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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

CURSO DE GEOGRAFIA COM HABILIDADE EM TURISMO

CHAMILA PEDRO ADRIANO

DEMIDIO OTÍLIO GORDINHO

EDILSON JOÃO MAWISSA

FERNANDO JOÃO ZIMBUCA

FIDEL CARLOS OMAR

PAULO JOSÉ DOMINGOS

SÍNDROME DE DOWN

DONDO

2023
CHAMILA PEDRO ADRIANO

DEMIDIO OTÍLIO GORDINHO

EDILSON JOÃO MAWISSA

FERNANDO JOÃO ZIMBUCA

FIDEL CARLOS OMAR

PAULO JOSÉ DOMINGOS

Trabalho a ser apresentado ao curso de Licenciatura


em ensino de Geografia, Faculdade de ciências e
tecnologias como requisito parcial do 1º trabalho da
cadeira de Necessidades Educativas Especiais, 4º
ano, regime laboral.

Docente: Lord Chissiua

SÍNDROME DE DOWN

DONDO

2023

Índice
CAPITULO I..................................................................................................................3
1. Introdução................................................................................................................3

2. Objectivos................................................................................................................3

2.1. Objectivo geral.....................................................................................................3

2.2. Objectivos específicos.........................................................................................3

3. Metodologias...........................................................................................................4

CAPITULO II.................................................................................................................5

4. Síndrome de Down..................................................................................................5

4.1. Conceito de síndrome de Down...........................................................................5

4.2. Formas de designar pessoas com síndrome de Down.........................................5

4.3. História da síndrome de Down............................................................................6

4.4. Causas da síndrome de Down..............................................................................7

4.5. Sinais de alerta da síndrome de Down.................................................................8

4.6. Tipos de síndrome de Down..............................................................................11

4.6.1. Trissomia simples.......................................................................................11

4.6.2. Mosaicismo.................................................................................................12

4.6.3. Translocação...............................................................................................12

4.7. Formas de trabalhar com as crianças com a síndrome de Down.......................12

4.7.1. O processo de inclusão escolar da pessoa com síndrome de Down............14

CAPITULO III.............................................................................................................15

5. Considerações finais..............................................................................................15

6. Referências bibliográficas......................................................................................16
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CAPITULO I

1. Introdução

Os factores genéticos são responsáveis por cerca de um terço dos defeitos congénitos
e podem afectar os cromossomas sexuais ou os autossomos. Geralmente, as pessoas
portadoras de anormalidades cromossómicas apresentam fenótipos característicos. Um dos
casos de anormalidade cromossómica é a síndrome de Down. Esta síndrome acomete
indivíduos ainda no útero materno. As pessoas que têm esta síndrome possuem três
cromossomas 21 em todas ou na maioria das células, por isso também é conhecida com
trissomia do cromossoma 21. Eles apesentam 47 cromossomas em suas células e não 46,
como a maioria da população.
Neste presente trabalho, a abordagem será no sentido de compreender o que é a
síndrome de Down, as formas de designar a pessoa com esta síndrome, as sua causa, os tipos,
os sinais de alerta desta síndrome nas pessoas e por fim as formas de trabalhar com as
pessoas com esta síndrome em sala de aulas.
O trabalho esta dividido me três capítulos:
O capítulo I: reservado para a introdução, objectivos e metodologias.
O capítulo II: está reservado para o desenvolvimento da informação acerca da
síndrome de Down, onde serão apresentados os conceitos, as formas de designar a pessoa
com esta síndrome, as causas, sinais de alerta, tipos, e as formas de trabalhar com as crianças
que tenham a síndrome de Down na sala de aula.
O capítulo III: está reservado as considerações finais e as referências bibliográficas.

2. Objectivos

2.1. Objectivo geral

— Falar da síndrome de Down

2.2. Objectivos específicos

— Conceituar Sindrome de Down;


— Indicar as formas de designar as pessoas com a síndrome de Down;
— Apresentar os sinais de alerta;
— Identificar as causas da síndrome de Down;
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— Mencionar os tipos de síndrome de Down;


— Trazer as formas de como trabalhar com as crianças com a síndrome de Down.

3. Metodologias

Para Fonseca (2002, pág.32), a pesquisa bibliográfica é realizada a partir do


levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e
electrónicos, como livros, artigos científicos, Web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se
com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou
sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam unicamente na
pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objectivo de
recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se
procura a resposta.
As informações presentes neste trabalho foram interpretadas a partir de uma pesquisa
bibliográfica, onde foram consultadas várias obras de modo a fazer uma relação das
informações acerca da temática "Sindrome de Down".
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CAPITULO II

4. Síndrome de Down

4.1. Conceito de síndrome de Down

De acordo com Bull e Committee on Genetics, 2011 (apud Coelho, 2016), a


Síndrome de Down corresponde a uma entidade clínica de origem genética, caracterizada
por um erro na distribuição dos cromossomas das células durante a divisão celular do
embrião, ilustrada na maior parte dos casos pela presença de três cópias no cromossoma 21,
em vez de duas
Para DANIELSKI, 1999, (apud Muniz, 2008), Síndrome de Down corresponde a
presença de um cromossoma a mais nas células de um indivíduo acarretando um variável
grau de retardo no desenvolvimento motor, físico e mental.
Nesta ordem de ideia, de acordo com os conceitos acima citados podemos perceber
então que a síndrome de Down refere-se a sinais ou sintomas que uma pessoa nasce com eles,
isto é, sintomas congénitos, devido a alteração cromossómica "erros inatos do
metabolismo”, ou seja, através da presença de um cromossoma extra no par 21, e que
provoca um retardamento no desenvolvimento motor, físico e mental.

4.2. Formas de designar pessoas com síndrome de Down

Utilizar nomenclatura apropriada é de fundamental importância, pois a maneira como


denominamos e nos referimos às pessoas pode carregar preconceitos e criar estigmas
negativos provenientes da falta de informação. Sabe-se que a auto-estima e o autoconceito
formado pelo indivíduo sofrem grande influência das informações que vêm das pessoas que o
cercam e da sociedade em geral. No indivíduo com síndrome de Down, isso não acontece de
forma diferente, o que pode, inclusive, dificultar seu desenvolvimento psicológico e criar
rótulos negativos na sociedade, que lhe serão uma barreira.
Muitas vezes, ouve-se dizer que a pessoa com síndrome de Down é doente, porem
esta informação é incorrecta, contudo vale aqui fazermos uma distinção entre estes dois
conceitos. Síndrome é um conjunto de sinais e sintomas provocados pelos mesmos
organismos e dependente de causas diversas que podem levar à uma doença ou perturbação já
Doença é um estado que necessita de cura, caracterizado por um estado resultante da perda
da homeostasia, ou seja, da condição estável do organismo. E isso não ocorre na síndrome de
Down necessariamente.
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Outra definição utilizada incorrectamente é mongoloide. Contudo, não é correto dizer


que uma pessoa sofre, é vítima, padece ou é acometida por síndrome de Down ou que é um
mongoloide, mas sim, que a pessoa tem ou nasceu com síndrome de Down.
A síndrome de Down, por não ser uma doença, não se fala em cura. É uma condição
permanente que não pode ser modificada.
Mata e Pignata, concordam com o movimento Down, porém acrescenta dizendo que
“as pessoas com síndrome de Down estão mais vulneráveis a certas doenças.
Ainda no mesmo pensamento, Catafesta afirma que “existem três aspectos
considerados preventivos: idade da mãe, aconselhamento genético e amnicentese”. Se após
certa idade materna há um risco de a criança nascer com síndrome de Down, a prevenção
seria informar a mãe acerca deste risco. Outro aspecto é o aconselhamento genético, no qual é
realizada uma análise cromossômica para saber sobre uma futura descendência familiar, e,
por fim, a amniocentese, que é um método precoce realizado em caso de já haver um filho
com síndrome de Down, em mulheres com idade superior aos 40 anos ou se um dos pais
possuir trissomia por translocação. (DANIELSKI, 2001).

4.3. História da síndrome de Down

A síndrome de Down (SD) tem registos antigos na história da humanidade, sendo os


primeiros trabalhos científicos datados no século XIX (PEREIRA-SILVA e DESSEN, 2002).
Como evidência desta informação citamos Schwartzman (1999, p. 3), (apud Mata e
Pignata), que apresenta como exemplos, os povos Olmecas que viveram de 1500 a.C. até
aproximadamente 30 d.C. na região hoje conhecida como Golfo do México, em cuja cultura
podem ser encontradas referências claras (desenhos, esculturas) a indivíduos com a Síndrome
de Down (SD), os quais são representados com características físicas bastante distintas das do
povo Olmecas e muito semelhantes às dos indivíduos com SD.
Nas sociedades europeias mais antigas, os portadores de deficiência eram
desprezados: “bebés que apresentassem quadro evidente de deficiências, como a SD, estavam
sujeitos a morrer por inanição ou devorados por animais selvagens”.
Na época do renascimento utilizava-se do termo mongolismo para se referir a
pessoas idiotas. E os portadores da síndrome de Down eram semelhantes fisicamente com a
tribo dos mongóis, pessoas asiáticas tidas como sem inteligência ou pouco inteligentes,
abrutalhadas, obtusas. Assim nasceu esse termo com uma grande carga de preconceito
infundado, já que os mongóis não são nem nunca foram “idiotas”.
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Foi no ano de 1866 que o John Langdon Down, médico pediatra inglês do Hospital
John Hopkins em Londres verificou que havia nítidas semelhanças fisionómicas entre
determinadas crianças com atraso mental. Utilizou o termo "mongolismo" para descrever a
sua aparência (oriental), sendo as crianças com a síndrome eram muito semelhantes entre si,
bem mais do que com seus pais.
Influenciado por conceitos evolucionistas hoje considerados erróneos e equivocados,
John Down aceitava a superioridade de uma raça sobre a outra, caracterizando os portadores
da SD como raça inferior.
No início do século XX, mais precisamente na década de 50, o médico francês
Jerôme Lejeune, que através de suas pesquisas descobriu ser esta síndrome consequência de
uma alteração cromossómica. Ele identificou nas pessoas com a síndrome a presença de um
cromossoma extra, portanto, as pessoas com esta síndrome apresentavam 47 cromossomas,
ao invés de 46.
De acordo com (Dea e Duarte, 2009) Lejeune homenageou o médico inglês John
Langdon Down, colocando o seu sobrenome na referida síndrome, visto ter sido Down que,
130 anos antes, chamou a atenção da sociedade para a existência de um grupo específico de
pessoas que apresentam características comuns entre eles.

4.4. Causas da síndrome de Down

Os cientistas investigaram as causas da síndrome de Down durante décadas. Até o


momento, sua causa exacta – o que faz os cromossomas 21 se manterem unidos – ainda não
foi descoberta. Embora muitos factores tenham sido considerados como possíveis causas, que
na visão de (Catafesta, 2013) a síndrome de Down pode ocorrer por diversos factores,
estando dentre eles, os hereditários em casos da mãe ter síndrome de Down ou devido à
família ter vários filhos com essa anomalia. Outras causas podem estar relacionais à:
a) Deficiências vitamínicas;
b) Problemas de tireóide na mãe;
c) Alto índice de imunoglobulina e tiroglobulina no sangue materno; e a
d) A idade da mãe.
Constatou-se que os casos mais frequentes de nascimentos de crianças com síndrome
de down ocorrem quando a mãe tem mais de 35 anos.
Danielski (2001, p. 26), (apud Catafesta, 2013) também nos mostra alguns factores
externos que podem influenciar neste processo como:
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a) Processos infecciosos;
b) O vírus da hepatite e da rubéola;
c) Exposição às radiações;
d) Agentes químicos como o alto nível de flúor na água; e a
e) Poluição atmosférica.

4.5. Sinais de alerta da síndrome de Down

Na visão de (Veríssimo, 2021) no caso da Síndrome de Down, o fenótipo


(características físicas observáveis e que são o resultado da interacção da expressão génica e
do ambiente) pode ser expressado de forma variável e particular. Todavia, alguns sinais e
características são extremamente comuns e se tornam um importante guia para o diagnóstico
clínico.
Concordando com esta linha de pensamento (Catafesta, 2013) afirma que as crianças
com síndrome de Down não são todas iguais, apresentando diferenças na sua personalidade,
no seu comportamento, no seu desenvolvimento como qualquer outra pessoa. Não existe um
padrão correspondente ao comportamento e ao desenvolvimento das crianças com síndrome
de Down e estes não dependem somente da alteração cromossómica, pois o ambiente de
convívio possui grande influência.
Essa anomalia provoca problemas cerebrais, físicos, fisiológicos, de saúde, de
desenvolvimento e fisicamente as crianças apresentam uma aparência muito semelhante umas
com as outras.
Ainda na mesma linha de ideia, Kozma afirma que existe uma enorme variação entre
os bebés com tal síndrome; nem todos os bebés possuem os mesmos aspectos característicos.
E acrescenta dizendo que ainda, não se evidenciou conexão alguma entre o número de
características da síndrome de Down que um bebé apresenta e a sua capacidade cognitiva.
Contudo, a maioria dos recém-nascidos que têm síndrome de Down não mostra todas
as características físicas aqui descritas. Porém, devido ao fato da criança com síndrome de
Down possuir o cromossomo 21 extra, ele pode apresentar, de algum modo, características
semelhantes às de outros bebés com síndrome de Down, como por exemplo, o tónus muscular
baixo, as fissuras pálpebras oblíquas e as orelhas pequenas. Entretanto, como a crianças
também tem 22 pares de cromossomas completamente normais, ele se parecerá com seus
pais, irmãos e irmãs, e também possuirá suas próprias características singulares.
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Porem os sinais comummente apresentados por estas crianças serão descritas na tabela
abaixo.

1. Pregas palpebrais oblíquas para cima.


Os olhos também podem ter pequenas dobras
de pele, chamadas de pregas epicânticas, nos
seus cantos internos. A parte externa da íris (ou
parte colorida) de cada olho pode apresentar
manchas claras chamadas manchas de
Brushfield.
2. Epicanto (prega cultânea no canto interno
do olho).
3. Sinófris (união das sobrancelhas).
4. Base nasal plana.
5. Orelhas de implantação baixa e pavilhão
auricular pequeno.
6. Cabelo fino e liso e às vezes esparsos.
7. Protusão lingual.
8. Excesso de tecido adiposo no dorso do
pescoço.

9. Palato ogival (alto).


A boca pode ser pequena. Quando essas
características são acompanhadas de tónus
muscular baixo, a língua pode projectar-se ou
parecer grande em relação à boca.
Seus dentes também podem ser pequenos, de
formas incomuns e fora de lugar.
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10. Clinodactilia do 50 dedo da mão (50 dedo


curvo).
11. Braquidáctila (dedos curtos).
12. Prega simiesca (prega palmar única.

13. Afastamento entre o 1º e os 2º dedos do pé.


14. Pé plano.

15. Hipotonia, ou tónus muscular baixo, isso


significa que seus músculos são relaxados e
dão a impressão de serem “frouxos” ou
“moles” e afecta os movimentos, a força e o
desenvolvimento de habilidades como
rolar, sentar, levantar e caminhar.
A hipotonia não tem cura, entretanto, muitas
vezes pode melhorar ao longo do tempo, e pode ser
melhorado por meio de fisioterapia.

16. Frouxidão ligamentar.


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17. Retrognatia (queixo para trás).

18. Diástase (afastamento) dos músculos dos


retos abdominais e hérnia umbilical.

Tabela 1. Sinais de alerta da síndrome de Down. Fonte: adaptado de VERÍSSIMO


2021.

Para alem disso, os bebês com síndrome de Down geralmente têm peso e
comprimento médio ao nascerem, porém, não crescem com a mesma rapidez das outras
crianças, isto é, apresentam uma baixa estatura. Sendo a altura média adulta para os homens
é de aproximadamente 1,57m e para as mulheres, aproximadamente 1,37m.
O tórax de seu filho pode ser um tanto afunilado (quando o esterno, osso do tórax, é
achatado) ou como o peito de pombo (quando o esterno é proeminente).

4.6. Tipos de síndrome de Down

4.6.1. Trissomia simples

Ocorre a não disjunção (falha na separação correta de um par de cromossomas durante


a meiose), do cromossoma 21 (Catafesta, 2013); aqui percebe-se de acordo com Kozma que
uma célula-filha recebe 24 cromossomas e a outra, 22 cromossomas. Uma célula com apenas
22 cromossomas (com falta de um cromossoma inteiro) não consegue sobreviver, nem ser
fertilizada. Por outro lado, um óvulo ou um espermatozóide com 24 cromossomas consegue
sobreviver e ser fertilizado. Quando isso ocorre, o zigoto resultante tem 47 cromossomas, em
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vez dos 46 cromossomas usuais. Percebe-se claramente a trissomia, ou seja, o 3º cromossoma


extra ao par 21, causando a síndrome.

4.6.2. Mosaicismo

Os casos de mosaicismo podem originar-se da não disjunção mitótica nas primeiras


divisões de um zigoto normal, comprometendo apenas partes das células, ou seja, algumas
células têm 47 cromossomos e outras 46. (Mata e Pignata).

4.6.3. Translocação

Ocorre em cerca de 3% dos casos, uma grande parte do cromossoma 21 extra se une a
outros cromossomas, único caso em que pode haver uma relação genética que pode ter sido
herdada de um dos pais. Mesmo que o indivíduo possua 46 cromossomas, ele é portador da
síndrome de Down.
Mata e Pignata nos chama a atenção dizendo que, no caso de Síndrome de Down por
translocação, os pais devem submeter-se a aconselhamento genético (exames específicos),
uma vez que podem ser portadores de translocação e têm grandes chances de ter outro filho
com Síndrome de Down.
Portanto, "Não importa que tipo de síndrome de Down a pessoa tem, os efeitos do
material genético extra variam enormemente de um indivíduo para outro. A pessoa terá suas
próprias potencialidades, talentos, gostos, personalidade e temperamento."

4.7. Formas de trabalhar com as crianças com a síndrome de Down

Para (Catafesta, 2013) o processo de aprendizagem da criança com síndrome de Down


é influenciada pelos aspectos biológicos, psicológicos e pelo modo de como o individuo está
integrado no ambiente familiar e sociocultural.
Ele diz que o ambiente familiar desempenha fundamental importância no
desenvolvimento social, emocional e cognitivo de uma criança com síndrome de Down. Este
é o primeiro grupo social do qual faz parte e é o local das primeiras experiências e as
primeiras aprendizagens, contribuindo também na formação da identidade da criança. A
vivência com este grupo pode comprometer todo o seu desenvolvimento, uma vez que é
pela qualidade da mediação que este desenvolvimento pode acontecer. Caso a família não
receba bem a criança desde a gestação com a notícia do filho com síndrome de Down, a sua
aprendizagem pode ficar prejudicada.
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A vida familiar deve servir de modelo para que a criança participe do quotidiano e
aprenda com ela. Porém, toda a mediação da aprendizagem familiar deve ocorrer com
cautela, sem que vire uma obsessão impedindo que a família veja a realidade e a dificuldade
da criança e acabe criando uma falsa expectativa de um possível milagre quanto à anomalia
do filho (VOIVODIC, 2007), (apud Catafesta, 2013). Não obstante os pais precisam ter em
mente que o desenvolvimento de uma criança com síndrome de Down ocorre sempre de
maneira mais lenta e necessitando de mais auxílio.
Alguns factores são pontuados por Danielski (2001), citado por (Catafesta, 2013,
p.31) como importantes para a aprendizagem: a maturidade biológica; a motivação e a
transferência. A maturidade biológica, diz respeito a capacidade da criança, não deve haver
cobranças para além de sua capacidade. A motivação não deve ser exacerbada, mas precisa
estar presente, fazendo com que ela compreenda a importância do que lhe está sendo
ensinado. E, por fim, a transferência que é disseminação da aprendizagem onde um
aprendizado pode servir para impossibilitar ou para facilitar o aprendizado posterior.
No caso das crianças com a síndrome de Down que apresentem deficit de atenção,
como estratégias para melhorar a atenção, Sampedro, Blasco e Hernández nos mostram
alguns aspectos:
— Simplicidade do ambiente de trabalho e, portanto, ausência de estímulos
propiciadores da dispersão;
— As instruções verbais devem ser claras e concisas, acompanhadas por um modelo de
acção se necessário;
— O nível de exigência deve estar adaptado as suas possibilidades, tanto no referente à
dificuldade da tarefa como ao tempo necessário para a sua execução. Começar-se-á
com tarefas curtas, modificando progressivamente o tempo necessário para realizar;
— É necessário dispor de um amplo repertório de actividades. Desta maneira
poderemos mudar frequentemente de tarefa, evitando o desinteresse e possibilitando
a generalização dos processos de atenção a situações diversas. Também é
conveniente, para que a criança não se canse, intercalar tarefas com diferentes
níveis de exigências e interesse;
— Recompensar os esforços e êxitos da criança. (Sampedro, Blasco e Hernández,
1997, p. 239). Apud (Catafesta, 2013, p.32).
A criança com síndrome de Down possui algumas características específicas em
relação as suas mãos: elas são pequenas com os dedos mais curtos e há então uma maior
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dificuldade para calçar os sapatos, abotoar, escrever, desenhar fazendo com que ela muitas
vezes não queira nem se arriscar a fazer tais coisas na certeza de que não vai conseguir.
Para que tal constrangimento possa ser evitado é importante que desde cedo a criança seja
ensinada algumas actividades, como:
a) Pegar a mamadeira da maneira correta;
b) Pegar os brinquedos;
c) Segurar uma colher;
d) Estimular o tato, etc.
Actividades estas para que posteriormente facilitar a realização de actividades mais
complexas.

4.7.1. O processo de inclusão escolar da pessoa com síndrome de Down

A palavra inclusão é conceituada de muitas formas. Dens e Montoan (apud


VOIVODIC, 2007) são exemplo disso. O primeiro diz que inclusão é um movimento voltado
para o atendimento das necessidades da criança, buscando um currículo correto para incluí-la,
diz também que não é uma invenção de escola mas uma ideologia da sociedade. E o segundo
diz que a inclusão tem como meta não deixar ninguém de fora do sistema escolar.
Segundo Holden, (apud Catafasta 2013), para que o sucesso da inclusão aconteça, é
necessário considerar alguns componentes essenciais como: ambiente estruturado e adaptado
às necessidades; abordagem de ensino que facilite o aprendizado e adaptação curricular. Cabe
lembrar, que as escolas de carácter inclusivo precisam também preparar seus alunos
considerados normais para que possam acolher e conviver sem discriminação com os alunos
com deficiência e investir na capacitação de professores, a fim de que eles estejam
preparados para receber e trabalhar com os alunos com síndrome de Down e com as demais
deficiências.
Segundo Castro e Freitas (2008), (apud Catafasta, 2013) no processo de inclusão é
preciso haver um comprometimento por parte da sociedade, da família, dos professores e de
toda a comunidade escolar. As crianças com síndrome de Down apresentam desde o
nascimento um desenvolvimento mais lento do que é considerado normal. É preciso que haja
um ambiente estimulador que favoreça o aprendizado, pois a integração dessas crianças na
rede regular de ensino, contribui muito para o seu desenvolvimento já que elas estão em meio
a outras crianças consideradas normais.
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CAPITULO III

5. Considerações finais

Portanto, a síndrome de Down não é uma doença, por isso não se fala em cura. É uma
condição permanente que não pode ser modificada. Como qualquer outra pessoa, “o
indivíduo com síndrome de Down tem variado tipos de habilidades e dificuldades que podem
ser reduzidas se as pessoas à sua volta tiverem uma atitude positiva em relação à síndrome de
Down”, mas “as pessoas com síndrome de Down estão mais vulneráveis a certas doenças e
alguns aspectos considerados preventivos são a idade da mãe, o aconselhamento genético e a
amnicentese”.
As crianças com a síndrome de Down não são todas iguais, apresentando diferenças
na sua personalidade, no seu comportamento, no seu desenvolvimento como qualquer outra
pessoa, pois estes não dependem somente da alteração cromossómica, pois o ambiente de
convívio possui grande influência.
Essa anomalia provoca problemas cerebrais, físicos, fisiológicos, de saúde, de
desenvolvimento e fisicamente as crianças apresentam uma aparência muito semelhante umas
com as outras, mas como a crianças também tem 22 pares de cromossomas completamente
normais, ele se parecerá com seus pais, irmãos e irmãs, e também possuirá suas próprias
características singulares.
No âmbito escolar o educador deve adaptar a sua abordagem às variáveis clínicas e
individuais da criança, apelando à sua prática, criatividade, imaginação, persistência e
paciência. A escolha de uma metodologia padrão comum e igual para todos os alunos, pode
condenar a intervenção junto do aluno com SD ao fracasso. Neste sentido, a motivação é
fundamental na abordagem escolar junto do aluno com SD, de modo a que a criança consiga
experienciar as aprendizagens de uma forma prazerosa a agradável, tomando o sucesso na
qualidade de reforço positivo para que o aluno seja voluntário no seu processo de
aprendizagem, promovendo assim o seu desenvolvimento.
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6. Referências bibliográficas

Voivodic, M. (2007). Inclusão escolar de crianças com Síndrome de Down. 4. ed. -


Petrópolis, RJ: Vozes.
Pereira-Silva, N; Dessen, A. (2002). Síndrome de Down: etiologia, caracterização e
impacto na família. Interacção em Psicologia, Brasília, v.6, n.2, p.167-176.
Déa, V. Duarte, E. (2009). Síndrome de Down Informações, caminhos e histórias de
amor. São Paulo: Phorte. 336p. il. Extraído de https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/211/o/S
%C3%ADndrome_de_Down_Informa%C3%A7%C3%B5es__caminhos_e_hist
%C3%B3rias_de_amor.pdf?1458755719
Catafesta, j. (2013). Educação escolar da criança com síndrome de Down.
Medianeira. Universidade tecnológica federal do Paraná. Extraido de
https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/20815/2/MD_EDUMTE_2014_2_44.pdf
Muniz, H. (2008). O educando com síndrome de Down: um estudo sobre a relação
entre pais e profissionais na escola regular. Natal. Universidade do rio grande do norte.
Extraido de https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/14323/1/HiltnarSM.pdf
Veríssimo, T. (2021). Diagnóstico e classificação da Síndrome de Down.. Atenção à
Pessoa com Síndrome de Down. São Luís: UNA-SUS; UFMA. In: Universidade aberta do
sus. Universidade federal do maranhão. Extraído de https://www.infolivros.org/livros-pdf-
gratis/medicina/sindrome-de-down/
Coelho, C. (2016). A síndrome de Down. Psicologia.pt, o portal dos psicólogos.
Extraído de https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0963.pdf
Mata, C. Pignata M. Síndrome de Down: aspectos históricos, biológicos e sociais.
Extraído de https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/80/o/TCEM2014-Biologia-CeciliaSilvaMAta.pdf
Kozma, C. O que é síndrome de Down?. Extraído de https://www.infolivros.org/livros-
pdf-gratis/medicina/sindrome-de-down/

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