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Questionário sobre Ascaridíase.

O que é ascaridíase?

É uma doença parasitária causada pelo verme Ascaris lumbricoides, denominado po-

pularmente lombriga.

2) Como é o ciclo da ascaridíase?

1- A ingestão de água ou alimento (frutas e verduras) contaminados pode introduzir

ovos de lombriga no tubo digestório humano.

2- No intestino delgado, cada ovo se rompe e libera uma larva.

3- Cada larva penetra no revestimento intestinal e cai na corrente sanguínea, atingindo

fígado, coração e pulmões, onde sofre algumas mudanças de cutícula e aumenta de

tamanho.

4- Permanece nos alvéolos pulmonares podendo causar sintomas semelhantes ao de

pneumonia.

5- Ao abandonar os alvéolos passam para os brônquios, traqueia, laringe (onde provo-

cam tosse com o movimento que executam) e faringe.

6- Em seguida, são deglutidas e atingem o intestino delgado, onde crescem e se trans-

formam em vermes adultos.

3) Qual o tipo de ciclo na ascaridíase?

Monoxênico (apenas 1 hospedeiro)

Os ovos eliminados com as fezes contêm os embriões de Ascaris em seu interior. Após

alguns dias, ainda dentro do ovo, o embrião transforma-se em larva, que após passar

por duas mudas, pode infectar quem a ingerir. Os ovos podem contaminar o solo, a

água ou alimentos.

4) Quem é o hospedeiro na ascaridíase?

Hospedeiro definitivo: homem.

5) Existe algum vetor na ascaridíase?

Não!

6) Como são os ovos de lombriga (Ascaris lumbricoides)?

OVO FÉRTIL de formato oval ou quase esférico de casca espessa e célula ovo no inte-

rior, formada por três camadas apresentando em média, 60µm de comprimento. A ca-

mada mais externa recebe o nome de membrana mamilonada.

OVO INFÉRTIL de formato alongado, apresentando 80 a 90µm de comprimento, casca

mais delgada com camada albuminosa muito reduzida, irregular ou ausente. O interior

do ovo infértil é cheio de grânulos refringentes, de aspecto grosseiro.

OVO DECORTICADO de formato oval ou quase esférico,apresentando camada interna

e média, com célula ovo em seu interior, mas que perdeu sua membrana mamilonada.

ADULTOS longos, cilíndricos e com extremidades afiladas. As fêmeas são maiores e

mais grossas, tendo a parte posterior retilínea ou ligeiramente encurvada. Os machos

tem enrolamento ventral, espiralado na extremidade caudal.

7) Como deve ser a prevenção para ascaridíase?

Através de hábitos higiênicos é a melhor maneira de prevenir a ascaridíase:

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Lave bem os alimentos antes do consumo; Prefira alimentos cozidos;

Lave sempre as mãos; Mantenha o local de preparação dos alimentos limpo;

Beba apenas água filtrada; Mantenha sua higiene pessoal em dia.

8) Quais os sintomas da ascaridíase?

Na maioria dos casos, a infecção pelo Ascaris lumbricoides é assintomática. Todavia,

pacientes com número elevado de vermes em seu trato gastrointestinal podem apre-

sentar sintomas na fase de migração da larva ou durante a fase adulta do verme.

As manifestações clínicas mais comuns da ascaridíase são:

Manifestações pulmonares

Um quadro inflamatório dos pulmões (pneumonite) durante a breve passagem das lar-

vas pelo sistema respiratório é bastante comum. Manifestações, como tosse seca,

bronquite, febre e dor torácica são chamadas de síndrome de Loeffler. No hemograma,

o aumento do número de eosinófilos é típico desta síndrome.

Durante os episódios de tosse, é possível que o paciente expila uma ou mais larvas de

áscaris pela boca.

Manifestações gastrointestinais

Os sintomas da ascaridíase relacionados ao sistema gastrointestinal são: dor abdomi-

nal, náuseas, vômitos, diarreia, distensão abdominal e perda de peso. Crianças conta-

minadas podem apresentar desnutrição e atraso no crescimento, devido à redução na

absorção de nutrientes importantes pelo intestino. Eliminação de vermes adultos nas

fezes também pode ocorrer.

Em casos de grande infestação de vermes, um “bolo” de áscaris pode causar obstru-

ção intestinal, sendo necessária intervenção cirúrgica ou endoscópica para a remoção

dos vermes.

9) Na ascaridíase podemos encontrar verme saindo pela boca ou nariz?

Sim !

10) Na ascaridíase é possível encontrarmos verme no pulmão?

Sim , em casos avançados da doença

11) Como é feito o diagnóstico da ascaridíase?

O diagnóstico da ascaridíase é habitualmente feito através da identificação de ovos de

Ascaris lumbricoides nas fezes. O problema do exame parasitológico de fezes é que os

primeiros ovos só aparecem nas fezes cerca de 40 dias depois do paciente ter se con-

taminado.

12) Qual o tratamento para ascaridíase?

Fármacos utilizados no tratamento de ascaridíase são os azólicos como o mebendazol

500mg ou o albendazol 400mg em dose única, em casos de obstrução intestinal, o in-

dicado é que antes da administração desses medicamentos seja utilizado piperazina e

óleo mineral.

13) Como é a transmissão da ascaridíase?

A contaminação acontece Ocorre quando há ingestão dos ovos infectados do parasita,

que podem ser encontrados no solo, água ou alimentos contaminados por fezes hu-

manas.

14) Ascaridíase é mais comum em crianças?

Sim tem uma alta prevalência.

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Questionário sobre Ancilostomíase

O que é ancilostomose (ou ancilostomíase)?

A ancilostomose, também conhecida por amarelão, é uma doença causada por vermes

nematódeos (espécie: Necator americanus e Ancylostoma duodenale). As formas adul-

tas desses parasitas se instalam no aparelho digestivo dos seres humanos, onde se

fixam na porção que compreende o intestino delgado, nutrindo-se de sangue do hos-

pedeiro e causando anemia.

2) Qual o agente causador da ancilostomose?

causada por duas espécies de nematelmintos, o Ancylostoma duodenale e o Necator

americanus.

3) Qual o agente causador do bicho geográfico (larva migrans cutânea)?

também chamada de larva migrans cutânea, é uma infecção causada pelas larvas de

parasitas que vivem no intestino dos cães e gatos. Os principais parasitas são Ancy-

lostoma braziliense e o Ancylostoma caninum (mais raro).

4) Como é o ciclo da ancilostomose?

O ciclo inicia com a penetração cutânea das larvas filarioides. Esse contato geralmente

ocorre na pele dos pés ou das mãos do ser humano no caso da espécie Necator ame-

ricanus. As larvas de Ancylostoma duodenale também podem penetrar pela pele, mas

diferente do Necator americanus, elas também podem entrar no organismo humano

pela via oral.

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Quando estão na pele, as larvas se movimentam continuamente e buscam a circulação

linfática ou sanguínea. Ao atingem a circulação elas são levadas até o coração ou aos

pulmões. Isso leva em torno de 3 a 5 dias.

Nos pulmões, as larvas de quarto estadio do parasita passam para a luz dos alvéolos

pulmonares. As secreções brônquicas e os movimentos ciliares da mucosa dos brôn-

quios, bronquíolos e traqueia faz com que as larvas subam para a laringe e faringe do

hospedeiro. Essa etapa é conhecida como ciclo pulmonar.

Agora as larvas são deglutidas junto com o muco e são levadas para o intestino. No

intestino as larvas completam sua maturação e se transformam em vermes adultos. Há

o amadurecimento sexual dos machos e das fêmeas que já podem copular para origi-

nar os novos ovos.

Como citamos anteriormente, as larvas de Ancylostoma duodenale também podem ser

ingeridas com alimentos ou com água contaminada. Nesse caso elas não passam pelo

ciclo pulmonar, e completam sua evolução no tubo digestivo.

5) Qual o tipo de ciclo da ancilostomose?

Ciclo de Loss

6) Quais são os sintomas da ancilostomose?

A ancilostomose geralmente é assintomática. Quando são observados sintomas, eles

geralmente estão relacionados ao estágio de desenvolvimento do parasita e ao local

da infecção no hospedeiro. Os sintomas em muitos casos começam quando há pene-

tração na pele, na forma de uma reação eritematosa localizada (coceira da terra).

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Pele

A larva migrans cutânea (ancilostomose zoonótica) começa com uma pápula eritema-

tosa que se desenvolve posteriormente na característica dermatite serpiginosa. Ela é

conhecida popularmente como bicho geográfico ou bicho das praias. Sua principal ca-

racterística é o desenvolvimento de túneis de 1 a 5 cm na pele. Eles ocorrem quando a

larva não é capaz de penetrar nas camadas mais profundas da pele e fica nas cama-

das mais superficiais. Esse tipo de infecção normalmente afeta as mãos e os pés, que

são os principais locais de contato com o solo (areia da praia).

Pulmões

Durante o estágio pulmonar, a infecção pode se expressar na forma de tosse, espirro,

bronquite, hemoptise (expectoração de sangue) e pneumonia eosinofílica (síndrome de

Loeffler). Esses sintomas geralmente são autolimitados e não necessitam de interven-

ção clínica.

Infecção perioral

Os sintomas geralmente são náuseas, vômitos, irritação faríngea, tosse e dispneia (sín-

drome de Wakana).

Intestino delgado

Assim que os vermes atingem o intestino delgado, os sintomas abdominais não espe-

cíficos podem ocorrer, como dor abdominal e distensão, diarreia, sangue oculto nas

fezes e melena ocasional.

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Anemia

A principal característica da ancilostomose é a anemia por deficiência de ferro (anemia

ferropriva) secundária à deficiência de ferro. Isso ocorre pelo consumo direto de ferro

pelo parasita ou pela perda de sangue pela ligação do parasita ao intestino.

Adicionalmente, a hipoalbunemia pode levar à formação de edema e anasarca genera-

lizada.

Ocasionalmente, alguns pacientes podem sentir vontade de comer terra (geofagia)

7) Por que a ancilostomose também é conhecida como amarelão?

O quadro clínico mais característico da ancilostomose é a anemia e suas consequênci-

as. Alguns dos sinais e sintomas comuns incluem palidez ou cor amarelada na pele,

conjuntivas e mucosas descoradas, cansaço frequente, desânimo e fraqueza.

8) Como é feito o diagnóstico da ancilostomose?

O diagnóstico parasitológico da ancilostomose é feito pela busca dos ovos em amos-

tras de fezes. Os ovos são bem característicos e costumam aparecer em grande nú-

mero nas fezes dos pacientes. O exame parasitológico de fezes pode ser feito com um

simples esfregaço em uma lâmina com solução fisiológica. Nos casos em que há in-

fecções mais leves, o recomendado é que sejam utilizadas técnicas de enriquecimento.

Um dos métodos indicados é o de centrífugo-flutuação no sulfato de zinco.

O método de Stoll também pode ser interessante, por fornecer uma estimativa da car-

ga parasitária (número de ovos/grama de fezes).

9) Como é o ovo de ancilostomídeo?

Os ovos das diferentes espécies são muito parecidos. Eles são ovoides, ou elípticos,

de casca fina e transparente. E entre a casca e a célula-ovo já sempre um espaço cla-


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ro. A larva já pode estar completamente formada depois de 18 horas. Já a eclosão

pode ocorrer no ambiente 2 a 3 dias depois.

10) Qual é o tratamento da ancilostomose?

Os anti-helmínticos mais utilizados na prática clínica são:

1. Mebendazol (100 mg v.o., 2x/dia – 3 dias): esse medicamento é efetivo contra Neca-

tor americanus, Ancylostoma duodenale e ceylanicum.

2. Albendazol (400 mg v.o., 1x/dia, 3 dias): não deve ser utilizado durante a gravidez.

3. Pirantel (10 mg/kg, v.o., 3 dias; ou 20 mg/kg, dose única): igualmente eficiente contra

ancilostomídeos.

Tratamento Antianêmico

O tratamento básico consiste na administração de ferro e de nutrição adequada, parti-

cularmente rica em proteínas e vitaminas. A resposta à administração de sulfato ferroso

costuma ser rápida (200 mg, v.o., 3x/dia, 3 meses).

11) Como é a transmissão da ancilostomose?

A transmissão da ancilostomose ocorre quando há contato da pele com fezes huma-

nas contendo ovos larvados de ancilostomatídeos. Quando há esse contato, as larvas

penetram ativamente na pele, ou podem ser ingeridas.

12) Como é a prevenção da ancilostomose?

Uso de calçados: Utilizar calçados constantemente é o meio mais efetivo de controle

da ancilostomose

– Tratamento com anti-helmínticos: mebendazol, albendazol, pirantel etc.

– Tratamento com antianêmicos: utilizado para recompor as reservas fisiológicas de

ferro no organismo

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– Destino adequado das excretas humanas: construção e uso de latrinas ou instala-

ções sanitários adequadas. Além disso a educação sanitária é imprescindível.

– Combate às larvas no solo: diversas substâncias podem interferir na biologia das lar-

vas, como capim-limão e capim-cidreira.

Questionário sobre Estrongiloidíase

O que é estrongiloidíase?

A estrongiloidíase é uma verminose causada pelo nematoide (helminto) Strongyloides

stercoralis, muito comum nas regiões tropicais e subtropicais, incluindo o Brasil.

2) Como é o ciclo na estrongiloidíase?

pode ser dividido em duas etapas, o ciclo de vida livre e o ciclo parasitário.

 Ciclo de vida livre

O ciclo de vida livre inicia com a liberação das larvas rabditoides com as fezes de um

paciente infectado. As larvas rabditoides podem se desenvolver em vermes fêmeas e

machos adultos de vida livre. Os vermes adultos copulam e a fêmea põe ovos que ori-

ginal larvas rabditoides. As larvas rabditoides sofrem maturação e originam larvas filari-

oides que estão aptas a penetrar na pele humana. Esse é o ciclo indireto (de vida livre).

No ciclo direto (de vida livre) algumas larvas rabditoites liberadas com as fezes sofrem

maturação direta originando larvas filarioides. Essas já apresentam potencial de infec-

ção de novos seres humanos. Os ciclos direto e indireto darão origem a larvas filarioi-

des que podem penetrar na pele de novas pessoas.

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Ciclo parasitário

Ao penetrarem na pele do ser humano, as larvas filarioides migram para o intestino

delgado. Elas podem entrar na corrente sanguínea e irem até os pulmões. Lá elas atra-

vessam os alvéolos e são expelidas junto com o muco. Ao atingirem a laringe elas po-

dem ser deglutidas e migrarem para o intestino delgado. Alguns autores também suge-

rem que as larvas podem migar diretamente pelas vísceras. Ao chegarem ao intestino

delgado as fêmeas adultas partenogenéticas põem ovos. Dos ovos eclodem larvas

rabditoites que podem ser eliminadas junto com as fezes, contaminando o ambiente.

As larvas rabditoites também podem penetrar na mucosa do intestino grosso, ou da

região perianal. Nesse caso elas entram na corrente sanguínea e seguem novamente

em direção ao intestino delgado, originando novas fêmeas parasitas.

3) Qual o tipo de ciclo na estrongiloidíase?

O Strongyloides stercoralis é o único helminto capaz de completar seu ciclo de vida

dentro do seu hospedeiro. Nem todas as larvas nascidas no intestino serão excretadas

nas fezes. Algumas delas conseguem penetrar a mucosa do cólon ou a pele da região

perianal e retornar à circulação sanguínea, indo em direção aos pulmões. Deste modo,

o paciente fica se auto-infectando, tornando possível a perpetuação da parasitose.

4) Como ocorre a transmissão da estrongiloidíase?

A transmissão da estrongiloidíase ocorre quando as larvas filarioides infectantes pene-

tram através da pele. Elas também podem penetrar pelas mucosas da boca e do esô-

fago. Em pessoas que não utilizam calçados, essa penetração geralmente ocorre pelos

pés. Esse parece ser o método de transmissão mais frequente, principalmente em zo-

nas endêmicas. Nesses casos nós chamamos de hetero ou primo-infecção.

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Também há a possibilidade de ocorrer a autoinfecção externa, ou exógena. Ela ocorre

quando as larvas rabditoides presentes na região perianal de indivíduos infectados

transformam-se em larvas filarioides infectantes e penetram nesse local, completando

o ciclo direto. Essa maneira de infecção é mais comum em crianças, idosos ou pacien-

tes que utilizam fralda. Ou ainda em pacientes que apresentam dificuldade de higieni-

zação da região perianal.

Já a autoinfecção interna, ou endógena, ocorre quando as larvas rabditoides, ainda no

lúmen intestinal, transformam-se em larvas filarioides e penetram na mucosa intestinal

do intestino grosso. Esse é um dos principais mecanismos que pode levar à cronicida-

de da doença. Ela pode ocorrer muitas vezes em pacientes com imunossupressão.

Quando há aceleração da autoinfecção, podemos observar um grande aumento do

número de parasitas no intestino e nos pulmões, levando à hiperinfecção. Essa é uma

forma muito grave da doença, potencialmente fatal.

5) Quais são os sintomas da estrongiloidíase?

As manifestações clínicas da estrongiloidíase estão relacionadas aos locais pelos quais

o Strongyloides entra, ou passa, no organismo humano. Abaixo vamos subdividir para

facilitar a compreensão:

 Pele

A lesões cutâneas podem ser discretas e passar despercebidas. Em outras pessoas

elas podem se manifestar como pontos ou placas eritematosas. Essas lesões geral-

mente aparecem no local de penetração, como nos pés.

 Pulmões

Como as larvas podem passar pelos pulmões (ciclo pulmonar), podemos encontrar lo-

cais com hemorragias petequiais ou profusas. Também podem ser observadas lesões

inflamatórias e pneumonite difusa, característica da síndrome de Loeffler. Nos casos


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mais graves pode haver derrame pleural que pode ser agravado caso as larvas perma-

neçam por mais tempo nos pulmões.

 Intestino

Como são nematoides intestinais, grande parte da sintomatologia é manifestada no in-

testino delgado. Mais especificamente, no duodeno e no jejuno podemos diversos

pontos de lesão mecânica, histolítica e irritativa. Isso tudo pode produzir processos in-

flamatórios, hemorrágicos, ulcerações, congestão, edema, perda de pregas e vilosida-

des, entre outras características. Em muitos casos ocorrem diarreicas mucossanguino-

lentas.

6) O que é estrongiloidiase disseminada (ou Síndrome de Hiperinfecção por

Strongyloides)?

A estrongiloidíase é assintomática, ou oligossintomática. Mas em alguns casos especí-

ficos a infecção por Strongyloides stercoralis pode desenvolver quadros muito graves.

Nós chamamos de síndrome de hiperinfecção e/ou disseminação. A estrongiloidíase

também pode persistir por décadas no hospedeiro, não sendo diagnosticada. Os ca-

sos de Síndrome de Hiperinfecção por Strongyloides (SHS) são caracterizados pelo

aumento do número de larvas que são excretadas nas fezes ou no escarro. Isso ocorre

em conjunto com outros sintomas do trato gastrointestinal e respiratório. Normalmente

nesta fase da doença as larvas estão confinadas nos locais nos quais o ciclo parasitá-

rio ocorre, como pele, pulmões e intestino. Mas quando as larvas são encontradas em

outros órgãos, como, por exemplo, cérebro, fígado e rins, a estrongiloidíase passa a

ser conhecida como a forma disseminada. Nesses casos a forma da estrongiloidíase é

considerada como a mais grave e de maior índice de mortalidade.

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7) Como é feito o diagnóstico da estrongiloidíase?

A estrongiloidíase produz sintomas que se assemelham a outras doenças. Então, o di-

agnóstico clínico é incerto, devendo ser solicitado um exame parasitológico de fezes.

O exame de fezes é o principal recurso para comprovar a presença de estrongiloidíase.

Nesse caso deve ser realizada a pesquisa de larvas rabditoides, não ovos.

Os métodos de enriquecimento de Baermann e o de Rugais são os mais adequados.

Eles se baseiam no hidro e termotropismo das larvas rabditoides de Strongyloides. Es-

ses métodos são bem simples e rápidos, com respostas dentro de uma ou duas horas.

Resumidamente, a matéria fecal é posicionada sobre uma tela forrada de gaze. Esse

conjunto é colocado em contato com água morna, e as larvas migram para a água e

sedimentam.

Também pode ser utilizados métodos de cultura de larvas (coprocultura), como o de

Harada-Mori (em tubos de ensaio).

Alguns métodos imunológicos, como o teste de ELISA, também podem ser utilizados

8) Qual o tratamento da estrongiloidíase?

O tratamento da estrongiloidíase é um dos mais difíceis dentre as infecções causadas

por nematoides. Por exemplo, o mebendazol em doses eficazes para outros parasitas,

não atua sobre o Strongyloides stercoralis. Segue abaixo um resumo com as principais

drogas utilizadas na estrongiloidíase:

1) Ivermectina: substância de escolha no tratamento de indivíduos imunossuprimidos.

Nos casos de autoinfecção interna, em que há constipação intestinal, é importante que

o paciente receba, além da terapêutica específica, um laxativo para restabelecimento

do funcionamento intestinal. Contraindicada durante gestação e lactação

2) Albendazol: atua sobre as fêmeas partenogenéticas e larvas. Também age contra

outros nematoides intestinais. Não deve ser administrado nas formas disseminadas.

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3) Tiabendazol: recomendado nos casos de hiperinfecção. Ele atua somente sobre as

fêmeas partenogenéticas, inibindo suas vias metabólicas.

4) Cambendazol: atua sobre as fêmeas partenogenéticas e larvas

Questionário sobre Enterobíase

O que é enterobíase?

Enterobíase é uma das infecções intestinais mais comuns do mundo, presente mesmo

em países desenvolvidos. A infecção é causada pelo verme nematódeo Enterobius

vermicularis, também chamado de oxiúro.

2) Por que a enterobíase também pode ser chamada de oxiuríase?

Nome científico e popular

5) Como é o ciclo de vida da enterobíase?

Todo seu ciclo reprodutivo ocorre dentro do sistema gastrointestinal humano. Os ovos

ingeridos eclodem no duodeno e crescem rapidamente para 140-150 micrometros, mi-

grando para o intestino em direção ao cólon. Eles fazem duas "mudas" e se tornam

adultos. As fêmeas adultas geralmente chegam a 8-13mm e vivem 5 a 13 semanas en-

quanto os machos chegam a apenas 2 a 5mm e vivem apenas 7 semanas, após a fase

reprodutiva no íleo. As fêmeas se espalham pelo intestino e produzem mais de 10.000

ovos cada, depositando-os no reto e morrendo pouco depois.[2]

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6) Qual o tipo de ciclo da enterobíase?

Monoxenico

8) Como são os ovos de Enterobius vermicularis?

OVO: Forma de um D. Possui membrana dupla e transparente, com larva dentro. 

9) Quais são os sintomas da enterobíase?

O sintoma mais comum da enterobiose é a coceira no ânus, principalmente durante a

noite, pois é o período em que o parasita se movimenta até o ânus. Além da coceira

anal, que muitas vezes é intensa e atrapalha o sono, outros sintomas podem aparecer

caso haja grande quantidade de parasitas, sendo os principais:

Enjoo; Vômito; Dor na barriga; Cólica intestinal; Pode haver sangue nas fezes.

10) Qual o tratamento da enterobíase?

O tratamento para enterobiose é orientado pelo médico, que prescreve medicamentos

vermífugos como o Albendazol ou o Mebendazol, usados em dose única para eliminar

os vermes e os ovos que infectam o organismo. Ainda é possível de passar uma po-

mada anti-helmíntica no ânus, como tiabendazol por 5 dias, o que ajuda a potencializar

o efeito do remédio.

Outra opção é a Nitazoxanida, que atinge ainda outra grande quantidade de parasitas

intestinais, e é usado por 3 dias. Seja qual for o medicamento utilizado, é recomendado

que seja feito o exame novamente, para verificar se ainda há sinais de infecção e, em

caso positivo, realizar novamente o tratamento.

11) Como ocorre a transmissão da enterobíase?


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A transmissão do oxiúrus acontece por meio da ingestão dos ovos desse parasita por

meio de alimentos contaminados ou por colocar a mão suja na boca, sendo mais fre-

quente disso acontecer em crianças entre 5 e 14 anos. Além disso é possível ser con-

taminado por meio da inalação dos ovos que podem ser encontrados dispersos no ar,

já que são bastante leves, e contato com superfícies contaminadas, como roupas, cor-

tinas, lençóis e tapetes.

É possível também que haja auto-infecção, sendo mais comum nos bebês que usam

fralda. Isso porque caso o bebê esteja infectado, após fazer cocô, pode tocar na fralda

suja e levar à mão na boca, ficando novamente infectado.

12) Como é a prevenção da enterobíase?

Para evitar a infecção por enterobiose, é necessário tomar precauções simples, como

ter bons hábitos de higiene, cortar as unhas das crianças, evitar roer unhas, além de

ferver as roupas das pessoas infectadas para impedir que seus ovos contaminem ou-

tras pessoas, pois eles podem ficar até 3 semanas no ambiente podendo ser transmiti-

do para outras pessoas.

Também é importante lavar as mãos sempre que for preparar alimentos, e após o uso

de vaso sanitário. Desta forma, além da enterobiose, diversas outras infecções por

vermes, amebas e bactérias podem ser evitadas.

Questionário Himenolepíase

O que é himenolepíase?

Hymenolepis nana é uma espécie de tênia que mede de 15 a 40 mm.[1] Infecta seres

humanos e roedores - possivelmente ratos causando a himenolepíase.

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2) Como é o ciclo biológico do Hymenolepis nana?

Possui dois tipos de ciclo de vida: Ciclo monoxênico, mais frequente e não necessita

de hospedeiro intermediário , onde os ovos são eliminados juntamente com as fezes e

podem ser ingeridos pelo ser humano e ao passarem pelo estomago, os embrióforos

são semidigeridos pelo suco gástrico; daí chega ao intestino delgado onde eclodem e

penetram nas vilosidades do jejuno ou íleo, dando, em quatro dias uma larva cisticer-

cóide. Após 10 dias esta larva está madura, sai da vilosidade, desenvagina-se e fixa-se

à mucosa intestinal através do escólex. Com apenas 20 dias estes vermes já estão

adultos e possui vida curta onde 14 dias depois morre e são eliminados.

Ciclo heteroxênico, necessita de hospedeiros intermediários, representados por insetos

(pulgas e coleópteros) que suas larvas ingerem ovos presentes no meio externo. Ao

chegarem no intestino desses hospedeiros intermediários, liberam a oncosfera, que se

transforma em cisticercóide. Humanos podem acidentalmente ingerir o inseto conten-

do o parasito e ao chegarem ao intestino delgado desenvaginam-se, fixam-se à muco-

sa e 20 dias depois já são vermes adultos. (NEVES, 2002).

Apesar de ser conhecido muitas vezes como uma tênia, o gênero Hymenolepis perten-

ce à família Hymenolepididae, e não à Taeniidae. Seus ovos podem sobreviver mais de

10 dias em um ambiente externo. Quando seus ovos são ingeridos por meio de água

contaminada, alimentos, e mão contaminada por fezes, são levados até a mucosa in-

testinal se transformando em larva. A forma adulta pode viver de 4 a 8 semanas.

3) Quais são os sintomas da himenolepíase?

Ingestão de ovos, ingestão de larvas (hiperinfecção - auto-infecção interna retroperis-

taltismo). Agitação, insônia, irritabilidade, sintomas nervosos e etc. Ação reflexa e libe-
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ração de toxina: excitação do córtex cerebral: ataques epiléticos. Grande produção de

muco com ação imunológica específica (humoral e celular).

4) Como é feito o diagnóstico da himenolepíase?

É feito através da identificação microscópica dos ovos nas fezes. Sendo às vezes ne-

cessário repetir o exame para fechar o diagnóstico.

5) Qual o tratamento da himenolepíase?

O tratamento é eficaz com os medicamentos praziquantel, Teniacid ou niclosamida.

6) Como ocorre a transmissão do Hymenolepis nana?

A infecção por esse parasita é feito por meio do consumo de alimentos e água conta-

minada, sendo assim importante adotar algumas medidas preventivas, como lavar as

mãos e os alimentos antes de prepará-los.

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