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PORTADORES DE TDHA

Daiane Cardoso Luiz Rolim


Prof. Sara Talitiane Viana Machado Leandro de Lima
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
PSICOPEDAGÓGIA (PSCJA21) – Trabalho de Pós-Graduação
30/11/2021

RESUMO

O presente estudo tem por finalidade compreender o transtorno de defit de atenção e


hiperatividade as suas características positivas, habilidades e estratégias para ajudar
os portadores e seus familiares, uma melhor convivência em vários setores de sua vida.

Palavras-chave: TDAH; HABILIDADES;CONVIVÊNCIA

1 INTRODUÇÃO

O transtorno do déficit de atenção (TDHA), conhecido popularmente como


hiperatividade que afeta o cotidiano de milhões de brasileiros, adultos e crianças. E não
são só os indivíduos com este comportamento mental que tem sua qualidade de vida
prejudicada: as pessoas próximas, sejam elas parentes, amigos ou colegas de escola ou
trabalho, também padecem. A Hiperatividade pode ser observada em pessoas a partir da
impulsividade na realização dos atos do dia- a -dia, provocando dificuldades em levar as
coisas a sério ou mesmo em terminá-las. Estes sintomas ocasionam diversos problemas na
vida cotidiana, na vida acadêmica, vida social e familiar.
O TDAH (transtorno psiquiátrico ou neuropsiquiátrico) é um problema que
acompanha o indivíduo a vida toda, crônico na maioria dos casos (mais de 60%),
causando dificuldades tanto para a criança que vai a escola quanto para o adulto em casa
com a família. No adulto os sintomas são os mesmos de uma criança ou adolescente,
entretanto com uma nova expressão.
Os portadores do transtorno também possuem habilidades que muitas vezes ficam
escondida ou mesmo despercebida por se focar em somente estratégias para minimizar os
sintomas, manter o tratamento em dia e sobre tudo isso ser capaz de controlar o transtorno
a um ponto em que sua vida seja produtiva e estável. Mas existem habilidades positivas
que raramente são vista em pacientes diagnosticados com Transtorno. O presente trabalho
visa mostrar a definição de TDAH, maneiras de como lidar com elas e as habilidades que
alguns portadores possuem.

2 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO (TDHA)

O Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade é um transtorno


neurobiológico difícil de ser diagnosticado, já que tem uma combinação grande de
sintomas. Ele tem causas genéticas, ambientais e biológicas, que se manifesta na
infância.
Mesmo que esse transtorno se manifeste desde a infância, os sintomas aparecem
com mais clareza durante a fase escolar. Isso porque, a criança passa a frequentar um
novo ambiente de interação e raciocínio, e é a partir dai que as dificuldades se tornam
mais evidentes.
Estes sintomas se iniciam antes dos sete anos de idade, embora a maioria seja
diagnosticada após a manifestação destes por alguns anos, podendo-se observá-
los em situações como na casa, na escola ou no trabalho. Muitas vezes, o
distúrbio só é reconhecido quando a criança ingressa na escola, pois é o período
em que as dificuldades de atenção e inquietude são percebidas com maior
frequência pelos professores, quando comparada com outras crianças da mesma
idade e ambiente (Poeta e Neto, 2006).

Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, o TDHA está presente


em até 8% da população infantil no país e no mundo todo. Mas, em adultos esse número
é reduzido.
O Manual Diagnóstico e Estatística de Transtorno Mentais 5ª Ed. 2013 (DSM-
5), registra 2,5% sendo mais comum em pessoas do sexo masculino.
O TDHA é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde é um transtorno
neurológico de provável origem genética, Além da hereditariedade, pode-se citar como
possível origem do distúrbio fatores externos, como conflitos familiares freqüentes ou
situações que exponham a criança a grandes níveis de estresse. Existem também alguns
estudos que indicam que a deficiências de algumas vitaminas na dieta, contaminação
por chumbo, sofrimento fetal, ingestão de álcool na gravidez e deficiência de hormônios
nos indivíduos como outras prováveis causas.

Segenreich e Mattos (2007) afirmam que trabalhos recentes encontram evidências


de que o TDAH se trata de um distúrbio neurobiológico. Dois grupos de
pesquisas atuais têm resultados que atribuem a este transtorno duas possíveis
causas: uma relacionada ao déficit funcional do lobo frontal, mais precisamente o
córtex cerebral; e a outra ao déficit funcional de certos neurotransmissores.

Pesquisadores como Barkley (2002) acreditam ainda que o TDAH se evidencie


por um déficit básico no comportamento inibitório. Uma deficiência em determinadas
áreas nas quais o cérebro deveria comandar. Ainda para este pesquisador, um dos
problemas preponderantes é que a criança com este transtorno tem dificuldade em
manter sua atenção focalizada por um período mais longo.

3 TIPOS DE TDAH

O TDAH existem 3 tipos, mas cada um com um padrão de sintomas de


desatenção, hiperatividade e impulsividade ou combinação dessas duas características
em alguns casos também podem ter combinações com outros tipos de transtorno
associados.
A etiologia do transtorno é multifatorial, ou seja, enquanto fenótipo o TDAH
resulta da interação de vários fatores ambientais e genéticos que atuam na
manifestação de seus diversos quadros clínicos (Roman et al., 2003).

O tipo de TDAH DESATENTO é a pessoa que tem dificuldade para manter a


concentração durante muito tempo em um assunto específico. Além disso, pode ser
facilmente distraído por qualquer estímulo externo, podem errar muito por falta de
atenção no que estão fazendo, elas evitam atividades que demandam um grande esforço
mental, e muitas vezes esquecem o que iam falar, tem dificuldades em se organizar
com a gestão de tempo e com os objetos, na maioria da vezes tem hábitos de perder
coisas importantes do dia a dia, não houve quando são chamados e podem ser
considerados desinteressados ou egoístas.
O tipo TDAH HIPERATIVO/IMPULSIVO é os que são inquietos, não
conseguem ficar num só lugar por muito tempo, tem tendência a vícios: jogos, álcool,
drogas e outros. Não sabem lidar com frustrações, costumam ter um temperamento
explosivo, e frequentemente mudam seus planos de uma hora para outra, fazem mais de
uma atividade ao mesmo tempo por não gostarem de tédio, são muita vezes
considerados imaturos. Além disso, têm dificuldade em se expressar: a fala não
acompanha a velocidade de seus pensamentos.
O tipo TDAH COMBINADOS é o tipo de transtorno de déficit mais difícil de
ser identificado, isso porque, é necessário que a pessoa apresente uma combinação dos
dois tipos de transtorno acima relatado, com os sintomas de desatenção e hiperatividade.
Podemos lembrar que todo o caso é necessário entender se esses sintomas estão
interferindo o funcionamento social, acadêmico ou profissional da pessoa. Ou seja, só
assim podemos realizar um diagnostico correto.

3.1 TRATAMENTOS

O Tratamento de crianças e adolescentes com TDAH baseia-se na intervenção


multidisciplinar envolvendo profissionais das áreas médicas, saúdes mentais e
pedagógicas, em conjuntos com pais.
O profissional de saúde deve educação a família sobre o transtorno, através de
informações claras e precisas, a fim de que aprendam a lidar com os sintomas dos seus
filhos.
Intervenções no âmbito escolar também são importantes e, muitas vezes, é
necessário um n acompanhamento psicopedagógica centrado na forma do aprendizado
um acompanhamento psicopedagógico centrado na forma do aprendizado, como por
exemplo, nos aspectos ligados à organização e ao planejamento do tempo e das
atividades.

Há tratamentos que podem ser realizado com orientação médica com remédios a
partir dos 8 anos de idade. O objetivo da medicação é melhorar a capacidade e
concentração dos portadores da síndrome, assim como controlar a inquietude
característica da hiperatividade. Além disso, o acompanhamento psicológico também é
muito benéfico. A partir da introdução de atividades lúdicas, o psicólogo consegue
desenvolver gradualmente os níveis de atenção e concentração da criança, além de
auxiliar bastante em sua interação com o meio social.

3.2 COMO AJUDAR OS PORTADORES COM DTHA.

No primeiro momento deixe as regras claras para criança impondo limites.


Devido à grande inquietude da criança hiperativa, há uma tendência de que elas sejam
intolerantes a regras. Portanto, cabe aos pais impor limites desde cedo e, a partir de
recompensas e punições, demonstrar a importância respeito às regras.
Em segundo temos que incentivar a organização com uma rotina produtiva.
Como já citado, um dos grandes problemas das crianças com TDHA é manutenção da
disciplina, principalmente das atividades escolares. Assim, é essencial que haja
estímulos à organização de todas as tarefas. É possível se ter bons ganhos com a
utilização de cronogramas e agendas, tudo que estimule à manutenção de uma rotina
produtiva a criança.
Em terceiro devemos ter paciência e compreensão, embora muitas vezes seja
fácil perder a cabeça diante de uma criança hiperativa, a repreensão nem sempre é o
melhor caminho. É necessário compreender e lidar de maneira mais bem- humorada
possível, pois nem sempre a criança tem consciência de que está fazendo algo errado.
No Quarto momento evitar fazer comparações, pois é comum que muitos pais
utilizem comparações a fim de despertar mudanças de comportamento nos filhos.
Entretanto, no caso de crianças hiperativas, essa comparação pode não ser nada
saudável, uma vez que algumas atividades apresentam maior grau de dificuldade para
indivíduos com TDAH do que para os que não possuem o transtorno.
Assim, é conveniente não utilizar esse artifício em virtude do risco do
desenvolvimento de sérios problemas de auto-estima na criança.
No quinto e último, estimule à criança as atividades físicas, pois a prática de
exercícios físicos é muito benéfica para crianças hiperativas. Além do gasto energético
de atividades intensas contribui para amenizar sintomas como a inquietude, algumas
dessas atividades podem estimular bastante o desenvolvimento de disciplina, como no
caso das artes marciais, por exemplo.

4 CARACTERÍSTICAS MAIS APONTADAS EM PACIENTES COM TDAH.

As características mais latentes observadas nos profissionais de saúde, nos


pacientes com TDAH, são criatividade, empatia, espontaneidade e tenacidade. Mas, isso
não significa que todas as crianças portadoras do transtorno se beneficiam dessa
vantagem. Mas significa que, com um devido tratamento, treinamento e estratégias
específicas, poderão construir algo positivo a partir da sua condição. Por isso,
conheceremos estas qualidades e veremos alguns métodos para conquistá-las.

Energia: Alguns indivíduos com o Transtorno parecem ter grandes cargas de energia,
que eles podem canalizar em direção ao sucesso independentemente de área. Com
treinamento, tratamento e estratégias corretas, eles têm potencial para serem excelentes
jogadores, estudantes e funcionários.
Espontaneidade: pacientes que recebem tratamento e treinamento específicos podem
conseguir converter a típica impulsividade em espontaneidade. Nestes casos, os
indivíduos podem trazer ainda mais alegria e novas ideias para vida dos amigos e
familiares.

Criatividade e inventividade: Viver com o Tdah pode dar aos pacientes uma
perspectiva de mundo completamente diferente. Isso encoraja os indivíduos a
observarem situação com olhar mais reflexivo. Como resultado, é possível que eles se
transformem em inventores excepcionais, utilizando suas capacidades artísticas,
originais e criativas.

É importante o treinamento com os portadores do transtorno, que eles recebam


assistência especial para criarem estas condições, transformar aquilo que percebemos
como negativo nestes benefícios. Estes especialistas ajudarão o paciente a explorar a
criatividade e a canalizar a energia de forma produtiva.

6 CONCLUSÃO

Baseando-se nestes dados, conclui-se que apesar de existir muitos estudos e


novas informações sobre o TDAH, constata-se que boa parte da população e dos
profissionais que interagem com os pacientes acometidos por este distúrbio não estão
sendo corretamente informados e adequadamente esclarecidos. Com isso, defendemos
que se torna urgente a capacitação adequada de profissionais, bem como um programa
permanente para esclarecer os pais e educadores sobre os diferentes aspectos tanto do
TDAH como dos demais distúrbios neuro-psicológicos que as crianças da atualidade
podem apresentar.
REFERÊNCIAS

TAFNER, Elisabeth Penzlien; DA SILVA, Everaldo. Metodologia do Trabalho


Acadêmico. Indaial: ASSELVI, 2008.

RUIBRADÃO, Rui. TDAH: começa o sintomas, causas e efeitos.zenklub,


2021.Disponível em: 2. Acesso em: 14 de julho de 2021.

Barkley, R.A. (2002). Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade TDAH guia


completo para pais, professores e profissionais de saúde. São Paulo: Artmed.

Poeta, L.S. e Neto, F.R. (2006). Estudo epidemioló gico dos sintomas do transtorno
do déficit de atençã o/hiperatividade e transtornos de comportamento em escolas
da rede pú blica de Florianó polis usando a EDAH. Rev. Bras. Psiquiatr., 26 (3), 150-
155.

Silvia, S.L.R. (2004). Dificuldades de aprendizagem: a hiperatividade no contexto


escolar. Bagé: Universidade da Regiã o da Campanha.

Roman, T.; Schmitz, M. e Polanczyk, G.V. (2003). Etiologia. Em: Rohde, L.A. e Mattos,
P. Princípios e práticas em TDAH. Proto Alegre: Artmed.

Rotta, N.T. e Freire, C.F. (2005). Transtorno do déficit de atençã o e hiperatividade.


Em: Rotta N.T.; Ohlweiller, L. e Riesgo, R.S. Rotinas em Neuropediatria. Porto
Alegre: Artmed.

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