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Sem supra de ST
2. Com supra de ST
Qualquer condição que provocada por redução ou
bloqueio súbito do fluxo sanguíneo para o coração Os IAM com supra de ST é o pior infarto, precisando de
tratamento imediato. O supradesnivelamento de ST pode-
FISIOPATOLOGIA se apresentar de 3 formas, sendo elas mostradas na imagem
abaixo, sendo que todas significam oclusão total da
A principal característica fisiopatológica da Síndrome
coronária, a presença de onda Q indica necrose e a
Coronariana Aguda é a instabilização da placa
inversão da onda T em mais de uma derivação indica
aterosclerótica, envolvendo erosão ou ruptura e
presença de isquemia. Dessa forma a imagem à esquerda
subsequente formação de trombo oclusivo ou suboclusivo.
mostra a presença de trombo, a do meio indica presença
A ruptura da placa, trombose ou espasmos podem de trombo com necrose e à direita mostra presença do
ocasionar a oclusão dos vasos. A limitação do fluxo pode trombo, com necrose e isquemia.
ocorrer por outros mecanismos como o vasospasmo, embolia
ou dissecção coronariana. A função ventricular sofre
alterações decorrentes da progressão da isquemia
miocárdica, ocorrendo disfunção diastólica inicialmente,
seguida ou não por disfunção sistólica.
TINOCA
É a elevação da troponina sem obstrução coronariana e
sem manifestações clínicas de IAM. Contemplam aqueles
Com base na fisiopatologia e contexto clínico, o IAM é com lesão de etiologia isquêmica (MINOCA) e as demais
classificado em vários subtipos, o tipo 1 é causa etiologias descritas de lesão miocárdica não isquêmica de
aterotrombótica, o tipo 2 é o IAM gerado pelo desbalanço causas cardíacas (miocardite, cardiomiopatia de Takotsubo
entre oferta e demanda, sem causa aterosclerótica, o tipo 3 e outras cardiomiopatias) ou extracardíacas (embolia
e 4 são menos frequentes. pulmonar, sepse e AVC).
Os IAM de 1-3 apresentam sintomas sugestivos de isquemia
miocárdica aguda, nova alteração isquêmica no ECG, nova ANGINA INSTÁVEL
onda Q patológica no ECG, exame de imagem Isquemia miocárdica na ausência de necrose miocárdica,
evidenciando nova alteração de contratilidade ou perda sem os biomarcadores, não sendo IAM. Durante o manejo
de miocárdio viável consistente com etiologia isquêmica, e inicial de síndrome coronariana aguda, é difícil diferenciar AI
identificação de trombo intracoronário por angiografia ou do IAMSSST com base em critérios clínicos (antes que a
necropsia (esse último apenas para o tipo 1). dosagem de marcadores de necrose miocárdica esteja
disponível), devendo ambas as entidades serem conduzidas
CONCEITOS de forma semelhante nessa fase.
Os casos de IAM sem a presença de doença arterial Segundo a diretriz, todos os pacientes devem ser
coronariana obstrutiva são classificados como MINOCA estratificados e classificados em risco alto, intermediário ou
(infarto tipo 2). Aproximadamente 2/3 dos pacientes tem baixo de desenvolverem eventos cardíacos maiores. É
apresentação clínica de IAMSSST. recomendável a classificação por mais de um método, e o
pior cenário deve ser considerado nas decisões quanto às
Os critérios diagnósticos para MINOCA são: IAM, condutas a serem adotadas.
documentação angiográfica com ausência de DAC
obstrutiva e nenhuma causa clinicamente evidente não Um exemplo de SCORE para calcular o risco do paciente é
coronariana que justifique a apresentação aguda. mostrado abaixo:
ROTINA DIAGNÓSTICA E CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO em até 10 min e troponina. O escore HEART deve ser
utilizado para estratificação de risco e auxílio na decisão
Segundo a diretriz, a triagem inicial deve ser realizada com de alta hospitalar.
base em história clínica, exame físico, ECG de 12 derivações
Pacientes com HEART <= 3 associado a troponina negativa, Outras recomendações com menor evidência são a triagem
ECG sem alteração isquêmica e ausência de antecedentes hospitalar por enfermeiros habilitados visando
de DAC podem ser liberados do serviço para reavaliação reconhecimento precoce de paciente sob maior risco, uso
ambulatorial. de escore EDACS e ADAPT para estratificação de risco
clínico como opção ao HEART e utilização do HEART para
liberação precoce de pacientes atendidos por ambulância.
Células sofrem lesão membranas perdem integridade Algoritmo de investigação da elevação da troponina
proteínas vão para o interstício linfáticos e capilares.
TROPONINAS
As troponinas são proteínas do complexo de regulação CREATINOQUINASE
miofibrilas presentes no musculo esquelético cardíaco. É uma enzima cardíaca. Sua dosagem é feita por
imunoensaio que detecta sua concentração no plasma em
1. Troponina T (TnTc) vez da sua atividade. Tem alta especificidade para o
tecido cardíaco.
Tem importância clínica por ser útil no diagnóstico do infarto
e para estimativa de angina estável, é detectável no Começa a subir 4-6 horas após início do infarto, com pico
soro/plasma 4-6 horas após a dor. Tem pico em 24 horas, em aproximadamente 12 horas. Volta ao normal com 24-36
permanecendo elevado por até 7 dias. horas. Pode ser usado para indicar re-infarto precoce se o
nível se normalizar e subir novamente.
2. Troponina I (TnIc)
Usa-se o índice MB
Possui sensibilidade de 90% e especificidade de 97%. Tem
importância clínica de sensibilidade absoluta para detectar
IM e é o teste mais específico para lesão do miocárdio.
Detectável no soro/plasma 6 horas após dor angina. Pico Nâo é infarto se MB < 5ng/mL e índice relativo = ND.
com 14 horas, permanecendo elevado por até 7 dias. Zona cinzenta é quando tem MB = 5 ng/ml e índice relativo
3. Troponina de alta sensibilidade (Trop-US) < 4.
Infarto agudo é quando MB > 5 ng/ml e índice relativo > 4.
Nos casos em que a CK-MB está elevada e a troponina A sensibilidade clinica dos marcadores é demonstrada na
está normal, ambas dentro de sua janela cinética, deve-se tabela abaixo:
basear a decisão clínica no resultado da troponina.
MIOGLOBINAS
Proteína cardíaca, tem importância clínica pode ter elevado
valor preditivo negativo e ser um monitoramento rápido da
terapia trombolítica. Aumenta significativamente após 1-3
horas com pico em 6 horas após IM. É rapidamente
As recomendações realizadas pela diretriz, são
eliminada pelo rim, retornando ao valor normal em 24 horas.
demonstradas abaixo:
Outros biomarcadores que podem ser usados para
prognóstico e risco são proteína C reativa, mieloperoxidase,
homocisteína, TFG e BNP.
DIAGNÓSTICO
Valor de 50 pg/mL implica em > especificidade, limitando o complementares, não só para avaliar a presença e a
número de falso positivo. > 35 pg/mL acarreta em > gravidade de lesão de outros órgãos-alvo e detectar
sensibilidade, reduzindo número de falso negativo, mas comorbidades, como também para verificar fatores
implica em investigação adicional em muitos pacientes que agravantes do quadro clínico.
não terão IC.
A realização de exames seriados pode ser necessária para
Na avaliação inicial dos pacientes com sinais e sintomas monitoração de variáveis de segurança, durante o
sugestivos de IC crônica ambulatorial, recomenda-se a tratamento da IC, incluindo função renal e eletrólitos.
realização de diversos exames laboratoriais
Outros biomarcadores que ajudam na predição do RCV - Ativação plaquetária (eventos cardiovasculares incidentes
são: e recorrentes): Lp-PLA2, sPLA2, sCD40L;
- Ativação neuro-hormonal: Copeptin, MR-proADM;
- Necrose miocárdica (IAM precoce): cTn, hs-cTn; h-FABP - Estresse miocárdico: NPs, ST2, ET-2, Gal-3, NRG-1 e
- Inflamação (prever MI e morte): hsCRP; GDF-15, fibrinogen, microRNAs
UA;
-Instabilidade plaquetária (risco de SCA): PAPP-A, MPO, As duas últimas categorias ajudam a prever morte e IC após
MMPs um IM e fornecer informações de estratificação de risco para
IC.
DIAGNÓSTICO
FISIOPATOLOGIA
1. Fase aguda
2. Fase subaguda