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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

Lipídios
Jenefer de Oliveira Nunes

SOBRAL – 2020
Quando se fala em lipídios, comumente associam-se as gorduras, entretanto veremos a
seguir que as gorduras são apenas uma de suas espécies. Os lipídios são biomoléculas
orgânicas encontradas abundantemente na natureza formadas a partir de ácidos graxos e
álcool, portanto, ésteres que desempenham importantes funções no organismo dos seres vivos
que se caracterizam pela baixa solubilidade em solventes polares como por exemplo, a água
mas se dissolvem em solventes polares como clorofórmio e éter, por exemplo.
Os lipídios em sua maioria são formados por ácido carboxílico e desempenham
diversas funções como: reserva energética de animais e plantas, isolante térmico, elétrico e
mecânico para todo o organismo, estrutural como em componentes das estruturas biológicas
que são estruturas formadas por lipídios e proteínas, coenzimáticas como nas vitaminas
lipossolúveis A, D, E e K, hormonal como é no caso dos hormônios masculinos e femininos
dentre outras.
Segundo Lehninger (2014), os lipídios se classificam em lipídios de armazenamento e
de membrana (Figura 1). Os óleos e gorduras utilizados como forma de armazenamento de
energia dos seres vivos são derivados de ácidos graxos, que são ácidos monocarboxílicos com
cadeias hidrocarbonadas contendo de 4 a 36 carbonos podendo ser saturada ou insaturada. Os
ácidos graxos com cadeia hidrocarbonada saturada não apresenta duplas ligações, são sólidos
a temperatura ambiente e são encontrados em gorduras animais; já os ácidos graxos
insaturados possuem uma ou mais duplas ligações e são líquidos em temperatura ambiente.

Figura 1: Classificação dos lipídios de acordo com Lehninger (2014).


Os lipídios com ácidos graxos em sua composição são saponificáveis, pois reagem
com bases formando sabões. São as biomoléculas mais energéticas, fornecendo acetil-coA
para o Ciclo de Krebs. As propriedades físicas dos ácidos graxos são determinadas em grande
parte pelo comprimento e pelo grau de instauração da cadeia hidrocarbonadas, quanto mais
longa for à cadeia e quanto menos ligações duplas ela tiver mais baixa será sua solubilidade
em água.
Os triacilgliceróis, também chamados triglicerídeos são moléculas apolares
essencialmente insolúveis em água formados por três moléculas de ácidos graxos, que se
ligam covalentemente às hidroxilas (OH) do álcool glicerol formando um triéster; podem ser
sólidas ou líquidas em temperatura ambiente, dependendo da sua estrutura e da sua
composição. Usualmente, o termo “gordura” se refere aos triglicerídios que contem ácidos
graxos saturados, enquanto que o termo óleo ao triglicerídios que contém ácidos graxos
insaturados e assim é líquido em temperatura ambiente.
As ceras ou também conhecidas graxas também se enquadram na classe lipídios
apolares, estas são ésteres de ácidos graxos saturados ou insaturados de cadeia longa que
possui entre 14 e 36 átomos de carbonos, com alcoóis de cadeia longa que pode conter de 16 a
30 carbonos. Essa reação de união de um álcool e um ácido, neste caso um ácido graxo, é
chamada de esterificação. Dentre as diversas funções das ceras podemos destacar a de reserva
energética importante para os organismos marinhos que flutuam livremente como os
plânctons, é impermeabilizante protegendo o pêlo e a pele, lubrificando os animais que
possuem glândulas que as secretam, como por exemplo, os pássaros marinhos que secretam
ceras em suas penas visando repelir a água e evitar sobrepeso o que os prejudicaria tanto no ar
como na água.
Os lipídios que entram na composição das membranas (Figura 2) das células são
moléculas anfipáticas, ou seja, apresentam uma cadeia hidrocarbonada apolar e um grupo
polar; a estrutura em bicamada é estabilizada por interação hidrofóbica que ocorre com a
associação das caudas apolares desses lipídios, e as interações hidrofílicas ocorrem com os
grupos polares e a água.
Figura 2: Estrutura dos lipídios de membranas.
Os lipídios de membranas biológicas são agrupados em duas classes: fosfolipídios e
glicolipídios. Os fosfolipídios são lipídios de membranas que apresentam fosfato em suas
estruturas, já os glicolipídios são os lipídios que apresentam como grupo polar um
monossacarídeo ou oligossacarídeos.
Os fosfolipídeos agrupam duas classes: glicerofosfolipídios e esfingolipídios. Os
glicerofosfolipídios são os lipídios de membranas mais abundantemente encontrados nas
membranas das células, e possuem dois ácidos graxos unidos a uma molécula de glicerol, uma
vez que o terceiro grupo hidroxila deste álcool se encontra esterificado com um fosfato, unido
por sua vez a um segundo álcool, essa combinação resulta em uma molécula chamada ácido
fosfatídico que constitui a estrutura básica dos glicerofosfolipídios. Os esfingolipídios são
formados por uma molécula de esfingosina (união de uma serina com um dos ácidos graxos
forma o aminoálcool), um ácido graxo de cadeia longa e um grupo polar contendo a ceramida
como percursor estrutural de todos os esfingolipídios.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Nelson, D. L., Cox, M.M. Princípios de bioquímica de Lehninger. Trad. Ana Beatriz Gorini
da Veiga ... et al.], 6ª ed., Porto Alegre : Artmed, 2014.

Vollhardt, P., Schore, N. Química orgânica: estrutura e função. Trad. Flavia Martins da
Silva ... [et al.], 6ª ed., Porto Alegre: Bookman, 2013.

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