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• Palma das mãos e planta dos pés são poupados

INFECÇÕES BACTERIANAS •

Sintomas constitucionais ausentes
Pode haver linfadenopatia regional localizada e os
DA PELE •
nódulos tendem a ser dolorosos
Leucocitose – 50% dos casos
29/08/2022
Impetigo Bolhoso

INTRODUÇÃO • Staphylococcus aureus, gram + coagulase + do


• Elevada prevalência grupo II cepa 71
• Podem acometer a pele sã • Produz exotoxinas esfoliativas (A e B) - alvo contra
desmogleínas
• Podem complicar processos de outras etiologias
(infecção secundária) • Exotoxinas agem como superantígenos – ativando
os linfócitos T
• Coagulase mantém o processo localizado na
IMPETIGO epiderme – produção de trombos de fibrina
• Comum na infância • Lesões podem ocorrer em pele sã
• Bolhoso – Staphylococcus aureus coagulase • Vesículas que se transformam em bolhas
postivado superficiais flácidas < 1cm, mínimo de eritema ao
• Não bolhoso – Staphylococcus aureus e redor
Streptococcus pyogenes – estreptococos beta- • Evolução aguda, com ruptura das lesões deixando
hemolíticos do grupo A um colarete de descamação na periferia e erosões
• Rompimento da barreira epidérmica expõe centrais cobertas por crostas
receptores de fibronectina e as bactérias são • Bolhas íntegras não são frequentes
capazes de penetrar • Nikolsky negativo
• Problemas associados – dermatite atópica, • Lesões podem ocorrer na pele sã ou previamente
imunodeficiência, má condição de higiene doente
• Ausência de sintomas constitucionais • Localizadas ou disseminadas
• Gromerulonefrite pós-estreptocócica – 2 a 5% dos • Localização – face e extremidades, pode ser em
casos infectados pelo S. pyogenes qualquer lugar do corpo
• Apresentam sinais da doença entre 18 a 20 dias • Linfadenopatia ausente
após as lesões do impetigo • Quadros extensos estão associados com febre,
• ATB não previne complicações renais, mas limita a mal-estar, fraqueza e diarreia
disseminação dos patógenos • Considera-se o impetigo bolhoso uma
manifestação localizada da síndrome estafilocócica
Diagnóstico da pele escaldada

• Anti-DNAse – detecção de impetigo estreptocócico Impetigo Secundário – Impetiginização


• Pouco aumento da Antiestreptolisina O (ASO) –
mais elevada após faringite • Complicações de doenças cutâneas que rompem a
• Anti-hialuronidase barreira da pele ou sistêmicas que provocam
imunodepressão, como DM e AIDS
Impetigo Não Bolhoso • Hepes simples, dermatites vesiculosas agudas,
pediculose, escabiose e picadas de insetos
• Mácula eritematosa 2 a 5 mm, rapidamente evolui
comumente são complicadas por quadro de
para vesículas ou pústulas e se rompe → crostas e
impetigo
exsudação amarelada sobre a erosão (crostas
• Clínica – eritema, vesículas, pústulas e crostas
mericéricas)
amareladas
• Há eritema mínimo ou ausente ao redor, dor
• Assintomáticas ou prurido e dor local
discreta e prurido ocasional
• Lesões ocorrem na pele sã, traumatizada ou Tratamento
sobreposta à condição cutânea preexistente
(escabiose, varicela, dermatite atópica) • Mupirocina 3x ao dia por 5 dias – ATB tópico
• Disseminam rapidamente • ATB oral se numerosas lesões de impetigo ou
• Locais mais atingidos: nariz, boca e áreas expostas ectima (lesão mais profunda)
ECTIMA
• As lesões se estendem para a derma – forma
profunda de impetigo
• Ulcerações superpostas por crostas espessas e
aderentes
• Esteptococos beta-hemolíticos do grupo A e
estafilococos coagulase positiva
• Fatores predisponentes – feridas preexistentes
(escoriações, picadas de insetos, dermatites,
escabiose), imunodeficiência, desnutrição e
alcoolismo
• Vesícula ou pústula em área de pele eritematosa
Fatores de Risco
• Estende para a derme, formando ulceração,
coberta por crostas amarelo-acinzentadas, mais • Ruptura da barreira cutânea devido a trauma –
grossas e secas que no impetigo abrasão, ferida penetrante, úlcera de pressão,
• Úlcera purulenta de bordas enduradas e aréola úlcera venosa da perna, picada de inseto, uso de
eritematoedematosa drogas injetáveis
• Podem deixar cicatriz • Inflamação da pele – eczema, radioterapia,
• Locais mais comuns – MMII e extremidades psoríase
• Diagnóstico diferencial – leishmaniose • Edema devido à drenagem linfática prejudicada
• Edema devido a insuficiência venosa
Tratamento
• Obesidade
• Melhora da higiene e nutrição • Imunossupressão – diabetes ou infecção por HIV
• Lavar com sabões antissépticos • Infecção cutânea pré-existente – tinea pedis,
• Remoção das crostas durante o banho intertrigo, impetigo, varicela
• ATB tópico – mupirocina • Sempre avaliar região interdigital do paciente com
• Se lesões extensas – ATB sistêmicos – cefalexina atenção
ou penicilina benzatina • Áreas de eritema, edema e calor da pele
• Febre e outras manifestações sistêmicas de
infecção também podem estar presentes
ERISIPELA E CELULITES • Local mais comum – extremidades inferiores
• Erisipela – infecção bacteriana da derme com
acometimento linfático Tratamento
• Celulite – extensão da inflamação ao tecido
• ATB orais
subcutâneo – mais grave
• ATB parenterais – sinais sistêmicos de toxicidade
• Áreas de eritema, edema e calor da pele
(febre > 38ºC, hipotensão ou taquicardia),
• Mais comum – Streptococcus do grupo A ou
progressão rápida do eritema, progressão dos
Streptococcus pyogenes, S. aureus (incluindo cepas
achados clínicos após 48h de ATB oral,
resistentes à meticilina) – menos comum
incapacidade de tolerar terapia oral, proximidade
• Haemophilus influenzae tipo B (celulite facial < 2
da lesão a um dispositivo médico permanente
anos)
(articulação protética ou enxerto vascular)
• Bacilos aeróbicos gram-negativos (minoria)

Abcesso Cutâneo SÍNDROME ESTAFILOCÓCICA DA PELE


• Mais comum – S. aureus (suscetível à meticilina ou ESCALDADA
S. aureus resistente à meticilina – MRSA • Quadro bastante grave
• S. pyogenes, bacilos gram-negativos, anaeróbios • “Pele escaldada” refere-se à semelhança de
• Pode ser acusado por mais de um patógeno queimaduras agudas de água quente
• Principalmente crianças pequenas < 6 anos
• SSSS em adultos é menos frequente e geralmente
ocorre no contexto de doença grave
• Fatores de risco em adultos – função renal • Hidratação intravenosa – perda de fluidos pela
prejudicada, imunossupressão, comorbidades que pele significativa na SSSS e os pacientes
prejudicam a resposta imunológica à infecção diminuíram a ingestão por VO
bacteriana (diabetes) • Prevenir a desidratação e anormalidades
• Surge de um foco de infecção com uma cepa de S. eletrolíticas
aureus produtora de exotoxina (impetigo, • Facilitar a remoção de toxinas
conjuntivite bacteriana, pneumonia
estafilocócica,piomiosite, artrite séptica ou Prognóstico
endocardite
• Maioria se recupera totalmente em 2 a 3 semanas,
• Exotoxinas produzidas por Staphylococcus aureus
sem deixar cicatrizes
sofrem disseminação hematogênica para a pele
• Pacientes podem continuar a sentir dor, eritema e
• Toxinas patogênicas – toxina A esfoliativa (ou
descamação da pele por vários dias, apesar do
epidermolítica); toxina B esfoliativa (ETB)
tratamento antibiótico apropriado
• Exotoxinas clivam a desmogleína 1 →
• Mortalidade relacionada a complicações de SSSS –
deslocamento da epiderme superficial
sepse, desequilíbrio eletrolítico, infecção
Manifestações Clínicas secundária

• Dor difusa na pele FOLICULITES


• Eritema macular
• Bolhas flácidas superficiais • Inflamação da porção superficial ou profunda do
• Descamação, aspecto de crosta folículo piloso
• Febre, irritabilidade e ingestão oral insuficiente • Pápulas ou pústulas inflamadas foliculocêntricas
• Não tem envolvimento de mucosa na pele
• Nódulos – característica da inflamação folicular
Diagnóstico profunda
• Principais subtipos – bactérias, fungos, vírus,
• História
parasitoses
• Exame físico
• Foliculite bacteriana – causa mais comum de
• Sinal de Nikolsky positivo – bolhas ou descamação
foliculite infecciosa – estafilocócica, pseudomonas
da pele em resposta à pressão mecânica suave
e gram-negativa
• Histopatológico
• Fatores de risco – exposição a banheiras de
• Cultura
hidromassagem ou piscinas aquecidas (foliculite
• Eritema de pele
pseudomonas), ATB oral prolongada (foliculite
• Bolhas flácidas, descamação superficial e erosões
gram-negativa), imunossupressão (foliculite
superficiais
fúngica, viral ou demodécica)
• Ausência de envolvimento da membrana mucosa
• Evidência de infecção cutânea concomitante Diagnóstico

Tratamento • História
• Exame físico
• Penicilina resistente à penicilinase
• Coloração de gram e cultura do conteúdo da
• ATB IV para crianças com SSSS associada a uma pústula podem identificar o organismo causador –
infecção de pele ou tecidos moles observação de infiltrado linfocitário
• Oxaciclina 500mg (100 a 150 mg/kg/dia doses
divididas 6/6h) máx. 12g/dia Foliculite Estafilocócica
• Cefazolina 1g (50 a 100 mg/kg/dia doses divididas
8/8h) máx. 6g/dia – Cefalosporina 1ª geração • S. aureus – bactéria gram-positiva causa – causa
• Vancomicina 500 mg ou 1g (45 mg/kg/dia doses mais comum de foliculite bacteriana
divididas 8/8h) máx. 2g/dia • Impetigo de Bockhart – foliculite estafilocócica
• Duração do tratamento com ATB geralmente 10 superficial
dias • Podem causar foliculite – Staphylococcus aureus
• Prolongar para 14 dias para pacientes com sensível à meticilina (MSSA) e o Staphylococcus
respostas lentas (eritema persistente, febre, aureus resistente à meticilina (MRSA);
progressão da doença)
Estafilococos coagulase-negativa (Staphylococcus Foliculite Gram-Negativa
epidermidis e Staphylococcus capitis)
• Pápulas e pústulas foliculares inflamadas • Klebsiella, Enterobacter, Proteus e Aeromonas
• Locais comuns – couro cabeludo, face, parte hydrophila
superior do tronco, nádegas, pernas e axilas • Associada ao tratamento de longo prazo com ATB
• Foliculite da barba (sicose da barba) – envolve orais (tetraciclinas) – início explosivo
porções profundas dos folículos nas áreas da • Sexo masculino
barba, S. aureus é um organismo causador • Pápulas e pústulas eritematosas na face, mais
frequente, pústulas em placas eritematosas comumente na região perinasal
envolvendo vários folículos capilares • Foliculite por Proteus mirabilis – nódulos e
pústulas inflamados, dolorosos e profundos
Tratamento
Tratamento
• Foliculite leve com poucas pústulas geralmente
regride espontaneamente • ATB por 2 semanas
• Indicações para o tratamento com ATB – doença • Ampicilina 250-500 mg 6/6h
extensa (várias pápulas, pústulas ou com • Sulfametoxazol-trimetoprima 800/160mg 12/12h
envolvimento de mais de uma área do corpo), • Ciprofloxacina 500-750 mg 12/12h
doença persistente • Isotretinoína oral 0,5 a 1mg/kg/dia por 4 a 5 meses
• Mupirocina tópica 3x/dia por 5 a 7 dias – doença recidivante
• Clindamicina tópica 2x/dia por 7 a 10 dias
• Ácido fusídico 2% creme 2x/dia – aumento da INFECÇÕES NECROSANTES DE PARTES
resistência de S. aureus
MOLES (INPM)
Descolonização
• Incluem formas necrosantes de fasciíte, miosite e
• Mupirocina 2% aplicada nas narinas 2x/dia por 5 a celulite
10 dias • Essas infecções são caracterizadas clinicamente
• Gluconato de clorexidina – lavagens diárias ou uso por destruição tecidual fulminante, sinais
de pano impregnado descartável por 5 a 14 dias sistêmicos de toxicidade e alta mortalidade
• Banhos de água sanitária diluída por 3 meses • Podem ser categorizadas com base na
microbiologia e na presença ou não de gás nos
Foliculite por Pseudomonas tecidos

• Pseudomonas aeruginosa – bactéria gram-negativa Classificações das INPM


• “Foliculite de Banheira de Hidromassagem” –
contato com água contaminada com Pseudomonas Presença de gás em partes moles
• Erupção aparece 8 a 48 horas após a exposição
• Exame de imagem – TC
• Localizada principalmente no tronco e nas nádegas
• Infecções polimicrobianas (cocos gram-positivos,
na distribuição da roupa de banho molhada ou
cocos gram-negativos, bastonetes gram-positivos,
outras áreas expostas com a água contaminada
bastonetes gram-negativos)
• Máculas foliculares, pápulas ou pústulas
• Fasciíte necrosante (FN) tipo I
pruriginosas, inflamadas
• Celulite necrosante por bactérias anaeróbias
Tratamento (exceto Clostridium)
• Infecções por bastonetes gram-positivos
• Autolimitada • Apresentação aguda – mionecrose clostrídica
• Resolve em 7 a 10 dias com boa higiene da pele e (gangrena gasosa)
evitando a reexposição com água contaminada • Apresentação indolente – celulite clostrídica
• Cloração adequada de piscinas e banheiras de
hidromassagem evitam a reinfecção Ausência de gás em partes moles
• Apresentações graves – ciprofloxacina oral – dose
• Exame de imagem – TC
para adultos 500-750 mg 12/12h
• Infecções por cocos gram-positivos
• Fasciíte necrosante tipo II
• MRSA ou MSSA
• Miosite necrosante por EBHGA ou por outros • Edema que se estende para além do eritema
grupos visível
• Infecção por bastonetes gram-negativos - • Dor intensa, muitas vezes desproporcional aos
aeromonas (água doce) e vibrio (água do mar) achados do exame físico
• Febre
Fasciíte Necrosante
• Crepitação
• Subtipo de infecção de partes moles profundas, • Bolhas, necrose ou equimose
que resulta em destruição progressiva da fáscia e • Tecido subcutâneo pode se apresentar firme e
tecido subcutâneo sobrejacente endurecido, de modo que os músculos subjacentes
• Tipicamente se espalha ao longo da fáscia devido não possam ser palpados adequadamente
ao seu suprimento sanguíneo relativamente pobre • O edema acentuado pode produzir uma síndrome
• O tecido muscular é frequentemente poupado compartimental com mionecrose secundária,
devido ao seu generoso suprimento sanguíneo requerendo fasciotomia
• Inicialmente, o tecido sobrejacente pode parecer • Linfangite e linfadenite são incomuns
inalterado • Apesar de inicialmente haver dor intensa e
• O surgimento de anestesia local pode preceder o desproporcional, desenvolve-se uma diminuição a
aparecimento da necrose na pele e fornecer uma estímulos álgicos no local envolvido, devido à
pista para o diagnóstico trombose de pequenos vasos sanguíneos e à
destruição de nervos superficiais no tecido
• Diagnóstico difícil sem a visualização direta da
subcutâneo – isso pode preceder o aparecimento
fáscia
da necrose da pele, e fornecer uma pista
• Tipo I (polimicrobiano) – causado por bactérias
diagnóstica
anaeróbias (pelo menos uma) e anaeróbias
• Gás subcutâneo está frequentemente presente na
facultativas (raramente aeróbias obrigatórias)
forma polimicrobiana (tipo I), especialmente em
• Tipo II (monomicrobiano) – geralmente causado
diabéticos
por EBH (tipicamente grupo A – pyogenes)
• Contudo, pode haver formação de gás em tecido
• Tipo III (bactérias marinhas) – vibrio
subcutâneo nas formas tipo II
• Tipo IV (fungos) – pós-trauma, ou em pacientes
• Locais mais acometidos – extremidades
imunossuprimidos
• Locais especiais – períneo (gangrena de Fournier),
Fatores de Risco cabeça e pescoço
• População especial – neonatos
• Trauma penetrante/contuso
• Solução de continuidade na pele e mucosa (lesão Gangrena de Fournier
de varicela, picada de inseto, uso de drogas IV,
• Fasciíte necrosante do períneo – subtipo I
hemorroidas, fissuras retais, episiotomia)
• Solução de continuidade na mucosa
• Cirurgias recentes
gastrointestinal ou uretral
• Imunossupressão – diabetes, cirrose, neutropenia,
• Início abrupto, com dor intensa e pode se espalhar
infecção por HIV
rapidamente para parede abdominal anterior e
• Malignidade
glúteos
• Obesidade
• Homens > mulheres
• Alcoolismo
• Homens – pode envolver escroto e pênis
• Mulheres – gravidez, parto, aborto, procedimentos
• Mulheres – pode envolver grandes lábios
ginecológicos
Fasciíte Necrosante da Cabeça e Pescoço
Manifestações Clínicas
• Solução de continuidade na mucosa da orofaringe,
• Geralmente se manifesta de forma aguda
pós cirurgia/instrumentação local, ou pós infecção
• Raramente pode apresentar forma subaguda
odontogênica
• Pode ocorrer progressão rápida para destruição
• Angina de Ludwig – infecção no espaço
tecidual extensa e significativa, levando a
submandibular
toxicidade sistêmica, perda de membros e/ou
• Síndrome de Lemierre – tromboflebite séptica da
morte
veia jugular
• Eritema (sem margens nítidas)
Neonatos Anatomopatológico

• Geralmente acomete parede abdominal e/ou • Destruição tecidual extensa, trombose de vasos
períneo sanguíneos, numerosas bactérias ao longo da
• Mais comum – tipo II fáscia, infiltrado inflamatório polimorfonuclear
• Associações – onfalite, balanite (circuncisão),
Exame de Imagem
reparo de hérnia
TC – mais sensível para detecção de gás
Exames Laboratoriais
• Gás – infecção por Clostridium; FN I – altamente
• Inespecíficos
específico para infecção necrosante
• Leucocitose com desvio à esquerda
• Outros achados – coleções líquidas, ausência ou
• Acidose
heterogeneidade de realce tecidual ao contraste
• Coagulopatia
• Hiponatremia RM – melhor exame para detectar infecções de partes
• Elevação de marcadores inflamatórios (PCR/VHS) moles
• Aumento da Cr, Lac, CPK e TGO
• Aumento significativo de CPK e TGO podem ajudar • Não é eficaz em detectar gás como a TC, e pode
na diferenciação com celulite superestimar o real acometimento de tecidos mais
• Hemoculturas profundos
• Tipo I - + em 20% • Hipersinal em T2 – quando envolve fáscia
• Tipo II - + em 60% intermuscular, o exame tende a ser mais fidedigno
• OBS – pode não refletir o real papel de todos os • Não pode ser usado para diferencia celulite
microrganismos envolvidos na infecção necrosante de infecções mais profundas como a
FN
Diagnóstico
Diagnósticos Diferenciais
• Alto grau de suspeição em pacientes com infecção
de partes moles (eritema, calor, edema) e sinais Celulite
sistêmicos (febre, instabilidade hemodinâmica),
• Geralmente não está associada a instabilidade
associado a crepitação, progressão rápida, dor
hemodinâmica ou alterações intensas de
intensa e desproporcional
sensibilidade (dor desproporcional/anestesia)
• Em caso de suspeita – realizar a exploração
• CPK e TGO tendem a estar normais
cirúrgica imediatamente (emergência cirúrgica)
• Deve-se realizar exames de imagens, culturas e Trombose Venosa Profunda
outros exames laboratoriais – a investigação
propedêutica não deve atrasar a exploração • Dor menos intensa
cirúrgica • Febre pode estar presente, porém é menos
• Exploração cirúrgica é a única forma de comum
diagnosticar uma infecção necrosante
Gangrena Gasosa – mionecrose clostrídica
• Exame direto – aparência edemaciada e
acinzentada da fáscia, exsudato fino sem • Pode ocorrer espontaneamente ou após trauma
purulência significativa, fácil separação dos planos
• Gram – bastonetes gram-positivos (FN I)
teciduais por dissecção romba
• Manejo da gangrena gasosa envolve muitas vezes
Exploração Cirúrgica a amputação, enquanto na FN há chance de salvar
o membro
• Deve ser feita no centro onde o paciente se
apresentou Pioderma Gangrenoso
• A exploração realizada nas primeiras 24 horas está
• Associação com DII e leucemia
associada ao aumento da sobrevida,
• Progressão mais lenta, em dias
principalmente nas primeiras 6 horas
• Não se parece com celulite
• Durante o ato cirúrgico, retirar amostras para
• Borda violácea
coloração Gram, culturas e anatomopatológico
• Responde a imunossupressor, e não responde a
ATB
• Piora com desbridamento tratamento empírico, e em caso de
disponibilidade, o ideal seria usar
Conduta • Terapia com oxigênio hiperbárico – controverso,
porém pode ser benéfica em pacientes com FN por
• Clínica + cirurgia
anaeróbios gram-negativos; suporte nutricional e
• Suporte hemodinâmico + ATB + desbridamento
fisioterápico
cirúrgico
• ATBterapia sem a realização de desbridamento Prognóstico
está associada a taxas de mortalidade próximas a
100% • Taxa de mortalidade significativa
• Tipo I – 21% de mortalidade
Desbridamento • Tipo II – 14 a 34% de mortalidade
• Fatores associados ao aumento da mortalidade
• De todo o tecido necrótico até que se atinja tecido
• Leucocitose > 30000
saudável e viável (sangrante)
• Bastonetes > 10%
• A inspeção e o desbridamento devem ser
realizadas a cada 1-2 dias, até que não haja mais • Cr > 2
tecido necrótico • Idade > 60
• Em casos de infecção grave envolvendo • Síndrome do choque tóxico estreptocócico
extremidades, a amputação pode ser necessária • Cirurgia realizada > 24 horas após avaliação
• Infecções envolvendo cabeça, pescoço, tórax ou
Antibioticoterapia abdome

• Tratamento empírico deve incluir


antibioticoterapia de amplo-espectro, com
cobertura contra gram-positivos, gram-negativos e
anaeróbios
• Não se deve esquecer de coletar material para
cultura
• Carbapenêmico ou Pipetazo + Anti-Gram-Positivos
multirresistentes (vancomicina, daptomicina,
teicoplanina) + Clindamicina (por seus efeitos anti-
toxinas e antiinflamatorios contra cepas
estreptocócicas e estafilocócicas produtoras de
toxinas)
• Em casos de exposições específicas – garantir
cobertura de garantir cobertura antimicrobiana
apropriada
• Tempo de tratamento variável
• Manter tratamento até que não haja mais
necessidade de desbridamento e o estado
hemodinâmico do paciente esteja normalizado por
pelo menos 2 semanas

Suporte Hemodinâmico

• Reposição hidroeletrolítica agressiva e


vasopressores
• Pode ser necessária reposição de albumina -
síndrome de extravasamento capilar secundária a
síndrome de choque tóxico estreptocócico

Outras Condutas

• Imunoglobulina intravenosa – pode ser benéfica


no contexto da infecção por EBHGA; uso incerto
quando a FN se deve a outras etiologias; no

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