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Data: 09/04/2020
Nome: Leticia Borges Seidenfuss
1). Explique a patogenia das alterações que ocorrem na insuficiência cardíaca congestiva. (1,5)
A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) desenvolve-se lentamente, com uma perda gradual da eficácia de
bombeamento cardíaco e inicia-se pelo desenvolvimento da doença cardíaca (miocárdica, valvular ou congênita
e etc.) ou pelo aumento da carga de trabalho associada a doença pulmonar, renal ou vascular. A redução do
fluxo sanguíneo renal leva à hipóxia nos rins, aumentando a liberação de renina, resultando na liberação de
aldosterona (pela adrenal). Os resultados da ação da aldosterona são a retenção de água e sódio, seguida pelo
aumento de volume plasmático, como o acúmulo de líquido causando edema. Esta hipóxia também estimula o
aumento da eritropoese, causando policitemia, tornando o sangue mais viscoso, então a dilatação e a hipertrofia
e o aumento da frequência cardíaca podem compensar, de certa forma, o aumento da carga de trabalho.
Observa-se: lento desenvolvimento, há adaptação do coração, lesões extra-cardíacas, perda dos mecanismos de
compensação. Causas: Patologias do endocárdio e do miocárdio. Cães: Cardiomiopatia dilatada, endocardiose,
endocardite, miocardite, cardiomiopatia congênita, tumores e infarto. Bovinos: Reticulopericardite traumática,
leucose enzoótica bovina, endocardite, intoxicação por ateleia e ionóforos e deficiência de vitamina E e
selênio.) IC direita: Resulta na congestão hepática (fígado de noz moscada) e a uma retenção de água e sódio
mais grave do que na insuficiência cardíaca do lado esquerdo. Há edema subcutâneo ventral nos equinos e
ruminantes, ascite nos cães e hidrotórax nos gatos. IC esquerda: Resulta em edema crônico, hemossiderose
(pigmento resultante da degradação das hemácias) e fibrose.
ENDOCARDIOSE: Também conhecida como degeneração mixomatosa ou mucoide das válvulas, é uma
importante doença valvular, frequentemente diagnosticada em cães. Todas as válvulas cardíacas podem ser
acometidas, contudo, sua ocorrência é mais elevada na válvula atrioventricular esquerda (mitral) e menos
frequente na atrioventricular direita (tricúspide) e nas semilunares das artérias aorta e pulmona. é conhecida
como doença do cão velho, As consequências da endocardiose valvular irão depender da intensidade do
processo. Quando discreta, não ocorre alteração funcional significativa da válvula, sendo considerada um
achado acidental de necropsia. Contudo, se o processo degenerativo for intenso, alterações funcionais da
válvula ocorrem, levando a um quadro de insuficiência valvular que possibilita refluxo sanguíneo para dentro
do ventrículo ou do átrio. A sobrecarga de volume à qual o ventrículo estará submetido desencadeia um quadro
de hipertrofia excêntrica do ventrículo esquerdo, quando é a válvula mitral que está acometida, ou hipertrofia
excêntrica do ventrículo direito, quando a acometida é a válvula tricúspide
Endocardite é o processo inflamatório do endocárdio. A inflamação pode ser localizada nas válvulas
(endocardite valvular) ou na parede de átrios ou ventrículos (endocardite mural). A endocardite valvular é mais
frequente que a endocardite mural. As causas de endocardites valvulares são geralmente processos inflamatórios
bacterianos em outros locais, como abscessos pulmonares ou hepáticos, metrites, mastites, poliartrites,
periodontites e onfaloflebites. Os agentes bacterianos mais frequentemente isolados são Trueperella
(Arcanobacterium) pyogenes, Streptococus spp (bovinos), Streptoccocus suis e Erysipelothrix rhusiophatiae
(suínos), Streptoccocus equi e Actinobacilus equuli (equinos), Staphiloccocus aureu, Streptococus spp e
Escherichia coli (cães), A lesão inicial consiste em pequenas ulcerações irregulares nas bordas valvulares,
muitas vezes de difícil visualização. Posteriormente, observamse massas de coloração amarelada, acinzentada
(restos celulares e fibrina), de tamanho variável e, às vezes, recobertas por coágulo sanguíneo. As massas são
extremamente friáveis, rompemse com facilidade e, quando retiradas, promovem erosões do endotélio valvular.
As consequências da endocardite valvular são geralmente fatais, podendo ser cardíacas ou sistêmicas
4). Dois cordeiros de aproximadamente 90 dias de idade foram encaminhados para o hospital veteriná rio
com a queixa de claudicaçã o dos membros pélvicos/paresia, decú bito, secreçã o nasal e tosse. Os
cordeiros vivem confinados. Durante a necropsia, observou-se se que mú ltiplos grupos musculares
apresentaram á reas pá lidas e esbranquiçadas. Na microscopia, as miofibras estã o hipereosinofílicas, com
perda das estriaçõ es citoplasmá ticas, e frequentemente com citoplasma flocular e fragmentado. No
citoplasma das miofibras afetadas, há moderada a acentuada quantidade de material granular fino a
denso, basofílico e refringente (mineral). Com base nestes achados, qual o seu diagnó stico? (0,2)
Deficiência de vitamina E e Selênio.
5-). Em uma propriedade onde se formulava a pró pria raçã o (equinos, bovinos e aves), alguns equinos
começaram a apresentar ataxia, andar cambaleante, fraqueza muscular, dificuldade de preensã o do
alimento, decú bito e morte. Durante a necropsia, pode-se observar palidez de alguns mú sculos da coxa e
masseter, além da bexiga com urina de coloraçã o vermelha escura. Durante a anamnese, o responsá vel
pela fabricaçã o da raçã o disse que antes de realizar a “batida” da raçã o dos equinos, ele fez a dos frangos
de corte, pois estava acabando a raçã o para o trato dos mesmos. Levando em consideraçã o estas
informaçõ es, qual o seu diagnó stico (abordar o tipo de alteraçã o muscular e o que levou ao
desenvolvimento da mesma). (0,2)
Intoxicaçã o por antibió ticos ionó foros, em sua composiçã o está presente a monensina que é usada como
aditivo de alimentos e também para o controle de coccídeos em frangos, porém em equinos existe
complicaçõ es pois a monensina atua invertendo a bomba de NA e K, resultando na necrose dos mú sculos
estriados , além de ocasionar degeneraçã o tubular renal ou até mesmo necrose.
6-). Um garanhã o da raça Á rabe, foi colocado em uma central de reproduçã o para coleta de sêmen.
Durante a monta no manequim, o animal, no momento da coleta, caiu em decú bito lateral, começou a
apresentar alguns movimentos de pedalagem e morreu. Durante o exame externo, o mesmo apresentou
palidez acentuada das mucosas. Com base nas doenças estudadas, qual o seu diagnó stico? Qual alteraçã o
macroscó pica confirmaria o seu diagnó stico? (0,2)
RAIVA
7-). Um felino apresentou paralisia sú bita dos membros pélvicos. Durante o exame físico, o veteriná rio
notou que os membros acometidos estavam mais frios; devido à piora no quadro clínico, o animal foi
eutanasiado e encaminhado para necropsia. Durante a necropsia, na bifurcaçã o da aorta abdominal,
observou-se uma estrutura quebradiça. Com base nestes achados, qual o seu diagnó stico? Descreva as
alteraçõ es encontradas no coraçã o (se houver). (0,2)
Cardiomiopatia. Coraçã o aumentado e hipertrofia do ventrículo esquerdo e do septo interventricular.
Tromboembolismo arterial, ou também chamado de tromboembolismo em “sela” , cardiomiopatia
hipertró fica nas câ meras cardíacas.
8-). Um cã o de 13 anos de idade foi encaminhado para necropsia com histó rico de morte sú bita. O animal
estava bem e, quando foi passear na praça, acabou apresentando uma síncope e morte (sem histó ricos de
trauma). Durante a abertura da cavidade torá cica, o saco pericá rdio estava extremamente repleto de
sangue e com coá gulos. Qual a causa da morte deste animal? Quais as alteraçõ es estudadas podem levar a
esse tipo de quadro? (0,2)
Hemopericardio. Pode ser devido a rompimento espontâ neo do á trio em cã es, hemangiossarcoma,
ruptura da aorta intrapericardica em equinos.
11-). O que é atelectasia? Quais sã o os tipos de atelectasia adquirida? Descreva a macroscopia. (0,5)
Distensã o incompleta dos alvéolos pulmonares. Os tipos de atelectasia sã o: atelectasia compressiva,
atelectasia obstrutiva, atelectasia hipostá tica e atelectasia massiva. Os achados macroscó picos sã o:
pulmõ es escuros e colapsados, flá cidos ou firmes. Sã o firmes se há edema concomitante, cuja distribuiçã o
e extensã o variam de acordo com o processo, sendo multifocal em atelectasia congênita, lobular no tipo
obstrutivo e em vá rios graus intermediá rios no tipo compressivo.
14-). Escolha uma doença do sistema respirató rio que afete o pulmã o e descreva as alteraçõ es
macroscó picas, agente etioló gico e patogenia. (1,0)
Mormo
Ag. Etioló gico: Burkholderia mallei
Causa infecçã o do Trato Superior do Aparelho Respirató rio ( Agudo ou Crô nico), os sintomas sã o febre,
dispnéia inspirató ria, tosse e secreçã o nasal catarro-purulenta (sangue) e ocorre pleuro-pneumonia
(morte). Patologia - Macroscopia - Cutâ nea: Nó dulos endurecidos, flutuaçã o de abcessos que rompem e
ulceram, alopecia (aspecto de rosá rio), areas de pneumonia circulares ou nã o, abcessos pulmonares
mú ltiplos, de tamanho variado, formando cavidades, com pus amarelo/acinzentado, espessamento da
pleura, ulceraçõ es no septo cartilaginoso, pequenas nodulaçõ es no baço de conteú do caseoso, de
coloraçã o amarela acinzentado, ulceraçõ es e edema de membros e Poliartrite.
Microscopia: Nó dulos irregulares, circundados por tecido conjuntivo fibroso, infiltrado constituído de
linfó citos, macró fagos e células gigantes, centros de necrose com presença de restos celulares e
neutró filos, á reas de calcificaçã o
15-). Quais os aspectos que devem ser abordados durante a descriçã o das lesõ es? Cite duas alteraçõ es
post-mortem. (1,0)
Distribuiçã o , cor ,consistência, forma ,tamanho, aspectos especiais (peso, som, presença de líquido e
odor) e significado clínico.
Alteraçõ es post mortem: Rigor mortis e embebiçã o por hemoglobina.