Você está na página 1de 20

Carimo Gorges Armando Alberto

Lípidos e Ácidos Nucleicos

Licenciatura Em Agropecuária

1º Ano

Universidade Licungo

Quelimane

2021
Carimo Gorges Armando Alberto

Lípidos e Ácidos Nucleicos

Trabalho de caracter avaliativo a ser


apresentado na Faculdade de Ciências
Agrárias, Departamento de Ciências
Agronómicas, na Cadeira de Bioquímica,
leccionado pelo Dr. Amarildo Oliveira.

Universidade Licungo

Quelimane

2021
Índice
1. Introdução............................................................................................................................3

2. Objectivos............................................................................................................................3

2.1. Objectivo geral....................................................................................................................3

2.2. Objectivos específicos........................................................................................................3

3. Metodologia.........................................................................................................................3

4. Definição de Lípidos...........................................................................................................4

4.1. Catabolismo dos Lípidos (Lipólise)....................................................................................4

4.2. Funções dos Lípidos...........................................................................................................4

4.3. Classificação dos Lípidos...................................................................................................5

4.4. Acidos graxos.....................................................................................................................6

4.4.1. Triacilglicerídios..............................................................................................................8

4.4.2. Cera..................................................................................................................................9

4.4.3. Fosfolipídios.................................................................................................................10

4.4.2.1. Glicerofosfolipídeos ou fosfoglicerídeos.....................................................................10

4.4.3. Esfingolipídios...............................................................................................................12

5. Lipoproteínas.....................................................................................................................14

6. Membrana Plasmática.......................................................................................................15

6.1. Funções..............................................................................................................................15

6.2. Estrutura e Composição.....................................................................................................15

7. Ácidos nucleicos................................................................................................................15

7.2. Estrutura do ácido nucleico..............................................................................................16

7.3. Função dos ácidos nucleicos.............................................................................................17

8. Conclusão..........................................................................................................................18

9. Bibliografia........................................................................................................................19
3

1. Introdução

O presente trabalho de pesquisa fala sobre Lípidos e acidos nucleicos, tem como objetivo
principal estudar e conhecer as suas estruturas. Quando se fala em lipídios é comum associar
esta classe de biomoléculas às gorduras, mas, as gorduras são apenas uma das espécies de
lipídios. Essa associação equivocada se explica pelo fato de a maioria dos lipídios ter como
característica comum uma natureza oleosa. Os lipídios são biomoléculas abundantemente
encontradas na natureza. Eles estão presentes em diversos alimentos como gema do ovo, leite,
gorduras animais e óleos vegetais, etc. Os lipídios formam uma classe bem complexa de
biomoléculas, que se caracterizam mais por sua solubilidade em solventes orgânicos apolares
(como clorofórmio, éter, benzeno) e baixa solubilidade em solventes polares (como água,
etanol, metanol) e não por apresentar algum grupo funcional comum a todos eles.

2. Objectivos
2.1. Objectivo geral
 Conhecer as estruturas dos lipídios.
2.2. Objectivos específicos
 Definir os lípidos e ácidos nucleicos
 Classificar os lípidos e ácidos nucleicos
 Descrever as propriedades e estrutura dos lípidos;
 Mencionar as funções e tipos de ácidos nucleicos;
 Explicar o processo de catabolismo dos lípidos;

3. Metodologia

O tipo de pesquisa a ser realizada neste trabalho foi classificado como sendo uma pesquisa
bibliográfica, isto porque deve-se a pesquisa em mãos a consulta de fontes bibliográficas e
uso de internet. A metodologia opcionada para a realização deste trabalho foi o método
descritivo, esta opção justifica o facto do método escolhido permitir uma descrição clara e
flexível em relação as ideias que foram reunidas e analisadas neste trabalho. Enquanto
procedimento, o trabalho realizou-se por meio da observação directa e indirecta.
4

4. Definição de Lípidos

De acordo com VIEIRA (2003), Lipídios são biomoléculas caracterizadas pela baixa
solubilidade em água e outros solvente polares e, alta solubilidade em solventes apolares. São
vulgarmente conhecidos como gorduras e suas propriedades físicas estão relacionadas com
esta natureza hidrófoba.

São moléculas que possuem uma grande variedade de formas estruturais, tendo em comum
somente o fato de serem hidrofóbicas e serem biosintetizadas a partir da acetil-CoA. Este
facto coloca os lipídios como uma importante molécula dentro do metabolismo energético,
uma vez que a acetil-CoA é a molécula que inicia os principais processos bioenergético
(idem).

4.1. Catabolismo dos Lípidos (Lipólise).

A lipólise é o processo de degradação de lipídios em ácidos graxos e glicerol. Acontece no


tecido adiposo e é ativado quando os níveis de glicose são insuficientes para suprir as
necessidades corporais. Dessa forma, o pâncreas tende a secretar glucagon, estimulando o
fígado a liberar glicose no sangue proveniente da quebra de glicogênio (PALMQUIST e
MATTOS, 2006).

A lipogénese é processo oposto da lipólise e consiste no armazenamento de gordura no tecido


adiposo. Quando há um excesso de ácidos graxos e glicerol no sangue, o organismo armazena
essas substâncias no tecido adiposo em forma de triglicerídeos. A lipólise e lipogénese são
influenciadas pela ingestão de alimentos, gasto energético, níveis hormonais e fatores
hereditários (idem).

Em conclusão, a lipólise é o processo metabólico em que triglicerídeos são transformados em


fonte de energia. Podemos dizer que é um processo emergencial, acionado apenas quando os
níveis de glicose estão baixos (idem).

4.2. Funções dos Lípidos

De acordo com VIEIRA (2003), os lipídios possuem uma função energética mais reservada ao
armazenamento do que o aproveitamento puro e simples de seu poder energético, uma vez
que, justamente pelo fato de serem muito calóricos, possuem vias metabólicas alternativas ao
metabolismo energético.
5

Desempenham várias funções biológicas importantes no organismo, entre elas:

a) Reserva de energia (1 g de gordura = 9 kcal) em animais e sementes oleaginosas, sendo a


principal forma de armazenamento os triacilgliceróis (triglicerídeos);
b) Armazenamento e transporte de combustível metabólico;
c) Componente estrutural das membranas biológicas;
d) São moléculas que podem funcionar como combustível alternativo à glicose, pois são os
compostos bioquímicos mais calóricos em geração de energia metabólica através da
oxidação de ácidos graxos;
e) Oferecem isolamento térmico, elétrico e mecânico para proteção de células e órgãos e
para todo o organismo, o qual ajuda a dar a forma estética característica;
f) Dão origem a moléculas mensageiras, como hormônios, prostaglandinas, etc.
4.3. Classificação dos Lípidos

Segundo VIEIRA (2003), os lípidos podem ser agrupados de acordo com a presença ou não
de ácidos graxos em sua molécula.

Os lípidos que possuem ácidos graxos (saponificáveis) - ácidos carboxílicos com grande
cadeia carbonada são saponificáveis, uma vez que reagem com bases fortes formando sabões.
São lineares em sua maioria, podendo ser saturados ou insaturados. Possuem função
energética e estrutural. São as simples: Acilglicerideos e Ceras e os complexos: Fosfolipídeos
e Glicolipídeos.

Os lípidos que não possuem ácidos graxos (não saponificáveis) - em sua molécula, não são
saponificáveis e não são energéticos. A maioria possui função estrutural ou especializada
(hormônios, vitaminas, antioxidantes), desempenhando papel chave em várias vias
metabólicas. São os terpenos, esteróides e eixo sanóides.

Do ponto de vista da nutrição, são classificados em ácidos graxos essenciais e ácidos graxos
cis ou trans.

Ácidos graxos essenciais: acidos graxos polinsaturados que o organismo humano não tem
capacidade de produzir e por isso ele se torna um componente obtido essencialmente pela
dieta, no caso, com a ingestão de óleos vegetais. São exemplos de ácidos graxos essenciais, os
ácidos graxos linoléico e linolênico.
6

Ácidos graxos cis ou trans: são constituintes das gorduras cis ou trans. Diferem porá
presentar diferentes configurações geométricas dos hidrogênios em torno da dupla ligação das
cadeias dos ácidos graxos monoinsaturados. A forma cis provoca uma prega na cadeia
hidrocarbonada no local da dupla ligação. A forma trans tem formato semelhante aos ácidos
graxos saturados, com a cadeia estendida, estando presentes nas gorduras vegetais
hidrogenadas como margarinas, frituras, produtos de comercialização.

4.4. Acidos graxos

De acordo com ALTAMIRA (2009), os ácidos graxos são ácidos monocarboxílicos,


geralmente com uma cadeia carbônica longa, com número par de átomos de carbono e sem
ramificações, podendo ser saturada ou conter uma insaturação (ácidos graxos
monoinsaturados) ou duas ou mais insaturações (polinsaturados).

Figura 1. Modelo espacial e fórmulas estruturais do ácido graxo saturado esteárico (A) e do
ácido graxo insaturado oleico (B), ambos com 18 carbonos em sua cadeia.

Fonte: (MOTTA, 2009).

a) Se os ácidos graxos forem todos de cadeia saturada, isto é, se todos os carbonos da cadeia
de ácido graxo estiverem unidos por ligações simples, o glicerídeo será uma gordura,
sólida à temperatura ambiente;
b) Se um ou mais de ácidos graxos do glicerídeo tiverem cadeia insaturada, isto é,
apresentarem dupla ligação entre um ou mais pares de carbono da cadeia, o glicerídeo será
um óleo, liquido à temperatura ambiente.
7

Tabela 1. Alguns ácidos graxos de ocorrência natural

Fonte: (MOTTA, 2009).

A presença de insaturação nas cadeias de ácido carboxílico dificulta a interação


intermolecular, fazendo com que, em geral, estes se apresentem à temperatura ambiente, no
estado líquido; já os saturados, com uma maior facilidade de empacotamento intermolecular,
são sólidos. A hidrólise ácida dos triacilglicerídios leva aos correspondentes ácidos
carboxílicos. O grupo carboxilo constitui a região polar, e a cadeia carbônica a parte apolar
(ALTAMIRA, 2009).

Os ácidos graxos não podem ser confundidos com lipídios, embora sejam moléculas
orgânicas que entram na composição da maioria deles. Portanto, os ácidos graxos são as
unidades básicas da maioria dos lipídios. São ácidos monocarboxílicos (contendo apenas um
grupo carboxilo - COOH). O grupo carboxilo se liga a uma longa cadeia hidrocarbonada, cujo
número de carbono varia de 4 a 36 (idem).

A nomenclatura dos ácidos graxos insaturados deve incluir a posição da dupla ligação na
cadeia hidrocarbonada. Ex.: Ác. Oleico (9-octadecenoico), C 18:19 o C18:1 ώ9
8

4.4.1. Triacilglicerídios

Os lipídios mais abundantes na natureza são os triacilglicerídios (também denominados


triacilgliceróis), constituídos por três moléculas de ácidos graxos esterificadas a uma molécula
de glicerol, ou seja, apresentam três grupos acilas ligados a glicerol. Compostos contendo um
grupo acila ou dois destes grupos e glicerol encontram-se em quantidades pequenas nas
células, existindo como intermediários das vias de síntese e degradação de lipídios que
contêm ácidos graxos e glicerol (VOET et al, 2000).

Os triacilgliceróis são compostos essencialmente apolares, pois as regiões polares de seus


precursores (hidroxilos do glicerol e carboxilos dos ácidos graxos) desaparecem na formação
das ligações éster. Assim, constituem moléculas muito hidrofóbicas, que podem ser
armazenadas nas células de forma praticamente anidra. Os triglicerídeos são os principais
acilgliceróis (idem).

Figura 2. Triacilglicerol.

De acordo com o tipo de acido graxo, os triglicerídeos são classificados em:

✓ Simples - quando apresentam o mesmo tipo de acido graxo.

✓ Composto – quando apresenta um ou todos ácidos graxos diferentes.

Os triacilgliceróis das gorduras animais são ricos em ácidos graxos saturados, o que atribui a
esses lipídios uma consistência sólida à temperatura ambiente; os de origem vegetal ricos em
9

ácidos graxos insaturados, são líquidos. No organismo, tanto os óleos como as gorduras
podem ser hidrolisados pelo auxílio de enzimas específicas, as lipases (tal como a fosfolipase
A ou a lipase pancreática), que permitem a digestão destas substâncias (CAMPOS, 2009).

Os óleos vegetais são utilizados para a fabricação de margarinas através de um processo de


hidrogenação, que reduz parte de suas duplas ligações e os tornam sólidos à temperatura
ambiente (CAMPOS, 2009).

Os triacilgliceróis podem ser hidrolisados, liberando ácidos graxos e glicerol. Se esta hidrólise
é feita em meio alcalino, formam-se sais de ácidos graxos, os sabões, e o processo é chamado
saponificação. Este é o princípio da fabricação de sabões a partir de gordura animal fervida
em presença de NaOH ou KOH (idem).

4.4.2. Cera

Outra classe de lipídios apolares ou hidrofóbicos são as ceras, também conhecidas como
graxas. As ceras são ésteres de ácidos graxos saturados ou insaturados de cadeia longa (com
14 a 36 átomos de carbonos), com álcoois de cadeia longa (contendo de 16 a 30 carbonos)
(QUINTAS et al, 2008).

As ceras de origem biológica são ésteres de ácidos graxos de cadeia longa (C 14 a C36) saturada
ou insaturada com álcoois também de cadeia longa (C16 a C30). As ceras são as principais
fontes de armazenamentos da energia metabólica no plâncton, o conjunto de micro-
organismos que flutuam livremente nos mares e constituem a base alimentar dos animais
marinhos (QUINTAS et al, 2008).

A reação de formação de éster é denominada reação de esterificação. A esterificação resulta


da reação de um éster pela união de um álcool e um ácido (neste caso um ácido graxo) (idem).

Figura 3. Estrutura da cera de abelha

As ceras também executam diversas outras funções relacionadas às suas propriedades


repelentes da água e sua consistência firme. Devido à impermeabilidade à água e a sua
10

consistência firme, as ceras também executam várias outras funções na natureza. Certas
glândulas da pele de vertebrados secretam ceras para proteger os pelos e a própria pele,
mantendo-os flexíveis, lubrificados e à prova de água. As ceras biológicas encontram uma
variedade de aplicações na indústria farmacêutica, de cosméticos e outras. A lanolina, a cera
de abelha, a cera de carnaúba e a cera extraída do óleo de espermacete (de baleias), são
largamente empregadas na manufatura de loções, pomadas e polidores (NELSON e COX,
2002).

4.4.3. Fosfolipídios

Os fosfolipídios são ésteres do glicerofosfato - um derivado fosfórico do glicerol. O fosfato é


um diéster fosfórico, e o grupo polar do fosfolipídio. A um dos oxigênios do fostato podem
estar ligados grupos neutros ou carregados, como a colina, a etanoamina, o inositol, glicerol
ou outros. As fostatidilcolinas, por exemplo, são chamadas de lecitinas. (NELSON e COX,
2002).

Os fosfolipídios ocorrem em praticamente todos os seres vivos. Como são anfifílicos, também
são capazes de formar pseudomicrofases em solução aquosa; a organização, entretanto, difere
das micelas. Os fosfolipídios se ordenam em bicamadas, formando vesículas. Estas estruturas
são importantes para conter substâncias hidrossolúveis em um sistema aquoso - como no caso
das membranas celulares ou vesículas sinápticas (NELSON e COX, 2002).

4.4.2.1. Glicerofosfolipídeos ou fosfoglicerídeos


Os ácidos graxos frequentemente encontrados nos glicerofosfolipídeos tem entre 16 e 20
átomos de carbono. Os ácidos graxos saturados ocorrem geralmente no C1 do glicerol. A
posição C2 do glicerol é frequentemente ocupada por ácidos graxos insaturados. Um derivado
do fosfoinositol denominado fosfatidil−4,5−bifosfato (PIP2), é encontrado em pequenas
quantidades nas membranas e é um importante componente na transdução de sinal (idem).

De acordo com MOTTA (2009), existem dois tipos de fosfolipídeos: os glicerofosfolipídeos e


as esfingomielinas.

a) Glicerofosfolipídeos ou fosfoglicéridos: São moléculas que contêm um glicerol, dois


ácidos graxos de cadeia longa, um fosfato e um álcool (exemplo, colina). São os
principais componentes lipídicos das membranas celulares. O ácido fosfatídico
(1,2−diacilglicerol−3−fosfato) é o composto, o precursor de outras moléculas de
11

glicerofosfolipídeos, consiste de glicerol−3−fosfato, cujas posições C1 e C2 são


esterificadas com ácidos graxos. Os glicerofosfolipídeos são classificados de acordo com
o álcool esterificado ao grupo fosfato. Alguns dos mais importantes são: fosfatidilcolina
(lecitina), fosfatidiletanolamina (cefalina), fosfatidilglicerol e fosfatidilserina ( idem).

Figura 4. Estrutura de um glicerofosfolipídeo

Fonte: (ALTAMIRA, 2009).

b) Esfingomielinas: as esfingomielinas diferem dos fosfoglicéridos por conterem


esfingosina (aminoálcool) em lugar de glicerol. Como as esfingomielinas também são
classificadas como esfingolipídeos, suas estruturas e propriedades são descritas mais
adiante.

Figura 4. Estrutura da esfingosina e da esfingomielina. (a) A estrutura da esfingosina é


derivada da serina e palmitato. (b) A ligação de um segundo grupo acila e uma fosfatidilcolina
(ou fosfoetanolamina) produz uma esfingomielina.

Fonte: (MOTTA, 2009).


12

4.4.3. Esfingolipídios

A principal diferença entre os esfingolipídios e os fosfolipídios é o álcool no qual estes se


baseiam: em vez do glicerol, eles são derivados de um amino álcool. Estes lipídios contêm 3
componentes fundamentais: um grupo polar, um ácido graxo, e uma estrutura chamada base
esfingóide - uma longa cadeia hidrocarbônica derivada do d-eritro-2-amino-1,3-diol. É
chamado de base devido à presença do grupo amino que, em solução aquosa, pode ser
convertido para o respectivo íon amônio. A esfingosina foi o primeiro membro desta classe a
ser descoberto e, juntamente com a dihidroesfingosina,são os grupos mais abundantes desta
classe nos mamíferos. No di-hidro, a ligação dupla é reduzida. O grupo esfingóide é
conectado ao ácido graxo graças a uma ligação amídica. A esfingomielina, encontrada em
muitos animais, é um exemplo de esfingolipídio (GADALHA, 2011).

Os vários tipos de esfingolipídios são classificados de acordo com o grupo que está conectado
à base esfingóide. Se o grupo hidroxilo estiver conectado a um açúcar, o composto é chamado
de glicosfincolipídio. O grupo pode ser também, um éster fosfófico, como a fosfocolina, na
esfingomielina. Gangliosídios são glicosfingolipídios que contém o ácido N-acetilneurâmico
(ácido siálico) ligado à cadeia oligossacarídica. Estas espécies são muito comuns no tecido
cerebral (GADALHA, 2011).

Esfingomielina: o grupo álcool primário da ceramida é esterificado ao grupo fosfórico da


fosfocolina ou da fosfoetanolamina. A esfingomielina é encontrada na maioria das
membranas plasmáticas das células animais (idem)

Glicoesfingolipídeos: as ceramidas são também precursoras dos glicoesfingolipídeos (ou


glicolipídeos). Nesses compostos, os monossacarídeos, dissacarídeos ou oligossacarídeos
estão ligados por ligação O−glicosídica (idem).

As classes mais importantes dos glicoesfingolipídeos são:

a) Cerebrosídeos são esfingolipídios cujas cabeças polares consistem de um resíduo de


monossacarídeo.
b) Sulfatídeos são galactocerebrosídeos que contêm um grupo sulfato esterificado na
posição 3 do açúcar. Os sulfatídeos estão negativamente carregados em pH fisiológico.
c) Gangliosídeos são os glicoesfingolipídeos que possuem oligossacarídeos com um ou mais
resíduos de ácido siálico (ácido N−acetilneuramínico).
13

Figura 5. Estruturas dos esfingolipídeos

Fonte: (MOTTA, 2009).

4.4.4. Esteróides

Os Esteróides são lipídios estruturais presentes nas membranas da maioria das células
eucarióticas. A estrutura característica desse grupo de lipídios da membrana é o núcleo
esteróide constituído por quatro anéis fundidos entre si, três deles com seis átomos de carbono
e um com cinco. O núcleo esteróide é quase plano e relativamente rígido, os anéis fundidos
não permitem a rotação em torno das ligações C-C. O colesterol, o principal esterol nos
tecidos animais, é anfipático, com um grupo-cabeça polar (grupo hidroxilo em C-3) e um
corpo hidrocarboneto não-polar (o núcleo esteróide e a cadeia lateral hidrocarboneto em C-
17), quase tão longa, em sua forma estendida, quanto um ácido graxo com 16 carbonos
(VIEIRA, 2003).

Sua importância está relacionada em servir de precursor à síntese de todos os outros


esteróides, que incluem hormônios esteróides, sais biliares e vitamina D (idem).

Figura 6. Estrutura dos esteroides.

Fonte: (CAMPOS, 2009).


14

5. Lipoproteínas

São associações entre proteínas e lipídeos encontradas na corrente sanguínea, e que tem como
função transportar e regular o metabolismo dos lipídeos no plasma. A fração protéica das
lipoproteínas denomina-se Apoproteína, e se divide em 5 classes principais - Apo A, B, C, D
e várias subclasses. A fração lipídica das lipoproteínas é muito variável, e permite a
classificação das mesmas em 5 grupos, de acordo com suas densidades e mobilidade
eletroforética (MOTTA, 2009)

a) Quilomícron - É a lipoproteína menos densa, transportadora de triacilglicerol exógeno na


corrente sanguínea;
b) VLDL - “Lipoproteína de Densidade Muito Baixa”, transportam triacilglicerol endógeno;
são sintetizadas pelo fígado e transportam triglicerídeos para os músculos e para o tecido
lipidinoso. Na medida em que perdem triglicerídeos, estas partículas podem coletar mais
colesterol e tornarem-se LDL.

c) IDL - “Lipoproteína de Densidade Intermediária”, é formada na transformação de -VLDL


em LDL;

d) LDL - “Lipoproteína de Densidade Baixa”, é a principal transportadora de colesterol; seus


níveis aumentados no sangue aumentam o risco de infarto agudo do miocárdio;

e) HDL - “Lipoproteína de Densidade Alta”; atua retirando o colesterol da circulação. Seus


níveis aumentados no sangue estão associados a uma diminuição do risco de infarto agudo do
miocárdio.

Figura 7. Estrutura de uma lipoproteína

Fonte: (GADALHA, 2011).


15

6. Membrana Plasmática

A membrana plasmática, membrana celular ou plasmalema é um envoltório fino, poroso e


microscópico que reveste as células dos seres procariontes e eucariontes. É uma estrutura
semipermeável, responsável pelo transporte e seleção de substâncias que entram e saem da
célula. Apenas com o desenvolvimento do microscópio eletrônico foi possível a observação
da membrana plasmática (QUINTAS et al, 2008).

6.1. Funções
As funções da membrana plasmática são:

a) Permeabilidade Seletiva, controle da entrada e saída de substâncias da célula;


b) Proteção das estruturas celulares;
c) Delimitação do conteúdo intracelular e extracelular, garantindo a integridade da célula;
d) Transporte de substâncias essenciais ao metabolismo celular;
e) Reconhecimento de substâncias, graças a presença de receptores específicos na
membrana.
6.2. Estrutura e Composição

A membrana plasmática é quimicamente constituída por lipídios (glicolipídeos, colesterol e os


fosfolipídeos), carboidratos e proteínas. Por isso, é reconhecida por sua composição
lipoproteica.

Os fosfolipídios estão dispostos em uma camada dupla, a bicamada lipídica. Eles estão
conectados às gorduras e proteínas que compõem as membranas celulares.

Os fosfolipídios apresentam uma porção polar e outra apolar. A porção polar é hidrofílicas
envolta-se para o exterior. A porção apolar é hidrofóbica e voltada para o interior da
membrana.

7. Ácidos nucleicos

Os ácidos nucléicos são macromoléculas encontradas em todas as células vivas, que


constituem os genes, responsáveis pelo armazenamento, transmissão e tradução das
informações genéticas. Tais moléculas recebem esse nome devido ao seu caráter ácido e
também por terem sido descobertos no núcleo celular, em meados do século XIX.

7.1. Principais tipos de ácidos nucleicos


Existem dois tipos de ácido nucleico: o ácido desoxirribonucleico, mais conhecido pela sigla
DNA e o ácido ribonucléico, conhecido como RNA.
16

7.2. Estrutura do ácido nucleico

Pentoses: são carboidratos cuja molécula é formada por cinco carbonos. A pentose que forma
o DNA é conhecida como desoxirribose, enquanto a do RNA é chamada ribose (daí os nomes
desoxirribonucleicos e ribonucleicos).

Bases nitrogenadas: são compostos cíclicos que contêm nitrogênio. As bases nitrogenadas
são cinco: adenina, citosina, guanina, timina e uracilo; e destas somente as três primeiras são
encontradas tanto no DNA quanto no RNA. A base nitrogenada timina ocorre somente no
DNA, enquanto a uracilo é uma base exclusiva do RNA.

Fosfato: um radical derivado da molécula do ácido fosfórico, composto químico responsável


pelo caráter ácido dos ácidos nucléicos.

Figura 8. Estrutura dos acidos nucleicos.

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/dna.htm. Acessado em 04 de fevereiro de 2021.

A união das pentoses às bases nitrogenadas e aos fosfatos forma um trio molecular que recebe
o nome de nucleótideo. Ambos os tipos de ácidos nucléicos são compostos por uma sequência
de nucleotídeos, que são ligados entre si por meio dos radicais fosfatos, formando longas
cadeias polinucleotídicas. Os nucleotídeos detêm grandes quantidades de energia, o que
contribui para a realização de diversos processos metabólicos. Os ácidos nucléicos
apresentam uma estrutura espacial bastante complexa e peculiar. As moléculas de DNA são
constituídas por duas cadeias polinucleotídicas enroladas uma sobre a outra, o que se
assemelha com uma grande escada helicoidal. Essas duas cadeias se unem por meio de pontes
de hidrogênio entre determinados pares de bases nitrogenadas: a adenina emparelha-se com a
timina, enquanto citosina emparelha-se com guanina (QUINTAS et al, 2008).

Figura 9. Tipos de acidos nucleicos e suas unidades fundamentais.


17

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/dna.htm. Acessado em 04 de fevereiro de 2021.

7.3. Função dos ácidos nucleicos

Os ácidos nucleicos são moléculas complexas responsáveis por armazenar e transmitir as


informações genéticas, bem como garantir sua tradução. O armazenamento e a transmissão
dessas informações são garantidos por meio do DNA. A tradução, por sua vez, é um papel do
RNA e nada mais é do que a síntese de proteínas, a qual é orientada pelas informações
genéticas fornecidas pelo DNA. Algumas moléculas de RNA também apresentam capacidade
enzimática, sendo conhecidas como ribozimas (QUINTAS et al, 2008).
18

8. Conclusão

Terminado o trabalho conclui-se que, os lipídios são biomoléculas com uma ampla variedade
estrutural. Essas biomoléculas não se caracterizam por apresentar um grupo químico comum a
todos eles, mas por sua solubilidade em solventes apolares. Classificam-se em triacilgliceróis,
ceras, glicerofosfolipídeos, esfingolipídios e esteróides. Os ácidos graxos são ácidos
orgânicos mono carboxílico que entram na formação da maioria dos lipídios. Dentre os
lipídios formados por ácidos graxos encontram-se os triacilgliceróis, que são ésteres de
glicerol com três moléculas de ácidos graxos. As ceras ou graxas são ésteres de ácidos graxos
de cadeia longa com álcool de cadeia longa. Duas outras classes de lipídios formadas por
ácidos graxos são os glicerofosfolipídeos e os esfingolipídios.

Enquanto os glicerofosfolipídeos são derivados do ácido fosfatídico, os esfingolipídios são


derivados da ceramida. Os lipídios dessas duas classes são moléculas anfipáticas e entram na
formação das membranas celulares. Os esteróides são lipídios que não apresentam ácidos
graxos em suas estruturas. São formados por um núcleo de esteróide, comum a todos os
lipídios dessa classe. E os ácidos nucleicos são moléculas complexas responsáveis por
armazenar e transmitir as informações genéticas, bem como garantir sua tradução. O
armazenamento e a transmissão dessas informações são garantidos por meio do DNA. A
tradução, por sua vez, é um papel do RNA e nada mais é do que a síntese de proteínas, a qual
é orientada pelas informações genéticas fornecidas pelo DNA.
19

9. Bibliografia

ALTAMIRA, Introdução a Bioquímica. 2009

CAMPOS, Luís S. Entender a Bioquímica. 5ª Edição, escolar editora, Lisboa, 2009

CADALHA, Carlos A et al. Bioquímica Estrutural. 5ª edição, Paraíba ,2011

MOTTA, Valter T. Bioquímica Clínica para laboratório: Princípios e Interpretações. 5ªed.


Porto Alegre: Editora Médica Missau; São Paulo: Robe editorial, EDUCS – Caxias do Sul,
2009.

MOTTA, Valter, Bioquimica Basica, 3ª edição. São Paulo. Sarvier. 2009.

NELSON, D. L.; COX, M. M. Lehninger Princípios de Bioquímica. 3ed. São Paulo: Sarvier,
2002.

VIEIRA, Ricardo. Fundamentos da Bioquímica. Belem-Pará. 2003

VOET, D.; VOET, J. G.; PRATT, C. W. Fundamentos de Bioquímica. Porto Alegre: Artmed.
2000.

PALMQUIST, D.L. e MATTOS, W.R.S. cabolismo de lipídeos. FUNEP, 2006

QUINTAS, Alexandre; FREIRE, Ana P. & HALPERN, Manuel. Bioquímica – Organização


molecular da vida, 2008.

Fontes: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/dna.htm. Acessado em 04 de fevereiro de


2021.

Você também pode gostar