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Diagnóstico de infertilidade humana

A infertilidade é uma doença do sistema reprodutor definida pela incapacidade de


conseguir uma gravidez após doze meses de relações sexuais regulares e
desprotegidas.
Tal não significa, no entanto, que a gravidez não possa ocorrer naturalmente após
esse período ou recorrendo a técnicas específicas, uma vez que a infertilidade total,
ou esterilidade, é uma situação rara.
Globalmente, a infertilidade é uma doença que atinge cerca de 15% dos casais em
idade reprodutiva. Em Portugal, este número situa-se nos 9 e vários fatores podem
contribuir para a sua incidência, alguns de natureza fisiológica, genética, ambiental e
social.
Embora a infertilidade seja um problema conjugal, ela pode ter origem na mulher, no
homem, ou em ambos.

Principais causas da infertilidade masculina


Alterações na quantidade de espermatozoides
Chama-se azoospermia à ausência de espermatozóides no esperma e oligospermia a uma quantidade reduzida de
espermatozóides no esperma. é possível distinguir dois tipos de azoospermia:

- Azoospermia secretora ou não obstrutiva - não há produção de


espermatozoides nos testículos. Está relacionada com fatores genéticos,
anomalias na descida dos testículos ou exposição a radiações ou a drogas, como
as usadas na quimioterapia, por exemplo.
A varicocele ou varicocelo é uma tumefação ou inchaço que se
deve à dilatação varicosa das veias que drenam o sangue dos
testículos; Trata-se de varizes das veias que drenam os testículos; Na população masculina infértil a
varicocele representa 25%-40% dos casos, constituindo assim uma das principais causas de infertilidade
masculina.

- Azoospermia obstrutiva - os testículos produzem espermatozóides, mas as vias genitais


que os transportam até è uretra estão obstruídas. Está relacionada com a inexistência
congênita das vias genitais, inflamações das vias genitais ou traumatismos nos
testículos.Pode verificar-se ausência total de vias genitais (congénita), inflamações das
vias genitais, traumatismos nestas vias ou nos próprios testículos.

Oligospermia (espermatozoides em quantidade


reduzida no esperma);

O número médio de espermatozóides por mililitro de esperma está compreendido entre 60 milhões e 120 milhões. Um número
de espermatozóides inferior a 15 milhões por ml de esperma ou inferior a 39 milhões por ejaculação configura uma situação de
oligospermia.
A vitalidade indica a quantidade de espermatozoides vivos no esperma, que deve ser
superior a 58%Os espermatozoides podem apresentar anomalias ao nível da sua
morfologia (teratozoospermia), que podem ser na cabeça, na peça intermédia ou na
cauda. Diversos tipos de anomalias no formato dos espermatozoides podem prejudicar a fertilidade. Estas anomalias
morfológicas podem condicionar a mobilidade (astenozoospermia) dos espermatozoides e consequentemente a fertilidade
masculina.
O valor normal do pH do esperma deve ser igual ou maior que 7,2.
Uma concentração elevada de leucócitos pode indica a presença de um processo infecioso em curso.
A infertilidade masculina pode ainda resultar de problemas da espinal medula, de nervos periféricos ou de doenças
neurodegenerativas. Nestes casos, o esperma pode não fazer o trajeto normal para o exterior, podendo deslocar-se para a
bexiga – ejaculação retrógrada.

As principais razões para a azoospermia ou a oligospermia são as seguintes:


- disfunções hormonais, como a produção insuficiente das hormonas da hipófise, LH e FSH, ou de testosterona;
- causas genéticas;
- desenvolvimento anormal dos testículos;
- temperatura elevada durante a espermatogênese, a qual pode ser devida a criptorquidismo ou varicocele.
Criptorquidismo: quando os testículos não descem para dentro do escroto, permanecendo no abdômen ou no canal
inguinal. Nestas condições o epitélio dos túbulos seminíferos degenera e não se formam espermatozóides nos
testículos; Varicocele: veia varicosa no escrito produz calor e impede a maturação dos espermatozóides.)
- consumo de álcool, drogas, esteróides anabolizantes e outras substâncias tóxicas, e exposição a radiações ionizantes;
- infecções sexualmente transmissíveis e inflamações das vias genitais (como epididimite e prostatite, por exemplo).

Anomalias na morfologia e/ou mobilidade dos espermatozoides


Os espermatozoides podem apresentar
anomalias ao nível da sua morfologia
(teratozoospermia) e/ou mobilidade
(astenozoospermia). Espermatozóides com
uma morfologia anormal têm, geralmente,
alterações ao nível da sua mobilidade. Esta
situação é causada por:
● causas genéticas;
● exposição a tóxicos como tabaco,
drogas e determinados medicamentos;
● doenças da tireóide, insuficiência renal
e diabetes;
● temperatura testicular elevada;
● presença de leucócitos ou de
anticorpos no esperma.

Problemas de ejaculação
Por vezes, pode verificar-se a ausência de ejaculação, devido a doenças da medula espinhal ou dos nervos periféricos
pélvicos, ou de doenças neurodegenerativas, ou a ejaculação retrógrada, isto é, o esperma não se desloca pela uretra até ao
exterior, mas sim para a bexiga.
A mulher é 52% das vezes a parte infértil do casal, sendo de referir as seguintes causas para a esterilidade:

- Distúrbios hormonais;
- Problemas nas Trompas de Falópio;
- Endometriose (crescimento de um tecido semelhante ao endométrio, noutro órgão, por exemplo nas trompas de
Falópio);
- Muco cervical impeditivo à passagem dos espermatozóides;
- Tumores ováricos;
- Disfunções da tiróide;
- Tumores hipotalâmicos ou hipofisários ;
- Anorexia;
- Problemas de origem nervosa.

Principais causas da infertilidade feminina


Distúrbios ovarianos
A falta de ovulação (anovulação) pode estar relacionada com as
seguintes causas:
- alterações hormonais, como secreção insuficiente de LH ou FSH
ou excesso de produção de prolactina;
- síndrome do ovário policístico, que é acompanhada por níveis
elevados de estrogénios e de androgênios.

Distúrbios tubários
A interrupcao parcial ou total das trompas de falopio, devido a uma
drencia ou obstrucao tubaria, impede o encontro dos gametas e, como consequência, não ocorre fecundacao, O bloqueio das
trmpoas de falopio pode ser causado por infecoes sexualmente transmissiveis (IST) não tratados ou por complicacoes de aborto
inseguro,m sepis pos-parto ou cirugia abdominal/pelvica.

Distúrbios uterinos
Podem ser de natureza inflamatória (como a endometriose), de natureza
congênita (como o útero septado) ou de natureza benigna (como os
miomas).
A endometriose é a presença de focos de epitélio que reveste a
cavidade uterina, o endométrio, fora da sua localização normal, como
nos ovários, trompas de falópio, ligamentos que sustentam o útero e
superfície externa do útero. É um tecido sensível às alterações
hormonais. Pode causar fibrose (cicatrização) e aderência (órgãos
colados), com obstrução das trompas de falópio, dificultando a gravidez.
Os miomas uterinos são tumores benignos que crescem dentro ou à
volta do útero. Provocam alterações anatômicas que modificam a
cavidade uterina, pelo que dificultam o acesso dos espermatozóides ao
oócito e a implantação do embrião.

Distúrbios nas trompa/ endometriose


Trompas de Falópio bloqueadas impedem o encontro
de gâmetas.

Distúrbios cervicais
Em condições normais, o muco cervical favorece a progressão dos espermatozóides pelo colo do útero na altura da ovulação.
No entanto, algumas mulheres não produzem muco cervical em quantidade suficiente dos espermatozoides ou contém
anticorpos contra os espermatozoides.

Disturbios endocrinos
Causam desequilíbrio de hormonas reprodutivas ou hipofisárias.

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