (três) médicos integrados a uma equipe em uma
mesma UBS, cumprindo individualmente carga horária se-
São itens necessários à estratégia Saúde da Família: manal de 30 horas (equivalente a 02 (dois) médicos com
I - existência de equipe multiprofissional (equipe saúde jornada de 40 horas, de duas equipes), com repasse inte-
da família) composta por, no mínimo, médico generalista gral do incentivo financeiro referente a duas equipes de
ou especialista em saúde da família ou médico de famí- saúde da família;
lia e comunidade, enfermeiro generalista ou especialista III - 4 (quatro) médicos integrados a uma equipe em
em saúde da família, auxiliar ou técnico de enfermagem uma mesma UBS, com carga horária semanal de 30 horas
e agentes comunitários de saúde, podendo acrescentar a (equivalente a 03 (três) médicos com jornada de 40 horas
esta composição, como parte da equipe multiprofissional, semanais, de três equipes), com repasse integral do incen-
os profissionais de saúde bucal: cirurgião dentista genera- tivo financeiro referente a três equipes de saúde da família;
lista ou especialista em saúde da família, auxiliar e/ou téc- IV -2 (dois) médicos integrados a uma equipe, cum-
prindo individualmente jornada de 20 horas semanais, e
nico em Saúde Bucal;
demais profissionais com jornada de 40 horas semanais,
II - o número de ACS deve ser suficiente para cobrir
com repasse mensal equivalente a 85% do incentivo finan-
100% da população cadastrada, com um máximo de 750
ceiro referente a uma equipe de saúde da família; e
pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Fa-
V - 1 (um) médico cumprindo jornada de 20 horas
mília, não ultrapassando o limite máximo recomendado de semanais e demais profissionais com jornada de 40 horas
pessoas por equipe; semanais, com re-passe mensal equivalente a 60% do incen-
III - cada equipe de saúde da família deve ser respon- tivo financeiro referente a uma equipe de saúde da família.
sável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média reco- Tendo em vista a presença do médico em horário parcial, o
mendada de 3.000 pessoas, respeitando critérios de equi- gestor municipal deve organizar os protocolos de atuação
dade para esta definição. Recomenda-se que o número de da equipe, os fluxos e a retaguarda assistencial, para atender
pessoas por equipe considere o grau de vulnerabilidade a esta especificidade. Além disso, é recomendável que o nú-
das famílias daquele território, sendo que quanto maior o mero de usuários por equipe seja próximo de 2.500 pessoas.
grau de vulnerabilidade menor deverá ser a quantidade de As equipes com esta configuração são denominadas Equi-
pessoas por equipe; pes Transitórias, pois, ainda que não tenham tempo mínimo
IV - cadastramento de cada profissional de saúde em estabelecido de permanência neste formato, é desejável que
apenas 01 (uma) ESF, exceção feita somente ao profissional o gestor, tão logo tenha condições, transite para um dos for-
médico que poderá atuar em no máximo 02 (duas) ESF e matos anteriores que prevêem horas de médico disponíveis
com carga horária total de 40 (quarenta) horas semanais; e durante todo o tempo de funcionamento da equipe.
V - carga horária de 40 (quarenta) horas semanais A quantidade de Equipes de Saúde da Família na mo-
para todos os profissionais de saúde membros da equipe dalidade transitória ficará condicionada aos seguintes critérios:
de saúde da família, à exceção dos profissionais médicos, I - Município com até 20 mil habitantes e contando
cuja jornada é descrita no próximo inciso. A jornada de 40 com 01 (uma) a 03 (duas) equipes de Saúde da Família,
(quarenta) horas deve observar a necessidade de dedica- poderá ter até 2 (duas) equipes na modalidade transitória;
ção mínima de 32 (trinta e duas) horas da carga horária II - Município com até 20 mil habitantes e com mais de
para atividades na equipe de saúde da família podendo, 03 (três) equipes poderá ter até 50% das equipes de Saúde
con-forme decisão e prévia autorização do gestor, dedicar da Família na modalidade transitória;
até 08 (oito) horas do total da carga horária para prestação III - Municípios com população entre 20 e 50 mil habi-
de serviços na rede de urgência do município ou para ati- tantes poderá ter até 30% (trinta por cento) das equipes de
Saúde da Família na modalidade transitória;
vidades de especialização em saúde da família, residência
IV - Município com população entre 50 e 100 mil habi-
multiprofissional e/ou de medicina de família e de comu-
tantes poderá ter até 20% (vinte por cento) das equipes de
nidade, bem como atividades de educação permanente e
Saúde da Família na modalidade transitória; e
apoio matricial.
V - Município com população acima de 100 mil habi-
Serão admitidas também, além da inserção integral tantes poderá ter até 10% (dez por cento) das equipes de
(40h), as seguintes modalidades de inserção dos profis- Saúde da Família na modalidade transitória.
sionais médicos generalistas ou especialistas em saúde da Em todas as possibilidades de inserção do profissio-
família ou médicos de família e comunidade nas Equipes nal médico descritas acima, considerando a importância de
de Saúde da Família, com as respectivas equivalências de manutenção do vínculo e da longitudinalidade do cuidado,
incentivo federal: este profissional deverá ter usuários adscritos de modo que
I - 2 (dois) médicos integrados a uma única equipe em cada usuário seja obrigatoriamente acompanhando por 1
uma mesma UBS, cumprindo individualmente carga ho- (um) ACS (Agente Comunitário de Saúde), 1 (um) auxiliar
rária semanal de 30 horas (equivalente a 01 (um) médico ou técnico de enfermagem, 01 (um) enfermeiro e 01 (um)
com jornada de 40 horas semanais), com repasse integral médico e preferencialmente por 1 (um) cirurgião-dentista,
do incentivo financeiro referente a uma equipe de saúde 1 (um) auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal, sem que a
da família; carga horária diferente de trabalho comprometa o cuidado
e/ou processo de trabalho da equipe.

98
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Todas as equipes deverão ter responsabilidade sanitária I - a existência de uma Unidade Básica de Saúde, inscri-
por um território de referência, sendo que nos casos previstos ta no sistema de Cadastro Nacional vigente que passa a ser
nos itens b e c, poderão ser constituídas equipes com número a UBS de referência para a equipe de agentes comunitários
de profissionais e população adscrita equivalentes a 2 (duas) e de saúde;
3 (três) equipes de saúde da família, respectivamente. II - a existência de um enfermeiro para até no máximo
As equipes de saúde da família devem estar devidamente 12 ACS e no mínimo 04, constituindo assim uma equipe de
cadastradas no sistema de cadastro nacional vigente de acor- Agentes Comunitários de Saúde; e
do com conformação e modalidade de inserção do profissio- III - o cumprimento da carga horária integral de 40 ho-
nal médico. ras semanais por toda a equipe de agentes comunitários,
O processo de trabalho, a combinação das jornadas de composta por ACS e enfermeiro supervisor.
trabalho dos profissionais das equipes e os horários e dias de Fica garantido o financiamento das equipes de agentes
funcionamento das UBS devem ser organizados de modo que comunitários de saúde já credenciadas em data anterior a
garantam o maior acesso possível, o vínculo entre usuários e esta portaria que não estão adequadas ao parâmetro de
profissionais, a continuidade, coordenação e longitudinalida- 01 enfermeiro para no máximo 12 ACS, porém extinta a
de do cuidado. possibilidade de implantação de novas equipes com esta
configuração a partir da publicação desta Portaria.
Especificidades dos profissionais de Saúde Bucal das Cada ACS deve realizar as ações previstas nesta por-
equipes de saúde da família taria e ter uma microárea sob sua responsabilidade, cuja
população não ultrapasse 750 pessoas.
Os profissionais de saúde bucal que compõem as equi- O enfermeiro da Estratégia Agentes Comunitários de
pes de saúde da família podem se organizar nas seguintes Saúde, além das atribuições de atenção à saúde e de ges-
modalidades: tão, comuns a qualquer enfermeiro da atenção básica des-
I - Cirurgião dentista generalista ou especialista em saú- critas nesta portaria, a atribuição de planejar, coordenar e
de da família e auxiliar em saúde bucal (ASB) ou técnico em avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS, comum aos en-
saúde bucal (TSB); e (Redação dada pela PRT GM/MS nº 3.012 fermeiros da estratégia de saúde da família, e deve ainda
de 26.12.2012). facilitar a relação entre os profissionais da Unidade Bási-
II - Cirurgião dentista generalista ou especialista em saúde ca de Saúde e os ACS contribuindo para a organização da
da família, técnico em saúde bucal (TSB) e auxiliar em saúde atenção à saúde, qualificação do acesso, acolhimento, vín-
bucal (ASB) ou outro técnico em saúde bucal (TSB). (Redação culo, longitudinalidade do cuidado e orientação da atua-
dada pela PRT GM/MS nº 3.012 de 26.12.2012). ção da equipe da UBS em função das prioridades definidas
Os profissionais das modalidades I ou II podem desen- equanimemente conforme critérios de necessidade de saú-
volver parte de suas atividades em Unidade Odontológica de, vulnerabilidade, risco, entre outros.
Móvel (UOM).(Redação dada pela PRT GM/MS nº 3.012 de
26.12.2012). Equipes de atenção básica para populações
Independente da modalidade adotado, recomenda-se específicas
que os profissionais de Saúde Bucal, estejam vinculados a
uma ESF e compartilhem a gestão e o processo de trabalho 1. Equipes do consultório na rua
da equipe tendo responsabilidade sanitária pela mesma po- A responsabilidade pela atenção à saúde da popula-
pulação e território que a ESF à qual integra, e com jornada ção de rua, como de qualquer outro cidadão, é de todo e
de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus com- qualquer profissional do Sistema Único de Saúde com des-
ponentes. taque especial para a atenção básica. Em situações especí-
Cada Equipe de Saúde de Família que for implantada com ficas, com o objetivo de ampliar o acesso destes usuários
os profissionais de saúde bucal ou quando se introduzir pela à rede de atenção e ofertar de maneira mais oportuna a
primeira vez os profissionais de saúde bucal numa equipe já atenção integral à saúde, pode-se lançar mão das equipes
implantada, modalidade I ou II, o gestor receberá do Minis- dos consultórios na rua que são equipes da atenção básica,
tério da Saúde os equipamentos odontológicos, através de compostas por profissionais de saúde com responsabilida-
doação direta ou o repasse de recursos necessários para ad- de exclusiva de articular e prestar atenção integral à saúde
quiri-los (equipo odontológico completo). das pessoas em situação de rua.
As equipes deverão realizar suas atividades, de forma
Especificidades da Estratégia de Agentes Comunitá- itinerante desenvolvendo ações na rua, em instalações es-
rios de Saúde pecíficas, na unidade móvel e também nas instalações de
Unidades Básicas de Saúde do território onde está atuan-
É prevista a implantação da estratégia de Agentes Comu- do, sempre articuladas e desenvolvendo ações em parce-
nitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde como uma ria com as demais equipes de atenção básica do território
possibilidade para a reorganização inicial da Atenção Básica (UBS e NASF), e dos Centros de Atenção Psicossocial, da
com vistas à implantação gradual da estratégia de saúde da Rede de Urgência e dos serviços e instituições componen-
família ou como uma forma de agregar os agentes comunitá- tes doSistema Único de Assistência Social entre outras ins-
rios a outras maneiras de organização da atenção básica. São tituições públicas e da sociedade civil.
itens necessários à implantação desta estratégia:

99
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

As equipes dos Consultórios na Rua deverão cumprir ralista ou especialista em saúde da família, ou medico de
a carga horária mínima semanal de 30 horas. Porém seu família e comunidade, um (01) Enfermeiro generalista ou
horário de funcionamento deverá ser adequado às deman- especialista em saúde da família; um (1) Técnico ou Auxiliar
das das pessoas em situação de rua, podendo ocorrer em de Enfermagem e de Seis (06) a doze (12) Agentes Comu-
período diurno e/ou noturno em todos os dias da semana. nitários de Saúde.
As equipes dos Consultórios na Rua podem estar vin- As equipes de Saúde da Família Ribeirinhas devem
culadas aos Núcleos de Apoio à Saúde da Família e, respei- contar ainda com um (01) microscopista, nas regiões en-
tando os limites para vinculação, cada equipe será conside- dêmicas.
rada como uma equipe de saúde da família para vinculação As equipes de Saúde da Família Fluviais devem contar
ao NASF. ainda com um (01) técnico de laboratório e/ou bioquími-
Em Municípios ou áreas que não tenham consultórios co.Estas equipes poderão incluir na composição mínima
na rua, o cuidado integral das pessoas em situação de rua os profissionais de saúde bucal, um (1) cirurgião dentista
generalista ou especialista em saúde da família, e um (01)
deve seguir sendo de responsabilidade das equipes de
Técnico ou Auxiliar em Saúde Bucal, conforme modalidades
atenção básica, incluindo os profissionais de saúde bucal e
I e II descritas anteriormente.
os núcleos de apoio a saúde da família (NASF) do território
As Equipes de Saúde da Família Ribeirinha deverão
onde estas pessoas estão concentradas.
prestar atendimento à população por, no mínimo, 14 dias
Para cálculo do teto das equipes dos consultórios na mensais (carga horária equivalente à 8h/dia) e dois dias
rua de cada município, serão tomados como base os dados para atividades de educação permanente, registro da pro-
dos censos populacionais relacionados à população em si- dução e planejamento das ações. Os Agentes Comunitários
tuação de rua realizados por órgãos oficiais e reconhecidos de Saúde deverão cumprir 40h/semanais de trabalhoe resi-
pelo Ministério da Saúde. dir na área de atuação. É recomendável as mesmas condi-
Caso seja necessário o transporte da equipe para a ções para os auxiliares e técnicos de enfermagem e saúde
realização do cuidado in loco, nos sítios de atenção da po- bucal.
pulação sem domicílio, o gestor poderá fazer a opção de As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) devem:
agregar ao incentivo financeiro mensal o componente de I - funcionar, no mínimo, 20 dias/mês, com pelo menos
custeio da Unidade Móvel. O gestor local que fizer esta op- uma equipe de saúde da família fluvial. O tempo de fun-
ção deverá viabilizar veículo de transporte com capacidade cionamento destas unidades deve compreender o desloca-
de transportar os profissionais da equipe, equipamentos, mento fluvial até as comunidades e o atendimento direto
materiais e insumos necessários para a realização das ati- à população ribeirinha. Em uma UBSF pode atuar mais de
vidades propostas, além de permitir que alguns procedi- uma ESFF a fim de compartilhar o atendimento da popula-
mentos possam ser realizados no seu interior. Esta Unidade ção e dividir e reduzir o tempo de navegação de cada equi-
Móvel deverá estar adequada aos requisitos pactuados e pe. O gestor municipal deve prever tempo em solo, na sede
definidos nacionalmente, incluindo o padrão de identifica- do município, para que as equipes possam fazer atividades
ção visual. de planejamento e educação permanente junto com outros
O Ministério da Saúde publicará Portaria Específica e profissionais e equipes. Os Agentes Comunitários de Saúde
Manual Técnico disciplinando composição das equipes, deverão cumprir 40h/semanais e residir na área de atuação.
valor do incentivo financeiro, diretrizes de funcionamento, São recomendáveis as mesmas condições para os auxiliares
monitoramento e acompanhamento das equipes de con- e técnicos de enfermagem e saúde bucal;
sultório na rua entre outras disposições. II - nas situações nas quais for demonstrada a impos-
2. Equipes de saúde da família para o atendimento da sibilidade de funcionamento da Unidade Básica de Saúde
Fluvial pelo mínimo de 20 dias devido às características e
População Ribeirinha da Amazônia Legal e Pantanal Sul
dimensões do território, deverá ser construída justificativa
Matogrossense
e proposição alternativa de funcionamento, aprovada na
Considerando as especificidades locais, os municípios
Comissão Intergestores Regional - CIR e na Comissão Inter-
da Amazônia Legal e Mato Grosso do Sul podem optar en-
gestores Bipartite e encaminhada ao Ministério da Saúde
tre dois arranjos organizacionais para equipes Saúde da Fa- para avaliação e parecer redefinindo tempo mínimo de fun-
mília, além dos existentes para o restante do país: cionamento e adequação do financiamento, se for o caso;
I - Equipe de Saúde da Família Ribeirinhas (ESFR): equi- III - adotar circuito de deslocamento que garanta o
pes que desempenham a maior parte de suas funções em atendimento a todas as comunidades assistidas, ao menos
unidades básicas de saúde construídas/localizadas nas co- até 60 (sessenta) dias, para assegurar a execução das ações
munidades pertencentes à área adscrita e cujo acesso se dá de Atenção Básica pelas equipes visando minimamente a
por meio fluvial; e continuidade de pré-natal, puericultura e cuidado conti-
II -Equipes de Saúde da Família Fluviais (ESFF): equipes nuado de usuários com condições crônicas dentro dos pa-
que desempenham suas funções em Unidades Básicas de drões mínimos recomendados;
Saúde Fluviais (UBSF). IV - delimitar área de atuação com população adscrita,
As Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas e Fluviais acompanhada por Agentes Comunitários de Saúde, com-
deverão ser compostas, durante todo o período de atendi- patível com sua capacidade de atuação e considerando a
mento à população por, no mínimo: um (01) Médico gene- alínea II;

100
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

V - as equipes que trabalharão nas UBSF deverão garantir as informações referentes à sua área de abrangência. No
caso de prestar serviços em mais de um município, cada município deverá garantir a alimentação das informações de suas
respectivas áreas de abrangência.
As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) deverão cumprir, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - quanto à estrutura física mínima, devem dispor de: Consultório médico; Consultório de enfermagem; Consultório
Odontológico; Ambiente para armazenamento e dispensação de medicamentos; Laboratório; Sala de vacina; Banheiros;
Expurgo; Cabines com leitos em número suficiente para toda a equipe; Cozinha; Sala de procedimentos; Identificação se-
gundo padrões visuais da Saúde da Família, estabelecidos nacionalmente; e
II - quanto aos equipamentos, devem dispor, no mínimo, de: Maca ginecológica; Balança Adulto; Balança Pediátrica;
Geladeira para vacinas; Instrumentos básicos para o laboratório: macro e microcentrífuga e microscópio binocular, contador
de células, espectrofotômetro e agitador de Kline, autoclave e instrumentais; Equipamentos diversos: sonar, esfignomanô-
metros, estetoscópios, termômetros, medidor de glicemia capilar, Equipo odontológico completo e instrumentais.
O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio das Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas será publicado em
portaria específica e poderá ser agregado de um valor caso esta equipe necessite de transporte fluvial para a execução de
suas atividades.
O valor do o valor do incentivo mensal para custeio das Unidades Básicas de Saúde Fluviais será publicado em portaria
específica, com uma modalidade sem profissionais de saúde bucal e outra com estes profissionais.
Devido à grande dispersão populacional, os municípios poderão solicitar ampliação da composição mínima das equi-
pes de saúde da família fluviais e equipes de saúde da família ribeirinhas con-forme o quadro abaixo, fazendo jus a um
incentivo para cada agregação a ser definido em portaria específica:

Profissionais Critério para solicitação de ampliação da equipe Máximo


Agente Comunitário de Saúde trabalhador vinculado a no mínimo 100 pessoas 12 (doze)
Aux. ou Técnico de Enfermagem trabalhador vinculado a no mínimo 500 pessoas 04 (quatro)
Técnico em Saúde Bucal trabalhador vinculado a no mínimo 500 pessoas 01 (um)
Enfermeiro trabalhador vinculado a no mínimo 1.000 pessoas 02 (dois)

Para implantar Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas nos Municípios onde o teto de cobertura de Equipes de Saúde
da Família já tenha sido atingido, estas devem ser substituídas pela nova modalidade de equipe mediante aprovação pelo
Conselho Municipal de Saúde (CMS), Comissão Intergestores Regional (CIR) e Comissão Intergestores Bipartite (CIB).
As Unidades Básicas de Saúde Fluviais e as Equipes de Saúde da Família para Populações Ribeirinhas poderão prestar
serviços a populações de mais de um Município, desde que celebrado instrumento jurídico que formalize a relação entre os
municípios, devidamente aprovado na respectiva Comissão Intergestores Regional - CIR e Comissão Intergestores Bipartite
- CIB.
Para implantação de Equipes de Saúde da Família Fluviais e Equipes de Saúde da Família para Populações Ribeirinhas,
os Municípios deverão seguir o fluxo previsto para a implantação de Equipes de Saúde da Família.

Núcleos de Apoio à Saúde da Família

Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF foram criados com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das
ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade.
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF são constituídos por equipes compostas por profissionais de dife-
rentes áreas de conhecimento, que devem atuar de maneira integrada e apoiando os profissionais das Equipes Saúde da
Família, das Equipes de Atenção Básica para populações específicas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais, etc.)
e academia da saúde, compartilhando as práticas e saberes em saúde nos territórios sob responsabilidade destas equipes,
atuando diretamente no apoio matricial às equipes da(s) unidade(s) na(s) qual(is) o NASF está vinculado e no território
destas equipes.
Os NASF fazem parte da atenção básica, mas não se constituem como serviços com unidades físicas independentes ou
especiais, e não são de livre acesso para atendimento individual ou coletivo (estes, quando necessários, devem ser regula-
dos pelas equipes de atenção básica). Devem, a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes e/
ou Academia da saúde, atuar de forma integrada à Rede de Atenção à Saúde e seus serviços (ex.: CAPS, CEREST, Ambula-
tórios Especializados etc.) além de outras redes como SUAS, redes sociais e comunitárias.

101
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

A responsabilização compartilhada entre a equipe do O NASF 2 deverá ter uma equipe formada por uma
NASF e as equipes de saúde da família/equipes de atenção composição de profissionais de nível superior escolhidos
básica para populações específicas prevê a revisão da prá- dentre as ocupações listadas abaixo que reúnam as seguin-
tica do encaminhamento com base nos processos de refe- tes condições:
rência e contra-referência, ampliandoa para um processo I -a soma das cargas horárias semanais dos membros
de compartilhamento de casos e acompanhamento longi- da equipe deve acumular no mínimo 120 horas semanais;
tudinal de responsabilidade das equipes de atenção básica, II - nenhum profissional poderá ter carga horária sema-
atuando no fortalecimento de seus princípios e no papel nal menor que 20 horas; e
de coordenação do cuidado nas redes de atenção à saúde. III - cada ocupação, considerada isoladamente, deve
Os NASF devem buscar contribuir para a integralidade ter no mínimo 20 horas e no máximo 40 horas de carga
do cuidado aos usuários do SUS principalmente por inter- horária semanal.
médio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da Poderão compor os NASF 1 e 2 as seguintes ocupações
capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e do Código Brasileiro de Ocupações - CBO: Médico Acu-
necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto punturista; Assistente Social; Profissional/Professor de Edu-
sanitários. São exemplos de ações de apoio desenvolvidas cação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo;
pelos profissionais dos NASF: discussão de casos, atendi- Médico Ginecologista/Obstetra; Médico Homeopata; Nu-
mento conjunto ou não, interconsulta, construção conjunta tricionista; Médico Pediatra; Psicólogo; Médico Psiquiatra;
de projetos terapêuticos, educação permanente, interven- Terapeuta Ocupacional; Médico Geriatra; Médico Internista
ções no território e na saúde de grupos populacionais e (clinica médica), Médico do Trabalho, Médico Veterinário,
da coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção profissional com formação em arte e educação (arte edu-
e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho cador) e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profis-
das equipes e etc. sional graduado na área de saúde com pós-graduação em
Todas as atividades podem se desenvolvidas nas uni- saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em
dades básicas de saúde, academias da saúde ou em outros uma dessas áreas.
pontos do território. Os NASF devem utilizar as Academias A composição de cada um dos NASF será definida
da Saúde como espaços que ampliam a capacidade de in- pelos gestores municipais, seguindo os critérios de prio-
tervenção coletiva das equipes de atenção básica para as ridade identificados a partir dos dados epidemiológicos e
ações de promoção de saúde, buscando fortalecer o prota- das necessidades locais e das equipes de saúde que serão
gonismo de grupos sociais em condições de vulnerabilida- apoiadas.
Os NASF1e2 devem funcionar em horário de trabalho
de na superação de sua condição.
coincidente com o das equipes de Saúde da Família e/ou
Quando presente no NASF, o profissional sanitarista
equipes de atenção básica para populações específicas que
pode reforçar as ações de apoio institucional e/ou matri-
apóiam.
cial, ainda que as mesmas não sejam exclusivas dele, tais
Os profissionais do NASF devem ser cadastrados em
como: análise e intervenção conjunta sobre riscos coleti-
uma única unidade de saúde, localizada preferencialmente
vos e vulnerabilidades, apoio à discussão de informações
dentro do território de atuação das equipes de Saúde da
e indicadores e saúde (bem como de eventos-sentinela e
Família e/ou equipes de atenção básica para populações
casos-traçadores e analisadores), suporte à organização do
específicas, às quais estão vinculados, não recomendado a
processo de trabalho (acolhimento, cuidado continuado/
existência de uma Unidade de Saúde ou serviço de saúde
programado, ações coletivas, gestão das agendas, articu- específicos para a equipe de NASF.
lação com outros pontos de atenção da rede, identificação A organização do trabalho do NASF deve seguir as
de necessidades de educação permanente, utilização de normas publicadas pelo Ministério da Saúde destacando
dispositivos de gestão do cuidado etc). os Cadernos de Atenção Básica/Primária que tratam do
Os NASF podem ser organizados em duas modali- tema, descrevendo as diretrizes, o processo de trabalho, as
dades, NASF 1 e NASF 2. A implantação de mais de uma principais ferramentas e as ações de responsabilidade de
modalidade de forma concomitante nos municípios e no todos os profissionais dos NASF a serem desenvolvidas em
Distrito Federal não receberá incentivo financeiro federal. conjunto com as equipes de Saúde da Família, equipes de
O NASF 1 deverá ter uma equipe formada por uma atenção básica para populações específicas e/ou academia
composição de profissionais de nível superior escolhidos da saúde.
dentre as ocupações listadas abaixo que reúnam as seguin- Define-se que cada NASF 1 realize suas atividades vin-
tes condições: culado a, no mínimo, 8 (oito) Equipes de Saúde da Família
I -a soma das cargas horárias semanais dos membros e no máximo 15 (quinze) equipes de Saúde da Família e/
da equipe deve acumular no mínimo 200 horas semanais; ou equipes de atenção básica para populações específicas.
II - nenhum profissional poderá ter carga horária sema- Excepcionalmente, nos Municípios com menos de 100.000
nal menor que 20 horas; e habitantes dos Estados da Amazônia Legal e Pantanal Sul
III - cada ocupação, considerada isoladamente, deve Matogrossense, cada NASF 1 poderá realizar suas ativida-
ter no mínimo 20 horas e no máximo 80 horas de carga des vinculado a, no mínimo, 5 (cinco) e no máximo 9 (nove)
horária semanal. equipes.

102
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Define-se que cada NASF 2 realize suas atividades vin- II - promoção e prevenção que articulem práticas de
culado a, no mínimo, 3 (três) equipes de Saúde da Família e formação, educativas e de saúde visando a promoção da
no máximo 7 (sete) equipes de saúde da família. alimentação saudável, a promoção de práticas corporais e
OS NASF 3, que são suprimidos por essa portaria, se atividades físicas nas escolas, a educação para a saúde se-
tornarão automaticamente NASF 2, para isso os municí- xual e reprodutiva, a prevenção ao uso de álcool, tabaco e
pios com projetos de NASF 3 anteriormente enviados ao outras drogas, a promoção da cultura de paz e prevenção
Ministério da Saúde deverão enviar para CIB documento das violências, a promoção da saúde ambiental e desenvol-
que informa as alterações ocorridas. Fica garantido o finan- vimento sustentável; e
ciamento dos NASF intermunicipais já habilitados em data III - educação permanente para qualificação da atuação
anterior, porém extinta a possibilidade de implantação de dos profissionais da educação e da saúde e formação de
novos a partir da publicação desta portaria. jovens.
Cada NASF poderá ser vinculado a no máximo 03 (três) A Gestão do PSE é centrada em ações compartilhadas
pólos do Programa Academia da Saúde em seu território e coresponsáveis. A articulação intersetorial das redes pú-
de abrangência, independente do tipo de NASF e da mo- blicas de saúde, de educação e das demais redes sociais
dalidade do polo implantado. Para cada pólo vinculado à se dá por meio dos Grupos de Trabalho Intersetoriais (GTI)
equipe do NASF deverá existir pelo menos 1 (um) profis- (Federal, Estadual e Municipal) que são responsáveis pela
sional de saúde de nível superior com carga horária de 40 gestão do incentivo financeiro e material, pelo apoio insti-
horas semanais ou 2 (dois) profissionais de saúde de nível tucional às equipes de saúde e educação na implementa-
superior com carga horária mínima de 20 horas semanais ção das ações, pelo planejamento, monitoramento e ava-
cada, que será(ao) responsável(is) pelas atividades do Pro- liação do Pro-grama.
grama Academia da Saúde. Este(s) profissional(is) deve(m) Sobre o processo de implantação, credenciamento,
ter formação compatível e exercer função relacionada às cálculo dos tetos das equipes de atenção básica, e do fi-
nanciamento do bloco de atenção básica:
atividades da academia da saúde.
1. Implantação e Credenciamento
Quanto ao NASF, compete as Secretarias de Saúde dos
Para implantação e credenciamento das equipes de
Municípios e do Distrito Federal:
atenção básica, descritas neste anexo, os municípios e o
I -definir o território de atuação de cada NASF de acor-
Distrito Federal deverão:
do com as equipes de Saúde da Família e/ou equipes de
I - realizar projeto(s) de implantação das equipes de
atenção básica para populações específicas às quais estes
saúde da Família, com ou sem os profissionais de saúde bu-
NASF estiverem vinculados; propiciar o planejamento das
cal, equipe de agentes comunitários de saúde, das equipes
ações que serão realizadas pelos NASF, de forma compar-
de atenção básica para populações específicas e do NASF.
tilhada entre os profissionais (Equipe NASF e Equipe SF e
Os itens que devem minimamente constar do projeto estão
Equipes de atenção básica para populações específicas); descritos no anexo III desta portaria;
II - selecionar, contratar e remunerar os profissionais II - aprovar o projeto elaborado nos Conselhos de Saú-
dos NASF, em conformidade com a legislação vigente nos de dos Municípios e encaminhá-lo à Secretaria Estadual de
municípios e Distrito Federal; e Saúde ou sua instância regional para análise. O Distrito Fe-
III - disponibilizar espaço físico adequado nas UBS, e deral, após a aprovação por seu Conselho de Saúde, deverá
garantir os recursos de custeio necessários ao desenvol- encaminhar sua proposta para o Ministério da Saúde;
vimento das atividades mínimas descritas no escopo de III - cadastrar os profissionais das equipes, previamen-
ações dos diferentes profissionais que comporão os NASF, te credenciadas pelo estado conforme decisão da CIB, no
não sendo recomendada estrutura física específica para a SCNES e alimentar os dados no sistema de informação que
equipe de NASF. comprove o início de suas atividades; para passar a rece-
ber o incentivo correspondente às equipes efetivamente
Programa Saúde na Escola implantadas; e
IV - solicitar substituição, no SCNES, de categorias de
O Programa Saúde na Escola - PSE, instituído pelo De- profissionais colocados no projeto inicial caso exista a ne-
creto Presidencial nº 6.286 de 5 de dezembro de 2007, sur- cessidade de mudança, sendo necessário o envio de um
giu como uma política intersetorial entre os Ministérios da oficio comunicando sobre a necessidade desta alteração ao
Saúde e da Educação, na perspectiva da atenção integral Estado.
(promoção, prevenção, diagnóstico e recuperação da saú- Para Implantação e Credenciamento das referidas
de e formação) à saúde de crianças, adolescentes e jovens equipes as secretarias estaduais de saúde e o Distrito Fe-
do ensino público básico, no âmbito das escolas e unida- deral deverão:
des básicas de saúde, realizada pelas equipes de saúde da I - analisar e encaminhar as propostas de implantação
atenção básica e educação de forma integrada, por meio das equipes elaboradas pelos municípios e aprovadas pe-
de ações de: los Conselhos Municipais de à Comissão Intergestores Bi-
I - avaliação clínica e psicossocial que objetivam identi- partite (CIB) no prazo máximo de 30 dias, após a data do
ficar necessidades de saúde e garantir a atenção integral às protocolo de entrada do processo na Secretaria Estadual
mesmas na rede de atenção à saúde; de Saúde ou na instância regional;

103
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

II - após aprovação na CIB, cabe à Secretaria de Saúde de financiamento de Atenção Básica (Bloco AB) e parte do
dos Estados e do Distrito Federal informar ao Ministério Bloco de financiamento de investimento. Seus recursos de-
da Saúde, até o dia 15 de cada mês, o número de equipes, verão ser utilizados para financiamento das ações de Aten-
suas diferentes modalidades e composições de profissio- ção Básica descritas na RENASES e nos Planos de Saúde do
nais com as respectivas cargas horárias, que farão jus ao município e do Distrito Federal.
recebimento de incentivos financeiros da atenção básica; Os repasses dos recursos do Bloco AB aos municípios
III - submeter à CIB, para resolução, o fluxo de acompa- são efetuados em conta aberta especificamente para este
nhamento do cadastramento dos profissionais das equipes fim, de acordo com a normatização geral de transferências
nos sistemas de informação nacionais, definidos para esse de recursos fundo a fundo do Ministério da Saúde, com o
fim; objetivo de facilitar o acompanhamento pelos Conselhos de
IV -submeter à CIB, para resolução, o fluxo de descre- Saúde no âmbito dos municípios, dos estados e do Distrito
denciamento e/ou o bloqueio de recursos diante de irregu- Federal.
laridades constatadas na implantação e no funcionamento O Ministério da Saúde definirá os códigos de lançamen-
das equipes a ser publicado como portaria de resolução tos, assim como seus identificadores literais, que constarão
da CIB, visando à regularização das equipes que atuam de nos respectivos avisos de crédito, para tornar claro o objeto
forma inadequada; e de cada lançamento em conta. O aviso de crédito deverá
V - responsabilizar-se perante o Ministério da Saúde ser enviado ao Secretário de Saúde, ao Fundo de Saúde,
pelo monitoramento, o controle e a avaliação da utilização ao Conselho de Saúde, ao Poder Legislativo e ao Ministério
dos recursos de incentivo destas equipes. Público dos respectivos níveis de governo.
2. Cálculo do Teto das equipes de atenção básica Os registros contábeis e os demonstrativos gerenciais
Para o cálculo do teto máximo de equipes de saúde da mensais devidamente atualizados relativos aos recursos re-
família, de agentes comunitários de saúde, de equipes de passados a essas contas ficarão, permanentemente, à dis-
saúde bucal e dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família a posição dos Conselhos responsáveis pelo acompanhamen-
fonte de dados populacionais utilizada será a mesma vi- to, e a fiscalização, no âmbito dos Municípios, dos Estados,
gente para cálculo do recurso per capita definida pelo IBGE do Distrito Federal e dos órgãos de fiscalização federais,
e publicada pelo Ministério da Saúde. estaduais e municipais, de controle interno e externo.
A) Saúde da Família com ou sem os profissionais de Os municípios deverão remeter por via eletrônica o pro-
saúde bucal: o número máximo de ESF com ou sem os pro- cessamento da produção de serviços referentes ao Bloco
fissionais de saúde bucal pelas quais o município e o Dis- AB ao Ministério da Saúde ou à Secretaria Estadual de Saú-
trito Federal podem fazer jus ao recebimento de recursos
de, de acordo com cronograma pactuado. As Secretarias de
financeiros específicos será calculado pela fórmula: popu-
Saúde dos Estados e do Distrito Federal devem enviar as
lação/2400.
informações ao DATASUS, observando cronograma estabe-
B) Agentes Comunitários de Saúde: o número máximo
lecido pelo Ministério da Saúde.
de ACS pelos quais o município e o Distrito Federal podem
De acordo com o  artigo 6º, do Decreto nº 1.651/95,
fazer jus ao recebimento de recursos financeiros específi-
a comprovação da aplicação dos recursos transferidos do
cos será calculado pela fórmula: população /400. Para mu-
Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Estaduais e Muni-
nicípios dos estados da Região Norte, Maranhão e Mato
cipais de Saúde, na forma do Decreto nº 1.232/94, que trata
Grosso, a fórmula será: população da área urbana/400 +
população da área rural/280. das transferências, fundo a fundo, deve ser apresentada ao
C) NASF - Núcleo de Apoio de Saúde da Família: o nú- Ministério da Saúde e ao Estado, por meio de relatório de
mero máximo de NASF 1 aos quais os municípios e o Dis- gestão, aprovado pelo respectivo Conselho de Saúde.
trito Federal podem fazer jus para recebimento de recursos Da mesma forma, a prestação de contas dos valores re-
financeiros específicos será calculado pelas fórmulas: cebidos e aplicados no período deve ser aprovada no Con-
I - para Municípios com menos de 100.000 habitantes selho Municipal de Saúde e encaminhada ao Tribunal de
de Estados da Amazônia Legal = número de ESF do Muni- Contas do Estado ou Município e à Câmara Municipal.
cípio/5; e A demonstração da movimentação dos recursos de
II - para Municípios com 100.000 habitantes ou mais da cada conta deverá ser efetuada, seja na Prestação de Con-
Amazônia Legal e para Municípios das demais unidades da tas, seja quando solicitada pelos órgãos de controle, me-
Federação = número de ESF do Município/8. diante a apresentação de:
O número máximo de NASF 2 aos quais o município I - relatórios mensais da origem e da aplicação dos re-
pode fazer jus para recebimento de recursos financeiros cursos;
específicos será de 1 (um) NASF 2. II - demonstrativo sintético de execução orçamentária;
D) O teto máximo de Equipes Saúde da Família Ribeiri- III - demonstrativo detalhado das principais despesas; e
nha e Fluvial e equipes de consultório na rua será avaliado IV - relatório de gestão.
posteriormente, de acordo com cada projeto. O Relatório de Gestão deverá demonstrar como a apli-
3. Do Financiamento da Atenção Básica O financiamen- cação dos recursos financeiros resultou em ações de saúde
to da Atenção Básica deve ser tripartite. No âmbito federal para a população, incluindo quantitativos mensais e anuais
o montante de recursos financeiros destinados à viabiliza- de produção de serviços de Atenção Básica.
ção de ações de Atenção Básica à saúde compõe o Bloco

104
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

O financiamento federal desta política é composto por: Assim os municípios podem receber um recurso com-
A) Recursos per capita; plementar aos demais componentes do Bloco de AB re-
B) Recursos para projetos específicos, tais como os lacionados ao enfrentamento de especificidades gerado-
recursos da compensação das especificidades regionais ras de iniquidade tais como: municípios mais pobres, com
(CER), do Programa de Requalificação das Unidades Básica piores indicadores e maiores necessidades; municípios com
de Saúde, Recurso de Investimento/ Estruturação e Recur- maiores dificuldades de atração e fixação de profissionais
sos de Estruturação na Implantação; e municípios isolados ou com dificuldade de acesso; qua-
C) Recursos de investimento; lificação da atenção a populações sazonais, rurais, qui-
D) Recursos que estão condicionados à implantação de lombolas, tradicionais, assentadas, isoladas; projetos cuja
estratégias e programas prioritários, tais como os recursos implantação se dá mediante adesão e estão ligados ao en-
específicos para os municípios que implantarem as Equi- frentamento da iniquidade através de ações de educação
pes de Saúde da Família, as Equipes de Saúde Bucal, de permanente, fortalecimento, modernização e qualificação
Agentes Comunitários de Saúde, dos Núcleos de Apoio à da gestão, implantação de ações e alternativas que enfren-
Saúde da Família, dos Consultórios na Rua, de Saúde da tem iniquidades entre os municípios ligadas a qualquer um
Família Fluviais e Ribeirinhas, de Atenção Domiciliar, Pro- dos temas citados ou outros.
grama Saúde na Escola (PSE), microscopistas e a Academia Programa de Requalificação das Unidades Básica de
da Saúde; Saúde: Recursos destinados à estruturação da rede de ser-
E) Recursos condicionados a resultados e avaliação do viços da atenção básica publicados em portaria específica
aces-so e da qualidade, tal como o do Programa Nacional com o montante disponibilizado por Unidade da Federa-
de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ); ção e cuja aplicação dos critérios de decisão é objeto de
A) Recurso per capita pactuação na CIT e nas CIB. Esses recursos serão transfe-
O recurso per capita será transferido mensalmente, de ridos fundo a fundo aos municípios que se adequarem a
forma regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde esses critérios, e depositados em conta específica.
aos Fundos Municipais de Saúde e do Distrito Federal com Recursos de Investimento/Estruturação: São recursos
base num valor multiplicado pela população do Município. destinados a estruturação dos serviços e ações da atenção
O recurso será calculado pela multiplicação da popu- básica, que podem ser repassados aos municípios/ estados
lação de cada município e do Distrito Federal por um valor, fundo a fundo ou através de convênio.
fruto de pactuação tripartite e devidamente publicado em Recursos de Implantação: Na implantação das equipes
portaria específica, levando em conta critérios de equidade. de saúde da família, saúde bucal e dos NASF os municí-
A população de cada município e do Distrito Federal pios e/ou o Distrito Federal receberão recursos específicos
será a população definida pelo IBGE e publicada em porta- para estruturação das Unidades Básicas de Saúde, visando
ria específica pelo Ministério da Saúde. à melhoria da infra-estrutura física e de equipamentos para
B) Recursos para Projetos específicos, que inclui os o trabalho das equipes. Esses recursos serão repassados
recursos da Compensação das Especificidades Regionais na competência financeira do mês posterior à implantação
(CER), o Programa de Requalificação das Unidades Básica das equipes.
de Saúde e Recurso de Estruturação. Em caso de redução do número de equipes, o municí-
Parte dos recursos do Bloco AB poderá ser repassado pio ou o Distrito Federal não farão jus a novos recursos de
para implantação e execução de ações e programas espe- implantação até que seja alcançado o número de equipes
cíficos definidos de maneira tripartite, entre eles: já implantado anterior-mente.
Compensação de Especificidades Regionais: trata-se D) Os recursos que estão condicionados à implanta-
de recursos transferidos com o objetivo de responder a ção de estratégias e programas prioritários, tais como os
especificidades de municípios, populações ou situações recursos específicos para os municípios que implantarem
que exigem maior aporte de recursos, mas que não são as equipes de Saúde da Família, equipes de Saúde Bucal,
devidamente contempladas nos demais componentes do de Agentes Comunitários de Saúde, dos Núcleos de Apoio
Bloco AB. Os critérios de distribuição dos recursos e valores à Saúde da Família, dos Consultórios na Rua, de Saúde da
para cada Estado e para o Distrito Federal pactuados são Família Fluviais e Ribeirinhas, de Atenção Domiciliar, Pro-
definidos em Portaria Ministerial especifica para este fim. grama Saúde na Escola (PSE), microscopistas e a Academia
A utilização dos recursos de Compensação de Especifici- da Saúde
dades Regionais é definida por cada CIB levando em conta 1. Equipes de Saúde da Família (SF): os valores dos in-
os objetivos deste componente e pactuando projeto com centivos financeiros para as Equipes de Saúde da Família
finalidade, critérios, distribuição e utilização dos recursos, implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como
monitoramento e avaliação dos resultados. O projeto, os base o número de Equipe de Saúde da Família (ESF) regis-
critérios bem como a lista de municípios contemplados trados no sistema de Cadastro Nacional vigente no mês
com seus respectivos valores deverão ser informados ao anterior ao da respectiva competência financeira. São esta-
plenário da CIT. No caso do Distrito Federal, a proposta de belecidas duas modalidades de financiamento para as ESF:
aplicação deste recurso deverá ser submetida à aprovação
pelo Colegiado Gestor do Distrito Federal.

105
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

1.1. - Equipes de Saúde da família Modalidade 1: são as Quando as Equipes de Saúde da Família forem compos-
ESF que atendem aos seguintes critérios: tas também por profissionais de Saúde Bucal, o incentivo
I - estiverem implantadas em municípios com popu- financeiro será transferido a cada mês, tendo como base:
lação de até 50 mil habitantes nos Estados da Amazônia I - a modalidade específica dos profissionais de Saúde
Legal e até 30 mil habitantes nos demais Estados do País; e Bucal (ESB) que compõem a equipe de saúde da família e
II - estiverem implantadas em municípios não incluídos estão registrados no cadastro do SCNES no mês anterior ao
no estabelecido na alínea I e atendam a população remanes- da respectiva competência financeira; e
cente de quilombos ou residente em assentamentos de no II -a modalidade de toda a equipe de saúde da família,
mínimo 70 (setenta) pessoas, respeitado o número máximo conforme descrito acima e relacionado às características
de equipes por município, publicado em portaria específica. dos municípios e da população atendida. Assim, se ela faz
As equipes que na data de publicação desta Portaria parte de uma equipe de saúde da família modalidade I tem
recebem como modalidade 1 de financiamento, por qual- 50% de acréscimo no incentivo financeiro específico.
quer um dos motivos listados abaixo não terão decréscimo 2. Equipes Saúde da Família comunidades Ribeirinhas
do recurso repassado atualmente, ainda que não enqua- e Fluviais
dradas nos critérios acima descritos: 2.1 Equipes Saúde da Família Ribeirinhas; os valores
I - pertencerem a municípios que integraram o Progra- dos incentivos financeiros para as Equipes de Saúde da
ma de Interiorização do Trabalho em Saúde (PITS); Família Ribeirinhas implantadas serão transferidos a cada
II -pertencerem a municípios que têm índice de Desen- mês, tendo como base o número de Equipe de Saúde da
volvimento Humano (IDH) igual ou inferior a 0,7; e Família Ribeirinhas (ESFR) registrados no sistema de Cadas-
III - estiverem nas áreas do Programa Nacional de Se- tro Nacional vigente no mês anterior ao da respectiva com-
gurança Pública com Cidadania - Pronasci. petência financeira.
1.2. Equipes de Saúde da família Modalidade 2: são as O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio
ESF implantadas em todo o território nacional que não se das Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas será publicado
enquadram nos critérios da Modalidade 1. em portaria específica e poderá ser agregado um valor nos
Quando um município, por aumento da população, casos em que a equipe necessite de transporte fluvial para
deixar de ter direito ao valor da modalidade 1, deverá ser acessar as comunidades ribeirinhas adscritas para execu-
realizada etapa de transição durante o ano da mudança ção de suas atividades.
que busque evitar a perda nominal acentuada de recursos 2.2. Equipes de Saúde da Família Fluviais: os valores dos
do Bloco de Atenção Básica. incentivos financeiros para as Equipes de Saúde da Família
1.3. As equipes de Saúde da Família com diferentes in- Fluviais implantadas serão transferidos a cada mês, tendo
serções do profissional médico receberão recursos de acor- como base o número de Unidades Básicas de Saúde Flu-
do com sua modalidade e segundo a descrição abaixo: viais (UBSF) registrados no sistema de Cadastro Nacional
1.3.1 2 (dois) médicos integrados a uma única equipe, vigente no mês anterior ao da respectiva competência fi-
cumprindo individualmente carga horária semanal de 30 nanceira.
horas (equivalente a 01 (um) médico com jornada de 40 O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio
horas semanais), com repasse integral do financiamento das Unidades Básicas de Saúde Fluviais será publicado em
para uma equipe de saúde da família modalidade I ou II. portaria específica, com uma modalidade sem profissionais
1.3.2. 3 (três) médicos cumprindo individualmente car- de saúde bucal e outra com estes profissionais. Os crité-
ga horária semanal de 30 horas (equivalente a 02 (dois) rios mínimos para o custeio das Unidades preexistentes ao
médicos com jornada de 40 horas, de duas equipes), com Programa de Construção de Unidades Básicas de Saúde
repasse integral do financiamento para duas equipes de Fluviais também serão publicados em portaria específica.
saúde da família modalidade I ou II. 3. Equipes Consultório na Rua
1.3.3. 4 (quatro) médicos com carga horária semanal de Os valores do incentivo financeiro para as equipes dos
30 horas (equivalente a 03 (três) médicos com jornada de Consultórios na Rua implantadas serão transferidos a cada
40 horas semanais, de 03 equipes), com repasse integral do mês, tendo como base a modalidade e o número de equi-
financiamento para três equipes de saúde da família mo- pes cadastradas no sistema de Cadastro Nacional vigente
dalidade I ou II. no mês anterior ao da respectiva competência financeira.
1.3.4. 2 (dois) médicos integrados a uma equipe, cum- Os valores do repasse mensal que as equipes dos Con-
prindo individualmente jornada de 20 horas semanais, e sultórios na Rua farão jus será definido em portaria especí-
demais profissionais com jornada de 40 horas semanais, fica, conforme sua modalidade e a necessidade de custeio
com repasse de 85% do financiamento para uma equipe de para transporte da equipe de consultório de rua.
saúde da família modalidade I ou II. O início do repasse mensal do incentivo ocorrerá após
1.3.5. As equipes de Saúde da família na modalidade a publicação de portaria de habilitação ao custeio que será
transitória: 01 (um) médico cumprindo jornada de 20 horas emitida pelo Ministério da Saúde após a demonstração,
semanais e demais profissionais com jornada de 40 horas pelo Município, do cadastramento da equipe consultório
semanais, o município receberá repasse mensal equivalen- de rua no sistema de Cadastro Nacional vigente e da ali-
te a 60% do valor do incentivo financeiro para uma equipe, mentação de dados no Sistema de Informação indicado
sendo vedada sua participação no Pro-grama de melhoria pelo Ministério da saúde que comprovem o início de suas
de acesso e da qualidade. atividades.

106
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

4. Núcleo de Apoio de Saúde da Família (NASF) II - ausência, por um período superior a 60 dias, de
O valor do incentivo federal para o custeio de cada qualquer um dos profissionais que compõem as equipes
NASF, dependerá da sua categoria (1 ou 2) e será deter- descritas no item D, com exceção dos períodos em que a
minado em portaria específica. Os valores dos incentivos contratação de profissionais esteja impedida por legislação
financeiros para os NASF implantados serão transferidos a específica, e/ou;
cada mês, tendo como base o número de NASF cadastra- III - descumprimento da carga horária mínima prevista
dos no SCNES. O registro de procedimentos referentes à para os profissionais das equipes; e
produção de serviços realizada pelos profissionais cadas- IV - ausência de alimentação de dados no Sistema de
trados nos NASF deverá ser realizado no sistema indicado Informação definidos pelo Ministério da saúde que com-
pelo Ministério da Saúde, mas não gerarão créditos finan- provem o início de suas atividades.
ceiros. Especificamente para as equipes de saúde da família
5. Agentes Comunitários de Saúde (ACS) com os profissionais de saúde bucal:
Os valores dos incentivos financeiros para as equipes As equipes de Saúde da Família que sofrerem suspen-
de ACS implantadas são transferidos a cada mês, tendo são de recurso, por falta de profissional médico, enfermeiro
como base o número de Agentes Comunitários de Saúde ou técnico/auxiliar de enfermagem conforme previsto aci-
(ACS), registrados no sistema de Cadastro Nacional vigente ma, poderão manter os incentivos financeiros específicos
no mês anterior ao da respectiva competência financeira. para saúde bucal, conforme modalidade de implantação,
Será repassada uma parcela extra, no último trimestre de contanto que adotem procedimento do SCNES preconiza-
cada ano, cujo valor será calculado com base no número de dos pelo Ministério da Saúde.
Agentes Comunitários de Saúde, registrados no cadastro Especificamente para o NASF:
de equipes e profissionais do SCNES, no mês de agosto do I - inexistência de no mínimo 02 (duas) Equipes de Saú-
ano vigente. de da Família/Equipes de Atenção Básica para populações
6. Microscopistas, Programa Saúde na Escola (PSE), específicas, vinculadas ao NASF 1 para municípios com me-
Academia da Saúde e Atenção domiciliar nos de 100.000 hab. da Amazônia Legal ou;
O repasse do recurso para Microscopistas, Programa II - inexistência de no mínimo 04 (quatro) Equipes de
Saúde na Escola (PSE), Academia da Saúde e Atenção do- Saúde da Família/Equipes de Atenção Básica para popula-
miciliar, assim como seus respectivos valores serão defini- ções específicas, vinculadas ao NASF 1 no restante do País
dos em portarias específicas. ou; e
Sobre a efetivação do repasse dos recursos referentes III - inexistência de no mínimo 01 (uma) Equipes de
ao item D Saúde da Família/Equipes de Atenção Básica para popula-
A efetivação da transferência dos recursos financeiros ções específicas, vinculadas ao NASF 2.
descritos no item D tem por base os dados de alimentação Sendo consideradas para esse fim as Equipes comple-
obrigatória do Sistema de Cadastro Nacional de Estabeleci- tas de Saúde da Família/Equipes de Atenção Básica para
mentos de Saúde, cuja responsabilidade de manutenção e populações específicas, ou equipes incompletas por perío-
atualização é dos gestores dos estados, do Distrito Federal do de até 60 (sessenta) dias.
e dos municípios, estes devem : Especificamente para os Consultórios na Rua:
I - transferir os dados mensalmente, para o Departa- Ausência de vinculação a Equipe de Saúde Bucal ca-
mento de Informática do SUS - DATASUS, por via magnéti- dastrada para o trabalho das equipes;
ca, de acordo com o cronograma definido anualmente pelo Da solicitação de crédito retroativo dos recursos refe-
SCNES; e rentes ao item D
II -a transferência dos dados para a Base Nacional do Considerando a ocorrência de problemas na alimenta-
sistema de Cadastro Nacional vigente se dará após geração ção do SCNES, por parte dos estados, Distrito Federal e dos
do arquivo pelo sistema de informação definido pelo Mi- municípios na transferência dos arquivos, realizada pelos
nistério da Saúde para à Atenção Básica. municípios, o Distrito Federal e os estados, o Fundo Nacio-
Os valores dos componentes descritos acima serão de- nal de Saúde - FNS/SE/MS poderá efetuar crédito retroa-
finidos em portarias específicas pelo Ministério da Saúde. tivo dos incentivos financeiros deste recurso variável (C),
Sobre a suspensão do repasse dos recursos referentes com base em solicitação da Secretaria de Atenção à Saúde
ao item D - SAS/MS. Esta retroatividade se limitará aos seis meses an-
O Ministério da Saúde suspenderá os repasses dos in- teriores ao mês em curso.
centivos referentes às equipes e aos serviços citados acima, Para solicitar os créditos retroativos, os municípios e o
nos casos em que forem constatadas, por meio do monito- Distrito Federal deverão:
ramento e/ou da supervisão direta do Ministério da Saúde I - preencher a planilha constante do Anexo III a esta
ou da Secretaria Estadual de Saúde ou por auditoria do DE- Portaria, para informar o tipo de incentivo financeiro que
NASUS ou dos órgãos de controle competentes, qualquer não foi creditado no Fundo Municipal de Saúde ou do Dis-
uma das seguintes situações: trito Federal, discriminando a competência financeira cor-
I - inexistência de unidade básica de saúde cadastrada respondente e identificando a equipe, com os respectivos
para o trabalho das equipes e/ou; profissionais que a compõem;

107
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

II - imprimir o relatório de produção das equipes de Da suspensão do repasse de recursos do Bloco da


atenção básica, referente à equipe e ao mês trabalhado que Atenção Básica
não geraram a transferência dos recursos; e O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recursos
III - enviar ofício à Secretaria de Saúde de seu estado, do Bloco da Atenção Básica aos municípios e ao Distrito Fede-
pleiteando a complementação de crédito, acompanhado ral, quando:
da planilha referida no item I e do relatório de produção I - Não houver alimentação regular, por parte dos municí-
correspondente. No caso do Distrito Federal, o ofício de- pios e do Distrito Federal, dos bancos de dados nacionais de
verá ser encaminhado ao Departamento de Atenção Básica informação, relacionados na portaria no. 3462 de 11 de no-
da SAS/MS. vembro de 2010; e
As Secretarias Estaduais de Saúde, após analisarem a II-Forem detectados, por meio de auditoria federal ou es-
documentação recebida dos municípios, deverão enca- tadual, malversação ou desvio de finalidade na utilização dos
minhar ao Departamento de Atenção Básica da SAS/MS recursos.
solicitação de complementação de crédito dos incentivos A suspensão será mantida até a adequação das irregulari-
tratados nesta Portaria, acompanhada dos documentos re- dades identificadas.
feridos nos itens I e II.
A Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS, por meio ANEXO II
do Departamento de Atenção Básica, procederá à análise
das solicitações recebidas, verificando a adequação da do- O projeto de implantação das equipes de Saúde da Famí-
cumentação enviada, se houve suspensão do crédito em lia e/ou equipes de saúde bucal, equipes de agentes comuni-
virtude da constatação de irregularidade no funcionamen- tários, das Equipes de atenção básica para populações espe-
to das equipes e se a situação de qualificação do município cíficas e dos Núcleos de apoio a saúde da família deve conter:
ou do Distrito Federal, na competência reclamada, permite I - O território a ser coberto, com estimativa da população
o repasse dos recursos pleiteados. residente, definição do número de equipes que deverão atuar
E) Recursos condicionados a resultados e avaliação do e com o mapeamento das áreas;
aces-so e da qualidade, tal como o do Programa Nacional II - Infraestrutura incluindo área física, equipamentos e
de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ) materiais disponíveis nas UBS onde atuarão as equipes, expli-
Há um esforço do Ministério da Saúde em fazer com citando o número e o local das unidades onde irão atuar cada
uma das equipes;
que parte dos recursos induzam a ampliação do acesso, a
III - O fluxo dos usuários para garantia da referência e
qualificação do serviço e a melhoria da atenção à saúde da
contra-referência e cuidado em outros pontos de atenção, in-
população. Estes recursos devem ser repassados em fun-
cluindo apoio diagnóstico laboratorial e de imagem, levando
ção de programas que avaliem a implantação de processos
em conta os padrões mínimos de oferta de serviços de acordo
e a melhoria de resultados como o Programa Nacional de
com RENASES e protocolos estabelecidos pelos municípios,
Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ).
estados e pelo Ministério da Saúde;
O PMAQ tem como objetivo ampliar o acesso e a qua-
IV - A proposta para garantia da assistência farmacêutica
lidade do cuidado na atenção básica. Ele se dará através básica;
de monitoramento e avaliação da atenção básica, e está V - Descrição das principais ações a serem desenvolvidas
atrelado a um incentivo financeiro para as gestões munici- pelas equipes no âmbito da Atenção Básica, especialmente nas
pais que aderirem ao programa. O incentivo de qualidade áreas prioritárias definidas no âmbito nacional;
é variável e dependente dos resultados alcançados pelas VI - Processo de gerenciamento e apoio institucional ao
equipes e pela gestão municipal. Este incentivo será trans- trabalho das equipes;
ferido a cada mês, tendo como base o número de equipes VII -A forma de recrutamento, seleção e contratação dos
cadastradas no programa e os critérios definidos em por- profissionais das equipes, contemplando o cumprimento da
taria específica do PMAQ. carga horária definida para cada profissional das equipes;
VIII - Implantação do sistema de Informação para atenção
Requisitos mínimos para manutenção da transfe- básica vigente no momento da implantação da equipe da Aten-
rência dos recursos do Bloco da Atenção Básica. ção Básica, incluindo recursos humanos e materiais para operá-lo;
Os requisitos mínimos para a manutenção da transfe- IX - Processo de avaliação do trabalho das equipes e a for-
rência do Bloco da Atenção Básica são aqueles definidos ma de acompanhamento dos indicadores da Atenção Básica;
pela legislação federal do SUS. X - A contrapartida de recursos dos municípios e do Dis-
O Plano de Saúde municipal ou do Distrito Federal, e trito Federal; e
a programação anual de saúde aprovado pelo respectivo XI - No caso das equipes do NASF: os profissionais que
Conselho de Saúde, deve especificar a proposta de organi- vão compor os NASF, incluindo as justificativas da escolha, as
zação da Atenção Básica e explicitar como serão utilizados identificação das Equipes que cada núcleo vai apoiar, o plane-
os recursos do Bloco da Atenção Básica. jamento e/ou a previsão de agenda compartilhada entre as
O Relatório de Gestão deverá demonstrar como a apli- diferentes equipes e a equipe dos NASF, que incluam ações
cação dos recursos financeiros resultou em ações de saúde individuais e coletivas, de assistência, de apoio pedagógico
para a população, incluindo quantitativos mensais e anuais tanto das equipes quanto da comunidade e as ações de visita
de produção de serviços de Atenção Básica. domiciliar, em qual(ais) UBS. O NASF será cadastrado SCNES
de acordo com o número de equipes que a ele está vinculado.

108
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

ANEXO III
SOLICITAÇÃO RETROATIVA DE COMPLEMENTAÇÃO DO REPASSE DOS INCENTIVOS FINANCEIROS

UF: __________MUNICÍPIO:__________________ CÓDIGO IBGE: _________________COMPETÊNCIA(S):____________TIPO DE IN-


CENTIVO:_______ESF ( )__________ACS ( )_____________ESB mod.___________I ( ) ___________II ( )____________UOM ( )____________ES-
FPR ( )____________ESFPRSB ( )____________ESFF ( )__________ESFFSB ( )__________NASF tipo___________I (
)_____________ II ( )
CÓDIGO DO CNES:____________________ IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPE:________________________
MOTIVO DO NÃO CADASTRAMENTO NO SISTEMA:_______________________

NOME DOS PROFISSIONAIS CATEGORIA PROFISSIONAL CPF


 

IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPE: Identificação da equipe através do nome por ela utilizado.

TIPO DE INCENTIVO: Marcar se é relativo à equipe de Saúde da Família, Agentes Comunitários de Saúde, equipe de
Saúde Bucal modalidade I ou II, Unidade Odontológica Móvel, equipe de Saúde da Familia População Ribeirinha, equipe de
Saúde da Família População Ribeirinha com Saúde Bucal, equipe de Saúde da Família Fluvial, equipe de Saúde da Família
Fluvial com Saúde Bucal ou Núcleo de Apoio à Saúde da Família tipo I ou II.

RELAÇÃO DE PROFISSIONAIS: Nome completo de cada profissional integrante da equipe, que não gerou incentivo.
CATEGORIA PROFISSIONAL: Identificar a categoria de cada profissional listado na coluna anterior.
CPF: Informar o CPF dos profissionais das Equipes que foram suspensas.
DATA: ___/___/__________________________________________________________
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE:____________________ SECRETÁRIO DE SAÚDE DO ESTADO:

12. NORMAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA ATUAÇÃO: PROGRAMA


NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES, PROGRAMAS DA MULHER, DA CRIANÇA, DO
ADOLESCENTE, DO IDOSO, PARA DST E AIDS, PARA HANSENÍASE, PARA
PNEUMOLOGIA SANITÁRIA, PARA HIPERTENSÃO E DE DIABÉTICO.

PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES (PNI)

Aspectos Gerais

O Programa Nacional de Imunizações foi criado em 1973 e, com os avanços obtidos, o país convive com um cenário de
reduzida ocorrência de óbitos por doenças imunopreveníveis.
O País investiu recursos vultosos na adequação de sua Rede de Frio, na vigilância de eventos adversos pós-vacinais, na
universalidade de atendimento, nos seus sistemas de informação, descentralizou as ações e garantiu capacitação e atuali-
zação técnico-gerencial para seus gestores, em todas as esferas.
Entre as realizações do PNI estão a bem-sucedida Campanha da Erradicação da Varíola (CEV), que recebeu a certificação
de desaparecimento da doença por comissão da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em 1994, o Brasil recebeu a certificação do bloqueio da transmissão autóctone do poliovírus selvagem. O último caso
brasileiro ocorreu em 1989, na Paraíba.
Destaca-se também o controle do sarampo, ainda hoje uma das doenças que mais afetam e matam crianças em países
com altos índices de pobres e miseráveis em suas populações. Em 1992, foi iniciado o Plano de Controle e Eliminação do
Sarampo, com ações de imunização e a vigilância epidemiológica da doença em todo o país. Hoje, pode-se afirmar que o
sarampo é uma doença em processo de eliminação no Brasil, mas estratégias vêm sendo implementadas em vigilância e
imunizações, visando a manutenção dessa situação, uma vez que o país registra intenso fluxo de viajantes internacionais, e
o sarampo circula em todo o mundo.
Hoje, o Programa apresenta um novo perfil gerencial, com integração entre as três esferas de governo, que discutem
juntos normas, definições, metas e resultados, propiciando a modernização continuada de sua infraestrutura e operacio-
nalização.

109
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

PORTARIA Nº 1.498, DE 19 DE JULHO DE 2013. Art. 2º Os Calendários e as Campanhas Nacionais de


Vacinação têm por objetivo o controle, a eliminação e a
Redefine o Calendário Nacional de Vacinação, o Ca- erradicação de doenças imunopreveníveis.
lendário Nacional de Vacinação dos Povos Indígenas e § 1º O Calendário Nacional de Vacinação será adotado
as Campanhas Nacionais de Vacinação, no âmbito do de acordo com o disposto no Anexo I.
Programa Nacional de Imunizações (PNI), em todo o § 2º O Calendário Nacional de Vacinação dos Povos In-
território nacional. dígenas será adotado de acordo com o disposto no Anexo
II.
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso da atribui- § 3º As Campanhas Nacionais de Vacinação serão ado-
ção que lhe confere o inciso II do parágrafo único do art. tadas de acordo com o disposto no Anexo III.
87 da Constituição, e
Considerando a Lei nº 6.259, de 30 de outubro de Art. 3º As Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito
1975, que dispõe sobre a organização das ações de Vigi- Federal e dos Municípios adotarão os Calendários Nacio-
lância Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imu- nais de Vacinação para execução das ações de vacinação.
nizações (PNI), estabelece normas relativas à notificação
compulsória de doenças e dá outras providências; Art. 4º Compete à Secretaria Especial de Saúde Indí-
Considerando o disposto nos arts. 27 e 29 do Decreto gena (SESAI/MS) a execução das ações de vacinação nas
nº 78.231, de 12 de agosto de 1976, que regulamenta a Lei áreas indígenas.
nº 6.259, de 1975;
Considerando o Decreto nº 3.156, de 27 de agosto de Art. 5º O Ministério da Saúde será responsável pela
1999, que dispõe sobre as condições para a prestação de aquisição e pelo fornecimento às Secretarias de Saúde dos
assistência à saúde dos povos indígenas, no âmbito do Estados, do Distrito Federal e dos Municípios das vacinas
Sistema Único de Saúde (SUS), pelo Ministério da Saúde, preconizadas nos Calendários e nas Campanhas Nacionais
altera dispositivos dos Decretos nº 564, de 8 de junho de de Vacinação de que trata esta Portaria.
1992, e nº 1.141, de 19 de maio de 1994, e dá outras pro- Parágrafo único. Os insumos necessários ao atendimen-
vidências; to dos Calendários e das Campanhas Nacionais de Vacina-
Considerando o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de ção, quais sejam seringas, agulhas e impressos para registro
2011, que regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro das atividades de vacinação, serão fornecidos às unidades
de 1990, para dispor sobre a organização do SUS, o pla- de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com
nejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação as competências de cada esfera de direção do SUS.
interfederativa, e dá outras providências;
Considerando a Portaria nº 254/GM/MS, de 31 de ja- Art. 6º Compete às Secretarias de Saúde dos Estados,
neiro de 2002, que aprova a Política Nacional de Atenção à do Distrito Federal e dos Municípios a gestão da Rede de
Saúde dos Povos Indígenas; Frio.
Considerando a Portaria nº 3.252/GM/MS, de 22 de Parágrafo único. Para fins do disposto nesta Portaria,
dezembro de 2009, que aprova as diretrizes para execu- considera-se Rede de Frio o processo de armazenamento,
ção e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela conservação, manuseio, distribuição e transporte de imu-
União, Estados, Distrito Federal e Municípios; nobiológicos, sendo composta por:
Considerando a Portaria nº 104/GM/MS, de 25 de ja- I - equipe técnica qualificada para execução de suas
neiro de 2011, que define as terminologias adotadas em atividades;
legislação nacional, conforme o disposto no Regulamento II - equipamentos para execução de suas atividades; e
Sanitário Internacional 2005 (RSI 2005), a relação de doen- III - procedimentos padronizados para manutenção
ças, agravos e eventos em saúde pública de notificação das condições adequadas de refrigeração e das caracte-
compulsória em todo o território nacional e estabelece flu- rísticas dos imunobiológicos, desde o laboratório produtor
xo, critérios, responsabilidades e atribuições aos profissio- até o momento de sua administração.
nais e serviços de saúde; e
Considerando a Resolução da Diretoria Colegiada da Art. 7º O registro das informações quanto às vacinas
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (RDC) nº 64, de 28 administradas será feito nos instrumentos padronizados no
de dezembro de 2012, que publica a Lista das Denomina- âmbito do PNI, obedecendo-se ao fluxo e à periodicidade
ções Comuns Brasileiras (DCB) da Farmacopeia Brasileira, ali definidos, sendo responsabilidade:
resolve: I - das Secretarias de Saúde do Distrito Federal e dos
Municípios, no que se refere ao registro no Sistema de In-
Art. 1º Esta Portaria redefine o Calendário Nacional de formação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI); e
Vacinação, o Calendário Nacional de Vacinação dos Povos II - da SESAI/MS, no que se refere ao registro no Sis-
Indígenas e as Campanhas Nacionais de Vacinação, no âm- tema de Informação de Atenção à Saúde Indígena (SIASI).
bito do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em todo Art. 8º A comprovação da vacinação será feita por meio
o território nacional. do cartão ou caderneta de vacinação, emitido pelas unida-
des de saúde públicas e privadas, devidamente credencia-
das no âmbito do SUS, contendo as seguintes informações:

110
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

I - nome da vacina; Outro método é o coito interrompido, sendo também


II - data; uma maneira muito antiga de evitar a gravidez. Consiste
III - número do lote; na retirada do pênis da vagina e de suas proximidades, no
IV - laboratório produtor; momento em que o homem percebe que vai ejacular. Desta
V - unidade vacinadora; e forma, evitando o contato do sêmen com o colo do útero é
VI - nome do vacinador. que se impede a gravidez.
Seu uso está contraindicado para os homens que têm
Art. 9º Fica a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/ ejaculação precoce ou não conseguem ter controle sobre
MS) autorizada a editar normas complementares a esta a ejaculação.
Portaria e adotar as medidas necessárias para a implanta- Os métodos naturais ou de abstinência periódica
ção e o cumprimento do Calendário Nacional de Vacinação, são aqueles que utilizam técnicas para evitar a gravidez e
do Calendário Nacional de Vacinação dos Povos Indígenas se baseiam na auto-observação de sinais ou sintomas que
e das Campanhas Nacionais de Vacinação.
ocorrem fisiologicamente no organismo feminino, ao lon-
go do ciclo menstrual, e que, portanto, ajudam a identificar
Art. 10. O Ministério da Saúde disponibilizará manual
o período fértil.
instrutivo com normatizações técnicas sobre o Calendário
Quem quer ter filhos, deve ter relações sexuais nos dias
Nacional de Vacinação, o Calendário Nacional de Vacinação
dos Povos Indígenas e as Campanhas Nacionais de Vaci- férteis, e quem não os quer, deve abster-se das relações
nação, cujo conteúdo encontra-se disponível no endereço sexuais ou nestes dias fazer uso de outro método – os de
eletrônico www.saude.gov.br/svs. barreira, por exemplo.
A determinação do período fértil baseia-se em três
Art. 11. Ficam revogadas: princípios científicos, a saber:
I - a Portaria nº 1.946/GM/MS, de 19 de julho de 2010, A ovulação costuma acontecer 14 dias antes da próxi-
publicada no Diário Oficial da União nº 137, Seção 1, do dia ma menstruação (pode haver uma variação de 2 dias, para
seguinte, pág. 38; e mais ou para menos);
II - a  Portaria nº 3.318/GM/MS, de 28 de outubro de O óvulo, após a ovulação, tem uma vida média de 24
2010, publicada no Diário Oficial da União nº 208, Seção 1, horas;
do dia seguinte, pág. 105. O espermatozoide, após sua deposição no canal vagi-
nal, tem capacidade para fecundar um óvulo até o período
Art. 12. Esta Portaria entra em vigor na data de sua pu- de 48-72 horas.
blicação. Os métodos naturais, de acordo com o Ministério da
Saúde, são:
Assistência de enfermagem na saúde da mulher
a) Método de Ogino-Knaus
Assistência aos Casais Férteis
Esse método é também conhecido como tabela, que
É o acompanhamento dos casais que não apresentam ajuda a mulher a descobrir o seu período fértil através do
dificuldades para engravidar, mas que não o desejam. Des- controle dos dias do seu ciclo menstrual. Logo, cada mu-
ta forma, estudaremos os métodos contraceptivos mais co- lher deverá elaborar a sua própria tabela.
nhecidos e os oferecidos pelas instituições. Sabemos que a tabela foi vulgarizada, produzindo a
Durante muitos anos, a amamentação representou formulação de tabelas únicas que supostamente poderiam
uma alternativa exclusiva e eficaz de espaçar as gestações,
ser utilizadas por qualquer mulher. Isto levou a um grande
pois as mulheres apresentam sua fertilidade diminuída
número de falhas e consequente descrédito no método, o
neste período, considerando que, quanto mais frequentes
que persiste até os dias de hoje.
são as mamadas, mais altos são os níveis de prolactina e
Para fazer a tabela deve-se utilizar o calendário do ano,
consequentemente menores as possibilidades de ovulação.
Os fatores que determinam o retorno da ovulação não anotando em todos os meses o 1º dia da menstruação. O
são precisamente conhecidos, de modo que, mesmo dian- ciclo menstrual começa no 1º dia da menstruação e termi-
te dos casos de aleitamento exclusivo, a partir do 3º mês na na véspera da menstruação seguinte, quando se inicia
é recomendada a utilização de um outro método. Até o um novo ciclo.
3º mês, se o aleitamento é exclusivo e ainda não ocorreu A primeira coisa a fazer é certificar-se de que a mulher
menstruação, as possibilidades de gravidez são mínimas. tem os ciclos regulares. Para tal é preciso que se tenha
Atualmente, com a descoberta e divulgação de novas anotado, pelo menos, os seis últimos ciclos.
tecnologias contraceptivas e a mudança nos modos de viver Como identificar se os ciclos são regulares ou não?
das mulheres em relação a sua capacidade de trabalho, o Depois de anotados os seis últimos ciclos, deve-se
seu desejo de maternidade, a forma como percebe seu cor- contá-los, anotando quantos dias durou cada um. Selecio-
po como fonte de prazer e não apenas de reprodução fo- nar o maior e o menor dos ciclos.
ram fatores que incentivaram o abandono e o descrédito do
aleitamento como método capaz de controlar a fertilidade.

111
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Se a diferença entre o ciclo mais longo e o mais curto A partir do 1º dia do ciclo menstrual, deve-se verificar
for igual ou superior a 10 dias, os ciclos desta mulher serão e anotar a temperatura todos os dias, antes de se levantar
considerados irregulares e, portanto, ela não deverá utilizar da cama, depois de um período de repouso de 3 a 5 horas,
este método. Além do que, devem procurar um serviço de usando-se sempre o mesmo termômetro.
saúde, pois a irregularidade menstrual indica um problema A temperatura deve ser verificada sempre no mesmo
ginecológico que precisa ser investigado e tratado. local: na boca, no reto ou na vagina. A temperatura oral
Se a diferença entre eles for inferior a 10 dias, os ciclos deve ser verificada em um tempo mínimo de 5 minutos e
são considerados regulares e esta mulher poderá fazer uso as temperaturas retal e vaginal, no mínimo 3 minutos, ob-
da tabela. servando-se sempre o mesmo horário para que não haja
Como fazer o cálculo para identificar o período fértil? alteração do gráfico de temperatura.
Subtrai-se 18 dias do ciclo mais curto e obtém-se o dia Caso a mulher esqueça-se de verificar a temperatura
do início do período fértil. um dia, deve recomeçar no próximo ciclo.
Subtrai-se 11 dias do ciclo mais longo e obtém-se o Registrar a temperatura a cada dia do ciclo em um
último dia do período fértil. papel quadriculado comum, em que as linhas horizontais
Após a determinação do período fértil, a mulher e seu referem-se às temperaturas, e as verticais, aos dias do ci-
companheiro que não desejam obter gravidez, devem abs- clo. Após a marcação, ligar os pontos referentes a cada dia,
ter-se de relações sexuais com penetração, neste período, formando uma linha que vai do1º ao 2º, do 2º ao 3º, do 3º
ou fazer uso de outro método. Caso contrário, devem-se ao 4ºdia e daí por diante.
intensificar as relações sexuais neste período. Em seguida, verificar a ocorrência de um aumento per-
sistente da temperatura basal por 3 dias seguidos, no pe-
Recomendações Importantes: ríodo esperado da ovulação.
O aumento da temperatura varia entre 0,2ºC a 0,6ºC. A
O parceiro deve sempre ser estimulado a participar, diferença de no mínimo 0,2ºC entre a última temperatura
ajudando com os cálculos e anotações. baixa e as três temperaturas altas indica que a ovulação
Após a definição do período fértil, a mulher deverá ocorreu e a temperatura se manterá alta até a época da
continuar anotando os seus ciclos, pois poderão surgir al- próxima menstruação.
terações relativas ao tamanho do maior e menor ciclo, mu- O período fértil termina na manhã do 3º dia em que
dando então o período fértil, bem como poderá inclusive for observada a temperatura elevada. Portanto, para evitar
surgir, inesperadamente, uma irregularidade menstrual que gravidez, o casal deve abster-se de relações sexuais, com
contraindique a continuidade do uso do método. penetração, durante toda a primeira fase do ciclo até a ma-
Não se pode esquecer que o dia do ciclo menstrual nhã do 3º dia de temperatura elevada.
não é igual ao dia do mês. Após 3 meses de realização do gráfico da temperatura,
Cada mulher deve fazer sua própria tabela e a tabela pode-se predizer a data da ovulação e, a partir daí, a abs-
de uma mulher não serve para outra. tinência sexual poderá ficar limitada ao período de 4 a 5
No período de 6 meses em que a mulher estiver fazen- dias antes da data prevista da ovulação até a manhã do 3º
do as anotações dos ciclos, ela deverá utilizar outro méto- dia de temperatura alta. Os casais que quiserem engravidar
do, com exceção da pílula, pois esta interfere na regulari- devem manter relações sexuais neste período.
zação dos ciclos. Durante estes 3 meses, enquanto estiver aprendendo a
Os ciclos irregulares e a lactação são contraindicações usar a tabela da temperatura, deverá utilizar outro método
no uso desse método. contraceptivo, com exceção do contraceptivo hormonal.
Os profissionais de saúde deverão construir a tabela A ocorrência de qualquer fator que pode vir a alterar a
junto com a mulher e refazer os cálculos todas as vezes que temperatura deve ser anotada no gráfico. Como exemplo,
forem necessárias, até que a mulher se sinta segura para tem-se: mudança no horário de verificação da temperatura;
tal, devendo retornar à unidade dentro de 1 mês e, depois, perturbações do sono e/ou emocionais; algumas doenças
de 6 em 6 meses. que podem elevar a temperatura; mudanças de ambiente e
uso de bebidas alcoólicas.
b) Método da Temperatura Basal Corporal Esse método é contraindicado em casos de irregula-
ridades menstruais, amenorreia, estresse, mulheres com
É o método que permite identificar o período fértil por períodos de sono irregular ou interrompido (por exemplo,
meio das oscilações de temperatura que ocorrem durante trabalho noturno).
o ciclo menstrual, com o corpo em repouso. Assim como no método do calendário, para a cons-
Antes da ovulação, a temperatura do corpo da mulher trução do gráfico ou tabela de temperatura, a mulher e/
permanece em nível mais baixo. Após a ovulação, com a ou casal deverá contar com a orientação de profissionais
formação do corpo lúteo e o consequente aumento da de saúde e neste caso em especial, no decorrer dos três
produção de progesterona, que tem efeito hipertérmico, a primeiros meses de uso, quando, a partir daí, já se poderá
temperatura do corpo se eleva ligeiramente e permanece predizer o período da ovulação. O retorno da cliente deve-
assim até rá se dar, pelo menos, em seis meses após o início do uso
a próxima menstruação. do método. Em seguida, os retornos podem ser anuais.
Como construir a Tabela ou Gráfico de Temperatura?

112
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

c) Método da ovulação ou do muco cervical ou Bil- É importante ressaltar que o muco não deve ser exa-
lings minado no dia em que a mulher teve relações sexuais, de-
vido à presença de esperma; depois de utilizar produtos
É o método que indica o período fértil por meio das ca- vaginais ou duchas e lavagens vaginais; durante a excitação
racterísticas do muco cervical e da sensação de umidade sexual; ou na presença de leucorreias.
por ele provocada na vulva. É recomendável que durante o 1º ciclo, o casal se abs-
O muco cervical é produzido pelo colo do útero, tendo tenha de relações sexuais. Os profissionais de saúde devem
como função umidificar e lubrificar o canal vaginal. A quan- acompanhar semanalmente o casal no 1º ciclo e os retor-
tidade de muco produzida pode oscilar ao longo dos ciclos nos se darão, no mínimo, uma vez ao mês do 2º ao 6º ciclo
Para evitar a gravidez, é preciso conhecer as caracte- e semestral a partir daí.
rísticas do muco. Isto pode ser feito observando-se diaria-
mente a presença ou ausência do muco através da sensa- d) Método sinto-térmico
ção de umidade ou secura no canal vaginal ou através da
limpeza da vulva com papel higiênico, antes e após urinar. Baseia-se na combinação de múltiplos indicadores de
Esta observação pode ser feita visualizando-se a presença ovulação, conforme os anteriormente citados, com a fina-
de muco na calcinha ou através do dedo no canal vaginal. lidade de determinar o período fértil com maior precisão e
Logo após o término da menstruação, tem-se, em ge- confiabilidade.
ral, uma fase seca (fase pré-ovulatória). Quando aparece Associa a observação dos sinais e sintomas relativos à
muco nesta fase, geralmente é opaco e pegajoso. temperatura basal corporal e ao muco cervical, levando em
Na fase ovulatória, o muco, que inicialmente era es- conta parâmetros subjetivos (físicos ou psicológicos) que
branquiçado, turvo e pegajoso, vai-se tornando a cada dia possam indicar ovulação, tais como sensação de peso ou
mais elástico e lubrificante, semelhante à clara de ovo, po- dor nas mamas, dor abdominal, variações de humor e da
dendo-se puxá-lo em fio. Isto ocorre porque neste período libido, náuseas, acne, aumento de apetite, ganho de peso,
os níveis de estrogênio estão elevados e é nesta fase que o pequeno sangramento intermenstrual, dentre outros.
casal deve abster-se de relações sexuais, com penetração, Os métodos de barreira são aqueles que não permi-
pois há risco de gravidez. tem à entrada de espermatozoides no canal cervical. Po-
O casal que pretende engravidar deve aproveitar este dem ser:
período para ter relações sexuais.
O último dia de muco lubrificante, escorregadio e com e) Condom Masculino
elasticidade máxima, chama-se dia ápice, ou seja, o muco
com a máxima capacidade de facilitar a espermomigração. Também conhecido como camisinha, camisa de vênus
Portanto, o dia ápice só pode ser identificado a posteriori ou preservativo, é uma capa de látex bem fino, porém re-
e significa que em mais ou menos 48 horas a ovulação já sistente, descartável, que recobre o pênis completamente
ocorreu, está ocorrendo ou vai ocorrer. durante o ato sexual.
Na fase pós-ovulatória, já com o predomínio da pro- Evita a gravidez, impedindo que os espermatozoides
gesterona, o muco forma uma verdadeira rolha no colo penetrem no canal vaginal, pois retém o sêmen ejaculado.
uterino, impedindo que os espermatozoides penetrem no O condom protege contra as doenças sexualmente trans-
canal cervical. É um muco pegajoso, branco ou amarelado, missíveis e por isso seu uso deve ser estimulado em todas
grumoso, que dá sensação de secura no canal vaginal. as relações sexuais.
No 4º dia após o dia ápice, a mulher entra no período Deve ser colocado antes de qualquer contato do pênis
de infertilidade. com os genitais femininos, porque alguns espermatozoides
As relações sexuais devem ser evitadas desde o dia em podem escapar antes da ejaculação.
que aparece o muco grosso até quatro dias depois do apa- Deve ser colocado com o pênis ereto, deixando um
recimento do muco elástico. espaço de aproximadamente 2 cm na ponta, sem ar, para
No início, é bom examinar o muco mais de uma vez ao que o sêmen seja depositado sem que haja rompimento
dia, fazendo o registro à noite, preferencialmente, no mes- da camisinha.
mo horário. É importante anotar as características do muco As camisinhas devem ser guardadas em lugar fresco,
e os dias de relações sexuais. seco e de fácil acesso ao casal. Não deve ser esticada ou
Quando notar, no mesmo dia, mucos com característi- inflada, para efeito de teste. Antes de utilizá-la, certifique-
cas diferentes, à noite, na hora de registrar, deve considerar se do prazo de validade. Mesmo que esteja no prazo, não
o mais indicativo de fertilidade (mais elástico e translúcido). utilizá-la quando perceber alterações como mudanças na
No período de aprendizagem do método, para identifi- cor, na textura, furo, cheiro diferente, mofo ou outras. A
car os dias em que pode ou não ter relações sexuais, o casal camisinha pode ou não já vir lubrificada de fábrica.
deve observar as seguintes recomendações: A colocação pode ser feita pelo homem ou pela mu-
Só deve manter relações sexuais na fase seca posterior lher. Sua manipulação deve ser cuidadosa, evitando-se
à menstruação e, no máximo, dia sim, dia não, para que o unhas longas que podem danificá-la. Deve-se observar se
sêmen não interfira na avaliação. o canal vaginal está suficientemente úmido para permitir
Evitar relações sexuais nos dias de muco, até três dias uma penetração que provoque pouca fricção, evitando- se
após o dia ápice. assim que o condom se rompa.

113
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Lubrificantes oleosos como a vaselina não podem ser de 30 minutos para que o agente espermaticida se espa-
utilizados. Caso necessário, utilizar lubrificantes a base de lhe adequadamente na vagina e no colo do útero. Deve-se
água. Cremes, geleias ou óvulos vaginais espermicidas po- seguir a recomendação do fabricante, já que pode haver
dem ser utilizados em associação com a camisinha. Após a recomendação de tempos diferentes de um produto para
ejaculação, o pênis deve ser retirado ainda ereto. As bordas o outro. Os espermicidas devem ser colocados de novo, se
da camisinha devem ser pressionadas com os dedos, ao houver mais de uma ejaculação na mesma relação sexual.
ser retirado, para evitar que o sêmen extravase ou que o Se a ejaculação não ocorrer dentro do período de seguran-
condom se desprenda e fique na vagina. Caso isto ocorra, é ça garantido pelo espermicida, deve ser feita outra aplica-
só puxar com os dedos e colocar espermaticida na vagina, ção. Deve-se evitar o uso de duchas ou lavagens vaginais
com um aplicador. Caso não consiga retirar a camisinha, pelo menos 8 horas após o coito. Caso se observe algum
coloque espermicida e depois procure um posto de saú- tipo de leucorréia, prurido e ardência vaginal ou peniana,
de para que a mesma seja retirada. Nestes casos, não faça interromper o uso do espermaticida. Este é contraindicado
lavagem vaginal pois ela empurra ainda mais o espermato- para mulheres que apresentem alto risco gestacional
zoide em direção ao útero. Após o uso, deve-se dar um nó
na extremidade do condom para evitar o extravasamento h) Diafragma
de sêmen e jogá-lo no lixo e nunca no vaso sanitário. O uso
do condom é contraindicado em casos de anomalias do É uma capa de borracha que tem uma parte côncava
pênis e de alergia ao látex. e uma convexa, com uma borda de metal flexível ou de
borracha mais espessa que pode ser encontrada em diver-
f) Condom feminino ou camisinha feminina sos tamanhos, sendo necessária avaliação pelo médico e/
ou enfermeiro, identificando a medida adequada a cada
Feita de poliuretano, a camisinha feminina tem forma mulher
de saco, de aproximadamente 25 cm de comprimento, com A própria mulher o coloca no canal vaginal, antes da
dois anéis flexíveis, um em cada extremidade. O anel menor relação sexual, cobrindo assim o colo do útero, pois suas
bordas ficam situadas entre o fundo de saco posterior da
fica na parte fechada do saco e é este que, sendo introdu-
vagina e o púbis.
zido no canal vaginal, irá se encaixar no colo do útero. O
Para ampliar a eficácia do diafragma, recomenda-se o
anel maior fica aderido às bordas do lado aberto do saco
uso associado de um espermaticida que deve ser colocado
e ficará do lado de fora, na vulva. Deste modo, a camisinha
no diafragma em quantidade correspondente a uma co-
feminina se adapta e recobre internamente toda a vagina.
lherinha de café no fundo do mesmo, espalhando-se com
Assim, impede o contato com o sêmen e consequente-
os dedos. Depois, colocar mais um pouco por fora, sobre
mente tem ação preventiva contra as DST.
o anel.
Já está sendo disponibilizada em nosso meio. Sua di-
O diafragma impedirá, então, a gravidez por meio da
vulgação tem sido maior em algumas regiões do país, sen- barreira mecânica e, ainda assim, caso algum espermato-
do ainda pouco conhecida em outras. zoide consiga escapar, se deparará com a barreira química,
o espermaticida.
g) Espermaticida ou Espermicida Para colocar e retirar o diafragma, deve-se escolher
uma posição confortável (deitada, de cócoras ou com um
São produtos colocados no canal vaginal, antes da re- pé apoiado sobre uma superfície qualquer), colocar o es-
lação sexual. O espermicida atua formando uma película permaticida, pegar o diafragma pelas bordas e apertá-lo
que recobre o canal vaginal e o colo do útero, impedindo a no meio de modo que ele assuma o formato de um 8.
penetração dos espermatozoides no canal cervical e, bio- Com a outra mão, abrir os lábios da vulva e introduzi-lo
quimicamente, imobilizando ou destruindo os espermato- profundamente na vagina. Após, fazer um toque vaginal
zoides, impedindo desta forma a gravidez. para verificar se está bem colocado, ou seja, certificar-se de
Podem se apresentar sob a forma de cremes, geleias, que está cobrindo todo o colo do útero.
óvulos e espumas. Se estiver fora do lugar, deverá ser retirado e recoloca-
Cada tipo vem com suas instruções para uso, as quais do até acertar. Para retirá-lo, é só encaixar o dedo na borda
devem ser seguidas. Em nosso meio, a geleia espermicida é do diafragma e puxá-lo para fora e para baixo.
a mais conhecida. A geleia espermicida deve ser colocada É importante observar os seguintes cuidados, visan-
na vagina com o auxílio de um aplicador. A mulher deve es- do o melhor aproveitamento do método: urinar e lavar as
tar deitada e após a colocação do medicamento, não deve mãos antes de colocar o diafragma (a bexiga cheia poderá
levantar-se mais, para evitar que esta escorra. O aplicador, dificultar a colocação); antes do uso, observá-lo com cuida-
contendo o espermaticida, deve ser inserido o mais pro- do, inclusive contra a luz, para identificar possíveis furos ou
fundamente possível no canal vaginal. Da mesma forma, outros defeitos; se a borracha do diafragma ficar enrugada,
quando os espermaticidas se apresentarem sob a forma de ele deverá ser trocado imediatamente.
óvulos, estes devem ser colocados com o dedo ou com O espermaticida só é atuante para uma ejaculação.
aplicador próprio no fundo do canal vaginal. É recomen- Caso aconteça mais de uma, deve-se fazer uma nova apli-
dável que a aplicação da geleia seja feita até, no máximo, cação do espermaticida, por meio do aplicador vaginal,
1 hora antes de cada relação sexual, sendo ideal o tempo sem retirar o diafragma.

114
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

O diafragma só deverá ser retirado de 6 a 8 horas após A colocação do DIU é simples e rápida. Não é necessá-
a última relação sexual, evitando-se o uso de duchas va- rio anestesia. É realizada em consultório e para a inserção é
ginais neste período. O período máximo que o diafragma utilizado técnica rigorosamente asséptica.
pode permanecer dentro do canal vaginal é de 24 horas. A mulher deve estar menstruada. A menstruação, além
Mais que isto, poderá favorecer infecções. de ser uma garantia de que não está grávida, facilita a in-
Após o uso, deve-se lavá-lo com água fria e sabão neu- serção, pois neste período o canal cervical está mais per-
tro, enxáguar bem, secar com um pano macio e polvilhar meável. Após a inserção, a mulher é orientada a verificar a
com amido ou talco neutro. Não usar água quente. Guardá presença dos fios do DIU no canal vaginal.
-lo em sua caixinha, longe do calor e da luz. Na primeira semana de uso do método, a mulher não
Será necessário reavaliar o tamanho do diafragma de- deve ter relações sexuais. O Ministério da Saúde recomen-
pois de gravidez, aborto, ganho ou perda de peso (superior da que após a inserção do DIU a mulher deva retornar ao
a 10 kg) e cirurgias de períneo. Deverá ser trocado rotinei- serviço para revisões com a seguinte periodicidade: 1 se-
ramente a cada 2 anos. mana, 1 mês, 3 meses, 6 meses e 12 meses. A partir daí, se
As contraindicações para o uso desse método ocorrem tudo estiver bem, o acompanhamento será anual, com a
no caso de mulheres que nunca tiveram relação sexual, realização do preventivo.
configuração anormal do canal vaginal, prolapso uterino, O DIU deverá ser retirado quando a mulher quiser,
cistocele e/ou retocele acentuada, anteversão ou retrover- quando tiver com a validade vencida ou quando estiver
são uterina acentuada, fístulas vaginais, tônus muscular va- provocando algum problema.
ginal deficiente, cervicites e outras patologias do colo do A validade do DIU varia de acordo com o tipo. A vali-
útero, leucorreias abundantes, alterações psíquicas graves, dade do DIU Tcu, disponibilizado pelo Ministério da Saúde,
que impeçam o uso correto do método. varia de 3 a 7 anos.
Os problemas que indicam a retirada do DIU são dor
i) Os contraceptivos hormonais orais constituem um severa, sangramento intenso, doença pélvica inflamatória,
outro método muito utilizado pela mulher brasileira; são expulsão parcial, gravidez (até a 12ª semana de gravidez,
hormônios esteroides sintéticos, similares àqueles produzi- se os fios estiverem visíveis ao exame especular, pois indica
dos pelos ovários da mulher.
que o saco gestacional está acima do DIU, e se a retirada
Quando a mulher faz opção pela pílula anticoncep-
não apresentar resistência).
cional, ela deve ser submetida a uma criteriosa avaliação
clínico-ginecológica, durante a qual devem ser realizados e
Assistência aos Casais Portadores de Esterilidade e
solicitados diversos exames, para avaliação da existência de
Infertilidade
possíveis contraindicações.
O contraceptivo hormonal oral só impedirá a gravidez
A esterilização cirúrgica foi maciçamente realizada nas
se tomado adequadamente. Cada tipo de pílula tem uma
mulheres brasileiras, a partir das décadas de 60 e 70, por
orientação específica a considerar.
entidades que sob o rótulo de “planejamento familiar” de-
j) DIU (Dispositivo Intrauterino) é um artefato feito de senvolviam programas de controle da natalidade em nosso
polietileno, com ou sem adição de substâncias metálicas país. O reconhecimento da importância e complexidade
ou hormonais, que tem ação contraceptiva quando posto que envolve as questões relativas à esterilização cirúrgica
dentro da cavidade uterina. tem se refletido no âmbito legal. A Lei do Planejamento
Também podem ser utilizados para fins de tratamento, Familiar de 1996 e as Portarias 144/97 e 48/99 do Minis-
como é o caso dos DIUs medicados com hormônios. tério da Saúde normatizam os procedimentos, permitindo
Podem ser classificados em DIUs não medicados aque- que o Sistema Único de Saúde (SUS)os realize, em acesso
les que não contêm substâncias ativas e, portanto, são universal. Os critérios legais para a realização da esteriliza-
constituídos apenas de polietileno; DIUs medicados que ção cirúrgica pelo SUS são: ter capacidade civil plena; ter
além da matriz de polietileno possuem substâncias que no mínimo 2 filhos vivos ou ter mais de 25 anos de idade,
podem ser metais, como o cobre, ou hormônios. independente do número de filhos; manifestar, por escri-
Os DIUs mais utilizados são os T de cobre (TCu), ou to, a vontade de realizar a esterilização, no mínimo 60 dias
seja, os DIUs que têm o formato da letra T e são medicados antes da realização da cirurgia; ter tido acesso a serviço
com o metal cobre. multidisciplinar de aconselhamento sobre anticoncepção e
O aparelho vem enrolado em um fio de cobre bem fino. prevenção de DST/AIDS, assim como a todos os métodos
A presença do DIU na cavidade uterina provoca uma anticoncepcionais reversíveis; ter consentimento do cônju-
reação inflamatória crônica no endométrio, como nas rea- ge, no caso da vigência de união conjugal.
ções a corpo estranho. No caso do homem, a cirurgia é a vasectomia, que
Esta reação provavelmente determina modificações interrompe a passagem, pelos canais deferentes, dos es-
bioquímicas no endométrio, o que impossibilita a implan- permatozoides produzidos nos testículos, impedindo que
tação do ovo. Outra ação do DIU é o aumento da contrati- estes saiam no sêmen. Na mulher, é a ligadura de trompas
lidade uterina, dificultando o encontro do espermatozoide ou laqueadura tubária que impede o encontro do óvulo
com o óvulo. O cobre presente no dispositivo tem ação com o espermatozoide.
espermicida.

115
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

O serviço que realizar o procedimento deverá oferecer A implementação da política deverá ocorrer de forma
todas as alternativas contraceptivas visando desencorajar a integrada às demais políticas existentes, numa lógica hierar-
esterilização precoce. quizada de atenção à saúde, priorizando a atenção primária
Deverá, ainda, orientar a cliente quanto aos riscos da ci- como porta de entrada de um sistema de saúde universal,
rurgia, efeitos colaterais e dificuldades de reversão. A lei im- integral e equânime.
põe restrições quanto à realização da laqueadura tubária por Essa política tem como princípios a humanização e a
ocasião do parto cesáreo, visando coibir o abuso de partos qualidade, que implicam na promoção, reconhecimento e
cirúrgicos realizados exclusivamente com a finalidade de rea- respeito à ética e aos direitos do homem, obedecendo às
lizar a esterilização. suas peculiaridades socioculturais.
A abordagem desta problemática deve ser sempre con- Para cumprir esses princípios de humanização e da
jugal. Tanto o homem quanto a mulher podem possuir fato- qualidade da atenção integral devem-se considerar os se-
res que contribuam para este problema, ambos devem ser guintes elementos:
investigados. 1. Acesso da população masculina aos serviços de saú-
A esterilidade é a incapacidade do casal obter gravidez de hierarquizados nos diferentes níveis de atenção e orga-
após pelo menos um ano de relações sexuais frequentes, nizados em rede, possibilitando melhoria do grau de reso-
com ejaculação intravaginal, sem uso de nenhum método lutividade dos problemas e acompanhamento do usuário
contraceptivo. Pode ser classificada em primária ou secundá- pela equipe de saúde;
ria. A esterilidade primária é quando nunca houve gravidez. 2. Articular-se com as diversas áreas do governo com o
Já a secundária, é quando o casal já conseguiu obter, pelo setor privado e a sociedade, compondo redes de compro-
menos, uma gravidez e a partir daí passou a ter dificuldades misso e corresponsabilidade quanto à saúde e a qualidade
para conseguir uma nova gestação. de vida da população masculina;
A infertilidade é a dificuldade de o casal chegar ao final 3. Informações e orientação à população masculina, aos
da gravidez com filhos vivos, ou seja, conseguem engravi- familiares e a comunidade sobre a promoção, prevenção e
dar, porém as gestações terminam em abortamentos espon- tratamento dos agravos e das enfermidades do homem;
tâneos ou em natimortos. A infertilidade também pode ser 4. Captação precoce da população masculina nas ativi-
dades de prevenção primaria relativa às doenças cardiovas-
classificada em primária ou secundária. A infertilidade primá-
culares e cânceres, entre outros agravos recorrentes;
ria é quando o casal não conseguiu gerar nenhum filho vivo.
5. Capacitação técnica dos profissionais de saúde para o
A secundária é quando as dificuldades em gerar filhos vivos
atendimento do homem;
acontecem com casais com filhos gerados anteriormente.
6. Disponibilidade de insumos, equipamentos e mate-
De acordo com o Ministério da Saúde, para esta classifi-
riais educativos;
cação não são consideradas as gestações ou os filhos vivos
7. Estabelecimento de mecanismos de monitoramento
que qualquer dos membros do casal possa ter tido com ou- e avaliação continuada dos serviços e do desempenho dos
tro(a) parceiro(a). profissionais de saúde, com participação dos usuários;
A esterilidade/infertilidade, com frequência, impõe um 8. Elaboração e análise dos indicadores que permitam
estresse e tensão no inter-relacionamento. Os clientes costu- aos gestores monitorar as ações e serviços e avaliar seu
mam admitir sentimentos de culpa, ressentimentos, suspeita, impacto, redefinindo as estratégias e/ou atividades que se
frustração e outros. Pode haver uma distorção da autoima- fizerem necessárias.
gem, pois a mulher pode considerar-se improdutiva e o ho-
mem desmasculinizado. Diretrizes:
Portanto, na rede básica caberá aos profissionais de saú-
de dar orientações ao casal e encaminhamento para consul- - Entender a Saúde do Homem como um conjunto de
ta no decorrer da qual se iniciará a investigação diagnóstica ações de promoção, prevenção, assistência e recuperação
com posterior encaminhamento para os serviços especializa- da saúde, executado nos diferentes níveis de atenção. De-
dos, sempre que necessário. ve-se priorizar a atenção básica, com foco na Estratégia de
Saúde da Família, porta de entrada do sistema de saúde
Saúde do Homem/Adulto integral, hierarquizado e regionalizado;
Princípios - Reforçar a responsabilidade dos três níveis de gestão
e do controle social, de acordo com as competências de
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Ho- cada um, garantindo condições para a execução da presen-
mem objetiva orientar as ações e serviços de saúde para a te política;
população masculina, com integralidade e equidade, priman- - Nortear a prática de saúde pela humanização e a qua-
do pela humanização da atenção. lidade da assistência a ser prestada, princípios que devem
A presente política enfatiza a necessidade de mudanças permear todas as ações;
de paradigmas no que concerne à percepção da população A integralidade pode ser compreendida a partir de uma
masculina em relação ao cuidado com a sua saúde e a saúde dupla perspectiva: a. trânsito do usuário por todos os níveis
de sua família. Considera essencial que, além dos aspectos da atenção, na perspectiva de uma linha de cuidado que es-
educacionais, entre outras ações, os serviços públicos de saú- tabeleça uma dinâmica de referência e de contra referência
de sejam organizados de modo a acolher e fazer com que o entre a atenção primária e as de média e alta complexidade,
homem sinta-se parte integrante deles. assegurando a continuidade no processo de atenção;

116
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

b. compreensão sobre os agravos e a complexidade - formar e qualificar os profissionais da rede básica para
dos modos de vida e situação social do indivíduo, a fim de o correto atendimento à saúde do homem;
promover intervenções sistêmicas que abranjam inclusive as - promover ações integradas com outras áreas gover-
determinações sociais sobre a saúde e a doença. namentais.
Em relação à factibilidade foram consideradas a disponi- Estimular a implantação e implementação da assistên-
bilidade de recursos, tecnologia, insumos técnico-científicos cia em saúde sexual e reprodutiva, no âmbito da atenção
e estrutura administrativa e gerencial de modo a permitir integral à saúde.
em todo o país, na prática, a implantação das ações delas - ampliar e qualificar a atenção ao planejamento re-
decorrentes. produtivo masculino, inclusive a assistência à infertilidade;
No que tange a coerência, as diretrizes que serão pro- - estimular a participação e inclusão do homem nas
postas estão baseadas nos princípios anteriormente enun- ações de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva,
ciados, estando compatível com os princípios do SUS. enfocando inclusive a paternidade responsável;
A viabilidade da implementação desta Política estará - garantir a oferta da contracepção cirúrgica voluntária
diretamente relacionada aos três níveis de gestão e do con- masculina nos termos da legislação específica;
trole social, a quem se condiciona o comprometimento e a - promover na população masculina, conjuntamente
possibilidade da execução das diretrizes. com o Programa Nacional de DST/AIDS, a prevenção e o
- Integrar a execução da Política Nacional de Atenção controle das doenças sexualmente transmissíveis e da in-
Integral à Saúde do Homem às demais políticas, programas, fecção pelo HIV;
estratégias e ações do Ministério da Saúde; - incentivar o uso de preservativo como medida de du-
- Promover a articulação interinstitucional, em especial pla proteção da gravidez inoportuna e das DST/AIDS;
com o setor Educação, como promotor de novas formas de - estimular, implantar, implementar e qualificar pessoal
pensar e agir; para a atenção às disfunções sexuais masculinas;
- Reorganizar as ações de saúde, através de uma pro- - garantir o acesso aos serviços especializados de aten-
posta inclusiva, na qual os homens considerem os serviços ção secundária e terciária para os casos identificados como
de saúde também como espaços masculinos e, por sua vez,
merecedores destes cuidados;
os serviços de saúde reconheçam os homens como sujeitos
- promover a atenção integral à saúde do homem nas
que necessitem de cuidados;
populações indígenas, negras, quilombolas, gays, bisse-
- Integrar as entidades da sociedade organizada na cor-
xuais, travestis, transexuais, trabalhadores rurais, homens
responsabilidade das ações governamentais pela convicção
com deficiência, em situação de risco, em situação carcerá-
de que a saúde não é só um dever do Estado, mas uma prer-
ria, entre outros, desenvolvendo estratégias voltadas para a
rogativa da cidadania;
- Incluir na Educação Permanente dos trabalhadores do promoção da equidade para distintos grupos sociais;
SUS temas ligados a Atenção Integral à Saúde do Homem; - associar as ações governamentais com as da socieda-
- Aperfeiçoar os sistemas de informação de maneira a de civil organizada para efetivar a atenção integral à saúde
possibilitar um melhor monitoramento que permita toma- do homem com protagonismo social na enunciação das
das racionais de decisão; reais condições de saúde da população masculina.
- Realizar estudos e pesquisas que contribuam para a Ampliar, através da educação, o acesso dos homens às
melhoria das ações da Política Nacional de Atenção Integral informações sobre as medidas preventivas contra os agra-
à Saúde do Homem. vos e enfermidades que atingem a população masculina:
- incluir o enfoque de gênero, orientação sexual, iden-
Objetivos tidade de gênero e condição etnicorracial nas ações edu-
cativas;
Objetivo Geral - estimular, na população masculina, através da infor-
Promover a melhoria das condições de saúde da popu- mação, educação e comunicação, o autocuidado com sua
lação masculina do Brasil, contribuindo, de modo efetivo, própria saúde;
para a redução da morbidade e mortalidade dessa popula- - promover a parceria com os movimentos sociais e
ção, através do enfrentamento racional dos fatores de risco populares, e outras entidades organizadas para divulgação
e mediante a facilitação ao acesso, às ações e aos serviços de ampla das medidas preventivas;
assistência integral à saúde. - manter atenção cuidadosa e permanente com as de-
Objetivos Específicos mais áreas governamentais no sentido de efetuar, de prefe-
Organizar, implantar, qualificar e humanizar, em todo rência, ações conjuntas, evitando a dispersão desnecessária
território brasileiro, à atenção integral a saúde do homem, de recursos.
dentro dos princípios que regem o Sistema Único de Saúde:
- Implantar e/ou estimular nos serviços de saúde, públi- Responsabilidades institucionais
cos e privados, uma rede de atenção à saúde do homem que
garanta linhas de cuidado, na perspectiva da integralidade; As responsabilidades institucionais estão definidas de
- fortalecer a assistência básica no cuidado com o ho- acordo com as diretrizes emanadas do Pacto pela Saúde
mem, facilitando e garantindo o acesso e a qualidade da 2006, respeitando- -se a autonomia e as competências das
atenção necessária ao enfrentamento dos fatores de risco três esferas de governo.
das doenças e dos agravos à saúde;

117
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

União - Coordenar e implementar, no âmbito estadual, as es-


tratégias nacionais de educação permanente dos trabalha-
- Fomentar a implementação e acompanhar a implan- dores do SUS voltada para a Política Nacional de Atenção
tação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Integral à Saúde do Homem, respeitando-se as especifici-
Homem; dades loco-regionais;
- Estimular e prestar cooperação aos Estados e Muni- - Implantar mecanismos de regulação das atividades
cípios visando a implantação e implementação da Política relativas à Política Nacional;
Nacional de Atenção - Estabelecer parceria com as diversas organizações
Integral à Saúde do Homem valorizando e respeitando cujas atividades tenham afinidade com as ações propostas
as diversidades loco regionais; na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Ho-
- Promover, no âmbito de sua competência, a articula- mem;
ção intersetorial e interinstitucional necessária à implemen- - Promover, na esfera de suas competências, a articula-
tação da Política Nacional; ção intersetorial e interinstitucional necessária à implemen-
- Promover em parceria com o Ministério da Educa- tação da Política Nacional;
ção e a Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da - Elaborar e pactuar, no âmbito estadual, protocolos
República, a valorização da crítica em questões educacio- clínicos/terapêuticos, em consonância com as diretrizes
nais relacionadas aos estereótipos de gênero, enraizados nacionais da atenção, apoiando os municípios na imple-
há séculos em nossa cultura patriarcal que coloca a doença mentação dos mesmos;
como um sinal de fragilidade e contribui para que o ho- - Promover, junto à população, ações de informação,
mem se julgue invulnerável. educação e comunicação em saúde visando difundir a Po-
- Estimular e apoiar em parceria com a Secretaria de lítica Nacional;
Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE/MS), a - Estimular e apoiar em pareceria com o Conselho Es-
realização de pesquisas que possam aprimorar a Atenção tadual de Saúde o processo de discussão com participação
Integral à Saúde do Homem; de todos os setores,da sociedade, com foco no controle so-
- Propor, em parceria com a Secretaria de Gestão do cial, nas questões pertinentes à Política Nacional de Aten-
ção Integral à Saúde do Homem;
Trabalho e Educação na Saúde (SGTES/MS), estratégias de
- Incentivar junto à rede educacional estadual, ações
educação permanente dos trabalhadores do SUS, voltada
educativas que visem à promoção e atenção à saúde do
para a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do
homem.
Homem;
- Estabelecer parceria com as diversas Sociedades Bra-
Municípios
sileiras Científicas e entidades de profissionais de saúde
cujas atividades tenham afinidade com as ações propostas - Coordenar, implementar, acompanhar e avaliar no
na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Ho- âmbito do seu território, a Política Nacional de Atenção In-
mem; tegral à Saúde do Homem, priorizando a atenção básica,
- Coordenar o processo de construção das Diretrizes com foco na Estratégia de Saúde da Família, como porta
Nacionais da Atenção à Saúde do Homem e de protocolos de entrada do sistema de saúde integral e hierarquizado;
terapêuticos/clínicos, em parceria com os Estados e Muni- - Implantar mecanismos de regulação das atividades
cípios, apoiando-os na implementação dos mesmos e con- relativas à Política Nacional;
tribuindo com instrumentos que fortaleçam a regulação na - Promover, no âmbito de suas competências, a articu-
definição de referências e contra referências e na própria lação intersetorial e interinstitucional necessária à imple-
consolidação de redes regionalizadas assistenciais; mentação da Política Nacional;
- Promover, junto à população, ações de informação, - Incentivar junto à rede educacional municipal, ações
educação e comunicação em saúde visando difundir a Po- educativas que visem à promoção e atenção da saúde do
lítica Nacional; e homem;
- Estimular e apoiar em parceria com a Secretaria de - Implantar e implementar protocolos clínicos/terapêu-
Gestão Estratégica e Participativa (SGEP/MS) e com o Con- ticos, em consonância com as diretrizes nacionais e esta-
selho Nacional de Saúde (CNS) o processo de discussão duais;
com participação de todos os setores da sociedade, com - Promover, em parceria com as demais esferas de go-
foco no controle social, nas questões pertinentes à Política verno, a qualificação das equipes de saúde para execução
Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. das ações propostas na Política Nacional de Atenção Inte-
gral à Saúde do Homem;
Estados - Promover, junto à população, ações de informação,
educação e comunicação em saúde visando difundir a Po-
- Definir, coordenar, acompanhar e avaliar, no âmbito lítica Nacional; e
do seu território, a Política Nacional de Atenção Integral à - Estimular e apoiar em parceria com o Conselho Mu-
Saúde do Homem, promovendo as adequações necessá- nicipal de Saúde o processo de discussão com participação
rias, tendo como base as diretrizes ora propostas, o perfil de todos os setores da sociedade, com foco no controle so-
epidemiológico e as especificidades loco - regionais; cial, nas questões pertinentes à Política Nacional de Aten-
ção Integral à Saúde do Homem.

118
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Avaliação e monitoramento Segundo essa Lei, cabe ao setor saúde, em síntese, pro-
ver o acesso dos idosos aos serviços e às ações voltadas à
O processo de avaliação da implantação e implemen- promoção, proteção e recuperação da saúde, mediante o
tação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do estabelecimento de normas específicas para tal; o desen-
Homem deverá ocorrer de acordo com as pactuações reali- volvimento da cooperação entre as esferas de governo e
zadas em âmbito federal, estadual e municipal, com desta- entre centros de referência em geriatria e gerontologia; e a
que para o monitoramento dos indicadores do Pacto pela inclusão da geriatria como especialidade clínica para efei-
Vida, a ser realizado pelo Conselho Nacional de Saúde e to de concursos públicos, além da realização de estudos e
pela Comissão Intergestores Tripartite (CIT). pesquisas na área (inciso II do Art. 10).
A avaliação tem como finalidade essencial atender o Ao lado das determinações legais, há que se conside-
cumprimento dos princípios e diretrizes dessa política, bus- rar, por outro lado, que a população idosa brasileira tem
cando verificar sua efetividade. Em outras palavras, signifi- se ampliado rapidamente. Em termos proporcionais, a faixa
ca verificar o seu resultado sobre a saúde dos indivíduos e, etária a partir de 60 anos de idade é a que mais cresce. No
consequentemente, sobre a qualidade de vida da popula- período de 1950 a 2025, segundo as projeções estatísticas
ção masculina. da 2 Organização Mundial de Saúde – OMS –, o grupo de
Uma avaliação mais detalhada da Política Nacional de idosos no Brasil deverá ter aumentado em 15 vezes, en-
Atenção Integral à Saúde do Homem deverá ocorrer no quanto a população total em cinco. O País ocupará, assim,
âmbito dos planos, programas, projetos, estratégias e ativi- o sexto lugar quanto ao contingente de idosos, alcançan-
dades dela decorrentes. do, em 2025, cerca de 32 milhões de pessoas com 60 anos
Para essa avaliação de processo há de se definir cri- ou mais de idade.
térios, parâmetros, indicadores e metodologia específicos, O processo de transição demográfica no Brasil caracte-
sendo através desta avaliação que será possível identificar, riza-se pela rapidez com que o aumento absoluto e relativo
modificar e/ou incorporar novas diretrizes, a partir de su- das populações adulta e idosa modificaram a pirâmide po-
gestões apresentadas pelo Ministério da Saúde, Comissão pulacional. Até os anos 60, todos os grupos etários regis-
Intergestores Tripartite e Conselho Nacional de Saúde. travam um crescimento quase igual; a partir daí, o grupo de
Promover e apoiar, junto às Confederações dos Traba- idosos passou a liderar esse crescimento.
lhadores do Brasil e as Centrais Sindicais avaliações e mo- Nos países desenvolvidos, essa transição ocorreu len-
nitoramento desta Política. tamente, realizando-se ao longo de mais de cem anos.
Além dessas avaliações de resultado e processo, não Alguns desses países, hoje, apresentam um crescimento
se pode deixar de avaliar a contribuição dessa política para negativo da sua população, com a taxa de nascimentos
concretização dos princípios e diretrizes do SUS, especial- mais baixa que a de mortalidade. A transição acompanhou
mente na conformidade do que estabelece a lei Orgânica a elevação da qualidade de vida das populações urbanas e
da Saúde (Lei nº 8080/90). rurais, graças à adequada inserção das pessoas no mercado
de trabalho e de oportunidades educacionais mais favorá-
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO IDOSO veis, além de melhores condições sanitárias, alimentares,
INTRODUÇÃO ambientais e de moradia.
À semelhança de outros países latino-americanos, o
Parte essencial da Política Nacional de Saúde, a presen- envelhecimento no Brasil é um fenômeno predominan-
te Política fundamenta a ação do setor saúde na atenção temente urbano, resultando, sobretudo do intenso movi-
integral à população idosa e àquela em processo de en- mento migratório iniciado na década de 60, motivado pela
velhecimento, na conformidade do que determinam a Lei industrialização desencadeada pelas políticas desenvolvi-
Orgânica da Saúde – N.º 8.080/90 – e a Lei 8.842/94, que mentistas.
assegura os direitos deste segmento populacional. Esse processo de urbanização propiciou um maior
No conjunto dos princípios definidos pela Lei Orgânica, acesso da população a serviços de saúde e saneamento,
destaca-se o relativo à “preservação da autonomia das pes- o que colaborou para a queda verificada na mortalidade.
soas na defesa de sua integridade física e moral”, que cons- Possibilitou, também, um maior acesso a programas de
titui uma das questões essenciais enfocadas nesta Política, planejamento familiar e a métodos anticoncepcionais, le-
ao lado daqueles inerentes à integralidade da assistência e vando a uma significativa redução da fecundidade.
ao uso da epidemiologia para a fixação de prioridades (Art. A persistir a tendência de o envelhecimento como fe-
7º, incisos III, II e VII, respectivamente). nômeno urbano, as projeções para o início do século XXI
Por sua vez, a Lei N.º 8.842 – regulamentada pelo De- indicam que 82% dos idosos brasileiros estarão morando
creto N.º 1.948, de 3 de julho de 1996 –, ao definir a atua- nas cidades. As regiões mais urbanizadas, como a Sudeste
ção do Governo, indicando as ações específicas das áreas e o Sul, ainda oferecem melhores possibilidades de em-
envolvidas, busca criar condições para que sejam promovi- prego, disponibilidade de serviços públicos e oportunida-
das a autonomia, a integração e a participação dos idosos des de melhor alimentação, moradia e assistência médica
na sociedade, assim consideradas as pessoas com 60 anos e social.
de idade ou mais.

119
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Embora grande parte das populações ainda viva na po- de mercados mais promissores e o aumento no número de
breza, nos países menos desenvolvidos, certas conquistas famílias em que a mulher exerce o papel de chefe são si-
tecnológicas da medicina moderna, verificadas nos últimos tuações que precisam ser levadas em conta na avaliação do
60 anos – assepsia, vacinas, antibióticos, quimioterápicos e suporte informal aos idosos na sociedade brasileira. Essas
exames complementares de diagnóstico, entre outros –, fa- situações geram o que se convencionou chamar de intimi-
voreceram a adoção de meios capazes de prevenir ou curar dade à distância, em que diferentes gerações ou mesmo
muitas doenças que eram fatais até então. O conjunto des- pessoas de uma mesma família ocupam residências sepa-
sas medidas provocou uma queda da mortalidade infantil radas.
e, consequentemente, um aumento da expectativa de vida Tem sido observada uma feminilização do envelheci-
ao nascer. mento no Brasil. O número de mulheres idosas, confron-
No Brasil, em 1900, a expectativa de vida ao nascer era tado com o de homens de mais de 60 anos de idade, já é
de 33,7 anos; nos anos 40, de 39 anos; em 50, aumentou superior há muito tempo.
para 43,2 anos e, em 60, era de 55,9 anos. De 1960 para Da mesma forma, a proporção de idosas em relação à
1980, essa expectativa ampliou-se para 63,4 anos, isto é, população total de mulheres supera aquela corresponden-
foram acrescidos vinte anos em três décadas, segundo re- te aos homens idosos. No Brasil, desde 1950, as mulheres
vela o Anuário Estatístico do Brasil de 1982 (Fundação Ins- têm maior esperança de vida ao nascer, sendo que a dife-
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística/Fundação IBGE). rença está ao redor de sete anos e meio.
De 1980 para 2000, o aumento deverá ser em torno De outra parte, o apoio aos idosos praticado no Brasil
de cinco anos, ocasião em que cada brasileiro, ao nascer, ainda é bastante precário. Por se tratar de uma atividade
esperará viver 68 anos e meio. As projeções para o período predominantemente restrita ao âmbito familiar, o cuidado
de 2000 a 2025 permitem supor que a expectativa média ao idoso tem sido ocultado da opinião pública, carecendo
de vida do brasileiro estará próxima de 80 anos, para am- de visibilidade maior.
bos os sexos (Kalache et al., 1987). O apoio informal e familiar constitui um dos aspectos
Paralelamente a esse aumento na expectativa de vida, fundamentais na atenção à saúde desse grupo popula-
tem sido observado, a partir da década de 60, um declínio cional Isso não significa, no entanto, que o Estado deixa
acentuado da fecundidade, levando a um aumento impor- de ter um papel preponderante na promoção, proteção e
tante da proporção de idosos na população brasileira. De recuperação da saúde do idoso nos três níveis de gestão
1980 a 2000, o grupo etário com 60 anos e mais de idade do SUS, capaz de otimizar o suporte familiar sem transferir
deverá crescer 105%; as projeções apontam para um cres- para a família a responsabilidade em relação a este grupo
cimento de 130% no período de 2000 a 2025. populacional.
Mesmo que se leve em conta que uma parcela do con- Além das transformações demográficas descritas an-
tingente de idosos participe da atividade econômica, o teriormente, o Brasil tem experimentado uma transição
crescimento deste grupo populacional afeta diretamente a epidemiológica, com alterações relevantes no quadro de
razão de dependência, usualmente definida como a soma morbimortalidade. As doenças infectocontagiosas que, em
das populações jovem e idosa em relação à população 1950, representavam 40% das mortes registradas no País,
economicamente ativa total. Esse coeficiente é calculado hoje são responsáveis por menos de 10% (RADIS: “Mortali-
tomando por base a população de menos de 15 anos e a dade nas Capitais Brasileiras, 1930-1980”). O oposto ocor-
de 60 e mais anos de idade em relação àquela considerada reu em relação às doenças cardiovasculares: em 1950, eram
em idade produtiva (situada na faixa etária dos 15 aos 59 responsáveis por 12% das mortes e, atualmente, represen-
anos de idade). tam mais de 40%. Em menos de 40 anos, o Brasil passou de
O processo de urbanização e a consequente modifica- um perfil de morbimortalidade típico de uma população
ção do mercado de trabalho aceleraram a redistribuição da jovem, para um caracterizado por enfermidades crônicas,
população entre as zonas rural e urbana do País. Em 1930, próprias das faixas etárias mais avançadas, com custos di-
dois terços da população brasileira viviam na zona rural; retos e indiretos mais elevados.
hoje, mais de três quartos estão em zona urbana. O empre- Essa mudança no perfil epidemiológico acarreta gran-
go nas fábricas e as mais diferenciadas possibilidades de des despesas com tratamentos médicos e hospitalares, ao
trabalho nas cidades modificaram a estrutura familiar bra- mesmo tempo em que se configura num desafio para as
sileira, transformando a família extensa do campo na famí- autoridades sanitárias, em especial no que tange à implan-
lia nuclear urbana. Com o aumento da expectativa de vida, tação de novos modelos e métodos para o enfrentamento
as famílias passaram a ser constituídas por várias gerações, do problema. O idoso consome mais serviços de saúde, as
exigindo os necessários mecanismos de apoio mútuo entre internações hospitalares são mais frequentes e o tempo de
as que compartilham o mesmo domicílio. ocupação do leito é maior do que o de outras faixas etárias.
A família, tradicionalmente considerada o mais efetivo Em geral, as doenças dos idosos são crônicas e múltiplas,
sistema de apoio aos idosos, está passando por alterações perduram por vários anos e exigem acompanhamento mé-
decorrentes dessas mudanças conjunturais e culturais. O dico e de equipes multidisciplinares permanentes e inter-
número crescente de divórcios e segundo ou terceiro ca- venções contínuas.
samento, a contínua migração dos mais jovens em busca

120
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Tomando-se por base os dados relativos à internação único diagnóstico, que é adequada no adulto jovem – não
hospitalar pelo Sistema Único de Saúde – SUS –, em 1997, se aplica em relação ao idoso. Estudos populacionais de-
e a população estimada pelo IBGE para este mesmo ano, monstram que a maioria dos idosos – 85% – apresenta pelo
pode-se concluir que o idoso, em relação às outras faixas menos uma doença crônica e que uma significativa minoria
etárias, consome muito mais recursos de saúde. Naquele – 10% – possui, no mínimo, cinco destas patologias (Ra-
ano, o Sistema arcou com um total de 12.715.568 de AIHs mos, LR e cols, 1993). A falta de difusão do conhecimento
(autorizações de internações hospitalares), assim distribuí- geriátrico junto aos profissionais de saúde tem contribuído
das: decisivamente para as dificuldades na abordagem médica
• 2.471.984 AIHs (19,4%) foram de atendimentos na do paciente idoso.
faixa etária de 0-14 anos de idade, que representava 33,9% A maioria das instituições de ensino superior brasileiras
da população total (aqui também estão incluídas as AIHs ainda não está sintonizada com o atual processo de transi-
dos recém-nascidos em ambiente hospitalar, bem como as ção demográfica e suas consequências médico-sociais. Há
devidas a parto normal); uma escassez de recursos técnicos e humanos para enfren-
• 7.325.525 AIHs (57,6%) foram na faixa etária de 15-59 tar a explosão desse grupo populacional no terceiro milê-
anos de idade (58,2% da população total); nio.
• 2.073.915 AIHs (16,3%) foram na faixa etária de 60 O crescimento demográfico brasileiro tem caracterís-
anos ou mais de idade (7,9% da população total); ticas particulares, que precisam ser apreendidas mediante
• 480.040 AIHs (3,8%) foram destinadas ao atendimen- estudos e desenhos de investigação que deem conta dessa
to de indivíduos de idade ignorada; essas hospitalizações, especificidade. O cuidado de saúde destinado ao idoso é
em sua grande maioria, corresponderam a tratamento de bastante caro, e a pesquisa corretamente orientada pode
enfermidades mentais de longa permanência, geralmente propiciar os instrumentos mais adequados para uma maior
em pessoas acima de 50 anos de idade (essa parcela de eficiência na adoção de prioridades e na alocação de recur-
AIHs foi excluída dos estudos em que se diferencia o im- sos, além de subsidiar a implantação de medidas apropria-
pacto de cada faixa etária no sistema hospitalar); das à realidade brasileira.
• a taxa de hospitalização, em um ano, alcançou um A transição demográfica no Brasil exige, na verdade,
total de 46 por 1.000 indivíduos na faixa etária de 0 a 14 novas estratégias para fazer frente ao aumento exponen-
anos de idade, 79 no segmento de 15 a 59 anos de idade e cial do número de idosos potencialmente dependentes,
165 no grupo de 60 anos ou mais de idade; com baixo nível socioeconômico, capazes de consumir uma
• o tempo médio de permanência hospitalar foi de 5,1 parcela desproporcional de recursos da saúde destinada ao
dias para o grupo de 0-14 anos de idade, 5,1 dias no de 15- financiamento de leitos de longa permanência.
59 e 6,8 dias no grupo mais idoso; A internação dos idosos em asilos, casas de repouso
• o índice de hospitalização (número de dias de hos- e similares está sendo questionada até nos países desen-
pitalização consumidos, por habitante, a cada ano) corres- volvidos, onde estes serviços alcançaram níveis altamente
pondeu a 0,23 dias na faixa de 0-14 anos de idade; a 0,40 sofisticados em termos de conforto e eficiência. O custo
dias na faixa de 15-59; e a 1,12 dias na faixa de 60 anos ou desse modelo e as dificuldades de sua manutenção estão
mais de idade; requerendo medidas mais resolutivas e menos onerosas.
• do custo total de R$ 2.997.402.581,29 com despesas O retorno ao modelo de cuidados domiciliares, já bastan-
de internações hospitalares, 19,7% foram com pacientes da te discutido, não pode ter como única finalidade baratear
faixa etária de 0-14 anos de idade, 57,1% da faixa de 15-59 custos ou transferir responsabilidades. A assistência domi-
anos de idade e 23,9% foram de idosos; ciliar aos idosos, cuja capacidade funcional está compro-
• o custo médio, por hospitalização, foi de R$ 238,67 metida, demanda programas de orientação, informação e
em relação à faixa etária de 0-14 anos de idade, R$ 233,87 assessoria de especialistas.
à de 15-59 anos e R$ 334,73 ao grupo de mais de 60 anos A maioria das doenças crônicas que acometem o in-
de idade; divíduo idoso tem, na própria idade, seu principal fator de
• o índice de custo (custo de hospitalização por habi- risco. Envelhecer sem nenhuma doença crônica é mais ex-
tante/ano) foi de R$ 10,93 no segmento de 0-14 anos de ceção do que regra. No entanto, a presença de uma doença
idade, de R$ 18,48 no de 15-59 anos de idade e de R$ 55,25 crônica não significa que o idoso não possa gerir sua pró-
no de mais de 60 anos de idade. pria vida e encaminhar o seu dia-a-dia de forma totalmente
Estudos têm demonstrado que o idoso, em relação às independente.
outras faixas etárias, consome muito mais recursos do sis- A maior parte dos idosos é, na verdade, absolutamente
tema de saúde e que este maior custo não reverte em seu capaz de decidir sobre seus interesses e organizar-se sem
benefício. O idoso não recebe uma abordagem médica ou nenhuma necessidade de ajuda de quem quer que seja.
psicossocial adequada nos hospitais, não sendo submetido Consoante aos mais modernos conceitos gerontológicos,
também a uma triagem rotineira para fins de reabilitação. esse idoso que mantém sua autodeterminação e prescinde
A abordagem médica tradicional do adulto hospitali- de qualquer ajuda ou supervisão para realizar-se no seu
zado – focada em uma queixa principal e o hábito médi- cotidiano deve ser considerado um idoso saudável, ainda
co de tentar explicar todas as queixas e os sinais por um que seja portador de uma ou mais de uma doença crônica.

121
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Decorre daí o conceito de capacidade funcional, ou Os custos gerados por essa dependência são tão gran-
seja, a capacidade de manter as habilidades físicas e men- des quanto o investimento de dedicar um membro da famí-
tais necessárias para uma vida independente e autônoma. lia ou um cuidador para ajudar continuamente uma pessoa
Do ponto de vista da saúde pública, a capacidade funcional que, muitas vezes, irá viver mais 10 ou 20 anos, requerendo
surge como um novo conceito de saúde, mais adequado uma atenção que, não raro, envolve leitos hospitalares e
para instrumentalizar e operacionalizar a atenção à saúde institucionais, procedimentos diagnósticos caros e sofisti-
do idoso. Ações preventivas, assistenciais e de reabilitação cados, bem como o consenso frequente de uma equipe
devem objetivar a melhoria da capacidade funcional ou, no multiprofissional e interdisciplinar, capaz de fazer frente à
mínimo, a sua manutenção e, sempre que possível, a recu- problemática multifacetada do idoso.
peração desta capacidade que foi perdida pelo idoso. Tra- Dentro desse contexto é que são estabelecidas novas
ta-se, portanto, de um enfoque que transcende o simples prioridades dirigidas a esse grupo populacional, que deve-
diagnóstico e tratamento de doenças específicas. rão nortear as ações em saúde nesta virada de século.
A promoção do envelhecimento saudável e a manu- Propósito
tenção da máxima capacidade funcional do indivíduo que
envelhece pelo maior tempo possível – foco central desta Como se pode depreender da análise apresentada no
Política –, significa a valorização da autonomia ou autode- capítulo anterior, o crescimento demográfico da população
terminação e a preservação da independência física e men- idosa brasileira exige a preparação adequada do País para
tal do idoso. Tanto as doenças físicas quanto as mentais atender às demandas das pessoas na faixa etária de mais
podem levar à dependência e, consequentemente, à perda de 60 anos de idade. Essa preparação envolve diferentes
da capacidade funcional. aspectos que dizem respeito desde a adequação ambiental
Na análise da questão relativa à reabilitação da capaci- e o provimento de recursos materiais e humanos capacita-
dade funcional, é importante reiterar que a grande maioria dos, até a definição e a implementação de ações de saúde
dos idosos desenvolve, ao longo da vida, algum tipo de específicas.
doença crônica decorrente da perda continuada da função Acresce-se, por outro lado, a necessidade de a socie-
de órgãos e aparelhos biológicos. Essa perda de função dade entender que o envelhecimento de sua população é
pode ou não levar a limitações funcionais que, por sua vez, uma questão que extrapola a esfera familiar e, portanto,
podem gerar incapacidades, conduzindo, em última ins- a responsabilidade individual, para alcançar o âmbito pú-
tância, à dependência da ajuda de outrem ou de equipa- blico, neste compreendido o Estado, as organizações não
mentos específicos para a realização de tarefas essenciais à governamentais e os diferentes segmentos sociais.
sobrevivência no dia a dia. Nesse sentido, a presente Política Nacional de Saú-
Estudos populacionais revelam que cerca de 40% dos de do Idoso tem como propósito basilar a promoção do
indivíduos com 65 anos ou mais de idade precisam de al- envelhecimento saudável, a manutenção e a melhoria, ao
gum tipo de ajuda para realizar pelo menos uma tarefa do máximo, da capacidade funcional dos idosos, a prevenção
tipo fazer compras, cuidar das finanças, preparar refeições de doenças, a recuperação da saúde dos que adoecem e a
e limpar a casa. Uma parcela menor, mas significativa – 10% reabilitação daqueles que venham a ter a sua capacidade
–, requer auxílio para realizar tarefas básicas, como tomar funcional restringida, de modo a garantir-lhes permanência
banho, vestir-se, ir ao banheiro, alimentar-se e, até, sentar no meio em que vivem, exercendo de forma independente
e levantar de cadeiras e camas (Ramos, L. R. e cols., 1993). suas funções na sociedade.
É imprescindível que, na prestação dos cuidados aos ido- Para tanto, nesta Política estão definidas as diretrizes
sos, as famílias estejam devidamente orientadas e relação que devem nortear todas as ações no setor saúde, e indi-
às atividades de vida diária (AVDs). cadas às responsabilidades institucionais para o alcance do
Tanto a dependência física quanto a mental constituem propósito acima explicitado. Além disso, orienta o processo
fatores de risco significativos para mortalidade, mais rele- contínuo de avaliação que deve acompanhar o desenvolvi-
vantes até que as próprias doenças que levaram à depen- mento da Política Nacional de Saúde do Idoso, mediante o
dência, visto que nem todo doente torna-se dependente, qual deverá ser possível os eventuais redimensionamentos
conforme revelam estudos populacionais de segmentos de que venham a ser ditados pela prática.
idosos residentes em diferentes comunidades (Ramos, L. R. A implementação desta Política compreende a defi-
e cols., 1993). No entanto, nem todo dependente perde sua nição e ou readequação de planos, programas, projetos e
autonomia e, neste sentido, a dependência mental deve ser atividades do setor saúde, que direta ou indiretamente se
objeto de atenção especial, na medida em que leva, com relacionem com o seu objeto.
muito mais frequência, à perda de autonomia. O esforço conjunto de toda a sociedade, aqui preco-
Doenças como depressão e demência já estão, em nizado, implica o estabelecimento de uma articulação per-
todo mundo, entre as principais causas de anos vividos manente que, no âmbito do SUS, envolve a construção de
com incapacidade, exatamente por conduzirem à perda da contínua cooperação entre o Ministério da Saúde e as Se-
independência e, quase que necessariamente, à perda da cretarias Estaduais e Municipais de Saúde.
autonomia.

122
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Diretrizes As ações de prevenção envolvidas no primeiro nível


estarão centradas na aplicação de vacinas, medida já con-
Para o alcance do propósito desta Política Nacio- solidada para a infância, mas com prática ainda limitada e
nal de Saúde do Idoso, são definidas como diretrizes recente entre idosos.
essenciais: Deverão ser aplicadas as vacinas contra o tétano, a
pneumonia pneumocócica e a influenza, que representam
• a promoção do envelhecimento saudável; problemas sérios entre os idosos no Brasil e que são as
• a manutenção da capacidade funcional; preconizadas pela Organização Mundial da Saúde – OMS –
• a assistência às necessidades de saúde do idoso; para este grupo populacional.
• a reabilitação da capacidade funcional comprometida; A grande maioria das hospitalizações para o tratamen-
• a capacitação de recursos humanos especializados; to do tétano ocorre em indivíduos acima dos 60 anos de
• o apoio ao desenvolvimento de cuidados informais; idade. Nesse sentido, essa população será estimulada a
• o apoio a estudos e pesquisas. fazer doses de reforço da vacina antitetânica a cada dez
anos, tendo em vista a sua comprovada efetividade, a qual
Promoção do Envelhecimento Saudável alcança quase os 100%.
As pneumonias, em especial a de origem pneumocó-
O cumprimento dessa diretriz compreenderá o desen- cica, estão entre as patologias infecciosas que mais trazem
volvimento de ações que orientem os idosos e os indiví- riscos à saúde dos idosos, com altas taxas de internação,
duos em processo de envelhecimento quanto à importân- além de alta letalidade nesta faixa etária. São apontadas
cia da melhoria constante de suas habilidades funcionais, como fatores de descompensação funcional de piora dos
mediante a adoção precoce de hábitos saudáveis de vida e quadros de insuficiência cardíaca, desencadeadoras de
a eliminação de comportamentos nocivos à saúde. edema agudo de pulmão e fonte de deterioração nos qua-
Entre os hábitos saudáveis, deverão ser destacados, por dros de doenças pulmonares obstrutivas crônicas. Levando
exemplo, a alimentação adequada e balanceada; a prática em conta as recomendações técnicas atuais, a vacina antip-
regular de exercícios físicos; a convivência social estimulan- neumocócica deverá ser administrada em dose única nos
te; e a busca, em qualquer fase da vida, de uma atividade indivíduos idosos.
ocupacional prazerosa e de mecanismos de atenuação do Embora vista como enfermidade trivial, a influenza – ou
estresse. Em relação aos hábitos nocivos, merecerão desta- gripe –, no grupo dos idosos, pode trazer consequências
que o tabagismo, o alcoolismo e a automedicação. graves, levando a processos pneumônicos ou, ainda, à que-
Tais temas serão objeto de processos educativos e in- bra do equilíbrio, já instável, destes indivíduos, portadores
formativos continuados, em todos os níveis de atuação do de patologias crônicas não transmissíveis. A vacina antigri-
SUS, com a utilização dos diversos recursos e meios dispo- pal deverá ser aplicada em todos os idosos, pelo menos
níveis, tais como: distribuição de cartilhas e folhetos, bem duas semanas antes do início do inverno ou do período das
como o desenvolvimento de campanhas em programas chuvas nas regiões mais tropicais.
populares de rádio; veiculação de filmetes na televisão; No segundo nível da manutenção da capacidade fun-
treinamento de agentes comunitários de saúde e profis- cional, além do reforço das ações dirigidas à detecção pre-
sionais integrantes da estratégia de saúde da família para, coce de enfermidades não transmissíveis – como a hiper-
no trabalho domiciliar, estimular os cidadãos na adoção de tensão arterial, a diabetes milito e a osteoporose –, deverão
comportamentos saudáveis. ser introduzidas as novas medidas, de que são exemplos
Ênfase especial será dada às orientações dos idosos e aquelas dirigidas ao hipotireoidismo subclínico – ainda
seus familiares quanto aos riscos ambientais, que favore- pouco usuais e carentes de sistematização –, mediante o
cem quedas e que podem comprometer a capacidade fun- desenvolvimento de atividades específicas, entre as quais
cional destas pessoas. Deverão ser garantidas aos idosos, destacam se:
assim como aos portadores de deficiência, condições ade- • antecipação de danos sensoriais, com o rastreio pre-
quadas de acesso aos espaços públicos, tais como rampas, coce de danos auditivos, visuais e propioceptivos;
corrimões e outros equipamentos facilitadores. • utilização dos protocolos próprios para situações co-
muns entre os idosos, tais como riscos de queda, alterações
Manutenção da Capacidade Funcional do humor e perdas cognitivas;
• prevenção de perdas dentárias e de outras afecções
Ao lado das medidas voltadas à promoção de hábi- da cavidade bucal;
tos saudáveis, serão promovidas ações que visem à pre- • prevenção de deficiências nutricionais;
venção de perdas funcionais, em dois níveis específicos: • avaliação das capacidades e habilidades funcionais
no ambiente domiciliar, com vistas à prevenção de perda
• prevenção de agravos à saúde; de independência e autonomia;
• detecção precoce de problemas de saúde potenciais • prevenção do isolamento social, com a criação ou uso
ou já instalados, cujo avanço poderá pôr em risco as habi- de oportunidades sociais, como clubes, grupos de convi-
lidades e a autonomia dos idosos. vência, associação de aposentados etc.

123
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

A operacionalização da maioria dessas medidas dar- Finalmente, a orientação terapêutica, incluindo mu-
se-á nas próprias unidades de saúde, com suas equipes danças de estilo de vida, deverá possibilitar que a consulta
mínimas tradicionais, às quais deverão ser incorporados os geriátrica enfrente os problemas identificados, levando a al-
agentes de saúde ou visitadores, além do estabelecimento guma forma de alívio e atenuação do impacto funcional. Ao
de parcerias nas ações integrantes da estratégia de saúde mesmo tempo, o médico deverá evitar excessos na prescri-
da família e outras congêneres. Além disso, na implemen- ção e uso de fármacos com elevado potencial iatrogênico.
tação dessa diretriz, buscar-se-á o engajamento efetivo dos A orientação terapêutica compreenderá, sempre que
grupos de convivência, com possibilidades tanto terapêuti- necessário, informações aos pacientes e seus acompanhan-
cas e preventivas, quanto de lazer. tes sobre as medidas de prevenção dos agravos à saúde e
acerca das ações de reabilitação precoce – ou “preventiva”
Assistência às necessidades de saúde do idoso – e corretiva, levando em conta, da melhor maneira possí-
vel, o ambiente em que vivem e as condições sociais que
dispõem.
A prestação dessa assistência basear-se-á nas orienta-
Já no âmbito hospitalar, a assistência a esse grupo po-
ções abaixo descritas, as quais compreendem os âmbitos
pulacional deverá considerar que a idade é um indicador
ambulatorial, hospitalar e domiciliar.
precário na determinação das características especiais do
No âmbito ambulatorial, a consulta geriátrica constitui-
idoso enfermo hospitalizado.
rá a base dessa assistência. Para tal, deverá ser estabelecido Nesse sentido, o estado funcional constituirá o parâ-
um modelo específico, de modo a alcançar-se um impacto metro mais fidedigno para o estabelecimento de critérios
expressivo na assistência, em particular na redução das ta- específicos de atendimento.
xas de internação hospitalar e em clínicas de repouso – e Assim, os pacientes classificados como totalmente de-
mesmo asilos –, bem como a diminuição da demanda aos pendentes constituirão o grupo mais sujeito a internações
serviços de emergência e aos ambulatórios de especiali- prolongadas, reinternações sucessivas e de pior prognósti-
dades. A consulta geriátrica deverá ser fundamentada na co e que, por isso, se enquadram no conceito de vulnerabi-
coleta e no registro de informações que possam orientar lidade. Os serviços de saúde deverão estar preparados para
o diagnóstico a partir da caracterização de problemas e identificar esses pacientes, provendo-lhes uma assistência
o tratamento adequado, com a utilização rotineira de es- diferenciada.
calas de rastreamento para depressão, perda cognitiva e Essa assistência será pautada na participação de outros
avaliação da capacidade funcional, assim como o correto profissionais, além de médicos e enfermeiros, tais como
encaminhamento para a equipe multiprofissional e inter- fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas
disciplinar. ocupacionais, fonoaudiólogos, dentistas e nutricionistas.
Considerando que a qualidade da coleta de dados Dessa forma, a disponibilidade de equipe mínima, que deve
apresenta dificuldades peculiares a esse grupo etário, em incluir obrigatoriamente um médico com formação em ge-
decorrência de elevado índice de morbidade, apresenta- riatria, de equipamentos e de serviços adequados, será pré
ções atípicas de doenças e pela chance aumentada de ia- -requisito para as instituições públicas estatais ou privadas
trogenia, o modelo de consulta a ser estabelecido pautar- – conveniadas ou contratadas pelo SUS –, que prestarem
se-á pela abrangência, sensibilidade diagnostica e orienta- assistência a idosos dependentes internados.
ção terapêutica, nesta incluídas ações não farmacológicas. Idosos com graves problemas de saúde, sem possibili-
A abrangência do modelo de consulta geriátrica com- dade de recuperação ou de recuperação prolongada, pode-
preenderá a incorporação de informações que permitam a rão demandar internação hospitalar de longa permanência;
identificação de problemas não apenas relacionados aos forma esta definida na Portaria N.º 2.413, editada em 23
de março de 1998. No entanto, esses pacientes deverão ser
sistemas cardiorrespiratório, digestivo, hematológico e en-
submetidos à tentativa de reabilitação antes e durante a
dócrino-metabólico, como, também, aos transtornos neu-
hospitalização, evitando-se que as enfermarias sejam trans-
ropsiquiátricos, nos aparelhos locomotor e geniturinário.
formadas em locais de acomodação para pacientes idosos
Essa forma de consulta deverá possibilitar a sensibili-
com problemas de saúde não resolvidos e, por conseguinte,
zação do profissional para questões sociais eventualmente aumentando a carga de sofrimento do próprio idoso, bem
envolvidas no bem-estar do paciente. como o aumento dos custos dos serviços de saúde.
Por sua vez, a sensibilidade diagnóstica deverá implicar Entre os serviços alternativos à internação prolongada,
a capacidade de motivar a equipe para a busca de pro- deverá estar incluída, obrigatoriamente, a assistência do-
blemas de elevada prevalência, que não são comumente miciliar. A adoção de tal medida constituirá estratégia im-
diagnosticados, como por exemplo: doenças tireoidianas, portante para diminuir o custo da internação, uma vez que
doença de Parkinson, hipotensão ortostática, incontinência assistência domiciliar é menos onerosa do que a internação
urinária, demências e depressões. É importante que infor- hospitalar. O atendimento ao idoso enfermo, residente em
mações relacionadas a glaucoma, catarata e hipoacusia se- instituições – como, por exemplo, asilos –, terá as mesmas
jam coletadas. A possibilidade de iatrogenia sempre deverá características da assistência domiciliar Deverá ser estimu-
ser considerada. lada, por outro lado, a implantação do hospital-dia geriátri-
co, uma forma intermediária de atendimento entre a inter-
nação hospitalar e a assistência domiciliar. Esse serviço terá

124
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

como objetivo viabilizar a assistência técnica adequada Na definição e na implementação das ações, será leva-
para pacientes cuja necessidade terapêutica – hidratação, do em conta que, na realidade, as causas de dependência
uso de medicação endovenosa, quimioterapia e reabilita- são, em sua maioria, evitáveis e, em muitos casos, rever-
ção – e de orientação para cuidadores não justificarem a síveis por intermédio de técnicas de reabilitação física e
permanência em hospital. mental, tão mais efetivas quanto mais precocemente forem
Tal medida não poderá ser encarada como justificativa instituídas.
para o simples aumento do tempo de internação. Contudo, Além da necessidade de prevenir as doenças crônicas
a internação de idosos em UTI, em especial daqueles com que acometem aos que envelhecem, procurar-se-á, acima
idade igual ou superior a 75 anos, deverá obedecer rigoro- de tudo, evitar que estas enfermidades alijem o idoso do
samente os critérios adotados em todas as faixas etárias, de convívio social, comprometendo sua autonomia.
potencial de reversibilidade do estado clínico e não a sua No conjunto de ações que devem ser implementa-
gravidade, quando reconhecidamente irrecuperável. das nesse âmbito, estão aquelas relacionadas à reabilita-
A implantação de forma diferenciada de assistência ao ção mediante a prescrição adequada e o uso de órteses e
idoso dependente será gradual, priorizando-se hospitais próteses como, por exemplo, óculos, aparelhos auditivos,
universitários e públicos estatais. próteses dentárias e tecnologias assistivas (como andador,
Uma questão que deverá ser considerada refere-se ao bengala, etc.).
fato de que o idoso tem direito a um atendimento prefe- Essas e as outras ações que vierem a ser definidas de-
rencial nos órgãos estatais e privados de saúde (ambulató- verão estar disponíveis em todos os níveis de atenção ao
rios, hospitais, laboratórios, planos de saúde, entre outros), idoso, principalmente nos postos e centros de saúde, com
na conformidade do que estabelece a Lei N.º 8.842/94, em vistas à detecção precoce e o tratamento de pequenas li-
seu Art. 4º, inciso VIII, e o Art. 17, do Decreto N.º 1.948/96, mitações funcionais capazes de levar a uma grave depen-
que a regulamentou. O idoso terá também uma autoriza- dência.
ção para acompanhante familiar em hospitais públicos e A detecção precoce e o tratamento de pequenas limi-
privados – conveniados ou contratados – pelo SUS. tações funcionais, potenciais causas de formas graves de
Na relação entre o idoso e os profissionais de saúde, dependência, integrarão as atribuições dos profissionais
um dos aspectos que deverá sempre ser observado diz res- e técnicos que atuam nesses níveis de atenção, e deverão
peito à possibilidade de maus-tratos, quer por parte da fa- ser alvo de orientação aos cuidadores dos idosos para que
mília, quer por parte do cuidador ou mesmo destes profis- possam colaborar com os profissionais da saúde, sobretu-
sionais. É importante que o idoso saiba identificar posturas do na condição de agentes facilitadores, tanto na observa-
e comportamentos que significam maus-tratos, bem como ção de novas limitações, quanto no auxílio ao tratamento
os fatores de risco neles envolvidos. Esses maus- tratos po- prescrito.
dem ser por negligência – física, psicológica ou financeira –,
por abuso – físico, psicológico ou financeiro – ou por viola- Capacitação de recursos humanos especializados
ção dos direitos pessoais. O profissional de saúde, o idoso
e a família, quando houver indícios de maus-tratos, deverá O desenvolvimento e a capacitação de recursos hu-
denunciar a sua suspeita às autoridades competentes. manos constituem diretriz que perpassará todas as demais
Considerando que a vulnerabilidade à perda de capa- definidas nesta Política, configurando mecanismo privile-
cidade está ligada a aspectos socioeconômicos, atenção giado de articulação Inter setorial, de forma que o setor
especial deverá ser concedida aos grupos de idosos que saúde possa dispor de pessoal em qualidade e quantidade
estão envelhecendo em condições mais desfavoráveis, adequadas, e cujo provimento é de responsabilidade das
de que são exemplos aqueles residentes na periferia dos três esferas de governo.
grandes centros urbanos e os que vivem nas zonas rurais Esse componente deverá merecer atenção especial, so-
desprovidas de recursos de saúde e assistência social, onde bretudo no tocante ao que define a Lei N.º 8.080/90, em
também se observa uma intensa migração da população seu Art. 14 e parágrafo único, nos quais está estabelecido
jovem. que a formação e a educação continuada contemplarão
ação Inter setorial articulada. A lei estabelece, como meca-
Reabilitação da capacidade funcional comprometi- nismo fundamental, a criação de comissão permanente de
da. integração entre os serviços de saúde e as instituições de
ensino profissional e superior, com a finalidade de “propor
As ações nesse contexto terão como foco especial a prioridades, métodos e estratégias”.
reabilitação precoce, mediante a qual buscar-se-á preve- O trabalho articulado com o Ministério da Educação e
nir a evolução e recuperar a perda funcional incipiente, de as instituições de ensino superior deverão ser viabilizados
modo a evitar-se que as limitações da capacidade funcional por intermédio dos Centros Colaboradores de Geriatria e
possam avançar e que aquelas limitações já avançadas pos- Gerontologia tendo em vista a capacitação de recursos hu-
sam ser amenizadas. Esse trabalho envolverá as práticas de manos em saúde de acordo com as diretrizes aqui fixadas.
um trabalho multiprofissional de medicina, enfermagem, Os Centros Colaboradores de Geriatria e Gerontologia
fisioterapia, terapia ocupacional, nutrição, fonoaudiologia, serão, preferencialmente, localizados em instituições de
psicologia e serviço social. ensino superior e terão atribuições específicas, conforme
as características de cada instituição. A indicação desses

125
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Centros deverá ser estabelecida pelo Ministério da Saúde, O modelo de cuidados domiciliares, antes restrito à
de acordo com as necessidades identificadas no processo esfera privada e à intimidade das famílias, não poderá ter
de implantação desta Política Nacional No âmbito da exe- como única finalidade baratear custos ou transferir respon-
cução de ações, de forma mais específica, a capacitação sabilidades. A assistência domiciliar aos idosos cuja capa-
buscará preparar os recursos humanos para a operacio- cidade funcional está comprometida demanda orientação,
nalização de um elenco básico de atividades, que incluirá, informação e assessoria de especialistas.
entre outras, a prevenção de perdas, a manutenção e a re- Para o desempenho dos cuidados a um idoso depen-
cuperação da capacidade funcional da população idosa e dente, as pessoas envolvidas deverão receber dos profissio-
o controle dos fatores que interferem no estado de saúde nais de saúde os esclarecimentos e as orientações neces-
desta população. sárias, inclusive em relação à doença crônico-degenerativa
A capacitação de pessoal para o planejamento, coor- com a qual está eventualmente lidando, bem como infor-
denação e avaliação de ações deverá constituir as bases mações sobre como acompanhar o tratamento prescrito.
para o desenvolvimento do processo contínuo de articula- Essas pessoas deverão, também, receber atenção mé-
ção com os demais setores, cujas ações estão diretamente dica pessoal, considerando que a tarefa de cuidar de um
relacionadas com o idoso no âmbito do setor saúde. adulto dependente é desgastante e implica riscos à saúde
Essa capacitação será promovida pelos Centros Colabo- do cuidador. Por conseguinte, a função de prevenir perdas
radores de Geriatria e Gerontologia, os quais terão a função e agravos à saúde abrangerá, igualmente, a pessoa do cui-
específica de capacitar os profissionais para prestar a devi- dador.
da cooperação técnica demandada pelas demais esferas de Assim, a parceria entre os profissionais de saúde e as
gestão, no sentido de uniformizar conceitos e procedimen- pessoas que cuidam dos idosos deverá possibilitar a sis-
tos que se tornarão indispensáveis para a efetivação desta tematização das tarefas a serem realizadas no próprio do-
Política Nacional de Saúde do Idoso, bem como para o seu micílio, privilegiando-se aquelas relacionadas à promoção
processo contínuo de avaliação e acompanhamento. da saúde, à prevenção de incapacidades e à manutenção
da capacidade funcional do idoso dependente e do seu
Apoio ao Desenvolvimento de Cuidados Informais cuidador, evitando-se, assim, na medida do possível, hos-
pitalizações, asilamentos e outras formas de segregação e
Nesse âmbito, buscar-se-á desenvolver uma parceria isolamento.
entre os profissionais da saúde e as pessoas próximas aos Dessa parceria, deverão resultar formas mais efetivas
idosos, responsáveis pelos cuidados diretos necessários e eficazes de manutenção e de recuperação da capacida-
às suas atividades da vida diária e pelo seguimento das de funcional, assim como a participação mais adequada das
orientações emitidas pelos profissionais. Tal parceria, como pessoas envolvidas com alguém em processo de envelhe-
mostram estudos e pesquisas sobre o envelhecimento em cimento com dependência. O estabelecimento dessa ação
dependência, configura a estratégia mais atual e menos integrada será realizado por meio de orientações a serem
onerosa para manter e promover a melhoria da capacidade prestadas pelos profissionais de saúde, do intercâmbio de
funcional das pessoas que se encontram neste processo. informações claras e precisas sobre diagnósticos e tratamen-
Nos países aonde o envelhecimento da população tos, bem como relatos de experiências entre pessoas que
vem ocorrendo há mais tempo, convencionou-se que há estão exercitando o papel de cuidar de idoso dependente.
cuidados formais e informais na atenção às pessoas que
envelheceram e que, de alguma forma, perderam a sua ca- Apoio a Estudos e Pesquisas
pacidade funcional. Os sistemas formais de cuidados são
integrados por profissionais e instituições, que realizam Esse apoio deverá ser levado a efeito pelos Centros Co-
este atendimento sob a forma de prestação de serviço. laboradores de Geriatria e Gerontologia, resguardadas, nas
Dessa forma, os cuidados são prestados por pessoa ou áreas de conhecimento de suas especialidades, as particu-
agências comunitárias contratadas para tal. Já os sistemas laridades de cada um.
informais são constituídos por pessoas da família, amigos Esses Centros deverão se equipar, com o apoio finan-
próximos e vizinhos, frequentemente mulheres, que exer- ceiro das agências de ciência e tecnologia regionais e ou
cem tarefas de apoio e cuidados voluntários para suprir a federais, para organizar o seu corpo de pesquisadores e
incapacidade funcional do seu idoso. atuar em uma ou mais de uma linha de pesquisa. Tais gru-
Na cultura brasileira, são essas pessoas que assumem pos incumbir-se-ão de gerar informações com o intuito de
para si as funções de provedoras de cuidados diretos e pes- subsidiar as ações de saúde dirigidas à população de mais
soais. O papel de mulher cuidadora na família é normativo, de 60 anos de idade, em conformidade com esta Política.
sendo quase sempre esperado que ela assuma tal papel. Os Caberá ao Ministério da Saúde e ao Ministério Ciência Tec-
responsáveis pelos cuidados diretos aos seus idosos doen- nologia, em especial, o papel de articuladores, com vistas a
tes ou dependentes geralmente residem na mesma casa garantir a efetividade de ações programadas de estudos e
e se incumbem de prestar a ajuda necessária ao exercício pesquisas desta Política Nacional de Saúde do Idoso.
das atividades diárias destes idosos, tais como higiene pes- As linhas de pesquisa deverão concentrar-se em quatro
soal, medicação de rotina, acompanhamento aos serviços grandes tópicos de produção de conhecimentos sobre o
de saúde ou outros serviços requeridos no cotidiano, por envelhecimento no Brasil, contemplando as particularida-
exemplo ida a bancos ou farmácias. des de gênero e extratos sociais nas zonas urbanas e rurais.

126
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

O primeiro tópico refere-se a estudos de perfil do ido- Articulação Intersetorial


so, nas diferentes regiões do País, e prevalência de proble-
mas de saúde, incluindo dados sociais, nas formas de assis- No âmbito federal, o Ministério da Saúde buscará esta-
tência e seguridade, situação financeira e apoios formais e belecer, em especial, articulação com as instâncias a seguir
informais. Nesse contexto, será estimulada a sistematização apresentadas, para as quais estão identificadas as medidas
das informações produzidas pelos Centros Colaboradores essenciais, segundo as suas respectivas competências.
de Geriatria e Gerontologia, em articulação com os dados
das agências governamentais, particularmente aquelas que Ministério da Educação
lidam com estudos demográficos e populacionais. A parceria com esse Ministério buscará, sobretudo:
No segundo tópico, deverão estar concentrados estu-
dos visando a avaliação da capacidade funcional; preven- • a difusão, junto às instituições de ensino e seus alunos,
ção de doenças, vacinações; estudos de seguimento; e de- de informações relacionadas à promoção da saúde dos ido-
senvolvimento de instrumentos de rastreamento. sos e à prevenção ou recuperação de suas incapacidades;
O terceiro tópico diz respeito aos estudos de mode- • a adequação de currículos, metodologias e material
los de cuidado, na assessoria para a implementação e no didático de formação de profissionais na área da saúde, vi-
acompanhamento e na avaliação das intervenções. sando o atendimento das diretrizes fixadas nesta Política;
O quarto tópico concentrar-se-á em estudos sobre a • o incentivo à criação de Centros Colaboradores de
hospitalização e alternativas de assistência hospitalar, com Geriatria e Gerontologia nas instituições de ensino supe-
vistas à maior eficiência e à redução dos custos no ambien- rior, que deverão atuar de forma integrada com o SUS e
te hospitalar. Para tal, a padronização de protocolos para os órgãos estaduais e municipais de assistência social, me-
procedimentos clínicos, exames complementares mais so- diante o estabelecimento de referência e contra referência
fisticados e medicamentos deverão constituir pontos prio- de ações e serviços para o atendimento integral dos idosos
ritários. e a capacitação de equipes multiprofissionais e interdis-
Comporão, ainda, esse último tópico estudos sobre ciplinares, visando a qualificação contínua do pessoal de
orientação e cuidados aos idosos, alta hospitalar e diferen- saúde nas áreas de gerência, planejamento, pesquisa e as-
tes alternativas de assistência – como assistência domiciliar, sistência ao idoso;
centro-dia, já utilizados em outros países –, bem como in- • o estímulo e apoio à realização de estudos que con-
vestigações acerca de formas de articulação de informa- templem as quatro linhas de pesquisa definidas como prio-
ções básicas em geriatria e gerontologia para os profissio- ritárias por esta Política, visando o desenvolvimento de um
nais de todas as especialidades. sistema de informação sobre esta população, que subsidie
Responsabilidades Institucionais o planejamento, execução e avaliação das ações de promo-
ção, proteção, recuperação e reabilitação;
Caberá aos gestores do SUS, de forma articulada e na • a discussão e a readequação de currículos e progra-
conformidade de suas atribuições comuns e específicas, mas de ensino nas instituições de ensino superior abertas
prover os meios e atuar de modo a viabilizar o alcance do para a terceira idade, consoantes às diretrizes fixadas nesta
propósito desta Política Nacional de Saúde do Idoso, que Política.
é a promoção do envelhecimento saudável, a manutenção
e a melhoria, ao máximo, da capacidade funcional dos ido- Ministério da Previdência e Assistência Social
sos, a prevenção de doenças, a recuperação da saúde dos
que adoecem e a reabilitação daqueles que venham a ter a A parceria buscará principalmente:
sua capacidade funcional restringida.
Considerando, por outro lado, as diretrizes aqui defini- • a realização de estudos e pesquisas epidemiológicas,
das para a consecução do propósito fixado, cuja observân- junto aos seus segurados, relativos às doenças e agravos
cia implica o desenvolvimento de um amplo conjunto de mais prevalentes nesta faixa etária, sobretudo quanto aos
ações, entre as quais figurarão aquelas compreendidas no seus impactos no indivíduo, na família, na sociedade, na
processo de promoção da saúde e que, por isso mesmo, previdência social e no setor saúde;
irão requerer o compartilhamento de responsabilidades • a elaboração de programa de trabalho conjunto di-
específicas tanto no âmbito interno do setor saúde, quanto recionado aos idosos segurados, consoante às diretrizes
no contexto de outros setores. fixadas nesta Política.
Nesse sentido, os gestores do SUS deverão estabele- • Secretaria de Estado da Assistência Social
cer, em suas respectivas áreas de abrangência, processos • A parceria com essa Secretaria terá por finalidade
de articulação permanente, visando o estabelecimento principalmente:
de parcerias e a integração institucional que viabilizem a • a difusão, junto aos seus serviços e àqueles sob a sua
consolidação de compromissos multilaterais efetivos. Será supervisão, de informações relativas à preservação da saú-
buscado, igualmente, a participação de diferentes segmen- de e à prevenção ou recuperação de incapacidades;
tos da sociedade, que estejam direta ou indiretamente re- • a adequação, na conformidade das diretrizes aqui es-
lacionadas com a presente Política. tabelecidas, de seus cursos de treinamento ou capacitação
de profissionais que atuam nas unidades próprias, conve-
niadas ou sob a sua supervisão;

127
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

• a promoção da formação e o acompanhamento de Ministério da Justiça


grupos de autoajuda aos idosos, referentes às doenças e
agravos mais comuns nesta faixa etária; Com esse Ministério, a parceria terá por finalidade a
• o apoio à criação de Centros Colaboradores de Geria- promoção e a defesa dos direitos da pessoa idosa, no to-
tria e Gerontologia nas instituições de ensino superior, que cante às questões de saúde, mediante o acompanhamento
devem atuar de forma integrada com o SUS e os órgãos es- da aplicação das disposições contidas na Lei N.º 8.842/94 e
taduais e municipal de assistência social, mediante o estabe- seu regulamento (Decreto N.º 1.948/96).
lecimento de referência e contra referência de ações e servi-
ços para o atendimento integral de idosos e o treinamento Ministério do Esporte e Turismo
de equipes multiprofissionais e interdisciplinares, visando a
capacitação contínua do pessoal de saúde nas áreas de ge- Essa parceria buscará, em especial, a elaboração, a im-
rência, planejamento, pesquisa e assistência ao idoso; plementação e o acompanhamento de programas espor-
• o apoio à realização de estudos epidemiológicos para tivos e de exercícios físicos destinados às pessoas idosas,
detecção dos agravos à saúde da população idosa, visando bem como de turismo que propiciem a saúde física e men-
o desenvolvimento de sistema de informação sobre esta tal deste grupo populacional.
população, destinado a subsidiar o planejamento, a execu-
ção e a avaliação das ações de promoção, proteção, recu- Ministério da Ciência e Tecnologia
peração e reabilitação;
• a promoção da observância das normas relativas à Buscar-se-á, por intermédio do Conselho Nacional de
criação e ao funcionamento de instituições gerontológicas Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq –, o fo-
e similares, nas unidades próprias e naquelas sob a sua su- mento à pesquisa na área de geriatria e gerontologia con-
pervisão. templando, preferencialmente, as linhas de estudo defini-
das nesta Política.
Ministério do Trabalho e Emprego
Responsabilidades do Gestor Federal – Ministério
• Com esse Ministério, a parceria a ser estabelecida vi- da Saúde
sará, em especial:
• a elaboração e a implementação de programas de • Implementar, acompanhar e avaliar a operacionaliza-
preparo para futuros aposentados nos setores públicos e ção desta Política Nacional de Saúde do Idoso, bem como
privados; os planos, programas, projetos e atividades dela decorren-
• a melhoria das condições de emprego do idoso, com- tes.
preendendo: a eliminação das discriminações no mercado • Promover a revisão e o aprimoramento das normas
de trabalho e a criação de condições que permitam a in- de funcionamento de instituições geriátricas e similares
serção do idoso na vida socioeconômica das comunidades. (Portaria 810/89).
• Elaborar e acompanhar o cumprimento de normas
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano relativas aos serviços geriátricos hospitalares.
• Designar e apoiar os Centros Colaboradores de Ge-
Será estabelecida a parceria com essa Secretaria visan- riatria e Gerontologia, preferencialmente localizados em
do, entre outras: instituições de ensino superior envolvidos na capacitação
de recursos humanos em saúde do idoso e ou na produção
• a melhoria de condições de habitação e moradia, de material científico, bem como em pesquisa nas áreas
além da diminuição das barreiras arquitetônicas e urbanas prioritárias do envelhecimento e da atenção a este grupo
que dificultam ou impedem a manutenção e apoio à inde- populacional.
pendência funcional do idoso; • Apoiar estudos e pesquisas definidos como prioritá-
• a promoção de ações educativas dirigidas aos agen- rios nesta Política visando a ampliar o conhecimento sobre
tes executores e beneficiários de programas habitacionais o idoso e a subsidiar o desenvolvimento das ações decor-
quanto aos riscos ambientais à capacidade funcional dos rentes desta Política.
idosos. • Promover a cooperação das Secretarias Estaduais e
• o estabelecimento de previsão e a instalação de equi- Municipais de Saúde com os Centros Colaboradores de Ge-
pamentos comunitários públicos voltados ao atendimento riatria e Gerontologia com vistas à capacitação de equipes
da população idosa previamente identificada, residentes na multiprofissionais e interdisciplinares.
área de abrangência dos empreendimentos habitacionais • Promover a inclusão da geriatria como especialidade
respectivos; clínica, para efeito de concursos públicos.
• a promoção de ações na área de transportes urbanos • Criar mecanismos que vinculem a transferência de
que permitam e ou facilitem o deslocamento do cidadão recursos às instâncias estadual e municipal ao desenvol-
idoso, sobretudo aquele que já apresenta dificuldades de vimento de um modelo adequado de atenção à saúde do
locomoção, tais como elevatórias para acesso aos ônibus idoso.
na porta de hospitais, rampas nas calçadas, bancos mais • Estimular e apoiar a realização de pesquisas conside-
altos nas paradas de ônibus. radas estratégicas no contexto desta Política.

128
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

• Promover a disseminação de informações técnico- • Promover o fornecimento de medicamentos, próte-


científicas e de experiências exitosas referentes à saúde do ses e órteses necessários à recuperação e à reabilitação de
idoso. idosos.
• Promover a capacitação de recursos humanos para a • Estimular e viabilizar a participação de idosos nas ins-
implementação desta Política. tâncias de participação social.
• Promover a adoção de práticas, estilos e hábitos de • Estimular a formação de grupos de autoajuda e de
vida saudáveis, por parte dos idosos, mediante a mobiliza- convivência, de forma integrada com outras instituições
ção de diferentes segmentos da sociedade e por intermé- que atuam nesse contexto.
dio de campanhas publicitárias e de processos educativos • Criar e estimular a criação, na rede de serviços do
permanentes. SUS, de unidades de cuidados diurnos – hospital-dia, cen-
• Apoiar estados e municípios, a partir da análise de tro-dia – de atendimento domiciliar, bem como de outros
tendências, no desencadeamento de medidas visando a serviços alternativos para o idoso.
eliminação ou o controle de fatores de risco detectados.
• Prover o Sistema Nacional de Informação em Saúde
• Promover o fornecimento de medicamentos, órteses
com dados respectivos e análises relacionadas à situação
e próteses necessários à recuperação e à reabilitação do
de saúde e às ações dirigidas aos idosos.
idoso.
• Estimular a participação do idoso nas diversas instân-
cias de controle social do SUS. Responsabilidades do Gestor Municipal – Secretaria
• Estimular a formação de grupos de autoajuda e de Municipal de Saúde ou organismos correspondentes.
convivência, de forma integrada com outras instituições
que atuam nesse contexto. • Coordenar e executar as ações decorrentes das Polí-
• Estimular a criação, na rede de serviços do SUS, de ticas Nacional e Estadual, em seu respectivo âmbito, defi-
unidades de cuidados diurnos – hospital dia, centro-dia – nindo componentes específicos que devem ser implemen-
de atendimento domiciliar, bem como de outros serviços tados pelo município.
alternativos para o idoso. • Promover as medidas necessárias para integrar a pro-
gramação municipal à adotada pelo Estado, submetendo
Responsabilidades do Gestor Estadual – Secretaria -as à Comissão Inter gestores Biparti-te.
Estadual de Saúde • Promover articulação necessária com as demais ins-
tâncias do SUS visando o treinamento e a capacitação de
• Elaborar, coordenar e executar a política estadual de recursos humanos para operacionalizar, de forma produtiva
saúde do idoso, consoante a esta Política Nacional. e eficaz, o elenco de atividades específicas na área de saú-
• Promover a elaboração e ou adequação dos planos, de do idoso.
programas, projetos e atividades decorrentes desta Política. • Manter o provimento do Sistema Nacional de Infor-
• Promover processo de articulação entre os diferentes mação em Saúde com dados e análises relacionadas à si-
setores no Estado, visando a implementação da respectiva tuação de saúde e às ações dirigidas aos idosos.
política de saúde do idoso. • Promover a difusão de conhecimentos e recomen-
• Acompanhar o cumprimento de normas de funciona- dações sobre práticas, hábitos e estilos de vida saudáveis,
mento de instituições geriátricas e similares, bem como de junto à população de idosos, valendo-se, inclusive, da mo-
serviços hospitalares geriátricos. bilização da a comunidade.
• Estabelecer cooperação com os Centros Colaborado- • Criar e estimular a criação, na rede de serviços do
res de Geriatria e Gerontologia com vistas ao treinamento SUS, de unidades de cuidados diurnos – hospital-dia, cen-
de equipes multiprofissionais e interdisciplinares, e promo-
tro-dia – de atendimento domiciliar.
ver esta cooperação com as Secretarias Municipais de Saú-
• Estimular e apoiar a formação de grupos de autoaju-
de, de modo a capacitar recursos humanos necessários à
da e de convivência, de forma integrada com outras insti-
consecução da política estadual de saúde do idoso.
tuições que atuam nesse contexto.
• Promover a capacitação de recursos humanos neces-
sários à consecução da política estadual de saúde do idoso. • Realizar articulação com outros setores visando a
• Adequar os serviços de saúde com a finalidade do promoção a qualidade de vida dos idosos.
atendimento às necessidades específicas da população • Promover o acesso a medicamentos, órteses e pró-
idosa. teses necessários à recuperação e à reabilitação do idoso.
• Prestar cooperação técnica aos municípios na imple- • Aplicar, acompanhar e avaliar o cumprimento de nor-
mentação das ações decorrentes. mas de funcionamento de instituições geriátricas e simila-
• Apoiar propostas de estudos e pesquisas estrategi- res, bem como de serviços geriátricos da rede local.
camente importantes para a implementação, avaliação ou • Estimular e viabilizar a participação social de idosos
reorientação das questões relativas à saúde do idoso. nas diversas instâncias.
• Promover a adoção de práticas e hábitos saudáveis,
por parte dos idosos, mediante a mobilização de diferentes
segmentos da sociedade e por intermédio de campanhas
de comunicação.

129
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Acompanhamento e Avaliação Atividades de vida diária (AVDs): termo utilizado para


descrever os cuidados essenciais e elementares à manuten-
A operacionalização desta Política compreenderá a sis- ção do bem-estar do indivíduo, que compreende aspectos
tematização de processo contínuo de acompanhamento e pessoais como: banho, vestimenta, higiene e alimentação,
avaliação, que permita verificar o alcance de seu propósito e aspectos instrumentais como: realização de compras e
– e, consequentemente, o seu impacto sobre a saúde dos cuidados com finanças.
idosos –, bem como proceder a eventuais adequações que
se fizerem necessárias. Autodeterminação: capacidade do indivíduo poder
Esse processo exigirá a definição de critérios, parâme- exercer sua autonomia.
tros, indicadores e metodologia específicos, capazes de
evidenciar, também, a repercussão das medidas levadas a Autonomia: é o exercício da autodeterminação; indiví-
efeito por outros setores, que resultaram da ação articulada duo autônomo é aquele que mantém o poder decisório e o
preconizada nesta Política e que estão explicitadas no ca- controle sobre sua vida.
pítulo anterior deste documento, bem como a observância
dos compromissos internacionais assumidos pelo País em Capacidade funcional: capacidade de o indivíduo
relação à atenção aos idosos. manter as habilidades físicas e mentais necessárias para
É importante considerar que o processo de acompanha- uma vida independente e autônoma; a avaliação do grau
mento e avaliação referido será apoiado, sobretudo para a afe- de capacidade funcional é feita mediante o uso de instru-
rição de resultados no âmbito interno do setor, pelas informa- mentos multidimensionais.
ções produzidas pelos diferentes planos, programas, projetos,
ações e ou atividades decorrentes desta Política Nacional. Centros Colaboradores de Geriatria e Gerontologia:
Além da avaliação nos contextos anteriormente identi- centros localizados de preferência em instituições de ensi-
ficados, voltados principalmente para a verificação do im- no superior, que colaboram com o setor saúde, fundamen-
pacto das medidas sobre a saúde dos idosos, buscar-se-á talmente na capacitação de recursos humanos em saúde
investigar a repercussão desta Política na qualidade de vida
do idoso e ou na produção de material científico para tal fi-
deste segmento populacional.
nalidade, bem como em pesquisas nas áreas prioritárias do
Nesse particular, buscar-se-á igualmente conhecer em
envelhecimento e da atenção a este grupo populacional.
que medida a Política Nacional de Saúde do Idoso tem con-
tribuído para a concretização dos princípios e diretrizes do
Centro-dia: ambiente destinado ao idoso, que tem
SUS, na conformidade do Art. 7º, da Lei N.º 8.080/90, entre
como característica básica o incentivo à socialização e o
os quais, destacam-se aqueles relativos à integralidade da
desenvolvimento de ações de promoção e proteção da
atenção, à preservação da autonomia das pessoas e ao uso
saúde.
da epidemiologia no estabelecimento de prioridades (res-
pectivamente incisos II, III e VII). Paralelamente, deverá ser
observado, ainda, se: Cuidador: é a pessoa, membro ou não da família,
• potencial dos serviços de saúde e as possibilidades de que, com ou sem remuneração, cuida do idoso doente ou
utilização pelo usuário estão sendo devidamente divulga- dependente no exercício das suas atividades diárias, tais
dos junto à população de idosos; como alimentação, higiene pessoal, medicação de rotina,
• os planos, programas, projetos e atividades que ope- acompanhamento aos serviços de saúde ou outros servi-
racionalizam esta Política estão sendo desenvolvidos de for- ços requeridos no cotidiano – por exemplo, ida a bancos ou
ma descentralizada, considerando a direção única em cada farmácias –, excluídas as técnicas ou procedimentos iden-
esfera de gestão; tificados com profissões legalmente estabelecidas, particu-
• a participação dos idosos nas diferentes instâncias do larmente na área da enfermagem.
SUS está sendo incentivada e facilitada.
Deficiência: expressão de um processo patológico, na
Terminologia forma de uma alteração de função de sistemas, órgãos e
membros do corpo, que podem ou não gerar uma inca-
Ação terapêutica: processo de tratamento de um agra- pacidade.
vo à saúde por intermédio de medidas farmacológicas e
não farmacológicas, tais como: mudanças no estilo de vida, Demência: conceitua-se demência como uma síndro-
abandono de hábitos nocivos, psicoterapia, entre outros. me progressiva e irreversível, composta de múltiplas per-
AIH (Autorização de Internação Hospitalar): documen- das cognitivas adquiridas, que ocorrem na ausência de um
to de autorização e fatura de serviços hospitalares do SUS, estado de confusão mental aguda (ou seja, de uma desor-
que engloba o conjunto de procedimentos realizados em ganização súbita do pensamento). As funções cognitivas
regime de internação. que podem ser afetadas pela demência incluem a memó-
Assistência domiciliar: essa assistência engloba a vi- ria, a orientação, a linguagem, a práxis, a agnosia, as cons-
sitação domiciliar e cuidados domiciliares que vão desde truções, a prosódia e o controle executivo.
o fornecimento de equipamentos, até ações terapêuticas
mais complexas.

130
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Envelhecimento: a maioria dos autores o conceituam Reabilitação física: conjunto de procedimentos te-
como “uma etapa da vida em que há um comprometimen- rapêuticos físicos que visam adaptar ou compensar defi-
to da homeostase, isto é, o equilíbrio do meio interno, o ciências motoras (quando aplicadas a limitações insipientes
que fragilizaria o indivíduo, causando uma progressiva pode ser considerada reabilitação precoce ou “preventiva”).
vulnerabilidade do indivíduo perante a uma sobrecarga
fisiológica”. Rastreamento: um protocolo de aplicação rápida e
sistemática para detecção de problemas de saúde em uma
Envelhecimento saudável: é o processo de envelhe- determinada população.
cimento com preservação da capacidade funcional, auto-
nomia e qualidade de vida. Síndrome: conjunto de sinais e sintomas comuns a di-
versas enfermidades.
Geriatria: é o ramo da ciência médica voltado à pro-
moção da saúde e o tratamento de doenças e incapacida- Assistência de enfermagem na saúde da criança
des na velhice. Marcos do crescimento e do desenvolvimento

Gerontologia: área do conhecimento científico volta- O desenvolvimento da criança é o aumento da capacidade


do para o estudo do envelhecimento em sua perspectiva do indivíduo na realização de funções cada vez mais comple-
mais ampla, em que são levados em conta não somente os xas. Para uma definição mais completa e necessário diferen-
aspectos clínicos e biológicos, mas também as condições ciar as noções referentes ao crescimento e desenvolvimento:
psicológicas, sociais, econômicas e históricas. crescimento e o aumento do corpo, de ponto de vista
físico. Ele pode ser aumento de estatura ou de peso. A uni-
Dependência: é a condição que requer o auxílio de dade de medida dele vai ser o cm ou a grama. Os processos
pessoas para a realização de atividades do dia a dia Cen- básicos dele: aumento de tamanho celular (chamado de hi-
tros de convivência: locais destinados à permanência do pertrofia) ou aumento do numero das células (hiperplasia);
maturação e uma noção bem diferente – nesse caso,
idoso, em um ou dois turnos, onde são desenvolvidas ati-
trata-se de organização progressiva das estruturas mor-
vidades físicas, laborativas, recreativas, culturais, associati-
fológicas. Aqui entra: crescimento e diferenciação celular,
vas e de educação para a cidadania.
mielinização, especialização dos aparelhos e sistemas;
desenvolvimento: e um ponto de visto holístico, in-
Habilidade física: refere-se à aptidão ou capacidade
tegrante dos processos do crescimento e maturação, mas
para realizar algo que exija uma resposta motora, tal como
que junta a isto o impacto e o aprendizagem  sobre cada
caminhar, fazer um trabalho manual, entre outros.
evento, e, também, a integração psíquicos e sociais;
desenvolvimento psicossocial – e, de fato a integra-
Hospital-dia geriátrico: refere-se ao ambiente hospi- ção do aspecto humano – o ser aprende a interagir e mo-
talar, no qual atua equipe multiprofissional e interdiscipli- ver, respeitar as regras da sociedade, a rotina diária –prati-
nar, destinado a pacientes que dele necessitam em regime camente, a criança vai seguir os passos que vão ter como
de um ou dois turnos, para complementar tratamentos e finalidade a convivência com a sociedade cuja pertence.
promover reabilitação.
O recém-nascido e a criança hospitalizada
Idoso: a Organização das Nações Unidas, desde 1982
considera idoso o indivíduo com idade igual ou superior As crianças tendem a responder à hospitalização com
a 60 anos; o Brasil, na Lei Nº 8.842/94, adota essa mesma um distúrbio emocional, estas respostas geralmente ma-
faixa etária (Art. 2º do capítulo I). nifestam-se através de comportamentos agressivos, como
choro, retraimento, chute, mordida, tapas, resistência física
Incapacidade: quantificação da deficiência; refere-se aos procedimentos, ou ignora as solicitações. As interna-
à falta de capacidade para realizar determinada função na ções são consideradas ameaças ao desenvolvimento da
extensão, amplitude e intensidade consideradas normais; criança e a união familiar. Vários são os sinais dos transtor-
em gerontologia, diz respeito à incapacidade funcional, nos que a criança possa apresentar dentre eles destacam-
isto é, à perda da capacidade de realizar pelo menos um se: Ansiedade de Separação; Perda de controle e Medos.
ou mais de um ato de vida diária. A unidade de internação é um ambiente ocupado e baru-
lhento, cheio de eventos imprevistos e geralmente sem pra-
Incontinência urinária: refere-se à perda involuntária zer para crianças e seus pais. É responsabilidade de todos os
de urina. membros da equipe de saúde estar atenta e sensível a esses
problemas em geral. O profissional bem treinado pode fazer
Iatrogenia: qualquer agravo à saúde, causado por avaliações e elaborar intervenções durante a experiência da
uma intervenção médica Psicoterapia: terapêutica que, por internação. O uso do brincar terapêutico, atividades de re-
métodos psicológicos, busca a restauração do equilíbrio creação, atividades escolares, visitas hospitalares e grupos de
emocional do indivíduo. apoio podem fornecer medidas criativas para guiar a criança
e a família para longe da experiência negativa e em direção à
experiência benéfica. (BOWDEN; GREENBERG, 2005)

131
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Cuidados com as medicações motivos para o surgimento dessas doenças, que mais tarde
seriam conhecidas como doenças venéreas, em referência
Medicamento é toda a substância que, introduzida à Vênus, considerada a deusa do amor. A Gonorreia foi cita-
no organismo, previne e trata doenças, alivia e auxilia no da na bíblia, mas a causa da doença só foi conhecida no sé-
diagnóstico. As ações de enfermagem relativas aos medi- culo XIX. Além disso, no Egito antigo tumbas apresentaram
camentos dizem respeito ao preparo, à administração e a alguns registros sobre a Sífilis. Em 1494 houve um surto de
observação das reações da criança que se submeteu a este sífilis na Europa. A doença se espalhou rapidamente pelo
procedimento. continente, matando mais de cinco milhões de pessoas.
Considerar os seis certos tradicionais da administração Cada localidade que ela passava recebia um nome dife-
de medicamentos (registro certo, dose certa, via certa, dro- rente. Contudo, em 1536 foi publicado um poema médico,
ga certa, hora certa e paciente certo) e de checar o proce- em que um dos personagens da história havia contraído a
dimento realizado, em pediatria a equipe de enfermagem doença. O nome do personagem era Sifilo.
tem de levar em consideração certas peculiaridades duran- Antes de serem inventados os medicamentos, as doen-
te o procedimento, tais como, a criança sentir-se insegura ças eram consideradas incuráveis, e o tratamento se limita-
durante a hospitalização e ter medo do que lhe vai aconte- va a diminuir os sintomas. Todavia, no século XX surgiram
cer, não aceitando, muitas vezes, as medicações, principal- os antibióticos, que se mostraram bastante eficientes. Em
mente as injetáveis. (COLLET; OLIVEIRA, 2002) 1980 a herpes genital e a AIDS apareceram na sociedade
Observam-se os seguintes cuidados para administra- como doenças incuráveis. Essa, por sua vez se tornou uma
ção do medicamento em pediatria segundo Collet e Oli- pandemia.
veira 2002: Causa: Vários tipos de agentes infecciosos (vírus, fun-
- ler cuidadosamente os rótulos dos medicamentos; gos, bactérias e parasitas) estão envolvidos na contamina-
- questionar a administração de vários comprimidos ou ção por DST, gerando diferentes manifestações, como feri-
frascos para uma única dose; das, corrimentos, bolhas ou verrugas.
- estar alerta para medicamentos similares; Bactérias
- verificar a vírgula decimal; - Cancro mole (Haemophilus ducreyi)
- questionar aumento abrupto e excessivo nas doses; - Clamídia (Chlamydia trachomatis’)
- quando um medicamento novo for prescrito, buscar - Granuloma inguinal (Dovania granulamatis)
informações sobre ele; - Gonorreia (Neisseria gonorrhoeae)
- não administrar medicamentos prescritos por meio - Sífilis (Treponema pallidum)
de apelidos ou símbolos; - Vaginose Bacteriana (Gardnerella vaginalis)
- não tentar decifrar letras ilegíveis;
Fungos
- procurar conhecer crianças que tem o mesmo nome
- Candidíase (Cândida albicans)
ou sobrenome.
Vírus
- Hepatite
Doenças Sexualmente Transmissíveis ou Infecção
- Herpes simples
Sexualmente Transmissível
- HIV ou Aids
- HPV
Conhecidas popularmente por DST são patologias an-
- Molusco contagioso
tigamente conhecidas como doenças venéreas. São doen-
Parasitas
ças infecciosas que se transmitem essencialmente (porém
não de forma exclusiva) pelo contato sexual. O uso de pre- - Piolho-da-púbis
servativo (camisinha) tem sido considerado como a medi- Protozoários
da mais eficiente para prevenir a contaminação e impedir - Tricomoníase (Trichomonas vaginalis)
sua disseminação. Alguns grupos, principalmente os reli-
giosos, afirmam que a castidade, a abstinência sexual e a Prevenção
fidelidade poderiam bastar para evitar a disseminação de
tais doenças. Pesquisas afirmam que a contaminação de Preservativo: Mais conhecido como camisinha é um
pessoas monogâmicas e não fiéis portadoras de DST têm dos métodos mais seguros contra as DSTs. Sua matéria
aumentado, em resultado da contaminação ocasional do prima é o látex. Antes de chegar nas lojas, é submetido à
companheiro (a), que pode contrair a doença em relações vários testes de qualidade. Apesar de ser o método mais
extraconjugais. Todavia, as campanhas pelo uso do pre- eficiente contra a transmissão do vírus HIV (causador da
servativo nem sempre conseguem reduzir a incidência de epidemia da SIDA), o uso de preservativo não é aceito pela
doenças sexualmente transmissíveis. Igreja Católica Romana, pelas Igrejas Ortodoxas e pelos
História: Nas primeiras civilizações havia o culto aos praticantes do Hinduísmo. O principal argumento utilizado
deuses e deusas da fertilidade, que eram consideradas pelas religiões para sua recusa é que um comportamento
como uma dádiva. O culto a essas deusas era feito princi- sexual avesso à promiscuidade e à infidelidade conjugal
palmente a partir da prostituição. Uma das características bastaria para a proteção contra DST’s.
presentes nessas sociedades era a promiscuidade, um dos

132
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Vacina: Alguns tipos de HPV, a Hepatite A e B podem HIV


ser prevenidas através da vacina.
Abstinência sexual: A abstinência sexual consiste em O vírus da imunodeficiência humana (VIH), também co-
evitar relações sexuais de qualquer espécie. Possui forte nhecido por HIV (sigla em inglês para human immunodefi-
ligação com a religião. ciency vírus), é da família dos retrovírus e o responsável pela
Algumas DST’s são de fácil tratamento e de rápida re- SIDA (AIDS).
solução quando tratadas corretamente, contudo outras são Esta designação contém pelo menos duas subcatego-
de tratamento difícil ou permanecem latentes, apesar da rias de vírus, o HIV-1 e o HIV-2. No grupo HIV-1 existe uma
falsa sensação de melhora. As mulheres representam um grande variedade de subtipos designados de -A a -J. Esses
grupo que deve receber especial atenção, uma vez que em dois grupos tem diferenças consideráveis, sendo o HIV-2
diferentes casos de DST os sintomas levam tempo para tor- o mais comum na África Subsaariana e bem incomum em
narem-se perceptíveis ou confundem-se com as reações todo o resto do mundo. Portugal é o país da Europa com
orgânicas comuns de seu organismo. Isso exige da mulher, maior número de casos de HIV-2, provavelmente pelas rela-
em especial aquelas com vida sexual ativa, independente ções que mantém com diversos países africanos. É estimado
da idade, consultas periódicas ao serviço de saúde. que 45% dos portadores de HIV em Lisboa tenham o vírus
Certas DST, quando não diagnosticadas e tratadas a HIV-2. Em 2008, a OMS estimou que existam 33,4 milhões
tempo, podem evoluir para complicações graves como in- de infectados, sendo 15,7 milhões mulheres e 2,1 milhões
fertilidade, infecções neonatais, malformações congênitas, jovens abaixo de 15 anos. O número de novos infectados
aborto, câncer e a morte. Num caso, a primeira recomen- no ano 2009 foi de 2,6 milhões. O número de mortes de
dação é procurar um médico, que fará diagnóstico para pessoas com AIDS é estimado em 1,8 milhões.
que seja preparado um tratamento. Também há o controle Já dentro do corpo, o vírus infecta principalmente uma
de cura, ou seja, uma reavaliação clínica. A automedicação importante célula do sistema imunológico, designada como
é altamente perigosa, pois pode até fazer com que a doen- linfócito T CD4+ (T4). De uma forma geral, o HIV é um retro-
ça seja camuflada. vírus que ataca o sistema imunológico causando eventual-
mente a síndrome da imunodeficiência adquirida em casos
Epidemiologia não tratados.

As taxas de incidência de doenças sexualmente trans- História: O HIV-1 foi descoberto e identificado como
missíveis continuam a altos níveis em todo o mundo, apesar causador da AIDS por Luc Montagnier e Françoise Barré-
dos avanços de diagnósticos e tratamento. Em muitas cultu- Sinoussi da França e Odete Ferreira de Portugal em 1983
ras, especialmente para as mulheres houve a eliminação de no Instituto Pasteur na França. O HIV-2 foi descoberto por
restrições sexuais através da mudança na moral e o uso de Odete Ferreira de Portugal em Lisboa em 1985.
contraceptivos, e tanto médicos e pacientes acabam tendo Sua descoberta envolveu uma grande polêmica, pois
dificuldade em lidar de forma aberta e francamente com es- cerca de um ano após Montagnier anunciar a descoberta
sas questões. Além disso, o desenvolvimento e a dissemina- do vírus, chamando-o de LAV (vírus associado à linfoade-
ção de bactérias resistentes aos antibióticos fazem que cer- nopatia), Robert Gallo publicou a descoberta e o isolamen-
tas doenças sejam cada vez mais difíceis de serem curadas. to do HTLV-3. Posteriormente se descobriu que o vírus de
Em 1996, a OMS estimou que mais de um milhão de Gallo era geneticamente idêntico ao de Montagnier, e que
pessoas estavam sendo infectadas diariamente, e cerca de possivelmente uma amostra enviada pelo francês havia
60% dessas infecções em jovens menores de 25 anos de contaminado a cultura de Gallo.
idade, e cerca desses jovens 30% são menores de 20 anos. O último boletim da UNAIDS projeta cerca de 33,2 mi-
Entre as idades de 14 a 19 anos, as doenças ocorrem mais lhões de pessoas que vivem com o HIV em todo o mundo
em mulheres em uma proporção quase dobrada. Estima-se no final de 2007, a maioria na África. Segundo a UNAIDS
que cerca de 340 milhões de novos casos de sífilis, gonor- (2008), dois terços dos infectados estão na África subsaa-
reia, clamídia, tricomoníase ocorreram em todo o planeta riana. Nos Estados Unidos, infectar voluntariamente outro
em 1999. indivíduo configura transmissão criminosa do HIV. Acontece
A AIDS é a maior causa da mortalidade na África Sub- o mesmo em muitos países ocidentais, inclusive no Brasil.
saariana, sendo que em cinco mortes uma é por causa da O vírus do HIV adaptou-se à espécie humana a partir
doença. Por causa da situação, o governo do Quênia pe- de símios SIV. Vírus da imunodeficiência símia. Nas pessoas
diu que a população deixasse de fazer sexo por dois anos. com HIV, o vírus pode ser encontrado no sangue, no esper-
No Brasil, desde o primeiro caso até junho de 2011 foram ma, nas secreções vaginais e no leite materno. Assim, uma
registrados mais de seiscentos mil casos da doença. Entre pessoa pode adquirir o HIV por meio de relações sexuais,
2000 e 2010, a incidência caiu na Região Sudeste, enquan- sem proteção - camisinha -, com parceiros portadores do
to nas outras regiões aumentou. A mortalidade também vírus, transfusões com sangue contaminado e injeções com
diminuiu. As cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba seringas e agulhas contaminadas. Mulheres grávidas porta-
e Porto Alegre são as que possuem o maior número dos doras de HIV podem transmitir o vírus para o feto através
portadores da doença. Em contrapartida, o país é um dos da placenta, durante o parto ou até mesmo por meio da
que mais se destacam no combate, além de ser o líder em amamentação. A transmissão de doenças de mãe para filho
distribuição gratuita do Coquetel anti-HIV. é chamada de transmissão vertical.

133
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Na África subsaariana, principalmente na África do Sul, - Penetração sem camisinha;


por muitos anos houve um movimento contrário à exis- - Ser o receptor (passivo) na relação sexual;
tência do HIV, por parte de membros do governo, aliada a - Presença concomitante de doenças sexualmente
inúmeras superstições e mitos, apesar das comprovações transmissíveis, especialmente aquelas que levam ao apare-
científicas. Por isso em alguns locais dessa região a quanti- cimento de feridas genitais;
dade de indivíduos infectados é de mais de 35%. - Lesões genitais durante a relação sexual;
- Elevado número de parceiros sexuais e relações des-
Reprodução em laboratório do genoma viral: Pesquisa- protegidas;
dores das Universidades Federais de Pernambuco e do Rio - Carga viral elevada da pessoa infectada;
de Janeiro, da equipe do professor do Departamento de - Hemorroida avançada;
Genética da UFPE, Sergio Crovella, divulgaram trabalho de - Uso de drogas injetáveis;
investigação dirigido à obtenção de uma vacina terapêuti- - Transtornos psicológicos associados a descaso com a
ca de vírus recombinante, tendo reproduzido artificialmen- própria saúde;
te o genoma do vírus. - Falta de conhecimento.
Transmissão: Dois modelos sobre a entrada do vírus no - Outro dado observado é o aumento na proporção
linfócito TO vírus é mais frequentemente transmitido pelo de pessoas com escolaridade mais baixa e em adultos com
contato sexual (característica que faz da AIDS uma doença mais de 30 anos.
ou infecção sexualmente transmissível), pelo sangue (inclu-
sive em transfusões), durante o parto (mãe para o filho), Fatores de proteção: O uso de camisinha evita a trans-
durante a gravidez ou no aleitamento. Por isso é impor- missão do HIV em casais heterossexuais onde um dos par-
tante que todas as mulheres grávidas façam testes para ceiros é HIV positivo. Alguns dos fatores que diminuem a
HIV. No Brasil, é uma prática comum aconselhar gestantes probabilidade da transmissão são:
que chegam ao hospital a fazer todos os testes de doenças - Usar sempre preservativo masculino ou preservativo
transmissíveis verticalmente. feminino, corretamente;
No Brasil, em 2002, a cobertura de exames de HIV em - Usar lubrificante (pois resulta em menos micro feri-
grávidas foi estimada em 52%, sendo pior no Nordeste com mentos);
24% e melhor no Sul com 72% de cobertura. Somente 27% - Baixa quantidade de vírus no portador;
seguiram todas as recomendações do Ministério da Saúde. - Tomar os medicamentos antirretrovirais corretamen-
Ter maior escolaridade e morar em cidades com mais de 500 te;
mil habitantes foram os melhores preditores de grávidas que - Circuncisão masculina. (porém há estudos com resul-
fazem todos os exames. Ainda relativo ao Brasil, o Ministério tados controversos)
da Saúde oferece gratuitamente o leite substituto em alguns Em um estudo longitudinal de 20 meses de duração
postos de saúde, hospitais e farmácias cadastrados. com casais heterossexuais soro diferentes, de 124 casais
No caso de transmissão pelo sangue, é mais provável que usaram sempre camisinha nenhum contaminou seu
por seringas compartilhadas entre usuários de drogas ou parceiro, enquanto 12 dos 121 que usavam camisinha in-
caso seja feita reutilização. Algumas pessoas consideram a consistentemente foram infectados. Também são raros os
possibilidade de transmissão pelo beijo, porém é altamen- casos de transmissão por ferimentos, pois apesar de haver
te improvável, pois o vírus é danificado por 10 substâncias relatos esporádicos, o vírus não resiste muito tempo fora
diferentes presentes na saliva. Além disso, existem poucas do corpo e é necessário que haja contato com o sangue
células CD4 na boca. Ter boa higiene oral e tomar os me- tanto por parte do portador como do receptor. É pouco
dicamentos diminui as possibilidades ainda mais. Mesmo provável que o sangue contaminado em contato com uma
em pessoas com AIDS (carga viral no sangue por volta de pele saudável (sem ferimentos) contamine outra pessoa,
100.000/ml) é difícil encontrar HIV na saliva. apesar de ser possível, pois existem muitos fatores envol-
vidos.
Características: No Brasil, nos últimos anos a transmis- O uso da terapia antirretroviral diminui em 96% o risco
são do HIV que antes era predominantemente masculina, de transmissão do HIV. Por isso os remédios podem ser re-
mais frequente entre os homossexuais vem afetando todas ceitados aos parceiros não infectados de soropositivos. No
as classes sociais, agora se caracterizam por quatro pro- caso de profissionais de saúde, é possível tomar os medica-
cessos: mentos antirretrovirais para prevenir a infecção por 28 dias
- Heterossexualização (aumento entre os heterosse- caso o contágio tenha ocorrido em menos de 72h. O risco
xuais, que já são a maioria); estimado de contaminação por contato com uma agulha
- Feminização (aumento entre mulheres, cerca de 1/3 contaminada é de 0,3%. No Brasil, pacientes que tenham
dos casos no Brasil); vivenciado situação com alto nível de contágio (como sexo
- Interiorização (aumento nas cidades do interior); anal sem camisinha com pessoa de sorologia desconheci-
- Pauperização (aumento nas populações mais pobres). da) há menos de 72h podem solicitar ao médico que pres-
Fatores de risco: no contato sexual, pode ser qualquer creva antirretrovirais para prevenir a contaminação.
tipo de sexo, como oral, vaginal e anal. A transmissão do
HIV durante o contato sexual pode ser facilitada por vários
fatores, incluindo:

134
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Sinais e sintomas O HIV destrói os linfócitos CD4 gradativamente (em


média a contagem declina 80-100 células/ml/ano). A con-
Infecção aguda inicial: Assim que se adquire o HIV, o tagem relaciona-se inversamente com a gravidade da
sistema imunológico reage na tentativa de eliminar o ví- doença. Para fins de tratamento com as drogas antirretro-
rus. Cerca de 15 a 60 dias depois, pode surgir um conjunto virais consideram-se os seguintes parâmetros:
de sinais e sintomas semelhantes ao estado gripal, o que - Abaixo de 200 células/ml: Muito vulnerável, tratar
é conhecido como síndrome do soro conversão aguda. A imediatamente;
infecção aguda pelo HIV é uma síndrome inespecífica, que - Entre 200 e 350 células/ml: Vulnerável, deve ser ini-
não é facilmente percebida devido à sua semelhança com ciado o tratamento para evitar riscos;
a infecção por outros agentes virais como a mononucleose, - Entre 350 e 500 células/ml: Pouco vulnerável, pode
gripe, até mesmo dengue ou muitas outras infecções virais. começar a critério médico;
Mas os sintomas mais comuns da infecção aguda são: - Acima de 500: Saudável, não precisa começar o tra-
- Febre persistente
tamento.
- Cansaço e Fadiga
- Porém todos os pacientes com doença oportunista
- Erupção cutânea
relacionada ao HIV devem ser tratados mesmo com CD4
- Perda de peso rápida
alto.
- Diarreia que dure mais de uma semana
- Dores musculares
- Dor de cabeça Doenças oportunistas: Os sinais e sintomas das doen-
- Tosse seca prolongada ças relacionadas ao HIV são extremamente variáveis. Uma
- Lesões roxas ou brancas na pele ou na boca característica importante é a contagem de linfócitos T
- Além disso, muitos desenvolvem linfadenopatia. Fa- CD4. As doenças oportunistas mais comuns que podem
ringite, mialgia e muitos outros sintomas também ocorrem. sinalizar a contaminação por HIV são:
Em geral esta fase é autolimitada e não há sequelas. - Tuberculose
Por ser muito semelhante a outras viroses, dificilmente os - Neurotoxoplasmose
pacientes procuram atendimento médico e raramente há - Candidíase
suspeita da contaminação pelo HIV, a não ser que o pacien- - Pneumocistose recorrente
te relate ocorrência de sexo desprotegido ou compartilha- - Sarcoma de Kaposi
mento de seringas, por exemplo. Entretanto, na fase aguda - Histoplasmose
inicial, mesmo sem tratamento adequado, os sintomas são - Linfomas
temporários. Os pacientes poderão ficar assintomáticos - Câncer cervical
por um período variável entre 3 e 20 anos e alguns nunca - Infecções bacterianas severas
desenvolverão doença relacionada ao HIV. Este fato rela- Geralmente apenas pessoas que desconhecem que
ciona-se com a quantidade e qualidade dos receptores de estão com o vírus adoecem e só descobrem que estão
superfície dos linfócitos e outras células do sistema imune. contaminadas por causa das confecções. Tomar os antirre-
Tais receptores (os principais são o CD4, CCR5 e CXCR4) trovirais retorna a imunidade a níveis saudáveis, prevenin-
funcionam como fechaduras que permitem a entrada do do essas e outras doenças. Quando uma dessas doenças
vírus no interior das células: quanto maior a quantidade é diagnosticada alguns médicos recomendam que sejam
e afinidade dos receptores com o vírus, maior será a sua feitos testes para verificar a presença do HIV. Apesar de
penetração nas células, maior a replicação viral e maior ve- correlacionadas ao HIV, é importante lembrar que é pos-
locidade de progressão para doença. sível que essas doenças estejam presentes mesmo sem o
Foi criada então uma classificação não muito rígida:
vírus do HIV, geral
- Rápido progressor (adoece em até 3 anos)
mente relacionado a outro fator que leve a uma queda
- Médio progressor (adoece entre 4 e 7 anos)
grave da imunidade.
- Longo progressor (entre 8 e mais anos)
Estas características são determinadas por fatores ge-
néticos e outros fatores desconhecidos. Não obstante, os Prevenção: com o surgimento das Terapias Anti Retro-
hábitos e a qualidade de vida podem ser determinantes viral (TAR), foram desenvolvidas estratégias de prevenção
da velocidade de progressão da doença, tendo em conta primária (antes da infecção), secundária (após a doença) e
o impacto de fatores como tabagismo, alcoolismo, toxico- terciária (após agravamento). Entretanto a epidemia con-
dependência, estresse, alimentação irregular e outros. A tinua a contaminar anualmente 2,7 milhões de pessoas,
velocidade de progressão está relacionada com a queda da segundo dados da OMS de 2008. Em 2006, o médico da
contagem de linfócitos T CD4 no sangue (a contagem nor- OMS Brian G. William defendeu a circuncisão masculina na
mal dos linfócitos varia de 1.000 a 2.500 células/ml de san- África como método eficaz de prevenção (60% de eficácia).
gue) e com a contagem da carga viral do HIV (a contagem O mesmo médico em fevereiro de 2010 defendeu em San
da carga viral é considerada alta acima de 100.000 cópias/ Diego o uso de antirretrovirais com baixos efeitos colate-
ml de sangue). A escala para carga viral é habitualmente lo- rais por pessoas sem o vírus como meio de frear a epide-
garítmica. Com o tratamento adequado, a carga viral tende mia. Segundo a Organização Não-Governamental sem fins
a ficar abaixo de 50 cópias/ml. lucrativos IAVI (International AIDS vaccineiniciative) o HIV

135
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

infecta quase 7.400 pessoas por dia e uma vacina com 50% do RNA. Isso por si só aumenta a taxa de transcrição, for-
de eficácia distribuída para 30% da população mundial po- necendo um ciclo de retroalimentação positiva. Isto permite
deria proteger 5,6 milhões de indivíduos. Em conjunto com que o HIV tenha uma resposta explosiva, uma vez que uma
40 laboratórios, o grupo trabalha na vacina desde 1996. Até grande quantidade de tat é produzida.
agora nenhuma vacina teve mais de 33% de eficácia. Em - rev: A rev permite que fragmentos do mRNA do HIV
um estudo recente que incluiu o Brasil, o uso de um com- que contém uma unidade de resposta a rev (RRE) sejam
primido de antirretroviral (tenofovir) por homens saudáveis exportados do núcleo ao citoplasma. Na ausência da rev,
preveniu 44% de novas infecções, chegando a 72% nos pa- a maquinaria de splicing do RNA no núcleo rapidamente
cientes que tomaram o remédio em mais de 90% dos dias. cliva o RNA. Na presença da rev, o RNA é exportado do
Mães soropositivas que tomam o antirretroviral durante núcleo antes de ser clivado, num mecanismo de retroali-
a gravidez tem apenas de 1 a 2% de chance de transmitir mentação positiva.
o HIV ao filho. Muitas grávidas ainda têm medo de fazer o
teste e/ou se recusam por não se identificarem como possí- O HIV e a resposta imune: a infecção começa com uma
veis portadoras mesmo sem saber a sorologia do parceiro. fase de viremia aguda, seguida por um período de latência
Por isso, campanhas de conscientização estão sendo feitas clínica. Primeiramente, acreditava-se ser uma verdadeira
em vários hospitais públicos no Brasil desde 2000. Após si- latência viral como resultado da inserção do HIV no ge-
tuação de risco, caso um dos parceiros seja diagnosticado noma hospedeiro em um estado não produtivo, aguar-
como HIV positivo e o outro como HIV negativo, é possí- dando condições favoráveis à transcrição. Houve, subse-
vel, a critério médico, prescrever os antirretrovirais para o quentemente, um grande trabalho de pesquisa sobre os
parceiro soronegativo também, para prevenir a infecção. fatores de transcrição do HIV. Infelizmente, até por volta
De forma semelhante, em vários países inclusive no Brasil, é de 1993, a sensibilidade dos ensaios virais era precária. O
possível solicitar antirretrovirais gratuitamente a um médico uso das técnicas de amplificação por PCR a partir de 1993
até 72h após uma situação de risco (como sexo anal sem permitiu detectar contagens virais de até 50 cópias/ml. Fo-
camisinha). Esse tratamento preventivo dura aproximada- ram detectadas células dendríticas infectadas com vírions,
mente um mês e é eficaz na prevenção de HIV em mais de mostrando que a tão chamada fase de latência não implica
80% dos casos. É uma opção do médico prescrever ou não, inatividade do vírus.
mas o paciente pode procurar outros médicos em caso de
recusa. Centros de Testagem e Aconselhamento no Brasil: o
Ministério da Saúde oferece gratuitamente exames para
Genes Retrovírus Gerais detectar a resposta do organismo ao vírus do HIV. Podem
ser feitos em Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA)
e em alguns hospitais. Primeiro é efetuado um teste ELI-
- gag: proteínas derivadas do gag sintetizam o capsídeo
SA. Caso o resultado seja positivo ou haja dúvidas, é feito
viral em forma de cone (CA) a proteína do núcleo capsídeo
o Western-blot, um exame mais eficaz na detecção, mas
(NC) e uma proteína da matriz (MA).
que também é mais caro e complexo. É importante lembrar
- pol: O gene pol codifica as proteínas enzimaticamente
que, como ambos os exames detectam a resposta imuno-
ativas do vírus. A mais importante é a chamada transcrip-
lógica ao vírus, é necessário esperar de 30 a 90 dias depois
tase reversa (RT) que realiza a única transcrição reversa do do contágio para o exame ser mais preciso. O resultado
RNA viral em uma cadeia dupla de DNA. O último é integra- é sigiloso, sendo geralmente entregue pessoalmente ao
do ao genoma do hospedeiro, ou seja, em um cromossomo paciente que pode ser seguido em consulta de aconselha-
de uma célula infectada de uma pessoa HIV-positiva pela mento por profissionais de saúde, de forma a alertar sobre
integrase (IN) pol-codificadora. Além disso, a pol codifica os riscos, encaminhar para outros serviços de saúde e a
uma protease viral específica (PR). Essa enzima cliva o gag e serviços de acompanhamento psicossocial. Além do HIV,
as proteínas derivadas de gag e pol em pedaços funcionais. são feitos simultaneamente exames para sífilis, Hepatite B
- env: abreviação para “envelope”. As proteínas deriva- e Hepatite C, pois elas também são doenças sexualmente
das de env são uma membrana de superfície (gp120) e uma transmissíveis pelo sangue e que podem levar a danos per-
proteína transmembrana (gp41). Elas estão localizadas na manentes e morte se não tratadas corretamente.
parte externa da partícula viral, formando um envelope viral
o qual permite que o vírus se anexe e incorpore às células Teste Rápido: desde 2010 a Fiocruz produz o kit de tes-
-alvo para então iniciar o ciclo infeccioso. A gp possui uma te rápido usando os fluídos da boca para identificar respos-
estrutura semelhante a uma maçaneta. ta do organismo ao HIV entre 20 a 30 minutos. O teste tra-
dicional demora cerca de um mês e um grande número de
Genes específicos do HIV pacientes não retorna para buscar o resultado. Esse novo
teste Confirmatório Imunoblot Rápido, possui uma mar-
- tat: Uma porção da estrutura do RNA do HIV é uma gem mínima de erro e custa cinco vezes menos ao governo
estrutura como um grampo de cabelo que inicialmente im- federal que o modelo rápido anterior. Já está disponível em
pede que uma transcrição completa ocorra. Parte do RNA é alguns hospitais públicos desde 2011. Uma das principais
transcrita (antes da parte do grampo) e codifica a proteína vantagens é não precisar expor mãe grávida e feto aos an-
tat. A tat liga-se à CdK9/ CycT e a fosforila, ajudando a alte- tirretrovirais preventivamente enquanto o resultado não
rar sua forma e a eliminar o efeito da estrutura de grampo fica pronto como podia ser necessário no tradicional. Al-

136
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

gumas cidades em Pernambuco, Bahia e Rondônia fizeram HIV e Saúde Mental: pacientes com transtornos psico-
um projeto para aplicar o teste rápido em centenas de pes- lógicos são mais vulneráveis a serem infectados com HIV.
soas após o carnaval. O Conselho de Enfermagem (COFEN), Portadores de HIV têm altos índices de depressão maior, al-
por meio do parecer normativo n° 001 de 2013 aprovou a coolismo e tendência ao suicídio. Em outro estudo também
competência do profissional Enfermeiro para realizar testes identificaram correlação com transtornos de ansiedade,
rápidos para diagnósticos de HIV, Sífilis e outros agravos. transtornos sexuais e abuso de substâncias. Um antirretro-
Sendo eles devidamente capacitados, restrito ao profissio- viral ITRNN muito usado no mundo, o Efavirenz, também
nal de nível superior. tem como possível efeito colateral transtornos neuropsi-
Tratamento: hoje, os pacientes têm acesso a um regime quiátricos crônicos, principalmente na forma de transtor-
complexo de drogas que atacam o HIV em vários estágios do nos de ansiedade e de sono. A revelação do diagnóstico de
seu ciclo de vida. Elas são conhecidas como medicamentos HIV positivo é considerado um evento muito estressante
antirretrovirais e incluem: e com impacto em várias áreas da vida do portador, de
- Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa modo semelhante a outras doenças que ameaçam a vida.
(NRTI): Danificam o RNA do vírus indiretamente ao atuar na A maioria dos portadores reagiu ao diagnóstico como um
enzima transcriptase reversa, impedindo-o de se reproduzir. evento traumatizante, porém conseguiram lidar com a si-
Exemplos: Zidovudina, Abacavir, Didanosina, Estavudina, La- tuação sem muitos problemas psicossociais. Os portadores
mivudina e Tenofovir. que desenvolveram transtornos psicológicos beneficiaram
- Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa de psicoterapia de longo prazo, principalmente da terapia
(NNRTI): Bloqueiam diretamente a ação da enzima e a multi- interpessoal em conjunto com remédios psiquiátricos. A
plicação do vírus. Exemplos: Efavirenz, Nevirapina e Etravirina. Terapia cognitivo-comportamental também demonstrou
- Inibidores da Protease (IP): Atuam bloqueando a pro- ser uma intervenção benéfica e aumenta a adesão ao tra-
tease, uma enzima usada pelo vírus para produção de novas tamento. Mesmo com o desenvolvimento da terapia an-
cópias de células infectadas. Exemplos: Amprenavir, Atazana- tirretroviral altamente eficaz (HAART) a não-adesão ao
vir, Darunavir, Indinavir, Lopinavir, Nelfinavir, Ritonavir e Sa- tratamento ainda é frequente. É recomendado que os pro-
quinavir. fissionais de saúde trabalhem em equipe, desenvolvendo
- Inibidores de Fusão: Bloqueiam os receptores que per- programas específicos para lidar com essa demanda e de-
mitiriam a entrada do vírus na célula. Exemplo: Enfuvirtida. diquem mais tempo e atenção aos pacientes com dificul-
- Inibidores da Integrase: bloqueiam a atividade da en- dade de adesão para evitar o desenvolvimento de AIDS e
zima integrase, responsável pela inserção do DNA do HIV ao doenças oportunistas nesses pacientes.
DNA humano (código genético da célula). Assim, inibe a re-
plicação do vírus e sua capacidade de infectar novas células. Imunidade: após a infecção inicial, o sistema imuno-
Exemplo: Raltegravir.
lógico inicia uma série de reações para tentar conter a
Muitas questões importantes estão envolvidas no esta-
multiplicação do vírus no corpo. Elas incluem a produção
belecimento de um curso de tratamento para o HIV como
de anticorpos e o desenvolvimento de células capazes de
a tolerância ao medicamento e efeitos colaterais apresen-
identificar e eliminar outras células que foram infectadas
tados. Efeitos colaterais comuns incluem náusea e diarreia,
pelo HIV, chamadas linfócitos T CD8+ citotóxicos. Infeliz-
dano e falência do fígado e icterícia. Qualquer tratamento
mente, a resposta imunológica não é capaz de controlar o
requer testes regulares de sangue para avaliar a eficácia atra-
vés da contagem de linfócitos (T CD4+ no sangue total e a vírus na grande maioria das pessoas que se infectam pelo
carga viral no plasma), além de averiguar efeitos colaterais. vírus. O HIV passa, então, a destruir cada vez mais as célu-
Alterações de medicamentos são feitas para que o paciente las T CD4+. Quando as células T CD4+ estão em número
tenha um mínimo de efeitos colaterais, ou mesmo que não muito baixo no sangue (em geral, quando ficam abaixo de
apresente nenhum, o que é frequente após o primeiro mês 200 células por microlitro de sangue), o paciente fica mais
de tratamento. Não existe nenhum caso conhecido no qual a predisposto a desenvolver doenças que se aproveitam de
terapia antiviral tenha eliminado a infecção pelo HIV, porém sua fragilidade imunológica, daí o nome de doenças opor-
com o tratamento é possível ter uma vida perfeitamente sau- tunistas. Cerca de 10% de todos os europeus carregam um
dável e assintomática por mais de três décadas (não se sabe polimorfismo do CCR5, um receptor de superfície celular
por quanto tempo o tratamento continua eficaz, pois a TARV que participa nas infecções por HIV-1 M-trófico. Segundo
só existe há desde 94). Grimaldi (2002), na população brasileira, cerca de 5% car-
regam essa mutação. O HIV-1 M-trófico usa os receptores
HIV e Estupro: em caso de estupro, como a violência do CCR5 e CD4 para entrar nas células-alvo, diferentemente
ato aumenta a probabilidade de contágio, um médico pode do HIV T-trófico que usa o CXCR4 com o CD4. Pessoas com
prescrever antirretrovirais para diminuir a probabilidade de essa mutação (uma deleção de 32 pares de bases) têm um
o vírus conseguir entrar no CD4 e se reproduzir. Geralmente risco muito baixo de infecção pelo HIV-1, já que o HIV M-
são receitados junto com pílulas do dia seguinte. O mesmo trófico geralmente inicia a infecção. De fato, 1% de todos
procedimento pode ser prescrito para profissionais que tive- os europeus homozigotos para o polimorfismo podem ter
ram contato com o sangue de pacientes contaminados, por uma proteção adicional (apesar de incompleta).
exemplo, através de cirurgia ou de agulha contaminada. Se o
TARV for tomado em menos de 72h, é eficaz na prevenção
da infecção por HIV.

137
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Ciclo de vida do HIV: o HIV usa a membrana da própria Como realizar?


célula para se proteger enquanto se locomove para outra
célula. O HIV entra no linfócito auxiliar (Helper) T CD4+ ao A aferição ambulatorial com esfigmomanômetro é a
ligar-se à molécula CXCR4 ou às moléculas CXCR4 e CCR5, mais amplamente utilizada. A pressão alta (hipertensão) é
dependendo do estágio no qual a infecção pelo HIV se usualmente definida em adultos como sendo a pressão sis-
encontra. Uma proteína cofator (fusina) é requerida para tólica igual ou superior a 140 mmHg ou uma pressão dias-
auxiliar na ligação do vírus à membrana da célula T. Du- tólica maior ou igual a 90 mmHg. Devido à variabilidade
rante as fases iniciais de uma típica infecção pelo HIV, as individual da medida da pressão arterial, é recomendado,
duas moléculas CCR5 e CXCR4 estão ligadas, enquanto que para se realizar o diagnóstico, que se obtenham duas ou
um estágio mais avançado da infecção geralmente envolve mais aferições em pelo menos duas ou mais visitas ao lon-
mutações do HIV que apenas ligam-se à molécula CXCR4. go de um período de uma ou mais semanas.
Uma vez que o HIV está ligado ao linfócito T CD4+, uma
estrutura viral conhecida como GP41 penetra na membra-
Como interpretar o resultado?
na celular e o RNA do HIV e várias enzimas, incluindo (mas
não limitada) à transcriptase reversa, integrase e protease
A relação entre a pressão diastólica e sistólica com o
são injetadas na célula. Uma vez que a célula T hospedeira
risco cardiovascular é contínua e gradual.
não processa o RNA em proteínas, o próximo passo é gerar
um DNA a partir do RNA do HIV usando a enzima trans- O nível de pressão elevado não deve ser o único valor
criptase reversa para que ocorra a transcripção reversa. Se para determinar o tratamento. Os médicos devem consi-
bem sucedida, o DNA pró-viral deve ser então integrado ao derar o perfil global de risco cardiovascular para tomar a
DNA da célula hospedeira usando a enzima integrase. Se o decisão de tratamento.
DNA pró-viral é integrado ao DNA da célula hospedeira, a Estima-se que são necessárias de 274 a 1.307 pessoas
célula torna-se altamente infectada, mas não produzindo rastreadas para hipertensão acompanhadas ao longo de
ativamente proteínas do HIV. Esse é o estágio latente do cinco anos com tratamento para evitar uma morte.
HIV, uma infecção durante a qual a célula infectada pode O Quadro 6.5 abaixo estratifica as pessoas de acordo
ser uma “bomba não explodida” potencialmente por um com o nível pressórico e o Quadro 6.6 orienta quanto às
longo tempo. O vírus pode ficar escondido na medula ós- reavaliações sistemáticas de acordo com essas aferições.
sea, onde fica protegido do efeito de medicamentos e dor-
mente, conforme estudo publicado na revista Nature Medi- Estratificação dos níveis pressóricos
cine. Descobrir onde o vírus latente se esconde é o primeiro Classificação de PA P. sistólica mmHg P. diastólica
passo para eliminá-lo. mmHg
Normal < 120 e < 80
Rastreamento de hipertensão arterial sistêmica Pré-hipertensão 120-139 ou 80-89
(HAS) HAS Estágio 1 140-159 ou 90-99
HAS Estágio 2 > 160 ou > 100
Está recomendado o rastreamento da hipertensão ar- Fonte: (Adaptado: NATIONAL HEART LUNG AND
terial nos adultos (acima de 18 anos) sem o conhecimento BLOOD INSTITUTE, 2004)
de que sejam hipertensos. Grau de recomendação A. Recomendação de acompanhamento com base na afe-
rição da PA inicial
Por que é importante o rastreamento? Normal Reavaliar em dois anos
Pré-hipertensão Reavaliar em um ano
A hipertensão é uma condição muito prevalente que
HAS Estágio 1 Confirmar em dois meses
contribui para efeitos adversos na saúde, incluindo, entre
HAS Estágio 2 Avalie e/ou refira para um serviço de cui-
outras, mortes prematuras, ataques cardíacos, insuficiência
dados dentro de um mês. Para aqueles com pressão muito
renal e acidente vascular cerebral.
alta (i.e., > 180/110 mmHg), avalie e trate imediatamente
Intervalo de rastreamento: ou dentro de uma semana, dependendo da situação clí-
nica e complicações. Fonte: (Adaptado: NATIONAL HEART
Não se tem evidência para se recomendar um ótimo LUNG AND BLOOD INSTITUTE, 2004)
intervalo para rastrear a hipertensão nos adultos. O 7° JNC
(The seventh report of the Joint National Committee Rastreamento de Diabetes mellitus tipo II
on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of
High Blood Pressure) recomenda o rastreamento a cada Está recomendado o rastreamento de diabetes em
dois anos nas pessoas com pressão arterial menor que adultos assintomáticos com PA sustentada maior que
120/80 e rastreamento anual se a pressão sistólica estiver 135/80 mmHg, não se aplicando a outros critérios como
entre 120 e 139 mmHg ou a diastólica entre 80 e 90 mmHg. obesidade, história familiar nem faixa etária. Grau de reco-
mendação B.

138
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Por que é importante o rastreamento? Como realizar?

A prevalência da diabetes do tipo II está aumentando Por meio de glicemia de jejum de oito horas.
– aproximadamente 7% da população adulta brasileira tem
esse problema. A diabetes lidera como causa de ceguei- Como interpretar o resultado?
ra, doença renal e amputação e expõe a um aumento de
mortalidade, principalmente por eventos cardiovasculares. Pessoas com uma glicemia em jejum superiores a 126
É possível por meio do rastreamento da diabetes nas mg/dl devem realizar confirmação do resultado com nova
pessoas com elevação dos níveis pressóricos (acima de glicemia de jejum, para, dependendo do segundo resulta-
135/80 mmHg) reduzir a incidência de mortalidade e dos do, serem diagnosticadas com Diabetes mellitus. A meta
eventos cardiovasculares, por meio de um rigoroso controle de tratamento para as pessoas diabéticas é alcançar uma
da pressão arterial. hemoglobina glicosilada em torno de 7%. Geralmente, isso
Há evidência convincente de que, com o controle in- corresponde a uma glicemia de jejum menor que 140 mg/
tensivo da glicemia em pessoas com diabetes clinicamente dL. Porém, conforme orientação descrita acima, o grande
detectada (situação oposta ao detectado pelo rastreamen- benefício do tratamento está em se manter um controle
to), pode-se reduzir a progressão dos danos microvascu- mais rigoroso dos níveis pressóricos, ou seja, uma pressão
lares que ela proporciona. Contudo, os benefícios desse arterial menor ou igual a 135/80. Dessa forma, pode-se re-
controle rigoroso da glicemia sobre os resultados clínicos duzir a morbimortalidade cardiovascular nesses pacientes.
dos danos microvasculares, tais como dano visual severo
ou estágio final de doença renal, levam anos para se tor- Programa Nacional de Controle da Tuberculose
nar aparentes. Assim, não existe evidência convincente de
que o controle precoce da diabetes como consequência Aspectos gerais
do rastreamento adicione benefício aos resultados clíni-
cos microvasculares quando comparados com o início do Em todo o mundo, um terço da população já está in-
tratamento na fase usual de diagnóstico clínico. Ainda não fectada pelo Mycobacterium tuberculosis, e o número atual
se conseguiu provar que o controle rigoroso da glicemia de casos novos da doença está em torno de 8,8 milhões.
reduz significativamente as complicações Estima-se que ocorrem, anualmente, 2,7 milhões de óbitos
Há evidência convincente de que, com o controle in- por tuberculose, e, destes, aproximadamente 98% ocorrem
tensivo da glicemia em pessoas com diabetes clinicamente em países em desenvolvimento. Cerca de 350.000 são ca-
detectada (situação oposta ao detectado pelo rastreamen- sos de TB associados com HIV/aids. O surgimento da epi-
to), pode-se reduzir a progressão dos danos microvascu- demia de aids e de focos de tuberculose multirresistente
lares que ela proporciona. Contudo, os benefícios desse em zonas com controle deficiente da doença complica ain-
controle rigoroso da glicemia sobre os resultados clínicos da mais o problema em escala mundial.
dos danos microvasculares, tais como dano visual severo O Brasil ocupa o 15ºlugar entre os 22 países responsá-
ou estágio final de doença renal, levam anos para se tor- veis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo. A
nar aparentes. Assim, não existe evidência convincente de prevalência estimada é de 50 milhões de infectados, apro-
que o controle precoce da diabetes como consequência ximadamente 111 mil casos novos e em torno de seis mil
do rastreamento adicione benefício aos resultados clínicos óbitos por ano. No Brasil, a tuberculose constitui a nona
microvasculares quando comparados com o início do tra- causa de hospitalização e a quarta causa de mortalidade
tamento na fase usual de diagnóstico clínico. Ainda não se por doenças infecciosas.
conseguiu provar que o controle rigoroso da glicemia re-
duz significativamente as complicações macrovasculares, Objetivos e Metas
tais como infarto do miocárdio e derrames. Encontrou-se
evidência adequada de que os danos de curto prazo de- O objetivo principal do PNCT é reduzir a morbida-
vido ao rastreamento da diabete, como a ansiedade, são de, a mortalidade e a transmissão da tuberculose. Além
pequenos. disso, são objetivos do programa:
O efeito de longo prazo da rotulação e tratamento de
uma grande parte da população como sendo diabética é • Sensibilizar e mobilizar os gestores do SUS, líderes
desconhecido, porém é notório que o estigma da doença, políticos, formadores de opinião, visando a priorizar as
a preocupação com as complicações conhecidas e a per- ações de combate à tuberculose.
da de confiança na própria saúde (Starfield, 2008), assim • Incorporar o tratamento supervisionado na Atenção
como a demanda por mais exames, podem trazer prejuí- Básica, especialmente na estratégia da Saúde da Família e
zos à população e aos serviços de saúde. às unidades de saúde das grandes cidades.
• Fortalecer a vigilância epidemiológica de maneira
a aumentar a detecção de casos novos e a cura de casos
diagnosticados, assim como diminuir o abandono do tra-
tamento.

139
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

• Capacitar os profissionais de saúde que participam Mesmo assim, cerca de 6.000 óbitos são notificados
no controle e na prevenção da TB em todos os níveis de todo ano, sendo os estados com as maiores taxas de morta-
gestão. lidade o Rio de Janeiro (6,1), Pernambuco (5,3), Mato Grosso
• Manter cobertura adequada da vacinação com BCG. do Sul (3,1) e Bahia (3,0). Com uma taxa média de letalidade
• Reforçar as atividades de colaboração entre os pro- de 7,8%, Pernambuco é o estado mais afetado.
gramas de TB e o HIV/AIDS; A heterogeneidade do grau de cobertura do programa
• Reforçar e melhorar o Sistema de Informação (Sinan). também é visível na análise dos desfechos dos tratamentos
• Desenvolver, nos laboratórios, as atividades de diag- para a coorte de 2004 (casos novos que iniciaram tratamento
nóstico e testes de sensibilidade aos medicamentos usados entre abril de 2003 a março de 2004) dos municípios priori-
no tratamento de tuberculose. tários. Destacam-se os altos percentuais de transferência e os
• Desenvolver atividades de comunicação e mobiliza- percentuais de encerramento dos casos.
ção social para a educação em saúde, em todas as esferas Apenas nos municípios prioritários de Sergio e Mato
(nacional, estadual e municipal), focalizando a promoção, Grosso foram atingidas as metas de cura superior a 85% (con-
prevenção, assistência e reabilitação em saúde. siderando apenas os casos com informação de encerramen-
to).
As metas do PNCT são:
Atribuições e Responsabilidades
• Manter um nível de detecção anual de pelo menos
70% dos casos estimados.
As esferas federal, estadual e municipal têm atribuições
• Tratar corretamente 100% dos casos de tuberculose distintas e complementares na implantação, gestão e acom-
diagnosticados e curar, pelo menos, 85% dos mesmos. panhamento do PNCT. Abaixo estão listadas algumas atribui-
• Manter a proporção de abandono do tratamento em ções e responsabilidades da esfera estadual.
nível aceitável (menos de 5%).
• Estender o tratamento supervisionado para 100% das Compete à Esfera Estadual
unidades de saúde dos 315 municípios prioritários e, pelo
menos, 80% dos casos bacilíferos detectados nesses muni- • Exercer a gestão e gerência da vigilância epidemiológi-
cípios, até 2007. ca, prevenção e controle da tuberculose.
• Manter atualizado o registro de casos, notificando • Cooperar tecnicamente com os municípios nas ações
100% dos resultados de tratamento. do PCT.
• Aumentar em 100% o número de sintomáticos respi- • Acompanhar, monitorar e avaliar as ações de vigilância,
ratórios examinados (2004/2007). prevenção e controle da tuberculose nos municípios.
• Disponibilizar o exame de HIV a 100% dos adultos • Programar, acompanhar e controlar a distribuição de
com tuberculose ativa. medicamentos e insumos.
• Realizar avaliação epidemiológica e operacional das
Situação Epidemiológica Atual ações do Programa em âmbito estadual.
• Realizar análise epidemiológica, retroalimentar os dados
O número de casos novos registrados em 2004 foi de de tuberculose aos municípios e enviar os dados e análise a
80.515, com uma taxa de incidência de 49,4 por 100 mil. esfera nacional.
Analisando uma série de 10 anos (1994-2004), a tendên- • Divulgar informações e a análise epidemiológica da si-
cia da incidência da tuberculose no Brasil parece bastante tuação da TB no estado.
estável, embora ligeiramente descendente nos casos de tu- • Garantir a qualidade dos exames laboratoriais realizados
berculose de todas as formas. da rede do SUS conforme normas do Ministério da Saúde.
A distribuição geográfica da tuberculose indica que • Realizar baciloscopia, cultura, identificação do bacilo e
teste de sensibilidade às drogas utilizadas no tratamento da
70% dos casos concentram-se em 315 municípios, que in-
TB.
cluem as grandes cidades e capitais, designadas prioritárias
• Criar mecanismos que promovam a participação efetiva
pelo Ministério da Saúde para o controle da TB e a imple-
da Sociedade Civil nas discussões e definições do programa
mentação da estratégia Dots.
de TB.
A situação da infecção por HIV é um problema impor-
tante no Brasil, em especial nas grandes cidades, onde a Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase
epidemia tem progredido rapidamente nos últimos anos. Aspectos Gerais
Segundo dados do Programa Nacional de DST/AIDS, a taxa
de prevalência estimada da infecção por HIV é de 0,65% na A hanseníase parece ser uma das mais antigas doenças
população de 15 a 45 anos. que acometem o homem. As referências mais remotas da-
As taxas de co-infecção TB/HIV no período 2001-2004 tam de 600 a.C. e procedem da Ásia, que, juntamente com
foram as seguintes: 8,7% em 2001; 7,9% em 2002; 8,1% em a África, podem ser consideradas o berço da doença. A me-
2003; e 7,7% em 2004. Os estados com mais alta carga de lhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento
co-infecção são o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São científico modificaram significativamente esse quadro e,
Paulo. hoje, a hanseníase tem tratamento e cura.

140
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

É uma doença crônica granulomatosa, proveniente de Objetivos e Metas


infecção causada pelo Mycobacterium leprae. Este bacilo
tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos • Manter o compromisso político de implantar uma Po-
(alta infectividade), no entanto poucos adoecem (baixa pa- lítica de Atenção à Hanseníase no SUS, promovendo uma
togenicidade). O domicílio é apontado como importante atenção integral e integrada aos doentes de hanseníase em
espaço de transmissão da doença, embora ainda existam todos os níveis de atenção.
lacunas de conhecimento quanto aos prováveis fatores de • Intensificar as atividades colaborativas com os par-
risco implicados, especialmente aqueles relacionados ao ceiros, nas esferas estadual e municipal para a oferta de
ambiente social. serviços de qualidade a todas as pessoas atingidas pela
O acesso a informações, diagnóstico e o tratamento hanseníase, incluindo os antigos doentes residentes nos
com poliquimioterapia (PQT) continuam sendo elemen- hospitais-colônia.
tos chaves na estratégia para eliminar a doença como um • Garantir a oferta de medicação específica para todos
problema de saúde pública, definido como alcançar uma os pacientes.
prevalência menor que 1 caso de hanseníase por 10.000 • Intensificar e apoiar os esforços de advocacia a fim de
habitantes. A prevalência global da hanseníase no início de reduzir o estigma e a discriminação contra as pessoas e as
2006 foi de 219.826 casos, o número dos casos novos de- famílias afetadas pela hanseníase, promovendo a consoli-
tectados durante 2005 foi 296.499. O número dos casos dação de uma política de direitos humanos.
novos detectados no mundo caiu mais de 111.000 casos • Fortalecer a integração dos registros de hanseníase
(diminuição de 27%) durante 2005 comparados com o no Sinan de modo a qualificar o monitoramento e o acom-
2004. Os países previamente com a maior endemicidade panhamento do sistema de vigilância epidemiológica.
têm alcançado agora eliminação, os poucos que restam • Apoiar o desenvolvimento e a capacitação dos profis-
estão muito perto de eliminar a doença. Entretanto, os bol- sionais de saúde nos serviços integrados de atenção.
sões com elevada endemicidade permanecem ainda em
algumas áreas da Angola, do Brasil, da República Africa- São Metas do PNEH:
na Central, da República Democrática de Congo, da Índia,
de Madagascar, de Moçambique, de Nepal, e da República • As taxas de conclusão do tratamento e de cura deve-
Unida de Tanzânia. rão ser superiores a 90% em todos os estados do País.
O Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase • Redução de prevalência em menos de um caso por
(PNEH) estabeleceu em 2004 o redirecionamento da políti- cada 10.000 habitantes em pelo menos 50% dos 2.017 mu-
ca de eliminação da doença enquanto problema de saúde nicípios endêmicos em dezembro de 2005, para dezembro
pública e da atenção à hanseníase no Brasil, em um novo de 2008.
contexto que permite aferir a real magnitude da endemia • Prevalência de menos de um caso por cada 10.000
no País. habitantes deverá ter sido alcançada em todos os municí-
Em janeiro de 2005, o PNEH divulgou os coeficientes pios do País para 2010.
de detecção e de prevalência do Brasil relativos a 2004,
expressos pelos seguintes valores: 2,76 casos para cada Situação Epidemiológica Atual
10.000 habitantes e 1,71 casos para o mesmo número de
habitantes, respectivamente, trazendo à luz novas perspec- A hanseníase é uma doença endêmica que tem apre-
tivas para abordagem de planejamento estratégico quanto sentado redução significativa de sua prevalência de 16,4
à endemia no País. por 10.000 habitantes em 1985 para 1,48 por 10.000 ha-
As ações do PNEH devem ser conduzidas de modo bitantes em 2005, aproximando-se da meta proposta pela
a garantir o desenvolvimento de ações que favoreçam o Organização Mundial de Saúde (OMS) de eliminação da
diagnóstico precoce na faixa etária de menores de 15 anos. doença como problema de saúde pública.
Outras diretrizes para a eliminação e controle desta Segundo a taxa de prevalência de 2005, as regiões Sul
doença é o fortalecimento da vigilância epidemiológica, e Sudeste já alcançaram a meta de eliminação. Apesar da
da logística de abastecimento de medicamentos, o desen- importante redução do coeficiente de prevalência da han-
volvimento de capacidade orientada ao trabalho para os seníase no Brasil, em 2004, algumas regiões demandam
profissionais de saúde em geral e uma rede eficiente de intensificação das ações para eliminação, justificadas por
referência e contra-referência, além da expansão da co- um padrão de alta endemicidade. Portanto, o Brasil deverá
bertura das atividades de eliminação da hanseníase em manter os esforços para o alcance da meta de eliminação
comunidades e populações especiais e atenção especial de hanseníase em nível municipal até o ano 2010.
aos estados que ainda têm uma alta carga de doença: Per-
nambuco, Goiás, Espírito Santo, Pará, Tocantins, Maranhão,
Mato Grosso, Rondônia e Roraima.

141
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Clareza
13. PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA DE - Deve ser passível de ser compreendida e apresentar
ENFERMAGEM. consistência em relação aos conceitos apresentados.

Simplicidade
- Número de elementos presentes em cada uma das
Prezado Candidado, o tema acima supracitado, já categorias descritivas deve ser mínimo, mas suficiente para
foi abordado no tópico : Concepções –teóricos-prática sua compreensão.
da Assistência de Enfermagem
Generalização
- Deve oportunizar a sua utilização no maior número
de ambientes ou situações possíveis.
14. PROCESSO DE ENFERMAGEM
‐ TEORIA E PRÁTICA. Acessibilidade

- Refere-se à obtenção de resultados expressos pela


teoria
Processo de enfermagem – ao levantar os objetivos - É fundamental para a incorporação da teoria à prática
traço o meu plano de ação baseado na filosofia e após e - Devo questionar: em que aspecto a teoria ou as teo-
durante execuções provoco as avaliações. rias escolhidas para atender minha realidade subsidiará as
ações necessárias à obtenção de resultados?
Processo de Cuidar
O que é Cuidado de Enfermagem? Importância
-Ação planejada, resultante da percepção, observação
e análise de comportamento, situação ou condição do ser - Diretamente ligada ao seu significado clínico, ao seu
humano. valor na prática cotidiana. Devemos questionar:
-A ação de enfermagem focada apenas na doença é - Em que aspecto a minha teoria alterará os resultados
uma ação incompleta, desvinculada da essência do proces- obtidos? Quais as vantagens para o paciente, família e co-
so cuidativo.. munidade? Como serão identificados os processos cuidati-
Objeto De Estudo Da Enfermagem para o processo de vos no contexto da instituição?
enfermagem devem estar fundamentados no: INDIVIDUO;
FAMILIA; COMUNIDADE. Padrão de conhecimentos

Teoria do processo de enfermagem: Padrão De Conhecimento Estético


- É a criação que organiza nossa percepção do mundo
- Fundamentada em princípios, crenças, valores e nor- - Aponta os recursos criativos necessários para trans-
mas tradicionalmente aceitos. formar uma determinada experiência em algo que ainda
não é real, mas é possível.
Processo de Enfermagem - A arte da enfermagem é expressa por meio da arte-a-
ção e de atos transformadores.
- Serie de passos (coleta de dados, diagnóstico de en-
fermagem, planejamento, implementação e avaliação), que Padrão De Conhecimento Ético
focalizam a individualização de cuidados através da solu-
ção de problemas. - Compromisso moral da enfermeira com o que deve
- Orientado por teorias e modelos conceituais de en- ser realizado e que objetivos devem ser alcançados com ou
fermagem para o paciente
- Aprimorado conforme observância da realidade e vi- - Inclui além de normas e códigos éticos, o julgamento
vência profissionais de valores morais.
- Rege-se também por conhecimentos científicos e
análise de sua aplicabilidade Conhecimento Pessoal

A Teoria Na Prática Cotidiana - Conhecimento de si reconhecendo o outro em sua


importância e totalidade.
Utilizando a Teoria Na Prática - A relação estabelecida é de reciprocidade
- A teoria a ser utilizada na prática da enfermagem, - O autoconhecimento evita a projeção dos seus pró-
para que alcance os objetivos na assistência ao paciente, prios problemas no paciente
deve obedecer aos seguintes critérios:

142
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Instrumentos Básicos de Enfermagem Problemas Colaborativos ou Complicações Poten-


ciais (CP):
Instrumentos Básicos para o Cuidar - são determinadas complicações fisiológicas que a en-
fermeira monitora para detectar o surgimento ou as modi-
- Habilidade, conhecimento, atitude. ficações no estado. A enfermeira controla os problemas co-
- Observação, comunicação, destreza manual. laborativos usando intervenções prescritas pelos médicos
- Planejamento, avaliação, criatividade, trabalho em e pela enfermagem, visando a minimizar as complicações
equipe. dos eventos.
- Utilização de recursos da comunidade.
Assistência de enfermagem ao adulto portador de Exemplos:
transtorno mental; unidades de atenção à saúde mental: am-
bulatório de saúde mental, centro de atenção psicossocial e Caso 1:
hospital psiquiátrico; instrumentos de intervenção de enfer- Paciente sofreu infarto agudo do miocárdio.
magem em saúde mental: relacionamento interpessoal, co- Problema Colaborativo (CP): Disritmia
municação terapêutica, psicopatologias, psicofarmacologia. Diagnóstico de Enfermagem: Ansiedade relacionada à
dor aguda secundária à isquemia do tecido cardíaco.
Diagnóstico de Enfermagem Caso 2:
Paciente contraiu Hepatite do tipo A.
Julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo da Problema Colaborativo (CP): Insuficiência Hepática.
família ou da comunidade aos problemas/processos de vida Diagnóstico de Enfermagem: Nutrição desequilibrada:
vigentes ou potenciais, proporcionando a base para a sele- menos que as Necessidades Corporais relacionada à ano-
ção de intervenções de enfermagem visando obter resulta- rexia, ao sofrimento epigástrico e à náusea. O
dos pelos quais a enfermeira é responsável. (NANDA 1990) enfermeiro toma decisões tanto em relação aos problemas
colaborativos quanto aos diagnósticos de enfermagem.
Para fazer um diagnóstico correto o enfermeiro deve:-
- Coletar dados válidos e pertinentes As decisões diferem no seguinte:
- Analisar os dados, agrupando-os.
- Diferenciar os diagnósticos de enfermagem dos pro- - Para o DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM, o enfermei-
blemas colaborativos. ro prescreve o tratamento para a situação e aguarda os re-
- Formular corretamente os diagnósticos de enfermagem sultados.
- Selecionar os diagnósticos prioritários. - Para o PROBLEMA COLABORATIVO (Complicações
Potenciais), o enfermeiro monitora as condições do cliente
Coletar dados Válidos e Pertinentes para detectar o surgimento ou o estado das complicações,
além de controlar os eventos com intervenções prescritas
A coleta pode ser ampla ou focalizada. por ele ou pelo médico.
É necessário determinar se os dados são significativos
ou não nos padrões ou nas necessidades funcionais básicas Formular corretamente os diagnósticos de enfer-
(necessidades básicas, segundo Maslow). magem.
Em busca de pistas:- entrevista, observação, exame e re-
visão dos registros do cliente. Tipos de diagnóstico de enfermagem:

Analisar os dados, Agrupando-os. 1ª parte: Titulo


2ª parte: relacionada aos fatores etiológicos ou contri-
A análise de dados não é possível a não ser que você buintes (fatores relacionados)
saiba qual o grupo de pistas descreve um diagnóstico. 3ª parte: evidenciado pelos sinais e sintomas no indivi-
Saber o que é normal para detectar as anormalidades. duo que indicam a presença do diagnóstico. (característica
Pesquise por necessidades. definidora que podem ser maiores e menores, Utilizar a pa-
lavra evidenciado).
Diferenciar os diagnósticos de enfermagem dos pro-
blemas colaborativos. Exemplo: A cliente Jaqueline, 16 anos, chega à uni-
dade de saúde, referindo estar preocupada, por não saber
Diagnóstico de enfermagem: amamentar pois a sua criança não ganha peso e chora mui-
- são julgamentos clínicos sobre as respostas do indiví- to. Ao examiná-la a enfermeira percebe que os mamilos do
duo ou da comunidade aos problemas de saúde. Os diag- seio de Jaqueline é invertido.
nósticos de enfermagem proporcionam a base para a esco-
lha de intervenções de enfermagem que visam à obtenção
de resultados pelos quais a enfermeira é responsável. As
ações são prescritas pela enfermagem.

143
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Tipos de Diagnóstico de Enfermagem: Exame Físico:


- Aplicar conhecimento científico e validar as informa-
Real: descreve um julgamento clínico, possui as 3 par- ções do histórico;
tes, principalmente as características definidoras. Após o diálogo, entrevista, o paciente poderá ser exa-
Risco: descreve o “risco para”, ou seja, o grupo, o in- minado da cabeça aos pés (Carpenito);
dividuo pode estar vulnerável ao desenvolvimento de um Composto pelas seguintes fases: inspeção, ausculta,
problema do que dos outros na mesma situação. Para este percussão, palpação;
diagnóstico introduzimos no inicio da frase RISCO PARA. Sequência para exame físico segundo outros autores:-
pele, cabeça e pescoço, tórax e pulmões, mamas, sistema
Exemplo:- RISCO PARA transmissão de infecção rela- vascular, abdômen, reto, genitálias, sistema neurológico e
cionado a acidente biológico. sistema musculoesquelético.
Para este diagnóstico, utilizamos as 2 (duas) primeiras
Diagnóstico de Enfermagem
partes - Título e Fator Relacionado.
Julgamento clínico das respostas do indivíduo, da fa-
Selecionar os Diagnósticos Prioritários
mília ou comunidade aos estímulos recebidos mediante
Diagnóstico Prioritário: São os diagnósticos que, se problemas reais ou potenciais de saúde ou processo de
não forem prontamente controlados, impedirão o progres- vida.
so em direção à obtenção de metas ou afetarão, negativa- É a base para identificar problemas de enfermagem,
mente, o estado funcional do cliente. selecionar intervenções de enfermagem e estabelecer me-
Diagnóstico Importante: São os diagnósticos para tas, visando obter resultados pelos quais o enfermeiro é
os quais o tratamento pode ser adiado para um momen- responsável.
to posterior, em o comprometimento do estado funcional É um relato que se refere às necessidades de enferma-
atual. gem do cliente.

Processo de enfermagem Utilizar Dos Instrumentos De Métodos Científicos E


Princípios Científicos.
O Processo De Enfermagem é a dinâmica das ações
sistematizadas e inter-relacionadas, visando à assistência Plano Assistencial
ao ser humano caracteriza-se pelo inter-relacionamento e
dinamismo de suas fases ou passos. Wanda de Aguiar Hor- É o planejamento dos cuidados de enfermagem a se-
ta (2001). rem seguidos após a elaboração do diagnostico de enfer-
magem.
Fases Do Processo De Enfermagem: Avaliar grau de dependência.
- Histórico
- Entrevista Prescrição De Enfermagem
- Exame físico
É o conjunto de condutas decididas pelo enfermeiro,
Diagnóstico / Problemas de enfermagem: que direciona e coordena a assistência de enfermagem
- Plano assistencial prestada ao cliente de forma individualizada e contínua.
- Prescrição de enfermagem
- Evolução de enfermagem
Normas Para a Prescrição De Enfermagem
Prognóstico de Enfermagem
- Deve ser feita pelo enfermeiro;
Histórico de Enfermagem - Deve responder: o que, como e quando deve ser feito;
- As prescrições devem conter horários ou períodos
É o levantamento da historia de saúde/doença do fixos;
cliente. - Devem conter identificação completa do profissional
Permite que através dos dados coletados para traçar que prescreveu;
suas necessidades enquanto cliente/paciente direcionando - Deve ser checada pelo profissional que realizou o pro-
o plano de cuidados. cedimento ou pelo enfermeiro na oportunidade da consul-
É constituído de: entrevista e exame físico. ta de enfermagem (orientações, solicitações de exames);
- Deve deixar claro o grau de dependência do cliente:
Entrevista: fazer, ajudar, orientar, encaminhar.
- Observar cada gesto e palavra, levando em conside-
ração o processo de saúde e doença;

144
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Evolução de Enfermagem Considerando a institucionalização da consulta de En-


fermagem como um processo da prática de Enfermagem
Análise das respostas do paciente frente às interven- na perspectiva da concretização de um modelo assistencial
ções em função dos resultados atingidos adequado às condições das necessidades de saúde da po-
O enfermeiro avalia os resultados da intervenção pos- pulação;
sibilitando a continuidade da intervenção necessária para o RESOLVE:
alcance dos resultados esperados Art. 1º – Em todos os níveis de assistência à saúde, seja
Deve ser anotada integralmente em instituição pública ou privada, a consulta de Enferma-
Deve gerar outras ações a serem prescritas gem deve ser obrigatoriamente desenvolvida na Assistên-
Deve detectar problemas, caso não obtenha o resulta- cia de Enfermagem
do esperado. Art. 2º – Esta Resolução entrará em vigor na data de
sua assinatura.
Prognóstico de Enfermagem Rio de Janeiro, 19 de abril de 1993.

Indica a condições que o cliente atingiu na alta ou no
seu dia a dia com sua patologia, avalia o processo de en-
fermagem mede todas as fases e chega a uma conclusão. 16. MEDIDAS DE HIGIENE E DE SEGURANÇA
Bom prognóstico: É aquele que leva ao autocuidado, NOS SERVIÇOS DE ENFERMAGEM.
portanto à independência de enfermagem;
Prognóstico sombrio: É aquele que se dirige a cuida-
dos de dependência total.
Higiene do Paciente

Normas
15. CONSULTA DE ENFERMAGEM.
- A higiene do paciente fica a cargo da Equipe de En-
fermagem;
O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no uso - Explicar sempre ao paciente o que vai ser feito;
de sua competência, tendo em vista as deliberações do - Preferencialmente realizar a higiene oral do paciente,
Plenário em sua 214ª Reunião Ordinária, antes do banho e apos as refeicoes, com solucao de Bicar-
Considerando o caráter disciplinador e fiscalizatório do bonato de Sodio, e quando se fizer necessario;
COFEN e dos Regionais sobre o exercício das atividades - Ao lidar com o paciente, de maneira direta, e impres-
nos serviços de Enfermagem do País; cindivel o uso de luvas para procedimentos;
Considerando que a partir da década de 60 vem sendo - Cuidar durante o banho, para nao expor, desnecessa-
incorporada gradativamente em instituições de saúde pú- riamente, o paciente. A privacidade contribui muito para o
blica a consulta de Enfermagem, como uma atividade fim; conforto mental do paciente;
Considerando o Art. 11, inciso I, alínea “i” da Lei nº - Secar bem toda a superficie do corpo do paciente,
7.498, de 25 de junho de 1986, e no Decreto 94.406/87, principalmente as dobras;
que a regulamenta, onde legitima a Consulta de Enferma- - As portas do banheiro nao devem ser trancadas, du-
gem e determina como sendo uma atividade privativa do rante o banho;
enfermeiro; - Deve-se testar a temperatura da agua, antes do ba-
Considerando os trabalhos já realizados pelo COFEN nho do paciente. Geralmente se usa agua morna.
sobre o assunto, contidos no PAD-COFEN nº 18/88;
Considerando que a Consulta de Enfermagem, sen-
Higiene Oral: Consiste na limpeza dos dentes, gengi-
do atividade privativa do Enfermeiro, utiliza componentes
vas, bochechas, língua e lábios. Condições patológicas que
do método científico para identificar situações de saúde/
predispõem a irritação e a lesão da mucosa oral: (estado de
doença, prescrever e implementar medidas de Enferma-
gem que contribuam para a promoção, prevenção, pro- coma, hipertemia). Finalidades:
teção da saúde, recuperação e reabilitação do indivíduo, - Promover conforto ao paciente;
família e comunidade; - Evitar halitose;
Considerando que a Consulta de Enfermagem tem - Prevenir carie dentaria;
como fundamento os princípios de universalidade, equi- - Conservar a boca livre de residuos alimentares.
dade, resolutividade e integralidade das ações de saúde;
Considerando que a Consulta de Enfermagem com- Higiene Oral (em pacientes impossibilitados de cui-
põe-se de Histórico de Enfermagem (compreendendo dar de si): Material: Solução anti-séptica, solução bicarbo-
a entrevista), exame físico, diagnóstico de Enfermagem, natada (para cada 1 colher de chá, 500 ml de água); Espátu-
prescrição e implementação da assistência e evolução de la envoltas em gazes; Lubrificante (vaselina líquida); Toalha;
enfermagem; Copo para colocar solução anti-séptica; Luvas; Cuba-rim.

145
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Técnica: - Limpar também a lingua;


- Lavar as mãos; - Enxugar os lábios com a toalha e lubrificá-los com
- Explicar ao paciente o que ser feito; vaselina;
- Calçar luvas; - Retirar luvas;
- Reunir o material na mesa de cabeceira; - Lavar as mãos;
- Colocar o paciente em posição confortável, com a ca- - Recompor a unidade;
beceira elevada. Em pacientes inconscientes, colocá-los em - Anotar no prontuário o que foi feito e anormalidades
decúbito lateral; detectadas.
- Colocar a toalha na parte superior do torax e pescoco
do paciente, com forro plástico, se necessário; Obs: A troca do cadarco da cânula endotraqueal, deve
- Proceder a limpeza de toda a boca do paciente usando ser feita pelo Técnico/Auxiliar a cada 12 horas, ou quando
as espátula envoltas em gazes, embebidas em solução anti- se fizer necessário, acompanhada do reposicionamento da
séptica diluído em água; cânula endotraqueal, que deve ser feito pela Enfermeira da
- Utilizar cuba-rim para o paciente “bochechar”; unidade; A higiene oral do paciente entubado deve ser fei-
- Limpar a língua, para evitar que fique seborreica; ta 01 vez a cada plantão.
- Enxugar os lábios com a toalha;
- Lubrificar os lábios com vaselina líquida, para evitar ra- Higiene das Próteses Dentárias: Material: Copo com
chaduras; solução anti-séptica bucal; Escova de dentes; Pasta dental
- Retirar luvas; ou sabão líquido; Cuba-rim; 01 par de luvas; Toalhas de pa-
- Lavar as mãos; pel; Toalhas de Banho; Biombos.
- Recompor a unidade;
- Anotar no prontuário o que foi feito e anormalidades Técnica
detectadas. - Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente o que vai fazer;
Obs: Em pacientes neurológicos com lesão cervical, usar - Reunir o material na bandeja e colocar sobre a mesa
a espátula com gaze, para retirar o excesso de líquido da de cabeceira do paciente;
solução anti-séptica, sem mobilizar a cabeça; Em pacientes - Proteger o leito com biombo;
conscientes, ele próprio deve escovar os dentes. - Colocar toalha sobre o tórax do paciente;
- Colocar o paciente em Fowler ou sentado quando for
Higiene Oral (em paciente entubado): Material: Solu- permitido;
ção anti-séptica, solução bicarbonatada; Espátula envoltas - Calçar as luvas;
em gazes; Lubrificante (vaselina líquida); Copo para colocar - Pedir ao paciente que remova a prótese com o uso
solução anti-séptica; Seringa de 20 ml; Aspirador montado; da toalha de papel. Se o paciente não puder remover as
Cânula de guedel (estéril), se necessário; Toalha; Luvas. próteses sozinho, a enfermagem deve fazê-lo em seu lugar,
lenta e cuidadosamente;
Técnica - Colocar as próteses na cuba-rim, forrada com toalha
- Lavar as mãos; de papel. Levar ao banheiro;
- Explicar ao paciente o que ser feito; - Colocar a pasta dental ou sabão líquido sobre a es-
- Calçar luvas; cova;
- Reunir o material na mesa de cabeceira; - Segurar as próteses na palma da mão e escová-la com
- Colocar o paciente em posição confortável, com a ca- movimentos firmes da base dos dentes para as pontas;
beceira elevada ou em decúbito lateral se estiver inconscien- - Escovar a área de acrílico em toda sua extensão;
te. Caso o paciente esteja com sonda nasogástrica, abri-la, - Lavá-la sob jato de água fria;
para evitar náuseas e refluxo do conteúdo gástrico para a - Desprezar o papel toalha da cuba-rim e colocar outro;
boca; - Colocar a prótese limpa na cuba-rim;
- Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço - Lavar a escova com água corrente e colocá-los na
do paciente, com forro plástico, se necessário; cuba-rim;
- Verificar se o cuff da cânula endo-traqueal está insufla- - Lavar as mãos enluvadas;
do, para evitar que a solução anti-séptica ou salivação pene- - Oferecer copo com solução anti-séptica bucal, para
tre na traqueia, durante a higienizacao; que o paciente enxague a boca;
- Instilar água com auxílio da seringa, pelo orifício da - Entregar a prótese ao paciente ou coloque-a por ele,
cânula de guedel, e fazer aspiração ao mesmo tempo; no caso de impossibilidade do mesmo;
- Retirar a cânula de guedel e lavá-la em água corrente - Colocar o paciente em posição confortável;
na pia do quarto e recolocá-la, ou proceder a sua troca por - Desprezar as luvas;
outra estéril, caso, seja necessário ou que conforme rotina, já - Limpar e guardar todo o material;
tenha dado 24 horas após a sua colocação; - Lavar as mãos;
- Proceder a limpeza de toda a boca do paciente, usando - Anotar no prontuário.
as espátula envoltas em gazes embebidas em solução anti-
séptica. Limpar o palato superior e toda a arcada dentária;

146
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Obs: Quando o paciente retirar a prótese ou recolocá - Lavar, enxaguar e enxugar as pernas e coxas, do tor-
-la, a Enfermagem deve observar se há a alguma anormali- nozelo até a raiz da coxa, do lado oposto ao que se está
dade em cavidade bucal. Se houver, relatá-la no prontuário. trabalhando, depois o mais próximo;
- Colocar bacia sob os pés e lavá-la, principalmente nos
Banho no Leito (Paciente com Dependência Total) interdígitos, observando as condições dos mesmos e en-
xugar bem;
Normas - Trocar a água da bacia e a luva de pano, obrigatoria-
- Trocar a água do banho sempre que necessário; mente;
- Quando houver colostomia e/ou drenos, esvaziar as - Encaixar a comadre no paciente;
bolsas coletoras antes do banho ou trocá-la, depois trocar - Fazer higiene íntima do paciente, de acordo com a
as luvas e iniciar o banho; técnica;
- Quando o banho for dado em apenas uma pessoa, - Trocar, obrigatoriamente, a água da bacia e a luva de
levando-se em consideração que o paciente ajuda, seguir banho, retirando a comadre, deixando-a ao lado do leito;
a mesma técnica, porém, sem esquecer de lavar as mãos - Virar o paciente em decúbito lateral, colocando a toa-
enluvadas, antes de manipular a roupa limpa; lha sob às costas e nádegas, mantendo esta posição com o
- O uso de máscara para banho é opcional como rotina. auxílio de outra pessoa;
Levar em consideração os pacientes altamente infectados. - Lavar e enxugar as costas, massageando-as, incluindo
nádegas e cóccix do paciente;
Material - Deixar o paciente em decúbito lateral, empurrando a
Carro de banho ou mesa de cabeceira; Luva de banho; roupa úmida para o meio do leito, enxugando o colchão;
Toalha de banho (lencol protetor); Material para higiene - Trocar de luvas ou lavar as mãos enluvadas, para não
oral; Material para higiene íntima, Pente, Sabonete indivi- contaminar a roupa limpa;
dualizado, Comadre e/ou papagaio do próprio paciente, - Proceder a arrumação do leito, com o paciente em
Roupa para o paciente (pijama ou camisola), decúbito lateral;
Roupa de cama (02 lençóis, 01 cobertor S/N, 01 toalha - Virar o paciente sobre o lado pronto do leito;
de banho, 01 para fralda S/N, 01 forro S/N, Luvas de proce- - Retirar a roupa suja e desprezá-la no hamper;
dimento, Luvas de banho, Hamper, 01 bacia, 01 balde, Fita - Calçar outras luvas ou lavar as mãos enluvadas e ter-
adesiva, Biombos. minar a arrumação do leito;
- Fazer os cantos da cama: cabeceira e pés;
Técnica - Vestir o paciente;
- Lavar as mãos e calcar as luvas de procedimentos; - Pentear os cabelos do paciente;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito; - Trocar a fronha;
- Trazer o carro de banho e o hamper próximo ao leito; - Utilizar travesseiros para ajeitar o paciente no decú-
- Fechar as portas e janelas; bito mais adequado;
- Proteger a unidade do paciente com biombos; - Limpar balde, bacia, comadre com água e sabão;
- Oferecer comadre ou papagaio ao paciente e pro- - Recompor a unidade do paciente, colocando tudo no
curar saber se tem clister prescrito. Se houver, fazê-lo em lugar;
primeiro lugar; - Retirar as luvas e lavar as mãos;
- Desprender a roupa de cama, iniciando do lado opos- - Anotar no prontuário o que foi feito e as anormalida-
to onde permanecer; des detectadas, se houver.
- Fazer higiene oral do paciente e lavar a cabeça, se
necessário; Banho de Aspersão (chuveiro): Material: Roupa pes-
- Trocar a água do banho, obrigatoriamente, após a la- soal (pijama, camisola, shorts - fornecidos pelo Hospital);
vagem da cabeça; Toalha de banho; Sabonete (individual); Pente; Luva de ba-
- Lavar os olhos, limpando o canto interno para o ex- nho (opcional).
terno, usando gaze;
- Lavar, enxaguar e enxugar o rosto, orelhas e pescoço; Técnica
- Remover a camisola ou camisa do pijama, mantendo - Lavar as mãos;
o tórax protegido com o lencol, descansando os braços so- - Explicar ao paciente o que vai ser feito;
bre o mesmo; - Reunir o material e levar ao banheiro;
- Lavar e enxugar os braços e mãos do lado oposto ao - Encaminhar o paciente ao banheiro (portas e janelas
que se está trabalhando, depois o mais próximo, com mo- fechadas);
vimentos longos e firmes, do punho a axila; - Abrir o chuveiro e regular a temperatura da água e
- Trocar a água; orientar o paciente sobre o manuseio da torneira;
- Lavar e enxugar o tórax e abdome, com movimentos - Ajudar o paciente a se despir, caso não consiga fazer
circulares, ativando a circulação, observando as condições sozinho;
da pele e mamas; - Iniciar o banho se a situação permitir, deixando o pa-
- Cobrir o tórax com lençol limpo, abaixando o lençol ciente sozinho;
em uso, até a região genital;

147
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

- Enxugar ou ajudar o paciente a fazê-lo, observando as Obs: Se houver presença de secreção uretral e/ou vagi-
condições da pele e a reação do banho; nal, utilizar gazes montadas na pinça auxiliar para retirar o
- Vestir e pentear o paciente caso não consiga fazê-lo excesso, antes de iniciar a limpeza com água e sabão líqui-
sozinho; do ou P.V.P.I. degermante.
- Conduzir o paciente a sua unidade, colocando-o em
posição confortável na cadeira; Higiene Íntima Masculina: Material: 01 balde; 01 jarra;
- Arrumar o leito e deixar a unidade em ordem; Pacote de gazes; Comadre; Toalha de banho; Sabão líquido
- Colocar tudo no lugar e chamar o pessoal da limpeza o P.V.P.I. degermante; Luvas para procedimento; Hamper;
para proceder a limpeza do banheiro; Pinça auxiliar (Cheron); Biombo; Forro e saco plástico.
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário. Técnica
- Lavar as mãos;
Obs: Sentar na cadeira embaixo do chuveiro é muito - Explicar o procedimento ao paciente;
mais seguro para os pacientes idosos ou para os pacientes - Reunir o material e levá-lo a unidade do paciente;
que ainda estão muito fracos, facilitando para que lavem as - Proteger a unidade com biombos;
pernas e pés, com menor probabilidade de escorregarem; - Trazer o hamper próximo ao leito;
Durante o banho deve-se assegurar a privacidade ao pa- - Calçar as luvas de procedimentos;
ciente, mas pedir-lhe para não trancar a porta e chamar se - Posicionar o paciente expondo somente a área ge-
precisar de assistência. Manter-se perto do local. nital;
Higiene Íntima Feminina: Material: 01 balde; 01 jarra; - Colocar o forro com plástico sob a região glútea do
Pacote de gazes; Comadre; Toalha de banho; Sabão líquido paciente;
o P.V.P.I. degermante; Luvas para procedimento; Hamper; - Colocar a comadre sob a região glútea em cima do
Pinça auxiliar (Cheron); Biombo; Forro e saco plástico. forro com a ajuda do paciente;
- Irrigar com a jarra com água, a região genital;
Técnica - Dobrar e pinçar gaze com a pinça auxiliar;
- Lavar as mãos; - Despejar pequena porção de sabão líquido ou P.V.P.I.
- Explicar o procedimento ao paciente; degermante, sobre os genitais;
- Reunir o material e colocá-los sobre a mesa de cabeceira; - Ensaboar os genitais com a pinça montada em gaze,
- Calçar às luvas; desprezando a gaze, a cada etapa;
- Trazer o hamper próximo ao leito; - Tracionar o prepúcio para trás, lavando-o em seguida,
- Proteger a unidade com biombos; com movimentos únicos e circulares;
- Colocar o paciente em posição ginecológica, procu- - Iniciar a higiene íntima pelo meato urinário, prepúcio,
rando expô-la o mínimo possível; glande, corpo do pênis, depois região escrotal e por último
- Colocar o forro sobre o saco plástico, colocando-os a região anal;
sobre a região glútea; - Despejar o conteúdo da jarra sobre a região pubiana,
- Colocar a comadre sob a região glútea da paciente, pregas inguinais, pênis e bolsa escrotal;
com ajuda da mesma; - Tracionar o escroto, enxaguando a face inferior no
- Irrigar monte pubiano e vulva com água, despejando sentido escroto perineal;
-a suavemente com o auxílio da jarra; - Retirar todo o sabão líquido ou P.V.P.I. degermante;
- Despejar pequena porção de sabão líquido ou P.V.P.I. - Retirar a comadre;
degermante sobre o monte pubiano; - Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou
- Ensaboar a região pubiana com a pinça montada em com o forro que está sob a região glútea do paciente;
gaze, de cima para baixo sem atingir o ânus, desprezando a - Posicionar o prepúcio;
gaze, após cada movimento vulva - ânus; - Colocar o paciente em posição de conforto;
- Afastar os grandes lábios e lavá-la no sentido ânte- - Desprezar as roupas no hamper (toalha, forro);
ro-posterior, primeiro de um lado, desprezando a gaze e - Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o bal-
depois do outro lado; de e jarra e guardá-los;
- Lavar por último a região anal; - Retirar a luva;
- Despejar a água da jarra, sobre as regiões ensaboadas; - Lavar as mãos;
- Retirar a comadre; - Anotar no prontuário.
- Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou
com o forro que está sob a região glútea do paciente; Obs: Se houver presença de secreção purulenta na re-
- Colocar a paciente em posição de conforto; gião uretral, limpá-la com gaze, antes de proceder a limpe-
- Desprezar as roupas (toalha, forro) no hamper; za com água e sabão.
- Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o balde
e jarra e guardá-los; Lavagem dos Cabelos: Material: Shampoo; Balde; Ba-
- Retirar a luva; cia; Toalha de banho; Luvas para procedimento; Forro e
- Lavar as mãos; saco plástico; Pente; Algodão em bola (02 unidades).
- Anotar no prontuário.

148
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Técnica - Aplicar vaselina nas bordas do couro cabeludo, para


- Explicar ao paciente o que ser feito; evitar que a solução queime o rosto;
- Reunir o material no carro de banho e levá-lo próximo - Dividir os cabelos em partes, aplicando a solução com
a cama do paciente; gaze, fazendo fricção no couro cabeludo e no final embeber
- Lavar as mãos; os cabelos;
- Fechar portas e janelas; - Prender o cabelo e colocar a faixa de crepe ao redor
- Abaixar a cabeceira do leito do paciente; da cabeca, formando um gorro e fixando com esparadrapo
- Retirar o travesseiro; no final;
- Colocar toalha de banho na cabeceira da cama, sob o - Conservar o travesseiro com forro;
forro com o plástico; - Retirar as luvas;
- Colocar sobre o forro com plástico, a bacia com água - Lavar as mãos;
morna; - Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem;
- Levar a bandeja com o material para o local de origem;
- Colocar o paciente em posição diagonal, com a cabe-
- Fazer anotações no prontuário do paciente.
ça próxima ao funcionário;
- Proteger os ouvidos do paciente com algodão;
Obs: Deixar a solução no cabelo por 03 a 06 horas pela
- Colocar outra toalha ao redor do pescoço do pacien-
manhã e lavá-la à tarde, passando vinagre após e penteando;
te, afrouxando a camisola, no caso de mulher, ou retirando Repetir o procedimento durante 03 dias ou mais, se neces-
a camisa no caso de homem, cobrindo-o com o lençol; sário.
- Sustentar a cabeça do paciente com uma das mãos,
sobre a bacia com água; Como colocar e retirar comadre do paciente acama-
- Pentear os cabelos, inspecionando o couro cabeludo, do: Material: Comadre; Papel higiênico; Biombos; Bacia com
cabelos e observando condições de água morna; Toalha de banho; Sabonete.
anormalidade;
- Umedecer os cabelos com um pouco de água, apli- Técnica
cando o shampoo evitando que o líquido escorra nos olhos; - Lavar as mãos;
- Massagear o couro cabeludo com as pontas dos de- - Identificar o paciente;
dos; - Cercar a cama com biombos;
- Lavar os cabelos; - Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Enxaguar os cabelos do paciente até sair toda espu- - Reunir o material necessário junto a unidade;
ma, com o auxílio de uma jarra; - Colocar as luvas de procedimento;
- Despejar a água da bacia, quantas vezes forem ne- - Aquecer a comadre (fazendo movimentos de fricção
cessário; em sua superfície, com a extremidade sobre o lençol ou co-
- Elevar a cabeça do paciente e espremer os cabelos locando-a em contato com água quente;
com cuidado, fazendo escorrer água; - Pedir ao paciente para levantar os quadris e se ele es-
- Retirar a bacia que está sob a cabeça do paciente; tiver impossibilitado, levantar por ele, com a ajuda de outro
- Descansar e envolver a cabeça do paciente na toalha; funcionário da Enfermagem;
- Secar os cabelos com toalha de banho ou forro; - Colocar a comadre sob os quadris;
- Pentear os cabelos do paciente; - Deixar o paciente sozinho, sempre que possível;
- Recolocar o travesseiro e voltar o paciente a posição - Ficar por perto e voltar tão logo ele o chame;
inicial; - Entregar papel higiênico ao paciente, orientando-o so-
bre a higiene íntima e se necessário, faça por ele;
- Retirar a toalha, recompor o material no carro de ba-
- Pedir novamente ao paciente que levante o quadril ou,
nho, deixando paciente em posição confortável;
se necessário, levante por ele;
- Lavar as mãos;
- Retirar a comadre;
- Anotar na prescrição do paciente. - Fornecer bacia com água para que o paciente lave as
mãos;
Tratamento de Pediculose e Remoção de Lendeas: - Fornecer toalha para que ele enxugue as mãos;
Material: Solução indicada para pediculose; Luvas para - Lavar o material;
procedimento; Atadura de crepe; Esparadrapo; Forro e saco - Colocar o material restante no lugar;
plástico; Pente fino; Biombo; Vaselina Líquida. - Deixar o paciente em posição confortável;
- Desprezar as luvas e lavar as mãos;
Técnica - Anotar no prontuário.
- Lavar as mãos;
- Trazer a bandeja com o material e colocá-los na mesa Obs: Não deixar um paciente esperando pela comadre,
de cabeceira ou carro de banho; por se tratar de um ato fisiológico e a espera pode levar a
- Explicar o procedimento ao paciente; angústia física e emocional, podendo ocorrer diminuição do
- Colocar biombo; tônus dos esfíncteres. Por se tratar de um momento íntimo,
- Colocar o forro protegido com plástico sobre o tra- muitos pacientes tem que ficar sozinhos, pois sentem-se
vesseiro; inibidos, não conseguindo evacuar perto de outras pessoas.

149
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Massagem de Conforto Prevenção de Escaras e Deformações: Pacientes que


permanecem muito tempo acamados requerem uma aten-
É a massagem corporal realizada durante o banho de ção especial; os inconscientes geralmente apresentam re-
leito, e aconselhável ainda, após o uso de comadre e du- flexos alterados, com diminuição ou abolição de movimen-
rante a mudança de decúbito. Estimula a circulação local; tos voluntários. A imobilização pode facilitar complicações
Preveni escaras de decúbito; Proporciona conforto e bem traqueobronquicas; a circulação pode-se tornar deficiente
estar; Possibilita relaxamento muscular. Material: Álcool em determinados pontos da área corporea, onde sofrem
70%, ou creme ou ainda talco. maior pressão, provocando ulcerações (escaras de decúbi-
to); o relaxamento muscular e a posição incorreta dos vá-
Técnica rios segmentos do corpo pode provocar deformidades. A
- Aproximar o paciente na lateral do leito, onde se en- mudança de decúbito, exercícios passivos e massagem de
contra a pessoa que irá fazer a massagem; conforto, são medidas utilizadas para prevenir deformida-
des e escaras de decúbito.
- Virar o paciente em decúbito ventral ou lateral;
- Após lavar às costas, despejar na palma da mão pe-
Posição para Exames
quena quantidade de álcool, creme ou talco;
- Aplicar nas costas do paciente massageando com
Fowler: Paciente fica semi sentado. Usado para des-
movimentos suaves e firmes, seguindo a seguinte orien- canso, conforto, alimentação e patologias respiratórias.
tacao:
a) Deslizar as mãos suavemente, começando pela base SIMs: Lado direito: deitar o paciente sobre o lado direito
da espinha e massageando em direção ao centro, em volta flexionando-lhe as pernas, ficando a direita semi flexionada e
dos ombros e dos lados das costas por quatro vezes; a esquerda mais flexionada, chegando próxima ao abdômen.
b) Realizar movimentos longos e suaves pelo centro e Para o lado esquerdo, basta inverter o lado e a posição das
para cima da espinha, voltando para baixo com movimen- pernas. Posição usada para lavagem intestinal, exames e toque.
tos circulares por quatro vezes;
c) Realizar movimentos longos e suaves pelo centro da Genu-Peitoral: Paciente se mantém ajoelhado e com
espinha e para cima, retornando para baixo massageando o peito descansando na cama, os joelhos devem ficar li-
com a palma da mão, executando círculos pequenos; geiramente afastados. Posição usada para exames vaginais,
d) Repatir os movimentos longos e suaves que deram retais e cirurgias.
início a massagem por três a cinco minutos e continuar
com o banho ou mudança de decúbito. Ginecológica: A paciente fica deitada de costas, com
as pernas flexionadas sobre as coxas, a planta dos pés so-
Medidas de conforto e segurança do paciente: O bre o colchão e os joelhos afastados um do outro. É usado
conforto e a segurança tem uma concepção ampla e para sondagem vesical, exames vaginais e retal.
abrangem aspectos físicos, psicossociais e espirituais, cons-
tituindo necessidade básica do ser humano. Na admissão, Litotomia: A paciente é colocada em decúbito dorsal,
se suas condições físicas permitirem, deve-se apresentar o as coxas são bem afastadas uma das outras e flexionadas
paciente para os companheiros da enfermaria e a equipe sobre o abdôme; para manter as pernas nesta posição
de saúde. Mostrar as dependências e orientá-lo quanto usam-se suportes para as pernas (perneiras). Posição usada
a equipe de saúde. Mostar as dependências e orientá-lo para parto, toque, curetagem.
quanto a rotina da unidade. Todas as condutas terapêu- Tredelemburg: O paciente fica em decúbito dorsal,
com as pernas e pé acima do nível da cabeça, posição usa-
ticas e assistência de enfermagem devem ser precedidas
da para retorno venoso, cirurgia de varizes, edema.
de orientação, esclarecimento de dúvidas e encorajamento.
Ereta ou Ortostática: O paciente permanece em pé
Medidas importantes para proporcionar conforto
com chinelos ou com o chão forrado com um lençol. Posi-
ao paciente: ção usada para exames neurológicos e certas anormalida-
- Ambiente limpo, arejado, em ordem, com temperatu- des ortopédicas.
ra adequada e leito confortavel;
- Boa postura, movimentação ativa ou passiva; Movimentação e Transporte de Paciente
- Mudança de decúbito;
- Respeito quanto a individualidade do paciente; É mover, e levantar ou transportar o paciente para um
- Inspiração de sentimento de confiança, segurança e determinado local através da utilização de movimentos
otimismo; planejados.
- Recreação através de TV, grupos de conversação, tra-
balhos manuais, leituras. Objetivos:
- Proporcionar conforto e segurança ao paciente;
- Evitar esforços desnecessários e lesões corporais;
- Aliviar a pressão de determinada área (evitar escaras).

150
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

O primeiro fator importante ao se mover ou levantar o - Colocar uma das mãos sobre o ombro e a outra sobre
paciente, é o emprego de uma boa mecânica corporal por o quadril do paciente e virá-lo delicadamente para o lado
parte da enfermagem e de outra pessoa que ajude. De- direito;
vem-se evitar esforços desnecessários, prevenindo danos - Colocar um travesseiro apoiando a cabeça, pescoço e
para si e para o paciente. Os movimentos devem ser pla- ombro, outro amparando as costas e outro entre os mem-
nejados. É bom fazer uma pequena contagem para todos bros inferiores;
agirem juntos, somando forças, empregando princípios de - Colocar o braço esquerdo de modo que não pressio-
ergonomia. Por exemplo, contar 1 – 2 – 3 – já! ne o tórax;
- Prender o lençol;
Procedimentos comuns: - Cobrir o paciente.
- Lavar as mãos antes e após qualquer procedimento;
- Calçar luvas de procedimentos; OBS: Para movimentar o paciente do decúbito dorsal
- Orientar o paciente sobre o procedimento; para a lateral esquerda, seguir as mesmas regras, mudando
- Registrar no prontuário todos os procedimentos rea- o posicionamento do paciente;
lizados com o paciente;
- Deixar a unidade em ordem; Movimentação do Paciente para a Cabeceira

Decúbito Dorsal para Lateral Direito ou Esquerdo Quando o paciente auxilia


- Dobrar em leque a colcha e sobre lençol até altura
Duas Pessoas dos pés;
- Dobrar em leque o sobrelençol até a altura dos pés; - Proteger as grades de cabeceira com travesseiros;
- As duas pessoas executantes devem colocar-se à es- - Solicitar ao paciente, que flexione os joelhos, apoian-
querda do paciente; do firmemente as pernas e pés no colchão;
- 1ª pessoa: colocar o braço direito sob o ombro do - Apoiar o ombro e a coxa do paciente com as mãos;
paciente, apoiando a cabeça. Em seguida colocar o braço - Orientar o paciente solicitando-o para dar um impul-
esquerdo sob a região lombar; so com os pés no sentido da cabeceira;
- 2ª pessoa: colocar o braço direito sob a região lombar - Colocar o travesseiro e arrumar a cama;
e o esquerdo sob o terço superior da coxa; - Cobrir o paciente.
- Colocar o braço esquerdo do paciente sobre o tórax,
o direito semiflexionado e abduzido sobre o leito e flexio- Quando o paciente não auxilia (duas pessoas com
nar o joelho esquerdo; lençol móvel ou lençol)
- Colocar uma das mãos sobre o quadril do paciente e - Dobrar em leque o sobrençol até a altura dos pés;
virá-lo delicadamente para o lado direito; - Proteger as grades da cabeceira com o travesseiro;
- Colocar um travesseiro apoiando a cabeça, pescoço e - Ficar uma pessoa de cada lado do paciente;
ombro, outro amparando as costas e um terceiro entre os - Soltar o lençol móvel ou lençol;
membros inferiores; - Enrolar as extremidades laterais do lençol bem próxi-
- Colocar o braço esquerdo do paciente de modo que mos do paciente;
não pressione o tórax; - Ambas as pessoas devem segurar o lençol na altura
- Cobrir o paciente; do ombro e na região coxofemoral;
- Deixar a unidade em ordem. - Deslocar o paciente para a cabeceira da cama com
movimentos sincronizados;
Obs: Para as mudanças de decúbito inverso seguir os - Colocar o travesseiro e arrumar a cama;
mesmos passos, mudando o posicionamento dos execu- - Cobrir o paciente e deixar a unidade em ordem.
tantes e do paciente.
Transporte do paciente da cama para a maca (qua-
Duas Pessoas com Lençol tro pessoas com lençol)
- Dobrar em leque a colcha e o sobre lençol; - Antes do procedimento, fechar infusões venosas, e
- Ficar uma pessoa de cada lado do paciente; SNG, SNE ou SVD;
- Soltar o lençol móvel; - No caso SVD, exames demorados abrir sonda en-
- Enrolar as extremidades laterais do lençol bem próxi- quanto aguarda;
mo do paciente; - Desprender as roupas de cama;
- Executar a técnica da seguinte maneira: ambos se- - Dobrar em leque o lençol e o cobertor até os pés;
guram o lençol na altura do ombro e do terço superior da - Em quatro pessoas, devem portar-se duas pessoas á
coxa; direita e duas pessoas á esquerda do paciente;
- Colocar o paciente para o lado esquerdo com movi- - Enrolar as extremidades laterais do lençol bem próxi-
mentos sincronizados; mas ao paciente;
- Colocar o braço esquerdo do paciente sobre o tórax, - Passar o paciente para a beira da cama com movi-
deixando o outro semiflexionado e abduzido sobre o leito mentos simultâneos;
e flexionar o joelho esquerdo;

151
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

- Colocar a maca paralela ao leito, próxima do pacientes; Portanto, a saúde é um processo dinâmico em que o
- Transportar o paciente da cama para a maca num só homem luta contra as forças que tendem a alterar o equilí-
movimento; brio da sua saúde; é o ajustamento dinâmico satisfatório às
- Afastar a maca da cama, arrumar as roupas e levantar forças que tendem a perturbá-lo. O complexo processo de
as grades laterais; redução da saúde não é provocado por fatores simples ou
- Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem; específicos, mas pelo resultado da ligação contínua entre
causas e efeitos. Para considerar o indivíduo com saúde,
Da cama para a cadeira de rodas (duas pessoas com é necessário que ele atinja um nível excelente de ajusta-
lençol) mento e equilíbrio entre o homem, os agentes e o meio
- Colocar a cadeira de rodas próximas aos pés da cama. ambiente.
Deixar travada. Distingue-se da enfermidade, que é a alteração dano-
- Colocar o lençol sobre o paciente; sa do organismo. O dano patológico pode ser estrutural
- Levantar a cabeceira e sentar o paciente na borda da ou funcional. Doença (do latim dolentia, padecimento) é o
cama observando sinais de vertigem, palidez, etc. estado resultante da consciência da perda da homeostasia
- Enrolar as bordas laterais do lençol próximos do pa- de um organismo vivo, total ou parcial, causada por agen-
ciente; tes externos ou não, estado este que pode cursar devido à
- Transportar com movimentos sincronizados para a ca- infecções, inflamações, isquemias, modificações genéticas,
deira de rodas. sequelas de trauma, hemorragias, neo-plasias ou disfun-
- Deixar a unidade em ordem. ções orgânicas.
Daí a definição de doença como sendo o conjunto de
Cuidados Importantes: fenômenos desenvolvidos em organismos, as-sociados a
-Fazer a desinfecção concorrente da maca e da cadeira uma característica, ou série de características comuns, que
de rodas após cada transporte; diferenciam esses organismos dos normais da mesma es-
-Utilizar corretamente a mecânica corporal a fim de evi- pécie, e de maneira a situá-los em posição biologicamente
tar lesões corporais e desgastes desnecessários; desvantajosa em relação àqueles.
-Puxar a cadeira de rodas pelas costas ao descer a rampa; A doença é um processo anormal no qual o funcio-
-Agasalhar o paciente nos dias frios; namento de uma pessoa está diminuído ou prejudi-cado
-Cuidados com infusões, sondas, dietas, drenos, etc. em uma ou mais dimensões. É o resultado do desequilíbrio
entre o homem e o meio físico, mental e social. É impor-
tante distinguir os conceitos de doença aguda, crônica e
crônico-degenerativa: Doença aguda é aquela que têm um
17. EMERGÊNCIAS CLÍNICO‐CIRÚRGICAS E A curso acelerado, terminando com convalescença ou mor-
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM. te em menos de três meses. A maioria das doenças agu-
das caracteriza-se em várias fases. O inicio dos sintomas
pode ser abrupto ou insidioso, seguindo-se uma fase de
deterioração até um máximo de sintomas e danos, fase de
Enfermagem ao Paciente Clínico plateau, com manutenção dos sintomas e possivelmente
novos picos, uma longa recuperação com desaparecimento
Comumente, em nível de organismo tem-se por defini- gradual dos sintomas, e a convalescência, em que já não há
ção de saúde como sendo a do estado oposto ao da doença sintomas específicos da doença, mas o indivíduo ainda não
e, em decorrência corresponderia a conceito que se subor- recuperou totalmente as suas forças.
dina à ausência desta. As situações ideais têm inspirado con- Na fase de recuperação pode ocorrer as recrudescên-
ceituações de saúde. Não obstante, incidem invariavelmente cias, que são exacerbamentos dos sintomas de volta a um
em deficiências que tendem a se acentuar, à medida que se máximo ou plateau, e na fase de convalescência as recaídas,
aprofundam no terreno das da imprecisão dos enunciados. devido à presença continuada do fator desencadeante e do
A mais potente nesse sentido, e talvez a mais difundida, bem estado debilitado do indivíduo, além de (novas) infecções.
a ser elaborada pela OMS e que figura no preâmbulo de As doenças agudas distinguem-se dos episódios agu-
sua constituição. Diz ela que saúde vem a ser “o estado de dos das doenças crônicas, que são exacerbação de sinto-
completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a mas normalmente menos intensos nessas condições.
ausência de doença”. É evidente a falta de precisão, em espe- Doença crônica é uma doença que não é resolvida num
cial no que concerne ao significado da expressão “completo tempo curto. As doenças crônicas são doenças que não
bem-estar”. Certamente, esse pode variar de acordo com o põem em risco a vida da pessoa num prazo curto, logo não
indivíduo, o tempo e o espaço. Em outras palavras, o que é são emergências médicas. No entanto, elas podem ser ex-
bom para um não é obrigatoriamente para outro, e nem a tremamente sérias, As doenças crônicas incluem também
presença de bem-estar significa a ausência de doença. todas as condições em que um sintoma existe continua-
Deve-se pensar na saúde em uma escala graduada por- mente, e mesmo não pondo em risco a saúde física da pes-
que todos possuem algum grau de saúde: em excelentes soa, são extremamente incomodativas levando à perda da
condições, razoavelmente bem, com alguma perturbação, qualidade de vida e atividades das pessoas.
e enfermos.

152
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Muitas doenças crônicas são assintomáticas ou quase cia tóxica, como alimentos deteriorados, produtos de lim-
assintomáticas a maior parte do tempo, mas caracterizam-se peza, inseticidas ou remédios; quando é picada por insetos
por episódios agudos perigosos e/ou muito incomodativos. ou animais venenosos, como cobras, escorpiões, aranhas.
Doença crônico-degenerativa predomina na idade Em qualquer situação de envenenamento, coloque a
adulta, e sua incidência, prevalência e mortalidade se ele- vítima deitada, observe sua respiração e, se for necessá-
vam à medida que aumenta a vida média da população. rio, aplique a técnica de respiração artificial (boca-a-boca);
São caracterizadas por uma evolução lenta e progressiva, aqueça a vítima para evitar estado de choque e eleve suas
irreversível, por um longo período de latência assintomá- pernas (se não houver suspeita de lesão na coluna). O so-
tico, exigindo constante supervisão, observação e cuidado. corro médico é indispensável.
Ao realizar as ações de enfermagem através de uma Como suspeitar de que alguém está envenenado:
abordagem holística, o profissional de enferma-gem ajuda - vestígios de substâncias tóxicas, químicas ou natu-
o cliente a adquirir um estado de saúde. No entanto, para rais na boca ou na pele da vítima, indicando que ela tenha
desempenhar efetivamente essas ações, o profissional de mastigado, engolido, aspirado ou entrado em contato com
enfermagem deve identificar corretamente as faltas ou as tais substâncias;
deficiências relativas à saúde do cliente. - hálito diferente;
Dentre outras, as prioridades epidemiológicas que hoje - coloração dos lábios e do interior da boca alteradas;
demandam assistência clínica ambulatorial e/ou hospita- - respiração fraca;
lar são as afecções do aparelho circulatório e respiratório, - temperatura baixa;
gastrointestinal, endócrino, afecções neurológicas, hemato- - dor ou queimação na boca, garganta ou estômago;
poiéticas e reumáticas, além das afecções otorrinolaringo- - confusão mental, sonolência ou mesmo inconsciência;
lógicas, oftalmológicas, neoplásicas e urinárias. - estado de coma, alucinações e delírios;
Clínica Médica: É um setor hospitalar onde acontece o - diminuição ou retenção do fluxo urinário;
atendimento integral do indivíduo com idade superior a 12 - hemorragias (sangramentos);
anos que se encontra em estado crítico ou semi-crítico, que - lesões na pele, vermelhidão ou queimaduras;
não são provenientes de tratamento cirúrgico e ainda àque- - enjôos, vômitos, muito suor, salivação e convulsões.
les que estão hemodinamicamente estáveis, neste setor é
prestada assistência integral de enfermagem aos pacientes Choque
de média com-plexidade.
Clínica: vem do grego kline = leito, acamado. É a situação na qual a perfusão tecidual está compro-
Médica: vem do latim medicus = cuidar de. metida, do que resultam alterações metabólicas que po-
A clínica médica compreende um grupo de especialida- derão determinar a morte celular. Levando-se em conta
des médicas desenvolvidas dentro de uma unidade hospi- os três componentes fundamentais da circulação (bomba
talar, organizada segundo um conjunto de requisitos, onde cardíaca, volume circulante e rede vascular), o choque pode
o paciente internado é submetido a exames clínicos (anam- ser assim classificado:
nese), físicos, laboratoriais e especiais com a finalidade de - cardiogênico propriamente dito obstrutivo
definir um diagnóstico e, a seguir um tratamento específico. - hipovolêmico
- periférico
Objetivos do Serviço de Enfermagem em Clínica Mé-
dica: Choque cardiogênico: É o tipo de choque no qual há
- Proporcionar ambiente terapêutico adequado aos pa- falha da bomba cardíaca. A fibra cardíaca pode ser afetada
cientes com patologias diversificadas, em regime de internação; primariamente por insuficiência cardíaca congestiva, arrit-
- Manter de um padrão de assistência prestada aos pa- mias, miocardites e outras agressões, ou secundariamente
cientes, o que exige a aplicação de um plano de cuidados de através de hipoxia, desequilíbrios hidroeletrolíticos, endo-
enfermagem para a patologia específica do paciente/cliente. toxinas e outros fatores. A modalidade obstrutiva deve-se
a um obstáculo à corrente circulatória (dentro ou fora do
Envenenamento coração), devido a pneumotórax hipertensivo, tampona-
mento cardíaco e outras condições.
O envenenamento ou intoxicação aguda ocorre quan-
do uma pessoa inala, entra em contato direto com a pele ou Choque hipovolêmico: É o tipo de choque determina-
ingere alguma substância tóxica. A maior parte dos casos de do por grandes perdas de volemia: vômitos e/ou diarréia,
envenenamento ocorre dentro de casa, envolvendo crian- queimaduras extensas, hemorragias.
ças. O mais seguro é guardar inseticidas, remédios, produ-
tos de limpeza e outros produtos tóxicos dentro de armá- Choque periférico: Neste tipo, o distúrbio está na dis-
rios trancados. O envenenamento pode acontecer quando tribuição do sangue na microcirculação e daí a sinonimia
a pessoa respira alguma substância tóxica, como fumaça distributivo ou microvasogênico. Neste grupo, enquadram-
negra, vapor de gasolina ou gás de cozinha; quando tem se o choque infeccioso, o neurogênico, e o anafilático.
contato direto com produtos químicos ou encosta a pele
em alguma espécie de planta venenosa; quando engole aci- Choque misto: É o que ocorre com freqüência na prá-
dentalmente ou em grandes quantidades alguma substân- tica, a associação de mais de um tipo de choque.

153
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Independentemente do tipo de choque, há uma se- de captação de glicose pela célula em virtude da diminui-
quência fisiopatológica comum: as alterações fundamen- ção dos níveis de insulina. Tem sido descrito aumento de
tais ocorrem na microcirculação. Quando há queda acen- triglicérides no plasma, relacionado com o aumento de no-
tuada da volemia resultando em hipotensão, o organismo radrenalina endógena. Finalmente, podemos ter alterações
coloca em ação mecanismos de compensação: liberação da estabilidade das membranas lisossomais, com ruptura e
de catecolaminas, aldosterona e hormônio antidiurético conseqüente liberação de enzimas proteolíticas que des-
(ADH), do que resultam taquicardia, vasoconstrição (nos truirão a célula.
territórios com alfa-receptores) e oligúria. A finalidade des-
tes mecanismos é a preservação das assim chamadas áreas Equilibrio acidobásico: O distúrbio fundamental no
nobres (sistema nervoso central e miocardio) que então re- choque ja instalado é a acidose metabólica. Sua causa princi-
ceberão fluxo sangüíneo preferencial. pal é o acúmulo de ácido láctico em virtude do metabolismo
Pele, área esplâncnica, rins, pulmões, fígado e outros anaeróbico. Contribuem para a instalação da acidóse meta-
órgãos são regiões que possuem alfa-receptores: na micro- bólica o acúmulo de radicáis fosfato e a presença de ami-
circulação dessas regiões, haverá contração dos esfíncteres noácidos livres. Quando há alteração pulmonar importante
pré e póscapilar, com queda da pressão hidrostática do lei- com retenção de CO2, instalar-se-á um quadro misto (acidóse
to capilar e manutenção da pressão oncótica e o resultado metabólica e respiratória). No choque endotóxico é descrito
será um desequilíbrio entre os compartimentos intravas- um quadro inicial de alcalose respiratória leve (causado por
cular e intersticial, com conseqüente passagem de líquido hiperventilação) antecedendo a instalação do choque.
deste para aquele. É uma tentativa de reposição da volemia Eletrólitos: Pode haver hiponatremia dilucional ou por
(autotransfusão). No entanto, o fluxo sangüíneo insuficien- alteração da bomba Na-K. Níveis elevados de K plasmático
te conduz à baixa da pO2 e o metabolismo anaeróbico, o poderiam ser explicados por mecanismo de tamponamen-
que determinará acúmulo de radicais ácidos e consequente to intracelular pela acidóse, oligúria e saída de K das células
queda do pH. O retorno venoso e consequentemente o dé- pela já referida disfunção da bomba Na-K.
bito cardíaco (DC) estão diminuídos e a resistência periféri-
ca (RP) está aumentada. Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD):
Com a evolução do quadro, o esfíncter pré-capilar não Muitos fatores propiciam o aparecimento da CIVD no cho-
resiste à hipoxia e à acidóse e entra em relaxamento, en- que: endotoxinas, dano endotelial, acidóse, aumento da
quanto o esfíncter pos-capilar mantém sua contração. O viscosidade do sangue e outros. Suas conseqüências são
resultado é a entrada de sangue no território capilar, com sabidamente danosas ao organismo, tais como lesões is-
saída dificultada, do que resultará estase e aumento da quémicas, hemorragias (cutâneas, mucosas e em órgãos
pressão hidrostática. Esse aumento força a saída de líquido, internos) e anemia. Há consumo e diminuição de fatores
agora do compartimento intravascular para o interstício de coagulação (plaquetas, fator V, fator VIM, fibrinogênio e
(edema intersticial). protrombina). Haverá também a presença dos produtos de
Finalmente sobrevém a abertura das anastomoses ar- degradação da fibrina (FDP) e hemácias crenadas (anemia
teriovenosas (shunts), com exclusão do território capilar microangiopática).
da irrigação sanguínea. Nesse momento, em função da in-
tensidade do efeito shunt, poderá haver queda da RP, com Insuficiência respiratória aguda (pulmão de cho-
retorno venoso variável (diminuído, normal ou elevado). que): O aparecimento de insuficiência respiratória progres-
Assim, o chamado choque hiperdinâmico seria caracteri- siva na evolução do choque é frequente, iniciando-se de
zado por um DC aumentado, em função da porcentagem 24 a 120 horas após o início do quadro de choque. Existem
elevada de shunt, com conseqüente aumento do retorno áreas perfundidas e não ventiladas, assim como áreas ven-
venoso. tiladas e não perfundidas. Essas alterações determinarão
uma queda de pO2 a despeito de concentrações de oxi-
Alterações causadas pelo choque gênio (FiO2) altas ministradas ao paciente. Clinicamente,
o paciente apresenta-se dispnéico (com “fome” de ar), e
Metabolismo celular: A célula é a unidade basicamen- radiológicamente costuma haver um quadro bilateral de
te afetada. Pelo déficit de O2, o ácido pirúvico não chegará infiltrado reticulogranular, sugestivo de edema. Há vários
a acetil-CoA e por isso não participando do ciclo de Krebs: é fatores implicados na etiopatogenia do pulmão de choque:
o metabolismo anaeróbico cujas principais conseqüências - CIVD
são a acidóse metabólica e a menor produção de energia - diminuição da pressão coloido-osmótica
para a célula em virtude de fracasso no sistema ATP (com - hiperidratação
acúmulo de radicais fosfatos). Os processos dependentes - embolia gordurosa
de energia estarão prejudicados, como, por exemplo, a - diminuição de surfactante
bomba de Na-K e a síntese de aminoácidos. - aumento da secreção do ADH
A falha da bomba resultará na entrada de Na e água - uso de O2 com pressão positiva e em altas concen-
para o compartimento intracelular (causando edema) bem trações
como saída de K das células. O bloqueio da síntese de ami- - microêmbolos (transfusões múltiplas)
noácidos determinará acúmulo de aminoácidos livres, o - acidóse
que contribuirá para a acidóse metabólica. Há diminuição - edema intersticial

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Insuficiência renal aguda: A diminuição do fluxo san- - bloqueio do metabolismo de hidratos de carbono e
guíneo renal, a presença de ADH, a ativação do sistema proteínas
renina-angiotensina-aldosterona, a CIVD são fatores que - reação febril bifásica: liberação de pirogeno endóge-
prejudicam a função renal. O dano renal depende da inten- no dos leucocitos (lembrar que a hipertermia eleva o con-
sidade do agravo e de sua duração, resultando uma gama sumo de O2)
de quadros variando desde uma oligúria funcional (insufi- - lesão da membrana lisossomal, podendo causar sua
ciência renal de tipo pré-renal) até lesão parenquimatosa ruptura
propriamente dita (necrose tubular, necrose cortical bila-
teral). Quadro clínico: O estado geral é sempre crítico. A
criança apresenta-se toxemiada. Hipotermia é frequente.
Função cardíaca: A função cardíaca pode estar alte- O sensorio está comprometido, podendo existir agitação,
rada no choque, mesmo sem nenhum dano miocárdico letargia e até mesmo coma. A pele encontra-se fria, pálida
primário. O coração é vulnerável à hipoxemia, alterações e com sudorese: é a chamada fase fria (ação das catecola-
hidroeletrolíticas, drogas vasoativas, sendo comum, então, minas). No choque endotóxico, no início do quadro, a pele
o aparecimento de arritmias. Pode a função cardíaca es- pode ter sua perfusão conservada, devido à ação vasodila-
tar deprimida pela ação direta de endotoxinas. Outro fator tadora das cininas: é a fase quente, precedendo a instala-
importante para a diminuição do DC é o fator depressor ção da fase fria. As mucosas apresentam-se secas (hipovo-
do miocardio (MDF): trata-se de um polipeptídio liberado lemia) e/ou descoradas (sangramentos, anemia).
provavelmente pelo páncreas hipóxico, com ação inotrópi- Alterações do padrão respiratório como taquipneia
ca negativa. (acidóse) ou dispneia (acometimento pulmonar) são fre-
quentes. Taquicardia com pulso fino (ou ausente) são tam-
Função hepática: As funções metabólicas do hepató- bém sinais encontrados com freqüência. Distensão abdo-
cito (por exemplo, metabolização de lactato a bicarbonato) minal pode ser observada, principalmente em recém-nas-
estão prejudicadas. O fígado é um órgão rico em células do cidos e lactentes. Oligúria ou anúria são achados caracte-
rísticos. Petéquias, sufusões hemorrágicas e sangramentos
SRE cujas funções exigem alto consumo de O2: por isso, tais
integram com frequência o quadro clínico.
funções estão bastante deprimidas no choque.
Peculiaridades fisiopatológicas do choque endotó-
Insuficiência Respiratória
xico: A incidência do choque infeccioso (particularmente o
endotóxico) em pediatria é elevada, tendo em vista:
A insuficiência respiratória é uma condição na qual
- resposta imunológica relativamente inadequada de
oxigênio não passa dos pulmões para o sangue em quan-
recémnascidos e lactentes, sobretudo no primeiro ano de
tidades suficientes. Os órgãos do corpo, como coração e
vida
cérebro, precisam de sangue rico em oxigênio para fun-
- desnutrição cionar bem. Insuficiência respiratória também pode ocorrer
- procedimentos invasivos frequentes em unidades de se os pulmões não conseguirem remover apropriadamente
terapia intensiva (cateterizações vasculares, intubação, ven- dióxido de carbono do sangue. Muito dióxido de carbo-
tilação mecânica e outros). no no sangue pode danificar os órgãos do corpo. Ambos
problemas - pouco nível de oxigênio no sangue ou alto de
A endotoxina implica no agravamento das alterações dióxido de carbono - podem ocorrer ao mesmo tempo.
metabólicas encontradas nos demais tipos de choque, o
que justifica a alta taxa de mortalidade deste quadro. En- Causas da insuficiência respiratória: Certas doenças
dotoxinas são compostos macromoleculares constituídos e condições que prejudicam a respiração podem causar in-
de lipídios, polissacárides e peptídios. Estão localizados na suficiência respiratória. Essas doenças e condições podem
parede das bactérias gram-negativas, sendo liberadas pela afetar os músculos, nervos, ossos ou tecidos que ajudam a
morte destes microrganismos. As chamadas ações biológi- respiração, ou podem afetar o pulmão diretamente. Quan-
cas das endotoxinas estão relacionadas com o componente do a respiração é prejudicada, os pulmões não conseguem
lipídico. São de interesse na fisiopatologia do choque as facilmente mover oxigênio para o sangue e remover o
seguintes ações: dióxido de carbono nele (troca de gases). Isso pode fazer
- lesão do endotélio vascular (ativação do fator XII22) como que o sangue fique com nível baixo de oxigênio ou
- liberação de cininas (vasodilatação) alto de dióxido de carbono, ou ambos.
- agregação de plaquetas (diminuição do número de Insuficiência respiratória pode ocorrer como resultado
plaquetas circulantes) de:
- liberação de fatores plaquetários - Condições que afetam os nervos e músculos que con-
- ativação do sistema complemento (liberação de subs- trolam a respiração. Exemplos dessas condições incluem
tâncias histamino-símile que produzem vasodilatação distrofia muscular, esclerose amiotrófica lateral, lesões na
- ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona medula espinhal, e derrame.
- bloqueio do SRE (diminuição da capacidade de de- - Danos aos tecidos e costelas envolvendo os pulmões.
toxicação) - Problemas na espinha, como escoliose, que podem
- ação depressora do miocardio afetar os ossos e músculos usados na respiração.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

- Overdose de drogas e/ou álcool. Isso afeta a área do Quando o coração pára, a falta de sangue oxigenado cau-
cérebro que controla a respiração. sa danos cerebrais irreversíveis em poucos minutos. Morte
- Doenças pulmonares como doença pulmonária obs- geralmente ocorre entre 8 e 10 minutos. O tempo é um
trutiva crônica, pneumonia, síndrome do desconforto res- fator crítico quando se presta auxílio a uma pessoa incons-
piratório agudo, embolia pulmonar, e cibrose cística. Essas ciente ou que não está respirando.
doenças podem afetar o fluxo de ar e sangue para dentro A RCP ajuda a manter o sangue oxigenado fluindo para
e fora dos pulmões. o cérebro até que o seja possível um tratamento médico.
- Lesões pulmonares agudas, como por exemplo inalar Para aprender RCP de forma prática e detalhada existem
gases danosos ou fumaça que podem lesionar os pulmões. cursos de primeiros socorros disponíveis. Um bom local
para buscar indicação é o corpo de bombeiros da cidade.
Sinais e sintomas da insuficiência respiratória: Os
sinais e sintomas da insuficiência respiratória dependem da Como realizar a RCP
causa por trás dele e níveis de oxigênio e dióxido de car- - Veja se a pessoa está respirando.
bono no sangue. Baixo nível de oxigênio no sangue pode - Coloque a pessoa com as costas apoiadas em super-
ocasionar falta de ar, a sensação de que não consegue ina- fície firme.
lar o suficiente. Se o nível de oxigênio estiver muito baixo, - Ajoelhe-se próximo aos ombros e pescoço da vítima.
a pele, lábios e unhas podem ficar azulados. Alto nível de - Coloque a palma de sua mão na testa da vítima e use
dióxido de carbono no sangue pode ocasionar respiração a outra mão para elevar o queixo e abrir a boca.
rápida e confusão. Algumas pessoas que têm insuficiên- - Confira se ela está respirando, não perca mais que 10
cia respiratória podem ficar muito sonolentas ou perder segundos: Repare no movimento do tórax ou ouça o som
a consciência. Elas também podem desenvolver arritmias da respiração.
cardíacas. Esses sintomas podem ocorrer se o cérebro e co-
ração não estiverem recebendo oxigênio suficiente. Realize duas respirações boca a boca
- Se a pessoa não está respirando, faça duas respira-
Diagnóstico da insuficiência respiratória: O médico ções boca-a-boca:
fará o diagnóstico da insuficiência respiratória baseado no - Com a boca da vítima aberta, pince as narinas da mes-
histórico médico, exame físico e resultados de testes. Assim ma, cobrindo a boca dela com a sua, formando um selo.
que insuficiência respiratória for diagnosticada, o médico - Assopre o ar e veja se o tórax eleva-se. Se sim, faça
procurará pela sua causa. Os testes para diagnóstico de in-
a segunda respiração e em seguida inicie as compressões
suficiência respiratória podem incluir:
torácicas. Caso o tórax não infle, repita a manobra de aber-
- Oximetria de pulso, no qual um sensor é colocado no
tura da boca da vítima.
dedo ou orelha para estimar a quantidade de oxigênio no
sangue.
Realize as compressões torácicas
- Gasometria arterial, que mede os níveis de oxigênio e
- Posicione a palma da sua mão no centro do peito da
dióxido de carbono no sangue através de amostra de san-
vítima, entre os mamilos. Coloque sua outra mão em cima
gue.
da primeira. Mantenha seus cotovelos retos e posicione
seus ombros na direção das suas mãos.
O médico pode pedir outros testes, como raio-x do
peito, para ajudar a descobrir a causa por trás da insufi- - Use o peso do seu corpo para fazer as compressões
ciência respiratória. Se o médico suspeitar que o paciente no tórax, que deve abaixar em torno de 5 cm. Empurre com
tem arritmia em decorrência de insuficiência respiratória, força e rapidamente, a freqüência esperada é de duas com-
ele pode recomendar eletrocardiograma. pressões por segundo.
- Após 30 compressões, faça duas respirações boca-a
Ressuscitação Cardiopulmonar -boca. Se alguém puder ajudar, peça a ela que realize as
respirações.
A ressuscitação cardio-pulmonar (RCP) é uma manobra - Recomenda-se manter a RCP até que a pessoa volte a
que pode salvar vidas. É muito utilizada em emergências respirar ou apresentar pulsação (medida por meio de pal-
como no infarto do coração, afogamento e outras situa- pação da artéria carótida no pescoço), ou até que o socorro
ções onde a pessoa não esteja respirando ou esteja sem especializado chegue ao local.
pulsação. Idealmente, a ressuscitação cardio-pulmonar
(RCP) envolve dois componentes: compressões torácicas Use o desfibrilador externo automático se disponível:
combinadas com respiração boca a boca. No entanto, o Se um desfibrilador externo automático (DEA) estiver aces-
que uma pessoa leiga realmente deve realizar depende do sível, deve ser usado assim que possível, enquanto isto a
seu conhecimento e do quanto ela se sente segura. RCP não deve cessar. Apesar da necessidade de um treino
Mas o mais importante é que é melhor fazer alguma básico, o aparelho é de fácil uso e de formato extrema-
coisa do que não fazer nada, pois esta atitude pode ser mente simples e com instruções de voz o que permite um
uma vida salva. Se você não se sente seguro, basta realizar manuseio seguro.
as compressões torácicas e ligar parar para a emergência.

156
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Aspectos legais do socorro


18. PRIMEIROS SOCORROS.
- Artigo 5º e 196 Constituição;
- Artigo 135 do Código Penal Brasileiro;
- Resolução nº 218/97 do Conselho Nacional de Saúde;
Toda pessoa que for realizar o atendimento pré hospi-
talar (APH), mais conhecido como primeiros socorros, deve Constituição:
antes de tudo, atentar para a sua própria segurança. O im-
pulso de ajudar a outras pessoas, não justifica a tomada Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
de atitudes inconsequentes, que acabem transformando-o
em mais uma vítima. A seriedade e o respeito são premis- Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção
sas básicas para um bom atendimento de APH (primeiros de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
socorros). Para tanto, evite que a vítima seja exposta des- estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
necessariamente e mantenha o devido sigilo sobre as infor- à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à proprieda-
mações pessoais que ela lhe revele durante o atendimento. de, nos termos seguintes:
Quando se está lidando com vidas, o tempo é um fa-
tor que não deve ser desprezado em hipótese alguma. A de- Da Saúde
mora na prestação do atendimento pode definir a vida ou
a morte da vítima, assim como procedimentos inadequados. Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
Importante lembrar que um ser humano pode passar até três garantido mediante políticas sociais e econômicas que vi-
semanas sem comida, uma semana sem água, porém, pouco sem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
provável, que sobreviva mais que cinco minutos sem oxigênio. acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação.
Alguns conceitos aplicados aos primeiros socorros
Código Penal:
Primeiros Socorros: São os cuidados imediatos pres-
tados a uma pessoa, fora do ambiente hospitalar, cujo esta- Omissão de Socorros
do físico, psíquico e ou emocional coloquem em perigo sua
vida ou sua saúde, com o objetivo de manter suas funções Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando pos-
vitais e evitar o agravamento de suas condições (estabiliza-
sível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou
ção), até que receba assistência médica especializada.
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo
Prestador de socorro: Pessoa leiga, mas com o míni-
ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos,
mo de conhecimento capaz de prestar atendimento à uma
o socorro da autoridade pública:
vítima até a chegada do socorro especializado.
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Socorrista: Titulação utilizada dentro de algumas ins-
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se
tituições, sendo de caráter funcional ou operacional, tais
da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e tri-
como: Corpo de Bombeiros, Cruz Vermelha Brasileira, Bri-
plicada, se resulta a morte.
gadas de Incêndio, etc.
Manutenção da Vida: Ações desenvolvidas com o ob-
jetivo de garantir a vida da vítima, sobrepondo à “qualida- Direitos da pessoa que estiver sendo atendida
de de vida”.
Qualidade de Vida: Ações desenvolvidas para reduzir as O prestador de socorro deve ter em mente que a ví-
sequelas que possam surgir durante e após o atendimento. tima possui o direito de recusar o atendimento. No caso
Urgência: Estado que necessita de encaminhamento de adultos, esse direito existe quando eles estiverem cons-
rápido ao hospital. O tempo gasto entre o momento em cientes e com clareza de pensamento. Isto pode ocorrer
que a vítima é encontrada e o seu encaminhamento deve por diversos motivos, tais como: crenças religiosas ou fal-
ser o mais curto possível. Exemplos: hemorragias de classe ta de confiança no prestador de socorro que for realizar o
II, III e IV, etc. atendimento. Nestes casos, a vítima não pode ser forçada a
Emergência: Estado grave, que necessita atendimento receber os primeiros socorros, devendo assim certificar-se
médico, embora não seja necessariamente urgente. Exem- de que o socorro especializado foi solicitado e continuar
plos: contusões leves, entorses, hemorragia classe I, etc. monitorando a vítima, enquanto tenta ganhar a sua con-
Acidente: Fato do qual resultam pessoas feridas e/ou fiança através do diálogo.
mortas que necessitam de atendimento. Caso a vítima esteja impedida de falar em decorrência
Incidente: Fato ou evento desastroso do qual não re- do acidente, como um trauma na boca por exemplo, mas
sultam pessoas mortas ou feridas, mas que pode oferecer demonstre através de sinais que não aceita o atendimen-
risco futuro. to, fazendo uma negativa com a cabeça ou empurrando a
Sinal: É a informação obtida a partir da observação da mão do prestador de socorro, deve-se proceder da seguin-
vítima. te maneira:
Sintoma: É informação a partir de uma relato da vítima.

157
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

- Não discuta com a vítima; Manter a segurança da área:


- Não questione suas razões, principalmente se elas fo- - Proteger a vítima do perigo mantendo a segurança
rem baseadas em crenças religiosas; da cena;
- Não toque na vítima, isso poderá ser considerado - Não tentar fazer sozinho mais do que o possível.
como violação dos seus direitos;
- Converse com a vítima. Informe a ela que você possui Chamar por socorro especializado: Assegurar-se que
treinamento em primeiros socorros, que irá respeitar o di- a ajuda especializada foi providenciada e está a caminho.
reito dela de recusar o atendimento, mas que está pronto 2º Avaliação Inicial: fase de identificação e correção
para auxiliá-la no que for necessário; imediata dos problemas que ameaçam a vida a curto prazo,
- Arrole testemunhas de que o atendimento foi recusa- sendo eles:
do por parte da vítima. - Vias aéreas - Estão desobstruídas? Existe lesão da
cervical?
No caso de crianças, a recusa do atendimento pode - Respiração - Está adequada?
ser feita pelo pai, pela mãe ou pelo responsável legal. Se - Circulação - Existe pulso palpável? Há hemorragias
a criança é retirada do local do acidente antes da chegada graves?
do socorro especializado, o prestador de socorro deverá, se - Nível de Consciência - AVDI.
possível, arrolar testemunhas que comprovem o fato.
O consentimento para o atendimento de primeiros so- Pelo histórico do acidente deve-se observar indícios
corros pode ser: que possam ajudar ao prestador de socorro classificar a ví-
- formal, quando a vítima verbaliza ou sinaliza que tima como clínica ou traumática.
concorda com o atendimento, após o prestador de socorro Vítima Clínica: apresenta sinais e sintomas de disfun-
ter se identificado como tal e ter informado à vítima que ções com natureza fisiológica, como doenças, etc.
possui treinamento em primeiros socorros; Vítima de Trauma: apresenta sinais e sintomas de
- implícito, quando a vítima está inconsciente, confu- natureza traumática, como possíveis fraturas. Devemos
sa ou gravemente ferida a ponto de não poder verbalizar nesses casos atentar para a imobilização e estabilização da
ou sinalizar consentindo com o atendimento. Nesse caso, região suspeita de lesão.
a legislação cita que a vítima daria o consentimento, caso
tivesse condições de expressar o seu desejo de receber o 3º Avaliação Dirigida: Esta fase visa obter os compo-
atendimento de primeiros socorros. nentes necessários para que se possa tomar a decisão cor-
O consentimento implícito pode ser adotado também reta sobre os cuidados que devem ser aplicados na vítima.
no caso de acidentes envolvendo menores desacompanha- - Entrevista rápida - SAMPLE;
dos dos pais ou responsáveis legais. Do mesmo modo, a - Exame rápido;
legislação cita que o consentimento seria dado pelos pais - Aferição dos Sinais vitais - TPRPA.
ou responsáveis, caso estivessem presentes no local.
SAMPLE:
As fases do socorro: S - sinais e sintomas;
A - alergias;
1º Avaliação da cena: a primeira atitude a ser tomada M - medicações;
no local do acidente é avaliar os riscos que possam colocar P - passado médico;
em perigo a pessoa prestadora dos primeiros socorros. Se L - líquidos e alimentos;
houver algum perigo em potencial, deve-se aguardar a che- E - eventos relacionados com o trauma ou doença.
gada do socorro especializado. Nesta fase, verifica-se tam-
bém a provável causa do acidente, o número de vítimas e a O que o prestador de socorro deve observar ao avaliar
provável gravidade delas e todas as outras informações que o pulso e a respiração.
possam ser úteis para a notificação do acidente, bem como
a utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI - Pulso:
luvas, mascaras, óculos, capote, etc) e solicitação de auxílio Frequência: É aferida em batimentos por minuto, po-
a serviços especializados como: Corpo de Bombeiros (193), dendo ser normal, lenta ou rápida.
SAMU (192), Polícia Militar (190), polícia Civil (147), Defesa Ritmo: É verificado através do intervalo entre um bati-
Civil (363 1350), CEB (0800610196), Cruz Vermelha, etc. mento e outro. Pode ser regular ou irregular.
Nesta fase o prestador de socorro deve atentar-se para: Intensidade: É avaliada através da força da pulsação.
Pode ser cheio (quando o pulso é forte) ou fino (quando o
Avaliar a situação: pulso é fraco).
- Inteirar-se do ocorrido com tranquilidade e rapidez;
- Verificar os riscos para si próprio, para a vítima e ter- Respiração:
ceiros; Frequência: É aferida em respirações por minuto, po-
- Criar um rápido plano de ação para administrar os dendo ser: normal, lenta ou rápida.
recursos materiais e humanos visando garantir a eficiência Ritmo: É verificado através do intervalo entre uma res-
do atendimento. piração e outra, podendo ser regular ou irregular.

158
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Profundidade: Deve-se verificar se a respiração é pro- SEQUÊNCIA DAS FASES DO SOCORRO AVALIAÇÃO
funda ou superficial. DA CENA
01 - Segurança da cena;
Sinais Vitais Pulso Respiração
(TPRPA) Tem- 02 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
peratura 03 - Solicitação de Recursos Adicionais (CBM, CVB, PM,
Fria Adulto 60 a 100 Adulto 12 a 20 ipm PC, CEB, etc.)
Normal bpm Criança 20 a 30 ipm AVALIAÇÃO INICIAL
Quente Criança 80 a 120 Bebê 30 a 60 ipm
04 - Impressão geral da vítima (clínica ou trauma);
bpm
Bebê 100 a 160 05 - Nível de consciência: Alerta, Verbaliza, Doloroso ou
bpm Inconsciente - AVDI;
06 - Abrir vias aéreas sem comprometer a coluna cervical;
Pressão Arterial
07 - Avaliar a respiração: Ver, Ouvir e Sentir - VOS;
VN <130mmHg sistólica e <80mmHg diastólica 08 - Avaliar circulação: presença de pulso carotídeo;
- estenda o braço da vítima com a mão em supinação; 09 - Pesquisar e controlar hemorragias;
- enrole o manguito vazio no ponto médio do braço;
- feche a válvula perto da pêra; 10 - Classificar o CIPE - Crítico, Instável, Potencialmente
- apalpe a artéria braquial; Instável ou Estável;
- bombeie o manguito até cessar o pulso; 11 - Inspecionar, mensurar e colocar o colar cervical.
- coloque o estetoscópio encima do local do pulso bra-
AVALIAÇÃO DIRIGIDA
quial;
- libere o ar vagarosamente até ouvir o 1º som de “ko- 12 - Entrevista rápida - SAMPLE;
rotkoff”; 13 - Exame rápido - limitado a uma lesão grave aparente;
- observe no mostrador os mmHg no momento do 1º
som (sístole); 14 - Sinais vitais: Temperatura, Pulso, Respiração e Pres-
- continue esvaziando até para o som de “korotkoff”; são Arterial - TPRPA
- observe no mostrador os mmHg no último som (diás- AVALIAÇÃO FÍSICA DETALHADA
tole);
15 - Inspecionar e apalpar a cabeça (fronte, crânio e ore-
- continue esvaziando totalmente o manguito;
lhas);
- anote os valores da PA e a hora, ex: 130x80 mmHg
10:55 h. 16 - Inspecionar e apalpar a face (olhos e mandíbula);
17 - Inspecionar e apalpar os ombros, clavícula e tórax;
4º Avaliação Física Detalhada: nesta fase examina-se
da cabeça aos pés da vítima, procurando identificar lesões. 18 - Inspecionar e apalpar os quatro quadrantes abdo-
Durante a inspeção dos membros inferiores e supe- minais;
riores deve-se avaliar o Pulso, Perfusão, Sensibilidade e a 19 - Inspecionar e apalpar a região pélvica e genitália;
Motricidade (PPSM)
20 - Inspecionar e apalpar os membros inferiores (PPSM)
5º Estabilização e Transporte: nesta fase finaliza-se 21 - Inspecionar e apalpar os membros superiores (PPSM)
o exame da vítima, avalia-se a região dorsal, previne-se o ESTABILIZAÇÃO E TRANSPORTE
estado de choque e prepara-se para o transporte.
22 - Realizar o rolamento avaliando a região dorsal;
6º Avaliação Continuada: nesta fase, verificam-se pe- 23 - Identificar e prevenir o estado de choque;
riodicamente os sinais vitais e mantém-se uma constante
24 - Transporte (preferencialmente pelo serviço especia-
observação do aspecto geral da vítima.
lizado)
Reavaliar vítimas - Críticas e Instáveis a cada 3 minutos;
Reavaliar vítimas - Potencialmente Instáveis e Estáveis AVALIAÇÃO CONTINUADA
a cada 10 minutos. 25 - Reavaliar vítimas - Críticas e instáveis a cada 3 mi-
Críticas: PCR e parada respiratória. nutos;
Instáveis: hemorragias III e IV, estado de choque, quei-
maduras, etc. 26 - Reavaliar vítimas - Potencialmente instáveis e está-
Potencialmente Instáveis: hemorragias II, fraturas, luxa- veis a cada 10 minutos
ções, queimaduras, etc.
Estáveis: hemorragias I, entorses, contusões, cãibras,
distensões, etc.

159
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Remoção do acidentado: A remoção da vítima, do lo- Vítima inconsciente:


cal do acidente para o hospital, é tarefa que requer da pes- - Como levantar a vítima do chão sem auxílio de outra
soa prestadora de primeiros socorros o máximo de cuidado pessoa:
e correto desempenho.

Antes da remoção:
- Tente controlar a hemorragia;
- Inicie a respiração de socorro;
- Execute a massagem cardíaca externa;
- Imobilize as fraturas;
- Evite o estado de choque, se necessário.

Para o transporte da vítima, podemos utilizar: maca ou


padiola, ambulância, helicóptero ou recursos improvisados
(Meios de Fortuna):
- Ajuda de pessoas;
- Maca; - Como levantar a vítima do chão com a ajuda de uma
- Cadeira; ou mais pessoas.
- Tábua;
- Cobertor;
- Porta ou outro material disponível.

Como proceder

Vítima consciente e podendo andar: Remova a vítima


apoiando-a em seus ombros.

Vítima consciente não podendo andar:


- Transporte a vítima utilizando dos recursos aqui de-
monstrados, em casos de:
- Fratura, luxações e entorses de pé;
- Contusão, distensão muscular e ferimentos dos mem-
bros inferiores;
- Picada de animais peçonhentos: cobra, escorpião e
outros. Vítima consciente ou inconsciente: Como remover a
vítima, utilizando-se de cobertor ou material semelhante:

Como remover vítima de acidentados suspeitos de


fraturas de coluna e pelve:
- Utilize uma superfície dura - porta ou tábua (maca
improvisada);
- Solicite ajuda de pelo menos cinco pessoas para
transferir o acidentado do local encontrado até a maca;
- Movimente o acidentado como um bloco, isto é, des-
locando todo o corpo ao mesmo tempo, evitando mexer
separadamente a cabeça, o pescoço, o tronco, os braços e
as pernas.

160
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Pegada de rede: Classe III perda de 30 a 40% do volume sanguíneo


(adulto de 70 kg = 2 litros, de sangue), apresenta taqui-
cardia, taquipneia, queda da PA e ansiedade, insuficiente
perfusão;
Classe IV perda de mais de 40% do volume sanguíneo
(adulto de 70 kg = acima de 2 litros, de sangue), apresenta
acentuado aumento da FC e respiratória, queda intensa da
PA.

Como proceder (técnicas de hemostasia):


- Mantenha a região que sangra em posição mais eleva-
da que o resto do corpo;
- Use uma compressa ou um pano limpo sobre o feri-
mento, pressionando-o com firmeza, a fim de estancar o
sangramento;
Pegada Cavaleiro: - Comprima com os dedos ou com a mão os pontos de
pressão, onde os vasos são mais superficiais, caso continue
o sangramento;
- Dobre o joelho - se o ferimento for na perna; o co-
tovelo - se no antebraço, tendo o cuidado de colocar por
dentro da parte dobrada, bem junto da articulação, um chu-
maço de pano, algodão ou papel;
- Evite o estado de choque;
- Remova imediatamente a vítima para o hospital mais
próximo.

Desmaio e estado de choque: É o conjunto de manifes-


tações que resultam de um desequilíbrio entre o volume de
sangue circulante e a capacidade do sistema vascular, cau-
sados geralmente por: choque elétrico, hemorragia aguda,
Como remover acidentado grave não suspeito de fra-
tura de coluna vertebral ou pelve, em decúbito dorsal: Uti- queimadura extensa, ferimento grave, envenenamento, ex-
lize macas improvisadas como: portas, cobertores, cordas, posição a extremos de calor e frio, fratura, emoção violenta,
roupas, etc.; distúrbios circulatórios, dor aguda e infecção grave.

Importante: Tipos de estado de choque:


- Evite paradas e freadas bruscas do veículo, durante o
transporte; Choque Cardiogênico: Incapacidade do coração de
- Previna-se contra o aparecimento de danos irrepará- bombear sangue para o resto do corpo. Possui as seguintes
veis ao acidentado, movendo-o o menos possível causas: infarto agudo do miocárdio, arritmias, cardiopatias.
- Solicite, sempre que possível, a assistência de um mé- Choque Neurogênico: Dilatação dos vasos sanguíneos
dico na remoção de acidentado grave; em função de uma lesão medular. Geralmente é provocado
- Não interrompa, em hipótese alguma, a respiração de por traumatismos que afetam a coluna cervical (TRM e/ou
socorro e a compressão cardíaca externa ao transportar o TCE).
acidentado. Choque Séptico: Ocorre devido a incapacidade do or-
ganismo em reagir a uma infecção provocada por bacté-
Hemorragias: rias ou vírus que penetram na corrente sanguínea liberando
grande quantidade de toxinas.
É a perda de sangue provocada pelo rompimento de Choque Hipovolêmico: Diminuição do volume sanguí-
um vaso sanguíneo, podendo ser arterial, venosa ou capilar. neo. Possui as seguintes causas:
Toda hemorragia deve ser controlada imediatamente. Perdas sanguíneas - hemorragias internas e externas;
A hemorragia abundante e não controlada pode causar a Perdas de plasma - queimaduras e peritonites;
morte de 3 a 5 minutos. Perdas de fluídos e eletrólitos - vômitos e diarreias.
Classificação quanto ao volume de sangue perdido: Choque Anafilático: Decorrente de severa reação alér-
Classe I perda de até 15% do volume sanguíneo (adul- gica. Ocorrem as seguintes reações:
to de 70 kg = até 750 ml de sangue), apresenta discreta Pele: urticária, edema e cianose dos lábios;
taquicardia; Sistema respiratório: dificuldade de respirar e edema da
Classe II perda de 15 a 30% do volume sanguíneo árvore respiratória;
(adulto de 70 kg = até 750 a 1.500 ml de sangue), apresenta Sistema circulatório: dilatação dos vasos sanguíneos,
taquicardia, taquipneia, queda da PA e ansiedade; queda da PA, pulso fino e fraco, palidez.

161
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Como se manifesta 3º Grau: Lesão de todas as camadas da pele, compro-


- Pele fria e úmida; metendo os tecidos mais profundos, podendo ainda alcan-
- Sudorese (transpiração abundante) na testa e nas pal- çar músculos e ossos. Estas queimaduras se apresentam:
mas das mãos; - Secas, esbranquiçadas ou de aspecto carbonizadas,
- Palidez; - Pouca ou nenhuma dor local;
- Sensação de frio, chegando às vezes a ter tremores; - Pele branca escura ou carbonizada;
- Náusea e vômitos; - Não ocorrem bolhas.
- Respiração curta, rápida e irregular;
- Perturbação visual com dilatação da pupila, perda do Queimaduras de 1º, 2º e 3º grau podem apresentar-se
brilho dos olhos; no mesmo acidentado. O risco de morte (gravidade do caso)
- Queda gradual da PA; não está no grau da queimadura, e sim na extensão da su-
- Pulso fraco e rápido; perfície atingida e ou da localidade da lesão. Quanto maior
- Enchimento capilar lento; a área queimada, maior a gravidade do caso.
- Inconsciência total ou parcial.
Avaliação da Área Queimada
Como proceder
- Realize uma rápida inspeção na vítima; Use a “regra dos nove” correspondente a superfície corporal:
- Combata, evite ou contorne a causa do estado de cho- Genitália 1%
que, se possível; Cabeça 9%
- Mantenha a vítima deitada e em repouso; Membros superiores 18%
- Controle toda e qualquer hemorragia externa; Membros inferiores 36%
- Verifique se as vias aéreas estão permeáveis, retire da Tórax e abdômen (anterior) 18%
boca, se necessário, secreção, dentadura ou qualquer outro Tórax e região lombar (posterior) 18%
objeto; Considere:
- Inicie a respiração de socorro boca a boca, em caso de Pequeno queimado - menos de 10% da área corpórea;
parada respiratória; Grande queimado - Mais de 10% da área corpórea;
- Execute a compressão cardíaca externa associada à
respiração de socorro boca a boca, se a vítima apresentar Importante: Área corpórea para crianças:
ausência de pulso e dilatação das pupilas (midríase);
- Afrouxe a vestimenta da vítima; Cabeça 18%
- Vire a cabeça da vítima para o lado, caso ocorra vômito; Membros superiores 18%
- Eleve os membros inferiores cerca de 30 cm, exceto Membros inferiores 28%
nos casos de choque cardiogênicos (infarto agudo do mio- Tórax e abdômen (anterior) 18%
cárdio, arritmias e cardiopatias) pela dificuldade de trabalho Tórax e região lombar (posterior) 13%
do coração; Nádegas 5%
- Procure aquecer a vítima;
- Avalie o status neurológico (ECG); Como proceder
- Remova imediatamente a vítima para o hospital mais - Afastar a vítima da origem da queimadura;
próximo. - Retire as vestes, se a peça for de fácil remoção. Caso
contrário, abafe o fogo envolvendo-a em cobertor, colcha
Queimaduras, Insolação e Intermação ou casaco;
- Lave a região afetada com água fria e abundante
Queimaduras: São lesões dos tecidos produzidas por (1ºgrau);
substância corrosiva ou irritante, pela ação do calor ou frio e - Não esfregue a região atingida, evitando o rompimen-
de emanação radioativa. A gravidade de uma queimadura não to das bolhas;
se mede somente pelo grau da lesão (superficial ou profunda), - Aplique compressas úmidas e frias utilizando panos
mas também pela extensão ou localização da área atingida. limpos;
- Faça um curativo protetor com bandagens úmidas;
Classificação das Queimaduras - Mantenha o curativo e as compressas úmidas com
soro fisiológico;
1º Grau: lesão das camadas superficiais da pele com: - Não aplique unguentos, graxas, óleos, pasta de dente,
- Eritema (vermelhidão); margarina, etc. sobre a área queimada;
- Dor local suportável; - Mantenha a vítima em repouso e evite o estado de
- Inchaço. choque;
- Procure um médico.
2º Grau: Lesão das camadas mais profundas da pele com: Importante: Nas queimaduras por soda cáustica, de-
- Eritema (vermelhidão); vemos limpar as áreas atingidas com uma toalha ou pano
- Formação de Flictenas (bolhas); antes da lavagem, pois o contato destas substâncias com a
- Inchaço; água cria uma reação química que produz enorme quanti-
- Dor e ardência locais, de intensidades variadas. dade de calor.

162
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Insolação: É uma perturbação decorrente da exposição - Caso esteja inconsciente, aplique duas insulflações e
direta e prolongada do organismo aos raios solares. observe sinais da passagem do ar (expansão de tórax); caso
não haja, intercale 5 Heimlich com a inspeção das vias aéreas
Como se manifesta para observar a expulsão do corpo estranho, e 2 insuflações,
- Pele seca, quente e avermelhada; percebendo a parada respiratória e notando sinais da passagem
- Pulso rápido e forte; do ar, mantenha 1 insuflação a cada 5 segundos (12 ipm) até a
- Dor de cabeça acentuada; retomada da respiração ou chegada do socorro especializado.
- Sede intensa; - Para lactentes conscientes, aplique 5 compressões do
- Temperatura do corpo elevada; tórax intercalado de 5 tapotagens (como no desenho) e ins-
- Dificuldade respiratória; peção das vias aéreas;
- Inconsciência. - Para lactentes inconsciente, aplique duas insulflações (so-
mente o ar que se encontra nas bochechas) e observe sinais da
Como proceder passagem do ar (expansão de tórax). Caso não haja, intercale 5
- Remova a vítima para um lugar fresco e arejado; Heimlich (como no desenho) com a inspeção das vias aéreas
- Afrouxe as vestes da vítima; para observar a expulsão do corpo estranho, e 2 insuflações,
- Mantenha o acidentado em repouso e recostado; se perceber a parada respiratória e notar sinais da passagem
- Aplique compressas geladas ou banho frio, se possível; do ar, mantenha 1 insuflação a cada 3 segundos (20 ipm) até a
- Procure o hospital mais próximo. retomada da respiração ou chegada do socorro especializado.

Intermação: Perturbação do organismo causada por ex-


cessivo calor em locais úmidos e não arejados, dificultando a
regulação térmica do organismo.

Como se manifesta
- Dor de cabeça e náuseas;
- Palidez acentuada;
- Sudorese (transpiração excessiva);
- Pulso rápido e fraco;
- Temperatura corporal ligeiramente febril;
- Inconsciência.

Como proceder
- Remova a vítima para um lugar fresco e arejado;
- Afrouxe as vestes da vítima;
- Mantenha o acidentado deitado com a cabeça mais
baixa que o resto do corpo.

Asfixia e Afogamento

Asfixia: Dificuldade ou parada respiratória, podendo ser - Em caso de parada cardiorrespiratória (ausência de
provocada por: choque elétrico, afogamento, deficiência de pulso), executar a reanimação cárdio pulmonar (RCP);
oxigênio atmosférico, Obstrução das Vias Aéreas por Corpo - Procure o hospital mais próximo.
Estranho (OVACE), etc. A falta de oxigênio pode provocar se-
quelas dentro de 3 a 5 minutos, caso não haja atendimento Afogamento: Asfixia provocada pela imersão em meio
conveniente. líquido. Geralmente ocorre por câimbra, mau jeito, onda
mais forte, inundação ou enchente e por quem se lança na
Como se manifesta água sem saber nadar.
- Atitudes que caracterizem dificuldade na respiração;
- Ausência de movimentos respiratórios; Como se manifesta
- Inconsciência; - Agitação;
- Cianose (lábios, língua e unhas arroxeadas); - Dificuldade respiratória;
- Midríase (pupilas dilatadas); - Inconsciência;
- Respiração ruidosa; - Parada respiratória;
- Fluxo aéreo diminuído ou ausente. - Parada cardíaca.
Como proceder
Como proceder - Tente retirar a vítima da água utilizando material dispo-
- Encoraje ou estimule a vítima a tossir; nível (corda, boia, remo, etc.)
- Caso a vítima esteja consciente, aplique 5 manobras - Em último caso e se souber nadar muito bem, aproxi-
de Heimlich. me-se da vítima pelas costas, segure-a e mantenha-a com a
cabeça fora d’água (cuidado com o afogamento duplo);

163
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

- Coloque a vítima deitada em decúbito dorsal, quando - 2º. Avalie o nível de consciência da vítima, vendo se
fora d’água; está acordada e perguntando se está bem.
- Insista na respiração de socorro se necessário, o mais - 3º. Ver se a pessoa tem algum sinal de vida, se está
rápido possível; respirando. Para isso, recline a cabeça dela, levantando le-
- Execute a compressão cardíaca externa se a vítima vemente o queixo para cima. Chegue próximo ao rosto e
apresentar ausência de pulso e midríase (pupilas dilatadas); sinta se há respiração, mesmo que espaçada. Se não houver,
- Friccione vigorosamente os braços e as pernas da víti- comece a massagem cardíaca.
ma, estimulando a circulação; - 4º. Conhecida no termo médico como compressão to-
- Aqueça a vítima; rácica, a massagem cardíaca deve ser realizada no meio do
- Remova a vítima para o hospital mais próximo. peito (entre os dois mamilos), com o movimento das mãos
entrelaçadas (uma em cima da outra) sob braços retos, que
Ressuscitação Cárdio Pulmonar (Rcp): devem fazer ao menos cem movimentos de compressão por
minuto, de forma rápida e forte.
Conjunto de medidas emergenciais que permitem salvar Os movimentos servem para retomar a circulação do
uma vida pela falência ou insuficiência do sistema respira- sangue e, consequentemente de oxigênio, para o coração
tório ou cardiovascular. Sem oxigênio as células do cérebro e o cérebro, interrompida quando o coração para. Não es-
morrem em 10 minutos. As lesões começam após 04 minu- pere mais de dez segundos para começar a compressão e a
tos a partir da parada respiratória. faça até o resgate chegar, sem qualquer interrupção. Como
demanda esforço físico, tente revezar com outra pessoa, de
Causas da parada cardiorrespiratória (pcr): forma coordenada, se puder.
- Asfixia; O cardiologista explica que a mudança se deu com o
- Intoxicações; intuito de facilitar o processo e impedir que pessoas desis-
- Traumatismos; tam de fazê-lo pelo receio de encostar sua boca na boca
- Afogamento; de desconhecidos. Algumas pesquisas nos Estados Unidos
- Eletrocussão (choque elétrico); mostraram que o número de ressuscitações havia diminuí-
- Estado de choque; do muito em cidades onde o número era alto, por causa do
- Doenças. medo de contrair doenças pela boca.

Como Se Manifesta Respiração de Socorro Método de Silvester (Modifi-


- Perda de consciência; cado)
- Ausência de movimentos respiratórios;
- Ausência de pulso; Este método é aplicado nos casos em que não se pode
- Cianose (pele, língua, lóbulo da orelha e bases da empregar o método boca a boca (traumatismos graves de
unhas arroxeadas); face, envenenamento por cianureto, ácido sulfúrico, ácido
- Midríase (pupilas dilatadas e sem foto reatividade). clorídrico, soda cáustica, fenol e outras substâncias cáusti-
cas). O método silvestre permite não só o restabelecimento
Como proceder dos movimentos respiratórios como os do coração.
Como proceder
Nova Regra de Ressuscitação (18/10/2010) - Desobstrua a boca e a garganta da vítima, fazendo tra-
ção da língua e retirando corpos estranhos e secreção;
De acordo com as novas diretrizes de ressuscitação car- - Coloque a vítima em decúbito dorsal;
diopulmonar, divulgadas, a massagem cardíaca sem a respi- - Eleve o tórax da vítima com auxílio de um travesseiro,
ração boca a boca é tão eficaz quanto os dois procedimen- cobertor dobrado, casaco ou pilha de jornal, inclinando sua
tos em sequência, quando realizada por leigos. Segundo a cabeça para trás, provocando a hiperextensão do pescoço;
AHA (American Heart Association), órgão americano que - Ajoelhe-se, coloque a cabeça da vítima entre suas per-
divulgou as novas normas, as chances de sucesso de uma nas e com os braços paralelos ao corpo;
pessoa que faz a massagem cardíaca corretamente são pra- - Segure os punhos da vítima, trazendo seus braços para
ticamente as mesmas de quem opta pela dobradinha, além trás e para junto de suas pernas (rente ao solo);
de contar com a vantagem de se ganhar tempo – essencial - Volte com os braços da vítima para frente (rente ao
no processo. solo), cruzando-os sobre o peito (parte inferior do externo 2
Pela nova norma, a respiração deve ainda ser padrão cm do processo xifóide);
para os profissionais de saúde, que sabem fazê-la com a - Pressione o tórax da vítima 05 vezes seguidas;
qualidade e agilidade adequada. Se a vítima da parada car- - Volte os braços da vítima para a posição inicial e reini-
díaca não receber nenhuma ajuda em até oito minutos, a cie o método.
chance de ela sobreviver não passa de 15%. Já ao receber a
massagem, a chance aumenta para quase 50% até a chega- Equipamentos para socorros de urgência (sugestão):
da da equipe de socorro, que assumirá o trabalho
- 1º. Antes de ajudar o desacordado, tenha certeza de Prepare sua caixa de primeiros socorros antes de preci-
que o lugar é seguro para você e para fazer o atendimento. sar dela. Amanhã, uma vida poderá depender de você.
Caso contrário, serão duas vítimas.

164
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

- Algodão - Esparadrapo - Papel e caneta


- Ataduras - Estetoscópio - Pinças hemostáticas
- Atadura elástica - Gaze esterilizada - Respirador “Ambu”
- Cobertor térmico - Lenço Triangular - Sabão
- Colar cervical - Luva de procedimentos - Soro fisiológico
- Compressas limpas - Máscaras - Talas variadas
- Curativos protetores - Micropole - Telefones úteis
- Cânulas de Guedel - Maca rígida ou KED - Tesoura
- Esfignomanômetro - Óculos de proteção - Válvula para RCP

Lesões nos ossos e articulações

Lesões na espinha (coluna)

Providências: Cuidado no atendimento e no transporte (imobilização correta)

Fraturas: O primeiro socorro consiste apenas em impedir o deslocamento das partes fraturadas, evitando maiores danos.
- Fechadas
- Expostas

Não faça: não desloque ou arraste a vítima até que a região suspeita de fratura tenha sido imobilizada, a menos que haja
eminente perigo (explosões ou trânsito).

Luxações ou deslocamentos das juntas (braço, ombro)


- Tipoia

Entorses e distensões
- Trate como se fosse fraturas.
- Aplique gelo e compressas frias no local.

Contusões
- Providencias: repouso do local (imobilização), compressas frias.

Qualquer vitima que estiver inconsciente pode ter sofrido pancada na cabeça (concussão cerebral).

Ferimentos

A - leves ou superficiais
Procedimentos: Faca limpeza do local com soro fisiológico ou água corrente, curativo com mercúrio cromo ou iodo e cubra
o ferimento com gaze ou pano limpo, encaminhando a vitima ao pronto Socorro ou UBS. Não tente retirar farpas, vidros ou
partículas de metal do ferimento.
B - ferimentos extensos ou profundos

1 - ferimentos abdominais abertos


Procedimentos: evite mexer em vísceras expostas, cubra com compressa úmida e fixe-a com faixa, removendo a vitima com
cuidado a um pronto-socorro mais próximo.

2 - ferimentos profundos no tórax


Procedimentos - cubra o ferimento com gaze ou pano limpo, evitando entrada de ar para o interior do tórax, durante a
inspiração.
Aperte moderadamente um cinto ou faixa em torno do tórax para não prejudicar a respiração da vitima.

3 - ferimentos na cabeça
Procedimentos: afrouxe suas roupas, mantenha a vitima deitada em decúbito dorsal, agasalhada, faca compressas para
conter hemorragias, removendo-a ao PS mais próximo.

165
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

C - Ferimentos Perfurantes: São lesões causadas por aci- acarretar paralisias definitivas em virtude de serem aí muitos
dente com vidros metais, etc. superficiais os tendões e os nervos. Além disso, as feridas po-
dem contaminar-se facilmente, dando lugar a uma infecção
1 - farpas - Prenda-as com uma atadura sobre uma gaze. purulenta, com febre e formação de íngua. As feridas poluídas
2 - atadura - Nos dedos, mãos, antebraço ou perna, coto- de terra, fragmentos de roupa etc., estão sujeitas a infecção, in-
velo ou joelho - Como fazer. clusive tetânica. Numa emergência, deve-se proteger uma feri-
3 - bandagem - Serve para manter um curativo, uma imo- da com um curativo qualquer e procurar sustar a hemorragia.
bilização de fratura ou conter provisoriamente uma parte do
corpo lesada. Ferida Venenosa: É aquela produzida por um agente
vulnerante envenenado (mordedura de cobras, picada de
Cuidados: escorpião, flechas), que inocula veneno ou peçonha nos teci-
- a região deve estar limpa; dos, acarretando reação inflamatória local ou envenenamen-
- os músculos relaxados; to frequentemente mortal do indivíduo. O tratamento resu-
- começar das extremidades dos membros lesados para me-se em colocar um garrote acima da lesão, extrair o vene-
o centro; no por sucção, retirar o ferrão no caso de inseto, aplicar soro
antivenenoso quando indicado, soltar o garrote aos poucos
Importante: qualquer enfaixamento ou bandagem que e fazer um curativo local com antisséptico e gaze esterilizada.
provoque dor ou arroxeamento na região deve ser afrouxado
imediatamente. Esmagamento: É uma lesão grave, que afeta os mem-
bros. Ocorre nos desastres de trem, atropelamentos por
Torniquetes: São utilizados somente para controlar he- veículos pesados, desmoronamentos etc. O membro atin-
morragias nos casos em que a vítima teve o braço ou a perna gido sofre verdadeiro trituramento, com fratura exposta,
amputada ou esmagadas. hemorragia e estado de choque da vítima, que necessitará
de socorro imediato para não sucumbir por anemia aguda
Procura-se diminuir os ferimentos do ferido e, sobretudo, ou choque. Quando o movimento tem de ser destacado do
impedir a sua morte imediata. Evidentemente, o primeiro so- corpo, a operação recebe o nome de amputação traumática.
corro, que pode ser feito mesmo por uma pessoa leiga, servirá Há também os pequenos esmagamentos, afetando dedos,
para que o acidentado aguarde a chegada do médico, ou seja, mão, e cuja repercussão sobre o estado geral é bem menor.
transportado para o hospital mais próximo. Para que alguém Resistindo a vítima à anemia aguda e ao choque, poderá
se torne útil num socorro urgente, deve ter algumas noções estar ainda sujeita à infecção, especialmente gangrenosa e
sobre a natureza da lesão e como proceder no caso. tetânica.

Natureza da Lesão: Inicialmente, cumpre saber que se dá Choque: É um estado depressivo decorrente de um
o nome de traumatismo a toda lesão produzida no indivíduo traumatismo violento, hemorragia acentuada ou queimadu-
por um agente mecânico (martelo, faca, projétil), físico (eletrici- ra generalizada. Pode também ocorrer em pequenos feri-
dade, calor, irradiação atômica), químico (ácido fênico, potassa mentos, como os que penetram o tórax. Caracteriza-se pelos
cáustica) ou, ainda, biológico (picada de animal venenoso). De seguintes sintomas: palidez da face, com lábios arroxeados
acordo com essa classificação, devem-se considerar alguns ou descorados, se há hemorragia; pele fria, principalmente
tipos de lesões (e suas consequências imediatas) a requerer nas mãos e nos pés; suores frios e viscosos na face e no tron-
socorro urgente. co; prostração acentuada e voz fraca; falta de ar, respiração
rápida e ansiedade; pulso fraco e rápido; sede, sobretudo
Contusão: É o traumatismo produzido por uma lesão, que se há hemorragia; consciência presente, embora diminuída.
tanto poderá traduzir-se por uma mancha escura (equimose) Como primeiro socorro, precisa-se deitar o paciente em po-
como por um tumor de sangue (hematoma); este, quando sição horizontal e, havendo hemorragia, elevar os membros
se localiza na cabeça, é denominado, vulgarmente, ‘galo’. As e estancar o sangue, aquecendo-se o corpo moderadamen-
contusões são dolorosas e não se acompanham de solução te, por meio de cobertores.
de continuidade da pele. A parte contundida deve ficar em Hemorragia: É a perda sanguínea através de um feri-
repouso sob a ação da bolsa de gelo nas primeiras horas e do mento ou pelos orifícios naturais, como as narinas. Quando a
banho de luz nos dias subsequentes. hemorragia ultrapassa 500g no adulto, ocorre a anemia agu-
da, cujos sintomas se assemelham aos do choque (palidez,
Ferida: É o traumatismo produzido por um corte sobre sede, escurecimento da vista, pulso fraco, descoramento dos
a superfície do corpo. Corte ou ferida pode ser superficial, lábios, falta de ar e desmaios). A hemorragia venosa carac-
afetando apenas a epiderme (escoriação ou arranhadura), ou teriza-se por sangue escuro, jato lento e contínuo (comba-
profundo, provocando hemorragia às vezes mortal. Sendo o te-se pela compressão local e não pelo garrote). A hemor-
ferimento produzido por um punhal, canivete ou projétil, os ragia arterial se distingue pelo sangue vermelho rutilante
órgãos profundos, como o coração, podem ser atingidos, em jato forte e intermitente (combate-se pela compressão
causando a morte. As feridas podem ser ainda punctiformes local, quando pequena, e pelo garrote, quando grande). O
(espetadela de prego), lineares (navalha), irregulares (ferida do paciente, em caso de anemia aguda, deve ser tratado como
couro cabeludo, por queda). Não se deve esquecer que um no caso do chocado, requerendo ainda transfusões de san-
pequeno ferimento produzido nos dedos ou na mão pode gue, quando sob cuidados médicos.

166
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Queimadura: É toda lesão produzida pelo calor sobre a - fratura da coluna: ocorre, em geral, nas quedas, atropela-
superfície do corpo, em graus maiores ou menores de extensão mentos e nos mergulhos em local raso, sendo tanto mais gra-
(queimadura localizada ou generalizada) ou de profundidade (1º, ve o prognóstico quanto mais alta a fratura; suspeita-se desta
2º, e 3º graus). Consideram-se ainda queimaduras as lesões pro- fratura, quando o paciente, depois de acidentado, apresenta-
duzidas por substância cáustica (ácido fênico), pela eletricidade se com os membros inferiores paralisados e dormentes; as
(queimadura elétrica), pela explosão atômica e pelo frio. As diver- fraturas do pescoço são quase sempre fatais. Faz-se necessá-
sas formas de calor (chama, explosão, vapor das caldeiras, líquidos rio um cuidado especial no sentido de não praticar manobras
ferventes) são, na verdade, as causas principais das queimaduras. que possam agravar a lesão da medula; coloca-se o paciente
São particularmente graves nas crianças e na forma generaliza- estendido no solo em posição horizontal, com o ventre para
da. Assim, a mortalidade é de 9% nas queimaduras da cabeça e cima; o choque também pode ocorrer numa fratura dessas.
membros superiores; 18% na face posterior ou anterior do tronco,
e 18% nos membros inferiores. Como foi dito, classificam-se as Irradiação Atômica: As explosões atômicas determinam
queimaduras em três graus: 1º grau, ou eritema, em que a pele dois tipos de lesões. A primeira, imediata, provocada pela
fica vermelha e com ardor (queimadura pelo sol); 2º grau ou flic- ação calórica desenvolvida, e a segunda, de ação progressiva,
tema, com formação de bolhas, contendo um líquido gelatinoso determinada pela radioatividade. Nos pacientes atingidos, o
e amarelado. Costuma também ser dolorosa, podendo infectar-se primeiro socorro deve ser o da sua remoção do local, comba-
quando se rompe a bolha; e do 3º grau, ou escara, em que se ve- te ao choque e tratamento das queimaduras quase sempre
rifica a mortificação da pele e tecidos subjacentes, transformando- generalizadas. Não se pode ignorar o perigo que existe em
se, mais tarde, numa ulceração sangrante, que se transforma em lidar com tais enfermos, no que se refere à radioatividade.
grande cicatriz. Quando às queimaduras pequenas, basta untá-las
com vaselina ou pomadas antissépticas, mas, quando ocorrem as Retirada do Local: O paciente pode ficar preso às ferra-
queimaduras extensas, o primeiro socorro deve dirigir-se para o gens de um veículo, escombros de um desabamento ou desa-
estado geral contra o choque, em geral iminente. cordado pela fumaça de um incêndio. Sua remoção imediata
é, então, necessária. Assim procedendo, evita-se a sua morte,
Distorção: Decorre de um movimento violento e exagera- o que justifica processo de remoção até certo ponto perigoso
do de uma articulação, como o tornozelo. Não deve ser con- mas indispensável. O socorrista deve conduzir-se com pru-
fundida com a luxação, em que a extremidade do osso se afas- dência e serenidade, embora, em certas ocasiões, a retirada
ta de seu lugar. É uma lesão benigna, embora muito dolorosa, do paciente deve ser a mais rápida possível. Em certas circuns-
acompanhando-se de inchação da junta e impossibilidade de tâncias, será necessário recorrer ao Corpo de Bombeiros e a
movimento. A imobilização deve ser primeiro socorro, poden- operários especializados, a fim de libertar a vítima. Enquanto
do empregar-se também bolsa de gelo, nas primeiras horas. se espeta esse socorro, deve-se tranquilizar a vítima, procu-
Luxação: Caracteriza-se pela saída da extremidade óssea, rando estancar a hemorragia, se a houver, e recorrer a medi-
que forma uma articulação, mantendo-se fora do lugar em ca- das que facilitem a respiração, já que em certas circunstâncias
ráter permanente. Em certos casos a luxação se repete a um pode ser precário o teor de oxigênio da atmosfera local. Isso é
simples movimento (luxação reincidente). As luxações mais co- muito importante para a sobrevivência do paciente.
muns são as da mandíbula e do ombro. O primeiro socorro
consiste no repouso e imobilização da parte afetada. Posição do Acidentado: O decúbito dorsal, com o corpo
Fratura: É toda solução de continuidade súbita e violenta estendido horizontalmente, é a posição mais aconselhável. A
de um osso. A fratura pode ser fechada quando não houver posição sentada favorece o desmaio e o choque, fato nem
rompimento da pele, ou aberta (fratura exposta) quando a pele sempre do conhecimento do leigo. Quando a vítima está in-
sofre solução de continuidade no local da lesão óssea. As fra- consciente, é preciso colocá-la de lado, ou apenas com a ca-
turas são mais comuns ao nível dos membros, podendo ser baça lateralizada, para que possa respirar melhor e não sofra
únicas ou múltiplas. Na primeira infância, é frequente a fratura asfixia no decurso do vômito. Havendo fratura da mandíbula
da clavícula. Como causas de fraturas citam-se, principalmente, e lesões da boca, é preferível colocar o paciente em decúbito
as quedas e os atropelamentos. Localizações principais: ventral. Somente os portadores de lesões do tórax, dos mem-
- fratura dos membros, as mais comuns, tornando-se mais bros superiores e da face, desde que não sofram desmaios.
graves e de delicado tratamento quanto mais próximas do tronco; Identificação das Lesões: Estando o paciente em local
- fratura da bacia, em geral grave, acompanhando-se de adequado, deve-se, imediatamente, identificar certas lesões
choque e podendo acarretar lesões da bexiga e do reto, com mais sérias, como ferimentos que sangram, fratura do crâ-
hemorragia interna; nio, choque, anemia aguda ou asfixia, capazes de vitimar o
- fratura do crânio, das mais graves, por afetar o encéfalo, paciente, se algo de imediato não for feito. Eis a orientação
protegido por aquele; as lesões cerebrais seriam responsáveis que se deve dar ao diagnóstico dessas lesões:
pelo choque, paralisia dos membros, coma e morte do pacien- - hemorragia, que se denuncia nas próprias vestes pelas
te. A fratura do crânio é uma ocorrência mais comum nas gran- manchas de sangue; basta, então, rasgar a fazenda no local
des cidades, devido aos acidentes automobilísticos, e apresenta suspeito, para que se localize o ferimento;
maior índice de mortalidade em relação às demais. O primeiro - fratura do crânio, cujo diagnóstico deverá ser levantado
socorro precisa vir através de aparelho respiratório, pois os pa- quando o indivíduo, vítima de um acidente, permanece desa-
cientes podem sucumbir por asfixia. Deve-se lateralizar a ca- cordado e, sobre tudo, se ele sangra pelo ouvido ou pelo nariz;
beça, limpar-lhe a boca com o dedo protegido por um lenço e - fratura de membros, posta em evidência pela defor-
vigiar a respiração. Não se deve esquecer que o choque pode mação local, dificuldade de movimentos e dor ao menor
também ocorrer, merecendo os devidos cuidados; toque da lesão;

167
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

- fratura da coluna vertebral, quando o paciente apresen- Imobilizar as fraturas: O primeiro socorro essencial de
ta paralisia de ambos os membros inferiores que permanecem um fraturado é a sua imobilização por qualquer meio; po-
dormentes, indolores mas sem movimentos; dem-se improvisar talas com ripas de madeira, pedaço de
- choque e anemia aguda, com o paciente pálido, pulso fraco, papelão, ou, no caso de membro inferior, calha de zinco; nas
sede intensa, vista escura, suores frios e ansiedade com falta de ar; fraturas de membros superior, as tipoias são mais aconse-
- luxação, tornando-se o membro incapaz de movimentos, lháveis. Quando o paciente é fraturado de coluna, a imobi-
doloroso e deformado ao nível da junta; lização deve cingir-se ao repouso completo numa posição
- distorção, com dificuldade de movimento na articulação adequada, de preferência o decúbito dorsal com extensão
afetada, apresentando-se este bastante dolorosa e inchada; do corpo.
- queimadura, fácil de diagnóstico pela maneira que se
produziu; resta verificar a sua extensão e gravidade, o que Vigiar a respiração: É muito importante nos trauma-
pode ser orientado pela queimadura das peças do vestuário tizados observar a respiração, principalmente quando eles
que ficam carbonizadas em contato com o tegumento; no caso se encontram inconscientes. A respiração barulhenta, entre-
de queimadura generalizada, suspeitar, logo, de um estado de cortada ou imperceptível deve despertar no observador a
choque e não esquecer da alta gravidade nas crianças; suspeita de dificuldade respiratória, com a possibilidade de
- asfixia, que pode ocorrer nos traumatismos do tórax, de asfixia. Começa-se por limpar a boca do paciente de qual-
crânio, queimaduras generalizadas e traumatismo da face. Iden- quer secreção, sangue ou matéria vomitada, o que se pode
tifica-se esta condição pela coloração arroxeada da face (ciano- fazer entreabrindo a boca da vítima e colocando uma ro-
se), a dificuldade de respirar e de consciência que logo se instala. lha entre a arcada dentária a fim de, com o dedo envolvi-
do em um lenço, proceder a limpeza. Em complemento, ao
Medidas de Emergência terminar a limpeza, lateriza-se a cabeça, fecha-se a boca do
paciente segurando-lhe a cabeça um pouco para trás. Isso
Após a identificação de uma das lesões já focalizadas, po- permitirá que a respiração se faça melhor. Havendo parada
de-se seguir a seguinte orientação: respiratória, é preciso iniciar, imediatamente, a respiração ar-
tificial boca a boca ou por compressão ritmada da base do
Estancar a hemorragia (Hemostásia): Quando a hemor- tórax (16 vezes por minuto). Não se deve esquecer que a
ragia é pequena ou venenosa, é preferível fazer uma compres- ventilação do local com ar puro se torna muito importante
são sobre o ferimento, utilizando-se um pedaço de gaze, um para qualquer paciente chocado, anemiado ou asfíxico. Os
lenço bem limpo ou pedaço de algodão; sobre este curativo fraturados da mandíbula, com lesões da língua e da boca,
passa-se uma gaze ou uma tira de pano. Quando, todavia, a deverão ser colocados em decúbito ventral com a cabeça
hemorragia é abundante ou arterial, começa por improvisar um leterizada, para que a respiração se torne possível.
garrote (tubo de borracha, gravata ou cinto) que será colocado
uns quatro dedos transversos acima do ferimento, apertando- Remoção de corpos estranhos: Os ferimentos que se
se até que a hemorragia cesse. Caso o socorro médico demo- apresentam inoculados de fragmentos de roupa, pedaços
re, cada meia hora afrouxa-se o garrote por alguns segundos, de madeira etc., podem ser lavados com água fervida se o
apertando-o novamente; na hemorragia pelas narinas basta socorro médico vai tardar; no caso, porém, de o corpo es-
comprimir com o dedo, externamente, a asa do nariz; finalmen- tranho estar representado por uma faca ou haste metálica,
te, em caso de hemorragia pós-parto ou pós-aborto, deve-se que se encontra encravada profundamente, é preferível não
colocar a paciente numa posição de declive, mantendo-se o retirá-lo, pois poderá ocorrer hemorragia mortal. No caso de
quadril e os membros inferiores em nível mais elevado. Em ca- empalação, deve-se serrar a haste pela sua base e transpor-
sos excepcionais, o ferimento pode estar localizado numa re- tar o paciente para o hospital, a fim de que lá seja removido
gião difícil de se colocar um garrote; procede-se, então, pelo o corpo estranho. Quando o corpo estranho estiver preju-
método da compressão ao nível da ferida; pode-se, inclusive, dicando a respiração, como no caso dos traumatismos da
utilizar o dedo ou a mão, num caso de extrema hemorragia. boca e nariz, cumpre fazer tudo para removê-lo de modo a
Combater o choque e a anemia aguda: Começa-se por favorecer a respiração. Não se deve esquecer que os peque-
colocar o paciente, sem travesseiros ou qualquer suporte sob a nos corpos estranhos (espinhos de roseira, farpas de madei-
cabeça, mantendo ou membros inferiores em nível mais eleva- ra, espinhos de ouriço-do-mar) podem servir de veículo para
do; removem-se todas as peças do vestuário que se encontram o bacilo de tétano, o que poderá ser fatal.
molhadas, para que não se agrave o resfriamento do enfermo; Socorro ao queimado: Faz-se necessário considerar
cobre-se, em seguida, o seu corpo com cobertores ou roupas as queimaduras limitadas e as generalizadas. No primeiro
de que se dispõe no momento, a fim de aquecê-lo. A vítima caso, o socorro urgente consistirá em proteger a superfície
pode ingerir chá ou café quente se estiver consciente e sem queimada com gaze ou um pano limpo; no segundo caso,
vômitos; ao mesmo tempo, deve-se tranquilizá-la, prometen- o choque deve ser a primeira preocupação. Deve-se pensar
do-lhe um socorro médico imediato e dizendo-lhe da vanta- nele mesmo antes que se instale, cuidando logo de colocar
gem de ficar imóvel. mesmo no caso dos queimados, obser- o paciente em repouso absoluto, protegê-lo contra o res-
va-se um resfriamento das extremidades do paciente, havendo friamento, fazê-lo ingerir bebidas quentes e tranquilizá-lo.
necessidade de usar cobertores sobre o mesmo. Não convém Nesse último caso, o tratamento local ocupa um segundo
esquecer-se, também, a sobreposição de cobertores do leito; plano. Eis um resumo do tratamento local das queimaduras:
embora o aquecimento do enfermo possa tornar-se perigoso, - queimadura do 1º grau: protege-se a superfície quei-
se provocar sudorese. mada com vaselina esterilizada ou pomada analgésica;

168
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

- queimadura do 2º grau: evitar a ruptura das bolhas, fazendo Transporte do paciente: Algumas vezes é indispensável
um curativo com gaze esterilizada em que se pode estender uma transportar a vítima utilizando meios improvisados, a fim de
leve camada de pomada antisséptica ou com antibiótico; a seguir, o que se beneficie de um socorro médico adequado; em princí-
curativo precisa ser resguardado com algodão; quando a superfície pio, o leigo não deverá fazer o transporte de qualquer pacien-
queimada se acha suja com fragmentos queimados etc., torna-se te em estado aparentemente grave, enquanto estiver perden-
necessária uma limpeza com sabão líquido ou água morna fervi- do sangue, enquanto respirando mal, enfim, enquanto duas
da, utilizando-se, para isto, uma compressa de gaze; enxuga-se em condições não pareçam satisfatórias. O transporte pode por si
seguida a superfície queimada, fazendo-se um curativo com poma- só causar a morte de um paciente traumatizado. Tomando em
da acima referida; no caso de queimaduras poluídas com resíduos consideração essas observações, devem-se verificar as condi-
queimados, haverá necessidade de um antibiótico e de soro anti- ções gerais do enfermo, o veículo a ser utilizado, o tempo ne-
tetânico. A renovação do curativo só deve ser feita cinco a sete dias cessário ao transporte. Havendo meios de comunicação, será
depois, a não ser que haja inflamação, febre e dor; para retirá-lo bas- útil pedir instruções ao hospital mais próximo. Estabelecida a
ta umedecer com soro fisiológico morno ou água morna fervida; necessidade do transporte, torna-se necessário observar os
- queimadura do 3º grau: o tratamento é igual a queima- seguintes detalhes:
dura do 2º grau; o problema principal é a limpeza da superfície - remoção do paciente para o veículo, o que deverá ser
queimada, quando esta se encontra poluída por resíduos car- feito evitando aumentar as lesões existentes, sobretudo no
bonizados; neste caso, pode-se empregar sabão líquido e água caso de fratura de coluna e de membros; em casos especiais,
ou soro fisiológico mornos; o transporte pode ser feito por meio de veículos a motor, pa-
- recomendações especiais: as queimaduras do rosto e diolas e, mais excepcionalmente por avião;
partes genitais devem receber curativos de vaselina esteriliza- - veículo utilizado: deve atender, em primeiro lugar, ao
da; as queimaduras de 30% do corpo, sobretudo do tronco, e, conforto do paciente; os caminhões ou caminhonetes pres-
principalmente, na criança, estão sujeitas ao choque e mesmo à tam-se melhor a esse mister;
morte do paciente; exigem, portanto, um tratamento no hospi- - caminho a percorrer: é desnecessário encarecer a im-
tal, de preferência em serviços especializados. As complicações portância do repouso dos traumatizados, evitando abalos
mais terríveis das queimaduras são: inicialmente, o choque;
durante o transporte; pode ser necessário sustá-lo, caso as
posteriormente, as infecções, inclusive tetânica, a toxemia com
condições do enfermo se agravem;
graves distúrbios gerais, e, finalmente, as cicatrizes viciosas que
- acompanhante: a vítima deve ser acompanhada por
deformam o corpo do paciente e provocam aderências.
pessoa esclarecida que lhe possa ser útil durante a viagem;
- observação: o transporte em avião constitui um dos
Socorro aos contaminados por raiva: Os indivíduos com
ferimentos produzidos por animais com hidrofobia (cão, gato, melhores pela ausência de trepidação e maior rapidez; to-
morcego etc.) devem Ter seus ferimentos tratados de maneiro davia, a altitude pode ser nociva para pacientes gravemente
já referida no item de feridas; há, todavia, um cuidado espe- traumatizados de tórax, sobretudo se estiverem escarrando
cial na maneira de identificar a raiva no animal agressor, como sangue ou com falta de ar.
também de orientar i paciente, sem perda de tempo, para que
faça o tratamento antirrábico imediato; a rapidez do mesmo
será tanto mais imperiosa quanto maior o número de lesões 19. ASSISTÊNCIA INTEGRAL POR MEIO DO
produzidas e quanto mais próximos da cabeça tais ferimentos. TRABALHO EM EQUIPES: DE ENFERMAGEM,
MULTIPROFISSIONAL E INTERDISCIPLINAR.
Socorro ao asfixiado: Em certos tipos de traumatismo como
aqueles que atingem a cabeça, a boca, o pescoço, o tórax; os que
são produzidos por queimaduras no decurso de um incêndio; os
que ocorrem no mar, nos soterramentos etc. poderá haver dificul- A Equipe Multiprofissional
dade respiratória e o paciente corre mais risco de morrer pela asfi-
xia do que pelas lesões traumáticas. Nesse caso, a identificação da Um dos desafios para a implantação dos princípios do
dificuldade respiratória pela respiração barulhenta nos indivíduos PSF consiste em envolver os profissionais do programa, em
inconscientes, pela falta de ar de que se queixam os conscientes, amplo processo de reorientação do trabalho em saúde. O
ou ainda, pela cianose acentuada do rosto e dos lábios, servirá de foco central de atenção da equipe não é o indivíduo exclu-
guia para o socorro à vítima. A norma principal é favorecer a pas- sivamente, mas a família e seu entorno. As intervenções ne-
sagem do ar através da boca e das narinas; colocar, inicialmente, cessárias ao cuidado à saúde sustentam-se, portanto, em sa-
o paciente em decúbito ventral, com cabeça baixa, desobstruir a beres que contemplem as determinações biopsicossociais do
boca e as narinas, manter o seu pescoço em linha reta, mediante processo saúde/doença e na autonomia e responsabilidade
a projeção do queixo para trás, o que se poderá fazer tracionando dos profissionais com os usuários, famílias e comunidade. A
a mandíbula com os dedos, como se fora para manter fechada a assistência à saúde, para ter a característica central de um tra-
boca do socorrido; se houver vômitos, vira-se a cabeça da vítima balho coletivo e complexo, não pode prescindir do trabalho
para o lado até que cessem, limpando-lhe a boca em seguida. das equipes multiprofissionais.
Não se deve esquecer de colocar o paciente em ambiente de Na formação e trabalho das equipes, levam-se em con-
ventilação adequada e ar puro. A parada respiratória requer ime- ta as especificidades disciplinares - particularmente no que
diata respiração artificial, contínua e incessante, num ritmo de 16 se refere à racionalidade dominante em cada campo - as ex-
vezes por minuto, até que chegue o socorro médico, não impor- periências de formação e a inserção profissional dos sujeitos,
tando que atinja uma hora ou mais. sem esquecer a interferência do mercado no processo. Na

169
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

equipe multiprofissional, a articulação refere-se à recompo- recursos humanos de diferentes áreas profissionais no mesmo
sição de processos de trabalhos distintos e, portanto, à consi- local de trabalho, não é suficiente para garantir a atenção inte-
deração de conexões e interfaces, entre as intervenções técni- gral. Segundo os autores, na avaliação do trabalho em equipe,
cas peculiares de cada área profissional. Trabalhar em equipe assumem-se três concepções distintas, destacando os resulta-
de modo integrado significa conectar diferentes processos de dos, as relações e a interdisciplinaridade. Nos estudos de in-
trabalho, com base no conhecimento do trabalho do outro e vestigação dos resultados, a equipe é concebida como recurso
valorização da participação deste na produção de cuidados. no aumento da produtividade e da racionalidade dos serviços.
Significa construir consensos quanto aos objetivos e resulta- Os estudos que destacam as relações tomam como referência
dos a serem alcançados pelo conjunto de profissionais, bem conceitos da psicologia, analisando as equipes principalmente
como quanto à maneira mais adequada de adquiri-los. Signi- com base nas relações interpessoais e nos processo psíquicos.
fica também a utilização das interações entre os agentes en- Na vertente da interdisciplinaridade, estão os trabalhos que tra-
volvidos, com vistas ao entendimento e ao reconhecimento zem para a discussão a articulação dos saberes e a divisão do
recíproco de autoridades de saberes e da autonomia técnica. trabalho, ou seja, a especialização do trabalho em saúde.
É preciso observar como os diversos profissionais intera- Estudos recentes das equipes do PSF revelaram ausên-
gem entre si e se essa interação possibilita a construção de pro- cia de responsabilidade coletiva do trabalho e baixo grau de
jeto compartilhado por todos. Cotta et al avaliam a organização interação entre as categorias profissionais e que, apesar do
do trabalho e perfil dos profissionais de saúde inseridos no PSF, discurso de teor igualitário, os membros das equipes de saú-
componentes das ESFs, e, dentre os resultados, destaca-se a de da família mantêm representações da hierarquia entre pro-
relação entre profissionais da mesma equipe, entre profissio- fissionais e não-profissionais, nível superior e nível médio de
nais de equipes diferentes e entre profissionais e comunidade. educação, médico e enfermeiro.
Ao se perguntar sobre a relação entre profissionais da mesma Para Peduzzi, os profissionais das diferentes áreas, mé-
equipe, 71,0% a classificaram como boa, 17,85% destacaram a dicos e não-médicos tendem a reiterar as relações assimétri-
existência de cooperação entre profissionais, 7,14% revelaram a cas de subordinação, mesmo com discurso crítico acerca da
formação de subgrupos por diferenças e 3,57% afirmaram que divisão e da recomposição dos trabalhos. Todos partilham o
o relacionamento é pautado por caráter indiferente. A respei- valor comum atribuído ao modelo biomédico, deixando para
to da relação entre profissionais de equipes distintas, revela-se segundo plano os saberes e as ações de outros âmbitos da
que 67,85% dos profissionais classificam-na como boa ou coo- produção do cuidado, tais como o educativo, o preventivo,
perativa – 50% e 17,85%, respectivamente. Finalmente, em refe- o psicossocial e o comunicacional, que aparecem como pe-
rência à relação dos profissionais com a comunidade, segundo riféricos ao trabalho nuclear – assistência médica individual.
71,4% dos entrevistados, é boa, 25% consideram que é muito Desta forma, segundo a autora, é possível observar a existên-
boa e apenas 3,6% relatam-na como indiferente. cia de tensão entre fragmentação e integração do processo
É importante estabelecer aqui a distinção entre interdisci- de trabalho, com tendência de isolamento dos profissionais
plinariedade e multiprofissionalidade. De acordo com Peduzzi em suas especialidades e competências. Então, a multiprofis-
a interdisciplinaridade diz respeito à produção do conheci- sionalidade por si não é condição suficiente para garantir a
mento, com caráter epistemológico. Relaciona-se à integra- recomposição dos trabalhos, uma vez parcelados, em direção
ção de várias disciplinas e áreas do conhecimento. A multi- de atenção holística, integral. Como salientam Schraiber et al.,
profissionalidade, por sua vez, diz respeito à atuação conjunta a eficiência e a eficácia dos serviços, nesta perspectiva, reque-
de várias categorias profissionais, ou seja, diferentes áreas rem modalidade de trabalho em equipe que traduza forma de
atuando conjuntamente, no foco de interesse da investiga- conectar as diferentes ações e os distintos profissionais.
ção. O trabalho em equipe multiprofissional, segundo Peduzzi Como sugestão para reversão dos problemas do trabalho
e Palma e Peduzzi, consiste na modalidade de trabalho cole- das ESFs, Barboza e Fracolli propõem um mecanismo geren-
tivo que se configura na relação recíproca entre as múltiplas cial (fluxograma analisador) que permite às equipes verificar
intervenções técnicas e a interação dos agentes de diferentes o andamento das ações, levando à resolução dos conflitos
áreas profissionais. Por meio da comunicação, ou seja, da me- internos. O “fluxograma analisador” constitui instrumento de
diação simbólica da linguagem, dá-se a articulação das ações análise, que interroga o “para que”, o “que” e o “como” dos
multiprofissionais e a cooperação. processos de trabalho, o que é feito em reuniões grupais. Afir-
Peduzzi observa a distinção entre duas noções de equipe: mam que o procedimento leva a serviços mais descentrados
a equipe como agrupamento de agentes e a equipe como in- da lógica medicocêntrica além de atuar sobre as disputas en-
tegração dos trabalhos. A primeira noção é caracterizada pela tre os diferentes profissionais dos serviços de saúde.
fragmentação e a segunda pela articulação consoante a pro- A saúde pública historicamente passa por várias fases de
posta da integralidade das ações de saúde. Ainda segundo a evolução, tendo o desafio de manter qualidade para uma
autora, a proposta do trabalho em equipe tem sido veiculada superpopulação, na sua maioria carente. A implantação do
como estratégica para enfrentar o intenso processo de especia- Sistema Único de Saúde (SUS) ocorrida em 1988, vem com a
lização da área da saúde, e o trabalho em equipe na saúde da proposta de enfrentar esse desafio, enfocando a saúde como
família, requer a compreensão das várias disciplinas para lidar um direito da humanidade no atendimento ao usuário dos
com a complexidade, atenção primária, a qual toma a saúde serviços públicos de saúde. Segundo o Ministério da Saúde,
no contexto pessoal, familiar e social, bem como a promoção “na verdade, o SUS representa a materialização de uma nova
da saúde, prevenção e reabilitação, trazendo a intersetorialida- concepção acerca da saúde em nosso país. Antes a saúde era
de como parceira na resolutividade dos problemas de saúde. entendida como o Estado de não-doença, o que fazia com
Nesse contexto, Schraiber et al. afirmam que a mera locação de que toda lógica girasse em torno da cura de agravos à saúde”.

170
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

A sociedade brasileira tem lutado para garantir o direito Essa proposta aspira pelo nascimento de uma nova imagem
de assistência à saúde para todos. Dentre várias ações empre- profissional responsável pela efetiva promoção da saúde, ao
gadas, merece destaque o Programa Saúde da Família (PSF), considerar o paciente em sua integridade física, psíquica e social
criado em 1994 pelo Ministério da Saúde (MS), com o propó- e não somente sob o ponto de vista biológico. Essa sensibiliza-
sito de ser “a estratégia para modificar o modelo assistencial ção e sua aplicação na prática tornam-se o maior desafio para a
vigente. Por isso, sua compreensão só é possível através da biomedicina do século XXI. No momento encontramos os pro-
mudança do objetivo de atenção, forma de atuação e organi- fissionais de saúde despreparados para este novo desafio.
zação geral dos serviços, reorganizando a prática assistencial O Ministro de Estado da Saúde, em Portaria de fevereiro de
em novas bases e critérios”. O PSF valoriza os princípios da ter- 2004, institui a Política Nacional de Educação Permanente em
ritorialidade, de vinculação com a população, de garantia de Saúde como estratégia do SUS para a formação e o desenvol-
integralidade na atenção, de trabalho em equipe com enfoque vimento de trabalhadores para o setor de saúde. Através dessa
multidisciplinar, com ênfase na promoção da saúde com forta- portaria cria o Polo de Educação Permanente em Saúde, com
lecimento das ações intersetoriais, estimulando a participação a função de identificar necessidades de formação e de desen-
da comunidade, apostando no “estabelecimento de vínculo e volvimento dos trabalhadores de saúde e construir estratégias
na criação de laços de compromisso e de co-responsabilidade e processos que qualifiquem a atenção e a gestão em saúde e
entre profissionais de saúde e a população”. fortaleçam o controle social no setor na perspectiva de produzir
A estratégia do PSF prioriza as ações de prevenção, pro- impacto positivo sobre a saúde individual e coletiva.
moção e recuperação da saúde das pessoas de forma integral
e contínua. O atendimento é prestado na unidade básica de
saúde ou no domicílio, pelos profissionais (médicos, enfer-
meiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de 20. ENSINO AO PACIENTE COM VISTAS AO
saúde) que compõem as equipes de saúde da família. Assim, AUTOCUIDADO: PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA
esses profissionais e a população acompanhada criam vínculos SAÚDE.
de corresponsabilidade, o que facilita a identificação e o aten-
dimento aos problemas de saúde da comunidade. Esse pro-
grama traz um novo conceito de relacionamento humano na Promoção de Saúde
saúde pública. O PSF, através das equipes multiprofissionais,
A promoção de saúde envolve, segundo Cerqueira (1997),
busca um trabalho democrático, participativo e de respeito às
duas dimensões: a conceitual – princípios, premissas e conceitos
diferenças; lidando com as questões dos preconceitos e pre-
que sustentam o discurso da promoção de saúde - e a meto-
concepções dos trabalhadores de saúde em relação aos usuá-
dológica – que se refere às práticas, planos de ação, estratégias,
rios, desconstruindo a relação poder/saber, apoiando a equipe
formas de intervenção e instrumental metodológico.
na análise das implicações inerentes à própria relação de aten-
Apesar de ainda persistirem controvérsias na definição da pro-
dimento, no estabelecimento de vínculo e responsabilização,
moção de saúde e confusões relativas a seus limites conceituais com
que tem se mantido escondido atrás do trabalho técnico. a prevenção, desde a década de 1980 muitos autores vêm procu-
Assim como o corpo humano necessita de cérebro per- rando desenvolver, clarificar e disseminar o discurso da promoção.
mitindo o intelecto e o conhecimento, os músculos gerando Contudo, como bem expressam Labonte (1996a), Cerqueira
força, a pele produzindo beleza e proteção, o estômago e in- (1997) e Mello et al. (1998), o mesmo não pode ser dito quanto à
testinos levando nutrição e o coração e pulmões transportan- dimensão metodológica da promoção. Apesar de os princípios
do energia, é necessário algo mais para este corpo ter vida. É estarem razoavelmente desenvolvidos, permanece a dificuldade
preciso algo que determine a diferença entre a máquina e seu de traduzi-los em práticas coerentes, a ponto de as raras práti-
criador: o ser humano. Essa diferença é o que nos motiva a cas que privilegiam a “nova promoção de saúde” se encontra-
pensar, a comer, a andar, a respirar e a viver. É algo superior que rem ainda dispersas e desarticuladas.
existe dentro de nós. É a nossa alma. Alma que faz com que Preocupados com essa lacuna, analisamos experiências pú-
se exteriorize a nossa humanidade, através da solidariedade, blicas de intervenção no nível local com o objetivo de descrever o
da escuta, do cuidado, da ajuda e do amor. Esta exteriorização modo pelo qual os sete princípios da promoção de saúde, defini-
ocorre devido ao outro, caracterizando o vínculo que é forma- dos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), se encontravam
do e conquistado entre pessoas, com alma, para produzir um operacionalizados. Elaboramos perguntas que nos conduziram
vínculo afetivo com responsabilidade. durante a investigação: nas experiências estudadas, é possível
Para Campos, “o vínculo com os usuários dos serviços de identificar os princípios de promoção de saúde sedimentados
saúde amplia a eficácia das ações de saúde e favorece a partici- nos documentos da OMS? Eles se mostraram operacionalizáveis?
pação do usuário durante a prestação do serviço”. Esse espaço Esses princípios se consubstanciaram em práticas e políticas con-
deve ser utilizado para a construção de sujeitos autônomos, tan- sistentes? De que forma os governos locais têm incorporado es-
to profissionais quanto pacientes. Não há construção de vínculo ses princípios em suas ações, programas e políticas?
sem que o usuário seja reconhecido na condição de sujeito, que Num contexto no qual está em evidência a busca de mode-
fala, julga e deseja. Merhy afirma que “relação humanizada da los de atenção à saúde que extrapolem a assistência médico-cu-
assistência, que promove a acolhida dá-se sob dois enfoques: rativa, a promoção ganha destaque no campo da saúde pública.
o do usuário e o do trabalhador”. Na necessidade que o PSF Ela resgata a concepção da saúde como produção social e bus-
atinja seu objetivo, expressa-se a proposta de um processo de ca desenvolver políticas públicas e ações de âmbito coletivo que
humanização dos profissionais, na relação profissional/usuário. extrapolem inclusive o enfoque de risco (campo da prevenção).

171
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

Acreditamos que a discussão conceitual dos princípios da cio-políticas e econômicas ficam desatreladas, mascaradas; os go-
promoção de saúde aqui conduzida permite esclarecer sua vernos e os formuladores de políticas são desresponsabilizados e
definição e marcar sua distinção com relação às práticas pre- a “culpa” pela situação de saúde recai no indivíduo. A autora pros-
ventivas. Ainda, o estudo da operacionalização de seus princí- segue a crítica ao destacar o custo elevado e os baixos resultados
pios contribui para o desenvolvimento da dimensão metodo- das campanhas de marketing social realizadas na década de 1980.
lógica da promoção, permitindo avançar sua retórica. Entre os três principais “paradigmas” caracterizadores dos proble-
As origens e concepções da promoção de saúde Intima- mas de saúde apontados por Labonte (1996a), o terceiro enfoque
mente relacionada à vigilância à saúde e a um movimento indica uma retomada da concepção original de promoção defen-
de crítica à medicalização do setor, a promoção de saúde su- dida por Sigerist (apud Pereira et al., 2000).
põe uma concepção que não restrinja a saúde à ausência de No primeiro grupo estariam os problemas “médicos”, basea-
doença, mas que seja capaz de atuar sobre seus determinan- dos na existência da doença e cujas ações são voltadas ao trata-
tes. Incidindo sobre as condições de vida da população, ex- mento dos sintomas, à erradicação das doenças e prevenção ao
trapola a prestação de serviços clínico-assistenciais, supondo agravamento do processo. O segundo agrupamento, referente
ações intersetoriais que envolvam a educação, o saneamento aos problemas de Saúde Pública, se encarregaria da prevenção,
básico, a habitação, a renda, o trabalho, a alimentação, o meio baseando-se na conduta e na promoção de comportamentos
ambiente, o acesso a bens e serviços essenciais, o lazer, entre saudáveis, como a prevenção do hábito de fumar. O terceiro grupo
outros determinantes sociais da saúde. responderia pelos problemas “socioambientais”, visando à criação
A expressão “promoção de saúde” foi usada pela primei- de entornos físicos e sociais que favoreçam a saúde e o bem-estar
ra vez em 1945 pelo canadense Henry Sigerist (Pereira et al., dos indivíduos. Suas ações destinam-se a mudanças sociais e fun-
2000). O médico historiador definiu quatro tarefas essenciais damentam-se no trabalho comunitário, envolvem medidas políti-
à Medicina: a promoção de saúde, a prevenção de doenças, cas e não dependem somente dos profissionais da saúde.
o tratamento dos doentes e a reabilitação, afirmando que
“la salud se promueve proporcionando condiciones de vida Equipamento de Proteção Individual - EPI: é todo dispositi-
decentes, buenas condiciones de trabajo, educación, cultura vo de uso individual, destinado à proteção de uma pessoa.
física y descanso” (Sigerist apud Terris, 1992, p.38). Quando usar o EPI:
Terris (1992) ressalta que esta definição original da pro- - Quando não for possível eliminar o risco por outras medi-
moção, que enfatiza os “fatores gerais” de determinação da das ou equipamentos deproteção coletiva.
saúde, difere da concepção difundida pelo Informe Lalonde, - Quando for necessário complementar a proteção coletiva.
de 1974, que privilegiou os “fatores particulares”. - Em trabalhos eventuais ou emergenciais.
Apesar disso, este relatório foi tido como um marco histó- - Em exposição de curto período.
rico no campo da Saúde Pública, por questionar oficialmente
o impacto e o custo elevado dos cuidados médicos na saúde Como escolher o EPI:
(Fundação Oswaldo Cruz, 2000). Lalonde destacara a limita- A escolha do EPI deve ser feita por pessoal especializado,
ção das ações centradas na assistência médica, insuficientes conhecedor não só doequipamento, como também das condi-
para atuar sobre os grupos de determinantes originais da ções em que o trabalho é executado.
saúde identificados por ele: os biológicos, os ambientais e É preciso conhecer também o tipo de risco, a parte do cor-
os relacionados aos estilos de vida. Propusera, então, ampliar po atingida, as características equalidades técnicas do EPI, se
o campo de atuação da Saúde Pública, priorizando medidas possui Certificado de Aprovação - CA do Ministério doTrabalho
preventivas e programas educativos que trabalhassem com e Emprego e, principalmente, o grau de proteção que o equipa-
mudanças comportamentais e de estilos de vida. mento deveráproporcionar.
As repercussões do Relatório Lalonde podem ser identi-
ficadas na concepção orientadora das práticas de promoção A NR-6 (Norma Regulamentadora número 06) de autoria
de saúde ao longo da década de 1970 que, em sua maioria, do Ministério do Trabalho e Emprego elenca as diretrizes essên-
tiveram seu foco restrito à modificação de hábitos, estilos de cias acerca dos equipamentos de proteção individual.
vida e comportamentos individuais não saudáveis, entre os
quais o fumo, a obesidade, a promiscuidade sexual e o abu- QUESTÕES
so de substâncias psicoativas. Tal abordagem centrava-se na
prevenção de doenças crônico-degenerativas, problema prio- 1. Sobre a respiração, um ato vital para os seres vivos, é
ritário nos países desenvolvidos. correto afirmar que:
A exemplo de outros intelectuais da Saúde Pública, La- A ( ) A dispneia, respiração difícil ou trabalhosa, é fre-
bonte (1996a) critica tal concepção de promoção de saúde re- quente nas patologias pulmonares e cardíacas;
lativa aos hábitos particulares, explicitando que se tratava de B ( ) A ortopneia é a capacidade de se respirar facilmen-
uma tentativa de contenção de custos da atenção às doenças. te, em decúbito dorsal, utilizando-se de equipamentos;
A prescrição de certos comportamentos individuais é criticada C ( ) A cianose ou coloração azulada de pele é a primeira
inclusive pela OMS (WHO, 1984), que afirma que seria um tipo manifestação clínica de suprimento inadequado de oxigênio;
de abordagem contrário aos princípios da promoção de saúde. D ( ) A dor torácica do tipo aguda só é sentida do lado
Cerqueira (1997), além de apontar o alcance limitado de tal oposto àquele em que se iniciou o processo patológico;
enfoque, destaca a responsabilização individual e a culpabilização E ( ) A cianose periférica, exteriorizada pela coloração
consequentes a essa abordagem. Ao considerar os indivíduos azulada das unhas, significa um problema sistêmico central.
como exclusivos responsáveis pela saúde, as determinações só-

172
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

2. A escala de coma de Glasgow é bastante utilizada 8. As vacinas que podem ser conservadas a uma tempe-
em alguns pacientes gravemente enfermos. Essa escala ratura de -20°C são:
tem a finalidade de: A ( ) Antiamarílica e antitetânica;
A ( ) Avaliar nível de consciência, por abertura ocular, B ( ) Anti-sarampo e antipólio;
melhor resposta verbal e melhor resposta motora, além de C ( ) DPT e antitetânica;
só ser realizada por enfermeiros com especialização em D ( ) Antirrábica e antissarampo;
neurologia e neurocirurgiões; E ( ) Antipolio e BCG.
B ( ) Avaliar nível de coma, por abertura ocular, melhor
resposta verbal e melhor resposta motora, com exames 9. Dos sinais a seguir, qual deles é utilizado para avalia-
complementares como o Doppler e o ECG; ção da rigidez de nuca:
C ( ) Avaliar nível de consciência, por abertura ocular, A ( ) Kerning;
melhor resposta verbal e melhor resposta motora; B ( ) Babinski;
D ( ) Avaliar nível de coma, por abertura ocular, melhor C ( ) Hoffman;
resposta verbal e resposta dolorosa e resposta olfativa; D ( ) Leopold;
E ( ) Avaliar nível de coma, por abertura ocular, melhor E ( ) Mayo.
resposta verbal acompanhado de exames complementares.
10. Como parâmetro mais importante, que expressa o
3. De acordo com a classificação de Spauding, o que nível de saúde de uma população, tem-se o coeficiente de:
é limpeza? A ( ) Virulência;
A ( ) Processo que visa à remoção de sujidade somente B ( ) Letalidade;
em artigos críticos; C ( ) Incidência;
B ( ) Processo que visa à remoção de sujidade somente D ( ) Mortalidade;
em artigos semicríticos; E ( ) Morbimortalidade.
C ( ) Processo que visa à remoção de sujidade visível e,
por conseguinte, à diminuição da carga microbiana;
11. Os imunobiológicos são conservados nos diversos
D ( ) Processo que visa à remoção de sujidade, somente
níveis da rede de frio em temperaturas específicas, que le-
em artigos não críticos;
vam em conta os antígenos e os adjuvantes utilizados na
E ( ) Processo que visa à remoção de sujidade, somente
sua preparação. No nível local (centros, postos de saúde e
em artigos críticos e não críticos.
ambulatórios), os imunobiológicos devem ser mantidos em:
A ( ) Freezer com temperatura entre -8°C e -2°C;
4. O período de transmissibilidade do sarampo é maior:
A ( ) Na fase exantemática; B ( ) Refrigerador com temperatura entre -4°C e +8°C;
B ( ) Em toda a evolução da doença; C ( ) Freezer com temperatura controlada de acordo
C ( ) Do período prodrômico até 4 dias de erupção; com a vacina;
D ( ) Nas primeiras 24 horas; D ( ) Refrigerador com temperatura entre +2°C e +8°C;
E ( ) Nas 4 primeiras semanas. E ( ) Refrigerador com temperatura controlada de acor-
do com a vacina.
5. Para ajudar no combate e prevenção da solitária,
quando um agente de saúde pública visita uma casa, deve 12. Com a finalidade de aumentar a proteção dos conta-
observar se no local existem: tos intradomiciliares dos portadores de hanseníase, deve-se
A ( ) Riachos com caramujos; administrar a vacina BCG-ID. No entanto, é contraindicada em:
B ( ) Montes de madeiras podres; A ( ) Existência de cicatriz vacinal;
C ( ) Latas com água estagnada; B ( ) Gestante;
D ( ) Animais domésticos não vacinados; C ( ) Crianças abaixo de 5 anos;
E ( ) Porcos criados sem cuidados higiênicos. D ( ) Idosos acima de 65 anos;
E ( ) Pessoas já reatoras à prova tuberculina.
6. A leitura do teste de Mitsuda deverá ser feita entre
quais dias? 13. As ações e serviços públicos de saúde integram uma
A ( ) 5.º e 10.º dia; rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema
B ( ) 10.º e 15.º dia; único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
C ( ) 15.º e 20.º dia; A ( ) Descentralização, atendimento integral, participa-
D ( ) 21.º e 28.º dia; ção da comunidade;
E ( ) 30.º e 40.º dia. B ( ) Centralização, atendimento integral, participação da
comunidade;
7. O estreptococo hemolítico é o agente causador da: C ( ) Centralização, atendimento setorial, participação
A ( ) Difteria; dos setores públicos;
B ( ) Rubéola; D ( ) Descentralização, atendimento setorial, participa-
C ( ) Varicela; ção dos serviços públicos;
D ( ) Varíola; E ( ) Centralização, atendimento integral, participação
E ( ) Escarlatina. dos serviços de saúde.

173
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enfermeiro

14. A prova-padrão utilizada para identificar indivíduo 20. A urina é composta de água, sódio, potássio, cloro,
infectado com o bacilo da tuberculose é o teste: bicarbonato e produtos de degradação final do metabo-
A ( ) Cutâneo de histoplasmina; lismo, e os mais importantes são estes listados a seguir,
B ( ) Mantoux; EXCETO:
C ( ) VDRL; A ( ) Ureia;
D ( ) De soroaglutinação; B ( ) Creatinina;
E ( ) Intradérmico BCG. C ( ) Ácido úrico;
D ( ) Glicose;
15. Lavar as mãos entre o cuidado de um e outro pa- E ( ) Fosfatos.
ciente é importante para:
A ( ) Manter a higiene das mãos; 21. Assinale a alternativa CORRETA. Dos cuidados de
B ( ) Evitar autocontaminação; enfermagem para uma urografia excretora, podemos citar,
C ( ) Não contaminar o material; EXCETO:
D ( ) Evitar a infecção entre os pacientes; I. Ingestão de laxante na véspera.
E ( ) Evitar a infecção cruzada e a autocontaminação. II. Restrição hídrica na véspera.
III. Aumento da ingestão hídrica na véspera.
16. Da instalação do (DM) Diabete Melitus ocorrem vá- IV. Verificar alergia ao contraste do exame.
rios desarranjos orgânicos nos sistemas. No sistema renal,
o mais perceptível é: A ( ) I, apenas;
A ( ) Nictúria; B ( ) II, apenas;
B ( ) Poliúria; C ( ) III, apenas;
C ( ) Hematúria; D ( ) IV, apenas;
D ( ) Disúria; E ( ) I e II, apenas.
E ( ) Anúria.
22. A integridade da função pleural depende do des-
lizamento de ambos os folhetos, tanto o visceral quanto o
17. Esclerose múltipla é definida como um distúrbio
parietal. Esse deslizamento é facilitado por uma pequena
do SNC (sistema nervoso central) relacionado à diminui-
quantidade de líquido entre os folhetos, composto de:
ção da função dos nervos cranianos pela cicatrização no
A ( ) Água, vitaminas e proteínas;
revestimento das células nervosas. São sinais e sintomas de
B ( ) Água, vitaminas e sódio;
esclerose múltipla, EXCETO:
C ( ) Água, eletrólitos e proteínas;
A ( ) Fraqueza, paralisia;
D ( ) Eletrólitos, vitaminas e proteínas;
B ( ) Atenção aumentada; E ( ) Eletrólitos, proteínas e minerais.
C ( ) Espasmos musculares;
D ( ) Parestesia; 23. O pico de ação da insulina NPH é:
E ( ) Visão dupla. A ( ) De 6 a 12 horas;
B ( ) De 6 a 10 horas;
18. O sistema nervoso periférico é formado por uma C ( ) De 8 a 12 horas;
rede de ramificações de nervos que atingem toda a ex- D ( ) De 12 horas;
tensão corpórea. Alguns dos nervos periféricos nascem na E ( ) De 24 horas.
base do próprio encéfalo e o restante são nervos espinhais.
Os nervos da base do encéfalo são nervos cranianos e são 24. Caso a prescrição médica seja de 500 ml de soro
denominados de: fisiológico, para correr em 6 horas, você deverá instalar o
A ( ) 8 pares; soro com gotejamento aproximado de:
B ( ) 9 pares; A ( ) 10 gotas ou 60 microgotas;
C ( ) 10 pares; B ( ) 28 gotas ou 84 microgotas;
D ( ) 11 pares; C ( ) 50 gotas ou 100 microgotas;
E ( ) 12 pares. D ( ) 60 gotas ou 240 microgotas;
E ( ) 83 gotas ou 210 microgotas.
19. Meningite é uma inflamação das meninges. As cau-
sas mais comuns são as infecções bacterianas ou virais, que
se disseminam para o cérebro ou para a medula espinhal
pela corrente sanguínea. São exemplos de meningite bac- Respostas: 01-A / 02-C / 03-C / 04-C / 05-E / 06-D
teriana, EXCETO: / 07-E / 08-B / 09-A / 10-D / 11-D / 12-D / 13-A / 14-B
A ( ) Meningite criptocócica; / 15-E / 16-B / 17-B / 18-E / 19-A / 20-D / 21-C / 22-C /
B ( ) Meningite meningocócica; 23-C / 24-B
C ( ) Meningite pneumocócica;
D ( ) Meningite por H. influenza;
E ( ) Meningite por Gram-negativo.

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