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MARCADORES TUMORAIS BIOLÓGICOS

DISCIPLINA: ANÁLISES CLINÍCAS I


PROF: MAXWELINNE GONÇALVES
ALUNA: ROSI ELANE DOS SANTOS NUNES
CURSO: FARMÁCIA
TURMA: 5 PERIODO – NOITE

JABOATÃO DOS GUARARAPES, 01 DE DEZEMBRO DE 2022.


INTRODUÇÃO

Os marcadores tumorais (ou marcadores biológicos) são macromoléculas


presentes no tumor, no sangue ou em outros líquidos biológicos, cujo aparecimento e ou
alterações em suas concentrações estão relacionados com a gênese e o crescimento de
células neoplásicas1.
Tais substâncias funcionam como indicadores da presença de câncer, e
podem ser produzidas diretamente pelo tumor ou pelo organismo, em resposta à presença
do tumor2. Os marcadores tumorais, em sua maioria, são proteínas ou pedaços de
proteínas 3, incluindo antígenos de superfície celular, proteínas citoplasmáticas, enzimas e
hormônios4. Eles podem ser encontrados no sangue, urina, fezes, tumores ou em outros
tecidos ou fluídos corporais de alguns pacientes com câncer.
No entanto, cada vez mais, marcadores genômicos, como mutações
genéticas tumorais, padrões de expressão gênica tumoral e alterações não genéticas no
DNA tumoral, estão sendo usados como marcadores tumorais. O marcador ideal reúne as
características de diagnóstico precoce de neoplasias e de sua origem, estabelecimento da
extensão da doença, monitorização da resposta terapêutica e detecção precoce de
recidiva8-10, além de ser órgão-sítio específico e ter meia-vida curta, permitindo
acompanhar temporariamente as mudanças do tumor2.
Este marcador ainda não existe no Brasil3, e a maioria dos marcadores
disponíveis peca pela falta de especificidade e sensibilidade9, exceção feita ao PSA que é
utilizado para rastreamento de neoplasia prostática11. Esta revisão de literatura tem por
objetivo realizar um levantamento bibliográfico, da literatura nacional e internacional, sobre
marcadores tumorais.
RESUMO

Esses marcadores podem ser úteis no manejo clínico dos pacientes com câncer,
auxiliando nos processos de diagnóstico, estadiamento, avaliação de resposta terapêutica,
detecção de recidivas e prognóstico2,4-6, além de auxiliar no desenvolvimento de novas
modalidades de tratamento7.
Podem ser caracterizados ou quantificados por meios bioquímicos ou
imunoistoquímicos nos tecidos ou no sangue, e por testes genéticos para pesquisas de
oncogenes, genes supressores de tumores e alterações genéticas4.
Cada marcador tumoral tem um valor de referência determinado; taxas acima do
valor de referência, apresentadas por pacientes, devem ser investigadas. Entre os principais
marcadores tumorais estão: AFP (alfafetoproteína); MCA (antígeno mucóide associado ao
carcinoma); Cromogranina A; BTA (antígeno tumoral da bexiga); Telomerase; NMP22
(proteína da matriz nuclear); Cyfra 21.1; PAP (Fosfatase Ácida Prostática); CA 72.4; ß-HCG
(gonadotrofina coriônica humana); CA 125; CA 15.3; CA 19.9; CA 27.29; CA 50; Calcitonina;
Catepsina D; CEA (antígeno carcinoembrionário); C-erbB-2 (oncogene); LDH (desidrogenase
lática); K-ras; NSE (Enolase NeurônioEspecífica); PSA (antígeno prostático específico); p53 e
β2-Microglobulina.
Existem vários marcadores tumorais em uso clínico. Alguns estão associados a
apenas um tipo de câncer, enquanto outros estão relacionados a vários tipos de câncer. Não
existe um marcador tumoral "universal" que possa revelar a presença de qualquer tipo de
neoplasia.
COMO OS MARCADORES TUMORAIS SÃO USADOS NO TRATAMENTO DO
CANCER

Existem dois tipos principais de marcadores tumorais com usos diferentes no


tratamento do câncer: marcadores tumorais circulantes e marcadores do tecido tumoral.
Os marcadores tumorais circulantes são encontrados no sangue, urina, fezes ou
fluídos corporais de alguns pacientes com câncer e são usados para:

 Estimar o prognóstico.
 Determinar se existe doença residual ou recidiva após o tratamento.
 Avaliar a resposta ao tratamento.
 Monitorar se um tumor se tornou resistente ao tratamento.
Embora níveis elevados de um marcador de tumor circulante possam sugerir a
presença de câncer, o resultado por si só não é suficiente para diagnosticar a doença. Por
exemplo, condições não cancerígenas podem, às vezes, provocar o aumento de
determinados marcadores tumorais. Além disso, nem todos com um tipo específico de
câncer terão um nível mais alto de um marcador tumoral associado a esse câncer. Portanto,
os valores dos marcadores tumorais circulantes geralmente são combinados com os
resultados de outros testes, como biópsias ou exames de imagem, para diagnosticar o
câncer.
Os marcadores tumorais também podem ser determinados periodicamente durante
a realização do tratamento. Por exemplo, uma diminuição no nível de um marcador tumoral
circulante pode indicar que o tumor está respondendo ao tratamento, enquanto um nível
crescente ou inalterado pode indicar que não está respondendo.
Os marcadores tumorais circulantes também podem ser determinados após o
término do tratamento para investigar a possibilidade de uma recidiva da doença.
Exemplos de marcadores tumorais circulantes comumente usados incluem a
calcitonina (para monitorar a resposta ao tratamento, rastrear a recidiva e estimar o
prognóstico do câncer medular de tireoide), CA-125 (para monitorar a resposta ao
tratamento e avaliar a recidiva do câncer de ovário) e beta-2-microglobulina (para avaliar a
resposta ao tratamento e o prognóstico do mieloma múltiplo, leucemia linfoide crônica e
alguns linfomas).
Já os marcadores de tecidos tumorais são encontrados nos próprios tumores,
normalmente na amostra do tumor que é retirada durante a biópsia. Estes são usados para:
- Diagnosticar, estadiar e/ou classificar o tumor.
- Estimar o prognóstico.
- Determinar o tipo tratamento.
Em alguns tipos de câncer, o nível de um marcador de tecido tumoral reflete o
estágio da doença e/ou o prognóstico do paciente. Um exemplo é a alfa-fetoproteína,
determinada através de um exame de sangue para o estadiamento da doença, estimar o
prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento de tumores de células germinativas.
Os marcadores de tecidos tumorais podem ser determinados antes do tratamento
para orientar os médicos a planejar a melhor opção terapêutica. Por exemplo, alguns
exames, denominados diagnósticos complementares, desenvolvidos junto com a respectiva
terapia-alvo dirigida, são usados para determinar se o tratamento com uma determinada
terapia-alvo é indicada. Alguns desses exames determinam quanto do marcador de tecido
tumoral está presente; outros detectam a presença de um marcador específico, como uma
mutação genética.
Alguns marcadores tumorais são os alvos de terapias-alvo específicas. No entanto,
nem todos os alvos de uma terapia-alvo específica são marcadores tumorais testados em
pacientes.
Exemplos de marcadores de tecidos tumorais comumente usados incluem o receptor
de estrogênio e de progesterona (câncer de mama) para determinar se o tratamento
hormonioterápico e algumas terapias-alvo são indicados para a paciente; análise de
mutação gênica de EGFR (câncer de pulmão de não pequenas células) para determinar o
tratamento e estimar o prognóstico da doença; e PD-L1 (vários tipos de câncer), para
determinar se o tratamento com um tipo de terapia-alvo denominado inibidor do controle
imunológico é indicado.

COMO OS MARCADORES TUMORAIS SÃO DETERMINADOS

Para verificar a presença de um marcador tumoral, uma amostra de tecido


tumoral ou fluído corporal do paciente é enviada para análise em um laboratório de
patologia.
Se o marcador tumoral estiver sendo usado para verificar se o tratamento está
respondendo ou se há uma recidiva da doença, o valor do marcador será medido em várias
amostras coletadas em momentos diferentes durante e após o tratamento. Normalmente,
essas medições realizadas em série, que mostram como o nível de um marcador está
mudando ao longo do tempo, são mais significativas que uma única medição.
Alguns marcadores, como a presença ou ausência de uma alteração genética
específica que torna um tumor candidato ao tratamento com uma terapia-alvo específica,
não mudam com o tempo. No entanto, a proporção de células tumorais que apresentam
essa alteração pode mudar durante e após o tratamento.
MARCADORES TUMORAIS ESPECÍFICOS

Atualmente, vários marcadores tumorais estão em uso para uma ampla


variedade de tipos de câncer. A lista abaixo não inclui os marcadores tumorais testados por
imunofenotipagem e imuno-histoquímica para ajudar a diagnosticar o câncer e a distinguir
entre os diferentes tipos de câncer. Alguns marcadores tumorais listados abaixo são alvos
para terapia-alvo de vários tipos de cânceres, mas servem como marcadores tumorais para
apenas um subconjunto de neoplasias.

Alfa-fetoproteína (AFP)
Tipos de câncer: câncer de fígado e tumores de células germinativas.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico do câncer de fígado e monitorar a resposta ao tratamento;
estadiamento, prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento de
tumores de células germinativas.

ALK rearranjos e superexpressão


Tipos de câncer: câncer de pulmão de não pequenas células e linfoma
anaplásico de grandes células.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar o tratamento e prognóstico.

Amplificação do gene HER2/neu ou superexpressão de proteínas


Tipos de câncer: câncer de mama, câncer de ovário, câncer de bexiga,
câncer de pâncreas e câncer de estômago.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com determinadas terapias-alvo é
indicado.

Ativador do plasminogênio da uroquinase (uPA) e inibidor do ativador do


plasminogênio (PAI-1)
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar a agressividade do tumor e orientar o tratamento.

Assinatura de 5 proteínas
Tipo de câncer: câncer de ovário.
O que é analisado: sangue.
Uso: avaliar no pré-operatório a massa pélvica suspeita de câncer de
ovário.
Assinatura de 17 genes
Tipo de câncer: câncer de próstata.
O que é analisado: tumor.
Uso: prever a agressividade do tumor e monitorar o tratamento.

Assinatura de 21 genes
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: tumor.
Uso: avaliar o risco de recidiva e planejar o tratamento.

Assinatura de 46 genes
Tipo de câncer: câncer de próstata.
O que é analisado: tumor.
Uso: prever a agressividade do tumor e monitorar o tratamento.

Assinatura de 70 genes
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: tumor.
Uso: avaliar o risco de recidiva.

Beta-2-microglobulina (B2M)
Tipos de câncer: mieloma múltiplo, leucemia linfoide crônica e alguns
linfomas.
O que é analisado: sangue, urina ou líquido cefalorraquidiano.
Uso: determinar o prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento.

Beta-hCG (Gonadotrofina coriônica humana beta)


Tipos de câncer: coriocarcinoma e tumores de células germinativas.
O que é analisado: urina ou sangue.
Uso: estadiamento, prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento.

BRAF V600
Tipos de câncer: melanoma cutâneo, doença de Erdheim-Chester, câncer
colorretal e câncer de pulmão de não pequenas células.
O que é analisado: tumor.
Uso: selecionar pacientes com maior probabilidade de se beneficiar do
tratamento com determinadas terapias-alvo.

BRCA1 e BRCA2 Mutações nos genes


Tipos de câncer: câncer de ovário e câncer de mama.
O que é analisado: sangue e/ou tumor
Uso: determinar se o tratamento com um tipo específico de terapia-alvo é
indicado.

BTA (Antígeno tumoral da bexiga)


Tipos de câncer: câncer de bexiga e câncer de rim ou ureter.
O que é analisado: urina.
Uso: vigilância com citologia e cistoscopia de pacientes diagnosticados com
câncer de bexiga.

Catecolaminas na urina: VMA e HVA


Tipo de câncer: neuroblastoma.
O que é analisado: urina.
Uso: diagnóstico.
CEA (Antígeno carcinoembrionário)
Tipos de câncer: câncer colorretal e alguns outros tipos de câncer.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento e verificar se a doença recidivou
ou se disseminou.

Células tumorais circulantes de origem epitelial


Tipos de câncer: câncer de mama avançado, câncer de próstata e câncer
colorretal.
O que é analisado: sangue.
Uso: prognóstico.

C-kit/CD117
Tipos de câncer: tumor estromal gastrointestinal, melanoma da mucosa,
leucemia mieloide aguda e doença mastocitária.
O que é analisado: tumor, sangue ou medula óssea.
Uso: diagnóstico e determinação do tratamento.

CA15-3/CA27.29
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da recidiva.

CA19-9
Tipos de câncer: câncer de pâncreas, vesícula biliar, ducto biliar e gástrico.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento.

CA-125
Tipo de câncer: câncer de ovário.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da
recidiva.

CA 27.29
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnosticar metástase ou avaliação da recidiva.

Calcitonina
Tipo de câncer: câncer medular da tireoide.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da
recidiva.

CD20
Tipo de câncer: linfoma não-Hodgkin.
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

CD22
Tipos de câncer: leucemia de células pilosas e neoplasias de células B.
O que é analisado: sangue e medula óssea.
Uso: diagnóstico.
CD25
Tipo de câncer: linfoma não Hodgkin (célula T).
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

CD30
Tipos de câncer: micose fungóide e linfoma de células T periférico.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

CD33
Tipo de câncer: leucemia mieloide aguda.
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

CDx (F1CDx)
Tipo de câncer: qualquer tumor sólido
O que é analisado: tumor
Uso: diagnóstico complementar para determinar se o tratamento com
terapia-alvo é indicado.

Cromogranina A (CgA)
Tipo de câncer: tumores neuroendócrinos.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da
recidiva.

Cromossomos 3, 7, 17 e 9p21
Tipo de câncer: câncer de bexiga.
O que é analisado: urina.
Uso: monitoramento da recidiva do tumor.

DCP (Des-gama-carboxi-protrombina)
Tipo de câncer: carcinoma hepatocelular.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a eficácia do tratamento e diagnóstico da recidiva.

Desidrogenase láctica (LDH)


Tipos de câncer: tumores de células germinativas, linfoma, leucemia,
melanoma e neuroblastoma.
O que é analisado: sangue.
Uso: estadiamento, prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento.

DPD Mutação no gene


Tipos de câncer: câncer de mama, câncer colorretal, câncer de estômago e
câncer de pâncreas.
O que é analisado: sangue.
Uso: prever o risco de uma reação tóxica ao tratamento com 5-fluorouracil.

EGFR
Tipo de câncer: câncer de pulmão de não pequenas células.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar o tratamento e o prognóstico.
Enolase específica de neurônios (NSE)
Tipos de câncer: câncer de pulmão de pequenas células e neuroblastoma.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico e monitorar a resposta ao tratamento.

Exclusão do cromossomo 17p


Tipo de câncer: leucemia linfocítica crônica.
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com determinada terapia-alvo é indicado.

FGFR2 e FGFR3 Mutações nos genes


Tipo de câncer: câncer de bexiga.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

FLT3 Mutações no gene


Tipo de câncer: leucemia mieloide aguda.
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com determinadas terapias-alvo é
indicado.

Fibrina/Fibrinogênio
Tipo de câncer: câncer de bexiga.
O que é analisado: urina.
Uso: monitorar a progressão e monitorar a resposta ao tratamento.

Fragmento de citoqueratina 21-1


Tipo de câncer: câncer de pulmão.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitoramento da recidiva.

Fosfatase ácida prostática (PAP)


Tipo de câncer: câncer de próstata avançado.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico de carcinomas pouco diferenciados.

Fusão do gene PML/RARα


Tipo de câncer: leucemia promielocítica aguda (LPA).
O que é analisado: sangue e medula óssea.
Uso: diagnosticar a LPA, prever a resposta à terapia com ácido trans-
retinóico ou trióxido de arsênico, avaliar a eficácia do tratamento,
monitorar a doença residual mínima e prever recidivas precoces.

Gastrina
Tipo de câncer: tumor produtor de gastrina (gastrinoma).
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a eficácia do tratamento e avaliação da
recidiva.

Gene de fusão BCR-ABL (cromossomo Philadelphia)


Tipos de câncer: leucemia mieloide crônica, leucemia linfoide aguda e
leucemia mieloide aguda.
O que é analisado: sangue ou medula óssea.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta à terapia-alvo, determinar se o
tratamento com um tipo específico de terapia-alvo é indicado e monitorar o
status da doença.

HE4
Tipo de câncer: câncer de ovário.
O que é analisado: sangue.
Uso: planejamento do tratamento, avaliar a progressão da doença e
monitorar a recidiva.

Homozigosidade variante UGT1A1* 28


Tipo de câncer: câncer colorretal.
O que é analisado: sangue e esfregaço bucal (bochecha).
Uso: prever a toxicidade do tratamento com irinotecano.

IDH1 e IDH2 Mutações nos genes


Tipo de câncer: leucemia mieloide aguda.
O que é analisado: medula óssea e sangue.
Uso: determinar se o tratamento com determinadas terapias-alvo é
indicado.

Imunoglobulinas
Tipos de câncer: mieloma múltiplo e macroglobulinemia de Waldenstrom.
O que é analisado: sangue e urina.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da
recidiva.

Instabilidade de microssatélites (MSI) e/ou incompatibilidade de reparo


deficiente (dMMR)
Tipos de câncer: câncer colorretal e outros tumores sólidos.
O que é analisado: tumor.
Uso: orientar o tratamento e identificar síndromes com alto risco de
desenvolver câncer.

JAK2 Mutação no gene


Tipo de câncer: determinados tipos de leucemia.
O que é analisado: sangue e medula óssea.
Uso: diagnóstico.

KRAS Mutação do gene


Tipos de câncer: câncer colorretal e câncer de pulmão de não pequenas
células.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

LDH (Desidrogenase láctica)


Tipos de câncer: tumores de células germinativas, linfoma, leucemia,
melanoma e neuroblastoma.
O que é analisado: sangue.
Uso: estadiamento, prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento.

Peptídeos solúveis relacionados à mesotelina (SMRP)


Tipo de câncer: mesotelioma.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a progressão ou recidiva da doença.
PD-L1 (Ligante de morte celular programada 1)
Tipos de câncer: câncer de pulmão de não pequenas células, câncer de
fígado, câncer de estômago, câncer de junção gastroesofágica, linfoma de
Hodgkin e outros subtipos de linfoma agressivo.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

Proteína da matriz nuclear 22


Tipo de câncer: câncer de bexiga.
O que é analisado: urina.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento.

PSA (Antígeno prostático específico)


Tipo de câncer: câncer de próstata.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da
recidiva.

PCA3 mRNA
Tipo de câncer: câncer de próstata.
O que é analisado: urina (coletada após o exame retal digital).
Uso: determinar a necessidade de repetir biópsia após uma biópsia
negativa.

Receptor de estrogênio (ER)/Receptor de progesterona (PR)


Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com hormonioterapia e algumas terapias-
alvo é indicado.

Receptor de somatostatina
Tipo de câncer: tumores neuroendócrinos que afetam o pâncreas ou o trato
gastrointestinal.
O que é analisado: tumor (por diagnóstico por imagem).
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

Reorganização do gene ROS1


Tipo de câncer: câncer de pulmão de não pequenas células.
O que é analisado: tumor
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

Reorganização do gene da imunoglobulina de células B


Tipo de câncer: linfoma de células B.
O que é analisado: sangue, medula óssea ou tecido tumoral.
Uso: diagnóstico, avaliar eficácia do tratamento e verificar a avaliação da
recidiva.

Reorganização do gene do receptor de células T


Tipo de câncer: linfoma de células T.
O que é analisado: medula óssea, tecido, líquido corporal e sangue.
Uso: diagnóstico e, às vezes, diagnosticar e avaliar doenças residuais.

Tiroglobulina
Tipo de câncer: câncer de tireoide.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento e diagnosticar a recidiva.

TPMT (Atividade enzimática da tiopurina S-metiltransferase) ou teste


genético da TMPT
Tipo de câncer: leucemia linfoblástica aguda.
O que é analisado: sangue e esfregaço bucal (bochecha).
Uso: prever o risco de toxicidade da medula óssea (mielossupressão) com o
tratamento com tiopurina.

5-HIAA
Tipo de câncer: tumores carcinóides.
O que é analisado: urina.
Uso: diagnóstico e monitorar a doença.

Marcadores tumorais usados no rastreamento do câncer

Como os marcadores tumorais podem ser usados para prever a resposta da doença
ao tratamento e seu prognóstico, os pesquisadores esperam que eles também possam ser
úteis nos exames de rastreamento, que têm por objetivo diagnosticar o câncer em estágio
inicial, ou seja, antes que ocorra qualquer sinal ou sintoma da doença.
No entanto, embora os marcadores tumorais sejam extremamente úteis para
determinar se um tumor está respondendo ao tratamento ou avaliar se ocorreu uma
recidiva, nenhum marcador tumoral identificado até o momento é suficientemente sensível
(ou seja, capaz de identificar corretamente os pacientes que têm a doença) ou específico
(isto é, capaz de identificar corretamente pessoas que não têm a doença) para rastrear o
câncer.
Por exemplo, até recentemente, o exame de PSA (antígeno prostático específico),
que mede o nível do antígeno no sangue, era usado rotineiramente para rastrear homens
quanto ao câncer de próstata. No entanto, um nível aumentado de PSA pode ser provocado
por condições benignas da próstata, bem como pelo próprio câncer de próstata. É
importante mencionar que a maioria dos homens com um nível elevado de PSA não tem
câncer de próstata. Como os resultados de estudos clínicos mostraram que o exame do PSA
leva, na melhor das hipóteses, a uma pequena redução no número de mortes por câncer de
próstata e pode levar a erros de diagnóstico e tratamento excessivos, ele não é mais
indicado para o rastreamento de rotina. Atualmente, é usado para monitorar homens com
histórico de câncer de próstata para verificar a recidiva da doença.

Pesquisas em andamento para o desenvolvimento de novos marcadores


tumorais
Os pesquisadores estão dedicados a desenvolver novos biomarcadores que possam
ser usados na identificação de tumores em estágios iniciais, para prever a eficácia do
tratamento e a chance de recidiva da doença.
A biópsia líquida já é uma nova abordagem para o estudo de tumores na qual
fragmentos de material tumoral, incluindo o DNA e outras moléculas, bem como células
inteiras liberadas por tumores, são analisadas em líquidos corporais, como o sangue. A
biópsia líquida consiste portanto, em retirar amostras de sangue para analisar tumores de
forma mais rápida e menos invasiva. Os resultados obtidos mostram os tipos de mutações
genéticas presentes nas células cancerosas (diferente de uma biópsia convencional que
aponta se há presença de células cancerígenas na região analisada), permitindo identificar a
melhor opção para o tratamento de cada paciente.

CONCLUSÃO

Pode-se concluir, pela revisão bibliográfica realizada, que o uso de marcadores


tumorais é um exame complementar, devendo-se sempre, quando necessário a sua
utilização, ser acompanhado de outros métodos para diagnóstico ou modificação
terapêutica. A despeito das inconsistências observadas, pode-se dizer que pacientes que
inicialmente apresentam um marcador tumoral em nível elevado e que se normaliza com a
intervenção terapêutica, invariavelmente, têm uma resposta favorável. Por outro lado, um
marcador tumoral persistentemente elevado, ou em ascensão, associa-se à alta
probabilidade de doença recorrente ou progressiva e deve ser visto como altamente
suspeito de doença metastática.

REFERENCIAS

Capelozzi VL. Entendendo o papel de marcadores biológicos no câncer de


pulmão. J Pneumol. 2001;27(6):321-28
Capelozzi VL. Entendendo o papel de marcadores biológicos no câncer de pulmão. J
Pneumol. 2001;27(6):321-28

www1.inca.gov.br/rbc/n_53/v03/pdf/revisao1.pdf

www.oncoguia.org.br/conteudo/marcadores-tumorais/4011

https://bronstein.com.br/saude/marcadores-tumorais

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