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GABRIELLA PACHECO – MED102 GINECOLOGIA MEDCEL 2024

ENDOMETRIOSE
Definição: Tecido endometrial fora do útero, de crescimento por estímulo estrogênico.

Localização:
• Ligamentos uterossacro: Sítio mais frequente
• Ovários: Forma um cisto no ovário e é chamado de endometrioma.
• Peritônio

Classificação da FEBRASGO:
• Peritoneal
• Ovariana
• Profunda: Penetram mais de 5 mm do tecido do foco endometrial

Etiopatogenia:
1. Menstruação retrógrada (Teoria de Sampson): É um mecanismo de refluxo do sangue menstrual. Isso significa que em vez que o sangue uterino escoar
totalmente pelo canal vaginal, parte dele reflui pelas tubas uterinas e se espalha pela cavidade pélvica.
2. Metaplasia celômica: O epitélio celomático que na vida intrauterina deu origem ao epitélio germinativo ovariano e ao endométrio permaneceriam no peritônio
pélvico, com potencial de se metaplasiarem em endométrio, surgindo assim focos de endometriose.
3. Teoria de Javert: Esta teoria propõe que uma combinação de várias teorias como da implantação, disseminação linfática/hematogênica e da extensão direta
poderia explicar a endometriose.

Epidemiologia e fatores de risco: 10% das mulheres tem endometriose


• Brancas
• Nível socioeconômico elevado
• História familiar
• Ansiedade
• Menarca precoce e menopausa tardia
• Nuliparidade

Quadro Clínico: A extensão da doença não tem relação com a intensidade dos sintomas. Pode ser assintomática.
• Dismenorreia secundária: Principal sintoma.
• Dispareunia na penetração profunda.
• Infertilidade: Pela alteração do líquido tubário, que fica hostil à fecundação, pela inflamação crônica. Pode ter alteração obstrutiva pelo foco de
endometriose.
• Hematúria cíclica: Foco de endometriose na bexiga.
• Hematoquezia cíclica: Foco de endometriose no intestino/reto.

Exame Físico: Preferencia durante o período menstrual, pode ser normal.


• Nodularidades em fundo de saco vaginal no toque bimanual, útero com pouca mobilidade, encurtamento de ligamento uterossacro, pelve congelada.

Diagnóstico:
• Videolaparoscopia: Padrão-Ouro.
o Resolução: Cauteriza os focos de endometriose
o Biopsia: Analise anatomopatológica
o Indicado em pacientes que desejam engravidar

• USG Transvaginal: Não é exame definitivo


o Focos de endometriose
o Endometrioma: Imagem em “Vidro-moído”

• Ressonância magnética: Melhor que o USG, não é exame definitivo

• CA-125: Deixou de ser um exame necessário, pode aumentar em diversas causas e é inespecífico, não deve ser solicitado.

Possibilidade de Concomitância: Adenomiose (mais comum entre 40 e 50 anos).


• Infiltração de tecido endometrial no miométrio.

Síndrome de Allen-Master: Implantes antigos de endometriose.


GABRIELLA PACHECO – MED102 GINECOLOGIA MEDCEL 2024
Tratamento:
• Ressecção ou cauterização dos focos visíveis.

• Não deseja gestar: O objetivo é deixar a paciente em amenorreia.


o Sintomáticos: Analgésico e AINE

o Tratamento:
§ ACO contínuo

§ DIU levonorgestrel

§ Progesterona: Dienogeste (4ª geração), injetável trimestral, implante


• Efeito colateral: Sangramento de escape

§ Danazol: Progestogênios que provocam atrofia dos focos de endometriose

§ Gestrinona: Progestogênios que provocam atrofia dos focos de endometriose


• Efeito colateral: Efeito androgênico.

§ Análogo do GnRH: Estado de pseudomenopausa.


• Efeito colateral: Fogacho, vagina seca

• Deseja gestar: Taxa de fertilidade espontânea é maior até 6 meses após a laparoscopia.

Tratamento empírico:
• Não deseja engravidar
• Sem endometriomas maiores que 6 cm no USG transvaginal
• Sem lesões ureter ou intestino com sinais de oclusão.

Conduta: ACO contínuo e retorno em 3 meses


• Se passou a dor, é porque ela tinha endometriose. Manter ACO contínuo.
• Só fazer a laparoscopia se ela desejar engravidar.

Controle pós-tratamento: Clínica.


• Recidiva: Estádio da doença.
• Ter endometriose aumenta de 2 a 3 vezes o risco para câncer epitelial de ovário.

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