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alvos farmacológicos
SUMÁRIO
1. Visão geral..................................................................................................................... 3
Referências...................................................................................................................... 22
1. VISÃO GERA
Para que a droga ou o fármaco exerça sua função dentro do corpo biológico, é
necessário que se ligue ao seu “alvo terapêutico”. Os principais locais de ligação
dessas moléculas são as proteínas, representado pelos receptores de membrana,
enzimas, moléculas carregadoras (transportadoras) e canais iônicos. Além disso, os
fármacos podem, também, ter como alvo o DNA, a matriz óssea, às proteínas plas-
máticas e proteínas da matriz extracelular.
Para se ter o efeito esperado da substância, é necessário que a droga se ligue
com alta especificidade ao seu local de ação. No entanto, nenhum fármaco limita
sua ação a apenas um alvo farmacológico. Sendo assim, tais substâncias podem
interagir com outros alvos celulares, além do alvo principal, e gerar diversos efeitos
colaterais. Esses efeitos indesejáveis ocorrem, sobretudo, se houver o aumento da
concentração sérica dessas substâncias.
Tipos de receptor
Canais iônicos
Os canais iônicos são proteínas transmembrana que funcionam como portões
que regulam, seletivamente, a passagem de íons do meio extracelular para o meio
intracelular e vice-versa. A abertura ou o fechamento desses canais é feito através
de diversos mecanismos, como a abertura por intermédio de ligantes ou a abertura
atendendo a mudança de voltagem.
Os fármacos podem agir de diversas formas nos canais iônicos.
1. Ligando-se diretamente a proteína do canal iônico. Tal ligação pode ocorrer tan-
to de forma ortostática, ou seja, o fármaco conecta-se especificamente no sítio
de ligação do ligante, quanto de forma alostérica, em que o fármaco se liga à
outra parte do canal, que não seja o receptor do ligante. Além disso, existem,
também, fármacos que se ligam diretamente ao centro do canal e bloqueiam
fisicamente a passagem de íons, como os anestésicos locais que agem bloque-
ando a passagem de íons nos canais de sódio dependentes de voltagem.
Transportadores
Os transportadores celulares são proteínas que se localizam na membrana plas-
mática e tem o essencial papel de fazer a movimentação de íons e pequenas molé-
culas orgânicas através da membrana plasmática, uma vez que eles não conseguem
por si só atravessar a membrana em razão da sua polaridade. Dessa forma, muitas
dessas proteínas transportadoras são alvos terapêuticos de uma gama de fármacos,
como os transportadores dos túbulos renais, que fazem a reabsorção e a excreção
ativa de diversas substâncias, os transportadores do epitélio intestinal, que capturam
ativamente os nutrientes e os transportam para a corrente sanguínea e os transpor-
tadores da barreira hematoencefálica, que tem papel fundamental na proteção do
sistema nervoso central contra substâncias tóxicas.
Proteína G
Acoplamento Direto Direto Via DNA
ou arrestina
Estrutura
monomérica
Hélice trans-
ou oligomé- Estrutura mo-
membranaú-
Organização ricacompre- noméricacom
nica ligando
oligomérica de endendo sete domínios
odomínio ex-
Estrutura subunidades hélicestrans- deligação
tracelulardo
circundandoum membrana ao receptor
receptor ao
poro central com um domí- edomínios de
domínioda
niointracelular ligaçãoao DNA
quinase
acoplador de
proteína G
5. FARMACODINÂMICA: AGONISTAS
E ANTAGONISTAS
Visão Geral
Como descrito por Paul Ehrlich, os receptores fisiológicos precisam estar conec-
tados ao seu ligante para exercer sua função. Muitos fármacos atuam exatamente
na ligação desses receptores fisiológicos de forma específica, a fim de regular seu
funcionamento.
Especificidade do fármaco
Os fármacos, uma vez que agem através de uma ligação com o receptor, têm valo-
res específicos de afinidade pelo seu receptor. Dessa forma, é necessário quantificar
esta variável para entender verdadeiramente a forma com a qual o fármaco se com-
porta na presença do seu receptor específico.
Essa interação pode ser representada nessa equação a seguir, sendo o fármaco
representado pela letra L e o receptor inativo pela letra R.
A reação ocorre de forma reversível formando o complexo Droga-Receptor, repre-
sentado por LR.
Eficácia e potência
O conceito de eficácia pode ser definido pela capacidade de resposta fisiológica
máxima que um fármaco tem.
Assim, como visto no gráfico anterior, o fármaco X apresenta maior eficácia que
o fármaco Y, uma vez que sua resposta máxima é maior que a resposta máxima do
fármaco Y.
Já o conceito de potência se refere à capacidade que o fármaco tem em atingir
sua resposta máxima em determinada concentração.
Agonistas
Os agonistas podem agir de diversas formas em um receptor. Uma dessas for-
mas, é ligando-se diretamente ao sítio de ligação do sinalizador endógeno e indu-
zindo uma resposta igual ou similar à resposta esperada pela ligação com o ligante
natural. Nesse caso, essa interação é denominada de interação ortostática. Nesse
contexto, tais agonistas são denominados de agonistas primários.
Entre os fármacos agonistas, podemos dividi-los em alguns subgrupos. Caso um
fármaco gere, após conecta-se com o seu receptor, uma ativação total, ou seja, uma
atividade intrínseca (α), que é a capacidade de um fármaco ativar o receptor depois
de ligado, classificamos como um agonista pleno (α = 1). Por outro lado, caso o fár-
maco apenas ative parcialmente o receptor, classificamos esse agonista como um
agonista parcial (0 < α < 1).
Apesar do conceito inicial de Ehrlich compreender que a ativação de um receptor
existe apenas após a sua ligação com o ligante, existe um conceito mais moderno
que afirma que pode ocorrer um nível considerável de ativação do receptor, mes-
mo na ausência de seus ligantes. Tal ativação é denominada ativação constitutiva.
Dessa forma, um fármaco pode agir reduzindo o nível de ativação constitutiva dos
fármacos e, nesse caso, ele é denominado de agonista inverso.
Antagonistas
Já os fármacos antagonistas, que têm a função de bloquear ou reduzir a função
do receptor endógeno, podem agir competindo pelo mesmo sítio de ligação do sina-
lizador endógeno (antagonismo ortostático) ou com outro local qualquer do receptor
(antagonismo alostérico). O antagonista pode ainda agir ligando-se ao agonista e
impedindo que ele se ligue ao sítio de ligação (antagonismo químico) e por antago-
nismo funcional, uma vez que o fármaco age diretamente nos efeitos celulares ou
fisiológicos exercidos pelo agonista.
Os antagonistas de ação ortostática e alostérica ainda podem ser classificados
em antagonistas competitivos ou não competitivos. Os antagonistas competitivos
ligam-se ao receptor de forma reversível e impede a conexão do ligante ao sítio de
ligação. Dessa forma, os antagonistas competitivos reduzem a potência das subs-
tâncias agonistas, mas não reduzem sua eficácia, uma vez que, ao aumentar a con-
centração do ligante, o receptor ainda pode chegar a sua resposta máxima. Já os
antagonistas não competitivos reagem de forma irreversível ao receptor, inativando-o
de forma definitiva. Dessa maneira, não afetam a potência dos agonistas, mas redu-
zem a sua resposta máxima (eficácia).
AGONISTA ANTAGONISTA
Reduz o nível de
Ativação completa ativação constitutiva
Antagonista Antagonista não
do receptor do receptor
competitivo competitivo
Fonte: Autoral.
ALVOS FARMACOLÓGICOS
Abertura e Modulação de
fechamento de atividade de canal
canal iônico iônico
Fonte: Autoral.
Sanar
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