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Aula 1 - Morfopatologia dos ovários

Pré-requisitos (Temas desenvolvidos no curso) – espiral de conhecimento:


● Anatomia: dos ovários, tuba uterina e útero; vascularização; peritônio e
suas formações;
● Histologia: microscopia do ovário;
● Avaliação dos órgãos genitais pela Ultrassonografia

I - Objetivos educacionais preparados previamente:


LMF
1) Revisar a morfologia microscópica do ovário, particularmente com relação às
populações celulares que o constituem (epitélio mulleriano, células germinativas,
células estromais);

2) Descrever as alterações microscópicas que ocorrem no ovário da Síndrome do


Ovário Policístico (SOP) e relacionar tanto com as estruturas histológicas normais
quanto com as possíveis complicações clínicas que a paciente pode apresentar;
Morfologia ovariana
→Estrutura ovoide localizada na cavidade pélvica, em uma depressão chamada fossa ovariana, lateralmente ao
corpo do útero.

→Possui medida de aproximadamente 1,0 a 3,0 cm, com volume estimado em 1,2 a 9,4 mL e peso de 2 a 8 g, sendo
dividido em córtex, medula e hilo.

-Córtex: porção periférica formada pela túnica albugínea e folículos ovarianos.


->Túnica albugínea: porção periférica, revestida por epitélio germinativo (células da granulosa).
->Folículos ovarianos: envolvidos por estroma (tecido conjuntivo e células do mesênquima).
-Medula: área central, origem junto ao córtex da suprarrenal. Fornece células que formam a teca dos folículos.
-Hilo: região do ovário que se liga ao mesovário. Possui remanescentes embrionários da medula da gônada
primitiva que podem originar tumores virilizantes.

SOP
→O achado de cistos não é específico

→O evento primário da síndrome permanece desconhecido, embora alguns estudos apontem como distúrbio
inicial disfunção enzimática ovariana que leva à produção aumentada de andrógenos (androstenediona) no
tecido adiposo, estes são convertidos em estrógenos (estrona).

→Excesso de andrógenos ovarianos leva à maturação folicular anômala, com formação de múltiplos cistos
foliculares, atresia folicular prematura e anovulação.

→A formação acíclica de estrógenos inibe a síntese de FSH e estimula a produção de LH. Elevação persistente de
LH (segundo alguns, seria o evento primário) estimula as células da teca interna a produzir androstenediona.
→Resistência periférica à insulina é também evento importante na síndrome. A evolução clínica é lenta.

→Devido ao hiperestrogenismo prolongado, as pacientes apresentam risco aumentado de hiperplasia e


adenocarcinoma endometriais e carcinoma da mama. A doença pode ser tratada com hormônios reguladores do
ciclo menstrual, fármacos indutores de ovulação ou cirurgia com ressecção em cunha dos ovários.

→Macroscopicamente, os ovários estão geralmente aumentados de volume e têm superfície externa brancacenta,
perolada e lisa (aparência de “ovos de galinha”). A superfície de corte mostra cistos subcapsulares de tamanhos
variados, envoltos por estroma denso.

3) Caracterizar os métodos de imagem indicados para avaliar ovário normal X cisto


ovariano X Tumor ovariano e as alterações na atenuação da imagem esperadas
para cada diagnóstico;
Exames de imagem em ovário normal

ULTRASSONOGRAFIA
→Ideal para pacientes assintomáticas e gestantes.

→Exame de escolha para avaliação de lesões císticas.

→Define lesão definitivamente benigna ou de aspecto indeterminado ao método – não define lesões malignas.

Dados clínicos relevantes: idade, data da última menstruação (fases do ciclo), status hormonal, motivo do exame,
antecedentes pessoais e familiares, e cirurgias.

→Características ovarianas normais:


-Menacme: múltiplos folículos, com folículo dominante (até 3,0 cm é normal) e corpo lúteo após a ovulação (< 3,0
cm: cisto de paredes mais espessas, bordas regulares e grande vascularização periférica).
-Perimenopausa: folículos residuais podem ser normais.
-Pós-menopausa: pequenos, homogêneos e folículos pouco frequentes.

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
→Exame de escolha no diagnóstico e estadiamento pélvico.
→Útil na avaliação de cistos hemorrágicos, especialmente na diferenciação com endometriomas.
→Melhor para caracterização e diferenciação de lesões sólidas e complexas, pelo uso do meio de contraste.
4) Identificar pela anatomia radiológica do abdome e pelve feminina os órgãos, com
destaque para os ovários pelo US, TC e RM; identificar possíveis alterações nos
ovários e peritônio.

Imagens em SOP
→O diagnóstico de SOP se baseia nos critérios de Rotterdam:
-Disfunção ovulatória (oligo ou anovulação).
-Sinais clínicos ou laboratoriais de hiperandrogenismo.
-Morfologia do ovário policístico na ultrassonografia.

→Número de folículos por ovário ≥ 20. e/ou


→Volume ovariano ≥ 10 mL, excluindo-se a presença de corpo lúteo, cistos ou folículos dominantes.

→A ultrassonografia não deve ser utilizada para o diagnóstico de SOP em pacientes com menos de 8 anos após a
menarca por causa da alta incidência de ovários multifoliculares nessas faixas etárias.

Anatomia
1) Descrever detalhadamente a anatomia do ovário e tubas uterinas: localização,
partes e ligamentos, relações com o peritônio;
2) Descrever detalhadamente a irrigação e drenagem sanguínea dos ovários e tubas
uterinas, com especial foco nas anastomoses e plexos.

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