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PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE / SMS

OFÍCIO Nº SMS-OFI-2023/17992

Rio de Janeiro, 19 de maio de 2023.

Assunto: NORMATIZAÇÃO. REGULAMENTAÇÃO. ORGANIZAÇÃO E


FUNCIONAMENTO

Nota Técnica conjunta S/SUBPAV/SAP e S/SUBPAV/SVS - Abordagem no


atendimento da Síndrome Gripal na Atenção Primária à Saúde no Município do Rio
de Janeiro

A Superintendência de Atenção Primária (SAP) e a Superintendência de


Vigilância em Saúde (SVS) da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-
Rio) elaboraram a presente nota técnica. O objetivo é oferecer orientação sobre a
abordagem clínica e preventiva das síndromes gripais no cenário atual, após a pandemia
da Covid-19, com foco particular na Covid-19 e na Influenza, devido à sua prevalência
atual.

INTRODUÇÃO

A pandemia da Covid-19 (2020-2022) alterou significativamente a maneira


como as síndromes gripais são abordadas nos serviços de saúde. Com o relaxamento
das medidas de distanciamento social e restrições a aglomerações, os padrões sazonais
de circulação de outros vírus mudaram. Infecções virais como as causadas pelo vírus
sincicial respiratório e pela influenza passaram a se manifestar em um maior número de
casos antes da chegada do inverno. No outono de 2023, observou-se um aumento
expressivo de casos de bronquiolite e síndrome respiratória aguda grave, resultando em
maior demanda por Unidades de Atenção Primária (UAP), unidades de emergência e
internações hospitalares, inclusive com ocorrência de óbitos.

A pandemia também ressaltou a importância da identificação do agente


etiológico na abordagem clínica na atenção primária à saúde (APS). Atualmente, a
realização de testes rápidos de antígeno de SARS-CoV-2 é rotina nas UAPs. Em maio de
2023, foi disponibilizado um teste de antígeno que detecta simultaneamente SARS-CoV-
2, Influenza A e Influenza B, permitindo uma definição mais precisa do agente etiológico.
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Isso é especialmente relevante, pois existem tratamentos antivirais específicos para a


Influenza e a Covid-19, que são prioritários para grupos com maior risco de complicações
graves.

É importante também destacar a cobertura vacinal. A vacina atualmente


disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde para a Influenza inclui o subtipo A (H3N2),
predominante no Rio de Janeiro em 2021 e 2022, o subtipo A (H1N1), mais comum em
2023, e a linhagem Victoria da Influenza B, que atualmente tem maior circulação na
cidade (Imagem 1- anexo).
Classif. documental 00.01.00.01
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PRINCIPAIS AGENTES VIRAIS ENVOLVIDOS

Diversos agentes virais podem causar a síndrome gripal, incluindo rinovírus,


influenza, coronavírus e vírus sincicial respiratório. Na população adulta, o influenza e o
vírus da Covid-19 destacam-se pela relevância. Na população pediátrica, o vírus sincicial
respiratório é especialmente importante na população com menos de 2 anos de idade,
por ser o agente responsável pela bronquiolite.

O Quadro a seguir apresenta um resumo das informações chave


relacionadas ao vírus influenza e ao coronavírus.

Influenza Covid-19

Os coronavírus são uma ampla


família de vírus de RNA de fita
única, pertencentes à família
Coronaviridae. Eles são
O vírus Influenza é um vírus de RNA de conhecidos por causar doenças
fita única, integrante da família que variam de resfriados
Orthomyxoviridae, sendo um dos comuns a condições mais
principais causadores da síndrome graves, como a Síndrome
gripal. Este vírus se divide em dois Respiratória Aguda Grave
subtipos: Influenza A e B. (SARS) e a Síndrome
Respiratória do Oriente Médio
O Influenza A está associado a grandes (MERS). Em 2019, um novo
epidemias sazonais e afeta diversas coronavírus emergiu, conhecido
espécies, incluindo humanos, suínos, como SARS-CoV-2, causando a
cavalos, mamíferos marinhos e aves. doença Covid-19.
Normalmente, a transmissão ocorre
dentro da mesma espécie, embora os O SARS-CoV-2 é capaz de
Aspectos suínos também possam transmitir o infectar várias espécies,
gerais vírus para humanos. Este vírus possui incluindo humanos e certos
uma alta taxa de mutação, resultando animais, com transmissão
em variações antigênicas frequentes. primariamente de humano para
As variantes do Influenza A são humano. Sua capacidade de
nomeadas com base em duas proteínas sofrer mutações levou ao
de superfície, a hemaglutinina (H) e a surgimento de várias variantes,
neuraminidase (N), com destaque para algumas das quais apresentam
as variantes H1N1 e H3N2. maior transmissibilidade ou
potencialmente maior gravidade
Por outro lado, o vírus Influenza B de doença. As variantes são
ocorre exclusivamente em humanos e é nomeadas de acordo com o
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menos propenso a mutações. As sistema de letras gregas


principais linhagens são Victoria e estabelecido pela Organização
Yamagata. Mundial da Saúde, incluindo
variantes como Alpha, Beta,
Gamma e Delta e Ômicron. A
variante que está circulando no
momento é a Ômicron.

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Predominantemente por
Predominantemente por gotículas de
Formas de gotículas de saliva; menor
saliva; menor transmissão por aerossol
transmissão transmissão por aerossol e
e fômites.
fômites.

Tradicionalmente, 4-5 dias após


Período de a exposição. A variante ômicron
1 a 4 dias (média de 2 dias)
incubação tem uma incubação mais curta,
em média 3 dias.

A transmissibilidade do
coronavírus geralmente começa
1-2 dias antes do início dos
sintomas e pode continuar por
10 dias após o início dos
sintomas em casos leves a
moderados, e até 20 dias em
casos graves ou para indivíduos
Inicia 24-48 horas antes do início dos
imunocomprometidos. No
Período de t sintomas, geralmente não transmitindo
entanto, a maior transmissão
ransmissibili mais após 5 dias de sintomas.
parece ocorrer em torno do início
dade Geralmente baixa transmissão após 24
dos sintomas, reduzindo-se
horas sem febre.
significativamente logo após,
sendo quase inexistente após o
7º dia de sintomas. Ressalta-se
que esses dados são referentes
a variantes anteriores, havendo
menos informações sobre o
período de transmissibilidade
das variantes que agora circulam.

O quadro clínico da Covid-19,


doença causada pelo novo
coronavírus (SARS-CoV-2), é
variável, desde infecções
assintomáticas ou leves até
quadros graves e fatais. Os
sintomas mais comuns incluem
febre, tosse seca, dor de
O quadro clínico clássico da influenza
garganta, dor muscular, perda
sazonal é caracterizado pelo início
de olfato ou paladar, e fadiga.
abrupto de sintomas gripais, que podem
Esses sintomas geralmente se
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incluir febre, tosse seca, dor de


iniciam de maneira gradual e
garganta, mialgia, cefaleia e prostração.
podem se resolver em no
Em geral, os sintomas se resolvem
máximo duas semanas,
espontaneamente em até 7 dias,
geralmente antes, mas em
embora sintomas residuais como tosse,
alguns casos, especialmente em
mal-estar e fadiga possam persistir por
indivíduos de grupos de risco, a
algumas semanas. Alguns pacientes,
doença pode evoluir para uma
principalmente aqueles pertencentes a
forma mais grave, também

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grupos de risco, podem desenvolver chamada de Síndrome


Quadro uma forma grave da doença, conhecida Respiratória Aguda Grave
clínico como Síndrome Respiratória Aguda (SRAG).
Grave (SRAG), que requer internação
hospitalar. A influenza também pode A Covid-19 também pode
evoluir para outras complicações, como resultar em complicações
pneumonia bacteriana, otite média adicionais, que incluem
aguda, sinusite, desidratação e pneumonia, trombose, síndrome
agravamento de doenças crônicas. inflamatória multissistêmica, e
agravamento de condições
médicas preexistentes. Além
disso, alguns pacientes podem
experimentar sintomas
persistentes ou de longa
duração, conhecidos como
"Covid longa", que podem incluir
fadiga, dificuldades cognitivas,
dispneia, e outros.

ABORDAGEM DIAGNÓSTICA

A abordagem para a síndrome gripal é majoritariamente sindrômica para a


maioria dos pacientes, sendo essencial prestar atenção às definições de caso. Existem
também testes rápidos disponíveis que facilitam o diagnóstico etiológico.

Definições de caso

Para orientar a abordagem diagnóstica e o manejo clínico, é aconselhável


seguir as definições de caso preconizadas pelo Ministério da Saúde:

Síndrome gripal: Indivíduo com quadro respiratório agudo,


caracterizado por pelo menos dois (2) dos seguintes sinais e sintomas: febre
(mesmo que referida), calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza,
distúrbios olfativos ou gustativos.
Obs.: Em crianças, além dos itens anteriores, considera-se também obstrução
nasal, na ausência de outro diagnóstico específico. Nos idosos deve-se considerar
também critérios específicos de agravamento como a síncope, confusão mental,
sonolência excessiva, irritabilidade e inapetência.

Atenção: Todos os casos de Síndrome Gripal devem ser oportunamente


notificados no e-SUS Notifica, independentemente da realização de testagem ou dos
resultados obtidos. https://notifica.saude.gov.br/. Os pacientes com síndrome gripal sem
diagnóstico para COVID-19 devem ser registrados no prontuário eletrônico com o CID-
10: J11.
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Síndrome Respiratória Aguda Grave: SG que apresenta dispneia /


desconforto respiratório OU pressão persistente no tórax OU saturação de O²
menor que 95% em ar ambiente OU coloração azulada dos lábios ou rosto.

Atenção: Para fins de notificação no SIVEP-Gripe, devem ser considerados


os casos de SRAG hospitalizados ou os óbitos por SRAG independente de
hospitalização.

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Importante: Atualmente, o vírus SARS-CoV-2, Influenza A e B e outros vírus


respiratórios estão circulando na cidade do Rio de Janeiro. Portanto, a avaliação médica
do paciente deve considerar as características clínicas apresentadas, bem como os
vínculos epidemiológicos existentes. Para os casos de COVID-19, ageusia e anosmia
são sintomas característicos, enquanto a febre não é condição clínica essencial. Para a
infecção por outros vírus respiratórios, geralmente a febre é condição essencial e os
critérios para definição de casos são mais amplos (indivíduo com febre, mesmo que
referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e com início dos sintomas nos
últimos 7 dias).

Realização de testes rápidos

Desde a pandemia da Covid-19 popularizou-se a realização de testes rápidos


de antígeno nas UAP. Atualmente, temos disponíveis testes rápidos de antígeno para
Sars-Cov-2 e, mais recentemente, testes de antígeno que permitem diferenciar Covid-19,
Influenza A e Influenza B. Ambos possuem sensibilidade acima de 90% e especificidade
igual ou superior a 95%. A definição de caso suspeito é a mesma para ambos os testes
(ver definições acima) e a coleta deve ser realizada até o 7º dia do início dos sintomas.

A decisão de realizar ou não o teste rápido e a escolha de qual teste será


realizado dependem do perfil de risco do paciente, da possibilidade terapêutica
/medicamentosa específica para aquele caso (consulte os critérios para uso de
medicação), do cenário epidemiológico atual e da disponibilidade dos testes no momento.
Em situações de escassez de testes ou dificuldades na oferta em larga escala, deve-se
priorizar a realização de testes em pacientes com SRAG ou com maior risco de evolução
para casos graves e óbitos, pois eles podem se beneficiar da administração de antivirais.

Vigilância da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em pacientes


hospitalizados

Conforme a Nota Técnica MS/SVSA/CGVDI/CGLAB 13/2023, na vigilância da


SRAG, a coleta de amostras é recomendada para todos os casos hospitalizados e óbitos,
independentemente do dia de início dos sintomas, incluindo os casos em unidades de
terapia intensiva (UTI).

O diagnóstico por RT-PCR em tempo real é o método padrão-ouro e deve ser


sempre priorizado para a obtenção dos resultados laboratoriais dos casos de SRAG e
óbitos. Como a vigilância de vírus respiratórios é de grande importância em saúde
pública e tem como base o diagnóstico laboratorial, é considerado indicador de qualidade
dos casos e/ou óbitos por SRAG quando pelo menos 70% de todos os casos e/ou óbitos
notificados no SIVEP-Gripe têm resultado de diagnóstico pela técnica padrão-ouro, que é
o RT-PCR em tempo real, servindo como base para a classificação final do caso e/ou
óbito.

ABORDAGEM TERAPÊUTICA
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O tratamento da síndrome gripal é, em sua maior parte, focado no alívio dos


sintomas, com o uso de analgésicos/antitérmicos (dipirona ou paracetamol), soro nasal e
repouso. A Resolução SMS Rio nº 4386 de 29 de abril de 2020 respalda a prescrição por
enfermeiros de analgésicos/antitérmicos.

Fármaco Prescrição

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Em caso de dor ou febre: a cada 4/4 horas ou 6/6 horas


Paracetamol
a depender da frequência da febre ou dor.
200 mg/ml ou
Crianças: 10-15 mg/kg/dose (máximo de 5 doses ao dia)
500 mg/cp
Adultos: 500-1000 mg/dose (máximo de 4g/dia)

Dipirona
Em caso de dor ou febre: 6/6 horas.
solução
gotas Crianças >meses: lactentes 10 mg/kg/dose // pré-escolares 15 mg/kg
/dose.
500 mg/ml ou
Adultos: 500-1000 mg VO (máximo de 4g/dia).
500 mg/cp

Embora a maioria dos pacientes com influenza e Covid-19 apresente uma


evolução clínica favorável com tratamento sintomático, alguns podem progredir para
quadros graves que exigem hospitalização. Atualmente, temos disponíveis tratamentos
antivirais distintos para a Influenza (Oseltamivir) e para a Covid-19 (Nirmatrelvir
/Ritonavir). Estes devem ser priorizados para pacientes com alto risco de evolução para
quadros graves, sendo que, nos com influenza, o oseltamivir está indicado também para
aqueles que já apresentam sinais de gravidade.

Pacientes com quadro provável ou confirmado de influenza

Deve-se considerar iniciar imediatamente fosfato de oseltamivir para os


pacientes com:

SRAG: indivíduo de qualquer idade com SG e que apresente dispneia


ou os seguintes sinais de gravidade:

Saturação de SpO² <95% em ar ambiente;

Sinais de desconforto respiratório ou aumento da FR avaliada de


acordo com idade;

Piora nas condições clínicas de doença de base;

Hipotensão em relação à pressão arterial habitual do paciente.


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SG: indivíduo considerado com condições de risco para complicações:

Grávidas em qualquer idade gestacional, puérperas até duas


semanas após o parto (incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal);

#60 anos;

Crianças <5 anos (maior risco de hospitalização em <2 anos,


especialmente nos <6 meses, que apresentam maior taxa de mortalidade);

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Indivíduos que apresentem: pneumopatias (incluindo asma);


pacientes com tuberculose de todas as formas (maior complicação e
possibilidade de reativação); imunossupressão associada a medicamentos;
neoplasias, HIV/Aids ou outros; IMC #40kg/m² em adultos.

O tratamento medicamentoso preconizado pelo Ministério da Saúde


considera o antiviral oseltamivir como tratamento de escolha, de acordo com a posologia
que segue em quadro abaixo.

DROGA FAIXA ETÁRIA POSOLOGIA

Adulto 75mg/dia, 12/12h, por 5 dias

#15kg 30mg/dia, 12/12h, por 5 dias

>15kg a 23kg 45mg/dia, 12/12h, por 5 dias


Criança >1 ano
Oseltamivir >23kg a 40kg 60mg/dia, 12/12h, por 5 dias

>40kg 75mg/dia, 12/12h, por 5 dias

0 a 8 meses 3mg/kg/dose, 12/12h, por 5 dias


Criança <1 ano
9 a 11 meses 3,5mg/kg/dose, 12/12h, por 5 dias

Para o tratamento no período neonatal (tratamento durante 5 dias),


recomenda-se:

Recém-nascido pré-termo:

1mg/kg/dose, de 12 em 12 horas até 38 semanas de idade;


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Período neonatal:

- recém-nascidos com menos de 38 semanas de idade:

1mg/kg/dose, de 12 em 12 horas;

- recém-nascidos entre 38 a 40 semanas de idade:

1,5mg/kg/dose, de 12 em 12 horas;

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- recém-nascidos com mais de 40 semanas de idade:

3mg/kg/dose, de 12 em 12 horas.

Dentre os principais efeitos adversos do oseltamivir, encontram-se sintomas


gastrintestinais como diarreia, náuseas, vômitos e desconforto abdominal. Importante
salientar que é necessário ajuste da dose em casos de indivíduos com níveis de
insuficiência renal crônica. A tabela abaixo apresenta os ajustes necessários.

Comprometimento renal /
Tratamento (5 dias)
Clearance de Cr

Leve (TFG >60-90mL/min) 75mg, 12/12h

Moderado (TFG >30-60mL/min) 30mg, 12/12h

Severo (TFG >10-30mL/min) 30mg, 1x/dia

Pacientes em hemodiálise (TFG


30mg após cada sessão (máximo de 3 sessões)
#10mL/min)

Pacientes em DPCA (TFG #10mL Dose única de 30mg administrada imediatamente


/min) após troca da diálise

Pacientes com quadro provável ou confirmado de Covid-19

Os seguintes pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19 podem se


beneficiar da prescrição de Nirmatrelvir/Ritonavir:

•Imunossuprimidos com idade #18 anos; E/OU

•Pessoas com idade #65 anos; E

•Além disso, o paciente precisa estar entre o 1º e o 5º dia de sintomas e


apresentar quadro clínico leve ou moderado (COVID-19 não grave), que não requerem
oxigênio suplementar.
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A dose a ser prescrita é de 2 comprimidos de 150mg de nirmatrelvir (300mg)


+ 1 comprimido de ritonavir (100mg) de 12/12 horas por 5 dias.

TEMPO DE AFASTAMENTO

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No quadro a seguir estão as orientações atuais da SMS-Rio, baseadas nas


recomendações do último Guia de Vigilância Epidemiológica de Covid-19 do Ministério da
Saúde.

Teste Reagente Teste Reagente Teste


para Influenza para Covid-19 Não Reagente

Sintomático:
07 dias se ao final do período o
paciente estiver sem sintomas Em geral não é
5 dias do início dos
respiratórios, sem febre e sem uso de necessário afastamento,
sintomas ou após 24
medicamentos antitérmicos há 24h. considerar afastar
horas sem febre e sem
Caso persistam sintomas, 10 dias. conforme diagnóstico
o uso de antitérmicos
diferencial.
Assintomático: 5 dias de afastamento
a partir do resultado do exame.

Pacientes que testaram positivo para a doença, independentemente de


apresentarem sintomas, assim como todos aqueles com sintomas gripais, devem usar
máscara. Embora a retestagem não seja uma medida padrão no fluxo regular de
atendimento, pode ser considerada em situações específicas, como por exemplo, entre
profissionais de saúde quando há um alto número de afastamentos. No entanto, a
retestagem deve ser orientada com cautela para evitar sobrecarregar os serviços de
saúde.

Quando o paciente tem acesso a autotestes, seja em casa ou através do


empregador, estes podem ser utilizados. No entanto, é importante destacar que a
responsabilidade pelo resultado do autoteste recai sobre quem o realiza, e não é possível
fornecer um laudo para este tipo de teste.

Na maioria das vezes, aqueles que tiveram contato com pessoas infectadas
não precisam se afastar. No entanto, recomenda-se que os contactantes intradomiciliares
de casos de Covid-19 se afastem por pelo menos 5 dias. Em outras situações, deve-se
avaliar caso a caso, considerando fatores como a situação vacinal, o perfil de exposição
e se a pessoa pertence a uma população onde foi constatado um surto de Covid-19.

IMUNIZAÇÃO

A vacina Influenza trivalente utiliza fragmentos inativados de vírus morto,


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apresentando em sua composição antígenos Hemaglutinina (HA) atualizados anualmente


conforme boletins epidemiológicos anuais que apontam o tipo e a cepa de vírus
circulante de forma predominante no território. A vacina pode ser administrada antes da
exposição ao vírus, sendo capaz de promover imunidade efetiva e segura durante o
período de circulação sazonal do vírus.

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O Ministério da Saúde atualizou as recomendações referentes a


coadministração das vacinas, incluindo a da COVID-19 com as demais vacinas, não mais
sendo exigido o intervalo mínimo entre as vacinas.

Reforça-se a ampla oferta do imunizante Influenza trivalente para toda a


população acima de 6 meses de idade, com enfoque prioritário para os grupos de maior
risco de transmissão e morbimortalidade, a saber: crianças entre 6 meses e 5 anos;
gestantes e puérperas; #60 anos; povos indígenas; população privada de liberdade,
funcionários do sistema privado de liberdade; adolescentes sob medidas
socioeducativas; pessoas com comorbidades ou deficiência permanente; profissionais de
saúde, educação, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo e portuário,
militares e segurança pública.

MEDIDAS DE CONTENÇÃO

Sendo a influenza uma doença de transmissão predominantemente por


gotículas, é fundamental o estabelecimento de medidas de proteção à vida durante o
atendimento de casos suspeitos, como:

Ofertar uso de máscara cirúrgica para paciente;

Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI);

Uso de óculos e máscara se houver risco de respingos;

Descarte adequado (resíduos e EPI);

Higienização de mãos antes e após o contato com pacientes suspeitos;

Limpeza e higienização das superfícies no ambiente do atendimento;

Limitar a implementação de procedimentos indutores de aerossóis


(nebulização, sucção e etc.);

Respeitar o distanciamento social de pacientes sintomáticos em


ambiente de espera, com distância mínima de 1m.

REFERÊNCIAS

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral


de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde :
SMSOFI202317992A

volume único [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em


Saúde, Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. -
3ª. ed. - Brasília : Ministério da Saúde, 2019.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância das Doenças Transmissíveis. Protocolo de tratamento de Influenza: 2017

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[recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,


Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. - Brasília : Ministério da
Saúde, 2018.

3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.


Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis. Coordenação-Geral de
Vigilância das Doenças Imunopreveníveis. NOTA TÉCNICA Nº 13/2023-CGVDI
/DIMU/SVSA/MS. Orientações sobre a estratégia e operacionalização da coleta de
amostras de aspirado de nasofaringe (ANF) ou swab combinado (nasal/oral) para
diagnóstico laboratorial dos vírus respiratórios, no contexto da vigilância sentinela
de Síndrome Gripal (SG) e da vigilância de Síndrome Respiratória Aguda Grave
(SRAG). Disponível na internet via https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus
/notas-tecnicas/2023/nota-tecnica-no-13-2023-cgvdi-dimu-svsa-ms/view.

4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância


epidemiológica : emergência de saúde pública de importância nacional pela doença
pelo coronavírus 2019 - covid-19 / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em
Saúde. - Brasília : Ministério da Saúde, 2022.

5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde
[recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. - 5. ed. rev. -
Brasília : Ministério da Saúde, 2022.

LARISSA CRISTINA TERREZO MACHADO


SUPERINTENDENTE
Matrícula: 3243623
S/SUBPAV/SAP

GISLANI MATEUS OLIVEIRA AGUILAR


SUPERINTENDENTE
Matrícula: 2952687
S/SUBPAV/SVS SMSOFI202317992A

Assinado com senha por LARISSA CRISTINA TERREZO MACHADO - 19/05/2023 às 18:14:13 e GISLANI 11
MATEUS OLIVEIRA AGUILAR - 19/05/2023 às 19:03:14.
Documento Nº: 2601969-4930 - consulta à autenticidade em
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