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UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO: BIOMEDICINA

Anandra de Oliveira Saraiva

Carla Sirlei dos Santos Mota

Camille Façanha

Filipe Ribeiro Rito

RESPOSTAS DA ATIVIDADE DO TEMA PROPOSTO: MEIO


AMBIENTE E A SUA PROPAGAÇÃO DA COVID-19 - APS

MANAUS – AMAZONAS

2021
Anandra de Oliveira Saraiva RA: F313JB4

Carla Sirlei dos Santos Mota RA:N654260

Camille Façanha RA: N576CC8

Filipe Ribeiro Rito RA: N5816H8

RESPOSTAS DA ATIVIDADE DO TEMA PROPOSTO: MEIO


AMBIENTE E A SUA PROPAGAÇÃO DA COVID-19 - APS

Trabalho proposto para a obtenção de nota parcial


do 3° semestre da disciplina de genética e
citogenética humana.

Prof. Dr. André Luiz Willerding

MANAUS – AMAZONAS

2021
SUMÁRIO
2. 1 - Relação do sars-cov-2 e o meio ambiente ...................................................... 2
3. 2 - Existem condições para o surgimento de novos vírus em humanos, assim
como medidas de prevenção. .................................................................................... 5
4. 3 - Isolamento social como medida para diminuição da transmissão do novo
corona vírus. .............................................................................................................. 6
4.4. - Protocolo de Kyoto. ..................................................................................... 7
4.5. 3.2 - Projeto Viroma Global. .......................................................................... 9
5. 4 - Diversas pandemias já assolaram o mundo, porém existem maneiras de
conter ou até mesmo evitar o surgimento de novas catástrofes como a que vivemos
com o novo corona vírus. ......................................................................................... 10
6. 1 - Como futuro(a) biomédico(a) Dê sua opinião sobre as propriedades que um
governo deve ter em vista a manutenção de saúde pública com vista a evitar novas
pandemias. .............................................................................................................. 12
7. Bibliografia ......................................................................................................... 15
INTRODUÇÃO

É de suma importância observar os fatores sociais e ambientais que


levam ao surgimento de determinadas doenças. Tendo em vista que fatores
ambientais e a interferência do ser humano em áreas selvagens, na produção e
acúmulos de poluentes no ambiente por multinacionais em grande parte, expansão
de áreas urbanas, utilização exacerbada dos recursos naturais. Consequentemente,
gerando um aumento de doenças.

Logo, em dezembro de 2019 foi descoberto uma nova linhagem de


corona vírus chamado de SARV-Cov-2, no qual pesquisadores descobriram que seu
genoma era parecido com o da SARS-Cov que começou se manifestando como
uma pneumonia grave que surgiu na cidade Wuhan na China de um mercado local
que vendia aves, morcegos e outros animais selvagens. Entretanto, em um curto
período de tempo muitas pessoas começaram a se contaminar gerando um
pandemia e desestabilização das economias mundiais.
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1. 1 - RELAÇÃO DO SARS-COV-2 E O MEIO AMBIENTE

O homem não existe unicamente no planeta; sua sobrevivência depende


e se dá pelos recursos disponíveis na natureza e seus produtos. Todavia, o meio
ambiente há tempos não tem resistido à exploração humana, que ultrapassou o
limite de uso básico para subsistência e que provoca desequilíbrios contínuos nos
biomas. E consequências extremas de tais atitudes são inevitáveis. Uma matéria
publicada no site “Agência FAPESP”, escrita por Moura (2020), afirma que a perda
da biodiversidade e de serviços ecossistêmicos propiciou um cenário favorável para
a pandemia do novo corona vírus, SARS-CoV-2. Uma vez que as florestas são
grande depósito de carbono e moradia de muitos vírus e microrganismos, a
derrubada destes ambientes obriga os animais selvagens a entrarem em maior
contato com os seres humanos e disseminarem vetores de doenças. O autor ainda
ressalta que este cenário de mistura entre as vivências selvagem e humana, por
conta do desmatamento, pode resultar em futuras pandemias. Nascimento et al.
(2021) recorda que boa parte das zoonoses conhecidas são negligenciadas,
principalmente por terem sua origem em países de zonas tropicais,
subdesenvolvidos e atingem a população de menor renda; são elas: Doença de
Chagas, Malária, Dengue, entre outras. Apesar de serem enfermidades identificadas
como prejudiciais para a saúde pública, os recursos para trata-las da melhor forma
não são direcionados para impedir sua propagação.

Fonseca (2010) descreve “zoonose” como uma doença ou infecção


transmitida de um animal vertebrado para o homem; salientando que apesar de
determinadas enfermidades serem restritas a animais, elas ainda podem causar
prejuízo ao ser humano. O SARS-CoV-2 é um vírus de RNA da família
Betacoronavírus (uma das subdivisões da família Coronavidae) e seu possível
reservatório natural é o morcego. Sua propagação no meio humano provavelmente
se deu em um dos comércios da cidade de Wuhan, na China, podendo-se, assim,
classificar o vírus como zoonótico (NASCIMENTO et al, 2021).

Certas terminologias em relação à doença podem entrar em conflito por


corresponderem a detalhes diferentes de uma mesma situação, e algumas delas são
aplicadas de maneira equivocada. Esclarece-se que “SARS-CoV-2” é o nome do
vírus causador da doença, que é transmitido por gotículas de saliva ou secreção
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nasal e, como dito anteriormente, que pertence à família de vírus Betacoronavírus. E


a manifestação patológica observada no organismo após a infecção viral, a doença
em si, chama-se “COVID-19”, que tem sintomas análogos aos da gripe como: febre,
tosse, espirros, mal-estar, entre outros. Usa-se o termo “novo corona vírus” como
referência ao SARS-CoV-2 por conta da existência de um vírus antecessor já
conhecido: o “SARS-CoV”, identificado pela primeira vez em uma epidemia de
Síndrome Respiratória Aguda Grave (ou Sars) no ano de 2003, na China. Como
ambos os vírus são da mesma família e possuem características similares,
adicionou-se o número “2” para aquele que provoca a COVID-19 (FORATO, 2020).

A transmissão do vírus ocorre de maneira considerada simples, a partir de


secreções orgânicas que envolvem as cavidades de nariz e boca. E um estado
fisiológico previamente debilitado unido a um ambiente desfavorável facilita a
instalação do SARS-CoV-2. Toledo (2020) cita alguns fatores que propiciaram o
aumento de disseminação da COVID-19 (que variam em proporções a depender do
país analisado): população idosa, número de homens obesos, número de turistas
internacionais recebidos, início das medidas de prevenção, taxa de urbanização,
consumo de álcool e tabaco e, inclusive, hábitos de saudação que envolvam muito
contato físico; tais aspectos atrelados a diferentes configurações sociais sequenciam
em diferentes povos que não possuem as mesmas expectativas de vida que outros.
A facilidade de instalação mais notória é a que abrange pessoas com o sistema
imunológico enfraquecido, seja por idade e/ou por doença prévia. A partir dos 60
anos, o organismo fica mais suscetível a diabetes mellitus, doenças renais,
pulmonares hepáticas e cardiovasculares; e estas comorbidades deixam o indivíduo
em um estado inflamatório crônico, ou seja, a resposta a qualquer infecção
(incluindo a COVID-19) será de forma intensa (SANTOS, NINOMIYA & CARVALHO,
2020). Uma amostra analisada pela Pesquisa Nacional em Saúde (PNS) do ano de
2013 estima que uma média de 33, 5% dos brasileiros adultos possuem alguma
enfermidade crônica que, além da idade, pode contribuir para a instalação da
COVID-19. (ICICT/FIOCRUZ, 2020).

No início da pandemia de COVID-19, a UNA-SUS (2020) em seu site


oficial compartilhou informações sobre a disseminação da doença e as questões
externas que facilitam a propagação do vírus. Ao participar de uma videoconferência
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com profissionais representantes dos estados nacionais em saúde, o secretário de


Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, afirmou:

“Não há uma regra única para todo o país. Cada região deve avaliar com as autoridades
locais o que se deve fazer caso a caso. Neste momento, nós não temos o Brasil inteiro na mesma
situação, por isso é importante analisar o cenário de casos e possíveis riscos”.

Como foi abordado, a disseminação do vírus se dá por secreções


bucais e nasais; o que, na prática, envolve contato com o ar atmosférico e com
superfícies públicas, que são passíveis de toques (contaminados ou não) de
diversas pessoas. Portanto, a solução mais cabível encontrada foi em relação aos
hábitos de higiene e uso de máscaras ao sair da residência. Mas não são todas as
culturas que estimulam a higiene para o bem coletivo, e tal fato se evidenciou com o
aumento ou decréscimo nos casos de COVID-19 nas diferentes regiões do globo.

A conduta do uso de máscara, por exemplo, já era comum e recorrente


em países asiáticos, para o controle de doenças e por conta dos níveis de poluição
recorrentes e alergias comuns. O pouco contato físico em cumprimentos, o respeito
com os mais velhos, a disciplina e a responsabilidade coletiva são outros atributos
que acompanham os orientais desde a infância e que contribuíram para o
enfrentamento da COVID-19. Atributos estes que não são comumente vistos em
território brasileiro e que se mostram como uma longa caminhada até a
naturalização dos hábitos (NARDELLI, 2020).

Além da ausência de uma rotina higiênica, outro fator agravante para a


propagação do novo corona vírus é a falta de saneamento básico. No Brasil, as
regiões Norte e Nordeste são as que menos possuem este serviço, fazendo parte da
média de 48% da população brasileira que não têm acesso ao tratamento de esgoto
e aos 35 milhões de cidadãos que não possuem água tratada em suas residências.
Isso implica em uma população mais susceptível aos efeitos da pandemia e às
doenças diversas como verminoses, infecções bacterianas, arboviroses, entre
outras. (BRK AMBIENTAL, 2020)
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2. 2 - EXISTEM CONDIÇÕES PARA O SURGIMENTO DE NOVOS VÍRUS EM


HUMANOS, ASSIM COMO MEDIDAS DE PREVENÇÃO.

No que se refere ao meio ambiente e a relação do homem com a


natureza em sí tem se tornado cada vez mais corroída e transposta essa interação,
principalmente no início da Revolução Industrial aonde o homem com exacerbado
desejo capitalista, lucros altos e maior exploração de recursos naturais. Trazendo
por consequência a transmissão de doenças zoonóticas, ou seja, quando o ser
humano invade áreas selvagens causando desmatamento e a substituição das
coberturas vegetais naturais por coberturas artificiais, a caça e o comércio de
animais selvagens que levou ao surgimento do COVID-19, invadindo aonde várias
doenças como cólera, gripe espanhola ou tuberculose tem marcado a humanidade.

Sabemos que doenças infecciosas continuam sendo o maior fator em


desenvolvimento de políticas de saúde eficiente, e o quanto o desenvolvimento de
uma vacina pode delongar tempo de pesquisa, melhoramento e testes clínicos
seguros até ter chegar a uma vacina eficaz para determinado patógeno. Porém, o
processo para tangenciar esses obstáculos havia sido levado em consideração.

É de suma importância que o governo em contra partida com o apoio da


população tentem “achatar” a curva de contágio. De acordo com uma reportagem da
BBC News internacional medidas de isolamento social são efetivas para diminuir o
contágio, número de mortes e não sobrecarregar o sistema de saúde.

Abaixo a um gráfico explicativo. Há uma “curva acentuada”, causada por


um pico de infecções aceleradas, em oposição a uma “curva achatada”, com casos
mais distribuídos ao longo do tempo.
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Fonte: Esther Kim, Carl T. Bergastrom, Universidade de Washington

Uma das causas apontadas é que o genoma da SARS-Cov não era bem
definido. Os HCoVs são vírus RNA que possuem como característica morfológica
marcante a presença, em sua superfície, da proteína S formando projeções
chamadas spike. São reconhecidas quatro moléculas estruturais no vírus: proteína
S, proteínas de membrana, proteína do nucleocapsídeo e proteína do envelope viral.
Além disso, para testar a eficácia de uma vacina em pessoas era necessário ser em
uma área endêmica.

3. 3 - ISOLAMENTO SOCIAL COMO MEDIDA PARA DIMINUIÇÃO DA


TRANSMISSÃO DO NOVO CORONA VÍRUS.

Com o avanço da pandemia em decorrência do vírus da COVID-19,


muitas cidades em todo o mundo adotaram a quarentena ou campanhas
estimulando que as pessoas não circulem sem necessidade. A queda na
movimentação nas grandes cidades causou efeitos diretos no meio ambiente.

Um dos impactos positivos ocasionado pelo isolamento social foi o ar


mais limpo e a redução das emissões de gases que contribuem para as mudanças
climáticas. A suspensão de grande parte das atividades humanas reduziu
significativamente os níveis de poluição do ar. Imagens de satélites demonstraram
uma queda considerável nos níveis de dióxido de nitrogênio (NO2) e das emissões
de dióxido de carbono (CO2). Só na China as emissões caíram cerca de 25%, de
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acordo com o site Carbon Brief. A expectativa é que a redução anual no mundo seja
de 2.5 bilhões de toneladas de CO2, representando uma queda de 5% em relação a
2019. Boa parte dessa redução se deve a diminuição da atividade industrial, mas o
consumo de combustíveis fósseis também reduziu drasticamente, a diminuição da
procura por gasolina chegou a 35% e, por diesel, a cerca de 25%. Houve também
um menor consumo de energia elétrica ocasionada principalmente pela queda na
atividade industrial. A menor demanda por geração de energia hidrelétrica permitiu
que os reservatórios recuperassem parte do nível de armazenamento, sendo mais
um efeito positivo.

Por outro lado, existe também as consequências negativas causadas pela


quarentena. A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais (ABRELPE) informou em um documento que, por conta do isolamento
social, a geração de resíduos domiciliares aumentou entre 15% e 25%. Já para
os hospitalares, o cálculo é de um crescimento de 10 a 20 vezes mais. Isso impacta
diretamente em aumento da geração de resíduos perigosos, diminuição dos
resíduos reciclados, transporte diferenciado e necessidade de tratamento antes da
disposição final. O descarte dos EPIs (produzidas em TNT, algodão, látex, vinil e
outros materiais) estão se tornando um problema ambiental preocupante, já que o
uso mensal estimado em mais de 129 bilhões de máscaras e 65 bilhões de luvas em
todo o mundo, está resultando em contaminação ambiental generalizada. Assim que
os produtos descartáveis (uso único) chegam ao meio ambiente por meio de lixões,
descarte em aterros, lixo em espaços públicos, água doce, oceanos, eles podem
estar contribuindo para o surgimento de uma nova fonte de fibras microplásticas,
que podem degradar, fragmentar ou decompor-se em pequenos tamanhos e
pedaços de partículas com menos de 5mm, conhecidas como microplásticos em
condições ambientais. O tempo que a natureza precisa para absorver os materiais
dessas máscaras respiratórias e luvas pode ser bastante variado. Alguns trabalhos
falam em 450 anos.

3.4. - Protocolo de Kyoto.


O Protocolo de Kyoto é um acordo internacional entre os países
integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU), firmado com o objetivo de se
reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa e o consequente
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aquecimento global. Redigido e assinado em Kyoto (Japão), em 1997, o Protocolo


criou diretrizes para amenizar o impacto dos problemas ambientais causados pelos
modelos de desenvolvimento industrial e de consumo vigentes no planeta. De
acordo com o Protocolo, as nações se comprometem a reduzir a emissão de gases
causadores do efeito estufa em 5,2%, comparando-se com os níveis de 1990. O
principal alvo é o dióxido de carbono (CO2), pois especialistas acreditam que a
emissão desenfreada desse e de outros gases está ligada ao aquecimento global,
fenômeno que pode ter efeitos catastróficos para a humanidade durante as próximas
décadas.

O Protocolo de Kyoto propõe três mecanismos para auxiliar os países a


cumprirem suas metas ambientais. O primeiro prevê parcerias entre países na
criação de projetos ambientalmente responsáveis. O segundo dá direito aos países
desenvolvidos de comprarem "créditos" diretamente das nações que poluem pouco.
Por fim, também foi criado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL),
conhecido como o mercado de créditos de carbono. O MDL é uma flexibilização
dentro do protocolo que prevê as reduções das emissões de gases de efeito estufa
de forma certificada. O Protocolo permitiu que os países tenham algumas
alternativas para atingir as metas de redução de emissões, podendo então ser feitas
por meio de negociações. O Crédito de Carbono, ou a Redução Certificada de
Emissões, é adquirido por países que alcançam metas de redução, obtendo então o
direito de comercializá-los com os demais países que ainda não cumpriram suas
metas. O Crédito de Carbono é gerado a cada tonelada de carbono não liberado à
atmosfera. Países que ultrapassem as emissões e não alcancem as metas podem
estabelecer projetos que proporcionem benefícios reais e a longo prazo a respeito
da redução das emissões em países em desenvolvimento. Assim, esses países,
apesar de não terem atingido suas metas, acabam conseguindo reduzir a emissão
de gases auxiliando os demais países. Essa redução então é convertida em Créditos
de Carbono.

O Protocolo também propõe algumas ações, especialmente aos países


desenvolvidos, a fim de que os objetivos sejam alcançados. São elas: Aumento da
eficiência energética em setores relevantes da economia; Proteção e aumento de
sumidouros e reservatórios de gases de efeito estufa sobre o meio ambiente, como
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as florestas; Promoção de práticas sustentáveis de manejo florestal, florestamento e


reflorestamento; Promoção de formas sustentáveis de agricultura; Pesquisa,
promoção, desenvolvimento e aumento do uso de formas novas e renováveis de
energia; Promoção e pesquisa de tecnologias de sequestro de dióxido de carbono;
Promoção e pesquisa de tecnologias ambientalmente seguras, que sejam
avançadas e inovadoras; Redução gradual ou eliminação de incentivos fiscais,
isenções tributárias e tarifárias, e é também de subsídios para todos os setores
emissores de gases de efeito estufa que sejam contrários ao objetivo do protocolo;
Convenção e aplicação de instrumentos de mercado que reduzam as emissões de
gases poluentes; Estímulo a reformas adequadas em setores relevantes,
objetivando promover políticas e medidas que limitem ou reduzam emissões de
gases de efeito estufa; Limitação e/ou redução de emissões de metano por meio de
sua recuperação e utilização no tratamento de resíduos, bem como na produção, no
transporte e na distribuição de energia e cooperação, compartilhamento de
informações sobre novas tecnologias adotadas.

3.5. 3.2 - Projeto Viroma Global.


Com o objetivo de identificar e caracterizar os vírus com potencial de
risco, gerando conhecimento que possibilite prever as próximas epidemias e mitigar
seus danos, foi lançado em 2018 o Projeto Viroma Global (PVG), uma iniciativa
internacional que propõe uma estratégia absolutamente diversa da que tem sido
adotada ao combate dos riscos virais. O projeto se baseia na estimativa de que há
aproximadamente 1,6 milhão de vírus desconhecidos no mundo, entre eles, de 600
a 800 mil deles podem infectar o homem. Os cientistas do PVG querem saber quem
são eles e qual caminho podem seguir. Para isso, pretendem caracterizar
os patógenos emergentes, identificar práticas e comportamentos que levam a
propagação e ampliação da doença e propor conjunto de medidas para caso de
emergências.

A proposta está sustentada em evidências robustas coletadas pelo


Predict – um projeto piloto, conduzido pela Agência dos Estados Unidos para
Desenvolvimento Internacional (USAIDS) com foco no fortalecimento de
competências e estruturas laboratoriais para detectar e prever pandemias a partir de
vírus que são transmitidos da relação entre animais e humanos. Para alcançar seu
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objetivo, o PVG pretende ampliar e fortalecer laboratórios de virologia existentes e


criar uma base de dados de larga escala em ecologia e genética de vírus de alto
risco propondo transformar a ciência básica em virologia em uma área de
conhecimento baseada em big data.

O Brasil faz parte dessa iniciativa. O coordenador do Centro de


Desenvolvimento de Tecnologias em Saúde (CDTS/Fiocruz), Carlos Morel, é coautor
do artigo da Science e participa da governança do projeto ao lado do diretor da
Unidade de Desenvolvimento e Segurança da Saúde Global da Agência Americana
para Ajuda Internacional, Dennis Carroll.

O Brasil é um hotspot para pesquisas e coleta de amostras dada a alta


probabilidade de extrapolação dos vírus de seus reservatórios para o ser humano.
Além disso, o país tem cientistas com importantes contribuições para a
compreensão e prevenção de doenças emergentes virais, como o especialista em
virologia do CDTS Thiago Moreno, que a partir do sequenciamento e análise do
comportamento do vírus da zika identificou a trajetória da epidemia e testa
medicamentos já aprovados para tratar a doença e evitar que a transmissão do vírus
para o feto. O Brasil tem biodiversidade, liderança, ciência e experiência em alianças
internacionais.

4. 4 - DIVERSAS PANDEMIAS JÁ ASSOLARAM O MUNDO, PORÉM EXISTEM


MANEIRAS DE CONTER OU ATÉ MESMO EVITAR O SURGIMENTO DE
NOVAS CATÁSTROFES COMO A QUE VIVEMOS COM O NOVO CORONA
VÍRUS.

Tendo em vista a relação do meio ambiente como algumas doenças, é


notório que o surgimento de diversas zoonoses vem da ação e invasão do ser
humano nessas áreas, as atividades nos quais se dão principalmente através do
desmatamento e caça, assim como na pecuária intensiva e pelo aumento de zonas
agrícolas, deve-se manter uma fiscalização no comércio de carne de caça para
evitar o transbordamento (Spillover) de vírus ou micróbios do hospedeiro inicial
(caça) para o ser humano, porque o funcionamento dos mercados de animais
selvagens e os comércios, sejam eles legais e ilegais, de animais selvagens
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aumentam de uma forma absurda um contato entre os caçadores, comerciantes,


consumidores e todos os envolvidos neste comércio diretamente com os animais
selvagens vivos e mortos. A supervisão de exames de saúde na importação e
depósitos que armazenam animais antes e depois da importação, retardaria as
propagações de doenças, pois o vírus ou micróbio seriam localizados com
antecedência, impedindo a migração para outros hospedeiros.

A pecuária é um reservatório e elo crítico em doenças emergentes. Muitos


surtos relacionados à pecuária atingiram o auge da emergência de uma pandemia,
como o corona vírus da síndrome da diarreia aguda suína, A ideia de um plano de
controle de antecipação de doenças é um dos projetos mais aceitos atualmente, no
quais a ciência buscar conhecer a doença com mais antecedência, usando gados,
para assim os riscos das mesmas e evitar sua propagação entre os seres humanos.

A prevenção e localização desses patogênicos, ajudaria a evitar o


transbordamento para os seres humanos, pois conseguiríamos estudar o que o
mesmo é capaz de fazer e como se comporta, assim podendo prevenir o contato
direto com humanos e adiantando o desenvolvimento de medicamento e vacinas
para o combate conta o futuro, caso o micróbio venha a causar problemas a saúde.

E, para além destas ações citadas, assim como a prevenção, o frear do


desmatamento, são as chaves na prevenção de novas epidemias ou pandemia. O
desmatamento, mas especificamente, as bordas das florestas tropicais são uma
importante plataforma de lançamento para novos vírus humanos. As bordas surgem
à medida que os humanos constroem estradas ou desmatam florestas para a
produção de madeira e agricultura. Não seria muito possível a fiscalização dessas
áreas, pois são áreas de longas distancias, projetos de engenheiros florestas nas
quais diminuíssem o contato direto do humano e natureza nas bordas poderiam ser
uma das soluções para evitar possível contaminações, ajudando no problema do
desmatamento e invasão do homem diretamente no meio ambiente.
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5. 1 - COMO FUTURO(A) BIOMÉDICO(A) DÊ SUA OPINIÃO SOBRE AS


PROPRIEDADES QUE UM GOVERNO DEVE TER EM VISTA A
MANUTENÇÃO DE SAÚDE PÚBLICA COM VISTA A EVITAR NOVAS
PANDEMIAS.

Investir em abordagens interdisciplinares, como a “One Health” (esforço


colaborativo de várias disciplinas que trabalham localmente, nacionalmente e
globalmente, para alcançar a saúde ideal para pessoas, animais e nosso ambiente),
também funcionando como programa de educação comunitária para aumentar a
conscientização sobre o risco zoonóticos e reduzir o contato com a vida selvagem

Incentivar e proporcionar um investimento a pesquisas científicas,


principalmente sobre doenças zoonóticas. Como já citado, o estudo para a
prevenção e controle antecipado é algo extremamente fundamental para se evitar
novas pandemia, pois com ele é possível detectar e estudar patogênicos que
apresentam risco para humanidade antes de se tornarem uma ameaça real, como o
Covid-19, acrescentar um aumento da biossegurança nas fazendas de gado, assim
reduzindo o contato entre animais selvagens, animais e humanos, incentivar e
promover a lavagem das mãos e a utilização de equipamento de proteção individual
(EPI) quando forem submetidos a contato próximo com os animais
selvagens. Seguindo esses requisitos básicos, proporcionaria a diminuição da
capacidade da vida selvagem de transmitir vírus nas interfaces, assim também como
uma localização e controle de cavernas de morcegos nos quais apresentam perigo
para os humanos por seres portadores de diferentes tipos de micróbios.

Leis para inibir o comércio nacional e internacional de espécies


reservatórios de doenças de alto risco, são medidas necessárias e de precaução
para prevenir doenças zoonóticas. Os regulamentos devem manter os primatas,
morcegos, pangolins, civetas e roedores fora dos mercados. Lembrando que o
mesmo não afetaria de começo os povos indígenas, por exemplo, pois os mesmos
necessitam de alimentação de caça para suprir os valores nutricionais, sendo assim,
onde necessário, eles devem incluir educação e conscientização sobre manejo de
animais, saneamento e transmissão de doenças, bem como manejo sustentável da
vida selvagem e apoio para desenvolver alimentos alternativos no nível da aldeia. A
caça legal e a comercialização de animais selvagens que atendam aos requisitos
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nutricionais básicos de forma sustentável devem ser regulamentados para reduzir o


risco de pandemias emergentes. Com o passar do tempo, medidas culturalmente
sensíveis podem garantir o acesso dos povos indígenas a dietas saudáveis e reduzir
os riscos de pandemia

As doenças zoonóticas estão crescendo em todo o mundo, o


fortalecimento da capacidade dos atores do setor de saúde e acrescentando
também um foco no investimento ciência e tecnologia, realizando pesquisas de
microrganismo com potencial endêmico, assim como o desenvolvimento de vacinas
e medicamentos, investimento em pesquisar de doenças negligenciadas em todos
os países, gerando benefícios, principalmente para países mais pobres, essas
doenças normalmente são geradas em zonas tropicais de países subdesenvolvidos
e em desenvolvimento, sendo assim não consideradas endêmicas em populações
de baixa renda, apresentando também baixo investimento em pesquisas, produção
de medicamento e seu controle, essa enfermidades incapacitam ou matam milhões
de pessoas e representam uma necessidade médica importante que permanece não
atendida Os atrasos na identificação de tais patogênicos diminuíram com o tempo,
no entanto, geograficamente isso é bem relativo. Em países de baixa renda, grandes
surtos com mortalidade grande geralmente não são diagnosticados, principalmente
quando os sintomas se assemelham aos de outras doenças conhecidas. Essa seria
a importância de investir nesse setor, pois além de possibilidade tratamento para
povos mais carentes, evitaria contagio ou surgimento de patogênicos que pudesse
causar um risco global. Os países africanos, alguns dos quais já lidaram de forma
bem sucedida com outros surtos zoonóticos fatais, podem aproveitar suas
experiências para combater futuros surtos por meio de abordagens que incorporem
saúde humana, animal e ambiental.

A falta de saneamento básico, embora não existe nada que comprove que
doenças como a COVID-19 se transmita pela água, o saneamento é extremamente
importante para evitar a proliferação de outras doenças ou infecções, afetando
principalmente lugares mais pobres, lembrando que, dependendo do local, alguns
alimentos passam por locais com baixo saneamento, podendo assim serem
contaminados com algum micróbio de qualquer natureza, sendo levado através da
comida até um hospedeiro, muita das vezes humanos ou animais próximos a
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humanos estimação ou de rua). Além disso, temos muitas comunidades que não
dispõem de uma rede de esgoto, então muitas vezes são usadas aquelas fossas
cuja água acaba vazando para a rua e expondo a comunidade a condições precárias
de saúde. Com isso, a população fica fragilizada e, obviamente, uma pessoa com a
saúde já prejudicada se torna uma vítima ainda mais fácil do corona vírus nessa
situação”.

Melhorar a biossegurança, identificando os principais transmissores das


doenças nos rebanhos, incentivando medidas comprovadas de manejo e controle de
doenças zoonóticas e fortalecer o monitoramento e a regulamentação de práticas
associadas às doenças zoonóticas, inclusive de sistemas alimentares, assim como
já citado, exames nos animais e comida proveniente da caça, incluindo também
todos ligados ao comercio.

A política de conservação deve ser tomada como política de saúde


pública. É preciso que os países estabeleçam objetivos e metas de preservação
ambiental com missão de reduzir e controlar desmatamentos, queimadas, que
causam também mudanças climáticas, pois se continuar no ritmo atual ou aumentar,
irá prejudicar o futuro da humanidade de forma catastrófica, esse desmatamento
atua de forma negativa no equilíbrio natural do local, causando deslocamento
geográfico dos patógenos, de acordo com um artigo publicado na revista Science “a
ligação entre o desmatamento e a emergência de vírus sugere que um grande
esforço para manter a cobertura florestal intacta teria um grande retorno sobre o
investimento, mesmo que seu único benefício fosse reduzir os eventos de
emergência de vírus “
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6. BIBLIOGRAFIA

CENAMO, M. C. (fevereiro de 2004). O protocolo de Quioto e Mercado de Carbono. CEPEA - Centro de


Estudos Avançados em Economia Aplicada. Fonte: www.cetesb.sp.gov.br:
https://cetesb.sp.gov.br/proclima/wp-content/uploads/sites/36/2014/05/cenamo_mc.pdf

Com ciência revista eletrônica de jornalismo cientifico . (3 de julho de 2020). Fonte:


www.comciencia.br: https://www.comciencia.br/isolamento-social-muda-a-dinamica-do-
meio-ambiente-durante-a-pandemia/

FIOCRUZ. (23 de abril de 2020). Assesoria de comunicação do ICICT. Fonte: www.icict.fiocruz.br:


https://www.icict.fiocruz.br/content/covid-19-e-fatores-de-risco-conhe%C3%A7a-fontes-de-
informa%C3%A7%C3%A3o-sobre-doen%C3%A7as-cr%C3%B4nicas-e-sa%C3%BAde-dos.

FIOCRUZ. (s.d.). CDTS - Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde. Advogada é convidada


para Global Virome Project. Fonte: www.cdts.fiocruz.br:
https://www.cdts.fiocruz.br/noticias/advogada-do-cdts-e-convidada-para-global-virome-
project

FORATO, F. (31 de março de 2021). Coronavírus: qual a diferença entre COVID-19, SARS E MERS?
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