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Bruna Ract dos Santos

Daniela Martins Ramos

Milena Carbonera Silva

Prof. Diana Russo

ESTUDO DE CASO SOBRE CÂNCER DE OVÁRIO

Estudo de Caso desenvolvido durante a

disciplina de Enfermagem em Geriatria e Gerontologia

do Curso de Graduação da Faculdade israelita de

Ciências da Saúde Albert Einstein.

2022
HISTÓRIA DO PACIENTE

M.F.R., 73 anos, sexo feminino, viúva, negra, nacionalidade brasileira, nascida na Bahia – Ilhéus, atualmente reside em São
Paulo (SP) com um de seus 4 filhos. Possui como diagnóstico oncológico, carcinoma seroso de alto grau metastático para
fígado e linfonodo axilar - primário ovário/peritônio/ fígado. Antecedentes familiares não identificados.

Admitida no Hospital Vila Santa Catarina em 23/09/2022 as 17:29, paciente com diagnóstico de Câncer de ovário em
acompanhamento com a oncologia. Passou em consulta sendo indicada internação hospitalar, devido dor abdominal de forte
intensidade. No momento da admissão refere quadro álgico controlado e fraqueza no membro inferior esquerdo.

Sinais vitais na admissão

PAS: 100mmHg | PAD: 80mmHg | FC: 88 | FR: 18 rpm | T°: 35 | SpO2: 92% (low)

Medicações domiciliares: Hidroclorotiazida; Citoneurin; Diamicron; Gabapentina; Glifage;

Morfina; Rivaroxaba; Ácido Fólico


Exame físico na admissão: Regular estado geral, corada, desidratada 1+/++++, abdome globoso com massa palpável e
indolor no momento, edema bilateral +/++++, Glasgow 15, força grau 4 em MID, sem alterações intestinais ou urinárias,
Holmans/Bancroft/bandeira normal.

Tipo de cuidado: paliativo exclusivo (não candidato a medidas invasivas: IOT: não; DVA: não; RCP: não; HD: não; UTI: SIM
(trial)

ANTECEDENTES MÓRBIDOS

1. Hipertensão
2. Diabetes Melitus
3. Hérnia de disco
4. Alérgica a contraste iodado e diclofenaco
5. Cirurgias prévias: cesárea
6. Nega tabagismo e etilismo.

EXAME FÍSICO

Evolução de Enfermagem (10/10/2022)

Internação por HD: Manejo da dor

Antecedentes: HAS, DM, hérnia de disco, câncer de ovário/ peritônio / fígado


Alergias: Alérgica a contraste iodado e diclofenaco

Paciente em 17° DIH, encontrava-se desacompanhada, sonolenta, calma e desorientada, acamada no leito em
decúbito dorsal semi-elevado, com grades elevadas e com uso de cateter nasal para oxigênio a 2L/min. Sem queixas
álgicas no momento.

Ao exame físico:

Sistema neurológico: Consciente com períodos de confusão caracterizados pelo delirium, Glasgow 12, pupilas
isocóricas e fotorreagentes.

Cabeça e pescoço: Cabeça simétrica, sem a presença de cicatrizes/lesões, couro cabeludo limpo. Face indolor à
palpação, escleras hidratadas e coradas. Nariz sem desvio aparente, com mucosa hidratada. Pavilhão auricular
preservado. Mucosa oral hidratada, edêntula. Traqueia móvel e pulsos carotídeos presentes, ausência de
linfonodomegalia

Sistema cardiovascular: BRNF em 2T s/s. TEC < 3 segundos. Extremidades aquecidas, acianótica.

Sistema respiratório: Eupneica em uso de cateter nasal, expansibilidade torácica preservada e simétrica, MV+ sem
RA.

Sistema gastrointestinal: Abdômen globoso, RHA+ normativos, indolor a palpação superficial. Som maciço à
percussão

Eliminações: Diurese presente na fralda, relata evacuações ausentes desde o dia anterior.

MMSS: Apresenta hematomas em ambos os membros devido às tentativas de punção para exame. Pulsos radial e
braquial presentes, rítmicos e cheios.

MMII: Pulsos pedioso e poplíteo presentes. Sem sinais para TVP (Bancroft -, Homans -, Bandeira +).

Tegumentar: Pele íntegra, com MMII levemente ressecados. Sem lesões por pressão

Dispositivos: Mantém cateter nasal em 2l/min e PICC em MSD

Variação dos sinais vitais

FC: 80 – 93 bpm

FR: 17 – 20 irpm

PA: 96/50 – 120/80 mmHg

SpO2: 89% - 92%

T°: 35,4 – 36,8 ºC

Delta glicemia capilar: 79 – 90 mg/Dl

EXAMES COMPLEMENTARES

Existem muitas pesquisas para desenvolver exames de rastreamento para câncer de ovário, mas sem sucesso até o
momento. Um dos exames mais utilizados na pesquisa do câncer de ovário e o exame de sangue do marcador CA-125 que é
uma proteína no sangue. Em muitas mulheres com câncer de ovário, os níveis de CA-125 estão elevados. Esse exame pode
ser útil como um marcador tumoral para orientar o tratamento, porque um nível elevado muitas vezes diminui se o tratamento
está respondendo. Entretanto, níveis de CA-125 excedendo 65 U/ml são preditivos de malignidade em 75% das mulheres na
pós-menopausa com massas pélvicas. (1)

Levando em consideração o câncer de ovário em si e seus indicativos laboratoriais, temos a seguir os exames realizados no
período de acompanhamento da paciente (período: 03/10 a 14/10)

Dentre os exames de hematologia feitos desde o momento da internação até o dia 13/10, nota-se grande mudança em
relação à anemia da paciente devido ao estágio do câncer, visto que os valores de hemácias, hemoglobinas,
hematócritos e vcm se mostram abaixo do valor de referência. O valor do HCM também se mostra alterado devido

também à anemia e a deficiência de ácido fólico que o câncer causa. (2)


A partir do dia 12/10 houve um aumento do RDW, este índice descreve a porcentagem de variação de tamanho entre
as hemácias de uma amostra de sangue, e das Plaquetas que são alterados pelo câncer e justificado também pela
anemia.
Realizada ultrassonografia de abdome total, onde foi concluído, sinais leves de esteatose hepática, dilatação piélica e
calicinal do rim direito e moderada dilatação piélica e calicinal do rim esquerdo. Moderada quantidade de líquido livre
anecoico no interior da cavidade abdominal e uma volumosa lesão expansiva localizada em seu interior. Moderado
derrame pleural anecoico à direita.
HISTÓRICO ONCOLÓGICO
- TC 18/02/21: massa lobulada em região a direita do mesogastro + 3 nódulos hepáticos suspeitos
- 11/08/21 - TC tórax (HMVSC): Pequenos nódulos pulmonares não calcificados esparsos, indeterminados. Pequena
opacidade retrátil com nódulo calcificado de permeio no segmento superior do lobo inferior direito, não se observam
linfonodomegalias mediastinais. Linfonodomegalia axilar esquerda suspeita para acometimento neoplásico. Hemangioma
ósseo no corpo vertebral de T11.
- 11/08/21 - TC abdome: Massa hipovascularizada no lobo hepático esquerdo, apresentando extensão para o hilo hepático,
outros dois localizados no segmento hepático. Mínima quantidade de líquido livre na cavidade abdominal. Massa
vascularizada, heterogênea e de contornos irregulares, localizada na região anterior do mesogástrio, em amplo contato com a
parede abdominal anterior e alças intestinais, de aspecto neoplásico primário.
- 22/09/21 Bx massa abdominal: O PERFIL IMUNO-HISTOQUÍMICO EM CONJUNTO COM OS ACHADOS
MORFOLÓGICOS É DE CARCINOMA SEROSO DE ALTO GRAU COM POSSIBILIDADES DE ORIGEM NA TUBA
UTERINA, OVÁRIO E/OU PERITÔNIO.
- 27/12/21 Tc de torax: C/W 12/08/2021, observa-se aumento milimétrico da linfonodopatia axilar à esquerda.
- 12/1/22 - Biópsia LFN axilar D: CARCINOMA INVASIVO. Neoplasia invasiva de alto grau com padrões sólido e com
esboços glandulares. IHQ: CONJUNTO DE ACHADOS MORFOLÓGICOS E IMUNO-HISTOQUÍMICOS CONSISTENTE
COM CARCINOMA SEROSO DE ALTO GRAU METASTÁTICO.
- Carboplatina AUC 5 + Paclitaxel 175mg - C1 20/10/21; C2 22/11/21; C3 23/12/21; C4 13/1/22; C5 03/02/22; C6 não
realizado pois após C5 em 03/02 paciente evoluiu com neuropatia limitante e dolorosa, Tcs de estadiamento evidenciando
doença estável/ resposta parcial.
- Caso discutido em tumor board do dia 08.04.22 - Não visto papel para cirurgia neste contexto tendo em vista que seria
cirurgia de grande porte e com risco de estomias para a paciente que já deixou claro não querer isto para sua condição.
CÂNCER DE OVÁRIO

1. DEFINIÇÃO

O câncer de ovário é que se caracteriza pelo desenvolvimento de um tecido doente nos ovários. As mulheres têm dois
ovários, um de cada lado do útero, sendo suas funções a produção de óvulos e dos hormônios sexuais femininos
estrógeno e progesterona. Este tipo de câncer pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas acomete principalmente
mulheres acima de 50 anos (3)

Estadiamento do câncer é o processo utilizado pelos médicos para determinar e descrever onde o câncer está
localizado, se ele se espalhou e o quanto, e se está afetando o funcionamento de outros órgãos. O câncer de ovário é
dividido em quatro estágios e cada um deles possui subdivisões. (4)

No caso da paciente M.F.S., seu câncer se encontra em estágio 4b do câncer de ovário, este é o estágio mais
avançado, significa que o tumor se disseminou para órgãos distantes do ovário.

Estágio 4a – Presença de células cancerígenas no líquido pleural (da cavidade que envolve os pulmões).

Estágio 4b – Câncer espalhou-se para o interior do fígado ou do baço, para outros gânglios linfáticos e para órgãos ou
tecidos como pulmões, cérebro e pele.

2. EPIDEMIOLOGIA

Entre todos os tipos de cânceres em mulheres, o câncer de ovário é o que tem a taxa de sobrevivência mais baixa.
Sendo diagnosticado anualmente em quase 250.000 mulheres em todo o mundo, o câncer de ovário é responsável por
140.000 óbitos por ano. Os dados estatísticos indicam que apenas 45% das mulheres com câncer de ovário têm
probabilidades de sobreviver por cinco anos, em comparação com 89% das mulheres com câncer de mama. Nos
países desenvolvidos, o CO é tão frequente quanto o câncer do corpo do útero (35%) e o câncer invasivo do colo do
útero (27%). No Brasil, tem incidência estimada de 5,95 casos para cada 100.000 mulheres; atingindo 8,9 casos para
cada 100.000 mulheres nas capitais estaduais. A elevada mortalidade decorre, em parte, da detecção tardia da
doença, uma vez que os estágios precoces são muitas vezes assintomáticos, ou apresentam manifestações
inespecíficas.

3. FISIOPATOLOGIA

O câncer de ovário não tem causa completamente esclarecida. Sabe-se que se inicia a partir de mutações genéticas que
alteram as características das células, tornando-as alteradas em sua capacidade de multiplicarem-se rapidamente,
invadirem os tecidos vizinhos, obterem irrigação dos vasos sanguíneos vizinhos e de disseminar-se formando aglomerados
celulares denominados tumores no local onde se iniciou ou formando tumores distantes do inicial chamados de
metástases. (5)

Os cânceres de ovário são histologicamente diversificados, tipos:


 Tumores epiteliais, que começam na fina camada de tecido que cobre o lado de fora dos ovários. Cerca de 90% dos
casos são tumores epiteliais
 Tumores do estroma, que começam no tecido ovariano que contém células produtoras de hormônios. Estes tumores
são geralmente diagnosticados em um estágio mais inicial do que outros tumores ovarianos. Cerca de 7% dos tumores
ovarianos são do tipo estromal
 Tumores de células germinativas, que começam nas células produtoras de óvulos. Esse tipo é raro, e tende a ocorrer
em mulheres mais jovens.

O carcinoma epitelial ovariano pode ser dividido em cinco subtipos:

1. Seroso de alto grau


2. Seroso de baixo grau
3. Endometrioide
4. Células claras
5. Mucinoso

Câncer de ovário se dissemina por:

 Extensão direta
 Esfoliação das células na cavidade peritoneal (semeadura peritoneal)
 Disseminação linfática para a pelve e em torno da aorta
 Menos frequentemente, por via hematológica ao fígado ou pulmões

No caso da paciente M.F.S., ela possui como diagnóstico oncológico, carcinoma seroso de alto grau (é o subtipo mais
comum de câncer >70%) metastático para fígado e linfonodo axilar - primário ovário/peritônio/.
4. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS – QUADRO CLÍNICO

O câncer de ovário tem um diagnóstico precoce dificultado devido ao fato de que as suas manifestações clínicas se tornam
aparentes nos estágios mais avançados da doença, quando já ocorreu disseminação da doença pela pelve ou abdômen
superior ou mesmo para outros órgãos. (5)

Raramente a doença causará sintomas em seu estágio inicial. No entanto, em alguns casos, eles podem aparecer. Veja:

 Aumento do volume do abdômen


 Dor abdominal ou na pelve
 Dificuldade para comer ou rápida sensação de plenitude
 Distúrbios urinários, tais como a necessidade urgente de urinar ou urinar mais frequentemente do que o habitual.
 Fadiga
 Indigestão
 Dor nas costas
 Dor durante o sexo
 Prisão de ventre
 Alterações do ciclo menstrual.
 Inchaço abdominal com perca de peso

A paciente M.F.S., relatou “massa” em exames de rastreamento por dores em corpo inteiro (sic) há 1 ano. Relatou perda de
10kg no período, aumento do volume do abdômen e apresentou distúrbios urinários frequentes, foi admitida a princípio na
internação por forte quadro álgico abdominal.
5. DIAGNÓSTICO MÉDICO

Cerca de 20% dos cânceres de ovário são diagnosticados em estágio inicial. Quando o câncer é diagnosticado
precocemente, em torno de 94% das pacientes vivem mais de cinco anos após o diagnóstico.

Alguns sinais e sintomas podem sugerir que a mulher tenha câncer de ovário, mas é necessário a realização de exames para
confirmação do diagnóstico.

Histórico clínico e exame físico: Durante a consulta, o médico realiza perguntas sobre histórico clínico e familiar, possíveis
fatores de risco e sintomas para avaliar se algo relatado sugere o câncer em questão. O exame físico fornece informações
sobre a saúde geral, possíveis sinais e problemas de saúde.

Exame pélvico: Exame de toque na vagina, e simultaneamente, realiza-se pressão no abdome para sentir se existem caroços
ou inchaços nos ovários ou útero. O médico apalpa os ovários e útero para determinar tamanho, forma e consistência. Em
alguns casos, examina-se a vagina com um espéculo para verificação do colo do útero.

Exames de Rastreamento: Os dois exames mais utilizados na pesquisa do câncer de ovário são a ultrassonografia e o exame
de sangue do marcador CA-125

1. Exame de sangue: Utilizado como um marcador tumoral, é útil para orientar o tratamento, porque normalmente há
diminuição de valores, se o tratamento estiver sendo efetivo. Níveis muito elevados da proteína CA-125 no sangue,
podem indicar presença de câncer de ovário. As concentrações de CA-125 devem estar iguais ou abaixo de 35 U/ml.
2. Ultrassonografia Pélvica: Pode ser realizada por duas diferentes técnicas, para diagnóstico ou acompanhamento de
tratamentos: suprapúbica (pelo abdome) u transvaginal (pela vagina).
2.1 Suprapúbica: Com a paciente deitada em maca, um gel condutor é colocado entre a pele o transdutor posicionado
sobre a região. O transdutor é pressionado contra a pele e movido pela área a ser estudada. Os pacientes são
orientados a ingerir entre quatro e seis copos de água uma hora antes do exame, para facilitação da obtenção de
imagens.
2.2 Transvaginal: Com a mulher em posição ginecológica, o transdutor é inserido pela vagina, coberto pelo gel
condutor e por proteção de látex ou plástico lubrificado. É girado e inclinado suavemente, provocando leve
pressão ao ser movido.

O exame realizado pela paciente M.R.S., foi o de rastreamento há 1 ano atrás, com ultrassonografia e o exame de sangue do
marcador CA-125, onde foi encontrada uma massa lobulada em região a direita do mesogastro + 3 nódulos hepáticos
suspeitos.

6. TRATAMENTO – TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA E NÃO MEDICAMENTOSA

Após diagnóstico e estadiamento da doença, é necessário orientação do paciente sobre as opções de tratamento. Deve-se
levar em consideração os benefícios de cada opção e os possíveis riscos e efeitos colaterais.

Tratamento local: Terapia local visa tratar um tumor localmente, sem afetar o resto do corpo. Os principais tipos de terapia
local utilizados são cirurgia e radioterapia.

Tratamento sistêmico: Terapia sistêmica se refere ao uso de medicamentos que podem ser administrados via oral ou
diretamente na corrente sanguínea para atingir as células cancerígenas em qualquer parte do corpo.
1. Cirurgia: Principal tratamento para a maioria dos cânceres de ovário. O procedimento dependerá de quanto à doença
possa ter se disseminado e do estado de saúde geral da paciente. Para as mulheres em idade fértil, com doença em
estágio inicial, é possível tratar a doença sem a remoção de ambos os ovários e do útero.
1.1 Cirurgia para câncer epitelial de ovário: A cirurgia do carcinoma epitelial tem dois objetivos principais, estadiamento e
diminuição do volume, retirando o máximo possível do tumor.
1.2 Cirurgia para câncer de ovário de células germinativas e estromais: O principal objetivo da cirurgia é a remoção do
tumor. A maioria dos tumores de células germinativas do ovário é tratada com histerectomia e salpingooforectomia
bilateral. Se o tumor estiver localizado em apenas um dos ovários e a paciente deseja ter filhos, apenas o ovário que
contém a doença e a trompa de Falópio do mesmo lado serão retirados.
2. Quimioterapia: Utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir células tumorais. Por ser um tratamento sistêmico,
atinge não somente as células cancerígenas, mas também as células sadias do organismo. De forma geral, é
administrada por via venosa ou oral. Em alguns casos, pode ser injetada através de um cateter na cavidade
abdominal.
3. Radioterapia: Utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um
tumor. Pode ser útil no tratamento de áreas onde a doença se disseminou, seja perto do tumor principal ou em órgãos
distantes, como cérebro ou medulo espinhal.
4. Hormonioterapia: Uso de hormônios ou bloqueadores hormonais para combate do câncer. É um tipo de terapia
sistêmica e é frequentemente utilizada no tratamento dos tumores estromais.
5. Terapia-alvo: Consiste no ataque especificamente as moléculas, que estão envolvidas no crescimento e disseminação
das células cancerígenas.
MEDICAÇÕES EM USO

Medicamento Dose Via Frequência Motivo Efeitos Cuidados de


do uso adversos enfermagem
Bisacodil 5 mg VO 1x dia Constipação Náusea, cólica, Orientar o paciente
(Dulcolax) diarreia, sobre possíveis efeitos
desidratação colaterais e orientar
protocolo de quedas.
Dexametasona 4 mg VO 1x dia, Inflamação, Orientar o paciente
(Decadron) manhã reação sobre possíveis efeitos
alérgica colaterais.
Diasip 200 VO 1x dia, Suplemento
Morango mL após jantar
EV 6/6h Inflamação Náusea, vômitos, Orientar o paciente
Dipirona 2000 dor abdominal, sobre possíveis efeitos
mg vertigem, colaterais e orientar
sonolência, protocolo de quedas.
hipotensão,
arritmia cardíaca
Fexofenadina 60 VO Dose única Alergia (pré Cefaleia, Orientar o paciente
(Allegra) mg contraste) sonolência, sobre possíveis efeitos
vertigem, colaterais e orientar
náuseas, protocolo de quedas.
cansaço, insônia,
nervosismo,
alteração do sono
ou pesadelos
Furosemida 40 EV 2x dia Retenção Diarreia, perda Orientar o paciente
(Lasix) mg de líquidos do apetite, sobre possíveis efeitos
dormência, colaterais e orientar
formigamento, protocolo de quedas.
cefaleia,
vertigem, visão
embaçada
Gabapentina 300 VO 2x dia, Convulsão Mal-estar, fadiga, Orientar o paciente
mg manhã e febre, cefaleia, sobre possíveis efeitos
tarde dor lombar e colaterais e orientar
abdominal, protocolo de quedas.
edema facial, dor,
edema
generalizado
Gabapentina 600 VO 1x dia, Convulsão Mal-estar, fadiga, Orientar o paciente
mg noite febre, cefaleia, sobre possíveis efeitos
dor lombar e colaterais e orientar
abdominal, protocolo de quedas.
edema facial, dor,
edema
generalizado
Hidroclorotiazi 25 VO 1x dia, Retenção Fraqueza Orientar o paciente
da mg manhã de líquidos excessiva, sobre possíveis efeitos
(Clorana) tontura, dor na colaterais e orientar
parte superior do protocolo de quedas.
estômago,
náuseas,
vômitos, calafrio,
sangramento ou
hematomas
Lactulose 10 ml VO 3x dia Constipação Distensão Orientar o paciente
(Duphalac) abdominal, sobre possíveis efeitos
flatulência, colaterais e orientar
desconforto, protocolo de quedas.
aumento da
sede, náusea,
vômito
Metadona 5 mg VO 12/12h Dor Constipação, Orientar o paciente
sedação, náusea, sobre possíveis efeitos
(Mytedom) cefaleia, insônia colaterais e orientar
protocolo de quedas.
Ondansetrona 8 mg EV 8/8h Náusea Calor ou rubor, Orientar o paciente
prisão de ventre, sobre possíveis efeitos
reações locais colaterais
(dor, ardência,
inchaço e
vermelhidão)
Pantoprazol 40 EV 1x dia, Protetor Cefaleia, insônia, Orientar o paciente
mg jejum gástrico boca seca, sobre possíveis efeitos
diarreia, náusea, colaterais e orientar
vômitos, inchaço protocolo de quedas.
ou dor
abdominal,
vertigem, reações
alérgicas na pele,
fraqueza
Picossulfato 40 VO 1x dia Constipação Tontura, vômitos, Orientar o paciente
de sódio gotas náuseas, sobre possíveis efeitos
(Guttalax) alergias, reações colaterais e orientar
cutâneas,
manchas, protocolo de quedas.
descamação,
coceira
Predinisona 40 VO Dose única Inflamação Retardo na Orientar o paciente
(Crispred) mg cicatrização, sobre possíveis efeitos
atrofia cutânea, colaterais
equimose,
sudorese,
dermatite,
urticária, edema
Rivaroxabana 20 VO 1x dia Coagulação Sangramento ou Orientar o paciente
(Xarelto) mg hemorragia, sobre possíveis efeitos
cansaço, palidez, colaterais e orientar
tontura, inchaço, protocolo de quedas.
cefaleia, dispneia
Simeticona 75 VO 3x dia Excesso de Urticária, coceira, Orientar o paciente
mg/ gases inchaço e sobre possíveis efeitos
ml, vermelhidão na colaterais
40 pele
gotas
Se necessário

Morfina 2 mg EV 4/4h Se dor Depressão Avaliação da escala de


(Dimorf) moderada respiratória, dor, para realização da
depressão analgesia conforme
circulatória, escala da dor.
fraqueza, Orientar paciente sobre
cefaleia, insônia, possíveis efeitos
palpitações, colaterais e protocolos
constipação, de queda
anorexia, boca
seca, retenção
urinária, prurido,
alergias locais
Metoclopramid 10 EV 8/8h Se náusea Sonolência,
a (Noprosil) mg ou vômito
Cloprozamida VO 8/8h Se agitação
(Amplicitil)
Insulina 1 UI SC 6x dia Se glicemia Hipoglicemia, Verificar glicemia
regular capilar entre tremores, capilar, orientar o
(Humulin R 140 e 190 tonturas, paciente sobre
humana fraqueza, possíveis efeitos
recombinante) mg/dL transpiração, colaterais e orientar
nervosismo protocolo de quedas.
Insulina 2 UI SC 6x dia Se glicemia Hipoglicemia, Verificar glicemia
regular capilar entre tremores, capilar, orientar o
(Humulin R 191 e 240 tonturas, paciente sobre
humana mg/ dL fraqueza, possíveis efeitos
recombinante) transpiração, colaterais e orientar
nervosismo protocolo de quedas.
Insulina 3 UI SC 6x dia Se glicemia Hipoglicemia, Verificar glicemia
regular capilar entre tremores, capilar, orientar o
(Humulin R 241 e 290 tonturas, paciente sobre
humana mg/dL fraqueza, possíveis efeitos
recombinante) transpiração, colaterais e orientar
nervosismo protocolo de quedas.
Insulina 4 UI SC 6x dia Se glicemia Hipoglicemia, Verificar glicemia
regular capilar entre tremores, capilar, orientar o
(Humulin R 291 e 340 tonturas, paciente sobre
humana mg/dL fraqueza, possíveis efeitos
recombinante) transpiração, colaterais e orientar
nervosismo protocolo de quedas.
Insulina 5 UI SC 6x dia Se glicemia Hipoglicemia, Verificar glicemia
regular capilar tremores, capilar, orientar o
(Humulin R acima de tonturas, paciente sobre
humana 341 mg/dL fraqueza, possíveis efeitos
recombinante) transpiração, colaterais e orientar
nervosismo protocolo de quedas.
Glicerol 15 g VO Se glicemia Hiperglicemia, Verificar glicemia
(Gliinstan) capilar Sede, excesso de capilar, orientar o
inferior a urina, cansaço, paciente sobre
70mg/dL fadiga, pele seca, possíveis efeitos
febre colaterais e orientar
protocolo de quedas.
Glicose 20 ml EV Se glicemia Hiperglicemia, Verificar glicemia
capilar Sede, excesso de capilar, orientar o
inferior a 70 urina, cansaço, paciente sobre
mg/dL fadiga, pele seca, possíveis efeitos
febre, alergias colaterais e orientar
locais protocolo de quedas.

CUIDADOS PALIATIVOS

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em conceito definido em 1990 e atualizado em 2002, “Cuidados Paliativos
consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do
paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por meio
de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e
espirituais” (WHO, 2002). Os cuidados paliativos devem incluir as investigações necessárias para o melhor entendimento e
manejo de complicações e sintomas estressantes tanto relacionados ao tratamento quanto à evolução da doença. Apesar da
conotação negativa ou passiva do termo, a abordagem e o tratamento paliativo devem ser eminentemente ativos,
principalmente em pacientes portadores de câncer em fase avançada, onde algumas modalidades de tratamento cirúrgico e
radioterápico são essenciais para alcance do controle de sintomas. Considerando a carga devastadora de sintomas físicos,
emocionais e psicológicos que se avolumam no paciente com doença terminal, faz-se necessária a adoção precoce de
condutas terapêuticas dinâmicas e ativas, respeitando-se os limites do próprio paciente frente a sua situação de
incurabilidade.

A filosofia dos cuidados paliativos aceita a morte como o estágio final da vida: ela afirma a vida e não acelera nem adia a
morte. Os cuidados paliativos focam na pessoa e não na doença, tratando e controlando os sintomas, para que os últimos
dias de vida sejam dignos e com qualidade, cercado de seus entes queridos. Está também focada na família para a tomada
de decisões (6)

PLANO DE ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM

DIAGNÓSTICO DEFINIÇÃO
CARACTERÍSTICAS FATORES POPULAÇÃO CONDIÇÕES
DEFINIDORAS RELACIONADOS EM RISCO ASSOCIADAS
Estado -Deambulação -Fraqueza muscular; -Idade >70; -Alteração na
dinâmico de prejudicada; -Mobilidade -Sexo feminino; - função
equilíbrio -Déficit no autocuidado prejudicada. Hospitalização cognitiva;
instável que para alimentação; prolongada.
afeta o idoso -Déficit no autocuidado
que passa por para banho;
deterioração em -Déficit no autocuidado
Síndrome do
um ou mais de para higiene íntima;
idoso frágil
um domínio de -Déficit no autocuidado
saúde (físico, para vestir-se;
funcional, -Mobilidade física
psicológico ou prejudicada.
social) e leva a
aumento da
suscetibili-
dade a efeitos
de saúde
adversos, em
particular, a
incapacida-
de.
Derrame pleural; -Desvios
Volume de Retenção -Estado mental afetando
líquidos excessiva de alterado; eliminação de
excessivo líquidos -Ganho de peso em líquidos.
um curto período de
tempo.
Transtornos de -Disfunção cognitiva. -Mobilidade física -Indivíduos com -Transtornos
consciência, prejudicada. idade >60 anos. neurocognitivos.
atenção,
cognição e
Confusão aguda
percepção
reversíveis, que
surgem em um
período de
tempo breve,
com duração
inferior a 3
meses.
Suscetibili- -Autogestão ineficaz -Indivíduos com -Diabetes
dade à variação de medicamentos; estado de saúde mellitus.
dos níveis física
Risco séricos de -Ingestão alimentar comprometido;
de glicemia glicose relação inadequada. -Indivíduos com
instável à faixa normal, história de
que pode hipoglicemia.
comprome-
ter a saúde

Vulnerabili- -Idade >65 anos;


dade ao -Alteração na função
aumento da cognitiva;
suscetibilidade -Mobilidade
Risco de
a quedas, que prejudicada;
quedas
pode causar -Neoplasia
dano físico e
comprome-
ter a saúde.

DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO EM ENFERMAGEM

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM


-Estabelecer uma relação interpessoal de confiança com o
Síndrome do idoso frágil paciente.
-Monitorar o estado físico do paciente.
-Manter um ambiente seguro.
-Monitorar ingestão e eliminação.
Volume de líquidos excessivo -Monitorar os níveis séricos de albumina e as proteínas
totais.
-Fazer a verificação dos gráficos de balanço hídrico
periodicamente para assegurar os padrões de boa prática
-Tranquilizar o paciente sobre sua segurança.
Confusão aguda
-Manter atitudes calmas e deliberadas.
-Monitorar os níveis de glicose no sangue, conforme
Risco de glicemia instável indicado.
-Determinar reconhecimento de sinais e sintomas de
hipoglicemia.
-Identificar os comportamentos e fatores que afetam o risco
de quedas.
Risco de quedas -Usar grades laterais com comprimento e altura apropriados
para previnir quedas do leito, conforme necessário.
-Afixar sinais para alertar a equipe de que o paciente

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 - http://www.oncoguia.org.br/conteudo/deteccao-precoce-do-cancer-de-ovario/1783/229/ ( The American Cancer Society
medical and editorial content team / 24 de julho de 2020 / traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia)
2 - https://hilab.com.br/blog/como-interpretar-hemograma/#:~:text=As%20hemácias%2C%20também%20conhecidas
%20como,por%20transportar%20oxigênio%20no%20organismo.&text=↓%20Uma%20baixa%20concentração%20dessas,por
%20deficiência%20nutricional%20ou%20hemólise. (Gabriele Alves em 04 outubro de 2022)
3 - https://www.minhavida.com.br/saude/temas/cancer-de-ovario (Dr. Artur Malzyner – Atualizado em 20 de abril de
2022Publicado em 24 de novembro de 2014)
4 - https://editora.pucrs.br/edipucrs/acessolivre//periodicos/acta-medica/assets/edicoes/2017-2/arquivos/pdf/18.pdf (CAMILA
CORREIA MACHADO ; CAROLINE ANDERSON BRANDÃO ; KATIANA MURIELI DA ROSA ; MARINA BIANCHI
LEMIESZEK ; FERNANDO ANSCHAU)
5- https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetrícia/neoplasias-ginecológicas/câncer-
ovariano#:~:text=Patologia%20do%20câncer%20de%20ovário&text=A%20maioria%20(90%25)%20dos,tipos%20de
%20células%20do%20ovário. (Pedro T. Ramirez , MD, The University of Texas MD Anderson Cancer Center; Gloria Salvo,
MD, MD Anderson Cancer Center- publicado em setembro de 2020)

6 - https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/acoes/
cuidados-paliativos (Instituto Nacional de Câncer – INCA / Publicado em 16/09/2022 12h00 Atualizado em 02/10/2022)

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