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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI – UNIASSELVI

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

DAIANE CARDOSO LUIZ ROLIM

ALFABETIZAÇÃO DE TEA
PORTO ALEGRE

Relatório de Estágio apresentado na disciplina de


Trabalho de Conclusão de Curso: Relatório de Estágio do
Curso de Especialização Lato Sensu em Psicopedagogia
do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu do Centro
Universitário Leonardo da Vinci – Uniasselvi.

PORTO ALEGRE
2022
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SUMÁRIO

1INTRODUÇÃO.................................................................................................................................5
2 TRANSTORNO DEFICIT DE ATENÇÃO
(TDAH)......................................................................6
3 TIPOS DE
TDHA.............................................................................................................................7
Tratamentos......................................................................................................................................8
Como ajudar portadores de TDAH..................................................................................................8
4 CARACTERÍSTICA MAIS APONTADOS EM PACIENTES COM TDAH.................................9
5 A ESCOLA, PROFESSORES, ALUNO TDHA E A FAMÍLIA...................................................10
6 OBSERVAÇÃO.........................................................................................................................
.....12
7 COLETA E ANÁLISE DE DADOS
OBSERVADOS..................................................................12
8 REGISTRO E ANÁLISE DAS
INTERVEÇÃO............................................................................13
9 CONSIDERAÇÕES
FINAIS..........................................................................................................14
10 REFERÊNCIAS.......................................................................................................................
.15
11 ANEXOS....................................................................................................................................
....17
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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi realizado através de uma observação de um aluno de 4º ano com
laudo médico de Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade na escola municipal do município
de Alvorada. A observação ocorreu do período de 15/11/2021 à 19 de novembro de 2021.
No decorrer da prática educativa nos deparamos com diversas situações, partindo de uma
experiência em sala de aula, onde tive um aluno muito inquieto, pensei como seria, então, com um
aluno diagnosticado com transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade (TDAH). O hiperativo
dispersa a atenção da turma devido ao seu comportamento inquieto, exigindo do professor uma
atenção especial, muitas vezes dificultada pelo excesso de alunos sob sua responsabilidade.
Então partindo dessa experiência surgiu interesse de aprofundar neste assunto que está
bem presente em nossas escolas. E estando capacitada poderei ajudar mais meus alunos que tem o
mesmo diagnósticos em sala de aula.
O transtorno do déficit de atenção (TDAH), conhecido popularmente como
hiperatividade que afeta o cotidiano de milhões de brasileiros, adultos e crianças. E não são só os
indivíduos com este comportamento mental que tem sua qualidade de vida prejudicada: as
pessoas próximas, sejam elas parentes, amigos ou colegas de escola ou trabalho, também
padecem. A Hiperatividade pode ser observada em pessoas a partir da impulsividade na
realização dos atos do dia- a -dia, provocando dificuldades em levar as coisas a sério ou mesmo
em terminá-las. Estes sintomas ocasionam diversos problemas na vida cotidiana, na vida
acadêmica, vida social e familiar.

O TDAH (transtorno psiquiátrico ou neuropsiquiátrico) é um problema que acompanha o


indivíduo a vida toda, crônico na maioria dos casos (mais de 60%), causando dificuldades tanto
para a criança que vai a escola quanto para o adulto em casa com a família. No adulto os
sintomas são os mesmos de uma criança ou adolescente, entretanto com uma nova expressão.

Os portadores do transtorno também possuem habilidades que muitas vezes ficam escondida
ou mesmo despercebida por se focar em somente estratégias para minimizar os sintomas, manter o
tratamento em dia e sobre tudo isso ser capaz de controlar o transtorno a um ponto em que sua vida
seja produtiva e estável. Mas existem habilidades positivas que raramente são vista em pacientes
diagnosticados com Transtorno. O presente trabalho visa mostrar a definição de TDAH, maneiras
de como lidar com elas e as habilidades que alguns portadores possuem.
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2 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO (TDAH)

O Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade é um transtorno neurobiológico


difícil de ser diagnosticado, já que tem uma combinação grande de sintomas. Ele tem causas
genéticas, ambientais e biológicas, que se manifesta na infância.
Mesmo que esse transtorno se manifeste desde a infância, os sintomas aparecem com mais
clareza durante a fase escolar. Isso porque, a criança passa a frequentar um novo ambiente de
interação e raciocínio, e é a partir dai que as dificuldades se tornam mais evidentes.

Estes sintomas se iniciam antes dos sete anos de idade, embora a maioria seja diagnosticada
após a manifestação destes por alguns anos, podendo-se observá-los em situações como na
casa, na escola ou no trabalho. Muitas vezes, o distúrbio só é reconhecido quando a criança
ingressa na escola, pois é o período em que as dificuldades de atenção e inquietude são
percebidas com maior frequência pelos professores, quando comparada com outras crianças
da mesma idade e ambiente (Poeta e Neto, 2006).

Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, o TDAH está presente em até 8%


da população infantil no país e no mundo todo. Mas, em adultos esse número é reduzido.
O Manual Diagnóstico e Estatística de Transtorno Mentais 5ª Ed. 2013 (DSM-5), registra
2,5% sendo mais comum em pessoas do sexo masculino.
O TDAH é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde é um transtorno neurológico de
provável origem genética. Além da hereditariedade, pode-se citar como possível origem do
distúrbio fatores externos como conflitos familiares frequentes ou situações que exponham a criança
a grandes níveis de estresse. Existem também alguns estudos que indicam que a deficiências de
algumas vitaminas na dieta, contaminação por chumbo, sofrimento fetal, ingestão de álcool na
gravidez e deficiência de hormônios nos indivíduos como outras prováveis causas.

Segenreich e Mattos (2007) afirmam que trabalhos recentes encontram evidências de que o
TDAH se trata de um distúrbio neurobiológico. Dois grupos de pesquisas atuais têm
resultados que atribuem a este transtorno duas possíveis causas: uma relacionada ao déficit
funcional do lobo frontal, mais precisamente o córtex cerebral; e a outra ao déficit
funcional de certos neurotransmissores.

Pesquisadores como Barkley (2002) acreditam ainda que o TDAH se evidencie por um
déficit básico no comportamento inibitório. Uma deficiência em determinadas áreas nas quais o
cérebro deveria comandar. Ainda para este pesquisador, um dos problemas preponderantes é que a
criança com este transtorno tem dificuldade em manter sua atenção focalizada por um período mais
longo.
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3 TIPOS DE TDAH

O TDAH existem 3 tipos, mas cada um com um padrão de sintomas de desatenção,


hiperatividade e impulsividade ou combinação dessas duas características em alguns casos também
podem ter combinações com outros tipos de transtorno associados.

A etiologia do transtorno é multifatorial, ou seja, enquanto fenótipo o TDAH resulta da


interação de vários fatores ambientais e genéticos que atuam na manifestação de seus
diversos quadros clínicos (Roman et al., 2003).

O tipo de TDAH DESATENTO é a pessoa que tem dificuldade para manter a concentração
durante muito tempo em um assunto específico. Além disso, pode ser facilmente distraído por
qualquer estímulo externo, podem errar muito por falta de atenção no que estão fazendo, elas evitam
atividades que demandam um grande esforço mental, e muitas vezes esquecem o que iam falar, tem
dificuldades em se organizar com a gestão de tempo e com os objetos, na maioria da vezes tem
hábitos de perder coisas importantes do dia a dia, não houve quando são chamados e podem ser
considerados desinteressados ou egoístas.
O tipo TDAH HIPERATIVO/IMPULSIVO é os que são inquietos, não conseguem ficar
num só lugar por muito tempo, tem tendência a vícios: jogos, álcool, drogas e outros. Não sabem
lidar com frustrações, costumam ter um temperamento explosivo, e frequentemente mudam seus
planos de uma hora para outra, fazem mais de uma atividade ao mesmo tempo por não gostarem de
tédio, são muita vezes considerados imaturos. Além disso, têm dificuldade em se expressar: a fala
não acompanha a velocidade de seus pensamentos.
O tipo TDAH COMBINADOS é o tipo de transtorno de déficit mais difícil de ser
identificado, isso porque, é necessário que a pessoa apresente uma combinação dos dois tipos de
transtorno acima relatado, com os sintomas de desatenção e hiperatividade. Podemos lembrar que
todo o caso é necessário entender se esses sintomas estão interferindo o funcionamento social,
acadêmico ou profissional da pessoa. Ou seja, só assim podemos realizar um diagnostico correto.
TRATAMENTOS

O Tratamento de crianças e adolescentes com TDAH baseia-se na intervenção


multidisciplinar envolvendo profissionais das áreas médicas, saúdes mentais e pedagógicas, em
conjuntos com pais.
O profissional de saúde deve apoiar educação a família sobre o transtorno, através de
informações claras e precisas, a fim de que aprendam a lidar com os sintomas dos seus filhos.
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Intervenções no âmbito escolar também são importantes e, muitas vezes, é necessário um
acompanhamento psicopedagógica centrado na forma do aprendizado, como por exemplo, nos
aspectos ligados à organização e ao planejamento do tempo e das atividades.

Há tratamentos que podem ser realizado com orientação médica com remédios a partir dos 8
anos de idade. O objetivo da medicação é melhorar a capacidade e concentração dos portadores da
síndrome, assim como controlar a inquietude característica da hiperatividade. Além disso, o
acompanhamento psicológico também é muito benéfico. A partir da introdução de atividades
lúdicas, o psicólogo consegue desenvolver gradualmente os níveis de atenção e concentração da
criança, além de auxiliar bastante em sua interação com o meio social.

COMO AJUDAR OS PORTADORES COM TDAH.

No primeiro momento deixe as regras claras para criança impondo limites. Devido à grande
inquietude da criança hiperativa, há uma tendência de que elas sejam intolerantes a regras. Portanto,
cabe aos pais impor limites desde cedo e, a partir de recompensas e punições, demonstrar a
importância respeito às regras.
Em segundo temos que incentivar a organização com uma rotina produtiva. Como já citado,
um dos grandes problemas das crianças com TDAH é manutenção da disciplina, principalmente das
atividades escolares. Assim, é essencial que haja estímulos à organização de todas as tarefas. É
possível se ter bons ganhos com a utilização de cronogramas e agendas, tudo que estimule à
manutenção de uma rotina produtiva a criança.
Em terceiro devemos ter paciência e compreensão, embora muitas vezes seja fácil perder a
cabeça diante de uma criança hiperativa, a repreensão nem sempre é o melhor caminho. É
necessário compreender e lidar de maneira mais bem- humorada possível, pois nem sempre a
criança tem consciência de que está fazendo algo errado.
No Quarto momento evitar fazer comparações, pois é comum que muitos pais utilizem
comparações a fim de despertar mudanças de comportamento nos filhos. Entretanto, no caso de
crianças hiperativas, essa comparação pode não ser nada saudável, uma vez que algumas atividades
apresentam maior grau de dificuldade para indivíduos com TDAH do que para os que não possuem
o transtorno.
Assim, é conveniente não utilizar esse artifício em virtude do risco do desenvolvimento de
sérios problemas de auto-estima na criança.
No quinto e último, estimule à criança as atividades físicas, pois a prática de exercícios
físicos é muito benéfica para crianças hiperativas. Além do gasto energético de atividades intensas
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contribui para amenizar sintomas como a inquietude, algumas dessas atividades podem estimular
bastante o desenvolvimento de disciplina, como no caso das artes marciais, por exemplo.

4 CARACTERÍSTICAS MAIS APONTADAS EM PACIENTES COM TDAH.

As características mais latentes observadas nos profissionais de saúde, nos pacientes com
TDAH, são criatividade, empatia, espontaneidade e tenacidade. Mas, isso não significa que todas as
crianças portadoras do transtorno se beneficiam dessa vantagem. Mas significa que, com um devido
tratamento, treinamento e estratégias específicas, poderão construir algo positivo a partir da sua
condição. Por isso, conheceremos estas qualidades e veremos alguns métodos para conquistá-las.

Energia: Alguns indivíduos com o Transtorno parecem ter grandes cargas de energia, que eles
podem canalizar em direção ao sucesso independentemente de área. Com treinamento, tratamento e
estratégias corretas, eles têm potencial para serem excelentes jogadores, estudantes e funcionários.

Espontaneidade: pacientes que recebem tratamento e treinamento específicos podem conseguir


converter a típica impulsividade em espontaneidade. Nestes casos, os indivíduos podem trazer ainda
mais alegria e novas ideias para vida dos amigos e familiares.

Criatividade e inventividade: Viver com o Tdah pode dar aos pacientes uma perspectiva de
mundo completamente diferente. Isso encoraja os indivíduos a observarem situação com olhar mais
reflexivo. Como resultado, é possível que eles se transformem em inventores excepcionais,
utilizando suas capacidades artísticas, originais e criativas.
É importante o treinamento com os portadores do transtorno, que eles recebam assistência
especial para criarem estas condições, transformar aquilo que percebemos como negativo nestes
benefícios. Estes especialistas ajudarão o paciente a explorar a criatividade e a canalizar a energia
de forma produtiva.

5 A ESCOLA, PROFESSOR, ALUNO TDAH E A FAMÍLIA

Entre as experiências sociais vividas pela criança, encontra-se a escola a qual conduzirá para
a sociedade, a expectativa que a criança espera com a entrada na escola é a de conviver com outras
crianças no ambiente escolar: conhecer, participar, brincar, aprender a ler e escrever. As escolas
recebem esses alunos, mas normalmente não estão preparadas para dar o atendimento que esse
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aluno precisará, pois está acostumada a receber alunos que tem bom comportamento e que não
causam problemas a professores, escola e colegas de classe. Uma política educativa que afirme que
sobre o professor recaem as esperanças de melhoria da educação brasileira tem como único efeito
situar o professor frente a um ideal que adquire mais a dimensão de um “fardo” a ser carregado
solitariamente que de uma possibilidade a ser concretamente alcançada. Esta situação é facilmente
verificável através das inúmeras queixas veiculadas pelos professores, muitas vezes impotentes,
diante das dificuldades para atender a diversidade de seus alunos. (BRASIL, 2001, p. 9) Para
Benczik (2000), a criança portadora deste transtorno apresenta dificuldade para adaptar-se à escola e
à sala de aula. O educador precisa também de orientação do profissional que trabalha com crianças
portadoras deste distúrbio, podendo lhe ajudar a compreender as limitações da criança e oferecer
sugestões que podem facilitar o desempenho motor e cognitivo da criança, como também reduzir a
sobrecarga de suas atividades cotidianas. O surgimento da educação especial está vinculado ao
discurso social posto em circulação na modernidade para dar conta das crianças que não se
adaptavam aos contornos da escola. Foi a partir deste lugar de “criança não escolarizável” que as
deficiências foram organizadas em um amplo espectro de diagnósticos, recortadas e classificadas
com o apoio do saber médico. A partir daí, a educação especial baseou-se em uma concepção de
reeducação através de métodos comportamentais, supondo que bastariam técnicas de estimulação
especiais para as crianças alcançarem um nível “normal” de desenvolvimento.
( BRASIL, 2001, p.20) Pois a relação aluno/professor é diretamente proporcional no
sentimento despertado pelos dois, do aluno a fragilidade do seu sistema afetivo, não aguentando a
carga impulsiva do sistema neurológico, não tolerando frustrações, do professor exige uma
maturidade especial para se planejar as atividades que poderá levá-lo a uma dinâmica de grupo em
completa harmonia e sucesso. Haidt (1995, p.57), diz que: Na relação com o aluno, o professor tem
função incentivadora e energizante, aproveitar a curiosidade natural do educando para despertar e
mobilizar seus esquemas cognitivos. Cabe ao professor junto a seu aluno orientá-lo para aprender e
ajudá-lo a construir seu próprio conhecimento. Para Vygotsky (apud BOCK, 1999), as funções
cognitivas emergem e se consolidam no plano de ação entre pessoas e se tornam internalizadas, isto
é, se transformam para constituir o funcionamento interno, considerando que as relações sociais são
integrantes das funções psicológicas do homem. Nas palavras de Bock (1999), o aprendizado
impulsiona o desenvolvimento e a escola tem um papel essencial de oportunizar atividades para
estimular uma aprendizagem que vise o desenvolvimento dos sujeitos comprometidos com o
ambiente escolar. De acordo com Oliveira (1995), o aprendizado é o objeto do processo escolar,
sendo a intervenção pedagógica o processo privilegiado de capacidades de apropriação do
conhecimento historicamente elaborado com a realidade e potencialidade do educando. Desta forma
o professor tem o papel de elaborar, oportunizar e intervir, dentro do nível cognitivo do aluno, para
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que o processo de aprendizagem seja alcançado pelo mesmo. Com as orientações o educador poderá
trabalhar com a criança portadora do transtorno, fazendo com que ela pratique suas habilidades
perceptivas, cognitivas e motoras específicas. Para isso, se faz necessário que o educador tenha
diferentes conhecimentos e habilidades, pois junto com a tecnologia, as estruturas organizacionais
darão suporte às crianças que tem o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade para que possam
usufruir e acompanhar a classe normal. A grande falta de informação dos pais acarreta na
incapacidade de reconhecer o problema e enfrentá-los procurando serviço médico. Para determinar
se uma criança é hiperativa, além da observação dos pais, será necessário procurar a assistência de
um profissional, para avaliar a criança. Na idade escolar, a criança hiperativa começa a se aventurar
no mundo e já não tem a família para agir como amortecedor. O comportamento, antes aceito como
engraçadinho ou imaturo, já não é tolerado. É preciso agora aprender a lidar com regras, estrutura e
os limites de uma educação organizada e seu temperamento simplesmente não se ajusta muito bem
às expectativas da escola (GOLDSTEIN ; GOLDSTEIN, 2002) Algum tempo atrás, no nosso
sistema educacional de ensino, o método de um bom professor para tratar crianças com dificuldades
de temperamento era bater com uma régua nas mãos dos alunos, valorizando, assim, a criança que
permanecia calmamente sentada, prestando atenção, que conseguia realizar todas as atividades
propostas por ele, e, assim, alcançava os objetivos propostos pelo professor. Infelizmente nos dias
atuais é comum encontrarmos essa situação, agora trocando a régua pelos castigos, como ficar na
sala na hora do recreio, não participar da aula de educação física. Enfim, para alguns professores, é
mais fácil castigar o aluno do que procurar ajudá-lo. O desempenho da criança que porta TDAH nas
instituições escolares precisa ter a participação efetiva dos pais em uma descrição de sua avaliação,
sendo de grande relevância informar sobre o histórico do desenvolvimento, da personalidade, do
relacionamento e comportamento em casa e com outras crianças.
6 OBSERVAÇÃO

Realizei minha observação em uma turma de 4º ano do ensino fundamental, em uma escola
urbana na rede Municipal do município de Alvorada. A escola tem 300 alunos em 14 turmas do Pré
nível 1 ao 5º ano. A turma do 4ª ano e composta de 26 alunos, sendo 14 meninas e 12 meninos, na
faixa etária de 9 a 10 anos. De acordo com depoimento da turma da professora a respeito da turma e
o aluno com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, é uma turma bem integrada, sendo a
maioria colegas dos anos anteriores, são participativos e interessados nas propostas das aulas. Ao
acompanhar a aula, constatei o quadro relatado pela professora, observando especificamente o aluno
com laudo de TDAH, observei que o aluno precisa ser estimulado e com acompanhamento da
estagiaria constantemente, tem dificuldade de copiar do quadro as atividades escrevendo os textos
aglutinados e com emissão de letras. Antes de ser diagnosticado não copiava as atividades proposta
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no quadro, ficava constantemente disperso e se distraia com seus próprios materiais. O aluno gosta
muito de jogos eletrônicos, brincadeiras e desenhar. Foi observado que ele também e imaturo em
relação aos colegas da mesma idade, tem dificuldade de organização de seus materiais e no caderno.
Foi observado que oralmente tem mais facilidade na execução das atividades proposta respondendo
com precisão e com raciocínio rápido. Tem habilidade acima da média em desenhos artísticos e
manuais ricos em detalhes e traços perfeitos.

7 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS OBSERVADOS

Os dados foram organizados através de observação de um aluno do 4º ano de uma escola


Municipal de alvorada. Optei por elaborar uma escrita narrativa para expressar a organização e
análise dos dados.
Quanto a estrutura física da escola onde o aluno foi observado, a escola encontra-se em um
bairro considerado de classe média baixa, tem instalações médias as salas de aulas têm tamanho
razoável, possui refeitório para alimentação, sala específica de laboratório de aprendizagem.
A professora do aluno observado atua na rede a mais de 5 anos tem formação superior e pós
graduação.
Após realizar a observação do aluno percebi que a escola da rede recebe alunos com vários
outros transtornos de desenvolvimento, mas não oferece nenhum curso de formação continuada.
Dessa forma as educadoras vivenciam um conflito, pois se sentem obrigadas a ter de dar
atendimento a esses educando, mas não são orientadas para esse fim, o que pode vir a prejudicar a
ação pedagógica desenvolvida e a possibilidade de um aprendizado significativo.
O aluno observado os pais são presente na vida escolar de seu filho e sempre trazem
informações repassadas pelo profissional que o acompanha e assim mantendo contato direto
aluno/família/escola/profissionais.
O aluno atualmente toma Ritalina , a professora conclui que, devido sua falta de atenção em
virtude do TDAH, antes de tomar a medicação, não prestavam atenção quando a professora
explicava. O aluno veio de outra escola, onde repetiu o ano e, quando chegou,a professora começou
a debater com a mãe a existência de um possível transtorno TDAH. A mãe procurou um médico e o
aluno passou a tomar Ritalina, o que favoreceu a mudança em seu comportamento, aumentando a
concentração e a capacidade de aprendizado, já que o educando passou a ter melhor desempenho em
classe e seu relacionamento com a classe ficou mais tranquilo.
O aluno observado tem dificuldade na escrita das palavras ou frases copiando com ausência
de letra, textos aglutinados e a letra ainda ilegível. Na oralidade o aluno se expressa com autonomia
e com clareza nas respostas. E participativo.
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8 REGISTRO E ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES

Goldstein e Goldstein (2006) apontam algumas dicas para o professor lidar com hiperativos.
Alunos TDAH devem ficar nas primeiras carteiras das fileiras do centro da classe, e de costas para
ela; Fazer com que a rotina na classe seja clara e previsível, crianças com TDAH tem dificuldade de
se ajustar a mudanças de rotina; Afastar de portas e janelas para evitar que se distraiam com outros
estímulos. Deixa-lás perto de fontes de luz para que possam enxergar bem; Não falar de costas,
manter sempre o contato visual; Intercalar atividades de alto e baixo interesse durante o dia, em vez
de concentrar o mesmo tipo de tarefa em um só período; Repetir ordens e instruções; faça frases
curtas e peça ao aluno para repeti-las, certificando-se de que ele entendeu; Permitir movimento na
sala de aula. Pedir à criança com TDAH para buscar materiais, apagar o quadro, recolher trabalhos.
Assim ela pode sair da sala quando estiver mais agitada e recuperar o auto-controle; Manter sempre
em contato com os pais: anote no caderno do aluno as tarefas escolares, mande bilhetes diários ou
semanais e peça aos responsáveis que leiam as anotações; Proporcionar um ambiente acolhedor,
demonstrar calor e contato físico de maneira equilibrada e, se possível, fazer com que os colegas
também terem a mesma atitude; Nunca provocar constrangimento ou menosprezar o aluno TDAH;
Proporcionar trabalho de aprendizagem em grupos pequenos e favorecer oportunidades sociais.
Desenvolver um repertório de atividades físicas para a turma toda, como exercícios de alongamento;
Reparar se a criança se isola durante situações recreativas barulhentas. Isso pode ser um sinal de
dificuldades: de coordenação ou audição, que exigem uma intervenção adicional; Permanecer em
comunicação constante com o psicólogo ou orientador da escola.
Conforme Goldstein e Goldstein, foi feita uma adaptação na didática na sala de aula com o
uso da sala de informática com lousa, através de jogos interativos e vídeos de acordo com o assunto
abordado pela professora no momento da intervenção, também foi proposto objetos concretos como
uma flor para explicar as partes da planta, o uso do material dourado na matemática etc...Foi
proposto para aluno atividades em blocos com necessidade de concentração menor onde obteve
sucesso.

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi contatado que o TDAH é um distúrbio que deve ser tratado, no qual não tem cura e que
o tratamento melhora os sintomas.
O professor tem fundamental papel para auxiliar no diagnóstico do TDAH, visto que a
hiperatividade se evidencia no período escolar, quando é preciso aumentar o nível de concentração
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para aprender. Deste modo, é importantíssimo o professor estar bem orientado e ter conhecimentos
sobre o TDAH para identificar uma criança sem limites de uma hiperativa.
O portador do Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade, precisa ter na escola um
acompanhamento especial, já que não consegue conter seus impulsos, tumultuando a sala de aula, a
vida dos colegas e dos seus professores. É preciso aplicar uma ação didático-pedagógica
direcionada para esta criança, visando estimulá-la, levando em conta a sua falta de concentração,
criando atividades diversificadas e desafiadoras para que não haja um comprometimento durante
sua aprendizagem.
A partir de agora, com certeza, obtive um vasto conhecimento sobre hiperatividade, o que
muito vai ajudar em sala de aula, no convívio com meus alunos, sabendo conhecê-los e
identificálos; e que nem todos que apresentam comportamentos desajustados semelhantes são
hiperativos.
REFERÊNCIAS

TAFNER, Elisabeth Penzlien; DA SILVA, Everaldo. Metodologia do Trabalho Acadêmico.


Indaial: ASSELVI, 2008.

RUIBRADÃO, Rui. TDAH: começa o sintomas, causas e efeitos.zenklub, 2021.Disponível em:


2 . Acesso em: 14 de julho de 2021.

Barkley, R.A. (2002). Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade TDAH guia completo


para pais, professores e profissionais de saúde. São Paulo: Artmed.

Poeta, L.S. e Neto, F.R. (2006). Estudo epidemiológico dos sintomas do transtorno do déficit de
atenção/hiperatividade e transtornos de comportamento em escolas da rede pública de
Florianópolis usando a EDAH. Rev. Bras. Psiquiatr., 26 (3), 150-155.

Silvia, S.L.R. (2004). Dificuldades de aprendizagem: a hiperatividade no contexto escolar.


Bagé: Universidade da Região da Campanha.

Roman, T.; Schmitz, M. e Polanczyk, G.V. (2003). Etiologia. Em: Rohde, L.A. e Mattos,
P. Princípios e práticas em TDAH. Proto Alegre: Artmed.

Rotta, N.T. e Freire, C.F. (2005). Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. Em: Rotta
N.T.; Ohlweiller, L. e Riesgo, R.S. Rotinas em Neuropediatria. Porto Alegre: Artmed.

ABDA – Associação brasileira de déficit de atenção. Disponível em: acesso em: 20 de setembro de
2010. ACAFE. Metodologia da pesquisa.

Rubem. A alegria de ensinar. 2 a ed. São Paulo: Papirus, 2000.


15
BENCZIK, Edyleine Bellini Peroni. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade:
Atualização diagnóstica e terapêutica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.

BOCK, Ana Mercês Bahia. O conhecimento no cotidiano: as representações sociais na


perspectiva da psicologia social. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1999.

Brasília: MEC/SEESP, 2001. CYPEL, Saul. A criança com déficit de atenção e hiperatividade:
atualização para pais, professores e profissionais da saúde. 2.ed. São Paulo: Lemos, 2003.

FABRIS, Glaci Apolinário. Transtorno de deficit de atenção hiperatividade/impulsividade. [S.


L.]: Do autor, c2003. FERREIRA, Maria Elisa Caputo; GUIMARÃES, Marly. Educação inclusiva.
Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
GOLDSTEIN, Sam. Hiperatividade: como desenvolver a capacidade de atenção da criança.
São Paulo: Papirus, 1998. 246 p.

GOLDSTEIN, Sam e GOLDSTEIN, Michael: tradução Maria Celeste Marcondes.


Hiperatividade: Como Desenvolver a Capacidade de Atenção da Criança. Campinas, SP:
Editora Papyrus, 1994

GOLDSTEIN, Sam. Hiperatividade: Compreensão, Avaliação e Atuação: Uma Visão Geral


sobre TDAH. Artigo: Publicação, novembro/2006.
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CARTA DE
APRESENTAÇÃO

Prezado(a) Sr(a): IRACEMA PINTO PERREIRA

Apresentamos a V.S.ª o(a) pós-graduando(a) DAIANE CARDOSO LUIZ ROLIM


regularmente matriculado(a) no Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em PSICOPEDAGOGIA do
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, sob a matrícula 3182299 que pretende
realizar estágio nesta
Instituição.

De acordo com a programação do Estágio, o(a) pós-graduando(a) realizará as seguintes


atividades:

1. Observação nas Dependências da instituição.

2. Intervenção com aluno.

Agradecemos antecipadamente a oportunidade dada ao(a) nosso(a) pós-graduando(a).

Atenciosamente,

UNIASSELVI – SOCIEDADE EDUCACIONAL LEONARDO DA VINCI S.S. LTDA CNPJ:


01.894.432/0012-
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ROTEIRO DE INTERVENÇÃO

O Presente relatório tem por objetivo apresentar estratégias pedagógicas que podem ser
utilizadas com o aluno de TDAH no intuito de ajudar professores em sala de aula e pais e demais
profissionais.
Essas estratégias incluem mostrar os tipos de Transtornos de déficit de atenção e
hiperatividades, os tratamentos, dicas de como ajudar os portadores e as características mais
apontadas em pacientes.
Durante os estudos observados no aluno do 5ª ano, foram observados dificuldade de
concentração e de estabelecer foco em determinados assuntos por muito tempo. E certos momentos
estabelece um contato fantasioso com a realidade, com atitudes imaturas e infantilizada para sua
idade cronológica, durante uma conversa o assunto abordado temas que não fazem parte do
contexto. Apresenta grandes dificuldade no processo ensino e aprendizagem, mas já está
alfabetizado, mais o ensino está defasada para sua idade e série. Quando é necessário que se
concentre para fazer alguma atividade escrita esquiva-se, inventa desculpas e diz sempre que não
sabe, demonstra grande insegurança e desinteresse quando se refere a leitura e escrita, não tem
autonomia para realização das tarefas.
Já adquiriu noções de números e quantidade acima de 100, faz as quatro operações com
dificuldade. Sua lateralidade está definida, é canhoto onde dificulta sua escrita legível. .Sua
coordenação motora fina está aquém para a idade e série. É bastante extrovertido e sociável tem
facilidade em fazer e estabelecer relações interpessoais, porém em certos momentos é voluntarioso,
nervoso em sala de aula. Segundo relato da professora, no recreio gosta de jogar jogos. Trata-se de
um aluno com algumas dificuldades acadêmicas, requer, portanto, um encaminhamento para
fonoaudióloga, psicóloga para investigação médica para justificar suas necessidades.
Através das convivências e estudos sobre o assunto, pretende-se formular estratégias para
ajudar os portadores de TDAH nos seus avanços escolares e auxiliar profissionais a ter mais
materiais para amparar sua trajetória e poder ajudar os portadores desses transtorno tão presente em
nossa sociedade.
Foram realizadas a seguintes estratégias de intervenção com o aluno junto com a professor,
foi proposto sentar o aluno próximo da professora, ou ao alcance de seu olhar direto, distante da
janela ou porta, num local onde tenha menor possibilidade de se distrair, no meio dos colegas
tranqüilos. Foi solicitado também a organizar sua classe e tirar objetos que possam distraí-lo, foi
ensinado ao aluno a colocar somente os materiais necessários para realizar a tarefa proposta.
Quando por algum motivo o aluno se agitava, era proposto que ele realiza-se outra tarefas,
como levar um bilhete ou recado fora da sala, ajudar a guardar os livros, apagar o quadro. Etc..
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Antes de iniciar uma atividade, foi também realçado com marcador de texto as partes mais
importantes daquela tarefa, para que ele tenha clareza das instruções e das informações relevantes.
Foi usado menos palavras para explicar-lhes as tarefas, pois as instruções verbais serão melhor
compreendidas se repassadas objetivamente e uma de cada vez. Quando os trabalhos foram em
duplas, damos preferência para que ele trabalhe-se em parceria com um colega mais tranquilo e
centrado. Foram utilizadas algumas estratégias como: de Alternar tarefas com conteúdos de alto e
de baixo interesse para esse aluno com TDAH. Circular, sublinhar e realçar partes do texto em que
a criança geralmente falha ao fazer seu trabalho escrito. Foram Gradativas as dificuldades das
atividades, assim evitar dar grandes saltos de problemas fáceis para muito difíceis. Evitamos tarefas
monótonas e repetitivas. Foi Incentivada a leitura em voz alta, o reconto de histórias, e a falar por
tópicos, ajudando-o a organizar suas ideias. Também foi solicitado o Reforço do uso diário do
agendamento das atividades, por ordem cronológica. Foi solicitado o Implante o sistema de estudos
com “tutor”, a escolha na classe um aluno, com habilidades, para atuar como o “seu amigo de
estudos”. Antes de iniciar uma nova matéria, são utilizados alguns minutos para recordar a matéria
dada anteriormente. Dessa forma, criará um elo
Foi Utilizados recursos de gravador, retroprojetor, projetor de slides, muita cor (giz colorido
para o quadro, canetas coloridas para as anotações no caderno ou livro) tornando assim, as aulas
mais interessantes e dinâmicas.
No inicio o aluno foi resistente as novas estratégias, pois além de seu transtorno tem algum
outro transtorno acompanhado como toque, pois as novas mudanças causaram um pouco de
desconforto.
No decorrer da observação já foi aos pouco incluindo a ele na nova rotina que nas estratégias
e novos recursos para chamar mais sua atenção, que foi de grande aproveitamento e rendimento
com o aluno.

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