Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Esses marcadores podem ser úteis no manejo clínico dos pacientes com câncer,
auxiliando nos processos de diagnóstico, estadiamento, avaliação de resposta terapêutica,
detecção de recidivas e prognóstico2,4-6, além de auxiliar no desenvolvimento de novas
modalidades de tratamento7.
Podem ser caracterizados ou quantificados por meios bioquímicos ou
imunoistoquímicos nos tecidos ou no sangue, e por testes genéticos para pesquisas de
oncogenes, genes supressores de tumores e alterações genéticas4.
Cada marcador tumoral tem um valor de referência determinado; taxas acima do
valor de referência, apresentadas por pacientes, devem ser investigadas. Entre os principais
marcadores tumorais estão: AFP (alfafetoproteína); MCA (antígeno mucóide associado ao
carcinoma); Cromogranina A; BTA (antígeno tumoral da bexiga); Telomerase; NMP22
(proteína da matriz nuclear); Cyfra 21.1; PAP (Fosfatase Ácida Prostática); CA 72.4; ß-HCG
(gonadotrofina coriônica humana); CA 125; CA 15.3; CA 19.9; CA 27.29; CA 50; Calcitonina;
Catepsina D; CEA (antígeno carcinoembrionário); C-erbB-2 (oncogene); LDH (desidrogenase
lática); K-ras; NSE (Enolase NeurônioEspecífica); PSA (antígeno prostático específico); p53 e
β2-Microglobulina.
Existem vários marcadores tumorais em uso clínico. Alguns estão associados a
apenas um tipo de câncer, enquanto outros estão relacionados a vários tipos de câncer. Não
existe um marcador tumoral "universal" que possa revelar a presença de qualquer tipo de
neoplasia.
COMO OS MARCADORES TUMORAIS SÃO USADOS NO TRATAMENTO DO
CANCER
Estimar o prognóstico.
Determinar se existe doença residual ou recidiva após o tratamento.
Avaliar a resposta ao tratamento.
Monitorar se um tumor se tornou resistente ao tratamento.
Embora níveis elevados de um marcador de tumor circulante possam sugerir a
presença de câncer, o resultado por si só não é suficiente para diagnosticar a doença. Por
exemplo, condições não cancerígenas podem, às vezes, provocar o aumento de
determinados marcadores tumorais. Além disso, nem todos com um tipo específico de
câncer terão um nível mais alto de um marcador tumoral associado a esse câncer. Portanto,
os valores dos marcadores tumorais circulantes geralmente são combinados com os
resultados de outros testes, como biópsias ou exames de imagem, para diagnosticar o
câncer.
Os marcadores tumorais também podem ser determinados periodicamente durante
a realização do tratamento. Por exemplo, uma diminuição no nível de um marcador tumoral
circulante pode indicar que o tumor está respondendo ao tratamento, enquanto um nível
crescente ou inalterado pode indicar que não está respondendo.
Os marcadores tumorais circulantes também podem ser determinados após o
término do tratamento para investigar a possibilidade de uma recidiva da doença.
Exemplos de marcadores tumorais circulantes comumente usados incluem a
calcitonina (para monitorar a resposta ao tratamento, rastrear a recidiva e estimar o
prognóstico do câncer medular de tireoide), CA-125 (para monitorar a resposta ao
tratamento e avaliar a recidiva do câncer de ovário) e beta-2-microglobulina (para avaliar a
resposta ao tratamento e o prognóstico do mieloma múltiplo, leucemia linfoide crônica e
alguns linfomas).
Já os marcadores de tecidos tumorais são encontrados nos próprios tumores,
normalmente na amostra do tumor que é retirada durante a biópsia. Estes são usados para:
- Diagnosticar, estadiar e/ou classificar o tumor.
- Estimar o prognóstico.
- Determinar o tipo tratamento.
Em alguns tipos de câncer, o nível de um marcador de tecido tumoral reflete o
estágio da doença e/ou o prognóstico do paciente. Um exemplo é a alfa-fetoproteína,
determinada através de um exame de sangue para o estadiamento da doença, estimar o
prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento de tumores de células germinativas.
Os marcadores de tecidos tumorais podem ser determinados antes do tratamento
para orientar os médicos a planejar a melhor opção terapêutica. Por exemplo, alguns
exames, denominados diagnósticos complementares, desenvolvidos junto com a respectiva
terapia-alvo dirigida, são usados para determinar se o tratamento com uma determinada
terapia-alvo é indicada. Alguns desses exames determinam quanto do marcador de tecido
tumoral está presente; outros detectam a presença de um marcador específico, como uma
mutação genética.
Alguns marcadores tumorais são os alvos de terapias-alvo específicas. No entanto,
nem todos os alvos de uma terapia-alvo específica são marcadores tumorais testados em
pacientes.
Exemplos de marcadores de tecidos tumorais comumente usados incluem o receptor
de estrogênio e de progesterona (câncer de mama) para determinar se o tratamento
hormonioterápico e algumas terapias-alvo são indicados para a paciente; análise de
mutação gênica de EGFR (câncer de pulmão de não pequenas células) para determinar o
tratamento e estimar o prognóstico da doença; e PD-L1 (vários tipos de câncer), para
determinar se o tratamento com um tipo de terapia-alvo denominado inibidor do controle
imunológico é indicado.
Alfa-fetoproteína (AFP)
Tipos de câncer: câncer de fígado e tumores de células germinativas.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico do câncer de fígado e monitorar a resposta ao tratamento;
estadiamento, prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento de
tumores de células germinativas.
Assinatura de 5 proteínas
Tipo de câncer: câncer de ovário.
O que é analisado: sangue.
Uso: avaliar no pré-operatório a massa pélvica suspeita de câncer de
ovário.
Assinatura de 17 genes
Tipo de câncer: câncer de próstata.
O que é analisado: tumor.
Uso: prever a agressividade do tumor e monitorar o tratamento.
Assinatura de 21 genes
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: tumor.
Uso: avaliar o risco de recidiva e planejar o tratamento.
Assinatura de 46 genes
Tipo de câncer: câncer de próstata.
O que é analisado: tumor.
Uso: prever a agressividade do tumor e monitorar o tratamento.
Assinatura de 70 genes
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: tumor.
Uso: avaliar o risco de recidiva.
Beta-2-microglobulina (B2M)
Tipos de câncer: mieloma múltiplo, leucemia linfoide crônica e alguns
linfomas.
O que é analisado: sangue, urina ou líquido cefalorraquidiano.
Uso: determinar o prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento.
BRAF V600
Tipos de câncer: melanoma cutâneo, doença de Erdheim-Chester, câncer
colorretal e câncer de pulmão de não pequenas células.
O que é analisado: tumor.
Uso: selecionar pacientes com maior probabilidade de se beneficiar do
tratamento com determinadas terapias-alvo.
C-kit/CD117
Tipos de câncer: tumor estromal gastrointestinal, melanoma da mucosa,
leucemia mieloide aguda e doença mastocitária.
O que é analisado: tumor, sangue ou medula óssea.
Uso: diagnóstico e determinação do tratamento.
CA15-3/CA27.29
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da recidiva.
CA19-9
Tipos de câncer: câncer de pâncreas, vesícula biliar, ducto biliar e gástrico.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento.
CA-125
Tipo de câncer: câncer de ovário.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da
recidiva.
CA 27.29
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnosticar metástase ou avaliação da recidiva.
Calcitonina
Tipo de câncer: câncer medular da tireoide.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da
recidiva.
CD20
Tipo de câncer: linfoma não-Hodgkin.
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.
CD22
Tipos de câncer: leucemia de células pilosas e neoplasias de células B.
O que é analisado: sangue e medula óssea.
Uso: diagnóstico.
CD25
Tipo de câncer: linfoma não Hodgkin (célula T).
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.
CD30
Tipos de câncer: micose fungóide e linfoma de células T periférico.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.
CD33
Tipo de câncer: leucemia mieloide aguda.
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.
CDx (F1CDx)
Tipo de câncer: qualquer tumor sólido
O que é analisado: tumor
Uso: diagnóstico complementar para determinar se o tratamento com
terapia-alvo é indicado.
Cromogranina A (CgA)
Tipo de câncer: tumores neuroendócrinos.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da
recidiva.
Cromossomos 3, 7, 17 e 9p21
Tipo de câncer: câncer de bexiga.
O que é analisado: urina.
Uso: monitoramento da recidiva do tumor.
DCP (Des-gama-carboxi-protrombina)
Tipo de câncer: carcinoma hepatocelular.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a eficácia do tratamento e diagnóstico da recidiva.
EGFR
Tipo de câncer: câncer de pulmão de não pequenas células.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar o tratamento e o prognóstico.
Enolase específica de neurônios (NSE)
Tipos de câncer: câncer de pulmão de pequenas células e neuroblastoma.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico e monitorar a resposta ao tratamento.
Fibrina/Fibrinogênio
Tipo de câncer: câncer de bexiga.
O que é analisado: urina.
Uso: monitorar a progressão e monitorar a resposta ao tratamento.
Gastrina
Tipo de câncer: tumor produtor de gastrina (gastrinoma).
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a eficácia do tratamento e avaliação da
recidiva.
HE4
Tipo de câncer: câncer de ovário.
O que é analisado: sangue.
Uso: planejamento do tratamento, avaliar a progressão da doença e
monitorar a recidiva.
Imunoglobulinas
Tipos de câncer: mieloma múltiplo e macroglobulinemia de Waldenstrom.
O que é analisado: sangue e urina.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da
recidiva.
PCA3 mRNA
Tipo de câncer: câncer de próstata.
O que é analisado: urina (coletada após o exame retal digital).
Uso: determinar a necessidade de repetir biópsia após uma biópsia
negativa.
Receptor de somatostatina
Tipo de câncer: tumores neuroendócrinos que afetam o pâncreas ou o trato
gastrointestinal.
O que é analisado: tumor (por diagnóstico por imagem).
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.
Tiroglobulina
Tipo de câncer: câncer de tireoide.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento e diagnosticar a recidiva.
5-HIAA
Tipo de câncer: tumores carcinóides.
O que é analisado: urina.
Uso: diagnóstico e monitorar a doença.
Como os marcadores tumorais podem ser usados para prever a resposta da doença
ao tratamento e seu prognóstico, os pesquisadores esperam que eles também possam ser
úteis nos exames de rastreamento, que têm por objetivo diagnosticar o câncer em estágio
inicial, ou seja, antes que ocorra qualquer sinal ou sintoma da doença.
No entanto, embora os marcadores tumorais sejam extremamente úteis para
determinar se um tumor está respondendo ao tratamento ou avaliar se ocorreu uma
recidiva, nenhum marcador tumoral identificado até o momento é suficientemente sensível
(ou seja, capaz de identificar corretamente os pacientes que têm a doença) ou específico
(isto é, capaz de identificar corretamente pessoas que não têm a doença) para rastrear o
câncer.
Por exemplo, até recentemente, o exame de PSA (antígeno prostático específico),
que mede o nível do antígeno no sangue, era usado rotineiramente para rastrear homens
quanto ao câncer de próstata. No entanto, um nível aumentado de PSA pode ser provocado
por condições benignas da próstata, bem como pelo próprio câncer de próstata. É
importante mencionar que a maioria dos homens com um nível elevado de PSA não tem
câncer de próstata. Como os resultados de estudos clínicos mostraram que o exame do PSA
leva, na melhor das hipóteses, a uma pequena redução no número de mortes por câncer de
próstata e pode levar a erros de diagnóstico e tratamento excessivos, ele não é mais
indicado para o rastreamento de rotina. Atualmente, é usado para monitorar homens com
histórico de câncer de próstata para verificar a recidiva da doença.
CONCLUSÃO
REFERENCIAS
www1.inca.gov.br/rbc/n_53/v03/pdf/revisao1.pdf
www.oncoguia.org.br/conteudo/marcadores-tumorais/4011
https://bronstein.com.br/saude/marcadores-tumorais