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OBJETIVOS DO CASO CLÍNICO cardíaca direita é causada por cianose periférica devido à congestão venosa e à lentificação

do fluxo.

01. EXPLICAR O QUE É CIANOSE E SEU MECANISMO, CARACTERIZANDO Mista - é uma associação dos mecanismos descritos anteriormente; geralmente doenças com
OS TIPOS E COMO PODEM SER DIFERENCIADOS prejuízo da função pulmonar associadas a algum grau de hipotensão arterial. Um exemplo
Denomina-se cianose a coloração azulada da pele e/ou mucosas provocada pelo aumento na típico é a insuficiência cardíaca esquerda grave, acompanhada de congestão pulmonar e
quantidade absoluta de hemoglobina insaturada ou hemoglobina reduzida hipotensão. A congestão causa prejuízo na oxigenação arterial, levando a um componente de
(carboxihemoglobina) na rede capilar periférica, principalmente nos plexos venosos cianose central, e a hipotensão leva à diminuição da oferta de oxigênio aos tecidos,
subpapilares. lentificação no fluxo e aumento da extração periférica de O2, explicando o componente
periférico.
Fisiologicamente o transporte de oxigênio (Oz) para os tecidos é feito por meio da
hemoglobina. O oxigênio ligado à hemoglobina forma a oxi-hemoglo-bina (oxi-tib), um Hemoglobina anormal - a cianose é devida à presença de uma hemoglobina anômala,
pigmento que tem cor vermelho-brilhante. Ao chegar no tecido alvo, essa molécula ao passar particularmente a metas hemoglobina, que confere cor marrom ao sangue, sendo confundida
pelo leito capilar, perderá a molécula de Oxigênio para os tecidos, formando assim, uma certa com a desoxi-Hb em quantidades aumentadas.
quantidade de hemoglobina reduzida (Carboxihemoglobina) que apresenta coloração azulada
Meta-hemoglobinemia
e que retornará através da circulação sanguínea até o átrio direito do coração. Essa molécula
de carboxihemoglobina passará para o ventrículo direito e a partir daí será enviado aos O ferro na desoxi-hemoglobina está no estado ferroso (Fe2) e, ao se ligar ao oxigênio,
pulmões onde haverá a troca gasosa, em que a molécula de carbono será trocada pela forma-se a oxi-hemo-globina,
molécula de oxigênio, através da respiração. Dessa forma, qualquer falha nesse processo
fisiológico de formação e transporte da oxihemoglobina, poderá acarretar o surgimento da Quando a hemoglobina libera o oxigênio, ocorre restauração do estado ferroso do ferro.
cianose. No entanto, o aparecimento da cianose ocorre quando a concentração de Entretanto, durante o processo de de-soxigenação, cerca de 3% do oxigênio é liberado como
hemoglobina reduzida no sangue circulante é maior que 5 g/dL, e esta não é detectável até superóxido (Oi), deixando o ferro em seu estado férrico. Essa reação é referida como
que a saturação de oxigênio no sangue seja menor que 85%. auto-oxidação da hemoglobina. O ferro férrico é incapaz de se ligar à hemoglobina; assim,
meta-hemoglobina não carrega oxigênio e seu acúmulo reduz a quantidade de hemoglobina
Sendo assim, temos quatro mecanismos fisiopatológicos responsáveis pelo aparecimento da atuante.
cianose como sinal visivel em pele e/ou mucosas, sendo:
Dessa forma é de fundamental importância a busca do diagnóstico diferencial da cianose,
Central - produto de etiologia cardíaca e/ou respiratória com queda no conteúdo de oxigênio para o adequado e oportuno plano terapêutico. Dados colhidos desde a anamnese e exame
arterial, fazendo com que o sangue já chegue à região capilar com mais de 5g de Hb reduzida, físico e clínico do paciente, como história detalhada do sinal clínico, presença de tosse,
ou com valores próximos a este. Esta é a causa mais comum de cianose que cursam com dispneia, sopro cardíaco ao exame físico, histórico de cianose ao nascimento, dor associada,
pressão parcial de O2 reduzida. Nesta categoria estão as doenças que diminuem a ventilação estresse etc podem diferenciar a causa patológica da cianose.
ou a oxigenação pulmonar, ou as doenças cardíacas com desvio de sangue, não-oxigenado, do
lado direito para o lado esquerdo do coração, sem passar pelo pulmão ("shunt" Além disso, a diferenciação entre a cianose de causa cardíaca e não-cardíaca (pulmonar,
direito-esquerdo). hematológica e neurológica) pode ser obtida através do ecocardiograma que mostrará
alterações cardíacas que cursam com cianose. Já o diagnostico diferencial para a cianose de
Periférica - é secundária a um aumento na extração de O2 nos tecidos periféricos, causando etiologia pulmonar pode ser feito atraves do teste de hiperoxia, em que a administração de
maior insaturação do sangue capilar. Pode ser generalizada ou localizada. Ela é generalizada oxigênio a 100%, por 5 a 10 min, sugere ausência de causa cardiaca quando apos a oferta
nos casos de hipotensão grave, na qual, devido à baixa perfusão tecidual, ocorre aumento na houver um aumento de pO2 acima de 250 mmHg e melhora do quadro cianotico,
extração de O, na tentativa de compensar a baixa oferta, aumentando assim a quantidade de confirmando assim causa pulmonar. E o não-aumento da pO2 acima desses níveis está
de-soxi-Hb. E é localizada na obstrução arterial, na trombose venosa e na exposição ao ar ou fortemente associado à alteração cardiológica.
água fria. Na obstrução arterial, o mecanismo é semelhante ao da hipotensão, enquanto na
obstrução venosa a maior extração de oxigênio é devida à estase sangüínea e à menor A cianose central clinicamente é distinguida clinicamente pela presença de cianose em áreas
velocidade de fluxo. Na exposição a ambientes frios, ocorre vasoconstrição de extremidades, centrais do corpo, como a língua, os lábios e as extremidades proximais, que pode ocorrer por
diminuição da chegada de sangue à pele e maior extração de O2, localmente. A insuficiência exemplo, na insuficiência respiratória, pneumonia, embolia pulmonar ou doenças pulmonares
obstrutivas crônicas.

Já a cianose periférica é distinguida clinicamente pela presença de cianose em áreas O sangue pouco oxigenado da veia cava superior flui através do ventrículo direito para o
periféricas do corpo, como as extremidades distais, dedos das mãos e dos pés, orelhas e nariz, tronco pulmonar. Durante a vida fetal, a resistência nos vasos pulmonares é alta, de modo
e pode ocorrer devido a condições como o frio intenso fisiológico ou patológico como na que, boa parte desse sangue passa diretamente pelo ducto arterioso para a aorta descendente,
onde se mistura com o sangue da aorta proximal. Após sua passagem pela aorta descendente,
doença de Raynaud, choque, insuficiência cardíaca, doenças vasculares periféricas ou
o sangue flui para a placenta pelas duas artérias umbilicais. A saturação de oxigênio nas
trombose venosa profunda. É pode se distinguir das demais, pois progride para melhora do artérias umbilicais é de aproximadamente 58%. Ao longo de seu percurso desde a placenta
quadro quando o membro é mergulhado em água morna, que leva a vasodilatação, até os órgãos do feto, o sangue na veia umbilical perde gradualmente seu alto teor de
melhorando o fluxo e resolvendo a cianose. oxigênio à medida que se mistura com o sangue pobre em oxigênio.
Teoricamente, a mistura sanguínea ocorre nos seguintes locais:
tipo da lesão: 1. Fígado, pela mistura com um pequeno volume de sangue que retorna do sistema
● alterações da cor (sem relevo): manchas ou máculas: porta.
2. Veia cava inferior, que carrega sangue desoxigenado que retorna dos membros
​ vasculossanguíneas: eritema (coloração vermelha por vasodilatação, some
inferiores, da pelve e dos rins.
à digitopressão), exantema (eritema generalizado, de início abrupto, 3. Átrio direito, pela mistura com o sangue da cabeça e dos membros superiores.
podendo ou não ser entremeado por áreas de pele sã), cianose (eritema 4. Átrio esquerdo, pela mistura com o sangue que retorna dos pulmões.
arroxeado por congestão venosa), petéquia (mancha vermelha que não 5. Entrada do ducto arterioso na aorta descendente.
desaparece à digitopressão < 1cm), equimose (mancha arroxeada por Transição para a Circulação Neonatal
Alterações no sistema vascular ao nascimento são causadas pela cessação do fluxo sanguíneo
extravasamento de hemácias que não desaparece à digitopressão, > 1cm);
placentário e pelo início da respiração. Depois que o ducto arterioso se fecha pela contração
pigmentares (por ausência, diminuição ou aumento de pigmento ou muscular de sua parede, o volume de sangue que flui pelos vasos pulmonares aumenta
melanina): hipocrômica (diminuição), acrômica (ausência), hipercrômica rapidamente. Isso, por sua vez, aumenta a pressão no átrio esquerdo. Simultaneamente, a
(aumento); pressão no átrio direito diminui como resultado da interrupção do fluxo sanguíneo
placentário.
O septo primário é, então, aposto ao secundário, e o forame oval se fecha funcionalmente.
Em resumo, ocorrem as alterações a seguir no sistema vascular após o nascimento. O
02. DIFERENCIAR A CIRCULAÇÃO FETAL E NEONATAL, fechamento das artérias umbilicais, acompanhado pela contração da musculatura lisa em suas
CORRELACIONANDO POSSÍVEIS CAUSAS DE CIANOSE NEONATAL paredes, é provavelmente causado por estímulos térmico e mecânico e pela variação na
RELACIONADOS A CIRCULAÇÃO tensão de oxigênio. Funcionalmente, as artérias se fecham alguns minutos após o nascimento,
Fisiologia da Circulação Fetal embora a obliteração final do lúmen por proliferação fibrosa leve entre 2 e 3 meses. As partes
A circulação fetal difere da extrauterina anatômica e funcionalmente. Ela é estruturada para distais das artérias umbilicais formam os ligamentos umbilicais médios, e as partes proximais
suprir as necessidades de um organismo em crescimento rápido num ambiente de hipóxia permanecem abertas, assim como as artérias vesicais superiores.
relativa. A única conexão entre o feto e o meio externo é a placenta. Antes do nascimento, o O fechamento da veia umbilical e do ducto arterioso ocorre logo após o fechamento das
sangue proveniente da placenta, com cerca de 80% de saturação de oxigênio, retorna para o artérias umbilicais. Assim, o sangue da placenta pode entrar no recém-nascido por algum
feto pela veia umbilical. tempo após o nascimento. Após a obliteração, a veia umbilical forma o ligamento redondo
Quando chega ao fígado, a maior parte desse sangue flui pelo ducto venoso diretamente para hepático na margem inferior do ligamento falciforme. O ducto venoso, que segue do
a veia cava inferior, sem passar pelo fígado. Um volume menor de sangue entra nos ligamento redondo até a veia cava inferior, também é ocluído e forma o ligamento venoso.
sinusóides hepáticos e se mistura com o sangue da circulação porta. O mecanismo de O fechamento do ducto arterioso ocorre pela contração da sua parede muscular quase
esfíncter no ducto venoso fecha a entrada da veia umbilical e regula o fluxo sanguíneo imediatamente após o nascimento e é mediado pela bradicinina, uma substância liberada
umbilical pelos sinusóides hepáticos. Esse esfíncter se fecha quando a contração uterina faz pelos pulmões durante a insuflação inicial. Acredita-se que a oclusão anatômica completa
com que o retorno venoso seja muito alto, evitando sobrecarga para o coração. pela proliferação da íntima leve entre 1 e 3 meses. No adulto, o ducto arterioso ocluído forma
Após um pequeno percurso na veia cava inferior, onde o sangue placentário se mistura com o o ligamento arterioso.
sangue não oxigenado que retorna dos membros inferiores, ele entra no átrio direito. Após a O fechamento do forame oval é causado pelo aumento de pressão no átrio esquerdo
entrada, é levado para o forame oval pela veia cava inferior, de modo que um volume maior combinado com diminuição da pressão do lado direito. A primeira respiração pressiona o
do sangue passa diretamente para o átrio esquerdo. No átrio direito o sangue se mistura com o septo primário contra o septo secundário. Entretanto, durante os primeiros dias de vida, esse
sangue pobre em oxigênio que retorna da cabeça e dos braços através da veia cava superior. fechamento é reversível. O choro do recém-nascido cria um desvio da direita para a esquerda,
No átrio esquerdo, ele se mistura com um pequeno volume de sangue pobre em oxigênio que que é responsável por episódios cianóticos dos recém-nascidos. A aposição constante leva
retorna dos pulmões, o sangue entra no ventrículo esquerdo e na aorta ascendente. Uma vez gradualmente à fusão dos dois septos em cerca de 1 ano. Contudo, em 20% dos indivíduos,
que, as artérias coronárias e carótida são as primeiras ramificações da aorta ascendente, a um fechamento anatômico perfeito nunca ocorre havendo assim, a persistência do forame
musculatura cardíaca e o cérebro são abastecidos com sangue rico em oxigênio. oval.
O forame oval pode permanecer anatomicamente pérvio em percentual variável dos adultos A circulação colateral sistemicopulmonar é mais comum em pacientes com atresia pulmonar
normais (11 a 25%), mas sem permitir a passagem de sangue de uma câmara atrial para a e comuni- cação interventricular, podendo ser a única forma de suprimento sanguíneo
outra, uma vez que a lâmina da fossa oval funciona como valva e mantém o forame fechado pulmonar.
devido à maior pressão no átrio esquerdo. Contudo, se a pressão no átrio direito aumenta por
qualquer motivo, ocorre passagem de sangue do átrio direito para o átrio esquerdo. Pode ocorrer a associação de várias outras ano- malias cardíacas, por exemplo, comunicação
intera- trial, persistência do canal arterial, defeito do septo atrioventricular, estenose
Dessa forma, a falha nesse mecanismo fisiologico em crianças por causa de uma cardiopatia
congênita é do tipo central, quase sempre generalizada e cursam com quadros cianoticos, subaórtica fibromuscular, estenose valvar aórtica, anomalias das conexões veno- sas
dentre estas temos: sistêmicas e pulmonares e coarctação da aorta. O arco aórtico à direita é um achado
relativamente co- mum nesses pacientes.
1) presença de uma lesão obstrutiva direita com shunt da direita para esquerda (p.ex.,
tetralogia de Fallot);

2) conexão ventrículo- arterial discordante (transposição das grandes artérias); e Fisiologia

3) presença de uma mistura comum (p.ex., ventrículo único)

Circulação fetal - temos 3 shunts: o ducto venoso, forame oval, canal arterial (fecha com 24 Fisiologicamente, a comunicação interventricular e a estenose subpulmonar são os defeitos
horas) Temos uma circulacao pulmonar de alta pressao e uma circulacao sistemica de baixa mais importantes. A CIV serve, na realidade, como via de saída sistêmica para o ventrículo
pressao direito e o ventrículo esquerdo, portanto, é responsável pela equivalência de pressões entre as
Circulação neonatal - fecha o forame oval, canal arterial (fecha com 24 horas)Temos uma duas cavidades.
circulacao sistemica de alta pressao e uma circulacao pulmonar de baixa pressao
A apresentação clínica depende da estenose pulmonar. A quantidade de sangue desviado do
03. DESCREVER O MECANISMO FISIOPATOLÓGICO DA TETRALOGIA DE ventrículo direito para a circulação sistêmica será tanto maior quanto maior for a estenose
FALLOT, ELENCANDO SEUS FATORES DE RISCO E DIAGNÓSTICO pulmonar. Assim, pacientes com estenose pulmonar leve são pouco cianóticos ou até mesmo
DIFERENCIAL PARA OS DEMAIS PATOLOGIAS CONGÊNITAS acianóticos, enquanto aqueles com estenose pulmonar grave apresentam cianose importante
CIANÓTICAS
Obstrução na via de saida do ventriculo direito
Diagnóstico - tomografia Manifestações clínicas
A tetralogia de Fallot consiste no conjunto de quatro alterações cardíacas: comunicação
interventricular (CIV), estenose pulmonar, dextroposição da aorta e hipertrofia ventricular As manifestações clínicas da tetralogia de Fallot estão diretamente relacionadas com a
direita. O defeito anatômico fundamental é o desvio ântero-superior do septo infundibular anatomia da doença. Dessa forma, no caso de estenose pulmonar leve, o paciente pode ser
(Figura 1.2). acianótico, com sopro cardíaco alto. À medida que a estenose pulmonar progride, aparece a
cianose e o sopro vai diminuindo. A cianose é do tipo central, generalizada, atingindo pele e
A progressão da estenose pulmonar, em alguns casos leva a obstrução da via de saída total, mucosas.
sendo denominada atresia pulmonar com comunicação interventricular
Alguns recém-nascidos exibem cianose intensa desde o nascimento. Nesses casos, uma
Geralmente, a CIV é do tipo perimembranosa, grande e não-restritiva. As artérias pulmonares obstrução grave na via de saída do ventrículo direito está presente, e a circulação pulmonar
podem ser normais ou apresentar diferentes anormalidades, incluindo alterações de calibre, pode ser dependente da persistência de um canal arterial. Crianças maiores podem apresentar
de confluência e de distribuição. baqueteamento digital e adotam a posição de cócoras para melhora da hipoxia.

O cavalgamento ou dextroposição da valva aórtica é uma alteração essencial na tetralogia de


Fallot; entretanto, o seu grau é bastante variável, de 15 a 50%. Quando é maior que 50%, A crise de hipoxia é uma manifestação clínica freqüente nessa doença. Trata-se de uma
passa a ser denominada du- pla via de saída de ventrículo direito. situação grave e requer reconhecimento rápido e tratamento adequado, pois pode levar a
complicações neurológicas graves. Durante a crise de hipoxia, o paciente apresenta cianose
intensa, acompanhada por taquipnéia e, freqüentemente, alterações de consciência. O sopro

tende a diminuir ou até mesmo a desaparecer, refletindo a diminuição da passagem de sangue nutrição, uso de álcool, idade materna acima dos 40 anos e diabetes mellitus. Muitas
pela valva pulmonar. malformações orgânicas hereditárias se fazem acompanhar da tetralogia de Fallot.

A crise geralmente ocorre pela manhã, precipitada por atividades como defecar ou chorar. É
mais frequente em lactentes, entre 2 e 6 meses de idade.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
No exame do precórdio, não se observa hiperatividade, e pode ou não haver frêmito. A 1a
bulha tem intensidade normal ou pouco aumentada, e a 2a bulha é única. O sopro é sistólico O teste do pezinho após as 24 horas do nascimento é o teste de triagem neonatal para
ejetivo e varia de intensidade e de duração, dependendo do grau de estenose pulmonar. O detecção precoce de cardiopatias críticas. Ele consiste no teste de oximetria de pulso que é
sopro contínuo pode estar presente em recém-nascidos com canal arterial aberto. feito no bebe com o intuito de detectar uma baixa saturação do sangue nas periferias
comparando os membros. Que quando detecta baixo fluxo periférico <95% e/ou diferença de
Sinais de insuficiência cardíaca raramente estão presentes, a menos que exista uma grande resultado entre os membros superior e inferior > 3%, pode-se suspeitar de cardiopatia
comunicação interventricular com estenose pulmonar leve ou grande número de colaterais congênita, necessitando a realização de uma ecocardiografia para diagnosticar e diferenciar as
sistemico pulmonares. patologias associados ao baixo fluxo periférico de oxigênio. Por exemplo diferenciar a
tetralogia de fallot já mencionada acima, da Atresia pulmonar que consiste em um fluxo
A tetralogia de Fallot é um complexo constituído por quatro componentes: (1) CIV; (2) cardíaco inadequado no ventrículo direito devido a uma valva pulmonar atresica ou
estenose do infundíbulo subpulmonar; (3) cavalgamento da aorta sobre o septo ventricular; imperfurada que cursa com quadro de cianose, e a transposição de grandes artérias em que ha
(4) hipertrofia ventricular direita. Todos os componentes da anomalia podem ser explicados uma circulação paralela no coração, com sangue que nao se mistura, devido a inserção errada
pelo desvio anterior da porção infundibular do septo ventricular, que resulta em estreitamento da arteria pulmonar que sai do atrio esquerdo e da aorta que sai do atrio direito.
da via de saída do ventrículo direito (Figura 15.13). Ao mesmo tempo, esse desvio ocasiona
um desalinhamento entre os componentes do septo ventricular e, portanto, CIV e
dextroposição da aorta. A hipertrofia do ventrículo direito aparece secundariamente à
sobrecarga de pressão a que fica submetida essa câmara. O grau de estenose subpulmonar é 04. COMPREENDER O FENÔMENO E A DOENÇA DE RAYNAUD, SEU
variável, e denomina-se Fallot extremo quando há atresia do infundíbulo e da valva MECANISMO FISIOPATOLÓGICO, FATORES DE RISCO E
pulmonar. Em tais casos, costuma haver uma rede variável de conexões naturais DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
sistêmico-pulmonares (vasos colaterais), comunicando a aorta descendente ou ramos da croça
com a rede arterial pulmonar. O fenômeno de Raynaud (FRy), como descrito em 1862 por Maurice Raynaud,
caracteriza-se por episódios reversíveis de vasoespasmos de extremidades, associados
Um aspecto que merece consideração especial é o grau de cavalgamento da aorta sobre o a alterações de coloração típicas que ocorrem após exposição ao frio ou em situações
septo trabecular. Se a circunferência dessa artéria estiver conectada em mais de 50% ao de estresse.1,2 Geralmente ocorre em mãos e pés e em casos mais graves pode
ventrículo direito, há conexão anormal entre câmaras e grandes artérias, definindo-se a também acometer o nariz, orelhas ou língua. As alterações de coloração são
conexão ventriculoarterial como dupla via de saída ventricular. Em 25% dos casos, o arco classicamente descritas em três fases sucessivas: palidez (fase isquêmica), cianose
aórtico situa-se à direita, cruzando sobre o brônquio principal direito e descendo à direita da (causada por venoestase e desoxigenação) e rubor (hiperemia reativa/reperfusão).2,3
coluna vertebral. Dor e/ou parestesias podem também estar associadas aos ataques, causando
desconforto ao indivíduo. O FRy é uma desordem relativamente comum e, na grande
Clinicamente, os pacientes apresentam cianose em virtude da passagem de sangue não maioria dos casos, caracteriza-se por ser um evento funcional benigno, não havendo
oxigenado para a circulação sistêmica, através da CIV e da aorta dextroposta. qualquer doença subjacente, sendo assim chamado de FRy primário ou idiopático.2 O
FRy pode, no entanto, ser secundário a uma série de condições locais ou sistêmicas,
FATORES DE RISCO
destacando-se as doenças reumáticas autoimunes, o que torna esse tema de especial
Quais são as causas da tetralogia de Fallot? interesse para o reumatologista. Principalmente no FRy secundário à esclerose
sistêmica (ES), os eventos vasoespásticos costumam ser mais intensos e frequentes, e
muitas vezes associados a úlceras isquêmicas e progressiva reabsorção das
extremidades.
Não se sabe a causa da tetralogia de Fallot, mas algumas condições e fatores existentes Apesar de a patogênese do FRy ainda não ser totalmente compreendida, uma série de
durante a gravidez podem aumentar o risco da doença: rubéola ou outras doenças virais, má mecanismos envolvidos nos eventos vasoespásticos são conhecidos (Figura 1). O tônus
vascular é controlado por uma interação complexa entre células endoteliais, musculatura lisa vasoespásticos, formando-se assim um ciclo vicioso em que há vasoespasmo, geração de
da parede vascular, mediadores solúveis e estimulação neuronal. Um desequilíbrio entre radicais livres, lesão endotelial e mais vasoespasmo.16,18
vasoconstrição e vasodilatação, com favorecimento da vasoconstrição, é um evento central na
fisiopatologia do FRy.10 Deve-se lembrar que as alterações encontradas variam conforme a FATORES DE RISCO
presença ou não de uma patologia associada. Enquanto no FRy primário somente alterações O FRy primário ocorre geralmente em mulheres jovens, e cerca de 25% dos pacientes com a
funcionais estão presentes, no FRy secundário, a ES, alterações estruturais da parede forma primária têm história familiar de FRy em parentes de primeiro grau.22 No FRy
vascular, também é encontrada.3 Os receptores α2 -adrenérgicos são os principais mediadores primário, os ataques costumam ser simétricos e mais brandos. Não se observa necrose,
da vasoconstrição induzida pelo frio nas células da musculatura lisa.11 Hiper-reatividade de ulceração, gangrena ou reabsorção de partes moles das extremidades afetadas. A velocidade
receptores α2 -adrenérgicos e alteração na produção de neuropeptídeos (por exemplo, de hemossedimentação costuma ser normal. A capilaroscopia periungueal (CPU) também
peptídeo relacionado com gene da calcitonina, CGRP) são alguns dos mecanismos costuma ser normal, mas eventualmente podem ser observados alguns capilares ectasiados. A
envolvidos nos episódios de vasoespasmos induzidos pelo frio no FRy primário e pesquisa de FAN é, por via de regra, negativa (Tabela 1).2 Entretanto, deve-se lembrar que
secundário.12 Além disso, o endotélio participa ativamente da regulação do tônus das células cerca de 10% da população apresenta FAN positivo. Nesse contexto, as características de
musculares lisas arteriais. As células endoteliais produzem uma série de substâncias título e padrão morfológico do FAN são importantes critérios a serem avaliados. Em geral, o
vasoativas como a endotelina, óxido nítrico e prostaciclina, além de moléculas de adesão FAN encontrado em pessoas hígidas e nos pacientes com FRy primário apresenta-se em
vascular, sendo que a liberação dessas substâncias é delicadamente regulada em indivíduos títulos baixos (até 1:160). Os principais padrões de fluorescência são o pontilhado fino
normais.13 No FRy, principalmente quando secundário à ES, lesão e ativação endotelial simples e o pontilhado fino denso. Este último merece especial atenção, pois usualmente não
causam um desequilíbrio entre a produção de substâncias vasoconstritoras e vasodilatadoras, está associado a enfermidades autoimunes sistêmicas, mesmo quando em títulos altos. Como
com aumento na produção de endotelina-1 (potente vasoconstritor) e diminuição na produção descrito anteriormente, o FRy é dito secundário quando está associado a alguma condição ou
de óxido nítrico e prostaciclina (vasodilatadores).10 O efeito vasodilatador do óxido nítrico doença subjacente, e dentre as causas de FRy secundário destacam-se as doenças reumáticas
(NO) e das prostaciclinas ocorre pela via do AMP cíclico e GMP cíclico, sendo que sua autoimunes (Tabela 2).23 O FRy está presente em mais de 90% dos pacientes com ES, em
degradação é controlada por várias fosfodiesterases.14 Esse fato tem sido explorado do ponto aproximadamente 85% dos pacientes com doença mista do tecido conjuntivo, em 10 a 45%
de vista terapêutico com a utilização de inibidores da fosfodiesterase V (ex. sildenafil) e dos pacientes com lúpus eritematoso sistêmico, em 33% daqueles com síndrome de Sjögren,
análogos da prostaciclina. Por outro lado, o bloqueio da produção de substâncias em 20% dos casos
vasoconstritoras também tem sido explorado com o uso de antagonistas de receptores da tabagismo em homens, doenças autoimunes associadas e reposição hormonal
endotelina-1 (ex. bosentana). Além das alterações contráteis e funcionais, alterações estrogênica são fatores de risco para seu desenvolvimento
estruturais são encontradas no FRy secundário, principalmente na ES. Proliferação e fibrose
intimal das pequenas artérias e arteríolas resultam em diminuição do lúmen dos vasos; essas DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
alterações acarretam diminuição do fluxo sanguíneo e levam a um estado de isquemia crônica EVOLUCAO DAS LESOES DA PATOLOGIA
dos órgãos envolvidos.15,16 Na microcirculação, perda e dilatação capilar são as alterações
mais marcantes e levam à distorção importante da arquitetura vascular capilar. As alterações Síndrome de Raynaud
na microcirculação frequentemente são também associadas a trombos intravasculares, o que
pode causar oclusão completa do lúmen dos vasos. Esse estado de hipoperfusão tecidual A doença de Raynaud é uma doença causada por danos ao sistema nervoso autônomo de uma
deveria favorecer a neoangiogênese; entretanto, formação de novos capilares é raramente pessoa, que se manifesta por distúrbios tróficos e dores, principalmente localizadas nos
observada, sendo que se observam normalmente grandes áreas avasculares, sugerindo
dedos. Até à data, as razões para o desenvolvimento da doença de Raynaud não foram
defeitos na angiogênese ou no reparo vascular.12 Essa observação talvez esteja relacionada à
diminuição do fator de crescimento vascular endotelial (vascular endothelial growth factor, suficientemente estudadas, mas está provado que as mulheres sofrem desta doença 5 vezes
VEGF), que seria importante para a repopulação de capilares nos tecidos afetados. De fato, mais do que os homens. Os fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença são a
em recente estudo da expressão gênica com plataforma de microarray de cDNA, nosso grupo predisposição hereditária e a deficiência constitucional da inervação vasomotora dos vasos
demonstrou diminuição significativa na expressão do gene de VEGF por fibroblastos
terminais.
dérmicos de pacientes com ES em relação a células de controles sadios.17 Nesse contexto, as
crises de FRy secundárias à ES costumam ser mais graves, acarretando episódios de
Sintomas da doença de RaynaudPacientes com síndrome de Raynaud notam o aparecimento
isquemiareperfusão. Na ES, sugere-se que os repetidos episódios de isquemia-reperfusão
de sensação de formigamento, sensação de queimação nas pontas dos dedos, descoloração ou
acarretem aumento na atividade de radicais livres (estresse oxidativo) e persistente ativação
clareamento azulado que ocorre após fumar, exposição ao frio ou esforço físico.
do sistema endotelial.10 Esses fatores aumentariam a predisposição para novos episódios

A doença e a síndrome de Raynaud não devem ser confundidas. Neste último caso, os esclerodermia ou dermatomiosite. A doença tem melhor prognóstico do que nas demais do
sintomas da doença surgem como consequência de outra patologia (doença vibratória, grupo (é fatal em apenas 7% dos casos), provavelmente porque nela não se formam
anticorpos anti-DNA, que parecem condicionar quadro mais grave.
diencéfalo, reumatismo, esclerodermia, etc.) e podem desaparecer por si próprios após a cura.
A etiologia e a patogênese da doença são desconhecidas (pode surgir após exposição ao
Durante o curso da doença, existem 3 estágios principais: cloreto de vinil). Associação com um alótipo de imunoglobulina (Gm) e aumento da
frequência de HLA-DR4 nos doentes com poliartrite têm sido observados. Em geral, os
​ Na fase angiospástica, que se caracteriza por espasmos de curta duração dos vasos pacientes são linfopênicos, com diminuição de linfócitos T e aumento de linfócitos B. A
maioria dos pacientes tem anticorpos antiproteína ribonuclear U1 (U1RNP).
das falanges terminais dos dedos, tornam-se frios ao toque e pálidos, enquanto os
pacientes queixam-se de dormência dos dedos. O espasmo passa rapidamente, a
pele das falanges dos dedos adquire a mesma cor e temperatura. Os ataques As lesões cutâneas são semelhantes às do lúpus eritematoso. Na miopatia da musculatura
podem ser desencadeados pelo fumo, hipotermia das mãos (mesmo lavando com proximal, observam-se degeneração das fibras musculares e infiltrado linfoplasmocitário
perivascular. Tanto na pele lesada quanto na sadia, há deposição de IgG nos núcleos das
água fria), esforço físico nos dedos (tocar piano, violão, esportes).
células epidérmicas e em faixa na zona da membrana basal, com aspecto pontilhado,
​ A fase angioparalítica pode desenvolver-se após a primeira fase, mas em alguns representando ligação in vivo do anticorpo anti-U1RNP.
casos é a partir desta fase que começa a doença. Durante este período, os
pacientes desenvolvem periodicamente cianose da pele das falanges terminais, É baseada no espasmo paroxístico dos vasos sanguíneos nas extremidades periféricas e na
que pode persistir por várias horas. Esta fase é caracterizada pelo aparecimento de face. As cólicas ocorrem, por exemplo, em resposta à exposição ao frio, vibração ou estresse
extremo.
dor e sensação de queimação nas pontas dos dedos. Durante os ataques de
cianose, podem aparecer pequenas bolhas na pele que, estourando, cicatrizam com Como resultado, a pessoa sente dor no local do espasmo, surge entorpecimento, uma
o tempo, mas pequenas cicatrizes permanecem no lugar. sensação de arrepios rastejantes. A área afetada primeiro fica branca e depois fica azul. A
​ A fase trofoparalítica é caracterizada pelo aparecimento de graves distúrbios pele fica fria ao toque. Quando o ataque termina, a pele fica vermelha e a área fica quente.
tróficos nas falanges dos dedos. Úlceras que não cicatrizam aparecem na pele, que Com a existência de longo prazo da doença, desenvolvem-se distúrbios tróficos.

são subsequentemente necróticas. Nos casos mais graves, desenvolve gangrena


É necessário distinguir a doença de Raynaud da síndrome de Raynaud, pois apesar da
dos dedos, e o processo pode afetar o aparelho osteoarticular dos dedos. semelhança dos sintomas, eles diferem quanto ao fator etiológico. O fato é que após Maurice
Reynaud descrever os sinais e a etiologia da doença, verificou-se que ela pode se desenvolver
Às vezes, alguns pacientes podem ter diferentes estágios da doença de Raynaud em dedos
como uma doença independente devido a disfunções do sistema nervoso central, podendo
diferentes. Deve-se observar que a doença pode afetar não só os dedos, mas também os pés.
atuar como síndrome de algumas outras patologias. Esta é a razão da diferença entre os dois
conceitos.

A doença manifesta-se por fenômeno de Raynaud (vasoconstrição de artérias e arteríolas,


geralmente nos dedos, que provoca palidez ou cianose), poliartralgia, artrite, edema das mãos
​ INTRODUÇÃO
(os dedos assumem o aspecto de “salsicha”), além de hipomotilidade esofágica, miopatia O diagnóstico e o tratamento de doenças que afetam a pele baseia-se na capacidade do
inflamatória proximal e alterações pulmonares. Em 85% dos casos, o fenômeno de Raynaud médico reconhecer os diferentes tipos de lesões elementares, formatos e padrões de
precede as outras manifestações, associando-se a mialgias e fadiga. Em 50% dos pacientes, distribuição. Esse é o primeiro passo para o profissional elaborar uma hipótese diagnóstica
surgem lesões que simulam LE. Doença renal é menos frequente, enquanto pneumopatia é e possíveis diagnósticos diferenciais. Por esse motivo, muitos dermatologistas iniciam a
mais prevalente do que no LES. Sinais e sintomas adicionais incluem os encontrados no LE,
avaliação pelo exame das lesões e, posteriormente, avaliam a história pregressa da ■ formato das lesões individuais: anulares (em anel), numular (como moeda), lineares,
moléstia.1,2 ovaladas, arciformes (em arco), gutata (em gotas), figurada (bordas com contorno
Além das doenças primárias cutâneas, a pele é, muitas vezes, sítio de manifestações de bem definido), serpiginosa (sinuosa);
doenças sistêmicas, podendo ser o primeiro ou o único sinal de outras patologias.1,2 ■ arranjo das lesões: isoladas, espalhadas, agrupadas, lineares, padrão zosteriforme
Em relação às lesões elementares, algumas características devem ser observadas, como: (trajeto de nervo), em árvore de natal;
■ distribuição das lesões: simétrica, em áreas fotoexpostas, em áreas de pressão, em
■ tipo da lesão: áreas de dobras, acometendo ou não palmas e plantas, face
● alterações da cor (sem relevo): manchas ou máculas: De acordo com a soma de algumas dessas características, pode-se direcionar o diagnóstico
​ vasculossanguíneas: eritema (coloração vermelha por vasodilatação, e dividir as patologias em grupos, como:2
some à digitopressão), exantema (eritema generalizado, de início
abrupto, podendo ou não ser entremeado por áreas de pele sã), ■ lesões eritematoescamosas: psoríase, dermatite seborreica, pitiríase rósea;
cianose (eritema arroxeado por congestão venosa), petéquia (mancha ■ lesões eczematosas com eritema, crostas, edema, secreção, vesiculação,
vermelha que não desaparece à digitopressão < 1cm), equimose liquenificação: dermatite atópica, dermatite de contato, dermatite de estase;
(mancha arroxeada por extravasamento de hemácias que não ■ lesões papulopruriginosas: prurido, líquen plano, estrófulo;
desaparece à digitopressão, > 1cm); ■ lesões vesicobolhosas: herpes, pênfigos, farmacodermias.
​ pigmentares (por ausência, diminuição ou aumento de pigmento ou
melanina): hipocrômica (diminuição), acrômica (ausência),
hipercrômica (aumento);
● formações sólidas:
​ pápula (sobrelevada, circunscrita, < 1cm), placa (elevada, > 1cm,
aplanada), nódulo (circunscrita, sobrelevada ou não, 1–3cm), tumor
(circunscrita, sobrelevada ou não, > 3cm, vegetação (lesão exofítica,
em geral pedunculada ou com aspecto em “couve-flor”), goma
(nódulo com tendência a liquefação), urtica (sobrelevada, edematosa,
efêmera);
● coleções líquidas:
​ vesícula (até 1cm, conteúdo claro), bolha (> 1cm, conteúdo claro),
pústula (vesícula com conteúdo purulento), abscesso (coleção de pus
na pele ou subcutâneo), hematoma (coleção de sangue na pele ou
subcutâneo);
● alterações de espessura:
​ queratose (espessamento duro, inelástico, amarelado, por aumento
da camada córnea), liquenificação (espessamento com acentuação
dos sulcos), edema (aumento da espessura depressível, por
extravasamento de líquido na derme ou na hipoderme), esclerose
(aumento da espessura e consistência da pele com sulcos menos
evidentes, pregueamento difícil, por fibrose do colágeno), atrofia
(diminuição da espessura, com adelgaçamento e pregueamento)
● perdas e reparações teciduais:
​ escamas (massa de queratina que se desprende da superfície),
erosões (perda superficial, apenas da epiderme), ulcerações (perda
da epiderme e parte da derme), fissuras (perda linear da epiderme e
da derme), escoriação (erosão secundária à coçadura), crostas (por
dessecamento de serosidade, secreção ou sangue):

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