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Os sintomas geralmente ocorrem quando há uma infecção mais numerosa de vermes ou larvas,
ou localizações migratórias anómalas. O verme adulto provoca manifestações clínicas
inespecíficas, como desconforto ou cólicas abdominais, náuseas e carências nutricionais.
Larva Adulto
Apendicite;
Pancreatite hemorrágica (obstrução da ampola de Vater e do ducto de Wirsung);
Colestase e colangite (obstrução da ampola de Vater e árvore biliar);
Abcesso hepático (ascensão dos vermes para o interior do parênquima hepático);
Asfixia (obstrução de vias aéreas ou cânula traqueal).
No caso de obstrução intestinal por ascaris, a radiografia do abdómen pode revelar a imagem
típica da obstrução intestinal mecânica, a área de obstrução (enovelamento dos vermes), sinais de
perfuração intestinal e níveis hidroaéreos no intestino delgado.
Tratamento
Ciclo de vida
Este parasita vive no intestino delgado humano mas também pode ter vida livre e procriar na
terra. As larvas saem de um hospedeiro junto com as fezes e entram em outro pela pele dos pés.
São carregadas pela corrente sanguínea até a região dos pulmões, invadem a traqueia, migram
para o trato digestivo e se instalam no intestino delgado para amadurecer e produzir ovos.
Quadro clínico
Na forma intestinal, são descritas manifestações como anorexia, náuseas, vómitos, distensão
abdominal, dor em cólica ou queimação, muitas vezes no epigástrio (síndrome pseudo-ulcerosa),
diarreia secretora ou esteatorreia, desnutrição protéico-calórica.
A dermatite larvária pode ocorrer nos pés, mãos, nas nádegas ou na região anogenital, locais
onde as larvas penetram. A pneumonite larvária é menos frequente que na ascaridíase.
O diagnóstico pode ser feito pelo achado de larvas no exame de fezes. O hemograma revela
eosinofilia.
Tratamento
Albendazol comp. 400 mg: 400 mg 2x/dia, durante 3 dias consecutivos. Pode se repetir o
tratamento passadas 3 semanas.
É uma parasitose intestinal causada pelo Ancylostoma duodenale e/ou pelo Necator americanus.
Ciclo de vida
Transcorrem geralmente 35 a 60 dias desde a infecção até o início da eliminação de ovos pelas
fezes.
Quadro clínico
Na fase aguda do parasitismo intestinal pode ocorrer epigastralgia, náuseas, vómitos, polifagia,
flatulência e diarreia, e na fase crónica, os sintomas apresentados são associados à anemia
ferropriva (anorexia, fraqueza, cefaleia, sopro cardíaco, palpitações). Pode também haver
hipoproteinemia e edema por enteropatia perdedora de proteínas.
Após a infecção por via cutânea, pode ocorrer dermatite larvária, com a presença de prurido,
eritema, edema e erupção papulovesicular. A pneumonite larvária é descrita, mas menos intensa
que na infecção por ascaris.
Tratamento
O tratamento é feito com mebendazol ou albendazol, e as doses são as mesmas usadas para o
tratamento da ascaridíase. Nas infestações massivas, está indicada a repetição do tratamento
passado 15 a 28 dias.
A teníase é causada pela ingestão de carne de porco mal cozida, contaminada pelo cisticerco
(forma larvária) da T. solium e pela ingestão de carne de boi mal cozida contaminada pelo
cisticerco da T.saginata.
Ciclo de vida
Quadro clínico
A teníase é na maioria dos casos assintomática. Alguns sintomas são atribuídos a essa parasitose
intestinal: fadiga, irritação, cefaleia, tontura, polifagia, anorexia, náuseas, dor abdominal, perda
de peso, diarreia e/ou constipação, urticária. Raramente ocorre semi-oclusão intestinal,
apendicite, colangite ou pancreatite, devido a obstrução dos respectivos segmentos intestinais e
ductos pelo parasita.
O diagnóstico da teníase faz-se pelo achado de proglotes nas fezes ou nas roupas íntimas ou
lençóis. Eosinofilia no hemograma
Tratamento
Os ovos são eliminados nas fezes e tornam-se infectantes após cerca de 15 dias. O homem ingere
os ovos, que sofrem acção dos sucos digestivos e libertam as larvas. O verme adulto mede cerca
de 3 a 5 cm, fixa-se à mucosa intestinal distal (íleo, intestino grosso) provocando erosões e
ulcerações múltiplas. Cada verme ingere até 0,005 ml de sangue por dia.
Quadro clínico
Tratamento
Ciclo de vida
A fêmea fecundada migra para a região anal onde faz a postura dos ovos. Sua presença nesta
região causa intenso prurido. O homem é o único hospedeiro e sua transmissão ocorre de pessoa
a pessoa, ou pela auto-infecção (ingestão de ovos a partir das mãos contaminadas).
Os ovos Sistema Gastrointestinal.
Ingeridos liberam as larvas no intestino e estes se fixam no colon. O ciclo e de 30 a 50 dias ate a
evolução para a forma adulta.
.
Quadro clínico
O sintoma mais frequente é o prurido anal nocturno. No sexo feminino pode ocorrer a migração
dos vermes para a genitália, levando a vulvovaginite secundária, com corrimento amarelado e
fétido. Outros sintomas descritos são cólicas abdominais, náuseas e tenesmo.
O método do swab anal ou da fita gomada é o mais eficiente para diagnosticar essa parasitose.
Tratamento
O tratamento deve ser repetido após 15 dias para controlar a re-infecção. É importante tratar toda
a família (indivíduos que moram na mesma casa), escovar as unhas pela manhã e todas as vezes
que for a casa de banho, lavar e passar as roupas de cama e íntimas no primeiro dia de
tratamento.
Equinococose (Echinoccocus)
A equinococose é uma doença causada pela ingestão acidental de larvas dos Echinoccocus
granulosus, originando quistos hidáticos nos órgãos afectados. O Echinoccocus multiloculares
causa uma forma mais grave que afecta principalmente o fígado, denominada equinococose
alveolar.
Ciclo de vida
Após a ingestão de ovos, estes são dirigidos ao intestino delgado, onde ocorre eclosão das larvas
(hidátides). Estas por sua vez invadem a mucosa intestinal, penetram na circulação sanguínea e
passam a parasitar órgãos (como fígado, pulmão, cérebro), resultando na formação dos quistos
hidáticos.
Quadro clínico
Após infecção, o quadro clínico inicialmente é assintomático, já que os cistos são ainda
pequenos. Se continuarem a crescer podem, depois de alguns anos (até quinze), causar problemas
nos órgãos afectados, principalmente se forem em número considerável.
A forma pulmonar pode se manifestar com tosse, dor torácica, dificuldade respiratória.
A forma cerebral representa um elevado risco de vida, dependendo da área afectada cursa com
problemas neurológicos (sinais focais, convulsões), ou até distúrbios de personalidade.
Diagnóstico
O diagnóstico é pela observação dos cistos nos exames imagiológicos (ecografia, TCA), pelo que
na suspeita, o TMG deve referir estes casos.
Tratamento
O tratamento só é possível com a excisão cirúrgica dos cistos. Se esta não for possível, a
administração a longo prazo de antiparasitários como o mebendazol pode não curar, mas melhora
o prognóstico.
A prevenção deve corresponder à maior parte dos esforços despendidos para o controle das
parasitoses, principalmente por nos encontrarmos num país com condições propícias à
propagação destas patologias. Com base no conhecimento das formas de transmissão e
propagação das parasitoses, algumas medidas básicas são recomendadas, a saber:
Trata-se de uma iniciativa do Governo de Moçambique que tem como objectivo a redução da
prevalência e incidência das parasitoses intestinais. No nosso país, as normas recomendam o
tratamento periódico com desparasitantes para as crianças e mulheres grávidas. Desde 2010,
esforços têm sido feitos no sentido de se alastrar este programa para a cobertura de outros
grupos, através da realização de campanhas regionais de desparasitação. O uso do Mebendazol
ou Albendazol foi preconizado para desparasitação de rotina nas escolas e nas unidades
sanitárias, bem como em campanhas de saúde.
Simdrome diarreico
A diarreia consiste na eliminação de fezes com consistência diminuída, (pastosas, semi-líquidas
ou líquidas) associada ao aumento do número de evacuações (3 vezes no mínimo) num intervalo
de 24 horas, por mais de 2 dias.
A GE é uma síndrome aguda associada a diarreia, náuseas, vómitos e desconforto abdominal,
podendo ser causada por afecções intestinais (infecções, alergias alimentares) ou extra-intestinais
(doenças e infecções sistémicas).
Classificação das diarreias em relação a evolução temporal
Aguda – quando dura até 14 dias (2 semanas)
Persistente – quando dura além dos 14 dias
Crónica – quando dura mais de 30 dias (4 semanas) 1. GEA (Gastroenterite Aguda)
GEA é uma síndrome diarreica, que evolui com náuseas, vómitos e desconforto abdominal com
evolução inferior a 2 semanas. Representa uma resposta aguda inespecífica do intestino a
diversas agressões como infecções, infestações parasitárias, auto-imunidade, isquémica, reacções
a drogas, cirurgias e neoplasias. A GEA pode ser classificada quanto a: Etiologia em:
o Primária ou intestinal: quando resulta de afecções intestinais, de natureza não infecciosa, ou
infecciosa (bacteriana, viral, protozoários, etc.).
o Secundária ou extra intestinal: quando a diarreia não resulta de afecções intestinais directas,
podendo ser causada por doenças sistémicas como diabetes, infecções como malária, infecções
das vias respiratórias superiores, cancros, stress, entre outras.
Fisiopatologia em:
o Osmótica, motora, secretora e exsudativa (ver descrição abaixo sobre fisiopatologia das
diarreias agudas).
Resumo das etiologias de GEAs.
2.2. Fisiopatologia das Diarreias Agudas
Para que ocorra a diarreia, é necessária a ocorrência de uma série de eventos, desde a irritação
dos intestinos, até a hipersecreção. Porém, como é de se notar, as diarreias têm diferentes
apresentações e isso deve-se aos diferentes mecanismos fisiopatológicos. 2.2.1. Osmótica:
Ocorre quando certas substâncias que não podem ser absorvidas permanecem no intestino. Estas
substâncias fazem com que uma quantidade excessiva de água permaneça nas fezes, provocando
uma diarreia. Certos alimentos (como algumas frutas, os feijões, doces e pastilha elástica) podem
provocar diarreia osmótica. Também pode ser provocada por uma deficiência de lactase. Esta é
uma enzima que normalmente se encontra no intestino delgado e que converte o açúcar do leite
(lactose) em glicose e galactose, de tal forma que podem ser absorvidos e passar para a corrente
sanguínea. Quando as pessoas com deficiência de lactase bebem leite ou consomem produtos
lácteos, a lactose não é transformada. Ao acumular-se no intestino, provoca diarreia osmótica. A
intensidade da diarreia osmótica depende da quantidade de substância osmótica que se tenha
consumido. O quadro cessa logo que se deixe de ingerir ou de beber aqueles produtos. É uma
diarreia abundante, pastosa (pode ser aquosa em algumas situações), com distensão abdominal
ligeira e flatulência. 2.2.2. Exsudativa:
Decorre da invasão do patógeno na mucosa intestinal (E.coli enteroinvasiva, Salmonella, shigella
e outras) provocando uma reacção inflamatória, ou da agressão imunomediada, com perda da
integridade da mucosa, citólise e necrose celular, originando a secreção de muco, sangue e
células inflamatórias. A diarreia exsudativa é caracterizada por febre moderada, diarreia com
sangue e/ou muco, dor abdominal e tenesmo.
Causas das gastenterite
Extra-intestinais ou Secundárias
Intestinais ou Primárias
Não infecciosa Infecciosas Infecciosa
Não infecciosa
Medicamentos: - Antibióticos - Laxantes - Alergias transitórias
- Infecções das vias aéreas superiores. - Infecções das vias aéreas inferiores. Infecções do tracto
urinário - Malária
Vírus
Bactérias/ Fungos
Protozoários Helmintos
- Pós cirurgia
-Astrovirus -Calicivirus -Adenovirus -Coxsacke -Rotavirus
-Shigella -Salmonella Campylobac ter jejuni -E. Coli -Yersinia -Vibrião Colérico -
Micobacterium tuberculosis Fungos
-E. histolytica - Giardia lamblia - Isospora belli - Cryptosporidium spp - Balantidium coli
Trichuris trichiura -Strongyloides stercoralis -Schistosoma mansoni -Trichinella spiralis Entre
outros
- Doenças auto-imunes
Medicament os
Deficiência de lactase
Resumo das etiologias de GEAs.
Fisiopatologia das Diarreias Agudas
Para que ocorra a diarreia, é necessária a ocorrência de uma série de eventos, desde a irritação
dos intestinos, até a hipersecreção. Porém, como é de se notar, as diarreias têm diferentes
apresentações e isso deve-se aos diferentes mecanismos fisiopatológicos.
Osmótica:
Ocorre quando certas substâncias que não podem ser absorvidas permanecem no intestino. Estas
substâncias fazem com que uma quantidade excessiva de água permaneça nas fezes, provocando
uma diarreia. Certos alimentos (como algumas frutas, os feijões, doces e pastilha elástica) podem
provocar diarreia osmótica.
Diarreia provocada por uma deficiência de lactase. Esta é uma enzima que normalmente se
encontra no intestino delgado e que converte o açúcar do leite (lactose) em glicose e galactose,
de tal forma que podem ser absorvidos e passar para a corrente sanguínea. Quando as pessoas
com deficiência de lactase bebem leite ou consomem produtos lácteos, a lactose não é
transformada. Ao acumular-se no intestino, provoca diarreia osmótica. A intensidade da diarreia
osmótica depende da quantidade de substância osmótica que se tenha consumido. O quadro cessa
logo que se deixe de ingerir ou de beber aqueles produtos. É uma diarreia abundante, pastosa
(pode ser aquosa em algumas situações), com distensão abdominal ligeira e flatulência.
Exsudativa: Decorre da invasão do patógeno na mucosa intestinal (E.coli enteroinvasiva,
Salmonella, shigella e outras) provocando uma reacção inflamatória, ou da agressão
imunomediada, com perda da integridade da mucosa, citólise e necrose celular, originando a
secreção de muco, sangue e células inflamatórias. A diarreia exsudativa é caracterizada por febre
moderada, diarreia com sangue e/ou muco, dor abdominal e tenesmo.
Extra-intestinais ou Secundárias
Intestinais ou Primárias
Não infecciosa Infecciosas Infecciosa
Não infecciosa
Medicamentos: - Antibióticos - Laxantes - Alergias transitórias
Infecções das vias aéreas superiores. - Infecções das vias aéreas inferiores. Infecções do tracto
urinário - Malária
Vírus
Bactérias/ Fungos
Protozoários Helmintos
- Pós cirurgia
-Astrovirus -Calicivirus -Adenovirus -Coxsacke -Rotavirus
-Shigella -Salmonella Campylobac ter jejuni -E. Coli -Yersinia -Vibrião Colérico -
Micobacterium tuberculosis Fungos
-E. histolytica - Giardia lamblia - Isospora belli - Cryptosporidium spp - Balantidium coli
Trichuris trichiura -Strongyloides stercoralis -Schistosoma mansoni -Trichinella spiralis Entre
outros
- Doenças auto-imunes
Medicament os
Deficiência de lactase
2.2. Fisiopatologia das Diarreias Agudas
Para que ocorra a diarreia, é necessária a ocorrência de uma série de eventos, desde a irritação
dos intestinos, até a hipersecreção. Porém, como é de se notar, as diarreias têm diferentes
apresentações e isso deve-se aos diferentes mecanismos fisiopatológicos.
Osmótica:
Ocorre quando certas substâncias que não podem ser absorvidas permanecem no intestino. Estas
substâncias fazem com que uma quantidade excessiva de água permaneça nas fezes, provocando
uma diarreia.
Certos alimentos (como algumas frutas, os feijões, doces e pastilha elástica) podem provocar
diarreia osmótica.
Diarreia provocada por uma deficiência de lactase. Esta é uma enzima que normalmente se
encontra no intestino delgado e que converte o açúcar do leite (lactose) em glicose e galactose,
de tal forma que podem ser absorvidos e passar para a corrente sanguínea. Quando as pessoas
com deficiência de lactase bebem leite ou consomem produtos lácteos, a lactose não é
transformada. Ao acumular-se no intestino, provoca diarreia osmótica. A intensidade da diarreia
osmótica depende da quantidade de substância osmótica que se tenha consumido. O quadro cessa
logo que se deixe de ingerir ou de beber aqueles produtos. É uma diarreia abundante, pastosa
(pode ser aquosa em algumas situações), com distensão abdominal ligeira e flatulência.
Exsudativa: Decorre da invasão do patógeno na mucosa intestinal (E.coli enteroinvasiva,
Salmonella, shigella e outras) provocando uma reacção inflamatória, ou da agressão
imunomediada, com perda da integridade da mucosa, citólise e necrose celular, originando a
secreção de muco, sangue e células inflamatórias. A diarreia exsudativa é caracterizada por febre
moderada, diarreia com sangue e/ou muco, dor abdominal e tenesmo. diarreias por infecções
oportunistas ou causadas pelo próprio HIV será abordado na disciplina de Avaliação e Manejo
dos doentes com HIV/SIDA.
Complicações nos Doentes com GEA/Diarreia Aguda
Desidratação: resultante da perda de líquidos nas fezes e vómitos.
Hipoglicémia: resultante da dificuldade em se alimentar (ora por causa das náuseas, ora por
causa dos vómitos), e da redução da absorção.
Acidose metabólica: perda de bases nas fezes; Alcalose metabólica por perda de ácido pelos
vómitos.
Ílio paralítico: desequilíbrio electrolítico (altos níveis de cálcio e baixos de potássio) e a
infecção no próprio intestino levam ao ílio paralítico na GEA./diarreia aguda
IRA (insuficiência renal aguda): consequente de uma desidratação severa.
SHU (síndrome hemolítico urémico): síndrome composta por IRA, anemia hemolítica e
trombocitopenia. Também pode ter sinais neurológicos variáveis. Muito comum em crianças
depois de uma GEA/diarreia aguda por E.coli, Shigella ou Salmonella.
Broncopneumonias: por bronco aspiração, associada aos vómitos.
Septicemia: por disseminação sistémica bacteriana.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS GEAs, DIARREIA AGUDA E CONDUTA:
Diferenciar a Gastroenterite Aguda de Outras Condições Parecidas
Pseudodiarreia: eliminação frequente de pequenos volumes de fezes, devido à urgência fecal.
Incontinência Fecal: eliminação involuntária do conteúdo fecal.
Síndrome do Intestino Irritável: É caracterizada pela presença de uma dor (de tipo cólica) ou
desconforto a nível abdominal (usualmente mas nem sempre ao nível inferior),
recorrentassociado à mudança na frequência ou consistência das fezes e tipicamente aliviado pela
defecação.
Diarreias crónicas: diarreias com duração de mais de 4 semanas, que no início podem ser
confundidas com as diarreias agudas.
PASSO 2: Avaliação de Sinais de Desidratação
Independentemente da causa, as GEAs e diarreia aguda sempre abrem uma possibilidade de
desenvolver desidratação. A severidade da mesma, ou a rapidez com que o paciente começa a
apresentar a desidratação, podem nos elucidar acerca da etiologia e ajudar na conduta e
determinação do prognóstico.
Tabela 2. Critérios de avaliação da desidratação.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
SEM DESIDRATAÇÃO (A)
COM SINAIS DE DESIDRATAÇÃO (B)
DESIDRATAÇÃO SEVERA (C)
1. Estado De Consciência Bom, alerta Agitado, irritado
Letárgico, inconsciente
2. Olhos Normais Encovados
Muito encovados e secos 3. Choro Com lágrimas Sem lágrimas Sem lágrimas 4. Boca e língua
Húmidas Secas Muito secas
5. Sede
Bebe normalmente, não tem sede
Tem sede, bebe avidamente
Incapaz de beber
6. Prega cutânea
Desaparece rapidamente em menos de 2 segundos
Desaparece lentamente
Desaparece muito lentamente
7. Peso perdido 3 a 5% 6 a 9% >10%
8. Fluxo urinário Normal
Volume reduzido e cor escura
Anúria / oligúria intensa 9. Respiração Normal Profunda ou rápida Rápida 10. Reenchimento
capilar <2s +/- 2s >3s
11. Pressão sistólica Normal
Normal ou baixa, hipotensão ortostática
Baixa ou imensurável
O plano terapêutico muda dependendo do tipo de desidratação, dai a importância de se ter muita
atenção neste passo.
4.3. PASSO 3: Abordagem Terapêutica Inicial do Paciente com GEA e Diarreia Aguda
O tratamento empírico é feito quando não há tempo para se procurar as causas exactas da diarreia
porque o doente está muito deteriorado, ou porque com bases clínica
O tratamento empírico é feito quando não há tempo para se procurar as causas exactas da diarreia
porque o doente está muito deteriorado, ou porque com bases clínicas e epidemiológicas, pode-se
fazer um tratamento empírico. Consiste nas seguintes etapas:
1ª Etapa: Hidratação inicial e reavaliação periódica.
2ª Etapa: Manutenção - substituição das perdas de líquidos que vão continuando até que a
diarreia pare.
3ª Etapa: Alimentação do doente. de antibióticos depende muito se o doente tem ou não
sintomas sistémicos, e da identificação de patógenos como giardia ou entamoeba. Se não tiver,
estes estão fortemente desencorajados. 1ª Etapa: Hidratação Inicial e Reavaliação Periódica O
regime de hidratação é baseado na classificação da desidratação (tabela 2). Grupo A
Tratamento em ambulatório com sais de reidratação oral (SRO) e líquidos disponíveis: água de
coco, sucos de frutas, água de arroz ou soro caseiro, evitar refrigerantes (pode causar diarreia
osmótica).
Manter a alimentação habitual.
Transferir ou internar casos graves ou os com sintomas que pioram.
Grupo B
Pelo menos dois sinais ou mais de desidratação (sede+, mucosas secas+, olhos encovados, etc.).
Pesar o paciente e mantê-lo por 3h no hospital, em uso de SRO, 1.000 ml/h adultos.
Se tiver boa tolerância aos líquidos, alta após estabilização com SRO e alimentação.
Se tiver má tolerância: manter SRO, iniciar solução salina 0.9% via endovenosa, reavaliar após
2h.
o Boa tolerância: alta, SRO e alimentação.
o Agravamento clínico internar para tratamento dos pacientes graves.
Grupo C
Líquidos endovenosos imediatamente: Ringer lactato, ou se não estiver disponível soro
fisiológico.
Dar 100ml/Kg EV em 3 horas:
o Primeiros 30min- 30ml/Kg tão rápido quanto possível.
o As 2 horas e meia seguintes: 70ml/kg.
Monitorizar os sinais vitais:
o Não estáveis: continuar com líquidos EV.
o Estáveis: dar SRO- 5ml/Kg/h + líquidos EV.
Sem sinais de desidratação, continuar com a etapa 2.
2ª Etapa: Manutenção - Substituição das Perdas SRO depois de cada dejecção: tanto quanto
quiser
3ª Etapa: Alimentação do Doente Recomeçar a alimentação com uma dieta normal quando os
vómitos tiverem parado.
As diarreias infecciosas, virais, extra intestinais e protozoarios devem ser tranferida para um
técnico de medicina ou o médico devido a suas expecifidades.
Na maioria dos indivíduos a imunidade faz a contenção do foco infeccioso. Nestes casos fala-se
de TB latente.
A infecção pode permanecer controlada pelo sistema imune de forma indefinida (é o que
chamamos foco latente).
Uma parte dos indivíduos pode produzir a reactivação do foco latente após um período variável
(meses até muitos anos) levando à aparição de TB secundária ou pós-primária.
Alguns indivíduos, e particularmente crianças <5 anos e imunodeprimidos podem desenvolver a
tuberculose activa a partir duma infecção recente. Esta forma chama-se TB primária.
Classificação O paciente com TB pode ser classificado da seguinte forma:
Caso novo – paciente que nunca fez o tratamento para TB ou que fez o tratamento por menos de
1 mês
Recaída – paciente que fez o tratamento anterior completo e volta a ter baciloscopia ou cultura
positiva
Falência – paciente caso novo com baciloscopia positiva ao 5º ou 6º mês de tratamento
antituberculose
Retratamento após abandono – paciente que interrompeu o tratamento por 2 meses e inicia
regime de retratamento
Recorrente – paciente que teve tratamento anterior completo. A baciloscopia e cultura são
negativas, mas apresenta quadro clínico muito sugestivo de TB activa.
Crónico – paciente com baciloscopia positiva no final do regime de retratamento
TB Multidroga-resistente (TB MDR) – paciente com bacilos resistentes a pelo menos
isoniazida (H) e rifampicina (R)
TB Extremamente resistente (TB XDR) – paciente com bacilos resistentes a pelo menos
isoniazida e rifampicina, associado a resistência a pelo menos um dos injectáveis (kanamicina,
amikacina ou capreomicina) e a uma das fluoroquinolonas (ofloxacina, ciprofloxacina ou
levofloxacina)
Transferido – paciente que foi transferido de um distrito (onde foi notificado) para outro
distrito para continuar o tratamento.
Quadro Clínico Aqui vai se descrever o quadro clínico no contexto da tuberculose pulmonar
(TBP). A TBP é aquela que a lesão envolve o parênquima pulmonar, excluindo-se a afectação
dos gânglios intra-torácicos (mediatínicos ou hilares) e a TB pleural sem sinais radiológicos de
envolvimento do parênquima.
A TBP pode ser classificada em TBP primária ou secundária (pós-primária).
A TBP primária é mais frequente em crianças e indivíduos imunocomprometidos e afecta
principalmente as zonas média e inferior dos pulmões
Pode ter resolução espontânea e ficar evidente sob a forma de um nódulo calcificado (lesão de
Ghon) ou evoluir para doença clínica grave rapidamente (em crianças e imunodeprimidos),
principalmente derrame pleural, cavitação aguda, compressão brônquica por linfónodos
aumentados, TB miliar ou meníngea
Febre de predomínio vespertino, sudorese nocturna, astenia, perda de peso, mal-estar .
Tosse, dor torácica, dispneia com alívio com o decúbito lateral (se derrame pleural).
A TB secundária (também chamada pós primária) resulta da reactivação da infecção latente.
Geralmente a lesão localiza-se nos segmentos apicais e posteriores dos lobos superiores. É mais
frequente nos adultos
Febre de predomínio vespertino, emagrecimento, sudorese nocturna, astenia
Tosse há mais de 2 semanas, frequentemente produtiva, que pode conter laivos de sangue
(expectoração hemoptóica) ou mesmo hemoptise. À auscultação, pode se encontrar fervores
crepitantes, roncos ou sopro anfórico (numa grande cavidade).
Com a evolução da doença, podemos encontrar anemia, dedos em baqueta de tambor ou
hipocratismo digital, dispneia, podendo haver ou não cianose periférica ou central.
A mnemónica FESTA é característica desta forma de TBP – Febre, Emagrecimento, Sudorese,
Tosse produtiva há mais de 2 semanas e Astenia.
A TB pleural é a forma mais frequente de TBEP associada ao HIV. Em países com alto peso da
TB como o nosso, a causa mais provável de derrame pleural unilateral, é a TB
Dor torácica, dispneia com alívio em decúbito lateral
Expansibilidade torácica diminuída.