Você está na página 1de 6

PEDRO

1)
CRIPTORQUIDISMO: É uma condição que acontece quando um ou ambos os
testículos não migram da cavidade abdominal para a bolsa escrotal. Isso pode ocorrer
devido a diversas situações, como a doenças nos testículos, estreitamento ou fibrose
precoce do anel inguinal, disfunção do gubernáculo testicular. Fatores genéticos,
hormonais e anatômicos também podem desencadear essa condição. Em relação a
fertilidade desses machos, os que são criptorquidas bilaterais são inférteis, enquanto os
unilaterais têm fertilidade reduzida.
Os sinais clínicos mais perceptíveis envolvem alterações comportamentais e ausência do
testículo na bolsa escrotal.
O prognóstico depende da causa principal, mas geralmente é favorável se o tratamento
for adequado e rápido.
Esse tratamento irá variar entre conservativo (possuindo baixa eficácia) e cirúrgico, este
último envolve a remoção de ambos os testículos por meio da castração.
MONORQUIDISMO: Diferentemente da condição citada acima, é rara e caracterizada
pela falta de um dos testículos em consequência de uma agenesia testicular ou traumas.
Ou seja, um dos testículos não está presente nem na cavidade abdominal nem no escroto
e não se encontra em qualquer parte do organismo desse animal. Para diferenciar as
duas condições, a melhor abordagem a se realizar é a orquiectomia, explorando a
cavidade abdominal para confirmar realmente se não se trata de criptorquidismo.

2)
HERMAFRODISMO: Hermafrodita verdadeiro é o termo usado para descrever um
indivíduo que apresenta tanto gônadas masculinas quanto femininas, sendo ambas
funcionais.
A patogenia dessa condição varia de acordo com os intersexos, que se classificam como:
intersexos de origem cromossômica (quando as alterações na diferenciação sexual estão
relacionadas com aberrações cromossômicas numéricas), intersexos gonadais (que não
estão relacionados com aberrações cromossômicas) e intersexos fenotípicos
(decorrentes de anomalias no desenvolvimento da genitália).
Já as causas podem variar, mas as principais estão relacionadas a fatores genéticos, em
que certos genes controlam o desenvolvimento de características masculinas e femininas
no mesmo organismo; reprodução entre hermafroditas permitindo a troca de gametas; e
níveis e interações de hormônios sexuais.
Os sinais clínicos que mais se manifestam são: capacidade de autofertilização, presença
de ovários e testículos em diferentes locais do corpo ou em uma única estrutura. Além
disso, os hermafroditas no momento da cópula apresentam comportamento ambíguo.
PSEUDO-HERMAFRODISMO: já é uma condição diferente do hermafrodita, sendo
que o pseudo-hermafrodita pode ser classificado como feminino: em que os ductos
gonadais são femininos, mas o seio urogenital e a genitália externa são masculinos,
além disso o complemento sexual cromossômico é XX.
Há também o pseudo-hermafrodita masculino que possui testículos como gônadas,
entretanto os cromossomos sexuais podem ser XX ou XY. Além disso, seus ductos
genitais e a genitália externa geralmente apresentam características femininas.
Assim, o pseudo-hermafrodita macho ou fêmea, é caracterizado com base na morfologia
de sua gônada. Se ela se assemelha a um testículo, o indivíduo é classificado como
pseudo-hermafrodita masculino, e se a gônada se assemelha a um ovário, o indivíduo é
classificado como pseudo-hermafrodita feminino.
Para determinar o prognóstico dessas duas condições, a causa principal junto com a
condição clínica do animal e a espécie devem ser levados em consideração. Mas
geralmente, o prognóstico para hermafroditas naturais ou verdadeiros é bom, desde que
haja complicações secundárias associadas. Entretanto, quando essa condição é
secundária a outras a complicações, esse prognóstico passa a ser reservado, já que
dependerá da gravidade dessa causa principal.
Já os animais pseudo-hermafroditas, tem seu prognóstico dito de acordo com a rapidez
do diagnóstico e consequentemente do tratamento. É válido ressaltar que esses animais
são mais susceptíveis a desenvolverem complicações devido as diferenças de
características sexuais e órgãos reprodutivos, fazendo com que o prognóstico varie de
reservado a desfavorável.
O tratamento, portanto, dependerá da condição do animal. No hermafroditismo
associado a tumores, a cirurgia é indicada sendo quase sempre necessária. Já no pseudo-
hermafroditismo, o tratamento a base de cirurgia também é realizado afim de corrigir a
condição, uma vez que as complicações associadas a esse quadro são mais graves.
Caso o quadro ocorra devido a desequilíbrios hormonais, a correção destes deve
acontecer também.
3)
HIPOPLASIA TESTICULAR - CONGÊNITA E ADQUIRIDA:
É um defeito geralmente de origem congênita, devido a uma falta do potencial para o
desenvolvimento do epitélio espermatogênico, assim,suspeita-se da presença de um
gene recessivo autossômico com penetrância incompleta, ou de um efeito poligênico.
Pode classifica-la também de acordo com o grau de comprometimento dos túbulos
seminíferos, sendo parcial quando parte deles é afetado (nesse caso, a maioria deles
mantém a capacidade de produzir espermatozoides), ou total, quando todos esses
compartimentos são afetados (afetando diretamente o processo de espermatogênese do
testículo que está acometido pela hipoplasia). Quando essa condição é bilateral, ou seja,
acomete ambos os testículos, os espermatozoides apresentam mobilidade reduzida e
baixa atividade metabólica, resultando em uma taxa de fertilização bastante diminuída.
Há também a hipoplasia intermediária, que ocorre quando há a presença de túbulos
seminíferos afetados ao lado de túbulos seminíferos normais. Além da hipoplasia grave
que corresponde a totalidade ou quase todos os túbulos com apresentações hipoplásicas.
A hipoplasia também pode ser de origem adquirida, devido à fatores externos que
desencadeiam essa condição, exemplo deles: distúrbios/desequilíbrios hormonais,
deficiências em certas vitaminas, exposição a toxinas e metais pesados ou doenças
causadas ainda na vida uterina.
Os sinais clínicos mais perceptíveis são testículos com crescimento e desenvolvimento
lento, resultando no seu tamanho reduzido e consequentemente o quadro de hipoplasia,
podendo chegar a situações de infertilidade e até mesmo esterilidade. Os cães em
especial podem mostrar sinais de feminização com atrofia do pênis e perda de libido.
O prognóstico é variável e depende principalmente da causa e do grau da hipoplasia,
levando em condição a extensão do dano testicular, as metas do proprietário em relação
ao animal acometido, do manejo e do acompanhamento frequente. Na hipoplasia
moderada o prognóstico varia de favorável a reservado, já na grave – em que a
reprodução é praticamente inviável ele se torna desfavorável.
Assim como o prognóstico, as opções de tratamento irão variar de acordo com a
finalidade daquele animal e a gravidade do seu quadro. Assim as opções podem incluir
terapia hormonal para estimular a espermatogênese, orquiectomia quando o caso é mais
grave, e manejo reprodutivo com monitoramento veterinário quando o caso for mais
leve e o proprietário desejar ainda utilizar esse animal como reprodutor.
4)
DEGENERAÇÃO TESTICULAR: É considerada a principal causa da queda da
fertilidade em machos e na maioria das vezes há dificuldade em identificar a causa
primária. Isso faz com que seja uma condição permanente e progressiva, variando de
grau leve a severo, com desenvolvimento rápido. Ela pode local ou difusa, unilateral ou
bilateral.
Ela pode acontecer por diversas razões, como estresse calórico (que aumenta a taxa
metabólica e a demanda de O2, fazendo com que haja hipoxia desses testículos), lesões
vasculares (com interferência na circulação sanguínea e consequentemente isquemia)
e/ou traumáticas (causando hemorragia, fibrose, aderências e calcificações), além de
fatores hormonais (em cães, devido a tumores na adenohipófise ou nas células de Sertoli
e Leyg), doenças infecciosas, fatores nutricionais (subnutrição, debilidade e caquexia
causam degeneração as alterações na liberação de hormônios gonadotróficos, ou
deficiência em vit A, fósforo e proteínas – levam a DT e a um sêmen de baixa
qualidade), efeitos tóxicos e neoplasias (são mais comuns em cães velhos e touros
idosos).
Os sinais clínicos se iniciam com testículos flácidos, tamanho normal ou reduzido e
coloração pálida. Já em estágios mais avançados, os testículos podem encolher
consideravelmente, ficar firmes e resistentes ao corte devido ao aumento do tecido
conjuntivo intersticial, podendo até mesmo ocorrer a mineralização dos túbulos
seminíferos.
Prognóstico: dependerá da causa principal, mas quando se trata de infecções, traumas e
inflamações o caso é mais simples se diagnosticado precocemente = prognóstico
favorável. Entretanto em casos de origem genética ou em animais mais idosos, o
prognóstico tende a ser menos favorável.
Tratamento: a abordagem para tratar essa condição envolve a identificação e correção
da causa base. Além disso, pode-se realizar terapias com medicamentos, cirurgias e
ajustes nutricionais.
5)

FUNICULITE PÓS-ORQUIECTOMIA: é uma sequela que ocorre devido a falhas


utilizadas na técnica de castração, como por exemplo a contaminação da ferida.
Geralmente a infeção pré-existente é secundária. Dessa forma, uma vez que o cordão
espermático liga os testículos à região abdominal, se a inflamação progredir para uma
infeção a mesma pode chegar até o abdômen, resultando em quadros de peritonite ou até
mesmo formação de abcesso.

Os equinos são os mais acometidos por esse quadro devido a sua anatomia particular,
possuindo um cordão espermático mais longo e estreito. Outro fator importante e
desencadeante da funiculite é a castração que geralmente é realizada em condições
menos assépticas, já que ocorre principalmente em ambiente externo, aumentando assim
o risco de contaminação.

O cordão espermático pode ter consistência rígida ao toque, além de poder possuir
presença de secreção sanguinolenta ou purulenta. Tem a chance de haver também
fístulas, hematomas na pele que cobre o pénis e na região ventral do abdome, além da
sensibilidade que pode estar aumentada na área afetada, dificultando a locomoção.

Prognóstico: é variável, uma vez que depende da intensidade da inflamação e se houve


evolução ou não para uma infecção, apesar de que o tempo para que o quadro seja
diagnosticado e comece a ser tratado também ser um dos fatores determinantes.
Geralmente, esse prognóstico varia de reservado a desfavorável, já que a piora do
quadro é rápida.

O tratamento nos quadros em que os sinais clínicos são moderados baseia-se no uso de
anti-inflamatórios e/ou antibióticos. Entretanto, é importante destacar que quase sempre
essa opção não terá tanta eficácia, sendo mais indicado e seguro partir para a
intervenção cirúrgica com retirada todo tecido inflamado ou infectado e sem seguida
entrar com a terapia medicamentosa.

6)

HIPERPLSIA PROSTÁTICA: ocorre devido ao aumento do número e tamanho das


células prostáticas, possuindo formato irregular com aspecto nodular. Geralmente os
cães são os mais acometidos, especialmente aqueles de meia-idade a idosos que não são
castrados. As causas e a patogenia ainda não são totalmente conhecidas, mas pode-se
estar relacionada a fatores hormonais, principalmente devido à estimulação de
andrógenos, que neste caso, possui proporção anormal em relação aos estrógenos. O
principal andrógeno que causa hiperplasia é a diidrotestosterona (DHT), responsável por
estimular o crescimento do componente glandular e do estroma da próstata, aumentando
o número de receptores.
A HPB geralmente não apresenta sintomas clínicos evidentes no início, mas à medida
que a doença evolui pode ocorrer manifestações como constipação e disúria, levando a
complicações secundárias, como dificuldade ao urinar e defecar, incontinência urinária,
sangue na urina fraqueza e perda de peso, além da estenose da uretra prostática.

Prognóstico: baseia-se principalmente se houve precocidade no diagnóstico, uma vez


que isso ajudará a prevenir outras doenças secundárias à hiperplasia prostática benigna.
Mas na maioria das vezes é favorável.

Tratamento: para aqueles animais que são reprodutores ou que possuem condição
limitada a anestesia devido à idade, o método conservador é mais indicado, através de
medicamentos como os inibidores da 5α redutase ou as injeções intraprostáticas. Porém,
o tratamento de escolha em cães é a orquiectomia, sendo o método mais eficaz e que
reduz bastante o tamanho da próstata, permitindo que os sintomas diminuam dentro de
três semanas após a cirurgia.

7)
FIMOSE E PARAFIMOSE: É a diminuição congênita do diâmetro do óstio prepucial.
Na Fimose ocorre o impedimento da exteriorização do pênis, que pode ser
desencadeada devido a uma inflamação, neoplasia, defeito congênito ou cicatriz do
óstio prepucial. Os sinais clínicos mais perceptíveis são desconforto ao urinar, micção
sem exteriorização do pênis e consequentemente acúmulo de urina dentro do prepúcio.
Já Parafimose ocorre o contrário, ou seja, dificuldade no retorno pênis a bainha
prepucial devido por exemplo a tecidos cicatriciais, edema peniano e/ou prepucial ou
granulomas. O sinal clínico mais evidente é a exposição parcial do pênis.
O grau de comprometimento dessas duas condições ditará qual o prognóstico para cada
situação, levando em condição também, o quadro geral do paciente. Na parafimose o
tempo de detecção do sinal clínico é bem relevante, já que quanto mais rápido sua
detecção, mais favorável é o prognóstico.
Em relação ao tratamento da fimose, pode-se escolher entre uso de medicamentos como
antibióticos para casos em já tenha quadro de infecção instalado, ou a cirurgia em
quadros mais graves. Na parafimose, a limpeza e lubrificação do pênis com reversão da
pele dobrada do orifício prepucial são formas eficientes e menos invasivas que pode-se
realizar a fim de permitir o retorno do órgão a sua posição normal, associado ao uso de
anti-inflamatóriois tópicos que visam diminuir a intensidade da inflamação. Entretanto,
quando houver presença de corpo estranho ou tumores, deve-se optar pela remoção
cirúrgica visando evitar obstruções do pênis. E ainda sim, se houver evolução do quadro
para um grau mais grave, o alargamento cirúrgico do orifício do prepúcio deve ser
realizado, e/ou extração completa do pênis em casos de necroses graves.
8)
ACROBUSTITE: É caracterizado como processo inflamatório crônico do prepúcio com
estreitamento do seu óstio desencadeando a não exteriorização do pênis. A
predisposição dessa afecção tem a ver com aqueles animais que possuem umbigo
grande, como os das raças Hereford e Angus.
A etiologia, portanto, se relaciona ao prolapso da mucosa prepucial ou o traumatismo
dela.
Os principais sintomas notados nesses animais são o prolapso da mucosa, edema, ferida,
dor.
Prognóstico: dependerá em que grau essa inflamação alcançou e se já há
comprometimento vascular do tecido. Além disso, como em outras afecções, o tempo de
atendimento e início de tratamento se tornam relevantes para a determinação do
prognóstico. Em quadros clínicos que o animal apresenta complicações como
estranguria e disúria, esse prognóstico se torna menos favorável.
Tratamento: é variável, ou seja, pode-se optar pelo método mais conservador (que busca
minimizar a inflamação através do uso de anti-inflamatórios e antibióticos caso a
infecção tenha se instalado). Entretanto, se não houver melhora e/ou houver evolução
para fibrose e/ou necrose, a cirurgia pode ser realizada através da amputação ou
circuncisão até chegar no tecido saudável, em seguida parte-se para sutura que visa unir
a nova bainha do prepúcio a sua pele.

Você também pode gostar