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UNIFATECIE Unidade 2
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Fortes, 2178, Centro,
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Tiago Pereira da Silva (44) 3045-9898
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Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
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de Araújo 102, nº 1000 - Chácara
Jaraguá , Paranavaí, PR
Coordenação Adjunta de Pesquisa
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme (44) 3045-9898
Prezado (a) aluno (a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é
o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, junto
com você construir nosso conhecimento sobre os conceitos fundamentais da parasitologia.
Além de conhecer as principais características dos parasitas que convivem e se adaptaram
a viver no mesmo ambiente humano, podendo promover danos à saúde humana, animal e
agrícola e nos causar prejuízos econômicos.
Na Unidade I iniciaremos nossos estudos introduzindo os conceitos de parasitologia,
faremos uma breve discussão sobre a relação parasito- hospedeiro, assegurando que nenhum
ser vivo é capaz de sobreviver e reproduzir-se independentemente de outro. Também discutiremos
sobre: a origem do parasitismo e tipos de relações ecológicas entre os seres vivos; ecologia
parasitária; classificação dos seres vivos e divisão da parasitologia. Esta noção é necessária
para que possamos trabalhar a segunda unidade do livro, que versará sobre os protozoários.
Já na Unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre os parasitas discutindo
sobre o Reino Protozoa. Vamos estudar como acontece a reprodução dos protozoários;
a nutrição, excreção, respiração e locomoção dos protozoários, proporcionando o
conhecimento básico sobre os protozoários, com ênfase nos de interesse médico. Por
fim, discutiremos a sistemática dos filos Sarcomastigophora, Apicomplexa, Ciliophora,
Microspora e abordaremos sobre a Família Trypanosomatidae.
Depois, na Unidade III discutiremos sobre os helmintos, vermes - parasitas que
normalmente, mas nem sempre, residem no intestino do hospedeiro. Ao longo da unidade
III estudaremos sobre o Filo Platyhelminthes e Nemathelminthes, mostrando as principais
doenças causadas pelos helmintos.
Na Unidade IV, vamos abordar as características gerais e a classificação do filo
Arthropoda que compreende o maior número de indivíduos do reino animal, enfatizando
alguns dos artrópodes de importância médica.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em
nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional.
UNIDADE I....................................................................................................... 3
Introdução a Parasitologia
UNIDADE II.................................................................................................... 28
Protozoários de Interesse Médico
UNIDADE III................................................................................................... 52
Helmintos de Interesse Médico
UNIDADE IV................................................................................................... 73
Artrópodes de Interesse Médico
UNIDADE I
Introdução a Parasitologia
Professora Dr. Claudinéia Conationi da Silva Franco
Plano de Estudo:
● Introdução aos Conceitos de Parasitologia;
● Relação Parasito-Hospedeiro;
● Origem do Parasitismo e Tipos de Relações ecológicas
entre os seres vivos;
● Ecologia Parasitária;
● Classificação dos Seres Vivos;
● Divisão da parasitologia.
Objetivos da Aprendizagem:
● Proporcionar o conhecimento básico sobre as parasitoses de
maior importância na saúde humana e saúde pública, no
âmbito de atuação profissional;
● Demonstrar a importância do entendimento relação parasito – hospedeiro;
● Falar sobre a origem do parasitismo e os diferentes tipos de adaptações;
● Falar sobre a classificação dos seres vivos;
● Mostrar como ocorre a divisão da parasitologia.
3
INTRODUÇÃO
A partir do relacionamento dos parasitos que nos interessam, com outros seres,
com o ambiente e com o próprio ser humanos é que teremos o consequente parasitismo.
Para que possamos estudar a epidemiologia e a profilaxia das doenças parasitarias
é necessário conhecermos alguns conceitos ecológicos, que facilitarão o entendimento das
mesmas. Para isso, devemos entender que a Ecologia busca compreender as relações dos
seres vivos entre si e o meio ambiente, sendo o Ecossistema a unidade funcional de base
em ecologia, representando uma comunidade ecológica ou um ambiente natural, no qual
há um estreito relacionamento entre as várias espécies de animais, vegetais e minerais.
Os ecossistemas podem ser terrestres e aquáticos. Como exemplos de ecossistemas
terrestres, temos as florestas, os desertos, campos, savanas, entre outros. Já dentre os
ecossistemas aquáticos, temos os rios, mares, oceanos e lagos.
Em qualquer ecossistema encontramos os seguintes elementos componentes:
Organismos Heterotróficos; Organismos Autotróficos; Decompositores ou Saprófitas;
Bioma, Componentes abióticos, Hábitat, Nicho Ecológico, Ecótopo, Biótopo e Biocenose.
Os Organismos Heterotróficos são os seres que utilizam das substâncias
orgânicas produzidas pelos seres autotróficos. São os elementos consumidores, temos
como exemplo os herbívoros e carnívoros.
Os Organismos Autotróficos são os seres capazes de fixar energia luminosa,
ou seja, proveniente da luz solar e sintetizar alimentos a partir de elementos inorgânicos.
Temos como exemplos dos organismos autotróficos as plantas e algas verdes, que são
os elementos produtores.
Os parasitos fazem parte da vida e, assim, necessitam ser conhecidos dentro de uma visão
ampla, não só ambiental como social. Além disso, nós humanos, como tudo natureza,
temos valores positivos e negativos. Desde a mais remota antiguidade, a relação entre
os indivíduos de nossa espécie (a sociedade) convive entre dois polos: os dominadores
e os dominados. Essa relação usualmente é reversa, levando os dominados a viverem
em condições precárias e, muitas vezes, aviltantes. Entretanto, para haver um equilíbrio
dinâmico da humanidade é fundamental que tenhamos o discernimento e a coragem de
cultivarmos os valores positivos das pessoas (coisa que a mídia insiste em negar). Dessa
forma, e acreditando na construção de uma sociedade mais fraterna, espero que este
capitulo ajude o leitor a estimular seus talentos e virtudes. E uma sociedade talentosa e
equilibrada é o primeiro passo para se compreender e controlar as doenças parasitárias.
REFLITA
Você sabia que a Taenia solium é um parasita platelminto (verme achatado) da mesma classe
e ordem que a Taenia saginata. De modo similar, a T. solium habita o intestino humano,
que é seu hospedeiro definitivo, mas também pode infectar porcos, que funcionam como
hospedeiros intermediários. Países que apresentam alto índices do consumo de carne de
porco podem manifestar casos de teníase associada a T. solium, que infecta pessoas por
meio da ingestão de carne suína malcozida que apresentam os cistos do verme.
“Acredita-se que existam cerca de 77 milhões de pessoas parasitadas por T. saginata
no mundo, dos quais 32 milhões na África, 11 milhões na Ásia (excluindo a Rússia), 2
milhões na América do Sul e 1 milhão na América do Norte”. (NEVES, 2016, p. 261).
LIVRO
Título: Parasitologia Humana
Autor: Neves, David Pereira.
Editora: Atheneu, 2016.
Sinopse: O livro de Parasitologia Humana, nesta 13ª edição man-
tém a excelência da estruturação didática e da atualização cientí-
fica como nas edições anteriores. Além de levar em consideração
as corretas definições dos vocábulos, termos parasitológicos e dos
principais conceitos.
FILME/VÍDEO
Título: Osmose Jones
Ano: 2001.
Sinopse: O filme é uma interessante viagem pelo sistema imuno-
lógico humano. Tudo começa quando Frank contrai o que a prin-
cípio parece ser um simples resfriado. A partir daí, conhecemos o
interior de seu organismo que é chamado de “a cidade de Frank”.
Os glóbulos brancos são representados por policiais responsáveis
pela segurança da cidade. Têm como líder um linfócito chamado
Osmose Jones. Jones comanda a luta contra o vírus. que entrou
no corpo de Frank disfarçado de resfriado para despistar o sistema
imunológico.
WEB
Parasitologia - Biomedicina - UFRGS
Parasitologia é a ciência que estuda os parasitas, os seus
hospedeiros e relações entre eles. Engloba os filos Protozoa
(protozoários), do reino Protista e Nematoda (nemátodes),
anelídea (anelídeos), Platyhelminthes (platelmintos) e
Arthropoda (artrópodes), do Reino Animal. Os protozoários são
unicelulares, enquanto os nematódeos, anelídeos, platelmintos
e artrópodes são organismos multicelulares. Temos também
parasitismo em plantas (holoparasita e hemiparasita) como é
o caso do cipó-chumbo. temos parasitismo em fungos (micose)
e em bactérias e até vírus. A parasitologia médica também se
preocupa com o estudo do vetor.
Link do site. http://www.ufrgs.br/biomedicina/biomedicina-2/habili-
tacoes/parasitologia
Plano de Estudo:
● Introdução ao Reino Protozoa;
● Reprodução dos protozoários;
● Nutrição, excreção, respiração e locomoção dos protozoários;
● Sistemática dos Filos Sarcomastigophora, Apicomplexa, Ciliophora, Microspora;
● Família Trypanosomatidae.
Objetivos da Aprendizagem:
● Proporcionar o conhecimento básico sobre os
protozoárioscom ênfase no interesse médico;
● Compreender o processo de reprodução dos protozoários;
● Mostrar como ocorre a nutrição, excreção,
respiração e locomoção dos protozoários;
● Demonstrar a Sistemática dos Filos Sarcomastigophora
Apicomplexa, Ciliophora, Microspora;
● Falar sobre a Família Trypanosomatidae.
28
INTRODUÇÃO
UNIDADE II
I Protozoários
Introdução a de
Parasitologia
Interesse Médico 29
Os protozoários denotam uma fundamental importância ambiental. As algas são
essenciais, pois além de realizarem fotossíntese e liberarem oxigênio na atmosfera,
constituem a base da cadeia alimentar aquática.
Assim convido todos vocês a adentrarem na Unidade II para conhecer um pouquinho
mais sobre alguns dos protozoários de interesse médico discutidos a seguir.
UNIDADE II
I Protozoários
Introdução a de
Parasitologia
Interesse Médico 30
1. INTRODUÇÃO AO REINO PROTOZOA
UNIDADE II
I Protozoários
Introdução a de
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Interesse Médico 31
A saber: núcleo, aparelho de Golgi, retículo endoplasmático, mitocôndria,
cinetoplasto, lisossomo, microtúbulos. Cada uma dessas organelas e suas respectivas
funções estão elencadas abaixo.
A estrutura nuclear presente nos protozoários é muito bem definida. O núcleo é
revestido por uma membrana nuclear. Alguns protozoários apresentam somente um núcleo,
já outros possuem dois ou mais núcleos semelhantes. Os organismos ciliados apresentam
dois tipos de núcleo: o macronúcleo (um núcleo vegetativo, relacionado com a síntese de
RNA e DNA) e micronúcleo (que está implicado na reprodução sexuada e assexuada);
O aparelho de Golgi, também denominado de complexo de Golgi, é uma
organela presente na célula responsável pela síntese de carboidratos, empacotamento e
endereçamento de moléculas sintetizadas na célula, fabricação de macromoléculas como
polissacarídeos, processamento de lipídios e proteínas, entre outros.
O retículo endoplasmático (RE) é uma organela formada a partir da invaginação
da membrana plasmática. É uma grande rede de membranas responsáveis: pela produção
de proteínas, metabolismo e transporte de lipídios (lipídios), e desintoxicação de venenos.
Existem dois tipos de RE, com funções separadas, a presença ou ausência de ribossomos
na membrana plasmática do RE determina se ele é classificado como RE liso ou RE rugoso.
Os Ribossomos sintetizam uma cadeia peptídica que entra no lúmen do RER e se dobra
na sua forma funcional. A partir desse momento, a cadeia peptídica recém sintetizada, é
transportado para o aparelho de Golgi em uma vesícula ligada à membrana, formada por
brotação da membrana do RER. É válido salientar que o REL em células do fígado tem
funções desintoxicantes.
A mitocôndria é uma organela presente na célula, que possui uma dupla membrana,
responsável pela produção de energia. A Membrana interna contém muitas invaginações
chamadas cristas. O espaço entre as membranas externa e interna é chamado de espaço
intermembranar. Já a matriz é o espaço presente dentro da membrana interna no qual podem
ser encontrados Ribossomos livres e o DNA mitocondrial, lembrando que o DNA mitocondrial é
único, pois é inteiramente herdado da mãe. A respiração celular, a geração de energia a partir de
açúcares e gorduras, ocorre nessas organelas, como já supracitado. As mitocôndrias possuem
um genoma próprio, ou seja, o material genético que existe dentro das mitocôndrias é diferente
do material genético da célula em si. Esta organela é ausente em alguns grupos de espécies.
O cinetoplasto é uma mitocôndria especializada rica em DNA.
Os lisossomos são sacos membranosos que hidrolisam macromoléculas para
realizar a digestão intracelular de partículas. Organismos unicelulares como as amebas,
usam os lisossomos para digerir os produtos alimentares obtidos por meio da fagocitose.
UNIDADE II
I Protozoários
Introdução a de
Parasitologia
Interesse Médico 32
A fagocitose também ocorre em células humanas, como mecanismo de defesa para
destruir invasores e bactérias. Também são usados para reciclar os materiais da própria
célula, processo este denominado de autofagia. As organelas danificadas quebradas no
lisossomo e seus monómeros orgânicos são devolvidos ao citosol celular para reutilização.
Assim as células se renovam constantemente.
Os microtúbulos são organelas não membranosas que formam o citoesqueleto.
Participam dos movimentos celulares como a contração e distensão e estão presentes na
composição de cílios e flagelos; também participam da movimentação das organelas e
outras estruturas, como por exemplo, lisossomos e mitocôndrias.
Os cílios, flagelos, e pseudópodos são estruturas responsáveis pela locomoção
e nutrição; O Axonema é o nome dado a estrutura que forma o eixo do flagelo, estrutura
presente em alguns protozoários; o Corpo Basal é a base de inserção de Cílios e Flagelos;
Citóstoma é uma estrutura presente nos protozoários que permite ingestão de partículas e
o Citopígeo (poro anal) tem a função de eliminação dos resíduos.
O Paramécio é um protozoário de vida livre, unicelular, que se locomove por meio
de cílios. É portador de corpo translúcido e achatado pertencente ao filo Ciliophora.
As organelas e suas funções discutidas acima, são semelhantes nas várias
espécies, ocorrem pequenas diferenças que podem ser observadas ao microscópio óptico
ou apenas ao microscópio eletrônico.
Além das estruturas presentes nos protozoários, o estudo dos protozoários também
compreende os aspectos bioquímicos, de biologia celular e molecular.
Em relação a morfologia, os protozoários se apresentam amplamente diversificados,
conforme sua fase evolutiva e o meio o qual estão adaptados. Eles podem ser esféricos,
ovais ou alongados, podendo ser revestidos de cílios, possuir flagelos, e alguns não possuem
nenhuma organela locomotora especializada. Dependendo da atividade fisiológica, algumas
espécies de protozoários possuem fases bem estabelecidas. Logo temos as seguintes
fases descritas abaixo:
● Trofozoíto: é a forma ativa do protozoário, na qual se alimenta e se reproduz por
diferentes processos.
● Cisto e oocisto: são formas de resistência. Encontrados em tecidos ou fezes
dos hospedeiros. Os oocistos são encontrados em fezes do hospedeiro e são
provenientes de reprodução sexuada.
● Gameta: é a forma sexuada, que aparece em algumas espécies do filo
Apicomplexa. O gameta masculino é denominado microgameta e o feminino
macrogameta.
UNIDADE II
I Protozoários
Introdução a de
Parasitologia
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2. REPRODUÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS
UNIDADE II
I Protozoários
Introdução a de
Parasitologia
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A esporogonia é o processo pelo qual ocorre a produção de esporozoitos. Um
zigoto sofre divisões nucleares, e após a sua formação sofre encistamento e uma divisão
meiótica, originando no interior do cisto quatro esporozoítos haplóide (n).
No caso da reprodução sexuada a conjugação é um evento no qual ocorre união
temporária de dois indivíduos, com troca mútua de materiais celulares, esse tipo de reprodução
ocorre no filo Ciliophora que tem como representante o Paramecium por exemplo.
Já na singamia ou fecundação ocorre união de microgameta e macrogameta
formando o zigoto, o qual pode dividir-se formando um certo número de esporozoítos. Esse
tipo de reprodução ocorre no filo Apicomplexa que tem como representante o Plasmodium
parasita causador da malária.
UNIDADE II
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Introdução a de
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3. NUTRIÇÃO, EXCREÇÃO, RESPIRAÇÃO E LOCOMOÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS
UNIDADE II
I Protozoários
Introdução a de
Parasitologia
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3.1 Excreção
A excreção é um processo biológico que é responsável pela eliminação dos rejeitos
metabolizados pelo organismo garantindo sua homeostase, ou seja, o equilíbrio interno. Nos
protozoários a excreção ser realizada por meio de dois mecanismos: o da difusão dos metabólitos
através da membrana e o da expulsão dos metabólitos através de vacúolos contráteis. Além
disso, pode ocorrer a eliminação dos resíduos por meio do Citopígeo (poro anal).
3.2 Respiração
A maioria dos protozoários integrantes do reino protista possuem respiração
aeróbica, absorvendo oxigênio por difusão. Porém, dependendo das condições ambientais,
alguns protozoários podem sofrer encistamento, retomando a sua conformação original
quando as condições se tornam favoráveis. Além disso, alguns protozoários podem ser
anaeróbicos, como os que vivem em ambientes pobres em oxigênio, que é o caso dos
parasitos do trato digestivo.
3.3 Locomoção
Os protozoários se locomovem com o auxílio de algumas estruturas como
pseudópodos; flagelos; cílios; microtúbulos subpeliculares ou até mesmo por meio
associação de duas ou mais destas organelas. Os microtúbulos subpeliculares são os que
se distribuem radialmente a partir da extremidade anterior, que permitem a locomoção por
flexão, deslizamento ou ondulação.
UNIDADE II
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4. SISTEMÁTICA DOS FILOS SARCOMASTIGOPHORA, APICOMPLEXA,
CILIOPHORA, MICROSPORA
UNIDADE II
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Introdução a de
Parasitologia
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● Superclasse: Rhizopoda: movimentação por diferentes tipos de pseudópodos;
Classe: Lobosea: pseudópodos lobosos ou filiformes, mas grossos na base;
● Subclasse: Gymnamoebia: sem carapaça;
● Ordem: Amoebida: tipicamente uninucleado, sem flagelo em nenhum estágio;
● Subordem: Tubulina: corpo cilíndrico; citoplasma não se dirige simultaneamente
para duas direções. Exemplo: Entamoeba;
● Subordem: Acanthopodina: pseudópodos finos, furcados, originados de um
espesso. Exemplo: Acanthamoeba;
● Ordem: Schizopyrenida: corpo cilíndrico, movimentando-se eruptivamente;
flagelos temporários. Exemplo: Naegleria.
UNIDADE II
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Introdução a de
Parasitologia
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Já para o Filo Ciliophora, Neves (2016, p. 35) traz:
3. Filo Ciliophora: apresentando macro e micronúcleos; com cílios;
● Classe: Kinetoffagminophorea: cílios orais pouco distintos dos demais;
● Subclasse: Vestibuliferia: vestíbulo presente; aparelho citofaríngeo apresentando
constrição mediana;
● Ordem: Trichostomatida: sem reorganização de cílios no nível do vestíbulo,
apenas alinhamento dos mesmos;
● Subordem: Trichostomatina: cílios somáticos não reduzidos. Exemplo:
Balantidium coli.
E ainda de acordo com Neves (2016, p. 35), temos também a sistemática do Filo
Microspora
UNIDADE II
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5. FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE
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Introdução a de
Parasitologia
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Os gêneros Leishmania, Trypanosoma e o Endotrypanum são parasitos heteróxenos,
ou seja, eles necessitam de mais de um hospedeiro para completar os seus ciclos de vida.
Como já estudado na Unidade I, são parasitas heteróxenos de vertebrados e de invertebrados
hematófagos, apresentando morfologia alternada em cada tipo de hospedeiro: vertebrado e
invertebrado, pois os tripanosomatideos, devido ao complexo fenômeno da diferenciação celular,
possuem essa alternância de formas em seus ciclos biológicos. No entanto, essa alternância
também pode ocorrer dentro de um mesmo hospedeiro, como resposta por exemplo de uma
adaptação fisiológica ao ambiente especifico ou em antecipação a próxima etapa do ciclo.
A nomenclatura das formas que ocorrem nos gêneros da família Trypanosomatidae
foi estabelecida utilizando o sufixo de origem grega mastigota para indicar presença do
flagelo; estrutura livre presente na porção anterior da célula. Logo, a denominação das
formas é feita a partir do formato geral da célula, ponto de exteriorização do flagelo, posição
do cinetoplasto (organela auto replicável, consistente de DNA), relativa ao núcleo e as
porções anterior e posterior da célula, a existência e extensão de uma membrana ondulante.
Para determinar a extremidade anterior dos tripanosomatideos deve se observar o
deslocamento dos flagelados em meio liquido, pois o flagelo vai a frente, região (anterior)
sempre direcionando o movimento. Assim, o ponto de exteriorização (emergência) do
flagelo é determinado como a extremidade anterior.
Os tripanosomatideos apresentam as seguintes formas celulares durante os
seus ciclos evolutivos: Amastigota, Coanomastigota, Promastigota, Opistomastigota,
Epimastigota, Tripomastigota.
A forma Amastigota é uma forma arredondada ou oval, com flagelo curto que não
se exterioriza; Coanomastigota é a forma na qual a célula apresentava-se semelhante a
uma pera ou grão de cevada; com cinetoplasto anterior ao núcleo, e flagelo emergindo
anteriormente de um reservatório em forma de colarinho; A forma Promastigota apresenta-
se alongada com cinetoplasto anterior ao núcleo; Já a forma Opistomastigota, também é
alongada, mas com o cinetoplasto posterior ao núcleo e o flagelo estende-se internamente
através do corpo celular; A forma Epimastigota é alongada com cinetoplasto justa-nuclear
e anterior ao núcleo, possuindo uma pequena membrana ondulante disposta lateralmente;
Por fim, e não menos importante, a forma Tripomastigota é alongada com cinetoplasto
posterior ao núcleo e o flagelo forma uma extensa membrana ondulante;
Apesar das diversas formas celulares dos tripanosomatideos existentes, todas elas
apresentam em comum, uma bolsa flagelar, presente no ponto em que o flagelo emerge do
corpo celular e origina-se próximo ao cinetoplasto.
UNIDADE II
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Introdução a de
Parasitologia
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Além disso, nas formas tripomastigotas e epimastigotas ocorre a formação de uma
“membrana ondulante” visível, formada a partir de um estiramento da membrana celular por
ação mecânica do flagelo.
Falando especificamente do Gênero Trypanosoma, existem mais de 150 espécies que
já foram descritas, parasitando todas as classes de vertebrados. No entanto, Trypanosoma
cruzi Trypanosoma brucei são duas espécies bem estudadas por apresentarem importância
medica e/ou veterinária.
O T. cruzi, é um protozoário causador da doença de Chagas, presente Américas,
parasito do homem, animais silvestres e domésticos, já T. brucei, é um parasito de animais
silvestres e domésticos e/ou do homem, dependendo da subespécie, causador da doença
do sono, de ocorrência na África.
Após o descobrimento das Américas os colonizadores foram desmatando florestas
com o intuito de explorar madeiras; implantar agropecuária e estabelecerem o desbravamento
a procura de pedras preciosas e ouro. Essa prática ocasionou uma devasta destruição da
flora e da fauna. À medida que o homem foi avançando para interiorização, construía suas
habitações com a matéria prima disponível no momento, ou seja, pau-a-pique e barro, coberta
de sapé, o que proporcionava uma habitação para alguns animais também. O que permitiu
o T. cruzi circular entre humanos e animais, desde o sul dos EUA até Argentina, presente
atualmente também em outros continentes em decorrência da imigração de latinos americanos.
Todo esse arranjo de ligação proporcionado pela moradia entre o homem e os animais
constitui a chamada biocenose, isto e, associação de seres de espécies diferentes numa
área alimentar ou abrigo. Na biocenose silvestre, os gambas, tatus, roedores e respectivos
ninhos de aves fornecem abrigo e alimentos para os triatomíneos, já na biocenose domiciliar,
o cão e o gato, fornecem alimento e abrigo para os barbeiros. O T. cruzi é tripanosoma
com desenvolvimento no intestino posterior de triatomíneos hematófagos, cuja transmissão
ocorre por contaminação dos vertebrados com as fezes do vetor.
O Trypanosoma é um protozoário flagelado causador da Doença de Chagas,
também conhecida como Tripanossomíase americana. Milhões de pessoas estão infectadas
em todo a América Latina, no entanto, a maioria dos casos estão localizados no Brasil,
principalmente nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul.
A Doença de Chagas apresenta evolução crônica, deixando o indivíduo debilitado,
o que determina no homem quadros clínicos com características e consequências muito
diversificadas.
UNIDADE II
I Protozoários
Introdução a de
Parasitologia
Interesse Médico 43
Podemos dizer que é uma doença quase que exclusivamente relacionada às
más condições das moradias, fator esse contribuinte para os hemípteros triatomíneos,
vulgarmente conhecidos como “barbeiros” constituírem seus ninhos. O nome do inseto
barbeiro vem do fato de que, as picadas a maioria ocorrem no rosto.
A característica da evolução crônica é apresentar uma progressão lenta e de longa
duração, que na maioria das vezes levamos por toda a vida, podendo ser silenciosas ou
sintomáticas, comprometendo a qualidade de vida. No entanto, nos dois casos, tanto um
quanto o outro oferece risco para o paciente.
Ao estudarmos a biologia do parasito Trypanosoma cruzi, o homem se infecta
durante a hematofagia, quando o barbeiro elimina os tripomastigotas em suas fezes, que
podem penetrar pelas mucosas, no momento em que: o homem leva as mãos contaminadas
aos olhos ou nariz; pelo ato de coçar; ou pelo orifício da picada do barbeiro. Depois da
penetração, a forma tripomastigota invade as células do sistema fagocítico mononuclear
(célula alvo), perdendo o flagelo, passando a se chamar amastigota. A partir desse momento
as formas amastigotas multiplicam-se por divisão binária em ciclos de aproximadamente 12h,
até que a célula infectada fique repleta de amastigotas. Logo, nesse estágio as amastigotas
se transformam novamente em tripomastigotas. Quando a célula rompe libera as formas
tripomastigotas, que se deslocam para infectar uma nova célula alvo, disseminando-se
para o restante do organismo através da circulação sanguínea e linfática. Os principais
órgãos atingidos são o coração, tubo digestivo e plexos nervosos.
Quando os triatomíneos (barbeiros) se alimentam do sangue de pessoas ou animais
infectados, podem ingerir as formas tripomastigotas.
Os tripomastigotas são convertidos em formas epimastigotas no tubo digestivo
do triatomíneo. Assim, os epimastigotas se reproduzem por divisão binária e, chegando
na porção terminal do intestino (reto) do triatomíneo, voltam à forma tripomastigota. Os
tripomastigotas é a forma móvel e infectante, que são eliminadas nas fezes do vetor.
A área de inflamação aguda local, pode causar uma reação intensa, produzindo
um inchaço cutâneo observado no local da picada e da contaminação com fezes do inseto,
chamado de Chagoma, e a partir desse momento, a disseminação vai produzindo áreas
de inflamação multifocal em diversos órgãos, apresentando predominância da infecção no
coração e sistema nervoso, seguido da miosite focal (miosite - inflamação nos músculos
que pode estar associada a inflamações em outros órgãos) e comprometimento dos plexos
nervosos intestinais, em casos mais graves.
UNIDADE II
I Protozoários
Introdução a de
Parasitologia
Interesse Médico 44
O fim da fase aguda dessa doença é caracterizado pelo início da resposta
imune. Ao passo que a infecção alcança mais tecido e o número de parasitos que estão
presentes na corrente sanguínea aumentam (parasitemia); inicia-se a resposta imune com
produção anticorpos e intensa reatividade celular no sito inicial de inoculação. Caso haja
intensificação dessa resposta, o número de parasitos cai gradualmente, até que sejam
totalmente eliminados da circulação, caracterizando assim o fim da fase aguda da doença.
No entanto, os parasitas que não foram eliminados pela resposta humoral, podem
permanecer viáveis no interior das células infectadas, o que caracterizada a fase crônica
da doença, que pode evoluir para as manifestações características da Doença de Chagas,
caracterizando a forma sintomática da doença. Nas formas sintomáticas mais graves
ocorrem as dilatações cavitárias caracterizando a cardiopatia chagásica crônica.
Existem os antiparasitário específicos para o tratamento da Doença de Chagas,
mas ainda não está comprovada a cura medicamentosa da doença. Essa doença é
conhecida popularmente porque, na maioria dos casos, ocorre um aumento significativo no
tamanho do coração do paciente afetado, devido a ocorrência do aumento de tamanho das
câmaras internas do coração doente. Assim, a dilatação do coração impede que o sangue
seja bombeado para o corpo de forma correta.
Os principais sintomas da Doença de Chagas incluem: febre contínua, intermitente
e prolongada por cerca de sete dias, inchaço na face ou nos membros, manchas vermelhas
na pele, inchaço nos gânglios, inflamação no fígado ou no baço, falta de ar e problemas
cardíacos agudos.
O diagnóstico da Doença de Chagas pode ser feito pela visualização do protozoário,
e por meio de testes bioquímicos. Também pode ser realizado a partir de biópsias de
linfonodos, quando houver poliadenite (inflamação simultânea de vários gânglios linfáticos),
durante a fase aguda da doença.
Algumas medidas podem ser tomadas a fim de se prevenir da Doença de Chagas
como: melhoria das condições de moradia, controle do vetor e de reservatórios (gambás
e morcegos), fiscalização dos bancos de sangue e campanhas contra a drogadição,
transfusões de sangue, e de mãe gestante para filho, via placentária, são as possibilidades
de se prevenir da infecção.
UNIDADE II
I Protozoários
Introdução a de
Parasitologia
Interesse Médico 45
SAIBA MAIS
Fonte: ROCHA, L. Pesquisadores da Fiocruz descrevem nova espécie de parasito. FIOCRUZ – Fundação
Oswaldo Cruz, 2018. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisadores-da-fiocruz-descrevem-
nova-especie-de-parasito Acesso em: 10 jul. 2022.
UNIDADE II
I Protozoários
Introdução a de
Parasitologia
Interesse Médico 46
REFLITA
Fonte: A DOENÇA De Chagas. Médicos sem Fronteiras, 2018. Disponível em: https://www.msf.org.br/o-
que-fazemos/atividades-medicas/doenca-de-chagas/ Acesso em: 10 jul. 2022.
UNIDADE II
I Protozoários
Introdução a de
Parasitologia
Interesse Médico 47
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE II
I Protozoários
Introdução a de
Parasitologia
Interesse Médico 48
Assim, Berenice foi considerada o primeiro caso clínico descrito da doença de
Chagas em humanos, onde parasitos presentes em seu sangue, inoculados em animais de
laboratório, desenvolveram a infecção e a sintomatologia relativas à fase aguda da doença.
Logo, Chagas estudou a morfologia e a biologia do parasito no hospedeiro vertebrado
denominando-o como Trypanosoma cruzi.
A partir daí, diversos estudos e acompanhamentos foram realizados com Berenice.
No entanto, Berenice apresentava, a chamada forma indeterminada da doença de Chagas,
que é o caso da maioria dos indivíduos infectados com o T. cruzi.
Berenice morreu no dia 11 de setembro de 1982, com 75 anos de idade e 73 anos
de infecção pelo T. cruzi. Apesar de não ter sido possível a realização de necrópsia, a partir
das investigações realizadas, foi possível verificar que sua causa mortis não poderia ser
atribuída à infecção pelo T. cruzi.
UNIDADE II
I Protozoários
Introdução a de
Parasitologia
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LEITURA COMPLEMENTAR
UNIDADE II
I Protozoários
Introdução a de
Parasitologia
Interesse Médico 50
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Parasitologia Fundamentos e Práticas Clínica
Autor: Batista, Rodrigo Siqueira et.al
Editora: GEN Grupo Editorial Nacional Participações S/A
Sinopse: Atualiza os conhecimentos existentes e auxilia as futuras
ações a serem adotadas. Escrito por especialistas, este livro
oferece informações atualizadas sobre os aspectos etiológicos,
imunológicos, patológicos, clínicos, laboratoriais, terapêuticos,
nutricionais, ecológicos, epidemiológicos, além das medidas de
prevenção e controle, de doenças parasitárias. Assim, possibilita
apresentar danos à saúde dos indivíduos e qualificar importantes
problemas de saúde pública.
FILME/VÍDEO
Título: Documentário Doença de Chagas
Ano: 2016.
Sinopse: Documentário produzido em 2016 sobre a Doença
de Chagas. Avaliação do Impacto do Programa de Melhoria
Habitacional para Controle da Doença de Chagas no Estado do
Rio Grande do Sul, Brasil.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=x7RqdQB7XjA
UNIDADE II
I Protozoários
Introdução a de
Parasitologia
Interesse Médico 51
UNIDADE III
Helmintos de
Interesse Médico
Professora Dr. Claudinéia Conationi da Silva Franco
Plano de Estudo:
● Introdução aos Helmintos: Filo Acanthocephala; Platyhelminthes e Nemathelminthes;
● Filo Platyhelminthes;
● Filo Nemathelminthes.
Objetivos da Aprendizagem:
● Proporcionar o conhecimento básico sobre os
helmintoscom ênfase no interesse médico;
● Compreender o processo de reprodução dos helmintos;
● Mostrar como ocorre a nutrição, excreção
respiração e locomoção dos helmintos;
● Falar sobre as principais doenças causadas pelos helmintos.
52
INTRODUÇÃO
Caro aluno
Não devemos deixar de mencionar que no Brasil, o cenário não é diferente, por
exemplo quando lembramos do personagem “Jeca Tatu”, personagem criada por Monteiro
Lobato: “O Jeca não é assim, está assim”. Apesar da estimativa a respeito do número
de infectados por helmintos não estar disponível no país, existem registros significativos
de prevalências, no tocante principalmente em-regiões pobres. “Elevadas prevalências de
infecção por helmintos (muitas vezes superiores a 50%) são relatadas em crianças, como
compilado pela OPAS (2011).” (OPAS 2011, apud Neves, 2016, p. 215).
Os nematóides (do grego: nema = fio), são vermes que apresentam o corpo cilíndrico,
em forma de fio. De acordo com as classificações existentes não existe um consenso,
podendo esse grupo de animais estarem serem classificados no Filo Aschelminthes,
Classe Nematoda, ou Filo Nemathelminthes. Provavelmente os nematóides são os mais
importantes metazoários associados com o parasitismo humano e animal, lembrando que
metazoários animais pluricelulares, constituído por várias células.
São animais bilaterais, triblásticos e pseudocelomados, ou seja, organismos
pseudocelomados possuem uma cavidade que foi formada durante o desenvolvimento
embrionário entre o mesoderma e o endoderma.
Apresentam sistema digestório completo, possui uma saída para resíduos não
digeridos: o ânus, e o corpo é revestido por uma cutícula. A cutícula é uma camada secretada
pela epiderme que confere proteção e permite sustentação corporal e locomoção. Sofrem
muda durante o crescimento.
A maioria dos nemathelminthes possuem vida livre, mas há espécies parasitas de
animais e vegetais. São animais dioicos, ou seja, possuem sexos separados em indivíduos
diferentes. Além de apresentarem dimorfismo sexual, sendo os machos menores do que as
fêmeas. Como exemplo de espécies parasitas de animais temos a lombriga, ancilóstomo,
filária e oxiúro que são nematódeos de importância médica. Os fitonematódeos parasitam
vegetais e podem causar grandes prejuízos à agricultura.
SAIBA MAIS
Fonte: MOREIRA, E. Verminose afeta 36% da população; entre as crianças, mais da metade. G1, 2018.
Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/07/verminose-afeta-36-da-populacao-
entre-criancas-mais-da-metade.html Acesso em: 30 out. 2021.
Os parasitas intestinais que podem ser veiculados por alimentos de origens diferentes,
constituem um conjunto de 38 gêneros e espécies, das quais 28 são helmintos. Alimentos
de origem vegetal são responsáveis pela veiculação de treze parasitas intestinais, entre
os quais sete são helmintos. Estudos mostram que as infecções parasíticas intestinais
afetem mais que um terço da população humana global (FAO/WHO, 2014; WHO,
2015; FAO/WHO, 2016). Dessa forma, é de grande relevância que os países tenham
estimativas do impacto das parasitoses entre as doenças transmitidas por alimentos,
para implementar medidas de prevenção, intervenção e controle (WHO, 2015, citado
por Pedroso; Cunha; Cunha-Neto, 2020, p. 19201).
Fonte: WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO estimates of the global burden of foodborne diseases:
foodborne disease burden epidemiology reference group, 2007-2015.
LIVRO
Título: Parasitologia Clínica: uma abordagem clínico-laboratorial
Autor: Elizabeth Zeibig.
Editora: GEN - Guanabara Koogan.
Sinopse: O livro Parasitologia Clínica: uma abordagem clínico-
laboratorial é voltada para os estudantes dos cursos de Farmácia,
Biologia e Biomedicina, que precisam de um conteúdo que aborde as
enfermidades parasitárias, os agentes etiológicos, os mecanismos
de transmissão e as técnicas de análises parasitológicas que
conduzem ao correto diagnóstico e ao tratamento dessas
doenças. Didático, detalha os procedimentos mais adequados
para o processamento de amostras biológicas para análise
parasitológica e explora exercícios e casos clínicos, importantes
para o aprendizado. O livro inclui capítulo sobre artrópodes, muitos
deles vetores das doenças abordadas, proporcionando ao leitor a
comodidade de não precisar consultar outra bibliografia.
FILME/VÍDEO
Título. Vídeo “Doença do Caramujo”
Ano. 1992.
Sinopse. O vídeo ‘Doença do Caramujo’ foi feito para motivar
a discussão em grupo sobre o problema sobre o problema da
esquistossomose, uma verminose grave que atinge grandes
áreas do nosso país. Sem serem profissionais, os atores deste
filme são os próprios moradores, que aceitaram partilhar com o
público suas experiências e as descobertas que fizeram ao longo
da pesquisa realizada com trabalhadores rurais do Município de
Conceição do Castelo. O Filme foi realizado em 1992, com direção
da Pesquisadora Brani Rozemberg, da Fundação Oswaldo Cruz.
Link do vídeo. https://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/video-
-doenca-caramujo
Plano de Estudo:
● Características Gerais dos Artrópodes;
● Classificação dos Artrópodes;
● Artrópodes de Importância Médica.
Objetivos da Aprendizagem:
● Proporcionar o conhecimento básico sobre os
artrópodes, com ênfase no interesse médico.
● Compreender o processo de reprodução dos artrópodes.
● Mostrar como ocorre a nutrição, excreção
respiração e locomoção dos artrópodes.
● Falar sobre as principais doenças causadas pelos artrópodes.
73
INTRODUÇÃO
Caros alunos, sejam bem-vindos a unidade que abordaremos sobre o filo que
compreende o maior número de indivíduos do reino animal, possuindo hoje mais de
1.500.000 espécies já descritas.
A denominação Arthropoda significa (podos = patas; arthro = articulação), pés
articulados, principal característica que diferencia os artrópodes dos demais invertebrados.
Os artrópodes são animais que possuem simetria bilateral, dotados de exoesqueleto
(esqueleto externo), formado pelo tegumento, que compreende a epiderme e a cutícula
com três camadas.
O tegumento, é a camada externa do exoesqueleto dos artrópodes, que possui
algumas funções como: proteção, sustentação, impede a perda de água e protege o corpo
do animal contra ressecamentos e alguns tipos de choques mecânicos. A cutícula secretada
pela epiderme, quando recente, é mole e flexível, no entanto, algum tempo após a secreção,
pode se tornar enrijecida, ou seja, esclerotizada. Um de seus principais componentes é a
quitina, um carboidrato estrutural muito comum neste grupo de animais.
Em algumas articulações, a cutícula mantém-se flexível, por possuir a resilina, uma
proteína cuticular muito flexível e elástica. A presença do exoesqueleto, rígido, impede o
crescimento contínuo dos artrópodes; logo, o crescimento desses animais ocorre somente
durante as mudas ou ecdises e consiste na substituição do tegumento velho por um novo, durante
as diferentes etapas do desenvolvimento do artrópode. A muda é um processo comandado por
eventos hormonais e ambientais. Quando fatores ambientais favoráveis começam a aparecer
(comida em abundância e temperatura favorável), a ecdisona aumenta, o exoesqueleto do
animal começa a rachar e se destacar do corpo enquanto outro mais fino e flexível começa a
ser produzido. O hormônio que comanda essa troca é chamado de ecdisona.
O novo exoesqueleto formado vai endurecendo aos poucos e durante esse tempo
os animais vão crescendo até que o enrijecimento da cutícula esteja completo e os animais
ficam estagnados no tamanho até a próxima muda.
A presença do exoesqueleto permitiu com que os artrópodes conquistassem os
mais diferentes ambientes e ainda fornece ponto de apoio para a ação dos músculos, per-
mitindo com que o indivíduo se movimente de forma mais eficaz.
O filo Arthropoda do grego (arthros = articulação/ podos = pés) é o filo mais bem-
sucedido e abundante do Reino Animal. Os artrópodes representam cerca de 80% do
Reino Animal, ou seja, são mais de um milhão de espécies de ocorrência em todos os
ecossistemas aquáticos e terrestres. Logo, podem ser considerados os verdadeiros donos
da terra. Aproximadamente dezesseis mil espécies hematófagas.
A principal característica que diferencia os artrópodes dos demais invertebrados
são as patas articuladas que permitem que suas várias espécies habitem os mais inospe-
des ambientes, desde as profundezas dos oceanos, lagos e rios, os picos das mais altas
montanhas e desertos, ou seja, os mais variados ambientes. Além disso, apresentam uma
variada diversidade de tamanho, formas e hábitos de vida.
As principais características dos artrópodes são elencadas abaixo:
● Presença do exoesqueleto;
● Presença de apêndices articulados (patas, peças bucais, antenas e asas);
● Corpo segmentado;
● Sistema digestório completo;
● Sistema circulatório aberto – coração dorsal;
● Sistema nervoso ganglionar ventral.
Já o processo de excreção dos resíduos nos artrópodes ocorre por meio dos
nefrídeos que são associados a outras estruturas como:
● Túbulos de Malpighi, presente nos insetos;
● Glândulas coxais, presente nos aracnídeos;
● Glândulas verdes nos crustáceos, as quais têm aberturas na base das antenas
ou na base do primeiro par de patas para eliminação das excretas.
SAIBA MAIS
Você sabia que os crustáceos são os únicos artrópodes com dois pares de antenas.
Eles possuem tamanhos variáveis, com representantes microscópicos até espécies de
grandes proporções, como é o caso do caranguejo-aranha-japonês, que pode atingir até
quatro metros de envergadura.
Em alguns crustáceos, como camarões e lagostas, os espermatozoides, são imóveis,
pois não possuem flagelo, sendo incapazes de se locomoverem. Além disso, os
caranguejos-ermitões não possuem conchas próprias e necessitam de conchas de
moluscos para sua proteção.
Entre os crustáceos mais pesados, temos como destaque as lagostas americanas, que
podem pesar até 20 quilos.
Uma outra característica interessante sobre os crustáceos peculiar dos camarões que
vivem em grandes profundidades é possuírem órgãos produtores de bioluminescência,
ou seja, capazes de produzir luz.
Você sabia que a mosca Dermatobia hominis popularmente conhecida como mosca-berneira,
quando adultas não se alimentam, utilizam suas reservas para reprodução. Somente as
larvas tem importância médico-veterinária por necessitarem de hospedeiro para completar
o seu desenvolvimento. Assim que emergem da pupa os adultos realizam a cópula.
Posteriormente as fêmeas da Dermatobia hominis capturam insetos forético em pleno voo
ou durante o pouso em animais vertebrados e realizam a postura de seus ovos sobre eles,
preferencialmente na região abdominal. A forésia ou forese é a associação entre indivíduos
de espécies diferentes (relação ecológica interespecífica), na qual um transporta outro,
sem se prejudicarem, podendo ser definida como um caso específico do comensalismo.
As fêmeas colocam de 15 a 20 ovos em cada inseto e cerca de 400 a 800 em toda sua
vida adulta que dura cerca de 7 a 12 dias. Após 6 dias, as larvas de primeiro estágio
(L1) já estão formadas. Durante a alimentação sanguínea do inseto hematófago forético,
as larvas das moscas berneiras invadem os tecidos do vertebrado, as larvas são
estimuladas pelo calor do hospedeiro, gás carbônico e odores da pele. Elas saem dos
ovos e penetram ativamente na pele do hospedeiro.
As larvas conhecidas como berne, ura ou tórsalo, mede 1,5 mm e em dez minutos penetra
na pele sã ou lesada (p. ex., em casos em que haja a picada de insetos hematófagos.).
As larvas, ficam com a parte respiratória (espiráculos) voltada para a parte exterior da
pele e com a parte anterior (parte oral) imersa na derme, ou seja, voltada para dentro.
Assim, começa a alimentar-se ativamente e, após sofrer duas mudas ou ecdises, já está
madura, depois de 40 ou 60 dias. Nesta fase, mede cerca de 2 cm de comprimento por 0,5
cm de diâmetro na parte mais volumosa e o tempo de permanência varia de hospedeiro
para hospedeiro. Em humanos, o período de parasitismo é de aproximadamente 30
dias, já em bovinos pode chegar a 120 dias.
Em seguida, a larva abandona o hospedeiro, cai no chão, em que se infiltra e se enterra
na terra fofa, transformando-se em pupa. Em estágio pupar ficam em média por 42 dias
até abandonar o pupário. Vinte e quatro horas depois entra em cópula, que se repete em
dias sucessivos. Três dias após a primeira cópula, inicia a oviposição.
Fonte: OLIVEIRA, E.S; PERES, M.C.L; SILVA, E.C. A percepção pública acerca
dos artrópodes de importância para a saúde: Conhecer para popularizar conhecimento.
Universidade Católica do Salvador. Anais da 22ª Semana de Mobilização Científica – SE-
MOC, 2019. Disponível em: http://ri.ucsal.br:8080/jspui/bitstream/prefix/1358/1/A%20perce-
p%C3%A7%C3%A3o%20p%C3%BAblica%20acerca%20dos%20artr%C3%B3podes%20
de%20import%C3%A2ncia%20para%20a%20sa%C3%BAde%3A%20Conhecer%20
para%20popularizar%20conhecimento.pdf. Acesso em: 05 jan. 2022.
LIVRO
Título: Parasitologia 2: Protozoários de Interesse Médico
Autor: Felipe Godinho de Sá; Marcilene Rezende Silva; Lamara
Laguardia Valente Rocha; Tatiliana Bacelar Kashiwabara.
Editora: Appris.
Sinopse: O livro de Parasitologia Humana, nesta 13ª edição mantém
a excelência da estruturação didática e da atualização científica
como nas edições anteriores. Além de levar em consideração as
corretas definições dos vocábulos, termos parasitológicos e dos
principais conceitos.
FILME/VÍDEO
Título: Vida de Inseto
Ano: 1998.
Sinopse: Como o próprio nome sugere, o filme mostra a vida
de alguns artrópodes. A animação é voltada para a história de
um formigueiro que sofre ameaças de gafanhotos, que querem
roubar os alimentos guardados pelas formigas. É possível
verificar vários temas importantes nesse filme, como as relações
ecológicas (sociedade e predatismo), além, é claro, da análise das
características principais dos organismos pertencentes ao grupo dos
artrópodes, que aparecem frequentemente incorretas. Nesse caso,
é importante salientar alguns erros, tais como a presença de apenas
quatro pernas no inseto, enquanto o correto seria seis, e a divisão
do corpo da aranha em cabeça, tórax e abdome, enquanto o certo é
cefalotórax e abdome. Apesar dos erros na morfologia dos animais,
o filme permite reforçar conhecimentos ecológicos importantes.
FAO/WHO - Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO)/ World Health
Organization (WHO), 2014.
FAO/WHO - Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO)/ World Health
Organization (WHO). 2016. Guidelines on the Application of General Principles of Food
Hygiene to the Control of Foodborne Parasites. Cac/Gl 88-2016.
103
SIQUEIRA-BATISTA, R, et al. Parasitologia: fundamentos e prática clínica. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2020.
104
CONCLUSÃO GERAL
Neste material, busquei trazer para você os principais conceitos gerais a respeito
da parasitologia. Para tanto abordamos as definições teóricas e, neste aspecto acreditamos
que tenha ficado claro para você a importância do conhecimento básico da parasitologia
estudo dos organismos inclusos na relação biológica de parasitismo. Uma das principais
definições para o entendimento básico das patologias estudadas pela parasitologia é a
relação parasita versus hospedeiro, explicada pela existência de um hospedeiro que serve
de abrigo para o parasita, em pelo menos uma das fases do seu ciclo de desenvolvimento,
e as demais fases ocorrerão normalmente na natureza.
A partir desse entendimento abordamos sobre o Reino Protista, constituído por vários
organismos eucariontes com características diferentes dos eucariotos integrantes dos demais
reinos. Quando um organismo mesmo que seja eucarioto, não possuir as características de
um fungo, de um vegetal ou de um animal, ele certamente, é inserido no Reino Protista.
Como representantes do Reino Protista temos os protozoários e as algas, que são
organismos que não possuem a capacidade de formarem tecido verdadeiro, embora alguns
consigam se agregar formando colônias. Por esse motivo, a principal característica do Reino
Protista é ser um grupo com característica polifilética, o que dificulta o estabelecimento de
relação de descendência entre seus integrantes.
Em seguida, estudamos sobre o conhecimento básico dos helmintos, com ênfase no
interesse médico. Os helmintos conhecidos popularmente como vermes, são um grupo de
animais muito diversificados, incluindo espécies parasitas e de vida livre. As espécies parasitas
encontram-se distribuídos nos filos Platyhelminthes, Nemathelminthes Acanthocephala.
A incidência de helmintos parasitando o homem é bastante comum, por exemplo,
aproximadamente 20% da população humana do mundo todo estão parasitadas por
ancilostomídeos, porcentagem está equivalente a mais de 1 bilhão de pessoas, o que
também não é diferente para o parasita Ascaris lumbricoides.
105
Para finalizarmos estudamos sobre o filo Arthropoda do grego (arthros = articulação/
podos = pés), filo mais bem sucedido e abundante do Reino Animal, com espécies de
ocorrência em todos os ecossistemas aquáticos e terrestres. Mostramos também que a
principal característica que diferencia os artrópodes dos demais invertebrados são as patas
articuladas que permitem que suas várias espécies habitem os mais inospedes ambientes,
desde as profundezas dos oceanos, lagos e rios, os picos das mais altas montanhas e
desertos, ou seja, os mais variados ambientes. Além disso, apresentam uma variada
diversidade de tamanho, formas e hábitos de vida.
A partir de agora acreditamos que você já está preparado em relação aos conceitos
básicos e características específicas de cada espécie representante, seja ela, parasita
ou de vida livre. Enfim pudemos estudar o conhecimento básico e necessário sobre a
parasitologia e a relação parasita versus hospedeiro, explicada pela existência de um
hospedeiro que servirá de abrigo para o parasita, em pelo menos uma das fases do seu
ciclo de desenvolvimento.
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