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1. Introdução...................................................................... 3
2. Hipersensibilidade tipo I........................................... 9
3. Hipersensibilidade tipo II........................................14
4. Hipersensibilidade tipo III.......................................21
5. Hipersensibilidade tipo IV......................................28
Referências bibliográficas .........................................37
DISTÚRBIOS DE HIPERSENSIBILIDADE 3
HIPERSENSIBILIDADE
Mal controladas
Direcionadas ao nossos
Autoimunidade
próprios tecidos
Reação contra
À antígenos ambientais
antígenos ambientais
localizado (por exemplo, dentro das outras não sensibilizadas pode ocor-
articulações, na artrite reumatóide) rer com leucócitos periféricos, mas
ou são fagocitados por macrófagos e, não com soro.
desta maneira, não causam nenhum Os linfócitos T sensibilizados que fo-
dano. Com um leve excesso de antí- ram desencadeados ou ativados pelo
geno, os imunocomplexos tendem a contato com um antígeno específico
ser mais solúveis e podem causar re- podem provocar lesão imunológica
ações sistêmicas ao serem deposita- por um efeito tóxico direto ou através
dos em vários tecidos. da liberação de substâncias solúveis
As reações do Tipo IV são de hiper- (linfocinas). Na cultura de tecidos, os
sensibilidade celular, mediada por linfócitos T ativados destroem as cé-
células, tardia ou do tipo tuberculina, lulas-alvo após sensibilização pelo
causadas por linfócitos T sensibiliza- contato direto. As citocinas liberadas
dos após contato com um antígeno dos linfócitos T ativados incluem vá-
específico. Exemplos de linfócitos T rios fatores que afetam a atividade de
induzindo respostas indesejadas são: macrófagos, neutrófilos e células lin-
sensibilidade de contato (por exem- fóides exterminadoras
plo, a níquel ou plantas como hera Passados alguns anos, tem-se tor-
venenosa); as respostas de hiper- nado aparente que a classificação de
sensibilidade tardia da hanseníase ou Coombs e Gell dividiu artificialmente
tuberculose; a resposta exagerada a reações de anticorpos relacionadas
infecções virais, tais como sarampo; e com seus mecanismo (tais como tipos
os sintomas persistentes da doença I, II e III), as quais contribuem para a fi-
alérgica. siopatologia de muitas doenças imu-
Os anticorpos circulantes não estão nomediadas comuns, enquanto inclui
envolvidos e nem são necessários reações mediadas pelas células T de
para desenvolver a lesão tecidual. A hipersensibilidade tipo tardia (HTT)
transferência da hipersensibilidade numa mesma classificação (denomi-
tardia de pessoas sensibilizadas para nada tipo IV).
SAIBA MAIS!
O termo alérgeno foi utilizado primeiro por von Pirquet, em 1906, para cobrir todas as subs-
tâncias estranhas que poderiam produzir uma resposta imune. Subsequentemente, a palavra
“alérgeno” passou a ser utilizada seletivamente para as proteínas que causam “supersensibi-
lidade”. Assim, um alérgeno é um antígeno que dá início à hipersensibilidade imediata.
DISTÚRBIOS DE HIPERSENSIBILIDADE 7
Anticorpo
Antígeno
DISTÚRBIOS DE HIPERSENSIBILIDADE
REAGENTE
IgE IgG IgG Células Th1 Células Th2 CTL
AUTOIMUNE
Produção de
Complemento, Anticorpos
Ativação de Complemento, Ativação de IgE, ativa Toxicidade
MECANISMO células com alteram a
mastócitos fagócitos macrófagos eosinófilos e à célula
receptor Fc sinalização
mastócitos
SAIBA MAIS!
O fragmento cristalizável, região do fragmento cristalizável ou região Fc é a região dum an-
ticorpo que forma a sua cauda (ou base do Y, dado que os anticorpos têm forma de Y), que
interage com receptores da superfície das células chamados receptores Fc e com algumas
proteínas do sistema complemento. As células também apresentam um receptor de Fc, só
que este tem baixa afinidade pela IgE.
Broncoconstrição Choque
MANIFESTAÇÕES
Alterações vasculares
CLÍÍNICAS
Alterações de
músculo liso
REAÇÕES
ALÉRGICAS EXISTE PREDISPOSIÇÃO
ESTIMULADAS POR
DEPENDENTES GENÉTICA
DE IgE
IgE
SAIBA MAIS!
O influxo de cálcio nos mastócitos induzido pelo antígeno tem dois efeitos principais: um é
que ocorre a exocitose do conteúdo dos grânulos com a liberação de mediadores pré forma-
dos (sendo que a histamina é o mais conhecido) e o outro é que ocorre a indução da síntese
de novos mediadores formados a partir do ácido araquidônico, levando a produção de pros-
taglandinas e leucotrienos, os quais tem efeito direto nos tecidos locais. Nos pulmões eles
levam a broncoconstrição, edema de mucosas e hipersecreção, levando a asma.
Ligação da IgE ao Fc
nos mastócitos
Exposição repetida ao
alérgeno
Ativação dos
mastócitos: liberação
dos mediadores
Figura 2. Hipersensibilidade Tipo I. Disponível em: Abbas, A. K., Lichtman, A. H., & Pillai, S. (2008). Imunologia celular
e molecular.
DISTÚRBIOS DE HIPERSENSIBILIDADE 12
Leucotrienos
Asma
PAF Recém-formados
Rinite alérgica
Prostaglandinas D2
Pápulas
Halo eritematoso
ECF-A (tetrapeptídeos)
Exposição prévia
Basófilos Reação de fase tardia 2-4h
Mastócitos
Linfócitos Th2
DISTÚRBIOS DE HIPERSENSIBILIDADE 14
SAIBA MAIS!
Em algumas reações como a que acontece com os eosinófilos ao reagir com os schistosomas,
a exocitose do conteúdo dos grânulos é benéfica, mas quando o alvo é o tecido do hospedeiro
que foi sensibilizado com anticorpos o dano tecidual é inevitável.
SAIBA MAIS!
Nem sempre as doenças autoimunes envolvem a reação de hipersensibilidade do tipo II, por
exemplo, no caso em que a diabete é causada por uma doença autoimune, embora se detec-
tem anticorpos da classe IgG para as células pancreáticas, a maior parte dos danos imunopa-
tológicos são causados por células T autorreativas, o que se enquadraria no tipo IV.
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Doença de Graves
Radicais livres
Miastenia gravis Pênfigo vulgar
Enzimas lisossômicas
Eritoblastose fetal Síndrome de
(anemia hemolítica
autoimune) Goodpasture
Leucócitos
MANIFESTAÇÕES
Moléculas intrínsecas à
MEDIADORES PATOLOGIA membrana celular ou da
HIPERSENSIBILIDADE matriz extracelular
TIPO II (CITOTÓXICA)
IgG ANTICORPO ANTÍGENOS Exógenos adsorvidos
IgM
Anticorpos e
Neutrófilos
autoanticorpos
Complemento Macrófagos
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GLOMERULONEFRITE
Antígeno da parede celular do estreptococo Nefrite
PÓS-ESTREPTOCÓCICA
SAIBA MAIS!
A classe do anticorpo também tem participação na remoção dos complexos circulantes pois
anticorpos da classe IgG, por se ligarem melhor as hemácias do que os da classe IgA, são
liberados mais lentamente, e por isso que dificilmente irão se depositar em órgãos como rins,
pulmões e cérebro.
DISTÚRBIOS DE HIPERSENSIBILIDADE 25
Parede vascular
LES Vasculites
Membrana
Inflamação e necrose
glomerular
Artrite reumatoide Doença do soro
Membrana articular Edema
MANIFESTAÇÕES
Depuração ineficaz
Eritema
de imunocomplexos
Deposição em excesso
PATOLOGIA MECANISMO
de imunocomplexos
HIPERSENSIBILIDADE
TIPO III (COMPLEXO
IgG ANTICORPO IMUNE) ESTÍMULOS Antígeno solúvel
IgM
Neutrófilos
Imunocomplexos
DISTÚRBIOS DE HIPERSENSIBILIDADE 28
Figura 6. Mecanismos das reações de hipersensibilidade mediadas pelas células T (tipo IV). A, Nas reações de hiper-
sensibilidade retardada, as células T CD4+ (e, algumas vezes, as células CD8+) respondem aos antígenos presentes
nos tecidos por meio da secreção de citocinas que estimulam a inflamação e ativam as células fagocitárias, levando
à lesão tecidual. B, Em algumas doenças, as CTLs CD8+ destroem as células do tecido diretamente. APC, célula
apresentadora de antígenos. CTLs, linfócitos T citotóxicos. Fonte: Robbins & cotran-patologia bases patológicas das
doenças, 2010.
DISTÚRBIOS DE HIPERSENSIBILIDADE 29
SAIBA MAIS!
A reação granulomatosa também pode ocorrer como resultado a um corpo estranho presente
no organismo, como o que ocorre nas pessoas que trabalham na indústria de amianto, de-
senvolvendo a formação de granulomas nos pulmões devido a inalação do pó do amianto, e
também uma série de outras substâncias que os macrófagos são incapazes de digerir. Nesse
caso temos o que se chama de granuloma não imunológico, pois não encontramos a presen-
ça de linfócitos nele.
Reação tuberculínica –
hipersensibilidade do tipo tardio
(DTH)
A hipersensibilidade do tipo tardio
(DTH) é uma reação inflamatória pre-
judicial mediada por citocinas resul-
tantes da ativação de células T, par-
ticularmente das células T CD4 +. A
reação é chamada tardia porque se
desenvolve tipicamente 24 a 48 ho-
ras após o desafio com o antígeno,
em contraste com as reações de hi-
persensibilidade imediata (alérgicas),
que se desenvolvem em minutos.
Esta forma de hipersensibilidade é
observada quando se inocula por
via subcutânea um antígeno solúvel,
como o bacilo da tuberculose (proteí-
nas da bactéria morta). Na região em
que foi injetado o antígeno, se obser-
va a formação de um edema em torno
de 48 horas pós inoculação. Reações
semelhantes podem ser observadas
quando se administra antígenos so-
lúveis de microrganismos como My-
cobacterium leprae e Leishmania tro-
pica em pessoas sensibilizadas. Por
este motivo o teste de sensibilidade
cutânea é utilizado para saber se uma Figura 8. Reação de Hipersensibilidade do tipo tardio.
pessoa foi exposta previamente a um A infecção ou imunização (vacinação) sensibiliza um
indivíduo, e o desafio subsequente com um antígeno
determinado antígeno. Esta forma de do agente infeccioso elicita uma reação de DTH. A
hipersensibilidade também pode ser reação é manifestada pelo endurecimento com eritema
e inchaço no local do desafio, com pico em aproximada-
induzida por antígenos que não sejam mente 48 horas. Disponível em: Abbas, A. K., Lichtman,
A. H., & Pillai, S. (2008). Imunologia celular e molecular
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macrófagos como o oxigênio reativo e Esse processo ocorre nos nervos pe-
intermediários das hidrolases. riféricos, onde as células de Schwann
contém o M. leprae; o que é a causa
SE LIGA! Embora a reação de hipersen-
mais importante da destruição ner-
sibilidade seja induzida pelos linfócitos T vosa nesta doença. Na lepra tuber-
ativados, nem sempre a reação é contro- culoide a imunidade protetora está
lada, de forma que a imunidade proteto- normalmente associada com a imu-
ra e a reação de hipersensibilidade tar-
dia nem sempre acontecem ao mesmo nidade mediada por células, só que
tempo. Por este motivo é que algumas esta vai declinando a medida que a
pessoas que tem hipersensibilidade tar- doença caminha para o quadro lepro-
dia não apresentam proteção ao mesmo
matoso, com a produção de anticor-
antígeno que as levou a desenvolver
esta hipersensibilidade. pos não protetores para o M. leprae.
Outro exemplo, é a tuberculose, nela
observa-se um balanço entre os efei-
Um dos exemplos que podemos ci-
tos dos macrófagos ativados contro-
tar é a lepra. A lepra é dividida em 3
lando a infecção e/ou causando danos
tipos, tuberculoide, intermediária e
teciduais nos órgãos infectados. Nos
lepromatosa. Na lepra tuberculoide
pulmões a reação granulomatosa leva
a pele apresenta pequenas áreas hi-
a formação de “buracos” (necrose ca-
popigmentadas que tem um intenso
seosa), que contribuem para o espa-
infiltrado de leucócitos e células epi-
lhamento da bactéria. As reações são
telióides, mas sem a presença do ba-
frequentemente acompanhadas de fi-
cilo, já na lepra lepromatosa se obser-
brose extensa. Observa-se na região
vam múltiplas lesões confluentes que
central do granuloma a presença de
apresentam numerosos bacilos, ma-
uma área de necrose, circundada por
crófagos e alguns linfócitos. Já a lepra
células epitelióides e células gigantes
intermediária, como o próprio nome
com células mononucleares na região
diz, apresenta características tanto da
periférica.
lepra tuberculoide quanto da lepro-
matosa e a reação se apresenta com No caso da esquistossomose a rea-
o quadro típico de hipersensibilidade ção granulomatosa se processa con-
do tipo IV, sendo que nela as lesões tra o ovo dos esquistossomas, levan-
hipopigmentadas de pele contendo o do a formação do granuloma ao redor
bacilo, se tornam inchadas e inflama- do mesmo.
das, porque o organismo é incapaz e Na Sarcoidose, a causa exata da do-
montar a reação de hipersensibilidade ença é desconhecida. Sabe-se que
tardia. Nestas lesões observa-se o in- é uma doença crônica, com quadro
filtrado de linfócitos secretando γ-IFN. clínico algumas vezes parecido com
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DM tipo I
Tuberculina
Granuloma MANIFESTAÇÕES
Corpo estranho
Infiltrado perivascular
Edema HIPERSENSIBILIDADE
TIPO IV (TARDIA)
SEM ANTICORPO TIPOS
Lesão celular
Granulomatosa 21-28d
HISTOLOGIA
Monócitos
Tuberculina -
48 -72h
intradérmica
Linfócitos T
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REAÇÕES DE
HIPERSENSIBILIDADE
Hipersensibilidade
Hipersensibilidade
Hipersensibilidade mediada por Hipersensibilidade
mediada por
imediata (tipo I) complexos imunes celular (tipo IV)
anticorpos (tipo II)
(tipo III)
Recrutamento Fagocitose
de células através da Citotoxicidade
ativação do
inflamatórias complemento ou celular
(reação tardia) receptores Fc
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Abbas, A. K., Lichtman, A. H., & Pillai, S. (2008). Imunologia celular e molecular. Elsevier
Brasil.
Male, D., Brostoff, J., Roth, D. B., & Roitt, I. M. (2014). Imunologia. Elsevier Brasil.
Machado, S. L., & Machado, R. D. (2014). Imunologia básica e aplicada às análises clínicas.
Kumar, V. (2010). Robbins & cotran-patologia bases patológicas das doenças 8a edição.
Elsevier Brasil.
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