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Abstrato
Introduçã o
O câ ncer tornou-se a segunda maior ameaça global à saú de, respondendo por aproximada‐
mente 10,0 milhõ es de mortes por câ ncer ocorridas em 2020. 1 A quimioterapia baseada em
agentes citotó xicos tem sido a principal abordagem para o tratamento de uma ampla gama de
câ nceres há dé cadas. 2 Esses agentes citotó xicos incluem aná logos de bases de DNA (5-fluo‐
rouracil e 8-azaguanina), agentes de interaçã o com DNA (cisplatina e actinomicina D), antime‐
tabó litos (aminopterina e metotrexato) e inibidores de tubulina (paclitaxel e derivados de vin‐
cristina), etc. 3 – 7 A maioria desses agentes quimioterá picos, no entanto, apresenta baixo índice
terapê utico, em que os efeitos colaterais graves sã o geralmente atribuídos à exposiçã o inespe‐
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cífica da droga a tecidos fora do alvo. 8Para resolver esse problema, os cientistas tê m traba‐
lhado no desenvolvimento de novas terapias contra o câ ncer com maior capacidade de
direcionamento.
Já no início do sé culo 20, Paul Ehrlich propô s pela primeira vez o conceito de “balas má gicas” e
postulou que alguns compostos poderiam acessar diretamente alguns alvos desejados na cé ‐
lula para curar doenças. 9 Teoricamente, esses compostos deveriam ser eficazes em matar cé ‐
lulas cancerígenas, mas inofensivos para cé lulas normais. Uma das maneiras plausíveis é iden‐
tificar alguns antígenos especificamente superexpressos para distinguir cé lulas cancerígenas
de cé lulas saudáveis, como HER2 (receptor 2 do fator de crescimento epidé rmico humano) no
câ ncer de mama e CD20 (cluster de diferenciar 20) no linfoma de cé lulas B. 10 , 11A expressã o
específica desses antígenos oferece a possibilidade de direcionamento preciso do tumor por
meio de anticorpos monoclonais (mAbs), e esse campo avançou muito apó s o desenvolvimento
da tecnologia de hibridoma desde 1975. 12 Nas ú ltimas dé cadas , um nú mero crescente de
mAbs, como avastin, trastuzumab , rituximab e cetuximab receberam aprovaçã o mundial para
o tratamento de vá rios tumores só lidos e câ nceres hematoló gicos. 13 – 16
A emergê ncia dos mAbs mudou o paradigma da terapia do câ ncer por meio do direciona‐
mento preciso dos antígenos de superfície do tumor, no entanto, o tratamento usando mAbs
sozinho é muitas vezes insuficiente, potencialmente devido à letalidade menos satisfató ria con‐
tra as cé lulas cancerígenas em comparaçã o com a quimioterapia. 17 Assim, um novo conceito,
conhecido como anticorpo-droga conjugado (ADC), foi concebido para preencher a lacuna en‐
tre o mAb e a droga citotó xica para a melhoria da janela terapê utica. 18O ADC consiste em
mAbs direcionados ao tumor conjugados a uma carga ú til citotó xica por meio de um ligante
químico sofisticado, permitindo a capacidade de direcionamento preciso e eficá cia potente si‐
multaneamente. Alé m disso, devido à conjugaçã o com um grande anticorpo hidrofílico, a ab‐
sorçã o independente de antígeno da carga ú til citotó xica nessas cé lulas antígeno-negativas é li‐
mitada, contribuindo para ampliar o índice terapê utico. 19
Em 2000, o US Food and Drug Administration (FDA) aprovou pela primeira vez o medica‐
mento ADC, Mylotarg ® (gemtuzumab ozogamicina), para adultos com leucemia mieló ide
aguda (LMA), que marcou o início da era ADC da terapia direcionada ao câ ncer. 20 Até dezem‐
bro de 2021, houve 14 aprovaçõ es de medicamentos ADC para malignidades hematoló gicas e
tumores só lidos em todo o mundo. Alé m disso, mais de 100 candidatos a ADC estã o atual‐
mente em diferentes está gios de ensaios clínicos. O evento marcante na droga ADC desde seu
está gio infantil até o está gio de desenvolvimento maduro ao longo dos ú ltimos cem anos foi re‐
tratado na Fig.1. Com alvos e indicaçõ es em expansã o, o ADC está liderando uma nova era de
terapia direcionada contra o câ ncer e espera-se que seja um substituto para as quimioterapias
convencionais no futuro. 21 Neste artigo de revisã o, fornecemos uma discussã o sobre os as‐
pectos moleculares dos principais componentes e o mecanismo geral de açã o do ADC e resu‐
mimos brevemente o avanço no desenvolvimento do ADC. També m revisamos os ADCs aprova‐
dos e outros candidatos promissores em ensaios clínicos de fase 3 e discutimos os desafios
atuais e as perspectivas futuras para o desenvolvimento das pró ximas geraçõ es de ADC.
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Figura 1
ADC, conjugado anticorpo-droga; CEA, antígeno carcinoembrionário; ALL, leucemia linfoide aguda; BR96, um
anticorpo que se liga a Lewis Y; DOX, doxorrubicina; FDA, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos
EUA
Como mostrado na Fig.2, ADC é composto de anticorpo, carga ú til citotó xica e ligante químico.
Um medicamento ADC ideal permanece estável na circulaçã o sanguínea, atinge o alvo terapê u‐
tico com precisã o e, eventualmente, libera as cargas citotó xicas nas proximidades dos alvos (
por exemplo , cé lulas cancerígenas). Cada elemento pode afetar a eficá cia e a segurança finais
do ADC e, em geral, o desenvolvimento do ADC precisa levar em consideraçã o todos esses
componentes-chave, incluindo a seleçã o do antígeno alvo, anticorpo, carga ú til citotó xica, li‐
gante e mé todos de conjugaçã o.
Figura 2
Os principais componentes, incluindo antígeno alvo, anticorpo, ligante, droga citotó xica, juntamente com
suas principais funçõ es, são demonstrados.
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O antígeno alvo expresso nas cé lulas tumorais é a direçã o de navegaçã o para drogas ADC para
identificar cé lulas tumorais e també m determina o mecanismo (por exemplo, endocitose) para
a entrega de cargas citotó xicas em cé lulas cancerígenas. Portanto, uma seleçã o apropriada do
antígeno alvo é a primeira consideraçã o para a designaçã o de ADC. A fim de reduzir a toxici‐
dade fora do alvo, o antígeno alvo primeiro deve ser expresso exclusiva ou predominante‐
mente em cé lulas tumorais, mas raro ou baixo em tecidos normais. 22O antígeno é idealmente
um antígeno de superfície (ou extracelular) em vez de um intracelular para ser reconhecido
pelos ADCs circulantes. Por exemplo, a expressã o do receptor HER2 em certos tipos de tumo‐
res é aproximadamente 100 vezes maior em comparaçã o com cé lulas normais, o que serve
como uma base só lida para o desenvolvimento de ado-trastuzumab entansine, fam-trastuzu‐
mab deruxtecan e disitamab vedotin. 23 Em segundo lugar, o antígeno alvo deve ser nã o secre‐
tado, uma vez que o antígeno secretado na circulaçã o causaria a ligaçã o indesejável de ADC
fora dos locais do tumor, resultando em diminuiçã o do direcionamento do tumor e maiores
preocupaçõ es de segurança. 24Em terceiro lugar, o antígeno alvo é ideal para ser internalizado
apó s a ligaçã o com o anticorpo correspondente, de modo que o complexo ADC-antígeno tenha
acesso à s cé lulas cancerígenas, seguido por rota de transporte intracelular apropriada e libe‐
raçã o ávida de carga ú til citotó xica. 25
Atualmente, como mostra a Fig.3, os antígenos alvo dos medicamentos ADC aprovados sã o tipi‐
camente proteínas específicas superexpressas em cé lulas cancerígenas, incluindo HER2, trop2,
nectina4 e EGFR em tumores só lidos e CD19, CD22, CD33, CD30, BCMA e CD79b em malignida‐
des hematoló gicas. 26 Impulsionada por pesquisas fundamentais em oncologia e imunologia, a
seleçã o do antígeno alvo ADC estendeu-se gradualmente de antígenos de cé lulas tumorais con‐
vencionais para alvos no microambiente tumoral, por exemplo , . no estroma e na vasculariza‐
çã o. Evidê ncias emergentes no cená rio pré -clínico e clínico sugerem que componentes do sis‐
tema neovascular, matriz extracelular subendotelial e matriz tumoral podem ser antígenos-
alvo valiosos para o desenvolvimento de medicamentos ADC. 27Por exemplo, drogas ADC dire‐
cionadas à matriz tê m o potencial de causar a morte de cé lulas cancerígenas, reduzindo a con‐
centraçã o de fatores de crescimento produzidos por cé lulas residentes na matriz. Uma vez que
a sobrevivê ncia das cé lulas cancerígenas depende da angiogê nese e de fatores da matriz, os
ADCs podem ter uma eficá cia mais ampla ao atingir esses tecidos. Alé m disso, o genoma dessas
cé lulas é mais estável do que o das cé lulas cancerígenas, o que pode fornecer um meio promis‐
sor para reduzir a possibilidade de resistê ncia a medicamentos induzida por mutaçã o. 28
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Fig. 3
Fração de anticorpo
O anticorpo direcionado ao tumor é crítico para a ligaçã o específica entre os antígenos alvo e o
ADC. Alé m da alta afinidade de ligaçã o ao antígeno alvo, uma fraçã o de anticorpo ideal també m
deve facilitar a internalizaçã o eficiente, demonstrar baixa imunogenicidade e preservar longa
meia-vida plasmá tica. 29 No está gio inicial do desenvolvimento de drogas ADC, anticorpos deri‐
vados de camundongos foram predominantemente empregados, onde altas taxas de falha fo‐
ram observadas devido a sé rios efeitos colaterais relacionados à imunogenicidade. 30 Com o
surgimento da tecnologia recombinante, os anticorpos murinos foram substituídos principal‐
mente por anticorpos quimé ricos e anticorpos humanizados. 31Atualmente, os ADCs empre‐
gam cada vez mais anticorpos totalmente humanizados com imunogenicidade significativa‐
mente reduzida. Entre 14 medicamentos ADC aprovados, apenas o brentuximab vedotin usa
anticorpo quimé rico.
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minuiçã o da concentraçã o de drogas ADC. 34 IgG4 pode induzir ADCP, no entanto, IgG4 é um
anticorpo dinâ mico incomum com troca de braço Fab, resultando em eficá cia reduzida e efeito
de direcionamento ineficaz. 35 , 36
Ligadores
O ligante no ADC liga o anticorpo com a droga citotó xica. É um dos principais fatores relaciona‐
dos à estabilidade dos perfis de liberaçã o de ADC e carga ú til e, portanto, é importante para o
índice terapê utico final de ADCs. Um ligante ideal nã o deve induzir a agregaçã o de ADC e es‐
pera-se que limite a liberaçã o prematura de cargas ú teis no plasma e promova a liberaçã o de
drogas ativas nos locais-alvo desejados. Dependendo do destino metabó lico nas cé lulas, dois
tipos de ligantes, incluindo ligantes cliváveis e nã o cliváveis, tê m sido empregados na maioria
dos medicamentos ADC.
Os ligantes cliváveis aproveitam as diferenças ambientais entre a circulaçã o sistê mica e as cé lu‐
las tumorais para liberar com precisã o as drogas citotó xicas livres e podem ser ainda categori‐
zados em ligantes de clivagem química (ligaçã o hidrazona e ligaçã o dissulfeto) e ligantes de cli‐
vagem enzimá tica (ligaçã o glicuronídeo e peptídeo ligaçã o). 41 A hidrazona é um ligante sensí‐
vel ao á cido típico (sensível ao pH). Os ADCs ligados à hidrazona sã o geralmente estáveis na
circulaçã o sanguínea, mas hidrolisados para liberar as cargas citotó xicas no lisossomo (pH
4,8) e no endossomo (pH 5,5–6,2) apó s a internalizaçã o nas cé lulas cancerígenas alvo. 42No
entanto, a hidró lise da ligaçã o hidrazina nã o está completamente confinada aos lisossomos, e
hidró lise ocasional també m ocorre no plasma, resultando em reduçã o da eficiê ncia de direcio‐
namento e efeitos fora do alvo. 43 Até agora, ligantes de hidrazina contendo ADCs sã o usados
principalmente em malignidades hematoló gicas. Por exemplo, gemtuzumab ozogamicina e ino‐
tuzumab ozogamicina usam a hidrazona para ligar caliqueamicina com mAbs para o trata‐
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mento de AML e leucemia linfoblá stica aguda (ALL), respectivamente. O ligante à base de liga‐
çã o dissulfeto é outro ligante clivável quimicamente sensível que é sensível à glutationa redu‐
tora (GSH). 44 GSH desempenha um papel crucial durante a sobrevivê ncia celular, proliferaçã o
celular e diferenciaçã o para a manutençã o do equilíbrio redox intracelular. 45A concentraçã o
de GSH no sangue é consideravelmente menor do que a concentraçã o intracelular nas cé lulas
cancerígenas. 46 Portanto, esse tipo de ligante pode se manter estável no sistema sanguíneo
enquanto especificamente libera as cargas ativas nas cé lulas cancerígenas com um nível ele‐
vado de GSH.
Em contraste, ligantes nã o cliváveis (por exemplo, tioé ter ou grupo maleimidocaproil) sã o iner‐
tes a ambientes químicos e enzimá ticos comuns in vivo. A maior superioridade do ligante nã o
clivável é sua baixa toxicidade fora do alvo, beneficiada por um aumento da estabilidade plas‐
má tica. 51 , 52 O ligante nã o clivável depende da hidró lise enzimá tica do componente do anti‐
corpo do ADC pela protease e, finalmente, libera o “complexo” de carga ú til, que é o fá rmaco
conectado ao resíduo de aminoá cido em um produto de degradaçã o do anticorpo. 53Apenas
molé culas pequenas que toleram modificaçõ es químicas (por exemplo, quando o farmacoforo
está longe do local de conjugaçã o) sã o adequadas para o ligante baseado em tioé ter. O ado-
trastuzumab entansine (T-DM1) demonstra uma aplicaçã o bem-sucedida do ligante tioé ter. 54 O
conjugado é o produto do anticorpo monoclonal anti-HER2 ligado ao DM1 (mertansina) por
meio de um ligante succinimidilo-4-(N-maleimidometil)ciclo-hexano-1-carboxilato (SMCC). O li‐
gante torna o conjugado mais estável no sangue e libera o metabó lito ativo do DM1, lisina-
MCC-DM1, apó s a digestã o da porçã o do anticorpo pela protease dentro das cé lulas canceríge‐
nas. 55
A carga ú til citotó xica é a ogiva que exerce citotoxicidade apó s a internalizaçã o de ADCs em cé ‐
lulas cancerígenas. Como apenas aproximadamente 2% do ADC pode atingir os locais do tu‐
mor alvo apó s a administraçã o intravenosa, 26 alta potê ncia (IC 50 na faixa nanomolar e pico‐
molar) é necessá ria para que os compostos sejam usados como cargas ú teis no ADC. 56 Alé m
disso, esses compostos devem se manter estáveis em condiçõ es fisioló gicas e ter grupos funci‐
onais disponíveis para conjugaçã o com o anticorpo. 57 Atualmente, as cargas ú teis citotó xicas
usadas para ADCs incluem principalmente potentes inibidores de tubulina, agentes prejudiciais
ao DNA e imunomoduladores (Tabela1). 23
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tabela 1
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Alé m das citotoxinas tradicionais, um nú mero crescente de cargas ú teis com novos mecanis‐
mos está sendo incorporado ao design do ADC. Por exemplo, os imunomoduladores de molé ‐
culas pequenas começaram recentemente a ser aplicados ao desenvolvimento de novos medi‐
camentos ADC, que també m sã o denominados como conjugados de anticorpos imunoestimu‐
lantes (ISACs). 78 ISACs combinam a precisã o do direcionamento por anticorpos e o poder da
modulaçã o baseada em molé culas pequenas dos sistemas imunoló gicos inato e adaptativo. Re‐
gressã o tumoral promissora e imunidade antitumoral de longo prazo em uma variedade de
modelos tumorais foram documentados. 79 Atualmente, as novas cargas ú teis incluem princi‐
palmente agonistas do receptor toll like (TLR) e agonistas do estimulador de genes de interfe‐
ron (STING). 80 , 81Os TLRs sã o um grupo de receptores de reconhecimento de padrõ es cruci‐
ais na imunidade inata que desempenham papé is importantes na interface imune-tumoral. 82
Por exemplo, a ativaçã o de TLR7 e/ou TLR8 poderia induzir a via de sinalizaçã o dependente
de MyD88 que ativa o NF-κB para a secreçã o de citocinas e quimiocinas, permitindo a infiltra‐
çã o de linfó citos antitumorais. 82 BDC-1001 é um Boltbody ISAC que está atualmente em de‐
senvolvimento clínico (Fase 1/II, NCT04278144 ). 83 Consiste em um anticorpo direcionado a
HER2 ligado a um agonista de TLR7/8 para o tratamento de pacientes com tumores só lidos
HER2-positivos. A Silverback Therapeutics també m desenvolveu a plataforma ImmunoTAC e
projetou vá rios ISACs usando agonistas TLR8 como cargas ú teis, como SBT6050, SBT6290 e
SBT8230.84 Quanto ao STING, també m é uma via imune inata bem estudada e os agonistas do
STING sã o capazes de induzir atividade imune antitumoral. 85 CRD5500 da Takeda e XMT-2056
da Mersana sã o dois dos principais programas de STING-agonista ADC em desenvolvimento
clínico. 86 , 87 ISACs é uma á rea relativamente nova, mas alguns candidatos entraram sucessiva‐
mente no desenvolvimento clínico, e seu progresso no acompanhamento é esperado. 78 , 88 , 89
Métodos de conjugação
Alé m da seleçã o do anticorpo, do ligante e da carga ú til, a abordagem pela qual a porçã o de
molé cula pequena (ou seja, ligante mais carga ú til) é conectada ao anticorpo també m é impor‐
tante para a construçã o bem-sucedida de ADCs. Normalmente, a existê ncia de resíduos de li‐
sina e cisteína no anticorpo fornece os locais de reaçã o acessíveis para conjugaçã o, e as pri‐
meiras drogas ADC geralmente exploram a conjugaçã o estocá stica em resíduos de lisina ou cis‐
teína pré -existentes por meio de reaçõ es de acoplamento apropriadas. 90O acoplamento de
amida é indiscutivelmente o mé todo usado com mais frequê ncia, em que um é ster de á cido
carboxílico ativo (quando disponível no ligante) é usado para conectar cargas ú teis a resíduos
de lisina no anticorpo, como visto em gemtuzumab ozogamicina, T-DM1 e inotuzumab ozoga‐
micina. No entanto, um anticorpo geralmente conté m aproximadamente 80-90 resíduos de li‐
sina, dos quais 40 resíduos de lisina sã o tipicamente modificáveis. 26 Por meio do acoplamento
aleató rio com resíduos de lisina, nú meros variados (0 a 8) de toxinas de molé culas pequenas
podem ser anexados a um anticorpo, resultando em uma ampla distribuiçã o de relaçã o droga-
anticorpo (DAR). 91 Alé m disso, como os resíduos de lisina sã o distribuídos por toda a cadeia
leve e pesada do anticorpo, a reaçã o de acoplamento perto dos locais de reconhecimento anti‐
corpo-antígeno pode reduzir a ligaçã o do ADC aos alvos.92
A reaçã o baseada em cisteína fornece outro meio de acoplamento. Apó s a reduçã o, a ligaçã o
dissulfeto pode se transformar em resíduos de cisteína que sã o acessíveis para a reaçã o de
acoplamento. Normalmente, os anticorpos IgG1 tê m pontes dissulfeto intercadeias e pontes
dissulfeto intracadeias. 93 As ligaçõ es dissulfeto intercadeias sã o expostas na parte externa do
anticorpo e sã o fá ceis de serem reduzidas para expor resíduos de cisteína livres, fornecendo
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os locais disponíveis para conjugaçã o de carga ú til do ligante aos anticorpos. 94Devido ao nú ‐
mero limitado de sítios de ligaçã o e à reatividade ú nica dos grupos mercaptanos, o uso de cis‐
teína como sítio de conexã o ajuda a reduzir a heterogeneidade do ADC. Dependendo da razã o
de reduçã o, produtos com DAR de 2, 4, 6 e 8 podem ser gerados com melhor homogeneidade
em relaçã o aos produtos do acoplamento de resíduos de lisina. 95 Este é até agora o mé todo
de acoplamento mais comumente usado em produtos comerciais. No entanto, vale a pena no‐
tar que a abertura da ligaçã o dissulfeto entre cadeias pode destruir a integridade do anti‐
corpo. 96
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mesa 2
• Afinidade de liga‐
ção ADC reduzida;
• Baixo índice
terapêutico
• Toxicidade fora do
alvo como liberação
prematura de cargas
ú teis
• Sequência nacional de
aminoácidos e
glicosilação
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Outro mé todo para conjugaçã o específica do local é atravé s da introduçã o de aminoá cidos nã o
naturais, incluindo N-acetil-L-fenilalanina, azido metil-L-fenilalanina e azido lisina. 108 Grupos
funcionais especiais nesses aminoá cidos nã o naturais permitem a conjugaçã o específica do lo‐
cal. Alé m disso, a conjugaçã o é controlável e quantitativa para gerar ADCs com DAR homogê ‐
neo, alta eficá cia, boa estabilidade e alta segurança. 109 No entanto, à s vezes é difícil produzir
os anticorpos modificados e o anticorpo com aminoá cidos nã o naturais pode induzir imunoge‐
nicidade. 110 A hidrofobicidade dos aminoá cidos nã o naturais també m aumenta o risco de
agregaçã o de anticorpos. 108A ligaçã o assistida por enzimas també m é uma estraté gia eficaz
para a conjugaçã o específica do local. 111 Por meio da engenharia gené tica, sequê ncias de ami‐
noá cidos específicas sã o induzidas artificialmente para se expressar no anticorpo e essas
sequê ncias podem ser reconhecidas por certas enzimas e, posteriormente, resíduos de ami‐
noá cidos específicos sã o modificados pela enzima, de modo a permitir a conjugaçã o específica
do local. Atualmente, a enzima geradora de formil glicina (FGE) e a transglutaminase (TG) sã o
comumente usadas. 112 No entanto, vale a pena notar que a imunogenicidade pode ser indu‐
zida mediante modificaçã o das sequê ncias de aminoá cidos.
Os ADCs específicos do local també m podem ser gerados a partir da remodelaçã o de glicanos
e da glicoconjugaçã o. 113 No fragmento Fc de anticorpos, a existê ncia de N-glicano na posiçã o
N297 do domínio CH 2 de cada cadeia pesada permite os sítios reativos para conjugaçã o com
cargas ú teis atravé s da glicosilaçã o. 114 A localizaçã o de longa distâ ncia entre o polissacarídeo
e a regiã o Fab pode minimizar o comprometimento da afinidade de ligaçã o ao antígeno. Pode
ser uma deficiê ncia na construçã o do ADC atravé s da conjugaçã o química à base de lisina. 115
Alé m disso, uma tecnologia pClick foi recentemente desenvolvida para conjugaçã o site-specific
em ADC. 116Pela introduçã o de um reticulador ativado por proximidade, o peptídeo modifi‐
cado com grupo azida pode reagir espontaneamente com os resíduos de lisina mais pró ximos
no anticorpo. E os grupos de azida fornecem os locais disponíveis para química de cliques com
uma carga ú til modificada de alça bioortogonal. O rendimento e a estabilidade do anticorpo
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Fig. 4
A visão geral dos mecanismos do ADC para matar células cancerígenas por meio de diferentes
abordagens.
Canto superior direito: O principal mecanismo de ação dos ADCs; Inferior esquerdo: O componente de
anticorpo de ADCs se envolve com células efetoras imunes para induzir imunidade antitumoral, incluindo
efeitos de CDC, ADCC e ADCP; Inferior direito: O componente de anticorpo dos ADCs retém seu perfil de ati‐
vidade e pode, portanto, interferir na função alvo, amortecer a sinalização a jusante para inibir o crescimento
do tumor. Criado com BioRender.com
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Alé m disso, a atividade anticancerígena do ADC també m está envolvida nos efeitos ADCC,
ADCP e CDC. 119 , 120 O segmento Fab do anticorpo de alguns ADCs pode se ligar ao epítopo do
antígeno de cé lulas infectadas por vírus ou cé lulas tumorais, enquanto o segmento FC se liga
ao FCR na superfície das cé lulas assassinas (cé lulas NK, macró fagos, etc.), mediando assim o
efeitos diretos de morte (o painel inferior esquerdo da Fig.4).
Alé m disso, o componente de
anticorpo do ADC pode se ligar especificamente ao antígeno epítopo das cé lulas cancerígenas
e inibe a transduçã o de sinal a jusante do receptor de antígeno (o canto inferior direito da Fig.
4). Por exemplo, o trastuzumabe de T-DM1 pode se ligar ao receptor HER2 de cé lulas cancerí‐
genas e bloquear a formaçã o de heterodímero entre HER2 e HER1, HER3 ou HER4, que inibe
as vias de transduçã o de sinal (como PI3K ou MAPK) de sobrevivê ncia e proliferaçã o celular
para induzir a apoptose celular. 121
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Tabela 3
Cargas ú teis Baixa potência, incluindo Potência, como Alta potência, como PBDs e
caliqueamicina, auristatinas e tubulisina, e novas cargas
duocarmicina e mitansinó ides ú teis, como
doxorrubicina imunomoduladores
Métodos de Lisinas aleató rias Lisinas aleató rias e Conjugação específica do site
conjugação cisteínas intercadeias
reduzidas
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No está gio inicial, o ADC, como BR96-doxorrubincina, consistia principalmente em uma droga
quimioterá pica convencional conjugada a um anticorpo derivado de camundongo por meio de
um ligante nã o clivável. 31 , 122 A potê ncia desses ADCs nã o era superior à s drogas citotó xicas
livres e a imunogenicidade era frequentemente uma preocupaçã o. 123 Mais tarde, o uso de
agentes citotó xicos muito mais potentes em combinaçã o de mAbs humanizados resultou em
eficá cia e segurança muito melhores e, portanto, na aprovaçã o do mercado para os ADCs de
primeira geraçã o, incluindo gemtuzumab ozogamicina e inotuzumab ozogamicina. Nestes dois
produtos foram utilizados mAbs humanizados do isotipo IgG4 e conjugados à potente citotó ‐
xica caliqueamicina atravé s dos ligantes á cido-lá beis. 124 , 125O sistema, no entanto, nã o é per‐
feito. Por exemplo, condiçõ es á cidas podem aparecer em outras partes do corpo e os ligantes
no ADC de primeira geraçã o també m podem hidrolisar lentamente na circulaçã o sistê mica (pH
7,4, 37 °C), resultando na liberaçã o incontrolável de carga tó xica e inesperada toxicidade fora
do alvo. 26 Em segundo lugar, a caliqueamicina é hidrofó bica e fá cil de causar agregaçã o de an‐
ticorpos, sendo responsável pelo surgimento de alguns defeitos, como meia-vida curta, depu‐
raçã o mais rá pida e imunogenicidade. 126 , 127 Alé m disso, a conjugaçã o do ADC de primeira
geraçã o é baseada na conjugaçã o estocá stica via resíduos de lisina e cisteína, resultando em
um grupo de misturas altamente heterogê neas com DARs variáveis. 128O DAR desempenha um
papel crucial para a potê ncia de um ADC. 129 A DAR inconsistente exerce influê ncia nos parâ ‐
metros farmacociné ticos e farmacodinâ micos (PK/PD) e no índice terapê utico dos medicamen‐
tos ADC. 130 , 131 Consequentemente, os ADCs de primeira geraçã o demonstram janelas tera‐
pê uticas abaixo do ideal e precisam de melhorias adicionais.
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Com vá rias dé cadas de esforços para otimizar os principais componentes, mais de 100 ADCs
estã o atualmente em desenvolvimento clínico e, em dezembro de 2021, um total de 14 medica‐
mentos ADC receberam a aprovaçã o de comercializaçã o em diferentes países do mundo. Coin‐
cidentemente, metade dos ADCs aprovados sã o usados principalmente contra malignidades
hematoló gicas e o restante é prescrito principalmente para tumores só lidos. Uma visã o geral
desses ADCs, incluindo seu design molecular, anos iniciais de aprovaçã o, empresa comerciali‐
zada, países aprovados e indicaçõ es aprovadas, é mostrada na Tabela4.
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Tabela 4
Resumo dos conjugados anticorpo-droga aprovados para o mercado mundial para uso clínico, em dezembro
de 2021.
FDA US Food and Drug Administration, EMA European Medicines Agency, PMDA Pharmaceuticals and Medical
Devices Agency of Japan, NMPA National Medical Products Administration of China, DAR Drug-to-Antibody
ratio, R/R recaída ou refratária, AML leucemia mieló ide aguda, mc -VC-PABC maleimidocaproil-valina-citru‐
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Alé m disso, a avaliaçã o de segurança e eficá cia de gemtuzumab ozogamicina como monotera‐
pia foi realizada nos estudos AML-19 e MyloFrance-1. 20 , 150 Na AML-19, a sobrevida global
(OS) foi usada como avaliaçã o da eficá cia. Como resultado, o SO mé dio foi de 4,9 meses vs. 3,6
meses (gemtuzumabe ozogamicina vs. melhor tratamento de suporte, HR = 0,69 [95% CI: 0,53–
0,90]). Os eventos adversos de grau ≥ 3 ocorridos em mais de 5% dos pacientes foram infec‐
çã o (35%), neutropenia febril (18%), sangramento (13%), fadiga (12%), fígado (7%) e car‐
díaco (6%). E em MyloFrance-1, foi observada taxa de remissã o completa (CR) de 26%. Os
eventos adversos de grau ≥ 3 ocorreram em mais de 5% dos pacientes, incluindo sepse (32%),
febre (16%), erupçã o cutâ nea (11%), pneumonia (7%), sangramento (7%). Com base nos re‐
sultados positivos gerais alcançados nos trê s ensaios clínicos conduzidos por investigadores
acima, o Mylotarg ® foi reaprovado pelo FDA em 2017. 149 , 151 , 152Recentemente, uma nova in‐
dicaçã o de gemtuzumabe ozogamicina foi aprovada pelo FDA para o tratamento de LMA posi‐
tiva para CD33 recé m-diagnosticada para incluir pacientes pediá tricos com 1 mê s de idade ou
mais. 153 A rara experiê ncia de listagem adquirida com a retirada e reaprovaçã o de gemtuzu‐
mab ozogamicina fornece uma referê ncia importante para o desenvolvimento e design de en‐
saios clínicos para ADCs.
A eficá cia de brentuximabe vedotina para LH e sALCL foi investigada em dois estudos de fase
II de braço ú nico com 73% e 86% dos pacientes alcançaram resposta objetiva, respectiva‐
mente, portanto, o FDA concedeu a aprovaçã o acelerada de Adcetris ® para r / r HL e sALCL
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em 2013. 157 , 158 A eficá cia do brentuximabe vedotina em pacientes com LH foi avaliada em
um estudo multicê ntrico principal, de fase II, braço ú nico, envolvendo 102 pacientes com LH
r/r apó s transplante autó logo de cé lulas-tronco (SCT). 159A taxa de resposta objetiva (ORR) foi
usada como endpoint primá rio. Como resultado, uma resposta completa (CR) ou resposta par‐
cial (RP) foi observada em 73% dos pacientes que receberam brentuximabe vedotina (1,8
mg/kg) e o tempo mé dio de resposta dos pacientes ao tratamento foi de 6,7 meses. Os EAs ≥
grau 3 que ocorreram em ≥ 5% dos pacientes foram neutropenia (20%), neuropatia sensorial
perifé rica (8%), trombocitopenia (8%) e anemia (6%). 160 Enquanto para sALCL, foi avaliado
em um estudo de fase II, braço ú nico e multicê ntrico em 58 pacientes com r/r sALCL. 161 Dos
pacientes que receberam brentuximabe vedotina (1,8 mg/kg), 86% tiveram uma resposta com‐
pleta ou parcial e responderam em mé dia por 12,6 meses. Os EAs graves observados em paci‐
entes com sALCL foram semelhantes à queles com SCT. 162
Um estudo clínico de fase 3 (Estudo 1053) para moxetumomabe pasudotox incluiu 80 pacien‐
tes com HCL confirmado histologicamente ou variante de HCL que requer tratamento com
base na presença de citopenias ou esplenomegalia e que receberam tratamento anterior com
pelo menos duas terapias sistê micas (incluindo um aná logo de nucleosídeo de purina) . 174 Os
pacientes receberam tratamento com moxetumomabe pasudotox (0,04 mg/kg) até a observa‐
çã o de RC, progressã o da doença ou toxicidade inaceitável. No estudo, a taxa de ORR e CR da
monoterapia com moxetumomabe pasudotox foi de 75% (95% CI, 64–84) e 41% (95% CI, 30–
53), respectivamente. Alé m disso, a taxa de resposta completa durável foi de 30% (95% CI, 20–
41). 175Os eventos de grau 3-4 mais comuns foram diminuiçã o de linfócitos (20%) , anemia (10%) e hipofos‐
fatemia assintomá tica (10%) . pacientes adultos com r/r HCL que falharam anteriormente em
receber pelo menos duas terapias sistê micas (incluindo aná logos de nucleosídeos purínicos).
177
Isso fez do moxetumomabe pasudotox o primeiro novo medicamento aprovado para o tra‐
tamento da HCL nos ú ltimos 20 anos, um marco notável no tratamento clínico da HCL.
A aprovaçã o foi baseada nos resultados positivos de um estudo global randomizado de fase
Ib/II GO29365 que incluiu 80 pacientes com DLBCL r/r apó s pelo menos um regime anterior.
182
Os pacientes inscritos foram distribuídos aleatoriamente para polatuzumabe vedotina
(Pola, 1,8 mg/kg, infusã o intravenosa) em combinaçã o com bendamustina (B, 90 mg/m 2 por
via intravenosa) e um rituximabe (R, 375 mg/m 2por via intravenosa) ou apenas BR por seis
ciclos de 21 dias. A taxa de RC e a duraçã o da resposta foram determinadas como desfechos
do estudo. Como resultado, 40% dos pacientes com Pola+BR foram observados CR, enquanto
18% apenas com tratamento BR. Entre os pacientes com tratamento PR ou CR para Pola+BR,
as porcentagens com duraçõ es de resposta superiores a 6 meses e 12 meses foram de 64% e
48%, respectivamente. Os eventos adversos de grau 3–4 no grupo Pola+BR incluem neutrope‐
nia (46%), trombocitopenia (41%), amenia (28%), linfopenia (12,8%) e neutropenia febril
(10,3%). 182
clivável. Belantamab mafodotin tem um DAR mé dio de 4. O BCMA é uma glicoproteína trans‐
membranar especificamente superexpressa na superfície das cé lulas do mieloma mú ltiplo
(MM). 183Apó s a ligaçã o ao BCMA, belantamab mafodotin é rapidamente internalizado, degra‐
dado em lisossomos para liberar MMAF impermeável dentro das cé lulas MM. O MMAF, seme‐
lhante ao MMAE, també m é um inibidor mitó tico. Pode inibir a divisã o celular bloqueando a
polimerizaçã o dos microtú bulos, resultando na parada do ciclo celular e induzindo a apoptose
dependente de caspase-3. Ao todo, belantamab mafodotin causa efetivamente a morte celular
em cé lulas cancerígenas superexpressas de BCMA. Em agosto de 2020, o FDA aprovou o Blen‐
rep ® para o tratamento de MM r/r. É a primeira terapia direcionada ao BCMA para MM que
foi aprovada com base nos resultados do ensaio clínico DREAMM-2, um estudo de fase II mul‐
ticê ntrico, aberto e de dois braços. 184
Neste estudo, um total de 221 pacientes (idade ≥18 anos) com MM r/r com progressã o da do‐
ença apó s trê s ou mais linhas de terapia e que eram refratá rios a drogas imunomoduladoras e
inibidores de proteassoma e refratá rios ou intolerantes (ou ambos) a uma anticorpo monoclo‐
nal anti-CD38 com um status de desempenho do Eastern Cooperative Oncology Group de 0–2
foram inscritos e designados aleatoriamente (1:1) para receber duas doses diferentes de be‐
lantamabe mafodotina (2,5 mg/kg e 3,4 mg/kg, respectivamente) até a doença progressã o ou
toxicidade inaceitável. A eficá cia foi baseada na ORR e na duraçã o da resposta. Como resul‐
tado, os dados demonstraram que o tratamento com belantamab mafodotin sozinho, as ORRs
no braço de 2,5 mg/kg e no braço de 3,4 mg/kg foram de 32% e 35%, respectivamente. Uma
resposta parcial promissora (VGPR) foi observada em 58% e 66% nas coortes de 2,5 e 3,4
mg/kg, respectivamente. Os EAs de grau 3–4 mais comuns foram ceratopatia (27% na coorte
de 2,5 mg/kg e 21% na coorte de 3,4 mg/kg), trombocitopenia (20% e 33%) e anemia (20% e
25%) .184
carga ú til citotó xica de nova geraçã o para o desenvolvimento do ADC. 187 Ele se liga irreversi‐
velmente ao DNA e causa fortes ligaçõ es cruzadas entre as fitas que impedem a separaçã o das
fitas de DNA, destruindo assim os processos metabó licos necessá rios do DNA e, finalmente, le‐
vando à morte celular. 188 Nã o depende do ciclo de divisã o celular e o dano nã o é fá cil de res‐
taurar, apresentando melhor citotoxicidade. 189 Em abril de 2021, Zynlonta ®recebeu aprova‐
çã o acelerada do FDA para o tratamento de pacientes adultos com linfoma de grandes cé lulas
B r/r apó s duas ou mais linhas de terapia sistê mica, incluindo linfoma difuso de grandes cé lu‐
las B (DLBCL) nã o especificado de outra forma (NOS), DLBCL decorrente de linfoma de baixo
grau e linfoma de cé lulas B de alto grau. Loncastuximabe tesirina é o primeiro e até agora o
ú nico ADC direcionado a CD19 aprovado para pacientes com DLBCL r/r como agente ú nico.
A aprovaçã o do Zynlonta ® foi baseada nos dados do estudo LOTIS-2, um estudo de fase 2
multicê ntrico, aberto, de braço ú nico. 190Um total de 145 pacientes adultos com DLBCL r/r ou
linfoma de cé lulas B de alto grau apó s pelo menos dois regimes sistê micos anteriores foram
inscritos e tratados com locastuximabe tesirina (0,15 mg/kg). A ORR geral foi usada para aces‐
sar a eficá cia principal de locastuximabe tesirina. Foi demonstrado que, para os pacientes que
receberam locastuximabe tesirina, a ORR atingiu 48,3% (95% CI: 39,9–56,7) com 24,1% (95%
CI: 17,4–31,9) de RC. Apó s um acompanhamento mé dio de 7,3 meses, a duraçã o mé dia da res‐
posta foi de 10,3 meses (95% CI: 6,9, NE). Dos 70 pacientes que obtiveram respostas objetivas,
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36% foram censurados quanto à duraçã o da resposta antes de 3 meses. Os EAs de grau ≥3
mais comuns foram neutropenia (26%), trombocitopenia (18%) e gama-glutamiltransferase
aumentada (17%). 190
Tumores só lidos
Ado-trastuzumabe entansina (Kadcyla ® , Roche) Cerca de 15% a 20% dos pacientes com câ ncer
de mama apresentam superexpressã o positiva do receptor do fator de crescimento epidé r‐
mico humano 2 (HER2) com maior capacidade de invasã o. 191 , 192 Ado-trastuzumabe entan‐
sina, també m conhecido como T-DM1, é um medicamento ADC direcionado ao HER2 e o pri‐
meiro ADC a ser aprovado em um tumor só lido. É constituído por um mAb humanizado direci‐
onado ao HER2 ligado ao DM1 por meio de um ligante nã o clivável (succinimidil-4-(N-
maleimidometil)ciclohexano-1-carboxilato, SMCC) com um DAR mé dio de 3,5. 133O ligante po‐
deria manter o conjugado mais estável na circulaçã o plasmá tica, mas liberar cargas ú teis apó s
a endocitose nas cé lulas cancerígenas HER2-positivas. A digestã o completa do trastuzumabe
pelas proteases no lisossomo permite a liberaçã o de um metabó lito contendo DM1, lisina-MCC-
DM1, que apresenta citotoxicidade semelhante ao DM1 livre. Alé m disso, a lisina-MCC-DM1 é
carregada em pH fisioló gico que nã o é aplicável para exercer o efeito de espectador. Portanto,
o T-DM1 visa e causa a morte apenas das cé lulas cancerígenas positivas para o antígeno. Alé m
disso, o T-DM1 demonstrou mecanismos semelhantes ao trastuzumabe, podendo inibir a via
de sinalizaçã o do HER2, induzir os efeitos ADCC e CDC. 193
Em 2013, Kadcyla ® obteve a aprovaçã o de mercado pelo FDA para uso como medicamento
ú nico no tratamento de pacientes com câ ncer de mama metastá tico HER2 positivo que recebe‐
ram quimioterapia com Herceptin ® (trastuzumab) e taxano anteriormente. A aprovaçã o foi baseada nos
resultados positivos do estudo de fase 3 (EMILIA). 194 , 195Um total de 991 pacientes adultos
com câ ncer de mama HER2-positivo irressecável, localmente avançado ou metastá tico previa‐
mente tratados com trastuzumabe e um taxano foram incluídos e randomizados para receber
T-DM1 (3,6 mg/kg) ou lapatinibe mais capecitabina. O PFS e OS foram usados como endpoints
primá rios. Na aná lise descritiva final, a PFS mediana do braço T-DM1 foi de 9,6 meses, en‐
quanto 6,4 meses foi determinada no braço lapatinibe mais capecitabina ( p < 0,001). E a SG
mediana do braço T-DM1 e lapatinibe mais capecitabina foi de 30,9 meses e 25,1 meses, res‐
pectivamente. Os EAs de grau ≥3 mais comuns no braço T-DM1 foram: trombocitopenia
(12,9%), aumento de AST (4,3%) e aumento de ALT (2,9%). 194Vale ressaltar que há ró tulo de
alerta para cardiotoxicidade ao T-DM1 devido à observaçã o de diminuiçã o da fraçã o de ejeçã o
do ventrículo esquerdo (FEVE). 196
Alé m disso, com base nos resultados positivos do estudo de fase 3 (KATHERINE), o FDA esten‐
deu a aprovaçã o ao Kadcyla ® para tratamento adjuvante de pacientes com câ ncer de mama
inicial (EBC) HER2-positivo que apresentam doença invasiva residual apó s taxano neoadju‐
vante e trastuzumabe. tratamento baseado em maio de 2019. 197 , 198 Um total de 1.486 pacien‐
tes que preencheram os crité rios foram incluídos no estudo e designados aleatoriamente para
tratar com T-DM1 ou trastuzumabe. Como desfecho primá rio deste estudo, a sobrevida livre
de doença invasiva (IDFS) melhorou significativamente no grupo que recebeu T-DM1 em com‐
paraçã o com o tratado com trastuzumabe em 50%. Em trê s anos, 88,3% dos pacientes trata‐
dos com T-DM1 nã o recaíram em comparaçã o com 77,0% tratados com trastuzumabe. 198
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Enfortumabe vedotina (Padcev ® , Seagen) Enfortumab vedotin, també m conhecido como ASG-
22ME, é aprovado pelo FDA para o tratamento de pacientes adultos com câ ncer urotelial local‐
mente avançado ou metastá tico. 199 É composto por um anticorpo monoclonal anti-nectina-4
IgG1 kappa totalmente humano (AGS-22C3), ligado ao MMAE por meio de um ligante clivável
por protease (MC-VC-PABC) e possui um DAR mé dio de aproximadamente 3,8. 200 A nectina-4
é uma proteína transmembranar pertencente à família das nectinas, que desempenha um pa‐
pel crucial na proliferaçã o, migraçã o e adesã o celular. 201 , 202Verificou-se que é expresso
abundantemente em vá rias malignidades, especialmente no carcinoma urotelial. Atravé s da
aná lise imuno-histoquímica, 60% das amostras de tumores de bexiga apresentaram coloraçã o
forte, enquanto uma coloraçã o limitada foi observada em tecido normal. 200 Como tal, emergiu
como um alvo atraente para o novo design molecular de ADCs. Enfortumab vedotin é o pri‐
meiro e até agora o ú nico ADC aprovado pela FDA que tem como alvo a nectina-4. A aprovaçã o
acelerada foi concedida pela primeira vez pelo FDA em dezembro de 2019, enquanto uma
aprovaçã o regular foi concedida em setembro de 2021 com base nos resultados de um estudo
aberto, randomizado e multicê ntrico de fase 3 (EV-301). 203 – 205
No estudo EV-301, um total de 608 pacientes com câ ncer urotelial localmente avançado ou me‐
tastá tico que receberam um inibidor anterior de PD-1 ou PD-L1 e quimioterapia à base de pla‐
tina foram incluídos e randomizados igualmente para tratar com enfortumabe vedotina (1,25
mg/ kg) ou quimioterapia alternativa (docetaxel, paclitaxel ou vinflunina). O OS e o PFS foram
usados, respectivamente, como endpoint primá rio e endpoints secundá rios para avaliaçã o da
eficá cia. Em comparaçã o com a quimioterapia alternativa, o enfortumab vedotin alcançou uma
eficá cia notável com uma SG mediana significativamente prolongada (12,9 vs. 9,0 meses) e PFS
mediana (5,6 vs. 3,7 meses). 199 , 204EAs de grau ≥3 que ocorreram em pelo menos 5% dos pa‐
cientes foram erupçã o cutâ nea maculopapular (7,4%), fadiga (6,4%) e diminuiçã o da conta‐
gem de neutró filos (6,1%) no grupo enfortumabe vedotina. 204
Fam-trastuzumab deruxtecan (Enhertu ® , Daiichi Sankyo) Enhertu, també m conhecido como DS-
8201 ou T-DXd, é um ADC direcionado a HER2 para o tratamento de pacientes adultos com
câ ncer de mama HER2-positivo irressecável ou metastá tico que receberam dois ou mais regi‐
mes anteriores baseados em anti-HER2 no cená rio metastá tico. 206 É composto por um anti‐
corpo HER2 humanizado (trastuzumabe) conjugado a um novo inibidor da topoisomerase I
(DXd) como carga ú til por meio de um ligante à base de tetrapeptídeo clivável enzimaticamente
com um DAR mé dio de 7–8. Foi relatado que o DXd é mais potente que o SN-38, a forma ativa
do irinotecano, e a potê ncia mais alta do DXd garante a eficá cia quando usado como carga ú til
em ADCs. 74Outra melhoria do DS-8201 é a utilizaçã o da nova tecnologia de ligante baseada
em tetrapeptídeo, que pode se manter mais estável no plasma para reduzir o risco de toxici‐
dade sistê mica. 207
Em dezembro de 2019, o Enhertu ® foi aprovado pelo FDA com base nos resultados positivos
de um estudo DESTINY-Breast01 de braço ú nico, multicê ntrico, fase 2. 208 184 pacientes do
sexo feminino com câ ncer de mama HER2-positivo, irressecável e/ou metastá tico (mBC) que
receberam duas ou mais terapias anti-HER2 anteriores foram incluídas no estudo. O endpoint
primá rio foi ORR e duraçã o da resposta. Como resultado, a ORR dos pacientes que receberam
DS-8201 (5,4 mg/kg) foi de 60,3% (95% CI: 52,9, 67,4), com uma taxa de RC de 4,3% e uma
taxa de RP de 56%. A duraçã o mé dia da resposta foi de 14,8 meses e a duraçã o mé dia da PFS
foi de 16,4 meses. 207 Os eventos adversos mais comuns de grau ≥ 3 que ocorreram em mais
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de 5% dos pacientes foram diminuiçã o da contagem de neutró filos (20,7%), anemia (8,7%),
ná usea (7,6%), diminuiçã o da contagem de gló bulos brancos (6,5% ), diminuiçã o da contagem
de linfó citos (6,5%) e fadiga (em 6,0%). 207
A eficá cia e segurança do DS-8201 em pacientes com NSCLC metastá tico com mutaçõ es HER2
també m foram avaliadas no estudo DESTINY-Lung01. 212Entre 91 pacientes inscritos, 55% ti‐
veram um OR confirmado em uma duraçã o mediana de acompanhamento de 13,1 meses. A du‐
raçã o mediana da PFS foi de 8,2 meses, com duraçã o mediana da OS de 17,8 meses. Os eventos
adversos (grau ≥3) foram observados em 46% dos pacientes, incluindo neutropenia (em 19%)
e anemia (em 10%). As observaçõ es clínicas també m levantaram uma preocupaçã o em relaçã o
à potencial toxicidade pulmonar do DS-8201. Vale ressaltar que a doença pulmonar intersticial
(DPI) foi observada em 26% (23 em 91) dos pacientes e dois pacientes morreram de DPI rela‐
cionada ao tratamento. A DPI é um grupo de doenças respirató rias que afetam o interstício
dos pulmõ es, o que interromperia o processo de reparo de dano do nosso corpo e impediria a
participaçã o do oxigê nio na circulaçã o sanguínea. 213Portanto, atençã o mais cuidadosa à DPI e
treinamento adequado de mé dicos para a identificaçã o e manejo desse efeito tó xico sã o neces‐
sá rios nos ensaios clínicos de acompanhamento.
Desde o lançamento do DS-8201, seu potencial clínico ainda está se expandindo e se aprofun‐
dando. A nova indicaçã o do DS-8201 para câ ncer gá strico també m foi aprovada. 214 E avança a
linha de tratamento do câ ncer de mama, que oferece cada vez melhores opçõ es de tratamento
para as pacientes.
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mais curta. 219 Por meio da otimizaçã o da estabilidade do ligante, ele pode nã o apenas liberar
SN-38 nas cé lulas tumorais alvo, mas també m alcançar os efeitos do espectador para matar as
cé lulas cancerígenas vizinhas que sã o difíceis de atingir. 220
Em abril de 2020, o sacituzumab govitecan recebeu aprovaçã o acelerada do FDA para o trata‐
mento de pacientes com TNBC localmente avançado ou metastá tico irressecável que recebe‐
ram duas ou mais terapias sistê micas anteriores, pelo menos uma delas para doença metastá ‐
tica. É o primeiro ADC anti-Trop-2 aprovado pelo FDA para TNBC metastá tico. E o benefício clí‐
nico do sacituzumab govitecan foi ainda confirmado em um estudo multicê ntrico, aberto e ran‐
domizado (ASCENT), que promove a aprovaçã o regular pelo FDA. O estudo ASCENT foi reali‐
zado em 529 pacientes com TNBC localmente avançado irressecável ou com recidiva apó s pelo
menos duas quimioterapias anteriores, uma das quais poderia ser neoadjuvante ou adjuvante,
se a progressã o ocorresse em 12 meses. 221Os pacientes inscritos foram randomizados em
dois grupos, recebendo sacituzumab govitecan ( n = 267, 10 mg/kg) e quimioterapia de
agente ú nico ( n = 262, capecitabina, eribulina, vinorelbina ou gencitabina), respectivamente. O
endpoint primá rio de eficá cia foi PFS em pacientes sem metá stases cerebrais. Como resultado,
a PFS mediana para pacientes recebendo sacituzumabe govitecano foi de 4,8 meses vs. 1,7 me‐
ses naqueles que recebem quimioterapia. E a SG mediana foi de 11,8 meses (sacituzumabe go‐
vitecan) e 6,9 meses (quimioterapia), respectivamente. 222 As incidê ncias de EAs graves de sa‐
cituzumabe govitecano com grau ≥ 3 incluíram neutropenia (51%), leucopenia (10%), diarreia
(10%), anemia (8%) e neutropenia febril (6%). 222 ,223
Em setembro de 2019, o cetuximab sarotalocan foi aprovado pela Pharmaceuticals and Medi‐
cal Devices Agency (PMDA) do Japã o para o tratamento de HNSCC irressecável localmente
avançado ou recorrente. A aprovaçã o foi apoiada pelos dados positivos de um estudo multi‐
cê ntrico e aberto de fase 2a. 227 Um total de 30 pacientes com HNSCC locorregional que nã o
puderam ser tratados satisfatoriamente com cirurgia, radiaçã o ou quimioterapia de platina fo‐
ram incluídos no estudo. Apó s administraçã o de RM1929 por 24 horas, a luz vermelha nã o
té rmica foi utilizada para iluminar as á reas tumorais. Os resultados demonstraram que o trata‐
mento com cetuximab sarotalocan, o ORR foi de 28%, incluindo 14% CR, e a PFS mediana e OS
mediana foram de 5,7 meses e 9,1 meses, respectivamente. 227 , 228Os EAs mais comuns de
grau ≥3 incluíram reaçã o cutâ nea (18%), rachadura paroníquia (12%) e reaçã o alé rgica
(3,5%). 227 , 228 Até o momento, o cetuximabe sarotalocan nã o foi aprovado fora do Japã o e
está atualmente realizando um teste global de Fase 3.
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Disitamab vedotina (Aidixi ® , RemeGen) Disitamab vedotin, també m conhecido como RC48, é o
terceiro ADC direcionado a HER2 listado, que consiste em um novo anticorpo HER2 humani‐
zado, um ligante clivável catepsina (mc-VC-PABC) e um agente citotó xico, MMAE. 229 O DAR mé ‐
dio de RC48 é de aproximadamente 4. O anticorpo usado no disitamab vedotin tem maior afi‐
nidade para HER2, mostrando uma atividade antitumoral mais potente em modelos animais.
230Em 15 de junho de 2021, o disitamab vedotin foi aprovado condicionalmente pela Adminis‐
traçã o Nacional de Produtos Mé dicos (NMPA) da China para o tratamento de pacientes com
câ ncer gá strico localmente avançado ou metastá tico (incluindo adenocarcinoma da junçã o gas‐
troesofá gica) que receberam pelo menos 2 tipos de quimioterapia sistê mica . É o primeiro me‐
dicamento ADC desenvolvido pela China aprovado para comercializaçã o. A aprovaçã o foi apoi‐
ada pelos resultados do estudo RC48-C008, que demonstra uma resposta clinicamente signifi‐
cativa e benefício de sobrevida para pacientes que receberam RC48. 231
O estudo RC48-C008 é um estudo clínico de fase 2 de braço ú nico, multicê ntrico, aberto, com
inscriçã o de 127 pacientes com câ ncer gá strico ou da junçã o gastroesofá gica confirmado his‐
tologicamente, superexpressã o de HER2 apó s tratamento sistê mico anterior a ≥2. No estudo,
os pacientes participantes receberam disitamab vedotina (2,5 mg/kg) até perda de benefício
clínico avaliada pelo investigador ou toxicidade inaceitável. ORR foi usado como desfecho pri‐
má rio junto com PFS e OS como desfechos secundá rios. Os dados mostraram que a ORR dos
pacientes em geral foi de 18,1% (95% CI: 11,8–25,9%). E a ORR do subgrupo foi de 19,4% e
16,9% para os pacientes participantes apó s 2 linhas e ≥ 3 linhas, respectivamente. No geral, a
ORR de 111 pacientes que receberam nada menos que 2 ciclos de tratamento foi de 20,7%.
Para todos os 127 pacientes, a PFS mediana foi de 3,8 meses e a mOS foi de 7,6 meses.231 EAs
de Grau 3 ou superior foram observados em 40 pacientes (32,0%), dos quais os mais comuns
foram diminuiçã o da contagem de neutró filos (14,4%), diminuiçã o da contagem de gló bulos
brancos (14,4%) e anemia (5,6%). 232
Alé m disso, o disitamab vedotin també m recebeu aprovaçã o condicional da NMPA em dezem‐
bro de 2021 para o tratamento de segunda linha de pacientes com câ ncer urotelial HER2 posi‐
tivo localmente avançado ou metastá tico que també m receberam tratamento quimioterá pico
contendo platina anteriormente. É apoiado pelos resultados do estudo RC48-C005, que foi um
estudo de fase 2 aberto, multicê ntrico, de braço ú nico e nã o randomizado. 233 64 pacientes
com superexpressã o de HER2 e câ ncer urotelial localmente avançado ou metastá tico apó s fa‐
lha de platina, gencitabina e taxano foram incluídos e receberam RC48 (2 mg/kg) no estudo.
ORR foi usado como endpoint primá rio. Em 30 de novembro de 2020, a ORR era de 55,6%
(5/9), 50,0% (21/20) e 30,8% (4/13), em pacientes que receberam tratamento de 1 linha, 2 li‐
nhas e ≥ 3 linhas, respectivamente.
A aprovaçã o foi apoiada pelas descobertas do estudo innovaTV 204, um estudo de fase 2 mul‐
ticê ntrico, aberto, de braço ú nico. 236 Um total de 101 pacientes que preencheram os crité rios
(câ ncer do colo do ú tero recorrente ou metastá tico que receberam anteriormente nã o mais do
que dois regimes sistê micos anteriores, incluindo pelo menos um regime anterior de quimiote‐
rapia à base de platina, no cená rio recorrente ou metastá tico) foram incluídos no estudo para
receberam tisotumab vedotin 2 mg/kg a cada 21 dias até ocorrer progressã o da doença ou to‐
xicidade inaceitável. A ORR confirmada foi usada como os principais resultados de eficá cia. Os
resultados mostraram que o ORR foi de 24% (95% CI: 15,9%-33,3%) com uma duraçã o medi‐
ana de resposta de 8,3 meses (95% CI: 4,2, nã o alcançado). 237EAs de grau 3 ou superior fo‐
ram observados em 28% dos pacientes, incluindo neutropenia (3%), fadiga (2%), ceratite ulce‐
rativa (2%) e neuropatias perifé ricas (2%). 236
Alé m dos 14 medicamentos ADC aprovados, centenas de ADCs com tecnologia atualizada e no‐
vas indicaçõ es estã o atualmente em ensaios clínicos. Trê s candidatos ADC representados na
fase 3 foram discutidos da seguinte forma nesta revisã o para fornecer um instantâ neo
conceitual.
mente os resultados na reuniã o anual da ASCO de 2021. Entre 60 pacientes que receberam a
combinaçã o, 28 foram observadas respostas objetivas para uma ORR confirmada de 47%
(95% CI, 34–60) e em pacientes com alta expressã o de FRα ( n = 33), a ORR confirmada foi de
64% (95% CI 45–80), o que sugere um efeito terapê utico significativo da combinaçã o de
IMGN853 com bevacizumabe para pacientes com câ ncer de ová rio recorrente de alto FRα. Os
EAs mais comuns incluíram diarreia, visã o turva, fadiga e ná usea. 242 , 243
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A partir dos medicamentos aprovados e dos candidatos em desenvolvimento listados nas se‐
çõ es anteriores, pode-se observar que os ADCs de nova geraçã o estã o demonstrando perfis
de especificidade e citotoxicidade cada vez melhores do que as geraçõ es anteriores. No en‐
tanto, ainda existem muitos desafios no desenvolvimento do uso de ADCs anticancerígenos, in‐
cluindo complexidade na farmacociné tica, direcionamento tumoral insuficiente e liberaçã o de
carga ú til, bem como resistê ncia aos medicamentos.26 Esta seçã o fornece uma visã o geral des‐
ses desafios, seguida de discussõ es sobre possíveis soluçõ es em ADCs de geraçã o emergente.
Grandes desafios
Apó s a administraçã o (principalmente por infusã o iv) de um ADC, trê s formas principais po‐
dem estar presentes na circulaçã o sistê mica, ou seja, o ADC intacto, o anticorpo nu e a carga
ú til citotó xica livre. 251 Por causa da ligaçã o, eliminaçã o e desconjugaçã o do alvo, as propor‐
çõ es dessas trê s formas mudarã o dinamicamente. 129 Em um perfil farmacociné tico típico de
ADC, a concentraçã o de ADC conjugado e anticorpo nu continua a diminuir conforme a inter‐
nalizaçã o do ADC e a depuraçã o do anticorpo. 252 Fatores que afetam a depuraçã o de anticor‐
pos incluem o sistema fagocitá rio mononuclear e a reciclagem mediada pelo receptor Fc neo‐
natal (FcRn). 37 , 253Atravé s da ligaçã o com o ADC no vacú olo endocítico, o FcRn exporta o ADC
para o compartimento extracelular para a reciclagem. 254 Portanto, anticorpos incluindo ADC
conjugado e anticorpo nu geralmente tê m uma meia-vida mais longa em comparaçã o com dro‐
gas convencionais de molé culas pequenas. Com relaçã o à carga ú til citotó xica livre, ela é princi‐
palmente metabolizada no fígado e excretada do corpo atravé s dos rins (urina) ou nas fezes,
que podem ser afetadas por interaçõ es medicamentosas e funçõ es hepá ticas e renais danifica‐
das. 255 Todos esses fatores, combinados com alta variabilidade interpaciente, é um desafio es‐
tabelecer modelos PK e PD para descrever as características clínicas do ADC e auxiliar no de‐
senho de novos ADCs.
Entre os 14 ADCs aprovados, o efeito colateral grave mais comum (grau 3 ou superior) é a he‐
matotoxicidade, incluindo neutropenia, trombocitopenia, leucopenia e anemia. A hematotoxici‐
dade juntamente com a hepatotoxicidade e a reaçã o gastrointestinal provavelmente estã o rela‐
cionadas com a liberaçã o prematura de cargas citotó xicas na circulaçã o sanguínea. 254 É con‐
sistente com drogas quimioterá picas convencionais que afetam principalmente as cé lulas sau‐
dáveis de rá pida proliferaçã o. Alé m disso, a resposta imune induzida pela parte do anticorpo
do ADC pode causar lesõ es secundá rias, resultando em nefrotoxicidade. 256 De acordo com as
observaçõ es clínicas recentes, os potenciais efeitos tó xicos pulmonares como DPI durante o
período de tratamento de ADC devem despertar atençã o, particularmente em ADCs anti-HER2.
257 , 258Vá rios casos de morte foram relatados como relacionados à DPI durante os ensaios clí‐
nicos de T-DM1 e DS-8201. 257 , 258 O mecanismo de açã o detalhado da DPI, no entanto, perma‐
nece obscuro. Há especulaçõ es de que um dos possíveis motivos pode estar associado à capta‐
çã o indesejável do ADC em cé lulas pulmonares saudáveis e à carga livre liberada do ADC. 259
Devido ao fluxo sanguíneo mais abundante e ao maior tempo de retençã o no pulmã o, a capta‐
çã o indesejável do ADC e das cargas ú teis livres no sangue mais ocorre no pulmã o para indu‐
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zir DPI. 260Portanto, as otimizaçõ es correspondentes das pró ximas geraçõ es de ADC sã o ne‐
cessá rias para minimizar os efeitos colaterais. E durante a medicaçã o, as reaçõ es adversas de‐
vem ser monitoradas de perto, evitadas ou tratadas de suporte.
Comparado com drogas citotó xicas tradicionais, o peso molecular do ADC é muito maior do
que a eficiê ncia da droga penetrar nos tumores é limitada. A pesquisa atual mostra que apenas
uma pequena parte da entrada do ADC nos pacientes pode atingir as cé lulas tumorais, por‐
tanto, a potê ncia das cargas ú teis precisa ser considerada ao projetar o ADC. 261Para drogas
ADC, a entrega de cargas ú teis depende da internalizaçã o do complexo ADC-antígeno formado
por meio de endocitose dependente de antígeno ou pinocitose independente de antígeno.
Apó s a internalizaçã o, o complexo de antígeno ADC será transportado para o endossomo ou li‐
sossomo para as cargas ú teis de liberaçã o. Quando a carga ú til conectada por um ligante clivá ‐
vel por á cido, é provável que seja liberada no endossoma inicial para aqueles ADCs necessá ‐
rios para proteases específicas, a liberaçã o da carga ú til ocorrerá em endossomos tardios ou
lisossomos. 262Independentemente da via de liberaçã o da carga ú til, alguns ADCs tê m um
“efeito espectador” que pode afetar as cé lulas cancerígenas circundantes sem a expressã o de
antígenos-alvo. Para o ADC internalizado, é considerado um fator importante na atividade tu‐
moral do ADC com alta heterogeneidade de expressã o do antígeno alvo. O efeito do especta‐
dor requer que a carga atravesse a membrana celular, portanto, as cargas nã o polares libera‐
das pelo ligante clivável sã o preferidas, pois as molé culas polares tê m maior probabilidade de
permanecer nas cé lulas. 263
Outro desafio para o desenvolvimento de ADC é a resistê ncia aos medicamentos. A resistê ncia
a drogas inibidoras de tirosina quinase (TKI) geralmente envolve a mutaçã o de escape do alvo
da droga. 264 O mecanismo de resistê ncia aos medicamentos dos ADCs, no entanto, nã o foi su‐
ficientemente caracterizado. Eles sã o provavelmente mais complexos e diversos devido ao
MOA subjacente dos ADCs. As evidê ncias atuais mostram que os tumores podem escapar da
atividade do ADC de vá rias maneiras, como reduçã o do nível de expressã o do antígeno, altera‐
çã o da via de transporte intracelular, resistê ncia a drogas para cargas ú teis. 265Esses mecanis‐
mos potenciais foram verificados em estudos pré -clínicos in vitro e em animais, e as evidê ncias
clínicas para confirmar esses mecanismos ainda sã o limitadas. Por exemplo, a exposiçã o a
longo prazo ao ADC direcionado ao HER2, as linhas celulares de câ ncer de mama reduzirã o a
expressã o dos receptores HER2 e reduzirã o a acidificaçã o lisossô mica para retardar a degra‐
daçã o e o metabolismo das proteínas. 266 Descobriu-se que alguns transportadores de cassete
de ligaçã o de ATP (ABC) sã o importantes na exportaçã o de drogas anticancerígenas e tornam
os tumores resistentes. 267 As cargas comuns usadas no ADC, como MMAE, MMAF e caliquea‐
micina, podem ser exportadas para fora das cé lulas cancerígenas por transportadores ABC, o
que faz com que esses ADCs apresentem resistê ncia a medicamentos. 268
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O ADC consiste em anticorpo monoclonal, ligante e carga ú til, portanto, a substituiçã o de qual‐
quer um desses trê s componentes pode afetar a eficá cia do ADC. Diferentes anticorpos direci‐
onados ao mesmo antígeno podem ter diferentes habilidades de ligaçã o e efeitos diferentes na
dimerizaçã o do receptor e na internalizaçã o do antígeno. Estudos atuais mostraram que a in‐
ternalizaçã o do ADC e a via de transporte intracelular tê m um impacto fundamental na ativi‐
dade citotó xica do ADC. 37 Em comparaçã o com as proteínas do tipo selvagem, as proteínas
mutantes geralmente tê m maior nível de ubiquitinaçã o e sã o mais fá ceis de serem internaliza‐
das e degradadas. 269Isso significa que, se o ADC for usado para atingir proteínas mutantes,
pode trazer uma resposta clínica significativa. É concebível que o direcionamento de ADCs
transportando proteínas mutantes oncogê nicas (como alguns mutantes de EGFR) possa maxi‐
mizar a especificidade do tumor da terapia e atingir o nível de TKI seletivo.
Por fim, ainda existem muitas oportunidades inovadoras na seleçã o de carga ú til. Atualmente, a
escolha do carregamento nã o se limita mais à s drogas citotó xicas padrã o, mas começou a des‐
cobrir drogas mais direcionadas e drogas imunoló gicas. Por exemplo, mirzotamab clezutoclax
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é um ADC direcionado a B7-H3, que emprega novos inibidores de BCL-XL que promovem a
apoptose celular como carga ú til. Atualmente, está sendo avaliado em ensaios clínicos iniciais.
276
Conclusõ es
Reconhecimentos
Este trabalho foi financiado pela National Natural Science Foundation of China, China (Grant
No. 82073402). Os autores agradecem ao Sr. Hao WU (Delta Capital) por suas discussõ es ú teis
e profissionais. BioRender.com é agradecido por criar imagens.
Contribuiçõ es do autor
Conceituaçã o, CS e YZ; coletou e revisou a literatura, ZWF e SJL; redaçã o do manuscrito origi‐
nal, ZWF e CS; ediçã o final, ZWF, SFH, YZ e CS Todos os autores leram e aprovaram o artigo.
Interesses competitivos
Informaçõ es do colaborador
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