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MINISTÉRIO DA SAÚDE

Brasília –

AGENTEMUDE
SAÚDE
1. ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
A Atenção Primária à Saúde (APS), também conhecida no Brasil como Atenção Básica (AB),
da qual a Estratégia Saúde da Família é a expressão que ganha corpo no Brasil, é
caracterizada pelo desenvolvimento de um conjunto de ações de promoção e proteção da
saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde.
Além dos princípios e diretrizes do SUS, a APS orienta-se também pelos princípios da
acessibilidade, vínculo, continuidade do cuidado (longitudinalidade), responsabilização,
humanização, participação social e coordenação do cuidado. Possibilita uma relação de
longa duração entre a equipe de saúde e os usuários, independentemente da presença ou
ausência de problemas de saúde, o que chamamos de atenção longitudinal. O foco da
atenção é a pessoa, e não a doença. Ao longo do tempo, os usuários e a equipe passam a se
conhecer melhor, fortalecendo a relação de vínculo, que depende de movimentos tanto dos
usuários quanto da equipe.
As ações e serviços de saúde devem ser pautados pelo princípio da humanização, o que
significa dizer que as questões de gênero (feminino e masculino), crença, cultura,
preferência política, etnia, raça, orientação sexual, populações específicas (índios,
quilombolas, ribeirinhos etc.) precisam ser respeitadas e consideradas na organização das
práticas de saúde. Significa dizer que essas práticas devem estar relacionadas ao
compromisso com os direitos do cidadão. O acolhimento é uma das formas de concretizar
esse princípio e se caracteriza como um modo de agir que dá atenção a todos que procuram
os serviços, não só ouvindo suas necessidades, mas percebendo aquilo que muitas vezes não
é dito. O acolhimento não está restrito a um espaço ou local. É uma postura ética. Não
pressupõe hora ou um profissional específico para fazê-lo, implica compartilhamento de
saberes, necessidades, possibilidades, angústias ou formas alternativas para o
enfrentamento dos problemas. O ACS tem um papel importante no acolhimento, pois é um
membro da equipe que faz parte da comunidade, o que ajuda a criar confiança e vínculo,
facilitando o contato direto com a equipe.
O vínculo ocorre quando esses dois
movimentos se encontram: o usuário na
busca do cuidado e o profissional se
encarregando por esse cuidado.

2. APS/SAÚDE DA FAMÍLIA
O Ministério da Saúde definiu a Saúde da Família como estratégia prioritária para a
organização e fortalecimento da APS no País. Por meio dessa estratégia, a atenção à saúde é
feita por uma equipe composta por profissionais de diferentes categorias (multidisciplinar)
trabalhando de forma articulada (interdisciplinar), que considera as pessoas como um todo,
levando em conta suas condições de trabalho, de moradia, suas relações com a família e
com a comunidade. Cada equipe é composta, minimamente, por um médico, um
enfermeiro, um auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem e ACS, cujo total não
deve ultrapassar a 12 pessoas. Além disso, com o objetivo de ampliar a abrangência das
ações da APS, bem como sua capacidade de resolução dos problemas de saúde, foram
criados em 2008 os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf). Eles podem ser constituídos
por equipes compostas por profissionais de diversas áreas do conhecimento (nutricionista,
psicólogo, farmacêutico, assistente social, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional,
fonoaudiólogo, médico acupunturista, médico ginecologista, médico homeopata, médico
pediatra e médico psiquiatra). É necessário que exista entre a comunidade e os profissionais
de saúde relação de confiança, atenção e respeito. Essa relação é uma das principais
características da reorganização do processo de trabalho por meio da Saúde da Família e se
dá na medida em que os usuários têm suas necessidades de saúde atendidas. A população
sob responsabilidade da equipe deve ser cadastrada e acompanhada, entendendo-se suas
necessidades de saúde como resultado também das condições sociais, ambientais e
econômicas em que vive.

Muito mais do que apenas o cumprimento da lei,


a Estratégia Saúde da Família tem uma profunda
identidade de propósitos com a defesa da
participação popular, particularmente na
adequação das ações de saúde às necessidades
da população.

3. AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: VOCÊ É “UM AGENTE DE MUDANÇAS”!


Você, agente, é um personagem fundamental, pois é quem está mais próximo dos
problemas que afetam a comunidade, é alguém que se destaca pela capacidade de se
comunicar com as pessoas e pela liderança natural que exerce. Sua ação favorece a
transformação de situações-problema que afetam a qualidade de vida das famílias, como
aquelas associadas ao saneamento básico, destinação do lixo, condições precárias de
moradia, situações de exclusão social, desemprego, violência intrafamiliar, drogas lícitas e
ilícitas, acidentes etc.
Pessoas com deficiência, por exemplo, podem ter dificuldade no convívio familiar, na
participação na comunidade, na inclusão na escola, no mercado de trabalho, no acesso a
serviços de saúde, sejam estes voltados à reabilitação ou consultas gerais. Conhecer essa
realidade, envolver a equipe de saúde e a comunidade na busca de recursos e estratégias
que possibilitem superar essassituações são atitudes muito importantes que podem ser
desencadeadas por você, repercutindo na mudança da qualidade de vida e no aumento de
oportunidades para essas pessoas na construção de uma comunidade mais solidária e
cidadã. Para realizar um bom trabalho, você precisa:Conhecer o território, conhecer não só
os problemas da comunidade, mas também suas potencialidades de crescer e se
desenvolver social e economicamente, ser ativo e ter iniciativa, gostar de aprender coisas
novas, observar as pessoas, as coisas, os ambientes, agir com respeito e ética perante a
comunidade e os demais profissionais.
Todas as famílias e pessoas do seu território devem ser acompanhadas por meio da visita
domiciliar, na qual se desenvolvem ações de educação em saúde. Entretanto, sua atuação
não está restrita ao domicílio, ocorrendo também nos diversos espaços comunitários.
3.1 Detalhando um pouco mais as suas açoes

Você deve estar sempre atento ao que acontece com as famílias de seu território,
identificando com elas os fatores socioeconômicos, culturais e ambientais que interferem na
saúde. Ao identificar ou tomar conhecimento da situação-problema, você precisa conversar
com a pessoa e/ou familiares e depois encaminhá- la(los) à unidade de saúde para uma
avaliação mais detalhada. Caso a situação-problema seja difícil de ser abordada ou não
encontre abertura das pessoas para falar sobre o assunto, você deve relatar a situação para
a sua equipe.
Os diferentes aspectos de um problema deverão ser examinadoscuidadosamente com as
pessoas, para que sejam encontradas as melhores soluções. Você orienta ações de
prevenção de doenças, promoção à saúde, entre outras estabelecidas pelo planejamento da
equipe. Todas as pessoas de sua comunidade deverão ser acompanhadas, principalmente
aquelas em situação de risco. Veja explicação mais à frente. Há situações em que será
necessária a atuação de outros profissionais da equipe, sendo indicado o encaminhamento
para a unidade de saúde. Você deverá comunicar à equipe quanto à situação encontrada,
pois, caso não ocorra o comparecimento à unidade de saúde, deverá ser realizada busca-
ativa ou visita domiciliar.
Podemos dizer que o ACS deve: Identificar áreas e situações de risco individual e coletivo,
encaminhar as pessoas aos serviços de saúde sempre que necessário, orientar as pessoas, de
acordo com as instruções da equipe de saúde, acompanhar a situação de saúde das pessoas,
para ajudá-las a conseguir bons resultados.
Situações de risco são aquelas em que uma pessoa ou grupode pessoas “corre perigo”, isto
é, tem maior possibilidade ou chance de adoecer ou até mesmo de morrer.
Alguns exemplos de situação de risco: Bebês que nascem com menos de dois quilos e meio,
crianças que estão desnutridas, filhos de mães que fumam, bebem bebidas alcoólicas e usam
drogas na gravidez, gestantes que não fazem o pré-natal, gestantes que fumam, gestantes
com diabetes e/ou pressão alta, acamados, pessoas que precisam de cuidadores, mas não
possuem alguém que exerça essa função, pessoas com deficiência que não têm acesso às
ações e serviços de saúde, sejam estes de promoção, proteção, diagnóstico, tratamento ou
reabilitação, pessoas em situação de violência; essoas que estão com peso acima da média e
vida sedentária com ou sem uso do tabaco ou do álcool. Nesses casos, as pessoas têm mais
chance de adoecer e morrer se não forem tomadas as providências necessárias. É necessário
considerar ainda condições que aumentam o risco de as pessoas adoecerem, por exemplo:
Baixa renda, desemprego, acesso precário a bens e serviços: água, luz elétrica, transporte
etc.);Falta de água tratada, lixo armazenado em locais inadequados, uso incorreto de
venenos na lavoura, poluição do ar ou da água,esgoto a céu aberto, falta de alimentação ou
alimentação inadequada, uso inadequado de medicamentos prescritos, automedicação,
descontinuidade de tratamento.
Existem situações de risco que afetam a pessoa individualmente e, portanto, têm soluções
individuais. Outras atingem um número maior de pessoas em uma mesma comunidade, o
que irá exigir uma mobilização coletiva, por meio da participação da comunidade integrada
às autoridades e serviços públicos. Os Conselhos de Saúde (locais, municipais, estaduais e
nacional) e as Conferências são espaços que permitem a participação democrática e
organizada da comunidade na busca de soluções.
4 O PROCESSO DE TRABALHO DO ACS E O DESAFIO DE TRABALHAR EM EQUIPE
A equipe de saúde é formada por pessoas com histórias, formações, saberes e práticas
diferentes. É um conjunto de pessoas que se encontram para produzir o cuidado de uma
população. Nessa equipe há sempre movimentos permanentes de articulação/
desarticulação, ânimo/desânimo, invenção/resistência à mudança, crença/descrença no seu
trabalho, pois a equipe é viva, está sempre em processo de mudança. No entanto, somente
o fato de as pessoas trabalharem juntas não constitui uma equipe: as pessoas precisam
aprender a “ser equipe”. Ou seja: a equipe precisa ser construída.
Para cuidar da saúde da população de um determinado território, a unidade de saúde deve
estar organizada de um modo que seus trabalhadores estejam divididos em funções e
assumam responsabilidades diferentes e complementares.
Você, agente comunitário de saúde, é muito importante para o desenvolvimento das ações
da comunidade e pode integrar tanto uma equipe de Saúde da Família quanto uma equipe
do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), de acordo com a realidade do
município. Entretanto,o seu trabalho é o mesmo em qualquer uma das situações.
Semelhantes aos agentes comunitários de saúde (ACS), há os agentes indígenas de saúde
(AIS) e os agentes indígenas de saneamento (AISAN), que atuam nos Distritos Sanitários
Especiais Indígenas (DSEI) compondo as equipes multidisciplinares de saúde indígena (EMSI),
cuidando da saúde indígena nas aldeias no âmbito da APS. A equipe de saúde precisa
conhecer a realidade da comunidade e para tal deverá reunir informações identificando suas
principais necessidades em saúde. Com essas informações, será realizado o diagnóstico de
saúde da comunidade, o planejamento e a execução das ações.
Há diversos instrumentos que podem ser utilizados para a coleta dos dados e cada um deles
tem um objetivo. A soma de todos ajuda na construção do diagnóstico. Cadastro das
famílias, mapa da comunidade, visita domiciliar/ entrevista e reuniões são alguns exemplos.
5 CADASTRAMENTO DAS FAMÍLIAS
A etapa inicial de seu trabalho é o cadastramento das famílias de sua microárea – o seu
terriório de atuação – com, no máximo, 750 pessoas. Para realizar o cadastramento, é
necessário o preenchimento de fichas específicas.
O cadastro possibilita o conhecimento das reais condições de vida das famílias residentes na
área de atuação da equipe, tais como a composição familiar, a existência de população
indígena, quilombola ou assentada, a escolaridade, o acesso ao saneamento básico, o
número de pessoas por sexo e idade, as condições da habitação, o desemprego, as doenças
referidas etc. É importante identificar os diversos estabelecimentos e instituições existentes
no território, como escolas, creches, comércio, praças, instituições de longa permanência
(ILP), igrejas, templos, cemitério, depósitos de lixo/aterros sanitários etc.
Ainda como informações importantes para o diagnóstico da comunidade, vale destacar a
necessidade de identificar outros locais onde os moradores costumam ir para resolver seus
problemas de saúde, como casa de benzedeiras ou rezadores, raizeiros ou pessoas que são
conhecidas por saberem orientar sobre nomes de remédio para algumas doenças, bem
como saber se procuram serviços (pronto-socorro, hospitais etc.) situados fora de sua área
de moradia ou fora do seu município. Também é importante você saber se as pessoas
costumam usar remédios caseiros, chás, plantas medicinais, fitoterapia e/ou se utilizam
práticas complementares como a homeopatia e acupuntura. Você deve saber se existe
disponível na região algum tipo de serviço de saúde que utilize essas práticas.
Os dados desse cadastramento devem ser de conhecimento de toda a equipe de saúde.
5.1 VISITA DOMICILIAR
A visita domiciliar é a atividade mais importante do processo de trabalho do agente
comunitário de saúde. Ao entrar na casa de uma família, você entra não somente no espaço
físico, mas em tudo o que esse espaço representa. Nessa casa vive uma família, com seus
códigos de sobrevivência, suas crenças, sua cultura e sua própria história. A
sensibilidade/capacidade de compreender o momento certo e a maneira adequada de se
aproximar e estabelecer uma relação de confiança é uma das habilidades mais importantes
do ACS. Isso lhe ajudará a construir o vínculo necessário ao desenvolvimento das ações de
promoção, prevenção, controle, cura e recuperação.
Para ser bem feita, a visita domiciliar deve ser planejada. Ao planejar, utiliza-se melhor o
tempo e respeita-se também o tempo das pessoas visitadas. Para auxiliar no dia a dia do seu
trabalho, é importante que você tenha um roteiro de visita domiciliar, o que vai ajudar muito
no acompanhamento das famílias da sua área de trabalho. Também é recomendável definir
o tempo de duração da visita, devendo ser adaptada à realidade do momento.
A pessoa a ser visitada deve ser informada do motivo e da importância da visita. Chamá-las
sempre pelo nome demonstra respeito e interesse por elas.
Na primeira visita, é indispensável que você diga seu nome, fale do seu trabalho, o motivo
da visita e sempre pergunte se pode ser recebido naquele momento. Para o
desenvolvimento de um bom trabalho em equipe, é fundamental que tanto o ACS quanto os
demais profissionais aprendam a interagir com a comunidade, sem fazer julgamentos
quanto à cultura, crenças religiosas, situação socioeconômica, etnia, orientação sexual,
deficiência física etc.
Toda visita deve ser realizada tendo como base o planejamento da equipe, pautado na
identificação das necessidades de cada família. Pode ser que seja identificada uma situação
de risco e isso demandará a realização de outras visitas com maior frequência.
Por meio da visita domiciliar, é possível:Identificar os moradores, por faixa etária,
sexo e raça, ressaltando situações como gravidez, desnutrição, pessoas com
deficiência etc; Conhecer as condições de moradia e de seu entorno, de trabalho, os hábitos,
as crenças e os costumes; Conhecer os principais problemas de saúde dos moradores da
comunidade; Perceber quais as orientações que as pessoas mais precisam ter
para cuidar melhor da sua saúde e melhorar sua qualidade
de vida; Ajudar as pessoas a refletir sobre os hábitos prejudiciais
à saúde; Identificar as famílias que necessitam de acompanhamento
mais frequente ou especial; Divulgar e explicar o funcionamento do serviço de saúde e
quais as atividades disponíveis; Desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe
de saúde e a população do território de abrangência da unidade de saúde; Ensinar medidas
de prevenção de doenças e promoção à saúde, como os cuidados de higiene com o corpo,
no preparo dos alimentos, com a água de beber e com a casa, incluindo o seu entorno;
Orientar a população quanto ao uso correto dos medicamentos e a verificação da validade
deles; Alertar quanto aos cuidados especiais com puérperas, recém-nascidos, idosos,
acamados e pessoas portadoras de deficiências;
6. TRABALHANDO EDUCAÇÃO EM SAÚDE DA COMUNIDADE
Desenvolver atividades educativas faz parte do processo de trabalho de todos os membros
da equipe. Para o desenvolvimento de atividades educativas, recomenda-se: Divulgar – uma
etapa que não deve ser esquecida. Espalhar a notícia para o maior número de pessoas,
elaborar cartazes com letras grandes, de forma criativa, e divulgar a reunião nos lugares
mais frequentados da comunidade fazem parte desse processo; Realizar dinâmicas que
possibilitem a apresentação dos participantes e integração do grupo, quebrando a
formalidade inicial; Apresentar o tema que será discutido, permitindo a exposição das
necessidades e expectativas de todos. A pauta da discussão deve ser flexível, podendo ser
adaptada às necessidades do momento; Estimular a participação de todos; Identificar os
conhecimentos, crenças e valores do grupo, bem como os mitos, tabus e preconceitos,
estimulando a reflexão sobre eles. A discussão não deve ser influenciada por convicções
culturais, religiosas ou pessoais; Discutir a importância do autoconhecimento e autocuidado,
que contribuirão para uma melhor qualidade de vida; Abordar outros temas segundo o
interesse manifestado pelo grupo; Facilitar a expressão de sentimentos e dúvidas com
naturalidade durante os questionamentos, favorecendo o vínculo, a confiança e a satisfação
das pessoas; Neutralizar delicada e firmemente as pessoas que, eventualmente, queiram
monopolizar a reunião, pedindo a palavra o tempo todo e a utilizando de forma abusiva,
além daqueles que só comparecem às reuniões para discutir seus problemas pessoais;
Utilizar recursos didáticos disponíveis como cartazes, recursos audiovisuais, bonecos, balões
etc.; Ao final da reunião, apresentar uma síntese dos assuntos discutidos e os pontos-chave,
abrindo a possibilidade de esclarecimento de dúvidas.
Entre as habilidades que todo trabalhador de saúde deve buscar desenvolver, estão: Ter boa
capacidade de comunicação; Usar linguagem acessível, simples e precisa; Ser gentil,
favorecendo o vínculo e uma relação de confiança; Acolher o saber e o sentir de todos; Ter
tolerância aos princípios e às distintas crenças e valores que não sejam os seus próprios; A
ação ou atividade educativa pode e deve ser realizada por qualquer membro da equipe de
saúde.
Para isso é necessário, além dos conhecimentos técnicos, habilidade de comunicação e
conhecimento das características do grupo ou da população. Sentir-se confortável para falar
sobre o assunto a ser debatido; Ter conhecimentos técnicos; Buscar apoio junto a outros
profissionais quando não souber responder a alguma pergunta.
Durante o desenvolvimento da atividade, devem ser oferecidos, se possível, materiais
impressos e explicar a importância do acompanhamento contínuo na UBS, assim como o
funcionamento dos serviços disponíveis.
7 ATUAÇÃO INTESETORIAL
Muitas vezes a resolução de problemas de saúde requer não só empenho por parte de
profissionais e gestores de saúde, mas também o empenho e contribuição de outros setores.
Quando se trabalha articuladamente com outros setores da sociedade, aumenta-se a
capacidade de oferecer uma resposta mais adequada às necessidades de saúde da
comunidade. Por exemplo, você pode suspeitar de um caso de maus-tratos com uma criança
após verificar que há marcas e hematomas Quanto maior a identidade entre o grupo e o
educador, maior a eficácia do trabalhona pele dela. Partilhando esse caso com sua equipe,
um dos profissionais de saúde verifica no prontuário que a criança é agressiva quando
comparece às consultas na unidade e há relato de problemas com o desenvolvimento
dela. Sente-se a necessidade de uma visita à casa daquela família e o auxílio de outros
profissionais (psicólogo, serviço social etc). Se constatado algum indício de maustratos,
será necessária uma abordagem que extrapole o campo de atuação da saúde com o
envolvimento de órgãos de outras áreas, como o Conselho Tutelar e/ou Juizado da Infância.
Nos casos de desnutrição infantil, pode-se estabelecer contato com outras instituições e
órgãos do governo municipal, estadual e federal, como o Centro Regional de Assistência
Social (Cras) ou a Secretaria de Assistência Social do município. Ao identificar pessoas que
sofrem de alcoolismo entre as famílias que você acompanha, além das ações que deverão
ser desenvolvidas por você e pela equipe, é importante que essa pessoa e sua família sejam
orientadas a procurar um Grupo de Alcoólicos Anônimos ou outro grupo de apoio que exista
em sua comunidade.
O Ministério do Desenvolvimento Social coordena o Programa Bolsa-Família, que visa
combater a fome, a pobreza, as desigualdades, promovendo a inclusão social das famílias
beneficiárias. Por meio do Bolsa-Família, o governo federal concede mensalmente benefícios
em dinheiro para famílias mais necessitadas. Faz parte do seu trabalho o acompanhamento
de todas as gestantes e crianças menores de sete anos de idade contempladas com o
benefício do programa. Os compromissos dos beneficiários são: Gestante:Fazer inscrição do
pré-natal e comparecer às consultas ;conforme o preconizado pelo Ministério da Saúde;
Participar de atividades educativas sobre aleitamento materno, orientação para uma
alimentação saudável da gestante e preparo para o parto. Mãe ou responsável pelas
crianças menores de sete anos: Levar a criança à unidade de saúde para a realização do
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, de acordo com o preconizado pelo
Ministério da Saúde; Participar de atividades educativas sobre aleitamento materno e
cuidados gerais com a alimentação e saúde da criança; Cumprir o calendário de vacinação da
criança, de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde. As ações de saúde que
fazem parte das condicionalidades do Programa Bolsa-Família, descritas acima, são
universais, ou seja, devem ser ofertadas a todas as pessoas que procuram o Sistema Único
de Saúde (SUS).
8 PLANEJAMENTO DAS AÇÕES
O planejamento é um instrumento de gestão que visa promover o desenvolvimento
institucional, objetivando melhorar a qualidade e efetividade do trabalho desenvolvido.
No que se refere às ações de saúde, o planejamento participativo é o mais adequado, na
medida em que envolve diversos atores/participantes, permitindo realizar um diagnóstico
mais fidedigno da realidade local. A partir daí, torna-se mais fácil uma atuação mais
adequada voltada para a melhoria das condições de saúde com o comprometimento
de todos com o trabalho.
Você poderá, de forma sintonizada com a equipe, planejar o seu trabalho, dando prioridade
para aquelas famílias que necessitam ser acompanhadas com maior frequência.
Portanto, as famílias em risco e as que pertencem aos grupos prioritários precisam ser
acompanhadas mais de perto. Esse diagnóstico é um ponto de partida para você e sua
equipe organizarem o calendário de visitas domiciliares e demais atividades.
8.1 ETAPAS DO PLANEJAMENTO
O planejamento pressupõe passos, momentos ou etapas básicas estabelecidos em uma
ordem lógica. De forma geral, seguem- se as seguintes etapas:
8.2 DIAGNÓSTICO
É a primeira etapa do planejamento para quem busca conhecer as características
socioeconômicas, culturais e epidemiológicas, entre outras. As fontes de dados podem ser
fichas, bem como anotações próprias, relatórios, livros de atas, aplicação de questionário,
entrevistas, dramatização e outras fontes à disposição. O diagnóstico se compõe de três
momentos específicos: levantamento, análise e reflexão dos dados, e priorização das
necessidades
8.3 PLANO DE AÇÃO
Nesse momento a equipe de saúde, grupos e população interessada definem, entre outros
problemas identificados, aqueles que são passíveis de intervenção e que contribuem para a
melhoria da saúde da comunidade. Deve-se sempre conhecer a capacidade de realização do
trabalho pela equipe e as condições da unidade de saúde. Assim, evitam-se definir objetivos
que não têm a execução viável. O plano de ação que viermos a estabelecer deve ser bem
claro e preciso, pois é ele que irá apontar a direção do nosso trabalho.
8.4 META
A meta tem como foco o alcance do trabalho. A meta estabelece concretamente o que se
pretende atingir.
8.5 ESTRATEGIA
Na estratégia, são definidos os passos a serem seguidos, os métodos e as técnicas a serem
utilizadas nas atividades e as responsabilidades de cada um. O diagnóstico vai mostrar,
também, a importância e o valor do seu trabalho, porque ele vai descrever como estava a
situação de saúde antes, e como ficou depois de algum tempo que você iniciou sua atuação:
o que você conseguiu, o que está difícil de melhorar etc.
8.6 RECURSOS
É o levantamento de tudo que é necessário para realizar a atividade. Recursos humanos,
recursos físicos, recursos materiais e recursos financeiros.
8.7 CRONOGRAMA
Cronograma e estratégia estão intimamente ligados. O cronograma organiza a estratégia no
tempo.
8.8 EXECUÇÃO
Implica operacionalização do plano de ação, ou seja, colocar em prática o que foi planejado.
8.9 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
A avaliação deve acompanhar todas as fases do planejamento. Quando realizada após a
execução, identifica os resultados alcançados e fornece auxílio para a reprogramação das
ações, além de indicar a necessidade de novo diagnóstico ou reformulação do já existente.
9 FERRAMENTAS DE TRABALHO
Todas as informações que você, ACS, conseguir sobre a comunidade ajudará na organização
do seu trabalho. Algumas dessas informações você vai anotar em fichas próprias para
compor o Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab). Você vai utilizar os seguintes
modelos de fichas: Cadastro Individual;Cadastro Domiciliar e Territorial; Ficha de
Atendimento Individual; Ficha de Atendimento Odontológico Individual; Ficha de Atividade
Coletiva; Ficha de Procedimentos; Ficha de Visita Domiciliar e Territorial; Marcadores de
Consumo Alimentar;Ficha Complementar;Avaliação de Elegibilidade e Admissão e
Atendimento Domiciliar.
Algumas coisas que você não pode se esquecer: Quando você for fazer o cadastramento das
famílias, é importante ler novamente as instruções da visita domiciliar; Cada família deve ter
um só formulário preenchido. Não importa o número de pessoas na casa; As informações
que você conseguir serão úteis para planejar o seu trabalho, na organização das visitas
domiciliares, das atividades de educação em saúde, reuniões comunitárias e de outras
atividades; A ficha de cadastramento deve ficar com você, que a levará, a cada mês, à
unidade de saúde, para, junto com sua equipe organizar as informações e planejar o seu
trabalho; Anote, em seu caderno, qualquer outra informação sobre a família que você
considerar importante, para discutir com sua equipe.
9.1 ORIENTAÇÕES PARA PREENCHIMENTO DA FICHA DE CADASTRAMENTO – FICHA A
As anotações na ficha devem ser feitas de preferência a lápis, pois, se você errar ou
necessitar atualizar, é só apagar. Agora, repare bem na parte de cima da ficha de cadastro.
No alto, à esquerda, está identificada a Ficha A. Depois vem a referência à Secretaria
Municipal de Saúde e ao Siab, sistema de informação nacional que constitui ferramenta
importante para monitoramento da Estratégia Saúde da Família, para juntar todas as
informações de saúde das microáreas dos municípios brasileiros onde atuam os agentes
comunitários de saúde. Assim, as informações registradas na Ficha A vão para a Secretaria
de Saúde do município, desta, para a Secretaria de Saúde do Estado e, posteriormente, para
o Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde. É uma forma de o governo
federal saber a realidade da saúde das pessoas nos municípios brasileiros e ter mais
subsídios para fortalecer a Política Nacional de Atenção Básica. No canto direito da ficha, ao
lado das letras UF (Unidade da Federação), há dois quadrinhos que devem ser preenchidos
com as duas letras referentes à sigla do Estado. Por exemplo:PB para Paraíba; e assim por
diante. Logo abaixo, você encontra espaço para escrever o endereço da família, com o nome
da rua, o número da casa, o bairro e o CEP, que é a sigla para Código de Endereçamento
Postal. Na linha de baixo, estão os espaços que devem ser preenchidos com números
fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – o código do município;
pela Secretaria Municipal de Saúde – segmento e área; ou pela equipe de saúde – microárea.
A equipe de saúde vai lhe ajudar a encontrar esses números e explicar o que eles significam.
Depois estão os três quadrinhos para o próprio agente comunitário de saúde registrar o
número da família na ficha.
A primeira família será a de número 001, a décima será 010, a centésima será 100, e assim
por diante. Por fim, o espaço para a data, onde o ACS deve colocar o dia, o mês e o ano em
que está sendo feito o cadastramento daquela família. Vamos, agora, continuar a orientação
para preencher o cadastro da família: Abaixo da palavra “nome”, há uma linha reservada
paracada pessoa da casa (inclusive os empregados que moram ali)que tenha 15 anos ou
mais. À direita, na continuação de cadalinha, estão os espaços (campos) para dizer o dia,
mês e anodo nascimento, a idade e o sexo de cada pessoa (M para masculino,F para
feminino). Caso não tenha informação sobre adata do nascimento, anotar a idade que a
pessoa diz ter.O quadro alfabetizado é para informar se a pessoa sabe ler e escrever, ou não.
Não é alfabetizada a pessoa que só sabe escrever o nome. Se é alfabetizada, um X na coluna
“sim”. Se não é alfabetizada, um X na coluna “não”. Para ser considerada alfabetizada ela
deve saber escrever um bilhete simples. Depois vem o espaço para informar a ocupação de
cada um. É muito importante que se registre com cuidado essa informação. Ocupação é o
tipo de trabalho que a pessoa faz. Se a pessoa estiver de férias, licença ou afastada
temporariamente do trabalho, você deve anotar a ocupação mesmo assim. O trabalho
doméstico é uma ocupação, mesmo que não seja remunerado. Se a pessoa tiver mais de
uma ocupação, registre aquela a que ela dedica mais horas de trabalho. Será considerada
desempregada a pessoa que foi desligada do emprego e não está fazendo qualquer
atividade, como prestação de serviços a terceiros, “bicos” etc.
Por fim, vem o quadro para registrar o tipo de doença ou condições em que se encontra a
pessoa. Você não deve solicitar comprovação de diagnóstico e não deve registrar os casos
que foram tratados e já alcançaram cura.
ATENÇÃO: a família, além de referir doenças, pode e deve referir condições em que as
pessoas se encontram, como alcoolismo, deficiência física ou mental, dependência física,
idosos acamados, dependência de drogas etc. Nesses casos é muito importante que você
anote com cuidado a condição referida. É interessante que você saiba o que se considera
deficiência, para saber melhor como anotar essa condição das pessoas. Deficiência é o
defeito ou condição física ou mental de duração longa ou permanente que, de alguma
forma, dificulta ou impede uma pessoa de realizar determinadas atividades cotidianas,
escolares, de trabalho ou de lazer. Isso inclui desde situações em que o indivíduo consegue
realizar sozinho todas as atividades de que necessita, porém com dificuldade, ou por meio
de adaptações, até aquelas em que o indivíduo sempre precisa de ajuda nos cuidados
pessoais e outras atividades. A segunda parte do cadastro é para a identificação de pessoas
de 0 a 14 anos, 11 meses e 29 dias, isto é, pessoas com menos de 15 anos. Os campos para
“nome, data de nascimento, idade e sexo” devem ser preenchidos como no primeiro quadro
de pessoas com 15 anos e mais. No campo destinado a informar se frequentaa escola,
marcar com um X se ela está indo ou não à escola. Se ela estiver de férias, mas for continuar
os estudos no período seguinte, marcar o X para “sim”.
Os campos do verso da Ficha A servem para caracterizar a situação de moradia e
saneamento e outras informações importantes acerca da família. Repare que há um
quadrado para o tipo de casa, com quadrinhos para assinalar com X o material usado na
construção. Se o material não é nenhum dos referidos, você tem um espaço para explicar o
que foi usado na construção da moradia. É ali onde está escrito “outro – especificar”. Logo
abaixo, você tem onde informar o número de cômodos. Uma casa com quarto, sala,
banheiro e cozinha, tem quatro cômodos. Se só há um quarto e uma cozinha, são
dois cômodos. Atenção para o que não é considerado cômodo: corredor, alpendre, varanda
aberta e outros espaços que pertencem a casa, mas que são utilizados mais como
área de circulação. Abaixo, deve ser informado se a casa tem energia elétrica, mesmo que a
instalação não seja regularizada. Em seguida, o destino do lixo.
No lado direito da ficha, estão os quadros para informar sobre o tratamento da água na casa,
a origem do abastecimento da água utilizada e qual o destino das fezes e urina.
Na metade de baixo da ficha estão os quadros para outras informações. Primeiro, há um
quadrinho (sim ou não) para dizer se alguém da família possui plano de saúde e outro para
informar quantas pessoas são cobertas pelo plano. Logo abaixo, existem quadrinhos para
cada letra do nome do plano. Depois, você deve anotar que tipo de
Socorro aquela família está acostumada a procurar em caso de doença e quais os meios de
comunicação mais utilizados na casa.
À direita, estão os quadros para anotar se aquela família participa de grupos comunitários e
para informar que meios de transporte mais utiliza. Para completar, vem o espaço para você
escrever as observações que considerar importantes a respeito da saúde daquela família.

9.2 CADASTRAMENTO E ACOMPANHAMENTO DA FICHA B

Na Ficha B-GES o ACS cadastra e acompanha mensalmenteo estado de saúde das gestantes.
A cada visita, os dados da gestante devem ser atualizados nessa ficha, que deve ficar de
posse do ACS, sendo discutida mensalmente com o enfermeiro instrutor/supervisor.

A Ficha B-HA serve para o cadastramento e acompanhamento mensal dos hipertensos.


Atenção: só devem ser cadastradas as pessoas com diagnóstico médico estabelecido. Os
casos suspeitos (referência de hipertensão ou pressão arterial acima dos padrões de
normalidade) devem ser encaminhados imediatamente à Unidade Básica de Saúde para
realização de consulta médica. Só após esse procedimento, com o diagnóstico médico
estabelecido, é que o ACS cadastra e acompanha o hipertenso.
A Ficha B-DIA serve para o cadastramento e acompanhamento mensal dos diabéticos.
Atenção: só devem ser cadastradas as pessoas com diagnóstico médico estabelecido.
Os casos suspeitos (referência de diabetes) devem ser encaminhados à Unidade Básica de
Saúde para realização de consulta médica. Só após esse procedimento é que o ACS cadastra
e acompanha o diabético. Os casos de diabetes gestacional não devem ser cadastrados
nessa ficha.

A Ficha B-TB serve para o cadastramento e acompanhamento mensal de pessoas com


tuberculose. A cada visita os dados dessa ficha devem ser atualizados. Ela fica de posse do
ACS e deve ser revisada periodicamente pelo enfermeiro instrutor/supervisor. A Ficha B-HAN
serve para o cadastramento e acompanhamento
mensal de pessoas com hanseníase. Assim como na ficha B da gestante, o ACS deve atualizar
os dados específicos de cada ficha a cada visita realizada por ele. Esta ficha permanece com
o ACS, pois é de sua responsabilidade, e deveser revisada periodicamente pelo enfermeiro
instrutor/supervisor. Deve-se lembrar que sempre ao se cadastrar um caso novo, seja de
gestante, hipertenso, diabético, seja de pacientes com tuberculose ou hanseníase, o agente
comunitário de saúde deve discutir com o enfermeiro instrutor/supervisor, solicitando
auxílio para o preenchimento e acompanhamento deles.

9.3 ORIENTAÇÕES PARA PREENCHIMENTO DA FICHA C – CÓPIA DAS INFORMAÇÕES


PERTINENTES DA CADERNETA DA CRIANÇA.

Ficha C – é o instrumento utilizado para o acompanhamento da criança. A Ficha C é uma


cópia das informações pertinentes da Caderneta da Criança, padronizada pelo Ministério
da Saúde e utilizada pelos diversos serviços de saúde. Essa Caderneta é produzida em dois
modelos distintos: um para a criança de sexo masculino e outro para a criança de sexo
feminino. Toda família que tenha uma criança menor de cinco anos deve possuir essa
caderneta, que servirá como fonte de dados que serão coletados pelos ACS. O ACS deverá
transcrever para o seu cartão sombra/cartão espelho os dados registrados na Caderneta da
Criança. Caso a família não a tenha, o ACS deverá preencher o cartão sombra com base nas
informações referidas e orientara família a procurar a unidade de saúde em que realizou as
vacinas para providenciar a 2ª via. No Guia Prático do ACS, você encontra as informações
sobre esquema vacinal da criança e sobre o correto preenchimento das curvas de
crescimento.
9.4 ORIENTAÇÕES PARA PREENCHIMENTO DA FICHA D – REGISTRO DE ATIVIDADES,
PROCEDIMENTOS E NOTIFICAÇÕES

A Ficha D é utilizada por todos os profissionais da equipe de saúde. Cada profissional entrega
uma Ficha D preenchida afinal do mês. O preenchimento desse instrumento deve ser diário,
considerando-se os dias efetivos de trabalho em cada mês.

O primeiro quadro da ficha, onde estão os espaços para município, segmento, unidade etc.,
será preenchido pelo ACS com a ajuda do enfermeiro de sua unidade de saúde, que é
o responsável pelo seu trabalho e que realizará a orientação e a supervisão.
Como a ficha é única para todos os profissionais, o ACS só irá anotar o que é específico do
seu trabalho, que está no verso da Ficha D.
No quadro destinado a informar sobre os “Procedimentos”, você vai registrar nas duas
últimas linhas: “Reuniões e Visita Domiciliar”. Reuniões – você vai registrar o número de
reuniões realizadas por você, que contaram com a participação de 10
ou mais pessoas, com duração mínima de 30 minutos e com o objetivo de disseminar
informações, discutir estratégias de superação de problemas de saúde ou de contribuir para
a organização comunitária. Visita domiciliar – você vai registrar todas as visitas domiciliares
que você realizou, qualquer que seja a finalidade. Logo no início do quadro “Notificações”,
há três linhas onde você deve anotar as notificações feitas por você sobre as crianças
menores de dois anos que tiveram diarreia e infecções respiratórias agudas.

< 2a – Menores de dois anos que tiveram diarreia – registrar o número de crianças com
idade até 23 meses e 29 dias que tiveram um ou mais episódios de diarreia, nos 15 dias
anteriores à visita domiciliar. < 2a – Menores de dois anos que tiveram diarreia e usaram
terapia de reidratação oral (TRO) – registrar o número de crianças com idade de até 23
meses e 29 dias que tiveram diarreia nos 15 dias anteriores à visita domiciliar e usaram
solução de reidratação oral (soro caseiro ou soro de reidratação oral – SRO – distribuído pela
Unidade de Saúde ou comprados na farmácia). Não anotar as crianças que utilizaram
somente chás, sucos ou outros líquidos. < 2a – Menores de dois anos que tiveram infecção
respiratória aguda – registrar o número de crianças com idade até
23 meses e 29 dias que tiveram infecção respiratória aguda nos 15 dias anteriores à visita
domiciliar.
Hospitalizações – você deve preencher esse quadro cada vez que tomar conhecimento de
qualquer caso de hospitalização de pessoas da comunidade onde você atua, no mês de
referência ou no mês anterior:
Data – registre dia e mês da hospitalização. Nome – anote o nome completo da pessoa que
foi hospitalizada. Endereço – anote o endereço completo da pessoa que
foi hospitalizada. Sexo – marque F para feminino e M para masculino.
Idade – anote a idade em anos completos. Se a pessoa for menor de um ano, registrar a
idade em meses. Causa – registre a causa da hospitalização informada pela
família ou obtida por meio de laudos médicos. Nome do hospital – anote o nome do hospital
onde a pessoa foi internada.

Veja uma situação que serve de exemplo: Valéria, agente comunitária de saúde, ao realizar
as visitas domiciliares no mês de outubro, soube da ocorrência de três internações
na sua microárea. A primeira, de dona Marta Pereira de Alencar, ocorreu no mês de
setembro, em data posterior à visita que a ACS realizou à família de dona Marta, devendo
ser então registrada na ficha de outubro. Os outros dois casos ocorreram
ainda no mês de outubro. Observe como o exemplo foi registrado na ficha.
Óbitos – você deve anotar todo óbito ocorrido no mês de referência e no anterior:
Data – registrar dia e mês da ocorrência do óbito.
Nome – anote o nome completo da pessoa que faleceu.
Endereço – anote o endereço completo da pessoa que faleceu.
Sexo – marque F para feminino e marque M para masculino.
Idade – anote a idade em anos completos. Se a pessoa for menor
de um ano, registre a sua idade em meses.
Causa – registre a causa do óbito, segundo as informações da
família ou obtida por meio de atestado de óbito.
AGENTE

DE

ENDEMIAS
UNIDADE 1
COMO FUNCIONA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)?
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um sistema público, organizado e orientado no sentido do
interesse coletivo, e todas as pessoas, independente de raça, crenças, cor, situação de
emprego, classe social, local de moradia, a ele têm direito.
O QUE É UMA ENDEMIA?
A endemia é a ocorrência de determinada doença que acomete sistematicamente
populações em espaços característicos e determinados, no decorrer de um longo período
(temporalmente ilimitada), e que mantêm uma incidência relativamente constante.
Observação para entender melhor: endemia são qualquer doença que ocorre apenas em
um determinado local ou região, não atingindo nem se espalhando para outras
comunidades.

Exemplo: É a ocorrência da febre amarela, comum na Amazônia.


A dengue é outro exemplo porque os registros de focos da doença em um espaço limitado,
ou seja, ela não se espalha por toda região, ocorre onde há incidência do mosquito
transmissores da doença.
As endemias ocorrem de varias maneiras sua transmissão, podendo ser contaminação direta
através de contato com o parasita no meio, ou por veiculação através de outros organismos
vivos.
O QUE É EPIDEMIA?
A epidemia é a ocorrência em uma comunidade ou região, de casos de uma mesma doença,
ultrapassando a incidência esperada. As epidemias presentes desde o inicio da historia do
homem, fenômeno que atinge grupos de indivíduos provocando alterações no modo de
vida.
Exemplos: Gripe aviária, poliomielite

O QUE SERÁ UMA PANDEMIA?


É quando uma doença ultrapassa as fronteiras de uma nação transforma-se em pandemia.
Podendo espalhar-se por mais continentes ou por todo mundo, causando inúmeras mortes.
Exemplos: Aids, tuberculose, peste, gripe asiática, gripe espanhola.
Uma pandemia ocorre quando uma nova cepa do vírus que causa a doença facilmente
transmissível ao ser humano contra a qual a maioria das pessoas não tem imunidade.
A EPIDEMIOLOGIA É a ciência que estuda a distribuição e os determinantes dos problemas
de saúde em populações humanas.
A epidemiologia tem a preocupação com a evolução histórica das doenças nos indivíduos no
coletivo. Assim a epidemiologia oferece à saúde pública explicações para os problemas de
saúde das populações, permitindo aos divisores optarem em função de diferentes
pressupostos na hora de tomada decisões5.
Mas atualmente são conhecidos como agente de combate a endemias com atividades
fundamentais tendo como atribuições o exercício de atividades de vigilância, prevenção e
controle de doenças endêmicas e infecto-contagiosas e promoção da saúde, mediante ações
de vigilância de endemias e seus vetores, inclusive, se for o caso, fazendo uso de substancias
químico, abrangendo atividades de execução de programas de saúde, desenvolvidas em
conformidade com as diretrizes do SUS e sob orientação do gestor.

DOENÇAS EMERGENTES E REMERGEENTES


As doenças emergentes são as que surgem com impacto significativo sobre o ser humano.
São denominadas de reemergentes aquelas doenças bastante conhecidas, que estavam
controladas, ou eliminadas de uma determinada região, e que vieram a ser reintroduzidas4.
Esses fenômenos vêm sendo associados a fatores demográficos, ecológicos ambientais,
resistência e seleção de agentes aos antimicrobianos, resistência dos vetores aos inseticidas
rapidez e intensidade de mobilização das populações no processo de globalização,
desigualdades sociais, precárias condições de saneamento que favorecem a disseminação de
doenças, entre outros

UNIDADE 2 - VIGILÂNCIA SANITÁRIA


Expressão vigilância sanitária epidemiológica passou a ser aplicada ao controle das doenças
transmissíveis na década de 50.
A constituição brasileira por meio da lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme o
art. 6°, parágrafo 1°, a seguinte: “Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações
capazes de eliminar diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas
sanitárias decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação
de serviços de interesse da saúde abrangendo:
I - O controle de bens de consumo que direta ou indiretamente se relacionem com a saúde,
compreendidas todas as etapas e processos da produção ao consumo.
II - O controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com
saúde.
Com a formação dos aglomerados urbanos novos padrões de vida acompanhados por
hábitos diferentes da população ocasionaram-se o surgimento
de vários problemas sanitários e ambientais.
Ocorreu a implantação da vigilância sanitária com regras sanitárias para monitorar, por
exemplo, à água fornecida para a população, com fiscalização no gerenciamento e métodos
de manejo e destino dos resíduos sólidos, com essas medidas de prevenção para finalmente
minimizar a dispersão das epidemias.
QUAL É A MISSÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA?
Promover e proteger a saúde da população por meio de ações integradas e articuladas de
coordenação, normatização, capacitação, educação, informação, apoio técnico, fiscalização,
supervisão e avaliação em vigilância sanitária.
O QUE FAZ A VIGILÂNCIA SANITÁRIA?
A vigilância sanitária é um conjunto de ações capazes de eliminar diminuir ou prevenir riscos
à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e
circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde.
QUEM É RESPONSÁVEL DE ORGANIZAR O TRABALHO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA?
I. Universalidade de acesso à saúde. II. Integralidade de assistência. III. Igualdade de
assistência. IV. Preservação da integridade física e moral. V. Direito à informação.
VI. Divulgação sobre o potencial dos serviços. VII. Utilização da epidemiologia. VIII.
Participação da comunidade IX. Descentralização político-administrativa.
X. Integração das ações de saúde, meio ambiente e saneamento XI. Conjugação dos
recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos entre união, estado e municípios.
XII. Resolutividade dos serviços. XIII. Sem duplicidade alheia serviços.
QUAIS OS RISCOS À SAÚDE QUE A VIGILÂNCIA SANITÁRIA COMBATE?
Riscos ambientais: surge quando o esgoto o lixo e a água usada em locais públicos não têm
um destino adequado, com a presença de vetores como ratos, baratas e insetos.
Riscos ocupacionais: observados em processos de produção e comercialização de alimentos
e outros produtos, por exemplo, desenvolvidos em locais insalubre; falta de equipamentos
de proteção individual (goros, botas, aventais e mascaras) para profissionais.
Riscos sociais: quando, por exemplo, ocorre a comercialização de alimentos sem padrão de
identidade de qualidade; isto resulta no não atendimento das necessidades básicas de
alimentação de quem compra o produto.
Riscos Institucionais: quando um local público apresenta riscos à saúde individual e coletiva
em função de seus aspectos físicos, higiênicos e sanitários.
QUAIS SÃO OS PÚBLICOS QUE FAZEM VIGILÂNCIA SANITÁRIA?
A vigilância é executada por um conjunto de órgãos que compõem o sistema nacional de
vigilância – SNVS, coordenada pela agência nacional de vigilância – ANVISA, ligada
diretamente ao ministério da saúde – MS/SVS.
QUAIS AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA?
Locais de produção e comercialização de alimentos: fábricas restaurantes, bares,
produtores de laticínios, mercados, frutaria, açougue, peixaria, matadouro, frigorífico etc.
Áreas de lazer: shopping, cinemas, clubes, ginásios de esportes, óticas, postos de gasolina,
estádios, piscinas etc.
Saneamento básico: redes de esgoto, fornecimento de água etc.
Locais públicos: escolas, cemitérios, presídios, hospitais, clínicas, farmácias, portos,
aeroportos, área de fronteira etc.
Fábricas: medicamentos, produtos químicos, de agrotóxicos, de cosméticos, de perfume etc.
O QUE COMPETE AO ESTADO NA VIGILÂNCIA SANITÁRIA?
Coordenar o sistema estadual de VISA; Legislar em caráter suplementar; Orientar os
municípios na elaboração de atos normativos e legais para implantação do serviço de VISA;
Legislar em caráter suplementar; Orientar os municípios na elaboração de atos normativos e
legais para implantação do serviço de Vigilância Sanitária; Capacitar, planejar, programar e
exeAs caixas d'água e cisternas dos prédios devem ser limpas com freqüênciascutar, em
caráter complementar, as ações de VISA; Monitorar e avaliar o processo de descentralização
das ações de VISA;

O que compete ao município na vigilância sanitária?


Planejar, implementar e executar ações de vigilância sanitária com a cooperação técnica e
financeira da união e do estado; Normatizar em caráter suplementar, observado o critério
interesse local; Gerenciar o sistema de informação em vigilância sanitária;
QUAIS SÃO OS PODERES DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA?
Educando e orientando: é o poder pedagógico e educacional, ou seja, é a capacidade que os
profissionais da vigilância sanitária possuem para orientar e educar em vigilância sanitária.
Reprimindo e impedindo irregularidades: é o poder de polícia, exclusivo do estado,
executado quando ocorrem fiscalizações, aplicações de intimações e infrações, interdição de
estabelecimentos, apreensão de produtos e equipamentos etc.
UNIDADE 3

DOENÇAS DE INTERESSE PARA A SAÚDE PÚBLICA: NOÇÕES BÁSICAS, PREVENÇÃO,


SINTOMAS, CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES TRANSMISSORES E CAUSADORES DAS
ENDEMIAS.

Cólera
A cólera é uma doença típica de regiões
que sofrem problemas de abastecimento
de água tratada; a sujeira e os esgotos a
céu aberto influenciam no aumento de
casos de doenças
Qual é o agente causador da cólera?
É uma bactéria chamada de Vibrio
Cholerae, microorganismo aquático é
autóctone natural do ecossistema
aquático e pode ser encontrado em forma Vibrio Cholerae
livre na água Fonte: Cultura mix

Como é o modo de transmissão?


A transmissão ocorre através do consumo de água e alimentos contaminados por bactérias
Vibrio Cholerae
Qual é o período de incubação?
É o tempo transcorrido entre a contaminação e o aparecimento dos sintomas, que varia de
algumas horas a cinco dias.
Quais são os aspectos clínicos?
As manifestações mais freqüentes são diarréia e vômitos, quando na ocorrência de casos
mais graves apresentando diarréia aquosa, com inúmeras evacuações diárias, as fezes têm
aparência amarelo-esverdeada, sem pus, muco ou sangue.
Quando os aspectos clínicos são, mas graves ocorre perda de muito liquido provocando
uma intensa desidratação podendo levar a morte.
Existe alguma vacina para cólera?
Há uma vacina oral, para cólera que se pode administrar a indivíduos com mais de 2 anos de
idade.
A cólera pode ser tratada?
Sim, as formas leves e moderadas da doença devem ser tratadas através de reidratarão oral,
quando nas formas graves deve ser instituída, a hidratação venosa ou o tratamento médico
terapêutico que tem por base o uso de antibióticos baseados na sintomatologia do paciente.
Quais são as maneiras de prevenção?
Lavar as mãos com água e sabão antes de comer e preparar alimentos e após usar o
banheiro; beber somente água tratada ou de qualidade; consumir somente frutas e verduras
desinfetadas.
Muito cuidado: A água talvez apresente uma aparência de limpa e transparente, porém
pode estar contaminada com Vibrio cholerae
Quais são os procedimentos utilizados para tratar a água para o consumo?
Ferver a água durante 5 minutos.
Filtre a água podendo usar pano limpo ou filtro de barro e depois adicione 2 gotas de
hipoclorito de sódio a 2,5% para cada 1 litro de água e espere 35 minutos para beber.
Quais são as etapas utilizadas para desinfetar as verduras e frutas?

Procedimento: Mergulhar as folhas e frutas em solução de hipoclorito de sódio 2,5%, na


proporção de 1 colher das de sopa para cada 1 litro de água, e deixar agir
por 30 minutos.

UNIDADE 4 caminhões entre outros; principalmente


quando um criadouro e transportado de
uma determinada região para outro lugar;
devido a grande resistência a dessecação,
ou seja, quantidade de tempo que o ovo
resiste sem contato com a água.
Com maior ocorrência em países tropicais
devido às condições climáticas e
ambientais beneficiando a proliferação do
vetor da dengue.
DENGUE Porque a dengue se espalha e agrava-se
O que é dengue? pelo Brasil?
Atualmente é a mais importante No Brasil, há referências de epidemias por
arbovirose que afeta o ser humano e dengue desde 1923 no Rio de Janeiro mas
constitui sério problema de saúde publica sem confirmação laboratorial. Sendo que
no mundo. É originário do Egito espalhou- a primeira epidemia com confirmação
se pelo mundo pelo oeste da África. Sendo laboratorial em Boa Vista (RR), no período
disseminado por meio de embarcações de 1982
nas colonizações, na atualidade o meio de Qual é o agente etiológico?
dispersão é através de automóveis aviões,

Tem como agente etiológico um arbovírus do gênero flavivírus da família flaviridae do qual
existem quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
Porém quando a pessoa é infectada por um deles, adquirir proteção permanente para o
mesmo sorotipo e imunidade parcial.
Como ocorre a transmissão?
A transmissão ocorre por meio da picada da fêmea da espécie vetora do Aedes aegypti.
Quando contaminado o mosquito ao picar uma pessoa infectada que se apresenta na fase
virêmica da doença, apto após um período de 10 a 14 dias, hábil em transmitir o vírus no
decorrer de sua vida através de suas picadas
Não há transmissão por contato direto com um doente ou suas secreções com uma pessoa
sadia nem fonte de água ou alimento.
Quais são as fases do desenvolvimento do mosquito?
O desenvolvimento ocorre através de metamorfose completa, compreendendo 4 fases: ovo,
larva, pupa e adulto.
Fases do desenvolvimento do mosquito.
Fonte: Professor Interativo

Quais são as etapas das fases do desenvolvimento do Aedes aegypti?


Ovo
Na postura dos ovos as fêmeas depositam nas paredes internas dos objetos que propicia as
condições adequadas, vindo a transformar-se em criadouros sendo postos em ambientes
escuros, úmidos e bem próximo da superfície da água.
No instante que ocorre a postura dos ovos são brancos, mas rapidamente adquirem a cor
negra brilhante:
Os ovos do Aedes aegypti são capazes de resistir a longos períodos de dessecação,
podendo prolongar-se por, mas de 365 dias, quando em contato com a água vindo a
eclosão
Devido a essa resistência a dessecação, ocasiona um grande problema no combate ao
Aedes; pela facilidade que os ovos podem ser transportados a grandes distâncias sendo uma
principal forma de dispersão.
Larva
A fase larvária é a fase que ocorre a alimentação e o crescimento, essa fase acontece em
recipientes com água que venham a se transformar em criadouros.
Tendo uma intensa alimentação de partículas orgânicas, porém não resistem ambientes
poluídos.
Alarva é composta de cabeça, tórax e abdômen possuem um sifão para sua respiração,
quando necessita respirar vem à superfície, tendo um movimento em “S” em seu
deslocamento.
É nessa fase que ocorre maior vulnerabilidade, favorecendo as ações de prevenção e
erradicação do Aedes aegypti
É fundamental combater a larva para diminuir a infestação de mosquitos através de
eliminação de criadouros, por exemplo: manter garrafas de boca para
baixo, vasos de flores secos, caixa d’água fechada etc.

Pupa
Nesta fase as pupas não se alimentam, ocorrendo a transformação do estágio larval
para o adulto; ficam na superfície da água facilitando o surgimento do inseto
Este estágio de dois a três dias.
Adulto
Após emergir do estágio pupal, fica um período de várias horas em repouso sobre
as paredes internas dos recipientes para endurecimento do esqueleto externo e das asas.
Após 24 horas da emersão, podem acasalar abrigam-se nas partes externas nas habitações,
preferencialmente em locais úmidos sombreados e na vegetação.
A dispersão do Aedes aegypti a grandes distâncias se dá, geralmente, como resultado do
transporte dos ovos e larvas em recipientes.
Os adultos de Aedes aegypti, podem permanecer vivos em laboratório durante meses, mas,
na natureza, vivem em média de 30 a 35 dias; com uma mortalidade diária de 10% a metade
dos mosquitos morre durante a primeira semana de vida e 95% durante o primeiro mês.
Quais são os sintomas?
Os primeiros sintomas é febre alta de 39°C a 40°C, sendo apresentado de três formas:
Dengue Clássica; Dengue Hemorrágica; Síndrome do choque da dengue.
Dengue clássica: em primeiro momento
ocorre a manifestação de febre alta
variando de (39°C a 40°C), seguida de
cefaléia, mialgia, prostação, artralgia,
anorexia, astenia, dor abdominal, náuseas,
vômitos, com duração de cerca de 5 a 7
dias.
Dengue hemorrágica: os sintomas iniciais são semelhantes aos do dengue clássica, porém há
um agravamento do quadro no terceiro ou no quarto dia de evolução, com aparecimento de
manifestações hemorrágicas e colapso circulatório em diversos órgãos.
Síndrome do choque da dengue: nos
casos graves de febre hemorrágica da
dengue (FHD), o choque ocorre
geralmente, entre o 3 e o 7 dias de
doença, frequentemente precedido por
dor abdominal. O choque ocorre devido
ao aumento da permeabilidade vasculares
seguida de hemoconcentração e falência
circulatória. A sua duração é curta e pode
levar a óbito em 12 a 24 horas ou à
recuperação rápido frente terapia
antichoque e apropriada.
Quais remédios deve se evitar com suspeita de dengue?
A pessoa com suspeita de dengue não pode tomar remédios a base de ácido-acetil salicílico,
como por exemplo: aspirina, AAS, melhoral, doril, sonrisal, engov dentre outros, pois esses
remédios podem favorecer o aparecimento de hemorragias.
Esses medicamentos têm efeito anticoagulante, diminui a ação das plaquetas,
ocasionando o risco de hemorragia.
Quando houver suspeita de dengue?
A pessoa suspeita de dengue deve de inicio receber soro de hidratação oral; ser
encaminhada ao centro de saúde mais próximo para realização da consulta médica, todas as
pessoas com suspeita de dengue devem beber muita água, mesmo na espera para ser
atendido.
Nunca, ou seja, já mais deve tomar medicamentos sem orientação médica.
Porque não existe vacina contra a dengue?
Ainda não existe vacina contra a dengue.
muito complexo desenvolver a vacina contra a dengue, porque possuem quatro vírus
identificados, uma vacina para um tipo não ocorre imunização para o outro. É necessário
fazer uma combinação de todos os vírus, para elaborar uma
imunização contra a doença.
Qual é o tratamento para o paciente com dengue?
A pessoa deve repousar e ingerir muito liquida, evitando refrigerantes. O tratamento vai
depender do tipo de manifestação da doença, podendo variar de intensidade e gravidade.
Em relação dengue clássica não há tratamento específico para o paciente, o médico deve
tratar os sintomas, como as dores no corpo, cabeça.
Já os pacientes com Febre hemorrágica da dengue (FHD) é necessário realizar uma avaliação
rigorosa com muito cuidado para que sejam combatidos os primeiros sintomas de choque
por dengue, como a queda da pressão, que é o quadro mais complicado, podendo ser
repentino.
O que fazer para prevenir-se contra a dengue?
É fundamental a participação da população na prevenção e controle do Aedes aegypti vetor
da dengue.
A prevenção e controle da dengue é uma tarefa que exige um esforço em conjunto de todos,
através de simples medidas como, por exemplo: Vasos de flores ou plantas, manter o mato
seco com areia, recipientes plásticos devem ser furados antes do descarte, fechar bem os
sacos plásticos e manter lixeiras tampadas, garrafas e baldes vazios devem ser guardados de
cabeça para baixo, guardar pneus velhos em local coberto, manter sempre fechadas as
tampas de vasos sanitários, deixar caixas d'água sempre fechadas, realizar limpeza das
calhas, as caixas d'água e cisternas dos prédios devem ser limpas com frequência.
Porque atualmente as epidemias de dengue vêm aumentando?
Devido o crescimento populacional com condições sanitárias inadequadas favorece o
aumento da reprodução de mosquitos devido ao: Fornecimento inadequado de água,
práticas tradicionais irregulares no armazenamento de água, falta de coleta de lixo
(favorecendo o surgimento de criadouros de mosquitos), novos meios de transporte,
ocorrendo à movimentação de pessoas infectadas, resistência que o mosquito adquiriu aos
inseticidas.

As atribuições dos agentes no combate aos vetores são: Realizar pesquisa larvária em
imóveis para levantamento de índices, Descobrimento de focos e eliminação; tendo como
método controle mecânica (remoção, destruição, vedação, etc.). Orientar a população com
relação aos meios de evitar a proliferação dos vetores, repassar as informações coletadas no
trabalho de campo para seu supervisor, executar tratamento focal em recipientes que não
podem ser eliminado.
O agente de combate a endemias é fundamental no desenvolvimento de ações como
educação em saúde, mobilização comunitária com a finalidade a prevenção e combate a
endemias.

UNIDADE 5
ESQUISTOSSOMOSE
É uma doença infecciosa parasitaria causada por um verme muito pequeno denomina- do
schistosoma mansoni
Chegou ao Brasil com os escravos africanos trazidos pela colônia portuguesa, mas há
referências da doença muito antes dessa época; ovos do esquistossomo que causa essa
endemia foram encontrados em múmias chinesas de mais de dois mil anos3.
A espécie existente no Brasil foi descrita em 1907, pelo inglês Sambon, que a nomeou
Schistosoma mansoni em homenagem a Manson.
No Brasil estima-se que cerca de 6 milhões de indivíduos estejam infectados e 25 milhões,
expostos aos riscos de contrair a doença.
Onde se encontra a esquistossomose?
A esquistossomose mansônica é encontrada na África, Ásia e na América do Sul. No Brasil
áreas endêmicas importantes abrangem os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais4.
Quais os nomes populares?
É também conhecida como “doenças dos caramujos”, “Barriga d'água” ou “Xistosa”.
esquistossomose mansônica é encontrada na África, Ásia e na América do Sul.
Como ocorre á transmissão?
É uma doença de veiculação hídrica, cuja
transmissão ocorre quando os indivíduos
susceptíveis entram em contato com
águas superficiais onde existam caramujos
que liberam cercárias, (como ilustra a
figura abaixo da transmissão):

Pessoas doentes defecam as margens de lagos rios, quando ocorre a chuva arrasta as fezes
contaminadas com ovos do verme, os ovos eclodem e viram larvas que penetram no
caramujos que liberam as cercárias que penetram através da pele nas pessoas que banham
nessa água.
A partir de 5 semanas após a infecção a pessoa já elimina os ovos nas fezes, e permanece
assim durante vários anos.
Quando estou em área de risco podendo ser contaminado?
Observarem-se em lagos, lagoas, represas, rios que pretende entrar caso seja encontrado
caramujos podendo ocorrer risco de ser parasitado por cercárias.
A suscetibilidade ao verme é geral sendo independente a pessoa, quando em contato com
as cercárias, contraí a doença.
Quais são os hospedeiros no ciclo de desenvolvimento da esquistossomose?
No ciclo da doença, estão relacionados dois hospedeiros, o definitivo (homem) e o
intermediário (caramujo aquático).
Qual é o período de incubação?
O período de incubação ocorre em média de 1 a 2 meses após a infecção.
A pessoa pode estar contaminada mesmo sem ter a barriga d' água nome
popular da doença.

CICLO DE VIDA DA ESQUITOSSOMOSE


Pessoa infectada defeca na água em rios, lagos, represas etc.
Os ovos quando em contato com a água eclodem e liberam as larvas chamadas de
miracídios, que penetram nos caramujos.
Após o caramujo ser um hospedeiro intermediário, liberam larvas chamadas cercárias; que
penetram nas pessoas através da pele, quando entram em contato com a água.
Quando em contato com a pele da pessoa as cercárias caem na corrente sanguínea, sendo o
fígado o órgão preferencial.

No fígado, as formas jovens se diferenciam sexualmente e crescem alimentando-se de


sangue, migram para as veias do intestino onde alcançam a forma adulta acasalam-se e
iniciam a postura de ovos recomeçando o ciclo
Os sintomas aparentes são:Primeiramente ocorre a presença de sangue na urina, ocorrência
de coceiras na pele, febre, tosse, diarréia, enjôos, aumento do tamanho do fígado e do baço,
emagrecimento, evoluindo para um quadro crônico com diarréia alternada com pressão-de-
ventre, hemorrágicas etc.

Caso a infecção não é descoberta e devidamente tratada os sintomas aparecem e a doença


evolui.
Quando achar que tem esquistossomose o que devo fazer?
Imediatamente procurar o centro de saúde, para serem realizados os procedimentos, em
primeiro momento o caso suspeito deve ser submetidos a exame parasitológico de fezes
caso seja confirmado a suspeita o paciente deve ser tratado.
Os casos graves geralmente requerem internação hospitalar e tratamento
cirúrgico.
As medidas de prevenção e controle da esquistossomose:
A pessoa infectada não defecar próximos a corpos hídricos, sempre em sanitários ou
privadas.
Não entrar em lagos, rios, lagoas, represas que possuem caramujo; reduzindo o contato da
pessoa com o agente etiológico.
Desenvolver ações de educação em saúde para prevenção e controle.
Monitoramento de corpos hídricos, para avaliar se à ocorrência e possibilidade de
transmissão.
Controle biológico por meio de inimigo naturais dos moluscos.
Realização da coleta e tratamento de dejetos gerados pela população.

Atribuições dos agentes de combate as endemias no controle da esquistossomose:


Quando surgem casos suspeitos identificando sinais e sintomas da esquistossomose devem
ser encaminhados os casos suspeitos para as unidades de saúde, mas próximas.
Realizar o acompanhamento do tratamento dos portadores de Schistosoma Mansoni.

Monitorar os corpos hídricos através de levantamento de áreas que venha trazer risco as
pessoas na possível transmissão.
Orientar a comunidade através do desenvolvimento de ações educativas no controle de
esquistossomose.

UNIDADE 6
DOENÇA DE CHAGAS

De acordo com KROPF & MASSARANI (2009), o médico pesquisador mineiro Carlos Chagas
em abril de 1909, notificou a descoberta de uma nova doença tropical que ficou conhecida
como a doença de chagas, levando o sobrenome do pesquisador; sendo uma contribuição
fundamental para o cenário cientifico internacional sobre as doenças tropicais.
Na América Latina essa doença é uma das principais endemias, sendo um dos seus maiores
problemas sanitários. Este fato reforça a importância de garantir a sustentabilidade das
ações voltadas para seu enfrentamento5.
Segundo ARGOLO et al. (2008), uma das vetores da doença (barbeiro), é o fato de
dificuldades em se combater os insetos novas espécies ocuparem nichos que eram
antes ocupados por outras, além de sendo principalmente encontradas em
passarem a habitar o interior dos casas de zonas rurais.
domicílios chegando as residências através
dos animais ou por moradores que trazem
algum material para dentro das casas,
como por exemplo lenha, palha etc.;
O risco de contrair o mal de chagas está associado às precárias habitações nas áreas rurais,
pois este inseto se aloja nas frestas das paredes de barro das casas da população menos
favorecida

O que é a doença de chagas?


A doença de chagas também é conhecida como tripanossomíase americana. A doença de
chagas é uma das conseqüências da infecção humana produzida pelo protozoário flagelado
Trypanossoma cruzi
Como é a transmissão?
Este animal “barbeiro” tem hábito noturno, alimenta-se exclusivamente do sangue de
animais vertebrados, tendo como seu ambiente de vivência em frestas de casas a pau a
pique, camas e colchões, depósitos, ninhos de aves, tronco de árvores, dentre outros locais,
preferência em lugares mais próximos à sua fonte de alimento.
A transmissão do Trypanossoma cruzi para o ser humano pode ocorrer por diversas, formas
de acordo com Organizações Pan Americana da Saúde, (2009): vetorial; transfusional;
vertical ou congênita; acidental; oral.

Vetorial: ocorre por meio das fezes dos “barbeiros” ou “chupões” após o repasto sanguíneo
defecam, junto com as fezes são eliminados formas infectantes de tripomastigotas
metacíclicos.
Trasnfusional/transplante: ocorre pela passagem por transfusão de sangue ou
hemocomponentes ou transplante de órgãos de doadores infectados a receptoras sadios.
Vertical ou Congênita: é a passagem de parasitas de mulheres infectadas pelo
trypanossoma cruzi, para seus bebês durante a gestação ou o parto.
Acidental: ocorre pelo contato da pele ferida ou de mucosas com material contaminado
durante manipulação em laboratório, sem o uso adequados de EPI'S.
Oral: através da ingestão de alimentos contaminados com parasitas provenientes de
triatomíneos infectados.
Qual é o período de incubação?
Na fase aguda acostuma aparecer 5 a 14 dias após a picada do inseto vetor. Quando
adquirida por transfusão de sangue o período de incubação varia de 30 a 40 dias. Em geral as
formas crônicas da doença se manifestam mais de 10 anos após a infecção inicial2.
Quais são os reservatórios?
São mamíferos silvestres, como o gambá, tatu, tamanduá, quati, porco espinho, roedores,
além de animais domésticos como cão, gato e rato.
Qual é o quadro clínico de um paciente infectado?
Nos primeiros dias após a picada a pessoa pode apresentar os seguintes sintomas: Febre,
falta de apetite, mal – estar, Inflamação leve no local da picada são sintomas comuns no
momento da infecção chamada fase aguda.

A manifestação da doença ocorrerá mesmo depois de muitos anos depois, na fase crônica,
quando o coração já este gravemente comprometido.
Os sintomas em um indivíduo infectado vão apresentar varias manifestações clínicas, como a
falta de ar, tonturas, taquicardia, braquicardia e inchaço nas pernas, além do parasita
lecionar o fígado e no sistema nervoso e linfático.
O que fazer se você estiver doente?
Procure um posto de saúde imediatamente da sua cidade para receber orientações.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é realizado por métodos sorológicos são aqueles que buscam identificar, no
sangue do indivíduo, a presença de anti-corpos produzidos pelo organismo contra o
trypanossoma cruzi, evidenciando desta forma a contaminação pelo parasita.
Maneiras de controle e prevenção da doença de chagas?
Para o adequado desenvolvimento controle da doença de chagas, é fundamental que as
equipes de saúde, com ênfase nas equipes de atenção primária, incorpore, em seu processo
de trabalho, ações de vigilância que integrem a questão ambiental envolvendo reservatórios,
vetores e população humana.
Com a interrupção da transmissão vetorial da doença de chagas pelo triatoma infestans é
necessário fortalecer a vigilância nas áreas consideradas de risco, para impedir a sua
introdução6.
De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), um primeiro desafio para enfrentar a
doença de chagas e outras enfermidades negligenciadas é criar uma estrutura que permita o
tratamento; essa situação é bem complexa e difícil devido a maioria das pessoas infectadas
ou em lugares de difícil acessos, não ocorrendo atendimento adequado.
As maneiras e prevenção no controle da doença de chagas: Aplicação de inseticidas, o
inseto não possui grande resistência, melhoria nas habitações, não deixar animais
domésticos ficar entrando em casa, orientar população em áreas de risco, por meio de
educação e informação sobre o barbeiro, desenvolver ações sobre as fontes de infecção,
evitar consumo de carne de caça, manter a casa e os quintais limpos.

Atribuições e objetivos da vigilância epidemiológica da doença de chagas:Detectar todos os


casos agudos (por transmissão vetorial, transfusional ou outras formas para a adoção das
medidas de controle adequadas. Realizar inquéritos escolares visando o conhecimento de
áreas onde continua ocorrendo a transmissão vetorial. Dar continuidade ao programa de
controle de vetores domiciliares, que deve priorizar a vigilância entomológica exercida pela
própria população, de forma continua e controlada pela rede de serviços de saúde. Impedir
a transmissão transfusional. Impedir a expansão da doença.

UNIDADE 7
FEBRE AMARELA
A primeira epidemia de febre amarela descrita no Brasil ocorreu em 1685, em Recife, atual
capital do Estado de Pernambuco. A doença ocorre principalmente no continente africano
onde se concentram mais de 90% das notificações anuais no continente americano,as áreas
de maior incidência de febre amarela concentram-se no Peru, Bolívia, Colômbia, Equador,
Venezuela e Brasil.

O que é febre amarela?


A febre amarela é uma doença infecciosa não contagiosa, que se mantém endêmica nas
florestas tropicais da América e África causando surtos isolados ou epidemias de maior ou
menor impacto em saúde pública.
Existem dois tipos de febre amarela que, no período de viremia, ao serem
silvestre e urbana. picadas pelos mosquitos silvestres lhe
repassam o vírus.

Ciclo epidemiológico da febre amarela


Transmissão da febre amarela? silvestre e urbana.
A transmissão da febre amarela ao Fonte: Secretaria de Vigilância em
homem se dá pela picada do mosquito da Saúde/MS.
família Culicidae, sendo a espécie Aedes Qual é o período de incubação?
aegypti o principal vetor da febre amarela Tendo um período de incubação que varia
urbana e o Haemagogus, o principal vetor de 3 a 6 dias após a picada do mosquito
da febre amarela silvestre. De acordo com infectante. Quando o mosquito é
FUNASA (1999), na febre amarela infectado ele transmiti o vírus por toda
silvestre, o vírus circula entre os macacos sua vida.
Quanto tempo após a picada do mosquito infectado é possível manifestar os sintomas?
A transmissão é feita pela picada do mosquito Haemagogus contaminado; quando a pessoa
é infectada os sintomas como febre e dor de cabeça é de três a seis dias depois da picada.
Sintomas aparentes da febre amarela:Febre alta repentina. Dores no corpo,Pele e olhos
amarelados eMal-estar e vômitos

Qual é a melhor maneira de evitar a doença?


É a vacinação; a vacina contra a febre amarela é (17DD) é elaborada com o vírus vivo
atenuado.
Prevenção
Segundo a FUNASA (1999), é de fundamental importância no controle de todos os agravos.
No que diz respeito à febre amarela. Este componente permeia todas as atividades, visando
a difundir e informar sobre prevenção, ressaltando a importância da vacinação e outras
medidas de proteção individual. Além de ação especialmente à população residente nas
áreas endêmicas, à população migrante e a grupos de risco em seus locais de procedência,
antes do deslocamento para essas áreas.
Como prevenir ou tratar?
A febre amarela urbana encontra-se erradicada de nosso país desde 1942. Não é possível
erradicar a febre amarela silvestre, porque a doença tem um importante ciclo natural de
circulação entre os primatas não humanos das florestas tropicais.
Todos devem ser vacinados, brasileiros e estrangeiros, especialmente que residem em áreas
endêmicas: Acre, Amapá, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal,
Maranhão, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, nas áreas de transição (extremo-
oeste de Santa Catarina) e para o exterior.
UNIDADE 8
LEISHMANIOSE
A leishmaniose é uma doença que se apresenta em leishmaniose tegumentar Americana e
Leishmaniose Visceral.
O que é leishmaniose tegumentar americana?
A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença de evolução crônica que
acomete, isoladamente ou em associação, a pele e as mucosas do nariz, boca, faringe e
laringe5. É uma doença infecciosa, não contagiosa.
Distribuição da leishmaniose tegumentar americana
A leishmaniose tegumentar tem ampla distribuição mundial e no continente americano há
registro de casos desde o extremo sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, com
exceção do Chile e Uruguai.
Densidade de casos (2004) e circuitos de leishmaniose tegumentar americana por município,
Brasil.
Fonte: Brasil, 2007.
Qual é o vetor?
Os vetores da LTA são insetos
denominados Flebotomíneos,
pertencentes à ordem Díptera, Família
Psychodidae, subfamília Phlebotominae,
gênero lutzomyia, conhecidos Fêmea de flebotomíneo ingurgitada Fonte:
popularmente, dependendo da localização Brasil, 2007.
geográfica, como mosquito palha,
tatuquira, birigui, entre outros.

A transmissão da leishmaniose tegumentar americana?


É transmitida através da picada de insetos vetores chamados de flebotomíneos.
No Brasil a leishmaniose tegumentar americana acomete principalmente as populações
rurais do norte, nordeste e centro oeste5.
Só a fêmea do flebótomos transmite a doença?
Ambos os sexos se alimentam do néctar das plantas, mas somente as fêmeas se alimentam
de sangue para postura dos ovos.
O que é a leishmaniose visceral americana?
Doença infecciosa que afeta o homem e vários animais; é causada por um protozoário do
gênero leishmania.
No Brasil a leishmaniose visceral americana (LVA), também conhecida como calazar,
comporta-se como uma zooantroponose rural, peri-urbana mas que nas
duas últimas décadas atingiu áreas urbanas4.
Qual é o agente etiológico?
Os agentes etiológicos da leishmaniose visceral são protozoários tripanosomatídeos do
gênero leishmania, parasita intracelular obrigatório das células do sietma fagocítico mono-
nuclear, com uma forma flagelada2.
Forma flagelada Fonte: BRASIL, 2006.
Qual é o reservatório? canina tem precedido a ocorrência de caos
Na área urbana, o cão (canis familiaris) é a humanos e a infecção em cães tem sido
principal fonte de infecção. A enzootia mais prevalente que no homem. No
ambiente silvetre os reservatorios são as
raposas e os marsupiais1, como ilustra a
figura abaixo.

Sintomas em seres humanos: Febre dos olhos e nas orelhas, Emagrecimento,


irregular de longa duração,Falta de Lacrimejamento
apetite, emagrecimento e fraqueza,
Barriga inchada e Feridas na pele.

Sinais aparentes em cães infectados:


Lesões na pele,Crescimento exagerado das
unhas, Que de pelos, com inicio ao redor
Há tratamento para a leishmaniose?
Apesar de ser uma doenças grave, a leishmaniose visceral tem tratamento para os humanos.
É realizado na rede de serviço do Sistema Único de Saúde inteiramente
gratuito.
Algumas medidas preventivas
Para minimizar o risco de transmissão, algumas medidas preventivas de ambientes
individuais ou coletivos devem ser estimuladas, tais como: Utilização de repelentes,Manter a
casa e o quintal sempre limpos, Depositar o lixo adequadamente ,Uso de mosquiteiras, Poda
de árvores, de modo a aumentar a insolação, para diminuir o sombreamento do solo e evitar
as condições favoráveis, Realizar limpeza dos ambientes que ficam animais domésticos.
Quais as medidas de controle?
Dirigidas aos casos humanos: organização de serviços de saúde para atendimento precoce
dos pacientes, visando diagnostico, tratamento adequado e acompanhamento.
Dirigidas ao controle do vetor: O controle químico imediato está indicado para as áreas com
registro de 1ª caso autóctone em áreas de surto.
O que deve ser realizado pelo programa de vigilância sobre a leishmaniose?

caracterizar surtos; Identificar precocemente os casos autóctones em áreas consideradas


não- endêmicas. Reduzir o número de casos em áreas de transmissão domiciliar; Adotar
medidas de controle pertinentes, após investigação epidemiológica, em áreas de
transmissão domiciliar. Monitorar os eventos adversos aos medicamentos.
UNIDADE 9
LEPTOSPIROSE
A leptospirose é um importante problema de saúde pública no Brasil, e em outros países
tropicais em desenvolvimento, devido à alta incidência nas
populações que vivem aglomerações urbanas sem adequada infra-estrutura sanitárias e
com infestações de roedores3.
O que é leptospirose?
É uma doença infecciosa febril de inicio abrupto, cujo espectro pode variar desde um
processo inaparente até formas graves.
Trata-se de zoonose de grande importância social e econômica por apresentar elevada
incidência em determinadas áreas, alto custo hospitalar e perdas de dias de trabalho bem
como por sua letalidade, que pode chegar a até 40% dos casos
mais graves2.
Qual é o reservatório da leptospirose? lesada ou das mucosas da boca, narinas e
O principal reservatório é constituído olhos.
pelos roedores sinantrópicos (domésticos)
das espécies Rattus norvegicus (ratazana
ou rato de esgoto), Rattus rattus (rato de
telhado ou rato preto) e Mus musculus
(camundongo ou catita)5.
Como é transmitida a leptospirose?
A infecção humana resulta da exposição
direta ou indireta à urina de animais
infectados. A penetração do
microrganismo da-se através da pele
Pode também ocorrer através da pele íntegra quando imersa em água por
longo tempo
Qual é o agente etiológico?
Bactéria aeróbica obrigatória do gênero Leptospira, do qual se conhecem atualmente sete
espécies patogênicas sendo a mais importante a L. interrogans.
Qual o principal transmissor?
O rato é o principal transmissor da leptospirose, isso ocorre devido à urina do rato
contaminar esgotos, córregos, água de chuva e lixo.
Enchentes e chuvas fortes contribuem nos países tropicais e subtropicais para o contato do
homem com águas e lama contaminadas pela urina do roedor, favorecendo o aparecimento
de surtos da doença humana
Ratos no meio de uma enchente. Fonte: Ubirajando.blogspot.com
Qual é o período de incubação?
O período de incubação é em média de dois a cinco dias e as leptospiras são eliminadas na
urina de animais infectados.
Quais os procedimentos a ser realizado após ocorrer uma enchente para evitar a
leptospirose?
Realizar a limpeza retirando a água e lama, e depois desinfetar com água sanitária ou utilizar
hipoclorito de sódio.
Se o contato com a água contaminada for inevitável, a única forma de reduzir riscos à saúde
é permanecer o menor tempo possível em contato com essas águas.
Se a enchente inundar as residências, após as águas baixarem será necessário lavar e
desinfetar o chão, as paredes, os objetos caseiros e as roupas atingidas com água sanitária,
na proporção de 4 xícaras de café deste produto para um balde de 20 litros de água. Depois,
enxaguar o ambiente e objetos com água limpa. Todo alimento que teve contato com água
contaminada deve ser jogado fora, pois pode transmitir a doença.
É fundamental a realização da limpeza e desinfetar a caixa d' água com uma solução de água
sanitária da seguinte forma:
Esvaziar a caixa d' água e realizar a limpeza das paredes e fundo do recipiente, após a
limpeza adicione 1 litro de água sanitária para cada 1000 litros de água no
reservatório.
Posteriormente encha a caixa d' água, deixando o registro fechado por 35 minutos, em
seguida abra as torneiras por alguns segundos para essa água
misturar-se com a água sanitária entre nas tubulações; aguardando um período de 1 hora e
20 minutos para que ocorra a desinfecção da caixa.
Depois abra as torneiras para escoar toda a água, podendo ser utilizada para limpeza de
chão e de paredes.
Finalmente após esses procedimentos pode encher novamente a caixa com
água para o consumo.
Quais são os sintomas que são causados nos seres humanos pela leptospirose? Febre alta,
Calafrios, Dores de cabeça, Dores musculares, Náuseas, Vômitos, Olhos avermelhados.
Quando a pessoa possuir esses sintomas pode ser sinais de leptospirose, de imediato
deve-se procurar um médico ou unidade básica de saúde.
Medidas preventivas no combate da leptospirose: Armazenar o lixo em sacos plásticos e
em recipientes bem tampados, para a coleta;Realiza sempre limpeza dos quintais;
Armazenar os alimentos em lugares protegidos dos ratos; Evitar contato com águas
provenientes de enchentes e esgotos; Fechar os buracos existentes entre paredes.

UNIDADE 10

MALÁRIA da descoberta de que a transmissão da


No Brasil, a incidência de malária vem malária se fazia por mosquito do gênero
aumentando progressivamente a partir de Anopheles5.
1970; 99,8% da transmissão da malária
concentram-se na Amazônia legal,
composta pelos estados do Acre,
Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato
Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e .
Tocantins.
O controle da malária no Brasil tem uma
historia remota. Em 1898, antes mesmo
Atualmente, a doença concentra-se na região da Amazônia legal, correspondendo a mais
de 99% dos casos registrados são quase totalmente
importados da região Amazônica ou de outros países onde ocorre transmissão.
Anopheles darlingi
Fonte: ICB/USP
O que é malária? A malária, também conhecida como
paludismo, maleita, impaludismo e febre
terçã ou quartã, doença infecciosa febril
aguda causada por parasita unicelular. É
causada por protozoários, do gênero
Plasmodium, como o plasmodium vivax,
Plasmodium falciparum, Plasmodium
malariae.
Como ocorre a transmissão da malária?
Os parasitas da Malária são transmitidos
pela picada dos mosquitos fêmeas do
gênero
Anofeles multiplicam-se dentro das células
sanguíneas vermelha. Transmissão da Malária.
Fonte: Só Biologia
Reservatório
O homem é o único reservatório com importância epidemiológica para a malária.
Período de incubação
O período de incubação da malária varia de acordo com a espécie de plasmódio. Para
P. falciparum, de 8 a 12 dias; P. vivax, 13 a 17 dias e P. malariae, 18 a 30 dias.
Quais são os sintomas da doença no ser humano? Febre acompanhada de arrepios de frio,
seguidos de calor intenso e suores abundantes. Reaparecimento de febre com intervalos de
2 a 3 dias. Dor de cabeça, Dores musculares, Falta de força, Falta dapetite e Enjôos.

Área de risco
As áreas de alto risco têm como características epidemiológicas floresta tropical úmida que
favorece a transmissão perene e focalmente intensa, principalmente em grupos de
trabalhadores expostos, alta prevalência de Plasmodium falciparum geralmente resistente a
antimaláricos e populações migrantes com escassa imunidade, expostas às altas densidades
de Anopheles darlingi, dentro e fora de moradias precárias que não oferecem proteção4.
Objetivos da vigilância sanitária: Estimar a magnitude da morbilidade e mortalidade da
malária, Identificar tendências, grupos e fatores de risco, Detectar surtos e epidemias, Evitar
o restabelecimento da endemia, nas áreas onde a transmissão já foi interrompida,
Recomendar as medidas necessárias para prevenir ou controlar a ocorrência da doença e
Avaliar o impacto das medidas de controle.

Medidas adotadas a pacientes com suspeita de malária


Assistência ao paciente - Atendimento ambulatorial ao paciente suspeito, para coleta da
amostra de sangue e exame parasitoscópico. O caso confirmado recebe tratamento, em
regime ambulatorial. O caso grave deverá ser hospitalizado de imediato. No paciente, com
resultado negativo para malária, outras doenças deverão ser pesquisadas.
unidade de saúde, para assegurar a cura.
Confirmação diagnóstica - Coletar material para diagnóstico laboratorial, de acordo com as
orientações técnicas.
Proteção da população - Como medidas utilizadas para o controle da malária na população,
podemos destacar: Tratamento imediato dos casos diagnosticados; busca de casos junto aos
comunicantes; Investigação epidemiológica; orientação à população quanto à doença, uso
de repelentes, cortinados, roupas protetoras, telas em portas e janelas; Investigação
entomológica;
Maneiras de prevenção e combate a malária
Controle vetorial1: o controle vetorial da malária deve ser desenvolvido, preferencialmente,
ao nível municipal, com o objetivo de reduzir o risco de transmissão, prevenindo a
ocorrência de epidemias, com a conseqüente diminuição da morbimortalidade; sendo os
principais métodos empregados são controle dos mosquitos adultos e, quando viável, de
larvas.
Ações de educação em saúde1: a população deve ser informada sobre a doença da
necessidade de procurar-se a unidade de saúde dos primeiros sintomas, a importância do
tratamento, os cuidados com a proteção individual e coletiva.
Estratégia de prevenção1: evitar freqüentar os locais de transmissão à noite, utilizam- se
como medidas de prevenção individual: uso de mosquiteiras impregnados ou não com
inseticidas, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas, uso de
repelentes. As medidas de prevenção coletiva utilizadas são: drenagem, pequenas obras de
saneamento para eliminação de criadouros do vetor aterro, limpeza das margens dos
criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoramento da
moradia e das condições de trabalho, uso racional da terra.
No Brasil, a política adotada atualmente centra-se no diagnostico e tratamento oportuno e
adequado, pois existe estrutura na rede pública de saúde para diagnostico e tratamento da
malária.
ENFERMAGEM

BÁSICA
CARACTERIZANDO A ENFERMAGEM

Enfermagem realiza seu trabalho em um contexto mais amplo e coletivo de saúde, em


parceria com outras categorias profissionais representadas por áreas como Medicina,
Serviço Social, Fisioterapia, Odontologia, Farmácia, Nutrição, etc. O atendimento integral à
saúde pressupõe uma ação conjunta dessas diferentes categorias, pois, apesar do saber
específico de cada uma, existe uma relação de interdependência e complementaridade
Quanto às ações e tarefas afins efetivamente desenvolvidas nos serviços de saúde pelas
categorias de Enfermagem no país, estudos realizados pela ABEn e pelo INAMPS2 as
agrupam em cinco classes, com as seguintes características:
Ações de natureza propedêutica e terapêutica complementares ao ato médico e de outros
profissionais - as ações propedêuticas complementares referem-se às que apóiam o
diagnóstico e o acompanhamento do agravo à saúde, incluindo procedimentos como a
observação do estado do paciente, mensuração de altura e peso, coleta de amostras para
exames laboratoriais e controle de sinais vitais e de líquidos.
Ações de natureza terapêutica ou propedêutica de enfermagem -, ações de conforto e
segurança, atividades educativas e de orientação;
Ações de natureza complementar de controle de risco - Incluem as atividades relacionadas
à vigilância epidemiológica e as de controle da infecção hospitalar e de doenças crônico-
degenerativas;
Ações de natureza administrativa - nessa categoria incluem-se as ações de planejamento,
gestão, controle, supervisão e avaliação da assistência de enfermagem; Ações de natureza
pedagógica relacionam-se à formação e às atividades de desenvolvimento para a equipe de
enfermagem.
Na fase inicial, é realizado o levantamento de dados, mediante entrevista e exame físico do
paciente. Como resultado, são obtidas importantes informações para a elaboração de um
plano assistencial e prescrição de enfermagem, a ser implementada por toda a equipe.
A entrevista - um dos procedimentos iniciais do atendimento - é o recurso utilizado para a
obtenção dos dados necessários ao tratamento, tais como o motivo que levou o paciente a
buscar ajuda, seus hábitos e práticas de saúde, a história da doença atual, de doenças
anteriores, hereditárias.
O exame físico inicial é realizado nos primeiros contatos com o paciente, sendo reavaliado
diariamente e, em algumas situações, até várias vezes ao dia. Como sua parte integrante, há
a avaliação minuciosa de todas as partes do corpo e a verificação de sinais vitais e outras
medidas, como peso e altura, utilizando-se técnicas específicas.

A assistência de enfermagem e a prevenção da infecção


Ao dar entrada no hospital, o paciente já pode estar com uma infecção, ou pode vir a
adquiri-la durante seu período de internação. Seguindo-se a classificação descrita na Portaria
no 2.616/98, do Ministério da Saúde , podemos afirmar que o primeiro caso representa uma
infecção comunitária; o segundo, uma infecção hospitalar que pode ter como fontes a
equipe de saúde, o próprio paciente, os artigos hospitalares e o ambiente. Visando evitar a
ocorrência de infecção hospitalar, a equipe deve realizar os devidos cuidados no tocante à
sua prevenção e controle, principalmente relacionada à lavagem das mãos, pois os
microrganismos são facilmente levados de um paciente a outro ou do profissional para o
paciente, podendo causar a infecção cruzada.
ÉTICA PROFISSIONAL E A ATENDENDO AO PACIENTE
Ao receber o paciente na unidade de internação, o profissional de enfermagem deve
providenciar e realizar a assistência necessária, atentando para certos cuidados que podem
auxiliá-lo nessa fase. O primeiro contato entre o paciente, seus familiares e a equipe é muito
importante para a adaptação na unidade. O tratamento realizado com gentileza,
cordialidade e compreensão ajuda a despertar a confiança e a segurança tão necessárias.
É importante lembrar que, mesmo na condição de doente, a pessoa continua de posse de
seus direitos: ao respeito de ser chamado pelo nome, de decidir, junto aos profissionais,
sobre seus cuidados, de ser informado sobre os procedimentos e tratamento que lhe serão
dispensados, e a que seja mantida sua privacidade física e o segredo sobre as informações
confidenciais que digam respeito à sua vida e estado de saúde.
O período de internação do paciente finaliza-se com a alta hospitalar, decorrente de
melhora em seu estado de saúde, ou por motivo de óbito.
Na ocasião da alta, o paciente e seus familiares podem necessitar de orientações sobre
alimentação, tratamento medicamentoso, atividades físicas e laborais, curativos e outros
cuidados específicos momento em que a participação da equipe multiprofissional é
importante para esclarecer quaisquer dúvidas apresentadas. Após a saída do paciente, há
necessidade de se realizar a limpeza da cama e mobiliário; se o mesmo se encontrava em
isolamento, deve-se também fazer a limpeza de todo o ambiente (limpeza terminal): teto,
paredes, piso e banheiro.

FONTE DE INFECÇÃO RELACIONADA A ARTIGOS HOSPITALARES


Denominam-se artigos hospitalares os materiais empregados com o objetivo de prevenir
danos à saúde das pessoas ou de restabelecê-la, necessários aos cuidados dispensados. Eles
têm grande variedade e as mais diversas finalidades, podendo ser descartáveis ou
permanentes, e esterilizáveis ou não. A equipe de enfermagem tem importante papel na
manutenção dos artigos hospitalares de sua unidade de trabalho, seja em ambulatórios,
unidades básicas ou outros setores em que esteja atuando. Para sua previsão e provisão,
deve-se levar em consideração as necessidades de consumo, as condições de
armazenamento, a validade dos produtos e o prazo de esteriliza- ção. Os artigos
permanentes devem ter seu uso assegurado pela limpeza, desinfecção, descontaminação e
esterilização.
CLASSIFICAÇÃO DE ARTIGOS HOSPITALARES
Os artigos utilizados nos serviços de saúde são classificados em três categorias, conforme o
grau de risco de provocar infecção nos pacientes.
Classificação Conceito Processo Exemplos
Artigos Materiais com elevado Indicação de esterilização Instrumental
críticos potencial de risco de cirúrgico, agulhas,
provocar infecção, cateteres
porque são introduzidos intravasculares e
diretamente em tecidos dispositivos a eles
normalmente estéreis conectados, como
equipamentos de
solução e
torneirinhas
Artigos Aqueles que entram em A esterilização não é Equipamentos de
semicríticos contato com mucosa obrigatória, porém anestesia e
íntegra e pele não- desejável; há indicação de, endoscópios
intacta; pode-se tornar no mínimo, desinfecção de
artigo crítico se ocorrer alto nível
lesão acidental durante a
realização do
procedimento

Artigos não- Materiais que entram Dependendo do grau de Artigos como


críticos em contato somente contaminação, podem ser comadre, papagaio,
com a pele íntegra e submetidos à limpeza ou termômetros
geralmente oferecem desinfecção de baixo ou
baixo risco de infecção médio nível

DESCONTAMINAÇÃO DE ARTIGOS HOSPITALARES

Pode ser realizada por processo químico, no qual os artigos são imersos em solução
desinfetante antes de se proceder a limpeza.
Processo físico: indicando-se a imersão do artigo em água fervente durante 30 minutos9 -
método não indicado por Padoveze10 pois, segundo ele, há impregnação de matéria
orgânica quando aplicado a artigos sujos. A limpeza é o ato de remover a sujidade por meio
de fricção e uso de água e sabão ou soluções detergentes.
Para a realização da descontaminação e limpeza dos materiais, recomenda-se adotar as
seguintes medidas: sempre utilizar sapatos fechados, para prevenir a contaminação por
respingos; quando do manuseio de artigos sujos, estar devidamente paramentado com
equipamentos de proteção: avental impermeável, luvas de borracha antiderrapantes e de
cano longo, óculos de proteção e máscara ou protetor facial; utilizar escovas de cerdas
macias, evitando a aplicação de materiais abrasivos, como palhas de aço e sapólio; as pinças
devem estar abertas quando de sua imersão na solução; desconectar os componentes
acoplados, para uma efetiva limpeza; enxaguar os materiais em água corrente potável; secar
os materiais com tecido absorvente limpo, atentando para o resultado da limpeza,
principalmente nas ranhuras das pinças.

Limpeza e preparo da unidade do paciente


o profissional responsável por essa tarefa deve ater-se a algumas medidas de extrema
importância executar a limpeza com luvas de procedimento; realizar a limpeza das
superfícies com movimentos amplos e num único sentido; seguir do local mais limpo para o
mais contaminado; colocar sempre a superfície já limpa sobre outra superfície limpa; limpar
com solução detergente e, em seguida, remover o resíduo; substituir a água, sempre que
necessário. A limpeza da unidade deve abranger a parte interna e externa da mesa de
cabeceira, travesseiro (se impermeável), colchão, cabeceira da cama, grades laterais,
estrado, pés da cama, paredes adjacentes à cama, cadeira e escadinha.
A arrumação da cama deve ater-se às seguintes características:
a cama fechada é indicada para receber um novo paciente, caso em que deve ser
submetida à prévia limpeza terminal;
a cama aberta é preparada para o paciente que tem condições de se locomover;
a cama aberta com paciente acamado é aquela preparada com o paciente no leito e a cama
de operado é preparada para receber paciente operado ou submetido a procedimentos
diagnósticos ou terapêuticos sob narcose.
tecidos vivos são denominadas
antissepsia. A adesão da equipe às
medidas gerais de prevenção e controle
de infecção ainda dependem da
conscientização e mudança de hábitos dos
profissionais. Entretanto, sua adoção
implica a realização de atos simples e de
fácil execução, tais como: lavar sempre as
mãos antes de realizar qualquer
procedimento - um dos mais importantes
meios para prevenir a infecção cruzada;
manter os cabelos longos presos durante
o trabalho, pois quando soltos acumulam
sujidades, poeira e microrganismos,
favorecendo a contaminação do paciente
As medidas que visam reduzir e prevenir o e do próprio profissional; manter as unhas
crescimento de microrganismos em curtas e aparadas, pois as longas
facilitam o acúmulo de sujidades e microrganismos; evitar o uso de jóias e bijuterias, como
anéis, pulseiras e demais adornos, que podem constituir-se em possíveis fontes de infecção
pela facilidade de albergarem microrganismos em seus sulcos e reentrâncias, bem como na
pele subjacente; não encostar ou sentar-se em superfícies com potencial de contaminação,
como macas e camas de pacientes, pois isto favorece a disseminação de microrganismos.

Calçando e descalçando luvas estéreis


Fonte de infecção relacionada ao
paciente
Na maioria das vezes, a pessoa
hospitalizada tem seus mecanismos de
defesa comprometidos pela própria
doença, tornando-se mais susceptível às
infecções. Além disso, a infecção
hospitalar pode ser predisposta por
fatores tais como: idade - os idosos são
mais susceptíveis às infecções porque
apresentam maior incidência de doenças
básicas que acabam debilitando e
afetando seu sistema imunológico, e pelas
alterações de estrutura e funcionamento
do organismo; condições de higiene - a
integridade da pele e da mucosa funciona
como barreira mecânica aos
microrganismos. A camada externa da
pele é constituída por células que se
renovam e descamam continuamente;
como conseqüência, diversos tipos de importante que os cuidados não sejam
sujidades a ela aderem com facilidade e realizados de maneira automatizada e
microrganismos multiplicam-se impessoal, como se o paciente fosse uma
intensamente em toda a sua superfície; máquina a ser analisada e manipulada nas
movimentação - a imobilidade no leito, suas diferentes peças. Apesar de estar
causada por distúrbios neurológicos ou doente, ele não perde a condição de
fraqueza, torna o paciente mais sujeito e cidadão. Sua autonomia deve ser
susceptível às infecções. Nessas resguardada. Ele tem total direito de ser
condições, apresenta maiores chances de esclarecido sobre os objetivos e natureza
desenvolver úlceras de pressão, que dos procedimentos de enfermagem, sua
causam ruptura na pele e facilitam a invasibilidade, duração dos tratamentos,
penetração de microrganismos; certas benefícios, prováveis desconfortos,
enfermidades - como a Aids, em inconvenientes e possíveis riscos físicos,
conseqüência da diminuição da defesa psíquicos, econômicos e sociais, ou seja,
orgânica causada pela própria doença; sobre tudo o que possa fundamentar suas
estado de nutrição - a carência de decisões. É muito comum o profissional de
proteínas e de outros nutrientes prejudica saúde argumentar que boa parte dos
a formação e renovação das células do pacientes não compreende as
nosso corpo, causando diminuição da informações prestadas. Esquecem que, na
resistência e retardamento do processo de maioria das vezes, isto é causado pela
cicatrização de feridas. Ao prestar inadequação de como são passadas, e não
qualquer cuidado ou execução de uma na pretensa incapacidade de compreensão
técnica, é fundamental que o profissional do paciente.
de enfermagem contemple o paciente em
sua dimensão biopsicossocial. Assim, é
Realizando o banho
Os movimentos e a fricção exercidos durante o banho estimulam as terminações nervosas
periféricas e a circulação sangüínea. Após um banho morno, é comum a pessoa sentir-se
confortável e relaxada. A higiene corporal pode ser realizada sob aspersão (chuveiro),
imersão (banheira) ou ablusão (com jarro banho de leito).
Para os pacientes acamados, o banho é dado no leito, pelo pessoal de enfermagem. Convém
ressaltar que a grande maioria deles considera essa situação bastante constrangedora, pois a
incapacidade de realizar os próprios cuidados desperta sentimentos de impotência e
vergonha, sobretudo porque a intimidade é invadida. A compreensão de tal fato pelo
profissional de enfermagem, demonstrada ao prover os cuidados de higiene, ajuda a
minimizar o problema e atitudes como colocar biombos e mantê-lo coberto durante o
banho, expondo apenas o segmento do corpo que está sendo lavado, são inegavelmente
mais valiosas do que muitas palavras proferidas. O banho no leito, como qualquer outro
procedimento, requer prévio planejamento e organização dos materiais e roupas da unidade
- considerando as especificidades do paciente. Inicialmente, retirar o cobertor do leito do
paciente, dobrá-lo e inseri-lo entre os lençóis e colcha limpos, devidamente organizados na
ordem de utilização. Para facilitar a tarefa, solicitar ou trazer o paciente o mais próximo da
borda da cama. Antes de iniciar o banho, elevar um pouco a cabeceira da cama, para evitar
que o paciente aspire líquido. Tradicionalmente, costuma-se lavar primeiro o rosto, braços,
região ventral, membros inferiores, dorso e genitais, contudo é importante que o
profissional de enfermagem avalie o estado geral do paciente e estabeleça a melhor maneira
de prestar o cuidado, sempre lembrando que a higiene deve ser realizada da região mais
limpa para a mais suja, evitando-se levar sujidade e contaminação às áreas limpas. Ao se
posicionar o paciente de lado, para lavar o dorso, habitualmente se realiza uma massagem
de conforto para ativar a circulação local.
Quando do banho, expor somente um segmento do corpo de cada vez, lavando-o com luva
de banho ensaboada, enxaguando-o - tendo o cuidado de remover todo o sabão - e secando-
o com a toalha de banho. Esse processo deve ser repetido para cada segmento do corpo. A
secagem deve ser criteriosa, principalmente nas pregas cutâneas, espaços interdigitais e
genitais, base dos seios e do abdome em obesos - evitando a umidade da pele, que propicia
proliferação de microrganismos e pode provocar assaduras. Na higiene íntima do sexo
feminino, a limpeza deve ser realizada no sentido ântero-posterior; no masculino, o prepúcio
deve ser tracionado, favorecendo a limpeza do meato urinário para a base da glande,
removendo sujidades (pêlos, esmegma, urina, suor) e inibindo a proliferação de
microrganismos. A seguir, recobrir a glande com o prepúcio. Durante todo o banho o
profissional de enfermagem deve observar as condições da pele, mucosas, cabelos e unhas
do paciente, cuidando para mantê-lo saudável. Ao término do banho, abaixar a cabeceira da
cama e deixar o paciente na posição em que se sinta mais confortável, desde que não haja
contraindicação. Avaliar as possibilidades de colocá-lo sentado na poltrona. Providenciar o
registro das condições do paciente e de suas reações.

Cuidados com a alimentação e hidratação: Ao auxiliar o paciente a alimentar-se, evite


atitude de impaciência ou pressa o que pode vir a constrangê-lo. Não interrompa a refeição
com condutas terapêuticas, pois isso poderá desestimulá-lo a comer.
Nem sempre os pacientes atendem adequadamente à necessidade de hidratação, por falta
de hábito de ingerir suficiente quantidade de água fato que, em situações de doença, pode
levá-lo facilmente à desidratação e desequilíbrio hidroeletrolítico. Considerando tal fato, é
importante que a enfermagem o oriente e incentive a tomar água, ou lhe ofereça auxílio se
apresentar dificuldades para fazê-lo sozinho. A posição sentada é a mais conveniente,
porém, se isto não for possível, deve se estar atento para evitar aspiração acidental de
líquido.

Nutrição enteral
A nutrição enteral consiste na administração de nutrientes por meio de sondas nasogástrica
(introduzida pelo nariz, com posicionamento no estômago) ou transpilórica (introduzida pelo
nariz, com posicionamento no duodeno ou jejuno). A instalação da sonda tem como
objetivos retirar os fluidos e gases do trato gastrintestinal (descompressão), administrar
medicamentos e alimentos (gastróclise) diretamente no trato gastrintestinal, obter amostra
de conteúdo gástrico para estudos laboratoriais e prevenir ou aliviar náuseas e vômitos.
Inserindo a sonda nasogástrica
Material necessário: sonda de calibre adequado lubrificante hidrossolúvel (xilocaína a 2%
sem vasoconstritor) gazes, seringa de 20 ml toalha recipiente com água estetoscópio luvas
de procedimento tiras de fita adesiva (esparadrapo, micropore, etc.)
A sonda nasogástrica é um procedimento deve ser medido colocando-se a sua
realizado sobre limites anatômicos extremidade na ponta do nariz do
externos, deve-se estar muito atento para paciente, alongando-a até o lóbulo da
estabelecer o mais precisamente possível orelha e, daí, até o apêndice xifóide;
esses limites descritos na técnica. O marcando esta delimitação com uma fina
comprimento da sonda a ser introduzida tira de adesivo - marcação que assegurará
a introdução e o alcance da sonda no região epigástrica simultaneamente à
estômago. A sonda deve ser lubrificada introdu- ção de 10 ml de ar pela sonda; ou
com solução hidrossolúvel, antes de sua mergulhando-se a extremidade da mesma
introdução na narina - o que facilita a em um copo com água: se borbulhar, a
manobra e atenua o traumatismo, pois sonda provavelmente se encontra nas vias
diminui o atrito com a mucosa nasal - e respiratórias, devendo ser imediatamente
introduzida sempre aberta, o que permite
identificar a saída do conteúdo gástrico ou
ar. A realização da sondagem nasogástrica
com o paciente sentado ou decúbito
elevado previne aspiração do conteúdo
gástrico caso ocorra vômito. A posição de
flexão da cabeça reduz a probabilidade da
sonda penetrar na traquéia. Para passar a
sonda do esfíncter cricofaríngeo para o
esôfago, solicitar ao paciente para que
degluta, o que facilita a progressão no
tubo digestivo. Caso o paciente apresente
sinais de sufocamento, tosse, cianose ou
agitação, deve-se suspender a manobra e
reiniciá- la
após sua melhora. A localização da sonda retirada.
no interior do estômago deve ser bnhghfbfdfffff
certificada através dos testes de aspiração
de suco gástrico, ausculta do ruído em

A fixação da sonda nasogástrica deve ser segura, sem compressão, para evitar irritação e
lesão cutânea. O volume e aspecto do conteúdo drenado pela sonda aberta deve ser
anotado, pois permite avaliar a retirada ou manutenção da mesma e detecta anormalidades.
Sempre que possível, orientar o paciente a manter-se predominantemente em decúbito
elevado, para evitar a ocorrência de refluxo gastroesofágico durante o período que
permanecer com a sonda. Se a sonda nasogástrica foi indicada para esvaziamento gástrico,
deve ser mantida aberta e conectada a um sistema de drenagem. Se não houver drenagem e
o paciente apresentar náuseas, vômitos ou distensão abdominal, indica-se aspirar a sonda
suavemente com uma seringa, pois pode estar obstruída. É comum que o paciente com
sonda respire pela boca, o que pode vir a provocar ressecamento e fissuras nos lábios.
Visando evitar tais ocorrências, a higiene oral e lubrificação dos lábios deve ser realizada no
mí- nimo três vezes ao dia, o que promove o conforto e evita infecção, halitose e o
ressecamento da mucosa oral. A limpeza dos orifícios nasais do paciente, pelo menos uma
vez ao dia, retira as crostas que se acumulam ao redor da sonda; visando prevenir
ulcerações, o profissional de enfermagem deve inspecionar o local e mantenha a sonda livre
de pressão sobre a mucosa nasal. Quando de sua retirada a sonda nasogástrica deve estar
sempre fechada, o que evita o escoamento do conteúdo gástrico - pelos orifícios da sonda -
no trato digestivo alto, fato que provoca irritação.
Instalando o cateter vesical
Material necessário: pacote de cateterismo contendo 1 cuba-rim, 1 cuba redonda, 1 pinça
cheron, gazes, 1 campo fenestrado e 1 ampola de água destilada seringa de 10ml povidine
tópico lubrificante estéril sistema de drenagem fechado (para cateterismo vesical de
demora) micropore, esparadrapo ou similar 1 par de luvas estéril sonda Folley ou
uretrovesical simples 1 pacote de compressas biombo.
Como todo procedimento, deve-se necessário sobre o campo esterilizado
preparar o ambiente, o paciente e o (sonda vesical, sistema de drenagem
material de modo a propiciar conforto, fechado, seringa e água destilada,
segurança e privacidade. A higiene íntima, lubrificante, antisséptico na cuba redonda)
realizada antes do cateterismo vesical, e a colocação da sonda propriamente dita.
reduz a colonização local, tornando o meio
mais seguro para a introdução do cateter.
A utilização de água morna e sabão
promove a remoção mecânica eficiente de
secreções e microrganismos. Por ser um
procedimento invasivo e a bexiga um local
isento de microrganismos, todo o material
a ser utilizado no cateterismo deve ser
esterilizado e manuseado estritamente
com técnica asséptica. Para evitar a
contaminação do lubrificante, desinfetar o
lacre antes de perfurar com agulha estéril
- o lubrificante visa facilitar a introdução
do cateter na uretra masculina ou
feminina, reduzindo o atrito e
traumatismo de mucosa. Ressaltamos que
faz-se necessário dispor um espaço livre
junto ao períneo, para colocar o campo,
com todo o material esterilizado, entre as
pernas do paciente. Basicamente, os
aspectos técnicos do cateterismo vesical
compreendem: posicionamento do
paciente, abertura do pacote de
cateterismo e de todo o material

A visualização do meato urinário é importante para o sucesso do cateterismo. Assim, a


posição mais adequada do paciente é aquela que permite sua melhor visualização - no caso,
o decúbito dorsal tem sido usual nesse procedimento. No sexo feminino, é necessário
manter os grandes e os pequenos lábios afastados com o polegar e o primeiro ou segundo
dedo; no masculino, retrair o prepúcio com o pênis elevado perpendicularmente ao corpo
momentos em que deve ser realizada a antissepsia com povidine tópico: na mulher, em
movimento unidirecional do púbis em direção ao ânus; no homem, do meato urinário para o
corpo da glande até a sua base. Para a introdução do cateter no canal uretral, devemos
considerar a anatomia geniturinária masculina e feminina. No homem, o pênis deve ser
seguro numa posição quase vertical, procurando diminuir os ângulos e a resistência
esfincteriana; na mulher introduz-se o cateter após o afastamento dos pequenos lábios,
solicitando-lhe que respire profundamente para relaxar e diminuir a resistência
esfincteriana. Instalado o cateter, insufla-se o balão com a água destilada e, bem devagar, o
traciona-se até que atinja o colo vesical. A fixação adequada é aquela que evita a tração da
sonda. Na mulher, a sonda é fixada na face interna da coxa; no homem, na região
hipogástrica - cuidado que reduz a curva uretral e a pressão no ângulo peniano-escrotal,
prevenindo a formação de fístulas. No sexo masculino, após a sondagem vesical o prepúcio
deve ser recolocado sobre a glande, pois sua posição retraída pode vir a causar edema. Com
relação ao coletor, deve ser mantido abaixo do nível da bexiga, para evitar o refluxo da urina
e, conseqüentemente, infecção urinária ascendente. Nos casos de transporte do paciente,
pinçar o tubo coletor (atualmente, há coletores com válvula anti-refluxo). Outros cuidados
são fixá- lo ao leito - sem que toque no chão e, para possibilitar o fluxo contínuo da urina,
evitar dobras.
Não há indicação de troca rotineira de cateter urinário; porém, situa- ções como presença de
grande quantidade de sedimentos, obstrução do cateter ou tubo coletor e outros sinais de
infecção urinária podem indicar a necessidade de troca do cateter vesical. Nestes casos, o
cateter e o sistema de drenagem devem ser trocados simultaneamente. No cateterismo de
alívio o procedimento é similar, só que o cateter é retirado após a drenagem da urina. Ao
término do procedimento, registrar se houve saída de urina, sua coloração e volume, como
também possíveis intercorrências tais como sangramento, ausência de urina, dificuldade na
passagem da uretra, vá- rias tentativas de passagem e outras.

Realizando o curativo: Realizando curativo através de irrigação com solução fisiológica


Hoje, os especialistas adotam e indicam a limpeza de feridas através de irrigação com
solução fisiológica morna e sob pressão, utilizando-se seringa de 20ml conectada à agulha de
40 x 12, o que fornece uma pressão capaz de remover partículas, bactérias e exsudatos24.
Para completa eficácia, a agulha deve estar o mais próximo possível da ferida. Após a
limpeza por esse método, deve-se secar apenas a pele íntegra das bordas e aplicar a
cobertura indicada no leito da ferida, usando técnica asséptica.
Para realizar um curativo de ferida limpa, inicie a limpeza de dentro para fora (bordas); para
um curativo de ferida contaminada o procedimento é inverso, ou seja, de fora para dentro.
Executar o procedimento em condições ambientais favoráveis (com privacidade, boa
iluminação, equipamentos e acessórios disponíveis, material devidamente preparado,
dentre outros), que evitem a disseminação de microrganismos. Preparar o paciente e
orientá-lo sobre o procedimento. No desenvolvimento de um curativo, observar o princípio
de assepsia, executando a limpeza da lesão a partir da área menos contaminada e
manuseando o material (pacote de curativo, pinças, luvas esté- reis) com técnica asséptica.
Ao realizar curativo com pinça, utilizar luvas estéreis se a ferida for extensa ou apresentar
muita secreção ou sangue.
Colhendo sangue para hemocultura
Nos casos de punção venosa com a finalidade de colher sangue para hemocultura, realizar a
antissepsia da pele com álcool a 70%. O sangue colhido deve ser homogeneizado com o
meio de cultura e imediatamente encaminhado ao laboratório, para evitar alterações no
resultado. Não se recomenda a troca de agulhas entre a coleta e a distribuição do sangue
nos frascos específicos. Evite coletar material de cateter, pois isto facilita a contaminação,
tornando o paciente suscetível a processos infecciosos generalizados. No adulto, a
quantidade suficiente de sangue a ser colhida é de no máximo 20ml, distribuí- dos em dois
frascos (anaeróbio e aeróbio); na criança, de 1 a 3ml, colocados em apenas um frasco de
hemocultura.

FUNDAMENTANDO A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM FRENTE À IDENTIFICAÇÃO E


TRATAMENTO DAS INFECÇÕES
Um número muito restrito de sinais e sintomas é comum nos processos infecciosos, dentre
eles destacam-se:
a) Hipertermia ou febre: A maioria dos processos infecciosos é acompanhada de
hipertermia, cujas distinções - como intensidade, tempo de duração e periodicidade -
variam conforme a natureza da infecção e características orgânicas do paciente. A
hipertermia costuma ser acompanhada de alterações cardiorrespiratórias, incluindo
aumento da freqüência respiratória (taquipnéia) e dos batimentos cardíacos
(taquicardia). São comuns as queixas de fadiga, mal-estar, dores no corpo, secura na
boca e falta de apetite, que causam muito desconforto à pessoa acometida. A febre
pode provocar períodos de calafrio, fazendo com que o indivíduo sinta necessidade de
se agasalhar; em outros momentos, podem ocorrer episódios de transpiração e
sensação de calor;
b) Inflamação: São sinais e sintomas clássicos de inflamação: dor: as terminações nervosas
locais são estimuladas pelo exsudato inflamatório; calor: devido ao aumento do fluxo
sangüíneo local; rubor: por causa do maior fluxo sangüíneo, a pele no local fica
avermelhada; edema: resultante do exsudato inflamatório, também chamado de tumor.
Implementando medidas para a identificação de infecções 5.1.1 Controlando a
temperatura corporal
É muito difícil delimitar a temperatura corporal normal porque, além das variações
individuais e condições ambientais, em um mesmo indivíduo a temperatura não se
distribui uniformemente nas diversas regiões e superfícies do corpo. Assim, podemos
considerar como varia- ções normais de temperatura29 : n temperatura axilar: 35,8ºC -
37,0ºC; n temperatura oral: 36,3ºC - 37,4ºC; n temperatura retal: 37ºC - 38ºC. O
controle da temperatura corporal é realizado mediante a utilização do termômetro - o
mais utilizado é o de mercúrio, mas cada vez mais torna-se freqüente o uso de
termômetros eletrônicos em nosso meio de trabalho.

Controlando o pulso
Há fatores que podem provocar alterações passageiras na freqüência cardíaca, como as
emoções, os exercícios físicos e a alimentação. Ressalte-se, ainda, que ao longo do ciclo
vital seus valores vão se modificando, sendo maiores em crianças e menores nos
adultos. A freqüência do pulso no recém-nascido é, em média, de 120 batimentos por
minuto (bpm), podendo chegar aos limites de 70 a 170 bpm31. Aos 4 anos, a média
aproxima-se de 100 bpm, variando entre 80 e 120 bpm, assim se mantendo até os 6
anos; a partir dessa idade e até os 12 anos a média fica em torno de 90 bpm, com
variação de 70 a 110 bpm. Aos 18 anos, atinge 75 bpm nas mulheres e 70 bpm nos
homens32. A partir da adolescência observamos nítida diferenciação entre o
crescimento físico de mulheres e homens, o que influencia a freqüência do pulso: na
fase adulta, de 65 a 80 bpm nas mulheres e de 60 a 70 bpm, nos homens33.
Habitualmente, faz-se a verificação do pulso sobre a artéria radial e, eventualmente,
quando o pulso está filiforme, sobre as artérias mais calibrosas - como a carótida e a
femoral. Outras artérias, como a temporal, a facial, a braquial, a poplítea e a dorsal do
pé também possibilitam a verificação do pulso. O pulso normal - denominado
normocardia - é regular, ou seja, o período entre os batimentos se mantém constante,
com volume perceptível à pressão moderada dos dedos. O pulso apresenta as seguintes
alterações: bradicardia: freqüência cardíaca abaixo da normal; taquicardia: freqüência
cardíaca acima da normal; taquisfigmia: pulso fino e taquicárdico; bradisfigmia: pulso
fino e bradicárdico; filiforme: pulso fino.

Locais de verificação do pulso.

Verificando a pulsação Material necessário: relógio papel e caneta


Material necessário: relógio papel e caneta
A pulsação da artéria radial pode ser verificada exercendo moderada pressão dos dedos
médio e indicador sobre o rádio e o polegar oposto a estes dedos sobre a parte
posterior dos punhos (movimento de preensão). O profissional não deve usar o polegar
para fazer a palpação do pulso, pois pode vir a confundir sua própria pulsação com a do
paciente. Contar o número de pulsações por um minuto, observados no relógio na outra
mão. Registrar o procedimento, destacando as características observadas.
Controlando a pressão arterial: Outro dado imprescindível na avaliação de saúde de
uma pessoa é o nível de sua pressão arterial, cujo controle é realizado através de
aparelhos próprios. A pressão arterial resulta da tensão que o sangue exerce sobre as
paredes das artérias e depende: a) do débito cardíaco relacionado à capacidade de o
coração impulsionar sangue para as artérias e do volume de sangue circulante;
b) da resistência vascular periférica, determinada pelo lúmen (calibre), elasticidade dos
vasos e viscosidade sangüínea, traduzindo uma força oposta ao fluxo sangüíneo;
c) da viscosidade do sangue, que significa, em outros termos, sua consistência
resultante das proteínas e células sangüíneas. O controle compreende a verificação da
pressão máxima ou sistólica e da pressão mínima ou diastólica, registrada em forma de
fração ou usando-se a letra x entre a máxima e a mínima. Por exemplo, pressão sistólica
de 120mmHg e diastólica de 70mmHg devem ser assim registradas: 120/70mmHg ou
120x70mmHg. Para um resultado preciso, é ideal que, antes da verificação, o indivíduo
esteja em repouso por 10 minutos ou isento de fatores estimulantes (frio, tensão, uso
de álcool, fumo).
Hipertensão arterial é o termo usado para indicar pressão arterial acima da normal; e
hipotensão arterial para indicar pressão arterial abaixo da normal. Quando a pressão
arterial se encontra normal, dizemos que está normotensa. A pressão sangüínea
geralmente é mais baixa durante o sono e ao despertar. A ingestão de alimentos,
exercícios, dor e emoções
como medo, ansiedade, raiva e estresse aumentam a pressão arterial. Habitualmente, a
verificação é feita nos braços, sobre a arté- ria braquial. A pressão arterial varia ao longo
do ciclo vital, aumentando conforme a idade. Crianças de 4 anos podem ter pressão em
torno de 85/ 60mmHg; aos 10 anos, 100/65mmHg34. Nos adultos, são considerados
normais os parâmetros com pressão sistólica variando de 90 a 140mmHg e pressão
diastólica de 60 a 90mmHg.
Verificando a pressão arterial: mesmo corresponde à pressão
Material necessário: estetoscópio diastólica (mínima). Não realizar o
esfigmomanômetro algodão seco procedimento em membros com
álcool a 70% caneta e papel. fístulas artério-venosa e cateteres
Antes e após a realização do venosos, para evitar estase sangüínea
procedimento deve-se realizar a e risco de obstrução da fístula ou
desinfecção do diafragma e olivas do
estetoscópio, promovendo a
autoproteção e evitando infecção
cruzada. Para que a aferição seja
fidedigna, o braço do paciente deve
estar apoiado ao nível do coração; o
manguito deve ser colocado acima da
prega do cotovelo, sem folga, e a
colocação do diafragma sobre a
artéria braquial não deve tocar a
borda inferior do manguito. Outro
cuidado a ser observado é que o
tamanho do manguito deve ser
adequado à circunferência do braço.
Na verificação da pressão arterial,
insuflar o manguito rapidamente e
desinsuflá-lo lentamente. O som do
primeiro batimento corresponde à
pressão sistólica (máxima) e o
desaparecimento ou abafamento do
cateteres.

Se houver a necessidade de repetição do exame, retirar todo o ar do manguito e


aguardar cerca de 20 a 30 segundos para restabelecer a circulação sangüínea normal e
promover nova verificação. O limite normal de diferença entre a pressão sistólica e
diastólica é de 30 a 50mmHg.
O paciente tem o direito de saber seus valores pressóricos. Nunca lhe negue esse direito
nem diga frases como está ótima!. As alterações devem ser comunicadas ao paciente e/
ou familiar de modo adequado. Nos casos de hipertensão ou hipotensão, a enfermeira
ou o médico devem ser imediatamente comunicados.

Administrando medicamentos por via parenteral


A via parenteral é usualmente utilizada quando se deseja uma ação mais imediata da
droga, quando não há possibilidade de administrá-la por via oral ou quando há
interferência na assimilação da droga pelo trato gastrintestinal. A enfermagem utiliza
comumente as seguintes formas de administração parenteral: intradérmica, subcutâ-
nea, intramuscular e endovenosa.
Material necessário: Bandeja ou cuba-rim Seringa Agulha Algodão Álcool a 70% arrote
(aplicação endovenosa) Medicamento (ampola, frasco-ampola).
A administração de medicamento por via parenteral exige prévio preparo com técnica
asséptica e as orienta- ções a seguir enunciadas visam garantir uma maior segurança e
evitar a ocorrência de contaminação. Ao selecionar os medicamentos, observar o prazo
de validade, o aspecto da solução ou pó e a integridade do frasco. Certificar-se de que
todo o medicamento está contido no corpo da ampola, pois muitas vezes o
estreitamento do gargalo faz com que parte do medicamento fique retida. Observar a
integridade dos invólucros que protegem a seringa e a agulha; colocar a agulha na
seringa com cuidado, evitando contaminar a agulha, o êmbolo, a parte interna do corpo
da seringa e sua ponta. Desinfetar toda a ampola com algodão embebido em álcool a
70%, destacando o gargalo (figura 1); no caso de frasco-ampola, levantar a tampa
metálica e desinfetar a borracha. Proteger os dedos com algodão embebido em álcool a
70% na hora de quebrar a ampola ou retirar a tampa metálica do frasco- ampola. Para
aspirar o medicamento da ampola ou frasco ampola, segurá-lo com dois dedos de uma
das mãos, mantendo a outra mão livre para realizar, com a seringa, a aspiração da
solução (figura 2 e 3). No caso do frasco-ampola, aspirar o diluente, introduzi-lo dentro
do frasco e deixar que a força de pressão interna desloque o ar para o interior da
seringa. Homogeneizar o diluente com o pó liofilizado, sem sacudir, e aspirar. Para
aspirar medicamentos de frasco de dose múltipla, injetar um volume de ar equivalente à
solução e, em seguida, aspirá-lo. O procedimento de introduzir o ar da seringa para o
interior do frasco visa aumentar a pressão interna do mesmo, retirando facilmente o
medicamento, haja vista que os líquidos movem-se da uma área de maior pressão para a
de menor pressão. Portanto, ao aspirar o medicamento, manter o frasco invertido
(figura 4). Após a remoção do medicamento, retirar o ar com a agulha e a seringa
voltadas para cima. Recomenda-se puxar um pouco o êmbolo, para remover a solução
contida na agulha, visando evitar seu respingo quando da remoção do ar.
A agulha deve ser protegida com o protetor e o êmbolo da seringa com o próprio
invólucro. Identificar o material com fita adesiva, na qual deve constar o nome do
paciente, número de leito/quarto, medicamento, dose e via de administração. As
precauções para administrar medicamentos pela via parenteral são importantes para
evitar danos muitas vezes irreversíveis ao paciente. Antes da aplicação, fazer antissepsia
da pele, com álcool a 70%. É importante realizar um rodízio dos locais de aplicação, o
que evita lesões nos tecidos do paciente, decorrentes de repetidas aplicações. Observar
a angulação de administração de acordo com a via e comprimento da agulha, que deve
ser adequada à via, ao tipo de medicamento, à idade do paciente e à sua estrutura física.
Após a introdução da agulha no tecido e antes de pressionar o êmbolo da seringa para
administrar o medicamento pelas vias subcutânea e intramuscular, deve-se aspirar para
ter a certeza de que não houve punção de vaso sangüíneo. Caso haja retorno de sangue,
retirar a punção, preparar novamente a medicação, se necessário, e repetir o
procedimento. Desprezar a seringa, com a agulha junta, em recipiente próprio para
materiais perfurocortantes.
Via intradérmica
É a administração de medicamentos na derme, indicada para a aplicação de vacina BCG
e como auxiliar em testes diagnósticos e de sensibilidade.
Para testes de hipersensibilidade, o local mais utilizado é a região escapular e a face
interna do antebraço; para aplicação de BCG, a região deltóide do braço direito. Esticar a
pele para inserir a agulha, o que facilita a introdução do bisel, que deve estar voltado
para cima; visando atingir somente a epiderme, formar um ângulo de 15º com a agulha,
posicionando-a quase paralela à superfície da mesma. Não se faz necessário realizar
aspiração, devido à ausência de vaso sangüíneo na epiderme. O volume a ser
administrado não deve ultrapassar a 0,5ml, por ser um tecido de pequena
expansibilidade, sendo utilizada seringa de 1ml e agulha 10x5 e 13x4,5. Quando a
aplicação é correta, identifica-se a formação de pápula, caracterizada por pequena
elevação da pele no local onde o medicamento foi introduzido.

Locais de aplicação pela via intradérmica Ângulos de aplicação

Via subcutânea: É a administração de medicamentos no tecido subcutâneo, cuja


absorção é mais lenta do que a da via intramuscular. Doses pequenas são
recomendadas, variando entre 0,5ml a 1ml. Também conhecida como hipodérmica, é
indicada principalmente para vacinas (ex. anti-rábica), hormônios (ex. insulina),
anticoagulantes (ex. heparina) e outras drogas que necessitam de absorção lenta e
contínua. Seus locais de aplicação são a face externa do braço, região glútea, face
anterior e externa da coxa, região periumbilical, região escapular, região
inframamária e flanco direito ou friccionar ao retirar a agulha da pele.
esquerdo. Para não ultrapassar o
tecido, deve-se primeiramente
observar a constituição do tecido
subcutâneo do paciente, definindo o
ângulo a ser administrado conforme a
agulha disponível (se agulha de 10x5,
aplicar em ângulo de 90º; se de 25x7,
aplicar em ângulo de 45º). Quando da
introdução da agulha, fazer uma prega
no tecido subcutâneo, para facilitar
sua localização. Para promover a
absorção gradativa do medicamento,
efetuar leve compressão sem

Via intramuscular:
A via intramuscular é utilizada para administrar medicamentos irritantes, por ser menos
dolorosa, considerando-se que existe menor número de terminações nervosas no tecido
muscular profundo. A absorção ocorre mais rapidamente que no caso da aplicação
subcutânea, devido à maior vascularização do tecido muscular. O volume a ser
administrado deve ser compatível com a massa muscular, que varia de acordo com a
idade, localização e estado nutricional. Considerando-se um adulto com peso normal, o
volume mais adequado de medicamento em aplicação no deltóide é de
aproximadamente 2ml; no glúteo, 4 ml e na coxa, 3 ml35, embora existam autores que
admitam volumes maiores. De qualquer maneira, quantidades maiores que 3ml devem
ser sempre bem avaliadas pois podem não ter uma adequada absorção. As complicações
mais comuns da aplicação intramuscular são a formação de nódulos, abscessos, necrose
e lesões de nervo.
Administrando medicamentos por via intramuscular Preparar o medicamento,
atentando para as recomendações da prescrição e do fabricante. Para aplicação em
adulto eutrófico, as agulhas apropriadas são 25x7, 25x8, 30x7 e 30x8. No caso de
medicamentos irritantes, a agulha que aspirou o medicamento deve ser trocada,
visando evitar a ocorrência de lesões teciduais. Orientar o paciente para que adote uma
posição confortável, relaxando o músculo, processo que facilita a introdução do líquido,
evita extravasamento e minimiza a dor. Evite a administração de medicamentos em
áreas inflamadas, hipotróficas, com nódulos, paresias, plegias e outros, pois podem
dificultar a absorção do medicamento. Num movimento único e com impulso moderado,
mantendo o músculo com firmeza, introduzir a agulha num ângulo de 90º, puxar o
êmbolo e, caso não haja retorno de sangue administrar a solução. Após a introdução do
medicamento, retirar a agulha - também num único movimento - e comprimir o local
com algodão molhado com álcool a 70%. Os locais utilizados para a administração de
medicamentos são as regi- ões do deltóide, dorsoglútea, ventroglútea e antero-lateral
da coxa. A região dorsoglútea tem o inconveniente de situar-se próxima ao nervo
ciático, o que contra-indica esse tipo de aplicação em crianças. A posição recomendada
é o decúbito ventral, com os pés voltados para dentro, facilitando o relaxamento dos
músculos glúteos; caso não seja possível, colocar o paciente em decúbito lateral. O local
indicado é o quadrante superior externo, cerca de 5cm abaixo do ápice da crista ilíaca.
Outra maneira de identificar o local de aplicação é traçando uma linha imaginária da
espinha ilíaca póstero-superior ao trocanter maior do fêmur; a injeção superior ao ponto
médio da linha também é segura. Para a aplicação de injeção no deltóide, recomenda-se
que o paciente esteja em posição sentada ou deitada. Medir 4 dedos abaixo do ombro e
segurar o músculo durante a introdução da agulha. O músculo vasto lateral encontra-se
na região antero-lateral da coxa. Indica-se a aplicação intramuscular no terço médio do
músculo, em bebês, crianças e adultos. A região ventroglútea, por ser uma área
desprovida de grandes vasos e nervos, é indicada para qualquer idade, principalmente
para crianças. Localiza-se o local da injeção colocando-se o dedo indicador sobre a
espinha ilíaca antero-superior e, com a palma da mão sobre a cabeça do fêmur
(trocanter), em seguida desliza-se o adjacente (médio) para formar um V. A injeção no
centro do V alcança os músculos glúteos. Para aplicar medicamentos muito irritantes por
via intramuscular, a técnica em Z é indicada, pois promove a vedação do trajeto e a
manuten- ção do medicamento no espaço intramuscular. Neste caso, a pele é deslocada
lateralmente para longe do local previamente escolhido para aplicação da injeção (figura
7). Penetra-se a agulha no músculo, injetando a medicação lentamente. Retira-se a
agulha e solta-se a pele, formando o Z (figura 8). O local da injeção não deve ser
massageado, pois isto pode provocar lesão tecidual.
Via endovenosa A via endovenosa é utilizada quando se deseja uma ação rápida do
medicamento ou quando outras vias não são propícias. Sua administração deve ser feita
com muito cuidado, considerando-se que a medica- ção entra diretamente na corrente
sangüínea, podendo ocasionar sérias complicações ao paciente caso as recomendações
preconizadas não sejam observadas. As soluções administradas por essa via devem ser
cristalinas, não-oleosas e sem flocos em suspensão. Para a administração de pequenas
quantidades de medicamentos são satisfatórias as veias periféricas da prega (dobra) do
cotovelo, do antebraço e do dorso das mãos. A medicação endovenosa pode ser
também aplicada através de cateteres intravenosos de curta/longa permanência e
flebotomia. O medicamento pode ainda ser aplicado nas veias superficiais de grande
calibre: região cubital, dorso da mão e antebraço. Material necessário: bandeja bolas de
algodão álcool a 70% fita adesiva hipoalergênica garrote escalpe(s) adequado(s) ao
calibre da veia do paciente) seringa e agulha Deve-se preferencialmente, administrar o
medicamento no paciente deitado ou sentado, já que muitos medicamentos podem
produzir efeitos indesejáveis de imediato; nesses casos, interromper a aplicação e
comunicar o fato à enfermeira ou ao médico. Inspecionar as condições da rede venosa
do paciente e selecionar a veia mais apropriada; garrotear o braço aproximadamente
10cm acima da veia escolhida. Para facilitar a visualização da veia de mão e braço,
solicitar que o paciente cerre o punho durante a inspeção e a punção venosa. Esticar a
pele durante a introdução da agulha, com o bisel voltado para cima mantendo um
ângulo de 15º a 30º. Observar o retorno do sangue, soltar o garrote e injetar o
medicamento lentamente; ao retirar a agulha, comprimir o local. Na administração de
soluções, não deve haver presença de ar na seringa, o que evita embolia gasosa. •
Venóclise Venóclise é a administração endovenosa de regular quantidade de líquido
através de gotejamento controlado, para ser infundido num período de tempo pré-
determinado. É indicada principalmente para repor perdas de líquidos do organismo e
administrar medicamentos. As soluções mais utilizadas são a glicosada a 5% ou 10% e a
fisiológica a 0,9%. Antes de iniciar o procedimento, o paciente deve ser esclarecido
sobre o período previsto de administração, correlacionando-o com a importância do
tratamento e da necessidade de troca a cada 72 horas. O profissional deve evitar frases
do tipo não dói nada, pois este é um procedimento dolorido que muitas vezes requer
mais de uma tentativa. Isto evita que o paciente sinta-se enganado e coloque em
cheque a competência técnica de quem realiza o procedimento. no rótulo do frasco o
nome do paciente, a solução a ser injetada, os medicamentos, tempo em que a solução
deverá correr, número de gotas/minuto, início e término, data e assinatura. A punção
venosa deve ser feita em local longe de articulações e de fácil acesso, visando facilitar a
manutenção da via e oferecer conforto ao paciente. Jamais puncionar veias
esclerosadas, devido à deficiência circulatória. Realizar a punção com técnica asséptica,
mantendo todo o conjunto de punção limpo, inclusive sua fixação, para prevenir
infecção local. Manter as conexões do sistema bem adaptadas, evitando
extravasamento de solução, contaminação, refluxo sangüíneo e entrada de ar. A fim de
detectar precocemente a infiltração de solução nos tecidos adjacentes, manter
constante observação do local. Na presença de sinais de flebite, retirar o dispositivo de
punção e providenciar outra via de acesso. Para garantir a infusão do volume e dosagem
dentro do tempo estabelecido, controlar constantemente o gotejamento da infusão.
Estes cuidados visam evitar desequilíbrio hidroeletrolítico e/ou reações adversas. O
gotejamento não deve ser alterado em casos de atraso de infusão, para que não haja
sobrecarga cardíaca por aumento brusco de volume. Os pacientes que deambulam
devem ser orientados a manter o frasco elevado, para promover gotejamento contínuo,
evitar refluxo e coagulação sangüínea com possível obstrução do cateter. Na
administração de soluções, não deve haver presença de ar no sistema, para evitar
embolia gasosa. Quando a solução do frasco estiver acabando, ficar atento para
promover a troca imediata após seu término, evitando a interrupção e perda da via de
acesso. Recomenda-se que os acessos periféricos sejam trocados em intervalos de 72
horas e sempre que necessário.
TÉCNICAS DE

PRONTO

SOCORRO
Conhecimentos básicos de primeiros socorros
Embora cada acidente tenha características próprias, alguns procedimentos essenciais
devem ser observados em todas as situações de emergência. É importante saber que as
duas primeiras horas após o acidente são decisivas para o tratamento eficaz dos
ferimentos e a sobrevivência da vítima. Portanto, uma leitura cuidadosa das técnicas
possibilitará mais segurança e controle emocional na hora de prestar socorro. Confira.

Compreenda a situação
Mantenha a calma; procure o auxílio de outras pessoas, caso seja necessário, e peça que
chamem um médico; ligue para emergência em sua cidade; mantenha os curiosos à
distância, pois assim o socorrista terá espaço suficiente para trabalhar; faça o exame
primário para a avaliação completa do estado da vítima. Mas atenção: o exame
secundário, que visa descobrir quais foram as lesões sofridas, só pode ser feito se a
vítima se encontrar em condições estáveis.

Proteja a vítima respirando. Em caso negativo, você


Analise o ambiente em que se deve agir rápido: proteja a sua mão,
encontra a vítima, a fim de minimizar abra a boca da vítima e verifique se há
os riscos tanto para o acidentado algo atrapalhando a respiração, como
como para o socorrista (fios elétricos, prótese dentária ou vômito; remova
animais, tráfego, entre outros); imediatamente. Se necessário, faça a
caso necessite parar ou desviar o respiração boca-a- boca e a
trânsito, procure pessoas capazes de reanimação cárdio-pulmonar (RCP);
fazê-lo; se a vítima estiver vomitando,
se necessário, remova a vítima para coloque-a na posição lateral de
um local adequado; segurança (com a cabeça voltada para
aja sempre com o intuito de acalmar a o lado, a fim de evitar engasgos).
pessoa, e sem movimentá-la com
gestos bruscos;
converse com a vítima, pois, se ela
responder, significa que não existe
problema respiratório grave. Caso ela
não consiga se comunicar
adequadamente, verifique se está
Os suprimentos de primeiros socorros são indispensáveis para o atendimento; por isso, é
sempre bom ter um kit em casa e outro no carro.
Exame primário
Envolve a avaliação completa da vítima, com especial atenção para tudo o que possa
provocar risco de vida: observar o ambiente em que a vítima se encontra; colocar reto o
pescoço da vítima e manter a mandíbula segura, visando desobstruir as vias
respiratórias e amenizar a pressão na coluna cervical; avaliar se a vítima apresenta
parada respiratória ou cardíaca. Em caso positivo, começar imediatamente a
reanimação cárdio-pulmonar (R.C.P.); analisar a existência de hemorragias, e buscar
meios para contê-las; verificar o estado de consciência da vítima; avaliar a intensidade
da dor; conferir a temperatura do acidentado; manter a vítima aquecida com cobertores
e/ou lençóis.
Exame secundário
Este exame somente é feito quando o acidentado se apresenta em condições estáveis.
Siga as instruções abaixo. Cabeça e face
Analise a região superior do couro cabeludo, procurando alguma alteração; escorregue
as mãos pela parte de trás da cabeça; apalpe a parte frontal do crânio (testa e região
superior).
Tronco: toque na clavícula (osso do ombro), um lado de cada vez; apalpe a face
anterior (da frente) do tórax; apalpe o abdômen; pressione o quadril anterior e
lateralmente.
Obs: durante este exame, fique atento para o surgimento de bolhas e crepitações sob a
pele, que podem indicar necessidade de atendimento médico imediato.
Membros superiores: apalpe braços, ombros, cotovelos, antebraços e mãos;
verifique o pulso radial (no punho); examine a movimentação dos membros.
Membros inferiores: apalpe a coxa desde a virilha; apalpe joelho, perna e pé; cheque o
pulso pedioso (no peito do pé); examine a motricidade (movimentação); repita o exame
na outra perna. OBS: Ao analisar a capacidade de movimento da vítima, deve-se ter
cuidado redobrado ante uma suspeita de fratura. Evite ao máximo mexer no paciente, e
providencie o socorro especializado.
Dez mandamentos do socorrista
1. Manter a calma.
2. Ter em mente a seguinte ordem quando prestar socorro: eu (o socorrista) — minha
equipe — vítima.
3. Checar se há riscos no local de socorro.
4. Conservar o bom senso.
5. Manter o espírito de liderança.
6. Distribuir tarefas.
7. Evitar atitudes impensadas.
8. Havendo muitas vítimas, dar preferência àquelas com maior risco de vida (sofrendo
de parada cárdio-respiratória ou sangramento excessivo, por exemplo).
9. Agir como socorrista, não como herói.
10. Pedir auxílio, especialmente do Corpo de Bombeiros local.

Suprimentos de primeiros socorros


Estes são alguns itens que devem constar na caixa de primeiros socorros, e que podem ser
necessários em situações diversas. A caixa deve ser mantida sempre em lugar de fácil acesso,
tanto em casa quanto no carro: Alfinetes de fralda;Caixa de fósforos; Esparadrapo; Frasco de
água oxigenada; Frasco de álcool;Frasco de amônia; Gazes esterilizadas; Lanterna; Luvas de
látex.
Pacote de algodão; Pomada contra irritação da pele; Sabão líquido;Saco para água
quente;
Sacos de plástico; Termômetro; Tesoura; Tubo de vaselina esterilizada.

Transporte de vítimas
Para aumentar as chances de recuperação, o ideal é que a vítima seja atendida no local
do acidente. Caso isto não seja possível por falta de segurança, tanto para ela como para
o socorrista, deve-se transportá-la para um local seguro, porém respeitando certos
cuidados específicos. Veja como:
Como ajudar?
Antes de retirar a vítima do local do acidente: preste atenção ao movimentá-la para não
agravar as lesões já existentes; examine o estado geral da vítima; tente calcular o peso
da pessoa;
considere o número de socorristas para ajudar; retenha a hemorragia; mantenha a
vítima respirando; evite ou controle o estado de choque; imobilize as áreas com
suspeita de fraturas.
O transporte da vítima pode ser feito por maca, que é a melhor forma. Se por acaso não
houver uma disponível no local, ela pode ser improvisada com duas camisas ou um
paletó e dois bastões resistentes, ou até mesmo enrolando-se um cobertor várias vezes
em uma tábua larga.
Para erguer a vítima
Com apenas um socorrista:
Apoio lateral simples:
o braço da vítima é passado sobre os ombros do socorrista, por trás do pescoço;
o socorrista segura firmemente o braço da vítima;
com o outro braço, o socorrista envolve o acidentado por trás da cintura.
Arrastamento de roupa — a vítima é arrastada no sentido do eixo cranial pelo socorrista,
que utiliza a camisa ou casaco como ponto de apoio;
Arrastamento tipo cobertor — posicione a vítima estendida de lado. Coloque o cobertor
por debaixo do corpo do paciente, desvire-o, colocando-o de barriga para cima, e puxe o
cobertor do outro lado. Inicie o transporte puxando o cobertor próximo à cabeça da
vítima.
Com dois socorristas:
Para o atendimento eficiente de politramautizados, é importante ter em mente que, em
muitos casos, a vítima não pode e não deve se movimentar espontaneamente, devido às
lesões já existentes ou a lesões que possam ocorrer por uma locomoção indevida.
Portanto, a melhor maneira de mover uma vítima deitada é o uso da prancha longa,
quando o acesso ao paciente é viável.
A seguir, veja os métodos disponíveis para transporte com maca ou prancha longa. Esta
técnica deve ser realizada da forma apropriada, tanto para evitar complicações para as
vítimas como danos lombares para os socorristas.
Posição dos socorristas para erguer a vítima do solo
Logo que a vítima estiver em cima da prancha, cada socorrista deve se posicionar em
uma das extremidades da prancha (o socorrista A deve colocar-se de costas para o
paciente, e o B, aos seus pés);
Depois, os socorristas devem posicionar os pés ligeiramente afastados, e não paralelos
ou alinhados;
Ao se abaixar para elevar a maca, os socorristas devem ficar de joelhos na posição tripé,
ou seja, um joelho no chão e outro afastado, fora da posição do antebraço;
O socorrista A deve comandar as manobras, indicando quando é a hora de elevar a
vítima. Eles então se posicionam de cócoras, levantando o joelho que estava apoiado no
chão;
Após a ordem do socorrista A, ambos devem elevar a vítima utilizando os músculos da
coxa. Desta forma, evita-se o uso incorreto da musculatura da coluna, o que pode causar
sérios danos;
Para iniciar a caminhada, o socorrista A deve sempre dar o comando, dirigindo-se com a
vítima para a ambulância ou para outro lugar seguro.
Transposição de um obstáculo simples
Durante a caminhada, podem aparecer obstáculos no caminho, tais como árvores
caídas, por exemplo. O procedimento adequado nestes casos é:
Quando se aproximar do obstáculo, o socorrista A deve avisar ao outro socorrista do
problema;
Os socorristas devem colocar o paciente no solo delicadamente, sempre com a
orientação do socorrista A;
Com a prancha ao chão, os socorristas devem se posicionar nas laterais, um com a mão
na altura do ombro da vítima e o outro com a mão um pouco abaixo dos joelhos, e
manter os pés ligeiramente afastados;
Para elevar a prancha, o socorrista A dirige a operação: ambos se colocam de cócoras,
erguendo os joelhos que estavam de apoio no chão;
Em seguida, os socorristas se levantam, usando os músculos das coxas para erguer a
vítima;
Depois, sempre sob o comando do socorrista A, posicionam a prancha com a cabeceira
sobre o obstáculo;
Os socorristas se colocam face a face, caminhando em direção ao paciente,
movimentando a maca na lateral e deslizando as mãos ao longo da prancha;
O socorrista B se posiciona na extremidade da prancha;
Enquanto o socorrista B segura a prancha , o socorrista A pula o obstáculo e pega a
extremidade da prancha perto da cabeceira da vítima;
Depois, sob a ordem do socorrista A, os dois seguem de forma que apóiem a
extremidade dos pés do paciente sobre o obstáculo. O socorrista B salta o obstáculo e
vem se posicionar próximo à cabeceira do paciente;
Os socorristas ficam frente a frente e andam em direção ao meio da prancha. Em
seguida, a prancha é colocada no solo e o processo recomeça.

Prevenção de acidentes
Para evitar incêndios e acidentes sérios, siga estas orientações:
Depois de fumar, certifique-se de que apagou o cigarro completamente. Esta atitude
pode evitar sérios acidentes;
Não atire pontas de cigarros pela janela, e muito menos coloque-as sobre mesas,
prateleiras ou armários;
Somente esvazie o cinzeiro na lixeira quando tiver certeza absoluta de que todas as
cinzas e pontas de cigarros estão realmente apagadas. Não use a lixeira como cinzeiro;
Não fume dentro do ambiente de trabalho em seus últimos 30 minutos de expediente —
assim você evitará deixar alguma ponta de cigarro mal apagada;
Respeite a sinalização e não fume em lugares proibidos;
Procure não fumar na cama; se você pegar no sono, há o risco de incêndio;
Não jogue pontas de cigarros na rua, principalmente perto da vegetação;
Não solte balões; isto pode representar a destruição de florestas e uma ameaça à vida
de muitas pessoas;
Nunca deixe crianças trancadas sozinhas em casa;
Não deixe equipamentos elétricos Troque todas as tomadas defeituosas
ligados depois de utilizá-los, evitando de sua casa, mas nunca realize
assim curto-circuito; consertos "quebra-galhos". Estes
Não ligue vários eletrodomésticos em consertos podem provocar um curto-
uma mesma tomada. Há o risco de circuito;
uma sobrecarga do sistema elétrico e Não permita que as crianças brinquem
seu superaquecimento. Utilize com fogo, fósforos ou materiais
tomadas diferentes e desconecte o inflamáveis. Não deixe ao alcance
aparelho da energia após o uso; delas nada que represente risco de

acidente;

Nunca deixe o ferro elétrico ligado, nem que seja só por alguns instantes. Desligue-o
sempre quando não estiver por perto, e certifique-se de que ele esteja fora do alcance
das crianças;
Quando os fusíveis se queimarem, fique atento e faça uma revisão nas instalações
elétricas. De vez em quando, cheque os fios para se certificar de que todos estão bem
isolados.
Quando for sair de férias, desligue a chave geral de energia;
Ao utilizar materiais de limpeza, como álcool e removedores, deixe-os sempre em
lugares seguros e arejados; eles podem ser venenosos se forem ingeridos, como
também inflamáveis;
Não deixe lixo acumulado, principalmente se nele houver panos impregnados com
materiais inflamáveis, como gasolina, graxas e óleos vegetais, entre outros. Retire o lixo
de casa todos os dias;
Quando não estiver usando os botijões, mantenha-os fechados. E confira sempre se há
vazamentos; Não coloque cortinas ou qualquer tipo de pano próximo ao fogão, e
também não esqueça panelas no fogo;
Ao usar o forno, siga os seguintes passos: 1 º — acenda o fósforo, 2 º — abra a tampa do
forno; 3 º — ligue o gás. Assim é possível evitar uma explosão; Se sentir cheiro de gás,
abra imediatamente as janelas para ventilar a área, não risque fósforos e não acenda as
luzes. Coloque o botijão fora da cozinha, em local arejado.
Acidente automobilístico
Sempre é possível ajudar enquanto se espera o auxílio especializado. Mas é importante
ter noções adequadas de primeiros socorros para evitar o agravamento da situação.
Veja a seguir o que fazer em caso de acidentes automobilísticos.
Como ajudar?
ligue imediatamente para o serviço de emergência de sua cidade e para a Polícia Militar
Rodoviária; certifique-se de que não irá se arriscar ao se aproximar do local do acidente,
porque você pode se tornar outra vítima. Por isso, preste atenção se existe incêndio ou
cheiro de combustível antes de qualquer tentativa de socorro; pegue o extintor de
incêndio de um carro que não esteja envolvido no acidente e coloque-o em ação,
mesmo que não haja fogo; afaste os curiosos; examine o acidentado e veja se ele está
respirando. Se a vítima estiver consciente, faça-lhe perguntas para checar a respiração,
já que pessoas com graves problemas respiratórios têm dificuldade em falar; caso haja
sufocamento ou dificuldade respiratória, faça respiração boca-a-boca e reanimação
cárdio-pulmonar, conforme o caso; caso exista hemorragia, estanque-a com um pano
limpo, protegendo devidamente suas próprias mãos.
Afogamento
O afogamento é o acidente causado pela submersão do indivíduo, geralmente na água
do mar ou piscina, no qual o acidentado apresenta desde sintomas leves a graves, como
a asfixia (dificuldade de respirar); a partir daí, podem ocorrer alterações em outros
sistemas do corpo. O local do afogamento (água doce ou salgada) determina diferenças
nas alterações corpóreas; no entanto, os procedimentos de primeiros socorros são os
mesmos.
Os acidentes ocorridos no mar registram um maior número de vítimas entre os adultos.
Já em piscinas, esta estatística mostra maior freqüência de crianças envolvidas. Por isso,
é importantíssimo vigiar as crianças não só na praia, mas também em locais onde
existam piscinas, mesmo que não estejam sendo usadas.
É possível atuar no socorro com medidas simples, ainda que a pessoa disposta a ajudar
não tenha treinamento. Mesmo assim, lembre-se: a ajuda ao afogado só deve ser feita
se não for colocar em risco a vida do socorrista.
Como ajudar?
coloque o acidentado fora da água o mais rápido possível; se suspeitar de algum tipo de
traumatismo (história de queda ou acidente ao mergulhar), mantenha sempre reta e
imobilizada a cabeça da vítima; inicie imediatamente a respiração boca-a-boca; aqueça o
acidentado; leve-o ao hospital mais próximo, o mais rápido possível.
Asfixia
É o bloqueio ou a dificuldade de respiração por qualquer forma de impedimento da
entrada de ar nos pulmões; pode ser também a impossibilidade de troca gasosa
(oxigênio por gás carbônico) eficiente. Este impedimento pode ser causado por
afogamento, inalação de fumaça ou produtos tóxicos, objetos (sacos plásticos, objetos
inalados), compressão do pescoço (enforcamento, esmagamento) ou ausência da
respiração por problemas orgânicos.
Sinais e sintomas
dificuldade respiratória;ruídos durante a respiração; agitação ou prostração; palidez ou
arroxeamento da pele; perda da consciência;parada cárdio-respiratória.

Como ajudar?
Coloque a vítima em um ambiente arejado. Caso você saiba que a pessoa se engasgou
com alguma coisa, proceda as manobras devidas para este caso (descritas abaixo). Se
tiver havido afogamento ou inalação de fumaça e o acidentado não responder aos
estímulos ou apresentar parada das respirações, inicie as manobras de reanimação
cárdio-respiratória. Não perca tempo — leve o acidentado ao hospital mais próximo o
mais rápido possível.
Engasgamento de lactentes
Em caso de asfixia em bebês, proceda no colo ou deitada de costas, e
da seguinte forma: coloque a criança posicione os
dedos indicador e médio de ambas as
mãos no final do osso esterno (do
tórax),
próximo ao abdômen;

empurre o abdômen contra o própria coxa;


diafragma, comprimindo-o de maneira
súbita e vigorosa; posicione a vítima
"à cavaleiro" (com as pernas
encaixadas no braço do socorrista),
estendida, com a cabeça mais baixa
que o tronco. A cabeça deve ser
sustentada com a mão, em torno do
queixo e tórax. O ideal é que o
socorrista descanse o braço sobre sua

golpeie 4 vezes, rapidamente, com a outra sobre a coxa com a cabeça mais baixa que
mão, entre as omoplatas (ossos o tronco; faça 4 compressões seguidas no
protuberantes das costas, próximos aos tórax (esterno).
ombros); em seguida, ponha a mão livre É recomendável que estas manobras
nas costas da criança, de modo que fique sejam feitas já a caminho do hospital ou
"ensanduichada" entre as duas mãos — pronto-socorro, para que todos os
uma sustentando o tórax, pescoço e procedimentos necessários sejam
queixo, e a outra apoiando o dorso; então tomados o quanto antes.
vire a criança de uma vez e coloque-a
Engasgamento de crianças
Para proceder o socorro às crianças
maiores, siga estes passos:
posicione-se atrás da criança e
coloque os braços em torno de sua
cintura. Deixe que a cabeça, os braços
e parte do tronco fiquem pendentes
para frente;

aperte o punho de uma mão com a outra, e coloque sobre o estômago da criança, bem
acima do umbigo, na linha da cintura (abaixo das costelas); comprima rapidamente o
punho contra o estômago,
como um golpe. Repita 4 vezes este ajoelhe-se sobre ela e faça pressão
procedimento, ou até que o corpo com as mãos cruzadas, bruscamente,
estranho seja expelido. Complete com logo acima da linha da cintura. Peça
4 compressões torácicas (sob o que outra pessoa fique atenta para
remover o corpo estranho da boca. Se
a criança vomitar, gire todo o corpo
para o lado, a fim de evitar asfixia.

esterno);
se a criança for muito grande para
esta manobra, deite-a de costas,
Convulsões
A convulsão ocorre devido a uma descarga elétrica súbita e atípica dos neurônios, que se
manifesta mais comumente por movimentos anormais de diversos tipos. Esses
movimentos incomuns e incontroláveis podem surgir de forma localizada ou
generalizada, dependendo da causa do distúrbio neurológico. O quadro pode vir
acompanhado por perda ou alteração da consciência.
Causas
Há diversas delas, entre as quais: febre (em crianças pequenas);
traumas de crânio; doenças neurológicas; infecções do sistema nervoso; distúrbios do
metabolismo corporal; intoxicações.
Sinais
Durante a crise, o paciente pode apresentar: movimentos ritmados em todo o corpo ou
em algum membro isoladamente; perda da consciência; salivação; vômitos; febre.

Como ajudar?
retire roupas apertadas do paciente; a
pessoa contra objetos duros, ásperos
ou pontiagudos;
coloque a vítima em local seguro, de
onde não possa cair — no chão ou em não introduza lenço ou objetos entre
uma cama cercada, por exemplo; os dentes — é inútil e perigoso;
retire travesseiros e lençóis, para leve o enfermo ao hospital mais
evitar o risco de asfixia; próximo sem demora.
coloque a pessoa deitada de lado (em
decúbito dorsal), para permitir a Para evitar a crise convulsiva, deve-se
drenagem de saliva e vômito; diminuir a febre com banhos e
medicações prescritas pelo médico. O
primeiro procedimento não deve ser
realizado durante a convulsão, devido
ao risco de aspiração.

Epilepsia
É uma perturbação neurológica que afeta as funções cerebrais. Os neurônios
transmitem informações desorganizadas uns para os outros, provocando um confronto
e a completa confusão das mensagens nervosas.
Sinais e sintomas
perda de consciência e desmaio; contrações musculares bruscas e involuntárias;
olhos revirados; excesso de salivação. Como ajudar?
posicione a vítima na lateral, para que não se engasgue com o excesso de salivação; não
coloque panos entre os dentes ou na boca do paciente, pois o risco de sufocamento é
muito grande frente ao pequeno benefício de proteger a língua do mesmo; apóie a
cabeça do paciente em uma almofada ou algo similar. Não tente impedir os movimentos
convulsivos; apenas afaste os objetos em volta que possam machucar a vítima; alargue
as roupas da vítima; nunca administre nenhum medicamento sem prescrição médica;
preste atenção aos movimentos convulsivos — o relato da testemunha sobre a crise é
essencial para um bom diagnóstico clínico; acomode a pessoa confortavelmente quando
a convulsão parar; deixe-a dormir, se ela quiser; verifique se a respiração está normal;
leve o paciente ao médico ou ao hospital.
Desmaios
O desmaio é a perda temporária de consciência, que pode ser provocada por fatores
diversos. O importante é manter a calma e tentar ajudar a vítima.
Causas: emoções bruscas; cansaço; fome; nervosismo; traumatismo; hipoglicemia
(baixo nível de açúcar no sangue); queda de pressão; arritmia cardíaca (qualquer desvio
da normalidade no ritmo das contrações cardíacas).
Sinais e sintomas: pele pálida; sudorese; pulso e respiração fracos.
Como ajudar?
deite a vítima e eleve as pernas; afrouxe as roupas da pessoa;verifique o pulso do
paciente. Caso não consiga sentir a pulsação, apalpe a artéria carótida, na lateral do
pescoço; caso o desmaio persista por mais de 1 ou 2 minutos, aqueça a vítima, chame o
médico imediatamente ou leve a pessoa ao hospital.
Obs: Caso você sinta que vai desmaiar ao ver sangue ou ferimentos, por exemplo, deite-
se e eleve as pernas; ou sente-se e curve o tronco para frente, colocando a cabeça no
meio das pernas, abaixo dos joelhos, e respire profundamente, pressionando a nuca.
Estado de choque: Os casos de estado de choque são provocados geralmente por
lesões graves, tais como: hemorragias ou emoções intensas; queimaduras graves;
ferimentos graves ou extensos; choque elétrico; intoxicação por produtos químicos ou
alimentos; parada cárdio-respiratória; exposição excessiva ao calor ou ao frio; dor
profunda; infecções; fraturas.
Sinais e sintomas: pele pálida e fria; sudorese nas mãos e na testa; sensação de frio;
náuseas e vômitos; dificuldade respiratória; visão nublada; pulso fraco e rápido.
Como ajudar? remova da boca qualquer objeto que
examine o estado da vítima; atrapalhe a respiração (dentadura,
mantenha a pessoa deitada e goma de mascar) e mantenha a vítima
aquecida; alargue as roupas da vítima; respirando; posicione a cabeça na
lateral, para o caso de ela vomitar,
levante as pernas da vítima, mas
somente se não houver suspeita de
fraturas;
mantenha a cabeça do paciente em
posição mais baixa que o tronco, de
preferência; leve-o ao hospital.
Importante NUNCA: dê bebidas alcoólicas à vítima; dê líquido a uma pessoa
inconsciente ou semi-inconsciente; dê líquidos se suspeitar de lesão abdominal ou se o
acidentado estiver em estado grave.

Dor de ouvido
Apesar de parecer uma ocorrência simples, a dor de ouvido pode ser sinal de infecção
local, com possibilidade de atingir o sistema nervoso central. Veja como agir: erga a
cabeça do paciente e coloque-a sobre vários travesseiros; aplique compressas de água
morna sobre o ouvido dolorido e dê um analgésico para amenizar a dor; não permita
que a pessoa assoe o nariz, pois a pressão pode agravar a dor; procure o médico assim
que puder. Somente use outros medicamentos se receitados pelo especialista.
Fraturas
Fraturas nos braços
Descrição
As fraturas são ocasionadas pela ruptura completa ou parcial na continuidade dos ossos.
Podem ser classificadas em: fechadas: quando a pele do local fraturado não se rompe;
abertas ou expostas: quando a pele se rompe e o osso fica exposto. Esta ruptura pode
ser causada por algum objeto cortante ou pelos próprios fragmentos ósseos. Neste caso,
a probabilidade de infecção é muito grande, e por isso a fratura deve ser examinada com

atenção pelo médico.


Ainda se pode classificar a fratura por sua extensão: completa: envolve toda a espessura do
osso;
incompleta: envolve apenas uma parte do diâmetro do osso.

Sinais e sintomas
dor profunda na área fraturada; hematoma (ruptura de vasos sanguíneos, com acúmulo
de sangue no local); paralisia por lesão dos nervos; movimentos com estalos
(semelhantes ao som de amassar de papel).
Como ajudar? caso a fratura seja exposta, enfaixe com
não tente colocar o osso da vítima no gazes; imobilize com materiais
lugar; procure não limpar os improvisados, como tiras de pano e
ferimentos. Movimentos pedaços de madeira;
desnecessários podem provocar
complicações sérias e infecções; dê
analgésico via oral, par amenizar a
dor; coloque compressa de gelo na
área traumatizada para diminuir a dor
e o inchaço; caso não tenha certeza da
fratura, trate a vítima como se a
ruptura realmente tivesse ocorrido,
imobilizando a região; chame o
médico o mais rápido possível, ou leve
a vítima ao hospital.
Fraturas nos braços: se o osso não
estiver exposto, faça compressa com gelo

coloque o membro fraturado no


material usado para a imobilização;
enrole a tala com as ataduras, para
que fique bem firme; leve o paciente
imediatamente ao hospital; caso a
fratura seja nos braços, faça uma
tipóia, como mostra a figura abaixo:
Coloque uma atadura triangular, uma camisa ou pano sobre o tórax da vítima, e amarre
as pontas.
Fraturas na coluna vertebral
A coluna vertebral é responsável por várias funções importantíssimas, como respiração
e movimentação. Portanto, a fratura da coluna pode provocar lesões importantes,
principalmente na medula óssea, causando danos irreversíveis.
Sinais e sintomas: incapacidade ou problemas com a movimentação de membros;
perda de sensibilidade nas pernas; formigamento em alguma parte do corpo,
principalmente nas pernas;dor no pescoço e na região lombar.
Como ajudar? não deixe a vítima se mexer; qualquer movimento inadequado pode
trazer consequências gravíssimas; chame a emergência imediatamente.
Como imobilizar a vítima? identifique a área lesada, cortando a roupa; retire anéis e
braceletes que possam vir a comprometer a circulação; cubra as lesões com curativos;
acolchoe imobilizadores que possam machucar a vítima; imobilize a área acima e abaixo da
articulação lesada, de forma que a vítima não possa movimentar a região.
Material usado para imobilização
imobilizadores rígidos: são materiais flexíveis que, moldados ao corpo, conservam a
estabilidade. Podem ser de madeira, papelão ou alumínio. Sua fixação no membro
lesado é feita com bandagens; bandagem: é o material usado para fixar um curativo
sobre a ferida. Deve ser suficientemente justa para reduzir a dor e os sangramentos, e
frouxa o bastante para permitir a circulação sanguínea. As bandagens mais usadas são as
triangulares.
Hemorragias
São conseqüência de um rompimento, cisão ou dilaceração dos vasos sangüíneos, veias
ou artérias, o que provoca a perda de sangue circulante para dentro ou para fora do
corpo. As medidas a serem tomadas para reter uma hemorragia dependerão do local
afetado.
Existem dois tipos básicos de hemorragia: Hemorragia venosa: é identificada pelo
sangue de cor mais escura, por ser rico em gás carbônico, e sangramento contínuo;
Hemorragia arterial: é qualificada fundamentalmente pelo sangramento em jatos de cor
vermelho vivo. É considerada mais séria que a hemorragia venosa, por possuir uma
maior pressão sangüínea.
Sinais e sintomas: enjôos e vômitos; ritmo cardíaco acelerado; pulso fino (que mal se
pode sentir);respiração rápida e superficial; sede; sudorese; desmaios; diminuição da
temperatura, ocasionando frio e calafrios; estado de choque; tonteira; mucosas sem cor.
Hemorragia externa
Esta forma de hemorragia é o sangramento de estruturas superficiais. Normalmente,
pode ser contida com regras básicas de primeiros socorros.
Como ajudar? deite a vítima imediatamente; use luvas para tratá-la, se possível;
eleve o membro lesado a uma altura superior à do coração, para que se dificulte a vazão
do sangue, pela própria pressão; aplique um curativo com gaze ou pano limpo sobre a
área ferida, e comprima-o firmemente por pelo menos 10 minutos; coloque uma
bandagem por cima do curativo; caso o sangramento persista, faça pressão sobre a
artéria mais próxima do local afetado; quando o sangramento parar, deixe a parte
afetada em repouso; não faça garroteamento no local; leve a vítima ao hospital.
Hemorragia interna: Esta hemorragia se caracteriza pela ruptura de vasos ou órgãos
internos. Já que o sangramento não pode ser visto, é necessário que se preste muita
atenção aos sinais e sintomas específicos, para evitar o choque da vítima e ter tempo
hábil de encaminhá-la ao socorro adequado.
Sinais e sintomas:pele pálida e fria; dedos e mãos (extremidades) arroxeados pela
redução de circulação sangüínea; mucosas dos olhos e boca esbranquiçadas; tonteira;
sudorese.
Como ajudar?
Para a retenção da hemorragia (hemostasia): acalme a vítima, se estiver consciente;
posicione-a com a cabeça em um nível mais baixo que o corpo; aqueça a vítima com
cobertor ou algo similar; interrompa o consumo de líquidos; leve a vítima ao hospital
imediatamente.
Hemorragia nasal: Esta é a hemorragia que mais acontece entre adultos e crianças. É
causada pela ruptura dos vasos sangüíneos do nariz, devido à exposição excessiva ao sol,
trabalho sob temperaturas elevadas, atividades físicas muito desgastantes e redução da
pressão atmosférica, como também por causa de outras doenças.
Às vezes até uma crise hipertensiva pode acarretar esta hemorragia; nestes casos, é
preciso medir a pressão arterial. É recomendável a consulta imediata ao médico, para
um exame mais detalhado e um diagnóstico correto.
Como ajudar? alargue as roupas que estejam apertando o tórax e o pescoço da vítima;
acalme-a; sente-a em lugar arejado; solicite à vítima que respire pela boca;
não permita que ela assoe o nariz; faça pressão com os dedos sobre a narina que estiver
sangrando, durante 5 a 10 minutos; coloque um chumaço de algodão na narina em
sangramento, para fazer de tampão; faça compressa com gelo no nariz; caso não pare o
sangramento, leve a vítima ao hospital.

Insolação
Ocorre após uma grande exposição ao sol, em dias de calor intenso. O corpo desidrata
mais rápido por causa do excesso de suor. Fenômenos como o golpe de calor podem
ocorrer quando a regulação da temperatura é incapaz de dissipar o acúmulo de calor
corporal. Este fenômeno é muito grave e potencialmente fatal.
Por isso, o tempo de exposição ao calor ou ao sol deve ser criteriosamente observado.
Muitas vezes, um curto período de tempo — 15 a 30 minutos, por exemplo — é
suficiente para causar sérios danos se a temperatura a que se está exposto for muito
alta, como freqüentemente ocorre em países tropicais como o nosso.
Sinais e sintomas: mal-estar; dor de cabeça forte; calor; ardor; febre; redução da
quantidade de urina; sede em excesso; vermelhidão por todo o corpo, em alguns casos
com o aparecimento de bolhas d'água; convulsão nos casos mais sérios.
Como ajudar? transporte a vítima para um local arejado, fresco e de preferência em
frente a um ventilador. Nunca permita que ela permaneça em um ambiente abafado e
quente;
aplique compressas frias pelo corpo; dê um banho na vítima (com água em temperatura
ambiente, mas sempre fresca); faça-a beber bastante líquido; caso os sinais e sintomas
persistam por mais de 1 hora, leve a vítima ao médico ou ao hospital; nos casos mais
graves — febre alta (acima de 38º), vômitos ou convulsões — leve a vítima ao hospital
imediatamente.
Intoxicações
Podem ocorrer por várias vias, entre elas:
Oral: com o consumo de qualquer substância tóxica pela boca;
Cutânea: no contato da pele com qualquer produto tóxico;
Respiratória: pela inalação de gases ou vapores liberados por produtos tóxicos.

Sinais e sintomas
Estes dependerão das vias de penetração e da substância tóxica. Contudo, de uma
maneira geral, podemos observar: vestígios na boca ou na pele, indicando ingestão,
inalação ou contato da vítima com substâncias tóxicas; odor incomum no hálito, devido
à aspiração ou ingestão de algum produto químico nocivo; alteração na coloração dos
lábios; lesões na pele; redução da capacidade respiratória; queimação na boca, garganta
ou estômago; sonolência; cólica; diarréia;
sangue nas fezes; náuseas e vômitos; confusão mental e estado de coma.
Como ajudar? leve a vítima imediatamente ao hospital; observe-a com atenção, para
explicar ao médico como ocorreu a intoxicação; em caso de intoxicação por produto
químico, encontre a respectiva caixa, na qual você poderá saber a composição do
produto e qual é o antídoto adequado; se possível, leve o produto tóxico para o médico
no frasco original; em caso de intoxicação alimentar ou por plantas, leve para o médico
uma amostra do alimento ou planta; dê bastante líquido à vítima; nunca ofereça
medicação para segurar a diarréia, pois esta é o mecanismo de defesa do organismo,
que elimina as toxinas através das fezes.
Auxílio pelo telefone: Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas de São
Paulo (CEATOX). Está disponível 24 horas para informações sobre intoxicação.
A ligação é gratuita: 0800-148110.
Intoxicação por plantas
Plantas tóxicas existem em todos os ambientes, e podem ser muito perigosas quando
manuseadas ou até ingeridas, especialmente por crianças.
Sinais e sintomas
Variam conforme as diversas espécies de plantas. Porém, os mais comuns são: náuseas;
vômitos; diarréia e desidratação.
Como ajudar?
não provoque o vômito na vítima, muito menos se tiver ingerido soda cáustica,
derivados do petróleo (querosene, gasolina, líquido de isqueiro, removedores), ácidos,
água de cal, amônia, alvejantes de uso doméstico, tira-ferrugem ou desodorantes. Isto
porque, da mesma forma que, ao entrar no organismo provoca-lhe danos durante o
trajeto, a substância tóxica fará o mesmo quando sair em forma de vômito; a rapidez é
imprescindível: trate a vítima antes que seu organismo absorva o veneno; remova os
resíduos restantes da planta da boca da vítima, lavando-a com bastante água; não
permita que a vítima ande; dê-lhe leite ou clara de ovo;
observe a língua e a garganta, para verificar a dimensão da irritação provocada;
mantenha a vítima aquecida; guarde a planta para identificação futura; leve a vítima
para o hospital mais próximo.
Tóxico inalado — Sinais e sintomas enjôo; vômito; diarreia; suor; palidez;
sufocamento; febre.
Como ajudar? coloque a vítima em local arejado; mantenha a vítima respirando, e verifique
a respiração; posicione o queixo da vítima para cima o quanto puder, e sopre em sua boca
ou nariz de 12 a 18 vezes por minuto; conserve a vítima aquecida; leve-a ao hospital.
Contaminação pela pele — Sinais e Sintomas: queimação ou resfriamento; diarreia;
vômito; salivação intensa; náuseas; dificuldade respiratória; perda de consciência
Como ajudar? leve a vítima para o chuveiro ou jato de água corrente, enquanto remove
toda a roupa; coloque roupas limpas na pessoa; não medique a vítima; leve-a ao hospital.
Contaminação pelos olhos — Sinais e Sintomas: ardência; lacrimejamento; dor.
Como ajudar? lave os olhos imediatamente após o acidente, porque a demora no
atendimento pode aumentar a gravidade da lesão; afaste as pálpebras da vítima e lave bem
os olhos com água corrente (de 15 a 20 minutos); não use colírio; leve a vítima ao hospital.
Vítima inconsciente ou com crise convulsiva: Siga estas orientações gerais:
examine a respiração da vítima; verifique se a língua não está atrapalhando a respiração;
posicione a vítima lateralmente para evitar que se engasgue com o vômito espontâneo; leve-
a imediatamente ao hospital.
Mordidas de animais raivosos: A hidrofobia, ou raiva, pode afetar todos os mamíferos, e
não só os cães e gatos. A doença atua no sistema nervoso central, através de um vírus,
provocando sinais e sintomas de encefalite (inflamação no cérebro), e pode ser fatal.
O vírus tem uma característica particular, que o faz ainda mais perigoso: ele penetra no
organismo humano através dos nervos, e não pela corrente sanguínea. Ou seja,
enquanto estiver fazendo este trajeto, as defesas do corpo não conseguem notar sua
presença. A produção de anticorpos só se iniciará quando o vírus atingir seu alvo, o
cérebro, e aí já é mais difícil evitar a morte da vítima.
O animal contaminado pode transmitir o vírus ao homem através da saliva. Por isso,
lembre-se: um arranhão ou uma simples lambida em um ferimento é o suficiente para o
contágio. É importante reforçar que a raiva pode ser transmitida não só por cão e gato,
mas também por outros mamíferos.
Sinais e sintomas: dificuldades para engolir; alteração de comportamento; sensibilidade à
luz (fotofobia); medo de água (hidrofobia); paralisia.
Como ajudar? lave a ferida com água e sabão em abundância, de preferência detergente; o
sabão é responsável pela destruição do invólucro do microorganismo, reduzindo desta
forma sua capacidade de reprodução; leve a vítima ao hospital mais próximo, mesmo que
você conheça o animal ou que ele esteja vacinado contra a raiva. Isto porque
aproximadamente 5% dos cães não reagem apropriadamente à vacina; em caso de ataque,
não sacrifique o animal. Coloque-o em local seguro para um intervalo de observação (10 dias
para cães e gatos).
O que é a vacina anti-rábica?
É o vírus inativo, ou seja, morto. Ao ser injetado no organismo, provoca uma resposta
imunológica, que é a produção de anticorpos para defesa. Também existe o soro anti-
rábico, que é o anticorpo já pronto, mas só é utilizado quando o estado da vítima pede
um tratamento de ação mais rápida.
Vacinação para os cães
A primeira dose deve administrada a partir dos 3 meses de idade, com reforço 45 dias
depois. A partir daí, é preciso aplicar doses anuais.
Overdose
Como a própria tradução já diz, é uma superdosagem de qualquer substância — isto é, a
utilização de alguma droga (medicação ou substância) acima dos níveis terapêuticos.

Sinais e sintomas: confusão mental; desmaios; convulsões; parada cárdio-respiratória.


Como ajudar?:Leve a vítima imediatamente ao hospital mais próximo; somente lá ela
receberá o tratamento adequado. Este é o procedimento mais apropriado,
independentemente da substância ingerida.
Quando não for overdose
Às vezes o indivíduo tem apenas alucinações, angústia ou depressão, devido ao
consumo de drogas como ácido, chá de cogumelos ou maconha. Nestes casos: leve a
vítima para um local tranqüilo; fale com ela até que a crise passe; mantenha a calma,
para não desesperar ainda mais a pessoa. Se não tiver controle da situação, leve a vítima
imediatamente ao hospital mais próximo.
Parada cárdio-respiratória
Descrição
A parada cardíaca acontece quando há interrupção ou diminuição significativa dos
batimentos do coração, o que provoca a redução da quantidade satisfatória de sangue
circulante. Como costuma ocorrer simultaneamente à parada respiratória, daí tem-se a
parada cárdio-respiratória.
A parada cárdio-respiratória (PCR) é o tipo mais comum de emergência médica. É
importante ressaltar que, no entanto, uma pode ser conseqüencia da outra; tanto a
parada cardíaca quanto a respiratória podem ocorrer de forma isolada, levando
rapidamente ao aparecimento da outra ocorrência.

O tempo para o socorrista identificar o ocorrido e tratar a vítima é de poucos minutos. E


o sucesso no atendimento conta com a agilidade e a perfeição com que são feitas as
manobras de socorro.
Os motivos de uma parada cárdio-respiratória são os mais distintos possíveis, mas os
mais comuns são: Intoxicações; Choque elétrico; Asfixia; Afogamento; Ataque cardíaco.
Sinais e sintomas: incapacidade ou ausência respiratória; midríase (dilatação das pupilas);
perda de consciência; falta de pulso; cianose (as extremidades dos dedos e dos lábios
tornam-se roxas); ausência de batimentos cardíacos.
Como ajudar?: verifique se a vítima ainda respira, e analise seu estado de consciência;
remova resíduos alimentares e próteses dentárias; faça a respiração boca-a-boca tantas
vezes quantas forem necessárias, até o restabelecimento dos movimentos respiratórios;
mantenha sempre o mesmo ritmo: 15 massagens para 2 sopros; examine o pulso e
observe suas características (batimentos acelerados ou pouco perceptíveis, por
exemplo); realize a massagem cardíaca; se necessário, continue o atendimento de
primeiros socorros durante o transporte para o hospital.
Respiração boca-a-boca
deite a vítima com a cabeça inclinada e o queixo elevado;
pressione a narina da vítima com o polegar e o indicador da mesma mão usada para
inclinar a cabeça, e passe a outra mão por trás do pescoço, para dar apoio (veja a figura);
retire da boca as próteses incompletas ("dentaduras", "pontes", etc.) e alimentos
(chicletes e balas, por exemplo);
coloque sua boca sobre a boca da vítima e faça duas ventilações (sopros para dentro da
boca da vítima), até notar que o peito se levanta; para que isto aconteça, é preciso
soprar com bastante força. Cada ventilação deve durar em média de 1 segundo a 1
segundo e meio;
em crianças, as ventilações devem durar 4 segundos e, nos recém-nascidos, 3 segundos.
A boca do socorrista cobre a boca e o nariz da criança ao mesmo tempo, por ser
impossível fazer da mesma forma que com os adultos; permita que a vítima expire
livremente; repita o movimento 15 vezes por minuto; chame o médico ou leve a vítima

para o hospital

Massagem cardíaca: coloque a vítima deitada de costas sobre uma superfície dura;
coloque as mãos sobrepostas na metade inferior do esterno (osso no meio do tórax). Os
dedos devem ficar abertos, sem tocar a parede do tórax;
a seguir, faça pressão, com bastante vigor, para que se abaixe o esterno, comprimindo o
coração de encontro à coluna vertebral; descomprima em seguida; repita a manobra
quantas vezes forem necessárias (cerca de 60 vezes por minuto); leve a vítima ao
hospital.

CUIDADOS: Nas crianças com peso inferior a 30kg, deve-se fazer pressão apenas com
uma das mãos, e utilizando os dedos, a fim de que não ocorram fraturas ósseas no
esterno ou costelas.

Reanimação cárdio-pulmonar (RCP):verifique a respiração; examine o pulso; quando a


vítima apresentar dispnéia (dificuldade respiratória) grave ou ausência de movimentos
respiratórios, comece rapidamente o atendimento com a respiração boca-a-boca;
encontre a área de compressão que está localizada um pouco abaixo do meio do osso do
tórax (esterno); pressione esta parte; faça a massagem cardíaca; faça respiração boca-a-
boca; leve a vítima ao hospital.

Instruções para a reanimação: coloque a vítima de barriga para cima sobre uma
superfície lisa e rígida; ajoelhe-se do lado da vítima, na altura de seus ombros; examine
o estado de consciência da vítima; faça o exame primário, diagnosticando a parada
cárdio-respiratória;
faça a respiração boca-a-boca em duas ventilações, cada uma com a duração de 1 a 5
segundos;
descubra o tórax da vítima; identifique o ponto de compressão da seguinte forma:
localize o fim do osso esterno (o osso do tórax, abaixo do estômago), dê a distância de
um palmo e mais duas polpas digitais; imediatamente acima deste nível, coloque as
mãos para iniciar a massagem cardíaca. Realize 15 compressões torácicas seguidas, com
uma freqüência aproximada de 80 por minuto; mantenha a relação de 15 compressões
para 2 ventilações;
examine o pulso após 1 minuto de reanimação cárdio-pulmonar, e depois, a cada 3
minutos;
chame o médico ou leve a vítima ao hospital
Em caso de dois socorristas
Siga estes passos: o socorrista líder faz o contato inicial e o exame primário;
um dos socorristas se responsabiliza pela ventilação e o outro, pela compressão do
tórax; começar com 2 ventilações, fazendo em seguida 5 compressões no tórax para
cada ventilação;
contar as compressões em voz alta;deve-se fazer uma pausa entre as compressões para
permitir a ventilação; o socorrista a cargo da ventilação verifica a eficácia das
compressões no tórax, através do controle do pulso da vítima; depois do primeiro
minuto, e a cada 3 minutos de RCP, verificar o retorno da atividade cardíaca; deve-se
chamar o médico ou levar a vítima ao hospital.
Como saber se a RCP funcionou? Observe com muita atenção, durante o processo de
reanimação: se o tórax está se expandindo; se pulso está presente.
Queimaduras
A queimadura se caracteriza pela lesão de tecidos, podendo ter várias repercussões no
organismo, mais ou menos graves, dependendo de vários fatores. Alguns deles são
listados a seguir: Extensão da área queimada: quanto maior a área da queimadura, mais
grave é o paciente;
Profundidade da queimadura: pode ser difícil de se avaliar nos primeiros dias do
acidente, pois pode evoluir de um grau para outro.
Graus de profundidade da queimadura: 1° grau: vermelhidão; 2° grau superficial:
vermelhidão e bolhas; 2° grau profunda: bolhas, pele branco-rosada e úmida; 3° grau:
pele nacarada, cinzenta e seca.
Agentes causadores da lesão:Físicos: calor, frio, radiações, eletricidade; Químicos:
ácidos, álcalis; Biológicos: picada de insetos.
Os acidentes mais freqüentes são os causados por líquidos superaquecidos. As
queimaduras químicas necessitam de lavagem exaustiva com água. Já a característica
primordial da queimadura elétrica é sua evolução progressiva. Nos casos em que há
concomitante inalação de vapores aquecidos, pode haver comprometimento pulmonar
variável.
Como ajudar?
Os cuidados serão determinados pelas características da região e pelo risco de seqüelas,
dependendo da área acometida (face, mãos, pés, genitais e pregas de flexão, como
joelhos e cotovelos). No entanto, há algumas medidas essenciais a serem tomadas em
cada caso:
Queimaduras pequenas: deixe correr água fria sobre a lesão durante 10 minutos;
lave com água e sabonete neutro; coloque uma camada fina de vaselina estéril sobre o
local;
cubra a ferida com gaze esterilizada, para protegê-la das bactérias.

Roupas em chamas: faça a vítima se deitar o mais rápido possível, com o lado queimado
voltado para cima; apague as chamas com água, a menos que haja aparelho elétrico
próximo;
jogue água ao longo do corpo, de cima para baixo, para impedir que as chamas atinjam
o rosto;
se não for possível usar água, enrole a vítima em cobertores, casacos grossos ou tapetes,
para que as chamas não sejam mais alimentadas com oxigênio. Não use tecidos
inflamáveis (nylon, tecidos sintéticos e outros).
Queimaduras extensas e/ou profundas: chame imediatamente a ambulância;
deite a vítima e jogue água fria sobre a água afetada por 10 minutos ou até que o
socorro chegue; verifique se a pessoa está respirando e tome seu pulso;
corte ou tire delicadamente as roupas caso estejam aderindo à área queimada.
Se a queimadura foi causada por material superaquecido ou produto químico, lave o
local em água corrente, e dirija-se a um hospital. O tratamento pode ser feito com a
internação do acidentado, ou por atendimento ambulatorial com curativos diários feitos
no hospital. Dependendo do tipo de lesão, o médico poderá orientar o paciente a
proceder os curativos e cuidados em casa, e marcar consultas de revisão.
NÃO faça: Não aplique substâncias, loção ou gordura na área; Não coloque emplastro
ou curativo adesivo na queimadura; Não use algodão ou qualquer tipo de tecido que
solte fiapos para cobrir a queimadura; Não remova nada que esteja grudado na ferida.
Isto pode provocar danos posteriores à pele ou aos tecidos, e ainda causar uma
infecção; Não resfrie demais a vítima se ela tiver queimaduras graves; isto pode levar à
hipotermia (redução anormal da temperatura corporal).
Traumatismos
Luxação:É quando o osso se desloca parcial ou totalmente de sua articulação.
Normalmente é seguida de sérias lesões nos ligamentos articulares adjacentes. A
luxação pode ser dividida em total (completo deslocamento dos ossos articulados) e
parcial (quando os ossos da articulação ainda continuam em contato).
Sinais e sintomas: dor profunda; sangramento intenso; movimento anormal da
articulação.
Como ajudar? procure imobilizar a vítima em uma posição que amenize a dor e facilite
o transporte; dê analgésico via oral, para aliviar a dor; não faça compressa com calor ou
massagem no local do trauma; leve a pessoa ao médico ou ao hospital mais próximo.
Torção: É a distensão dos nervos e ligamentos — tecidos que ajudam a manter os
ossos na posição correta — devido a uma movimentação forçada da articulação.
Acontece com mais freqüência nos joelhos, tornozelos, punhos, dedos e pescoço.
Sinais e sintomas
dor profunda em torno da articulação; incapacidade de movimentação. Pode até ocorrer
sangramento na parte interna do local lesado.
Como ajudar?:coloque compressa fria no local; imobilize a área traumatizada; dê
analgésico via oral, para amenizar a dor; chame o médico ou leve a pessoa ao hospital.
Contusão: É resultado de um forte impacto na superfície do corpo. Pode acontecer de
o local da contusão ficar arroxeado, com dor e inchaço; isto é sinal de que houve
hemorragia ou derrame por debaixo da pele.
Sinais e sintomas: pele do local arroxeada; dor na região de contato.
Como ajudar?: faça compressa de gelo no local; dê analgésico via oral, para amenizar a
dor;
consulte o médico.
RECEPÇÃO

EM

CLÍNICAS
INTRODUÇÃO
A preocupação com segurança há tempos vem ganhando espaço significativo em
empresas dos mais diversos segmentos, tornando-se parte do negócio.
Seja por determinação legal, seja pela preocupação de seu patrimônio, da vida e bem
estar de seus colaboradores e do cuidado com o meio ambiente, empresários têm se
preocupado em observar os aspectos relacionados à segurança, em seus diversos níveis
de abrangência. Passando de mal necessário para prevenção de percas desnecessárias.
Nesse contexto, novas tecnologias, aliadas a profissionais cada vez mais preparados,
exigem Formação, Qualificação, Habilitação e Treinamento constante, objetivando o
aperfeiçoamento contínuo do indivíduo, como forma de garantia de continuidade e
confiança nos trabalhos executados ou ora a executar.
Para facilitar a busca pela formação adequada e a tão discutida qualificação,
apresentamos ao amigo (a) leitor (a) esta preciosa ferramenta de informação intitulada
ATRIBUIÇÕES E PROCEDIMENOS
I - Recepção e Portaria?
Não é de hoje que recepcionistas, porteiros e vigilantes dividem o mesmo espaço em
portarias e recepções de grandes, médias e pequenas empresas. Também não é de hoje
que se tem investido na estrutura física, tecnológica e de qualificação do pessoal destes
espaços. Que na maioria das vezes traduz com clareza a imagem da empresa onde
atuam.
Nota-se, portanto que a formação destes profissionais tem que acompanhar esta
evolução, ou seja, não dá mais para negligenciar as características homogêneas de
atuação e missão no qual estão inseridos estes profissionais de atendimento.
Sabemos que um serviço inteligente é aquele que se adequou às necessidades de cada
cliente de acordo com o projeto de sua análise de risco e suas características físicas e
operacionais. No entanto no mundo globalizado, treinamento inteligente não é aquele
com maior carga horária ou diversas certificações, porém o mais coerente e inovador.
Que conheça não só as tendências do mercado, viabilidade e um controle de perdas e
possíveis riscos, daí a necessidade de considerar que em nosso tempo recepcionistas e
atendentes de portaria estão intimamente separados pela denominação funcional, mas
homogêneos nas atribuições. É o que veremos a partir de agora.
II - O que faz um Profissional de Atendimento em Recepção e Portaria
Dentre as muitas atividades de um profissional de atendimento em recepção e portaria
estão as seguintes:
2.1 – Atendimento e Controle de Pessoas – Identificação, Recepção e Orientação;
2.2 – Controle de Acesso de Materiais;
2.3 – Controle de Acesso de Veículos – Próprios e de Terceiros;
2.4 – Controle do Claviculário (Chaves);
2.5 – Controle de Correspondências – Recebimento, Registro e Encaminhamento;
2.6 – Procedimentos em Perigo Eminente – Roubo, Assalto, Danos, Incêndio e Outras
Emergências Diversas;
2.7 – Procedimentos de Defesa de Descontinuidades;
III – A Qualidade Total no Atendimento
3.1 - O que é Qualidade no Atendimento?
Corresponde ao ato de atender bem, cuidar, prestar atenção às pessoas e não nas
pessoas.
3.2 - Qual a finalidade do Atendimento?
RECEPCIONAR: Receber as pessoas com cordialidade, passar uma imagem positiva e prestar
um bom serviço;
INFORMAR: Esclarecer as dúvidas;
ORIENTAR: Indicar opções e ajudar a tomar decisões;
FILTRAR: Diagnosticar as necessidades dos públicos internos e externos;
AMENIZAR: Acalmar os ânimos e fazer esperar;
AGILIZAR: Evitar perda de Tempo
3.3 -O que devemos considerar ao iniciarmos um atendimento?
Devemos dedicar um tempo para:
A)Ouvir: o que as pessoas têm a dizer;
B)Considerar: os sentimentos das pessoas (nervosismo, ansiedade, desânimo, respeito
etc.)
C)Compreender: a importância das pessoas, para nós e para nossa empresa;
D)Não Julgar: as pessoas pela aparência ou gosto pessoal.
O Atendente deve ter em mente que o sucesso de uma empresa depende de fatores
importantes, como:- Os seus produtos; - Os seus Equipamentos; - Desempenho de seu
pessoal e - Sua imagem perante o público.
Esta última, imagem, é um fator decisivo para o sucesso, pois uma imagem positiva
representa a porta aberta para o sucesso, uma imagem negativa o caminho para a falta
de sucesso, portanto esteja sempre bem apresentável. A primeira impressão é a que fica e
abre portas.
IV – Qual é meu Público Alvo?
Como todos já sabem não basta ser bom, tem que ser o melhor. O profissional de
atendimento tem alguns públicos a impactar e pode ser bem sucedido ou mal sucedido.
Tudo depende de reconhecer quem são estes públicos e qual tipo de solução poderá lhes
proporcionar.
O público de uma empresa pode ser:
4.1 – Interno – diretores, gerentes, colaboradores, estagiários, etc...
4.2 – Externo – é o universo de pessoas físicas ou jurídicas que procuram a empresa, a
fim de utilizar seus produtos e serviços.
V - Exemplos de Postura no Atendimento Pessoal
5.1. Seja Natural;
5.2. Sorria - sem exageros ou demagogia;
5.3. Esteja disposto a servir e demonstre interesse real pelas pessoas e não nas
pessoas;
5.4. Saúde o cliente – Bom dia, Boa tarde, Boa Noite;
5.5. Dê atenção a uma pessoa de cada vez, sem perder o controle da situação;
5.6. Use frases como: “Um momento, por favor, por gentileza, aguarde um instante”,
quando errar não perca a oportunidade em desculpar-se no momento e com toda cautela
possível, evitando a síndrome do coitadinho.
5.7. Seja breve no que está fazendo e dedique sua atenção ao cliente/visitante;
5.8. Fale de maneira cordial, clara e precisa com o visitante;
5.9. Aja com serenidade e de maneira amável;
5.10. Seja discreto e cuidado para não invadir a privacidade alheia;
5.11. Mantenha sintonia com a fala e a expressão corporal;
5.12. Saiba ouvir reclamações;
5.13. Possua autonomia e iniciativa – Muitas coisas não estão nos procedimentos da
empresa e temos que observar a política da empresa;
5.14. Olhe para o cliente/visitante;
5.15. Conheça as atividades realizadas por outros funcionários do seu setor ou empresa,
conheça os funcionários chave para casos específicos e as instalações da empresa;
5.16. Faça com que as pessoas se sintam especiais, sem, contudo proporcionar-lhes
outras interpretações;
5.17. Não demonstre nervosismo ou qualquer comportamento emocional negativo,
saiba “separar” seus problemas e controle suas emoções pessoais;
5.18. Nunca critique a empresa ou colega de trabalho na presença de visitantes, isto
demonstra falta de educação com o visitante, à pessoa e consigo mesmo;
5.19. Não interrompa a fala do cliente/visitante;
5.20. Não mascar chicletes;
5.21. Nunca diga “Não sei...” Caso não saiba de uma informação, peça um instante ao
cliente e procure informar-se;
VI – Posturas de Atendimento Telefônico
6.1.Fale Claro e Pausadamente, permitindo que o interlocutor entenda perfeitamente a sua
voz e seus dizeres;
6.2. Fale sempre o nome da empresa, o seu e em seguida cumprimente o interlocutor.
Ex: Grupo Átrios, Fulano, Bom dia!
6.3. Seja cordial e educado, pergunte o nome do cliente e o chame pelo nome;
6.4. Procure atender ao telefone antes de tocar pela segunda vez;
6.5. Saiba escutar, interessando-se pelo que ouve e estimulando a troca de opiniões;
6.6. Ao atender coloque um sorriso na voz, sem exagero é claro!
6.7. O telefone da empresa deve ser usado apenas a serviço, bem como os assuntos ali
tratados devem ser de cunho profissional e não pessoal;
6.8. Evite crítica e também elogios persistentes às virtudes de pessoas ausentes;
6.9. Tenha o mesmo cuidado que em sua casa com o aparelho que lhe foi confiado pela
empresa;
6.10. Não divulgue qualquer informação sobre a empresa, sua pessoa ou funcionário
sem a respectiva autorização e desde que o solicitante esteja plenamente identificado;
6.11. Não confie na memória! Anote todos os recados e direcione à pessoa que precisa
recebe-lo o mais rápido possível;
6.12. Corrija seus vícios de pronúncia;
6.13. Não desligue o telefone na face do cliente, espere o cliente desligar primeiro;
6.14. Evite gracejos, para não se tornar ridículo;
6.15.Evite deixar o cliente esperando na linha;
6.16. Procure deixar seu ramal sempre desocupado;
6.17. Palavras de tratamento pessoal como: “meu bem”, “querido”, não devem ser
usadas;
VII - Conclusão
Para cada empresa os demais procedimentos são de acordo com as instruções
especificas adotadas pela administração de cada gestor, não sendo mérito deste curso
destaca-las em sua totalidade, apenas reforçar conteúdos genéricos que não incorrerão
no risco de serem questionados pelos formandos, quando verificadas as falhas de
aplicação existentes em alguns postos de serviço.
Há empresas e empresas, gestores e gestores, há os que diagnosticam com precisão
certas situações, já outros têm dificuldade em perceber que está remando contra a maré.
Há os que ouvem como também há os que só sabem falar e não suportam as sugestões,
e nós temos que estar prontos para nos deparar com estas situações sem perder o
profissionalismo e o bom senso.

ESTRUTURA DA SEGURANÇA NACIONAL PARA O


PROFISSIONAL DE ATENDIMENTO
1) SEGURANÇA PATRIMONIAL = Guarda do Patrimônio, Vigilância.
2) SEGURANÇA DO TRABALHO = Tec. Segurança do Trabalho, CIPA,
Normas Regulamentadoras, NBR’s, Etc.
3) SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS = Bombeiros Civis e Militares,
Brigadas de Incêndio, Técnico em Incêndios, Planejamento de Ação
Emergencial.
4) SEGURANÇA DAS INFORMAÇÕES = Detetive/ Sigilo Profissional/
Espionagem e Contra Espionagem/ Contaminações/ TI (BI).
SEGURANÇA GERAL OU GLOBAL
EDUCAÇÃO POSTURAL
A revolução industrial criou a linha de produção em larga escala, gerando uma
sobrecarga ao trabalhador. Associada a estes fatores, a constante cobrança existente nos
meios de produção, geraram elevadas taxas de estresse físico e mental, levando
colaboradores a um estado de desequilíbrio orgânico. A partir dali surgiram alterações
músculo-esqueléticas de desgaste e lesões diversas que terminam com o aparecimento
de dores e inflamações com diversas nomenclaturas.
Um exemplo bem claro são os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho ou
DORT’s como são geralmente conhecidos.
Com a chamada revolução tecnológica, as atividades predominantes centraram-se nos
serviços administrativos e auxiliares, principalmente nos grandes centros e devido as
novas tendências do mercado profissional. Sendo assim os grandes centros passaram a
ter uma concentração enorme de profissionais em serviço estático e sob grande pressão
por resultados, aliadas ao sedentarismo e recentemente ao grande consumo de cigarro e
álcool, formando uma mistura perfeita para morte súbita, lesões por esforços repetitivos e
aos afastamentos do trabalho.
Desta forma o que parecia ser o fim das doenças no ambiente laboral, triplicou suas
vítimas na chamada era do conhecimento, sendo motivo de adoção pelas empresas, de
campanhas de conscientização, educação ergonômica e ginástica laboral.
Daí nossa preocupação em alertar-lhe, prestando informações sobre como prevenir ou
minimizar os riscos de lesionar sua coluna.
DICAS ÚTEIS:
I – Ao levantar um peso ou abaixar para apanhar objetos no solo, lembre-se de que o
melhor é dobrar o joelho, deixando a coluna bem reta;
II – Ao sentar-se, encoste-se completamente na cadeira e evite esparramar-se. O que
parece confortável pode ser muito prejudicial para a sua coluna;
III – Deixe sempre seu pescoço repousado e alinhado com a coluna;
IV – Não fique sentado por muito tempo, levante-se e pratique o alto alongamento, caso não
pratique ginástica laboral. Não esqueça de que esta pratica deve ser assistida e orientada
por profissional habilitado.
V – Evite ficar em uma mesma posição por muito tempo;
RELAÇÕES HUMANAS NO CONTEXTO SOCIAL

Objetivando melhorar nossa didática e aprimorar o conhecimento de nossos alunos,


preparando-os de forma adequada para o mercado de trabalho, nosso curso em
linguagem simples e objetiva sobre Atendimento em Recepção e Portaria vem passando por
melhorias, e incorporado com a dinâmica da Equipe Átrios, vem caracterizando em cada
aluno, um verdadeiro e qualificado profissional de atendimento e segurança.
Igualmente, esperamos que o aproveitamento da leitura desta apostila possa ser de
grande valor não só aos alunos dos respectivos cursos, como aos leitores em geral.
Este trabalho é mais um memorial aos profissionais de portaria, segurança e proteção e
só existe porque você amigo(a) leitor(a) são nosso melhor bem.
Distribuir informação e contribuir com a formação e capacitação das pessoas é um
grande privilégio dado por Deus.
OBJETIVOS GERAIS DO CURSO
I – Reconhecer as Particularidades do Campo de Atuação;
II – Conhecer os Métodos para o Desenvolvimento do Trabalho;
III – Discutir o Comportamento no Ambiente de Trabalho;
IV – Fornecer Informações Importantes com o Objetivo de Minimizar os Conflitos
Interpessoais;
V – Dotar o Aluno de Subsídios Pelos Quais Poderá Definir a Melhor Estratégia em
Situações de Emergência;
VI – Fornecer Conhecimentos sobre a Legislação Pertinente;
VII – Agregar Valor.
OBJETIVOS DESTA MATÉRIA
I - Compreender que não vivemos em uma ilha;
II – Entender a posição do profissional de atendimento em relação aos demais
colaboradores;
III – Colaborar para o desenvolvimento das competências necessárias no relacinamento
intra e interpessoal;
IV – Verificar que as ações da pessoa, do cidadão e demais papeis que desenvolva na
sociedade estendem-se ao seu ambiente profissional.

INTRODUÇÃO
Os atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, o crescimento da
criminalidade e a sofisticação dos seqüestros, são ingredientes que exigem novos
conhecimentos e técnicas ao profissional de atendimento, segurança e proteção.
Deve ser comum, que novas tendências sejam acompanhadas de perto por estes
profissionais, interagindo-os aos novos paradigmas de atuação e as novas tecnologias
inseridas em seu contexto, elevando ainda mais sua constante necessidade de
atualização e aperfeiçoamento.
Sabendo deste pressuposto percebe-se que estes tão importantes profissionais ocupam
posição de grande destaque na empresa, são observados por todos e tem um relevante
papel na distribuição e absorção de informações, sendo de suma importância seu
relacionamento com todos os colaboradores e terceiros no geral.
Daí a importância de se estudar Relações Humanas no Trabalho que procura interagir e
melhorar o relacionamento destes profissionais. Uma vez que trabalham e auxiliam
pessoas.
TEMAS FREQUENTES EM RELAÇÕES HUMANAS
1 – A Adaptação do Homem ao Trabalho – Programação dos Atos Diários e
Condicionamento;
2 – A Adaptação do Homem ao Homem – Respeito Mútuo;
3 – O Auto Conhecimento e o Conhecimento Coletivo – Conhece-te a ti Mesmo;
4 – Participação do Individuo no Grupo – Contato Pessoal.
MANDAMENTOS INDISPENSÁVEIS
EM RELAÇÕES HUMANAS DE A a Z
A – Respeitar o próximo como ser Humano;
B – Evite cortar a palavra a quem fala, espere sua vez;
C – Cumprir com rigor seu horário;
D - Não usar gírias;
E - Comunicar-se corretamente com as pessoas – Ex. Chame a pessoa sempre pelo
nome.
F – Não faça comentários precipitados;
G – Não envolver problemas pessoais ou econômicos com o trabalho;
H – Controlar possíveis reações agressivas, evitando ser indelicado ou mesmo irônico;
I – Evite pular seu chefe imediato e respeite a hierarquia – Ainda que o sistemas pós
modernos não reconheçam esta atitude de humildade e respeito, você terá mais êxito
obedecendo;
J – Use corretamente seu uniforme, mantendo-o limpo e passado;
CARP/ APARECIDO DA CRUZ – 12
CONTINUAÇÃO
L – Procurar conhecer melhor os membros de seu grupo de trabalho, a fim de
compreendê-los e de se adaptar a personalidade de cada um;
M – Procurar a causa de suas antipatias, a fim de vencê-las;
N – Estar sempre atento a suas funções;
O - Definir bem o sentido das palavras, no caso de discussão, para evitar mal
entendidos;
P - Seja modesto, procurando compreender e pensar que o outro talvez tenha razão;
Q – Conheça bem a empresa onde você presta serviços – Estrutura e Filosofia;
R – Não apenas conheça a função do chefe, conheça-o;
S – Evite tomar a responsabilidade de outro, a não ser a pedido deste ou em caso de
emergência – Cada um deve saber suas responsabilidades;
T – Lembre-se que fazemos parte do mesmo barco;
U - Sorria! É bom, de graça, um ótimo remédio e uma forma agradável de relacionar-se;
V – Não seja negativista, colocando barreiras no trabalho que faz ou vai fazer;
X – Não seja pretensioso;
Z – Seja honesto e cumpra suas promessas.
FORMAS DE SOCIALIZAÇÃO HUMANA
As mais discutidas entre os profissionais de atendimento e segurança são as seguintes:
BIOLÓGICAS PSICOLÓGICAS
Neste último caso o êxito do individuo depende das atitudes, laços de amizade, respeito
e simpatia que o mesmo venha a cultivar.
Um exemplo bem claro disso esta em nosso dia a dia, quando entramos em uma loja e
logo somos atendidos por um vendedor; há grande diferença entre aquele que participou
de um treinamento em relações humanas e aquele que mal humorado – sem
profissionalismo – atende o cliente de qualquer maneira.
O mesmo acontece na família, na política, no futebol, na criação dos filhos, na religião ena
vida do profissional de atendimento e segurança.
NOÇÕES DE SEGURANÇA NO TRABALHO
FORMAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DO
TRABALHO
As três formas universais de prevenção dos acidentes de trabalho são oriundas
da análise e investigação dos acidentes de trabalho:
1) Engenharia: esta supõe uma inspeção e revisão cuidadosa das condições
inseguras. Ademais, implica uma revisão dos processos e operações que
contribuem ao melhoramento da produção. Nesse aspecto é interessante notar
a importância que tem as sugestões do pessoal mais experimentado;
2) Treinamento e educação: isto implica o conhecimento das regras de
segurança, análise de função, o treinamento e desempenho da função,
instruções sobre primeiros socorros e prevenção de incêndios, conferência aos
supervisores, a educação profissional, a propaganda por meio de cartazes,
sinais e avisos e quadros de segurança, concursos e campanhas organizadas,
publicações, etc.
3) Medidas disciplinares: constituem um último recurso e não são bem
aceitas. O problema não consiste em achar um culpado, senão modificar os
atos inseguros e atitudes inseguras do pessoal por meio do treinamento e
propaganda para evitar acidentes. Em outras palavras, é fundamental criar a
mentalidade de segurança entre o pessoal.
Das formas expostas para prevenir os acidentes se infere que a segurança não é somente um
problema de pessoal (humano), senão que implica em
engenharia, planejamento, produção, estatísticas, conhecimentos das leis de
compensações e habilidade de vender o programa à gerência e aos
trabalhadores.
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO E SIGILO
PROFISSIONAL NA PRÁTICA
Informação é o conjunto de dados, imagens, áudios ou vídeos que representem
conhecimento sobre resultados, processos, transações, projetos, estratégias, históricos,
patrimônio material ou intelectual, documentos, ambientes operacionais,
organizacionais ou humanos da Empresa. São propriedade da empresa e devem ser
protegidos adequadamente.
A informação no mundo pós moderno representa conhecimento e é considerada um
ativo estratégico na tomada de decisões. Sua integridade, confidencialidade e
disponibilidade são vistas como vantagem competitiva e espelham a imagem e a
performance de uma corporação nos cenários nacional e mundial.
Com o objetivo de orientar e adequar os profissionais de atendimento, segurança e
proteção aos mais altos padrões de competitividade resolvemos abordar em nosso curso
este tão precioso tema, bem como exemplifica-lo em sala de aula.
A prática das lições aqui descritas trará grandes benefícios a formação do aluno,
seguido de sucesso profissional característico dos que almejam um futuro com mais
qualidade de vida.
SIGILO PROFISSIONAL NA PRÁTICA
No contexto acima se tem uma noção do que representa a informação em nosso tempo.
É uma verdadeira mina de ouro.
Quanto a violação do segredo profissional é crime previsto no Artigo 154 do código
penal brasileiro o qual diz assim:
“Divulgar segredo que tenha ciência em razão de sua função é crime”
Neste caso atentar para o sigilo profissional e a guarda das informações referentes seu
local de trabalho demonstra-se de inestimável importância. Agindo desta forma você
não só colabora com a sua segurança como a de seus colegas de trabalho.
Não se esqueça do artigo 154 do Código Penal. “Quem divulga assuntos que possam
atrapalhar o desempenho da empresa está sujeito à pena de detenção de 03 meses a 01
ano ou multa”.
CARP/ APARECIDO DA CRUZ – 22
PROTEÇÃO PATRIMONIAL NA PRÁTICA
I – INTRODUÇÃO
Com a ampliação dos parques industriais, a crescente onda de insegurança e a formação
de patrimônios cada vez mais vultosos, a necessidade e a procura por sistemas de
proteção mais organizados e efetivos é uma necessidade constante.
Portanto ao estudar-se um plano de proteção patrimonial ou empresarial, deve-se ter em
mente um número considerável de fatores, tais como:· Localização do patrimônio;
· Seu tamanho;· A Confiabilidade de seus projetos;· A periculosidade de seus produtos ou de
seus processos;· A possibilidade de socorro e auxilio de origem externa com que se pode
contar etc.
O Departamento de Proteção Patrimonial ou Segurança Patrimonial deverá identificar
eprever situações anormais, ter soluções de problemas, antes que estes se tornem agudos.
Ou seja, deve antecipar-se ao fato de forma sempre preventiva e não reativa como a
maioria das organizações.
II – RESPONSABILIDADES E MISSÃO
A Responsabilidade primordial de um departamento de segurança ou proteção
patrimonial é a de proteger o pessoal, a produção e a propriedade da organização da
qual faz parte, de todos os riscos existentes ou que venham a existir.
Afinal Segurança é sensação de estar livre de exposição ao perigo, é um estado de
espírito, no qual a pessoa sente-se protegida. Daí a grandeza e a responsabilidade deste
serviço, que não deve ser considerado mal necessário, mas protetor de perdas
desnecessárias.
III – SERVIÇOS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO
Ao lado das sofisticadas tecnologias e aparatos de segurança eletrônica, inclusive a
biometria, o profissional de proteção e segurança exerce papel relevantíssimo.
Este profissional, no entanto, deve estar atento não só as novas exigências de
capacitação do mercado, mas também ao profissionalismo que lhe deve ser peculiar.
Um profissional da área de proteção e segurança deve ser equilibrado psicologicamente,
não poderá perder o controle ou entregar-se ao pânico, diante de uma emergência.
Precisa manter a calma, ter coragem e ser capaz de tomar decisões rápidas e lógicas.
CARP/ APARECIDO DA CRUZ – 23
Cada profissional de atendimento, proteção e segurança devem saber:
· A localização de todos os implementos de combate ao fogo, tais como:
extintores, mangueiras, hidrantes, bombas de recalque etc. Ainda que não seja
sua atribuição principal, pois pode ser de grande valia quando em situação de
emergência;
· A localização de registros de água, gás, quadros elétricos e etc.;
· A localização de dispositivos de segurança como: alarmes em geral e seu
funcionamento correto;
· O funcionamento obrigatório ou não de máquinas, motores e computadores fora
do expediente, sabendo qual o motivo de manter-se aquela unidade ligada.
Exceto quando esta atividade for delegada a outro profissional, tendo o cuidado,
mesmo sendo taxado de inconveniente de avisar o mesmo quando este por algum
motivo o esquecer. Promovendo o bem estar comum e a seguridade da
organização.
· Quais luzes deverão permanecer acesas fora do expediente, para proporcionar
boa visibilidade ao profissional no que se referem as principais áreas da empresa.
Há casos em que as luzes são controladas por sensores de presença, daí cada caso
deve ser avaliado com critérios distintos;
· Conhecer todas as saídas de emergência da empresa;
· Preencher o livro de ocorrências e os check list’s, quando houver;
· Ter conhecimento prévio sobre normas e procedimentos da empresa;
· Conhecer os sistemas, ou o sistema de controle de entrada, saída e permanência
de pessoas, veículos e mercadorias.
IV – DEVERES DO PROFISSIONAL DE PROTEÇÃO RELACIONADOS AO
POSTO DE SERVIÇO
Após sua apresentação ao serviço, o profissional está assumindo inteira
responsabilidade pela segurança do patrimônio e das vidas sob sua guarda. Deve ainda:·
Receber do profissional que o antecedeu o posto de serviço e conferir todo o
material de uso comum do posto – Material Carga. Daí a recomendação de
chegar sempre com pelo menos 15 minutos de antecedência para passagem e
recebimento do serviço;
· Inspecionar a sua área de operação e tomar providências seja necessário, ou caso
verifique qualquer anormalidade que coloque em risco sua integridade ou da
organização; Ter conhecimento prévio das anotações do livro de ocorrências, bem como
eventuais ou novas ordens e instruções.

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