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11.

Infecção urinária no adulto


MD758 – Atenção integral à saúde
Submódulo: Geral

Epidemiologia o Tempo entre uma infecção e a


outra pequeno
 Dx frequente na atenção primária o Falta de melhora com o tratamento
 Maior frequência em Mulheres:  Com comprometimento renal e/ou
o 5-15% da causa de consulta prostátitco
médica de mulheres
3) Pielonefrites
o 10-20% das mulheres apresentam
ao menos 1 episódio de ITU
Epidemiologia das classes
durante a vida
 Homens: ter infecção de urina é fator de Bacteriúria assintomática
alerta
 5% das mulheres jovens
Complicação das infecções  Raras em H < 50 anos
 Aumenta a frequência com a idade
Infecção não-complicada:  Sem leucocitúria não há infecção
 Infecção baixa = Cistite
Vias de contaminação
 É a infecção de indivíduos previamente
saudáveis, sem alterações estruturais ou  Mulher:
neurológicas do trato urinário o E. coli
o Contaminação de origem retal ou
Infecção complicada
periuretral
 São infecções que tem relação com o Leucorreia associada
fatores que compremetem o trato urinário  Homens:
ou a resposta imunológica do hospedeiro: o Contaminação a partir do parceiro
o Obstrução urinária  Via hematogênica é rara
o Retenção urinária causada por
doença neurológica Fatores de risco para ITU complicada
o Imunossupressão
 Obstrução ou estase do fluxo urinário:
o Doença renal
litíase, neoplasias, estreitamentos uretrais
o Transplante renal
e ureterais, divertículos renais, cistos
o Gestação
renais e fístulas
o Corpo estranho: cálculo, cateter e
outros dispositivos de drenagem.  Anormalidades funcionais: bexiga
neurogênica, refluxo vesico uretral.
Classificação das infecções  Corpos estanhos: cateter vesical, Stent
uretral, nefrostomia.
1) Bacteriúria assintomática:  Comprometimento da imunidade do
 Somente a cultura positiva hospedeiro: imunossupressores,
 Não requer tratamento insuficiência renal, DM, infecção
multirresistente.
2) Infecções urinárias baixas:

 Episódio único
 Episódios recorrentes

1
Agentes bacterianos
 Mais frequente: E. coli
 Outras bactérias comuns na forma não
complicada:
o Klebsiella pneumoniae
o Staphylococcus saprophyticus
o Enterococcus faecalis
o Sterptococcus do grupo B (GBS)
o Proteus mirabilis
o Pseudomonas aeruginosa
o Staphylococcus aureus
o Candida spp.
 Outros agentes comuns na forma
complicada:
o Enterococcus spp.
o K. pneumoniae
Uma ITU começa tipicamente com contaminação
o Candida spp.
periuretral por uropatógenos residentes do
o S. aureus
intestino, os patógenos colonizam a uretra e
o P. mirabilis
depois migram para a bexiga.
o P. aeruginosa
o GBS Múltiplas adesinas bacterianas reconhecem
receptores no epitélio da bexiga e mediam a
Patogênese colonização. No caso da E. coli, ela invade o
epitélio da bexiga, produz toxinas e proteases
Fatores genéticos
para liberar nutrientes das células hospedeiras e
 Fatores antibacterianos em urina e bexiga sintetiza sideroporos para obter ferro. Os
 Não secretores do grupo ABH – maior uropatógenos, por se multiplicarem e superarem
risco para cistites recorrentes as barreiras dos sistema imune do hospedeiro,
 Mulheres com fenótipo P1: maior risco de conseguem ascender aos rins por meio de
pielonefrites adesinas ou fimbrias para colonizar o epitélio
renal e então produzir toxinas teciduais. Dessa
Fatores relacionados às bactérias forma, os uropatógenos são capazes de acessar
 Cepas de E. coli com maior facilidade de a corrente sanguínea, iniciando a bacteremia.
colonização Os uropatógenos que causam infecções não
 Fatores de aderência: tipo I, fimbrias complicadas tem a capacidade de se ligarem
diretamente às células guarda-chuva da bexiga.
No caso das infecções complicadas, as bactérias
quando estão ligadas a um cateter ou corpo
estranho ficam retidas no trato urinário por
obstrução física

As fimbrias permitem a entrada e colonização


das células em guarda-chuva. Na queda da
imunidade, o ambiente fica propício, a bactéria
prolifera, lisa a célula em guarda-chuva e
coloniza outra célula. Outro papel importante das
fimbrias é a mediação do tropismo no trato
urinário visto que elas possuem especificidade
esteroquímica.

2
No caso de muita bactéria ou bactéria muito mais  Malformações associadas
agressiva, temos infecções recorrentes.
Medicamentos
Formação de biofilme:
Enterococo/Pseudomonas  Uso recente de medicamentos: AB
 Imunossupressores
 Na introdução de cateter é possível que  Medicamentos que interfiram no
haja formação de biofilme esvaziamento vesical (psicotrópicos,
 Proteus faz biofilme também, mas está anticolinérgicos)
mais associado a cálculo renal  Alergias conhecidas a medicamentos
(orientação de terapêutica)
Capacidade de ultrapassar o epitélio vesical
AF
 Pode ascender até o rim = Pielonefrite
 Pode passar para a circulação sanguínea,  Alterações congênitas
por via hematogênica pode fazer uma  Doenças familiares, ex: doença policística
sepse e chegar ao parênquima renal por
essa via. Exame físico

 ITU baixa: exame físico normal, pode ter


Apresentação clínica
dor suprapúbica
História  Exame físico alterado:
o Pielonefrite ou ITU com
 Disúria complicações
 Urgência urinária o Identificar pacientes que precisam
 Frequência urinária de internação (pielonefrite)
 Incontinência urinária
 Dor suprapúbica Investigação diagnóstica
 Hematúria
Urina I
 Noctúria
 Sinais de infecção complicada:  Dá uma suspeita da infecção
o Dor ou desconforto em região  Leucócito esterase positivo
lombar o Indica leucócitos na urina
o Náuseas e vômitos o Falso positivo: No caso de
o Febre leucorreia pode haver
contaminação
Fatores de risco
o Falso negativo: Pacientes com
 Fatores de irritação de trato urinário: muita proteína na urina podem
o Frequência miccional mascarar a leucócito esterase
o Higiene perineal  Leucocitúria
o Alteradores de pH: Uso de  Cilindros leucocitários: grande indicativo
espermicidas e absorventes de pielonefrite
perfumados  Nitrito positivo
 Ingesta hídrica habitual o Sugere bactérias na urina
 História sexual: investigar parceiro o Falso positivo: contaminação
 História obstétrica/ginecológica: muitos o Falso negativo: uso de diuréticos,
partos vaginais levam a perda de baixo nº de bac.
resistência de assoalho vesical, o que  Bacteriúria
leva a maior retenção  DX de cistite: Bacteriúria + leucocitúria +
 Doenças associadas: DM, transplantes, leucócito esterase + quadro clínico
litíase, instrumentação recente de trato  Pode ter hematúria (não dismórfica)
urinário  Presença de fungos: pacientes
 Episódios anteriores de ITU transplantados (MO)
3
Urocultura  Indicação: ITU recorrente ou com mais
sintomas
 >10^5 bactérias + quadro clínico
 AB de acordo com urocultura e
 É mandatória nos seguintes casos:
antibiograma
o Gravidez
o Hospitalização recente Hospitalização
o Manipulação de vias urinárias
 Pielonefrite ou ITU com complicações
recentes
o Suspeita de pielonefrite ou ITU  Comprometimento do estado geral
complicada  14-21 dias de AB
o Crianças  AB de acordo com urocultura e
o Homens antibiograma
o Idosos
Profilaxia da ITU de repetição
o Presença de fatores de risco
para ITU complicada Mulheres com ITU de repetição não
Investigação complementar: complicada

 Avaliação de função renal: creatinina  Profilaxia pós-coito


 Investigação urológica:  Menos de 2 episódios por ano: dose única
o Sinais e sintomas de obstrução, ou tratamento de 3 dias quanto
litíase, massa em flanco sintomática
o Ausência de resposta satisfatória  Mais de 3 episódios por ano:
em 72h o profilaxia pós-coito
o Uretocistografia o profilaxia diária ou 3x por semana
o USG Outros grupos de risco para ITU com
o Cintilografia complicação
o Tomografia
 Profilaxia diária
Tratamento
Cateterismo
 Definir se é uma cistite ou não
 Determinar o microrganismo infectante  3-10% das infecções por dia são por
 É a primeira vez ou é recorrente cateterismo
 Tem fator de risco para má resposta  Risco do cateter por mais de 30 dias:
 Paciente tem dinheiro para aderir ao o Flora resistente por formação de
tratamento biofilme em cateter
o Pielonefrite
Tratamento curto o Obstrução em cateter
o Litíase em cateter
 3 dias
o Fístulas urinárias
 Indicação: ITU não complicada
 Ponderar entre uso de cateter intermitente
 Primeiro episódio em M de idade fértil
e contínuo
 Baixo custo, poucos efeitos colaterais,
menor risco de resistência ao tratamento Algoritmo de tratamento
 Medicamentos:
o Bactrim (Sulfametoxazol +
Trimetoprima)
o Nitrofurantoina, fosfomicina

Tratamento estendido

 10-14 dias

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12. Infecção urinária em crianças
MD758 – Atenção integral à saúde
Submódulo: Geral

Características gerais  Vacinação para Haemophilus e


Pneumococo obteve redução drástica na
 Uma das infecções bacterianas mais associação febre e infecção bacteriana/
comuns da infância bacteremia oculta
 Morbidade significativa na fase aguda da  ITU: infecção bacteriana mais frequente
doença, com comum recidiva de febre sem foco em crianças vacinadas
 Causa de 500.000 consultas por ano no  Prevalência: 3-8%
PA  Mais prevalente em meninas, raça branca
 Causa de 10% das internações e menores de 2 anos de idade, meninos
 Grande custo no tratamento da doença sem circuncisão

Epidemiologia Gravidade

 Sexo feminino > Sexo masculino


 Até o primeiro ano de vida, do total de
meninos que teriam infecção de urina,
60% deles terão nesse período.
 Até 1 ano, a pielonefrite é mais frequente.

ITU no lactente (0-2 anos)


 Confirmar malformações do trato urinário
 Pielonefrite aguda (PNA) é muito mais
comum que cistite e não especificadas Recidiva
 Sinais e sintomas inespecíficos
 1/3 tem recorrência
 60% nos primeiros 3 meses
 86% nos primeiros 6 meses
 92% nos primeiros 12 meses
 Mesmo sem ter mal formação de trato
urinário
 As recidivas tendem a ser menos
sintomáticas (febre, leucocitúria e
toxemia)

ITU no RN

 Bacteremia ou septicemia
Formação de um abcesso: neutrófilos com  No RNT (RN a termo) ocorre a partir da 2ª
bactérias. Infecção no interstício. O abcesso semana e causada por agentes habituais
drena para um túbulo, que é checado pelo exame  RNPT (pré-termo): pode ser precoce,
de urina. Estafilococos coagulase negativo e
Kleibsiela
Febre sem foco  US pré-natal é um método diagnóstico
 15% das consultas nos PS  Maior prevalência de mal formação do
 Grande maioria causada por vírus trato urinário (MFTU): 35-50% dos casos

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ITU nas crianças pré-escolares e o Urgência miccional
o Manobras retentoras
escolares o Vulvovaginites de repetição
Controle miccional o Dor abdominal
o Enurese noturna
 Integração complexa entre via somática e o Alterações no jato miccional
via medular, ocorre através do Sistema  Avaliação da constipação:
Nervoso Somático e SNA. o Escala de Bristol
 Controle mais precoce nas mulheres do o Critérios de Roma IV
que nos homens  Exame físico:
 Controle mais precoce no dia do que na o Estigmas lombossacros
noite o Resíduos de urina-fezes nas
 Do primeiro para o segundo ano de vida roupas íntimas
existe conscientização do enchimento o Palpação abdominal
vesical, mas incapacidade para o controle o Genitais: dermatites
da micção.  Investigação:
 Do segundo ao terceiro ano de vida, 80% o Diário miccional das evacuações
das meninas e 70% dos meninos pedem o Urodinamico e urofluxometria
para urinar e podem adiar a micção. o Exames de imagem
 Aos quatro anos, as crianças urinam sob  Terapêutica:
comando e, entre os 5 e 6 anos, as o Uroterapia:
crianças podem urinar com qualquer grau ▪ Esclarecimento da situação
de distensão vesical. ▪ Condicionamentos:
miccçõe sprogramadas,
Distúrbios do trato urinário inferior
local adequado
 Alterações na fase de enchimento ▪ Diários das micções e do
vesical: hiper ou hipoatividade hábito intestinal
 Alterações na fase miccional: jato ▪ Programas educativos
urinário fraco ou interrompido o Biofeedback do assoalho pélvico:
 Constipação intestinal eletrodos no períneo que
 Distúrbio vesicointestinal: estimularão o assoalho pélvico de
o Alta prevalência na pop pediátrica: maneira programada
5 a 20% entre 4 e 13 anos de o Profilaxia das ITU
idade o Tratamento da constipação
o Alta prevalência entre meninas
Coleta de urina
com ITU (35%)
o Alta prevalência entre crianças e  Nos lactentes, o risco de contaminação na
adolescentes com constipação coleta por saco coletor: 15-85%
(63%) o Aumenta o risco de falsos
o Fisiopatologia: a presença de positivos
fezes no reto leva à compressão  Recomendação unânime: coleta por
vesical. Num segundo momento os sonda vesical ou punção suprapúbica
espasmos da musculatura do reto (guiada por US).
impedem o relaxamento do
Armazenamento da amostra:
assoalho pélvico durante a micção
e levam ao aumento de resíduo  Até 4h: sem alterações
pós-miccional  4-24h: geladeira (4º C)
 Apresentação clínica:
o ITU
o Incontinência urinaria

2
Valorização dos testes rápidos: Investigação após ITU
 Microscopia direta: bacterioscopia e  Hoje: mais específica, menos invasiva e
leucocitúria selecionada.
 Fita urinária: leucocitúria e nitrito  Sabemos que MFTU + ITU tem grande
o 30% das crianças com ITU podem risco de levar à DRC.
não apresentar leucocitúria, por  Manter a acurácia no DX dos pacientes
isso na suspeita de ITU fazer a em risco
urocultura.
 Diminuir a indicação das avaliações por
 Nitrito: elevada especificidade, ou seja,
imagem
se estiver positivo é bem sugestivo de
 USG: grande potencial de avaliação
bacilo gram-negativo na urina.
 Uretrocistomiccional: sonda pela uretral
 O uso de ambos os indicadores tem
com material radiopaco
especificidade altíssima em crianças
acima de 2 anos. À medida que o rim Fatores de risco para gravidade
cresce, a concentração urinária melhora
 Diminuição do fluxo urinário
muito
 Antecedente de ITU
 Importância:
 Antecedente de FOI (febre de origem
o São testes que orientam a
terapêutica aguda indeterminada)
o Sempre orientar a indicação de  Antecedente familiar de RVU (refluxo
urocultura. vesicouretral) ou doenças renais
 Dx antenatal de anormalidade renal
Urocultura  Retardo do crescimento
 Detecta o nº de colônias  Hipertensão arterial
 Valorizar sempre os sinais e sintomas  Distúrbios miccionais e intestinais
 Possibilidade de UFC (unidades  Massa abdominal
formadoras de colônias) menor que o  Lesão espinal
esperado deve ser considerado possível: ITU atípica
urina diluída, abcesso e nefrite bacteriana
focal aguda.  Pacientes graves
 Fluxo urinário diminuído
Particularidades da terapêutica  Aumento da creatinina
 Massa abdominal ou vesical
 Na 1ª ITU do lactente precisamos fazer
 Falha de resposta em 48h
uma dosagem de creatinina
 Agente etiológico que não seja E. coli
Opção terapêutica  Associação com DVI
 De acordo com idade e gênero Fatores que fortalecem investigação imediata
 Baseado na epidemiologia local de em episódio de ITU
sensibilidade/resistência às bactérias
uropatogênicas
 Inicialmente o tratamento é empírico

Resposta ao tratamento

 Resposta ótima: melhora significativa dos


sintomas gerais em 48h
 Resposta não adequada: agente
etiológico, dose, MFTU

3
Conclusões
 As ITU são condições frequentes
 Tem elevada morbidade na fase aguda
 Pode ser a manifestação inicial para o DX
de MFTU
 Pode ser mielomenigocele
 Pode levar à DRC quando associada à
MFTU obstrutivas
 Sempre lembrar de:
o Não se pode perder a
oportunidade do diagnóstico e
conduta de uma MFTU passível de
correção
o Não se pode deixar de
diagnosticar o distúrbio vésico-
intestinal
o O lactente tem pielonefrite aguda
o O diagnóstico clínico é somente
para suspeição, o diagnóstico
laboratorial que é etiológico.

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13. Infecção urinária na gestante
MD758 – Atenção integral à saúde
Submódulo: Geral

ITU em mulheres: Formas clínicas


 É a principal infecção em mulheres de  Bacteriúria assintomática → na gestante
idade reprodutiva precisamos tratar
 Acomete 10-20% das mulheres  Sintomática:
 Na gestante agrega risco de pielonefrite e o Trato inferior: cistite
causar parto prematuro. o Trato superior: pielonefrite
o Citocinas podem levar à atividade
Adaptação do organismo materno à uterina → parto prematuro. Numa
gravidez infecção disseminada, o feto se
contamina também.
 Aumento da volemia: diluição do sangue ▪ O risco de complicação é
→ melhor perfusão da placenta muito mais sério na
(circulação lenta) gestação
o Aumento do volume urinário
(fluxo maior e TFG aumentada) Etiologia
o A urina se torna um caldo rico de
 E. coli é a bactéria mais comum
cultura (glicose e aminoácidos)
 Podemos ter enterobactérias:
 Progesterona: relaxa a musculatura lisa
(ureter, bexiga e uretra), o que provoca o Klebsiella spp.
estase urinária o Enterobacter spp.
o Proteus mirabilis
 Compressão das vias urinárias e da
 Podemos ter gram-positivos:
bexiga, por isso a polaciúria (máximo
200 mL) o Strepto B (estreptococos beta-
hemolíticos do grupo B): risco de
 A pelve renal no final da gestação fica
transmissão vertical intraparto,
muito aumentada, o que aumenta a
precisa de AB no intraparto.
estase. Pela dextroversão, a pelve direita
o A infecção por strepto B precisa de
é mais aumentada.
tratamento
 Aumento da secreção vaginal (colo do
o A colonização por strepto B
útero e vagina), o que favorece um
precisa de profilaxia no intraparto
biofilme de vagina e uretra. Permite a
o Staphylococcus saprophyticus
ascensão e colonização do trato urinário.

Flora vaginal da mulher aduta Bacteriúria assintomática


 80%: E. coli  2-10% das gestantes
 Enterococos  Fator de risco para pielonefrite: 25-35%
 Proteus (cálculo)  Contagem de colônias > 10^5
 Kleibsiella  Ausência de sintomas
 Streptococcus B  Fator de risco para complicações
o Aumento do risco de septicemia do gestacionais
RN
 Algumas mulheres têm tendência a serem
Cistite
colonizadas por bactérias mais virulentas:  Quadro clínico: disuria, urgência urinaria,
fimbrias P e adesina polaciúria
1
 Sedimento urinário alterado: leucocitúria, Pré-eclâmpsia
hematúria, elevado número de hemácias
 Risco 5x maior nas gestantes com
 Pode complicar a infecção urinária alta
infecção urinária
 Jovens (<25 anos): leucocitúria importante
persistente, com clínica importante, mas ITU recorrente
urocultura negativa pode indicar infecção
por Clamídia, tal bactéria causa cervicite  3 episódios em 1 ano ou 2 episódios em 6
e uretrite na gestante assim como causa meses
pneumonia no bebê.  Para gestante, obrigatória cultura de
controle após o tratamento
Pielonefrite  Fazer profilaxia para ITU
 1-2% das gestantes Rastreamento de ITU na gestação
 20-40% das gestantes com BA
(bacteriúria assintomática) não tratada  Fita urinária: triagem de proteinúria e
evoluirão com pielonefrite emergência.
 Mais frequente na 2ª metade da gestação  Na gestação, o ideal é fazer a urocultura
 Mais comum à direita e unilateral  Na prática clínica, utiliza-se comumente o
 Incidência elevada também no puerpério resultado de uma cultura positiva:
 Relacionada a complicações da gestação: o ≥ 10^5 UFC/mL em urina de jato
prematuridade, baixo peso, etc. médio
 Aumento da probabilidade de pré- o ≥ 100 UFC/ml em urina colhida por
eclâmpsia. cateterismo uretral
 Alto custo para o sistema  Presença de Nitrito e LE positivo:
 Mortalidade: 10-20% dos internados sensibilidade de quase 90%

Diagnóstico: Rastreamento

 Febre  Primeiro trimestre e repetir no 3º trimestre


 Calafrios  Pacientes com DM grave, anemia
 Taquicardia falciforme, pacientes com cálculo: rastrear
 Dor lombar todos os meses.
 Disúria e/ou polaciúria
Tratamento de ITU na gestação
 Náuseas e vômitos (reflexo vagal)
 Dor à percussão lombar  Quinolonas não são bem-vindas pois
podem alterar a cartilagem de
Complicações
crescimento na criança
 Alteração renal  AB:
 Choque séptico o Menor risco para o feto
 Falência respiratória o Alta eficácia
 Morte materna o Baixo custo
 Principal etiologia de sepse em gestantes o Considerar perfil de resistência do
no CAISM-2008 local
 Choque endotóxico: bactéria muito  Tratamento mais curto: melhor a
virulenta, ao usar a primeira dose do AB, aderência, menor exposição fetal, porém
a paciente tem piora dos sintomas gerais. menor a taxa de erradicação
A lise de tantas bactérias simula a sepse. bacteriana. O tratamento mais longo é
 Ação das prostaglandinas e citocinas em o oposto do mais curto (pior aderência,
miométrio → parto prematuro maior exposição fetal, maior taxa de
erradicação bacteriana).

2
 Categoria B - FDA: Pielonefrite aguda
o Amoxicilina
 O tratamento é parenteral
o Amoxicilina/clavulanato
 Ceftriaxone é a droga de escolha
o Cefalosporinas: cefalexina,
cefazolina  Aminoglicosídeos são segunda opção
o Fosfomicina trometamol: dose  Gentamicina: risco de surdez no feto e
única, mas aumenta a insuficiência renal na mãe
probabilidade de recorrência de  Expansão de volemia
ITU  AB IV 2-3 dias, depois podemos escalonar
o Nitrofurantoína: relacionado com para um AB VO por 10-14 dias
o aumento de frequência de  Se não houver melhora em 48-72h:
icterícia neonatal. o Mudar esquema de AB ou
acrescentar gentamicina
o Avaliar presença de obstrução ou
abcessos renais
o Checar resultado de urocultura e
antibiograma

Objetivo do Tratamento

 A erradicação da bactéria deve ser


confirmada por urocultura realizada uma a
duas semanas após o final do tto.
 Não tendo outra opção, usamos Sulfa.  Até 30% das pacientes mantém
Tto da bacteriúria e cistite bacteriúria após o tto. Neste caso, fazer o
tto mais longo com AB orientado pelo
 Nitrofurantoína antibiograma
o É segura em qualquer trimestre
o Baixo nível de resistência Profilaxia
o Sem atividade contra Proteus
o Baixo custo  Até 1/3 das pacientes terão outras ITU na
o Risco de anemia por deficiência de gravidez
G6PD Indicações de profilaxia:
 Ampicilina
o Resistência elevada  Após o 1º episódio na gravidez de
o Redução na concentração do paciente com antecedente de ITU
fármaco na gestação  Após o 2º episódio de BA (bacteriúria
 Amoxicilina assintomática) ou cistite
 Cefalosporina de 1ª geração  Bacteriúria persistente
o A cefalexina é um fármaco que as  Após episódio de pielonefrite
pessoas costumas ser alérgicas; é Peculiaridades
segura em qualquer trimestre; não
tem atividade contra enterococo  Realizar até 42 dias de puerpério
 Sulfonamidas  Realizar uroculturas mensais
o Trimetoprim/sulfametoxazole: inbe
Como fazer?
folato, risco de teratogênese,
alergia, resistência  Recomendar medidas comportamentais
 Fosfomicina/trometamol (dose única)  Tratamento medicamentoso:
 VO de 3-5 dias ou 7-10 dias o AB:
▪ Nitrofurantoína 100 mg/dia
▪ Cefalexina 500 mg/dia
▪ Ampicilina 500 mg/dia
3
▪ Amoxicilina 500 mg/dia
▪ Fosfomicina trometamol 3g
a cada 10 dias
▪ O AB de escolha é
sempre baseado no
antibiograma
o Cranberry
o Vit C
o Urovaxon (lisado de E. coli)

Conclusões
 Sempre rastrear ITU com urocultura na 1ª
consulta e na 28ª semana
 Sempre tratar a bacteriúria assintomática
pelo risco de pielonefrite
 Considerar perfil de
sensibilidade/resistência do agente
infeccioso
 Atenção especial para profilaxia da
recorrência e pacientes de maior risco

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14.1. Dx diferencial de hematúria e proteinúria
MD758 – Atenção integral à saúde
Submódulo: Geral

Hematúria  Doenças parenquimatosas renais:


o Glomerulonefrites
 É a presença de sangue na urina o Nefrite tubulointersticial
 A maioria é microscópica o Rins policísticos
 Macroscópica:
Diferenciando a hematúria
o Com coágulos: indica a presença
de sangue vivo e não só  Doença do capilar glomerular: a
hemácias. hemácia sai do intravascular para o
o Sem coágulos extravascular causando modificação em
Valores de referência sua forma (alteração do citoesqueleto)

 Em número por campo microscópico: até


5 hemácias por campo
 Em número por mL de urina: até
10.000/mL

Magnitude da hematúria

 Número de células vermelhas por


microlitro de sangue: 4.000.000/microlitro
 100 microlitros de em 1L de urina
corresponde a 400 milhões de hemácias/L

Fitas reagentes

 A fita detecta Hb e mioglobina


 Importante analisar se é realmente
sangue na urina. Hemácias dismórficas. Elas são íntegras, mas
 Não quantifica a hematúria desmontadas.
Causas de hematúria  A diferenciação da hematúria é a partir da
visualização
 Litíase renal
 A ausência de dismorfismo eritrocitário
o É a causa principal de hematúria,
não indica que não temos doença
principalmente a macroscópica
glomerular, isso ocorre na Vasculite
o A movimentação do cálculo gera a
(necrose do capilar glomerular)
lesão
 Cilindros hemáticos:
o Exames de imagem para
visualização do cálculo: o É indicativo de que algo ocorreu
▪ RX de abdome (identifica no parênquima
cálculos de cálcio maiores Hematúria microscópica isolada
que 1 cm)
▪ USG Hematúria de origem glomerular
▪ TC sem contraste  Menos de 50 anos:
 Neoplasias de trato urinário o Nefropatia por IgA
o Pode ser macroscópica, mas o Doença de membrana fina
inicialmente é microscópica o Doença de Alport
1
o Glomerulonefrites de outras Fatores de risco para investigação em
causas pacientes com hematúria microscópica
 Mais de 50 anos: isolada
o Nefropatia por IgA
 História de uso de tabaco
o Doença de Alport
 Exposição ocupacional ao benzeno
o Glomerulonefrites de outras
causas  Hematúria macroscópica
 > 40 anos
Hematúria de origem não glomerular  Doença urológica prévia
 Trato urinário alto:  Sintomatologia urinária
o Menos de 50 anos:  História de infecções urinárias
▪ Nefrolitíase  Abuso de analgésicos
▪ Pielonefrite  História de irradiação pélvica
▪ Doença renal policística
▪ Hipercalciuria,
hiperuricosuria
▪ Trauma renal
▪ Necrose papilar
▪ Hidronefrose
▪ Anemia falciforme
▪ TB renal
o Mais de 50 anos
▪ Nefrolitíase
▪ Neoplasia de células renais
▪ Doença renal policística
▪ Pielonefrite
▪ Neoplasias de pelve ou Proteinúria
ureter
 Presença de quantidade anormal de
▪ Necrose papilar
▪ Infarto renal proteína na urina
▪ Hidronefrose  Queixa de urina espumando (demora para
▪ TB renal sumir) → só é vista com 4,0-5,0g de perda
 Trato urinário baixo: de proteína
o Menos de 50 anos: Avaliação
▪ Cistite, prostatite, uretrite
▪ Pólipos e tumores benignos  Fita reagente consegue detectar a
de bexiga e ureter albumina, ou seja, detecta albuminúria.
▪ Neoplasia maligna de Sempre que der positiva deve ser
bexiga quantificada.
▪ Neoplasia maligna de  Albuminuria está presente no aumento de
próstata permeabilidade do capilar a proteínas
▪ Estenose de uretra  Nem toda a proteína na urina ocorre por
o Mais de 50 anos: alteração de permeabilidade do capilar
▪ Cistite, prostatite, uretrite  Medição:
▪ Neoplasia maligna de o Coleta temporal: Urina 24h
bexiga o Amostra isolada: Prot/Crea
▪ Neoplasia maligna de (Proteinúria/Creatinúria)
próstata o A quantificação precisa da
▪ Pólipos e tumores benignos qualificação da proteinúria
de bexiga e ureter  Proteinúria glomerular é aquela em que a
albumina é predominante.
2
 Microalbuminúria (30-300 mg)  Proteínas que marcam lesão tubular:
o Não detectável pela fita (>500 mg) o Alfa 1 microglobulinúria
o Contagem acima de 30 mg/24h o Beta 2 microglobinúria
atribui risco CV importante o Proteína transportadora de retinol
(RBP)
o Cadeias leves de Igs (kappa e
lambda)

Albumina estaria no extremo esquerdo.

Produção excessiva de cadeias leves gamma =


proteinúria de Bence-Jones (típico do Mieloma)

Proteinúria glomerular

 Quantitativamente:
o Nefrótica
o Não nefrótica
 Apresentação:
o Com Sd. Nefrótica
o Sem Sd. Nefrótica

Proteinúria tubular

 Muitas proteínas que não são albuminas


 A integridade da membrana está normal,
porém sem reabsorção no túbulo

3
14.2. Doença renal crônica
MD758 – Atenção integral à saúde
Submódulo: Geral

Diagnóstico Principais causas


Creatinina  DM
 HAS
 TFG < 60 mL/min/1,73 m³
 Glomerulonefrite crônica
 A taxa de filtração glomerular reflete o  Doença do rim policístico
conjunto de atividades do rim

Temporalidade
Creatinina

 Medidas anormais repetidas por mais de  A creatinina tem relação com a TFG a
3 meses depender da massa muscular, do sexo
biológico.
Epidemiologia
 10% da população no Brasil tem algum
grau de doença renal crônica.

Rastreamento
 Pesquisa ativa da doença nos grupos de
risco:
o Diabéticos
o Hipertensos
o Cardiovasculopatas
o Obesos
o Histórico familiar de DRC
o Fumantes
o > 60 anos Outros exames
 Sintomas da DRC são todos tardios
(doença renal avançada) Sedimento urinário

Sintomas de fase avançada  Hematúria dismórfica: doença renal


glomerular
 Neve urêmica: secreção de cristais de
ureia pela pele USG
 Osteoporose  Rim policístico
 Cardiopatia
 Hiperplasia da paratireoides Biópsia
 Crânio em sal e pimenta  Análise direta do parênquima renal
 Encefalopatia urêmica
 Edema
 Polaciúria
 Noctúria
 Palidez amarelo-palha
 Cansaço
 Hipertensão
1
Classificação
 Indica a progressão da doença

 Encaminhamento para o nefrologista: a


partir do estágio laranja (risco aumentado)

 A partir do estágio 4, o paciente deve ser


encaminhado para terapia de substituição
renal (hemodiálise, diálise peritoneal e TX
renal)

2
15. Menopausa na atenção primária
MD758 – Atenção integral à saúde
Submódulo: Geral

História menstrual o Vasodilatação causa aumento da


temperatura cutânea e sudorese
 Menarca: é a primeira menstruação o Demora de 30 minutos para a
 Menacme: período de vida entre a temperatura corporal normalizar,
menarca e menopausa importante causa de insônia
 Menopausa: é a data da última o 8-10 fogachos por dia são
menstruação da pessoa na vida. O DX é preocupantes
feito após 12 meses da última o DD: fogachos que duram muito
menopausa. tempo
 Climatério: é o período que circunda a o Pico de ocorrência:1º-2º ano após
menopausa. a menopausa.
 Alteração menstrual:
Fisiopatologia o No envelhecimento, ocorre
diminuição da reserva ovariana =
 Folículos produzem estrógeno,
Ciclos anovulatórios.
progesterona e Inibina B.
o Anuvolução:
 A queda no estrógeno é a responsável
▪ Extremos de idade
pela Sd. Climatério.
▪ Sd. Ovário policístico
 Com o passar dos anos os folículos vão
o DD: pacientes que menstruam a
envelhecendo e perdem a capacidade de
cada 10 dias
responder ao FSH e LH, assim o folículo
o Com ciclos longos e infrequentes
deixa de produzir estrógeno e inibina
o Volume de fluxo variável (ausente,
o Essa menor responsividade se
mínimo ou excessivo)
inicia aos 35 anos, é uma queda
o O primeiro hormônio que o ovário
da reserva ovariana.
deixa de secretar é a inibina B →
 Após a menopausa, o estradiol (E2) cai e ocorre maior produção de FSH e
o FSH passa a aumentar → a dosagem mais estrógeno, o que encurta a
desses hormônios faz a mensuração da fase proliferativa (descamação)
reserva ovariana.
Sd. Genitourinária da menopausa
Repercussões clínicas
 Mucosa vaginal possui receptores de
 1) Sintomas climatéricos estrógeno, ele enruga a mucosa da
 2) Sd. Genitourinária da menopausa vagina, aumenta a secreção vaginal assim
 3) Sistema CV como a vascularização
 4) Massa óssea  Sem o estrógeno ocorre afinamento da
mucosa, assim como deslubrificação
Sintomas climatéricos
 Incômodo na relação sexual
 Fogachos  Importante tratar o mais cedo possível
o Sensação súbita de calor na
Sistema CV
região da face, pescoço e tórax
o Tem curta duração = ondas de  O estrógeno é benéfico para o sistema CV
calor  Aumento de placas ateromatosas
o Aumento na FC em 7-15 bpm

1
Massa óssea  Sangramento fácil
 Contração do introito especialmente na
 Regulação dos osteoblastos e
ausência de atividade sexual
osteoclastos pelo estrógeno.
 Estrógeno: Orientações gerais
o Inibe osteoclastos
o Ativa osteoblastos  Redes de apoio social e familiar
 Osteoporose: diminui a força dos ossos e  Elaboração de novos projetos e objetivos
pode levar a fraturas por mínimos para a nova fase da vida
impactos  Rastreamento oportunista de doenças
crônicas e neoplasias
Diagnóstico  Anticoncepção: barreira ou não hormonais
 Atividade física
 Ocorre em média aos 51 anos
 Dieta balanceada
 5% das mulheres têm com mais de 55
anos Rastreamento oportunístico
 5% têm entre 40-45 anos (insuficiência
ovariana prematura) Doença CV
 Acima dos 45 anos, se uma paciente tiver
 HAS
sintomas clínicos de hipoestrogenismo
o Checar a PA
podemos fazer o DX de Sd. Do
 DM
climatério
o Se não tiver fatores de risco,
 Caso a paciente tenha 12 meses em
começar a checar a partir dos 45
amenorreia, o DX é de Menopausa.
anos
 FSH > 25 mUI/mL indica hipofunção
 Dislipidemia:
ovariana, fazer duas dosagens com
o A partir de 45 anos para mulheres
intervalo entre 2-6 semanas
com alto risco CV
Mulheres < 45 anos o A cada 4-6 anos
 Obesidade
 Investigação de amenorreia secundária
o Cálculo do IMC
ou oligoamenorreia
o Circunferência abdominal
 Dosar beta-HCG
 Tabagismo
 Outros exames: FSH, PRL, TSh, estradio,
Testosterona total, 17 OH progesterona CA ginecológico

Sangramento pós menopausa  CA de mama e de colo uterino são os


principais para rastreamento
 A principal causa é a atrofia endometrial,
 Mama:
mas o que é perigoso é o CA de
o Mamografia é o único exame de
endométrio.
imagem capaz de reduzir
Questionamento dirigido mortalidade
o USG é complementar, caso a
 “Secura” vaginal mulher tenha mama densa
 Irritação ou ardor o Indicação do MS: Bianual a partir
 Dispareunia dos 50 anos. Para o rastreamento
 Leucorreia → o estradiol mantém a aos 69 anos. Outras sociedades
população de bacilos normal têm outras recomendações
 Colo uterino:
Exame físico
o CO a partir dos 25 anos com
 Introito estreito intervalo anual
 Mucosa friável, com petéquias e
ulcerações
2
o Rastreamento até os 64 anos se 2 Depressão
exames negativos consecutivos
 Janela de vulnerabilidade para o desenvto
nos últimos 5 anos
de transtorno depressivo
o Mulheres com mais de 64 anos
que nunca realizaram  Importante consulta com o profissional de
rastreamento, fazer dois exames saúde mental
com intervalo de 1 a 3 anos se
Tratamento dos sintomas
ambos forem negativos, parar
rastreamento  Sinais vasomotores (fogacho) e sd.
o Na histerectomia total não há Genitourinária
indicação de continuar
rastreamento Fogacho
o Exame físico ginecológico deve  Medidas comportamentais:
ser mantido periodicamente o Ambiente ventilado
independente da realização do o Respiração lenta
exame citopatológico o Atividade física
 CA colorretal: o Roupas leves e em camadas
o SOF anual ou bienal, se positivo, o Evitar fumo e álcool
fazer colonoscopia.  Terapia hormonal:
o 50-75 anos o Indicação em sintomas moderados
Doenças da tireoide a severos
o Redução de 75% na frequência
 Avaliação clínica da tireoide deve ser feita o Redução de 87% na intensidade
no exame físico o Estrógeno: trata sintomas
 > 60 anos ou sintomas de disfunção o Progesterona: protege o
tireoideana → dosagem de TSH endométrio da transformação
 Quando houver suspeita de bócio ou maligna e aumenta a densidade
nódulo, é indicado o USG mamária (mastalgia e diminui a
sensibilidade da mamografia)
Osteoporose
o Pacientes com útero intacto:
 Sem manifestações clínicas Estrógeno + progesterona
 Densitometria óssea: o Pacientes histerectomizadas:
o T-score ≤ -2,5 estrógeno isolado
o Indicação para mulheres ≤ 65 o Riscos: CA de mama, doença
anos, pós-menopausa e com fator tromboembólica
de risco  Doença tromboembólica:
▪ Fatores de risco: o TEP: aumenta com uso de
• Baixo peso (<58 kg) hormônio exógeno.
• Tabagismo o IAM/AVCi: importante o uso de
o O T-score compara a terapia hormonal na janela de
densitometria com um adulto oportunidade (até 10 anos de pós-
jovem. O Z-score compara a menopausa)
densitometria com a média de  CA de mama:
pessoas na mesma idade o Depende do tipo de terapia
hormonal:
IST o Estrógeno isolado é um risco muito
pequeno. A progesterona aumenta
 Melhora no tratamento da disfunção erétil
a densidade mamária.
 Sd. Genitourinária da menopausa não
 Contraindicações para terapia hormonal:
tratada → sangramento → contaminação
o CA de mama, endométrio
 Aconselhamento comportamental
3
o Histórico de evento CV
o Sd. Ac antifosfolípide
o Gail Cancer risk: calculadora do
risco de câncer de mama nos
próximos 5 anos. Risco < 5% →
permitido a terapia hormonal

Sd. Genitourinária

 Lubrificantes íntimos a base de água


 Hidratantes vaginais: ácido poliacrílico e
ácido hialurônico → adesão de água a
mucosa vaginal, uso a cada 3 dias,
diminuição do pH vaginal
o Contraindicação para terapia
hormonal ou recusa da paciente
 TH sistêmica:
o Melhora os sinais vasomotores
o Em 75% dos casos melhora a Sd.
Genitourinária
 TH local:
o Mais efetiva na Sd. Genitourinária
da menopausa
o Via de escolha na ausência de
fogachos
o Contraindicações: CA de mama

4
16. Osteoartrite
MD758 – Atenção integral à saúde
Submódulo: Geral

Duração e evolução  Condrócitos hipertróficos e proliferação


local
 Aguda  Ocorre invasão de citocinas para o osso
 Subaguda subcondral
 Crônica
Epidemiologia
Fisiopatologia da dor
 Doença mais prevalente nos indivíduos
 Terminais nervosos sobre a articulação acima dos 65 anos
captam o estímulo que vai até o  É um dos maiores custos para o sistema
hipotálamo, onde é reconhecido como de saúde
dor.
 Concomitante ao processamento da dor, Fatores de risco
outros neurônios são informados para que
Fatores sistêmicos
a via inibitória de dor seja acionada.
 A dor crônica tem defeitos na via aferente  Idade > 65 anos
ou inibitória de dor, de modo que a  Sexo: mulher pós-menopausa (joelho),
sensação de dor é constante. homens mais novos (quadril), mulheres
 Fibras finas (tipo 3 e 4) (quadril)
o Não presentes na sinóvia nem no  Etnia
menisco, mas sim nas outras  Densidade óssea
estruturas.  Status hormonal
 Fibras com a substância P  Status nutricional
 Genética
Definição
o Importante saber de casos na
 Comumente conhecida como “artrose ou família
“osteoartrose” o Genes envolvidos (>80)
 É uma doença inflamatória de baixo grau  São fatores que determinam a
das articulações sinoviais e é a forma suscetibilidade
mais comum de artrite Fatores biomecânicos:
 O núcleo central é uma degradação
progressiva da cartilagem hialina  Obesidade
 Com concomitante comprometimento da  Injúria articular
sinóvia, osso subcondral, ligamentos peri-  Anatomia articular: varo, vago
articulares  Carga articular
 É um desequilíbrio entre os elementos  Fraqueza muscular
formadores da cartilagem e destruição  Propriocepção
(predominante)  São fatores que determinam o local e a
 Ação de citocinas inflamatórias que gravidade
aumentam a produção de enzimas
Interação de fatores
(colagenases, glicanases).
 Suscetibilidade às alterações do
Fisiopatologia envelhecimento
 Inflamação sinovial  Inflamação crônica

1
 Condições predisponentes e facilitadoras

Envelhecimento

 Período em que em que ocorre diminuição


das reservas dos sistemas fisiológicos.
 Aumento exponencial de vulnerabilidade
às doenças e à morte.

Obesidade

 Somente a sobrecarga não explica


 Fatores sistêmicos liberados pelo tecido
adiposo:
o Adipocinas: leptina, adiponectina,
resistina, visfatina
 Atividade pró-inflamatória  OA rizomélica do polegar
 OA erosiva
Fenótipos clínicos  Pouca as metacarpofalangianas, o que
 Fenótipo da cartilagem diferencia de AR
 Fenótipo do envelhecimento
OA coxofemorais
 Fenótipo metabólico
 Fenótipo pós-trauma  Mais incapacitantes: os osteófitos podem
 Fenótipo do osso subcondral causar dor.
 Fenótipo da obesidade  Com dor local, no glúteo maior e R.
inguinal
Quadro clínico clássico  Irradiação para a face interna ou externa
da coxa
 Início insidioso
 Dor apenas nos joelhos (por irradiação)
 Articulações de carga, mãos e coluna
 Lenta e gradualmente progressiva  Intensa limitação dos movimentos
 Na marcha: contratura em flexão, rotação
 Dor de ritmo mecânico
externa e adução
 Rigidez matinal fugaz
 Casos avançados: flexão antálgica da
 Pouco edema e calor local
coxa e atrofia de quadríceps
 Crepitações e estalidos
DX de OA
OA do joelho
 É clínico: história, fatores de risco
 É a articulação mais acometida
associados e exame físico
 Mulheres são mais acometidas
 No EF é importante comparar ao lado
 Associação com varismo e valgismo
contralateral
 Dor geralmente é difusa
 Piora ao subir escadas, ao levantar-se Exame radiológico
 Associação com periartrites
 Importante pedir dos dois hemicorpos.
OA de mãos  Dim do espaço articular com assimetria
 Presença de osteófitos
 Com carga genética bem considerável o Os vetores de força começam a
 Mulheres pós-menopausa: predomínio pressionar o tecido ósseo de
familiar maneira que o periósteo reage
 Forma nodal: formando osteófito, em tese, para
o Heberden dispersar energia.
o Bouchard
2
 Cistos  Exercícios em solo e de resistência
 Esclerose do osso subcondral melhoram a função e a dor em OA de
 Calcificações joelhos
 Anquilose  Qualquer tipo de programa de exercícios,
realizado regularmente e acompanhado
de perto, podem melhorar dor, função e
qualidade de vida.

Farmacológico

 Analgésico oral: Parecetamol ou dipirona


 Terapia tópica: AINEs tópicos
 AINEs sistêmicos:
o Reconhecer os riscos (GI, CV e
renal)
o AINEs inibidores seletivos da
COX-2 se houver risco GI, deve
ser prescrito associado a IBP
o Com risco CV, prescrever
Naproxeno de preferência (Outros
não seletivos por curto período,
baixas doses)
o Risco renal: evitar AINEs
o Se não houver risco, usar com
IBP.
 Terapia intra-articular:
o Corticoesteroides
o Derivados sintéticos do ácido
hialurônico
 Opioides sintéticos
Exames laboratoriais o É um tto de exceção
 Sem marcador específico para a OA o Gera muitos efeitos adversos,
principalmente no idosos
 Provas de atividade inflamatória normais
(desequilíbrio e constipação)
ou discretamente alteradas
o Tramadol
 Patologia associadas, nos casos de OA
o Tramadol + parecetamol
secundária
o Codeína + parecetamol
 Não há marcadores laboratoriais de
 Anti-depressivos de ação dual:
doença
duloxetina
Tratamento Tto cirúrgico
Não farmacológico  Osteotomia: adultos jovens com OA
 Perda de peso sintomática
 Fisioterapia com reforço em musculatura  Artroplastias: indicada para pctes com
do quadríceps (OA de joelhos) OA de joelho ou quadril sem alívio
adequado da dor e melhor funcional.
 Uso de órteses e bengalas (do lado
o Para quadril é uma cirurgia
contralateral) favorecendo o equilíbrio e
excelente, com duração de até 25
controle estático e dinâmico dos joelhos
anos
 Atividade física regular
o No caso de joelho não temos o
mesmo êxito

3
o A artroplastia compartimental do
joelho é eficaz em pctes com OA
de joelho restrita a um único
compartimento
 Lavagem com desbridamento
artroscópico:
o Papeis controversos
o Alívio de sintomas a longo prazo
 Artrodese: fixação da articulação para o
paciente para de ter dor

4
17. Dor pélvica
MD758 – Atenção integral à saúde
Submódulo: Geral

Conceito Exame físico

 Dor em região inferior do abdome ou  Estado geral


pelve.  Coração das mucosas
 Quadro de urgência ou emergência  Fácies
 Pode evoluir com complicações se não  Abdome
tratada o Inspeção: distendido, lesões
 3 meses: marca de cronicidade abaulamentos
 Dor intensa que interfere em atividade o Palpação: flácido, endurecido, dor
à DB, presença de pontos de
habituais
gatilho (trigger points), Sinal de
 Corresponde a 10-40% dos atendimentos
Piparote (ascite), massas pélvicas,
ginecológicos
útero aumentado de volume.
Anamnese  Especular: presença de leucorreia
patológica e suas características; lesões,
 Idade: avaliar aspecto do colo (hiperemia,
o Fase puberal: corpo estranho ulcerações), presença de fio de DIU
o Menacme: cisto de ovário, mioma  Toque bimanual: dor à mobilização do
o Pós-menopausa: massa ovariana, colón, dor ao toque em fundo de saco,
tumor presença de abaulamentos na região,
 Início da dor posição e volume do útero e dor à
 Caráter e localização mobilização, anexos palpáveis, com
 Irradiação alteração de volume.
 Padrão da dor
 Gradação da dor Exames complementares
 DUM  Teste de gravidez (beta-HCG)
 Uso de métodos contraceptivos  Urina I: pcte com sintoma urinário
 Vida sexual ativa  Hemograma: indica alterações mais
 CXs ginecológicas anteriores graves
 Usuária de DIU e quando colocou  USG pélvica (transabdominal ou
 Fase pós-curetagem? Puerperal? transvaginal): gravidez ectópica,
 Febre abortamento, mioma
 Lipotímia  RX abdome
 Sangramento vaginal presente
 Corrimento vaginal presente e Dor pélvica aguda
características
Menacme
 Manifestações GI (náuseas, vômitos,
parada de eliminação de flatos)  GI: apendicite, obstrução intestinal,
 Manifestações urinárias (disúria e gastrite, hérnia inguinal, Sd. Intestino
polaciúria) irritável, trombose venosa mesentérica,
 Evolução do estado clínico geral segundo abcesso perirretal/colite/intuscepção.
a paciente  Causa ginecológica: adenomiose,
endometriose, dismenorreia, mioma
degenerado, endometriose,

1
Mittelschmerz, torsão ovariana, DIP, cisto Tipos
ovariano roto, abcesso tubo-ovariano.
 1) Dor de origem somática:
 Causa urinária: cistite, pielonefrite, litíase
o Dor em pele, músculo, fáscias,
e uretrite (dor à micção)
ossos e articulações
 Outras causas: aneurisma de aorta
o É menos intensa, geralmente em
dissecante, porfiria, crise falciforme, crise
pontadas
de somatização, hérnia discal, artrite,
o Pontos específicos
Herpes Zoster, trauma.
 2) Dor de origem visceral:
Mulheres grávidas o Usualmente é mal localizada
o Às vezes associadas a fenômenos
 Hematoma de corpo lúteo
autonômicos, como náuseas,
 Gravidez ectópica vômitos e reações emocionais.
 Endometrite puerperal
 Torsão ovariana Causas
 Trombose de veia ovariana (puerperal)  Causas GI (40%)
 Gravidez inviável/mola hidatiforme o Constipação
Adolescentes: o Sd. Intestino irritável
 Causas urológicas (30%):
 Similar às mulheres de idade reprodutiva, o Sd. Bexiga dolorosa (cistite
com a adição de hímen imperfurado e intersticial)
septo vaginal transverso. o ITU recorrente/actínica
Pós-menopausa o Urolitíase
o Sd. Uretral ou neoplasia vesical
 Gravidez ectópica e torsão de ovário  Causas ginecológicas (20%):
o Endometriose
Dor pélvica crônica o DIP
 Dor pélvica não menstrual ou não cíclica, o Congestão pélvica
com duração de pelo menos 3-6 meses, o Aderências
o Massas pélvicas
suficientemente intensa para interferir em
o Distopias gentiais
atividades habituais e que necessita de tto
o Adenomiose
clínico ou cirúrgico
o Pólipos
 Principal causa: Endometriose
o Miomas
 Etiologia é multifatorial:
o DIU
o GI
o Estenose de canal cervical
o Psiconeurológico
 Causas musculoesqueléticas (20%):
o Socioculturais
o Sd. Miofasciais
o Ginecológico
o Fibromialgia
o Músculo-esquelético
o Hérnia discal
o Urinário
o Inadequação postural
o Endócrino
o Neuralgia ílio-inguina, ílio-
Fisiopatologia hipogástrio, genitofemoral
o Sd. piriforme
 Mudanças neuroplásticas
 Sensibilidade cruzada entre vísceras Anamnese
que compartilham a mesma inervação
 Características da dor: visceral ou
(“dói tudo”)
somática
 Desevto de reflexo víscero-muscular:
 Localização: mapa da dor
alterações fibróticas em regiões
 Fatores de melhora e piora
neuromusculares.
 Duração
2
 Relação com o ciclo menstrual o CA-125: massas ovarianas e
 História obstétrica endometriose
 Tipo de parto o Exame urodinâmico: DPC e
 CX pélvicas anteriores alterações urinárias
 História de DIP o Pesquisa de SOF e colonoscopia
 Tto clínico e cirúrgicos já realizados para o Pesquisa de clamídia e gonococos
DPC o TC e RNM
 Avaliação do aparelho GI e urinário o Laparoscopia e histeroscopia
diagnósticas
 Padrão menstrual
 Dispareunia (dor na relação sexual) Tratamento
 Critérios para transtorno de ansiedade e
depressão  Multidisciplinar: psicologia + fisioterapia +
sexologia
 Violência sexual
 Orientar a paciente e tranquilizá-la de que
Exame físico a dor não é decorrente de nenhuma
doença grave
 Inspeção:
 Diferenciar de um quadro agudo ou
o Atitude
crônico
o Modo de andar e conversar
 Orientar que a resposta será demorada
o Postura antálgica
ao tto
o Inspeção de cicatrizes e
deformações  Tto farmacológico:
o Nalgésicos
 Palpação
o Anti-inflamatórios
o Presença de massas
o Antidepressivos tricíclicos
o Aumento do tamanho de vísceras
o ISRS
o Distensão de alças intestinais
o Opioides
o Inspeção da parede abdominal:
o Neuromoduladores e
uso de palpação leve ou algodão
antiepilépticos
o Dor neuropática
o ACO combinados
o Teste de Carnett: avalia dor de
o Progestágenos
origem na parede abdominal
o Análogos de GnRH
o Palpação de estruturas
musculoesqueléticas lombares,  Tto cirúrgico:
articulações sacroilíacas, sínfise o Exérese de endometriomas
púbica e pontos de gatilho o Ablação de focos endometrióticos
o Salpingo-ooforectomia bilateral
 Exame pélvico:
o Histerectomia + salpingo-
o Toque bimanual: avaliação de
ooferectomia bilateral
irregularidades, nódulos e pontos
o Lise de aderências
dolorosos no fundo de saco
o Neurectomia pré-sacral
vaginal e ligamentos útero-sacros
o Exérese de neuromas
– endometriose pélvica
o Dor moderada ou intensa na  Tto anestésico:
palpação bimanual do útero: o Acupuntura
adenomiose, Sd. Congestão o Bloqueio neural
pélvica, DIP o Injeção anestésica em pontos de
o Toque retal: nodulações em gatilho ou próximo ao local da dor
paramétrio, fundo de saco – ou raiz nervosa
endometriose de septo
 Exames complementares:
o USG transvaginal e de parede
abdominal
3
18. Sangramentos na gestação
MD758 – Atenção integral à saúde
Submódulo: Geral

Divisão da gestação coágulos; colo dilatado e


saco gestacional em
 1º T:até 13 semanas expulsão; analisar a
 2º T: até 27 semanas estabilidade
 3º T: até 41 ▪ Aborto incompleto:
sangramento incompleto,
Sangramento no 1º trimestre aumentado; colo
entreaberto dilatado; as
 Abortamento
vezes podemos fazer a
 Gravidez ectópica
curetagem
 Doença trofoblástica gestacional
o Ectrópio: exteriorização da
 Esses 3 eventos ficam no “A” no GPCA camada glandular, pode sangrar
Abortamento atualmente ou no ato sexual.
o Pólipo
 É o feto expelido ou removido do útero na o Câncer
primeira metade da gravidez (até 20  Exames complementares:
semanas) ou feto menor que 500g o USG: é eletivo
 É a complicação mais comum da  Tratamento:
gestação: 12-24% das mulheres com β- o Expectante
HCG positivo ▪ É uma conduta eficaz em
 Pode ser precoce (< 13 semanas) ou (≥ 29-42% das mulheres com
13 semanas) tardio aborto retido
 Pode ser espontâneo ou provocado ▪ Eficaz em 55-86% das
 Diagnóstico diferencial: mulheres com aborto
o Anamnese (sexualmente ativa, incompleto
método contraceptivo, queixa de o Clínico
cólica, antecedente obstétrico) + ▪ Misoprostol, induz
exame físico (toque vaginal = colo contração uterino e ajuda a
aberto, massa abaulando; altura dilatar o colo do útero;
uterina; PA; FC) ▪ Evita intervenção cirúrgica
o A estabilidade determina a ▪ No aborto incompleto, o
conduta resultado entre esse tto e o
o Hipóteses: expectante é bem
▪ Ameaça de aborto: semelhante
sangramento discreto e o Cirúrgico
colo fechado. Não é uma ▪ Curetagem
urgência. ▪ Aspiração manual a vácuo.
▪ Aborto completo: histórico Baixa taxa de complicação
de sangramento alto, com  Seguimento
cólica, atualmente com o Menstruação volta ao normal em
sangramento 1-2 meses após o aborto
escasso/ausente, colo o Após a parada do sangramento é
fechado. seguro voltar a ter relações
▪ Aborto em curso: sexuais
sangramento grande, com
1
o Não é necessário esperar para o Avaliar sinais vitais
tentar nova gravidez. No caso de  Exames complementares:
aborto habitual importante o US transvaginal
investigar. o β-HCG quantitativo (o beta não
sobe)
Gravidez ectópica
 Gravidez de localização desconhecida:
 É a fixação do zigoto fora da cavidade o Teste de gravidez positivo
uterina o Cavidade uterina vazia
 Mais comum: tubária (95-96%) o 2 cenários:
 Fator de risco: ▪ Gravidez ectópica
o DIP, causa infecção gram-negativa ▪ Gravidez que irá aparecer
na trompa que pode causar depois de um tempo
aderência  Tto:
o Endometriose o Metotrexato: inibe o crescimento
o Tabagismo (adoece os cílios da do tecido
trompa) ▪ Paciente
o Fertilização in vitro hemodinamicamente
o Antecedente de Gestação ectópica estável
o Laqueadura tubária ▪ Capacidade de seguir o tto
o Presença de DIU até o final
 Fisiopatologia: ▪ Funções renais e hepáticas
o Ocorre vascularização insuficiente normais
da tuba, ela não suporta o o Cirurgia:
crescimento do trofoblasto. ▪ Situações de instabilidade
o O corpo lúteo não se desenvolve ▪ Método: Laparotomia ou
corretamente devido a falta de Laparoscopia
sinalização hormonal do ▪ Salpingostomia ou
trofoblasto e os níveis de Slapingectomia
progesterona podem cair. → O β- • Se a outra tuba
HCG fica mais baixo que o normal estiver presente e
o A tuba uterina pode romper devido saudável
ao desenvolvimento embrionário (Salpingectomia)
 Anamnese: Doença trofoblástica gestacional
o Verificar fatores de risco
 Exame físico:  Doença decorrente de anomalia
o Rota: abdome agudo hemorrágico, cromossômica do zigoto
come extrema dor a palpação  3 tipos:
▪ Nem sempre com sinais o Mola hidatiforme
vitais ruins o Neoplasia trofoblástica gestacional
▪ Punção de fundo de saco  Mola hidatiforme:
vaginal, quando positiva, o Completa: Ovo cego, somente
significa gravidez ectópica com material paterno que se
rota. multiplica ou ovo cego com dois
o Íntegra: ameaça de aborto ou espermatozoides que fecundam
massa abaulada em fundos de ▪ Não tem elementos fetais
sacos laterais; ▪ Proliferação generalizada e
▪ Sangramento discreto pronunciada do trofoblasto
▪ Colo fechado ▪ Maior frequência de atipias
▪ Dor à mobilização anexial o Mola parcial: menos atipias,
▪ Massa anexial dificuldade de degeneração.

2
 Quadro clínico – Mola completa Placenta prévia
o Sangramento aumentado
 É a presença da placenta no orifício
o Volume uterino aumentado
interno do colo do útero. Com o
o Hiperemese/hipertireoidismo
crescimento do útero, é comum a placenta
o Pré-eclâmpsia
subir
o Cistos tecaluteínicos
 É um DX a partir das 24 semanas
o 18-28% da doença persistente
 Fatores de risco: idade materna
 Quadro clínico – Mola incompleta/parcial:
avançada, multiparidade, tabagismo,
o Sintomas de abortamento
cesárea, curetagem uterina
incompleto ou retido
o DX frequente através de  Quadro clínico: sangramento vaginal
anatomopatológico/curetagem indolor, inicialmente em pequena
o 1-4% evoluem para doença quantidade, que pode se repetir
persistente  Geralmente não altera a vitalidade fetal
 Exames complementares:  Não fazer o toque vaginal
o USG transvaginal  Desconfiar quando já traz o USG
o β-HCG quantitativo → valores  Não necessita de parto prematuro
muito altos podem indicar  Evitar esforço e coito
coriocarcinoma/metástases. Na
Acretismo placentário
mola completa é bem alto (>
100.000)  Placenta se adere ao miométrio adjacente
 Tto:  Fatores de risco: placenta prévia,
o Vácuo-aspiração: é o método de cesárea (a cicatriz é fator de risco)
escolha anterior, curetagem uterina, idade
 Seguimento: materna avançada
o Esvaziamento da mola  O quadro clínico é muito semelhante ao
o β-hCG quinzenal até 3 dosagens da placenta
consecutivas negativas  Em muitos casos é assintomático
o β-hCG mensal por 12 meses  Graus:
o Só poderá engravidar após 12 o Acreta: só na decídua
meses da mola. No caso de o Increta: vai até o miométrio
coriocarcinoma, somente após 2 o Percreta: pode chegar até os
anos. órgãos adjacentes.

Hemorragia de 2º/3º Trimestre Descolamento prematuro de placenta

Abortamento tardio  É o descolamento da placenta do útero


antes do bebê nascer, depois da 20ª
 Doença de base: SAAF, tormbofilias semana de gestação
 Insuficiencia cervical: o colo não sustenta  Fatores de risco: HAS, tabagismo, uso de
 Anomalias uterinas cocaína, trombofilias e trauma abdominal
 Doenças metabólicas  Cursa com sofrimento fetal
 Insuficiência lútea: mais rara  Conduta de emergência deve ser tomada
 Problemas no colo do útero: O colo pode  O Dx é clínico:
abrir o óstio interno antes da hora ou o Dor abdominal
começa a encurtar antes da hora. o Hipertonia uterina
o Sangramento vaginal (80% dos
Trabalho de parto
casos)
 Os vasos sanguíneos podem sangrar o Sinais de hipovolemia materna
 O colo encurta e dilata podendo ocasionar (palidez, hipotensão, sudorese,
sangramento taquicardia, pulso fino)
3
o Sinais de coagulação intravascular
disseminada: petéquias,
equimoses, hematomas
o Ausculta fetal: BCF ausente, taqui
ou bradicardia, desacelerações
o Cardiotocografia anormal
 USG somente em casos de sangramento
discreto
 Descolamento retroplacentário: não causa
sangramento → coágulo retido, com mais
chance de CIVD
 Conduta: parto imediato
 Bebê morto → se a mãe estiver instável,
fazer a cirurgia; se a mãe estiver estável,
podemos tentar parto vaginal. Tudo isso
para não causar CIVD.

Anomalias de cordão

 Inserção velamentosa do cordão → se um


dos vasos passar na frente do colo
uterino: Vasa prévia
 O bebê sangra no rompimento da Vasa
prévia
 É uma emergência obstétrica
 Fatores de risco: fertilização in vitro,
anomalias da placenta
 Mortalidade fetal de 33-100%

4
19. Saúde reprodutiva na adolescência
MD758 – Atenção integral à saúde
Submódulo: Geral

Saúde reprodutiva violência, pressão é necessária


melhor investigação
 É um estado de completo bem-estar  Início da vida sexual:
físico, mental e social em todas as o Influências sociais
questões relacionadas com o sistema o Prevenção: ISTs, gravidez
reprodutiva, e não apenas a ausência de indesejada.
doença ou enfermidade. o A educação sexual não conduz a
 Vida sexual segura e satisfatória um aumento da atividade sexual
 Decisão, com liberdade, de quando e com ou estímulo à atividade sexual
que frequência querem se reproduzir precoce.
 Pobreza menstrual
Saúde sexual  Populações negligenciadas: imigrantes,
 É a aquisição e integração dos elementos indígenas.
somáticos, emocionais, intelectuais,
Gravidez na adolescência
sociais do ser sexual para o exercício
consciente e responsável da sexualidade.  Maioria associada a pobreza, falta de
acesso aos serviços, discriminação,
Adolescência visões negativas e desigualdade de
 Sexualidade como questão central gênero
 Principais mudanças: capacidade  Risco de aborto inseguro
intelectual; pensamento moral e abstrato  Risco de complicações na gestação
com julgamento crítico; mudança de  Escolaridade: quanto maior a
papeis; responsabilidade, escolaridade, menor o risco de gestação.
relacionamentos e expectativas Por isso que no meio rural, a gestação na
 Aumento do número de adolescentes em adolescência é mais comum.
países subdesenvolvidos Pré-natal
 São nesses locais em que existem os
maiores níveis de gestação na  Nutrição
adolescência o Mais anemia
o Mais déficit de Ca2+
Atendimento na UBS o Avaliação ponderal de peso,
 Atendimento integral normalmente elas estão nos
extremos
 Atenção para diversas formas de violência
 Complicações
 Prevenção de IST/HIV
o PE/ eclampsia
 Orientação sexual e contracepção
o Alta mortalidade (morrem mais →
 Atenção aos distúrbios psíquicos
falta de cuidado, procuram serviço
 Nutrição e atividade física
tardiamente)
 Escola e trabalho
 Princípios: sigilo, autonomia, Planejamento reprodutivo
confidencialidade, privacidade.
 Preferencialmente LARCs
o No caso de risco (podemos
 Sempre orientar dupla proteção:
quebrar o sigilo), sinais de
preservativo (preservação de IST) +
anticoncepcional
1
 Contracepção de emergência: oferecer
com antecedência rediz o tempo para seu
uso
 Não diminuem o uso de Condom
 A educação pré-natal e pós-natal se
mostrou com aumento significativo na
escolha dos métodos contraceptivos.
o Possibilidade de DIU no pós-parto
imediato
 Implante subdérmico é o LARC mais
efetivo
o Grande aceitabilidade
o Sem prazo para colocação

Violência

 Manual “Violência contra a mulher” →


como perguntar sobre a violência
 Relações de poder desiguais levam a
mulheres mais pobres serem gestantes na
adolescência

Atendimentos em grupos

 Vulnerabilidades e potencialidades
 Abordagem de temas importantes na
adolescência

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