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Trato Digestório
Alterações Congênitas
Estomatites Profundas: Geralmente são sequelas das estomatites superficiais, onde ocorre
invasão microbiana no tecido conjuntivo da boca, geralmente da própria flora oral.
Tonsilites: Devido a sua localização cranial no tubo digestivo, as tonsilas sofrem exposição
e estimulação antigênica frequentes e alguns microrganismos a utilizam como porta de
entrada ou sitio de persistência e multiplicação no animal como as bactérias Erisipela,
Salmonella, Streptococcus e Haemophilus (todas nos suínos) e os vírus da Panleucopenia
Felina, Doença de Aujeszky, Parvovirose Canina, Cinomose, Diarreia Viral Bovina, Doença
Vesicular dos Suínos e Peste Clássica Suína. Em algumas vezes a proliferação exacerbada
desses microrganismos causam tonsilites.
Neoplasias
Papilomas: Tumor epitelial benigno das células da camada espinhosa, sendo induzido
por vírus. É caracterizado por crescimento verrugoso e elevações papilares múltiplas,
principalmente nas junções mucocutâneas de cães e bovinos.
Melanoma: Na cavidade oral são sempre malignos, sendo os mais frequentes em cães
onde atingem gengivas, mucosa bucal, lábios e palato. As massas nodulares podem ser
pigmentadas ou amelanóticas, seu crescimento é rápido, formando áreas de necrose e
ulceração. Metástases ocorrem para linfonodos regionais e pulmões.
Fibrossarcoma: Tumor maligno que acomete cães de grande porte e gatos. As massas
firmes únicas e unilaterais podem ser encontradas na gengiva, maxila e mandíbula.
DENTE E PERIODONTO
Desgaste Dentário: É associado ao atrito com o dente oposto, assim como a natureza do
alimento mastigado. Esse desgaste pode estar acelerado nas odontodistrofias nutricionais e
metabólicas como Deficiência de Vitamina A, Raquitismo, Osteomalacia e Osteodistrofia
Fibrosa e associadas a tóxicos como na Fluorose.
Placas Dentárias: Massa dentária densa, não calcificada e aderida firmemente ao dente.
Forma-se pela aderência bacteriana a película do esmalte ou a outras bactérias já aderidas,
passando a produzir polímeros adesivos para aderência de novas bactérias e assim
aumentando a massa da placa. As bactérias que se aderem possuem alta capacidade para isso,
além de resistência a remoção mecânica da saliva. É considerada como agente etiológico da
carie e doença periodontal. Quando mineralizada pela saliva a placa forma os cálculos ou
tártaros dentários. É importante diferenciar os cálculos da Matéria Alba que é constituída por
proteínas salivares, células epiteliais descamadas, leucócitos e bactérias, diferentemente dos
cálculos a Matéria Alba é de fácil remoção.
Carie de Superfície Lisa: Desenvolve-se logo abaixo dos pontos de contato entre os
dentes adjacentes ou em torno do colo dentário, necessitando da participação da
placa dentária para se iniciar. Essa desmineralização é desencadeada pelo ácido láctico
produzido pela placa, a lise da matriz orgânica é feita por enzimas bacterianas ou de
leucócitos, uma vez que a placa é quimiotáxica para eles. Quando afeta o esmalte, o
dente torna-se manchado ou opaco, quando a dentina é afetada torna-se marrom ou
preta. Odontodistrofias fazem as caries progredirem mais rapidamente.
GLÂNDULAS SALIVARES
Ptialismo: Excesso na produção de saliva. É vista como acumulo anormal de saliva na boca,
ocorre nas intoxicações por organofosforados e metais pesados, e nas encefalites e
estomatites que causam falhas na deglutição.
Dilatações: Estagnação do fluxo salivar devido a estenose congênita, obstrução dos ductos por
cálculos e corpos estranhos e estenose devido a inflamação.
Sialodenites: Inflamação das glândulas salivares. A infecção chega a glândula pelos ductos
(ascendente) devido a corpos estranhos ou cálculos, após traumas diretos ou por via
hematogêna. Ocorre na Raiva, Febre Catarral Maligna, Cinomose e Garrotilho. Na Deficiência
de Vitamina A ocorre metaplasia escamosa do epitélio dos ductos, levando a estase salivar e
infecção secundária.
ESÔFAGO
Obstruções: Ocorrem quando alimentos grandes, mal mastigados ou ensalivados ficam retidos
no lúmen. Os locais de obstrução geralmente são onde o esôfago apresenta desvios normais
ou tem seu lúmen mais estreito. As complicações incluem necrose compressiva, ulceração da
mucosa, perfuração e morte. As estenoses são outras causas de obstruções no esôfago.
Estenose: Estreitamento do lúmen esofágico, podem ser divididas em Adquiridas como nas
reparações (cicatrizações) de inflamações, ulceras por corpos estranhos ou alimentos,
neoplasias intraluminais ou intramurais e nas compressões externas devido ao aumento de
órgãos adjacentes como neoplasias em linfonodos, timo ou tireoide, linfadenites e tireoidites,
no bócio e persistência do ducto e ligamento arterioso. As Congênitas observadas na Aplasia
Segmentar ou ausência do lúmen (Imperfurações). No local da estenose pode ocorrer
ulceração e perfuração.
Perfurações: Quando ocorrem na porção cervical do pescoço resultam em flegmão dos tecidos
adjacentes, no segmento torácico a principal consequência é a pleurite. As perfurações podem
ocorrer por traumas da parede por objetos perfurantes ingeridos ou introduzidos no pescoço,
pode ser iatrogênico na administração de medicamentos (pistola) ou passagem de sonda
gástrica e endoscópio.
Neoplasias: Pode haver Papilomas difusos ou focais associados ao vírus, onde causam
hipertrofia muscular secundária a dificuldade de deglutição. O vírus da papilomatose associado
a ingestão crônica de Samambaia pode provocar a formação de Carcinomas de Células
Escamosas no esôfago. O Spirocerca lupi é associado ao desenvolvimento de osteossarcomas e
fibrossarcomas esofagianos.
PRÉ-ESTÔMAGOS
Timpanismo: Distensão dos pré-estômagos por acumulo de gases, em decorrência de sua não
eliminação (falha na eructação). Independente do tipo de timpanismo, a morte quando ocorre
é por anóxia. Com a dilatação dos pré-estômagos há o aumento da pressão intra-abdominal,
compressão sobre o diafragma, inibição dos movimentos respiratórios e desvio de grande
volume sanguíneo para fora das vísceras abdominais que sofrem com o comprometimento da
hemodinâmica. Ocorre compressão da veia cava posterior, direcionando o fluxo sanguíneo
para áreas mais craniais. O animal encontrado morto apresenta abdômen distendido,
exsudação de sangue para orifícios naturais e hemorragia puntiforme no subcutâneo do
pescoço, tórax, traqueia e serosas (devido a anóxia). Observado também edema e congestão
pulmonar e fígado pálido devido a isquemia.
Ruminite Mucormicótica: Provocada por fungos também sobreviventes a acidose láctica, esses
fungos invadem os vasos a partir das lesões iniciais da acidose e provocam vasculite e
trombose. Com isso podem ocorrer múltiplos infartos na parede do rúmen, acompanhado por
inflamação que se extende ao peritônio causando peritonite. É quase sempre fatal.
ESTÔMAGO E ABOMASO
Alterações Post-Mortem: Rigidez Cadavérica com o estômago vazio ou pouco cheio no cão
pode provocar forte contração e retração de sua porção caudal levando a forma de
ampulheta; Embebição por Bile é provocada pela passagem de bile para a luz gástrica com
consequente impregnação da mucosa ou pelo contato direto da serosa gástrica com a serosa
biliar, provocando a formação de circulo amarelo esverdeado na serosa do estômago;
Maceração Post-Mortem é ocasionada pela autodigestão da mucosa gástrica que aparente
erosões ou ulcerações com extravasamento de hemoglobina e suco gástrico, dando aspecto
amarronzado a mucosa. Ocorre exposição da submucosa.
Dilatação Gástrica
Volvo (Torção do Estômago): Patologia quase que exclusiva dos cães de grande porte, é
consequência invariável da dilatação. A frouxidão ou laceração do ligamento gastroepático ou
movimentos antiperistálticos violentos, além de contrações abdominais no vômito são
associadas como prováveis causas. Como consequência ocorre deslocamento e congestão do
baço, o predispondo a infarto e ruptura. Ocorre infarto venoso da parede gástrica que fica
escura e edematosa com extravasamento de sangue para o lúmen. A mucosa sofre isquemia e
pode ocorrer ruptura ou perfuração do estômago. Ocorre também obstrução do retorno
venoso abdominal, com choque circulatório, desequilíbrio hidroeletrolítico, depressão
miocárdica devido a liberação na isquemia de fator pancreático e necrose cardíaca. A morte
ocorre caso não haja rápida intervenção.
Impactação: Ocorre nos equinos e ruminantes, provocada por conteúdo que se condensa
como resultado de restrição hídrica, alimentos muito fibrosos e grosseiros, grãos moídos
empastados, aderência entre o omaso e abomaso ou consequência de estenose pilórica
resultante de indigestão ou paralisia vagal, que pode ser desencadeada por inflamações ou
neoplasias do vago intratorácico.
Gastrites e Abomasites: Injurias da mucosa gástrica, podem ser agudas com erosões ou
hemorragias, as agudas típicas estão associadas a erosões da mucosa, úlceras gástricas
estáveis, infartos venosos e inflamações por Clostridios, fungos e viroses sistêmicas. A gastrite
crônica é rara nos animais domésticos, sendo observada nos refluxos duodenais que ocorrem
em síndromes de vômitos ou estenose pilórica. A gastrite hipertrófica crônica só ocorre no cão
e tem etiologia desconhecida. A gastrite metaplásica é frequente em animais com parasitas
gástricos.
Neoplasias: As neoplasias gástricas são pouco frequentes, os tumores mais observados são o
Adenocarcinoma (neoplasia mais frequente no estômago de cães, localizada próximo ao antro
pilórico, tem comportamento muito invasivo e induz espessamento da parede do estômago
com desenvolvimento de úlceras); Carcinoma de Células Escamosas (Observado em suínos e
equinos, apresenta comportamento localmente invasivo, mas com poucas metástases,
frequentemente provoca úlceras); Leiomiomas e Fibromas (Podem se desenvolver em
qualquer porção do estômago, principalmente na região cárdica ou pilórica onde se
apresentam com volume nodular, podem comprometer o fluxo normal da ingesta, induzindo
estenoses e obstruções); e os Linfossarcomas (São os mais frequentes em cães, gatos e
bovinos, esses ultimos nos casos de Leucose Enzoótica Bovina com distribuição e infiltração de
células neoplásicas por toda a parede do abomaso e consequentes úlceras).
INTESTINOS
Obstrução Intestinal
Hérnias Internas: Constituídas por alças intestinais deslocadas (conteúdo herniário) e pelo
forame (anel herniário) no qual se insinua, são denominados de acordo com o anel herniário
em:
Hérnia Omental: Onde as alças se deslocam para bolsa omental, forame de winslow, espaço
nefroesplênico ou rasgaduras no omento.
Hérnia Mesentérica: As alças se insinuam por rasgaduras do mesentério.
Hérnia Pélvicas: O rompimento da prega peritoneal do ducto deferente em castrações cria
um hiato por onde se insinuam alças intestinais.
Hérnias Externas: Formadas por alças intestinais (conteúdo herniário) que se deslocam por um
forame natural ou adquirido (anel herniário), levando consigo peritoneo parietal que forma um
saco (saco herniário) recoberto por pele e outros tecidos moles (envoltórios acessórios),
também são denominados de acordo com o anel herniário:
Alterações Inflamatórias
Enterite: Embora o termo seja usado de forma genérica, o seu uso preferencial é para
denominar a inflamação de todo o intestino delgado. Quando as inflamações são restritas a
cada segmento recebem denominações especificas como Tiflite ou Cecite (Ceco), Colite
(Cólon), Proctite (Reto), Duodenite (Duodeno), Jejunite (Jejuno) e Íleite (Íleo). Quando o
processo é difuso e envolve também o estômago é denominado Gastroenterite. Podem ser
classificados em agudas, subagudas, crônicas e crônicoativas ou levando em conta o exsudato
presente em Catarral, Purulento, Hemorrágico, Fibrinoso, Necrótico ou Diftérico. Ainda podem
ser classificados de acordo com o infiltrado presente em Granulamatoso, Eosinofílico,
Linfoplasmocitário, Histiocitário, etc.
Bovinos: Bactérias como Escherichia coli, Salmonella spp. Clostridium spp. Mycobacterium
pseudotuberculosis e Mycobacterium bovis; Vírus como Coronavírus, Rotavírus, Pestivírus
(BVD) e Rhadinovírus (Febre Catarral Maligna) e Protozoários como Cryptosporidium sp e
Eimeria spp.
Suínos: Bactérias como Escherichia coli, Salmonella spp. Clostridium spp. Campylobacter;
Vírus Coronavírus, Rotavírus.
Cães: Vírus como Parvovírus canino
Helmintoses Gastrointestinais
PERITONIO
Alterações Circulatórias