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Marcadores Tumorais:
proteínas, genéticos, receptores e outros
Segundo o INCA:
“Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100
doenças que têm em comum o crescimento desordenado
(maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos,
podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do
corpo”.
Fonte: http://www.juhaina.net/?act=artc&id=13392
Brasil: estimativa de novos casos de câncer para
2018
Fonte: http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/estimativa-2018.pdf
Bahia e Salvador: estimativas de novos casos de
câncer para 2018
Fonte: http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/estimativa-2018.pdf
Marcadores Tumorais
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/estruturas-das-proteinas.htm
Imunoglobulina
γ (gama): IgG
µ (mu): IgM
δ (delta): IgD
α (alfa): IgA
ε (épsilon): IgE
Fonte:
https://www.biomedicinapadrao.com.br/2014/03/para-
Imunofixação
Após a separação das proteínas, o anti-soro (contra IgA, IgG, IgM, cadeia
leve Kappa e Lambda) é colocado sobre as frações separadas.
Fonte: https://www.biomedicinapadrao.com.br/2014/03/para-que-serve-tecnica-de-
imunofixacao.html
Proteínas S-100
S-100A4:
Células imunes selecionadas
Expressão fraca em queratinócitos, melanócitos e células de Langerhans.
Câncer de mama
Carcinoma escamoso do esôfago
Cânceres gástricos
A tireoglobulina (Tg) é produzida pela glândula tireóide como precursor do hormônio da tireóide
(Capítulo 41). O principal uso da medida de Tg é como marcador tumoral para pacientes com um
diagnóstico de câncer de tireóide diferenciado. Aproximadamente dois terços desses pacientes têm
um Tg pré-operatório elevado. Uma concentração de Tg pré-operatória elevada confirma a
capacidade do tumor de secretar Tg e valida o uso da medida pós-operatória de Tg para monitorar
a recidiva do tumor. Em termos pós-operatórios, o método mais sensível para detectar tumor
residual ou metástase é a observação após estímulo de TSH. Em tumores bem diferenciados, um
aumento de dez vezes nas concentrações de Tg é observado após estímulo de TSH. Tumores
pobremente diferenciados, que não concentram iodo, podem revelar uma resposta brusca ao
estímulo de TSH. Monitorar Tg geralmente não é útil em pacientes que não têm Tg pré-operatório
elevado. Anticorpos antitireoglobulina podem também ser usados para monitorar doença residual
ou recidiva, ou ambos. Medidas de anti-Tg seriadas têm sido propostas como um indicador
prognóstico independente do tratamento porque um aumento nos anticorpos anti-Tg pode sugerir
recidiva do tumor. IMA e RIA são os dois principais métodos usados para a medida de Tg. Os
ensaios de I M A têm a vantagem de ter um tempo de incubação mais curto e são automatizáveis;
entretanto, eles sofrem interferências maiores. As principais interferências em ambos os ensaios
são anticorpos antitireoglobulina, que causam uma subestimativa de Tg no IMA. Anticorpos
antitireoglogulina podem ser medidos diretamente em todos os pacientes ou, se ambos I M A e
RIA são usados para medir Tg, um resultado discordante sugere a presença de anticorpos
antitireoglobulina.
Cromograninas
Cromograninas
Estudos têm mostrado que tanto CgA quanto CgB são úteis na detecção de
vários tumores neuroendócrinos, incluindo tumores carcinóides,
feocromocitoma e neuroblastoma. Na maioria dos casos, CgA é produzida
em concentrações mais altas do que CgB; entretanto, em alguns casos, CgB
é positiva quando CgA é negativa, portanto, pode ser vantajoso medir as
duas. No caso dos tumores carcinóides, os tumores dos intestinos anterior e
médio são normalmente tumores funcionais que produzem serotonina. CgA
é tão específico para detecção de ambos os tumores carcinóides dos
intestinos anterior e médio quanto o metabólito de serotonina ácido 5-
hidroxiindolacético (5-HIAA), e é o marcador preferido dos tumores distais,
que são comumente não funcionais. Embora os tumores não funcionais
tenham perdido a capacidade de secretar serotonina, eles retêm a
capacidade de secretar cromograninas. Para detecção de feocromocitomas,
CgA pode ser tão sensível e específico quanto as catecolaminas plasmáticas
ou metanefrinas urinárias.
Metodologia Analítica
A dosagem de ER no tecido tumoral de mama é útil como indicador prognóstico e na determinação de probabilidade de
hormonoterapia. Dos pacientes com carcinoma da mama, 60% têm tumores que são ER-positivos. E 7 a 8 vezes mais
provável que estes respondam à terapia endócrina, tais como tamoxifen, toremifeno e droloxifeno. Além disso, a U.S.
National Câncer Institute Consensus Statement sugere que todos os pacientes com câncer de mama que têm ER-
positivos devem sofrer tratamento hormonal independentemente de suas idades, estado de menopausa, estado nodal
ou tamanho do tumor. Noventa e cinco por cento dos pacientes com tumores ER-negativos falham nesta resposta.
Quanto maior o conteúdo de ER do tumor, mais alta é a taxa de resposta à terapia endócrina. Aproximadamente um
terço das mulheres com carcinoma de mama metastático obtém remissão clínica seguindo vários tipos de terapia
endócrina direcionados para diminuir suas concentrações de estrógeno. Tais terapias incluem ooforectomia,
hipofisectomia e adrenalectomia (terapia ablativa), e administração de antiestrógenos e andrógenos (terapia aditiva).
Como um indicador prognóstico, a positividade de ER sugere uma melhor sobrevida de 5 anos; entretanto, após 5 anos
os tumores ER-negativos têm um prognóstico melhor. Ocasionalmente um tumor é definido como ER-negativo, mas a
paciente responde à terapia endócrina (resultados falsonegativos produzidos em um ensaio de ER). Resultados
falsopositivos de ensaios de ER (tumor ER-positivo, mas nenhuma resposta à terapia endócrina) são mais comuns do
que os resultados falso-negativos. A explicação mais freqüente é a heterogeneidade do tumor, com biópsia de um local
que não é representativo de outros depósitos tumorais. Além deste problema, existe evidência de que algumas células
tumorais têm defeitos de receptor nas etapas anteriores às iniciais de ligação do hormônio. O teste de PR é um auxiliar
útil para o ensaio de ERs. Como a síntese de PR parece ser dependente da ação do estrógeno, a dosagem da atividade
de PR fornece a confirmação de que todas as etapas da ação de estrógeno estão intactas. De fato, as pacientes com
câncer de mama metastático com ambos os tumores ER- e PR-positivos têm uma taxa de resposta à terapia endócrina
de 75%, enquanto aquelas com tumores ER-positivos e PR-negativos têm uma taxa de resposta de 40%. Além disso,
somente 25% de pacientes ER-negativos/PRpositivos respondem à terapia endócrina, enquanto menos de 5% dos
pacientes ER-negativos/PR-negativos respondem. A porcentagem de amostras positivas é maior em mulheres pós-
menopausa do que naquelas que estão em pré-menopausa.
Metodologia Analítica
O crescimento tumoral é uma característica herdável das células e se acredita que seja o resultado de mudanças
genéticas. Múltiplas alterações genéticas podem ser necessárias para a transformação de uma célula de um estado
normal para um tumoral e, finalmente para a disseminação metastática. Portanto, a avaliação de alterações
cromossômicas pode preencher a lacuna deixada pelos marcadores bioquímicos tradicionais do soro no
estabelecimento do risco de câncer e rastreamento de câncer. Duas classes de genes estão envolvidas no
desenvolvimento do câncer- oncogenes e genes supressores. Os oncogenes são derivados dos proto-oncogenes que
podem ser ativados por mutações dominantes, tais como mutações de ponto, inserções, deleções, translocações ou
inversões. A maioria dos oncogenes codifica proteínas que funcionam em alguma etapa da ativação de células para
proliferação, e sua ativação leva à divisão celular. Grande parte dos oncogenes está associada a cânceres
hematológicos, tais como leucemia e, em uma menor extensão, a tumores sólidos. A outra classe de genes tumorais,
os genes supressores, tem sido isolada, na maioria das vezes, de tumores sólidos. A oncogenicidade de genes
supressores é derivada da perda do gene, ao invés de sua ativação, como com os oncogenes. Deleção ou
monossomia podem levar à perda dos genes supressores de tumor. O principal gene supressor de tumor, TP53, atua
no reparo do dano ao DNA e pode iniciar a apoptose (morte celular programada). O reparo é mediado pela ativação
da produção de p21, que bloqueia o ciclo celular no final de Gj para permitir que o reparo aconteça. A perda de
função deste gene causada por perda ou mutação pode resultar na incapacidade do processo de reparo do DNA e
levar à tumotigênese. E esperado que o conhecimento da seqüência do genoma humano e a identificação de todos
os genes permitirão a determinação de quais genes são expressos diferencialmente ou de forma anormal no câncer,
e da função das mutações ou dos rearranjos desses genes no desenvolvimento e na progressão do câncer. Por
exemplo, a identificação de polimorfismos de um único nucleotídeo e de outras diferenças genéticas entre os
indivíduos pode permitir o desenvolvimento de modelos para predizer a predisposição individual ao câncer e a
propagação de estratégias de prevenção efetivas, tais como vigilância, quimioprevencão e modificações nutricionais
e de estilo de vida.
Oncogenes
Os genes ras foram primeiramente identificados como sendo responsáveis pelas propriedades tumorigênicas dos vírus
dos sarcomas de Harvey (H^rcu) e Kirsten (K-ras), que produzem tumores em animais, e forneceram a primeira
evidência de que as equivalências nas células humanas poderiam estar envolvidas no desenvolvimento de tumores. As
proteínas codificadas pelos genes ras estão localizadas na face interna da membrana plasmática. Elas se ligam a
nucleotídeos de guanina e atuam como interruptores moleculares que regulam os sinais mitogênicos dos fatores de
crescimento para o núcleo através das vias de transdução de sinal. As proteínas Ras são ativadas em associação com
os receptores de proteína-tirosina quinase e são necessárias para a proliferação induzida por fator de crescimento ou
para a diferenciação demuitos tipos celulares. N^ras é encontrado no braço curto do cromossomo humano 1.
Alterações em N-ras parecem constituir uma etapa crítica da caicinogênese. O gene N-ras mutado é encontrado em
neurob las tomas e leucemia mielóide aguda. K-ras mutado está presente em 95% dcs cânceres pancreáticos, 40% dos
cânceres de cólon, e 30% dos cânceres de pulmão e bexiga, e em percentagens mais baixas em outros tumores. Uma
única mutação de ponto no décimo segundo códon de K-TOS altera o aminoácido codificado de glicina para valina na
proteína p21. Esta mutação é de longe a mais freqüentemente encontrada em cânceres. Mutações de K-ras parecem se
correlacionar com prognóstico pobre e sobrevivência livre de doença mais curta em pacientes com adenocarcinoma
de pulmão e carcinoma de endométrio. No entanto, em geral, a presença de mutações em ras tem pouca aplicação
prática para determinação do prognóstico. O ras ativado é detectado por expressão do produto do gene ras, p21, em
tecido tumoral. Por imunoistoquímica, o produto de ras é encontrado não apenas em cerca de 40% dos tumores de
cólon, mas também em pólipos de cólon, que supostamente são prémalignos. Uma intensidade relativa de coloração
mais alta para p21-ras pode discriminar tecidos tumorais de normais ou de lesões benignas de tecidos de mama,
pâncreas; estômago, pulmão, útero ou tireóide. O nível de expressão no tecido parece se correlacionar com o estágio
ou grau do tumor, mas p21-ras pode também ser visco em algum tecido normal, e outros estudos não mostram
diferença significativa entre tumores benignos e malignos. O uso de p21 como marcador tumoral no tecido ou no soro
não é bem estabelecido. Mutações dos oncogenes ras têm sido detectadas no D N A das fezes de 9 de 15 pacientes com
tumores colorretais curáveis.
Gene c-myc
O produto do oncogene bcl-2 é uma nova proteína integral de membrana de 25 kDa e 239
aminoácidos, que se localiza principalmente nas membranas mitocondriais e em outras
membranas celulares. Sabe-se que esta proteína inibe apoptose e contribui para a sobrevivência
de células tumorais, especialmente linfoma e células leucêmicas. O proto-oncogene bcl-2 foi
identificado em linfomas foliculares, nos quais uma translocação 14:18 resulta em formação de
um gene fusionado bcí-2-cadeia pesada de imunoglobulina. A ativação do gene bcl-2 através do
promotor de imunoglobulina resulta em produção de altas quantidades da proteína bcl-2. A
proteína é normalmente expressa em células que têm um período de vida longo (p. ex.,
neurônios) e em células proliferativas de linhagens celulares de renovação rápida, tais como as
células epiteliais basais. O oncogene bcí-2 é altamente expresso em uma variedade de cânceres
hematológicos, incluindo linfomas, mielomas e leucemias crônicas (doenças malignas
caracterizadaspor sobrevivência celular prolongada). No cólon normal, células bcl-2-positivas
estão restritas a células epiteliais basais, enquanto, em pólipos displásicos e carcinomas, muitas
células positivas podem ser encontradas nas regiões parabasal e superficial. A expressão
anormal do gene bcl-2 parece sei um evento do início da carcinogênese colorretal. A l ém disso, a
superexpressão do gene bcí-2 está associada ao desenvolvimento de resistência à quimioterapia
citotóxica de câncer em uma variedade tumores, incluindo tumores epiteliais e linfomas.
Portanto, a detecção do produto do gene bcl-2 em tumores é uma indicação de progressão.
Estudos futuros podem determinar sua utilidade para predizer resistência à quimioterapia.
BCR-ABL
O retinoblastoma (RB) é um tumor raio de crianças que ocorre tanto em famílias quanto esporadicamente.
O trabalho de Knudson sobre a incidência familiar específica de RB resultou na hipótese two-hit. Ele
considerou que, na forma herdada do tumor, uma mutação estava presente na linhagem germmativa e em
todas as células do corpo, o outro evento mutacional ocorrendo somaticamente em uma das células da
retina em desenvolvimento. Na forma esporádica, ambas as mutações ocorrem somaticamente no mesmo
retinoblasto em desenvolvimento, um evento relativamente raro. A hipótese tu/ofiit tem servido como
modelo para outros genes supressores de tumor. O gene RB foi localizado no cromossomo 13q por perda
de uma região dobandeamento CTomossômico dos linfócitos do sangue periférico
de pacientes com a forma familiar e por estudos de perda de heterozigosidade tanto de RBs quanto de
alguns osteossarcomas. Entretanto, a maioria dos tumores não cem deleções grandes, mas mutações de
ponto ou inserções e deleções pequenas que resultam em truncamenco prematuro do produto protéico. O
produto protéico do gene RB é uma fosfoproteína nuclear com uma massa molecular de cerca de 105 kDa
(pl05-RB). Esta proteína se liga a um produto de um vírus tumoral de DNA, incluindo a proteína E I A do
vírus tumoral murino e a proteína E7 do papilomavírus humano. Quando pl05-RB é hipofosforilado, ele se
complexa com^fatores de transcrição, tais como E2F, e bloqueia a transcrição de genes das células na fase
S. E2F dimeriza com uma proteína DP e regula a transcrição de vários genes envolvidos na síntese de
DNA. Inativação ou perda de p 105-RB desregula as sínteses de D N A e aumenta a proliferação celular.
Portanto, RB é um gene supressor de tumor, na medida em que ele suprime a síntese de DNA. A detecção
de mutações em RB é útil na determinação da suscetihilidade de um indivíduo ao desenvolvimento de RB
na forma familiar, mas ela não é usada como marcador tumoral.
Gene TP53
De particular interesse é o gene TP53 que se localiza no cromossomo 17q. Acredita-se que p53 nativa ou selvagem
controla a divisão celular poi regulai a entrada na fase S. Este efeito de controle da proteína p53 pode ser perdido por
deleção do gene ou produção de uma proteína mutante capaz de competir. Entre 35% e 40% dos carcinomas de
cólon mostram deleção em um alelo de TP53 e uma mutação de ponto no outro alelo; portanto,
nenhuma proteína p53 selvagem é expressa nestes/ tumores. Deleção alélica de TP53 ocorre apenas raramente
em/adenomas (menos de 10%), sugerindo que a inativação de TP53 pode ser um evento relativamente tardio na
carcinogênese de cólon. Além disso, até 25% dos cânceres de mama também têm TP53 alterado. Mutações em TP53
produzem proteínas p53 inativas, permitindo que as células se movam através do ciclo celular e contribuindo para o
crescimento autônomo do câncer. Muitas mutações diferentes de TP53 têm sido encontradas em cânceres humanos.
Grande parte das mutações de ponto está localizada em quatro regiões da proteína (resíduos de aminoácidos 117-
142, 171-181, 134-158 e 270-286); três "hot-sfots" (regiões preferencialmente mutadas) afetam os resíduos 175, 248 e
273. Além disso, mutações seletivas de guanina para timina são encontradas no códon 249 em HCCs humanos de
pacientes de áreas de alta incidência da África e da Ásia associadas à exposição à aflatoxina. Mutações nos códons
245 e 258 são encontradas na síndrome de Li-Fraumeni, uma síndrome autossômica dominante rara, caracterizada
por diversos neoplasmas em muitos diferentes locais no corpo. Anticorpos monoclonais contra proteínas p53
mutadas têm sido desenvolvidos. A p53 selvagem está normalmente presente em quantidades muito pequenas que
não são detectadas por imunoistoquímica, enquanto a proteína mutante se acumula em quantidades facilmente
detectáveis. Superexpressão das proteínas mutantes t em sido detectada em até 70% dos cânceres colorretais
primários. Superexpressão de p53 em cânceres de mama está associada a prognóstico ruim, mas esta associação não
é tão forte como a associação com c-erbB-2. Até 75% dos SCCs parecem superexpressar uma proteína mutante
(mutação misseme). Finalmente, anticorpos circulantes contra proteínas p53 mutantes têm sido encontrados nos
soros de pacientes com cânceres de mama e pulmão e linfomas das células B. Esta resposta do anticorpo pode ser
útil neste subgrupo de pacientes para o monitoramento de recidiva.
APC
Um dos primeiros eventos nas supostas etapas de progressão das lesões precursoras em
câncer de cólon é a perda do gene polipose adenomatosa de cólon (APC) era pólipos pré-
malignos. O gene APC codifica uma proteína de 300 kDa que pode estar truncada nas células
tumorais. A função normal do produto do gene APC não é conhecida, mas ele interage com
proteínas, tais como a- e p-cateninas, envolvidas em interações célula-célula em células
epiteliais. Este gene é mutado nas síndromes hereditárias de câncer colorretal dos tipos
polipose e não-polipose. Nos tipos polipose, centenas e até mesmo milhares ou mais de
tumores benignos (pólipos) surgem antes do desenvolvimento do câncer. Nos tipos não-
polipose, muitos poucos pólipos são observados, mas o risco elevado de câncer é
essencialmente similar. O gene APC foi detectado por uma deleção intersticial do
cromossomo 5q em um paciente com centenas de pólipos. Mais de 80% dos indivíduos com
câncer colorretal hereditário têm mutações germinativas em um dos alelos APC, incluindo
deleções grandes ou mutações localizadas. As formas hereditárias de câncer colorretal são
relativamente incomuns, mas mutações somáticas parecem ser de muita importância no
desenvolvimento de cânceres colorretais não hereditários. Mais de 70% dos tumores
colorretais, independentemente do tamanho ou da histologia, têm uma mutação específica
em um dos dois alelos APC, e a mutação pode também ser encontrada em outros tipos de
tumor, incluindo tumores de mama, esôfago e cérebro. A utilidade da perda da proteína APC
para diagnóstico e prognóstico está agora sob investigação.
Neurofibromatose Tipo 1
Tem sido mostrado que um subgrupo de pacientes com câncer de mama tem uma predisposição
herdada como um traço autossômico dominante para desenvolver cânceres de mama e ovário. Dois
loci genéticos têm sido identificados: BRCAl, no cromossomo 17q, e BRCA2, que se localiza no 13q 12-
13. BRCAl codifica uma proteína de 1863 aminoácidos que pode atuar como fator de transcrição. A
capacidade de detectar mutações em BRCAl e BRCA2 em células somáticas permite a identificação de
indivíduos nas famílias com câncer de mama que carregam o gene mutado. Estima-se que 1 em 200
mulheres nos Estados Unidos pode ter uma mutação germinativa no gene BRCAl. Isto tem criado um
dilema ético para os médicos, pacientes e suas famílias e companhias de seguro e organizações de
manutenção da saúde, na medida em que agora é possível predizeT com razoável certeza que um
indivíduo que carrega uma mutação em umdestes genes desenvolverá cânceres de mama e / o u
ovário. O que deve ser feito caso seja observado que um indivíduo saudável carrega uma mutação no
gene BKCA? Portadores de uma mutação no gene BRCA1 têm um risco de 85% de desenvolver câncer
de mama e um risco de 45% de desenvolver câncer de ovário com 85 anos. Estes pacientes devem
fazer mastectomia ou ovariectomia preventiva? As companhias de seguro e as organizações de
manutenção de saúde devem ter taxas mais altas para os portadores?
Sempre foi objetivo da pesquisa do câncer ser capaz de identificar indivíduos sob risco. Agora que é
possível, nós devemos desenvolver uma política para lidar com a informação. Embora a detecção da
mutação não seja útil como marcador tumoral por si só, com maior entendimento de como os
produtos do gene mutado atuam, pode ser possível entender os eventos moleculares que levam ao
desenvolvimento de alguns cânceres de mama e ovário.
Deletado em Carcinoma Colorretal