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João Vitor Simões Leite - XLVI

P3 – Armazenamento

1. Descrever a classificação, estrutura e funções dos lipídios (ácidos graxos, mono, di e triacilgliceróis, fosfolipídios e
colesterol).
• Em linhas gerais, os lipídios são biomoléculas compostas principalmente por carbono e hidrogênio. A maioria
deles irá ter como base o glicerol e de 1 a 3 ácidos graxos. Uma característica impar dos lipídios, é que possuem
uma natureza totalmente apolar, e, portanto, são hidrofóbicos. Uma molécula de lipídio (do grego, lipos, que
significa “gordura”) contém os mesmos elementos estruturais de um carboidrato, diferido somente na ligação e
no número de átomos. Enquanto a razão entre as moléculas de H e O do carboidrato se mantém em 2:1, a de um
lipídio comum (estearina, por exemplo), é 18,3: 1.
• O termo lipídio é geral para se referir a um grupo heterogênico de compostos, incluindo óleos, gorduras, ceras e
compostos relacionados. Cerca de 98% dos lipídios da dieta ocorrem sob a forma de triacilglicerol e cerca de 90%
da gordura corporal total está nos depósitos de tecido adiposo, nos tecidos subcutâneos.
Os lipídios possuem longas cadeias de hidrocarbonetos, são gordurosos ao toque e insolúveis em água. Eles
podem ser classificados como simples, compostos e derivados.
• Os lipídios compostos, por sua vez, são triacilgliceróis combinados com outras substancias, e representam cerca
de 10% da gordura total do corpo. São formados em todas as células, porem a maioria é sintetizada pelo fígado.
Dentre eles, encontram-se os fosfolipídios, glicolipídios e as lipoproteínas.
• Já os lipídios derivados são formados por simples e compostos. O mais conhecido é o colesterol. Apesar de se não
possuir ácidos graxos, o colesterol é tido como lipídio, pois partilha de características físicas e químicas do lipídio.
Pode se originar da dieta (exógena) ou da síntese celular (endógena). O fígado sintetiza cerca de 70% do
colesterol total, porém outros tecidos também o fazem.

Figura 1 - Lipídio

• De forma geral, as importantes funções dos lipídios incluem:


I. Fonte e reserva energética: cada molécula de gordura carreia grandes quantidades de energia por unidade de
peso, transporta e armazena facilmente e proporciona uma fonte imediata de energia. Um grama de lipídio
contém cerca de 9 calorias de energia, mais que o dobro de carboidratos ou proteínas.
II. Proteção dos órgãos vitais: até 4% da gordura corporal protegem contra os traumatismos de órgãos vitais.
III. Isolamento térmico: a gordura armazenada debaixo da pele, denominada subcutânea, proporciona
isolamento, permitindo aos indivíduos tolerarem os extremos de frio.
IV. Carreados de vitaminas e supressor da fome: o consumo diário de aproximadamente 20 g de gordura
dietética proporciona fonte e meio de transporte para as vitaminas lipossolúveis A, D, E e K. Assim sendo,
uma redução acentuada da ingestão de lipídios deprime o nível corporal dessas vitaminas, o que pode
resultar finalmente em deficiência vitamínica. O lipídio dietético facilita também a absorção de precursores
da vitamina A, a partir de fontes vegetais não-lipídicas, tipo cenouras e damascos. Terão que transcorrer
cerca de 3,5 horas após a ingestão de lipídios para que ocorra seu esvaziamento gástrico. Portanto, uma cerca
quantidade de lipídio na dieta pode retardar o início das dores de fome e contribuir para a sensação de
saciedade após uma refeição.
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Figura 2 - Classes comuns dos lipídios

• Sobre os ácidosgraxos, pode-se pontuar o seguinte:


I. Os ácidos graxos são ácidos monocarboxílicos, geralmente com uma cadeia carbônica longa e um numero par
de átomos de carbono, sem ramificações, podendo ser saturada ou conter insaturação (ácidos
monoinsaturados e poliinsaturados). O grupo carboxila constitui a região polar da molécula, enquanto a
cadeia carbônica a parte apolar.

Figura 3 - AG e glicerol

II. Ácidos graxos saturados: um ácido graxo saturado contém somente ligações simples entre os átomos de
carbono; todas as demais ligações se processam com o hidrogênio. A molécula de ácido graxo contém tantos
átomos de hidrogênio quantos são quimicamente possíveis – daí o termo ácido graxo saturado.
Os ácidos graxos saturados ocorrem principalmente nos produtos animais, tais como carne bovina (52% de
ácidos graxos saturados), de carneiro, de porco, de galinha, gema de ovo e gorduras lácteas do creme, do
leite, da manteiga (62% de ácidos graxos saturados) e do queijo. Os ácidos graxos saturados do reino vegetal
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incluem os óleos de coco e folhas de palmeira, as manteigas vegetais e a margarina hidrogenada; os bolos, as
tortas e os doces preparados comercialmente contêm grandes quantidades desses ácidos graxos.
III. Ácidos graxos insaturados: contêm uma ou mais ligações duplas ao longo da principal cadeia de carbono.
Cada ligação dupla ao longo da cadeia reduz o número de locais potenciais para a ligação do hidrogênio;
portanto, a molécula continua sendo insaturada com relação ao hidrogênio.
Um ácido graxo monoinsaturado contém uma única ligação dupla ao longo da principal cadeia de carbono; os
exemplos incluem o óleo de canola, o azeite de oliva (77% de ácidos graxos monoinsaturados), o óleo de
amendoim e o óleo presente nas amêndoas, nos frutos da nogueira-pecã e nos abacates.
Um ácido graxo poli-insaturado contém duas ou mais ligações duplas ou mais ligações duplas ao longo da
principal cadeia de carbono; os óleos de açafrão, de girassol, de soja e de milho servem como exemplo. Vários
ácidos graxos poli-insaturados, mais particularmente o ácido linoleico (um ácido graxo de 18 carbonos com
duas ligações duplas, presente nos óleos para cozinhar e para saladas), devem ter origem em fontes
dietéticas, pois funcionam como precursores de outros ácidos graxos, que o corpo não consegue sintetizar
(denominados ácidos graxos essenciais). O ácido linoleico mantém a integridade das membranas plasmáticas
e torna possível o crescimento, a reprodução, a manutenção da pele e o funcionamento corporal em geral.
Os ácidos graxos das fontes vegetais em geral continuam saturados e se liquefazem na temperatura
ambiente. Em contraste, os lipídios que contêm ácidos graxos mais longos (mais carbonos na cadeia) e mais
saturados existem como sólidos na temperatura ambiente; aqueles que contêm ácidos graxos mais curtos e
mais insaturados continuam moles. O procedimento químico hidrogenação transforma os óleos em gorduras
semissólidas pela introdução de hidrogênio líquido no interior do óleo vegetal (com acréscimo do catalista
mineral representado pelo níquel). Isso reduz as ligações duplas dos ácidos graxos insaturados para ligações
simples, de forma que mais hidrogênios poderão fixar-se aos carbonos ao longo da cadeia. Isso resulta em
uma gordura mais compacta, pois o acréscimo de hidrogênio eleva a temperatura de difusão do lipídio. Dessa
forma, o óleo hidrogenado se comporta como uma gordura saturada; as gorduras hidrogenadas mais comuns
incluem os substitutos do toucinho e da margarina.

Figura 4 - AG saturado e insaturado

• Sobre os triacilgliceróis, pode-se pontuar o seguinte:


I. Tem-se que os triacilgliceróis são os lipídios mais abundantes na natureza. Também são conhecidos como
triglicérides ou triglicerídeos. Basicamente, são constituídos por ácidos graxos esterificados e uma molécula
de glicerol, ou seja, possuem três grupos acila ligados a glicerol.
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Figura 5 - TAG

II. Além dos tri, se houver um grupo acila somente na molécula, esta será chamada de monoacilglicerol, se
houver dois, diacilglicerol. Sabe-se também que esses compostos são encontrados em quantidades pequenas
nas células, assim, eles existem mais como intermédios das vias de síntese e degradação de lipídios que
contem ácidos graxos e glicerol.
III. Os TAG são compostos apolares, pois as regiões polares de seus precursores desaparecem na formação da
ligação éster. Além disso, os TAG podem ser hidrolisados, liberando AG e glicerol. Quando essa hidrólise é
feita emmeio alcalino, formam-se sais de ácidos graxos, conhecidos como sabão (saponificação).

Figura 6 - Saponificação

IV. Quanto à sua função, pode-se dizer que os triacilgliceróis têm como principal função o armazenamento de
energia nos seres vivos. Além da vantagem de sua reserva ser feita de forma anidra, ou seja, sem moléculas
de água absorvidas, por serem compostos reduzidos, sua oxidação libera muito mais energia que a oxidação
de quantidades equivalentes de carboidratos. Nos seres humanos, os TAG são depositados no tecido adiposo,
atuando também como proteção contra traumas e choques mecânicos e também como isolante térmico.
• Sobre os fosfolipídios, pode-se pontuar o seguinte:
I. São derivados do glicerol que contêm fosfato na sua estrutura. Os fosfolipídios mais comuns são originados
na esterificação de moléculas polares variáveis. A molécula de fosfolipídio contém uma região polar,
composta pelo grupo fosfato e seus substituintes, e uma parte apolar, devida aos ácidos graxos e glicerol.
II. Esses compostos com fósforo também são chamados de glicerofosfolipídios. Além disso, basicamente os
fosfolipídios são componentes estruturais das membranas biológicas.
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Figura 7 - Fosfolipídio

• Sobre ocolesterol, pode-se pontuar o seguinte:


I. O colesterol PE o composto chave do grupo esteróide, que são lipídios com grupo tetracíclico. O fato de o
colesterol ser o composto chave desse grupo está intimamente ligado ao fato de ele servir como precursor à
síntese de outros esteróides, incluindo hormônios, sais biliares e vitamina D. Além disso, o colesterol ainda
tem função estrutural importante nas membranas de células animais.

Figura 8 - Estrutura do colesterol

II. No organismo humano, o colesterol é transportado por lipoproteínas plasmáticas, geralmente ligado a ácidos
graxos insaturados, formando ésteres de colesterol.

Figura 9 - Lipoproteínas em geral


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III. Vale pontuar que o transporte e as especificações das lipoproteínas serão vistos posteriormente.
2. Descrever a digestão e absorção de lipídios.
• Um adulto ingere cerca de 60 a 150 g de lipídeos diariamente, dos quais normalmente mais de 90% são
constituídos por triacilgliceróis (inicialmente chamados triglicerídeos). O restante dos lipídeos da dieta consiste
principalmente de colesterol, ésteres de colesterol, fosfolipídios e ácidos graxos não-esterificados ("livres").
• A digestão dos lipídeos começa no estômago, catalisada por uma lipase estável em meio ácido, que se origina de
glândulas localizadas na base da língua (lipase lingual). Moléculas de triacilgliceróis, particularmente aquelas que
contêm ácidos graxos de cadeia curta ou média (menos de 12 carbonos, como aqueles encontrados na gordura
do leite), são os principais alvos dessa enzima. Esses mesmos triacilgliceróis são também degradados por outra
lipase, a lipase gástrica, secretada pela mucosa gástrica. Ambas as enzimas são relativamente estáveis em meio
ácido, com pH ótimo entre 4 e 6. Essas "lipases ácidas" desempenham uma função particularmente importante
na digestão de lipídeos em neonatos, para os quais a gordura do leite é a principal fonte de calorias. Elas são
também enzimas importantes em indivíduos com insuficiência pancreática, como os portadores de fibrose cística.
A lipase lingual e gástrica ajuda esses pacientes a degradar moléculas de triacilgliceróis (especialmente aquelas
com ácidos graxos de cadeia curta ou média), apesar da ausência completa ou parcial da lipase pancreática.

Figura 10 - FC

• O processo crítico de emulsificação dos lipídeos da dieta ocorre no duodeno. A emulsificação aumenta a área da
superfície das gotículas de lipídeos hidrofóbicos, de modo que as enzimas digestivas, as quais trabalham na
interface da gotícula e da solução aquosa que a envolve, podem agir eficientemente. A emulsificação é
completada por dois mecanismos complementares, a saber, o uso das propriedades detergentes dos sais biliares
e a mistura mecânica devido ao peristaltismo. Os sais biliares, sintetizados no fígado e armazenados na vesícula
biliar, são derivados do colesterol. Eles consistem em uma estrutura cíclica de esterol com uma cadeia lateral, à
qual uma molécula de glicina ou de taurina está covalentemente ligada por ligação amida. Esses agentes
emulsificantes interagem com as partículas de lipídeos da dieta e com os conteúdos aquosos do duodeno,
estabilizando as partículas, pois na medida em que elas se tornam menores são impedidas de aglutinar.
• Os triacilgliceróis, os ésteres de colesterol e os fosfolipídios da dieta são degradados enzimaticamente
("digeridos") por enzimas pancreáticas, cuja secreção é hormonalmente controlada.
• As moléculas de triacilgliceróis são muito grandes para serem captadas eficientemente pelas células mucosas das
vilosidades intestinais.
• Assim, elas são atacadas por uma esterase, a lipase pancreática, a qual remove ácidos graxos preferencialmente
dos carbonos 1 e 3. Os produtos principais da hidrólise são então uma mistura de 2-monoacilgliceróis e ácidos
graxos livres. (Nota: Essa enzima é encontrada em altas concentrações em secreções pancreáticas [2 a 3% da
proteína total presente] e apresenta alta eficiência catalítica, assegurando então que somente uma deficiência
pancreática severa, tal como se apresenta na fibrose cística, resulte em uma absorção significativamente
prejudicada de gordura.)
• Uma segunda proteína, a colipase, também secretada pelo pâncreas, liga a lipase na razão de um para um e a
ancora na interface lipídeo-aquosa. (Nota: A colipase é secretada como o zimogênio pró-colipase, o qual é ativado
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no intestino pela tripsina.) Xenical (Orlistat), uma droga utilizada contra a obesidade, inibe as lipases gástrica e
pancreática, diminuindo, desse modo, a absorção de gorduras, o que resulta na perda de peso.

Figura 11 - Digestão dos lipídios


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• A maior parte do colesterol da dieta está presente na forma livre (não-esterificado), com 10 a 15% presente na
forma esterificada.
• Os ésteres de colesterol são hidrolisados pela hidrolase dos ésteres de colesterol (colesterol-esterase), a qual
produz colesterol mais ácidos graxos livres.
• A atividade da hidrolase dos ésteres de colesterol é bastante aumentada na presença de sais biliares.
• O suco pancreático é rico na pró-enzima da fosfolipase A2 que, como a pró-colipase, é ativada pela tripsina e,
como a hidrolase dos ésteres de colesterol, necessita sais biliares para sua atividade ótima.
• A fosfolipase A2 remove um ácido graxo do carbono 2 de um fosfolipídio, originando um lisofosfolipídeo. Por
exemplo, a fosfatidilcolina (o principal fosfolipídio observado durante a digestão) torna-se lisofosfatidilcolina.
• Os ácidos graxos que permanecem no carbono 1 podem ser removidos pela lisofosfolipase, originando a base
glicerilfosforil (por exemplo, glicerilfosforilcolina) a qual pode ser posteriormente degradada, excretada nas fezes,
ou absorvida.
• A secreção pancreática das enzimas hidrolíticas que degradam os lipídeos da dieta no intestino delgado é
controlada hormonalmente.
• As células na mucosa do jejuno e do duodeno inferior produzem um pequeno hormônio peptídico, a
colecistocinina (CCK, inicialmente chamada pancreozimina), em resposta à presença de lipídeos e proteínas
parcialmente digeridas que entram nessas regiões a partir do intestino delgado superior. A CCK age sobre a
vesícula biliar (fazendo-a contrair-se e liberar bile) e sobre células exócrinas do pâncreas (fazendo-as liberar
enzimas digestivas). Ela também diminui a motilidade gástrica, resultando na liberação mais lenta dos conteúdos
gástricos para o intestino delgado.
• Outras células intestinais produzem outro pequeno hormônio peptídico, a secretina, em resposta ao baixo pH do
quimo ao entrar no intestino. A secretina induz o pâncreas e o fígado a liberarem uma solução aquosa rica em
bicarbonato, que ajuda a neutralizar o pH do quimo que entra no intestino, trazendo-o para o pH apropriado à
atividade enzimática digestiva das enzimas pancreáticas.
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Figura 12 - Controle hormonal

• Ácidos graxos livres, colesterol livre e 2-monoacilgliceróis são os principais produtos da degradação dos lipídeos
da dieta no jejuno. Estes, juntamente com os sais biliares, formam as micelas mistas - agregados em forma de
disco de lipídeos antipáticos que aglutinam com os seus grupos hidrofóbicos para o lado de dentro e seus grupos
hidrofílicos para o lado de fora do agregado. As micelas mistas são, por isso, solúveis no meio aquoso do lúmen
intestinal. Essas partículas se aproximam do principal local de absorção de lipídeos, a membrana com borda em
escova dos enterócitos (células mucosas). Essa membrana é separada dos conteúdos líquidos do lúmen intestinal
por uma camada aquosa estacionária, que se mistura pouco com o fluido total. A superfície hidrofílica das micelas
facilita o transporte dos lipídeos hidrofóbicos através da camada aquosa estacionária da membrana com borda
em escova, onde eles são absorvidos. (Nota: Ácidos graxos com cadeia curta e média não necessitam da
participação de micelas mistas para absorção pela mucosa intestinal. Esta é uma importante consideração na
terapia dietética de indivíduos com absorção prejudicada de outros lipídeos). Além disso, de forma geral, o
colesterol já é naturalmente menos absorvido quando comparado aos outros componentes. Posteriormente, os
sais biliares serão absorvidos no íleo.
• É possível ainda que com o tratamento farmacológico se reduza ainda mais a absorção de colesterol no intestino.
Dentre esses medicamentos, pode-se citar a Ezetimiba, que realiza a ação descrita.
• A mistura de lipídeos, absorvida pelos enterócitos, migra para o retículo endoplasmático, onde ocorre a
biossíntese de lipídeos complexos. Os ácidos graxos são primeiro convertidos em sua forma ativada pela
sintetase dos acil-CoA graxos (tiocinase). Usando esses derivados acil-CoA, os 2-monoacilgliceróis absorvidos
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pelos enterócitos são convertidos em triacilgliceróis pelo complexo enzimático triacilglicerol-sintase. Esse
complexo sintetiza triacilgliceróis pela ação consecutiva de duas atividades enzimáticas - monoacilglicerol-
aciltransferase e diacilglicerolaciltransferase. Os lisofosfolipídeos são acilados novamente para formar
fosfolipídeos por uma família de aciltransferases, e o colesterol é esterificado com um ácido graxo principalmente
pela acil-CoA-colesterol-aciltransferase. (Nota: Praticamente todos os ácidos graxos de cadeia longa que entram
nos enterócitos são usados dessa maneira para formar triacilgliceróis, fosfolipídeos e ésteres de colesterol. Os
ácidos graxos de cadeia curta e média não são convertidos em seus derivados CoA e não são reesterificados em 2-
monoacilgliceróis. Em vez disso, eles são liberados para a circulação porta, sendo carregados para o fígado pela
albumina do soro).
• Uma má absorção de lipídeos, que resulta em aumento de lipídeos (incluindo as vitaminas lipossolúveis A, D, E e K
e ácidos graxos essenciais) nas fezes (isto é, esteatorréia), pode ser causada por distúrbios na digestão e/ou na
absorção de lipídeos. Tais distúrbios podem resultar de diversas condições, incluindo fibrose cística (causando
uma digestão precária) e encurtamento do intestino (causando diminuição na absorção).
• Os triacilgliceróis e os ésteres de colesterol sintetizados são muito hidrofóbicos, agregando-se em meio aquoso. É
então necessário que eles sejam embalados como gotículas de gordura circundadas por uma fina camada
composta de fosfolipídeos, colesterol não-esterificado e um único tipo de molécula proteica (apolipoproteína B-
48). Essa camada estabiliza a partícula e permite sua interação com o meio aquoso, evitando, dessa maneira, a
aglutinação de múltiplas partículas. (Nota: A presença dessas partículas na linfa após uma refeição rica em
lipídeos dá à linfa uma aparência leitosa. Essa linfa é chamada quilo [em oposição ao quimo, o nome dado à
massa semifluida de alimentos parcialmente digeridos que passa do estômago para o duodeno]. As pequenas
partículas são chamadas quilomícron; plural, quilomicra.) Os quilomicra seguem pelo sistema linfático até o ducto
torácico e são, em seguida, transportados para a veia subclávia esquerda, onde entram no sangue.
• O processo de formação dos quilomicra será visto posteriormente.
• Os triacilgliceróis presentes nos quilomicra são hidrolisados principalmente nos capilares do músculo esquelético
e do tecido adiposo, mas também nos capilares do coração, dos pulmões, dos rins e do fígado. Os triacilgliceróis
dos quilomicra são degradados pela lipase lipoprotéica, resultando ácidos graxos livres e glicerol. Essa enzima é
sintetizada principalmente por adipócitos e por células musculares. Ela é secretada e se associa à superfície
luminal das células endoteliais dos leitos capilares dos tecidos periféricos.
• A deficiência familiar da lipase lipoproteica, hiperlipoproteinemia do tipo I, é uma rara doença autossômica
recessiva causada por uma deficiência da lipase proteica ou de sua coenzima, a apolipoproteína C-II. O resultado é
quilomicronemia e hipertriacilglicerolemia de jejum.
• Os ácidos graxos livres derivados da hidrólise dos triacilgliceróis podem entrar diretamente nas células
musculares ou nos adipócitos adjacentes. Alternativamente, os ácidos graxos livres podem ser transportados no
sangue em associação com a albumina sérica, até serem captados pelas células. (Nota: A albumina sérica é uma
proteína grande, secretada pelo fígado. Ela transporta um grande número de compostos, principalmente
hidrofóbicos, através da circulação, incluindo ácidos graxos livres e algumas drogas). Muitas células podem oxidar
ácidos graxos para produzir energia. Os adipócitos podem também reesterificar os ácidos graxos livres para
produzir moléculas de triacilglicerol, as quais são estocadas até que os ácidos graxos sejam necessários para o
organismo.
• O glicerol que é liberado a partir dos triacilgliceróis é utilizado quase que exclusivamente pelo fígado para
produzir glicerol-3-fosfato, o qual pode entrar tanto na glicólise como na gliconeogênese, resultando, por
oxidação, diidroxiacetona-fosfato.
• Após a remoção da maior parte dos triacilgliceróis, os quilomicra remanescentes (os quais contêm ésteres de
colesterol, fosfolipídeos, apolipoproteínas e alguns triacilgliceróis) ligam-se a receptores no fígado e sofrem
endocitose. Os remanescentes são então hidrolisados a seus constituintes. O colesterol e as bases nitrogenadas
dos fosfolipídeos (por exemplo, a colina) podem ser reciclados pelo corpo. (Nota: Se a remoção dos quilomicra
remanescentes pelo fígado for defeituosa, eles se acumulam no plasma. Isso é observado na
hiperlipoproteinemia do tipo III [também denominada disbetalipoproteinemia familiar]).
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Figura 13 - Plano geral da digestão de lipídios

3. Citar as fontes alimentares e recomendações diárias dos lipídios (essenciais e não essenciais).
• As principais fontes de lipídios incluem: margarinas, milho, aveia, soja, gergelim, cevada, trigo integral, centeio,
óleo de canola, óleo de soja, óleo de peixes, óleo de girassol, óleo de milho, óleo de oliva, carne com gorduras.
• Em relação à proporção dietética, a pessoa comum nos EUA consome cerca de 15% das calorias totais como
ácidos graxos saturados (equivalentes a mais de 23 kg de gorduras saturadas por ano). Isso contrasta com os
índios Tarahumara do México, cuja dieta rica em carboidratos complexos não refinados contém apenas 2% das
calorias totais como gordura saturada.
• A relação entre a ingestão de ácidos graxos saturados e o risco de doença cardíaca coronariana induziu
profissionais da saúde a recomendar a substituição de parte dos ácidos graxos trans e saturados por óleos
monoinsaturados e poli-insaturados não hidrogenados e o balanceamento da ingestão energética com atividade
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física regular, a fim de prevenir o aumento de peso e obter os benefícios de saúde do exercício regular. As
estimativas indicam que a substituição de 5% da energia proporcionada pela ingestão de ácidos graxos saturados
pela energia proveniente dos ácidos graxos mono e poli-insaturados reduz o risco de doença cardíaca coronariana
nas mulheres em 42%. Isso representa um efeito muito maior sobre o risco para a saúde que aquele conseguido
pela redução da ingestão global de gordura. Os dados preliminares também sugerem que uma alta ingestão de
monoinsaturados ajuda a preservar as funções cognitivas nas pessoas idosas sadias.
• Do ponto de vista da saúde, os indivíduos deveriam consumir no máximo 10% da ingesta energética diária total
como ácidos graxos saturados.
• A American Heart Association e a maioria das outras organizações da saúde recomendam que, para promover
uma melhor saúde, a ingestão de lipídios deve permanecer abaixo de 30% do conteúdo energético da dieta.
• Os óleos de peixe são saudáveis: os estudos dos perfis de saúde dos esquimós da Groenlândia, que consomem
grandes quantidades de lipídios provenientes de peixes, focas, baleias, mas que exibem uma baixa incidência de
doença cardíaca coronariana indicaram que dois ácidos graxos poli-insaturados de cadeias longas, o ácido
eicosapentaenóico e o ácido docosaexaenóico, podem conferir benefícios à saúde. Esses óleos pertencem à
família de ácidos graxos ômega-3 encontrados principalmente nos óleos de moluscos e de peixes de água fria,
tipo atum, arenque, sardinha e cavala, assim como de mamíferos marinhos. A ingestão regular de óleo de peixe
pode beneficiar o perfil lipídico do sangue, particularmente os triglicerídeos plasmáticos, o risco global de doença
cardíaca (risco de fibrilação ventricular e de morte súbita) e, para os fumantes, o risco de contrair doença
pulmonar obstrutiva crônica. Um mecanismo protetor proposto contra o ataque cardíaco reivindica que o óleo de
peixe ajuda a prevenir a formação de coágulos sanguíneos sobre as paredes arteriais.
• A busca de uma boa saúde por meios dietéticos estimulou o hábito de cozinhar com e consumir lipídios
provenientes principalmente de fontes vegetais. No entanto, essa abordagem pode ser demais simplista, pois a
ingestão total de ácidos graxos saturados e insaturados pode constituir um risco para diabetes e doença cardíaca;
se for esse o caso, então se deve reduzira ingestão de todos os lipídios. Existe também a preocupação acerca da
associação de dietas ricas em gordura com cânceres de ovário, mama, cólon, endométrio e outros órgãos.
Entretanto, a pesquisa recente não conseguiu evidenciar qualquer relação entre ingestão de gorduras dietéticas e
o risco de câncer de mama. Um efeito benéfico da redução do conteúdo lipídico da dieta está relacionado ao
controle do peso. As necessidades energéticas de várias vias metabólicas tornam o corpo particularmente
eficiente na conversão das calorias em excesso do lipídio dietético para gordura armazenada. Acumula-se mais
gordura corporal ao consumir uma dieta rica em gorduras que com um excesso calórico equivalente de
carboidratos.

Figura 14 - Fontes lipídicas


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• Com relação aos lipídios essenciais e não essenciais, pode-se entrar no contexto de ácidos graxos e essenciais e
nãos. Bem como nos aminoácidos, os essenciais serão aqueles que necessariamente precisamos ingerir com a
alimentação, visto que o corpo não é capaz de produzir ou produz de forma escassa. Dessa forma, tem-se que os
ácidos graxos essenciais são o ácido linolênico, da família ômega-6, e o ácido linoleico, da família do ômega-3. O
primeiro está presente em grande quantidade nos óleos de milho e soja, enquanto o segundo, em vegetais de
folhas verdes, no óleo de linhaça e nos óleos de peixes marinhos.
• Os óleos de muitas espécies de peixes marinhos são ricos em ácido graxo eicosapentaenoico (EPA) e ácido
docosaexaenoico (DHA), que são as formas longas e insaturadas ativas da série ômega3, e que podem ser
absorvidas diretamente pelos ciclos metabólicos dos seres humanos. Estes ácidos graxos são produzidos pelas
algas marinhas, e depois transferidos de forma bastante eficiente, através da cadeia alimentar, para os peixes.
Dentre os peixes, aqueles que contêm maior quantidade de EPA e DHA são os que habitam águas frias, como
salmão, truta e bacalhau. Estes apresentam, além dos ácidos graxos essenciais, proteína de alta qualidade, ótima
digestibilidade e baixo teor calórico. Portanto, são recomendados para auxiliar na manutenção da sanidade geral,
e também para gestantes e lactentes, pois influem no desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso da
criança.
• Assim, os ácidos graxos essenciais serão importantes na alimentação pois através deles será possível realizar a
síntese de outros lipídios, além de manter as funções gerais do corpo, do metabolismo lipídico e das suas funções
próprias.

Figura 15 - A. Linoleico e linolênico

4. Explicar a síntese e transporte de lipídios (quilomícrons e colesterol).


• Interconversão de lipoproteínas.
• O colesterol é sintetizado por praticamente todos os tecidos humanos, embora fígado, intestino, córtex adrenal e
os tecidos reprodutivos, incluindo ovários, testículos e placenta, sejam os maiores contribuintes para a síntese
endógena do colesterol no organismo. Como para os ácidos graxos, todos os átomos de carbono do colesterol
são derivados do acetato, e o NADPH provê os equivalentes redutores. A energia é garantida pela hidrólise das
ligações tioéster de alta energia da acetil-CoA e de fosfatos terminais do ATP. A síntese acontece no citoplasma,
sendo as enzimas encontradas no citosol e nas membranas do retículo endoplasmático. A velocidade da rota
responde a mudanças na concentração de colesterol, sendo que mecanismos de regulação modulam a velocidade
da síntese endógena em função de sua velocidade de excreção. Um descontrole na regulação pode elevar os
níveis circulantes de colesterol, aumentando o risco de doenças vasculares.
• Síntese de 3-hidroxi-3-metilglutaril-CoA (HMG-CoA): as duas primeiras reações da síntese de colesterol são
similares àquelas que produzem corpos cetônicos. Essas reações resultam na formação de 3-hidroxi-3-
metilglutaril-CoA (HMG-CoA).
I. Primeiras duas moléculas de acetil-CoA condensam para formar acetoacetil-CoA. Essa primeira reação tem
como enzima a acetoacetil-CoA tiolase.
II. Depois, uma terceira molécula de acetil-CoA é adicionada, produzindo HMG-CoA, um composto de seis
carbonos. Nessa, a enzima responsável é a HMG-CoA sintase
João Vitor Simões Leite - XLVI

Figura 16 - Síntese do HMG-CoA

• Síntese do ácido mevalônico (mevalonato): a próxima etapa, a redução da HMG-CoA a ácido mevalônico, é
catalisada pela HMG-CoA-redutase e é a etapa limitante da síntese do colesterol.
I. Ela ocorre no citosol, usando duas moléculas de NADPH como agente redutor, liberando CoA, o que torna a
reação irreversível.

Figura 17 - Síntese do Ac. Mevalônico

• Síntese do colesterol:
I. O ácido mevalônico é convertido em 5-pirofosfomevalonato. A reação ocorre em duas etapas, cada uma
delas com transferência de um grupo fosfato doado pelo ATP. Enzima: mevalonato quinase.
II. O isopentenil-pirofosfato (IPP), uma unidade isoprênica de cinco carbonos, é formado pela descarboxilação
do 5-pirofosfomevalonato. A reação requer ATP. (Nota: O IPP é o precursor dos isoprenóides, uma família de
moléculas com diversas funções. O colesterol é um isoprenóide esterol. Existem isoprenóides que não são
esteróis, como o dolicol e a ubiquinona. Enzima: pirofosfomevalonato descarboxilase.
João Vitor Simões Leite - XLVI
III. O IPP é isomerizado a 3,3-dimetilalil-pirofosfato (DPP). Enzima: isopentenil pirofosfato isomerase.
IV. Uma molécula de IPP condensa-se com uma de DPP, para formar o composto de 10 carbonos geranil-
pirofosfato (GPP). Enzima: cis-prenil transferase.
V. Uma segunda molécula de IPP condensa-se com o GPP para formar farnesil-pirofosfato (FPP), com 15
carbonos. (Nota: A ligação covalente do farnesil a proteínas, conhecida como prenilação, é um dos
mecanismos de ancoragem de proteínas na membrana plasmática). Enzima: cis-prenil transferase.
VI. Duas moléculas de farnesil-pirofosfato condensam-se e sofrem redução, com liberação de pirofosfato,
produzindo o composto de 30 carbonos chamado esqualeno. (Nota: O esqualeno é formado por seis unidades
isoprênicas. Três moléculas de ATP são hidrolisadas por resíduo de ácido mevalônico convertido a IPP, de
modo que um total de 18 ATPs é necessário para sintetizar o poliisoprenóide esqualeno.) Enzima: esqualeno
sintase.
VII. O esqualeno é convertido no esterol lanosterol, por uma sequência de reações que usam oxigênio molecular
e NADPH. A hidroxilação do esqualeno desencadeia a ciclização da estrutura, formando lanosterol. Enzima:
esqualeno monoxigenase.
➢ Vale pontuar que nessa parte, antes de o esqualeno se converter em lanosterol, ele PE convertido
em óxido de esqualeno pela monoxigenase. Então, através da oxidoesqualeno lanosterol ciclase essa
molécula é convertida em lanosterol.
VIII. Várias etapas levam à conversão do lanosterol em colesterol (por exemplo, três reações de descarboxilação,
uma isomerização e uma redução, sendo o NADPH consumido em quatro dessas reações), durante o
processo, ocorre a diminuição da cadeia carbonada de 30 para 27 átomos, remoção de duas metilas do C-4,
migração da ligação dupla de C-8 para C-5 e redução da ligação dupla entre C-24 e C-25. (Nota: Essa rota
metabólica, que não está completamente esclarecida, acontece por mais de 18 reações enzimáticas
diferentes. A síndrome de Smith-Lemli-Opitz [SLOS], uma doença autossômica recessiva da biossíntese do
colesterol que é relativamente comum, é causada pela deficiência parcial da enzima 7-desidroco/esterol-7-
redutase, envolvida na migração da ligação dupla. A SLOS se caracteriza por anomalias em múltiplos sistemas,
refletindo a importância do colesterol no desenvolvimento embrionário.)
• Regulação da síntese de colesterol: a HMG-CoA-redutase é o ponto de controle mais importante da biossíntese
do colesterol, estando sujeita a diversos tipos de controle metabólico.
João Vitor Simões Leite - XLVI

Figura 18 - Síntese do colesterol

• Antes de falar especificamente sobre a síntese do quilomícron, vale entender que ele é uma lipoproteína e
entender o que é uma lipoproteína. Além disso, saber posteriormente sobre as interconversões entre essas
lipoproteínas.
• As lipoproteínas plasmáticas são complexos macromoleculares esféricos de lipídeos e proteínas específicas
(apolipoproteínas ou apoproteínas). As principais lipoproteínas plasmáticas são: quilomicra, lipoproteínas de
muito baixa densidade (VLDLs), lipoproteínas de baixa densidade (LDLs) e as lipoproteínas de alta densidade
(HDLs). Elas diferem na composição lipídica e protéica, no tamanho e na densidade. As lipoproteínas são
importantes tanto para manterem solúveis seus componentes lipídicos, como por promoverem um eficiente
mecanismo de transporte de lipídeos entre os tecidos. Em humanos, o sistema de transporte é menos perfeito
que em outros animais e, como resultado, pode ocorrer uma deposição gradual de lipídeos - especialmente de
colesterol - nos tecidos. Essa deposição de lipídeos pode ser potencialmente um fator de risco, por contribuir para
a formação de placas, que causam o estreitamento dos vasos (aterosclerose).
• As lipoproteínas possuem um núcleo de lipídeos neutros (contendo triacilgliceróis e ésteres de colesterol)
circundado por uma camada de apolipoproteínas anfipáticas, fosfolipídeos e colesterol livre (não-esterificado).
Esses compostos anfipáticos são orientados de forma que suas porções polares fiquem expostas na superfície da
lipoproteína, tornando a partícula solúvel em meio aquoso. Os triacilgliceróis e o colesterol carregados pelas
lipoproteínas são obtidos da dieta (fonte exógena) ou da síntese de novo (fonte endógena). (Nota: As diferentes
lipoproteínas trocam constantemente lipídeos e apolipoproteínas umas com as outras; isso faz com que a
composição de uma classe de partícula possa ser muito variável).
João Vitor Simões Leite - XLVI
• Os quilomicra são as lipoproteínas com a menor densidade e o maior tamanho e contêm a maior proporção de
lipídeos e a menor de proteínas. Em ordem crescente de densidade estão as VLDLs e LDLs, que também
apresentam maiores relações de proteínas para lipídeos. As HDLs são as lipoproteínas de menor densidade. As
lipoproteínas plasmáticas podem ser separadas tendo como base a sua mobilidade eletroforética, ou por sua
densidade por meio de ultracentrifugação.
• As apolipoproteínas associadas às lipoproteínas exercem diversas funções, como servirem de sítios de
reconhecimento para receptores na superfície de células, ou como ativadores ou coenzimas para enzimas
envolvidas no metabolismo das lipoproteínas. Algumas das apolipoproteínas são necessárias como componentes
estruturais essenciais dessas partículas e não podem ser removidas (de fato, as lipoproteínas não podem ser
produzidas sem elas), enquanto outras são livremente transferidas entre as lipoproteínas. As apolipoproteínas
podem ser classificadas pela estrutura e pela função em 5 classes, de A até E, sendo que muitas classes
apresentam subclasses, como por exemplo, apo A-1 e apo C-II. (Nota: Ainda não são bem conhecidas as funções
de todas as apolipoproteínas).
• Os quilomicra são formados nas células da mucosa intestinal e transportam triacilgliceróis, colesterol, vitaminas
lipossolúveis e ésteres de colesterol da dieta (além de lipídeos sintetizados pelos enterócitos) para os tecidos
periféricos.

Figura 19 - Estrutura típica de uma Lipoproteína

• A síntese da apolipoproteína B-48 (apo B-48) inicia no retículo endoplasmático rugoso (RER), sendo que essa
apolipoproteína é glicosilada durante sua passagem pelo RE e pelo Golgi.
I. A apo B-48 é característica dos quilomicra. Recebe essa denominação por representar 48% da proteína
codificada pelo gene apo B a partir do N-terminal.
II. A apo B-100, que é sintetizada no fígado e encontrada nas VLDLs e LDLs, representa toda a proteína
codificada pelo gene apo B. Uma modificação pós-transcripcional, trocando uma citosina por uracila, no
RNAm da apo B-100 intestinal, cria um códon sem sentido, permitindo a tradução de somente 48% do RNAm.
• Montagem dos quilomicra: as enzimas envolvidas na síntese de triacilgliceróis, colesterol e fosfolipídeos estão
localizadas no retículo endoplasmático (RE) liso.
I. A organização das apolipoproteínas e dos lipídeos para formar os quilomicra requer a proteína microssomal
transferidora de triacilgliceróis, que liga a apo B-48 a lipídeos. Isso ocorre durante a transição do RE para o
João Vitor Simões Leite - XLVI
Golgi, onde as partículas são acondicionadas em vesículas secretórias. Essas vesículas fusionam com a
membrana plasmática, liberando as lipoproteínas no sistema linfático e, posteriormente, no sangue.
• A partícula liberada pelas células da mucosa intestinal é chamada de quilomícron "nascente", por ser
funcionalmente incompleta. Quando alcança o plasma, essa partícula é rapidamente modificada, recebendo a
apo E (que é reconhecida pelos receptores hepáticos) e as apolipoproteínas C. Entre elas se inclui a apo C-II, que é
necessária para a ativação da lipase lipoprotéica, a enzima que degrada os triacilgliceróis dos quilomicra. A fonte
dessas apolipoproteínas é a HDL circulante.
• A lipase lipoprotéica (lipoproteína-lipase) é uma enzima extracelular ancorada por heparan sulfato na parede dos
capilares da maioria dos tecidos, mas predominantemente nos tecidos adiposo, cardíaco e muscular esquelético.
O fígado adulto não tem essa enzima. A lipase lipoproteica, ativada pela apo C-II das lipoproteínas circulantes,
hidrolisa os TAG carregados por essas partículas, formando AG e glicerol. Os AG são armazenados no adipócito ou
usados para gerar energia no músculo. Se não forem imediatamente captados pelas células, os ácidos graxos de
cadeia longa são transportados pela albumina sérica até que sua captação ocorra. Por sua vez, o glicerol é usado
pelo fígado na síntese de lipídios, na glicólise ou na gliconeogênese.
• Regulação da atividade da lipase lipoprotéica: a síntese e a transferência da lipase lipoprotéica para a superfície
luminal dos capilares é estimulada pela insulina (significando estado alimentado). Além disso, isômeros da lipase
lipoprotéica têm diferentes Km para triacilglicerol (semelhante à hexocinase/glicocinase). o Por exemplo, a
enzima dos adipócitos tem Km maior, favorecendo a remoção dos ácidos graxos das lipoproteínas circulantes e
seu armazenamento como triacilgliceróis quando a concentração plasmática de lipoproteínas é elevada. Por
outro lado, a lipase lipoprotéica do músculo cardíaco tem Km menor, permitindo que o coração tenha acesso
contínuo aos combustíveis circulantes, mesmo quando a concentração plasmática de lipoproteínas é baixa.
• Q mais de 90% dos triacilgliceróis dos quilomicra foi degradado pela lipase lipoprotéica, a partícula diminui de
tamanho e sua densidade aumenta. Além disso, as apoproteínas C (mas não a apo E) retornam para as HDLs. A
partícula remanescente, chamada "remanescente" de quilomicra, é rapidamente removida pelo fígado, cujas
células contêm receptores para lipoproteínas que reconhecem apo E. Os remanescentes de quilomicra ligam-se
nesses receptores e são captados pelos hepatócitos por endocitose. As vesículas endocitadas então se fusionam
com os lisossomos, e as apolipoproteínas, os ésteres de colesterol e os outros componentes das remanescentes
endocitadas são degradados por hidrólise, liberando aminoácidos, colesterol livre e ácidos graxos. O receptor é
reciclado.
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Figura 20 - Quilomicra

• As VLDLs são produzidas no fígado: elas são compostas


predominantemente de triacilgliceróis, e sua função é
carregar lipídeos do fígado para os tecidos periféricos.
Nestes, os triacilgliceróis são degradados pela lipase
lipoprotéica, como já discutido para os quilomicra. A
esteatose hepática ocorre quando existe um descontrole
entre a síntese hepática de triacilgliceróis e a secreção de
VLDL. Tais condições incluem obesidade, diabetes melito
não-controlado e ingestão crônica de etanol).
• Liberação das VLDLs: as VLDLs são secretadas no sangue pelo
fígado como partículas de VLDLs "nascentes" contendo
apolipoproteína B-100. Elas obtêm apo C-II e apo E da HDL
circulante. Como para os quilomicra, a apo C-II é necessária
para a ativação da lipase lipoprotéica.
• Modificação das VLDLs circulantes: com a degradação dos
triacilgliceróis pela lipase lipoprotéica, as VLDLs se tornam
menores e mais densas. Componentes de superfície, incluindo
Figura 21 - Transferência VLDL/HDL
as apolipoproteínas C e E, retornam para as HDLs, mas as
partículas retêm a apo B-100. Por fim, triacilgliceróis são transferidos das VLDLs para as HDLs em uma reação de
troca, que concomitantemente transfere ésteres de colesterol das HDLs para as VLDLs. Essa troca é mediada pela
proteína transferidora de ésteres de colesterol.
João Vitor Simões Leite - XLVI
• Produção de LDL a partir de VLDL no plasma: com as modificações descritas anteriormente, as VLDLs são
convertidas no plasma em LDL. Uma partícula de tamanho intermediário, a lipoproteína de densidade
intermediária (IDL) ou "remanescente" de VLDL, é observada durante essa transição. As IDLs também podem ser
captadas pelas células por meio de endocitose mediada por receptor, usando apo E como ligante.
• As LDLs contêm muito menos triacilgliceróis que suas precursoras VLDLs e têm alta concentração de colesterol e
ésteres de colesterol.
• Endocitose mediada por receptores: a principal função das LDLs é prover colesterol para os tecidos periféricos (ou
intermediar o retorno deste ao fígado). Isso é feito por meio de ligações a receptores de membrana que
reconhecem a apo B-100 (mas não a apo B-48). Receptores de LDL são glicoproteínas carregadas negativamente
que estão agrupadas em depressões na membrana celular. O lado intracelular dessas depressões é recoberto com
a proteína clatrina, que estabiliza a forma das depressões. Depois da ligação, o complexo LDL-receptor é
internalizado por endocitose. (Nota: A deficiência de receptores funcionais de LDL causa uma elevação
significativa na LDL plasmática e, como consequência, do colesterol plasmático. Pacientes com essa deficiência
apresentam hiperlipidemia do tipo 11 (hipercolesterolemia familiar] e aterosclerose prematura. O hormônio
tireoideano, T3, atua positivamente sobre a ligação da LDL ao seu receptor. Consequentemente, o
hipotireoldlsmo é uma causa comum de hipercolesterolemia.)
• Vesículas contendo LDL rapidamente perdem sua capa de clatrina e se fundem com outras vesículas similares,
formando grandes vesículas chamadas endossomos.
• O pH dos endossomos diminui (devido à atividade de bomba de prótons da ATPase endossomal). Provocando o
desligamento das LDLs de seus receptores. Os receptores migram, então, para um dos lados do endossomo,
enquanto as LDLs permanecem livres no lúmen da vesícula. (Nota: Essa estrutura é chamada CDRL –
compartimento de desligamento do receptor e do ligante.)
• Os receptores podem ser reciclados, enquanto as lipoproteínas remanescentes na vesícula são transferidas para
lisossomos e degradadas pelas enzimas (hidrolíticas) lisossomais, liberando colesterol livre, aminoácidos, ácidos
graxos e fosfolipídeos. Esses compostos podem ser reutilizados pelas células.
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Figura 22 - Metabolismo da LDL

• Efeitos do colesterol endocitado sobre a homeostase celular do colesterol: o colesterol derivado das
remanescentes de quilomicra, IDL e LDL, afeta o conteúdo celular de colesterol de várias maneiras. Primeiro, a
HMG-CoA-redutase é inibida por altos níveis de colesterol e, como resultado, a síntese de novo de colesterol
diminui. Segundo, a síntese do receptor para LDL é inibida pela diminuição da expressão do gene do receptor,
limitando a entrada de LDL colesterol nas células. Terceiro, se não existe necessidade imediata de colesterol para
funções estruturais ou para a síntese de substâncias derivadas de colesterol, ele é esterificado pela acil-CoA:
colesterol-aciltransferase (ACAT). A ACAT transfere um ácido graxo de uma acil-CoA para o colesterol, produzindo
éster de colesterol, que pode ser armazenado nas células. A atividade da ACAT é aumentada com o aumento do
colesterol intracelular.
João Vitor Simões Leite - XLVI
• Além da captação de LDL mediada por receptores, os macrófagos possuem altos níveis de um receptor
removedor. Esses receptores conhecidos como receptores removedores classe A (RR-A) podem reconhecer uma
grande variedade de substâncias e intermediar a endocitose das LDL nas quais os componentes lipídios ou a apo B
estão oxidados. Ao contrário dos receptores de LDL, a expressão do RR-A não é regulada pelo aumento dos níveis
intracelulares de colesterol. Assim, há um acúmulo de ésteres de colesterol nos macrófagos, causando sua
transformação em células espumosas, as quais participam da formação da placa aterosclerótica.

Figura 23 - Formação da placa aterosclerótica

• As HDLs são uma família heterogênea de lipoproteínas que têm um metabolismo complexo, ainda não
completamente entendido. São secretadas diretamente no sangue pelo fígado e pelo intestino e desempenham
diversas funções importantes, como as descritas a seguir.
• As HDLs como um reservatório de apolipoproteínas. As HDLs servem de reservatório circulante de apo-CII
(apolipoproteína que é transferida para as VLDLs e os quilomicra, para atuar como ativador da lipase lipoprotéíca)
e de apo E (apolipoproteína necessária para a endocitose mediada por receptor das IDLs e das remanescentes de
quilomicra).
• As HDLs nascentes têm forma discoide, contendo principalmente fosfolipídeos (em especial, fosfatidilcolina) e as
apolipoproteínas A, C e E. Elas são rapidamente convertidas em partículas esféricas por acumularem colesterol.
As HDLs são excelentes aceptoras de colesterol não-esterificado [a partir de outras lipoproteínas e das
membranas celulares], por possuírem alta concentração de fosfolipídeos, que agem permitindo a estabilização do
colesterol em solução aquosa.
• Quando o colesterol é captado pelas HDLs, ele é imediatamente esterificado pela enzima plasmática lecitina:
colesterol-aciltransferase (LCAT, também conhecida como PCAT, onde o ''P” significa fosfatidilcolina). Essa enzima
é sintetizada pelo fígado.
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I. A LCAT liga-se nas HDLs nascentes e é ativada pela apo A-1. A LCAT transfere o ácido graxo do carbono 2 da
fosfatidilcolina para o colesterol, produzindo um éster de colesterol, que é sequestrado pelo núcleo da HDL, e
lisofosfatidilcolina, que se liga à albumina.
II. Ao acumularem ésteres de colesterol, as HDLs nascentes se transformam primeiro em HDL3 e, quando por
fim se tornam redondas como micelas, passam a ser classificadas como HDL2. (Nota: A proteína transferidora
de ésteres de colesterol – PTEC - transfere parte dos ésteres de colesterol para as VLDLs, em troca de
triacilgliceróis). Como as VLDL são catabolizadas a LDL, os ésteres de colesterol são por fim captados pelo
fígado.
• Transporte reverso de colesterol: um componente importante na homeostase do colesterol é o seu transporte
seletivo dos tecidos periféricos para as HDLs e das HDLs para o fígado ou para os tecidos esteroidogênicos.
• No fígado, o colesterol pode ser convertido em ácidos biliares ou excretado pela bile, e nos tecidos
esteroidogênicos serve de substrato para a síntese de hormônios. Essa função é, em parte, a responsável pela
relação inversa existente entre a concentração de HDL e a aterosclerose e pela designação das HDLs como o
"bom" colesterol.
• O transporte reverso do colesterol envolve o efluxo de colesterol dos tecidos periféricos para as HDLs, a
esterificação do colesterol pela LCAT, a ligação das HDLs ricas em colesterol (HDL2) ao fígado e tecidos
esteroidogênicos e a transferência seletiva dos ésteres de colesterol para essas células, seguida da liberação das
HDLs depletadas do lipídeo (HDL3). O efluxo do colesterol das células periféricas é, ao menos em parte, mediado
pela proteína transportadora ABCA1. O processo parece ser mediado por receptores para HDL existentes na
superfície celular (receptores removedores de classe B, RR-B1). Ainda não está esclarecido se a própria partícula
de HDL é captada e os ésteres de colesterol extraídos, sendo então a HDL, agora pobre em lipídios, liberada
novamente para o sangue, ou se existe somente a captação seletiva dos ésteres de colesterol. (Nota: A lipase
hepática, que degrada tanto triacilgliceróis quanto fosfolipídeos, participa da formação da conversão das HDL2
em HDL3).

Figura 24 - Metabolismo da HDL

• A lipoproteína (a) ou Lp (a) é uma partícula que quando presente em grandes quantidades no plasma, está
associada com o aumento do risco de doença coronariana. A Lp (a) tem estrutura quase idêntica à de uma LDL,
diferenciando que a Lp (a) possuía uma apolipoproteína adicional ligada a um sitio da apo B-100. Os níveis
circulantes de Lp (a) são determinados principalmente por fatores genéticos, no entanto, a dieta pode influenciar
também, visto que AG trans aumentam concentração de Lp (a), enquanto estrógenos diminuem tanto a LDL
quanto a Lp (a).
João Vitor Simões Leite - XLVI
5. Explicar a ação dos inibidores da síntese de colesterol.
• Basicamente, os inibidores da síntese de colesterol serão os medicamentos da família das estatinas. As estatinas
exercem seu efeito principal – a redução dos níveis de LDL – por meio de um componente semelhante ao ácido
mevalônico, que inibe competitivamente a HMG-CoA-redutase. Ao reduzir a conversão de HMG-coA em
mevalonato, as estatinas inibem uma etapa inicial e limitante da velocidade na biossíntese do colesterol. As
estatinas afetam os níveis sanguíneos de colesterol ao inibir a síntese hepática do colesterol, resultando no
aumento da expressão do gene do LDLR (receptor de LDL). Alguns estudos sugerem que as estatinas diminuem o
colesterol aumentando a remoção dos precursores da LDL (VLDL e IDL) e diminuir a produção hepática de VLDL.
Acredita-se que a redução na produção hepática de VLDL induzida pelas estatinas seja mediada pela síntese
diminuída de colesterol, um componente necessário das VLDL.

• Dentre as estatinas mais conhecidas, têm-se as:

Medicação Medicação Medicação Medicação


Atorvastatina Rosuvastatina Fluvastatina Lovastatina
Pravastatina Sinvastatina Pitavastatina
• Por curiosidade, vale citar que as estatinas, exceto a sinvastatina e a lovastatina, são ingeridas na forma de beta
hidroxiácido, que é a forma que inibe a HMG-CoA-redutase. As outras duas, são ingeridas na forma de lactonas
inativas, que serão convertidas em beta hidroxiácidos no fígado posteriormente.
• A síntese de colesterol é máxima entre 00:00 e 02:00, assim, recomenda-se que tome a medicação à noite, exceto
pela atorvastatina e rosuvastatina, visto que possuem uma meia vida de aproximadamente quatro horas. A
atorvastatina e a rosuvastatina possuem meia vida mais longa, por isso não há a necessidade de se ingerir a noite.
• Além das estatinas, podem-se citar como redutores de colesterol os sequestradores de ácidos biliares
(colestiramina, colestipol, colesevelam) que agem se ligando aos ácidos biliares, fazendo com que esses sejam
eliminados em vez de reaproveitados. Uma vez que há a diminuição desses ácidos, há um aumento da produção
dos ácidos no fígado, fazendo com que os níveis de colesterol hepático diminuam.
• A niacina (ácido nicotínico) é uma vitamina do complexo B hidrossolúvel. Ela age inibindo a lipase sensível a
hormônio (LSH) nos adipócitos, diminuindo assim ao transporte de AGL para o fígado e posterior síntese de
triglicerídeos.
• Derivados do ácido fíbrico possuem seu mecanismo de ação não muito esclarecido, mas sabe-se que eles
reduzem os niveis de lipoproteína ou elevam os de HDL.
• A ezetimiba reduz a absorção luminal do colesterol por meio da inibição da proteína de transporte.
• Etilésteres de ácidos graxos ômega 3 reduzem os triglicerídeos VLDL, diminuindo assim os preceptores da LDL.
• Inibidores da PCSK9 é uma protease que se liga ao LDLR aumentando a degradação lisossômica do LDLR,
resultando em concentrações plasmáticas mais elevadas de LDL. Os inibidores evolocumabe e alirocumabe se
ligam à PCSK9 livre, impedindo que ela se ligue ao LDLR, fazendo com que aumente a depuração hepática de LDL.

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