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VOLUME INTRAVASCULAR

O volume intravascular é regulado de


maneira fina, principalmente porque,
mínimas alterações de volume nesse
compartimento resultam em alterações
significativas na pressão arterial. E, essa
necessita ser mantida dentro da faixa da
normalidade para evitar danos ao organismo.
A pressão arterial deve ser entendia como a
pressão exercida pelo sangue contra as
artérias, no momento em que é bombeado
pelo coração. A partir dessa compreensão
podemos inferir que aumento do volume
sanguíneo resulta também em aumento da
pressão arterial, e o contrário também é verdadeiro. A pressão arterial e, portanto, o volume intravascular
é regulado por dois mecanismos principais.
Regulação Rápida: Quando o nosso corpo percebe uma elevação na pressão arterial ele envia sinais ao
cérebro para que aja uma expansão do volume das artérias – vasodilatação e, então, o volume de sangue
seja melhor acomodado no interior do vaso. Esse evento reduz a pressão arterial.
Regulação lenta: Realizada principalmente pelos rins, os quais variam a taxa eliminação de sódio (sal) e
água, com o intuito de manter a pressão arterial normal.
Quando aumenta a concentração de sal em qualquer compartimento, aumenta também o volume de água.
Quando o sal é eliminado pelos rins a água também é eliminada. Isso ocorre para que não haja mudança
entre a relação de quantidade de sal e de água e, portanto, não haja alteração de osmolaridade – objetivo
do nosso corpo.
Pressão arterial alta: O organismo entende que existe volume de líquido excessivo no meio intravascular
e, portanto, os rins atuam aumentando a eliminação urinária de sal e água, reduzindo esse volume e
normalizando a pressão.
Pressão arterial baixa: O organismo entende que o volume de líquido intravascular está insuficiente,
então, os rins passam a reter sal e água, aumentando o volume sanguíneo e elevando a pressão para níveis
normais.

VOLUME INTERSTICIAL
Em indivíduos saudáveis o volume intersticial é mantido constante, a despeito da movimentação contínua
de líquido entre o espaço intravascular e intersticial. O deslocamento de fluido ocorre através da
membrana dos capilares sistêmicos. Essa membrana é semipermeável e separa os dois grandes
compartimentos de líquido do nosso corpo: o intracelular do extracelular. O volume intersticial é mantido
constante, pois grande parte do líquido que sai do capilar em um primeiro momento retorna a ele em
seguida. A pequena quantidade de líquido que permanece no interstício é captada – drenada –pelos vasos
linfáticos e devolvida para a circulação.

FORÇAS DE STARLING
As forças de Starling são as responsáveis pelo movimento de fluido entre os compartimentos. Entre as
forças de Starling existe a pressão hidrostática e a pressão oncótica. A pressão hidrostática é uma força
exercida pelos líquidos que tende a expulsar o líquido de seu compartimento. A pressão oncótica é uma
força que atrai água para o compartimento. Ambas as pressão existem nos dois compartimentos:
intravascular e intersticial. A resultante entre elas é que determina se o líquido irá entrar ou sair de cada
compartimento. Na primeira metade do capilar, a resultante dessas forças faz com que o líquido tenda a
extravasar para o interstício, processo chamado de ultrafiltração. Na segunda metade do capilar, a
resultante das pressões é tal que o líquido tende a voltar para o interior do vaso – reabsorção. O principal
objetivo do deslocamento de fluido pela parede capilar é o de levar nutrientes aos tecidos e dele retirar
produtos do metabolismo da célula – como o CO2.

FATOR DE PROTEÇÃO CONTRA A FORMAÇÃO DE


EDEMA EM ORGANISMO SAUDÁVEL
A ultrafiltração na primeira metade do capilar é sempre um
pouco superior ao processo de reabsorção que ocorre na
segunda metade. Isso gera um pequeno acúmulo, normal, de
líquido no interstício. Os capilares linfáticos removem
continuamente esse pequeno excesso não reabsorvido,
redirecionando-o para a circulação. Apesar de esse volume ser
mínimo, a incapacidade de drenagem pelos vasos linfáticos, no
decorrer de algumas horas a dias, levaria a um acúmulo de
líquido significativo no espaço intersticial, ocasionando o
edema.

MECANISMOS DE FORMAÇÃO DO EDEMA - ALTERAÇÃO DAS FORÇAS DE STARLING


O desequilíbrio entre as forças de Starling é o mecanismo que desencadeia a formação de todo o tipo de
edema. Esse desequilíbrio pode ser devido:
1. Aumento da pressão hidrostática no interior do capilar: o que determina uma maior saída de fluido do
capilar para o interstício. A partir do momento em que a capacidade de os vasos linfáticos de retornar o
líquido em excesso para a circulação sanguínea é ultrapassada, teremos o desenvolvimento de edema.
2. Aumento da pressão oncótica intersticial: Se a pressão oncótica intersticial aumentar haverá uma maior
atração de água para o interstício – maior ultrafiltração. Se o acúmulo de ultrafiltrado ultrapassar a
capacidade de drenagem dos capilares linfáticos, teremos, também, o desenvolvimento de edema.

TIPOS DE EDEMA
Edema Localizado
O principal exemplo de edema localizado consiste no edema de membros inferiores por dificuldade do
sangue em retornar das pernas para o coração. Uma causa possível para um evento como esse é a falta de
movimentação. O retorno de sangue prejudicado aumenta o volume de sanguíneo no capilar, que aumenta
também a pressão hidrostática e determina uma maior ultrafiltração. O resultado é uma saída grande de
líquido para o interstício e a geração de edema.

Edema Generalizado por Retenção Renal – Overflow


Nesse tipo de edema o que observamos é uma retenção de fluído aumentada por uma incapacidade do rim
de excretar de maneira suficiente os íons de Sódio. Como mencionado anteriormente, os íons de sódio
determinam a osmolaridade plasmática. Um aumento da concentração de íons de sódio causa aumento na
osmolaridade plasmática. Com isso, vários mecanismos entram em ação para equilibrar as osmolaridades
intra e extravascular. Grande quantidade de água é retida para que isso aconteça. O resultado é, então, um
aumento do volume intravascular e conseqüente elevação da pressão hidrostática, elevação essa, que irá
determinar maior ultrafiltração e, conseqüente formação de edema.

Edema Generalizado por Queda do Volume Sanguíneo – Underfilling


Quando o organismo não está sendo idealmente perfundido, ou seja, quando a distribuição de oxigênio e
outros nutrientes não está adequada, como em casos de problemas no coração, o corpo entende que o
volume sanguíneo está reduzido. É lançado mão, então, de um mecanismo para aumentar o volume de
sangue circulante. Esse mecanismo consiste na retenção de sal e água pelos rins. Como o volume de
sangue estava normal, e ele estava apenas sendo mal distribuído, teremos um aumento significativo de
líquido intravascular e correspondente aumento da pressão hidrostática. Aumento da pressão hidrostática
resulta em aumento de ultrafiltração que levará ao surgimento de edema.
Eritrócito (Hemácias)
Os eritrócitos, também designados como hemácias ou glóbulos vermelhos dão a cor vermelha
característica do sangue.  Isso ocorre porque eles contêm um pigmento vermelho,
denominado hemoglobina. E, como os eritrócitos estão presentes no sangue em muito maior quantidade
que as outras células, incolores, todo o sangue parece ser vermelho.

ERITRÓCITOS EM ALTAS ALTITUDES


Humanos que vivem há muito tempo em lugares altos, superiores a 2.500 metros em relação ao nível do
mar, possuem muito mais hemácias do que pessoas que vivem abaixo deste nível. São encontrados
eritrócitos nesses indivíduos em cerca de 60% a 65% do volume sanguíneo, o que garante 30% a mais de
oxigênio no sangue. Assim eles superam as dificuldades impostas pela escassez de ar atmosférico nos
locais onde vivem.
Pessoas que habitam normalmente regiões de pouca altitude, quando resolvem por exemplo escalar
montanhas altas, tendem a sentir falta de ar e também queda do rendimento físico ao chegar a certas
alturas. Isso ocorre porque quanto mais alto subimos em relação ao nível do mar, mais rarefeito se torna o
ar atmosférico.
Para aumentarem a quantidade de hemácias existentes no sangue, muitos atletas preferem fazer alguns
exercícios físicos em locais de altitudes elevadas. Quando chegam no dia da competição, geralmente em
regiões de média ou baixa altitude, a vantagem desses atletas sobre os demais competidores é tamanha,
pois eles se cansam menos e têm muito mais energia do que os outros, porque seu "estoque" de oxigênio
demora mais a acabar.
O curioso é que existe uma modalidade de "dopping natural" baseada nisso. Alguns esportistas recebem
transfusões de glóbulos vermelhos, próximo ao dia da competição, que são retirados da sua própria
circulação ao longo de vários meses

LEUCÓCITOS E PLAQUETAS
Os leucócitos (também chamados de glóbulos brancos), assim como as hemácias, são elementos
figurados do sangue. Essas células são formadas no adulto dentro dos ossos, na medula óssea vermelha.
Existem cerca de 5 mil a 10 mil leucócitos por milímetro cúbico de sangue em um humano adulto.
Os leucócitos têm como principal função proteger nosso organismo contra patógenos e organismos
estranhos. Eles atuam fagocitando as partículas invasoras ou produzindo substâncias que vão agir
destruindo ou inativando essas partículas.
Podemos classificar os leucócitos de acordo com a presença de grânulos em granulócitos e agranulares.
Os grânulos são, na verdade, lisossomos, organelas especializadas na digestão intracelular. Esses grânulos
coram densamente quando submetidos à coloração hematológica tradicional.
Dentre os granulócitos, podemos citar os neutrófilos, que são os tipos mais numerosos. Exibem forma
esférica e um núcleo geralmente trilobado. Essas células realizam fagocitose e possuem a capacidade de
deixar os vasos sanguíneos e penetrar nos tecidos, exercendo assim a sua função de proteção do
organismo. O processo pelo qual os leucócitos conseguem atravessar a parede do vaso sanguíneo e
penetrar nos tecidos é chamado de diapedese.
Os eosinófilos são células que também possuem grânulos e estão relacionadas com a fagocitose dos
complexos antígeno-anticorpo. Sua forma é esférica e o núcleo, bilobado. O número dessas células é
aumentado durante respostas a infecções parasitárias e reações alérgicas.
Os basófilos, outro leucócito granulócito, atuam liberando histamina e heparina, substâncias que ajudam
na dilatação dos vasos sanguíneos e na anticoagulação, respectivamente. Apresentam forma esférica e
núcleo irregular.
Os linfócitos são células agranulares muito abundantes no sangue, só perdendo para os neutrófilos. Muito
importantes no processo imunológico, essas células estão envolvidas com a produção de anticorpos. Sua
forma é esférica e o núcleo é grande e também esférico. Os linfócitos podem ser divididos em dois
tipos: linfócitos T e linfócitos B.

As plaquetas, também chamadas de trombócitos, são estruturas presentes no sangue que, diferentemente


do que muitos pensam, não são células completas. Na realidade, elas são fragmentos de citoplasma
formados na medula óssea a partir de células denominadas megacariócitos. No sangue, essas estruturas
atuam impedindo a ocorrência de hemorragias e ajudando no processo de coagulação.
→ Estrutura das plaquetas
As plaquetas são estruturas citoplasmáticas de 2 μm a 4 μm de diâmetro, não possuem núcleo e
apresentam formato de disco achatado quando estão circulando pelo sangue e formato esférico quando
estão realizando sua função. Em sua estrutura, são encontrados uma membrana externa com
receptores, organelas, citoesqueleto, um sistema canicular aberto que consiste em invaginações da
membrana, um sistema tubular denso que acumula cálcio e uma série de grânulos.
→ Função das plaquetas
As plaquetas possuem importantes funções, e a função hemostática (interrupção de fluxo sanguíneo por
um vaso) é a mais conhecida. Isso quer dizer que uma plaqueta auxilia na reparação de lesões
vasculares impedindo a ocorrência de hemorragias. Vale destacar, no entanto, que, para a hemostasia ser
atingida, não apenas as plaquetas estão envolvidas, são necessários também fatores de
coagulação (ativados para levar à formação de fibrina), fatores fibrinolíticos (enzimas que dissolvem o
coágulo, controlando seu tamanho), e células endoteliais que revestem o vaso.
Durante a reparação de um vaso sanguíneo, as plaquetas sofrem uma série de modificações para permitir
a eficiência do processo. Inicialmente, as plaquetas aderem-se ao colágeno presente na parede do
vaso sanguíneo com a ação dos receptores. Em seguida, elas unem-se (agregação plaquetária) a partir
das interações entre o fibrinogênio e os receptores de superfície. Nesse momento, as plaquetas dilatam-se,
as organelas presentes nelas tornam-se mais centralizadas e ocorre o surgimento de pseudópodes. Ao se
agregarem, elas formam uma espécie de tampão no local lesionado, diminuindo a perda sanguínea.

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