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Pode ser definida pela presença de tecido que se assemelha à glândula e/ou estroma endometrial fora da cavidade uterina e do
miométrio (pq se for no miométrio chama adenomiose), com predomínio, mas não exclusivo, na pelve feminina. Caraterizada por ser
uma doença benigna, crônica, estrogênio-dependente e de natureza multifatorial, acomete principalmente mulheres em idade
reprodutiva, porém são descritos casos de endometriose em pacientes na pré-menarca, assim como na pósmenopausa.
Fatores de risco: historia familiar materna, malformações uterinas, menarca precoce, ciclos menstruais curtos, duração aumentada do
ciclo menstrual, estenose cervical, baixo IMC, gestação tardia, nuliparidade, consumo exagerado de café e álcool.
Uma análise de diversos aspectos morfológicos e clínicos dessa moléstia foi proposta, trazendo um conceito fundamental que dividiu a
endometriose em três doenças distintas: peritoneal, ovariana e profunda. A peritoneal caracteriza-se pela presença de implantes
superficiais no peritônio; a ovariana, por implantes superficiais ou cistos (endometriomas) no ovário; e a endometriose profunda é
definida como uma lesão que penetra no espaço retroperitoneal ou na parede dos órgãos pélvicos com profundidade de 5 mm ou mais
Principais locais de implantação: ovários, fundo de saco anterior e posterior, região posterior do ligamento largo (ligamentos
uterossacros), útero, tubas, colon sigmoide, apêndice, ligamentos redondos.
Diversos mecanismos têm sido propostos para a correlação da endometriose com a infertilidade, porém a literatura ainda carece de
evidências consistentes que comprovam essa associação. Uma das explicações remete à presença de aderências e distorções anatômicas
geradas pela endometriose, que dificultariam a liberação de óvulos, captação pela tuba e transporte oocitário até o útero. Outros estudos
evidenciaram alterações no fluido peritoneal, com concentração elevada de prostaglandinas, proteases e citocinas inflamatórias e
angiogênicas e também o aumento de linfócitos, IgG e IgA no endométrio, o que poderia comprometer a fertilidade
Diagnostico:
O diagnostico definitivo só pode ser feito com anatomopatológico de biopsia cirúrgica
Laboratoriais:
- CA 125: não pode ser usado sozinho porque pode estar aumentado em varias outras situações. Deve ser dosado entre o 1º e 3º dia
do ciclo. Tem melhor relação com endometriose estádio III e IV.
- proteína amiloide A: entrando em desuso, mas pode ser relacionada com endometriose intestinal.
- anticardiolipina IgG e IgM
O ultrassom pélvico e transvaginal e a ressonância magnética são os principais métodos por imagem para detecção e
estadiamento da endometriose. TC não é boa
- tem que ser com preparo intestinal
Classificação:
Histologicamente pode ser classificada ainda como superficial ou profunda. A profunda é definida como uma massa de endometriose
solida situada a mais de 5mm de profundidade do peritônio, encontra-se geralmente no septo retovaginal, reto, colon, retossigmoide,
bexiga, ureter.
Tratamento
O principal objetivo do tratamento clínico é o alívio dos sintomas álgicos e a melhora da qualidade de vida, não se esperando diminuição
das lesões ou cura da doença, mas, sim, o controle do quadro clínico. Pode ser feito com:
Progesterona: bloqueio ovulatório e inibição do crescimento endometrial, com consequente atrofia das lesões. Alem disso,
promove inibição da produção de mastócitos, supressão de metaloproteinases e inibição da angiogênese. Noretindrona é o
mais usado VO, mas os progestagênios podem ser administrados por via subcutânea, intramuscular e por meio de dispositivo
intrauterino (DIU).
Combinados: indicado como primeira linha por vários guidelines. O mecanismo de ação é similar ao dos progestagênios, agindo
principalmente na decidualização e atrofia do tecido endometrial ectópico
- Nenhuma combinação se mostrou superior à outra no tratamento clínico da endometriose e ainda não há consenso se a
administração deve ser contínua ou cíclica. Revisões sistemáticas mostraram que o esquema contínuo foi mais eficaz na
redução de sintomas álgicos, especialmente nos casos de dismenorreia severa
Danazol, medicamento derivado da 17a-etiniltestosterona, age inibindo a liberação de hormônio luteinizante (LH) e a
esteroidogênese e aumentando a testosterona livre, de forma que ocorre o bloqueio do eixo hipotalâmico-hipofisário-ovariano
e da ovulação, criando, assim, um ambiente hipoestrogênico
Agonistas do GnRH agem no hipotálamo, ocupando os receptores do GnRH, o que provoca a inibição da liberação de hormônio
folículo-estimulante (FSH) e LH pela hipófise. Consequentemente, ocorre um estado de anovulação e hipoestrogenismo,
semelhante ao observado no climatério
AINE
Inibidores da aromatase: reduzem estradiol
Indicação de cirurgia: sem melhroa dos sintomas com tto clinico, endometrioma ovariamo >5cm, lesao em
ureter/apêndice/retosigmoide com sinais de suboclusao. O objetivo da cirurgia é a remoção completa de todos os focos de
endometriose, restaurando a anatomia e preservando a função reprodutiva.