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de Endometriose 0
Endometriose
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Resumo de Endometriose 1
1. Definição
Endometriose é definida como a presença de glândulas e estroma endometriais
fora da cavidade uterina. Apresenta incidência estimada de 10-15%, podendo acometer
até 25% das mulheres com infertilidade. É crônica, inflamatória, benigna e estrogênio-
dependente, ou seja, o crescimento das lesões se altera dependendo do grau de
atividade estrogênica da paciente.
2. Teorias Etiopatológicas
Existem algumas teorias que tentam explicar a etiologia da doença. Contudo,
nenhuma consegue, isoladamente, esclarecer todos os aspectos.
TEORIAS ETIOLÓGICAS
Menstruação retrógrada
Metaplasia celômica
Metástase linfovascular
Restos embrionários ou Mülleriana
Células tronco
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E, por fim, a teoria das células tronco, graças a presença de células tronco ativas em
focos endometriais, alega que estas teriam um possível papel na origem dos focos de
tecido endometrial ectópico.
3. Aspectos Gerais
Lesões endometriais são mais comuns nos ovários, peritônio pélvico e ligamentos
uterossacros, mas podem aparecer em qualquer local – até hoje só não há relatos de
endometriose esplênica! Há preferência por lesões do compartimento pélvico posterior,
principalmente à esquerda. Quando são mais superiores, as lesões têm preferência pelo
compartimento à direita.
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TIPO CARACTERÍSTICAS
Acometimento superficial, com evolução das
Endometriose Peritoneal Superficial lesões de hiperemiadas à fibróticas e
esbranquiçadas.
Endometriose Ovariana Cística Cistos com conteúdo achocolatado, aderências,
(Endometrioma) mais localizadas no ovário esquerdo
Lesões com >5mm de profundidade, maior
Endometriose Infiltrativa Profunda
envolvimento de estruturas circunjacentes.
4. Endometriose e Câncer
Há uma possível associação com alguns tipos de neoplasia ovariana (células claras e
endometrioide), maior naqueles que utilizaram reposição hormonal apenas com
estrogênio; e para neoplasias em geral, como câncer de mama, de ovário e linfoma não-
Hodgkin.
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5. Fatores de Risco
Mulheres mais altas e magras parecem ter maior incidência, fato consistente com os
maiores níveis de estradiol na fase folicular destas pacientes. Normalmente, aquelas que
apresentam o quadro têm IMC menor que as pacientes sem endometriose.
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6. Quadro Clínico
A tríade clássica caracteriza-se por dor pélvica crônica, tumor e infertilidade.
Dismenorreia (maior marcador), dispareunia e dor pélvica crônica são sintomas comuns.
Pode haver evolução do quadro álgico de cíclico para contínuo, com agravo na
menstruação. Isso ocorre pelas aderências originadas: alças intestinais aderidas podem
levar à dor contínua pela própria peristalse. A intensidade da dor tem sido associada à
profundidade da lesão da endometriose: lesões com profundidade maior que 6 mm
estão relacionadas à dor mais intensa.
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Alguns efeitos na gestação têm sido demonstrados, com aumento de perda fetal,
parto pré-termo, pré-eclâmpsia e crescimento intrauterino restrito.
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7. Diagnóstico
O exame físico é limitado. Classicamente, o exame pélvico pode revelar nódulos
sensíveis no fórnice vaginal posterior e dor à mobilização uterina. Pode ser observado
spotting pré-menstrual e que se refere à pequenas perdas sanguíneas do tipo “borra de
café”. Se for possível palpar as tumorações endometrióticas, pressupõem-se que sejam
decorrentes de endometrioma e endometriose profunda – dificilmente lesões <5mm
seriam palpadas no exame físico. Deve incluir o exame das mamas, visto que em muitos
casos a opção terapêutica escolhida envolve uso de medicação hormonal.
Toque retal tem boa utilidade, principalmente em mulheres que não tiverem relação
sexual, uma vez que endometriose infiltrativa em região retal é comum. Além disso,
avaliam-se concomitantemente os paramétrios, sítios importantes de doença ureteral.
Correlacionando diretamente com o quadro clínico: houve acometimento do
paramétrio? Investigar as vias urinárias!
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miomas uterinos); mas aquelas com estágios mais avançados da doença têm níveis ainda
maiores. A sensibilidade variou de 4-100% e a especificidade de 38-100% para qualquer
estágio da doença. Portanto, não pode ser utilizado isoladamente. A dosagem pode ser
importante quando há endometriomas com características suspeitas nos exames de
imagem ou naquelas em perimenopausa quando o valor está muito elevado (VR 35
U/mL), pela probabilidade de tumor ovariano maligno.
Colonoscopia pode ser indicada nas lesões múltiplas que acometem a mucosa
intestinal e para afastar outras doenças que causem sangramento e dor.
Alguns órgãos internacionais como o European Society of Human Reproduction and Embriology (ESHRE) e o
National Institute of Health Care and Excellence (NICE) publicaram em seus consensos (de 2014 e 2017,
respectivamente) que “o diagnóstico é primeiramente suspeitado com base na história, sinais e sintomas; em
seguida, corroborado pelo exame físico e técnicas de imagem e finalmente provado/confirmado pela avaliação
histológica das peças coletadas durante a laparoscopia. A combinação de laparoscopia e verificação histológica
de estroma e/ou glândulas endometriais é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico da doença”.
Além desses órgãos, há uma portaria de 2016 (portaria nº 879), publicada pelo Ministério da Saúde, que
alega que “o padrão-ouro para diagnóstico de endometriose é a laparoscopia com inspeção direta da cavidade
e visualização dos implantes, não necessitando de biópsia para confirmação histopatológica. Diante da alta
correlação entre achados laparoscópicos e histológicos (97%-99%), a comprovação histológica mediante biópsia
oneraria de maneira desnecessária a investigação. Dessa forma, este Protocolo preconiza a utilização da
laparoscopia com inspeção direta da cavidade para confirmação diagnóstica”.
8. Classificação
A American Fertility Society (AFS) propôs, em 1985, uma classificação, revisada pela
American Society of Reproductive Medicine (ASRM) em 1996. É, atualmente o
estadiamento mais utilizado. Engloba a profundidade da invasão, bilateralidade e
envolvimento ovariano, presença de aderências e comprometimento ou não do fundo
de saco de Douglas.
Consiste em 4 estágios, sendo o estágio IV o de doença mais extensa. Não há,
entretanto, correlação com prognóstico e nível de dor. Esta é influenciada pela
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9. Tratamento
Apesar de considerada progressiva, a endometriose pode permanecer estável e, em
alguns casos, regredir sem tratamento. Acompanhamento clínico sem medicação é a
melhor opção em pacientes jovens, oligo ou assintomáticas, sem risco de dano funcional
e que desejem engravidar, tendo sido provado em alguns trabalhos que estas pacientes
não apresentam benefícios de tratamento medicamentoso ou cirúrgico profilático.
Pacientes cuja queixa principal é a dor devem ser manejadas com medicamentos ou
cirurgia. Contudo, até o momento, não há dados suficientes para concluir qual seria o
melhor ou qual deveria ser realizado primeiro.
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ECO System
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MAPA
Tratamento Medicamentoso
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superficiais ou profundos sejam ressecados e não coagulados, visto que essa abordagem
melhora a dor e diminui as recidivas.
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Referências bibliográficas
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Rotinas em Ginecologia. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. Cap. 10. p. 144-157.
2. LASMAR, Ricardo Bassil. Tratado de Ginecologia. In: LASMAR, Ricardo Bassil;
LASMAR, Bernardo Portugal. Endometriose. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2017. Cap. 22.
3. SARAJARI, Susan; MUSE JUNIOR, Kenneth N.; FOX, Michael D. Endometriose. In:
DECHERNEY, Alan H. et al. Current Diagnóstico e Tratamento: Ginecologia e
Obstetrícia. 11. ed. New York: McGraw-Hill Education, 2014. Cap. 56. p. 926-935.
4. DUNSELMAN, G. A. J. et al. ESHRE guideline: management of women with
endometriosis. Human Reproduction, [s.l.], v. 29, n. 3, p.400-412, 15 jan. 2014.
Oxford University Press (OUP). http://dx.doi.org/10.1093/humrep/det457. ESHRE
guideline: management of women with endometriosis
5. ENDOMETRIOSIS: diagnosis and management. NICE Guideline. Reino Unido, p. 1-24.
6 set. 2017.
6. FIGUEIREDO, Francisco de Assis. Portaria Nº 879: Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas da Endometriose. Ministério da Saúde. Brasília, p. 1-16. 12 jul. 2016.
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