Você está na página 1de 60

Assistência de Enfermagem nas Doenças do

Sistema Cardiovascular

ENFERMAGEM EM CLÍNICA MÉDICA


Aula 12

Lorena Carine, Enfermeira pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).


Pós Graduada em Enfermagem do Trabalho e Pós Graduada em Gestão Hospitalar.
Docente da Grau Técnico.
Revisão Sistema Cardiovascular

ENFERMAGEM EM CLÍNICA MÉDICA


Aula 12
Precórdio

• O precórdio é a área de apresentação cardíaca na parede torácica


anterior, de modo que:
• As cavidades cardíacas que se localizam no tórax anterior, são:
o átrio D, ventrículo D, átrio E, ventrículo E.

• A ponta corresponde ao ventrículo E.


Câmaras cardíacas

• Diástole: fase de relaxamento; normalmente é denominada o período


de enchimento ventricular.

• Sístole: refere-se aos eventos no coração durante a contração dos átrios


e dos ventrículos.
Câmaras cardíacas

• As quatro valvas no coração possibilitam que o sangue flua em apenas


um sentido.

• Abrem e fecham em resposta à movimentação do sangue e às


alterações da pressão nas câmaras.
Valvas cardíacas
• Valvas atrioventriculares:

Separam os átrios dos ventrículos;

A valva tricúspide é composta por três


válvulas → separa o átrio direito do
ventrículo direito;

A valva mitral ou bicúspide encontra-


se entre o átrio esquerdo e o
ventrículo esquerdo.
Valvas cardíacas
• Valvas semilunares:

São compostas por três válvulas → formato


similar ao de meias-luas.

A valva entre o VD e a artéria pulmonar →


valva pulmonar.

A valva entre o VE e a aorta é → valva aórtica.

As valvas semilunares são fechadas durante a


diástole.
OBSERVAR REGIÃO TORÁCICA SEGUIR UMA
INSPEÇÃO E
E O PONTO DE IMPULSO SEQUÊNCIA
PALPAÇÃO
MÁXIMO: ICTUS CORDIS ORDENADA

INICIANDO NA BASE DO
CORAÇÃO EM DIREÇÃO
AO ÁPICE.
Ictus Cordis

• Ictus cordis ou choque de ponta é o levantamento periódico da zona de


projeção da ponta do coração, sincrônico com a sístole cardíaca,
levantamento que se vê, se palpa ou, às vezes, apenas se palpa.

• Em condições normais, a ponta corresponde ao ventrículo esquerdo.


Avaliação do sistema cardiovascular

• Distúrbios Cardiovasculares relacionados:

Arritmias;
Doença da artéria coronária;
Distúrbios inflamatórios e infecciosos do coração;
Insuficiência cardíaca;
Choque cardiogênico.
EXAME FÍSICO
CARDIOVASCULAR
Exame Físico

• O tórax ficará despido.

• Em se tratando de pessoa do sexo feminino, poder-se-á utilizar uma


camiseta, que será levantada ou abaixada, com descobrimento parcial
do busto.

• Preferencialmente, devem ser realizadas a inspeção e a palpação


simultaneamente,
Exame Físico

• Aspectos do exame físico pertinentes ao aparelho cardiovascular:

Alterações da coloração da pele e mucosas;


Edema;
Perfusão periférica;
Exame dos pulsos arteriais e venoso jugular;
Aferição da pressão arterial;
Inspeção, palpação e ausculta do precórdio.   
Sintomas

A) DOR TORÁCICA: pode ser de origem aórtica; Dor psicogênica; Dor de


isquemia miocárdica.

B) PALPITAÇÕES: tremor do coração; batimentos mais fortes


* Decorrentes de transtornos do ritmo e da frequência cardíaca.
Sintomas

 
C) DISPNÉIA: Cansaço, falta de ar ou respiração difícil

D) OUTROS: Tosse e expectoração, roncos e sibilos, hemoptise, tontura,


alterações do sono, edema, astenia.
Exame Físico

• Preparo: O paciente é posicionado em decúbito dorsal, ficando o


examinador do seu lado direito.

• Mantenha a privacidade do paciente.

• Higienizar as mãos.
Exame Físico

• Materiais: Bandeja, algodão com álcool, estetoscópio.

• Sequência do exame (iniciar perifericamente em direção ao coração):


1) Vasos do pescoço; 2) Precórdio

• Semiotécnica: inspeção, palpação e ausculta


Exame Físico
• Inspecionar: pulsações visíveis e exageradamente elevadas.
Exame Físico

• Observar as veias periféricas para identificação


de varicosidades, inflamações e aumento da
sensibilidade decorrente de tromboflebite. 
Exame Físico
• Consiste em comprimir a
polpa do dedo contra a unha
até esta ficar branca e libertar
a pressão. A recoloração faz-
se normalmente em cerca de
2 segundos.

• Dificilmente um paciente
grave, hipotenso terá seu
tempo de enchimento
capilar menor que dois ou
três segundos.
Isquemia
• A isquemia aguda de membro é uma emergência vascular
importante devido à rápida diminuição da perfusão do
membro, que se traduz numa potencial ameaça à sua
viabilidade. A maioria dos casos é causada por trombose
arterial por consequência da progressão da placa
aterosclerótica, ou por embolia.

• Os sinais e sintomas típicos são 6 Ps: pain (dor), pallor


(palidez), poikilothermia (poiquilotermia), paralysis (paralisia),
paresthesia (parestesia) e pulselessness (ausência de pulsos).

• A inviabilidade do membro requer amputação.


Edema
• O edema pode ser generalizado ou local (p. ex., limitado a um único
membro ou a parte deste). 

• Pacientes com edema decorrente de insuficiência cardíaca (causa


comum) geralmente desenvolvem dispneia aos esforços, ortopneia e
dispneia paroxística noturna. Os pacientes com edema decorrente
de trombose venosa profunda (TVP) com frequência sentem dor na
perna.

• A ingestão excessiva de sódio exógeno também pode contribuir.


Edema
• A pesquisa do edema é feita por meio da inspeção e palpação. Na
inspeção observamos o aumento do volume da região, o
desaparecimento de proeminências ósseas e marcas de correntes,
roupas ou calçados.

• Na palpação realizamos a compressão digital de uma superfície óssea,


que implica na depressão da região comprimida, o chamado sinal de
Godet.
Pulsos Periféricos

• Palpam-se os pulsos periféricos principais em braços e pernas para


avaliar simetria e volume (intensidade). A ausência de pulsos pode
sugerir doença arterial (aterosclerose) ou embolia sistêmica.

• Entretanto, pode ser difícil a percepção dos pulsos periféricos em


indivíduos obesos e musculosos.

• O pulso é rápido e amplo no hipertireoidismo e estados


hipermetabólicos; é lento e atenuado no hipotireoidismo.
Pulsos Periféricos

• Ictus cordis impalpável: enfisema pulmonar,


obesidade, grandes mamas, musculatura muito
desenvolvida.

• COMORBIDADES ASSOCIADAS: o deslocamento


do ictus cordis indica dilatação e/ou hipertrofia
de ventrículo esquerdo, como ocorre na
hipertensão arterial e insuficiência aórtica, por
exemplo.
Exame Físico

• A ausculta do coração detecta sons cardíacos normais, sons extra


cardíacos e murmúrios.

• Observar a presença de arritmias.

• Murmúrios cardíacos: Sibilos contínuos ou sons de sopro.


Exame Físico

• Na ausculta, avalia-se todo o precórdio, com atenção aos focos: aórtico,


pulmonar, tricúspide e mitral e alterações dos sons produzidos durante
as bulhas cardíacas.

• Bulhas Cardíacas Normais ( 1º = B1 e 2º = B2 )


Exame Físico

• B1: fechamento simultâneo das valvas mitral e tricúspide. (som de


‘‘tum’’).

• B2: fechamento das valvas aórtica e pulmonar. (som de ‘‘tá’’).


Exame Físico

• RITMO CARDÍACO:

Duas bulhas = dois tempos = binário

Terceiro ruído = três tempos = ritmo tríplice    


TUM-TA-TU _ TUM-TA-TU _ TUM-TA TU 
Exame Físico

• SOPROS:
• Alterações dos vasos, das câmaras cardíacas, das valvas, estreitamentos,
dilatações, malformações; 
• Alterações do sangue (anemia);
• TIPOS: Sistólicos/Diastólicos 

• ATRITO PERICÁRDICO:
Ruído provocado pelo roçar dos folhetos que perderam sua características normais.
Frequência cardíaca

• Freqüência cardíaca ou ritmo cardíaco é o número de vezes que o


coração bate por minuto.

• É expressa em bpm: batimentos por minuto.

• Deve ser medida em repouso.


  
Frequência cardíaca

TÉCNICA: lavar as mãos; orientar paciente quanto ao exame.

Palpação do ictus-cordis ou pulso radial: CONTAR POR UM MINUTO!

Valor normal: entre 60 e 100 bpm.


Número de batimentos abaixo de 60 bpm >> Bradicardia. 
Número de batimentos acima de 100 bpm >> Taquicardia.
Pressão arterial

O braço deve encontrar-se sempre na altura do coração.


 
Conceito: Força exercida pelo sangue contra a parede das artérias.    
Pressão arterial

Componentes: 

- Pressão sistólica: Pressão mais elevada observada nas artérias durante a


fase sistólica do ciclo cardíaco.

- Pressão diastólica: Pressão mais baixa detectada na aorta e seus ramos


durante a fase diastólica do ciclo cardíaco.    
Pressão arterial
Sons de Korotkoff 

Fase I: surgimento dos primeiros sons (pequena intensidade e alta


freqüência).  
Fase II: sons suaves e prolongados. Podem ser inaudíveis (hiato
auscultatório).  
Fase III: sons mais intensos e nítidos (hiato auscultatório).  
Fase IV: sons de baixa intensidade e abafados (níveis de pressão da bolsa
discretamente > pressão diastólica).  
Fase V: desaparecimento dos sons.
Pressão arterial
• Fatores que influenciam a PA:

Sobrecarga física e emocional;


Fumo;
Consumo de bebidas alcoólicas;
Colocação inadequada do manguito e local inadequado da medida da PA;
Emprego inadequado do estetoscópio;
Posicionamento do paciente.  
Pressão arterial
• Certificar-se de que o paciente:  

    a. Não está com a bexiga cheia  


    b. Não praticou exercícios físicos  
    c. Não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos ou fumou até
30 minutos antes da medida.
    d. Está ou não sentindo alguma dor
3. Deixar o paciente descansar por 5-10 minutos em ambiente calmo com
temperatura agradável. 
4. Localizar a artéria braquial por palpação.  
Pressão arterial
•  Colocar o manguito adequado firmemente, cerca de 2 a 3cm acima da
fossa antecubital, centralizando a bolsa de borracha (manguito) sobre a
artéria braquial. 

• Manter o braço do paciente na altura do coração;


Pressão arterial

• Palpar o pulso radial, inflar o manguito até o desaparecimento do pulso


para estimação do nível da pressão sistólica, desinsuflar rapidamente e
aguardar de 14 a 30 segundos antes de inflar novamente. 

• Colocar as olivas do estetoscópio nas orelhas. 


Pressão arterial
• Identificar a artéria braquial e posicionar a campânula do estetoscópio
suavemente sobre ela evitando compressão excessiva. 

• Solicitar ao paciente que mantenha o braço relaxado e não fale durante


o processo. 
Pressão arterial

• Inflar rapidamente, de 10 em 10mmHg, até ultrapassar 20 a 30mmHg, o


nível estimado da pressão sistólica. 

• Proceder à deflação a velocidade constante inicial de 2 a 4mmHg/seg. 

• Após a determinação de PA sistólica (PS), aumentar para 5 a


6mmHg/seg, evitando congestão venosa e desconforto para o paciente. 
Pressão arterial

• Determinar a PS no momento do aparecimento do primeiro som (Fase I


de Korotkoff) que se intensifica com o aumento da velocidade de
deflação. 

• Determinar a Pressão Diastólica (PD) no desaparecimento do som (Fase


V de Korotkoff). Auscultar cerca de 20 a 30mmHg abaixo do último som
para confirmar o seu desaparecimento e depois proceder à deflação
rápida e completa. 
Pressão arterial
• Registrar os valores, complementando com a posição do paciente,
tamanho do manguito, e o braço em que foi feita a mensuração. Deverá
ser registrado evitando-se arredondamentos.  

• Esperar alguns minutos antes de realizar novas medidas. Orientar para


que o paciente faça movimentos de fechar e abrir as mãos para
restabelecer adequadamente a circulação local.

• Lave as mãos novamente ao término. 


Pressão arterial
• Descrição do exame normal:

REGISTRO DO EXAME NORMAL: Pulsos arteriais palpáveis, simétricos,


artérias sem alterações.  Bulhas cardíacas rítmicas, normofonéticas em
dois tempos, sem sopros.

PA: 120x80 mmHg, deitado, MSD (membro Superior Direito) ou MSE


(Membro Superior Esquerdo). Em caso de crianças, acrescentar os
centímetros do manguito.  
Hemorragias

• Podem ser definidas como uma considerável perda do volume sanguíneo


circulante.

• O sangramento pode ser interno ou externo e em ambos os casos é perigoso.

• Inicialmente, as hemorragias produzem palidez, sudorese, agitação, pele fria,


fraqueza, pulso fraco e rápido, baixa pressão arterial, sede, e por fim, se não
controladas, estado de choque e morte.
Hemorragias

• Técnica de compressão direta: Controle a hemorragia fazendo uma


compressão direta sobre a ferida que sangra com sua mão (protegida
por luva descartável), ou ainda, com a ajuda de um pano limpo ou gaze
esterilizada, para prevenir a infecção. 

• Técnica da Elevação do ponto de sangramento: Mantenha a região que


sangra em uma posição mais elevada que o resto do corpo, pois
contribuirá para diminuir o fluxo de sangue circulante e,
consequentemente, o sangramento.
Hemorragias

• Técnica da compressão sobre os pontos arteriais: Caso a hemorragia for


muito intensa e você não conseguir fazer parar a saída do sangue, tente
controlar o sangramento pressionando diretamente sobre as artérias
principais que nutrem de sangue o local lesionado.  
Vídeos

• https://www.youtube.com/watch?v=U-xckwr-5KQ
Referências

• http://www.famaz.edu.br/portal/wp-content/uploads/2017/08/04-Precordio.pdf
• https://semiologiamedica.ufop.br/aparelho-cardiovascular#:~:text=Exame%20cardiovascular%3A,palpa%C3%A7%C3%A3o%20e%20ausculta%20
do%20prec%C3%B3rdio
.
• https://www.sanarmed.com/semiologia-cardiovascular
• https://www.lecturio.com/pt/concepts/isquemia-aguda-de-membro/#:~:text=Os%20sinais%20e%20sintomas%20t%C3%ADpicos,pulselessness
%20(aus%C3%AAncia%20de%20pulsos
).
• https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/sintomas-de-doen%C3%A7as-cardiovasculares/edema

• BARROS, Alba Lucia Botura Leite de. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem no adulto. In: Anamnese e exame físico:
avaliação diagnóstica de enfermagem no adulto . 2016. pág. 471-471.

• Material Romulo Passos


Atividade
1. Quais são os locais para verificação de pulso?
2. Diferencie sístole de diástole.
3. Quais os valores de referência normais e anormais da frequência cardíaca?
4. As quatro valvas cardíacas permitem que o sangue flua em vários sentidos
no coração. Verdadeiro ou Falso?
5. Quais fatores influenciam na medida da PA?
6. Quais são os sinais e sintomas de hemorragia?
7. Escolha e descreva 1 técnica para contenção de hemorragias.

Você também pode gostar