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Patologia do ovário

1) Ultrassonografia transvaginal de paciente de 22 anos mostrando lesão anecoica (cística) em topografia de ovário.
Comente os prováveis achados macro e microscópicos
2) O produto de ooforectomia abaixo foi encaminhado para a sala de congelação. O patologista evidenciou lesão
cística com conteúdo achocolatado. Comente sobre os mecanismos de formação da lesão.
Ovário

Histologia
Cistos não neoplásicos

Cistos foliculares

Folículos não rotos


Frequentes
Mulheres na menacme

Macroscopicamente
Geralmente pequenos
Uni ou bilaterais
Únicos ou múltiplos
Superfície interna lisa
Conteúdo seroso
Cistos não neoplásicos

Cistos foliculares

Microscopicamente
Revestidos por células da camada granulosa/teca

Evolução
Hiperestrogenismo
Regressão espontânea
Cistos não neoplásicos

Cistos de corpo lúteo

Hemorragia excessiva no corpo lúteo


Frequentes
Mulheres na menacme

Macroscopicamente
Geralmente pequenos
Uni ou bilaterais
Únicos ou múltiplos
Superfície interna lisa
Conteúdo hemorrágico
Cistos não neoplásicos

Cistos de corpo lúteo

Microscopicamente
Revestidos por células da camada granulosa/teca
luteinizadas

Evolução
Ruptura
Regressão espontânea

Diagnóstico diferencial
Cistos endometrióticos
1) Uma paciente procura atendimento no ambulatório de ginecologia com o exame de imagem do ovário abaixo
mostrando múltiplos cistos. Comente quais seriam os achados microscópicos neste caso e quais outros exames
deveriam ser solicitados?
Cistos não neoplásicos

Doença ovariana policística

Mulheres jovens, menacme

Macroscopicamente
Ovários aumentados de tamanho
Múltiplos cistos

Microscopicamente
Hiperplasia da teca interna
Sinais de ovulação são geralmente ausente ( ausência de
corpo lúteo e albicans)
The inclusion criteria were chosen according to the 2003 Rotterdam criteria for PCOS:

1)ovulation dysfunction (OD) or oligo/amenorrhea (less than 8 menstrual cycles per year or more than 35
days per menstrual cycle);

2) hyperandrogenism (HA), clinical hyperandrogenism (hirsutism FG score ≥ 8) and/or biochemical


hyperandrogenism (one or more of the following indicators: testosterone (T > 2.6 nmol/L), free
testosterone (FT > 4.1 pg/ml), androstenedione (A2 > 3.8 ng/ml), or dihydroepiandrosterone sulfate
(DHEA-S > 2170.0 ng/ml) exceeding the upper limits determined by SUN Yat-Sen Memorial laboratory);

3) polycystic ovary morphology (PCO), PCO on ultrasonography (number of follicles ≥ 12 or ovarian


volume ≥ 10 cm3).
2) O produto de ooforectomia abaixo foi encaminhado para a sala de congelação. O patologista evidenciou lesão
cística com conteúdo achocolatado. Comente sobre os mecanismos de formação da lesão.
Cistos não neoplásicos
Cistos não neoplásicos

Cistos endometrióticos
Endometriose ovariana
Frequentes
Mulheres na menacme

Macroscopicamente
Tamanho variável
Uni ou bilaterais
Únicos ou múltiplos
Conteúdo hemorrágico “cistos achocolatados”
Cistos não neoplásicos

Cistos endometrióticos

Microscopicamente
Revestidos por epitélio e estroma endometriais
Sinais de hemorragia recente e antiga

Evolução
Ruptura

Diagnóstico diferencial
Cistos de corpo lúteo
Cistos não neoplásicos

Ocorre nos seguintes locais, em ordem decrescente de frequência: (1) ovários; (2) ligamentos uterinos; (3) septo
retovaginal; (4) fundo de saco; (5) peritônio pélvico; (6) intestinos grosso e delgado, e apêndice; (7) mucosa do
colo uterino, vagina e tubas uterinas; e (8) cicatrizes de laparotomia.

• A teoria regurgitante propõe que o tecido endometrial se implanta em locais ectópicos, via fluxo retrógrado do
endométrio menstrual. A menstruação retrógrada pelas tubas uterinas ocorre regularmente mesmo em
mulheres normais e poderia explicar a distribuição da endometriose dentro da cavidade peritoneal.
• A teoria das metástases benignas sustenta que o tecido endometrial do útero pode se ”espalhar“ para locais
distantes (p. ex., ossos, pulmão e cérebro) através dos vasos sanguíneos e dos canais linfáticos.
• A teoria metaplásica sugere que o endométrio surge diretamente do epitélio celômico (mesotélio da pelve ou
abdome), a partir do qual são originados os ductos de Müller e por fim o próprio endométrio durante o
desenvolvimento embrionário. Além disso, os remanescentes mesonéfricos podem sofrer diferenciação
endometrial e gerar tecido endometrial ectópico.
• A teoria das células-tronco/progenitoras extrauterinas é uma ideia recente que propõe que as células-
tronco/progenitoras da medula óssea se diferenciam em tecido endometrial.
Cistos não neoplásicos

Curr Womens Health Rev. 2018 Jun; 14(2): 106–116.


A endometriose tem três apresentações distintas sob o aspecto clínico e de imagem: superficial, ovariana e profunda
(EP). Esta última é definida histologicamente como lesões que penetram mais que 5 mm no peritôneo.

Os sítios principais da EP são: região


retrocervical (ligamentos uterossacros e
torus uterino), vagina, intestino (reto,
sigmoide, íleo e apêndice), bexiga e
ureteres.

N Engl J Med. 2010 Jun 24; 362(25): 2389–2398.


Considerando os laudos abaixo respondam as questões 3, 4 e 5.
3) Explique o significado dos termos “unilocular” e “seroso”.
4) Identifique o tecido de origem da neoplasia abaixo e comente sobre a nomenclatura usada para tumores
originados neste tecido.
5) Explique como é realizada a análise do lavado peritoneal.
3) Explique o significado dos termos
“unilocular” e “seroso”.
4) Identifique o tecido de origem da
neoplasia abaixo e comente sobre a
nomenclatura usada para tumores
originados neste tecido.
Neoplasias ovarianas
Neoplasias ovarianas

Tumores originados do epitélio de revestimento

Classificação :

Tipo de diferenciação epitelial

Serosos (tipo tubário- serosecretor)


Mucinosos (tipo endocervical ou intestinal– mucossecretor)
Endometrióides (tipo endometrial)

Localização da proliferação epitelial


Superficial ( maior chance de disseminação peritoneal e ascite)
Intracística (invaginação do epitélio superficial)

Comportamento biológico
Benignos (adenoma, cistadenoma, adenofibromas , cistadenofibromas)
Malignos (adenocarcinomas, cistadenocarcinomas)
Intermediários, limítrofes, borderline
Neoplasias ovarianas
Neoplasias ovarianas

Tumor seroso benigno

Frequente
Menacme
Assintomático , achado incidental

Macroscopia
Cisto uniloculado ou multiloculado com
paredes lisas
Geralmente unilateral

Microscopia
Epitélio simples não estratificado de
células colunares a cubóides geralmente
ciliadas sem atipias

Evolução : torção, ruptura


Neoplasias ovarianas

Tumor seroso limítrofe/borderline

Menacme
Assintomático , achado incidental

Macroscopia
Cistos com projeções papilíferas
Projeções papilíferas na superfície
Geralmente unilateral

Microscopia
Epitélio com estratificação, papilas e
atipias discretas

Evolução : disseminação peritoneal


Idade avançada
Obesidade
História familiar de câncer de ovário ou mama em parentes de 1 grau (mutação de BRCA 1 ou 2 e Síndrome de Lynch).
Nuliparidade
Não uso de anticoncepcional hormonal oral (ACO)
Neoplasias ovarianas

Tumor seroso maligno


Pós-menopausa

Macroscopia
Massa com áreas císticas e sólidas , áreas de hemorragia e necrose
Projeções papilíferas na superfície
Bilateralidade frequente
Neoplasias ovarianas Tumor seroso maligno
Microscopia
Papilas complexas , infiltração do estroma por ninhos de células com
atipias nucleares
Evolução
Disseminação peritoneal
Dor e aumento abdominal, ascite
Comprometimento linfonodal
Metástases para fígado, pulmão
5) Explique como é realizada a análise do lavado peritoneal.
Neoplasias ovarianas

Tumores mucinosos
Pouco frequentes
Geralmente benignos unilaterais
Macroscopia
Grandes multiloculados
Conteúdo mucinoso
Projeções papilíferas na superfície geralmente ausentes
Microscopia
Epitélio padrão endocervical ou intestinal
Benigno: Epitélio simples não estratificado de células colunares a cubóides não ciliadas
mucossecretoras sem atipias
Limítrofe: Epitélio com estratificação, papilas e atipias discretas
Maligno : papilas complexas , infiltração do estroma por ninhos de células com atipias nucleares

Pseudomixoma peritonei: implantes peritoneais com ascite mucinosa


Neoplasias ovarianas

Tumores endometrioides
Geralmente malignos

Macroscopia
Áreas sólidas e císticas

Microscopia
Maligno : semelhante ao
carcinoma endometrial
Neoplasias ovarianas

Tumor de Brenner
Geralmente benigno

Macroscopia
Geralmente unilaterais
Tamanho variável
Sólido
Esbranquiçado

Microscopia
2 componentes:
Epitelial (semelhante ao epitélio
transicional)
Mesenquimal (estroma fibroso)
6 Descreva a lesão ovariana abaixo e formule hipóteses
Neoplasias ovarianas

Tumores do estroma/cordão sexual


Células do estroma, granulosa e teca
Fibromas , tecomas, tumores de células da
granulosa, Tumores de Células de Sertoli-
Leydig
Geralmente benignos
Funcionantes (geralmente feminilizantes)
menarca precoce hiperplasia e carcinoma
endometrial
Dor, ascite

Macroscopia
Geralmente sólidos
Tamanho variável
Sólido /amarelado
7)
Descreva os achados macroscópicos da lesão ovariana abaixo
8)Os achados microscópicos abaixo foram observados em um tumor ovariano.
Comente sobre possíveis achados clínicos.

coloide
Neoplasias ovarianas
Tumores de células germinativas
Maduros

Benigno
Teratoma maduro
Struma ovarii

Maligno
Carcinoma escamoso
Carcinoma de tireoide
Neoplasias ovarianas
Tumores de células germinativas

Maduros

Benigno
Teratoma maduro
Struma ovarii

Maligno
Carcinoma escamoso
Carcinoma de tireoide
9)As setas indicam expressão de alfa-fetoproteína (AFP) em uma neoplasia ovariana. Comente sobre o uso de
marcadores histológicos e sorológicos em neoplasia ovariana.
Neoplasias ovarianas
Tumores de células germinativas

Imaturos (embrionários e extraembrionários)

Disgerminoma
Tumor do seio endodérmico (saco vitelínico)
Teratoma imaturo
Coriocarcinoma
Neoplasias ovarianas

Metástases
10) Na seta nota-se tuba esquerda dilatada com parede espessa. Quais achados clínicos e de outros exame complementares podem
auxiliar no diagnóstico neste caso.
Tuba uterina

Histologia
Tuba uterina

Salpingites
Relativamente comuns
Agudas e crônicas
Estafilococos, estreptococos, gonococos
Via ascendente, sanguínea, peritoneal

Evolução
Disseminação ovariana e pélvica - doença inflamatória pélvica
Obstrução, dilatação, fibrose e aderências
Gravidez tubária, infertilidade
Tuba uterina

Cistos paratubários
Tuba uterina

Adenomiose tubária (Salpingite istmica nodosa)


Tuba uterina

Adenocarcinoma
Tuba uterina

Adenocarcinoma TNM Trompa de Falópio FIGO


T1 Limitado à(s) trompa(s) I
T1a Uma trompa, serosa intacta IA
T1b Ambas as trompas, serosa intacta IB
Serosa comprometida, células
T1c malignas em ascite ou em lavados IC
peritoneais
T2 Extensão pélvica II
T2a Útero e/ou ovários IIA
T2b Outras estruturas pélvicas IIB
Células malignas em ascite ou em
T2c IIC
lavados peritoneais

Metástase peritoneal fora da pélvis


T3 e/ou N1 III
e/ou metástase em linfonodo regional

T3a Metástase peritoneal microscópica IIIA

Metástase peritoneal macroscópica <=


T3b IIIB
2 cm
Metástase peritoneal > 2 cm e/ou
T3c e/ou N1 IIIC
metástase em linfonodo regional

Metástase à distância (exclui


M1 IV
metástase peritoneal)

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