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28/08/2023 Fisiopatologia I.

AULA 4 – FISIOPATOLOGIA DOS SISTEMAS TEGUMENTAR PIODERME

MALASSEZIOSE

• Doença causada por uma levedura (oportunista) – Malassezia pachydermatis


• Encontrada normalmente em baixa quantidade nos canais auditivos externos, nas áreas periorais, nas regiões perianais e
nas pregas cutâneas úmidas. Ocorre principalmente em cães
• Rara em gatos
• Cães - doença cutânea – ocorre após o desenvolvimento de uma reação de hipersensibilidade aos microrganismos ou o
crescimento cutâneo excessivo das leveduras.
• Associado na maioria das vezes a uma causa subjacente
• Atopia, alergia alimentar, endocrinopatia, distúrbio de queratinização, doença metabólica ou tratamento prolongado com
corticosteroides.
• Gatos - doença cutânea é causada pelo crescimento excessivo de Malassezia, que pode ser secundário a uma doença
subjacente
• Infecção pelo vírus da imunodeficiência felina, diabetes mellitus, um tumor maligno interno.
SINAIS CLÍNICOS
Cães
• Prurido moderado a grave com alopecia regional ou generalizada
• Escoriações, eritema e seborreia.
• Em casos crônicos - liquenifcação, hiperpigmentação e hiperqueratose
• Odor corpóreo desagradável
• As lesões são encontradas principalmente nos espaços interdigitais, porção ventral do pescoço, axilas, região perineal e
nas pregas dos membros.
• A presença concomitante de otite externa por leveduras é comum.
Gatos
• Otite externa com secreção ceruminosa preta
• Acne mentoniana crônica
• Alopecia
• Eritema e seborreia multifocal a generalizada
ESPOROTRICOSE

Micose subcutânea causada pelo fungo Sporotrix schenckii.


Local primário do fungo – solo, tronco e raízes de árvores, plantas e arbustos.
Hábito natural do gato de afiar a unha e enterrar seus dejetos, facilitou a contaminação da espécie.
• Transmissão entre animais - através de arranhaduras
• Transmissão para o homem
– arranhadura do gato
• Maior incidência em gatos semidomiciliados e gatos de rua- principalmente machos inteiros – brigas por território e
fêmeas no cio.
• Lesões iniciais – pápulas, nódulos ou bolhas
• Úlceras
• Crostas hemorrágicas
• Secundariamente pode ocorrer linfadenomegalia, apatia, anorexia e febre.
OTITES
• Caracterizada pelo processo inflamatório, infeccioso e/ou parasitário.
• Otites externas
• Otite ceruminosa
• Otite eczematosa
• Otite bacteriana
• Otite hiperplásica e estenosante
• Otites média
Otite Ceruminosa
• Produção excessiva de cerúmen, causando graus variados de inflamação e prurido. Pode ocorrer infecções bacterianas
secundária.
• Causa mais frequente – Otodectes cynotis, ocasionalmente pelo ácaro do gênero Demodex.
• Fatores anatômicos relacionados a padrões raciais
OTITE ECZEMATOSA
Otite mais comum na rotina da clínica veterinária
Os pacientes apresentam eczema na face interna do pavilhão auricular e eritema ao
longo do conduto auditivo.
Pode ocorrer excesso de cerúmen e crescimento de bactérias e/ou Malassezia
Otite Bacteriana
Característica principal – pus visível no conduto auditivo
Resultante da proliferação bacteriana de otites ceruminosas e eczematosas mal tratadas.
Quando não tratada corretamente pode haver comprometimento do tímpano – otite média.
Característica principal – pus visível no conduto auditivo
Resultante da proliferação bacteriana de otites ceruminosas e eczematosas mal tratadas.
Quando não tratada corretamente pode haver comprometimento do tímpano – otite média.
OTITE MÉDIA
Resultante de uma extensão da otite externa.
Felinos podem desenvolver otite média ascendente decorrente da formação de pólipos inflamatórios
OTITES – SINAIS CLÍNICOS
• Dor
• Prurido
• Meneios da cabeça
• Secreção
• Odor
• Eritema
• Hiperplasia
• Estenose
• Mau cheiro
DOENÇAS CUTÂNEAS AUTOIMUNES
Pênfigo Foliáceo

• Doença cutânea autoimune caracterizada pela produção de autoanticorpos contra um componente das moléculas de
adesão dos queratinócitos.
• A deposição de anticorpos nos espaços intercelulares faz que as células se soltem umas das outras nas camadas
epidérmicas mais superficiais (acantólise).
• Indivíduos de qualquer idade, sexo ou raça podem ser afetados.
• Geralmente é idiopático, mas, em alguns casos, pode ser induzido por fármacos ou ser uma sequela de uma doença
cutânea inflamatória crônica.

• Lesões primárias - pústulas superficiais.


• Lesões secundárias - erosões superficiais, crostas, descamações, colaretes epidérmicos e alopecia.
• As lesões ocorrem principalmente em região de plano nasal, pavilhão auricular e nos coxins são características
importantes da doença cutânea autoimune.
• A doença geralmente começa na ponte nasal, ao redor dos olhos e no pavilhão auricular antes de se tornar generalizada.
• As lesões faciais tendem a ser acompanhadas por despigmentação nasal e as lesões cutâneas são pruriginosas e
intermitentes.

Pênfigo Eritematoso
Doença que pode ser uma a forma benigna de pênfigo foliáceo ou uma forma intermediária entre o pênfigo e o
lúpus eritematoso.
Incomum em gatos e comum em cães.
Maior incidência em animais das raças Pastor Alemão, Collie e Pastor de Shetland.
• A doença geralmente é limitada à face (ponte nasal e ao redor dos olhos) e ao pavilhão auricular.
• Lesões mais comuns - erosões superficiais, descamações e crostas.
• Pústulas podem estar presentes, mas sua observação tende a ser difícil.
• Prurido - mínimo a brando.
• Despigmentação nasal - comum.
• Não há acometimento da cavidade oral.

Pênfigo Vulvar
Doença cutânea autoimune caracterizada pela produção de autoanticorpos contra antígenos localizados na junção entre a
epiderme e a derme ou em regiões adjacentes.
A deposição de anticorpos nos espaços intercelulares provoca o descolamento de células nas camadas epidérmicas mais
profundas.

É a forma mais grave de pênfigo Rara entre cães e gatos.

Lesões mais comuns – erosões e úlceras


Lesões mais raras - vesículas e bolhas, principalmente nas axilas e na virilha, nas junções mucocutâneas (leitos ungueais,
lábios, narinas, pálpebras) e nas membranas mucosas (cavidade oral, ânus, vulva, prepúcio, conjuntiva).

Febre, depressão e anorexia concomitantes são comuns. Lesões orais – podem causar salivação extensa e halitose.

As lesões no plano nasal, no pavilhão auricular e nos coxins são características importantes da doença cutânea
autoimune.

Lúpus Eritematoso Sistêmico


• Doença imunomediada multissistêmica caracterizada pela produção de diversos autoanticorpos.
• Os anticorpos formam complexos imunes circulantes.
• Rara em gatos e incomum em cães.

Lúpus Eritematoso Sistêmico - Cães


Sintomas inespecíficos e intermitentes.
Sinais cutâneos - erosões e úlceras mucocutâneas ou nas mucosas, descamações, eritema, alopecia, formação de crostas e
escoriação.
As lesões podem ser multifocais ou difusas e podem ocorrer em qualquer local do corpo – mais afetados - face, orelhas e
a porção distal dos membros.
Pode ocorrer linfadenomegalia periférica.
Outros sinais – febre, poliartrite, polimiosite, insuficiência renal, alterações sanguíneas, pleurite, pneumonia, pericardite
ou miocardite, neuropatia central ou periférica e linfoedema.

Lúpus Eritematoso Sistêmico - Gatos


• Lesões cutâneas variáveis - dermatose com eritema, alopecia, descamação, crostas e escoriação e descamação excessiva
(seborreia).

• As lesões podem ocorrer em qualquer local do corpo, mas o acometimento da face, do pavilhão auricular e
das patas é mais frequente.

• Podem ocorrer úlceras orais.

• Outros sintomas - febre, poliartrite, insuficiência renal, anomalias neurológicas ou comportamentais, anomalias
hematológicas e miopatia.

Lúpus Eritematoso Discoide


• Doença considerada uma variante benigna do Lúpus Eritematoso Sistêmico. Comum em cães e rara em gatos.
- Gatos
• Causa eritema, alopecia e formação de crostas na face e no pavilhão auricular. As lesões
nasais são incomuns.
- Cães
• Despigmentação nasal, eritema, descamação, erosões, ulcerações e formação de crostas.
• Maior ocorrência das lesões - lábios, ponte nasal, pele periocular, pavilhão auricular.
• Locais de menor ocorrência das lesões - porção distal dos membros ou na genitália.
• A hiperqueratose dos coxins e as úlceras orais são raramente observadas

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