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GABRIELLA PACHECO – MED102 GINECOLOGIA MEDCEL 2024

CÂNCER DE OVÁRIO
Epidemiologia: Incidência baixa, tumor de diagnósIco tardio e mortalidade alta. Não é um tumor tão agressivo, mas a dificuldade diagnósIca piora o prognósIco.
Mulheres no final da menacme e pós-menopausa.

Fisiopatologia: Durante a ovulação, ocorre a ruptura ovariana. Nesse contexto, as células epiteliais ovarianas precisam apresentar um alto turn over celular para
que ocorra a cicatrização a cada mês.
Fatores de risco:
• Menarca precoce e menopausa tardia.
• Nuligestação e inferIlidade.
• História familiar e mutação BRCA-1 e 2.
• Raça branca.
• Nível socioeconômico elevado.
• Endometriose: Teoria em relação aos implantes endometrioides.
Fatores de proteção: Repouso ovariano.
• Gestação e Amamentação.
• AnIconcepcionais hormonais.

Clínica: Doença silenciosa, diagnósIco tardio.


• Aumento de volume abdominal.
• Ascite.
• Perda de peso.

DiagnósHco:
• Ultrassonografia Transvaginal: Lesões suspeitas:
o Lesão sólida
o Lesão císIca: com cápsula espessa, mulIlobulado, projeções papilares, vegetações, septos, ascite ou > 5 cm em mulheres pós menopausa.

• Ultrassonografia Transvaginal com Doppler: Se houver dúvida


o Benignidade: Se não houver vasos sanguíneos no interior.
o Malignidade: Se houver neovascularização.

• CA-125: Marcador de câncer epitelial de ovário. Em caso de dúvida.


o Especificidade é muito baixa, também altera na endometriose, na DIP, na adenomiose, etc.
Ferramenta práHca: App IOTA determina se a lesão é suspeita ou não.

Rastreamento: USG TV tem muito falso-posiIvo, e por isso, não há rastreamento para câncer de ovário.
Conduta: No tumor de ovário, não é possível a realização de biópsia, pois a agulha permite a disseminação do tumor.
• Lesão suspeita: Realiza-se uma ooforectomia com congelação.
o Ainda na cirurgia, o patologista já idenHfica o diagnósHco.
o Se congelação posiHva para tumor: Histerectomia + Anexectomia bilateral + Omentectomia + Linfadenectomia.

• Tumor disseminado na cavidade abdominal: Realiza-se uma ooforectomia com congelação para diagnósIco histopatológico
o Histerectomia com anexectomia bilateral + Cirurgia citorredutora (omentectomia e reHrada de outros síHos de metástase até deixar a
doença < 1 cm, se precisar deixar).
o Após a cirurgia, quimioterapia, eficaz com focos menores de 1 cm de doença.

• Pacientes jovens com tumor restrito ao ovário com desejo reproduHvo: Realiza-se uma salpingooforectomia unilateral.
o Completar a cirurgia após a gestação.

• Tratamento Adjuvante:
o Quimioterapia com CisplaIna.

• Cirurgia redutora de risco: Em pacientes portadores da mutação BRCA 1 e 2


o Salpingooforectomia bilateral redutora de risco, a parHr dos 35 anos. Não zera o risco, mas diminui.
GABRIELLA PACHECO – MED102 GINECOLOGIA MEDCEL 2024
Tipos histológicos:
1. Origem epitelial (celômico): 90% dos casos.
• Adenocarcinomas
o Serosos: Maioria. Células lembram o epitélio tubário.

o Mucinosos: Células lembram as glândulas endocervicais, produzem mucina.


§ Se rotura, há liberação de mucina e quadro de pseudomixoma (muco livre na
cavidade). Não altera o CA-125.

o Endometrioide: Células lembram as células endometriais. Relação com endometriose.

o Células claras: Células lembram as células endometriais na gestação. Relação com endometriose.

o Células transicionais (tumor de Brenner): Células lembram o epitélio da bexiga.

2. Tumor Hpo borderline: Tumor com baixo potencial de malignidade.


• No microscópio, não é possível dizer se é maligno ou benigno.

Conduta: Depende do desejo reproduIvo da paciente.

3. Tumores germinaHvos:
• Disgerminoma: É o mais comum dos germinaHvos. Tumor fpico em jovens, é raro.
Costuma crescer em grandes dimensões, altera o DHL. O B-HCG pode estar alterado.

• Carcinoma embrionário: B-HCG, altera alfafetoproteína e pode aumentar o DHL.

• Tumor do seio endodérmico: Altera a alfafetoproteína e pode aumentar o DHL.

4. Tumores do estroma e cordão sexual:


• Tumores das células da granulosa: Tumor maligno. Proliferação das células da granulosa aumenta a produção de estrogênio, risco de CA de endométrio.

• Tecomas (tumores das células da teca): A proliferação das células da aumenta a produção de andrógenos, clínica de hiperandrogenismo.

• Fibromas (tumores do fibroblasto): Tumor benigno. Crescimento importante.


o Síndrome de Meigs: Tumor ovariano + Ascite + Derrame pleural

5. Tumor metastáHco do ovário:


• Tumor de Krukenberg: Tumor do trato gastrointesHnal, que metastaHza para o ovário. Células em anel de sinete.

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