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Apostila

AGENTE DE COMBATE ÀS ENDEMIAS


SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............. 4
O QUE É O SUS? .............6
Princípios e diretrizes do SUS .............6
MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE .............7
SAÚDE DA FAMÍLIA ............. 9
COMUNICAÇÃO EM SAÚDE ............. 10
Tipos de comunicação ............. 11
Pontos relevantes à comunicação .............12
O AGENTE DE COMBATE ÀS ENDEMIAS .............13
Atribuições profissionais .............14
ATIVIDADE DOS AGENTES EM VISITAS DOMICILIARES .............16
Acolhimento .............18
Mapeamento ............. 18
DEFINIÇÃO DE ÁREAS DE RISCO .............20
Técnica de entrevista .............21
PASSOS PARA A ENTREVISTA ............. 22
Atuação intersetorial .............22
MORAL E ÉTICA .............23
MANUAL DO AGENTE DE COMBATE ÀS ENDEMIAS .............24
Ferramentas de trabalho .............24
EPI .............25
EQUIPAMENTOS INSETISIDAS .............27
Fatores de Riscos.............30
Medidas de Proteção à Saúde ............. 34
Imunização .............38
Planejamento.............38
DIAGNÓSTICO .............39
PLANO DE AÇÃO .............39
EXECUÇÃO.............40
ACOMPANHAMENTO.............40
AVALIAÇÃO.............40
ÁREAS DE RISCO.............41
Hierarquia de controle.............41
Tipos de Controle de Vetores ............. 42
SUMÁRIO
Tipos de Tratamentos ............. 42
Criadouros e Depósitos .............43
TIPOS DE CRIADOUROS E DEPÓSITOS.............43
Pontos Estratégicos.............44
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DO TRABALHO DO AGENTE DE COMBATE ÀS
ENDEMIAS .............45
Contextualização Histórica de Legislações em Saúde.............46
NR 15 ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES.............47
PROMOÇÃO E PREVENÇÃO EM SAÚDE.............48
CONTROLE DAS DOENÇAS: DENGUE / CHAGAS / LEISHMANIOSE E
MALÁRIA .............48
Dengue .............49
Doença de Chagas .............50
Leishmaniose.............52
Malária .............54
REFERENCIA.............56
INTRODUÇÃO

As endemias sempre estiveram presentes nas coletividades.


Impactando nos contextos sociais, econômicos e ambientais. Com as
modificações urbanas, a saída do campo para a cidade e o aumento da
população, favoreceram a proliferação e ocorrência de endemias.
Endemias são doenças infecciosas desenvolvidas em determinado
espaço, ou seja, em local ou região específica. Sendo que as doenças se
proliferam naquele local devido causa específica e se espalha para outras
localidades, apenas quando há grande proliferação de vetores.
A saúde pública no Brasil é marcada pela intensa tentativa de
reduzir os surtos endêmicos, como febre amarela, malária, leishmaniose e
doença de Chagas, entre outras. As medidas de controle iniciaram já no
período colonial. A primeira campanha sanitária ocorreu no Recife em 1961,
contra a febre amarela.
Os Agentes de Combate às Endemias (ACE) sempre estiveram
presentes nessas campanhas de controle, hoje em dia eles são os profissionais
responsáveis por realizar vistorias nas casas das pessoas, a fim de reduzir
doenças e seus riscos à saúde.
A profissão de Agende de Combate às Endemias foi regulamentada
através da Lei nº 11.350, de 5 de outubro de 2006, que foi alterada em 14 de
agosto de 2018 pela Lei Federal nº 13.708.
O Agente de Combate às Endemias faz parte do Programa de
Saúde da Família (PSF), que é uma estratégia do governo que visa à

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reorganização dos serviços e reorientação de novas bases,

INTRODUÇÃO
buscando a promoção da saúde, ao invés de focar na doença.
O PSF é um programa prioritário que reorganiza a
Atenção Básica no Brasil, através da Portaria Nº 648, de março
de 2006.

Esta Portaria tem como um de seus fundamentos a confirmação


do acesso universal e sustenta os serviços de saúde de qualidade,
reafirmando os princípios básicos do SUS: universalidade, descentralização,
integridade e participação comunitária, mantendo os usuários registrados e
vinculados.
Afinal o que é a Atenção Básica? É um conjunto de ações de saúde
que contemplam o individuo e a coletividade abrangendo a promoção e a
proteção, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e
a manutenção da saúde. Faz parte da atenção primária da Saúde.
O Brasil através do Sistema Único de Saúde (SUS) divide os níveis
de atenção à saúde em: primário, secundário e terciário. O nível primário é
voltado para a redução dos riscos da doença e proteção a saúde. Já o nível
secundário, é o atendimento especializado e mais específico da doença. No
nível terciário, são os atendimentos de alta complexidade.

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O QUE É O SUS?

Em 1988, através da Constituição da Republica Federativa do


Brasil, foi instituído o Sistema Único de saúde (SUS), que garantiu a todo
brasileiro acesso integral, universal e gratuito à saúde no país.
O SUS promove campanhas de prevenção a doenças, realização
de consultas, exames e intervenções, além de prevenção de vigilância
sanitária, promovendo fiscalização de alimentos e medicamentos.

Princípios e diretrizes do SUS

Os princípios são a essência do programa ofertado pelo SUS.


Abaixo será detalhado cada um dos princípios:

Universalidade Equidade
todo e qualquer cidadão brasileiro, todas as pessoas são iguais perante o
sem nenhum tipo de descriminação tem SUS e merecem ser atendidas de
direito ao acesso a saúde. acordo com suas necessidades
individuais.

Integralidade
nos serviços e ações de saúde – Participação Popular e Controle
buscando garantir um cuidado pessoal, Social
além da prática terapêutica, busca atender às necessidades dos
considerando o indivíduo em todos os cidadãos individuais, grupos,
níveis de atenção e a inserção em seu organizações ou associações.
contexto social, familiar e cultural.

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O QUE É O SUS?
As diretrizes são regras gerais que determinam como o SUS
deve se comportar como política pública, segue as diretrizes:

Descentralização
é a transferência de responsabilidade
entre as esferas do governo.
Distribuindo competências a União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios.

Regionalização e hierarquização
organização dos serviços deve ser
distribuída em níveis de complexidade
tecnológica, disposto em área
geográfica específica com delimitação
da população atendida.

Participação da comunidade
inserção da população brasileira na
formulação de políticas públicas e
defesa ao direito de acesso a saúde.

MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE

É uma forma de aliar técnicas e tecnologias para solucionar


problemas de saúde, atendendo às necessidades individuais e coletivas. Assim
é possível organizar os métodos de trabalho (conhecimentos e ferramentas)
utilizados nas práticas ou processos de trabalho em saúde.

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O QUE É O SUS?
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB),
identifica a Atenção Básica como sendo um conjunto de ações
individuais e coletivas que buscam promoção, prevenção,
proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de
danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, através de
práticas de cuidado integrado e gestão qualificada.
A atenção à saúde é dividida em 3 modelos: Atenção
primária, secundária e terciária.

Atenção primária
é o primeiro nível de cuidado em
saúde, que se caracterizam por um Atenção secundária
conjunto de medidas de saúde é o nível intermediário que consiste
tomadas a nível individual e coletivo, em serviços profissionais em nível
inclui promoção e proteção da saúde, ambulatorial e hospitalar, considerado
prevenção de doenças, diagnóstico, também como procedimento de média
tratamento, reabilitação, redução de complexidade.
danos e manutenção da saúde. É a
porta de entrada para o SUS.

Atenção terciária
é o nível de maior especialização na
área da saúde. Um serviço altamente
especializado para pacientes que
podem estar hospitalizados e
necessitar de procedimentos e exames
mais invasivos. Nesse estágio, o
paciente tem uma doença grave e
risco de vida.

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O QUE É O SUS?
Saúde Da Família
Saúde da família é um programa da atenção primária
em saúde, é uma estratégia importantíssima para a organização
e fortalecimento da atenção básica.
Esse programa é desenvolvido por localidade,
possibilitando ações de promoção à saúde, prevenção,
recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais
frequentes. Também contempla ações que minimizam as
endemias.

A atenção básica é formada por uma equipe multidisciplinar.


Composta por:
• médico,
• enfermeiro,
• auxiliares de enfermagem,
• agentes comunitários de combate às endemias,
• cirurgião-dentista e auxiliar de consultório dentário.

Durante as ações é estabelecido vínculos entre profissionais,


usuários e comunidade, compartilhando responsabilidades, para assim resolver
os problemas de saúde.
Tem como estratégia de trabalho: conhecer a real situação da
família ouvindo o relato pessoal; cadastrar e diagnosticar suas características
sociais, demográficas e epidemiológicas; determinar os principais problemas
de saúde e condições de risco da população atendida; e

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O QUE É O SUS?
fornecer atendimento integral, providenciando encaminhamentos
para outros níveis de atenção, quando necessário.

COMUNICAÇÃO EM SAÚDE

A comunicação é à base de qualquer tipo de relacionamento


pessoal. Em saúde ela é muito importante, porque somente através dela é
possível atingir o objetivo da área, que é o cuidado. Ela influencia nas decisões
individuais que melhoram a saúde.
Através da comunicação é possível disseminar as informações de
saúde, dividir experiências, elaborar estratégias, formar alianças e
negociações. Ela articula os campos sociais, mas ainda é um campo que está
em formação.

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A comunicação enfrenta diversas barreiras tanto para

COMUNICAÇÃO
EM SAÚDE
os trabalhadores da saúde, como para os usuários do programa.
Essas dificuldades são decorrentes das linguagens e
conhecimentos, que nem sempre são compartilhados de forma
adequada entre locutor e receptor.
Muitas vezes os usuários dos programas de saúde
possuem limitações físicas que impossibilitam a comunicação,

como deficiência auditiva e visual. O déficit cognitivo, também se apresenta


como uma barreira na compreensão das informações passadas.

Os trabalhadores da saúde precisam ter


uma comunicação regada a empatia, considerando
tanto a comunicação verbal (falas), como a não
verbal (postura e gestos).

Tipos de comunicação

Comunicação interpessoal: é a troca de informações entre duas ou mais pessoas. A


troca dessas informações é baseada na cultura pessoal, formação educacional, vivências
e emoções.

Comunicação em massa: é a disseminação das informações através das mídias, que


são os jornais, revistas, livros, rádio, televisão, cinema e Internet.

Comunicação não verbal: é a comunicação que não é feita através da fala nem da
escrita. Acontece por meio de gestos, sons, sinais e expressões corporais.

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Pontos relevantes na comunicação

COMUNICAÇÃO
EM SAÚDE
• Vencer as barreiras pessoais, estabelecendo formas para
vencer timidez e conseguir expressar as informações de
forma clara e com confiança.
• Comunicação eficiente um diálogo empático, com feedback,
fazendo elo entre locutor e interlocutor, se colocando no lugar
do outro.

• Dimensão vocal, que é 'como' dizer e o tom de voz aplicado, coisas


simples faladas de forma ríspidas, podem ser interpretadas de forma
negativa.
• Comunicação corporal observar os gestos, expressões faciais, estilos,
aparências e sinais aplicados durante a transmissão da mensagem.
• Termos técnicos, só deverão ser aplicados caso perceba a capacidade de
compreensão do receptor, caso contrário simplificar o máximo possível.
• Respeitar a dimensão cultural que se refere aos valores dos indivíduos e
seu impacto na concepção de saúde.

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O AGENTE DE COMBATE
ÀS ENDEMIAS

A CBO classifica os Agentes de Combate às Endemias, com código


5151-40, com as seguintes denominações, também, Agentes de Controle de
Vetores, Agentes de Controle de Dengue e Guardas de Endemias.
O Agente de Combate às Endemias (ACE) é um personagem de
extrema importância na implementação do SUS, pois ele fortalece a integração
do usuário em serviços de saúde da Atenção Primária.

O Brasil conta com um número expressivo de ACE que


procuram promover ações de vigilância em saúde, e não é de hoje
esse intenso trabalho, são profissionais que trabalham nos diversos
contextos sociais e zonas urbanas e rurais. (Bezerra 2017).

Os ACE trabalham no controle de endemias juntamente com as


equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF), em 1944 já haviam fotos
comprovando a atuação dos ACE, porém na época eram chamados de
Guardas Sanitários.
O principal objetivo a ser desempenhado por um ACE é o
controle de vetores e erradicação das doenças transmitidas por eles, através
do uso de inseticidas e sensibilização da população, por meio de promoção
de educação sanitária.

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O AGENTE DE COMBATE
O Agente precisa sempre levar em consideração os
riscos que a profissão oferece, pois ao fazer o controle dos

ÀS ENDEMIAS
vetores, esses profissionais acabam se expondo, as doenças
transmitidas por eles. Então surge a necessidade de um controle
rígido no uso de Equipamentos de Segurança.
Existem também muitas orientações relacionadas a
segurança desses profissionais instituídas através de portarias,
normas regulamentadoras, instruções normativas, notas e
manuais que descrevem e orientam sobre a realização do trabalho de
campo.
A responsabilidade em relação a segurança desses profissionais
é do órgão empregador, prevendo principalmente suas funções que estão
relacionadas às três esferas de gestão do SUS.

Atribuições profissionais

Na organização das atividades de campo, o agente é o


responsável por uma zona que gira entorno de 800 e 1.000 imóveis. Suas
atribuições no combate aos vetores são:

• Realização de visita domiciliar, pois auxilia na identificação de casos


suspeitos das doenças e agravos à saúde e reportar à vigilância em
saúde para que seja articulada ações necessárias junto à equipe de
Atenção Básica da secretaria de saúde;
• Execução de tratamento focal e perifocal. como medida que
complementa o controle mecânico;

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O AGENTE DE COMBATE
• Utilização correta dos equipamentos de proteção individual

ÀS ENDEMIAS
indicados;
• Manutenção de registros de informações referentes às
atividades executadas, sempre no formulários
correspondente;
• Informação completa sobre seu itinerário diário de trabalho;
• Divulgação de informações para a comunidade sobre sinais e
sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças, assim
como as medidas de prevenção individual e coletiva;

• Participação de reuniões de planejamento e execução de ações que


promovam a saúde e controle a doença;
• Informação a supervisores sobre áreas com problemas de maior grau de
complexidade não solucionados;
• Elaboração de diagnóstico demográfico, ambiental, epidemiológico e
sanitário, contribuindo para o processo de territorialização e mapeamento
das equipes;
• Orientação a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores
de doenças daquela localidade, assim como, medidas de prevenção
individual e coletiva;
• Identificação de casos suspeitos, encaminhando o usuário para a unidade
de saúde de referência, comunicando os responsáveis pelo território;

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ATIVIDADE DOS AGENTES
EM VISITAS DOMICILIARES

A visita domiciliar é a principal estratégia no controle de doenças


desenvolvidas por vetores, não adianta a implementação de ações de
controle de vetores no município, se nas casas as pessoas não
desenvolverem práticas de controle.
A visita domiciliar possui um caráter educativo e busca a
participação da população para o extermínio de criadouros. No momento da
visita existem alguns princípios a serem observados:

 Definição dos objetivos da visita, que pode ser para informar a


população, verificar a presença de vetores ou agravos da doença;
 Conferir o cadastro do usuário no SUS;
 Ter todos os endereços expressos de forma correta, principalmente se
for uma visita de verificação de agravos, a fim de evitar pecas de
tempo;
 Coletar os dados do usuário e grupo familiar;
 Preencher os formulários de registro e controle de vetores e/ou
agravo de doença.

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EM VISITAS DOMICILIARES
ATIVIDADE DOS AGENTES
É através da visita domiciliar, que é possível a
elaboração de um diagnóstico da localidade, por meio de
entrevista e mapeamento da comunidade, que são
determinantes no processo.

Modelo de ficha
de avaliação
domiciliar

Fonte: Prefeitura de Ourinhos.

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EM VISITAS DOMICILIARES
ATIVIDADE DOS AGENTES
Acolhimento

O acolhimento é a escuta dos usuários e visa dar


atenção aos mesmos.
Durante a visita domiciliar é necessário realizar um
acolhimento, com os seguintes passos:

1. Identificação do profissional ao responsável pelo


domicilio;
2. Explicação sobre o motivo da visita;
3. Realização da coleta de dados básicos;
4. Verificação da ocorrência de doença e presença de
vetores.

Mapeamento

O mapeamento em saúde é uma ferramenta que, permite a


obtenção de informações do perfil sociodemográfico e epidemiológico de
determinada população, fornecendo um subsídio para a construção de um
plano de ação e controle de proliferação de vetores.

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EM VISITAS DOMICILIARES
ATIVIDADE DOS AGENTES
Através do mapeamento é possível entender as
áreas e microáreas propensas para o aparecimento e
proliferação de doenças.

Maior
Área de risco propensão de
proliferação de
vetores.

Condições favoráveis para


aparecimento de doenças

Os ambientes e modos de vida de cada Estado, cidade e bairro


variam muito, de acordo com as condições econômicas, portanto é
necessário começar o mapeamento identificando, primeiramente as
condições de saúde, de forma geral.
Muito importante durante o mapeamento levar em consideração
as condições de vida como:

• Saneamento básico;
• Contaminações de água, ar, solos e alimentos;
• Fonte de renda predominante na localidade.

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EM VISITAS DOMICILIARES
ATIVIDADE DOS AGENTES
Passos para observar ao fazer o mapeamento:

1. Selecionar a área no mapa e após dividir em microáreas;


2. Identificar locais coletivos da área, como: escolas, creches,
comércio, praças, instituições de longa permanência (ILP),
igrejas, templos, cemitério, depósitos de lixo/aterros
sanitários;
3. Classificar a frequência das visitas e distribuições de
profissionais;
4. Separar as microáreas por aparecimento de vetores,
inserindo ícones, caso o vetor esteja presente na área
marcar no mapa, isso determinará visitas mais frequentes.

DEFINIÇÃO DE ÁREAS DE RISCO

Áreas de risco são partes de um território, que possuem


características indesejáveis, aumentando a recorrência de desenvolvimento
de doenças e proliferação de animais que disseminam as doenças.
A definição da área de risco parte de uma análise da saúde e
infraestrutura da localidade.
Podemos classificar uma área como sendo de risco quando, há
presença de:

• Saúde deficitária com alto número de doentes e doenças


recorrentes;
• Grande proliferação de vetores;
• Infraestrutura inadequada.

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EM VISITAS DOMICILIARES
ATIVIDADE DOS AGENTES
Condições que determinam risco à saúde:

 Saneamento: abastecimento de água, esgoto sanitário e


destino do lixo inadequado ou ausente.
 Habitação: domicílios improvisados, alto número de
moradores por domicílio.
 Educação: analfabetismo, baixa escolaridade do chefe da
família.
 Baixa renda.
 Indicadores de saúde: proporção de mortes por cada doença
e nível de mortalidade infantil alto.

Técnica de entrevista

A entrevista é feita através de questionamentos, entre o


entrevistador (quem questiona) e o entrevistado (quem responde). As
perguntas tem o objetivo de levantar informação necessária, quanto a saúde
dentro da casa ou estabelecimento.
A entrevista permite a identificação dos pontos mais críticos da
microárea e possibilita a criação de estratégia específica.

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EM VISITAS DOMICILIARES
ATIVIDADE DOS AGENTES
PASSOS PARA A ENTREVISTA:

1. Apresente-se: diga seu nome, função, motivo da visita e


questione se pode ser recebido naquele momento ou é
necessário agendar a entrevista para outro dia;
2. Realize as perguntas em forma de conversa, mostrando
interesse e empatia com o entrevistado. Não deve parecer
um interrogatório;
3. Use formas de perguntas que provoquem uma resposta
consistente: “o que”, “quem”, “quando”, “onde” e “por quê”.

Atuação intersetorial

A resolução de problemas relacionados à saúde, não depende


única e exclusivamente dos profissionais e gestores de saúde, mas também
da colaboração e articulação de outros setores da comunidade.
Exemplo de atuação intersetorial: um estabelecimento está com
caixas cheias de água (parada), sem tratamento e inclusive já possui larvas,
então um cliente comunica um ACE para que seja feita uma vistoria.
Neste exemplo a população ao denunciar está colaborando com
o setor da saúde.

Estabelecimentos Governo

Famílias Equipe de saúde

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MORAL E ÉTICA

Moral compreende as intenções, decisões e ações, fazendo


diferença entre ações corretas e incorretas, dos indivíduos de uma população.
Ética, são ações que orientam o comportamento das pessoas,
refletindo sobre essência das normas, valores, prescrições e exortações
presentes nas realidades sociais.
É responsabilidade do profissional da saúde tratar todos de forma
humanizada e ética, respeitando a moral.

Valores morais que os agentes devem ter:


.
• Respeitar a privacidade e confidencialidade das informações dos
usuários; atenção com idosos por possuírem dificuldades auditivas não
expor sua intimidade em tom alto.
• Prezar por uma relação de respeito, evitando tratamentos íntimos como:
“vozinho”, “minha querida”, “amigo”, etc. Prefira utilizar pronomes de
tratamento.
• Possibilitar ao usuário liberdade de expressão, para manifestar sua
opinião.

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MANUAL DO AGENTE DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS

O Manual é norteado da linha do cuidado integral e busca


esclarecer os fatores de riscos presentes nas atividades, organização e
processos de trabalho, assim como elucidar medidas de proteção coletiva e
individual e as ações de promoção e proteção à saúde a serem observadas
pelo SUS.
Para realizar um bom trabalho o agente deve:

 Conhecer bem o território;


 Conhecer não só os problemas da comunidade, mas também suas
potencialidades de crescimento e desenvolvimento social e econômico;
 Possuir iniciativa e ser proativo;
 Gostar de aprender coisas novas;
 Prestar atenção nas pessoas, coisas e ambientes;
 Prezar pelo respeito e ética perante a comunidade e os profissionais.

Ferramentas de trabalho

O Ministério da Saúde e as Secretárias de Saúde são os


responsáveis na identificação dos riscos laborais, além da realização de
exames frequentes (Decreto nº 6.856, de 25 de maio de 2009), para controle
da saúde dos profissionais, assim como o desenvolvimento de estratégias,
que possibilitem a minimização dos riscos.

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MANUAL DO AGENTE DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS
Os materiais necessários para o desenvolvimento
das ações são: bolsas para armazenar os instrumentos de
trabalho caneta, pranchetas, formulários, pesca-larvas e tubos
para depósito das larvas de vetores, bem como inseticidas, e
equipamentos de proteção individual.

EPI

A NR-06, classifica como Equipamento de Proteção Individual


(EPI) todo objeto que proporciona proteção ao trabalhador, com uso
individual a fim de resguardar sua saúde ao desenvolver suas funções. O uso
de EPI é regulamentado pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977.
O objetivo dos EPI’s é evitar o contato com agentes tóxicos,
exposição a ruídos, objetos perfurantes, entre outros. Podem ser
equipamentos ou vestuários, os tipos de EPI’s fornecidos ao ACE são:

 Vestuário: Camisa de manga longa, calça de brim cóqui, botina de


couro, luvas nitrílicas, óculos e capa de chuva;
 Capacete;
 Protetor oricular;
 Máscaras faciais completas para nebulização de inseticidas e máscaras
semifaciais para a aplicação de inseticidas em superfícies com ação
residual para o combate a vetores
A responsabilidade de fornecer os EPI’s é do empregador.

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MANUAL DO AGENTE DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS
Tipo e indicação de uso:

Trabalho de rotina, proteção contra


Camiseta ou camisa gola pólo insolação;
Trabalho de rotina, proteção contra
Calça de brim cáqui ou jeans insolação;
Trabalho de rotina, proteção contra
Boné ou chapéu de brim insolação;
Proteção dos pés contra agentes
Calçado de segurança químicos;
Vestimenta hidrorrepelente
completa Pulverização de agrotóxicos
Proteção contra gotículas de produto
Respirador PFF2 pulverizado;
Óculos de segurança Proteção dos olhos;
Máscara hemifacial (um ou dois Proteção contra partículas de
filtros) pulverização e vapores orgânicos;
Protetor auricular (inserção ou
concha) Proteção contra ruídos excessivos;
Proteção contra derramamento de
Avental impermeável produtos;
Proteção das mãos contra agentes
Luvas nitrílicas químicos;
Proteção das mãos em atividades
Luvas de raspa de couro agressivas;
Proteção dos pés em ambientes
Bota impermeável de borracha úmidos ou alagados.

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MANUAL DO AGENTE DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS
EQUIPAMENTOS INSETISIDAS
Equipamentos de pressão variável – utilizado para aplicação de
inseticidas de efeito residual. Muito utilizado no programas de
controle do Aedes, doença de Chagas e leishmaniose visceral.

Fonte: Manual sobre Medidas de Proteção à Saúde dos Agentes de Combate às Endemias

Fonte: Manual sobre Medidas de Proteção à Saúde dos Agentes de


Combate às Endemias
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MANUAL DO AGENTE DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS
Nebulizador/pulverizador costal motorizado - destinado ao
controle espacial do vetor com a aplicação de inseticida a Ultra
Baixo Volume, e formação de partículas muito pequenas.

Fonte: Manual sobre Medidas de Proteção à Saúde dos Agentes de Combate às Endemias

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MANUAL DO AGENTE DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS
Equipamento nebulizador pesado - é utilizado no programa de
controle para manejo espacial do vetor pela nebulização do
inseticida em pequenas gotículas. A produção dessas gotículas
deve se concentrar em torno de 5 a 25 micras (85%).

Fonte: Manual sobre Medidas de Proteção à Saúde dos Agentes de Combate às Endemias

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MANUAL DO AGENTE DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS
Equipamento termonebulizador portátil – funciona através da
pulsação ressonante com um ressonador que atinge altas
temperaturas, e a calda inseticida é injetada na extremidade de
saída do tubo, formando uma névoa que geralmente ocupa a
vegetação. É um equipamento com alto risco de acidente
relacionado à queimaduras, o que exige capacitação dos
operadores.

Fatores de Riscos

Os ACE estão expostos a vários tipos de riscos e podem


desenvolver doenças e agravos à saúde, causada por diversos fatores,
principalmente pelo inadequado armazenamento dos EPI’s e falta de local de
trabalho fixo, realizando a maioria das atividades na rua, sendo expostos as
intempéries e violência urbana.

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MANUAL DO AGENTE DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS
Além da exposição aos próprios vetores das
doenças na área endémica e manuseio de substancias tóxicas
que visam o controle.
Dentre os fatores de risco, se destacam
principalmente os riscos químicos, físicos, biológicos,
mecânicos e ergonômicos.

Fatores de risco Situações de exposição Agravos


Intoxicação exógena
Doenças respiratórias
Manipulação de inseticidas e
Riscos químicos Doenças do sistema nervoso
equipamentos para aplicação.
Doenças hepáticas e renais
Alguns tipos de câncer

Trabalho em ambientes Perda Auditiva e efeitos extra


abertos, com exposição ao auditivos da exposição a
sol, variação de temperaturas ruídos
Riscos físicos
e umidade, uso de Câncer de pele
maquinário que emite ruídos Dermatoses
e vibrações. Doenças do sistema nervoso

Exposição a agentes Acidente com material

biológicos (bactérias, toxinas, biológico


vírus, protozoários) Arboviroses
disseminados no ambiente, Tuberculose
Riscos biológicos
que podem ser transmitidos Malária
por vetores ou por lesões Leptospirose
provocadas por objetos Tétano
perfuro cortantes. Leishmaniose

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MANUAL DO AGENTE DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS
Fatores de risco Situações de exposição Agravos

Uso de maquinários e
equipamentos, queda de Acidente de trabalho
alturas, colisões,
atropelamentos, picadas e
contato com insetos e
Acidente com exposição a
animais peçonhentos,
Riscos mecânicos e de material biológico
armazenamento inadequado
acidente de trabalho
de materiais, perfurações,
lesões, cortes, ferimentos,
mordedura de animais,
Acidentes com animais
deslocamentos em áreas
peçonhentos
com sinalização precária, uso
de motocicletas.

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MANUAL DO AGENTE DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS
Fatores de risco Situações de exposição Agravos

Realização de trabalho em pé
Lesões por Esforço
com deslocamento intenso,
Repetitivo/ Distúrbios
elevação e transporte de
Osteomusculares
peso, flexão e extensão de
Relacionados ao Trabalho
membros, postura
(LER/Dort)
inadequada, repetitividade de
ações, jornadas de trabalho
extensas, estresse Transtorno mental
ocupacional (condições relacionado ao trabalho
Riscos ergonômicos
insalubres, falta de
treinamento e orientação,
relações interpessoais
Hipertensão arterial
abusivas, dentre outras),
tensão, ansiedade, frustração
e depressão devido ambiente
laboral. Violência verbal e
Acidentes de trabalho
física, exposição à violência
urbana.

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MANUAL DO AGENTE DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS
Medidas de Proteção à Saúde

A promoção e proteção da saúde dos trabalhadores


expostos a riscos advindos do desenvolvimento do trabalho
são garantidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.
A promoção e prevenção partem da adoção de
medidas aplicadas individual ou coletivamente, que previnem
os agravos relacionados ao trabalho.

Essas medidas são ações de intervenção na organização e no


processo de trabalho quanto à saúde e segurança, executadas pela equipe
técnica de saúde do município e estado.
Segue abaixo as medidas:

• Proteção das partes, que podem gerar fraturas em máquinas e


equipamentos;
• Regulagem periódica dos equipamentos;
• Avaliação dos produtos quanto à toxicidade, formulação e cuidados na
aquisição e manejo. Assim como selecionar produtos menos tóxicos e
com menor impacto ambiental, como por exemplo, os biotecnológicos;
• Definição de limite de tempo de exposição aos inseticidas;
• Protocolo com descrição de cálculo por área a ser tratada e quantidade
de calda necessária;
• Treinamento sobre transporte e descarte adequado de produtos;
• Medidas de saneamento: abastecimento adequado de água,
esgotamento sanitário, limpeza e drenagem urbana, manejos de resíduos
sólidos e de águas pluviais;

34
MANUAL DO AGENTE DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS
• Eliminação mecânica dos criadouros: remoção, vedação,
limpeza e drenagem;
• Utilização de inseticidas menos voláteis;
• Adoção de uso de mochilas ao invés de bolsas laterais;
• A sala dos agentes, onde fazem o controle e mantem o
estoque, deve ser de alvenaria, com ventilação e
iluminação adequada, possuindo piso resistente, lavável e
impermeável. Com utilização apenas para atividade que
envolva o uso de produtos químicos, como armazenagem e
preparo, distribuição e descarte;
• Disponibilização de salas de apoio operacional e administração, fora do
ambiente de armazenamento dos produtos;
• Fornecimento de vestiário e sanitário em conformidade com NR-24,
dotado de chuveiro de emergência com lava-olhos;
• Disponibilização de estação de lavagem de mãos e materiais, após uso e
manuseio de produtos;
• Possuir lavanderia para apoio à higienização dos ambientes, uniformes e
equipamentos de proteção individual não descartáveis;
• Exposição de placas com informações e sinalizações de segurança
relativas ao risco químico e físico;
• Elaboração de protocolo escrito sobre os procedimentos a serem
adotados em caso de acidente;
• Aquisição de máquinas e equipamentos seguros, em conformidade com a
NR-12 e realização de manutenção adequada;
• Utilização de dosadores individuais durante o processo de diluição ou
mistura, para evitar o contato manual ou acidental com o produto;

35
MANUAL DO AGENTE DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS
• Criação de protocolo escrito sobre a utilização
indispensável dos EPI’s;
• Disponibilizar no local de manuseio de produtos químicos,
os EPI’s indicados e materiais absorventes como areia,
serragem ou mantas, além de tambores de boca larga para
o recolhimento do produto dotados de identificação do
produto absorvido e a data da ocorrência, devendo ser
armazenados em cima de estrado, até a destinação
adequada do resíduo;
• Isolamento e sinalização da área contaminada em todas as direções;
• Disponibilizar informativos sobre:
• não manusear embalagens rompidas, salvo com as indicações
pertinentes;
• não tocar ou caminhar sobre o produto derramado;
• lavar separadamente os EPI usados na aplicação de produtos
químicos;
• enxaguar abundantemente as vestimentas com água corrente antes
da lavagem, para remover os resíduos;
• não deixar de “molho” as peças a serem lavadas;
• não levar os EPI’s para as residências e lavá-los no ambiente
doméstico.
• Realizar treinamentos periódicos em segurança e saúde, com os
seguintes temas:
• noções de identificação de perigos e riscos;
• medidas de prevenção e controle;
• produtos químicos e toxicologia básica;

36
MANUAL DO AGENTE DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS
• métodos de trabalho para controle vetorial;
• regulagem e manutenção dos equipamentos;
acidentes; doenças e agravos relacionados ao
trabalho e primeiros socorros;
• proibição de comer, beber e fumar ao manusear
inseticidas;
• atualização dos trabalhadores sobre os novos
produtos;
• segurança nas visitas a comunidade, orientando sobre o uso de
crachás institucionais de identificação e uniformes;
• manutenção de uma relação de confiança com a população;
• realização do trabalho sempre em dupla, estimulando a denúncia
de abusos e ameaças, além do direito de trocar de área de trabalho
em casos de situações reais de ameaça e risco de violência.
• Realização de articulações intersetoriais, para a melhoria dos ambientes
e processos de trabalho;
• Estimulação dos trabalhadores a participarem de ações de saúde e
segurança no trabalho;
• Manutenção de comunicados a população sobre as atividades
desenvolvidas pelos ACE e sua importância, para a proteção da saúde
das comunidades;
• Informação aos ACE sobre os riscos existentes no local de trabalho e
sobre seus direitos e deveres

37
MANUAL DO AGENTE DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS
Imunização
A imunização é o ato de promover proteção
imunológica contra uma doença infecciosa. Possui o objetivo
de aumentar a resistência do indivíduo contra infecções.
Geralmente administrada por meio de vacina, imunoglobulina
ou por soro de anticorpos.
Os agentes devem estar imunizados contra riscos
biológicos, que serão submetidos no desenvolvimento das suas
funções.
Por isso é imprescindível a aplicação das vacinas essenciais,
além de registro e manutenção da carteira de vacinação comprovando.
A imunização deve seguir o Calendário Nacional de Vacinação do
ano vigente.

Planejamento

O planejamento é uma etapa muito importante, no


desenvolvimento das funções dos agentes, porque uma medida de saúde não
permite improvisos.
Durante o acompanhamento das ações, é importante que a
execução esteja de acordo com os objetivos gerais, do programa e cumpra o
que se propõe. Problemas mais complexos necessitarão de ainda mais
planejamento.
O planejamento é composto por Diagnóstico, Plano de Ação,
Execução, Acompanhamento e Avaliação.

38
MANUAL DO AGENTE DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico busca conhecer todas as
características socioeconômica, culturais e epidemiológicas de
determinada população. Através da aplicação de questionários.
É no diagnóstico, que fica clara a realidade do local,
em que irá se desenvolver as ações.

PLANO DE AÇÃO

Após a identificação dos problemas da microárea, é necessário


planejar uma intervenção. O plano de ação serve como uma direção, para o
desenvolvimento das ações, a fim de resolver os problemas.
O plano de ação contém 4 etapas:

Meta – estabelece o que se pretende atingir.

Estratégia – é o passo a passo para o desenvolvimento do plano,


seguido das atividades e técnicas, para o desenvolvimento das ações.

Recursos – é o levantamento de tudo, que será necessário para


execução, considerando tanto recursos financeiros, como os humanos e
materiais.

Cronograma – estabelece o tempo, para desenvolvimento de cada ação.

39
MANUAL DO AGENTE DE
COMBATE ÀS ENDEMIAS
EXECUÇÃO
É colocar em prática todas as ações que foram
planejadas, no tempo estabelecido pelo cronograma.

ACOMPANHAMENTO
É a etapa que vai verificando cada ação
desenvolvida, determinando como foi desenvolvida e se deve
melhorar em algum aspecto.

AVALIAÇÃO
A avaliação não deixa de ser uma conclusão do projeto, mas deve
constar em todas as etapas, não somente no final.
Através da avaliação, é possível perceber o que ainda deve ser
melhorado ao longo do desenvolvimento de todas as ações.

40
ÁREAS DE RISCO

Área de risco é classificada como uma local com maior propensão,


ao desenvolvimento de doenças, e assim pode apresentar riscos à saúde.
As áreas de riscos endêmicas são localidades onde há recorrência
da presença de animais e vetores portadores de vírus, deixando a população
em risco de desenvolver essas doenças.

Hierarquia de controle

A hierarquia de controle é dividida em 3 etapas, que são:

Eliminação: sem discussão é a melhor e mais correta das ações. Visa


a destruição dos criadouros de vetores de doença.

Redução: é o desenvolvimento de ações que possamos diminuir


ao máximo a possibilidade da ocorrência da doença. Isso se dá
através de campanhas informativas que deixam a comunidade
em alerta.

Controles: uma medida que busca a verificação das


microáreas, onde já houve grande recorrência de doença.
Os controles aumentam a frequência das visitas nessas
microáreas, a fim de impedir a proliferação novamente. É
uma ação corretiva, com uma intenção preventiva.

41
ÁREAS DE RISCO
Tipos de Controle de Vetores

O controle de vetores ocorre através ações


desenvolvidas em conjuntos entre agentes, população e
sistema de saúde. Os controles de vetores podem ser:

 Mecânico, envolve ações de saneamento básico de resultados


permanentes. Exemplo: a coleta e destinação adequada de lixo e a
destruição de criadouros.
 Biológico, consiste na repressão de pragas utilizando inimigos naturais
específicos, como predadores, parasitas ou patógenos.
 Químico, ocorre através de uso de produtos químicos, que visam eliminar
ou controlar as pragas. Aparecendo como a última instância de controle.
 Legal, controle realizado através de instrumentos jurídicos (leis e
portarias), que criam normas, deveres e obrigações da comunidade,
estabelecimentos e equipe de saúde.

Tipos de Tratamentos

 Residual: consiste na aplicação de grandes partículas do inseticida que


ofereçam estabilidade química. O objetivo é atingir o vetor adulto.
 Espacial: trabalha através da dispersão de gotículas pulverizadas do
inseticida no ar.
 Focal: são ações de eliminação de larvas em criadouros, usando larvicida.
 Perifocal: é o tratamento em pontos estratégicos e de difícil acesso.

42
Criadouros e Depósitos

ÁREAS DE RISCO
Criadouro é o recipiente que propicia a proliferação
de vetores, em sua maioria são recipientes que armazenam
água, seja pela ação da chuva ou ação do homem, no
criadouro serão depositados os possíveis filhotes de vetores de
doenças.
Também são classificados como criadouros ralos,
calhas, piscinas, tanques em obras, em borracharias, vasos de
floriculturas, etc.

TIPOS DE CRIADOUROS E DEPÓSITOS

• Criadouros de água - são classificados como os locais de armazenamento


de água, onde é depositado ovos. Exemplo: caixas d’água sem higiene.
• Pequenos depósitos – são vasilhas domésticas, que possam armazenar
água. Exemplo: vasos e frascos com plantas, pratos e pingadeiras
colocados sob o vaso, gamelas, bacias e outras peças utilizadas em
cerimônias religiosas, caixa de ar condicionado, etc.
• Depósitos Fixos – são os recipientes permanentes, como calhas e ralos,
tanques colocados em obras, borracharias, floriculturas e hortas. Também
está incluso depósitos encontrados em pátios ferroviários, portuários,
aeronáuticos e de indústrias.
• Depósitos naturais – são os depósitos presentes na natureza (buracos de
árvores) ou plantas, que acumulam água em suas axilas, como as
bromélias.

43
Após o trabalho do agente é possível modificar

ÁREAS DE RISCO
esses depósitos transformando eles em:

• Depósitos inspecionados - todo depósito com água


examinado pelo agente de saúde, com auxílio de fonte de
luz ou do pesca-larva.
• Depósitos tratados - é aquele onde foi aplicado inseticida.
• Depósitos eliminados – é aquele que foi destruído ou
inutilizado como criadouro.

Pontos Estratégicos

Ponto estratégico é o local de grande existência de concentração


de depósitos de desova de vetores, ou seja, local de vulnerabilidade.
São exemplos:
• Borracharias;
• Oficinas mecânicas,;
• Cemitérios, entre outros.

44
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DO
TRABALHO DO AGENTE
DE COMBATE ÀS ENDEMIAS

Os profissionais ACE sempre estiveram atuantes no solo brasileiro,


suas atribuições já sofreram diversas modificações, e apesar de ser um
trabalho desenvolvido desde os primórdios, só houve a regulamentação de fato
no ano de 2006.
No dia 5 de outubro de 2006 foi publicada a Lei Federal nº 11.350,
que estabelece um regulamento e descrição da profissão.
A Lei estabelece, que para exercer as atividades de um profissional
ACE é necessário possuir capacitação, através de curso introdutório
inicialmente e programa de formação continuada.
A Portaria nº 1.007 de 2010 é outro instrumento que rege o trabalho
dos agentes, foi através dela que, a função foi incorporada na atenção primária,
com o objetivo de fortalecer as ações de vigilância em saúde.
Por fim, temos a Portaria nº 1.635 de 2012 que trata sobre os
recursos financeiros destinados a atuação do Agente de Combate a Endemias.

45
DE COMBATE ÀS ENDEMIAS
DO TRABALHO DO AGENTE
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
Contextualização Histórica de Legislações em
Saúde

1999 - Fundação Nacional de Saúde inicia


o processo de descentralização, para os
municípios das ações na área de
Epidemiologia e Controle de Doenças
(Portaria GM/MS n° 1.399, de 15 de
dezembro);

2002 - Os Agentes Comunitários de Saúde


passam a atuar na prevenção e no controle
da malária e da dengue (Portaria GM/MS nº
44, de 03 de janeiro);
2006 - Regulamentação das atividades
dos Agentes Comunitários de Saúde e
2008 - Publicação do Caderno de Atenção dos Agentes de Combate às Endemias
Básica nº 21 / Vigilância em Saúde; (Lei nº 11.350 de 5 de outubro);

2009 - Publicação do Caderno de Atenção 2009 - Decreto nº 6.856, de 25 de maio


Básica nº 22 / Vigilância em Saúde -ações de 2009, que regulamenta o art. 206-a da
de controle da malária (Portaria GM/MS nº Lei no 8.112, de 11 de dezembro de
3.238, de 18 de dezembro) e (Portaria 1990 – regime jurídico único, dispondo
GM/MS nº 3.252, de 22 de dezembro) sobre os exames médicos periódicos de
servidores

2010 - Foi criado incentivo financeiro


2014 – Sistema e-SUS permite o registro da adicional para os municípios, que
produção dos Agentes de Combate às cadastrassem Agentes de Combate às
Endemias; Endemias na equipe saúde da família
(Portaria GM/MS nº 1007 de 4 de maio)

2017 - Integração do processo de trabalho 2015 - Criação do CBO permitindo a


da Atenção Básica e Vigilância em Saúde, inserção dos ACE nas equipes (Portaria
ações de vigilância inseridas nas GM/MS nº 165, de 25/02); MS, incluindo
atribuições de todos os profissionais da AB, a integração das ações dos ACE
definidas atribuições comuns dos ACS e (Decreto GM/MS nº 8.474, de 22/06)
ACE (PNAB - Portaria GM/MS 2.436, de 21 (Portaria 2.121 de 18 de dezembro)
de setembro)

2018 - Decreto nº 9.473, de 16 de agosto, 2018 – Reformulação das atribuições dos


que inclui a atenção à saúde e à segurança Agentes Comunitários de Saúde e dos
do trabalho alterando o Decreto nº 67.326 Agentes de Combate às Endemias (Lei nº
de 1970 e o Decreto nº 93.215 de 1986. 13.595, de 5 de janeiro);

46
NR 15 ATIVIDADES E
OPERAÇÕES INSALUBRES
A NR 15 é uma norma Regulamentadora que descreve as
operações, atividades e agentes insalubres recorrentes nas atividades
relacionadas ao trabalho.
O principal objetivo da NR 15 é regulamentar limites de tolerância
para as situações de insalubridade. Com fiscalização por meio de agentes do
Ministério do Trabalho, que podem interditar o ambiente até que a situação seja
solucionada.
A NR 15 pretende:
• Garantia da segurança do trabalhador através de instrumentos contidos na
legislação, busca-se em primeiro lugar a segurança do trabalhador. Locais
insalubres tendem a apresentar riscos à saúde do colaborador.
• Redução de risco, através da redução da carga horária trabalhada nesses
locais ou atividades — não sendo permitida horas extras.
• Aumento da proteção com obrigatoriedade do uso de EPIs.
• Melhora da produtividade devido a prevenção de ocorrência de acidentes.
A distribuição do grau de insalubridade é classificado da seguinte
maneira:
 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo.
Atividades insalubres descritas na NR 15 estão relacionadas a
ruídos contínuos, exposição ao calor e/ou radiações, vibrações, exposição ao
frio e umidade, exposição a agentes químicos. O grau de insalubridade é
determinada após avaliação do local de trabalho.
47
PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
EM SAÚDE
Promover tem o significado de dar impulso, fomentar ou gerar. A
promoção da saúde é mais ampla do que prevenção, porque refere-se a
estratégias que buscam evitar a doença e melhorar a qualidade de vida da
comunidade.
As estratégias de promoção buscam a transformação das
condições de vida da população, prevendo uma abordagem intersetorial.
Prevenção são um conjunto de medidas que protegem contra as
doenças.
A principal diferença entre prevenção e promoção está sobre o
conceito de saúde, na prevenção a saúde é a ausência de doenças, enquanto
na promoção a saúde é encarada com um olhar multifocal.
Deve-se destacar também que a promoção de saúde adota uma
estratégia política, possibilitando mudanças na relação entre cidadãos e o
Estado, pela ênfase em políticas públicas e ação intersetorial.

CONTROLE DAS DOENÇAS: DENGUE /


CHAGAS / LEISHMANIOSE E MALÁRIA

Neste capitulo abordares doenças infecciosas transmitidas por


vetores. Vetores são os insetos que carregam o patógeno das doenças e
passam aos seres humanos, em sua maioria são mosquitos transmissores.

48
CONTROLE DAS DOENÇAS:
LEISHMANIOSE E MALÁRIA
Dengue

DENGUE / CHAGAS /
A dengue é uma doença causada por um vírus, ele
é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Os
sintomas incluem febre, dores no corpo, dor de cabeça e
manchas avermelhadas.
Manifestações hemorrágicas, quando ocorrem,
podem indicar um caso mais grave da infecção.
O trabalho do ACE é eliminar os focos antes mesmo de se
tornarem larvas.
• O reconhecimento geográfico é atividade prévia e condição essencial para
a programação das operações de campo, de pesquisa e tratamento
químico. As casas e terrenos baldios devem ser numerados para facilitar a
distribuição dos agentes.
• Na visita domiciliar verificar todos os possíveis depósitos e orientar as
famílias sobre como prevenir.
Vias de infecção: a fonte da infecção e hospedeiro é o homem. A
transmissão se faz pela picada dos mosquitos Aedes aegypti.
Período de incubação: pode variar entre 3 e 15 dias, com média,
de 5 a 6 dias. A transmissão ocorre enquanto houver presença de vírus no
sangue caracterizado com período de viremia. Este período começa 1 dia
antes do aparecimento da febre e vai até o 6º dia.
Prevenção: se dá pela ausência de reprodução do mosquito
transmissor, através da eliminação de objetos que acumulem água parada
como pneus, garrafas e plantas.

49
CONTROLE DAS DOENÇAS:
LEISHMANIOSE E MALÁRIA
Doença de Chagas

DENGUE / CHAGAS /
Doença de Chagas causada por Trypanosoma cruzi
se caracteriza como um problema de saúde pública. Os mais
afetados são os moradores da região Amazônica.
Os sinais e sintomas são: na fase aguda, febre
prolongada (mais de 7 dias), dor de cabeça, fraqueza intensa,
inchaço no rosto e pernas.
Na fase crônica, a maioria dos casos não apresenta sintomas,
porém algumas pessoas podem apresentar: problemas cardíacos, como
insuficiência cardíaca, problemas digestivos.
Quanto mais precoce for o diagnóstico, maior será a taxa de
sucesso do tratamento. Ao identificar um paciente suspeito com infecção
aguda, os profissionais devem preencher o formulário no site do Ministério da
Saúde (http://portalsinan.saude.gov.br). As informações fornecidas são
utilizadas para identificar riscos, promover ações preventivas junto ao
Ministério da Saúde
O ciclo de vida do Trypanosoma cruzi é composto pelo
desenvolvimento dos triatomíneos apresenta três fases: ovo, ninfa e adulto.
O ovo leva cerca de duas a três semanas para eclodir. A ninfa se
alimentará de sangue e sofrerá uma mudança, passando para o 2º estádio e
assim sucessivamente, até o 5º estádio. A última muda originará o adulto
(macho ou fêmea) que apresentará asas e genitália. Não nasce contaminada
se contamina após alimentação de sangue contendo o Trypanosoma cruzi.

50
CONTROLE DAS DOENÇAS:
LEISHMANIOSE E MALÁRIA
DENGUE / CHAGAS /
Essa espécie também chamada de barbeiros, pode
ser encontrada em ambientes silvestres (mata), dentro e fora
dos domicílios também, eles são atraídos pela luz.
Reservatório são os animais que apresentam o
Trypanosoma cruzi na circulação sanguínea e na musculatura,
por isso são considerados infectados.

Nem todos os animais reservatórios apresentam aspectos de


doente. Exemplos de reservatórios: mucura, tatu, macaco, veado, preguiça,
cachorro, gato, rato entre outros. Aves (galinha, pato) e répteis (cobra,
lagarto), podem servir de alimentação para os triatomíneos, mas não se
infectam, pois o Trypanosoma cruzi não sobrevive nesses animais, portanto,
não são reservatórios.
Vias de infecção:
• Vetorial Clássica – picada do barbeiro defeca, e em suas fezes está a
forma infectada, ao se coçar, os parasitos invadem células da região da
picada.
• Via Oral – ao ingerir alimentos contaminados, o T. cruzi infecta células da
boca e do estômago.

Período de incubação:
• Transmissão vetorial clássica de 4 a 15 dias ou Transmissão oral de 3 a
21dias;
• Transmissão congênita, qualquer período da gestação ou durante o parto;
• Transmissão por transfusão ou transplante de 30 a 40 dias ou mais;
• Transmissão por acidente em laboratório aproximadamente 20 dias.

51
CONTROLE DAS DOENÇAS:
LEISHMANIOSE E MALÁRIA
DENGUE / CHAGAS /
A prevenção pode ser feita evitando que o inseto
“barbeiro” forme colônias dentro das residências. Em áreas
onde os insetos possam entrar nas casas voando pelas
aberturas ou frestas, pode-se usar mosquiteiros ou telas
metálicas.

Leishmaniose

A leishmaniose é uma doença infecciosa causada por


protozoários do gênero Leishmania um parasita. Sua transmissão ocorre pela
picada do mosquito-palha, que se prolifera mais em condições tropicais,
sendo mais comum em países de clima quente e úmido (como em algumas
partes do Brasil).
Existem leishmaniose humana e leishmaniose canina, que afetam
cães.
No humano existem dois tipos de leishmaniose: leishmaniose
visceral e leishmaniose tegumentar. A leishmaniose visceral também é
chamada de calazar. Além da medula, ela também afeta órgãos internos,
como baço e fígado.
Os sintomas da leishmaniose visceral incluem febre, tosse, dor
abdominal, anemia, perda de peso, diarreia, fraqueza, hepatoesplenomegalia
e linfadenopatia.
Geralmente, a leishmaniose visceral pode afetar crianças com
menos de dez anos de idade e é considerada a forma mais aguda da doença.
Se seus sintomas não forem tratados, eles podem piorar e causar a morte do
paciente.

52
CONTROLE DAS DOENÇAS:
LEISHMANIOSE E MALÁRIA
DENGUE / CHAGAS /
A leishmaniose cutânea também é chamada de
leishmaniose ferida brava, são feridas na pele que podem se
desenvolver em membranas mucosas, como feridas na boca e
no nariz.
A ferida causada pela leishmaniose tegumentar é
vermelha, oval e bem definida.

Vias de infecção: transmitida por insetos hematófagos (que se


alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. Os
flebótomos medem de 2 a 3 milímetros de comprimento e são tão pequenos
que podem atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas.
Período de incubação: é bastante variável tanto para o homem
como para o cão:
• No homem: 10 dias a 24 meses, com média entre 2 a 6 meses.
• No cão: de 3 meses a vários anos com média de 3 a 7 meses.
Prevenção: os humanos que moram em área de mata devem usar
repelentes e roupas de manga. Já os cães devem usar coleiras com repelente
e, se possível, serem vacinados contra o problema.
O ciclo de transmissão é o seguinte: ao fazer repasto sanguíneo
em hospedeiro infectado, as fêmeas dos flebotomíneos ingerem sangue com
macrófagos e monócitos parasitados. No intestino do inseto, as formas
amastigotas são liberadas e após divisão se transformam nas formas
infectantes para o homem.

53
CONTROLE DAS DOENÇAS:
LEISHMANIOSE E MALÁRIA
DENGUE / CHAGAS /
O papel do ACE no combate deve ser através de
campanhas contra a leishmaniose, informando a população
dos perigos da doença e das medidas de controle do vetor.
Aplicar borrifação intradomiciliar de efeito residual, quando
indicado, como medida de controle de vetores.

Malária

A malária é uma doença infecciosa cujo agente etiológico é o


parasita o Plasmodium. As espécies associadas à malária humana são:
Plasmodium falciparum, P. vivax P. malariae e P. ovale. A P. ovale é restrita a
determinadas regiões da África. O vetor é comumente conhecido como
mosquito-prego.
A transmissão natural da malária ocorre através da picada de
fêmeas infectadas de mosquitos do gênero Anopheles, os principais
criadouros são coleções de água limpa, quente, sombreada e de baixo fluxo,
muito frequentes na Amazônia brasileira.
A infecção só inicia quando os parasitas são plantados na pele
pela picada do vetor, invadindo as células do fígado. Ali se multiplicam e dão
origem a muitos outros novos parasitas que ao romperem os hepatócitos,
caem na circulação sanguínea, invadindo as hemácias, dando início à
segunda fase do ciclo (esquizogonia sanguínea). Nessa fase começa a
aparecer os sintomas da malária.

54
CONTROLE DAS DOENÇAS:
LEISHMANIOSE E MALÁRIA
O tempo de incubação é de uma semana. Alguns

DENGUE / CHAGAS /
parasitas se desenvolvem rapidamente, enquanto outros ficam
em estado de latência no hepatócito. Onde pode ocorrer
recaídas da doença, que ocorrem após períodos variáveis de
incubação (geralmente dentro de seis meses).
Os sinais e sintomas são: na crise aguda episódios
de calafrios, febre e sudorese. Com duração de 6 a 12 horas e
pode cursar com temperatura igual ou superior a 40ºC.
Acompanhados de cefaleia, mialgia, náuseas e vômitos.

Gestantes, crianças e os primoinfectados (primeiro contato com o


parasita) estão sujeitos a maior gravidade, principalmente por infecções pelo
P. falciparum, que podem ser letais. O diagnóstico precoce e o tratamento
correto são imprescindíveis para reduzir a gravidade e a letalidade.
O papel do ACE no combate a malária está relacionado ao
combate do vetor, que é o mosquito, além do encaminhamento dos casos
para tratamento na UBS. Sempre orientando a população quanto aos riscos.

55
REFERÊNCIAS
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doença de chagas para microscopistas de base do estado do Pará. Estado do
Pará, 2018. Disponível em: http://chagas.fiocruz.br/wp-
content/uploads/2018/08/02-Manual-de-Chagas-Diagramado.pdf

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Arruda Manchester de; RUIZ-MORENO, Lidia; LIMA, Luciane Soares de.
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Soc. São Paulo, v.23, nº 4. São Paulo, 2014. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/sausoc/v23n4/0104-1290-sausoc-23-4-1356.pdf

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GOVERNO DO ESTADO DO AMAZONAS. Curso introdutório de formação


Inicial e continuada para agentes de combate às endemias. Disponível em:
http://www.saude.am.gov.br/docs/concursos/FVS_Curso_Introdutorio-
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MATTA, Gustavo Corría. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SISTEMA ÚNICO


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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Dengue: instrução para pessoal de combate ao vetor


– manual de normas técnicas. Brasília, 2001. Disponível em:
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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de


Epidemias de Dengue. Brasília, 2009.

56
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia prático de tratamento da malária no Brasil.
Brasília, 2010. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_malaria.pdf

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de vigilância da leishmaniose tegumentar.


Brasília, 2017. Disponível em:
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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual sobre Medidas de Proteção à Saúde dos


Agentes de Combate às Endemias. Brasília, 2019. Disponível em:
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MINISTÉRIO DA SAÚDE. O trabalho do agente comunitário. Brasília, 2009.


Disponível em:
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