SINOPSE DO CASE: Marcadores tumorais ¹

Bianca de Fátima Câmara do Nascimento²

Luis Felipe Lima Lobato³

1 DESCRIÇÃO DO CASO

Uma jovem de 14 anos procurou o hospital de urgência de Coimbra após apresentar

quadros de astenia, náuseas e vômitos, tendo os sintomas agravados há uma semana. Não há
registros de qualquer histórico familiar relevante. Acerca dos seus antecedentes ginecológicos,
destaca-se apenas uma menarca aos 12 anos, com relatos de irregulação nos ciclos

A paciente não apresenta febre, está normotensa e consciente. Não foi identificado
qualquer alteração na ausculta cardiopulmonar, bem como o abdômen que após avaliação também
não apresentou sinais dignos de registro. Entretanto, foi possível identificar uma nódulo elástico,
com cerca de 10 cm de diâmetro que está ocupando toda a fossa íliaca esquerda e hipogástrico.
Não foi possível realizar o exame ginecológico por se tratar de uma jovem que não apresentava
ruptura himenal. Em seguida foi feito o toque retal e então cofirmou-se a presença nodular
supracitada.

Após a realização de exames como hemograma, teste de gravidez e testes bioquímcos,

constatou-se uma alteração nos níveis de cálcio de 16, 5 mg/dL. O útero não apresentou qualquer
alteração relevante e o ovário contralateral não foi identificado. Houve alteração na ecografia
abdominal, com uma massa hetrogênea com 11x10x7 cm na escavação pélvica. Sugerindo então
a presença de um cisto anexial hemorrágico com quadros de evolução.

2 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CASO

2.1 Descrições das decisões possíveis

Os marcadores tumorais consistem na presença de macromoléculas que fazem parte da sua

_______________________________________
¹ Case apresentado à disciplina de processos e diagnósticos de doenças metabólicas, da
Unidade de Ensino Superior Dom Bosco-UNDB
² Aluna do quinto período, do curso de farmácia, da UNDB
³ Professor, mestre, orientador.
composição, bem como líquidos biológicos, como o sangue e o soro por exemplo. Os marcadores
tumorais estão diretamente ligados a células neoplásicas, podendo ser enzimas, proteínas,
hormônios e antígenos presentes na superfície. Estas substâncias podem ser produzidas em resposta
à presença do tumor ou diretamente por ele. Além de auxiliar no disgnóstico de câncer, esses
marcadores também podem contribuir com a avaliação terapêutica e até mesmo com a descoberta
de novas madalidades de tratamentos oncológicos.
Após a verifação dos sintomas apresentados pela paciente, o marcador CA 125 poderia
auxiliar no possível diagnóstico de câncer de ovário. Esta enzima é produzida pelo próprio câncer
e utiliza a quimioluminescência para identificação. Utiliza-se o soro sanguíneo de uma amostra,
onde os resultados devem estar abaixo de 35 U/ mL. Se houver alguma alteração, pode estar
associado ao câncer de ovário, bem como o câncer de colo de útero, mama, cólon, fígado pâncreas
e pulmão, que também podem ser evidenciados através deste marcador. Há também o CA 15.3.
Esta glicoproteína pode complementar um resultado fidedigno por apresentar valores alterados de
acordo com o estadiamento clínico do paciente. É utilizada para diagnóstico precoce de recidiva,
mas apresentou elevação também em casos de câncer de ovário. Por fim, um outro marcador que
também poderia ser utilizado é o CA 72.4. Este possui grande especificidade para diagnóstico,
monitorização e prognóstico de pacientes com câncer de ovário e testículo.
É importante frisar que estes marcadores atuam como ferramentas complementares no
diagnóstico. É necessário que haja outros métodos a serem acoplados para um melhor resultado e
terapêutica. Ainda não há marcadores com tantas características como sensibilidade, para
expressar a fase inicial de uma doença e especificidade, para marcar apenas uma neoplasia em
questão. É de competência do farmacêutico, junto aos outros profissionais, dosar os níveis séricos
destes marcadores para que tragam a eficácia esperada tanto a nível laboratorial, como terapêutico.

2.2 Argumentos capazes de fundamentar cada decisão

De acordo com Pontes e Soares (2021)

[...] os marcadores tumorais são fragmentos de proteínas ou proteínas grandes

(macromoléculas) que fazem parte da composição tumoral , é encontrada em líquidos
biológicos como sangue e soro. Os marcadores abrangem enzimas proteínas
citoplasmáticas, hormônios e antígenos de superfície de células. Estão diretamente ligados
a proliferação e desenvolvimento de células neoplásicas, assim auxiliando no diagnóstico,
pois são fabricadas tanto pelo organismo, quanto pelas células tumorais.

O câncer de ovário produz uma enzima chamada CA 125. Este exame é rellizado através
de uma amostra sanguínea. Os seus níveis são considerados controlados quando estão abaixo de
 35 U/ mL, se houver alguma alteração, pode-se considerar que há relação com o câncer de ovário.
Há que se mencionar na relação destes níveis ekevados com ooutras neoplasias, como câncer de
mama, cólon, fígado, entre outras. (NAZARET et., 2021)

O antígeno CA 15.3 é glicoproteína proteína produzida pelas células epiteliais glandulares,

marcador tumoral por excelência de câncer de mama, porém apresenta níveis alterados também em
neoplasias como o câncer de ovário. (ALMEIDA et al., 2007)

De acordo com ALMEIDA et al., (2007)

[...] O CA 72.4, também conhecido por TAG-72, Este marcador tumoral é utilizado no
controle deremissão e recidiva de carcinomas de trato gastrintestinal(gástrico, cólon,
pâncreas e trato biliar), utilizada também para para diagnóstico, monitorização e
prognósticode pacientes com tumores de células germinativas (testículo e ovário).

Ainda não há marcadores capazes de atuar sozinhos. É necessário a compreensão de que

estes são apenas exames complementares. Não há nenhuma evidência até o momento de que é
possível diagnosticar o câncer apenas com estes marcadores, pois eles apresentam falhas na
sensibilidade e especificidade. (DE JESUS; OLIVEIRA, 2020)

2.3 Descrição dos critérios e valores

2.3.1 - O estudo levou em consideração a importância da inovação em métodos capazes de

entregar segurança durante a descoberta e tratamento de doenças neoplásicas, como o câncer de
ovário.
2.3.2 – P esquisar sobre os marcadores tumorais e a sua função nos laboratórios clínicos.
2.3.3 – compreender a importância do farmacêutico frente ao processo de dosagem dos
marcadores tumorais.
 REFERÊNCIAS

ALMEIDA, J. R. C. et al. Marcadores Tumorais: Revisão de Literatura. Revista Brasileira de

Cancerologia, [S. l.], v. 53, n. 3, p. 305–316, 2007. DOI: 10.32635/2176-
9745.RBC.2007v53n3.1798. Disponível em:
https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/1798. Acesso em: 26 mar. 2023.

DE JESUS, Joyce de Cassia Rosa; OLIVEIRA, Carlos Jorge Rocha. Marcadores moleculares
tumorais. Revista Brasileira de Ciências Biomédicas, v. 1, n. 1, p. 43- 43,2020. Disponível
em:https://rbcbm.com.br/journal/index.php/rbcbm/article/view/8. Acesso em 22 mar 2023

NAZARETH et al. Uma evolução biotecnológica no diagnóstico precoce do câncer. Brazilian

journal of surgery and clinical Research. (BJSCR) , 2021; 34 (1) , 61-68.

PONTES N. S; SOARES C. P. Marcadores tumorais específicos para câncer de ovário CA 125:

revisão integrativa. Revista Eletrônica Acervo Científico, v. 29, p. e7465, 7 jul. 2021.