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Edema:
É definido como um aumento clinicamente aparente no volume do líquido
intersticial, que ocorre quando as forças de Starling são alteradas, de modo que
exista um fluxo aumentado de líquido do sistema vascular para o interstício
LESÃO CAPILAR
O edema também pode resultar de lesão do endotélio capilar, que aumenta sua
permeabilidade e permite o transporte de proteínas para o compartimento
intersticial.
Causas:
Uso de medicamentos
Agentes virais ou bacterianos
Traumatismos térmicos ou mecânicos.
Hipersensibilidade e de lesão imunológica.
ENDOTELINA-1
Esse potente peptídeo vasoconstritor é liberado pelas células endoteliais. Sua
concentração no plasma é elevada em pacientes com insuficiência cardíaca grave
e contribui para vasoconstrição renal, retenção de sódio e edema.
PEPTÍDEOS NATRIURÉTICOS
A distensão atrial leva à liberação na circulação do peptídeo natriurético atrial
(ANP)
O peptídeo natriurético cerebral (BNP) é armazenado primariamente nos miócitos
ventriculares e é liberado quando a pressão diastólica ventricular aumenta.
Ações do ANP e BNP:
1.Excreção de sódio e água:
Aumento da taxa de filtração glomerular,
Inibindo a reabsorção de sódio no túbulo proximal
Inibindo a liberação de renina e aldosterona; e
2. Dilatação de arteríolas e vênulas antagonizando as ações vasoconstritoras da
AII, AVP e estimulação simpática.
Portanto, níveis elevados de peptídeos natriuréticos possuem a capacidade de se
contrapor à retenção de sódio nos estados hipervolêmico e edematoso.
Embora os níveis circulantes de ANP e BNP encontrem-se elevados na
insuficiência cardíaca e na cirrose com ascite, os peptídeos natriuréticos não são
suficientemente potentes para prevenir a formação de edema. Na verdade, nos
estados edematosos, a resistência às ações de peptídeos natriuréticos poderá
estar aumentada, reduzindo em seguida a sua eficácia
EDEMA GENERALIZADO
Os distúrbios cardíacos, renais, hepáticos ou nutricionais são responsáveis pela
maioria de pacientes com edema generalizado
Insuficiência cardíaca
Mecanismos:
O esvaziamento sistólico deficiente do(s) ventrículo(s) e/ou o
comprometimento do relaxamento ventricular promovem um acúmulo de
sangue na circulação venosa à custa do volume arterial efetivo. (principal)
Aumento da atividade do sistema nervoso simpático causa vasoconstrição
renal e redução de filtração glomerular.
Cirrose hepática
Mecanismos:
Bloqueio do fluxo venoso hepático, que, por sua vez, expande o volume
sanguíneo esplâncnico e aumenta a formação hepática de linfa.
A hipertensão intra-hepática causa uma redução do volume sanguíneo
arterial efetivo.
Essas alterações são frequentemente complicadas pela hipoalbuminemia
secundária à redução da síntese hepática de albumina, assim como pela
vasodilatação arterial periférica.
Formação de shunts arteriovenosos: a insuficiência hepática é
acompanhada de diminuição da RVP devido à redução do metabolismo de
várias substâncias vasodilatadoras e ao aumento da produção de óxido
nítrico. Assim, com a redução da resistência vascular periférica, há
importante redução do volume sanguíneo arterial pelo aumento do território
vascular a ser preenchido
Esses efeitos reduzem o volume sanguíneo arterial efetivo levando
posteriormente à ativação do SRAA e dos nervos simpáticos renais e à
liberação de AVP, endotelina e outros mecanismos retentores de sódio e
água, que contribui para o edema de forma secundária.
A concentração de aldosterona circulante mostra-se frequentemente
elevada pela incapacidade do fígado de metabolizar esse hormônio.
ESSES MECANISMO CULMINAM NA RETENÇÃO DE NA E ÁGUA
PRINCIPAL MECANISMO
Inicialmente, o excesso de líquido intersticial localiza-se preferencialmente
proximal (a montante) ao sistema venoso portal congesto e aos vasos linfáticos
hepáticos obstruídos, isto é, na cavidade peritoneal, causando ascite.
Nos estágios avançados, particularmente quando há hipoalbuminemia grave, pode
ocorrer edema periférico.
Um acúmulo considerável de líquido ascítico pode aumentar a pressão intra-
abdominal e impedir o retorno venoso dos membros inferiores e contribuir para o
acúmulo de edema dos membros inferiores.
A produção excessiva de prostaglandinas (PGE2 e PGI2) na cirrose atenua a
retenção renal de sódio. Quando a síntese dessas substâncias é inibida por
antiinflamatórios não esteroides (AINEs), a função renal pode se deteriorar, e esse
fato pode aumentar a retenção posterior de sódio.
EDEMA LOCALIZADO
Mecanismo:
Obstrução venosa e/ou linfática a pressão hidrostática no leito capilar abaixo
da obstrução (proximal) aumenta, de modo que uma quantidade anormal de
líquido é transferida do espaço vascular para o intersticial.
Como a via alternativa (i.e., os canais linfáticos) também pode estar obstruída ou
preenchida no seu nível máximo, ocorre um aumento do volume do líquido
intersticial no membro (i.e., ocorre o aprisionamento de líquido no interstício da
extremidade).
O deslocamento de grandes quantidades de fluido para um membro pode ocorrer
em detrimento do volume sanguíneo no resto do corpo, reduzindo, portanto, o
volume sanguíneo arterial efetivo e levando à retenção de NaCl e H2O até que o
déficit do volume plasmático tenha sido corrigido.
Causas:
Tromboflebite, linfangite crônica, ressecção de linfonodos regionais e filariose,
entre outras causas.
O linfedema á particularmente intratável porque a restrição de fluxo linfático leva
ao aumento da concentração de proteína no fluido intersticial, uma circunstância
que agrava a retenção de líquido.
DISTRIBUIÇÃO DO EDEMA
A distribuição do edema é um indício importante de sua causa.
IC: tende a ser mais extenso nas pernas e acentuado ao anoitecer, característica
também determinada primordialmente pela postura. Quando os pacientes com
insuficiência cardíaca são mantidos no leito, o edema poderá ser mais acentuado
na região pré-sacral. A insuficiência cardíaca grave pode causar ascite, que pode
ser distinguida da causada por cirrose hepática por meio da pressão venosa
jugular, que geralmente se encontra elevada na insuficiência cardíaca e normal na
cirrose.
Hipoproteinemia: é normalmente generalizado, porém é especialmente evidente
nos tecidos muito flácidos das pálpebras e na face, tendendo a ser mais
pronunciado pela manhã devido à posição de decúbito assumida durante a noite.
Edema facial: as causas menos frequentes do edema facial incluem a triquinelose,
as reações alérgicas e o mixedema
Edema localizado:
O edema limitado a uma perna ou a um ou ambos os braços em geral resulta de
obstrução venosa e/ou linfática.
A paralisia unilateral reduz a drenagem linfática e venosa no lado acometido e
pode também ser responsável por edema unilateral.
Nos pacientes com obstrução da veia cava superior, o edema limita-se à face, ao
pescoço e aos membros superiores.