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TEXTO 1

Endocardiose

Doença que acomete as valvas atrioventriculares, sendo causada pela afecção das
mesmas através da genética e por colonização de vírus e bactérias. É um processo
degenerativo crônico das válvulas do coração, que aflige principalmente cães. Tal
enfermidade faz com que as valvas se fechem de forma incorreta, o que provoca a
regurgitação sanguínea, ou seja, que o sangue volte para a câmara cardíaca
anterior, ocasionando na sobrecarga.

Uma das consequências da sobrecarga é a diminuição do débito cardíaco. Essa


diminuição faz com que o pulmão e os demais órgãos do corpo do animal não
recebam sangue suficiente, com isso, o organismo utiliza alguns mecanismos de
compensação para normalizar o fluxo sanguíneo e manter a homeostase. Esses
mecanismos normalmente correspondem ao aumento da atividade simpática, como
o aumento da frequência cardíaca e a ativação do SRAA.

A regurgitação causada pela endocardiose traz lesões às paredes das câmaras


cardíacas e as cordas tendinosas, os mecanismos de compensação também podem
lesionar o coração quando executados por um longo período de tempo, aumentando
as câmaras cardíacas e ocasionando a ICC. Outras complicações são o aumento da
pressão arterial e alterações nos pulmões, como edema pulmonar.

Endocardite

Infecção que acomete o endocárdio (camada interna do coração), sendo mais


comum no lado esquerdo. A infecção pode ser causada por bactérias ou fungos,
através da corrente sanguínea. A superfície das valvas cardíacas pode ser infectada
diretamente pelo fluxo sanguíneo, resultando na endocardite aguda, também há a
incidência de endocardite sub-aguda, que se origina pela afecção de uma valva já
lesionada ou doente.

Com a colonização bacteriana, as valvas cardíacas sofrem lesões em sua superfície


e ulcerações, onde o colágeno sub-endotelial é exposto. Começa então processos
de agregação plaquetária, onde são formadas “vegetações” na superfície endotelial.
Essas vegetações correm o risco de se soltarem da superfície e serem bombeadas
na circulação, formando êmbolos e obstruindo as vias sanguíneas. Quando grave,
além dos êmbolos, a endocardite pode causar regurgitação do sangue para as
câmaras cardíacas, perfurações na parede muscular do coração, isquemia e
insuficiência cardíaca, entre outras complicações.
TEXTO 2

Cardiomiopatia dilatada

Cardiomiopatia dilatada é uma doença miocárdica crônica e progressiva em que os


ventrículos do coração distendem, deixando a parede muscular cardíaca
enfraquecida, resultando em disfunção sistólica e diastólica que podem suscitar em
arritmias, insuficiência cardíaca congestiva e, em casos graves, a morte do animal.
Essa cardiomiopatia pode ser primária ou secundária (quando induzida por drogas
ou toxinas ou genética).

O ciclo cardíaco se torna menos vigoroso com o enfraquecimento das câmaras, o


que diminui a quantidade de sangue que é bombeado para o corpo. A fim de
normalizar o fluxo sanguíneo há a ativação de mecanismos compensatórios, que
agem em conjunto com o ciclo para manter o débito cardíaco. Esses mecanismos
são reguladores que irão aumentar a pressão arterial, o volume sanguíneo e o ritmo
cardíaco para manter o funcionamento do coração, mas com o tempo a capacidade
contrátil do mesmo vai se deteriorando progressivamente devido ao estresse gerado
pelo uso contínuo dos mecanismos.

A diminuição da função circulatória afeta diretamente outros órgãos e tecidos. A


fraca circulação causa fraqueza, desmaios, tosse, dispnéia, letargia, podendo
evoluir para insuficiência cardíaca, gerar o acúmulo de fluídos nas pernas, abdômen
e pulmão, sobrecarregar o sistema linfático devido ao excesso de líquidos
transportados e o aumento da atividade simpática induz uma maior produção de
hormônios.

Cardiomiopatia hipertrófica

Cardiomiopatia hipertrófica é uma doença miocárdica onde o ventrículo esquerdo do


coração sofre hipertrofia, ou seja, sua parede muscular distende, ficando mais
espessa e acarretando na diminuição do espaço da câmara cardíaca. Essa
diminuição compromete o preenchimento diastólico do ventrículo, fazendo com que
o volume sanguíneo seja menor que o necessário para o funcionamento normal do
organismo, além disso, compromete também a função sistólica, podendo ocorrer
regurgitação do sangue na valva mitral.

A obstrução do fluxo sanguíneo devido a hipertrofia e aos possíveis refluxos pode


lesionar as camadas internas da câmara, gerando coágulos sanguíneos que
futuramente podem formar trombos em diversas partes do corpo. Outras
complicações também podem se manifestar como o acúmulo de fluidos nos
pulmões, comprometendo a troca gasosa; hipertensão devido ao aumento da
pressão recebida pela artéria e o desenvolvimento de arritmias e da insuficiência
cardíaca congestiva (ICC), que pode evoluir para insuficiência cardíaca grave.
TEXTO 3

Edema pulmonar

O edema pulmonar é uma doença causada pelo excesso de líquidos dentro dos
pulmões, podendo ocorrer por diversos fatores distintos - como a sobrecarga do
volume vascular, a queda da pressão oncótica, o aumento da permeabilidade
vascular - ou pela combinação dos mesmos ou podendo ter origem cardiogênica
(por alguma condição cardíaca). O acúmulo de líquidos se forma inicialmente no
interstício pulmonar e vai progredindo até os alvéolos e vias aéreas.

Esse acúmulo nos alvéolos pulmonares prejudica a ventilação e as trocas gasosas,


causando dificuldades respiratórias ao animal e hipoxemia. Como resposta à falta
de oxigênio nos tecidos, pode haver a ativação do sistema simpático, onde são
feitas a produção de hemácias e o aumento da pressão arterial para garantir a
entrega de oxigênio a todos os tecidos. A falta de oxigênio no organismo causam
tremores, dispnéia, tosse, letargia e aceleram o batimento cardíaco. O edema
apresenta gravidade extrema quando percebe-se a saída de líquido espumoso de
coloração rósea pela boca ou nariz do animal, representando hipoxemia com
inundação alveolar.

Pneumonia

A pneumonia é caracterizada por qualquer inflamação que afeta os pulmões,


causada pela entrada de agentes infecciosos (bactérias, fungos, vírus) nos espaços
alveolares, onde ocorrem as trocas gasosas. Também pode ser causada pela
aspiração de material sólido ou líquido para os pulmões, como alimentos ou
conteúdo estomacal, comprometendo a função pulmonar pela obstrução mecânica e
causando o processo inflamatório.

A enfermidade é uma resposta inflamatória do organismo em relação à presença


dos agentes infecciosos nos alvéolos, brônquios e bronquíolos. Essas alterações
diminuem a capacidade respiratória e comprometem a função de troca gasosa,
causando grandes desconfortos respiratórios e mal funcionamento de outros órgãos
e sistemas em virtude da hipóxia gerada.
TEXTO 4

Acidose e Alcalose

A acidose é caracterizada pelo excesso de produção de ácido acumulada no


sangue, podendo ser metabólica (quando há perda excessiva de bicarbonato no
sangue) ou respiratória (quando há o acúmulo de dióxido de carbono no sangue
consequente de insuficiência pulmonar).

A alcalose é uma condição de excessiva alcalinidade sanguínea, acarretada pelo


excesso de bicarbonato no sangue, pela perda de ácido (metabólica) ou por um
baixo nível de dióxido de carbono provocada pela hiperventilação (respiratória).

A alcalose metabólica pode ser causada por vômito gástrico, desidratação,


diminuição do líquido extracelular, overdose de bicarbonato, também pode se
desenvolver quando ocorre grande perda de eletrólitos, afetando a capacidade renal
de manter o equilíbrio ácido-base do sangue. A alcalose respiratória ocorre quando
há uma hiperventilação, provocando uma eliminação excessiva de dióxido de
carbono do sangue, suas causas variam desde o calor e a ansiedade até lesões do
SNC e anemia pronunciada

Com o aumento da acidez no sangue, o organismo é estimulado a produzir uma


respiração rápida e profunda como uma forma de compensação respiratória,
aumentando assim os níveis de CO² exalados, o que eleva o pH sanguíneo de volta
ao normal. Os rins também tentam regular o pH, aumentando a quantidade de ácido
excretado na urina. A produção prolongada de ácido em excesso no sangue pode
superar os mecanismos de compensação, resultando em acidose grave e podendo
dar origem a outras complicações, como problemas cardíacos e coma.
TEXTO 5

Anemia e Policitemia

A anemia é a redução da concentração de hemoglobina do sangue, abaixo dos


valores considerados normais. Sendo raramente uma doença primária, a anemia
normalmente é o resultado de alguma alteração primária ou por processos
generalizados, como doenças renais, parvovirose, leptospirose, hemorragias,
deficiência nutricional, intoxicações, entre outros.

Com a diminuição da hemoglobina, o transporte de oxigênio feito pelas hemácias é


prejudicado, fazendo com que os tecidos não recebam a quantidade adequada de
oxigênio para manter seu funcionamento normal. O metabolismo do ferro é alterado
pelo aumento da hepcidina, que inibe a absorção e a reciclagem do ferro como
forma de manter o transporte de oxigênio, e assim prejudica a síntese de
hemoglobina. Os sinais clínicos dependem do grau e da causa da anemia, sendo os
mais comuns a dispnéia, a intolerância ao exercício, a palidez das mucosas, o
aumento da frequência cardíaca e respiratória.

A policitemia é o aumento do número de eritrócitos acima dos valores normais do


organismo, podendo ser classificado em absoluta (primária e secundária) e relativa.
O excesso de hemácias aumenta a viscosidade do sangue e o deixa mais espesso,
dificultando com que ele flua nos vasos de menor calibre, o que diminui o débito
cardíaco. Esse fluxo sanguíneo reduzido causa a má oxigenação dos tecidos, o que
aumenta o risco de tromboses, mal funcionamento dos sistemas e distúrbios
neurológicos.

A policitemia primária consiste na proliferação anormal das células sanguíneas,


levando ao aumento exagerado das mesmas no sangue, já a secundária ocorre pelo
aumento dos níveis de eritropoietina, sendo uma resposta compensatória do
organismo à hipóxia tecidual. Já a policitemia relativa ocorre quando há redução do
volume plasmático através da desidratação. Alguns dos sinais clínicos são a
letargia, mucosas hiperêmicas, anorexia e perda de peso, aumento do volume de
urina, excesso de sede e outros sinais do SNC.

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