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Tricomoníase vaginalis

➢ Morfologia • Se desenvolve em PH entre 5 e 7,5.


• Célula polimorfa.
• Elipsoides, ovais ou esféricos. ➢ Transmissão
• Capacidade de formar pseudópodes. • A tricomoníase é uma doença sexualmente
transmissível (DST).
• Não há formação de cistos, apresenta
somente o estágio de trofozoíto. • Principais evidências de que T.vaginalis é
transmitida sexualmente:
• “pseudocistos” ou forma endoflageladas.
1) Alta frequência de infecção da uretra
• Possui quatro flagelos anteriores livres e
e/ou próstata em parceiros de mulheres
desiguais em ta- manho, membrana
infectadas; nestes casos, a cura da
ondulante e a costa, que se originam no
vaginite somente é atingida quando os
complexo granular basal anterior,
parceiros também aderem ao
também chamado de complexo
tratamento;
citossomal.
2) A infecção é observada com mais
frequência em mulheres assistidas em
➢ Biologia clínicas de DSTs e em prostitutas que em
• Local da infecção: T. vaginalis habita o mulheres no período pós-menopausa e
trato geniturinário do homem e da virgens;
mulher, onde produz a infecção e não 3) O protozoário não sobrevive fora do
sobrevive fora do sistema urogenital. corpo humano, a menos que seja
• Reprodução: divisão binária longitudinal, protegido contra a dessecação.
e a divisão nuclear é do tipo
criptopleuromitótica, sendo o cariótipo ❖ TEORICAMENTE, T. vaginalis pode ser
constituído por seis cromossomos. transmitido através de roupas de cama,
assentos de vasos sanitários, artigos de
toalete, instrumentos ginecológicos
contaminados e roupas íntimas. —>
incomum —> mas explica a tricomoníase
em crianças, incluindo os recém-
nascidos, e também em virgens. Estima-se
que 2 a 17% de meninas recém-nascidas
de mães infectadas por T. vaginalis
podem adquirir infecção no trato
urinário ou na vagina.

➢ Patogênese
• Inicia com o aumento de PH (PH normal
➢ Fisiologia
da vagina - 3,8 a 4,5)
• Organismo anaeróbio facultativo.
• Redução concomitante de Lactobacillus
• Cresce perfeitamente bem na ausência de
acidophilus e um aumento na proporção
oxigênio.
de bactérias anaeróbicas.
• Fonte de energia do flagelado: glicose,
• A citoaderência e a citotoxicidade
frutose, maltose, glicogênio e amido.
exercidas pelo parasito sobre as células do
• T. vaginalis é capaz de manter em reserva
hospedeiro dependem de fatores de
o glicogênio e pode realizar a síntese de
virulência.
aminoácidos.
Tricomoníase vaginalis
vezes maior em mulheres com história de
tricomoníase comparado com as que

nunca tiveram tal infecção. T. vaginalis


está relacionado com doença
inflamatória pélvica, pois infecta o trato
urinário superior, causando resposta
inflamatória que danifica as células
ciliadas da mucosa tubária, inibindo a
passagem de espermatozóides ou óvulos
através da tuba uterina.

❖ Transmissão do HIV: a infecção por T.


vaginalis tipicamente faz surgir uma
agressiva resposta imune celular local
com inflamação do epitélio vaginal e
• os fatores de virulência mediados pelo exocérvice em mulheres e da uretra em
ferro contribuem para a exacerbação dos homens. Essa resposta inflamatória induz
sintomas neste período. uma grande infiltração de leucócitos,
• A T. vaginalis pode se autorrevestir de incluindo células-alvo do HIV como
proteínas plasmáticas do hospedeiro, linfócitos TCD4 e macrófagos, aos quais o
impedindo que o sistema imune reconheça HIV pode se ligar e ganhar acesso. Estima-
o parasito como estranho. se que 24% das infecções pelo HIV são
diretamente atribuídas à tricomoníase.
➢ Patologia Essas desco-bertas sugerem que o
• Um dos principais patógenos do trato diagnóstico e o tratamento para a
urogenital humano. infecção por T. vaginalis em homens e
• Promove a transmissão do vírus da mulheres podem reduzir
imunodeficiência humana (HIV). significativamente a transmissão do HIV.
• É causas de baixo peso em bebês, bem
como de nascimento prematuro. ➢ Sintomas e Sinais
• Predispõe mulheres à doença • Produz infecção somente no trato
inflamatória pélvica atípica, câncer urogenital humano, pois não se instala na
cervical e infertilidade. cavidade bucal ou no intestino.

❖ Problemas relacionados com a gravidez: ❖ MULHER:


T. vaginalis causa ruptura prematura de • 80% assintomático ao estado de vaginite
membrana, parto prematuro, baixo peso aguda.
de recém-nascidos, endometrite pós- • Período de incubação varia de 3 a 20 dias
parto, natimorto e morte neonatal. A • A tricomoníase provoca uma vaginite que
resposta inflamatória gerada pela se caracteriza por um corrimento vaginal
infecção pode conduzir direta ou fluido abundante de cor amarelo-
indireta-mente a alterações na esverdeada, bolhoso, de odor fétido, mais
membrana fetal ou decídua. frequente no período pós-menstrual.
• O processo infeccioso é acompanhado de
❖ Problemas relacionados com a
prurido ou irritação vulvovaginal de
fertilidade: o risco de infertilidade é duas
Tricomoníase vaginalis
DSTs, fase do ciclo menstrual, técnicas de
intensidade variável e dores no baixo ven- diagnóstico e condições socioeconômicas.
tre. • Prevalência alta entre os grupos de nível
• Presença de dor e dificuldade para as socioeconômico baixo, entre as pacientes
relações sexuais (dispareunia de introito), de clínicas ginecológicas, pré-natais e em
desconforto nos genitais externos, dor ao serviços de DSTs.
urinar (disúria) e aumento da frequência • Embora T. vaginalis seja transmitido por
miccional (poliúria). relação sexual, certas circunstâncias
• A vagina e a cérvice podem ser ede- levam à crença de que, teoricamente,
matosas e eritematosas, com erosão e uma
pontos hemorrágicos na parede cervical,
conhecida como colpitis macularis ou via não venérea pode existir, explicando a
cérvice com aspecto de morango. tricomoníase em meninas, incluindo
recém-nascidas, assim como em mulheres
❖ HOMEM virgens.
• Comumente assintomática. • No recém-nascido, a tricomoníase pode
• Apresenta-se como uma uretrite com ocorrer durante a passagem pelo canal de
fluxo leitoso ou purulento e uma leve parto, em consequência da infecção
sensação de prurido na uretra. materna, quando a mãe não toma
• Antes da passagem da urina, pode ser medidas profiláticas contra a parasitose
observado um corrimento claro, viscoso e durante a gestação ou quando ainda não
pouco abundante, com desconforto ao iniciou o tratamento por não apresentar
urinar (ardência miccional) e por vezes sintomas.
hiperemia do meato uretral. • Aproximadamente 5% dos neonatos
podem adquirir a tricomoníase
➢ Imunologia verticalmente de suas mães infectadas.
—> Na ocasião do parto, o epitélio
escamoso da vagina da recém-nascida
➢ Diagnóstico
sofre ação de estrógenos matemos e pode
• O diagnóstico da tricomoníase não pode permitir a colonização do parasito.
ser baseado somente na apresentação
Entretanto, esse efeito hormonal
clínica. desaparece em poucas semanas após o
• A investigação laboratorial é necessária e parto, tornando o trato genital
essencial para o diagnóstico da relativamente resistente à invasão por T.
tricomoníase uma vez que leva ao vaginalis. Assim, os bebês teriam
tratamento apropriado e facilita o condições de eliminar espontaneamente o
controle da propagação da infecção. parasito. Pode não ser necessário tratar
a tricomoníase levemente sintomática
➢ Epidemiologia nas três primeiras semanas de vida
• A tricomoníase é a DST não virai mais porque a infecção é autolimitada.
comum no mundo. • A adolescência, especialmente, é
• OMS estimou em 2008 uma incidência caracterizada por alta atividade
anual de 276,4 milhões de casos novos no estrogênica, que acompanha mudanças
mundo. anatômicas e fisiológicas dos órgãos
• A incidência da infecção depende de genitais, incluindo um aumento do pH
vários fatores incluindo idade, atividade
sexual, número de parceiros sexuais, outras
Tricomoníase vaginalis
vaginal, que promove um ambiente
suscetível ao estabelecimento de T.
vaginalis.

➢ Profilaxia
1) Prática do sexo seguro, que inclui
aconselhamentos que auxiliam a
população a fazer as escolhas sexuais
mais apropriadas para a redução do
risco de contaminação com os agentes
infecciosos;
2) USO de preservativos;

3) Abstinência de contatos sexuais com


pessoas infectadas;
4) Limitação das complicações patológicas
mediante a administração de um
tratamento imediato e eficaz, tanto
para os casos sintomáticos como para os
assintomáticos, ou seja. tratamento
simultâneo para parceiros sexuais,
mesmo que a doença tenha sido
diagnosticada em apenas um dos
membros do casal.

➢ Tratamento
• metronidazol - eficaz contra infecções
causadas por microorganismos
anaeróbicos.
• Tinidazol
• Em gestantes esses medicamentos não
devem ser usados via oral somente pela
aplicação local de cremes, géis ou óvulos.

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